Enciclopédia de Oséias 4:6-6

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

os 4: 6

Versão Versículo
ARA O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
ARC O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
TB Por falta de conhecimento, foi destruído o meu povo. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei a ti, para que não me sirvas de sacerdote; visto que tu te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
HSB נִדְמ֥וּ עַמִּ֖י מִבְּלִ֣י הַדָּ֑עַת כִּֽי־ אַתָּ֞ה הַדַּ֣עַת מָאַ֗סְתָּ וְאֶמְאָֽסְאךָ֙ מִכַּהֵ֣ן לִ֔י וַתִּשְׁכַּח֙ תּוֹרַ֣ת אֱלֹהֶ֔יךָ אֶשְׁכַּ֥ח בָּנֶ֖יךָ גַּם־ אָֽנִי׃
BKJ O meu povo é destruído por falta de conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que tu não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
LTT O Meu povo é destruído por falta de conhecimento; uma vez que tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não prestes- serviço- de- sacerdote diante de Mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Eu Me esquecerei de teus filhos.
BJ2 Meu povo será destruído por falta de conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento,[z] eu te rejeitarei do meu sacerdócio; porque esqueceste o ensinamento de teu Deus, eu também me esquecerei dos teus filhos.
VULG Conticuit populus meus, eo quod non habuerit scientiam : quia tu scientiam repulisti, repellam te, ne sacerdotio fungaris mihi ; et oblita es legis Dei tui, obliviscar filiorum tuorum et ego.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Oséias 4:6

I Samuel 2:12 Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor;
I Samuel 2:28 E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para sacerdote, para oferecer sobre o meu altar, para acender o incenso e para trazer o éfode perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel.
I Samuel 3:12 Naquele mesmo dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei.
II Reis 17:16 E deixaram todos os mandamentos do Senhor, seu Deus, e fizeram imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e se prostraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal.
II Crônicas 15:3 E Israel esteve por muitos dias sem o verdadeiro Deus, e sem sacerdote que o ensinasse, e sem lei.
Jó 36:12 Porém, se o não ouvirem, à espada serão passados e expirarão sem conhecimento.
Salmos 119:61 Bandos de ímpios me despojaram; apesar disso, eu não me esqueci da tua lei.
Salmos 119:139 O meu zelo me consumiu, porque os meus inimigos se esqueceram da tua palavra.
Provérbios 1:30 não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão.
Provérbios 19:2 Assim também ficar a alma sem conhecimento não é bom; e o que se apressa com seus pés peca.
Isaías 1:3 O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.
Isaías 3:12 Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres estão à testa do seu governo. Ah! Povo meu! Os que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas.
Isaías 5:13 Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede.
Isaías 17:10 Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação e não te lembraste da rocha da tua fortaleza; pelo que bem plantarás plantas formosas e as cercarás de sarmentos estranhos:
Isaías 27:11 Quando os seus ramos se secarem, serão quebrados; vindo as mulheres, os acenderão, porque este povo não é povo de entendimento; por isso, aquele que o fez não se compadecerá dele e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor.
Isaías 28:7 Mas também estes erram por causa do vinho e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo.
Isaías 45:20 Congregai-vos e vinde; chegai-vos juntos, vós que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.
Isaías 56:10 Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados e amam o tosquenejar.
Jeremias 2:8 Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, e os pastores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram por Baal e andaram após o que é de nenhum proveito.
Jeremias 4:22 Deveras o meu povo está louco, já me não conhece; são filhos néscios e não inteligentes; sábios são para mal fazer, mas para bem fazer nada sabem.
Jeremias 5:3 Ah! Senhor, não atentam os teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma rocha; não quiseram voltar.
Jeremias 5:21 Ouvi, agora, isto, ó povo louco e sem coração, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis.
Jeremias 8:7 Até a cegonha no céu conhece os seus tempos determinados; e a rola, e o grou, e a andorinha observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor.
Oséias 2:13 E sobre ela visitarei os dias de Baal, nos quais lhe queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas gargantilhas, e andou atrás de seus namorados, mas de mim se esqueceu, diz o Senhor.
Oséias 4:1 Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra.
Oséias 4:12 O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe responde, porque o espírito de luxúria os engana, e eles se corrompem, apartando-se da sujeição do seu Deus.
Oséias 6:6 Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.
Oséias 8:1 Põe a trombeta à tua boca. Ele vem como águia contra a casa do Senhor, porque traspassaram o meu concerto e se rebelaram contra a minha lei.
Oséias 8:12 Escrevi para eles as grandezas da minha lei; mas isso é para eles como coisa estranha.
Oséias 8:14 Porque Israel se esqueceu do seu Criador e edificou palácios, e Judá multiplicou cidades fortes; mas eu enviarei um fogo contra as suas cidades, e ele consumirá os seus palácios.
Oséias 13:6 Depois, eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se o seu coração; por isso, se esqueceram de mim.
Zacarias 11:8 E destruí os três pastores num mês, porque se angustiou deles a minha alma, e também a sua alma teve fastio de mim.
Zacarias 11:15 E o Senhor me disse: Toma ainda para ti o instrumento de um pastor insensato.
Malaquias 2:1 E, agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós.
Malaquias 2:7 Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do Senhor dos Exércitos.
Mateus 1:6 Jessé gerou ao rei Davi, e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias.
Mateus 15:3 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição?
Mateus 15:8 Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.
Mateus 15:14 Deixai-os; são condutores cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.
Mateus 21:41 Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus e arrendará a vinha a outros lavradores, que, a seu tempo, lhe deem os frutos.
Mateus 23:16 Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
Marcos 12:8 E, agarrando-o, o mataram e o lançaram fora da vinha.
Lucas 20:16 Irá, e destruirá estes lavradores, e dará a outros a vinha. E, ouvindo eles isso, disseram: Não seja assim!
II Coríntios 4:3 Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto,

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Wesley Caldeira

os 4:6
Da Manjedoura A Emaús

Categoria: Livro Espírita
Ref: 11463
Capítulo: 23
Wesley Caldeira
Wesley Caldeira
O sumo sacerdote projetava-se como a personagem mais importante da teocracia judaica, na ausência de um rei. Era o mandatário de Iahweh na Terra, detentor da “santidade eterna”.
Dos deveres desse príncipe — além de ser o primeiro representante do povo, na fase sem rei, e além da direção do Templo e do Sinédrio — destacavam-se suas responsabilidades junto à liturgia relacionada ao Dia das Expiações, prescritas por Iahweh a Moisés, notadamente os sacrifícios de animais realizados, sob sua presidência, para purificar os seus e os pecados do povo.
Também lhe competiam diversas atividades cultuais nas festas de peregrinação (Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos).
Joachim Jeremias (2005, p. 208-212) esclarece que o supremo atributo dessa função religiosa era cumprir a expiação pela comunidade. As vestes eclesiásticas do príncipe clerical constituíam um símbolo do Judaísmo, e possuíam virtudes expiatórias. A vestimenta compunha-se de oito peças: túnica de bisso (espécie de linho finíssimo), calção de bisso, turbante, cinto, peitoral, o efó (larga faixa de tecido munida de alças), a túnica por baixo com capuz, o diadema de ouro (colocado sobre o turbante). Cada peça do traje liberava determinados pecados. O diadema de ouro, por exemplo, nos sacrifícios do Templo, expiava a impureza do sangue do animal ofertado e as impurezas do fiel ofertante.
A vida santificada do sumo sacerdote dava à sua morte o poder de expiar homicídios por negligência e mesmo homicídios intencionais praticados por judeus, isentando seus autores de punição.
No tempo de Jesus, tão preciosos paramentos não estavam à disposição irrestrita do sumo pontífice. Desde Herodes, o Grande, passando por seu filho Arquelau, ocorrendo o mesmo durante a administração romana da Judeia, o traje era guardado na Fortaleza Antônia, dentro de Jerusalém.
Mas essa restrição não foi imposta pelos romanos. O sumo sacerdote Hircano mandara construir uma torre perto do Templo e nela passou a guardar o traje, sendo seguido no exemplo por seus sucessores. Quando Herodes subiu ao trono, achou a localização dessa torre muito vantajosa e transformou-a na Fortaleza Antônia — em homenagem a Marco Antônio, o general romano, seu amigo. Herodes determinou que, a partir daí, o traje fosse guardado numa câmara de pedra lacrada com o selo dos sacerdotes, dos guardas do tesouro do Templo e do comandante militar romano, para apenas ser entregue ao sumo sacerdote sete dias antes de cada uma das três grandes festas do ano. Com os romanos, esse procedimento permaneceu de 6 a 37 d.C., até que Lucius Vitellius, buscando reconquistar a confiança dos judeus na administração romana da Judeia, reintegrou a vestimenta à guarda do Templo. Em 44 d.C., o imperador Cláudio, por um pronunciamento real, confirmou a decisão de Vitellius.
Entre os privilégios do cargo de sumo sacerdote, o maior consistia em penetrar no Santo dos Santos. O Santo era formado de uma câmara, com paredes recobertas de ouro, e peças de arte e culto: o imenso candelabro de ouro maciço, de sete braços, a mesa de ouro maciço dos pães da proposição. Naquele recinto poderiam acontecer aparições divinas ao sumo sacerdote.
Yosef Qayyafa (José Caifás), sumo sacerdote em exercício nos anos 18 a 37 d.C., desposara a filha de Anás, ex-sumo sacerdote, de 6 a 15 d.C.

Marcos relata que Jesus, uma vez preso, foi conduzido à presença de Caifás, para interrogatório.
João, porém, informa que a coorte romana e os guardas do Templo, liderados por um tribuno, ataram as mãos de Jesus e o apresentaram primeiro a Anás, sogro de Caifás.
A substituição de um sumo sacerdote não lhe afastava as prerrogativas da função, senão aquela de ingressar no Santo dos Santos e de praticar alguns atos litúrgicos. Permanecia detentor de uma “santidade eterna”. LUCAS, 3:2, quando João Batista inicia suas pregações, trata Anás como sumo sacerdote, ao lado de Caifás. Lucas anotou, em ATOS DOS APÓSTOLOS, 4:6, quando foram presos Pedro e João: “Estava presente o sumo sacerdote Anás, e também Caifás, Jônatas, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote”.
Jônatas e outros quatro filhos de Anás seriam sumos sacerdotes, como também alguns de seus netos. Anás fruía de poder e prestígio, fazia parte dos meios ricos; porém, não desfrutava da melhor reputação. Uma canção difamatória do Talmud dizia:
Ai de mim diante da casa de Boethus: ai de mim diante dos seus bastões! Ai de mim diante da casa de Annas; ai de mim por causa das suas denúncias! Pois eles são sumos sacerdotes e seus filhos tesoureiros e seus genros administradores e seus servos espancam o povo com bastões. (KELLER, 1978, p. 378.)
Jesus é trazido ao palácio de Anás, na parte alta e territorialmente nobre de Jerusalém. A mansão possuía um grande pátio, um porteiro e outros servos. As residências dos sumos sacerdotes ostentavam grande luxo.
Trajando túnica branca, turbante trespassado por fios de ouro, Anás interroga Jesus sobre seus discípulos e sua doutrina. E Jesus lhe responde (JOÃO, 18:20 a 23):
— “Falei abertamente ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no Templo, onde se reúnem todos os judeus; nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei; eles sabem o que eu disse”.
De fato, um conspirador não atua à luz do dia.
Um dos guardas, ante a serena e sensata consideração de Jesus, bate- lhe no rosto:
— “Assim respondes ao sumo sacerdote?”
Jesus, sem alteração, questiona o agressor:
— “Se falei mal, testemunha sobre o mal; mas, se falei bem, por que me bates?”
O Espírito Camilo interpretou com fina argúcia: a ocasião não podia ser melhor para aquele guarda tirar proveito pessoal, bajulando seu superior, mesmo em exibição de covardia, diante daquele manso. (TEIXEIRA, 1997, p. 92.)
Camilo revelou:
Nas dobras do tempo, contudo, a mão que esbofeteou o Nobre Amigo, veio a tornar-se apoio aos desvalidos numerosos das estradas ásperas do mundo, fazendo-se todo sentimento socorrista, transformado, o violento de outrora, nas vias de testemunho luminoso de amor e fidelidade ao Cristo, nas fileiras do cristianismo adiante. (TEIXEIRA, 1997, p. 95.)
A reação de Anás é enviar Jesus ao sumo sacerdote em exercício.
Do ponto de vista técnico e jurídico, não há necessidade da presença de Jesus perante Anás. O breve relato de João — cena que deve ser encaixada dentro da narrativa dos evangelhos sinópticos — fornece a impressão de um simples interrogatório preliminar, presidido pelo ex- sumo sacerdote. Talvez uma honra a Anás, pelos que querem agradá-lo; talvez um desejo do próprio Anás, quem sabe para ver, de perto, a extraordinária figura do Nazareno. O processo e formal julgamento ocorrerão pela manhã, depois do cantar do galo e das negações de Simão Pedro. LUCAS, 22:66 informa: “Quando se fez dia, reuniu-se o conselho dos anciãos do povo, chefes dos sacerdotes e escribas, e levaram-no para o Sinédrio”.
O Sinédrio, o Grande Conselho de 71 membros, a mais alta corte no campo administrativo e religioso, a suprema instância judiciária judaica, estendia suas atribuições aos judeus do mundo inteiro.
Embora Marcos deixe entender que Jesus foi levado do local de sua prisão até a casa de Caifás, onde o Sinédrio se reuniu para uma sessão noturna; fato é que os escritos de Flávio Josefo e a literatura rabínica não indicaram a existência de qualquer outra reunião do Sinédrio na casa de um sumo sacerdote.
Lucas contrasta com Marcos, pois apresenta a reunião do Conselho pela manhã, na casa do Conselho. Quando a versão lucana disse “levaram- no para o Sinédrio”, subentende-se que Sinédrio apareceu como referência à sede, ao edifício, e não ao Conselho em si. Quando Lucas descreve que Jesus foi preso e introduzido na casa do sumo sacerdote, estaria falando de Anás, em cujo pátio o evangelista descreve as negações de Pedro? O texto “Quando se fez dia [...] levaram-no para o Sinédrio” explicita que Jesus foi transportado da casa de Anás para a sede do Conselho, onde se apresentaram testemunhas contra Jesus e se verificou seu interrogatório.
Paul Winter (1998, p. 62), confrontando Marcos e Lucas, nesse ponto, analisou:
A versão lucense é livre da influência marquense. Não apenas o cenário e a ordem do tempo são diferentes; também o vocabulário varia de tal modo que a priori se torna improvável que o terceiro evangelista tivesse, nesse caso, recorrido ao segundo evangelho como fonte. Segundo Lucas, Jesus foi escarnecido e maltratado depois de sua prisão, mas antes da sessão do Sinédrio; os escarnecedores eram os carcereiros. Segundo Marcos, o escárnio ocorre depois da sessão do Sinédrio no palácio do hierarca, e são alguns membros da Corte Suprema que tomam parte da farsa cruel. Os atos dos membros do Conselho são definidos por Marcos como [...] [cuspir, cobrir, esbofetear] [...]. Em Lucas, aparecem os verbos [...] [zombar,

espancar, cobrir e blasfemar], todos referindo-se ao comportamento dos carcereiros.
Logo, em Lucas, a tradição primitiva foi conservada com mais exatidão.
Sobre o veredicto da corte judaica, contudo, os evangelhos não dissentem: “réu de morte”.
Desde a recuperação de Lázaro procuravam matá-lo. Narra o evangelho atribuído a JOÃO, 11:48 que os sacerdotes principais e fariseus reuniram o Conselho e discutiram sobre os fenômenos que Jesus operava, argumentando uns que a admiração das massas e os já muitos adeptos de sua doutrina representavam perigo para Israel: “[...] todos crerão nele e os romanos virão, destruindo o nosso lugar santo e a nossa nação”. Caifás dirigia aquela sessão do Sinédrio e propôs: “[...] é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?”. (JOÃO, 11:50.)
Após a expulsão dos vendilhões do Templo, os chefes dos sacerdotes e escribas cogitavam um meio de matá-lo. (MARCOS, 11:18.) Dois dias antes da prisão de Jesus, no pátio da casa de Caifás, uma reunião do alto clero e da nobreza leiga urdia sua prisão e morte, por um modo que não trouxesse tumulto à festa da Páscoa. (MATEUS, 26:3 a 5.)
Por isso, decidida a sua morte antes do trâmite legal do processo, as autoridades judaicas já não estavam preocupadas com as regras e formalidades pertinentes.
Muitos especialistas não creem que Jesus tenha sido conduzido ao Sinédrio para uma sessão regular de trabalhos, após sua passagem pelo palácio de Anás. Jacques Duquesne (2005, p. 237), entre eles, relacionou alguns argumentos:
A acusação não devia ser feita na casa do sumo sacerdote, mas no recinto do Templo (exatamente no “quarto de pedra talhada”); era preciso prorrogar a execução de uma condenação pelo Sinédrio durante 24 horas ao menos, o que não ocorreu; os direitos da defesa tinham de ser respeitados, o que também não ocorreu; Jesus não foi enterrado num dos dois lugares previstos pelo Sinédrio para os condenados à morte. Se os rigorosos fariseus, alguns dos quais certamente eram membros do Sinédrio, tivessem participado da reunião na casa de Caifás, teriam sem dúvida exigido a aplicação estrita das regras, assim como fizeram no ano 62, quando o sumo sacerdote saduceu Ananias convocou o Sinédrio sem avisá-los, para condenar Tiago, irmão de Jesus, e alguns outros cristãos. A desobediência às regras processuais no caso de Tiago tornou a sessão ilegal, e o sumo sacerdote foi punido com a suspensão de suas funções.
Duquesne sugeriu (2005, p. 238), com plausibilidade, que o julgamento de Jesus pelos judeus deve ter sido realizado por uma assembleia de representantes da maioria no Sinédrio (como acontece nos modernos parlamentos), composta pelos mesmos que já haviam decidido sua morte, com a cumplicidade e passividade da maioria, pois era suficiente para uma condenação a presença de 23 juízes dos 71 integrantes.
Marcos conta que eles “procuravam um testemunho contra Jesus para matá-lo”, mas as declarações incriminadoras que se levantaram contra Jesus não eram coerentes. A regra exigia no mínimo dois testemunhos coincidentes. Mateus mencionou algumas testemunhas falsas. E citou duas cujas declarações consistiam em terem ouvido Jesus prometer destruir o Templo e em três dias levantar outro.
Ante a ineficiência dos malsinados esforços probatórios, interfere José Caifás e indaga de Jesus se Ele é o Cristo, o Filho de Deus. Replica- lhe o sereno galileu (MATEUS, 26:64):
— “Tu o disseste. Aliás, eu vos digo que, de ora em diante, vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu”.
Dessa afirmação de Jesus aproveita-se Caifás para declará-lo blasfemo. A pena por blasfêmia prescrita no LEVÍTICO, 24:16 era a morte por apedrejamento. Em que consistiu a blasfêmia? Israel, segundo as profecias, receberia de Iahweh o poder sobre todas as nações. Jesus, com sua afirmativa, propõe que esse poder seria dado a Ele, não a Israel, e, ao mesmo tempo, reconhece implicitamente ser o Messias, constituindo isso valiosa razão política para apresentá-lo a Pilatos, pois seria, então, o libertador da nação, o condutor de Israel à hegemonia política do mundo.
Alguns estudiosos justificam o interesse dos judeus em entregar Jesus ao governante romano baseados na assertiva de Flávio Josefo, segundo a qual o Império, no ano 6 d.C., subtraíra dos judeus o jus gladii, o direito de executar suas sentenças de morte, passando a submetê-las à confirmação do procurador romano. (KELLER, 1978, p. 379.) Uma fórmula jurídica do Talmud parece corroborar a informação de Josefo. João também faz alusão a essa proibição. Conforme João, Pilatos disse aos acusadores de Jesus: “Tomai-o vós mesmos, e julgai-o conforme a vossa Lei”. E responderam ao procurador romano: “Não nos é permitido condenar ninguém à morte”. (JOÃO, 18:31.)
Não é, porém, o que se depreende da morte de Estêvão. Cerca de dois anos depois da crucificação de Jesus, Estêvão é julgado também por blasfêmia (ATOS DOS APÓSTOLOS, 6:11) e, em seguida ao seu discurso de defesa perante o Sinédrio, “[...] arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo” (ATOS DOS APÓSTOLOS, 7:58).
Joachim Jeremias (2005, p. 246 e 302) narrou a condenação à morte imposta pelo Sinédrio à filha de um sacerdote surpreendida em adultério, ao tempo de Agripa I (41 a 44 d.C.). Acrescentou o erudito pesquisador que a decisão, nesse caso, obedeceu não ao direito farisaico, mas ao saduceu. O direito farisaico propunha que a pena de morte por fogueira (LEVÍTICO, 21:9) se aplicava internamente, infligida com chumbo derretido derramado pela boca do réu. O direito saduceu defendia queimar os culpados exteriormente, por fogueira tradicional. Assim, a jovem Imarta Bath Tali foi queimada publicamente em Jerusalém.
Incontestável exemplo de autonomia jurídico-criminal se extrai do julgamento e da execução de Tiago. Escreveu Flávio Josefo (2005, p. 925):
Anano [...] era homem ousado e empreendedor, da seita dos saduceus, que, como dissemos, são os mais severos de todos os judeus e os mais rigorosos nos julgamentos. Ele aproveitou [...] para reunir um conselho, diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem desobedecido às leis e os condenou ao apedrejamento.
Parece suficientemente demonstrado o exercício da justiça criminal pelos judeus, com possibilidade de sujeição dos veredictos à pena de morte. Se essa faculdade não foi empregada no caso de Jesus, foi por mera conveniência, qual seja, transferir a responsabilidade de sua morte à autoridade romana, num exercício de autopreservação da elite judaica perante o povo. A aristocracia clerical, especialmente os saduceus, entre os quais se escolhiam o sumo sacerdote e principais dirigentes religiosos, enfrentava um progressivo descontentamento das massas. Seus privilégios e fortunas, criminosamente desfrutados pelo papel de intermediar as relações do Império Romano e do povo subjugado, necessitavam ser protegidos. Os nobres judeus nem podiam tolerar um movimento popular que provocasse desestabilidade social, e consequente intervenção militar romana, nem podiam se indispor ainda mais com o povo.
Paul Winter (1998, p. 41) comentou o impedimento proposto por João:
Se o segundo evangelista tivesse a informação que aparece em JO 18:31b, ele a teria passado a seus leitores para motivar sua história e explicar por que Jesus, já condenado à morte, foi levado a um novo julgamento diante do governador. E teria explicado por que ele, condenado [...] [por blasfemar], foi na verdade executado por conta de uma acusação diferente. [...]. O segundo evangelista teria perspicácia bastante para perceber essa incoerência. Como não menciona qualquer impedimento legal à autoridade do Sinédrio, devemos presumir que ele não sabia de qualquer impedimento.
O Império Romano sempre priorizou a administração indireta, sendo sua política geral deixar à cidade-estado, conquistada ou anexada, a competência para organizar suas instituições judiciárias (na defesa dos interesses que não diziam respeito a Roma), de modo que as questões locais fossem resolvidas por tribunais locais. Por isso, os líderes judeus mais de uma vez mostraram preferência por um governador romano a um príncipe local.
Depois da morte de Herodes, o Grande, embaixadores do Sinédrio foram a Roma dizer a César Augusto que preferiam um prefeito imperial estrangeiro a qualquer dos filhos de Herodes. Dez anos após, fizeram o mesmo quanto a Arquelau, comunicando as arbitrariedades do etnarca e conseguindo sua deposição, para, a partir daí, sujeitarem-se ininterruptamente à administração de procuradores de Roma. Essa preferência só encontra respaldo numa conclusão: os direitos tradicionais dos judeus de autodeterminação eram mais respeitados pelos administradores imperiais. Os romanos não tinham interesse na jurisdição interna dos judeus e só aceitaram mandar um governador para a Judeia com relutância, pela necessidade de proteger as estradas que comunicavam a Síria ao Egito.
Muito provavelmente, os prefeitos romanos se reservavam o poder de julgar e punir infrações capituladas como insurreição, alta traição ou perturbação da ordem pública. Quanto aos temas de ordem religiosa, e nos demais casos previstos na legislação mosaica, a autonomia judaica foi preservada, abrangendo mesmo o poder de julgar sobre vida e morte, e a respectiva execução da sentença, inclusive com diferentes tipos de penas capitais.
É preciso reconhecer, todavia, que, do ponto de vista histórico, não há confirmação sobre a competência legal do Sinédrio para a aplicação da pena capital por autoridade própria. E talvez esse seja um enigma insolúvel, se depender das fontes humanas.
Seja como for, os evangelhos num ponto não deixam dúvidas: no edifício destinado ao desempenho das funções do Grande Sinédrio, o tribunal judaico, ou uma comissão de seus representantes, interpelado por Caifás, julgou Jesus réu de morte.
A sessão judicial foi encerrada e sua condenação aprovada.

O manso então foi ultrajado: cuspiram-lhe no rosto, esbofetearam-no; fizeram zombarias. Cruel brincadeira divertiu os circunstantes: cobriram- lhe o rosto com um pano e, dando-lhe golpes, escarneceram:
— “Faze-nos uma profecia, Cristo: quem é que te bateu?”


Referências em Outras Obras

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Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Oséias Capítulo 4 do versículo 1 até o 19
SEÇÃO II

O PECADO DE ISRAEL

Oséias 4:1-13.16

A. A INFIDELIDADE DE ISRAEL E SUA CAUSA, 4:1-6.3

No esforço de equilibrar a profecia, Oséias abandona a interpretação de sua tragé-dia pessoal Em Os 3, a fim de tratar das implicações para Israel. Seus insights revelaram um Deus que amava Israel intensa e fortemente, embora visse a natureza fatal da corrupção de seu país. Por isso, empregou os mais prementes argumentos con-vincentes para Israel voltar, a fim de ser salvo, ao mesmo tempo em que lhe anunciava sua destruição inevitável.

1. A Controvérsia do Senhor (Os 4:1-19)

Como em Os 2:2, os israelitas são conclamados a participar de uma contenda com o Senhor (cf. Is 3:13; Jr 2:9-25.31). Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra (1).

Três palavras-chave analisam a natureza da condenação de Israel. Não há verda-de (emeth). Visto que não é suficiente saber o que é certo, mas entregar-se ao que é autêntico, o termo "fidelidade" é melhor (BV; NIV). Esta virtude está freqüentemente associada à benignidade (chesed), a qual, em vários contextos, tem o sentido de amor (cf. ARA; ECA; BV), bondade (cf. NTLH) ou amor de concerto. Ambos os termos estão relacionados com o conhecimento, já que são o fruto do conhecimento de Deus (cf. Is 9:9; Jr 22:16). Novamente, o conhecimento de Deus acha-se na comunhão e não na cognição intelectual. É pela verdade e pela benignidade (misericórdia) que é possibili-tado o conhecimento de Deus. A ausência de tal conhecimento na terra também indicava ignorância e negligência com a lei. Estas três palavras importantes vão direto ao cerne da mensagem de Oséias. Fidelidade, amor e conhecimento estão no centro da aná-lise da situação difícil de Israel e do ideal de comunhão desejado por Deus (cf. Os 2:19-20; 4.6; 5:4-7; 6.3,6; 10.12; 11.3,4,12b; 12.6).

As acusações de Deus contra o perjurar e o mentir (2) mostram a decadência do ambiente religioso e social de Israel. (O verbo hebraico alah, "jurar", quando em combi-nação com o termo kichesh, fala de falso juramento; cf. BV.) Além destas acusações, ha-via o matar, o furtar e o adulterar. "Há arrombamentos" (ARA), ou seja, os israelitas traspassam todos os limites do pecado (cf. NVI). Homicídios (damin) indicam sangue derramado com violência, um crime capital.' Homicídios sobre homicídios — para significar que um assassinato ocasionava a represália (cf. NVI) até que se transformava em uma doença contagiosa entre o povo de Israel. Pecado gera pecado. Cinco dos Dez Mandamentos foram quebrados na depravação de Israel, isto é (pela ordem de citação), o terceiro, o nono, o sexto, o oitavo e o sétimo.

Por isso, a terra se lamentará (3) ; uma vez mais o sofrimento da natureza está relacionado com o pecado do homem. Até a criação inanimada sofreu com a depravação moral dos israelitas. O lamento da terra, a fraqueza dos animais, aves e peixes eram o resultado natural da seca no reinado do rei Acabe (1 Rs 17:1-7). A sequidão pode ter continuado por muito mais tempo durante a idolatria ininterrupta do povo (Am 1:2-8.8). A Natureza sofreu porque Israel pecou.

a) A responsabilidade dos sacerdotes (Os 4:4-11). Todavia, ninguém contenda, nem qualquer repreenda; porque o teu povo é como os que contendem com o sacer-dote (4). Este versículo, uma cláusula interposta, indica que argumento e reprovação são inúteis por causa da obstinação e pertinácia irremediável das pessoas. Pode ser que um teria gostado de culpar o outro; contudo, o direito de repreensão pertencia ao sacer-dote e até a liderança religiosa era má em suas ações. Outra interpretação 3 dá um sen-tido diferente: Não cabe aos seres humanos contender, visto que se trata da controvérsia de Deus. O Senhor proibiu o homem de falar em seu nome. Ele sozinho pleiteará sua causa. "Não desperdices teu tempo em recriminações mútuas, pois minha contenção é contigo, ó sacerdote" (ATA).

Os que contendem com o sacerdote (4) — para denotar, talvez, que o povo perde-ra a confiança na liderança religiosa a ponto de discutir com os sacerdotes.

O quadro nos versículos 4:10 é uma descrição vívida de um sacerdócio degenerado, que desencadeará julgamento da mão de Deus. Dia e noite (5) não indica julgamentos separados ou especiais, mas que, a qualquer momento, o sacerdote e o profeta cairiam sob as garras do julgamento. A frase final: E destruirei a tua mãe, anuncia a destrui-ção da nação inteira (cf. 2.2). O sacerdote e o profeta estão sob condenação especial por não terem compartilhado o conhecimento de Deus com o povo. Na realidade, longe de compartilharem, eles tinham rejeitado tal conhecimento e Deus lhes rejeitaria o ofício. "Eu vos rejeito de me serem sacerdotes" (6, Phillips; cf. NVI).

A acusação terrível contra o sacerdócio continua. Os sacerdotes não são dignos do ofício, e sua honra ("glória", BV; NTLH) será mudada em vergonha (7). O pecado do meu povo (8) se refere à oferta pela transgressão: a carne do animal sacrificado, ofere-cido para tirar o pecado. Embora fosse legítimo comer a oferta sacrifical, a transgressão dos sacerdotes foi desejar o aumento dos pecados do povo para que tivessem abundância na provisão de carne. "Eles se alimentam dos pecados do meu povo e lambem os lábios com a culpa vindoura" (Phillips).

Há pouco a escolher entre o sacerdote e o povo. Como é o povo, assim será o sacerdote (9). O sacerdócio sofrerá como o povo (cf. 3,5). Deus castigará os sacerdotes da mesma forma que o povo comum é castigado, e lhes dará a recompensa das suas obras. O castigo está simbolizado no versículo 10. Os sacerdotes continuarão nos seus deleites e prostituições com o culto de Baal, mas não ficarão satisfeitos nem desfrutarão a bênção de ter filhos, pois cometem práticas imorais com as prostitutas cultuais. Será assim porque deixaram de olhar para o SENHOR (10). Eles se esqueceram de Deus. É como se o Senhor não entendesse a infidelidade deles, ou talvez compreendesse tudo muito bem: "[A prostituição], o vinho velho e o vinho novo acabam com o coração e a mente e o entendimento espiritual" (11, ATA; cf. ARA; NVI). Libertinagem e álcool lhes enfraqueceram a sensibilidade.

  • A responsabilidade do povo (Os 4:12-14). Agora o profeta passa a tratar do povo:4 O meu povo consulta a sua madeira (12). O povo escolhido de Deus pedia conselho a um pedaço de madeira (prática chamada rabdomancia) e buscava predizer o futuro com uma vara. Esta era conseqüência da falsa adoração que faziam — a idolatria. Também tinham voltado a sacrificar nos cumes dos montes e a queimar incenso debaixo de árvores. Nesta forma de idolatria, suas filhas se prostituíam e até as noras eram culpa-das de adultério.
  • Eu não castigarei vossas filhas (14) não sugere que elas ficarão impunes mesmo após se prostituírem e adulterarem. Significa que, em vez da ação direta de Deus, o pecado será punido com mais pecado. "O adultério espiritual de pais e maridos seria punido pelo adultério carnal de filhas e esposas". 'Keil tem opinião diferente, ao sugerir que Deus não puniria as filhas e as noras, porque seus pais "fizeram ainda pior. 'Era tão grande o número de prostituições que toda a punição cessou na desesperança de qual-quer correção' (Jerônimo) ". 6 Pois o povo que não tem entendimento será transtor-nado. A nação afundara tanto no pecado que não havia esperança e tinha de perecer. Será transtornado quer dizer será lançado impetuosamente na destruição; "cairá em ruínas" (cf. NVI; ARA; Pv 10:8-10).7

  • Aviso para Judá (4:15-19). Estes versículos são uma advertência para Judá não seguir Israel. Se tu, ó Israel, queres corromper-te, não se faça culpado Judá (15). Gilgal e Bete-Áven (Betel) eram os dois principais santuários que ficavam no sul de Efraim; portanto, de fácil alcance para os filhos de Judá. Oséias ironicamente substituiu Betel (casa de Deus) por Bete-Áven (casa de iniqüidade). Judá ficaria escandalizado em fazer peregrinações aos centros de adoração idólatra. Não era compatível ir ao local de idolatria, Gilgal, e jurar: Vive o SENHOR. Embora o juramento deste tipo fosse orde-nado em Deuteronômio 6:13-10.20, contudo esta contrição tinha sua base no "temor do Senhor" e não na prática de idolatria. Oséias adverte contra a hipocrisia e a pseudodevoção.
  • A razão para avisar Judá é apresentada em outra descrição de Israel (16-19). O povo é tão intratável quanto uma vaca rebelde (16; "vaca brava", NTLH). Algumas versões bíblicas colocam corretamente a última metade do versículo 16 na forma de pergunta:

    "Será que o SENHOR o apascenta como a um cordeiro em vasta campina?" (ARA; cf. NVI). Não! Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o (17). Israel está tão ligado aos ídolos que não há esperança. O longo apego ao pecado tornou a reconciliação impossível. Porém, interpretar esta passagem como se Deus fosse abandonar totalmente Israel não é consistente com o último ensino do profeta. Em outras partes de seu livro, Oséias fala sobre "o vale de Acor, por porta de esperança" (Os 2:15), e o grande brado de Deus: "Como te deixaria, ó Efraim?" (Os 11:8; cf. NTLH; NVI; ver tb. Os 14:4-8). G. Campbell Morgan acredita que o versículo 17 era "a palavra do profeta para os leais não terem cumplicidade com os desleais. Era a palavra de advertência àqueles que em maior proporção ainda manti-nham uma certa comunhão com Deus, a fim de não porem em perigo a própria seguran-ça, ao entrarrem em contato com Efraim" ídolos — "idolatria é a adoração de falsas representações de Deus".9

    A sua bebida se foi (18) significa que eles ficaram desamparados por terem bebido. A intoxicação os levou a corrompem-se (cf. "eles se entregam à prostituição", ARA; ECA) cada vez mais. Os príncipes (os protetores do povo) chegaram a ponto de amar a vergonha. "Amam a vergonha mais que a glória" (VBB; cf. BV).

    A conclusão no versículo 19 é inexorável. Um vento os envolveu nas suas asas (19). O vento é a invasão assíria que Oséias vê no horizonte. A destruição de Israel é certa. Sua vergonha se arrojará repentinamente sobre o reino como uma tempestade (cf. Os 5:1-18.11ss.). Nem mesmo seus sacrifícios livrarão os israelitas.

    G. Campbell Morgan sugere que três verdades chamam nossa atenção no capítulo 4:

    1) A coisa proibida: a idolatria, 12;

    2) A condição descrita: Efraim está entregue aos ídolos, 17;

    3) O aviso proferido a Judá: Deixa-o, 17.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Oséias Capítulo 4 versículo 6
    Também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote:
    Os sacerdotes não tinham somente a responsabilidade de oferecer os sacrifícios, mas também a de instruir o povo sobre as exigências da aliança. Conforme Dt 33:10; Ml 2:6-8. Ver também Is 1:10,

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Oséias Capítulo 4 do versículo 1 até o 19
    *

    4.1-19

    Nesse notável exemplo de um processo jurídico profético contra Israel, por violar os termos da aliança, Oséias nos oferece uma visão panorâmica da causa do Senhor contra Israel, e então enfoca as consequências de sua rejeição do conhecimento de Deus.

    * 4:1

    verdade... conhecimento. Ver notas em 2.19,20.

    * 4:2

    perjurar... homicídios. Esses pecados constituíam violações do documento fundamental da aliança — o Decálogo (Êx 20:2-17; Dt 5:6-21).

    * 4:3

    a terra está de luto. O pecado humano resulta em crises dentro da ordem natural que põem em perigo todos os aspectos da vida (Lv 18:28; Is 24:4,5).

    A Apostasia de Israel e o Casamento de Oséias (3.1)

    Os estágios do relacionamento de Israel com Deus são representados nas profecias de Jeremias e Ezequiel, bem como no relacionamento de Oséias com Gômer.

    Estágio

    Profetas de Israel

    Casamento de Oséias

    Noivado

    Jeremias 2:2

    Oséias 1:2

    Casamento

    Ezequiel 16:8-14

    Oséias 1:3

    Adultério

    Jeremias 5:7;

    Oséias 3:1

    Ezequiel 16:15-34

    Separação

    Jeremias 3:8-10;

    Oséias 3:3,4

    Ezequiel 16:35-52

    Restauração

    Ezequiel 16:53-63

    Oséias 3:5


    * 4.4-10

    A atenção muda para os pecados dos sacerdotes, cuja falta de instruir a nação quanto à lei de Deus, corrompeu Israel (v. 6; Dt 31:9-13 e 33.10).

    * 4:4

    ninguém contenda. Ou então: "Que ninguém faça acusação". De acordo com a lei mosaica, os sacerdotes tinham por tarefa ajuizar legalmente (Dt 17:9-13). Mas por causa da falta geral de conhecimento e respeito pela lei de Deus em Israel, nos tempos de Oséias, não havia razão para alguém apresentar queixa contra outrem, pois os vereditos não seriam respeitados (o povo era "como aqueles que contendiam com o sacerdote", isto é, não respeitava as decisões e ensinos).

    * 4:5

    e destruirei a tua mãe. Ou seja a nação de Israel (2.2,5; Is 50:1).

    * 4:6

    O meu povo. A nação de Israel perderia seu relacionamento pactual com Deus, por falta de conhecimento da aliança (vs. 8 e 12).

    conhecimento. O conhecimento de Deus é inseparável da lei de Deus (Introdução: Características e Temas). Os sacerdotes, que eram os responsáveis por ensinar a lei — e seus descendentes — deveriam ser punidos por ignorarem ou se esquecerem da lei (vs. 4-10 nota).

    * 4:7

    eu mudarei a sua honra. Ou então: "Eles mudarão a sua honra em vergonha" (referência lateral). Em última análise, o Senhor é a glória de Israel (Is 60:19; Jr 2:11). Em Romanos 1:23, Paulo condenou o pecado de trocar a glória de Deus por algo corruptível.

    vergonha. Estão em foco os ídolos ou os deuses falsos (Dt 32:16,17).

    * 4:8

    Alimentam-se do pecado do meu povo. Tomado literalmente os sacerdotes que comiam porções dos animais sacrificados pelo pecado, encorajavam o povo a pecar. Assim, os sacerdotes teriam mais o que comer (Lv 6:26). Figuradamente, os sacerdotes ficavam satisfeitos pelos pecados do povo.

    * 4:9

    como é o povo, assim é o sacerdote. Ninguém seria poupado do julgamento (conforme Is 24:1-3).

    * 4:10

    Comerão... entregar-se-ão à sensualidade. O alimento não os satisfaria (v. 8), e o sexo ilícito não produziria a multiplicação da população. Pois tinham abandonado o Senhor, a fonte da vida, a fim de praticarem a prostituição (vs. 12,18; 2.4; 6.10; 9.1).

    * 4:11

    tiram o entendimento. Lit., "tiram o coração (do povo)", isto é, a capacidade de as pessoas julgarem e pensarem com clareza (conforme Pv 31:4,5).

    * 4:12

    o seu pedaço de madeira. Isso pode referir-se ao poste-ídolo ao lado de um santuário cananeu (Dt 16:21; Jz 6:25-32), de alguma outra divindade (Hc 2:18,19), ou a uma árvore frondosa que os israelitas pensavam que dava oráculos (Jz 9:37).

    vara. Provavelmente uma vara de adivinhar, ou talvez uma pequena estátua de Astarote.

    espírito de prostituição. O adultério espiritual deles é causado por um poder inebriante e sedutor que os atraía continuamente ao pecado ("um espírito estonteante", Is 19:14; "espírito de profundo sono", Is 29:10).

    * 4:14

    Não castigarei. Não que Deus se recusasse a castigar, de modo absoluto, as meretrizes e as adúlteras (visto que o povo inteiro de Israel seria julgado), mas sim, que ele não permitiria que as mulheres que errassem fossem punidas, enquanto que os homens que as procuravam fossem libertos (conforme Gn 38:24-26).

    * 4.15-19

    O tema das profecias jurídicas contra Israel continua aqui, enquanto são apresentadas outras acusações de desobediência à aliança (4.1-19, nota).

    * 4:15

    Gilgal. Esse importante santuário israelita próximo de Jericó ficava situado do outro lado do rio Jordão, defronte de Baal Peor. Desde a época da conquista, Gilgal foi um importante lugar de adoração (Js 4:19—5.12; 1Sm 10:8; 11.12-15). Mais tarde, na história de Israel, Gilgal passou a associar-se com práticas religiosas perversas e sincretistas (9.15; 12.11; Am 4:4).

    Bete-Áven. Ver referência lateral. Esse era um apelido de desprezo de Betel ("casa de Deus"), o importante santuário real (Am 4:4; 5:5; 7:13; 1Rs 12:28-33).

    Vive o SENHOR. Esse juramento ortodoxo (Jz 8:19; Rt 3:13; 1Sm 14:39) foi proibido aqui porque os israelitas estavam mentindo (v. 2), ou porque o mesmo estava sendo abusado, associando o Senhor com a adoração a Baal.

    * 4:16

    vaca rebelde. Israel estava se rebelando contra todos os esforços do Senhor para cuidar deles (conforme Jr 31:18).

    * 4:17

    Efraim. Visto que a tribo de Efraim era, em muito, a mais numerosa das dez tribos do norte, o reino do norte, de Israel era, algumas vezes, chamado de Efraim (Dt 33:17 nota).

    * 4:19

    vento... asas. Provavelmente um trocadilho com a palavra hebraica que significa "vento" ou "espírito" está aqui em foco. Não somente uma tempestade destrutiva de julgamento divino estava prestes a varrer o povo (1:19), mas o "espírito de prostituição" (v. 12; 5.4), os estava arrastando à ruína.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Oséias Capítulo 4 do versículo 1 até o 19
    4.1ss Neste capítulo, Deus acusa de desobediência ao Israel. Os líderes religiosos não tinham feito que o povo retornasse a Deus, e o ritual da prostituição tinha substituído à verdadeira adoração. A nação estava declinando espiritual e moralmente, e quebrantava as leis que Deus lhes tinha dado. O povo encontrava muito fácil condenar à esposa do Oseas, mas lhes custava trabalho ver que eles eram infiéis a Deus.

    4.1-3 Deus explica os motivos do sofrimento do Israel. O quebrantamento da Lei tinha trazido consigo os dois castigos de incremento de violência e de crise ecológica. Não sempre há uma relação direta de causa e efeito entre nossas ações e os problemas que enfrentamos. Entretanto, quando nos vemos rodeados de dificuldades, devemos perguntar com seriedade: "cometi algum pecado ou tenho feito algo irresponsável que possa ter ocasionado meu sofrimento?" Se descobrirmos que temos uma falta, inclusive em forma parcial, podemos trocar nosso comportamento ante Deus.

    4:2 Este versículo pode fazer alusão aos assassinatos dos reis durante a vida do Oseas. Salum matou ao Zacarías (o rei, não o profeta) e se apoderou do trono. Logo Manahem matou ao Salum e destruiu uma cidade inteira devido a que não quiseram aceitá-lo como rei (2Rs 15:8-16). Deus assinalou que inclusive o assassinato estava sendo tomado à ligeira no Israel.

    4.4-9 Oseas apresentou seus cargos contra os líderes religiosos. Quais eram estes líderes religiosos? Quando Jeroboam 1 se rebelou contra Roboam e estabeleceu um reino rival no norte, também estabeleceu seu próprio sistema religioso (veja-se 1Rs 12:25-33). Em violação às leis de Deus, fez dois bezerros de ouro e lhe disse ao povo que os adorasse. Além disso também designou sacerdotes que não eram descendentes do Arão. Ao princípio os residentes do reino do norte continuaram adorando a Deus, mesmo que o faziam em forma equivocada; mas muito pouco tempo depois também começaram a adorar aos deuses cananeos. Muito em breve trocaram a Deus pelo Baal, e deixaram de adorar a Deus completamente. Não em balde os falsos sacerdotes do Jeroboam foram incapazes de preservar a verdadeira adoração de Deus.

    4.6-9 Deus acusou aos líderes religiosos de não deixar que o povo o conhecesse. esperava-se que fossem líderes espirituais, mas se voltaram líderes das más ações. O povo pôde haver dito: "Não deve ser mau se os sacerdotes o fizerem". A liderança espiritual é uma responsabilidade muito grande. Já seja que você ensine na Escola Dominical, trabalhe no escritório da igreja, ou guie um estudo bíblico, não tome à ligeira suas responsabilidades. Seja um líder que guie sempre para Deus.

    4:8 Os sacerdotes se regozijavam com os pecados do povo. Cada vez que alguém levava uma oferenda pelo pecado, os sacerdotes recebiam uma porção. Quanto mais pecasse o povo, mais recebiam os sacerdotes. Já que não o podiam comer tudo, vendiam alguma parte e outra a davam a seus parentes. Os sacerdotes tiravam proveito de que o povo continuasse pecando; dava-lhes poder e posição na comunidade. Assim em vez de tratar de tirar o povo de seu pecado, respiravam-no para melhorar seus lucros.

    4.10-12 Os principais deuses cananeos, Baal e Astoret, representavam o poder da fertilidade e a reprodução sexual. Não é de surpreender-se que em sua adoração incluíram práticas sexuais vis. Os adoradores varões tinham relações sexuais com as prostitutas do templo, ou sacerdotisas, e as mulheres que queriam ter filhos tinham relações sexuais com os sacerdotes. Mas Deus lhes disse que seus esforços por aumentar a fertilidade eram em vão.

    4:15 Deus enviou uma advertência ao Judá para que seus sacerdotes não se voltassem como os do Israel. Os sacerdotes do Israel que permaneceram no norte se esqueceram de sua herança espiritual e se venderam ao Baal. Entre outras coisas promoviam a idolatria e a prostituição ritual. Israel não escaparia ao castigo, mas Judá podia escapar se não seguia o exemplo do Israel.

    4:17 Ao Israel lhe chama Efraín porque Efraían era a mais capitalista das dez tribos do norte. Ao reino do sul lhe chamava Judá, que era também a tribo mais poderosa.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Oséias Capítulo 4 do versículo 1 até o 19
    II. POLÊMICA DE JEOVÁ com Israel e Judá (Os 4:1)

    1. Jeová contra os habitantes da terra (4: 1-5)

    1 Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel; porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra. 2 Não há nada, mas jurando e quebrando fé, e matar, o furtar, eo adulterar; eles quebram, e sangue toca sangue. 3 Por isso a terra se lamentará, e qualquer que morar nela desfalecerá, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar serão tirados. 4 No entanto, ninguém contenda, nem deixar qualquer homem reprovar; porque o teu povo é como os que contendem com o sacerdote. 5 E tu hás de tropeço no dia, eo profeta tropeçará contigo durante a noite; e destruirei a tua mãe.

    A acusação de que o Senhor traz contra Israel é tríplice, ou seja, a falta de verdade, falta de bondade, e da falta de conhecimento de Deus (isto é, íntimo do coração-conhecimento). O Profeta concentrados aqui na última mencionada falta (conforme Os 4:6 ). Com o tempo, tua mãe, ou seja, a nação, será destruído.

    b. Jeová contra os padres e as pessoas (4: 6-10)

    6 O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim:. visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos 7 Como eles se multiplicaram tanto mais contra mim pecaram: eu mudarei a sua honra em vergonha. 8 Eles se alimentam do pecado do meu povo, e de coração desejam a sua iniqüidade. 9 E será que, como as pessoas, como sacerdote; e eu vou puni-los por seus caminhos, e vai retribuir-lhes suas obras. 10 E comerão, e não têm o suficiente; eles devem se prostituem, mas não se multiplicarão; porque deixaram de atentar para o Senhor.

    Porque os sacerdotes tenham deliberadamente rejeitado o conhecimento de Deus e de Sua lei, Jeová vai rejeitá-los. Porque os sacerdotes floresceram as iniquidades brutas das pessoas, alimentando -se do pecado do meu povo e definir seu coração em sua iniqüidade, o mesmo destino aguarda as pessoas e-sacerdote absoluta frustração de todos os seus esforços, devido à sua desobediência deliberada. Então, como sempre, "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23 ).

    2. Israel recusa-se conhecimento de Deus, porque ela tem se vendido a Baal (4: 11-19)

    1. Características marcantes Baalismo determinadas (4: 11-14)

    11 A incontinência, eo vinho, eo mosto tiram o entendimento. 12 O meu povo consulta ao seu estoque, e sua equipe declara ao deles; porque o espírito da prostituição tem causado os enganou, e eles têm se prostituiu, partindo o seu Dt 13:1)

    15 Ainda que tu, Israel, prostituindo-se, contudo não se faça culpado Judá; e não vinde até Gilgal, nem ide até Bete-Aven, nem jurar: Vive o Senhor. 16 Pois 1srael se comportou-se teimosamente, como uma novilha obstinada.: agora vai Jeová apascentará como a um cordeiro num lugar 17 Efraim está entregue aos ídolos; deixá-lo sozinho. 18 A bebida é tornar-se azedo; eles se prostituem continuamente; seus governantes adoraria vergonha. 19 O vento tem envolveu nas suas asas; e eles serão envergonhados por causa dos seus sacrifícios.

    O profeta aqui torna-se muito aguçado. Seu pecado básico, declara Oséias, é teimosia, até mesmo como uma novilha obstinada. Portanto, para fins de Jeová para dar a Israel uma abundância de espaço para passear e ter o seu caminho. Efraim estávoluntariamente se juntou ao pagãos ídolos, deixe-o em paz (conforme Rm 1:24 , Rm 1:28 ). De Israel governantes adoraria vergonha, ou seja, eles adoram coisas vergonhosas: fraude, embriaguez, adultério, prostituição (conforme 7: 4-7 ). Assim, eles serão envergonhados(v. Os 4:19 ).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Oséias Capítulo 4 do versículo 1 até o 19
    4.4 A falta não estava tanto no povo, mas sim nos líderes.
    4 5 Tua mãe. Israel no sentido de nação.

    4.6 Teus filhos. Os israelitas eram como a prole dos seus líderes religiosos; se estes deram exemplo errado, puseram os filhos a se perder.

    4.9 O sacerdote. Enriqueciam-se com as ofertas que o povo trazia para fazer expiação pelo pecado, usando o dinheiro para comprar vinho.

    4.12 Pedaço de madeira. Objetos feitos de madeira, que se adoravam como ídolos (conforme Is 44:14-15).

    4.13 Sacrificam. Estes eram sacrifícios oferecidos aos deuses pagãos, cujos templos eram freqüentemente altares feitos nas árvores ou nos cumes das montanhas. Muitos dos sacrifícios pagãos eram realizados com cerimônias imorais, um tipo de prostituição praticada nos lugares do culto pagãos, que era comum na antigüidade. Cria-se que, pelo princípio da magia de simpatias, isto ajudaria a fertilidade do campo. As mulheres envolvidas eram respeitadas como contribuintes para a prosperidade da comunidade.

    4.14 Prostitutas cultuais. Heb qedhshôth, "separadas". "santificadas", mas não para o serviço de Deus, nem para a religião íntima, mas sim para os propósitos do paganismo (conforme a nota acima, v. 13).

    4.15 Gilgal. Tinha sido uma cidade santa (Js 5:10; 1Sm 10:8; 1Sm 15:21). Tornara-se, então, um lugar de ídolos (Jl 4:4; Jl 5:5).

    4.15 Bete-Áven. Significa "casa de perversão", e é o nome profético dado à antiga "Betel", que significa "casa de Deus", um dos mais antigos santuários israelitas, onde se adorava a Jeová.

    4.16 Vaca rebelde. Não podia pastar ao léu, como as ovelhas.

    4.17 É deixá-lo. Conforme Mt 15:14. Ídolos. Heb 'açabbn, uma palavra mais rara, que também significa "tristezas".

    4.19 O vento. Heb rü'ah, que se refere tanto ao vento, a um sopro de ar, como ao Espírito Santo; aqui se refere a adoração dos ídolos, ao espírito de Satanás; e ao vento político que soprará como punição: invasão que os assírios trariam, doze anos depois desta profecia, fazendo Israel deixar de existir como nação.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Oséias Capítulo 4 do versículo 1 até o 19
    O OBSTINADO POVO DE DEUS (4.1—14.9)

    Em 4.1, encontramos a única divisão incontestável da profecia, com exceção, talvez, Dt 14:1. As outras subdivisões são dadas aqui por conveniência, mas são um tanto arbitrárias. Gômer e o seu relacionamento com Oséias já não são mencionados, embora permaneçam como pano de fundo para o relacionamento entre Deus e Israel tratado na passagem.

    II. A ACUSAÇÃO DE DEUS E O RESULTADO (4.1—8.14)

    1) A acusação de Deus (4.1—5.7)
    A fórmula de proclamação ouçam etc. é encontrada somente em 4.1 e 5.1. Gomo em

    2.2, o Senhor está iniciando um processo judicial {ríb) contra Israel em geral e o sacerdócio em particular, em virtude da violação da aliança. Acerca dos termos usados — fidelidade, amor (hesea), conhecimento de Deus —, v.comentário Dt 2:19. A apostasia religiosa (v. 1) conduz à rejeição da lei de Deus (v. 2, que reflete o conhecimento do código sinaí-tico escrito), e, isso por sua vez, produz a seca (v. 3; a terra pranteia, nota de rodapé da NVI: “está seca”). A NTLH traduz os verbos do v. 3 no futuro. Podemos comparar uma outra reação em cadeia descrita em 2.21ss, no sentido contrário. O hebraico do v. 4 é obscuro; a tradução da NVI aqui é uma tentativa de correção adotada por diversas versões modernas (BJ). O v. 5 também é difícil, e a correção da NEB e GNB pode estar correta. Mas o sentido geral do trecho (v. 4-10) está suficientemente claro: visto que os sacerdotes estão negligenciando a sua legítima função de ensinar o verdadeiro conhecimento de Deus e da sua lei, eles e o povo serão expulsos, v. 6. conhecimento-, cada ocorrência da palavra nesse versículo no original vem com o artigo definido, i.e., está se referindo ao conhecimento de Deus e da sua palavra. E possível que tenha existido por trás de todo esse trecho uma situação de disputa como as registradas em Jl 7:10-30 e Jr 20:1-24.

    Alimentar-se dos pecados do meu povo (v. 8) significa que os sacerdotes preferem prosperar com base na sua parte das ofertas pelos pecados voluntários a tomar atitudes para dissuadir o povo de fazer o mal. A intervenção de Deus vai suspender o lucro (v. 9,10) e condenar os sacerdotes à futilidade (conforme 8.7; 9.12,16; Jl 5:11; Rm 8:20).

    Os v. 10-14 iniciam um ataque amplo ao culto a Baal, iniciado e concluído pelo que aparenta serem provérbios populares (v. 11, 14b). O único resultado possível da estupidez e da devassidão da adoração de ídolos — embriaguez, prostituição cultual e sacrifícios ilícitos — é a ruína.
    Os v. 15-19 advertem Judá, talvez como um recurso retórico, a não seguir Israel nessa trilha, nem a entrar em santuários falsos, nem mesmo a “jurar pela vida do Senhor” (NEB; “nem façam ali promessas em nome do Senhor Deus”, NTLH), i.e., adorar o Senhor de forma ostensiva e aparente. V. acerca de uma oração semelhante, “pela vida de Baal”, em DOTT, p. 131. Bete-Aven é um apelido desdenhoso de Betei — conforme Jl 5:5: “Betei será reduzida a nada” (heb. ’awen). Acerca de Gilgal, conforme 9.15; 12.11. v. 17. deixem-no só: embora um tanto conjectural, destaca o conselho para que Judá ignore o exemplo de Israel. Efraim no v. 17 é a primeira de 37 ocorrências em Oséias. Ainda é incerto por que o termo é usado aqui. Ellison sugere que reflete a divisão do governo, com Menaém e Pecaías reinando em Samaria e Peca em Gi-leade entre 752 e 740 a.C. (2Rs 15:17-12; cf. também Dn 5:5 e 7.1). Ele também vê uma razão espiritual nisso, embora a inveja de Efraim tenha contribuído para a divisão dos reinos sob Jeroboâo I, mesmo assim o título de Israel não é concedido ao Reino do Norte enquanto rejeitar a lealdade a Davi.

    O texto do v. 18 também é incerto, mas continuam os temas da embriaguez e da prostituição.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Oséias Capítulo 4 do versículo 1 até o 19
    II. CORRUPÇÃO MORAL DE ISRAEL Dn 4:1-28). O profeta contigo cairá (5). Aqui a referência clara é ao profeta falso (cfr. 1Rs 22:6 e segs.).

    >Os 4:6

    O repúdio, no versículo 6, por alguns é confinado aos sacerdotes entre o povo; porém, as palavras iniciais do versículo sugerem que essas palavras são dirigidas à totalidade do povo, aqui considerado como sacerdote de Deus (cfr. Êx 19:6). No versículo 8, por outro lado, os sacerdotes, no sentido estrito da palavra, parece que são denunciados. Há aqui um patético jogo de palavras: pois hattath significa tanto "pecado" como "oferta pelo pecado", e aqueles gananciosos sacerdotes, que desejavam que os pecados do povo se multiplicassem, para que sua partilha nas ofertas pelo pecado (Lv 10:17) aumentasse estavam, literalmente, vivendo do pecado do povo. Este versículo contradiz a teoria de que o sistema de sacrifícios entrou em existência depois que o povo retornou do exílio babilônico.

    >Os 4:10

    Comerão, mas não se fartarão (10). O pecado traz seu próprio castigo por não produzir a satisfação esperada. O sacerdote, embora comesse das ofertas pelo pecado oferecidas pelo povo, permanecia faminto; e a despeito de cometer prostituição (um detalhe da adoração a Baal, introduzido na adoração a Jeová) permanecia sem filhos. A sua vara lhe responde (12). É uma referência ao costume pagão de adivinhação por intermédio da posição de uma nova vara que era lançada por terra. Que o povo de Deus tivesse sido vitimado por uma tal superstição, era motivo para Ele sentir-se amargurado.

    >Os 4:15

    Bete-Áven (15); isto é, uma casa de falsidade ou idolatria. O profeta, ironicamente, usou essa palavra em lugar de "Betel", a casa de Deus. A segunda porção do versículo 16 deve, provavelmente, ser entendida como pergunta para a qual se espera uma resposta negativa. Alternativamente, lugar espaçoso poderá ser entendido como tendo o significado de deserto onde nenhum pasto pode ser achado. Segundo essa interpretação, o profeta estaria usando amarga ironia: a "largueza" de sua liberdade do controle de Deus tornar-se-ia a "largueza" do deserto. Efraim (17). Na qualidade de maior das tribos do norte, esse nome parece ter sido usado pelo profeta, em determinadas ocasiões, como sinônimo de Israel. No versículo 18 o texto é muito difícil. Provavelmente deveria ser traduzido como: "quando sua bebedeira passa, cometem prostituição". No versículo 19 parece que o sentido é que o castigo provocado por todos esses pecados surpreenderia subitamente os culpados em suas asas.


    Dicionário

    Conhecimento

    Esta palavra vem de uma base Indoeuropéia gn-, que gerou, em Grego, gnosis, "conhecimento" e seus derivados. Gnóme significava "razão, entendimento".

    conhecimento s. .M 1. Ato ou efeito de conhecer. 2. Idéia, noção; informação, notícia. 3. Consciência da própria existência. 4. Ligação entre pessoas que têm algumas relações. 5. Co.M Documento correspondente ao embarque de certa mercadoria. S. .M pl. Saber, instrução, perícia.

    O pensamento espírita, neste ponto, não deixa margem para muita divagação. O conhecimento há de ser limitado, porque somos naturalmente limitados. Mas o Espírito progride em conhecimento e em moralidade, cedo ou tarde, como aprendemos em O Livro dos Espíritos – questão 192. Então, à medida que o Espírito desenvolve todo o seu potencial, não apenas intelectual, mas também moralmente, tem mais possibilidades de avançar no conhecimento. Se não pode chegar à essência absoluta das coisas porque não tem instrumentos adequados a este tipo de inquirição, pelo menos adquire uma visão mais lúcida e cada vez mais profunda e ampliada. O velho problema do conhecimento da coisa em si mesma dividiu muito os círculos filosóficos. Para uns, o conhecimento humano é todo exterior, pois ninguém chega à essência. Para outros, há possibilidades de ir além do aspecto formal. E onde a Doutrina Espírita nos deixa, a este respeito? Ela nos deixa exatamente neste ponto: embora reconhecendo a nossa incapacidade para chegar às últimas causas, temos meios de progredir no conhecimento e ultrapassar as restrições pela matéria. É questão de maturidade e perseverança, pois a verdade não está nos objetos nem tampouco nas fórmulas e nos conceitos: a verdade é luz interior!
    Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 34

    [...] O conhecimento é progressivo, o que significa, em última análise, que se enriquece de experiências do passado e aquisições do presente. Os fatos são os mesmos, como são as mesmas as leis e a matéria-prima da experiência científica. Mas em cada época se aplicam reflexões novas ou se aduzem elementos renovadores. É o enriquecimento, de etapa em etapa.
    Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 35

    [...] é fruto de longa paciência, de ardorosa boa vontade e de profunda meditação.
    Referencia: DEJEAN, Georges• A nova luz• Trad• de Guillon Ribeiro• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] [A aquisição do] conhecimento da verdade e do dever, que é o sustentáculo supremo, a mais necessária arma para as lutas da existência.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

    [...] é claridade que deve derruir a ignorância, começando em quem o conduz, e é sombra que se disfarça com certas excrescências morais que atestam a pequena evolução real do ser. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 8

    Asas da evolução, o conhecimento e o amor constituem a força da sabedoria que liberta a criatura.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 8

    O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 43


    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Diante

    advérbio Em frente ou à frente; em primeiro lugar: sentou-se diante.
    locução adverbial Em, por ou para diante. Num tempo futuro: de agora em diante tudo vai ser diferente.
    locução prepositiva Diante de. Localizado à frente de: colocou o livro diante do computador.
    Em companhia de: falou a verdade diante do júri.
    Como resultado de: diante das circunstâncias, decidiu pedir demissão.
    Etimologia (origem da palavra diante). De + do latim inante.

    Faltar

    verbo transitivo indireto e intransitivo Não existir; ter carência de; precisar: falta à igreja recursos.
    Estar ausente; não comparecer: faltaram com seus compromissos.
    Ser imprescindível para: faltam 2 dias para o final do mês.
    Morrer: se ele faltar, a família ficará na miséria.
    verbo transitivo indireto Não ter em quantidade suficiente: falta-lhe coragem.
    Deixar de fazer, de cumprir; omitir-se: faltou ao cumprimento da palavra; faltou com suas obrigações.
    Não dar auxílio, ajuda: faltar a um pedido.
    Não atender a um chamado, solicitação: faltou ao pedido do chefe.
    Buscar enganar, iludir: faltou à sua palavra.
    expressão Faltar com o respeito a. Desrespeitar: ele numa me faltou com o respeito.
    Faltar pouco. Estar a ponto de; ser iminente: falta pouco para sermos campeões!
    Etimologia (origem da palavra faltar). De falta + ar; pelo espanhol faltar.

    Filhós

    substantivo masculino e feminino [Popular] Filhó. (Pl.: filhoses.).

    Lei

    Lei
    1) Vontade de Deus revelada aos seres humanos em palavras, julgamentos, preceitos, atos, etc. (Ex 16:28); (Sl 119:2)

    2) PENTATEUCO (Lc 24:44). 3 O AT (Jo 10:34); 12.34).

    4) Os DEZ MANDAMENTOS (Ex 20:2-17); (Dt 5:6-21), que são o resumo da vontade de Deus para o ser humano. Cumprindo a lei, os israelitas mostravam sua fé em Deus. Jesus respeitou e cumpriu a lei e mostrou seu significado profundo (Mt 5:17-48). Ele resumiu toda a lei no amor a Deus e ao próximo (Mt 22:37-39). A lei mostra a maldade do ser humano, mas não lhe pode dar a vitória sobre o pecado (Rom 3—7). Assim, o propósito da lei é preparar o caminho para o evangelho (Gal

    Lei Ver Torá.

    substantivo feminino Regra necessária ou obrigatória: submeter-se a uma lei.
    [Jurídico] Ato da autoridade soberana que regula, ordena, autoriza ou veda: promulgar uma lei.
    [Jurídico] Conjunto desses atos: a ninguém é lícito ignorar a lei.
    [Física] Enunciado de uma propriedade física verificada de modo preciso: a lei da gravidade dos corpos.
    Obrigação da vida social: as leis da honra, da polidez.
    Autoridade imposta a alguém: a lei do vencedor.
    expressão Lei divina. Conjunto dos preceitos que Deus ordenou aos homens pela revelação.
    Leis de guerra. Conjunto das regras (tratamento dispensado a feridos, prisioneiros etc.) admitidas por numerosos Estados que se comprometeram a respeitá-las em caso de guerra.
    Lei marcial. Lei que autoriza a intervenção armada em caso de perturbações internas.
    Lei moral. Lei que nos ordena praticar o bem e evitar o mal.
    Lei natural. Conjunto de normas de conduta baseadas na própria natureza do homem e da sociedade.
    Lei orgânica. Lei relativa à organização dos poderes públicos, sem caráter constitucional.
    Etimologia (origem da palavra lei). Do latim lex.legis, "consolidação".

    [...] a lei é o amor, que há de continuamente crescer, até que vos tenha levado ao trono eterno do Pai. [...]
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] A lei é uma força viva que se identifica conosco e vai acompanhando o surto de evolução que ela mesma imprime em nosso espírito. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pecado sem perdão

    A lei é a consciência do delito. [...]A lei [...] é um freio para coibir o mal.[...] A lei personifica a justiça [...].
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Três grandes símbolos

    A lei é conjunto eterno / De deveres fraternais: / Os anjos cuidam dos homens, / Os homens dos animais.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Os animais


    A palavra Torah, traduzida por lei, significa propriamente uma direção, que era primitivamente ritual. Usa-se o termo, nas Escrituras, em diversas acepções, segundo o fim e conexão da passagem em que ele ocorre. Por exemplo, algumas vezes designa a revelada vontade de Deus (Sl 1:2 – 19.7 – 119 – is 8:20 – 42.12 Jr 31:33). Também significa a instituição mosaica, como distinta do Evangelho (Mt 11:13 – 12.5 – Jo 1:17At 25:8), e por isso freqüentes vezes se considera a lei de Moisés como sendo a religião dos judeus (Mt 5:17Hb 9:19 – 10.28). outras vezes, num sentido mais restrito, significa as observâncias rituais ou cerimoniais da religião judaica (Ef 2:15Hb 10:1). É neste ponto de vista que o apóstolo S. Paulo afirma que ‘ninguém será justificado diante dele por obras da lei’ (Rm 3:20). A ‘lei gravada nos seus corações’, que Paulo menciona em Rm 2:15, é o juízo do que é mau e do que é justo, e que na consciência de cada homem Deus implantou. (*veja Justificação.) o princípio predominante da lei era a teocracia. o próprio Senhor era considerado como Rei – as leis foram por Ele dadas – o tabernáculo (e depois o templo) era considerado como Sua habitação – ali houve visíveis manifestações da Sua glória – ali revelou a Sua vontade – era ali oferecido o pão todos os sábados – ali recebeu os Seus ministros, e exerceu funções de Soberano. Com Deus tinham relação a paz e a guerra, questões estas determinadas sob todos os governos pela suprema autoridade (Dt 1:41-42Js 10:40Jz 1:1-2 – 1 Rs 12.24). A idolatria era uma traição. Por conseqüência, em relação aos judeus, era Jeová ao mesmo tempo Deus e Rei. (*veja Rei.) A teocracia tinha as suas externas manifestações. Deste modo, o tabernáculo, onde se realizou o culto público desde o Êxodo até ao reinado de Salomão, era não só o templo de Deus, mas também o palácio do Rei invisível. Era a ‘Sua santa habitação’ – era o lugar em que encontrava o Seu povo e com ele tinha comunhão, sendo portanto ‘o tabernáculo da congregação’. (*veja Tabernáculo.) Depois do tabernáculo veio o templo, harmonizando-se a suntuosidade do edifício e os seus serviços com as determinações divinas, e com o aumentado poder da nação.(*veja Templo.) Mas o Senhor, como Rei, não só tinha o Seu palácio, mas também tinha os Seus ministros e funcionários do Estado. Sacerdotes e levitas eram apartados para o Seu serviço. (*veja Sacerdote, Levitas.) Este governo de Deus era reconhecido por meio dos sacrifícios de várias espécies, realizados sob condições cuidadosamente definidas, exprimindo a propiciação, consagração e comunhão. (*veja Sacrifício.) os direitos divinos eram ainda reconhecidos por meio de certas festividades, que na sua variedade eram o sábado de todas as semanas, as três grandes festas anuais, o ano sabático, e além disso o jubileu, tudo isto levado a efeito com os seus fins espirituais e morais (*veja Festa (Dias de) Sabático (ano), Jubileu.) As especificadas determinações promulgadas em nome de Deus alcançavam plenamente a vida individual e nacional, mas não foi tudo decretado de uma só vez e num só lugar. Houve ordenações feitas no Egito (Êx 12:13) – no Sinai (Êx 19:20) – em Parã (Nm 15:1) – e nas planícies de Moabe (Dt 1:5). As enunciações vinham por vezes do tabernáculo (Lv 1:1). Que as prescrições da Lei tinham caído em desuso, pode provar-se não só pela decadência da religião e da moral no tempo dos reis, porém mais particularmente pela descoberta, no 18? ano do rei Josias, do ‘livro da Lei na casa do Senhor’ (2 Rs 22.8), e pelas reformas que se seguiram. (*veja Deuteronômio.) o sumário das ordenações desta Lei formava para toda a nação um código que, embora rigoroso, era salutar (Ne 9:13Ez 20:11Rm 7:12), e além disso agradável a uma mentalidade reta (Sl 119:97-100). As instituições cerimoniais, por exemplo, estavam maravilhosamente adaptadas às necessidades, tanto espirituais como materiais, de um povo nas condições do israelita. Porquanto
    (1). eram, até certo ponto, regulamentos sanitários. E era isto um dos fins daquelas disposições, referentes às várias purificações, à separação dos leprosos, e à distinção de alimentos, etc.
    (2). Serviam para perpetuar entre os israelitas o conhecimento do verdadeiro Deus, para manter a reverência pelas coisas santas, para a manifestação de sentimentos religiosos na vida de todos os dias, e em todas as relações sociais. Dum modo particular eram as festas sagradas fatores de valor para a consecução destes fins.
    (3). Tinham, além disso, o efeito de evitar que os israelitas se tornassem estreitamente relacionados com as nações circunvizinhas (Ef 2:14-17). E assim deviam tantas vezes ter guardado o povo israelita da idolatria e corrupção, que campeavam em todo o mundo: deste modo conservou-se a nação inteiramente distinta dos outros povos, até que veio o tempo em que esta barreira já não era necessária.
    (4). Estas observâncias tinham outros usos na sua simbólica significação. Em conformidade com o estado moral e intelectual do povo que não tinha ainda capacidade para prontamente alcançar as verdades divinas, eram as coisas espirituais representadas por objetos exteriores e visíveis. E assim, as idéias de pureza moral e de santidade divina eram comunicadas e alimentadas pelas repetidas abluções das pessoas e moradas – pela escolha de animais limpos para o sacrifício – pela perfeição sem mácula, que se requeria nas vítimas oferecidas – e pela limitação das funções sacerdotais a uma classe de homens que eram especialmente consagrados a estes deveres, e que se preparavam com repetidas purificações. Além disso, pela morte da vítima expiatória, para a qual o pecador tinha simbolicamente transferido os seus pecados pondo as mãos sobre a cabeça do animal e oferecendo a Deus o sangue que representava a vida, ensinava-se a importante verdade de que o pecado merecia um castigo extremo, que somente podia ser desviado sacrificando-se outro ser em substituição. E desta maneira, por meio de símbolos impressivos, lembravam-se constantemente os piedosos israelitas da justiça e santidade da violada Lei, da sua própria culpa, e de quanto necessitavam da misericórdia divina – e quando eram efe

    substantivo feminino Regra necessária ou obrigatória: submeter-se a uma lei.
    [Jurídico] Ato da autoridade soberana que regula, ordena, autoriza ou veda: promulgar uma lei.
    [Jurídico] Conjunto desses atos: a ninguém é lícito ignorar a lei.
    [Física] Enunciado de uma propriedade física verificada de modo preciso: a lei da gravidade dos corpos.
    Obrigação da vida social: as leis da honra, da polidez.
    Autoridade imposta a alguém: a lei do vencedor.
    expressão Lei divina. Conjunto dos preceitos que Deus ordenou aos homens pela revelação.
    Leis de guerra. Conjunto das regras (tratamento dispensado a feridos, prisioneiros etc.) admitidas por numerosos Estados que se comprometeram a respeitá-las em caso de guerra.
    Lei marcial. Lei que autoriza a intervenção armada em caso de perturbações internas.
    Lei moral. Lei que nos ordena praticar o bem e evitar o mal.
    Lei natural. Conjunto de normas de conduta baseadas na própria natureza do homem e da sociedade.
    Lei orgânica. Lei relativa à organização dos poderes públicos, sem caráter constitucional.
    Etimologia (origem da palavra lei). Do latim lex.legis, "consolidação".

    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Povo

    substantivo masculino Conjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis.
    Conjunto de indivíduos que constituem uma nação.
    Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia.
    Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.).
    Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes.
    Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe.
    Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo.
    Público, considerado em seu conjunto.
    Quantidade excessiva de gente; multidão.
    [Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo!
    substantivo masculino plural Conjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias.
    Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta.
    Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.

    Rejeitar

    rejeitar
    v. tr. dir. 1. Lançar fora; depor, largar. 2. Expelir, lançar de si; vomitar. 3. Não aceitar, não admitir; recusar. 4. Desaprovar. 5. Opor-se a; negar, recusar.

    Sacerdote

    substantivo masculino Ministro que oferecia vítimas à divindade e cuidava dos assuntos religiosos.
    Aquele que ministra os sacramentos da Igreja; padre.
    Figurado Aquele que tem profissão honrosa ou missão nobre: os sacerdotes do magistério.

    substantivo masculino Ministro que oferecia vítimas à divindade e cuidava dos assuntos religiosos.
    Aquele que ministra os sacramentos da Igreja; padre.
    Figurado Aquele que tem profissão honrosa ou missão nobre: os sacerdotes do magistério.

    [...] sacerdotes são os ungidos do Senhor; a fim de, por bom caminho, conduzir os inúmeros cegos que tropeçam nas paixões e caem nos vícios. [...] Esta é a missão dos que se chamam ministros de Deus! [...]
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    [...] o verdadeiro sacerdote é o pai de todos os desgraçados. [...]
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18

    [...] Sacerdote é todo aquele que chora com o órfão, que assiste a desolada viúva, que partilha do desespero materno ante um berço vazio; é todo aquele que chora com o preso a sua liberdade, que busca, enfim, todos os meios de melhorar a sorte dos infelizes. Sacerdote é também todo aquele que, por suas faltas anteriores, tem que vir à Terra para viver completamente só, sem tomar parte nos gozos terrenos, e, dotado de claro entendimento, se consagra à difusão da luz, vivendo embora entre sombras, não entre as brumas do erro e as trevas do pecado, entenda-se, mas entre as sombras da própria solidão.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

    [...] Sacerdotes, com ou sem indumento próprio, são todos aqueles que propagam e pregam o bem, a caridade e o amor.
    Referencia: IMBASSAHY, Carlos• Religião: refutação às razões dos que combatem a parte religiosa em Espiritismo• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - Def•


    Sacerdote No AT, descendente de ARÃO separado para servir como oficiante no culto realizado primeiro no TABERNÁCULO e depois no TEMPLO. O sacerdote era MEDIADOR entre Deus e o povo, oferecendo SACRIFÍCIOS e orando em seu favor (Êx 28—29; Lv 21:1Cr 24). Antes de Arão já havia sacerdotes (Hc 7:1-3). No NT, todos os cristãos são sacerdotes (Ap 1:6; 5.10;
    v. SACERDÓCIO).

    Visto

    substantivo masculino Permissão; documento que permite a entrada e permanência num país estrangeiro, geralmente anexada ao passaporte.
    Endosso; carimbo, selo ou assinatura que autenticam um documento como verdadeiro, após ser verificado por uma autoridade competente.
    adjetivo Observado; que se viu, enxergou, observou: não tinha visto esse filme.
    Considerado; que se tem em consideração.
    Versado; conhecedor de um assunto: filósofo visto em metafísica.
    locução conjuntiva Visto que. Uma vez que: não foi ao jogo, visto que não tinha dinheiro.
    Visto como. Tendo em conta a maneira como: visto como se expressa, tem medo da censura.
    Pelo visto. A partir do que é conhecido, daquilo que se tem conhecimento: pelo visto, ele não vai se casar.
    Etimologia (origem da palavra visto). Do latim vistus; videre.

    visto adj. 1. Percebido pelo sentido da vista. 2. Aceito, recebido (bem ou mal). 3. Considerado, reputado. S. .M Abonação assinada por quem a concede, para tornar um ato autêntico ou válido.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Oséias 4: 6 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    O Meu povo é destruído por falta de conhecimento; uma vez que tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não prestes- serviço- de- sacerdote diante de Mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Eu Me esquecerei de teus filhos.
    Oséias 4: 6 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    753 a.C.
    H1097
    bᵉlîy
    בְּלִי
    gastando adv de negação
    (not)
    Substantivo
    H1121
    bên
    בֵּן
    crianças
    (children)
    Substantivo
    H1571
    gam
    גַּם
    também / além de
    (also)
    Advérbio
    H1820
    dâmâh
    דָּמָה
    cessar, fazer cessar, cortar fora, destruir, perecer
    ([that] perish)
    Verbo
    H1847
    daʻath
    דַּעַת
    conhecimento
    (of knowledge)
    Substantivo
    H3547
    kâhan
    כָּהַן
    כהן
    (to minister)
    Verbo
    H3588
    kîy
    כִּי
    para que
    (that)
    Conjunção
    H3988
    mâʼaç
    מָאַס
    rejeitar, desprezar, refugar
    (you shall despise)
    Verbo
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H589
    ʼănîy
    אֲנִי
    E eu
    (And I)
    Pronome
    H5971
    ʻam
    עַם
    as pessoas
    (the people)
    Substantivo
    H7911
    shâkach
    שָׁכַח
    esquecer, ignorar, definhar
    (and he forgets)
    Verbo
    H8451
    tôwrâh
    תֹּורָה
    lei, orientação, instrução
    (and my laws)
    Substantivo
    H859
    ʼattâh
    אַתָּה
    você / vocês
    (you)
    Pronome


    בְּלִי


    (H1097)
    bᵉlîy (bel-ee')

    01097 בלי b eliŷ

    procedente de 1086; DITAT - 246e subst

    1. gastando adv de negação
    2. sem, não

    בֵּן


    (H1121)
    bên (bane)

    01121 בן ben

    procedente de 1129; DITAT - 254; n m

    1. filho, neto, criança, membro de um grupo
      1. filho, menino
      2. neto
      3. crianças (pl. - masculino e feminino)
      4. mocidade, jovens (pl.)
      5. novo (referindo-se a animais)
      6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
      7. povo (de uma nação) (pl.)
      8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
      9. um membro de uma associação, ordem, classe

    גַּם


    (H1571)
    gam (gam)

    01571 גם gam

    por contração de uma raiz não utilizada; DITAT - 361a; adv

    1. também, ainda que, de fato, ainda mais, pois
      1. também, ainda mais (dando ênfase)
      2. nem, nem...nem (sentido negativo)
      3. até mesmo (dando ênfase)
      4. de fato, realmente (introduzindo o clímax)
      5. também (de correspondência ou retribuição)
      6. mas, ainda, embora (adversativo)
      7. mesmo, realmente, mesmo se (com ’quando’ em caso hipotético)
    2. (DITAT) novamente, igualmente

    דָּמָה


    (H1820)
    dâmâh (daw-mam')

    01820 דמה damah

    uma raiz primitiva; DITAT - 438; v

    1. cessar, fazer cessar, cortar fora, destruir, perecer
      1. (Qal)
        1. cessar
        2. fazer cessar, destruir
      2. (Nifal)
        1. ser cortado fora
        2. ser desfeito, ser destruído à vista da teofania

    דַּעַת


    (H1847)
    daʻath (dah'-ath)

    01847 דעת da ath̀

    procedente de 3045; DITAT - 848c; n m/f

    1. conhecimento
      1. conhecimento, percepção, habilidade
      2. discernimento, compreensão, sabedoria

    כָּהַן


    (H3547)
    kâhan (kaw-han')

    03547 כהן kahan

    uma raiz primitiva, aparentemente significando mediar em atos religiosos; DITAT - 959; v

    1. agir como um sacerdote, ministrar em ofício sacerdotal
      1. (Piel)
        1. ministrar como um sacerdote, servir como sacerdote
        2. ser ou tornar-se um sacerdote
        3. agir como sacerdote

    כִּי


    (H3588)
    kîy (kee)

    03588 כי kiy

    uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

    1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
      1. que
        1. sim, verdadeiramente
      2. quando (referindo-se ao tempo)
        1. quando, se, embora (com força concessiva)
      3. porque, desde (conexão causal)
      4. mas (depois da negação)
      5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
      6. mas antes, mas
      7. exceto que
      8. somente, não obstante
      9. certamente
      10. isto é
      11. mas se
      12. embora que
      13. e ainda mais que, entretanto

    מָאַס


    (H3988)
    mâʼaç (maw-as')

    03988 מאס ma’ac

    uma raiz primitiva; DITAT - 1139,1140;

    1. rejeitar, desprezar, refugar
      1. (Qal)
        1. rejeitar, refugar
        2. repudiar
      2. (Nifal) ser rejeitado
    2. (Nifal) fluir, escorrer

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    אֲנִי


    (H589)
    ʼănîy (an-ee')

    0589 אני ’aniy

    forma contrata de 595; DITAT - 129; pron pess

    1. eu (primeira pess. sing. - normalmente usado para ênfase)

    עַם


    (H5971)
    ʻam (am)

    05971 עם ̀am

    procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

    1. nação, povo
      1. povo, nação
      2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
    2. parente, familiar

    שָׁכַח


    (H7911)
    shâkach (shaw-kakh')

    07911 שכח shakach ou שׂכח shakeach

    uma raiz primitiva; DITAT - 2383; v.

    1. esquecer, ignorar, definhar
      1. (Qal)
        1. esquecer
        2. deixar de cuidar
      2. (Nifal) ser esquecido
      3. (Piel) fazer esquecer
      4. (Hifil) fazer ou levar a esquecer
      5. (Hitpael) ser esquecido

    תֹּורָה


    (H8451)
    tôwrâh (to-raw')

    08451 תורה towrah ou תרה torah

    procedente de 3384; DITAT - 910d; n. f.

    1. lei, orientação, instrução
      1. instrução, orientação (humana ou divina)
        1. conjunto de ensino profético
        2. instrução na era messiânica
        3. conjunto de orientações ou instruções sacerdotais
        4. conjunto de orientações legais
      2. lei
        1. lei da oferta queimada
        2. referindo-se à lei especial, códigos de lei
      3. costume, hábito
      4. a lei deuteronômica ou mosaica

    אַתָּה


    (H859)
    ʼattâh (at-taw')

    0859 אתה ’attah ou (forma contrata) את ’atta ou את ’ath feminino (irregular) algumas vezes אתי ’attiy plural masculino אתם ’attem feminino אתן ’atten ou אתנה ’attenah ou אתנה ’attennah

    um pronome primitivo da segunda pessoa; DITAT - 189; pron pess

    1. tu (segunda pess. sing. masc.)