Enciclopédia de Jó 31:14-14

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jó 31: 14

Versão Versículo
ARA então, que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo ele a causa, que lhe responderia eu?
ARC Então que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia?
TB que, pois, farei, quando Deus se levantar?
HSB וּמָ֣ה אֶֽ֭עֱשֶׂה כִּֽי־ יָק֣וּם אֵ֑ל וְכִֽי־ יִ֝פְקֹ֗ד מָ֣ה אֲשִׁיבֶֽנּוּ׃
BKJ o que então farei quando Deus se levantar? E quando ele me visitar, o que responderei a ele?
LTT Então que faria eu quando Deus Se levantasse? E, inquirindo Ele a causa, que Lhe responderia?
BJ2 que farei quando Deus se levantar, que lhe responderei quando me interrogar?
VULG quid enim faciam cum surrexerit ad judicandum Deus ? et cum quæsierit, quid respondebo illi ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jó 31:14

Jó 9:32 Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo.
Jó 10:2 Direi a Deus: não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.
Salmos 7:6 Levanta-te, Senhor, na tua ira; exalta-te por causa do furor dos meus opressores; e desperta por mim, para o juízo que ordenaste.
Salmos 9:12 pois inquire do derramamento de sangue e lembra-se dele; não se esquece do clamor dos aflitos.
Salmos 9:19 Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as nações perante a tua face.
Salmos 10:12 Levanta-te, Senhor! Ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados!
Salmos 44:21 porventura, não conhecerá Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração.
Salmos 76:9 quando Deus se levantou para julgar, para livrar a todos os mansos da terra. (Selá)
Salmos 143:2 e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.
Isaías 10:3 Mas que fareis vós outros no dia da visitação e da assolação que há de vir de longe? A quem recorrereis para obter socorro e onde deixareis a vossa glória,
Oséias 9:7 Chegaram os dias da visitação, chegaram os dias da retribuição; Israel o saberá; o profeta é um insensato, o homem de espírito é um louco; por causa da abundância da tua iniquidade, também avultará o ódio.
Miquéias 7:4 O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que o espinhal; veio o dia dos teus vigias, veio a tua visitação; agora será a sua confusão.
Zacarias 2:13 Cale-se, toda a carne, diante do Senhor, porque ele despertou na sua santa morada.
Marcos 7:2 E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam.
Romanos 3:19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
Tiago 2:13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
d) Jó defende sua integridade (31:1-40). Jó revê várias categorias de pecado que poderiam ter sido a causa da sua desgraça e jura solenemente que ele é inocente de qualquer ação má. Ocasionalmente, junto com seu protesto de inocência, ele inclui uma declaração do porquê ele ter decidido ser virtuoso. Ele também inclui uma maldição sobre si mesmo, caso tenha deixado de falar a verdade.

Primeiro Jó nega que seja culpado de pecados sensuais que são tão comuns entre os homens. Ele fez um concerto (acordo) com os seus olhos, para que não desejasse uma virgem (uma moça, 1). Aqui Jó reconhece que a tentação vem por meio da observa-ção daquilo que pode ser desejável. Ele tem um acordo com os seus olhos para que não o desviem. Qual seria a parte (2) que ele teria com Deus se ele fosse culpado desse tipo de crime? Certamente Deus castiga o perverso e aqueles que praticam a iniqüidade (3). Não só isso, mas Jó pergunta: Não vê ele? (4). Ele é enfático, ressaltando a idéia de que Deus observa de perto o homem e castiga sua vaidade e engano (5). Os versículos 6:8 são um juramento de inocência e uma maldição por qualquer falsidade que Jó possa ter falado nos versículos precedentes.

Jó também tem sido inocente de adultério (9-10). Nesse caso Jó deseja para ele retaliação, por meio da sua esposa, se ele é culpado de desejar a mulher do próximo (veja Dt 22:22; Jo 8:5). Em sua mente, o adultério é um delito abominável (11). É como um fogo que consome até à perdição (12). A palavra para perdição é Abaddon, um paralelo de Sheol. A figura, então, é de um fogo tão violento que nos segue até o túmulo (veja Pv 6:24-35).

Jó nega, mais adiante, que ele tenha feito mau uso do seu poder ou posição para maltratar alguém. Seus servo e serva (13) têm recebido um tratamento justo da sua parte. A descrição de Jó do seu relacionamento com seus servos é uma das mais marcantes desse livro. Ele tem tratado seus servos como pessoas, defendendo a dignidade pessoal deles. A razão para esse tratamento é que Deus formou tanto a ele como ao servo (15). Portanto, existe um tipo de igualdade entre eles. Os infortunados também receberam ajuda de Jó. Os pobres, a viúva (16) e o órfão (17) são mencionados. O motivo da sua bondade é que Jó cresceu com meninos e meninas desse tipo (18). A figura sugere que ele cresceu em uma família de influência que cuidava dos necessitados — talvez escravos -ao redor deles. Nessa conexão, Jó nega que tenha permitido conscientemente que qual-quer pessoa andasse desamparada de veste adequada (19), ou que de alguma forma tenha privado o necessitado dos seus direitos (20-21). Novamente ele solicita que uma maldição caia sobre ele — Caia do ombro a minha espádua, e quebre-se o meu braço desde o osso (22) — caso tenha mentido acerca desse assunto. Isto está em contradição com a acusação de Elifaz a seu respeito no capítulo 22. No versículo 23, Jó observa: "A calamidade de Deus e o medo do seu julgamento sempre me refrearam" (Berkeley).

Jó nega que tenha sido idólatra. Ele não colocou a sua esperança no ouro (24) nem se alegrou da sua grande fazenda (25; "fortuna", NVI). Ele não beijou sua mão (27), nem adorou o sol ou a lua (26; veja Jr 44:17-19; Ez 8:16), porque isto seria delito pertencente ao juiz (28). Ao fazê-lo, ele teria negado a Deus, que está em cima.

Jó também não é culpado de maltratar seus inimigos Ele não se alegrou da desgra-ça (29) deles nem procurou colocar maldição sobre eles (30). Acreditava-se que a maldi-ção tinha o poder de operar o mal (veja Nm 22:5-6). Essa preocupação com o bem-estar de um inimigo mostra o elevado nível moral que Israel alcançou em um período relativa-mente cedo. (Para informação adicional acerca desse tema veja Pv 24:17-18; 25:21-22).

O egoísmo nunca fez parte do caráter de Jó. Mesmo os servos, gente da minha tenda (31), testemunharam: "Nunca houve um homem que não supri generosamente com carne" (Berkeley). Jó escolhia pessoas com quem podia repartir sua mesa. Semelhantemente, o estrangeiro não passava a noite na rua (32). Ele era convidado para ficar na sua tenda.

Jó não era hipócrita. Ele não encobriu as suas transgressões perante os outros como fez Adão (33). A figura, entretanto, não é exata. Talvez o significado geral de Adão (a saber, ser humano) deveria ser adotado nesse caso. Jó também não permitiu que a atitude e opinião de outras pessoas o detivessem de realizar sua tarefa ou o intimidas-sem a fazer algo que não era verdade (34).

Finalmente, Jó se volta mais uma vez para a urgência do clamor contínuo do seu coração durante todo o diálogo. Ah! Quem me dera um que me ouvisse! (35). Deus está quieto e distante. Jó precisa desesperadamente da oportunidade de defender sua causa. As acusações que Deus colocou contra ele devem ser escritas de forma clara para Jó ver e anotar (35-36). Então será possível responder e dizer a Deus como ele se compor-tou. Deus vai perceber que ele foi um príncipe em sua conduta (37).

Jó então pede para que a própria terra (38) seja sua testemunha. Ele tratou a terra, seus produtos e seus donos (39) de maneira justa. Caso não tenha feito isso, ele mais uma vez pede para que maldição venha sobre a sua terra por meio de cardos e joio (40).

Com esse protesto final de inocência, Jó conclui sua defesa — Acabaram-se as palavras de Jó.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
*

31.1-40

A mais importante questão na mente de Jó, no capítulo 31, é a falsa acusação de que ele era homem de excepcional iniqüidade, e que não estava sofrendo mais do que merecia. Este capítulo está baseado sobre um importante tema nos procedimentos legais dos dias de Jó. Ele apelou para Deus, com um juramento no nome divino, e com um convite às sanções divinas, se estivesse mentindo. Embora ele protestasse inocência, não era a justiça-própria do fariseu, em Lc 18:11,12. Tal como o salmista, Jó era a vítima de falsas acusações, pelo que a vindicação tornara-se uma paixão para ele.

* 31.1-4 Jó explica que resolvera não pecar com seus olhos (1Jo 2:16). Talvez ele estivesse falando em mais do que a mera concupiscência, talvez se referisse à adoração da deusa da fertilidade, tão popular nos tempos veterotestamentários. A palavra aqui traduzida por "donzela" (v. 1), era usada para indicar a deusa da fertilidade nos escritos cananeus. Ela era uma espécie de Vênus, e era chamada a "donzela Anat", em Ugarite.

* 31.5-8 Jó exime-se de avareza com uma sanção alicerçada nas "balanças honestas", a justiça de Deus.

* 31.9-12 Jó exime-se de adultério tendo o fogo de Deus como sua sanção.

*

31.13-15

Jó exime-se de injustiça com referência ao tribunal de Deus como sua sanção.

* 31.16-23 Jó isenta-se de negligência dos necessitados e abuso contra os fracos tendo o terror de Deus como sua sanção.

* 31.24-27 Jó exime-se da idolatria no tocante ao ouro ou aos deuses.

* 31.29-34

Jó exime-se do ódio, do egoísmo e da hipocrisia. Nestes versículos, a sanção de Jó é o divino julgamento (v. 28).

* 31.35-37 O clímax: Jó coloca sua assinatura de compromisso ("Eis aqui a minha defesa assinada!", v. 35), e desafia alguém a fazer uma acusação específica.

* 31:37 Jó já havia expressado a confiança que Deus o aceitaria, se ele tivesse oportunidade de apresentar o seu caso (13 14:16). No fim, isso só será possível mediante a graça divina.

* 31:40

Fim das palavras de Jó. Com a sua assinatura Jó encerra o seu caso. O resto agora dependia do Juiz.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
31.1-4 Jó não só tinha evitado cometer um pecado grave como o adultério, mas sim nem sequer tinha dado o primeiro passo para esse pecado ao olhar a uma mulher com um desejo luxurioso. Jó disse que era inocente tanto dos pecados externos como dos internos. No capítulo 29, repassa suas boas ações. Neste capítulo 31 faz uma lista de quão pecados não cometeu: nem em seu coração (31.1-12) nem contra seus vizinhos (31.13-23) nem contra Deus (31.24-34).

31.24-28 Jó afirma que depender da riqueza para a felicidade é idolatria e é negar ao Deus do céu. Desculpamos a obsessão que tem nossa sociedade com dinheiro e posses como um mal necessário ou "a maneira em que as coisas funcionam" no mundo moderno. Mas todas as sociedades em cada época valoraram o poder e o prestígio que conduz o dinheiro. Os verdadeiros crentes devem livrar do desejo enraizado de major poder, mais prestigio e mais posses. Tampouco devem negar-se a compartilhar seus recursos com vizinhos próximos e longínquos que se encontrem em se desesperadas necessidades físicas.

31:33, 34 Jó disse que não tinha tratado de esconder seu pecado como o fazem os homens com freqüência. O temor de que nossos pecados sejam descobertos nos leva a patrões de engano. Cobrimo-nos com mentiras para parecer bons ante outros. Mas não podemos nos esconder de Deus. Procura você que a gente não possa ver seu verdadeiro eu? Reconheça seus pecados e libere-se para poder receber perdão e uma nova vida.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
h. Jó Reafirma sua inocência (31: 1-40)

Jó traz ao fim seu monólogo com a reafirmação mais solene e completa de sua inocência e integridade que ainda não passou por seus lábios. Observações Papa: "Neste desculpas final, Jó descansa seu caso em uma série de juramentos de folga. Os juramentos são, em alguns casos completos, com a sanção da auto-imprecação expressa plenamente "(conforme Nu 5:20 ). Nestes quarenta versos são os princípios recolhidos da moralidade expressa do Antigo Testamento. Nestes princípios que ele lida com tanto pureza interior de motivo e pureza para fora de ação, com tanto a pureza de coração e retidão de conduta. Estas palavras de Jó revelar uma das experiências-procurando coração mais profundas de sua vida gravado, e certamente um dos mais completa que é gravado de qualquer homem que já viveu. E tudo isso ele faz em boa consciência, sob o olhar examinando consciente da onisciência divina (v. 31:4 ). Neste auto-exame Jó voluntariamente se sujeita a uma série de testes específicos, a maioria dos quais são tratados hipoteticamente, e, assim, introduzidas com a palavra "se". De cada um destes, por sua vez, ele se declara inocente.

(1) de Jó pureza interior (31: 1-4)

1 Eu fiz um pacto com os meus olhos;

Como, então, eu deveria olhar sobre uma virgem?

2 Pois o que é a porção de Deus acima,

E a herança do Todo-Poderoso lá do alto?

3 Não é a destruição para o perverso,

Eo desastre para os que praticam a iniqüidade?

4 Não vê ele os meus caminhos,

E todos os meus passos?

A integridade ea pureza da vida de Jó foram baseadas em um voto pessoal interior ou aliança com Ele, que aliança proporcionou um princípio, bem como uma directiva proposital para a totalidade de sua vida moral. Isto estendeu por todo o caminho das fontes motivadoras de pensamento e desejo aos atos exteriores evidentes de sua conduta. Um diz: " A aliança com meus olhos implica uma forma madura de consciência introspectiva ... Jó conhece a psicologia da cobiça "( Mt 5:28. ). A aliança de Jó foi baseado em dois aspectos fundamentais, a saber, a onisciência e a justiça de Deus, para que Deus vê e conhece todas as coisas, até mesmo os motivos secretos do coração, e que Deus julga todos os motivos e os atos da vida do homem (vv. 2 -4 ; conforme 1Sm 16:7 ; . Mt 5:28 ; 1Co 4:5)

5 Se eu tenho andado com falsidade,

E o meu pé se apressou para o engano

6 (Deixe-me ser pesado numa balança, mesmo,

Que Deus possa saber a minha integridade);

7 se os meus passos se desviaram do caminho,

E o meu coração seguiu meus olhos,

E se qualquer mancha se tem pegado às minhas mãos:

8 Então semeie eu e outro coma;

Sim, que o produto do meu campo de ser erradicado.

Depois de ter afirmado o seu empenho pessoal para uma vida de pureza de pensamento e motivação, Jó agora se volta para uma consideração busca da primeira das várias hipóteses de ida ou ostensivas atos de pecado. Se , Jó implica, qualquer deve cobrar ou pensar falsidade ou engano tem caracterizado minha conduta, então deixe-me ser pesado numa mesmo [ou apenas] equilíbrio, para que Deus conheça a minha integridade (v. 31:5 ; conforme 27: 4-6 ). Jó aqui apresenta um desafio a Deus para julgá-lo com justiça e exonerá-lo (conforme 6:2 ; . Mt 7:2) Jó bem percebe a relação essencial entre um coração puro e mãos limpas, ou entre os motivos e ações (v. 31:7 ; 9:30 ; 17:9-A ), ou se as mãos foram manchadas por irregularidades (v. 31:7)

9 Se o meu coração se deixou seduzir por causa duma mulher,

E eu tenho armado traição à porta do meu próximo;

10 Então moa minha mulher a outro:

E outros se encurvem sobre ela.

11 Para que fosse um crime hediondo;

Sim, isso seria uma iniqüidade para ser punida pelos juízes:

12 Pois é fogo que consome até Destruição,

E desarraigaria toda a minha renda.

Próxima hipótese de Jó do pecado pertence ao adultério (v. 31:9 ). O adultério, bem entendida, significa infidelidade conjugal. Jó entende bem as artimanhas e as formas de a mulher adúltera, e suas seduções sutis e poderosas para prender os homens (v. 31:9 ; cf.24:15 ; Pv 7:5 ; Ex 20:17. ). Tem-se observado que muito virilidade de Jó teria feito ele naturalmente suscetíveis ao apelo da imoralidade sexual, se não tivesse sido um homem de integridade moral de som e propósito justo. Seu senso de aversão a esse pecado em particular dispõe Jó para a reflexão sobre a sua extrema maldade. Assim, ele implica que eram ele culpado de infidelidade conjugal, a sua violação de outro é direitos conjugais daria outra licença homem violar a santidade do seu próprio casamento (v. 31:10 ). Szold explica versículo 10 no sentido de: "Se eu cometi o pecado que acabamos de mencionar, em seguida, deixe-me morrer e minha esposa viúva se tornar um escravo que mói o milho para algum mestre cruel." Mas tal violação, Jó afirma, seria "um infame ofensa "(Moffatt) ou ato ilícito contra os direitos do seu próximo, e ainda mais, que seria" um crime hediondo ", ou ofensa contra a sociedade, que era passível de sanções severas nos tribunais civis do dia (v. 31:11 ). Mas, além da responsabilidade civil e crime envolvidos no cometimento de adultério, o próprio ato tem repercussões (v. 31:12 ). Moffatt traduz este versículo assim: "é um fogo que queima a vida a uma cinza, seria queimar tudo o que possuo", ou talvez mais precisamente, toda a minha renda. O autor de Pv 6:27 da mesma forma em relação a auto-destruição do adultério de um fogo que consome (conforme Pv 26:6)

13 Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva,

Quando eles pleitearam comigo;

14 Então, o que devo fazer quando Deus se levantasse?

E quando ele inquirir, que lhe responderia?

15 Será que ele não que me formou no ventre fazê-lo?

E não foi um que nos plasmou na madre?

Quinta hipótese de Jó de um ato pecaminoso diz respeito à opressão de seus escravos, dos quais ele reafirma sua inocência. Apenas respeito de Jó para e tratamento de seus escravos foram baseadas em algo muito mais profundo e mais importante do que um humanitarismo superficial. Ele considerava os seus direitos como igual com o seu, porque eles ficaram iguais diante de Deus (v. 31:14 ), e porque eles foram criados de forma igual pela mão e à imagem de Deus. Neste observação Jó antecipou o apóstolo Paulo por muitos séculos (ver Ef 6:5 ). Blackwood observações:

Para quem realmente ama a Deus, qualquer discriminação contra um companheiro de homem é abominável. Era um pensamento surpreendente, nos dias de Jó, que menials tinha direitos. Seria uma inovação surpreendente no século XX, se a sociedade começou a agir como se a idéia fosse correta. (Conforme Ml 2:10. ; Pv 17:5)

16 Se tenho negado aos pobres o seu desejo,

Ou ter causado os olhos da viúva a falhar,

17 ou se tenho comido sozinho o meu bocado,

E o pai não tem comido dele

18 (Nay, desde a minha mocidade cresceu comigo como com seu pai,

E tenho-a guiado desde o ventre de minha mãe);

19 Se eu tenho visto alguém perecer por falta de roupa,

Ou que os necessitados não tinha cobertura;

20 se os seus lombos não me abençoaram,

E se ele não se aquentava com os velos dos meus cordeiros;

A sexta hipótese do pecado refere-se a preocupação com as necessidades dos pobres, as viúvas e os órfãos. Jó solenemente afirma que ele não tem ressentiram os pobres as suas necessidades, nunca permitiu que uma viúva de pinho em falta, e nunca comeu sua comida sem compartilhá-la com os órfãos. A motivação para a sua conduta benevolente para com os seus semelhantes, Jó declara, é o fato de que, "como um pai, Deus trouxe-me, cuidar de mim desde sempre eu nasci" (v. 31:18 , Moffatt). Caridade autêntica é sempre motivado pela valorização do homem por amor expresso de Deus e benevolência (conforme Jc 1:27 ).

Sétima hipótese de Jó do pecado é deixar os destituídos de sofrer em sua miséria (vv. 31:19-20 ). Desse pecado que ele nunca foi culpado. Ele vestiu o nu (v. 31:19 ), e cobriu o frio com seus velos (v. 31:20. ).

(6) de Jó Justiça Social (31: 21-23)

21 Se eu levantei a minha mão contra o órfão,

Porque eu via a minha ajuda na porta;

22 Então caia o meu ombro da omoplata,

E o meu braço ser quebrado a partir do osso.

23 Pois a calamidade de Deus é para mim um horror,

E em razão de sua majestade não posso fazer nada.

A oitava hipótese do pecado é a injustiça social. Jó absolve-se de ter vantagem já tomadas de qualquer homem inocente por ação simplesmente porque ele sabia que sua posição e influência pessoal iria ganhar para ele (v. O veredicto 21 ). ". O pobre, a viúva e órfão não tinha esperança de justiça ou reparação de errado a não ser que algum cidadão poderoso estava disposto a apoiar sua causa" rendição do verso de Rashi 23 , que significado reflete também sobre o versículo 22 , é elucidar: "a calamidade que Deus envia aos ímpios sempre foi um terror para mim e, portanto, eu faria nenhuma dessas coisas más. "Há um lugar legítimo em toda religião verdadeira para um temor reverencial saudável de Deus e temor de julgamento, como também o respeito divino amar.

(7) A liberdade de avareza e idolatria (de 31:24 ). Certamente uma das maiores falácias do homem e pecados mais graves é a confusão de valores. Quando o dinheiro, que nunca pode ter mais do que o valor instrumental, é considerado como se tivesse valor intrínseco, então o homem é culpado de uma das mais grosseiras formas de idolatria (conforme Sl 49:10 ; . Pv 11:28 ; Mt 6:24 ). Isso também confunde meios com os fins e os erros da primeira para a segunda.

Em segundo lugar, Jó nega que ele tenha encontrado alegria em riqueza para sozinho amor de riqueza (v. 31:25 ). Este é o espírito do avarento que acumula a sua riqueza e faz com que seja o maior prazer de sua vida.

Em terceiro lugar, Jó declara sua inocência da adoração da natureza-o sol ou a lua (vv. 31:26-28 ). (No v. 31:27 , conforme 1Rs 19:18 ). Esta foi uma declaração ousada na verdade para um homem em um país onde a natureza pagã de adoração foi predominante. O sol ea lua já foram os dois principais ídolos de adoradores da natureza através dos tempos, um exemplo marcante do que é visto na famosa Pirâmide do Sol ea Pirâmide da Lua menor dos índios astecas próximos a Cidade do México. Jó corretamente observa que tal seria um crime digno de punição severa, porque seria um deslocamento de Deus com a Sua obra (conforme Rm 1:24. ). Jó está bem ciente da deterioração espiritual que dá origem à adoração de ídolos (2Rs 21:3 ; Jr 44:17 ; Ez 08:16. ). Toda essa adoração da natureza suplanta o verdadeiro Deus e, portanto, está condenado como o ateísmo prático, uma vez que a criou nunca pode se tornar o Criador.

(8) A liberdade de Jó do Espírito de Vingança e covardia (31: 29-34)

29 Se me regozijei com a ruína do que me odiava,

Ou se exultei quando o mal lhe

30 (sim, eu não sofreu pecar a minha boca

Ao pedir a sua vida com uma maldição);

31 Se as pessoas da minha tenda não disseram:

Quem pode encontrar um que não tem sido preenchido com a sua carne?

32 (O estrangeiro não passava na rua;

Mas eu abria as minhas portas para o viajante);

33 Se, como Adão, encobri as minhas transgressões,

Ocultando a minha iniqüidade no meu seio,

34 Porque eu temia a grande multidão,

E o desprezo das famílias me aterrorizava,

Assim que eu me calei, e não saí do porta-

A partir da décima segunda hipótese do pecado, o pecado da vingança, Jó absolve-se (vv. 31:29-30 ). Ele não tinha se alegraram com a ruína de seu inimigo nem exultava com suas calamidades (v. 31:29 ). Ele não tinha nem provou o doce bocado de amaldiçoá-lo, nem o espectáculo de oração por sua morte (v. 31:30 ). Ele não se permitiu o bocado escolha de vingança em que tantos, mesmo as pessoas cristãs, saciar a sua própria ruína. Jó estava disposto a deixar a vingança com Deus (conforme Rom 0:19. ; 2Tm 1:8. ; Jd 1:7 ), ele imediatamente negado, como da mesma forma que fez com o XV, ou seja, o silêncio covarde em questões morais, por medo da opinião pública adversa (v. 31:34 ).

(9) do Jó final Challenge (31: 35-40)

35 Oh que eu tinha um que me ouvisse!

(Lo, aqui é a minha assinatura, deixe o Todo-Poderoso me responda)

E que eu tinha a acusação que meu adversário escrito!

36 Certamente eu a levaria em meu ombro;

Gostaria de ligar-se em mim como uma coroa:

37 Eu lhe daria o número dos meus passos;

Como um príncipe me chegaria a ele.

38 Se a minha terra clamar contra mim,

E se os seus sulcos juntamente chorarem;

39 Se eu ter comido os seus frutos sem dinheiro,

Ou ter causado os seus donos a perder a sua vida:

40 me produza cardos em vez de trigo,

E por cevada joio.

As palavras de Jó terminou.

Ellison diz que Jó teve ", afirmou um padrão que muitos cristãos não poderia honestamente a pretensão de ter alcançado." Agora Jó entra em sua alegação de inocência no tribunal de justiça de Deus, assinado com a sua própria mão sob juramento a Deus.Ele pede uma audiência justa. O meu apelo é inocência , Jó declara. Eis aqui o meu assinatura, deixe o Todo-Poderoso me responda (v. 31:35 ). Ele ficaria feliz em suportá-lo perante o tribunal, feliz pela oportunidade de responder a qualquer acusação de que ele pode conter (v. 31:36 ). Não como um escravo encolhido, mas como um príncipe real que ele iria suportar a acusação perante o tribunal para responder em sigilo seus encargos (v. 31:37 ). Mas nenhuma acusação é trazido. Não há mais acusações possíveis contra Jó por seus acusadores. Eles são silenciosos. Uma boa consciência é sempre a melhor defesa dos inocentes.

Com exceção de alguns pensamentos reflexivos sobre sua vida anterior que a corrida através de sua mente enquanto ele se senta na sala do tribunal aguarda o veredicto do tribunal, as palavras de Jó são terminou (v. 40b ). Ellison observa: "Mesmo se o livro fosse acabar aqui, os sofrimentos de Jó não teria sido em vão. Deus tinha 'winnowed o seu caminho "( Salmos 139:3. ), e todos, sem saber, Jó foi reechoing a palavra divina a Satanás, deste tu a meu servo Jó ... um perfeito e um homem justo? "


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
31:1-20 Finalmente, Jó faz o último protesto da sua inocência: afastou-se da impureza 14), mostrou retidão e honestidade na sua conduta (5-8), foi fiel à esposa (9-12), generoso para com todos aqueles que lhe prestaram serviços (13-15); não foi indiferente àquelas que sofriam dificuldades, nunca se cansando de solucionar seus problemas (16-20).

31.1 Jó, cuidadosamente, evitava a concupiscência dos olhos (1Jo 2:16).

31.4 O conceito aqui é de um Deus espiritual, que vê ao íntimo do homem, e inclusive ao pensamento que subjaz em um olhar (v. 1); Jó sempre soubera que havia que prestar contas a Deus, que tudo vê que tudo percebe.
31:5-7 Jó nunca foi traiçoeiro ou enganador para com seu próximo; nada tinha a ver com os métodos dos que se enriqueciam à custa da desgraça alheia, bem ao contrário das insinuações de Elifaz (22:5-11).
31.5 Falsidade. Heb shâw', vaidade, coisa oca e irreal, insinceridade, falsidade, engano, mentira, Êx 20:7; Sl 12:2; Sl 26:4; Sl 41:6.

31.10 Jó mesmo admite um castigo apropriado contra um possível adultério, se o tivesse cometido; sua esposa seria escrava e concubina de alguém.
31.12 Destruição. Heb 'abhaddõn, o abismo, conforme 28.22n; seria um pecado que o levaria ao fogo do inferno.

31.13 Desprezei o direito. As riquezas e o poder de Jó eram tão grandes, que teria ampla oportunidade de oprimir ao seu próximo sem ninguém conseguir levá-lo a juízo (22.8 e nota), porém, seu conhecimento da doutrina de Deus como Criador, leva-o a entender o que é fraternidade humana. Perante o Criador, o servo não é uma possessão, mas um ser humano com seu caráter e sua consciência.

31.16,17 Jó nunca vira a ninguém desamparado sem socorrê-lo, bem diverso daquilo que Elifaz quis lhe atribuir (22.7).
31.18 Desde a infância, Jó sempre fora o amparo dos aflitos.
31.19- 22 longe de despojar os pobres, conforme a acusação de Elifaz (22.6), Jó até sustentava os que eram despojados por outros.
31:21-40 Jó declara que tinha se afastado da avareza (24-28), e que nunca poderia ser acusado de servir a Deus e às riquezas, pois sentia-se feliz em ser generoso com todos (29-34), e, finalmente, entregar-se ao Senhor (35-40). Jó afirma que nem a voz de Deus nem a voz do homem podem convencê-lo de pecado, está inocente daqueles pecados que os amigos quiseram imputar-lhe. Jó afirma que nem suas próprias terras, se tivessem voz, poderiam condená-lo (38-40).
31.24,25 Não era verdade o Elifaz insinuara, que Jó estava dando mais valor ao bens materiais do que à comunhão com Deus (22:24-25).
31.26,27 Jó nega que havia participado da idolatria, bem comum no antigo oriente: a adoração do Sol e da lua, com os gestos de homenagem.

31.29 Jó possuía um espírito generoso para com os inimigos, à altura das exigências da lei, Êx 23:4-5; conforme Pv 24:17; Pv 25:21.

31.34 A vida de Jó era um livro aberto; não era um hipócrita e nem vivia com medo de ser desmascarado por alguém.
31.36 Para Jó, uma acusação lavrada em ata seria até um atestado de virtude, pois nada poderia constar contra sua integridade.
31.40 Cardos. Plantas espinhosas com flores roxas, uma praga comum nas pastagens e na lavoura da Europa e da Ásia.

• N. Hom. 31:1-40 Protesto de inocência:
1) Quanto à lei da pureza, 1-4;
2) Quanto à lei da justiça, 5-8;
3) Quanto à lei do casamento, 9-12;
4) Quanto à lei de mestre e servo, 1315;
5) Quanto à lei da bondade, 16-22;
6) Quanto à lei da adoração, 24-28;
7) Quanto à lei do amor, 29-30;
8) Quanto à lei da hospitalidade, 31-32;
9) Quanto à lei da sinceridade, 33-37;
10) Quanto à lei da prosperidade, 38-40. O capítulo inteiro pode ser considerado uma perfeita descrição da vivência do verdadeiro homem de Deus.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
(3) Ah, como eu queria receber a acusação do meu adversário (31:1-40)
Este movimento final do discurso de Jó, em que faz uma declaração solene da sua integridade, vem em forma de “confissão negativa” em que ele nega qualquer crime de que possa ser acusado. Se ele cometeu algum dos pecados mencionados, ora para que Deus execute a lei da retribuição e lhe devolva na mesma moeda. Esse tipo de catálogo de imprecações contra Sl mesmo poderia ser pronunciado somente por uma pessoa completamente convicta da sua integridade, e não é de admirar que a declaração chegue ao clímax (v. 35ss) com o apelo ousado de Jó para que Deus lhe dê atenção e responda com o castigo devido. Que Jó pelo menos receba a lista de acusações que Deus tem contra ele; ele teria orgulho em carregar um documento para o qual tivesse resposta tão pronta e segura.
Os delitos e pecados que Jó menciona nos dão uma excelente indicação dos seus padrões morais. Em todos os casos, a não ser em um (o de idolatria, v. 26,27), são pecados contra o próximo; mas são pecados contra Deus também propriamente falando. A forma dos juramentos que Jó faz não é sempre completa ou sistemática. Eles geralmente começam com Se..., mas em um caso (v. 1-4) se usa uma declaração mais positiva; geralmente concluem com que... (e.g., v. 8,10), mas de vez em quando a retribuição correspondente é deixada por conta da imaginação (e.g., v. 33,34). Visto que os v. 35ss são claramente o clímax do poema, poderíamos esperar que os v. 38ss, mais um juramento do tipo comum, os precedessem; essa retomada da linha principal da argumentação após o clímax não é incomum em Jó, mas é possível que a localização estranha dos v. 38ss seja devida a um simples escorregão do escriba.

(a) Lascívia (31:1-4). Embora o pecado do adultério seja mencionado adiante (v. 9-12), aqui Jó declara que não pecou olhando com cobiça (v. 1) para uma virgem, uma tentação especialmente forte para o proprietário de muitos servos e servas, como no caso de Jó. Ele diz que fez um acordo com os seus olhos de não olhar com cobiça para as moças (v. 1); como no Sermão do Monte, o pecado é visto como algo que reside nas intenções profundas do coração, e não somente no ato exterior.

A crença de na doutrina da retribuição permanece inabalável (v. 2ss); a sua única queixa é que ele está sofrendo em virtude do mau funcionamento dessa lei moral do Universo, sofrendo quando não merecia sofrer.

(b)    Desonestidade (31:5-8). Mais uma vez, se observa que o pecado é algo que ocorre primeiro no coração (v. 7). A referência à balança (v. 6) e ao fracasso das colheitas como castigo pela desonestidade (v. 8) sugere que ele está pensando principalmente em falsidade e engano (v. 5) nas transações comerciais.

(c)    Adultério (31:9-12). No seu protesto, Jó não alude de forma intencional a nenhum código de leis, como os Dez Mandamentos, mas o delito do adultério era considerado muito grave em todo o Oriente Médio (cf. v. 11,12); muitas vezes era chamado de “o grande pecado”. O castigo “na mesma moeda” que Jó está pedindo para Sl mesmo é ou que a sua mulher seja reduzida à posição mais baixa de servidão (conforme Ex 11:5), ou talvez que ela seja tomada em troca por seu vizinho (moa [v. 10] talvez seja um eufemismo para a relação sexual).

(d)    Injustiça feita a servos (31.13ss). Aqui Jó afirma que foi além do que se exigia nas responsabilidades da época no tratamento das queixas dos seus servos e que lidou com isso com a seriedade com que lidava com outra pessoa qualquer. Ele não tratou seus servos como sua propriedade, embora a sociedade da época lhe desse o direito de fazer isso, mas como seres humanos, de igual para igual (v. 15), uma perspectiva ética extraordinariamente sensível.

(e)    Falta de interesse social (31:16-23). Jó já retratou sua compaixão pelos pobres, pela viúva, pelos órfãos e estrangeiros, as pessoas tipicamente menos privilegiadas da sociedade semita antiga (29:11-16). Ele reitera esse aspecto do seu comportamento, declarando que havia inclusive recebido órfãos em sua casa (v. 18). Ele ora para que, se levantou a mão contra o órfão “ao ver que eu tinha apoio no tribunal” (v. 21, CNBB) e que poderia escapar com a injustiça cometida contra o órfão sem receber castigo, a retribuição caia sobre a mão levantada em injustiça e que o seu braço descaia do ombro (v. 22). O medo da retribuição foi o instinto que o guiou (v. 23).

(f)    Avareza (31.24,25). Jó se volta agora para outros pecados interiores (conforme v. 1-4): o amor secreto pelas riquezas (v. 24,25), a adoração ao sol e à lua (v. 26ss), o prazer na ruína dos inimigos (v. 29,30), qualquer maldade por meio de ignorância dos fatos (v. 31,32) ou qualquer outra hipocrisia (v. 33,34). Nenhuma dessas negações é seguida explicitamente de uma maldição, mas esta deve ser subentendida. Neste caso, embora Jó tenha sido extremamente rico, sua riqueza nunca se tornou um ídolo em que confiasse, em vez de confiar em Deus.

(g)    Idolatria (31.26,27). Este é o único pecado religioso no catálogo de delitos de Jó. Embora a adoração aos corpos celestes fosse algo quase universal no mundo antigo, para Jó esse tipo de adoração teria sido servir à criatura, em vez de ao criador; isso significaria que ele teria sido infiel a Deus, que está nas alturas (v. 28). A prática aludida no v. 27 é a de lançar beijos à lua como um objeto de culto e adoração.

(h)    índole vingativa (31.29,30). Não se alegrar com a queda dos maus é algo que mais uma vez vai além da ética dos tempos de Jó; nem mesmo os salmistas consideravam errado que ocasionalmente se alegrassem com o castigo dos maus (cf., e.g., Sl 54:7Sl 118:7; Sl 137:8,Sl 137:9), mas Jó preferiu seguir o espírito daquela lei que prescrevia ajudar o seu inimigo (Êx 23:4,5; conforme também Pv 20:22Pv 24:17,Pv 24:18; Pv 25:21,Pv 25:22).

(i)    Negligência em relação aos necessitados (31.31,32). Talvez esteja presente aqui ainda a idéia dos pensamentos secretos, que Jó esteja pensando em ocasiões em que poderia ter feito de conta que não sabia de casos de necessidades. Ele foi generoso com os necessitados não somente em casos de necessidades óbvias (v. 16-21), mas também em casos em que ele foi o único a saber da necessidade.

(j)    Hipocrisia (31.33,34). Nem aqui, Jó está admitindo pecado. O que ele está querendo dizer é: “Se cometi transgressões e depois tentei escondê-las ‘como fez Adão’ ” (nota de rodapé da NVI). Ele nega que tenha cometido a iniqüidade e depois tenha tentado escondê-la com medo do populacho.

(l)    O apelo final de Jó (31.35ss). Esse juramento de justificação foi tão formal que Jó pode concluí-lo com: Agora assino a minha defesa, como se fosse um documento escrito. Quem dera ele pudesse ter, para corresponder à sua declaração de inocência, a denúncia por escrito do seu acusador, i.e., a lista de acusações que Deus tem contra ele. Longe de ser humilhado por ela, ele está tão confiante em que tudo o que ela poderia fazer seria confirmar a sua integridade que a usaria como coroa (v. 36). Ele se aproximaria de Deus não como um criminoso, mas como um inocente que poderia lhe prestar contas de tudo que tivesse sido usado na acusação contra ele.

(m)    Exploração da terra (31:38-40). A imprecação final de Jó contra Sl mesmo, talvez deslocada por acidente de outro lugar do capítulo para cá, chama o castigo sobre Sl mesmo se a terra for capaz de testemunhar de que ele a adquiriu por meio de opressão dos seus donos por direito (v. 39). Se esse for o caso, que a retribuição caia sobre ele, que cresçam espinhos em lugar de trigo e ervas daninhas em lugar de cevada.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Jó Capítulo 4 do versículo 1 até o 24

III. Juízo : O Caminho da Sabedoria Obscurecido e Iluminado. 4:1 - 41:34.

A. O Veredito dos Homens. 4:1-24.

Considerando que o diálogo de Jó com seus amigos relacionava-se mais com a lamentação de Jó do que diretamente com suas calamidades, a missão dos amigos assume mais os ares de um julgamento do que de consolo pastoral e continua assim progressivamente em cada sucessivo ciclo de discursos. (Em relação à estrutura cíclica do diálogo, veja o Esboço acima.) Os amigos assentaram-se como em um conselho de anciãos para julgarem o ofensor clamoroso. A avaliação da culpa de Jó envolve discussão dos aspectos mais amplos do problema da teodicéia, mas sempre com o caso particular de Jó e a condenação à vista. Portanto, para Jó o debate não consiste em um estudo imparcial e acadêmico do sofrimento em geral, mas uma nova e dolorosa fase dos seus sofrimentos. Os amigos são enganados por seu apego à tradicional teoria, ajudando e favorecendo a Satanás em sua hostilidade contra Deus, e obscurecendo o caminho da sabedoria para Jó, o servo de Deus. Mas o debate serve para silenciar esta sabedoria do mundo e assim prepara o caminho para a apresentação da via de acesso da aliança para a sabedoria, que são apresentados nos discursos de Eliú e o Senhor. Novamente, no apelo que Jó faz dos vereditos humanos ao supremo tribunal, expresso em seu apaixonado anseio de expor o seu caso diante do Senhor, o debate busca a manifestação visível de Deus.


Moody - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40

31:1, 31:10, 31:22, 31:40). O quadro, portanto, é o do vassalo convencional declarando sua lealdade às várias estipulações que file foram impostas, atônito porque o seu soberano o afligira com maldições e não com as bênçãos da aliança (cons. Dt 28:18, Dt 28:31, Dt 28:35 ). Jó tem a impressão de que Deus abandonou o seu papel de suserano protetor e estranhamente se tornou o inimigo de um vassalo obediente. 1-8. Jó começa negando pecados escondidos no coração – concupiscência (v. 31:1), trapaça (v. 31:5), cobiça (v. 31:7). Nisto exibe profunda penetração na espiritualidade da lei divina (cons. o Sermão do Monte, Mt 5:1; Mt 7:1). Sua profunda preocupação com o iminente juízo do Suserano vem à tona freqüentemente (vs. 31:2-4; cons. 11, 12, 14, 23, 28), mais notavelmente em suas automaldições (v. 31:8; cons. Dt. 28: 30c, 33). Com estas referências às sanções penais da aliança Jó torna solene o seu juramento de inocência. Mesclado do reverente temor de Jó para com o seu Juiz está seu anseio confiante de comparecer diante dEle, eloqüentemente proclamado nos vs. 31:35-37 e mais simplesmente aqui (v. 31:6).


Moody - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 9 até o 23

9-23. O patriarca também repudia pecados públicos contra seus próximos adultério (v. 31:9), maus tratos dispensações a empregados (v.31:13), negligência das obrigações sociais de caridade para com os necessitados (vs. 31:16, 31:17, 31:19-21). Automaldições estão ligadas à primeira e última cláusulas condicionais desta seção. Além disso, Jó nega vigorosamente, reforçando suas negativas: o adultério, denunciando severamente tal abuso (vs. 31:11,31:12); o abuso com servos, contando com a investigação divina (v. 31:14) e reconhecendo a origem comum das criaturas (v. 31:15); e falta de caridade, afirmando positivamente o oposto (v. 31:18) e confessando o seu temor a Deus (v. 31:23).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Jó Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
31:1

6. JÓ AFIRMA, PELA ÚLTIMA VEZ, A SUA INOCÊNCIA (31:1-18). Este capítulo revela-nos, de forma muito perfeita, o caráter de Jó. Os seus ideais não são acomodatícios nem superficiais mas ambiciosos, exigentes e íntimos. "Ele julga-se de acordo com uma medida de excelência quase evangélica", comenta alguém. Outro comentador vê neste capítulo o mais elevado expoente da ética velho-testamentária. Notaremos a seguir alguns notáveis pontos de contacto com a doutrina do Novo Testamento. Jó faz seis grandes afirmações respeitantes à sua vida passada.

i. Não se deixou contaminar pela imoralidade (1-12). A sua conduta externa fora pura mas não mais pura que os seus pensamentos íntimos (1,7,9; cfr. Mt 5:8, Mt 5:28). O adultério aparece-nos aqui como um terrível pecado. Em primeiro lugar merece o castigo divino (2-3). A pureza de Jó era conseqüência de um conceito de vida, da convicção de que "o temor do Senhor é a sabedoria" (28:28). Em segundo lugar, merece o castigo do homem, visto que é uma ofensa não só contra Deus mas contra a sociedade (11). Moa minha mulher para outro (10) são palavras que se referem à mais baixa forma de escravidão, a de uma escrava labutando no moinho. Cfr. Êx 11:5. Em terceiro lugar, é um fogo que tem, em si, o gérmen da destruição -a destruição da saúde, do lar, da felicidade (12). Cfr. Pv 6:27-20. Os vers. 5-8 dão-nos um quadro cujo significado se situa para além do mero sensualismo. Nestes versículos Jó proclama-se livre de vaidade e inocente de qualquer espécie de fraude. Alguém chamou à vaidade (5) (Heb. shawe’) "vacuidade disfarçada". Jó não receia as balanças da justiça divina se estas forem fiéis (6). E se a sua afirmação de absoluta integridade for falsa, ele está pronto a perder todo o produto dos seus esforços. A segunda parte do versículo 8 pode ser assim traduzida: "seja arrancado até à raiz tudo o que o meu campo produz".

>31:13

>31:31

ii. Jó não se deixou contaminar pela dureza nem pela insensibilidade (13 22:31-32). Os seus servos eram sempre tratados com justiça porque ele se lembrava de que havia um Deus no céu a quem ele tinha de prestar contas e que fora Criador tanto do senhor como do servo (13-15. Cfr. Ef 6:9). O vers. 15 salienta-se de todos os outros, nesta passagem, pela notável consciência social que revela. Cfr. Pv 14:31; Pv 22:2. Se não podiam acusá-lo de injustiça, tão pouco podiam queixar-se de uma alimentação insuficiente. Mas a sua bondade não se limitava àqueles que o rodeavam ou com ele trabalhavam; estendia-se a todos os necessitados, aos pobres, às viúvas, aos órfãos (16-17). A exploração e a opressão dos fracos eram procedimentos estranhos à sua natureza embora ele pudesse ter-se servido da sua influência para corromper a justiça dos tribunais (21). Ele tinha sido o auxílio dos desamparados. O vers. 17 é particularmente digno de nota. A sua abundância nunca o tornara indiferente às faltas dos outros. À sua porta não havia Lázaros abandonados ou ignorados (cfr. Lc 16:20). Praticava a hospitalidade (Rm 12:13) desinteressadamente, quando não havia a mínima probabilidade de ela lhe ser retribuída (16:20; 32:0) mas a sua atitude para com aquilo que possuía nunca o fez correr o risco implícito no solene aviso: "não podeis servir a Deus e a Mamom" (cfr. Mt 6:19-40, Mt 6:24).

>31:26

iv. Não se deixou contaminar por qualquer desejo secreto de idolatria (26-27). O versículo 27 fala-nos do beijo de adoração que os idólatras lançavam aos astros.

>31:29

v. Não se deixou contaminar pelo ódio aos seus inimigos (29-30). Aqui Jó empreende uma longa viagem, uma viagem cujo destino se encontra nas palavras de Nosso Senhor em Mt 5:44.

>31:33

vi. Não se deixou contaminar pela insinceridade (33-34). A expressão como Adão pode traduzir-se por "segundo o hábito dos homens". O seu olhar leal nunca soubera disfarçar habilmente a transgressão por temer a reprovação do povo e mais especialmente a das grandes famílias. Leia-se o vers. 34 de acordo com a seguinte tradução e considerando-o o seguimento do versículo anterior: "porque tremia perante uma grande multidão e o desprezo das famílias me apavorava e eu me calava e saía da minha porta..." A frase fica por terminar. A recordação da sua vida passada, da forma como ele a viveu, leva Jó a soltar um grande grito de protesto, uma intrépida e quase louca afirmação de inocência com que desafia os céus (35-37). Que o meu adversário escreva um livro. Uma acusação do inimigo não o confundiria nem humilharia. Ele a levaria triunfante alegre ostensivamente sobre os seus ombros (36); e com passo firme e principesco acercar-se-ia daquele Adversário que lhe fugia pronto a dar-lhe um relatório exato da sua vida diária (37). Neste capítulo Jó afirma que nem a voz do homem nem a voz de Deus o podem convencer de pecado ou confundir. Está inocente daqueles pecados que os amigos procuravam imputar-lhe. Nos versículos 38:40 Jó vai mais longe e diz: "nem a própria terra que me pertence, se tivesse voz, me condenaria".


Dicionário

Causa

substantivo feminino Aquilo que faz com que uma coisa seja, exista ou aconteça.
O que é princípio, razão ou origem de alguma coisa; motivo.
O que pode acontecer; fato ou acontecimento.
[Jurídico] O motivo pelo qual alguém se propõe a contratar: causa lícita, ilícita.
[Jurídico] Razão que leva alguém dar início a um processo judicial; esse processo; ação, demanda: causa cível.
Interesse coletivo a partir do qual um grupo se rege; partido: a causa do povo.
Etimologia (origem da palavra causa). Do latim causa; caussa.ae.

A Causa é a mola oculta que aciona a vida universal.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 3, cap• 15


motivo, razão, móvel, pretexto. – Todas estas palavras designam aquilo que se tem como determinante das nossas ações; mas não poderiam ser aplicadas indistintamente, mesmo aquelas que parecem mais semelhantes. – Causa é o que produz uma ação; em certos casos, é o fato em virtude Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 259 do qual se dá um outro fato. F. deixou de vir devido ao mau tempo (o mau tempo foi causa da ausência). A causa da intervenção da força pública foi o tumulto que ali se levantou. – Motivo e móvel são os nomes que damos ao fato, à consideração, ao intento, etc., que nos leva a fazer alguma coisa ou a agir de certo modo em dadas circunstâncias. – Motivo é simplesmente o que opera em nós excitando-nos, impelindo a nossa vontade de praticar uma ação, ou de conduzir-nos deste ou daquele modo em dadas circunstâncias. – Móvel é “um motivo mais ponderoso, que opera tanto sobre o espírito como sobre o coração”. – Razão é “o motivo que se invoca para justificar algum ato, o móvel que se dá como causa da ação”. – Pretexto é “uma razão falsa ou fictícia que se dá para não dar a verdadeira”.

Deus

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).



i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Então

advérbio Agora ou naquela circunstância: acabei então de perceber que havia sido enganada!
Em determinada situação; nessa circunstância: o chefe está bem-humorado, então não há discussão.
Numa situação futura; num momento afastado do presente: você precisa se casar, então irá entender do que estou falando.
interjeição Que demonstra espanto; em que há admiração: então, você se casou?
Que se utiliza para animar (alguém): então, força!
substantivo masculino Período de tempo que passou: numa lembrança de então, recordou-se da juventude.
Etimologia (origem da palavra então). Do latim in + tunc/ naquele momento.

Faria

1ª pess. sing. cond. de fazer
3ª pess. sing. cond. de fazer

fa·zer |ê| |ê| -
(latim facio, -ere)
verbo transitivo

1. Dar existência, ser autor de (ex.: fez uma obra notável). = CRIAR, OBRAR, PRODUZIR

2. Dar ou tomar determinada forma (ex.: façam uma fila). = FORMAR

3. Realizar determinada acção (ex.: fazer a limpeza; fazer uma cópia de segurança; fazer um gesto de atenção). = EFECTUAR, EXECUTAR

4. Agir com determinados resultados (ex.: fazer um erro; fazer um favor).

5. Fabricar (ex.: fizera um produto inovador).

6. Compor (ex.: fazer versos).

7. Construir (ex.: a construtora está a fazer uma urbanização).

8. Praticar (ex.: ele faz judo).

9. Ser causa de (ex.: esta imagem faz impressão). = CAUSAR, ORIGINAR, MOTIVAR, PRODUZIR, PROVOCAR

10. Obrigar a (ex.: fizeste-me voltar atrás).

11. Desempenhar um papel (ex.: fiz uma personagem de época; vai fazer de mau na novela). = REPRESENTAR

12. Ultimar, concluir.

13. Atingir determinado tempo ou determinada quantidade (ex.: a empresa já fez 20 anos; acrescentou uma maçã para fazer dois quilos). = COMPLETAR

14. Arranjar ou cuidar de (ex.: fazer a barba; fazer as unhas).

15. Tentar (ex.: faço por resolver os problemas que aparecem).

16. Tentar passar por (ex.: não se façam de parvos). = APARENTAR, FINGIR, SIMULAR

17. Atribuir uma imagem ou qualidade a (ex.: ele fazia da irmã uma santa).

18. Mudar para (ex.: as dificuldades fizeram-nos mais criativos ). = TORNAR

19. Trabalhar em determinada actividade (ex.: fazia traduções).

20. Conseguir, alcançar (ex.: fez a pontuação máxima).

21. Cobrir determinada distância (ex.: fazia 50 km por dia). = PERCORRER

22. Ter como lucro (ex.: nunca fizemos mais de 15000 por ano). = GANHAR

23. Ser igual a (ex.: cem litros fazem um hectolitro). = EQUIVALER

24. Exercer as funções de (ex.: a cabeleireira faz também de manicure). = SERVIR

25. Dar um uso ou destino (ex.: fez da camisola um pano do chão).

26. Haver determinada condição atmosférica (ex.: a partir de amanhã, vai fazer frio). [Verbo impessoal]

27. Seguido de certos nomes ou adjectivos, corresponde ao verbo correlativo desses nomes ou adjectivos (ex.: fazer abalo [abalar], fazer violência [violentar]; fazer fraco [enfraquecer]).

verbo pronominal

28. Passar a ser (ex.: este rapaz fez-se um homem). = TORNAR-SE, TRANSFORMAR-SE

29. Seguir a carreira de (ex.: fez-se advogada).

30. Desenvolver qualidades (ex.: ele fez-se e estamos orgulhosos).

31. Pretender passar por (ex.: fazer-se difícil; fazer-se de vítima). = FINGIR-SE, INCULCAR-SE

32. Julgar-se (ex.: eles são medíocres, mas fazem-se importantes).

33. Adaptar-se a (ex.: fizemo-nos aos novos hábitos). = ACOSTUMAR-SE, AFAZER-SE, HABITUAR-SE

34. Tentar conseguir (ex.: estou a fazer-me a um almoço grátis).

35. Cortejar (ex.: anda a fazer-se ao colega).

36. Iniciar um percurso em (ex.: vou fazer-me à estrada).

37. Levar alguém a perceber ou sentir algo (ex.: fazer-se compreender, fazer-se ouvir).

38. Haver determinada circunstância (ex.: já se fez noite).

39. Ter lugar (ex.: a entrega faz-se das 9h às 21h). = ACONTECER, OCORRER

nome masculino

40. Obra, trabalho, acção.


fazer das suas
Realizar disparates ou traquinices.

fazer por onde
Procurar a maneira de conseguir ou de realizar algo. = TENTAR

Dar motivos para algo.

fazer que
Fingir, simular (ex.: fez que chorava, mas depois sorriu).

não fazer mal
Não ter importância; não ser grave.

tanto faz
Expressão usada para indicar indiferença; pouco importa.


Levantar

verbo transitivo direto e pronominal Pôr ao alto; erguer: levantar uma mesa; levantou-se do sofá.
verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Erguer do chão; dar mais altura a; apanhar, hastear: levantar uma casa, uma bandeira; levantou um muro na sala; o carro não se levanta sozinho!
verbo transitivo direto e intransitivo Aumentar a intensidade de; reforçar: levantou a voz; sua voz levantou.
verbo bitransitivo Levar na direção mais alta; elevar: levantar a cabeça para ver melhor.
verbo transitivo direto Expor como uma ideia; sugerir: levantar questões.
Espalhar em várias direções; dispersar: o carro levantou muita poeira.
Incentivar uma rebelião; revoltar: discursos inflamados levantaram o povo.
Reunir em grande quantidade; arrecadar: levantar recursos para a igreja.
Passar a possuir; receber: foi ao banco e levantou vultosa soma.
Dar por findo; encerrar: levantar a sessão.
Elogiar muito algo ou alguém; enaltecer: levantou seus feitos no livro.
Elevar-se nos ares (o avião); voar: levantar voo.
verbo intransitivo Deixar de chover: o tempo levantou.
verbo pronominal Pôr-se de pé; erguer-se; acordar: levanto-me cedo.
Voltar a ter boa saúde: levantei-me depois daquela doença.
Exaltar-se; manifestar-se: a opinião pública facilmente se levanta.
Levantar-se contra alguém; insultar: meu filho se levantou contra mim.
Erguer-se no horizonte: o Sol ainda não se levantou.
verbo transitivo direto predicativo Eleger uma pessoa em detrimento dos demais: Canudos levantou Antônio Conselheiro seu líder.
Etimologia (origem da palavra levantar). Do latim levantare, "erguer".

Quando

advérbio Denota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando.
Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
Em qual época: quando partiram?
advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.

quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.

Responder

verbo transitivo direto e transitivo indireto Dar resposta ao que é dito, escrito ou perguntado: respondeu o que lhe ocorreu; respondeu ao professor a questão.
Contestar uma pergunta; replicar: respondeu bem.
verbo intransitivo Questionar em vez de obedecer; resmungar: vá e não responda!
Repetir o som: o cão latiu e os vizinhos responderam.
verbo transitivo indireto Fazer-se sentir por repercussão: a dor do braço me responde na cabeça.
Apresentar razões contra; revidar: responder a uma objeção.
Enviar resposta: responder a uma pessoa, a uma carta.
Oferecer em troca de; retribuir: responder a uma gentileza.
Assumir uma responsabilidade; responsabilizar-se: responde pelo irmão.
Ter uma ação contrária, oposta a; reagir: responder à dor.
Etimologia (origem da palavra responder). Do latim respondere.

responder
v. 1. tr. dir. Dizer ou escrever em resposta. 2. tr. ind. e Intr. Dar resposta. 3. tr. ind. Ser respondão. 4. tr. ind. Aduzir argumentos contra. 5. tr. ind. Pôr em contraposição. 6. Intr. Repetir a voz, o so.M 7. tr. ind. Ficar por fiador de alguém; responsabilizar-se por. 8. tr. ind. Estar em harmonia; ser igual; condizer. 9. tr. ind. Retribuir equivalentemente. 10. tr. ind. Defrontar, opor-se. 11. tr. ind. Estar defronte; opor-se.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Jó 31: 14 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Então que faria eu quando Deus Se levantasse? E, inquirindo Ele a causa, que Lhe responderia?
Jó 31: 14 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Antes de 2100 a.C.
H3588
kîy
כִּי
para que
(that)
Conjunção
H410
ʼêl
אֵל
deus, semelhante a deus, poderoso
(unto God)
Substantivo
H4100
mâh
מָה
o que / aquilo
(what)
Pronome
H6213
ʻâsâh
עָשָׂה
E feito
(And made)
Verbo
H6485
pâqad
פָּקַד
comparecer, convocar, numerar, calcular, visitar, punir, nomear, cuidar de, tomar conta
(visited)
Verbo
H6965
qûwm
קוּם
levantar, erguer, permanecer de pé, ficar de pé, pôr-se de pé
(that rose up)
Verbo
H7725
shûwb
שׁוּב
retornar, voltar
(you return)
Verbo


כִּי


(H3588)
kîy (kee)

03588 כי kiy

uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

  1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
    1. que
      1. sim, verdadeiramente
    2. quando (referindo-se ao tempo)
      1. quando, se, embora (com força concessiva)
    3. porque, desde (conexão causal)
    4. mas (depois da negação)
    5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
    6. mas antes, mas
    7. exceto que
    8. somente, não obstante
    9. certamente
    10. isto é
    11. mas se
    12. embora que
    13. e ainda mais que, entretanto

אֵל


(H410)
ʼêl (ale)

0410 אל ’el

forma contrata de 352, grego 2241 ηλι e 1664 ελιουδ; DITAT - 93a; n m

  1. deus, semelhante a deus, poderoso
    1. homens poderosos, homens de posição, valentes poderosos
    2. anjos
    3. deus, deus falso, (demônios, imaginações)
    4. Deus, o único Deus verdadeiro, Javé
  2. coisas poderosas na natureza
  3. força, poder

מָה


(H4100)
mâh (maw)

04100 מה mah ou מה mah ou ם ma ou ם ma também מה meh

uma partícula primitiva, grego 2982 λαμα; DITAT - 1149 pron interr

  1. o que, como, de que tipo
    1. (interrogativa)
      1. o que?
      2. de que tipo
      3. que? (retórico)
      4. qualquer um, tudo que, que
    2. (advérbio)
      1. como, como assim
      2. por que
      3. como! (exclamação)
    3. (com prep)
      1. em que?, pelo que?, com que?, de que maneira?
      2. por causa de que?
      3. semelhante a que?
        1. quanto?, quantos?, com qual freqüência?
        2. por quanto tempo?
      4. por qual razão?, por que?, para qual propósito?
      5. até quando?, quanto tempo?, sobre que?, por que? pron indef
  2. nada, o que, aquilo que

עָשָׂה


(H6213)
ʻâsâh (aw-saw')

06213 עשה ̀asah

uma raiz primitiva; DITAT - 1708,1709; v.

  1. fazer, manufaturar, realizar, fabricar
    1. (Qal)
      1. fazer, trabalhar, fabricar, produzir
        1. fazer
        2. trabalhar
        3. lidar (com)
        4. agir, executar, efetuar
      2. fazer
        1. fazer
        2. produzir
        3. preparar
        4. fazer (uma oferta)
        5. atender a, pôr em ordem
        6. observar, celebrar
        7. adquirir (propriedade)
        8. determinar, ordenar, instituir
        9. efetuar
        10. usar
        11. gastar, passar
    2. (Nifal)
      1. ser feito
      2. ser fabricado
      3. ser produzido
      4. ser oferecido
      5. ser observado
      6. ser usado
    3. (Pual) ser feito
  2. (Piel) pressionar, espremer

פָּקַד


(H6485)
pâqad (paw-kad')

06485 פקד paqad

uma raiz primitiva; DITAT - 1802; v. v.

  1. comparecer, convocar, numerar, calcular, visitar, punir, nomear, cuidar de, tomar conta
    1. (Qal)
      1. prestar atenção a, observar
      2. comparecer
      3. buscar, procurar
      4. buscar em vão, necessitar de, não ter, faltar
      5. visitar
      6. castigar, punir
      7. passar em revista, convocar, numerar
      8. nomear, designar, incumbir, depositar
    2. (Nifal)
      1. ser procurado, ser necessário, estar ausente, estar faltando
      2. ser visitado
      3. ser castigado
      4. ser nomeado
      5. ser vigiado
    3. (Piel) convocar, recrutar
    4. (Pual) ser convocado em revista, ser levado a faltar, ser chamado, ser chamado a acertar contas
    5. (Hifil)
      1. estabelecer, tornar supervisor, nomear um supervisor
      2. comissionar, confiar, entregar aos cuidados de, depositar
    6. (Hofal)
      1. ser visitado
      2. ser depositado
      3. ser feito supervisor, ser encarregado
    7. (Hitpael) contado
    8. (Hotpael) contado, passado em revista n. m. pl. abstr.
  2. convocações, custos

קוּם


(H6965)
qûwm (koom)

06965 קום quwm

uma raiz primitiva; DITAT - 1999; v.

  1. levantar, erguer, permanecer de pé, ficar de pé, pôr-se de pé
    1. (Qal)
      1. levantar
      2. levantar-se (no sentido hostil)
      3. levantar-se, tornar-se poderoso
      4. levantar, entrar em cena
      5. estar de pé
        1. manter-se
        2. ser estabelecido, ser confirmado
        3. permanecer, resistir
        4. estar fixo
        5. ser válido (diz-se de um voto)
        6. ser provado
        7. está cumprido
        8. persistir
        9. estar parado, estar fixo
    2. (Piel)
      1. cumprir
      2. confirmar, ratificar, estabelecer, impor
    3. (Polel) erguer
    4. (Hitpael) levantar-se, erguer-se
    5. (Hifil)
      1. levar a levantar, erguer
      2. levantar, erigir, edificar, construir
      3. levantar, trazer à cena
      4. despertar, provocar, instigar, investigar
      5. levantar, constituir
      6. fazer ficar em pé, pôr, colocar, estabelecer
      7. tornar obrigatório
      8. realizar, levar a efeito
    6. (Hofal) ser levantado

שׁוּב


(H7725)
shûwb (shoob)

07725 שוב shuwb

uma raiz primitiva; DITAT - 2340; v.

  1. retornar, voltar
    1. (Qal)
      1. voltar, retornar
        1. voltar
        2. retornar, chegar ou ir de volta
        3. retornar para, ir de volta, voltar
        4. referindo-se à morte
        5. referindo-se às relações humanas (fig.)
        6. referindo-se às relações espirituais (fig.)
          1. voltar as costas (para Deus), apostatar
          2. afastar-se (de Deus)
          3. voltar (para Deus), arrepender
          4. voltar-se (do mal)
        7. referindo-se a coisas inanimadas
        8. em repetição
    2. (Polel)
      1. trazer de volta
      2. restaurar, renovar, reparar (fig.)
      3. desencaminhar (sedutoramente)
      4. demonstrar afastamento, apostatar
    3. (Pual) restaurado (particípio)
    4. (Hifil) fazer retornar, trazer de volta
      1. trazer de volta, deixar retornar, pôr de volta, retornar, devolver, restaurar, permitir voltar, dar em pagamento
      2. trazer de volta, renovar, restaurar
      3. trazer de volta, relatar a, responder
      4. devolver, retribuir, pagar (como recompensa)
      5. voltar ou virar para trás, repelir, derrotar, repulsar, retardar, rejeitar, recusar
      6. virar (o rosto), voltar-se para
      7. voltar-se contra
      8. trazer de volta à memória
      9. demonstrar afastamento
      10. reverter, revogar
    5. (Hofal) ser devolvido, ser restaurado, ser trazido de volta
    6. (Pulal) trazido de volta