Enciclopédia de Mateus 3:7-7

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mt 3: 7

Versão Versículo
ARA Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
ARC E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?
TB Mas, vendo João que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos recomendou que fugísseis da ira vindoura?
BGB Ἰδὼν δὲ πολλοὺς τῶν Φαρισαίων καὶ Σαδδουκαίων ἐρχομένους ἐπὶ τὸ βάπτισμα ⸀αὐτοῦ εἶπεν αὐτοῖς· Γεννήματα ἐχιδνῶν, τίς ὑπέδειξεν ὑμῖν φυγεῖν ἀπὸ τῆς μελλούσης ὀργῆς;
HD Vendo muitos dos fariseus e saduceus, que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?
BKJ Mas ele vendo muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Ó geração de víboras, quem vos advertiu para fugir da ira vindoura?
LTT Havendo ele, porém, visto muitos dos fariseus e dos saduceus 237 vindo para defronte 238 do seu submergir, lhes dizia: "Ó descendência de víboras, quem vos ensinou a fugir para longe da ira que está vindo?
BJ2 Como visse muitos fariseus[g] e saduceus[h] que vinham ao batismo, disse-lhes: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?[i]
VULG Videns autem multos pharisæorum, et sadducæorum, venientes ad baptismum suum, dixit eis : Progenies viperarum, quis demonstravit vobis fugere a ventura ira ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 3:7

Gênesis 3:15 E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Salmos 58:3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.
Isaías 57:3 Mas chegai-vos aqui, vós, filhos da agoureira, semente de adultério e de prostituição.
Isaías 59:5 Chocam ovos de basilisco e tecem teias de aranha; aquele que comer dos ovos deles morrerá; e, apertando-os, sai deles uma víbora.
Jeremias 6:10 A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela.
Jeremias 51:6 Fugi do meio da Babilônia, e livre cada um a sua alma; não vos destruais a vós na sua maldade, porque este é o tempo da vingança do Senhor; ele lhe dará a sua recompensa.
Ezequiel 3:18 Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
Ezequiel 33:3 e, vendo ele que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo;
Mateus 5:20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.
Mateus 12:24 Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios.
Mateus 12:34 Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
Mateus 15:12 Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?
Mateus 16:6 E Jesus disse-lhes: Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus.
Mateus 16:11 Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?
Mateus 22:15 Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam em alguma palavra.
Mateus 22:23 No mesmo dia, chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram,
Mateus 22:34 E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar.
Mateus 23:13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando.
Mateus 23:33 Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?
Marcos 7:3 Porque os fariseus e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes;
Marcos 8:15 E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes.
Marcos 12:13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra.
Marcos 12:18 Então, os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele e perguntaram-lhe, dizendo:
Lucas 3:7 Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
Lucas 7:30 Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele.
Lucas 11:39 E o Senhor lhe disse: Agora, vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade.
Lucas 16:14 E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele.
Lucas 18:11 O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
João 1:24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus,
João 7:45 E os 3servidores foram ter com os principais dos sacerdotes e fariseus; e eles lhes perguntaram: Por que o não trouxestes?
João 8:44 Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.
João 9:40 Aqueles dos fariseus que estavam com ele, ouvindo isso, disseram-lhe: Também nós somos cegos?
Atos 4:1 E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus,
Atos 5:17 E, levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja,
Atos 15:5 Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
Atos 20:31 Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós.
Atos 23:6 E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus, e outra, de fariseus, clamou no conselho: Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu! No tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado!
Atos 26:5 Sabendo de mim, desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu.
Romanos 1:18 Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
Romanos 5:9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
I Tessalonicenses 1:10 e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.
II Tessalonicenses 1:9 os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder,
Hebreus 6:18 para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;
Hebreus 11:7 Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.
I João 3:10 Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus.
Apocalipse 6:16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro,
Apocalipse 12:9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mateus 3 : 7
ensinou
Lit. "demonstrar com gestos, traçando, apontando, indicando".


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 237

Mt 3:7 "FARISEU" significa "SEPARADO". Os fariseus criam na Lei, mas tinham interpretações particulares formando uma volumosíssima tradição que eles obedeciam tanto quanto (ou até acima de) a Bíblia simplesmente tomada, pois achavam que tais interpretações tinham sido transmitidas por Jeová a Moisés e que eles eram seus guardiões (consideravam-se superiores a todos, que só eles podiam fazer conhecer aos simplórios a verdadeira interpretação das Escrituras) e que suas interpretações e tradições tinham a mesma autoridade da Bíblia, na realidade mais que ela simplesmente tomada.
Um fariseu geralmente era extremamente religioso, esforçado, ortodoxo, eficaz, meticuloso e autossacrificante (ao menos no exterior). Mas, por outro lado, não tinha percepção da sua pecaminosidade, era cheio de justiça própria e de legalismo, muitas vezes de hipocrisia.

- O SADUCEU não cria em ressurreição (muito menos a de o Cristo). Também não cria na existência de anjos nem de espíritos. Negava veementemente os milagres de o Senhor.


 238

Mt 3:7 "vindo para defronte": não para serem submersos, Lc 7:30, mas por má curiosidade e suspeita.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O MINISTÉRIO DE JESUS: PRIMEIRO ANO

30 d.C. a março de 31 d.C.
JOÃO BATISTA
Um indivíduo um tanto incomum que se vestia com roupas de pelo de camelo e coma gafanhotos e mel silvestre apareceu no deserto da Judeia, uma região praticamente desprovida de vegetação entre Jerusalém e o mar Morto, e começou a pregar: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). Devido as batismos em massa realizados por ele no rio Jordão, esse profeta veio a ser chamado de João Batista. Era um parente de Jesus, pois suas mães eram aparentadas. Lucas data o início do ministério de João do décimo quinto ano de Tibério César. Augusto, o antecessor de Tibério, havia falecido em 19 de agosto de 14 .C., de modo que João iniciou seu ministério em 29 .dC. Jesus saiu da Galileia e foi a Betânia, na margem leste do Jordão, para ser batizado por João. De acordo com Lucas, nessa ocasião o Espírito Santo desceu sobre Jesus e ele começou seu ministério, tendo, na época, cerca de trinta anos de idade.

OS QUATRO EVANGELHOS
Dependemos inteiramente dos quatro Evangelhos para um registro detalhado da vida e ministério de Jesus. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são visivelmente semelhantes. O. Evangelho de Mateus contém 91% do Evangelho de Marcos, enquanto o de Lucas contém 53% de Marcos: o uso de fontes comuns, tanto orais quanto escritas, costuma ser postulado como motivo para essas semelhanças. O Evangelho de João apresenta a vida de Jesus de um ponto de vista diferente, enfatizando os ensinamentos de Jesus. De acordo com os Evangelhos, Mateus e loão foram apóstolos de Jesus que passaram três anos com ele. Acredita-se que joão Marcos trabalhou com Pedro. Lucas, um médico e companheiro de viagens do apóstolo Paulo, não foi testemunha ocular do ministério de Jesus, mas compilou o seu relato a partir de informações de outras testemunhas oculares.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES CRONOLÓGICAS
Apesar dos quatro Evangelhos tratarem do ministério de Jesus em detalhes, seu conteúdo é organizado de forma temática, e não de acordo com uma cronologia rígida. Neste Atlas procuramos colocar os acontecimentos da vida de Jesus numa sequência cronológica. Se outros que estudaram as mesmas evidências chegaram a conclusões diferentes, estas devem ser igualmente respeitadas, sendo necessário, porém, levar em consideração alguns indicadores cronológicos. O Evangelho de João registra três Páscoas, incluindo aquela em que Jesus morreu. Assim, o ministério de Cristo se estendeu por pelo menos dois anos, apesar do consenso acadêmico favorecer um período de três anos. Na primeira Páscoa, os judeus comentam que o templo de Herodes estava em construção há 46 anos. Uma vez. que Herodes "se pôs a construir" o templo em Jerusalém em 19 a.C., há quem considere que o ministério de Jesus se iniciou em 25 d.C., quatro anos antes da data calculada de acordo com o Evangelho de Lucas, como mencionamos anteriormente. Argumenta-se, portanto, que os 46 anos mencionados não incluem o tempo gasto para juntar os materiais necessários antes do início da construção.

JESUS É TENTADO POR SATANÁS
Conforme o relato dos Evangelhos, depois de seu batismo Jesus foi conduzido pelo Espírito para o deserto e tentado por Satanás. Numa das tentações, Jesus foi transportado a Jerusalém e tentado a se lançar do ponto mais alto do templo, talvez uma referência à extremidade sudeste do templo, da qual havia uma queda de cerca de 130 m até o fundo do vale do Cedrom. Em outra tentação, Jesus foi levado ao alto de um monte de onde Satanás lhe mostrou todos os reinos da terra e seu esplendor.

O PRIMEIRO MILAGRE DE JESUS
Jesus e sua mãe, Maria, foram convidados para um casamento em Caná da Galileia. Quando o vinho acabou, Maria pediu a ajuda de Jesus e ele realizou seu primeiro milagre, transformando em vinho a água que havia em seis talhas grandes de pedra usadas para as lavagens de purificação, num total de cerca de 600 litros. O mestre do banquete ficou justificadamente impressionado com a qualidade do vinho. Juntos, os quatro Evangelhos registram uns 35 milagres de Jesus.

JESUS PURIFICA O TEMPLO
Jesus foi a Jerusalém na época da Páscoa. Caso se adote a data de 30 d.C., nesse ano a Páscoa foi comemorada em 7 de abril. Irado com os comerciantes de bois, ovelhas e pombos e com os cambistas no pátio do templo, Jesus fez um chicote com cordas e os expulsou do local. "Não façais da casa de meu Pai casa de negócio" Jo 2:16, disse ele.

NICODEMOS E A MULHER SAMARITANA
Não é de surpreender que a medida tomada por Jesus no templo tenha suscitado a indignação das autoridades religiosas judaicas. Ainda assim, Nicodemos, um membro do concílio dirigente dos judeus, procurou Jesus durante a noite. A resposta de Jesus a ele é um resumo breve do plano de Deus para salvar a humanidade: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (jo 3:16). No caminho de volta à Galileia, Jesus parou numa cidade de Samaria chamada Sicar (atual Aksar). Os samaritanos eram inimigos de longa data dos judeus. Seu templo ao Senhor em Gerizim, perto de Siquém, havia sido destruído pelo governante judeu João Hircano em 128 a.C. Sentado junto ao poço de Jacó ao meio-dia, Jesus teve uma longa conversa com uma mulher samaritana sobre a água viva e a verdadeira adoração e lhe revelou que era o Messias, chamado Cristo.

JESUS VOLTA À GALILEIA
De volta à Galileia, Jesus encontrou um oficial do rei cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. O Evangelho de João 4.43 45 relata como foi necessária apenas uma palavra de Jesus para restaurar a saúde do filho. Ao voltar a Nazaré, a cidade de sua infância, Jesus leu um trecho do profeta Isaías na sinagoga:
"O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor."
Lucas 4:18-19
Quando Jesus afirmou que estas palavras das Escrituras estavam se cumprindo naquele momento, o povo da sinagoga se enfureceu e o expulsou da cidade.

JESUS CHAMA OS PRIMEIROS DISCÍPULOS
Jesus se dirigiu a Cafarnaum, junto ao lago da Galileia, no qual, hoje em dia, há dezoito espécies de peixe, dez delas comercialmente expressivas. Ali, chamou dois pares de irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; e Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Os quatro eram pescadores, mas Jesus lhes disse para deixarem suas redes e segui-lo. Esse encontro talvez não tenha corrido Dor acaso como os evangelistas dão a entender. Provavelmente loo e. sem duvida. André, haviam sido discipulados de João Batista e encontrado com Jesus depois de seu batismo, quando André Lhe apresentou seu irmão, Pedro. Ademais, Tiago e João talvez fossem primos de Jesus caso, conforme proposto por alguns, sui mãe, Salomé, fosse irmã de Maria, mãe de Jesus.

JESUS NA GALILEIA
Marcos e Lucas descrevem como Jesus confrontou um homem possuído de um espírito mundo na sinagoga em Cafarnaum. As ruínas da sinagoga em Cafarnaum são datas do século IV d.C., mas debaixo delas, pode-se ver paredes parcialmente preservadas de basalto negro provavelmente construídas no seculo I. Essa pode ter sido a sinagoga que um centurião havia dado de presente à cidade e que foi visitada por Jesus. 10 Kim seguida, Jesus percorreu Galileia ensinando nas sinagogas, pregando as boa novas do reino de Deus e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Muitos outros enfermos toram levados até ele e grandes multidões acompanhavam. Algumas dessas pessoas vinham de regiões mais distantes, fora da Galileia, de Jerusalém e dalém do Jordão. Numa ocasião quando uma grande multidão se reuniu a beira do lago, Jesus ensinou o povo sentado num barco Em seguida, seguindo às instruções de Jesus, os discípulos levaram o barco a uma parte mai funda do lago e, lançando suas redes, pegaram tantos peixes que as redes começaram a romper.
Em 1985, houve uma seca em Israel e a água do lago da Galileia chegou a um nível incomumente baixo, revelando o casco de um barco antigo com 8.2 m de comprimento e 2,35 de largura, próximo de Magdala. Uma panela e uma lamparina encontradas no barco sugerem uma data do seculo I. confirmada por um teste de carbono 14 numa amostra da madeira do barco. Não ha como provar nenhuma ligação entre esse barco e qualquer pessoa dos Evangelhos, mas e quase certo que c barco e do período correspondente ao dos Evangelhos ou de um período bastante próximo Não é de surpreender que jornalistas tenham chamado a descoberta de "barco de Jesus"

JESUS ESCOLHE OS APÓSTOLOS
Em Cafarnaum, Jesus chamou Mateus, também conhecido como Levi, para ser seu discípulo Mateus era um coletor de impostos para o governo romano. Sua profissão era desprezada por muitos judeus, pois era considerada uma forma de colaboração com os conquistadores pagãos e vários coletores abusavam de seu cargo e defraudavam o povo. Numa ocasião, Jesus subiu em um monte e chamou doze de seus discípulos mais próximos, homens que receberam a designação de "apóstolos" (um termo que significa "os enviados") e, durante os dois anos seguintes, foram treinados e preparados por Jesus. Vários deles se tornaram líderes importantes da igreja primitiva.

O primeiro ano do ministério de Jesus Os números se referem, em ordem cronológica, aos acontecimentos do primeiro ano do ministério de Jesus.

Referências

Lucas 3:1

Lucas 3:23

Colossenses 4:14

Lucas 1:2

João 2.13

João 6:4

João 13:1

Mateus 4:5

Lucas 4:9

Mateus 27:56

Marcos 15:40

Marcos 1:21-27

Lucas 4:31-36

Lucas 7:4-5

Marcos 3:14

Lucas 6:13

primeiro ano do ministério de Jesus
primeiro ano do ministério de Jesus
Ruínas da sinagoga em Cafarnaum, datadas do século IV d.C. Na parte inferior, pode-se ver parte de uma parede de basalto negro, possivelmente de uma sinagoga construída no século I d.C.
Ruínas da sinagoga em Cafarnaum, datadas do século IV d.C. Na parte inferior, pode-se ver parte de uma parede de basalto negro, possivelmente de uma sinagoga construída no século I d.C.
Região de deserto do vale do Jordão, onde Jesus foi tentado por Satanás.
Região de deserto do vale do Jordão, onde Jesus foi tentado por Satanás.
Casco do assim chamado "barco de Jesus" uma embarcação de pesca do século I d.C. encontrada no mar da Galiléia em 1985.
Casco do assim chamado "barco de Jesus" uma embarcação de pesca do século I d.C. encontrada no mar da Galiléia em 1985.

SALOMÃO

(970-930 a.C.)
SALOMÃO SE TORNA REI
Assim que sucedeu seu pai, Davi, no trono de Israel, Salomão (970-930 a.C.) tomou medidas severas para remover aqueles que poderiam desafiar sua autoridade. Seu meio-irmão, Adonias, que havia tentado tomar o trono anteriormente, foi executado. Abiatar foi substituído por Zadoque na função de sumo sacerdote. Com a permissão de Salomão, Benaia matou Joabe, o comandante do exército de Davi, e assumiu esse cargo.

SALOMÃO PEDE SABEDORIA
Salomão se dirigiu ao "alto" ou santuário em Gibeão onde o tabernáculo foi montado após ser salvo do ataque dos filisteus a Siló.' Depois de Salomão ter oferecido mil holocaustos, o Senhor lhe apareceu em um sonho e lhe disse para pedir o que quisesse. Consciente de sua inexperiência e sentindo o peso das responsabilidades, Salomão pediu um coração discernente para governar o povo e distinguir entre o certo e o errado. O Senhor se agradou desse pedido e o atendeu, prometendo ainda vida longa, riqueza, honra e a morte de seus inimigos.

UM HOMEM DE PAZ
Salomão era um homem de paz. Aliás, seu nome significa "pacífico". Sob seu governo, Israel prosperou e se enriqueceu como nunca antes. O livro de Reis apresenta Israel como um povo numeroso, feliz e satisfeito, vivendo em segurança numa terra onde cada família tinha sua própria vinha e figueira.

A POLÍTICA INTERNACIONAL DE SALOMÃO
Logo no início de seu reinado, Salomão fez uma aliança com o Egito e se casou com a filha do faraó. O rei em questão provavelmente era Simon (979-960 a.C.), da fraca vigésima primeira dinastia: O faraó atacou e queimou a cidade cananéia de Gezer, matou seus habitantes e deu- a como presente de casamento para sua filha e como um pequeno acréscimo ao território de Salomão.‡ Não se sabe ao certo o que provocou essa intervenção egípcia. Talvez com a morte de Davi, Os egípcios esperassem poder se restabelecer na Palestina, mas, ao se depararem com um governo mais poderoso do que imaginavam, julgaram prudente firmar uma aliança de paz.
Salomão encontrou um aliado valioso em Hirão, rei da cidade fenícia de Tiro, na costa do Líbano. Hirão forneceu ao rei de Israel cedro e outras madeiras para seus projetos de construção em troca de azeite de oliva. Salomão deu a Hirão vinte cidades numa região fronteiriça predominantemente não-israelita da Galileia. Hirão não se impressionou e chamou-as de Cabul (isto é, " desprezíveis"). Posteriormente, Salomão recuperou estas cidades.

A ADMINISTRAÇÃO DE SALOMÃO
A corte de Salomão era suprida diariamente com quatro toneladas de farinha fina e oito toneladas de farinha comum, trinta cabeças de gado, cem carneiros e bodes, bem como veados, gazelas, corços e aves cevadas. Ao contrário de Davi, Salomão não realizou campanhas de conquista militar. À medida que suas despesas se tornaram mais altas, Salomão aumentou a tributação, levando seus súditos a pagar impostos pesados e reorganizando a terra em doze distritos administrativos, cada um com seu próprio governador. Cada distrito era responsável por suprir a corte durante um mês. Apesar de, em alguns casos, esses distritos coincidirem com os antigos territórios das tribos, divisão administrativa desconsiderou a maior parte das fronteiras tribais e incluiu territórios cananeus, pois Salomão desejava integrar a população cananéia em seu reino. É possível que Judá também tivesse seu próprio governador, responsável pelo recolhimento dos impostos.

TRABALHOS FORÇADOS
Quanto as não-israelitas que permaneceram no território controlado por Israel, "a esses fez Salomão trabalhadores forçados" e "tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas e oitenta mil que talhavam pedra nas montanhas" (1RS 5:15). Os israelitas também tinham de trabalhar. Trina mil foram enviados ao Líbano para cortar madeira e passavam um mês lá e dois meses em Israel. O trabalho forçado, do qual o povo se ressentiu tanto, contribuiu de forma significativa para a divisão do reino de Salomão logo depois de sua morte.

Os distritos administrativos de Salomão
Israel passou por mudanças profundas sob o governo de Salomão. As antigas estruturas tribais não eram suficientes para suprir a demanda fiscal de um Estado em expansão. Assim, Salomão criou distritos administrativos, desconsiderando, em muitos casos, as antigas divisões territoriais das tribos. No mapa da página oposta, os números ao lado dos nomes dos governadores se referem ao versículo correspondente em I Reis 4.

Literatura Sapiencial
SALOMÃO COMO AUTOR DE TEXTOS SAPIENCIAIS
De acordo com o escritor do livro de Reis, "Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar. Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios".° A história sobre como Salomão discerniu quem era a verdadeira mãe de um bebê é um exemplo prático de sua sabedoria. 10 O escritor de Reis também atribui a Salomão a autoria de três mil provérbios e mil e cinco canções e registra o interesse do rei em botânica e zoologia. Várias obras chamadas de "literatura sapiencial" são atribuídas a Salomão:

Provérbios
O livro hebraico de Provérbios é repleto de ditados sábios e incisivos, organizados em coletâneas:
• os provérbios de Salomão formam o núcleo do livro (PV 1:1-22 16)

• provérbios de Salomão (PV 25:1 PV 29:27) copiados pelos homens de Ezequias, rei de Judá (715-686 a.C.)

• "Preceitos e admoestações dos sábios" (PV 22:17 EC 24:22)

• "Mais alguns provérbios dos sábios" (PV 24:23-34)

• "As Palavras de Agur" (PV 30:1-33)

• "Conselhos para o rei Lemuel" (PV 31:1-9)

• "O louvor da mulher virtuosa" (PV 31:10-31)

Coletâneas de provérbios eram conhecidas a Mesopotâmia e no Egito no terceiro milênio a.C. No livro bíblico de Provérbios, os "Preceitos e admoestações dos sábios" são particularmente interessantes, pois podem ser comparados com a coletânea egípcia de provérbios conhecida como "Ensinos de Amenemope" , provavelmente escrita por volta de 1100 a.C. no máximo até o final da vigésima primeira dinastia em 945 a.C. O "Ensinamento de Amenemope" é divido em trinta seções e há quem sugira, provavelmente de forma indevida, que o texto de Provérbios 22:20 deveria ser emendado de acordo com esta coletânea e que os  "Preceitos e admoestações dos sábios" também teria de ser dividido em trinta seções. Para alguns estudiosos, o autor de "Preceitos e admoestações dos sábios" usou material de Amenemope. É igualmente possível, porém, que ambos tenham se baseado numa herança comum mais antiga de conselhos sábios.

ECLESIASTES
O significado do título hebraico do livro chamado tradicionalmente de Eclesiastes é incerto. Pode significar "orador" (numa assembleia) ou "colecionador de ditados". O autor é identificado no versículo de abertura apenas como "filho de Davi". Sem dúvida, os grandes projetos do autor e suas declarações em 2.7 de que tinha mais bois e ovelhas do que qualquer outro em Jerusalém antes dele, coincide com a descrição de Salomão que sacrificou vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas na dedicação do templo.

CÂNTICO DOS CÂNTICOS
O interesse de Salomão pela natureza também é expressado por meio das diversas images extraídas do mundo natural no livro erótico de "Cântico dos Cânticos". Por exemplo, "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales" (Ct 2:1). Os versículos de abertura atribuem a obra a Salomão.

OUTRAS OBRAS DA LITERATURA SAPIENCIAL
É difícil atribuir uma data e um lugar de origem ao livro de Jó. Sem dúvida, ele e seus amigos não eram israelitas e o estilo de vida de Jó corresponde ao do período patriarcal. O livro explora uma pergunta de importância perene: "Por que sofrem os inocentes?"

MADEIRA
Como Salomão outros governantes do Antigo Oriente Próximo também usaram a madeira das florestas do Líbano. Neste relevo em pedra de Khorsabad, Iraque, pode-se ver trabalhadores assírios sob o comando do rei Sargão (722-705 a.C.) transportando madeira pelo mar.

SILÓ
Siló era um importante centro religioso e administrativo no tempo de Samuel. Também era o local onde se encontrava o tabernáculo antes de ser transferido para Gibeão.

Os distritos administrativos de Salomão
Os distritos administrativos de Salomão
trabalhadores assírios sob o comando do rei Sargão
trabalhadores assírios sob o comando do rei Sargão
Siló era um importante centro religioso e administrativo no tempo de Samuel.
Siló era um importante centro religioso e administrativo no tempo de Samuel.

OS REIS DE JUDÁ

930-701 a.C.
Voltamo-nos agora para os acontecimentos em Tudá, o reino do sul, cujo governo era centrado em Jerusalém. Os reis que ocuparam o trono de Davi depois de Roboão constituíram uma dinastia muito mais estável e duradoura do que os governantes de Israel, o reino do norte.

SISAQUE ATACA ROBOÃO
Roboão (930-913 a.C.) estava no trono há apenas cinco anos (em 926 a.C.) quando teve de enfrentar a grande invasão de Sisaque, rei do Egito. Sisaque levou embora alguns dos tesouros do templo e do palacio real, inclusive os escudos de ouro feitos por Salomão. O rei do Egito deve ser identificado com Shosheng (945-924 a.C.), o fundador da vigésima segunda dinastia.
Sisaque I deixou no templo de Amun, Karnak, um relevo com uma cena triunfal que traz o nome de várias cidades da Palestina permite fazer uma reconstrução detalhada de sua campanha. Uma estela quebrada com as cártulas distintivas de Shosheng 1 to1 encontrada em Megido.

ZERÁ ATACA ASA
Asa (910 869 a.C.), neto de Roboão, derrotou um exército invasor numeroso liderado por Zerá, o etiope (ou cuxita), no vale de Zefatà, próximo a Maressa.? Etiópia (ou Cuxe) era uma região que ia do sul de Assuâ no Egito até Cartum no Sudão. Zerá não ceve ser identificado com o rei contemporâneo do Egito, Osorkon I (924 889 a.C.), pois os nomes não podem ser equivalentes. Convém observar que o livro de Crônicas não chama Zerá de "rei" e, portanto, talvez ele fosse um comandante de Osorkon I. Uma vez que o rei já era idoso na época da campanha, pode ter preferido enviar um general para liderar expedição à Palestina.

A LINHAGEM DE DAVI É AMEAÇADA POR ATALIA
Apesar do Senhor ter prometido a Davi que sua linhagem seria estabelecida para sempre, houve um momento em que ela quase foi extinta. Jeorão (848-841 a.C.), rei de Judá, se casou com Atalia, filha do perverso rei Acabe (873-853 a.C.). Quando Jeú, o rei de Israel, matou Acazias, o filho de Jeorão, Atalia tomou o trono de Judá e se manteve no poder por seis anos (841-835 a.C.). Atalia exterminou todos da família real, exceto um filho de Acazias chamado Joás que ainda era bebè e ficou escondido no templo, sem conhecimento da rainha, durante os seis anos de seu reinado. O sumo sacerdote loiada liderou um golpe bem-sucedido contra a rainha Atalia e o menino Joás foi coroado em seu lugar.

UZIAS
Diz-se que Uzias (também chamado de Azarias) reinou 52 anos sobre Judá. Há evidências claras de que esse período incluiu uma co-regência com seu pai, Amazias, de 792 a.C.até a morte de Amazias em 767 .C. Semelhantemente, Jotão, filho de Uzias, foi regente com ele até a morte de Uzias em 740 a.C. De acordo com o registro bíblico, Uzis reconstruiu Elate, no golfo de Ácaba, derrotou os filisteus e árabes, construiu torres no deserto, cavou cisternas, aumentou o potencial agrícola da terra e desenvolveu máquinas para atirar flechas e pedras grandes. Não se sabe ao certo se tais máquinas eram catapultas (que, de acordo com o escritor grego Diodoro Sículo," foram inventadas apenas em 399 .C.) ou se eram construções especiais sobre os muros e torres que permitiam aos defensores atirar pedras na cabeça dos soldados atacantes. O retrato positivo de Uzias apresentado pelos livros de Reis e Crônicas é contrabalançado com a revelação de que, depois de oferecer incenso sem autorização no templo do Senhor, Uzias foi acometido de uma doença de pele grave, traduzida de forma tradicional, porém anacrônica, como "lepra". Uzias se mudou para uma casa afastada e permaneceu excluído do templo até o final de sua vida. Entrementes, seu filho Jotão governou como regente.

ACAZ
Acaz (735-715 .C.), rei de Judá, é lembrado especificamente por sua perversidade. "Andou no caminho dos reis de Israel e até queimou a seu filho como sacrifício, segundo as abominações dos gentios, que o Senhor lançara de diante dos filhos de Israel" (2Rs 16:3). Tratamos anteriormente de como Acaz lidou com a ameaça de Peca, rei de Israel, pedindo ajuda a Tiglate-Pileser III (746-727 a.C.), rei da Assíria. Além de colocar um novo altar no templo do Senhor, Acaz remove os painéis laterais e as bacias dos suportes móveis de bronze que Salomão havia feito para o templo, tirou o "mar de fundição" de cima dos bois de bronze, colocando-o sobre uma base de pedra, e remove também o passadiço coberto que se usava no sábado e a entrada real do templo. Os profetas contemporâneos 1saías e Miquéias descrevem superstições e práticas pagas abomináveis.

A AMEAÇA ASSÍRIA SOB SARGÃO Il
Vimos que Samaria, a capital do reino do norte, foi tomada pelos assírios em 722 .C. Depois de organizar a deportação dos israelitas de Samaria, o novo rei assírio, Sargão II (722-705 a.C.), avançou para o sul pela planície costeira em 720 a.C., conquistando Gaza e, talvez, Ecrom e Gibetom. Em 712 a.C., Sargão enviou seu turtanu, ou comandante supremo, para reprimir uma rebelião na cidade costeira de Asdode. Um estela fragmentária erigida pelo comandante supremo de Sargão Il foi encontrada em Asdode. O profeta Isaías valeu-se da captura de Asdode para advertir o povo contra a confiança no Egito como um aliado contra a ameaça crescente da Assíria. E os assírios viriam a ameaçar a própria existência do reino de Judá nos acontecimentos marcantes do ano de 701 a.C., tema dos próximos dois capítulos.
invasões contra Judá entre 926-712 a.C. O reino de Judá foi -invadido várias vezes pelo sul por Sisaque, rei do Egito, e por Zera, o cuxita. Pelo norte, foi invadido por Sargão, rei da Assíria, e seu tartà ou comandante supremo
invasões contra Judá entre 926-712 a.C. O reino de Judá foi -invadido várias vezes pelo sul por Sisaque, rei do Egito, e por Zera, o cuxita. Pelo norte, foi invadido por Sargão, rei da Assíria, e seu tartà ou comandante supremo
expansão do Império Assírio em c. 850-650 a.C. A Assíria tornou-se a principal potência no Oriente Próximo. Estabeleceu um império por todo o crescente fértil e conquistou até o Egito por um breve período.
expansão do Império Assírio em c. 850-650 a.C. A Assíria tornou-se a principal potência no Oriente Próximo. Estabeleceu um império por todo o crescente fértil e conquistou até o Egito por um breve período.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Os quatro Evangelhos em ordem cronológica

As tabelas a seguir estão relacionadas aos mapas das viagens de Jesus e seu trabalho de pregação. As setas nos mapas não representam exatamente as rotas usadas, mas indicam principalmente a direção. O símbolo “c.” significa “cerca de” ou “por volta de”.

Acontecimentos que antecederam o ministério de Jesus

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

3 a.C.

Templo em Jerusalém

Anjo Gabriel profetiza a Zacarias o nascimento de João Batista

   

Lc 1:5-25

 

c. 2 a.C.

Nazaré; Judeia

Anjo Gabriel profetiza a Maria o nascimento de Jesus; ela visita Elisabete

   

Lc 1:26-56

 

2 a.C.

Região montanhosa da Judeia

Nasce João Batista e recebe nome; Zacarias profetiza; João vive no deserto

   

Lc 1:57-80

 

2 a.C., c. 1.º de outubro

Belém

Nasce Jesus; “a Palavra se tornou carne”

Mt 1:1-25

 

Lc 2:1-7

Jo 1:1-5, 9-14

Perto de Belém; Belém

Anjo anuncia as boas novas aos pastores; anjos louvam a Deus; pastores visitam o bebê Jesus

   

Lc 2:8-20

 

Belém; Jerusalém

Jesus é circuncidado (8.º dia); seus pais o apresentam no templo (após 40.º dia)

   

Lc 2:21-38

 

1 a.C. ou 1 d.C.

Jerusalém; Belém; Egito; Nazaré

Visita dos astrólogos; família foge para o Egito; Herodes mata meninos de até dois anos; família volta do Egito e vai morar em Nazaré

Mt 2:1-23

 

Lc 2:39-40

 

12 d.C., Páscoa

Jerusalém

Jesus, aos 12 anos, faz perguntas aos instrutores no templo

   

Lc 2:41-50

 
 

Nazaré

Volta a Nazaré; continua sujeito aos pais; aprende carpintaria; Maria cria mais quatro filhos, além de filhas (Mt 13:55-56; Mc 6:3)

   

Lc 2:51-52

 

29 d.C., c. abril

Deserto, rio Jordão

João Batista inicia seu ministério

Mt 3:1-12

Mc 1:1-8

Lc 3:1-18

Jo 1:6-8, 15-28


Reino de Davi e de Salomão

Informações no mapa

Tifsa

Rio Eufrates

HAMATE

SÍRIA (ARÃ)

Hamate

Rio Orontes

Ribla

Zedade

ZOBÁ, ARÃ-ZOBÁ

Tadmor (Palmira)

Zifrom

Hazar-Enã

Lebo- Hamate

Gebal

Cobre

Berotai

Deserto da Síria

Sídon

SIDÔNIOS (FENÍCIA)

Cadeia do Líbano

BETE-REOBE

Cadeia do Antilíbano

Damasco

Mte. Hermom

Tiro

Abel

MAACÁ, ARÃ-MAACÁ

Basã

Terra de Cabul?

Hazor

Argobe

GESUR

Dor

Vale de Jezreel

En-Dor

Helão

Megido

Mte. Gilboa

Lo-Debar

Rogelim

Bete-Seã

Jabes-Gileade?

Salcá

Tobe

Sucote

Maanaim

Jope

Silo

Gileade

Ramá

Zereda

Rabá

Gezer

Gilgal

AMOM

Ecrom

Jerusalém

Hesbom

Gate

Belém

Medeba

FILÍSTIA

Gaza

Hebrom

En-Gedi

Aroer

Ziclague

Jatir

Betel

MOABE

Berseba

Ramote

Mispa

Aroer

Vale do Sal?

Torrente do Egito

Neguebe

Tamar

Cobre

Punom

EDOM

Deserto de Parã

Deserto da Arábia

Eziom-Geber

Elote, Elate

Bete-Horom Baixa

Bete-Horom Alta

Gezer

Gibeão

Geba

Quiriate-Jearim

Gibeá

Anatote

Baurim

Nobe

Baal-Perazim

Ecrom

Bete-Semes

Jerusalém

Fonte de Giom

Poço de En-Rogel

Gate

Vale de Elá

Azeca

Socó

Belém

Adulão

Queila

Gilo

Tecoa

Deserto de Judá

Cisterna de Sirá

Hebrom

Jesimom

Zife

Horesa

Estemoa

Carmelo

Maom

Informações no mapa

Reino de Davi

Reino de Salomão

Importações

Exportações

Para os hititas e a Síria: cavalos, carros de guerra

De Társis: ouro, prata, marfim, macacos, pavões

De Tiro: cedro, junípero, ouro

Para Tiro: cevada, trigo, vinho, azeite

Do Egito: cavalos, carros de guerra

De Ofir: ouro, pedras preciosas, madeira

Da Arábia: ouro, prata


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mt 3:7
A Gênese

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Página: 376
Allan Kardec
Como é possível o conhecimento do futuro? Compreende-se a previsão dos acontecimentos que devam resultar do estado presente; não, porém, dos que não guardam qualquer relação com esse estado, nem, ainda menos, dos que são atribuídos ao acaso. As coisas futuras não existem, dizem; elas ainda se encontram no nada; como, pois, se há de saber que acontecerão? E, contudo, são muito numerosos os casos de predições realizadas, o que nos leva a conclusão de que ocorre aí um fenômeno para cuja explicação falta a chave, visto não haver efeito sem causa. É essa causa que vamos tentar descobrir e é ainda o Espiritismo, já por si mesmo chave de tantos mistérios, que no-la fornecerá, mostrando-nos, além disso, que o próprio fato das predições não se produz com exclusão das leis naturais.
Tomemos para comparação um exemplo nas coisas usuais. Ele nos ajudará a compreender o princípio que teremos de desenvolver.

Cairbar Schutel

mt 3:7
Parábolas e Ensinos de Jesus

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3740
Capítulo: 94
Cairbar Schutel

“E disse-lhes Jesus: Ide; por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. O que crer e for batizado será salvo; mas o que não crer será condenado. "


(Marcos, XVI, 15-16.)


Naqueles dias Jesus veio de Nazaré da Galileia, e por João foi batizado no Jordão. Logo ao sair da água, viu os Céus abrirem-se e o Espírito Santo, como pomba, descer sobre ele; e ouviu-se uma voz dos Céus: Tu és o meu filho dileto, em ti me agrado. "


(Marcos, I, 9-11.)


“Depois veio Jesus da Galileia ao Jordão ter com João para ser batizado por ele. Mas João objetava-lhe: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Respondeu-lhe Jesus: Deixa por agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele anuiu. E batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se abriram os Céus e viu o Espírito de Deus descer como pomba e vir sobre ele; e uma voz dos Céus disse: Este é o meu filho dileto, em quem me agrado. "


(Mateus, III, 13-17.)


“Quando todo o povo havia recebido o batismo, tendo sido Jesus também batizado e estando a orar, o Céu abriu-se e o Espírito Santo desceu como pomba sobre ele em forma corpórea, e veio uma voz do Céu: Tu és o meu filho dileto e em ti me agrado. "


(Lucas, III, 21-22.)


“No dia seguinte viu João a Jesus que vinha para ele, e disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Este é o mesmo de quem eu disse: Depois de mim há de vir um homem que tem passado adiante de mim porque existia antes de mim Eu não o conhecia, mas para que ele fosse manifestado a Israel, é que eu vim batizar com água. E João deu testemunho dizendo: Vi o Espírito descer do Céu como pomba, e permaneceu sobre ele. Eu não o conhecia, mas o que me enviou a batizar com água disse-me: Aquele sobre quem vires descer o Espírito e ficar sobre ele; esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu tenho visto e testificado que ele é o Filho de Deus. "


(João. I. 29-34.)


Não basta ler os Evangelhos; é preciso estudá-los. Os que se limitam a uma simples leitura dos Evangelhos não têm o direito de citá-los para fazerem prevalecer suas ideias preconcebidas.


Quantos Evangelhos foram escritos para fazer um Evangelho?


Quatro: Evangelho segundo Mateus, segundo Marcos, segundo Lucas e segundo João, sem enumerar as cartas apostólicas dirigidas às diversas Igrejas existentes naquele tempo.


Não se pode, portanto, limitar a interpretação da Palavra a um Evangelho; é preciso pôr todos eles em confronto, e, além de tudo, é indispensável buscar na letra dos Evangelhos o espírito que vivifica.


Pelo que se depreende da leitura dos quatro Evangelhos, com referência ao batismo, ficamos compreendendo que esta expressão — batismo — tem uma significação muito diferente daquela que as Igrejas lhe deram.


Examinemos detidamente os quatro Evangelistas. Marcos limita-se a dizer que Jesus foi batizado por João no Rio Jordão e que dissera a seus discípulos que fossem por todo o mundo, pregassem o Evangelho a toda criatura; o que cresse e fosse batizado seria salvo, mas o que não cresse seria condenado.


Mateus diz que Jesus fez questão de receber o batismo de João, e acrescenta que, ao sair Jesus da água, o povo que estava presente ouviu uma voz que disse: “Este é o meu Filho dileto"; e que essa voz vinha dos Céus. Diz mais o trecho que “Viu os Céus abrirem-se e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. " Aquele ouviu-se, do texto, comparado como o viu, indica bem claramente que foram muitos os que ouviram, mas um só viu. O leitor verá mais adiante que a manifestação visual atingiu unicamente a João Batista, ao passo que a auditiva, atingiu a todos que estavam por essa ocasião no Jordão.


Este ponto é importante para a boa interpretação.


Lucas diz somente que: tendo o povo recebido o batismo de João, Jesus também o recebeu.


João não diz que Jesus houvesse recebido o batismo de João, mas parece esclarecer bem o fim do encontro que o Mestre teve com o Batista: Eu não o conhecia, mas para que ele fosse manifestado a Israel, é que eu vim batizar com água. Eu não o conhecia, mas o que me enviou a batizar com água, disse-me: Aquele sobre quem vires descer o Espírito e ficar sobre ele, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Eu tenho visto e testificado que esse é o Filho de Deus.


O texto, por si só, é tão claro que dispensa qualquer interpretação. Até justificar plenamente o motivo por que João fora batizar.


O Evangelista nada diz sobre a recepção do batismo por Jesus, ou de Jesus ter sido batizado por João. Será possivel que este Evangelista, que acompanhava todos os passos de seu Mestre Amado, silenciasse sobre o batismo, ponto que, ao ver das Igrejas, é o mais importante, se de tato Jesus tivesse sido batizado por João?


Em face dos Evangelhos, pode-se afirmar peremptoriamente que o Batista batizou a Jesus?


Mas nós sabemos que esse ato se realizou, visto Mateus tê-lo afirmado; o motivo principal, entretanto, não se prende ao batismo-

sacramento, mas sim à pregação do Cristo, à manifestação de Jesus, como veremos.


Jesus, diz Mateus, apresentou-se a João para receber o seu batismo.


Mas com que fim? Será que o Espírito mais puro que veio à Terra terse-ia maculado, de modo a necessitar lavar-se dessas manchas? E julgava João ter o seu batismo virtude superior a do Cordeiro de Deus, como ele o chamou?


Está claro que, sendo Jesus limpo e puro, não poderia: pedir asseio nem pureza a uma água como a do Jordão.


Os padres e ministros, afeitos ao batismo, dizem que Jesus assim procedeu para dar exemplo. Mas exemplo de que? No Evangelho nada consta dessa lição de exemplo. Exemplo de submissão? Mas João Batista era o primeiro a dizer que o seu batismo nenhum valor tinha, e que o fim a que foi destinada essa “prática" não foi outro que o de ficar conhecendo a Jesus e manifestá-lo, apresentá-lo às multidões.


Jesus não quis dar exemplo de espécie alguma, mas o seu fito foi darse a conhecer a João, o seu Precursor, para que ele se desempenhasse da missão de apresentá-lo como o Messias que devia vir. E o espírito testificou quando disse ao Batista: “Este é o meu filho dileto em quem me comprazo. " No versículo 31 do capítulo I do Evangelista João lê-se que “João Batista não conhecia a Jesus mas tinha ciência da sua vinda", e, mais ainda, que o fim de João batizando o povo era atrair grande multidão a ver se no meio desse povo poderia encontrar o Messias e reconhecê-lo como o Espírito o havia anunciado.


No versículo 33, João repete novamente não conhecer a Jesus, mas o que o enviou a batizar com água, disse-lhe: “Aquele sobre quem vires descer o Espírito e ficar sobre ele, esse é o que batiza com o Espírito Santo; eu tenho visto e testificado que ele é o Filho de Deus. " Jesus não podia dizer a João: “Eu sou o Messias" porque mesmo naquele tempo muitos tratantes se diziam “messias" representantes de Deus.


Ele tinha de revelar-se como Messias e não se dizer Messias, e o Espírito precisava testificar, como aconteceu.


Acresce ainda outra circunstância: João não exaltava o seu batismo. E tanto é assim que aos que vinham a ele pedindo o batismo, o Profeta do Deserto dizia: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?


Dai, pois, frutos dignos de arrependimento e não digais dentro de vós: temos Abraão por pai. . . "


(Mateus, III, 7-9.)


O batismo de João, desvirtuado pelas seitas que dividiram o Cristianismo, não é mais que o arrependimento, a mudança de vida, para a recepção da Doutrina de Jesus e o consequente batismo do Espírito. E foi assim que Pedro e André, que eram discípulos de João Batista, se fizeram discípulos de Jesus.


Mas, digamos mais alguma coisa sobre, o batismo, já que a isso nos propusemos.


Todos sabem que as Igrejas Romana e Protestante como também a Ortodoxa, tem cada qual a sua espécie de batismo. Dentre todas, porém, a que mais se salienta pelos seus aparatos é a Romana.


Falemos, de preferência sobre esta, porque é, para nós, a religião tradicional, a que se constitui obrigatória no nosso país, a que obrigava todos a se submeterem a seus sacramentos, até à proclamação da República, a qual, graças a Deus, nos livrou de tal opressão e cativeiro.


O “batismo de Roma" consiste em duas ou três palavras pronunciadas pelo padre, que aplica água, azeite e sal, ao “catecúmeno". Diz a Igreja que, com esse sacramento, o indivíduo fica limpo do “pecado original" e, salvo de todas as penas, está apto para entrar no Céu.


Façamos uma análise profunda desse sacramento, com a seguinte comparação.


Tomemos duas crianças, ambas filhas de pais cristãos: uma morreu depois de receber o batismo, a outra também morreu, mas antes de receber tal sacramento.


Segundo a Igreja, uma foi para o Céu, outra para o Limbo.


Mas, que mérito tem a criança que se batizou para ir ao Céu, e que demérito tem a que não se batizou para ir ao Limbo, se tanto uma como a outra não Influíram para tal fim?


A que recebeu o batismo, não o recebeu pelos seus esforços, por sua vontade; a que deixou de receber tal “graça" também nada fez para que assim acontecesse; como pode o Supremo Senhor, que é todo amor e justiça, galardoar uma e condenar outra?


Outra consideração também nos ocorre: A Igreja, para justificar o “seu batismo", diz ser ele o antídoto do pecado original que, de Adão e Eva, se transmitiu a todo o gênero humano.


Mas, que Deus é esse em quem a Igreja crê existirem sentimentos tão revoltantes de ódio a ponto de castigar pecados antigos, de pessoas que nenhuma afinidade tinham conosco, exercendo a sua vingança em toda a Humanidade!? “O filho, diz Ezequiel, não responde pelas faltas dos pais, nem estes pelas daqueles. " O Evangelho diz: “Cada um é responsável por suas obras. " E isto é claro, lógico e racional. Até o “peru da fábula", com que o sr. Jaubert ganhou o prêmio nos jogos florais de Toulose, defende-se da acusação que lhe moviam por haver o “Adão dos Perus" pecado, e dizem que, além da unânime absolvição do Tribunal, ganhou palmas do auditório.


Mas deixemos de lado a ironia inocente e argumentemos.


Vamos escolher um casal, marido e mulher, que, quando crianças, foram batizados na Igreja. Mais tarde apareceu na cidade onde residiam um bispo ou “missionário", e o batismo foi confirmado com o “crisma".


Está claro que o pecado que assinalava esses dois entes desapareceu, se que “o batismo apaga o pecado original".


Logo depois eles têm um filho: essa criança não pode absolutamente ter vestígio algum de pecado, visto seus pais já se haverem libertado desse sinal ignominioso!


Ou quererão os sacerdotes dizer que o Espírito é oriundo de Adão e Eva, e não de Deus? Mas se assim é, o sacerdócio desconhece os Evangelhos e os princípios mais rudimentares da Religião!


A nosso ver, que está de pleno acordo com os textos evangélicos, o verdadeiro batismo não ultrapassa os limites do Espírito.


Nunca, de forma alguma, pode ser um ato material.


Promover a educação da criança, ensiná-la a amar a Deus e ao próximo, a ser humilde, boa, caritativa, indulgente, laboriosa e espiritual, eis o começo do preparo espírita para a consequente recepção do batismo do Espírito Santo, cuja tarefa está confiada exclusivamente a Jesus e àqueles designados por Ele, como se depreende da leitura dos Evangelhos.


Acresce ainda outra circunstância, que melhor elucida a questão do batismo: este vem depois de estabelecida a crença.


A crença deve, portanto, preceder sempre o batismo. “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. O que crer e for batizado será salvo; mas o que não crer, será condenado. "


(Marcos, XVI, 15-16.)


Nesta passagem vê-se claramente que é condição imprescindível para a recepção do batismo — o crer; a crença precede sempre à “graça" do batismo. Por esse motivo Jesus mandou os seus discípulos pregarem o Evangelho a toda criatura. É de notar que Jesus não os enviou a batizar, mas sim a pregar o Evangelho, para que o “batismo" viesse depois pelo Espírito.


Assim o entendeu sabiamente Paulo, o Doutor dos Gentios, conforme se depara nos Atos dos Apóstolos, XIX, 1-7: “Enquanto Apoio estava em Corinto, Paulo, tendo atravessado as regiões mais altas, foi a Éfeso;


achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes o Espírito Santo quando crestes? Responderam eles: Não, nem sequer ouvimos falar que o Espírito Santo é dado, ou que há Espírito Santo. Que batismo pois, recebestes? perguntou ele. Responderam-lhe eles: o batismo de João.


Paulo, porém, disse: João batizou com o batismo do arrependimento dizendo ao povo que cresse naquele que havia de vir depois dele, isto é, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em nome do Senhor Jesus. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, velo sobre eles o Espírito Santo, e falavam em diversas línguas e profetizavam. Eram ao todo cerca de doze homens. " Esta interpretação está de pleno acordo com as palavras do Batista, no capítulo III, 7-12 do Evangelho segundo Mateus.


Conclui-se, pois, que o intuito de João Batista, indo ao Jordão batizar com o batismo do arrependimento, em primeiro lugar foi atrair as multidões para recomendar aos homens: “Preparei o caminho do Senhor;


endireitai as suas veredas; arrependei-vos do mal; praticai o bem;


espiritualizai-vos. " Em segundo lugar foi, como disse o próprio João, “para que Jesus fosse manifestado a Israel" e ao mesmo tempo para que ele, o Batista, ficasse conhecendo a Jesus, de acordo com o sinal que lhe daria Aquele que o tinha enviado, ou seja: “Aquele sobre quem vires descer o Espírito e ficar sobre ele, esse é o que batiza com o Espírito Santo. "


(João, 1-33.)


A seu turno, Jesus não foi a João Batista com o fim de receber batismo de espécie alguma, mas sim para apresentar-se ao seu precursor como o Messias anunciado e fosse, por sua vez, anunciado por João como o Enviado de Deus, revestido de todos os sinais do Céu, como se verificou ao ouvir-se a voz: “Tu és o meu Filho dileto, em ti me agrado. "


(Marcos, I, 11 .)


A questão do batismo tem preocupado grandes pensadores da Era Cristã.


Desde os Apóstolos, uns eram de opinião que se devia efetuar o batismo da água por imersão, ao passo que outros julgavam essa prática de nenhum valor.


No capítulo III, 22, do Evangelista João, lê-se que Jesus foi com seus discípulos, para a Judeia e “ali se demorava com eles, e batizava. " Mas no mesmo Evangelho, talvez devido à controvérsia já existente sobre o batismo, o mesmo Evangelista, no capítulo IV, 2, diz claramente que “Jesus mesmo não batizava, mas sim, seus discípulos. " Em I Cort., I, 14-17, há um trecho em que se nota a dissensão que havia por causa do batismo, onde Paulo diz: “Dou graças que a nenhum de vós batizei, senão a Cristo e a Gaio; para que ninguém diga que fostes batizados no meu nome. E batizei também a família de Estéfanas; além destes não sei se batizei algum outro. Pois não me enviou Cristo a batizar, mas a pregar o Evangelho; não em sabedoria de palavras, para que não seja vã a cruz do Cristo. " Pedro diz em Atos dos Apóstolos, X, 47, ter ordenado batizar com água, em nome de Jesus Cristo, uns gentios que tinham recebido o Espírito Santo, mas parece ter-se arrependido daquele ato, quando" referindo-se ao batismo, diz na sua I Epístola Capítulo III, 21: “. . . através das águas, a qual, figurando o batismo, agora vos salva, NÃO A PURIFICAÇÃO DA IMUNDÍCIE DA CARNE, mas a questão a respeito de uma boa consciência para com Deus. " Pelo que se observa, apesar de ser o batismo por imersão aplicado aos que já haviam recebido a palavra e tinham crido, ainda assim era esse ato condenado por muitos seguidores de Jesus.


No tempo de Tertuliano muitos filósofos cristãos insurgiram-se contra a virtude do batismo, por entenderem que uma simples ablução com água não pode ter o condão de lavar os pecados e de abrir o caminho para o Céu.


Foi esse o modo de se expressar de ilustres homens do século II, que deu origem ao Tratado do Batismo, de Tertuliano, obra que parece também condenar o batismo das crianças, embora não participe da opinião dos seus contemporâneos, que condenavam o batismo tal como era feito.


São inúmeras as seitas que, desde o começo, dividiram o Cristianismo, e não aceitavam terminantemente o batismo, prática que serviu como pedra de escândalo na interpretação da Palavra clara, simples e humilde do Meigo Rabi da Galileia.


Os marcosianos, os valentinianos, os quintilianos sustentavam que a graça, como dom espiritual, não podia nascer de sinais visíveis e exteriores.


Os selencianos e os hermianos rejeitaram também a água, mas, interpretando materialmente, à letra; os Evangelhos, substituíram aquela matéria pelo fogo!


Na Idade Média houve muitas agremiações religiosas oriundas do Cristianismo que combatiam “o batismo da Igreja", tais como os maniqueus, os albigenses e outros. Eles declaravam peremptoriamente que, com o simples batismo pela água, era absolutamente impossivel comunicar ao neófito o Espírito Santo: para eles, o verdadeiro batismo espiritual consistia na imposição das mãos, invocando sobre o neófito o Espírito Santo e salmeando a oração dominical.


Os valdenses e outros rejeitavam como inútil o batismo das crianças, por não haver ainda naquela idade a fé indispensável.


Os anabatistas rejeitavam o batismo das crianças como inútil, porque exigiam para a validade do sacramento a fé do neófito, a qual não julgavam substituível pela fé dos padrinhos.


Santo Tomás de Aquino sustentava que a eficácia do batismo dependia da própria fé do neófito, que não podia ser substituída pela fé dos padrinhos.


Os armênios julgam o batismo mero símbolo e afirmam, no tocante ao batismo das crianças, não verem nessas crianças culpa alguma para serem condenadas por não terem sido batizadas.


Os quakers negam em absoluto a utilidade do batismo.


Finalmente, longe iríamos se passássemos para estas páginas a síntese do que se tem escrito e discutido sobre o batismo.


Submetido ao crivo da razão, ao calor da discussão, ele não pode permanecer, porque não é de Jesus Cristo; é palavra que passa, é “matéria" que seca e desaparece como a flor da erva; é um culto, como tantos outros, oriundas da adoração ao “bezerro de ouro", que tem absorvido judeus e gentios, desviando suas vistas dos preceitos preconizados pelo Filho de Deus, cujos ensinos o Espiritismo vem restabelecer, convencendo os homens da Justiça, da Verdade e da Lei.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mt 3:7
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 22
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 3:7-10

7. Mas vendo João que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu mergulho, disse-lhes: geração de víboras, quem vos recomendou que fugísseis da ira vindoura ?


8. Dai pois frutos dignos de vossa reforma mental.


9. E não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos como pai a Abraão; porque vos declaro que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.


10. O machado já está posto à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, é cortada e lançada ao fogo".


LC 3:7-14

7. Dizia então às multidões que saiam para ser mergulhadas por ele: "geração de víboras, quem vos recomendou que fugísseis da ira vindoura.


8. Dai pois frutos dignos de vossa reforma mental e não comeceis a dizer dentro de vós: Temos como pai a Abraão: porque vos declaro que destas pedras Deus pode suscitar filhos à Abraão.


9. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore, pois, que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo.


10. Perguntava-lhe o povo: "Que havemos então de fazer"?


11. Respondeu-lhes: "Aquele que tem duas túnicas dê uma ao que não na tem; e aquele que tem comida, faça. mesmo".


12. Foram também publicanos para serem mergulhados e perguntaram-lhe: "Mestre, que havemos de fazer"!


13. Respondeu ele: "não cobreis mais do que aquilo que vos está prescrito".


14. Perguntaram-lhe também uns soldados: "E nós. que havemos de fazer"? Respondeu-lhes: "A ninguém façais violência, nem deis denúncia falsa: contentai-vos com o vosso soldo".


Aqui entram em cena os fariseus e o saduceus. Estudemos quem eram.


FARISEUS - O que sabemos deles é tirado de Josefo (Bell. Jud. 2, 8, 14; e Ant. Jud. 13, 5. 9 e 13, 10, 5-6:17, 2, 4 e 18, 1, 2 e 4), e da Mishna (cfr. Schtirer Gestichte des Jüdischen Volkes, 2, págs. 384- 388, Leipzig, 1898, onde estão os textos da Mishna).

Na época de Jesus eram cerca de seis mil. Seu nome primitivo parece ter sido hassidim (os piedosos), mas entre si se tratavam como haberim (os companheiros). Os adversários os chamavam depreciativament "fariseus" (pherusin) que significa "os separados". Tratava-se da separação das coisas e pessoas" impuras" (ou seja, dos pagãos e dos judeus infiéis, que não davam muita importância às observ âncias legais). Além de obedecer rigorosamente à Torah, seguiam à risca a Mishna (tradição selecionada pelos escribas, compreendendo tanto a tradição jurídica (halacha) quanto à histórica (hagada).


Quanto às crenças acreditavam: a) na sobrevivência dos espíritos após a morte, tanto dos bons quanto dos maus; b) na ressurreição (ou seja, na reencarnação) dos justos, segundo as ideias de Platão; mas só os bons reencarnavam em novos corpos, conforme lemos em Josefo (Bell. Jud., 2, 8, 14) que era fariseu:

"as almas são imortais; as almas dos justos passam, depois desta vida, em outros corpos, e as dos maus sofrem tormentos que duram sempre".


c) no livre arbítrio, embora não total, mas limitado pelo "destino" em certos pontos.


A separação, levada ao exagero, tornou os fariseus um grupo antipatizado. Além disso, tendo perdido a sinceridade inicial e cedendo às fraquezas humanas levavam a observância às coisas externas, muito atentos a que fossem vistos e aplaudidos pelos homens. Daí terem passado à história como protótipos dos que dão valor apenas às exterioridades, sem nenhum aprofundamento, e como sinônimo de hipócritas (a palavra hipócrita significa literalmente "ator", ou seja, aquele que representa uma peça de teatro" escondido" (crites) "debaixo" (hipo) de uma personalidade diferente da sua personalidade real).


Com efeito, além das 613 prescrições do código "mosaico", havia numerosas outras tradições que escravizavam os fariseus. Vários tratados do Talmud e o 6. º seder, assim como o último, intitulado Tehar ôth da Mishna, compreendendo 12 tratados, enumeram as "infrações" possíveis. O receio de errar paralisava-lhes o espírito, e a religião tornava-se mesquinho formalismo. O homem passava a julgar-se um justo por suas próprias forças, obra de suas mãos, porque jejuava às segundas e quintas feiras e cumpria a lei... Isso o levava a presunção, ao amor próprio, ao orgulho, fomentando de fato a hipocrisia, por se julgarem muito melhores e superiores aos outros.


SADUCEUS - Seu nome é provavelmente originário de Sadoc, sumo sacerdote da época de David (2SM 8:17). Mais partido político do que grupo religioso, era constituído de personagens importantes influentes e não muito numerosos, que organizaram, em 200 A. C., um senado (gerousía), que tinha autoridade sobre toda a nação. Um século depois, sob Alexandre (77 - 68 A. C.), os fariseus conseguiram introduzir-se nesse conselho, que passou a denominar-se Sinédrio. Os fariseus opunham-se aos saduceus porque estes acatavam com subserviência as dominações estrangeiras, desde que não perdessem sua influência política; porque só aceitavam a lei escrita, recusando as tradições; porque não admitiam a sobrevivência do espírito, nem os anjos, ensinando que a alma morria com o corpo (Josefo, Bell. Jud., 2, 8, 14 e Ant. Jud. 18, 1, 4); porque ridicularizavam os rituais tão queridos aos fariseus, embora fossem mais rigorosos que eles nos julgamentos, exigindo pena do talião, para mostrar-se inflex íveis no cumprimento da lei.


Lucas, que é mais preciso nos pormenores, coloca na boca de João, como dirigida à multidão, a reprimenda que Mateus esclarece ter sido específica para os fariseus e saduceus, que tinham ido procurá-lo à margem do Jordão.


Chama-os englobadamente "geração (filhos) de uma víbora", serpente muito comum às margens do Mar Morto. A víbora é cheia de astúcia e veneno; ao invés de abrigar-se sob as areias, como alhures, fugia às enchentes imprevisíveis do Jordão vivendo sobre as árvores. A isso alude João, quando indaga quem lhes havia ensinado a fugir da "ira vindoura", isto é, da ação do carma, que lhes era devido por seus erros e enganos. E pede-lhes não palavras e confissões (simples "arrependimento"), mas frutos, isto é, obras que lhes comprovem a reforma mental.


Depois, desilude-os quanto à esperança de obter vantagens só por seus títulos de "filhos de Abraão".


Vem isto esclarecer que não basta estar filiado a esta ou aquela doutrina religiosa, não bastam os privil égios de raça, mas só o merecimento é que vale, o merecimento pessoal, individual.


Alude a seguir às pedras, das quais Deus pode suscitar filhos a Abraão. A frase, para os que conhecem as leis da evolução, nada tem de absurda: todos os seres humanos já passaram, na fieira dos milênios, pelo estágio do mineral, das "pedras", e chegamos ao estado atual. E a evolução prossegue sempre. Os pagãos conheciam essa transformação, e a expressaram na "história de Deucalião e Pirra" (Deucalião era casado com Pirra. Julgando Zeus que os homens da idade de bronze estavam viciados, resolveu inundar a Terra com um dilúvio. Dele só escapariam os dois justos Deucalião e Pirra. A conselho de Prometeu, construíram uma "arca", onde passaram nove dias sobre as águas, desembarcaram nas montanhas da Tessália. Chegou a eles Hermes, da parte de Zeus, oferecendo que escolhessem o que quisessem. Pediram que lhes dessem companheiros. Receberam a ordem de jogar por cima de suas costas "os ossos de sua mãe". Pirra julgou isso uma impiedade, mas Deucalião compreendeu que se tratava de "pedras", que são os ossos da "mãe" Terra. As pedras que Deucalião lançava tornavam-se homens e as que Pirra lançava tornavam-se mulheres. Ovídio, Metamorfoses, I, 125-415).


Continuando, aparece em frase vigorosa e imagem de rara felicidade literária, a figura do lenhador, com o machado já em posição de derrubada, para desarraigar as árvores que não produzem bons frutos, a fim de transformá-las em lenha. Não há tempo a perder: é hora de apressar-se, para que não seja tarde demais.


Lucas prossegue, exemplificando os ensinamentos de João, dando-nos três respostas típicas : a) ao povo - ajudar e servir, distribuindo o que for supérfluo, com os que necessitam. Para que duas túnicas, se só vestimos uma de cada vez? e tendo uma guardada em casa, veremos sem remorsos alguém que está nu a nosso lado? e tendo comida, deixaremos o nosso próprio eu em outro corpo a morrer à míngua?


b) aos publicanos (cobradores de impostos) - não cobrar mais do que está prescrito, isto é, limitar-se à justiça.


c) aos soldados - não fazer violência nem dar denúncia falsa, assim como satisfazer-se com o que ganha.


São, como vemos, ações externas, da personalidade, o mínimo que se pode exigir de quem deseje progredir.


Embora nada disso constitua ascensão espiritual, todavia é a preparação para ela: o andaime não é a casa, mas sem aquele, esta não se ergueria do chão.


O que João pede é: a) divisão fraterna dos bens; b) justiça nas cobranças; c) energia sem violência; d) não caluniar ninguém; e) conformar-se sem ganância.


Aos humildes (povo, pecadores, soldados) dirige-se com brandura, bem diversa das invetivas contra os poderosos (saduceus) e os vaidosos (fariseus). Apresenta os conceitos de dever, sem exagerar nos direitos, sem prejudicar ninguém, sem abusos. Em resumo: caridade e justiça, como pregava Isaías: "dividir o pão com o faminto, abrigar os pobres sem teto, vestir os nus, não furtar-se aos deveres diante dos irmãos" (IS 58:7).


Há muita gente que procura iludir aos outros e a si mesmos, no caminho do progresso e da evolução espiritual. Os hipócritas (fariseus), em sua espiritualidade formalista externa, de rituais complicados e minuciosos, julgando-se superiores, correm pressurosos para serem os primeiros a usufruir as vantagens religiosas, a fim de receber os elogios do povo. E os que estão em posição de proeminência (saduceus), embora materialistas de convicção, ambicionam ser tidos como rigorosos no cumprimento da lei, para não perderem suas posições de mando e influência.


Ambas essas classes são severamente repreendidos por João, a quem não interessa "agradar", mas sim pregar a Verdade prestes a chegar. Sua tarefa de Precursor estava acima das conveniências humanas.


Não lhe importava angariar adeptos e bajuladores, nem número de criaturas nem a elevada posição social, ou religiosa, dos discípulos: sua missão era despertar os amadurecidos que aguardavam, no imo do coração, a voz de comando. O Arauto não se deixava levar de "respeitos humanos", mas falava abertamente, embora soubesse que estava sujeito a ser abandonado, e depois combatido e perseguido pelos grandes do mundo e da religião. Mas a Verdade tinha que ser proclamada desassombradamente, apesar das dolorosas consequências terrenas que pudessem advir daí.


O momento crucial estava à porta: o machado que derrubaria as vaidades ilusórias já estava à raiz das árvores, e se não houvesse sinceridade nos grandes, os pequeninos, humildes e ignorantes perante o mundo viriam tomar-lhes o lugar: embora "pedras", ainda presas da letra, se transformariam em" filhos de Abraão", em eleitos no "reino dos céus". Os rebeldes e fingidos seriam lançado no fogo do carma da "ira vindoura".


Mas todos os que demonstram real arrependimento e boa vontade eficiente de trilhar a nova senda, esforçando-se de alma e corpo, esses serão aproveitados, desde que substituam os erros do egoísmo pela caridade, da usura pela generosidade, do abuso pela benevolência, da violência pela cordialidade, da crítica acerba pela compreensão, da ambição desmedida pela conformação resignada.


mt 3:7
Sabedoria do Evangelho - Volume 5

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 11
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 23:13-36


13. "Mas ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque fechais diante dos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar os que estão entrando.

15. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazerdes um prosélito; e quando feito, o tornais filho da geena o dobro de vós.

16. Ai de vós, guias cegos! que dizeis: quem jurar pelo templo, nada é; mas quem jurar pelo ouro do templo, fica obrigado.

17. Néscios e cegos! Pois qual é o maior, o ouro ou o templo que santifica o ouro?

18. E quem jurar pelo altar nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre ele, fica obrigado.

19. Tolos e cegos! Pois qual é o maior, a oferta ou o altar que santifica a oferta?

20. Quem, pois, jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele.

21. Quem jura pelo templo, jura por ele e por quem nele habita.

22. E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por quem nele se senta.

23. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e negligenciais os preceitos mais importantes da lei, que são o discernimento, a misericórdia e a fidelidade; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitirdes aquelas.

24. Guias cegos! que coais mosquito e engulis um camelo.

25. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque limpas o exterior do corpo e do prato, mas por dentro estais cheios de rapina e injustiça 26. Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também seu exterior se purifique.

LC 11:42-52


42. "Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, e desprezais o discernimento e o amor de Deus: estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitirdes aquelas.

43. Ai de vós! fariseus! Porque gostais das primeiras cadeiras nas sinagogas e das saudações nas praças.

44. Ai de vós! Porque sois semelhantes aos túmulos invisíveis, sobre os quais passeiam os homens sem o saberem".

45. Então lhe disse um dos doutores da lei: "Mestre, falando assim, a nós também insultas".

46. Respondeu ele: "Ai de vós, também, doutores da lei! Porque carregais os homens com fardos opressivos e vós, nem com um dedo vosso, os tocais.

47. Ai de vós! Porque construís os túmulos dos profetas que vossos pais mataram.

48. e assim testificais e consentis nas obras de vossos pais, porque eles, sem dúvida, os mataram, e vós lhes construís os túmulos.

49. Por isso também disse a sabedoria de Deus: enviar-lhes-ei profetas e emissários, e a alguns eles matarão, a outros perseguirão.

50. para que a esta geração se peça o sangue de todos os profetas derramado desde a fundação do mundo.

51. desde o sangue de Abel, até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e a casa; sim, eu vos digo, que se pedirá a esta geração.

52. Ai de vós, doutores da lei! Porque tirastes a chave da gnose; vós mesmos não entrais, e impedistes aos que entravam".

27. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque vos assemelhais a sepulcros branqueados que, por fora, parecem realmente vistosos, mais por dentro estão cheios de ossos de mortos e de todas as impurezas 28. Assim também vós, exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de ilegalidade 29. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque construís os sepulcros dos profetas e adornais os túmulos dos justos e dizeis:

30. Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas 31. Assim testificais a vós mesmos que sois filhos dos assassinos dos profetas:

32. enchei, pois, a de vossos pais!

33. Serpentes, filhos de víboras! Como escapareis da discriminação da geena? 34. Por isso é que vos envio profetas, sábios e escribas: a uns matareis, e crucificareis; a outros, açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade,

35. de tal forma que venha sobre vós todo o sangue justo que se derrama sobre a Terra, desde o sangue de Abel o Justo, até o sangue de Zacarias, a quem matastes entre o santuário e o altar.

36. Em verdade vos digo, que tudo isto virá sobre esta geração".



Antes de começarmos a análise, impõem-se algumas considerações genéricas para comparação dos dois textos.


Evidente, à primeira vista, que se trata do mesmo episódio, mas cada narrador o apresenta à sua maneira.


Mateus entra ex abrupto na matéria ("falando à multidão e aos discípulos", 23:1) e enumera SETE ais seguidos, todos assestados contra "escribas e fariseus", tachados sempre de "hipócritas".


Lucas, ao contrário, ambienta a cena com o almoço oferecido pelo fariseu, e os três primeiros ais (do total da SEIS) verberam apenas os fariseus. Quando um "doutor da lei" - que eram os diretores espirituais do povo toma as dores, protestando que também eles são insultados, o Mestre se volta para ele acrescentando outros três ais contra os doutores.


Dos sete ais de Mateus. Lucas cita quatro: o 1. º, o 4. º, o 6. º e o 7. º, que ele coloca como, respectivamente,

6. º, 1. º, 3. º e 5. º. Os restantes aparecem em Mateus. mas sem o anátema do "ai de vós". Ao todo, portanto, somando os "ais" de ambos os evangelistas encontramos NOVE condenações diretas e taxativas, da maneira de agir dos escribas, fariseus e doutores da lei.


Digna de nota a coragem carismática do Mestre, em verberar o comportamento errado de cara, de corpo presente, sem subterfúgios, sem "mandar recados", não com "indiretas", nem com amaciamentos, mas categoricamente; e isso, é bom assinalar, na casa de um deles, sentado à mesa dele, num almoço em que era o convidado de honra. Em tal situação, difícil se tornaria a um homem comum tomar essa atitude, reveladora de coragem, de segurança dos próprios atos e da justiça de suas palavras: a posição incômoda de "convidado", sentado à mesa do almoço, talvez nos fizesse pelo menos adiar a reprimenda, numa falsa ideia de gentileza e cortesia, pois nosso espírito fora "comprado" por um gesto de generosidade da parte do transgressor da lei. Ou talvez usássemos de outro expediente: não aceitar o convite, para não comprometer-nos. Jesus age de modo diverso: convidado aceitou. Mas nem por isso escondeu a verdade: disse claramente o que sabia, condenou o erro, verberou a hipocrisia, definiu as posições, impôs sua autoridade.


* * *

Passemos à análise do texto, começando pelo vers. 14 de Mateus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!


Porque devorais as casas das viúvas sob pretextos de longas orações: por isso recebereis mais pesada condenação". Aparece em alguns manuscritos da Vulgata, é atestado por Taciano e pela versão copta bohaírica (alto Egito), é aceito por Merck e Gramática. Mas a maioria dos críticos (p. ex. : White, Hetzenauer, Nestle, Bover, Pirot, etc.) o recusa, pois se trata apenas de uma transcrição de Marcos (12:40), indevidamente acrescentado a Mateus: pura redundância. Vejamos agora, os "ais", conforme aparecem, Também nós o omitimos no texto.


* * *

#c1 1. º de MT 6. º de Lucas: condena a hipocrisia de modo genérico. Segundo Strack

& Billerbeck (o. c. vol. 1, pág. 921), Rabbi Nathan (160 A. D.) escreveu: "há dez partes de hipocrisia no mundo: nove em Jerusalém, e uma no resto do universo". Em Lucas se assinala com mais precisão o sentido: os doutores se julgam os únicos capazes de interpretar as Escrituras, "tem a chave do santuário", onde se guardam os livros, e portanto o conhecimento, a gnose. Mas, interpretando mal, não "entram" nem deixam que os outros entrem.


2. º de Mateus: Embora não haja, no Talmud, notícia de atividades proselitistas, sabemos por Josefo (Ant. JD 20, 2, 4) que o judeu Eleazar fez o rei Izate e sua corte de Adiabene, circuncidar-se. E nas viagens de Paulo encontramos acenos aos prosélitos pagãos, que ingressavam no judaísmo. A expressão "mar e terra" (literalmente: "mar e sólido": tên thálassan kaì tên xêrán). "Filho da geena" (hebraico: benê gêhinnom) era a filiação metafórica que exprimia dependência ou natureza comum (ver vol. 2). 3. º de Mateus: Não é repetida a fórmula "escribas e fariseus hipócritas", que vem substituída por "guias cegos" (hodêgoí typhloí) ou seja, diretores espirituais incompetentes. Realmente Jesus proibira qualquer espécie de juramento (MT 5:33-37; vol. 2). Mas os fariseus desobrigavam do juramento pelo templo e pelo altar, mas exigiam seu cumprimento se fosse pelo ouro do templo ou pela oferta que estava sobre o altar. Volta a invectiva: môroí kaì typhloí, tolos e cegos, que vale mais (que é maior, meízon)? O ouro é santificado por estar no templo e a oferta por estar sobre o altar, e não o contrário.

Ora, o que mais vale é o que tem o poder de santificar.


4. º de MT 1. º de Lucas: Exemplo concreto de hipocrisia, que faz questão de preceitos leves, como o dízimo das plantas comestíveis e vulgares, desprezando os preceitos graves e importantes. A menta (hortelã, hêdyosmon) porque aromatiza os alimentos e servia de remédio para as taquicardias (eram comidos três ovos: um com menta, um com cominho e o terceiro com sésamo); o endro (ánéthon), comestível muito usado; e o cominho (kyminon) também empregado como tempero e remédio. No entanto, negligenciavam o discernimento (krísis), a misericórdia (éleos) e a fidelidade (pístis). E é acrescentada a fórmula: "devíeis fazer estas coisas, sem omitir aquelas", ou seja, não é que a primeira esteja errada: é que deve ser mantida em sua posição real, em segundo lugar. Em Lucas são citadas: a hortelã a arruda (péganon) planta aromática e as hortaliças em geral (láchanon), e, como negligenciadas, o discernimento e o amor de Deus (agápén tou theoú). No final de Mateus há uma daquelas ironias próprias de Jesus e originais: "guias cegos" coais um mosquito e engulis um camelo" (hoi díulízontes ton kônôpa, tên dè kámêlon katapínontes). Figura metafórica das mais felizes, para sublinhar o ensinamento dado. 5. º de Mateus: Neste se condena o zelo de limpar o exterior do copo e do prato, embora eles por dentro estejam cheios de (gémousin ex) rapina e injustiça (akrasía). O sentido é alegórico, já o vimos no estudo do capítulo precedente, ao comentarmos esta condenação em LC 11:39-41, onde desenvolvemos o assunto. A sequência confirma-o: limpa primeiro (kathársin prôton) o interior, o Espírito, e todos os atos materiais que este realizar serão puros por si mesmos. Não são os ritos, as cerimônias, as observâncias, a aparência de santidade que dão pureza ao Espírito. É exatamente o inverso: se o Espírito for puro, "todas as coisas são lícitas, embora nem todas convenham" porque "nem todas dão o bom exemplo" (l. ª Cor, 6:12 e 10:23).

6. º de MT 3. º de Lucas: São comparados os fariseus e escribas aos sepulcros "caiados de branco".


Refere-se ao costume da época. Desde o dia 15 de Adar (um mês antes do 15 de Nisan, quando se comemorava a páscoa), os sepulcros eram caiados de branco, para que ninguém, por descuido, tivesse contato com um túmulo, já que a lei (NM 19:16) atribuía impureza legal a esse contato. Branqueados, todos os viam e evitavam. Mas por dentro, continuavam cheios de ossos (gémousin ostéôn) de cadáveres e impurezas de toda espécie. Continua o sentido metafórico, mas já agora explicitamente traduzido: "assim vós pareceis justos aos homens, mas internamente estais cheios de hipocrisia e ilegalidade (anomías). Em Lucas, a comparação toma sentido mais forte ainda: "sois semelhantes aos túmulos que não são percebidos, e sobre os quais os homens andam sem perceber", ou seja, a aproximação com os fariseus constitui sério perigo para os homens desprevenidos que julgam estar lidando com homens justos, e no entanto internamente estão cheios de podridão.


7. º de MT 5. º de Lucas: Aqui aparecem duas divisões: profetas e justos, cujos túmulos e monumentos são erigidos e ornamentados. A argumentação de Jesus é de lógica cerrada e irrespondível.


Com a costumeira hipocrisia, dizem os fariseus: "se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos concordado com o assassínio deles". Ora, isso é uma confissão de que eles são os "Filhos dos assassinos", e não os filhos dos profetas e justos. A estirpe deles se prende aos inimigos dos bons não aos bons. Houve quem tivesse visto aí um aceno à reencarnação: hoje, mais evoluídos, não teriam feito o que fizeram outrora: e isso é uma confissão de arrependimento de um ato realizado em vida anterior, na condição em que estavam de ascendentes da geração atual.


Antes de passar à invetiva final, examinemos rapidamente, as duas condenações restantes de Lucas:

8. º (2. º de Lucas): Salienta o orgulho e convencimento desmedidos dos fariseus, que fazem questão dos primeiros lugares nas sinagogas e de serem saudados por todos; essa condenação aparece em MT 23:6, texto que no Evangelho, aparece logo antes do que comentamos, mas que, na realidade, foi proferido cronologicamente em época posterior.


9. º (4. º de Lucas): Acusa-os de sobrecarregar a humanidade com fardos opressivos e obrigações insuportáveis, embora não queiram para si nenhum trabalho; também aparece a mesma condenação em MT 23:4.


Como final vem uma apóstrofe violenta: "enchei a medida de vossos pais", fazendo-as transbordar.


Rabbi Hamnuna escreveu: "Deus não castiga o homem antes que sua medida esteja cheia. Quando se enche, vem sobre ele a necessidade" (cfr. Strack

& Billerbeck. o. c. , vol. 1. pág. 939).


Volta aqui a expressão "serpentes filhos de víboras", numa exclamação inflamada de justa indignação pela falsidade que clama aos céus. E a pergunta: "como escapareis da discriminação da geena"? (cfr. em MT 3:7 as palavras do Batista).


Contudo, o Cristo ainda envia profetas (médiuns que falando sob ditado); sábios (sophoús, hebr.


hakkâmim) que falam por sua própria sabedoria, e escribas (grammatéis) intérpretes que explicam os textos de uns e de outros. Nada porém adianta: continuarão as matanças iníquas "em nome e para maior glória de Deus", sendo todos perseguidos de cidade em cidade. Nunca, talvez, uma profecia se tenha cumprido tão à risca e durante tantos séculos seguidos! ... A metáfora, na visão plena, inespacial e atemporal do Cristo, engloba os fariseus de todas as religiões, em todas as épocas, de todas as raças.


Depois considera os presentes: vós! "sobre vós é que recairá (élthê, sem a partícula duplicativa) o sangue inocente (haíma dikaíon), expressão muito usada mesmo em hebraico (dâm nâqi) que se derrama (em grego ekchynnómenon, particípio presente) sobre a terra (epì tês gês, não sobre o kósmou, mas sobre o chão). Esta frase retoma a hipótese da reencarnação, acima aventada: esses fariseus aí presentes eram, realmente, a reencarnação dos antigos assassinos, tanto que eles (vós!) eram os responsáveis por todos os crimes, desde o sangue de Abel (narrado em GN 4:8) até o de Zacarias. Eles, aí presentes, eram os assassinos; eles, aí presentes, responderam por todos esses crimes: "tudo isto virá sobre ESTA geração". E ai deles, que continuaram reencarnando séculos afora, e continuaram assassinados, já agora "em nome" desse Cristo que os advertira tão claramente!


Quem era esse Zacarias, que Jesus diz ser o filho de Baraquias, morto entre o santuário e o altar?


Esse fato é narrado em 2CR. 24. 20-22. O livro das crônicas é o último livro histórico da Bíblia Judaica, e Jesus demonstra aceitar a historicidade bíblica desde o Genesis até Crônicas, deixando de fora os livros de Macabeus. Portanto, anotemos, os livros dos Macabeus, considerados canônicos pela igreja de Roma, e recusada pelos judeus e pelos protestantes, também pão foram ratificados por Jesus.


Realmente, Jesus poderia ter citado os assassinatos dos irmãos Macabeus, exemplares de fidelidade e de coragem. Mas, para salientar "todos os crimes narrados nas Escrituras", limita-se a citar "do Gênesis ao livro cias Crônicas". Digno de registro.


Acontece que Zacarias, segundo o livro das Crônicas, é filho de Joiadas, e foi assassinado pelo rei Joas 2. º; não era filho de Baraquias. Jerônimo (Patrol. Lat. vol. 26. col. 174) esclarece: in Evangelio quo utuntur, Nazaraeni, pro filio Barachiae, filium Joiadae reperimus, isto é: "no Evangelho usado pelos nazarenos, encontramos filho de Joiada, em lugar de filho de Baraquias". O mesmo Jerônimo e João Crisóstomo (Patrol. Graeca, vol. 58, col 681) pensam que talvez se tratasse de dois nomes (diónymos), conforme glosa de um manuscrito.


Alguns críticos (Klostermanno Lagrange, Loisy, Durand, Prat, etc.) consideram a frase "filho de Baraquias" como uma glosa posterior ao Evangelho de Mateus, já que não existe no códice sinaítico nem no trecho correspondente de Lucas. Realmente, quem era filho de Baraquias era o profeta Zacarias, que nada tem que ver com este aqui citado por Jesus. Mas algum escriba, que já tinha no ouvido o nome do profeta Zacarias, filho de Baraquias, achou por bem acrescentar esse esclarecimento ao texto de Mateus, o que é qualificado de "glosa antiga" (Loisy, Les Évangiles Synoptiques, Paris, 1907, tomo 2, pág. 386) e "glosa errada" (Durand, Évangile selon St. Matthieu, Paris, 1924, pág. 374).


Que significa exatamente a expressão final "tudo isso (tauta panta) virá sobre esta geração"? Jouon (L’Évangile de N. S. Jésus Christ Traduction et Commentaire du texte original, compte tenue du substrat sémitique, Paris, 1930, pág. 46) acha que é "o sangue"; Lagrange, (o. c. pág. 452) diz ser "o crime";


Buzy (Évangile selon St. Matthieu, Paris, 1946. pág. 310) prefere ver aí "o castigo".


A lição é ainda uma vez, preciosa: o discípulo, que segue o Mestre, que é dirigido pela individualidade, não pode ser covarde. Deve enfrentar com a Verdade os poderosos da Terra que estejam errados.


Qualquer acomodação com o erro é cumplicidade. A verdade precisa ser dita corajosamente, mesmo à custa da vida física - já que a do Espírito ninguém na pode tirar: é eterna. E a verdade participa da eternidade do Espírito. Calar é consentir; omitir-se é concordar; deixar fazer é participar da injustiça.


Nada disso faz parte da humildade. Humildade não é passividade: é ação justa, no momento justo.


Humildade e coragem não se repelem, não se opõem, não se anulam; ao invés disso, uma corrobora a outra. Quem tem o conhecimento, tem a obrigação de ensiná-lo; quem possui a chave, tem que abrir a porta; quem está com a verdade é coagido a demonstrá-la.


O conceito de que a humildade se esconde e sofre calada, só vale para os casos pessoais, que não afetem a comunidade. O discípulo tem que ser corajoso e enfrentar as feras do circo, quando se trata de testificar a verdade de suas convicções; tem que crescer diante das autoridades, quando estas se encontram no caminho errado; em resumo, tem que revestir-se da couraça do herói e brandir a espada candente da verdade, para verberar os erros que a desfigurem, zurzindo a hipocrisia e a falsidade, o orgulho e a vaidade, a mentira e a injustiça.


O exemplo de Jesus é valioso para todas as épocas, em todos os climas. E desde então até hoje os imitadores do Mestre não têm faltado. A História registra casos sem conta de discípulos dignos, que pagaram com perseguições e com a vida a coragem de arrostar a ira dos poderosos.


Também a linguagem forte serve de modelo. A. verdade não precisa nem deve ser mascarada nem edulcorada com a desculpa de uma caridade mal interpretada. Dizem que a verdade fere; absolutamente.


O que fere é a injustiça, é a calúnia, é a mentira.


Os artistas representam a verdade nua, embora alguns defendam que deve ser recoberta "com o manto diáfano da fantasia". Mas isso pode referir-se aos ensinamentos que não devem ser dados aos profanos; a estes se fala em parábolas, "para que vendo, não vejam, e ouvindo não ouçam" (cfr. MT 13:15; MC 4:12; AT 28:27; RM 11:8), a fim de "não serem dadas coisas santas aos cães" (MT 7:6). Mas quando se trata de restaurar a pureza do ensino, a nudez forte da verdade deve aparecer em toda a sua pujança, com os termos próprios, com o sentido exato, sem temores nem subterfúgios.


No entanto, podemos entender as invectivas de Jesus, como símbolo que é da individualidade nossa, quais advertências e reprimendas dirigidas à personagem.


Muito comum, em todos nós, é que a personagem encarnada, com seu intelecto maroto, crie numerosas desculpas para escapar ao controle do Espírito. Enquanto este quer levar uma vida correta e dirigirse diretamente à meta prefixada por sua linha evolutiva, a personagem inventa situações, forja planos, imagina fugas, envereda por desvios, tudo para sobrepor-se e aparecer, para brilhar e resplandecer, para ofuscar e embair os incautos.


Mergulhada na matéria densa, tendo perdido o contato com o Eu Profundo, volta-se para as exterioridades, onde busca o reconforto dos aplausos externos, das bajulações, das posições elevadas, dos elogios e das falsidades. Não possuindo força interna. não SENDO, procura "aparentar" o que não é, por atos, palavras, posições, afirmativas vazias que não concordam com o âmago. O exterior torna se brilhante e ofusca a vista dos que só vêem a superfície, enquanto o interior é podridão corrupta.


Para sanar esses males, a Individualidade não deve agir com subterfúgios, mas combater diretamente, empunhando as armas mais eficazes. O Bhagavad-Gita já o ensinara, quando Arjuna demonstra receio de combater "seus próprios familiares" e Krishna, o "cocheiro" (o Eu interno que guia o carro da personagem), o incita a não temer; esses familiares são exatamente os vícios da personagem. A personagem é o "filho único" da individualidade, mas precisa ser corrigido com rigor, para não desviarse da rota certa. Se acaso se desvia, precisa ser de novo trazido ao caminho certo, embora mediante severidades drásticas.


O simbolismo do trecho ora analisado confirma plenamente a tese do BhatJavad-Gita. Aqui Jesus, a Individualidade, verbera corajosa e veementemente as personalidades cheias de falsidade e hipocrisia.


Diz abertamente todos os defeitos e vícios, põe a nu todos os enganos e mentiras, desvela todas as manhas e artimanhas, e revela que "sobre essa geração" (ou seja, nessa mesma personagem, encarnada ou desencarnada) virão todas as consequências dos atos praticados. Diz à psychê e ao pneuma que eles são os responsáveis de todas as ações anteriores, desta e de outras vidas passadas, e de todas as ações erradas colherão os resultados amargos, pela Lei de Causa e Efeito.


Isto porque toda criatura humana é, inegavelmente, um "fariseu e escriba hipócrita", e só depois de muita violência contra a personagem é que conseguirá anulá-la, para que brilhe a luz pura do Eu Profundo.


Esse exame sincero e honesto é indispensável seja feito antes de qualquer promoção nos graus iniciáticos.


E se o resultado for negativo, está garantida a permanência no mesmo ponto... Só se já houver vitórias expressivas, poderá haver promoção. Enquanto a personagem tiver esses defeitos atribuídos aos "fariseus e escribas hipócritas", não há acesso a graus superiores da iniciação. Que isto seja bem meditado por todos aqueles que, impensadamente, recebem títulos e rótulos de mãos incompetentes, sem que tenham, no profundo de si mesmos, a maturidade indispensável obtida com a anulação dos personalismos. Nesses casos, os títulos se tornarão um agravante de farisaísmo, e não uma realidade evolutiva.


O Mestre que tem por encargo "iniciar" os candidatos, em cujas mãos se encontra a responsabilidade pesada e intransferível de verificar a possibilidade de cada um, não pode ser medroso nem tímido: precisa dizer tudo com a franqueza mais rude, a fim de "provar" ou "experimentar" as reações emotivas dos que lhe forem entregues. Jesus ensinou, na prática, como temos que agir, e como têm que agir conosco os encarregados de nossa evolução.


A "caridade" e a "humildade", geralmente interpretadas como emprego apenas de palavras e fórmulas dulçurosas, consistem, ao contrário, em saber agir com firmeza e desassombro, verberando-se os erros de frente e sem subterfúgios, revelando-se os defeitos e deficiências com segurança e até mesmo com certa rispidez, para que se sinta a gravidade dos mesmos. Se não é "com vinagre que se pegam moscas, mas com mel", não é todavia com mel que se corrigem espíritos inveterados nos erros do mundo: "quem ama o filho, não lhe poupa a vara" (cfr. PV 13:24). Se referirmos essa verdade em relação à Individualidade diante da personagem, ao Espírito (pneuma) diante do "espírito" (psychê), teremos compreendido toda a tese desenvolvida no Bhagavad-Gita e também aqui, nos "ais" dirigidos por Jesus, o Mestre, a nós todos.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
D. O MINISTÉRIO DE JOÃO BATISTA, 3:1-12

1. Sua Primeira Aparição (3:1-6)

A versão grega sugere que naqueles dias (1) João Batista "chegou" ou "apareceu". Lucas conta sobre o anúncio do nascimento de João e as circunstâncias do seu nascimento, assim como um pouco da sua infância. Mas no Evangelho de Mateus o precursor de Jesus aparece repentinamente neste ponto. Todos os quatro Evangelhos apresentam o ministério de João Batista como a preparação da nação para o ministério de Jesus.
João apareceu pregando. A palavra grega kerysso significa literalmente "ser um arauto, proclamar".' Ela deriva de kerux, um "arauto" que se colocava diante de um exército para transmitir as ordens de um general, ou perante uma multidão para trans-mitir um decreto do governante. Ele não falava por si, mas sim pelo seu superior. Ele não transmitia a sua mensagem, mas sim aquela que o seu comandante lhe tinha ordenado que proclamasse. João era o arauto de Deus, anunciando a importante notícia de que o Messias estava chegando. Exatamente assim são todos os pregadores do Evangelho ins-truídos para proclamar a mensagem de salvação de Deus. Isto, basicamente, é pregar. É por isso que kerysso é o verbo mais freqüente usado no Novo Testamento como sinônimo de "pregar", e evangelizo — "evangelizar", "anunciar boas-novas" — vem logo atrás, em segundo lugar.

O lugar onde João pregava era o deserto da Judéia. Esta era uma região rochosa e acidentada entre o planalto (algo entre 750 e 990 metros acima do nível do mar), e o mar Morto (400 metros abaixo do nível do mar). Era uma região proibitiva, com despe-nhadeiros e precipícios, habitada principalmente por animais selvagens. W. L. Reed ob-serva que a expressão deserto é um termo bastante indefinido Ele diz que "é difícil obter uma tradução precisa, porque as regiões chamadas de desérticas incluem territó-rio árido e semi-árido e também desertos de areia, planaltos rochosos, terras de pastoreio e terreno montanhoso infértil"." W. F. Boyd e W. L. Reed expressam a opinião de que "deserto" pode ser uma tradução melhor, pois outros termos parecem sugerir uma flores-ta fechada. Eles prosseguem: "Embora as traduções modernas continuem a usar ambas expressões, sem dúvida devido ao fato de que até mesmo 'deserto' não é uma descrição perfeita, as regiões assim descritas são algumas vezes naturalmente montanhosas, pla-nícies onde o pasto existe depois das chuvas, e regiões onde havia população, como aque-la parte do Deserto de Judá, perto do mar Morto, onde foram encontrados o mosteiro de Qumrã e os Rolos do Mar Morto".'

Deve ser observado que muitos estudiosos pensam que João Batista era provavel-mente um essênio, e pode até mesmo ter tido alguma associação com a comunidade de Qumrã F F. Bruce fala de modo favorável a essa idéia. Ele observa a residência de João no deserto da Judéia, seu ascetismo, seu ensino e sua prática do batismo — "Parece que a doutrina de Qumrã — mais do que o relato do Novo Testamento — concorda intimamente com o relato de Josefo sobre os ensinos do batismo de João"» Ele conclui: "João pode ter tido algum contato com a comunidade de Qumrã; ele pode até mesmo ter pertencido a ela durante algum tempo".42

A palavra-chave da pregação de João Batista era Arrependei-vos (2). Existe um pensamento muito superficial sobre o assunto do arrependimento. Normalmente, ele é definido como "sentir muito". Mas o verbo grego significa "mudar de idéia". O arrependi-mento é basicamente mental e moral, e não basicamente emocional. Ele envolve uma "mu-dança de idéia" com respeito ao pecado e à salvação. Ele significa renunciar ao pecado e comprometer-se com Cristo. Chamberlain afirma que "O arrependimento é a reorientação de uma personalidade, com referência a Deus e aos seus propósitos".' Com respeito ao significado exato aqui, Robinson escreve: "A palavra aramaica que João usava para 'arrepender' poderia ser literalmente traduzida como 'converter-se', 'dar meia volta e retornar'; não existe segurança no caminho que os homens estão percorrendo agora"."

Ao pregar o arrependimento, João estava fazendo eco às palavras dos profetas do Antigo Testamento. Em um sentido muito verdadeiro, ele foi o último dessa seqüência. Ele pertencia ao antigo regime, mas ficou no limiar do novo. Sem dúvida ele estava impregnado das antigas Escrituras. Quando dizia arrependei-vos, ele poderia muito bem estar pensando nas palavras de Isaías 1:16-17 — "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer o bem". Ou Isaías 55:7 — "Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele". Ou, ainda, Jeremias 7:3-7 — "Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras... se deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras... eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, de século em século".

Thayer diz que o substantivo metanoia quer dizer "especialmente a mudança de idéia daqueles que começaram a detestar os seus erros e más ações, e que estão determi-nados a empreender um caminho melhor na vida, para que ela compreenda tanto uma admissão do pecado e a tristeza que vem através dele, como uma correção sincera, cujos sinais e efeitos são as boas obras".'

Por que os ouvintes de João deveriam se arrepender? Porque é chegado o Reino dos Céus. A sua pregação não era apenas ética, mas escatológica. Barnes sugere que a frase seria melhor traduzida assim: "O reino de Deus se aproxima".' Havia uma forte nota de urgência na conclamação de João ao arrependimento. Era quase como se ele estivesse dizendo: "É agora ou nunca!" Os acontecimentos dos anos seguintes — que cul-minariam na destruição de Jerusalém em 70 d.C. — justificariam o seu olhar e o seu tom de voz. Aqueles dias provaram ser os "últimos dias", ou "os dias do Messias", abrangen-do o período entre a Sua primeira vinda e a segunda (cf. At 2:17). Mas a maioria dos judeus não se deu conta disso e sofreu as conseqüências.

Somente Mateus usa a frase o Reino dos céus — literalmente "o reino celestial". Essa frase aparece 32 vezes neste Evangelho. Marcos e Lucas preferem "o reino de Deus". A razão para a mudança de terminologia de Mateus é a seguinte: "No período judaístico anterior à era cristã, quando um conceito transcendente de Deus começava a vigorar, passou a ocorrer o uso do termo céu como um sinônimo para Deus".' Mateus, não que-rendo ofender os seus leitores judeus, escreveu de acordo com este costume.

Quase todos os estudiosos concordam que no Novo Testamento o termo reino se refere aos limites do governo de alguém, e não apenas "campo". Arndt e Gingrich defi-nem a palavra grega basileia como significando "reinado, poder real, governo, reino"." Eles a particularizam ainda mais da seguinte maneira: "Especialmente o reino real ou reino de Deus, é um conceito principalmente escatológico, que começou a aparecer com os profetas, foi aperfeiçoado nas passagens apocalípticas... e ensinado por Jesus".' Eles insistem (com toda a propriedade) que "o reino de Deus" e o "reino dos céus" significam basicamente a mesma coisa — e assim deve ser, pois eles são usados nas passagens para-lelas de Lucas e Mateus — mas acrescentam: "O segundo termo pode também enfatizar a origem e a natureza celestial do reino"."

Morison se aprofunda um pouco mais neste último pensamento, escrevendo: "A sua origem está no céu; o seu fim está no céu; o seu Rei é celestial, os seus súditos, por toda parte, são celestiais em caráter e em destino; as suas leis são celestiais; as suas institui-ções são celestiais; o seu próprio auge está no céu e é, na verdade, o céu; as suas institui-ções terrenas anseiam pela glória do céu"."

Em anos recentes tem havido muito material escrito sobre o assunto do reino de Deus. Alguns o identificam com a igreja, como Agostinho fez há mil e quinhentos anos. Outros, como Harnack, o tornam algo puramente subjetivo. Albert Schweitzer o imagi-nou em termos completamente escatológicos; isto é, como futuro. Por outro lado, C. H. Dodd o torna completamente presente, como uma "escatologia realizada".

George Ladd escreveu muitos livros úteis sobre o assunto. Em um deles, ele afirma que "O significado primário tanto da palavra hebraica malkuth no Antigo Testamento quanto da palavra grega basileia no Novo Testamento é a posição, a autoridade e a sobe-rania exercidas por um rei".52

O Novo Testamento ensina que o reino é tanto presente quanto futuro, não apenas uma coisa ou a outra. Na sua extremamente valiosa investigação da história da inter-pretação do reino de Deus durante os últimos cem anos, o bispo Lundstrom diz: "Para Jesus, tanto o presente quanto o futuro Reino de Deus estão lado a lado"."

Para enfatizar o seu chamado ao arrependimento, João cita Isaías 40:3. Ele se iden-tifica como sendo a Voz do que clama no deserto — o deserto do pecado e das necessidades espirituais do homem. Halford Luccock dá uma boa explicação quando fala da palavra deserto, utilizada por Isaías: "É uma descrição atualizada de grande parte de nosso mundo"." Quando João se descreve como sendo uma voz, isto está de acordo com o seu papel de arauto (cf. "pregando", v. 1). Ele não estava falando em seu próprio nome, mas em nome de Outro.

Como o precursor do Messias, a tarefa de João Batista era advertir os homens: Preparai o caminho do Senhor. Eles deveriam construir uma estrada real por onde o seu Rei pudesse vir. Alguns poucos ouviram e prestaram atenção. Mas os líderes da nação rejeitaram a convocação divina e condenaram o seu Messias à morte. Endireitai as suas veredas indica o significado do verdadeiro arrependimento. É quando uma pessoa endireita a sua vida.

O resultado foi a antecipação da era do Evangelho, na qual as pessoas são chamadas ao arrependimento individual, e a receberem a Cristo como o Salvador. O chamado de João era ao mesmo tempo nacional e individual. Hoje em dia, ele é basicamente individual.
O aparecimento de João Batista condiz com a sua missão e mensagem. Ele era um pregador pioneiro e rude. Assim, as suas roupas e os seus alimentos eram naturais e simples. A sua única roupa era de pêlos de camelo (4), uma roupa áspera usada pelos ascéticos e pelas carpideiras. O cinto de couro mantinha a roupa no lugar. Este item é mencionado na descrição de Elias, no Antigo Testamento (II Reis 1:8). Jesus identificou João Batista como o Elias do Novo Testamento (Mt 17:10-13). Os dois homens eram muito parecidos em sua aparência, no seu temperamento e na sua missão.

O alimento de João — e esta palavra significa "comida" — consistia de gafanhotos e mel silvestre. Alguns tentaram identificar os primeiros com vagens de uma árvore

e o último com a seiva doce que brota de algumas árvores. Mas provavelmente os dois termos devam ser interpretados literalmente. Os gafanhotos eram considerados como animais "limpos" na lei dos judeus (Lv 11:22), e hoje em dia são comidos pelos árabes. Na verdade, gafanhotos desidratados podem ser comprados nos supermercados dos

Estados Unidos. O termo mel provavelmente significa o "mel silvestre" (Mac 1,6) de abelhas, que era encontrado em abundância no deserto.

João Batista foi um mensageiro especial durante uma época especial. J. C. Jones o descreve como sendo "um homem rude nivelando montanhas e aterrando vales, com severidade nos olhos e veemência na voz".' Josefo, o historiador judeu do século I, diz que "João era um homem bom, que ordenava que os judeus exercessem a virtude e a justiça uns em relação aos outros, e a devoção em relação a Deus".56

João criou uma tremenda agitação. Lemos que "ia ter com ele" (o verbo no tempo imperfeito) Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão (5). O povo de Jerusalém (a uma altitude de cerca de 750 metros) tinha que descer mais de 1.100 metros até o rio Jordão, que está a quase 400 metros abaixo do nível do mar, onde deságua no Mar Morto. João pode ter batizado a cerca de oito quilômetros antes da sua foz. A ansiedade do povo em ouvir o profeta está evidenciada por sua disposição de enfrentar a longa e acidentada subida de volta pela estrada de Jericó.

João batizava somente aqueles que confessavam os seus pecados (6). O texto grego diz "expor". Este pregador exigia que os candidatos admitissem que eram pecado-res e se expusessem como tais, antes de serem batizados.

2. Sua Pregação (3:7-10)

No judaísmo havia dois grupos principais, ou seitas, na época de Jesus. A primeira era a dos fariseus (7). O nome parece derivar da palavra hebraica parash, "aquele que está separado". O famoso estudioso britânico Matthew Black é favorável ao "significado de perushim como aqueles que, no seu meticuloso cumprimento da lei e em particular nas suas leis levíticas, 'se separavam' das impurezas e em especial dos impuros, do 'povo da região' ('am ha'ares) ".57

A origem dos fariseus remonta ao cativeiro na Babilônia, quando os judeus já não tinham um templo onde adorar. Então eles foram se tornando "o povo do Livro". A lei de Moisés se tornou o centro da vida religiosa. O estudo e o ensino da Lei se tornaram a principal tarefa dos líderes religiosos (cf. Ne 8:1-8). Durante o período Macabeu, os Hasidim, ou "devotos", procuraram manter a pureza da religião judaica contra as invasões do helenismo pagão. Desse movimento de leigos "puritanos" surgiram os fariseus. Josefo diz que na época de Herodes, o Grande, eles chegaram a totalizar mais de seis mil pessoas."

Os saduceus eram a segunda seita principal de judeus. Eles eram o grupo sacerdo-tal e aristocrático. Enquanto os fariseus ensinavam nas sinagogas por todas as partes, os saduceus mantinham o controle do templo de Jerusalém (cf. Atos 4:1-5.17).

É comum pensar que a palavra deriva de Zadoque. Ele foi indicado sumo sacerdote por Salomão (I Reis 2:35), em substituição a Abiatar, que tinha se unido à rebelião de Adonias (I Reis 1:7). Assim, Zadoque se tornou o ancestral de uma sucessão de sacerdotes em Jerusalém. Na visão que Ezequiel teve do novo templo são "os filhos de Zadoque" que podem "se chegar" ao Senhor para o servir (Ez 40:46).

Rejeitando teorias de uma origem anterior, Sundberg diz que "é mais provável que os saduceus tenham surgido como um grupo resultante da rebelião dos macabeus".59 A primeira menção a eles aparece na época de João Hircano (135-104 a.C.). Josefo escreve: "Havia um Jônatas, um grande amigo de Hircano, mas da seita dos saduceus, cujas noções eram bastante contrárias àquelas dos fariseus".' O contraste que Josefo traça entre as crenças dessas duas seitas' está em perfeito acordo com o que se afirma no Novo Testamento.'

É importante notar que enquanto os fariseus são mencionados 100 vezes no Novo Testamento,' a palavra saduceus aparece apenas 14 vezes.' Josefo afirma que os fariseus eram muito mais populares entre o povo.' Após a destruição final do Templo de Jerusa-lém em 70 d.C., os saduceus desapareceram da história. O judaísmo que sobreviveu foi o dos fariseus.

João Batista tinha severas palavras de advertência para os fariseus e os saduceus que vinham ao seu batismo. Ele os chamava de raça de víboras. Isso parece uma lin-guagem áspera. Mas na verdade era uma análise de caráter. Morison expressa muito bem as implicações através das seguintes palavras:

Ele enxergava o interior deles de uma maneira impossível para os homens comuns, e lia o que estava no âmago dos seus corações. Ele via o elemento rastejante que perfura até o pó. Ele via o elemento moralmente insidioso. Havia veneno que eles não tinham escrúpulos de ejetar e injetar de vez em quando... ele via que existia neles um elemento de verdadeira antipatia para com o genuíno senso de humanidade."

A imagem de víboras fugindo da ira futura (cf. 1 Ts 1,10) encontra um exemplo vívido nesta descrição: "como um fogo do deserto onde a grama dourada e os espinhos nas regiões mais férteis irão arder por quilômetros, e os répteis impuros irão rastejar para fora das suas tocas ante o seu calor"."

Esses orgulhosos sectários recebem a ordem: Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento (8) — "Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram dos seus pecados" (NTLH). O verdadeiro arrependimento sempre se manifesta na mudança do modo de vida.

João podia sentir a reação dos seus ouvintes: Temos por pai a Abraão (9). Não precisamos nos arrepender. Somos os filhos de Abraão e desta forma somos o povo eleito de Deus. São os gentios e os pecadores que precisam de arrependimento. A resposta de João deu vida curta a este falso álibi. Ele declarou que Deus podia fazer filhos de Abraão das pedras que estavam na margem do rio.' Ou seja, a descendência física, de que eles se orgulhavam, não significava nada perante os olhos de Deus. Tudo estava no nível mate-rial, como as pedras. O que Deus exige é o caráter moral. Jesus repudiava o raciocínio materialista dos líderes judeus nesse assunto (Jo 8:33-39). Paulo declara que aqueles que têm fé são "filhos de Abraão" e serão abençoados com o "crente Abraão" (Gl 3:7-9; veja também v. 29; Rm 4:11).

A afirmação de que está posto o machado à raiz das árvores (10) pode ser facil-mente interpretada como significando que o machado já está atingindo as árvores junto às suas raízes. Mas a versão grega diz: "O machado repousa [keitai] junto à raiz das árvores"." A idéia é a do julgamento que está prestes a ocorrer. A qualquer momento o lenhador pode apanhar o machado e brandi-lo. Cada árvore que não estiver produzindo fruto é cortada e lançada ao fogo. Jesus proferiu as mesmas palavras mais tarde (7.19). O fogo, afirma Johnson, é aquele "do Geena: 'O fogo' no apocalipse judaico freqüentemente descreve o julgamento finar."

3. Dois Batismos (3:11-12)

Agora João se refere mais especificamente ao seu papel como o precursor do Messi-as: Aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias (11). Lucas 3:16 diz: "A quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias". Caracteristicamente, a imagem de Marcos é ainda mais vívida: "do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das sandálias" (1.7). Atar e desatar as "correias" das "sandálias" do Mestre e carregá-las para ele — estas eram as tarefas hu-mildes do escravo mais humilde. Porém João não se sentia digno de fazer sequer essas coisas para o Messias. "Ligthfoot (em Maimônidas) mostra que esse era o sinal de um escravo tornando-se a propriedade do seu amo, desatar seu calçado, atar o mesmo, ou levar os artigos necessários para ele no banho"» Assim, as palavras que aparecem nos três relatos são todas apropriadas.

Então vem a afirmação mais significativa da pregação de João Batista. Enquanto ele batizava com água (ou "na" água), Aquele que viria batizaria com o Espírito Santo e com fogo. Outras religiões batizam com água. Porém o batismo que distingue o cristia-nismo é o batismo com o Espírito Santo. À luz dessa afirmação de João, é difícil justificar o silêncio de grande parte das igrejas com respeito ao batismo com o Espírito Santo.

Mateus e Lucas, neste pondo, acrescentam ao relato de Marcos: e com fogo. Muitos estudiosos interpretaram isso, com forte base nos versículos 10:12, como uma referên-cia ao fogo do julgamento final dos pecadores. Mas isso também significa o fogo do Espí-rito Santo, consumindo a natureza carnal. Alford fala da predição aqui: "Isso foi literal-mente cumprido no dia de Pentecostes"." De maneira similar, Micklem afirma: "Ao acres-centar 'e com fogo' se indica a purificação como a essência do batismo do Messias"." Ele chama a atenção para a descrição da vinda de Cristo em Malaquias 3:2 — "Ele será como o fogo do ourives".

Brown também discorda da referência ao julgamento, afirmando: "Considerar isso como um batismo diferente daquele do Espírito — um batismo dos impenitentes com o fogo do inferno — é excessivamente não natural".' Ele prossegue dizendo que "está claro que... não é nada além do caráter de fogo da operação do espírito sobre a alma — procurar, consu-mir, refinar, sublimar — como quase todos os bons intérpretes entendem essas palavras"."

G. Campbell Morgan faz eco a essas palavras. Ele parafraseia as palavras do Batismo da seguinte maneira: "Ele irá dominar você com o fogo dominador do Espírito Santo, que queima e expulsa o pecado da vida da pessoa, e a recria"."

Particularmente intrigantes são os comentários do falecido Bispo Ryle, da igreja da Inglaterra. Ele escreve:

Nós precisamos ouvir que o perdão dos pecados não é a única coisa necessária para a salvação. Ainda falta uma coisa; e essa é o batismo dos nossos corações pelo Espírito Santo... que nunca descansemos até que aprendamos algumas coisas pela experiência do batismo no Espírito. O batismo com água é um grande privilégio. Mas que possamos ver que também temos o batismo do Espírito Santo."

Há pelo menos três coisas que o fogo pode fazer:

1) ele aquece;

2) ele ilumina;

3) ele purifica. Assim, o Espírito Santo traz ao coração humano que o recebe calor, luz e purifi-cação de todos os pecados.

Airhart observa que essa grande mensagem de João a respeito de Jesus está relaci-onada com a doutrina cristã do batismo com o Espírito Santo:

1) por Jesus no Seu mandamento aos discípulos (Atos 1:4-5) ;

2) por Pedro, quando interpreta o significado do Pentecostes concedido aos gentios (Atos 11:15-16). Ele também observa que a promessa de recolher no celeiro o seu trigo (12) sugere os valores positivos do batismo com o Espírito Santo. Ele escreve: "somente os resíduos são queimados, e isso somente para que o trigo — os valores genuínos da personalidade — possa ser armazenado e colocado em uso. Existe um potencial nas nossas personalidades que somente Deus pode distinguir. Existem possibilidades de graça, talentos adormecidos, tesouros enterrados dentro da vida dos crentes, mas amplamente inúteis porque ainda estão encerrados nos resíduos de uma natureza não santificada. O batismo com o Espírito Santo irá fornecer as bases para o desempenho e a concretização dos potenciais da personalidade conhecidos pelo Espírito, e que de outro modo estariam perdidos para sempre"."

O Messias tem na sua mão uma (12) — ou melhor, "uma espécie de garfo separador" ou "crivo" (somente aqui e em Lucas 3:17). O autor viu um homem no topo de uma colina de Samaria atirar o trigo para o alto com um garfo desse tipo. O vento levou o resíduo para longe e os grãos bons ficaram depositados no solo.

João declarou que Cristo queimará a palha com fogo que nunca se apagará. O verbo composto em grego, que significa "purificar completamente", só é encontrado aqui no Novo Testamento. A palha representa o local de separação do trigo dos resíduos, como o que se encontrava perto de cada vilarejo. Normalmente ficava situado em um lugar mais elevado, para aproveitar a brisa que sopra do Mediterrâneo. "Era curvado para cima nas extremidades e pavimentado com pedras ou com a lama batida que endu-receu com o passar dos séculos." O trigo ou a cevada recém-colhida são empilhados ali em uma profundidade de aproximadamente cinqüenta centímetros. Então um par de bois, conduzidos por uma mulher ou por uma criança, passam um debulhador sobre estes cereais. O debulhador, com cerca de 1,20 metros de comprimento e 80 centímetros de largura tem peças dentadas de pedra ou de metal atadas ao seu fundo. Essas peças dentadas separam os grãos, ao mesmo tempo em que as patas dos bois ajudam a esmagá-los. Ainda se pode ver esses debulhadores na Palestina, às vezes com dois pares de bois trabalhando em um terreno.

Depois que os grãos são separados, o trigo é armazenado no celeiro — "armazém" ou "silo" — e o resíduo é queimado com fogo que nunca se apaga. A palavra grega para algo que "nunca se apaga" é asbestos.

E. O BATISMO DE JESUS, 3:13-17

Jesus veio da Galiléia (13) — especificamente da sua cidade de Nazaré — ao rio Jordão, onde João estava batizando. Quando Ele se apresentou como um candidato, João se opôs (14). A palavra grega, que só aparece aqui, significa "impedir, tentar evitar" (Moffatt). João sentia que era ele quem necessitava ser batizado por Jesus, e não o contrário.

Jesus respondeu: Deixa por agora (15) — "Permita-me agora" (Berkeley). A razão que Ele deu foi: Porque assim nos convém cumprir toda a justiça — "para que possamos cumprir todos os deveres religiosos" (Weymouth). O protesto de João e a res-posta de Jesus só são encontrados no texto de Mateus.

Por que Jesus foi batizado? Esta pergunta tem atormentado muitas mentes. Por que Aquele que "não cometeu pecado" (1 Pe 2,22) se oferece ao batismo? João fazia todos os candidatos confessarem os seus pecados. Mas Jesus não tinha pecados para confessar. Por que, então, Ele se submeteu ao batismo?

G. Campbell Morgan dá a seguinte resposta: "Quando Jesus deixou o que na sua vida era preparatório e começou o verdadeiro trabalho do ministério, Ele se dedicou ao tema definitivo de Sua obra, ou seja, uma identificação com os homens até mesmo na morte". Mais especificamente, ele acrescenta: "O Seu batismo foi um ato pelo qual Ele concordou em assumir o seu lugar entre os pecadores"."
A identificação com a humanidade — esta é a chave que abre a porta desse mistério. Este é o verdadeiro significado da Encarnação. Mais do que vir em um corpo físico, era entrar na raça humana. Freqüentemente, no Antigo Testamento, Deus entrou na histó-ria humana de uma maneira milagrosa. Mas agora Ele entra na própria humanidade. A Encarnação é o maior de todos os milagres. O batismo de Cristo foi um prelúdio da cruz. Ele cumpriu "toda a justiça" para que pudesse ser um sacrifício perfeito. Como Aquele que não tinha pecado pôde se identificar com a humanidade pecadora? Esse é um para-doxo que sempre representará um mistério, mas que está completamente relacionado com a sua morte redentora no Calvário. Dietrich explica da seguinte maneira: "Somente mais tarde o profundo significado desse ato pôde ser compreendido — por esse ato Jesus se identificou com aqueles que formavam o seu povo, assumiu a culpa deles e recebeu com eles e por eles o batismo do arrependimento".'

Sadler diz que o Batismo foi, depois da morte de Jesus, "o maior exemplo da Sua submissão à vontade do Seu Pai". Como? "Porque através do batismo Ele se submeteu, conscientemente, a estar computado entre os pecadores, como se Ele mesmo fosse um pecador, e a receber o sinal exterior da purificação daquela coisa má e aviltante na qual Ele não tinha qualquer parte."'
Depois de ser batizado (particípio passivo aoristo), Jesus saiu logo da água (16). O texto grego diz apo — "da" água. No entanto, Marcos 1:10 diz ek, "para fora". Nenhum deles é uma prova conclusiva a favor ou contra a imersão. O modo não está indicado e não podemos ir além do que está escrito.

Os fatores centrais na cena do batismo foram uma visão e uma voz. A visão foi a do Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele (16). A voz declarou: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (17). Erdman comenta: "O primeiro foi uma indicação simbólica do poder divino pelo qual o seu ministério deve-ria ser realizado, e o último foi uma confirmação de que Ele era o Messias, o próprio Cristo de Deus"."

A expressão viu (v. 16; Mc 1:10) parece sugerir que a visão da pomba só foi contem-plada por Jesus. Mas Lucas diz que "o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba" (Lc 3:22). Também o Evangelho de João (1:32-34) indica que o Espí-rito descendo como uma pomba era o sinal combinado previamente com João, de que este era realmente o Messias. Entretanto, em nenhum lugar se afirma que a pomba foi vista pela multidão que os rodeava. A pomba era um símbolo apropriado da amabilida-de do Espírito.

A voz do céu expressou a aprovação do Pai quanto à obediência do Filho. Um signi-ficado do termo amado é "único". Assim, o Pai, de duas maneiras e com força dobrada, declarou o papel singular de Jesus como o Seu único Filho, e Servo obediente. Cristo já estava trabalhando como o Servo do Senhor descrito em Isaías. A obediência à vontade do Seu Pai, que Ele manifestou publicamente pela primeira vez em Seu batismo, encon-trou o seu ponto culminante na cruz. O Calvário foi o clímax do seu ministério como o Servo Sofredor.

Mateus faz da mensagem do céu uma proclamação pública: este é o meu Filho amado, ao passo que Marcos 1:11) e Lucas 3:22) apresentam a frase mais direta e mais pessoal: "Tu és meu Filho amado". Mas Lucas e João indicam claramente que a forma da pomba foi vista pelo menos por João Batista (veja acima). Assim, existe um amplo teste-munho para o fato de que esta não foi uma experiência meramente subjetiva e desfruta-da apenas por Jesus.

Com respeito à última frase, em quem me comprazo, Meyer escreve: "O aoristo denota: em quem eu tenho bom prazer, que se tornou o objeto do meu bom prazer".' Lange explica do seguinte modo: "O verbo está na forma aoristo para significar o eterno ato de contemplação amorosa que o Pai tem para com o Filho".'

Uma das características significativas do Batismo é a de que nós temos aqui, pela primeira vez na Bíblia, uma indicação clara e completa da Trindade. Quando Jesus saiu da água, o Espírito Santo desceu sobre Ele e, ao mesmo tempo, uma voz do céu declarou: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Assim, nós entra-mos no Novo Testamento com uma revelação explícita de que Deus existe como Pai, Filho e Espírito Santo.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Mateus Capítulo 3 versículo 7
Fariseus e saduceus:
Grupos ou partidos religiosos teocráticos judaicos; ver a Introdução ao NT e Fariseus e Saduceus na Concordância Temática.Mt 3:7 Vinham ao batismo:
Pode significar que simplesmente iam ver como João batizava.Jo 3:7 Raça de víboras:
Conforme Mt 12:34; Mt 23:33.Mt 3:7 Quem vos induziu a fugir...: Outra tradução possível:
Quem vos advertiu para que escapásseis...Mt 3:7 Ira:
Outra tradução possível:
castigo; refere-se ao juízo de Deus sobre os que fazem o mal.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
*

3:2

Arrependei-vos. É a primeira exigência tanto de João Batista como de Jesus (4.17). O arrependimento não consiste apenas em mostrar tristeza pelo pecado, porém, em uma decisiva mudança, uma volta do pecado para uma vida de obediência. “Arrepender-se” traduz a idéia do Antigo Testamento de “retorno” de Israel à fidelidade do pacto. Não significa auto-punição, depressão ou remorso. Judas encheu-se de tristeza e de angústia (27.3), mas não se arrependeu. Ver “Arrependimento”, em Atos 26:30.

está próximo. O começo da obra de Deus é a base para a exigência do arrependimento.

o reino dos céus. A mensagem de João Batista apresenta o tema do ensino de Jesus. Marcos e Lucas o denominam “Reino de Deus” (4.17; conforme Mc 1:15). O reino de Deus é o que os profetas do Antigo Testamento aguardavam: a exibição por parte de Deus da sua Soberania na redenção do seu povo. João e Jesus proclamaram que o tempo de espera tinha acabado e que o Rei em pessoa tinha chegado. Com a morte e a ressurreição de Cristo e a difusão das boas novas para todas as nações, as promessas de Deus no Antigo Testamento foram amplamente cumpridas em nosso favor, embora ainda aguardemos sua completa finalização quando Cristo retornar em juízo (cap. 13 e notas).

* 3:3

Porque este é o referido. João Batista proclama a vinda do Senhor citando Isaías 40:3. O ministério de João apontava para o futuro, como os profetas do Antigo Testamento, para Um maior que deveria vir (11.7-11; At 19:4-5).

* 3:6

batizados. O batismo cristão não é idêntico ao Batismo de João porque, ainda que retenha o simbolismo do arrependimento e da purificação (At 22:16; Ef 5:26), o batismo cristão é realizado em nome do Deus triuno (28,19) e simboliza nossa união com Cristo na sua morte e ressurreição (Rm 6:3-6; 1Co 12:13; Gl 3:27; Cl 2:12). Ver nota sobre Mt 1:4.

* 3:7

ira vindoura. O Antigo Testamento prometeu a vinda do Senhor em justo julgamento (Sl 96:13; Zc 2:1,2; Ml 3:2). João não permitirá aos líderes suporem que a taça da ira de Deus é só para os inimigos de Israel, e que sua própria nação escapará. João, posteriormente, ficou perplexo por Jesus não trazer o juízo (11.2,3 e notas).

* 3:8

frutos dignos de arrependimento. Atos que indicassem justiça interior, não meramente conformidade exterior. Pelo fato de os fariseus se considerarem justos, as palavras de João devem ter cortado fundo.

* 3:9

Temos por pai a Abraão. Ainda que ser judeu inclua os privilégios externos do pacto (Rm 9:4,5), os verdadeiros filhos de Deus o são só em virtude do ato de Deus. Só Deus pode aplicar a água que transforma corações de pedra (Ez 36:25,26). Nem um judeu por nascimento, nem um cristão por nascimento podem esperar ser poupados independentemente do fruto que evidencia arrependimento e fé.

* 3:10

é cortada. Exatamente como o reino é iminente, assim o é também o julgamento; a vinda de um envolve a vinda do outro. João, contudo, ainda não sabia que a tarefa de Jesus não era trazer julgamento, mas sofrê-lo (11.2 e nota).

* 3:11

Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Purificar com fogo descreve o batismo sobrenatural de Deus, contrastado com o símbolo da purificação com água. O fogo do Espírito renova o povo de Deus, e consome os ímpios como palha (Is 4:4; Zc 13:9; Ml 3:2,3; 4:1). O testemunho de João a respeito de Jesus, como o Senhor que tinha vindo (v. 3) é ampliado. Como Senhor, Jesus batiza com o Espírito e executa o Juízo Final. Ver “Batismo”, em Rm 6:3.

* 3.13-15

João estava relutante em batizar Jesus por reconhecer que ele não necessitava de arrependimento. Para que se cumprisse “toda a justiça”, Jesus tinha de identificar-se com o seu povo, como o que levava os seus pecados (2Co 5:21). Essencialmente, o batismo de João apontava para Jesus, porque só a morte de Jesus sobre a cruz — que Jesus chamou de “batismo” (Lc 12:50) — poderia tirar os pecados. A identificação de Jesus com seu povo incluía seu batismo e morte, sua unção com o Espírito e sua vitória sobre a tentação. Ver “O Batismo de Jesus”, em Mc 1:9.

* 3:15

justiça. O reino de Deus (seu soberano governo na salvação e julgamento) é definido por sua justiça. Jesus ensina a perfeita justiça que Deus exige (5.20,48). Ele assegura também a justiça de Deus para os pecadores. Seu batismo aponta para a sua morte como um “resgate por muitos” (20.28), e mostra a perfeita obediência na qual ele cumpre toda justiça (Jr 23:5,6). A remissão de pecados e o dom da justiça são recebidos através da fé em Jesus (8.10; 23.23, conforme 21.32). Aqueles a quem falta a justiça de Deus, mas têm fome e sede dessa justiça, serão fartos (5.6; 6.33). Jesus chama os sobrecarregados com o peso da justiça própria, a buscarem nele seu descanso (11.28—12.8).

* 3:16-17

O testemunho dos céus confirma a identificação de Jesus como o Servo do Senhor (Is 42:1, conforme Êx 4:22) e o relaciona com o reinado messiânico (Sl 2:7).

* 3:16

como pomba. O aparecimento do Espírito em forma de pomba lembra-nos a atividade criativa do Espírito em Gn 1:2 e pode apontar para o começo da nova criação através do ministério de Jesus (1.1 nota).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
3:1, 2 Tinham acontecido quase trinta anos do fato narrado no capítulo 2. Agora João o Batista aparece na cena. Seu tema era: "Arrepentíos de seus pecados e lhes volte para Deus". Queria dizer que devemos fazer um giro de 180 graus, do eu centralizado que conduz a ações errôneas como as de mentir, fofocar, roubar, caluniar, vingar-se, abusar e cometer atos sexuais imorais, até nos situar no caminho que Deus descreve em sua Palavra. O primeiro passo para nos voltar para Deus é confessar nossos pecados, como João nos urge a que façamos. Logo Deus nos receberá e nos ajudará a viver a vida que quer que vivamos. Recorde que só Deus pode nos liberar do pecado. O não espera que nos limpemos nossas vidas antes de ir ao.

3:2 O reino dos céus começa quando Deus entra na história humana como homem. Hoje Jesus reina no coração dos crentes, mas o reino dos céus não será uma realidade até que a maldade que há no mundo seja julgada e removida. A primeira vez Cristo veio à terra como um servo sufriente; quando retornar virá como Rei e julgará na terra como vencedor.

HERODES

A Bíblia narra a história. demonstrou ser um preciso e fidedigno registro de pessoas, feitos e lugares. Há narrações históricas independentes que verificam as descrições e dados de muitas vidas famosas que oferece a Bíblia. Uma destas foi o pai da família herodiana, Herodes o Grande.

Ao Herodes lhe recorda como construtor de cidades e grande reconstructor do templo de Jerusalém. Mas também destruiu pessoas. Mostrou pouca grandeza até em suas ações pessoais e em seu caráter. Foi despótico ao governar seu território. Seu constante ciúmes o levaram a ser o assassino de muitos meninos e de sua esposa Mariamne.

O título do Herodes, rei dos judeus, o concedeu Roma, mas o povo nunca o aceitou. Não era da linhagem do Davi, e era só meio judeu. Apesar de que o Israel se beneficiou dos enormes esforços do Herodes ao reparar o templo de Jerusalém, não lhe perdoou que refaccionara também templos pagãos. Seu custoso intento por ganhar a lealdade da gente fracassou porque era superficial. Sua lealdade era para si mesmo.

Porque seu título real não era legítimo, Herodes sempre esteve preocupado e temeroso de perder seu cargo. Suas ações, quando ouviu dos magos que procuravam o novo rei, respaldam tudo o que sabemos em relação com ele. Em seguida quis localizar e matar ao menino antes de que lhe causasse problema. A matança de meninos inocentes que ordenou que é uma lição trágica do que pode acontecer quando as ações estão motivadas pelo egoísmo. A suspicacia do Herodes afetou até a sua família. Se autodestruyó.

Pontos fortes e lucros:

-- Recebeu dos romanos o título de rei dos judeus

-- Manteve-se no poder por mais de trinta anos

-- Foi um governante efetivo, embora tirânico

-- Auspiciou a construção de numerosos edifícios importantes

Debilidades e enganos:

-- Teve a tendência de tratar aos que o rodeavam com temor, suspicacia e ciúmes

-- Teve vários filhos e ao final mandou matar a sua esposa

-- Ordenou a morte dos meninos de Presépio

-- Apesar de proclamar-se adorador de Deus, participava de muitas formas de paganismo

Lições de sua vida:

-- O grande poder não oferece paz nem segurança

-- Ninguém pode impedir de levar a cabo os planos de Deus

-- A lealdade superficial não impressiona às pessoas ou a Deus

Dados gerais:

-- Ocupação: Rei da Judea de 37 a 4 a.C.

-- Familiares: Pai: Antípater. Filhos: Arquelao, Antípater, Antipas, Felipe e outros.

Algemas: Doris, Mariamne e outras

-- Contemporâneos: Zacarías, Elisabet, María, José, Marco Antonio, Augusto

Há notas a respeito do Herodes o Grande em Mt 2:1-22 e Lc 1:5.

3:3 O profeta aludido é Isaías (40.3), um dos grandes profetas do Antigo Testamento e um dos mais mencionados no Novo. Como Isaías, João foi um profeta que urgiu a que a gente confessasse seus pecados e vivesse para Deus. Ambos os profetas ensinaram que a mensagem do arrependimento é de boas novas a aqueles que escutam e procuram o perdão curador do amor de Deus, mas é mensagem terrível a aqueles que rehúsan ouvir e cortam sua única fonte de esperança eterna.

3:3 João o Batista preparou o caminho do Jesus. Às pessoas que não conhecem o Jesus terá que as preparar para encontrar-se com O. Podemos prepará-los lhes explicando que necessitam perdão, mostrando em nossas vidas os ensinos do Jesus, e dizendocomo Cristo pode dar sentido a suas vidas. Podemos retificar o caminho corrigindo concepctos errados que podem estar lhes impedindo de aproximar-se de Cristo. Alguma pessoa que você conhece pode estar aberta a estabelecer uma relação com Cristo. O que pode fazer para lhe preparar o caminho a essa pessoa?

3:4 João era bem distinto a outros líderes de sua época. Enquanto muitos eram avaros, egoístas e dedicados principalmente a ganhar o louvor da gente, João se preocupava sozinho em elogiar a Deus. Havendo-se afastado da maldade e hipocrisia de seus dias, viveu em forma diferente para mostrar que sua mensagem era nova. João não só pregava a Lei de Deus, mas sim a vivia.

3.4-6 João tem que ter tido um aspecto estranho! Muita gente ia ouvir aquele pregador que vestia roupa excêntrica e se alimentava com comida pouco comum. Alguns foram, provavelmente, movidos pela curiosidade e terminaram arrependendo-se de seus pecados para ouvir sua mensagem poderosa. A gente pode achar estranha nossa forma de viver e valorar as coisas. Podemos aproveitar essa curiosidade para falar de como Cristo transformou nossa vida.

Jesus COMEÇA SEU MINISTÉRIO: Jesus abandonou Nazaret, o povo onde se criou, para começar seu ministério terrestre. Depois que João o Batista o batizasse no rio Jordão e que Satanás o tentasse no deserto, retornou a Galilea. Entre a tentação e seu traslado ao Capernaum (4.12,
13) ministró na Judea, Samaria e Galilea (veja-se João 1:4).

3:5 por que João atraía tanta gente? Era o primeiro profeta verdadeiro no lapso de 400 anos. Enfrentou ao rei Herodes e aos líderes religiosos, o que não só era perigoso a não ser fascinante para a gente comum. Mas João também tinha palavras duras para com eles: eles também eram pecadores e precisavam arrepender-se. Sua mensagem era poderosa e real. A gente estava esperando a um profeta como Elías (Ml 4:5) e João parecia sê-lo!

3:6 Quando você se lava as mãos, os resultados em seguida se notam. Mas o arrependimento tem lugar no interior com uma limpeza que não é vista em forma imediata. De maneira que João se valeu de ato simbólico que a gente podia ver: o batismo. O batismo o usavam os judeus para iniciar aos convertidos ao judaísmo. De modo que a audiência do João conhecia bem o rito. O batismo era sinal de arrependimento e perdão. Arrepender-se é "trocar de atitude", e inclui uma mudança de conduta. É dar volta do pecado para Deus. Você se arrependeu que pecado em sua vida? Podem ver outros a diferença em você? Uma vida trocada com uma conduta nova e diferente faz do arrependimento algo real e visível.

3:6 O rio Jordão tem 110 km de comprimento, no que seria a parte mais importante, isto é, entre o Mar da Galilea e o Mar Morto. Jerusalém se acha 30 km ao oeste do rio. Era o limite do Israel neste parte e muitos acontecimentos significativos na história da nação tiveram lugar ali. No rio Jordão os israelitas renovaram seu pacto com Deus (Josué 1:2). Nesse mesmo lugar João o Batista os convidou a fazer o mesmo, esta vez através do batismo.

3:7 Os líderes religiosos judeus estavam divididos em grupos diferentes. Dois dos mais proeminentes eram os fariseus e os saduceos. Os fariseus se separavam de tudo o que não fora judeu e seguiam escrupulosamente tanto as leis do Antigo Testamento como as tradições orais que lhes tinha chegado através dos séculos. Os saduceos acreditavam que solo o Pentateuco era a Palavra de Deus (de Gênese ao Deuteronomio). Principalmente eram descendentes da nobreza sacerdotal, enquanto que os fariseus vinham de todos os níveis sociais. Ambos os grupos se rechaçavam mutuamente, mas em forma conjunta se opuseram ao Jesus. João o Batista criticou aos fariseus por ser legalistas e hipócritas que seguiam ao pé da letra a Lei enquanto passavam por cima sua verdadeira intenção. Criticou aos saduceos por usar a religião para favorecer sua posição política. Para mais informação sobre estes dois grupos veja o quadro do Marcos 2.

3:8 João o Batista exortava às pessoas a ir além das palavras e os ritos: deviam trocar de conduta. Deus olhe além de nossas palavras e atividades religiosas para ver se nossas palavras respaldam nossas vidas e julga nossas palavras pelas ações que as acompanham. Estão de acordo suas palavras com suas ações?

3.9, 10 Assim como se espera que uma árvore frutífera dê frutos, o povo de Deus devesse produzir uma colheita de bons atos. Deus não usa ao que diz ser cristão mas não faz nada para demonstrá-lo. Como muita gente nos dias do João que eram povo de Deus só de nome, não há valor algum em nós se simplesmente formos cristãos de nome. Se outros não podem ver nossa fé na forma em que vivemos, possivelmente não somos membros do povo de Deus.

3:10 A mensagem de Deus não experimentou mudanças do Antigo Testamento: as pessoas serão julgadas por suas vidas improdutivas. Deus espera que sejamos ativos em nossa obediência. João compara às pessoas que dizem acreditar em Deus e que não vivem para Deus com "árvores improdutivas" que serão destruídos. Para ser produtivos para Deus, devemos obedecer seus ensinos, resistir a tentação, servir e ajudar ativamente a nosso próximo e pregar de nossa fé. Quão produtivo é você para Deus?

3:11 João batizava às pessoas como sinal de que tinham pedido a Deus o perdão de seus pecados e se decidiram a viver como O queria que o fizessem. O batismo é um sinal exterior. Mas o sinal indisputável do arrependimento é a vida trocada para bem. Não é a água do batismo o que troca vistas, a não ser a atitude do coração. João disse que Jesus batizaria com o Espírito Santo e fogo. Isto predizia o Pentecostés (Feitos 2), quando Jesus enviaria ao Espírito Santo em forma de línguas de fogo a dotar de poder a seus seguidores para que pregassem o evangelho. Também simboliza a obra do Espírito Santo trazendo julgamento de Deus sobre aqueles que rehúsan arrepender-se. Todos serão batizados um dia: agora pelo Espírito Santo ou mais tarde pelo fogo do julgamento.

3:12 O grão é a parte da planta que é utilizável; a palha é a casca exterior sem valor. Por ser inútil, a palha se queima; o grão, em troca, guarda-se no celeiro. As pessoas que não se arrependeram serão julgadas e desprezadas porque não têm valor na obra de Deus; os que se arrependam e criam serão salvos e Deus os usará.

3.13-15 João estava explicando que o batismo do Jesus seria muito mais valioso que o seu, quando sorpresivamente Jesus se apresentou para ser batizado! João não se sentia qualificado. Mas bem queria que Jesus o batizasse. por que se batizou Jesus? Não tinha do que arrepender-se porque não tinha pecado. Jesus se batizou porque (1) estava confessando pessoalmente o pecado da nação, como Nehemías, Esdras, Moisés e Daniel o fizeram; (2) apoiava o que João estava fazendo; (3) estava inaugurando seu ministério público; (4) estava-se identificando com a gente do povo, não com os fariseus criticones que não faziam mais que vigiá-lo; (5) estava descrevendo seu ministério vindouro de morte e ressurreição. Jesus, o homem perfeito, não tinha que batizar-se, mas aceitou o batismo em serviço obediente ao Pai, e Deus lhe manifestou aprovação.

3:15 Fique nos sapatos do João. Seu trabalho vai bem, a gente está reagindo positivamente, seu ministério está florescente. Mas você sabe que o propósito de seu trabalho é preparar os corações da gente para a chegada do Jesus (Jo 1:35-37). Jesus chega, e sua chegada põe a prova sua integridade. Poderá dirigir a seus seguidores para O? João passou a prova ao batizar publicamente ao Jesus. Muito em breve ia e dizer: "É necessário que O cresça, mas que eu mingúe" (Jo 3:30). Podemos, a semelhança do João, pôr nosso ego e trabalho fecundo a um lado a fim de encaminhar a outros para o Jesus? Estamos dispostos a perder nossa posição para que outros se beneficiem?

3:16, 17 Segundo a doutrina da Trindade, Deus é três pessoas embora seja um em essência. Nesta passagem, as três pessoas da Trindade estão pressentem e ativas. Deus o Pai falou; Deus o Filho se batizou; Deus o Espírito Santo descendeu sobre o Jesus. Deus é um, mas de uma vez é três pessoas. Este é um dos mistérios incompreensíveis de Deus. Outras referências bíblicas que falam do Pai, do Filho e do Espírito Santo são Mt 28:19; Jo 15:26; 1Co 12:4-13; 2Co 13:14; Ef 2:18; 1Ts 1:2-5 e 1Pe 1:2.

OS FARISEUS E SADUCEOS

Os fariseus e saduceos eram os dois grupos religiosos mais importantes no Israel no tempo do Jesus. Os fariseus tinham uma mentalidade mais religiosa, enquanto que os saduceos se destacavam por ser mais políticos. Ambos os grupos não se aceitavam nem confiavam mutuamente, entretanto, aliaram-se em sua inimizade para o Jesus.

Nome

FARISEUS

Características positivas

-- Comprometidos a obedecer todos os mandamentos de Deus

-- O povo os admirava por sua aparente piedade

-- Acreditavam na ressurreição e na vida eterna

-- Acreditavam em anjos e demônios

Características negativas

-- Atuavam como se suas próprias regras religiosas fossem tão importantes como as de Deus

-- Com freqüência sua piedade era hipócrita e obrigavam a outros a tentar alcançar níveis de conduta que eles mesmos não alcançavam

-- Acreditavam que a salvação era o produto da obediência perfeita à Lei e não estava apoiada no perdão de pecados

-- Chegaram a ser tão obsessivos com a obediência à interpretação que davam a suas leis em cada detalhe que faziam caso omisso da mensagem da graça e a misericórdia de Deus

SADUCEOS

Características positivas

-- A crença na Palavra de Deus se limitava aos cinco primeiros livros da Bíblia: de Gênese ao Deuteronomio.

-- Eram mais práticos que os fariseus

Características negativas

-- Preocupavam-se mais de aparentar piedade que de obedecer a Deus

-- Enfatizavam o lógico e davam pouca importância à fé

-- Não acreditavam que todo o Antigo Testamento fora Palavra de Deus

-- Não acreditavam nem na ressurreição nem na vida eterna

-- Não acreditavam nem em anjos nem em demônios

-- Com freqüência estavam dispostos a transigir com os romanos e outros quanto a valores a fim de manter seu nível social e influência


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
G. seu arauto (3: 1-12)

1 E naqueles dias; vem João Batista, pregando no deserto da Judéia, dizendo: 2 Arrependei-vos; pois o Reino dos céus está próximo. 3 Porque este é o que foi dito pelo profeta Isaías, dizendo:

A voz do que clama no deserto:

Faça ye Preparai o caminho do Senhor,

Endireitai as suas veredas.

4 Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 5 Então iam até ele Jerusalém, e toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão, 6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 7 Mas quando ele ? vi muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento: 9 e não queirais dizer dentro de vós mesmos , Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos a Abraão. 10 E mesmo agora o machado jaz à raiz das árvores; toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. 11 Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, que não sou digno de levar; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo : 12 A sua pá ele tem na mão, e limpará bem a sua eira; e ele recolherá o seu trigo no celeiro, mas a palha ele vai queimar em fogo inextinguível.

O Evangelho de Lucas (1: 5-25 , Lc 1:39-80) nos diz os detalhes milagrosos relacionados com o nascimento de João Batista . Mas Mateus nos apresenta imediatamente ao seu ministério.

João veio pregar . A palavra grega é kerysso , de Keryx , um arauto. Foi utilizado para o arauto de um comandante militar que deu um anúncio importante, ou para o arauto de um rei que fez uma proclamação. João era o arauto de Deus, proclamando uma mensagem importante. Um arauto não expressar suas próprias palavras; ele fala para o outro. Isso é o que a verdadeira pregação, não é discutir, debater, discutir, ou arejar as próprias opiniões, mas proclamar a mensagem de Deus.

João estava pregando no deserto da Judéia. Este foi o áspero, acidentado, área em grande parte desabitada entre o Mar Morto eo planalto montanha em que Jerusalém e Belém foram localizados. Ela consistia de colinas e rochas, penhascos e cânions-a desolada. Talvez tenha sido um símbolo da condição espiritual da nação. Em tal ambiente e sob tais circunstâncias, foi necessário um pregador acidentada da justiça. João montado a parte, e seu ambiente adequado a sua mensagem.

Mensagem de João Batista foi Arrependei-vos; pois o Reino dos céus está próximo (v. Mt 3:2 ). A tônica de toda pregação é pioneiro arrepender . Infelizmente, a maioria das pessoas tem idéias superficiais, como o que o arrependimento é. Eles acham que significa estar arrependido. Mas isso não é o arrependimento. Alguém já disse isso significa ser desculpa suficiente para sair. Isso vem um pouco mais próximo da verdade, mas ainda é insuficiente. A Bíblia declara que "a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação" (2Co 7:10 ). Obviamente, então, a tristeza não é o arrependimento; isso é o que produz arrependimento. A palavra grega para arrepender-se significa "mudar de idéia." O arrependimento é uma mudança de atitude. Não é um sentimento emocional, mas um propósito moral. É uma decisão determinou que um é feito com o pecado, que ele renunciou ao mundo, a carne eo diabo.

João Batista disse ao povo de seu dia a arrepender-se, pois o Reino dos céus está próximo . O Rei tinha vindo; o reino estava próximo. Mas, em vez de se arrepender, Israel rejeitou seu Rei, eo reino praticamente se tornou a Igreja.

A frase do reino dos céus é encontrado apenas em Mateus, onde ocorre trinta e três vezes. É, literalmente, "o reino dos céus." Mateus foi escrito para os judeus, que preferiram usar substitutos eufemistas para "Deus", como "Heaven" ou "o Abençoado." Marcos e Lucas têm "o reino de Deus ", que Mateus tem apenas quatro vezes.

Novamente Mateus cita o Antigo Testamento, desta vez de Isaías, o profeta (v. Mt 3:3 ). Isaías foi o maior dos profetas escrita, bem como a mais evangélica; ou seja, ele viu mais claramente a vinda de Cristo e Seu evangelho.

A citação é de Is 40:3. ).

Apesar de sua aparência áspera e pregação, ou acidentado talvez por causa dela, João era um pregador popular. Não saiu para ouvi-lo Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a circunvizinhança do Jordão (v. Mt 3:5 ). Obviamente, isso não significa que todo mundo veio a ele, mas que as vastas multidões veio desses lugares. Jerusalém estava a uma altitude de 2.500 pés, enquanto o Rio Jordão foi cerca de 1.300 metros abaixo do nível do mar. Então, essas pessoas das montanhas centrais de Judéia teve que descer cerca de quatro mil pés, e então veremos face a subida acidentada de volta até a estrada de montanha áspera. Mas eles ainda veio em multidões.

Essas multidões estavam sendo batizado por João Batista no rio Jordão, como eles estavam fora confessando seus pecados (v. Mt 3:6 ). Essa é a força do grego, que expressa ação contínua. João se recusou a batizar quem não confessar.

O fariseus (v. Mt 3:7) foram o partido separatista no judaísmo. Eles estavam ligados, principalmente, com as sinagogas em várias cidades e vilas, onde ensinavam a Lei para o povo. Os saduceus eram os sacerdotes, que funcionavam em conexão com o templo em Jerusalém. Eles tendem a ser rico e mundano, ao passo que os fariseus eram legalistas estritos em religião. Muitos de ambas as partes estavam insinceros, gananciosos, egoístas impostores.

Quando João viu representantes desses dois grupos que chegam ao seu batismo, ele cumprimentou-os como Raça de víboras . Estas são palavras duras. Mas João viu, através da fina camada de sua curiosidade casual, e ele discerniu um espírito profundo da decepção por baixo. Os fariseus e saduceus eram como cobras escondidas na grama, esperando para morder as pessoas, em vez de ajudá-los. E como víboras que fogem antes de um pneu que ruge escova, eles tentaram fugir da ira vindoura . Mas eles não estavam dispostos a se arrepender e confessar os seus pecados, eles provavelmente alegou que não tinha pecados a confessar. Talvez eles se apresentaram para o batismo como uma maior segurança para o dia da ira, mas João se recusou a batizá-los, a menos que eles cumpriram os pré-requisitos de arrependimento e confissão.

O profeta batizando exortou-os a produzir frutos dignos de arrependimento (v. Mt 3:8 ). Os fariseus se orgulhavam de suas boas obras. Mas sua moralidade superficial houve evidência de arrependimento genuíno.

João também alertou-os contra confiando no fato de que eles eram descendentes de Abraão (v. Mt 3:9 ). Deus era capaz de um milagre para suscitar filhos a Abraão . Isso é exatamente o que está fazendo nesta época. Todos os que crêem em Jesus Cristo se tornam os filhos espirituais de Abraão (Rm 4:11. , Rm 4:16 ).

O que João quer dizer quando diz que o machado jaz à raiz das árvores (v. Mt 3:10 )? Ele se refere ao fato de que a vinda do Messias, não significava apenas a esperança àqueles que aceitaram, mas também o julgamento para aqueles que rejeitaram. Estes últimos seriam cortada e lançada no fogo . Este valor foi usado mais tarde por Jesus na parábola da árvore de figo (Lc 13:6 ). As mesmas palavras que encontramos aqui mais tarde foram pronunciadas por Jesus no Sermão da Montanha (Mt 7:19 ). A figueira da parábola simboliza a nação de Israel, toda a árvore do indivíduo. Esta é uma séria advertência de que, se um falhar para produzir o bom fruto do caráter cristão, ele acabará por ser cortada e lançada no fogo. Há aqui, pelo menos uma referência implícita à condenação final dos ímpios no lago de fogo (Ap 20:15 ).

O versículo 11 é uma das mais significativas, até agora, no Evangelho. João declarou que, enquanto ele batizou na água , o que Vem batizaria no Espírito Santo. Em poderia muito bem ser traduzida como "com".

A implicação da declaração de João é muitas vezes ignorado. Não há nada distintamente cristã sobre o batismo nas águas. Os judeus batizados prosélitos gentios como um sinal de lavar a sua impureza cerimonial. Outras religiões têm praticado o batismo nas águas. O batismo só excepcionalmente Christian é o batismo com o Espírito Santo. Uma igreja verdadeiramente cristã vai dar mais ênfase a isso do que ao batismo com água, por mais importante que esta última pode ser.

Qual é o significado das palavras adicionadas, e no fogo (que se encontra em Lucas, mas não em Marcos)? Com base no versículo seguinte estas são muitas vezes tomado como referindo-se ao Juízo Final. Mas é difícil ver como essa interpretação se encaixa neste versículo. Mateus está contrastando o batismo em água com o batismo do do Espírito. Parece melhor para levar e no fogo como uma indicação de que a vinda do Espírito Santo será um ardente, limpeza batismo do coração humano. A limpeza é uma parte importante da salvação do pecado (conforme 1Jo 1:7 ). Muito se fala tanto no Antigo Testamento e no Novo do fato de que Deus vai purificar o Seu povo. Esta purificação não é feito no rito externo do batismo nas águas, mas na experiência interna do batismo com o Espírito, que enche o coração quando Ele purifica-lo (conforme At 15:8 ).

O versículo 12 dá uma imagem do Juízo Final. Diferentes figuras-que simbolizam a coisa-se mesmo utilizado na parábola do joio (13 24:30'>13 24:30) e a Parábola do Net Arraste (13 47:50'>13 47:50 ). Aqui Cristo é retratado como limpar sua eira , uma área lisa de terra dura ou rock fora de cada aldeia, de preferência localizado em um ponto alto, a fim de pegar o vento. Recém grão colhido é espalhado sobre este "piso" a uma profundidade de cerca de um pé e meio. Em seguida, uma junta de bois (às vezes um cavalo hoje) puxar um trenó debulha sobre o grão. Este trenó é de cerca de quatro metros de comprimento e dois metros e meio de largura, com dentes afiados de pedra ou de metal presas a seu lado inferior. Estes rasgar o grão em pedaços, enquanto os bois trilhar os kernels. Os trenós trilhos são muitas vezes montado por mulheres e meninas. Em seguida, um homem toma uma pá-garfo aqui chamado de -e lança o grão alto no ar. Os grãos caem no chão, enquanto o joio mais leve sopra longe na brisa. Este método ainda é realizada essencialmente da mesma maneira como ele foi feito há milhares de anos.

João Batista afirma aqui de Cristo que a palha ele vai queimar em fogo inextinguível . No grego insaciável é o amianto , o que nos dá a nossa palavra em Inglês. Há uma insinuação aqui do que foi estabelecido no Apocalipse: "E, se alguém não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo" (Ap 20:15 ). Este é o ato final do julgamento divino.

A pregação de João, então, pode ser resumido em duas grandes ênfases: arrependimento e julgamento . A primeira era a única maneira de se preparar para o segundo. A certeza de demandas julgamento de Deus que nos arrependemos.

H. sua posse PÚBLICO (3: 13-17)

13 Então veio Jesus da Galiléia para o Jordão, a João, para ser batizado por ele. 14 Mas João o impedia, dizendo: Eu tenho necessidade de ser batizado por ti, e tu vens a mim? 15 Mas Jesus, respondendo, disse-lhe: , sofro agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu. 16 E Jesus, quando ele foi batizado, saiu logo da água, e eis que os céus se abriram para ele, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele; 17 e eis que uma voz dos céus, dizendo: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Todo esse tempo Jesus estava morando em sua cidade natal de Nazaré. Mas agora Ele vem da Galiléia para o Jordão, até João, para ser batizado por ele (v. Mt 3:13 ). Apenas onde João estava batizando não sabemos. É geralmente pensado para ter sido na margem leste do rio Jordão. Mas se era no sul, perto de Jericó, ou mais ao norte, perto Scythopolis (antigo Beth Shean-) não pode ser determinada.

João o impedia (v. Mt 3:14 ). "Proibiu" (KJV) está incorreta. O imperfeito sugere "tentou proibir." Que ele não conseguiu fazê-lo é claramente indicado. O protesto de João era que ele precisava ser batizado por Jesus, não o inverso. Sua atitude é completamente compreensível. Por fim, ele foi confrontado por um candidato que não tinha necessidade de arrependimento, para a confissão, ou de limpeza. Jesus é descrito como alguém "que não cometeu pecado" (1Pe 2:22 ).

Por que, então, Jesus foi batizado? A resposta é dada em sua resposta a João: assim nos convém cumprir toda a justiça (v. Mt 3:15 ). A justiça significa A Encarnação foi mais do que uma vinda em carne física "dever religioso.". Foi uma entrada real para a raça humana. Ao fazê-lo Jesus se identificou com toda a humanidade. Apesar de nunca ter pecado, Ele uniu-se de uma forma real com os homens pecadores. Ele não se colocou em cima de um pedestal, mas mergulhou na arena de conflito moral. Ele tornou-se um conosco em nossa humilde propriedade. O clímax da identificação de Cristo com a humanidade pecadora veio quando ele estava pendurado na cruz, em lugar do homem, condenado como um criminoso. Esse é o mistério da redenção divina. Apenas Amor Eterno encarnado poderia ter feito isso.

Tudo isso explica por que Jesus foi batizado. Ele iria percorrer todo o caminho como o representante do homem no seu pecado e profunda necessidade. Ele ficou ali, naquele dia, não por si mesmo ou apenas com João, mas com a multidão. Aqui era a encarnação em ação, o Amor divino revelado.

Jesus não tinha a permanecer na Jordânia, para confessar seus pecados, como outros fizeram. Em vez disso, Ele saiu logo da água (v. Mt 3:16 ). Em seguida, realizou-se uma cena mais marcante. Os céus se abriram e o Espírito de Deus desceu sobre Ele como uma pomba. O registro diz que ele viu isso. O relato de Marcos declara o mesmo (Mc 1:10 ). Isso pode parecer sugerir uma visão visto apenas por Jesus. Mas Lucas diz: "O Espírito Santo desceu em forma corpórea, como uma pomba, sobre ele" (Lc 3:22 ). Além disso, o Evangelho de João afirma claramente que esta descida do Espírito como a pomba foi vista por João Batista e foi um sinal para ele que o destinatário era o Messias (Jo 1:32 ). Em nenhuma das contas é explicitamente afirmado que a forma de pomba-como foi visto pela multidão.

Então veio uma voz do céu: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (v. Mt 3:17 ). Foi assim que o Pai expressar Sua aprovação da apresentação de Jesus ao batismo. Neste primeiro ato público de sua missão para os homens, Cristo teve a aprovação d'Aquele que O enviou. Ele estava seguindo o caminho da obediência perfeita marcado para Ele em Seu ministério redentor.

Um significado bíblico da amada é "só". Cristo é o Filho, o Filho único de Deus. Este é o Pai declarou no início da carreira pública de Jesus.

A cena de batismo nos dá a primeira revelação clara do Trinity a ser encontrado na Bíblia. Intimations ocorrer no Antigo Testamento, mas em nenhum lugar que vamos encontrar as três Pessoas distintamente indicados. Aqui, no entanto, vemos Cristo saindo da água, o Espírito Santo desce sobre Ele, e a voz do Pai chamando do céu: "Este é o meu Filho amado." O quadro está finalmente completa.

Considerando Mateus tem Este é o meu Filho amado , Marcos (Mt 1:11) e Lucas (Lc 3:22) tem "Tu és o meu Filho amado". Assim Mateus deixa um público proclamação ao invés de uma mensagem dirigida a Jesus. Então, Mateus e Lucas (ver acima) parecem indicar claramente que isso não era apenas um evento espiritual psicológica vivida por Jesus sozinho.

Parece claro que Cristo foi capacitado pelo Espírito para pregar e também para realizar milagres. Lucas diz que, depois de Seu batismo e tentação "Jesus voltou no poder do Espírito para a Galiléia" (Lc 4:14 ). Além disso, o próprio Jesus disse aos fariseus: "Se eu pelo Espírito de Deus expulsar demônios, então é o reino de Deus sobre vós" (Mt 0:28. ). Era a vontade do Pai que Jesus deve operar no poder do Espírito.

Foi este o início de consciência messiânica clara de Jesus? Devemos evitar os dois extremos nesta matéria. Evangelhos apócrifos que circulavam na igreja primitiva representado Cristo como um bebezinho no berço falando profundamente como o Filho de Deus, e como um bebê e um menino fazendo milagres espetaculares. Mas isso faria dele uma monstruosidade psicológica. No outro extremo, estão aqueles que dizem que Jesus não estava ciente de sua missão messiânica até a confissão em Cesaréia de Filipe.Esses extremistas dizer que, começando a me perguntar quem ele era, perguntou a seus discípulos. Quando Pedro disse: "Tu és o Cristo," Jesus chorou, "Você está certo; Eu acredito que eu sou! "Isso encerrou Suas dúvidas remanescentes.

Em algum lugar entre esses dois extremos está a verdade. Alguns colocam a consciência de messianismo em Seu batismo, quando a voz declarou Ele era o Filho de Deus. Mas parece que um outro tempo possível e lugar seria quando Jesus tinha doze anos no templo. Esta é a idade em que os meninos tendem a pensar seriamente sobre o significado da vida e sobre o que devem fazer. Psicologicamente este é um lugar para colocar a sã compreensão clara da sua missão divina.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
A chegada de João Batista (3:1-6)

  1. A mensagem (vv. 1-2)

Lembre-se que se oferece o reino aos judeus. João, como precursor de Jesus, pede às pessoas que se ar-rependam (mudem sua mente) e se preparem para a chegada do Rei. Je-sus pregou essa mensagem (4:7), e os discípulos também (10:7). O rei-no foi tirado da nação, quando ela rejeitou o Rei (21:42-43).

  1. A autoridade (v. 3)

João é o cumprimento da profe-cia deIs 40:3 Lc 16:6). Durante 400 anos, não hou-ve profetas!

  1. A pessoa (v. 4)

Ele era humilde e rústico na manei-ra de ser e de vestir. Sua forma de vestir lembra a de Elias (2Co 1:8). EmMl 4:5-39, Deus prome-teu que Elias viria antes do temível Dia do Senhor. Os judeus pergunta-ram a João se era Elias, e ele negou (Jo 1:21). Contudo, se os judeus ti-vessem recebido seu Rei, João teria sido aquele Elias (veja 11:14). João veio no espírito e no poder de Elias (Lc 1:17).

  1. O batismo (vv. 5-6)

Não era batismo cristão (veja At 19:1-44), mas, antes, o batismo para arrependimento (veja v. 11). O ba-tismo dele era do céu (21:25-27) por dois motivos: (1) trazer Cristo ao conhecimento da nação Oo 1:
31) e (2) preparar o coração deles para a vinda do Rei. Os judeus batizaram os gentios que se tornaram judeus prosélitos, mas João batizou os ju-deus!

  1. A vinda de fariseus e saduceus (3:7-12)
  2. O caráter deles (vv. 7-8)

Os fariseus eram literalistas legais que transformaram a lei em um pe-sadelo; os saduceus eram liberais que negavam muita coisa do Anti-go Testamento (veja At 23:8). Em três ocasiões, João Batista e Jesus (12:34 e 23:
33) chamaram os fari-seus de "raça de víboras". Satanás é uma serpente, e esses homens são filhos de Satanás (Jo 8:44). Os fari-seus eram inimigos de Cristo e apa-recem, com frequência, no relato de

Mateus. Nós os encontramos juntos de novo em 16:1 e 22:23 e 34.

  1. A precisão deles (vv. 9-12)

Eles dependiam de seu relaciona-mento humano com Abraão para se salvar (veja Rm 9:0). Como Nicodemos, emJo 3:0, e para os gentios em At 11:16); e com fogo, para ser cumprido na segunda vin-da de Cristo (veja Ml 3:1-39 paralelo a Lc 7:27). Esse pequeno "e" cobre um longo período de tempo! O fogo fala de julgamento.

  1. A vinda de Jesus (3:13-17)
  2. Jesus e João (vv. 13-15)

Por que o Filho de Deus sem pe-cados foi batizado? Sugerimos seis motivos:

  1. Obrigação — para "cumprir toda a justiça" (conforme Jo 8:29).
  2. Consagração — os sacerdotes do Antigo Testamento eram lavados, depois ungidos. Jesus submeteu-se ao batismo com água; depois, o Es-pírito Santo veio na forma de uma pomba. Veja Êxodo 29.
  3. Aprovação — Jesus apro-vou o ministério de João e, assim, obrigou o povo a escutar a João e a obedecer-lhe (21:23-27).
  4. Proclamação — essa era a apresentação oficial que João fazia de Jesus aos judeus. VejaJo 1:31.
  5. Antecipação — o batismo com água antecipa seu batismo de sofrimento na cruz por nós (Lc 12:50). Jesus cumpriu toda a justiça por intermédio de sua morte sacrifi- cial no Calvário.
  6. Identificação — Jesus iden-tificou-se como homem sem peca-do. Logo a seguir, o Espírito Santo levou-o ao deserto. Talvez isso seja um retrato do "bode expiatório" que simbolicamente carregou os pe-cados da nação para o deserto (Lv 16:1-10).

A palavra grega baptizo significa "mergulhar, imergir", e era preciso muita água para o batismo de João Oo 3:23). Na cruz, Jesus sentiu todas as ondas e vagalhões da ira de Deus.

  1. Jesus e o Espírito (v. 16)

O Espírito foi o sinal que Deus prometeu a João para que pudesse identificar Cristo (Jo 1:31-43). Em-bora Jesus e João fossem parentes (Lc 1:36), provavelmente não se viam havia anos. Mesmo que João conhecesse Jesus em carne, ele querería a confirmação divina do céu. O fato de o Espírito ser sim-bolizado por uma pomba é impor-tante: a pomba é uma ave limpa, fiel a seu parceiro, pacífica e gen-til. Cristo nasceu por intermédio do poder do Espírito (Lc 1:34-42), e este também capacitou-o para sua vida e ministério.

  1. Jesus e o Pai (v. 17)

Essa é a primeira das três vezes em que o Pai falou com seu Filho do céu (veja Mt 1:7:5 e Jo 12:28). Aqui temos a revelação da Trindade: o Filho é batizado, o Espírito desce na forma de pomba, e o Pai fala do céu. O Filho foi aprovado pelo Pai, ao iniciar seu ministério, e recebe aprovação de novo, quando ele se aproxima da cruz (17:5).

Um rei tem de provar que pode se governar antes de governar outras pessoas. Foi por isso que o rei Saul perdeu seu reinado — ele não conse-guia se controlar e obedecer a Deus. Esse capítulo mostra o Rei se encon-trando com seu inimigo, "o príncipe do mundo", e derrotando-o.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
3.1 João Batista. "João", heb yohãnãn, "Deus teve misericórdia". A palavra "Batista" refere-se a sua vocação especial de batizar, assinalando arrependimento em preparação para a aceitação de Cristo.

3.2 O reino dos céus. Só Mateus emprega esta expressão, que nos outros evangelhos é "Reino de Deus"; uma vez que as expressões diferentes ocorrem em narrativas iguais, é certo que significam a mesma coisa. O Batista decerto está pensando numa organização de Deus a ser estabelecida no mundo, mas, à parte e antes de qualquer manifestação visível da soberania de Deus, expressão significa a maneira de vida dos que se deixam dirigir por Deus em tudo. É o reino dos céus porque sua origem, seus propósitos, e seu rei, são celestiais. Este conceito abrange várias idéias em conjunto, inclusive a relação e posição que ganhamos ao passar pelo novo nascimento (Jo 3:3) • N. Hom. A providência de Deus. Jesus, apesar de Ter nascido numa manjedoura, já possuía meios para pagar as despesas de seus pais no Egito, através dos presentes dos magos, e, para preparar a mente do povo para o ministério de Jesus, tinha a João Batista.

3.5 Saíam a ter com ele. João se estabelece num vau natural do Jordão conhecido como Betabara ou Betânia do outro lado do Jordão (Jo 1:28), por onde tinha de passar todo israelita que demandava Jerusalém.

3.7 Batismo. O batismo de João era especificamente um sinal exterior do arrependimento do pecado confessado pela pessoa batizada; o simbolismo do batismo cristão contém muitas outras realidades espirituais, da união com Cristo, da aceitação da salvação, etc.

3.8 Produzi, pois, frutos. Este sermão foi dirigido às multidões (Lc 3:7), aos fariseus e saduceus (Mt 3:7), aos publicanos (Lc 3:12), aos saldados (Lc 3:14). João não temia a ninguém (conforme 14:3-4).

3.11 Com o Espírito Santo e com fogo. Refere-se ao ministério espiritual de Cristo. Sua obra começou acompanhada pela energia sobrenatural do Espírito Santo, colhendo-se algum "trigo" (os fiéis), e revelando-se quem seria "palha" para julgamento. A doutrina do batismo no Espírito Santo não recebe luzes neste trecho, pois o assunto pertence à época posterior à ressurreição de Jesus (conforme 1Co 12:13).

3.13 Galiléia. A área de Israel da qual Jesus era nativo.

3:13-17 O batismo de Jesus não era para arrependimento. Era apenas um sinal de que Jesus se colocava do lado da minoria dos fiéis e que dava Seu apoio à obra de João. Além disto, era, a unção sacerdotal de Jesus, o cumprimento da cerimônia descrita em Êx 29:4-7. • N. Hom. A solenidade do batismo de Jesus:
1) A presença da Trindade;
2) A voz dos céus;
3) A grande declaração do Pai: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (17; conforme Gn 22:2; Is 42:1)

3.16 O Espírito de Deus. O Espírito, por cuja obra Jesus foi concebido (1,18) e por cujo poder Jesus operava maravilhas (Lc 4:18). Como pomba. Símbolo da mansidão e de sacrifício. Veja contraste em At 2:3 quando Ele desceu sobre os discípulos em línguas como que de fogo.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
1.1. NARRATIVA: ANUNCIAÇÃO E APARIÇÃO DO MESSIAS (3.1—4.25)
O ministério de João Batista (3:1-12)

V.comentário de Lc 3:1-42. A impetuosidade do ataque contra os fariseus e saduceus (v. 7, conforme “Pano de fundo religioso judaico do Novo Testamento ”, p. 1
458) foi porque, como líderes religiosos, eles deveriam ter tido familiaridade com a mensagem de João até mesmo antes de ele começar a pregar.

O batismo de João (3:13-17)

V.comentário de Mc 1:9-41. Jesus era “nascido debaixo da lei” (G1 4.4); visto que João era o mensageiro de Deus, ele tinha de cumprir toda a justiça (v. 15) ao aceitar o seu batismo, embora não precisasse dele.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 12

II. O Começo do Ministério de Jesus Cristo. 3:1 - 4:11.

Mt 3:1, Lc 1:57).


Moody - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 7 até o 10

7-10. Fariseus. Membros de um destacado partido religioso. Proclamavam-se guardiões da lei mosaica e aderiam rigidamente às tradições dos antepassados. Cristo os caracterizou como sendo hipócritas (Lc 11:44; Lc 12:1). Saduceus. Um partido de racionalistas religiosos, que negavam a existência da vida futura. Eram politicamente poderosos, incluindo entre eles a aristocracia sacerdotal. João compreendeu que a vida deles não passava de exibição, não havendo uma mudança espiritual, e comparou-os a víboras que fugiam do fogo ligeiro da macega. Tendo Abraão por seu pai nacional não os garantia contra o juízo divino. Deus não estava obrigado a cumprir suas promessas com eles individualmente. Destas pedras. Talvez uma alusão a Is 51:1, Is 51:2, mas principalmente uma referência aos cascalhos aos pés de João, que podiam ser criados pelo toque criador de Deus, como Adão foi formado do pó. Com a dramática figura do machado à raiz das árvores, João mostra que o tempo dos seus ouvintes está se esgotando. O lenhador está para aparecer.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 12
II. A PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (Mt 3:1-40; Lc 3:1-42. Cfr. Jo 1:6-43. Naqueles dias (1), quer dizer, uns vinte e oito ou trinta anos depois dos acontecimentos descritos por último. João Batista (1), filho de Zacarias e Isabel e primo de Nosso Senhor, chamado e consagrado desde seu nascimento para ser o precursor de Cristo (ver. Lc 1:5-42, Lc 1:57-42. Confessando seus pecados (6), não necessariamente a João, mas a Deus.

>Mt 3:7

Os fariseus (7). A mais importante das seitas religiosas entre os judeus, que apareceram no período entre os dois Testamentos. Seu objetivo era acentuar e defender as noções religiosas judaicas em oposição ao helenismo, desde que este estava crescendo no Oriente, mercê da influência dos reis gregos da casa Selêucida da Síria. O nome é a forma helenística do hebraico perushim, "os separados". O nome que adotavam por si mesmos era hasidim, "os piedosos". Mantinham uma observância escrupulosa da letra da lei mosaica, mas consideravam a tradição rabínica igual às escrituras do Velho Testamento. Saduceus (7). Segunda, em ordem, das seitas judaicas, depois dos fariseus; é provável que se originaram como reação àquele partido. É possível que o nome se derive do hebraico saddiq, "justos". Ensinavam que a virtude deve ser praticada por amor à própria virtude, sem visar a recompensa. Aceitando essa premissa, chegaram a negar a existência do mundo futuro. Eram os racionalistas da igreja judaica.

A ira futura (7), isto é, o dia de juízo.

>Mt 3:8


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17

5. O Maior Homem de Deus (Mateus 3:1-6)

Ora, naqueles dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia, dizendo: "Arrependei-vos, porque o Reino dos céus está próximo." Pois este é o referido pelo profeta Isaías, dizendo: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" "Ora, o próprio João tinha uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de sua cintura; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Então Jerusalém estava saindo com ele, e toda a Judéia, e todo o distrito em torno do Jordão; e eles estavam sendo batizados por ele no rio Jordão, como eles confessaram os seus pecados. (3: 1-6)

Em uma conferência de uma vez um jovem me perguntou: "O que faz uma pessoa grande?" Eu não conseguia pensar em uma boa resposta para a direita então, mas eu comecei a pensar sobre isso. Aos olhos do mundo, coisas como ter nascido em uma família famosa, rica, influente ou trazer uma certa medida de grandeza simplesmente por herança. Ganhar uma grande quantidade de dinheiro é outra marca de grandeza do mundo, como o são os graus académicos, conhecimentos em algum campo, excelente capacidade atlética, talento artístico, alta de escritório político ou militar, e outras coisas que tais.

Por esses critérios, no entanto, até mesmo Jesus Cristo não era grande. Embora ele manifestou superando sabedoria e poder, Ele nasceu em uma família bastante comum, seu pai era um simples carpinteiro.Mesmo depois que ele foi cultivado, Jesus não possui um negócio, um rebanho de gado ou ovelhas, uma casa, ou até mesmo uma tenda. Ele disse: "As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça" (Mt 8:20).. Ele tinha pouca, ou nenhuma, a educação formal, nenhum cargo político, não há realizações artísticas em-curto, quase não há marcas de que o mundo considera grandeza.

João Batista tinha um número ainda menor de marcas mundiais de grandeza do que fez Jesus. No entanto, Jesus chamou João o maior homem que nunca tinha vivido até aquele momento: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11:11.). João era maior que Noé, Abraão, Isaque, Jacó, ou José; maior do que Moisés, Elias, Davi, ou qualquer um dos outros homens do Antigo Testamento de Deus. Ele era maior do que qualquer um dos reis, imperadores, filósofos ou líderes militares da história. No entanto, como Jesus, ele nasceu em uma família simples, obscura Seu pai, Zacarias, foi um dos muitos sacerdotes que se revezavam ministrando no templo quando o seu curso, ou divisão, foi agendada para servir. Sua mãe, Elisabete, também era da tribo sacerdotal de Levi e um descendente do primeiro sumo sacerdote, Aaron (Lc 1:5; Jr 40:8; conforme Gn 17:17). Um dia, o pai de João estava realizando sua função sacerdotal no templo, "um anjo do Senhor lhe apareceu, de pé, à direita do altar do incenso" (Lc 1:11). O anjo passou a contar Zacharias que "Elisabete te dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de João. E você vai ter prazer e alegria, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor "(vv. 13-15). João foi nomeado pelo próprio Deus e separado para a grandeza, mesmo antes de ter sido concebido!

João iria "ser cheio do Espírito Santo, enquanto ainda no ventre de sua mãe e ele [seria] voltar para trás muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus." (Lucas 1:15-16). Mais significativamente de tudo, que ele "iria como um precursor adiante dele no espírito e poder de Elias ... de modo a fazer um povo preparado para o Senhor" (v. 17). O próprio pai de João, ele próprio "cheio do Espírito Santo", declarou que João "será chamado profeta do Altíssimo, porque você [João] vai continuar antes do Senhor, a preparar os seus caminhos" (. Vv 67,
76) . "E o menino continuou a crescer e tornar-se forte em espírito, e viveu nos desertos até o dia da sua manifestação a Israel" (v. 80).

Isso foi João. Sua concepção era milagrosa, ele ficou cheio do Espírito Santo antes de ele nascer, ele era grande diante de Deus, e ele era para ser o arauto do Messias, anunciando e preparar as pessoas para a Sua vinda. Portanto, não é estranho que Jesus disse: "Não não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11:11). Esse grande homem era um soberanamente projetado e arauto escolhido para o grande Rei.

Veio é de paraginomai , que muitas vezes era usada para indicar uma chegada oficial, como a dos Magos (Mt 2:1.). Durante trinta anos, tanto João como Jesus viveu em relativa obscuridade. Agora, a vinda do arauto significou a vinda do Rei. O início do ministério de João sinalizou o início do ministério de Jesus (ver Atos 10:37-38).

A pregação é de kerusso , o significado primário de que é "arauto". Foi utilizado do funcionário cujo dever era a proclamar em voz alta e extensivamente a vinda do rei. Mateus também usa esse termo com referência a Jesus e dos apóstolos.

João sabia que sua posição e sua tarefa. Ele nunca procurou ou aceitou honra para si mesmo, mas apenas para o One cuja vinda, proclamou. Como uma criança, sem dúvida, João tinha sido dito muitas vezes do anúncio do anjo do seu nascimento e seu propósito, um propósito do qual ele nunca vacilou, comprometida, ou tentou obter reconhecimento pessoal ou vantagem. Quando questionado pelos sacerdotes e levitas que haviam sido enviados de Jerusalém para pedir sua identidade, João respondeu: "Eu não sou o Cristo" (João 1:19-20). Ele também negou ser Elias e "O Profeta" (v 21;.. Conforme Dt 18:15). Quando eles persistiram em saber quem ele era, ele simplesmente disse: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor", como disse o profeta Isaías "(v. 23).

A questão sobre ele ser Elijah introduz alguma verdade importante. Em cada cerimônia de Páscoa ortodoxa ainda hoje um copo é reservado à mesa para Elias. No circuncisão de judeus ortodoxos bebés uma cadeira é colocado para Elias. A expectativa é que, se Elias jamais iria vir e sentar-se na cadeira ou beber do cálice, a chegada do Messias seria iminente. Essa crença baseia-se em Malaquias 4:5-6, em que o profeta prediz: "Eis que eu estou indo para enviar o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor e Ele irá restaurar os corações de. os pais aos filhos, e os corações dos filhos a seus pais ".

No entanto, como ele próprio testemunhou, João Batista não era o literal, ressuscitado Elias maioria dos judeus de sua época estava esperando, ou que muitos judeus do nosso tempo esperar. Mas ele era de fato o Elias que o profeta Malaquias previu viria. Lc 1:17 confirma que, quando se diz que João "vai passar como um precursor adiante dele no espírito e poder de Elias".

Que o Elias, que era comumente esperado pelos judeus não era o Elias do plano de Deus foi afirmado claramente pelo próprio Jesus depois de João Batista tinha sido preso e morto. "Elias virá e restaurará todas as coisas, mas eu digo-vos que Elias já veio, e eles não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram." ... Então entenderam os discípulos que Ele tinha falado com eles sobre João Batista "(Mateus 17:11-13.).

Porque os judeus rejeitaram João Batista como o verdadeiro Elias que estava para vir, eles impediram a realização completa da profecia como Deus havia dado originalmente lo através de Malaquias. "Se você se preocupa a aceitá-la," Jesus explicou sobre João ", ele mesmo é Elias, que estava para vir" (Mt 11:14). Mas João não só não foi aceito, ele foi ridicularizado, preso e decapitado. Porque ele não foi recebida pela grande massa de povo escolhido de Deus, ele não foi capaz de ser o Elias e não há, portanto, um Elias ainda está por vir. Alguns intérpretes acreditam que ele será uma das duas testemunhas de Apocalipse 11, mas não podemos ter certeza. Em qualquer caso, João Batista foi rejeitado como a vinda de Elias. E assim como o arauto foi rejeitado, assim era o rei que ele anunciava. João foi decapitado, e Jesus foi crucificado. Israel, pois, foi posto de lado, eo reino foi adiada.

Tudo sobre João Batista era único e surpreendente, sua súbita aparição pública, o seu estilo de vida, a sua mensagem, o seu batismo, e sua humildade. Ele nasceu de uma mãe que era estéril. Ele era um sacerdote por herança, mas se tornou um profeta. Ele abandonou o ministério de seu pai terreno para o bem de seu Pai celestial de. Depois de passar a maior parte de sua vida no deserto, no momento certo, Deus falou ao seu coração, e ele começou a trovejar a mensagem que Deus lhe tinha dado naquele deserto para anunciar a vinda do Rei.
Lugar primário de João do ministério; como seu principal local de treinamento, estava no deserto da Judéia. Pelos padrões e procedimentos do mundo, a vinda de um rei, ou de uma grande pessoa de qualquer tipo, é anunciada e preparada com grande despesa, pompa e fanfarra. Mesmo os vestidos locutor nas melhores ternos, permanece nos melhores hotéis, contatos apenas as melhores pessoas, e faz os preparativos para o monarca a visitar apenas os melhores lugares. Mas esse não era o plano de Deus para a proclamação de Seu Filho. João Batista nasceu de pais obscuros, vestido estranhamente, mesmo para o seu dia, e continuou seu ministério principalmente em locais fora-de-O-way e pouco atraentes.
Tudo isso, no entanto, não foi acidental ou circunstancial. Foi simbólico do ministério de João para chamar as pessoas para longe do sistema religioso corrupto e morto de seu dia-a longe de ritualismo, mundanismo, hipocrisia e superficialidade. João chamou-los longe de Jerusalém e Jericó, longe das cidades para o deserto -onde a maioria das pessoas não se incomodaria de ir se não fossem os candidatos sérios. João trouxe-os para longe, onde estavam mais livres para ouvir, pensar e refletir, sem as distrações e os líderes enganosas que estavam tão acostumados a seguir. Em um lugar tão desolado, aparentemente, eles poderiam começar a ver a grandeza deste homem de Deus e ainda maior grandeza do One cuja vinda anunciou.


A Mensagem

A mensagem de João proclamava era simples, tão simples que poderia ser facilmente resumida em uma palavra: arrepender-se (3: 2 a ; conforme At 13:24; At 19:4;.. Conforme v 9). Comando de João para se arrepender poderia, portanto, ser traduzida por "ser convertido."

A mensagem de João de preparação para a vinda do Rei foi o arrependimento, a conversão, a procura de uma vida completamente diferente. Essa surpreendente notícia deve ter sido para os judeus que pensavam que, como povo-os escolhidos de Deus filhos de Abraão, o povo da aliança, que mereciam e foram incondicionalmente assegurado o Rei prometido. Saber o que eles devem ter pensado, João mais tarde disse aos seus ouvintes: "Não suponha que você pode dizer a si mesmos: 'Temos por pai a Abraão', porque eu digo a vocês, que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos de Abraão "(3: 9). Deus não estava interessado na herança humana do Seu povo, mas em sua vida espiritual. "O que o Rei quer de você," João estava dizendo, "é que você faz uma rotação completa do jeito que você é, que você seja totalmente convertido, mudou totalmente." Deus chama para a mudança radical e transformação que afeta a mente, a vontade e as emoções-a toda pessoa. O argumento de João era simples: "Você está na mesma condição que os gentios 5ocê não tem direito ao reino, a menos que você se arrepende e são convertidos do pecado para a justiça.". Ele ligou para um verdadeiro arrependimento, que resulta em o fruto de uma vida traduzida (v. 8), e que inclui o batismo com água (v. 11 a ). A não se arrepender resultaria em julgamento severo, como Mateus 11:20-24 e 12: 38-41 demonstram.

Arrependimento foi exatamente a mesma mensagem com a qual Jesus começou sua pregação e os apóstolos começaram a deles. "O tempo está cumprido, eo reino de Deus está próximo", Jesus proclamou;"Arrepender e crer no evangelho" (Mc 1:15; conforme Mt 3:1; Mt 4:17; Lc 5:32). Mc 6:12 diz dos doze: "E eles saíram e pregaram que os homens devem arrepender-se." Em seu sermão de Pentecostes, concluindo as palavras de Pedro foram: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados" (At 2:38; conforme At 3:19; At 20:21; At 26:18).

A estreita ligação entre o arrependimento e conversão também é indicado em textos que não usam especificamente a palavra arrependimento, ainda transmitem a mesma ideia (ver Mt 18:3).A melhor declaração sumária pode ser a de Paulo em At 26:20, onde ele afirma que o objetivo do seu ministério foi que os homens "se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras adequadas ao arrependimento."

O Motivo

O motivo João deu para o arrependimento era: o reino dos céus está próximo (3: 2 b ). As pessoas devem se arrepender e ser convertido porque o rei estava por vir, e Ele merece e exige nada menos. O impenitente e não convertido não pode dar o rei dos céus a glória que Ele merece, não pertencem ao Rei Celestial e são impróprias para o seu reino celestial.

Depois de 400 anos, o povo de Israel novamente ouviu a palavra profética de Deus. Profecia de Malaquias foi seguido por quatro séculos de silêncio, sem nenhuma palavra nova ou direta do Senhor. Agora;quando Sua palavra veio a Israel novamente, anunciando a vinda do rei, não era a palavra esperada de alegria e conforto e celebração, mas uma mensagem de advertência e repreensão. O reino dos céus está próximo, esperando para ser anunciado, mas Israel não estava preparado para isso.
Apesar de muitas advertências semelhantes, pelos profetas, muitas das pessoas ea maioria dos líderes não estavam preparados para a mensagem de João. O que ele disse foi chocante; isto foi inesperado e inaceitável. Era inconcebível para os que, como povo de Deus, eles tinham alguma coisa a fazer para herdar o reino de Deus, mas simplesmente esperar e aceitar isso. O Messias foi seu Messias, o Rei foi seuRei, o Salvador foi seu Salvador, a promessa era a sua promessa. Todo judeu estava destinado para o reino, e cada Gentil foi excluída, com exceção de um punhado de token de prosélitos. Esse foi o pensamento judaico comum do dia, o que João totalmente destruído.

Mas a mensagem de João era a mensagem de Deus, e ele não iria comprometer-lo ou atravancar-lo com os equívocos populares e delírios de sua época e seu próprio povo. Ele não tinha nenhuma palavra, mas a palavra de Deus, e ele proclamou o reino, mas o reino de Deus e nenhuma preparação, mas preparação de Deus. Essa preparação foi arrependimento. O padrão de Deus não mudaria, mesmo que todos os judeus foram excluídos e todos os gentios salvos. Deus sabia que alguns judeus seriam salvos, mas nenhum além do arrependimento pessoal e de conversão.
Embora a frase exacta não é encontrado lá, o reino dos céus é, basicamente, um conceito do Antigo Testamento. Davi declara que "o Senhor é Rei para sempre e sempre";, que o Seu reino é eterno, e que o seu domínio "dura por todas as gerações" (145 Ps: 13). (Sl 10:16 conforme 29:10.). Daniel fala de "o Deus do céu [que] vai estabelecerá um reino que jamais será destruído" (Dn 2:44;. Conforme Ez 37:25.), Um "reino [que] é um reino eterno" (Dn 4:3 confirma a igualdade das frases, utilizando-os como sinônimos.

O reino tem dois aspectos, o exterior eo interior, sendo que ambos são ditas pelos evangelhos. Esses aspectos são evidentes quando se move através de Mateus. No sentido mais amplo, o reino inclui todos os que professam conhecer a Deus. Parábola do semeador Jesus 'representa o reino como incluindo ambos os crentes genuínos e superficiais (13 3:40-13:23'>Mat. 13 3:23), e em Seu seguinte parábola (vv 24-30.) Como incluindo tanto trigo (os verdadeiros crentes) e do joio (Falsa crentes). Esse é o reino exterior, o que podemos ver, mas não pode avaliar-nos, precisamente, porque não podemos conhecer o coração das pessoas.

O outro reino é o interior, o reino que inclui somente os crentes verdadeiros, somente aqueles que, como João Batista proclamou, arrepender-se e são convertidos. Deus reina sobre os dois aspectos do reino, e ele, um dia, finalmente, separar o superficial do real. Enquanto isso, ele permite que os pretendentes a identificar-se para o exterior com o Seu reino.
Regra real de Deus sobre os corações dos homens e do mundo inteiro pode ser pensado como tendo um número de fases. O primeiro é o profetizado reino, como a que está predito por Daniel. A segunda fase é o presente reino, o que existia na época de João Batista e que ele menciona. É o reino que tanto João e Jesus falou de como sendo em mãos (conforme 4:17). A terceira fase pode ser referido como o interinoreino, o reino que resultou por causa da rejeição de seu Rei de Israel. O rei voltou para o céu e Seu reino na Terra agora só existe em uma forma mistério. Cristo é o Senhor da terra, no sentido de ser Ele o seu Criador e seu regente final; mas Ele não permite que exerça a sua plena vontade divina sobre a terra. Ele é, por assim dizer, em um exílio voluntário no céu até o momento para ele voltar novamente. Ele reina somente nos corações daqueles que conhecê-Lo como Salvador e Senhor. Para aqueles que "o reino de Deus é ... justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14:17).

A quarta fase pode ser descrito como o manifesto reino, em que Cristo governará, fisicamente, diretamente, e totalmente em terra por mil anos, a Millennium. Nesse reino Ele governará tanto externa quanto internamente externamente sobre toda a humanidade, e internamente nos corações daqueles que pertencem a Ele pela fé. A quinta e última fase é o " eterno reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ", que" será abundantemente supridas "para toda a Sua própria (2Pe 1:11).

Teve o povo de Deus Israel aceitou seu Rei, quando Ele veio pela primeira vez para eles, não haveria reino interino. O reino na mão teria se tornado o reino de mil anos, o que, por sua vez, teria inaugurou o reino eterno. Mas porque mataram o precursor do Rei e, em seguida, o próprio Rei, o reino milenar, e, consequentemente, o reino eterno, foram soberanamente adiada.


Sua Missão

Pois este é o referido pelo profeta Isaías, dizendo: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" (3: 3)

A missão de João Batista tinha muito antes foi descrito por Isaías, o profeta (ver Isa. 40: 3-4). Aqui Mateus novamente enfatiza profecia cumprida na vinda de Jesus Cristo como Rei divino (conforme 1:22; 2: 5, 15, 17). Mas, como arauto do grande Rei, João não limpar as estradas e rodovias de obstáculos, mas procurou limpar corações dos obstáculos que os impediam de o rei dos homens. O caminho do Senhor é o caminho do arrependimento, do abandono do pecado para a justiça, de transformar morais e espirituais caminhos tortos para que estes estejam em linha reta , os que estão aptos para o rei. "Que todo vale será exaltado, e cada montanha e ser feita de baixo"; Isaías continua, "e deixar o terreno acidentado se tornar uma planície, e do terreno acidentado um amplo vale, então, a glória do Senhor será revelada e toda a carne vai vê-lo juntos" (Isaías 40:4-5.). A chamada de voz de João, que foi chorando [ boōntos ] no deserto da Judéia era a gritaria de urgência comandando as pessoas a se arrependerem, a confessar o pecado e da necessidade de um Salvador. Seus caminhos ( tribous ) são bem conhecidos, como o termo grego significa , porque eles são claramente reveladas nas Escrituras.

Seu caráter

Ora, o próprio João tinha uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de sua cintura; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre (3: 4)

João deve ter sido uma figura surpreendente para aqueles que o viram. Ele afirmava ser o mensageiro de Deus, mas ele não viveu, vestido, ou falar como os outros líderes religiosos. Esses líderes foram adequado, bem-vestido, bem alimentado, sofisticado e mundano. João obviamente se importava com nenhuma dessas coisas e ainda fez um ponto de abandoná-los. Sua veste de pêlos de camelo e seu courocinto na cintura eram tão simples e monótono como o deserto em que viveu e pregou. Suas roupas eram práticos e longa vestindo, mas longe de ser confortável ou moda. Ele era muito parecido com o primeiro Elias, a este respeito (2Rs 1:8). (5) Ele corajosamente e fielmente proclamada a Palavra de Deus, trovejando-lo através do deserto, enquanto ele estava livre para pregar, para quem quisesse ouvir. (6) Finalmente, ele era fiel em ganhar pessoas para Cristo, na viragem "para trás muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus" (Lc 1:16). Ele permanece como um padrão para todos os que buscam a grandeza genuína.

 

6. Os frutos do verdadeiro arrependimento (Mateus 3:7-12)

Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao batismo, disse-lhes: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura Portanto produzir frutos dignos de arrependimento;? E não supor que você pode dizer a si mesmos: 'Temos por pai a Abraão', porque eu digo a vocês, que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos a Abraão E o machado já está posto à raiz das árvores;. cada árvore pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo Quanto a mim, eu te batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, e eu não estou apto para remover suas sandálias.; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo E sua pá ele tem na mão, e Ele o fará bem claro a sua eira;. e Ele irá reunir seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível. " (3: 7-12)

Mateus registra mas esta amostra da pregação de João Batista. O relato paralelo em Lucas (3: 1-18) dá mais detalhes, mas a mensagem é a mesma: um chamado ao arrependimento e do batismo, uma mudança interior da mente e do coração, junto com um ato externo que simbolizava que a mudança e, ainda mais importante, uma forma de viver que demonstrou a mudança. As "muitas outras exortações" que João pregou (Lc 3:18), possivelmente, consistia principalmente de mais exemplos da fruta dignos de arrependimento (v. 8) que ele deu para além dos mencionados nos versículos 11:14.

A pregação de João era simples e sua mensagem foi limitado para o que era mais importante, mas ele cumpriu fielmente sua vocação singular como o arauto da vinda grande Rei de Deus. Ele realizou o seu ministério com uma ousadia, coragem, energia e sincera devoção que fez com que o rei a dizer sobre ele: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11:11).

Na narrativa de 3: 7-12 Mateus concentra-se em quatro elementos: a congregação, o confronto, a condenação, e pela consolação.

A Congregação

Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao batismo, (3: 7-A)

Entre o grande número de pessoas que saiu para ver João no deserto (v. 5) foram muitos dos fariseus e dos saduceus , os quais Batista apontados para o aviso especial e repreensão.

Ao Novo Testamento vezes três grupos, ou seitas, tinha desenvolvido que foram bastante distinta do resto do judaísmo. Além dos dois mencionados aqui (e muitas vezes nos Evangelhos e Actos), foram os essênios. A maioria dos essênios eram solteiros, mas que muitas vezes adotado crianças de outras famílias judias. Esses judeus secretos e ascéticos viveu em sua maior parte em comunidades isoladas, exclusivos e austeros, como o agora famoso Qumran, na costa noroeste do Mar Morto. Eles passaram muito do seu tempo a copiar as Escrituras, e é a eles que devemos a valiosa e útil Morto Sea Scrolls-descoberto por acaso, em 1947, por um jovem pastor árabe. Mas os essênios tinha pouco contato com ou influência sobre a sociedade do seu próprio dia e não são mencionados no Novo Testamento.

Os fariseus

Os fariseus , porém, foram um grande contraste com os essênios. Eram igualmente, se não mais, exclusivo, mas foram encontrados em sua maior parte nas cidades maiores, como Jerusalém. Eles eram uma associação muito no mainstream da vida judaica e fez questão de ser notado e admirado. Jesus expôs como fazer "todos os seus atos a ser percebido pelos homens ... e eles adoram o lugar de honra nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas, e respeitosas saudações nas praças, e que está sendo chamado pelos homens, o rabino" (Mateus 23:5-7; cf.. Mt 6:2).

Nós não temos nenhuma documentação específica a respeito de exatamente como ou quando a seita fariseu começou, mas é provável que se desenvolveu a partir de um antigo grupo chamado os hassídicos, cujo nome significa "piedosos" ou "santos". O hassidismo surgiu no século II AC , durante o período intertestamental. Palestina estava sob a regra helenístico (grego) dos reis sírios selêucidas por muitos anos. Patriotas judeus, sob a liderança de Judas Macabeu, revoltou-se quando Antíoco Epifânio tentou forçar sua cultura pagã e da religião sobre os judeus. Esse tirano desprezível mesmo profanou o Templo, sacrificando um porco no altar e forçando a carne sacrificada goela abaixo dos sacerdotes-a abominação duplo para os judeus, porque a lei de Moisés, os proibiu de comer carne de porco (Lev. 11: 4-8 ; Dt 14:7-8).. O hassidismo estavam entre os mais fortes defensores da revolta, até que seus líderes começaram a se tornar mundano e politizada.

Muitos estudiosos acreditam que os fariseus , e provavelmente os essênios também, desceu do hassidismo. A palavra fariseu significa "os separados", e membros da seita diligentemente tentou fazer jus ao seu nome. A entrada para o grupo foi estritamente controlado por períodos de estágio com a duração de um ano, durante o qual o candidato tinha que provar sua capacidade de seguir a lei ritual. Eles separaram-se não só de gentios, mas a partir de cobradores de impostos e quaisquer outros a quem eles consideravam base "pecadores" (Lc 7:39). Eles sequer olhou com desdém para o povo judeu comuns, a quem um grupo de fariseus em Jerusalém, uma vez que se refere a como "maldito" (Jo 7:49). Depois de sair do mercado ou qualquer reunião pública, eles teriam o mais rapidamente possível realizar lavagens cerimoniais para purificar-se de uma possível contaminação de tocar alguma pessoa impura.

Os fariseus formaram um hipócrita, comunidade "santo" no seio da comunidade; eles eram isolacionistas legalistas que não tiveram nenhuma consideração ou respeito para aqueles fora de sua seita. Eles acreditavam fortemente na soberania de Deus e no destino divino e que só eles eram o verdadeiro Israel. Eles se consideravam superspiritual, mas a sua "espiritualidade" era inteiramente externa, que consiste na busca da observância meticulosa de uma infinidade de rituais e tabus religiosos, a maioria das quais eles e vários outros líderes religiosos tinham elaboradas ao longo dos vários séculos anteriores como suplementos com a lei de Moisés. Estes eram conhecidos coletivamente como "a tradição dos anciãos", a respeito da qual Jesus deu aos fariseus um de seus mais fortes repreensões, acusando-os de "ensinando doutrinas que são preceitos dos homens" (Mat. 15: 2-9).

Na época de Cristo, os fariseus tinham perdido a maior parte de qualquer nacionalismo eles podem ter tido mais cedo. Outra seita, os Zealots, tornou-se a associação para aqueles cuja principal preocupação era a independência judaica. Única lealdade dos fariseus era a si mesmos, às suas tradições e à sua própria influência e prestígio. Por sua estrita adesão a essas tradições que esperavam colher grande recompensa no céu. Mas eles foram a epítome do vazio religioso e hipocrisia, como Jesus frequentemente salientado (Mt 15:7; Mt 23:13, Mt 23:23, Mt 23:25; etc.). Os fariseus "exteriormente [apareceu] justos aos homens, mas por dentro [eram] cheios de hipocrisia e de iniqüidade" (Mt 23:28).

Os saduceus

Os saduceus estavam na outra extremidade dos judeus religiosos Spectrum-os ultraliberais. A origem de seu nome é incerto, mas muitos estudiosos modernos acreditam que ele é derivado de Zadok (Sadok na Septuaginta, o Antigo Testamento grego), o nome de um homem que era sacerdote sob Davi (2Sm 8:17) e chefe padre sob Salomão (1Rs 1:32). Esta seita também surgiram durante o período intertestamental, mas entre a aristocracia sacerdotal. Eles eram comprometedores, tanto religiosamente e politicamente. Eles pouco se importava com a cultura grega, com sua ênfase em filosofia e intelectualismo, mas foram muito atraídos para os pragmáticos, romanos práticas.

Os saduceus alegou a aceitar a lei de Moisés como a suprema autoridade religiosa e só, e eles desprezado as tradições legalistas de seus antagonistas, os fariseus. Nos tempos do Novo Testamento, eles ainda estavam intimamente associados com a classe sacerdotal (veja At 5:17), na medida em que o terrus sumo sacerdote e Sadducee foram usados ​​quase como sinônimos (como eram os termos escriba efariseu ). Mas eles pouco se importava com a religião, especialmente a doutrina, e negou a existência de anjos, a ressurreição, ea maioria das coisas sobrenaturais (Atos 23:6-8). Conseqüentemente, eles viviam apenas para o presente, recebendo tudo o que podiam de quem eles poderiam-gentios e judeus companheiros iguais. Eles acreditavam na autonomia humana extrema e na liberdade ilimitada da vontade. Eles se consideravam donos de seus próprios destinos.

Os saduceus eram muito menos numerosos do que os fariseus e foram extremamente rico. Entre outras coisas, sob a liderança de Annas eles corriam o Templo franquias-o dinheiro troca e venda de animais de sacrifício e-cobrado exorbitante para esses serviços. Foi, portanto, negócio dos saduceus que Jesus danificado quando ele expulsou os cambistas e vendedores de sacrifício para fora do Templo (Matt. 21: 12-13).

Por causa de sua grande riqueza, Templo extorsão, e afiliação com os romanos, os saduceus eram muito menos popular com seus colegas judeus que eram os fariseus, que eram fortemente religiosa e tiveram alguma medida de lealdade nacional.
Religiosamente, politicamente e socialmente os fariseus e saduceus tinham quase nada em comum. Os fariseus eram ritualística; os saduceus eram racionalista. Os fariseus eram separatistas rigorosos; os saduceus compreendendo colaboradores. Os fariseus eram plebeus (a maioria deles tinha um comércio), enquanto os saduceus eram aristocratas. Ambos os grupos tiveram membros entre os escribas e foram representados no sacerdócio e no Conselho Superior judaica, o Sinédrio; Ainda que eram quase constante em oposição um ao outro. Durante a época do Novo Testamento sobre a única base comum exibiram foi oposição a Cristo e Seus seguidores (Mt 22:15-16, Mt 22:23, 34-35; At 4:1; At 23:6).

Chamando os fariseus e saduceus uma raça de víboras apontou o perigo da sua hipocrisia, como religioso bem como o fato de que seu trabalho ímpios tinham sido repassados ​​a eles pela serpente original (Gn 3:1-13) através de seus antepassados ​​espirituais , de quem eles eram a ninhada , ou crias. Como a víbora deserto, eles muitas vezes parecia ser inofensivo, mas a sua marca de santidade (conforme 2Tm 3:5 Jesus chama os escribas e fariseus "serpentes", bem como uma "raça de víboras", sugerindo ainda mais diretamente que seu verdadeiro pai espiritual era Satanás, como Ele cobra especificamente em Jo 8:44 (conforme Ap 12:9). Em seu relato paralelo Lucas menciona vários exemplos do tipo de fruta João estava falando. Para a multidão geral, ele disse: "Deixe o homem que tem duas túnicas compartilhar com quem não tem nenhuma; e aquele que tem comida faça o mesmo" (Lc 3:11). Para os coletores de impostos, ele disse, "Colete não mais do que o que lhe foi ordenado que" (v. 13), e alguns soldados, ele disse: "Não leve dinheiro de ninguém pela força, ou acusar alguém falsamente, e ser contentar-se com o seu salário "(v. 14).

Como Tiago aponta: "A fé, se não tiver obras, é morta" (Jc 2:17). João diz em sua primeira epístola: "Aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo" (1Jo 3:7). Aqueles que afirmam conhecer a Cristo, que afirmam que nascer de novo, vai demonstrar uma nova maneira de viver que corresponde ao novo nascimento.

Os fariseus e saduceus sabia muita coisa sobre o arrependimento. Que Deus perdoa plena e livremente os pecados do penitente é uma doutrina básica do judaísmo. Os rabinos antigos disse: "Grande é o arrependimento, pois traz a cura para o mundo. Grande é o arrependimento, para que ele chegue ao trono de Deus", e, "Um homem pode disparar uma flecha por alguns estádios, mas o arrependimento chega a o trono de Deus. " Alguns rabinos sustentavam que a lei foi criado há dois mil anos antes de o mundo, mas que o arrependimento foi criada antes mesmo da lei. O significado claro de arrependimento no judaísmo sempre foi uma mudança na atitude do homem para com Deus, que resulta em uma reforma moral e religiosa da conduta do indivíduo. O grande estudioso judeu medieval Maimonides disse do conceito judaico tradicional de arrependimento: "o que é o arrependimento arrependimento é que o pecador abandona o seu pecado, coloca-lo para fora de seus pensamentos, e totalmente resolve em sua mente que ele nunca vai fazer isso de novo?. "

Tal entendimento do arrependimento é basicamente consistente com o ensino do Antigo Testamento. O arrependimento sempre envolve uma mudança de vida, uma renúncia ao pecado e fazer justiça. O Senhor declarou através de Ezequiel: "Quando o justo se apartar da sua justiça, e cometendo iniqüidade, então ele morrerá na lo, mas quando o ímpio se converter da sua impiedade e as práticas de justiça e retidão, viverá por eles." (Ez 33.: 18-19). Oséias implorou: "Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, para você ter tropeçado por causa de sua iniqüidade Tome palavras com você e voltar para o Senhor disse a ele: 'Tira toda a iniquidade, e recebe o bem'.". (Os. 14: 1-2). Depois do aviso relutante, mas poderosa de Jonas a Nínive, "Deus viu as suas obras, que se converteram do seu mau caminho, [e] então Deus se arrependeu do mal que tinha dito que traria sobre eles. E Ele não fez isso" (Jn 3:10). Nínive trouxe frutos dignos de arrependimento .

A idéia de que o arrependimento é evidenciado pela renúncia do pecado e de uma vida reta não se originou com João Batista, mas tinha sido uma parte integrante do judaísmo ortodoxo. Rabinos fiéis havia ensinado que uma das passagens mais importantes da Escritura foi: "Lavai-vos, tornar-se limpos;. Remover o mal de seus atos de minha vista Cessar de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, buscar a justiça, convencerá o implacável; defender o órfão, defendei a causa da viúva "(Is. 1: 16-17).

Teólogo Erich Sauer, em O Triunfo do Crucificado (. Grand Rapids: Eerdmans, 1951, p 67), fala de arrependimento como "uma ação tríplice No entender que significa conhecimento do pecado; nos sentimentos que significa dor e tristeza;. e na vontade que significa uma mudança de mente ". O verdadeiro arrependimento antes de tudo envolve a compreensão e discernimento, a consciência intelectual da necessidade de purificação moral e espiritual e mudança. Em segundo lugar, ela envolve nossas emoções. Chegamos a sentir a necessidade de que a nossa mente sabe. Em terceiro lugar, que envolve ações apropriadas que resultam de o que nossa mente conhece e nosso coração sente.

O reconhecimento do pecado pessoal é o primeiro passo importante. Mas, por si só é inútil, até mesmo perigoso, porque tende a fazer uma pessoa pensar que o mero reconhecimento é tudo o que é necessário. Um faraó endureceu admitiu seu pecado (Ex 9:27), a Balaão vacilante admitiu que a sua (Nu 22:34), um Achan ganancioso reconheceu sua (Js 7:20), e um Saul insincero confessou sua (1Sm 15:24). O jovem rico que perguntou a Jesus como ter a vida eterna retirou-se triste, mas não arrependido (Lc 18:23). Mesmo Judas, desesperando-se com a traição de Jesus, disse aos chefes dos sacerdotes e pelos anciãos, "Pequei, traindo sangue inocente" (Mt 27:4).

O verdadeiro arrependimento inclui um profundo sentimento de injustiça e de pecado contra Deus. Davi começa a sua grande salmo penitencial por gritando: "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; de acordo com a grandeza da Tua compaixão apaga as minhas transgressões" (Sl 51:1, Sl 51:13). Fruta é sempre visto na Escritura como o comportamento manifestado (conforme Mt 7:20).

A grande puritano Tomé Goodwin chamado para o arrependimento com estas palavras marcantes:

Cair sobre os teus joelhos antes dele, e com um coração partido à água, reconhecer, porque Simei, tua traição e rebeliões contra ele que nunca tinha te machucar; e reconhecer, com uma corda pronto equipado para o teu pescoço por tuas próprias mãos, como servos de que Ben-Hadade usava; isto é, confessando que, se ele vai pendurar-te para cima, ele pode .... Diga a Ele para que Ele possa mostrar a sua justiça sobre ti, se ele quiser; e apresentar teu peito nu, a tua alma de ódio, como um rabo e marca para ele, se ele, por favor, para atirar suas flechas para dentro e embainhar a espada. Só desejo que ele se lembrasse que ele embainhou a espada primeiro nas entranhas de seu Filho , Zc 13:7). Algum tempo mais tarde, depois que ele próprio tinha finalmente sido persuadido por Deus que os gentios eram elegíveis para o reino (10: 1-35), Pedro conseguiu convencer céticos cristãos judeus em Jerusalém, que, em seguida, "glorificavam a Deus, dizendo:" Bem, então , Deus concedeu também aos gentios o arrependimento para a vida "(11:18). Paulo chamado Timoteo ser um gentil servo do Senhor, proclamando a verdade para os perdidos, na esperança de arrependimento que "Deus lhes conceda o que leva ao conhecimento da verdade, e eles podem vir a seus sentidos e escapar da armadilha do diabo, tendo sido mantida em cativeiro por ele para cumprirem a sua vontade "(2 Tim. 2: 25-26).

É evidente que não foi dado por Deus o arrependimento que os fariseus e saduceus professada antes de João. De todas as pessoas deveriam conhecer o significado do verdadeiro arrependimento, mas não o fizeram. Eles eram hipócritas e impostores, como João sabia muito bem. Ele tinha visto absolutamente nenhuma evidência de verdadeiro arrependimento, e ele pediu para ver tais provas, antes que ele iria batizá-los. Como no caso de todos os batismos desde João, para que estes sejam sinais exteriores de transformação interior.
As palavras de João para aqueles líderes religiosos era ao mesmo tempo uma repreensão e um convite: Portanto trazer frutos dignos de arrependimento . "Você não mostraram nenhuma evidência disso", ele dizia, "mas agora você tem oportunidade de verdadeiramente se arrependem, se você dizer isso. Me mostre que você tiver ativado a partir de sua hipocrisia ímpios a piedade genuína, e eu estarei contente de vos batizo . " Os rabinos ensinavam que as portas do arrependimento nunca fecham, que o arrependimento é como o mar, porque uma pessoa pode banhar-se nele a qualquer hora. Rabbi Eleezar disse: "É a maneira do mundo, quando um homem insultou seu companheiro em público, e depois de um tempo, procura se reconciliar com ele, para que o outro diz, 'Você me insultar publicamente, e agora você seria reconciliou-me entre nós dois sozinhos! Vá trazer os homens em cuja presença me insultou, e eu vou ser reconciliado com você. ' Mas Deus não é assim. Um homem pode ficar e ferroviário e blasfemar no mercado eo Santo diz: "Arrependam-se entre nós dois sozinhos, e eu vos receberei. '" (Citado em William Barclay, O Evangelho de Mateus [ Filadélfia: Westminster, 1975], 1:56).

Alguns anos atrás, um homem bem conhecido no ministério público de forma aberta e repetidamente ridicularizado um colega ministro. Depois de muitos meses de críticas, o primeiro homem decidiu que ele estava errado no que ele tinha feito e foi para o outro ministro pedindo seu perdão. Foi relatado que o que tinha sido criticado respondeu: "Você me atacou publicamente e você deve pedir desculpas publicamente. Quando você fizer eu vou te perdoar."
Não há nenhuma razão para acreditar que João Batista destina-se a humilhar os fariseus e saduceus ou exigir algum tipo de demonstração pública de sua sinceridade. Mas ele insistiu em ver provas válidas de verdadeiro arrependimento e não seria partido ao seu usá-lo para promover seus próprios fins egoístas e ímpios.
Saber o que eles estavam pensando provavelmente, João continuou, e não supor que você pode dizer a si mesmos: "Temos por pai a Abraão." Eles acreditavam que o simples fato descendentes de Abraão, os membros da raça escolhida de Deus, fez-los espiritualmente seguro. Não é assim, João disse, para eu digo a vocês, que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos a Abraão . Descendência de Abraão não era um passaporte para o céu. Foi uma grande vantagem em conhecer e compreender a vontade de Deus (Romanos 3:1-2; 9: 4-5.), Mas sem fé nEle que a vantagem torna-se uma condenação mais severa. Se o próprio Abraão foi justificado apenas pela sua fé pessoal (Gn 15:6) (. Romanos 3:21-22), como poderia seus descendentes espera ser justificado em alguma outra maneira?

Muitos judeus do Novo Testamento acreditavam, e muitos judeus ortodoxos do nosso próprio dia ainda acredito, que simplesmente seu judaísmo assegura-lhes um lugar no reino de Deus. Os rabinos ensinavam que "todos os israelitas têm uma porção no mundo vindouro." Eles falaram dos "entregando méritos dos pais", que passaram no mérito espiritual para seus descendentes. Alguns até ensinou que Abraão estava de guarda às portas do inferno, ou o inferno, voltando-se qualquer israelita que aconteceu dessa forma. Eles alegaram que era mérito de Abraão que permitiu que navios judeus para navegar com segurança nos mares, que enviaram chuva em suas lavouras, que permitiram a Moisés para receber a lei e para entrar no céu, e que causou orações de Davi para ser ouvido.

Esse era o tipo de presunção João Batista repreendeu. Sem descendência de Abraão, não importa o quão geneticamente pura, poderia fazer uma certa pessoa com Deus. Jesus contradizia as reivindicações similares de outro grupo de fariseus, exceto em termos ainda mais fortes do que João. Depois que eles hipocritamente afirmou: "Nosso pai é Abraão," Jesus disse: "Se vocês são filhos de Abraão, fazeis as obras de Abraão. Mas como ela é, você está procurando matar-me, um homem que lhe disse a verdade , que ouvi de Deus; este Abraão não fez "(João 8:39-40). Nosso Senhor passou a dizer que suas ações provaram o seu pai era, na verdade, Satanás. Na história do homem rico e Lázaro de Jesus, ele é esquecido que o homem rico no inferno aborda Abraão como "Pai", e Abraão, falando do céu, chama o homem rico a sua "Criança". Mas o homem rico foi então contada por Abraão ", entre nós e vós há um grande abismo, de modo que aqueles que desejam vir daqui para você pode não ser capaz, e que ninguém pode passar daí para nós "(Lucas 16:25-26). Um filho de Abraão no inferno foi além de seu pensamento.

Os judeus geralmente considerados gentios a ser os ocupantes do inferno, espiritualmente sem vida e sem esperança, pedras mortas, tanto quanto um relacionamento correto com Deus está em causa. Pode ser que João jogado em que figura em declarar que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos a Abraão , ou seja, verdadeiros filhos de Abraão que vêm para o Senhor, como fez Abraão, pela fé. Quando o centurião romano pediu a Jesus para curar seu servo dizendo apenas a palavra, Jesus respondeu: "Em verdade eu vos digo, eu não encontrei tão grande fé com ninguém em Israel. E eu vos digo que muitos virão do oriente e oeste, e reclinar-se à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus, mas os filhos do reino [ie, israelitas] serão lançados nas trevas exteriores; naquele lugar ali haverá pranto e ranger de dentes "(Mateus 8:10-12.).

Na pregação de João, como em profetas do Antigo Testamento, o julgamento estava intimamente ligado com a salvação na vinda do Messias. Esses homens de Deus não viu nenhuma diferença entre Sua vinda para salvar e sua vinda para julgar. Isaías escreveu sobre a "disparar" que iria "primavera a partir do tronco de Jessé, e um ramo de suas raízes" que "decidir com justiça para os aflitos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio "(Is 11:1). Falando novamente do Messias, Isaías escreveu: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; ... para proclamar o ano favorável do Senhor, e o dia da vingança de nosso Deus "(Is 61:1-2; conforme Joel 3.). Em sua bênção do Menino Jesus no Templo, Simeão disse dele: "Eis que este é nomeado para queda e elevação de muitos em Israel" (Lc 2:34).

Israel experimentou uma antecipação do juízo de Deus na devastação de Jerusalém e da destruição do Templo em AD 70, apenas cerca de 40 anos depois de João Batista pregava. Cada incrédulo mesmo modo enfrenta um julgamento certo quando ele morre, e mesmo antes da morte de pessoas podem sofrer julgamentos foretaste de Deus por causa do pecado e rebelião. Como o livro de Provérbios nos (:;: 3-22; 3: 2 1 32-33 33-35; etc.) lembra repetidamente, Deus faz a certeza de que, em última instância, e até mesmo, em grande medida, nesta vida, a boa vontade colher bondade eo mal vai colher o mal (conforme Rom. 2: 5-11).

João aparentemente acreditava que o julgamento final de Deus era iminente. Porque o Messias tinha chegado, o machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo .

No final de cada época de colheita do fazendeiro iria passar por sua vinha ou pomar procurando plantas que tinha cargo nenhum bons frutos. Estes seriam cortadas para dar espaço para as videiras e árvores produtivas e para mantê-los de tomar nutrientes do solo que eram necessárias pelas boas plantas. A árvore estéril era uma árvore sem valor e inútil, só serve para ser cortada e lançada ao fogo . Jesus usou uma figura semelhante ao descrever falsos discípulos. "Se alguém não permanecer em mim, é lançado fora, como um ramo, e seca; e reuni-los, e lançá-los no fogo, e ardem" (Jo 15:6). Após Corá, seus homens, e suas casas foram engolidas pela terra e "desceram vivos ao Seol ... fogo também veio do Senhor e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso" (Num. 16:32 —33, Nu 16:35). Em seu papel como um justo juiz, Deus é frequentemente chamado de "um fogo consumidor" (Ex 24:17; Dt 4:24; 9:.. Dt 9:3; etc.). No último capítulo, no Antigo Testamento, Malaquias fala da vinda dia que vai ser "queimando como uma fornalha, e todo o arrogante e todo malfeitor será joio, e no dia que está chegando vai colocá-las em chamas" (Ml 4:1, Mt 5:29;. Mc 9:43, Mc 9:47; Lc 3:17; etc.).

João estava falando especificamente aos fariseus e saduceus que não se arrependem, mas sua mensagem de julgamento foi o de cada pessoa, de cada árvore ... que não produz bom fruto , que se recusa a voltar para Deus para o perdão e salvação e, portanto, não tem nenhuma evidência, nenhuma bons frutos , de arrependimento genuíno. A salvação não é verificada por meio de um ato passado, mas pelo presente fecundidade.

A Consolação

Quanto a mim, eu te batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, e eu não estou apto para remover suas sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. E sua pá ele tem na mão, e Ele irá limpar bem a sua eira; e Ele irá reunir seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.(3: 11-12)

Com a mensagem do juízo João também dá uma medida de esperança e consolação. Aqui ele fala especificamente do Messias, que tinha vindo a fim de que ninguém precisa enfrentar o julgamento de Deus.
Primeiro, João explica como o seu batismo, difere do que o Messias: . Eu vos batizo com água para arrependimento batismo de João refletiu um ritual que os judeus muitas vezes usado quando um gentio aceitou o Deus de Israel. A cerimônia foi a marca de uma pessoa de fora de se tornar uma parte do povo escolhido. No ministério de João marcou a profissão exterior para dentro de arrependimento , que preparou uma pessoa para a vinda do Rei. Como o apóstolo Paulo explicou muitos anos mais tarde, "João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus" (At 19:4). A humildade de João, uma marca de sua estatura espiritual, é evidente neste descrição do One ele anunciava e é consistente com a sua expressão em Jo 3:30 que "Convém que ele cresça e que eu diminua".

Entre as formas em que o Messias seria mais poderoso do que João estaria em Seu batismo com o Espírito Santo . O Espírito Santo foi prometido por Jesus aos seus discípulos como "outro Consolador, para que fique convosco para sempre; que é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conheceis porque ele habita convosco e estará em vós "(João 14:16-17). No dia de Pentecostes (Atos 2:1-4) e durante a formação inicial da igreja (Atos 8:5-17; 10: 44-48; 19: 1-7), o Espírito Santo prometido veio sobre os discípulos, batizando —los e estabelecê-los no corpo de Cristo. Embora sem esses sinais que frequentam dramáticas, cada crente, uma vez que o tempo é batizado na igreja e em Cristo com o Espírito de Deus. "Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres" (1Co 12:13).

A palavra de João sobre o Espírito Santo deve ter sido reconfortante e emocionante para os fiéis judeus entre seus ouvintes, aqueles que esperavam para o dia em que Deus iria "derramar [Suas] Espírito sobre toda a humanidade" (Jl 2:28), quando ele ia "aspergir água pura sobre [eles]", e "dar [a eles] um coração novo e porei um espírito novo dentro [eles]" (Ez. 36: 25-26). Naquele dia eles iriam finalmente ser batizado no próprio poder e pessoa do próprio Deus.

O terceiro batismo mencionado aqui é a de fogo . Muitos intérpretes levar isso para ser uma parte do batismo do Espírito Santo, que começou no dia de Pentecostes e que nesse caso foi acompanhado por "línguas de fogo" (At 2:3; At 11:16; conforme At 8:17; At 19:6). Essa cena é apresentada de forma dramática por nosso Senhor na parábola do joio (13 36:40-13:43'>Mat. 13 36:43) e a parábola da rede de arrasto (13 47:40-13:50'>Mat. 13 47:50).

Introdução de João para a pessoa e ministério do Messias preparou o povo para a chegada de seu rei.

7. A coroação do Rei (13 40:3-17'>Mateus 3:13-17)

Então Jesus chegou da Galiléia no Jordão vindo a João, para ser batizado por ele. Mas João tentava dissuadi-lo, dizendo: "Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?" Mas Jesus, respondendo, disse-lhe: "Deixa neste momento;. Para, desta forma, é nos convém cumprir toda a justiça" Em seguida, ele permitiu a ele. E depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água; e eis que os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele, e eis que uma voz dos céus, dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me bem satisfeito. " (3: 13-17)

Embora Mateus não usa os termos, vemos nesta passagem que poderia ser chamado o comissionamento divino, ou a coroação, do Rei. O escritor evangelho nos deu ascendência do Rei (1: 1-17), Sua chegada (1: 18-25), sua adoração (2: 1-12), a sua confirmação (2: 13-23), e seu anúncio (3: 1-12). Agora vemos Sua unção, Sua coroação.
Há algo impressionantemente majestoso sobre este grande evento que traz todos os eventos anteriores em foco. Aqui, pela primeira vez, o Senhor Jesus Cristo vem totalmente para o palco da história do Evangelho. Aqui é onde o seu ministério e trabalho verdadeiramente começar. Tudo antes disso, mesmo aqueles eventos que envolveram diretamente o jovem Jesus, foram introdutório e preparatório. Belém, Egito e Nazaré são tudo para trás. Deste dia em diante o Filho do Homem chamaria nenhum lugar Sua casa terrena (08:20), mas foi a deslocar-se cumprindo a Sua missão.

Depois de uma eternidade de glória no céu e cerca de trinta anos de obscuridade virtual em terra, o Rei-Messias se manifesta publicamente para o mundo para ver e conhecer. Como "a voz do que clama no deserto:" João Batista havia preparado fielmente o caminho para o Rei, assim como Isaías havia profetizado (3:. 3; Is 40:3) e que Jesus começou o seu ministério quando Ele "tinha cerca de trinta anos de idade" (Lc 3:23). Se João começou a pregar com a mesma idade, ele teria sido ministrando por cerca de seis meses, quando Jesus veio a ele para o batismo. Mas nós não temos nenhuma razão para acreditar que os dois começaram a ministrar na mesma idade. E apesar de sabermos quantos anos Jesus foi quando ele começou, nos é dado nenhum motivo para que Ele começou nessa idade.

Alguns estudiosos sugerem que a idade de 30 foi a era geralmente aceite para líderes religiosos judeus para começar seu ministério. De acordo com Nu 4:30, sacerdotes entraram no sacerdócio nessa idade. Mas essa disposição era temporária, porque um pouco mais tarde a idade foi reduzida para 25 (Nu 8:24), e mais tarde para 20 (1Cr 23:24) —onde continuou a ser através do reinado de Ezequias (2 Chron . 31:
17) e até mesmo através do Cativeiro (Ed 3:8) Jesus não era para ter, uma unção segredo privado como Davi primeira fez (1Sm 16:13;. Conforme 2 Sam . 2: 4).

Chegou é de paraginomai , que, como vimos em relação ao magi (2:
1) e João Batista ("veio", 3: 1), foi muitas vezes utilizado para indicar uma chegada oficial ou aparição pública. Aprendemos com Mc 1:9; Jo 1:29), que Jesus veio sozinho. Nenhum membro da família ou amigos acompanhado Ele, e Ele tinha ainda nenhum chamado discípulos.

Nós não sabemos exatamente onde a Jordan River João foi então batizando, embora pareça provável era em direção ao extremo sul, e, portanto, perto de Jericó e ao Mar Morto. João nos diz que ele estava perto "Betânia, além do Jordão" (Jo 1:28), mas a localização exacta de que cidade é incerto.

Nós sabemos de saudação de João a Jesus que O reconheceram de imediato, mas não temos idéia de quão bem eles se conheciam neste momento. Eles eram primos, e antes de seus nascimentos Maria ficou com Isabel por três meses, na região montanhosa de Judá, onde as duas mulheres compartilhada com o outro suas maravilhosas bênçãos (Lucas 1:39-56). Elisabete sabia antes do nascimento de Jesus, que o filho de Maria seria o Messias, porque ela se dirigiu a Maria como "a mãe do meu Senhor" (Lc 1:43). Certamente Elisabete costumava ter compartilhado essa notícia maravilhosa com seu filho João, aquele a quem o anjo havia dito seu marido seria "o precursor adiante dele no espírito e poder de Elias" (Lc 1:17;. Conforme v
66) . Ambos os meninos cresceram fisicamente e espiritualmente (Lc 1:80; Lc 2:40), mas eles o fizeram separAdãoente Jesus em Nazaré e João no deserto. Pode ser, por conseguinte, que tinham pouco, se algum, conhecido em primeira mão em curso com um outro.

Jesus veio a João especificamente para ser batizado por ele , como indicado pelo infinitivo passiva aoristo ( baptisthēnai ), que enfatiza a propósito. Mas a idéia de ser de Jesus batizado por ele era impensável para João. Ele não só sabia identidade humana de Jesus, mas sua identidade divina. O apóstolo João nos diz que João Batista "viu Jesus, que vinha para ele, e disse:" Eis o Cordeiro de Deus ! "(Jo 1:29). João sabia que esse era o próprio ungido Messias de Deus, venha a cumprir o propósito redentor de Deus. A primeira reação de João Batista ao pedido de Jesus para o batismo era eu é que preciso ser batizado por ti .

Não é difícil entender a preocupação de João. Seu batismo foi para a confissão e arrependimento dos pecados (3: 2, 6, 11), da qual ele próprio tinha necessidade; mas Jesus não tinha pecados a confessar ou ser perdoado de. O batismo de João era para aqueles que se converteram do seu pecado e, assim, tornou-se apto para a chegada do grande Rei. Por que, então, seria o pecado próprio Rei quero ser batizado?
Um antigo livro apócrifo chamado de O Evangelho Segundo o Hebreus sugere que Jesus pediu para o batismo, porque sua mãe e irmãos queria que Ele: "Eis que a mãe do Senhor e de Seus irmãos disseram-lhe:" João Batista batizando para a remissão de pecados, vamos ir e ser batizado por ele. " Mas Ele disse-lhes: "Que pecado eu cometi que eu deveria ir e ser batizado por ele, a não ser por acaso esta mesma coisa que eu disse na ignorância? '" O escritor desse evangelho espúrio viu o problema, mas sua solução foi puramente especulativo e é incongruente com o resto do Novo Testamento.

Para outros nos primeiros séculos, a vinda de Jesus para o batismo parecia não representam um problema de todos. Aqueles que foram fortemente influenciadas pela filosofia gnóstica acredita que, até o Seu batismo de Jesus foi apenas um homem comum, pecador como qualquer outro homem. Em seu batismo era dotado de divindade pelos divinos logos (palavra), o "Cristo espírito". Seu batismo foi, portanto, necessário purificá-lo e torná-lo adequado para receber o dom divino. Como o resto dos pontos de vista gnósticos, essa ideia não se enquadra com as Escrituras. Jesus foi nascido o Filho de Deus (Lc 1:32, Lc 1:35) e foi chamado de "'Emanuel', que traduzido significa" Deus conosco ", mesmo antes de seu nascimento (Mt 1:23).

Foi por causa de João Batista estava plenamente consciente da divindade e impecabilidade de Jesus que ele tentava dissuadi-lo . O verbo grego está no pretérito imperfeito ( diekōluen ) e sugere um esforço contínuo da João— ", ele continuou a tentar dissuadi-lo." O verbo é também um composto, cujo prefixo preposicional ( dia ) intensifica. Os pronomes na declaração de João são todos enfático depor, de sua perplexidade.

João resistiu batizando Jesus exatamente pela razão oposta, que resistiu batizando os fariseus e saduceus. Eles estavam em grande necessidade de arrependimento, mas não estavam dispostos a pedir para ele e deu nenhuma prova de tê-lo. Portanto, João se recusou a batizá-los, chamando-os de "raça de víboras" (3: 7). Jesus, pelo contrário, veio para o batismo, embora sozinho de toda a humanidade Ele não tinha necessidade de arrependimento. João se recusou a batizar os fariseus e saduceus, porque eles eram totalmente indigno dela. Agora, ele era quase igualmente relutantes em batizar Jesus, porque Ele era muito digno para ele.

João sabia que o seu batismo de arrependimento do pecado era totalmente inadequado para Jesus. João reconheceu Jesus como o Cristo, "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!" (Jo 1:29). Por que aquele que tira o pecado submeter-se a uma cerimônia que representa confissão e arrependimento do pecado?

A tentativa de João para impedir Jesus de ser batizado é, portanto, um testemunho a impecabilidade de Jesus. Este profeta, de quem o próprio Senhor disse que tinha "não surgiu ninguém maior" (Mt 11:11), sabia que ele mesmo não tinha pecado. Eu tenho necessidade de ser batizado por ti , disse Jesus, e tu vens para mim? "Eu sou apenas um profeta de Deus," João era dizer ", e eu sou pecador como todos a quem eu batizar. Mas Tu és o Filho de Deus e sem pecado. Você não é um pecador. Por que, então, não é pergunte-me para batizar você? " Entre muitos que Deus lhes deu visões de João em que Jesus era, o que era, e que Ele tinha vindo a fazer, era o seu conhecimento de que aquele que agora estava diante dele estava sem pecado. De uma forma menos direta, mas ainda definido, João declarado com o escritor de Hebreus que Jesus, embora "tentado em todas as coisas como nós somos, [é] mas sem pecado" (He 4:15). Assim, mesmo em sua relutância para batizar Cristo, João estava cumprindo o papel de um arauto e do ofício de profeta, proclamando a perfeição do Salvador.

Por que Jesus, que foi ainda mais consciente de sua própria impecabilidade do que João era, querem submeter-se a um ato que testemunhou a confissão e arrependimento do pecado? Alguns intérpretes sugerem que Ele pretendia Seu batismo para ser uma espécie de rito de iniciação para o Seu sumo sacerdócio, refletindo a cerimônia, que preparou os sacerdotes do Antigo Testamento para o seu ministério.Outros sugerem que Jesus quis identificar-se com os gentios, que foram iniciadas em judaísmo como prosélitos por ato do batismo. Outros, ainda, tomar o batismo de Jesus para ser seu reconhecimento e aprovação da autoridade de João, seu credenciamento de João como um verdadeiro profeta de Deus eo verdadeiro precursor do seu próprio ministério. A quarta visão é que o Senhor pretendia ser batizados vicariamente pelos pecados da humanidade, tornando Seu batismo, junto com sua morte expiatória na cruz, uma parte de Sua-bearing pecado, obra redentora.

Mas nenhum desses pontos de vista é apoiado pela Bíblia, e nenhum se encaixa no contexto da presente passagem. O próprio Jesus explica a João, seu motivo para querer ser batizado. Em suas primeiras palavras registradas desde a idade de doze anos, quando disse a seus pais: "Você não sabia que eu tinha que estar na casa de meu Pai?" (Lc 2:49), Jesus disse: Deixa neste momento; para, desta forma, é nos convém cumprir toda a justiça. Essas são palavras de dignidade real e humildade.

Jesus não negou que Ele era espiritualmente superior a João ou que Ele era sem pecado. Deixa neste momento era uma expressão idiomática que significa que o ato de Seu batismo, embora não aparentemente adequado, era realmente apropriado para este momento especial. Jesus entendeu a relutância de João e sabia que ela veio de profundo compromisso espiritual e sinceridade. Ele deu permissão para João para fazer o que, sem instrução divina, ele nunca teria sido capaz de fazer. Ele assegurou ao profeta que , desta forma, é apropriado , e passou a explicar a João que o Seu batismo foi importante para ambos os ministérios, para que possamos cumprir toda a justiça . Para o plano de Deus para ser perfeitamente cumprido, era necessário que Jesus para ser batizado e, para ser batizado por João especificamente.

Parece que uma das razões Jesus apresentou ao batismo era dar um exemplo de obediência aos Seus seguidores. Como o Rei dos reis Jesus reconheceu que Ele não tinha nenhuma obrigação final a pagar impostos a um governo humano. Quando Pedro em uma ocasião perguntado sobre o assunto, Jesus respondeu: "O que você acha, Simon? De quem cobram os reis da terra, recolher costumes ou pagamento do imposto, a partir de seus filhos ou dos estranhos? ' E sobre a sua palavra, 'From estranhos, "Jesus disse-lhe:" Por conseguinte, os filhos estão isentos. Mas, para que não dar-lhes ofensa, ... dar-lhe [a moeda stater] a eles para você e para mim "(Mat. 17 : 25-27). Como a Escritura deixa claro, em muitos lugares, é apropriado e adequado para os crentes, mesmo que eles são filhos de Deus, para honrar e pagar impostos para os governos humanos (ver 13 1:45-13:7'>Rom. 13 1:7; Tt 3:1). Em todos os casos, Jesus modelou obediência. Em seu batismo, ele reconheceu que a norma da justiça de João era válida e em ação afirmou que como a vontade de Deus para que os homens que devem ser submetidos.

Jesus veio ao mundo para identificar com os homens; e identificar-se com os homens é se identificar com o pecado. Ele não podia comprar a justiça para a humanidade se Ele não se identificava com o pecado da humanidade. Centenas de anos antes da vinda de Cristo, Isaías havia declarado que o Messias "foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu" (Is 53:12).. O batismo de Jesus também representou a identificação da vontade do Filho de Deus sem pecado com os pecadores que Ele veio salvar.

Esse foi o primeiro ato de seu ministério, o primeiro passo no plano redentor que Ele veio para cumprir. Ele que não tinha pecado tomou seu lugar entre aqueles que não tinham justiça. Ele, que era sem pecado submetidos a um batismo para os pecadores. Neste ato, o Salvador do mundo tomou seu lugar entre os pecadores do mundo. O amigo sem pecado dos pecadores foi enviado pelo Pai "em semelhança da carne do pecado e como oferta pelo pecado, condenou o pecado na carne" (Rm 8:3;. conforme Is 53:11.). Não havia outra maneira para cumprir toda a justiça .

O batismo de Jesus não só era um símbolo de sua identidade com os pecadores, mas foi também um símbolo de Sua morte e ressurreição, e, portanto, uma prefiguração do batismo cristão. Jesus fez apenas duas outras referências ao batismo pessoal, e cada um relacionado com a sua morte. Pouco antes de sua última viagem a Jerusalém Ele disse aos discípulos: "Eu tenho um batismo de sofrer, e como me angustio até que seja cumprida!" (Lc 12:50). Na outra ocasião Ele estava respondendo ao pedido de Tiago e João que sejam dadas as primeiras posições em seu reino celestial. "Você não sabe o que você está pedindo. Você é capaz de beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?" (Mc 10:38). Identificação supremo de Jesus com os pecadores era a Sua tomar seus pecados sobre si mesmo, o que ele fez no Calvário.

Embora João, depois de ter sido dada uma breve explicação tal, não poderia ter compreendido o sentido pleno do batismo de Jesus, ele aceitou palavra de seu Senhor e obedeceu. Então, Ele lhe permitido.

A unção do Espírito

E depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água; e eis que os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele, (3:16)

O batismo de João, e que os discípulos de Jesus durante Seu ministério terreno (João 4:1-2), a limpeza representado, ou de lavar roupa, do pecado. O batismo cristão representa a identificação do crente com a morte e ressurreição de Cristo (Rm 6:4.). Em ambos os casos, o significado do ato é perdida se não envolver a imersão. Aspersão ou derramamento não se encaixa ou o simbolismo de purificação ou de morrer e que está sendo levantada.

O próprio (palavra grega baptizo ) significa, literalmente, mergulhar um objeto na água ou outro líquido, para não ter o líquido colocado no objeto. Se todas as formas dessa palavra nas Escrituras havia sido traduzido (como "imerso") em vez de ser simplesmente transliterado (como "batizado") — o primeiro em latim e depois em Línguas Modernas-a confusão que vemos agora em relação ao modo de batismo faria nunca ter surgido. Em relação a outras coisas, a mesma palavra é traduzida, como vemos em Lc 16:24, onde o homem rico no Hades pede que Lázaro pode "mergulhar [de baptizo ] a ponta do seu dedo na água e refresque a minha língua ", e Jo 13:26, onde Jesus "mergulhado [também de baptizo ] o bocado. " Como pode ser determinado a partir de qualquer léxico grego, a palavra original nunca teve um significado diferente de imersão ou submersão, e nenhum outro termo é usado para batizar.

A igreja cristã não conheceu forma de batismo, mas a imersão até a Idade Média, quando a prática de aspersão ou derramamento foi introduzida pela igreja católica romana, que se tinha anteriormente sempre batizado por imersão. O grande teólogo católico Tomás de Aquino (1225-1
274) disse: "Na imersão a fixação diante do enterro de Cristo é mais claramente expressa, em que esta forma de batismo é mais louvável." A Igreja Católica não reconhece outros modos até que o Conselho de Ravenna, realizado na França, em 1311. Foi a partir da igreja católica que igrejas luteranas e reformadas herdou a forma de aspersão ou derramamento. A Igreja da Inglaterra não começou a prática da aspersão até 1645. A igreja Ortodoxa Oriental nunca permitiu qualquer modo, mas a imersão.
Que Jesus subiu logo da água indica que ele tinha sido todo o caminho para a água. João batizava no rio Jordão (3: 6), e seu costume de batizar onde "havia muita água" (Jo 3:23), o que teria sido inútil se fosse usada apenas polvilhar (conforme Atos 8:38— 39).

No momento em que Jesus veio para fora do rio, eis que os céus se abriram . Quando Ezequiel viu os céus se abriram e tive a visão de Deus, ele viu coisas como os quatro seres viventes, o carro e as rodas (Ez 1:1/01). Pouco antes de morrer, Estevão viu "os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus" (At 7:56), e João, o apóstolo teve várias visões celestiais (Ap 4:1 ; Ap 19:11). A experiência de Paulo de ser "arrebatado ao terceiro céu" foi tão maravilhoso e incrível como ser "inefável" (2 Cor. 12: 2-4).

Como disse um comentarista sugere: "Assim como o véu do templo se rasgou em dois para simbolizar o acesso perfeito de todos os homens a Deus, por isso aqui os céus são fender para mostrar como perto de Deus é Jesus, e Jesus é Deus. "
Quando os céus se abriram antes de João Batista, ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele , assim como o Senhor tinha prometido (Jo 1:33). O sinal de confirmação era a de uma pomba, o único caso em que o Espírito Santo foi sempre assim representados. Para a mente judaica daqueles dias a pomba foi associado com sacrifício. Bullocks foram sacrificados pelos ricos e cordeiros pela classe média, mas a maioria das pessoas eram pobres e só poderia pagar uma pomba.

Por que o Espírito Santo veio sobre Jesus? Quando ele se tornou um homem, Jesus não perdeu a Sua divindade. Ele ainda era totalmente Deus em todos os sentidos. Em sua divindade Ele precisava de nada.Mas em Sua humanidade Ele estava aqui ser ungido para o serviço e concedida força para o ministério. O Espírito ungiu para o Seu serviço real, como Isaías havia predito: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me a curar os quebrantados do coração, a proclamar a libertação aos cativos ea liberdade aos prisioneiros "(Is 61:1), que lhe deu o poder de expulsar os demônios (Mt 12:28), para fazer sinais e maravilhas (At 2:22 ), e para pregar (conforme At 10:38). Como todo ser humano, Jesus tornou-se cansado e com fome e com sono. Sua humanidade precisava de reforço, e que a força necessária foi dada pelo Espírito Santo (conforme Mt 4:1.).

Unção de Jesus com o Espírito Santo era única. Foi dada a capacitá-lo em Sua humanidade, mas também foi dado como um visível, confirmando sinal a João Batista e para toda a gente ver. Jesus era de fato o Messias, o grande Rei cuja vinda do Senhor havia chamado João para anunciar e preparar os homens para.

Confirmação do pai

e eis que uma voz dos céus, dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." (3:17)

Toda a Trindade participou no batismo de Jesus. O Filho tinha confirmado sua própria realeza, dizendo: "Ele está nos convém cumprir toda a justiça" (v. 15), e do Espírito havia confirmado seu direito de messiahship descansando sobre ele (v. 16). O aspecto final da coroação, ou comissionamento de Jesus, era a palavra confirmando do Pai. Para um sacrifício para ser aceitável a Deus deve ser puro e imaculado, sem defeito (Ex 12:1; Lv 1:3). Assim, Deus poderia dizer que ele estava bem satisfeito com a perfeição de Jesus Cristo (conforme Mt 17:5, onde Deus repete este elogio superlativo).

Amados ( agapetos ) denota um relacionamento profundo, rico e profundo. Ele é usado aqui do grande amor do Pai por Seu Filho , mas ele também é usado em outros lugares do Seu amor por crentes (Rm 1:7). . Jesus é o Pai do amado acima de tudo aqueles que Ele ama, o amado para além de quem nenhum outro poderia ser amado (conforme Ef 1:6;. Rm 5:17, Rm 5:21; Gl 2:20;. Gl 3:27; Ef . 1: 3-6; etc.).

O fato de que Jesus Cristo é o Filho de Deus é central para o evangelho. Em nenhuma passagem é que tornou mais claro do que em Hebreus 1:1-8:

Deus, depois de Ele falou há muito tempo para os pais, pelos profetas em muitas vezes e de muitas maneiras, nestes últimos dias falou-nos no seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. E Ele é o resplendor da glória ea expressão exata de sua natureza, e sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. Quando Ele tinha feito a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade nas alturas; tendo-se tornado como muito melhor do que os anjos, quanto Ele herdou mais excelente nome do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: "Tu és meu Filho, hoje te gerei"? E mais uma vez: "Eu vou ser um pai para ele, e ele será um filho para mim"? E quando Ele mais uma vez traz o Primogênito no mundo, Ele diz: "E todos os anjos de Deus o adorem." E dos anjos, diz: "Quem faz seus anjos ventos, e de seus ministros labaredas de fogo." Mas do Filho diz: "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre, e o cetro justo é o cetro do seu reino."

Jesus Cristo é a expressão mais plena de Deus, superior ao e exaltado acima de tudo e de todos. Ele é o princípio de todas as coisas, o Criador; no meio de todas as coisas, o Mantenedor e purificador; eo fim de todas as coisas, Heir (ver também Rm 11:36;. Cl 1:16).

O Filho é a manifestação de Deus, o resplendor da glória pessoal de Deus, à imagem de Deus (2Co 4:4; Cl 2:9; João 5:17-18.; 10: 29-33; 14: 6-11; 17: 1-5; Rm 15:6 resume-o, exigindo "que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai." Ninguém pode adorar a Deus a não ser que ele adora-Lo como o Deus que é uno com o Rei Jesus: "o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo."


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Mateus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17

Mateus 3

Os anos intermediários

O aparecimento de João Batista — Mat. 3:1-6 A mensagem de João: A ameaça — Mat. 3:7-12

A mensagem de João: A promessa — Mat. 3:7-12 (cont.)

A mensagem de João: A promessa e a ameaça — Mat. 3:7-12 (cont.) A mensagem de João: A demanda — Mat. 3:7-12 (cont.)

A mensagem de João: A demanda — Mat. 3:7-12 (cont.
2) 13 40:3-17'>Jesus e seu batismo — 13 40:3-17'>Mat. 3:13-17

O tempo de prova

OS ANOS INTERMEDIÁRIOS

Antes de passar ao terceiro capítulo do Mateus, há um assunto que

nos convém examinar. O segundo capítulo do Mateus conclui quando Jesus é ainda um menino. O terceiro capítulo se abre quando Jesus já é um homem de trinta anos (conforme Lc 3:23). Quer dizer, entre os dois capítulos há um parêntese de trinta anos silenciosos. A que se deve isto? O que ocorreu durante esses trinta anos? Jesus veio para ser o Salvador do mundo e durante trinta anos nunca viajou muito mais longe que as últimas casas do povo em que vivia, na Palestina, exceto para a Páscoa, quando seus pais o levavam a Jerusalém. Morreu quando tinha trinta e três anos, e desses trinta e três anos trinta os passou ignorado em Nazaré. Para dizer o de outra maneira, dez onzeavos da vida de Jesus transcorreram no Nazaré. O que ocorreu durante esse tempo?

  1. Jesus cresceu, até chegar a sua idade adulta, em um bom lar; não pode haver melhor começo para uma vida útil. J. S. Blackie, o famoso

mestre de Edimburgo, disse em certa oportunidade, publicamente: "Quero dar graças a Deus pelas boas ações, por assim dizer, que herdei de meus pais para me iniciar no negócio da vida." George Herbert disse

em certa oportunidade: "Uma boa mãe vale como cem bons professores."

De maneira que Jesus passou esses anos silenciosos, mas modeladores, no círculo de um lar modelo.

  1. Jesus cumpria os deveres de um primogênito. É muito provável que José tenha morrido antes que seus filhos crescessem. Possivelmente

tenha sido bem mais velho que Maria quando se casaram. Na história da festa de bodas em Caná da Galiléia José não é mencionado, embora Maria estivesse presente. É razoável pensar que José tinha morrido. De modo que Jesus deve haver-se convertido no carpinteiro do povo, em

Nazaré, para sustentar a sua mãe e a seus irmãos mais novos. O mundo o estava chamando, e entretanto, acima de tudo cumpriu suas obrigações para com sua mãe, seus irmãos e seu lar. Quando morreu a mãe do Sir

James Barrie este escreveu: "Olho ao passado, e não posso ver nem o menor cabo que tenha ficado sem atar." Esta é uma razão de profunda felicidade. O mundo está construído sobre a contribuição daqueles que

aceitam sem vacilação nem egoísmo os deveres mais singelos.

Um dos mais destacados exemplos desta atitude é o grande investigador médico Sir James Simpson, descobridor do clorofórmio.

Provinha de um lar humilde. Um dia sua mãe o sentou sobre seus joelhos e se pôs a remendar suas meias. Quando terminou, contemplou a tarefa que acabava de realizar com mão perita e disse: "Meu Jaime, quando sua

mãe morrer, nunca esqueça de que ela era uma grande costureira." Jaime era o gênio da família, e todos sabiam. Esperavam grandes coisas dele. Seu irmão Sandy disse: "Eu sentia que algum dia ele chegaria a ser um grande homem." Por esse pressentimento, sem ciúmes e de boa

disposição, seus irmãos trabalharam em uma padaria e em outros empregos para que Jaime pudesse ir à universidade e ter uma oportunidade de destacar-se. Não teria chegado a haver um Sir James

Simpson se não fosse por essa família disposta a cumprir com amor as tarefas mais cotidianas, para que o irmão brilhante pudesse pôr a serviço do mundo sua capacidade incomum. Jesus é o grande exemplo de todos

os que aceitam cumprir com devoção as tarefas mais singelas do lar.

  1. Jesus estava aprendendo o que significa ser operário. Estava aprendendo a ganhar a vida, a economizar para comprar roupa e mantimentos, e às vezes, possivelmente, poder pagar para si algum prazer incomum; estava aprendendo a atender uma clientela nem sempre fácil de satisfazer e nem sempre pontual no pagamento de suas dívidas. Se Jesus algum dia quisesse ajudar aos homens, devia conhecer como era a vida dos homens. Não veio para viver uma existência protegida e fácil: veio para viver como qualquer homem comum. Devia fazê-lo, para poder chegar alguma vez a compreender o homem comum.

Há uma famosa anedota sobre Maria Antonieta, a rainha da França, na época em que se preparava na França o que seria a tormenta da

Revolução. O povo morria de fome e constantemente se produziam rebeliões. A rainha perguntou qual era a causa de todos os problemas e lhe disseram que não tinham pão. "Se não tiverem pão", respondeu

Maria Antonieta, "que comam bolos." A idéia de uma vida sem abundância não entrava em seu panorama. Não podia compreender.

Jesus trabalhou em Nazaré durante todos seus anos de silêncio para

saber como era a vida, e assim, compreendendo, poder ajudar.

  1. Jesus estava cumprindo fielmente as suas responsabilidades menores antes de receber a sua grande responsabilidade. Podemos

imaginar que se não tivesse completado suas responsabilidades menores provavelmente nunca lhe seria confiado a responsabilidade maior de ser Salvador do mundo. Foi fiel no pouco para poder receber o muito. Nunca se deve esquecer que no cumprimento cotidiano de nossas tarefas mais

singelas é como construímos uma vida de grandeza ou arruinamos nossas possibilidades, como ganhamos ou perdemos a coroa.

O APARECIMENTO DE JOÃO BATISTA

Mateus 3:1-6

O aparecimento de João foi como o ressoar repentino da voz de

Deus. Naquela época os judeus eram dolorosamente conscientes de que

os profetas já não falavam. Dizia-se que durante quatrocentos anos não tinha havido profeta algum. Ao longo de vários séculos a voz da profecia se manteve calada. Tal como eles mesmos diziam: "Não havia voz, nem quem respondesse." Mas em João voltou a fazer-se ouvir a voz profética.

Quais eram as características de João e sua mensagem?

  1. Denunciava intrepidamente o mal em qualquer lugar que o encontrasse. Se o rei Herodes pecava, contraindo um casamento ilegal e pecaminoso, João o reprovava. Se os saduceus e os fariseus, dirigentes

da ortodoxia religiosa daquela época, estavam afundados em um formalismo ritualista, João não duvidava em dizer-lhe diretamente. Se as pessoas comuns viviam afastados de Deus, João o jogava na cara. Em

qualquer lugar que João visse o mal no Estado, na 1greja, na multidão intrepidamente, ele o denunciava. Era como uma luz acesa em algum lugar escuro: era como um vento de Deus que varria todo o país.

Conta-se de um famoso jornalista que, apesar de ser famoso, nunca cumpriu a fundo os deveres de sua profissão, diz-se que provavelmente nada conseguia perturbá-lo. Ainda há lugar, na mensagem cristã, para a

advertência e a denúncia. "A verdade", disse Diógenes, "é como a luz nos olhos irritados." E acrescenta: "Quem nunca ofendeu a ninguém jamais fez bem a ninguém." Possivelmente tenha havido momentos em

que a Igreja foi muito cuidadosa e procurou não ofender. Há ocasiões em que já não há lugar para a suave amabilidade e chega o momento da acerba recriminação.

  1. Convocava os homens à justiça, e o fazia com um profundo

sentimento de urgência. A mensagem do João não era uma mera denúncia negativa. Era uma apresentação positiva das exigências morais de Deus. Não somente denunciava a conduta dos homens, pelo que tinham feito, mas sim os convocava a fazer o que deviam fazer. Não somente os condenava pelo que eram, mas sim os desafiava a ser o que deviam ser. Era como uma voz que chamava os homens às coisas mais elevadas. Não se limitava à condenação do mal, mas sim punha diante dos homens o bem. É possível que a Igreja tenha passado por momentos

nos quais ficou preocupada principalmente em dizer aos homens quais eram as coisas que não deviam fazer, descuidando sua missão de colocar ante eles os mais altos ideais cristãos.

  1. João vinha de Deus. Sua procedência era o deserto. Achegou-se aos homens só depois de ter passado anos de preparação sob a orientação

de Deus. Tal como disse Alexander Maclaren: "João saltou na arena, por assim dizer, plenamente desenvolvido e com a armadura completa." Veio com uma mensagem de parte de Deus e não com uma opinião

pessoal dela. Antes de falar com os homens tinha passado muito tempo em companhia de Deus. O pregador, o docente que fala com voz profética, sempre é aquele que vem à presença dos homens, vindo da

presença de Deus.

  1. João apontava para além de si mesmo. Não somente era uma luz que iluminava o mal, uma voz que reprovava o pecado, mas além disso,

um sinal indicador do caminho para Deus. Não desejava que os homens se fixassem nele, seu objetivo era prepará-los para Aquele que havia de vir. Uma das crenças judias da época era que Elias voltaria antes da

vinda do Messias, e que seria o arauto do Rei que viria. "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR" (Ml 4:5). João usava um vestido de pele de camelo e

se cingia com um cinturão de couro. Este traje reproduz exatamente o que se descreve como a roupa de Elias em 2Rs 1:8. Mateus o relaciona com uma profecia de Isaías (Is 40:3).

Na antiguidade, no oriente, os caminhos eram muito ruins. Há um

antigo provérbio que diz: "Há três estados miseráveis: estar doente, passar fome e viajar." Antes que um viajante empreendesse seu caminho recebia a recomendação de "pagar todas suas dívidas, fazer provisão para os que dependiam dele, oferecer presentes a seus amigos e parentes no momento da partida, devolver tudo o que tivesse recebido em custódia, levar consigo dinheiro e a melhor disposição para viajar e despedir-se de todos". Os caminhos mais freqüentados não eram mais que rastros. Não eram caminhos consolidados, porque a terra na Palestina é dura o

suficiente para suportar o trânsito de burros e mulas, bois e carretas. Qualquer viagem por um daqueles caminhos era uma aventura e certamente uma circunstância que na medida do possível devia evitar-se. Havia uns poucos caminhos pavimentados, feitos pelo homem. Josefo, por exemplo, diz-nos que Salomão mandou construir uma vereda de basalto preto em todos os caminhos que levavam a Jerusalém, para que a viagem fosse menos penosa aos peregrinos, e "para manifestar a grandeza de suas riquezas e governo".

Todos estes caminhos pavimentados, feitos pelo homem, eram construídos por ordem do rei e para uso do rei, e por isso eram chamados de "caminhos reais". A reparação só era feita quando o rei precisava fazer uma viagem por eles. Antes que chegar, o rei enviava uma mensagem aos habitantes para que preparassem o caminho para o rei.

João estava preparando o caminho para o rei. O pregador e o docente de voz profética não se destaca a si mesmo, mas a Deus. Seu

objetivo não é fazer com que seus semelhantes se dêem conta de quão inteligente ele é, mas sim percebam a majestade de Deus. O verdadeiro

pregador é o que fica obliterado pela mensagem.

Os homens reconheceram João como um profeta, embora durante muitos anos não se escutou voz profética alguma, porque era uma luz

que iluminava as trevas dos homens e punha de manifesto suas más ações, uma voz que convocava os homens à justiça, um sinal que dirigia a atenção dos homens para Deus, e porque descansava sobre ele essa autoridade incontestável que possuem aqueles que vêm falar aos homens

vindos da presença de Deus.

A MENSAGEM DE JOÃO: A AMEAÇA

Mateus 3:7-12

Na mensagem de João há, ao mesmo tempo, uma ameaça e uma promessa. Toda esta passagem está cheia de imagens muito vívidas.

João chama os fariseus e saduceus "geração de víboras", e lhes pergunta quem os aconselhou a fugirem da ira vindoura. Aqui entram em jogo uma de duas imagens. João conhecia o deserto. Em alguns lugares, no deserto, há matas muito secas de pasto, e arbustos espinhosos miúdos, quebradiços pela falta de umidade. Às vezes se produzem incêndios. Quando isto ocorre o fogo arrasa o pasto e os arbustos como um rio de fogo, porque estão tão secos como isca. Sobre o fronte do incêndio fogem os escorpiões, as serpentes e todas as outras animálias que encontravam refúgio no monte. São expulsos de suas tocas pelas chamas, e escapam para salvar suas vidas. Mas possivelmente haja outra imagem. Em todo campo semeado há uma boa quantidade de pequenos animais: ratos de campo, coelhos, lebres, galináceos. Quando se faz a colheita toda esta fauna deve fugir, porque seus ninhos e covas ficam a descoberto e não têm onde refugiar-se. João concebe sua tarefa nos termos destas imagens. Se os fariseus e os saduceus vêm para receber o batismo, são como as animálias que fogem para salvar sua vida quando se produz um incêndio no monte ou aparece o segador com sua foice.

E os adverte que não adiantará nada protestarem sua ascendência abraâmica. Para o judeu ortodoxo esta era uma afirmação incrível. Para ele Abraão era único. Tão único era no favor que tinha merecido de Deus por sua bondade, que seus méritos não somente bastavam para estabelecer sua própria justiça, mas também a de todos os seus descendentes. Tinha estabelecido um "tesouro de méritos" que as necessidades de todos seus descendentes não poderiam esgotar. De maneira que os judeus acreditavam que, pelo fato de ser judeus, e não por nenhum mérito próprio que tivessem podido acumular, tinham a bem-aventurança eterna assegurada. Diziam que "todos os israelitas têm porte no mundo vindouro". E falavam dos "méritos libertadores dos pais". Acreditavam que Abraão estava sentado à porta do Geena (Inferno) para evitar a entrada de qualquer judeu que tivesse sido consignado a ele e seus terrores. Acreditavam que graças aos méritos de Abraão os navios israelitas navegavam pelos mares sem sofrer percalços:

que graças aos méritos de Abraão a chuva descia para fecundar a terra; que pelos méritos de Abraão Moisés pôde entrar no céu e receber a Lei; que pelos méritos de Abraão Davi foi escutado. Serviam até para justificar os maus. "Se seus filhos", diziam a respeito de Abraão, "tivessem sido corpos sem vida, sem veias nem ossos, seus méritos os teriam beneficiado". É esta crença que João critica. Possivelmente os judeus a levaram a um extremo que não tem paralelos na história, mas sempre existe o perigo de pretender viver graças aos méritos espirituais do passado. Uma era decadente não pode pretender justificar-se em nome de um passado heróico. Um filho pecador não pode aspirar à salvação em nome da santidade de seu pai.

E então, João retorna mais uma vez à imagem da colheita. Ao terminar a temporada aquele que cuidava da vinha examinava todas as plantas, e separando as que não tinham dado fruto, arrancava-as do chão, porque somente serviam para ocupar lugar. A inutilidade sempre conduz ao desastre. O ser humano que não é útil nem para Deus nem para seus semelhantes constitui um sério perigo e está condenado.

A MENSAGEM DE JOÃO: A PROMESSA

Mateus 3:7-12 (continuação)

Mas depois da ameaça, na mensagem de João, vinha a promessa que também incluía uma ameaça. Como dissemos, João apontava para além de si mesmo, Àquele que havia de vir. Naquele momento

desfrutava de uma grande reputação e sua influência era enorme. Entretanto, dizia que não era digno sequer de desatar as sandálias dAquele que havia de vir – um dever de escravo. A atitude de João era

negar-se a si mesmo e não atribuir-se importância. Sua única importância, tal como ele a entendia, era servir de indicador que anunciava a vinda dAquele que havia de vir.

Disse que Aquele que havia de vir os batizaria com o Espírito e

com fogo.

Ao longo de toda sua história os judeus tinham esperado a vinda do Espírito de Deus. Ezequiel escutou pela boca de Deus as seguintes palavras: "Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. "Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Ezequiel 36:26-27). "Porei em vós o meu Espírito, e vivereis" (Ez 37:14). "Já não esconderei deles o rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o SENHOR Deus" (Ez 39:29). "Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção" (Is 44:3). "E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne" (Jl 2:28).

Qual, então, é o dom e a obra deste Espírito de Deus? Ao procurar dar resposta a esta pergunta devemos lembrar que corresponde fazê-lo

em termos hebraicos. João era judeu, e estava falando com judeus. Não pensa nem fala em termos da doutrina cristã do Espírito Santo, mas sim de acordo com a doutrina judaica do Espírito.

  1. A palavra hebréia que significa espírito é ruach, e esta, como pneuma, em grego, não significa somente espírito. Também significa alento. O alento é a vida, e portanto a promessa do Espírito é uma

promessa de vida. O Espírito de Deus insufla a vida dEle no homem. Quando o Espírito de Deus entra em alguém, desaparecem a fadiga e a derrota que deterioram e empalidecem a vida e uma corrente de nova vida penetra em nós.

  1. Esta palavra ruach não somente significa alento mas também vento. É o termo que designa o vento da tormenta, esse forte vento que Elias escutou uma vez. Vento significa poder. O vento arrasta o navio em

alto mar e desarraiga a árvore que cresce no deserto. O vento possui um poder irresistível. O Espírito de Deus é o Espírito de poder. Quando o Espírito de Deus penetra na vida de um homem, sua fraqueza é coberta

com o poder de Deus. É capacitado a fazer o impossível, a enfrentar o

que ninguém enfrenta, a suportar o insuportável. Dissipa-se a frustração, chega a vitória.

  1. O Espírito de Deus está relacionado com a obra criadora. O Espírito de Deus é Aquele que se movia sobre a face do abismo e

converteu o caos num cosmos, converteu a desordem em ordem e deu forma ao universo a partir das brumas incriadas. O Espírito de Deus nos pode recriar. Quando o Espírito de Deus entra numa vida humana a desordem de nossa natureza humana converte-se na ordem de Deus;

nossas vidas descontroladas, desordenadas, são modeladas pelo Espírito até que elas fiquem em sintonia com a perfeita harmonia de Deus.

  1. Os judeus atribuíam certas funções especiais ao Espírito. O

Espírito trazia a verdade de Deus aos homens. É o Espírito quem revela a verdade de Deus aos homens. Cada nova descoberta, em qualquer campo do pensamento, é um dom do Espírito. O Espírito penetra na mente de um homem e converte suas incertezas humanas em certezas, transforma sua ignorância humana em conhecimento divino.

  1. O Espírito capacita os homens a reconhecerem a verdade de Deus quando esta se apresenta. Quando o Espírito entra em nossos

corações nossos olhos são abertos. São eliminados os preconceitos que nos cegavam. Desaparece a vontade de auto-afirmação que nos

entrevava. O Espírito põe o homem em condições de ver.

Tais são os dons do Espírito e, do ponto de vista de João, eram esses os dons que Aquele que havia de vir traria à humanidade.

A MENSAGEM DE JOÃO: A PROMESSA E A AMEAÇA

Mateus 3:7-12 (continuação)

Na mensagem do João há uma palavra e uma imagem que combinam a promessa com a ameaça.

João diz que o batismo daquele que havia de vir seria um batismo de fogo. O conceito de um batismo de fogo inclui pelo menos três idéias.

  1. Em primeiro lugar vem a idéia de iluminação. A labareda envia uma luz através da noite, que ilumina até os rincões mais escuros. A chama do farol guia o marinheiro ao porto e ao viajante a seu destino. No fogo não há somente destruição, há luz e guia. Jesus é a luz do farol que guia os homens à verdade e a seu verdadeiro lar junto a Deus.
  2. Existe a idéia de calor. Houve um grande homem notável por sua extraordinária bondade, que era descrito como alguém que ia acendendo fogos nas habitações frias. Quando Jesus entra na vida de um

homem, acende em seu coração o calor do amor a Deus e a seus semelhantes. O cristianismo é sempre a religião do coração inflamado.

  1. Existe a idéia de purificação. Neste sentido a purificação

envolve destruição. O fogo purificador destrói o falso e deixa somente o verdadeiro. A chama tempera, fortalece e purifica o metal. Quando Cristo entra no coração de um homem, seu fogo purificador elimina a escória do mal. Às vezes isto ocorre mediante experiências dolorosas, mas se alguém acredita que nas experiências de sua vida Deus está operando todas as coisas para seu bem, seu caráter surgirá dos transes mais difíceis, limpo e purificado, até que, sendo puro de coração, possa ver deus.

De maneira que a palavra "fogo" contém as idéias da iluminação, o calor e a purificação da entrada de Jesus Cristo no coração do homem.

Mas também há outra imagem que contém os elementos de promessa e de ameaça – a do aventador. Trata-se da grande forquilha de madeira com a qual se jogava ao ar o grão para que o vento se

encarregasse de separá-lo da palha. O grão era recolhido nos celeiros e toda a palha que ficava no lugar era usada como combustível.

A vinda de Cristo necessariamente envolve uma separação. Os

homens podem rechaçá-lo ou aceitá-lo, Quando são confrontados por Ele, estão ante uma escolha que não podem evitar. Ou se está a favor dEle ou contra Ele. E esta escolha é a que determina o destino de cada ser humano. Os homens são separados em dois grupos segundo sua reação diante de Jesus Cristo.

No cristianismo não há forma de evitar a suprema escolha eterna. No parque da cidade do Bedford, na 1nglaterra, John Bunyan escutou uma voz que o fez erguer-se de um salto e o obrigou a enfrentar a eternidade: "Abandonará seus pecados e irá ao céu, ou ficará com seus pecados e irá ao inferno?" Em última análise essa é a escolha que nenhum ser humano pode evitar.

A MENSAGEM DE JOÃO: A DEMANDA

Mateus 3:7-12 (continuação)

Em toda a pregação de João havia uma demanda fundamental, e

esta era: "Arrependei-vos!" (Mt 3:2). Esta era também a existência fundamental de Jesus, porque este iniciou seu ministério pregando o arrependimento e a fé no evangelho (Mc 1:15). Fica evidente que convém

deter-nos para analisar muito bem o que significa este arrependimento, e como se deve interpretar esta exigência básica, tanto do Rei como de seu arauto.

Deve destacar-se que tanto João como Jesus usam a palavra "arrependimento" sem explicar seu significado. Usavam-na com a

segurança de que seus ouvintes saberiam perfeitamente o que queria dizer.

Vejamos qual é o ensino judaico a respeito do arrependimento.

Para o judeu o arrependimento era um dos elementos fundamentais da fé e de toda relação com Deus. G. F. Moore escreve:

"O arrependimento é a condição única, mas inexorável, do perdão divino e da restauração do homem a seu favor; o perdão e o favor divino nunca são negados a quem se apresenta ante Deus genuinamente arrependidos." E adiciona: "Uma das doutrinas cardeais do judaísmo é que Deus remete plenamente e de maneira gratuita os pecados do penitente."

Os rabinos diziam: "Grande é o arrependimento porque traz a saúde ao mundo; grande é o arrependimento porque chega até o Trono da Glória."

C. G. Montefiore escreveu: "O arrependimento é o grande elo mediador entre Deus e o homem." A lei, segundo o ensino dos rabinos, teria sido criada dois mil anos antes do universo, mas o arrependimento é uma das seis coisas que foram criadas até antes da Lei. As seis eram: o arrependimento, o paraíso, o inferno, o glorioso Trono de Deus, o Templo celestial e o nome do Messias. Diziam: "Um homem pode arrojar uma flecha que chegue a várias centenas de metros, mas o arrependimento chega até o Trono de Deus." Há uma famosa passagem rabínica que coloca o arrependimento no primeiro de todos os lugares. "Quem é como Deus um mestre dos pecadores, que lhes ensine o arrependimento?" Demandavam à Sabedoria "Qual será o castigo do pecador?" e esta respondia: "O mal perseguirá os pecadores" (Pv 13:21). Demandavam à Profecia e esta respondia: "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18:4). Demandavam à Lei e esta respondia: "(o sacrifício) será aceito para expiação dela" (Lv 1:4). Demandavam a Deus e este respondia: "Que se arrependa e obterá assim sua expiação. Meus filhos, o que outra coisa exijo de vós senão que me busquem e vivam?" De maneira que para o judeu o único caminho de volta a Deus é o arrependimento.

A palavra hebraica que se usava como equivalente de "arrependimento" é em si extremamente interessante. É a palavra

teshubá, que é o substantivo correspondente ao verbo shub que significa "dar a volta". O arrependimento é o rosto dar volta ao mal e voltar-se para Deus. G. F. Moore escreve: "O significado primitivo e transparente

do arrependimento, no judaísmo, envolve sempre uma transformação da atitude do indivíduo a respeito de Deus. Quanto à conduta do indivíduo ou do povo que se arrepende, a conseqüência direta do arrependimento é

a reforma moral e religiosa."

C. G. Montefiore escreve: "Para os rabinos a essência do arrependimento consiste em uma mudança de atitude tão radical que

inevitavelmente dele virá uma mudança na vida e no comportamento." Maimonides, o grande erudito judeu medieval, define o arrependimento

da seguinte maneira: "O que é o arrependimento? O arrependimento significa que o pecador abandona seu pecado e o elimina de seus pensamentos e resolve que jamais voltará a incorrer nele, tal como está escrito: 'Deixe o ímpio seu caminho e o homem iníquo seus pensamentos'."

G. F. Moore, de maneira muito interessante e valiosa, observa que com a só exceção das palavras que copiamos entre parêntese a definição de arrependimento da Confissão do Westminster seria perfeitamente

aceitável para um judeu: "O arrependimento para a vida é uma graça salvadora, mediante a qual o pecador, a partir de uma autêntica convicção de pecado, e da percepção da misericórdia de Deus (em

Cristo), volta-se de seu pecado para Deus, com dor e tristeza por seu pecado, ao que chegou a odiar, com o propósito pleno de viver em uma nova obediência, coisa que põe por obra." Uma e outra vez a Bíblia fala

deste apartar-se do mal e voltar-se para Deus. Ezequiel o diz da seguinte maneira: "Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva"

(Ez 33:11). Diz Jeremias: “Converte-me, e serei convertido, porque tu és o SENHOR, meu Deus.” (Jr 31:18). Diz Oséias: “Volta, ó Israel, para o SENHOR, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás

caído. Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Perdoa toda iniqüidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios.” (Oséias 14:1-2).

A partir de tudo isto fica claro que no judaísmo o arrependimento

incluía uma exigência ética. É apartar-se do mal voltando-se para Deus, com a correspondente mudança no comportamento, na ação. João estava plenamente inscrito na tradição de seu povo quando exigia que seus ouvintes trouxessem frutos dignos do arrependimento. Há uma bonita oração da sinagoga judia que diz: "Faze que voltemos, Pai, à Tua Lei; aproxima-nos, Rei, a Teu serviço; traze-nos de volta em perfeito arrependimento até Tua presença. Bendito sejas Tu, ó Senhor, que te

deleitas com o arrependimento." Mas este arrependimento devia manifestar-se em uma autêntica transformação da vida.

Um rabino, comentando Jn 3:10, escreveu: "Meus irmãos, não se diz dos ninivitas que Deus tenha visto seu cilício e jejum, mas sim viu

suas obras, e deste modo interpretou que se voltaram de seus caminhos pecaminosos." Os rabinos diziam: "Não sejam como os parvos, que quando pecam trazem sacrifício ao templo, mas não se arrependem. Se alguém disser: Pecarei e me arrependerei; pecarei e me arrependerei, não

lhe será permitido arrepender-se." Uma lista de cinco pecadores imperdoáveis incluía "os que pecam para arrepender-se, e os que se arrependem muito e voltam a pecar novamente." Diziam: "Se a pessoa

tiver algo imundo em suas mãos, não bastarão as águas de todos os mares do mundo para lavar-lhe mas se arroja a coisa imunda, com um pouco de água bastará." Os mestres judeus falavam do que se

denominava, "as nove normas do arrependimento", ou seja as nove necessidades de um autêntico arrependimento. Encontravam-nas na forma de mandamentos em Is 1:16, Is 1:17: “Lavai-vos, purificai-vos,

tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.”

O filho do Sirach escreve no Eclesiástico:

"Não diga, pequei, e o que ocorreu comigo? Porque o Senhor é longânimo. Não confie estupidamente na expiação enquanto segue adicionando pecado sobre pecado, e não diga sua compaixão é grande, Ele perdoará a multidão de meus pecados; porque Ele é um Deus de misericórdia e de ira, e sua ira descansa sobre os pecadores. Não demore a voltar-se para Senhor, não vá adiando de dia em dia" (Eclesiástico Mt 5:4-7).

E volta a escrever, em outro lugar:

"O homem que se lava para purificar-se do contato com um corpo morto e depois o volta a tocar, que benefício obtém de sua purificação? Deste modo ocorre com um homem que faz jejum por seus pecados e continua pecando nas mesmas coisas; quem ouvirá suas orações, e que razão havia para que se afligisse com penitências?" (Eclesiástico 31:30-31).

O judeu sustentava que o verdadeiro arrependimento tem como resultado não somente um sentimento de tristeza, mas uma mudança na vida e o mesmo sustentam os cristãos. O judeu experimentava um santo horror ante a idéia de negociar com Deus por sua misericórdia e o mesmo os cristãos. O judeu sustentava que o autêntico arrependimento deve produzir frutos que demonstravam a realidade do arrependimento e o mesmo os cristãos.

Mas os judeus tinham outras coisas a dizer sobre o tema do arrependimento, e devemos prosseguir com elas.

A MENSAGEM DE JOÃO: A DEMANDA

Mateus 3:7-12 (continuação 2)

Há uma nota quase apavorante na demanda ética que envolve a idéia judia do arrependimento, mas há outros aspectos desta que são

extremamente reconfortantes.

Sempre é possível arrepender-se. "O arrependimento", diziam, "é como o mar, qualquer um pode banhar-se nele a qualquer hora."

Possivelmente haja momentos em que os portais da oração estão fechados, mas sempre pode transitar-se pelo caminho do arrependimento. Ninguém pode jamais fechar as portas do

arrependimento.

O arrependimento é completamente essencial. Conta-se de uma espécie de discussão que Abraão manteve com Deus. "Não podes puxar

os dois extremos da corda ao mesmo tempo", disse Abraão a Deus. "Se desejas uma estrita justiça, o mundo não a pode suportar. Se desejas preservar o universo que Tu mesmo criaste, a justiça perfeita é

impossível." O mundo não pode seguir existindo a não ser graças à misericórdia de Deus e a porta sempre aberta do arrependimento. Se não houvesse outra coisa senão a justiça de Deus, esta significaria o fim de todos os homens e de todas as coisas. Tão essencial é o arrependimento,

que para fazê-lo possível Deus mesmo cancela suas demandas: "Bem

amado é o arrependimento aos olhos de Deus, porque por seu amor cancela ele suas próprias palavras." A ameaça da destruição que pende sobre o pecador é cancelada mediante a aceitação do arrependimento de seus pecados.

O arrependimento dura tanto quanto a vida. Enquanto dura a vida, dura a possibilidade do arrependimento. "A mão de Deus se estira por baixo das asas da carruagem celestial, para arrebatar o penitente das garras da justiça." O rabino Simeão Ben Yohl disse:

"Se um homem tiver sido absolutamente justo todos os dias de sua vida mas se rebela no último dia, destrói toda sua obra anterior, porque está escrito: ‘A justiça do justo não o livrará no dia da sua transgressão’ (Ez 33:12). Mas se um homem tiver sido absolutamente mau todos os dias de sua vida e no último dia se volta de sua maldade, Deus o receberá, porque está escrito, ‘a impiedade do ímpio não lhe será estorvo no dia que se voltar de sua impiedade’ (idem). ‘Muitos’, diziam, ‘vão ao céu depois de anos e anos de justiça, mas outros ganham em uma hora.’ Como diria o poeta, referindo-se ao homem que obtém a misericórdia de Deus no instante de sua morte: ‘Entre os arreios e o solo, enquanto caía, procurei a misericórdia e foi minha.’ ”

Tal é a misericórdia que aceita até o arrependimento secreto. O

rabino Eleazar disse:

“O modo de ser do mundo é que se um homem tiver insultado a outro publicamente e depois de um tempo procura reconciliar-se com ele, o ofendido lhe diz: ‘Você me insultou em público e agora quer que nos reconciliemos em privado e isso não pode ser. Vá e busque aqueles em cuja presença me insultou e então sim me reconciliarei com você.’ Mas não é assim com Deus. Qualquer um pode ficar de pé em um estrado e blasfemar, em praça pública, e o Santo lhe dirá: ‘Arrependa-te, entre nós dois, e eu te receberei.’ A misericórdia de Deus se estende até àquele homem tão envergonhado por sua ofensa que somente pode confessar a Deus.”

Deus não se esquece de nada, porque é Deus, mas tal é sua misericórdia que não somente perdoa o pecado do penitente mas sim,

embora pareça incrível, esquece-o: "Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança?" (Mq 7:18). "Retraíste toda a tua cólera, do furor da tua ira te

desviaste" (Sl 85:3, TB). O homem poderá talvez perdoar, mas esquecer a ofensa é algo que só se pode esperar de Deus.

O mais maravilhoso de tudo é que Deus percorre Ele mesmo a metade do caminho, e às vezes mais ainda, para sair ao encontro do

pecador penitente: "Volta-te tanto como possas, e eu farei o resto do caminho." Os rabinos, em seus melhores momentos, perceberam a imagem do pai que, na magnificência de seu amor, corre para sair ao encontro do filho pródigo.

Entretanto, até recordando toda esta misericórdia, segue sendo verdade que no anterior arrependimento é necessária a reparação do mal cometido, quando esta é factível. Os rabinos diziam: "A ofensa deve ser

paga, e o perdão procurado e recebido. O verdadeiro penitente é o que volta a ter a oportunidade de cometer o mesmo pecado, nas mesmas circunstâncias, e não o faz." Os rabinos sublinham repetidas vezes a

importância de restabelecer as relações humanas cada vez que as tem quebrado.

Há uma passagem rabínica extremamente curiosa: "Aquele que é

bom em relação ao céu e a seus próximos é um bom zadik (Um zadik é um justo). Aquele que é bom em relação ao céu, mas não em relação a seus próximos, é um mau zadik. Aquele que é mau em relação ao céu e de seu próximos é um mau pecador. Aquele que é mau em relação ao céu, mas é bom em relação a seu próximo, não é um mau pecador." O fato de que a reparação seja tão necessária faz com que o pior pecador seja o que ensina a outros a pecar, porque não pode oferecer reparação por sua maldade, desde que não sabe até onde chegaram os efeitos de seu mau exemplo e em quantos chegou a influir.

Mas não somente se necessita que haja reparação para que o arrependimento seja autêntico, também deve haver confissão. Em

repetidas passagens bíblicas encontramos esta exigência. "O homem ou a mulher que cometer alguns dos pecados com que os homens prevaricam

contra Jeová e delinqüem, aquela pessoa confessará o pecado que cometeu" (Números 5:6-7). "Aquele que encobre seus pecados não

prosperará, mas o que os confessa e se aparta, alcança misericórdia." (Pv 28:13). “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.” (Sl 32:5). O homem que pretende ser inocente e se nega a admitir que pecou é o que está condenado (Jr 2:35). Maimonides sugere uma fórmula que qualquer um pode usar para confessar seus pecados! "Ó Deus, pequei, cometi iniqüidade, incorri em transgressões contra ti, e tenho feito tal e qual coisa. Estou entristecido e envergonhado por minhas ações, e nunca voltarei a incorrer nelas." O verdadeiro arrependimento requer a humildade que admite os pecados e os confessa.

Não há caso perdido para o arrependimento, nem homem que esteja além da possibilidade de arrepender-se. Os rabinos diziam: “Ninguém afirme, ‘Porque pequei, já não tenho remédio’. Confie em Deus e arrependa-se e Deus o receberá.” O exemplo clássico de uma conversão e reforma moral virtualmente impossível é o do Manassés. Adorou aos baais, introduziu deuses estranhos em Jerusalém, e até chegou a sacrificar meninos a Moloque no vale do Hinom. Então foi levado cativo a Assíria e ali, em sua hora mais difícil, experimentou um terrível remorso de consciência. Em tal situação orou a Deus e este escutou sua súplica e o voltou a trazer para Jerusalém. "Então, reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus" (2Cr 33:132Cr 33:13). Às vezes se necessita o castigo de Deus e sua ameaça para fazer com que o homem volte para seu lar junto ao Pai Eterno, mas ninguém está fora do alcance de Deus para recuperá-lo.

Há uma última crença judia em relação ao arrependimento que deve ter estado presente na mente do João. Pelo menos alguns entre os mestres

religiosos do judaísmo ensinavam que se Israel pudesse fazer um ato de arrependimento perfeito, mesmo que fosse apenas durante um só dia, imediatamente ocorreria a vinda do Messias. Somente a dureza dos

corações dos homens atrasava o envio do Redentor divino ao mundo.

O arrependimento estava no próprio centro da fé judia daqueles tempos, assim como da fé cristã, pois o arrependimento consiste em apartar-se do pecado e voltar-se para Deus, e para a vida que Deus quer que vivamos.

JESUS E SEU BATISMO

13 40:3-17'>Mateus13 40:3-17'> 13 40:3-17'>3:13-17

Quando Jesus foi até João para ser batizado, este se surpreendeu e demonstrou não estar disposto a fazê-lo. A convicção do João era que ele necessitava o que Jesus podia dar, e não Jesus o que ele, João, oferecia.

Desde que os homens começaram a refletir sobre a história do evangelho, sempre encontraram difícil a compreensão do batismo de Jesus. No batismo do João havia um chamado ao arrependimento e o oferecimento de um caminho para o perdão dos pecados. Mas, se Jesus é

quem nós cremos que é, não precisava arrepender-se, nem necessitava que Deus o perdoasse. O batismo do João era para pecadores conscientes de seus pecados, e portanto não parecia aplicável a Jesus desde nenhum

ponto de vista.

Um escritor muito antigo sugeriu que Jesus se batizou somente para agradar a sua mãe e a seus irmãos, e que foi por eles e seus constantes

pedidos que se sentiu virtualmente obrigado a ir a João. O Evangelho aos Hebreus, uma narração do tipo dos evangelhos, muito antiga, que não chegou a incluir-se no Novo Testamento, tem uma passagem que diz:

“Eis que a mãe de nosso Senhor e seus irmãos lhe disseram: ‘João batiza para o perdão dos pecados, vamos para que nos batize’. Mas Jesus lhes respondeu: ‘Que pecados cometi para ir e ser batizados por que ele? A

não ser que estas palavras que estou dizendo sejam um engano fruto de minha ignorância’.”

Pode ver-se que desde o começo muitos pensadores se surpreenderam

pelo fato de que Jesus tenha ido para ser batizado mas houve razões, boas e sólidas razões, para que Jesus fosse para ser batizado por João.

  1. Durante trinta anos Jesus tinha estado esperando em Nazaré, cumprindo fielmente com os deveres singelos do lar e da oficina de carpintaria. Durante todo esse tempo sabia que o mundo o estava esperando. Dia a dia crescia sua consciência de estar à espera. O êxito de qualquer empresa está em grande parte determinado pela sabedoria com que se escolha o momento de lançar-se a ela. Jesus deve ter estado esperando a hora de "dar o golpe", o momento justo e apropriado, o som das trombetas que o convocassem à ação. E quando apareceu João soube que tinha chegado o momento.
  2. Por que ocorreu deste modo? Havia uma razão, muito singela e vital. Até esse momento na história nunca judeu algum se submeteu ao

batismo. Os judeus conheciam e usavam o batismo, mas somente para os prosélitos que entravam ao judaísmo, vindos de outras religiões. Considerava-se natural que fosse necessário que se batizasse o prosélito,

porque sua vida passada tinha estado manchada por uma multidão de pecados e por toda sorte de imundície, mas nenhum judeu tinha pensado jamais que ele, membro do povo eleito, filho de Abraão, que possuía a

certeza da salvação, pudesse necessitar o batismo. O batismo era para os pecadores, e nenhum judeu se considerava pecador, afastado de Deus, porque sendo filho do Abraão acreditava que sua santidade estava

assegurada. Pela primeira vez em sua história os judeus se deram conta de seu próprio pecado e de sua própria clamorosa necessidade de Deus. Nunca, em toda sua história, tinha havido tão excepcional movimento nacional de penitência e busca de Deus.

Este era precisamente o momento que Jesus tinha estado esperando. Os homens eram conscientes de seus pecados e de sua necessidade de Deus como nunca antes. Esta era sua oportunidade; com o batismo Jesus

se identificou com a busca de Deus por parte dos homens. Quando Jesus chegou a ser batizado, estava-se identificando com os homens que tinha vindo salvar, no preciso momento em que estes, com uma nova

consciência de pecado, procuravam a Deus.

A voz que Jesus escutou no momento de seu batismo é de suprema importância. "Este é meu filho amado, em quem tenho complacência", disse. Esta oração está composta de duas citações. "Este é meu filho amado" pertence ao Sl 2:7. Todos os judeus aceitavam este salmo como uma descrição do Messias, o poderoso Rei de Deus que havia de vir. "Em quem tenho complacência" é uma citação de Is 42:1, que é uma das descrições do servo sofredor, parte de uma série que culmina em Isaías 53. De maneira que no momento do batismo Jesus é confirmado em duas certezas – a certeza de que verdadeiramente era o escolhido de Deus, e a certeza de que o caminho que tinha pela frente era o caminho da Cruz. Nesse momento soube que tinha sido escolhido para ser Rei, mas também que seu trono teria que ser a Cruz. Soube que estava destinado a ser um conquistador, mas também que sua conquista deveria ter como única arma o poder do amor sofredor. Naquele momento Jesus se viu tanto frente à sua tarefa como ao único meio de que dispunha para cumpri-la.


Notas de Estudos jw.org

Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Mateus Capítulo 3 versículo 7
fariseus: Veja o Glossário.

saduceus: Veja o Glossário.

Descendência de víboras: João Batista quis dizer que, assim como o veneno da víbora pode matar uma pessoa desprevenida, a maldade e os ensinos falsos dos fariseus e saduceus eram como um veneno para as pessoas que acreditassem neles.


Roupa dos fariseus nos dias de Jesus

Os fariseus interpretavam literalmente os textos de Dt 6:6-8 e 11:18. Para dar a impressão de que eram justos e também por superstição, eles amarravam uma caixinha com textos no braço esquerdo e às vezes prendiam outra na testa. Além disso, os fariseus obedeciam à lei de usar franjas nas roupas, mas usavam franjas mais compridas só para chamar a atenção. — Nm 15:38; Mt 23:5.

Texto(s) relacionado(s): Mt 3:7

Víbora-cornuda

Tanto João Batista como Jesus chamaram os escribas e fariseus de “descendência de víboras”, porque seus ensinos falsos eram como um veneno para as pessoas que acreditassem neles. (Mt 3:7-12:
34) Esta foto é de uma víbora-cornuda, que tem um pequeno corno, ou chifre, acima de cada olho. Outras espécies perigosas de víboras nativas de Israel são a amódita (Vipera ammodytes) do vale do Jordão e a víbora palestina (Vipera palaestina).

Texto(s) relacionado(s): Mt 3:7; Mt 12:34; Mt 23:33

Dicionário

Batismo

substantivo masculino Sacramento que, segundo o cristianismo, retira o pecado original de quem o recebe, sendo a partir de então considerado cristão.
Religião Batizado; a cerimônia em que alguém recebe esse sacramento.
Religião Ablução; ritual que consiste na lavagem dos pés para purificação ou iniciação.
Cerimônia através da qual um objeto é benzido, atribuindo-lhe geralmente um nome.
Admissão; ação de ser admitido em qualquer religião, seita, organização ou partido.
Capoeira. Cerimônia em que os alunos combatem publicamente com seus mestres ou colegas, passando a fazer parte daquela irmandade, confraria.
Por Extensão Adulteração; ação de adulterar, modificando o conteúdo de algo, geralmente falsificando ou cometendo fraude: batismo da gasolina.
De batismo. Indica, geralmente, o nome que alguém recebeu ao nascer: nome de batismo.
Etimologia (origem da palavra batismo). Do latim baptismus.i; pelo grego batptismós.

João batizava os homens na água, e Jesus no Espírito – e o batismo de Jesus é a vida do Espírito, porque seu batismo é a palavra – e as palavras de Jesus são espírito e vida.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

Esse batismo de fogo, pelo qual Jesus se mostrava ansioso, não era outra coisa senão a luta que os belos e nobres ideais do Cristianismo precisou enfrentar, e continua enfrentando, para que os privilégios, a tirania e o fanatismo venham a desaparecer da face da Terra, cedendo lugar a uma ordem social fundada na justiça, na liberdade e na concórdia.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 42

O batismo com o Espírito Santo é a comunhão com os Espíritos elevados que velam por vós; mas, para chegar a essa comunhão, era preciso, ao tempo da missão terrena de Jesus, e o é ainda, ser puro, cheio de zelo, de amor e de fé, como o eram os apóstolos fiéis.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

O batismo em Espírito Santo é a assistência, a inspiração dos Espíritos purificados, concedidas pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens, que então as recebem mediunicamente e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos nas condições e na proporção das mediunidades que lhes são outorgadas. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

O batismo por meio da água, que João Batista administrou e que Jesus recebeu para ensinar pelo exemplo, comprovando assim que esse batismo não passava de uma figura, era, a um tempo, material e simbólico; material pela ablução do corpo; simbólico pelo arrependimento e pela humildade que a ablução consagrava e que tinham a proclamá-los a confissão pública que, diante de todos, cada uma fazia, em voz alta, dos seus pecados, isto é, de suas faltas, de suas torpezas, de todas as infâmias que podem germinar no coração humano. O batismo pela água era, pois, uma preparação para o batismo pelo Espírito Santo e pelo fogo, batismo este que vem de Deus e que o Cristo defere aos que dele se tornam dignos, concedendo-lhes a assistência e o concurso dos Espíritos purificados.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

O batismo era o símbolo material da aliança entre os cristãos. [...] Ser batizado [...] é colocar-se a criatura, verdadeiramente, sob a proteção de Deus, sob a do Mestre, protetor e governador do planeta, e sob a influência, a inspiração dos bons Espíritos do Senhor. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3

Os espiritistas sinceros, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que o batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no instituto santificado da família.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 298


Batismo Cerimônia em que se usa água e por meio da qual uma pessoa se torna membro de uma igreja cristã. O batismo é sinal de arrependimento e perdão (At 2:38) e união com Cristo (Gl 3:26-27), tanto em sua morte como em sua ressurreição (Rm 6:3-5).

Batismo Rito de imersão em água, que simbolizava a consagração espiritual. Essa prática, igual à da ablução que às vezes é definida com esse mesmo termo, era comum entre os judeus (Ex 29:4; 30,20; 40,12; Lv 16:26.28; 17,15; 22,4.6).

No tempo de Jesus, batizava-se em água corrente o prosélito procedente do paganismo, significando sua purificação da impureza idolátrica. Da mesma forma, os sectários do Mar Morto praticavam ritos relacionados com a imersão, ligados também a um simbolismo de purificação. Como no caso dos prosélitos, os essênios de Qumrán consideravam que a pessoa abandonava uma situação de perdição para entrar numa de salvação, embora a pertença a uma ou outra não estivesse definida em termos raciais ou nacionais, mas exclusivamente espirituais. Algo semelhante encontramos em João Batista. Este pregou um batismo como sinal de arrependimento para perdão dos pecados (Mc 1:4), isto é, o batismo não perdoava os pecados, todavia era sinal de que se realizara a conversão que precedia o perdão. Nesse sentido, João opôs-se aos que, sem a conversão anterior necessária, pretendiam receber o batismo (Mt 3:7ss.). Uma vez mais, a condição para a salvação não era pertencer a um grupo — os “filhos de Abraão” — mas a mudança no relacionamento com Deus.

Jesus recebeu o batismo de João, passando no curso do mesmo por uma experiência do Espírito Santo, que reafirmou sua autoconsciência de filiação divina e de sua messianidade (Mc 1:10 e par.). Conforme o quarto evangelho, esse episódio foi compartilhado com o próprio Batista (Jo 1:29-34).

Quanto a Jesus assumir o batismo de João, parece haver uma identificação simbólica do messias sofredor com os pecadores chamados à conversão. Parece que os discípulos de João que começaram a seguir Jesus também batizaram (Jo 4:1-2), embora Jesus não o tivesse praticado.

Os relatos sobre a ressurreição de Jesus mostram-no ordenando a seus discípulos a pregação do evangelho, cuja aceitação deve simbolizar-se mediante o batismo administrado com uma fórmula trinitária, que atribui um só nome comum ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo (Mt 28:19), posterior à pregação do evangelho de salvação (Mc 16:15-16). É, portanto, indiscutível que as primeiras Igrejas cristãs recorreram ao batismo como rito de entrada nelas, que simbolizava a conversão e a adesão a Jesus como messias e Senhor (At 2:38; 8,12.38; 9,18; 10,48; 10,48; 1Co 1:14.16 etc.).

G. Barth, El bautismo en el tiempo del cristianismo primitivo, Salamanca 1986; L. f. Badia, The Qumran Baptism and John the Baptist’s Baptism, Lanham 1980; G. R. Beasley-Murray, Baptism in the New Testament, Grand Rapids 1962; J. W. Dale, Baptizo, Bauconda 1991; J. Jeremias 1nfant Baptism in the First Four Centuries, Filadélfia 1962; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Diccionario de las tres religiones monoteístas...


Rito cristão que simboliza a purificação do pecado e a identificação com Jesus. A aspersão, a imersão e a efusão são as três modalidades do batismo com água praticado hoje pelos cristãos.

Ensinar

verbo transitivo direto e bitransitivo Transmitir conhecimento sobre alguma coisa a alguém; lecionar: ensinar inglês a brasileiros.
Por Extensão Dar instruções sobre alguma coisa a alguém; instruir: o pintor deve ensinar sua técnica aos estudantes.
verbo bitransitivo Indicar de maneira precisa; em que há precisão; orientar: ensinou-lhe o caminho a seguir.
verbo transitivo direto Dar treinamento a (animal); adestrar: ensinar um cavalo.
verbo intransitivo Ministrar aulas: vivia para ensinar.
Etimologia (origem da palavra ensinar). Do latim insignare.

[...] É orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 28


Fariseus

Fariseus Uma das principais seitas no judaísmo do Segundo Templo. Os dados de que dispomos acerca dos fariseus chegaram-nos, principalmente, a partir dos documentos de Qumrán, de Josefo, do Novo Testamento e dos escritos rabínicos. Os escritos de Qumrán evidenciam clara animosidade contra os fariseus, a quem qualificam de “falsos mestres”, “que caminham cegamente para a ruína” e “cujas obras não são mais do que engano” (Livro dos Hinos 4:6-8), o que recorda bastante a acusação de Jesus de serem “cegos e guias de cegos” (Mt 23:24). Quanto à acusação de Jesus de não entrarem nem deixarem entrar no conhecimento de Deus (Lc 11:52), é menos dura do que a de Pesher de Na 2:7-10, que deles diz: “cerram a fonte do verdadeiro conhecimento aos que têm sede e lhes dão vinagre para aplacar sua sede”.

Ponto de vista diferente é o de Flávio Josefo. Este se encontrava ligado aos fariseus e tinha mesmo um especial interesse em que os ocupantes romanos os aceitassem como coluna vertebral do povo judeu após a destruição do Templo em 70 d.C. Não nos estranha, portanto, que o retrato que nos apresenta seja muito favorável (Guerra 2:8,14; Ant. 13 5:9; Ant. 18,1,3). Contudo, as referências aos fariseus contidas nas obras de Josefo são contraditórias entre si em alguns aspectos. Assim, a descrição das Antigüidades (escrituras c. 94 d.C.) contém um matiz político e apologético que não aparece na Guerra (c. 75 d.C.). Em Ant. 18,1,2-3, Josefo apresenta-os dotados de grande poder (algo bem tentador, evidentemente, para o invasor romano), embora seja mais do que duvidoso que sua popularidade entre o povo fosse tão grande. O relato da influência dos fariseus sobre a rainha Alexandra (Ant. 13 5:5) ou sobre o rei Herodes (Ant. 17,2,4) parece ter sido concebido apenas para mostrar o benefício de ter os fariseus como aliados políticos para um governante que desejasse controlar a Judéia. Nesta mesma obra, Josefo retrocede a influência dos fariseus ao reinado de João Hircano (134-104 a.C.). Na autobiografia de Josefo, intitulada Vida, escrita em torno de 100 d.C., encontra-se a mesma apresentação dos fariseus, mas com algumas referências muito importantes sobre eles. Assim, sabemos que acreditavam na liberdade humana; na imortalidade da alma; em um castigo e uma recompensa eternos; na ressurreição; na obrigação de obedecer à sua tradição interpretativa. Sustentavam, além disso, a crença comum no Deus único e em sua Lei; a aceitação do sistema de sacrifícios sagrados do Templo (que já não era comum a todas as seitas) e a crença na vinda do messias (que tampouco era sustentada por todos). Estavam dispostos, além do mais, a obter influência política na vida de Israel.

O Novo Testamento oferece uma descrição dos fariseus diferente da apresentada por Josefo e nada favorável a eles. Especialmente o evangelho de Mateus apresenta uma forte animosidade contra eles. Se realmente seu autor foi o antigo publicano chamado Levi ou Mateus, ou se foram utilizadas tradições recolhidas por ele mesmo, explica-se essa oposição, recordando o desprezo que ele sofreu durante anos da parte daqueles “que se consideravam justos”. Jesus reconheceu (Mt 23:2-3) que os fariseus ensinavam a Lei de Moisés e que era certo muito do que diziam. Mas também repudiou profundamente muito de sua interpretação específica da Lei de Moisés ou Halaká: a referente ao cumprimento do sábado (Mt 12:2; Mc 2:27), as abluções das mãos antes das refeições (Lc 11:37ss.), suas normas alimentares (Mc 7:1ss.) e, em geral, todas aquelas tradições interpretativas que se centralizavam no ritualismo, em detrimento do que Jesus considerava o essencial da lei divina (Mt 23:23-24). Para Jesus, era intolerável que tivessem “substituído os mandamentos de Deus por ensinamentos dos homens (Mt 15:9; Mc 7:7).

Jesus via, portanto, a especial religiosidade farisaica não como uma ajuda para chegar a Deus, mas como uma barreira para conhecê-lo (Lc 18:9-14) e até como motivo de “uma condenação mais severa” (Mc 12:40). O retrato que os evangelhos oferecem dos fariseus é confirmado, em bom número de casos, por testemunhos das fontes rabínicas e é semelhante, em aspecto doutrinal, ao que encontramos em Josefo. Embora emitidos por perspectivas bastante diversas, os dados coincidem. E, em que pese tudo o que já foi mencionado, foi com os fariseus que Jesus e seus discípulos mais semelhanças apresentaram. Como eles, acreditavam na imortalidade da alma (Mt 10:28; Lc 16:21b-24), num inferno para castigo dos maus (Mt 18:8; 25,30; Mc 9:47-48; Lc 16:21b-24 etc.) e na ressurreição (Lc 20:27-40); e esta última circunstância, em certa ocasião, salvou um seguidor de Jesus dos ataques dos saduceus (At 23:1-11).

As tradições rabínicas a respeito dos fariseus se revestem de especial importância porque foram estes os predecessores dos rabinos. Acham-se recolhidas na Misná (concluída por volta de 200 d.C., embora seus materiais sejam muito anteriores), na Tosefta (escrita cerca de 250 d.C.) e nos do Talmudim, o palestino (escrito entre 400-450 d.C.) e o babilônico (escrito entre 500-600 d. C.). Dada a considerável distância de tempo entre estes materiais e o período de tempo abordado, devem ser examinados criticamente. J. Neusner ressaltou a existência de 371 tradições distintas, contidas em 655 passagens, relacionadas com os fariseus anteriores a 70 d.C. Das 371, umas 280 estão relacionadas com um fariseu chamado Hillel (séc. I a.C.). A escola a ele vinculada, e oposta à de Shamai, converter-se-ia na corrente dominante do farisaísmo (e do judaísmo) nos finais do séc. I d.C.

As fontes rabínicas coincidem substancialmente com o Novo Testamento e com Josefo (não tanto com Qumrán), embora nos proporcionem mais dados quanto aos personagens-chave do movimento.

Também nos transmitiram críticas dirigidas aos fariseus semelhantes às pronunciadas por Jesus. O Talmude (Sota 22b; TJ Berajot
- 14b) fala de sete classes de fariseus das quais somente duas eram boas, enquanto as outras cinco eram constituídas por hipócritas. Entre estes, estavam os fariseus que “colocavam os mandamentos nas costas” (TJ Bejarot 14b), o que recorda a acusação de Jesus de que amarravam cargas nas costas das pessoas, mas nem com um dedo eles queriam tocá-las (Mt 23:4). Das 655 passagens ou perícopes estudadas por Neusner, a maior parte refere-se a dízimos, ofertas e questões parecidas e, depois, a preceitos de pureza ritual. Os fariseus concluíram que a mesa das refeições era um altar e que as normas de pureza sacerdotal, somente obrigatórias aos sacerdotes, deviam estender-se a todo o povo. Para eles, essa medida era uma forma de estender a espiritualidade mais refinada a toda a população de Israel, fazendo-a viver em santidade diante de Deus; para Jesus, era acentuar a exterioridade, esquecendo o mais importante: a humildade, o reconhecimento dos pecados e a própria incapacidade de salvação, o arrependimento, a aceitação de Jesus como caminho de salvação e a adoção de uma forma de vida em consonância com seus próprios ensinamentos. Não é estranho que, partindo de posturas tão antagônicas, apesar das importantes coincidências, elas se tornaram mais opostas e exacerbadas com o passar do tempo.

L. Finkelstein, The Pharisees, 2 vols., Filadélfia 1946; Schürer, o. c.; J. Neusner, The Rabbinic Traditions About the Pharisees Before 70, 3 vols., Leiden 1971; Idem, Judaism in the Beginning of Christianity, Londres 1984; Idem, From Politics to Piety: The Emergence of Rabbinic Judaism, Nova York 1979, p. 81; J. Bowker, Jesus and the Pharisees, Cambridge 1973; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, Los esenios...; Idem, Los Documentos del Mar Muerto...; Idem, El judeo-cristianismo...; H. Maccoby, Judaism in the first century, Londres 1989; E. E. Urbach, o. c.; A. Saldarini, o. c.; P. Lenhardt e m. Collin, La Torá oral de los fariseos, Estella 1991; D. de la Maisonneuve, Parábolas rabínicas, Estella 1985.


Fariseus (do hebreu parush, divisão, separação). – A tradição constituía parte importante da teologia dos judeus. Consistia numa compilação das interpretações sucessivamente dadas ao sentido das Escrituras e tornadas artigos de dogma. Constituía, entre os doutores, assunto de discussões intermináveis, as mais das vezes sobre simples questões de palavras ou de formas, no gênero das disputas teológicas e das sutilezas da escolástica da Idade Média. Daí nasceram diferentes seitas, cada uma das quais pretendia ter o monopólio da verdade, detestando-se umas às outras, como sói acontecer. [...] Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação. Tinham a religião mais como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação; entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos olhos passavam por santas criaturas. Daí o serem muito poderosos em Jerusalém.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

Fariseus eram os seguidores de uma das mais influentes seitas do Judaísmo. Demonstravam grande zelo pelas suas tradições teológicas, cumpriam meticulosamente as práticas exteriores do culto e das cerimônias estatuídas pelo rabinismo, dando, assim, a impressão de serem muito devotos e fiéis observadores dos princípios religiosos que defendiam. Na realidade, porém, sob esse simulacro de virtudes, ocultavam costumes dissolutos, mesquinhez, secura de coração e sobretudo muito orgulho.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Parábolas evangélicas: à luz do Espiritismo• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Parábola do fariseu e do publicano

[...] indivíduos que, conquanto pertençam a esta ou àquela igreja, não pautam seus atos pela doutrina que dizem esposar, só guardam a aparência de virtuosos e, nessas condições, não podem exercer nenhuma influência benéfica naqueles que os rodeiam.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Vós sois o sal da terra

Uma das principais seitas dos judeus; membros de uma seita judaica que ostentava, hipocritamente, grande santidade. Fig.: Fariseu: hipócrita, fingido, falso.
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - Glos•

Pelas palavras fariseus e saduceus – neles empregadas, os apóstolos designavam, de um modo geral, os incrédulos. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

Fariseu ainda é todo homem presunçoso, dogmático, exclusivo, pretenso privilegiado das forças divinas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 54


Uma das três seitas judaicas descritas por Josefo, historiador judeu do século I (as outras duas são os saduceus e os essênios). Provavelmente não mais do que 5 a 10% de todos os judeus pertenciam a esse grupo, o qual era uma mistura de partido político e facção religiosa. É provável que o nome signifique “separatistas” e fosse aplicado a um movimento que cresceu no tempo dos Macabeus, composto de líderes religiosos e estudantes da Lei que tentavam criar uma “cerca” em torno da Torá — um bem elaborado sistema de legislação oral e de interpretações que capacitaria os judeus fiéis a obedecer e aplicar os mandamentos de Deus em todas as áreas da vida. Originalmente reformadores piedosos, eram bem respeitados pelos judeus comuns, menos piedosos, apesar de às vezes os fariseus os criticarem por não serem suficientemente escrupulosos em guardar a Lei. Diferentemente dos saduceus, eles observavam Roma como um governo ilegítimo e opressor que impedia Israel de receber as bênçãos divinamente ordenadas de paz e liberdade na Terra. De maneira alguma eram todos hipócritas, como os cristãos geralmente supõem erroneamente. A tradição talmúdica descrevia sete categorias de fariseus, relacionadas de acordo com a motivação para o comportamento, e somente um grupo dos sete tinha fama de agir sem escrúpulo.

No evangelho de Marcos, alguns fariseus perguntaram a Jesus por que Ele comia com cobradores de impostos e pecadores (Mc 2:16). Alegaram que jejuavam e os discípulos de Cristo não faziam isso (2:18), acusaram Jesus de não respeitar o sábado (2:24), começaram a tramar a morte dele (3:6), questionaram por que Ele não seguia as tradições do ritual da purificação (7:1,3,5) e exigiram um sinal sobrenatural que autenticasse seu ministério (8:11). Os ensinos deles foram comparados a uma força maligna e insidiosa (8:15); prepararam uma armadilha para Jesus, quando pediram sua opinião sobre o divórcio (10:
2) e os impostos (12:13).

Mateus repete todas essas referências, mas reforça a animosidade, pois acrescenta vários outros eventos e mantém sua posição de antagonismo para com os líderes judaicos. Os fariseus que estavam presentes questionaram o ministério e o batismo de João Batista (Mt 3:7). Jesus declarou que a justiça de seus discípulos precisava exceder a dos fariseus (5:20). Eles o acusaram de que só expulsava os espíritos imundos pelo poder de Belzebu, príncipe dos demônios (9:34; 12:
24) e identificaram-se com os lavradores ímpios da parábola (21:45). Um deles, doutor da lei, questionou Jesus sobre qual era o maior mandamento (22:34,35). Cristo os acusou de toda sorte de hipocrisia, em seu mais longo discurso de acusação nos evangelhos (Mt 23), e eles solicitaram a Pilatos que lhes desse autorização para colocar guardas no túmulo de Jesus (27:52).

Lucas difere de Mateus e Marcos em várias passagens. Algumas de suas referências aos fariseus são também negativas. Contrapuseram-se à afirmação de Jesus de ter poder para perdoar pecados (Lc 5:21); “rejeitaram o conselho de Deus” (7:30), murmuraram por causa da associação de Cristo com os impenitentes (15:2), rejeitaram o ensino de Jesus sobre a mordomia porque “eram avarentos” (16:
14) e disseram a Cristo que repreendesse seus seguidores, quando o aclamaram rei (19:39). A parábola de Jesus sobre o fariseu e o publicano chocou a audiência, porque o popular líder judeu não foi justificado e sim o notório empregado do governo imperialista romano (18:10-14). Por outro lado, Lucas foi o único evangelista que incluiu numerosos textos que retratam os fariseus de forma mais positiva, muitas vezes no contexto da comunhão com Jesus. Simão convidou Cristo para jantar em sua casa, mas foi Jesus quem usou a ocasião para criticar sua hospitalidade (7:36-50). Lucas 11:37-53 e 14:1-24 descrevem duas festas semelhantes nas quais os fariseus agiram em favor de Cristo, o qual os criticou por algum aspecto comportamental. Em Lucas 13:31 advertiram Jesus contra a fúria do rei Herodes e pareceram genuinamente preocupados com seu bem-estar. Em Lucas 17:20-21, os fariseus perguntaram sobre o advento do reino de Deus e criaram uma oportunidade para que Jesus declarasse que o reino já estava entre eles, em sua própria pessoa e ministério.

João assemelha-se mais a Mateus, pois retrata os fariseus como extremamente hostis a Jesus. Ele enviaram os guardas do Templo numa tentativa fracassada de prendê-lo (Jo 7:32-46). Alegaram que o testemunho de Cristo não tinha validade, pois falava a seu próprio favor (8:13). Investigaram a cura de um cego, rejeitando as declarações dele sobre Jesus e revelando no processo a sua própria cegueira espiritual (9:13-41). Formaram um concílio no qual decidiram prender Cristo e tentar matá-lo em segredo (11:45-57); lamentaram o fato de “todo o mundo” ir após Jesus, quando o Filho de Deus entrou triunfalmente em Jerusalém (12:
19) e fizeram parte do grupo que foi ao Jardim Getsêmani para prendê-lo (18:3). O medo em relação aos fariseus impediu alguns judeus que creram em Jesus de confessar isso publicamente (12:42). Por outro lado, pelo menos um dos mais proeminentes deles apareceu sob uma perspectiva mais positiva — Nicodemos (3:1), que, apesar de inicialmente não entender a afirmação de Cristo sobre o novo nascimento (vv. 3,4), tempos depois levantou-se em defesa de Jesus (7:50,51) e ajudou José de Arimatéia a sepultar Cristo (19:39). Há também outros textos mais brandos que envolvem os fariseus, como a discussão sobre a identidade do Batista (1:
24) e o registro de que Jesus batizava mais pessoas do que João (4:1).

Como no evangelho de Lucas, o livro de Atos alterna referências positivas e negativas. Um importante membro da suprema corte judaica, Gamaliel, saiu em defesa dos apóstolos. Alguns fariseus tornaram-se cristãos, mas erroneamente pensavam que os novos convertidos entre os gentios eram obrigados a obedecer à Lei mosaica (At 15:5). Em sua audiência diante do Sinédrio, Paulo causou uma divisão entre seus membros; alinhou-se com os fariseus contra os saduceus, ao alegar que era julgado porque cria na ressurreição. Novamente em Atos 26:5, quando se defendia diante do rei Agripa, o apóstolo referiu-se ao seu passado como membro da seita dos fariseus. Filipenses 3:5 registra esse mesmo testemunho, mas nos dois contextos Paulo também deixou claro que, como cristão, muitas de suas convicções fundamentais mudaram. C.B.


Separados. Formavam os fariseus a mais importante das escolas judaicas, de caráter religioso, que funcionaram, depois que, 150 anos antes do nascimento de Cristo, mais ou menos, o espírito de profecia já tinha deixado de existir. Receberam aquele nome porque eles, na sua vida, separavam-se de todos os outros judeus, aspirando a mais do que uma simples santidade e exato cumprimento de deveres religiosos: mas a sua separação consistia principalmente em certas distinções a respeito do alimento e de atos rituais. A maior parte das vezes isso era apenas exterioridade religiosa, sem profundeza de religião (Mt 23:25-28), embora, em geral, não fossem faltos de sinceridade. Não tardou muito tempo para que esta seita obtivesse reputação e poder entre o povo – e passava já como provérbio o dizer-se que se apenas duas pessoas entrassem no céu, uma delas havia de ser fariseu. Foi a seita farisaica a única que sobreviveu depois da destruição do estado judaico, imprimindo as suas doutrinas em todo o Judaísmo posterior. A literatura talmúdica é unicamente obra sua. As suas principais doutrinas eram as seguintes: a lei oral que eles supunham ter Deus entregado a Moisés por meio de um anjo no monte Sinai, e que tinha sido preservada e desenvolvida pelo ensino tradicional, tinha autoridade igual à da lei escrita. Na observância destas leis podia um homem não somente obter a sua justificação com Deus, mas realizar, também, meritórias obras. o jejum, as esmolas, as abluções e as confissões eram suficiente expiação pelo pecado. os pensamentos e desejos não eram pecaminosos, a não ser que fossem postos em ação. Reconheciam que a alma é imortal e que a esperavam futuros castigos ou futuras recompensas – acreditavam na predestinação, na existência de anjos bons e maus, e na ressurreição do corpo. (*veja Ressurreição.) o estado de felicidade futura, em que criam alguns dos fariseus, era muito grosseiro. imaginavam eles que no outro mundo se come, bebe, e goza dos prazeres do amor, vivendo cada homem com a sua primeira mulher. E derivou desta maneira de pensar a astuta questão dos saduceus, que não acreditavam na ressurreição – eles perguntaram a Jesus de quem seria no céu a mulher que tivesse tido sete maridos na terra. No seu vestuário, os fariseus manifestavam muitas particularidades. As suas filactérias (peças de pergaminho com textos escritos e que se punham na testa ou no braço) eram mais largas do que as da outra gente (Dt 6:8) – estendiam a orla dos seus vestidos (Mt 23:5) – alargavam as franjas (Nm 15:38-39) – e adotavam uma especial vestimenta e cobertura da cabeça, quando estavam cumprindo um voto.

Fugir

verbo transitivo indireto , intransitivo e pronominal Afastar-se; distanciar-se de uma situação de perigo, de alguém ou de alguma coisa ameaçadora: fugir às tempestades; preocupado com o assalto, fugiu; fugiu-se daquela situação.
verbo transitivo indireto Abandonar ou escapar; sair de algum lugar por qualquer razão: com medo da ditadura, muitas pessoas fugiram do Brasil.
Não aparecer no momento apropriado: o motivo me fugiu da mente.
Não se expressar de modo correto ou coerente: as palavras fugiram-lhe da cabeça.
verbo intransitivo Passar com muita velocidade: o tempo foge.
Etimologia (origem da palavra fugir). Do latim fugere.

Futurar

verbo transitivo Predizer, prognosticar.
Supor, conjeturar.
Fazer vaticínios.

Ira

Ira CÓLERA (Sl 30:5); (Ef 4:26). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (Is 54:7-8); (Rm 9:22-23). “Filhos da ira” quer dizer “sujeitos ao castigo” de Deus (Ef 2:3). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (

substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

1. O jairita, mencionado junto com Zadoque e Abiatar em II Samuel 20:26 como “ministro de Davi”. Os jairitas eram da tribo de Manassés (Nm 32:41). Isso pode significar que os que não pertenciam à tribo de Levi foram autorizados a exercer algumas funções sacerdotais durante o reinado de Davi.


2. Filho de Iques, de Tecoa, era um dos “trinta” guerreiros valentes de Davi.

Como comandante do exército do rei, estava de prontidão com seus homens todo sexto mês de cada ano e tinha 24:000 soldados sob suas ordens (2Sm 23:26-1Cr 11:28; 1Cr 27:9).


2. O itrita, outro dos guerreiros valentes de Davi (2Sm 23:38-1Cr 11:40).


Irã

Cidadão

Um dos chefes de Edom, mencionado em conexão com Magdiel, descendente de Esaú (Gn 36:43-1Cr 1:54).


Raca

Termo popular de insulto, significando ‘vil’, ‘desprezível’ (Mt 5:22). Está em estreita conexão com a palavra ‘rekim’, que em Juízes (11,3) se acha traduzida por ‘homens levianos’. os rabinos ensinavam que o uso de tal expressão era quase tão grande crime como o assassinato.

Raca Palavra ARAMAICA que quer dizer “Você não presta!” (Mt 5:22, RC).

Raca Palavra aramaica de etimologia duvidosa (vazio?), que transmite a idéia de imoral ou tolo. Jesus a considera um grave insulto cujo uso é indigno de seus discípulos (Mt 5:22).

Raça

substantivo feminino Categorização que pretende classificar os seres humanos, pautando-se em caracteres físicos e hereditários.
Grupo de indivíduos cujos caracteres biológicos são constantes e passam de uma geração para outra: raça branca, raça negra etc.
Sucessão de ascendentes e descendentes de uma família, um povo; geração, descendência, linhagem: raça de Davi.
Subdivisão de uma espécie: raças humanas.
[Popular] Desejo intenso, constante de quem busca algo e não desiste com facilidade daquilo que quer: o jogador ganhou na raça!
Figurado Categoria de pessoas da mesma profissão, de inclinações comuns; classe: os agiotas constituem má raça.
expressão Animal de raça. Animal de boa origem.
Etimologia (origem da palavra raça). Do latim ratio, "espécie".

substantivo feminino Categorização que pretende classificar os seres humanos, pautando-se em caracteres físicos e hereditários.
Grupo de indivíduos cujos caracteres biológicos são constantes e passam de uma geração para outra: raça branca, raça negra etc.
Sucessão de ascendentes e descendentes de uma família, um povo; geração, descendência, linhagem: raça de Davi.
Subdivisão de uma espécie: raças humanas.
[Popular] Desejo intenso, constante de quem busca algo e não desiste com facilidade daquilo que quer: o jogador ganhou na raça!
Figurado Categoria de pessoas da mesma profissão, de inclinações comuns; classe: os agiotas constituem má raça.
expressão Animal de raça. Animal de boa origem.
Etimologia (origem da palavra raça). Do latim ratio, "espécie".

Saduceus

masc. pl. de saduceu

sa·du·ceu
nome masculino

Membro de uma seita judaica oposta aos fariseus, favorável ao helenismo e cujos membros pertenciam em geral à classe rica.

Confrontar: caduceu.

Uma das três seitas judaicas descritas por Josefo, o historiador judeu do século I d.C. (as outras são fariseus e essênios). Somente uma pequena fração dos líderes judeus, especialmente entre os sacerdotes e os aristocratas, pertencia a esse grupo, o qual era um misto de partido político e seita religiosa. O nome provavelmente deriva de Zadoque, sacerdote no tempo do rei Davi. Num certo sentido os saduceus eram politicamente liberais e conservadores nas questões religiosas. Viviam em paz com o governo romano (diferentemente dos fariseus), mas acreditavam apenas na Lei escrita (o que os cristãos chamaram de Antigo Testamento). Enquanto os fariseus davam crédito a um grande conjunto de tradições orais que cresceu em torno da Lei escrita de Moisés, os saduceus não aceitavam qualquer doutrina que não fosse tirada dos cinco primeiros livros da Bíblia. Isso explica por que não acreditavam na ressurreição e nos anjos (At 23:8). Nos evangelhos de Marcos e Lucas, os saduceus aparecem apenas uma vez, quando tentaram ridicularizar a doutrina da ressurreição, ao falar a Jesus sobre a situação de uma mulher que se casara sete vezes, perguntando-lhe quem seria seu marido na existência vindoura (Mc 12:18; Lc 20:7). Mateus também menciona a mesma história (22:23-33) e acrescenta várias outras referências aos saduceus. Eles foram até o local onde João batizava (Mt 3:7) e mais tarde testaram Jesus, ao pedir-lhe um sinal do céu que autenticasse seu ministério (Mt 16:1). Jesus advertiu seus discípulos contra o “fermento” deles — isto é, a influência negativa e insidiosa de seu ensino (Mt 16:11-12). Em todos esses casos foram comparados aos fariseus. Alguns estudiosos questionam como esses grupos rivais viviam juntos, de acordo com a maneira em que Mateus os descreve, mas o antagonismo freqüentemente se une contra um inimigo comum (no caso deles era Jesus). Mateus claramente estava interessado em descrevê-los sob uma perspectiva negativa, e manteve seu ponto de vista geralmente hostil para com os líderes judeus que no final crucificaram o Filho de Deus.

No livro de Atos os saduceus, junto com outros sacerdotes e o capitão da guarda do Templo, prenderam Pedro e João (At 4:1); logo depois detiveram todos os apóstolos (At 5:17), ainda que por pouco tempo. Paulo, em seu julgamento diante do tribunal judaico, tentou causar uma divisão entre os “jurados”, ao alegar que fora condenado por causa de sua crença na ressurreição, doutrina que contrariava as convicções dos saduceus (At 23:6-7). Existem algumas evidências de que este grupo perseguiu os cristãos em Jerusalém e Roma, nas décadas anteriores à destruição do Templo pelos romanos (70 d.C.); se Mateus e/ou Lucas escreveram nesse período, esse antagonismo para com os cristãos explicaria a maneira negativa em que ambos retratam os saduceus em seus documentos. C.B.


Seita judia, que se formou por volta do ano 248 antes de Jesus Cristo e cujo nome lhe veio do de Sadoc, seu fundador. Não criam na imortalidade, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus. Entretanto, criam em Deus; nada, porém, esperando após a morte, só o serviam tendo em vista recompensas temporais, ao que, segundo eles, se limitava a providência divina. Assim pensando, tinham a satisfação dos sentidos físicos por objetivo essencial da vida. Quanto às Escrituras, atinham-se ao texto da lei antiga. Não admitiam a tradição, nem interpretações quaisquer. Colocavam as boas obras e a observância pura e simples da Lei acima das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época. Seita pouco numerosa, mas que contava em seu seio importantes personagens e se tornou um partido político oposto constantemente aos fariseus.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•, it• 3

S S
Referencia:


Saduceus Seita judaica cujo nome, possivelmente, provém do Sumo Sacerdote Sadoc (2Sm 8:17). Em boa parte, pertenciam à aristocracia sacerdotal e se mostraram bem dispostos a colaborar com Roma, a fim de se manter a estabilidade política e social. Teologicamente, aceitavam só a Tora escrita, rejeitando a lei oral; negavam a ressurreição — no que Jesus os enfrentou (Mt 22:23-33) — e a existência de anjos e espíritos (At 23:8).

Desempenharam um relevante papel na condenação à morte de Jesus (Mt 26:57-66; Mc 14:53-64; Lc 22:54.66-71; Jo 11:45ss.; 18,12-14.19-24). A destruição do Templo, no ano 70, privou-os do fundamento de sua influência, desaparecendo antes do final do séc. I.

Schürer, o. c.; f. f. Bruce, New Testament...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; A. J. Saldarini, o. c.


Vendar

verbo transitivo Cobrir os olhos com uma venda.
Figurado Obscurecer, cegar: o ódio lhe vendava a razão.

Vendar Cobrir com uma tira (Lc 22:64) ou com um pano (Is 29:10).

Vinhar

vinhar | s. m.

vi·nhar
(vinho + -ar)
nome masculino

Terreno plantado com vinha. = VINHAL, VINHEDO


Víboras

-

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
εἴδω δέ πολύς Φαρισαῖος καί Σαδδουκαῖος ἔρχομαι ἐπί βάπτισμα ἔπω αὐτός γέννημα ἔχιδνα τίς ὑμῖν ὑποδείκνυμι φεύγω ἀπό ὀργή μέλλω
Mateus 3: 7 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Mas ele vendo muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Ó geração de víboras, quem vos advertiu para fugir da ira vindoura?
Mateus 3: 7 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Outubro de 27 a Outubro de 28. 15° ano de Tibério
G1081
génnēma
γέννημα
aquilo que nasceu ou procriou-se
(Brood)
Substantivo - neutro vocativo plural
G1161
δέ
e / mas / alem do mais / além disso
(moreover)
Conjunção
G1909
epí
ἐπί
sobre, em cima de, em, perto de, perante
(at [the time])
Preposição
G2064
érchomai
ἔρχομαι
vir
(are come)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 1ª pessoa do plural
G2191
échidna
ἔχιδνα
um pouco
(a little)
Substantivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3004
légō
λέγω
terra seca, solo seco
(the dry land)
Substantivo
G3195
méllō
μέλλω
um filho de Ismael cujos descendentes guerrearam contra Israel a leste do Jordão
(Jetur)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3708
horáō
ὁράω
ira, irritação, provocação, aflição
(of the provocation)
Substantivo
G3709
orgḗ
ὀργή
palma, mão, sola, palma da mão, cavidade ou palma da mão
(for the sole)
Substantivo
G4183
polýs
πολύς
um habitante de Moresete
(the Morasthite)
Adjetivo
G4523
Saddoukaîos
Σαδδουκαῖος
partido religioso judeu da época de Cristo, que negava que a lei oral fosse revelação de
(Sadducees)
Substantivo - Masculino no Plurak genitivo
G4771
σύ
de você
(of you)
Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
G5101
tís
τίς
Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
(who)
Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
G5263
hypodeíknymi
ὑποδείκνυμι
mostrar ao colocar debaixo (i.e. diante) dos olhos
(forewarned)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
G5330
Pharisaîos
Φαρισαῖος
Seita que parece ter iniciado depois do exílio. Além dos livros do AT, os Fariseus
(Pharisees)
Substantivo - Masculino no Plurak genitivo
G5343
pheúgō
φεύγω
fugir, procurar segurança pela fuga
(flee)
Verbo - presente imperativo ativo - 2ª pessoa do singular
G575
apó
ἀπό
onde?, para onde? (referindo-se a lugar)
(and where)
Advérbio
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular
G908
báptisma
βάπτισμα
imaginar, tramar, inventar (mau sentido)
(he had devised)
Verbo


γέννημα


(G1081)
génnēma (ghen'-nay-mah)

1081 γεννημα gennema

de 1080; TDNT - 1:672,114; n n

  1. aquilo que nasceu ou procriou-se
    1. a prole ou a progênie de homens ou animais
    2. os frutos da terra, o produto da agricultura

δέ


(G1161)
(deh)

1161 δε de

partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

  1. mas, além do mais, e, etc.

ἐπί


(G1909)
epí (ep-ee')

1909 επι epi

uma raíz; prep

sobre, em cima de, em, perto de, perante

de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

para, acima, sobre, em, através de, contra


ἔρχομαι


(G2064)
érchomai (er'-khom-ahee)

2064 ερχομαι erchomai

voz média de um verbo primário (usado somente no tempo presente e imperfeito, outros tempos provém de formas correlatas [voz média] ελευθομαι eleuthomai el-yoo’-thomahee, ou [ativo] ελθω eltho el’-tho, que não ocorrem de outra maneira); TDNT - 2:666,257; v

  1. vir
    1. de pessoas
      1. vir de um lugar para outro. Usado tanto de pessoas que chegam quanto daquelas que estão retornando
      2. aparecer, apresentar-se, vir diante do público
  2. metáf.
    1. vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
    2. ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
  3. ir, seguir alguém

Sinônimos ver verbete 5818


ἔχιδνα


(G2191)
échidna (ekh'-id-nah)

2191 εχιδνα echidna

de origem incerta; TDNT - 2:815,286; n f

  1. víbora, descendência ou raça de víboras
    1. discurso dirigido a pessoas astutas, mal-intencionadas, perversas

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λέγω


(G3004)
légō (leg'-o)

3004 λεγω lego

palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

  1. dizer, falar
    1. afirmar sobre, manter
    2. ensinar
    3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
    4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
    5. chamar pelo nome, chamar, nomear
    6. gritar, falar de, mencionar

μέλλω


(G3195)
méllō (mel'-lo)

3195 μελλω mello

forma consolidada de 3199 (da idéia de expectação); v

  1. estar prestes a
    1. estar a ponto de fazer ou sofrer algo
    2. intentar, ter em mente, pensar


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὁράω


(G3708)
horáō (hor-ah'-o)

3708 οραω horao

propriamente, fitar [cf 3700]; TDNT - 5:315,706; v

  1. ver com os olhos
  2. ver com a mente, perceber, conhecer
  3. ver, i.e., tornar-se conhecido pela experiência, experimentar
  4. ver, olhar para
    1. dar atênção a, tomar cuidado
    2. cuidar de, dar atênção a

      Eu fui visto, mostrei-me, tornei-me visível

Sinônimos ver verbete 5822


ὀργή


(G3709)
orgḗ (or-gay')

3709 οργη orge

de 3713; TDNT - 5:382,716; n f

raiva, disposição natural, mau humor, caráter

  1. movimento ou agitação da alma, impulso, desejo, qualquer emoção violenta, mas esp.
  2. raiva
  3. raiva, ira, indignação
  4. raiva exibida em punição, por isso usado também para punição
    1. de punições impostas pelos magistrados

πολύς


(G4183)
polýs (pol-oos')

4183 πολυς polus

que inclue as formas do substituto pollos; TDNT - 6:536,*; adj

  1. numeroso, muito, grande

Σαδδουκαῖος


(G4523)
Saddoukaîos (sad-doo-kah'-yos)

4523 σαδδουκαιος Saddoukaios

provavelmente de 4524; TDNT - 7:35,992; n m Saduceus = “justo”

  1. partido religioso judeu da época de Cristo, que negava que a lei oral fosse revelação de Deus aos israelitas, e que cria que somente a lei escrita era obrigatória para a nação como autoridade divina. Negava as seguintes doutrinas:
    1. ressurreição do corpo
    2. imortalidade da alma
    3. existência de espíritos e anjos
    4. predestinação divina (afirmavam o livre arbítrio)

σύ


(G4771)
(soo)

4771 συ su

pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

  1. tu

τίς


(G5101)
tís (tis)

5101 τις tis

τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

ὑποδείκνυμι


(G5263)
hypodeíknymi (hoop-od-ike'-noo-mee)

5263 υποδεικνυμι hupodeiknumi

de 5259 e 1166; v

mostrar ao colocar debaixo (i.e. diante) dos olhos

demonstrar através de palavras e argumentos, i.e., ensinar

mostrar por meio de dar a conhecer coisas futuras


Φαρισαῖος


(G5330)
Pharisaîos (far-is-ah'-yos)

5330 φαρισαιος Pharisaios

de origem hebraica, cf 6567 פרושים; TDNT - 9:11,1246; n m

  1. Seita que parece ter iniciado depois do exílio. Além dos livros do AT, os Fariseus reconheciam na tradição oral um padrão de fé e vida. Procuravam reconhecimento e mérito através da observância externa dos ritos e formas de piedade, tal como lavagens ceremoniais, jejuns, orações, e esmolas. Comparativamente negligentes da genuína piedade, orgulhavam-se em suas boas obras.

    Mantinham de forma persistente a fé na existência de anjos bons e maus, e na vinda do Messias; e tinham esperança de que os mortos, após uma experiência preliminar de recompensa ou penalidade no Hades, seriam novamente chamados à vida por ele, e seriam recompensados, cada um de acordo com suas obras individuais. Em oposição à dominação da família Herodes e do governo romano, eles de forma decisiva sustentavam a teocracia e a causa do seu país, e tinham grande influência entre o povo comum. De acordo com Josefo, eram mais de 6000. Eram inimigos amargos de Jesus e sua causa; foram, por outro lado, duramente repreendidos por ele por causa da sua avareza, ambição, confiança vazia nas obras externas, e aparência de piedade a fim de ganhar popularidade.


φεύγω


(G5343)
pheúgō (fyoo'-go)

5343 φευγω pheugo

aparentemente, verbo primário; v

fugir, procurar segurança pela fuga

metáf. fugir (escapar ou evitar pela fuga) algo abominável, esp. vício

ser salvo pelo vôo, escapar com segurança do perigo

poeticalmente, escapar, desaparecer


ἀπό


(G575)
apó (apo')

575 απο apo apo’

partícula primária; preposição

  1. de separação
    1. de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
    2. de separação de uma parte do todo
      1. quando de um todo alguma parte é tomada
    3. de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
    4. de um estado de separação. Distância
      1. física, de distância de lugar
      2. tempo, de distância de tempo
  2. de origem
    1. do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
    2. de origem de uma causa

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo

βάπτισμα


(G908)
báptisma (bap'-tis-mah)

908 βαπτισμα baptisma

de 907; TDNT - 1:545,92; n n

  1. imersão, submersão
    1. de calamidades e aflições nas quais alguém é submergido completamente
    2. do batismo de João, aquele rito de purificação pelo qual as pessoas, mediante a confissão dos seus pecados, comprometiam-se a uma transformação espiritual, obtinham perdão de seus pecados passados e qualificavam-se para receber os benefícios do reino do Messias que em breve seria estabelecido. Este era um batismo cristão válido e foi o único batismo que os apóstolos receberam. Não há registro em nenhum outro lugar de que tenham sido alguma vez rebatizados depois do Pentecostes.
    3. do batismo cristão; um rito de imersão na água, como ordenada por Cristo, pelo qual alguém, depois de confessar seus pecados e professar a sua fé em Cristo, tendo nascido

      de novo pelo Santo Espírito para uma nova vida, identifica-se publicamente com a comunhão de Cristo e a igreja.

      Em Rm 6:3 Paulo afirma que fomos “batizados na sua morte”, significando que estamos não apenas mortos para os nossos antigos caminhos, mas que eles foram sepultados. Retornar a eles é tão inconcebível para um Cristão quanto para alguém desenterrar um cadáver! Em países islâmitas, um recém convertido tem poucos problemas com os muçulmanos até ser publicamente batizado. É então que os muçulmanos sabem que têm que dar um jeito nele e daí começa a perseguição. Ver também discussão sobre batismo no verbete 907.