Enciclopédia de II Samuel 3:14-14

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

2sm 3: 14

Versão Versículo
ARA Também enviou Davi mensageiros a Isbosete, filho de Saul, dizendo: Dá-me de volta minha mulher Mical, que eu desposei por cem prepúcios de filisteus.
ARC Também enviou Davi mensageiros a Isbosete, filho de Saul, dizendo: Dá-me minha mulher Mical, que eu desposei por cem prepúcios de filisteus.
TB Davi enviou mensageiros a Is-Bosete, filho de Saul, que lhe dissessem: Restitui-me minha mulher Mical, que desposei por cem prepúcios de filisteus.
HSB וַיִּשְׁלַ֤ח דָּוִד֙ מַלְאָכִ֔ים אֶל־ אִֽישׁ־ בֹּ֥שֶׁת בֶּן־ שָׁא֖וּל לֵאמֹ֑ר תְּנָ֤ה אֶת־ אִשְׁתִּי֙ אֶת־ מִיכַ֔ל אֲשֶׁר֙ אֵרַ֣שְׂתִּי לִ֔י בְּמֵאָ֖ה עָרְל֥וֹת פְּלִשְׁתִּֽים׃
BKJ E Davi enviou mensageiro a Isbosete, filho de Saul dizendo: Entrega-me a minha esposa Mical, a quem tomei por esposa por uma centena de prepúcios dos filisteus.
LTT Também enviou Davi mensageiros a Is-Bosete, filho de Saul, dizendo: Dá-me minha esposa Mical, que desposei comigo por cem prepúcios de filisteus.
BJ2 E Davi mandou mensageiros a Isbaal, filho de Saul, para lhe dizerem: "Entrega-me a minha mulher Micol, que adquiri por cem prepúcios de filisteus."

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de II Samuel 3:14

I Samuel 18:25 Então, disse Saul: Assim direis a Davi: O rei não tem necessidade de dote, senão de cem prepúcios de filisteus, para se tomar vingança dos inimigos do rei. Porquanto Saul tentava fazer cair a Davi pela mão dos filisteus.
I Samuel 18:27 Então, Davi se levantou e partiu ele com os seus homens, e feriram dentre os filisteus duzentos homens; e Davi trouxe os seus prepúcios, e os entregaram todos ao rei, para que fosse genro do rei; então, Saul lhe deu por mulher a sua filha.
II Samuel 2:10 Da idade de quarenta anos era Isbosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos; mas os da casa de Judá seguiam a Davi.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

AS CONQUISTAS DE DAVI

1010-970 a.C.
DAVI UNGIDO REI DE JUDÁ
Davi ficou arrasado com a notícia da morte do rei Saul e de seu filho Jônatas no monte Gilboa. Quando um amalequita he contou como havia ajudado o rei Saul a cometer suicídio, Davi ordenou. sua execução. Desse modo, deixou claro que não sentiu nenhuma satisfação com a morte de Saul e que considerou o amalequita responsável pelo assassinato do ungido do Senhor. Em seguida, Davi se dirigiu a Hebrom, onde foi ungido rei de Judá. Ele tinha trinta anos de idade. Em Hebrom, Davi reinou sobre Judá por sete anos e meio.

ISBOSETE É COROADO REI DE ISRAEL
Ao invés de reconhecer Davi, Abner, o comandante do exército de Saul, colocou o único filho sobrevivente de Saul no trono de Israel. (Israel, neste caso, é o território ocupado pelas tribos do norte e por Benjamim. Porém, tendo em vista a vitória dos filisteus, é difícil dizer ao certo quanto desse território estava sob controle israelita.) Em II Samuel, esse filho de Saul é chamado de Isbosete, que significa "homem de vergonha", um nome nada apropriado para um rei. Em 1Crônicas 8.33 aparece seu nome verdadeiro, Esbaal, "homem de Baal", que foi alterado pelos escribas de Samuel. Diz-se que o reinado de Isbosete durou dois anos, durante os quais houve conflitos entre os seus homens e os de Davi. Quando Abner desertou para o lado de Davi, o poder de Isbosete se enfraqueceu e o rei de Israel foi assassinado por dois dos seus oficiais. Mais uma vez, desejoso de se eximir de qualquer cumplicidade, Davi mandou executar os assassinos. As tribos do norte foram a Hebrom e ali ungiram Davi como rei sobre todo o Israel.

DAVI TRATA DA AMEAÇA FILISTÉIA
A existência dos governos rivais de Isbosete e Davi era conveniente aos interesses dos filisteus, ao passo que o poder centralizado em Davi representava uma ameaça mais séria. Assim, um exército filisteu se reuniu no vale de Refaim, perto de Jerusalém, que era ainda um encrave jebuseu e, portanto, sob controle dos cananeus. objetivo era isolar Davi de seus novos aliados do norte em seu ponto mais vulnerável. Davi derrotou os filisteus nesse local não apenas uma, mas duas vezes. Depois da segunda vitória, feriu os filisteus desde Gibeão até Gezer, pondo fim ao seu domínio sobre Israel.

DAVI CONQUISTA JERUSALÉM
O encrave jebuseu chamado posteriormente Jerusalém dividia o território de Davi em duas partes: Israel, ao norte, e Judá, ao sul. Cercada por vales profundos de três lados e provida de boas fontes de água, a cidade contava com um grande potencial defensivo, daí não ter sido conquistada pelos israelitas até então. Tendo em vista sua localização central, também seria uma excelente capital para Davi, aceitável tanto para Israel quanto para Judá.
Davi tomou Jerusalém usando seu exército pessoal, mas o relato bíblico não fornece detalhes.
A referência a um canal subterrâneo sugere que Davi conhecia um túnel secreto, talvez aquele que liga a fonte de Giom, do lado de fora das muralhas, ao interior da cidade.' Davi se mudou para Jerusalém e, como o nome "Cidade de Davi" deixa claro, a cidade passou a ser considerada sua propriedade pessoal.

A ARCA DA ALIANÇA CHEGA EM JERUSALÉM
Depois de capturarem a arca da aliança, os filisteus a haviam levado para as cidades filistéias de Asdode, Gate e Ecrom. Quando a população de Asdode foi afligida com tumores, a arca foi enviada a Bete-Semes, em território israelita, num carro puxado por duas vacas e sem nenhum condutor. De lá, foi transportada para Quiriate- Jcarim. Davi decidiu levar a arca para Jerusalém. Na primeira tentativa, Uzá foi morto quando estendeu a mão para segurar a arca. A segunda tentativa foi bem sucedida e cercada de festividades ao som de harpas, liras, adutes, sistros e cimbalos; Davi dançou com todas as suas forças. Uma tenda foi levantada para receber a arca e foram nomeados sacerdotes para realizar os sacrifícios exigidos pela lei. Assim, Jerusalém se tornou não apenas a capital política do reino de Davi, mas também o seu centro religioso, apesar do Senhor ter revelado por meio do profeta Natâ que não caberia a Davi, mas sim a um de seus filhos, construir um templo permanente para abrigar a arca.

AS GUERRAS DE DAVI
Davi realizou uma série de campanhas militares agressivas contra as nações vizinhas. É difícil determinar a seqüência cronológica exata de suas batalhas, mas, no final, Davi assumiu o controle de um império de tamanho considerável. Quando os amonitas humilharam os embaixadores israelitas raspando metade da barba e rasgando metade da roupa de cada um, Joabe, o comandante do exército de Davi, cercou Rabá (atual Ama), a capital de Amom. Os amonitas contrataram mercenários dos estados arameus de Bete-Reobe, Zobá e Tobe, ao norte. loabe expulsou os arameus, mas eles se reagruparam e voltaram com um novo exército. Davi deslocou suas tropas para Helà (talvez a atual Alma, no sul da Síria) e derrotou os arameus, matando seu comandante, Sobaque. Enquanto Joabe deu continuidade ao cerco a Rabá, Davi voltou a Jerusalém e, por essa época, cometeu adultério com Bate-Seba e ordenou que seu marido, o heteu Urias, fosse morto. Além de ter seu nome denegrido por esses atos, Davi recebeu uma repreensão severa do profeta Natâ. Por fim, Rabá foi tomada, o povo da cidade foi sujeitado a trabalhos forçados e a coroa amonita repleta de jóias, pesando cerca de 34 kg, foi colocada, provavelmente apenas por alguns instantes, sobre a cabeça de Davi. Davi derrotou os moabitas, poupando um terço deles e matando os outros dois terços. Davi talvez, mais precisamente, Joabe e Abisai matou dezoito mil edomitas no vale do Sal, na Arabâ, ao sul do mar Morto e colocou guarnições em todo Edom. Em seguida, o rei de Israel voltou sua atenção para Hadadezer, monarca do reino arameu de Zobá, e tomou dele mil carros. Considerando-se que Davi jarretou ou aleijou todos os cavalos que puxavam os carros, poupando apenas cem animais, ele parecia não considerar os carros importantes para os seus próprios exércitos. Os israelitas ainda travavam a maior parte de suas batalhas à pé. Quando os arameus de Damasco socorreram Hadadezer de Zobá, Davi os derrotou e colocou guarnições em Damasco. O reino de Davi se estendeu do ribeiro do Egito (Wadi el- Arish) até perto do rio Eufrates.

ISRAEL ACUMULA RIQUEZAS
Davi tomou como espólio de Hadadezer escudos de ouro e uma grande quantidade de bronze. Toí, o rei arameu de Hamate, certamente ficou satisfeito com a derrota de Zobá e, ansioso para firmar uma relação amigável com Davi, enviou seu filho Jorão a fim de parabenizá-lo e presenteá-lo com ouro, prata e bronze. Talmai, o rei arameu de Gesur, deu a mão de sua filha Maaca em casamento a Davi. Hirão, o rei da cidade costeira fenícia de Tiro, também Tiro, considerou importante manter relações amigáveis com Davi e, além de toras de cedro, enviou carpinteiros e canteiros, que construíram um palácio para Davi em Jerusalém.

As conquistas de Davi
Depois de subir ao trono, Davi realizou varias campanhas de conquista de território estrangeiro e levou a arca da aliança para Jerusalém, a nova capital do seu reino.
As conquistas de Davi
As conquistas de Davi
Escavações de um muro de arrimo da "cidade de Davi" em Jerusalém, datado do século X a.C.
Escavações de um muro de arrimo da "cidade de Davi" em Jerusalém, datado do século X a.C.

OS VIZINHOS DE ISRAEL E JUDÁ

O LEGADO DE DAVI E SALOMÃO
Durante o reinado de Davi, Israel conquistou vários povos vizinhos, mas não todos. Ao norte, Hirão de Tiro e outros reis fenícios governavam uma faixa ao longo da costa do Mediterrâneo correspondente de forma aproximada a atual Líbano. Mais ao sul, também junto ao Mediterrâneo, os filisteus mantiveram sua independência. Do lado leste do rio Jordão e a leste e sul do mar Morto, Davi conquistou Amom, Moabe e Edom. Depois de derrotar Hadadezer de Zobá, Davi parece ter conseguido controlar parte da Síria até o rio Eufrates. Nos anos depois da morte de Salomão, essas regiões readquiriram sua independência.

AMOM
O centro do reino de Amom era a grande cidadela de Rabá- Amom (atual Amã, capital da Jordânia). Os amonitas eram descendentes de Ben-Ami, filho de Ló (sobrinho de Abraão) (com sua filha mais nova) A região a oeste que se estendia até o vale do Jordão entre os ribeiros Jaboque e Arnom era ocupada pelos amorreus.

MOABE
O reino de Moabe se concentrava no planalto entre o ribeiro de Arnom, que corria por um vale de até 500 m de profundidade, e o ribeiro de Zerede, a leste do mar Morto. Sua cidade mais importante era Quir-Haresete, a magnífica fortaleza de Kerak. A região ao norte do rio Arnom era chamada de Misor, ou campinas de Moabe. Os moabitas eram descendentes de Ló com sua filha mais vela. Rute, a bisavó de Davi, era moabita. Moabe era uma região conhecida pela criação de ovinos e, por algum tempo, teve de pagar a Israel um tributo anual de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.

EDOM
Os edomitas eram descendentes de Esaú, o irmão mais velho de Jacó. Ocupavam o território ao sul do mar Morto e a sudeste do ribeiro de Zerede. Essa região montanhosa também era chamada de monte Seir, que significa "peludo", pois era coberta de uma vegetação densa constituída, em sua maior parte, de arbustos. Abrangia a Arabá, ou deserto de Edom, a grande depressão que liga o mar Morto ao mar Vermelho. Sua capital, Sela, pode ser identificada com Petra, a cidade que viria a ser conhecida como a espetacular capital rosada dos árabes nabateus.

A REGIÃO AO SUL DO MAR MORTO
Ao sul de uma linha imaginária entre Gaza e Berseba, estendendo-se para o leste até o sul do mar Morto, fica o deserto de Zim. Essa área extensa que constitui a parte norte do deserto do Sinai apresenta um índice pluviométrico anual inferior a 200 mm e, portanto, não pode ser usada para a agricultura. Judá procurou exercer controle sobre Edom e essa região. Os portos de Eziom-Geber (possivelmente Tell el-Kheleifeh) e Elate no norte do golfo de Ácaba permitiam que Judá tivesse acesso ao mar Vermelho e seu comércio valioso.

OS FILISTEUS
Quatro cidades filistéias, Ecrom, Asdode, Asquelom e Gaza, permaneceram independentes do controle de Israel e Judá. Apenas Gate foi controlada pelo reino de Judá.

O LÍBANO
Os montes da região norte da Galileia são separados das cadeias de montanhas do Líbano ao norte pelo vale profundo do rio Litani que desemboca no Mediterrâneo alguns quilômetros ao norte de Tiro. As montanhas de até 3.088 m de altura que passam cerca da metade do ano cobertas de neve explicam o nome "Líbano", que significa "branco". As coníferas e cedros do Líbano forneciam a madeira de melhor qualidade do Antigo Oriente Próximo, cobiçadas por reis da Mesopotâmia e do Egito, e também por Salomão, que adquiriu dessa região a madeira para o templo do Senhor em Jerusalém. A leste da cadeia de montanhas do Líbano encontra-se o vale de Becá. As montanhas formam uma barreira natural, impedindo que as chuvas cheguem ao vale onde o índice pluviométrico anual não passa de 250 mm. Os rios Orontes e Litani correm, respectivamente, ao longo do norte e do sul do vale para o mar Mediterrâneo. A leste de Becá fica a cadeia de montanhas do Antilíbano, cujo pico mais alto é o do monte Hermom (também chamado de Sirion ou Senir) com 2.814 m de altura. A costa mediterrânea do Libano possui

DO OUTRO LADO DO MAR
Os fenícios da costa do Líbano eram exímios marinheiros. Salomão contratou marujos de Hirão, rei de Tiro, para seus empreendimentos comerciais no mar Vermelho. Os israelitas, por sua vez, eram um povo ligado à terra que mostrava pouco entusiasmo pelo mar, como o salmista deixa claro: "Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes a alma. Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (SI 107:26-28).

A SÍRIA
A leste da cadeia do Antilíbano fica o país chamado hoje de Síria. Este foi o nome que os romanos deram à região, que incluía a Palestina, quando Pompeu a conquistou em 63 .C. e a transformou numa província romana. No tempo do Antigo Testamento, a região ao redor de Damasco e mais ao norte era chamada de Hara. Davi firmou alianças com os reis arameus de Gesur (a leste do mar da Galileia) e Hamate. Conquistou Zoba (ao norte de Damasco), estendendo seu domínio até o rio Eufrates. Damasco recobrou sua independência durante o reinado de Salomão quando um certo Rezom passou a controlar a região. Ben-Hadade II, Hazael e Ben-Hadade IlI, reis posteriores de Damasco, entraram em conflito repetidamente com Israel, o reino do norte.

A LESTE DO JORDÃO
Basã e Gileade, a leste do rio Jordão, faziam parte da terra prometida, e, portanto, não eram vizinhos de Israel. Entretanto, a fim de fornecer uma descrição mais abrangente, devemos tratar dessas terras do outro lado do rio. Nessa região, os ventos frios do deserto que, no inverno, sopram sobre os montes orientais impedem o cultivo de oliveiras e, em alguns lugares, também de vinhas.

Vizinhos de Israel e Judá
Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam. em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.

Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.
Cedros nas montanhas do Líbano.

A AMEAÇA FILISTÉIA

séculos XII a XI a.C.
QUEM ERAM OS FILISTEUS
Sem dúvida, os filisteus representavam a ameaça mais séria à nação de Israel. Em seu quinto ano de reinado - 1180 a.C. Ramsés Ill, rei do Egito, derrotou os "povos do mar" numa batalha naval corrida, provavelmente, na foz do Nilo. Seus atos foram registrados em relevos entalhados nas paredes do templo consagrado a Amon em Medinet Habu, na margem ocidental do Nilo, próximo a Tebas. Esses relevos mostram os povos do mar chegando no Egito em carroções e embarcações .com suas famílias e pertences (parte do povo se deslocou por terra, acompanhando a costa do Levante). Um dos grupos dos povos do mar, chamado de pereset, é retratado usando adornos para a cabeça feitos com penas ou pedaços de junco alinhados perpendicularmente a uma faixa horizontal. Esse grupo corresponde as filisteus do Antign Testamento.
Um dos símbolos pictográficos encontrados num disco de argila em Festo, Creta, datado do século XVII a.C., mostra um adorno para a cabeça bastante parecido com os de Medinet Habu. Esta semelhança e a referência de Amós a Caftor' como local de procedência dos filisteus indicam que eram um grupo de origem cretense. A designação Caftor é equiparada com o nome egípcio Keftyw ("Creta"). E provável que os filisteus tenham sido expulsos de Creta por outros povos do mar, cuja identidade não vem ao caso aqui. Porém, estudos de anéis anuais de árvores europeias e mudanças de nível em turfeiras e lagos sugerem a ocorrência de uma crise no clima da Europa c. 1200 a.C., fato que pode ter desencadeado as migrações.
Os egípcios afirmavam ter conquistado uma grande vitória em sua batalha contra os povos do mar. O Papiro de Harris de Ramsés IV (1153-1147 a.C.) - um papiro com 40 m de comprimento no qual se encontram registrados os acontecimentos do reinado de Ramsés III - declara: "Derrotei todos aqueles que ultrapassaram os fronteiras do Egito, vindos de suas terras. Aniquilei o povo danuna vindo de suas ilhas, os tiekker e os pereset (filisteus)... os sherden e os weshwesh do mar foram exterminados". Os filisteus derrotados se assentaram na planície costeira do sul da Palestina, daí o nome dessa região.

A CULTURA FILISTÉIA
À chegada dos filisteus na Palestina é marcada em termos arqueológicos por suas cerâmicas peculiares (Período Micênico HIC1b), bastante semelhantes a exemplares egeus. Os filisteus foram o primeiro povo a usar o ferro na Palestina e, portanto, arqueologicamente, sua chegada também é marcada pela transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro. Devido ao monopólio desse metal pelos filisteus, os israelitas se tornarem dependentes de seus ferreiros para afar ferramentas. Cinco cidades filistéias importantes foram fundadas na costa do Mediterrâneo ou próximo a esta: Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom e Gate. O governante da cidade era chamado, em hebraico, de seren, um termo usado apenas para governantes filisteus e associado, por meio da língua grega, à palavra "tirano".

SANSÃO
O juiz Sangar libertou Israel dos filisteus, mas quem recebe destaque é Sansão, o juiz com forças sobre-humanas demonstradas quando ele matou mil homens com a queixada de um jumento e carregou a porta da cidade de Gaza até o alto de um monte? que julgou sobre Israel durante doze anos.* Seu ponto fraco, a atração por mulheres estrangeiras, o levou a perder os cabelos, a força e a visão. Apesar de seus atos de heroísmo dramáticos, Sansão não livrou Israel da opressão filistéia.

SAMUEL
Os filisteus representavam uma ameaça inigualável.' Eram soldados disciplinados possuíam armas superiores às dos israelitas. Cansados de invadir e saquear periodicamente o território de Israel, procuraram conquistá-lo em caráter definitivo. Deslocando-se do litoral para o interior, ocuparam grande parte dos montes da região central. Foi nesse contexto que Samuel cresceu na cidade de Siló, na região montanhosa de Efraim. Ali ficava o tabernáculo, ao qual haviam sido acrescentadas algumas construções permanentes," formando um complexo chamado de "templo do Senhor"." Durante sua juventude, Samuel foi instruído pelo sacerdote idoso Eli. Ao atingir a idade adulta, Samuel foi reconhecido como profeta do Senhor em todo o Israel, desde Da até Berseba. Também atuou como juiz, percorrendo um circuito que incluía Betel, Gilgal, Mispa e Ramá, a cidade onde morava.

OS FILISTEUS TOMAM A ARCA
De acordo com o livro de Samuel, depois que os filisteus mataram quatro mil israelitas no campo de batalha em Afeca, o povo pediu que a arca da Aliança fosse trazida de Siló para o acampamento israelita em Ebenézer (possivelmente Izbet Sarteh). Quando os filisteus ouviram os gritos de júbilo dos israelitas, pensaram que um deus havia chegado ao acampamento de Israel. Na batalha subsequente, os israelitas foram massacrados: trinta mil soldados, inclusive os dois filhos rebeldes de Eli, morreram e a arca da aliança foi tomada. Ao receber essa notícia, Eli caiu da cadeira onde estava assentado, quebrou o pescoço e morreu. Sua nora também morreu durante o parto, exclamando: "Foi-se a glória de Israel" (1Sm 4:22).
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Reino de Davi e de Salomão

Informações no mapa

Tifsa

Rio Eufrates

HAMATE

SÍRIA (ARÃ)

Hamate

Rio Orontes

Ribla

Zedade

ZOBÁ, ARÃ-ZOBÁ

Tadmor (Palmira)

Zifrom

Hazar-Enã

Lebo- Hamate

Gebal

Cobre

Berotai

Deserto da Síria

Sídon

SIDÔNIOS (FENÍCIA)

Cadeia do Líbano

BETE-REOBE

Cadeia do Antilíbano

Damasco

Mte. Hermom

Tiro

Abel

MAACÁ, ARÃ-MAACÁ

Basã

Terra de Cabul?

Hazor

Argobe

GESUR

Dor

Vale de Jezreel

En-Dor

Helão

Megido

Mte. Gilboa

Lo-Debar

Rogelim

Bete-Seã

Jabes-Gileade?

Salcá

Tobe

Sucote

Maanaim

Jope

Silo

Gileade

Ramá

Zereda

Rabá

Gezer

Gilgal

AMOM

Ecrom

Jerusalém

Hesbom

Gate

Belém

Medeba

FILÍSTIA

Gaza

Hebrom

En-Gedi

Aroer

Ziclague

Jatir

Betel

MOABE

Berseba

Ramote

Mispa

Aroer

Vale do Sal?

Torrente do Egito

Neguebe

Tamar

Cobre

Punom

EDOM

Deserto de Parã

Deserto da Arábia

Eziom-Geber

Elote, Elate

Bete-Horom Baixa

Bete-Horom Alta

Gezer

Gibeão

Geba

Quiriate-Jearim

Gibeá

Anatote

Baurim

Nobe

Baal-Perazim

Ecrom

Bete-Semes

Jerusalém

Fonte de Giom

Poço de En-Rogel

Gate

Vale de Elá

Azeca

Socó

Belém

Adulão

Queila

Gilo

Tecoa

Deserto de Judá

Cisterna de Sirá

Hebrom

Jesimom

Zife

Horesa

Estemoa

Carmelo

Maom

Informações no mapa

Reino de Davi

Reino de Salomão

Importações

Exportações

Para os hititas e a Síria: cavalos, carros de guerra

De Társis: ouro, prata, marfim, macacos, pavões

De Tiro: cedro, junípero, ouro

Para Tiro: cevada, trigo, vinho, azeite

Do Egito: cavalos, carros de guerra

De Ofir: ouro, pedras preciosas, madeira

Da Arábia: ouro, prata


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
O texto em II Samuel 3:1 indica uma hostilidade contínua, provavelmente não iniciada por Davi, com o resultado da força crescente da causa deste e com a fraque-za decrescente da causa de Isbosete.

  1. A Família de Davi (2 Sm 3:2-5)

A narrativa é interrompida para apresentar um breve relato da família de Davi, uma prática comum dos escritores bíblicos em qualquer ponto de transição (cf. 1 Sm 14:49-51; 2 Sm 5:13-16; 1 Reis 3:1-14.21; 15.2,9). Davi casara-se com Ainoã e Abigail durante os seus anos de refúgio. Amnom, o primeiro filho de Ainoã era, portanto, seu herdeiro legítimo. O filho de Abigail é aqui intitulado de Quileabe (3) ; mas é chamado de Daniel em I Crônicas 3:1; não é incomum para os personagens bíblicos terem mais de um nome. Quatro outras esposas são citadas, inclusive a filha do rei de Gesur, algo pos-sivelmente típico das alianças políticas que nos tempos do Antigo Testamento eram freqüentemente seladas com um casamento entre os membros das famílias reais envolvi-das. O texto em I Crônicas 3:5-9 completa o registro da família de Davi com uma lista de mais treze filhos. Sobre a poligamia no Antigo Testamento, cf.comentário sobre 1 Sm 1.2.

6. O Colapso do Reinado de Isbosete (2Sm 3:6-4.
12)

O balanço deste capítulo, inclusive o de número 4, descrevem todos os acontecimen-tos resumidos em 2Sm 3:1.

  1. Isbosete se indispõe com Abner (3:6-11). O domínio por trás do trono de Isbosete era o de seu comandante militar Abner. Abner se esforçava na casa de Saul (6), isto é, "Abner estava fortalecendo a sua própria posição dentro do grupo de Saul" (Berk.). O jovem rei acusou seu capitão de ter um relacionamento impróprio com uma das concubinas de seu pai, chamada Rispa (7). Se a acusação fosse verdadeira, isto bem poderia ter significado que Abner tramava tomar o trono, visto que o harém de um rei oriental sem-pre passava para o seu sucessor.

A acusação deixou Abner furioso, e ele jurou transferir o reino para Davi, um jura-mento que deixou Isbosete calado de tanto temor (8-11). Cabeça de cão (8), uma expres-são para alguém totalmente desprezível. Transferindo (10), passando o controle. Des-de Dã até Berseba, isto é, do extremo norte até a fronteira do sul. Davi já estava de posse de Berseba. O território de Isbosete uniria todo o país sob o governo de Davi.

  1. Abner negocia com Davi (3:12-21). Abner não perdeu tempo em colocar em ação seu plano de entregar seu protegido, Isbosete, a Davi. Por isso, enviou seus mensageiros a Hebrom com uma oferta de aliança (12) ou acordo em que Abner traria todo o Israel sob o governo de Davi. Este concordou em negociar somente com a condição de que Mical, filha de Saul, sua primeira esposa (1 Sm 18.27), lhe fosse devolvida (13). É possível que o propósito de Davi não fosse tanto ganhar mais uma mulher, mas sim fortalecer a sua reivindicação ao reinado, ao ser novamente reconhecido como o genro de Saul. Ele en-dereçou a sua exigência diretamente a Isbosete, que ordenou ou permitiu que Abner tirasse Mical seu então marido (14-16). Seu ato não trouxe qualquer satisfação futura

a Davi, uma vez

ical aparentemente não sentiu mais o amor que no início demonstrava por ele (2Sm 6:20-23).

Enquanto isso, Abner enviou mensageiros aos anciãos de Israel, para rogar-lhes que agissem prontamente. Ele lhes lembrou das promessas de Deus de livrar o povo das mãos dos filisteus por intermédio de Davi (17,18). Ele procurou, particularmente, con-sentir com a tribo de Saul, Benjamim, e assim foi pessoalmente a Davi em Hebrom, acompanhado por uma escolta de 20 homens (19,20). Um banquete foi realizado com a finalidade de selar o acordo. Depois disso, Abner e seus homens partiram para executar o plano de trazer toda a nação sob o governo de Davi (21).

  1. Abner é assassinado (3:22-39). Joabe, nesse meio tempo, estivera longe de Hebrom em uma expedição militar. Quando voltou e soube da visita de seu oponente, ficou furioso e acusou-o de ter vindo como um espião (22-25). Sem o conhecimento de Davi, enviou mensageiros após Abner, que o alcançaram a aproximadamente três quilômetros de Hebrom, no poço de Sira (26), e trouxeram-no a Hebrom sob algum pretexto. Joabe chamou Abner em separado como para uma conferência particular e matou-o a sangue frio em vingança pela morte de seu irmão Asael (cf. 2;18ss.). O versículo 30 indica que o outro irmão, Abisai, foi um cúmplice na traição.

A reação de Davi foi proclamar a inocência de si mesmo e de seu reino, e requereu o juízo de sangue sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai (29). Nunca da casa de Joabe falte..., isto é, "que sempre possa haver na casa de Joabe alguém que sofra de fluxo", etc. (30, Berk.). O rei lançou sobre a família do assassino as mais amar-gas calamidades: morrer de hemorragia ou lepra, ficar extremamente magro e fraco, morte por suicídio ou de fome. A força dessas palavras mostra a reação súbita que Davi expressou contra a traição sofrida por alguém que, há poucos momentos, desfrutara de sua hospitalidade.

Davi convocou um luto geral, e ele mesmo seguiu o corpo de Abner em seu sepulta-mento em Hebrom (31,32). Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de panos de saco (31), os sinais de profunda tristeza. Não morreu Abner como morre o vilão? (33), isto é, chegaria ao fim um homem nobre com a fama de um nabal, um homem despre-zível e mau? As tuas mãos não estavam atadas, nem os teus pés, carregados de grilhões (34) ; por não suspeitar o mal, Abner não fez qualquer tentativa de defesa ou fuga. O luto continuou com um jejum por todo o dia, observado tanto pelo rei como pelo povo (35,36). A conduta e a evidente sinceridade do rei deixaram claro para todas as tribos de Israel que a morte de Abner não foi determinada por ele (37). O versículo 38 é um texto fúnebre muito popular: Não sabeis que, hoje, caiu em Israel um prínci-pe e um grande? Davi sentiu a sua fraqueza diante da amarga vingança de Joabe e Abisai, os filhos de Zeruia. São mais duros do que eu (39) ; significa "são duros de-mais para mim" (Berk.).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de II Samuel Capítulo 3 versículo 14
Conforme 1Sm 18:27. É provável que Davi não tenha feito este pedido movido somente por razões pessoais. Como Mical era filha de Saul, o fato de ser casado com ela podia favorecer em muito o seu relacionamento com as tribos do Norte. No entanto, o matrimônio de Davi com Mical permaneceu infecundo (2Sm 6:23).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
*

3:1

a guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi. Pelo menos nas tribos do Norte, a transferência de poder para Davi, após a morte de Saul, não foi feita sem resistência. Uma figura chave no apoio a Saul foi Abner, comandante militar de Saul que tinha instituído o filho sobrevivente de Saul, Is-Bosete, como rei em Maanaim (2.8,9). Mas a maré estava a favor de Davi (2.30,31, nota).

* 3.2-11

A lista de seis filhos de Davi (vs. 2-5) ampliou a declaração do v. 1, de que "Davi se ia fortalecendo", ao passo que o desentendimento entre Abner e Is-Bosete, por causa de uma concubina (vs. 6-11) realçam a declaração final do v.1, "os da casa de Saul se iam enfraquecendo".

* 3:2

Em Hebrom, nasceram filhos a Davi. Conforme revela a lista que se segue, Davi tomou mulheres adicionais em Hebrom. Em 5:13-16, depois da chegada de Davi em Jerusalém, ainda mais esposas e concubinas foram acrescentadas, e pelo menos mais onze filhos teriam nascido a Davi (ver a lista acumulada em 13 3:1-13.3.9'>1Cr 3:1-9). Apesar de o narrador não apresentar qualquer avaliação explícita sobre o comportamento de Davi (os antigos reis do Oriente Próximo comumente multiplicavam esposas e filhos), isso viola os padrões determinados em Dt 17:17.

* 3:3

Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur. O casamento de Davi com uma esposa estrangeira do pequeno reino arameu de Gesur pode ter tido motivos políticos, dando-lhe um aliado ao norte do reino instável de Is-Bosete.

* 3:7

Por que coabitaste com a concubina de meu pai? A apropriação por Abner de uma certa concubina de Saul equivaleria à reivindicação ao trono de Israel (12.8, nota; 16.21, nota; 1Rs 2:22). O leitor não é informado se a suspeita de Is-Bosete era bem fundamentada ou era simples paranóia. Seja como for, Abner usou essa acusação como uma oportunidade para mudar sua lealdade para com Davi (vs. 8-10).

* 3:9

como jurou o SENHOR a Davi. Ver 5.2, nota; 1Sm 13:14, nota; 15.28; 24.20, nota.

* 3:10

Dã até Berseba. Uma expressão proverbial que indica o "país inteiro" (ver Jz 20:1).

* 3:11

o temia. A reação de Is-Bosete indica que Abner tinha condições não somente de ameaçar, mas também de cumprir a sua ameaça.

* 3:12

De quem é a terra? Abner quis dizer que a terra era dele, como alguém que a controlava e podia dá-la a Davi, ou então que a terra pertencia a Davi por direito, e que Davi deveria valer-se da ajuda de Abner, para poder tomar posse dela.

* 3:13

trouxeres a Mical, filha de Saul. Devolver a Davi a sua esposa, Mical (ver 1Sm 18:27), não somente corrigiria o erro de Saul por tê-la dada como esposa a outro homem, na ausência de Davi (1Sm 25:44), mas também fortaleceria a reivindicação de Davi ao trono de Saul. As restrições de Dt 24:1-4 não se aplicam à esta situação, visto que a separação que houve entre Davi e Mical foi involuntária.

* 3:14

enviou Davi mensageiros a Is-Bosete. A insegurança da posição de Is-Bosete se evidencia não somente em seu temor de Abner (v. 11), mas também em sua incapacidade de resistir às ordens de Davi.

cem prepúcios de filisteus. Davi referiu-se ao preço de uma noiva que Saul havia estabelecido em troca de Mical (1Sm 18:25); o pagamento que ele fizera realmente fora o dobro do preço combinado (1Sm 18:27).

* 3:16

Baurim. Normalmente identificada como sendo um local a cerca de 2,4km a leste de Jerusalém, no território de Benjamim. Baurim foi o lugar de origem de Simei, filho de Gera (16.5; 1Rs 2:8).

chorando. Um rápido vislumbre do sofrimento causado por feitos fora do controle desse homem.

* 3:17

procuráveis que Davi reinasse sobre vós. Ver o v. 1, nota. Ao que parecia, Is-Bosete e Abner era tudo quanto se interpunha no caminho das relações harmoniosas entre Davi e Israel. Aqui Abner saiu de cena, e Is-Bosete não haveria de resistir por muito tempo sem ele (cap. 4).

* 3:18

Davi, meu servo. Davi é agora reconhecido como o detentor de uma comissão primeiramente outorgada a Saul (ver 1Sm 9:16).

* 3:21

para fazerem aliança contigo. Ver 5.3.

em paz. A repetição desta frase por duas vezes mais, nos vs. 22 e 23, sublinha o fato que Davi não estivera envolvido na morte de Abner; ver também os vs. 26,28,29,37.

* 3:24

A agitação de Joabe diante da idéia da partida pacífica de Abner torna-se evidente em suas palavras a Davi.

* 3:26

o poço de Sirá. Ficava a poucos quilômetros ao norte de Hebrom.

sem que Davi o soubesse. Esta observação é outra confirmação da inocência de Davi quanto à morte de Abner (vs. 21-23,28,29,37).

* 3:27

em vingança do sangue de seu irmão Asael. Ver também o v. 30. Em 2:18-23 a morte de Asael por Abner é retratado, essencialmente, como uma questão de defesa própria, e o contexto da batalha no ato de Abner deixa duvidoso se Joabe tinha o direito de agir como "vingador do sangue" (14.11; Nm 35:16-25; Dt 19:11-13; Js 20:3). Joabe também pode ter desejado eliminar um rival em potencial na corte de Davi (ver seu assassinato de Amasa, em 20.10).

* 3:28

Inocentes somos eu e o meu reino. Ver os vs. 21-23,26,37.

* 3:29

Caia este sangue sobre a cabeça de Joabe. A decisão de Davi de proferir uma maldição sobre a casa de Joabe, em lugar de tomar ação disciplinar direta pode ter sido um resultado das circunstâncias ambíguas do crime de Joabe. Mais provavelmente, porém, tais fatores como o poder considerável de Joabe e sua reputação incluindo seu relacionamento familiar com Davi tenham influenciado a sua decisão. Em última análise, porém, o crime de Joabe não deixou de ser punido (1Rs 2:5,6,28-35).

* 3:39

mais fortes. Ou seja, mais "implacáveis". Ver o v. 29, nota; conforme 16.10; 19.22.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
3:1 Os sucessos do capítulo 2 levaram a uma guerra prolongada entre os seguidores do Davi e as tropas leais ao Abner e a Is-boset. A guerra civil estremeceu ao país e ambos os bandos pagaram um preço muito alto. Esta guerra surgiu devido ao Israel e Judá perderam de vista o que era o propósito e a visão de Deus: estabelecer-se na terra (Gn 12:7), tirar os cananeos (Dt 7:1-4), e obedecer as leis de Deus (Dt 8:1). Em vez de unir-se para alcançar estas metas, brigaram entre si. Quando em frente um conflito, dê um passo atrás nas hostilidades e considere se você e seu inimigo têm metam em comum que são maiores que suas diferenças. Apele a estes interesses para poder chegar a um acordo.

3.2-5 Davi sofreu muita angústia devido à grande quantidade de algemas que teve. A poligamia era uma prática socialmente aceita para os reis nesses tempos, apesar de que Deus o proibia especificamente (Dt 17:14-17). Com grande tristeza, os numerosos filhos que nasceram das esposas do Davi, causaram a este grandes problemas: violação (Dt 13:14), assassinato (Dt 13:28), rebelião (Dt 15:13) e cobiça (1Rs 1:5-6). Todas estas coisas foram produto do ciúmes e rivalidades que existiam entre os meio irmãos. Salomão, um dos filhos do Davi e seu sucessor ao trono, também teve muitas algemas, e estas à larga, afastaram-no de Deus (1Rs 11:3-4).

3:6, 7 O dormir com qualquer das algemas ou concubinas do rei era reclamar o trono para si, e era considerado como traição. devido a que Is-boset era um governante débil, Abner estava a cargo do país. portanto, pôde ter considerado justificável sua ação de dormir com a concubina do Saul. Is-boset, de qualquer modo, viu que o poder do Abner se acrescentava muito.

3:7 Is-boset teve razão ao falar em contra do comportamento do Abner, mas não teve a força moral para manter sua autoridade (3.11). A falta de firmeza moral chegou a ser a raiz dos problemas que o Israel teve durante os próximos quatro séculos. Só quatro dos seguintes quarenta reis do Israel foram chamados "bons". Se necessita valor e fortaleza para manter-se firme ante nossas convicções para enfrentar as más ações frente à oposição. Quando cria que algo está mau, não permita que o dissuadam de sua posição. Ataque com firmeza o mal e levante se em favor do bem.

ABNER

As adulações sinceras de um oponente são freqüentemente a melhor maneira de medir a grandeza de alguém. Apesar de que Abner e Davi se viram freqüentemente através das linhas de batalha, a Bíblia nos dá uma breve biografia do respeito que se tinham mutuamente. Quando jovem, Davi serve sob as ordens do Abner. Mas mais tarde, este levou a cabo a campanha do Saul para matar ao Davi. depois da morte do Saul, Abner manteve temporalmente o poder na família do rei. Mas a luta entre o Abner e o herdeiro do Saul, Is-boset, originou que Abner decidisse apoiar a reclamação pelo trono de parte do Davi. Foi durante estes esforços por unir o reino que Abner foi assassinado pelo Joab.

Vários anos antes, em uma batalha entre o exército de Is-boset, sob as ordens do Abner, e as forças do Davi, comandadas pelo Joab, Abner fugiu e foi açoitado pelo Asael, o irmão do Joab. Abner advertiu ao Asael em duas ocasiões que deixasse de persegui-lo, mas o impaciente e jovem soldado se negou, assim Abner o matou. Joab se tinha proposto vingar a seu irmão.

Abner se deu conta de que a família do Saul estava predestinada à derrota, e que Davi seria o próximo rei, assim decidiu trocar de bando. Esperava que em troca de entregar o reino do Saul, Davi o fizesse comandante em chefe de seu exército. A disposição do Davi para aceitar esta proposição foi talvez outra razão para a ação do Joab.

Abner vivia por seu engenho e por sua vontade. Para ele, Deus era alguém com quem cooperaria se isso entrava em seus planos. De outra forma, fazia o que lhe parecia melhor para ele no momento. Podemos nos identificar com a tendência do Abner de cooperar condicionalmente com Deus. A obediência é fácil quando as instruções da Palavra de Deus encaixam em nossos planos. Mas nossa fidelidade a Deus fica a prova quando seus planos são contrários aos nossos. Que ação deveria tomar hoje em obediência à Palavra de Deus?

Pontos fortes e lucros:

-- Comandante em chefe do exército do Saul e líder militar capaz

-- Manteve ao Israel unido por vários anos durante o governo do débil rei Is-boset

-- Reconheceu e aceitou o plano de Deus para fazer do Davi o rei de todo o Israel e Judá

Debilidades e enganos:

-- Foi motivado pelo egoísmo em seu esforço para reunir ao Judá e Israel em lugar de uma convicção divina

-- Dormiu com uma das concubinas da realeza depois da morte do Saul

Lições de sua vida:

-- Deus requer mais que uma cooperação condicional e sem entusiasmo

Dados gerais:

-- Onde: Território de Benjamim

-- Ocupação: Comandante do exército sob os reinados do Saul e Is-boset

-- Familiares: Pai: Ner. Primo: Saul. Filho: Jaasiel

-- Contemporâneos: Davi, Asael, Joab, Abisai

Versículo chave:

"Também disse o rei a seus servos: Não sabem que um príncipe e grande tem cansado hoje no Israel?" (2Sm 3:38).

A história do Abner se relata em 1 Smamuel 14.50-2Sm 4:12. Além disso o menciona em 1Rs 2:5, 1Rs 2:32; 1Cr 26:28; 1Cr 27:16-22.

3:8 Ao perguntar: "Sou eu cabeça de cão?" Abner estava realmente dizendo, "Sou eu um traidor ao Judá?" Possivelmente pôde ter estado refutando a acusação de que ele estava tratando de tomar o trono. Ou pôde haver-se aborrecido de que Is-boset o repreendesse depois de que, em um primeiro momento, tinha-o ajudado a ocupar o trono. Prévio a esta conversação, Abner pôde haver-se dado conta de que não podia deter o Davi para que à larga tomasse o Israel. devido a que estava zangado com Is-boset, Abner elaborou um plano para lhe dar o reino do Israel ao Davi.

3:13, 14 Mical tinha estado casada com o Davi. O rei Saul tinha arrumado o matrimônio como recompensa pelas façanhas de valor do Davi (1Sm 17:25; 1Sm 18:24-27). Mais tarde, entretanto, em um de seus arranques de ciúmes, Saul tirou ao Mical e a forçou a casar-se com o Palti (1Sm 25:44). Agora Davi queria que lhe devolvessem a esposa antes de começar a negociar a paz com as tribos do norte. Possivelmente Davi ainda a amava (mas veja-se 6:20-23 a respeito da tensão em sua relação). Muito provavelmente, pensou que o matrimônio com uma filha do Saul fortaleceria sua reclamação para governar todo o Israel e demonstrar que não guardava animosidade para a casa do Saul. Palti foi a vítima desafortunada apanhada na telara�a do ciúmes do Saul.

3:19 Devido a Saul, Is-boset e Abner eram todos da tribo de Benjamim, o apoio dos anciões dessa tribo significava que Abner falava a sério a respeito de sua oferta. Existia uma forte possibilidade de superar as rivalidades entre as tribos e unir o reino.

3.26-29 Joab tomou vingança pela morte de seu irmão em lugar de deixar que Deus fizesse justiça. Entretanto, essa vingança obrou em seu contrário (1Rs 2:31-34). Deus castigará a aqueles que o mereçam (Rm 12:19). Não se regozije quando seus inimigos sofrem, e não procure vingança. Procurar vingança arruinará sua própria tranqüilidade mental e incrementará as oportunidades de posteriores represálias.

3:27 Abner matou ao Asael, irmão do Joab, em defesa própria. Logo Joab matou ao Abner para vingar a morte de seu irmão e além para salvar sua posição como líder militar. supunha-se que os homens que matavam em defesa própria estariam a salvo em cidades de refúgio (Nu 35:22-25). Joab mostrou sua falta de respeito às leis de Deus ao matar por vingança ao Abner no Hebrón, uma cidade de refúgio (Js 20:7).

3:29 Davi disse que os descendentes do Joab seriam impuros, doentes e que passariam necessidade. por que disse Davi costure tão duras a respeito do Joab? Davi estava zangado pela morte do Abner por muitas razões. (1) Estava sofrendo pela perda de um oficial militar qualificado. (2) Queria estar seguro de que a culpa pela morte do Abner caísse no Joab e não nele mesmo. (3) Estava a ponto de converter-se em rei da nação inteira, e utilizar ao Abner era a chave para ganhar às tribos do norte. A morte do Abner pôde ter revivido a guerra civil. (4) Joab violou o acordo que tinha feito Davi de que protegeria ao Abner. O ato assassino do Joab arruinou os planos do Davi e este estava molesto em especial porque seu próprio general tinha cometido o crime.

3:31 Ao caminhar atrás do féretro, Davi estava liderando o duelo.

3.31ss Davi ordenou ao Joab que levasse luto, possivelmente porque poucas pessoas se deram conta de que Joab tinha cometido o crime e porque Davi não queria nenhum outro problema. Se isto foi assim, Davi estava pensando mais em fortalecer seu reino que em repartir justiça.

3:39 Joab e Abisai foram os dois filhos da Sarvia que Davi mencionou. Davi passou momentos muito difíceis tratando de controlar ao Joab porque, apesar de que era intensamente leal, tinha uma vontade férrea prefiriendo fazer as coisas a sua maneira. Em troca de sua lealdade, entretanto, Davi lhe deu a flexibilidade que tanto desejava.

O assassinato que cometeu Joab contra Abner é um exemplo de sua independência intensa. Apesar de que Davi se opôs ao assassinato, permitiu que não fora castigado porque (1) o castigar ao Joab poderia ter feito que as tropas se rebelassem; (2) Joab era sobrinho do Davi, e qualquer trato forte poderia ter causado problemas familiares; (3) Joab era da tribo do Judá, e Davi não queria uma rebelião de sua própria tribo; (4) o haver-se desfeito do Joab tinha significado a perda de um general hábil e competente que foi invalorable para fortalecer seu exército.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
REVOLTA D. Abner (3: 6-39)

6 E sucedeu que, enquanto houve guerra entre a casa de Saul ea casa de Davi, que Abner ia se tornando poderoso na casa de Saul. 7 Ora, Saul tivera uma concubina, cujo nome era Rispa, filha de Aías: e Isbosete , disse a Abner: Por que fizeste ido à concubina de meu pai? 8 Então se irou muito Abner pelas palavras de Isbosete, disse: Sou eu cabeça de cão, que pertence a Judá? Este dia eu mostrar bondade para com a casa de Saul, teu pai, a seus irmãos, e seus amigos, e não te entreguei nas mãos de Davi; e ainda assim tu me chargest este dia com uma falha tocante a essa mulher. 9 Assim faça Deus a Abner, e outro tanto, se, como o Senhor jurou a Davi, eu não faço mesmo assim a ele; 10 para transferir o reino da casa de Saul, e estabelecendo o trono de Davi sobre Israel e sobre Judá, desde Dã até Berseba. 11 E ele não poderia responder a Abner mais uma palavra, porque o temia.

12 E Abner enviou mensageiros a Davi, em seu nome, dizendo: De quem é a terra? dizendo também , faze a tua aliança comigo, e eis que a minha mão será contigo, para trazer sobre ti todo o Israel. 13 E ele disse: Bem; Vou fazer uma aliança contigo; mas uma coisa que eu preciso de ti. ou seja, você não deve ver o meu rosto, se não te traz primeiramente Mical, filha de Saul, quando vieres ver a minha cara 14 E Davi enviou mensageiros a Isbosete, filho de Saul, dizendo: Dá-me minha mulher Mical, que eu desposei por cem prepúcios de filisteus. 15 E Isbosete enviados, e tirou a seu marido, a Paltiel, filho de Laís. 16 E foi com ela, chorando seu marido como ele foi, e seguiu-a até Baurim. Então disse Abner-lhe: Vai, volta, e ele voltou.

17 Falou Abner com os anciãos de Israel, dizendo: Em tempos ye passado procurado para Davi para ser rei sobre você: 18 agora, em seguida, fazê-lo; porque o Senhor falou de Davi, dizendo: Pela mão do meu servo Davi livrarei o meu povo de Israel da mão dos filisteus e da mão de todos os seus inimigos. 19 E Abner falou também aos ouvidos de Benjamin : e Abner foi também dizer aos ouvidos de Davi em Hebron tudo o que parece bom para Israel, e para toda a casa de Benjamin. 20 Abner foi ter com Davi em Hebrom, e vinte homens com ele. E Davi fez Abner e os homens que estavam com ele uma festa. 21 Então disse Abner a Davi: Eu me levantarei, e vai reunir todo o Israel o rei meu senhor, para que possam fazer uma aliança contigo, e que tu possas reinar sobre tudo o que desejar a tua alma. E despediu Davi a Abner; e ele foi em paz.

22 E eis que os servos de Davi e Joabe voltaram de uma sortida, e traziam consigo grande despojo; mas Abner não estava com Davi em Hebron; para ele o tinha despedido, e ele se foi em paz. 23 Quando Joabe e todo o exército que vinha com ele vir, disseram Joabe, dizendo: Abner, filho de Ner, veio ao rei, e ele o enviou para longe e ele se foi em paz. 24 Então Joabe foi ao rei, e disse: Que fizeste? eis que Abner veio a ti; por que é que tu mandou-o embora, e ele é bastante ido? 25 Tu conheces a Abner, filho de Ner, que te veio enganar, e saber a tua saída ea tua entrada, e conhecer tudo quanto fazes . 26 E Joabe, retirando-se de Davi, enviou mensageiros atrás de Abner, que o fizeram voltar do poço de Sira, sem que Davi o soubesse.

27 E quando Abner voltou a Hebrom, Joabe o levou à parte para o meio da porta para falar com ele em voz baixa, e feriu-o ali no corpo, de modo que ele morreu, por causa do sangue de Asael, seu irmão. 28 E depois disso, quando Davi ouviu isso, disse ele, eu eo meu reino, sem culpa diante de Jeová para sempre do sangue de Abner, filho de Ner: 29 deixá-lo cair sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai; e nunca falte na casa de Joabe quem tenha fluxo, ou quem seja leproso, ou quem se atenha a bordão, ou quem caia à espada, ou quem necessite de pão. 30 Então Joabe e Abisai, seu irmão, mataram Abner , porque ele tinha matado seu irmão Asael em Gibeão na batalha.

31 E disse Davi a Joabe, e para todas as pessoas que estavam com ele: Rasgai as vossas vestes, e cingi-vos de saco, e choram diante de Abner. E o rei Davi seguindo o féretro. 32 E, sepultando a Abner em Hebrom, o rei levantou a sua voz, e chorou junto da sepultura de Abner; e todo o povo chorava. 33 E o rei lamentou por Abner, e disse:

Caso Abner morrer como morre o vilão?

34 As tuas mãos não estavam atadas, nem os teus pés carregados de grilhões:

Como um homem cai diante dos filhos da iniqüidade, para que fizeste cair.

E todo o povo chorou muito mais por ele. 35 E todo o povo veio fazer com que Davi comesse pão, sendo ainda dia; mas Davi jurou, dizendo: Deus fazê-lo para mim, e outro tanto, se eu provar pão ou qualquer outra coisa, até que o sol se ponha. 36 E todo o povo notou isso, e pareceu-lhe bem; assim como tudo quanto o rei fez pareceu bem a todo o povo. 37 E todo o povo e todo o Israel entenderam naquele mesmo dia que não era do rei que matassem a Abner, filho de Ner. 38 E disse o rei aos seus servos: Não sabeis que há é um príncipe e um grande homem hoje caiu em Israel? 39 E eu hoje estou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são duros demais para mim: o Senhor recompense o malfeitor conforme a sua maldade.

A guerra entre Davi e Isbosete continuou. Enquanto a casa de Saul enfraquecido durante este período, a casa de Davi ficou mais forte (conforme 2Sm 3:1 ). A autoridade e adequação da regra de Isbosete enfraquecido, enquanto Abner pessoalmente continuou a beneficiar a si mesmo.

Finalmente, Abner foi tão ousado em sua arrogância que ele violou os direitos do rei e aderiram a uma das concubinas reais, Rispa (v. 2Sm 3:7 ). A objeção de Isbosete foi baseada nos direitos invioláveis ​​do rei, mas Abner deliberadamente mal interpretado, alegando que a sua tomada Rispa momentaneamente era apenas um incidente insignificante.

Este incidente desde Abner uma desculpa para a transferência de sua lealdade, da casa de Saul para a casa de Davi (vv. 2Sm 3:8-11 ). Ele enviou mensageiros a Davi com a finalidade de estabelecer relações de amizade.

Davi recebeu os mensageiros e prometeu fazer um campeonato com Abner se Mical, que Saul tinha prometido a ele, foram restaurados para ele. Saul tinha mudado seus planos ea deu a Paltiel (conforme 1Sm 25:44 ). Abner forçado sua separação, e ela foi enviada para Davi (vv. 2Sm 3:15 , 2Sm 3:16 ).

Paltiel foi inocentemente vitimado por motivo de intrigas políticas. Davi exigiu Michal porque esta restaurou a sua relação com a casa de Saul e iria colocá-lo em uma posição muito forte como sucessor de Saul. Abner forçosamente executado o retorno de Michal a Davi, a fim de que ele poderia estar em uma posição política forte na liga entre a casa de Davi e da casa de Saul. Ele era primo de Saul e pode ter aspiravam a se tornar lugar-tenente de Davi. Este teria fornecido uma situação realmente explosivo porque Joab teria desafiado a candidatura de Abner para a posição na nova liga.

No entanto, Abner não conseguiu completar sua aliança com Davi por causa de traição ousada por parte de Joabe (v. 2Sm 3:27 ). Quando Davi soube do assassinato de Abner tomou medidas fortes para mostrar ao povo de Israel que ele lamentou esta obra e que ele não era uma festa para ele. Sua maldição sobre Joab e sua lamentação por Abner refletir isso (vv. 2Sm 3:28 , 2Sm 3:29 , 2Sm 3:33 , 2Sm 3:34 ). E todo o povo e todo o Israel entenderam naquele mesmo dia que não era do rei que matassem a Abner (v. 2Sm 3:37 ).

Davi deu um tributo generoso para Abner. Não sabeis que há um príncipe e um grande homem hoje caiu em Israel? (v. 2Sm 3:38 ). Ele também reconheceu a fraqueza em seu controle de Joabe. E eu hoje estou fraco, embora ungido rei; e estes homens de Zeruia são muito difícil para mim (v. 2Sm 3:39 ; conforme 2Sm 2:18 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
O assassinato de Abner (cap. 3)

As muitas esposas de Davi eram uma violação direta deDt 17:15-5. Alguns estudio-sos acreditam que isso expressa a lascívia de Davi e, no fim, causou os muitos problemas familiares que contaminaram seus dias posterio-res. Amnom violou sua meia-irmã Tamar (cap. 13); Absalão rebelou-se contra Davi e tentou pegar a coroa (caps. 13—18); e Adonias tentou ar-rancar o reinado de Salomão (1Rs 1:0) e Amasa (2Sm 20:10). Davi pediu que seu filho Salomão lidasse com Joabe, e ele fez isso (1Rs 2:5-11,1Rs 2:28-11). É difícil dizer como seria a história se Abner não tivesse morrido. Com certeza, Joabe tinha um poder incomum sobre Davi, em especial depois que ajudou o rei em seu complô assassino contra o ino-cente Urias (11:14ss). No entanto, repare na conduta piedosa de Davi em relação à morte de Abner.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
3.1 Muito tempo. Sete anos, cinco dos quais foram gastos em escaramuças; e dois no reinado de Is-Bosete.

3:2-5 Dos seis filhos de Davi, de seis mulheres diferentes, nascidos em Hebrom, Amnom, é o primogênito, deu grande desgosto a seu pai (cap. 13); Absalão, o terceiro filho, usurpou-lhe o trono (caps. 13-18); Adonias, o quarto, seguiu o caminho do anterior (1Rs 1:5-11), tornou-se virtual dono de Israel; Is-Bosete não passava de um preposto seu.

3.7 Concubina... Rispa. (21:8-11). As esposas e concubinas do rei, por tradição, pertenciam ao novo rei. Apossando-se alguém delas, era declarar-se investido de poder real (16:20-22; 1Rs 2:21-11). As concubinas, por sua vez, não eram mulheres vadias, tinham direitos garantidos pela lei e, quando rejeitadas, não podiam ser vendidas como escravas; as vezes, exerciam o papel de donas de casa (Gn 16:2, 3; 21:10; Êx 21:8-11; Dt 21:10-5).

3.8 Cabeça de cão. Ser chamado de cão, animal imundo, era ser debochado e desprezado (9.8; 16.9; 1Sm 17:43; 1Sm 24:14). Por causa desta mulher. É possível que a acusação contra Abner tenha sido injusta. Rispa, por outro lado, era mulher de gestos e sentimentos admiráveis (ver 21.10).

3:9-11 Abner confessa ter sabido do direito de Davi, de ser este o rei sobre Israel todo.

3.13 Davi exige de volta a sua mulher Mical, pela qual pagou um preço dobrado (1Sm 18:27; Dt 25:7; Lm 5:14). • N. Hom. "Vingança". O sentimento de vingança é causa de fracasso de qualquer relação pública. Vingança do Sangue, da parte de Joabe, não passava de simples pretexto para se livrar de um seu rival (2:19-33; 3:33-34; 1Rs 2:5; Êx 21:14). Movido por esse vil sentimento, Joabe cometeu ações que o privaram do apoio e estima de Davi , (28.39; 19.13), determinaram a sua própria morte (1Rs 2:5-11, 1Rs 2:31) e, provocaram um anátema sobre seus descendentes (29; 1Rs 2:33).

3.28,29 Davi declarou-se inocente do sangue de Abner e lança o anátema sobre Joabe e sua descendência (1Rs 2:28-11): quem se apóie em muleta. A tradução literal seria: "quem pegue no fuso": e significa, "estropiado, mole, efeminado".

3.30- 32 Abner era nobre (38) e estimado pelo povo. Sua popularidade foi a principal causa da sua morte. Joabe, invejoso, matou-o para livrar-se de um rival. Justificou-se, porém, com a desculpa de vingador do sangue de seu irmão (1Rs 2:5-11).

3.33,34 A ode fúnebre de Davi revela que Abner foi morto como se fora um perverso. De mãos e pés livres, pedia se defender facilmente, mas não o fez, pois não esperava ser atacado traiçoeiramente.

3.37 Ficaram sabendo. O povo ficou sabendo que não foi Davi o autor da morte de Abner; caso contrário, a situação política se agravaria ainda mais.

3.39 Sou fraco. Davi confessa que os filhos de Zeruia eram mais fortes. Joabe além de ser prepotente, ciumento e vingativo, tinha nas suas mãos o comando dos "600 homens” de Davi.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
2.24—3.1. Joabe e Abisai retomaram a perseguição e alcançaram Abner e os seus benjamitas em uma posição no topo da colina. Abner suplicou a Joabe que desistisse, ressaltando a futilidade da luta fratricida.
Joabe então interrompeu a batalha, em vez de lutar a noite toda. Os dois exércitos voltaram às suas bases e contaram as suas baixas; os seguidores de Davi tinham perdido 20 homens, incluindo Asael, e os benjamitas, 360. A luta continuou: A guerra entre as famílias de Saul e de Davi durou muito tempo. Davi tornava-se cada vez mais forte, enquanto que a família de Saul se enfraquecia (v. 1).

b)    Os filhos de Davi: lista 1 (3:2-5; conforme 5:13 16:8-16-18)
Assim como a história de Saul é interrompida por um breve registro familiar (14.4951), aqui também há uma lista dos filhos de Davi, com os nomes das suas mães. Diz-se que são aqueles nascidos em Hebrom, embora Noth (History of Israel, p.
200) pense que alguns tenham nascido antes disso. É interessante observar que são mencionadas quatro mulheres além das duas que ele havia trazido consigo para Hebrom (conforme 2.2).

A lista dos filhos é a seguinte:
(1)    Amnom, filho de Ainoã. Mais tarde morreu como príncipe herdeiro (cap. 13).

(2)    Quileabe, outra forma do nome Calebe; filho de Abigail; no mais é desconhecido.

(3)    Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; mais tarde conduziu uma rebelião contra o seu pai.

(4)    Adonias, filho de Hagite; tomou o trono por pouco tempo antes da morte do pai.

(5)    Sefatias, filho de Abital; no mais é desconhecido.

(6)    Itreão, filho de Eglá, sua mulher. Por que só Eglá é mencionada como mulher de Davi? Permanece um enigma; as outras cinco tinham direito à mesma descrição. Os pontos de vista de Hertzberg, de que ela talvez tenha sido a sua esposa predileta, e o de H. P. Smith, de que ela era meia-irmã de Davi, não têm sido levados a sério. Driver sugere “alguma corrupção de transcrição” (Notes, p. 246).

c)    A morte de Abner (3:6-39)
A seguir, vem uma história sórdida de intriga e assassinato. O ambicioso Abner estava tirando vantagem da situação para consolidar a sua própria posição, até mesmo dormindo com a concubina de Saul, Rispa. O controle sobre o harém de um rei morto também contava pontos importantes no direito à sucessão (conforme De Vaux, Ancient Israel, p. 116). Is-Bosete apresentou o seu protesto (v. 7), sem, contudo, acusar o seu general de motivações políticas dissimuladas. Abner imediatamente fez uma demonstração violenta da sua indignação: Por acaso eu sou um cão a serviço de Judá? (v. 8). Há um trocadilho aqui em relação a Calebe, a palavra hebraica para cão, e o nome de um clã em Judá; Abner estava perguntando se ele deveria ser tratado como simples habitante de Judá. Ele lembrou Is-Bosete de toda a sua lealdade à casa de Saul e ameaçou que poderia muito bem ir e colocar os seus serviços à disposição de Davi. Is-Bosete não respondeu nada a Abner, pois tinha medo dele (v. 11).

Abner colocou a sua ameaça em prática e procurou Davi, oferecendo-lhe todo o reino. As suas intenções exatas não são declaradas aqui, mas o resultado do episódio é que “ele fez o papel não somente de fundador mas também de coveiro do reinado de Esbaal” (Hertzberg, p. 257). Davi agiu com cuidado; ele consentiu de forma restrita, com a condição de que a sua ex-esposa, Mical, filha de Saul, lhe fosse devolvida (v. 1Sm 18:20;

25.44). Is-Bosete concordou e tomou Mical do seu marido, que não conseguiu disfarçar a sua tristeza até que Abner lhe ordenou que fosse para casa.
v. 17. Abner enviou esta mensagem às autoridades de Israel', essas autoridades, de acordo com Hertzberg (p. 259), “que no início eram os mais ‘velhos’ tanto da tribo quanto da família, experientes e renomados (Jó 29), evidentemente se tornaram um grupo aristocrático que, em virtude das pressões dos eventos, representavam um tipo de senado na cidade ou na tribo. As ‘autoridades de Israel’ mencionadas aqui (e em 5.3; 17.4,15; lRs 8,1) talvez tenham sido um núcleo extraído das autoridades das tribos”. Não está especificado onde foi realizada a reunião; dificilmente foi na corte de Is-Bosete. Abner foi ao sul, para Benjamim, a fim de conseguir apoio, e depois para Hebrom, para se encontrar com Davi, que ofereceu um banquete para ele e para os homens que o acompanhavam (v. 20). Abner então fez a seguinte promessa a Davi: Deixa que eu me vá e reúna todo o Israel, meu senhor, para que façam um acordo contigo, 6 rei, e reines sobre tudo o que desejares (v. 21). Davi deixou Abner ir em paz, talvez (embora alguns não aceitem isso, e.g., McKane, p. 195; H. P. Smith, p.
279) com a promessa de responsabilidade na corte.

Se isso foi assim ou não, Joabe quando entrou com os seus homens voltando de um ataque (v. 22) pensou que a sua posição estava ameaçada. Por não ter estado presente quando Abner chegara, ele ficou perturbado pelo que ouviu, questionando o rei Davi por que o tinha deixado partir em paz (v. 22). H. P. Smith (p.
279) diz que a fúria de Joabe era por causa do fato de Davi ter permitido Abner sair em paz, quando, como parente de Asael, ele mesmo teria de ter agido. Ao sair da presença do rei, Joabe, sem o conhecimento do rei, enviou uma mensagem que alcançou Abner na cisterna de Sirá (v. 26), que Driver (Notes, p.
250) identifica com ‘Ain Sãrah, aproximadamente a 2 quilômetros ao norte de Hebrom. Ele retornou, e Joabe teve uma conversa particular com ele, durante a qual o matou, por ter derramado o sangue de Asael (v. 27), na continuação da luta familiar que Abner tinha tentado evitar (2.26).

A reação de repugnância total de Davi foi imediata; ele, sem dúvida, ficou preocupado que esse ato de violência devassa seria atribuída a ele. Ele declarou a sua inocência, orando para que o castigo de Deus caísse sobre Joabe, e invocando as maldições mais graves sobre a sua casa. O comentário final do autor (v. 30) associa Abisai a seu irmão Joabe na responsabilidade pelo ultraje.
Davi então ordenou que houvesse um funeral público para Abner. Ele mesmo conduziu o pranto, mais uma vez com um qinãh, um lamento, de sua autoria: Por que morreu Abner como morrem os insensatos? (v. 33). Abner era um homem de sabedoria e experiência que tinha parecido insensato em comparação com a astúcia inescrupulosa de Joabe.

Depois dos rituais do funeral, Davi jejuou até o pôr-do-sol, uma homenagem que fez aumentar ainda mais a sua já considerável popularidade. Ele confirmou o seu respeito por Abner: Não percebem que caiu hoje em Israel um líder, um grande homem? (v. 38). Ele falou de sua própria perda e mais uma vez entregou a questão da vingança ao Senhor. Ele era dependente demais dos filhos de Zeruia para resistir a eles.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de II Samuel Capítulo 3 do versículo 1 até o 39
2Sm 3:1

4. OS SEIS FILHOS DE DAVI (2Sm 3:1-10). Durante a sua permanência em Hebrom Davi ia-se fortalecendo (1) e nasceram-lhe seis filhos. Destes, pelo menos três desapontaram-no amargamente: Amnom (conforme 2Sm 13:0; 1Rs 2:25).

>2Sm 3:6

5. DESENTENDIMENTO ENTRE ABNER E IS-BOSETE (2Sm 3:6-10). Abner tomou Rispa, uma das concubinas de Saul. Tal ato foi justamente considerado por Is-Bosete como traição à memória de seu pai. A resposta de Abner à repreensão de Is-Bosete (8-10) é muito obscura e diverge na Septuaginta, na 5ulgata e no Hebraico. Mas o sentido geral é: se Abner fosse tão desprezível e tão vil como Is-Bosete pensa, ele não o teria apoiado nem servido a casa de Saul tão prolongada e fielmente. Assim se cava, irremediavelmente, a barreira que os separa. Abner reconhece, tardiamente, que Deus prometera o trono a Davi e decide apoiar a sua causa e lutar por ele (9-10).

>2Sm 3:12

6. ABNER ENTRA EM NEGOCIAÇÕES COM DAVI (2Sm 3:12-10). Abner enviou mensageiros a Davi dizendo: De quem é a terra? como que admitindo que a terra pertencia a Davi porque lhe fora dada por Deus e sugerindo uma aliança (12). Davi aceitou a proposta sob condição de que Mical, sua mulher, lhe fosse restituída (ver 2Sm 6:20).

>2Sm 3:22

7. JOABE MATA ABNER À TRAIÇÃO E É AMALDIÇOADO (2Sm 3:22-10). Vendo que não podia convencer Davi da falsidade de Abner, que ele considerava espião, (22-25), Joabe enviou, com o desconhecimento do rei, mensageiros a Abner que, alcançando-o, lhe pediram que voltasse atrás a fim de que se esclarecessem ainda certas negociações. Abner, sem suspeitar do que o esperava, voltou atrás; Joabe, então, fingindo querer falar-lhe em segredo, chamou-o e, afastando-se com ele até à entrada da porta (27), aí o matou traiçoeiramente. Joabe não tinha razão ao querer vingar a morte do irmão uma vez que Abner o matara em legítima defesa (2Sm 2:23). Davi proclama, então, nos termos mais violentos, a culpabilidade de Joabe e a sua inocência e a do seu reino, pronunciando uma terrível maldição sobre Joabe e a sua casa (28-29). Conforme Gn 4:11; Dt 21:6-5; Mt 23:35. Os versículos 30:39 fazem supor a cumplicidade de Abisai.

>2Sm 3:31

Davi ficou profundamente contristado com tamanha perversidade e manifestou largamente o que sentia dissociando-se publicamente da criminosa ação de Joabe (31-32). Numa composição fúnebre Davi lamenta que aquele grande e valente homem sofresse a ignóbil morte do vilão (33-34).


Dicionário

Cem

numeral Dez vezes dez; um cento. (Antes de outro número, não se diz cem, mas cento: cem pessoas; cento e três pessoas.).
Usa-se enfaticamente como número indeterminado: já lhe disse isso cem vezes!
Cem por cento (ou cento por cento), inteiramente, completamente: cem por cento brasileiro.

Da

contração Combinação da preposição de com o artigo ou pronome demonstrativo feminino a.
Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana.
Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou.
Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira.
Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".

contração Combinação da preposição de com o artigo ou pronome demonstrativo feminino a.
Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana.
Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou.
Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira.
Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".

contração Combinação da preposição de com o artigo ou pronome demonstrativo feminino a.
Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana.
Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou.
Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira.
Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".

Davi

Davi [Amado] - O segundo rei do reino unido de Israel. Ele reinou de 1010 a 970 a.C. Tomou Jerusalém e a tornou a capital religiosa do reino. Levou a arca para lá (2Sa
6) e organizou os serviços de adoração (1Ch 15—16). Ampliou o reino (2Sm 8:10-12) e ajuntou materiais para a construção do TEMPLO (1Ch 22). Foi governador, guerreiro, músico e poeta. E foi um dos antepassados de Jesus (Mt 1:1). V. SAMUEL, SEGUNDO LIVRO DE e o mapa OS REINOS DE SAUL, DAVI E S

Davi O segundo rei de Israel (final do séc. XI e início do séc. X a.C.). De sua descendência viria o messias — daí ele ser chamado “Filho de Davi” (Mt 9:27; 12,23; 15,22; 20,30ss.; Mc 11:10) — que também deveria nascer em sua cidade natal: Belém (Mq 5:2). Tanto Lucas como Mateus relacionam Jesus com a estirpe messiânica e o fato deve ser reconhecido como histórico, ainda que seja bem provável que não fosse importante o ramo a que pertencia.

Como outros tantos judeus de sua época, Jesus enfatizou a ascendência davídica do messias, o seu caráter preexistente, baseado em uma leitura peculiar do Salmo 110, que tem paralelos, entre outros, com os essênios de Qumrán (Mt 22:41ss.).


Nome Hebraico - Significado: Amado.

Dados Gerais

Davi é o nome do maior rei de Israel e o ancestral humano do Senhor Jesus. Sua história, suas realizações e seus problemas receberam um tratamento extensivo, de I Samuel 16 a II Reis 1 e em I Crônicas 2:29. O significado do nome ainda é incerto. A conexão com a palavra acadiana dawidûm (chefe, comandante) é atraente, embora duvidosa. É mais provável que esteja associado com a raiz hebraica dwd (amor), para dar o significado de “amado”. Alguns sugerem que Davi seja um cognome real e que seu nome é Elanã (Heb. “Deus é gracioso”), o herói que matou Golias (2Sm 21:19). Embora essa solução possa resolver a aparente discrepância entre I Samuel 17, cujo texto relata que Davi matou Golias, e II Samuel 21:19, o qual menciona que foi Elanã quem matou o gigante, cria outro problema: por que então Elanã seria relacionado na lista dos heróis de Davi? Outra sugestão é feita a partir de I Crônicas 20:5, que identifica Elanã como o herói que matou Lami, irmão de Golias. Desde que não se tem certeza se foi em II Samuel 21:19 ou em I Crônicas 20:5 que houve uma corrupção textual, a identificação de Elanã é incerta.

Antecedentes

Davi era o mais novo dos oito filhos de Jessé, um efrateu de Belém (1Sm 17:11-12). Jessé era descendente da tribo de Judá e bisneto de Boaz e Rute, a moabita (Rt 4:18-22; cf. 1Cr 2:1-15; Mt 1:2-6; Lc 3:31-38).

Na juventude, Davi cuidava dos rebanhos da família. Como pastor, aprendeu a cuidar dos animais, bem como a protegê-los dos predadores. Essa experiência o ensinou a depender do Senhor, conforme afirmou para Saul: “O Senhor que me livrou das garras do leão, e das garras do urso, me livrará da mão deste filisteu” (1Sm 17:37).

Davi era também um bom músico. Quando Saul sofria de depressão e crises de melancolia, seus servos, conhecendo a reputação desse jovem, mandaram chamá-lo (1Sm 16:16). Um deles disse: “Vi um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar bem, e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras, e de boa aparência. E o Senhor é com ele” (v. 18). Esse texto relaciona várias características de Davi: seu talento musical, sua bravura, eloquência, boa aparência, mas, acima de tudo, a presença do Senhor em sua vida.

Davi eleito por Deus para ser rei

Davi era notável, tanto por seu amor a Deus como por sua aparência física (1Sm 16:12). Depois que Saul foi rejeitado por seus atos de desobediência (1Sm 15:26), o Senhor incumbiu Samuel da tarefa de ungir um dos filhos de Jessé. Os mancebos passaram um por vez diante do profeta, mas nenhum deles foi aprovado por Deus. Depois que os sete mais velhos foram apresentados a Samuel, ele não entendeu por que o Senhor o enviara a ungir um rei naquela casa. O profeta procurava um candidato que se qualificasse por sua estatura física. Afinal, anteriormente tinha dito ao povo que Saul preenchia os requisitos, devido à sua bela aparência: “Vedes o homem que o Senhor escolheu? Não há entre o povo nenhum semelhante a ele” (1Sm 10:24).

Jessé disse a Samuel que seu filho mais novo, chamado Davi, ainda cuidava dos rebanhos. Depois que foi trazido diante do profeta, ele teve certeza que aquele jovem atendia aos padrões de Deus, pois “o Senhor não vê como vê o homem. O homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm 16:7). Davi recebeu duas confirmações de sua eleição: Samuel o ungiu numa cerimônia familiar e o Espírito do Senhor veio sobre ele de maneira poderosa (v.13).

Davi com Saul

Os caps. 16 a 31 de I Samuel são uma antologia solta de histórias, que, como coletânea, receberam o título de “A história da exaltação de Davi”. O propósito dessas narrativas é defender Davi das acusações de ter agido de maneira subversiva, usurpando o trono da família de Saul, sendo responsável pelas mortes de Saul, Jônatas, Abner e Is-Bosete. Deus operava claramente em todas as circunstâncias da vida de Davi, que o elevaram da posição de pastor de ovelhas a músico no palácio do rei, de lutar contra animais selvagens até suas vitórias sobre os filisteus e de herói nacional a refugiado político.

Primeiro, Davi foi convidado para servir ao rei Saul como músico. Saul sofria de melancolia, porque o Espírito do Senhor o abandonara (1Sm 16:14). Na corte, Davi agradou ao rei, o qual o nomeou seu escudeiro (v. 21).

Segundo, Deus agiu rapidamente, quando os filisteus atacaram 1srael (1Sm 17). O gigante filisteu, chamado Golias, desafiava Saul e todo o Israel várias vezes por dia, por um espaço de 40 dias (1Sm 17:16). Aconteceu de Davi levar suprimentos para seus irmãos que estavam no acampamento de guerra e teve oportunidade de ouvir o desafio do gigante. Movido por seu zelo pelo Senhor, seu amor pelo povo e pela alta recompensa — riqueza, casamento com a filha do rei Saul e a isenção de pagar impostos — Davi apresentou-se como voluntário para enfrentar Golias naquela batalha. O Senhor estava com ele. Davi triunfou sobre o filisteu, ao matá-lo com uma funda e uma pedra (1Sm 17:50).

Terceiro, Davi foi convidado para morar no palácio real (1Sm 18:2). Os membros da família do rei o amavam. “A alma de Jônatas ligou-se com a de Davi, e Jônatas o amou como à sua própria alma” (v. 1). Este filho de Saul chegou ao ponto de fazer uma “aliança” com Davi (v. 3). Como expressão de seu profundo amor e respeito pelo filho de Jessé, deu-lhe suas roupas e armadura (v. 4). Mical também amava Davi (v. 20).

Como sempre acontece, quando muitas coisas boas surgem, a fortuna tornou-se em sina. A fama de Davi cresceu rapidamente. Por toda a nação, as mulheres louvavam seu nome e faziam comparações positivas entre o jovem e o rei: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares” (1Sm 18:7). Esse contraste suscitou o ciúme do rei (v. 8). Ele sabia que seus dias como monarca estavam contados e tinha de proteger o trono para sua família. Assim começaram as atitudes de hostilidade explícita contra Davi. O narrador de I Samuel escreveu: “Daquele dia em diante, Saul trazia Davi sob suspeita” (v. 9).

O ciúme de Saul deixou-o cego. Foi extremamente desleal, pois voltou atrás em sua promessa de dar a filha mais velha, Merabe, em casamento a Davi (1Sm 18:17). Exigiu que o jovem enfrentasse os filisteus em batalha, na esperança de que perdesse a vida. Davi, ainda relutante em aceitar casar-se com um membro da família real, procurou imediatamente agradar ao rei. Nesse meio tempo, Merabe foi dada a outro homem (1Sm 18:19). De maneira vil, Saul desafiou-o a demonstrar sua bravura e seu valor novamente, mediante a matança de 100 filisteus, como um tipo de dote. Estava aborrecido por ser obrigado a dar Mical como esposa para Davi, porque sabia que o Senhor estava com ele e via o amor da filha por Davi como traição contra seu reinado (1Sm 18:28).

Quarto, por meio de sua amizade com o filho do rei, Davi foi avisado com antecedência do profundo ódio de Saul contra ele, bem como de seus planos de matá-lo. Jônatas amava de verdade o filho de Jessé (1Sm 19:1) e não se preocupava com suas proezas militares, nem com sua crescente popularidade. Intercedeu em favor dele e o convidou para voltar ao palácio (v. 7), mas gradualmente percebeu que seu pai realmente estava determinado a matá-lo. O rei fez algumas tentativas para eliminar Davi no palácio (v. 10) e até mesmo na própria casa do genro (v. 11). Davi e Jônatas foram obrigados a se separar. O filho do rei sabia que Davi corria risco de vida; compreendia também que Deus tinha um plano especial para a vida do amigo. Os dois fizeram uma aliança para toda a vida e se separaram (1Sm 20:16-42).

Saul contra Davi

Saul fez tudo para livrar-se de Davi. Expulso da corte, o filho de Jessé buscou refúgio junto a Aquis, rei filisteu de Gate. Temeroso de que a boa vontade do anfitrião mudasse a qualquer momento, foi para Adulão (1Sm 22). Ali, liderou um bando de foras-dalei. Trouxe sua família para a segurança de Moabe e retornou, a fim de enfrentar os perigos de sua vida de eLivros. Qualquer um que tentasse colaborar com Davi era morto por Saul, como aconteceu com os sacerdotes de Nobe (1Sm 21:22). Para onde quer que ele fosse, o rei ficava sabendo e o perseguia.

Enquanto isso, o apoio a Davi crescia cada vez mais. Bandidos, muitos deles guerreiros habilidosos, reuniram-se a ele. Abiatar, um sacerdote que escapou do massacre em Nobe, e o profeta Gade também se uniram a Davi. Este, por suas muitas façanhas, fazia com que as pessoas ficassem em débito para com ele. Reduziu a ameaça dos filisteus, como fez, por exemplo, em Queila (1Sm 23). Ele e seu homens também tornaram-se defensores dos moradores de Judá que eram constantemente ameaçados por saqueadores estrangeiros e viviam da parte que recebiam das colheitas, rebanhos e do gado que ajudavam a proteger. Nem todos os criadores, porém, estavam dispostos a compartilhar com eles alguma coisa. Nabal, um rico fazendeiro, tinha recebido tal proteção de Davi e seus homens, mas era avarento demais para recompensá-los pelo trabalho (1Sm 25). O filho de Jessé ficou furioso, mas Abigail, esposa de Nabal, foi ao seu encontro com vários presentes. Depois da morte do marido, ela se tornou esposa de Davi (1Sm 25:42).

Por duas vezes Davi teve oportunidade de vingar-se de Saul, mas, ao invés de matá-lo, poupou sua vida. Sua existência tornou-se tão opressiva que foi obrigado a buscar refúgio com Aquis, rei de Gate. Recebeu a cidade de Ziclague para morar com seus homens, de onde ajudava Saul a reduzir as forças dos filisteus (1Sm 27). Aquis tinha tamanha confiança na lealdade de Davi, que o levou consigo como parte de suas tropas numa batalha em Gilboa, contra os israelitas (1Sm 28). Os filisteus não deveriam ficar apreensivos pelo conflito de interesses; Davi lutaria contra seu próprio povo (1Sm 29). No entanto, ele retornou a Ziclague e descobriu que a cidade fora saqueada e incendiada e a população, levada cativa pelos amalequitas. Enquanto os filisteus esmagavam os israelitas no norte, Davi perseguiu os invasores e colocou um fim em suas hostilidades.

Davi é exaltado ao reino

Saul e Jônatas foram mortos na batalha em Gilboa (2Sm 1:4). Ao invés de comemorar este acontecimento, Davi chorou pelo rei e por seu amigo (2Sm 1:19-27). As notícias sobre a morte de Saul correram rápido, mas as reações foram bem diferentes em todo país. As tribos do Norte reconheceram 1s-Bosete, filho do rei, como o legítimo representante do trono (2Sm 2:8-9). A tribo de Judá permaneceu leal a Davi e separou-se da união, ao tornar Hebrom a capital do novo reino (2Sm 2:3-4).

Não demorou muito para que o povo descobrisse a incompetência de Is-Bosete. Abner, seu comandante militar, junto com outros cidadãos importantes, procurou Davi e abriu negociações com ele, as quais foram interrompidas quando Joabe assassinou Abner, em vingança pela morte de seu irmão. O enfraquecimento do Norte encorajou a morte de Is-Bosete e as tribos voltaram à união sob o reino de Davi (2Sm 5:1-3).

Esse reino, agora unificado, primeiro teve Hebrom como seu centro. Mas, desejoso de ter uma localização melhor e reconhecedor do problema estratégico gerado pela proximidade dos cananeus, Davi determinou a conquista de Jerusalém. A cidade nunca pertencera aos israelitas e localizava-se num ponto estratégico, em um cruzamento entre o leste e o oeste, o norte e o sul. Joabe, o comandante militar, liderou uma campanha bem-sucedida contra aquela localidade e a conquistou para o rei.

Davi consolidou seu reino, ao fazer de Jerusalém sua capital administrativa. Era uma cidade neutra, pois não tinha qualquer ligação especial nem com as tribos do Norte nem com as do Sul (2Sm 5:9-10). O crescimento do poderio de Davi não passou despercebido. Hirão, rei de Tiro, enviou seus carpinteiros e pedreiros, a fim de construir um palácio para ele (2Sm 5:11). Esse ato firmou o relacionamento entre os dois reis. Por incrível que pareça, o fortalecimento da posição do filho de Jessé ameaçou a paz relativa de que Israel gozava. Os filisteus não perturbaram o país durante os dois primeiros anos do reinado de Davi. Com o crescimento de seu poder, entretanto, decidiram acabar com sua grande popularidade. O rei resistiu a cada ataque com sucesso e finalmente definiu a fronteira do reino na planície costeira (2Sm 5:19-25).

Jerusalém como centro do reino de Davi

A paz estabelecida em Israel encorajou Davi a persuadir as tribos a reconhecer Jerusalém como centro religioso, ao levar para lá a Arca da Aliança, o símbolo central do relacionamento e da aliança do povo com Deus (2Sm 6). (Veja o verbete Aliança.) Após encontrar descanso em Jerusalém, Davi buscou a aprovação do Senhor para providenciar um centro definitivo ao culto e à adoração em Israel, por meio da construção de um Templo (2Sm 7). Deus modificou a oferta de Davi, pois concedeu a ele uma “casa” (dinastia) e permitiu que seu filho construísse uma “casa” permanente para o Senhor. A promessa de uma dinastia foi incorporada a uma aliança de concessão. A proposta concedia a Davi um lugar perpétuo no reino de Deus, ao colocar sobre ele o privilégio de ser um “filho” de Deus. O Salmo 2 celebra a condição do filho como o que experimenta uma posição privilegiada e recebe autoridade para estabelecer o reino de Deus (veja Sl 72), submeter as nações, quando necessário pela força, e trazer as bênçãos do Senhor sobre todos os fiéis, em todas as partes da Terra. Essas promessas cumprem a aliança que Deus fez com Davi. O Pacto Davídico é uma administração soberana, feita pela graça, segundo a qual o Senhor ungiu Davi e sua casa para estabelecer seu reino e efetivamente trazer um reinado de paz, glória e bênção. Jesus e os apóstolos afirmaram que essas promessas encontram seu foco e recebem sua confirmação em Cristo (o “Messias”). Ele é o “ungido” que recebeu autoridade e poder (Mt 28:20; At
2) do alto sobre toda a criação, inclusive a Igreja (Cl 1).

Encorajado pelas promessas de Deus e feliz pela consolidação do destaque de Israel entre as nações, Davi seguiu adiante. Fortaleceu Jerusalém, desenvolveu uma administração de governo centralizada, expulsou as forças invasoras e foi agressivo no estabelecimento da paz em Israel. Subjugou os filisteus, moabitas, edomitas e amonitas (2Sm 12:29-31). Cobrou impostos dos arameus e das nações que decidiu não subjugar (2Sm 8;10). Depositou a maior parte dos tributos e espólios no fundo para a construção do Templo (2Sm 8:11-12). Embora fosse severo em sua justiça para com as nações, o rei foi generoso no trato com Mefibosete, filho de Jônatas. Providenciou-lhe um lugar e garantiu-lhe um sustento vitalício (2Sm 9). Provavelmente esse período foi marcado por uma severa crise de fome (2Sm 21:1). A dificuldade era tão grande que Davi pediu uma explicação ao Senhor. Foi-lhe revelado que a escassez de alimento era resultado do juízo de Deus, pelo equivocado zelo de Saul, ao tentar aniquilar os gibeonitas (2Sm 21:2), povo que buscara e recebera proteção de Israel, na época de Josué (Js 9:15-18-26). A morte de sete descendentes de Saul, sem incluir Mefibosete, satisfez a exigência de justiça feita pelos gibeonitas. Deus graciosamente removeu a maldição e renovou a terra com chuva abundante. Davi levou os ossos de Saul, Jônatas e dos sete que foram mortos e os enterrou na sepultura de Quis (2Sm 21:14).

A queda de Davi

A partir deste ponto, a história de Davi é uma mistura de tragédia e providência divina. Ele se tornou um personagem trágico. Elevado pela graça de Deus a uma posição de imenso poder, desejou ardentemente Bate-Seba, com quem teve relações sexuais; ao saber que estava grávida, tentou encobrir seu pecado, ordenou que Urias, o marido dela, fosse morto no campo de batalha e casou-se com ela legalmente (2Sm 11). O profeta Natã proferiu um testemunho profético, condenando a concupiscência e a cobiça de Davi e seu comportamento vil (2Sm 12). O rei confessou seu pecado e recebeu perdão (2Sm 12:13; cf. Sl 32:51), mas sofreu as conseqüências de sua perfídia pelo resto da vida. O bebê que nasceu da união com Bate-Seba ficou doente e morreu.

Conseqüentemente, Davi experimentou instabilidade e morte em sua família. Amnom violentou a própria irmã, Tamar, e causou a desgraça dela (2Sm 13); foi assassinado por Absalão, irmão da jovem. Este fugiu para salvar a vida e permaneceu eLivros por dois anos. Davi almejava revê-lo e foi encorajado por Joabe, o qual o enganou, ao forçá-lo a seguiu um conselho que lhe fora dado por uma mulher de Tecoa. Esta, orientada por Joabe, fora ao rei pedindo proteção para o filho que assassinara o irmão. Joabe trouxe Absalão de volta, mas não ao palácio real. Depois de dois anos, o filho do rei voltou ao palácio, conquistou a simpatia do povo e pensou numa maneira de reconquistar o favor do pai (2Sm 14).

Como resultado, Davi experimentou uma guerra civil dentro do país. Absalão tivera tempo para elaborar planos, a fim de perturbar a ordem. Durante quatro anos, preparara-se cuidadosamente para o momento em que o povo o apoiaria, em detrimento de seu velho pai. Absalão foi coroado rei em Hebrom e rapidamente partiu em direção a Jerusalém (2Sm 15). Davi saiu da capital com um grupo de seguidores e deixou vários conselheiros de confiança para trás (Abiatar, Zadoque e Husai). Husai dava conselhos equivocados a Absalão e enviava mensageiros a Davi, a fim de informar todos os movimentos dele (2Sm 17). A guerra trouxe resultados desastrosos para as forças do filho do rei, o qual morreu pendurado em uma árvore pelos cabelos. A vitória foi clara, mas Davi sofreu mais com a perda de Absalão do que sentiu alegria pela vitória.

O rei voltou para Jerusalém com o apoio dos habitantes do Sul do país, os quais anteriormente haviam seguido Absalão. As tribos do Norte sentiram-se traídas pela falta de respeito demonstrada pelos moradores do Sul, pois elas também tinham apoiado o rei e dado a extensão de seu território nas mãos dele; por isso, precisavam ser ouvidas. A tribo de Judá alegou que o rei lhes pertencia e ofendeu os habitantes do Norte com a sua insolente arrogância (2Sm 19:40-43).

Conseqüentemente, a união entre as tribos ficou enfraquecida ao extremo. A dissidência rapidamente cresceu e culminou em outra guerra civil, sob a liderança de Seba, filho de Bicri, da tribo de Benjamim. Davi enviou Amasa para recrutar guerreiros de Judá, a fim de sufocar a rebelião. Como este demorou muito a retornar, o rei comissionou Abisai para perseguir Seba. (Joabe perdera o favor do rei e o cargo, por ter matado Absalão, e agora estava sob as ordens de Abisai.) Quando Amasa, que se aliara a Seba, e Joabe se encontraram, este o matou e reassumiu o comando das tropas. Perseguiu a Seba até Abel-Bete-Maaca e sitiou a cidade. Uma mulher sábia salvou a cidade, ao comprometer-se a atirar a cabeça de Seba por cima do muro. Joabe retornou a Jerusalém como general, com o crédito de ter acabado com a rebelião (2Sm 20:23).

Os últimos dias de Davi

No término de sua vida, Davi tinha realizado o objetivo de solidificar Israel contra os filisteus, ao sudoeste; os edomitas, ao sudeste; os moabitas e amonitas, ao leste; e os arameus, ao norte. Havia estendido seu reino por todas as áreas da terra que fora prometida a Abraão (Gn 15:18-19). Desenvolveu uma administração eficiente, pela qual era capaz de governar esse vasto império. Um excelente exército era mantido constantemente de prontidão, para assegurar a paz e a estabilidade dentro do reino. Por causa de seu sucesso, Davi confiou em si mesmo e decidiu fazer um censo.

Isso desagradou ao Senhor, que enviou uma praga contra o reino. O próprio rei foi o responsável pela morte de muitos inocentes. Por isso, comprou um campo e ofereceu um sacrifício a Deus, que expressava arrependimento por sua presunção. Esse local, a eira de Araúna, no futuro se tornaria o lugar onde Salomão construiria o Templo (2Sm 24:1-25).

Davi ordenou que Salomão fosse ungido rei, após ouvir que seu filho Adonias fizera uma tentativa de usurpar o trono (1Rs 1:1-2:12). Preveniu o seu sucessor sobre várias pessoas que poderiam comprometer a estabilidade de seu reinado: Joabe, o comandante, e Simei, o rebelde (1Rs 2:8-9). Incumbiu-o de permanecer fiel a Deus, porque no Senhor estava a fonte do poder e a perpetuidade da dinastia.

Conclusão

Davi era humano, mas permaneceu fiel ao Senhor durante toda sua vida. Embora tenha pecado tragicamente contra Deus e o próximo, era um homem humilde. A sua força estava no Senhor, desde o princípio até o fim de seus dias. Os salmos atribuídos a ele falam desta verdade. Tal afirmação sobre sua confiança em Deus é também encontrada no final de II Samuel: “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, em quem me refugio; o meu escudo, e força da minha salvação. Ele é o meu alto retiro, meu refúgio e meu Salvador — dos homens violentos me salvaste” (2Sm 22:2-3). Os cânticos compostos por ele também trazem a correlação entre a humildade, a obediência e a bondade de Deus. Conforme Davi escreveu: “Com o puro te mostras puro, mas com o perverso te mostras sagaz. Livras o povo humilde, mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abates” (2Sm 22:27-28). O Senhor não apenas mostrou seu poder para Davi e seus contemporâneos, mas também comprometeu-se a proteger todo o seu povo por meio do ungido, que descenderia do referido rei. Essa é a essência da Aliança Davídica.

Os escritores do NT testemunham sobre a conexão entre Davi e Cristo. A genealogia de Jesus recua até o filho de Jessé (Mt 1:1). Ele é o governante sobre o trono de Davi, cujo reino se estende até os confins da Terra. É o cabeça da Igreja (Cl 1:18) e trará todas as nações ao conhecimento de sua soberania (1Co 15:25; cf. At 2:35). Ele estabelecerá o reino de Deus sobre a Terra (1Co 15:27-28) e, por esse motivo, cumpre as promessas em benefício de todo o povo do Senhor, tanto judeus como gentios.

W.A. e V.G.


o segundo e o mais ilustre dos reis de israel. Era filho de Jessé, bisneto de Rute, e nasceu em Belém, sendo o mais novo de uma família de dez. Davi, na sua mocidade, foi pastor, ocupação que nos países orientais era geralmente exercida pelos escravos, pelas mulheres, ou pelos íntimos da família. Apesar de tudo isto foi ungido por Samuel para ser rei de israel. Como era hábil tocador de harpa, foi chamado por Saul com o fim de suavizar a melancolia do infeliz monarca (1 Sm 16). o lugar do recontro de Davi com Golias foi Efes-Damim (1 Sm 17), que fica entre os montes da parte ocidental de Judá – e o ribeiro que corria entre dois exércitos era o Elá, ou ‘o Terebinto’, que hoje tem o nome de Wady Es-Sunt. A fama que Davi adquiriu pelo fato de ter vencido o gigante, se por um lado motivou o seu casamento com Mical, filha do rei, foi, também, causa de ter Saul maliciosos ciúmes do jovem guerreiro. Todavia, o rei nomeou Davi capitão da sua real guarda, posição somente inferior à de Abner, o general do exército, e à de Jônatas, o presuntivo herdeiro do trono. Davi e Jônatas vieram a ser dedicados amigos, mas a louca inveja e os maus intentos do rei arrastaram por fim Davi para o exílio. Ele foi ter primeiramente com o sacerdote Aimeleque, mas depois refugiou-se na corte de Aquis, o filisteu monarca de Gate, e dali pôde livrar-se, fingindo-se louco (1 Sm 19 a 21). Retirando-se de Gate, escondeu-se Davi na caverna de Adulão – e foi depois para uma fortaleza perto de En-Gedi – e mais tarde apareceu no bosque de Herete ao sul de Judá. Aqui se juntou a Davi um grupo de homens dedicados, que de boa vontade compartilhavam os seus perigos. É verdade que pertencer ao partido de Davi era uma situação perigosa, e isso se patenteou no assassinato de Aimeleque e dos sacerdotes que Doegue o idumeu, perpetrou por mandado de Saul (1 Sm 22). os amigos de Davi entraram na fortificada cidade de Queila, e esperava Saul apanhá-los ali de surpresa (1 Sm 23). Em contraste com a furiosa perseguição, movida contra Davi, manifesta-se a cavalheiresca atenção do fugitivo para com ‘o ungido do Senhor’, como se mostrou quando ele poupou a vida de Saul no deserto de En-Gedi (1 Sm 24), e no deserto de Zife (1 Sm 26). Foi para esta nobre disposição que Abigail apelou no caso do insensato Nabal (1 Sm 25). Por algum tempo achou Davi abrigo junto de Aquis, rei de Gate, e então Saul não o procurou mais (1 Sm 27.4). Na ausência de Davi, foi tomada Ziclague e incendiada pelos amalequitas – mas Davi perseguiu os invasores, derrotou-os, e assim pôde livrar do cativeiro muitas pessoas, entre as quais estavam as suas próprias mulheres (1 Sm 30). Depois da desastrosa batalha de Gilboa (1 Sm 31), proferiu Davi aquela tocante lamentação a respeito de Saul e Jônatas (2 Sm 1). Davi veio a ser, então, rei de Judá – foi ungido em Hebrom (2 Sm 2), e reinou ali por mais de sete Prolongada guerra houve entre a casa de Saul e a casa de Davi (2 Sm 3.1). Mas, depois do assassinato de is-Bosete, filho de Saul (2 Sm 4), ato que foi fortemente desaprovado por Davi, tornou-se ele rei de todo o povo de israel (2 Sm 5). Pensou, então, em conquistar uma fortaleza, a única que no centro daquela terra tinha resistido às forças do povo escolhido. Por meio de um repentino assalto foi tomada a cidade de Jebus, sendo daí para o futuro conhecida pelo seu antigo nome Jerusalém, e também pelo nome de Sião (2 Sm 5). Esta cidade foi grandemente fortificada, tornando-se a capital do reino. A arca foi transportada com grande solenidade de Quiriate-Jearim sendo construída uma nova tenda ou tabernáculo para recebê-la (2 Sm 6). A prosperidade continuou a bafejar as armas de Davi – mas no meio de tantos triunfos, quando o seu exército estava cercando Rabá, caiu ele nas profundezas do pecado, planejando a morte de Urias, depois de ter cometido adultério com Bate-Seba (2 Sm 11). Convencido da sua grave falta, arrependeu-se, implorando a misericórdia do Senhor, e foi perdoado – mas a parte restante da sua vida foi amargurada com questões de família. Absalão, seu filho muito amado, revoltou-se contra ele, e por algum tempo Davi teve de exilar-se – mas por fim morreu o ingrato e revoltado israelita, que tanto martirizou seu pai (2 Sm 15 a 18). o insensato procedimento do rei, na numeração do povo, enevoou ainda mais a vida de Davi (2 Sm 24). Finalmente, depois de ter Adonias pretendido o trono, abdicou Davi em favor de Salomão, confiando-lhe, além disso, a tarefa de edificar o templo, para o qual ele tinha reunido muitos materiais. E, depois das recomendações finais ao seu sucessor, descansou com seus pais, ‘e foi sepultado na cidade de Davi’ (1 Rs 1 e 2). A vida de Davi acha-se cheia de incidentes românticos e de contrastes surpreendentes. É, realmente, uma história humana, que manifesta tanto a fraqueza como a força de uma alma de extraordinária capacidade. o ter sido qualificado Davi como homem ‘segundo o coração de Deus’ (1 Sm 13.14 e At 13:22) não significa, de forma alguma, que Davi fosse homem perfeito, mas somente que ele era um agente escolhido do Senhor para os Seus profundos desígnios. os pecados de Davi foram causa de graves acontecimentos na sua vida, mas nele se via um homem que se humilhou a si mesmo em grande arrependimento na convicção de haver pecado (2 Sm 12). Sobre o caráter geral de Davi diz o deão Stanley o seguinte: ‘Tendo em vista a complexidade dos elementos que constituem o caráter de Davi, a paixão, a ternura, a generosidade, a altivez, as suas qualidades de soldado, pastor, poeta, estadista, sacerdote, profeta, rei – considerando ainda nesse homem extraordinário o amigo romântico, o guia cavalheiresco, o pai dedicado, não se encontra em todo o A.T. outra pessoa com a qual ele se possa comparar… É ele o tipo e a profecia de Jesus Cristo. Não se chama a Jesus o filho de Abraão, ou o filho de Jacó, ou o filho de Moisés, mas sim o ‘filho de Davi’.

Desposar

Casar de novo

Desposar
1) Casar (Ex 21:8).


2) Contratar casamento (Mt 1:18).


desposar
v. tr. dir. 1 Contrair esponsais com; esposar. pron. 2 Receber como esposa ou esposo. tr. dir. 3 Fazer casar.

fazer justiça

(Heb. “juiz” ou “julgamento”). O mais velho dos dois filhos que Jacó teve com Bila, serva de Raquel (Gn 30:5-6). De acordo com o relato sobre seu nascimento, Raquel comemorou o evento declarando: “Julgou-me Deus” (Heb. danannî); “por isso lhe chamou Dã”. O nome expressou assim uma situação particular na vida de Raquel e mais tarde também serviu de testemunho do favor de Deus quanto a sua esterilidade.

Dã não é mais citado individualmente, mas a tribo que recebeu seu nome é mencionada com frequencia, a maioria das vezes de forma negativa. Quando os danitas não conseguiram ocupar a terra que receberam na partilha de Canaã, viajaram bem para o norte, derrotaram e expulsaram a população de Laís e se fixaram ali (próximos da moderna cidade de Tell Dã), onde estabeleceram um culto idólatra (Jz 18). Dã, juntamente com Betel, foi mais tarde escolhida pelo rei Jeroboão como sede de seu novo centro de adoração, para que o povo não subisse a Jerusalém (1Rs 12:29). Talvez por esse motivo não seja mencionada no livro de Apocalipse, na distribuição das terras entre as tribos, no final dos tempos (Ap 7:5-8).

Ao abençoar os filhos no leito de morte, Jacó disse: “Dã julgará o seu povo”. Falou também que “Dã será serpente junto ao caminho” (Gn 49:16-17). Moisés, ao proferir sua bênção sobre os israelitas, não foi muito generoso, ao referir-se a Dã como um “leãozinho; saltará de Basã” (Dt 33:22).

E.M.


[Juiz] -

1) Um dos filhos de Jacó (Gn 30:6)

2) A TRIBO de Dã e o seu território (Nu 1:39). 3 Uma cidade no extremo Norte da terra de Israel (Jz 20:1).

Enviar

verbo transitivo Fazer partir com uma finalidade: enviar uma criança à escola.
Fazer chegar a, expedir, remeter, endereçar: enviar uma carta.
Arremessar, lançar: enviar a bola.

remeter, mandar, despachar, expedir. – Enviar é “dirigir, pôr a caminho”. – Remeter é “fazer chegar às mãos, à posse daquele a quem se envia”. – Mandar é “enviar alguém para algum fim, ou expedir alguma coisa pelas próprias mãos”. – Despachar é “desimpedir, deixar sair”. – Expedir é “fazer seguir”. – Enviam-se encomendas; enviam-se representantes, ou empregados; enviam-se cumprimentos, ou felicitações, ou saudades, ou pêsames. Remetemos a um amigo o que ele nos pede; a um freguês, a fatura de gêneros de sua ordem. Remetem-se também os presos escoltados. Manda-se uma pessoa cumprimentar os noivos; manda-se um presente ao menino aniversariante. Despachou logo o “próprio” com a solução do negócio. Expedem-se ordens, principalmente; mas também se expedem mercadorias, cartas, veículos, etc.

Filho

Filho
1) Pessoa do sexo masculino em relação aos pais (Gn 4:17)

2) Descendente (Ml 3:6); (Lc 1:16). 3 Morador de um país (Am 9:7) ou de uma cidade (Jl 3:6).

4) Membro de um grupo (2Rs 2:15), RC).

5) Qualidade de uma pessoa (Dt 13:13), RC; (2Sm 3:34); (Mc 3:17); (Lc 10:6); (Jo 12:36).

6) Tratamento carinhoso (1

Nossos filhos são companheiros de vidas passadas que retornam ao nosso convívio, necessitando, em sua grande maioria, de reajuste e resgate, reconciliação e reeducação. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

[...] todo filho é um empréstimo sagrado que, como tal, precisa ser valorizado, trabalhando através do amor e da devoção dos pais, para posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. [...]
Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 1

O filhinho que te chega é compromisso para a tua existência.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

[...] os filhos [...] são companheiros de vidas passadas que regressam até nós, aguardando corrigenda e renovação... [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 39

Os filhos são doces algemas de nossa alma.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Os filhos não são almas criadas no instante do nascimento [...]. São companheiros espirituais de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outro tempo. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 49

Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do mundo maior, de vez que todos nós integramos grupos afins.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vida e sexo• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 2

[...] Os filhos são as obras preciosas que o Senhor confia às mãos [dos pais], solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 135

[...] os filhos são associados de experiência e destino, credores ou devedores, amigos ou adversários de encarnações do pretérito próximo ou distante, com os quais nos reencontraremos na 5ida Maior, na condição de irmãos uns dos outros, ante a paternidade de Deus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38


substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
Por Extensão A cria de descente de algum animal.
Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
[Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
Por Extensão A cria de descente de algum animal.
Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
[Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
Por Extensão A cria de descente de algum animal.
Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
[Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

Filisteus

É desconhecida a significação, talvez querendo dizer imigrantes – os filisteus habitavam as terras baixas de Judá ao longo da costa, desde Jope até ao deserto de Gaza. o território tinha cinco divisões, cada uma das quais com a sua capital – Asdode ou Azoto, Gaza, Ascalom, Gate e Ecrom, sendo as duas últimas cidades situadas no interior. Estes cinco distritos formavam uma confederação de que Asdode era a capital federal (1 Sm 6,17) – e por isso foi para ali levada a arca (1 Sm 5.1). É muito incerta a DATA do estabelecimento deste povo em Canaã, mas eles venceram o Avim, tendo vindo de Caftor (Dt 2:23Jr 47:4Am 9:7). Quando os israelitas entraram no país, bem depressa estiveram em conflito com os filisteus, que obstinadamente resistiram aos invasores, obrigando uma parte da tribo de Dã a emigrar para as proximidades do monte Hermom (Jz 18). o poder dos filisteus aumentou durante o governo dos juizes e de Saul – foi Davi, que depois da morte do seu antecessor, de um modo notável uniu as tribos e os derrotou. (*veja Sansão.) A parte superior do território dos filisteus foi reclamada pelos descendentes de Efraim (1 Rs 15.27 – 16.15), que, contudo, não puderam expulsar os habitantes. A Filístia em nenhum tempo fez parte do Reino de israel (2 Rs 1.3 – 8,2) – jamais o seu povo deixou de atacar os israelitas, praticando terrivelmente a pilhagem, e prendendo os habitantes para vendê-los como escravos (1 Sm 10.5 – 13 3:17 – 14.21 – 23.1 – 28.1 – 29.11 – 31.1 a 12). Esta situação durou até que Tiglate-Pileser (734 a.C.) invadiu todo o país, subjugando os filisteus até Gaza. Alguns anos depois revoltaram-se contra Sargom (is
20) e Senaqueribe. Ezequias foi envolvido na luta, por ter recebido o rei de Ecrom, que antes tinha estado em boas relações com a Assíria. o rei Ezequias havia restabelecido sobre a Filístia, o poder que Salomão tinha adquirido (2 Rs 18.8). Nesta ação foi o rei de Judá auxiliado pelos egípcios que se apoderaram dos lugares baixos do país (is 19:18). Mas Senaqueribe, na guerra com os egípcios, tomou Ascalom. outras cidades se submeteram aos assírios, perdendo Ezequias, também, certas porções do seu território. Por muito tempo os assírios tiveram a cidade de Asdode em seu poder, até que os egípcios, sob Psamético i, a subjugou (Jr 25:20). Neco, o seguinte egípcio, quando voltava da batalha de Megido, conquistou Gaza. Ainda outra vez os filisteus ficaram esmagados entre as duas potências em luta, o Egito e a Caldéia, pois Nabucodonosor, percorrendo o país levou cativa, depois de grande mortandade, quase toda a população (Jr 47). o velho ódio dos filisteus para com os judeus se patenteou durante o cativeiro (Ez 25:15-17). Todavia, desde a volta do cativeiro, a história dos filisteus é absorvida nas lutas dos reinos vizinhos.

Filisteus Povo que habitava a planície da costa do mar Mediterrâneo em Canaã, desde Jope até o Sul de Gaza. Tinham cinco grandes cidades: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (Js 13:3). Os israelitas viviam sempre em luta contra eles.

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MAR DOS FILISTEUS

V. MEDITERRÂNEO, MAR (Ex 23:31).


Isbosete

-

Homem de vergonha

Isbosete [Homem da Vergonha]

Quarto filho de Saul. Ele reinou 2 anos em Israel (1010-1008 a.C.). Davi, que reinava em Judá, o derrotou (2Sm 2:8—4.12).


Mical

Mical [Quem É Como Deus ?] - Filha mais nova de Saul e esposa de Davi, a quem amava (1Sm 14:49); 18:20-28; 19:12-17). Depois, porém, desprezou a Davi e foi castigada (2Sm 6:16-23).

Apresentada em I Samuel 14:49 como a filha mais nova do rei Saul, Mical — cujo nome provavelmente seja uma forma abreviada de Micael (que significa “quem é como Deus?”) — tornou-se esposa de Davi (1Sm 18:27). Não era, porém, a primeira a ser oferecida ao filho de Jessé. Para cumprir a promessa de que daria sua filha ao homem que matasse o gigante Golias (1Sm 17:25), Saul primeiro ofereceu a Davi a mais velha, Merabe, sob a condição de que continuasse a lutar contra os inimigos do rei. Na verdade, tinha esperança de que os filisteus o matassem, livrando-o assim de alguém que ele começava a ver como um rival perigoso (1Sm 18:17; talvez o “melhor do que tu” em 1Sm 15:28). Quando Davi declarou-se indigno de casar com a filha do rei, Saul não perdeu tempo em dar Merabe para outro homem (1Sm 18:18-19). Posteriormente, o rei soube do amor de Mical por Davi e viu isso como uma segunda oportunidade para preparar uma armadilha ao seu suposto rival (1Sm 18:20-21). Desta vez, o rei exigiu um dote exorbitante, estipulado em vidas humanas (1Sm 17:25). Provavelmente raciocinou que a hesitação de Davi em aceitar Merabe o tinha isentado de cumprir sua promessa. O sucesso de Davi, ao pagar o dobro do preço estabelecido, além da contínua afeição que Mical tinha por ele, confirmaram as suspeitas de Saul de que “o Senhor era com Davi”. Por isso, aumentou seu medo e sua animosidade para com ele (1Sm 18:29).

Como seu irmão Jônatas, Mical teve chance de proteger Davi dos atentados de Saul contra a vida dele. Em I Samuel 19, ela alertou seu esposo de que o pai dela enviara alguns homens para matá-lo e o ajudou a escapar através de uma pequena janela. Atrasou os perseguidores, ao colocar uma estátua com um pedaço de pele de cabra na cabeça debaixo das cobertas, a fim de parecer que Davi estava deitado — doente, segundo ela. Quando Saul descobriu a fraude, Mical justificouse, ao dizer que Davi a ameaçara, caso não o ajudasse. Durante a longa ausência de seu esposo, causada pela contínua perseguição de Saul, Mical foi dada em casamento a outro homem, Palti, filho de Laís (1Sm 25:44). Depois da morte do rei Saul, Abner, seu antigo general, era o único homem realmente com poder no reino enfraquecido de Is-Bosete, filho de Saul. Este comandante aproximou-se de Davi com a proposta de entregar-lhe as dez tribos do norte; como primeira condição para o acordo, o novo rei exigiu que Mical lhe fosse restituída (2Sm 3:13-14). Para desgosto de Palti, Is-Bosete concordou com a exigência de Davi.

Não se sabe ao certo se tal exigência foi motivada pelo afeto de Davi por Mical ou por razões políticas; de qualquer maneira, a união de ambos trouxe pouca alegria. Na época em que a Arca da Aliança foi conduzida para Jerusalém, Mical presenciou Davi “saltando e dançando diante do Senhor” (2Sm 6:16). Como demonstração de que pouco considerava a Arca, como seu pai fizera durante seu reinado (veja 1Cr 13:3), Mical desprezou Davi em seu coração e aproveitou a primeira oportunidade que surgiu para dizer-lhe o que pensava. Quando o rei voltou para casa, ela o saudou com sarcasmo: “Quão honrado foi o rei de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo se descobre um vadio qualquer” (2Sm 6:20). Davi não tinha esse mesmo espírito crítico e insistiu que “foi perante o Senhor” que celebrara aquela festa (2Sm 6:21). De fato, expressou disposição para “ainda mais se envilecer” (ou seja, traduzindo literalmente, “vou humilhar-me, considerar-me ainda menor do que isso”: 2Sm 6:22). Diferentemente de Eli e seus filhos (1Sm 2:29-30) e do próprio pai de Mical (1Sm 15:12-30), o rei estava disposto a se diminuir, para que o Senhor recebesse a honra devida a Ele. A atitude de Mical sugere que ela, como seu pai, não tinha muita simpatia por esse espírito de humildade e de submissão que Davi demonstrava. Entretanto, era exatamente isto que o Senhor requeria dos reis de Israel (Dt 17:18-20; 1Sm 12:13-15; 1Sm 13:13). Ao concluir sua resposta à repreensão de Mical, Davi repetiu as mesmas palavras sarcásticas (2Sm 6:20), mas com outro sentido: “Quanto às servas, de quem falaste, delas serei honrado”. A noção de que, se ele se humilhasse aos seus próprios olhos, seria honrado por aquelas pessoas com mais discernimento do que Mical está de acordo com o ensino bíblico de que na economia de Deus “o humilde será exaltado e o que se exalta será humilhado” (Ez 21:26; cf. 1Sm 2:7-8; Mt 23:12; Lc 14:10-11; Lc 18:14).

O episódio acima termina com a sombria notícia: “E Mical, filha de Saul, não teve filhos, até o dia da sua morte” (2Sm 6:23). O texto não responde à questão se a esterilidade dela foi resultado de uma decisão de Davi ou um castigo de Deus, embora a segunda alternativa seja a mais provável; em I Crônicas 26:4-5 os oito filhos de Obede-Edom são mencionados como um sinal da bênção de Deus sobre o homem que recebeu a Arca com honra.

P.L.


A mais nova das duas filhas de Saul (1 Sm 14.49). Depois da luta entre Davi e Golias não se realizou o esperado casamento do pastor vitorioso com Merabe, a filha mais velha de Saul. Como Mical amava Davi, Saul prometeu dar-lha, logo que o moço guerreiro matasse cem filisteus, esperando secretamente o rei que ele perderia a vida no seu esforço para cumprir aquela condição. Mas Davi foi bem sucedido, e Mical tornou-se sua mulher. Empregando um hábil estratagema, ela salvou a vida de seu marido do louco procedimento do seu pai (1Sm19.11a17). Em conseqüência disso ficou ela separada de Davi por muitos anos, casando nesse intervalo de tempo com Palti ou Paltiel (1 Sm 25.44 – 2 Sm 3.14,15). Depois da morte de seu pai e de seus irmãos, fugiu ela com os restantes membros da família de Saul para o oriente do Jordão – mas, quando Davi se estabeleceu com toda a segurança em Hebrom, mandou chamá-la, colocando-a novamente no antigo lugar de sua mulher. Quatorze anos tinham passado, mas o amor de Davi a Mical não tinha arrefecido naquele espaço de tempo. Um dia, porém, ela ficou desgostosa, observando a conduta de Davi, quando a arca era levada de Quiriate Jearim para Hebrom – e por essa razão houve um final rompimento entre ela e o rei (2 Sm 6.14 a 23).

Mulher

substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
Aquela que deixou de ser virgem.
Companheira do cônjuge; esposa.
Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
Aquela que deixou de ser virgem.
Companheira do cônjuge; esposa.
Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

Entre os judeus, a igualdade social do homem e da mulher fazia contraste com os costumes que de um modo geral prevaleceram no oriente, especialmente em tempos mais modernos. As mulheres hebraicas ainda assim gozavam de considerável liberdade. Não eram encerradas dentro de haréns, nem eram obrigadas a aparecer de face coberta – misturavam-se com os homens e os jovens nos trabalhos e nas amenidades da vida simples. As mulheres efetuavam todo o trabalho da casa (*veja Mulher casada). iam buscar água e preparavam o alimento (Gn 18:6 – 24.15 – 2 Sm 13,8) – fiavam e faziam a roupa (Êx 35:26 – 1 Sm 2.19). Também se metiam em negócios (Pv 31:14-24). Participavam da maior parte dos privilégios da religião, e algumas chegaram a ser profetisas. (*veja Débora, Hulda, Miriã.) o lugar que as mulheres tomam no N. T. mostra o efeito igualador de um evangelho, no qual ‘não pode haver… nem homem nem mulher’ (Gl 3:28). Serviam a Jesus e a Seus discípulos (Lc 8:1-3 – 23,55) – participaram dos dons do Espírito Santo, no dia de Pentecoste(At2.1a4 – cf. 1,14) – e foram preeminentes em algumas das igrejas paulinas (At 16:14 – 17.4 – cf. Fp 4:2-3). o ponto de vista de S. Paulo a respeito da igualdade dos sexos aparece de um modo especial em 1 Co 7, não sendo inconsistente com isso o ato de reconhecer que a mulher deve estar sujeita a seu marido (Ef 5:21-33Cl 3:18-19 – cf. 1 Pe 3.1 a 9). Pelo que se diz em 1 Co 11.5, parece depreender-se que era permitido às mulheres, nas reuniões da igreja, praticar os seus dons de oração e profecia, embora o falar com a cabeça descoberta seja por ele condenado, apelando para a ordenação divina da sujeição da mulher ao homem 1Co 11:3-16). Mas na mesma epístola parece retirar a permissão 1Co 14:34-36) – e em 1 Tm 2.8 a 15 a proibição de ensinar na igreja é feita com maior severidade. Entre as mulheres mencionadas no cap. 16 da epistola aos Romanos, uma pelo menos, Febe, parece ter tido uma posição oficial, a de diaconisa, na igreja de Cencréia. A respeito dos serviços que deviam prestar as viúvas sustentadas pela igreja, vede a palavra Viúva.

[...] A mulher sinceramente espírita só poderá ser uma boa filha, boa esposa e boa mãe de família; por sua própria posição, muitas vezes tem mais necessidade do que qualquer outra pessoa das sublimes consolações; será mais forte e mais resignada nas provas da vida [...]. Se a igualdade dos direitos da mulher deve ser reconhecida em alguma parte, seguramente deve ser entre os espíritas, e a propagação do Espiritismo apressará, infalivelmente, a abolição dos privilégios que o homem a si mesmo concedeu pelo direito do mais forte. O advento do Espiritismo marcará a era da emancipação legal da mulher.
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Instruções•••, 10

[...] A instituição da igualdade de direitos entre o homem e a mulher figura entre as mais adiantadas conquistas sociais, sejam quais forem, à parte das desfigurações que se observam nesta ou naquele ponto. É outro ângulo em que se configura claramente a previsão social da Doutrina. Há mais de um século proclama o ensino espírita: “a emancipação da mulher segue o progresso da civilização”. [...]
Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 36

A mulher de hoje é o mesmo Espírito de mulher do mundo primitivo, da época dos homens das cavernas e que nestes numerosos milênios foi acumulando as qualidades da inteligência e do sentimento, tendo como base de edificação da sua individualidade as funções específicas realizadas principalmente no lar, M junto ao marido e aos filhos. O Espírito feminino também se reencarnou em corpos de homem, adquirindo caracteres masculinos, mas em proporções bem menores. [...] O Espírito feminino, muito mais do que o Espírito masculino, foi adquirindo, através de suas atividades específicas na maternidade, nos trabalhos do reino doméstico, nos serviços e no amor ao marido, aos filhos e à família e nas profissões próprias, na sucessividade dos milênios, as qualidades preciosas: o sentimento, a humildade, a delicadeza, a ternura, a intuição e o amor. Estes valores estão em maior freqüência na mulher e caracterizam profundamente o sexo feminino. As belas qualidades do Espírito feminino no exercício da maternidade, fizeram surgir a imensa falange das “grandes mães” ou “grandes corações”, que é fruto de muitos trabalhos, amor e renúncia, no cumprimento correto de seus sagrados deveres, em milênios. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Analisemos o que Jesus elucidou ao apóstolo Pedro, quando falou sobre a evolução do Espírito feminino. O Espírito Irmão X reporta [no livro Boa Nova]: “Precisamos considerar, todavia, que a mulher recebeu a sagrada missão da vida. Tendo avançado mais do que o seu companheiro na estrada do sentimento, está, por isso, mais perto de Deus que, muitas vezes, lhe toma o coração por instrumento de suas mensagens, cheias de sabedoria e de misericórdia”. [...] Se Jesus disse que a mulher está mais perto de Deus, é porque é do sentimento que nascem o amor e a humildade, e com maior facilidade o Espírito feminino adquiriu preciosos valores do coração para se elevar aos planos iluminados da Vida Superior. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Nos problemas do coração, a mulher sempre ficou com a parte mais difícil, pois sempre foi a mais acusada, a mais esquecida, a mais ferida, a mais desprotegida e a mais sofredora, mesmo nos tempos atuais. [...] Apesar de todas essas ingratidões, perseguições e crueldades, em todos os tempos, para com a mulher, o Divino Mestre Jesus confia e reconhece nelas, mesmo as mais desventuradas e infelizes nos caminhos das experiências humanas, o verdadeiro sustentáculo de regeneração da Humanidade [...].
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

[...] A mulher é a alma do lar, é quem representa os elementos dóceis e pacíficos na Humanidade. Libertada do jugo da superstição, se ela pudesse fazer ouvir sua voz nos conselhos dos povos, se a sua influência pudesse fazer-se sentir, veríamos, em breve, desaparecer o flagelo da guerra.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 55

A mulher é um espírito reencarnado, com uma considerável soma de experiências em seu arquivo perispiritual. Quantas dessas experiências já vividas terão sido em corpos masculinos? Impossível precisar, mas, seguramente, muitas, se levarmos em conta os milênios que a Humanidade já conta de experiência na Terra. Para definir a mulher moderna, precisamos acrescentar às considerações anteriores o difícil caminho da emancipação feminina. A mulher de hoje não vive um contexto cultural em que os papéis de ambos os sexos estejam definidos por contornos precisos. A sociedade atual não espera da mulher que ela apenas abrigue e alimente os novos indivíduos, exige que ela seja também capaz de dar sua quota de produção à coletividade. [...]
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

[...] Na revista de janeiro de 1866 [Revista Espírita], por exemplo, Kardec afirma que “[...] com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; não é mais uma concessão da força à franqueza, é um direito fundado nas mesmas Leis da Natureza. Dando a conhecer estas leis, o Espiritismo abre a era de emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade”. [...]
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

A Doutrina não oferece também respaldo às propostas que promovem a participação da mulher em atividades que possam comprometer a educação dos filhos. A meta do Espiritismo é a renovação da Humanidade, pela reeducação do indivíduo. E, sem dúvida, o papel da mulher é relevante para a obtenção dessa meta, já que é ela que abriga os que retornam à vida terrena para uma nova encarnação na intimidade do seu organismo, numa interação que já exerce marcante influência sobre o indivíduo. É ela também o elemento de ligação do reencarnante com o mundo, e o relacionamento mãe/filho nos primeiros anos de vida marca o indivíduo de maneira bastante forte [...].
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

A mulher é um Espírito reencarnado. Aporta a essa vida, trazendo em seu arquivo milhares de experiências pretéritas. São conhecimentos e vivências que se transformam em um chamamento forte para realizações neste ou naquele setor da atividade humana. Privá-la de responder a esse chamamento interior será, mais uma vez, restringir-lhe a liberdade, considerando-a um ser incapaz de tomar decisões, de gerir sua própria vida e, sobretudo, será impedi-la de conhecer-se e de crescer espiritualmente.
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

[...] A mulher é a estrela de bonança nos temporais da vida.
Referencia: WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco• Allan Kardec: meticulosa pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação• Rio de Janeiro: FEB, 1979-1980• 3 v• - v• 3, cap• 3, it• 3

[...] a mulher dentro [do lar] é a força essencial, que rege a própria vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A mulher é a bênção de luz para as vinhas do homem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é uma taça em que o Todo-Sábio deita a água milagrosa do amor com mais intensidade, para que a vida se engrandeça. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 39


Mulher Jesus tratou as mulheres com uma proximidade e uma familiaridade que chamou a atenção até de seus discípulos (Jo 4:27). São diversas as ocasiões em que falou com elas em público e mesmo em situações bastante delicadas (Mt 26:7; Lc 7:35-50; 10,38ss.; Jo 8:3-11).

Apresentou-as como exemplo (Mt 13:33; 25,1-13; Lc 15:8) e elogiou sua fé (Mt 15:28). Várias mulheres foram objeto de milagres de Jesus (Mt 8:14; 9,20; 15,22; Lc 8:2; 13,11) e se tornaram discípulas dele (Lc 8:1-3; 23,55). Nada conduziu Jesus a um idealismo feminista nem o impediu de considerar que elas podiam pecar exatamente como os homens (Mc 10:12). Também não estão ausentes dos evangelhos as narrativas referentes a mulheres de conduta perversa como Herodíades.

Não são poucos os simbolismos que Jesus emprega partindo de circunstâncias próprias da condição feminina, como a de ser mãe. Os evangelhos reúnem ainda referências muito positivas ao papel das mulheres em episódios como a crucifixão (Mt 27:55; Mc 15:40; Lc 23:49; Jo 19:25), o sepultamento de Jesus (Mt 27:61) e a descoberta do túmulo vazio (Mt 28:1-8).

Ver Herodíades, Isabel, Maria, Marta, Salomé.

A. Cole, o. c.; D. Guthrie, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


Saul

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Pedido. l. o primeiro rei de israel, da tribo de Benjamim, filho de Quia, um lavrador rico (1 Sm 9.1 – 14.51 – 1 Cr 8.33). Como o povo desejava ter um rei, foi Samuel levado a ungir Saul, sendo ele depois eleito por meio da corte (1 Sm 10.21). Habitou em Gibeá (1 Sm 10.26 – 14.2). Como os amonitas, comandados por Naás, a um pedido dos homens de Jabes-Gileade, lhes tivessem oferecido o desprezo e a escravidão, levantou Saul o exército de israel e foi defender os sitiados de Jabes, conseguindo derrotar completamente o inimigo (1 Sm 10.27 – 11.1 a 13). Por instigação de Samuel foi Saul proclamado rei perante o Senhor em Gilgal (1 Sm 11.14,15). Firmou os seus direitos, ganhando a confiança do povo com o resultado das suas campanhas militares contra os inimigos de israel (1 Sm 14.47 a ó2). Todavia, numa guerra com os amalequitas, ele salvou o rei e o melhor do seu despojo, sendo por esse fato censurado por Samuel, que o avisou, então, de que Deus o tinha rejeitado (1 Sm 15). Neste período de tempo tornou-se o caráter de Saul sombrio e melancólico. Foi quando um espírito maligno da parte do Senhor o atormentava (1 Sm 16.14), que ele teve ocasião de, pela primeira vez, ver Davi, um pastor que tocava harpa, e que por isso fora levado para o palácio com o fim de acalmar o rei (1 Sm 16.18). E foi grande o êxito alcançado (1 Sm 16.23). Estimou grandemente o rei a Davi, sendo essa sua afeição maior do que a que dedicava a seu filho Jônatas. Desde este tempo as histórias de Saul e Davi acham-se estreitamente entrelaçadas. o dom profético, que primeiramente se desenvolvera nele, desapareceu, para voltar somente uma ou outra vez, sendo assinalada a maior parte dos quarenta anos do seu reinado por manifestações de uma louca raiva, em que ele mostrava terrível ciúme (1 Sm 19.24 – 22.6 e seg. – 28.3 a 9 – 1 Sm 21.1 e seg.). Noutra disposição do seu espírito procurou ele em certa ocasião uma feiticeira para receber dela conselhos (1 Sm 28.3 e seg.). (*veja Feiticeira.) Após este fato, houve uma invasão de filisteus, sendo Saul vencido, perseguido, e seus filhos mortos. Esta última calamidade fez que o ferido rei procurasse a morte, caindo sobre a sua própria espada (1 Sm 31.1 a 6). A sua cabeça foi colocada no templo de Dagom, sendo pendurado o seu corpo nu e os dos seus três filhos, nos muros de Bete-Seã. No princípio da sua carreira tinha ele salvo o povo de Jabes-Gileade, condenado a morrer. Agora os moradores de Jabes foram de noite buscar os desprezados corpos, dando-lhes respeitosa sepultura (1 Sm 31.11 a 13). (*veja Davi, En-Dor, Samuel.) 2. o sexto rei de Edom (Gn 36:37-38 – 1 Cr 1.48,49). 3. E na forma Saulo a referência é a Paulo antes da sua conversão (At 7:58 – 8.1,3 – 9.1 e seg.). (*veja Paulo.)

(Heb. “pedido”).


1. Saul, filho de Quis e o primeiro rei de Israel, é uma das figuras mais enigmáticas da Bíblia. Sua história, registrada em I Samuel 9:31, fez com que alguns estudiosos levantassem questões sobre a justiça e a bondade de Deus e do seu porta-voz, o profeta Samuel. Além disso, muitos eruditos expressaram dúvidas quanto à coerência lógica e literária das narrativas em que a carreira dele é descrita. Tudo isso criou um desânimo geral para se descobrir a verdade sobre Saul, pois as narrativas, que não foram contadas coerentemente, dificilmente oferecerão uma autêntica base.

Estudos recentes, contudo, ajudam a resolver algumas dessas questões teológicas, literárias e históricas, conforme veremos a seguir.

Saul, cujo nome soa como “(aquele) pedido”, é mencionado pela primeira vez em I Samuel 9:1-2, embora alguns comentaristas afirmem que detectaram sua presença velada bem antes disso. Desde que o verbo hebraico “pedir por” aparece repetidamente na história de Samuel (1Sm 1), alguns eruditos supõem que a narrativa do nascimento deste profeta na verdade é uma reconstituição de um registro original da vida de Saul. Um hipótese mais provável, entretanto, é que o escritor bíblico talvez tenha enfatizado a raiz “pedir por” na narrativa do nascimento de Samuel simplesmente para prefigurar o papel significativo que mais tarde Saul desempenharia no livro e talvez para antecipar o fato de que Samuel, aquele que foi “pedido a Deus” por Ana, uma mulher íntegra (1Sm 2:20-27,28), estaria diretamente envolvido na ascensão e queda de Saul, o que foi “pedido” pelos líderes da nação pecadora de Israel (1Sm 8:4-9; 1Sm 10:17-19).

De qualquer maneira, a apresentação explícita de Saul encontra-se em I Samuel 9:1-2, onde é descrito como um belo exemplar de varão, alto e bonito. Embora freqüentemente se suponha que nesse momento de sua vida ele era apenas um “jovem tímido”, a descrição de que “desde os ombros para cima sobressaía em altura a todo o povo” torna isso muito improvável. Também é bom notar que, apesar de ser positiva, essa primeira descrição de Saul focaliza exclusivamente as qualidades exteriores, em contraste, por exemplo, com a apresentação de Davi (1Sm 16:18), que acrescenta às suas qualidades externas (boa aparência) o fato de que era “valente, sisudo em palavras” e, mais importante, que “o Senhor era com ele”.

Coerentemente com as omissões em sua apresentação, logo fica claro que Saul, embora tivesse uma aparência física excelente, era carente das qualidades espirituais necessárias para ser um rei bem-sucedido em Israel. O primeiro indicador de sua falta de qualificação foi seu repetido fracasso em obedecer à palavra do Senhor transmitida por Samuel. Freqüentemente é observado que a função profética tornou-se mais específica com a instituição da monarquia em Israel. Quer dizer, de forma distinta da situação no livro de Juízes, quando Gideão, por exemplo, recebeu as instruções divinas e as cumpriu (Jz 6:8), com a monarquia houve uma divisão de responsabilidades, sendo as instruções muitas vezes transmitidas ao rei por um profeta; o governante, então, em obediência ao profeta, cumpria a instrução. Sob tal arranjo, é claro, era extremamente importante que o rei obedecesse ao homem de Deus, para que o governo divino (isto é, a teocracia) fosse mantido. Isso, entretanto, conforme a Bíblia mostra, Saul fracassou em fazer.

Embora as ocasiões mais conhecidas da desobediência de Saul estejam em I Samuel 13:15, a primeira encontra-se em I Samuel 10. Quando Saul foi ungido por Samuel, três sinais foram dados como confirmação. De acordo com o texto, quando o último se cumprisse, Saul deveria “fazer o que a sua mão achasse para fazer” (de acordo com as palavras de Samuel em 1Sm 10:7), depois do que (de acordo com a instrução adicional de Samuel em 1Sm 10:8) deveria ir a Gilgal e aguardar novas ordens sobre a batalha contra os filisteus, que sua primeira ação certamente provocaria. Se Saul tivesse obedecido, teria demonstrado sua disposição para se submeter a uma “estrutura de autoridade teocrática” e confirmaria assim sua qualificação para ser rei. Também teria estado um passo mais próximo do trono, se seguisse o padrão dos três sinais: designação (por meio da unção), demonstração (por meio de um ato de heroísmo, isto é, “fazer o que sua mão achasse para fazer”, 1Sm 10:7) e finalmente a confirmação pelo povo e o profeta. Infelizmente, ao que parece Saul se desviou da responsabilidade de I Samuel 10:7 e, assim, precipitou o processo de sua ascensão. Embora sua vitória sobre os amonitas (1Sm
11) fosse suficiente para satisfazer o povo e ocasionar a “renovação” de seu reinado (1Sm 11:14), pelo tom do discurso de Samuel (1Sm 12), é evidente que, pelo menos em sua mente, Saul ainda precisava passar por mais um teste.

Em I Samuel 13, Jônatas, e não Saul, fez o que o rei deveria ter feito, ao atacar a guarnição dos filisteus. Aparentemente, ao reconhecer que a tarefa de I Samuel 10:7 fora realizada, ainda que por Jônatas, Saul desceu imediatamente a Gilgal, de acordo com I Samuel 10:8, para esperar a chegada de Samuel. Como o profeta demorou muito, em sua ausência Saul tomou a iniciativa de oferecer os sacrifícios em preparação para a batalha, ao julgar que a situação militar não permitiria mais demora. Mal terminou de oficiar a holocausto, Samuel chegou. Depois de ouvir as justificativas de Saul, o profeta anunciou que o rei agira insensatamente, por isso seu reinado não duraria muito. Às vezes os comentaristas justificam ou pelo menos atenuam as ações de Saul e criticam a reação de Samuel como severa demais. Entretanto, à luz do significado da tarefa dada a Saul em I Samuel 10:7-8 como um teste para sua qualificação, tais interpretações são equivocadas. Na ocasião da primeira rejeição de Saul e também na segunda (1Sm 15), suas ações específicas de desobediência eram apenas sintomas da incapacidade fundamental para se submeter aos requisitos necessários para um reinado teocrático. Resumindo, eram sintomas da falta de verdadeira fé em Deus (cf.1Cr 10:13).

Depois de sua rejeição definitiva em I Samuel 15, Saul já não era mais o rei legítimo aos olhos de Deus (embora ainda permanecesse no trono por alguns anos) e o Senhor voltou sua atenção para outro personagem, ou seja, Davi. I Samuel 16:31 narra a desintegração emocional e psicológica de Saul, agravada pelo seu medo do filho de Jessé (1Sm 18:29), pois pressentia que aquele era o escolhido de Deus para substituí-lo como rei (1Sm 18:8-1Sm 20:31). Depois de falhar em diversas tentativas de ceifar a vida de Davi, Saul finalmente tirou a sua própria (1Sm 31:4). O novo rei em todo o tempo foi dirigido para o trono de forma providencial, às vezes indiretamente.

Embora não seja possível entrar em mais detalhes num artigo como este, pode-se observar que as narrativas sobre Saul, quando interpretadas dentro das linhas sugeridas anteriormente, fazem um bom sentido literal e teológico; isso, por sua vez, abre a porta para uma avaliação mais positiva de sua veracidade histórica. P.L.


2. Um dos reis de Edom antes dos israelitas terem conquistado a região. Foi o sucessor de Samlá e era natural de “Reobote do rio”. Baal-Hanã, filho de Acbor, foi rei em seu lugar (Gn 36:37-38; 1Cr 1:48-49).


3. Sexto filho de Simeão, listado no grupo que desceu com Jacó para o Egito. Foi líder do clã dos saulitas (Gn 46:10; Ex 6:15; Nm 26:13-1Cr 4:24).


4. Filho de Uzias, era descendente de Coate, da tribo de Levi (1Cr 6:24).


Saul [Pedido a Deus]

O primeiro rei do reino unido de Israel. Ele reinou de 1050 a 1010 a.C., tendo derrotado os inimigos de Israel (1Sm 8—14). Desobedeceu a Deus e, por isso, foi rejeitado por ele (1Sm 13:15). Tentou, por inveja, matar Davi (1Sm 16—
26) e, no final, cometeu suicídio (1Sm 31).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
II Samuel 3: 14 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Também enviou Davi mensageiros a Is-Bosete, filho de Saul, dizendo: Dá-me minha esposa Mical, que desposei comigo por cem prepúcios de filisteus.
II Samuel 3: 14 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1006 a.C.
H1121
bên
בֵּן
crianças
(children)
Substantivo
H1732
Dâvid
דָּוִד
de Davi
(of David)
Substantivo
H378
ʼÎysh-Bôsheth
אִישׁ־בֹּשֶׁת
filho de Saul, rei de Israel por 7 anos enquanto Davi era rei sobre Judá; foi sucedido por
(Ish-bosheth)
Substantivo
H3967
mêʼâh
מֵאָה
cem
(and a hundred)
Substantivo
H413
ʼêl
אֵל
até
(unto)
Prepostos
H4324
Mîykâl
מִיכָל
filha do rei Saul, irmã de Jônatas, esposa do rei Davi, e mãe de cinco; foi dada como
(Michal)
Substantivo
H4397
mălʼâk
מֲלְאָךְ
o anjo
(the angel)
Substantivo
H5414
nâthan
נָתַן
E definir
(And set)
Verbo
H559
ʼâmar
אָמַר
E disse
(And said)
Verbo
H6190
ʻorlâh
עׇרְלָה
()
H6430
Pᵉlishtîy
פְּלִשְׁתִּי
habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a
(Philistim)
Adjetivo
H7586
Shâʼûwl
שָׁאוּל
Saulo / Saul
(Saul)
Substantivo
H781
ʼâras
אָרַשׂ
noivar, comprometer-se
(betrothed)
Verbo
H7971
shâlach
שָׁלַח
enviar, despedir, deixar ir, estender
(he put forth)
Verbo
H802
ʼishshâh
אִשָּׁה
mulher, esposa, fêmea
(into a woman)
Substantivo
H834
ʼăsher
אֲשֶׁר
que
(which)
Partícula
H853
ʼêth
אֵת
-
( - )
Acusativo


בֵּן


(H1121)
bên (bane)

01121 בן ben

procedente de 1129; DITAT - 254; n m

  1. filho, neto, criança, membro de um grupo
    1. filho, menino
    2. neto
    3. crianças (pl. - masculino e feminino)
    4. mocidade, jovens (pl.)
    5. novo (referindo-se a animais)
    6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
    7. povo (de uma nação) (pl.)
    8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
    9. um membro de uma associação, ordem, classe

דָּוִד


(H1732)
Dâvid (daw-veed')

01732 דוד David raramente (forma plena) דויד Daviyd

procedente do mesmo que 1730, grego 1138 δαβιδ; DITAT - 410c; n pr m Davi = “amado”

  1. filho mais novo de Jessé e segundo rei de Israel

אִישׁ־בֹּשֶׁת


(H378)
ʼÎysh-Bôsheth (eesh-bo'-sheth)

0378 איש בשת ’Iysh-Bosheth

procedente de 376 e 1322; n pr m

Isbosete = “homem de vergonha”

  1. filho de Saul, rei de Israel por 7 anos enquanto Davi era rei sobre Judá; foi sucedido por Davi que uniu o reino

מֵאָה


(H3967)
mêʼâh (may-aw')

03967 מאה me’ah ou מאיה me’yah

propriamente, um numeral primitivo; cem; DITAT - 1135; n f

  1. cem
    1. como um número isolado
    2. como parte de um número maior
    3. como uma fração - um centésimo (1/100)

אֵל


(H413)
ʼêl (ale)

0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

partícula primitiva; DITAT - 91; prep

  1. para, em direção a, para a (de movimento)
  2. para dentro de (já atravessando o limite)
    1. no meio de
  3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
  4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
  5. em adição a, a
  6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
  7. de acordo com (regra ou padrão)
  8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
  9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

מִיכָל


(H4324)
Mîykâl (me-kawl')

04324 מיכל Miykal

aparentemente o mesmo que 4323; n pr f

Mical = “aquele que é semelhante a Deus”

  1. filha do rei Saul, irmã de Jônatas, esposa do rei Davi, e mãe de cinco; foi dada como esposa a Davi pelo dote de 100 prepúcios dos filisteus; enquanto casada com Davi, seu pai a deu em casamento a outro homem, Paltiel; com a morte de Saul, Davi forçou-a a retornar

מֲלְאָךְ


(H4397)
mălʼâk (mal-awk')

04397 מלאך mal’ak

procedente de uma raiz não utilizada significando despachar como um representante; DITAT - 1068a; n m

  1. mensageiro, representante
    1. mensageiro
    2. anjo
    3. o anjo teofânico

נָתַן


(H5414)
nâthan (naw-than')

05414 נתן nathan

uma raiz primitiva; DITAT - 1443; v

  1. dar, pôr, estabelecer
    1. (Qal)
      1. dar, conceder, garantir, permitir, atribuir, empregar, devotar, consagrar, dedicar, pagar salários, vender, negociar, emprestar, comprometer, confiar, presentear, entregar, produzir, dar frutos, ocasionar, prover, retribuir a, relatar, mencionar, afirmar, esticar, estender
      2. colocar, estabelecer, fixar, impor, estabelecer, designar, indicar
      3. fazer, constituir
    2. (Nifal)
      1. ser dado, ser concedido, ser providenciado, ser confiado a, ser garantido a, ser permitido, ser emitido, ser publicado, ser afirmado, ser designado
      2. ser estabelecido, ser posto, ser feito, ser imposto
    3. (Hofal)
      1. ser dado, ser concedido, ser abandonado, ser entregue
      2. ser colocado sobre

אָמַר


(H559)
ʼâmar (aw-mar')

0559 אמר ’amar

uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

  1. dizer, falar, proferir
    1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
    2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
    3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
    4. (Hifil) declarar, afirmar

עׇרְלָה


(H6190)
ʻorlâh (or-law')

06190 ערלה ̀orlah

procedente de 6189; DITAT - 1695a; n. f.

  1. prepúcio, incircunciso

פְּלִשְׁתִּי


(H6430)
Pᵉlishtîy (pel-ish-tee')

06430 פלשתי P elishtiŷ

gentílico procedente de 6429; adj.

filisteu = “imigrantes”

  1. habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a costa marítima de Canaã

שָׁאוּל


(H7586)
Shâʼûwl (shaw-ool')

07586 שאול Sha’uwl

part. pass. de 7592, grego 4549 σαουλ; n. pr. m.

Saul = “desejado”

  1. um benjamita, filho Quis, e o 1o. rei de Israel
  2. um antigo rei de Edom e sucessor de Samlá
  3. um filho de Simeão
  4. um levita, filho de Uzias

אָרַשׂ


(H781)
ʼâras (aw-ras')

0781 ארש ’aras

uma raiz primitiva; DITAT - 170; v

  1. noivar, comprometer-se
    1. (Piel) comprometer-se (homem ou mulher)
    2. (Pual) ser comprometido

שָׁלַח


(H7971)
shâlach (shaw-lakh')

07971 שלח shalach

uma raiz primitiva; DITAT - 2394; v

  1. enviar, despedir, deixar ir, estender
    1. (Qal)
      1. enviar
      2. esticar, estender, direcionar
      3. mandar embora
      4. deixar solto
    2. (Nifal) ser enviado
    3. (Piel)
      1. despedir, mandar embora, enviar, entregar, expulsar
      2. deixar ir, deixar livre
      3. brotar (referindo-se a ramos)
      4. deixar para baixo
      5. brotar
    4. (Pual) ser mandado embora, ser posto de lado, ser divorciado, ser impelido
    5. (Hifil) enviar

אִשָּׁה


(H802)
ʼishshâh (ish-shaw')

0802 אשה ’ishshah

procedente de 376 ou 582; DITAT - 137a; n f

  1. mulher, esposa, fêmea
    1. mulher (contrário de homem)
    2. esposa (mulher casada com um homem)
    3. fêmea (de animais)
    4. cada, cada uma (pronome)

אֲשֶׁר


(H834)
ʼăsher (ash-er')

0834 אשר ’aher

um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

  1. (part. relativa)
    1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
    2. aquilo que
  2. (conj)
    1. que (em orações objetivas)
    2. quando
    3. desde que
    4. como
    5. se (condicional)

אֵת


(H853)
ʼêth (ayth)

0853 את ’eth

aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

  1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo