Enciclopédia de Gálatas 2:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gl 2: 1

Versão Versículo
ARA Catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também a Tito.
ARC DEPOIS, passados quatorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito.
TB Então, depois de quatorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo a Tito.
BGB Ἔπειτα διὰ δεκατεσσάρων ἐτῶν πάλιν ἀνέβην εἰς Ἱεροσόλυμα μετὰ Βαρναβᾶ συμπαραλαβὼν καὶ Τίτον·
BKJ Então, catorze anos depois, eu subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo.
LTT Então, depois de catorze anos, subi outra vez para dentro de Jerusalém, com Barnabé, havendo eu levado juntamente comigo também Tito
BJ2 Em seguida, quatorze anos mais tarde,[o] subi novamente a Jerusalém com Barnabé, tendo tomado comigo também Tito.
VULG Deinde post annos quatuordecim, iterum ascendi Jerosolymam cum Barnaba, assumpto et Tito.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gálatas 2:1

Atos 4:36 Então, José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita, natural de Chipre,
Atos 11:25 E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.
Atos 11:30 O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.
Atos 12:25 E Barnabé e Saulo, havendo terminado aquele serviço, voltaram de Jerusalém, levando também consigo a João, que tinha por sobrenome Marcos.
Atos 13:2 E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Atos 13:50 Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus limites.
Atos 14:12 E chamavam Júpiter a Barnabé, e Mercúrio, a Paulo, porque este era o que falava.
Atos 15:2 Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão.
Atos 15:25 pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
Atos 15:36 Alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão.
I Coríntios 9:6 Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?
II Coríntios 8:16 Mas graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito;
II Coríntios 8:23 Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo.
Gálatas 1:18 Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.
Gálatas 2:3 Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se.
Gálatas 2:13 E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação.
Colossenses 4:10 Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o;
Tito 1:4 a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

GEOLOGIA DA PALESTINA

GEOLOGIA
Pelas formações rochosas que afloram basicamente na área que fica ao sul do mar Morto, no leste do Sinai, nos muros da Arabá e nos cânions escavados pelos rios da Transjordânia e também a partir de rochas encontradas nos modernos trabalhos de perfuração, é possível reconstruir, em linhas gerais, a história geológica da terra. Esses indícios sugerem a existência de extensa atividade, de enormes proporções e complexidade, demais complicada para permitir um exame completo aqui. Apesar disso, como a narrativa da maneira como Deus preparou essa terra para seu povo está intimamente ligada à criação de montes e vales (Dt 8:7-11.11; SI 65.6; 90.2; cp. Ap 6:14), segue um esboço resumido e simplificado dos processos que, ao que parece, levaram à formação desse cenário.


Toda essa região fica ao longo da borda fragmentada de uma antiga massa de terra sobre a qual repousam, hoje, a Arábia e o nordeste da África. Sucessivas camadas de formações de arenito foram depositadas em cima de uma plataforma de rochas ígneas (vulcânicas), que sofreram transformações - granito, pórfiro, diorito e outras tais. Ao que parece, as áreas no sul e no leste dessa terra foram expostas a essa deposição por períodos mais longos e mais frequentes. Na Transjordânia, as formações de arenito medem uns mil metros, ao passo que, no norte e na Cisjordânia, elas são bem mais finas. Mais tarde, durante aquilo que os geólogos chamam de "grande transgressão cretácea", toda a região foi gradual e repetidamente submersa na água de um oceano, do qual o atual mar Mediterrâneo é apenas resquício. Na verdade, " grande transgressão" foi uma série de transgressões recorrentes, provocadas por lentos movimentos na superfície da terra. Esse evento levou à sedimentação de muitas variedades de formação calcária. Um dos resultados disso, na Cisjordânia, foi a exposição da maior parte das rochas atualmente, incluindo os depósitos cenomaniano, turoniano, senoniano e eoceno.
Como regra geral, depósitos cenomanianos são os mais duros, porque contêm as concentrações mais elevadas de sílica e de cálcio. Por isso, são mais resistentes à erosão (e, desse modo, permanecem nas elevações mais altas), mas se desfazem em solos erosivos de qualidade superior (e.g., terra-roxa). São mais impermeáveis, o que os torna um componente básico de fontes e cisternas e são mais úteis em construções. Ao contrário, os depósitos senonianos são os mais macios e, por isso, sofrem erosão comparativamente rápida. Desfazem-se em solos de constituição química mais pobre e são encontrados em elevacões mais baixas e mais planas. Formações eocenas são mais calcárias e misturadas com camadas escuras e duras de pederneira, às vezes entremeadas com uma camada bem fina de quartzo de sílica quase pura. No entanto, nos lugares onde eles contêm um elevado teor de cálcio, como acontece na Sefelá, calcários eocenos se desintegram e formam solos aluvianos marrons. Em teoria, o aluvião marrom é menos rico do que a terra-roxa, porém favorece uma gama maior de plantações e árvores, é mais fácil de arar, é menos afetado por encharcamento e, assim, tem depósitos mais profundos e com textura mais acentuada.
Em resumo, de formações cenomanianas (e também turonianas) surgem montanhas, às vezes elevadas e escarpadas, atraentes para pedreiros e para pessoas que querem morar em cidades mais seguras. Formações eocenas podem sofrer erosão de modo a formar planícies férteis, tornando-as desejáveis a agricultores e a vinhateiros, e depósitos senonianos se desfazem em vales planos, que os viajantes apreciam. Uma comparação entre os mapas mostra o grande número de estreitas valas senonianas que serviram de estradas no Levante (e.g., do oeste do lago Hula para o mar da Galileia; a subida de Bete-Horom; os desfiladeiros do Jocneão, Megido e Taanaque no monte Carmelo; o fosso que separa a Sefelá da cadeia central; e o valo diagonal de Siquém para Bete-Sea). O último ato do grande drama cretáceo incluiu a criação de um grande lago, denominado Lisan. Ele inundou, no vale do Jordão, uma área cuja altitude é inferior a 198 metros abaixo do nível do mar - a área que vai da extremidade norte do mar da Galileia até um ponto mais ou menos 40 quilômetros ao sul do atual mar Morto. Formado durante um período pluvial em que havia precipitação extremamente pesada e demorada, esse lago salobro foi responsável por depositar até 150 metros de estratos sedimentares encontrados no terreno coberto por ele.
Durante a mesma época, cursos d'água também escavaram, na Transjordânia, desfiladeiros profundos e espetaculares. À medida que as chuvas foram gradualmente diminuindo e a evaporação fez baixar o nível do lago Lisan, pouco a pouco foram sendo expostas nele milhares de camadas de marga, todas elas bem finas e carregadas de sal. Misturados ora com gesso ora com calcita negra, esses estratos finos como papel são hoje em dia a característica predominante do rifte do sul e da parte norte da Arabá. Esse período pluvial também depositou uma grande quantidade de xisto na planície Costeira e criou as dunas de Kurkar, que se alinham com a costa mediterrânea. Depósitos mais recentes incluem camadas de aluvião arenoso (resultante da erosão pela água) e de loesse (da erosão pelo vento), características comuns da planície Costeira nos dias atuais.

A Geologia da Palestina
A Geologia da Palestina

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

CIDADES DO MUNDO BÍBLICO

FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃO
Várias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:


(1) acesso à água;
(2) disponibilidade de recursos naturais;
(3) topografia da região;
(4) topografia do lugar;
(5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.


O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs 5:12) e Tadmor (localizada num oásis luxuriante e fértil no meio do deserto Oriental). Devido à disponibilidade de água doce nesses lugares, aí foram encontrados assentamentos bem anteriores à aurora da história bíblica, e esses dois estão entre alguns dos assentamentos mais antigos ocupados ininterruptamente no mundo bíblico. Outras cidades foram estabelecidas de modo a estarem bem perto de recursos naturais. A localização de Jericó, um dos assentamentos mais velhos da antiga Canaã, é uma excelente ilustração. A Jericó do Antigo Testamento foi construída ao lado de uma fonte excepcionalmente grande, mas também é provável que a cidade tenha sido estabelecida ali porque aquela fonte ficava perto do mar Morto e de seus recursos de betume. O betume era um produto primário de grande valor, com inúmeros usos. Na Antiguidade remota, o mar Morto era uma das poucas fontes conhecidas desse produto, de sorte que o betume dali era recolhido e transportado por todo o Egito e boa parte do Crescente Fértil. Como consequência, uma motivação econômica inicialmente levou à região uma colônia de operários e logo resultou na fundação de uma povoação nas proximidades. De modo análogo, a localização da antiga cidade de Sardes, situada próxima da base do monte Tmolo e junto do ribeiro Pactolo, foi com certeza determinada pela descoberta de ouro naquele lugar, o que criou sua renomada riqueza.
Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C.
A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso.
Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares.
A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is 11:10) e um tell de 0,8 quilômetros quadrados que era um dos maiores de Canaã. A localização da cidade foi ditada pela posição e trajeto da Grande Estrada Principal. Durante toda a Antiguidade, Hazor serviu de porta de entrada para a Palestina e pontos mais ao sul, e com frequência textos seculares se referem a ela associando-a ao comércio e ao transporte. Da mesma forma, é muito provável que linhas de comunicação tenham sido o fator determinante na escolha do lugar onde as cidades de Gaza e Rabá/Ama vieram a ser estabelecidas.
Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js 11:13; Jr 30:18-49.
2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.

A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS
Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados.
A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js 13:4), na planície de Sarom (1Sm 4:1), na Galileia (Js 19:30) e em Gola (1Rs 20:26-30). I Existe Socó ("lugar espinhoso") 45 na Sefelá (1Sm 17:1), em Judá (Is 15:48) e na planície de Sarom (1Rs 4:10). 16 Conforme ilustrado aqui, normalmente a homonímia acontece devido ao fato de os nomes dos lugares serem de sentido genérico: Hazor significa "terreno cercado", Belém significa "celeiro", Migdal significa "torre", Abel significa "campina", Gibeá significa "colina'", Cades significa "santuário cultual", Aim significa "fonte", Mispá significa "torre de vigia", Rimom significa "romã/ romázeira" e Carmelo significa "vinha de Deus". Por isso não é surpresa que, na Bíblia, mais de um lugar seja associado com cada um desses nomes. Saber exatamente quando postular outro caso de homonímia sempre pode ser problemático na criação de um atlas bíblico. Outra dimensão da mesma questão complexa acontece quando um mesmo nome pode ser aplicado alternadamente a uma cidade e a uma província ou território ao redor, como no caso de Samaria (1Rs 16:24, mas 1Rs 13:32), Jezreel (1Rs 18:45-46, mas Js 17:16), Damasco (Gn 14:15, mas Ez 27:18) ou Tiro (1Rs 7:13, mas 2Sm 24:7).
A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.


Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização.
Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável.
Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is 15:11), embora, na verdade, o local tenha sido designado para a tribo de Da (Is 19:43). Nesse aspecto, a sequência das cidades neste último texto é significativa: Ecrom está situada entre as cidades da Sefelá (Zorá, Estaol, Bete-Semes e Aijalom) e outras situadas nas vizinhanças de Jope, no litoral (Bene-Beraque e Gate-Rimom), o que fortalece a suposição de que se deve procurar Ecrom perto da fronteira ocidental da Sefelá (Js 19:41-42,45). Além do mais, Ecrom era a cidade mais ao norte dentro da área controlada pelos filisteus (Js 13:3) e era fortificada (1Sm 6:17-18). Por fim, Ecrom estava ligada, por uma estrada, diretamente a Bete-Semes e, ao que se presume, separada desta última por uma distância de um dia de viagem ou menos (1Sm 6:12-16). Desse modo, mesmo sem o testemunho posterior de registros neoassírios,149 Ecrom foi procurada na moderna T. Migne, um tell situado onde a planície Filisteia e a Sefelá se encontram, na extremidade do vale de Soreque, no lado oposto a Bete-Semes.
Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:


De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística.

Principais cidades da Palestina
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Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
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Principais sítios arqueológicos da Palestina
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AS CARTAS DO NOVO TESTAMENTO

48-95 d.C.
CARTAS DO IMPÉRIO ROMANO
Várias cartas do Império Romano foram preservadas. Além das cartas dos estadistas romanos Cícero (106-46 a.C.) e Plínio (61-112 d.C.), foram encontrados, entre outros registros escritos, os papiros de Oxyrhynchus (atual Behnesa), no Egito, e tábuas para escrever de Vindolanda (Chesterholm), próximo ao muro de Adriano, no norte da Inglaterra. Muitas das cartas encontradas no Egito foram escritas em grego comum, usado por homens e mulheres do povo na região oriental do Império Romano. Estas cartas esclarecem diversas palavras e expressões empregadas pelos autores das 21 cartas preservadas do Novo Testamento

As CARTAS DO NOVO TESTAMENTO
As 21 cartas do Novo Testamento foram escritas por apóstolos e outros líderes da igreja para indivíduos e igrejas. As cartas às sete igrejas da província da Asia também se encontram preservadas no livro de Apocalipse. O conjunto mais extenso de escritos desse tipo é constituído pelas cartas de Paulo. Os apóstolos Pedro e João escreveram duas e três cartas, respectivamente. Apesar da identidade exata de Tiago e Judas ser incerta, é bastante provável que ambos fossem irmãos de Jesus. O escritor da carta aos Hebreus não se identifica; uma vez que critérios estilísticos parecem eliminar Paulo como possível autor, há quem sugira Barnabé ou Apolo.' Hebreus é o texto mais artístico do Novo Testamento e segue o padrão definido pelos retóricos gregos. Várias cartas do Novo Testamento não eram apenas missivas, mas sim, "epístolas", um novo tipo de literatura bíblica em que as doutrinas centrais da fé cristã são apresentadas de forma detalhada e bem argumentada.

AS CARTAS DE PAULO
Nas Bíblias modernas, as cartas de Paulo (com exceção de sua carta aos gálatas) são apresentadas numa ordem decrescente de extensão que não corresponde à sequência histórica.


OUTRAS CARTAS DO NOVO TESTAMENTO
É mais difícil estabelecer uma ordem cronológica para as outras cartas do Novo Testamento. A mais antiga provavelmente é a de Tiago, escrita antes de 50 d.C., e as mais recentes, as três de João, escritas, talvez, entre 85 e 95 d.C. Somente I Pedro especifica os locais de destino: "Aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia" (1Pe 1:1), todos locais na atual Turquia. Somente João traz o nome de um destinatário: "Ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade" (3jo 1). O grego de II Pedro é considerado, com frequência, inferior ao de I Pedro, mas é interessante observar que, em sua primeira carta, Pedro diz ter contado com a ajuda de Silas. As cartas do Novo Testamento são de importância inestimável, pois é em suas linhas que as doutrinas da fé cristã encontram sua expressão mais clara e detalhada.

Onde as cartas de Paulo foram escritas
Onde as cartas de Paulo foram escritas
A última viagem de Paulo O mapa mostra um itinerário conjetural da viagem feita por Paulo entre 63-65 d.C. após o primeiro encarceramento em Roma.
A última viagem de Paulo O mapa mostra um itinerário conjetural da viagem feita por Paulo entre 63-65 d.C. após o primeiro encarceramento em Roma.
O Papiro Chester Beatty II (P46), datado de c. 200 d.C., mostrando o início da carta de Paulo aos Efésios; as palavras "em Éfeso" não aparecem no texto
O Papiro Chester Beatty II (P46), datado de c. 200 d.C., mostrando o início da carta de Paulo aos Efésios; as palavras "em Éfeso" não aparecem no texto

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

JERUSALÉM NO TEMPO DO NOVO TESTAMENTO

JERUSALÉM E SEUS ARREDORES
Jerusalém fica no alto da cadeia de montes que forma a espinha dorsal da Judeia, cerca de 750 m acima do Mediterrâneo e 1.150 m acima do mar Morto. É protegida pelo vale do Cedrom a leste e pelo vale de Hinom ao sul e a leste. Para os judeus, a cidade de Jerusalém é o umbigo da terra, situada no meio dos povos, com as nações ao seu redor.! Uma vez que é completamente cercada de montes, quem deseja chegar a Jerusalém tinha de subir? Apesar da cidade ficar próxima de uma rota que, passando pelo centro da Palestina, se estendia de Hebrom, no sul, até Samaria, ao norte, essa via só era usada para o comércio interno. Outra via se estendia de leste a oeste, saindo de Emaús, passando por Jerusalém e chegando até Jericó. Como a parábola do bom samaritano contada por Jesus deixa claro, além de outros perigos, os viajantes corriam o risco de serem assaltados. Os recursos naturais da região ao redor de Jerusalém eram limitados. Havia pedras em abundância, mas nenhum metal, e a argila era de qualidade inferior. Lá e couro eram produzidos graças à criação de ovelhas e gado, mas a maior parte dos cereais de Jerusalém tinha de ser trazida de fora. A cidade possuía apenas uma fonte importante de água, a fonte de Siloé, na parte sul. A água tinha de ser coletada em cisternas ou trazida de lugares mais distantes por aquedutos. Um desses aquedutos, com cerca de 80 km de extensão, foi construído por Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia, que usou recursos do templo, provocando uma revolta popular. Uma vez que a maioria dos produtos agrícolas vinha de fora, o custo de vida em Jerusalém era alto. Animais domésticos e vinho eram mais caros na cidade do que no campo e as frutas custavam seis vezes mais em Jerusalém.

UM CENTRO RELIGIOSO
O elemento principal da cidade de Jerusalém no primeiro século era o templo do Senhor, reconstruído por Herodes, o Grande, de 19 a.C em diante. Somas consideráveis de dinheiro eram injetadas na economia da cidade, especialmente durante as principais festas religiosas, a saber, Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos, quando Jerusalém ficava abarrotada de peregrinos. Além de trazerem ofertas para o templo e manterem o comércio de souvenires, os peregrinos enchiam as hospedarias, dormiam em tendas armadas fora da cidade ou se hospedavam em vilarejos vizinhos. Muitos judeus se mudavam para Jerusalém a fim de ficarem perto do templo e serem sepultados nas imediações da cidade santa Além disso, um imposto de duas dramas para o templo era cobrado anualmente de todos os judeus. Quando as obras do templo finalmente foram concluídas em c. 63 d.C., mais de dezoito mil operários ficaram desempregados.
As autoridades do templo usaram essa mão de obra para pavimentar Jerusalém com pedras brancas. Acredita-se que Jerusalém também tinha cerca de quatrocentas sinagogas, junto às quais funcionavam escolas para o estudo da lei. Uma inscrição de origem incerta sobre um chefe de sinagoga chamado Teódoto foi descoberta em 1913 na extremidade sul da colina de Ofel. Teódoto construiu não apenas uma sinagoga, mas também uma hospedaria para visitantes estrangeiros.

PALÁCIOS
Os governantes hasmoneus haviam construído um palácio chamado de Acra ou cidadela a região a oeste do templo. Mas Herodes, o Grande, construiu um palácio novo na Cidade Alta, na extremidade oeste da cidade, onde hoje fica a Porta de Jafa. Continha salões de banquete grandiosos e vários quartos de hóspedes. O muro externo tinha 14 m de altura, com três torres chamadas Hippicus, Fasael e Mariamne, os nomes, respectivamente, do amigo, do irmão e da (outrora favorita) esposa de Herodes. As torres tinham, respectivamente, 39, 31 e 22 m de altura. Parte da torre de Fasael ainda pode ser vista nos dias de hoje, incorporada na atual "Torre de Davi"

A FORTALEZA ANTÔNIA
Na extremidade noroeste, Herodes construiu uma fortaleza chamada Antônia em homenagem ao general romano Marco Antônio. A fortaleza possuía três torres imensas com 23 m de altura e outra com 30 m de altura. Uma coorte, isto é, uma unidade de infantaria romana com seiscentos homens, guardava o templo e podia intervir rapidamente caso ocorresse algum tumulto (como em At 21:30-32). Os romanos mantinham as vestes do sumo sacerdote nesse local, liberando-as para o uso apenas nos dias de festa. É possível que o pavimento de pedra conhecido como Gabatá, onde Pilatos se assentou para julgar Jesus, fosse o pátio de 2.500 m dessa fortaleza Antônia.

OUTRAS CONSTRUÇÕES EM JERUSALÉM
Na Cidade Baixa, Herodes mandou construiu um teatro e um hipódromo. O tanque de Siloé, onde Jesus curou um cego de nascença, ficava no sopé do monte sobre o qual estava edificada a cidade de Davi. Os Evangelhos também mencionam o tanque de Betesda, um local cercado por cinco colunatas cobertas. Crendo que, de tempos em tempos, um anjo agitava as águas e realizava um milagre, muitos enfermos se reuniam ali à espera da oportunidade de serem curados. Jesus curou um homem paralítico havia 38 anos.° Os dois tanques descobertos no terreno da igreja de Sta. Ana, ao norte da área do templo, parecem ser o local mais plausível. Ao norte do segundo muro e, portanto, fora da cidade antiga, fica a Igreja do Santo Sepulcro, um possível local do túmulo vazio de Jesus.
Herodes Agripa I (41-44 d.C.) começou a construir mais um muro ao norte da cidade, cercando essa área. Com mais de 3 km de extensão e 5,25 m de espessura, o muro foi concluído em 66 d.C.

TÚMULOS
No vale do Cedrom foram preservados vários túmulos datados do período anterior à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. O assim chamado "Túmulo de Absalão", adornado com colunas jônicas e dóricas, tinha uma cobertura em forma cônica. Um monumento relacionado ao assim chamado "Túmulo de Zacarias" tinha uma torre de pedra quadrada com uma pirâmide no alto. Entre 46 e 55 d.C., a rainha Helena de Adiabene, originária da Assíria (norte do Iraque) e convertida ao judaísmo, erigiu um mausoléu cerca de 600 m ao norte de Jerusalém. Com uma escadaria cerimonial e três torres cônicas, esse túmulo, conhecido hoje como "Túmulo dos Reis", era o mais sofisticado de Jerusalém. Jesus talvez estivesse se referindo a monumentos como esses ao condenar os mestres da lei e fariseus por edificarem sepulcros para os profetas e adornarem os túmulos dos justos. Túmulos mais simples eram escavados na encosta de colinas ao redor da cidade, e muitos destes foram descobertos nos tempos modernos.

FORA DA CIDADE
A leste da cidade ficava o monte das Oliveiras, cujo nome indica que essas árvores eram abundantes na região em comparação com a terra ao redor. Na parte mais baixa defronte a Jerusalém, atravessando o vale do Cedrom, ficava o jardim do Getsêmani, onde Jesus foi preso. Getsêmani significa "prensa de azeite". E possível que azeitonas trazidas da Peréia, do outro lado do rio Jordão, também fossem prensadas nesse local, pois era necessária uma grande quantidade de azeite para manter acesas as lâmpadas do templo. Na encosta leste do monte das Oliveiras ficava a vila de Betânia onde moravam Maria, Marta e Lázaro, e onde Jesus ficou na semana antes de sua morte. De acordo com os Evangelhos, a ascensão de Jesus ao céu ocorreu perto desse local.

A HISTÓRIA POSTERIOR DE JERUSALÉM
Jerusalém foi destruída pelos romanos em 70 d.C. e ficou em ruínas até a revolta de Bar Kochba em 132 d.C. Em 135 d.C., foi destruída novamente durante a repressão dessa revolta e reconstruída como uma cidade romana chamada Aelia Capitolina, da qual os judeus foram banidos. Depois que Constantino publicou seu édito de tolerância ao cristianismo em 313 d.C., os cristãos começaram a realizar peregrinações à cidade para visitar os lugares da paixão, ressurreição e ascensão de Cristo. Helena, mãe de Constantino, iniciou a construção da igreja do Santo Sepulcro em 326 .C. Em 637 d.C., a cidade foi tomada pelos árabes, sendo recuperada pelos cruzados que a controlaram entre 1099 e 1244. Os muros vistos hoje ao redor da Cidade Antiga são obra do sultão turco Suleiman, o Magnífico, em 1542.

Jerusalém no período do Novo Testamento
Jerusalém tornou-se um canteiro de obras durante o começo do século I d.C.. Herodes Agripa I (41-44 d.C.) construiu um terceiro muro no norte da cidade.

 

Referências

Ezequiel 5:5-38.12

Salmos 122:4-125.2

Lucas 10:30

Mateus 17:24

João 19.13

João 9.7

João 5:2-9

Mateus 23:29

Marcos 11:11;

Mateus 21:17:

Lucas 24:50

Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

JERUSALÉM

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:31.783, Longitude:35.217)
Nome Atual: Jerusalém
Nome Grego: Ἱεροσόλυμα
Atualmente: Israel
Jerusalém – 760 metros de altitude (Bronze Antigo) Invasões: cercada por Senequaribe em 710 a.C.; dominada pelo Faraó Neco em 610, foi destruída por Nabucodonosor em 587. Depois do Cativeiro na Babilônia, seguido pela restauração do templo e da cidade, Jerusalém foi capturada por Ptolomeu Soter em 320 a.C., e em 170 suas muralhas foram arrasadas por Antíoco Epifânio. Em 63 a.C. foi tomada por Pompeu, e finalmente no ano 70 de nossa era foi totalmente destruída pelos romanos.

Localizada em um planalto nas montanhas da Judeia entre o Mar Mediterrâneo e o mar Morto, é uma das cidades mais antigas do mundo. De acordo com a tradição bíblica, o rei Davi conquistou a cidade dos jebuseus e estabeleceu-a como a capital do Reino Unido de Israel, enquanto seu filho, o rei Salomão, encomendou a construção do Primeiro Templo.
Mapa Bíblico de JERUSALÉM



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21
3. O Evangelho de Paulo e o Concílio de Jerusalém (2:1-10)

a) O relatório de Paulo (2.1,2). Quatorze anos depois, Paulo, com Barnabé, foi a Jerusalém para transmitir reservadamente o seu evangelho aos líderes da igreja. Estes homens proeminentes não acrescentaram nada à mensagem de Paulo. Apesar de alguns terem espionado Paulo, eles não exigiram que o seu cooperador Tito fosse circuncidado. Pelo contrário, deram a bênção a Paulo e Barnabé, reconhecendo que sua comissão aos gentios era comparável ao ministério que os outros apóstolos tinham aos judeus.

Catorze anos depois, Paulo foi outra vez a Jerusalém com Barnabé, e levou Tito com ele (1). Não está claro a que se refere este depois. Foi depois de sua conversão ou depois de sua visita anterior, ocorrida no período de três anos após sua conversão? A questão tem pouca ligação com o relato do incidente, mas está significativamente relaci-onada à cronologia da vida de Paulo. A probabilidade é que os 14 anos marcam o tempo entre as visitas a Jerusalém.

A associação de Barnabé com Paulo começou quando ele apoiou o fariseu, recente-mente convertido, que desejava unir-se aos discípulos em Jerusalém (At 9:26-27). Mais tarde, Barnabé deu a Saulo a chance de começar um ministério em Antioquia (Act 12:22--25). Não temos informação detalhada sobre como Tito se associou com o apóstolo. É fato que este cristão grego foi um dos primeiros convertidos de Paulo (Tt 1:4). Ao término da segunda viagem missionária, Tito já era líder na novel igreja. A referência aqui indica que ele estava entre os "alguns" obreiros de Antioquia escolhidos para representá-los nesta conferência histórica (Atos 15:1-2).

A viagem à assembléia em Jerusalém foi feita por revelação (2). Isto é para enfatizar que Paulo estava sob direção divina. Quando os visitantes judeus tentaram forçar a circuncisão na igreja, predominantemente gentia, em Antioquia, Paulo e Barnabé opu-seram-se com veemência (cf. At 15:1-2). O relato em Atos indica que a igreja em Antioquia deu a Paulo e Barnabé a incumbência de representar sua causa em Jerusalém, mas aqui, Paulo enfatiza que a diretiva foi de origem superior. O plano humano e a orienta-ção divina não são mutuamente excludentes (cf. At 15:28).

Paulo lhes expôs o evangelho que pregava entre os gentios (2). A mensagem do evangelho que Paulo colocou diante' deles era que Jesus Cristo fora crucificado, ressuscita-ra e viria outra vez; e que havia justiça para todos os homens pela fé em Cristo sem as obras da lei. De acordo com Atos 15:4, Paulo e seu grupo prestaram informações a toda a igreja em Jerusalém, ao passo que o texto aqui em Gálatas declara especificamente que o relató-rio foi feito particularmente. Isto indica que a sessão pública foi precedida por uma confe-rência particular, o que certamente seria de bom senso (ver comentários em Act 15:4-12).

Aos que estavam em estima (2) é tradução livre do que parece uma frase ou pen-samento interrompido, talvez em virtude de ansiedade ou agitação na mente de Paulo." Reflete sua preocupação em não falar demais — nem de menos! Ele referia-se ao fato de que fora aos líderes da igreja para elucidar uma questão crucial; mas, ao mesmo tempo, não queria demonstrar submissão total ao julgamento deles, nem negar sua própria autoridade dada singular e divinamente. Por isso, refere-se a Tiago, Cefas (Pedro) e João como aqueles que "pareceu-lhe ocuparem certa posição" (6) e "pareceu-lhe serem colu-nas" (9). Estavam em estima no sentido de que deram a impressão de serem bem-vistos aos olhos da igreja. Por trás da hesitação de Paulo, estava a crença de que a auto-ridade suprema deve vir de Deus e não do homem.

Uma das metáforas familiares de Paulo é a que descreve a vida cristã como uma corrida (cf. 5.7; 1 Co 9:24-26; Fp 2:16). Ele refere-se à sua vida e ministério entre os gentios como uma corrida, e estava preocupado com receio de que de alguma maneira... corresse ou... tivesse corrido em vão (2). Ele percebeu que se os reconhecidos líderes da igreja em Jerusalém se opusessem ao seu evangelho, todo o trabalho que ele fizera seria destruído pelos emissários da igreja e não haveria obra a realizar no futuro. A certeza da origem divina de sua mensagem não o deslumbrou ao ponto de provocar divisão e divergência na igreja.

  1. A recusa em circuncidar Tito (2:3-5). No versículo 3, temos a primeira menção efetiva sobre a questão específica em debate nesta carta — a circuncisão dos gentios convertidos. Era necessária? Paulo escreve: Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se (3). O propósito do apóstolo em rela-tar este incidente era mostrar que, até na igreja em Jerusalém, seu companheiro grego não fora forçado a submeter-se à lei cerimonial. Diante desta verdade, que base seus oponentes teriam para insistir na circuncisão na pátria dos gentios?

Os versículos 4:5 são parentéticos, repreendendo as pessoas que exerciam pressão para obrigar a circuncisão. A pressão veio por causa dos falsos irmãos que por des-cuido trouxeram para a igreja, os quais secretamente entraram a espiar a nos-sa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão (4). A expressão falsos irmãos sugere que eram companheiros crentes, mas a insistência`na necessidade da lei constituía, na opinião de Paulo, uma negação a Cristo (ver comentári-os em 2.21). Estes homens por descuido intrometeram-se, ou seja, "infiltraram-se sorrateiramente" (CH; cf. BAB, BJ, NVI). A intenção expressa era beneficiarem-se -conseguir evidências reais — da liberdade da lei que estes gentios convertidos desfruta-vam em Cristo. Tudo constituía esforços para forçar a lei sobre eles e escravizá-los nova-mente (ver comentários em 4:1-10). Lógico que o elemento sigiloso refere-se às intenções. Indubitavelmente, bancaram irmãos em Cristo para, na confiança desta irmandade, ob-servarem a liberdade dos gentios convertidos. Eles se aproveitariam desta informação e procurariam obrigar a circuncisão.

Paulo não se intimidou em vista destas pessoas ou por suas táticas. Ele escreve: Aos quais, nem ainda por uma hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós (5). Diante da igreja em Jerusalém, estes falsos irmãos procuraram forçar Paulo a conformar o seu evangelho à lei. Foi contra esta pres-são que Paulo declara que não "cedemos em submissão" (lit.; BAB; cf. ACF, BJ, CH), nem ainda por uma hora. Nem sequer Tito, a despeito dos argumentos e exigências dessa gente, foi obrigado a ser circuncidado. Talvez seja este o ponto específico do qual Paulo não abriria mão. Nem por um momento. A razão por que se recusou a "ceder uma polegada" foi porque se tratava de uma defesa da verdade do evangelho que fora pregado aos seus gentios convertidos. Não havia como esta mensagem da verdade cristã continuar se Paulo fracassasse. Caso se submetesse à circuncisão dos gentios converti-dos, o evangelho que lhes pregara não poderia ser verdade.

  1. O reconhecimento do ministério de Paulo (2:6-10). Paulo refere-se novamente aos "apóstolos-coluna", dizendo que pareciam ser algo (6). Aqui, ele entra em deta-lhes sobre essa resistência em reconhecê-los. Quais tenham sido noutro tempo é, literalmente, "de que tipo eles eram antigamente". É alusão indubitável ao fato de que estes homens estavam associados com Jesus em seu ministério terreno. Até este fato não fazia diferença para Paulo, por uma boa razão: Deus não aceita a aparência do homem é, literalmente, "Deus não recebe a face de um homem". Isto significa que, para Deus, a aparência exterior não é importante.

Aqui, Paulo está lidando com um problema que fugia rapidamente ao controle da igreja primitiva, sobretudo nas regiões gentias. Aqueles que tinham estado com Jesus durante seu ministério terreno possuíam lugar de distinção que poderia ter conseqüências desastrosas. Os judeus tinham uma desconfiança nata contra a idolatria, mas os convertidos gentios de Paulo poderiam facilmente cair nessa armadilha. Com sua formação idólatra bastava um movimento para passar da reverência aos discípulos terrenos de Jesus a um culto da divin-dade. Na realidade, a reivindicação de Paulo ao apostolado já estava sendo desafiada por seus inimigos neste ponto, pois ele não fora um dos discípulos originais. Ao escrever aos gentios convertidos sobre sua relação com estes líderes, ele mostra enfaticamente que com Deus a aparência não é elemento importante. A autoridade na igreja vem de Deus. Não vem com base na relação exterior de um passado com Jesus na terra, mas com a luz da experiên-cia interior de um presente com Cristo. Isto não significava que Paulo não tivesse respeito por estes líderes, ou que não os considerasse em alta estima. O fato de ele estar em Jerusa-lém para a conferência demonstra o contrário. Trata-se, portanto, de uma reflexão de sua preocupação de que a verdadeira base de autoridade seja observada.

Os líderes da igreja não só desistiram de obrigar Tito a ser circuncidado, mas eles, digo, que pareciam ser alguma coisa," nada acrescentaram. Este é o propósito central de Paulo mencionar o incidente. Na defesa da afirmação de que sua autoridade viera de Deus, ele expõe que até os líderes da igreja nada acrescentaram a sua mensagem.

Pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o" da circuncisão (7). Tal ação positiva foi fundamentada sobre importante vislumbre de amplas conseqüências. Como Pedro era o líder reconheci-do daqueles que ministravam o evangelho no mundo judaico, assim perceberam que a Paulo fora confiado (lit.) um ministério semelhante para os gentios.

Este reconhecimento da liderança, que Paulo chama apostolado, estava baseado na evidência clara da mesma atividade' divina em Paulo como em Pedro. Aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios (8). O mesmo Deus capacitou com seu poder a ambos.

O resultado feliz desta conferência foi que, conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé (9). Pela primeira vez Paulo iden-tifica os líderes da igreja em Jerusalém, a quem ele se referira nos versículos anteriores. A menção do nome de Tiago (o irmão de Jesus) como primeiro da lista sugere que ele era o líder da igreja — talvez na administração —, ao passo que Pedro era o líder da obra missionária aos judeus. Estes homens tomaram ação positiva. Paulo e Barnabé recebe-ram a garantia reconhecida de comunhão e concordância de opinião: as destras, em comunhão (i.e., "Tiago, Cefas e João [...] estenderam, a [Paulo] e a Barnabé, a destra de comunhão", RA; cf. BAB). Levando em conta esta aprovação total e incontestada, como a autoridade de Paulo poderia ser questionada?

Em conseqüência disso, Paulo e Barnabé foram enviados aos gentios, e eles à circun-cisão. Há incerteza se esta divisão era racial ou geográfica. Havia gentios na Palestina e judeus no mundo greco-romano-asiático. A solução mais óbvia é que Paulo recebeu autoridade indiscutível no território onde estivera trabalhando — fora da Palestina. Esta era a verdadeira questão em debate. Também era óbvio que a decisão afetava diretamente as exigências a serem feitas aos gentios convertidos, onde quer que residissem.

Os líderes da igreja em Jerusalém estipularam apenas uma cláusula na aprovação, que Paulo não se esquecesse dos pobres (10). Isto ele procurou fazer com diligência (spoudazo, "com zelo" [BAB] ou "com avidez" [cf. BV]), fato comprovado por suas atividades conseqüentes (cf. Rm 15:31-2 Co 8-9).

4. A Defesa e Explanação do Evangelho de Paulo (2:11-21)

Em visita a Antioquia, Pedro comia livremente com os gentios até que chegou um grupo de judeus proveniente de Jerusalém; diante disso, ele se afastou dos gentios. Esta atitude influenciou tanto os irmãos judeus em Antioquia (até Barnabé) que eles compor-taram-se hipocritamente ao lado de Pedro. Paulo enfrentou publicamente o companhei-ro apóstolo por esta conduta, visto que era contrária à verdade do evangelho. Ele pergun-tou a Pedro como ele, sendo judeu de nascimento, que por vezes vivia como gentio, podia obrigar os gentios a viverem como judeus. Pedro e Paulo, que aprenderam que o homem não é justificado pela lei, mas somente pela fé em Cristo, tinham eles mesmos crido assim em Cristo. Embora considerados pecadores pelos judeus, eles se tornariam mesmo pecadores aos olhos de Deus se reconstruíssem essa estrutura legalista que eles já havi-am destruído. Paulo testemunhou que ele morrera para a lei a fim de viver para Deus. Tendo sido crucificado com Cristo, agora ele não vivia mais para si, e a vida que ele vivia na carne era pela fé em Jesus Cristo. Desta forma, a graça de Deus não era anulada.
Este episódio é mais uma prova da autoridade de Paulo como apóstolo. Ocorreu depois do Concílio de Jerusalém, quando Pedro' fora a Antioquia (11), igreja dominada por cris-tãos gentios. Talvez, Paulo tivesse ficado sabendo que judeus e gentios participavam da mesma refeição. Lá, Paulo o resistira na cara. Em sua opinião, este confronto público era justificável, porque Pedro se tornara repreensível (lit., "se tornou condenado"; cf. NVI).

Acerca de seu companheiro apóstolo, Paulo escreve que antes que alguns tives-sem chegado da parte de Tiago, Pedro comia com os gentios (12). Quando Pedro chegou a Antioquia e observou a mesa comum entre judeus e gentios, ele se juntou a eles, sem problema de consciência. Não é surpreendente que Pedro tenha se comportado as-sim depois da experiência com Cornélio e sua subseqüente defesa diante da igreja em Jerusalém.' Mas quando os visitantes de Jerusalém chegaram a Antioquia, eles critica-ram o que viram — talvez seja por isso que tivessem ido. Em conseqüência disso, Pedro se afastou e se apartou deles. O significado literal é que ele "retirou-se gradualmen-te"' (cf. BAB, CH, RA), temendo os que eram da circuncisão.

Nos versículos 11:21, verificamos "Os Elementos da Covardia Moral". A história da conferência em Jerusalém forma a introdução de fundo:

1) O medo de nossos amigos pode fazer com que transijamos nossas convicções, 11,12;
2) A transigência pessoal influ-encia os outros a fazerem a coisa errada, 13;

3) A repreensão honesta é necessária e não deve ser levada a mal, 14-19; 4). A dedicação e esforço honestos em permitir Cristo viver em nós é a cura eficaz para a covardia, 20,21 (A. F. Harper).

a) Insinceridade e influência errônea (2:12-19). A conseqüência séria foi que os ou-tros judeus também dissimulavam do mesmo modo que ele (13). Paulo denomina isto hipocrisia". O problema era de insinceridade básica — quer na participação da mesa comum, quer no afastamento dessa comunhão segundo os interesses da lei. Paulo con-clui que nesta ou naquela situação a ação era uma impostura. Como Paulo nos dirá mais adiante, o maior erro era este fingimento e não a mera recusa dos judeus em tomar parte da mesa comum com os gentios. Se desde o início Pedro se recusasse a participar de tal comunhão talvez o assunto nunca tivesse surgido.

No sentido estritamente bíblico, hipocrisia é o oposto direto de sinceridade. Hipocri-sia é duplicidade, e sinceridade é pureza ou singeleza de motivo. Portanto, a confissão é hipócrita somente na medida em que reflete insinceridade. Desde que as palavras ou ações de alguém não sejam sinceras ela está sendo hipócrita.

O poder de influência, para o bem ou para o mal, é assustador para as pessoas bem-intencionadas. Quando Barnabé se deixou levar por sua dissimulação (13), deve ter sido tremendo golpe contra Paulo. É difícil imaginar alguém da estatura espi-ritual de Barnabé agindo assim, mas o fato destaca o extraordinário poder da influên-cia. Até os grandes homens — sem falar nos menos importantes — muitas vezes se levantam ou caem quando vêem e ouvem outra pessoa. Uma das maiores responsabili-dades da liderança é o poder da influência e, nesta questão, nada causa maior dano que a hipocrisia.

Há quem pergunte sobre quando (14) Paulo viu isto acontecer. Poderia ele ter esta-do em Antioquia e, mesmo assim, não ter visto o que estava acontecendo antes que tais conseqüências trágicas se desenvolvessem? É possível que, embora estivesse vendo, Paulo hesitasse em tomar uma atitude drástica; mas este procedimento não se ajusta à sua personalidade. A hipótese é que ele estava ausente de Antioquia quando a situação ocorreu e só viu quando voltou. Paulo estava convencido que Pedro, e os demais judeus a quem ele influenciou, não andavam bem e direitamente (orthopodeo, "andavam retamente", BAB, BJ) confirme a verdade do evangelho.

Paulo confrontou Pedro na presença de todos (14). Sua intenção primária era defender a verdade do evangelho, mas também queria que a hipocrisia fosse claramente exposta. Para isso, era necessário repreender publicamente Pedro, o líder reconhecido e altamente respeitado da igreja. Esta ação era medida audaciosa, mas Paulo tinha certe-za que a enormidade do erro a justificava. Agora, neste momento posterior ao fato, ele podia rememorar o acontecimento como prova de que possuía autoridade divina para o evangelho que ora pregava."

O desafio que Paulo apresentou a Pedro foi: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?

  1. O assunto diz respeito inquestionavelmente a viver de acordo com os costumes dos respectivos grupos, com ênfase específica nos hábitos alimentares. Embora Pedro fosse judeu, suas crenças permitiam-lhe viver como gentio e não como judeu, como foi brilhan-temente ilustrado por sua conduta antes que os visitantes de Jerusalém chegassem. Ao se afastar e influenciar os outros judeus crentes a fazerem o mesmo, a única base de comunhão teria de ser nas condições judaicas. As ações de Pedro tiveram o efeito prático de obrigar os gentios a viverem como os judeus — sob a lei.

Pedro e Paulo eram judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios

  1. Este contraste é basicamente de origem racial e não de caráter moral, embora am-bos os aspectos estejam relacionados. O termo pecadores (hamartoloi) é usado em referência aos gentios, porque era a maneira típica de os judeus se referiam a eles. Paulo está ressaltando que Pedro e ele eram judeus de nascença e não de origem gentia.

Mas, embora fossem judeus e treinados para observar as leis de Moisés, eles vieram a saber que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo (16). Esta é a tese que Paulo discutirá nos capítulos 3:4-22 Aqui, ele quer somen-te observar que esta verdade fora aceita por ambos. Esta é a primeira menção em Gálatas da importante palavra lei (nomos), sendo usada aqui com seu significado limitado de obras humanas. Este significado forma a base para a repreensão de Paulo. Pedro sub-metera-se aos requerimentos da lei, embora tivesse sabido e experimentado o fato de que a justificação só ocorria pela fé em Jesus Cristo. A frase final do versículo é obviamen-te referência às Escrituras para apoio do argumento. Porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada é alusão ao Salmo 143:2. Acompanhando a Septuaginta, Paulo esclarece o versículo citado e faz "uma reinterpretação em forma mais clara da doutrina já ensinada pelos profetas judeus"."

Em seguida, o apóstolo observa que nós, que procuramos ser justificados em Cristo," nós mesmos também somos achados' pecadores (17). Esta última fra-se é interpretada de muitas maneiras.' Seu significado não é o significado habitual bíblico. O termo "pecadores" já foi usado neste contexto com nítida conotação legalista (cf. 15). Paulo enfatizara categoricamente (16) que Pedro e ele foram justificados pela fé em Cristo — desconsiderando as obras da lei. Embora fossem judeus de nascimen-to, seus oponentes judeus concluiriam que eram "pecadores" da mesma forma que os gentios que estavam fora do escopo da lei. Não há indício de que Paulo negaria esta premissa dos seus inimigos. Eles eram "pecadores" neste sentido legalista de apartar-se da lei cerimonial.

A conclusão implícita nessa premissa foi colocada na forma de pergunta retórica:' É, porventura, Cristo ministro do pecado? (17). Se a fé em Cristo os levou a serem "pecadores legalistas", então Cristo não é a causa do pecado? Há aqui uma mudança crucial de conceito; agora pecado (hamartia) não é um termo legalista, mas moral. No Novo Testamento, o termo grego hamartia não significa violar a lei, mas desobedecer a Deus, o que produz culpa e condenação.' O homem de fé — embora "pecador" em relação à lei — está vivendo sob a condenação e culpa do pecado? É isso que Cristo ministra ao homem? A resposta de Paulo é enfática: De maneira nenhuma (me genoito, lit, "não seja"; cf. NTLH, RA).' Tal pensamento era detestável para Paulo e imitação grotesca do seu Deus. Ao invés de pecado, Cristo traz perdão e paz ao homem de fé.

Paulo leva seu argumento um pouco mais adiante. Afastar-se das obras da lei não o tornou pecador. O oposto é que é a verdade; porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor (18). Se ele tivesse de voltar às observâncias da lei, estaria remontando uma falsa estrutura que destruíra anterior-mente. A referência é claramente às ações de Pedro em Antioquia, mas Paulo graciosa-mente o declara na primeira pessoa. Com esse retorno à lei, ele se constituiria (lit., de-monstraria) transgressor. Para referir-se à transgressão em si, Paulo usa um termo que não dá margem à ambigüidade (cf. Rm 2:25-27). E significativo que o homem mostre-se a si mesmo como transgressor, no lugar de ser isto um pronunciamento de Deus.

Veremos nos capítulos seguintes que a lei teve função temporária, que foi substitu-ída pela vinda de Cristo. Paulo está falando de reedificar o que fora derrubado, porque era temporário. Joseph Agar Beet compara esta idéia inteligentemente com o andaime que é erguido para ajudar a construir uma estrutura permanente.' No edifício da vida cristã, o andaime temporário do dever tem de dar lugar à estrutura permanente do amor.

Quando Paulo argumenta que é a obediência à lei, e não a desobediência, que lhe mostra que é transgressor, os leitores judeus identificariam um paradoxo. Mas ele ofere-ce sua experiência como prova do paradoxo. A indicação está no uso do pronome pesso-al:31 Eu, pela lei, estou morto para a lei (19). A idéia não é surpreendente, pois sua morte com Cristo, assunto que ele continua discutindo no versículo seguinte, resulta em sua morte para a lei e na conseqüente libertação do controle servil que ela exercia (cf. Rm 7:1-6). Por morrer para algo, Paulo quer dizer logicamente cortar todas as relações de forma a não poder mais ter influência ou controle sobre ele. Ele foi tão completamente cortado da lei como alguém que está morto (ver comentários em 5.24; 6.14). É muito mais que uma figura de linguagem.

O que é surpreendente é que foi pela própria lei que Paulo ganhou a libertação da lei. Claro que isto não significa que foi a lei o meio de libertação, porque o apóstolo deixa claro que a libertação só veio pela morte com Cristo (20). O que ele quer dizer é que foi pelas obras da lei, e a conseqüente frustração, que ele percebeu a necessidade de abandoná-la. É o que ele alude aqui (16) e descreve em detalhes em Romanos 7. Este é o argumento central: Se ele voltasse para as obras da lei depois que percebesse a necessidade de abandoná-la, estaria fazendo-se transgressor.

O resultado positivo é viver para Deus (19). Tendo sido libertado da lei pela morte, agora ele estava livre para viver para Deus. Assim, vemos a maior objeção ao legalismo. Não só não livra do pecado, mas é também um verdadeiro obstáculo à devoção total que deveria caracterizar a vida do cristão.

b) A nova vida em Cristo (2.20,21). Esta nova vida em Deus, livre dos obstáculos da lei, foi possibilitada somente porque Paulo fora' crucificado com Cristo (20). Este é um dos conceitos teológicos paulinos mais importantes. Quando o homem entra em Cristo, ele entra na sua morte. Ele morre com Cristo." É mais que uma figura de linguagem, descrevendo uma separação psicológica ou libertação do pecado. Significa que pela fé o homem faz sua a morte de Cristo. O resultado futuro é que ele não enfrenta a morte eterna por seus pecados.

Há também um benefício presente. O poder do pecado é interrompido na vida do homem, porque ele morreu para o pecado com Cristo. De significação particular para este contexto é o fato de que a morte com Cristo é o único meio de os escravizados pela lei terem a liberdade (ver comentários em 5.1).

É imperativo que a morte do pecador com Cristo não seja confundida com a cruci-ficação da personalidade essencial da pessoa ou com o que se denominou autocrucificação. É o velho eu interior irremediável e desesperadamente depravado pelo pecado que mor-re. A terminologia de Paulo é estranha ao modo de pensar da atualidade, mas descreve uma verdade que é bem conhecida na experiência humana.

O crente, porém, não fica morto. E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim (20). A correlação da morte com Cristo sempre é a ressurreição e a nova vida nele. O ho-mem de fé "[anda] em novidade de vida" (Rm 6:4), "na semelhança [...] da sua ressurreição" (Rm 6:5) e "[vive] para Deus" (Rm 6:11). Ele "[dá] fruto para Deus" (Rm 7:4), e o "[serve] em novidade de espírito" (Rm 7:6). É vital entendermos o pleno impacto desta verdade maravilhosa. A morte para o pecado é significativa, só porque torna a nova vida possível. A libertação do pecado é a abertura de porta para uma nova vida gloriosa em Cristo.

A ordem do texto grego é surpreendente quando traduzido literalmente: "E eu vivo, não mais eu [ego], mas vive em mim Cristo" (na ACF, BAB e RC somente a palavra "Cristo" não está conforme a ordem no original grego [na BAB falta a palavra "e"]). O pronome enfático da primeira pessoa do singular eu (ego) enfatiza o aspecto pessoal da declaração, podendo ser traduzido assim: "E eu mesmo não vivo mais" (cf. BV, BJ). Mas, levando em conta a frase que vem a seguir, mas Cristo vive em mim, há um significado muito maior. O apóstolo está dizendo: "Eu não vivo mais como outrora eu vivia, mas de uma nova maneira — não mais eu. Agora Cristo vive em mim — ele é o Senhor de minha nova vida". Paulo vive "não mais eu", porque em uma crise de capitulação ele entregara sua soberania — ele era "não mais eu"! Por isso escreveu em outra carta: "Para mim o viver é Cristo" (Fp 1:21). Paulo também denomina esta experiência de viver no Espírito (ver comentários em 5:16-26).

Quando pregou sobre Gálatas 2:20, W. G. Coltman34 usou o tema "A Vida Vitoriosa". Ele mostrou que esta vida envolve três segredos maravilhosos:

1) Cristo em vez de mim; (2) Fé em vez de sentimento;

3) "Agora" em vez de "outrora".

Entre a velha vida no pecado e este novo modo de vida, há a "terra de ninguém" da vida no eu. Embora o crente tenha sido liberto das garras do pecado, ele ainda é senhor de sua vida. Paulo usa o seu exemplo pessoal para apresentar o ideal que Deus esperava dos gálatas. Essa vida acarreta numa crise de capitulação, quando o crente rende sua soberania a Deus." Trata-se de devolver a Deus o que o homem usurpou no jardim do Éden. Em outra carta, Paulo descreve graficamente a imagem do "amor de escravo" que se apresenta voluntariamente ao seu senhor (Rm 6:19), e a do sacerdote que apresenta seu sacrifício no altar (Rm 12:1). A implicação desta crise capitulante deve ser vivenciada em um processo vitalício, referido por Paulo como andar ou marchar pelo Espírito.

E a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus (20). A vida nova no Espírito é vivida na carne que, aqui, significa neste corpo terreno com todas as suas limitações, fraquezas e tentações. Também é vivida na fé ("pela fé", BAB, BJ, NTLH, NVI, RA). Paulo testifica que, como ele foi justificado pela fé, assim ele vive a vida nova do Espírito pela no Filho de Deus. Em todo o tempo, a vida do crente tem de ser uma vida de dependência total a Cristo, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. Este é o reconhecimento de que tudo na vida do crente tem sua fonte no amor de Jesus, esse amor que levou Jesus a morrer por nós. Não há outra motivação da graça. Este foco no amor tornou-se a verdadeira confissão de credo."

Tendo dado seu testemunho pessoal, Paulo conclui que sua vida de fé não aniquila a graça de Deus (21).

E. W. Martin37 pergunta: "O que é Santidade?" No versículo 20, ele acha três respos-tas:

1) Mortificação: Estou crucificado com Cristo (cf. tb. 6.14; Rm 6:6-7; Hb 13:12-13) ;

2) Vitalização: A vida que agora vivo... vivo-a pela (cf. Act 1:18) ;

3) Manifestação: Cristo vive em mim.

A próxima declaração está no típico estilo paulino, quando faz a transição em suas argumentações. Porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde (21). Esta conclusão bem poderia servir de seu texto. Se o homem pode obter a justiça pelas obras da lei, então Cristo morreu em vão. Tendo concluído sua defesa da autoridade divina do seu evangelho, agora ele passa a tratar do assunto que o preocupa-va concernente às igrejas gálatas.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Gálatas Capítulo 2 versículo 1
Catorze anos depois:
Isto é, depois de estar na Cilícia (Gl 1:21) ou depois da experiência de Damasco (Gl 1:15-16).Gl 2:1 Barnabé: Companheiro de Paulo nos primeiros anos do seu ministério (At 4:36; At 13:1-39).Gl 2:1 Tito:
Colega e ajudante de Paulo (2Co 7:6; 2Co 8:6,2Co 8:16-17; Tt 1:4).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 20
2.1 Catorze anos. Pode ser o tempo decorrido após a sua conversão ou após sua primeira visita a Jerusalém.

outra vez a Jerusalém. Essa pode ter sido uma segunda visita depois da sua conversão ou uma terceira visita, registrada em At 15:2. O propósito da visita aqui indicado coincide com o propósito da visita em At 15, mas é difícil, aceitando essa hipótese, explicar porque Paulo omite a segunda visita em sua narrativa (At 11:27-30). Se, como alguns estudiosos acreditam, Gálatas foi escrita após a primeira viagem missionária de Paulo (At 13:14) mas antes do Concílio de Jerusalém (At 15), então a viagem mencionada aqui é a de At 11 e a viagem de At 15 ainda não havia acontecido.

Barnabé. Natural de Chipre e um dos primeiros cristãos (At 4:36). O nome Barnabé significa em aramaico “filho de exortação” e as vezes em que é mencionado em Atos demonstram que ele viveu o nome que tinha (At 4:36-37; 11:22-24, 30).

Tito. Apesar de não ser mencionado em Atos, Tito foi um dos companheiros e mensageiros que gozava da confiança de Paulo. Ver 2Co 2:12,13; 7:6; 8:6; Tt 1:4,5.

2.2 em obediência a uma revelação. Se essa é a visita de At 11, a revelação pode ter sido a profecia de Ágabo (11.28). Caso contrário, foi, provavelmente, uma revelação especial como outras que Paulo recebeu de Deus (At 9:4-6; 16.9; 18.9,10; 2Co 12:1-6).

em vão. Embora os líderes de Jerusalém não fossem a fonte da autoridade de Paulo, seus esforços em pregar o evangelho teriam sido grandemente prejudicados se esses homens influentes tivessem se colocado contra ele.

2.3 constrangido a circuncidar-se. Ver 5.12 e At 15:1. Circuncisão era a marca distintiva do judeu e o último passo na conversão de um homem gentio à religião judaica. Alguns cristãos judeus criam que os gentios também tinham de aceitar a circuncisão e, assim, fazerem-se judeus antes de se tornarem cristãos e pertencerem ao povo escolhido de Deus. Paulo opunha-se veementemente a esse ensino e afirma do começo ao fim da carta aos Gálatas que somos justificados pela fé em Cristo apenas.

2.4 falsos irmãos. Paulo considerava de tamanha importância a doutrina da salvação pela graça mediante a fé somente que ele excluía da igreja todas as pessoas que não se mantinham fiéis a ela (1.8,9; 5:2-4).

liberdade. A liberdade do crente não é liberdade para pecar mas liberdade da maldição que a lei profere sobre o pecado (3.10-14; 5.1,13).

escravidão. Provavelmente escravidão ao pecado (Rm 6:15-23; 7:25) e a maldição que a lei profere sobre aqueles que pecam (3.10).

2.5 a verdade do evangelho. Ver v. 14; 1.8,9 e notas. O ingresso na comunidade do povo de aliança com Deus (a Igreja) ocorre somente pela fé que é dada graciosamente ao crente por Deus (1.6,15; Ef 2:8). Qualquer tentativa de condicionar o ingresso a exigências adicionais, tais como a circuncisão, nega a suficiência da fé nos méritos de Cristo para satisfação da justiça de Deus e constitui-se, por esse motivo, em uma perversão do evangelho.

2.6 Deus não aceita a aparência do homem. Assim como a marca externa da circuncisão não define quem é o povo de Deus, o prestígio temporal também não é importante para Deus (1Sm 16:7; Rm 2:25-29).

2.7 da incircuncisão. Ver nota em 1.16.

a Pedro o da circuncisão. Pedro, aparentemente, foi o principal porta-voz da primitiva igreja de Jerusalém (At 1:12). Muito relutantemente atendeu ao mandamento de Deus de encontrar-se com o gentio Cornélio (At 10). Muito embora Pedro reconhecesse a necessidade receber os gentios no povo de Deus (At 10:34-35; 11.17; 15:7-11), sentia evidentemente o chamado de Deus para pregar o evangelho especificamente aos judeus.

2.9 Tiago, Cefas e João. Ver notas em v. 7; 1.18,19. Esses três homens possuiam autoridade especial na igreja primitiva de Jerusalém. Pedro e João eram vistos juntos com freqüência (At 3:4) e Tiago teve grande destaque na igreja de Jerusalém (At 12:17-15.13 21:18). "Colunas" é uma metáfora comum no grego para pessoas em importantes posições de liderança.

a graça que me foi dada. Com respeito à conversão e ao chamado de Paulo, ver 1.15 e nota. Paulo refere-se freqüentemente ao seu chamado como graça de Deus concedida a ele (Rm 1:5; 12:3; 15:15, 16; 1Co 3:10).

fôssemos para os gentios. Barnabé, assim como Paulo, era principalmente um missionário aos gentios (At 13:14-15:36-41).

2.10 lembrássemos dos pobres. Alguns associam essas palavras ao propósito da segunda visita de Paulo a Jerusalém (At 11:27-30). Naquela visita, Paulo e Barnabé foram comissionados a levar uma oferta de Antioquia para os cristãos na Judéia que estavam sofrendo por causa de um período de fome. Nesse caso, a pobreza de que Paulo fala seria pobreza no sentido literal do termo. Outros crêem que essas palavras referem-se à arrecadação que Paulo fez em favor dos santos de Jerusalém (At 24:17; Rm 15:26; 1Co 16:1-3; 2Co 8:9), para a qual os gálatas contribuíram (1Co 16:1).

2.11 Antioquia. Capital e maior cidade da província romana da Síria, Antioquia possuia uma grande comunidade judaica. Não surpreende, portanto, que tenha sido o primeiro lugar mencionado em Atos onde os cristãos de origem judaica pregaram o evangelho aos gentios (At 11:19-20). A igreja em Antioquia, além de ter sido a primeira igreja, segundo nossos registros, a reunir cristãos judeus e gentios em culto e comunhão, também foi, ao que sabemos, a primeira igreja a enviar missionários para pregar o evangelho especificamente aos gentios (At 13:1-3).

2.12 apartar-se. Muitos cristãos judeus resistiram ao mandamento de Deus para que os gentios que haviam crido em Cristo fossem recebidos sem ter de seguir a lei cerimonial (At 10:28-11.2, 3,19; 15.1). Inclusive Pedro e Barnabé (v. 13) sucumbiram à pressão de um grupo que acreditava que submeter-se à circuncisão, isto é, tornar-se um perfeito prosélito judeu, era necessário para tornar-se um cristão.

2.14 a verdade do evangelho. Ver nota no v. 5.

vives como gentio. Antes da chegada do grupo da "circuncisão", Pedro havia comido tranqüilamente com os gentios (v. 12). Agora, incoerentemente, estava agindo como se os gentios tivessem de tornar-se judeus para que viessem a ser integralmente membros do povo de Deus.

2:15-16 Esses versículos são centrais em Gálatas. A idéia de Paulo é que qualquer pessoa (judeu circuncidado bem como gentio não circuncidado) entra em um relacionamento correto com Deus através da fé em Cristo somente. As palavras gregas traduzidas por “justiça”, “justo”, “justificar” e “justificação” são todas da mesma raiz e têm significados relacionados.

2:16 Ver “Fé e Obras” em Tg 2:24. No Antigo Testamento, Deus governa e julga com perfeita justiça (1Sm 26:23) e pronuncia o seu veredito de inocente ou culpado. “Justificar” é declarar justo (Dt 25:1). Mas se ninguém entre nós é justo diante de Deus (Sl 143:2), como pode haver esperança desse veredito (9:2)? Assim como Deus é o Juíz, cujo veredito é final e justo, também é o Salvador que pode providenciar o livramento do seu próprio julgamento (Jn 2:9). A justiça de Deus é revelada, não somente como uma exigência sua mas também como dom de Deus (Is 45:24, 25; 54.14-17). Esse dom vem finalmente através do Messias (Is 53:8; Jr 23:5, 6; 33.14-16). Paulo proclama o cumprimento da promessa do Antigo Testamento (Rm 3:21-26). A fé recebe o dom da justiça de Cristo e o perdão mediante a expiação feita por Jesus.

obras da lei. Paulo havia se referido às “obras” que distinguem os judeus dos gentios (v. 15), tais como circuncisão, restrições alimentares e a guarda do sábado. A expressão, no entanto, inclui todos os esforços da humanidade caída em guardar a lei de Deus a fim merecer o seu veredito justificador.

ninguém será justificado. Uma citação livre do Sl 143:2. Ninguém é capaz de guardar a lei perfeitamente, de forma que observâncias legais como a circuncisão não são capazes de estabelecer um relacionamento correto com Deus. Para tanto, é preciso algo diferente da lei, que Deus oferece no dom da justiça de Cristo e no sangue de sua expiação. Fé não merece a aceitação de Deus; fé aceita o mérito de Cristo perante Deus (Fp 3:9).

2.17 fomos... achados pecadores. Os agitadores da Galácia e os “alguns da parte de Tiago” (v. 12) consideraram Paulo um “pecador” (como os gentios do v. 15) por quebrar as leis judaicas de abstinência de alimentos. Tinham, provavelmente, acusado o evangelho de Paulo de promover pecado (Rm 3:8).

2.18 destruí. A palavra grega traduzida aqui por “destruir” é usada no Novo Testamento com o sentido de demolir um edifício (Mt 24:2; Mc 13:2; Lc 21:6; Rm 14:20). Paulo pode ter em mente a tentativa errônea de Pedro em reconstruir a parede entre judeu e gentio já derrubada pelo evangelho (v. 14; Ef 2:14). Reconstruir a parede da lei é trazer de novo a condenação da lei. O transgressor da lei não é aquele que volta-se da lei para Cristo para justificação; mas aquele que volta-se de Cristo novamente para a lei.

2:19 Paulo morreu para a lei na morte de Cristo; foi crucificado com Cristo (v. 20), pois foi unido a Cristo que morreu em seu lugar (3.13; Rm 4:25; 5:6). Assim também, foi ressuscitado com Cristo e vivia em relação a Deus (Cl 2:12; 3:1). Morte para a lei não transgride a lei, pois Cristo cumpriu as exigências da lei. É, portanto, “através da lei” que os crentes são libertos da escravidão e condenação da lei. Veja “Os Três Propósitos da Lei” em Dt 13:10.

2:20 União com Cristo significa que ele representou-nos em sua morte e ressurreição. Significa mais, porém, porque é uma união viva. Jesus está presente com o crente; pelo Espírito, o Senhor vive em comunhão interior com os seus. Paulo não diz com isso que a individualidade pessoal é suprimida ou absorvida; ele vive “na carne” pela “fé”. A união é um relacionamento espiritual da mais profunda intimidade.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 29
2:1 Quando sentirmos cólera justificada pelo pecado de alguém, devêssemos tomar cuidado. Devemos falar em contra do pecado, mas devemos fazê-lo com espírito de humildade. Freqüentemente os pecados que vemos com mais claridade em outros são os que têm raízes em nós. Se nos olharmos com cuidado, descobriremos que cometemos o mesmo pecado nas mais diversas formas socialmente aceitáveis. Por exemplo, um fofoqueiro possivelmente critique com obstinação a outros que fofocam em seu contrário.

2.1ss Quando a carta do Paulo se leu na igreja de Roma, sem dúvida muitas cabeças assentiram ao condenar o culto idolátrico, as práticas homossexuais e a violência. Mas quão surpreendidos se haverão sentido quando se voltou para eles e lhes disse: "Não têm desculpa. Vocês são tão maus cone eles!" Paulo afirmava enfaticamente que ninguém é suficientemente bom para salvar-se a si mesmo. Se desejamos evitar o castigo e viver com Cristo para sempre, todos -não importa se formos homicidas, desrespeitosos, nem se formos cidadãos honestos, trabalhadores, excelentes- devemos depender por completo da graça de Deus. Paulo não discute se alguns pecados são piores que outros. Qualquer pecado é suficiente para nos levar a depender de Cristo quanto à salvação e a vida eterna. Não há outro caminho, além de Cristo, por meio do qual alguém pode ser salvo do pecado e suas conseqüências, e todos pecamos reiteradamente.

2:4 Em sua bondade, Deus retarda seu julgamento para lhe dar tempo às pessoas para que se arrependa. É muito fácil confundir a paciência de Deus com a aprovação da forma equivocada em que vivemos. A auto avaliação é difícil, e mais difícil ainda é nos justificar com Deus e lhe permitir que nos diga no que devemos trocar. Entretanto, como cristãos devemos orar sempre a fim de que Deus nos assinale nossos pecados e nos cure. É lamentável, mas é mais fácil nos surpreender da paciência que Deus tem com outros, que nos humilhar ante a que O tem conosco.

2.5-11 Apesar de que pelo general não recebemos o castigo imediato por cada pecado, o julgamento final de Deus é certo. Não sabemos com exatidão quando ocorrerá, mas sabemos que ninguém escapará do encontro final com o Criador. se desejar mais informação sobre o julgamento, veja-se Jo 12:48 e Ap 20:11-15.

2:7 Paulo diz que os que com paciência e perseverança fazem a vontade de Deus terão vida eterna. Não contradiz sua declaração anterior de que a salvação é sozinho por fé (1.16, 17). As boas obras não nos salvam, mas quando entregamos nossa vida por completo a Deus, queremos lhe agradar e fazer sua vontade. portanto, nossas boas obras são uma demonstração de agradecimento pelo que Deus tem feito, não um prerrequisito para obter sua graça.

2.12-15 A gente se condena não pelo que desconhece, mas sim pelo que faz com o que sabe. Quem conhece a Palavra escrita de Deus e sua Lei serão julgados por elas. Quem nunca tem visto uma Bíblia sabem diferenciar entre o bom e o mau, e lhes julgará por não ter tomado em conta nem sequer as normas que sua consciência lhes ditava. Freqüentemente, o julgamento de Deus se vê obstaculizado por nosso sentido moderno do processo legal e os direitos do indivíduo. Mas recorde que as pessoas revistam violar as normas que criaram para elas mesmas.

2.12-15 Se viajasse ao redor do mundo, descobrirá em cada sociedade evidências da Lei moral de Deus. Par exemplo, todas as culturas prohíben o homicídio e mesmo assim em todas as sociedades essa lei se quebranta. Pertencemos a um gênero teimoso. Sabemos o que é bom, mas insistimos em fazer o mau. Admita ante você e ante Deus que encaixa no molde humano e que freqüentemente não cumpre com as normas estabelecidas (muito menos com as de Deus). Esse é o primeiro passo para o perdão e a santidade.

2.17ss Paulo continua desenvolvendo seu argumento no sentido de que todos somos culpados diante de Deus. depois de descrever o fim dos incrédulos, os gentis pagãos, ocupa-se dos religiosos privilegiados. A pesar do conhecimento que têm da vontade de Deus, também têm culpa por não viver o que acreditam. Quem tem crescido em lares cristãos são os religiosos privilegiados de hoje. A condenação do Paulo é aplicável a eles se não chegarem a viver conforme ao que sabem.

2:21, 22 Paulo indica a quão judeus necessitavam autojuzgarse pela Lei e não julgar a outros. Conheciam muito bem a Lei e sabiam como justificar suas ações enquanto criticavam a outros. Mas a Lei é mais que a "letra". É uma pauta para viver de acordo à vontade de Deus e também é uma advertência de que não podemos viver rectamente sem manter uma relação com Deus. Como Jesus destacou, reter o que pertence a alguém é roubar (Mc 7:9-13) e olhar a outra pessoa para cobiçá-la é adultério (Mt 5:27-28). antes de acusar a outros, devemos nos olhar e verificar se esse pecado, em qualquer de suas formas, está em nós.

2.21-27 Estes versículos são uma crítica mordaz à hipocrisia. É muito mais fácil dizer a outros como comportar-se que viver como é devido. É mais fácil dizer as palavras boas que lhes permitir que joguem raízes em nós. Aconselha a outros que façam algo que você não está disposto a fazer? Procure que suas palavras as avalizem suas ações.

2:24 Se você diz formar parte do povo de Deus, sua vida deve refletir a Deus. Quando lhe desobedece, desonra seu nome e por isso a gente incluso pode falar mal de Deus. O que pensa de Deus a gente ao contemplar sua vida?

2.25-29 A palavra circuncisão se refere ao sinal do pacto de Deus com seu povo. requeria-se que todos os varões judeus se submetessem a este rito (Gn 17:9-14). Para o Paulo, ser judeu (circuncidado) não significava nada se a pessoa não obedecia as leis de Deus. Por outro lado, os gentis (incircuncisos) podiam receber o amor e a aprovação de Deus se guardavam seus mandamentos. Paulo passa a nos explicar que o verdadeiro judeu (um que tem o favor de Deus) não é a pessoa circuncidada (um judeu "exteriormente"), a não ser aquele cujo coração é reto diante de Deus e lhe obedece (um judeu "no interior").

2:28, 29 Ser judeu significava formar parte da família de Deus e herdar todas suas promessas. Entretanto, Paulo esclarece que a membresía na família de Deus se apóia em qualidades internas, não externas. Todos os que tenham corações retos são judeus na verdade, ou seja, membros da família de Deus (veja-se também Gl 3:7). Assim como a circuncisão não era suficiente para os judeus, tampouco o é assistir à igreja, ser batizado, confirmado ou aceito como membro. Deus procura nossa sincera entrega e obediência. (se desejar mais informação a respeito da circuncisão do coração, vejam-se também Dt 10:16; Jr 4:4.)


Matthew Henry - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21
2:1 Paulo se converteu mais ou menos pelo 35 D.C. Os quatorze anos que menciona, provavelmente, foram calculados do momento de sua conversão. Entretanto, este viaje a Jerusalém não era o primeiro. Muitos pensam que fez sua primeira viagem a Jerusalém ao redor do 38 D.C. (veja-se At 9:26-30) e outras viagens aproximadamente em 44 D.C. (At 11:29-30; Gl 2:1-10), 49/50 D.C. (Feitos 15), 52 D.C. (At 18:22, onde a igreja que se menciona se refere à igreja de Jerusalém) e 57 D.C. (At 21:15ss). Assim, é possível que Paulo tenha visitado Jerusalém em outras ocasiões também.

2:1 Bernabé e Tito eram dois amigos muito próximos do Paulo. Bernabé e Paulo visitaram juntos Galacia em sua primeira viagem missionária. Paulo escreveu uma carta pessoal ao Tito, um crente fiel e líder da igreja, que servia na ilha de Giz (veja o livro do Tito). Para maior informação relacionada com o Bernabé, veja-se seu perfil em Feitos 13. Para dados adicionais vinculados com o Tito, veja-a carta que Paulo lhe escreveu, a que se acha no Novo Testamento.

2:1 depois de sua conversão, Paulo empregou muitos anos preparando-se para seu ministério, ao qual Deus o tinha chamado. Este período de preparação incluiu um tempo a sós com Deus (1.16,
17) como também um tempo de consulta com outros crentes. Com freqüência os cristãos novos, em seu ardor, querem começar um ministério a tempo completo sem investir tempo no estudo da Bíblia e sem receber classes de professores qualificados. Não é necessário que esperemos para falar de Cristo, mas será necessário um treinamento adequado para empreender um ministério especial, seja como voluntários ou a tempo completo. Enquanto esperamos o tempo de Deus, devêssemos continuar com nosso estudo, aprendizagem e crescimento.

2:2, 3 Apesar de que Deus tinha enviado especialmente ao Paulo aos gentis (At 9:15-16), esteve disposto a discutir sua mensagem com os líderes da igreja em Jerusalém (Feitos 15). Esta reunião acautelou um maior resquebrajamiento na igreja e esta formalmente reconheceu a aprovação dos apóstolos a predicación do Paulo. Algumas vezes evitamos consultar com outros porque tememos que os problemas ou argumentos possam desenvolver-se. Não obstante, devêssemos discutir abertamente nossos planos e ações com amigos e conselheiros. A boa comunicação permite que todos entendam a situação melhor, reduz os comentários e contribui à edificação da unidade na igreja.

2:2 Deus disse ao Paulo, por revelação, que consultasse com os líderes de Jerusalém sobre a mensagem que estava pregando aos gentis, logo eles entenderiam e aprovariam o que ele estava fazendo. A essência da mensagem do Paulo, tanto a judeus como a gentis, foi que a salvação de Deus é oferecida a todos sem importar a raça, sexo, nacionalidade, riqueza, nível social, educação ou qualquer outra coisa. O perdão vem por meio da confiança em Deus (veja-se Rm 10:8-13).

2.3-5 Quando Paulo levou ao Tito, um cristão grego, a Jerusalém, os judaizantes (falsos irmãos) disseram que devia circuncidar-se. Paulo rechaçou de plano suas demandas. Os apóstolos estiveram de acordo em que a circuncisão era um rito desnecessário para aplicar-se aos gentis convertidos. Vários anos depois, Paulo pessoalmente circuncidou ao Timoteo, outro cristão grego (At 16:3). A diferença do Tito, entretanto, Timoteo era meio judeu. Paulo não negou aos judeus o direito a circuncidar-se, simplesmente ele estava dizendo que os gentis não devessem ser obrigados a ser judeus antes de chegar a ser cristãos.

2:4 Estes falsos irmãos se pareciam com o partido dos fariseus (At 15:5). Estes foram os estritos líderes religiosos do judaísmo, algum dos quais se converteram. Não sabemos se eram representativos dos convertidos bem intencionados ou se tratavam de perverter o cristianismo. A maioria dos comentaristas estão de acordo em que nem Pedro nem Santiago formavam parte desta conspiração.

2:5 Normalmente pensamos tomar uma posição contra aqueles que poderiam nos guiar a uma conduta imoral, mas Paulo tinha tomado uma linha dura contra os mais "morais". Não devem ceder ante aqueles que fazem guardar as normas feitas pelo homem como uma condição para a salvação, inclusive quando tais pessoas são de moralidade brilhante ou de posição respeitável.

2:6 É fácil classificar às pessoas sobre a base de demandas hierárquicas e ser intimidados por gente poderosa. Mas Paulo não foi intimidado pelos que tinham reputação de ser algo" porque todos os crentes são iguais em Cristo. Devêssemos respeitar a nossas líderes espirituais mas nossa lealdade final é a Cristo. Devemos lhe servir com todo nosso ser. Deus não nos classifica de acordo a nosso nível social, O olhe a atitude de nossos corações (1Sm 16:7).

2.7-9 Os líderes da igreja ("colunas") -Jacóo, Cefas e João- deram-se conta de que Deus estava usando ao Paulo para alcançar aos gentis, assim como Pedro era usado para alcançar aos judeus. depois de ouvir a mensagem do Paulo e Bernabé eles lhe deram sua aprovação ("a mão direita em sinal de companheirismo") para continuar trabalhando entre os gentis.

2:10 Aqui os apóstolos se referiam aos pobres em Jerusalém. Enquanto muitos gentis convertidos desfrutavam de folga econômica, a igreja em Jerusalém sofria os efeitos de uma fome severo na Palestina (veja-se At 11:28-30). Foi por isso que neste viaje Paulo arrecadou recursos para os cristãos judeus (At 24:17; Rm 15:25-29, 1Co 16:1-4; 2 Corintios 8). A necessidade de que os crentes cuidem dos pobres é um tema permanente na Bíblia, mas com freqüência não fazemos nada por tomá-lo em conta. fomos apanhados no interesse egoísta de satisfazer nossos desejos e necessidades. Talvez não vemos muita pobreza para recordar as necessidades dos pobres. O mundo está cheio de pobres, aqui e em outros países. O que pode você fazer para lhes ajudar?

2:11 Antioquía de Síria (diferente da Antioquía da Pisidia) era o centro principal de tráfico comercial no mundo antigo. Densamente povoada por gregos, em sua oportunidade chegou a ser um centro importante do cristianismo. Na Antioquía os crentes foram chamados pela primeira vez cristãos (At 11:26). Antioquía de Síria se converteu no centro de operações da igreja gentil e a base das operações do Paulo.

2.11ss Os judaizantes acusaram ao Paulo de diluir o evangelho e fazê-lo mais fácil para que o aceitassem os gentis, ao mesmo tempo Paulo acusou aos judaizantes de anular a verdade do evangelho, lhe adicionando condições a esta. A base da salvação foi o tema: obtém-se a salvação por meio de Cristo somente, ou se alcança por meio de Cristo e além se adere à lei? O argumento emergiu quando Pedro, Paulo, os judaizantes e alguns dos cristãos gentis se juntaram na Antioquía para desfrutar de uma comida juntos. Pedro, provavelmente, pensou que mantendo-se longe dos gentis, promoveria harmonia, ele não queria ofender ao Santiago e os cristãos judeus. Santiago tinha uma posição muito proeminente e presidiu o concílio em Jerusalém (Feitos 15). Mas Paulo criticou a ação do Pedro de ter violado o evangelho. Ao reunir-se Pedro com os judaizantes, de forma implícita apoiava sua declaração de que Cristo não era suficiente para oferecer salvação. Fazer concessões é um elemento importante para levar-se bem com outros, mas nunca devêssemos comprometer a verdade da Palavra de Deus. Se nós sentirmos que devemos trocar nossas crenças cristãs, para estar de acordo com nossos acompanhantes, caminhamos em um terreno perigoso.

2:11, 12 Embora Pedro foi um líder da igreja atuou como um hipócrita. Sabia o que devia fazer, mas se deixou levar pelo temor do que pudessem pensar Santiago e os outros. Pv 29:25 diz: "O temor do homem porá laço". Paulo sabia que tinha que enfrentar-se ao Pedro antes de que suas ações machucassem à igreja. portanto, Paulo enfrentou publicamente ao Pedro. Note, entretanto, que não foi aos outros líderes, não escreveu às outras Iglesias indicando que não seguissem o exemplo do Pedro. Em troca, enfrentou-se ao Pedro cara a cara. Algumas vezes cristãos, ainda líderes honestos, cometem enganos; sendo necessária a participação de outros cristãos sinceros para lhes fazer repensar. Se está convencido que alguém está fazendo-se machuco a si mesmo ou à igreja, tente uma aproximação direta. Não há lugar no corpo de Cristo para manter-se à margem.

2:15, 16 Se as leis judias não podem nos salvar por que devemos seguir obedecendo os Dez Mandamentos e as outras leis do Antigo Testamento? Paulo não dizia que as leis eram más, em outra carta que escreveu manifestou: "A lei à verdade é Santa e o mandamento santo, justo e bom" (Rm 7:12). Em troca, dizia que por meio da lei nunca poderemos ser aceitáveis diante de Deus. A lei ainda joga um papel importante na vida de um cristão. A lei: (1) protege-nos do pecado nos dando normas para nossa conduta; (2) convence-nos de pecado, nos dando a oportunidade de pedir o perdão de Deus; (3) leva-nos a confiar na suficiência de Cristo porque nós nunca poderemos cumprir os Dez Mandamentos à perfeição. Pela lei é impossível nos salvar, mas depois de que chegamos a ser cristãos, a lei pode ser uma valiosa guia para viver como Deus requer.

2.17-19 Ao estudar o Antigo Testamento. Paulo se precaveu de que não podia obter salvação por meio da obediência às leis de Deus. Os profetas sabiam que o plano de salvação não estava apoiado no cumprimento da lei (para referências veja o quadro no capítulo 4). Porque nós podemos ser infectados pelo pecado, não podemos cumprir as leis de Deus perfeitamente. Felizmente, Deus há provido um caminho de salvação que depende do Jesucristo, não de nossos próprios esforços. Embora conheçamos esta verdade, devemos nos guardar da tentação de usar o serviço, as boas obras, as dádivas ou qualquer outro esforço como um substituto da fé.

2:20 Como fomos crucificado com Cristo? Legalmente, Deus nos vê como se tivéssemos morrido com Cristo, porque nossos pecados morreram com O, já não estamos mais condenados (Cl 2:13-15). Quanto à relação, chegamos a ser um com Cristo e suas experiências são nossas. Nossa vida cristã começa quando, em unidade com O, morremos à vida velha (veja-se Rm 6:5-11). Em nossa vida diária, em repetidas ocasiões tivemos que crucificar nossos desejos pecaminosos que trataram que impedir que sigamos a Cristo. Esta também é uma forma de morrer com O (Lc 9:23-25). Embora o enfoque do cristianismo não é a morte a não ser a vida. Porque fomos crucificado com Cristo, também ressuscitamos com O (Rm 6:5). Legalmente, fomos reconciliado com Deus (2Co 5:19) e somos livres para poder crescer à semelhança de Cristo (Rm 8:29). E em nossa vida diária, ao continuar com nossa batalha contra o pecado, o poder da ressurreição de Cristo está disponível (Ef 1:19-20). Não estamos sozinhos, Cristo vive em nós, esta é nossa razão para viver e nossa esperança para o futuro (Cl 1:27).

2:21 Os crentes de hoje ainda estão em perigo de atuar como se Cristo tivesse morrido em vão. Como? Ao substituir o legalismo judeu por suas próprias marcas de legalismo cristão, estão-lhe dando às pessoas leis extras para obedecer. Ao acreditar que eles podem ganhar a aceitação de Deus por meio do que fazem, não confiam plenamente na obra de Cristo na cruz. Ao tratar de apropriar o poder de Deus para trocar a si mesmos (santificação), não confiam no poder de Deus para salvá-los (justificação). Se pudéssemos nos salvar por ser bons, então não teria sido necessária a morte de Cristo. Mas a cruz é o único caminho para a salvação.

CARACTERISTICAS DE UM EVANGELHO VERDADEIRO E DE UM EVANGELHO FALSO

Características de um evangelho falso

2:21: Trata a morte de Cristo sem lhe dar importância

3:12: Diz que devem obedecer a lei a fim de ser salvos

4:10: Trata de ganhar o favor de Deus ao cumprir com certos ritos

5:4: Confia em que ao guardar as leis se apagarão seus pecados

Características de um evangelho verdadeiro

1:11, 12: Insígnia que a fonte do evangelho é Deus

2:20: Sabe que a vida se obtém por meio da morte, confiamos no Deus que nos ama e morreu, de maneira que possamos morrer para o pecado e viver para O

3:14: Explica que todos os crentes têm ao Espírito Santo pela fé

3:21, 22: Declara que não podemos ser salvos por guardar a Lei; o único caminho de salvação é pela fé em Cristo, a que está a disposição de todos

3.26-28: Diz que todos os crentes são um em Cristo, de modo que não há possibilidade de discriminação

5:24, 25: Proclama que somos livres do domínio do pecado e que o poder do Espírito Santo nos enche e guia


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21
B. reconhecido pelos Apóstolos (2: 1-10)

1 Depois, passados ​​catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo a Tt 2:1 E subi por uma revelação; e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que eram de destaque, para que de algum modo não deve estar em execução, ou não tivesse corrido em vão. 3 Mas nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo um grego, foi constrangido a circuncidar- 4 e que, por causa dos falsos irmãos privily trazidos, que vieram em segredo a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para que pudessem nos escravizar: 5 a quem cedemos na forma de sujeição, não, nem por uma hora; que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. 6 Ora, daqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido, ele arrisca, não importa para mim: Deus não aceita a aparência do homem não) -eles, digo, que pareciam ser transmitida nada para mim: 7 antes, pelo contrário, quando viram que eu tinha sido confiada com o evangelho da incircuncisão, assim como Pedro com o evangelho da circuncisão 8 (porque aquele que operou por Pedro até o apostolado da circuncisão, operou para mim também aos gentios); 9 e quando conheceram a graça que me fora dada, Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, deram a mim ea Barnabé as destras de comunhão, para que nós fôssemos para os gentios , e eles à circuncisão; 10 só eles que nos lembrássemos dos pobres; que muito coisa que eu também procurei fazer com diligência.

O terceiro evento ao qual Paulo chama a atenção em seus contatos com Jerusalém é importante porque inaugura uma nova fase de relacionamento. O sucesso de Paulo e outros em gentios evangelizadoras tinha levantado problemas que perturbavam os judeus mais conservadores. Até que ponto, se houver, deve gentios adaptar às práticas judaicas, a fim de ser aceito como irmãos na 1greja? Isto tornou-se a prova de fogo do ministério independente de Paulo. Será que ele tem que deixar de pregar o evangelho?Ou será que ele tem que se tornar mais Judaistic em sua perspectiva e trazer seus convertidos em pelo estágio intermediário de prosélitos? A resposta foi não. Os apóstolos reconhecido e aprovado o seu ministério.

1. Autorizada em Jerusalém Entrevistas (Gl 2:1 ). Alguns fariseus tomaram a mesma posição em Jerusalém (At 15:5 ) . O parecer da reunião, na verdade, balançou bastante para a opinião contrária. Em vez de censurar Paulo e Barnabé para a admissão de gentios na igreja sem judaizantes eles, os pilares reconhecida uma verdadeira obra de Deus no ministério de Paulo. Assim como Cristo havia encomendado Pedro e levou-o em um ministério, em grande parte nos círculos onde a circuncisão era tida como certa, então Paulo tinha sido confiada com o evangelho da incircuncisão . Estes não eram dois evangelhos, mas sim duas esferas em que o evangelho foi pregado e duas aplicações feitas da mensagem.

Não só os líderes observar comissão de Paulo, eles também viu que o Espírito Santo operou por Paulo para os gentios . É difícil criticar uma verdadeira obra de Deus, onde vidas estão sendo transformadas e milagres de graça são a ordem do dia. Por parte dos líderes que conheciam Jesus melhor, Tiago, Pedro e João, observação passado para condenação (idontes para gnontes ). Convencidos da graça que foi dado a Paulo, apesar de sua própria prática rigorosa e conservadores inclinações, eles deram a ele as destras de comunhão . Que isso era mais do que um gesto de amizade é visto nas palavras subseqüentes que sugerem uma aliança descansando em reconhecimento recíproco de parceria na mesma causa. Procedimentos e esferas pode ser diferente e, na verdade, deveria.Cada um deve salientar a sua própria vocação e função. Mas eles proclamaram o mesmo evangelho e fizeram parte da mesma Igreja.

Acompanhando esta aprovação pelos apóstolos e pelo conselho montado foi apenas um pedido: para lembrar os santos pobres da Judéia como o trabalho prosperou entre os gentios. Judéia sofrido muitas vezes de fome nos tempos apostólicos ea minoria cristã aparentemente sofreu pior, como resultado do ostracismo social e econômico. Parecia apropriado que os gentios mais prósperas que se beneficiaram com o evangelho e as bênçãos espirituais de Israel deve, por sua vez, partilhar as bênçãos materiais com seus benfeitores. Paulo aceitou a lógica e sentiu a compaixão. Embora muitas vezes ele apoiou-se por seu próprio trabalho, ele tomou sistematicamente ofertas no campo missionário para o alívio das igrejas domésticas.

Há omissões interessantes na conta de Paulo. Nenhuma menção é feita das "coisas necessárias" colocadas sobre as igrejas dos gentios, de acordo com At 15:29 . Paulo aparentemente não viu nada de novo na proibição de alimentos oferecidos aos ídolos, do sangue, que é sufocado e da prostituição. A última delas, ele sublinhou, durante todo não como regra judaica, mas como um princípio moral. Os outros ele observou sempre que a caridade cristã exigia ou sempre que ele estava trabalhando perto o suficiente para a pátria judaica a necessidade de se proteger contra o mal-entendido. Tendo aprovação ganhou de seu ministério, Paulo não estava com disposição para discutir sobre coisas pequenas.

C. validou contra COMPROMISSO (2: 11-21)

11 Mas, quando Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível. 12 Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas quando eles chegaram, se foi retirando e se apartava deles, temendo os que eram da circuncisão. 13 E o resto dos judeus também dissimularam com ele; de modo que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. 14 Mas, quando vi que eles não andou retamente conforme a verdade do evangelho, disse a Cefas perante eles todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, como é que obrigas os gentios a viverem como judeus? 15 Nós, judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios, 16 sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, mas por meio de fé em Jesus Cristo, temos também crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei:., porque pelas obras da lei nenhuma carne será justificada 17 Mas, se nós, procurando ser justificados em Cristo, nós mesmos também achados pecadores, é Cristo ministro do pecado? Deus me livre. 18 Porque, se eu criar novamente as coisas que eu destruídas, eu me provar um transgressor. 19 Pois eu pela lei morri para a lei, para que eu pudesse viver para Dt 20:1 ) . O teste veio. PedroPaulo visitou a igreja e misturado em Antioquia, onde alguns eram da "circuncisão" de fundo e alguns dos ". Incircuncisão" Quando deixou a clínica privada de suas próprias convicções, Pedro agiu em harmonia com a sua visão missionária (At 10:15 ) . Era preciso pensar nas implicações da justificação pela fé em Cristo. A salvação não pode vir pela fé sem um está admitindo o fracasso de sua justiça legal. Esta confissão do pecado por parte do judeu colocou-o na mesma categoria como o gentio. Ambos são pecadores. Nem tem esperança da justiça pela lei. O que isto significa? Será que Cristo, em seguida, acabar com a justiça? Será que Ele se tornou um pecado dispensando ministro? "Como é impensável!", Grita Paulo, sem sequer parar para explicar. É a salvação, não o pecado, que vem através de Cristo. Transgressão não vem admitindo a verdade e vir a Cristo para a salvação. Ele vem quando eu negar a salvação pela fé e começar a construir novamente um legalismo com a sua falsa esperança de justificação pelas obras da lei. Não é obra de Cristo, mas a minha quando eu me tornar um transgressor. A salvação pela fé implica uma admissão do pecado, mas é por causa da libertação do pecado.Justificação pelas obras, por outro lado, nega o Salvador e restaura um para os fracassos e terrores de uma lei quebrada. É através da construção de novo uma estrutura de confiança nos trabalhos que eu me provar um transgressor .

Em um sentido muito real, a libertação do pecado torna-se também uma libertação do direito como uma escravidão legalista. Ambos são realizados pela graça mediante a fé. Paulo ilustra por sua própria experiência. Quando Cristo falou na estrada para Damasco, Paulo teve que escolher. Embora nos termos da lei (como Rendall bem traduz-lo), a palavra de Cristo, ele atirou de lado seu escritório e renunciou ao serviço da lei por causa de Cristo. Como sujeição à lei impediu a dedicação sem reservas de sua vida a Deus, ele morreu para a lei para que pudesse viver para Deus . Como Ridderbos diz: "A lei não pode salvar, vivifica, mas apenas matar o pecador". Tendo assim morreu, através da lei, ele poderia viver com Cristo. É, naturalmente, importante lembrar o sentido em que "lei" é aqui utilizado, como um meio de salvação pelas obras. Há um outro sentido em que Cristo não veio para destruir, mas para cumprir a lei (Mt 5:17. ; . Gl 5:14 ).

5. cumprida na vida de Cristo (Gl 2:20 , 21 ) . Aquilo que foi tratado no lado negativo, no versículo 19 está agora elaborado em uma afirmação maravilhosa de triunfo através de Cristo. A crucificação de Cristo não era apenas algo feito por mim. I participar dele pela fé, tornando-se identificado na Sua morte e ressurreição subseqüente. O tempo perfeito indica que minha crucificação com Ele foi concluída e tem resultados contínuos para o presente. Uma vez que esta morte é real (conforme Rom. 6: 6 ), já não está em meus próprios esforços débeis e vacilantes que eu estou. É Cristo que vive em mim com a Sua graça incomparável e poder. Por isso a vida que agora vivo como um ser humano não é uma luta sob a servidão de direito, mas está perto e na fé do Filho de Deus (como o genitivo do objeto indica), que me amou e se entregou por mim . Por meio de Seu amor redentor e graça agora tenho a vida em vez da morte, a vitória em vez de derrota, e beleza, em vez de cinzas. Tudo isso é o que Cristo morreu para fornecer. Confiando em Cristo, eu não tornar sem efeito a graça de Deus, como eu faria se eu confiei nas minhas próprias obras ao abrigo da lei. Redenção em Cristo faz a lei desnecessária como um meio de salvação. Da mesma forma, se a justiça fosse feita pela lei, não haveria necessidade de Cristo ter morrido. Paulo toma sua posição com Cristo.

Assim termina o argumento para a validade do evangelho de Paulo. Contra a depreciação daqueles que se opunham Paulo e exaltado Pedro e os apóstolos de Jerusalém, Paulo provou que seu evangelho ficou em primeiro lugar, independentemente de Pedro, depois em pé de igualdade com Pedro no Concílio de Jerusalém, e, finalmente, até mesmo em oposição a Pedro quando há foi inconsistência em Antioquia. Em cada ponto onde os inimigos faria um impulso fatal, Paulo mostra que o evangelho como ele pregava é a única resposta para o pecado e fracasso do homem. Em Cristo é a plenitude da vida.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21
No primeiro capítulo, Paulo prova que seu evangelho e seu apostola- do vêm diretamente de Cristo, in-dependente dos Doze. Seria natu-ral que seus leitores perguntassem: "Então, qual a relação de Paulo com os Doze e a igreja de Jerusalém?". Nesse capítulo, ele responde a essa pergunta.

  • Os apóstolos aprovam o evangelho dele (2:1-10)
  • Quatorze anos após sua visita (At 9:26-44), Paulo retorna à "cidade santa" para participar de uma reu-nião sobre o problema da graça e da Lei (At 15:0); (2) um en-contro particular de Paulo com os líderes (Gl 2:2); (3) o debate público relatado em At 15:5 e em Gála-tas 2:3-5; e (4) uma sessão do con-selho em que, por fim, decidiram o assunto (At 15:0)1 Paulo conclui que o fato de os líde-res da igreja não obrigarem Tito a se circuncidar prova que a circuncisão não diz respeito à salvação. Entre eles, havia falsos irmãos que que-riam tirar a gloriosa liberdade que os crentes tinham em Cristo. Tal-vez esse grupo tenha argumentado a favor da circuncisão de Tito, mas Paulo "derrotou-o". O grupo estava dividido: alguns eram a favor do le- galismo, outros, da liberdade, e ain-da outros, a favor de que houvesse concessões dos dois lados. Ainda hoje, a igreja está dividida. Alguns ensinam a salvação por meio de ri-tuais, e outros insistem na mistura de Lei e graça. A minoria defende o evangelho da graça de Deus prega-do por Paulo.

    Os líderes da igreja concorda-ram que a mensagem e o ministério de Paulo eram de Deus e que ele deveria ministrar aos gentios, en-quanto Pedro e Dn 12:0). Atos 10 relata que Deus ensinou claramen-te a Pedro que não há alimentos nem pessoas imundas; no entanto, o apóstolo voltou ao legalismo da mesma forma. Em sua primeira vi-sita a Antioquia, Pedro misturou-se com os gentios e fez refeições com eles, mas, após a visita de algumas pessoas de Jerusalém, ele afastou-se e levantou de novo as velhas barrei-ras judaicas entre ele e os gentios. Para espanto de Paulo, até Barnabé, seu companheiro de ministério, dei-xou-se enredar nessa armadilha (v. 13. A razão desse erro dos dois foi o temor (v. 12), pois "quem teme ao homem arma ciladas" (Pv 25:29).

    Pedro e Barnabé não caminha-vam em retidão. A crença determina o comportamento. Pedro e Barnabé não conseguiam andar em linha reta porque estavam confusos em rela-ção às verdades espirituais. Temos de praticar a "verdade do evange-lho" (v. 14), e não apenas defendê-la (v. 5). Os versículos 14:21 resumem a repreensão de Paulo a Pedro. Sem dúvida, Paulo disse muito mais a Pe-dro, porém a síntese a seguir resume muito bem o assunto:
    "Sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?".
    Nos versículos 15:17, sem dú-vida, o "nós" refere-se aos judeus. "Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios." Con-tra nossa expectativa, Paulo reverte a ordem e não diz: "Eles devem ser salvos da mesma forma que somos". A salvação não quer dizer que os gentios têm de se tornar como os judeus, mas que os judeus têm de chegar ao patamar dos gentios pe-cadores e condenados! Paulo argu-menta: "Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cris-to Jesus, para que fôssemos justifi-cados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado".

    Nos versículos 17:18, Raulo mos-tra a Pedro a insensatez de voltar para a Lei. "Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecado-res, dar-se-á o caso de ser Cristo mi-nistro do pecado? Certo que não!" Voltar à Lei nega a obra de Cristo na cruz. Paulo prossegue e menciona Atos 10: "Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor". Em ou-tras palavras, Paulo mostrou a Pedro a inconsistência de suas ações e de suas crenças.

    "Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus" (v. 19). A seguir, acres-centa: "Estou crucificado com Cris-to; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão."

    Sabemos que a repreensão de Paulo alcançou seu objetivo, embo-ra nem Gálatas nem Atos registrem a resposta de Pedro. Na verdade, uma das últimas admoestações que Pe-dro escreveu foi para que os crentes lessem as cartas de Paulo a fim de conhecer a verdade de Deus para a presente era (2Pe 3:16-61).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21
    2.1 Catorze anos. Não se sabe se são contados a partir da sua conversão ou da sua primeira visita (1.18). Parece corresponder com a visita de socorro de At 11:29, At 11:30 (conforme v. 10). Tito não é mencionado em Atos. Não sabemos, portanto, quando foi convertido, ainda que possamos pensar ser ele fruto do ministério de Barnabé e Paulo em Antioquia da Síria.

    2.4 Falsos irmãos. São os judaizantes (conforme At 15:1), judeus que tinham aceitado o batismo cristão, mas no fundo permaneciam "legalistas militantes” e que só foram abafados no concílio de Jerusalém (At 15:0; 1Jo 3:17).

    2:11-14 Cefas (Pedro), que tinha experimentado a liberdade que há em Cristo depois da visão em At 10:10-44, começou a comer com os gentios em Antioquia. Quando vieram os judaizantes de Jerusalém, Pedro, hipocritamente deixou de seguir o principio dado pelo próprio Deus. Será que devemos aceitar este apóstolo mais do que qualquer outro como infalível?! sendo, como afirmam alguns, o primeiro papa?

    2:15-21 É uma declaração da diferença fundamental entre a lei e o evangelho, concluindo com uma afirmação da fé viva e pessoal do apóstolo.
    2.15 Pecadores dentre os gentios. Do ponto de vista de um judeu consciente, todos que não guardavam a lei eram "pecadores" (conforme Mt 11:19; Mc 2:15-41; Mc 14:41; Lc 15:1, Lc 15:2). Este é também o sentido de "pecadores" no v. 17.

    2.16 Justificado... mediante a fé em Cristo. O tema desta epístola aparece aqui pela primeira vez. O resto da epístola é um comentário sobre o mesmo.

    2.18 Edificar. Significa deixar Cristo e voltar para a lei. Isso seria muito pior do que comer com um gentio e, consequentemente, ser visto com um "pecador".

    2.19 Mediante... lei. Paulo conheceu a impotência total desse meio de ganhar a justificação. A nova vida da ressurreição, a autêntica vida de Cristo, outorgada pelo Espírito Santo, cancela de uma vez a relação com a lei. • N. Hom. O caminho da liberdade é ser capacitado para fazer aquilo que devo fazer. Isto é viver para Deus.
    1) É possível morrendo para á lei como meio de salvação.
    2) É possível se realmente consideramos que fomos crucificados quando Cristo morreu por nós. 3) É possível se Cristo (pelo Espírito), viver em mim; o que também é possível para mim, pela fé, viver nEle (conforme Jo 15:1-43).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21
    2:1-10. Nessa seção, chegamos a uma questão que é crucial para a compreensão do lugar dessa carta na história do NT. Em que visita de Paulo a Jerusalém ocorreram esses incidentes?
    A segunda visita registrada em Atos aparece em 11.30 e 12.25. A história dos contatos de Paulo com Jerusalém e seus colegas apóstolos é essencial na argumentação dele, e por isso não podemos esperar que ele omita nenhuma de suas visitas a Jerusalém. A julgar pela aparência, então, descrevemos incidentes da visita associada à fome em At
    11.30 e 12.25. Calvino, aliás, diz no seu comentário desses versículos que “com qualquer outra suposição, essas afirmações de Paulo e Lucas não podem ser harmonizadas”.
    No entanto, surgem duas dificuldades:

    1)    Em primeiro lugar, está a dificuldade da cronologia. Uma leitura rápida de At 12 sugere que a visita da fome ocorreu antes da morte de Herodes Agripa em 44 d.C. A tradução de G1 2.1 na NVI sugere que catorze anos se passaram desde a primeira visita de G1 1.18; e isso aconteceu três anos depois da conversão de Paulo. Nenhum sistema cronológico verossímil poderia justificar isso, como percebeu Lightfoot (Commentary, p. 
    124) (embora tenha sido sugerido que “catorze” poderia ser um erro de copista no lugar de “quatro”).


    2)    Há algumas semelhanças aparentes entre At 15 e esse capítulo, o que levou à identificação tradicional da visita de G1 2 com a de At 15.
    Esse dilema é tão sério quanto parece? Estudos mais detalhados mostram que esse dilema não existe e que a visita de G1 2 é, afinal, a visita da fome em At 11:30-12.25.

    1) Sabemos com base em Josefo (Antiguidades xx.5,2) que a fome registrada em At

    11:28-30 ocorreu durante governos romanos posteriores à morte de Herodes, e a data mais provável para a visita da fome é 46 d.C. O relato da perseguição realizada por Herodes e da sua morte em At 12 é de fato um retrospecto inserido no relato, retomando o relato do que tinha acontecido em Jerusalém enquanto estavam ocorrendo os eventos de At 11:19-25. (Conforme F. F. Bruce, The Book ofActs, p. 257-8.) Além disso, os catorze anos de G1 2.1 de forma nenhuma precisam ser contados necessariamente a partir da visita anterior — é justamente tão provável que ambos os períodos (os três anos Dt 1:18 e os catorze Dt 2:1) sejam datados a partir do mesmo ponto de partida, a conversão de Paulo.

    Agora, catorze anos contados para trás a partir de 46 d.C., com base no antigo sistema inclusivo de cálculo do tempo, nos levaria ao ano 33 d.C., uma data para a conversão de Paulo que de forma nenhuma está fora de questão.

    2) As semelhanças aparentes entre esse relato e At 15 tendem a desaparecer sob exame mais detalhado, e então as discrepâncias se tornam mais evidentes. A sugestão de Calvino de que eram irreconciliáveis não foi leviana.
    Apoio adicional a essa identificação com a visita anterior da época da fome é fornecido por indicações como as que o trecho contém da situação na igreja de Jerusalém. Na época de At 15, os anciãos tinham assumido uma posição muito mais destacada nos conselhos das igrejas do que se pode deduzir aqui — um desenvolvimento explicado pelas viagens de Pedro (e possivelmente de João) a partir de Jerusalém nesse intervalo (conforme o v. 11 adiante).
    Se G1 2 de fato descreve eventos durante a visita de At 15, não poderíamos de forma alguma sustentar a posição de que a carta foi escrita antes daquela visita, e as dificuldades já descritas em qualquer outro ponto de vista surgiriam novamente (v. a Introdução). Se, por outro lado, identificamos G1 2 com a visita da fome, todas as peças do quebra-cabeça se encaixam de forma convincente. Aliás, a revelação do v. 2 poderia ser a profecia de Agabo de At 11:28, embora isso não esteja em harmonia completa com o tom do texto de Gálatas. E mais fácil pressupor que uma revelação pessoal a Paulo, que coincidiu com a profecia de Agabo, o tenha levado a aceitar uma delegação para a cidade que ele tinha todas as razões para evitar. (V. uma combinação semelhante de eventos em At 9:30-22.18.)

    Podemos, agora, voltar ao tema principal da carta. Nessa visita, ocorreram dois eventos importantes para a argumentação de Paulo. Em primeiro lugar, ele expôs aos líderes da igreja o evangelho que ele estava pregando, para não correr ou ter corrido inutilmente. Não temos certeza de que essa frase sugere um desejo de garantir para si a completa comunhão dos líderes de Jerusalém na mensagem que lhe fora confiada, agora que tinha sido profundamente testada no evangelismo prático na sua província natal (v. Lightfoot in loco)\ ou que ele desejava prevenir a destruição da sua obra por parte de uma facção de Jerusalém. Em qualquer caso, o resultado para o seu presente argumento era semelhante. Até aí, ele tinha tratado com uma ponta do dilema e destacado sua isenção de influências humanas. Agora ele podia mostrar que o seu evangelho havia sido reconhecido e validado por seus colegas apóstolos.

    O segundo evento da visita não havia sido planejado. Um dos companheiros de Paulo na visita era Tito, um grego, que assim aparece como um dos primeiros colaboradores, como também seria um dos últimos coope-radores de Paulo. A questão da circuncisão de Tito havia sido levantada evidentemente por um grupo chamado de falsos irmãos (v. 4). Parece que os líderes, “homens influentes” (v. 6) (F. F. Bruce — não há nada necessariamente depreciador na expressão) hesitaram. Paulo, que em certas ocasiões estava disposto a se tornar judeu para ganhar os judeus (1Co 9:20) e que mais tarde circuncidaria, ele mesmo, Timóteo, filho de mãe judia e, portanto, aos olhos judeus, um judeu (At 16:3), e estava disposto a se submeter às exigências dos rituais judaicos (At 21:20-26), percebeu que nessa exigência aplicada a um gentio residia a questão crucial do futuro do evangelho (v.comentário Dt 1:6-5). De maneira firme e inflexível, ele havia defendido a sua posição e, tendo como apoio os fatos incontestáveis do seu próprio ministério (v. 7,8), tinha vencido a causa. A confusão, quase incoerência, da sua linguagem nesse trecho (um fenômeno que ocorre novamente na carta) é evidência do que essa batalha lhe havia custado e quão profundamente isso o agitava para que lutasse novamente a mesma batalha. Hoje, olhando para trás, para a longa história da igreja, podemos perceber um pouco da imensidão das questões pelas quais ele lutou e admirar novamente a amplitude e a profundidade da sua visão.

    Para o propósito da sua presente argumentação, Paulo já disse o suficiente. Um fato irrefutável enfrentava qualquer cético: a graça que me fora concedida. Com essa evidência da aprovação de Deus, Paulo, diretamente autorizado por Deus, também havia recebido a mão direita [...] em sinal de comunhão dos líderes de Jerusalém. Dessa liberdade concedida pelos líderes de Jerusalém, surgiriam grandes coisas!

    O zelo com que Paulo cumpriu a outra parte do acordo (que nos lembrássemos dos pobres) está evidente nas outras cartas; e isso não era exatamente o propósito da sua visita a Jerusalém (At 11:29-30)?

    [Observação: A leitura variante do v. 5 pouco atestada, que omite a negativa, é certamente incrível. Isso exigiria que o destaque do v. 3 fosse colocado em “ser obrigado”, sugerindo que Tito foi circuncidado, mas voluntariamente, como uma concessão à consciência dos fracos.]
    v. 11-21. Nas declarações dos judaizan-tes, era usado o nome de Pedro; Pedro, que tinha ele mesmo sofrido com o antagonismo dos que eram da circuncisão, e cujas experiências em Jope e Cesaréia tinham feito dele um simpatizante natural de Paulo. O que estava por trás disso?

    E provável que o incidente descrito nesses versículos tenha ocorrido uns dois ou três anos após o encontro dos versículos precedentes. Pedro havia visitado Antioquia, aparentemente na mesma época do retorno de Paulo e Barnabé da sua primeira viagem missionária, para logo ser seguido pela facção da circuncisão, que suspeitava dele como nunca antes (At 15:1). Esses judaizantes reivindicavam a autoridade de Tiago (G12.12), mas, evidentemente, sem fundamento (At 15:24). O breve e infeliz incidente que se seguiu é verdadeiro ainda hoje na experiência de todos que viram ser colocados em risco os frutos do trabalho pelo espírito de divisão de homens marcados pela inveja e pela crítica. Tanto Pedro quanto Barnabé evocam a nossa aprovação, pois uma preocupação exagerada com a disputa dogmática da parte de pessoas inferiores sempre vai refestelar-se com os mais honrados. Se a malícia consegue levar pessoas como essas à tergiversação, é necessário que reconheçamos o espírito de caça às heresias e que o evitemos pela praga que é, por mais ortodoxos que sejam os seus adornos. At 15:2 mostra que Barnabé foi logo recuperado por seu companheiro mais forte, enquanto Pedro levou a sério os comentários que Paulo havia feito, levando-os e aplicando-os de forma decisiva em Jerusalém logo depois (cf. v. 14 com At 15:10).

    O conteúdo da referência de Paulo a Barnabé indica que este era conhecido das igrejas da Galácia, o que é mais um sinal de que eram igrejas da primeira viagem missionária.
    A revista histórica acabou, e Paulo pode agora voltar-se a assuntos mais apropriados. Se os últimos versículos do capítulo representam a essência da discussão com Pedro ou se foram acrescentados em virtude do propósito da carta, é de pouca importância. Neles, Paulo consegue reafirmar o evangelho básico, não em termos da exposição teológica que vem logo em seguida, mas em termos de experiência pessoal.
    Está claro que os oponentes de Paulo compartilhavam a posição comum da justificação pela fé, mas a força da repetição do v. 16 sugere que a prática da Lei (não simplesmente os seus aspectos cerimoniais) foi acrescentada como um agente adicional da justificação. Assim, Paulo repete a sua própria experiência. v. 16. nós também cremos em Cristo Jesus para...\ o aoristo grego corresponde ao Dt 3:6. Foi um ato deliberado e permanente, surgindo de forma consciente e do conhecimento fundamentado; uma entrega pessoal a Cristo, eis Christon Ièsoun, e não um simples assentimento mental (que pode, portanto, existir em companhia de uma grande quantidade de confusão ou dúvida mental). A terceira repetição, que encerra o v. 16, olha para trás para Sl 143:2. A expressão gentios pecadores no v. 15, ironicamente, usa a terminologia-padrão dos judeus.

    Os versículos que seguem são confusos e têm sido tratados de diferentes maneiras nas diferentes versões. O termo pecadores (v. 17) parece referir-se à mesma palavra do v. 15. Se o evangelho esvaziou os privilégios que os judeus tinham com a lei, reduzindo-os à posição de gentios sem a lei, não foi Cristo o agente da redução deles à posição de pecadores? Paulo responderia a essa pergunta em Rm 3:0). Tentar justificar a mim mesmo pela lei é reconstruir o mesmo padrão de juízo que pelo meu pecado eu destruí e que me condena (v. 18). Na verdade, eu recebi a sentença de morte da própria lei: e, por meio dessa sentença, a lei me removeu da sua jurisdição (v. 19). Pois a sentença de morte foi executada — mas foi executada no corpo de Cristo na cruz (conforme Rm 7:4). Por isso, se agora vivo, isso só pode ser pela força de Cristo, e livre da condenação da lei. A minha vida agora não pode ser nada, a não ser a vida de Cristo, mantida pela continuação daquele ato de fé nele exercido de uma vez por todas (v. 20).

    Será que temos aqui, então, o início daquele desenvolvimento do pensamento de Paulo acerca da identificação com o corpo de Cristo que mais tarde leva à doutrina da igreja como o corpo de Cristo? Compare o elo com a morte de Cristo como ela é expressa na ceia do Senhor (1Co 10:15-46).

    Para concluir a seção, Paulo vira o argumento dos seus oponentes contra eles mesmos. Eles haviam sugerido que o evangelho dele esvaziava a lei do seu significado. Ele mostra que a doutrina deles, ao reter a lei e acrescentar a ela a fé em Cristo, simplesmente esvaziava a cruz do seu significado. De que maneira a cruz de Cristo havia mudado a situação? Se isso fosse aceito como base, a cruz era uma excrescência inútil no esquema da salvação (v. 21).
    [Observação: O comentário de Calvino dos v. 17-20 é de grande importância e deveria ser consultado.]


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 10

    Gálatas 2

    C. Ausência de Contato Posterior para Inquirir Seu Apostolado ou Acrescentar Algo ao Seu Evangelho. Gl 2:1-10.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 10
    d) Apostolado de Paulo reconhecido em Jerusalém (Gl 2:1-48; 2Tm 4:7).

    Os vers. 3-5 encontram-se entre os mais difíceis de ser interpretados no Novo Testamento. Conforme diz Lightfoot: "O fio da sentença está partido, reunido, e novamente partido". Farrar e outros têm pensado que Tito foi realmente circuncidado. F. C. Burkitt (Christian Beginnings, pág. 118), diz: "Quem pode duvidar que foi a faca que realmente circuncidou a Tito que também cortou a sintaxe de Gl 2:3-48 em pedaços?". Aqueles que assim compreendem, pensam que Paulo queria dizer que, embora tenha cedido nesse ponto não o fez por compulsão: Tito não foi constrangido a ser circuncidado. Porém, isso parece uma construção muito forçada da linguagem de Paulo. É muito mais natural compreender que ele queria dizer que Tito mui definidamente não foi circuncidado. "Mas nem mesmo meu companheiro Tito, embora fosse grego, foi obrigado a ser circuncidado" (Moff.). Ver o artigo "Was Titus Circumcised?" ("Foi Tito Circuncidado?"), por A. B. Bruce, The Expositor, Primeira Série, vol. XI, 1887. E isto por causa dos... (4). A exigência que Tito fosse circuncidado foi resistida "por causa dos falsos irmãos", a fim de impedir as desastrosas conseqüências que daí se originariam, tivesse o apóstolo cedido a tal demanda. A metáfora usada por Paulo é a de espias ou traidores que se introduzem em um acampamento sem ser notados. O verbo espreitar (4) ocorre em Js 2:2; 2Sm 10:3, na LXX.

    >Gl 2:6

    Àqueles que pareciam ("que eram reputados") ser de maior influência (6). O verbo, que é a mesma palavra que aparece em Gl 2:2, em realidade está no tempo presente; isto é, "aqueles que são considerados como autoridades" (Lightfoot). Aparência (6); lit., "face". Não é por causa de qualquer privilégio externo, em seu contacto com o Senhor, que aquelas "autoridades" eram o que eram. Acrescentaram (6); certas versões traduzem "proporcionaram". Os de maior influência nada proporcionaram de novo conhecimento a Paulo, nem viram defeito algum em seu Evangelho. Me fora confiado (7). A mesma palavra e pensamento se encontram em 1Ts 2:4; 1Tm 1:11; Tt 1:3. O tempo verbal perfeito é usado aqui a fim de indicar que tal encargo fora entregue permanentemente nas mãos de Paulo. Em Pedro... em mim (8). Melhor, conforme certas versões, "a favor de Pedro... a favor de mim". Que eram reputados colunas (9; "reputados", a mesma palavra outra vez; cfr. Gl 2:2, Gl 2:6). Qualquer que tenha sido o sentido das palavras de nosso Senhor a Pedro, em Cesaréia de Filipe (Mt 16:18), elas não lhe deram qualquer pre-eminência ou liderança superior. Tiago e João compartilhavam com Pedro da responsabilidade e do privilégio de serem "colunas" da Igreja.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21

    4. Reconhecimento Apostólico ( Gálatas 2:1-10 )

    Em seguida, após um intervalo de 14 anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo. E foi por causa de uma revelação que eu subi; e eu submeti-lhes o evangelho que prego entre os gentios, mas eu fiz isso em particular para aqueles que eram de destaque, por medo de que eu possa estar em execução, ou não tivesse corrido em vão.Mas nem mesmo Tito, que estava comigo, embora ele era um grego, foi constrangido a circuncidar-se. Mas foi por causa dos falsos irmãos que se furtivamente a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos escravizar. Mas não deu em sujeição a eles por até uma hora, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. Mas daqueles que eram de alta reputação (o que eles estavam não faz diferença para mim, Deus não faz acepção) —bem, aqueles que eram de destaque não contribuiu em nada para mim. Mas, ao contrário, vendo que eu tinha sido confiada com o evangelho para os não circuncidados, assim como Pedro tinha sido à circuncisão (para aquele que efetivamente trabalhou para Pedro no seu apostolado da circuncisão efetivamente trabalhou para mim também aos gentios), e reconhecendo a graça que tinha sido dado a mim, Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, deram a mim ea Barnabé as destras de comunhão, para que possamos ir aos gentios, e eles à circuncisão. Eles só nos lembrássemos dos pobres, a mesma coisa que eu também estava ansioso para fazer. ( 2: 1-10 )

    Como Jesus deixou claro na parábola do joio e do trigo ( 13 24:40-13:30'>Mat. 13 24:30 ), onde e sempre que a boa semente da verdade de Deus é semeada Satanás vai estar lá para semear a sua semente de falsidade. Era, portanto, inevitável que, como Paulo fielmente e poderosamente plantou a verdade do evangelho, os falsos mestres de Satanás seria nos saltos do apóstolo plantando mentiras.

    Paulo advertiu os anciãos de Éfeso para "estar em guarda para vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida, lobos selvagens entrarão no meio de vós, que não pouparão o rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si "( Atos 20:28-30 ). Ele alertou a Timóteo: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, ea doutrinas de demônios, por meio da hipocrisia de mentirosos cauterizada a sua própria consciência, como com um ferro em brasa" ( 1 Tim. 4: 1-2 ).

    Ao longo de seu ministério de amplitude e duração Paulo lutou contra os emissários de Satanás, que sempre procuram desacreditar tanto a verdade e os seus representantes. Em Gálatas 2:1-10 ele continua defendendo-se contra a sua acusação de que ele era um auto-nomeado apóstolo proclamar uma mensagem de auto-concebida de que era diferente da de Pedro e os outros apóstolos em Jerusalém. Ele devastadoramente argumenta que, apesar de ter recebido a mensagem de forma independente dos outros apóstolos, ele pregou uma mensagem idêntica à deles, um fato que todo o coração reconhecido. Seu evangelho era independente em termos de revelação, mas idênticos em termos de conteúdo.

    Contando sua viagem mais significativa a Jerusalém depois de sua conversão, Paulo mostra com a sua vinda, seu companheiro, sua comissão, e seu elogio que ele era de uma verdade e um só espírito com os outros doze apóstolos.

    Vinda de Paulo

    Em seguida, após um intervalo de 14 anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo. E foi por causa de uma revelação que eu subi; e eu submeti-lhes o evangelho que prego entre os gentios, mas eu fiz isso em particular para aqueles que eram de destaque, por medo de que eu possa estar em execução, ou não tivesse corrido em vão. (2: 1-2 )

    Paulo já tinha estabelecido que seu contato com os outros apóstolos era quase nula durante os primeiros anos após a sua conversão. Ele não viu nenhum deles até três anos após o seu encontro na estrada de Damasco com o Senhor, e, em seguida, apenas brevemente. Ele tinha ficado com Pedro para 15 dias em Jerusalém e conheceu Tiago, meio-irmão de Jesus ( 1: 18-19 ; cf. Atos 9:26-28 ). Mais tarde, ele foi para Jerusalém pela segunda vez para, provavelmente, um período ainda mais breve, que ele não se refere no presente texto, uma vez que não tinha relação direta com a questão do apostolado. Durante esse breve segunda visita ele ajudou Barnabé levar a coleção para Jerusalém, a igreja de Antioquia para alívio dos crentes atingida pela fome na Judéia ( Atos 11:27-30 ; 12: 24-25 ).

    Em seguida, após um intervalo de 14 anos desde a primeira visita, quando ele conheceu Pedro e Tiago, ele voltou a subir a Jerusalém . Durante os 17 anos anteriores, ele havia pregado o evangelho sem qualquer instrução humana, a sua mensagem ter sido dado a ele inteiramente por revelação direta de Deus ( Gal. 1: 11-12 , 16-17 ).

    Paulo e Barnabé tinham completado sua primeira viagem missionária ( 13 1:44-14:28'>Atos 13:1-14: 28 ) e voltou a Antioquia para relatar os milagres de conversão Gentil pela graça mediante a fé. Legalistas judeus na Judeia ficaram chateados quando ouviram o relatório e foi para Antioquia para ensinar que um gentio tinha de se tornar um judeu antes de se tornar um cristão.

    Parece provável, como muitos estudiosos acreditam que esta viagem de Paulo para Jerusalém foi para o conselho ( Atos 15 ), chamado para resolver o problema, e que mais uma vez não linguisticamente denotar uma segunda visita. (Para um tratamento completo da viabilidade de que a visão de Atos 15 em comparação com a visão de que este texto refere-se a segunda visita de Paulo a Jerusalém para combater a fome registrado em Atos 11:27-30 ; 12: 24-25 , ver de William Hendricksen Nova Comentário Testamento: Exposição de Gálatas [Grand Rapids: Baker, 1971], pp 69-77)..

    De acordo com Atos 15 , aqueles que professam cristãos judeus da Judéia foi para Antioquia, onde Paulo e Barnabé estavam ministrando ", e começou a ensinar os irmãos," não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos. " E quando Paulo e Barnabé teve grande dissensão e debate com eles, os irmãos resolveram que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre esta questão "( Atos 15:1-2 ). Todo o debate era para ser resolvido em Jerusalém .

    Além do líder Paulo e seu amigo judeu íntimo e companheiro Barnabé, ... Tito , um filho espiritual de Paulo e sua colega de trabalho ( Tito 1:4-5 ), foi junto também , estar entre os "certos outros" mencionado por Lucas. Tito, como um gentio incircunciso e um produto do próprio ministério os judaizantes estavam atacando, era um participante adequado para tomar junto ao Conselho. Coerente com seus fraudulentos, métodos de auto-serviço de operação, o judaizantes provável alegaram que enviou a delegação de Antioquia a Jerusalém para ter a doutrina de que Paulo e Barnabé corrigido. Mas ambos Lucas e Paulo deixam claro que tal não era o caso. Lucas afirma que eles foram "mandados embora pela igreja" em Antioquia ( v. 3 ). Embora possa ter havido alguma relutância por parte de Paulo em aceitar a tarefa de ir a Jerusalém, uma direta revelação de Deus afirmou sua obrigação. Paulo diz mais especificamente que foi por causa de uma revelação que eu subi . É possível que o Espírito Santo falou com os líderes da igreja de Antioquia, junto com Paulo, assim como havia feito quando Paulo e Barnabé foram encomendados para sua primeira aventura missionária ( At 13:2 ). Em completo acordo com o que Pedro estava a dizer, Paulo e Barnabé declararam, primeiro em particular e, em seguida, publicamente, que Deus tinha guardado gentios onde quer que havia proclamado o evangelho e que a sua mensagem e essas conversões foram atestados pelo próprio Deus através de meios de sinais miraculosos " e maravilhas ". Esta prova foi conclusivo, porque Deus não confirma a falsidade. Quando o Senhor atestada pregação e conversão com sinais e prodígios, não havia maior prova de que a pregação foi de acordo com a verdade divina e as conversões eram pelo poder do Seu Espírito.

    Que a Igreja de Jerusalém, e, provavelmente, a maior parte da igreja em geral, não tinha sido seriamente devastada pelo ensino herético dos judaizantes é visto no fato de que o assunto foi rápida e decisivamente resolvida no Concílio de Jerusalém. O corpo inteiro "se manteve em silêncio" quando Pedro terminou seu discurso, e imediatamente depois de Paulo e Barnabé, falando, Tiago resumiu suas mensagens e propôs que a substância do que eles disseram ser enviado como uma diretriz para todas as igrejas. Depois de Pedro, Paulo, e Barnabé, falando que não havia mais debate (cf. v. 7 ). A proposta de Tiago "pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja", e uma carta dizendo que sua decisão foi enviada para "os irmãos em Antioquia, Síria e Cilícia, que são dos gentios" ( vv. 12-22 ). Os crentes em Antioquia, tendo sido completamente fundamentado no verdadeiro evangelho por Paulo e Barnabé ", regozijou-se por causa de seu encorajamento" quando a carta do conselho foi lido para eles (vv. 30-31 ).

    Paulo está se referindo aos apóstolos com quem ele falou em privado, como os que eram da reputação refletiu a atitude geral da Igreja em direção a esses líderes Cristo equipados. A frase descrevendo-os é usado de autoridades e implica uma posição de honra. Mas o fato de que ele se refere a eles, desta forma quatro vezes em oito versos ( Gal. 2: 2-9 ) sugere um tom de sarcasmo. Não é, porém, dirigida aos apóstolos, mas aos judaizantes que tinham sido reivindicam aprovação apostólica de suas perversões legalistas do evangelho. Na carta enviada pelo conselho os judaizantes fraudulentos são descritos como "alguns de nossos a quem nos deu nenhuma instrução" que tinham sido perturbar as igrejas e "inquietantes [suas] almas" ( At 15:24 ).

    Embora os judaizantes não proclamar o mesmo evangelho ensinado pelos Doze, eles sabiam que precisavam de confirmação apostólica, a fim de ser levado a sério. Eles, portanto, fabricado a mentira de que a sua mensagem foi aprovado pelos apóstolos em Jerusalém e que eles estavam entre os seus representantes reconhecidos. Mas essa alegação foi absolutamente negado pelos apóstolos e anciãos no Conselho em Jerusalém.
    O fato de que Paulo provavelmente escreveu Gálatas alguns anos após o Concílio de Jerusalém mostra que a decisão eo D.C que o conselho não tinha parado os judaizantes ou de pregar suas doutrinas falsas ou de reivindicar a aprovação pelos apóstolos, os que eram da reputação . Paulo, obviamente, não era de qualquer reputação, disseram aos crentes da Galácia, pois o seu evangelho em conflito com o deles e dos apóstolos.

    Mas quando Paulo a Tito a Jerusalém e apresentou seu evangelho antes que esses homens de reputação, ele foi absolvido e os judaizantes foram denunciados. Ele não tinha procurado vindicação por duvidar da validade de sua pregação. Ele havia acabado de declarar enfaticamente que a sua mensagem foi por revelação direta de Deus e que ele não tem e não precisa de qualquer esclarecimento humano ou confirmação ( Gal. 1: 11-19 ). Ele foi para Jerusalém para provar que o evangelho que ele pregava era idêntica à pregada pelos outros apóstolos, depois de ter sido revelado diretamente a ele, embora separAdãoente, pelo próprio Senhor Jesus. Paulo não ir para confirmar a apostolicidade da sua mensagem em sua própria mente, mas na mente dos crentes gálatas que estavam sendo confundidos e enganados pelos judaizantes.

    Os ensinamentos judaizantes não eram simplesmente interpretações erradas ou erro de aplicação do verdadeiro Evangelho, mas a própria antítese disso. Foi por medo que eles possam comprometer com o ensino dos judaizantes e seu evangelho perverso que Paulo procurou em particular para ter certeza de que os professores em Jerusalém concordou com sua revelação do evangelho e não seria suave no legalismo. Caso contrário, ele pode descobrir que ele era como um atleta que foi executado, ou não tivesse corrido em vão por ver que todo o esforço espiritual em seu ministério passado e presente estava em conflito com eles e era inútil. Os apóstolos afirmou o evangelho de Paulo e não acrescentou nada para ele ( Gl 2:6 ). Tito, um verdadeiro cristão, estava vivendo e provas irrefutáveis ​​de que a circuncisão e regulamentos mosaicos não são necessárias para a salvação. O Concílio de Jerusalém recusou-se a aderir às exigências dos judaizantes ter Tito e todos os outros crentes Gentios circuncidados, determinando que eles "não perturbar aqueles que estão se voltando para Deus, dentre os gentios", obrigando-os a ser circuncidado ( At 15:19 ). Ele não estava fazendo uma concessão para os judaizantes, mas estava dando Timoteo identidade mais próxima com os judeus a quem eles possam testemunhar. Timoteo foi circuncidado como um não como judeu cristão. Sua circuncisão não tinha relação com a sua salvação, mas simplesmente lhe deu entrada para sinagogas judaicas, a partir do qual ele de outra forma teriam sido excluídos.

    Tito , no entanto, era um gentio completo, e ter o circuncidou teria rebaixo o evangelho da graça e fez dele um monumento de vitória para os judaizantes. Paulo pode ter intencionalmente trouxe Tito a Jerusalém para confundir os judaizantes falsos irmãos que tinha furtivamente a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos escravizar. Paulo estava perfeitamente confiante no resultado do Concílio de Jerusalém e sabia que depois ele teria um companheiro que seria prova pessoal que seu evangelho da graça sem a lei era válida. Ele estava confiante de que Tito teria permissão para sair de Jerusalém incircunciso, assim como ele tinha entrado, com as bênçãos dos apóstolos e anciãos. E se os crentes gentios não eram obrigados a ser circuncidados, em Jerusalém, que ainda era base para a maioria dos apóstolos, como eles poderiam ser obrigados a ser circuncidados em seus países de origem? Doravante Tito era um verificação viva de que os judaizantes ensinou um evangelho apócrifo que foi rejeitado pelo resto da igreja.

    Os judaizantes foram marcados como falsos irmãos ( pseudadelphos ), uma frase que também tem sido traduzida como "falsos cristãos" ( NEB ) e "pseudo-cristãos" (Phillips). Aqueles que professam crentes judeus tinham desenvolvido uma fé híbrida que era verdade nem ao judaísmo tradicional (porque ele alegou fidelidade a Cristo), nem ao cristianismo apostólico (porque ele exigiu a circuncisão e obediência à lei mosaica para a salvação).

    É impossível ser um legalista e um cristão. "Se você receber a circuncisão, Cristo não será de nenhum benefício para você", declara Paulo mais tarde na carta. "Todo homem que recebe a circuncisão ... é obrigado a guardar toda a lei Você foi separado de Cristo, você que está procurando ser justificados pela lei; de ter caído em desgraça." ( Gal 5: 2-4. ) . Para fazer uma única coisa para ganhar a salvação é para viciar graça.

    Alguns dos judaizantes, sem dúvida, acreditava sinceramente seu evangelho legalista foi correto e que eles eram os únicos cristãos genuínos. Mas Paulo se refere àqueles que tinha furtivamente para espiarliberdade dos verdadeiros crentes em termos que sugerem inimigos que entram em um acampamento às escondidas com o objetivo de sabotagem. Aqueles homens não podem sequer ter sido judaizantes honestos. Alguns estudiosos acreditam que eles foram plantadas nas igrejas por fariseus ou sacerdotes, a fim de corromper esta ameaça ao judaísmo tradicional. Em qualquer caso, Satanás, como sempre, foi o instigador principal do subterfúgio. Os judaizantes foram os primeiros de todos os agentes do diabo, independentemente das suas associações humanas e lealdades.

    Seu propósito específico era minar a liberdade que os verdadeiros crentes têm em Cristo Jesus, a fim de trazer -los para a escravidão do legalismo. O verbo ( katadouloō ) é um composto e transmite o forte escravo de um sistema de obras. Os judaizantes não podia tolerar um evangelho que não foi amarrado a Mosaic ritual e lei porque sua visão de salvação foi centrada no que podiam hipocritamente executar para ganhar o favor de Deus, em vez de no que Deus pode fazer por eles.

    Em Cristo Jesus crentes têm liberdade da lei como o caminho da salvação e da liberdade de suas cerimônias e regulamentos como o modo de vida externos. Porque Cristo tomou sobre si essa maldição (03:13 ), eles também têm a liberdade da maldição por desobediência da lei que Deus exige que todos os homens a obedecer, mas que nenhum homem é capaz de manter perfeitamente. Os cristãos estão sob um tipo totalmente diferente de lei, "a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus [que define-los] livre da lei do pecado e da morte" ( Rm 8:2 ). "Se, pois, o Filho vos libertar," Jesus disse: "você verdadeiramente sereis livres" ( Jo 8:36).

    Liberdade cristã não é licença. Quando nos tornamos livres em Cristo perdemos nossa liberdade para o pecado, de que fomos uma vez um escravo. Em Cristo, "tendo sido libertados do pecado, [que] se tornam escravos da justiça" ( Rm 6:18 ). "Porque fostes chamados à liberdade, irmãos", explica Paulo; "Só não vire sua liberdade em uma oportunidade para a carne" ( Gl 5:13 ). Pedro expressa a mesma verdade nas seguintes palavras: "Aja como homens livres, e não usem a liberdade como uma cobertura para o mal, mas usá-lo como bondslaves de Deus" ( 1Pe 2:16. ).

    Paulo não deu em sujeição a escravidão legalista dos judaizantes por até uma hora, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós crentes gálatas (e todos os outros), imaculado e puro.Permanecer é de diamenō e enfatiza um estado permanente . No que diz respeito aos métodos de ministério e questões sem importância espiritual, Paulo tornou-se "todas as coisas para todos os homens, que [ele poderia] por todos os meios chegar a salvar alguns ( 1Co 9:22 ). Mas em questões doutrinárias, especialmente as relativas à o coração do evangelho, ele foi intransigente. Ele faria concessões consideráveis, a fim de acomodar os cristãos fracos, mas ele não cedeu um centímetro de verdade para acomodar falsos cristãos. E os líderes da igreja em Jerusalém, foram de todo o coração, de acordo com Paulo evangelho, como as suas declarações no conselho indicado ( 13 44:15-21'>Atos 15:13-21 ).

    Comissão de Paulo

    Mas daqueles que eram de alta reputação (o que eles estavam não faz diferença para mim, Deus não faz acepção) —bem, aqueles que eram de destaque não contribuiu em nada para mim. Mas, ao contrário, vendo que eu tinha sido confiada com o evangelho para os não circuncidados, assim como Pedro tinha sido à circuncisão (para aquele que efetivamente trabalhou para Pedro no seu apostolado da circuncisão efetivamente trabalhou para mim também aos gentios), e reconhecendo a graça que tinha sido dado a mim, ( 2: 6-9 a)

    Novamente Paulo se refere aos outros apóstolos como aqueles que foram de alta reputação , aparentemente, uma frase favorita dos judaizantes. Em indo a dizer, o que eles estavam não faz diferença para mim , ele não estava se desvalorizando esses homens piedosos. Respeitava-los ou ele não teria procurado uma audiência privada com eles, nem que ele teria procurado sua confirmação pública para que as pessoas sabem que ele não estava correndo em vão. Ele sim estava a defender-se contra a depreciação dos judaizantes, que o acusaram de não comparar com os apóstolos de Jerusalém e de ser um apóstolo falsa, auto-nomeado, e inferior. Seu ponto aqui foi que, embora esses doze homens foram pessoalmente nomeado apóstolos por Jesus Cristo, ele também estava. Ele não precisava de sua aprovação para a sua própria confiança, nem ele precisa procurar a sua confirmação para convencer a si mesmo e, a este respeito quem ou o que eles estavam feito nenhuma diferença para ele e seu ministério. Ele não tinha dúvidas sobre sua vocação e revelações.

    Pode ser que os judaizantes colocar Paulo para baixo, lembrando-lhe que os Doze haviam estado com Jesus para todo o curso de seu ministério terreno, ao passo que ele não tinha (cf. 01:19 ). Os doze foram também os líderes da igreja de Jerusalém, que, compreensivelmente, foi tido em alta consideração pelos cristãos como o primeiro e principal congregação. Mas, Paulo continua a dizer, Deus não faz acepção , como Pedro tinha aprendido com alguma dificuldade ( Atos 10:9-48 ). Os privilégios exclusivos dos doze, portanto, não fazem o seu apostolado mais legítimo ou autoritário do que Paulo.

    Paulo não estava sendo orgulhoso ou arrogante, mas estava simplesmente declarando uma verdade. Ele sabia que tudo o que ele era e tinha era inteiramente pela graça de Deus ( Gl 2:9 ) e "o menor dos apóstolos, que não [era] digno de ser chamado apóstolo, porque [ele tinha] persegui a Igreja de Deus" ( 1 Cor . 15: 9 ). Mas, sob a graça de Deus ele era igual a todos os outros crentes, e em seu chamado, ele era igual a todos os outros apóstolos. Em 2Co 11:5 ).

    Porque algumas versões, como a Rei Tiago, uma tradução "o evangelho da incircuncisão o "e" de a circuncisão, "muitos intérpretes liberais sugeriram (por esta e outras razões) que Pedro e Paulo pregou mensagens diferentes. Mas essa ideia é refutada por Gálatas 1:6-9 , pela decisão do Concílio de Jerusalém, e por gramática grega. O artigo grego ( TES ) é aqui um genitivo objetivo e não indica definição ("de"), mas a direcção ( a ), como no nosso texto e traduções mais modernas.

    Para Ele, que efetivamente trabalhou para Pedro no seu apostolado da circuncisão , Paulo continua, efetivamente trabalhou para mim também aos gentios . O mesmo Espírito Santo ( Ele ) que energizado ( trabalhou , desde energeo , que estar no trabalho, para produzir resultados) e com poderes Pedro energizado e fortalecido Paulo , e do Espírito tem apenas um evangelho. Quando Paulo voltou a Jerusalém, vários anos depois, "os irmãos receberam [ele e os que com ele] de bom grado", e quando ele "começou a relatar uma por uma as coisas que Deus fizera entre os gentios através de seu ministério", Tiago e os outros anciãos "começaram a glorificar a Deus" ( Atos 21:17-20 ). Depois do Concílio de Jerusalém nunca houve uma pergunta sobre a mensagem ou o apostolado de Paulo. Em sua segunda carta Pedro Paulo muito elogiado como um irmão sábio e amado e classificou as cartas de Paulo com "o resto das Escrituras" ( 2 Pe. 3: 15-16 ).

    Reconhecendo a graça que tinha sido dado a Paulo, os outros apóstolos e da Igreja em geral só poderia concluir que este homem era um instrumento divinamente comissionados e abençoado por Deus. Só de Deus graça -His bênção-poderia livre, soberano e imerecida representam o poderoso propagação do evangelho e edificação da igreja que o Senhor tinha realizado através desta mortal.

    Comenda de Paulo

    Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, deram a mim ea Barnabé as destras de comunhão, para que possamos ir aos gentios, e eles à circuncisão. Eles só nos lembrássemos dos pobres, a mesma coisa que eu também estava ansioso para fazer. ( 2: 9, b-10)

    Ainda novamente Paulo refere-se à reputação de Tiago, Cefas (Pedro) e João -os que eram reputados colunas (um termo judaico usado para se referir a grandes mestres). Como já mencionado, a referência tanto sarcástico não reflete contra estes homens, mas contra os judaizantes. Porque esses falsos mestres aparentemente usou o termo pilares (enfatizando o seu papel no estabelecimento e apoio da igreja) quando se refere aos três líderes de Jerusalém, Paulo lança o termo de volta em seus rostos. Ele demonstra para eles e para os crentes gálatas que eles estavam tentando se virar contra ele que ele estava em harmonia perfeita com doutrinal esses três pilares e com todos os outros apóstolos e anciãos em Jerusalém.

    Ele não só estava em doutrinal harmonia com eles, mas em harmonia pessoal com eles também. Há apenas um evangelho, e aqueles cinco homens (que escreveram 21 dos 27 livros do Novo Testamento) demonstrar que a verdade. Eles deram a mim ea Barnabé a mão direita de companheirismo, Paulo diz como ele continua a confundir as falsas alegações dos judaizantes. No Oriente Médio, para apertar a mão direita de uma pessoa era fazer um voto solene de amizade e era uma marca da comunhão, ou parceria. Os "pilares" em Jerusalém Paulo reconhecido não só como um verdadeiro pastor e professor do evangelho, mas também como um parceiro amado com eles no serviço de Cristo. Eles tinham diferentes áreas de serviço de Paulo e Barnabé ministrado principalmente para os gentios e os líderes de Jerusalém, principalmente para os circuncidados -mas eles proclamaram o mesmo evangelho e serviu o mesmo Senhor no poder do Seu Espírito. Esse ato de afirmação tanto de Paulo e de sua mensagem foi um golpe devastador para os judaizantes. Na verdade, o apostolado de Paulo aos gentios foi reconhecida como a igualdade de apostolado de Pedro aos judeus.

    O único pedido de Paulo e Barnabé em Jerusalém era que lembrássemos dos pobres . O pedido não foi doutrinal, mas prático, um lembrete sobre as necessidades especiais dos crentes na Judéia, especialmente Jerusalém. Mesmo antes da fome generalizada (veja At 11:28 ) para os quais Paulo foi chamado para trazer alívio, a igreja de Jerusalém enfrentou um grave problema de alimentação e cuidar de seus membros. As suas fileiras foram inchados por centenas, talvez milhares, de crentes que haviam se convertido ao visitar a cidade e que, então, decidiu ficar em vez de voltar para casa. Muitos tinham pouco dinheiro, e eles logo descobriram que, porque eram cristãos, às vezes era difícil encontrar emprego. Nos primeiros dias da igreja aqueles que tinham dinheiro e outros pertences generosamente compartilharam o que eles tinham "com tudo, como que alguém tinha necessidade" ( At 2:45 ). Mas esses recursos foram esgotados rapidamente como o número de convertidos cresceu. Por muitos anos, portanto, a igreja em Jerusalém tinha sido economicamente pressionado.

    Para cuidar dos pobres não é apenas uma prática, mas uma responsabilidade espiritual, porque a abandonar essa responsabilidade é desobedecer a Palavra de Deus. "Aquele que tiver bens deste mundo", declara João ", e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração contra ele, como é que o amor de Deus permanecer nele?" ( 1Jo 3:17 ). Tiago diz que é um crente sham que diz a "um irmão ou irmã ... sem roupa e na necessidade de alimento de cada dia, ... 'Ide em paz, ser aquecido e ser preenchido", e ainda assim [faz] não dar —lhes o que é necessário para o seu corpo "( Tiago 2:15-16 ; cf. Ex. 23: 10-11 ; Ex 30:15 ; Ex 19:10 Lev. ; Deut. 15: 7-11 ; . Jr 22:16 ; Amos 2:6-7 ; Lc 6:36 , Lc 6:38 ; 2 Cor 8-9. ).

    Paulo era, portanto, ansioso para fazer todo o possível para atender a solicitação de Tiago, Pedro e João, como suas numerosas e constantes coleções para os santos pobres da Judéia atestada. Seu comando que "se alguém não quer trabalhar, também não coma" ( 2Ts 3:10 ) referiam-se à preguiça, não os desamparados e necessitados. Ele continuamente incentivados crentes que estavam mais próspero para dar ajuda financeira a outros crentes que estavam em necessidade; e ele cordialmente elogiou aqueles que foram generosos ( Atos 11:29-30 ; At 24:17 ; Rm 15:25-26. ; 1 Cor 16: 1-4. ; 2 Cor 8: 1-6. ; 9: 1— 5 , 2Co 9:12 )."Porque, se os gentios foram participantes em seus [os santos de Jerusalém '] as coisas espirituais", Paulo explicou à igreja romana ", eles estão em dívida para ministrar-lhe também em coisas materiais" (Rm 15:27 ).

    5. A justificação pela fé (Gálatas 2:11-21)

    Mas quando Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível. Para antes da vinda de certos homens de Tiago, ele comia com os gentios; mas quando eles chegaram, ele começou a retirar-se e mantenha-se afastado, temendo o partido da circuncisão. E o resto dos judeus se juntou a ele na hipocrisia, com o resultado que até Barnabé se deixou levar pela sua hipocrisia. Mas, quando vi que não eram simples sobre a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: "Se tu, sendo judeu viver como os gentios, e não como os judeus, como é que você obrigar o ? gentios a viverem como judeus Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, no entanto, sabendo que o homem não é justificado por obras da lei, mas pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus, que fôssemos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei, uma vez que pelas obras da lei nenhuma carne será justificada Mas se, procurando ser justificados em Cristo, nós mesmos também foram achados pecadores,. é Cristo ministro do pecado? De modo nenhum! Porque, se eu reconstruir o que eu tenho uma vez destruído, eu provar a mim mesmo para ser um transgressor. Por meio da Lei que eu morri para a lei para que eu pudesse viver para Deus. Estive crucificado com Cristo, e já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim; ea vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; se a justiça vem mediante a lei, logo Cristo morreu em vão "(2: 11-21).

    A culpa é uma praga universal da humanidade pecadora. Cada pessoa se sente culpada. Consequentemente cada pessoa tenta de alguma forma a aliviar a sua culpa. Membros de tribos primitivas procuram amenizar sua culpa por apaziguar os deuses imaginários que são supostamente com raiva deles. , Pessoas sofisticadas em cultura pode tomar a rota de fuga da psicanálise ou alguma outra forma de aconselhamento humano. Algumas pessoas tentam aplacar sua culpa pelo pensamento positivo e auto-confiante, vida auto-indulgente. Outros tentam escapar através do sexo, álcool ou drogas.

    Milênios antes de Jesus Cristo veio ao mundo e morreu para o pecado do homem, Deus prenunciou Seu sacrifício perfeito por meio da oferta de animais mortos. Ele, aparentemente, começou instruindo Adão para oferecer sacrifícios de sangue como símbolos que apontam para a verdadeira e eficaz derramamento do sangue de Cristo na cruz. O sacrifício de um carneiro, cabra, carneiro ou outro animal nunca tinha poder para perdoar e limpar pecado nem nunca foi a intenção. Tais sacrifícios eram só de ida, atos simbólicos de obediência que, a menos que acompanhado por um coração humilde e contrito, não eram aceitáveis ​​a Deus. Sem confiança reverente no Deus a quem ele ofereceu o sacrifício, o ofertante envolvida apenas em ritual sem sentido (Is 29:13).

    Quando Caim ofereceu seu sacrifício de grãos para o Senhor, ele pecou tanto por desobedientemente trazendo o tipo errado de oferta e oferecendo-lhe no espírito errado. Em vez de trazer um sacrifício de animais como Deus havia ordenado, obviamente, ele trouxe o fruto de seu próprio trabalho, orgulhosamente supondo que esta oferta de desobediência era tão aceitável a Deus como o que ele tinha prescrito.Sua foi o primeiro ato de retidão de obras, o precursor de todos os tal ato desde seu tempo. Todas as pessoas de todas as épocas que tentou chegar a Deus com base em seus próprios méritos e obras, ou por algumas prescrições religiosas humanamente concebidas, seguiu os passos, que rejeita a graça incrédulos de Cain. Ao rejeitar o sacrifício de animais prescrito de Deus, Caim rejeitou oferta de salvação substitutiva de Deus em Seu Filho para que essa oferta de sangue apontou.
    Abel, por outro lado, através da oferta de obedientemente o sacrifício de sangue Deus exigia, na fé saltou através dos séculos e tocou a cruz. Deus aceitou a sua oferta não porque tinha qualquer benefício espiritual em si, mas porque ele foi apresentado em fé e obediência.
    Desde a época de Caim e Abel as duas linhas divergentes de obras e fé têm caracterizado a vida religiosa do homem. A pessoa que segue o caminho do homem, seja ele qual for, segue a mentira de Satanás e pelo caminho de Caim. A pessoa que segue o caminho de Deus segue o caminho de Abel, o caminho da graça e do perdão.
    Essas duas linhas de aproximação a Deus pode ser seguido em todo o Antigo Testamento. Os construtores da torre de Babel seguido o caminho descrente e rebelde de Caim, enquanto que Noé e sua família seguiram a acreditar e obediente caminho de Abel. A grande maioria do mundo antigo seguido o caminho ímpio de Caim, enquanto Abraão e sua família seguiu o caminho divino de Abel. Dentro da nação de Israel foram sempre as mesmas duas linhas de realização humana e realização divina, de confiar no que o homem pode fazer para Deus ou de confiar em que Deus fez para o homem. Aqueles que seguem o caminho estreito da fé são sempre uma minoria, mas para isso remanescente fiel, as bênçãos de Deus nunca cessam e as Suas promessas nunca falham.
    Na época de Jesus, nasceu o remanescente crente incluída Maria, José, Isabel, Zacarias, Anna, Simeão, e muitos outros cujos nomes são desconhecidos para nós. Eles colocaram a sua confiança no Deus de Israel para a sua salvação e, implicitamente, acreditava que o Antigo Testamento como a Sua Palavra divinamente revelado. Eles fielmente e de bom grado conformado seu comportamento para cerimônias e os padrões prescritos de Deus, ao mesmo tempo demonstrando que a sua confiança estava no próprio Senhor, não na manutenção dessas cerimônias e padrões, importantes como tal testemunho externo de obediência estava sob a Antiga Aliança.
    Mas quando Jesus nasceu a grande maioria dos israelitas, seja na Palestina ou em outras partes do Império Romano, continuou a perverter e adicionar a revelação do Antigo Testamento e de colocar a sua confiança em si mesmos, procurando a sua própria bondade e realizações para torná-los aceitáveis a Deus. A grande massa de tradições rabínicas foi fundamentada na retidão de obras, na idéia de alcançar mérito diante de Deus através estrita observância de uma lista quase infinita de regulamentos e cerimônias artificiais. A maioria dos líderes judeus, exemplificados pelos escribas e fariseus hipócritas, orgulhosamente acreditavam que suas obras religiosas colocou em favor especial de Deus e ganhou-lhes perdão por seus pecados.

    Foi entre esse vasto grupo de judeus legalistas que os judaizantes surgiu, afirmando a seguir a Cristo, mas ensinando que um gentio tinham que ser circuncidados e seguir a lei mosaica antes que ele pudesse ser salvo e que todos os crentes, judeus e gentios, teve de continuar cumprimento dessa lei, a fim de manter a sua relação com Deus. Seu ensino não só corrompeu o evangelho, mas também o ensino do Antigo Testamento, em que o caminho da salvação foi sempre e somente pela fé obediente em Deus. Em nenhum momento na história, uma pessoa foi salva por seu próprio mérito. Antes e durante o tempo dos homens Pacto Mosaico foram salvos somente pela fé. Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara, Isaque, Jacó, José, Moisés, Raabe, os juízes piedosos, reis profetas, e todos os outros santos do Antigo Testamento foram salvos apenas na base da fé. Todas essas pessoas, seja homem ou mulher, judeu ou gentio ", obteve a aprovação através de sua fé" (conforme Heb. 11: 1-39).

    Os judaizantes, portanto, não estavam ensinando a doutrina do Antigo Testamento, mas a doutrina cardeal de Satanás, que uma pessoa pode, por sua própria bondade e trabalha ganho graça diante de Deus. É por isso que Paulo se refere aos judaizantes como "cães, ... maus obreiros, ... a falsa circuncisão" (Fp 3:2). Desde a vinda de Cristo os cristãos só podem ser "coração circuncidado." "Nós somos a verdadeira circuncisão," Paulo explicou aos crentes de Filipos, "que adoram no Espírito de Deus, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne" (Fp 3:3.).

    Os judaizantes reconheceu Jesus como o Messias, mas porque a sua visão do Messias era corrupto assim era sua visão de Jesus. Eles não olhar para o Messias como o Cordeiro de Deus que tira o pecado deles, porque eles não acreditavam que eles tinham pecado que exigia tal sacrifício, a fim de ser perdoado. Como circuncidados, judeus cerimoniais eles estavam convencidos de que já tinha o pleno favor de Deus e estavam espiritualmente e moralmente aceitável a Ele, assim como eles eram. Essa visão judaica comum é refletido no argumento do livro de Hebreus, em que o escritor vai para grandes comprimentos para convencer seus leitores judeus que o Messias (Cristo) é superior aos profetas, aos anjos, e até mesmo a Moisés (Heb. 1: 1-3: 6). Ele não era simplesmente um outro grande líder judeu. Ele era de uma ordem completamente diferente; o próprio Filho de Deus e Salvador do mundo, cuja economia sacrifício era necessário para que todos possam estar bem com Deus.

    Em Gálatas 2:11-21, a cena muda de Jerusalém e do conselho lá para Antioquia da Síria, onde a primeira igreja em uma área Gentil foi criado e onde Paulo e Barnabé serviu como co-pastores, com a ajuda de outros três homens (veja At 13:1). Estes homens eram de o partido da circuncisão e não só ensinou um evangelho falso, mas também fez falsas alegações de apoio por parte dos apóstolos e anciãos em Jerusalém. Como Pedro, Tiago , por vezes, tinha dificuldade em abrir mão de sua adesão ao longo da vida para os rituais e regulamentos mosaicos (ver Atos 21:18-26), e ele talvez ainda tinha resquícios de preconceito contra os gentios. Mas ele dificilmente teria enviado uma delegação de hereges a Antioquia para minar o verdadeiro evangelho e fazer com que a igreja há nada além de problemas. Ele nunca teria sido a causa da discórdia e do caos em que houve o exercício dessa harmonia e unidade induzida pelo Espírito.

    O imperfeito do verbo grego indica que comer de Pedro com os gentios foi contínuo, ou seja, habitual e regular durante um certo período de tempo. Ele comia o que lhe estava proposta, com quem estava sentado ao lado dele. Ele não tinha nenhuma dúvida participou de inúmeras festas de amor com os crentes gentios e se juntou a eles na Ceia do Senhor. Até os homens de Tiago veio a Antioquia, ele estava participando com a igreja em um modelo de comunhão de crentes judeus e gentios que livremente expressa e profundamente acarinhados seu amor e liberdade em Cristo.

    É apenas uma pequena digressão dentro dos amplos limites de nossa discussão para dizer que a igreja cristã não pode ser o que é chamado a ser quando ritual, raça, classe ou outras distinções membros separados uns dos outros. Os rótulos os homens colocam sobre si mesmos e sobre os outros são irrelevantes para Deus, e também deve ser irrelevante para o seu povo. Antes de salvação, cada pessoa é igualmente separado de Deus, e depois de salvação cada pessoa é igualmente reconciliados com Deus. Crentes "todos sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus ... Não há judeu nem grego, não há escravo nem homem livre, não há homem nem mulher, porque [eles] todos são um em Cristo Jesus" (Gl 3:26., Gl 3:28). Porque os crentes são todos filhos de Deus, eles são todos irmãos e irmãs, sem exceções ou distinções.

    A reivindicação de alguns grupos cristãos que a Bíblia proíbe a mistura de raças é totalmente falsa, e tal afirmação é uma chaga sobre a igreja, uma ofensa diante de Deus, e até mesmo de opróbrio diante do mundo. É a antítese do ensino do Novo Testamento. Se Paulo estivesse vivo hoje ele estaria tão firmemente contra tal, ensino antibíblico preconceituoso como ele fez contra Pedro e os outros em Antioquia que permitiram que seus preconceitos e medos para comprometer a verdade de Deus.

    Melhor do que qualquer outro apóstolo, Pedro deveria ter sabido que em Cristo todos os alimentos eram limpos e todos os crentes iguais. Ele tinha ouvido Jesus explicar que "tudo o que vai para o homem do lado de fora não pode contaminar, porque não entrar em seu coração" (Marcos 7:18-19). Ele havia experimentado a visão única e dramática dos animais imundos eo encontro relacionado com o gentio Cornélio, depois que ele declarou: "Eu certamente entendo agora que Deus não é um para mostrar parcialidade" (At 10:34). No Concílio de Jerusalém Pedro força opõe os judaizantes, dizendo: "Deus, que conhece os corações, testemunhou a eles [os gentios, v. 7] dando-lhes o Espírito Santo, assim como ele também fez para nós, e Ele não fez nenhum distinção entre nós e eles, purificando os seus corações pela fé. Agora, pois, por que você colocar Deus à prova, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas nós acreditamos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, do mesmo modo como eles também são "(Atos 15:8-11).

    No entanto, quando os judaizantes chegaram a Antioquia, Pedro começou a retirar e mantenha-se afastado dos gentios, temendo o partido da circuncisão. Recesso é de hupostellō , um termo usado para a retirada militar estratégico. Polibius usou para descrever tropas desenho retirar do inimigo, a fim de garantir abrigo e segurança. O imperfeito pode indicar que a retirada de Pedro foi gradual e, em caso afirmativo, sugere a idéia de retiro sorrateira. Aquiescer tanto para o ritualismo eo racismo dos judeus, ele começou a afastar-se de seus irmãos gentios e parou de aceitar os convites para jantar. Ele encontrou desculpas para não se juntar a eles em outras atividades e, finalmente, realizou -se afastado deles completamente.

    O velho Pedro-fraco, medroso, e vacilante-viera à tona novamente. Aqui era o mesmo Pedro que sob inspiração divina declarou Jesus para ser "o Cristo, o Filho do Deus vivo", mas que um pouco mais tarde repreendeu seu Senhor para dizer que Ele tem que sofrer e morrer (Mt 16:16, Mt 16:22) . Aqui é o mesmo Pedro que ousAdãoente declarou que ele iria morrer em vez de negar o seu Senhor, mas que, antes da noite foi para fora, havia negado três vezes (Marcos 14:29-31, 66-72). Aqui era o mesmo Pedro que foi chamado para pregar, mas que desobedientemente voltou para a pesca, mesmo depois de ter encontrado o Cristo ressuscitado (Jo 21:3). Muitas vezesBarnabas tinha ouvido Paulo pregar o evangelho da salvação pela fé e pregou muitas vezes ele mesmo. Mas mesmo que ele foi levado por o legalista hipocrisia de Pedro e dos outros. Pode ter sido a hipocrisia de Barnabas nesta ocasião que começou a eventual racha com Paulo que um pouco mais tarde resultou em sua separação, tendo mais de João Marcos na próxima jornada (Atos 15:37-40).

    Pedro era um líder natural, e sua ação pública invariavelmente levou outros com ele. Quando ele agiu em sua própria sabedoria o resultado foi trágico, e quando outros fiéis depositam sua fé nele como um homem a tragédia foi agravada. O efeito sobre a igreja de Antioquia foi desastroso.
    O termo grego atrás de hipocrisia originalmente se referia a um ator usando uma máscara para indicar um estado de espírito ou o tipo de caráter particular. Um hipócrita é alguém que, como um ator grego, máscaras de seu verdadeiro eu.

    Pedro e os outros crentes judeus que se retirou com ele sabia que o que eles estavam fazendo era errado, mas eles foram intimidados pelos judaizantes em ir contra a verdade de suas convicções e as consciências. Na tentativa de agradar aqueles hipócritas eles se tornaram hipócritas si mesmos, e ao fazê-lo mágoa trouxe a seus irmãos gentios e ao seu Senhor.
    Desde o fracasso de Pedro em Antioquia várias verdades importantes podem ser aprendidas. A primeira é que até ministros excepcionalmente talentosos do evangelho pode cometer transgressões graves, às vezes tornando-se culpado de os próprios erros e pecados que outrora fortemente pregadas contra.
    A fim de manter a doutrina da infalibilidade dos papas, que são requeridas pelo sistema romano para ser sucessores de Pedro, alguns teólogos católicos têm insistido que o Pedro em Antioquia não era o apóstolo. Mas ele era o mesmo Pedro que pregava o sermão capacitado pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes e por meio de quem o homem aleijado fora do Templo foi curada. Apesar de sua vocação divina e superdotação, manifestou pés de barro.
    Em segundo lugar, aprendemos que a fidelidade envolve mais do que crer na doutrina correta. Doutrina certa, sem comportamento correto sempre produz hipocrisia.

    Em terceiro lugar, aprendemos que a verdade é mais importante do que a harmonia e paz para fora. Comunhão e unidade entre os cristãos são construídos sobre a verdade, nunca falsidade. Não importa o que a perspectiva benéfica pode parecer ser a partir de uma perspectiva humana, o compromisso pode fazer nada além de enfraquecer a igreja. Paz que é preservada por comprometer a verdade de Deus é o pseudo-paz do mundo e não é de Deus. "O vínculo da paz" (Fp 4:3).

    Doutrina de Paulo

    Mas, quando vi que não eram simples sobre a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: "Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, como é que obrigas ? os gentios a viverem como judeus Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, no entanto, sabendo que o homem não é justificado por obras da lei, mas pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus, que fôssemos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei, uma vez que pelas obras da lei nenhuma carne será justificada Mas se, procurando ser justificados em Cristo, nós mesmos também foram achados pecadores. , é Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma! Porque, se eu reconstruir o que eu tenho uma vez destruído, eu provar a mim mesmo para ser um transgressor. Por meio da Lei que eu morri para a lei, para que eu pudesse viver para Deus. I Já estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; ea vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou, e se entregou a si mesmo por me. Não anulo a graça de Deus; se a justiça vem mediante a lei, então Cristo morreu em vão "(2: 14-21).

    As ações de Pedro, Barnabé, e os outros crentes judeus em Antioquia não fosse simplesmente uma questão de hipocrisia pessoal. Sua capitulação aos judaizantes, por exemplo, se não por doutrina, foi fraturando a igreja. O fato de que Pedro e Barnabé eram líderes espirituais fez a matéria infinitamente pior. Durante anos eles tinham ensinado a salvação somente pela fé, e eles tinham exemplificou que o ensino em suas vidas. A igreja de Antioquia havia se tornado um modelo de judaico-Gentil companheirismo e harmonia, e quase de noite tornou-se o oposto.

    Sua reação

    Mas, quando vi que não eram simples sobre a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: "Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, como é que obrigas os gentios a viverem como judeus Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios (2: 14-15).

    Como já mencionado, a retirada dos crentes judeus dos gentios era provável gradual; mas assim que Paulo percebeu o que estava acontecendo, ele reagiu imediatamente contra ele. Quando [ele] viu que não eram simples sobre a verdade do evangelho, ele nitidamente repreendeu a Pedro ( Cefas ). Como um apóstolo Pedro foi o mais responsável, e foi o seu mau exemplo que tinha desenhado os outros para a hipocrisia destrutivo.

    Simples é de orthopodeō , um composto de orthos (em linha reta) e pous (pé), que significa andar em linha reta, ou na retidão. Um estudioso traduz o versículo 14 a como: "Eles não estavam andando no caminho reto para a verdade do evangelho." Na retirada de seus irmãos gentios, Pedro e os outros não estavam vivendo paralelo à Palavra de Deus, não andando um curso espiritual reta.

    Porque ofensa de Pedro era público, Paulo repreendeu-o na presença de todos, desmascarando sua hipocrisia diante de toda a congregação. Todo crente em Antioquia, e, sem dúvida, muitos incrédulos bem, sabia que Pedro não era mais a associação com os gentios como ele havia feito livre e abertamente. Agostinho disse: "Ele não é vantajoso para corrigir em segredo um erro que ocorreu ao público." A menos que o pecado público de um crente é tratada publicamente, as pessoas vão pensar que a igreja não leva a sério o pecado e, portanto, dá aprovação tácita do mesmo. A igreja que não disciplinar os membros pecadores (incluindo os membros mais proeminentes) perde sua credibilidade, porque não levar a sério as suas próprias doutrinas e padrões. Uma criança que não é disciplinado quando ele faz errado logo conclui que os padrões de seus pais não são realmente muito importante, porque elas não são aplicadas.

    Depois de tomar o cuidado de determinar por várias testemunhas que a acusação contra um ancião é verdade, Paulo disse a Timóteo, o mais velho deve ser repreendido "na presença de todos, para que também os outros tenham temor" (1Tm 5:20).

    Martin Luther disse que, se o artigo da justificação pela fé for perdida, toda a doutrina cristã é perdida. Nesta última seção do capítulo 2 Paulo foi inspirado a introduzir essa doutrina mais essencial na epístola, uma doutrina que ele havia pregado e explicou aos Gálatas, em muitas ocasiões. Ele usa a forma verbal de justificação ( dikaioo ) quatro vezes nos versículos 16:17 e a forma substantiva (dikaiosune ) uma vez no versículo 21, onde é traduzida por "justiça". No Novo Testamento, essas e outras formas de o mesmo termo grego são variAdãoente traduzido por tais palavras inglesas como justificar, a justificação, a justiça, assim, justos e justificados.

    O termo básico foi originalmente usado forense de um juiz de declarar um arguido não é culpado e direito perante a lei. Era o oposto de ser declarado culpado e condenado. Ao longo de justificação Escritura refere-se a Deus, que declara um pecador para ser inocente com base na fé Nele. É o ato livre e gracioso pelo qual Deus declara um pecador justo consigo mesmo, perdoar, perdoar, restaurar, e aceitá-lo com base em nada, mas a confiança na pessoa e obra de Seu Filho, Jesus Cristo.

    Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Cristo Jesus, Paulo continua, temos também crido em Cristo Jesus, para que possamos ser justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; uma vez que pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.

    Nenhuma quantidade de observância da lei pode fazer uma pessoa justa, porque a raiz do pecado está na caída do coração do homem, e não em ações. Problema básico do homem é no que ele é, e não no que ele faz. Atos pecaminosos são apenas a expressão externa de uma natureza depravada que contém pensamentos pecaminosos. Uma pessoa que odeia é interiormente um assassino, ou não, ele sempre leva a vida de outra pessoa (Mt 5:22). Um homem que tem pensamentos imorais sobre as mulheres é um adúltero, ou não, ele nunca comete o ato físico de adultério (05:28).

    Por conseguinte, nenhuma quantidade de obras da lei pode salvar uma pessoa, porque até mesmo o melhor dos trabalhos humanos não pode mudar a natureza da pessoa fazê-las. "Sabemos que tudo o que a lei diz, fala para aqueles que estão debaixo da Lei, que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus; porque pelas obras da lei nenhuma carne será justificada diante dele sight "(Rom. 3: 19-20). A lei é importante como um espelho para nos mostrar nossa pecaminosidade; mas só pode revelar o pecado, não removê-lo. "Mas agora, sem lei, a justiça de Deus se manifestou, tendo o testemunho da lei e dos profetas, mas a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e ficam aquém da glória de Deus, sendo justificados como um presente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus ... pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei "(3: 21— 24, 28).

    Só a fé em Cristo Jesus pode trazer uma pessoa do dom da graça da justiça que oferece perdão e salvação. A fé em Cristo não é mero assentimento intelectual para o fato de que Jesus morreu e ressuscitou por causa do pecado do homem, mas é a confiança pessoal em sua morte para remover e perdoar os próprios pecados. É compromisso total com a submeter-se a Ele como Senhor (conforme Jc 4:7 Paulo declara que a salvação é somente pela fé em Cristo e não por lei. A primeira afirmação é geral: o homem não é justificado por obras da lei, mas pela fé em Cristo Jesus .A segunda é pessoal: temos também crido em Cristo Jesus, para que possamos ser justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei . O terceiro é universal: pelas obras da lei nenhuma carne será justificada (conforme Sl 143:2). Através da visão dos animais imundos e a conversão dramática e unção de Cornélio, o Senhor dado Pedro evidência direta de que os crentes gentios são em todos os sentidos igual a crentes judeus (Atos 10). Em muitas outras ocasiões e de muitas outras maneiras Jesus havia ensinado que todos aqueles que pertencem a Ele é um com Ele e, portanto, um com o outro. Pouco antes de sua prisão, julgamento, crucificação e, Jesus sinceramente e repetidamente orou ao Pai que os que creram nele "todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles sejam em nós ... para que sejam um, como nós somos um: Eu neles e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade "(João 17:21-23).

    Mas se os judaizantes estavam certos, Paulo apontou, Jesus estava errado; se eles ensinaram a verdade, ele havia ensinado falsidade e foi, assim, um ministro do pecado ! Tal acusação deve ter abalado Pedro para seus ossos. Para ser chamado de hipócrita picou o suficiente, mas para ser chamado de pecador era impensável, e ser acusado de fazer Jesus ministro do pecado foi chocante e repugnante. No entanto, a lógica do argumento de Paulo era inevitável. Por suas ações, Pedro tinha em efeito condenou Jesus Cristo. Ele, portanto, teve que abandonar suas simpatias judaizantes ou continuar a fazer o seu Senhor um mentiroso.

    Para sua própria pergunta Paulo respondeu imediatamente, De modo nenhum! Deve ter sido doloroso para Paulo sugerir até mesmo hipoteticamente que Cristo poderia participar, muito menos promover, pecado. Mas o perigo drástica de Judaistic legalismo exigiu tal lógica drástica. Ele não conhecia nenhuma outra maneira de trazer Pedro e os outros para os seus sentidos.

    Ao usar o termo que nos versículos anteriores, Paulo havia graciosamente se identificou com os conciliadores, até certo ponto. Agora, ele ainda mais graciosamente e com amor suaviza o golpe para seus amigos usando-se como um exemplo hipotético. Porque, se eu reconstruir o que eu tenho uma vez destruído, ele disse, eu provar a mim mesmo para ser um transgressor. Em outras palavras, se alguém, incluindo eu mesmo, tenta reconstruir um sistema de legalismo depois de ele ter uma vez destruído ele crendo e pregando o evangelho da graça poderosa de Deus e desamparo pecaminosa do homem, ele prova a si mesmo , não a Cristo, para ser um transgressor. Ele prova-se a ser um hipócrita e um pecador, abandonando a graça para a lei.

    "Eu nunca poderia fazer uma coisa dessas", Paulo afirma, por meio da Lei que eu morri para a lei para que eu pudesse viver para Deus. A idéia de confrontos legalismo com mais clara a verdade de Deus e minhas próprias convicções mais profundas. Agora que eu aceitei graça e morri para a lei, eu nunca poderia voltar ao seu sistema de rituais e ordenanças. Caso contrário, eu não poderia viver para Deus. A lei não é dono do crente; Deus é. Não é a sua relação com a lei que o salva, mas sua relação com Deus.

    "Não sabeis vós, irmãos," Paulo perguntou aos crentes em Roma, "que a lei tem jurisdição sobre uma pessoa, desde que ele vive para a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele vive;? Mas se ela marido morrer, ela está livre da lei relativa ao marido ... Portanto, meus irmãos, vocês também foram feitos para morrer para a lei pelo corpo de Cristo, que você pode estar se juntou a outro, àquele que foi ressuscitado dentre os mortos que demos fruto para Deus "(Rom. 7: 1-2, Rm 7:4).

    Que diremos, pois? Será que devemos continuar no pecado para que a graça pode aumentar? De maneira nenhuma! Como havemos de quem morreu para o pecado ainda viver nele? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com Ele, que o corpo do pecado seja desfeito, que não deve mais ser escravos do pecado; para aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele, sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, para nunca mais morrer de novo é; a morte já não tem domínio sobre ele. Para a morte que Ele morreu, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas a vida que Ele vive, Ele vive para Deus. Mesmo assim vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus.

    Portanto, não deixe que o pecado reine em vosso corpo mortal que você deve obedecer às suas concupiscências, e não ir em apresentar os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade;mas oferecei-vos a Deus, como vivos dentre os mortos, e os vossos membros como instrumentos de justiça de Deus. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. (Rom. 6: 1-14)

    Em ambos os Romanos e aos Gálatas, Paulo está se referindo ao fato de que quando uma pessoa exerce fé no Senhor Jesus Cristo, ele é colocado em união espiritual transcendente com Cristo no evento histórico de Sua morte e ressurreição, em que a pena do pecado era pago na íntegra.
    Se um homem é condenado por um crime capital e é condenado à morte, a lei obviamente não tem mais direito sobre ele. Ele pagou sua dívida com a sociedade. Portanto, mesmo se ele fosse para ressuscitar dentre os mortos, ele ainda seria inocente perante a lei, que não teria nenhum direito sobre sua nova vida. Assim é com o crente que morre em Cristo a subir na vida nova. Ele é livre para sempre de qualquer reivindicação da lei sobre ele. Ele pagou a demanda da lei, quando ele morreu em Cristo. Sua morte física não é punição, apenas uma liberação para a glória fornecida em sua união com Cristo.
    Efeito mais destrutivo do legalismo é que ele cancela o efeito da cruz. Já estou crucificado com Cristo , Paulo testifica, e já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim . Para voltar ao abrigo da lei seria para cancelar a união de um com o sacrifício de Cristo na cruz e, portanto, para voltar sob o pecado.

    Eu morri para a Lei Paulo explica, porque eu estava crucificado com Cristo , e já não sou eu que vivo . O velho, o velho homem está morto, crucificado com Cristo, e do novo homem vive (conforme Cl 3:9-10). Agora eu ... viver para Deus , porque Cristo vive em mim (conforme Rm 8:9; Rm 5:1; Ef 2:5).

    Os dois pilares do evangelho são a graça de Deus e da morte de Cristo, e esses são os dois pilares que, por sua própria natureza, o legalismo destrói. A pessoa que insiste que ele pode ganhar a salvação por seus próprios esforços mina o próprio fundamento do cristianismo e anula a morte precioso de Cristo em seu nome.



    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Gálatas Capítulo 2 do versículo 1 até o 21

    Gálatas 2

    Um homem que não se intimida — Gl 2:1-10

    Na passagem precedente Paulo demonstrou a independência de seu evangelho: demonstrou que não o devia a homem alguém mas sim o tinha recebido diretamente de Deus. Neste nova passagem lhe preocupa demonstrar que essa independência não era anarquia e que seu evangelho não tinha nada de cismático ou sectário, mas sim, em realidade, não era outra coisa senão a fé entregue à Igreja. Depois de quatorze anos de trabalho subiu a Jerusalém levando consigo a Tito, um jovem amigo e seguidor seu de origem grega. Esta visita não era de maneira nenhuma singela. Justamente ao escrever estas palavras sua memore encontra-se confusa. No texto grego há uma desordem que não é possível reproduzir totalmente na tradução. Tratava-se de um problema pessoal do apóstolo: não podia reduzir-se ao mínimo sem dar a impressão de abandonar seus princípios; nem podia dizer muito sem que parecesse que estava em aberta discrepância com os líderes da Igreja. Como resultado, suas frases se entrecortam e desconectam. Seu escrito reflete a ansiedade e a preocupação de sua mente.

    Os verdadeiros líderes da Igreja tinham aceito sua posição desde o começo; mas havia outros que pretendiam dominar a ferocidade de seu espírito. Havia aqueles que, como vimos, aceitavam o cristianismo, mas criam que Deus jamais daria algum privilégio a alguém que não fosse judeu, e, que portanto, antes de alguém tornar-se cristão era preciso circuncidar-se e carregar sobre si a totalidade da Lei. Estes judaizantes, como eram chamados, aproveitaram para fazer de Tito um caso de prova. Há toda uma luta atrás desta passagem; até parece provável que os líderes da Igreja tenham insistido para que Paulo transigisse e cedesse em homenagem à paz. Mas Paulo permaneceu firme como uma rocha. Sabia que estava diante de uma prova, e em nenhum momento cederia um palmo. Ceder teria significado aceitar a escravidão da Lei e dar as costas à liberdade cristã que se encontra em Cristo. No final a determinação de Paulo teve êxito. Aceitou-se em princípio que a obra de Paulo dirigia-se ao mundo não judeu, enquanto que a de Pedro e Tiago ao mundo judeu. Deve-se advertir com cuidado que não se trata de pregar dois evangelhos diferentes; trata-se do mesmo evangelho que tem que ser levado a dois âmbitos diferentes e por pessoas diferentes e especialmente capacitadas para fazê-lo.
    Neste quadro ressaltam com claridade algumas características de Paulo.

    1. Paulo tratava a autoridade com o devido respeito. Não seguia seu próprio caminho. Veio, viu e falou com os líderes da Igreja, apesar de todas as suas diferenças. É uma lei de vida, importante mas esquecida que apesar de toda a razão que possamos ter, nada ganharemos com a rudeza. Não há nenhuma razão para que a cortesia e a vontade tenaz não possam ir juntas.
    2. Paulo não se deixava intimidar. Menciona repetidamente a reputação de que desfrutavam os dirigentes e colunas da Igreja. Respeitava-os, tratava-os com toda cortesia; mas permanecia inflexível. Há uma atitude de respeito mas também outra vil, rasteira ou de estudada condescendência para com aqueles aos quais o mundo ou a Igreja rotulam como grandes. Mas Paulo tinha sempre a absoluta certeza de que não buscava a aprovação dos homens mas sim a de Deus.
    3. Paulo tinha consciência de sua missão especial. Sentia que Deus lhe tinha encomendado uma tarefa e nada poderia detê-lo em sua carreira: nem a oposição de fora nem o desalento interior. Sempre se dará o caso de que o homem que sabe que recebeu uma missão de Deus descobrirá que Deus lhe dá forças para levá-la a cabo.

    A UNIDADE ESSENCIAL

    Gálatas 2:11-13

    Mas as dificuldades não tinham chegado a seu fim. Na Igreja primitiva uma parte da vida era a comida em comum que chamavam agape: festa do amor. Toda a comunidade se congregava nesta festa para desfrutar de uma comida para o qual todos contribuíam com o que tinham. Para muitos que eram escravos devia tratar-se da única comida decente da semana; e de uma maneira muito especial assinalava o companheirismo e a participação comunitária dos cristãos.

    À primeira vista, isto parece algo encantado. Mas devemos lembrar o rígido exclusivismo do judeu curto de idéias. A rigidez do judeu fazia considerar seu povo como o escolhido e em tal medida que implicava o rechaço das outras nações. As demais nações eram impuras “Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 100:5). "Mas sua graça é só para os israelitas; para as outras nações Deus é terrível". "As outras nações são restolho ou palha para o fogo ou felpa que dispersa o vento". "Se um homem se arrepender, Deus o aceita, mas isto só se aplica a Israel, não às demais nações". "Ama a todos mas odeia aos hereges".

    Este exclusivismo era parte da vida diária. Um judeu rígido até tinha proibido negociar com um pagão; não podia viajar com ele; não podia lhe brindar hospitalidade nem aceitar sua hospitalidade. Em Antioquia pois, surgiu um problema tremendo. Sendo assim as coisas, podiam judeus e pagãos sentar-se juntos numa comida comunitária? Se tinham que observar as leis e costumes antigos, era completamente impossível.

    Pedro chegou a Antioquía e, esquecendo em princípio os tabus antigos pela glória da nova fé, participou das comidas comunitárias com judeus e gentios. Mas então chegaram alguns de Jerusalém pertencentes ao partido judeu. Invocavam o nome de Tiago ainda que com toda segurança não representavam as opiniões do apóstolo. Estes influíram tanto sobre Pedro que conseguiram separá-lo das comidas em comum. Os outros judeus se retiraram junto com ele e finalmente o próprio Barnabé participou desta separação. Foi então quando Paulo falou com toda a força de que era capaz sua natureza apaixonada. Ele via certos pontos com clareza meridiana.

    1. Uma Igreja cristã não pode continuar sendo cristã se der lugar nela a qualquer diferença de classes. Os títulos que os homens ostentam entre seus semelhantes carecem de importância na presença de Deus. Perante Deus o homem não é nem judeu nem pagão, nem nobre nem plebeu, nem rico nem pobre: é simplesmente um pecador por quem Cristo morreu. Se os homens participarem de uma filiação comum devem ser irmãos; agora possuem um novo parentesco que lança por terra toda barreira terrena porque são filhos de um Pai que é Deus.
    2. Paulo viu a necessidade de uma intervenção enérgica para rebater a corrente que se tinha produzido. Não aguardou; atacou primeiro. Não se importava absolutamente que essa corrente desviada se relaciona com o nome e o proceder de Pedro. Era equivocada, e isso era o mais importante para ele. Um nome famoso jamais poderá justificar uma ação infame. Paulo é o exemplo vivo do homem enérgico que por sua firmeza pode conter uma corrente desviada de seu leito normal antes que se transforme numa onda incontível.

    O FIM DA LEI

    Gálatas 2:14-17

    Finalmente se toca aqui a própria raiz do assunto. É necessário urgir uma solução que não pode ser dilatada muito tempo. A questão era que a solução de Jerusalém tinha sido um compromisso, e como todo compromisso abrigava a semente da contradição. Com efeito a decisão de Jerusalém tinha estabelecido que os judeus seguiriam vivendo como judeus — observando a circuncisão e a Lei — mas que os gentios ficariam livres destas observâncias. Evidentemente as coisas não podiam continuar assim porque o resultado inevitável seria produzir duas categorias de cristãos e duas classes completamente diferentes na 1greja. A argumentação de Paulo é algo assim: Disse a Pedro: "Você compartilhou a mesa com os gentios pagãos; comeu e viveu da maneira como eles o fazem; agindo assim aprovou em princípio que há um só caminho para judeus e gentios. Como pode mudar agora toda essa decisão? Estava totalmente disposto a viver como os gentios; mas agora você deu uma volta completa, e pretende que os gentios sejam circuncidados, assumam a Lei e se tornem judeus". Para Paulo isto carecia de sentido.
    E agora devemos nos assegurar o significado de uma palavra. Quando o judeu usava o termo pecadores com respeito aos gentios não pensava de maneira nenhuma em qualidades morais: referia-se à observância da Lei. Para tomar um exemplo, Levítico 11 estabelece as leis alimentares judaicas e enumera e classifica os animais que podem e não podem usar para comer. Aquele que comia lebre ou porco quebrantava as leis e se fazia pecador neste sentido do termo.

    Então Pedro tinha respondido a Paulo: "Mas se como com os gentios as coisas que eles comem me faço pecador". A resposta de Paulo é dupla. Em primeiro termo diz: "Já faz tempo que estamos de acordo em que nenhuma medida de observância da Lei pode tornar o homem justo perante Deus. Isto é coisa da graça. Um homem não pode merecer, deve aceitar o oferecimento generoso do amor de Deus. É a confiança suprema no amor de Deus em Jesus o que torna o homem justo perante Deus. Portanto, toda a questão da Lei carece de importância" Logo emprega outra argumentação com a qual abandona a seu competidor sem possibilidade de escape. "Você mantém", diz, "que o esquecimento de toda esta questão de leis, normas e prescrições fará de você pecador. Mas isto é precisamente o que Jesus Cristo disse para você fazer. Não lhe disse que tentasse merecer a salvação comendo este animal e se privando do outro. Disse-lhe que se lançasse sem reservas na graça de Deus. Diria então, que Jesus Cristo lhe ensinou a se tornar pecador?" É obvio que aqui só cabe uma resposta; e a resposta significa que as leis antigas simplesmente foram anuladas.

    Este é o ponto a que tinha que chegar. Não era justo que os gentios tivessem acesso a Deus pela graça e os judeus pela Lei. Para Paulo havia uma só realidade, que era a graça. E todos deviam ir pelo caminho da entrega a essa graça.

    Há duas grandes tentações na vida cristã, e em certo sentido, quanto melhor seja alguém, mais exposto encontra-se às mesmas. Em primeiro termo, está a tentação de tentar ganhar o favor de Deus e a Deus ninguém pode dar nada; o homem sempre tem que receber dele. Em segundo lugar vem a tentação de que o homem que obteve algum pequeno êxito pretenda comparar-se com seu próximo para sua própria vantagem e desvantagem do outro. O cristianismo ao qual fica bastante do "eu" para pensar que por seus próprios esforços pode agradar a Deus, e que com seus próprios logros pode mostrar-se superior aos homens comuns, não tem nada de verdadeiro cristianismo.

    UMA VIDA CRUCIFICADA E RESSUSCITADA

    Gálatas 2:18-21

    O que Paulo expressa aqui surge de sua profunda experiência pessoal. Para ele a nova ereção de toda a fábrica da Lei tivesse significado um suicídio espiritual. Diz que por meio da Lei tinha morrido à Lei para poder viver para Deus. O alcance desta afirmação é o seguinte: tinha tentado o caminho da Lei; com toda a terrível intensidade de seu ardente coração tinha pretendido ganhar o favor de Deus, ficar em boas relações com ele, vivendo uma vida que tentava obedecer cada cláusula da Lei. Tinha chegado a dar-se conta de que esse intento não o conduzia a outra coisa senão a uma sensação cada vez mais profunda de fracasso, à convicção cada vez mais profunda de que jamais poderia corrigir sua relação com Deus mediante nada que pudesse fazer. Tudo o que tinha feito a Lei era lhe mostrar sua própria impotência. Depois desta experiência tinha abandonado bruscamente o caminho da Lei e se lançou, pecador como era, na misericórdia de Deus. A Lei o tinha conduzido a Deus. Retornar agora à Lei teria significado simplesmente voltar a enredar-se no miasma mortal do sentido de afastamento de Deus. Tão grande era essa mudança que a única maneira de descrevê-lo era dizendo que tinha sido crucificado com Cristo e que o homem que ele próprio tinha sido tinha morrido. E agora a vida que o animava não era outra coisa senão o poder de Cristo mesmo. "Se puder por mim mesmo regularizar minha situação perante Deus mediante a obediência meticulosa da Lei, que necessidade há então da graça? Se posso ganhar minha própria salvação, então por que Cristo teve que morrer?"

    Paulo possuía a absoluta certeza de que Jesus Cristo fazia por ele o que ele jamais poderia fazer por si mesmo. Martinho Lutero foi um homem que viveu em carne própria a experiência de Paulo. Lutero foi um exemplo de disciplina e penitência, de renúncia e mortificação. "Se alguma vez", disse "alguém pudesse salvar-se pela vida monástica, esse teria sido eu". Tinha viajado a Roma. Pensou aqui que era um ato de muito mérito subir de joelhos a Scala Sancta, a grande escada sagrada da paixão. Na fatigante ascensão buscava ganhar méritos; mas de repente uma voz do céu lhe disse: "O justo viverá pela fé". A vida em paz com Deus não podia obter-se mediante esse esforço fútil, inacabável e fracassado: só se conseguia a pessoa lançando-se ao amor e à misericórdia de Deus revelados por Jesus Cristo ao homem. A paz chega quando o homem abandona uma luta que o orgulho do eu pensa que pode ganhar, mas que sempre perde, e quando se entrega ao amor perdoador de Deus.

    Quando Paulo tomou a palavra a Deus, a noite escura da frustração da Lei se tornou para ele num amanhecer de graça.


    Dicionário

    Anos

    ano | s. m. | s. m. pl.
    masc. pl. de ano

    a·no 1
    (latim annus, -i)
    nome masculino

    1. [Astronomia] Tempo, de aproximadamente 365 dias e um quarto, que a Terra demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    2. [Astronomia] Tempo que um planeta demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    3. Período de 12 meses consecutivos (ex.: tem um contrato de um ano).

    4. Idade ou tempo de existência, medido em períodos de 12 meses (ex.: a empresa vai fazer 26 anos).

    5. Período de duração aproximada de 12 meses ou menos, em relação às actividades que aí se desenvolvem ou aos acontecimentos que nele acontecem (ex.: ano lectivo, ano judicial).

    6. Nível de escolaridade que corresponde a um ano escolar ou lectivo (ex.: o menino está no segundo ano).


    anos
    nome masculino plural

    7. Dia em que se completa um ou mais anos sobre a data de um acontecimento ou do nascimento de alguém (ex.: festa de anos; prenda de anos; anos de casamento). = ANIVERSÁRIO


    ano bissexto
    Ano com 366 dias, em que Fevereiro tem 29 dias, por oposição a ano comum.

    ano civil
    Divisão do calendário gregoriano, com 365 ou 366 dias (se for ano bissexto), que principia a 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro.

    ano comum
    Ano com 365 dias, em que Fevereiro tem 28 dias, por oposição a ano bissexto.

    ano de safra
    Ano abundante.

    ano económico
    Período que, para efeitos administrativos, principia em 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro seguinte.

    ano escolar
    Período compreendido entre o início e o fim de todas as actividades escolares.

    ano lectivo
    Período compreendido entre o início das aulas e o fim das aulas ou das actividades escolares.

    ano natural
    O mesmo que ano civil.

    ano novo
    Ano que começa.

    Noite de passagem de ano de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro.

    ano planetário
    [Astronomia] Tempo que um planeta gasta a fazer a sua revolução à volta do Sol.

    ano sabático
    Religião Último ano de um ciclo de sete anos, no calendário judaico, em que nãso são permitidas certas actividades agrícolas nem a cobrança de dívidas.

    Ano lectivo concedido a professores para investigação ou formação.

    ano secular
    Último ano de cada século (ex.: o ano 2000 foi o ano secular do século XX).

    ano sideral
    [Astronomia] Tempo que o Sol, no seu movimento aparente, gasta para voltar ao mesmo ponto do céu em relação às constelações. (A sua duração é de 365 dias, 6 horas, 9 minutos, 9 segundos.)

    fazer anos
    Completar mais um ano de existência.

    muitos anos a virar frangos
    [Portugal, Informal] Muita experiência (ex.: não tem problemas com saltos altos, são muitos anos a virar frangos).

    verdes anos
    A juventude.


    a·no 2
    (latim anus, -i, ânus)
    nome masculino

    O mesmo que ânus.


    ano | s. m. | s. m. pl.
    masc. pl. de ano

    a·no 1
    (latim annus, -i)
    nome masculino

    1. [Astronomia] Tempo, de aproximadamente 365 dias e um quarto, que a Terra demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    2. [Astronomia] Tempo que um planeta demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    3. Período de 12 meses consecutivos (ex.: tem um contrato de um ano).

    4. Idade ou tempo de existência, medido em períodos de 12 meses (ex.: a empresa vai fazer 26 anos).

    5. Período de duração aproximada de 12 meses ou menos, em relação às actividades que aí se desenvolvem ou aos acontecimentos que nele acontecem (ex.: ano lectivo, ano judicial).

    6. Nível de escolaridade que corresponde a um ano escolar ou lectivo (ex.: o menino está no segundo ano).


    anos
    nome masculino plural

    7. Dia em que se completa um ou mais anos sobre a data de um acontecimento ou do nascimento de alguém (ex.: festa de anos; prenda de anos; anos de casamento). = ANIVERSÁRIO


    ano bissexto
    Ano com 366 dias, em que Fevereiro tem 29 dias, por oposição a ano comum.

    ano civil
    Divisão do calendário gregoriano, com 365 ou 366 dias (se for ano bissexto), que principia a 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro.

    ano comum
    Ano com 365 dias, em que Fevereiro tem 28 dias, por oposição a ano bissexto.

    ano de safra
    Ano abundante.

    ano económico
    Período que, para efeitos administrativos, principia em 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro seguinte.

    ano escolar
    Período compreendido entre o início e o fim de todas as actividades escolares.

    ano lectivo
    Período compreendido entre o início das aulas e o fim das aulas ou das actividades escolares.

    ano natural
    O mesmo que ano civil.

    ano novo
    Ano que começa.

    Noite de passagem de ano de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro.

    ano planetário
    [Astronomia] Tempo que um planeta gasta a fazer a sua revolução à volta do Sol.

    ano sabático
    Religião Último ano de um ciclo de sete anos, no calendário judaico, em que nãso são permitidas certas actividades agrícolas nem a cobrança de dívidas.

    Ano lectivo concedido a professores para investigação ou formação.

    ano secular
    Último ano de cada século (ex.: o ano 2000 foi o ano secular do século XX).

    ano sideral
    [Astronomia] Tempo que o Sol, no seu movimento aparente, gasta para voltar ao mesmo ponto do céu em relação às constelações. (A sua duração é de 365 dias, 6 horas, 9 minutos, 9 segundos.)

    fazer anos
    Completar mais um ano de existência.

    muitos anos a virar frangos
    [Portugal, Informal] Muita experiência (ex.: não tem problemas com saltos altos, são muitos anos a virar frangos).

    verdes anos
    A juventude.


    a·no 2
    (latim anus, -i, ânus)
    nome masculino

    O mesmo que ânus.


    Barnabé

    barnabé | s. m.
    Será que queria dizer Barnabé?

    bar·na·bé
    (Barnabé, antropónimo [personagem das letras de alguns sambas])
    nome masculino

    [Brasil, Informal] Funcionário público que está numa hierarquia inferior.


    Filho da consolação. Talvez, na sua origem, filho de Nebo – conhecido primeiramente pelo nome de José (At 4. 36). Barnabé, levita, natural da ilha de Chipre, era um dos mais antigos crentes em Jesus Salvador, e parece ter tido especial zelo em exortar e animar os ouvintes. Era homem abastado, mas vendeu os seus bens e depositou o dinheiro da venda aos pés dos apóstolos. Na ocasião em que os cristãos judaicos hesitavam em receber Paulo como seu irmão, foi Barnabé quem venceu a sua relutância, e apresentou o novo convertido à igreja de Jerusalém (At 9:27). Era tão altamente considerado, e tanto confiavam no seu bom senso e integridade de caráter, que foi várias vezes encarregado de delicadas e importantes missões (At 11:19-26,30). Foi com referência à missão de Barnabé em Antioquia que Lucas emprega a seu respeito estas significativas palavras: ‘era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé’ (At 11:24). Ele acompanhou Paulo na sua primeira viagem missionária (At 13:2-3). Em Listra, depois de ter curado um coxo, os pagãos prestaram-lhe culto, julgando ser ele o deus Júpiter (At 14:12). Levantaram-se divergências entre Barnabé e Paulo a respeito de João Marcos, primo ou sobrinho de Barnabé (Cl 4:10), e ele já não acompanhou Paulo na segunda viagem missionária deste Apóstolo (At 15:36 e seguintes). o rompimento foi mais tarde reparada, sendo certo que na providência de Deus esse fato havia servido para maior extensão da obra evangélica. Pouco se sabe da vida posterior de Barnabé. Diz-se que ele sofreu martírio pela sua fé. A sua vida foi cheia de abnegação e zelo – mas uma vez ele transigiu em atos que sabia não serem bons (Gl 2:12-13). Que não era homem casado parece depreender-se do que está escrito em 1 Co 9.6, passagem que também nos faz ver que, apesar da antiga questão, era ele tido em grande consideração pelo Apóstolo.

    O apelido que os apóstolos deram a um levita natural de Chipre que se tornou líder na igreja primitiva. Seu nome judeu era José, mas Lucas interpretou seu nome apostólico como “filho da consolação”, para sugerir algo do seu caráter (At 4:36). Barnabé é mencionado 29 vezes em Atos e cinco nas cartas de Paulo. A primeira aparição de Barnabé foi em Jerusalém, onde é citado como um maravilhoso exemplo de generosidade (At 4:32-37). Quando Saulo de Tarso se converteu, foi ele quem o apresentou aos apóstolos em Jerusalém (At 9:27).

    Os dons de Barnabé foram reconhecidos pela igreja de Jerusalém, que o enviou para investigar as atividades cristãs em Antioquia (At 11:22). Ele ficou empolgado com o desenvolvimento espiritual e encorajou os crentes a permanecer fiéis (At 11:23). Recrutou Saulo (também conhecido como Paulo, At 13:9), e os dois trabalharam juntos em Antioquia e ensinaram muitas pessoas (At 11:25-26).

    No meio de uma crise de fome, durante o governo do imperador Cláudio, a igreja em Antioquia enviou ajuda para os irmãos na Judéia, cuja tarefa foi confiada a Barnabé e a Paulo (At 11:30), os quais foram comissionados e enviados na primeira viagem missionária (At 13:1-3). Conscientes da direção do Espírito, eles pregaram por toda a ilha de Chipre, onde o procônsul Sérgio Paulo creu no Evangelho (At 13:7-12). Eles navegaram adiante e chegaram a Perge, na Panfília (atual Turquia); um dos componentes da equipe, João Marcos, separou-se deles e voltou para Jerusalém (At 13:13). Daí em diante, parece que Paulo assumiu a liderança, pois Lucas (o escritor do livro de Atos) refere-se a “Paulo e os que estavam com ele” (At 13:13). A dupla missionária seguiu adiante e pregou em Antioquia da Pisídia, Listra, Icônio e Derbe, diante da oposição e do interesse da multidão (At 13:42-51; At 14:1-7,19-21). Indicaram homens aptos a prover futura liderança para cada igreja (At 14:23). Evidentemente Barnabé tinha a figura mais imponente, pois em Listra foi chamado de “Júpiter” e Paulo, de “Mercúrio, porque este era o que falava” (At 14:12). Na viagem de volta, fizeram o mesmo itinerário e, ao chegar a Antioquia da Síria, prestaram o relatório sobre a missão realizada (At 14:21-28). Paulo e Barnabé apresentaram a proposta sobre a plena admissão dos gentios na igreja (At 15:1-5,
    12) e receberam apoio do concílio de Jerusalém (vv 22-29). A decisão do conclave foi bem aceita em Antioquia, onde ambos ficaram por algum tempo, pregando e ensinando (vv. 30-35). Infelizmente, os dois companheiros tiveram um sério desentendimento a respeito de João Marcos. Paulo recusou-se a levá-lo na segunda viagem missionária, enquanto Barnabé deu-lhe uma segunda chance, ao conduzi-lo consigo a Chipre (At 15:36-39). A partir desse momento, o filho da consolação não é mais mencionado no relato de Atos.

    Existem três referências a Barnabé em Gálatas (Gl 2:13), onde aparece com Paulo e Tito numa consulta com os líderes da igreja em Jerusalém. Durante essa reunião privativa, Tiago, Cefas (Pedro) e João estenderam a destra da comunhão a Barnabé e Paulo, ao concordar que deveriam ir para os “gentios, e eles à circuncisão (aos judeus)” (Gl 2:9). Lamentavelmente, Pedro cedeu às pressões dos defensores da circuncisão e “até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação”, que Paulo confrontou e repreendeu (Gl 2:13-14).

    Em I Coríntios, Paulo discute os direitos de um apóstolo e levanta uma série de questões retóricas destinadas a estabelecer o princípio de que “os que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9:14). Assim, ele pergunta incisivamente: “Não temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou só eu e Barnabé não temos o direito de deixar de trabalhar?” (1Co 9:5-6).

    A referência final a Barnabé é tocante, porque se relaciona a João Marcos, seu sobrinho, o qual mandou saudações com Aristarco, prisioneiro junto com Paulo. O problema que tiveram foi resolvido e o apóstolo escreve aos colossenses: “Se ele (João Marcos) for ter convosco, recebeio” (Cl 4:10). O ministério paciente de Barnabé com João Marcos foi bem-sucedido (2Tm 4:11).

    O que se poderia dizer sobre o caráter de Barnabé? Era uma pessoa boa, generosa e calorosa, que ofertou abundantemente seu tempo e seus talentos para a causa de Cristo, tanto em casa como nos lugares distantes. Era um homem de oração, que buscava a direção do Espírito Santo para tomar as decisões. Encorajava seu companheiros de trabalho no ministério cristão e era um amigo sempre disposto a dar uma segunda chance a quem precisasse. Via potencial nas pessoas e desejava recrutá-las, mesmo que, só com o tempo, conforme aconteceu com Paulo, pudessem superar as dificuldades. Como qualquer outro ser humano, Barnabé podia ceder às pressões, mas geralmente “era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11:24).

    A.A.T.


    Barnabé [Aquele que Dá Coragem] - Sobrenome de José, LEVITA rico, natural da ilha de Chipre e convertido ao cristianismo (At 4:36); 9.27). Foi companheiro de Paulo em sua primeira viagem missionária (At 11:22-26); caps. 13—15). Paulo se refere várias vezes a ele (1Co 9:6); (Gal 2:1,9,13); (Col 4:)

    Catorze

    numeral Treze mais um; quatorze.
    substantivo masculino Designação ou representação desse número (14).
    adjetivo Que ocupa a décima quarta posição numa série: livro catorze.
    Etimologia (origem da palavra catorze). Do latim "quattuordecim", quatorze, catorze.

    Depois

    advérbio Seguidamente; numa circunstância posterior: chegou depois das 21h.
    Atrás; de modo posterior, na parte de trás: saiu depois da banda.
    Ademais; em adição a: o tumulto foi desordeiro e, depois, se opôs ao governo.
    Etimologia (origem da palavra depois). De origem questionável.

    logo. – Segundo Lac. – “ambos estes advérbios indicam tempo que se segue ao atua1; porém logo designa termo mais próximo, e depois termo mais remoto. Logo ao sair da missa montaremos a cavalo; e depois de darmos um bom passeio, iremos jantar com teu tio”.

    Jerusalém

    Jerusalém Tem-se interpretado o nome dessa cidade como “cidade da paz”. Na Bíblia, aparece pela primeira vez como Salém (Gn 14:18), com a qual costuma ser identificada. A cidade foi tomada pelos israelitas que conquistaram Canaã após a saída do Egito, mas não a mantiveram em seu poder. Pelo ano 1000 a.C., Davi tomou-a das mãos dos jebuseus, transformando-a em capital (2Sm 5:6ss.; 1Cr 11:4ss.), pois ocupava um lugar central na geografia do seu reino. Salomão construiu nela o primeiro Templo, convertendo-a em centro religioso e local de peregrinação anual de todos os fiéis para as festas da Páscoa, das Semanas e das Tendas. Em 587-586 a.C., houve o primeiro Jurban ou destruição do Templo pelas tropas de Nabucodonosor. Ao regressarem do exílio em 537 a.C., os judeus empreenderam a reconstrução do Templo sob o incentivo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias; mas a grande restauração do Templo só aconteceu, realmente, com Herodes e seus sucessores, que o ampliaram e o engrandeceram. Deve-se a Herodes a construção das muralhas e dos palácios-fortalezas Antônia e do Palácio, a ampliação do Templo com a nova esplanada, um teatro, um anfiteatro, um hipódromo e numerosas moradias. O fato de ser o centro da vida religiosa dos judeus levou os romanos a fixarem a residência dos governadores em Cesaréia, dirigindo-se a Jerusalém somente por ocasião de reuniões populares como nas festas.

    No ano 70 d.C., aconteceu o segundo Jurban ou destruição do Templo, desta vez pelas mãos das legiões romanas de Tito. Expulsos de Jerusalém após a rebelião de Bar Kojba (132-135 d.C.), os judeus do mundo inteiro jamais deixaram de esperar o regresso à cidade, de forma que, em meados do séc. XIX, a maioria da população hierosolimita era judia. Após a Guerra da Independência (1948-1949), a cidade foi proclamada capital do Estado de Israel, embora dividida em zonas árabe e judia até 1967.

    Jesus visitou Jerusalém com freqüência. Lucas narra que, aos doze anos, Jesus se perdeu no Templo (Lc 2:41ss.) e várias foram as visitas que ele realizou a essa cidade durante seu ministério público (Lc 13:34ss.; Jo 2:13). A rejeição dos habitantes à sua mensagem fez Jesus chorar por Jerusalém, destinada à destruição junto com o Templo (Lc 13:31-35). Longe de ser um “vaticinium ex eventu”, essa visão aparece em Q e deve ser anterior ao próprio Jesus. Em Jerusalém, Jesus foi preso e crucificado, depois de purificar o Templo.

    O fato de esses episódios terem Jerusalém por cenário e de nela acontecerem algumas aparições do Ressuscitado e igualmente a experiência do Espírito Santo em Pentecostes pesou muito na hora de os apóstolos e a primeira comunidade judeu-cristã fixarem residência (At 1:11).

    J. Jeremías, Jerusalén en tiempos de Jesús, Madri 1985; C. Vidal Manzanares, El Judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; A. Edersheim, Jerusalén...; E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.


    Existia, com o nome de Uruslim, isto é, Cidade de Salim ou Cidade da Paz, uma cidade no mesmo sítio de Jerusalém, antes de terem os israelitas atravessado o rio Jordão ao entrarem na Palestina. inscrições da coleção de Tel el-Amarna mostram que naquele tempo (cerca de 1400 a.C.) era aquela povoação um lugar de alguma importância, cujo governador estava subordinado ao Egito. o nome aparece já com a forma de Jerusalém em Js 10:1. os judeus identificavam-na com Salém, de que Melquisedeque foi rei (Gn 14:18 – *veja também Sl 76. 2). os atuais habitantes, judeus e cristãos, conservam o nome de Yerusalim, embora sob o poder dos romanos fosse conhecida pelo nome de Aelia Capitolina, e seja pelos maometanos chamada El-Kuds, o Santuário, tendo ainda outros títulos, segundo as suas conexões. Quanto à sua situação estava Jerusalém entre as tribos de Judá e Benjamim, distante do Mediterrâneo 51 km, do rio Jordão 30 km, de Hebrom 32 km, e 58 km de Samaria. Acha-se edificada no alto de uma larga crista montanhosa, que atravessa o país de norte a sul, e está sobre duas elevações, que se salientam do platô para o sul, e são acessíveis apenas por estradas dificultosas. Esta proeminência está entre dois desfiladeiros, que tornam a aproximação difícil, a não ser pelo norte, e por isso constitui uma defesa natural. Do lado oriental está o vale de Cedrom, que também é chamado vale de Josafá. Ao sudoeste e pelo sul se vê outro desfiladeiro, o vale de Hinom. Estas duas ravinas unem-se no Poço de Jacó (Bir Eyab), numa profundidade de 200 metros, medida desde a parte superior do platô. A cidade, possuindo tais defesas naturais, as montanhas circunjacentes, e os profundos desfiladeiros, forma, assim, uma compacta fortaleza montanhosa (Sl 87:1 – 122.3 – 125.1,2). Com respeito à história de Jerusalém, começa no A.T.com o aparecimento de Melquisedeque, rei de Salém, que abençoou Abraão (Gn 14:18-20 – *veja Hb 7:1). No cap. 10 de Josué, fala-se de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, o qual formou uma liga contra o povo de Gibeom, que tinha feito um acordo com Josué e os israelitas invasores. Josué prendeu e mandou executar os cinco reis confederados, incluindo o rei de Jerusalém – mas, embora as cidades pertencentes aos outros quatro fossem atacadas, é certo ter escapado naquela ocasião a cidade de Jerusalém. Ela é nomeada entre ‘as cidades no extremo sul da tribo dos filhos de Judá’ (Js 15:21-63) – e é notada a circunstância de não terem podido os filhos de Judá expulsar. os jebuseus, habitantes daquela cidade, habitando juntamente os invasores com o povo invadido. A sua conquista definitiva está indicada em Jz 1:8. Mais tarde os jebuseus parece que fizeram reviver a sua confiança na fortaleza da sua cidade. Quando Davi, cuja capital era então Hebrom, atacou Jerusalém (2 Sm 5), os habitantes mofaram dele (2 Sm 5.6). A réplica de Davi foi fazer uma fala aos seus homens, que resultou na tomada da ‘fortaleza de Sião’. E então foi a capital transferida para Jerusalém, aproximadamente no ano 1000 a.C., vindo ela a ser ‘a cidade de Davi’. Para aqui trouxe este rei a arca, que saiu da casa de obede-Edom (2 Sm 6.12). Sendo ferido o povo por causa da sua numeração, foi poupada a cidade de Jerusalém (2 Sm 24,16) – e na sua gratidão comprou Davi a eira de Araúna, o jebuseu, e levantou ali um altar (2 Sm 24.25), preparando-se para construir naquele sítio um templo (1 Cr 22.1 a
    4) – mas isso só foi levado a efeito por Salomão (1 Rs 6.1 a 38). Quando o reino se dividiu, ficou sendo Jerusalém a capita! das duas tribos, fiéis a Roboão (1 Rs 14.21). No seu reinado foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14,25) – e no tempo do rei Jeorão pelos filisteus e árabes (2 Cr 21.16,17) – e por Joás, rei de israel, quando o seu rei era Amazias (2 Cr 25.23,24). No reinado de Acaz foi atacada pelo rei Rezim, da Síria, e por Peca, rei de israel, mas sem resultado (2 Rs 16.5). Semelhantemente, foi a tentativa de Senaqueribe no reinado de Ezequias (2 Rs 18.19 – 2 Cr 32 – is 36:37). Quando governava Manassés, os seus pecados e os do povo foram a causa da prisão do rei e da sua deportação para Babilônia (2 Cr 33.9 a 11). Josias realizou em Jerusalém uma reforma moral e religiosa (2 Cr 34.3 a 5). Quando, no período de maior decadência, reinava Joaquim, foi a cidade cercada e tomada pelas forças de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que deportou para aquele império o rei e o povo, à exceção dos mais pobres dos seus súditos (2 Rs 24.12 a 16). Zedequias foi colocado no trono, mas revoltou-se. Vieram outra vez as tropas de Nabucodonosor, e então Jerusalém suportou um prolongado cerco – mas, por fim, foi tomada, sendo destruído o templo e os melhores edifícios, e derribadas as suas muralhas (2 Rs 25). No tempo de Ciro, como se acha narrado em Esdras, voltou o povo do seu cativeiro, sendo o templo reedificado, e restaurada a Lei. As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3). Alexandre Magno visitou a cidade, quando o sumo sacerdócio era exercido por Jadua, que é mencionado em Ne 12:11-22. Morto Alexandre, e feita a divisão das suas conquistas, ficou a Judéia nos limites dos dois Estados rivais, o Egito e a Síria. Como efeito dessa situação raras vezes tinham os judeus uma paz duradoura. Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C., a qual foi fortificada e embelezada no tempo de Simão, o Justo, no ano 300 a.C., mais ou menos (Ecclus. 50). Antíoco, o Grande, conquistou-a em 203 (a.C.) – mas em 199 foi retomada por Scopas, o general alexandrino. Após a derrota dos egípcios, infligida por Antíoco, caiu novamente Jerusalém sob o seu domínio em 19S. Foi depois tomada por Antíoco Epifanes, que profanou o templo, e ergueu um altar pagão no lugar do altar do Senhor (Dn 11:31) – mas no ano 165 foi a cidade reconquistada por Judas Macabeu. Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C., e foi saqueada pelos partos no ano 40. Retomou-a Herodes, o Grande, no ano 37 a.C. : foi ele quem restaurou o templo, levantando o edifício que foi visitado por Jesus Cristo. Com respeito ao lugar que ocupava Jerusalém na alma dos hebreus, *veja Sl 122:6 – 137.5,6 – is 62:1-7 – cp.com 1 Rs 8.38 – Dn 6:10 e Mt 5:35. A Jerusalém do N.

    Jerusalém [Lugar de Paz] - Cidade situada a uns 50 km do mar Mediterrâneo e a 22 km do mar Morto, a uma altitude de 765 m. O vale do Cedrom fica a leste dela, e o vale de Hinom, a oeste e ao sul. A leste do vale de Cedrom está o Getsêmani e o monte das Oliveiras. Davi tornou Jerusalém a capital do reino unido (2Sm 5:6-10). Salomão construiu nela o Templo e um palácio. Quando o reino se dividiu, Jerusalém continuou como capital do reino do Sul. Em 587 a.C. a cidade e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor (2Rs 25:1-26). Zorobabel, Neemias e Esdras reconstruíram as muralhas e o Templo, que depois foram mais uma vez destruídos. Depois um novo Templo foi construído por Herodes, o Grande. Tito, general romano, destruiu a cidade e o Templo em 70 d.C. O nome primitivo da cidade era JEBUS. Na Bíblia é também chamada de Salém (Gn 14:18), cidade de Davi (1Rs 2:10), Sião (1Rs 8:1), cidade de Deus (Sl 46:4) e cidade do grande Rei (Sl 48:2). V. os mapas JERUSALÉM NO AT e JERUSALÉM NOS TEM

    -

    Passados

    passado | adj. | s. m. | s. m. pl.
    masc. pl. part. pass. de passar

    pas·sa·do
    (particípio de passar)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Que passou ou decorreu.

    2. Que se passou (ex.: roupa passada).

    3. Que secou ao sol ou a que se retirou humidade (ex.: figos passados). = PASSO, SECO

    4. Que está demasiado maduro.

    5. Trespassado.

    6. Surpreendido, atordoado.

    7. Que é um pouco doido ou está sob efeito de estupefacientes.

    8. Culinária Que se fritou ou grelhou durante determinado tempo (ex.: bife bem passado; ovo mal passado).

    9. [Portugal, Informal] Que é doido, maluco (ex.: ele é completamente passado). = PASSADO DA CABEÇA, PASSADO DA MARMITA

    nome masculino

    10. Conjunto de factos ocorridos antes do momento presente.

    11. Tempo antes do presente.

    12. Gramática Conjunto de tempos verbais que designa acção ou estado anterior. = PRETÉRITO


    passados
    nome masculino plural

    13. Antepassados.


    pas·sar -
    (latim vulgar *passare, de passus, -us, passo)
    verbo transitivo

    1. Atravessar, transpor.

    2. Deixar atrás.

    3. Exceder.

    4. Empregar.

    5. Gastar.

    6. Traspassar ou vender.

    7. Utilizar um ferro de engomar para alisar a roupa (ex.: passou 5 camisas). = ENGOMAR

    8. Filtrar, coar.

    9. Transmitir ou ser transmitido; divulgar ou ser divulgado (ex.: a rádio passou o falecimento, mas a televisão não; isso passou nas notícias).

    10. Propagar-se.

    11. Pôr em circulação.

    12. Fazer secar ao sol ou ao calor.

    13. Sofrer.

    14. Omitir.

    verbo intransitivo

    15. Atravessar determinado ponto.

    16. Mudar de situação.

    17. Mudar de lugar.

    18. Ir mais longe.

    19. Transitar.

    20. Decorrer.

    21. Correr por.

    22. Resvalar, deslizar.

    23. Tocar; parar; fazer escala.

    24. Ter curso; circular.

    25. Ser aprovado (em exame).

    26. Não ficar; desaparecer; não ser permanente.

    27. Cessar, acabar; morrer.

    28. Perder (por excesso de pontos, no jogo, etc.).

    verbo pronominal

    29. Suceder, decorrer.

    30. Mudar (deixando um lugar, partido, etc., por outro).

    31. [Portugal, Informal] Perder a calma ou o tino.

    verbo auxiliar

    32. Usa-se seguido da preposição a e infinitivo, para indicar início de acção, processo ou estado (ex.: vou passar a andar mais vezes de transportes públicos).

    nome masculino

    33. Passagem do tempo (ex.: com o passar dos dias, habituaram-se ao clima).


    passar de
    Exceder.

    passar em claro
    Omitir.

    Não dormir.

    passar o tempo
    Divertir-se.

    passar pelas armas
    Espingardear.

    passar por alto
    Tratar de leve.

    passar por cima de
    [Informal] Atropelar.

    [Informal] Desrespeitar, transgredir.

    [Informal] Omitir, inadvertida ou voluntariamente. = PULAR, SALTAR

    [Informal] Não considerar, não levar em conta. = IGNORAR


    Tito

    Nome Grego - Significado: Dos gigantes.

    Amigo e companheiro de confiança de S. Paulo. Era grego de nascimento (Gl 2:3), e foi convertido ao Cristianismo por influência daquele Apóstolo, que lhe chamava seu ‘verdadeiro filho, segundo a fé comum’ (Tt 1:4 – cp com 1 Tm 1.2). Nada se sabe com respeito à sua família ou à sua terra natal. Pela primeira vez se fala de Tito, na ocasião em que acompanhava Paulo e Barnabé à cidade de Jerusalém (Gl 2:1 – e *veja At 15:2). Passados alguns anos, ele reaparece em conexão com a igreja de Corinto, de onde levou uma carta ao Apóstolo (2 Co 7.6 – um relatório ansiosamente esperado – 2 Co 2.13). o interesse que Tito tomou por aquela igreja parece ter sido notável (2 Co 8.23), sendo a sua pureza de motivos considerada como inquestionável (2 Co 12.17,18). Por determinação de Paulo ficou ele em Creta (Tt 1:5). Não há indício de qualquer visita do Apóstolo àquela ilha, a não ser o que se lê em At 27:7 – mas é possível que tivesse estado em Creta depois da sua primeira prisão em Roma. Tito teve que encontrar-se de novo com Paulo em Nicópolis (Tt 3:12). Depois deste fato, separou-se do Apóstolo para ir à Dalmácia (2 Tm 4.10). Nada se sabe com relação à sua vida posterior. Alguns o têm identificado com Justo, ao qual se faz uma referência em At 18. 7, e com Silas, mas o seu nome não aparece nos At.

    Um dos maiores companheiros de ministério de Paulo. Era tão útil e confiável que o apóstolo o deixou em Creta e depois escreveu-lhe uma carta com as devidas instruções para a estruturação de uma igreja com liderança significativa, de maneira que ela depois pudesse andar sozinha. Assim, algumas das instruções mais detalhadas que temos sobre líderes (Tt 1:5-9), o papel dos anciãos (2:2), das mulheres mais idosas (2:3), das mais jovens (2:4,5), dos jovens (2:6-8) e dos escravos (2:9,10), chegam a nós por meio desta carta. Tito também era um competente mestre; por isso, Paulo o exortou a ensinar a sã doutrina (2:1,15). Precisava ser um modelo de caráter, pois o apóstolo queria que essas qualidades fossem ensinadas à comunidade de Creta.

    Obviamente, Paulo tinha Tito em elevada estima, pois sua chegada para ajudá-lo trouxe-lhe muita alegria e conforto (2Co 2:13-2Co 7:6). Este jovem também foi útil ao apóstolo em Corinto, onde ele o deixou para ajudar os cristãos da cidade numa variedade de assuntos, inclusive levantar fundos para ajudar as igrejas carentes (2Co 7:13-14;8:6-23). De fato, o apóstolo considerava Tito um grande mensageiro de Deus, cujo termo significa “apóstolo”, não no sentido técnico dos doze — mas uma forma atenuada de missionário, um servo comissionado a edificar a Igreja.

    Tito também é bem conhecido porque acompanhou Paulo e Barnabé numa reunião em Jerusalém onde foi discutido o papel dos gentios na 1greja. Era descendente de gregos; por isso, não foi forçado a circuncidar-se pelos dirigentes da conferência. (Alguns relacionam essa reunião com At 15, enquanto outros a ligam a At 11:29-30. A Bíblia não deixa este ponto claro.) Desta maneira, Tito tornou-se a principal ilustração do livre acesso dos gentios ao Evangelho. Não precisava tornar-se judeu para ser considerado um cristão.

    Tito tinha qualidades de um servo exemplar. Ele possuía um longo histórico de serviços prestados. Era fiel. Era digno de confiança. Podia receber responsabilidades e realizá-las adequadamente. Era suficientemente organizado para liderar outros e estabelecer novos grupos de líderes. Foi uma das figuras fundamentais da Igreja primitiva. D.B.


    Tito
    1) Cristão grego, companheiro e amigo de Paulo, seu pai na fé. Foi pastor em CRETA (Gl 2:1-3); (Tt 1:4-5). Seu nome é mencionado várias vezes em 2Co (2.13 7:6-16; 8.6,16,23; 12.18).

    2) General romano que tomou JERUSALÉM em 70 d.C. e que foi imperador de 79 a 81 d.C.

    Vez

    substantivo masculino Dado momento; certa ocasião, circunstância ou período de tempo: uma vez ele apareceu na loja e fez um escândalo enorme.
    Turno; momento que pertence a alguém ou a essa pessoa está reservado: espere a sua vez!
    Ocasião; tendência para que algo se realize; em que há oportunidade: deste vez irei à festa!
    Acontecimento recorrente; ocorrência de situações semelhantes ou iguais: ele se demitiu uma vez; já fui àquele restaurante muitas vezes.
    Parcela; usado para multiplicar ou comparar: vou pagar isso em três vezes; três vezes dois são seis.
    locução adverbial Às vezes ou por vezes: só vou lá de vez em quando.
    De uma vez por todas. Definitivamente: ele foi embora de uma vez por todas.
    De vez em quando ou de quando em vez. Quase sempre: vou ao trabalho de vez em quando.
    De vez. De modo final: acabei de vez com meu casamento!
    Desta vez. Agora; neste momento: desta vez vai ser diferente.
    locução prepositiva Em vez de, em lugar de.
    Era uma vez. Em outro tempo: era uma vez um rei que.
    Uma vez na vida e outra na morte. Muito raramente: tenho dinheiro uma vez na vida e outra na morte.
    Etimologia (origem da palavra vez). Do latim vice.

    vez (ê), s. f. 1. Unidade ou repetição de um fato: Uma vez. Cinco vezes. 2. Tempo, ocasião, momento oportuno para agir: Falar na sua vez. 3. Ensejo, oportunidade. 4. Dose, pequena porção, quinhão.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Gálatas 2: 1 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Então, depois de catorze anos, subi outra vez para dentro de Jerusalém, com Barnabé, havendo eu levado juntamente comigo também Tito
    Gálatas 2: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    54 d.C.
    G1180
    dekatéssares
    δεκατέσσαρες
    ()
    G1223
    diá
    διά
    Através dos
    (through)
    Preposição
    G1519
    eis
    εἰς
    (A
    (disputed)
    Verbo
    G1899
    épeita
    ἔπειτα
    ronco, rosnado, gemido
    (and the sound)
    Substantivo
    G2094
    étos
    ἔτος
    admoestar, avisar, ensinar, brilhar, iluminar, ser claro, ser brilhoso
    (And you shall teach)
    Verbo
    G2414
    Hierosólyma
    Ἱεροσόλυμα
    denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
    (Jerusalem)
    Substantivo - neutro acusativo plural
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G305
    anabaínō
    ἀναβαίνω
    ascender
    (went up)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G3326
    metá
    μετά
    .. .. ..
    (.. .. ..)
    Substantivo
    G3825
    pálin
    πάλιν
    Seu coração
    (his heart)
    Substantivo
    G4838
    symparalambánō
    συμπαραλαμβάνω
    esfregar, polir
    (then it shall be scoured)
    Verbo
    G5103
    Títos
    Τίτος
    o Rio
    (the river)
    Substantivo
    G921
    Barnábas
    Βαρνάβας
    (P
    (and scatter)
    Verbo


    δεκατέσσαρες


    (G1180)
    dekatéssares (dek-at-es'-sar-es)

    1180 δεκατεσσαρες dekatessares

    de 1176 e 5064; n indecl

    1. quatorze

    διά


    (G1223)
    diá (dee-ah')

    1223 δια dia

    preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep

    1. através de
      1. de lugar
        1. com
        2. em, para
      2. de tempo
        1. por tudo, do começo ao fim
        2. durante
      3. de meios
        1. atrave/s, pelo
        2. por meio de
    2. por causa de
      1. o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
        1. por razão de
        2. por causa de
        3. por esta razão
        4. consequentemente, portanto
        5. por este motivo

    εἰς


    (G1519)
    eis (ice)

    1519 εις eis

    preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

    1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

    ἔπειτα


    (G1899)
    épeita (ep'-i-tah)

    1899 επειτα epeita

    de 1909 e 1534; adv

    1. logo após, logo depois, então, posteriormente

    ἔτος


    (G2094)
    étos (et'-os)

    2094 ετος etos

    aparentemente, uma palavra primária; n n

    1. ano

    Sinônimos ver verbete 5843


    Ἱεροσόλυμα


    (G2414)
    Hierosólyma (hee-er-os-ol'-oo-mah)

    2414 Ιεροσολυμα Hierosoluma

    de origem hebraica 3389 ירושלימה, cf 2419; TDNT - 7:292,1028; n pr loc

    Jerusalém = “habita em você paz”

    1. denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
    2. “a Jerusalém que agora é”, com suas atuais instituições religiosas, i.e. o sistema mosaico, assim designada a partir de sua localização externa inicial
    3. “Jerusalém que está acima”, que existe no céu, de acordo com a qual se supõe será construída a Jerusalém terrestre
      1. metáf. “a Cidade de Deus fundamentada em Cristo”, hoje se apresenta como igreja, mas depois da volta de Cristo se apresentará como o pleno reino messiânico

        “a Jerusalém celestial”, que é a habitação celestial de Deus, de Cristo, dos anjos, dos santos do Antigo e Novo Testamento e dos cristãos ainda vivos na volta de Cristo

        “a Nova Jerusalém”, uma cidade esplêndida e visível que descerá do céu depois da renovação do mundo, a habitação futura dos santos


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    ἀναβαίνω


    (G305)
    anabaínō (an-ab-ah'-ee-no)

    305 αναβαινω anabaino

    de 303 e a raiz de 939; TDNT - 1:519,90; v

    1. ascender
      1. subir
      2. elevar, escalar, ser sustentado, surgir

    μετά


    (G3326)
    metá (met-ah')

    3326 μετα meta

    preposição primária (com freqüencia usada adverbialmente); TDNT - 7:766,1102; prep

    1. com, depois, atrás

    πάλιν


    (G3825)
    pálin (pal'-in)

    3825 παλιν palin

    provavelmente do mesmo que 3823 (da idéia de repetição oscilatória); adv

    1. de novo, outra vez
      1. renovação ou repetição da ação
      2. outra vez, de novo

        outra vez, i.e., mais uma vez, em adição

        por vez, por outro lado


    συμπαραλαμβάνω


    (G4838)
    symparalambánō (soom-par-al-am-ban'-o)

    4838 συμπαραλαμβανω sumparalambano

    de 4862 e 3880; v

    levar junto

    no NT, levar consigo como um companheiro


    Τίτος


    (G5103)
    Títos (tee'-tos)

    5103 Τιτος Titos

    de origem latina e significado incerto; n pr m Tito = “enfermeira ou ama-seca”

    1. cristão gentio e companheiro de Paulo em algumas de suas viagens

    Βαρνάβας


    (G921)
    Barnábas (bar-nab'-as)

    921 βαρναβας Barnabas

    de origem aramaica 1247 e 5029 בר נבא; n pr m

    Barnabé = “filho do descanso (ou de Nabas = de profecia)”

    1. o sobrenome de José, um levita, nativo de Chipre. Ele era um distinto mestre cristão e companheiro e amigo de Paulo.