Enciclopédia de Números 22:9-9

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

nm 22: 9

Versão Versículo
ARA Veio Deus a Balaão e disse: Quem são estes homens contigo?
ARC E veio Deus a Balaão, e disse: Quem são estes homens que estão contigo?
TB Veio Deus a Balaão e perguntou-lhe: Quem são estes homens que estão contigo?
HSB וַיָּבֹ֥א אֱלֹהִ֖ים אֶל־ בִּלְעָ֑ם וַיֹּ֕אמֶר מִ֛י הָאֲנָשִׁ֥ים הָאֵ֖לֶּה עִמָּֽךְ׃
BKJ E Deus veio até Balaão e disse: Quem são estes homens contigo?
LTT E veio Deus a Balaão, e disse: "Quem são estes homens que estão contigo?"
BJ2 Veio Deus a Balaão e lhe disse: "Quem são esses homens que estão contigo?"
VULG Quid sibi volunt homines isti apud te ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Números 22:9

Gênesis 3:9 E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?
Gênesis 4:9 E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?
Gênesis 16:8 E disse: Agar, serva de Sarai, de onde vens e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora.
Gênesis 20:3 Deus, porém, veio a Abimeleque em sonhos de noite e disse-lhe: Eis que morto és por causa da mulher que tomaste; porque ela está casada com marido.
Gênesis 31:24 Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal.
Gênesis 41:25 Então, disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó.
Êxodo 4:2 E o Senhor disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara.
Números 22:20 Veio, pois, o Senhor a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que eu te disser.
II Reis 20:14 Então, o profeta Isaías veio ao rei Ezequias e lhe disse: Que disseram aqueles homens, e de onde vieram a ti? E disse Ezequias: De um país mui remoto vieram, de Babilônia.
Daniel 2:45 Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.
Daniel 4:31 Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino.
Mateus 7:22 Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?
Mateus 24:24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.
João 11:51 Ora, ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A conquista da Transjordânia

século XV ou XIII a.C.
MOISÉS ENVIA ESPIAS
Guiado por uma nuvem provida pelo Senhor, Moisés conduziu seu povo a Cades-Barnéia (atuais fontes de Qudetrat) na região nordeste da península do Sinai. Dali, enviou doze homens para espiar a terra de Canaã, a qual o Senhor havia dado as israelitas.? Os espias atravessaram a terra toda, chegando até Reobe ao norte e, depois, voltaram do vale de Escol com romás e figos e um cacho de uvas pendurado numa vara carregada por dois homens.? Os espias ficaram impressionados com a fertilidade de Canaà, uma "terra que mana leite e mel", mas seu relatório não foi inteiramente favorável. As cidades de Canaá eram fortificadas e a terra devorava quem vivia nela. Os habitantes eram de estatura gigantesca e, em comparação com eles, os espias pareciam gafanhotos. Quando os israelitas ouviram esse relatório, gritaram em voz alta, choraram e murmuraram contra Moisés e Arão: "Tomara tivéssemos morrido na terra do Egito ou mesmo neste deserto! E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?" (Nm 14:2-3). Dois espias, Josué e Calebe, estavam certos de que o Senhor ajudaria os israelitas a conquistar Canaã, mas a opinião dos outros dez espias prevaleceu, levando o Senhor a expressar seu desprazer a Moisés e Arão. Todos os murmuradores com vinte anos de idade ou mais morreriam no deserto. Os israelitas passariam quarenta nos vagando pelo deserto até que toda aquela geração tivesse morrido. Uma tentativa do povo de entrar em Canaà sem a permissão de Moisés redundou em fracasso e os amalequitas e cananeus perseguiram o exército israelita at Horma

A VOLTA A CADES-BARNÉIA
Trinta e oito anos depois os israelitas voltaram a Cades-Barnéia, onde Miriã, a irmã de Moisés, faleceu. Quando a nova geração começou a murmurar devido à falta de água, como seus pais haviam feito, o Senhor disse a Moisés para falar à rocha de modo a produzir água. Exasperado, Moisés feriu a rocha e a água jorrou, mas o Senhor o informou que, por não haver confiado que Deus demonstraria seu poder publicamente, Moisés não entraria na terra prometida."

EDOM NÃO DÁ PASSAGEM A ISRAEL
Ao invés de prosseguir em direção ao norte e lutar contra os povos locais para entrar em Canaã, os israelitas planejaram passar pelas terras a leste do mar Morto e do rio Jordão e entrar em Canaã pelo leste. Para seguir esse caminho teriam de entrar no território dos edomitas, os descendentes de Esaú, o irmão gêmeo de Jacó. Moisés enviou mensageiro pedindo passagem, mas o rei de Edom recusou, obrigando os israelitas a contornarem o território edomita. No monte Hor, Arão, irmão de Moisés, faleceu aos 123 anos de idade.

A DERROTA DE SEOM
Os israelitas atravessaram o vale de Zerede e se dirigiram ao vale do rio Arnom, na frontera com Moabe. Naquela época, grande parte do território moabita era governado por um rei amorreu chamado Seom. Além de recusar passagem aos israelitas, Seom os atacou em Jasa. Os livros de Números e Deuteronòmio no Antigo Testamento tratam dessa campanha e registram os acontecimentos de um ponto de vista claramente israelita, afirmando que Israel ocupou Hesbom, a capital de Scom, e destruiu completamente todas as cidades e habitantes do seu reino.

A DERROTA DE OGUE
Quando Moisés e o povo prosseguiram em direção ao norte, para a terra de Basã, a região a nordeste do mar da Galiléia, Ogue, rei de Basà, que reinava em Astarote, saiu à guerra em Edrei (Der'a) na Síria. Ogue foi derrotado e sessenta das suas cidades fortificadas com grandes muralhas, portas e ferrolhos passaram para as mãos dos israelitas. Mais uma vez 1srael destruiu completamente as cidades e todos os seus habitantes. O livro de Deuteronômio faz uma observação curiosa acerca da cama de Ogue, a qual, na época em que o livro foi escrito, ainda podia ser vista em Rabá dos amonitas, atual Amá. O móvel com 4 m de comprimento é descrito como um "leito de ferro". Uma tradução preferível é "decorado com ferro"; porém, tendo em vista vários sarcofagos de basalto terem sido encontrados em Basâ, outra interpretação sugerida "sarcófago de basalto". As vitórias dos israelitas sobre Seom e Ogue lhes deram um território amplo a leste do Jordão, uma base segura para preparar a campanha militar contra os povos do outro lado do rio Jordão. As tribos de Rúben e Gade e a meia tribo de Manassés receberam a garantia de que poderiam ocupar as terras a leste do Jordão desde que participassem da conquista de Canaá junto com as outras tribos de Israel.

BALAÃO
Em seguida, os israelitas acamparam nas campinas de Moabe (também chamadas de Sitim) defronte a cidade de Jerico, mas separadas dela pelo rio Jordão. Balaque, rei de Moabe, contratou um adivinhador chamado Balaão para proferir maldições contra os israelitas. Os mensageiros do rei foram buscar Balaão em Petor, na terra de Amav, ou seja, no vale de Sajur, entre Alepo e Carquemis, junto ao Eufrates, uma região correspondente, hoje, ao norte da Síria. Na verdade, todos os oráculos de Balaão registrados no livro de Números são bênçãos, e não maldições. Assim, quando se viu incapaz de amaldiçoar os israelitas, Balaão os seduziu ao culto a Baal e à imoralidade sexual com mulheres moabitas. Posteriormente, ele pagaria por isso com a vida." Este adivinhador, conhecido principalmente pelo episódio em que sua jumenta lhe falou, também aparece numa inscrição aramaica escrita em nanquim sobre gesso de Tell Deir Alla (chamada na Bíblia de Sucote) na atual Jordânia, datada de c. 800 a.C.O texto em questão mostra como a fama de Balaão era ampla.

DEUTERONÔMIO
Talvez devido à imoralidade e idolatria dos israelitas nas campinas de Moabe, Moisés considerou necessário repetir a lei à nova geração prestes a entrar na terra prometida. As palavras proferidas pelo líder de Israel nessa ocasião constituem o livro conhecido como Deuteronômio (um termo grego que significa "segunda lei" ou "lei repetida"). A segunda definição ("lei repetida") deve ser preferida, pois o livro é uma reiteração da lei já transmitida, e não uma segunda parte da mesma. A forma básica de Deuteronômio é semelhante à de Êxodo- Levítico. No final do livro, Moisés ensina um cântico ao povo para ajudá-los a lembrar das palavras do Senhor e obedecê-las e abençoa cada uma das doze tribos de Israel.

A MORTE DE MOISÉS
Deus ordenou que Moisés subisse o monte Nebo, defronte de Jerico, e visse a terra prometida. Devido à desobediência do líder de Israel em Cades-Barnéia, Deus não lhe permitiu entrar em Canaã. Do alto do monte Nebo (provavelmente o atual Jebel en-Neba, com 835 m de altura), Moisés pôde ver grande parte da terra prometida estendendo-se mais de 1.000 m abaixo dele, desde o pico branco e brilhante do monte Hermom, ao norte do mar da Galiléia, até Zoar, na extremidade sul do mar Morto. Também deve ter visto as cidades de Jerico, Jerusalém e Belém. No alto deste monte, aos cento e vinte anos de idade, Moisés faleceu inteiramente lúcido. De acordo com o autor do posfácio de Deuteronômio, o Senhor sepultou Moisés em Moabe, no vale defronte de Bete-Peor. "E ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura (…..] Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, com quem o Senhor houvesse tratado face a face, no tocante a todos os sinais e maravilhas que, por mando do Senhor, fez na terra do Egito, a Faraó, a todos os seus oficiais e a toda a sua terra; e no tocante a todas as obras de sua poderosa mão e aos grandes e terríveis feitos que operou Moisés à vista de todo o Israel" (Dt 34:66-10-12).

A missão dos espias israelitas e a conquista da Transjordânia
A missão dos espias israelitas e a conquista da Transjordânia

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 1 até o 41
Assim, partiram os filhos de Israel e acamparam-se nas campinas de Moabe (Nm 22:1), presumidamente, mesmo enquanto os exércitos estavam nos últimos lances da campanha contra Ogue, no norte. Estas campinas de Moabe formavam um vale úmido e fértil, abaixo do nível do mar, no outro lado do rio Jordão, à altura da cidade de Jericó. Este foi o primeiro gostinho da promessa de que os israelitas possuiriam uma terra que mana leite e mel. Era, sem dúvida, uma mudança de ambiente, deixando o cenário desértico vivido desde que saíram do Egito.

SEÇÃO V

OS EPISÓDIOS DRAMÁTICOS DE BALAÃO

Números 22:2-24.25

A. As CARACTERÍSTICAS EXCLUSIVAS DA SEÇÃO

  1. O "Livro de Balaão

Por qualquer medida que avaliemos, esta seção de Números é inigualável. Este fato levou muitos críticos a marcá-la como passagem inteiramente interpolada, com pouca ou nenhuma relação ao corpo do livro. Foi chamada competentemente o "Livro de Balaão". A principal razão para esta seção ser vista como segmento literário distinto está no fato de que o texto de Nm 22:1 pode ser ligado a Nm 25:1 sem ruptura no fluxo da narrativa histórica.

Em vista do cenário estar totalmente fora das fronteiras de Israel, levantou-se a pergunta: "Como Moisés conseguiu a história?" A resposta mais lógica é que Balaão fez um registro das ocorrências e, em data posterior, possivelmente quando Israel devastou Moabe, a história chegou às mãos de Moisés. Talvez nesta época o relato tenha sido editado para dar-lhe os distintivos matizes pró-Israel.
O espírito da história não é entendido, a menos que seja levada em conta sua distin-ta característica dramática. Contém muitos dos sinais identificadores de produção dra-mática. Se não é o tipo de obra que seria representada por atores, pelo menos os detalhes dramáticos estavam claramente na mente do autor. Ao todo, a história de Balaão repre-senta uma das porções enigmáticas deste livro mais basicamente histórico.

  1. O Homem Balaão

Os estudiosos estão longe de concordar sobre quem era Balaão. O relato menciona apenas que ele se chamava Balaão, filho de Beor, que era de Petor (22.5). O texto identifica que ele morava no oriente, um residente da mesma área geral da qual vieram Abraão e os magos dos dias de Jesus. Esta era a região em que Labão vivia e à qual Jacó se dirigiu para obter uma esposa (Gn 29:1-35).

No empenho de determinar o caráter de Balaão, dois extremos de interpretação entram em cena. Há quem o estigmatize de salafrário, um feiticeiro pagão. Embora de-sempenhasse o papel de verdadeiro profeta ao abençoar Israel, antes de sair de cena, ele "sugere um meio peculiarmente repugnante de ocasionar a ruína de Israel".2 Por outro lado, outros o elevam a alta posição como profeta nascido fora do tempo, não diferente do lugar outorgado a Melquisedeque (Gn 14:18-19).

Provavelmente, a verdadeira resposta não está nos extremos, mas em um ponto entre eles. Como Sansão, Balaão mostrou sinais de ser flexível à vontade de Deus, quan-do essa vontade lhe era clara. Não obstante, havia características de seu caráter que não passariam num padrão moral bíblico. É melhor não sermos muito severos ao criticar Balaão, pelo menos nas ações dos primeiros estágios da narrativa. Ele possuía luz muito limitada e informação fragmentária sobre quem era Israel.
Esta análise feita por certa fonte judaica oferece algumas explicações ao dilema desconcertante.3

Por causa destas contradições fundamentais sobre o caráter, os críticos da Bí-blia presumem que o relato bíblico de Balaão seja uma combinação de duas ou três tradições diversas pertencentes a períodos diferentes. Esta idéia é totalmente inconvincente. É como se tivéssemos de advogar que a história generalizada da vida de, por exemplo, Francis Bacon, devia-se ao fato da combinação de duas ou três tradições pertencentes a períodos diferentes da história inglesa, visto que ninguém pode ser ao mesmo tempo filósofo ilustre, grande estadista e "o pior da raça huma-na". Semelhante opinião trai um conhecimento superficial da complexidade apavo-rante da mente e alma do homem. É somente no reino da fábula que homens e mulheres exibem, como se fosse num único flash de luz, um dos aspectos da nature-za humana. Na vida real é completamente diferente. "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17:9) é, lamento, o resu-mo mais absolutamente verdadeiro da psicologia humana.

Estudiosos aptos e competentes apresentam evidências bastante sensatas de ambos os lados da questão. Não é possível que o estudioso comum da Escritura chegue a uma conclusão inteiramente satisfatória sobre o assunto. Um rápido exame nos pontos a fa-vor e contra talvez ajude a obtermos uma avaliação aproveitável do homem Balaão.

3. Os Pontos a Favor

As evidências que tendem a colocar Balaão sob luz favorável são as seguintes.

  1. Balaão dispunha de acessibilidade a Deus muito acima da média e tinha o desejo básico de ouvir a voz de Deus (8,13,18), apesar da recaída que ocasionou a experiência da jumenta que falou (Nm 22:22-31).
  2. Há profundidade de percepção na transmissão das verdades que Deus deu a Balaão, o que indica que ele não era novato nas coisas profundas do Espírito.

  1. Pelo visto, na gangorra do bem e do mal na experiência de Balaão, o bem saiu vitorioso. Isto foi exato pelo menos nas fases iniciais do seu contato com Balaque e nas pressões que sofreu ou para abençoar ou para amaldiçoar Israel.
  2. A despeito de outras evidências em contrário, Balaão foi usado por Deus para abençoar os israelitas e, assim, frustrar o plano engenhoso de Balaque de detê-los.

4. Os Pontos Contra

As evidências que colocam Balaão sob luz desfavorável são as seguintes.

  1. De forma geral, a história judaica trata Balaão como homem mau, apesar da bênção que ele deu para Israel neste momento.
  2. O registro bíblico se refere a ele sob ótica semelhante. Judas 11 fala da ganância de Balaão; Apocalipse 2:14 menciona sua deslealdade em fazer com que os israelitas "comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem".
  3. A acusação mais severa, e sobre a qual as outras se apóiam, acha-se na referência restrita em 31.8,16. Pelo que estes versículos indicam, Balaão, talvez para acertar as contas com Balaque, aconselhou-o a incentivar as mulheres do seu país a iludirem os homens de Israel (cap. 25).
  4. Por fim, há a relutância em atribuir alta percepção espiritual a alguém cuja for-mação seja tão duvidosa. Parece contraditório atribuir a um "ocultista e adivinhador" a habilidade de falar a verdade divina como Balaão falou.

B. O CONVITE DE BALAQUE E A RESPOSTA DE BALAM 22:2-41

1. O Cenário (22:2-7)

Balaque... rei dos moabitas (4) estava ciente das vitórias de Israel sobre os amorreus e sobre Ogue. Desconhecendo o fato de que Moabe não estava marcado para ser conquistado, visto não ser uma nação cananéia, procurou evitar que suas cidades sofressem semelhante derrota. Ele não queria que seu país fosse "lambido" (4) como os outros. Achou que tinha um bom plano, o qual discutiu com os anciãos dos midianitas. Com a cooperação deles, enviou mensageiros a Balaão (5) para obter ajuda. Eis que um povo saiu do Egito, dizia a mensagem, e parado está defronte de mim. Rogou: Vem, pois, agora... amaldiçoa-me este povo (6), para que não devaste Moabe e seja lançado fora da terra. O pensamento de Balaque era igual ao que prevalecia em seus dias. Entendia que se contratasse um renomado adivinhador para amaldiçoar os israelitas, a maré de azar se abateria sobre eles.

Por conseguinte, foram-se os mensageiros, os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas mãos — o pagamento pelo trabalho da "predição" (7) — e entregaram a mensagem a Balaão.

  1. A Resposta de Balaão (22:8-14)

Balaão deu boas-vindas aos mensageiros, dizendo: Passai aqui esta noite (8). Garantiu que lhes daria uma resposta como o SENHOR lhe falasse. Em seguida, há uma conversa entre Deus e Balaão. Começou com a pergunta: Quem são estes homens que estão contigo? (9). Assim que Balaão explicou a missão que recebera (10,11), a conversa terminou com a ordem: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é (12). Na manhã seguinte, Balaão retransmitiu as instruções aos príncipes de Balaque (13), os quais voltaram para casa.

"A Bênção de Balaão" é o tema dos capítulos 22:24-1) A intenção de maldição do homem pode ser transformada na bênção de Deus, 22.5,6; 23:7-10;
2) A bênção do homem pode trazer a maldição de Deus, Nm 25:3-5;
3) Pela graça e poder soberano de Deus, toda a maldição do pecado será mudada em bem-aventurança, 2 Pe 3.13 (G. B. Williamson).

  1. A Persistência de Balaque (22:15-21)

Balaque não seria impedido por uma recusa simples de Balaão. Enviou mais prín-cipes a Balaão, em maior número e mais honrados (15) do que os anteriormente enviados. Ao chegarem, ofereceram a Balaão mais que dinheiro. Prometeram grande honra e carta branca no projeto. Balaque fizera uma oferta: Farei tudo o que me disseres (17).

Mas Balaão não se deixou comover pelas ofertas e expressou sua resposta em emoci-onante declaração de dedicação e propósito: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do SENHOR, meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande (18). Em seguida, Deus deu permis-são para Balaão ir com os príncipes de Balaque, sob a condição de que farás o que eu te disser (20). E assim Balaão "pôs a sela sobre a sua jumenta" (NVI; NTLH) e foi-se com os príncipes (21).

  1. A Jumenta que Fala (22:22-35)

O texto não explica por que há discrepância entre as instruções e ações de Deus acerca de Balaão aceitar o pedido de Balaque (cf. 20,22). A resposta aceitável acha-se na mudança de atitude de Balaão. Contanto que Balaão estivesse propenso a dizer o que Deus queria que ele dissesse, Deus lhe dava permissão para ir. Provavelmente em algum ponto entre a noite e a manhã, a decisão de Balaão mudou. Por conseguinte, a ira de Deus acendeu-se (22) e tornou necessária a lição do anjo e da jumenta.

Houve três passos para fazer Balaão ver e ouvir. Estão expressamente descritos nos versículos 22:31. No primeiro lance, a jumenta, vendo que o Anjo' estava no cami-nho, com a sua espada desembainhada na mão... desviou-se... do caminho e foi-se pelo campo (23). Na segunda vez, o Anjo bloqueou o caminho enquanto Balaão pas-sava por uma plantação de vinhas, onde havia um muro de pedra de cada lado do cami-nho. Vendo o Anjo no meio do caminho, a jumenta conseguiu passar por um lado, mas apertou-se contra a parede e, desta forma, acabou apertando o pé de Balaão (25). Novamente o Anjo impediu a passagem, desta feita num lugar estreito e, visto que não havia por onde passar, a jumenta deitou-se debaixo de Balaão (27). Com raiva, Balaão espancou a jumenta com o bordão, com mais fúria do que fizera nas duas ocorrências anteriores.

Diante disso, o SENHOR abriu a boca da jumenta (28), e ela falou com seu dono, reclamando do tratamento recebido dele. A jumenta perguntou: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? Balaão respondeu: "Porque caçoaste de mim e me provocaste; tivera eu uma espada na mão e agora mesmo te mataria" (29, ATA). A jumenta lembrou Balaão que ela nunca agira assim, fato que o homem reconheceu. Com isso, os olhos de Balaão foram abertos e ele também viu o Anjo do SENHOR (31) com a espada desembainhada. Ele inclinou-se e prostrou-se sobre a sua face diante do Senhor.

O anjo disse que lhe aparecera no caminho, porque o comportamento de Balaão era "intencionalmente obstinado e contrário" (32, ATA), e que se a jumenta não tives-se se desviado, ele teria matado Balaão. (33). Balaão reconheceu seu pecado e disse: Agora, se parece mal aos teus olhos, tornar-me-ei (34). Contudo, se Balaão ga-rantisse ao Senhor que falaria "somente aquilo que eu te disser" (ARA), ele poderia prosseguir viagem a Moabe. Com este acordo, Balaão foi-se com os príncipes de Balaque (35).

5. A Recepção de Balaque (22:36-41)

Balaque saiu ao encontro de Balaão na fronteira do país (36). Repreendeu Balaão, presumivelmente por não ter ido ao primeiro convite. Não posso eu na verdade hon-rar-te? (37). Balaão respondeu que ele realmente tinha ido, mas avisou Balaque que ele não estava livre para dizer tudo que quisesse, mas a palavra que Deus puser na minha boca, esta falarei (38).

Em seguida, o grupo voltou a Quiriate-Huzote (39; localização desconhecida). O rei moabita fez sacrifícios e enviou porções a Balaão e aos príncipes (40). Depois, Balaque levou Balaão aos lugares altos de Baal, de onde podiam ver a parte mais próxima do acampamento israelita (41).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 1 até o 41
*

22:1

Após a conquista de Hesbom, no sul da Transjordânia (21.21-26), e também Basã, no norte (21.33-35), os israelitas voltaram ao sul, cruzando o Jordão, na área oposta à Jericó e ao norte do território de Moabe.

* 22.2 - 24.25

Embora a própria narrativa tenha considerável encanto literário (22.28, nota), o incidente de Balaão também deve ser visto dentro do contexto do relacionamento pactual de Deus com o seu povo. No vívido retrato da oposição divina àqueles que amaldiçoassem o seu povo, a fidelidade de Deus às promessas segundo a aliança, feitas a Abraão, é demonstrada (Gn 12:3, e nota). Ironicamente, o Senhor também usou o profeta pagão, Balaão, que tinha sido contratado pelo rei moabita para amaldiçoar o povo de Deus, fazendo-o, ao invés disso, abençoar o povo de Israel, e profetizar a vinda da Estrela Real de Jacó — o próprio Messias — o qual triunfaria sobre os inimigos de Israel (24.17-19).

* 22:4

Moabe. Os moabitas eram descendentes da relação sexual incestuosa de Ló com uma de suas filhas (ver Gn 19:37,38, nota). Os moabitas estavam solicitando aos midianitas que os ajudassem a resistir aos invasores israelitas.

* 22:5

Balaão. O profeta pagão Balaão vivia em Petor, uma cidade do norte da Mesopotâmia, às margens do rio Eufrates. O fato de Balaque ter enviado emissários por aquela distância respeitável serve como evidência da considerável reputação de Balaão como alguém que tinha poderes sobrenaturais.

A natureza e a extensão do conhecimento que Balaão tinha do verdadeiro Deus é incerta. Embora fosse um famoso adivinho e profeta (conforme 24.1), Balaão tinha alguma consideração pelo verdadeiro Deus (22.8,18), e o Senhor usou Balaão para comunicar a sua Palavra (23.7-10,18-24; 24:3-9,15-24). Fundamentalmente, porém, Balaão parece ter sido um oportunista sincretista, que procurava manipular o mundo espiritual visando seu próprio lucro. No decurso desta narrativa, Balaão estabeleceu-se como o maior exemplo de um falso profeta e falso mestre (31.16; 2Pe 2:15; Jd 11).

* 22:22

porque ele se foi. À luz da permissão divina anterior para ele viajar (v. 20), a ira divina aqui manifesta, talvez nos surpreenda. A narrativa como um todo indica, porém, que a viagem de Balaão foi perversamente motivada e que certamente ele esperava poder amaldiçoar a Israel (v. 32). Deus usou esse confronto entre Balaão e o Anjo do Senhor para enfatizar sua ordem de nada dizer, exceto aquilo que ele mesmo o orientasse (v. 35).

o Anjo do SENHOR. Ver nota em Gn 16:7; "anjo", índice.

* 22:28

o SENHOR fez falar a jumenta. A história de Balaão está repleta de ironia cômica. A jumenta foi capaz de ver a vereda melhor do que o adivinho, para então falar-lhe (2Pe 2:16).

* 22:29

tivera eu uma espada. Balaão estava clamando por uma espada, sem saber que em breve ele veria uma apontada para ele.

* 22:40

deles enviou a Balaão e aos príncipes. Visto que Balaão e os príncipes receberam a carne, provavelmente isso era uma refeição sacrifical, embora alguns sugiram uma referência ao uso feito, pelos pagãos, das entranhas dos animais para efeito de adivinhação (conforme 24.1).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 1 até o 41
22.4-6 Balaam era um feiticeiro, ou seja, alguém que se chamava para amaldiçoar a outros. Nos tempos do Antigo Testamento era comum acreditar em maldições e bênções. acreditava-se que os feiticeiros tinham influência com os deuses. Assim é que o rei do Moab quis que Balaam usasse sua influência ante o Deus do Israel para proferir uma maldição contra os israelitas, com a esperança de que, por meio da magia, Jeová se voltasse contra seu povo. Nem Balaam nem Balac tinham a menor ideia de com quem estavam tratando!

22:9 por que falaria Deus por meio de um feiticeiro como Balaam? Deus queria dar uma mensagem aos moabitas e eles já tinham eleito ao Balaam. Assim que este estava disponível para ser utilizado Por Deus, ao igual a utilizou ao Faraó malvado para realizar sua vontade no Egito (Ex 10:1). Balaam entrou em seu rol profético de uma maneira séria, mas seu coração estava confundido. Tinha algum conhecimento de Deus, mas não o suficiente para deixar sua magia e voltar-se de todo coração a Deus. Mesmo que sua história nos leva a pensar que se voltou completamente para Deus, em passagens posteriores da Bíblia se mostra que Balaam não pôde resistir a tentação do dinheiro e da idolatria (Ex 31:16; 2Pe 2:15; Jd 1:11).

BALAAM

Balaam foi um desses personagens interessantes do Antigo Testamento que, mesmo que não pertenciam ao povo escolhido de Deus, estava disposto a reconhecer que Jeová (o Senhor) era um Deus poderoso. Mas Balaam não acreditava no Senhor como o único Deus verdadeiro. Sua história expõe o perigo de manter uma fachada exterior de espiritualidade sobre uma vida interior corrupta. Balaam era um homem disposto a obedecer as ordens de Deus enquanto pudesse tirar algum proveito. Esta mescla de motivos -obediência e benefício- à larga o levou a morte. Mesmo que conheceu o poder imponente do Deus do Israel, seu coração correu sempre depois da riqueza que poderia obter no Moab. Ali retornou a morrer quando os exércitos do Israel invadiram.

Finalmente, todos vivemos o mesmo processo. O que somos e os quais somos sairá de algum jeito à superfície, destruindo as máscaras que nos teremos posto para cobrir nossa verdadeira identidade. Os esforços que levemos a cabo para manter nossa aparência seriam mais úteis se os ocupássemos em encontrar a resposta ao pecado em nossa vida. Podemos evitar cair no engano do Balaam ao nos enfrentar a nós mesmos e ao nos dar conta de que Deus está disposto a nos aceitar, nos perdoar e literalmente nos voltar para fazer de dentro. Não se perca do grande descobrimento que evitou ao Balaam.

Pontos fortes e lucros:

-- Conhecido ampliamente por suas maldições e bênções efetivas

-- Obedeceu a Deus e benzeu ao Israel, a pesar do suborno do rei Balac

Debilidades e enganos:

-- Respirou aos israelitas a que adorassem ídolos (Nu 31:16)

-- Retornou ao Moab e o mataram na guerra

Lições de sua vida:

-- As motivações são tão importantes como as ações

-- O tesouro de um se encontra onde está seu coração

Dados gerais:

-- Onde: Viveu perto do rio Eufrates, viajou ao Moab

-- Ocupação: Feiticeiro, profeta

-- Familiares: Pai: Beor

-- Contemporâneos: Balac (rei do Moab), Moisés, Arão

Versículos chave:

"deixaram o caminho reto, e se extraviaram seguindo o caminho do Balaam filho do Beor, o qual amou o prêmio à maldade, e foi repreendido por sua iniqüidade; pois uma muda besta de carga, falando com voz de homem, refreou a loucura do profeta" (2Pe 2:15-16).

A história do Balaam se relata em Números 22:1-24.25. Além disso se menciona em Nu 31:7-8, Nu 31:16; Dt 23:4-5; Js 24:9-10; Ne 13:2; Mq 6:5; 2Pe 2:15-16; Jd 1:11; Ap 2:14.

22.20-23 Deus permitiu que Balaam fora com os mensageiros do rei Balac, mas estava zangado pela atitude ambiciosa do Balaam. Balaam havia dito que não podia ir contra Deus só por dinheiro, mas sua resolução não parecia muito firme. Sua cobiça pela riqueza que lhe oferecia o rei o cegou tanto que não pôde ver que Deus estava tratando de detê-lo. Mesmo que saibamos o que Deus quer que façamos, nossa ambição de dinheiro, posses ou prestígio também pode nos cegar. Podemos evitar o engano do Balaam se olharmos além do atrativo da fama ou da fortuna aos benefícios a longo prazo que nos traz o seguir a Deus.

22:27 As asnas se utilizavam para transporte, carga, moer o grão e arar os campos. Eram, pelo general, muito confiáveis, o que explica por que Balaam se zangou tão quando seu asna não quis caminhar.

22:29 O asna salvou a vida ao Balaam, mas o fez ficar como um parvo. Por isso Balaam açoitou ao animal. Em ocasiões ferimos gente inocente que se cruza em nosso caminho porque nos sentimos humilhados ou nosso orgulho está ferido. Estalar em ira contra outros pode ser sinal de que há algo que não está bem em nosso coração. Não permita que seu orgulho ferido o leve a ferir outros.

22:41 O nome Bamot-baal quer dizer "lugares altos do Baal" e estava próximo ao Hesbón e Dibón. Era a primeiro parada no caminho para as altas planícies do Moab. Desde este ponto panorâmico se podia ver o acampamento israelita em sua totalidade.

A HISTÓRIA DO BALAAM: A pedido do rei Balac, Balaam viajou aproximadamente 640 km para amaldiçoar ao Israel. Balac levou ao Balaam ao monte Bamot-baal(os lugares altos do Baal), logo ao monte Pisga e finalmente ao monte Pior. Desde cada uma destas montanhas se viam os campos do Moab onde estavam acampados os israelitas. Mas para consternação do rei, Balaam não amaldiçoou ao Israel, mas sim o benzeu.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 1 até o 41
VII. CHEGADA A MOAB (N1. 22: 1-25: 18)

A. o rei de Moabe (22: 1-4)

1 E os filhos de Israel partiam, e acamparam nas planícies de Moab, além do Jordão na altura de Jericó.

2 Ora, Balaque, filho de Zipor, viu tudo o que Israel fizera aos amorreus. 3 E Moabe tinha grande medo do povo, porque era muito; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel. 4 E Moabe disse aos anciãos de Midiã: Agora esta multidão lamberá tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Balaque, filho de Zipor, era rei de Moab naquele momento.

Depois de ocupar Basan por um curto período eles marcharam sobre em Moab, na margem oriental do Jordão com Jericho apenas a oeste deles e além do rio. Zipor, rei dos moabitas (v. Nu 22:4 ), tinha recebido relatos de sucesso militar de Israel contra os amorreus e os Bashanites e estava com medo de que ele poderia sofrer um destino semelhante.

B. O CHAMADO de Balaão (22: 5-35)

5 E enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, à terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que há um povo que saiu do Egito; eis que . que cobre a face da terra, e defronte de mim 6 Vem agora, pois, peço-te, amaldiçoa-me este povo; pois eles são fortes demais para mim; porventura eu prevalecerá, para que possamos feri-los, e que eu possa levá-los para fora da terra; pois eu sei que aquele a quem tu abençoares será abençoado, ea quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.

7 E os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com as recompensas de adivinhação em sua mão; e, chegando a Balaão, e disseram-lhe as palavras de Balaque. 8 E disse-lhes: Passai aqui esta noite, e vos levarei palavra de novo, como o Senhor falará de mim, e os príncipes de Moabe ficaram com Balaão . 9 E veio Deus a Balaão, e disse: Que homens são estes contigo? 10 E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei de Moab, enviou a mim, dizendo , 11 Eis que o povo que está vindo do Egito, que cobre a face da terra: agora, venha amaldiçoa-o; Porventura serei capaz de lutar contra eles, e expulsá- Lv 12:1 E Deus disse a Balaão: Não irás com eles; tu não amaldiçoar o povo; pois eles são abençoados. 13 E Balaão levantou-se pela manhã, e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa terra; porque o Senhor recusa deixar-me ir com você. 14 E os príncipes de Moabe se levantaram e vieram a Balaque, e disseram: Balaão recusou vir conosco.

15 E Balak enviado novamente príncipes, mais, e mais honrados do que aqueles. 16 E, chegando a Balaão, e disse-lhe: Assim diz Balaque, filho de Zipor, Que nada, peço-te, não te demores em vir a mim: 17 para I vai promover ti a honra muito grande, e tudo o que dizes a mim, não.: vem pois, peço-te, amaldiçoa-me este Pv 18:1 E Balaão respondeu, e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor meu Deus, para fazer mais ou menos. 19 Agora, pois, peço-vos, ficai aqui ainda esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me dirá mais. 20 E veio Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se os homens estão te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; mas apenas a palavra que eu falar a ti, que farás.

21 Levantando-se Balaão pela manhã, albardou a sua jumenta, e partiu com os príncipes de Moabe. 22 A ira de Deus se acendeu, porque ele foi; E o anjo do Senhor pôs-se no caminho por adversário contra ele. Agora ele ia montado na sua jumenta, e dois de seus servos com ele. 23 A jumenta viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; eo jumento se desviaram do caminho, e foi para o campo:. e Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho 24 Então o anjo do Senhor pôs-se numa vereda entre as vinhas, uma parede de ser deste lado ., e uma parede desse lado 25 A jumenta viu o anjo do Senhor, coseu-se junto ao muro, e esmagou o pé de Balaão contra a parede:. e ele espancá-la 26 E o anjo do Senhor passou mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. 27 A jumenta viu o anjo do Senhor, e deitou-se debaixo de Balaão; ea ira de Balaão se acendeu, e ele espancou a jumenta .com sua equipe 28 E o Senhor abriu a boca da jumenta, e ela disse a Balaão: Que fiz eu a ti, que me espancaste estas três vezes? 29 E Balaão disse à jumenta: Porque zombaste de mim: Eu havia uma espada na mão, pois agora eu tinha matado ti. 30 E a jumenta disse a Balaão, não sou a tua jumenta, em que tu tens andado toda a tua vida até este dia? sido o meu costume fazer assim contigo? E disse ele: Não.

31 Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; E, inclinando a cabeça, e caiu sobre o seu rosto. 32 E o anjo do Senhor disse-lhe: Por que fizeste o teu jumento ferido estas três vezes? Eis que eu te saí como adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim: 33 eo jumento me viu e se desviou de diante de mim três vezes: a não ser que ela tinha desviado de mim, na verdade que eu tinha te haveria matado, e salvou-lhe a vida. 34 E Balaão disse ao anjo do Senhor, eu pequei; pois eu não sabia que tu stoodest no caminho contra mim; agora, pois, se desagradar a ti, eu vou me voltar novamente. 35 E o anjo do Senhor disse a Balaão: Vai com os homens; mas apenas a palavra que eu falar a ti, esta falarás. Assim Balaão seguiu com os príncipes de Balaque.

O rei de Moab decidiu contratar o serviço de Balaão, um artista de magia negra, para lançar uma maldição sobre os israelitas. Balaão viveu em Petor, que parece ter sido localizado perto do rio Eufrates, na Mesopotâmia. Ele era, evidentemente, de uma só vez um verdadeiro profeta do Senhor (ver Nu 21:27. ), mas ele tinha tomado para si alguns estranhos poderes de feitiçaria e adivinhação. Parece que tanto os profetas e feiticeiros tinha o poder para lançar um feitiço sobre as pessoas, e de fato a impor uma maldição sobre eles (ver Gn 9:25 ;. Sl 6:20; . Js 6:26 ; Jr 17:5 ).

Era costume de oferecer um profeta especial algum tipo de dom material como uma expressão de confiança. É óbvio que Balaão era muito avarento e difícil de agradar. Pedro nos dá esta visão sobre o caráter de Balaão: Eles ", deixando o caminho direito desviaram-se seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça" (2Pe 2:15. ).

Henry dá essa avaliação de Balaão:

Balaão tinha sido um grande profeta, que, para a realização de suas previsões, e as respostas de suas orações, tanto para o bem eo mal, tinha sido encarado com justiça, como um homem de grande interesse com Deus; mas que o crescimento orgulhoso e avarento, Deus se apartou dele e, em seguida, para apoiar o seu crédito naufrágio, ele dirigiu-se às artes diabólicas. Ele é chamado de profeta (2Pe 2:16 ), porque ele tinha sido um, ou, talvez, ele tinha levantado a sua reputação a partir do primeiro por seus amuletos mágicos, como Simon Magres, que encantou as pessoas até agora que ele era chamado de "O grande poder de Deus" (At 8:10 ).

Como o Senhor me falar (v. Nu 22:8 ). Esta é uma passagem muito difícil, mas é evidente que Balaão, pelo menos, atravessa os movimentos de um verdadeiro profeta. Ele, aparentemente, tem algum tipo de discurso com Deus.

Não irás com eles; tu não amaldiçoar o povo (v. Nu 22:12 ). Temos uma difícil hebraico construção da frase aqui. Ele deve ler: "Não irás com as pessoas para amaldiçoá-los." Balaão tinha liberdade para ir junto, mas ele tinha ordens estritas para abster-se de ferir as pessoas com a sua "magia negra". Quando a atividade chegou a um stand- ainda príncipes de Balaque convidou Balaão para ir para casa com eles, mas Balaão se recusou a ir. Os príncipes de Balak voltou ao seu rei e aconselhou-o que Balaão se recusou a vir (v. Nu 22:14).

Balac fez outro esforço para obter Balaão a cooperar enviando ainda altos funcionários (v. Nu 22:15 ), provavelmente, o secretário de Estado e sua equipe. Esta nova delegação fez um convite especial para Balaão para visitar Balak em seu palácio (v. Nu 22:16 ). Balak prometeu doar grande honra Balaão se ele só iria realizar a sua "magia negra". Balaão, em seguida, revelou a sua verdadeira natureza, exigindo um preço muito mais elevado por seus serviços do que havia sido oferecido.

Balaão estava com medo do Senhor e propositadamente definir o preço tão alto que até mesmo o rei Balac não iria pagá-la. Balaão sabia por experiência que ele não poderia frustrar o propósito de Deus. Ele foi fortemente tentado com glória e riquezas, mas seu temor de Deus impediu de ir além de um certo ponto em oposição a Jeová.

Balaão mantido príncipes de Balaque em um estado de incerteza, dizendo que ele queria consultar com Deus durante a noite (v. Nu 22:19 ). A vontade de Deus tinha sido revelado a Balaão (v. Anteriormente 12 ). Deus não quer que ele vá com os príncipes (v. Nu 22:22 ).MacRae diz:

A vontade do Senhor já era conhecido por ele. Ele deveria ter imediatamente repetiu sua recusa anterior, já que não houve fato novo que pudesse justificar a reabertura da questão. No entanto, em vez de seguir a vontade conhecida de Deus, Balaão declarou que iria voltar a procurar saber a vontade de Deus na questão (vs. Nu 22:19 , Nu 22:20 ): este era, em si, um ato de deslealdade para com Deus. Uma vez que a vontade de Deus é clara, não é honrá-lo a buscar mais luz: O que Ele merece agora é a obediência imediata e incondicional.

Novo pedido de Balaão para o conhecimento da vontade de Deus foi devido apenas à sua ganância para os ricos presentes que os homens haviam trazido ... Em vez de repetir o que Balaão já sabia, Deus aparentemente concedido desejo de Balaão. Neste caso, Balaão levou a cabo a sua intenção, mas apenas o poder sobrenatural de Deus permitiu que ele a fazê-lo. Desde que ele disse apenas o que Deus desejava, os lucros esperados não se materializaram. Ele teria sido melhor se ele tivesse ficado em casa.

As revelações de Deus são geralmente vistos apenas por aqueles que estão interessados. O versículo 23 é um exemplo da oposição, o Senhor deu a Balaão em sua jornada em direção a Moab. Henry faz o seguinte comentário:

Os santos anjos são adversários para o pecado, e, talvez, são empregados mais do que estamos cientes de que na prevenção, particularmente na oposição aqueles que têm algum projeto mal contra igreja eo povo de Deus, para quem Michael nosso príncipe se levanta, Ez 12:1 , Ez 12:12 . Que conforto isso é tudo o que desejam o bem para o Israel de Deus, que ele nunca sofre homens ímpios para formar qualquer tentativa contra eles sem enviar seus santos anjos diante de quebrar essa tentativa, e garantir os seus pequeninos.

O anjo do Senhor ... pôs-se num lugar estreito (v. Nu 22:26 ). Aqui está mais uma prova da oposição de Deus a caminho de Balaão para ver Balak. Nos próximos versículos a bunda se torna a vítima das circunstâncias do pecado. Quando a jumenta viu que a passagem estava bloqueada pelo anjo ela se deitou, depois do que Balaão chicoteado a besta (v. Nu 22:27 ).

Jeová abriu a boca da jumenta (v. Nu 22:28 ). Balaão não mostra surpresa com a habilidade incomum por parte da besta para falar. Consultas Smick:

Será que os ass exalam som audível, ou foi apenas uma experiência na mente de Balaão? A verdade é provavelmente para ser encontrada em ambos os lados. Enquanto o aparecimento do anjo e a voz do burro não eram alucinações, parece que eles foram vistos e ouvidos por Balaão só e não pelos outros que estavam presentes, como foi o caso várias vezes no Novo Testamento (At 9:7 ). O burro pede a Balaão e tenta trazê-lo para os seus sentidos. Finalmente Balaão é dado o poder de ver o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada desembainhada. Aparentemente Balaão torna-se apavorada e cai em seu rosto. O anjo repreende Balaão para o tratamento severo que ele impôs em cima do jumento (v. Nu 22:32 ). O anjo informa Balaão que ele deve sua vida a bunda. O anjo diz, a menos que ela tinha desviado de mim, na verdade que eu tinha te haveria matado, e salvou sua vida (v. Nu 22:33 ).

Pequei (v. Nu 22:34 ). Balaão é agora confrontado com provas irrefutáveis ​​de seu mau caminho, e confessa o seu pecado. Balaão expressa uma vontade de voltar, mas o anjo ordena-lhe para ir com os homens. No entanto, ele é avisado para falar apenas as palavras que o Senhor quer faladas (vv. Nu 22:34 , Nu 22:35 ).

CHEGADA C. BALAAM EM MOAB (22: 36-41)

36 E quando Balaque ouvido que Balaão vinha chegando, saiu-lhe ao encontro até a cidade de Moab, que fica na fronteira do Arnon, que é na maior parte da fronteira. 37 Então disse Balaque a Balaão, Did I sinceramente não enviar a ti, para chamar-te?portanto que não vieste a mim? Não sou eu na verdade honrar-te? 38 E Balaão disse a Balaque: Eis que eu venho a ti: que eu agora qualquer poder falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, essa falarei. 39 E Balaão foi com Balaque, e chegaram a Quiriate-Huzote. 40 E Balak sacrificou bois e ovelhas, e deles enviou a Balaão e aos príncipes que estavam com ele .

41 E sucedeu que, pela manhã, Balaque tomou a Balaão, eo levou aos altos de Baal; e viu ele dali a parte extrema do povo.

Avance mensageiros informados Rei Balak que Balaão vinha chegando, então uma recepção real foi organizado para Balaão na borda da cidade de Moab. Quando os dois se encontraram, Balak repreendeu Balaão para não vir pela primeira vez (v. Nu 22:37 ).

A palavra que Deus puser na minha boca (v. Nu 22:38 ). Balaão é confrontado com o problema de tentar obedecer ao Senhor e também para agradar o rei, mas decide em favor do Senhor.

Balak sacrificou bois e ovelhas (v. Nu 22:39 ). Aparentemente Balak fez uma oferta especial para os deuses Baal com esperanças de realizar a final para o qual ele tinha Balaão vir. Balak assume que será mais fácil para Balaão para pronunciar sua maldição sobre Israel por estar a uma certa distância, então ele é levado para um ótimo lugar alto de onde ele possa ver as pessoas e pronunciar a maldição. Isto faria com que a maldição mais impessoal. Este é o princípio tão relevante para muitos males sociais e morais de hoje, por exemplo, não é muito difícil para a Bombardier para soltar suas bombas sobre as mulheres e crianças indefesas, se for feito de uma grande altura.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 1 até o 41
Na Bíblia, poucos homens provo-cam tantos problemas quanto Balaão. Aparentemente, ele era de uma nação pagã, contudo conhecia o Deus verdadeiro. Ele era um adi- vinhador e conseguiu predizer o fu-turo de Israel. Ele escutou a Palavra de Deus e proclamou-a fielmente, contudo torceu-a e levou Israel ao pecado e ao julgamento. Ele era um enigma!

  1. Balaão recebe a visita de Balaque (Nm 22)
  2. A primeira visita (vv:1-14)

Balaque era rei de Moabe e, aparen-temente, aliado, de alguma forma, dos midianitas. Ele vira as conquistas de Israel (Nm 20—
21) e temia que seu povo também fosse conquista-do. Ele percebeu que a força física nunca venceria os judeus, portanto recorreu ao malogro espiritual ao pagar Balaão para amaldiçoar Isra-el. Ele ofereceu um bom preço para que Balaão fizesse o serviço, mas o profeta (depois de consultar ao Senhor) recusou-se a fazer isso. Os mensageiros de Balaque voltaram para casa e relataram o fracasso.

  1. A segunda visita (vv. 75-47)

Balaque não era de desistir com fa-cilidade. Ele enviou príncipes mais honrados que os primeiros, prome-teu muita riqueza e honra a Balaão e propôs que o profeta reconsiderasse o assunto. Com freqüência, Satanás faz isso quando tomamos a decisão definitiva de obedecer à Palavra de Deus. Balaão, no fundo de seu co-ração, queria ir com os mensageiros porque cobiçava o ganho financei-ro que teria. Usar a religião como uma forma de adquirir riqueza é o "caminho de Balaão" (2Pe 2:15-61). Deus permitiu que Balaão fosse com os príncipes, mas ele fez isso apenas para testá-lo (vv. 20-22). Aqui acon-tece o conhecido episódio do anjo e da jumenta. O anjo põe-se no ca-minho de Balaão, mas o profeta não o vê! A jumenta o vê e age de forma tão estranha que Balaão a espanca. O comportamento da jumenta devia advertir Balaão, mas ele estava mui-to atento a sua missão egoísta e não estava sensível à vontade de Deus. Balaão, ao abrir os olhos, vê o anjo e percebe seu erro. Deus diz clara-mente: "Teu caminho é perverso" (v. 32), portanto não havia motivo para Balaão dizer: "Se- parece mal aos teus olhos, voltarei" (v. 34). Balaão brincava com a vontade de Deus a fim de ver até onde podia ir. Deus permitiu que Balaão se encontrasse com Balaque, que lhe deu uma gran-de festa (no v. 40, "sacrificou" signifi-ca "matou, como para uma festa") e levou-o para ver Israel.

A grande lição aqui é que deve-mos descobrir a vontade de Deus e obedecer a ela, independentemente dos desejos pessoais ou das circuns-tâncias subseqüentes.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 1 até o 41
22:1-41 Princípio da história de Balaque e Balaão. Balaque é o rei moabita que chamou a Balaão, falso adivinho e profeta mercenário, para amaldiçoar o povo de Deus. Balaão é descrito como o mercenário que negociava com seus dons em Jd 1:11; Jc 4:4). O resultado se vê em 25:1-2. • N. Hom. O vigésimo segundo capítulo nos ensina:
1) O triplo testemunho de Balaque: a) do Povo de Deus, v. 3; b) à religião, ao mandar buscar Balaão ao invés de guerrear contra Israel, v. 5; c) da inutilidade da idolatria, já que nela não achará poder algum, v. 6.
2) O triplo conflito de Balaão: a) entre o Conhecimento e a Vontade, sendo que Balaão conhecia quem era Israel, mas mesmo assim queria ganhar seu salário, v. 7; b) entre o Desejo, e a Consciência: a cobiça venceu apesar da vontade divina ter sido claramente revelada, v. 12. Note-se a maneira incompleta de Balaão em citar a mensagem de Deus, v. 13; c) entre a Obediência e a Voluntariedade. Por que, tendo recebido uma proibição nítida, quis saber o "que mais o Senhor diria", v. 19. Nunca surgem novos mandamentos até que venham novas circunstâncias.
3) A tripla reprovação divina: a) até a permissão que Deus deu foi uma reprovação da fraqueza de Balaão, v. 20; b) a palavra divina já tinha sido pronunciada v. 12; c) as circunstâncias que Deus impõe para dificultar o caminho do pecado muitas vezes nos revelam nosso erro, vv. 22-26.

22.7 O preço dos encantamentos. Balaão estava sendo contratado como mágico, havendo, na época, a crença popular que o próprio fato de um profeta prenunciar algo traria a efeito profetizado.

22.12 É povo abençoados. Balaão tinha religião suficiente para ficar sabendo a verdadeira vontade de Deus, mas isto não quer dizer que sua voluntariedade sempre o deixaria seguir pelos passos que sabia ser os da vontade divina. Veja as notas sobre o falso profeta descrito em 1Rs 13:11-11. A Palavra de Deus é clara e simples, e fica complicada apenas para aqueles teólogos que querem ensinar o povo a fugir dos seus preceitos, sendo instrumentos na mão de Satanás para levar muitos a rejeitar as maravilhosas promessas de Deus que são a herança eterna dos que crêem.

22.17 Farei tudo o que me disseres. O profeta é convidado a estipular seu salário e as honras que quer receber.

22.23 Uma jumenta tem mais visão do que um homem cego pela cobiça. A ira de Deus tomou a forma de um Anjo armado; esta ira se inflamara porque Balaão, tendo a intenção de obedecer a Deus pela letra, iria perverter o espírito da vontade divina 31:16.
22.28 Fez falar a jumenta. Para Deus nada é impossível, e está pronto a falar por milagres se a falta de fé que os homens têm exige revelações extras. O apóstolo Pedro ensinarmos que este milagre impediu os intentos do profeta de amaldiçoar Israel, 2Pe 2:15-61.

22.36 Este encontro simboliza o poderio cívico e o poderio eclesiástico colaborando para restringir os verdadeiros crentes.
22.41 Bamote-Baal. Quer dizer "os lugares altos de Baal"; era, portanto, um monte consagrado à adoração das divindades pagãs.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 1 até o 41

14) Chegada à planície de Moabe (22.1)
v. 1. campinas de Moabe: conforme 26.63; 31.12 etc. É uma planície a leste do Jordão. Essa é a primeira referência bíblica a Jericó.

IX. BALAÃO (22.2—24.25)
Com o cap. 22, começam as últimas seções do livro, que contêm eventos que aconteceram nas campinas de Moabe e as instruções de Moisés transmitidas antes que o povo entrasse na terra.

Os caps. 22—24 constituem uma seção singular, que nos apresenta um retrato extraordinário de um homem chamado Balaão. Ele vivia em Petor na Mesopotâmia ou em Arã (conforme 23.7 e Dt 23:4), a terra natal dos ancestrais de Israel. Embora vivesse fora do aprisco de Israel, ele tinha conhecimento do verdadeiro Deus (conforme 22.8,13 18:19 etc., em que ele fala de “Javé”) e é chamado pelo NT de “profeta” (2Pe 2:16); mas ele também usava feitiçaria e adivinhação (conforme 22.7; 23.23; 24.1 e Js 13:22). R. K. Harrison (Introduction to the Old Testament, p.
630) apresenta evidências de que Balaão era um típico adivinhador mesopotâmico. Como os oráculos passaram às mãos dos israelitas é questão de conjectura.


1)    Balaque manda chamar Balaão

(22:2-6)

Embora não tivesse nada que temer de Israel (conforme Dt 2:9) —• mas evidentemente não sabia disso —, Balaque, rei de Moabe, estava muito amedrontado (conforme Ex 15:15) e enviou mensageiros a Balaão pedindo a ele que amaldiçoasse o povo de Israel. Vê-se aqui que os moabitas e os midianitas trabalham junto, o que não é de admirar, visto que eram vizinhos (conforme Gn 36:35). Os dois são mencionados nos v. 4,7; o v. 8 fala dos “príncipes de Moabe” e

31.8 dos “reis de Midiã” (conforme Js 13:21). v. 4. rei de Moabe naquela época: “Como uma referência pós-mosaica, ou a frase foi acrescentada, ou reflete o fato de que o relato todo foi inserido em época pós-mosaica. Em lugar algum dos caps. 22—24 temos a fórmula comum “Deus disse a Moisés”, encontrada em todos os outros capítulos. Essa seção, como o livro de Jó, talvez tenha se originado fora de Israel” {Wycliffe Bible Commentary, p. 140-1). v. 5. Petor. identificada com Pitru no rio Sagur, perto de onde desemboca no Eufrates (cf. NBD). “A caminhada de Pitru até Moabe seria de aproximadamente 630 quilômetros e duraria mais Dt 20:0). Ele convida os líderes a passar a noite com ele. Talvez ele esteja esperando que Deus lhe fale por meio de um sonho (cf. Gn 20:3,6). O v. 12 é bem claro, e Balaão não teria precisado de mais orientações, v. 13. Senhor não permitiu: Balaão parece estar bem disposto. Ele omite todas as menções às maldições e ao motivo da proibição. Isso os leva a pensar que ele quer uma quantia mais alta.


3)    Segunda delegação enviada a Ba-laão (22:15-20)

Líderes, em maior número e mais importantes do que os primeiros, e com promessas maiores (v. 15,16), foram enviados a Balaão, mas ele responde que não pode desobedecer à ordem do Senhor, mesmo que Balaque desse o seu palácio cheio de prata e de ouro (v. 18). Observe que ele diz: Senhor, meu Deus (v. 18). Apesar da proibição tão clara do v. 12, Balaão pede a eles que passem a noite na casa dele, para descobrir melhor a vontade de Deus (v. 19; conforme o v. 8). Deus permite que ele vá, desde que obedeça implicitamente às suas ordens (v. 20). Mas por que essa diferença entre os v. 12 e 20? No v. 12, temos o desejo mais sublime de Deus para Balaão, isto é, que ele não tivesse nada que ver com os mensageiros de Balaque. Mas Balaão não estava preparado para isso; assim, a proibição de ir foi retirada, e a proibição de amaldiçoar, mantida, para que Israel pudesse ser exaltado e o próprio Balaão tivesse a oportunidade de aprender mais acerca de Deus.


4)    Balaão e a jumenta (22:21-30)
v. 22.
Mas acendeu-se a ira de Deus quando ele foi: Keil deduz do hebraico que não foi simplesmente o fato de ele ir que acendeu a ira de Deus, mas a mentalidade dele (cf. v. 32). o Anjo do Senhor pôs-se no caminho para impedi-lo: o “Anjo do Senhor” no AT muitas vezes é uma pessoa divina, mas dificilmente é o caso aqui (conforme Gn 22:11,12; 31:11-13). Num primeiro momento, Balaão não viu o anjo. v. 24. entre duas vinhas: o incidente talvez tenha ocorrido em Moabe, onde as vinhas eram comuns (conforme Is 16:6-23). Elas estariam separadas por muros (conforme Is 5:5; Pv 24:31). O fato de a jumenta falar tem causado considerável perplexidade. Quando lemos que a jumenta viu o Anjo do Senhor (v. 23), isso não nos parece uma experiência subjetiva. “A maioria dos autores ou comentaristas que consideram a narrativa como histórica tem acertadamente interpretado o fato como uma ocorrência miraculosa” {ICC, p. 335). Alguns sugerem que Deus interpretou os zurros da jumenta a Balaão na forma de fala humana.

Isso pode até indicar a direção correta, mas, de acordo com o relato, o milagre não estava nos ouvidos de Balaão, mas na boca da jumenta (conforme 2Pe 2:16).


5)    Balaão e o anjo (22:31-35)

Os olhos de Balaão são abertos, e ele vê o anjo. v. 32. o seu caminho me desagpada: conforme comentário do v. 22. O anjo veio para frustrar a missão de Balaão, e se necessário com a morte (v. 33), e ele o adverte a falar apenas o que eu lhe disser (v. 35; conforme v. 20). v. 34. Pequei: não há evidência de contrição profunda.


6)    Balaque encontra Balaão (22:36-40)

v. 36. cidade: a NTLH segue as versões

que emendam o texto e trazem “Ar” (de ‘tr para ‘ãr) (conforme 21.15). do Amom: conforme 21.13. Balaão ainda não apresenta a razão por que não pode amaldiçoar o povo. No v. 38, Balaão usa ’Elõhim, não Javé, ao falar com Balaque. O uso dos dois nomes é uma característica dessa seção e tem sido usada para defender a idéia de autoria composta, mas seria natural que Balaão às vezes usasse o nome que indicava de forma específica o Deus de Israel e outras vezes simplesmente o nome que indicava o ser divino. Conforme o comentário de Albright a seguir, v. 39. Quiriate-Huzote: identificação incerta. Os sacrifícios (v. 40) não eram ofertas de gratidão pela chegada feliz de Balaão, mas ofertas de súplica pelo sucesso da missão diante deles. v. 40. líderes: heb. sãrím, grandes ministros de Estado, e não membros da família real; conforme o v. 21.


7)    Os oráculos de Balaão (22.41— 24.25)

Em 1944, o The Journal of Biblical Literaturej v. 63, publicou um artigo de W. F. Albright intitulado “The Oracles of Balaam [Os oráculos de Balaão]”, que é uma contribuição extraordinária para o tópico. Os extratos a seguir são do nosso interesse aqui. “O texto grego difere repetidas vezes da tradição mas-sorética no uso dos nomes divinos, e nenhuma tentativa de distribuir o material em prosa

2Importante periódico de estudos bíblicos e teológicos. [N. do E.] entre J e E foi bem-sucedida sem uma parcela suspeitamente grande de emendas textuais dos nomes divinos” (p. 207). “Não há nada no material dos poemas que exija uma data no século X ou posterior em termos de composição original” (p. 227). “A Esteia de Balua, c. século XII a.C., prova que já havia um tipo de monarquia bem organizada em Moabe” (p. 227). “O nome [Balaão] é característico do segundo milênio e sobreviveu em pelo menos dois nomes de lugares, um que sabemos ter existido já no século XV a.C.” (p. 232). “Podemos deduzir que os oráculos conservados em Nm 23 e 24 foram atribuídos a ele a partir de uma data tão antiga quanto o século XII, e que não há razão por que não seriam autênticos, ou por que, no mínimo, não refletiriam a atmosfera da época” (p. 233).

a)    Bamote-Baal (22.41)
Balaque leva Balaão a Bamote-Baal (“lugares altos de Baal”), sem dúvida um santuário antigo, mas escolhido nesse momento porque era o lugar mais apropriado para se avistar dali o acampamento de Israel. Era necessário ver o povo para poder amaldiçoá-lo. viu uma parte do povo: lit. “beira”, “extremidade”; parece que Balaque levou Balaão cada vez mais próximo para que pudesse ver o perigo. Alguns eruditos, no entanto, acham que a palavra se refere à extremidade distante e crêem que ele enxergava cada vez menos para que a influência deles sobre ele fosse cada vez menor; assim a NEB e aparentemente a BJ. A palavra hebraica pode se referir a qualquer uma das extremidades (cf.

23.13). “Então viu Israel acampado” em 24.2 parece apoiar a primeira opção.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Números Capítulo 22 do versículo 8 até o 14
b) Primeira resposta de Balaão (Nm 22:8-14).

Mais prudente que Natã parece Balaão no episódio acima narrado, pois em presença das recompensas apresentadas pelos anciãos midianitas, disse-lhes que a resposta apenas seria dada depois de consultar o Senhor.

Quem são estes homens? (9). Isto não quer dizer que o Senhor não soubesse quem eles eram. É que Deus quer que, quando nos dirigimos a Ele, nos possamos manter em estreita comunhão com o Senhor Supremo, exprimindo claramente as nossas idéias. Por vezes resolve-se um problema só em face duma exposição clara.


Dicionário

Balaão

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Permanece como uma advertência quanto aos perigos de se permitir que um forasteiro (Balaão era de Petor, região do Eufrates) se infiltre e perversamente crie tumulto na comunidade de Deus. Esse falso profeta tipificou a situação de instabilidade de Israel no tempo de Moisés. A intervenção do legislador em favor do povo impedira a aniquilação da nação sob o juízo do Senhor (Nm 22:49). Após testemunhar uma grande vitória pelas mãos de Deus, os hebreus logo foram seduzidos pelas práticas dos moabitas (veja Números 25).

De acordo com Números 22, Balaão foi convocado pelo rei Balaque, de Moabe. Deus interveio, mandando um anjo bloquear seu caminho. Há uma ironia no fato de que a jumenta reconheceu o ser angelical, como também a intervenção de Deus, enquanto Balaão nada percebeu. A história desse falso profeta é mais bem lembrada pelas palavras do animal, que mostrou maior sabedoria do que seu dono e era capaz de proferir oráculos mais sábios! Finalmente, Balaão foi autorizado a prosseguir sua jornada.

Balaão experimentava uma comunicação privilegiada com Deus, que falava com o povo por meio dos oráculos; entretanto, da mesma maneira que os israelitas, ele acendeu a ira de Deus, com sua relutância em fazer “somente o que Eu te disser” (Nm 22:20s). Seduzido pela bajulação (Nm 22:17) e mais interessado em descobrir um meio de acomodar os interesses do que em prestar atenção aos oráculos que sairiam de sua própria boca, Balaão entrou para a tradição rabínica como um diplomata eficiente, mas enganador. Balaque não estava interessado nas palavras de Balaão (Nm 24:10s). De acordo com Números 31:8-16, esse falso profeta aconselhou os midianitas a atrair os israelitas para os pecados sexuais em Peor. Por essa razão, foi morto por Moisés e seus homens junto com os reis midianitas (Nm 31). A despeito da mistura de verdadeiros e falsos oráculos e da lealdade mista do profeta, Deus continuou a intervir, para guiar seu povo na vitória sobre seus inimigos.

Dessa maneira, o episódio de Balaão tornou-se mais um exemplo da total soberania de Deus que opera para o bem de seu povo.

II Pedro 2:15, Judas 11 e Apocalipse 2:14 advertem o povo de Deus quanto ao perigo de aceitarem em seu meio um pagão com uma maneira de falar suave e eloqüente, que se apóia em seu conhecimento como uma forma de religiosidade, e desvia-se para sua própria destruição. Uma aparência de piedade encobre convicções frágeis e superficiais, que podem ser compradas (Nm 22:17), e também um arrependimento superficial (v. 34), o qual tem vida curta.

II Pedro 2:15-16 mostra Balaão como um homem de talento profético, mas com desejo de usar os dons de Deus, a fim de alcançar seus objetivos pessoais. Assim, o apóstolo alertou para o perigo das palavras “arrogantes de vaidade”, porque funcionam como uma cobertura para os desejos malignos. O cristão deve ser grato porque tal vaidade de coração será exposta no dia do julgamento (Jd 11). Para o apóstolo João, ao escrever à igreja em Pérgamo, o pior pecado não é de fato o da auto-engano, porque este no final será exposto. Pelo contrário, a maneira como Balaão foi induzido ao adultério espiritual por Balaque é muito pior (veja mais detalhes em Balaque). E, assim, o juízo mais rigoroso está reservado para os que conscientemente induzem outros ao erro. Como aconteceu com Balaão, as conseqüências do pecado finalmente os apanham (cf. Nm 31:8; Js 13:22). S.V.


Balaão [Senhor do Povo ? Devorador ?] - Profeta da cidade de Petor, na MESOPOTÂMIA. Ele abençoou o povo de Israel, mas depois o levou ao pecado (Nu 22:5—24:
2) 5; 31.8,16; (2Pe 2:15); (Jz 11).

Significação desconhecida, talvez devorador. Um adivinho ou profeta, a quem Balaque, rei de Moabe, ordenou que amaldiçoasse os israelitas. Era filho de Beor, e residia em Petor, na Mesopotâmia (Nm 22:5). Em lugar de amaldiçoar os inimigos de Balaque, ele, por instrução e impulso divinos, os abençoou, predizendo a futura grandeza de israel (Ne 13:2Mq 6:5 – 2 Pe 2.15 – Jd 11 – e Ap 2:14). Ainda que vivia entre os pagãos, tinha Balaão algum conhecimento do verdadeiro Deus, sendo, além disso, homem de grande inteligência, com fama de santidade e sabedoria. Era considerado profeta entre a sua gente, que, em conformidade com as idéias de muitas outras nações da antigüidade, tinha o curioso costume de entregar aos deuses destruidores os inimigos, antes de entrar em combate com ele. Balaão negociara com os seus dons especiais, como se mostra no fato de terem os mensageiros de Balaque levado consigo presentes para recompensarem o profeta pelos seus encantamentos, quando foram ter com ele a pedido do rei. os israelitas haviam começado as suas conquistas na Terra Santa, e por isso o rei de Moabe, com os midianitas, seus aliados, procurou por todos os meios deter o seu avanço. Todavia, Balaão, avisado por Deus, recusou, embora desejoso do seu lucro (2 Pe 2.15), levar a efeito o que o rei desejava – e só depois de ter ido a sua casa outra deputação mais importante é que ele resolveu partir. Mas isso era contra a vontade de Deus, que pela boca da jumenta fez de algum modo compreender a Balaão o seu mau passo. Viu-se depois o resultado deste fato. Não somos, porém, levados a crer que ele se tornou verdadeiro crente no Senhor, porque mais tarde vamos encontrá-lo empregando vilmente todos os esforços para conseguir a destruição dos israelitas (Nm 25). E morreu quando combatia pelos midianitas contra aqueles, que ele tinha pensado em amaldiçoar (Nm 31:8-16).

Deus

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).



i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Dissê

1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

di·zer |ê| |ê| -
(latim dico, -ere)
verbo transitivo

1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

2. Referir, contar.

3. Depor.

4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

verbo intransitivo

8. Condizer, corresponder.

9. Explicar-se; falar.

10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

verbo pronominal

11. Intitular-se; afirmar ser.

12. Chamar-se.

13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

nome masculino

14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

15. Estilo.

16. Maneira de se exprimir.

17. Rifão.

18. Alegação, razão.


quer dizer
Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

tenho dito
Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


Homens

masc. pl. de homem

ho·mem
(latim homo, -inis)
nome masculino

1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


abominável homem das neves
Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

de homem para homem
Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

homem de armas
Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

homem de Deus
Figurado O que é bondoso, piedoso.

[Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

homem de Estado
[Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

homem de lei(s)
Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

homem de letras
Literato, escritor.

homem de mão
Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

homem de Neandertal
[Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

homem de negócios
Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

homem de palha
[Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

homem de partido
[Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

homem de pé
Peão.

homem público
Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

Plural: homens.

masc. pl. de homem

ho·mem
(latim homo, -inis)
nome masculino

1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


abominável homem das neves
Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

de homem para homem
Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

homem de armas
Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

homem de Deus
Figurado O que é bondoso, piedoso.

[Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

homem de Estado
[Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

homem de lei(s)
Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

homem de letras
Literato, escritor.

homem de mão
Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

homem de Neandertal
[Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

homem de negócios
Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

homem de palha
[Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

homem de partido
[Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

homem de pé
Peão.

homem público
Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

Plural: homens.

São

adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
Aquele que está bem de saúde; saudável.
Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
Condição do que está completo, perfeito.
expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
Aquele que está bem de saúde; saudável.
Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
Condição do que está completo, perfeito.
expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

são adj. 1. Que goza de perfeita saúde, sadio. 2. Completamente curado. 3. Salubre, saudável, sadio. 4. Que não está podre ou estragado. 5. Reto, justo. 6. Impoluto, puro; sem defeitos. 7. Ileso, incólume, salvo. 8. Justo, razoável. 9. Inteiro, intacto, sem quebra ou defeito (objeto). Sup. abs. sint.: saníssimo. Fe.M: sã. S. .M 1. Indivíduo que tem saúde. 2. A parte sã de um organismo.

Veio

substantivo masculino Ducto, canal, fresta ou ramificação das mais variadas cores, formas ou tamanhos que são encontradas em pedras, madeiras ou em mármore.
Por Extensão Sinal que se assemelha a uma estria, riscas irregulares; estria.
Corrente de água que provém de rios; riacho.
Mineralogia Camada que pode ser explorada; filão: veio de ouro.
Figurado O que pode ser utilizado como fundamento para; o ponto central de; essência: o veio de uma teoria.
Canal natural de água que se localiza abaixo da terra.
Peça que move uma roda, eixo de ativação manual; manivela.
Etimologia (origem da palavra veio). Veia + o.

Veio
1) Parte da mina onde se encontra o mineral; filão (28:1, RC).


2) Riacho (28:11, RA).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
בּוֹא אֱלֹהִים בִּלעָם אָמַר אֱנוֹשׁ
Números 22: 9 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

VeioH935 בּוֹאH935 H8799 DeusH430 אֱלֹהִיםH430 a BalaãoH1109 בִּלעָםH1109 e disseH559 אָמַרH559 H8799: Quem são estes homensH582 אֱנוֹשׁH582 contigo?
Números 22: 9 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1407 a.C.
H1109
Bilʻâm
בִּלְעָם
o filho de Beor, um homem dotado com o dom da profecia n pr loc
(to Balaam)
Substantivo
H413
ʼêl
אֵל
até
(unto)
Prepostos
H428
ʼêl-leh
אֵלֶּה
Estes [São]
(These [are])
Pronome
H430
ʼĕlôhîym
אֱלֹהִים
Deus
(God)
Substantivo
H4310
mîy
מִי
Quem
(Who)
Pronome
H559
ʼâmar
אָמַר
E disse
(And said)
Verbo
H582
ʼĕnôwsh
אֱנֹושׁ
homem, homem mortal, pessoa, humanidade
(to the man)
Substantivo
H5973
ʻim
עִם
com
(with her)
Prepostos
H935
bôwʼ
בֹּוא
ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
(and brought [them])
Verbo


בִּלְעָם


(H1109)
Bilʻâm (bil-awm')

01109 בלעם Bil am̀

provavelmente procedente de 1077 e 5971, grego 903 Βαλααμ; DITAT - 251b Balaão = “não do povo” n pr m

  1. o filho de Beor, um homem dotado com o dom da profecia n pr loc
  2. uma cidade em Manassés

אֵל


(H413)
ʼêl (ale)

0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

partícula primitiva; DITAT - 91; prep

  1. para, em direção a, para a (de movimento)
  2. para dentro de (já atravessando o limite)
    1. no meio de
  3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
  4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
  5. em adição a, a
  6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
  7. de acordo com (regra ou padrão)
  8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
  9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

אֵלֶּה


(H428)
ʼêl-leh (ale'-leh)

0428 אל לה ’el-leh

forma alongada de 411; DITAT - 92; pron p demonstr

  1. estes, estas
    1. usado antes do antecedente
    2. usado após o antecedente

אֱלֹהִים


(H430)
ʼĕlôhîym (el-o-heem')

0430 אלהים ’elohiym

plural de 433; DITAT - 93c; n m p

  1. (plural)
    1. governantes, juízes
    2. seres divinos
    3. anjos
    4. deuses
  2. (plural intensivo - sentido singular)
    1. deus, deusa
    2. divino
    3. obras ou possessões especiais de Deus
    4. o (verdadeiro) Deus
    5. Deus

מִי


(H4310)
mîy (me)

04310 מי miy

um pronome interrogativo de pessoas, assim como 4100 é de coisas, quem? (ocasionalmente, numa expressão peculiar, também usado para coisas; DITAT - 1189; pron interr

1) quem?, de quem?, seria este, qualquer um, quem quer que


אָמַר


(H559)
ʼâmar (aw-mar')

0559 אמר ’amar

uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

  1. dizer, falar, proferir
    1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
    2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
    3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
    4. (Hifil) declarar, afirmar

אֱנֹושׁ


(H582)
ʼĕnôwsh (en-oshe')

0582 אנוש ’enowsh

procedente de 605; DITAT - 136a; n m

  1. homem, homem mortal, pessoa, humanidade
    1. referindo-se a um indivíduo
    2. homens (coletivo)
    3. homem, humanidade

עִם


(H5973)
ʻim (eem)

05973 עם ̀im

procedente de 6004; DITAT - 1640b; prep

  1. com
    1. com
    2. contra
    3. em direção a
    4. enquanto
    5. além de, exceto
    6. apesar de

בֹּוא


(H935)
bôwʼ (bo)

0935 בוא bow’

uma raiz primitiva; DITAT - 212; v

  1. ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
    1. (Qal)
      1. entrar, vir para dentro
      2. vir
        1. vir com
        2. vir sobre, cair sobre, atacar (inimigo)
        3. suceder
      3. alcançar
      4. ser enumerado
      5. ir
    2. (Hifil)
      1. guiar
      2. carregar
      3. trazer, fazer vir, juntar, causar vir, aproximar, trazer contra, trazer sobre
      4. fazer suceder
    3. (Hofal)
      1. ser trazido, trazido para dentro
      2. ser introduzido, ser colocado