Enciclopédia de João 1:25-25

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 1: 25

Versão Versículo
ARA E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
ARC E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
TB Perguntaram-lhe também: Por que, então, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
BGB καὶ ἠρώτησαν αὐτὸν καὶ εἶπαν αὐτῷ· Τί οὖν βαπτίζεις εἰ σὺ οὐκ εἶ ὁ χριστὸς ⸂οὐδὲ Ἠλίας οὐδὲ⸃ ὁ προφήτης;
HD Interrogaram-no, e disseram-lhe: Então por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?
BKJ E eles perguntaram-lhe, dizendo: Por que então tu batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
LTT E lhe perguntaram, e lhe disseram: "Por que, pois, submerges, uma vez que 747 não és o Cristo, nem Elias, nem O ① Profeta?"
BJ2 Perguntaram-lhe ainda: "E por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?"
VULG Et interrogaverunt eum, et dixerunt ei : Quid ergo baptizas, si tu non es Christus, neque Elias, neque propheta ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 1:25

Deuteronômio 18:15 O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;
Deuteronômio 18:18 Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
Daniel 9:24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos.
Mateus 21:23 E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isso? E quem te deu tal autoridade?
João 1:20 E confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
Atos 4:5 E aconteceu, no dia seguinte, reunirem-se em Jerusalém os seus principais, os anciãos, os escribas,
Atos 5:28 Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 747

Jo 1:25 "UMA VEZ QUE": Embora o modo do verbo da condição não seja subjuntivo (e, a rigor, talvez não tenhamos uma condição de 3ª classe, explicada em Jo 14:3), vale aqui a nota de Rm 8:17: há situações em que o verbo não está rigorosamente no subjuntivo, mas a construção força que seja entendido como equivalente a um subjuntivo, então a regra também pode e deve ser estendida a esses casos.


 ①

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O começo do ministério de Jesus

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

29 d.C., c. outubro

Rio Jordão, talvez em Betânia do outro lado do Jordão, ou perto dela

Jesus é batizado e ungido; Jeová o reconhece como seu Filho e lhe dá sua aprovação

Mt 3:13-17

Mc 1:9-11

Lc 3:21-38

Jo 1:32-34

Deserto da Judeia

É tentado pelo Diabo

Mt 4:1-11

Mc 1:12-13

Lc 4:1-13

 

Betânia do outro lado do Jordão

João Batista identifica Jesus como o Cordeiro de Deus; os primeiros discípulos se juntam a Jesus

     

Jo 1:15-29-51

Caná da Galileia; Cafarnaum

Primeiro milagre, água transformada em vinho; visita Cafarnaum

     

Jo 2:1-12

30 d.C., Páscoa

Jerusalém

Purifica o templo

     

Jo 2:13-25

Conversa com Nicodemos

     

Jo 3:1-21

Judeia; Enom

Vai à zona rural da Judeia, seus discípulos batizam; João dá seu último testemunho sobre Jesus

     

Jo 3:22-36

Tiberíades; Judeia

João é preso; Jesus viaja para a Galileia

Mt 4:12-14:3-5

Mc 6:17-20

Lc 3:19-20

Jo 4:1-3

Sicar, em Samaria

Ensina samaritanos no caminho para a Galileia

     

Jo 4:4-43


Tabela: Profetas e Reis de Judá e de Israel (Parte 1)

Reis do Reino de duas tribos, ao sul Reino de Judá
997 a.C.

Roboão: 17 anos

980

Abias (Abião): 3 anos

978

Asa: 41 anos

937

Jeosafá: 25 anos

913

Jeorão: 8 anos

c. 906

Acazias: 1 ano

c. 905

Rainha Atalia: 6 anos

898

Jeoás: 40 anos

858

Amazias: 29 anos

829

Uzias (Azarias): 52 anos

Reis do Reino de dez tribos, ao norte Reino de Israel
997 a.C.

Jeroboão: 22 anos

c. 976

Nadabe: 2 anos

c. 975

Baasa: 24 anos

c. 952

Elá: 2 anos

Zinri: 7 dias (c. 951)

Onri e Tibni: 4 anos

c. 947

Onri (sozinho): 8 anos

c. 940

Acabe: 22 anos

c. 920

Acazias: 2 anos

c. 917

Jeorão: 12 anos

c. 905

Jeú: 28 anos

876

Jeoacaz: 14 anos

c. 862

Jeoacaz e Jeoás: 3 anos

c. 859

Jeoás (sozinho): 16 anos

c. 844

Jeroboão II: 41 anos

Lista de profetas

Joel

Elias

Eliseu

Jonas

Amós


Tabela: Profetas e Reis de Judá e de Israel (Parte 2)

Reis do reino de Judá (continuação)
777 a.C.

Jotão: 16 anos

762

Acaz: 16 anos

746

Ezequias: 29 anos

716

Manassés: 55 anos

661

Amom: 2 anos

659

Josias: 31 anos

628

Jeoacaz: 3 meses

Jeoiaquim: 11 anos

618

Joaquim: 3 meses e 10 dias

617

Zedequias: 11 anos

607

Jerusalém e seu templo são destruídos pelos babilônios durante o reinado de Nabucodonosor. Zedequias, o último rei da linhagem de Davi, é tirado do trono

Reis do reino de Israel (continuação)
c. 803 a.C.

Zacarias: reinado registrado de apenas 6 meses

Em algum sentido, Zacarias começou a reinar, mas pelo visto seu reinado não foi plenamente confirmado até c. 792

c. 791

Salum: 1 mês

Menaém: 10 anos

c. 780

Pecaías: 2 anos

c. 778

Peca: 20 anos

c. 758

Oseias: 9 anos a partir de c. 748

c. 748

Parece que foi somente em c. 748 que o reinado de Oseias foi plenamente estabelecido ou recebeu o apoio do monarca assírio Tiglate-Pileser III

740

A Assíria conquista Samaria e domina 1srael; o reino de Israel de dez tribos, ao norte, chega ao seu fim

Lista de profetas

Isaías

Miqueias

Sofonias

Jeremias

Naum

Habacuque

Daniel

Ezequiel

Obadias

Oseias


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


Huberto Rohden

jo 1:25
Nosso Mestre

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 19
Huberto Rohden
Era tão grande a santidade de João Batista que o povo pensava que ele fosse o próprio Cristo. João, porém, protestou contra essa ideia, dizendo que nem era digno de ser o último escravo de Jesus; até seria honra demais para ele desatar-lhe as correias das sandálias.
Foi este o testemunho que João deu, quando os judeus lhe enviaram sacerdotes e levitas de Jerusalém com a pergunta: "Quem és tu?" Confessou sem negar, declarando: "Eu não sou o Cristo".
Perguntaram-lhe eles: "Quem és, pois? És Elias?"
"Não sou" - respondeu.
"És o profeta?"
"Não" - tornou ele.
Responderam eles: "Quem és, pois? Para podermos dar resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?"
Tornou ele: "Eu sou a voz que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, conforme disse o profeta Isaías".
Ora, os embaixadores pertenciam aos fariseus. E continuaram a interrogá-lo: "Por que batizas, pois, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?"
Respondeu-lhes João: "Eu batizo com água; mas no meio de vós está, desconhecido de vós, aquele que virá após mim; e que, todavia, é anterior a mim. Eu nem sou digno de lhe desatar as correias do calçado".
Deu-se isto em Betânia, para além do Jordão, onde João batizava (Jo. l, 19-28).

CARLOS TORRES PASTORINO

jo 1:25
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 24
CARLOS TORRES PASTORINO
JO 1:19-28

19. Este é o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas, para perguntar-lhe: "Quem és tu?"


20. Ele confessou e não negou, e confessou: "Eu não sou o Cristo".


21. Perguntaram-lhe eles: "Quem és então? És tu Elias?" Ele respondeu: "Não sou". "És tu o Profeta?" Respondeu: "Não".


22. Disseram-lhe pois: "Quem és? Para que possamos dar resposta aos que nos enviaram. Que pensas de ti mesmo?"


23. Ele replicou: "Eu sou a voz do que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor", como disse o profeta Isaías.


24. Ora, eles tinham sido enviados pelos fariseus.


25. Perguntaram-lhe também: "Por que então mergulhas se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?"


26. Respondeu-lhes João: "Eu mergulho na água; no meio de vós está quem "Vós não conheceis,


27. aquele que vem depois de mim, ao qual não sou digno de desatar a correia das sandálias".


28. Isto passou-se em Betânia, além do Jordão, onde João estava mergulhando.


O mesmo episódio anteriormente narrado pelos sinópticos é trazido com variantes pelo evangelista João, com a autoridade que lhe conferia o fato de ter sido discípulo do Batista, e portanto de haver assistido às cenas. Ele traz seu testemunho ocular do interrogatório "oficial" por parte do Sinédrio, por intermédio de emissários credenciados. A delegação era constituída de sacerdotes (saduceus, que representavam a autoridade) e de levitas (o clero encarregado da polícia do Templo de Jerusalém).


A pergunta "quem és tu"? subentendia o acréscimo "és o Cristo"? E o evangelista coloca enfaticamente a resposta de João "confessou e não negou, mas confessou: não sou o Cristo", ou seja não sou o Messias esperado. Falou a verdade sem rebuços, não se fazendo passar, por quem não era.


Eles insistiram, perguntando-lhe se "era Elias". A vinda do Messias estava condicionada à vinda de Elias, que o devia proceder, segundo as palavras do Antigo Testamento, em Malaquias "eis que envio meu mensageiro, ele há de preparar o caminho diante de mim (Yahweh)" (3:1), e "eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia de Yahweh; ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais" 4:5-3. Os judeus o aguardavam no sentido literal (Cfr.


MT 16:14 e MT 17:10-13; MC 9:12 e MC 15:35-36; LC 1:17). Jesus diz claramente, falando de João Batista: "se quereis compreendê-lo, ele mesmo é Elias que tinha que vir" (MT 11:14); e mais: " declaro-vos que Elias já veio... e os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista" (MT 17:11-13; cfr. MC 9:13). De fato, o Batista viveu longo tempo no deserto, como Elias; vestia um manto de pelo de camelo, como Elias; usava um cinto de couro, como Elias.


Por que então diz João que "não é Elias"? Porque de fato João Batista não era Elias; ele FORA Elias em vida anterior, mas na atual não mais o era; era, sim, João Batista. A personalidade muda, de encarna ção para encarnação: quando o ser (individualidade) reencarna, abandona por completo a personaliSABEDORIA DO EVANGELHO dade anterior que morre ("uma só vez", HB 9:27) e assume nova personalidade (embora a possa" reassumir", quando novamente libertado de seu corpo físico, como ocorreu com João Batista que, depois de desencarnar, reassumiu a personalidade de Elias e conversou com Jesus no Tabor, MT 17:3 e MC 9:4). Então, João Batista FOI outrora Elias, mas NÃO É MAIS Elias, é João. O comentador católico Monsenhor Louis Pirot, de quem muito nos servimos nestes comentários, escreve uma frase preciosa ao esclarecer a resposta do Batista: "mas enfim, tratava-se de Elias em pessoa e, nesse sentido, João Batista só podia responder negativamente" ("La Sainte Bible", vol. 10, pág. 321). Embora desconhecendo a técnica da reencarnação, e por isso negando-a, Pirot acertou: a PESSOA (personalidade) de Elias era uma; a PESSOA (personalidade) de João Batista era outra, totalmente diferente.


Todavia, a INDIVIDUALIDADE, o SER, ou o ESPÍRITO (não a alma!) de ambos era UM SÓ. Duas contas de um rosário são duas contas diferentes, mas o fio que as liga faz que elas sejam "um rosário"
e "um fio" só. Outro exemplo: cada membro de nosso corpo é independente - o braço não é a perna -

mas o que faz que eles formem parte de UM SER apenas, é nosso ESPÍRITO que os unifica num só corpo.


Aliás, são Gregório Magno (Homilia VII in Evangelium, Patr. Lat. t. 76 col. 1100) escreve: "Em outro local (MT 11:13-14), sendo o Senhor interrogado pelos discípulos quanto à vinda de Elias, respondeu: Elias já veio, e se quereis sabê-lo é João que é Elias. João, interrogado, diz o contrário: eu não sou Elias... É que João era Elias pelo espírito que o animava, mas ele não era Elias em pessoa. O que o Senhor diz do espírito de Elias, João o nega da pessoa". Conforme vemos, exatamente nosso ponto de vista, concordando plenamente com a tese reencarnacionista.


Vem a terceira pergunta, baseada na promessa de Moisés: "Yahweh, teu deus, suscitar-te-á do meio de ti (povo), dentre teus irmãos, um Profeta igual a mim: escutai-o" (DT 18:15). Seria João esse Profeta?


Essa profecia foi aplicada a Jesus por Pedro (AT 3:22), por Estêvão (AT 7:37) e pelo povo judaico (JO 6:14 e JO 7:40). O Batista mais uma vez nega ser esse Profeta predito por Moisés.


A missão do sinédrio era "oficial". Tinha, pois, o direito de argüir João. E pergunta-lhe como desfecho: " que dizes de ti mesmo"? João retruca citando Isaías (Isaías 40:3): "sou a voz do que clama no deserto, endireitai os caminhos do Senhor". Já estudamos esse trecho nos comentários aos sinópticas (MT 3:3;

MC 1:3 e LC 3:4). Aqui é o próprio João que a aplica a si mesmo, oficialmente, diante da máxima autoridade civil e religiosa do povo israelita.


Neste ponto, o evangelista diz que a delegação fora enviada pelos fariseus, ciosos do cumprimento da Lei e da Tradição. Finalizado o interrogatório, tomam satisfações de seus atos: "se não és o Cristo, nem Elias, nem "o" Profeta, com que direito mergulhas tu"?


Como vemos, a crença da reencarnação de Elias era aceita como indiscutível, o que prova que a própria reencarnação em si também o era. Apenas, não conheciam ainda bem a sua técnica.


João esclarece que apenas "mergulha na água", para excitar os sentidos à reforma mental, mas afirma solenemente que "o Messias já está em Israel".


Informa o evangelista que esses fatos ocorreram em "Betânia" além do Jordão (não é a Betânia de Marta e Maria). Orígenes, que conhecia o terreno, quis corrigir os manuscritos para "Betabara", para conformar-se à topografia da região.


Nesta cena, observamos a angústia que obceca os homens pela personalidade, pelo que cai sob os sentidos. Nada de interessar-se pelo Espírito. Querem firmar suas crenças externas nas ilusões passageiras do corpo, da pessoa, da filiação, das credenciais humanas.


Estes interrogatórios serão feitos a todos os que mergulharam no Espírito: "Quem és? que autoridade tens? quem te deu esse poder"?


Se houver um "diploma" conferido, está tudo legal. Mas há que ser um diploma material e humano. A Força Divina, para os homens comuns e para as "autoridades", de nada vale: é indispensável a confirma ção da autoridade "humana".


jo 1:25
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 4
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 11:2-19


2. Como João, no cárcere, tivesse ouvido falar das obras de cristo, mandou dois de seus discípulos perguntar-lhe:


3. "És tu o que vem, ou devemos esperar outro"?


4. Respondeu-lhes Jesus: "Ide contar a João o que estais ouvindo e observando:


5. os cegos vêem de novo; os coxos andam; os leprosos ficam limpos; os surdos estão ouvindo; os mortos se levantam e aos mendigos é dirigida a boa-nova;


6. e feliz aquele que não tropeça em mim".


7. Ao partirem eles, começou Jesus a falar ao povo a respeito de João: "Que saístes a ver no deserto? Uma cana sacudida pelo vento?


8. Mas que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Os que vestem roupas finas residem nos palácios dos reis.


9. Mas que saístes a ver? Um profeta? Sim, digo-vos, e muito mais que um profeta.


10. É dele que está escrito: "Eis que envio ante tua face meu mensageiro, que preparará teu caminho diante de ti".


11. Em verdade vos digo que não apareceu entre os nascidos de mulher outro maior que João, o Batista (o que mergulha); mas o reino dos céus é maior que ele.


12. Desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é assaltado, e os assaltantes o conquistam,


13. porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.


14. E se quereis aceitar (isto), ele mesmo é Elias que estava destinado a vir.


15. O que tem ouvidos, ouça.


16. Mas a que hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos sentados nas praças, que gritam aos companheiros:


17. "nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes".


18. Porque veio João não comendo nem bebendo, e dizem: "ele recebeu um espírito desencarnado".


19. Veio o filho do homem comendo e bebendo, e dizem: "eis um homem glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e pecadores"! E contudo, a sabedoria é justificada por seus filhos". zaram a vontade de Deus quanto a eles, não tendo sido mergulhados por ele.


LC 7:19-35


19. Chamando dois deles (de seus discípulos), João enviou-os a Jesus, para perguntar: "És tu o que deve vir, ou esperaremos outro"?


20. Quando esses homens chegaram a ele, disseram: "João, o Batista, enviou-nos para te perguntar: "és tu o que vem, ou esperaremos outro"?


21. Na mesma hora curou Jesus a muitos de moléstias, de flagelos, e de obsessores, e concedeu vista a muitos cegos.


22. Então respondeu-lhes: "Indo embora, relatai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem de novo, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos estão ouvindo, os mortos se levantam, e aos mendigos é dirigida a boa-nova.


23. E feliz é o que não tropeça em mim".


24. Tendo ido os mensageiros de João, começou a falar ao povo a respeito de João: "Que saístes a ver no deserto? Uma cana sacudida pelo vento?


25. Mas que saístes a ver? Um homem vestido com roupas finas? Os que se vestem ricamente e vivem no luxo, estão nos palácios dos reis.


26. Mas que saístes a ver? Um profeta? Sim, digo-vos, e muito mais que profeta.


27. É dele que está escrito: "eis que envio ante tua face meu mensageiro, que preparará teu caminho diante de ti".


28. Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior que João; mas o menor no reino de Deus, é maior que ele".


29. Ao ouvir isto, todo o povo e até os cobradores de impostos reconheceram a justiça de Deus, sendo mergulhados com o mergulho de João;


30. mas os fariseus e 0s doutores da lei desprezaram a vontade de Deus quanto a eles, não tendo sido mergulhados por ele.


31. "A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são eles semelhantes?


32. São semelhantes a meninos que se sentam na praça e gritam uns para os outros: "nós tocamos flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes".


33. Pois veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho e dizeis: "ele recebeu um espírito desencarnado".


34. Veio o filho do homem comendo e bebendo, e dizeis: "eis um homem glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e pecadores!"


35. Entretanto, a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.


João estava na prisão de Maquérus (veja vol. 2). Daí acompanhava com grande interesse todo o desenvolvimento do ministério de Jesus, sobre o qual é constantemente informado por seus discípulos, que o visitam com frequência. O que mais lhe contam são os prodígios operados pelo novo taumaturgo de Nazaré. João jamais perdeu de vista sua tarefa de precursor e todos os seus atos destinam-se a "preparar o caminho diante dele" (vol. 1).


Que Jesus era o Messias, não havia dúvida para João, que O reconhecera desde o ventre materno (LC 1. 41. vol. 1); era consciente de ser ele o precursor (MT 3:1-6; vol. 1); declarou mesmo que não era digno de desatar-lhe as correias das sandálias (MT 3:11-12; vol 1); declarou até peremptoriamente ser o precursor predito (JO 1:19-28; vol. 1); não queria, mergulhar Jesus, porque se julgava indigno (MT 3:13-15; vol. 1); durante o ato do mergulho viu o sinal do Espírito (MT 3:16-17; vol 1); designou Jesus como o "cordeiro que resgata o carma do mundo " (JO 1:29-33) e taxativamente declara" eu vi e testifiquei que Ele é o escolhido de Deus" (JO 1:34; vol. 1); além de tudo isso, influi nos discípulos que sigam Jesus, declarando-o "o messias" (JO 1:35-37; vol. 1); e quando seus discípulos se queixam de que Jesus está atraindo multidões, João lhes dá a entender que Jesus é o Messias e acrescenta "é necessário que ele cresça e que EU diminua" (JO 3:25-30; vol. 2).


No entanto, apesar de tudo isso, os discípulos de João não viam Jesus com bons olhos e, por ciúmes escandalizavam-se dele". Observe-se que o verbo grego skandalízô en significa literalmente "tropeçar em". Assim o substantivo skándalon era, na armadilha, a peça-chave (o alçapão ou trava), que a fazia detonar. Então, escandalizar era tropeçar na trava, ficando preso na armadilha.


Mas, dizíamos, os discípulos de João tinham ciúmes do êxito crescente de Jesus (coisa tão comum entre espiritualistas!), especialmente quando viram seu próprio mestre na prisão. Observamos que eles criticaram Jesus na questão do jejum (MT 9:14) unindo-se aos piores inimigos de Jesus; vimos que eles foram queixar-se de Jesus ao próprio João, quando então o Batista se limita a recordar-lhes o que lhes havia afirmado a respeito de Jesus (vol. 2).


Na prisão, João percebia que seu fim estava próximo e preocupava-se, em primeiro lugar, em conseguir mais uma oportunidade de exercer oficialmente sua tarefa de precursor; mas além disso, queria aproximar de Jesus seus discípulos, a fim de que estes não prosseguissem, após seu desencarne, no culto de um precursor, ao invés de seguir o verdadeiro Mestre. Para isso, era indispensável uma definição pública de Jesus. E João resolve provocá-la, mas com delicadeza, deixando-lhe o caminho aberto para que Jesus respondesse como julgasse mais oportuno.


Daí a pergunta confiada aos dois mensageiros : "és tu o que vem (ho erchómenos, no particípio presente) ou deverá ser esperado outro"?


Anote-se, para fixar o sentido em que era usada a palavra "anjo" naquela época, que Lucas dá, aos dois discípulos de João que foram mandados a Jesus, o título de "anjos", isto é, mensageiros.


Jesus responde-lhes com fatos, e, na presença deles, realiza as obras preditas pelos antigos profetas de Israel como típicas "daquele que viria"; e depois de fazer, passa a citar as realizações por eles antevistas: quanto aos mortos, IS 26:19; quanto aos surdos e mendigos, IS 29:18; quanto aos cegos e surdos, IS 35:5 e quanto aos infelizes, IS 61:1.


Após as obras e citações, Jesus conclui "feliz o que não tropeça em mim" (makários hoi eàn mé skandaIisth êi), ou seja, o que não se recusar a aceitá-lo, por não compreender Sua missão. A advertência dirige-se abertamente aos discípulos de João que criticavam Jesus. Eles, de mentalidade estreita, fazendo questão fechada de ser vegetarianos e abstêmios de vinho e sexo, "tropeçaram" num Missionário verdadeiro (Jesus), e não no quiseram aceitar, por ser Ele "comilão e beberrão de vinho" (cfr. MT 11:18-19 e LC 7 : 33-34).


Quanto a Jesus, sempre preferiu confirmar Sua missão por meio de Suas obras e de Seus exemplos.


Jesus espera que os discípulos de João se retirem, e então tece o panegírico do precursor, talvez para que os apóstolos e outros seguidores Seus não viessem a pensar que a pergunta de João fora provoca da por alguma dúvida real do precursor. Tanto que a primeira pergunta se refere à falta de fé, à vacilação nas atitudes: a cana sacudida pelo vento. João não é um homem qualquer sem convicções, não é um "grande do mundo", rico e poderoso; e nessa série de perguntas repetidas, a eloquência se exalta: um profeta? sim, diz Jesus, e muito mais do que profeta: o precursor do Messias. Isso é afirmado através da citação de Malaquias (Malaquias 3:11).


Subindo mais ainda, Jesus chega ao clímax, afirmando categoricamente com solenidade: "em verdade vos digo, entre os nascidos de mulher ninguém é maior que João". Já explicamos (vol. 1) o sentido da expressão "filho do homem". Recordemos.


Os gnósticos distinguiam dois graus de evolução: os "nascidos de mulher" ou "filhos de mulher" e os" filhos do homem".


Os "filhos de mulher" são os que ainda estão sujeitos à reencarnação cármica, obrigados a renascer através da mulher, sejam eles involuídos ou evoluídos. Neste passo declara Jesus que dentre todos os que estão ainda sujeitos inevitavelmente ao kyklos anánke (ciclo fatal) da reencarnação, o Batista é o maior de todos.


Já os "filhos do homem" (dos quais Jesus se cita como exemplo logo abaixo, versículo 19) são os que não estão mais sujeitos à reencarnação, só reencarnando quando o querem para determinada missão; e são assim chamados como significando aqueles que já superaram o estágio hominal, sendo, o resultado ou "filho" da evolução humana. Na realidade, Jesus era um dos "filhos do homem", como também outros avatares que vieram à Terra espontaneamente para ajudar à humanidade (tais Krishna, Buda, etc.) .


João, o Batista, cujo Espírito animara, na encarnação anterior a personalidade de Elias o Tesbita, estava sujeito à reencarnação para resgatar o assassinato dos sacerdotes de Baal, junto à torrente de Kishon (cfr. 1RS 18:40 e 1RS 18:19:1), mortos à espada por ordem dele; e por isso a personalidade de João também teve a cabeça decepada à espada (cfr. MT 14:10-11). A Lei de Causa e Efeito é inapelável.


João, portanto, ainda pertencia ao grau evolutivo dos "nascidos de mulher", embora fosse o maior de todos naquela época.


Entretanto, todos aqueles que tenham conquistado o "reino dos céus", isto é, que hajam obtido a união hipostática com o Cristo Interno, são maiores do que ele, no sentido de terem superado essa fase do ciclo reencarnatório: e portanto de haverem atingido o grau de "filhos do homem". Tão importante se revela essa união definitiva com a Divindade!


Surgem depois dois versículos que os comentadores ansiosamente buscam penetrar quanto ao sentido profundo, mas, de modo geral, permanecem na periferia, dizendo que "só os que se esforçam violen tamente conseguem o reino dos céus"; e, na segunda parte, que Jesus colocou aqui João como "marco divisório a encerrar o Antigo Testamento ("toda a Lei e os Profetas até João", como diz Agostinho: videtur Joannes interjectus quidam limes Testamentorum duorum, Patrol. Lat. vol. 38, col. 1328).


E finalmente a grande revelação, irrecusável sob qualquer aspecto: "se quereis aceitar isso (se fordes capazes de compreendê-lo) ele mesmo é Elias, o que devia vir... quem tem ouvidos, ouça (quem puder, compreenda!).


A tradução do vers. 14 não coincide com as comuns. Mas o grego é bem claro: kai (e) ei (se) thélete (quereis) decsásthai (aceitar, inf. pres. ) autós (ele mesmo) estin (é) Hêlías (Elias) ho méllôn (part.


presente de mellô, destinado", "o que estava destinado") érchesthai (inf. pres. : a vir).


A Vulgata traduziu: "et si vultis recipere, ipse est Elias qui venturus est", em que o particípio futuro na conjunção perifrástica dá o sentido de obrigação ou destino do presente do particípio méllôn; acontece que o latim ligou num só tempo de verbo (venturus est) o sentido dos dois verbos gregos (ho méllôn érchesthai). Com essa tradução, porém, o sentido preciso do original ficou algo "arranhado". Se a tradução fora literal, deveríamos ler, na Vulgata (embora com um latim menos ortodoxo): "ipse est Elias debens venire", o que corresponde exatamente à nossa tradução: "ele mesmo é Elias que devia (estava destinado) a vir". Levados pela tradução da Vulgata, os tradutores colocam o futuro do presente (que deverá vir), quando a ação é nitidamente construída no futuro do pretérito.


A previsão do regresso de Elias à Terra (cfr. MT 3:23-24) "eis que vos envio Elias, o profeta, antes que chegue o dia de YHWH grande e terrível: ele reconduzirá o coração dos pais para os filhos e dos filhos para os pais" ... é confirmada no Eclesiástico (48:10) ao elogiar Elias "tu, que foste designado para os tempos futuros como apaziguador da cólera, antes que ela se inflame, conduzindo o coração do pai para o filho".


Alguns pensam tratar-se "do último dia do juízo final", mas Jesus mesmo dá a interpretação autêntica, quando diz: "eu vos declaro que Elias já veio mas não foi reconhecido" ... "e os discípulos entenderam que Ele lhes falava de João Batista" (MT 17:12-13).


Então, não pode restar a mínima dúvida de que Jesus confirma, autoritária e inapelavelmente, que João Batista é a reencarnação de Elias. Embora sejam duas personalidades diferentes, o Espírito (ou individualidade)


é o mesmo. Gregório Magno compreendeu bem o mecanismo quando, ao comentar o passo em que João nega ser Elias (JO 1:21) escreveu: "em outro passo o Senhor, interrogado pelos discípulos sobre a vinda de Elias, respondeu: Elias já veio (MT 17:12) e, se quereis aceitá-lo, é João que é Elias (MT 11:14). João, interrogado, diz o contrário: eu não sou Elias... É que João era Elias pelo Espírito (individualidade) que o animava, mas não era Elias em pessoa (na personalidade). O que o Senhor diz do Espírito de Elias, João o nega da pessoa" (Greg. Magno, Hom. 7 in Evang., Patrol. Lat. vol. 76, col. 1100).


Jesus não precisava entrar em pormenores sobre a reencarnação, pois era essa uma crença aceita normalmente entre os israelitas dessa época, sobretudo pelos fariseus, só sendo recusada pelos saduceus.


Em Lucas há dois versículos próprios a ele, distinguindo amassa e os publicanos, que aceitaram o mergulho de João, e os fariseus e doutores da lei, que não aceitaram a oportunidade da mudança de vida, que Deus lhes oferecia por intermédio de João.


E Jesus prossegue propondo uma parábola, na qual ilustra a contradição de Seus contemporâneos ("desta geração"), que não aceitam a austeridade da pregação de João nem a bondade alegre dos ensinos de Jesus. Ao verem a penitência e abstinência do Batista,, disseram que "estava obsidiado", que" tinha espírito desencarnado"; e ao observarem a leveza de atitudes do Nazareno, taxaram-no de comilão e beberão.


Cabe notar en passant que a obsessão é sempre atribuída em o Novo Testamento a um daímon (espírito desencarnado), em hebraico dibbuck, e jamais ao diábolos (cfr. vol. 1).


Definida a posição de dúvidas e hesitações da humanidade daquela época, (da qual pouco difere a atual) o Mestre conclui com um aforismo: a sabedoria é justificada por seus filhos, ou seja, por seus resultados. Com efeito, o que é produzido pelo sábio é que lhe justifica a sabedoria.


Há fatos que trazem lições preciosas. Aqui temos um.


O intelecto (João) no "cárcere" da carne, ouve as teorias a respeito da individualidade (Jesus) mas, como é de seu feitio raciocinador, quer provas. Não se contenta em ouvir afirmativas de outrem: exige confirmação do próprio. E o meio mais rápido é pedir à própria individualidade que se defina, que apareça, que se declare de origem divina.


Evidentemente, de nada adiantaria mais uma assertiva, embora proveniente da própria individualidade: o intelecto continuaria na dúvida. Inteligentemente a individualidade não responde com palavras, mas com fatos. O intelecto manda dois de seus discípulos, (faculdades de percepção e de observação) para apurar. E a resposta consiste em fatos: "veja, diz a individualidade, como se te modificam as coisas: a cegueira intelectual se abriu para a luz; os ouvidos da compreensão, antes surdos, estão atentos à voz interior; os passos incertos na caminhada evolutiva se tornaram firmes; os resgates cármicos que enfeavam a personalidade vão sendo limpos; a morte da indiferença às coisas espirituais se torna vida entusiástica e, apesar de toda a pobreza dos veículos físicos e do "espírito" é a ele que se dirige a ótima notícia do "reino" ... mas, coitado daquele que, apesar de todas as evidências, não crê e tropeça no conhecimento da individualidade... feliz, porém, aquele que compreende e aceita".


O intelecto recebe as lições e os testemunhos, que lhe comprovam a realidade dos fatos, e retira-se para meditação.


Entretanto, além da lição extraída dos fatos, temos outra, surgida com a Palavra: o Verbo de Deus que se manifesta dentro de nós (JO 1:14).


Em primeiro lugar, com as perguntas insistentes, temos avisos repetidos do que procura o Espírito: nem coisas fúteis (uma cana sacudida pelo vento), nem luxo (homem vestido de roupa, finas) nem mesmo um profeta (médiuns e videntes), mas algo maior que isso: o Espírito quer descobrir o caminho para encontrar seu único Mestre, o Cristo Interno. Para isso, está sempre alerta, a fim de entrar em contato com o "mensageiro" (pequeno mestre) que vem mostrar o caminho e aplainá-lo, para facilitar a busca e o Encontro. A tarefa desse "precursor" e mestre humano (intelecto =, João) é "aplainar as veredas", abaixar os outeiros e elevar os vales e levar o coração dos pais aos filhos e vice-versa (ou seja, harmonizar a mente com todos os veículos que a carregam na jornada evolutiva). O intelecto, portanto, PREPARA o caminho da personalidade, para que ela possa encontrar o Cristo Interno. Ent ão, o intelecto iluminado é o precursor do Cristo Interno, seja esse intelecto o da própria criatura, seja o de criaturas outras que se disponham a "servir" à humanidade. E esses precursores tem vindo várias vezes à Terra, sendo alguns reconhecidos como avatares de lídima estirpe.


Ocorre, entretanto, que muitos dos discípulos desses precursores do Cristo Interno tomam a si, tamb ém, a tarefa de indicar a senda, quer falando, quer escrevendo, quer sobretudo exemplificando.


E aqui temos o exemplo que Jesus dá, de João, o intelecto que preparou realmente o caminho para o Cristo, e que, por isso, foi destacado como "o maior" dentre os que vivem ainda na personalidade.


Não obstante, aquele que tiver dado o Mergulho em profundidade na Consciência Cósmica, dentro de si mesmo, esse será, em sua individualidade, como "filho do homem", maior que qualquer das maiores personalidades. E por isso João é apresentado como "o mergulhador" (o Batista), "o que mergulha", isto é, "o que prepara, através" do mergulho que ele ensina, o caminho para o Encontro com o Cristo Interno".


Jesus, a individualidade, não podia deixar de elogiar esse intelecto iluminado, a fim de chamar nossa atenção a respeito de como processar a aproximação da meta gloriosa. E o evangelista, que aprendera o mergulho de João e por isso encontrara Jesus (a individualidade), comenta que os humildes (povo e publicanos) haviam correspondido ao ensino de João e haviam mergulhado, descobrindo o Cristo em si, mas os orgulhosos (fariseus e doutores) haviam rejeitado esse ensino, desprezando a oportunidade que a Vida (Deus) lhes oferecera, e não tinham aceito o mergulho.


Jesus confirma ainda que a representação do intelecto iluminado (Buddha) em o Novo Testamento é a mesma que fora apresentada, como protótipo no Antigo: Elias.


Depois, numa parábola, avisa a quem possa compreender, que jamais haja decepção, porque a geração que está na Terra ainda não sabe o que quer, por imaturidade mental. Se um dirigente vem com penitências, é rejeitado; e se vem com alegria, também o é. Desde que não concordem com seus pontosde-vista terrenos, os "profetas" ou "precursores" são recusados e levados ao ridículo por qualquer das facções já existentes.


Todavia, são os resultados obtidos que justificam a sabedoria, e não as palavras proferidas, nem as aparências, nem o êxito entre as criaturas, nem o poder, nem a força, nem a santificação externa, proveniente dos outros. O que vale é o resultado íntimo, ou seja, o Encontro Místico, oculto, que se dá n "quarto a portas fechadas", atuando assim "nos céus que estão no secreto, onde habita o Pai".



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 3 até o 51
Quatro relações do Verbo são descritas em 1:3-5.

  1. Com o Mundo

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez (3; cf. Sl 33:6-9; Cl 1:15-17; Hb 1:2). A última oração, que é enfática, foi acrescentada para se guardar contra as falsas doutrinas do século I "que atribuíam a origem de certas existên-cias a criadores inferiores, ou consideravam a matéria como auto-existente".4

  1. Com a Vida e a Luz

Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens (4). Aqui, o Verbo é visto como a Fonte da vida. A vida biológica vem dele, com certeza, mas há mais. Regularmente usada neste Evangelho, a palavra vida (zoe, 36 vezes; nunca bios, vida biológica) se refere à vida "do alto" (3.3), à "vida eterna" (3:15-16; 20.31), à vida abundante (10.10). Como Ele é a Fonte de toda a vida, também é Ele a Fonte de toda a luz. A primeira criação do Verbo divino foi a luz (Gn 1:3). Da mesma forma, o salmista fala da vida e da luz juntas: "porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz" (S136.9). O Verbo encarnado descreve a si mesmo como "a luz do mundo" (Jo 8:12). A luz e a vida estão na ofensiva. A morte está destinada à derrota (11,26) ; as trevas do túmulo são dispersadas pela luz penetrante e resplandecente.

  1. Com o Homem

E a vida era a luz dos homens (4). O Verbo é a Revelação pessoal de Deus aos homens. É pessoal porque procede de Deus e é direcionada aos homens. O Verbo é "a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo" (1.9).

  1. Com as Trevas

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam (5). O Verbo eterno, em figuras de luz e vida, veio aos homens que estão em trevas e morte. Por todo o quarto Evangelho, estão os retratos da conseqüente luta entre a Luz e as trevas, geralmente coroados de vitória pela Luz, mas às vezes não. Jesus deu vista (luz) a um homem cego de nascença (cap. 9). Ele trouxe Lázaro do túmulo, da morte e das trevas (cap. 11). Mas um que estava próximo a Ele, Judas 1scariotes, entrou na noite de trevas eternas (13.30). A palavra traduzida como compreenderam, significando "entender", também significa "vencer". Embora João pudesse ter em mente ambos os significados, o segundo, juntamente com o tempo aoristo5 do verbo, é a promessa da vitória definitiva e final para a luz, e para tudo aquilo que ela representa.

  1. JOÃO BATISTA E A Luz, 1:6-8.

Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz (6-8). João Batista é apresenta-do no início da história. Em seu recital do Hino Logos, na citação da Luz, o autor quer que fique claramente entendido que João Batista não é a Luz. Então, como será visto mais tarde, o escritor João foi um discípulo de João Batista, antes de deixá-lo para seguir a Jesus. Conseqüentemente, estando próximo a João Batista, ele conhecia bem o relaci-onamento mantido entre João Batista e Jesus.

O autor é cuidadoso em sua escolha de um verbo para descrever a vinda de João. Houve um homem significa literalmente "veio a existir (ou apareceu na história) um homem". A sua "vinda" não deve ser confundida com o "ser" do Verbo eterno (1.1).

João Batista representava para a antiga ordem um profeta e sacerdote (Mt 11:9-10), mas para a nova ordem, um mensageiro. O testemunho do próprio João Batista (1,33) deixa claro que ele assim concebeu o seu papel. Os homens creriam através dele. Ele deveria ser a ocasião para que os homens tivessem fé. Mas o objeto da fé dos homens deveria sempre ser o Verbo eterno, Jesus Cristo.

  1. O VERBO ENTRE OS HOMENS, 1:9-13

Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo (9). Isaías, o profeta, clamou, "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti" (60.1). A profecia é cumprida; veio a verdadei-ra Luz. Cristo é a Luz. O significado de verdadeira precisa de esclarecimento. Dizer que Cristo é a Luz verdadeira sugere que todas as outras luzes são enganadoras ou falsas. Mas isto não é o que João está dizendo. Antes, Cristo é a Luz real, perfeita e genuína. As outras, por comparação (e.g., João Batista), são imperfeitas, são sombras, ou não têm essência. Entretanto, embora não sejam a luz verdadeira, não são falsas.'

O Evangelho de João tem sido freqüentemente chamado de Evangelho Universal, e assim ele é. Aqui, o autor escreve que o Logos, o Cristo, é a Luz... que alumia a todo homem que vem ao mundo.

Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam (10-11). Em um estilo majestoso, porém usando uma linguagem mais simples, João retrata o fato, o propósito e o resultado da Encarnação. O fato: Ele estava no mundo, um mundo e um povo de sua própria cria-ção. O propósito: Ele veio para o que era seu. Mas o resultado, a resposta do homem à ação de Deus em relação ao próprio homem, foi o fracasso em conhecê-lo, a recusa em recebê-lo. O propósito de Deus e a recusa do homem são colocados aqui em um vívido contraste. Uma tradução literal seria a seguinte: "Ele veio para as suas próprias coisas, e o seu próprio povo não o recebeu". Não foi o mundo natural que recusou aceitá-lo. A recusa e a rebeldia vieram dos corações dos homens. João usa a palavra "conhecer" para abraçar mais do que um entendimento intelectual. "O fracasso em conhecer a Deus é um fracasso sobre um plano ético. É a rejeição voluntária de Deus, e o repúdio à sua justi-ça".' Sem dúvida, a rejeição completa — da melhor e mais elevada revelação de Deus -foi demonstrada pelos líderes de Israel, geralmente descritos por João como "os judeus".8

Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus (12-13).

Embora muitos tenham rejeitado a Luz resplandecente, a revelação pessoal de Deus, muitos a receberam. A palavra traduzida como poder (ou, melhor, "direito") "não descre-ve uma mera capacidade, mas uma autoridade legítima e por direito, derivada de uma fonte competente que inclui a idéia do poder" (cf. Jo 5:27-10.18; 17.2; 19:10-11).9 Na Encarnação, Deus fez a provisão adequada para que os homens tenham o direito -baseado na autoridade e no poder apropriados — de se tornarem "filhos" de Deus. Tal direito não é uma capacidade humana inerente, separada da graça de Deus. É dado por Deus. Somente os homens que o recebem, i.e., aqueles que têm fé, são filhos de Deus. A auto-revelação de Deus é universal; é para todos os homens (9), mas a resposta do ho-mem, não. Nem todos os homens têm fé.

Há apenas uma maneira de se tornar filho de Deus, que é ser gerado "de Deus". Nem mesmo ser o ancestral humano mais ilustre e religioso é suficiente para se fazer parte da família de Deus. A mulher samaritana (Jo 4:12) recorreu a Jacó como uma certificação de sua posição religiosa, e os judeus freqüentemente falavam com Jesus a respeito de seu pai Abraão (Jo 8:33-39,53,57), como uma justificativa suficiente de sua posição diante de Deus. O ensino de Jesus a Nicodemos, que era um mestre de Israel, centralizou-se neste fato (Jo 3:3-5). Somente Deus pode dar vida espiritual.

Um sermão intitulado "A Verdadeira Luz", descrevendo a missão do Verbo vivo po-deria ser construído em torno destes pontos: 1. O Verbo é vida (4) ; 2. O Verbo vence tudo (5) ; 3. O Verbo é Deus entre os homens (1,14).

D. A ENCARNAÇÃO, 1:14-18

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (14). Westcotti° destaca as quatro partes essenciais desta grande declaração.

1. A Natureza da Encarnação

O Verbo se fez carne. O termo aqui traduzido como se fez na verdade significa "tornou-se" (cf. Jo 1:6) ; portanto, ele descreve com exatidão a entrada de Jesus na história.

Falando ao mundo grego de seus dias, João disse nos melhores termos possíveis que "o Logos da filosofia é o Jesus da história"» Além disso, os gnósticos docéticos daquela época afirmavam que não houve uma encarnação real — pensavam que o corpo de Jesus fosse apenas uma "semelhança". Para eles, Cristo era, no máximo, uma teofania — uma aparição de Deus em forma humana. Alegavam que o Verbo nunca se tornou carne, real-mente. Em oposição, João fez uma declaração simples, direta e poderosa: O Verbo se fez carne (cf. 1 Jo 4:2-2 Jo 7). Hoskyns diz:

O Verbo se fez carne — uma linguagem perigosa quando separada de seu con-texto no quarto Evangelho, pois o autor não quer dizer que o Espírito se transfor-mou em carne e, portanto, tornou-se inútil, ou que o Espírito ou o Verbo de Deus tornou-se algo visível ao olhar histórico. Ele, porém, quer dizer que a carne de Jesus é o lugar onde os homens creram e descreram, e ainda o fazem; onde a divisão entre aqueles que crêem e aqueles que não crêem torna-se uma divisão definitiva entre os filhos de Deus e os filhos do Diabo. Qualquer distinção relativa entre a fé e a des-crença é impensável.'

A natureza da Encarnação, como aqui apresentada, esclarece vários pontos. De acordo com Westcott:

a. A humanidade do Senhor era completa... (O Verbo se fez carne, e não um corpo ou coisa semelhante.) ; b. Ahumanidade do Senhor era real e permanente... (O Verbo se fez carne, e não se revestiu de carne) ; c. As naturezas humana e divina do Senhor permaneceram sem mudanças, cada uma delas cumprindo o seu papel de acordo com as suas próprias leis... (O Verbo se fez carne, ambos os termos são pre-servados lado a lado.) ; d. A humanidade do Senhor era universal e não individual, incluindo tudo o que pertence à essência do homem, sem levar em consideração sexo, raça ou tempo (O Verbo se fez carne e não um homem.) ; e. As naturezas huma-na e divina'clo Senhor estavam unidas em uma única pessoa...; f. O Verbo não ad-quiriu personalidade através da Encarnação.'

A. T. Robertson argumenta que a declaração O Verbo se fez carne é uma alusão à concepção virginal. Ele faz a pergunta retórica: "Que significado inteligente pode-se dar à linguagem de João, aqui, separado da concepção virginal? Que mãe ou pai comum fala de um filho 'tornando-se carne'?""

  1. A Vida Histórica do Verbo Encarnado (1.
    - 14b)

Ele habitou entre nós. A temporalidade da Encarnação é mostrada na figura de uma tenda para habitação temporária. João escreveu literalmente: "O Verbo levantou um tabernáculo ou uma tenda entre nós". A historicidade da Encarnação é certificada no lugar da habitação — entre nós (cf. Si 85:9-10).

  1. Testemunho Pessoal da Vida Humana-Divina (1.
    - 14c)

Vimos a sua glória. Talvez o melhor comentário sobre isto seja feito pelo pró-prio João em sua primeira epístola: "O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida" (1.1). A oração "o que temos contemplado" é exatamente a mesma forma usada em 1.14 para vimos. Este é o aoristo histórico e se refere a um momento definido no passado. O que estas testemunhas apostólicas contemplaram foi a sua glória. João "fala por aqueles que têm fé e, portanto, visão"." Eles viram a manifestação da pre-sença e do poder de Deus operando entre eles. Esta manifestação estava presente em toda a vida, obra, morte e ressurreição de Jesus. Seus discípulos viram a sua glória e creram nele (Jo 2:14-11.4,40; 12.41; 17.5, 22,24).

4. O Verbo Encarnado como o Revelador de Deus (1.14d-18)

Uma palavra precisa ser dita sobre a frase o Unigênito do Pai. Comparada a Colossenses 1:15, onde Cristo é descrito como "o primogênito de toda a criação", a frase apresenta a filiação de Cristo sob aspectos complementares. "A primeira marca a sua relação com Deus como absolutamente sem paralelos; a outra marca a sua relação com a criação como preexistente e soberana"." O significado é claro e poderoso. "A glória do Verbo encarnado era como a glória que o Filho único do Pai eterno derivaria dele, e assim a poderia exibir aos fiéis".'

A palavra graça só aparece aqui e em 1:16-17. É a graça que Ele veio dar aos homens. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). A palavra que acompanha graça é verdade (17), e a verdade é o caráter essencial do Verbo. Esta é a verdade no sentido filosófico da realidade, no sentido ético da santidade, e no sentido moral do amor. Jesus disse a respeito de si mesmo: "Eu sou... a verdade" (14.6).

O versículo 15 é uma reiteração a respeito de João Batista. Em 1.7 ele testificou da Luz; aqui, ele testifica ou faz uma afirmação que anuncia a vinda de Cristo, enquanto afirma a sua existência eterna. João testificou dele e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: o que vem depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.

A idéia de abundância do rico depósito da graça infinita de Deus é proeminente em João. A linha de ação é definida aqui no prólogo. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). Esta idéia de abundância ocorre repeti-damente nas palavras e nas obras de Jesus. Em Caná da Galiléia, havia abundância do melhor vinho (2.10). Ele deu à mulher samaritana "uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (4.14). Para a multidão faminta, havia mais do que o suficiente (6.13). Para a alma sedenta, Ele prometeu não só o suficiente para satisfazer, mas um transborda-mento de "rios de água viva" (7.38). A vida abundante para os verdadeiros crentes se tornou possível pela entrada de Jesus no mundo (10.10). João não só exibe um evangelho que é universal no sentido explícito (i.e., um evangelho para "todo aquele que quiser"), como também em um sentido implícito. Todas as áreas da vida do homem de fé são permeadas pela graça abundante de Deus.

A expressão graça sobre graça é literalmente "graça tomando o lugar da graça". Robertson observa que ela é "como o maná fresco a cada manhã, a nova graça para o novo dia, e para o novo serviço"."

Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (17). Este contraste vívido proporciona simultaneamente: (a) um plano para a organização dos materiais no quarto Evangelho; e (b) o cenário para o conflito e a controvérsia que culminaram na cruz.

A organização dos materiais no Evangelho de João mostra que a revelação através do Verbo é superior à da lei, e que somente em Jesus Cristo a lei encontra o seu cumpri-mento completo (Ele veio não para destruir, mas para cumprir). Esta revelação superior é a revelação plena, pessoal e final de Deus (14.9).
Jesus não estava em conflito com a lei. Aqueles que representavam a lei, sim, esta-vam em conflito com Ele. Isto resultou em uma prolongada controvérsia entre Jesus e os judeus, a qual teve início com a questão relacionada às leis do sábado (5,10) e culminou na cruz (19.18).
Não é que João pensasse na lei e na graça como antitéticas, ou que a lei não fosse verdadeira. Ela era verdadeira, porém limitada. A lei era insuficiente em relação às necessidades mais profundas do homem, ao passo que Cristo é mais do que suficiente, uma vez que Ele é a Fonte de toda a verdade e graça.
Aqui, João usa o nome histórico completo, Jesus Cristo. Nos Sinóticos, este nome completo só é encontrado em Mateus 1:1 e Marcos 1:1; e novamente em João, somente em Jo 17:3.

Uma firme tradição judaica afirmava que ninguém jamais vira a Deus com olhos físicos (Êx 33:20; Dt 4:12). Conseqüentemente, João escreveu: Deus nunca foi visto por alguém (18). Mas isto proporciona a ocasião para que ele declare a plena verdade que está prestes a descrever em detalhes. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer. Aqui estão descritos em afirmações majestosas: a preexistência de Cristo e o seu relacionamento inigualável com o Pai, o Filho unigênito; a sua encarnação, este o fez conhecer; e a sua condição como eterno e exaltado, que está no seio do Pai. O melhor comentário sobre a expressão no seio do Pai foi feito pelo pró-prio João, quando escreveu uma frase que pode ser literalmente traduzida assim: "O Verbo estava face a face com Deus" (1.1).

SEÇÃO II

OS TESTEMUNHOS

João 1:19-51

A. JoÃo BATISTA, 1:19-42

1. O Testemunho de João a respeito de si mesmo (1:19-23)

A história do evangelho na verdade começa em Jo 1:19. No prólogo, o autor mencionou João Batista e seu testemunho de uma forma geral (Jo 1:6-7,15), mas aqui volta-se para alguns detalhes sobre ele, dentro de um cenário histórico. O tema para a seção é a decla-ração aberta: "Este é o testemunho de João" (19).

Ninguém estava em posição mais favorável do que João Batista para testificar a respeito do Verbo encarnado. Havia a profecia de que ele viria preparar "o caminho do Senhor" (Is 40:3). De acordo com as próprias palavras de Jesus, esta profecia cumpriu-se através da vinda de João. Jesus disse acerca dele: "E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir" (Mt 11:14).

A investigação cuidadosa dos sacerdotes e levitas' — uma delegação oficial do Templo, enviada pelos judeus de Jerusalém para descobrir, se possível, a origem e a missão de João — marca o início de uma hostilidade sempre crescente, primeiro a João, depois a Jesus. Isto culminou com o assassinato prematuro de João Batista (Mt 14:3-10) e com a crucificação de Jesus.

A primeira conversa do quarto Evangelho (há muitos diálogos no livro) inicia com a pergunta apresentada pelos sacerdotes e levitas: Quem és tu? (19) A primeira resposta de João, Eu não sou o Cristo (20), é mais explícita porque afirma o que ele não é. Os homens não deveriam, de forma alguma, pensar nele como o Messias prometido e espe-rado (Is 7:14-9.6).

Os interrogadores prosseguiram no assunto, posteriormente. Então, quem és, pois? És tu Elias? (21) Com base em Malaquias 4:5, os judeus esperavam a vinda de Elias antes que viesse "o dia grande e terrível do Senhor"; portanto, sua pergunta era apropri-ada. A resposta de João, não sou (21), em nenhuma hipótese é uma contradição das palavras de Jesus em Mateus 11:14, pois embora João Batista estivesse cumprindo o ministério preliminar de que Malaquias falara, ele não era Elias de volta à terra em uma forma corpórea.

A resposta negativa de João evocou uma pergunta adicional: És tu o profeta? -aquele predito em Deuteronômio 18:15. A partir de João 6:14-7.40, fica claro que os judeus aguardavam o profeta, mas a resposta de João Batista foi outro sonoro Não! As três respostas para essas perguntas variadas tornaram-se consistentemente curtas, menos explicativas, tendendo mais à negação. Os interrogadores, então, explicaram por que precisavam de uma resposta para a pergunta: Quem és tu? ... para que demos res-posta àqueles que nos enviaram. E persistiram, Que dizes de ti mesmo? (22) A resposta de João é tanto uma afirmação quando uma negação: Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías (Is 23). A negativa está implícita. Ele não era o Verbo, mas uma voz para declarar o Verbo. Conseqüentemente, esta era tanto uma afirmação quanto um cumprimento.

2. O Relacionamento de João com Aquele que Viria (1:24-28)

E os que tinham sido enviados eram dos fariseus (24). Esta frase pode ser traduzida também da seguinte forma: "Eles tinham sido enviados pelos fariseus". Desse modo, a pergunta foi colocada de uma maneira que cobrisse o assunto já revisto inteira-mente, e também tinha a finalidade de introduzir um novo interrogatório a respeito do batismo. Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? (25) Visto que o grupo investigador se originara em Jerusalém, do meio dos fariseus, é bastante natural que este devesse ser um ponto de discussão, pois pensavam eles que eram os guardiões da ortodoxia judaica, particularmente relacionada a formas e práti-cas associadas ao batismo.

A resposta de João é uma pronta admissão desta prática de batismo com água, um rito simbólico de purificação (cf. Mt 3:6; Mc 1:8; Lc 3:3-12; 7.29). Evidentemente, Jesus acompanhava os que estavam presentes quando João falou sobre o batismo, visto que este acrescentou: Mas, no meio de vós, está um a quem vós não conheceis (26). Há uma traduçãol de 1.27 que também é atestada através dos manuscritos gregos: "... aque-le que há de vir depois de mim, e ao qual eu não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias". João cumpriu a sua missão de arauto ao reconhecer aquele cujo valor é ver-dadeiro e inestimável, ainda que profundamente ciente de sua própria indignidade em tal Presença.

O autor faz menção do local onde estes eventos ocorreram. Essas coisas acontece-ram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando (28). Tais indicações são uma característica do quarto Evangelho, e constituem evidência de que o autor era certamente uma testemunha ocular. A localização exata deste lugar não é co-nhecida hoje, e o problema complica-se um pouco pelo fato de que nos manuscritos mais antigos lê-se: "Betânia além do Jordão". "Orígenes, um estudioso do século III d.C., que residia na Palestina, insistia em afirmar que o nome correto era Betábara".2 Provavelmente é ele o responsável pela mudança no texto grego. Visto que os primeiros manuscri-tos não apóiam a posição de Orígenes, pode-se concluir que o autor tinha em mente um lugar chamado Betânia. Do outro lado do Jordão seria a leste do Jordão, talvez na margem leste do rio (ver o mapa 1).

3. O Testemunho de João a respeito do Cordeiro de Deus (1:29-34)

No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordei-ro de Deus, que tira o pecado do mundo (29). O dia seguinte foi o dia que sucedeu os eventos iniciais do relato (1.19). Eis o Cordeiro de Deus. Este título atribuído a Jesus rapidamente evoca a profecia do Servo sofredor em Isaías 53, particularmente as palavras em 53.7: "...como um cordeiro, foi levado ao matadouro" (cf. Jr 11:19). No Novo Testamento, há abundantes alusões a esta idéia (cf. Act 8:32-1 Co 5.7; 1 Pe 1.19; Ap 5:6-8,13 6:16-7.9; 12.11). Fica evidente, a partir destas passagens, que o título aqui atribuído a Jesus sugere a idéia de sofrimento vicário e paciente resignação, bem como

um sacrifício apropriado. Como poderia ser de outra forma? O homem não providenciou a redenção; esta procede de Deus. Assim, João Batista declara "ser Jesus a propriedade de Deus, por cuja completa obediência os sacrifícios normais no Templo... foram cumpri-dos e excedidos" (cf. Êx 29:38-46; Jo 2:18-22).3

É bem verdade que o cordeiro pascal não era um sacrifício "para tirar o pecado" em um sentido expiatório, nem tinha a função de levar o pecado para longe, como acontecia com o bode. Contudo, o pleno simbolismo da Páscoa — juntamente com o cordeiro imoladoretratava a luta entre a vida e a morte, a pureza e a impureza, a perfeição e a imperfeição. A raiz é o pecado. Cristo veio de Deus para tirar o pecado do mundo. "O pecado do mundo — não pecados, no plural — é aqui contemplado... O pecado do mundo é uma mancha mais profunda do que os pecados de homens e mulheres ndividualmente; e o quarto evangelista, que vê a missão sub specie aeternitatis, percebe que o assunto da redenção é o pecado do kosmos (cf. v. 9), a impiedade e rebelião de todos os seres criados".4 João se refere ao seu testemunho proferido nos dias anteriores (cf. 1.27,30), com uma reafirmação dos seguintes tópicos: 1. Jesus é um ser absolutamente superior e eterno: Após mim vem um homem que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu (30) ; 2. A sua própria limitação: Eu não o conhecia (31,33) ; 3. A sua posição favorável como uma testemunha: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba (32), E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus (34).

A expressão Eu não o conhecia (31,33) provavelmente significa que João não ti-nha a completa certeza de que Jesus era o Messias. Sendo um parente de Jesus, muito provavelmente o conhecia (cf. Mt 3:14). Mas a completa certeza de que Jesus é o Messias só veio através do sinal do Espírito, que desceu como uma pomba.

E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele (32). Esta é a primeira menção do Espírito Santo no Evangelho de João. A experiência do Espírito e o ensino a seu respeito eram temas centrais na vida da Igreja Primitiva, e são características evidentes neste Evangelho: João Batista predisse um batismo com o Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33) ; o próprio Senhor Jesus foi ungido pelo Espírito Santo (Mt 3:16; Mac 1.10; Lc 3:22; Jo 1:32) ; Ele prometeu aos discípulos que lhes enviaria o Espírito Santo (Jo 14:16-17; 15.26; 16,7) ; e a promessa foi cumprida (Jo 20:22; Atos 1:8).

O testemunho de João Batista a respeito da unção de Jesus apresenta a ocorrência visível e a verdade invisível lado a lado,' marcando o início do ministério público de Jesus. "Por isto Ele recebe, como verdadeiro Homem, os dons apropriados. O Espírito por quem os homens são subjetivamente unidos a Deus desce sobre o Verbo que se fez carne, por quem Deus é objetivamente revelado aos homens".6

E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo (33). Esta declaração apresenta um vívido contras-te. Em declarações ousadas, João simultaneamente afirma a sua genuína ignorância humana, Eu não o conhecia, e a completa certeza da revelação certa e compreensível: esse me disse. Então, há o contraste dos dois batismos: um com água, o outro com o Espírito. O primeiro fala da antiga aliança — a Lei, os profetas, os ritos e cerimônias judaicas. Era esta aliança a que João pertencia em parte. Mas o seu batismo de arrepen-dimento (Lc 3:3) e confissão (Mc 1:5) conduz à nova aliança realizadora e centralizada na pessoa e obra de Jesus Cristo, e com o clímax no batismo no Espírito Santo (cf. JI 2.28; Act 2:17). O batismo de João é "com água apenas, e por esta razão não pode purificar o povo de Deus. Ele só pode tornar conhecida a necessidade universal de santificação. O batismo de João pode apenas direcionar os homens a Cristo".7

Este contraste entre o antigo e o novo — sendo o novo sempre o cumprimento com-pleto e perfeito de tudo o que está encoberto pelo antigo — é um padrão recorrente de modo regular tanto no diálogo quanto nos eventos ao longo de todo o quarto Evangelho. Embora a declaração de Jesus: "não vim ab-rogar, mas cumprir" (Mt 5:17) não apareça em João como uma passagem paralela, seu significado está muitas vezes ilustrado por palavras e ações.

A veracidade do testemunho de João a respeito de Jesus é certificada por seu reco-nhecimento da pessoa de Jesus como o Filho de Deus. E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus (34). Este título, Filho de Deus, é atribuído a Jesus por Natanael (1,49) e Marta (11.27), e é usado pelos Sinóticos (Mt 14:33-26.63; 27.40; Mcc 3.11; Lc 22:70). Era um título que possuía "um significado definido aos ouvidos judeus, aplicado com o sentido de 'Messias'".8

4. O Testemunho de João aos seus Discípulos (1:35-42)

No dia seguinte João estava outra vez ali, na companhia de dois de seus discípulos. E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus! (35-36) Este, o terceiro dia destas cenas de abertura, marca o verdadeiro início do ministério de Jesus. A transição do personagem e da obra de João Batista para Jesus e sua obra é retratada neste texto da Bíblia Sagrada. João passa gradualmente ao segundo plano; Jesus assume rapidamente o lugar de proeminência (3.30).

O testemunho de João a respeito de Jesus, Eis aqui o Cordeiro de Deus!, foi expresso na presença de dois de seus discípulos, dos quais um era André (1.41). A identi-dade do segundo discípulo não foi diretamente declarada, mas se presume que era o apóstolo João. Apontam-se, para tanto, as seguintes razões: 1. O uso da palavra "primei-ro" em Jo 1:41, Este [André] achou primeiro a seu irmão Simão, sugere que André encontrou primeiro seu irmão, e depois, por dedução, o outro discípulo encontrou o seu irmão. Ou André primeiramente encontrou Simão antes de ele mesmo fazer qualquer outra coisa. Muitos estudiosos (e.g., Westcott, Hoskyns) preferem a primeira interpreta-ção, que aponta para João e seu irmão, Tiago. 2. De acordo com o relato Sinótico, o cha-mado de André e Pedro está intimamente relacionado com o chamado do outro par de irmãos, Tiago e João (Mt 4:18-22; Mc 1:16-20; Lc 5:4-11). 3. O anonimato do outro discí-pulo está de acordo com a relutância constante do autor em usar o próprio nome (cf. Jo 13:23-19.26; 20.2; 21.20).

Tendo estabelecido a identidade dos dois discípulos de João Batista, é apropriado agora seguir a seqüência de eventos naquele importante terceiro dia. Quando testificou a respeito de Jesus, João aparentemente não se dirigiu aos seus dois discípulos, embora leiamos: E os dois discípulos ouviram-no [João] dizer (37). O testemunho de João também não foi dirigido a Jesus: vendo passar a Jesus (36), João deu o seu testemu-nho, e os dois discípulos seguiram a Jesus (37), evidentemente afastando-se de João. Este é o último trecho que lemos a respeito de João, o precursor, até 3.23, onde há uma alusão ao seu batismo.

Quando os dois discípulos o seguiram, Jesus voltou-se e perguntou: Que buscais? (38) Estas primeiras palavras de Jesus no Evangelho de João constituem a pergunta para os dois discípulos. São palavras apropriadas para um diálogo significativo. Procu-ravam os discípulos algo para si mesmos? Sua busca nascera do egoísmo? A mudança de João Batista para Jesus implicava uma busca de vantagens? Esperavam encontrar sa-tisfação para os apetites físicos (cf. 6.26), ou um discipulado fácil que não envolvia arre-pendimento e confissão? A resposta de ambos mostrou inspiração. Eles estavam procu-rando alguém e não alguma coisa. Rabi, onde moras? Esta foi uma excelente resposta, pois ao mesmo tempo respondia a pergunta de Jesus e afirmava o seu profundo interes-se. "Estes primeiros discípulos substituíram alguma coisa (o quê?) por uma Pessoa. Eles precisavam primeiro de Cristo, e não de qualquer dádiva especial de Cristo".9 O título pelo qual dirigiram-se a Jesus, Rabi, é traduzido por João com o significado de "Mestre" (gr., "ensinador"). Este título ocorre freqüentemente no quarto Evangelho, e é geralmen-te usado para introduzir "uma pergunta ou ação não inteligente, ou ao menos inadequa-da" (cf. Jo 1:49-3.2; 4.31; 6.25; 9.2; 11.8; 20.16).'

A resposta de Jesus para os discípulos é tanto um imperativo quanto um convite: Vinde e vede. Eles associaram o imperativo Vinde com a obediência: Foram. O convi-te, vede, foi recompensado: Viram onde morava (39).

Alexander Maclaren encontra, nos versículos 37:39, "Os Primeiros Discípulos": 1. Que buscais? (3) ; 2. Vinde e vede (39) ; 3. Foram e viram, (39).

Os irmãos André e Pedro eram pescadores, assim como Tiago e João (Mt 4:18-21; Mac 1.16; Lc 5:3-10). Foi André que, mesmo sendo um novo discípulo de Jesus, achou pri-meiro a seu irmão (41). Que lugar maravilhoso para testificar — em sua própria casa, aos seus entes queridos! Ali também está implícito um testemunho de busca. Alguns devem ser buscados. Os perdidos devem ser encontrados. Além disso, o testemunho de André foi claro. Achamos o Messias. Procurado há muito tempo, prometido por Deus através dos profetas, o Messias foi identificado; Ele foi achado! O testemunho de André não só foi pessoal e claro, mas foi poderoso. E levou-o a Jesus (42). Os homens têm de ser levados a uma posição de confrontação com Jesus Cristo.

João não dá nenhuma indicação de que Pedro tenha dito alguma coisa neste primei-ro encontro com Jesus. Há um tempo em que Deus fala e tudo o que o homem precisa fazer é ouvir o que Ele diz. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro) (42). Jesus não viu Pedro como ele era, mas como poderia se tornar através da graça transformadora de Deus -Tu és... tu serás. Seu nome natural era Simão, porém o novo homem seria Cefas (aramaico) ou Pedro (grego), significando a nova natureza, uma rocha. O nome natural tinha sido dado por seus pais; o nome "Pedro" (uma nova natureza) fora dado como um dom de Deus, um dom que alcança todos aqueles que respondem ao Senhor com fé. O que Deus quer fazer, é capaz de fazer, e fará por qualquer homem que responda com uma fé submissa, está prefigurado aqui, no que aconteceu a Pedro.

B. FILIPE E NATANAEL, 1:43-51

Jesus, então, tomou a iniciativa. Foi seu desejo ir de Betânia para a Galiléia (ver o mapa 1), onde Ele intencionalmente achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me (43)." O chamado a Filipe — a quem João descreve como sendo da mesma cidade galiléia (Betsaida) de André e Pedro — foi o resultado de sua busca pessoal. E ele testemunhou a Natanael: Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José (45). Nesta declaração, é importante observar: (a) as palavras do testemunho de Filipe e (b) a pessoa a quem ele testemunhou.

O testemunho de Filipe indica que ele mesmo vinha pesquisando as Escrituras do Antigo Testamento. Esta busca revelara que Moisés e os profetas tinham escrito semelhantemente sobre aquele que deveria vir. A esperança messiânica ardia no peito de Filipe. Também fica evidente que Filipe reconheceu a Jesus de Nazaré como o Messias. No entanto, o seu testemunho não expressou completamente a verdade a respeito da natureza de Jesus, pois ele o descreveu como "Jesus de Nazaré, filho de José".'

Natanael significa "dom de Deus" e é comparável ao nome grego Teodoro. Alguns o têm identificado como o Bartolomeu dos Sinóticos, particularmente tendo em vista o fato de que Bartolomeu não é mencionado em João, e Natanael só é citado no Evangelho de João.

Natanael era, evidentemente, um estudioso das Escrituras do Antigo Testamento, pois a declaração de Filipe sobre Moisés e a lei era significativa para ele. Baseando-se nas profecias, Natanael também não tinha motivos para esperar que o Messias viesse de uma aldeia tão pobre — Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? (46) O ceticismo de Natanael foi logo vencido pela insistência de Filipe; Vem e vê (46). Tal ação sempre fornece o cenário para o encontro do homem com Deus.

A pergunta de Natanael, Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? (46), provoca uma interrogação à mente humana: Quem é Jesus? O contexto da pergunta proporciona uma resposta esclarecedora: 1. Ele é o Sacrifício adequado para o pecado do homem (29) ; 2. Ele é aquele que batiza com o Espírito Santo (33) ; 3. Ele é o grande Mestre dos homens (38) ; 4. Ele é o Rei, o Único que é digno da mais elevada lealdade do homem (49).

Natanael é a imagem do filho ideal de Jacó, um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! (47) Ele é descrito sentado debaixo de sua figueira, um símbolo do mais elevado e do melhor que a antiga aliança da lei e dos profetas poderia produzir (cf. I Reis 4:25; Mq 4:4). Foi este tipo de homem que Jesus viu em Natanael, e foi este tipo de homem (um verdadeiro israelita) que ousaria fazer a grande confissão: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel (49).

Jesus, então, pergunta a Natanael: Porque te disse: vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás (50). Um homem não tem uma fé verdadei-ra porque vê, ou porque recebe. Antes, um homem de fé é aquele que sabe; e, por saber, ele vê coisas maiores — um céu aberto, e até mesmo a plena revelação de Deus no Filho do Homem. Daí, disse Jesus a Natanael: Na verdade, na verdade vos digo que, da-qui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre

  1. Filho do Homem (51).

A frase Na verdade, na verdade só é encontrada no Evangelho de João — e sem-pre nos lábios de Jesus. Ela significa "verdadeiramente, verdadeiramente".

A imagem do versículo 51 lembra a visão de Jacó (Gn 28:12). Em ambos os casos, os anjos que estavam ministrando aos homens são vistos primeiro subindo ao céu e então descendo novamente para a terra.

A escada que Jacó viu, que ia da terra até o céu, tipificava Cristo Jesus, o único "mediador entre Deus e os homens" (1 Tm 2.5). Os anjos que ministravam foram repre-sentados como subindo e descendo sobre Ele. O antigo sonho de Jacó foi cumprido atra-vés do Messias de Israel.

Neste primeiro capítulo de João, há oito títulos altamente descritivos e diferentes atribuídos ao Deus encarnado. Ele é o Logos, o "Verbo" vivo (1,14) ; "O Cordeiro de Deus", o Sacrifício perfeito (29) ; "O Filho de Deus", o próprio Deus (34,49) ; "Rabi", o Mestre por excelência (38) ; "O Messias", "O Cristo", O Ungido (41) ; "Jesus de Nazaré", o Deus-ho-mem na história (45) ; "O Rei de Israel", aquele que é coroado Rei por aqueles que nele colocam a sua fé (49) ; e "O Filho do Homem", completamente humano (51).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
*

1.1-18

Este "Prólogo" ao Evangelho é um prefácio à narrativa que começa no v. 19.

* 1:1

o Verbo. O termo “verbo” (grego logos) designa Deus, o Filho, referindo-se à sua Divindade; "Jesus" e "Cristo" referem-se à sua encarnação e obra salvífica. Durante os primeiros três séculos as doutrinas a respeito da Pessoa de Cristo incidiram intensamente sobre sua posição como o Logos. Na filosofia grega, o Logos era a "razão" ou a "lógica", como força abstrata que trazia ordem e harmonia ao universo. Porém, nos escritos de João, tais qualidades do Logos estão unidas na Pessoa de Cristo. Na filosofia neo-platônica e na heresia gnóstica (segundo e terceiro séculos d.C.), o Logos era visto como um dos muitos poderes intermediários entre Deus e o mundo. Tais noções estão bem longe da simplicidade do Evangelho de João.

Neste v. I João afirma expressamente que o Verbo é Deus. "No princípio" (uma clara referência às palavras de abertura da Bíblia), o Logos já existia, e esta é uma maneira de afirmar a eternidade que só Deus possui. João afirma claramente que "o Verbo era Deus". Alguns têm observado que a palavra traduzida "Deus", aqui, não é precedida do artigo definido e, com base nisto, dizem que a expressão significa "um deus", mais do que propriamente "Deus". É um erro entender assim. O artigo é omitido por causa da ordem da palavra na sentença grega (o predicado "Deus" foi colocado antes para ser enfatizado). O Novo Testamento nunca sustenta a idéia de "um deus", expressão que implica politeísmo e conflitaria com o consistente monoteísmo da Bíblia. No Novo Testamento, a palavra grega para "Deus" ocorre freqüentemente sem o artigo definido, dependendo da exigência da gramática grega.

A expressão "o Verbo estava com Deus", indica uma distinção de Pessoas, dentro da unidade da Trindade. Pai, Filho e Espírito Santo não são formas sucessivas de aparecimento de uma Pessoa, mas são Pessoas eternas presentes desde "o princípio" (v. 2). A preposição "com" sugere uma relação de estreita intimidade pessoal. Ver "Um e Três: A Trindade", em Is 44:6.

* 1:3

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Este versículo também dá ênfase à deidade do Verbo, uma vez que a criação é obra só de Deus. Ver também v. 10; Cl 1:16-17; "Deus o Criador", no Sl 148:5.

* 1:4

A vida estava nele. Outra afirmação de deidade: o Filho, bem como o Pai, "tem vida em si mesmo" (5.26).

* 1:5

e as trevas não prevaleceram contra ela. Ver referência lateral. É característica do estilo deste Evangelho dar ênfase a conceitos contrastantes (Ver Introdução). O enredo deste Evangelho pode ser visto em termos de uma luta entre as forças da fé e as da descrença.

* 1.7-9

todos... todo homem. A relevância universal do Evangelho é afirmada (v. 7) tanto quanto a iluminadora atividade da graça comum de Deus (v.9). A atividade salvadora de Deus não se restringe a nenhum povo em particular.

* 1:9

a verdadeira luz. Neste Evangelho "verdade" e "verdadeiro(a)" são termos empregados frequentemente para significar aquilo que é eterno ou celestial em oposição ao meramente temporal ou terreno. Ver notas sobre 4.24; 6.32. "A Culpa da Humanidade e o Conhecimento de Deus" em Rm 1:19.

* 1:11

e os seus não o receberam. O ministério público de Jesus foi rejeitado pelo “seu próprio povo". Ver referência lateral.

* 1:12

Ver referência lateral. Os seres humanos decaídos não são filhos de Deus por natureza; este é um privilégio só daqueles que têm fé, uma fé gerada neles pela soberana ação de Deus (v. 13). Ver "Adoção", em Gl 4:5.

* 1:13

os quais não nasceram. As primeiras versões latinas entenderam isto como descrevendo o nascimento virginal de Cristo. Contudo, o verbo "nasceram", no plural, mostra que este versículo se refere ao novo nascimento dos crentes cristãos (conforme 3.3,5,7,8). Este novo nascimento tem lugar pela ação do Espírito que dá vida àqueles que estavam mortos em delitos e pecados (Ef 2:1). O novo nascimento, frequentemente chamado de "regeneração", é explicado mais plenamente em 3:1-21. Paulo usa a metáfora da ressurreição de mortos no pecado mais do que a figura de um novo nascimento (Rm 6:4-6; Ef 2:5,6; Cl 2:13; 3:1 conforme Jo 5:24). A obra de salvação que Deus realiza é totalmente soberana e graciosa, mas a realidade da resposta humana em crer e receber nunca é revogada. Ver "Eleição e Reprovação", em Rm 9:18.

* 1:14

E o Verbo se fez carne. Nesta afirmação o Prólogo atinge o seu clímax. Para alguns contemporâneos de João, o espírito e o divino eram totalmente opostos à matéria e à carne. Outros pensavam que os deuses visitavam a terra disfarçados de seres humanos (At 14:11). Mas aqui um abismo é transposto: o Verbo Eterno de Deus não só parece um ser humano, mas realmente tornou-se carne. Tomou sobre si a plena e genuína natureza humana. Ver nota teológica "Jesus Cristo, Deus e Homem", índice .

e habitou entre nós. "Habitou" significa "armou sua tenda". Isto não só indica a natureza temporária da existência terrena de Jesus, mas o faz de um modo que recorda o antigo tabernáculo de Israel, onde Deus podia ser encontrado (Êx 40:34,35).

cheio de graça e de verdade. Estas palavras correspondem aos termos do Antigo Testamento, que descrevem a Aliança da graça de Deus, freqüentemente traduzidas, como "graça e verdade" (Gn 24:27; Sl 25:10; Pv 16:6; conforme Êx 34:6; Sl 26:3). O Verbo feito carne manifesta plenamente a realização graciosa da Aliança e o caráter de Deus, como guardador da Aliança.

vimos a sua glória. "Sua glória" é vista mesmo quando era a glória de Deus no deserto (Êx 16:1-10; 33.18-23), no tabernáculo (Êx 40:34,35) e, depois, no templo (1Rs 8:1-11). Pode haver também uma referência à Transfiguração, uma vez que João foi testemunha dela (Mt 17:1-5). O termo "glória" aplica-se de modo supremo a Deus, que é o Criador e Governador do universo, diante de quem todo joelho se curvará. O Filho tem a glória divina por direito (17.5). Os Reformadores declararam sua fé com o lema Soli Deo Gloria ("glória só a Deus").

como do unigênito. Essa expressão traduz uma única palavra grega e refere-se explicitamente à geração eterna do Filho na Trindade. É também possível traduzir a palavra por “Filho único”, sem a idéia de geração, mas referindo-se à singularidade do Filho.

* 1:15

O ministério de João Batista precedeu o ministério público de Jesus (Mt 3), ainda que o Verbo, sendo eterno, existisse antes de João (conforme 8.58).

* 1:16

graça. Esta palavra, freqüente nas epístolas de Paulo, aparece nos escritos de João só nesta passagem, e como saudação costumeira em Ap 1:4; 22:21. Ela acentua que a salvação é um dom. A Reforma expressou isto com o lema Sola Gratia ("Só pela Graça").

* 1:17

Moisés... Jesus Cristo. Há aqui tanto um contraste como uma comparação. A graça e a verdade verdadeiramente existiram nos dias de Moisés, mas foram plenamente reveladas com a vinda de Cristo.

* 1:18

Ninguém jamais viu a Deus. É fundamental que Deus seja invisível e sem forma (1Tm 6:16). Contudo, Cristo revela Deus. Em si ele une o invisível e o visível e isto de um modo sem paralelo nem analogia.

* 1:19

testemunho de João. O testemunho de João Batista àqueles que o questionaram revela que seu papel era o de preparar o mundo para Cristo.

* 1:21

És tu Elias. Em Mt 11:14, Jesus, claramente, se refere a Ml 4:5 e diz à multidão que João "é Elias, que estava para vir". João Batista vem “no espírito e poder de Elias” (Lc 1:17), mas o Batista aqui afirma que ele próprio não é o mesmo Elias.

o profeta. Havia diferentes expectativas entre os judeus do primeiro século a respeito do "Profeta... semelhante a mim", que Moisés anunciou em Dt 18:15. Aqui sacerdotes e levitas querem saber se João se considera ser aquele Profeta.

* 1:23

Ao citar Is 40:3, João aplica a Cristo aquilo que é dito de Yahweh naquela passagem. A mesma verdade aparece mais claramente ainda em Mc 1:1-3.

* 1:29

Eis o Cordeiro de Deus. Compare o v. 36. Se “o Cordeiro” é o cordeiro da Páscoa ou se é o cordeiro Servo de Is 53:7, não pode ser facilmente determinado. Há alguma evidência de que as duas figuras foram combinadas bem cedo no pensamento cristão.

que tira o pecado do mundo. O "mundo" significa a humanidade em sua hostilidade contra Deus, como ocorre em outra parte deste Evangelho. Ainda que todas as pessoas indiscriminadamente não serão salvas, o sacrifício é a única expiação para o pecado humano, e sua eficácia não é limitada por tempo ou lugar (3.16, nota).

* 1:31

não o conhecia. Ainda que João Batista possa ter tido contato pessoal anterior com Jesus (conforme Lc 1:39-45), ele não sabia quem era Jesus (o Cordeiro e Filho de Deus), até que o Espírito o identificou (v. 32). Ver "O Batismo de Jesus", em Mc 1:9.

* 1:33

que batiza com o Espírito Santo. O Antigo Testamento previu o tempo de redenção como o tempo quando o Espírito seria derramado sobre o povo de Deus. Paulo se refere a Jesus como o segundo Adão, que veio "como espírito vivificante" (1Co 15:45, nota). É depois de seu retorno ao céu que Jesus envia este Ajudador Celestial, para habitar com o seu povo sobre a terra (14.26; 16.7). O Batismo no Espírito Santo ocorre com o novo nascimento, que faz de pecadores desamparados filhos e filhas de Deus (vs. 12, 13; 1Co 12:13). Esse batismo também lhes dá poder para o serviço cristão (Lc 24:49; At 1:8).

* 1:34

ele é o Filho de Deus. Este é o modo de João referir-se à voz celestial que acompanhou o Espírito enviado do céu, como é registrado em Mt 3:17, “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo". Embora a expressão "Filho de Deus" fosse usada diferentemente por judeus (2Sm 7:14; Sl 2:7) e gentios (Mc 15:39, nota), o testemunho de João Batista, que é o último dos profetas da antiga ordem (Mt 11:11-14) é claro. Jesus é o Filho de Deus, o "unigênito do Pai" (v. 14).

* 1.35-51

Jesus chama seus primeiros discípulos. Desde que os apóstolos tiveram autoridade ímpar de Cristo para dar o testemunho sobre o qual a Igreja se estabeleceria (Ef 2:20), era necessário que eles fossem particularmente identificados, como tendo sido escolhidos pelo próprio Cristo (conforme 15.16).

* 1:37

seguiram Jesus. Tradicionalmente, os alunos de um rabino judeu andavam atrás dele. Os discípulos de Jesus o seguiram fisicamente, mas não se trata só disso. “Seguiram a Jesus" adquire níveis mais profundos de significado ao longo deste Evangelho (13 36:38 conforme 21:15-22).

* 1:45

de quem Moisés... se referiram os profetas. Felipe reconhece que todo o Antigo Testamento, tanto a Lei como os Profetas, previu uma grande obra redentiva de Deus, que seria realizada por um Ungido especial. A antecipação de Cristo e sua obra, no Antigo Testamento, foi afirmada pelo próprio Cristo (Lc 24:25-27, 44-47) e foi central na pregação dos apóstolos (At 2:29-32; 3.18,21,24; 7.52,53; 8:30-35; 26.22,23; 28.23)

filho de José. Isto não implica numa negação do nascimento virginal do qual Filipe, em todo caso, pode não ter tido ciência; é simplesmente uma referência que identifica Jesus por sua cidade e família (Mt 1:24).

* 1:46

De Nazaré pode sair alguma coisa boa. Natanael, aparentemente expressa um ceticismo contemporâneo, negando que um profeta poderia surgir da Galiléia (7.52). Nazaré era uma aldeia insignificante não mencionada no Antigo Testamento ou em qualquer outra literatura judaica da época.

* 1:47

Eis um verdadeiro israelita. A frase, provavelmente, visa a chamar a atenção sobre Israel como povo de Deus, a quem o Messias foi prometido. Esta frase também alude aos vs. 50,51, onde é prometida a Natanael uma experiência semelhante àquela da primeira pessoa chamada Israel (Gn 28:12; 32:28), cujo caráter enganoso foi transformado por Deus.

* 1:49

Mestre, tu és o Filho de Deus. A confissão de Natanael parece uma reação exagerada ao conhecimento sobrenatural de Jesus. Porém, Filipe já tinha indicado a Natanael que Jesus era aquele previsto pela Lei e os Profetas (v. 45). Natanael foi a Jesus buscando razões para crer ou descrer, e achou o conhecimento de Jesus convincente.

Rei de Israel. Este é o título para Messias usado nas expressões de louvor, na Entrada Triunfal de Jerusalém (12.13), semelhante à anunciação dos magos (Mt 2:2) e à inscrição sobre a cruz (19.19).

* 1:50

maiores coisas do que estas. Os milagres terrenos de Jesus são sinais de seu poder e da sua obra redentora. Eles devem ser apreciados não meramente por si mesmos, mas pelas realidades redentivas que prometem. Maiores do que essas obras é a salvação que Cristo traz (v. 51).

* 1:51

vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo. Este versículo alude à visão de Jacó de uma escada cujo topo atingia o céu e os anjos subiam e desciam por ela (Gn 28:12). Jesus se apresenta como a realidade para a qual a escada apontava. Jacó viu num sonho a reunião do céu e da terra e Cristo transformou-o em realidade.

Filho do homem. Jesus aplica este nome freqüentemente a si mesmo. Ele dá ênfase à sua natureza humana, que o capacita a morrer por seu povo. Se refere também à figura messiânica celestial conhecida em Daniel (7.13; ver Mt 8:20, nota).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
1:1 O que Jesus ensinou e o que fez estão ligados em forma inseparável com o que O é. João mostra ao Jesus como totalmente humano e totalmente divino. Apesar de que Jesus tomou por completo nossa humanidade e viveu como um homem, nunca deixou de ser o Deus eterno que sempre existiu, o criador e sustentador de todas as coisas, a força que une a criação e a fonte da vida eterna. Esta é a verdade a respeito do Jesus e o fundamento da verdade. Se não podermos ou não acreditam esta verdade básica, não teremos a fé suficiente para lhe confiar nosso destino eterno. Por isso João escreveu seu Evangelho: para edificar a fé e a confiança no Jesucristo, ao grau que criamos que O em realidade era e é o Filho de Deus (20.30, 31).

1:1 João escreveu aos crentes em todo lugar, sejam ou não judeus (gentis). Como um dos doze discípulos, João foi uma testemunha presencial, de maneira que sua história é confiável. Seu livro não é uma biografia (como o livro do Lucas), a não ser uma apresentação temática da vida do Jesus. Muitos dos ouvintes originais tinham um trasfondo grego. A cultura grega estimulava a adoração de muitos deuses mitológicos cujas características sobrenaturais eram tão importantes para os gregos como as genealogias para os judeus. João mostrou que Jesus não só era diferente de seus deuses mitológicos, a não ser superior a eles.

1.1ss O que quer dizer João com o Verbo? O Verbo era uma expressão usada por teólogos e filósofos, judeus e gregos por igual, de muitas maneiras diferentes. Nas Escrituras hebréias, o Verbo era um agente de criação (Sl 33:6), a fonte da mensagem de Deus a seu povo por meio de seus profetas (Os 1:2) e a lei de Deus, sua norma de santidade (Sl 119:11). Na filosofia grega, o Verbo era o princípio da razão que governava ao mundo ou o pensamento que estava ainda na mente, enquanto que no pensamento hebreu o Verbo era outra forma de dizer Deus. A descrição do João mostra claramente que se refere ao Jesus (veja-se especialmente 1.14); um ser humano que conhecia e amava, mas que era de uma vez o Criador do universo, a suprema revelação de Deus, a imagem vivente da santidade de Deus, e "todas as coisas no subsistem" (Cl 1:17). Para os leitores judeus, "o Verbo era Deus" era uma blasfêmia. Para os leitores gregos, "aquele Verbo foi feito carne" (Cl 1:14) era impensável. Para o João, este novo entendimento do Verbo era o evangelho, as boas novas do Jesucristo.

1:3 Quando Deus criou, fez um pouco de um nada. devido a que somos seres criados, não há razão para ser orgulhosos. Recorde que você existe sozinho porque Deus o fez e tem dons especiais unicamente porque Deus os deu. Com Deus você é algo especial; separado de Deus não é nada, e se tenta viver sem O, abandonará o propósito pelo qual foi feito.

1.3-5 Pensa freqüentemente que Deus alguma vez conseguirá entendê-lo porque sua vida é muita complexa? Recorde: Deus criou todo o universo e nada é muito complexo para O. Criou-o a você, vive hoje e seu amor é maior que qualquer problema que você possa enfrentar.

1.4, 5 "As trevas não prevaleceram contra ela" significa que as trevas de maldade nunca triunfaram nem triunfarão nem apagarão a luz de Deus. Jesucristo é o criador da vida e sua vida oferece luz à humanidade. Em sua luz, vemo-nos tal como somos: pecadores em necessidade de um Salvador. Quando seguimos ao Jesus, a luz verdadeira, evitamos andar como cegos e cair no pecado. O ilumina o caminho que temos diante a fim de que saibamos como viver. O dissipa a escuridão do pecado de nossas vidas. permitiu que a luz de Cristo brilhe em sua vida? Permita que Cristo guie sua vida e nunca tropeçará na escuridão.

1.6-8 Neste livro, o nome João se refere ao João o Batista. se desejar mais informação sobre o João o Batista, veja-se seu perfil neste capítulo.

1:8 Nós, como João o Batista, não somos a fonte da luz de Deus; simplesmente refletimos essa luz. Jesucristo, que é a luz verdadeira, ajuda-nos a ver nosso caminho a Deus e nos mostra como transitar ao longo desse caminho. Mas Cristo quer refletir sua luz através de seus seguidores a um mundo incrédulo, possivelmente porque os incrédulos não são capazes de suportar a poderosa glória resplandecente de sua luz pura. A palavra testemunho se refere a nosso papel de refletir a luz de Cristo. Nunca devemos nos apresentar ante outros como a luz, a não ser lhes indicar que olhem a Cristo, a Luz.

1:10, 11 Apesar de que Cristo criou o mundo, a gente que criou não o reconheceu (1.10). Até a que Deus escolheu para preparar ao resto do mundo para a vinda do Messías o rechaçou (1.11), em que pese a que todo o Antigo Testamento falava de sua vinda.

1:12, 13 Todos os que aceitam a Cristo como Senhor de suas vidas renascem espiritualmente e recebem nova vida de Deus. Através da fé em Cristo, este novo nascimento nos troca de dentro, reacondicionando nossas atitudes, desejos e motivos. O nascimento faz que alguém esteja vivo fisicamente e permite ser parte da família. Ao nascer de Deus, formamos parte de sua família (1.12). pediu que Cristo lhe faça uma nova pessoa? Este novo começo está a disposição de todo aquele que acredita em Cristo.

1:14 O "Verbo foi feito carne", significa: converteu-se em humano. Cristo deveu ser (1) o Professor perfeito: na vida do Jesus vemos como Deus pensa e portanto como devêssemos pensar (Fp 2:5-11); (2) o exemplo perfeito: O é o modelo do que devemos ser, mostra-nos como viver e nos dá poder para viver dessa maneira (1Pe 2:21); (3) o sacrifício perfeito: Jesus veio como um sacrifício por todos os pecados e sua morte satisfaz as demandas de Deus para o cancelamento do pecado (Cl 1:15-23).

1:14 O "unigénito do Pai" significa que Jesus é o único e singular Filho de Deus. A ênfase está posta no singular. Jesus é único e desfruta de uma relação com Deus que é diferente da dos crentes chamados "filhos" que afirmam ser "engendrados de Deus".

1:14 Quando Jesus nasceu, Deus se fez homem. Não era metade homem nem metade Deus, era todo Deus e todo homem (Cl 2:9). antes de que Cristo viesse, a gente podia conhecer deus em parte. Logo depois de sua vinda, conheceu-o em sua totalidade porque veio visível e tangível no Jesus. Cristo é a expressão perfeita de Deus em forma humana. Os dois enganos mais comuns som minimizar sua humanidade ou minimizar sua divindade. Jesus é tanto Deus como homem.

1:17 O amor e a justiça formam parte da natureza divina que Deus usa para lutar conosco. Moisés enfatizou a justiça e a Lei de Deus, enquanto que Cristo veio para ressaltar a misericórdia, o amor e o perdão de Deus. Moisés só pôde ser o veículo da Lei, enquanto que Cristo veio para cumpri-la (Mt 5:17). A natureza e a vontade de Deus se revelaram na Lei; agora a natureza e a vontade de Deus se revelam no Jesucristo. Em lugar de vir em pranchas frite de pedra, a revelação de Deus ("sua verdade") vem à vida da pessoa. Na medida que conhecemos melhor a Cristo, nosso entendimento de Deus se incrementa.

1:18 Deus se comunicou mediante várias pessoas no Antigo Testamento, pelo geral profetas que recebiam mensagens específicas. Mas ninguém viu deus. Em Cristo, Deus revelou sua natureza e essência de uma forma que podia ver-se e tocar-se. Em Cristo, Deus se fez homem e habitou entre nós.

1:19 Em Jerusalém, os sacerdotes e levita eram líderes religiosos de respeito. Os sacerdotes serviam no templo e os levita os ajudavam. Os líderes que foram ver o João eram fariseus (1.24), um grupo que João o Batista e Jesus criticavam com freqüência. Muitos obedeciam levianamente as leis de Deus para parecer piedosos enquanto que, no profundo de seus corações, estavam cheios de orgulho e avareza. Os fariseus acreditavam que suas tradições orais eram tão importantes como a Palavra inspirada de Deus. se desejar mais informação a respeito dos fariseus, veja-os dados que se oferecem no Mateus 3 e Marcos 2.

Estes líderes deveram ver ao João o Batista por várias razões: (1) Sua tarefa como guardiães da fé os motivou a investigar qualquer mensagem nova (Dt 13:1-5; Dt 18:20-22). (2) Tratavam de averiguar se tinha os créditos de um profeta. (3) João tinha um grupo considerável de seguidores e seu número crescia. Talvez estavam ciumentos e queriam ver por que este homem era tão popular.

1.21-23 Na mente daqueles fariseus havia só quatro possibilidades no que respeita à identidade do João o Batista. Era (1) o profeta anunciado pelo Moisés (Dt 18:15), (2) Elías (Ml 4:5), (3) o Messías, ou (4) um falso profeta. João negou ser estes personagens, em troca se proclamou, em palavras do profeta Isaías no Antigo Testamento, como a "voz que clama no deserto; preparem caminho para o Jeová" (Is 40:3). Os líderes seguiram apressando-o para que dissesse quem era, porque a gente esperava a vinda do Messías (Lc 3:15). Mas João enfatizou sozinho a razão pela que veio: a preparar o caminho para o Messías. Os fariseus não entendiam o mais importante. Queriam saber quem era João, mas este queria que eles soubessem quem era Jesus.

1.25, 26 João estava batizando judeus. Os esenios (uma estrita seita monástica de judeus) praticavam o batismo para purificação, mas pelo general só os que não eram judeus (gentis) batizavam-se ao converter-se ao judaísmo. Quando os fariseus perguntaram com que autoridade batizava, estavam dizendo: "por que tráficos ao povo escolhido de Deus como se fossem gentis?" João respondeu: "Eu batizo com água". Simplesmente ajudava às pessoas a cumprir com um ato simbólico de arrependimento. Mas muito em breve viria um que na verdade perdoaria pecados, algo que solo o Filho de Deus, o Messías, poderia fazer.

1:27 João o Batista manifestou que não era digno nem de ser escravo de Cristo. Entretanto, em Lc 7:28 Jesus disse que João foi o maior dos profetas. Se uma pessoa como João se sente indigno de ser escravo de Cristo, quanto mais nós devêssemos depor nosso orgulho para servir a Cristo! Quando entendemos seriamente quem é Cristo, nosso orgulho e prestígio desaparecem.

João O BATISTA

Não cabe dúvida alguma, João o Batista foi único. Vestiu em forma estranha, alimentou-se com coisas estranhas e apresentou uma mensagem pouco usual aos habitantes da Judea que saíram a seu encontro em regiões desoladas.

Entretanto, João não tentava procurar proveito pessoal com sua peculiaridade. Em troca, propôs-se obedecer. Sabia que tinha um papel específico que cumprir no mundo: anunciar a vinda do Salvador, e pôs todas suas energias para cumprir esta tarefa. Lucas nos diz que João esteve no deserto quando recebeu a palavra de Deus. João estava preparado e esperava. O anjo que anunciou seu nascimento ao Zacarías deixou em claro que este menino seria nazareo, a gente afastado para o serviço de Deus. João se manteve fiel a essa descrição.

Este homem de aspecto selvagem não tinha poder nem posição no sistema político judeu, mas falou com uma autoridade quase irresistível. A gente se comovia com suas palavras porque dizia a verdade, desafiava-os a deixar o pecado e a batizar-se em sinal de arrependimento. Responderam por centenas. Embora as multidões o rodeavam, não procurou ser o centro, nunca esqueceu que seu papel principal foi anunciar a vinda do Salvador.

As palavras de verdade que moveram a muitos ao arrependimento aguilhoou a outros, motivando resistência e irritação. João até desafiou ao rei Herodes a que admitisse seu pecado. Herodías, a mulher com a que Herodes se uniu ilegalmente, decidiu livrar-se deste pregador solitário. Apesar de que o matou, não foi possível deter sua mensagem. Aquele ao que João anunciou já estava em ação. João cumpriu com sua missão.

Deus nos deu um propósito para viver e podemos confiar que O nos guiará. João não tinha a Bíblia completa, como a temos hoje, entretanto, centrou sua vida à luz do que sabia das Escrituras do Antigo Testamento. Do mesmo modo, nós podemos descobrir na Palavra de Deus as verdades que Deus quer que saibamos. E à medida que estas verdades obrem em nós, outros irão ao. Deus pode usá-lo a você como a nenhum outro. lhe diga sua disposição a lhe seguir hoje.

Pontos fortes e lucros:

-- O mensageiro que Deus escolheu para anunciar a vinda do Jesus

-- Um pregador cujo tema foi o arrependimento

-- Um confrontador intrépido

-- Conhecido por seu estilo de vida notável

-- Inflexível

Debilidades e enganos:

-- Dúvida temporária a respeito da identidade do Jesus

Lições de sua vida:

-- Deus não garante uma vida segura nem fácil aos que lhe servem

-- Cumprir com os desejos de Deus é o investimento maior que se faz na vida

-- Defender a verdade é mais importante que a vida mesma

Dados gerais:

-- Onde: Judea

-- Ocupação: Profeta

-- Familiares: Pai: Zacarías. Mãe: Elisabet. Parente longínquo: Jesus

-- Contemporâneos: Herodes, Herodías

Versículo chave:

"De certo lhes digo: Entre os que nascem de mulher não se levantou outro maior que João o Batista; mas o mais pequeno no reino dos céus, major é que ele" (Mt 11:11).

A história do João se narra nos quatro Evangelhos. Sua vinda se anunciou em Is 40:3 e Ml 4:5ss; e se menciona em At 1:5, At 1:22; At 10:37; At 11:16; At 13:24-25; At 18:25; At 19:3-4.

1:29 Cada manhã e tarde, sacrificava-se um cordeiro no templo pelos pecados do povo (Ex 29:38-42). Is 53:7 profetizou que o Messías, o Servo de Deus, seria devotado como um cordeiro. Para pagar a culpa pelo pecado, tinha que entregar uma vida; e Deus quis dar-se a si mesmo em sacrifício. Os pecados do mundo foram tirados quando Jesus morreu como o sacrifício perfeito. Desta maneira se perdoam nossos pecados (1Co 5:7). "Pecado do mundo" significa o pecado de todos, o de cada indivíduo. Jesus pagou o preço de nosso pecado com a morte. Você pode receber perdão ao lhe confessar seu pecado e lhe pedir seu perdão.

1:30 Apesar de que João o Batista tinha sido um pregador muito conhecido e atraiu grandes multidões, sentiu-se muito feliz de que Jesus ocupasse o lugar mais importante. Esta é a verdadeira humildade, a base da grandeza na predicación, ensino ou qualquer outro trabalho que façamos por Cristo. Quando você se sinta feliz de fazer as coisas que Deus quer que faça e permita que Cristo receba a honra por isso, Deus fará grandes costure através de você.

1.31-34 No batismo do Jesus, João o Batista o declarou como o Messías. Nesse momento Deus deu um sinal ao João de que na verdade O tinha enviado ao Jesus (1.33). João e Jesus eram parentes (veja-se Lc 1:36), de modo que João sabia quem era. Mas não foi a não ser até seu batismo que João compreendeu que Jesus era o Messías. O batismo do Jesus se relata em Mt 3:13-17; Mc 1:9-11 e Lc 3:21-22.

1:33 O batismo do João o Batista em água foi preparatório, porque era para arrependimento e simbolizava a lavagem dos pecados. Jesus, em contraste, batizaria com o Espírito Santo. Enviaria ao Espírito Santo sobre os crentes para que lhes repartisse poder para viver e ensinar a mensagem de salvação. Isto ocorreu depois de que Jesus ressuscitou e subiu ao céu (veja-se 20.22; Feitos 2).

1:34 A tarefa do João o Batista era a de guiar às pessoas para Cristo, o Messías que esperavam. Hoje muitas pessoas andam em busca de alguém que lhes dê segurança em um mundo inseguro. Nossa tarefa é guiá-los a Cristo e lhes mostrar que O é o que procuram.

1.35ss Estes novos discípulos chamaram de várias formas ao Jesus: Cordeiro de Deus (1.36), Senhor (literalmente, Rabino ou Professor) (1.38), Messías (1.41, 45), Filho de Deus (1.49), Rei do Israel (1.49). À medida que o conheceram, sua avaliação pelo cresceu. quanto mais tempo passemos com Cristo conhecendo-o, mais compreenderemos e apreciaremos o que O é. Seus ensinos nos atrairão, mas chegaremos a conhecê-lo como o Filho de Deus. Apesar de que estes discípulos estiveram falando nesses termos em poucos dias, não o entenderiam de tudo até três anos mais tarde (Feitos 2). O que consideraram como uma profissão fácil tiveram que convertê-lo em experiência. Vemos que as palavras de fé brotam com facilidade, mas a apreciação profunda por Cristo vem como produto de viver por fé.

1:37 Um dos dois discípulos foi Andrés (1.40). O outro possivelmente foi João, o escritor deste livro, ou Felipe, ao que se menciona freqüentemente. por que estes discípulos deixaram ao João o Batista? Porque isso é o que João quis que fizessem; guiou-os a Cristo, preparou-os para que o seguissem. Estes foram os primeiros discípulos do Jesus, junto com o Simón Pedro (1,42) e Natanael (1.45).

1:38 Quando os dois discípulos começaram a lhe seguir, Jesus lhes perguntou: "O que desejam?" Seguir ao Jesus não é suficiente: devemos lhe seguir pelas razões devidas. lhe seguir por nossos fins é pedir a Cristo que nos siga, que se ajuste a nós para edificar nossa causa, não a sua. Devemos examinar nossos motivos para lhe servir. Procuramos sua glória ou a nossa?

1.40-42 Andrés aceitou o testemunho do João o Batista a respeito do Jesus e imediatamente foi dizer o a seu irmão, Simón Pedro. Não havia dúvidas em sua mente: para ele Jesus era o Messías. Não somente o disse ao Pedro; através dos Evangelhos acham ao Andrés desejoso de levar a outros ao Jesus (vejam-se 6.8, 9; 12.22).

1:42 Jesus não só viu quem era Pedro, a não ser quem chegaria a ser. Por isso lhe atribuiu um novo nome: Cefas em aramaico, Pedro em grego (o nome significa "uma rocha"). Através dos Evangelhos, não se apresenta ao Pedro como "pedra sólida", mas chegou a ser uma "rocha" nos dias da igreja primitiva, como nos relata isso o livro dos Fatos. Ao dar ao Pedro um novo nome, Jesus apresenta uma mudança em seu caráter. se desejar mais informação sobre o Simón Pedro, veja-se seu perfil no Mateus 27.

1:46 Os judeus menosprezavam ao Nazaret porque uma guarnição romana estava localizada ali. Alguns especularam que uma atitude fria ou uma baixa reputação moral e religiosa do povo do Nazaret conduziu ao comentário duro do Natanael. A cidade natal do Natanael foi Caná, situada a um pouco mais de seis quilômetros do Nazaret.

1:46 Quando Natanael ouviu que o Messías procedia do Nazaret, surpreendeu-se. Felipe lhe respondeu: "Vêem e vê". Por fortuna, Natanael foi ver o Jesus e chegou a ser seu discípulo. Se tivesse atuado em apóie a seus prejuízos, sem uma investigação maior, tivesse perdido seu encontro com o Messías! Não permita que os estereótipos da gente a respeito de Cristo sejam causa de que percam poder e amor. Convide-os a que se aproximem do e comprovem quem é Jesus.

PRIMEIRAS VIAGENS DO Jesus: Depois que João batizou ao Jesus no rio Jordão e que Satanás o tentou no deserto(veja-se mapa no Marcos 1), Jesus voltou para a Galilea. Visitou Nazaret, Caná e Capernaum, logo retornou a Jerusalém para a Páscoa.

1.47-49 Jesus conhecia todo o referente ao Natanael antes de que se encontrassem cara a cara. Jesus também nos conhece bem. Uma pessoa honesta se sentirá a gosto sabendo que Jesus a conhece tal qual é. Uma desonesta se sentirá molesta. Não pode fingir ser algo que não é. Deus sabe como é você verdadeiramente e deseja que o siga.

1:51 Esta é uma referência ao sonho do Jacó que aparece em Gn 28:12. Em sua condição singular de Deus-Homem, Jesus seria a escada entre o céu e a terra. Jesus não diz aqui que ia ser uma experiência física (quer dizer que veriam a escada com seus olhos), como no caso da transfiguración, mas sim teriam uma percepção espiritual da verdadeira natureza do Jesus e do propósito de sua vinda.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
Comentário ao Evangelho de João

I. INTRODUÇÃO: (1: 1-2: 12)

A. Prólogo: O Verbo se fez carne (1: 1-18)

1 No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Dt 2:1 ), o significado do Logos como ele é usado para a pessoa de Cristo está lá. João desce, por assim dizer, com a utilização de determinado nome de Jesus Cristo, quando se refere a Ele, mas esta é, aparentemente, um alojamento para a existência terrena de Cristo, que é o mais importante, porque o Verbo se fez carne . Ao mesmo tempo, a compreensão de João da Pessoa de Jesus encontra a sua expressão mais verdadeira nas palavras da mulher de Samaria: "Não é este o Cristo?" (Jo 4:29 ); de Natanael: "Rabi, tu és o Filho de Deus" (Jo 1:49 ); de Martha: "Sim, Senhor, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus" (Jo 11:27 ); e de Tomé: "Meu Senhor e meu Deus" (Jo 20:28 ).

O Logos era Jesus, e Jesus era o Cristo, o Filho de Deus. O termo Cristo torna-se o foco do corpo deste Evangelho. Cristo é tanto Criador e Revelador.

No princípio era o Verbo . Não apenas a partir do início, mas quando o início começou a ser, a Palavra era. Ele não era um produto do processo de início, nem ele começar com o início, mas no começo a Palavra já estava lá. Explicar quando o início começou equivale a explicar quanto tempo é eternidade. O problema de João é mais do que um problema de expressão; ele também é um dos compreensão. Pois, quando ele foi para trás, tanto quanto a mente humana vai, já a Palavra tinha existência. Que poder e significado do Apóstolo tem embalado para essas seis palavras curtas!

Não podemos continuar como se estivéssemos ignorante do que João quis dizer com a palavra . Por um grande movimento da sua pena, mergulhado na mais pura retórica, ele introduziu a Cristo como tendo existência ainda mais para trás do que o homem é capaz de filosofar. Ele não introduzir-lo como um novo bebê virgem-nascido, ou como um homem de iniciar seu ministério, como fazem os Sinópticos, mas ele proclamou-Lo como o Eterno. Não houve tempo em que Cristo não era. "A única perspectiva em que a obra de Jesus, e sua relação com o Pai, poderia ser realmente visto e avaliado foi o da eternidade."

O Verbo estava com Deus . A idéia aqui expressa é o da Palavra ficar cara a cara com Deus. A idéia inicial é a de duas pessoas distintas, enquanto a próxima frase que os une em um só: O Verbo era Deus . Talvez uma distinção pode ser feita para o nosso pensamento que irá parar de curto parecendo fazer de Deus uma dualidade, e, assim, manter sua unidade essencial. Vamos pensar em Deus em seu ser essencial e também na sua atividade criadora e redentora. Nós só podemos conhecer a Deus como Ele escolheu para revelar-se. A palavra --Jesus é o revelador de Deus, que diz que nós não conhecem a Deus, exceto na Encarnação. Assim, torna-se possível dizer que Jesus estava com Deus, cara a cara com ele, igual a Ele. Os gregos pros não nos ajuda muito aqui.Significa "direcção", ou "em pé defronte ou por alguma coisa." Para evitar o perigo de se supor duas pessoas envolvidas, considerar tanto um carimbo ou selo e sua marca. O primeiro é expressivo e outro receptivo. O selo é colocado contra a impressão, no entanto, é inseparável dele. O autor da Epístola aos Hebreus expressa um conceito similar ao falar de Cristo como a "imagem" ou carimbo da substância de Deus. Enquanto um materialista ainda pode insistir em uma dualidade nesta descrição, os autores destes dois livros do Novo Testamento encontrar tais analogias bastante suficientes para transmitir a verdade, mesmo que por necessidade aquém da descrição exata. O objeto por trás da linguagem é Cristo, Deus encarnado.

E o Verbo era Deus . Não podemos ler este em sentido inverso por Deus era o Verbo. "O assunto deve ser a Palavra, pois João não está tentando nos mostrar quem é Deus, mas que é a Palavra." Vincent diz que, se João tinha mudado a ordem da frase, ele teria destruído a distinção apenas entre Deus como substância e Deus como Verbo encarnado. Note-se também que o tempo passado do verbo- se não -devem ser pensado para transmitir a idéia de que a relação anterior entre Deus e Jesus tinha chegado ao fim com a Encarnação. João tem o cuidado de citar Jesus, "Eu eo Pai somos 1." Ele era Deus e Ele ainda é Deus.

Verso 2 simplesmente repete o que o versículo 1 tem dito, mas com maior força o Logos é eterno e é a revelação de Deus ao homem. Este segue o padrão de paralelismo hebraico, e alguns escritores pensam que o prólogo foi um hino ao Logos que João adaptado ao seu propósito, ou que ele mesmo compôs para seu Evangelho. O mínimo que se pode dizer é que tem as marcas de um poema em hebraico, quando as passagens sobre João Batista são desconsiderados.

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele . O universo inteiro é a criação do Logos , Cristo. Ele não era apenas o agente de Deus na criação, depois da moda do Demiurgo gnóstico; Ele era Deus revelando-se como Criador. Toda a vida tem a sua fonte em Deus. A vida, mais do que qualquer outro fenômeno, iludiu a compreensão dos cientistas. Eles não têm sido capazes de isolá-lo, nem reproduzi-lo. Mesmo a tentativa chocante para unir o espermatozóide eo óvulo vivendo sob vidro ou em um tubo de ensaio e produzir uma criatura viva, se bem sucedida, haveria mais de perpetuação da vida em circunstâncias anormais. E, embora a ciência nuclear reduziu tudo a energia, que vai muito além do nosso conceito comum do que é material, que ainda não chegou a dimensão da vida das coisas. João diz que a vida só vem de Deus como Ele se revela no processo criativo.

O Verbo se fez carne . Este conceito é mais profunda do que a luz resplandece nas trevas e Ele estava no mundo , os quais sugerem a Encarnação. O eterno Logos , Cristo, se fez carne, tomou sobre Si a forma completa da humanidade, e tornou-se homem no verdadeiro sentido do termo, sem deixar de ser o Logos . A hipótese de uma forma temporal fez não roubar-lhe a forma eterna; a adoção de carne humana não terminar sua existência como espírito eterno. St. Paulo sugere em sua grande kenosis passagem (Fp 2:5.) que Cristo colocou de lado, ou se esvaziou de, alguma coisa no momento da Encarnação. Mas nem a adição (João) ou subtração (Paulo) mudou sua divindade essencial. Divindade tornou-se "velado em carne", verdadeiro Deus e verdadeiro homem. No entanto, foi não só que Ele tornou-se "um homem"; Ele se tornou "homem", tomou sobre Si a carne da humanidade.

Além de se tornar carne, o Logos habitou entre nós . "Habitou" é uma tradução mais precisa do verbo, e sugere uma analogia que lança alguma luz sobre o mistério da Encarnação. A imagem do tabernáculo do deserto do Antigo Testamento vem à mente, especialmente a "glória do Senhor [que] encheu o tabernáculo" (Ex 40:34 ). A glória, ou Shekinah, representava a presença de Deus no meio do povo, que geralmente presença chegaram a um lugar específico. A Arca da Aliança representava a mesma presença, bem como as nuvens no qual Deus veio falar com Moisés, ou o que levou os israelitas do Egito. João aparentemente tinha esta comparação em mente quando escreveu sobre a Palavra se tornar carne e habita com o homem. "O que o tabernáculo tinha sido a morada de Deus no meio do povo, a humanidade do Logos agora era. "Paulo diz que a luz que brilha dentro do cristão é a revelação de Deus-" o conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo "( 2Co 4:6 ).Luz sobre o mistério em torno deste tema começa a quebrar quando nos damos conta de que só conhecemos a Deus como Ele se revelou, ou, no pensamento de João, na Encarnação. Donald M. Baillie fez algumas sugestões valiosas para uma melhor compreensão do problema. Ele escreve:

Estamos aptos a começar com alguma concepção de Deus, pegou não sabemos onde ... o que é diferente da concepção cristã; e, em seguida, para tentar a impossível tarefa de entender como um Deus pode ser encarnado em Jesus. Se a Encarnação foi supremamente revelada Deus, mostrou-lhe a nós em uma luz nova e esclarecedora, colocar um novo significado para a palavra que é o seu nome, que é o sentido que devemos usar para enfrentar o problema da Encarnação, porque isso é o que Deus realmente é. É apenas como cristãos que podemos esperar compreender a Encarnação. Por que, então, devemos como teólogos trabalhar com qualquer outra concepção de Deus do que aquela que, como cristãos, acreditamos que para ser verdade?

A vida era a luz dos homens . Jesus é a vida ea luz. Vida e luz, como os experimentamos, são interdependentes. A vida de João falou que era a vida eterna, a vida de Deus que se revelou ao homem, e foi assim luz para o mundo escurecido pelo pecado. O mundo é a escuridão; Cristo é luz. Vida e luz corresponder à graça e verdade (Jo 1:7 ). Neste breve, tratado poético sobre Cristo, a Palavra, dois homens são introduzidos em contraste com Cristo. O primeiro é João Batista (1: 6-8 , Jo 1:15 ). Jesus foi -João foi enviada . Eles em nada deve ser confundido ou pensado como iguais ou como líderes de movimentos rivais. Jesus era o Cristo; João era apenas uma testemunha para Ele. Batista negou todos os status em contraste com Cristo; ele alegou ser apenas uma voz que clama no deserto. Ele não tinha nenhuma mensagem original de sua autoria; ele falou as palavras de outro (Isaías) em seu testemunho de Cristo. Não houve rivalidade entre ele e Cristo. Cada conhecia sua vocação e papel na vida, João nada menos do que Cristo. João era uma voz;Jesus foi o homem-Deus. João era uma testemunha; Jesus era a verdade. Este grande sentido da subordinação do João para Jesus fez o apóstolo João acha que qualquer ensaio do início da vida e do ministério de João Batista era irrelevante para sua narrativa, mesmo o batismo de Jesus por João. O próprio Batista disse de Jesus, Aquele que vem depois de mim é tornar-se diante de mim, porque existia antes de mim "(v. Jo 1:15 ).

. Moisés também é mencionado A Lei foi dada por Moisés; a graça ea verdade vieram por Jesus Cristo (v. Jo 1:17 ). Em certo sentido, esse é um contraste entre o Antigo eo Novo-entre o judaísmo e do Evangelho, e o apóstolo João provavelmente significava que ele seja. Mas é apenas um contraste parcial. Segundo a crença comum, a religião do Antigo Testamento era uma religião de lei enquanto a religião do Novo Testamento é um dos graça; lei é nula de graça, e graça revogada a lei, quando Cristo veio.Consequentemente, o Antigo Testamento é de pouco, se houver, o valor para o ensino e instrução cristã. Mas não é isso que João tinha em mente. A graça de Deus é mais que evidente em todo o judaísmo, eo Evangelho é o maior apoio possível para a lei moral de Moisés. O apóstolo procurou apenas para mostrar que a revelação por meio de Cristo foi maior do que por meio de Moisés, dando maior ênfase a Cristo. Nenhum homem (nem mesmo Moisés) jamais viu a Deus a qualquer momento; mas Jesus deu a conhecer-Jesus unigênito Filho ou "Deus unigênito", como alguns manuscritos permitir. Em deferência às limitações humanas, Jesus revelou Deus como Pai: "Neste contexto, a descrição da relação da Palavra de Deus ... é visto como complementar à da relação do Filho com o Pai. A única marca uma relação absoluta na Divindade. O outro uma relação apreendida no que diz respeito à criação ".

Esta introdução do conceito de Deus como Pai, e essa relação de Deus com pai e filho, ou vice-versa, foi o início de retrato da revelação de Deus como Trindade de João. Pai, Filho e Espírito-na totalidade de sua expressão, constituem tudo o que sabemos sobre a natureza de Deus.

B. TESTEMUNHO DE BATISTA (1: 19-34)

19 E este é o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: Quem és tu? 20 E confessou, e não negou; e ele confessou: Eu não sou o Cristo. 21 E perguntaram-lhe, então? És tu Elias? E ele disse, eu não sou. És tu o profeta? E ele respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Quem és? para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo? 23 Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Is 24:1 E eles tinham sido enviados eram dos fariseus. 25 E perguntaram-lhe e disse-lhe: Por que batizas tu, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26 João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis, 27 mesmo aquele que vem após mim, a correia dos cuja sapato eu não sou digno de desatar. 28 Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.

29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30 Este é aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que é tornar-se diante de mim; pois ele estava diante de mim. 31 E eu não o conhecia; mas que ele fosse manifestado a Israel, por isso vim batizando em água. 32 E João deu testemunho, dizendo: Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu; e repousar sobre ele. 33 E eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e permanente sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo. 34 E eu vi, e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus.

O testemunho de João Batista foi dada da maneira mais franca antes de sacerdotes e levitas, que foram enviados de Jerusalém para questioná-lo. Ele negada sendo o Cristo, Elias (cujo corporal devolver os judeus esperavam), e o profeta , provavelmente o mencionado em Dt 18:15 . Em suas mentes que ele deveria ter alegou ser um deles, a fim de validar a sua marca particular de batismo. Mas ao invés de respondê-las diretamente, ele aproveitou a oportunidade para anunciar a presença entre eles de alguém cujo trabalho excederia o significado mais pleno do batismo judaico. Esse foi tanto mais digno do que João se como um homem é mais digno do que o seu cadarço. Ele não tentou posterior identificação de Cristo, aparentemente porque, desta forma, para os cínicos e os incrédulos, teria sido "jogar pérolas aos porcos." De qualquer forma, o que João disse que não foi muito convincente para eles, porque sua curiosidade não estava excitada o suficiente para perguntar-lhe todas as perguntas.

Este encontro entre João Batista e os judeus aconteceu em Betânia, além do Jordão. Esta não era a casa de Maria, Marta e Lázaro, que não estava longe de Jerusalém. Este Betânia nunca foi identificada. Os judeus, que no Evangelho de João estão sempre em oposição a Jesus, aparentemente, voltou para casa após o encontro do primeiro dia. Nenhuma menção é feita de sua presença durante toda esta "semana de testemunhar"; e liberdade de João Batista de expressão sobre a identidade de Cristo, em contraste com sua vaga alusão anterior, parece indicar uma ausência de quaisquer pessoas que estariam unappreciative de seu anúncio.

No segundo dia, Jesus apareceu, e João, na verdade sacerdotal moda para ele era um padre-hereditária gritou: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Sem dúvida, João havia batizado Jesus antes deste tempo, embora não o Evangelho de João não dizê-lo; João disse que ele reconheceu Jesus como o Messias em seu batismo, quando o Espírito desceu sobre Ele como uma pomba. Além disso, um dos objetivos de seu rito do batismo era isto mesmo; para descobrir o Messias, batizasse, e anunciá-lo ao mundo. Deus havia revelado isso a ele, chamando-o assim para "endireitar o caminho do Senhor." Em outras palavras, baptismal cerimônia de João pode ter sido o ritual de purificação de um grupo escatológica que, entre outros, tais como os essênios, procurou a vinda do Messias. Esta expectativa por muitos fazia parte da preparação geral para a vinda de Cristo. Percepção espiritual de João era mais aguçada do que a dos outros. Só ele podia ouvir e ver o que Deus estava fazendo. Só Ele reconheceu Jesus, quem Ele era eo que Ele veio fazer.

No dia seguinte, João revelou sua grande descoberta para dois de seus seguidores, que imediatamente deixei e fui com Jesus. Apenas um deles é identificado com o André, irmão de Simão Pedro. Dirigiam-Lo como Rabi (Mestre) e pediu-lhe a pergunta que um aluno em potencial daquele dia iria perguntar: "Onde você mora?" Sua compreensão de quem era Jesus, ficou muito aquém do mesmo a expectativa judaica de um Messias político. João tinha sido incapaz de transmitir tudo o que ele mesmo sabia. A revelação, como ele havia recebido pode ser descrita, mas nunca pode ser transmitida com sucesso para os outros à vontade. As coisas profundas do Espírito só pode ser recebido por corações e mentes preparadas para compreendê-los preparados pelo Espírito de Deus.

O encontro entre Jesus e os dois homens foi casual e conversa muito Ct 1:1)

35 Mais uma vez, no dia seguinte, estava João, e dois de seus discípulos; 36 e ele olhou para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus! 37 E os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. 38 E Jesus voltou-se e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que buscais? E eles disseram-lhe: Rabi (que quer dizer, traduzido, Mestre), onde permaneces tu? 39 Disse-lhes: Vinde, e vereis. Foram, pois, e viram onde pousava; e ficaram com ele aquele dia: era cerca da hora décima. 40 , um dos dois que ouviram João falar , e seguiu-o, foi André, irmão de Simão Pedro. 41 Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que é, sendo intérprete, Cristo). 42 E levou-o a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que é, por interpretação, Pedro).

43 No dia seguinte, ele estava disposto a partir para a Galiléia, e achando a Felipe: e Jesus disse-lhe: Segue-me. 44 Ora, Filipe era de Betsaida, da cidade de André e de Pedro. 45 Filipe encontrou Natanael e disse- lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés na, a lei e os profetas, escreveu, Jesus de Nazaré, filho de José. 46 E Natanael disse-lhe: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê. 47 Jesus viu Natanael que vinha para ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! 48 Natanael disse-lhe: Donde me conheces? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, quando tu estavas debaixo da figueira, eu te vi. 49 Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel. 50 Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? verás coisas maiores do que estas. 51 E disse-lhe: Em verdade, em verdade eu vos digo: vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.

Neste momento Jesus começou a recrutar discípulos, mais especialmente, aquele pequeno grupo de doze homens que mais tarde viriam a ser chamados de apóstolos. Nós não temos o registro da chamada de cada um, mas, na conta-nos dada por João, três elementos da chamada se destacam. Em primeiro lugar, há a força de atração de Cristo. Não foi João introdução do Batista, tanto quanto algo em Jesus que causou André para ir de um para o outro. Há um magnetismo sobre Cristo e do Evangelho que leva os homens a Ele, aqueles que não são isolados contra ele por preconceito ou pecado voluntário. Em segundo lugar, há o testemunho de pessoas dedicadas. João Batista trouxe André, que por sua vez levou Pedro; Felipe trouxe Natanael. Há uma naturalidade, para aquele que nele crê, para testemunhar sobre Jesus. De uma forma simples André testemunhou, Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas, escreveu, Jesus de Nazaré . No fim de, por um lado, para se proteger contra uma reticência que staunches o fluxo de palavras e, por outro, uma compulsão na qual alega a cada conhecido como um objeto de solicitação, vamos observar que este testemunho cedo ou introdução de pessoas a Cristo começou com companheiros próximos, mesmo com os irmãos, que eram aparentemente da mesma idade e status cultural. André e Felipe começou com aqueles que os conhecia e confiava neles. Isso é mais difícil do que assistir a um estranho a quem nunca pode ver de novo, mas é mais eficaz porque pode ser seguida por uma vida piedosa e atitudes cristãs. Isto sugere que testemunhar de Cristo é mais do que a fala, porém entusiasmado. Discurso vale pouco menos que haja evidências de uma medida de caráter cristão, e, a menos que o testemunho é um canal através do qual o Espírito pode falar.

Em terceiro lugar, há o convite de Cristo. Antes de Seu apelo para Felipe, Siga-me , não é a imagem do Cristo buscando que encontrou Felipe. Teve André e Pedro lhe disse de Cristo? (Eles eram da mesma cidade.) Se Jesus aprendeu de Felipe e ido procurá-lo?É o suficiente para nós saber que ao lado de cada discípulo apaixonado que dá testemunho de seu Senhor é o próprio Senhor, a busca de Salvador, o pastor da ovelha perdida. A mesma coisa, ainda pensado em termos diferentes, é o poder de atração do Espírito Santo. Testemunhando ou testemunhar à pessoa e poder de Cristo para os não convertidos é mais eficaz quando a mensagem é um ingrediente arraigada da vida do cristão, e quando os esforços humanos são enriquecidos pela unção do Espírito Santo.

Nem todo mundo responde ao apelo para seguir a Cristo tão facilmente como fez André e Felipe. Houve Natanael, que era mais como Tomé em sua abordagem cética ao que seus amigos alegou ser verdade. A resposta de Filipe para esta atitude foi igual para a ocasião: "Venha e descubra por si mesmo." Natanael veio, e vendo estava acreditando, em grande parte por causa do conhecimento e visão superiores de Cristo. Jesus podia dizer: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! , porque ele bem sabia o que havia no homem (Jo 2:25) e por Natanael era um exemplo excepcional de um povo escolhido, em quem a lei moral de Moisés tornou-se eficaz. A resposta de Natanael mostrou um alto grau de perceptividade e discernimento espiritual, talvez. Mas ele ainda não conseguia pensar em termos universais como fez João Batista; para ele o Messias não seria mais do que o Rei de Israel. Essa compreensão de Cristo, maravilhosa, tanto quanto foi, foi apenas o começo. Com base na sua fé Jesus prometeu-lhe coisas maiores do que estas. Vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem . Ao referir-se a Si mesmo como Filho do homem , Jesus foi focar a atenção sobre sua pessoa visível e não sobre o seu ser essencial. O objetivo deste era que os discípulos não poderiam deixar de observar o que Ele, o Encarnado, iria realizar em sua forma humana. Sua atenção foi "orientada para lá, a fim de que eles possam ver o que está além da observação histórica. Jesus é o lugar da revelação "céus abertos e anjos descendo têm claramente referência a experiência de Jacó em Betel em seu caminho para Paddanaram (. Gn 28:10 ). De acordo com a Epístola aos Hebreus anjos eram mensageiros da revelação de Deus nos tempos dos profetas. Jesus falou de si mesmo como a escada em cima de que os anjos de Deus descem e sobem. O método de Jesus era começar com as coisas terrenas e, em seguida, virar mente dos discípulos às coisas celestes ou espirituais.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
O tema do evangelho de João é que Jesus é o Filho de Deus (20:30-31), e, nesse primeiro capítulo, ele pro-va essa afirmação de Cristo. Ao ler esse capítulo maravilhoso, você não pode deixar de ver que Cristo é o Filho de Deus por causa dos nomes e títulos que tem, das obras que faz e do testemunho dos que o conhe-ceram pessoalmente, em que decla-ram que ele é.

  1. O nome de Cristo prova que ele é Filho de Deus
  2. Ele é a Palavra (1:1-3,14)

Cristo revela a mente e o coração de Deus para os homens, da mes-ma forma que nossas palavras reve-lam nosso coração e nossa mente. "Quem me vê a mim vê o Pai" (Jo 14:9). A palavra é composta de le-tras, e Cristo é o Alfa e o Ômega (a primeira e a última letras do alfa-beto grego; Ap 22:13), aquele que explica o amor de Deus por nós. Em Gênesis 1, Deus criou tudo por intermédio de sua Palavra, e Colos- senses 1:16 e 2Pe 3:5 indicam que essa Palavra era Cristo. Embo-ra possamos, em parte, conhecer Deus por meio da natureza e da história, o conhecemos totalmen-te por intermédio de seu Filho (He 1:1-58). Cristo como Palavra traz graça e verdade (1:14 e 17); toda-via, se os homens não a recebem, essa mesma Palavra transforma-se em ira e julgamento (Ap 19:13). Cristo é a Palavra de Deus viva e encarnada; a Bíblia é a Palavra do Senhor escrita.

  1. Ele é a luz (1:4-13)

Em Gênesis 1, o primeiro ato cria-tivo de Deus foi produzir luz, pois a vida vem da luz. Jesus é a verda-deira luz, isto é, a luz original da qual se origina toda luz. No evan-gelho de João, vemos, o conflito entre a luz (Deus, a vida eterna) e as trevas (Satanás, a morte eterna). Jo 1:5 indica isso: "A luz resplan-dece [presente] nas trevas, e as tre-vas não conseguem extingui-la ou prendê-la" (tradução literal). Veja 3:19-21, 8:12 e 12:46. Em 2 Co- ríntios 4:3-6, a salvação é retratada como a entrada de luz nas trevas do coração do pecador (veja tam-bém Gn 1:1 -3).

  1. Ele é o Filho de Deus (1:15-18,30-34,49)

Essa afirmação deu origem à per-seguição de Cristo pelos judeus (10:30-36). No evangelho de João, observe as sete pessoas que cha-mam Cristo de Filho de Deus: João Batista (1:34); Natanael (1:49); Pe-dro (6:69); o cego curado (9:35-38); Marta (11:27); Tomé (20:
28) e o apóstolo João (20:30-31). O pecador que não crê que Jesus é Filho de Deus não pode ser salvo (8:24).

  1. Ele é o Cristo (1:19-28,35-42)

"Cristo" significa o Messias, o Un-gido. Os judeus questionaram João, pois esperavam a vinda de seu Mes-sias. Até os samaritanos o procura-vam (4:25,42). Expulsavam da sina-goga qualquer judeu que declarasse que Jesus era o Cristo (9:22).

  1. Ele é o Cordeiro de Deus (1:29,35-36)
  2. anúncio de João responde à pergunta de Isaque: "Onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gn 22:7). Em Êxodo 12, o cordeiro pascal e, em Is 53:0 Ez 7:3-27 7, os pecadores estão longe de casa e na escuridão do pecado. No entan-to, Cristo revela a glória do céu e abre-o para que entremos. Cristo é a "escada para a glória" de Deus.

    1. Testemunhos provam que Cristo é o Filho de Deus

    João, com freqüência, usa a pala-vra "testemunho", como também o verbo "testemunhar", em seu evan-gelho (1:7-8,15; 3:26,28; 5:31-37; 8:18; 15:27; 18:23). As testemunhas bíblicas são confiáveis porque tive-ram contato pessoal com Cristo e não ganharam nada dos homens ao testemunhar por Cristo. (Na verda-de, elas sofreram por causa disso.) O testemunho delas passaria por uma corte hoje, não há evidência de que mentiram. Essas testemunhas foram:

    1. João Batista (1:7,15,29; veja também 5:35)
    2. João, o apóstolo (1:14: "Vimos a sua glória [...]")
    3. Os profetas do Antigo Testamento (1:30,45)

    E provável que Natanael estivesse lendo os relatos de Moisés quando Filipe o encontrou.

    1. O Espírito Santo (1:33-34)
    2. André (1:41)

    Ele foi um ganhador de almas e co-meçou por sua família.

    E Filipe (1:41)

    Filipe apoiou seu testemunho com a Palavra de Deus, uma política sábia para todas as testemunhas.

    1. Natanael (1:49)

    João Batista foi o pregador que sal-vou João e André. Pedro encontrou Cristo por causa da obra pessoal de André. Cristo chamou Filipe pessoalmente, e Natanael encon-trou Cristo por meio da Palavra e do testemunho de Filipe. Deus usa pessoas e circunstâncias distintas para trazer as pessoas para seu Fi-lho. Ele é um Deus com variedade infinita.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
1.1 No princípio. Antes da criação (conforme Gn 1:1), Verbo (gr logos). Não denota o logos de Platão, que significava a Idéia universal e absoluta, nem de Filo, que identificava o logos com a sabedoria de Deus. Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de Deus aos homens pela Sua encarnação e sacrifício na cruz. Logos. Servia o termo de ponte entre o mundo grego e judaico. Sendo Deus, o Logos é a perfeita expressão de Deus. A revelação no AT era perfeita mas incompleta; no NT é perfeita e completa (cf. 14.9; He 1:1, He 1:2). O Verbo era Deus. A falta do artigo no original não quer dizer "um Deus" mas que o Verbo tinha a natureza divina. "O Filho está destacado na Trindade, mas a Trindade toda não é o Verbo".

1.3 A atuação de Cristo na criação também se encontra em Cl 1:16, Cl 1:17.

1.4 Vida estava nele. Pode referir-se à provisão do Espírito que pela morte de Cristo passaria a habitar nos crentes (7.37ss).

1.5 A luz. É identificada com a vida que Deus compartilha: é o contrário de trevas, existência sem Deus que equivale à morte eterna. A luz não pode ser vencida pelo mal, absolutamente (1Jo 2:8).

1.6;7 Um homem. Foi João, o Batizador, quem primeiro apontou Jesus aos homens como luz, e foi através da fé desses homens que outros vieram a crer (conforme 5.35).

1.9 Verdadeira luz. Cristo e só Ele, vindo ao mundo ilumina a todo homem. Não há salvação das trevas, à parte, dEle (At 4:12).

1.10 Mesmo antes de Sua encarnação Cristo estava ativo na criação e na revelação de Deus por intermédio dos profetas e patriarcas.
1.11 Seu, e os seus. "Seu", no grego, significa "sua casa"; "Seus" significa Seu povo. Mesmo rejeitado pela maioria de Israel, Cristo se oferece a todos entre os quais alguns O recebem.

1.12 Filhos de Deus. Ninguém nasce de Deus pelo primeiro nascimento (o carnal). A filiação se limita aos que crêem e recebem a Cristo.

1.13 Do sangue (gr ex haimatõn "dos sangues”. O plural indica que o nascimento concedido por Deus não vem por descendência humana nem através de descendência privilegiada (conforme 3.4, 6; 6.44).

1.14 O Verbo se fez carne. O eterno Filho, o Verbo de Deus, se encarnou como homem, (conforme Rm 8:3). Esta_verdade essencial nega terminantemente a heresia gnóstica que afirmava que a encarnação não foi real (conforme 1Jo 4:2, 1Jo 4:3). Habitou, gr skenoõ "tabernaculou". Em Cristo vemos a realidade da glória divina, o zelo de Deus em se aproximar dos homens mesmo sendo pecadores. Graça. Favor de Deus não merecido. Verdade. A fidelidade de Deus.

1.16 Plenitude (gr plerõma, conforme Cl 1:19; Cl 2:9, Cl 2:10). E o Espírito Santo que habitou em Cristo e nos crentes, tornando-os "co-participantes da natureza divina" (2Pe 1:4).

1.18 Deus unigênito. Esta é uma declaração clara da deidade de Jesus Cristo. No seio. Modo hebraico de indicar proximidade de amigos, (3.23, 25).

1.21 Elias. Ml 4:5 deu origem à esperança :do reaparecimento de Elias (conforme Mt 11:14, Mt 11:18; Mt 17:9-40);
2) Ver o Pai por Seu intermédio (Jo 14:9);
3) Estar com e nEle (Jo 15:2, Jo 15:4-43) se cumprem em Cristo que é maior que esse patriarca (conforme 4.12).

• N. Hom. 1:43-51 Como Testemunhar:
1) Dar a maior importância à pessoa de Cristo (36):
2) apelar aos amigos (41; 45);
3) convidar outros após sentir a emoção da descoberta pessoal (45);
4) não debater apenas com argumentos mas com desafio à investigação (46);
5) não perder tempo.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
Parte umIntrodução (1.12.11)

I. A PALAVRA QUE SE TORNOU CARNE E FOI MANIFESTA (1.1—2.11)


1) Prólogo (1:1-18)

Provavelmente não há outro lugar no Novo Testamento em que se diga tanto, como aqui, com tão poucas palavras. Aqui estão afirmadas a singularidade de Cristo e as grandes conseqüências desse auto-sacrifício incorporado na encarnação. Nesse prólogo, João anuncia o seu tema principal, que é a glória de Jesus Cristo demonstrada por meio de tudo que ele disse e fez. v. 1. No princípio era aquele que é a Palavra-. Diferentemente dos autores sinópticos, o quarto evangelho começa a história na eternidade; e é a partir daqui que ele entende o significado da obra de Cristo. No princípio (conforme Gn 1:1) leva a nossa concepção do propósito de Deus para além da Criação, de forma que aquela Palavra, como a segunda pessoa da Trindade, existia por si mesma. O termo Palavra (gr. ho logos) foi supostamente empregado pelo autor para tornar o evangelho relevante para os seus primeiros leitores. Contudo, a concepção de ho logos é de suprema importância para a doutrina de Cristo que o autor tem em mente à parte de qualquer outra razão especial que o tenha levado a usar o termo. [V. Comentário adicional 1, p. 1.263). Ele estava com Deus (gr. kai ho logos ên pros ton theon): Isto é, desde a eternidade sempre houve uma distinção entre as pessoas da Trindade. Não nos ajuda muito entender isso como a Palavra que existia em contraste com o Deus absoluto. O sentido mais simples sugerido aqui parece endossado em outros textos em que as preposições são usadas de maneira semelhante (conforme Mc 6:3; conforme tb. Mc 10:27). e era Deus (gr. kai theos ên ho logos): A plenitude da divindade e a Palavra são identificadas. A Palavra ativa imanente no mundo não é menos Deus do que o Deus que transcende todo o tempo e espaço. A ausência do artigo definido diante de “Deus”, interpretado por alguns estudiosos como a Palavra possuindo algo menos do que a divindade completa, sugere, no entanto, que outras pessoas existem além da segunda pessoa na Trindade, v. 2. Ele estava com Deus no princípio: Tanto a Palavra quanto o seu relacionamento com o Eterno são eternos. Nunca houve uma parte da sua preexistência em que ela esteve separado da Trindade em qualquer sentido. Assim, a divindade de Cristo é estabelecida mesmo sem que qualidades pessoais específicas sejam atribuídas a ele como a segunda pessoa da Trindade. C. K. Barrett comenta com propriedade: “Os atos e palavras de Jesus são os atos e palavras de Deus; se isso não for verdade, o livro é blasfemo” (p. 130). v. 3. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele (gr. di’ autou): A Palavra, vinda de Deus, foi o agente na Criação, que, diferentemente dele, não é eterna, e, mesmo assim, sem esse agente nada do que existe teria sido feito (conforme Pv 8:30). Não há, como alguns pensadores gnósticos estavam dispostos a acreditar, qualquer outro meio de criação que não o próprio Deus. Há uma leitura alternativa possível aqui, i.e., “sem ele nada foi feito. O que foi feito, era vida nele”. No entanto, a leitura costumeira é melhor. João conta aos seus leitores que em Cristo há um elo visível entre Deus e o mundo material. Este mundo certamente pertence a Deus, que o fez (conforme He 1:2; He 11:3). Em geral, os estudiosos concordam em que o gnosticismo nunca esteve longe da mente do autor desse evangelho. Os gnósticos ensinavam que somente o espírito pode ser bom, e a matéria é essencialmente má. Mas João, em concordância com Paulo (conforme Cl 1:16), defende pela sua doutrina da criação por intermédio da Palavra de Deus, e por meio da encarnação da Palavra, que este mundo de matéria é de fato a obra da mão do Todo-po-deroso, que entrou nele em Jesus Cristo. O mundo não é essencialmente mau, embora o homem por meio do pecado tenha produzido miséria nele (conforme Gn 1:10,12,18,21,25). v. 4. Nele estava a vida: O Universo, feito pela Palavra de Deus, e imerso na sua vontade viva e ativa, mostra em si mesmo a propriedade orgânica e ativa da vida. E esse princípio no mundo criado se revela novamente em Cristo, que veio para conceder vida por meio da encarnação (conforme 10.10). Essa vida se torna a lu% dos homens. E o elemento vivo, em desenvolvimento no Universo, que mostra Deus ao homem (conforme Rm 1:20); é a base da verdade da religião revelada, v. 5. A luz brilha...: Essa é a ênfase do quarto evangelho, isto é, que Deus foi revelado absolutamente em Jesus Cristo. Tudo que os homens possam esperar por via da revelação e salvação deve ser visto nele. Mas Deus forneceu ao homem a revelação contínua, pois a luz brilha nas trevas, expressão que retrata a distância que separa o homem de Deus e mostra que Deus sempre se revelou ao homem de alguma forma. A encarnação, no entanto, revelou Deus com clareza singular, assim que, de forma correspondente ao caso, “as trevas não a compreenderam” (Nota textual da NVI).

“Vida” e “luz” são duas palavras especialmente associadas com João no NT. Mais tarde no evangelho, Jesus afirma que ele é tanto a vida (conforme 11.25; 14,6) quanto a luz (cf. 8.12; 9.5). No prólogo, contudo, essas duas reivindicações são colocadas no seu contexto essencial. O que Jesus declara ser no mundo ele é sempre. Isso é característico de Deus no AT. A atividade divina criou a vida e a sustenta. Deus é, assim, a fonte da iluminação do homem (conforme Sl 36:9-10). No evangelho, além disso, “vida” traz nuanças distintas de salvação e libertação. Na medida em que é trazida para dentro do mundo por Cristo (cf. 2Tm 1:10), denota sua obra particular a favor da humanidade, a seção mais responsável do mundo criado. “Luz” em João sugere revelação que conduz os homens à “vida”, que coloca uma responsabilidade solene sobre os homens, e assim os conduz ao julgamento se eles a recusarem (conforme 3.19). A presença das trevas é em geral pressuposta onde a “luz” é mencionada. E quando não há resposta à verdadeira luz, então, qualquer que seja a “luz” que eles professem ter, na realidade não têm luz nenhuma (conforme 9.41).

v. 6. Surgiu um homem...: Agora o tema se volta de maneira distinta para a história humana. João Batista é mencionado aqui pela primeira vez, visto que ele agia como testemunha da luz ao ser “uma candeia que queimava e irradiava luz” (5,35) para que assim, por meio da obra dele, todos os homens cressem. v. 9. O significado é obscurecido pela ARG (“a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo”). A melhor formulação associa a expressão chegando ao mundo à expressão verdadeira luz, e não a todos os homens. Ele, em contraste com João, é a verdadeira luz, grego to phõs to alêthinon, significando luz real ou genuína (não verdadeira como distinta de falsa, o que poderia ser expresso por alêthês). De que forma se pode dizer que ele iluminaria todo homem? Somente no sentido de que “luz” traz juízo (conforme v. 5 e 3:19-21). A vinda de Cristo lançou luz sobre as trevas da situação humana e continua a fazê-lo na vida de todo homem. v. 10. o mundo foi feito por intermédio dele...: Isso se aplica à parte da criação que é capaz de fazer escolhas conscientes. O mundo (gr. kosmos) é o mundo das pessoas, especialmente aquelas que, nesse evangelho, são confrontadas com a verdade em Cristo. (Muitas vezes no evangelho, contudo, ele é descrito como “este mundo”, que é uma referência ao nosso mundo em contraste com o mundo de cima, do qual Cristo veio; conforme 8.23.) Ambos os usos do termo sugerem um antagonismo que foi demonstrado a Cristo, o mundo não o reconheceu-. Esse uso do verbo “conhecer” (gr. ginõskõ) significa “reconhecer”. É digno de nota que o evangelista nunca usa o substantivo correspondente “conhecimento” (gr. gnõsis); ele faz todo o possível para evitar essa forma de gnos-ticismo que ensinava a salvação por meio do conhecimento para uma elite inteligente. Visto que “saber” em João implica observação, obediência e confiança, não é de admirar que “conhecer” e “crer” sejam quase sinônimos (conforme 17.3; 6.69). v. 11. Veio para o que era seu, mas os seus é uma tradução para-frástica do grego ta idia, embora expresse de forma adequada o que o autor tinha em mente ao se referir a uma área particular — a Palestina — que no mundo ocupava uma posição especial no favor de Deus (conforme 19.27). Mas os seus (hoi idioi) não o receberam, embora a partir Dt 13:1 o título hoi idioi seja restrito àqueles que de fato o receberam. Isso imediatamente resume a rejeição demonstrada contra Cristo e as razões, humanamente falando, do seu sofrimento. Aos que, contudo, o receberam por fé em seu nome, deu-lhes (gr. edõken) o direito de se tornarem filhos de Deus. Esse é o presente de Deus. Os homens não têm direito algum de reivindicar serem filhos de Deus. Somente Cristo dá aos homens o poder (gr. exousia — “direito”) de se tornarem filhos de Deus .filhos [...] nasceram-. Visto que a vida em Cristo começa por meio do nascimento, i.e., por meio da atividade distinta de Deus como fonte de tudo. Esse nascimento não contém nenhum elemento humano; nem está no escopo da realização humana, nem [ocorrei por vontade da carne, nem é mediado por motivo de maturidade — pela vontade de algum homem (gr. ek thelmatos andros). v. 14. a Palavra tomou-se carne-. Não há nenhuma sugestão nessas palavras de que na encarnação a Palavra se tornou uma pessoa. A personalidade sempre tinha sido sua propriedade. “Carne” (gr. sarx) denota o âmbito humano comparado ao celestial (conforme 3.6; 6.63). Aqui, então, está a grande parte inexplicável da doutrina de Cristo, que a Palavra eterna entrou na vida humana. Ele, tampouco, entregou sua identidade à carne, pois, enquanto ele habitou entre os homens — um fato para o qual essencialmente o evangelho se volta —, houve aqueles que viram (vimos) a sua glória, i.e., a manifestação visível de Deus, que era, em sua natureza, como os homens haviam entendido no passado, cheio de graça, denotando a iniciativa tomada por Deus quando ele concede seu favor aos homens, e de verdade como a definitiva e perfeita personificação da revelação divina. A graça de Deus e a verdade de Deus estão igualmente envolvidas pela mensagem cristã. Deus em Cristo chama as pessoas a adorá-lo e a confiar nele. E o equilíbrio perfeito entre graça e verdade, demonstrado na serenidade infatigável exercida por Jesus na terra, é mostrada nos capítulos seguintes. Com freqüência, ele tomou a iniciativa de ir ao encontro das pessoas quando elas precisavam dele; e ele personificou a verdade na sua pessoa (conforme Ex 34:6; Jo 14:6), como o Unigénito vindo do Pai, isto é, singularmente Filho de Deus. Sua eternidade impede qualquer noção de que seu ser era derivado do Pai, mas, como as palavras sugerem, sua existência e obra nunca foram independentes do Pai — um fato de que o próprio Jesus deu testemunho (conforme 10.25,30). João deixa a doutrina do Logos nesse ponto e agora se concentra no relacionamento entre o Pai e o Filho. v. 16. Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça-. A doutrina de Cristo e de Deus que abre esse evangelho nunca deve ser considerada uma mera declaração de um credo. A plenitude de graça e verdade é algo que é mediado aos homens por meio da experiência. E o evangelista não está sozinho nisso. “Nós a recebemos”, ele escreve, talvez associando o testemunho de outros crentes em Efeso nos seus dias, ou se unindo em espírito a todos os que subseqüentemente ao seu próprio testemunho teriam fé em Cristo. Além disso, o testemunho combinado do povo de Deus concluiu que a vida cristã era graça sobre graça, à medida que cada experiência da sua ajuda e amor conduzia a uma experiência mais abrangente e profunda da bondade de Deus. v. 17. Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés: O presente de Deus da salvação ao seu povo antigo veio por meio do poder compulsivo exterior da lei. Agora, em Cristo, os homens são compelidos a amar a Deus pelo poder constrangedor demonstrado em Jesus Cristo, v. 18. Ninguém jamais viu a Deus: Essa é uma pressuposição básica do AT. Até em situações em que se sugeriu que algo de Deus havia sido visto pelos homens (e.g., Êx 33:22,23; Is 6:1; Ez 1:1), os targuns aramaicos, que eram paráfrases de certas partes do AT, tendiam a usar circun-locuções para o nome divino, e o teriam formulado em algum termo como memra, i.e., “a palavra”. Mas a importância disso para a compreensão do pano de fundo de João tem sido exagerada por alguns comentaristas. Deus é visto agora na Palavra encarnada, no “Filho Unigénito” (nota textual da NVI). Há uma leitura variante aqui, i.e., Deus Unigénito (como está no texto da NVI em português; conforme tb. ARA), que tem apoio de um bom número de manuscritos importantes. Isso estaria em concordância com o que João registra em outros trechos com relação à divindade de Cristo (conforme 20.28; ljo 5:20). Mas a aceitação da leitura costumeira (“Filho Unigénito”; ARC, ACF) parece preferível, visto que isso também harmoniza bem com o estilo de João (conforme 3.16,18; ljo 4:9). Cristo está junto do Pai, uma expressão que denota o relacionamento de amor e perfeita compreensão.


2) O testemunho de João (1:19-34)
O evangelista agora se volta para João Batista a fim de destacar a pessoa de Jesus por meio do seu ministério. A linguagem filosófica do prólogo é abandonada, e agora passamos a um registro cronológico de uns seis dias (não sete, como alguns deduzem do v.
41), conduzindo-nos por fim a 2.11.
v. 19. os judeus: Eles têm uma menção especial em todo esse evangelho. Aqui parecem ser os líderes do povo na Judéia, e são os oponentes mais ferrenhos do Senhor. Possivelmente João quer retratar a tragédia dos que não reconhecem Jesus como o Messias, ou a sua vinda como o advento do reino, levitas'. Faziam parte do corpo de assistentes do templo que tomavam conta das coisas materiais do templo e eram os seus guardiões, v. 20. Não sou o Cristo'. A resposta de João à primeira pergunta mostra quão dramática deve ter sido sua aparição na Judéia como o Batista. Poucos não o perceberam, v. 21. E então, quem é você? E Elias?'. João nega qualquer conexão com o cumprimento messiânico (conforme Mc 9:13; Ml 4:5,Ml 4:5). É o profeta?'. O profeta como Moisés (Dt 18:15ss) que naqueles dias era esperado ansiosamente na véspera da época messiânica (conforme 6.14; 7.40). Não: Assim, a negação tríplice em auto-abnegação é completa. As três respostas que ele dá soam verdadeiras com as que se sucederiam naturalmente numa discussão acalorada. Quando é pressionado, contudo, o Batista admite que ele é a voz... (v. 23). Ele não reivindica nenhuma dignidade, a não ser a que lhe é conferida como pregador da Palavra (cf. Is 40:3). um caminho reto para o Senhor. Stauffer mostrou que essa concepção está no coração dos primeiros registros do ministério de Jesus (NTT, p. 25-9). v. 24.Algunsfariseus (cf. NB D): Eles, evidentemente, tinham um interesse especial na autoridade que estava por trás da prática batismal de João. v. 26. Eu batizo com água...: João não faz referência aqui ao batismo de Cristo com o Espírito Santo. Isso não foi compreendido, podemos pressupor, até que ele tivesse visto o Espírito descendo sobre Jesus no batismo. Mas ele sinaliza que há alguém próximo que não está sendo esperado. O conhecimento que eles tinham da prática batismal é evidente (conforme v. 25). Mas Cristo vai exceder a compreensão que eles têm do que faz parte da verdadeira religião. Para João, isso está baseado em pura fé; ele nem mesmo quer ser presunçoso a ponto de se chamar o servo dele (v. 27). v. 28. Betânia não é a Betânia de Maria e Marta (conforme 11.1; Mc 14:3-41). Alguns textos trazem “Betabara”. Mas, embora a sua localização exata seja incerta na altura do século III, o cap. 11 indica uma clara distinção entre dois lugares conhecidos pelo mesmo nome (conforme 10.40 com 11.18), e a referência aí ao “lugar onde João batizava nos primeiros dias” é significativa, v. 29. Vejam! E o Cordeiro de Deus: Aqui parece que temos um amálgama de metáforas do AT. Podemos lembrar o cordeiro pascal (Ex 12) ou a oferta apresentada a Deus por Abraão (Gn 22:8), em que o significado do texto hebraico pode ser: “Deus vai ver [...] um cordeiro...”. Ou podemos pensar nos sacrifícios expiatórios em geral na prática litúrgica judaica (conforme Lv 23.12ss). Parece haver um elo óbvio com Is 53:7, em que, na LXX, o grego amnos, “cordeiro”, traduz o hebraico rahel (conforme At 8:32). Aqui a função de levar o pecado está mais implícita do que explícita. Mas não é improvável que os sacrifícios diários judaicos estivessem na mente de João aqui. O principal trecho do AT é o que retrata o bode Azazel, que levava os pecados de Israel (cf. Lv 16:21) para um lugar deserto. Barrett considera a referência de João de forma dupla: o cordeiro pascal de Ex 12, junto com a vítima que vicariamente leva o pecado de Israel em Lv 16. E muito improvável, como sugere Dodd, que o título seja puramente messiânico e sinônimo dos títulos de 1.49 e do cordeiro (gr. amiori) do Apocalipse (conforme Ap 14:1), que conduz o seu povo à vitória. No entanto, é significativo que somente aqui e em Apocalipse Cristo seja descrito como o Cordeiro de Deus (conforme comentário de 19.36). Burney sugere que surgiu alguma confusão aqui entre o termo aramaico “servo” e “cordeiro” (talya-, conforme AOFG, p. 104-9), mas isso está fundamentado inteiramente na validade da tese geral de Burney segundo a qual João era inicialmente uma obra aramaica. o pecado do mundo: João viu pela fé que Cristo era capaz de levar embora todo o pecado, e esta idéia certamente estava próxima da sua mente se pensarmos em termos da profecia de Isaías (conforme Is 53:11). Esse é, então, o princípio sobre o qual começa a vida na era nova, de que Cristo é o Salvador universal, v. 32. Eu vi o Espírito descer...: A obra de João era mostrar aos homens o caminho para Cristo. Assim, também, desde o princípio, o Espírito destaca Cristo. Ele desce sobre Cristo e, assim fazendo, dá o seu testemunho singular de que Jesus é o Filho de Deus (conforme v. 34). E a concessão do Espírito que o próprio Senhor faz é igualmente para testemunho dele mesmo (conforme 16.14). Observe o fato de que nos Sinópticos (conforme Mt 3:16) é Jesus quem vê o Espírito descendo, enquanto aqui ele é observado por João Batista. Isso faz todo o incidente ser claramente compartilhado por Cristo e por seu predecessor, e não uma experiência particular conhecida somente de um ou de outro. v. 34. ... Filho de Deus (conforme Mc

1.11): O vínculo próximo entre o reconhecimento por parte de João e a manifestação do Espírito precisa ser observado. Somente pelo Espírito é que uma verdadeira confissão de Cristo pode ser feita (conforme 16:8-11; ICo

12.3). Algumas autoridades antigas traziam aqui “o Escolhido de Deus”. Mas essa leitura, provavelmente, é uma adequação a Lc 9:35; Is 42:1).


3) Os primeiros seguidores de Jesus (1.35—2.11)

A confissão renovada de João agora induz dois dos seus discípulos a irem após Jesus (cf. Mt 11:2-40; Lc 7:18-42). v. 37. seguiram: Nenhuma dúvida estava na mente daqueles que entenderam a mensagem de João. v. 38. Rabi: O termo ocorre com freqüência em João (cf. 1.49; 3.2; 4.31; 6.25 et alia). É um título dado a um mestre ou professor. Havia muitos na época do NT (conforme NBD, p. 1.072). v. 39. por volta das quatro horas da tarde: Os versículos seguintes (40-42) são um apêndice ao evento que acaba de ser descrito nos v. 35-39. v. 40. Simão Pedro: É o nome duplo geralmente empregado em João. v. 41. o Messias-. Somente João usa essa transliteração do termo hebraico mãshiah. A menção do título aqui de forma nenhuma conflita com o “segredo messiânico” de Marcos. Aqui é um testemunho pessoal e particular, e no seu contexto harmoniza bem com a pregação apostólica (conforme At 10:38). Além disso, a seqüência dos eventos que acabam de ser realizados foi tal que inevitavelmente conduziria alguns a reconhecer em Jesus a personificação de ideais e expectativas do AT (conforme Ez 9:25; acerca do termo em geral no AT, v. NBD, p. 811-8). v. 42. Cefas (conforme Mc 3:16): A palavra é aramaica. Atualmente, não há sugestão quanto ao propósito pelo qual Simão recebeu esse nome. v. 45. Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu-. Barrett sugere que isso seja uma referência à interpretação rabínica de uma série de trechos do Pentateuco. (Mas conforme 3.14; v. tb Gn 49.10; Dt 18:15; At 3:22-7.37.) Mas Filipe torna Jesus conhecido em termos que seriam compreendidos pela maioria: ... o filho de José. v. 46. Venha e veja-. Natanael reflete a prudência geral dos judeus na época do NT e responde que nenhum reconhecimento do Messias poderia ser esperado até que ele fosse visto. Assim, a resposta de Filipe convida Natanael a descobrir por si mesmo, v. 47. At está um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade-. Diferentemente de Simão, Natanael não recebe um segundo nome. A onisciência de Jesus pode ser vista na sua referência à figueira (v. 48). Não há significado alegórico aqui. v. 49. o Filho de Deus: Nos lábios de Natanael, isso talvez signifique pouco mais do que “Messias” (conforme Sf 2:7); para o evangelista, significa muito mais. o Rei de Israel: O artigo definido é omitido no texto grego. A confissão de Natanael foi espontânea e englobava tudo. Temos aí uma confissão messiânica. O verdadeiro israelita reconhecia o seu verdadeiro Rei. v. 50. Você crê: No entanto, talvez a aclamação de Natanael estivesse restrita ao sentido messiânico e nacionalista (conforme 2Sm 7:13,2Sm 7:14). Se for esse o caso, Natanael vai de fato ver coisas maiores. v. 51. Vocês verão o céu aberto (gr. aneõgota): Talvez isso seja um retrato escatológico (cf. Mt 26:64; mas v. tb. Mc 1:10, em que o verbo usado significa “rasgar”, fazendo eco de Is 64:1). os anjos de Deus subindo e descendo: Uma referência indubitável a Jacó novamente (cf. Gn 28:10-17). Westcott entende que se trate de orações levadas a Deus por meio de Cristo, e as respostas que estão nele, vendo que ele está sempre presente (conforme Mt 28:20). Mas as palavras de Jesus mais provavelmente estavam tingidas da teologia e da apocalíptica judaicas (conforme Dt 33:2,Dt 33:3; Zc 14:5,Zc 14:6; Ez 7:13,Ez 7:14). sobre o Filho do homem: O texto hebraico de Gn 28:12 é gramaticalmente ambíguo. Alguns rabinos interpretavam a expressão “sobre ele/ela” (heb. bõ) como uma referência ao próprio Jacó e viam no evento uma interação entre o homem celestial e o homem terreno. E mais provável que devamos entender esse retrato como denotando a encarnação, em Jesus, da comunhão celestial entre Deus e o homem, gerada pela morte de Jesus, que João interpreta como sendo uma com a sua glorificação, e que deve ser destacada por esse uso da expressão “Filho do homem”. Nos Sinópticos, a idéia não está fundamentada em SI 8, mas em Ez 7:0Mc 14:62). A sua aparição na terra é somente parte de uma jornada que no final vai levá-lo novamente para o céu (conforme 6.27; 8.28; Ap 1:14). O ensino de Jesus, provavelmente, não era estático nessa questão, mas compreendia um amplo alcance de conotações. Independentemente do que os discípulos entenderam com o termo como foi usado por ele, precisava de alguma reinterpretação (Mc 8:31). T. W. Manson sugeriu que a idéia da “personalidade corporativa” foi usada pelo nosso Senhor, com base na interpretação do “remanescente” de trechos em Isaías referentes ao Servo do Senhor, mas com ele mesmo como o ponto de partida e o centro, “o Homem Perfeito, que o próprio Deus tinha enviado”. Não importa que outras idéias possamos ter, Jesus usou o termo enquanto falava de si mesmo como o Homem celestial preexistente, que havia entrado no mundo para realizar o propósito de Deus (conforme S. Mowinckel, He ThatCometh, 1956; J. Klausner, The Messianic Idea in Israel, 1956).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 19 até o 36

II. O Ministério de Cristo no Mundo. 1:19 - 12:50.

A. O Testemunho de João Batista. Jo 1:19-36.

Em seu desejo ardente de magnificar Cristo, João transformou um interrogatório sobre si mesmo em um forte testemunho sobre o Maior que ia se manifestar. O batismo de Jesus executado por João, que não foi narrado neste Evangelho, já tinha acontecido (veja Jo 1:26).


Moody - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 25 até o 28

25-28. Um papel assim secundário parecia não ser justificativa suficiente para João administrar o batismo. Mas ele se defendeu – era simplesmente com água. Ele proclamava a presença do pecado e a necessidade de uma purificação que ele mesmo não podia efetuar. A obra final da purificação (ele deu a entender) repousava sobre alguém maior do que ele, Alguém que ainda era desconhecido das autoridades (Jo 1:26). João considerava-se indigno de ser Seu servo. Essa conversa foi mantida em Betânia, a leste do Jordão. Não deve ser confundida com Betânia de Jo 11:1,Jo 11:18.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 19 até o 34
II. JOÃO BATISTA E OS PRIMEIROS DISCÍPULOSJo 1:19-43, ou ao cordeiro de Is 53:4-23. Há também o Cordeiro mencionado em Gn 22:7. A concepção do Messias, como o Cordeiro de Deus, tomando sobre si o pecado do mundo, abrange a idéia de sua morte em termos de sacrifício vicário e redentivo. Jesus é o Cordeiro de Deus "cuja completa obediência cumprira os sacrifícios oferecidos no templo" (Hoskyns). E quase certo que aqui há uma referência à profecia de Isaías. Há também a idéia de remoção das culpas pelo tomar vicariamente o pecado. Vê-se uma sugestão de redenção no sofrimento do cordeiro pascoal com quem Jesus é freqüentemente identificado.

Alguns comentaristas modernos julgam que estas gloriosas palavras sejam uma interpolação posterior, acrescentada à narrativa. Segundo eles a significação universal do ato redentivo de Jesus estava além da compreensão do Batista. O pensamento joanino deve ser entendido como revelação divina pronunciada por João Batista, que como muitos profetas antes dele, falou melhor do que conhecia. Alguns sugerem que João se tivesse embebido nas Escrituras do Velho Testamento, especialmente Isaías, onde o significado universal do ministério do Messias é ressaltado. Há certa evidência para tal conclusão no fato de Simeão e Ana e seu ambiente serem familiarizados com aquelas escrituras (Lc 2:32; Is 42:6; Is 49:6).

>Jo 1:30

João aponta mais uma vez para o Messias que vem após ele em manifestação histórica, mas que o precede no que se refere à dignidade e prioridade (30). Eu não o conhecia; a frase implica que João não confiava no seu próprio julgamento. Não há contradição aqui às palavras de Mt 3:14. João está afirmando que ele não sabia que Jesus era o Messias. Tal conhecimento João recebeu de Deus. Como uma pomba (32). O aparecimento de uma pomba que Lucas afirma ter sido um fato objetivo (Lc 3:22), serviu de confirmação celestial da descida do Espírito Santo sobre o Filho de Deus. Através deste sinal João teve certeza que Jesus era, realmente, o Messias. Assim sendo, João interpreta o seu ministério messiânico em termos de filiação (34). Não há nenhuma justificação aqui da teoria que Jesus não fosse o Filho de Deus até este momento.


John Gill

Adicionados os Comentário Bíblico de John Gill, Ministro Batista
John Gill - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 24 até o 25

1:24 - E aqueles que foram enviados dos Fariseus. Que eram os mais estritos entre os religiosos Judeus; eram muito zelosos das tradições dos anciões, e professavam uma expectativa do Messias; e eram famosos na nação por seu conhecimento e erudição, bem como por sua devoção e santificação: e muitos deles eram do Sinédrio, como aparece em Jo 3:1; veja notas em Mt 3:7.

1:25 - E eles o perguntaram, e disseram a ele,... Eles colocaram a pergunta, por dizer a eles...

Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? Visto que ele negou que ele era o Messias, ou Elias que havia de vir antes do Messias, de acordo com a expectativa dos judeus, ou aquele profeta, ou um profeta, eles exigem por qual autoridade que ele apresentou um rito novo e para ordenação entre eles, o qual eles nunca tinham sido acostumados a realizar; porque embora houvesse lavagens, mergulhos ou batismos entre eles, ordenados pela lei de Moisés em certos casos,[1] e outros que obtiveram através de tradição, como a imersão deles depois que eles tinham estado no mercado, e de copos, panelas, recipientes de bronze, e mesas, contudo nada deste tipo era parecido com o que João administrou: e como para o batismo de prosélitos, parece ser de uma data posterior a isto, e não tinha nenhuma maneira à semelhança com este. A ordenação que João administrou era tal, que eles afirmaram que ninguém deveria praticar, a menos que ele fosse o Messias, ou o precursor dele, ou algum profeta eminente; eles insistem então nisto, que visto que ele negou que ele era qualquer um destes, ele deveria mostrar quais as suas credenciais, e provar que a sua comissão vinha de Deus para batizar; ou eles sugerem que ele era responsável para ser chamado perante o Sinédrio, e ser condenado como um falso profeta, ou um inovador em negócios religiosos. Consequentemente, parece que os judeus esperaram que aquele batismo fosse administrado nos tempos do Messias e o seu precursor; mas de onde eles tiveram esta noção, não é fácil dizer, se de Zc 13:1 como Grotius, ou de Eze 36:25 como Ágil; nem eles falam desprezivelmente disto, mas, ao contrário, consideram isto como um afazer muito solene, a apenas ser executado através de grandes personagens: e isto pode ensinar os modernos a pensar e falar mais respeitosamente desta ordenação que eles faziam, de que se deram grandes liberdades, e tratou isto com muito desprezo e virulência; chamando isto pelos nomes de impureza, abominação, água imunda, e uma dedicação de pessoas a Satanás:[2] igualmente, está consequentemente claro de que eles esperavam que esta ordenação fosse administrada primeiro por algumas pessoas de muito grande nota, qualquer um dos profetas muito famosos, como Elias a quem eles procuraram antes da vinda do Messias, ou então o próprio Messias, e não por um professor comum, ou qualquer pessoa simples; portanto, este rito, como executado por João, não poderia ter nenhuma semelhança com qualquer coisa que era de uso em comum entre eles: além disso, era expressamente determinado no nome do Messias, At 19:5, então eles concluem que, ou ele, ou o seu precursor, que havia de vir e realizá-lo; e esse João deve ser alguém, ou outro deles, caso contrário, por que ele administrou esse rito? E também é consequentemente evidente de que nenhuma prática tal tinha sido realizada até então entre eles, caso contrário, eles não teriam estado tão alarmados com isso, como estavam; nem eles teriam se dado o trabalho de enviar comissário até João, e indagar dele quem ele era, e o que ele fazia.

____________
Notas
[1] Conforme He 9:10. N do T.
[2] Vet. Nizzachon, p. 56, 62, 64, 70, 74, 77, 148, 191, 193.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51

1. A Palavra Divina (João 1:1-5)

No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada surgiu que tem vindo a ser. Nele estava a vida, ea vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (1: 1-5)

A seção do evangelho de João abertura expressa a verdade mais profunda no universo nos termos mais claros. Embora facilmente compreendida por uma criança, inspirados pelo Espírito as palavras de João transmitir uma verdade além da capacidade das maiores mentes da história humana de entender: o Deus infinito eterno tornou-se um homem na pessoa do Senhor Jesus Cristo. O glorioso, verdade incontestável que, em Jesus o divino "Verbo se fez carne" (1,14) é o tema do evangelho de João.
A divindade do Senhor Jesus Cristo é um princípio essencial, inegociável da fé cristã. Diversas linhas de evidência bíblica fluem juntos para provar conclusivamente que Ele é Deus.
Em primeiro lugar, as declarações diretas das Escrituras afirmam que Jesus é Deus. De acordo com sua ênfase sobre a divindade de Cristo, João registra várias dessas declarações. O verso do seu evangelho abertura declara: "a Palavra [Jesus] era Deus" (veja a discussão sobre este versículo mais adiante neste capítulo). No evangelho de João Jesus repetidamente assumiu para si o nome divino "Eu sou" (conforme 4:26; 8:24, 28, 58; 13 19:18-5, 6, 8). Em 10:30, Ele alegou ser um em natureza e essência com o Pai (que os judeus incrédulos reconheceu isso como uma reivindicação de divindade resulta da sua reação no v 33;. Conforme 5:18). Nem Jesus corrigir Tomé quando se dirigiu a ele como "meu Senhor e meu Deus!" (20:28); na verdade, Ele elogiou por sua fé (v. 29). A reação de Jesus é inexplicável se Ele não fosse Deus.

Aos Filipenses Paulo escreveu: "[Jesus], subsistindo em forma de Deus", possuindo "igualdade com Deus" absoluto (Fp 2:6 e 2Pe 1:1).

Em segundo lugar, Jesus Cristo recebe títulos em outros lugares nas Escrituras dadas a Deus. Como observado acima, Jesus tomou para si o nome divino "Eu sou." Em Jo 12:40 João citou Is 6:10, uma passagem que na visão de Isaías se refere a Deus (conforme Is 6:5); Juiz (2Tm 4:12Tm 4:1); Um Santo (Is 10:1:10 Is 10:20-Ps; At 2:27; At 3:14); Primeiro e último (Is 44:6-Ap 1:17; Ap 22:13.);Light (Sl 27:1.); Senhor do sábado (Ex 16:23, Ex 16:29;Lv 19:1 Mt 12:8; Tt 2:13); Pierced One:; (Zc 12:10 Jo 19:37). Poderoso Deus (Is 10:21-Ap 17:14..) Alpha e Omega (Ap 1:8.); Senhor da Glória (1Co 2:81Co 2:8; Is 48:17; 63:. Is 63:16 Ef 1:7.).

Em terceiro lugar, Jesus Cristo possui os atributos incomunicáveis ​​de Deus, aqueles única para ele. A Escritura revela que Cristo seja eterno (Mq 5:2; Mt 28:20), onisciente (Mt 11:27; Jo 16:30; Jo 21:17) , onipotente (Fp 3:21.), imutável (He 13:8.), e gloriosa (Jo 17:5, onde Deus diz que Ele não vai dar a Sua glória para outra).

Em quarto lugar, Jesus Cristo faz as obras que só Deus pode fazer. Ele criou todas as coisas (Jo 1:3), sustenta a criação (Cl 1:17; He 1:3; 11: 25-44), perdoa o pecado (Mc 2:10; conforme v. 7), ea sua palavra permanece para sempre (Mt 24:35; conforme Is 40:8; Mt 28:9; Fp 2:10; He 1:6) e dos santos anjos (Apocalipse 22:8-9) recusou a adoração.

Por fim, Jesus Cristo recebeu a oração, que só deve ser dirigida a Deus (13 43:14-14'>João 14:13-14; Atos 7:59-60; 13 62:5-15'>113 62:5-15'> João 5:13-15).

Os versículos 1:18, o prólogo de apresentação de João da divindade de Cristo, são uma sinopse ou visão geral de todo o livro. João definido claramente seu objetivo ao escrever seu evangelho em 20: 31-que seus leitores "creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo [eles], tenhais vida em seu nome." João revelou Jesus Cristo como "o Filho de Deus", a segunda pessoa da Trindade eterna. Ele se tornou um homem, o "Cristo" (Messias), e se ofereceu como sacrifício pelos pecados. Aqueles que colocam a sua fé n'Ele "terá vida em seu nome", enquanto que aqueles que rejeitam serão julgados e condenados à punição eterna.
A realidade que Jesus é Deus, introduzido no prólogo, é exposta ao longo do livro por uma selecção cuidadosa de João de reivindicações e milagres que selam o caso. Os versículos 1:3 do prólogo ensina que Jesus é co-igual e co-eterno com o Pai; versículos 4:5 relacionar a salvação que Ele trouxe, que foi anunciado pelo seu arauto, João Batista (vv 6-8.); versículos 9:13 descrevem a reação da raça humana a Ele, ou rejeição (. vv 10-11) ou aceitação (vv 12-13.); versículos 14:18 resumir todo o prólogo.
O prólogo também apresenta vários termos-chave que aparecem ao longo do livro, incluindo a luz (3: 19-21; 8:12; 9: 5; 12: 35-36, 46), as trevas (3:19; 08:12; 12 : 35, 46), vida (3: 15-16, 36; 04:14, 36; 05:21, 24, 26, 39-40; 6:27, 33, 35, 40, 47-48, 51, 53-54, 63, 68; 08:12; 10:10, 28; 11:25; 12:25, 50; 14: 6; 17: 2, 3; 20:31), testemunha (ou testemunhar; 2: 25; 03:11; 05:31, 36, 39; 7: 7; 08:14; 10:25; 12:17; 15: 26-27; 18:37), glória (02:11; 05:41 , 44; 07:18; 08:50, 54; 11: 4, 40; 12:41; 17: 5, 22,
24) e mundial (3: 16-17, 19; 04:42; 06:14 , 33, 51; 7: 7; 08:12, 23, 26; 9: 5, 39; 10:36; 11:27; 12:19, 31, 46-47; 13 1:14-17, 19 , 22, 27, 30-31; 15: 18-19; 16: 8, 11, 20, 28, 33; 17: 5-6, 9, 11, 13 16:18-21, 23-25; 18 : 36-37).
Desde os primeiros cinco versículos do evangelho prólogo de João fluir três evidências da divindade do Verbo encarnado, Jesus Cristo: Sua preexistência, Seu poder criador, e sua auto-existência.

A preexistência da Palavra

No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. (1: 1-2)

Arche ( início ) pode significar "fonte" ou "origem" (conforme Cl 1:18; Ap 3:14); ou "regra", "autoridade" "governante", ou "uma autoridade" (conforme Lc 0:11-20:20; Rm 8:38; 1Co 15:241Co 15:24;.. Ef 1:21; Ef 3:10; Cl 1:16; Cl 2:10, Cl 2:15; Tt 3:1; He 1:2; Ef 1:20; Filipenses 2:9-11). Mas Arche refere-se aqui para o início do universo descrito em Gn 1:1; Dt 5:1; conforme Ex 34:28; Dt 9:10) , participou da construção do templo de Salomão (I Reis 6:11-13) (. 1Sm 3:21), revelou Deus para Samuel, pronunciou julgamento sobre a casa de Eli (1Rs 2:27), aconselhou Elias (I Reis . 19: 9 e ss), dirigido Israel através de porta-vozes de Deus (conforme 1Sm 15:10; 17:... 2-4, 8ss .; 18: 1; 21: 17-19.; II Crônicas 11:2-4), foi o agente da criação (Sl 33:6; He 9:15; He 12:24), instrui os crentes (Jo 10:27), une-los em um templo espiritual (I Coríntios 3:16-17; 2 Cor.. . 6:16; Ef 2:21), revelou Deus ao homem (Jo 1:18; 14: 7-9), os juízes aqueles que rejeitam Ele (Jo 3:18; Jo 5:22), dirige a igreja através daqueles a quem Ele levantou-se para conduzi-la (Ef 4:11-12; 1Tm 5:171Tm 5:17; Fm 1:1; 1 Pedro 5: 1-3), foi o agente da criação (Jo 1:3; He 1:2), através do Espírito Santo, que Ele enviou (Jo 15:26). Como o Verbo encarnado, Jesus Cristo é a palavra final de Deus para a humanidade: "Deus, depois de Ele falou há muito tempo para os pais, pelos profetas em muitas vezes e de muitas maneiras, nestes últimos dias falou-nos no seu Filho" (Heb . 1: 1-2).

Então João tomou seu argumento um passo adiante. Em Sua preexistência eterna do Verbo estava com Deus. A tradução Inglês não trazer toda a riqueza da expressão grega ( pros ton Theon ). Essa frase significa muito mais do que simplesmente que a Palavra existiu com Deus; it "[dá] a imagem de dois seres pessoais que enfrentam entre si e engajar-se em um discurso inteligente" (W. Robert Cook, A Teologia de João [Chicago: Moody, 1979], 49). Desde toda a eternidade Jesus, como a segunda pessoa da Trindade, foi "com o Pai [ pros ton patera ] "(1Jo 1:2). Charles Wesley capturou alguns de a maravilha de que a verdade maravilhosa no hino familiar "E pode ser que eu ganhe?":

 

Ele deixou o trono de Seu Pai acima,
Tão livre, tão infinito Sua graça!
Esvaziou-se de tudo, mas o amor,
E sangrou por raça indefesa de Adão.

 

Amor Amazing! Como pode ser
Que Tu, meu Deus, deverias morrer por mim?
Amor Amazing! Como pode ser
Que Tu, meu Deus, deverias morrer por mim?

 

Descrição de João da Palavra atingiu o seu auge na terceira cláusula deste verso de abertura. Não só a Palavra existe desde toda a eternidade, e ter comunhão face-a-face com Deus, o Pai, mas também o Verbo era Deus. Essa declaração simples, apenas quatro palavras em Inglês e Grego ( theos en ho logos ), é talvez a declaração mais clara e direta da divindade do Senhor Jesus Cristo para ser encontrado em qualquer lugar na Escritura.

Mas, apesar de sua clareza, grupos heréticos quase desde o momento João escreveu estas palavras têm torcido o seu significado para apoiar suas doutrinas falsas sobre a natureza do Senhor Jesus Cristo.Notando que theos ( Deus ) é anarthrous (não precedido pelo artigo definido), alguns argumentam que é um substantivo indefinido e traduzem erroneamente a frase, "a Palavra era divina" (ou seja, a simples posse de algumas das qualidades de Deus) ou, ainda mais terrível, "o Verbo era um deus ".

A ausência do artigo antes de theos , no entanto, não significa que seja por tempo indeterminado. Logos ( Palavra ) tem o artigo definido para mostrar que ele é o sujeito da frase (uma vez que é no mesmo caso como theos ). Assim, a tradução "Deus era o Verbo" é inválido, porque "a Palavra", não "Deus" é o tema. Seria também teologicamente errada, porque iria igualar o Pai ("Deus" quem o Verbo estava com o número anterior) com o Palavra, negando assim que os dois são pessoas distintas. O predicado nominal ( Deus ) descreve a natureza da Palavra, mostrando que Ele é da mesma essência que o Pai (conforme HE Dana e Julius R. Mantey, A Gramática manual do grego do Novo Testamento [Toronto: MacMillan, 1957] , 139-40; AT Robertson, o ministro e seu Novo Testamento grego [Separata: Grand Rapids: Baker, 1978], 67-68).

De acordo com as regras da gramática grega, quando o predicado nominal ( Deus nesta cláusula) precede o verbo, não pode ser considerada indefinida (e, portanto, traduzida como "um deus" em vez de Deus) simplesmente porque ele não tem o artigo. Que o termo Deus é definitiva e se refere ao verdadeiro Deus é óbvia por várias razões. Primeiro, theos aparece sem o artigo definido outras quatro vezes no contexto imediato (vv 6, 12, 13, 18; conforme 3:.. 2, 21; 09:16; Mt 5:9)

Enfatizando o perigo mortal, tanto Paulo (At 20:29) e Jesus (Mt 7:15) descrito falsos mestres como lobos disfarçados. Eles não estão a ser recebidos no aprisco das ovelhas, mas guardado contra e evitado.

A confusão sobre a divindade de Cristo é imperdoável, porque o ensino bíblico a respeito é clara e inequívoca. Jesus Cristo é a Palavra eternamente preexistente, que goza de plena comunhão face-a-face e vida divina com o Pai, e é o próprio Deus.

O poder criador da Palavra

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada surgiu que tem vindo a ser. (1: 3)

Mais uma vez João expressa uma verdade profunda em linguagem clara. Jesus Cristo, o Verbo eterno, criou tudo o que . surgiu João ressaltou que a verdade, repetindo-lo negativamente, sem ele nada (lit., "nem mesmo uma coisa") passou a existir que tem vindo a ser.

Que Jesus Cristo criou todas as coisas (conforme Cl 1:16; He 1:2; 42:.. Is 42:5; Is 45:18; Mc 13:1; Rm 1:25; Ef 3:9).

Ao enfatizar o papel da Palavra na criação do universo, João rebateu o falso ensino que mais tarde evoluiu para a heresia perigosa conhecida como gnosticismo. Os gnósticos abraçou o dualismo filosófico comum a filosofia grega, que considerou que o espírito era bom e a matéria era má. Eles argumentaram que, desde a matéria era má, o bom Deus não poderia ter criado o universo físico. Em vez disso, uma série de seres espirituais emanava dele até que finalmente uma dessas emanações descendente foi mal e tolo o suficiente para criar o universo físico. Mas João rejeitou essa visão herética, fortemente afirmando que Jesus Cristo era o agente do Pai na criação de tudo.

O mundo atual, no entanto, é radicalmente diferente da boa criação original de Deus (Gn 1:31). Os resultados catastróficos da queda não afetou apenas a raça humana, mas também a toda a criação. Jesus, portanto, um dia vai resgatar não só os crentes, mas também o mundo material, assim, como Paulo observou em Romanos 8:19-21:

Para o desejo ansioso da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da escravidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Quando a maldição é levantada durante o reinado milenar de Cristo,

 

O lobo habitará com o cordeiro,
E o leopardo se deitará com o cabrito,
E o bezerro, o leão novo eo animal cevado viverão juntos;
E um menino pequeno os conduzirá.
Além disso, a vaca eo urso vai pastar,
Seus filhotes se deitarão juntos,
E o leão comerá palha como o boi.
A criança de enfermagem vai jogar pelo buraco da cobra,
E a criança desmamada colocará a mão na cova do basilisco.
Eles não vão ferir ou destruir em todo o meu santo monte,
Pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor

Como as águas cobrem o mar. (Is. 11: 6-9)

 

O lobo eo cordeiro pastarão juntos, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Eles vão fazer mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor. (Is 65:25)

A auto-existência da Palavra

Nele estava a vida, ea vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (1: 4-5)

Resultados mais uma vez a sua economia inspirado pelo Espírito de palavras, João nestes dois versos breves resumiu a encarnação. Cristo, a encarnação da vida eo glorioso, eterno Luz do Céu, entrou no mundo escurecido pelo pecado dos homens, e que o mundo reagiu de várias maneiras para ele.

Como observado anteriormente neste capítulo, a temas de vida e luz são comuns no evangelho de João. Zoe ( vida ) refere-se a vida espiritual em oposição a bios , que descreve a vida física (conforme 1Jo 2:16).Aqui, como em 05:26, refere-se principalmente a Cristo ter vida em si mesmo. Os teólogos se referem a isso como aseity, ou auto-existência. É uma clara evidência da divindade de Cristo, pois só Deus é auto-existente.

Esta verdade de Deus e de Cristo auto-existência, ter a vida em si mesmos, é fundamental para a nossa fé. Tudo o que é criado pode ser dito para ser "tornar-se", porque não criou nada é imutável. É essencial compreender que permanente, eterna, o ser não-mudança ou a vida é diferente de tudo o que está se tornando. "Ser" é eterno e fonte de vida para o que é "tornar-se". Isso é o que distingue criaturas do Criador, nos de Deus.

Gn 1:1). Ele é de eternidade a eternidade. At 17:28 diz com razão: "Nele vivemos, nos movemos e existimos." Nós não podemos viver ou mover ou seja, sem a Sua vida. Mas Ele sempre viveu e se mudou e foi.

Esta é a descrição ontológica mais pura de Deus e dizer Jesus é a vida é dizer a verdade mais pura sobre a natureza de Deus que Ele possui. E, como no versículo 3, Ele, então, é o Criador.

Enquanto como o Criador Jesus é a fonte de tudo e de todos que vive, a palavra vida no evangelho de João sempre se traduz zōē , que João usa para a vida espiritual ou eterna. Ela é transmitida pela graça de Deus soberano (06:37, 39, 44, 65; conforme Ef 2:8; Rom. 10: 9-10; 1Jo 5:11Jo 5:1, em que Jesus diz: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida." A conexão entre a luz ea vida também é claramente feita no Antigo Testamento. Sl 36:9; Pv 6:23; 2Co 4:42Co 4:4.); moralmente, luz refere-se a santidade (Rm 13:12; 2Co 6:142Co 6:14; Ef 5:1; 1Ts 5:51Ts 5:5; Is 5:20;.. At 26:18). O reino de Satanás é o "domínio das trevas" (Cl 1:13; Lc 22:53; Ef 6:12.), Mas Jesus é a fonte da vida (11:25; 14: 6; conforme At 3:15 alguns demônios "gritou [de Jesus], dizendo:" Que negócio é que temos uns com os outros, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? "" Na casa de Pedro em Cafarnaum, Jesus "expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era" (Mc 1:34). Lc 4:41 registra que "demônios também estavam saindo de muitos, gritando:" Tu és o Filho de Deus! ' Mas repreendê-los, ele não iria permitir que eles falam, porque eles sabiam que ele era o Cristo. " Em Lc 4:34 um demônio apavorada implorou: "Deixe-nos em paz! Que negócio é que temos uns com os outros, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!" Os demônios não só saber a verdade sobre Cristo, mas também acreditar. "Você acredita que Deus é um só", escreveu Tiago, "Fazes bem; os demônios o crêem, e estremecem" (Jc 2:19).

É porque eles entendem com total clareza o juízo de que os espera que Satanás e os demônios têm tentado desesperAdãoente ao longo da história para matar a vida e extinguir a Luz. No Antigo Testamento, Satanás tentou destruir Israel, a nação a partir do qual o Messias vir. Ele também tentou destruir a linhagem real de que o Messias iria descer (II Reis 11:1-2). No Novo Testamento, ele levou tentativa fútil de Herodes para matar o Jesus infantil (Mt 2:16). No início do seu ministério terreno, Satanás tentou em vão tentar Jesus a desviar-se da cruz (Mt 4:1-11.). Mais tarde, ele repetiu a tentação de novo através de um de seus seguidores mais próximos (Matt. 16: 21-23). Mesmo aparente triunfo de Satanás na cruz, na realidade, marcou sua derrota final (Cl 2:15; Cl 2:14 Heb; conforme 1Jo 3:8)

(Para uma discussão mais aprofundada sobre este ponto, ver a exposição de 1: 9-11, no capítulo 2 deste volume.)

Ninguém que rejeita a divindade de Cristo pode ser salvo, pois Ele mesmo disse em Jo 8:24: "Portanto, eu vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados. " É justo, então, que João abre seu evangelho, que enfatiza tão fortemente a divindade de Cristo (conforme 08:58; 10: 28-30; 20:28), com uma poderosa afirmação de que a verdade essencial.

2. Resposta à Palavra Encarnada (João 1:6-13)

Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Não era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Ele estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, eo mundo não o conheceu. Ele veio para os Seus, e aqueles que foram os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (1: 6-13)

A vida sem pecado (Jo 8:46; 2Co 5:212Co 5:21), palavras sem precedentes (Mt 7:29; Jo 7:46.), E reivindicações surpreendentes (João 4:25-26; Jo 8:58) de Jesus Cristo prendeu a atenção das pessoas e obrigou-os a reagir, o que fizeram de várias maneiras.

Alguns foram superficialmente atraídos para Jesus. Mais tarde, no seu evangelho João registra que "alguns estavam dizendo [de Jesus]:" Ele é um bom homem '"(7:12). Indo um passo além do que, outros reconheceu como um grande líder religioso; um profeta (Mt 21:11, Mt 21:46;. Lc 7:16), possivelmente até mesmo "João Batista ... Elias ... Jeremias ou um dos profetas" (Mt 16:14).. Por causa do Jesus refeição criado para eles, a multidão Galileu decidiu fazê-Lo rei à força (João 6:14-15), esperando que ele se libertar do jugo dos romanos odiavam e continuar a fornecer comida milagrosamente. Mas tal raso, o sentimento material era passageira. O mesmo tipo de multidão da Judeia inconstante que alegrou-se com a Sua entrada triunfal em Jerusalém, gritando: "Hosana ao Filho de Davi: bendito o que vem em nome do Senhor; Hosana nas alturas!" (Mt 21:9).

Alguns foram fortemente atraídos a Jesus, mas dispostos a comprometer-se a Ele. Jo 12:42 registros que "muitos mesmo dos governantes creram nele, mas por causa dos fariseus não estavam confessando-O, por medo de que eles seriam expulsos da sinagoga." O exemplo clássico de alguém que se encolheu a partir de um compromisso total a Cristo é o jovem rico:

Como Ele estava assentado em uma viagem, um homem correu para Ele e ajoelhou-se diante dele, e lhe perguntou: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" E Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Sabes os mandamentos: 'Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não defraudar , honra teu pai e mãe. '"E ele disse-lhe:" Mestre, eu guardava todas estas coisas desde a minha juventude. " Olhando para ele, Jesus sentiu um amor por ele e disse-lhe: "Uma coisa te falta: vai, vende tudo o que possui e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me." Mas com essas palavras que ele estava triste, e ele foi embora de luto, pois ele foi um dos que possuía muitos bens. (Marcos 10:17-22)

Outros ainda eram abertamente hostis a Jesus. De acordo com Jo 7:12 alguns estavam reivindicando, "Ele leva o povo ao erro." Em seu julgamento diante de Pilatos, as autoridades judaicas "começaram a acusá-lo, dizendo:" Achamos este homem enganosa nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, um rei '"(Lc 23:2).

Para outros, Jesus era um louco: ou possuído por demônios, ou perturbado. Jo 10:20 registros que "muitos deles estavam dizendo, 'Ele tem um demônio e é insano. Por que você ouvi-lo?'" Os líderes judeus perguntou sarcasticamente: "Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tem ? um demônio ... Agora sabemos que tens demônio "(Jo 8:48, Jo 8:52; conforme Jo 7:20; Mt 9:34; Mt 10:25). Mesmo Sua própria família em um ponto "saiu para assumir a custódia dele; para que eles estavam dizendo, 'Ele perdeu Seus sentidos'" (Mc 3:21).

Os fariseus e os escribas, incapaz de negar seu poder sobrenatural, e não estão dispostos a atribuí-la a Deus, ficaram com a alternativa blasfemo que Seu poder veio do próprio Satanás (Mt 0:24;. Mc 3:22; Lc 11:15) . Eles aparentemente espalhar essa mentira condenatório em todo Israel, como o evento registrado em Mateus e Marcos ocorreu na Galiléia e o descrito em Lucas meses depois, na Judéia.

O tema comum que liga todas essas respostas inadequadas é a incredulidade-o pecado que em última análise, condena todos aqueles que rejeitam a Jesus Cristo. Jo 3:18 diz: "Quem nele crê não é julgado;. Aquele que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus" Jesus repreendeu aqueles que repetidamente se recusou a acreditar nele:

Você não tem a sua palavra permanece em vós, para que você não acredita que ele enviou. (Jo 5:38)

Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, você vai recebê-lo. (Jo 5:43)

Mas eu disse a você que você viu-me, e ainda não acredito. (Jo 6:36)

Mas porque eu digo a verdade, você não acredita em mim. (Jo 8:45)

Jesus respondeu-lhes: "Eu disse a você, e você não acredita;.. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim Mas você não credes, porque não sois das minhas ovelhas" (João 10:25-26)

Mas em contraste com a incredulidade dos perdidos, aqueles a quem o Pai deu a Jesus (Jo 6:37) responder por acreditar totalmente em Suas reivindicações e ensino. Eles vão receber todas as bênçãos da salvação, a vida eterna, o perdão dos pecados, e adoção de filhos de Deus:

Quem acredita que vai nele tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. (João 3:15-17)

Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece. (Jo 3:36)

Verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (Jo 5:24)

Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho, e crê nele tenha a vida eterna, e eu Eu o ressuscitarei no último dia. (Jo 6:40)

Verdade, em verdade vos digo que aquele que crê tem a vida eterna. (Jo 6:47)

Dele todos os profetas dão testemunho de que em Seu nome todo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados. (At 10:43; conforme At 13:39)

Porque não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. (Rm 1:16)

Aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus, e todo aquele que ama o Pai ama o filho nascido dele. (1Jo 5:1) (Mt 16:16.), Os discípulos (Mt 14:33.), Uma mulher samaritana (João 4:28-29) e os outros de sua aldeia (Jo 4:42), um homem cego a quem Jesus curou (João 9:35-38), as mulheres que visitaram o túmulo vazio (Mt 28:9). At 1:14 relatos de que os irmãos de nosso Senhor passou a acreditar depois da ressurreição (conforme Jo 7:5). O Antigo Testamento termina com a profecia de Malaquias do profeta Elias, como vir antes do Dia do Senhor (Ml 3:1.), O que o anjo do Senhor disse a Zacarias que se refere o João (Lc 1:17). Em terceiro lugar, o anjo do Senhor veio do céu para dizer a Zacarias que ele e Elisabete teria um filho que seria o arauto do Messias (Lucas 1:8-17). Em quarto lugar, o Espírito Santo encheu Zacharias para profetizar sobre João (Lucas 1:67-79). Em quinto lugar, o Batista foi enviado do Senhor no momento divinamente designado para iniciar seu ministério público (Lc 1:80).

João foi o primeiro profeta verdadeiro (Mt 14:5) para aparecer em Israel em 400 anos, e seu corajoso, confrontadora pregação criou uma sensação. Mc 1:5). Mesmo que o rei ateu reconheceu que João "era um homem justo e santo, ... e quando ele ouviu, ele estava muito perplexo, mas ele gostava de ouvi-lo" (Mc 6:20). Lucas registra, no entanto, que Herodes tinha João preso por confrontar o seu pecado. Mateus 14:1-12 dá conta da decapitação de João de Herodes.

Porque a missão de João era também para anunciar a chegada do Messias, "ele estava pregando, e dizendo: 'Depois de mim One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de, abaixando-desatar a correia de suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo "(Marcos 1:7-8). Como Herodes, os líderes religiosos judeus ficamos perplexos com João, e enviou uma delegação para interrogá-lo. Ele reiterou que sua missão era para anunciar a chegada do Messias. O apóstolo João registra o seu testemunho em 1: 19-36 (conforme Mt 3:1-12; Lucas 7:18-23.).

O ministério do Batista despertou tanto entusiasmo que, embora ele disse de si mesmo em relação a Cristo, "One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de desatar a correia de suas sandálias" (Lc 3:16), um culto de seguidores devotos cresceu em torno dele (conforme Jo 3:25). Infelizmente, alguns foram dedicados a João, em vez de o Messias cuja chegada, proclamou. Anos mais tarde, o apóstolo Paulo encontrou alguns deles em Éfeso:

Aconteceu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, atravessando a região superior e chegou a Éfeso, e encontrou alguns discípulos. Ele disse-lhes: "Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?"E eles disseram-lhe: "Não, nós nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo." E ele disse: "Em que fostes batizados então?" E eles disseram: "No batismo de João." Paulo disse: "João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que nEle crêem que vinha depois dele, isto é, em Jesus." Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. (Atos 19:1-5)

Grupos de João Batista os legalistas persistiu no segundo século, e, portanto, ainda estavam por lá quando João escreveu seu evangelho. Portanto, ele salientou inferioridade de João Batista a Cristo.

João Batista foi o maior homem que já viveu até sua época, como Jesus afirmou: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista!" (Mt 11:11). Ele foi o maior homem, porque Deus o escolheu para executar a tarefa mais importante a esse ponto em humano-estar história o precursor do Messias. Ele foi o primeiro a anunciar publicamente que Jesus era o Salvador (Jo 1:29). No entanto, apesar disso, ele próprio reconheceu: "Este é aquele de quem eu disse: 'Aquele que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim" (Jo 1:15). Alguns dos seus discípulos zelosos, preocupado com sua reputação,

veio a João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele." João respondeu e disse: "Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Cristo', mas, 'Eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo;. Mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo Então, este meu gozo foi feito completo que ele cresça e que eu diminua ".. (João 3:26-30)

William Hendriksen ressalta o contraste entre João Batista e Jesus:
Cristo era ( PT ) desde toda a eternidade; João veio ( egeneto ).

Cristo é a Palavra ( ho logos ); João é um mero homem ( Anthropos ).

Cristo é o próprio Deus; João é comissionado por Deus.
Cristo é a luz real; João veio a prestar declarações relativas a luz real.
Cristo é o objeto de confiança; João é o agente através de cujo testemunho homens passaram a confiar na luz real, mesmo Cristo. ( New Testament Commentary: O Evangelho Segundo João, Vol. 1. [Grand Rapids: Baker, 1953], 76. A ênfase no original)

A missão de João era não se exaltar, mas para ser uma testemunha sobre Messias, para dar testemunho da luz. Ele é o primeiro de oito testemunhas que aparecem no evangelho de João; os outros são o Pai (05:37), as palavras de Jesus (08:
18) e obras (05:36; 10:25), Escrituras do Antigo Testamento (5:39), alguns daqueles que se encontrou com Ele (4: 29), os discípulos (15:27; 19:35; 21:24), e do Espírito Santo (15:26). Os termos legal testemunha ( marturia ) e testemunhar ( manureō ) são palavras relacionadas ao fato, não opinião, como em um ambiente de sala de audiências. Os termos são usados ​​principalmente no Novo Testamento pelo apóstolo João (77 de seus 113 ocorrências são no evangelho de João, epístolas, ou Revelação).

João é propriamente chamado o Batista porque ele foi enviado por Deus para batizar os pecadores arrependidos, em preparação para a vinda do Messias (1:31). No entanto, o propósito de tudo que ele fez foi dar testemunho de Jesus (1:15, 23, 29, 32, 34, 36; 05:33, 36), de modo que todos cressem por meio dele. As pessoas acreditam em Cristo (1: 12; 03:18; 06:29) , através do depoimento de testemunhas como João. Eles são os agentes da crença, mas Cristo é o objeto de crença. Salvação, então, como em todas as vezes era uma questão de fé em Deus e no que Ele disse (conforme Rom. 4: 1-16).

Para contrariar qualquer exaltação falso de João Batista, o apóstolo João escreveu que ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da Luz. À primeira vista, essa declaração parece contradizer a declaração de Jesus que João Batista "era a lâmpada que ardia e brilhava e você quisestes alegrar-vos por um tempo com a sua luz "(5:35). Duas palavras gregas diferentes são usadas, no entanto. O termoLuz usada nesta passagem para se referir a Cristo Phosphorus , que se refere à essência da luz. Em 5:35, no entanto, Jesus descreveu João como um luchnos , que se refere a uma lâmpada portátil. Jesus é a Luz; João meramente refletiu-lo (veja a discussão de v 4 no capítulo 1 do presente volume.).

Incrédulos: Testemunho Rejeitado

Não era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Ele estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, eo mundo não o conheceu. Ele veio para os Seus, e aqueles que foram os seus não o receberam. (1: 9-11)

Que João Batista tinha que apontar a verdadeira Luz ilustra graficamente a cegueira do mundo, pois só os cegos não podem ver a luz. Os incrédulos são cegos espiritualmente, porque, como Paulo escreveu aos Coríntios, "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" (2Co 4:4; Lucas 4:17-18.).

Cegueira do mundo descrente é imperdoável, porque Jesus era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. alethinos ( verdadeiro ) é outro termo distintamente Joanino; todos, mas cinco de seus vinte e oito usos no Novo Testamento são nos escritos de João. Refere-se ao que é real e genuíno; de acordo com a de Thayer Lexicon grego, alethinos descreve "o que tem não só o nome e aparência, mas a verdadeira natureza correspondente ao nome." O povo de Deus tinha visto reflexos da luz de Sua glória, mas em Jesus o "esplendor da sua glória" full (He 1:3; conforme Ef 4:18.).

A frase também pode significar que Jesus é a auto-revelação de Deus da maneira mais glorioso para todos os homens que O viu ou ouviu falar sobre ele ou ler a sua história. Alguns poderiam limitar a ideia de restringir cada um somente para aqueles que o recebem. A primeira interpretação parece melhor no contexto, uma vez que se refere a aqueles no mundo que não recebê-lo, bem como aqueles que o fazem. Mesmo aqueles que nunca se tornarem filhos de Deus são responsáveis ​​pelo conhecimento de Deus e Sua luz revelado em Cristo. Apesar de todos os homens são mortos espiritualmente (Ef. 2: 1-3) e cego, eles são responsáveis ​​pelo conhecimento de Deus revelado na criação e na consciência (Rom. 2: 14-15).

A trágica realidade é que os pecadores rejeitar a "Luz do mundo" (Jo 8:12):

Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Para todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz para que as suas obras sejam manifestas. (João 3:19-20)

As pessoas se recusam a vir para a luz de Jesus Cristo, porque eles amam seu pecado e não quer que ele expostos; eles são deliberAdãoente cego. Assim, apesar de Jesus estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, ainda que o mundo não o conheceu. O Criador do mundo (1:
3) tornou-se seu Salvador (conforme 4:42), mas o mundo rejeitado Ele e, assim, não o conhecia de uma forma de poupança.

Kosmos ( mundo ) é outro termo usado frequentemente por João; mais da metade de suas ocorrências no Novo Testamento estão em seus escritos. Ele descreve o mundo físico (v 9;. 12:25; 16:21, 28; 21:25);humanidade em geral (3:16; 6:33, 51; 12:19); e, mais freqüentemente, o sistema mal dominada por Satanás (3:19; 7: 7; 14:17, 30; 15: 18-19). É este terceiro sentido de kosmos que João tinha em mente quando escreveu que o mundo não o conheceu Cristo. Apesar de sua rejeição dEle, o mundo incrédulo vai, no entanto, um dia, ser forçado a reconhecer Jesus como Senhor (Fil. 2: 9-11) e juiz (Jo 5:22, Jo 5:27).

Tão chocante e trágico como a rejeição do mundo de Cristo, João virou-se para o ainda maior tragédia da rejeição de Israel. Que Jesus veio para os Seus lugar pode significar o mundo que Ele criou (conforme o segundo sentido de kosmos acima). Pode significar também o Seu lugar particular, a terra da promessa dada aos judeus por meio de Abraão, incluindo o reino terrestre vindo predito pelos profetas. Ele veio para a terra de Deus, para a cidade de Davi, o terreno do templo. Os judeus haviam esperado ao longo dos séculos para o Messias e Salvador para vir. O mais trágico de tudo foi a triste realidade de que quando Ele o fez, quem fosse o seu próprio povo não o receberam. Este segundo uso próprio refere-se principalmente à nação de Israel, de quem Deus disse: "Você só tem que conhecer de tudo as famílias da terra "(Am 3:2; Ex 6:7; 1Sm 2:291Sm 2:29; 2Sm 3:182Sm 3:18;.. 1Rs 6:131Rs 6:13; 2Rs 20:52Rs 20:5; Sl 50:1; Is 1:1; Jr 2:11; Ez 11:20; Os 4:6; Ob 1:13; Mq 6:1; Sf 2:8), apesar de sua rebelião contra Ele freqüente.

Tal como os seus antepassados, os israelitas dos dias de Jesus endureceu seus pescoços (Dt 10:16;. 2Rs 17:142Rs 17:14; 2Rs 9:29 Neh;.. Jr 7:26; Jr 17:23) e rejeitaram apesar do testemunho claro da Escrituras do Antigo Testamento (Jo 5:39). Em vez de se arrepender de seus pecados e aceitá-Lo como seu Messias, eles gritaram: "Crucifica-o! ... O seu sangue será sobre nós e sobre nossos filhos!" (Mt 27:23, Mt 27:25).Rejeição e colaboração de Israel no assassinato de seu Messias era um tema comum na pregação apostólica. No primeiro sermão cristão sempre pregou, Pedro disse às multidões se reuniram em Jerusalém para o Dia de Pentecostes,

Homens de Israel, ouçam estas palavras: Jesus, o Nazareno, homem aprovado por Deus com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou através dele no meio de vós, como vós mesmos sabeis-este, entregou mais pelo plano predeterminado e presciência de Deus, você pregado a uma cruz pelas mãos de homens ímpios e colocá-lo à morte .... pois, toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez Senhor e Cristo-este Jesus que vocês crucificaram . (Atos 2:22-23, At 2:36; conforme 13 44:3-15'>3: 13-15; At 4:10; At 5:30; 10: 38-39; 13 27:44-13:29'>13 27:29)

O tema da rejeição será repetido durante todo o evangelho de João.

Os crentes: o testemunho Acreditado

Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (1: 12-13)

A conjunção de ( mas ) é um pequeno ponto de apoio que marca uma mudança dramática. O ódio do mundo de Deus e rejeição de Cristo, de modo algum anula ou frustra o plano de Deus, pois Ele faz mesmo a ira dos homens louvá-Lo (Sl 76:10). Haverá alguns que receberam. Aqueles a quem Deus quis para a salvação antes da fundação do mundo (Ef 1:4, "Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora."

Lambanō ( recebido ) poderia ser traduzida como "tomar posse", "obter", ou "aperto". Para receber a Cristo envolve mais do que mero reconhecimento intelectual de suas reivindicações. A última cláusula do versículo 12 se refere àqueles que recebeu como aqueles que crêem no seu nome. O conceito de crer em Cristo, outro tema importante para João, será desenvolvido em várias passagens em seu evangelho (06:29; 08:30; 9: 35-36; 0:36, 44; 14: 1; 16:. 9; 17:20; conforme 1Jo 3:23; 1Jo 5:13Seu nome refere-se à totalidade do ser de Cristo, tudo o que Ele é e faz. Assim, não é possível separar a Sua divindade de Sua humanidade, a Sua sendo Salvador a partir de seu ser Deus, ou a Sua pessoa de Sua obra redentora. A fé salvadora aceita Jesus Cristo em tudo o que a Bíblia revela a respeito dele.

Embora as pessoas não podem ser salvas até que eles recebem e crêem em Jesus Cristo, a salvação não deixa de ser uma obra soberana de Deus sobre o pecador morto e cego. João simplesmente afirma que ninguém viria a crer em Jesus a menos que Ele deu -los . o direito de se tornarem filhos de Deus Eles são salvos inteiramente por "graça ... mediante a fé; e isto não vem de [si], é o dom de Deus, não como resultado de obras, para que ninguém se glorie "(Ef 2:8-9.), porque" Deus escolheu [eles] desde o princípio para a salvação "(2Ts 2:13.). Assim, eles nasceram de novo (Jo 3:3; 1Pe 1:31Pe 1:3. não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus Essas três afirmações negativas salientar o facto que a salvação não pode ser obtido através de qualquer herança racial ou étnica ( sangue), desejo pessoal ( carne), ou sistema feito pelo homem ( homem). (Ver também Mateus 8:11-12; Lc 3:1; Gl 3:28— 29.)

A grande verdade da eleição e soberana graça é aqui introduzida de forma adequada à própria base de menção da salvação de João. Nosso Senhor vai falar desta verdade em 6: 36-47; 15:16; 17: 6-12.
Porque todos carregar a culpa de incredulidade e rejeição, a frase , mas de Deus significa que a salvação, ou seja, receber e crer no Senhor Jesus Cristo, é impossível para qualquer pecador. Deus deve conceder o poder sobrenatural e com ela a vida divina e luz para o sem vida, pecador escurecido.

3. A glória do Verbo encarnado (João 1:14-18)

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. João deu testemunho sobre Ele e clamou, dizendo: "Este é aquele de quem eu disse:" O que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim '. "Para da sua plenitude todos nós recebemos, e . graça sobre graça Porque a lei foi dada por Moisés, a graça ea verdade vieram por Jesus Cristo Ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento;. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, Ele explicou-Lo (1. : 14-18)

Para os primeiros cinco séculos de sua existência, a igreja primitiva defendeu a verdadeira doutrina da Encarnação. Durante esse tempo, muitos ensinamentos errôneas sobre a união hipostática (a união das naturezas divina e humana em Cristo) foram apresentados, analisados ​​e rejeitados. Por exemplo, alguns argumentaram que Jesus não tinha um espírito humano, mas sim que o Seu espírito divino, com um corpo humano. Essa visão preservada a Sua divindade, mas à custa de negar sua humanidade plena. Outros argumentaram que o divino Cristo espírito entrou no homem Jesus em Seu batismo, e deixou-o antes de sua crucificação. Outra falsa visão defendida por alguns foi a de que Jesus era um ser criado, e, portanto, inferior a Deus Pai. Ainda outros o viram como duas pessoas distintas, uma humana e outra divina; de acordo com que o ensino de Jesus era um homem no qual Deus habitou.
Todos esses pontos de vista (e outros também) errou fatalmente ou negando plena divindade de Jesus Cristo ou a sua plena humanidade. A verdadeira igreja rejeitou-los todos em favor da visão bíblica de Jesus como o Deus-homem. O Concílio de Calcedônia (451 dC) declarou oficialmente que a verdade em uma das declarações mais famosas e importantes na história da igreja:
Portanto, seguindo os santos Padres, todos nós com um acordo ensinar os homens a reconhecer um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, ao mesmo tempo completo em Divindade e completo em masculinidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto também de uma alma racional e corpo; de uma substância [ homoousios ] com o Pai no que diz respeito a sua Divindade, e ao mesmo tempo de uma substância com a gente no que diz respeito a sua masculinidade; como nós em todos os aspectos, sem pecado; no que respeita à sua divindade, nascido do Pai antes dos séculos, mas ainda no que diz respeito ao seu sexo teve, por nós homens e para nossa salvação, a da Virgem Maria, o portador de Deus [ Theotokos ]; um eo mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, reconhecido em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação; a distinção de naturezas sendo, de modo algum anulada pela união, mas sim as características de cada natureza a ser preservada e se unindo para formar uma pessoa e subsistência [ hupostasis ], não como parted ou separado em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho e unigênito de Deus da Palavra, Senhor Jesus Cristo; até mesmo como os profetas, desde os tempos mais antigos falavam dele, e nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou, e o credo dos Padres foi decretada para nós. (Citado em Henry Bettenson, ed,. Documentos da Igreja Cristã[Londres:. Oxford Univ de 1967], 51-52)

O fato de que a igreja invisível tem necessariamente sempre realizada a uma verdadeira doutrina da Encarnação, e tem em vários momentos reiterou a afirmação de Calcedônia, não significa que esta doutrina deixou de ser aguerrido. Ele ainda é alvo de falsos mestres, cultos e religiões falsas. O apóstolo João estava claro em suas epístolas que a verdadeira visão de Jesus como divino e humano foi um marco essencial da salvação (conforme I João 1:1-3; 2: 22-24; 4: 1-3, 1Jo 4:14; 1Jo 5:1, 10-12, 1Jo 5:20; 2Jo 1:32Jo 1:3, 2Jo 1:9). Revelação abre com a glória de Cristo (1: 4-20).

Durante todo o prólogo do seu Evangelho (1: 1-18) João declarou as verdades profundas da divindade e Encarnação de Cristo, chegando a um poderoso crescendo nestes últimos cinco versos. Eles resumem o prólogo, que por sua vez resume todo o livro. Na sua linguagem caracteristicamente simples, João expressou a gloriosa realidade da Encarnação, apontando a sua natureza, as testemunhas, e impacto.

A Natureza da Encarnação

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (1:14)

O versículo 14 é a declaração bíblica mais concisa da Encarnação, e, portanto, um dos versos mais importantes da Escritura. As quatro palavras com que ele começa, o Verbo se fez carne, expressar a realidade que, na Encarnação Deus assumiu a humanidade; o infinito tornou-se finito; eternidade entrou no tempo; o invisível tornou-se visível (conforme Cl 1:15); Criador entrou Sua criação. Deus se revelou ao homem na criação:, Escrituras do Antigo Testamento (2Tm 3:16; 2 Pe. 1: 20-21) (Rom 1 18-21.), E, acima de tudo e mais claramente, em Jesus Cristo (Hebreus 1:1-2.). O registro de sua vida e obra, e sua aplicação e importância para o passado, presente e futuro, é no Novo Testamento.

Como observado na discussão Dt 1:1), tornou-se carne. Sarx ( carne ) não tem aqui a conotação moral negativa que, por vezes, leva (eg, Rm 8:3-9; Rm 13:14; Gl 5:13, 16-17, Gl 5:19; Ef 2:1), mas refere-se a estar físico do homem (conforme Mt 16:17; Rom.. 1: 3; 1Co 1:26; 2Co 5:162Co 5:16; Gl 1:16; Ef 5:29; Fp 1:22)...... Que Ele, na verdade, tornou-se carne afirma plena humanidade de Jesus.

Ginomai ( tornou-se ) não significa que Cristo deixou de ser o Verbo eterno, quando Ele se tornou um homem. Embora Deus é imutável, eterna pura "ser" e não "tornar-se" como todas as Suas criaturas são, na Encarnação o imutável (He 13:8)

Charles Wesley também capturou a maravilha da Encarnação em seu majestoso hino "Hark O Herald Angels Sing!":

 

Velado em carne Divindade ver,
Hail th 'divindade encarnada!
Satisfeito como o homem com os homens para habitar,
Jesus, o nosso Emmanuel.

 

Alguns acharam a Encarnação tão totalmente além da razão humana de compreender que eles se recusaram a aceitá-lo. O grupo herética conhecida como os Docetistas (de dokeo ; "parecer", ou "aparecer"), aceitando o dualismo da matéria e espírito tão predominante na filosofia grega na época, considerou que a matéria era má e espírito era bom. Assim, eles argumentaram que Cristo não poderia ter tido um material (e, portanto, o mal) corpo. Eles ensinaram em vez disso, que seu corpo era um fantasma, ou uma aparição, ou que o espírito divino Cristo desceu sobre o simples homem Jesus em Seu batismo, então o deixou antes de sua crucificação. Cerinthus, adversário de João em Éfeso, foi um docetista. João se opôs fortemente Docetism, o que compromete não só a encarnação de Cristo, mas também a sua ressurreição e expiação substitutiva. Como observado anteriormente neste capítulo, em sua primeira epístola, alertou,

Amados, não creiais a todo espírito, mas provai os espíritos para ver se são de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Por isso, você sabe o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (I João 4:1-3)

João estava tão horrorizado com a heresia de Cerinthus que, como o historiador da igreja primitiva registros de Eusébio,
João, o apóstolo entrou de uma vez um banho para lavar; mas apurar Cerinthus estava dentro, ele saltou para fora do lugar, e fugiu da porta, não resistindo a entrar sob o mesmo teto com ele, e exortou os que com ele a fazer o mesmo, dizendo: "Vamos fugir, para que o banho cair, enquanto Cerinthus, esse inimigo da verdade, está dentro. " ( História Eclesiástica, livro III, cap. XXVIII)

O Filho eterno, não só se fez homem; Ele também habitou entre os homens de 33 anos. Viviam traduz uma forma do verbo skēnoō , que literalmente significa "viver em uma barraca." A humanidade de Jesus Cristo não era uma mera aparência. Ele levou todos os atributos essenciais de humanidade e foi "feito à semelhança de homens" (Fm 1:2). Como o escritor de Hebreus passa a explicar: "Ele tinha que ser feito como seus irmãos em todas as coisas, para que Ele possa se ​​tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, para expiar os pecados do povo" (He 2:17). E Ele armou a sua tenda no meio de nós.

No Antigo Testamento, Deus de tendas com Israel por meio de Sua gloriosa presença no tabernáculo (Ex. 40: 34-35) e, mais tarde, no templo (I Reis 8:10-11), e revelou-se em algumas aparições pré-encarnado de Cristo (eg, Gn 16:7-14; Ex 3:2.; Jz. 2: 1-4; 6: 11-24; 13 3:7-13:23'>13 3:23; Dn 3:25; Zc 1:11-21).. Durante toda a eternidade, Deus será novamente tenda com Seu povo redimido e glorificado:

E ouvi uma voz vinda do trono, dizendo: "Eis aqui o tabernáculo de Deus está entre os homens, e Ele habitará [ skēnoō ] entre eles, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará entre eles, e Ele enxugará toda lágrima de seus olhos, e não haverá mais ser qualquer morte, não vai haver mais pranto, nem clamor, nem dor; as primeiras coisas passaram "(Ap 21:3-4; conforme Ap 12:12; Ap 13:6). Essa foi uma prévia da glória revelada para ser visto em seu retorno (Matt. 24: 29-30; Mt 25:31; Ap 19:11-16) e a plenitude da Sua glória celestial como a única luz da Nova Jerusalém (Ap 21:23). Mas os discípulos viram santa natureza Jesus manifesta de Deus principalmente por exibir atributos divinos, como a verdade, a sabedoria, o amor, a graça, conhecimento, poder e santidade.

Jesus manifesta o mesmo essencial glória como o Pai, porque assim como Deus eles possuem a mesma natureza (10:30). Apesar das alegações dos falsos mestres, através dos séculos, monogenes ( unigênito) não implica que Jesus foi criado por Deus e, portanto, não é eterno. O termo não se refere a origem de uma pessoa, mas descreve-o como único, o único de sua espécie. Assim Isaque poderia ser corretamente chamado de Abraão monogenes (He 11:17), mesmo que Abraão teve outros filhos, porque Isaque sozinho era o filho do pacto. Monogenes distingue Cristo como o único Filho de Deus dos crentes, que são filhos de Deus em um sentido diferente (1Jo 3:2). Apolo "muito ajudado aqueles que pela graça haviam crido" (At 18:27). Paulo descreveu a mensagem que ele pregou como "o evangelho da graça de Deus" (At 20:24). Em Rm 3:24, ele escreveu que os crentes são "justificados como um presente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus", enquanto em Ef 1:7). Ele lembrou a Timóteo que Deus "nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade" (2Tm 1:9), com o resultado de que os crentes ", sendo justificados pela sua graça ... seriam feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna" (Tt 3:7). Em Cl 1:5). Paulo expressou aos Tessalonicenses sua gratidão que "Deus ha [d] escolhida [eles] desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2Ts 2:13). As pessoas são salvas quando "cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2:4..). Por outro lado, "os que perecem" irá fazê-lo ", porque não receberam o amor da verdade para serem salvos" (2Ts 2:10). Todo mundo vai "ser julgados os que não creram a verdade, mas tiveram prazer na iniqüidade" (2Ts 2:12).

Jesus Cristo foi o completo expressão da graça de Deus. Toda a verdade necessária para salvar está disponível nele. Ele era o completo expressão da verdade de Deus, que foi apenas parcialmente revelado no Antigo Testamento (conforme Cl 2:16-17). O que foi prenunciado por meio da profecia, tipos, e as imagens se tornaram substância realizado na pessoa de Cristo (conforme Heb. 1: 1-2).

Ele, portanto, poderia declarar: "Eu sou o caminho, ea verdade, ea vida .... Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, ea verdade vos libertará "(Jo 14:6).

A vaga crença em Deus para além da verdade sobre Cristo não resultará em salvação. Como o próprio Jesus advertiu: "A menos que você acredita que eu sou, morrereis nos vossos pecados" (Jo 8:24).Aqueles que pensam que estão adorando a Deus, mas são ignorantes ou rejeitar a plenitude do ensinamento do Novo Testamento a respeito de Cristo, estão enganados, porque "quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou" (Jo 5:23 ; conforme Jo 15:23). Em sua primeira epístola João afirmou que "todo aquele que nega o Filho não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o Pai" (1Jo 2:23; conforme 2Jo 1:92Jo 1:9, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 121-22 . itálico no original.)

As Testemunhas da Encarnação

João deu testemunho sobre Ele e clamou, dizendo: "Este é aquele de quem eu disse: 'Aquele que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim'." Para da sua plenitude todos nós recebemos, e graça sobre graça. (1: 15-16)

De acordo com seu objetivo ao escrever seu evangelho (20:31), João trouxe outras testemunhas da verdade sobre o divino, preexistente, Verbo encarnado, o Senhor Jesus Cristo. Ele primeiro convidou JoãoBatista, que também testemunhou sobre Ele e clamou, dizendo: "Este é aquele de quem eu disse: 'Aquele que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim'." João testemunho será relacionado em mais detalhes a partir do versículo 19. Aqui, o apóstolo João meramente resume ele. João Batista, é claro, havia morrido muito antes de este evangelho foi escrito. Mas, como observado no Capítulo 2 deste volume, ainda havia um João Batista culto na existência. Assim como fez no versículo 8, o apóstolo observa inferioridade de João Batista a Cristo, desta vez nas próprias palavras do Batista. Em contraste com alguns de seus seguidores, ele entendeu claramente e aceitou de bom grado o seu papel subordinado.

Isso João gritou fala da negrito natureza, pública do seu testemunho de Jesus; ele era "a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" (Mt 3:3; Jo 6:14) veio depois de João no tempo; Ele nasceu seis meses mais tarde (Lc 1:26) e começou Seu ministério público depois de João começou sua. No entanto, como João reconheceu, Jesus tinha um posto mais alto do que ele fez, pois Ele já existia antes dele. A referência aqui, como nos versos 1:2, é a preexistência eterna de Jesus (conforme 8:58).

Então João convidou o testemunho dos crentes, incluindo a si mesmo e tudo que tiver recebido a plenitude da bênção daquele que é "cheio de graça e de verdade" (v. 14). Porque em Cristo "toda a plenitude da Divindade habita em forma corpórea" (Cl 2:9.; Cl 1:28; Cl 2:10; 2Pe 1:32Pe 1:3; Lv 26:46; Dt 4:44; 5:... Dt 5:1; Atos 7:37-38), foi imbuídos de Sua glória e refletiu Seu caráter santo e justo. Portanto Paulo pôde escrever: "O que diremos, pois é o pecado lei pode nunca ser ... a lei é santa, eo mandamento é santo, justo e bom?!" (Rm 7:7; cf . 2 Cor. 3: 7-11). No entanto, se Deus foi gracioso no Antigo Testamento (por exemplo, Gn 6:8; Pv 3:34; Jr 31:1; Zc 4:7; Rom 3: 20-22; 8:. Rm 8:3; 10:. Rm 10:4; Gl 2:16; 3: 10-12; Fm 1:3; 10: 1-4); limita-se convence os pecadores de sua incapacidade para manter perfeitamente padrões justos de Deus, e condena-los para o castigo eterno da justiça divina; e revela, assim, a sua necessidade de a graça do perdão. Paulo escreveu aos Gálatas que "a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé" (Gl 3:24).

Mas como Filho sobre a casa em que Moisés era apenas um servo (Heb. 3: 5-6), Jesus Cristo trouxe a plena realização de graça e de verdade (conforme a discussão de v 14 acima.). A graça de Deus no Antigo Testamento foi aplicado para os penitentes crentes em antecipação da plena revelação da Sua graça em Jesus Cristo. Na salvação de Deus Lhe verdade foi plenamente revelado e realizado. A "verdade está em Jesus" (Ef 4:21; conforme Jo 14:6; 1Tm 1:171Tm 1:17;.. He 11:27), mas o mais importante, porque para fazê-lo traria morte instantânea (Ex 33:20;. Cf . Gn 32:30;. Dt 5:26;. Jz 13:22), ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento (Jo 6:46;. 1Tm 6:161Tm 6:16; 1Jo 4:121Jo 4:12, 1Jo 4:20). É através de Jesus Cristo, a "imagem do Deus invisível" (Cl 1:15), que Deus é revelado.

O NASB segue a leitura melhor atestada em manuscritos gregos, Deus unigênito (em vez da leitura alternativa, "Filho unigênito" encontrado em algumas traduções em inglês). É uma conclusão adequada para o prólogo, que sublinhou a divindade de Cristo e absoluta igualdade com o Pai. A expressão íntima , que está no seio do Pai, é uma reminiscência da frase pros ton Theon ("com Deus") no versículo 1 (conforme a discussão no Capítulo 1 deste volume). Ela expressa natureza compartilhada de Cristo com o Pai (conforme 17:24).

Deus, que não pode ser conhecido, a menos que Ele se revela, tornou-se mais plenamente conhecida, porque Jesus explicou ele. Jesus é a explicação de Deus. Ele é a resposta para a pergunta: "O que é Deus?" Em João 14:7-9, Jesus declarou que a verdade aos Seus discípulos obtusos:

"Se você me tivesse conhecido, teria conhecido meu Pai; a partir de agora o conheceis, eo tendes visto." Filipe disse-lhe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso é o suficiente para nós." Jesus disse-lhe: "Estou há tanto tempo convosco, e ainda assim você não chegaram a conhecer-me, Filipe Quem me vê a mim vê o Pai;? Como você pode dizer: 'Mostra-nos o Pai'"

Explicado traduz uma forma do verbo exēgeomai , a partir do qual a palavra Inglês "exegese" (o método ou prática de interpretar as Escrituras) deriva. Jesus é o único qualificado para exegese ou interpretar Deus ao homem, uma vez que "ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11:27)

Este é o testemunho de João, quando os judeus lhe enviou sacerdotes e levitas de Jerusalém para perguntar-lhe: "Quem é você?" E confessou e não negou, mas confessou: "Eu não sou o Cristo." Perguntaram-lhe: "E então? És tu Elias?" E ele disse: "Eu não sou." "És tu o profeta?" E ele respondeu: "Não." Então eles disseram-lhe: "Quem és tu, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram? O que você diz sobre si mesmo?" Ele disse: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor", como disse o profeta Isaías. " Agora eles tinham sido enviados eram dos fariseus. Perguntaram-lhe, e disse-lhe: "Por que então você está batizando, se não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?" João respondeu-lhes, dizendo: "Eu vos batizo com água, mas no meio de vós está um a quem você não conhece. É Ele quem vem depois de mim, a tanga de cuja sandália não sou digno de desatar."Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando. No dia seguinte, ele viu Jesus, que vinha para ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Este é aquele em nome de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que tem um posto mais alto do que Eu, por Ele existia antes de mim '. Eu não reconhecê-lo, mas para que Ele possa se manifestar toIsrael, eu vim batizando em água. " João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu, e pousar sobre ele. Eu não reconhecê-lo, mas o que me enviou a batizar em água disse-me: 'Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo. " Eu mesmo vi e já declarou que este é o Filho de Deus. " Mais uma vez, no dia seguinte, estava João com dois dos seus discípulos, e ele olhou para Jesus como Ele andou, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus!" Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. (1: 19-37)

O mundo antigo tinha visto muitos grandes homens. Ele havia conhecido líderes de guerra temidas, como Alexandre, o Grande; lawgivers judiciosas, como Hammurabi; pensadores profundos, como Sócrates; governantes poderosos, como Augusto César; sábios, como Salomão; e líderes religiosos nobres, como Abraão, Moisés, Davi, e os juízes e profetas de Israel. Mas o maior de todos eles era um candidato mais improvável para os padrões humanos para que a honra suprema. Ele viveu a sua vida na obscuridade no deserto, longe de sociedade e os lugares de poder e influência. Nem era rico; pela forma como ele se vestia e comeu ele identificado com os pobres (Mt 3:4). Ele também disse que toda a gente depois de João no reino era maior do que João, porque eles viviam em plenitude de toda a nova obra aliança do Messias. João morreu, do outro lado da cruz e ressurreição, apesar de seus méritos foram aplicadas a ele como a todos os santos do Antigo Testamento.

Como mencionado no capítulo 2 deste volume, até mesmo de seu nascimento foi totalmente inesperado, uma vez que sua mãe, Elisabete, tinha sido sempre estéril, e ela e seu marido "eram ambos de idade avançada" (Lc 1:7).Quando a palavra de Deus veio a ele (Lc 3:2.), João exortava os seus ouvintes: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo" (Mt 3:2; Jo 3:23).

Nesta passagem, o apóstolo João dá exemplos de testemunho de João Batista, mencionado anteriormente (1: 6-8, 15). Os eventos registrados aqui teve lugar no auge de seu ministério, posterior ao batismo de Jesus por João. Enquanto o Senhor estava no deserto, sendo tentado (Mateus 4:1-11; Lc. 4: 1-13), João continuou seu ministério de pregação do arrependimento e batismo. Em três dias sucessivos, a três grupos diferentes, enfatizou três verdades sobre Jesus Cristo.

Primeiro dia, primeiro grupo, Primeiro Ênfase

Este é o testemunho de João, quando os judeus lhe enviou sacerdotes e levitas de Jerusalém para perguntar-lhe: "Quem é você?" E confessou e não negou, mas confessou: "Eu não sou o Cristo." Perguntaram-lhe: "E então? És tu Elias?" E ele disse: "Eu não sou." "És tu o profeta?" E ele respondeu: "Não." Então eles disseram-lhe: "Quem és tu, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram? O que você diz sobre si mesmo?" Ele disse: "Eu sou a voz do que clama no deserto:" Endireitai o caminho do Senhor ", como disse o profeta Isaías." Agora eles tinham sido enviados eram dos fariseus. Perguntaram-lhe, e disse-lhe: "Por que então você está batizando, se não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?" João respondeu-lhes, dizendo: "Eu vos batizo com água, mas no meio de vós está um a quem você não conhece. É Ele quem vem depois de mim, a tanga de cuja sandália eu não sou digno de desatar "Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.. (1: 19-28)

A frase de abertura, este é o testemunho de João, introduz as três contas em versos 19:37. Como observado no capítulo 1 deste volume, o substantivo marturia ( testemunho ) e do verbo relacionadomanureō ("testemunhar") são termos favoritos de João, que aparece mais de setenta e cinco vezes em seus escritos. João Batista foi a primeira testemunha chamada pelo apóstolo João para dar testemunho da verdade sobre Jesus Cristo.

O termo judeus, embora certamente apropriado para todo o povo de Israel, é na maioria dos seus usos no evangelho de João restrita principalmente às autoridades religiosas (especialmente aqueles em Jerusalém), que eram hostis a Cristo. João fez alusão a que a hostilidade, um tema repetido, quando escreveu: "[Jesus] veio para os Seus, e aqueles que foram os seus não o receberam" (01:11). Neste versículo o termo judeus provável alvo o Sinédrio, o órgão supremo em Israel (sob a autoridade suprema dos romanos). Poderosa pregação de João (incluindo sua denúncia mordaz da instituição religiosa judaica; conforme Mt 3:7-10.) E grande popularidade levou-os a enviar uma delegação para investigá-lo. Que alguns estavam começando a se perguntar se ele poderia ser o Messias (Lc 3:15) alarmado ainda mais as autoridades judaicas. Eles temiam uma revolta popular, que teria sido brutalmente reprimidos pelos Romanos (conforme João 11:47-50) e diminuiu seu poder. Portanto, este estranho profeta não só perturbou as autoridades judaicas religiosamente, mas também politicamente.

A delegação enviada para investigar João era composta de sacerdotes e levitas, pelo menos, alguns dos quais eram fariseus (veja a discussão sobre v. 24 abaixo). Os sacerdotes eram os intermediários humanos entre Deus eo homem, e oficializou as cerimônias religiosas (conforme Lc 1:8-9). Eles também foram as autoridades teológicas em Israel. Quando eles não estavam servindo no templo para o seu de duas semanas dever anual, eles viveram por toda a terra como especialistas locais sobre religião. Os levitas ajudaram os sacerdotes nos rituais do templo (conforme Nu 3:1). Uma vez que a força policial templo foi feita de levitas (conforme 07:32; Lc 22:4) teria ainda lembrou seus ouvintes de Elias (conforme 1Rs 18:18, 1Rs 18:21; 21: 17-24) .

Mas, para a questão de saber se ele era Elias João também respondeu: "Eu não sou." Ele não era Elias, pelo menos não no sentido literal que ele sabia que seus interrogadores significava; ele não foi Elias retornou à Terra do céu onde ele tinha ido em um turbilhão (2Rs 2:11). No entanto, havia um sentido em que João era Elias, como Jesus explicou aos seus discípulos:

E seus discípulos lhe perguntaram: "Por que então os escribas dizem que Elias deve vir primeiro?" E ele, respondendo, disse: "Elias virá e restaurará todas as coisas, mas eu digo-vos que Elias já veio, e eles não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram Assim também o Filho do Homem vai. sofrer em suas mãos. " Então entenderam os discípulos que Ele tinha falado com eles sobre João Batista.(Mateus 17:10-13.)

João não era, na verdade, Elias como os judeus esperavam; ao invés disso ele era Elias-like, vindo "no espírito e poder de Elias" (Lc 1:17). Como observado acima, João pregou com a mesma ousadia e poder como Elias fez. Teve o povo judeu acreditava que sua mensagem e aceite Jesus como o Messias, João teria sido o cumprimento da profecia de Malaquias. "Se você estiver disposto a aceitá-lo", declarou Jesus, "o próprio João é o Elias que havia de vir" (Mt 11:14). Com estas palavras, Jesus interpretou a profecia de Malaquias como se referindo a um semelhante a Elias, e não ao próprio profeta. A resposta de João para a delegação também pode sugerir que ele não entendeu-se ser Elijah mesmo no sentido de que Jesus afirmou que ele era. Leon Morris observa,

Nenhum homem é o que ele está em seus próprios olhos. Ele realmente é apenas como ele é conhecido por Deus. Em um momento posterior Jesus igualou João com o Elias da profecia de Malaquias, mas isso não quer levar com ele a implicação de que o próprio João tinha conhecimento da verdadeira posição .... Jesus confere a João, seu verdadeiro significado. Nenhum homem é o que ele mesmo pensa que é. Ele é apenas o que Jesus sabe que ele seja. ( O Evangelho Segundo João, O Novo Comentário Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 135-36)

A próxima consulta, ? És tu o profeta veio a profecia de Moisés, em Deuteronômio 18:15-18 sobre um profeta como ele, que viria e falar a palavra de Deus. Não houve consenso no judaísmo do primeiro século sobre a identidade exacta de que Profeta (conforme Jo 6:14; Jo 7:40). Alguns acreditavam que ele, como Elias, seria um precursor do Messias (possivelmente Jeremias ou um dos outros profetas ressuscitado;. Conforme Mt 16:14); outros o viam como o próprio Messias. O último ponto de vista é o correto, já que ambos Pedro (Atos 3:22-23) e Estevão (At 7:37) aplicada Deuteronômio 18:15-18 para Jesus. Assim, João negou ser o profeta, respondendo simplesmente, "Não"

Frustrado pela seqüência de concisas respostas, negativos de João e fora das opções óbvias, os membros exasperados da delegação finalmente disse-lhe: "Quem é você, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram?" À luz da popularidade de João (e, assim, sua ameaça às autoridades), eles precisavam de uma positiva resposta dele para incluir em seu relatório a quem enviou -los.Desistindo de tentar adivinhar quem ele poderia ser, eles exigiram, "O que você diz sobre si mesmo?"

A resposta de João foi, sem dúvida, não é o que a delegação esperava ouvir. Ao invés de reclamar de ser alguém importante, ele humildemente referiu a si mesmo apenas como uma voz do que clama no deserto. Leon Morris observa,

"O ponto da citação é que ele não dá destaque ao pregador o que quer. Ele não é uma pessoa importante, como um profeta ou o Messias. Ele não é mais do que uma voz (compare com a referência a Jesus como" a Palavra ") . Ele é uma voz, por outro lado, com apenas uma coisa a dizer .... 'Endireitai o caminho do Senhor "é uma chamada para estar pronto, para a vinda do Messias está próximo." ( O Evangelho Segundo João, 137)

Auto-humilhação de João é uma reminiscência de Paulo, que se viram como "o mínimo de todos os santos" (Ef 3:81Co 15:9). Ele também está em sintonia com Jesus 'admoestação: "Então, você também, quando você faz todas as coisas que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos ter feito'" (Lc 17:10, Ez 36:33; Ez 37:23; Zc 13:1 anos mais cedo que o caminho estava a ser preparado para a vinda do Messias estava sendo cumprida. E não seria econômico, militar ou política. A próxima conversa prova que seria uma libertação e um reino que era profundamente espiritual.

Segundo dia, segundo Grupo, segunda ênfase

No dia seguinte, ele viu Jesus, que vinha para ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Este é aquele em nome de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que tem um posto mais alto do que Eu, por Ele existia antes de mim '. Eu não reconhecê-lo, mas para que ele fosse manifestado a Israel, vim batizando em água. " João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu, e pousar sobre ele. Eu não reconhecê-lo, mas o que me enviou a batizar em água disse-me: 'Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo. " Eu mesmo vi e já declarou que este é o Filho de Deus. " (1: 29-34)

A frase do dia seguinte apresenta uma seqüência de dias, que continua nos versículos 35:43-2: 1. Aparentemente, os eventos da entrevista de João com a delegação de Jerusalém para o milagre de Caná (2: 1-11) (vv 19-28.) Durou uma semana. No dia seguinte, ele falou com a delegação, João viu Jesus, que vinha para ele. Fiel ao seu dever como um arauto, e definindo um momento redentor momentoso, João chamou imediatamente a atenção da multidão a Ele, exclamando: "Eis o Cordeiro de Deus. " Esse título, usado apenas nos escritos de João (conforme v 36; Ap 5:1; Ap 6:9, Ap 7:17; Ap 14:4; Ap 15:3; Ap 19:9; Ap 22:1), é o primeiro de uma série de títulos dados a Jesus nos versículos seguintes deste capítulo; o resto incluem Rabbi (vv. 38, 49), Messias (v. 41), Filho de Deus (vv. 34, 49), o rei de Israel (v. 49), Filho do Homem (v. 51), e " Aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José "(v. 45). Isso não era uma suposição por parte de João, mas foi revelação de Deus que era absolutamente verdade, como a vida, morte e ressurreição de Jesus provou.

O conceito de um sacrificial Lamb era algo familiar para o povo judeu. Ao longo da história de Israel, Deus tinha revelado claramente que o pecado e separação de Deus só podia ser removido por sacrifícios de sangue (conforme Lv 17:11). Sem o perdão do pecado poderia ser concedido por Deus para além de um substituto aceitável morrer como um sacrifício. Eles sabiam de confiança de Abraão que Deus providenciaria um cordeiro para oferecer no lugar de Isaque (Gn 22:7-8). Um cordeiro foi sacrificado na Páscoa (Ex. 12: 1-36; Mc 14:12) (Ex. 29: 38-42), nos sacrifícios diários no tabernáculo e mais tarde no templo, e como oferta pelo pecado por indivíduos (Lev. 5: 5-7). Deus também deixou claro que nenhum desses sacrifícios foram suficientes para tirar o pecado (conforme Is 1:11). Eles também estavam cientes de que a profecia de Isaías comparou Messias "um cordeiro que é levado ao matadouro" (Is 53:7; 1Pe 1:191Pe 1:19). Embora Israel procurou um Messias que seria um profeta, rei e conquistador, Deus teve que enviar-lhes um Cordeiro. E Ele o fez.

O título Cordeiro de Deus prenuncia último sacrifício de Jesus na cruz para o pecado do mundo. Com esta breve declaração, o profeta João deixou claro que o Messias tinha chegado a lidar com o pecado.O Antigo Testamento está cheio com a realidade de que o problema é o pecado e é no coração de cada pessoa (Jr 17:9 é baseado em revelação do Antigo Testamento. Como observado na discussão de 1: 9-11 no capítulo 2 deste volume, kosmos ( mundo ) tem uma variedade de significados, no Novo Testamento. Aqui se refere à humanidade em geral, a todas as pessoas sem distinção, que transcende todas as fronteiras nacionais, raciais e étnicas. O uso do termo singular pecado com o substantivo coletivo mundo revela que o pecado é mundial, então o sacrifício de Jesus é suficiente para todas as pessoas, sem distinção (conforme 1Jo 2:2), é eficaz apenas para aqueles aqueles que crêem nEle (3: 15-16, 18, ​​36; 05:24; 06:40; 11: 25-26; 20:31; Lc 8:12; At 10:43; At 13:39 ; At 16:31; Rm 1:16; 3: 21-24., 4: 3-5; 10: 9-10; 1Co 1:211Co 1:21; Gal. 3: 6-9., Gl 3:22; Ef 1:1; 1Jo 5:11Jo 5:1, Mt 25:46; 2 Tessalonicenses 1:.. 2Ts 1:9; Apocalipse 14:9-11; 20: 11— 15; conforme Ez 18:4; Mt 7:1; Jo 8:24), e apenas alguns serão salvos (13 40:7-14'>Mt 7:13-14)..

João pela terceira vez (conforme vv. 15, 27), salientou o seu papel subordinado a Jesus, o Verbo eterno, que havia se tornado um homem, reconhecendo, "Este é aquele em nome de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim '. " João foi criado. Jesus ' maior pontuação era infinito. Ele foi quem criou tudo (1: 1-3), incluindo João.Embora João realmente nasceu antes de Jesus, Jesus existia antes dele. E apesar de João era um parente de Jesus '(provavelmente seu primo), uma vez que suas mães foram relacionados (Lc 1:36), ele ainda não reconhecê-Lo como o Messias até que ele batizou, de modo que Ele fosse manifestado a Israel. Por que a maioria significativa de batismos todos de João, ele declarou: "Eu vim batizando em água", embora ele estava relutante em batizar Jesus (Mt 3:14). Foi no batismo de Jesus que Deus, que enviou João para batizar na água, nos revelou plenamente Jesus como o Messias através de um sinal previamente combinado. João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu, e ele permaneceu em cima Ele " (conforme Mt 3:16;. Mc 1:10; Lc 3:22). Esse sinal foi a prova sobrenatural da messianidade de Jesus, porque Deus tinha dito a João, "Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo."

Como Pedro (Mt 16:17), João compreendeu que Jesus realmente era apenas através da revelação divina. Que Jesus é muito maior do que João é reforçada em que Ele batiza no Espírito Santo.

Pela sexta vez em seu evangelho (conforme 1: 7, 8, 15, 19, 32), João, o apóstolo refere-se ao testemunho de João Batista a Cristo, registrando sua afirmação, "Eu mesmo vi e já declarou que este é o Filho de Deus. " Como observado no capítulo 1 deste volume, testemunha, ou testemunhar, é temática neste evangelho. O testemunho de João, no versículo 34 é uma conclusão adequada para esta seção, como a narrativa faz a transição dele para Jesus. . Embora os crentes estão em um número limitado de crianças sentido de Deus (Mt 5:1; Rm 8:14, Rm 8:19; Gl 3:26; conforme Jo 1:12; Jo 11:52; Rm 8:16, Rm 8:21; Rm 9:8; 1 João 3:1-2., 1Jo 3:10), Jesus é exclusivamente o Filho de Deus , em que somente Ele compartilha da mesma natureza que o Pai (1: 1; 5: 16-30; 10: 30-33; 14: 9; 17:11; 1Jo 5:20).

Para sua primeira ênfase-Messias está aqui-João adicionou uma exortação igualmente convincente: reconhecê-lo pelo que Ele é, o Filho de Deus, o Messias, o Cordeiro do sacrifício final para o pecado do mundo.

Terceiro dia, terceiro grupo Third Ênfase

Mais uma vez, no dia seguinte, estava João com dois dos seus discípulos, e ele olhou para Jesus como Ele andou, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus!" Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. (1: 35-37)

A frase do dia seguinte continua a sequência de dias acima descritas em relação com o versículo 29. Este é agora o terceiro dia na seqüência, o segundo depois do encontro de João com a delegação de investigação a partir de Jerusalém. O terceiro grupo é o menor, consistindo apenas em duas das de João discípulos (André [v. 40] e João [que nunca ele mesmo nomes em seu evangelho]). João olhou para Jesus, que passava nas proximidades e repetida aos seus discípulos que ele tinha proclamado às multidões no dia anterior, "Eis o Cordeiro de Deus!" Depois de ouvir o professor falar novamente essas palavras poderosas, os dois discípulos seguiram Jesus. A disposição de João para entregá-los sem hesitação sobre a Ele é mais uma prova de sua humildade modesto e completa aceitação de seu papel subordinado.

Que os dois discípulos seguiram Jesus não implica que eles se tornaram seus discípulos permanentes neste momento. É verdade que akoloutheō ( seguidas ) é usado no Evangelho de João para significar "a seguir como um discípulo" (eg, 08:12; 10:27; 12:26; 21:19;. conforme Mt 4:20, Mt 4:22 ; Mt 9:9.).

Terceiro ênfase de João decorre logicamente seu primeiro dois. Desde o Messias, o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus, está aqui, a única resposta adequada é a segui-Lo.
Tendo servido o seu propósito como um testemunho da verdadeira identidade de Jesus, João Batista agora sumiu de cena (para além de uma breve menção em 3:. 23 ss). O resto do evangelho incide sobre o ministério de Jesus, algo que o próprio Batista teria aprovado. Como ele disse a alguns de seus discípulos que estavam com ciúmes por sua reputação,

Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vocês mesmos são testemunhas de que eu disse: "Eu não sou o Cristo", mas, "Eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo. Então, este meu gozo foi completo. Ele deve crescer, mas eu diminua. (João 3:27-30)

Ele fez diminuição e, enquanto estava na prisão se perguntando como que se encaixam prisão com a glória antecipada do reino do Messias, foi atingido com dúvidas sobre Jesus ser o Messias. O Senhor graciosamente dissipou essas dúvidas, informando o registro de seus milagres (Mt 11:2-5.; Lucas 7:19-22).

5.  A Balança da Salvação (João 1:38-51)

E Jesus virou-se e viu que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?" Responderam-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?" Ele disse-lhes: "Vinde, e você vai ver." Então eles vieram e viram onde ele estava hospedado; e ficaram com ele aquele dia, pois era cerca da hora décima. Um dos dois que ouviram João falar eo seguiu, foi André, irmão de Simão Pedro. Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: "Encontramos o Messias" (que traduzido quer dizer Cristo). Ele levou a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: "Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas" (que é traduzido Pedro). No dia seguinte Ele propôs a ir para a Galiléia, e achando a Felipe. E Jesus disse-lhe: "Segue-Me." Agora Filipe era de Betsaida, da cidade de André e Pedro. Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José".Natanael disse-lhe: "Alguma coisa boa pode vir de Nazaré?" Filipe disse a ele: "Vinde e vede". Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!" Natanael disse-lhe: "Como é que você me entende?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi." Respondeu-lhe Natanael: "Rabi, Tu és o Filho de Deus;. Tu és o Rei de Israel" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Porque eu disse a você que eu te vi debaixo da figueira, você acredita? Você vai ver coisas maiores do que estas." E ele lhe disse: "Em verdade, em verdade vos digo que, você vai ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." (1: 38-51)

A Bíblia revela que Deus é infinitamente além da compreensão humana. Em Isaías 55:8-9 Ele disse: "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor" Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que o seu. caminhos e os meus pensamentos do que seus pensamentos. "" Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! " exclamou Paulo em Rm 11:33. "Quão insondáveis ​​são os seus juízos e inescrutáveis ​​os seus caminhos!" 5:9 pergunta retoricamente: "Você pode descobrir as profundezas de Deus você pode descobrir os limites do Todo-Poderoso? Eles são de alta como o céu, o que você pode fazer? Mais profundo que Sheol, o que você pode saber? Sua medida é maior do que a Terra e mais amplo do que o mar. " 37:5), como Jesus afirmou: "Porque o Filho do homem é ir assim como está escrito a seu respeito" (Mc 14:21). Mas isso não era desculpa para o seu pecado, que ele entrou em boa vontade (Mt 26:14-16; Jo 12:4 Jesus passou a dizer: "Ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Teria sido bom para esse homem se não houvera nascido." Judas foi condenado ao inferno eterno por causa de sua escolha para trair Jesus. O registro histórico em Êxodo também mostra a interação da soberania de Deus e da responsabilidade humana, anotando dez vezes que Deus endureceu o coração de Faraó (4:21; 7: 3; 09:12; 10: 1, 20, 27; 11:10; 14 : 4, 8,
17) e dez vezes que ele endureceu o seu próprio coração (7: 13 14:22-08:15, 19, 32; 9: 7, 34-35; 13:15).

Outro paradoxo aparente envolve a autoria das Escrituras. A Bíblia afirma que Deus como seu autor; "Toda a Escritura é inspirada por Deus" (2Tm 3:16), e "nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana" (2Pe 1:21). No entanto, Jesus introduziu uma citação do Antigo Testamento com as palavras "Moisés disse" (Mc 7:10; conforme Mc 10:3; Mt 8:4; Lc 5:14; Lc 20:37 ), e se refere ao Antigo Testamento como os escritos de Moisés e os profetas (Lc 24:27, Lc 24:44; João 5:45-46; 7: 19-23). Pedro se referiu aos escritos de Paulo como Escrituras (II Pedro 3:15-16), e observou que no processo de inspiração, "Os homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (2Pe 1:21). Assim, a Bíblia, embora escrito por alguns autores humanos quarenta durante um período de aproximAdãoente 1500 anos, é, contudo, um livro unificado com um autor Divino.

A Bíblia ensina que é impossível para os crentes a viver a vida cristã por conta própria. "Você é tão tolo?" Paulo repreendeu a Gálatas. "Tendo começado pelo Espírito, que está agora a ser aperfeiçoado pela carne?" (Gl 3:3; 2Tm 4:72Tm 4:7), e da agricultura trabalho intensivo (2Tm 2:6).

Sublinhando a responsabilidade do crente, o Novo Testamento freqüentemente descreve a vida cristã como uma caminhada de obediência (Rm 14:15; 2 Cor. 5:. 2Co 5:7; Ef 2:10; Ef 4:1; Ef 5:2, Ef 5:15; Fp 3:17; Cl 1:10; 2:. Cl 2:6; 1Ts 2:121Ts 2:12; 4:. 1Ts 4:1; 1 João 1:6-7; 1Jo 2:6). Entre as muitas obrigações da caminhada cristã são a oração (.. Rom 0:12; Ef 6:18; Cl 4:2; 1 Tm 2:.. 1Tm 2:8; Jc 5:13), leitura (. 1Tm 4:13), e estudando (At 17:11) A Bíblia, ter um temor reverencial de Deus (At 9:31; conforme 28:28; Sl 111:1:.. Sl 111:10; Pv 1:7; Pv 15:33; Mq 6:9), sendo grato (Fp 4:1; Cl 1:12 ; 3: 15-17; 1Ts 5:181Ts 5:18), sendo alegre (Rm 0:12-15; 14:17; 15:13; 2Co 13:11; Fp 2:18; 3:.... Fp 3:1 ; Fp 4:4), perdoando-vos uns aos outros (Mt 6:14-15; 18:. 21-35; Mc 11:25; Lc 17:3; Cl 3:13), e afastando-se do mal (28:28; Sl 34:14; Sl 37:27; 101:. Sl 101:4; Pv 3:7. ; Pv 16:17; Jr 18:11; 25:.. Jr 25:5; Jr 35:15; Ez 33:11; 1Pe 3:111Pe 3:11), como a mentira (Ef 4:25; Cl 3:9; Ef 5:3; Ef 4:31; Cl 3:1; Tiago 1:19— 20), o discurso abusivo (Ef 4:29; 5:. Ef 5:4; Cl 3:8), e cobiça (Ex 20:17Rom. 7: 7-8Rm 13:9; conforme Fp 4:13.). O apóstolo exemplificado que a verdade; como ele escreveu aos Colossenses, "Para este efeito, também trabalho, combatendo segundo a sua energia, o que poderosamente trabalha dentro de mim" (Cl 1:29; conforme 1Co 15:101Co 15:10; 2 Cor. 3:. 2Co 3:5; Gl 2:8). ", Alienado e hostil em mente, envolvidos em atos malignos "(Cl 1:21), inimigos de Deus (Rm 5:10), inimiga de Deus (Rm 8:7), "tolo ..., desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, gastando [suas vidas] em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros "(Tt 3:3; 1 Sm. 2:. 1Sm 2:1; Sl 3:8; Sl 98:2; 43:11 Isa; 45: 21-22; Jn 2:9; Ap 19:1; Rom. 3: 20-30; Rm 4:5; Gl 2:16. ; 3: 8-14, Gl 3:24; Ef 1:7, 8-9; Fp 3:9; At 13:48; Rom. 8: 28-30.; Ef 1:4-5; Cl 3:12; 1Ts 1:41Ts 1:4; 2Tm 1:92Tm 1:9; 1Pe 2:9; Mc 6:12; Lc 5:32; Lc 13:3; Lc 15:7; Lc 24:47; At 2:38; At 3:19; At 17:30; At 26:20; 2Pe 3:92Pe 3:9; Lc 8:12; Jo 1:12; 3: 15-18; Jo 4:39, Jo 4:53; Jo 5:24; Jo 6:29, Jo 6:35, Jo 6:40, Jo 6:47; Jo 7:38; 9: 35-38; 11: 25-26; At 16:31; Rm 1:16; 10: 9-10.; 1 Coríntios. . 1:21; Gl 3:22; Ef 1:13; 1Tm 1:161Tm 1:16; 1Jo 3:231Jo 3:23; 5:.. 1Jo 5:1, 1Jo 5:13) é a sua responsabilidade de fazer as duas coisas. Na verdade, a Escritura condena os pecadores por não fazê-las (Mt 11:20-21; Mt 12:41; Jo 3:36; 12:. 36-40; 2Ts 2:122Ts 2:12; Jd 1:5; 1Cr 28:91Cr 28:9), porque, como Ele prometeu: "Se alguém está disposto a fazer a Sua vontade, ele saberá do ensino, se é de Deus ou se eu falo de mim mesmo "(Jo 7:17). Por outro lado, Jesus não vai comprometer-se com o insincero e hipócrita, não importa qual a sua profissão exterior podem ser:

Agora, quando Ele estava em Jerusalém na Páscoa, durante a festa, muitos creram no seu nome, observando os sinais que ele estava fazendo. Mas Jesus, de sua parte, não estava confiando-se a eles, pois Ele sabia que todos os homens, e porque Ele não precisava de ninguém para testemunhar a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem. (2: 23-25; conforme Mt 7:21-23; Lc 6:46; 13 25:42-13:27'>13 25:27.)

Jesus nunca adiar o, candidato solicitado pelo Espírito sincero. Ele nunca estava ocupado demais para mostrar compaixão para ovelhas perdidas que estavam à procura de um pastor (Mt 9:36). Para alguém tão desesperado para ver-lhe que ele deixar de lado a sua dignidade e subiu em uma árvore Jesus disse: "Zaqueu, pressa e desce, pois hoje tenho de ficar em tua casa" (Lc 19:5) como "Ele explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24:27 ). O que quer que ele disse foi o suficiente para convencê-los de que ele era de fato o Messias de Israel, como testemunho animado de André para seu irmão Pedro no dia seguinte indica (veja a discussão de vv 40-41 abaixo.).

A referência à décima hora é a primeira menção de tempo no evangelho de João. Este detalhe oferece uma das muitas evidências de que seu autor foi testemunha ocular dos acontecimentos que ele gravou (veja a discussão sobre este ponto na 1ntrodução). A verdade que os apóstolos foram testemunhas oculares de Jesus é aquele que João salientou em sua primeira epístola: "O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da Vida. .. o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos também "(1Jo 1:1). Porque eles foram "testemunhas de todas as coisas [Cristo] fez, tanto na terra dos judeus e em Jerusalém" (At 10:39), o testemunho dos apóstolos era inatacável (conforme Lc 24:48; Jo 15:27; At 1:8; At 2:32; At 3:15; At 4:33; At 5:32; 10: 39-41; At 13:31; 2Pe 1:162Pe 1:16). Tão importante era que o testemunho de que, quando os apóstolos procurou um substituto para Judas 1scariotes, eles olharam para alguém que tinha ", acompanhado [eles] todo o tempo que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre [eles] que começa com o batismo de João até o dia em que foi recebido em cima de [os] "(Atos 1:22-23). Esse incidente marcou o início da observação direta de João da vida e ministério de Jesus.

Versículo 40 nomes de um dos dois que ouviram João Batista falar e seguiram Jesus como André. Como observado acima, o outro discípulo era João, que ao longo de seu evangelho não é nome próprio. (Para obter informações biográficas sobre João e provas de que ele é o discípulo sem nome, consulte a introdução deste volume.) André é identificado como irmão de Simão Pedro, já que Pedro era mais conhecida do que seu irmão menos proeminente. Aqui, como em suas outras duas aparições no Evangelho de João, André traz alguém para encontrar Cristo. Em 6: 8-9, ele trouxe um garoto com pães de cevada e peixe com ele antes da alimentação dos 5:000, enquanto em 12: 20-22 ele trouxe alguns gregos para encontrá-Lo. Depois de passar o resto do dia (e, por implicação a noite) com Jesus (v. 39), André dia seguinte encontrou primeiro seu irmão Simão, e disse-lhe: "Encontramos o Messias" (que traduzido significa Cristo) . (A série de comentadores acreditam que o texto grego sugere que João também encontrou seu irmão Tiago pouco depois.) O tempo gasto com Jesus tinha convencido André e João de sua verdadeira identidade. Isso não significa, porém, que eles entenderam plenamente as implicações da messianidade de Jesus; compreensão dos discípulos de que iria crescer ao longo dos anos que passei com ele.

Messias translitera um termo hebraico ou aramaico que, tal como o seu equivalente grego Cristo, significa "ungido". No Antigo Testamento, foi utilizado do sumo sacerdote (Lv 4:3, Lv 4:16; Lv 6:22), o rei (1Sm 12:3; 16:. 1Sm 16:6; 1Sm 24:6; 2Sm 22:51; 2Sm 23:1). Um (Mt 11:3, meio-irmãos de Jesus são listados, e um deles também foi nomeado Simon. O pai de Judas 1scariotes foi chamado Simon, bem como (Jo 6:71). Mt 26:6). E o homem recrutado para realizar parcialmente a cruz de Jesus para o Calvário era Simão, o Cirineu (Mt 27:32).

Nosso nome completo de Simon ao nascer era de Simão Barjonas (Mt 16:17), que significa "Simão, filho de Jonas" (João 21:15-17). Nome do pai de Simão Pedro, então, era João (rendido às vezes Jonas ou Jonas). Não sabemos nada mais sobre seus pais.

Mas note que o Senhor deu-lhe outro nome. Lucas apresenta-o desta forma: "Simon, a quem também chamou Pedro" (Lc 6:14). Escolha de Lucas de palavras aqui é importante. Jesus não se limitou a dar-lhe um novo nome para substituir o antigo. Ele "também" o nomeou Pedro. Este discípulo era conhecido, por vezes, como Simon, por vezes, como Pedro, e às vezes como Simão Pedro.

Pedro era uma espécie de apelido. Significa "Rock". ( Petros ". um pedaço de pedra, uma pedra" é a palavra grega para) O equivalente aramaico era Cefas (conforme 1Co 1:12; 1Co 3:22; 1Co 9:5 descreve 'primeira reunião face-a-face com Simão Pedro: "Agora, quando Jesus olhou para ele, Ele disse:' Jesus Tu és Simão, filho de Jonas 5ocê será chamado Cefas" (que é traduzido, A. Stone). " Essas foram as primeiras palavras que aparentemente Jesus nunca disse a Pedro. E a partir de então, "Rock" era o seu apelido.

Às vezes, porém, o Senhor continuou a se referir a ele como Simon de qualquer maneira. Quando você vê que na Escritura, muitas vezes é um sinal de que Pedro fez algo que precisa de repreensão ou correção.

O apelido foi significativa, e que o Senhor tinha uma razão específica para escolhê-lo. Por natureza Simon era impetuoso, vacilante, e inconfiável. Ele tende a fazer grandes promessas que não poderia seguir com. Ele era uma daquelas pessoas que parece estocada de todo coração em alguma coisa, mas, em seguida, afiança para fora antes de terminar. Ele era geralmente o primeiro em; e, muitas vezes, ele foi o primeiro a sair. Quando Jesus o conheci, ele caber a descrição de Tiago de um homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos (Jc 1:8; Lc 4:38). Quando se fala de sua mãe-de-lei, ele faz isso em termos semelhantes: "a sogra de Simão" (Mc 1:30; Lc 4:38). Lucas 5, descrevendo a empresa de pesca, menciona "um dos barcos, que era o de Simão" (v. 3) —e Lucas diz Tiago e João eram "sócios de Simão" (v. 10). Todas essas expressões referem-se a Simon por seu nome de batismo em contextos puramente seculares. Quando ele é chamado Simon, em tal contexto, o uso de seu nome antigo geralmente não tem nada a ver com a sua espiritualidade, ou o seu caráter. Essa é apenas a maneira normal de significando de que pertencia a ele como um homem-a singular obra, a sua casa, ou a sua vida familiar. Estes são chamados de coisas "de Simon".

A segunda categoria de referências onde ele é chamado Simon é visto sempre que Pedro estava exibindo as características de sua auto-regenerado quando ele estava pecando em palavra, atitude ou ação.Sempre que ele começa a agir como seu antigo eu, Jesus e os escritores do Evangelho reverter para chamá-lo de Simon. Em Lc 5:5, prevendo a traição de Pedro, Jesus disse: "Simão, Simão! Na verdade, Satanás pediu para você, que ele vos cirandar como trigo." Mais tarde, no Jardim do Getsêmani, quando Pedro deveria ter sido vigiando e orando com Cristo, ele adormeceu. Marcos escreve: "[Jesus] veio e os encontrou dormindo, e disse a Pedro:" Simão, você está dormindo? Não pudeste vigiar uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca "(Marcos 14:37-38). Assim, normalmente, quando Pedro precisava repreensão ou advertência, Jesus se referiu a ele como Simon. Deve ter alcançado o ponto onde sempre que o Senhor disse: "Simon," Pedro encolheu. Ele deve ter pensado, por favor, me chame de Rock! E o Senhor poderia ter respondeu: "Eu vou chamá-lo balançar quando você age como uma rocha."

É óbvio que as narrativas do Evangelho que o apóstolo João conhecia Pedro muito, muito bem. Eles eram amigos de longa data, colegas de trabalho e vizinhos. Curiosamente, no Evangelho de João, João refere-se ao seu amigo quinze vezes como "Simão Pedro." Aparentemente, João não poderia fazer a sua mente que o nome de usar, porque ele viu ambos os lados do Pedro constantemente. Assim, ele simplesmente colocar os dois nomes juntos. Na verdade, "Simão Pedro" é o que se chama Pedro no endereço de sua segunda epístola: "Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo" (2Pe 1:1).

Depois da ressurreição, Jesus instruiu seus discípulos a voltar para a Galiléia, onde planejava aparecer para eles (Mt 28:7). Por três vezes, Pedro afirmou seu amor.

Essa foi a última vez que Jesus já teve de chamá-lo de Simon. Poucas semanas depois, no dia de Pentecostes, Pedro e os demais apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo. Foi Pedro, a Rocha, que se levantou e pregou naquele dia.
Pedro era exatamente como a maioria dos cristãos, tanto carnal e espiritual. Ele sucumbiu aos hábitos da carne, às vezes; ele funcionou no Espírito outras vezes. Ele era pecaminoso, por vezes, mas outras vezes ele agiu como um homem justo deveria agir. Este homem, às vezes vacilante Simon, por vezes, Pedro-era o líder dos Doze. ([Nashville: W. Publishing Grupo, 2002], 33-37 Ênfase no original Veja este mesmo livro para informações biográficas sobre o resto dos Doze...)
Buscando almas sempre vai encontrar Cristo receptivo; como mais tarde prometeu: "Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (06:37).

O Salvador Procuro

No dia seguinte Ele propôs a ir para a Galiléia, e achando a Felipe. E Jesus disse-lhe: "Segue-Me." Agora Filipe era de Betsaida, da cidade de André e Pedro. Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José". Natanael disse-lhe: "Alguma coisa boa pode vir de Nazaré?" Filipe disse a ele: "Vinde e vede". Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!" Natanael disse-lhe: "Como é que você me entende?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi." Respondeu-lhe Natanael: "Rabi, Tu és o Filho de Deus;. Tu és o Rei de Israel" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Porque eu disse a você que eu te vi debaixo da figueira, você acredita? Você vai ver coisas maiores do que estas." E ele lhe disse: "Em verdade, em verdade vos digo que, você vai ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." (1: 43-51)

Ao contrário dos primeiros discípulos (André, João, Pedro, e, possivelmente, Tiago), que foram introduzidas para Jesus por outra pessoa, Jesus tomou a iniciativa de chamar Filipe. Em todo o caso, quem inicia o contato, aqueles que vêm a Cristo fazê-lo apenas porque Deus em primeiro lugar procurou-los. Em Jo 6:44 Jesus disse: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer", enquanto em 15:16 Ele acrescentou: "Você não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei." Que Jesus encontrou Filipe e ... disse-lhe: "Segue-Me" estabelecido que ele foi criado por ninguém, nem ele olhar para Jesus, mas o contato foi iniciado pelo próprio Senhor. Embora este seja diferente dos outros, serem levadas à Jesus por outro refere-se apenas ao contato humano, e não a eleição divina soberana por Deus. Isso é verdade para todos que vem Salvadora para Jesus. A resposta de Filipe da fé não é registrado, mas certamente teve lugar.

A frase do dia seguinte indica que ele é agora o dia depois de André encontrou Pedro eo levou ao encontro de Jesus. Jesus propôs deixar a seção do rio Jordão, onde João Batista estava ministrando e ir para a Galiléia. Quando Jesus reuniu Filipe não é indicado, mas ele, como André, Pedro e João, era galileu. Ele era de Betsaida, uma vila de pescadores (seu nome significa "casa de pesca", ou "casa do pescador") localizada na costa nordeste do Mar da Galiléia, não muito longe de Cafarnaum. Betsaida foi também a cidade natal de André e Pedro que, embora mais tarde mudou-se para Cafarnaum (Mc 1:21, Mc 1:29), manteve-se identificado com a aldeia onde eles cresceram. Da mesma forma, Jesus foi associado com Nazaré (Mt 26:71; Lc 18:37; At 10:38; At 26:9).

Como André, Filipe não conseguiu manter a boa notícia sobre Jesus para si mesmo, mas fui imediatamente e encontrou seu amigo Natanael. "parte de Filipe no chamado de Natanael é como o de André no chamado de Pedro, e que de Pedro e André em . seu próprio One tocha acesa serve para acender outro; assim a fé se propaga "(Frederic Louis Godet, Comentário ao Evangelho de João [Separata; Grand Rapids: Kregel, 1985], 331-32). Nathanael ("Deus deu") é chamado Bartholomew nos Evangelhos Sinópticos, que nunca usar o nome de Natanael, assim como João nunca usa Bartolomeu. Evidentemente Natanael era seu nome de batismo e Bartholomew (Bar-Tolmai; "filho de Tolmai") ​​o seu sobrenome. Nas listas dos doze apóstolos nos Evangelhos sinópticos, seu nome segue imediatamente do Filipe. De João outro apenas menção a ele observa que ele era da aldeia de Caná da Galiléia (21: 2).

Tendo encontrado Nathanael, Filipe animAdãoente disse-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José." O uso do pronome plural quemostra que Filipe agora incluído o próprio como um dos seguidores de Jesus. A lei e os profetas é a designação comum do Novo Testamento sobre o Antigo Testamento (05:17 Matt 07:12-11:13 22:40; Lc 16:16; At 13:15; At 24:14; At 28:23). Ciente de amor intenso de Natanael de Escrituras do Antigo Testamento, Filipe declarou que ele havia encontrado Aquele que os cumprida (conforme 05:39; Deut. 18: 15-19; Lucas 24:25-27, 44-47; At 10:43; 26: 22-23.; Rm 1:2; 1 Pedro 1: 10-11.; Ap 19:10). Como observado na discussão do versículo 45, Jesus foi muitas vezes associada a Nazaré, onde ele cresceu. Identificação de Filipe dele como o filho de José não deve ser interpretado como uma negação do nascimento virginal de Cristo (como o foi pelos judeus incrédulos em 6:42). Ele pode sugerir, porém, que Jesus não tinha revelado que a verdade aos discípulos durante o breve tempo que haviam passado com Ele. Filipe identificado Jesus a maneira como as pessoas naquele dia eram normalmente identificados, com o nome de seu pai e da aldeia de onde vieram. Assim, Jesus era comumente visto como o filho de José (Lc 3:23), que Ele era legalmente, embora não biologicamente.

Ceticismo inicial de Natanael espelha a de Tomé no final do Evangelho de João (20: 24-25). Sua resposta dúbia a Filipe: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" reflete sua incredulidade que o Messias poderia vir de uma tal cidade insignificante, de que Moisés e os profetas não disse nada (Nazaré não é mencionada no Antigo Testamento, o Talmud, o Midrash, ou quaisquer escritos gentios contemporâneos). Ele também mostra o seu desdém para a cidade em si; assim como os judeus desprezavam os galileus em geral (conforme 07:52; At 2:7, A Commentary New American. [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 146. Os itálicos no original)

Jesus descreveu Nathanael como um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Seu ponto era que sem corte de Natanael, a resposta honesta a Filipe revelou a sua falta de duplicidade e sempre disposta a examinar as alegações de Jesus para si mesmo. Jesus pode ter sido aludindo ao Jacó (e, por implicação a nação descende dele), que, em contraste com Natanael, foi um enganador (Gn 27:35; Gn 31:20). Mas ao contrário de muitos de seus compatriotas judeus, que eram hipócritas (Mt 6:2, Mt 6:16, Mt 6:15.: Mt 6:7; Mt 22:18; Mt 23:13; 9: 6-7.)

São aqueles que continuam na palavra de Jesus que são Seus verdadeiros ( alēthōs ) seguidores (08:31). Natanael era um verdadeiro discípulo, desde o início, como sua resposta deixa claro.

Surpreso por Jesus "reconhecimento onisciente dele, Natanael exclamou: "Como é que você me entende?" Jesus 'resposta foi ainda mais chocante: "Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi." Não só Jesus resumir com precisão o caráter de Natanael sem ter o conheci, Ele também apresentou um conhecimento sobrenatural de informações que só ele conhece. O mais provável é que a figueira em questão era o lugar onde Natanael estudado e meditado sobre as Escrituras do Antigo Testamento. Não só Jesus sobrenaturalmente ver a localização física de Nathanael, mas Ele também viu no seu coração (conforme Sl 139:1-4.).

O que aconteceu debaixo da figueira, conhecimento sobrenatural de Jesus sobre ele seja removido dúvida de Natanael. Esmagado pela onisciência de Jesus, ele respondeu ele, "Rabi, Tu és o Filho de Deus;. Tu és o Rei de Israel" Nesse explosão de fé confiante, Natanael reconheceu Jesus como o Messias esperado. Os dois títulos são usados ​​também do Messias no Salmo 2:6-7: ". Mas, quanto a mim, eu tenho o meu Rei sobre Sião, meu santo monte Eu certamente irá contar do decreto do Senhor: Ele me disse: "Tu és meu Filho, hoje te gerei".

O propósito de João ao escrever seu evangelho foi para que as pessoas "podem acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus" (20:31), que compartilha a mesma natureza de Deus (1: 1). Para o primeiro testemunho de João Batista que Jesus é o Filho de Deus (1:34), o apóstolo acrescentou que de Natanael. O uso do artigo definido indica que o título aqui é utilizado em seu sentido mais amplo, afirmando a igualdade absoluta de Jesus com Deus. Ao longo de seu ministério terreno, os seguidores de Jesus repetidamente reconheceu que Ele era o Filho de Deus (conforme 6:69; 11:27; 14:33 Matt;. 16:16; conforme Lc 1:32, Lc 1:35), com um crescente compreensão das riquezas do que a verdade maravilhosa.

O Velho Testamento descreve o Messias como o Rei de Israel em passagens como Sf 3:15 ("O Senhor levou Seus julgamentos contra você, Ele tem varrido seus inimigos. O Rei de Israel, o Senhor, está no meio de vós , você terá medo de desastres no more "), Zc 9:9). O ponto desta declaração é que Jesus é o elo entre o céu ea terra, o revelador da verdade celestial para os homens (01:17; 14: 6; Ef 4:21.), O "único mediador entre Deus ... e os homens "(1Tm 2:5; 0:24.) e melhor (He 8:6 Ele declarou a Nicodemos: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu: o Filho do Homem" (conforme 06:33, 38, 41-42, 50-51, 58, 62 ; 13 3:16-28; 17: 8). Essa verdade se tornaria cada vez mais claro para Nathanael eo resto dos discípulos como eles observaram a vida e ministério de Jesus.

Este é o primeiro de treze ocorrências no evangelho do título de João Filho do Homem, a maneira favorita de Jesus de se referir a si mesmo (Ele fez isso cerca de oitenta vezes nos Evangelhos). No evangelho de João, ele é associado com o sofrimento de Jesus e da morte (03:14; 08:28; 12:34), Sua provisão de salvação (06:27, 53), e Sua autoridade para julgar (5:27; 9 : 35, 39). No futuro, o Filho doHomem vai receber o reino do Ancião dos Dias (13 27:7-14'>Dan. 7: 13-14). Como em seus outros títulos desta seção, Nathanael (e os outros que estavam presentes) não compreendeu imediatamente o pleno significado do que significava para Jesus ser o Filho do Homem.

Esta passagem, que registra chamada de Seus primeiros discípulos de Jesus para a salvação, retrata o equilíbrio da salvação ensinada por toda a Escritura. Salvação ocorre quando procuram almas vêm com fé para o Salvador que já buscou-los.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51

João 1

O Verbo feito carne — Jo 1:1-18

Passaremos a estudar esta passagem em seções breves e em detalhe; mas, antes de fazê-lo, devemos buscar compreender o que João estava tentando dizer ao descrever a Jesus como O Verbo.

O primeiro capítulo do quarto Evangelho é uma das maiores aventuras do pensamento religioso que jamais obteve a mente do homem. Antes de começar a estudá-lo em detalhe, tentaremos ver o que João estava buscando fazer quando o escreveu.
Não passou muito tempo antes que a Igreja cristã se visse confrontada com um problema básico. A Igreja tivera seus começos dentro do judaísmo. No princípio todos os seus membros tinham sido judeus. Jesus, por descendência humana, era judeu, e, com exceção de breves visitas aos distritos de Tiro e Sidom e a Decápolis, Ele nunca saiu da Palestina. O cristianismo começou entre os judeus; e, devido a isso, era inevitável que falasse o idioma dos judeus, e que empregasse as linhas de pensamento dos judeus.
Mas embora o cristianismo teve seu berço dentro do judaísmo, pouco tempo depois se estendeu pelo resto do mundo. Trinta anos depois da morte de Jesus, cerca do ano 60, o cristianismo tinha viajado por toda a Ásia Menor e a Grécia e tinha chegado a Roma. Cerca do ano 60 devem ter havido na 1greja cem mil gregos para cada judeu cristão. As idéias judaicas eram completamente estranhas para os gregos. Para tomar um só exemplo revelador, os gregos jamais tinham ouvido falar de um Messias. O próprio centro da esperança dos judeus, chegada do Messias, era uma idéia completamente alheia aos gregos. A própria linha de

pensamento segundo a qual os judeus concebiam e apresentavam a Jesus não significava nada para um grego.

Aqui estava o problema — como apresentar o cristianismo ao mundo grego? Lecky, o historiador disse em uma oportunidade que o progresso e a expansão de uma idéia depende, não só da força e o poder da idéia, mas sim da predisposição para receber a da época a que é apresentada. A tarefa da Igreja cristã consistia em criar no mundo grego uma predisposição para receber a mensagem cristã. Como disse E. J. Goodspeed, a questão era esta: "A um grego que está interessado no cristianismo devia ser levado a passar por todas as idéias messiânicas judaicas e pelas formas judaicas de pensamento, ou se poderia encontrar um enfoque novo que pudesse falar com sua mente e coração desde seu próprio pano de fundo?" O problema consistia em apresentar o cristianismo e a Cristo de maneira que um grego pudesse compreendê-lo.
Ao redor do ano 100 houve um homem em Éfeso que se sentiu fascinado pelo problema: Seu nome era João. Vivia em uma cidade grega. Relacionava-se com gregos aos quais as idéias judaicas eram estranhas e ininteligíveis e até grosseiras.
Como podia encontrar uma forma de apresentar o cristianismo a esses gregos em seu próprio pensamento e em seu próprio idioma e de maneira tal que o aceitassem e compreendessem? De súbito lhe ocorreu a solução a seu problema. Tanto no pensamento grego como no judeu existia o conceito de O Verbo. Isto era algo que podia elaborar-se para enfrentar tanto ao mundo grego como ao judeu. Algo que permanecia à tradição de ambas as raças, algo que ambos podiam compreender.

Comecemos, pois, por examinar os dois pano de fundos do conceito do Verbo.

O pano de fundo judeu

No pano de fundo judeu havia quatro correntes que contribuíam de certo modo à idéia do Verbo.

  1. Para o judeu uma palavra era muito mais que um mero som; uma palavra era algo que tinha uma existência ativa e independente e que de fato fazia coisas. Como disse o professor John Paterson: "Para o hebreu a palavra falada era algo muito vivo... Era uma unidade de energia carregada de poder. Voa como uma bala a seu destino". Por essa mesma razão o hebreu era parco em palavras. O vocabulário hebreu tem menos de dez mil palavras; o grego tem duzentas mil.

Um poeta moderno nos relata como em uma ocasião o autor de um fato heróico foi incapaz de relatar-lhe a seus companheiros de tribo por falta de palavras. Diante disso ergueu-se um homem "dotado com a magia necessária das palavras", e relatou a história em termos tão vivos e estremecedores que "as palavras adquiriram vida e caminhavam de um lado a outro no coração de seus ouvintes". As palavras do poeta converteram-se em um poder.
A história tem muitos exemplos desse tipo de coisas.
Quando John Knox pregava durante o tempo da Reforma na Escócia se dizia que a voz desse homem só infundia mais coragem no coração de seus ouvintes que dez mil trompetistas soando em seus ouvidos. Suas palavras agiam sobre as pessoas.
Nos dias da Revolução Francesa, Rouget de Lisle escreveu a Marselhesa e essa canção fez com que os homens partissem à revolução. As palavras faziam coisas.

Nos dias da Segunda Guerra Mundial, quando a Inglaterra carecia tanto de aliados como de armas, as palavras do Primeiro-Ministro, Sir Winston Churchill, ao falar com todo o país pelo rádio, elas exerciam influência nas pessoas. Isto era mais certo no Oriente, e o é ainda. Para os orientais uma palavra não é um mero som; é uma força que faz coisas.
O professor Paterson recorda um incidente que Sir Adam Smith relata. Em uma ocasião em que Sir George Adam Smith viajava pelo deserto asiático, um grupo de maometanos lhe deram as costumeiras boas-vindas: "A paz seja contigo". No momento não perceberam que era um cristão; mas quando descobriram que haviam proferido uma bênção a um infiel, apressaram-se a voltar pedindo que a devolvesse. A palavra era como uma coisa que se podia enviar para fazer coisas e a ela se podia trazer de volta.

Podemos compreender como, para os povos orientais, as palavras tinham uma existência independente, carregada de poder.

  1. O Antigo Testamento está cheio dessa idéia geral do poder das palavras. Uma vez que Isaque foi enganado para que abençoasse a Jacó em lugar de Esaú, não teria podido fazer nada para recuperar essa bênção (Gênesis 27). A palavra tinha saído e tinha começado a agir e não havia nada que pudesse detê-la. Vemos a palavra de Deus em ação de maneira especial no relato da Criação. A cada passo lemos: "E disse Deus...." (Gn 1:3,Gn 1:6,Gn 1:11). A Palavra de Deus é o poder criador.

Aqui e ali nos confrontamos com esta idéia da palavra de Deus criativa, atuante, dinâmica. “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (Sl 33:6). “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou” (Sl 107:20). “Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente” (Sl 147:15). “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55:11). “Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?” (Jr 23:29). "Falaste desde o começo da criação, já no primeiro dia, e disseste: 'Sejam feitos o céu e a terra'. E sua palavra foi uma obra perfeita" (2 Ed 6:38). O autor de Sabedoria se dirige a Deus como "Aquele que com sua palavra fez todas as coisas" (Sabedoria Jo 9:1).

No Antigo Testamento por toda parte se vê esta idéia da palavra poderosa, criadora. Inclusive as palavras dos homens têm uma sorte de atividade dinâmica; quanto mais a de Deus?

  1. Na vida religiosa hebréia intervinha algo que acentuou em grande medida o desenvolvimento desta idéia da Palavra de Deus. Durante mais de um século antes da vinda de Jesus, o hebraico tinha sido um idioma esquecido. O Antigo Testamento estava escrito em hebraico mas os judeus já não o conheciam. Os estudiosos sabiam, mas não o povo comum.

O povo comum falava um desenvolvimento do hebraico chamado aramaico. O aramaico é para o hebreu um pouco parecido com o que o inglês moderno é para o anglo-saxão. Visto que essa era a situação, era preciso traduzir as escrituras do Antigo Testamento a este idioma que o povo entendia, e estas traduções eram chamadas targuns. Na sinagoga se liam as escrituras no hebraico original, mas depois eram traduzidas ao aramaico que o povo falava e as traduções que se empregavam eram os targuns. Agora, os targuns foram redigidos em uma hora em que o povo estava fascinado com a transcendência de Deus. Quer dizer, foram produzidos em um momento em que os homens só podiam pensar na distância e Deus como um ser distante e diferente.

Devido a isso os homens que fizeram as traduções, que aparecem nos targuns sentiam muito temor em atribuir pensamentos e emoções, ações e reações humanas a Deus. Em termos técnicos, fizeram todos os esforços possíveis por evitar o antropomorfismo ao falar de Deus. Quer dizer, fizeram todos os esforços possíveis por evitar atribuir sentimentos e ações humanas a Deus. Agora, o Antigo Testamento em geral fala de Deus de maneira humana; e em qualquer lugar que ocorria algo semelhante no Antigo Testamento, os targuns substituem o nome de Deus por palavra de Deus. Vejamos que efeitos teve este costume.

Em Ex 19:17 lemos que “E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus". Os targuns consideravam que isso era uma maneira muito humana de falar de Deus e diziam que Moisés tirou o povo do acampamento para ir ao encontro da palavra de Deus. Em Ex 31:13 lemos que Deus disse ao povo que na sábado “é sinal entre mim e vós nas vossas gerações". Essa é uma forma muito humana de falar para os targuns, portanto dizem que o sábado é um sinal "entre minha palavra e vós". Dt 9:3 diz que Deus é um fogo consumidor, mas os targuns traduzem que a palavra de Deus é um fogo consumidor. Is 48:13 mostra uma grande imagem da criação: “Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra mediu os céus a palmos”. Para os targuns esta é uma imagem de Deus muito humana, e fazem Deus dizer: "Por minha palavra fundei a terra; e por meu poder suspendi os céus". Inclusive mudam uma passagem tão maravilhosa como Dt 33:27, que fala dos "braços eternos" de Deus, e o convertem nisto: "O eterno Deus é seu refúgio, e por sua palavra o mundo foi criado". No Targum de Jônatas esta frase a palavra de Deus aparece não menos de trezentas e vinte vezes. É certo que não é mais que uma paráfrase do nome de Deus, que os tradutores empregavam quando queriam evitar atribuir pensamentos e ações humanos a Deus; mas o certo é que a frase a palavra de Deus se converteu em uma das formas mais comuns da expressão judaica. Tratava-se de uma frase que qualquer judeu devoto podia ouvir e reconhecer porque a tinha ouvido tantas vezes na sinagoga quando se liam as escrituras. Todo judeu estava acostumado a falar da Memra, a Palavra de Deus.

  1. A esta altura devemos tomar nota de um fato que é fundamental para o desenvolvimento posterior desta idéia da palavra. O termo grego para palavra é Logos; mas Logos, não significa somente palavra, também quer dizer razão. Para João, e para todos os grandes pensadores que fizeram uso desta idéia, estes dois significados sempre estavam intimamente entrelaçados. Quando usavam a palavra Logos sempre tinham presente as idéias paralelas da palavra de Deus e a razão de Deus. Agora, os judeus tinham um tipo de literatura chamada literatura sapiencial. Esta literatura sapiencial era a sabedoria concentrada dos sábios e dos homens inteligentes. Em geral não é especulativa ou filosófica; pelo contrário, trata-se de uma sabedoria prática para a vida e seu desempenho. No Antigo Testamento o maior exemplo deste tipo de literatura é o livro de Provérbios.

No livro de Provérbios há certas passagens que atribuem um poder misterioso, criativo, vitalizador e eterno à sabedoria (Sophia). Poderia dizer-se que nestas passagens se personificou a sabedoria e ela foi considerada como o agente, instrumento e colaborador eterno de Deus.

Três são as passagens principais. O primeiro é 13 20:3-26'>Provérbios 3:13-26. De toda a passagem podemos destacar em forma especial:

“É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm. O SENHOR com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus. Pelo seu conhecimento os abismos se rompem, e as nuvens destilam orvalho” (Provérbios 3:18-20).

Agora recordamos que Logos significa palavra e também significa razão. Já vimos o que pensavam os judeus a respeito da palavra poderosa e criadora de Deus. Aqui vemos o outro aspecto que começa a fazer sua aparição. A sabedoria é o agente de Deus na iluminação e na criação. E a sabedoria e a razão são duas coisas muito parecidas. De maneira que aqui vemos aparecer o outro lado da palavra Logos. Vimos quão importante era esse termo no sentido de palavra; agora vemos que está começando a ser importante no sentido de sabedoria ou razão.

A segunda passagem importante é Provérbios 4:5-13. Dentro da passagem podemos destacar: “Retém a instrução e não a largues; guarda— a, porque ela é a tua vida”.

A palavra é a luz dos homens, e a sabedoria é a luz dos homens. Agora as duas idéias se estão amalgamando com rapidez.

A passagem mais importante é Provérbios 8:1—9:2. Nele podemos fazer ressaltar de maneira especial:

"O SENHOR me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; quando firmava as nuvens de cima; quando estabelecia as fontes do abismo; quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra; então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo.” (Provérbios 8:22-30).

Quando lemos essa passagem encontramos um eco atrás de outro do que diz João sobre o Verbo, a Palavra, o Logos, no primeiro capítulo do quarto Evangelho. A sabedoria tinha essa existência eterna, essa função iluminadora, esse poder criador que João atribuía à Palavra, ao Verbo, aos Logos, com o que identificava a Jesus Cristo.

O desenvolvimento desta idéia de sabedoria não parou aqui. Entre o Antigo e o Novo Testamento, os homens continuaram escrevendo e produzindo este tipo de literatura chamado literatura sapiencial. Possuía tanta sabedoria concentrada; tirava tanto da experiência dos homens sábios que era uma preciosa guia para a vida. Escreveram-se dois grandes livros em particular, que se incluem entre os apócrifos, e que são livros que ajudarão a alma de qualquer pessoa que as leia.

(a) O primeiro é o livro chamado A Sabedoria de Jesus, filho do Sirac, ou, segundo seu título mais comum, Eclesiástico. Este livro também dá muita importância à sabedoria criadora e eterna de Deus.

"As areias do mar; as gotas da chuva E os dias do passado, quem poderá contá-los?

A altura do céu, a amplidão da terra, a profundeza do abismo, quem as poderá explorar?

Antes de todas estas coisas foi criada a Sabedoria, e a inteligência prudente existe desde sempre."

(Eclesiástico Jo 1:2-4

O princípio do Evangelho do João é de uma importância tal e de tal profundeza de sentido que devemos estudá-lo quase versículo por versículo. O grande pensamento do João é que Jesus não é outro senão o Verbo criador, vitalizador e iluminador dos conceitos grandiosos a respeito de Deus, que Jesus é o poder de Deus que criou o mundo e a razão de Deus que o sustenta, que veio à Terra sob uma forma humana e corpórea.
Aqui, no começo, João diz três coisas sobre o Verbo, e isso quer dizer, que diz três coisas sobre Jesus.

  1. O Verbo existia iá no princípio de todas as coisas. O pensamento de João se remonta ao próprio começo da Bíblia: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1:1). O que João diz é isto —o Verbo não é uma das coisas criadas; estava presente antes da criação. O Verbo não é uma parte do mundo que começou a existir no tempo; o Verbo é uma parte da eternidade e estava com Deus antes do tempo e antes do princípio do mundo. Este pensamento de João recebe um nome técnico na teologia. João estava pensando no que se conhece como a preexistência de Cristo. Em mais de um sentido, esta idéia da preexistência é algo muito difícil de compreender, se não impossível. Mas significa algo muito simples, muito prático e muito tremendo. Se o Verbo estava com Deus antes de que começasse o tempo, se o Verbo de Deus é parte do esquema eterno das coisas, quer dizer que Deus sempre foi como Jesus.

Às vezes tendemos a pensar em Deus como alguém justo, santo, estrito e vingador; e tendemos a pensar que algo que Jesus fez muda a ira de Deus em amor e alterou a atitude de Deus para os homens. O Novo Testamento desconhece completamente idéia. Todo o Novo Testamento nos diz, e esta passagem de João o faz de maneira especial, que Deus sempre foi como Jesus. O que fez Jesus foi abrir uma janela no tempo para que pudéssemos contemplar o amor eterno e imutável de Deus. Mas podemos nos perguntar: "Se dissermos isso, o que acontece a algumas das coisas que lemos no Antigo Testamento? O que dizer das passagens que falam das ordens de Deus para arrasar cidades inteiras, e destruir homens, mulheres e crianças? Que explicação nos dá da ira, do poder destruidor e do zelo de Deus que aparecem nas partes mais antigas das Escrituras?"
A resposta a essas perguntas é a seguinte: não é Deus quem mudou; o que mudou é o conhecimento de Deus por parte do homem. Os homens escreveram essas coisas porque não conheciam mais que isso. Esse era o estágio ao que tinha chegado seu conhecimento de Deus. Quando um menino está aprendendo um tema, deve fazê-lo passo a passo. Não começa com um conhecimento completo; começa com o que pode compreender e segue avançando cada vez mais. Quando começa a estudar álgebra não começa com o binômio de Newton; parte de equações simples, e continua passo a passo à medida que aumenta seu conhecimento do tema. O mesmo aconteceu com os homens e Deus. Só podiam entender e compreender partes pequenas de Deus. Só quando veio Jesus, os homens viram em forma completa e total como Deus tinha sido sempre.

Conta-se que em uma ocasião uma garotinha tomou contato com as partes mais sangrentas e selvagens do Antigo Testamento. Seu comentário foi: "Mas isso aconteceu antes que Deus se tornasse cristão!"
Se podemos expressá-lo da mesma maneira, com toda reverência, quando João diz que o Verbo existiu sempre, antes do princípio das coisas, o que está dizendo é que Deus sempre foi cristão. Diz-nos que Deus foi, é e sempre será igual a Jesus; mas os homens não podiam saber e conhecer isto antes da vinda de Jesus.

  1. João continua dizendo: o Verbo estava com Deus. O que quer dizer com isto? Quer dizer que sempre existiu a relação mais íntima e mais próxima entre o Verbo e Deus. Ponhamo-lo em outra forma mais simples. Sempre existiu a relação mais íntima entre Jesus e Deus. Isso significa que não há ninguém que possa nos dizer como é Deus, qual é a vontade de Deus para conosco, como são o amor, o coração e a mente de Deus, como Jesus pode demonstrar.

Tomemos uma analogia humana muito simples. Se queremos saber o que pensa e sente a respeito de algo uma determinada pessoa, e se não podermos nos aproximar dessa pessoa, não nos dirigimos a alguém que apenas a conhece, a alguém que só a conhece há pouco tempo; vamos a alguém que sabemos que é seu amigo íntimo há muitos anos. Sabemos que o íntimo amigo de muitos anos será capaz de nos interpretar o pensamento e sentimento dessa pessoa. Um pouco parecido é o que diz João a respeito de Jesus. Diz que Jesus sempre esteve com Deus. Empreguemos uma linguagem muito humana porque é o único que podemos usar. João está dizendo que Jesus mantém uma relação tão íntima com Deus que Deus não tem segredos para ele; e que, portanto, Jesus é a única pessoa de todo o universo que nos pode revelar como é Deus, e o que sente para nós.

  1. Por último João diz que o Verbo era Deus. Não cabe dúvida que se trata de uma frase difícil de compreender, e é difícil porque o grego, que é o idioma em que escrevia João, diz as coisas de maneira diferente da que nós usamos. Quando o grego emprega um substantivo quase sempre o acompanha com o artigo definido. A palavra grega para Deus é theos, e o artigo definido, é ho. Quando o grega fala de Deus não diz somente theos, e sim ho theos. Agora, quando o grego não emprega o artigo definido com o substantivo, este se converte em algo muito mais parecido a um adjetivo; descreve o caráter, a qualidade da pessoa. João não disse que o Verbo era ho theos; isso teria significado que o Verbo era idêntico a Deus; diz que o Verbo era theos —sem o artigo definido— o que quer dizer, em nossas palavras, que o Verbo era do mesmo caráter, essência, qualidade e ser que Deus. Quando João disse o Verbo era Deus não estava dizendo que Jesus era idêntico a Deus; estava dizendo que Jesus é tão perfeitamente o mesmo que Deus em mente, coração e ser, que em Jesus vemos a perfeição como Deus é.

Assim, pois, no próprio começo de seu Evangelho João afirma que em Jesus, e só nele, revela-se de maneira perfeita aos homens tudo o que Deus sempre foi e sempre será, e tudo o que Deus sente com relação aos homens e deseja deles.

O CRIADOR DE TODAS AS COISAS

Jo 1:3

Pode parecer-nos estranho que João sublinhe desta maneira a forma em que o mundo foi criado. E pode parecer-nos estranho que relacione a Jesus de maneira tão definida com a obra da criação. Mas se vê obrigado a fazê-lo devido a certa tendência no pensamento de sua época.
No tempo em que João viveu havia uma espécie de heresia denominada gnosticismo. O ponto característico do gnosticismo era que se tratava de um enfoque intelectual e filosófico do cristianismo. Para os gnósticos as crenças simples do cristão comum não eram suficientes. Tentavam construir um sistema filosófico a partir do cristianismo. sentiam-se preocupados com a existência do pecado, o mal, a dor e o sofrimento neste mundo, de maneira que elaboraram uma teoria e uma filosofia para explicá-los.

A teoria era a seguinte. No princípio existiam duas coisas: Deus e a matéria. Os gnósticos sustentavam que a matéria sempre tinha existido. Era a matéria-prima a partir da qual se criou, formou e modelou o mundo. Os gnósticos sustentavam que esta matéria original era defeituosa e imperfeita. Quer dizer que, desde o começo, o material a partir do qual se criou o mundo era imperfeito. Dito de outra maneira, o mundo tinha que começar mau. Era feito de um material que continha os germes do mal e da corrupção. Mas os gnósticos foram ainda mais longe. Deus —sustentavam— é espírito puro, e o espírito puro é tão puro que jamais pode tocar a matéria. Muito menos poderá tocar uma matéria cuja essência é a imperfeição. Portanto, não era possível que Deus tivesse levado a cabo a obra da criação por si mesmo. De maneira que, segundo eles, o que Deus tinha feito era lançar de si mesmo uma série de emanações.
Cada emanação se afastava cada vez mais de Deus. À medida que as emanações se foram afastando de Deus, conheciam cada vez menos a respeito dele. Para a metade da série descendente havia uma emanação que já não sabia nada a respeito de Deus e que era totalmente ignorante sobre Ele. A partir desse estádio as emanações começavam a ser não só ignorantes de Deus, mas também hostis com respeito a Ele. Finalmente, a última emanação da série estava tão longe de Deus que era completamente ignorante e hostil com relação a Ele, e essa emanação foi a força que criou o mundo, porque estava tão longe de Deus que podia tocar esta matéria imperfeita e má. Segundo os gnósticos o Deus criador era um Deus que estava completamente divorciado e em inimizade com o verdadeiro Deus.
Os gnósticos davam um passo mais. Identificavam o Deus criador com o Deus do Antigo Testamento; e sustentavam que o Deus do Antigo Testamento era completamente distinto, ignorante e hostil com relação ao Deus que era o Deus e Pai de Jesus Cristo. Na época de João esta crença estava muito estendida. Os homens acreditavam que o mundo era mau e que tinha sido criado por um Deus mau.

Para combater esses ensinos João estabelece aqui estas duas verdades fundamentais do cristianismo. De fato, a relação de Jesus com a criação se sublinha repetidamente no Novo Testamento, justamente em razão desse pano de fundo de pensamento que divorciava a Deus do mundo em que vivemos. Em Cl 1:16 Paulo escreve: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra . . . Tudo foi criado por meio dele e para ele.” Em 1Co 8:6 escreve sobre o Senhor Jesus Cristo “pelo qual são todas as coisas”. O autor de Hebreus fala do Filho, “pelo qual também fez o universo” (He 1:2).

João e os outros evangelistas que falaram desta maneira estavam sublinhando duas verdades muito importantes.

  1. O cristianismo sempre creu no que se chama criação do nada. Não criam que em sua criação Deus teve que trabalhar com uma matéria estranha e má. Não criam que o mundo tenha começado com uma falha essencial. Não criam que o mundo começou com Deus e alguma outra coisa. Criam que por trás de todas as coisas está Deus e só Deus.
  2. O cristianismo sempre creu que este é o mundo de Deus. De maneira, que, longe de estar tão separado do mundo que não podia ter nada que ver com ele, Deus está intimamente comprometido com ele.

Os gnósticos tratavam de jogar a culpa do mal que existe no mundo a seu criador. O cristianismo acredita que o que anda mal no mundo se deve nada mais que ao pecado do homem. Mas apesar de que o pecado danificou o mundo e impediu que fosse o que poderia ter sido, jamais podemos desdenhá-lo, e jamais podemos odiá-lo, porque este mundo é essencialmente o mundo de Deus. Se crermos nisso adquiriremos um novo sentido do valor do mundo e um novo sentido da responsabilidade para com o mundo.
Há um conto de uma menina que vivia nas ruas suburbanas de uma grande cidade, e a quem levaram para passar um dia no campo. Quando viu as campainhas no bosque, perguntou: "Crê que a Deus se importaria se eu arrancar algumas de suas flores?"

Este mundo é de Deus, devido a isso não há nada que não esteja sob seu controle, e por isso devemos usar todas as coisas lembrando que pertencem a Deus. O cristão não despreza o mundo pensando que um deus ignorante e hostil o criou; aprecia-o ao recordar que em todas partes Deus está sempre por trás do mundo e nele: crê que o Cristo que recria o mundo foi o colaborador de Deus quando o mundo foi criado pela primeira vez, e que, no ato da redenção, Deus está buscando recuperar o que sempre lhe pertenceu.

VIDA E LUZ

Jo 1:4

Em uma peça musical importante o compositor está acostumado a começar estabelecendo os temas que vai desenvolver e elaborar no curso de toda a obra. Isso é o que João faz neste verso. No quarto Evangelho, vida e luz são duas das grandes palavras fundamentais sobre as que está construído todo o Evangelho. São dois dos temas principais que o Evangelho se propõe desenvolver e expor. Analisemo-los em detalhe.

O quarto Evangelho começa e termina com a palavra vida. Aqui, no próprio começo lemos que em Jesus estava a vida; e no final lemos que o objetivo de João ao escrever o Evangelho foi que os homens pudessem crer “que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20:31). Esta palavra está nos lábios de Jesus todo o tempo. Jesus se lamenta de que os homens não se aproximem dele para poder ter vida (Jo 5:40). Afirma que veio para que os homens tenham vida e para que a tenham em abundância (Jo 10:10). Anuncia que dá vida aos homens e que jamais perecerão porque ninguém os arrebatará de sua mão (Jo 10:28). No Evangelho a palavra vida (zoo) aparece mais de trinta e cinco vezes, e o verbo viver ou ter vida (zen) mais de quinze. O que quer dizer João, pois, quando usa a palavra vida?

  1. Simplesmente quer dizer que vida é o contrário de destruição, condenação e morte. Deus enviou seu Filho para "que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16). O homem que ouve e crê tem vida eterna e não entrará em juízo (Jo 5:24). Há um contraste entre a ressurreição para a vida e a ressurreição para a condenação (Jo 5:29). Aqueles a quem Jesus dá vida não perecerão jamais (Jo 10:28). Em Jesus há algo que dá segurança ao homem nesta vida e na outra. Não se pode dizer que vivemos até que não aceitamos a Jesus e o tomamos como nosso Salvador e o coroamos como nosso rei. O homem que vive uma vida sem Cristo existe, mas não sabe o que é a vida. Jesus é a única pessoa que pode transformar a vida em algo que merece ser vivida, e em sua companhia a morte não é mais que o prelúdio de uma vida ainda mais plena.
  2. Mas João está seguro de que, embora Jesus é quem traz esta vida, a origem, o autor e o doador da vida é Deus. Com freqüência emprega a frase o Deus vivo, como de fato o faz toda a Bíblia repetidamente. A vontade do Pai que enviou a Jesus é que quem o veja e nele crê tenha vida (Jo 6:40). Jesus é o doador da vida porque o Pai pôs sobre ele seu selo de aprovação (Jo 6:27). Dá vida a todos os que Deus lhe deu (Jo 17:2). Por trás de tudo está Deus. É como se Deus estivesse dizendo: "Eu criei os homens para que tivessem vida autêntica; mediante seu pecado deixaram que viver e só existem; enviei a meu Filho para que saibam o que é a vida verdadeira".
  3. Devemos nos perguntar o que é esta vida. O quarto Evangelho emprega com freqüência a frase vida eterna. Mais adiante discutiremos todo o significado dessa frase. No momento devemos anotar o seguinte. A palavra que João emprega para eterna é aionios. Agora, seja o que for a vida eterna, não é meramente uma vida que dura para sempre. É evidente que uma vida que durasse para sempre poderia ser uma terrível maldição; muito freqüentemente a única coisa que os homens desejaram é ver-se livres da vida.

Na vida eterna deve haver algo mais que duração; deve haver certa qualidade de vida. A vida não é desejável a menos que se trate de um certo tipo de vida. Aqui temos a chave. Aionios é o adjetivo que se emprega com freqüência para descrever a Deus. No sentido mais exato da palavra, Deus é aionios, eterno; de maneira que a vida eterna é aquela vida que Deus vive. O que nos oferece Jesus de parte de Deus é a mesma vida de Deus. A vida eterna é uma vida que conhece algo da serenidade e o poder de vida do próprio Deus. Quando Jesus precisou oferecer aos homens a vida eterna, Ele os estava convidando a participar da própria vida de Deus.

  1. Como podemos, pois, entrar nessa vida? Entramos nessa vida ao crer em Jesus Cristo. A palavra crer (pisteuein) aparece não menos de setenta vezes no quarto Evangelho. "Quem crê no Filho tem a vida eterna" (Jo 3:36). “Quem crê em mim", diz Jesus, "tem a vida eterna" (Jo 6:47). A vontade de Deus consiste em que os homens vejam o Filho, criam nele e tenham a vida eterna (Jo 5:24).

O que significa para João crer?

  1. Significa que devemos estar convencidos de que Jesus é real e verdadeiramente o Filho de Deus. Quer dizer que devemos nos decidir a respeito de Jesus. Depois de tudo, se Jesus não for mais que um homem, não há nenhuma razão para lhe prestarmos obediência total e implícita que exige. Devemos pensar por nós mesmos quem foi Jesus. Devemos vê-lo, aprender coisas a respeito dele, estudá-lo, pensar nele até que cheguemos à conclusão que não é outro senão o Filho de Deus.
  2. Mas nisto há mais que uma crença intelectual. Crer em Jesus significa tomá-lo pela palavra. Significa aceitar seus mandamentos como algo absolutamente obrigatório, crer sem questionar que o que ele diz é a verdade, agir sob a convicção de que não podemos fazer outra coisa senão obedecer sua palavra. Para o João, a crença consta de três passos. Primeiro, significa a convicção da mente a respeito de que Jesus é o Filho de Deus. Segundo, significa a confiança do coração em que tudo o que Jesus diz é verdade. Terceiro, significa apoiar toda ação da vida na segurança inamovível de que devemos tomar a Jesus ao pé da letra.

Quando chegamos a este ponto deixamos de existir e começamos a viver. Sabemos o que quer dizer a Vida, com maiúscula.

VIDA E LUZ

Jo 1:4 (continuação)

A segunda grande palavra chave do João com que nos defrontamos nesta passagem é a palavra luz. Esta palavra luz aparece não menos de vinte e uma vezes no quarto Evangelho. Jesus, como diz João aqui, é a luz dos homens. A função de João Batista consistia em assinalar aos homens essa luz que estava em Cristo. Em duas ocasiões Jesus se denomina a si mesmo a luz do mundo (Jo 8:12; Jo 9:5). Esta luz pode estar nos homens (Jo 11:10), convertendo-os assim em filhos da luz (Jo 12:36). Disse Jesus: “Eu que sou a luz, vim ao mundo” (Jo 12:46, Trad. Brasileira).

Vejamos se podemos compreender algo desta idéia da luz que Jesus traz para o mundo. Sobressaem-se três pontos:

  1. A luz que Jesus traz é a luz que faz desaparecer o caos. No relato da criação, Deus se movia sobre o abismo escuro e sem forma que existia antes do princípio do mundo, e disse: "Haja luz" (Gn 1:3). A luz recém-criada por Deus, chegando ao caos vazio, eliminou-o. Assim, pois, Jesus era a luz que resplandece nas trevas (Jo 1:5). Jesus é a única pessoa que pode evitar que a vida se converta em um caos. Entregues a nossas próprias forças estamos à mercê de nossas paixões, desejos, temores e medos. Quando Jesus aparece na vida, vem a luz. Um dos temores mais antigos do mundo é o temor à escuridão. A vida está em trevas, cheia de temores sem nome, instintiva, até que vem Jesus.

Há um conto de um menino que devia dormir em uma casa alheia. A proprietária de casa, acreditando ser amável, ofereceu-lhe deixar a luz acesa quando ele fosse para a cama. Com toda cordialidade, ele declinou o oferecimento. "Pensei", disse a proprietária da casa, "que você poderia ter medo da escuridão." "Oh, não", disse o garotinho, "sabe, é a escuridão de Deus".
Com Jesus, a noite é luz ao nosso redor, o mesmo que o dia.

  1. A luz que Jesus traz é uma luz reveladora. A condenação dos homens consiste em que amaram as trevas mais do a luz; e foi assim porque suas ações eram más, e aborreceram a luz para que ela não repreendesse as suas obras (Jo 3:19-20

    É um fato curioso que no quarto Evangelho todas as referências a João Batista são referências pejorativas. Existe uma explicação. João era uma voz profética; a voz profética tinha permanecido em silêncio durante quatrocentos anos, e em João voltou a falar. Parece que havia alguns que se sentiam tão fascinados por João que lhe deram um lugar mais alto do que lhe correspondia. De fato, existem referências sobre uma seita que dava a João o lugar supremo. Achamos um eco de tal seita em Atos 19:3-4.

    Em Éfeso, Paulo se encontrou com um grupo de pessoas que só conheciam o batismo de João. Não se trata de que o quarto Evangelho se propõe a criticar a João Batista ou subestimar sua importância. Simplesmente João sabia que havia algumas pessoas que davam ao Batista um lugar que usurpava o que correspondia ao próprio Jesus.
    Assim, pois, ao longo de todo o quarto Evangelho João cuida de assinalar uma e outra vez que o posto de João Batista na estrutura das coisas era elevado, mas que, entretanto, seguia sendo subordinado ao de Jesus Cristo. Aqui se preocupa em assinalar que João não era essa luz, e sim um mero testemunho da luz (Jo 1:8). Mostra a João negando que ele fosse o Cristo, nem sequer o grande profeta que Moisés tinha prometido (Jo 1:20). Quando os judeus se dirigiram a João e lhe disseram que Jesus tinha começado sua carreira como mestre, certamente esperavam que João se sentisse incomodado. Mas o quarto Evangelho mostra a João negando que lhe pertencia o primeiro lugar, e declarando que ele devia minguar enquanto Jesus devia crescer (Jo 3:25-30

    Quando João escreveu esta passagem tinha em mente duas idéias.
    (1) Estava pensando na época antes de Jesus vir ao mundo em carne. Muito antes de Jesus vir ao mundo em carne, desde o início do tempo, desde que o mundo foi criado, o Logos de Deus, o Verbo de Deus, tinha estado em ação no mundo. No princípio, o dinâmico Verbo criador, de Deus, criou o mundo; e após a Palavra, o Logos, a razão de Deus é a que tem feito com que o mundo seja um todo ordenado e que o homem seja um ser pensante. Para os que tivessem abertos seus sentidos, o Logos, a palavra sempre era visível e reconhecível no universo.

    A Confissão de Fé de Westminster começa dizendo que "as luzes da natureza e as obras da criação e da providência manifestam a sabedoria, a bondade e o poder de Deus de tal maneira que o homem carece de desculpas". Faz muito tempo Paulo disse que as coisas visíveis que há no mundo estão destinadas por Deus a dirigir os pensamentos dos homens para as coisas invisíveis, e que se os homens tivessem olhado o mundo com os olhos abertos e com um coração compreensivo seus pensamentos os teriam levado de modo inevitável ao Criador do mundo (Romanos 1:19-20).

    O mundo sempre foi tal que, se se o olhar na forma correta, conduz as mentes dos homens para Deus. A teologia sempre tem feito uma distinção entre a teologia natural e a teologia revelada. A teologia revelada se ocupa das verdades que nos chegaram diretamente de Deus; por intermédio de seus profetas, das páginas de seu Livro e, fundamentalmente, através de Jesus Cristo. A teologia natural se ocupa das verdades que o homem pode descobrir mediante o exercício de sua própria mente e intelecto no mundo em que vive. De que maneira, então, podemos ver o Verbo, o Logos, a Razão, a Mente de Deus no mundo em que vivemos?

    1. Devemos olhar para fora. Entre os gregos sempre existiu uma idéia fundamental: onde há ordem deve haver uma mente. Quando olhamos ao mundo notamos uma ordem surpreendente. Os planetas mantêm seus cursos. As marés seguem um ritmo. A época da semeadura e da colheita, o inverno e o verão, o dia e a noite chegam em sua ordem. É evidente que na natureza existe uma ordem, e portanto, também é evidente que deve haver uma mente por trás. Mais ainda, essa mente deve ser superior à mente humana, porque consegue resultados que a mente humana jamais pode obter. Ninguém pode converter a noite em dia, ou o dia em noite; ninguém pode fazer uma semente que tenha poder germinativo em seu interior; ninguém pode fazer um ser vivente. De maneira que a mente da natureza é muito superior à mente do homem. Portanto, se no mundo há ordem, deve haver uma mente; e se dentro dessa ordem há coisas que estão mais além do poder da mente do homem, a mente que está por trás da ordem da natureza deve ser uma mente que está muito acima da mente do homem. E assim chegamos diretamente a Deus. Olhar para fora o mundo significa enfrentar-se face a face com o Deus que criou o mundo.
    2. Devemos olhar para cima. De todas as coisas que demonstram a ordem assombrosa do mundo, nenhuma é mais demonstrativa que o movimento desse mundo. A astronomia nos diz que há tantas estrelas como grãos de areia nas praias. Se podemos expressá-lo em termos humanos, pensemos nos problemas de trânsito do céu. E entretanto, os corpos celestes mantêm seus cursos e transitam por seus próprios caminhos.

    Um astrônomo é capaz de predizer com a precisão de um minuto e de um centímetro onde e quando aparecerá um planeta determinado. Pode dizer-nos quando e onde haverá um eclipse de Sol, possivelmente dentro de cem anos, e nos pode dizer quanto tempo vai durar. Afirmou— se que "nenhum astrônomo pode ser ateu". Quando olhamos para cima vemos a Deus.

    1. Devemos olhar para dentro. De onde obtivemos o poder de pensar, raciocinar, conhecer? De onde obtivemos nosso conhecimento do bem e do mal? Por que o homem mais descontrolado e perverso sabe em seu interior que está agindo mal?

    Faz muito tempo Kant afirmou que havia duas coisas que o convenciam a respeito da existência de Deus; o mundo estrelado que tinha acima dele e a lei moral que tinha abaixo. Nós nem nos demos a vida a nós mesmos, nem nos demos a razão que guia e dirige a vida. Devem proceder de algum poder exterior a nós. De onde vêm o remorso, o arrependimento e o sentimento de culpa? Por que alguma vez podemos fazer o que queremos e ficar em paz? Quando olhamos para dentro encontramos o que Marco Aurélio chamou "o Deus interior" e o que Sêneca denominou "o espírito santo que habita em nossas almas". Ninguém pode explicar-se a si mesmo prescindindo de Deus.

    1. Devemos olhar para trás. Froude, o grande historiador, afirmou que toda a história é uma demonstração da lei moral em ação. Os impérios surgem e decaem.

    E a história demonstra que a degeneração moral e o colapso nacional vão de mãos dadas. "Nenhuma nação", disse George Bernard Shaw, "sobreviveu à perda de seus deuses". Toda a história é a demonstração prática, nos atos, de que há um Deus.

    De maneira que, embora Jesus Cristo jamais tivesse vindo em carne a este mundo, os homens teria visto a Palavra, o Logos, a Razão de Deus em ação. Mas, embora a ação do Verbo estava à vista de todos os homens, eles jamais a reconheceram.

    NÃO RECONHECIDO

    João 1:10-11 (continuação)

    (2) Por último, a Palavra criadora e diretriz de Deus veio a este mundo sob a forma do homem Jesus. João diz que a Palavra veio “para o que era seu” e que seu próprio povo não a recebeu.

    O que quer dizer com isso?
    O que João quer dizer é que quando a Palavra de Deus veio a este mundo, não veio a Roma ou a Grécia ou ao Egito ou aos 1mpérios orientais. Veio à Palestina. E Palestina era de maneira especial a terra de Deus, e os judeus eram de maneira especial o povo de Deus. A terra da Palestina e a nação dos judeus pertenciam a Deus em uma forma em que não lhe pertencia nenhum outro povo do mundo.

    Os nomes que o Antigo Testamento emprega para designar a terra e o povo o demonstram. A Palestina é freqüentemente chamada a Terra Santa (Zc 2:12; 2 Macabeus Jo 1:7; Sabedoria Jo 12:3). É chamada a terra de Deus; Deus se refere a ela como sua terra (Os 9:3; Jr 2:7; Jr 16:18; Lv 25:23). O povo judeu Ele o chama o especial tesouro de Deus (Ex 19:5; Sl 135:4). Os judeus são o povo escolhido (Dt 14:2; Dt 26:18). São chamados a porção de Jeová (Dt 32:9).

    Quando Jesus veio Ele o fez a uma terra que era de maneira especial a terra de Deus e a um povo que era em forma peculiar o povo de Deus. Uma nação que deveria tê-lo recebido de braços abertos; todas as portas deveriam ter estado abertas; deveriam tê-lo recebido como a um viajante que retorna ao lar; ou, mais ainda, como a um rei que volta para sua própria terra ... e o rechaçaram. Receberam-no com ódio e não com adoração.

    Eis aqui a tragédia de um povo que estava preparado para cumprir uma tarefa e logo a rechaça. Nesta vida pode dar-se o caso de pais que economizam, fazem planos e se sacrificam para dar a seu filho ou filha uma oportunidade na vida, para preparar a esse filho ou filha para uma tarefa ou oportunidade em especial, e quando chega o momento, aquele em cujo benefício se fizeram tantos sacrifícios se nega a aceitar a oportunidade, ou fracassa em forma estrepitosa quando se defronta com o desafio. É uma verdadeira tragédia. E isso foi o que aconteceu a Deus.
    Seria muito errôneo pensar que Deus só preparou o povo judeu. Deus prepara a cada homem, mulher e criança neste mundo para alguma tarefa que lhes reservou.
    Certo novelista escreve sobre uma menina que se negava a tocar as coisas sujas. Quando lhe perguntavam por que, respondia: "Algum dia me vou encontrar com algo bom e quero estar preparada". Mas o que é trágico é que haja tanta gente que rechaça a tarefa que Deus lhes atribuiu. Dito de outra maneira —que fica mais clara— são muito poucos os que chegam a ser o que podem chegar a ser. Isso pode dever— se à ociosidade e a abulia, pode ser, por acanhamento e covardia, por falta de disciplina ou por estar comprometidos em interesses menores e caminhos laterais. O mundo está cheio de pessoas que jamais realizaram as possibilidades que possuem.
    Não temos por que pensar na tarefa que Deus nos atribuiu em termos de algum ato heróico ou alguma grande façanha da qual se inteirarão todos os homens. Pode tratar-se de preparar a um menino para a vida; pode tratar-se de pronunciar em um momento dado a palavra correta e exercer essa influência que evitará que alguém arruíne sua vida; pode consistir em fazer algum trabalho menor particularmente bem; pode consistir em fazer algo que afetará as vistas de muitos através de nossas mãos, nossas vozes ou nossas mentes. O fato é que Deus nos está preparando para algo através de todas as experiências da vida; e apesar disso há tantos que rechaçam a tarefa que lhes é apresentada, e que jamais se dão conta de que a estão rechaçando.

    A simples frase: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”, contém toda a tragédia do mundo. Aconteceu a Jesus faz muito tempo, e continua acontecendo em nossos dias.

    FILHOS DE DEUS

    João 1:12-13

    Nem todos rechaçaram a Jesus quando Ele veio; houve alguns que o receberam e lhe deram as boas-vindas, e a eles Jesus deu o direito de converter-se em filhos de Deus.
    Há um sentido em que o homem não é naturalmente filho de Deus. Um sentido no qual deve converter-se em filho de Deus. Podemos pensá-lo em termos humanos, porque são os únicos termos em que somos capazes de pensar.

    Há duas classes de filhos. Há o filho que jamais faz nada mais que usar sua casa. Durante toda sua juventude toma tudo o que seu lar lhe oferece e não dá nada em troca. Seu pai pode trabalhar e fazer sacrifícios para lhe dar uma oportunidade na vida, e ele toma como se se tratasse de um direito, e jamais se dá conta do que está tomando nem faz esforço algum por merecê-lo ou devolvê-lo. Quando vai embora de casa, não tenta manter-se em contato com seus pais. O lar cumpriu seu propósito e ele já não tem nada que ver com ele. Não toma consciência de nenhum laço que se deva manter nem de dívidas que deva pagar. Esse filho é o filho de seu pai; deve-lhe sua existência; deve-lhe o que é; mas entre ele e seu pai não existe nenhum laço de amor, intimidade ou união. O pai deu todo seu amor; mas o filho não deu nada em troca.
    Por outro lado há o filho que durante toda sua vida tem presente o que seu pai fez e continua fazendo por ele. Aproveita cada oportunidade para demonstrar seu agradecimento buscando ser o filho que seu pai deseja; à medida que passam os anos se vai aproximando cada vez mais ao pai, a relação entre o pai e o filho se converte em uma relação de camaradagem e amizade. Mesmo que vá embora de sua casa, subsiste o vínculo que os une e continua sendo consciente de uma dívida que jamais poderá pagar.
    No primeiro caso o filho se afasta cada vez mais do pai; na segunda a aproximação é cada vez maior. Ambos os som filhos, mas seu caráter de tais é muito distinto. O segundo se converteu em filho em uma forma que o primeiro jamais chegou a ser.
    Podemos ilustrar este tipo de relação desde outra esfera, embora semelhante. A um professor famoso foi mencionado o nome de um jovem que afirmava ter sido aluno dele. O homem mais velho respondeu: "Pode ser que tenha assistido a minhas classes, mas não foi um de meus estudantes". Há uma diferença enorme entre sentar-se nas classes de um professor e ser um de seus alunos. Pode haver contato sem comunhão; pode haver relação sem camaradagem. Todos os homens são filhos de Deus no sentido de que todos devem sua criação e a conservação de sua vida a Deus; mas só alguns homens se convertem em filhos de Deus na verdadeira profundidade e intimidade da autêntica relação entre pai e filho.

    João afirma que os homens só podem entrar nessa relação verdadeira e autêntica através de Jesus Cristo. Quando João diz que não procede de sangue está empregando o pensamento judaico, porque os judeus consideravam que um filho físico nascia da união da semente do pai com o sangue da mãe. Este caráter de filho não procede de nenhum impulso ou desejo humano, nem de nenhum ato da vontade humana;

    procede inteiramente de Deus. Não podemos nos tornar filhos de Deus por nossos próprios meios; devemos entrar em uma relação que Deus nos oferece. Ninguém pode entrar jamais na amizade de Deus por sua própria vontade e suas forças; há um enorme abismo entre o humano e o divino. O homem só pode desfrutar da amizade de Deus quando Deus mesmo abre o caminho.

    Mais uma vez, pensemos em termos humanos. Um plebeu não pode aproximar-se de um rei para oferecer-lhe sua amizade; se ela tiver que existir deve depender exclusivamente da aproximação por parte do rei. O mesmo acontece com Deus e nós. Não podemos entrar em uma relação de amizade com Deus por nossa própria vontade ou méritos, visto que nós somos homens e Deus é Deus. Só podemos participar dessa amizade quando Deus, em sua graça absolutamente imerecida, condescende em seu amor, a abrir o caminho para si mesmo.

    Mas isto tem um lado humano. O homem deve apropriar o que Deus oferece. Um pai humano pode oferecer seu amor, seu conselho, sua amizade a seu filho e este pode rechaçá-lo e preferir tomar seu próprio caminho. O mesmo acontece com Deus. Oferece-nos o direito a nos converter em seus filhos, mas não temos obrigação de aceitar esse direito.

    Nós o aceitamos quando cremos no nome de Jesus Cristo. O que significa isso? O pensamento e a língua hebraica tinham uma forma de usar a expressão o nome que para nós é estranha. Ao falar do nome o pensamento judeu não se referia tanto no nome que se usava para chamar uma pessoa, como à sua natureza na medida em que se mostrava e era conhecida.

    No Sl 9:10, por exemplo, o salmista diz: “Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome”. É evidente que não significa que quem sabe que o nome de Deus é-Jeová serão os que confiarão nele. Quer dizer que quem conhece a personalidade de Deus, sua natureza, como Ele é, estarão dispostos e desejosos de confiar nele para todas as coisas. No Sl 20:7, o salmista diz: “Uns confiam em carros, outros, em cavalos;

    nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus”. É evidente que não se gloriarão de que Deus é chamado Jeová. Quer dizer que alguns depositam sua confiança em ajudas humanas, mas nós depositaremos nossa confiança em Deus porque sabemos como Ele é.

    Confiar no nome de Jesus, então, significa confiar no que Jesus é. Jesus era a personificação da generosidade, do amor, da amabilidade e do serviço. A grande doutrina central de João é que em Jesus vemos a própria mente de Deus, da atitude de Deus para os homens. Se crerem nisso, também crêem que Deus é como Jesus, tão amoroso e generoso como foi Jesus. Crer no nome de Jesus significa crer que Deus é como Jesus; e só quando crêem isso podemos nos submeter a Deus e nos converter em seus filhos. A menos que vermos em Jesus como é Deus, jamais nos atreveremos a nos considerar capazes de nos converter em filhos de Deus. O que é Jesus é o que nos abre a porta à oportunidade de nos converter em filhos de Deus.

    O VERBO SE FEZ CARNE

    Jo 1:14

    Estas palavras encerram a razão de ser do quarto Evangelho. João pensou e falou sobre o Verbo de Deus, esse Verbo poderoso, dinâmico, criador que foi agente e causa da criação, esse Verbo que guia, dirige, controla e põe ordem no mundo e a mente no homem. Tratava-se de idéias que eram conhecidas e comuns tanto entre os judeus como entre os gregos. Agora diz a coisa mais surpreendente e incrível que pôde haver dito. Diz com a maior naturalidade: "Esse Verbo que criou o mundo, essa Razão que controla a ordem do mundo, converteu-se em uma pessoa e o vimos com nossos próprios olhos". A palavra que emprega João para ver este Verbo é theasthai; esta palavra aparece no Novo Testamento mais de vinte vezes e sempre é usada para indicar a visão física. Não se trata de uma visão espiritual que se vê com o olho da alma ou da mente. João declara que este Verbo veio ao mundo na forma de um homem e que foi visto por olhos humanos. Diz: "Se querem ver como é esse Verbo criador, essa Razão dominante olhem a Jesus de Nazaré".

    Aqui é onde João se afasta de todo o pensamento que o tinha precedido. Este foi o elemento completamente novo que João trouxe ao mundo grego para o qual escrevia. Muito tempo depois Agostinho diria que em seus dias pré-cristãos tinha lido e estudado os grandes filósofos pagãos e suas obras, e que tinha lido muitas coisas, mas que jamais tinha lido que o Verbo foi feito carne. Para um grego isto era o impossível. O que nenhum grego pôde ter sonhado jamais é que Deus pudesse tomar um corpo. Para o grego o corpo era algo mau, uma prisão em que estava presa a alma, uma tumba na qual estava confinado o espírito. Plutarco, o velho sábio grego, nem sequer acreditava que Deus pudesse controlar os eventos deste mundo em forma direta; devia fazê-lo mediante enviados e intermediários, porque, segundo sua opinião não era menos que blasfemo envolver a Deus nos assuntos do mundo. Filo jamais poderia tê-lo dito. Ele disse: "A vida de Deus não desceu a nós; nem chegou até as necessidades do corpo".
    O grande imperador romano estóico, Marco Aurélio, desprezava o corpo em comparação com o espírito. "Portanto desprezem a carne, sangue e ossos e uma rede, um retorcido molho de nervos e veias e artérias". "A composição de todo o corpo está sujeita à corrupção". Aqui estava o pasmoso elemento novo: que Deus podia e de fato se convertia em uma pessoa humana, que Deus podia vir a esta vida que nós vivemos, que a eternidade podia aparecer no tempo, que de algum modo o Criador podia aparecer na criação de maneira tal que os olhos dos homens podiam vê-lo.
    Esta concepção de Deus em forma humana é tão assombrosamente nova e desconhecida que não deve nos surpreender que dentro da mesma Igreja houvesse quem não cresse nela. O que diz João é que o Verbo se tornou sarx. Agora, sarx é a mesma palavra que Paulo emprega uma e outra vez para descrever o que ele chamava a carne, a natureza humana, com todas suas debilidades e toda sua disposição ao pecado. A simples idéia de tomar esta palavra e aplicá-la ao Verbo, a Deus, era algo diante da qual suas mentes titubeavam. De maneira que dentro da Igreja surgiu um grupo de pessoas chamado docetistas. Dokein é a palavra grega para parecer ser. Essas pessoas sustentavam que em realidade Jesus não era mais que um fantasma, uma aparência, que seu corpo humano não era um corpo real, que não era mais que um espírito que caminhava como um fantasma, que em realidade não podia sentir fome ou cansaço, tristeza ou dor, que de fato era um espírito sem corpo sob a forma aparente de um homem. João se ocupou desta gente de maneira muito mais direta em sua primeira Epístola. “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo” (I João 4:2-3). É certo que esta heresia surgiu de uma espécie de reverência equivocada. Surgiu do espírito que temia dizer que Jesus era verdadeiro, real e completamente humano. Segundo a opinião de João, tratava-se de um espírito que contradizia todo o evangelho cristão.

    Bem pode ser que freqüentemente, em nosso afã em conservar o fato de que Jesus era completamente Deus, tendamos a nos esquecer do fato de que era completamente homem. O Verbo se fez carne. Possivelmente aqui, mais que em qualquer outro lugar do Novo Testamento, encontramos a gloriosa proclamação da humanidade de Jesus em toda sua plenitude. Em Jesus vemos o Verbo criador de Deus, a Razão controladora de Deus, assumindo a humanidade. Em Jesus vemos a Deus vivendo a vida tal como Deus a teria vivido se tivesse sido um homem. Embora não pudéssemos dizer nada mais sobre Jesus, poderíamos afirmar que nos mostra como Deus teria vivido esta vida que nós temos que viver.

    O VERBO SE FEZ CARNE

    Jo 1:14 (continuação)

    Poderia afirmar-se que este é o versículo mais importante de todo o Novo Testamento; de maneira que devemos lhe dedicar muito tempo para poder desfrutar de suas riquezas.

    Já vimos que João tem certas palavras fundamentais, que rondam por sua mente e dominam seu pensamento e são os temas a partir dos quais elabora toda a sua mensagem.

    Aqui temos outras três dessas palavras.

    1. A primeira é a palavra graça. Esta palavra graça sempre consta de duas idéias básicas.
    2. Sempre implica a idéia de algo completamente imerecido. Sempre implica a idéia de algo que nunca poderíamos ter obtido ou ganho ou obtido ou alcançado por nosso próprio esforço. O fato de que Deus tenha vindo à Terra para viver e morrer pelos homens não é algo que a humanidade merecesse; é um ato de puro amor da parte de Deus. A palavra graça acentua ao mesmo tempo a total pobreza do homem e a bondade ilimitada do amor de Deus.
    3. Sempre implica a idéia de beleza. Em grego moderno essa palavra significa encanto. Em Jesus vemos a absoluta formosura de Deus. Os homens tinham pensado em Deus em termos de poder, majestade, força e juízo. Tinham pensado no poder de Deus que podia desfazer toda oposição e vencer toda rebeldia; mas em Jesus os homens se encontram com o caráter amoroso do amor de Deus.
    4. A segunda é a palavra verdade. Esta palavra verdade é uma das notas dominantes no quarto Evangelho. À medida que avancemos na leitura do Evangelho nos encontraremos com ela freqüentemente. Aqui só podemos reunir em forma breve e superficial tudo o que João pode dizer sobre Jesus e a verdade.
    5. Jesus é a encarnação da verdade. Disse: "Eu sou a verdade" (Jo 14:6). Para ver a verdade devemos olhar a Jesus. Eis aqui algo imensamente precioso para toda mente e alma singela. Há pouca gente que pode compreender idéias abstratas. A maior parte das pessoas pensa em imagens, não em abstrações. Podemos pensar e discutir pelo resto de nossos dias e é muito provável que não nos aproximemos nem um ápice a uma definição da beleza. Mas podemos apontar uma pessoa bela, podemos dizer que isso é a beleza, e se esclarece toda a questão. Desde que os homens começaram a pensar sobre Deus tentaram definir com exatidão quem e o que é Deus mas suas mentes diminutas não se aproximam no mais mínimo a uma definição. Mas podemos deixar de pensar, e olhar a Jesus Cristo e dizer: "Assim é Deus". Jesus não precisou falar aos homens a respeito de Deus; precisou mostrar aos homens como é Deus, de maneira que a mente mais simples pudesse conhecer a Deus com tanta intimidade como a mente do maior dos filósofos.
    6. Jesus é quem comunica a verdade. Jesus disse a seus discípulos que se permaneciam com ele conheceriam a verdade (Jo 8:31). A Pilatos disse que o propósito de sua vinda a este mundo era dar testemunho da verdade (Jo 18:37). Os homens estão dispostos a seguir a um professor ou pregador que realmente possa guiá-los neste complicado trabalho de pensar e viver. Jesus é o que converte as coisas que estão em sombras em algo claro; é quem, nas muitas encruzilhadas da vida, nos indica qual é o caminho correto; quem, nos momentos de tomar decisões, nos ajuda a escolher bem; quem, em meio das muitas vozes que exigem nossa obediência nos diz o que devemos acreditar.
    7. Mesmo tendo partido desta Terra em seu corpo, Jesus nos deixou seu Espírito para nos dizer qual é a verdade e para nos guiar à verdade. Seu Espírito é o Espírito de verdade (Jo 14:17; Jo 15:26; Jo 16:13). Jesus não nos deixou só um livro de instruções e um conjunto de ensinos. Não temos necessidade de indagar em um texto ininteligível para descobrir o que temos que fazer. Ainda hoje, podemos lhe perguntar o que devemos fazer, porque seu Espírito está conosco em cada passo que damos pelo caminho de Deus.
    8. A verdade é aquilo que nos faz livres (Jo 8:32). Na verdade sempre há certa qualidade libertadora. Um menino está acostumado a adquirir idéias estranhas, equivocadas a respeito das coisas quando pensa por sua própria conta. E muito freqüentemente sente temor. Um homem pode temer que está doente; vai ao médico, e embora o veredicto seja mau, pelo menos se sente livre dos temores difusos que o atormentavam. A verdade que nos traz Jesus nos liberta do afastamento de Deus; nos liberta da frustração na vida; nos liberta de nossos próprios temores e debilidades e fracassos. Jesus Cristo é o maior libertador da Terra.
    9. A verdade pode ofender. Procuraram matar a Jesus porque lhes disse a verdade (Jo 8:40). A verdade pode muito bem condenar a um homem; pode lhe mostrar o quão equivocado está. "A verdade", diziam os cínicos, "pode ser como a luz aos olhos doentes". Os cínicos afirmavam que o professor que jamais incomodava a ninguém, tampouco fazia bem a ninguém. Mas fica um fato concreto: os homens podem fechar seus olhos e mentes à verdade; podem matar o homem que lhes diz a verdade, mas a verdade permanece. Ninguém jamais conseguiu destruir a verdade negando-se a escutar a voz que a pronunciava. E, no final, a verdade o alcançará.
    10. A verdade pode não ser crida (Jo 8:45). Há duas razões principais pelas quais os homens não creram na verdade. Podem não crer nela porque é muito bela para ser certa; ou podem não crer nela porque estão tão atados a suas meias verdades que se negam a separar-se delas. Em muitos casos as meias verdades são os piores inimigos das verdades totais.
    11. A verdade não é algo abstrato; é algo que terá que fazer (Jo 3:21). A verdade é algo que se deve conhecer com a mente, aceitar com o coração e pôr em prática na vida.

    O VERBO SE FEZ CARNE

    Jo 1:14 (continuação)

    Este é um dos versículos das Escrituras ao qual se poderia dedicar toda uma vida de estudo e reflexão sem chegar a esgotar seu significado. Devemos, pois, examiná-lo mais uma vez. Já vimos duas das grandes palavras temáticas que se encontram nele; agora devemos examinar a terceira, a palavra glória. Uma e outra vez João emprega a palavra glória, em relação com o Jesus Cristo. Primeiro analisaremos o que diz João a respeito da glória de Cristo, e logo passaremos a ver se podemos compreender ao menos uma pequena parte do que quer dizer.

    1. A vida de Jesus Cristo foi uma manifestação de glória. Quando fez o milagre da água e o vinho em Cã da Galiléia, João diz que manifestou sua glória (Jo 2:11). Ver a Jesus e experimentar seu poder e seu amor era penetrar em uma glória nova.
    2. A glória que manifesta é a glória de Deus. Não é dos homens de quem recebe a glória (Jo 5:41). Não procura sua própria glória, e sim a glória daquele que o enviou (Jo 7:18). É seu Pai quem o glorifica (Jo 8:50, Jo 8:54). É a glória de Deus a que Marta verá na ressurreição do Lázaro (Jo 11:4). A ressurreição de Lázaro é para a glória de Deus, para que o Filho seja glorificado por ela (Jo 11:4). A glória que estava em Jesus, que o rodeava através dele, que agia nele, é a glória de Deus.
    3. E entretanto, essa glória era algo que pertencia somente a ele. No final roga que Deus o glorifique com a glória que tinha antes que o mundo existisse (Jo 17:5). Não brilha com luz alheia; sua glória é sua e por direito próprio.
    4. Transmitiu a seus discípulos a glória que lhe pertence. Deu-lhes a glória que Deus lhe deu (Jo 17:22). É como se Jesus participasse da glória de Deus e o discípulo participasse da glória de Cristo. Seria como dizer que a vinda de Cristo é a chegada da glória de Deus aos homens.

    Agora, o que quer dizer João com tudo isto? Para responder a esta pergunta devemos nos dirigir ao Antigo Testamento. O judeu amava a idéia da Shekinah. A Shekinah significa aquilo que habita; e é a palavra que se emprega para designar a presença visível de Deus entre os homens. Vez após vez no Antigo Testamento nos deparamos com a idéia de que houve épocas em que a glória de Deus era visível entre os homens. No deserto, antes da vinda do maná, os filhos de Israel “olharam para o deserto, e eis que a glória do SENHOR apareceu na nuvem” (Ex 16:10). Antes de ser feita a entrega dos Dez Mandamentos, “a glória do SENHOR pousou sobre o monte Sinai” (Ex 24:16). Quando o tabernáculo acabou de ser construído e equipado, “a glória do SENHOR encheu o tabernáculo” (Ex 40:34). Quando se dedicou o templo de Salomão os sacerdotes não puderam entrar para ministrar “porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR” (1Rs 8:11). Quando Isaías teve sua visão no Templo, ouviu cantar o coro de anjos que "toda a terra está cheia de sua glória" (Is 6:3). Em seu êxtase, Ezequiel viu "a semelhança da glória de Jeová" (Ez 1:28). No Antigo Testamento a glória do Senhor vinha em momentos em que Deus estava muito perto.

    A glória do Senhor quer dizer simplesmente a presença de Deus. João emprega uma ilustração cotidiana.
    Um pai dá a seu filho mais velho sua própria autoridade, sua própria honra. O herdeiro do trono, o herdeiro do rei, seu filho mas velho, é investido com toda a glória real de seu pai. O mesmo aconteceu com Jesus. Quando Jesus veio à terra os homens viram nele o esplendor de Deus, e no centro desse esplendor há amor. Quando Jesus veio à terra os homens viram nele a maravilha de Deus, e a maravilha era amor. Quando veio Jesus os homens viram que a glória de Deus e o amor de Deus eram uma e a mesma coisa. A glória de Deus não é a glória de um despótico tirano oriental, mas sim esse esplendor do amor perante o qual nos prostramos, não em terror abjeto, e sim perdidos em assombro, amor e louvor.

    A INESGOTÁVEL PLENITUDE

    João 1:15-17

    Já vimos que o quarto Evangelho foi escrito em uma situação em que era necessário assegurar-se de que João Batista não ocupasse uma posição muito exagerada no pensamento dos homens. De maneira que João começa esta passagem com uma frase de João Batista em que outorga o primeiro e único lugar a Jesus.
    João o Batista diz a respeito de Jesus: “O que vem depois de mim é antes de mim.” Esta frase pode significar mais de uma coisa.

    1. Jesus era, em realidade, seis meses mais novo que João e João pode estar dizendo com toda simplicidade: "Alguém que é mais novo que eu ficou na minha frente."
    2. João pode estar dizendo: "Eu saí a campo antes que Jesus; ocupei o centro da cena antes que ele; antes que ele aparecesse, eu já estava trabalhando; mas tudo o que fazia era preparar o caminho para sua vinda; eu não era mais que a vanguarda do exército principal e o arauto do rei."
    3. Pode ser que João tenha estado pensando em termos muito mais profundos que isso. Pode ter estado pensando não em termos de tempo, mas sim de eternidade. Pode estar pensando e recordando que Jesus era o que tinha existido antes de que o mundo existisse, e com quem não se pode comparar nenhuma figura humana. Pode ser que estas três idéias tenham estado presentes na mente do João. Não foi João quem exagerou sua própria posição; tratava-se de um engano que tinham cometido alguns de seus seguidores. Para João, o lugar principal pertencia a Jesus Cristo.

    Esta passagem passa a afirmar três coisas a respeito de Jesus.

    1. De sua plenitude todos nos beneficiamos. A palavra que emprega João para dizer plenitude é uma palavra muito importante: pleroma, e significa a soma total de tudo o que se encontra em Deus. Trata-se de uma palavra que Paulo emprega com freqüência. Em

    Cl 1:19 diz que em Cristo habita toda pleroma. Em Cl 2:9 diz que em Cristo habita toda a pleroma da deidade em forma corporal. Queria dizer que em Cristo habitava a totalidade da sabedoria, do poder e do amor de Deus. Justamente por isso Jesus é inesgotável.

    Um homem pode dirigir-se a Jesus com qualquer necessidade e vê— la satisfeita. Um homem pode dirigir-se a Jesus com qualquer ideal e vê— lo realizado. Em Jesus, o homem que ama a beleza encontrará a beleza suprema. Em Jesus, o homem para quem a vida é a busca do conhecimento encontrará a revelação suprema. Em Jesus, o homem que necessita coragem encontrará o modelo e o segredo da valentia. Em Jesus, o homem que sente que não pode enfrentar com a vida encontrará o Mestre da vida e a força para viver. Em Jesus, o homem que é consciente de seu pecado encontrará o perdão de seu pecado e o poder para ser bom. Em Jesus, a pleroma, a plenitude de Deus, tudo o que está em Deus, o que Westcott denominou "a fonte da vida divina", converte— se em algo acessível ao homem.

    1. Dele recebemos graça sobre graça. Literalmente, em grego significa graça em lugar de graça. O que significa esta frase estranha?

    (a) Pode querer dizer que em Cristo encontramos uma maravilha que conduz a outra.
    Certa vez um dos antigos missionários se aproximou a um dos velhos reis de certa região. O rei lhe perguntou o que podia esperar se se convertia em cristão. O missionário respondeu: "Você encontrará uma maravilha sobre outra e cada uma delas será certa."
    Às vezes, quando viajamos por uma rota muito solitária, uma paisagem sucede à outro. Diante de cada vista pensamos que nada poderia ser mais bonito e depois de uma curva nos deparamos com uma beleza nova e superior à anterior.
    Quando um homem se dedica a estudar algum tema importante, tal como a música, a poesia ou a arte, nunca o esgota. Sempre há novas experiências de beleza à sua espera. O mesmo acontece com Cristo.

    Quanto mais sabemos sobre Ele, mais maravilhoso o encontramos. Quanto mais tempo vivemos com Ele, mais amor descobrimos. Quanto mais pensamos sobre Ele e com Ele mais amplo se faz o horizonte da verdade. Esta frase pode ser a forma que escolheu João para expressar o caráter ilimitado de Cristo. Pode ser sua forma de dizer que o homem que permanece com Cristo encontrará novas maravilhas em sua alma iluminando a sua mente e prendendo o seu coração dia a dia.

    (b) Pode ser que devamos tomar esta expressão ao pé da letra. Em Cristo encontramos graça em lugar de graça. As diferentes idades e as diferentes situações da vida exigem um tipo de graça distinto. Necessitamos uma graça nos dias de prosperidade e outra nos dias da adversidade. Necessitamos uma graça nos dias luminosos da juventude e outra quando as sombras da idade começam a cair sobre a vida. A Igreja necessita uma graça nos tempos de perseguição e outra quando a aceitou. Necessitamos um tipo de graça quando sentimos que estamos por cima de todas as coisas e outro tipo de graça quando nos sentimos deprimidos e descoroçoados e à beira do desespero. Necessitamos um tipo de graça para carregar nossa carga e outro para carregar as cargas do próximo. Necessitamos uma graça quando estamos seguros das coisas e outra quando sentimos que já não fica nada seguro no mundo.

    Esta graça de Deus nunca é algo estático, mas algo dinâmico. Nunca deixa de estar à altura da situação. Uma necessidade entra na vida e junto com ela chega uma graça. Passa essa necessidade e nos assalta outra e com ela vem outra graça. Ao longo de toda a vida sempre estamos recebendo graça em lugar de graça, porque a graça de Cristo é triunfalmente adequada para satisfazer cada situação que se apresenta.

    1. A Lei veio através de Moisés, mas a graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo. Na forma antiga de vida, esta estava governada pela Lei. O homem tinha que fazer algo determinado, gostasse ou não, conhecessem ou não a razão para agir dessa maneira; mas depois da vinda de Cristo já não procuramos obedecer a Lei de Deus como escravos; procuramos responder ao amor de Deus como filhos. Através de Jesus Cristo, Deus o legislador se tornou o Deus Pai, Deus o Juiz se tornou o Deus que ama as almas dos homens.

    A REVELAÇÃO DE DEUS

    Jo 1:18

    Quando João diz que nenhum homem jamais viu a Deus qualquer pessoa do mundo antigo concordaria em tudo com ele. No mundo antigo os homens se sentiam fascinados, deprimidos e frustrados pelo que consideravam a distância infinita e a absoluta incognoscibilidade de Deus. No Antigo Testamento Deus é representado dizendo a Moisés: “Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.” (Ex 33:20). Quando Deus lembra o povo da entrega da Lei, diz: “A voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes aparência nenhuma”. Nenhuma pessoa do Antigo Testamento teria pensado que era possível ver a Deus.

    Os grandes pensadores gregos sustentavam exatamente a mesma opinião. Xenofonte havia dito. "A conjetura é sobre tudo." Platão havia dito: "O homem e Deus nunca se podem encontrar." Celso se tinha rido pela forma em que os cristãos chamavam a Deus de Pai porque "Deus sempre está além de todas as coisas". No melhor dos casos, dizia Apuleyo, os homens podem vislumbrar uma faísca de Deus, tal como um raio ilumina uma noite escura: um milésimo de segundo de iluminação e logo a escuridão absoluta. Como disse Glover: "Algo que fosse Deus, estava muito longe de estar ao alcance do comum dos homens."
    Pode ser que tenha havido momentos muito raros de êxtase em que os homens experimentavam uma fagulha do que chamavam "o Ser absoluto", mas os homens comuns eram prisioneiros da ignorância e da fantasia. Ninguém se oporia a João quando disse que nenhum homem jamais viu a Deus.
    Mas João não se detém aqui; passa a fazer a afirmação surpreendente e reveladora de que Jesus revelou por completo como é

    Deus. O que chegou aos homens é o que J. H. Bernard chama "a exibição ao mundo de Deus em Cristo". Aqui volta a ressoar a chave do evangelho de João: "Se querem ver como é Deus, olhem para Jesus Cristo."

    Por que será que Jesus pode nascer o que nenhum outro jamais fez? Onde reside seu poder de revelar Deus aos homens? João diz três coisas a respeito de Jesus.

    1. Jesus é único. A palavra grega é monogenes, que as versões correntes traduzem por unigênito. É verdade que este é o significado literal de monogenes; mas muito antes desta época tinha perdido seu significado puramente físico e tinha adquirido dois sentidos especiais. Tinha chegado a significar único e especialmente amado. É evidente que um filho único possui um lugar único e um amor único no coração de seu pai. De maneira que esta palavra chegou a expressar o caráter de único antes de qualquer outra coisa. No Novo Testamento está presente a convicção de que Jesus é único, que não existe nenhum outro como Ele, que pode fazer pelos homens o que nenhum outro pode fazer. Ele é o único que pode trazer Deus aos homens e levar os homens a Deus.
    2. Jesus é Deus. Aqui nos encontramos com a mesma frase que vimos no primeiro versículo do capítulo. Isto não quer dizer que Jesus é idêntico a Deus; o que significa é que em mentalidade, em caráter e em ser Jesus é um com Deus. Neste caso seria melhor que pensássemos que quer dizer que Jesus é divino. Vê-lo é ver como é Deus.
    3. Jesus está no seio do Pai. Estar no seio de alguém é uma frase hebraica mediante a qual se expressa a maior intimidade possível na vida humana. A emprega ao referir-se a uma mãe e seu filho; a um marido e sua esposa. Um homem fala da esposa de seu seio (Is 62:5; Ct 4:8); ele a emprega ao referir-se a dois amigos que estão em completa comunhão mútua. Quando João empregou esta frase ao referir-se a Jesus, quis dizer que entre Jesus e Deus há uma intimidade completa, total e ininterrupta devido ao fato de que Jesus é tão íntimo com Deus, é um com ele, e pode revelá-lo aos homens.

    Em Jesus Cristo o Deus distante, incognoscível, invisível, inalcançável chegou aos homens; e Deus já não pode voltar a ser um estranho para nós.

    O TESTEMUNHO DE JOAO

    João 1:19-28

    Com esta passagem João dá começo à parte narrativa de seu Evangelho. No prólogo mostrou o que pensa fazer; escreve seu Evangelho para demonstrar que Jesus é a Mente, a Razão, o Verbo de Deus que veio a este mundo na forma de uma pessoa humana. Uma vez estabelecida sua idéia central, começa a história da vida de Jesus.
    Ninguém é tão cuidadoso com os detalhes do tempo como João. A partir desta passagem e até Jo 2:11, relata passo a passo a primeira semana da vida pública de Jesus. Os eventos do primeiro dia estão em Jo 1:19-28 (continuação)

    Os emissários da ortodoxia podiam pensar em três coisas que João poderia pretender ser:

    1. Perguntaram-lhe se era o Messias. Os judeus esperavam, e esperam até hoje, a chegada do Messias. Todo povo cativo espera a seu libertador. Os judeus se consideravam o povo eleito de Deus; não tinham dúvida de que mais cedo ou mais tarde Deus interviria para salvar a seu povo. Não havia uma idéia única sobre o Messias. Alguns esperavam a alguém que traria a paz a toda a Terra. Alguns esperavam a alguém que trouxesse o reino da justiça. A maioria esperava a alguém que seria um grande líder nacional e guiaria os exércitos dos judeus na conquista do mundo inteiro. Alguns esperavam uma personalidade sobrenatural vinda diretamente de Deus. Em maior número eram os que esperavam um príncipe que surgiria da casa de Davi. Era comum surgirem pretendentes messiânicos que provocavam rebeliões. A época em que Jesus viveu era uma de grande excitação. Era natural que perguntassem a João se pretendia ser o Messias; mas João negava por completo esta pretensão; entretanto em sua negativa insinuava algo. Em grego, a palavra eu se acentua segundo a posição que ocupe dentro da frase. É como se João houvesse dito: "Eu não sou o Messias, mas, se vocês soubessem, o Messias está aqui".
    2. Perguntaram-lhe se era Elias. Os judeus criam que, antes da chegada do Messias, Elias viria como arauto de sua vinda e para preparar o mundo para recebê-lo. Elias viria, de maneira especial, para resolver todas as disputas. Ele deixaria estabelecido que coisas e que gente eram puras e os quais eram os impuros; os que eram judeus e os que não eram; viria para reunir as famílias que se distanciaram. Era tão profunda sua crença neste fato que a lei tradicional dizia que o dinheiro e propriedades que estivessem em disputa, ou algo que se achasse e não se conhecesse o dono, deviam esperar "até que venha Elias". A convicção de que Elias viria antes do Messias retroage até Ml 4:5. Inclusive se cria que Elias ungiria o Messias para seu ofício real, tal como se ungia os reis, e que ressuscitaria os mortos para que compartilhassem o novo reino; mas João negava que qualquer honra deste tipo lhe pertencesse.
    3. Perguntaram-lhe se ele era o profeta esperado e prometido. Às vezes se acreditava que Isaías e, em especial, Jeremias, voltariam quando o Messias chegasse. Mas em realidade se trata de uma referência à segurança que Moisés deu ao povo em Dt 18:15: “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás.” Era uma promessa que nenhum judeu esquecia. Esperavam o surgimento do profeta que seria o maior de todos os profetas, e desejavam sua vinda, o profeta que seria o

    Profeta por excelência. Porém mais uma vez João negou que essa honra lhe pertencesse.

    Então lhe perguntaram quem era: sua resposta foi que não era mais que uma voz que rogava aos homens que preparassem o caminho para o Rei. A citação é de Is 40:3. Todos os Evangelhos citam este texto que fala de João (Mc 1:3; Mt 3:3; Lc 3:4). A idéia que está por trás é a seguinte. Os caminhos do oriente não estavam nivelados nem melhorados. Não eram mais que caminhos. Quando um rei se preparava para visitar uma província, ou quando um conquistador se propunha a percorrer seus domínios, arrumavam-se e endireitavam os caminhos e os punham em boas condições. O que João quis dizer foi isto: "Eu não sou ninguém; só sou uma voz que lhes diz que se preparem para a chegada do Rei". Dizia: "Preparem-se, porque o Rei está a caminho".

    João era o que deveria ser todo verdadeiro mestre e pregador: só era uma voz, alguém que apontava para o Rei. A última coisa que pretendia que os homens fizessem era que olhassem a ele; queria que se esquecessem dele e só vissem o Rei.

    Mas os fariseus se intrigavam com um detalhe. Que direito tinha João de batizar? Se tivesse sido o Messias, ou até Elias ou o profeta, poderia ter batizado. Isaías tinha escrito: “Assim borrifará muitas nações” (Is 52:15, TB.). Ezequiel havia dito: “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados” (Ez 36:25). Zacarias havia dito: “Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado e contra a impureza” (Zc 13:1). Mas por que teria João que batizar? E havia algo que o fazia ainda mais estranho. O batismo de mãos dos homens não era para os israelitas. Batizava-se aos prosélitos, pessoas que provinham de outras crenças. Um israelita nunca era batizado; ele já pertencia a Deus; não precisava ser lavado; mas os gentios que vinham de crenças pagãs deviam ser lavados no batismo. João estava levando as israelitas a fazer o que só os gentios deviam fazer. Estava sugerindo que o povo escolhido devia ser purificado. Isso era exatamente o que acreditava João. Mas não deu uma resposta direta.

    Disse: "Eu só batizo com água; mas em meio de vós há um — a quem vós não reconhecem — do qual eu não sou digno de desatar a correia de seu calçado". João não poderia haver-se atribuído uma tarefa mais doméstica. Desatar a correia do calçado era algo que faziam os escravos. Um dito rabínico afirmava que um discípulo podia fazer para seu professor algo que fizesse um serviçal, exceto desatar os sapatos. Era um serviço muito baixo para que até um discípulo o fizesse. O que João dizia, pois, era: "Vem um de quem não sou digno de ser escravo". Devemos inferir que a esta altura já tinha tido lugar o batismo de Jesus no qual João o havia reconhecido. De maneira que aqui João volta a dizer o mesmo: "Vem o Rei. E, para sua vinda, devem limpar tanto como qualquer gentio. Preparem-se para a entrada do Rei na história".

    A função de João se limitava a ser quem preparava o caminho. Qualquer grandeza que possuísse provinha da grandeza daquele cuja vinda anunciava. João é o grande exemplo do homem que está disposto a desaparecer para que se possa ver a Cristo. A seu entender, ele não era mais que um dedo que apontava a Cristo. Deus nos conceda a graça de nos esquecer de nós mesmos e lembrar só de Cristo.

    O CORDEIRO DE DEUS

    João 1:29-31

    Aqui chegamos ao segundo dia desta semana transcendental na vida de Jesus. A esta altura já tinham passado seu batismo e as tentações, e estava disposto a pôr mãos à obra para cuja execução tinha vindo ao mundo. E mais uma vez o quarto Evangelho mostra a João rendendo tributo espontâneo a Jesus. Designa-o com esse tremendo título que chegou a estar entretecido na mesma linguagem da devoção, o Cordeiro de Deus. No que estava pensando e o que tinha em memore João quando empregou esse título? Há pelo menos quatro imagens que podem contribuir em algo a este respeito.

    1. Pode ser que João tenha estado pensando no cordeiro pascual. A festa da Páscoa não estava muito longe (Jo 2:13). Há uma libertação que só podemos obter através de Jesus Cristo.
    2. João era filho de um sacerdote. Sem dúvida conhecia todo o ritual do templo e seus sacrifícios. Agora, cada manhã e cada tarde da vida inteira se sacrificava no templo um cordeiro pelos pecados do povo (Êxodo 29:38-42). Durante todo o tempo que o templo existiu ofereceu— se este sacrifício. Inclusive quando as pessoas morriam de fome durante a guerra ou os cercos, jamais deixaram de oferecer o cordeiro até que no ano 70 o templo foi destruído. Pode ser que João esteja dizendo: "No templo se oferece um cordeiro cada noite e cada manhã pelos pecados do povo; mas o único sacrifício que pode libertar os homens do pecado está neste Jesus".
    3. Há duas grandes imagens do cordeiro nos profetas. Jeremias escreve: “Eu era como manso cordeiro, que é levado ao matadouro” (Jr 11:19). E Isaías tem a grande imagem daquele que foi levado "como cordeiro ao matadouro" (Is 53:7). Estes dois grandes profetas tiveram a visão de alguém que redimiria o seu povo mediante seus sofrimentos e seu sacrifício, aceitos com humildade e amor. Possivelmente o que diz João seja: "Seus profetas sonharam com aquele que amaria, sofreria e morreria por seu povo; eis aqui que chegou". Não resta dúvida que mais adiante a imagem de Isaías 53 veio a ser para a Igreja em uma das profecias mais preciosas de todo o Antigo Testamento a respeito de Jesus. Possivelmente João Batista foi o primeiro em dar-se conta disso.
    4. Mas há uma quarta imagem que seria muito conhecida dos judeus embora seja algo completamente estranho para nós. Na época que transcorreu entre o Antigo e o Novo Testamento aconteceram as grandes lutas em que os macabeus lutaram, morreram e venceram. Nesses tempos, o cordeiro, especialmente o cordeiro com chifres, era o símbolo de um grande conquistador. Assim é como se descreve a Judas Macabeu, e também a Samuel e Davi e Salomão. O cordeiro —por mais estranho que nos seja — representava o que conquistava em nome do Deus. Pode ser que não se trate de uma imagem de humilde e impotente debilidade, mas sim de uma imagem de vitoriosa majestade e poder. Jesus era o cavaleiro de Deus que lutou contra o pecado e o dominou, que venceu e aboliu o pecado em combate singular.

    Esta frase, o Cordeiro do Deus, é simplesmente maravilhosa. Obcecava ao autor do Apocalipse que a emprega vinte e nove vezes em seu livro. Converteu-se em um dos títulos mais apreciados para designar a Jesus. Em uma só palavra resume o amor, o sacrifício, o sofrimento e o triunfo de Cristo.

    João diz que não conhecia a Jesus. Mas era parente de Jesus (Lc 1:36), e deve tê-lo conhecido. O que João diz não é que não sabia quem era Jesus, e sim o que era. Nesse momento foi revelado a João que Jesus não era outro senão o Filho do Deus.

    Mais uma vez, João esclarece qual era sua função. Sua única tarefa era guiar os homens para Cristo. Ele não era nada e Cristo era tudo. Não pretendia nenhuma grandeza e nenhum lugar para si; não era mais que o homem que corria o pano de fundo e deixava a Jesus no lugar central do cenário.

    A VINDA DO ESPÍRITO

    João 1:32-34

    Durante o batismo de Jesus tinha ocorrido algo que convenceu a João além de toda dúvida, de que Jesus era o Filho do Deus. Como o viram os pais da Igreja faz muitos séculos, tratava-se de algo que só o olho da alma podia ver. Mas João o viu e se convenceu.

    Na Palestina a pomba era um ave sagrada. Nem a caçava nem a comia. Filo teve sua atenção voltada para a quantidade de pombas que havia no Ascalom, porque estava proibido caçá-las e matá-las, e, além disso, estavam domesticadas. Em Gn 1:2 lemos sobre o Espírito criador que se movia sobre a face das águas. Os rabinos costumavam relatar que o Espírito do Deus se movia e voava como uma pomba por cima do antigo caos enquanto lhe insuflava ordem e beleza. A imagem da pomba era algo que os judeus conheciam e amavam.

    Foi durante o batismo quando o Espírito desceu sobre Jesus com seu poder. Mas devemos lembrar que, para esta época, ainda não tinha surgido a doutrina cristã sobre o Espírito. Devemos aguardar até os últimos capítulos de João e até Pentecostes para vê-la surgir. Quando João Batista fala do Espírito que desce sobre Jesus, deve estar pensando em termos judaicos.

    Qual era, então, a idéia que tinham os judeus sobre o Espírito?
    A palavra hebraica para designar o Espírito é ruach, que significa vento. Para a mentalidade judaica sempre havia três idéias básicas sobre o Espírito. O Espírito era poder, como o poder de um vento muito forte; o Espírito era vida, o próprio coração e a alma e a essência da vida, a própria dinâmica da existência do homem; o Espírito era Deus; o poder e a vida do Espírito estavam além do lucro e o alcance meramente humanos. A vinda do Espírito à vida de um homem era a vinda de Deus.

    Sobretudo, o Espírito era quem dominava e inspirava os profetas. “Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado” (Mq 3:8). Deus fala com o Isaías de “O meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca” (Is 59:21). “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas” (Is 61:1). “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo ... Porei dentro de vós o meu Espírito” (Ezequiel 36:26-27).

    Podemos dizer que o Espírito de Deus fazia três coisas para o homem sobre quem ele vinha. Em primeiro lugar, trazia aos homens a verdade de Deus. Em segundo lugar, dava aos homens o poder de reconhecer essa verdade quando a viam. Em terceiro lugar, dava-lhes a habilidade e a coragem de pregar essa verdade aos homens. Para o judeu, o Espírito era Deus que descia à vida de um homem.
    Agora, no momento do batismo o Espírito desceu sobre Jesus em forma única. E o fez de maneira diferente a como jamais o fez com nenhum outro homem. A maioria das pessoas vivem o que poderíamos denominar experiências espasmódicas do Espírito. Têm seus momentos de iluminação momentânea, de poder extraordinário, de coragem sobre-humana. Mas estes momentos vêm e vão. Mas em duas oportunidades (versículos 32:33) João sublinha de maneira especial que o Espírito permaneceu, morou e habitou em Jesus. Não se tratava de uma inspiração momentânea. Em Jesus o Espírito ocupou sua morada permanente de maneira unívoca. E essa é outra forma de dizer que a Mente e o Poder do Deus estão em Jesus em forma unívoca.

    Aqui podemos aprender muito do que significa a palavra batismo. O verbo grego baptizein significa imergir ou inundar. Pode-se empregar quando se fala de roupa que se imerge em uma tintura; ou de um barco que se afunda atrás das ondas; ou de uma pessoa que tomou tanto que está empapado em bebida. Quando João diz que Jesus batizará os homens no Espírito Santo, quer dizer que Jesus nos pode trazer o

    Espírito de Deus de maneira tal que nos empapemos nele, que a vida esteja transpassada por ele, que estejamos saturados do Espírito do Deus, que nossa mente, nossa vida, nosso ser estejam alagados do Espírito do Deus.

    Agora, o que significava este batismo para João? O batismo do próprio João significava duas coisas.

    1. Significava limpar. Significava que se lavava a um homem das impurezas que nele havia.
    2. Significava dedicação. Significava que entrava em uma vida nova, diferente e melhor. Mas o batismo de Jesus era um batismo do Espírito. Quando lembramos a concepção que os judeus tinham do Espírito, podemos dizer algumas coisas.

    Quando o Espírito toma posse de um homem ocorrem determinadas coisas.

    1. Sua vida se ilumina. O conhecimento de Deus vem à sua mente. Vê com clareza a vontade do Deus. Sabe qual é o propósito de Deus, o que significa a vida, onde está o dever. Algo da sabedoria e da luz de Deus chegaram até ele.
    2. Sua vida se tonifica. O conhecimento sem poder é algo frustrante e obsessivo. Mas o Espírito não só nos dá conhecimento para saber o que é o correto, mas também força e poder para levá-lo a cabo. O Espírito nos proporciona uma triunfante adequação para encarar a vida.
    3. Sua vida se purifica. O batismo de Cristo com o Espírito seria um batismo de fogo (Mt 3:11; Lc 3:16). A escória das coisas más, a mescla das coisas inferiores, a influência de tudo que é baixo, são limpas e queimadas, até que o homem fica limpo e puro.

    Com muita freqüência, nossas orações ao Espírito são uma espécie de formalidade teológica e litúrgica; mas quando conhecemos aquilo pelo qual oramos, nossas orações ao Espírito se convertem em um clamor desesperado do coração humano.

    OS PRIMEIROS DISCÍPULOS

    João 1:35-39

    Jamais houve uma passagem das Escrituras mais plena que esta com pequenos toques reveladores.
    Mais uma vez vemos a João Batista apontando além de si mesmo. Deve ter sabido muito bem que falar com seus discípulos sobre Jesus desta maneira significava convidá-los a abandoná-lo e transferir sua lealdade a este novo e grande mestre; e isso foi o que ele fez. Não havia nenhum tipo de inveja em João. Tinha chegado a ligar aos homens, não a si mesmo, e sim a Cristo. Não há tarefa mais difícil que passar ao segundo lugar uma vez que se desfrutou do primeiro. Mas uma vez que Jesus tinha aparecido em cena, João não teve outro pensamento senão enviar os homens a Ele.
    De maneira que os dois discípulos de João seguiram a Jesus. Pode ser que fossem muito tímidos para aproximar-se dele de maneira direta e que o seguissem a certa distância, com o major dos respeitos. E então Jesus fez algo que era e é uma atitude que lhe é próprio. Voltou-se e lhes falou. Quer dizer, encontrou-os na metade do caminho. Tornou-lhes as coisas mais fáceis. Abriu-lhes a porta para que pudessem entrar. Aqui nos encontramos com o símbolo da iniciativa divina. Sempre é Deus quem dá o primeiro passo. Quando a mente humana começa a procurar e o coração humano começa a desejar, Deus sai a nosso encontro muito mais que a metade do caminho. Deus não permite que um homem procure e procure até que o encontre; sai a encontrar a esse homem. Como diz Agostinho, nem sequer teríamos podido começar a procurar a Deus se Deus não nos tivesse encontrado antes. Quando nos dirigimos a Deus não vamos ao encontro de alguém que se esconde e se mantém a certa distância; nos dirigimos a alguém que nos está esperando e que inclusive toma a iniciativa ao sair a nos encontrar no caminho.
    Jesus começou por fazer a estes dois homens a pergunta mais fundamental da vida. "O que vocês procuram?" perguntou-lhes. Era

    muito pertinente fazer essa pergunta na Palestina nos tempos de Jesus. Eram legalistas que só procuravam conversações sutis e recônditas a respeito dos pequenos detalhes da Lei, como faziam os escribas e fariseus? Eram oportunistas ambiciosos que procuravam um posto e poder, como faziam os saduceus? Eram nacionalistas, que procuravam um demagogo político e um caudilho militar que derrotasse a potência que estava ocupando seu país, como faziam os zelotes? Eram homens humildes, de oração e esperança, que procuravam a Deus e sua vontade, como faziam os mansos da Terra? Ou não eram mais que homens intrigados e confundidos pecadores que procuravam uma luz no caminho da vida, e o perdão de Deus?

    Far-nos-ia muito bem se de vez em quando, no curso de nossa vida, nos perguntássemos: "O que estou procurando? Que quero tirar da vida? Qual é minha finalidade e meu objetivo? Sinceramente, o que é o que, no âmago de meu coração, estou realmente querendo tirar da vida?
    Alguns procuram segurança. Queriam obter uma posição segura, a suficiente quantidade de dinheiro para satisfazer as necessidades da vida e algo mais para economizar para a velhice, uma segurança material que os alivie da preocupação essencial sobre as coisas materiais. Não é um mau objetivo, mas é inferior, e algo inadequado como finalidade da vida inteira; porque, em última análise, não pode haver nenhuma segurança na incerteza das mudanças e os azares desta vida.

    Há alguns que procuram o que eles denominariam uma carreira, de poder, importância, prestígio, um posto que se adapte à capacidade e habilidade que acreditam possuir, uma oportunidade para levar a cabo o trabalho que se crêem capazes de fazer. Este tampouco é um mau objetivo. Pode sê-lo se está dirigido por razões de ambição pessoal; mas se está motivado por razões de serviço a nosso próximo pode ser um objetivo superior. Mas não é suficiente, visto que seu horizonte está limitado pelo tempo e por este mundo.

    Alguns procuram certo tipo de paz, algo que lhes permita viver em paz consigo mesmos, em paz com Deus e em paz com os homens. Trata— se da busca de Deus; e é um objetivo que só pode ser satisfeito por Jesus Cristo.

    A resposta dos discípulos de João foi que queriam saber onde Jesus morava. Chamaram-no Rabi, uma palavra hebraica que cujo significado literal é Meu grande homem. Era o título de reverência e respeito que outorgavam os estudantes e pesquisadores de sabedoria a seus mestres e aos homens sábios. João, que escreveu o Evangelho, escrevia para os gregos. Sabia que não reconheceriam a palavra hebraica, de maneira que a traduziu pela palavra grega didaskalos, que significa mestre. Não era uma simples curiosidade o que empurrou a estes dois a formular esta pergunta. O que gostariam de dizer foi que não desejavam falar com Jesus com o passar do caminho, ao passar, como algum conhecido casual poderia deter-se e trocar algumas palavras. Queriam entrar e permanecer muito tempo com Ele, e falar de seus problemas e preocupações. O homem que deseja tornar-se um discípulo de Jesus nunca pode sentir-se satisfeito com uma palavra ao passar com Jesus. Quer encontrar-se com Jesus, não como um conhecido de passagem, mas sim como um amigo na própria casa de Jesus.

    A resposta de Jesus foi: "Venham e vejam!" Os rabis judeus tinham uma forma muito especial de empregar essa frase em seus ensinos. Diziam por exemplo: "Querem conhecer a resposta a esta pergunta? Querem conhecer a solução para este problema? Venham e vejam, e pensaremos juntos". Quando Jesus disse: "Venham e vejam!" estava convidando a esses dois, não só a ir e conversar, e sim a ir e descobrir as coisas que só ele era capaz de lhes revelar.

    De maneira que João, que escreveu o Evangelho, termina o parágrafo desta maneira: "Era como a décima hora". Pode ser que o termine assim porque ele mesmo era um desses dois. Podia dizer que hora era, e apontar a própria pedra do caminho sobre a que estava parado quando se encontrou com Jesus. Às quatro de uma tarde da primavera na Galiléia, a vida se converteu em algo novo para João. Quando um homem se encontra autenticamente com Jesus não se esquecerá nunca mais do dia e da hora como tampouco esqueceria a data de seu nascimento. Ele assinala a linha divisória entre a época em que não conhecia a Jesus e o momento em que chegou a conhecê-lo.

    COMPARTILHANDO A GLÓRIA

    João 1:40-42

    As versões comuns dizem que André "achou primeiro a seu irmão Simão", apoiando-se em alguns manuscritos gregos que trazem a palavra proton, que significa primeiro. Em outros manuscritos aparece proi, que significa cedo pela manhã. A nosso entender, a segunda versão se encaixa mais ao relato ao considerar este evento da passagem como desenvolvendo-se ao dia seguinte. Vimos que João nos apresenta o relato da primeira semana de importância na vida de Jesus, e essa relato fica mais adequado se considerarmos que André encontra a Pedro no dia seguinte.

    Mais uma vez, nesta passagem, João explica uma palavra hebraica para ajudar os gregos, a quem escrevia, a compreender melhor. Messias e Cristo são a mesma palavra. Messias é hebraico e Cristo é grego; ambos significam ungido. No mundo antigo, tal como em alguns países nesta época, ungia-se os reis com azeite no momento de sua coroação. E tanto Messias como Cristo significam o Rei ungido por Deus.

    Não temos muita informação sobre André, mas o pouca que sabemos mostra seu caráter de modo perfeito. André é uma das personalidades mais atraentes do grupo de apóstolos. Tem duas atitudes sobressalentes.
    (1) André se destacava por ser o tipo de homem que estava disposto a ocupar o segundo lugar. Uma e outra vez se identifica André como o irmão de Simão Pedro. É evidente que vivia sob a sombra de Pedro. Algumas pessoas poderiam não saber quem era André, mas todos conheciam a Pedro; e quando falavam de André o descreviam como o irmão de Pedro. André não formava parte do círculo íntimo de discípulos. Quando Jesus curou a filha de Jairo, quando foi ao Monte da Transfiguração, quando passou pela tentação no Getsêmani, levou consigo a Pedro, Tiago e João. André facilmente se teria ofendido por isso. Acaso não tinha sido um dos dois primeiros discípulos que seguiram a Jesus? Acaso Pedro não devia a ele seu encontro com Jesus? Não poderia razoavelmente esperar e exigir um lugar privilegiado no grupo apostólico? Mas tudo isto jamais ocorreu a André. Sentia-se muito satisfeito correndo para atrás e deixando que seu irmão mais famoso recebesse todo o brilho. Sentia-se muito satisfeito desempenhando um papel humilde e modesto no grupo dos Doze. Para André, toda questão de precedência, lugar e honras carecia de importância. Tudo o que importava era estar com Jesus e servi-lo como pudesse. André é o santo padroeiro de todos aqueles que com humildade, lealdade e sem remorsos ocupam um segundo lugar.

    (2) André se caracteriza por ser o homem que sempre estava apresentando alguém a Jesus. Em apenas três ocasiões no relato do Evangelho se localiza o André no centro do cenário. Há este incidente, no qual apresenta Pedro a Jesus. Há o incidente em João 6:8-9 em que André apresentou a Jesus o menino que tinha cinco pães de cevada e dois pãezinhos. E está a ocasião do Jo 12:22, em que André apresenta a Jesus os gregos que perguntavam por ele. A grande alegria de André era levar a outros diante da presença de Jesus. Destaca-se como o homem cujo único desejo era compartilhar a glória. É o homem de coração missionário. Tendo encontrado a amizade de Jesus, passou tudo o resto de sua vida apresentando outros a essa amizade. André é nosso grande exemplo de alguém que não podia guardar Jesus para si.

    Quando André levou a Pedro perante a presença de Jesus, este o olhou. A palavra que se emprega para esse olhar é emblepein. Esta palavra descreve um olhar concentrado, profundo. Significa o olhar que não se limita a ver as coisas superficiais que aparecem no exterior, mas sim que lê dentro do coração. Quando Jesus viu a Simão, tal como era chamado então, disse-lhe: "Seu nome é Simão; mas te chamarás Cefas, que significa rocha".

    No mundo antigo quase todos tinham dois nomes. O grego era o idioma universal nesse mundo, e quase todos tinham um nome em seu próprio idioma, pelo que os conhecia entre seus amigos e familiares, e um nome em grego, com o que os conhecia no mundo dos negócios e do comércio. Às vezes, um dos nomes era a tradução do outro. Pedro é a palavra grega que significa rocha e Cefas é a palavra aramaica que significa o mesmo; Tomé é a palavra aramaica e Dídimo a palavra grega que significa gêmeo; Tabita é a palavra aramaica e Dorcas a grega com a que se denomina uma gazela. Às vezes, escolhia-se o nome grego porque seu som se assemelhava ao nome aramaico. Um judeu chamado Eliaquim ou Abel em seu próprio idioma se chamaria Alcimo ou Apeles em grego. De maneira que Pedro e Cefas não são nomes diferentes; são o mesmo nome em distintos idiomas.

    Muito freqüentemente, no Antigo Testamento, uma mudança de nome assinalava uma nova relação com o Deus. Por exemplo, Jacó se converteu em Israel (Gn 32:28), e Abrão se converteu em Abraão (Gn 17:5) quando entraram em uma nova relação com o Deus. Quando alguém entra em um novo tipo de relação com Deus, é como se a vida voltasse a começar e ele se convertesse em um homem novo, de maneira que necessita um nome novo.

    Mas o maior deste relato é que nos diz como Jesus olha aos homens. Jesus não só vê o que é um homem; mas também aquilo no que se pode converter. Não vê somente o atual no homem, mas também suas possibilidades. Jesus olhou a Pedro e viu nele, não só um pescador da Galiléia, viu alguém em cujo interior estava a possibilidade de converter— se na rocha sobre a qual se edificaria sua Igreja. Jesus não só nos vê como somos, mas sim como podemos ser; e nos diz: "Dê-me sua vida, e o converterei naquilo que está em você poder chegar a ser".

    Conta-se que em uma ocasião alguém encontrou a Miguel Ângelo, trabalhando com seu cinzel em uma parte de rocha sem forma.

    Perguntou ao escultor o que estava fazendo. "Liberto o anjo que está preso neste mármore", respondeu. Jesus é aquele que vê e que pode libertar o herói que está oculto em cada homem.

    A RENDIÇÃO DE NATANAEL

    João 1:43-51

    A esta altura do relato Jesus abandonou o Sul e se dirigiu ao norte, para a Galiléia. Aí, possivelmente em Cã mesmo, encontrou e chamou Filipe. Filipe, assim como André, não podia guardar para si as boas novas. Como disse Godet: "Uma tocha acesa serve para acender outra". De maneira que Filipe foi em busca de seu amigo Natanael e lhe disse que cria ter encontrado o Messias prometido durante tanto tempo, em Jesus, o homem de Nazaré. Natanael se riu. Não havia nada no Antigo Testamento que predissera que o escolhido de Deus viria de Nazaré. Nazaré era um lugar muito pouco conspícuo. O próprio Natanael provinha de Caná, outra cidade da Galiléia, e nas regiões rurais a rivalidade entre uma cidade e outra, e a inveja entre os povos é muito notória. A reação de Natanael foi afirmar que Nazaré não era o tipo de lugar de onde pudesse vir nada de bom. Filipe foi sábio. Não discutiu. Limitou-se a dizer: "Vêem e vê!"
    Não há muitas pessoas que foram ganhas para o cristianismo com discussões. Mais de uma vez nossos argumentos fazem mais mal que bem. A única forma de convencer a alguém a respeito da supremacia de Cristo é confrontá-lo com ele. Em geral, é válido afirmar que o que ganhou homens a Cristo não é a pregação e ensino filosófico e apoiado em discussões, mas sim a apresentação do relato da cruz.
    Conta-se que, para fins do século dezenove, Huxley, o grande agnóstico, formava parte de um grupo que estava passando uns dias em uma casa de campo. Chegou no domingo, e a maioria dos membros do grupo se preparou para ir à igreja; mas, como é natural, Huxley não se propunha ir. Aproximou-se de um homem que era conhecido por sua fé cristã simples e radiante. Disse-lhe: "Suponhamos que hoje você não vá à igreja, que fique em casa e me diga com toda simplicidade o que a fé cristã significa para você e por que é cristão". "Mas", disse o homem, "você poderia demolir meus argumentos em um instante. Não sou o suficientemente inteligente para discutir com você". Huxley respondeu com amabilidade: "Não quero discutir com você; só quero que me diga o que este Cristo significa para você". O homem ficou na casa e falou com o Huxley com toda simplicidade a respeito de sua fé. Quando terminou os olhos do grande agnóstico estavam cheios de lágrimas: "Daria minha mão direita", disse, "para poder acreditar isso".
    Não foi uma argumentação brilhante o que chegou ao coração do Huxley. Poderia ter rebatido com a maior eficácia e certeza qualquer argumento que aquele cristão simples poderia lhe apresentar. O que conquistou seu coração foi essa apresentação singela de Cristo. O melhor argumento consiste em dizer às pessoas: "Venham e vejam!" Mas o problema é que nós mesmos devemos conhecer a Cristo antes de poder convidar outros a aproximar-se dele. O único evangelista autêntico é aquele que conhece ele próprio Cristo.

    De maneira que Natanael se aproximou, e Jesus pôde ler seu coração. "Eis aqui", disse Jesus, "um verdadeiro israelita, em quem não há engano". Era uma honra que qualquer israelita devoto agradeceria. O salmista disse: “Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade” (Sl 32:2). “Nunca fez injustiça” disse o profeta sobre o servo do Senhor, “nem houve engano na sua boca.” (Is 53:9). Natanael se sentiu surpreso de que alguém pudesse pronunciar um veredicto como esse quando recém o conhecia, e perguntou como Jesus podia conhecê-lo. Jesus lhe disse que já o tinha visto debaixo da figueira.

    Que significado tem isto? No pensamento judaico uma figueira sempre representava a paz. Sua idéia de paz era quando um homem podia permanecer debaixo de sua própria figueira e sua própria vinha sem que o incomodassem (comp. 1Rs 4:25; Mq 4:4). Mais ainda, a figueira era frondosa e dava muita sombra e era costume sentar— se a meditar sob o amparo de seus ramos. Sem dúvida, isso era o que tinha estado fazendo Natanael. E sem dúvida nenhuma, enquanto estava debaixo da figueira pensava e orava pelo dia em que chegaria o escolhido de Deus. Não cabe dúvida que tinha meditado a respeito das promessas de Deus. E agora sentia que Jesus tinha lido até o mais profundo de seu coração. O que surpreendeu a Natanael não foi tanto que Jesus o tivesse visto debaixo da figueira, e sim o fato de que Jesus tivesse lido os pensamentos que estavam no mais recôndito de seu coração. De maneira que Natanael disse a si mesmo: "Aqui está o homem que entende meus sonhos! Aqui está o homem que sabe de minhas preces! Aqui está o homem que viu meus desejos mais secretos e íntimos, desejos que jamais me animei a expressar em palavras! Aqui está o homem que pode traduzir o suspiro inarticulado de minha alma! Este deve ser o Filho do Deus, o prometido ungido de Deus e nenhum outro". Natanael se rendeu para sempre ao homem que lia e compreendia e satisfazia os desejos de seu coração.

    Pode ser que Jesus tenha sorrido. Citou a velha história de Jacó em Betel onde viu a escada de ouro que conduzia ao céu (Gên. 28:12-13). Era como se Jesus dissesse: "Natanael posso fazer muito mais que ler seu coração. Posso ser para você e para todos os homens, o caminho, a escada que conduz ao céu". Mediante Jesus e só por Jesus, podem as almas dos homens subir a escada que leva a céu.

    Esta passagem nos expõe um problema. Quem era Natanael? No quarto Evangelho é um dos primeiros discípulos; nos outros três Evangelhos nunca aparece absolutamente; nem sequer é mencionado. Que explicação pode ser dada a isto? Sugeriu-se mais de uma.

    1. Sugeriu-se que Natanael não é um personagem real. Que é uma figura ideal e simboliza a todos os reais e autênticos israelitas que rompiam as limitações do orgulho e o preconceito nacionalista e se entregavam a Jesus Cristo. Sugere-se que Natanael não é um único indivíduo, mas representa a todos os verdadeiros israelitas em quem não havia engano e que receberam a Jesus Cristo.
    2. Sobre a mesma base, sugeriu-se que representa ou a Paulo, ou ao discípulo amado a quem se menciona ao longo de todo o quarto Evangelho. Paulo era o grande exemplo do israelita que tinha aceito a Cristo. O discípulo amado era o discípulo ideal. Mais uma vez se supõe que Natanael representa um ideal; que é um arquétipo e não uma pessoa. Se esta fosse a única vez que se menciona a Natanael, se poderia aceitar esta hipótese; mas Natanael volta a aparecer em Jo 21:2 e ali não é apresentado como um ideal
    3. Foi identificado com Mateus, porque tanto Mateus como Natanael querem dizer o dom de Deus. Já vimos que nesses tempos a maioria das pessoas tinha dois nomes; mas nesse caso um dos nomes era grego e o outro judeu; e neste caso tanto Mateus como Natanael são nomes judeus.
    4. Há uma explicação mais simples. Filipe levou Natanael a Jesus. O nome do Natanael não aparece nunca nos outros três Evangelhos; e no quarto Evangelho não se menciona nunca a Bartolomeu. Em primeiro lugar, na lista dos discípulos que aparece em Mt 10:3 e em Mc 3:18, Filipe e Bartolomeu vão juntos, e resultava natural e inevitável relacioná-los. Em segundo lugar, Bartolomeu é realmente um segundo nome. Significa Filho de Ptolomeu. Bartolomeu deve ter tido um primeiro nome; ao menos é possível supor que Bartolomeu e Natanael sejam a mesma pessoa com nome diferente. Tal hipótese se encaixa aos atos.

    Seja qual for a verdade, não resta dúvida que Natanael representa o israelita cujo coração está limpo de orgulho e preconceito, e que viu em Jesus Aquele que satisfazia o desejo de seu coração a quem esperava e procurava.


Dicionário

Batizar

verbo transitivo direto Religião Conferir o sacramento do batismo a alguém: ninguém sabe quem a batizou; na ausência dos pais, os avós batizaram-na.
Religião Servir de padrinho ou de madrinha a alguém (criança ou adulto).
Abençoar um objeto e, geralmente, dar-lhe uma designação.
[Por analogia] Lançar água ou molhar alguma coisa com; ensopar: batizaram os clientes com cerveja.
Colocar água de modo a adulterar um líquido: batizar o leite.
Começar um leilão dando o primeiro lance.
verbo transitivo direto e transitivo direto predicativo Atribuir nome a alguém no ato do batismo: batizaram-na (de) Maria; ainda não escolhemos como batizá-lo.
Figurado Atribuir nome; nomear ou designar: batizar um barco; a empresa batizou-a (de) Melhor Vendedora.
Etimologia (origem da palavra batizar). Do latim baptizare.

Cristo

Ungido , (hebraico) – Messias.

(Veja o artigo principal em Jesus e Senhor). O nome “Cristo”, quando se refere a Jesus, é usado numerosas vezes no NT. O vocábulo combinado “Jesus Cristo” ocorre apenas cinco vezes nos evangelhos, mas, no restante do NT, torna-se a designação principal usada para o Filho de Deus (127 vezes). Em algumas passagens bíblicas, o termo “Cristo” indica que se tornou pouco mais do que um sobrenome para Jesus. Supor, entretanto, que este nome nunca signifique mais do que isso é perder a maior parte da mensagem do NT sobre o Filho de Deus.


[...] o Mestre, o Modelo, o Redentor.
Referencia: KARDEC, Allan• A prece: conforme o Evangelho segundo o Espiritismo• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

O Cristo [...] é o Redentor do mundo, mas não o único Messias de cujas obras há sido testemunha a Terra. Uma multidão de Espíritos superiores, encarnados entre nós, havia ele de ter por auxiliares na sua missão libertadora. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 24a efusão

Cristo, pedra angular da civilização do porvir. [...]
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 23

[...] arquétipo do Amor Divino [...].
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

[...] modelo, paradigma de salvação.
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

[...] médium de Deus [...].
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 8

Cristo é o mensageiro da Eterna Beleza, gravando, ainda e sempre, poemas de alegria e paz, consolação e esperança nas páginas vivas do coração humano.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mensagem a Hernani

Para nós, calcetas deste mundo, Cristo é a luz Espiritual que nos desvenda a glória da vida superior e nos revela a Paternidade Divina. Em razão disso Ele foi e é a luz dos homens, que resplandece nas trevas da nossa ignorância, para que nos tornemos dignos filhos do Altíssimo.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - A criação da Terra

O Cristo é o candeeiro de ouro puríssimo e perfeito, e esse ouro foi estendido a martelo na cruz, que se tornou o símbolo da nossa redenção. Sua luz é a vida, a alegria e a graça que nos inundam as almas. Façamos do nosso coração um tabernáculo e essa luz brilhará nele eternamente.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] Cristo é o leme nas tempestades emocionais, o ponto de segurança em toda crise da alma.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Ao encontro da paz

[...] Cristo Jesus é e será o alfa e o ômega deste orbe que hospeda a família humana.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Alfa e ômega

Cristo é o Sol Espiritual dos nossos destinos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 1

O Cristo, porém, é a porta da Vida Abundante.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 172

[...] Filho de Deus e emissário da sua glória, seu maior mandamento confirma Moisés, quando recomenda o amor a Deus acima de todas as coisas, de todo o coração e entendimento, acrescentando, no mais formoso decreto divino, que nos amemos uns aos outros, como Ele próprio nos amou. [...] [...] O Cristo é vida, e a salvação que nos trouxe está na sagrada oportunidade da nossa elevação como filhos de Deus, exercendo os seus gloriosos ensinamentos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 5

[...] O Cristo é o amor vivo e permanente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 6

[...] O Cristo é um roteiro para todos, constituindo-se em consolo para os que choram e orientação para as almas criteriosas, chamadas por Deus a contribuir nas santas preocupações do bem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 9

[...] Divino Amigo de cada instante, através de seus imperecíveis ensinamentos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5

O Cristo é o nosso Guia Divino para a conquista santificante do Mais Além...
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Definindo rumos


Cristo V. JESUS CRISTO e MESSIAS.

Cristo Literalmente, ungido. Palavra grega equivalente ao hebraico messias. Aparece 531 vezes no Novo Testamento, das quais 16 estão em Mateus, 7 em Marcos, 12 em Lucas e 19 em João.

Os discípulos de Jesus reconheceram-no como tal (Mc 8:27ss.) e o mesmo aconteceu com muitos de seus contemporâneos judeus. A razão de tal comportamento provém, primeiramente, da autoconsciência de messianidade de Jesus e de tê-la transmitido às pessoas que o rodeavam.

As fontes ressaltam igualmente que tanto as palavras de Jesus como suas ações denotam que ele tinha essa pretensão: reinterpretar a Lei (Mt 5:22.28.32.34 etc.); designar seus seguidores como os do Cristo (Mt 10:42); distinguir-se como o verdadeiro Cristo entre os falsos (Mc 13:6; Mt 24:5); aplicar a si mesmo títulos messiânicos (Mc 10:45 etc.); a insistência no cumprimento das profecias messiânicas (Lc 4:16-30; Mt 11:2-6 etc.); a entrada triunfal em Jerusalém; virar as mesas no Templo; a inauguração da Nova Aliança na Última Ceia etc.

Não é estranho, por isso, ser executado pelos romanos por essa acusação. Deve-se ainda ressaltar que sua visão messiânica não era violenta, mas se identificava com a do Servo sofredor de Isaías 53, razão pela qual refutou outras interpretações da missão do messias (Jo 6:15), que os discípulos mais próximos apresentavam (Mt 16:21-28; Lc 22:23-30).

O termo ficou associado de forma tão estreita ao nome de Jesus, que é usado como uma espécie de nome pessoal e daí procede o popular termo Jesus Cristo.

J. Klausner, o. c.; D. Flusser, o. c.; O. Cullmann, Christology of the New Testament, Londres 1975; R. P. Casey, “The Earliest Christologies” no Journal of Theological Studies, 9, 1958; K. Rahner e W. Thüsing, Cristología, Madri 1975; César Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; m. Gourgues, Jesús ante su pasión y muerte, Estella 61995; E. “Cahiers Evangile”, Jesús, Estella 41993.


substantivo masculino Designação somente atribuída a Jesus que significa ungido, consagrado; deve-se usar com as iniciais maiúsculas.
Por Extensão A representação de Jesus Cristo na cruz, crucificado.
Uso Informal. Quem sofre muitas injustiças ou maus-tratos.
Antes de Cristo. a.C. Designação do que ocorreu antes da era cristã.
Depois de Cristo. d.C. Designação do que ocorreu após a era cristã.
Ser o cristo. Uso Popular. Sofrer com os erros de outra pessoa: sempre fui o cristo lá de casa!
Etimologia (origem da palavra cristo). Do grego khristós.é.on.

Elias

1. Veja Elias, o profeta.


2. Um dos filhos de Jeroão e líder de clã. Era benjamita e vivia em Jerusalém (1Cr 8:27).


3. Descendente de Harim, um dos que, ao invés de desposar mulheres da própria tribo, casaram-se com estrangeiras (Ed 10:21). Juntou-se aos que se divorciaram de tais mulheres, depois que ouviram o ensino da lei, ministrado por Esdras.


4. Descendente de Elão. Também é mencionado como um dos que se casaram com mulheres estrangeiras (Ed 10:26).


Elias Literalmente, Deus é YHVH. Profeta que desenvolveu sua atividade durante o reinado de Acab e Jezabel (séc. IX a.C.). O profetismo posterior (Ml 3:23) situou sua chegada antes do Dia do Senhor. Os evangelhos — partindo do próprio Jesus — identificam essa vinda de Elias com o ministério de João Batista (Mt 11:14. 17,10-12). Sem dúvida, alguns dos contemporâneos de Jesus relacionaram a figura deste com a do profeta (Mt 16:14). Era crença popular que Elias ajudava os que passavam por aflições, o que explica o equívoco de alguns dos presentes na crucifixão de Jesus (Mt 27:47; Mc 15:35).

Elias [Javé É Deus] - Profeta TESBITA que enfrentou em várias ocasiões o rei Acabe e Jezabel, sua mulher (1Ki 17—21). Foi levado ao céu num redemoinho (2Rs 2:1-15). Apareceu com Moisés na TRANSFIGURAÇÃO (Mt 17:3-4).

o SENHoR é Deus. 1. Elias era tesbita, natural de Gileade, país ao oriente do Jordão, e foi ‘o maior e o mais romântico caráter que houve em israel’. É dramático o seu aparecimento público. No reinado de Acabe, rei de israel, que recebia a forte influência de Jezabel, sua mulher, a nação caiu na idolatria, esquecendo o pacto do SENHoR. Veio, então, de repente a Acabe, por meio de Elias, esta terrível mensagem : ‘Tão certo como vive o Senhor, Deus de israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá, nestes anos segundo a minha palavra’ (1 Rs 17.1). Elias era dotado de um temperamento impetuoso e ardente – tendo nascido nas serras de Gileade, amava as terras montanhosas. Pela narrativa dos fatos podemos depreender, na realidade, certos aspectos e traços pessoais. os seus cabelos eram compridos e abundantes (2 Rs 1.8). Era também forte, pois, não sendo assim, não teria podido correr até grande distância diante do carro de Acabe, nem teria suportado um jejum de quarenta dias. o seu vestuário constava de peles, presas com um cinto de couro, e de uma capa de pele de carneiro, que se tornou proverbial (1 Rs 19.13). A seca que houve no país pela maldade do rei e do povo durou três anos e seis meses (Lc 4:25Tg 5:17). A fome que se manifestou foi rigorosa, e a Fenícia foi, também um dos territórios atingidos pelo terrível flagelo. Tendo Elias entregado a sua mensagem, escondeu-se de Acabe num profundo vale ao oriente do Jordão, onde corria o ribeiro de Querite. ‘os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne, como também pão e carne ao entardecer – e bebia da torrente’ (1 Rs 17.6). Passado algum tempo, secou o riacho de Querite e Elias foi mandado procurar outro lugar, e ele se levantou e foi para Sarepta, povoação próxima de Sidom, o próprio país de Jezabel (1 Rs 17.8,9). Ali se encontrou com uma mulher viúva, que andava apanhando lenha para cozinhar a última refeição, que ela e seu filho tinham para comer, pensando que dentro de pouco tempo morreriam de fome. E quando Elias pediu para si um pouco desta pequena porção de alimento, ela fez como o profeta lhe recomendou. A sua fé foi recompensada, porque, ainda que a fome teve a duração de três anos, nunca lhe faltou a farinha, e nunca se acabou o azeite (1 Rs 17.10 a 16 – Lc 4:26). Durante a sua residência em Sarepta, Elias teve a oportunidade de mostrar o poder do Senhor, visto que o filho da viúva tinha adoecido e morrido. A consternada mãe acusou o profeta de ter trazido à sua casa tal infelicidade – mas, havendo-lhe ele entregado vivo o filho, foi obrigada a confessar: ‘Nisto conheço agora que tu és homem de Deus’ (1 Rs 17.17 a 24). No terceiro ano da calamidade, as terras estavam tão secas, e a fome era tão dura que o próprio Acabe, e obadias, chefe da sua casa, tiveram de procurar por toda parte forragem para não morrerem os seus cavalos e mulas. Fizeram-se então, em Samaria, os preparativos para uma expedição. E nesta ocasião mandou o Senhor a Elias que fosse ter com Acabe, fazendo, ao mesmo tempo, a promessa de que mandaria chuva, e desta maneira acabou a seca em israel. No caminho, Elias encontrou obadias, e tranqüilizou-o quanto aos seus receios a respeito do rei, dizendo-lhe, ao mesmo tempo, que procurasse Acabe (1 Rs 18.7 a 16). o encontro do rei com o profeta, o desafio do servo do Senhor, no monte Carmelo, dirigido aos profetas de Baal, o resultado daquela cena, a vinda da chuva, tudo isto é descrito com uma tal viveza que é difícil ser excedida (1 Rs 18.17 a 46). Pela desumana mortandade dos profetas de Baal (*veja Dt 13:5-18. 20), excitou Elias a cólera de Jezabel, declarando esta terrível mulher que o mesmo que havia sido feito aos sacerdotes de Baal o seria e ele. Elias podia afrontar um rei colérico, mas a ameaça de uma mulher enraivecida o levou a procurar de novo o deserto, onde, em desespero, desejou que a morte o levasse. Mas Deus, na Sua infinita bondade, o guardou, alimentou, e guiou pelo deserto, numa jornada de quarenta dias, até que chegou a Horebe, ‘o monte de Deus’. Ali, pelas manifestações das terríveis forças da Natureza, como o tufão, o terremoto, e o fogo, ouvindo-se depois ‘um cicio tranqüilo e suave’, sentiu Elias na sua alma que estava na presença de Deus. A investigadora pergunta ‘que fazes aqui, Elias?’ teve como resposta um protesto de lealdade ao Senhor e, ao mesmo tempo, o reconhecimento da sua derrota, da sua solidão, e o receio de lhe tirarem a vida. o profeta recebe, então, a ordem de voltar à sua abandonada tarefa, no conhecimento íntimo de que a causa de Deus permanecia segura. Repreendido, e, contudo, cheio de coragem, volta Elias à sua missão – ao encontrar no caminho Eliseu, que lhe havia de suceder, lançou sobre ele a sua capa, e o levou a deixar a lavoura (1 Rs 19). Dois anos mais tarde, foi Elias mandado à presença de Acabe para avisá-lo, e ao mesmo tempo reprovar o seu procedimento no caso da vinha de Nabote. Da perturbada alma de Acabe, quando viu aproximar-se Elias, saiu este grito: ‘Já me achaste, inimigo meu?’ (1 Rs 21.20). o seu arrependimento adia o julgamento dos seus pecados, mas não o anula (*veja Acabe e Nabote ). Depois destes acontecimentos aparece Elias como mensageiro de Deus, para repreender Acazias, que, tendo subido ao trono após a morte do seu pai Acabe, havia procurado o auxílio dos deuses estranhos. o plano de Acazias para lançar mão da pessoa do profeta é frustrado por haver descido, nessa ocasião, fogo do céu (2 Rs 1 – *veja também Lc 9:54-56). Na ocasião em que fazia uma visita às escolas dos profetas em Betel e Jericó, Elias soube que estava para ter fim a sua carreira neste mundo (2 Rs 2). Quando Elias e Eliseu partiam de Jericó, e se dirigiam para um lugar além do Jordão, foram acompanhados por cinqüenta estudantes, que assim puderam observar a miraculosa separação das águas do rio por meio do manto de Elias. Tendo Eliseu pedido uma dobrada porção do espírito de Elias, isto é, que pudesse ser herdeiro do seu ministério e da sua influência (uma alusão ao duplo quinhão, que o primogênito recebia pela morte do pai), foi-lhe respondido que, embora a petição fosse extraordinária, seria atendida,

-

-

Es

Es | símb.
ES | sigla
es- | pref.
Será que queria dizer és?

Es 1
símbolo

[Química] Símbolo químico do einstêinio.


Ver também dúvida linguística: plural de siglas, acrónimos, abreviaturas e símbolos.

ES 2
sigla

Sigla do estado brasileiro do Espírito Santo.


es-
prefixo

Indicativo de extracção (esbagoar), separação (escolher).


Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Perguntar

verbo transitivo indireto Indagar; questionar através de perguntas, questões: pergunte ao professor sobre o assunto; não me pergunte sobre questões pessoais.
verbo transitivo indireto e bitransitivo Pedir; propor uma solicitação; fazer um pedido: minha mãe perguntou sobre mim; o juiz perguntou ao advogado sobre o suspeito.
verbo intransitivo e pronominal Questionar; realizar questões; buscar esclarecimentos: meu filho gostava de perguntar; perguntava-se se precisava terminar o trabalho.
verbo transitivo direto Investigar; procurar uma solução: perguntou a razão do divórcio.
Antigo Interrogar; fazer um interrogatório através de perguntas: o juiz perguntou o réu.
Etimologia (origem da palavra perguntar). Do latim praecuntare.

Profeta

Porta-voz de Deus, que recebe uma mensagem da parte de Deus e proclama a um grupo específico de ouvintes.

[...] enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual. Pode, pois, um homem ser profeta, sem fazer predições. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 21, it• 4

O verdadeiro profeta é um homem de bem, inspirado por Deus. Podeis reconhecê-lo pelas suas palavras e pelos seus atos. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 624

Em sentido restrito, profeta é aquele que adivinha, prevê ou prediz o futuro. No Evangelho, entretanto, esse termo tem significação mais extensa, aplicando-se a todos os enviados de Deus com a missão de edificarem os homens nas coisas espirituais, mesmo que não façam profecias.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pelos seus frutos os conhecereis

Em linguagem atual, poderíamos definir os profetas como médiuns, indivíduos dotados de faculdades psíquicas avantajadas, que lhes permitem falar e agir sob inspiração espiritual.
Referencia: SIMONETTI, Richard• A voz do monte• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - Profetas transviados


Profeta Pessoa que profetiza, isto é, que anuncia a mensagem de Deus (v. PROFECIA). No AT, os profetas não eram intérpretes, mas sim porta-vozes da mensagem divina (Jr 27:4). No NT, o profeta falava baseado na revelação do AT e no testemunho dos apóstolos, edificando e fortalecendo assim a comunidade cristã (At 13:1; 1Co 12:28-29; 14.3; Fp 4:11). A mensagem anunciada pelo profeta hoje deve estar sempre de acordo com a revelação contida na Bíblia. João Batista (Mt 14:5; Lc 1:76) e Jesus (Mt 21:11-46; Lc 7:16; 24.19; Jo 9:17) também foram chamados de profetas. Havia falsos profetas que mentiam, afirmando que as mensagens deles vinham de Deus (Dt 18:20-22; At 13:6-12; 1Jo 4:1).

====================

O PROFETA

O novo Moisés, o profeta prometido (Dt 18:15-18). Pode ser aquele que deveria anunciar a vinda do MESSIAS (Mt 11:9-10) ou então o próprio Messias (Mt 21:9-11; Lc 24:19-21; Jo 6:14; 7.40).

=====================

OS PROFETAS

Maneira de os israelitas se referirem à segunda divisão da Bíblia Hebraica (Mt 5:17). Esses livros são os seguintes: Js, Jz 1:2Sm, 1 e 2Rs 1s, Jr, Ez e os doze profetas menores. Embora o nosso AT contenha os mesmos livros que estão na Bíblia Hebraica, a ordem em que eles estão colocados não é a mesma.


Profeta No judaísmo, o profeta é o escolhido por Deus para proclamar sua palavra em forma de exortação e, outras vezes, como advertência de castigo. A mensagem profética não estava necessariamente ligada ao anúncio de acontecimentos futuros.

Embora Moisés fosse o maior de todos os profetas (Dt 34:10), o período principal da atividade profética estende-se de Samuel (séc. XI a.C.) até Malaquias (séc. V a.C.). As fontes destacam dois tipos de profetas.

O primeiro (Samuel, Natã, Elias, Eliseu) não deixou obras escritas e, ocasionalmente, viveu em irmandades proféticas conhecidas como “filhos dos profetas”.

O segundo (Amós 1saías, Jeremias etc.) deixou obras escritas. A atividade profética estendia-se também às mulheres, como foi o caso de Maria (Ex 15:20), Débora (Jz 4:4) e Hulda (2Rs 2:14) e a não-judeus, como Balaão, Jó etc. Conforme os rabinos, a presença de Deus ou Shejináh abandonou Israel após a morte do último profeta (Yoma 9b), desaparecendo o dom de profecia depois da destruição do Templo (BB 12b).

Nos evangelhos, Jesus é apresentado como o Profeta; não um profeta melhor, mas o Profeta escatológico anunciado por Moisés em Dt 18:15-16, que surgiria no final dos tempos e que não seria inferior a Moisés, porque significaria o cumprimento das profecias anteriores (Jo 6:14ss.; Mc 13:22 e par.; Mt 13:57 e par.; 21,11; 21,46 e par.; Lc 7:39; 13,33; Jo 4:44). A isso acrescentem-se os textos em que se emprega a expressão Amém (mesmo não as limitando a um cariz profético). A expectativa desse “Profeta” devia ser comum na época de Jesus, como se deduz de Jo 1:21. Essa pessoa tem também um paralelo evidente na doutrina samaritana do “taheb” (o que regressa ou o restaurador), uma espécie de Moisés redivivo (Jo 4:19.25). Também nos deparamos com uma figura semelhante na teologia dos sectários de Qumrán e no Testamento dos Doze patriarcas, embora já apresentando essenciais diferenças.

L. A. Schökel, o. c.; A. Heschel, o. c.; I. I. Mattuck, El pensamiento de los profetas, 1971; G. von Rad, Teología...; vol. II; J. D. G. Dunn, “Prophetic I-Sayings and the Jesus Tradition: The Importance of Testing Prophetic Utterances within Early Christianity” em NTS, 24, 1978, pp. 175-198; D. Hill, New Testament Prophecy, Atlanta 1979; D. E. Aune, Prophecy in Early Christianity, Grand Rapids 1983; G. f. Hawthorne, The Presence and the Power: The Significance of the Holy Spirit in the Life and Ministry of Jesus, Dallas, 1991; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Resenha Bíblica, n. 1, Los profetas, Estella 1994.


és

Es | símb.
ES | sigla
es- | pref.
Será que queria dizer és?

Es 1
símbolo

[Química] Símbolo químico do einstêinio.


Ver também dúvida linguística: plural de siglas, acrónimos, abreviaturas e símbolos.

ES 2
sigla

Sigla do estado brasileiro do Espírito Santo.


es-
prefixo

Indicativo de extracção (esbagoar), separação (escolher).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
καί ἐρωτάω αὐτός καί ἔπω αὐτός οὖν τίς βαπτίζω εἰ σύ οὐ εἶ Χριστός οὔτε Ἡλίας οὔτε προφήτης
João 1: 25 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

E eles perguntaram-lhe, dizendo: Por que então tu batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
João 1: 25 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Outubro de 27 a Outubro de 28. 15° ano de Tibério
G1487
ei
εἰ
se
(If)
Conjunção
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G2065
erōtáō
ἐρωτάω
questionar
(implored)
Verbo - Indicativo Imperfeito Ativo - 3ª pessoa do plural
G2243
Hēlías
Ἡλίας
profeta nascido em Tisbe, herói inabalável da teocracia nos reinados dos reis idólatras
(Elijah)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3004
légō
λέγω
terra seca, solo seco
(the dry land)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3756
ou
οὐ
o 4o. filho de Rúben e progenitor dos carmitas
(and Carmi)
Substantivo
G3761
oudé
οὐδέ
nem / tampouco
(Nor)
Conjunção
G3767
oûn
οὖν
portanto / por isso
(therefore)
Conjunção
G4396
prophḗtēs
προφήτης
nos escritos gregos, intérprete de oráculos ou de outras coisas ocultas
(prophet)
Substantivo - Masculino no Singular genitivo
G4771
σύ
de você
(of you)
Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
G5101
tís
τίς
Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
(who)
Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
G5547
Christós
Χριστός
Cristo
(Christ)
Substantivo - Masculino no Singular genitivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular
G907
baptízō
βαπτίζω
mergulhar repetidamente, imergir, submergir (de embarcações afundadas)
(were baptized)
Verbo - Pretérito Imperfeito do indicativo médio ou passivo - 3ª pessoa do plural


εἰ


(G1487)
ei (i)

1487 ει ei

partícula primária de condicionalidade; conj

  1. se

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

ἐρωτάω


(G2065)
erōtáō (er-o-tah'-o)

2065 ερωταω erotao

aparentemente de 2046 cf 2045; TDNT - 2:685,262; v

  1. questionar
  2. pedir
    1. requerer, pedir, rogar, implorar, suplicar

Sinônimos ver verbete 5802 e 5920


Ἡλίας


(G2243)
Hēlías (hay-lee'-as)

2243 Ηλιας Helias

de origem hebraica 452 אליהו; TDNT - 2:928,306; n pr m

Elias = “meu Deus é Jeová”

  1. profeta nascido em Tisbe, herói inabalável da teocracia nos reinados dos reis idólatras Acabe e Acazias. Ele foi arrebatado ao céu sem morrer, por isso os judeus esperavam o seu retorno imediatamente antes da vinda do Messias, para quem prepararia as mentes dos israelitas para recebê-lo.

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λέγω


(G3004)
légō (leg'-o)

3004 λεγω lego

palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

  1. dizer, falar
    1. afirmar sobre, manter
    2. ensinar
    3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
    4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
    5. chamar pelo nome, chamar, nomear
    6. gritar, falar de, mencionar


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


οὐ


(G3756)
ou (oo)

3756 ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch

palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula

  1. não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa

οὐδέ


(G3761)
oudé (oo-deh')

3761 ουδε oude

de 3756 e 1161; conj

  1. e não, nem, também não, nem mesmo

οὖν


(G3767)
oûn (oon)

3767 ουν oun

aparentemente, palavra raiz; partícula

  1. então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim

προφήτης


(G4396)
prophḗtēs (prof-ay'-tace)

4396 προφητης prophetes

de um composto de 4253 e 5346; TDNT - 6:781,952; n m

  1. nos escritos gregos, intérprete de oráculos ou de outras coisas ocultas
  2. alguém que, movido pelo Espírito de Deus e, por isso, seu instrumento ou porta-voz, solenemente declara aos homens o que recebeu por inspiração, especialmente aquilo que concerne a eventos futuros, e em particular tudo o que se relaciona com a causa e reino de Deus e a salvação humana
    1. os profetas do AT, tendo predito o reino, obras e morte, de Jesus, o Messias.
    2. de João, o Batista, o arauto de Jesus, o Messias
    3. do profeta ilustre que os judeus esperavam antes da vinda do Messias
    4. o Messias
    5. de homens cheios do Espírito de Deus, que pela sua autoridade e comando em palavras de relevância defendem a causa de Deus e estimulam a salvação dos homens
    6. dos profetas que apareceram nos tempos apostólicos entre cristãos
      1. estão associados com os apóstolos
      2. discerniram e fizeram o melhor pela causa cristã e previram determinados eventos futuros. (At 11:27)
      3. nas assembléias religiosas dos cristãos, foram movidos pelo Santo Espírito para falar, tendo capacidade e autoridade para instruir, confortar, encorajar, repreender, sentenciar e motivar seus ouvintes
  3. poeta (porque acreditava-se que os poetas cantavam sob inspiração divina)
    1. de Epimênides (Tt 1:12)

σύ


(G4771)
(soo)

4771 συ su

pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

  1. tu

τίς


(G5101)
tís (tis)

5101 τις tis

τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

Χριστός


(G5547)
Christós (khris-tos')

5547 Ξριστος Christos

de 5548; TDNT - 9:493,1322; adj Cristo = “ungido”

Cristo era o Messias, o Filho de Deus

ungido


αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo

βαπτίζω


(G907)
baptízō (bap-tid'-zo)

907 βαπτιζω baptizo

de um derivado de 911; TDNT - 1:529,92; v

  1. mergulhar repetidamente, imergir, submergir (de embarcações afundadas)
  2. limpar megulhando ou submergindo, lavar, tornar limpo com água, lavar-se, tomar banho
  3. submergir

    Não confundir com 911, bapto. O exemplo mais claro que mostra o sentido de baptizo é um texto do poeta e médico grego Nicander, que viveu aproximadamente em 200 A.C. É uma receita para fazer picles. É de grande ajuda porque nela o autor usa as duas palavras. Nicander diz que para preparar picles, o vegetal deveria ser primeiro ‘mergulhado’ (bapto) em água fervente e então ‘batizado’ (baptizo) na solução de vinagre. Ambos os verbos descrevem a imersão dos vegetais em uma solução. Mas o primeiro descreve uma ação temporária. O segundo, o ato de batizar o vegetal, produz uma mudança permanente.

    Quando usada no Novo Testamento, esta palavra refere-se com maior freqüência à nossa união e identificação com Cristo que ao nosso batismo com água. P.e. Mc 16:16. ‘Quem crer e for batizado será salvo’. Cristo está dizendo que o mero consentimento intelectual não é o bastante. Deve haver uma união com ele, uma mudança real, como a do vegetal em relação ao pickle!

    (Bible Study Magazine, James Montgomery Boice, Maio 1989).