Enciclopédia de Daniel 2:24-24

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

dn 2: 24

Versão Versículo
ARA Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação.
ARC Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilônia: entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e darei ao rei a interpretação.
TB Por isso, entrou Daniel a Arioque, a quem o rei tinha constituído para perder os sábios de Babilônia; entrou e disse-lhe assim: Não percas os sábios de Babilônia; leva-me à presença do rei, e mostrarei ao rei a interpretação.
HSB כָּל־ קֳבֵ֣ל דְּנָ֗ה דָּֽנִיֵּאל֙ עַ֣ל עַל־ אַרְי֔וֹךְ דִּ֚י מַנִּ֣י מַלְכָּ֔א לְהוֹבָדָ֖ה לְחַכִּימֵ֣י בָבֶ֑ל אֲזַ֣ל ׀ וְכֵ֣ן אֲמַר־ לֵ֗הּ לְחַכִּימֵ֤י בָבֶל֙ אַל־ תְּהוֹבֵ֔ד הַעֵ֙לְנִי֙ קֳדָ֣ם מַלְכָּ֔א וּפִשְׁרָ֖א לְמַלְכָּ֥א אֲחַוֵּֽא׃ ס
BKJ Então, Daniel foi a Arioque, a quem o rei tinha ordenado que destruísse os homens sábios de Babilônia. Ele foi e assim lhe disse: Não destruas os homens sábios de Babilônia. Apresente-me perante o rei, e eu revelarei ao rei a interpretação.
LTT Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação.
BJ2 A seguir, foi Daniel ter com Arioc a quem o rei havia incumbido de executar os sábios de Babilônia. E falou-lhe assim: "Não mandes matar os sábios de Babilônia. Faze-me comparecer diante do rei e eu darei ao rei a interpretação".

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Daniel 2:24

Daniel 2:12 Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia.
Atos 27:24 dizendo: Paulo, não temas! Importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

POVOS E LÍNGUAS

POVOS E LÍNGUAS

 

É possível observar na Bíblia, como em nosso mundo atual, uma mistura de grupos étnicos.

Povos extremamente locais como os jebuseus, os primeiros habitantes de Jerusalém, são listados lado a lado com grupos étnicos muito mais amplos como os cananeus, heteus e amorreus.' Apesar dos reinos de Israel e Judá falarem hebraico, possuíam dialetos distintos? dos quais encontramos vestígios no livro de Reis.

A língua moabita, registrada na Pedra Moabita, é bastante parecida com o hebraico e algumas de suas características se encontram preservadas no livro de Rute.

No entanto, nem sempre é possível simplesmente equiparar povos e línguas como se faz nos dias de hoje.

O texto bíblico se refere a várias línguas locais, como o asdodita no tempo de Neemias e o licaônico, língua com a qual Paulo se deparou em Listra.

Mas também encontramos nos relatos bíblicos algumas das línguas internacionais mais importantes, como o aramaico, o grego, e o latim.

As línguas se desenvolvem e mudam com o passar do tempo e, por vezes, são adotadas em novas regiões geográficas.

Abaixo, um resumo sucinto desse caleidoscópio de línguas no mundo bíblico  

 

LÍNGUAS EM C. 1200 A.C.

 

Dois acontecimentos de relevância internacional ocorreram em c. 1180 a.C.

O Império Hitita na região central da Turquia se desintegrou e o Egito foi atacado pelos "povos do mar", muitos deles vindos do mar Egeu e da região correspondente à atual Turquia.

 

O colapso do Império Hitita se deveu a uma combinação de fatores.

Dentre eles, podemos destacar: problemas econômicos internos, escassez de alimento e pressão dos frígios que haviam sido expulsos de seu território pelos povos do mar.

 

Sem dúvida, a chegada dos povos do mar desencadeou uma série de acontecimentos que provocaram mudanças drásticas no mapa étnico e linguístico do Oriente Próximo.

Em 1200 a.C., as línguas faladas na região correspondente à atual Turquia eram o hitita e outras duas línguas indo-europeias, o palaico e o lúvio.

Nessa época, a Grécia era habitada pelos gregos micênicos, mas logo foi conquistada pelos gregos dóricos.

Naquela época, a língua principal de Canaã era o cananeu, talvez com os primeiros vestígios de hebraico, caso o "Cântico de Débora" seja desse período.' O acádio, falado na Mesopotâmia, era a língua da diplomacia na metade do segundo milênio a.C.

As 382 cartas de Amarna, de Tell el-Amarna, a capital abandonada de Amenófis 4 (Akenaton) (1353-1337 a.C.) no Médio Império Egípcio, foram escritas em acádio, apesar de apresentarem, por vezes, fortes influências de um dialeto cananeu.

 

LÍNGUAS EM C. 800 A.C.

 

O mapa linguístico dessa época reflete claramente as mudanças dos séculos anteriores.

No sudeste da Turquia, o hitita foi substituído por um dialeto lávio da região leste, também chamado de neo-hitita.

O aramaico, uma língua semítica originária da Síria, era falado desde Zincirli (antiga Samal) no sudeste da Turquia até o sul, em Tell Deir Alla na atual Jordânia (Sucote no Antigo Testamento), onde foram encontrados textos aramaicos que mencionam o profeta Balaão.

O hebraico havia se consolidado na Palestina, o fenício era falado ao longo da costa do Líbano, em Chipre e Caratepe, no sudeste da Turquia.

Há registros da presença do amonita e do moabita, duas línguas semíticas, na Transjordânia.

Na região ao redor de Van, no leste da Turquia, falava-se o urartiano, uma língua descendente do hurrita.

 

LÍNGUAS EM C. 400 A.C.

 

Em 400 a.C., o Império Persa havia entrado em declínio; estava perdendo poder no Egito, mas ainda controlava a região que se estendia desde o Egeu até a Pérsia e além.

 

A língua conhecida como persa antigo é atestada em vários lugares, mas seu registro mais famoso é uma inscrição de Dário 1 (522-486 a.C.) encontrada em Behistun (ou Bisitun) a cerca de 30 km a leste de Kermanshan no Irã.

O texto em persa antigo gravado em pedra é acompanhado de versões em babilônio e elamita.

Porém, a linguagem administrativa do Império Persa era o aramaico, usado em trechos dos livros de Esdras e Daniel no Antigo Testamento.° Um texto aramaico de Sardes também apresenta uma versão em lídio.

Numa inscrição em Letoon, perto de Xanthos, no sudeste da Turquia, é usado o aramaico, o grego e o lício.

Num vaso de calcita encontrado em Halicarnasso (atual Bodrum) há inscrições em persa antigo, babilônio, elamita e egípcio.

Sem dúvida, o multilinguismo era uma característica marcante das regiões sob domínio persa, como o livro de Ester deixa claro.

Os armênios indo-europeus aparecem pela primeira vez no Império Persa, sendo mencionados na inscrição de Behistun e pelo historiador grego Heródoto.

O grego clássico possuía cinco dialetos principais com variações regionais consideráveis.

A Grécia chegou a ter 158 cidades estados independentes, mas, ainda assim, os gregos se consideravam um só povo, tendo sua língua como elemento unificador.

Como resultado das conquistas de Alexandre, o grande (336-323 a.C.), o grego tomou o lugar de várias línguas oficiais.

No Egito, passou a ser usado no lugar do egípcio, mas este último sobreviveu numa forma modificada, conhecida como copta.

Na Síria, substituiu o aramaico e, na Mesopotâmia, relegou o uso do acádio ao registro de observações astronômicas.

Assim, quando Cristo nasceu, por volta de 5 a.C., o grego era a língua oficial da metade oriental do Império Romano, enquanto o latim era usado na parte ocidental e no exército.

 

O grego do Novo Testamento é consideravelmente distinto do grego clássico de Atenas do século V a.C.

Depois das conquistas de Alexandre, o Grande, o grego comum ou coiné reuniu vários dos principais dialetos, formando uma língua comum.

Os gálatas do Novo Testamento talvez fossem descendentes dos gauleses que haviam invadido a região no século Ill a.C.

Jerônimo (nascido em 347 d.C.) observa que os gálatas falavam uma língua bastante parecida com a de Trier na Gália, atual França.° Várias línguas semíticas surgiram nos arredores da Palestina nessa época.

O nabateu era falado na região de Petra, na Jordânia, enquanto o palmireno era a língua do oásis sírio de Palmira.

Uma observação em palmireno, acrescentada a uma inscrição em latim encontrada em South Shields, na região nordeste da Inglaterra, dá testemunho eloquente do multilinguismo do Império Romano.

 

Por Paul Lawrence

Referências
Gênesis 11:1
Gênesis 11:7
Gênesis 11:9

As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças
As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças
As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças
As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças
As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças
As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças
As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças
As línguas faladas no mundo bíblico e suas mudanças

JOSIAS E A ASCENSÃO DA BABILÔNIA

639-605 a.C.
JOSIAS
Josias (639. 609 .C.) foi coroado rei de Judá aos oito anos de idade. O escritor de Crônicas observa que, no oitavo ano de seu reinado (632 a.C.), Josias "começou a buscar o Deus de Davi, seu pai" (2Cr 34:3). Entre o décimo segundo e décimo oitavo ano (628-622 a.C.), Josias se dedicou a um programa de reforma radical. Despedaçou ou queimou objetos, altares e ídolos pagãos, erradicou os sacerdotes pagãos e'prostitutos cultuais, profanou os altos e remove elementos pagãos que haviam sido colocados no templo do Senhor. Seu programa abrangeu não apenas Jerusalém, mas também as cidades dos territórios de Manassés, Efraim e Simeão. A reforma chegou até ao território de Naftali que, em outros tempos, havia pertencido ao reino do norte, Israel, mas sobre o qual o rei de Judá pôde exercer influência devido ao enfraquecimento do poder da Assíria. Josias profanou o alto em Betel instituído por Jeroboão, filho de Nabate, ao queimar os ossos dos sacerdotes de deuses estrangeiros em seus altares pagãos.' No décimo oitavo ano do reinado de Josias, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei no templo do Senhor? Não se sabe ao certo a natureza desse livro, mas ao ouvir a leitura de suas palavras, Josias rasgou as vestes e exclamou:
"Grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro" (2Rs 22:13). A fim de cumprir as prescrições do Livro da Lei, Josias aboliu os médiuns e feiticeiros, os ídolos do lar e todas as outras abominações vistas na terra de Judá e em Jerusalém.
O escritor de Reis afirma que nem mesmo a reforma ampla de Josias foi suficiente para evitar o julgamento iminente do Senhor e cita as palavras da profetisa Hulda: "Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará" (2Rs 22:16-17). Para seu consolo, Josias recebeu a garantia de que não testemunharia a calamidade vindoura.


A MORTE DE JOSIAS
A queda da Assíria em 612 a.C.havia provocado um desequilíbrio no poder no Oriente Próximo, Preocupado com a força crescente da Babilônia, o faraó Neco (610-595 a.C.) enviou um exército à Síria para ajudar o que restava das forças assírias e conter os babilônios, afirmando ter recebido essa ordem de Deus. Josias não acreditou no discurso do rei egípcio e o confrontou em Megido, no norte de Israel, em 609 .C., onde morreu em combate. Sua morte prematura aturdiu a nação. Jeremias compôs lamentos' e, cento e trinta anos depois, o profeta Zacarias faria referência à morte de Josias como uma ocasião de grande pranto.

HABACUQUE
A morte de Josias interrompeu de forma brusca o programa de reformas em Judá. Deus parecia ter abandonado seu povo e reis subseqüentes não manifestaram nenhum desejo de seguir ao Senhor. Neco não ficou satisfeito com o governo de Jeoacaz, filho de Josias. Por isso, em Ribla, na Síria, ordenou que fosse substituído por seu irmão Jeoaquim (Eliaquim). Consternado com a destruição e violência ao seu redor, o profeta Habacuque clamou ao Senhor e recebeu uma resposta inesperada: "Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada. Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos no anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar-lhes todos vêm para fazer violência. Habacuque 1:5-90

NABUCODONOSOR ASSUME O PODER
Avançado em anos, Nabopolassar, rei da Babilônia, colocou o exército sob o comando de seu filho e sucessor ao trono, Nabucodonosor. Em 605 a.C, Nabucodonosor derrotou o exército egípcio em Carquemis, junto ao rio Eufrates (próximo à atual fronteira entre a Turquia e a Síria).? Marchando para para o sul, Nabucodonosor invadiu Judá na tentativa de garantir a lealdade de Jeoaquim de Judá, o antigo vassalo e aliado de Neco.
Quando Jeoaquim estava prestes a se render, Nabucodonosor foi informado da morte de seu pai e voltou à Babilônia pelo caminho do deserto, levando consigo alguns objetos do templo do Senhor e vários jovens da família real e da nobreza de Judá. Quatro desses jovens se mostraram conselheiros valiosos para o novo rei: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Essa foi a primeira e menor de quatro deportações que acabariam resultando no exílio dos habitantes de Judá na Babilônia.

Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).

O EXÍLIO DE JUDÁ

604-582 a.C.
JEOAQUIM
A morte do rei Josias em 609 a.C. pôs fim à reforma religiosa em Judá e, durante o reinado de Jeoaquim, filho de Josias, as práticas pagas voltaram a se infiltrar no reino do sul. O profeta Jeremias repreendeu Jeoaquim por explorar o povo e construir um palácio luxuoso com os frutos dessa exploração.' É possível que o palácio em questão seja a construção encontrada em Ramat Rahel, apenas alguns quilômetros ao sul de Jerusalém. Além de ordenar o assassinato do profeta Urias por profetizar contra a cidade e a terra, Jeoaquim se opôs pessoalmente ao profeta Jeremias e queimou um rolo com palavras de Jeremias que leudi havia lido diante do rei.
Jeoaquim se tornou vassalo de Nabucodonosor em 604 a.C. (um ano depois da vitória deste último em Carquemis), mas, incentivado pelo Egito, se rebelou três anos depois. Nabucodonosor só tratou dessa rebelião em 598 a.C., quando ordenou que Jeoaquim fosse preso com cadeias de bronze e levado à Babilônia. Foi nessa ocasião que Jeoaquim morreu, aos 36 anos de idade, não se tendo certeza se ele morreu de causas naturais ou como resultado de uma conspiração. Jeremias profetizou que Jeoaquim não seria sepultado de forma honrosa; seria sepultado como se sepulta um jumento: arrastado e jogado para fora das portas de Jerusalém.

A SEGUNDA DEPORTACÃO
Jeoaquim foi sucedido por Joaquim, seu filho de dezoito anos de idade que reinou por apenas três meses e dez dias.4 Em 597 a.C, Nabucodonosor cercou Jerusalém e Joaquim se rendeu. "Nabucodonosor sitiou a cidade de Judá e, no segundo dia do mês de Adar (15/16 março), tomou a cidade e prendeu seu rei. Nomeou um rei do seu agrado para a cidade e trouxe consigo para a Babilônia um grande tributo" (Crônica Babilônica, Rev. 12-13). Na "segunda deportação", Nabucodonosor levou para a Babilônia o rei Joaquim e sua mãe, esposas, oficiais e governantes da terra, bem como toda a guarda constituída de setecentos homens valentes e mil artífices e ferreiros, num total de dez mil pessoas," entre as quais estava um jovem aprendiz de sacerdote chamado Ezequiel." Também levou consigo os tesouros do palácio real e objetos de ouro que Salomão havia feito para o templo do Senhor. Na Babilônia, Joaquim recebeu uma pensão da corte real. Seu nome (Ya'u-kinu) ocorre em tabletes babilânios datados de c. 595-570 a.C.nos quais se encontram registradas as rações fornecidas a ele e seus filhos: "Meio panu (c. 14 I) para Ya'u- kinu, rei da terra de Judá. Dois sila e meio (c. 2 I) para os cinco filhos do rei da terra de Judá. Vários anos mais tarde, depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., seu filho e sucessor Amel-Marduque (Evil-Merodaque) libertou Joaquim da prisão e permitiu que comesse à mesa do rei para o resto da vida.

O CERCO A JERUSALÉM
O profeta Jeremias amaldiçoou Joaquim e declarou que nenhum de seus descendentes se assentaria no trono de Davi.& Nabucodonosor escolheu Matanias, tio de Joaquim, para ocupar o trono de Judá e mudou seu nome para Zedequias, convocando-o a apresentar-se diante dele na Babilônia em 593 a.C. para jurar lealdade. Porém, alguns anos depois, Zedequias deu ouvidos aos egípcios e se rebelou. A Babilônia reagiu com violência. Nabucodonosor e seu exército acamparam em torno de Jerusalém e levantaram tranqueiras ao seu redor: De acordo com II Reis 25:1, o cerco se iniciou aos dez dias do décimo mês (15 de janeiro) de 588 a.C. Uma invasão dos egípcios sob o comando do faraó Hofra (589-570a.C.) obrigou Nabucodonosor a levantar temporariamente o cerco a Jerusalém. Porém, conforme Jeremias havia predito, os babilônios voltaram. Jeremias defendeu a rendição e foi lançado numa cisterna, de onde foi transferido posteriormente para o pátio da guarda. A situação tensa é descrita em 22 cartas em óstracos encontrados na cidade de Laquis que fazia parte do reino de Judá. A linguagem usada nessas cartas é semelhante à de Jeremias. Em uma delas, o coman- dante de um posto avançado relata não poder mais ver os sinais (provavelmente feitos com fogo) que Azeca devia enviar: "Esteja o meu senhor informado de que continuamos aguardando os sinais de Laquis, conforme todos os sinais que o meu senhor me deu não conseguimos ver Azeca" (Carta de Laquis 4:10-12). Talvez Azeca já houvesse sido capturada pelos babilônios ou, mais provavelmente, as condições do tempo não permitiram a visualização dos sinais. Outra carta menciona um profeta anônimo como portador de uma mensagem. Até hoje, não foi possível determinar a identidade desse portador. No nono dia do quarto mês (18 de julho de 586 a.C.), a fome em Judá se tornou tão severa que o povo não tinha mais o que comer. O inimigo penetrou o muro da cidade e Zedequias e seu exército fugiram durante a noite, mas foram capturados nas campinas de Jericó. Zedequias foi levado a Ribla, na Síria, onde, depois de testemunhar a morte de seus filhos, foi cegado e deportado para a Babilônia preso em cadeias de bronze.

A TERCEIRA DEPORTAÇÃO
Um mês depois que os babilônios penetraram o muro de Jerusalém, no sétimo dia do quinto mês (14 de agosto de 586 a.C.), Nebuzaradà, comandante da guarda imperial, queimou o templo do Senhor, o palácio real e todas as casas de Jerusalém e derrubou seus muros. Nebuzaradà levou para o exílio o povo da cidade, os que passaram para o lado da Babilônia e o restante da população, deixando apenas o povo mais pobre da terra para cuidar das vinhas e campos. Nessa "terceira deportação" maior parte dos habitantes de Judá foi levada para a Babilônia. Outras calamidades, porém, ainda sobreviriam ao reino do sul.

A QUARTA DEPORTAÇÃO
Os babilônios nomearam Gedalias, um judeu de família nobre, para governar sobre Judá. Um selo com a inscrição pertencente a Gedalias, aquele que governa a casa", foi encontrado em Laquis. Mas, pouco tempo depois de sua nomeação, Gedalias foi assassinado por Ismael, um membro da família real. Vários dos judeus restates, incluindo Jeremias que havia sido liberto da prisão quando Jerusalém foi tomada, fugiram para o Egito, apesar da advertência profética de Jeremias para que permanecessem em Judá. Outro grupo de judeus foi exilado na Babilônia em 582 a.C. O Esta pode ser descrita como a "quarta deportação"

O TRAUMA DO EXÍLIO
Os judeus que sobreviveram à longa jornada para a Babilônia provavelmente foram colocados em assentamentos separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à agricultura e trabalhar para sobreviver," mas o trauma do exílio é expressado claramente pelo salmista:

"As margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?"
Salmo 137:1-4
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).

DANIEL E NABUCODONOSOR

605-562 a.C.
DANIEL E SEUS AMIGOS
Daniel e seus três amigos, Hanaias, Misael e Azarias, haviam sido deportados para a Babilônia em 605 .C. Assim que chegaram, tiveram de tomar a decisão de não se contaminar com a comida e o vinho do rei, provavelmente pelo fato desses alimentos e bebidas serem oferecidos a ídolos.' Nabucodonosor ficou impressionado com esses quatro novos membros de sua corte. Ao interrogá-los, descobriu que eram dez vezes melhores do que todos os magos e encantadores de seu reino em todas as questões de cultura e sabedoria. No segundo ano de seu reinado (604 a.C.), Nabucodonosor teve um sonho.- Talvez com o intuito de obter uma interpretação divinamente inspirada, o rei perturbado declarou que seus conselheiros teriam de lhe dizer, em primeiro lugar, qual havia sido o sonho e, em seguida, a interpretação. Com a ajuda de Deus, Daniel relatou a Nabucodonosor o sonho no qual o rei viu uma grande estátua dividida em quatro partes e deu uma interpretação referente a cinco reinos, dos quais o primeiro era a Babilônia.
De acordo com Daniel 3:1, Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua revestida de ouro no campo de Dura, talvez Duru-sha-karrabi, nos arredores da cidade da Babilônia. E possível que essa estátua com 27 m de altura incluísse um pedestal ou coluna. Nabucodonosor ordenou que todos se curvassem e adorassem a estátua, mas os três amigos de Daniel, conhecidos por seus nomes babilônicos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, recusaram obedecer e foram lançados numa fornalha usada para assar tijolos. O Senhor os preservou miraculosamente: um quarto homem, "semelhante a um filho dos deuses como exclamou Nabucodonosor, permaneceu com eles na fornalha.

OUTRO SONHO
Daniel serviu na corte de Nabucodonosor com grande dedicação. O rei teve outro sonho, no qual viu uma grande árvore ser cortada, restando apenas seu toco e raízes.' Daniel interpretou o sonho como uma referência ao rei e o instou a deixar seus caminhos perversos, de modo que, das suas raízes, uma nova vida pudesse crescer. Nabucodonosor recusou dar ouvidos ao seu conselheiro e, doze meses depois, enquanto andava pelo terraço do seu palácio, o rei se gabou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a glória da minha majestade" (Dn 4:30).

A BABILÔNIA DE NABUCODONOSOR
Com seus 1.012 hectares de extensão a Babilônia de Nabucodonosor era, sem dúvida, grande; era maior do que as cidades antigas de Alexandria, Antioquia e Constantinopla, porém menor do que Roma. O muro externo que cercava num perímetro de 27 km era largo suficiente para permitir o trânsito de carros em parte superior. Uma ponte foi construída sobre o Eufrates e a cidade se expandiu para a margem ocidental do rio. A ponte possuía plataformas de madeira que podiam ser recolhidas caso um inimigo atacasse. Das cerca de cem portas, a maior era a do norte, dedicada à deusashtar construída originalmente com tijolos esmaltados simples, com relevos de leões dragões e touros. Posteriormente, Nabucodonosor revestiu a porta toda com tijolos esmaltados de azul com esses mesmos despenhos. Dessa porta, estendia-se uma passagem de 920 m de comprimento que o rel percorria todos os anos na comemoração do akitu. o Festival do Ano Novo. A cidade também possuía templos grandiosos: O enorme zigurate de ttemenanku Esagila (templo de Marduque, deus oficial da babllona. sobre o qual ticavam tres estatuas gigantescas de outo. pesando quase 150 toneladas; e pelo menos outros 53 templos muitos deles com pinaculos revestidos de ouro ou prata, tulgurantes como o sol. O palácio de Nabucodonosor era uma construcao ampla na parte norte da cidade. Seu maior cômodo, a sala do trono, media 52 m por 17 m. Um imenso painel de tijolos esmaltados desse local se encontra hoje no Museu do Estado em Berlim. Acredita-se que os "jardins suspensos", uma das sete maravilhas do mundo antigo, ficavam ao norte do palácio, onde havia espaço de sobra para vanos terracos com arcos, arvores, arbustos e plantas floridas de todo tipo para lembrar Amytis, esposa de Nabucodonosor, das montanhas da Média (atual Irã), sua terra natal.

O ORGULHO DE NABUCODONOSOR
Acredita-se que toram necessários 164 milhões de tijolos só para construir o muro de proteção do lado norte da Babilônia. Em vários dos tijolos de sua grande cidade, Nabucodonosor mandou inscrever as seguintes palavras: "Eu sou Nabucodonosor, rei da Babilônia, que provê para Esagila e Ezida (dois templos), filho mais velho de Nabopolassar, rei da Babilônia". Porém, de acordo com o livro de Daniel, Senhor se cansou da arrogância do rei. Nabucodonosor foi expulso do meio do povo e condenado a pastar como um boi. Seu cabelo cresceu como as penas da água e suas unhas.como as garras de uma ave. A sanidade do rei foi restaurada somente depois de ele reconhecer que o domínio do Senhor era eterno e seu reino de geração em geração. Um tato significativo é a existência de pouquíssimas inscrições dos anos finais do reina-do de Nabucodonosor, sobre os quais não remos praticamente nenhuma informação. A loucura, portanto, poderia ser datada desses últimos anos. Daniel 4:32 específica sua duração como "sete tempos", talvez sete anos mas um período menos especifico também e possível e talvez preferível
Planta urbana da Babilônia
Planta urbana da Babilônia
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.

A QUEDA DA BABILÔNIA E O DECRETO DE CIRO

562-537 a.C.
DEPOIS DE NABUCODONOSOR
Nabucodonosor faleceu em 562 a.C.e foi sucedido por seu filho, Evil-Merodaque (Amel- Marduque), que libertou Joaquim, o rei cativo de Judá. Evil-Merodaque ocupou o trono por apenas dois anos (562-560 a.C.) antes de ser assassinado por seu antigo general e cunhado Neriglissar (560-556 a.C.). Depois de um reinado de quatro anos, Neriglissar morreu e foi sucedido por seu filho, Labashi-Marduque (556 a.C.). Este foi assassinado pouco tempo depois e Nabonido (556-539 a.C.), que talvez tenha se casado com uma filha de Nabucodonosor, tomou o trono.

NABONIDO NA ARÁBIA
Nabonido nomeou seu filho, Bel-shar-usur (o rei Belsazar de Dn 5:1), regente e partiu para Tema, um oásis na região oeste do deserto árabe. Capturou Tema, exterminou a maioria dos habitantes e estabeleceu sua autoridade nesse local onde permaneceu dez anos, de 553 a 543 a.C.O motivo alegado para sua estadia foi a restauração do templo de Sin, o deus-lua, em Tema. Mas o que o levou, de fato, a passar tanto tempo longe da Babilônia? Talvez estivesse protegendo a rota de incenso que saía do lêmen e passava pelo oeste da Arábia, para evitar que caísse nas mãos do rei egípcio Amásis 1l (570-526 a.C.). Talvez sua devoção a Sin, o deus-lua, o tivesse distanciado dos sacerdotes de Marduque na Babilônia e lhe pareceu melhor não voltar para lá. Ou, ainda, talvez o rei babilônio estivesse enfermo. De acordo com a "Oração de Nabonido", dos "Manuscritos do Mar Morto" em Qumran, Nabonido foi afligido por úlceras malignas durante sete anos na cidade de Tema.

A QUEDA DA BABILÔNIA
Os judeus que creram na palavra protética de Jeremias se deram conta de que os setenta anos de exílio (calculados desde a primeira deportação em 605 .C.) preditos por ele estavam chegando ao fim.
Enquanto Nabonido estava na Arábia, uma nova potência mundial começou a surgir. Os medos e persas, sob o governo de Ciro II, se deslocaram para o norte e flanquearam os babilônios. Em 547 a.C., Ciro derrotou Creso de Lídia, no oeste da Turquia, e tomou sua capital, Sardes. Reconhecendo a ameaça crescente da Pérsia, Nabonido voltou para a Babilônia e, no final do verão de 539 a.C., os persas atacaram. Ciro derrotou os exércitos babilônios em Opis, junto ao rio Tigre. No décimo quarto dia de tisri (10 de outubro), Sipar foi capturada sem reagir e Nabonido fugiu. Na Babilônia, Belsazar não se senti ameaçado, pois os muros inexpugnáveis da cidade podiam resistir-a vários anos de cerco. Num gesto desafiador, Belsazar pediu que lhe trouxessem as taças de ouro e prata do templo do Senhor em Jerusalém e, pouco depois, uma inscrição misteriosa apareceu na parede do palácio real: "MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM'". Daniel, então com cerca de oitenta anos de idade e aposentado de suas funções na corte, foi chamado para interpretar a mensagem. As palavras eram relacionadas a três pesos: mina, siclos e meia mina e incluía trocadilhos como PARSIM (singular PERES), uma referência aos persas.
A interpretação de Daniel - "MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas" (Dn 5:26-28) - se cumpriu de imediato. "Naquela mesma note, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino" (D 5:30-31). De acordo com a Crônica de Nabonido, no décimo sexto dia de tisri (12 de outubro), Ugbaru, o governador rebelde de Gútio (Assíria), e os exércitos de Ciro entraram na Babilônia sem travar uma única batalha.

DARIO, O MEDO
O livro de Daniel atribui a captura da Babilônia a "Dario, o medo". Alguns estudiosos O equiparam a Ugbaru, mas a Crônica de Nabonido registra a morte de Ugbaru em 6 de novembro daquele ano. Há quem identifique Dario com outro oficial, chamado Gubaru, que poderia ou não ser Ugbaru. No entanto, não há evidências específicas de que Ugbaru ou Gubaru fosse medo, chamado rei, que seu nome fosse Dario, filho de Xerxes e tivesse 62 anos de idade. Sabe-se, porém, que Ciro, o rei da Pérsia, tinha cerca de 62 anos quando se tornou rei da Babilônia e usava o título "rei dos medos". Assim, Dario, o medo, pode ser apenas outro nome para Ciro da Pérsia, sendo possível, nesse caso, traduzir Daniel 6:28 como: "Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, isto é, no reinado de Ciro, o persa". Apesar de Ciro também não ser filho de Xerxes, mas sim de Cambises, sua mãe, Mandane, era meda.

OS PERSAS TOMAM A BABILÔNIA
De acordo com os historiadores gregos Heródoto e Xenofonte, os persas desviaram o curso do rio Eufrates para Aqarquf, uma depressão próxima da Babilônia, atravessaram o rio com água pela altura das coxas e chegaram à dançando e se divertindo numa festa e Xenofonte afirma que os persas atacaram durante uma festa, quando toda Babilônia costumava beber e se divertir a noite toda". Assim, o banquete de Belsazar foi seu último ato antes de cair nas mãos do exército persa. O fato de Belsazar ser regente de Nabonido explica a oferta feita a Daniel para ser o terceiro no reino.
Ao que parece, Nabonido foi capturado e levado de volta à Babilônia. No terceiro dia de marquesvã (29 de outubro), Ciro entrou na Babilônia.

CIRO PUBLICA SEU DECRETO
Muitos habitantes da Babilônia ficaram satisfeitos com o fim do reinado de Nabonido e podemos acreditar nas palavras de Ciro registradas no "Cilindro de Ciro": "Todos os habitantes da Babilônia, bem como toda a terra da Suméria e Acádia, príncipes e governadores, se curvaram diante dele e beijaram seus pés, exultantes por serem seus súditos. Com o rosto resplandecente e grande alegria, o receberam como senhor, pois, graças ao seu socorro, haviam saído da morte para a vida e sido poupados de danos e calamidades" Ciro tratou bem os babilônios. Na verdade, ele procurou tratar com respeito todos os seus súditos leais, inclusive os judeus. Ciente da profecia de Jeremias, segundo a qual a desolação de Jerusalém duraria setenta anos, Daniel pediu a Deus para intervir? As orações de Daniel foram respondidas prontamente. Em 538 a.C., Ciro fez uma grande proclamação, registrada no final de 2Crônicas, o último livro da Bíblia hebraica: "Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o SENHOR, seu Deus, seja com ele. 2Crônicas 36.23; Esdras 1:2-3a Cumpriu-se, desse modo, a predição feita pelo profeta Isaías aproximadamente 160 anos antes acerca de Ciro, o ungido do Senhor: "Que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado." Isaías 44.28

DANIEL NA COVA DOS LEÕES
No terceiro ano de Ciro como rei da Babilônia (537 a.C.), quando o primeiro grupo de exilados regressou a Jerusalém, Daniel estava com pelo menos oitenta anos de idade e não voltou com eles. Talvez tenha se contentado em descansar nas palavras de Deus no final de sua profecia: "Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança" (Dn 12:13). Dario, o medo, se deixou levar por uma trama urdida por seus conselheiros e foi obrigado a condenar Daniel a ser lançado numa cova de leões. Porém, depois de passar a noite na cova, Daniel disse ao rei angustiado: "O meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca aos leões". Do ponto de vista dos escritores bíblicos, da mesma forma como havia desencadeado os acontecimentos que permitiriam ao seu povo exilado deixar a Babilônia, Deus livrou seu servo justo, Daniel.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

JARDIM DO ÉDEN

Deus criou, para o primeiro casal, um lugar para morar, um lugar em que havia árvores, rios e animais, um lugar que veio a ser conhecido como "Éden" (Gn 2:4b-15). A dramaticidade desse relato arrebatador tem fascinado leitores de todas as idades, tem levado filósofos e teólogos a reflexões sérias e profundas e tem sido a inspiração para a pena de muitos poetas e para o pincel de muitos pintores. Mas, quando tentamos reconstruir o contexto geográfico desse texto bíblico e localizar o Éden, descobrimos que, em vários níveis, muito permanece envolto na obscuridade.

O verbo do qual deriva a palavra "Éden" sempre aparece com sentido ambíguo no Antigo Testamento. Outros substantivos homônimos de Éden chegam a ocorrer no Antigo Testamento, estando relacionados com: (1) o nome de alguém (2Cr 29:12-31.15); (2) coisas deleitosas/preciosas (2Sm 1:24; SI 36.8; Jr 51:34); (3) uma região ou território na Mesopotâmia (2Rs 19:12; Is 37:12; Ez 27:23; Am 1:5). Apesar disso, continua sendo difícil confirmar a exata nuança de determinado substantivo, a menos que seja possível encontrar um cognato fora da Bíblia, em textos do antigo Oriente Próximo, em contextos bem nítidos e esclarecedores.

No caso de "Éden", um cognato (edinu) aparece em acádico/ sumério, designando uma planície ou estepe presumivelmente situada em algum lugar da Mesopotâmia. Em ugarítico e, mais recentemente, em aramaico, uma palavra semelhante ('dn) parece denotar um lugar fértil e bem irrigado. Felizmente a citação em acádico aparece em um texto léxico ao lado de seu equivalente sumério e a atestação em aramaico se encontra num texto bilíngue aramaico e acádico, em que a palavra correspondente no lado em acádico também denota um sentido de abundância ou profusão. Com isso, a interpretação mais comum desses dados é que eles sugerem que o Éden deveria estar situado numa área relativamente fértil da estepe da Mesopotâmia ou perto dela.

A interpretação costumeira é que o relato bíblico está escrito da perspectiva de Canaã. Desse modo, a localização do Éden para o lado do oriente (Gn 2:8) também aponta na direção da Mesopotâmia. Além disso, o Éden é descrito como um "jardim" (Gn 2:15), onde era possível encontrar um rio (2,10) e ribeiros/fontes para regar o solo (2.6). Tendo em mente o escasso suprimento de água em Canaã, é talvez previsível que o escritor bíblico tivesse tomado um termo acádico emprestado para descrever uma situação inexistente em seu próprio ambiente: a abundância de água. A observação inicial, que situa o Éden numa área fértil em algum lugar da planície mesopotâmica, é reforçada por outros dois fatores: (1) sabe-se que dois dos rios mencionados na narrativa - o Tigre e o Eufrates - atravessavam a Mesopotâmia; (2) o nome bíblico associado a cada um desses dois rios corresponde exatamente ao nome encontrado em textos mesopotâmicos.

Tentativas fantasiosas de situar o Éden na Etiópia, Austrália, Índia, Paquistão, Egito, Alemanha, Suécia, Mongólia, Américas, África, ilhas Seicheles, Extremo Oriente, oceano Índico, linha do equador, Polo Norte ou qualquer outro lugar não merecem atenção. Nem são mais plausíveis aqueles esforços de interpretação segundo a qual a narrativa apresenta quatro rios que, na Antiguidade, acreditava-se que circundavam o globo. Tal hipótese pressupõe que a passagem tem natureza lendária e/ou que o escritor bíblico não conhecia seu mundo. Nossa observação inicial também não concorda com uma interpretação alegórica existente na igreja antiga (e.g., Orígenes) de que o Éden era um paraíso da alma. Essa interpretação associa os quatro rios às virtudes da prudência, coragem, justiça e domínio próprio, criando um paraíso de perfeição divina - mas um paraíso que está além das esferas geográfica e histórica.

Contudo, mesmo depois de aceitar um contexto mesopotâmico para o jardim, a identificação dos dois primeiros rios - Pisom e Giom - continua sendo problemática. Com exceção de umas poucas referências incidentais em escritos judaicos posteriores, esses dois rios não são atestados em nenhum outro texto antigo. Seus nomes não têm nenhuma semelhança com quaisquer nomes pelos quais os rios daquela região são conhecidos hoje em dia, e as próprias palavras sugerem que poderiam ser descrição do movimento do rio e não o seu nome (pisom significa "descer em cascata/jorrar'", e giom significa "borbulhar/permear").

Apesar disso, já desde o primeiro século d.C. tem sido costumeiro identificar o Pisom com o rio Ganges e o Giom com o Nilo, embora correspondências alternativas para o Pisom incluam os rios 1ndo e Danúbio e uma alternativa para o Giom seria a fonte de Giom, em Jerusalém. Jerônimo deve receber o crédito de ter introduzido na tradição cristã a identificação dos quatro rios como o Tigre, o Eufrates, o Ganges e o Nilo. Também são inúteis as tentativas de identificar o Pisom e o Giom com base em suas supostas relações com os descendentes de Havilá e Cuxe (Gn 2:11-13). No caso de Havila, o Antigo Testamento menciona pelo menos dois clãs com esse nome (Gn 10:7-29), não sendo possível demonstrar que qualquer um deles estivesse localizado na Mesopotâmia. De modo análogo, na Bíblia, Cuxe normalmente designa uma área do Sudão, embora em pelo menos um texto (Gn 10:8) o termo possa estar se referindo aos cassitas, uma dinastia de um povo que ocupou uma área da Babilônia durante boa parte do segundo milênio a.C.

A menção a ouro e bdélio em Havilá (Gn 2:12) também não ajuda numa busca geográfica. Na Antiguidade, o ouro era encontrado em lugares longínquos como Índia e Egito, mas também era bem comum em boa parte da Mesopotâmia e não estava limitado a qualquer região específica. Quanto ao bdélio, até mesmo a tradução da palavra continua sendo duvidosa: pode se referir a uma pedra preciosa, como rubi ou cristal de rocha, ou a uma substância medicinal aromática, como algum tipo de goma resinosa.

O mapa mostra uma área setentrional (urartiana) e uma meridional (suméria), nas quais é possível que o jardim estivesse localizado. Pode-se apresentar um argumento bem convincente em favor de cada um desses pontos de vista. O ponto de vista urartiano busca apoio em Gênesis 2:10, que afirma que um rio saía para regar o jardim e então se dividia em quatro braços. Os proponentes desse ponto de vista sustentam que esse texto exige situar o Éden num lugar de onde rios irradiam. Uma parte das nascentes do Tigre, de um lado, e uma das principais fontes do alto Eufrates (Murad Su), de outro, surgem no planalto urartiano, a oeste do lago Van, próximo da moderna cidade de Batman, na Turquia, estando separadas uma da outra por pouco mais de 800 metros.

Aproximadamente na mesma região ficam as nascentes dos rios Araxes e Choruk. Com frequência, defensores de uma hipótese setentrional identificam esses rios com o Pisom e o Giom.

Proponentes do ponto de vista sumério buscam apoio em Gênesis 2:12b (NVI), que associa o rio Pisom ao lugar da "pedra de ônix. Na Bíblia, a palavra "Onix" é regularmente explicitada mediante a anteposição da palavra "pedra" (Ex 25:7-28.9; 35.9,27; 39.6; 1Cr 29:2, NVI), o que, no caso dos demais minerais, é raro no Antigo Testamento. No mundo mesopotâmico, o único mineral que vinha acompanhado da palavra "pedra" é conhecido hoie em dia como lápis-lazúli, uma pedra azul-escura de valor elevado que, em toda a Mesopotâmia e em outras regiões, era geralmente usada em ornamentos régios ou oficiais (observe-se a inclusão do ônix como parte da ornamentação das vestes do sumo sacerdote [Êx 28.20; 39.13]).

Caso a palavra traduzida por "ônix" de fato se referisse ao lápis-lazúli, o ponto de vista sumério ganharia grande reforço, visto que, na Antiguidade, só existia uma fonte conhecida desse mineral - o Afeganistão. O lápis-lazúli era levado para a Mesopotâmia por vias de transporte que começavam no sul, mas aparentemente não pelas que partiam do norte. Textos acádicos mencionam o "rio de lápis-lazúli, que é identificado com o rio Kerkha ou o rio Karun, ou um trecho do baixo Tigre, logo acima de sua confluência com o Eufrates. No entanto, a expressão nunca é empregada para um rio do centro ou do norte da Mesopotâmia. Por esse motivo, alguns estudiosos propõem uma localizacão suméria para o rio Pisom e, nesse cenário, o candidato mais provável ao Giom é ou o rio Karun, ou o rio Kerkha, ou o uádi al-Batin (que, conforme se sabe, foi um rio verdadeiro que atravessava o deserto da Arábia e desaguava no curso de água Shatt el-Arab, logo ao norte do golfo Pérsico). No século 16. João Calvino introduziu, na teologia cristã, uma modificação do ponto de vista sumério, embora em grande parte sua exegese tenha sido emprestada de Agostinho Steuco, estudioso do Antigo Testamento que, à época, também era o bibliotecário do papa.7 Steuco afirmava que "quatro fontes/bracos" (Gn 2:10b) era uma referência tanto ao lugar onde os rios surgiam quanto ao lugar onde desembocavam no mar. Com essa ideia, Calvino sustentou que eles eram, de fato, quatro bracos distintos de um único rio dentro de Éden, com os dois cursos d'água de cima descendo de suas fontes até dentro do jardim e os dois de baixo fluindo do jardim e descendo até o golfo Pérsico. Calvino descreveu o que equivale a um alto Eufrates e um baixo Eufrates, e um alto Tigre e um baixo Tigre, havendo, no meio do mapa, um ponto de confluência onde suas águas se misturavam durante uma curta distância. De acordo com o reformador nesse ponto havia uma ilha onde o Eden estava localizado. Apesar da análise geográfica imprecisa de Calvino e até mesmo de sua exegese forçada, por mais de 200 anos sua localização do Éden teve destaque na história de comentários e de Bíblias protestantes.

Uma advertência extra é necessária. Ao descrever acontecimentos mais antigos da Bíblia, alguns atlas bíblicos20 e outras fontes cartográficas? fazem referência a uma "antiga costa litorânea" que se estendia por cerca de 200 quilômetros para o norte do golfo Pérsico e chegava até Ur, desse modo inundando (e na prática eliminando) a denominada localização suméria do Éden. Com base em investigações científicas publicadas por volta de 1900, mas com ideias talvez já existentes no primeiro século d.C., essa teoria se baseia na hipótese geológica de que o delta avançou pouco a pouco (e sempre nesse sentido) da região de Ur (e Samarra junto ao Tigre) até a atual costa litorânea. o que aconteceu, ao longo do tempo, exclusivamente como resultado da sedimentação depositada pelos rios Tigre e Eufrates. Com essa pressuposição, a teoria fez ainda outras pressuposições uniformitaristas quanto à datação e à distância e afirmou que esta "antiga costa litorânea" devia ser datada de aproximadamente 5000-4000 a.C. Pesquisas mais recentes, tanto geológicas quanto paleoclimatológicas, demonstraram, de forma definitiva, que essas suposições anteriores eram bem prematuras e não são mais defensáveis. Hoje sabemos que, por volta de 5000 a 4000 a.C., os níveis do mar eram mais baixos do que os níveis atuais, em geral em cerca de três metros. Atualmente submersas a pouca distância do litoral, ruínas de habitações daquele período são conhecidas no lado norte do golfo Pérsico, o que indica que, naquela época, a antiga costa litorânea do golfo Pérsico se estendia mais para o sul, e não mais para o norte. Na realidade, a sedimentação provocada pelos rios Tigre e Eufrates, embora seja bem ampla e acentuada a partir das vizinhanças de Samarra (Tigre) e Ramadi (Eufrates) até quase o ponto onde os rios se unem para formar o canal Shatt el-Arab, é praticamente inexistente dali para o sul, nos 160 quilômetros seguintes até chegar à atual costa litorânea do golfo Pérsico. Em função disso, não se pode desconsiderar o ponto de vista sul/sumério sobre o Éden apenas com base nesse tipo de análise geográfica ultrapassada.

O Jardim do Éden
O Jardim do Éden

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Potências mundiais preditas por Daniel

A imagem, ou estátua, de Daniel capítulo 2
O leão com asas representando Babilônia

Babilônia

Daniel 2:32-36-38; 7:4

607 a.C. Rei Nabucodonosor destrói Jerusalém

O urso representando a Medo-Pérsia

Medo-Pérsia

Daniel 2:32-39; 7:5

539 a.C. Conquista Babilônia

537 a.C. Ciro decreta a volta dos judeus para Jerusalém

O leopardo com asas representando a Grécia

Grécia

Daniel 2:32-39; 7:6

331 a.C. Alexandre, o Grande, conquista a Pérsia

A fera de dez chifres representando Roma e a potência anglo-americana

Roma

Daniel 2:33-40; 7:7

63 a.C. Início do domínio sobre Israel

70 d.C. Destrói Jerusalém

Grã-Bretanha e Estados Unidos

Daniel 2:33-41-43

1914-1918 d.C. Durante a Primeira Guerra Mundial, passa a existir a Potência Mundial Anglo-Americana


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

BABILÔNIA

Atualmente: IRAQUE
Cidade junto ao Rio Eufrates, foi capital do império babilônico da Mesopotâmia meridional. O povoamento da Babilônia na baixa Mesopotâmia, foi formado pelos sumérios e acádios, por volta de 3000 a.C. Foi desta região que emigrou o patriarca Abraão que deu origem ao povo hebreu. Hamurabi foi o fundador do primeiro Império Babilônico. Conseguiu unificar os semitas e sumérios. Durante seu governo (1728 a.C.-1686 a.C.), cercou a capital com muralhas, restaurou templos importantes e outras obras públicas. Implantou um código de leis morais, o mais antigo da história e que ficou conhecido como o Código de Hamurabi no qual estabeleceu regras de vida e determinou penas para as infrações, baseadas na lei do olho por olho, dente por dente. A Babilônia foi um centro religioso e comercial de grande importância na Antigüidade. Suas muralhas tinham cerca de 100 metros de altura, equivalente a um edifício de 34 andares. A largura destas muralhas correspondia a largura de uma rua, com capacidade para que dois carros pudessem andar lado a lado. Os assírios foram gradualmente conquistados pelos babilônicos, que tinham o auxílio dos medas, entre 626 e 612 a.C., ano em que Nínive finalmente foi tomada. A Babilônia tornou-se a nova ameaça e os egípcios, pressentindo o perigo, partiram em socorro à Assíria, mas foram derrotados pelos babilônicos na batalha de Carquemis, em 604. O rei Jeoaquim de Judá, passou a pagar tributo a Nabucodonosor da Babilônia como relata II Reis 24. O império babilônico não teve vida longa. Em menos de um século, já sofria grandes pressões. Em 538 a.C., Quando Belsasar participava, juntamente com sua corte de uma grande festa, os exércitos medo-persas invadiram a Babilônia colocando fim ao domínio babilônico.
Mapa Bíblico de BABILÔNIA



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 49
SEÇÃO II

O APOCALIPSE CALDEU

(UMA MENSAGEM PARA AS NAÇÕES EM ARAMAICO)

Daniel 2:1-7.28

A. O SONHO DE NABUCODONOSOR, 2:1-49

1. Sonhos Assombrosos 1mpossíveis de Lembrar (2:1-3)

Os três primeiros versículos dessa seção continuam a narrativa em hebraico. Após as palavras: E os caldeus disseram ao rei em siríaco (4) começa a seção em aramaico que continua até o final de Daniel 7.

A maior parte dos expositores evangélicos identifica esse capítulo e seu correlato, Daniel 7, como os textos-chave do livro. Aqui vemos o Deus dos céus revelando a um rei pagão o plano divino ao longo das épocas e estágios da história até a consumação no Reino de Deus.

Nabucodonosor (1) era ainda bastante jovem e acabara de herdar o trono. O poder que estava em suas mãos estava crescendo rapidamente. Além disso, por meio de um programa criativo e ousado de construção de cidades em seu próprio país ele estava conquistando a confiança dos líderes religiosos e da população que apoiavam entusiasti-camente a sua liderança.

Nessa fase da sua carreira, o rei mostrou uma qualidade marcante de grandeza. Em vez de seguir em um frenesi crescente de realizações, ele buscou acalmar-se para poder pensar acerca do significado da sua própria vida e do poder que estava em suas mãos. Qual seria o seu destino? E qual seria o destino do império que havia ajudado tão recen-temente a fundar? Enquanto ponderava, começou a sonhar. Embora seus sonhos fossem confusos, serviram para provocar pensamentos e perguntas ainda mais profundos acer-ca do destino e significado da vida. O seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono (1). Deus estava por trás desses questionamentos e sonhos.

Esse assunto se tornou tão urgente para Nabucodonosor que tomou medidas extre-mas para resolver seus problemas. Seus próprios esforços intelectuais não eram sufici-entes para responder às suas perguntas. Ele chamou os eruditos e especialistas em ciên-cia, filosofia e religião para uma consulta. A função especial de cada um dos quatro gru-pos mencionados não está inteiramente clara. Mas parece que os magos (2) eram peri-tos nas artes ocultas, os astrólogos deveriam ter acesso ao conhecimento sobrenatural por meio do estudo dos céus, os encantadores eram manipuladores de poderes sobre-naturais por meio da feitiçaria, e os caldeus eram os líderes de uma casta sacerdotal na sociedade babilônica.

Surge naturalmente uma pergunta: Por que Nabucodonosor não incluiu Daniel e seus amigos em sua primeira convocação? É bem provável que esses recém-chegados ainda não houvessem conquistado um lugar reconhecido entre os conselheiros sábios e profissionais. Além disso, esses hebreus, apesar de serem altamente dotados, não havi-am sido aceitos na casta sacerdotal.

2. As Exigências Impossíveis do Déspota (Daniel 2:4-13)

O rei apresentou a esses homens sábios o problema da sua profunda preocupação acerca do sonho que o havia acordado e fizera seus pensamentos fluir em uma corren-teza inquietante. Os representantes sacerdotais, os caldeus (4), tornaram-se os por-ta-vozes para o restante do grupo e pediram uma descrição mais exata do problema. Eles pediram detalhes específicos do sonho antes de aventurar uma interpretação. Esse pedido irritou o rei. Ele os acusou de falar até que se mude o tempo (9), i.e., simplesmente protelando para conseguir mais tempo. Se a habilidade sobrenatural deles era genuína, eles deveriam garantir sua interpretação ao contar-lhe o sonho. Isso, obviamente, tirou a máscara da sua hipocrisia, porque não tinham meios de con-tar-lhe o sonho.

Visto que o rei tinha tornado isso uma questão de vida ou morte para todos os sábios, eles começaram desesperadamente a procurar uma forma de sobrevivência. Quando descobriram que nem mesmo o rei poderia ajudá-los porque havia esquecido seu sonho, eles perceberam como a sua situação era desesperadora. Postos contra a parede, eles foram impelidos à verdade. Porquanto a coisa que o rei requer é difí-cil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne (11).

Keil' insiste em que o rei, na verdade, não tinha esquecido o sonho, mas estava determinado a testar a veracidade das habilidades desses denominados sábios. Se eles pudessem relatar os detalhes do seu sonho, ele estaria certo de que a interpretação deles teria validade. Mas se eles não tinham a habilidade nem mesmo de descrever o sonho, a professa habilidade sobrenatural deles era uma farsa e o castigo horrendo com que o rei os havia ameaçado seria o seu justo destino. Quer o sonho tenha sido esquecido, quer não, a situação dos sábios havia se tornado desesperadora.

O castigo decretado por Nabucodonosor era bastante comum entre os babilônios (veja Daniel 3.29). A despedaçamento de cativos de guerra havia sido praticado até pelos hebreus (1 Sm 15,33) como uma manifestação de julgamento extremo. Nabucodonosor acrescen-tou a esse horror o confisco de propriedade e a profanação das casas das vítimas, tornan-do-as um monturo (5), i.e., depósitos de lixo públicos.

  • Deus Concede a Daniel a Interpretação (Daniel 2:14-23)
  • Embora Daniel e seus companheiros tivessem escapado da convocação do rei, não escaparam da inclusão no decreto de matar os sábios (14). Eles também estavam entre aqueles que seriam executados. Quando Daniel ficou sabendo da natureza do decreto e do motivo da sua severidade, imediatamente se dirigiu ao rei. O fato de ter esse tipo de acesso testemunha a alta posição que havia herdado nos exames ocorridos tão recente-mente (1:19-20). Na presença de Nabucodonosor, Daniel corajosamente prometeu que daria a interpretação (16), se lhe desse tempo. O rei, antes tão furioso com as mani-pulações desesperadas dos sábios, estava evidentemente impressionado com a sinceri-dade, firmeza e confiança de Daniel.

    A própria ação de Daniel foi coerente com o homem de Deus que era. Ele chamou seus três companheiros para juntos com ele passar um tempo em oração intercessora fervorosa. A resposta a essa oração não demorou a chegar. Quando Daniel recebeu o sonho em uma visão noturna, ele irrompeu em um hino de louvor exultante a Deus.

    Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre;

    a sabedoria e o poder a ele pertencem.

    Ele muda as épocas e as estações;

    destrona reis e os estabelece.

    Dá sabedoria aos sábios

    e conhecimento aos que sabem discernir.

    Revela coisas profundas e ocultas;

    conhece o que jaz nas trevas,
    e a luz habita com ele
    (20-22, NVI).

  • A Apresentação de Daniel ao Rei (2:24-30)
  • A confiança de Daniel em Deus e na resposta que havia recebido era completa: da-rei ao rei a interpretação (24). A visão que Deus tinha lhe dado era idêntica à do rei, porque o mesmo Deus tinha concedido as duas visões. Sendo assim, ele nem precisou inquirir o rei para testá-la.

    A alegria de Arioque em ver que Daniel estava pronto para dar a resposta ao rei ficou evidente em suas ações: Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei (25). Quando o incrédulo rei perguntou se Daniel poderia cumprir sua difícil exigên-cia, ele se deparou com um homem que estava firmado sobre um fundamento mais sólido do que o solo da Babilônia. Daniel humildemente declarou que sua fonte de conhecimen-to era uma revelação do Deus nos céus, o qual revela os segredos (28). Ele negou qualquer revelação própria. Além disso, essa revelação particular foi dirigida de Deus para o próprio rei, para que soubesse os pensamentos do seu próprio coração e o que há de ser no fim dos dias.

  • A Interpretação de Daniel (Daniel 2:31-45)
  • Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível (31; "sua aparência era amedrontadora", RSV). Essa visão imensa e deslumbrante havia deixado o rei perplexo e confuso. Embora fosse apenas uma única imagem, ela era um composto. Ela começava com ouro brilhante na cabeça (32) e gra-dualmente deteriorava em qualidade com o peito e os braços de prata, o ventre e as coxas de cobre, as pernas de ferro (33), e os pés com uma mistura de ferro e barro quebradiço. Então foi cortada uma pedra ("uma pedra soltou-se", NVI) sem auxílio evi-dente de uma mão (34). Quando a pedra esmiuçou a imagem na sua base, toda estru-tura ruiu e ela foi reduzida a pó como a pragana (35) e levado pelo vento. A pedra se transformou em um grande monte.

    Daniel instantaneamente identificou o rei com a imagem que havia visto. Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade (37). E Daniel acrescentou especificamente: tu és a cabeça de ouro (38).

    Não é difícil imaginar o espanto e a alegria que esse rei deve ter sentido ao ouvir essa revelação marcante. Nabucodonosor ouviu em detalhes o sonho do qual vagamente se lembrava. Isso trouxe uma garantia acerca da verdade da mensagem sobrenatural para Nabucodonosor. Enquanto ouvia, Nabucodonosor percebeu que ele era o primeiro de uma sucessão de impérios. Todos esses impérios tinham um alvo na história — a dissolução debaixo do triunfo e domínio do Reino do Deus dos céus, que nunca será destruído. O reino de Deus esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será esta-belecido para sempre (44).

    Então Daniel reiterou o propósito do sonho ao rei e lembrou-lhe que vinha de Deus. O Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso (45). Os questionamentos mais profundos do rei haviam sido respondidos. O significado do desti-no para ele e para todos os governantes terrenos era que a mão de Deus está sobre o curso da história. O alvo final não é o governo do homem em esplendor crescente mas o governo de Deus sobre as ruínas da loucura do homem.

    Embora os intérpretes não tenham chegado a um consenso na identificação dos cin-co reinos do sonho de Nabucodonosor, a tradição e a interpretação evangélica tem con-cordado quase que unanimemente. O primeiro reino (38) é expresso de forma clara; a cabeça de ouro é o Império Babilónico. O quinto (44) também está claro; trata-se do Reino de Deus. O segundo (
    - 39a) é geralmente reconhecido como o Império Medo-Persa. O terceiro (
    - 39b) e o quarto (40) têm recebido interpretações divergentes, principalmente entre aqueles que entendem que o quarto reino representa o governo grego ou o governo que sucedeu Alexandre. Isso concentraria as últimas mensagens do livro de Daniel no reino de Antíoco Epifânio. Mas, para a maioria, desde os dias de Jerônimo, o terceiro reino tem sido identificado como o reino da Grécia, fundado por Alexandre e o quarto como o reino de Roma. O versículo 43 reflete as fraquezas de casamentos mistos ou o rápido declínio da sociedade no colapso do quarto reino (Berkeley, nota de rodapé). Visto que a imagem do sonho de Nabucodonosor e a visão de Daniel no capítulo são obviamen-te paralelas, a interpretação do sonho deve ser restringida pelo conteúdo da visão.

    6. A Exaltação de Daniel (Daniel 2:46-49)

    A reação de Nabucodonosor diante da notável revelação foi impressionante. Como pagão, ele reagiu da única maneira conhecida por ele. Nabucodonosor caiu em adoração diante de Daniel, que ele acreditava ser uma manifestação personificada do sobrenatu-ral. Ele ordenou que fosse feita uma oferta de manjares (46) e de incenso. Então ele louvou o Deus de Daniel, o Deus dos deuses, e o SENHOR dos reis, e o revelador dos segredos (47). Para mostrar sua gratidão de maneira prática ele deu muitos presentes a Daniel e o colocou como governador de toda a província de Babilônia (48). A pedido de Daniel, seus três companheiros receberam importantes cargos políticos. Mas Daniel estava às portas do rei.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 24 até o 36

    A Interpretação do Hino (Dn 2.24-36)

    Dn 2:24
    Por Isso Daniel foi ter com Arloque.
    Agora Daniel tinha as respostas, pelo que disse a Arioque que suspendesse o processo de execução e o levasse à presença do rei, a fim de mostrar-lhe o poder e a sabedoria de Deus na solução do mistério. As técnicas profissionais dos psíquicos tinham fracassado. A sabedoria pagã falhou no momento da provação. Mas Daniel mostraria a diferença. Ele não ousaria (por temor de perder a vida) chegar à corte do rei. Assim sendo, apelou para seu intermediário, e isso concorda com o que sabemos sobre os procedimentos nas cortes orientais e sobre a etiqueta palaciana. A passagem de Et 4:11 está correta quando diz que ninguém podia apresentar-se ao rei. Daniel teria de ser chamado. Heródoto {Hist. III.
    40) mostra-nos que esse era o costume entre os persas.

    Daniel desejava que não houvesse perda de vidas humanas por razões ridículas, como o capricho do rei, que estava irado com seus conselheiros e videntes. Sua intercessão diante do rei salvaria o dia. Conforme Ez 14:14. Este versículo mostra-nos que o vs. Dn 2:16 não deve ser interpretado como se Daniel fosse culpado de um ato apressado, ao correr para a presença do rei. Daniel tinha mais bom senso do que isso.

    Dn 2:25
    Então Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei.
    Arloque sabia que estava ocupado em uma missão urgente, que salvaria muitas vidas, pelo que anelava realizar logo a sua tarefa. Além disso, ele sentia haver encontrado um homem que poderia resolver o mistério do sonho do rei, e estava ansioso por servir a seu senhor. Ele recebería favor, mas era um bom servo no cumprimento de seus deveres, e isso já era uma recompensa para ele. A descoberta foi feita em um lugar um tanto inesperado (para Arioque), entre os humildes cativos de Judá. Provavelmente o homem não tinha consciência de Daniel e de suas realizações já significativas (Dn 1:19,Dn 1:20). Mas ele reconhecería um homem bom assim que o visse, e havia algo na atitude segura de Daniel que inspirava Arioque a confiar no profeta. Não havia dúvida'. Daniel tinha a resposta para o problema. Arioque correu, excitado, para o rei. Uma esplêndida mudança de eventos acontecera. Oh, Senhor, concede-nos tal graça!

    Dn 2:26
    Respondeu o rei, e disse a Daniel.
    Arioque entrou na presença do rei com um olhar de confiança no rosto. E apresentou Daniel, o soiucionador do problema, ao rei. O rei lançou um olhar inquisitivo ao rapaz. O rei sabia quão bom era Daniel, mas seria ele assim tão bom? Poderia ele fazer o que os psíquicos profissionais não tinham conseguido fazer? Ele teria de passar pelo mesmo teste a que eles tinham sido submetidos. Em caso contrário, o decreto de execução ocorrería conforme já estava decretado. É grandioso quando um homem é, realmente, tão bom quanto sua reputação, o que por muitas vezes não acontece. No entanto, Daniel, dotado por Yahweh, era o homem do momento. Ninguém ficaria desapontado.

    Nenhuma habilidade, nem poder, nem mérito nos pertence.
    Conquistamos somente pelo Seu poder.

    (George W. Doanne)
    Daniel mostrou-se capaz. “És tu capaz?", pergunta-nos o Senhor. E os sonhadores respondem: “Senhor, somos capazes”. Alguns poucos são; alguns poucos vencem. A maioria é derrotada no calor da batalha.

    Dn 2:27
    Respondeu
    Daniel na presença do rei, e disse. Daniel não piscou quando seu olhar encontrou o olhar do rei. Ele sabia que tinha consigo a resposta divina. Ele concordou com os psíquicos profissionais: somente um deus podería resolver aquele caso (vs. Dn 2:11). Mas como Daniel tinha consigo o seu Deus, tudo estava bem. A casta inteira dos magos foi mencionada por suas partes constitutivas: sábios, encantadores, magos, astrólogos, adivinhos, tal como se vê no vs. Dn 2:2. Eles estavam certos quanto a um detalhe. Eles não podiam, nem individual nem coletivamente, solucionar o problema do rei. Porém, um único indivíduo, com a ajuda divina, poderia resolver o problema do rei. E Daniel era esse homem. O profeta, pois, estava mostrando a debilidade da sabedoria divina, que não é inspirada pela Fonte divina de toda a sabedoria; e é possível ser essa a mensagem principal que a história tenciona ensinar. Pode ficar subentendido que os sábios da Babilônia não conseguiríam solucionar o problema, mesmo que se consorciassem com os deuses (falsas divindades). Há coisas que só podem ser resolvidas pelo Deus do céu (vs. Dn 2:28). Poderes preditivos são atribuídos somente a Deus. Conforme Gn 20:3; Gn 41:16,Gn 41:25,Gn 41:28; Nu 22:35. Estudos demonstram que o poder de prever o futuro é uma habilidade natural da psique humana, e certamente existem profetas não-bíblicos na antiguidade e na modernidade, Mas isso era ignorado pelos hebreus. Esse fato, porém, não enfraquece o argumento de Daniel (vs. Dn 2:28).

    Dn 2:28

    Mas há um Deus nos céus. Onde psíquicos profissionais e sábios e deuses pagãos falham, o Deus do céu é bem-sucedido. Ver o vs. Dn 2:18 quanto a esse título. A expressão “nos últimos dias" é sempre usada do ponto de vista do autor, e não de nosso século! Portanto, significa “mais tarde” ou, talvez, “em tempos remotos do nosso”, e não necessariamente nos últimos dias, ímediatamente antes da era do reino etc. Se as profecias deste capítulo atingem a época dos romanos, então o tempo estava bastante afastado de Daniel para merecer a expressão; mas a verdade é que a visão de Daniel mergulhou num tempo ainda mais distante. “Do ponto de vista de Jacó (ver Gn 49:1), isso significou o fim da ocupação de Israel da Terra de Canaã. Do ponto de vista de Balaão (ver Núm, Gn 24:4), significou o fim da independência de Moabe e Edom... Mais freqüentemente, porém, essa frase é usada escatologicamente para indicar o fim da era presente, os últimos dias antes do Reino de Deus, a nova era. Ver Is 2:2; Jr 23:20; Ez 38:16; 2Tm 3:1; 2Pe 3:3 etc." (Arthur Jeffery, in loc.). Ver no Dicionário o verbete chamado Últimos dias, quanto a detalhes.

    O teu sonho e as visões da tua cabeça. Se Jl 2:28 faz distinção entre as duas coisas, no livro de Daniel esses termos parecem sinônimos. Ver no Dicionário os verbetes chamados Sonhos e Wsão (Visões). Ambas as coisas são consideradas reveladoras dos propósitos e da vontade de Deus, uma maneira pela qual um homem pode olhar para além dos limites do conhecimento humano ordinário. Daniel não tomou o crédito para si mesmo.

    Dn 2:29
    Estando tu, ó rei, no teu leito. A
    Nabucodonosor, embora fosse ele um rei pagão, foi dada uma visão. A tentativa de limitar as visões aos judeus e aos cristãos não passa nos testes da investigação. O Logos opera universalmente, e Ele tem agentes e servos não-cristãos. Os Logoi Spermatikoi (as sementes do Logos) estão por toda a parte. Ver sobre esse termo na Enciclopédia de Biblia, Teologia e Filosofia.

    Deus é aquele que revela, e Ele não escolhe, necessariamente, agentes que merecem nossa aprovação. O rei pode ter estado a meditar sobre o futuro. Seu coração (a sede da inteligência) estava ativo. Mas a visão ocorreu espontaneamente, de acordo com o propósito divino.

    Escopo da Visão. A visão cobriu a história do mundo em grandes lances, a começar pelos tempos de Nabucodonosor, tocando de leve em vários impérios mundiais e terminando com o reino eterno. “Esse mesmo período é chamado de 'tempo dos gentios', em Lc 21:24" (J. Dwight Pentecost).

    Dn 2:30
    E a
    mim me foi revelado este mistério. Daniel era apenas o transmissor úa visão e de seu significado, não a causa ou o realizador; e Daniel queria que o rei soubesse disso, a fim de que não elogiasse o homem, em vez de louvar a Deus, uma vez que reconhecesse que Daniel entendera o sonho inteiro. Além disso, cumpria ao monarca saber que, embora ele fosse um grande homem, um Rei de reis exercia autoridade sobre ele, e esse Rei também havia determinado o reinado de Nabucodonosor, a sua natureza, os seus limites e o seu fim. E outro tanto dizia respeito aos demais reinos. Cf. Gn 41:16. José não reivindicou crédito algum para seus dons proféticos. “Quanto ao que me toca nesta questão, não posso atribuir coisa alguma a mim mesmo. Tudo é devido ao Deus do céu, tanto a recuperação do sonho quanto a sua interpretação” (John Gill, in loc.). A passagem ensina-nos que os homens são capazes de obter o conhecimento dado por Deus, especificamente através dos processos místicos, como os sonhos e as visões. Ver o artigo detalhado na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia chamado O Conhecimento e a Fé Religiosa. E ver no Dicionário o artigo intitulado Misticismo.

    Dn 2:31

    Tu, ó rei, eslavas vendo. A Essência dos Sonhos e das Visões. O rei vira uma imagem gigantesca e grotesca, sob a forma de um imenso homem. A imagem rebrilhava como bronze fundido; era “gigantesca, rebrilhante e assustadora” (NCV). A imagem exalava poder e esplendor. Os sonhos espirituais envolvem imagens incomuns que deixam a pessoa estonteada, e foi isso o que aconteceu a Nabucodonosor. Os antigos do Oriente Próximo e Médio costumavam fazer imagens colossais, mas essa imagem tomou de surpresa o próprio Nabucodonosor, embora ele fosse um ativo construtor. “Suas dimensões e sua aparência eram formidáveis, fazenoo o rei parecer insignificante diante dela” (J. Dwight Pentecost, in loc.).

    Os vss. Dn 2:31-36 fornecem a visão. Em seguida, os vss. Dn 2:36-38 dão a interpretação. Portanto, sigo o mesmo plano, apresentando a interpretação naqueles versículos, e não no começo. Conforme veremos, as várias porções da imagem representavam reinos mundiais.
    “Havia algo na fisionomia da imagem que era ameaçador e terrível. A forma inteira, tão gigantesca, encheu o rei com profunda admiração, pois lhe pareceu terrível. Talvez isso denote o terror que os reis, sobretudo os arbitrários e despóticos, projetam sobre seus súditos” (John Gill, in loc.).

    Dn 2:32,Dn 2:33
    A cabeça era de fino ouro,
    Os Elementos da Imagem Representam Quatro Reinos:

    1. A cabeça era de ouro

    2. Os braços e o peito eram de prata
    3. O ventre e as coxas eram de bronze
    4. As pernas eram de ferro, enquanto os artelhos eram parte de ferro e parte de barro
    Essas quatro partes representam quatro reinos, que surgíriam sucessivamente. Seriam impérios mundiais. Os vss. Dn 2:37-43 dão as interpretações sobre as figuras.

    Observações sobre os 5ss. 32-33:

    1. Note o leitor a qualidade descendente dos metais: ouro, prata, bronze, ferro, ferro misturado com barro.
    2. O grego de épocas remotas, Hesíodo, falava em eras do mundo em termos de metais. Aqui descemos do ouro ao barro. A descida parece ser de valor, e não de força. O quarto reino seria mais forte que os demais, tal como o ferro é mais forte (porém menos valioso) que os outros metais listados.

    3. A prata é um metal nobre, mas não tão valioso quanto o ouro. O bronze é ainda menos valioso, porém mais forte que a prata. Provavelmente está em vista o cobre, que, misturado com o estanho, fica mais forte do que o simples cobre, e essa liga produz o bronze.

    4. O ferro é o mais forte e o mais útil dos metais listados, mas essa força é debilitada pela mistura com o barro, ou melhor, com o barro cozido, duro, mas não tão duro quanto um metal. O barro cozido fala de vulnerabilidade e fraqueza inerente, a despeito da demonstração de força. Todos os reinos, como é natural, têm os pés feitos de barro.

    5. Os quatro reinos representam toda a história da humanidade, contada rapidamente, e o Reino de Deus é o quinto reino. A vasta porção da história do mundo é deixada de fora. A visão é um símbolo do que acontece no mundo e mostra as limitações do escopo do profeta, que só podia ver essa parte do total, e teve de fazê-la representar os reinos do mundo, ou os tempos dos gentios (ver Lc 21:24).

    Dn 2:34
    Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada.
    Temos aqui, na “pedra”, o quinto império, não feito por mãos humanas. A pedra era uma Grande Pedra, que demoliu a imagem, em suas partes de metal. A imagem e suas diversas partes eram produtos humanos e, por isso mesmo, teriam de chegarao fim. Eram apenas temporais. Já a Grande Pedra é eterna, e não está sujeita à dissolução. Com um simples golpe nos pés, ela levou a imagem feita pelo homem a cair em forma de poeira, ou seja, de forma irrecuperável. A interpretação sobre essa Pedra aparece nos vss. Dn 2:44-45.

    Dn 2:35
    Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro.
    Continua aqui o poder destruidor da Grande Pedra. Os metais, de várias qualidades, não puderam resistir ao golpe da Grande Pedra, e todos se reduziram a uma poeira finíssima, que o vento levou embora. As eiras eram lugares abertos situados de tal maneira que podiam ser tangidos por qualquer brisa que passasse, para que o grão, lançado ao alto, fosse facilmente separado da palha, que era então levada pelo vento. Essa é uma figura usada com frequência nas Escrituras. Conforme Os 13:3; 21:18; Is 41:15,Is 41:16; Mt 3:12. “Os fragmentos desapareceram tão completamente que nem um traço deles podia ser encontrado. Assim mostram Sl 103:16; 7:10; 20:9 e Ap 20:11. A finalidade do golpe desfechado pelo Pedra foi assim indicada, uma característica da literatura apocalíptica” (Arthur Jeffery, in loc.). A Pedra veio a tornar-se uma grande montanha, que encheu toda a terra. Ver comentários sobre os vss. Dn 2:44-45.

    Os ímpios... são como a palha que o vento dispersa.

    (Sl 1:4)

    Dn 2:36

    Este é o sonho. O sonho foi descrito nos vss. Dn 2:31-35. A interpretação é dada agora, nos vss. Dn 2:37-45.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 34
    *

    2:1

    No segundo ano. Visto que o sistema babilônico começou a contar o reinado de Nabucodonosor oficialmente no começo do ano seguinte, o "segundo ano" do reinado de Nabucodonosor poderia significar o fim dos três anos de treinamento de Daniel (1.5). De outra sorte, os eventos aqui historiados teriam acontecido durante o treinamento de Daniel.

    passou-se-lhe o sono. Era largamente crido, no antigo Oriente Próximo e Médio, que os deuses falavam aos seres humanos por meio de sonhos.

    *

    2:2

    os magos, os encantadores. Ver nota em 1.20.

    os feiticeiros e os caldeus. Os "feiticeiros" praticavam a adivinhação ou a feitiçaria (Êx 22:18; Dt 18:10; Is 47:9,12; Jr 27:9). "Caldeus", palavra encontrada aqui, provavelmente significa uma classe de adivinhadores e astrólogos, não sendo o nome de um grupo étnico (conforme se vê em 1.4; 3.8; 5.30 e 9.1).

    *

    2:4

    em aramaico. Daqui até o fim do cap. 7 do livro, o texto foi escrito em aramaico, e não em hebraico. Os trechos de Ed 4:8—6.18; 7.12-26 também foram escritos em aramaico. Tem havido muita especulação sobre a razão pela qual esses trechos foram escritos em aramaico, mas não se chegou ainda a nenhuma conclusão comumente aceitável.

    *

    2:5

    saber o sonho. Nabucodonosor formulou um teste para ver se os conselheiros da corte tinham mesmo acesso ao conhecimento oculto, conforme reivindicavam. Se eles não lhe fizessem saber o sonho, então ele não teria confiança na interpretação deles (conforme o v. 9).

    *

    2:11

    difícil. Os magos e encantadores confessaram que não podiam fazer o que o rei lhes solicitara. Somente os deuses têm tais poderes; mas os deuses, segundo eles protestaram, não revelam tais coisas a ninguém (conforme Êx 8:18,19).

    *

    2:18

    pedisssem misericórdia ao Deus do céu. Daniel também percebeu que a sabedoria humana era insuficiente para poder atender à solicitação do monarca (v. 11, nota). Somente a revelação divina poderia prover a resposta.

    *

    2:20

    Ver nota teológica, "A Sabedoria e a Vontade de Deus", índice .

    *

    2:21

    remove reis e estabelece reis. Daniel aludiu aqui ao conteúdo do sonho de Nabucodonosor.

    *

    2:22

    Ele revela o profundo e o escondido. O cap. 28 do livro de Jó é um quadro cuidadosamente traçado da sabedoria que "está encoberta aos olhos de todo vivente" (28:21) a qual é inacessível sem a ajuda de Deus.

    *

    2:24

    Não mates os sábios da Babilônia. Daniel exortou o rei a mostrar-se misericordioso com os sábios da Babilônia, apesar da incapacidade deles saberem qual o sonho de Nabucodonosor, conforme ficara claramente demonstrado.

    *

    2:28

    há um Deus no céu, o qual revela mistérios. Da mesma forma que José tinha feito no Egito (Gn 40:8; 41:16), assim também Daniel atribuiu a Deus seu conhecimento sobre o sonho de Nabucodonosor. O Deus de Daniel revelara ao jovem Daniel o que a astrologia, a magia e as artes ocultas não tinham podido descobrir.

    nos últimos dias. Essa expressão parece variar em significado do "tempo do fim", tecnicamente chamada "o eschaton" (Ez 38:16), até, simplesmente o futuro em geral (Gn 49:1; Dt 4:30; 31:29).

    *

    2:32-33

    ouro... ferro... barro. Há uma diminuição progressiva no valor dos materiais na imagem, da cabeça para os pés.

    *

    2:34

    pés de ferro e de barro. Alguns intérpretes vêem a mistura de ferro e barro, nos pés da imagem, como representativa de uma segunda fase do quarto reino, diferente das pernas de ferro sólido (conforme os vs. 41-43).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 49
    2.1-11 Se acreditava que os sonhos eram mensagens dos deuses, e se esperava que os sábios os interpretassem. Podiam oferecer certa interpretação sempre e quando soubessem qual tinha sido o sonho. Nesta ocasião, entretanto, Nabucodonosor demandou conhecer o sonho porque não podia recordá-lo. Deus enviou uma série de sonhos ao Nabucodonosor com mensagens proféticas que podiam ser revelados e compreendidos só por um servo de Deus. Outras pessoas que receberam sonhos de parte de Deus foram Jacó (Gn 28:10-15), José (Gn 37:5-11), o copero e o padeiro de faraó (Gênese 40), faraó (Gênese 41), Salomão (1Rs 3:5-15) e José (Mt 1:20-24).

    2.10, 11 Os caldeos (astrólogos) disseram ao rei que era impossível conhecer os sonhos de outra pessoa. O que o rei pedia era humanamente impossível. Entretanto, Daniel pôde dar a resposta ao rei devido a que Deus estava atuando através dele. Na vida diária, podemos nos enfrentar a muitas situações que seriam insolúveis se tivéssemos que as dirigir unicamente com nossos débeis força. Mas Deus se especializa em impossíveis.

    2.16-18 Daniel estava em um momento de crise. Imagine ter que ir ver o rei temperamental e poderoso que acabava de ordenar furioso sua morte. Entretanto, Daniel não se contraiu pelo medo, mas sim confiou que Deus lhe diria o que o rei queria saber. Quando o rei deu ao Daniel tempo para encontrar a resposta, Daniel procurou a seus três amigos e oraram juntos. Quando se encontrar em um momento difícil, conte suas necessidades a seus amigos de confiança que também criam no poder de Deus. A oração é mais eficaz que o pânico. O pânico é confirmação de impotência, a oração é confirmação de esperança em Deus. A confiança que Daniel tinha em Deus o salvou a ele, a seus três amigos e a outros sábios.

    2.19, 23 depois de que Daniel pediu a Deus que lhe revelasse o sonho do Nabucodonosor, recebeu uma visão do sonho. Sua oração foi respondida. antes de correr para o Arioc, tomou seu tempo para dar o crédito a Deus por toda a sabedoria e o poder, e lhe agradecer o que respondesse sua oração. Como se sente você quando vê que suas orações são respondidas? Emocionado, surpreso, aliviado? Há vezes que procuramos deus em oração e, depois de receber resposta, saímos correndo pelo entusiasmo e nos esquecemos de lhe dar a Deus a glória. Que sua persistência na oração seja congruente com o humilde agradecimento quando suas petições sejam respondidas.

    2:21 Quando vemos líderes malvados que vivem e a líderes bons que morrem jovens, possivelmente nos perguntemos se Deus ainda regula os acontecimentos do mundo. Daniel viu governantes malvados com um poder quase ilimitado, mas sabia e proclamava que Deus controla tudo o que acontece. O mundo se move de acordo aos propósitos de Deus. Permita que este conhecimento lhe dê confiança e paz aconteça o que possa acontecer em sua vida.

    Daniel

    Os primeiros anos da vida do Daniel demonstram que há algo mais em ser jovem que cometer enganos. Nenhuma característica ganha o respeito dos adultos mais rapidamente que a sabedoria nas palavras e as ações de um jovem. Daniel e seus amigos tinham sido levados desde suas casas no Judá ao desterro. Seu futuro era incerto, mas tinham qualidades que os qualificavam para servir como servos no palácio do rei. Aproveitaram a oportunidade sem permitir que a oportunidade se aproveitasse deles.

    O indício de grandeza do Daniel o vemos em sua negativa a renunciar a suas convicções. Tinha aplicado a Palavra de Deus a sua vida, e não ia trocar os bons hábitos que tinha adquirido. Sua dieta física e sua dieta espiritual foram uma parte importante de sua relação com Deus. Comeu cuidadosamente e viveu uma vida de oração. Um dos benefícios de ser treinado no serviço real era comer da mesa do rei. Daniel com todo tato escolheu um menu mais simples e demonstrou que foi uma eleição saudável. Assim como aconteceu com o Daniel, comida-las são provas óbvias e regulares de nossos esforços por controlar nossos apetites.

    Embora Daniel limitava sua ingestão de comida, não se limitava na oração. Podia comunicar-se com Deus porque tinha feito disso um hábito. Pôs em prática suas convicções, mesmo que podia significar que o jogassem em um fosso de leões famintos. Sua vida demonstrou que tomou a decisão correta.

    É tão firme sua fé em Deus que faz o que Deus diz sem lhe importar as conseqüências? Tal convicção o mantém um passo adiante da tentação. É uma convicção que dá sabedoria e estabilidade em circunstâncias cambiantes. Ore e viva suas convicções na vida diária e confie os resultados a Deus.

    Pontos fortes e lucros:

    -- Embora era jovem quando o deportaram, permaneceu leal a sua fé

    -- Serve como conselheiro de dois reis babilônicos e dois reis medopersas

    -- Foi um homem de oração e um estadista com o dom de profecia.

    -- Sobreviveu em um fosso de leões

    Lições de sua vida:

    -- As convicções discretas muitas vezes ganham o respeito a longo prazo

    -- Não espere até que esteja em uma situação difícil para aprender a respeito da oração

    -- Deus pode utilizar às pessoas em qualquer lugar onde se encontrem

    Dados gerais:

    -- Onde: Judá e as cortes de Babilônia e da Persia.

    -- Ocupação: Banido israelita que chegou a ser conselheiro de reis.

    -- Contemporâneos: Ananías, Misael, Azarías, Nabucodonosor, Belsasar, Darío, Ciro.

    Versículo chave:

    "Por quanto foi achado nele maior espírito e ciência e entendimento, para interpretar sonhos e decifrar enigmas e resolver dúvidas; isto é, no Daniel, ao qual o rei pôs por nomeie Beltsasar. Chame-se, pois, agora ao Daniel, e ele te dará a interpretação" (5.12).

    A história do Daniel se relata no livro do Daniel. Também se menciona em Mt 24:15.

    2:24 Daniel não aproveitou o triunfo para benefício próprio. Pensou em outros. Quando estivermos lutando por triunfar, pensemos nas necessidades de outros.

    2.27-30 antes de lhe dizer nada ao rei, Daniel glorificou a Deus. Explicou que não sabia do sonho por sua própria sabedoria a não ser só porque Deus o revelou. Quão fácil é ficar com a honra do que Deus faz por meio de nós! Isto é lhe roubar a Deus a honra que merece.

    2.31ss A cabeça de ouro representava ao Nabucodonosor, o governante do Império Babilônico. O peito e os dois braços de prata representavam o império medopersa que conquistou Babilônia no ano 539 a.C. O ventre e as coxas de bronze eram a Grécia e Macedônia sob o governo do Alejandro Magno, quem conquistou o império medopersa no ano 334-330 a.C. As pernas de ferro representavam a Roma, que conquistou aos gregos no ano 63 a.C. Os pés e dedos de argila e ferro representavam a queda do Império Romano, quando o território que governava Roma se dividiu em uma mescla de nações fortes e débeis. O tipo de metal de cada uma das partes representava a fortaleza do poder político que representava. A pedra que se desprendeu da montanha representava o Reino de Deus, que seria regido eternamente pelo Messías, o Rei de reis. O sonho revelou que o Deus do Daniel estava por cima de qualquer rei terrestre.

    SADRAC/MESAC/ABED-NEGO

    As amizades fazem que a vida se possa gozar e que os tempos difíceis sejam mais suportáveis. As dificuldades as provam e as fortalecem. Assim era a relação entre os três jovens judeus deportados a Babilônia junto com o Daniel. A amizade destes jovens significava muito para eles, mas ainda assim nunca permitiram que usurpasse o lugar de Deus em suas vidas, nem sequer ante a morte.

    Juntos desafiaram em silêncio a ordem do rei Nabucodonosor de inclinar-se e adorar ao ídolo que tinha feito de si mesmo. Compartilharam um ato valoroso, enquanto que outros, desejosos de desfazer-se deles, disseram-lhe ao rei que aqueles três judeus estavam sendo desleais. Embora isto não era verdade, Nabucodonosor não podia lhes salvar a vida sem envergonhar-se.

    Era o momento da verdade. A morte estava a ponto de acabar com sua amizade. Ceder um pouco lhes tivesse permitido viver e desfrutar de sua amizade, servir a Deus e servir a seu povo enquanto estivessem nesta terra Mas foram tão sábios que viram que isso tivesse envenenado a mesma convicção que os tinha unido tão intimamente: a lealdade a Deus. Assim não duvidaram em depositar suas vidas nas mãos de Deus. O resto foi vitória!

    Quando deixamos a Deus fora de nossas relações mais importantes, tendemos a esperar que essas relações satisfaçam necessidades nossas que só Deus pode satisfazer. Os amigos são úteis, mas não podem satisfazer nossas mais profundas necessidades espirituais. O deixar a Deus fora de nossas relações indica o pouco importante que é em nossa própria vida. Nossa relação com Deus deve ter suficiente importantancia para tocar nossas demais relacione, especialmente nossas amizades mais próximas.

    Pontos fortes e lucros:

    -- Uniram-se ao Daniel em seu propósito de não comer da mesa do rei

    -- Mantiveram uma amizade que passou as provas dos problemas, do êxito, da riqueza e do perigo de morte

    -- Não quiseram transigir em suas convicções incluso ante a morte

    -- Sobreviveram no forno de fogo ardente

    Lições de suas vidas:

    -- Existe uma grande fortaleza em uma amizade verdadeira

    -- É importante permanecer com as pessoas com as que compartilhamos nossas convicções

    -- Pode-se confiar em Deus ainda quando não podemos predizer os resultados

    Dados gerais:

    -- Onde: Babilônia.

    -- Ocupações: Servos e conselheiros do rei.

    -- Contemporâneos: Daniel, Nabucodonosor.

    Versículos chave:

    "Sadrac, Mesac e Abed-nego responderam ao rei Nabucodonosor, dizendo: Não é necessário que lhe respondamos sobre este assunto. Hei aqui nosso Deus a quem servimos pode nos liberar do forno de fogo ardendo; e de sua mão, OH rei, liberará-nos. E se não, saiba, OH rei, que não serviremos a seus deuses, nem tampouco adoraremos a estátua que levantaste" (3.16-18).

    A história do Sadrac (Ananías), Mesac (Misael) e Abed-nego (Azarías) relata-se no livro do Daniel.

    2:36 Quando Daniel disse "diremos", em plural, estava incluindo a seus três amigos. Já que lhes tinha pedido que orassem, fez-os partícipes do triunfo quando apresentou a interpretação. Queria que participassem da honra que aquilo significava.

    2:44 O Reino de Deus jamais será destruído. Se lhe inquietarem os rumores de guerra e a prosperidade dos líderes maus, recorde que Deus, não os líderes do mundo, decidem o desenvolvimento da história. Sob o amparo de Deus, o Reino de Deus é indestrutível. Todos os que acreditam em Deus são cidadãos de seu reino e estão seguros nele.

    NABUCODONOSOR

    Nabucodonosor foi um líder mundial que se disse que teria mais cooperação dos povos que conquistava se permitia manter a seus deuses. Tomava suas terras, saqueava suas riquezas, controlava suas vidas, mas permitia que adorassem a seus ídolos, e às vezes ele mesmo os adorava. O plano do Nabucodonosor funcionou bem, com uma notória exceção. Quando conquistou a pequena Judá, enfrentou-se a um Deus que demandava adoração exclusiva, não uma parte da que se dava a outros deuses. Em um sentido, Nabucodonosor sempre tinha podido governar aos deuses. Este novo Deus era diferente. Este se atrevia a proclamar que tinha feito do Nabucodonosor tudo o que era. Um dos maiores conquistadores da história foi conquistado por seu Criador.

    A Bíblia nos permite notar as formas em que Deus trabalhou com o Nabucodonosor. Permitiu-lhe vitórias, mas para cumprir os propósitos de Deus. Permitiu-lhe levar aos melhores líderes judeus jovens como servos de seu palácio, enquanto colocava muito perto dele a um jovem chamado Daniel, quem trocaria a vida do rei. Permitiu que Nabucodonosor vivesse sete anos de loucura antes de restaurá-lo no trono. Demonstrou-lhe ao rei quem de verdade era o chefe!

    Estas lições estão muito claras para nós na atualidade devido a nosso lugar na história. Quando nossa atenção a enfocamos em nossa própria vida, não podemos ver a forma em que Deus está trabalhando hoje. Mas sim temos a vantagem de que a Palavra de Deus nos guia nas provocações atuais. Nos ordena obedecer a Deus; também nos ordena confiar no. O confiar no cobre esses tempos quando não estamos seguros do futuro. Deus nos encomendou este dia. Confiamo-lhe nossa própria vida?

    Pontos fortes e lucros:

    -- Foi o maior dos reis babilônicos

    -- Lhe conhece como construtor de cidades

    -- Um dos governantes estrangeiros que Deus utilizou para cumprir seus propósitos

    Debilidades e enganos:

    -- Acreditava-se um deus e o persuadiram para que se construíra uma estátua que todos deviam adorar

    -- Voltou-se extremamente soberbo, o que o levou a um ataque de loucura

    -- Teve a tendência a esquecer as demonstrações do poder de Deus de que foi testemunha

    Lições de sua vida:

    -- A história registra os fatos dos servos de Deus dispostos e dos que sem querer lhe serviram de ferramenta.

    -- A grandeza de um líder se vê afetada pela qualidade de seus conselheiros.

    -- A soberba que não se domina é autodestructiva.

    Dados gerais:

    -- Onde: Babilônia.

    -- Ocupação: Rei.

    -- Familiares: Pai: Nabopolasar. Hijo:Evil Merodac. Neto: Belsasar.

    -- Contemporâneos: Jeremías, Ezequiel, Daniel, Joacim, Joaquín.

    Versículo chave:

    "Agora eu, Nabucodonosor, elogio, engrandeço e glorifico ao Rei do céu, porque todas suas obras são verdadeiras, e seus caminhos justos; e ele pode humilhar aos que andam com soberba" (4.37).

    A história do Nabucodonosor se relata em 2 Rseis 24:25; II Crônicas 36, Jeremías 21-52; Daniel 1:4.

    2:47 Nabucodonosor honrou ao Daniel e ao Deus do Daniel. Se Daniel se ficou com a glória, o rei o tivesse honrado só a ele. devido a que Daniel deu o crédito a Deus, o rei os honrou a ambos. Parte de nossa missão neste mundo é mostrar aos que não são crentes como é Deus. Podemos fazê-lo ao dar a Deus a glória pelas grandes costure que faz em nossa vida. Nossos atos de amor e compaixão podem impressionar às pessoas, e se lhe damos a glória do que fazemos a Deus, quererão saber mais a respeito Do. Agradeça a Deus o que está fazendo em você e por meio de você.

    2:49 depois de que o nomearam governador de toda a província de Babilônia e chefe dos sábios, Daniel pediu que seus companheiros, Sadrac, Mesac e Abed-nego, fossem seus ajudantes. Daniel sabia que não poderia levar tão grande responsabilidade sem colaboradores capazes, e escolheu aos melhores homens que conhecia: seus três companheiros hebreus. Um líder competente nunca faz todo o trabalho: sabe como delegar e fiscalizar. Moisés, o líder maior do Israel, compartilhou sua carga de administração com dúzias de colaboradores. (Veja o relato em Ex 18:13-27.)

    O CUMPRIMENTO DA INTERPRETACION DO Daniel

    A grande imagem no sonho do Nabucodonosor (Ex 2:24-45) representava os quatro reino que dominariam como poderes mundiais. Reconhecemos a estes impérios como o babilônico, o meço-persa, o grego e o romano. Todos serão esmagados e terminados pelo Reino de Deus, que continuará eternamente.

    Parte Material Império Período de dominação

    Cabeça Ouro Babilônico 606 a.C-539 a.C.

    Peito e braços Prata Medopersa 539 a.C.-331 a.C.

    Ventre e coxas Bronze Grego 331 a.C.-146 a.C.

    Pernas e pés Ferro e barro cozido Romano 146 a.C.-476 D.C.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 49
    SONHO B. Nabucodonosor (2: 1-49)

    1. O Problema de um Sonho (2: 1-16)

    1. A Dream (2: 1-3)

    1 E, no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, Nabucodonosor teve sonhos; e seu espírito se perturbou, e seu sono se lhe foi. 2 Então o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros, e os caldeus, para dizer ao rei os seus sonhos.Então eles vieram e se apresentaram diante do Ap 3:1 E o rei lhes disse: Tive um sonho, e meu espírito está preocupado para saber o sonho.

    O primeiro verso data o momento em que o evento descrito no capítulo ocorreu. Isso dá um sentido de historicidade para a conta. Enquanto alguns têm defendido uma discrepância entre a data e os acontecimentos do capítulo 1 , não é difícil harmonizar o tempo com a maneira de calcular já observado em Dn 1:1 ). Os encantadores eram mágicos que praticavam encantamentos. Os feiticeiros eram uma classe antiga de mágicos condenados no Antigo Testamento (Dt 18:10 ). Os caldeus eram a casta sacerdotal geral da Babilônia, que tinha cargo da religião do Estado. Além desses grupos, havia os adivinhos (astrólogos-v. Dn 2:27 ), que predisseram o futuro, visualizando as entranhas dos animais sacrificados. Como apresentado aqui estes representam o corpo cheio de conselheiros do rei.

    Para os conselheiros reunidos o rei apresentou seu problema. É difícil saber se ele realmente tinha esquecido o sonho ou estava tentando testar os sábios. Se ele tivesse esquecido, como ele iria saber se eles lhe disse a verdade ou não? Parece melhor para seguir Young, que sugere que Nabucodonosor estava testando seus conselheiros.

    b. Os adivinhos (Dn 2:4)

    5 Respondeu o rei e disse aos caldeus, A coisa já não está comigo.: se não vos dar a conhecer-me o sonho ea sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo 6 Mas se ye o sonho ea sua interpretação, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande honra; por isso me o sonho ea sua interpretação.

    A tradução da KJV e ASV não é philologically defensável, pois a palavra traduzida gone é uma palavra persa com o significado de "certo" ou "certo". Literalmente a palavra do rei foi: "A coisa de mim é certo." Ele não estava se referindo ao sonho, mas com a demanda que os adivinhos dar-lhe uma interpretação. Em seu medo irracional que ele estava exigindo tanto uma interpretação clara para o sonho ou a vida dos conselheiros.

    Estes versos sugerem a crescente impaciência do rei e sua autoridade absoluta. Como um pai severo ele exigia o cumprimento imediato às suas exigências. Sua despotismo é sugerido pela destruição de pessoas, cortadas em pedaços, e os bens, casas feitas um monturo. assírios, babilônicos, persas e monarcas eram conhecidos por sua crueldade.

    d. O Delay (2: 7-11)

    7 Eles responderam pela segunda vez e disse: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a interpretação. 8 Respondeu o rei e disse, eu sei com certeza que vós quereis ganhar tempo, porque vedes que a coisa é foi de mim. 9 Mas, se vós não me fazerem saber o sonho, uma só sentença para você; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para falar antes de mim, até que se mude o tempo; por isso dizer-me o sonho, para que eu saiba que me podeis dar a sua interpretação. 10 Responderam os caldeus o rei, e disse: Não há não é um homem sobre a terra que possa cumprir a palavra do rei, porquanto nenhum rei, senhor, ou governante, tem exigido coisa semelhante de algum mago ou encantador, ou caldeu. 11 E isso é uma coisa rara que o rei requer e não há nenhum outro que pode mostrá-lo diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne.

    Diga o rei o sonho. educadamente, mas com insistência os adivinhadores repetir seu pedido; eles sabem que não vai estar em uma perda de palavras, se eles têm alguma idéia da natureza do sonho.

    A resposta do rei mostra que ele viu através de suas pretensões. "Certamente, eu sei que você deseja ganhar tempo, porque você vê que de mim a coisa é certeza." Ele diretamente os acusou de atraso e contemporização. A última parte do versículo 8 é a mesma construção que o versículo 5 . O rei não tinha esquecido o sonho, mas estava testando os conselheiros para ver se eles tinham conhecimento real.

    O versículo 9 continua a acusação e da demanda final. Não há senão uma lei para você. A lei um foi a sentença de punição decretada no versículo 5 -para ser cortado em pedaços e suas casas destruídas. Já Nabucodonosor suspeita de sua falsidade; agora ele acusa-los diretamente: Por que tendes preparado mentir e corruptos palavras para falar antes de mim. Ele os acusa de conspiração acordados. É muito natural que os conselheiros iria ficar juntos. Se eles não agradou o rei, suas vidas estavam em jogo.

    Nos versículos 10:11, os adivinhadores procuram argumentar com o rei, admitindo a sua humanidade e incapacidade. Por que o rei seja tão irracional? Nenhum homem racional faria tal demanda em outro. Só os deuses, cuja morada não é com a carne,pode cumprir uma demanda deste tipo. Aqui está um pouco de evidência, frequentemente observados no expressões do politeísmo, do conhecimento do homem de uma divindade superior aos deuses das forças naturais. Como Paulo observa em Rm 1:1)

    12 Por esta razão o rei muito se irou e enfureceu, e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia. 13 Então saiu o decreto, e os sábios deviam ser mortos; e buscaram a Daniel e seus companheiros para ser morto.

    O decreto saiu. Sua paciência esgotada, o rei ordenou que todos os conselheiros presentes e ausentes para ser morto. Keil observa: "Este foi um comando terrível; mas há ilustrações de ainda maior crueldade perpetrados por déspotas orientais antes dele, bem como depois dele. " Of Babylon , sem dúvida, refere-se à cidade e não a província. Daniel e seus companheiros estavam na cidade, mas não presente no momento da consulta.

    f. A decisão (2: 14-16)

    14 Então Daniel respondia com o advogado e prudência a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia; 15 ele respondeu e disse a Arioque, capitão do rei: Por que é o decreto tão urgente do rei ? Então Arioque fez a coisa conhecida para Dn 16:1)

    1. A preparação para a Prayer (2: 17-18)

    17 Então Daniel foi para a sua casa, e fez a coisa conhecida por Ananias, Misael e Azarias, seus companheiros: 18 para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério; que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.

    Quando Daniel saiu da presença do rei, ele estava convencido da necessidade da oração. Mas, para ele, como para os primeiros cristãos, a oração era união. Ele deu a conhecer a coisa para seus companheiros. Juntos, eles oraram. Na unidade corporativa pediram ao trono da graça, e não com os pedidos gerais, mas definitivamente que desejam misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério. Dietrich Bonhoeffer pega o espírito de Daniel e seus amigos quando ele escreve, "o cristianismo significa comunidade, através de Jesus Cristo e na Jesus Cristo. O que isto significa? Isso significa, em primeiro lugar, que o cristão precisa de outros por causa de Jesus Cristo "True preparação para a oração é a união com os irmãos. (Sl 133:1 ).

    b. A prática da oração (2: 19-23)

    19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite. Em seguida, Daniel louvou o Deus do céu. 20 Daniel respondeu, e disse: Bendito seja o nome de Deus para todo o sempre; a sabedoria ea força são dele. 21 E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e conhecimento para os que têm entendimento; 22 Ele revela o profundo eo escondido; conhece o que está em trevas, ea luz habita com ele. 23 Graças te dou, e louvar-te, ó Deus de meus pais, que me deste sabedoria e força, e tens agora a conhecer a mim o que nós desejado de ti; pois tu reveladas a nós assunto do rei.

    Daniel orou duas vezes antes de receber a resposta e depois. Sua primeira oração consistiu na expressão de seu desejo; a segunda, de expressões de louvor e ação de graças. A segunda é, obviamente, mais importante, pois é preservado para nossa admoestação.

    A oração de Daniel de gratidão contém duas partes distintas: primeiro, uma atribuição de louvor ao todo-poderoso e onisciente Deus; e, segundo, um salmo de ação de graças ao Deus de meus pais para a Sua resposta à petição relativa conhecimento do sonho do rei. Esta oração formal, define um padrão para nossa oração. Louvor e de agradecimento-louvor a Deus pelo que Ele é, graças a Deus pelo que Ele tem feito, deve fazer-se grande parte da nossa oração.

    A oração de Daniel enfatiza dois atributos de Deus, a Sua sabedoria e Seu poder, a onisciência e onipotência. Cinco verbos de ação descrever as atividades sábios do Deus do Céu. Ele muda os tempos e as estações do ano, ou seja, Ele controla o curso da história. Ele remove reis e estabelece reis, ou seja, Ele está no controle soberano dos governos humanos. Ele dá sabedoria aos sábios, ou seja, Ele é a fonte de toda a verdade (Jo 14:6)

    1. A introdução (2: 25-30)

    25 Então Arioque depressa introduziu Daniel à presença do rei, e disse-lhe assim: eu encontrei um homem dos filhos dos cativos de Judá, que fará saber ao rei a interpretação. 26 Respondeu o rei e disse a Daniel , cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o sonho que eu tenho visto, e sua interpretação? 27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei requer, nem sábios homens, encantadores, magos, nem adivinhos, mostrar ao rei; 28 mas há um Deus no céu, o qual revela os segredos, e ele fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são estes: 29 , quanto a ti, ó rei, teus pensamentos vieram na tua mente sobre a tua cama, o que deve acontecer a seguir;e aquele que revela segredos pois, fez saber a ti o que deve vir a passar. 30 Mas, quanto a mim, esse segredo não é revelado a mim para qualquer sabedoria que eu tenho mais do que qualquer vida, mas com a intenção de que a interpretação pode ser feita saber ao rei, e para que saibas os pensamentos do teu coração.

    Depois de Daniel informou Arioc que ele foi capaz de interpretar o sonho, o capitão não perdeu tempo garantir uma audiência com o rei. Daniel não foi introduzido como um mágico, mas como um homem dos filhos dos cativos de Judá. A primeira questão do rei começou com o pronome pessoal enfático: "É você capaz de fazer-me saber o sonho ...? ", como se dissesse: "Como pode alguém saber o sonho se eu não optar por revelá-lo?", Daniel pegou a implicação e concordou com o rei que nenhum homem poderia dar o segredo que o rei exigiu, em seguida, respondeu com confiança, Mas há um Deus no céu, o qual revela os segredos. Com humildade adequada Daniel rapidamente virou os olhos do rei longe de si mesmo, ou o que o homem poderia fazer, a Deus.

    O Deus do céu é um revelador; Ele revela segredos, ou seja, coisas ocultas, as idéias de que a mente do homem não pode saber para além da atividade reveladora de Deus. O conteúdo da revelação, a Nabucodonosor, é descrito como o que será nos últimos dias, o que deve vir a passar a seguir, e que hão de acontecer. Cada uma dessas frases refere-se a profecia preditiva. Além da idéia de profecia preditiva do livro de Daniel se torna uma fraude religiosa capaz de ser escrito por algum autor judeu no período dos Macabeus. É a suposição de que a profecia preditiva não existe, que está por trás de toda a teoria crítica liberal da autoria, data, e da importância do livro. Basicamente, o problema é teológico. Existe um Deus no céu que revela os mistérios ou não? Se houver, então o livro de Daniel se destaca como uma das expressões da sua revelação. Esta é a posição do comentarista.

    Sonho de Nabucodonosor foi uma revelação divina para um rei pagão poderoso do futuro do governo humano até a idade do Messias. A sua verdade permanente era que Deus tinha a mão nos assuntos dos governos humanos, e no futuro Ele estabelecerá um reino que seria eterna.

    No versículo 30, Daniel dá a glória para o conhecimento unicamente a Deus. Ele se isenta de que ele tem alguma sabedoria acima dos homens normais, mas que o segredo dos pensamentos do rei foi revelado a ele a fim de que o rei poderia saber a interpretação e que ele pode conhecer os pensamentos de [sua] coração, ou seja, os problemas que tinha-o perplexo diante do sonho veio à sua mente.

    b. A Informação (2: 31-35)

    31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis uma grande estátua. Esta imagem, que era poderoso, e cujo brilho era excelente, estava em pé diante de ti; eo aspecto era terrível. 32 Quanto a esta imagem, sua cabeça era de ouro fino, o peito e os braços de prata, o ventre e as coxas de bronze, 33 as pernas de ferro e os pés em parte de ferro e parte de barro. 34 viste até que uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e as quebrou em pedaços. 35 Então foi o ferro, o barro, o bronze, a prata eo ouro, quebrado em pedaços juntos, e tornou-se como a palha das eiras de verão; eo vento os levou, de modo que não se achou lugar para eles: ea pedra que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra.

    Daniel começou a se relacionar com o rei o que tinha visto no sonho. Uma grande imagem refere-se a uma estátua em forma humana, uma enorme colosso. A imagem tinha cinco partes: a cabeça ... o peito e os braços ... o ventre e as coxas ... suas pernas, seus pés. Cada parte foi composta por um tipo diferente de material: a cabeça-ouro; o peito e os braços em prata; a barriga e coxas-bronze; o pernas de ferro; e os pés de ferro e barro. Deve-se notar a redução do valor do material, e também o aumento da força, desde a cabeça até os pés. Enquanto composto por várias partes, a imagem foi ona; que possuía unidade.

    Enquanto o rei estava vendo a imagem, viu mais uma pedra cortada da montanha , sem mãos, que feriu a estátua nos pés e quebrou a imagem inteira em pedaços. Desmoronando em pedaços tão pequenos quanto joio, o material da imagem foi soprado pelo vento, mas a pedra começou a crescer e se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra.

    c. A Interpretação (2: 36-45)

    36 Este é o sonho; e vamos dizer a sua interpretação diante do rei. 37 Tu, ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, ea glória; 38 e, onde quer que os filhos de homens habitam, os animais do campo e com as aves do céu, vos entreguei na tua mão, e te fez para reinar sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro. 39 E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; . e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra 40 E o quarto reino será forte como ferro, pois quebra o ferro em pedaços e sujeita todas as coisas; como o ferro crusheth tudo isso, ele esmiuçará e esmagamento. 41 Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido;contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. 42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, para que o reino será em parte forte, . e parcialmente quebrado 43 Quanto ao que viste o ferro misturado com barro de lodo, eles se misturarão com a semente de homens; mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não Acaso mistura com o barro. 44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será destruído, nem a soberania deste ser deixado para outro pessoas; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre. 45 Porquanto viste que uma pedra foi cortada da montanha, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro , a prata eo ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de suceder no futuro: e Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.

    Entre os expositores contemporâneos existem três visões conflitantes sobre a interpretação de Daniel do sonho. Estes podem ser designado como o liberal, o dispensational, eo conservador. Vamos discuti-los na ordem acima para configurar os problemas e chegar ao que pensamos ser uma verdadeira avaliação do texto.

    A visão liberal (defendida pelo motorista, Charles, Jeffery, Rowley, et al .) repousa sobre a conclusão de que o livro de Daniel foi escrito durante a revolta dos Macabeus cerca de 165 AC , a fim de embasar os judeus perseguidos. Ela vê a passagem como a história com um sabor profético. As partes da imagem representam os reinos da Babilônia, Media, Pérsia, Grécia e na Síria e Egito. A pedra representa a esperança escatológica dos patriotas judeus que acreditavam que Deus teria criado o reino messiânico na derrota de Antíoco Epifânio (171-163 AC ). Jeffery resume bem a atitude liberal quando escreve: "Devemos, portanto, ser amplamente extraviar se insistirmos em relação a todas as declarações sobre pessoas e eventos históricos como declarações que devem ser historicamente verdadeiro e de alguma forma justificada, como tal, para o leitor moderno, ou insistir na busca de realizações precisas dos eventos referidos nas visões proféticas. "Esta visão liberal é inaceitável porque ele começa com um pressuposto básico errado, ou seja, a rejeição da idéia da profecia preditiva. Uma avaliação mais aprofundada dos seus pontos fracos é apresentado na 1ntrodução e em todo o comentário.

    A vista dispensational (defendida por Larkin, Gaebelein, Scofield, Culver, et al .) diz respeito aos quatro reinos representados pela imagem como Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, mas, além disso diz respeito aos dedos dos pés da imagem como um revivido Império Romano futuro para o nosso tempo, e a pedra cortada da montanha, como a Segunda Vinda de Cristo. Gaebelein declara enfaticamente: "A divisão de dez pés dos tempos dos gentios ainda não existe. Em primeiro lugar, o Império Romano tem de ser revivido e, em seguida, os dez reinos vir a existir. "" A pedra que cai de cima é a segunda vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, Sua vinda em grande poder e glória. "A fraqueza do dispensational vista é que ele exagera as imagens do sonho. Lê-se nos itens de texto que não estão presentes, tornando assim as Escrituras ensinam itens que não são mesmo sugerido pelo próprio escritor.

    A visão conservadora (defendida pelos Padres da Igreja, os reformadores, Adão Clarke, Wesley, Jovens, et al .) sustenta que os quatro reinos pintadas pela imagem são o Babilônico, o Medo-Persa, o grego eo romano. O corte de pedra da montanha, refere-se à primeira vinda de Jesus Cristo e representa o aspecto espiritual do Seu Reino. É esta a interpretação que será elaborado.

    Significado de Daniel nos versículos 37:38 é clara. Para Nabucodonosor diz ele, Tu és a cabeça de ouro. O Deus do céu tinha dado ao monarca babilônico seu reino. Era uma relação de confiança entre o Criador Todo-Poderoso de homens e animais. Este pronunciamento Antigo Testamento constitui a base do ensinamento de Paulo: "Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há poder, mas de Deus; e as autoridades que existem foram ordenadas por Deus "( Rm 13:1 e Dn 10:1 .

    O quarto reino (vv. Dn 2:40-43) é mais completamente descritas do que qualquer um dos anteriores. Quatro características principais são mencionados no texto: (1) O reino é . forte como ferro Ferro, sendo o mais forte dos metais conhecidos na época, fala da força e poder deste reino. (2) O reino deve quebrar e esmiuçará. Por força bruta neste reino esmiuçará todos os reinos anteriores e esmagá-los sob o seu peso. Completa sujeição é o pensamento. (3) O reino será um reino dividido. A divisão deve-se a natureza do reino. É um composto, em parte forte e em parte frágil. Possui uma desarmonia interior. (4) O reino é um reino mista: eles se misturarão com a semente de homens. A maioria dos comentaristas pensam que este refere-se aos casamentos dos governantes, mas Keil segue de perto a figura e aplica-o a conjugação das diferentes nacionalidades dentro da reino. Este seria, então consulte o amálgama de povos do Império Romano. Estas quatro características se encaixam o Império Romano mais completamente do que qualquer outro reino de tempos antigos.

    A chave para a passagem inteira é a frase do versículo 44 , nos dias daqueles reis. Os liberais se referem a frase para o selêucida guerreando e governantes de Ptolomeu. Os dispensationalists identificar aqueles reis com os dez reis dos dez dedos do pé (que não são de todo mencionados na passagem). Jovem parece pegar o sentido da passagem ao se referir aqueles reis para os reinos que são mencionados na imagem; assim, o pensamento de que enquanto a imagem ainda está de pé , o Deus do céu estabelecerá um reino. Se este é o significado atual, a pedra só pode referir-se a vinda de Cristo no reinado de César Augusto. Foi essa visão que capturou o espírito da Igreja antiga como expresso por Jerome: "No entanto, no período final de todos esses impérios de ouro, prata e bronze e ferro, uma pedra (ou seja, o Senhor e Salvador) foi cortado sem as mãos, isto é, sem a cópula ou semente humana e pelo nascimento do ventre de uma virgem; e depois de todos os impérios tinha sido esmagada, Ele se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra ".

    Quatro características marcam o Reino de Deus como descrito no versículo 44 : (1) Ele . não será jamais destruído mais duro do que o ferro, deve esmagar, mas não deve ser triturada (Mt 16:18. ). (2) Nem a soberania do mesmo ser deixado para outro povo. Entre os reinos terrenos a soberania passa de um povo a outro, mas com o Reino de Deus não é apenas um grupo, ou seja, os santos que deve receber e manter o Reino (Ez 7:27 ). (3) É esmiuçará e consumirá todos esses reinos. literalmente, o aramaico estados, "Ele deve quebrar em pedaços e leve ao fim." O Reino de Cristo é um adversário violento que deve ganhar no concurso espiritual sobre os principados e poderes. Seria errado levar isso em um sentido pós-milenar, para que o texto tem em mente é o início do Reino de Deus. Capítulo 7 discute sua consumação. (4) Deve ficar para sempre. Esta frase parece excluir o Reino ser o milênio, para o milênio é um período de mil anos, não para sempre. Portanto, o Reino que está sendo descrito aqui é toda a esfera da soberania de Deus sobre os homens, que teve seu início na primeira vinda de Cristo e terá sua consumação na Segunda Vinda. Este último aspecto é desenvolvido na visão de Dn 7:1)

    46 Então o rei Nabucodonosor caiu sobre o seu rosto, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblação e perfumes suaves-lhe. 47 Respondeu o rei a Daniel, e disse: Verdadeiramente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, eo revelador dos mistérios, pois pudeste revelar este mistério. 48 Então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e fê-lo de governar sobre toda a província de Babilônia, e para . ser governador chefe principal de todos os sábios de Babilônia 49 E pediu Daniel ao rei, e ele Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, sobre os negócios da província de Babilônia: mas Daniel estava na porta do rei.

    A passagem menciona três coisas realizadas pelo rei Nabucodonosor, e um pedido de Daniel. O rei prestou homenagem ao Deus representado por Daniel; ele elogiou o Deus de Daniel; e ele se exaltou Daniel.

    O versículo 46 deve ser interpretado por versículo 47 . O rei não adorar Daniel como um deus, mas se ajoelhou diante dele por respeito para com o Deus que Daniel representados. Suas palavras em causa a divindade que Daniel servido, vosso Deus.Nabucodonosor reconheceu três verdades, como resultado da interpretação de Daniel do sonho: (1) a verdade de uma divindade suprema, Deus dos deuses, (2) a verdade de uma superintendência divina de governo, Senhor dos reis, e (3) a verdade da revelação,um revelador de segredos.

    Pedido de Daniel foi altruísta. Ele pediu uma maior responsabilidade para Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Esta promoção deu-lhes a liderança na província da Babilônia. O próprio Daniel como governador-chefe sobre todos os conselheiros viveu na corte do rei.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 49
    Esse capítulo é um esboço da histó-ria do mundo. A compreensão des-se capítulo e do sétimo o ajudarão no estudo de Apocalipse e de outras profecias bíblicas. Observe o quadro nas notas introdutórias a Daniel.

    I. O risco que Daniel corre (2:1-13)

    Nabucodonosor ainda não era rei quando foi a Jerusalém pela pri-meira vez a fim de conquistar a cidade; ele agia em nome do pai, Nabopolassar. Isso acerta a aparen-te contradição entre os três anos de treinamento de Daniel, em 1:5, eo "segundo ano" de reinado do rei, em 2:1. Mais uma vez, a arqueolo-gia provou a veracidade da Bíblia. O rei estava preocupado com seu futuro (veja v. 29) e com a duração de seu reinado. Deus deu-lhe um sonho em que descrevia o futuro, mas ele não conseguia compreen-dê-lo. Na verdade, ele esqueceu o sonho! Os cristãos têm o Espírito Santo para lembrá-los e ensinar- lhes tudo (Jo 14:26). Os "falsos" adivinhos e os homens sábios es-tavam realmente em dificuldades, pois o rei queria não apenas uma interpretação do sonho, mas tam-bém uma descrição dele! Qualquer pessoa pode "inventar" uma inter-pretação, porém é impossível des-crever um sonho que nunca teve.

    Eles tentaram "ganhar tempo" (v. 8), na esperança de que o rei mudasse de idéia (v. 9). Em vez disso, o rei mandou matar todos os homens sá-bios, e entre eles estavam Daniel e seus amigos. Satanás é um homici-da (Jo 8:44); sem dúvida, ele ficaria contente em ver Daniel morto.

    II. A oração e o louvor de Daniel (2:14-23)

    Temos de admirar a coragem de Da-niel em enfrentar corajosamente o chefe da guarda e até em ir direto ver o rei. "O justo é intrépido como o leão" (Pv 28:1). Deus dominou a conversa deles (Pv 21:1), e o rei deu tempo a Daniel, embora tivesse ne-gado tempo aos outros sábios. Da-niel e os três amigos sabiam o que fa-zer; eles passaram as horas seguintes em oração fervorosa ao Senhor. "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus" (Jc 1:5). "Pedi, e dar-se-vos-á" (Mt 7:7). E, du-rante a noite, Deus revelou o sonho e sua interpretação a Daniel. Veja por que Daniel teve esse privilégio em Pv 3:32 e Sl 25:14. Daniel reservou tempo para louvar ao Senhor, em vez de correr até o rei ou vangloriar-se da sabedoria recém- adquirida. E, nos versículos 25:30, observe que Daniel dá toda a gló-ria ao Senhor, sem reservar nem um pouco para si mesmo. Não há limite para o que Deus faz pelo crente que lhe dá toda a glória.

  • A profecia de Daniel (2:24-45)
  • O profeta foi até o chefe da guarda e disse-lhe que não matasse os ou-tros homens sábios. Claro que eles mereciam morrer, e, se isso aconte-cesse, Daniel teria mais destaque, contudo Daniel não era um homem que odiava os inimigos. Apenas a eternidade revelará quantos peca-dores perdidos foram poupados de ofensa física pela presença e in- tercessão de um crente. A seguir, Daniel conta ao rei o conteúdo do sonho esquecido. O rei estava pre-ocupado com o futuro do seu reino (v. 29), por isso Deus deu-lhe uma visão do reino por vir. No sonho, o rei viu uma estátua grande de um homem: a cabeça era de ouro; o peito e os braços, de prata; o ventre e os quadris, de cobre ou bronze (mas não de latão, metal ainda não conhecido na época); as pernas, de ferro; e os pés de ferro e barro. Ele também viu uma pedra cair nos pés da estátua e toda ela virar pó. A seguir, a pedra se transformou em uma grande montanha, que encheu toda a terra.

    O versículo 28 afirma que o significado total do sonho refere-se aos "últimos dias". Cada metal re-presentava um reino: o babilônio era a cabeça de ouro (v. 38); o me- do-persa, o peito e os braços de pra-ta; o grego, o ventre e os quadris de bronze; o romano, as duas pernas de ferro (e o Império Romano dividiu- se em Ocidental e Oriental). Os pés de ferro e barro (uma mistura frágil) representavam os reinos dos fins dos tempos, uma continuação do Impé-rio Romano dividido em dez reinos (os dez dedos ou artelhos). O último "reinado humano" sobre a terra será o do anticristo, durante a última par-te do período da tribulação. Como tudo isso terminará? Cristo, a Pedra (Mt 21:44), aparecerá de repente e derrotará as nações do mundo, ins-tituindo em todo o mundo seu reino de poder e glória.

    Assim, essa estátua é um re-trato da história do mundo. Há um decréscimo no peso dos materiais (do ouro ao barro), o que torna a es-tátua pesada no topo, mas fácil de ser derrubada. Os homens pensam que a civilização humana é forte e duradoura, quando, na verdade, ela se apóia sobre frágeis pés de barro. Observe que o valor dos metais tam-bém diminui: do ouro para a prata, da prata para o bronze, do bronze para o ferro, e do ferro para o bar-ro. A humanidade melhora com o passar do tempo? Não! Na realida-de, a civilização humana fica cada vez mais desprezível e débil. Há também um decréscimo na beleza e na glória (certamente, o ouro é mais bonito que o ferro misturado com barro), e há uma diminuição na for-ça (do ouro ao barro) conforme nos aproximamos do fim da história hu-mana. Sem dúvida, cada um desses reinos sucessivos teve força, e Roma teve um incrível poderio militar; to-davia, ao longo do tempo, a história humana se torna cada vez mais fra-ca. Isso explica por que o anticristo conseguirá organizar uma ditadura mundial: as nações estarão tão de-bilitadas que precisarão de um dita-dor para poder sobreviver.

    Cada um desses reinos teve uma forma diferente de governo. A Babilônia era governada por um monarca absoluto, um ditador (veja 5:19). O Império Medo-Persa tinha um rei, contudo ele trabalhava por intermédio de príncipes e instituiu leis (veja 6:1-3 — e lembre-se das "leis dos persas e dos medos" em Et 1:19). A Grécia operava com um rei e um exército; e Roma, suposta-mente, era uma república, mas, na verdade, o exército governava por meio de leis. O ferro e o barro re-presentam nossos governos atuais: o ferro representa a justiça e as leis; o barro, a humanidade; e os dois jun-tos formam a democracia. Qual é a força da democracia? A lei. Qual é sua fraqueza? A natureza humana. Hoje, estamos vendo que a ilegali-dade surge quando a natureza hu-mana se recusa a seguir a ordem e as leis de Deus.

    Essa imagem não é muito oti-mista. Nabucodonosor viu que seu reino cairia e seria substituído pelo Império Medo-Persa. Isso aconteceu em 538 a.C. (Ez 5:30-27). Em 330 a.C., os gregos conquistaram os me-dos e os persas; os gregos renderam- se a Roma. Aparentemente, o Impé-rio Romano desapareceu, no entan-to suas leis, filosofias e instituições existem até hoje, levando-nos até os pés "de barro". A única esperan-ça para este mundo é o retorno de Cristo. Ele voltará à terra a fim de conquistar as nações (Ap 19:11 ss) e estabelecer seu reino glorioso.

  • O crescimento de Daniel (2:46-49)
  • O rei cumpriu sua promessa (v. 6) e deu honras e presentes a Daniel, que não queria recebê-los, pois es-tava ansioso para que toda glória fosse dada ao Senhor. Daniel foi honrado e engrandecido porque foi fiel ao Senhor, não porque fez concessões em suas convicções. Ele sentou-se à entrada, que era o local de autoridade. Ló também se sentou à entrada da cidade (Gn 19:1), mas, porque fez concessões e afastou- se da vontade de Deus, ele perdeu tudo por causa disso! Observe que Daniel não guarda as honras para si mesmo; ele pede que os três amigos também sejam promovidos (v. 49). Quanto mais conhecemos esse ho-mem, mais o amamos por sua hu-mildade e abnegação.

    No capítulo 7, veremos esses reinos de novo. Eles serão retrata-dos como animais selvagens, por-que é assim que Deus vê a história humana. O Senhor não se impres-siona com o ouro, a prata e o bron-ze. Ele vê o coração do homem e sabe que os reinos do mundo es-tão cheios de violência e pecado. Do ponto de vista do homem, os reinos terrestres são como metal — durável e forte; da perspectiva do

    Senhor, são animais ferozes que devem ser mortos. Daniel tinha paz e confiança perfeitas, pois co-nhecia os planos de Deus para o futuro. Os cristãos que conhecem a Palavra do Senhor e crêem nela também têm paz.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 49
    2.1 Segundo ano. O ano 603, pois, quando cercou a Jerusalém, Nabucodonosor estava regendo ao lado de seu pai Nabupolassar.

    2.2 Magos... encantadores... feiticeiros... caldeus. Eram sábios da época, o v. 13 assim os chama. Eram os conselheiros do rei.

    2.4 Em aramaico. Com estas palavras, inicia-se a seção do livro escrita em aramaico, que vai até ao fim do capítulo 7.

    2.5 Uma coisa é certa... A tradução que diz: "o que foi me tem escapado" é errada, e não explica o verdadeiro motivo do rei. O sonho era tão importante para ele e seu império, que a única prova da exatidão das interpretações era consultar os sábios para verificar se estes poderiam contar primeiro os sonhos do rei.

    2.6 Aos sábios da época ofereciam-se, ao mesmo tempo, grandes prêmios e terríveis ameaças, comp. Ez 3:15.

    2.9 Saberei. Contar o sonho é a prova do valor dos feiticeiros e da sua interpretação mas este poder está fora do seu alcance.

    2.10 Não há mortal. O desespero leva os magos a enfrentar o rei, explicando que só têm o poder de interpretar sinais dados pelas divindades, mas nunca de fazer os sinais aparecerem.

    2.11 Os deuses. Esta palavra é, também, o plural de majestade, e deve ser traduzida como "Deus" - porque, embora os magos da época acreditassem que certos demônios e anjos vivessem entre os homens, estão aqui percebendo que o que o rei está pedindo está nas mãos do próprio Deus, e é a Ele que Daniel recorre, vv. 17-23.

    2.12 Matassem a todos. Resultado da fúria de Nabucodonosor, que era um déspota. No, final, entretanto, se vê que nunca perdeu o hábito da época, de recorrer aos sábios, Ez 4:6-27; 1Jo 2:18.

    2.29 O que há de ser depois disto. O futuro, em geral, o que havia de acontecer daquela data em diante.

    2.31 Daniel começa a relatar o conteúdo do sonho, que realmente é uma visão do curso da história do mundo, com seus impérios.
    2.35 Vestígios. O reino representado por esta Pedra não deixará nenhum sinal de outros reinos haverem existido, Jesus disse: Portanto vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhes produza os respectivos frutos. Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó, Mt 22:42-44.

    2.37 Tu, ó rei. Nabucodonosor, e o império da Babilônia do qual era a encarnação, era o primeiro dos poderes mundiais do sonho.

    2.39 Outro reino. Dois braços de prata, o império da Média e da Pérsia, simbolizado pelo urso Dt 7:5 e o carneiro Dt 8:3 e 4, das visões paralelas. Terceiro reino. Grécia, o reino de bronze, o leopardo Dt 7:6 e o bodeDt 8:5. Os gregos vestiam-se com armaduras de bronze.

    2.40 O quarto reino. O império romano, o quarto animalDt 7:7, Dt 7:23.

    2.43 Não se ligarão. Uma diversidade na sua constituição interna que nunca se fundirá em um só. Assim os romanos eram um povo forte e disciplinado, mas formaram alianças com nações estranhas que, infiltrando-se na própria cidade de Roma, trouxeram vícios, superstições e fraqueza de caráter ao império.

    2.44 Os dias destes reis. Nos tempos dos reinos humanos, Deus estabelece o reino dos Céus. Assim também o Credo Apostólico menciona a ocasião do sofrimento de Cristo "sob Pôncio Pilatos", e Lucas, toma grande cuidado em dar a data humana da vinda de Cristo, Lc 1:5; Lc 2:2; Lc 3:1 e 2. Deus... suscitará. A vinda de Cristo é um ato de soberania divina, e nenhuma civilização humana poderia ter sido usada para produzir o Salvador.

    2.45 Sem auxílio de mãos. Cristo é a pedra que vive, posta por Deus, que quer dizer que, os crentes também vivem para ser o sacerdócio real de Deus, edificados em Cristo (1 Pe 2:4-10).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 49
    II. O SONHO ESQUECIDO DE NABUCODONOSOR (2:1-49)

    1) O tirano frustrado (2:1-13)
    v. 1. No segundo ano\ 603 a.C. Se Daniel foi deportado em 605 a.C., esse foi considerado o ano da ascensão de Nabucodonosor na Babilônia, de forma que o seu segundo ano seria o terceiro ano de Daniel no exílio, ele não conseguia dormir, acordado repentinamente por um sonho vívido, o rei supersticioso exigiu uma explicação imediata, v. 2. os feiticeiros e os astrólogos’. (nota de rodapé da NVI: “caldeus”) amplia 1.20; a lista dos integrantes do corpo acadêmico do rei destaca a sua proeminência, revelada igualmente nos seus escritos remanescentes da época. v. 4. O discurso e tudo que segue até o final do cap. 7 está em aramaico, e não em hebraico (v. Introdução, “As línguas de Daniel”). Essa mudança é comentada por meio da expressão em aramaico depois de os astrólogos responderam [ao rei], acrescentada, assim se pensa, como aviso aos leitores e copistas. Na Babilônia, o aramaico era escrito com tinta sobre papiro ou pergaminho, materiais que apodreceram no solo úmido; assim, exemplares da língua da capital de Nabucodonosor são raras anotações rabiscadas em superfícies mais duráveis.

    Elas são suficientes para provar o uso bastante difundido do aramaico naquela região. O rei, vive para sempre!’. a oração comum a favor de um monarca no ATOS a partir de Davi (1Rs 1:31). interpretaremos-, aram. pesar, sugere uma solução inacessível para a maioria; em Daniel, ela é com frequência dada por Deus e aplicada a mistérios que aptidões comuns não conseguem desvendar, como em 2.30; 4.9. Mais tarde, a forma hebraica da palavra foi empregada pelos homens de Cunrã nos seus comentários das Escrituras, explicando-as à luz dos eventos correntes (v. F. F. Bruce, Biblical Exegesis in the Qumran Texts, Londres, 1960). v. 5. Nabucodonosor exigiu satisfação em troca dos privilégios usufruídos pelos seus estudiosos; qualquer coisa que ele quisesse saber, eles teriam de ser capazes de explicar. Ele pode ter feito de conta, ou pode de fato ter esquecido o sonho, somente sabendo que tinha tido um sonho muito claro, uma experiência compartilhada por muitos. Esta é a minha decisão’, tomada por empréstimo do antigo persa, uma palavra incomum que significa “ter decidido”, agora comprovada em textos antigos, daí a diferença entre a NVI e a ARC. cortados em pedaços [...] presentes, recompensas (v. 6): são os extremos típicos de governantes autoritários, encontrados novamente em 3.29; 5.7, agora mostrando o pânico do rei diante da sombra ameaçadora do seu sonho. A sua impaciência (v. 8,9) é mais um sinal do seu pavor. v. 10,11. O conhecimento dos babilônios fundamentava-se em fatos e eventos observados, não oferecendo, assim, meio para satisfazer o rei, visto que ele não poderia, ou não iria, fornecer os dados básicos. A sua resposta foi precisa. Os sábios não estavam qualificados adequadamente, e os seus feitiços não eram capazes de obrigar os seus deuses a revelar o sonho, v. 12,13. O rei frustrado ou enganado não teve piedade; foi dada a ordem formal para a execução imediata. Todos os sábios foram condenados, e não somente os fracassados que se encontraram com o rei.


    2) A sabedoria de Daniel (2:14-18)
    A conduta de Daniel o salvou da morte instantânea. E evidente que um sistema de
    escalas de serviço ou outra responsabilidade fez que ele e seus amigos não estivessem na corte e não soubessem da crise. Assim como tinha feito com o chefe dos oficiais (1.9), Daniel conseguiu conquistar a benevolência também do comandante da guarda do rei. A essa altura, assim podemos supor, o rei tinha se acalmado, pois recebeu Daniel e lhe deu o período de graça que este pediu. No seu estado inconstante, talvez Nabucodono-sor nem quisesse que Daniel também fosse morto. Sem dúvida, todos os sábios se refugiaram na oração; Daniel e seus amigos estavam nessa mesma angústia, mas, como Elias, eles adoravam uma divindade que sabiam que os tinha colocado onde estavam e que era capaz de lhes conceder a misericórdia da suspensão da pena ao lhes revelar o mistério (v.comentário do v. 4).


    3)    Daniel adora a Deus (2:19-23)

    As palavras no cântico de Daniel são adequadas em cada frase. Honrado pelo rei pelo seu conhecimento, e prestes a ser ricamente recompensado, ele proclama o nome de Deus para que seja honrado soberanamente como a fonte da sabedoria, o controlador de todas as eras, dinastias e monarcas, onisciente, aquele que supre os seus de acordo com as suas necessidades, v. 19. A expressão Deus dos céus denota o Deus de Israel particularmente nos escritos pós-exílicos, às vezes acrescido de “e da terra”, identifícando-o pela sua universalidade e transcendência, evitando elos locais que poderiam limitá-lo.


    4)    Daniel revela o sonho (2:24-35)
    v. 24.
    Embora tivesse tido acesso ao rei

    pouco tempo antes (v. 16), Daniel agora se aproxima do rei por meio do comandante da guarda, atrasando-o nas execuções, e assim permitindo ao homem em quem o rei provavelmente mais confiava levá-lo à sua presença com essa questão tão sensível, v. 26. Uma nota de esperança angustiante pode ser detectada na pergunta do rei quando o brilhante jovem se apresenta a ele. v. 27. A resposta de Daniel está em concordância com a sua atitude e com a atitude dos seus colegas pagãos; o problema está acima da aptidão humana.

    v. 28. mas existe um Deus nos céus: essa expressão calmamente conduz o rei ao pensamento de um Ser diferente dos seus próprios deuses, o que acontecerá nos últimos dias: a pergunta para a qual todo homem quer resposta em algum momento da sua vida foi respondida de forma extraordinária para o rei. Por que Deus deveria revelar os fatos da história futura a Nabucodonosor? A sua reação, enco-rajadora para todos os judeus fiéis na Babilônia, foi uma razão. Outra, foi a provisão nos registros escritos de uma profecia que poderia ser seguida pelas gerações futuras. Algumas versões trazem aqui “nos dias por vir”, e isso inclui o futuro a partir daquela época até o momento decisivo, e.g., a conquista assíria em Nu 24:14-4; a rebelião de Israel em Dt 29:39; aqui é o estabelecimento do reino divino, v. 29. No seu segundo ano, já um militar vitorioso, monarca de um reino enorme, é compreensível que Nabucodonosor tenha tido em mente os seus anos seguintes, planejando e tramando para aumentar a glória dos deuses e do rei da Babilônia. O sonho penetrou numa mente receptiva. Daniel cuidadosamente destacou a sua incapacidade humana e garantiu ao rei que lhe daria a explicação para o seu benefício, e não para sua própria glória, v. 31-35. O sonho foi simples e direto, mas amedrontador. A estátua a ser derrubada era Nabucodonosor? Era ele a pedra? Era natural que ele ficasse ansioso. A estátua com tamanho exagerado é um fenômeno típico dos sonhos; não era necessário buscar nenhuma identificação em algum ídolo da Babilônia. Somente os pés em parte de ferro e em parte de barro dão certa dificuldade de compreensão da visão. E bem provável que os pés fossem moldados em argila sobre um cerne ou esqueleto de ferro que se encaixava nas pernas, na forma em que construções reforçadas de concreto são levantadas. Gomo os babilônios e os hebreus não tinham um conceito de eventos “naturais”, uma pedra solta sem o auxílio de mãos seria considerada como enviada dos céus. Acerca de (ou “palha”), conforme Sl 1:4 etc.


    5) Daniel interpreta o sonho (2:36-45)
    A interpretação dá um significado a cada parte, mas com poucos detalhes; aspectos como olhos e mãos não são tratados separadamente, v. 36. nós o interpretaremos'. Montgomery corretamente compara esse “nós” com o “nós” de Paulo (e.g., 2Co 1:6), usado com certa humildade; a presente mensagem não era de Daniel. No entanto, foi expressa por Daniel, e ele escolheu as palavras elegantes do v. 37, seguindo o modelo da etiqueta real, colocando de forma enfática o Deus dos céus no lugar em que deidades pagãs seriam citadas pelos outros sábios, v. 37. rei de reis continuou a ser o título do monarca persa até tempos modernos; recebeu proeminência no tempo dos governantes aquemênidas, mas eles o tomaram emprestado dos seus predecessores, entre eles assírios e outros reis que o usaram séculos antes. v. 38. governante deles todos\ pode representar a reivindicação de Nabucodonosor, mesmo que não estritamente correta, enquanto a inclusão de animais e aves alude ao poder supremo dos reis ilustrado de forma tão clara nos relevos assírios que retratam a caça. Daniel pode ter tido o pensamento de Gn 1:28 também, conforme Jr 27:6Jr 28:14. v. 38. cabeça de ouro-, em retrospectiva, a Babilônia parece menos impressionante em extensão territorial e duração do que o Império Persa que a seguiu. Nesse contexto, nenhum outro retrato da potência da época era possível, porque Nabucodonosor dificilmente se consideraria inferior a qualquer rei antecedente, nem favoreceria indicações de qualquer sucessor que fosse retratado de forma mais brilhante. Se ele se sentiu lisonjeado, Daniel lhe ensinou que a sua grande majestade vinha do mesmo Deus do seu sonho. v. 39. outro reino-, nenhum nome foi revelado a Nabucodonosor, deixando o campo aberto para especulações desde então! Como seria inferior, não se sabe. um terceiro reino é caracterizado por sua universalidade, um quarto reino (v. 40) por sua violência e diversidade, um Estado composto, tentando alcançar a unidade por meio de casamentos mistos, e falhando nisso. Na estrutura da imagem do sonho, cada parte se encaixa na seguinte, de forma que explicações históricas não pressupõem um hiato entre um reino e o seguinte. Enquanto os estágios estão em escala descendente no que tange à importância monetária, eles estão em escala ascendente com relação ao poder, um fator a ser levado em consideração na interpretação da estátua. Após o império de Nabucodonosor, veio o Império Persa (v.comentário Dt 5:30 e a Introdução, “Daniel e a história”), que é, portanto, o segundo reino. Muitos comentaristas que defendem o ponto de vista de que todas as profecias de Daniel culminam com Antíoco Epifânio são forçados a interpolar um Estado da Média a essa altura, o que não pode ser fundamentado (v. Introdução, “Daniel e a história”). O império de Alexandre, o Grande, nos proporciona o terceiro reino, e os seus descendentes a certa altura dão lugar ao quarto, Roma. Esse é o ponto de vista tradicionalmente defendido na igreja cristã. Se argumentarmos que todas as profecias de Daniel têm as mesmas referências, obtemos a Pérsia como o terceiro reino e o império de Alexandre como o quarto, ou o de Alexandre como o terceiro e o de seus sucessores como o quarto. (A descrição do quarto se encaixa com Roma e com Alexandre). A pedra é então o “reino de Deus”, indeterminado. Com base na visão tradicional então, como disse Paulo de uma outra pedra, “essa rocha era Cristo” (1Co 10:4), cujo advento introduziu um novo reino verdadeiramente universal e duradouro, v. 45. O discurso de Daniel terminou como havia começado, com um lembrete do Autor da visão, o Deus poderoso, e a certeza do cumprimento. Não havia condições.


    6) A recompensa de Daniel (2:46-49) v. 46. A reação do rei mostrou o seu alívio e a exatidão da compreensão de Daniel. Se o rei tinha esquecido o seu sonho, Daniel o trouxe de volta à mente; se ele estava fazendo de conta, Daniel passou no teste. A reverência prestada a Daniel por Nabucodonosor tem afligido os comentaristas, pois o humano e piedoso Daniel parece estar recebendo honrarias divinas. Jerônimo supôs que o rei estava adorando o Deus que ele conheceu por meio de Daniel, e Young teve a impressão de que Daniel “não iria tomar sobre Sl a honra que pertencia somente a Deus”. Por válidas que essas expressões possam ser, há indicações de que atos reservados para a adoração divina na prática hebréia e cristã eram dirigidos a pessoas exaltadas na Babilônia e na Pérsia. O alívio de Nabucodonosor pode tê-lo conduzido a uma atitude tão exagerada quanto a sua fúria anterior, v. 47. Daniel havia contado a seu rei quanto o seu Deus era poderoso e exaltado; agora Nabucodonosor o reconhecia como a fonte da percepção de Daniel. Ele o aclamou como o maior entre os deuses, sem se tornar monoteísta. Em seguida, recompensou Daniel como havia prometido, e Daniel fez questão de compartilhar isso com os amigos que tinham orado com ele. A posição de governante trazia grandes riquezas em tributos, ao mesmo tempo que acarretava muitas responsabilidades. Ao delegá-las, Daniel conseguiu manter o seu lugar de grande influência no gabinete. v. 48. e o encarregou de todos os sábios da província: essa posição é criticada como impossível para um judeu fiel, junto com o seu título de “chefe dos magos” em 4.9. Mas o seu ofício talvez não o tenha envolvido nas atividades dos seus subordinados; a sua destreza na área tinha sido comprovada. Os amigos de Daniel parecem compartilhar com naturalidade o seu triunfo. A sua presença também suaviza a transição para o cap. 3, em que eles são proeminentes e Daniel está totalmente ausente.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 1 até o 49

    II. As Nações da Terra - Seu Caráter, Relações e Destino. 2:4b - 7:28.

    A. Nabucodonosor Sonha com uma Grande Imagem: Uma

    Profecia sobre os Tempos dos Gentios. Dn 2:1-49.

    (Para se incluir 2:1-4a aqui, veja observação sobre Dn 1:21).

    Nesta parte conta-se que Nabucodonosor teve um sonho terrível (v. Dn 2:1), que foi usado para experimentar a capacidade e disposição de seus conselheiros ocultos (vs. Dn 2:2-6). O fracasso do principal grupo de "sábios" em reproduzir e interpretar o sonho põe em perigo as vidas de todos os sábios, inclusive os quatro hebreus (vs. Dn 2:7-12). Mas Daniel, sustentado por intercessões suas e de seus amigos, reproduz o sonho (vs. Dn 2:13-23). Ele conta o sonho a Nabucodonosor (vs. Dn 2:24-35) e fornece uma interpretação divina (vs. Dn 2:36-45). Como recompensa Daniel é feito "governador" sobre a província da Babilônia, no que ele garante promoções para os seus três companheiros (vs. Dn 2:46-49). A interpretação do sonho fornece ao leitor um esboço da sucessão dos reinos mundiais desde o tempo de

    Nabucodonosor até a filial instauração visível do reino de Cristo na Sua segunda vinda. (Com relação aos diversos pontos de vista sobre este capítulo, veja observação no final do capítulo.)


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Daniel Capítulo 2 do versículo 24 até o 49
    c) A interpretação do sonho (Dn 2:24-49)

    Quando Daniel reapareceu perante o rei procurou deixar claro que não viera dar a interpretação do sonho mediante seu próprio poder, mas deu a glória a Deus (28). O sonho foi de natureza escatológica, isto é, tinha a ver com o fim dos dias ou, em outras palavras, com a era messiânica (cfr. At 2:16-17; 1Tm 4:1; He 1:1). Daniel relata o conteúdo do sonho descrevendo o colosso que o rei tinha visto, cujas diversas porções eram feitas de diferentes metais. A cabeça de ouro foi identificada como o próprio Nabucodonosor, e isso provavelmente significa que devemos compreender o império babilônico representado por seu grande rei. Outras partes da imagem, segundo Daniel, representam outros reinos.

    Diferentes interpretações a respeito dessa simbologia têm sido aventadas. A maioria dos eruditos críticos que negam a autenticidade de Daniel acreditam que os quatro impérios representados pelo colosso são: Babilônia, Média, Pérsia e Grécia. Tem sido sustentado por alguns dos advogados dessa posição que, visto que a Média não existia como império separado após a queda da Babilônia, que o livro de Daniel está, portanto, laborando em erro. Há, entretanto, fortes razões para que essa identificação seja rejeitada (ver The Prophecy of Daniel, págs. 275-294). Objeções a esse ponto de vista serão destacadas conforme for prosseguindo a exposição. De tempos em tempos os eruditos conservadores têm identificado os reinos como Babilônia, Medo-Pérsia, o Império de Alexandre, e os sucessores de Alexandre. Mas, em sua maioria, a posição conservadora tradicional tem sido a identificação desses reinos como Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Essa é a única posição que pode interpretar corretamente o versículo 44, um versículo que declara distintamente que o reino messiânico seria erigido nos dias dos reinos já mencionados. Os dois primeiros pontos de vista assumem que o reino messiânico será erigido após os quatro impérios humanos, e isso está definidamente contra o ensino do versículo 44.

    O ensino dispensacionalista interpreta os dez dedos da imagem como a representar um tempo que o Império Romano será revivificado e dividido em dez reinos. Deve-se notar, entretanto, que menção nenhuma é feita quanto ao número dos artelhos.

    >Dn 2:34

    A pedra cortada, sem mão (34) representa o Messias e o crescimento do reino messiânico, reino esse que é descrito como de duração eterna e de origem divina (44), assim ficando contrastado com os impérios humanos e temporais do colosso.

    Deus é Deus dos deuses... (47). A confissão do Nabucodonosor em realidade não se eleva acima do nível do politeísmo. Ele reconhece a superioridade do Deus de Daniel; contudo, não O adora como o único verdadeiro Deus.

    Não é necessário imaginar que o engrandecimento de Daniel (48) tenha envolvido necessariamente o profeta nas superstições de Babilônia. Podemos estar certos que um homem de devoção total a Deus, tal como ele foi, o conservaria livre de tal conspiração.


    Dicionário

    Arioque

    -

    Arioque [Como Um Leão] -

    1) Rei de Elasar, na Síria, um dos quatro reis que prenderam LÓ (Gn 14:1)

    2) Comandante da guarda de NABUCODONOSOR (Dn 2:14).

    nobre

    1. Rei de Elasar e um dos quatro monarcas da Mesopotâmia que invadiram a Palestina no tempo de Abraão (veja também Tidal, Anrafel e Quedorlaomer; Gn 14:1-9). O relato de Gênesis 14 é particularmente interessante porque destaca como a região do vale do Jordão era cobiçada, a ponto de atrair uma confederação de reis de terras longínquas, e destaca também o rápido aumento da influência de Abr(a)ão na região.

    Fica claro que a confederação invasora era liderada por Quedorlaomer (Gn 14:4-5). Esses reis já tinham conquistado várias cidades do vale do rio Jordão e da região ao redor do mar Morto e dominaram a terra por doze anos. No 13o ano os reis locais se rebelaram e declararam guerra contra os invasores (veja Bera, Birsa, Sinabe e Semeber). Uma vez mais, entretanto, foram derrotados e fugiram. Os quatro reis assumiram o controle de uma grande extensão de terra, que incluía as cidades de Sodoma e Gomorra, as quais foram totalmente saqueadas. O povo foi levado cativo, inclusive Ló, sobrinho de Abraão. Isso fez com que nosso patriarca entrasse em cena. Quando ouviu o que acontecera, perseguiu Quedorlaomer e alcançou-o bem ao norte. Num ataque rápido e inteligente, Abraão derrotou a confederação dos reis e voltou com Ló e todos os cativos (Gn 14:14-17).

    Os reis invasores vieram da mesma região que fora o lar de Abraão. A vitória do nosso patriarca sobre os quatro monarcas, narrada em Gênesis 14, é significativa, porque mostra a vitória de Deus, indica o estabelecimento de Abraão em Canaã e a sua separação final e completa da vida anterior. Desse ponto em diante, a influência de Abraão na “terra prometida” cresceu cada vez mais, sob a direção e a soberania de Deus.

    2. Comandante da guarda real da Babilônia, na época de Daniel. Recebeu ordem de Nabucodonosor para executar todos os sábios do reino, por serem incapazes de interpretar seu sonho (Dn 2:14-15). O jovem hebreu ainda não sabia que o rei queria a interpretação do sonho; assim, quando Arioque o informou, pediu um prazo para descobrir o seu significado (v.16). Depois de orar a Deus, Daniel veio a Nabucodonosor, explicou o sonho e, assim, foi poupado da morte. De fato, o Senhor usou o incidente para colocar seu servo numa posição de destaque na Babilônia (vv.24,25). P.D.G.


    Assim

    advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
    Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
    Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
    Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
    conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
    Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
    locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
    locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
    expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
    Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
    Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
    Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

    Babilônia

    substantivo feminino Metrópole construída sem planificação: o antigo bairro virou uma babilônia.
    Figurado Babel; ausência de ordem, de regras; grande confusão e desordem.
    História Antiga cidade da região da Mesopotâmia, situada entre os rios Eufrates e Tigre, atualmente constitui o território do Iraque.
    Etimologia (origem da palavra babilônia). Do latim babylonius.a.um.

    Babilônia, Bavêl, em hebraico, está relacionada com a palavra Bilbul, que significa mistura, confusão. Bavêl corresponde ao mundo e suas nações, onde o sagrado, o mundano e o proibido estão todos misturados e é difícil diferenciá-los.

    Babilônia
    1) Nome de uma região e de sua capital (Gn 10:10), NTLH; (2Rs 20:12). A cidade foi construída na margem esquerda do rio Eufrates, onde agora existe o Iraque. (Gn 11:1-9) conta como a construção de uma torre ali não foi terminada porque Deus confundiu a língua falada pelos seus construtores.
    2) Provavelmente Roma (1Pe 5:13); (Ap 14:8); 16.19;

    Constituído

    adjetivo Que se consegue constituir; que foi formado; que está pronto; organizado.
    Que se encontra determinado ou estabelecido por uma constituição.
    Etimologia (origem da palavra constituído). Part. de constituir.

    Daniel

    Deus é meu Juiz. 1. Segundo filho de Davi, que lhe nasceu em Hebrom, de Abigail, a carmelita (1 Cr 3.1). Mas em 2 Sm 3.3 o seu nome é Quileabe. 2. o profeta Daniel, de cuja vida pouco se sabe, a não ser o que pode ser colhido do livro que tem o seu nome. Ele não foi sacerdote, como Jeremias e Ezequiel – mas era como isaías, da tribo de Judá, e provavelmente membro da família real (1.3 a 6). Foi levado para Babilônia, quando ainda jovem (1,4) no terceiro ano de Jeoaquim (605 a.C.), oito anos antes da ida de Ezequiel. Quando chegou à Babilônia foi colocado na corte de Nabucodonosor – ali tornou-se conhecedor da ciência dos caldeus, alcançando uma sabedoria superior à deles. o primeiro acontecimento que tornou conhecido Daniel, e que lhe deu grande influência, foi o ter revelado e explicado o sonho de Nabucodonosor. Este fato ocorreu no segundo ano do exclusivo reinado daquele monarca, isto é, em 603. Depois disso foram os seus companheiros salvos de morrer na fornalha de fogo, em que tinham sido lançados por se terem recusado a prestar culto a uma imagem – e alguns anos mais tarde sucedeu o segundo sonho de Nabucodonosor. os acontecimentos registrados no cap. 5 do livro de Daniel, isto é, o banquete de Belsazar e as palavras escritas na parede parece terem ocorrido no ano 538 a. C., pelo fim do reinado de Nabonido, representado em Babilônia pelo seu filho Belsazar. Naquela noite foi assassinado o jovem príncipe (que tinha a denominação de ‘rei’) e mudada a dinastia. Daniel tinha sido elevado por Nabucodonosor a alta posição e poder: e ele ocupou lugar honroso, embora com interrupção, durante o governo da dinastia babilônia e da persa. No reinado de Dario foi aquele servo de Deus lançado numa cova de leões, pela sua fidelidade para com a religião de Moisés, mas viu-se miraculosamente salvo. Ele profetizou durante o cativeiro (1.21), sendo a sua última profecia revelada dois anos mais tarde, no terceiro ano do reinado de Ciro (10.1). Foi um modelo de fidelidade na religião do Senhor, mesmo numa terra estranha. Ezequiel menciona Daniel, e também Noé e Jó, como homens justos (14.14,20), e dotados de especial sabedoria (28.3). Se for este o mesmo Daniel, é muito notável ter sido posto um jovem contemporâneo na mesma classe de grandes homens da antigüidade. Jesus Cristo cita-o como profeta (Mt 24:15). 3. Um descendente de itamar, que voltou do exílio com Esdras (Ed 8:2), e selou o pacto traçado por Neemias (Ne 10:6).

    (Heb. “meu juiz é Deus”). Três pessoas no Antigo Testamento são chamadas de Daniel:
    (1). Um filho do rei Davi;
    (2). um eLivros de Judá, que se tornou um oficial do alto escalão nos governos dos impérios babilônico e medo-persa, bem como profeta de Deus; e
    (3). um líder judeu que retornou da Babilônia com Esdras.


    1. Daniel, filho de Davi, é citado apenas em I Crônicas 3:1. Era o segundo filho de Davi. Sua mãe era Abigail e ele nasceu durante os sete anos e meio em que seu pai reinou em Hebrom (1Cr 3:1-4). Parece que também era chamado de Quileabe, pois este é o nome dado ao segundo filho de Davi e Abigail, nascido em Hebrom, em II Samuel 3:3.


    2. Daniel, o eLivros e profeta, é citado apenas no livro de Daniel (tanto nas partes em hebraico como em aramaico), no AT; e em Mateus 24:15, no NT. Há também a possibilidade de que seja o mesmo nome mencionado no livro de Ezequiel. Na última parte do século XIX houve considerável ceticismo com respeito aos aspectos históricos da vida de Daniel, principalmente quanto à própria existência de personagens como Belssazar e Dario, o Medo. Além disso, a tendência de menosprezar a possibilidade da previsão profética sobrenatural contribuiu imensamente para uma notável hesitação sobre a confiabilidade do retrato bíblico de Daniel. Novas evidências históricas, entretanto, bem como o estudo mais aprofundado, reforçaram a exatidão histórica do livro; também, em muitos setores da teologia, há uma consideração renovada na viabilidade das profecias bíblicas diante dos fatos.

    A reconstrução da seqüência dos fatos na vida de Daniel, partindo do livro que leva seu nome, é um grande desafio. O texto desenvolve-se em tópicos, não ordenados cronologicamente em seus movimentos mais amplos; por exemplo, os episódios citados em Daniel 7 são bem anteriores aos citados nos capítulos 5:6. O fato mais notável, entretanto, é a escassez de informações sobre o próprio Daniel, quando tinha de 20 a 25 anos (antes de 600 a.C., v.1), até os incidentes datados em Daniel 5:10 (por volta de 553-536 a.C.).

    O único evento registrado em que Daniel é visto, durante o período agitado de 50 anos, é sua interpretação da segunda visão do rei Nabucodonosor, no cap 4. Não é possível estabelecer a data dos eventos deste registro de forma mais precisa; sabe-se apenas que foi em alguma época antes do final do reinado de Nabucodonosor, em 562 a.C. Assim, tudo o que se sabe de um período de quase meio século da vida de Daniel é a informação reduzida proporcionada por esse capítulo.

    O local e a data tanto do nascimento como da morte de Daniel não são citados explicitamente nas Escrituras. Desde que este livro enfoca a invasão inicial de Jerusalém por Nabucodonosor (Dn 1:1-2), ocasião em que este jovem foi levado para a Babilônia (Dn 1:3-6), é muito provável que tenha nascido e crescido em Jerusalém. Além disso, se a invasão aconteceu em 605 a.C., quando foi colocado na categoria de “jovem” que seria educado (Dn 1:4), provavelmente tivesse entre 15 e 20 anos de idade. Isso colocaria a data de seu nascimento por volta de 625 a 620 a.C., pela metade do reinado de Josias, o último rei piedoso que governou Judá (640 a 609 a.C.; 2Cr 34:35).

    O último evento datado no livro de Daniel é a revelação dada ao profeta “no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia” (Dn 10:1), às margens do rio Tigre (Dn 10:4). Como o Império Babilônico caiu diante da aliança medo-persa, em 539 a.C., isso significaria que o último evento cronológico no livro de Daniel aconteceu em 537 e 536 a.C. No final da profecia, entretanto, um ser celestial (12:
    7) disse a Daniel: “vai-te até que chegue o fim” (isto é, até sua morte; 12:13). Isso poderia indicar que o profeta ainda viveria por mais algum tempo. Assim, é quase certo que Daniel viveu bem mais de 80 anos, provavelmente até passou dos 90. Por não ter acompanhado a primeira leva de eLivross judeus que retornaram “no primeiro ano de Ciro” (Ed 1:1), parece que Daniel morreu na Pérsia, e passou assim 70 anos (ou mais) de sua vida longe de sua terra natal.

    Não é possível determinar mais nenhum dado específico sobre os antecedentes familiares de Daniel, a não ser que estava entre os (Dn 1:6) da “linhagem real e dos nobres” (Dn 1:3). Se ele passou os anos de sua infância na presença da corte real em Jerusalém, seu sentimento com relação à trágica queda de Judá e o exílio na Babilônia seria ainda maior. Sua experiência anterior em tais círculos, contudo, pode ter sido de grande valia nas posições que ocupou mais tarde no governo da Babilônia e da Pérsia.

    Quando Daniel iniciou o estudo de três anos, pelo qual passavam os que entravam para o serviço do rei Nabucodonosor (Dn 1:5), recebeu o nome babilônico (assim como aconteceu com seus companheiros) de Beltessazar (v.7), que significa algo como “Bel (um deus babilônico) protege sua vida”. O nome não é simplesmente a forma babilônica para Daniel e incorpora especificamente o nome de uma divindade pagã, em lugar do Deus dos judeus (o sufixo “El”); por isso, parece que o novo nome fazia parte de uma orientação sistemática para que os estudantes abraçassem completamente todos os aspectos da nova sociedade da qual faziam parte, o que era compreensível.

    Não se sabe com clareza qual a plena natureza do processo educacional no qual Daniel foi colocado ao chegar à Babilônia, embora conheçamos bem seu rigor e sua amplitude. Ele e seus companheiros foram treinados entre os melhores e mais brilhantes jovens do império (Dn 1:4). Capacitados por Deus (Dn 1:17), provaram ser muito superiores não somente aos outros estudantes (1:19), como também a “todos os magos e encantadores que havia em todo o reino” (v. 20).

    As matérias estudadas são citadas em Daniel 1:4 como as letras e a língua dos caldeus. O
    v. 17, entretanto, amplia o quadro e inclui “cultura e sabedoria”, a fim de abranger também “todas as visões” e “todos os sonhos”. No final dos três árduos anos de treinamento (o primeiro e o último poderiam ser frações, considerados como um ano completo na contagem do tempo daquela cultura) havia um exame oral feito por Nabucodonosor, no qual a sabedoria e o entendimento eram medidos e comparados com “todos os magos e encantadores” que já estavam a serviço do rei (Dn 1:20). Essas declarações indicam fortemente que o programa incluía instrução em magia, adivinhação e provavelmente astrologia como parte do estudo da venerada literatura babilônica. Depois de um furioso decreto feito por Nabucodonosor, que ordenava a execução de “todos os sábios da Babilônia” (Dn 2:12), devido ao fracasso dos conselheiros em detalhar e interpretar o sonho do rei (vv 1-11), Daniel e seus companheiros entraram em cena. Arioque, chefe da guarda real, informou-os sobre o incidente e a ordem de execução (vv. 14-16), na qual eles também estavam incluídos (v. 13); os jovens judeus puseram-se diante de Deus e oraram juntos durante toda a noite (vv.17-23) e “então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” (v. 19). A explicação do profeta sobre o sonho e o seu significado não somente salvou a vida dos sábios como também levou o rei Nabucodonosor a louvar ao Deus de Daniel (Dn 2:47) e a elevá-lo, juntamente com seus companheiros, às mais altas posições do governo da Babilônia (v. 48,49).

    É extremamente difícil determinar quando esse incidente aconteceu na vida de Daniel. Por um lado, a referência ao segundo ano do reinado de Nabucodonosor (Dn 2:1) colocaria o fato dentro do período inicial dos três anos de treinamento, citados no
    v. 5. Se assim for, Daniel 2 funcionaria como um tipo de retrospectiva, usada para demonstrar a habilidade especial do profeta para entender as visões e os sonhos (Dn 1:17). Esse entendimento é levemente preferível, embora resulte na conclusão de que Daniel foi nomeado para um alto cargo por Nabucodonosor, antes mesmo de completar seu período de treinamento (Dn 2:48-49). Isso não explicaria melhor, entretanto, a conclusão um tanto exagerada do rei em Daniel 1:20 (considerando-os dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores) e a descrição do profeta como meramente “um dentre os filhos dos cativos de Judá” (Dn 2:25), em vez de um honorável sábio que já se encontrava a serviço do rei (Dn 1:19-20).

    Daniel 3 é o único capítulo do livro em que o profeta não é mencionado, e o cap 4 começa com Nabucodonosor aparentemente no auge de seu poder. Os eventos que se seguem inferem que o capítulo também registra a elevada influência de Daniel no governo. Depois que o profeta interpreta uma visão que adverte severamente o rei sobre as conseqüências de sua auto-exaltação, em lugar de glorificar o Deus verdadeiro (Dn 4:9-27), Nabucodonosor só é capaz de controlar seu orgulho por um ano (vv. 28-32). Sua auto-exaltação imediatamente resultou no castigo que fora predito: receberia a mente de um animal e viveria como um irracional por “sete tempos” (Dn 4:16-23,32,33).

    O significado dos “sete tempos” não está claro; a forma como o Império Babilônico foi governado durante o período em que o rei permaneceu mentalmente incapacitado é ainda mais obscura! A expressão “sete tempos” pode simplesmente referir-se a um período indefinido ou significar a um ciclo do calendário, como um mês ou um ano. Se o entendimento comum de que “um tempo” era uma estação anual de colheita estiver correto, então o rei ficou impossibilitado de governar por sete anos.

    Desde que Daniel fora nomeado conselheiro-chefe da corte real (Dn 2:49), e é chamado de “chefe dos magos” (Dn 4:9), é bem provável que tenha desempenhado um papel fundamental na manutenção da estabilidade do governo enquanto Nabucodonosor esteve afastado de sua função. Mesmo que o período tenha sido de poucas semanas ou meses e embora o império estivesse em paz, seria de se esperar que o vácuo causado pela ausência de uma figura tão inteligente e imponente como Nabucodonosor fosse rapidamente notada. Assim, desde que não existe nenuma indicação de uma luta interna pelo poder ou declínio durante sua ausência, é provável que oficiais altamente respeitáveis, como Daniel, tenham tratado dos assuntos cotidianos do império até que o rei recuperasse a sanidade e voltasse ao trono (Dn 4:37).

    Os próximos eventos registrados da vida de Daniel acontecem no início do reinado de Belsazar, o último monarca (553 a 539 a.C.) do período babilônico. “No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia” (Dn 7:1), o profeta teve um sonho, que se tornou sua primeira visão registrada no livro. O cap 8 descreve a segunda visão de Daniel, que ocorreu cerca de dois anos mais tarde, “no terceiro ano do reinado do rei Belsazar” (Dn 8:1). As duas visões descreviam circunstâncias difíceis para o povo de Deus no futuro; por isso, não é de estranhar que o profeta tenha ficado espantado e com o semblante mudado depois da primeira (Dn 7:28) e “enfraquecido e enfermo alguns dias” depois da segunda visão (Dn 8:27).

    Durante a década entre a morte de Nabucodonosor (562 a.C.) e o começo do reinado de Belsazar (553 a.C.), Daniel aparentemente perdeu um pouco de sua influência no governo da Babilônia. Certamente, em certo sentido, ele menciona seu retorno aos negócios do rei (Dn 8:27) na conclusão de sua segunda visão, datada por volta de 551 a.C.; entretanto, no bem conhecido episódio da escrita na parede (Dn 5), que ocorreu na ocasião da derrota final da Babilônia pelos medos e persas (Dn 5:30-31; Dn 6:28), em 539 a.C., o rei Belsazar deu a entender que não conhecia Daniel pessoalmente (Dn 5:13-16), ou nem mesmo sabia sobre sua fama como intérprete de sonhos e de homem sábio durante o reinado de Nabucodonosor (Dn 5:11-12).

    É algo fantástico, além de indicar a proteção providencial de Deus na transição do poder, que Daniel e o Senhor novamente tenham recebido grande reconhecimento (Dn 5:29; Dn 6:2). Não somente o profeta foi exaltado contra sua vontade para ocupar a terceira posição mais elevada no império, mesmo após ter repreendido o rei por seu orgulho e interpretado a ameaçadora escrita na parede, dirigida a Belsazar (Dn 5:22-29); logo depois da vitória medo-persa sobre a Babilônia, Daniel foi também nomeado como um dos três administradores sobre o reino, pelo novo imperador, Dario, o medo. Foi um papel no qual o profeta rapidamente se destacou (Dn 6:1-3).

    Para evitar que Daniel fosse nomeado para o mais importante cargo administrativo por Dario, outros oficiais do governo medo-persa conspiraram contra ele, para tirá-lo do caminho a qualquer custo (Dn 6:4-5). Devido à conduta ética e ao compromisso religioso do profeta, seus companheiros arquitetaram um plano para persuadir o rei a decretar que, por um período de trinta dias, toda oração que não fosse dirigida ao rei seria considerada ilegal, e o culpado, punido com a morte na cova dos leões (Dn 6:6-9).

    Por causa de sua disposição de orar três vezes ao dia, mesmo sob risco da própria vida, Daniel foi imediatamente preso e jogado na cova dos leões (Dn 6:10-17). Deus o protegeu durante toda a noite, no meio dos leões. Na manhã seguinte, foi vindicado diante do rei Dario e restaurado à sua posição de autoridade (vv. 18-23,28). Os conspiradores foram então atirados às feras famintas (v. 24) e Dario fez um decreto adicional, a fim de ordenar que o povo tremesse e temesse “perante o Deus de Daniel” (v.26).

    Durante esse mesmo período (o primeiro ano de Dario; Dn 9:1), Daniel fez uma maravilhosa oração de arrependimento corporativo (Dn 9:3-20), pelo povo judeu. O tempo parece coincidir com a proclamação feita por Ciro, supremo imperador persa (Ed 1:1), quando permitiu que os judeus dispersos pelo império voltassem para Jerusalém e reconstruíssem o Templo (Ed 1:2-4). Como resultado da oração fervorosa, do jejum e do lamento de Daniel pelos pecados de seu povo (Dn 9:3-20), o velho profeta recebeu uma revelação assombrosamente detalhada das “setenta semanas” (Dn 9:24) decretadas por Deus para o futuro de Israel (Dn 9:24-27). Embora não haja um consenso com relação ao significado e ao cumprimento dessa profecia, parece altamente provável que este período seja um paralelo com o tempo acumulado durante o qual os judeus falharam em observar a lei do “descanso do sábado” ordenada por Deus (2Cr 36:20-21), referente à utilização da terra.

    Uns dois anos mais tarde (Dn 10:1), Daniel novamente lamentou, orou e jejuou, dessa vez por três semanas (Dn 10:2-3). Esse incidente talvez esteja relacionado com os eventos em Jerusalém, onde a reconstrução do Templo foi interrompida pelo medo e desânimo (Ed 4:4-24). A visão que se seguiu é o último evento registrado no livro de Daniel, onde nada mais é registrado nas Escrituras sobre o período final da vida do profeta.

    Fora de seu livro, o nome de Daniel aparece três vezes em Ezequiel (14:14,20; 28:3). Embora alguns atribuam tais referências a alguém de renome, que provavelmente viveu no tempo de Noé ou de Jó (14:14,20), é mais provável que se reportem ao Daniel contemporâneo de Ezequiel. Se as ocorrências em Ezequiel podem ser datadas em 592 a.C. (14:14,20; cf. 8:
    1) e 586 a.C. (28:3; cf. 26:1), haveria tempo suficiente para Daniel ter demonstrado sua justiça (14:14,20) e sabedoria concernente aos mistérios (28:3). Seu reconhecimento como o principal conselheiro na Babilônia e seu sólido compromisso com Deus já se teriam estabelecido solidamente por volta de 600 a.C. (Dn 1:2, esp. 2:1).

    A única menção do nome de Daniel no NT é em Mateus 24:15. No meio do discurso do monte das Oliveiras (Mt 24:25), Jesus faz uma referência à “abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel” (Mt 24:15). A maneira como Cristo fala aqui parece autenticar a exatidão histórica dos eventos e das visões registrados no livro de Daniel.

    Um tributo adicional à fé demonstrada por Daniel na cova dos leões está registrado em Hebreus 11:33. Seu nome não é citado, mas a falta de outro evento semelhante no AT, bem como o fato da menção estar próxima à referência a “apagar a força do fogo” (Hb 11:34), relacionada com Daniel cap 3, faz com que a identificação seja quase certa.

    Uma avaliação geral das contribuições de Daniel deve incluir o uso de superlativos. Ao recuperar-se do trauma causado pela invasão de seu lar em Judá, Daniel cresceu de forma notável, até ocupar posições nos mais altos escalões da autoridade imperial e ter influência tanto no Império Babilônico como no Medo-Persa, durante uma carreira que durou mais de 60 anos.

    Ainda assim, seu legado mais profundo está na esfera espiritual. Daniel foi o veículo da revelação divina, tanto para interpretar como para ter as visões mais detalhadas da profecia bíblica. Desde que essas manifestações ultrapassaram o período do exílio babilônico (geralmente datado de 605 a 539 a.C.), Daniel, mais do que qualquer outro personagem bíblico, demonstrou ser a figura intermediária entre o período do pré e o do pós-exílio, durante a reconstrução de Jerusalém e do Templo. Essa alegação é justificada, apesar de ele ter passado a maior parte da vida distante geograficamente de Judá. Daniel tinha influência por seu acesso aos corredores do poder, bem como por seu exemplo de piedade.

    Poucas pessoas na Bíblia exibiram a fé, a coragem, a vida de oração e a sabedoria que podem ser vistas de forma consistente na existência de Daniel. Tanto em seus dias (Ez 14:14-20) como na lembrança dos escritores bíblicos (Hb 11:33), seu estilo de vida como humilde conselheiro governamental, administrador e profeta do Deus verdadeiro é profundamente reverenciado e digno de ser seguido como exemplo.

    3. Daniel, líder levita da época do pós-exílio, citado como companheiro de regresso a Judá na leva de Esdras (Ed 8:2). Foi um dos que assinaram o documento de compromisso solene com Deus (Ne 10:6). Era descendente de Itamar.

    A.B.L.


    Daniel [Deus É Juiz]

    Profeta de Judá. Foi levado para o CATIVEIRO na Babilônia, onde ocupou alta posição no governo (Dn 1:2-6; 2.48). V. DANIEL, LIVRO DE.

    =======================

    LIVRO DE DANIEL

    Livro escrito em tempos de perseguição e sofrimento. Por meio de histórias e de visões, o autor procura explicar aos judeus as razões por que eles estão sendo perseguidos e também os anima a continuarem fiéis a Deus. O livro se divide em duas partes. A primeira (caps. 1—
    6) conta histórias a respeito de Daniel e dos seus companheiros. A segunda (caps. 7—
    12) relata visões de vários impérios que aparecem e depois desaparecem. Elas mostram que os perseguidores serão derrotados e que a vitória final será do povo judeu.


    Daniel Livro do Antigo Testamento que, em hebraico, está entre os Escritos e, na versão grega, entre os LXX. Escrito em hebraico e aramaico (2,4 a 7:28), conta com adições posteriores que judeus e protestantes consideram não-canônicas (3,24-50; 3,51-90; 13 1:64-14,1-22; 14,23-42). Continua sendo objeto de controvérsia o final de sua redação, que foi fixado no séc. II a.C., no séc. VI a.C. (como o próprio livro registra) e em um arco cronológico que iria do séc. VI a.C. ao séc. III a.C., sendo, nesse caso, as passagens apocalípticas as mais recentes da obra. Jesus cita freqüentemente o Livro de Daniel, especialmente em relação à figura do Filho do homem (Dn 7:13ss.) o qual, em harmonia com o judaísmo da época, identifica com o messias e consigo mesmo (Mt 16:13ss.; 17,22-23 etc.). A figura da abominação da desolação a que Daniel se refere (Antíoco IV Epífanes no sentido original? O anticristo dos últimos tempos?) aparece também nos denominados “apocalipses sinóticos” (Mc 13, Mt 24 e Lc 21). Também Jesus utilizava os ensinamentos de Dn 12:2 que fala de uma ressurreição de salvos e condenados: os primeiros para receber a felicidade eterna; os segundos, para o castigo igualmente eterno.

    Nome Hebraico - Significado: Deus é meu juiz.

    Darei

    1ª pess. sing. fut. ind. de dar

    dar -
    (latim do, dare)
    verbo transitivo

    1. Ceder gratuitamente (ex.: dar um cigarro).

    2. Entregar como presente (ex.: não dou mais brinquedos a ninguém). = OFERECER, PRESENTEARRECEBER

    3. Fazer doação de. = DOAR

    4. Fazer esmola de. = ESMOLAR

    5. Passar para a posse ou para as mãos de (ex.: já demos a procuração ao advogado). = CONCEDER, CONFERIR, ENTREGAR, OUTORGARTIRAR

    6. Tornar disponível (ex.: deram mais uma oportunidade ao candidato; dar uma ajuda; dar atenção). = CONCEDER, PROPICIAR, PROPORCIONARRECUSAR

    7. Distribuir (ex.: dar cartas).

    8. Tornar patente ou visível (ex.: quando estiver pronto, dê um sinal; ele já dá mostras de cansaço).

    9. Gerar ou produzir (ex.: a árvore já deu muitas laranjas).

    10. Ser suficiente para algo ou alguém (ex.: uma garrafa dá cerca de 5 copos; a comida não dá para tantos convidados). = BASTAR, CHEGAR

    11. Ter algo como resultado (ex.: isto dá uma bela história; a nota do exame não dá para passar).

    12. Ter determinado resultado aritmético; ser igual a (ex.: dois mais dois dá quatro).

    13. Entregar uma quantia em troca de bem ou serviço (ex.: dei demasiado dinheiro pelo casaco). = PAGARRECEBER

    14. Sacrificar (ex.: dar a vida).

    15. Destinar, consagrar, dedicar (ex.: todas as manhãs dá uma hora ao ioga).

    16. Receber uma quantia em troca de bem ou serviço (ex.: disse à vendedora que lhe desse dois quilos de arroz). = VENDER

    17. Fazer tomar (ex.: já deu o medicamento ao doente?). = ADMINISTRAR, MINISTRAR

    18. Administrar um sacramento (ex.: dar a extrema-unção).

    19. Fazer uma acção sobre alguma coisa para alterar a aparência (ex.: falta dar uma demão na parede; dê uma limpeza a este quarto, por favor). = APLICAR

    20. Fazer sair de si ou de algo que pertence a si (ex.: dar gritos; dar vivas; dar um tiro). = SOLTAR

    21. Provocar o efeito de uma acção física (ex.: dar um abraço; dar uma cabeçada; dar um beijo; dar um pontapé). = APLICAR

    22. Ser a causa de (ex.: este cheirinho dá fome; dar vontade). = ORIGINAR, PROVOCAR

    23. Despertar ideias ou sentimentos (ex.: temos de lhes dar esperança). = IMPRIMIR

    24. Ministrar conhecimentos (ex.: a professora dá português e latim). = ENSINAR

    25. Receber ou abordar conhecimentos (ex.: já demos esta matéria nas aulas).

    26. Aparecer subitamente no seguimento de algo (ex.: deu-lhe um enfarte; os remorsos que lhe deram fizeram-no confessar). = SOBREVIR

    27. Tomar conhecimento na altura em que acontece (ex.: a vítima nem deu pelo furto). = APERCEBER-SE, NOTAR

    28. Achar, descobrir, encontrar (ex.: deu com a fotografia escondida no livro).

    29. Avisar, comunicar, participar (ex.: o chefe vai dar as instruções; dar ordens).

    30. Incidir, bater (ex.: a luz dava nos olhos).

    31. Ir ter a ou terminar em (ex.: os rios vão dar ao mar). = DESEMBOCAR

    32. Ter determinadas qualidades que permitam desempenhar uma actividade (ex.: eu não dava para professor).

    33. Promover ou organizar (ex.: dar uma festa; dar cursos de formação).

    34. Transmitir ou manifestar (ex.: dar parabéns; dar condolências; dar um recado).

    35. Trazer algo de novo a alguém ou a algo (ex.: ele deu algumas ideias muito interessantes).

    36. Ser divulgado ou noticiado, transmitido (ex.: isso deu nas notícias; o falecimento deu na rádio, mas não na televisão). = PASSAR

    37. Atribuir uma designação a algo ou alguém (ex.: ainda não deu nome ao cão).

    38. Fazer cálculo ou estimativa de (ex.: eu dava 40 anos à mulher; deram-lhe poucos meses de vida). = CALCULAR, ESTIMAR

    39. Estar virado em determinada direcção (ex.: a varanda dá para o mar; o quarto dá sobre a rua).

    40. [Brasil, Calão] Ter relações sexuais com (ex.: ela dá para quem ela quiser).

    41. Conseguir ou ser possível (ex.: sei que prometemos, mas não deu para ir). [Verbo impessoal]

    42. Começar a fazer algo (ex.: agora é que me deu para arrumar o quarto).

    43. Permitir a alguém uma acção (ex.: deu a ler a tese ao orientador; não quis dar a conhecer mais pormenores).

    44. É usado como verbo de suporte, quando seguido de certos nomes, sendo equivalente ao verbo correlativo de tais nomes (ex.: dar entrada é equivalente a entrar).

    verbo transitivo e intransitivo

    45. Estar em harmonia para formar um todo esteticamente agradável (ex.: essa cortina não dá com a decoração da sala; a camisa e as calças não dão). = COMBINAR, CONDIZER

    verbo transitivo e pronominal

    46. Ter determinado julgamento sobre algo ou alguém ou sobre si (ex.: deu o trabalho por terminado; antes do julgamento, já a davam como culpada; nunca se dá por vencido). = CONSIDERAR, JULGAR

    verbo intransitivo

    47. Estar em funcionamento (ex.: o televisor não dá). = FUNCIONAR

    48. Acontecer (ex.: há pouco deu uma chuvada). [Verbo unipessoal]

    verbo pronominal

    49. Ter relações sociais ou afectivas (ex.: ele não se dá com ninguém; os vizinhos dão-se bem). = CONVIVER

    50. Viver em harmonia (ex.: não se dá com a irmã; eram amigos, mas agora não se dão).

    51. Fazer algo com dedicação ou muita atenção ou concentração (ex.: acho que nos demos completamente a este projecto; nunca se deu aos estudos). = APLICAR-SE, DEDICAR-SE, EMPENHAR-SE

    52. Ter determinado resultado (ex.: ele vai dar-se mal agindo assim).

    53. Adaptar-se ou ambientar-se (ex.: esta planta não se dá dentro de casa).

    54. Sentir-se (ex.: acho que nos daríamos bem aqui).

    55. Render-se, apresentar-se, entregar-se.

    56. Ter lugar (ex.: os fogos deram-se durante a noite). [Verbo unipessoal] = ACONTECER, OCORRER, SOBREVIR, SUCEDER

    57. Efectuar-se, realizar-se (ex.: o encontro deu-se ao final da tarde). [Verbo unipessoal]

    58. Apresentar-se como ou fazer-se passar por (ex.: dava-se por médico, mas nunca tirou o curso). = INCULCAR-SE

    59. Agir de determinada forma ou ter determinado comportamento ou iniciativa (ex.: o jornalista não se deu ao trabalho de confirmar a informação; dar-se à maçada; dar-se ao desfrute).

    verbo copulativo

    60. Tornar-se (ex.: ela deu uma boa profissional).


    dar certo
    [Informal] Ter bom resultado ou o resultado esperado (ex.: claro que a empresa vai dar certo!). = RESULTARDAR ERRADO

    dar de si
    Abalar, ceder, desmoronar.

    dar em
    Tornar-se, ficar (ex.: se continuar assim, eles vão dar em malucos).

    dar errado
    [Informal] Ser malsucedido; não obter sucesso ou o resultado desejado (ex.: essa história tem tudo para dar errado).DAR CERTO

    dar para trás
    [Informal] Recuar em determinada posição (ex.: ele disse que concordava, mas no último momento, deu para trás).

    dar tudo por tudo
    [Informal] Fazer todos os esforços possíveis para alcançar um objectivo.

    quem dera
    [Informal] Usa-se para exprimir desejo. = OXALÁ, TOMARA

    tanto dá
    [Informal] Expressão para indicar indiferença. = TANTO FAZ


    Ver também dúvida linguística: "provêem" segundo o Acordo Ortográfico de 1990.

    Dissê

    1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
    3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

    di·zer |ê| |ê| -
    (latim dico, -ere)
    verbo transitivo

    1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

    2. Referir, contar.

    3. Depor.

    4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

    5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

    6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

    7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

    verbo intransitivo

    8. Condizer, corresponder.

    9. Explicar-se; falar.

    10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

    verbo pronominal

    11. Intitular-se; afirmar ser.

    12. Chamar-se.

    13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

    nome masculino

    14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

    15. Estilo.

    16. Maneira de se exprimir.

    17. Rifão.

    18. Alegação, razão.


    quer dizer
    Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

    tenho dito
    Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


    Entrar

    verbo intransitivo Passar para dentro, introduzir-se, penetrar: entrar sem convite.
    Recolher-se à casa.
    Intrometer-se, intervir, interferir: não entre em briga de marido e mulher.
    Invadir.
    Encaixar-se, ajustar-se: a chave não entra na fechadura.
    Ser admitido, adotar uma profissão, fazer parte de: entrar para a Academia, o magistério, um partido.
    Ser um dos elementos constituintes de: entra muito orgulho no seu procedimento.
    Iniciar: entrar em negociações, entrar na matéria.

    Interpretação

    substantivo feminino Ação de interpretar, de perceber o sentido de algo ou de atribuir um sentido a algo; explicação: interpretação de um texto, de um sonho.
    Comentário crítico: interpretação de uma obra.
    [Teatro] Modo de representação que o ator atribui ao trabalho que representa.
    [Artes] Modo como uma obra dramática, musical, coreográfica é representada ou dançada.
    [Música] Ação de tornar sensível a um ouvinte o conteúdo de uma partitura: uma boa interpretação musical.
    expressão Interpretação fotográfica. Indicação, em uma cópia, das informações descobertas numa fotografia aérea, para exploração da área; fotointerpretação.
    Etimologia (origem da palavra interpretação). Do latim interpretatio.onis.

    Introduzir

    Introduzir
    1) Fazer entrar (Dt 9:28; At 21:28).


    2) Pôr dentro (2Sm 6:17).


    3) Entrar (Jd 4).


    verbo bitransitivo Fazer entrar alguém: introduzir uma visita em casa.
    Fazer entrar uma coisa em outra: introduzir uma sonda em uma chaga.
    Passar a saber sobre algo; instruir: o professor introduziu a aluna nas aulas teóricas.
    verbo transitivo direto Importar produtos de outros países: introduzir produtos legalmente.
    Figurado Fazer adotar pelo uso: introduzir uma moda.
    Produzir algo; causar: introduzir a discórdia.
    Incluir algo em outra coisa; incorporar: introduzir novos ingredientes na receita.
    verbo pronominal Entrar em; penetrar: ladrões introduziram-se na casa.
    Intrometer-se em assuntos que não lhes dizem respeito, especialmente falando da vida dos outros: intrometer-se na vida alheia.
    verbo transitivo direto e pronominal Conduzir algo ou alguém para o interior de; dirigir: introduzir um medicamento no organismo; introduziu-se na festa pela porta lateral.
    Etimologia (origem da palavra introduzir). Do latim introducere.

    Significa literalmente 'levar para dentro', e é proveniente do latim introducere, composto de intro (dentro) + ducere (conduzir, levar). É interessante observar que os sentidos predominantes da palavra introduce em inglês são os de 'usar pela primeira vez', e 'apresentar ou ser apresentado a alguém', ou seja, ser levado a conhecer por dentro algo ou alguém. O verbo ducere do latim também deu origem às palavras duct (duto), duke (duque), educate (educar), produce (produzir), etc.

    Matar

    verbo transitivo direto e intransitivo Assassinar; tirar a vida de alguém; provocar a morte de: matou o bandido; não se deve matar.
    verbo pronominal Suicidar-se; tirar a própria vida: matou-se.
    verbo transitivo direto Destruir; provocar destruição: a chuva matou a plantação.
    Arruinar; causar estrago: as despesas matam o orçamento.
    Trabalhar sem atenção ou cuidado: o padeiro matou o bolo da noiva.
    Fazer desaparecer: a pobreza acaba matando os sonhos.
    Saciar; deixar de sentir fome ou sede: matou a fome.
    [Informal] Gastar todo o conteúdo de: matou a comida da geladeira.
    [Informal] Diminuir a força da bola: matou a bola no peito.
    verbo transitivo direto e intransitivo Afligir; ocasionar sofrimento em: suas críticas mataram o escritor; dizia palavras capazes de matar.
    Cansar excessivamente: aquela faculdade o matava; o ócio mata.
    verbo pronominal Sacrificar-se; fazer sacrifícios por: eles se matavam pelos pais.
    Etimologia (origem da palavra matar). De origem questionável.
    verbo transitivo direto Costura. Realizar mate, unir duas malhas em uma só.
    Etimologia (origem da palavra matar). Mate + ar.

    de origem controversa, este vocábulo pode ser vindo tanto do latim mactare, imolar as vítimas sagradas, quanto do árabe mat, morto. Deriva da expressão religiosa "mactus esto": "santificado sejas", ou "honrado sejas", que se dizia aos deuses enquanto se imolava uma vítima (um animal, obviamente); daí resultou o verbo "mactare", que significava "imolar uma vítima aos deuses" e, depois, qualquer tipo de assassinato.

    Mates

    2ª pess. sing. pres. conj. de matar
    masc. pl. de mate

    ma·tar -
    (latim vulgar *mattare, do latim macto, -are, honrar os deuses, consagrar, imolar uma vítima, punir, destruir, matar)
    verbo transitivo e intransitivo

    1. Tirar a vida a; causar a morte a (ex.: foi condenado por matar várias pessoas; a lei pune severamente quem mata; a guerra naquele país já matou milhares de pessoas).

    2. Abater (reses).

    3. Causar aflição ou sofrimento a. = AFLIGIR

    4. [Brasil] [Jogos] Meter a bola de bilhar no buraco.

    verbo transitivo

    5. Causar grande dano ou prejuízo a. = ARRUINAR

    6. Causar devastação ou destruição (ex.: as chuvas fortes mataram a plantação). = DESTRUIR

    7. Causar grande sofrimento a. = AFLIGIR, MORTIFICAR

    8. Importunar; molestar (ex.: vocês matam-me com tantas perguntas).

    9. Fazer perder a qualidade ou o valor (ex.: as cores escolhidas mataram o conjunto das pinturas).

    10. Fazer desaparecer. = EXTINGUIR

    11. Saciar (ex.: matar a sede).

    12. Passar (tempo) ociosamente (ex.: matou tempo a ler uma revista).

    13. Levar à exaustão; causar grande cansaço.

    14. Decifrar ou resolver (charadas, enigmas, passatempos, etc.).

    15. [Brasil, Informal] Não comparecer (no trabalho, nas aulas, etc.).

    16. [Informal] Esvaziar, gastar ou consumir totalmente ou até ao fim (ex.: perguntou-lhe se podia matar o cigarro).

    17. [Futebol] Amortecer o impacto (ex.: matar a bola com o peito).

    18. [Angola, Informal] Vender fora dos circuitos legais a preços elevados.

    verbo pronominal

    19. Tirar a própria vida. = SUICIDAR-SE

    20. Figurado Sacrificar-se, cansar-se.

    21. Figurado Entregar-se por completo a uma actividade; esforçar-se muito para alguma coisa (ex.: matou-se para ter boas notas na escola).


    a matar
    Muito bem; na medida certa; na perfeição (ex.: essa roupa fica-lhe a matar).


    ma·te 1
    (francês mat)
    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    1. Sem brilho (ex.: papel fotográfico mate). = BAÇO, FOSCO

    adjectivo de dois géneros e nome masculino
    adjetivo de dois géneros e nome masculino

    2. Diz-se de ou cor trigueira da pele.


    ma·te 2
    (redução de xeque-mate ou xaque-mate)
    nome masculino

    Lance final no xadrez, que corresponde a um ataque ao rei que não tem defesa possível. = XAQUE-MATE, XEQUE-MATE


    ma·te 3
    (derivação regressiva de matar)
    nome masculino

    1. Apanhado de duas malhas.

    2. Remate.


    ma·te 4
    (espanhol mate)
    nome masculino

    1. Botânica Planta ilicácea da América do Sul. = CONGONHA, ERVA-MATE

    2. Folha dessa planta, geralmente seca e preparada para o comércio. = CONGONHA

    3. Bebida feita com a infusão das folhas dessa planta. = CHÁ-MATE


    ma·te 5
    (inglês matte)
    nome masculino

    Antigo Espécie de quilate com que se avaliava a pureza do ouro em Malaca.


    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Presença

    substantivo feminino Fato de uma pessoa estar num lugar específico; comparecimento.
    Existência de uma coisa em um lugar determinado: presença de mosquitos.
    Fato de existir, de ter existência real num local; existência: a presença de índios na Amazônia.
    Participação em alguma coisa: sua presença trouxe glamour ao evento.
    Figurado Manifestação de uma personalidade forte capaz de chamar a atenção dos demais: sempre foi um sujeito sem presença.
    Figurado Algo ou alguém que não se consegue ver, mas que se sente por perto: sinto sua presença sempre comigo.
    Etimologia (origem da palavra presença). Do latim praesentia.ae.

    presença s. f. 1. Fato de estar presente. 2. Existência, estado ou comparecimento de alguém num lugar determinado. 3. Existência de uma coisa em um dado lugar. 4. Aspecto da fisionomia. 5. Modos, porte. 6. Juízo, opinião, parecer, voto.

    Rei

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).

    Rei
    1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).


    2) Título de Deus (Ml 1:14) e de Jesus (Mt 21:5; Ap 7:14; 19.16).


    3) Rei do Egito,
    v. FARAÓ.


    Reí

    (Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.


    Ter

    verbo transitivo direto Passar a possuir; receber: tiveram o contrato da casa.
    Ser o dono ou usufruir de; possuir: ele tem dois carros; ele não teve herança.
    Possuir a autoridade ou o domínio sobre: tinha um povo.
    Deter a posse de alguma coisa para uso próprio: ela não tem computador.
    Conseguir por meio de pagamento: tive o carro por uma pechincha.
    Portar, carregar consigo: você tem uma caneta?
    Passar pela experiência de; experienciar: tive a alegria de conhecê-la.
    Possuir como elemento; apresentar: certas bicicletas têm amortecedores.
    Expressar certa quantidade ou comprimento: o prédio de três andares tem 12 metros.
    Ser composto por: este CD tem 25 músicas.
    Possuir a ajuda de: não temos muitos funcionários.
    Medir o tempo de vida ou a idade de: minha filha tem 10 anos.
    Descrever os que ainda estão vivos ou mortos: não tinha avô paterno; tinha sete filhos para educar.
    Possuir determinada ocupação; possuir: tinha o cargo de professor.
    Fazer com que se realize; efetuar: ainda teremos dois convidados.
    Ser o motivo ou razão de: o professor têm muitos alunos.
    Usufruir de determinado
    (s): direito
    (s): ou benefício(s): não teve seus direitos respeitados; temos o direito de participar.

    Possuir qualquer tipo de vínculo: o casal têm dois filhos.
    Receber certa informação: tivemos esta semana avisos de contas.
    Proceder; comportar-se com: tenha atenção aos obstáculos.
    Sentir: tinha muita fome!
    Assumir certa opinião: tinha um ponto de vista irônico.
    Receber em sua residência: tive-a em minha casa semana passada.
    verbo transitivo direto e bitransitivo Permanecer em certo local ou posição; conservar: queria ter deitado.
    Guardar de modo particular; conseguir para si: no futuro, ainda terei um amor; tenho-a nas lembranças.
    Ser o alvo dos ensinamentos de outrem: nunca teve aulas de inglês.
    Passar a ter o conhecimento de; sentir: tinha muito amor.
    verbo transitivo direto e transitivo direto predicativo Demonstrar ou definir-se por: tinha serenidade; tinha um humor horrível.
    verbo transitivo direto , transitivo direto predicativo e bitransitivo Trazer por um instante: tinha os cabelos presos.
    verbo transitivo direto , transitivo direto predicativo e pronominal Fazer considerações acerca de; julgar-se: tenho que você foi o melhor candidato; sua mãe sempre a tivera como inteligente.
    verbo transitivo direto e predicativo Colocar à disposição de: eu tenho dinheiro a oferecer.
    verbo bitransitivo Estar relacionado com: o assunto tem a ver com o tema.
    Obter por meio de transferência; herdar: da mãe teve a sabedoria.
    Carregar junto de si: tinha um sofrimento imenso.
    verbo pronominal Estar ou passar a estar em certo local; passar: teve-se em viagens.
    Demonstrar uma dedicação excessiva a; apegar-se: nunca se teve aos avós.
    Valer-se de; expressar valor ou interesse por: tem-se em excesso à igreja.
    substantivo masculino plural Teres. Aquilo que se possui; bens ou posses.
    Etimologia (origem da palavra ter). Do latim tenere.

    Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6, it• 10

    [...] matéria-prima, o substratum definitivo de todos os movimentos. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    [...] O éter do espaço é o elo conector. No mundo material, ele é a realidade fundamental, substancial. No mundo espiritual, as realidades da existência são outras e muito mais elevadas; porém, quanto ao modo por que atua o éter, mal podemos presentemente suspeitar.
    Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2

    O éter do espaço pode agora ser tido como um grande elo a ligar o mundo da matéria ao do espírito; é a substância comum a ambos esses mundos. Ambos se contêm dentro dela, dela fazendo parte e sendo dela formados. [...]
    Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2

    [...] fluido que gerou tudo o que existe. Sem ele nada existiria, e com ele tudo pode ser produzido. [...]
    Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O éter cósmico

    O éter, ou fluido cósmico universal, que envolve toda a criação.
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

    Se, como desencarnados, começamos a examiná-lo na sua essência profunda, para os homens da Terra o éter é quase uma abstração. De qualquer modo, porém, busquemos entendê-lo como fluido sagrado da vida, que se encontra em todo o cosmo; fluido essencial do Universo, que, em todas as direções, é o veículo do pensamento divino.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 20


    Tinha

    Tinha Doença da pele (Lv 13;
    v. NTLH).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Daniel 2: 24 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação.
    Daniel 2: 24 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    604 a.C.
    H1768
    dîy
    דִּי
    quem, o qual, que indicação do genitivo
    (forasmuch)
    Partícula
    H1836
    dên
    דֵּן
    Esse
    (This)
    Pronome
    H1841
    Dânîyêʼl
    דָּנִיֵּאל
    Daniel
    (Daniel)
    Substantivo
    H2324
    chăvâʼ
    חֲוָא
    mostrar, interpretar, explicar, informar, falar, declarar
    (we will show)
    Verbo
    H236
    ʼăzal
    אֲזַל
    ir, partir
    (they went up)
    Verbo
    H2445
    chakkîym
    חַכִּים
    cidade da Palestina na costa do Mediterrâneo, localizada junto às tribos de Dã e Efraim, e
    (Joppa)
    Substantivo - dativo feminino no singular
    H3606
    kôl
    כֹּל
    Porque
    (because)
    Substantivo
    H3652
    kên
    כֵּן
    Assim
    (Thus)
    Advérbio
    H409
    ʼal
    אַל
    não
    (not)
    Advérbio
    H4430
    melek
    מֶלֶךְ
    para o rei
    (to the king)
    Substantivo
    H4483
    mᵉnâʼ
    מְנָא
    Definir
    (set)
    Verbo
    H560
    ʼămar
    אֲמַר
    diz
    (says)
    Verbo
    H5922
    ʻal
    עַל
    contra / diante
    (against)
    Prepostos
    H5954
    ʻălal
    עֲלַל
    entrar, ir para dentro, vir para dentro
    (went in)
    Verbo
    H6591
    pᵉshar
    פְּשַׁר
    ()
    H6903
    qᵉbêl
    קְבֵל
    frente prep.
    (according to)
    Substantivo
    H6925
    qŏdâm
    קֳדָם
    antes
    (before)
    Prepostos
    H7
    ʼăbad
    אֲבַד
    perecer, desaparecer
    ([even] they shall perish)
    Verbo
    H746
    ʼĂryôwk
    אֲרְיֹוךְ
    o antigo rei de Elasar, aliado de Quedorlaomer
    (Arioch)
    Substantivo
    H895
    Babel
    בַּבֶל
    da Babilônia
    (of Babylon)
    Substantivo


    דִּי


    (H1768)
    dîy (dee)

    01768 די diy (aramaico)

    aparentemente procedente de 1668; DITAT - 2673 part de relação

    1. quem, o qual, que indicação do genitivo
    2. aquele que, o que pertence a, aquilo conj
    3. que, porque

    דֵּן


    (H1836)
    dên (dane)

    01836 דן den (aramaico)

    uma variação ortográfica de 1791; DITAT - 2680 pron demons

    1. isto, pora causa disto adv
    2. portanto

    דָּנִיֵּאל


    (H1841)
    Dânîyêʼl (daw-nee-yale')

    01841 דנאיל Daniye’l (aramaico)

    correspondente a 1840; n pr m Daniel = “Deus é meu juiz”

    1. o quarto dos grandes profetas, tomado como refém na primeira deportação para a Babilônia, por causa do dom da interpretação de sonhos, recebido de Deus, tornou-se o segundo no governo do império babilônico e permaneceu até o fim do mesmo estendendo-se para dentro do império persa. Suas profecias são a chave para a compreensão dos eventos do fim dos tempos. Destacado por sua pureza e santidade por seu contemporâneo, o profeta Ezequiel
      1. também, Beltessazar’ (1095 ou 1096)

    חֲוָא


    (H2324)
    chăvâʼ (khav-aw')

    02324 חוא chava’ (aramaico)

    correspondente a 2331; DITAT - 2722; v

    1. mostrar, interpretar, explicar, informar, falar, declarar
      1. (Pael) mostrar, interpretar
      2. (Afel) mostrar

    אֲזַל


    (H236)
    ʼăzal (az-al')

    0236 אזל ’azal (aramaico)

    o mesmo que 235; DITAT - 2565; v

    1. ir, partir
      1. (Peal) ir, partir

    חַכִּים


    (H2445)
    chakkîym (khak-keem')

    02445 חכים chakkiym (aramaico)

    procedente de uma raiz correspondente a 2449; DITAT - 2729a; adj

    1. homem sábio, sábio

    כֹּל


    (H3606)
    kôl (kole)

    03606 כל kol (aramaico)

    correspondente a 3605; DITAT - 2789; n m

    1. todo, tudo, a totalidade
      1. a totalidade de, tudo
      2. todo, toda, todos, todas, nenhum

    כֵּן


    (H3652)
    kên (kane)

    03652 כן ken (aramaico)

    correspondente a 3651; DITAT - 2790; adv

    1. assim, então, como segue

    אַל


    (H409)
    ʼal (al)

    0409 אל ’al (aramaico)

    correspondente a 408; DITAT - 2574; adv neg

    1. não

    מֶלֶךְ


    (H4430)
    melek (meh'-lek)

    04430 מלך melek (aramaico)

    correspondente a 4428; DITAT - 2829a; n m

    1. rei

    מְנָא


    (H4483)
    mᵉnâʼ (men-aw')

    04483 מנא m ena’̂ (aramaico) ou מנה m enaĥ (aramaico)

    correspondente a 4487; DITAT - 2835; v

    1. numerar, contar
      1. (Peal) numerar
      2. (Pael) designar

    אֲמַר


    (H560)
    ʼămar (am-ar')

    0560 אמר ’amar (aramaico)

    correspondente a 559; DITAT - 2585; v

    1. (Peal) dizer, falar, ordenar, contar, relatar

    עַל


    (H5922)
    ʻal (al)

    05922 על ̀al (aramaico)

    correspondente a 5921; DITAT - 2908; prep

    1. sobre, em cima, por causa de, acima, para, contra
      1. sobre, em cima, por causa de, considerando, concernente a, em benefício de
      2. sobre (com verbos de dominação)
      3. acima, além (em comparação)
      4. para, contra (referindo-se a direção)

    עֲלַל


    (H5954)
    ʻălal (al-al')

    05954 עלל ̀alal (aramaico)

    correspondente a 5953 (no sentido de impelir em), para entrar; DITAT - 2911; v

    1. entrar, ir para dentro, vir para dentro
      1. (Peal) entrar, vir para dentro
      2. (Afel) fazer entrar, introduzir
      3. (Hofal) ser trazido para dentro

    פְּשַׁר


    (H6591)
    pᵉshar (pesh-ar')

    06591 פשר p eshar̂ (aramaico)

    procedente de 6590; DITAT - 2949a; n. m.

    1. interpretação (de sonho)

    קְבֵל


    (H6903)
    qᵉbêl (keb-ale')

    06903 קבל q ebel̂ (aramaico) ou קבל qobel (aramaico)

    correspondente a 6905; DITAT - 2965 subst.

    1. frente prep.
    2. em frente de, diante de, por causa de, em vista de, por motivo de, por causa disso, por isso conj.
    3. desde que, na medida em que, apesar de, conforme, antes que adv.
    4. conseqüentemente, então

    קֳדָם


    (H6925)
    qŏdâm (kod-awm')

    06925 קדם qodam (aramaico) ou קדם q edam̂ (aramaico) (Dn 7:13)

    correspondente a 6924; DITAT - 2966a; prep.

    1. antes, diante de
      1. diante de
      2. defronte de

    אֲבַד


    (H7)
    ʼăbad (ab-ad')

    07 אבד ’abad (aramaico)

    correspondente a 6; DITAT - 2555; v

    1. perecer, desaparecer
      1. (Peal) perecer, desaparecer
      2. (Afel) matar, exterminar, destruir
      3. (Hofal) ser destruído

    אֲרְיֹוךְ


    (H746)
    ʼĂryôwk (ar-yoke')

    0746 אריוך ’Aryowk

    de origem estrangeira; n pr m Arioque = “semelhante a um leão”

    1. o antigo rei de Elasar, aliado de Quedorlaomer
    2. o chefe dos executores sob o comando de Nabucodonosor

    בַּבֶל


    (H895)
    Babel (baw-bel')

    0895 בבל Babel (aramaico)

    correspondente a 894; DITAT - 197; n pr loc Babel ou Babilônia = “confusão (por mistura)”

    1. Babel ou Babilônia, o antigo lugar eóu capital da Babilônia (atual Hillah) situado junto ao Eufrates