Enciclopédia de Atos 2:40-40

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 2: 40

Versão Versículo
ARA Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
ARC E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
TB Com muitas outras palavras, dava testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
BGB ἑτέροις τε λόγοις πλείοσιν διεμαρτύρατο, καὶ παρεκάλει ⸀αὐτοὺς λέγων· Σώθητε ἀπὸ τῆς γενεᾶς τῆς σκολιᾶς ταύτης.
HD Com muitas outras palavras testemunhou, e os exortava , dizendo: Salvai-vos desta geração tortuosa.
BKJ E com muitas outras palavras ele testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
LTT E com muitas outras palavras (Pedro) plenamente testificava, e os exortava, dizendo: "Sede salvos para longe desta geração perversa."
BJ2 Com muitas outras palavras conjurava-os e exortava-os,[g] dizendo: "Salvai-vos desta geração perversa".
VULG Aliis etiam verbis plurimis testificatus est, et exhortabatur eos, dicens : Salvamini a generatione ista prava.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 2:40

Números 16:28 Então, disse Moisés: Nisto conhecereis que o Senhor me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procedem.
Deuteronômio 32:5 Corromperam-se contra ele; seus filhos eles não são, e a sua mancha é deles; geração perversa e torcida é.
Provérbios 9:6 Deixai os insensatos, e vivei, e andai pelo caminho do entendimento.
Mateus 3:7 E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?
Mateus 12:34 Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
Mateus 16:4 Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se.
Mateus 17:17 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei eu convosco e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.
Mateus 23:33 Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?
Marcos 8:38 Porquanto qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.
Lucas 21:36 Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do Homem.
João 21:25 Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!
Atos 10:42 E nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos.
Atos 15:32 Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.
Atos 20:2 E, havendo andado por aquelas terras e exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia.
Atos 20:9 E, estando um certo jovem, por nome Êutico, assentado numa janela, caiu do terceiro andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo; e foi levantado morto.
Atos 20:11 E, subindo, e partindo o pão, e comendo, ainda lhes falou largamente até à alvorada; e, assim, partiu.
Atos 20:21 testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Atos 20:24 Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.
Atos 28:23 E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o Reino de Deus e procurava persuadi-los à fé de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde pela manhã até à tarde.
II Coríntios 5:20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.
II Coríntios 6:17 Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei;
Gálatas 5:3 E, de novo, protesto a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
Efésios 4:17 E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido,
Filipenses 2:15 para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;
I Tessalonicenses 2:11 Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos,
I Timóteo 4:16 Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.
Hebreus 3:12 Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
Tiago 4:8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração.
I Pedro 5:12 Por Silvano, vosso fiel irmão, como cuido, escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes.
Apocalipse 3:17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu),
Apocalipse 18:4 E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Atos 2 : 40
exortava
παρακαλεω - (parakaleo) Lit. “exortar, admoestar, persuadir; implorar, suplicar, rogar; animar, encorajar, confortar, consolar; requerer, convidar para vir, mandar buscar”.

Atos 2 : 40
tortuosa
Lit. “tortuoso, oblíquo, desigual; desleal, injusto (sentido metafórico)”.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
SEÇÃO II

O TESTEMUNHO EM JERUSALÉM
Atos 2:1-7.60

Como observamos nos comentários sobre Atos 1:8, esta seção descreve o testemunho dos discípulos em Jerusalém e nas suas proximidades. Foi ali que aconteceu o Pentecos-tes — tanto a vinda do Espírito Santo quanto a conversão de três mil pessoas em um único dia. Foi nessa cidade que Pedro pregou e os apóstolos foram perseguidos. Aqui também teve lugar o primeiro martírio cristão, o de Estêvão.

A. A PREGAÇÃO POR MEIO DE TESTEMUNHOS 2:1-47

O poder para a proclamação — foi isto o que o Espírito trouxe. No mesmo dia em que o Espírito Santo desceu sobre eles, os apóstolos começaram a sua pregação, com resulta-dos surpreendentes. Era o método de Deus de transmitir o Evangelho — as Boas Novas daquilo que Cristo realizara pelos homens pecadores na sua morte e ressurreição.

1. As Testemunhas Recebem o Poder (2:1-13)

Antes de poder pregar, as testemunhas precisavam ser preparadas. Assim, encon-tramos neste parágrafo das Escrituras a história de como os discípulos foram cheios do Espírito Santo.

a. Pentecostes (2:1-4). Este é o acontecimento mais importante do livro de Atos. Sem ele, o livro nunca teria sido escrito. Foi este grandioso ato de Deus de derramar o Espírito Santo sobre os primeiros crentes que precipitou todos os atos dos homens autorizados pelo Espírito, sobre os quais podemos ler na história do início da igreja cristã. Winn sugere que o livro de Atos poderia ser chamado de "o livro mais emocio-nante que já foi escrito".'

Cumprindo-se o dia de Pentecostes' literalmente significa "quando o dia de Pen-tecostes estava sendo completado". Isto pode se referir ao final das sete semanas que pre-cederam o Pentecostes.' Mas como a palavra dia está no singular, e uma vez que o dia dos judeus começava no pôr-do-sol, pode-se assumir melhor que a frase indica que, naquela manhã, "o dia de Pentecostes estava se cumprindo".4 Robertson diz: "Lucas pode querer dizer que o dia de Pentecostes ainda não estava terminado; ainda estava em curso".'

Mas o verdadeiro significado da frase é provavelmente mais teológico do que crono‑

lógico. Lenski escreve: "Lucas está pensando na promessa do Senhor e de como agora se aproxima o seu cumprimento. A chegada deste dia conclui a medida do tempo que o

Senhor contemplava quando Ele fez a promessa".' O retrocesso é anterior a isto — até às profecias do Antigo Testamento sobre o derramamento do Espírito Santo, como a refe-rência de Joel 2:28. Todas estas promessas se cumpririam em Jerusalém, em 30 d.C.

Pentecostes é a palavra grega que significa "cinqüenta". Este nome para a festa é encontrado pela primeira vez nos escritos apócrifos do período intertestamentário, em Tobias 2.1 e em 2 Macabeus 12.32. A designação do Antigo Testamento é Festa das Semanas (Êx 34:22; Dt 16:10), assim chamada porque a festa era celebrada sete semanas depois da Festa das Primícias, que marcava o começo da colheita de cevada (Lv 23:9-16). Todo homem judeu adulto deveria comparecer a três festas anuais — a Festa dos Pães Asmos (relacionada com a Páscoa), a das Semanas e a dos Tabernáculos (Dt 16:16).

Os judeus da Palestina vinham em grande número a Jerusalém para a Páscoa, que comemorava o início da sua vida nacional e também assinalava o início do seu ano religi-oso. Mas os judeus da dispersão tinham a sua maior celebração no Pentecostes. Isto se devia ao fato de que a viagem pelo Mediterrâneo era muito mais segura em maio ou junho (Pentecostes) do que em março ou abril (Páscoa) ! Encontramos um exemplo disto no caso de Paulo. Na sua última viagem a Jerusalém, ele não teve tempo para visitar Éfeso, porque "apressava-se... para estar, se lhe fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes" (Atos 20:16). Em uma ocasião anterior, ele tinha escrito aos coríntios: "Fica-rei, porém, em Éfeso até ao Pentecostes" 1Co 16:8). Estas são as três únicas passagens do Novo Testamento onde aparece a palavra Pentecostes.

Existe uma tradição entre os judeus de que a Festa das Semanas comemorava a entrega da Lei no Sinai. Não se sabe ao certo se esta era a opinião na época de Jesus.

Purves observa que não há menção disto no Antigo Testamento, nem em Filo nem em Josefo, e conclui: "Provavelmente foi depois da queda de Jerusalém que se iniciou esta tradição".' Dosker é ainda mais específico quando escreve: "Ela originou-se com o grande rabino judeu Maimonides [século XII] e foi copiada pelos escritores cristãos".' Mas Foakes‑Jackson declara: "Não podemos deixar de recordar a cena da entrega da Lei no monte Sinai, quando Israel se tornou uma comunidade estritamente religiosa, e há razão para supor que o Pentecostes já era a festa comemorativa da entrega da lei"." O Pentecostes era o cumprimento de Jeremias 31:33 — "porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração". Aqui há uma completa submissão à vontade de Deus. É simultaneamen-te a base e o fruto da completa santificação do crente.

Na nova edição revisada da obra de Hasting, em um volume, o Dictionary of the Bible, afirma-se que tanto os fariseus quanto os saduceus consideravam o Pentecostes como "a festa que concluía a Páscoa"» Este fato tem nuanças teológicas. A crucificação de Cristo, quando Ele se ofereceu como um sacrifício pelo pecado do homem, e a ressur-reição, que validou o seu sacrifício como aceito divinamente, seriam incompletas sem o derramamento do Espírito. De certa maneira, a sexta-feira santa e o domingo de Pás-coa não seriam senão um prelúdio para o dia de Pentecostes. A crucificação, a ressur-reição e a ascensão, juntas, formam o êxodo' de Jesus da terra de volta para o céu, que era a preparação necessária para o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes.

Jesus disse: "... vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei" (Jo 16:7). Quando Maria encontrou pela primeira vez o Cristo ressuscitado, ela abraçou os seus tornozelos, em um abraço que não queria deixá-lo ir (cf. Mt 28:9). Mas Jesus gentilmente a advertiu: "Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai" (Jo 20:17), i.e., "não se agarre a mim" na carne, que é limitada em tempo e espaço, mas deixe-me ir, para que você possa receber-me no Espí-rito. Sem dúvida, Maria madalena era uma das "mulheres" (1,14) que estavam espe-rando no cenáculo. Quando o Espírito Santo encheu o seu coração no dia de Pentecos-tes, ela teve a presença do seu Senhor ressuscitado consigo durante todo o tempo e em todos os lugares.

No dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. O melhor texto grego diz: "juntos em um lugar" — homou ao invés de homothymadon.

Daí, a força total da última expressão, reunidos, não deve ser ressaltada aqui. No entanto, tanto a palavra homou (juntos) quanto o contexto sugerem um espírito de unidade. Uma das traduções recentes afirma: "Eles estavam todos harmoniosamente em um lugar" (Berk).

A primeira parte do versículo 2 diz literalmente: "e, de repente, veio do céu um som (grego echos), como de um vento veemente e impetuoso", i.e., como o rugido reverberante de um tornado. Ele encheu toda a casa. Alguns estudiosos sugeriram que o derramamen-to do Espírito sobre os discípulos pode ter ocorrido no Templo!' Mas Lenski provavel-mente está correto quando diz: "Se Lucas tivesse em mente uma sala no Templo, ele certamente teria escrito hieron"»

Este som, como o rugido do vento, serviu como um alerta para todos os que estavam reunidos. Se alguém tinha estado sonolento, agora estaria completamente desperto. As-sim, todos eles viram as línguas repartidas, como que de fogo (3). O texto grego diz: "línguas como que de fogo distribuindo-se" (ou "sendo distribuídas")." Hackett descreve a cena corretamente quando diz: "A aparição semelhante ao fogo apresentou-se primeiramente em um corpo único, e então repentinamente repartiu-se em todas as direções, para que uma porção pousasse sobre cada um dos presentes"."

A importância desses dois símbolos — o vento e o fogo — é demasiado óbvia para ser perdida. Knowling diz: "O fogo, como o vento, era símbolo da presença divina (Êx 3:2) e do Espírito que purifica e santifica (Ez 1:13, Ml 3:2-3) ".17Blaiklock escreve: "O vento (2) e o fogo (3) eram uma simbologia aceita da operação poderosa e purificadora do Espírito de Deus".18 Isto é, quando o Espírito Santo enche o coração do crente, Ele confere tanto o poder quanto a pureza. Ninguém pode ter uma coisa sem ter a outra. Receber o Espírito Santo na sua totalidade é sentir ambas as coisas, simultaneamente.

Qual era o propósito da combinação sobrenatural do som e da visão, do vento e do fogo? É muito instrutiva a comparação com o que teve lugar no monte Sinai, em relação à entrega da Lei. Lemos que "Houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte... E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subia como fumaça de um forno, e todo o monte tremia grandemente" (Êx 19:16-18). Uma nova época passava a existir; nascia uma nova era. Era importante que os israelitas percebessem a suprema importância do momento. Eles deveriam estar fortemente conscientes da autoridade divina da Lei que lhes estava sendo entregue.

Assim foi com o Pentecostes. A revelação do Espírito Santo iniciava-se. Os discípulos deveriam estar alertas e ativos para o que estava acontecendo. Os símbolos do vento e do fogo ajudariam-nos a entender o significado daquilo que acontecia.
Mas estas coisas, juntamente com o falar em outras línguas, não eram senão acom-panhamentos do Pentecostes; eram acessórios temporários. O tema central era que to-dos foram cheios do Espírito Santo (4). Este foi o grande milagre, que de longe supe-rou os demais.

O fato de que o derramamento do Espírito Santo purificou os corações dos discípulos é indicado claramente pelas palavras de Paulo no Concílio de Jerusalém. Falando das pessoas na casa de Cornélio (cap. 10), ele declarou: "E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé" (Atos 15:8-9). Essas duas coisas — encher com o Espírito Santo e purificar o coração — estão assim equipara-das (ou, pelo menos, foi afirmado que são simultâneas).

Qual é o significado da afirmação de que os discípulos cheios do Espírito Santo co-meçaram a falar em outras línguas? (4). Os versículos seguintes parecem indicar claramente que os discípulos falavam em linguagens articuladas e compreensíveis. O propósito disso parece ter sido a evangelização mais eficaz da multidão de judeus e pro-sélitos, muitos dos quais compreenderiam melhor a mensagem do evangelho na sua pró-pria língua (8) do que no grego ou no aramaico normalmente falado.

Os primeiros quatro versículos poderiam se esquematizados assim: Pentecostes -(1) O lugar; (2) O som; (3) A visão; (4) A importância.

b. Perplexidade (2:5-13). O versículo 5 afirma que em Jerusalém estavam habi-tando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. A palavra grega para habitando, katoikountes, sugere a acomodação em um lugar para ficar. Moulton e Milligan escrevem: "Usado mais tecnicamente, o verbo se refere aos 'residentes' permanentes de uma cidade ou aldeia, assim distinguida daqueles 're-sidentes como estrangeiros' ou 'peregrinos' (paroikountes) ".19 Com base nisto, Lenski diz: "Lucas se preocupa somente com esta classe de judeus que tinham nascido ou sido criados em regiões estrangeiras, mas agora eles estavam definitivamente estabeleci-dos na Cidade Santa para ali terminar os seus dias". Lumby escreve: "Provavelmen-te, além dos visitantes que tinham vindo para a festa, muitos judeus religiosos de regiões estrangeiras eram moradores permanentes de Jerusalém, porque era muito desejado pelos judeus poder morrer e ser sepultado perto da Cidade Santa"." Apoiando este último ponto, ele cita esta frase rabínica: "Todo aquele que for sepultado na terra de Israel estará tão bem como se fosse sepultado sob o altar"?' Assim, a multidão se compunha tanto de residentes em Jerusalém quanto de visitantes para a festa. Muitos comentaristas afirmam que os varões religiosos eram os judeus, e não os gentios. Somente Lucas utiliza esta palavra (eulabeis), e nas outras três ocasiões em que o faz (Lc 2:25; Atos 8:2-22.
12) inquestionavelmente se refere aos judeus.

Correndo aquela voz (6) significa, literalmente, "quando esse som [phone] acon-teceu". Existe uma diferença de opinião quanto ao que isso significa. Cadbury e Lake comentam: "O som mencionado aqui é phone, a voz de oradores inspirados, e não o echos do versículo 2".2' Mas Lechler declara: "Ao contrário, nada, a não ser echos no versículo 2 pode significar phone aute".24Alford pensa que o som era tão alto a ponto de ser ouvido "provavelmente por toda Jerusalém"?' Mas Bruce dá o que provavelmente parece ser a melhor conclusão: "O último (v.
4) parece mais provável, mas não devemos excluir o anterior (v. 2) ".26 Isto é, a primeira referência é às pessoas ouvindo a pregação inspirada dos apóstolos.

Qualquer que tenha sido o som, ele causou um ajuntamento da multidão. Lucas utiliza plethos, "um grande número". Esta é uma palavra favorita nos seus textos, que aparece vinte e cinco vezes no seu Evangelho e em Atos, e somente sete vezes em outras partes do Novo Testamento.

Cada um ouviu os discípulos falando na sua própria língua. A palavra é a mesma usada em Atos 1:19dialektos. Ela aparece somente no livro de Atos. Em geral, significa linguagem, embora algumas vezes transmita o sentido mais restrito de "dialeto"?'

Algumas vezes perguntou-se se o milagre foi o fato de eles falarem ou de a mul-tidão os ouvir. Lechler parece plenamente justificado quando comenta a respeito deste último: "Mas sem mencionar que isto é muito mais difícil de imaginar, transfere-se o milagre daqueles que tinham o Espírito Santo para aqueles que não o tinham; isto é contra a linguagem simples do texto, que nos conta que 'começaram a falar em outras línguas"."
Os ouvintes reconheciam os que falavam como sendo galileus (7).29 Como os galileus eram desprezados por terem pouca cultura, era especialmente surpreendente que eles falassem em várias línguas. E os ouvintes os ouviam falando, cada um na sua própria língua (dialektos; o mesmo que "língua", v. 6).

Partos e medos, elamitas (9) viviam a leste do rio Tigre. Esses, juntamente com os que habitam na Mesopotâmia constituiriam um grupo geográfico, os da região Tigre-Eufrates. Como um resultado do cativeiro de Israel e de Judá (II Reis 17:6-25.11), "havia milhões de judeus nessas regiões"?'

O nome mais problemático da lista inteira é Judéia. Aqui ela aparece entre a Mesopotâmia e uma lista de cinco nomes que se referem a partes da Ásia Menor. Mas não é aí que se situa a Judéia. Knowling chama a atenção para o fato de que Jerônimo a substituiu por "Síria", e Tertuliano sugeriu "Armênia"?' Lenski acompanha Zahn, mu-dando Judéia por "judeus", deixando somente catorze países listados, ao invés de quinze?' Mas a melhor explicação é oferecida por Lake e Cadbury. Falando sobre a lista de nove nações, que se inicia com a Mesopotâmia e termina com a Líbia (junto a Cirene), eles dizem: "Se a Judéia for interpretada, no sentido profético, como o país 'do Eufrates até o rio do Egito', isto abrange, em uma ordem razoavelmente metódica, todos os distri-tos a leste do Mediterrâneo"?'

A seguir vêm cinco distritos da Ásia Menor — Capadócia, Ponto, Ásia, Frigia e Farina (9-10). Com exceção da Frigia, todos são nomes de províncias romanas. A Frigia era um território racial, na sua maioria na província da Ásia, mas parcialmente na Galiléia. Como a Frigia é citada em separado, é possível que Ásia aqui seja "usada no seu sentido popular, como denotando as terras costeiras do Egeu, e excluindo a Frigia" (cf.comentário sobre 16.6).' No Novo Testamento, o termo "Ásia" refere-se à província romana do mesmo nome e nunca ao continente asiático, como o conhecemos hoje.

O Egito tinha uma grande população judaica, a qual se diz que chegava a um milhão de pessoas. Cirene era uma cidade litorânea na parte norte da área geral da Líbia, no Norte da África. Josefo cita Estrabão, o famoso geógrafo e historiador grego da época de Cristo, como tendo dito: "Agora esses judeus já chegaram a todas as cidades; e é difícil encontrar um lugar na terra habitável que não tenha admitido esta tribo de homens e não seja possuída por eles; e aconteceu que o Egito e Cirene... imitaram o seu modo de viver, e mantêm grandes grupos desses judeus em uma maneira peculiar"."

Forasteiros romanos evidentemente significa "visitantes de Roma", como aparece na maioria das versões modernas (lit., "hóspedes de Roma"). Esta é a décima terceira região mencionada como uma que trazia pessoas à Festa do Pentecostes. Schuerer diz: "Roma era a sede de uma comunidade judaica que chegava a ter milhares de pessoas"."

Judeus e prosélitos é interpretado por Bruce 37 e Lenski 38 como referindo-se so-mente àqueles de Roma. Mas parece melhor aplicar esta dupla divisão ao povo de todas as quinze nações, como é feito talvez pela maioria dos comentaristas recentes.

O termo prosélitos (extraído diretamente do grego) é encontrado no Novo Testa-mento somente em Mateus 23:15 e três vezes no livro de Atos 2:11-6.5; 13.43). Um prosélito é literalmente "aquele que chegou", e portanto "um estrangeiro". Mas a palavra é geralmente usada em referência aos convertidos a alguma religião (aqui, ao judaísmo). Os judeus de Roma eram particularmente zelosos em buscar conversões (ver os comentários sobre Mt 23:15). Os prosélitos do judaísmo tinham de satisfazer quatro exigências: 1. instrução; 2. circuncisão; 3. batismo; 4. sacrifícios. Kirsopp Lake aparentemente estabeleceu o fato de que havia somente um tipo de prosélitos — aqueles que satisfaziamas exigências e podiam pertencer à sinagoga — e que o uso da expressão "prosélitos do portão" dos antigos autores deve agora ser abandonado.' Naturalmente, depois da des-truição do Templo em 70 d.C., já não houve sacrificios nem pelos judeus nem pelos prosé-litos. Parcialmente por causa da inconveniência da circuncisão aos convertidos do sexo masculino, havia mais mulheres do que homens que se tornavam prosélitos.

Cretenses 40 e árabes (11) é interpretado, por muitos comentaristas, como uma idéia posterior. Knowling diz que "a introdução dos dois nomes sem nenhuma conexão aparente com o restante deve mostrar que não estamos lidando com uma lista artificial, mas sim com um registro genuíno das diferentes nações representadas na Festa".' Lake e Cadbury ressaltam: "Os cretenses e os árabes representam os dois extremos do Oeste e do Sudeste que não foram abrangidos pelos nomes anteriores"." A ilha de Creta está situada a sudeste da Grécia e a oeste da Palestina (ver o mapa 3). Bruce escreve que "a Arábia, no uso greco-romano, geralmente significava o reino dos árabes nabateus, que na ocasião estava no ápice do seu poder sob Aretas IV (9 a.C.— 40 d.C.).' Isto represen-tava o Sul e o Leste da Palestina.

Plumptre sugere que esta lista de quinze nações fornece uma espécie de "visão-de-pássaro mental do império romano", e acrescenta, de acordo com o comentário de Knowling, que a "ausência de algumas nações que esperaríamos encontrar na lista" é uma indicação da autenticidade do registro."

Línguas é a mesma palavra grega (glossa) do versículo 4, mas diferente daquela traduzida como "língua" (dialektos) no versículo 8. A frase final dos ouvintes maravilha-dos destaca um contraste com o que aconteceu com a confusão de línguas em Babel (Gn 11:7). As grandezas de Deus incluiriam principalmente a ressurreição de Jesus Cristo dos mortos.

O deslumbramento foi seguido pela perplexidade: Que quer isto dizer? (12) A ex-plicação dada por alguns foi a de que os discípulos estavam cheios de mosto (vinho novo; 13).' A primeira colheita da uva não acontecia antes de agosto, e agora era junho. Assim, alguns estudiosos afirmaram ter encontrado um erro aqui. Mas Lake e Cadbury escrevem que "o problema é solucionado por Columella... que dá uma receita para impe-dir que gleukos se azede"." A expressão pode referir-se ao vinho misturado com mel.' Uma tradução melhor é "vinho doce", que é o que significa gleukos (cf. "glucose"). O escritor romano, Cato, dá esta receita: "Se você deseja manter o vinho novo doce durante o ano inteiro, coloque-o numa jarra, cubra a tampa com breu, coloque a jarra em um lago de peixes, retire-a depois de trinta dias; você terá vinho doce durante o ano inteiro".' Se surgir a pergunta de como os homens poderiam ficar embriagados com suco de uva não fermentado, a resposta pode ser que os que zombavam estavam falando sarcasticamen-te. Este "vinho doce", se armazenado apropriadamente, pode muito bem ter sido o que Jesus e os seus discípulos bebiam.

2. A Exposição do Testemunho (2:14-36)

O sermão de Pedro no Dia de Pentecostes é o primeiro de um considerável número de longos sermões no livro de Atos (cf. o sermão curto de Pedro em 1:16-22). Selwyn, no seu excelente comentário sobre a primeira carta de Pedro, destacou inúmeros paralelos entre este sermão e a primeira epístola de Pedro.' Embora muitos estudiosos recentes tenham afirmado que os discursos no livro de Atos foram feitos pelo autor do livro e colocados na boca dos seus personagens — de acordo com o costume daquela época' — é digno de nota que Macgregor aceite a força da apresentação de Selwyn. Ele também diz que a ausência de idéias teológicas avançadas "nos primeiros discursos de Pedro colabo-ra fortemente para o uso das fontes documentais primitivas"." Selwyn faz referência ao "estilo semita áspero e à doutrina primitiva que marcam partes dos discursos de Pedro".'

a. A Profecia de Joel (2:14-21). Pedro levantou-se com os onze — seus companheiros apóstolos — levantou a voz e disse-lhes (14). Temos a impressão de que o falar em várias línguas tinha terminado e que toda a multidão ouviu quando Pedro fez o seu sermão. Disse não é o verbo normal, lego, mas um composto forte, apophthengomai, que aparece somente aqui e em 26.25. Pode ser traduzido como "falou" (ASV) ou "advertiu-os". "A implicação é que o discurso de Pedro é uma manifestação inspirada e que estava em uma linguagem bem articulada"." Os três verbos no começo deste versículo sugerem três coisas que todo pregador deveria fazer no púlpito: levantar-se ("endireitar-se"), er-guer a voz, e falar.

Varões judeus (em algumas versões, "homens da Judéia") pode ser traduzido como "companheiros judeus"." Pedro procurava ganhar a atenção da sua audiência por essa forma cortês e amigável de falar. Escutai é, mais exatamente, "dêem ouvidos" (ASV). A palavra grega, encontrada somente aqui no Novo Testamento, é um composto das pala-vras que significam "dentro" e "orelha". Assim, sugere a idéia de "ligar-se". É isso o que um pregador deseja que a sua audiência faça.

A primeira coisa que Pedro fez foi negar a acusação de embriaguez. Ele chamou a atenção para o fato de que era somente a terceira hora do dia (nove horas da manhã), muito cedo para que alguém estivesse embriagado. "O costume judeu era o de não comer antes dessa hora, que era a hora da oração matinal"." Lumby escreve: "Os judeus bebi-am vinho somente com carne, e, segundo o costume estabelecido em Êxodo 16:8, eles comiam pão pela manhã e carne à tarde, e assim não bebiam vinho antes das horas finais do dia"."

Qual é, então, a explicação? Pedro declarou: isto é o que foi dito pelo profeta Joel (16). Estes homens não estavam embriagados; eles estavam cheios do Espírito (cf. Ef 5:18).

Em Atos 2:1-18, encontramos "o significado de Pentecostes". O assunto é a pergunta do versículo 12, que quer isto dizer? 1. O que quer dizer este vento impetuoso? O poder sobrenatural agora está disponível para transformar vidas e capacitar e igreja a obede-cer a Grande Comissão (Atos 2:1-2, 1,18) ; 2. Que querem dizer as línguas repartidas como que de fogo que pousaram sobre cada um deles? Que os seus corações estavam purificados, que eles poderiam ser cheios do Espírito Santo (2.3; 15:8-9) ; 3. Que quer dizer o falar em outras línguas? Que o Evangelho deve ser transmitido universal e eficazmente (7-8, 16--18). (G. B. Williamson)

A citação encontrada nos versículos 17:21 é tomada de Joel 2:28-32. A primeira par-te (vv. 17-18) foi cumprida no dia de Pentecostes, quando o Espírito foi derramado sobre os discípulos que esperavam. Mas e os versículos 19:20? Estes sinais não foram cumpri-dos literalmente nesta ocasião.

A chave para a resposta parece ser a frase últimos dias (17). Lumby diz: "Na lin-guagem dos profetas do Antigo Testamento, estas palavras significam a vinda do Messi-as (cf. Is 2:2; Mq 4:1) ".57 Isto é, os últimos dias são os dias do Messias. Eles se iniciaram com a sua primeira vinda e continuarão durante a sua segunda vinda. Os versículos 19:20 referem-se basicamente ao retorno de Cristo no final dessa era. Mas isto já está no quadro negro divino. Winn adequadamente afirma: "O sentido da vida nos últimos dias marca todo o Novo Testamento"." Na mesma linha, Bengel escreve: "Todos os dias do Novo Testamento são os últimos dias"." Com respeito à frase do meu Espirito (genitivo partitivo), ele diz: "No texto de Joel, a expressão é meu Espírito; a expressão de Pedro é `do meu Espírito', tendo especial respeito ao Pentecostes, em particular"." O cumpri-mento da profecia de Joel não acabou naquele dia, mas prossegue durante toda esta era.

No pensamento do próprio Joel, provavelmente toda a carne significava toda a na-ção de Israel, ou seja, todas as classes de israelitas — velhos e jovens, servos e senhores. Mas na mente do Espírito, e como é usada no Novo Testamento, a expressão tem um significado universal.

A frase e profetizarão (18) não está no texto de Joel. Ela se repete aqui e no versículo 17 para enfatizar que os servos e as servas, assim como os filhos e as filhas, profetizarão.

Em lugar da palavra glorioso (20), citada da Septuaginta, o texto em hebraico de Joel tem uma outra palavra que significa "terrível". Este adjetivo é usado para descrever o dia do Senhor em Joel 2:11-31.

Nos versículos 16:18, vemos as "possibilidades do Pentecostes". Toda a carne — o Pentecostes desconsidera qualquer limite. Últimos dias — o Pentecostes ultrapassa a própria história. 1. O Pentecostes preserva a glória do passado (16) ; 2. O Pentecostes provê a realidade no presente (16) ; 3. O Pentecostes promete a vitória para o futuro (17-18). (G. B. Williamson)

O versículo 21 resume o Evangelho em poucas palavras: todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Em Joel, Senhor se referia a Deus Pai, mas aqui é transferido a Cristo. Knowling escreve: "Na sua relação com a divindade do nosso Senhor, este fato é de importância básica, porque não é simplesmente que os primeiros cristãos se dirigiam ao seu Senhor ascendido tantas vezes pelo mesmo nome que é usado para 'Jeová' na LXX — embora certamente seja notável que em I Tessalonicenses o nome se aplique a Cristo mais de vinte vezes — mas que eles não hesitavam em referir a Ele os atributos e as profecias que os grandes profetas da nação judaica tinham associado com nome de Jeová".'

Para os israelitas, salvo significava "libertado" (cf. Jl 2:32). Mas a aplicação que Pedro faz mostra que ele a interpretava como a salvação espiritual por meio da fé no nome de Jesus (cf. 38).

b. Jesus de Nazaré (2:22-28). Varões judeus significa, literalmente, "homens, israelitas" (cf. 14). Como no versículo 14, Pedro pede para a audiência: escutai estas palavras (22). Os versículos 14:21 constituem a introdução para o sermão. Negativamen-te, o falar em várias línguas não se devia à embriaguez. Positivamente, simbolizava o fato de que o Espírito Santo tinha sido derramado sobre os discípulos que estavam espe-rando e que, cheios do Espírito, eles iriam pregar o Evangelho por todo o mundo (cf. 1.8).

O sermão propriamente dito se inicia no versículo 22 e se estende até o 36. Pedro falou a respeito de Jesus: 1. O seu ministério de realização de milagres (22) ; 2. A sua crucificação (23) ; 3. A sua ressurreição (24-32) ; 4. A sua ascensão e exaltação (33-36). Ele o apresenta como Jesus, o Homem, e como Jesus, o Senhor. Este primeiro sermão de Pedro pode ser interpretado como um bom exemplo do conteúdo da pregação apostólica (kerygma). O seu tema principal era Jesus — crucificado, ressuscitado, glorificado. Ele é ao mesmo tempo Salvador e Senhor.

Aprovado (22) significa "confirmado, certificado" (RSV) ou "divinamente certifica-do" (Berk.). O verbo grego era usado nos papiros daquele período no sentido de "procla-mar" uma, indicação a uma função pública.' Pedro afirma que os milagres que Jesus realizou eram as suas credenciais divinas, proclamando a indicação de Deus de Cristo como o Messias.

O versículo 22 contém as três palavras usadas para significar milagres nos Evange-lhos. Prodígios significa literalmente "poderes" (dynameis), i.e., "obras poderosas" (ASV). Maravilhas (terata) é uma palavra menos comum (16 vezes no Novo Testamento, em comparação com 120 vezes de dynamis). Ela aparece somente uma vez em Mateus, Mar-cos e João, mas 9 vezes no livro de Atos. Sempre é traduzida como "maravilha". Sinais (semeia) é traduzido como "milagre" 23 vezes no Novo Testamento (KW), em um total de 77 vezes. Mas o seu significado correto é "sinal". A primeira destas três palavras para os milagres de Jesus enfatiza a sua natureza (obras poderosas), a segunda chama a atenção para o efeito produzido, "maravilha", e a terceira ressalta o seu objetivo e importância: aqueles eram "sinais" da divindade de Jesus. A segunda palavra nunca ocorre no Novo Testamento sem a terceira. O significado destes milagres era mais importante do que o aspecto de "maravilhar".

Um dos grandes paradoxos da vida é o fato duplo da soberania divina e da liberdade humana. No versículo 23, estas se unem. Jesus foi "entregue" (ASV) pelo determinado conselho e presciência de Deus. Ao mesmo tempo, foram os homens que o tomaram e crucificaram. Embora a morte de Cristo estivesse no plano divino da redenção, isto de nenhuma maneira diminui a culpa daqueles que o mataram, porque eles agiram de livre e espontânea vontade.
A palavra grega para presciência é prognosis. Ela é usada somente aqui e em I Pedro 1:2. Esta é uma das muitas correspondências entre a primeira epístola de Pedro e os seus sermões no livro de Atos. Uma distinção cuidadosa é feita entre os judeus que tomaram Jesus e os gentios que o crucificaram. Pelas mãos de injustos significa lite-ralmente "pelas mãos de homens sem lei", ou seja, homens que não seguiam a Lei de Moisés. Esta expressão "sem lei" era "freqüentemente usada na literatura judaica em relação aos romanos",' e esse é o seu significado aqui.

Mas a crucificação foi revertida pela ressurreição — ao qual Deus ressuscitou (24). O termo ânsias pode ser traduzido como "dores" (ASV), pois a palavra grega signi-fica literalmente "dores do parto". É usada no seu sentido literal em I Tessalonicenses 5:3. Aqui, como em Mateus 24:8 e Marcos 13:8, ela provavelmente sugere as dores do parto de uma nova era.

A longa citação dos versículos 25:28 é tomada de Salmos 16:8-11. O salmo aqui é atribuído a Davi, que se alegra de que o Senhor não deixará a sua alma no Hades (ou Seol), o lugar dos mortos.

c. Jesus, o Senhor (Atos 2:29-36). Varões irmãos (29) significa literalmente "homens, irmãos". Pedro iniciou o seu sermão com "Varões judeus" (14). Depois da introdução, ele começou o corpo do sermão com "varões israelitas" (22). Agora, ele diz "varões irmãos" (cf. Atos 1:16-2.37). Com muito tato, o apóstolo procurava a atenção da sua audiência, que era basicamente judaica.

Pedro toma as palavras de Davi e aplica-as a Cristo. Davi morreu e foi sepultado. Neste ponto, Pedro está certo de que não haverá contradição. Seja-me lícito dizer-vos livremente pode ser traduzido como "Eu posso confiantemente dizer a vocês" (NASB). Além disso, entre nós está até hoje a sua sepultura. Ali o corpo — ou pelo menos os ossos — ainda poderia ser encontrado. Não seria a mesma coisa com o corpo de Jesus, o que foi provado pelo sepulcro vazio.

Pedro declarou que Davi escreveu como um profeta (30), que acreditou na promes-sa de Deus de que um dos seus descendentes sentar-se-ia no seu trono.' Sendo um pro-feta, ele previu, pelo menos de certo modo (cf. 1 Pe 1:10-12), a ressurreição de Cristo (31) — literalmente, "o Cristo" (i.e., "o Messias").

Então Pedro marcou um ponto: "Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas" (32). Assim, a profecia foi cumprida. A expressão do que pode igualmente significar "de quem" ou "da qual". A preferência provavelmente recai sobre "da qual", referindo-se à ressurreição.

A relação íntima da ressurreição (32) e a ascensão (33) também é encontrada em I Pedro 3:21-22 — outra evidência da autenticidade dos sermões de Pedro no livro de Atos.

Derramou é o mesmo verbo que é corretamente traduzido da mesma maneira nos versículos 17:18. A imagem não é a de espalhar algo como ao tirar a roupa de alguém, mas como despejar algo de um recipiente. Foi desse derramamento do Espírito que Je-sus tão claramente falara aos discípulos: "Se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei" (Jo 16:7).

A multidão podia ver e ouvir os resultados do derramamento do Espírito sobre os discípulos. Eles podiam ver a mudança nos apóstolos, e podiam ouvir a nova mensagem que estava sendo pregada. A referência também pode ter sido a visão das línguas de fogo e a audição do som como um vento veemente e impetuoso (2-4).

No versículo 34, o apóstolo retorna ao contraste entre Davi e Cristo. Davi não subiu aos céus, i.e., corporeamente. Mas Jesus sim. No Salmo 110o capítulo do Antigo Testamento mais freqüentemente citado no Novo Testamento, e que os judeus afirmam ser messiânico ‑ Disse o Senhor [Jeová] ao meu Senhor [Adon]: Assenta-te à minha direita. Este sempre era o lugar especial de honra, da mesma maneira que o convidado de honra se senta hoje à direita do anfitrião. Ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés (35) é uma refe-rência ao antigo costume dos vencedores de colocar o pé no pescoço dos vencidos (cf. Js 10:24).

Finalmente, Pedro chega ao clímax do seu sermão: a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo (36). O que chocava os judeus era que Pedro ousava igualar Jesus ao Deus Jeová do Antigo Testamento.'

3. O Testemunho Eficaz (2:37-47)

Provavelmente, nenhum sermão já pregado jamais teve um efeito maior. Isto se deveu ao recente derramamento do Espírito.

a. O Arrependimento do Povo (2:37-42). Quando o povo ouviu a mensagem de Pedro, eles compungiram-se em seu coração (37). O verbo forte (somente aqui no Novo Tes-tamento) significa "perfurar, espetar agudamente, alfinetar, ferie.' Esta é uma vívida descrição da obra do Espírito Santo para convencer o coração humano do pecado (cf. Jo 16:8). Em resposta a esta condenação, o povo dizia: Que faremos?

A resposta de Pedro foi simples e específica: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado (38). A palavra grega para "arrepender" (metanoeo) significa "modificar o seu pensamento", i.e., modificar a sua atitude em relação a Deus, ao pecado, ao mundo, a si mesmo. Aqui, ela significa que o povo deveria mudar a sua atitude com relação a Jesus. Ao invés de rejeitá-lo, deveriam aceitá-lo como "Senhor e Cristo" (36), ou seja, o seu Messias. Como testemunho público disso, eles deveriam ser batizados em nome de Jesus. Cada um de vós seja batizado significa, literalmente, "Que cada um de vós seja batizado". Esta deveria ser a etapa seguinte ao arrependimento, como no ministério de João Batista (Mc 1:4). Mas aqui o batismo deveria ser em nome de Jesus Cristo — um batismo cristão inconfundível. Isto deveria acontecer para perdão dos pecados. A. T. Robertson diz que o significado disso é "com base no perdão dos pecados que eles já tinham recebido".' Assim, eles se tornavam aptos a receber o dom do Espírito Santo.

A promessa não era apenas para os judeus de Jerusalém, e para os seus descen-dentes, mas também a todos os que estão longe (39), ou seja, os gentios, definidos também como tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. Esta expressão deve ser interpretada à luz do versículo 21 — "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo", ou seja, a promessa é feita a todos aqueles que responderem ao chamado de Deus.

E com muitas outras palavras (40) Pedro testificava ("declarava solenemente") e exortava o povo para que se salvasse daquela geração perversa — literalmente "distorcida" (cf. Dt 32:5; S178.8; Fp 2:15).

Os resultados foram espantosos. Quase três mil almas (pessoas) somaram-se ao re-lativamente pequeno grupo de crentes que tinham sido cheios com o Espírito naquele mesmo dia. Era uma tremenda demonstração do poder do Espírito Santo. Estes novos convertidos perseveravam na doutrina (melhor "ensino", didache) dos apóstolos, e na comunhão (koinonia). Isto é, havia uma unidade de fé e de espírito. O partir do pão provavelmente se refere a uma celebração freqüente da Ceia do Senhor. As orações acon-teciam tanto nas casas particulares quanto no Templo (cf. v. 46).

b. O Progresso se Repete (Atos 2:43-47). Este último parágrafo do capítulo parece, à pri-meira vista, descrever uma comunidade de bens na 1greja Primitiva em Jerusalém. Mas o texto grego dá uma impressão um pouco diferente daquela resultante da tradução em português. O tempo imperfeito, que significa uma ação contínua ou repetida, aparece nada menos que oito vezes nestes cinco versículos (43-47). Em 44 e 45, o uso do imperfei-to é excessivamente significativo para a exegese correta. Os crentes "tinham tudo em comum" (tradução literal de
- 44b) ; ou seja, eles deixavam todas as suas posses à disposi-ção da igreja, para que fossem usadas conforme a necessidade.

O versículo 45 pode ser adequadamente parafraseado assim: "E de tempos em tem-pos eles vendiam as suas posses e os seus bens, e os repartiam entre todos, segundo as necessidades que cada um tinha de tempos em tempos". A implicação é a de que, quando surgiam as necessidades especiais, algum crente, ou alguns crentes, vendiam proprieda-des e tornavam os resultados da venda disponíveis para solucionar a emergência. Ames-ma coisa ainda acontece hoje entre os cristãos consagrados.
Os primeiros discípulos — a maioria composta por judeus — continuavam a adorar diariamente no templo (46). Isto era natural. Posteriormente, a perseguição aos judeus expulsou-os do Templo, e também das sinagogas.
Eles também partiam o pão em casa. O texto grego também poderia ser traduzido como "de casa em casa". Não havia edifícios para igrejas no início, e a maioria das reuni-ões de adoração era conduzida nas casas.

Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo (47) é uma combinação desejada na igreja de todos os tempos e lugares. O Senhor estava acrescentando diaria-mente novas pessoas ao número de crentes. Esta era uma igreja em crescimento. A últi-ma frase, aqueles que se haviam de salvar, é uma tradução completamente injustificável. Não existe aqui nenhuma indicação de predeterminação ou predestinação. O texto grego diz claramente: "todos os dias acrescentava" o Senhor à igreja aqueles que estavam sendo salvos". Isto simplesmente afirma que aqueles "que estavam sendo sal-vos" uniam-se ao crescente grupo de discípulos em Jerusalém.

Este capítulo sugere "o milagre do Pentecostes". 1. As condições do Pentecostes (1). Os discípulos estavam juntos em Jerusalém, em obediência ao mandamento de Cristo (1.4), e pela de que Ele cumpriria a sua promessa (1.5). 2. Os acompanhamentos do Pentecostes (2-3). Estes foram o som de um vento tempestuoso e a visão das línguas repartidas — ambos símbolos do Espírito Santo. 3. As conseqüências do Pentecostes (37-42) : convicção (37), conversão (41), comunhão (42).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 2 versículo 40
Salvai-vos... perversa:
Expressão proverbial; conforme Dt 32:5; Sl 78:8; Fp 2:15.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
*

2.1 dia de Pentecostes. Lit., o “Qüinquagésimo Dia” depois do sábado da semana da Páscoa (Lv 23:4-7, 15-16). O Pentecoste era celebrado no primeiro dia da semana e era uma das três grandes festas anuais de Israel, precedida pela Páscoa (Lv 23:4-8; Nm 28:16-25) e seguida quatro meses mais tarde pela Festa dos Tabernáculos (Lv 23:33-43; Nm 29:12-38; conforme Jo 7:1-44).O Pentecoste é também chamado de “Festa das Semanas” porque era celebrado sete semanas depois da Páscoa (Dt 16:10); de “Festa da Colheita” , porque os primeiros frutos da colheita eram então juntados (Êx 23:16); e de “o dia das primícias” (Nm 28:26).

estavam todos reunidos. Todos os apóstolos (1,16) estavam lá, e provavelmente muitos dos 120 antes mencionados (1.15).

no mesmo lugar. Uma expressão idiomática que significa “juntos”.

*

2.2 um som... de um vento impetuoso. Três sinais (vento, fogo e pregação inspirada) da presença de Deus foram testemunhados (Êx 3:2; 13:21; 24:17; 40:38; 1Rs 19:11-13). Vento é um símbolo da presença do Espírito Santo (Ez 37:9,13; Jo 3:8), enquanto o fogo é um símbolo de seu poder purificador e julgador (Mt 3:11,12). As línguas eram vários idiomas falados em todas as partes da região mediterrânea oriental, de Roma à Pérsia.

*

2.4 Todos. Todos os 120 (1.15). Ver Joel 2:28, que fala do Espírito de Deus derramado “sobre toda a carne”.

cheios do Espírito Santo. Eles estavam sob a direção e influência especiais do Espírito, particularmente evidenciados pelo seu falar em línguas conhecidas (“outras línguas”) que não haviam previamente aprendido (ver 10.46; 19.6). Paulo discute o dom espiritual de línguas em 1Co 12:14. A vinda do Espírito é o cumprimento da promessa de Jesus relatada em 1.5,8 e Lc 24:49, mas isto não quer dizer que o Espírito Santo não estivesse presente e atuando com o povo de Deus no Antigo Testamento (“Espírito Santo” aparece em Sl 51:11; Is 63:10,11; “Espírito do Senhor“ em Jz 3:10; 1Sm 10:6; Is 11:2). Ver “O Espírito Santo” em Jo 14:26.

o Espírito lhes concedia que falassem. Em toda a vida cristã, nada é realizado à parte de Deus (Ef 2:10; Fp 2:12,13).

*

2.5 judeus, homens piedosos. Ver 8.2; 22.12; Lc 2:25. Provavelmente a maior parte destes estava visitando Jerusalém para o Pentecoste.

*

2:6-7 A multidão estava maravilhada que galileus de origem rural, com seus sotaques peculiares, pudessem ter aprendido essas línguas estrangeiras.

*

2.8-11 A lista das pessoas de quinze nações começa com o leste (“partos, medos e elamitas, e os naturais da Mesopotâmia”, onde judeus haviam sido levados cativos para a Assíria e Babilônia). A lista prossegue em direção oeste para Judéia, e daí ao norte para a Ásia Menor (Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia e Panfília), daí para o norte da África (Egito, regiões da Líbia nas imediações de Cirene), e então para Roma. Finalmente a lista inclui dois lugares bem separados, Creta e Arábia.

*

2.15 a terceira hora. Considerando as seis da manhã como a primeira hora, faz com que esta seja nove da manhã. Era costume jejuar nos dias de festa pelo menos até a quarta hora. Assim, a embriaguez alegada era muito improvável.

*

2.17-21 A citação é do texto do Antigo Testamento Grego de Joel 2:28-32 (3.1-5). O fato de Pedro usar as palavras “nos últimos dias” (conforme Is 2:2; Os 3:5; Mq 4:1; 1Tm 4:1; 2Tm 3.1; 1Pe 1:20; 1Jo 2:18) torna explícito que Joel está se referindo aos últimos tempos prometidos por Deus. Pedro interpreta as palavras de Joel como referentes à nova aliança, em contraste com os dias antigos da velha aliança (Hb 8:7; 9:1).

*

2.22 Jesus o Nazareno. Este título é usado nos demais lugares por Lucas (6.14; 10.38; 22.8; 26.9; Lc 18:37; 24:19). No sermão, Pedro enfatiza estes importantes fatos sobre Jesus: Sua morte (v.23), sua ressurreição corpórea (vs. 24-32), sua exaltação (v. 33), sua coroação (vs. 34-36) e a vitória na sua segunda vinda (v. 35).

aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais. Embora ter vindo de Nazaré fosse uma pedra de tropeço (conforme Jo 1:46). Através da confirmação de milagres Deus demonstrou amplamente que Jesus era o Messias.

*

2.23 pelo determinado desígnio e presciência de Deus. Embora homens ímpios, tanto judeus como gentios (4.27,28) tivessem, por sua própria vontade, levado Jesus à morte, suas ações estavam dentro da soberana determinação de Deus (conforme 17.26; 2Cr 25:16; Jr 21:10; Dn 11:36). Deus ordenou a morte de seu filho, mas os executores imediatos levam a culpa por crucificarem Jesus (3.17,18; 4.27,28; 13.27). Deus ordena tanto os meios quanto os fins dos acontecimentos humanos sem violar a liberdade e a responsabilidade humanas. Os judeus não puderam passar sua culpa aos romanos; eles tinham pedido aos romanos para crucificarem Jesus. Pedro ensina que os judeus eram responsáveis (3.15; 4.10; 5.30; 10.39).

crucificando-o. Lucas novamente enfatiza como Jesus morreu (Lc 24:39). Arqueólogos descobriram na Palestina os ossos do calcanhar perfurados, de uma vítima de crucificação, do primeiro século a.C.

*

2.25 diz Davi. No Sl 16, Davi está em primeiro lugar falando de sua própria experiência e sofrimento humano, mas nos versos citados aqui ele está, em última análise, falando sobre Jesus (v.25), o Santo de Deus, cujo corpo não viu corrupção (v.27).

*

2.33 Exaltado... à destra de Deus. O plano de Deus foi além da ressurreição de seu Filho, que deve ser exaltado à posição que ele ocupava com o Pai desde a eternidade (Jo 17. 5).

tendo recebido do Pai... Espírito Santo, derramou. A doutrina da Trindade está implícita: Pedro mostrou como o Pai (vs. 32,33) operava na vida, morte, ressurreição e exaltação de Jesus, seu Filho, e o Espírito Santo produzia o milagre de fazer com que seus servos falassem em línguas.

*

2:36 Nesta declaração culminante, Pedro não somente realça que Jesus é o Messias de Deus do Antigo Testamento (3.18,20; 4.26; 5.42; Is 11:1; Lc 4:18-21), mas também que ele é o Senhor exaltado (Rm 10:9; Fp 2:9-11) e o Rei vitorioso (1Co 15:24,25; Ap 19:16).

*

2.38 Arrependei-vos, e... seja batizado. O arrependimento (voltar-se para Deus com tristeza pelo pecado) e o batismo eram partes importantes da mensagem de João Batista (Mt 3:1; Mc 1:4) e de Jesus (Mt 4:17; 11:20; Lc 13:3,5) e eram centrais na pregação e no ensino da igreja (Mt 28:18,19). Ver “Batismo” em Rm 6:3.

em nome de Jesus Cristo. Um resumo de Mt 28:18,19 (batismo em nome do Pai, Filho e Espírito Santo), mencionando aqui somente o nome de Jesus, uma vez que o sermão de Pedro tinha a ver com Jesus e seu ministério.

para remissão dos... pecados. O batismo é um sinal e um selo da limpeza espiritual que o Espírito efetua através do perdão dos pecados (Tt 3:5).

o dom do Espírito Santo. O dom da habitação interior da pessoa do Espírito Santo, assim como o dom do perdão (Ef 1:7) e da capacitação para o ministério. É significativo que Pedro não fale aqui sobre o recebimento do dom de línguas. Os dons do perdão e da habitação interior do Espírito Santo são essenciais para produzir o fruto do Espírito na vida dos crentes (Gl 5:22,23), e para exercer os dons que o Espírito escolhe dar em diferentes tempos a diferentes crentes (1Co 12:4-11).

* 2:39 Pedro proclama que a salvação através do Messias de Deus é prometida aos judeus, a seus filhos e a todos que ainda estão longe (isto é, os gentios, Ef 2:11-13). Aqui novamente está a mensagem de Atos — o evangelho é para judeus e gentios. Ver “Batismo Infantil” em Gn 17:11.

quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. A salvação é baseada na escolha e no chamado de Deus (Jo 6:37; Ef 1:4,5).

* 2.42 na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Este é o resumo dos elementos essenciais necessários no discipulado cristão. Eram elementos que os apóstolos haviam aprendido de sua experiência com Jesus: seu ensinamento a respeito de sua pessoa e obra (Mt 16:18,19; Lc 24:46) e sobre a responsabilidade deles como seus seguidores (Mt 5—7), a comunhão de Cristo com seus discípulos (Jo 13), a Ceia do Senhor — o partir do pão (Mt 26:17-30) e sua vida de oração pelos discípulos e com eles (Mt 6:5-13; Lc 11:1-13; Jo 17).

* 2.44 Todos os que creram estavam juntos. Isto demonstra a unidade do Espírito, que Paulo mais tarde advoga (Ef 4:3).

*

2.45 Vendiam as suas propriedades. Unificados no Espírito, os crentes estavam sintonizados com as necessidades físicas dos outros, e voluntariamente (4.34; 5,4) contribuíam para suprir aquelas necessidades (4.32, “tudo, porém, lhes era comum”).

* 2.46 partiam pão de casa em casa. Isto se refere às refeições diárias comuns, compartilhadas nos lares.

*

2.47 acrescentava-lhes o Senhor. A igreja pertence ao Senhor e ele é aquele que soberanamente constrói sua igreja (Mt 16:18; 1Co 3:9).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
2:1 O Pentecostés, cinqüenta dias depois da Páscoa, lhe chamou também a Festa das Semanas. Esta foi uma das três maiores festas do ano (Dt 16:16), uma festa de agradecimento pelas colheitas. Ao Jesus o crucificaram na Páscoa e ascendeu quarenta dias depois de sua ressurreição. O Espírito Santo veio cinqüenta dias depois da ressurreição, dez dias depois da ascensão. Os judeus de diferentes nações se congregavam em Jerusalém para esta festa. O discurso do Pedro (Dt 2:14) deu-se a uma audiência internacional e o resultado foi uma colheita mundial de novos crentes, os primeiros convertidos ao cristianismo.

2:3, 4 Este foi o cumprimento das palavras do João o Batista sobre o batismo do Espírito Santo com fogo (Lc 3:16) e também o cumprimento de Jl 2:28-29 sobre o derramamento do Espírito Santo.

por que línguas de fogo? As línguas simbolizam a mensagem e a comunicação do evangelho. O fogo denota a presença purificadora de Deus, que consome os elementos indesejáveis de nossas vidas, acendendo em nossos corações a chama que inflame a vida de outros. No monte Sinaí Deus confirmou a validez das leis do Antigo Testamento com fogo do céu (Ex 19:16-18). No Pentecostés Deus confirmou a validez do ministério do Espírito Santo enviando fogo. No Sinaí o fogo descendeu em um só lugar; no Pentecostés o fogo veio sobre muitos crentes, simbolizando que a presença de Deus está ao alcance de todos os que acreditam no.

2:3, 4 Deus manifestou sua presença de uma forma espetacular: vento robusto, fogo e o Espírito Santo. Gostaria que Deus lhe revelasse mediante forma conhecidas? O poderia, mas seja precavido procurando não forçar suas expectativas em Deus. Em 1Rs 19:11-12 Elías também necessitou uma mensagem de Deus. Houve um forte vento, logo um terremoto e por último fogo. Mas a mensagem de Deus veio em um assobio aprazível. Deus poderia usar métodos dramáticos para obrar em sua vida ou poderia falar através de um assobio aprazível. Espere com paciência e escute sempre.

2:3, 4 Deus manifestou sua presença de uma forma espetacular: vento robusto, fogo e o Espírito Santo. Gostaria que Deus lhe revelasse mediante forma conhecidas? O poderia, mas seja precavido procurando não forçar suas expectativas em Deus. Em 1Rs 19:11-12 Elías também necessitou uma mensagem de Deus. Houve um forte vento, logo um terremoto e por último fogo. Mas a mensagem de Deus veio em um assobio aprazível. Deus poderia usar métodos dramáticos para obrar em sua vida ou poderia falar através de um assobio aprazível. Espere com paciência e escute sempre.

2.4-11 Estas pessoas falaram literalmente em outros idiomas, um espetáculo milagroso para os que se reuniram no povo para a festa. Todas as nacionalidades representadas reconheceram que seu idioma se estava falado. Mas mais que um milagre que captou a atenção das pessoas, viram a presença e poder do Espírito Santo. Os apóstolos continuaram o ministério no poder do Espírito Santo por onde foram.

2.7, 8 Ao cristianismo não o limita nenhuma raça nem grupo de pessoas. Cristo oferece salvação a todas as pessoas sem importar sua nacionalidade. Os visitantes em Jerusalém se surpreenderam ao escutar aos apóstolos falando em seu idioma natal, mas não deveram havê-lo feito. Deus faz toda classe de milagres para pulverizar o evangelho, usando muitos idiomas ao chamar as pessoas para que cheguem a ser seus seguidores. Sem importar raça, cor, nacionalidade nem idioma, Deus lhe fala. Escuta-o?

2.9-11 por que se mencionaram todos estes lugares? Esta é uma lista dos lugares de procedência de quão judeus vieram à festa em Jerusalém. Estes judeus não viviam na Palestina porque o cativeiro e a perseguição os dispersaram. Quão judeus responderam à mensagem do Pedro retornaram aos lugares onde residiam com as boas novas da salvação de Deus. Assim Deus preparou o caminho para pulverizar o evangelho. À medida que leoa Feitas, notará quão freqüentemente as pessoas que se converteram no dia do Pentecostés prepararam o caminho do Paulo e outros mensageiros. A igreja em Roma, por exemplo, organizou-se através destes crentes judeus.

2:14 Pedro foi um líder instável durante o ministério do Jesus, permitindo que sua fanfarronice fora sua queda, até ao extremo de negar que conhecia o Jesus (Jo 18:15-18, Jo 18:25-27). Mas Cristo o perdoou e restaurou depois que lhe negou. Este é um novo Pedro, humilde mas audaz. Sua confiança veio do Espírito Santo, que fez dele um pregador enérgico e dinâmico. Alguma vez há sentido que cometeu enganos tão maus que Deus alguma vez poderia perdoá-lo nem usá-lo? Não importa o que pecados tenha cometido, Deus promete esquecê-los e fazer de você uma pessoa útil para seu Reino. Receba o perdão de Deus e deixe que o utilize para seu serviço.

2.14ss Pedro diz às pessoas por que devem escutar aos crentes: porque as profecias do Antigo Testamento se cumpririam por completo no Jesus (2.14-21), porque Jesus é o Messías (2.25-36) e porque o Cristo ressuscitado poderia trocar suas vidas (2.37-40).

2:15 A resposta do Pedro à acusação de que estavam ébrios (2,13) foi que era muito cedo para isso.

2.16-21 Não todas as coisas assinaladas em Jl 2:28-29 aconteceram essa manhã em particular. "Os últimos dias" incluem todos os dias entre a primeira e segunda vindas de Cristo; é outra maneira de dizer "de hoje em diante". "O dia do Senhor" (Jl 2:20) denota toda a era cristã. Até Moisés desejou que o Senhor derramasse seu Espírito sobre todos (Nu 11:29). No Pentecostés, o Espírito Santo se derramou em favor de todo o mundo: homens, mulheres, filhos, filhas, judeus e gentis. Agora todos podem receber o Espírito. Este foi um pensamento revolucionário para os judeus do primeiro século.

2:23 Tudo o que aconteceu ao Jesus estava sob o controle de Deus. Seu plano nunca o interrompeu o governador romano nem algum oficial judeu. Isto sobre tudo animou aos que enfrentaram opressões durante o tempo da igreja primitiva.

2:24 Pedro começou com uma proclamação pública da ressurreição, em um tempo em que isto podia verificar-se mediante muitos testemunhas. Esta foi uma declaração enérgica porque muitas das pessoas que escutavam ao Pedro estiveram em Jerusalém cinqüenta dias antes da Páscoa e possivelmente viram ou ouviram a respeito da crucificação deste "grande professor". A ressurreição do Jesus foi o último sinal de que tudo o que disse a respeito de si mesmo era verdade. Sem a ressurreição não teríamos razão para acreditar no Jesus (1Co 15:14).

2.25-32 Pedro citou o Sl 16:8-11, um salmo do Davi. Explicou que o autor não escrevia a respeito dele mesmo, porque Davi morreu e o sepultaram (Sl 2:29). Entretanto, o que escreveu foi uma profecia (Sl 2:30) que falava do Messías que ressuscitaria. A audiência entendeu "corrupção" (Sl 2:27) como o sepulcro. A ênfase aqui é que o corpo do Jesus não se deixou para que se deteriorasse, mas sim ressuscitou e glorificou.

2:33 "derramou isto que vós vêem e ouvem" poderia ser parafraseado: "deu ao Jesus a autoridade de enviar o Espírito Santo com os resultados que vêem e ouvem hoje".

2:37 Depois do capitalista e ungida mensagem do Pedro, a gente se comoveu profundamente e perguntou: "O que faremos?" Esta é uma pergunta básica que devemos nos fazer. Não é suficiente sentir tristeza por nossos pecados, devemos permitir a Deus que os perdoe e logo devemos viver como perdoados. Falou-lhe Deus mediante sua Palavra ou outros crentes? Como a audiência do Pedro, lhe pergunte a Deus o que deve fazer e logo obedeça.

2.38, 39 Se quer seguir a Cristo, Pedro diz o que se deve fazer: "Arrepentíos, e batize-se cada um". Arrependimento significa trocar a direção da vida do egoísmo e a rebelião que vão contra as leis de Deus. Ao mesmo tempo deve voltar-se para Cristo, dependendo de seu perdão, misericórdia, direção e propósito. Não podemos nos salvar a nós mesmos, só Deus pode fazê-lo. O batismo nos identifica com a obra de Cristo e com a comunidade de crentes. É uma condição para ser discípulo e um símbolo de nossa fé.

2.40-43 Perto de três mil pessoas se converteram em discípulos quando Pedro pregou as boas novas a respeito de Cristo. Estes novos cristãos se uniram a outros crentes, ensinados pelos apóstolos e incluídos nas reuniões de oração e comunhão. Os novos crentes em Cristo precisam ser parte de um grupo onde aprendam a Palavra de Deus, orem e maturem na fé. Se você logo que começou uma relação com Cristo, procure a outros crentes para ter companheirismo, orar e receber ensinos. Este é o caminho para crescer.

2:42 "O partimiento do pão" se refere às reuniões de comunhão que se celebravam em memória do Jesus e se organizavam tomando como patrão a Ultima Jantar que Jesus celebrou com seus discípulos antes de sua morte (Mt 26:26-29).

2:44 Ao reconhecer aos outros crentes como irmãos na família de Deus, os cristãos em Jerusalém comunicaram o que tinham de maneira que todos se beneficiassem com as bênções de Deus. É uma tentação, sobre tudo se possuirmos riquezas materiais, nos apartar os uns dos outros, cada um cuidando o seu, suprindo e desfrutando de seu pequeno mundo. Mas como parte da família espiritual de Deus, temos a responsabilidade de nos ajudar mutuamente quando for possível. A família de Deus trabalha melhor quando seus membros o fazem juntos.

2:46 Uma errônea concepção comum a respeito dos primeiros cristãos (que eram judeus) foi o rechaço à religião judia. Entretanto, estes crentes viram a mensagem do Jesus e sua ressurreição como o cumprimento de tudo o que sabiam e acreditavam do Antigo Testamento. Os judeus crentes ao princípio não se separaram do resto de sua comunidade. Seguiam assistindo ao templo e às sinagogas para adorar e receber instrução da Palavra de Deus. Mas sua crença no Jesus motivou grande fricção judeus que não acreditavam que Jesus era o Messías. Os judeus crentes se viram obrigados a reunir-se em lares privados, para a comunhão, oração e ensino a respeito do Jesus. A finais do primeiro século, expulsaram a muitos desses judeus crentes das sinagogas.

2.46, 47 Uma comunidade cristã saudável atrai às pessoas a Cristo. O zelo da igreja de Jerusalém na adoração e amor fraternal foi contagioso. Uma igreja saudável e amorosa cresce em quantidade de discípulos. O que está fazendo para que sua igreja seja a classe de lugar que atraia a outros a Cristo?


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
II. DA IGREJA primeiro Pentecostes (At 2:1)

O Pentecostes de At 2:1 ). No entanto, em referência à efusão do Espírito Santo, que evidencia a culminação do plano divino da redenção e da preparação completa dos discípulos cristãos para receber a efusão especial e dispensação do Espírito Santo, e para começar a testemunha em todo o mundo para o qual Cristo lhes havia encomendado (ver Mt 28:18. e At 1:8 ). Que eles estavam em Jerusalém parece certo (Lc 24:49 ).

2. A ocorrência de Pentecostes (2: 2-4)

2 E de repente veio do céu um ruído como da pressa de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 E lhes apareceram umas línguas partindo em pedaços, como que de fogo; as quais pousaram sobre cada um deles. 4 E todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.

E de repente . ... A rapidez da efusão Pentecostal foi resultante de quatorze anos e séculos e meio (Lightfoot) de preparação, a partir da promulgação da Lei no Monte Sinai. Deus pode levar muito tempo para se preparar, mas quando Seus planos estão concluídas e o tempo é propício, Ele se move de repente e de forma significativa. Quatro palavras podem resumir o significado deste primeiro Pentecostes cristão: ou seja, o poder , a pressa de um vento ; pureza , línguas partindo em pedaços, como que de fogo, ... pousaram sobre cada um deles ; posse , todos foram cheios com o Espírito Santo ; e proclamação , eles começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem . Cristo tinha prometido poder divino como um concomitante de Pentecostes (At 1:8 ). João Batista da mesma forma havia prometido o fogo purificador divina (Mt 3:11. , ver também Hebreus 0:29. ). Plano de Cristo para a posse plena e permanente dos seus discípulos pelo Espírito Santo em Pentecostes foi explicitada a eles por enquanto Ele ainda estava com eles (Jo 14:16 , Jo 14:25 , Jo 14:26 ; Jo 15:26 ; Jo 16:7 ), bem como a necessidade decorrente da ocasião e oportunidade onde estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu que, quando ouviram os discípulos animada pelo Espírito, o anúncio de Cristo, estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua (ver também vv. At 2:7-11 ).

3. Os Efeitos de Pentecostes (2: 5-8)

5 Agora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu. 6 E, quando aquele som ocorreu, a multidão veio junto, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7 E eles foram todos atônitos e se admiravam, dizendo: Eis que não são todos esses que falam galileus? 8 E como ouvir nós, cada um em nossa própria língua em que nascemos?

Pentecostes foi um milagre tríplice de interpretação, esclarecimento, e convicção. A multidão reunida ouviu esses discípulos proclamar as maravilhas de Deus em suas próprias línguas e foram profundamente convictos em seus corações da veracidade da mensagem. Disse Cristo: "E quando ele [o Espírito Santo] vier, ele vai reprovar [condenado] o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (Jo 16:8)

9 Partos, medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, a Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia em, 10 na Frígia e da Panfília, do Egito e as partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, 11 cretenses e árabes, ouvimo-los falar em nossas línguas as maravilhas de Deus.

Quinze países diferentes estão listados nesta passagem. Elas consistem em prosélitos gentios à fé judaica, tementes a Deus (gentios que adoravam o Deus dos judeus, mas que não se inscrever para os cerimoniais judaicos), os judeus da diáspora , e os judeus da Judéia. Aqui pode-se notar que a primeira fase da Diáspora ocorreu em 722 AC, quando as dez tribos do norte foram levados para o cativeiro nas mãos dos assírios cruéis, enquanto a segunda fase ocorreu em 586 AC , quando o Reino do Sul foi levada para a Babilônia com a conquista de Nabucodonosor. Enquanto não há nenhum registro da restauração do Reino do Norte, o Reino do Sul, depois de cerca de 70 anos, foi em parte devolvido à sua terra natal sob a Cyrus benevolente. No entanto, a maior porcentagem desses cativos posteriores foi amplamente distribuídos por todo o Império Persa, que se seguiu na sucessão política da Babilônia. Durante o auge do Império Persa, ocorreram os incidentes registrados no Livro de Ester. É de particular interesse que o autor deste livro observa que houve 127 províncias do Império Persa, que vão desde a Índia até a Etiópia, qualquer que seja o significado desses nomes de lugares pode ser a história, e ainda que não havia judeus que habita em tudo destas províncias persas (ver Et 1:1)

A nova dispensação espiritual inaugurada pela descida Pentecostal do Espírito Santo necessária uma explicação divinamente inspirada. A Palavra de Deus corretamente entendida e expôs sempre esclarece Seus atos.

1. A Pentecostal Pergunta (At 2:12 , 13)

12 E todos se maravilhavam e estavam perplexos, dizendo uns aos outros: Que quer dizer isso? 13 E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.

Aqueles que ouviram a pregação das grandes obras de Deus em suas próprias línguas por parte dos discípulos cheios do Espírito senti a poderosa influência do Espírito e que se encontravam em um estado de êxtase espiritual, pois tal é o significado da palavraespantado, além de sua capacidade de compreender. Esse algo sobrenatural tinha acontecido certo da multidão estavam bem conscientes, mas o que isso significava que não poderia dizer. As manifestações de Deus sempre prender a atenção, despertar o interesse, e provocar inquéritos relativos a verdade espiritual. Nada produz sanidade moral e investigação espiritual como manifestações divinas poderosas. Quando o homem começa a se perguntar, Deus está pronto para informar. Um disse que é só no ponto de reconhecida necessidade do homem que Deus pode ajudá-lo.

Mas enquanto alguns foram transferidos para honesta, inquérito reverente, sob a influência do Espírito, outros com ceticismo escarnecido e zombou da manifestação divina, dando o sagrado uma interpretação secular e profano, dizendo: Eles estão cheios de vinho novo . Um pedaço de barro úmido e um bloco de gelo colocados juntos no sol reagem de forma diferente, com resultados bastante opostas. A um é fundido, o outro endurecido. Então, pela mesma manifestação divina, uma pessoa pode ser derretido em submissão à vontade divina, enquanto outro pode rejeitar essa manifestação e tornar-se espiritualmente calejada.

2. O porta-voz Pentecostal (At 2:14)

14 Mas Pedro, de pé com os onze, levantou a sua voz, e proferiu-lhes, dizendo : Varões Judéia e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.

Mas Pedro . ... Pedro, sempre o porta-voz pronto e talentoso, uma vez que tem vergonhosamente falhou o seu Senhor, mas agora totalmente restaurado, responde à acusação dos escarnecedores por ereto diante da multidão para provar que ele não estava bêbado, ao qual os outros discípulos adicionar o seu apoio através de pé também. Pedro levantou a voz em plena confiança e convicção da origem divina do fenômeno, pronto para testemunhar corajosamente a Cristo ressuscitado em face da violenta oposição.

3. O equívoco de Pentecostes (At 2:15)

15 Estes homens não estão embriagados, como vós pensais; visto que é , mas a terceira hora do dia;

Muito evidentemente havia uma nítida divisão do povo, bem como de opiniões sobre as manifestações espirituais. Enquanto os judeus da dispersão inclinada em relação à influência do Espírito, os Judéia judeus que tinham sido responsáveis ​​pela rejeição e crucificação de Jesus Cristo e não queriam ouvir que Ele estava vivo de novo, marcado todo o assunto intoxicação irracional. É a esta última classe de judeus da Judéia que Pedro dirige sua grande sermão Pentecostal, e que em sua língua comum, como testemunham as suas palavras, Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém . Sem dúvida, os outros discípulos testemunharam a Cristo da mesma forma nas diferentes línguas dos presentes e menos preconceituosa do que o anterior. A terceira hora (nove horas da manhã), por si só exclui a cobrança de embriaguez. "Eles que se embriagam, embriagam-se de noite" (1Ts 5:7)

16 Mas isto é o que tem sido dito pelo profeta Joel:

17 E será que, no último dia, diz Deus,

Que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne;

E os vossos filhos e vossas filhas profetizarão,

E os vossos jovens terão visões,

E os vossos velhos terão sonhos;

18 Yea e sobre os meus servos e sobre as minhas servas naqueles dias

Será que eu derramarei do meu Espírito; e profetizarão.

19 E mostrarei prodígios em cima no céu,

E sinais em baixo na terra;

Sangue, fogo e vapor de fumaça:

20 O sol se converterá em trevas,

E a lua em sangue,

Antes que o dia do Senhor vem,

O grande e glorioso dia :

Isto é aquilo que foi dito pelo profeta Joel . Pedro faz manifestação do Espírito do cumprimento da profecia judaica por Joel, com a qual eles estavam familiarizados e que prontamente aceitou. Pentecostes foi o cumprimento de suas próprias profecias.

Nos versículos 17 através de 20 , Pedro cita a previsão de Pentecostes de Joel e interpreta-o como uma visitação divina evangélica imparcial e universal. Profecia de Pentecostes de Joel reflete quatro componentes principais, a saber: (1) derrame universal do Espírito Santo , que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne ; (2) a proclamação universal do Evangelho , vossos filhos e vossas filhas profetizarão ... meus servos e servas ... meus ... profetizarão (pregar); (3) a iluminação espiritual , e vossos jovens terão visões (a iluminar e animar a frente olhar , ver Is 6:1 ), e os vossos anciãos terão sonhos (o clarificado e gratificante retrospecto de idade avançada); e (4) prender e milagres de confirmação , mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na Terra (vejaI Tessalonicenses At 1:5 ).

5. O Propósito de Pentecostes (At 2:21)

21 E será que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Propósito, ou o que os filósofos chamam de teleologia, ou seja, plano ou projeto direcionado para um determinado fim-caracteriza todos os atos de Deus de Sua obra criativa para a restauração final de toda a criação (homem pecaminosamente rebelde de exceção) através do plano redentor e disposição . Pentecostes foi o culminar de um longo processo de planejamento divino para a redenção humana. Aqui Pedro declara abertamente para os oponentes judeus de Cristo, bem como aqueles favoravelmente inclinado, que o propósito Pentecostal tríplice é: (1) um convite evangélico universal , todo aquele ; (2) a condição evangélica universal , invocar o nome do Senhor ; e (3) a prestação evangélica universal , será salvo (ver Mt 11:28 e Jo 7:37 ).

C. DA DECLARAÇÃO DE PENTECOSTES: PEDRO Pentecostais SERMÃO (2: 22-40)

22 Varões israelitas, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, um homem aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos sabeis; 23 ele, a ser entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós, pela mão de homens sem lei o crucificastes e matastes: 24 a quem Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte,., porque não era possível que ele deve ser retido por ela 25 Para Davi diz a respeito dele,

Eu via sempre o Senhor diante de mim;

Pois ele está à minha direita, para que eu não seja comovido;

26 Por isso o meu coração se alegrou, ea minha língua exultou;

Além disso também a minha carne repousará na esperança:

27 Porquanto não deixarás a minha alma no hades,

Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção.

28 Fazes-me saber os caminhos da vida;

Não farás para me cheio de alegria na tua presença.

29 Irmãos, posso dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e seu túmulo está conosco até este dia. 30 Sendo, pois, profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento a ele, que do fruto de seus lombos ele iria definir um no seu trono; 31 ele prevendo esta . disse da ressurreição de Cristo, que não foi deixada no hades, nem a sua carne viu a corrupção 32 a este Jesus, Deus ressuscitou, que todos nós somos testemunhas. 33 Sendo, portanto, pela mão direita de Deus exaltado, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, que ele derramou isto que vós vedes e ouvis. 34 Porque Davi não subiu aos céus : mas ele próprio diz:

Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,

35 até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.

36 Que toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus o fez Senhor e Cristo, este Jesus, que vós crucificado.

37 E, ouvindo eles isto , compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos. Irmãos, o que devemos fazer? 38 E Pedro disse -lhes: Arrependei-vos, e ser batizados cada um de vocês em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. 39 Para a você é a promessa, para vossos filhos e para todos os que estão longe, até mesmo , a todos quantos o Senhor nosso Deus chamar-lhe. 40 E com muitas outras palavras dava testemunho, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.

Tendo prefaciou seu sermão pela profecia de confirmação de Joel, Pedro procede diretamente a uma afirmação de aprovação divina de Jesus Cristo e à missão redentora, e depois cobra abertamente os judeus da Judéia com Sua rejeição e crucificação (vv. At 2:22 ,At 2:23 ). A ironia divina, e resultante vergonha queima do judeu e consternação, é scathingly representado por Pedro na ressurreição milagrosa de Deus de Seu Filho dos mortos, confirmados por seu pai ilustre testemunho do próprio Davi (vv. At 2:24-32 ). Aceitação de Cristo com o Pai em Sua ascensão, com o apoio da mesma forma pelo testemunho de Davi, é apresentado no próximo fim (vv. At 2:33-A , 34 ). Tudo isso, razões Pedro, acrescenta-se à divindade incontestável e senhorio universal de Jesus Cristo (vv. At 2:34 , At 2:36 ; ver também 28 de Matt. , esp vv.. At 2:18-20 ). Vale ressaltar que o peso da mensagem de Atos pode ser resumido em seis frases, a saber: (1) Cristo crucificado ; (2) Cristo ressuscitado (a palavra com seus cognatos ocorre pelo menos 22 vezes em Atos); (3) Cristo subiu ; (4)o Espírito Santo desceu ; (5) Cristo Jesus declarou o Senhor de todos (Senhor ocorre pelo menos 110 vezes em Atos); (6) a porta de salvação aberta para todos .

Em resposta à pergunta, O que vamos fazer ?, feita por aqueles de seu público que foram condenados pelo Espírito, Pedro escancara a porta da salvação universal fornecida na obra redentora de Cristo na Cruz, e convida todos a entrar pelo caminho de arrependimento, remissão dos pecados, e do dom do Espírito Santo (vv. At 2:37-40 ).

D. A IGREJA DE PENTECOSTES (2: 41-47)

41 Eles, então, que receberam a sua palavra foram batizados, e lá foram adicionados a eles naquele dia cerca de três mil almas. 42 E perseveravam na doutrina e na comunhão dos apóstolos, na fração do pão e nas orações.

43 E veio temor sobre toda a alma, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. 44 E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum; 45 e vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a alguém tinha necessidade. 46 E no dia a dia, continuando stedfastly unânimes no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E o Senhor acrescentou a eles dia a dia, os que foram salvos.

A igreja Pentecostal manteve-se um modelo para os cristãos de todas as idades posteriores. Resumidamente caracterizada: (1) os seus convertidos alegremente receberam o evangelho, foram batizados, e se identificaram com a igreja (v. At 2:41 ;) (2) a sua comunhão sagrada consistiu na firmeza de propósito, instrução doutrinal, a comunhão cristã, a observância da Ceia do Senhor (Lange) e orações (v. At 2:42 ); (3) a sua influência moral e espiritual afetou profundamente a comunidade, e milagres freqüentes confirmou a sua missão divina (v. At 2:43 ); (4) a sua liberalidade abundar para as necessidades de todo o corpo de Cristo (vv. At 2:44 , At 2:45 ); (5) o seu serviço refletido constância, unidade, comunhão, alegria e sinceridade inocente (v. At 2:46 ); e (6) a sua prosperidade espiritual se reflete em seus louvores vitoriosos, a sua confiança e de favor com a comunidade, e seu fervor evangélico e sucesso (v. At 2:47 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
A Festa de Pentecostes acontece 50 dias após a Festa das Primícias. (A palavra "Pentecostes" significa "qüinquagésimo".) Levítico 23:15- 21 descreve essa festa. Como a Pás-coa retrata a morte de Cristo (1Co 5:7), e as Primícias, a ressurreição de Cristo (1Co 15:20-46), Pentecostes representa a vinda do Espírito Santo (1Co 12:13). Nesse dia, apresenta-vam-se os pães com fermento, retra-tando a igreja constituída de judeus e de gentios. (Primeira aos Corín- tios 10:17 retrata a igreja como um pão.) O fermento do pão refere-se ao pecado que ainda existe na igreja. Atos apresenta duas ocorrências de batismo pelo Espírito: emAt 2:0), e, no momento certo, o Espírito des-ceu sobre eles. Ele batizou-os em um corpo espiritual em Cristo (veja At 1:4-44 1Co 12:13) e encheu- os de poder para testemunhar (2:
4) quando desceu. O som do vento im-petuoso traz à lembrança Jo 3:8 e a profecia de Ezequiel a respeito dos ossos secos (Ez 37). As línguas de fogo simbolizam o poder divino e falam em favor de Deus.

Os crentes falaram em línguas. Eles não pregaram em línguas; an-tes, louvaram a Deus em línguas que não conheciam (2:11). Aparen-temente, eles estavam no cenáculo quando o Espírito desceu (2:2), mas devem ter mudado para o pátio do templo em que se reuniu uma gran-de multidão. O objetivo do falar em línguas era impressionar os judeus para que se dessem conta de que estava acontecendo um milagre. Em 10:46, os gentios falam em línguas, o que prova para os apóstolos que aqueles receberam o Espírito; e, em 19:6, pelo mesmo motivo, os efé- sios que seguiam João Batista fala-ram em línguas.

  1. A mensagem (2:14-41)
  2. Introdução (vv. 14-21)

Primeiro, Pedro respondeu à acu-sação de que os homens estavam embriagados. No sábado, ou em dia de festa, nenhum judeu podia comer ou beber qualquer coisa an-tes das 9 horas, e o falar em línguas aconteceu à terceira hora do dia, isto é, Jl 9:0 Jo 10:7 Jo 10:8. Ele que ressuscitara outras pessoas não podia ficar morto!

  • Sl 16:8-19 predisse a ressurreição (vv. 25-31).
  • Os apóstolos testemunha-ram e viram o Cristo ressurrecto (v. 32).
  • A vinda do Espírito prova que Cristo está vivo (v. 33).
  • Sl 110:1 promete a ressurreição dele (vv. 33-35). Lem-bre-se que Pedro não pregava o evangelho da cruz da mesma forma como o pregamos hoje. Ele estava acusando Israel de um grande cri-me (v. 23), e advertindo-o de que rejeitara e crucificara o Messias (v.
  • 36). Pedro dava mais uma oportu-nidade para que Israel recebesse Cristo. Deus dava-lhe mais uma oportunidade, apesar de ter matado João Batista e Jesus. A ressurreição de Cristo era o prometido "sinal de Jonas" que provava que ele era o Messias (Mt 12:38-40).

    1. A aplicação (vv. 37-40)

    Os homens sentiram-se compun-gidos e pediram conselho a Pedro. Pedro disse-lhes que se arrependes-sem, cressem e fossem batizados; dessa forma, eles se identificariam com Jesus como o Cristo. João Batis-ta (Mc 1:4) e Jesus (Mt 4:1 Mt 4:7) também pregaram essa mensagem. As condi-ções para recebimento do dom do Espírito são o arrependimento, a sal-vação, com a justificação e o perdão dos pecados, e o batismo em água, testificando a salvação. Todavia, a antecipação do batismo em água ao batismo do Espírito (conforme 1:4,8), ou à promessa de Deus, a que se refere Pedro, não necessita ser rigo-rosamente uma condição absoluta para a ação do Espírito Santo; assim como o batismo no Espírito não é de modo algum resultante do batismo em água. O batismo em água não precedeu o batismo no Espírito em At 9:1 At 9:7 At 9:8 e 10:44-48, fatos que, no entanto, podem ser considerados de grande importância em matéria de conversão e manifestação do Es-pírito Santo.

    A promessa do Espírito, além disso, segundo afirma Pedro, não estaria restrita aos judeus que se encontra-vam naquele instante em Jerusalém, mas seria destinada "a todos quan-tos o Senhor Jesus Cristo chamar", fosse em qualquer época, espalha-dos pelo mundo todo (v. 39).

    1. A multidão (2:42-47)

    Observe que os crentes permane-ceram no templo e testemunharam e adoraram. O Espírito deu-lhes unidade de coração e de mente e acrescentou, dia a dia, crentes à congregação. Esses versículos são uma bela descrição de como será a vida na era do reino. Embora, na época, a igreja (como a conhece-mos) existisse na mente de Deus, apenas mais tarde Paulo revelou-a totalmente. Atos 2 é uma mensa-gem ao povo judeu, por isso não veja nele verdades que foram reve-ladas apenas mais tarde. A igreja de hoje não se encontra no templo judaico nem exige a prática de co-munismo. Até os eventos de Atos 7, em que os líderes da nação resis-tem de novo ao Espírito e matam Estêvão, a oferta do reino ainda es-tava aberta aos judeus.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
    2.1 Dia de Pentecostes. A festa das Semanas, ou das Primícias, celebrada sete semanas depois da Páscoa. Todos. Os cento e vinte (1.15). Atos não nos informa onde eles estavam quando o Espírito desceu; talvez na área do templo, oferecendo-lhes oportunidade de evangelizar uma grande multidão.

    2.3 Línguas, como de fogo. Experiência extática e milagrosa e, portanto, difícil de explicar. Para a relação entre o Espírito e o fogo veja Mt 3:11; Lc 4:16 e 1Ts 5:19.

    2.4 Todos... cheios... A Igreja unida, esperançosa e que presta culto passou pelo batismo do Espírito segundo a promessa de Cristo (1.5). Significou:
    1) A presença e atuação do Espírito dentro do crente (Jo 14:17), não apenas exteriormente (conforme Jz 6:34; Jz 15:14; Ez 36:26);
    2) Presença contínua em vez de esporádica; 3), Habitou em toda a igreja (1Co 3:16, 1Co 12:13), antes somente em indivíduos excepcionais;
    4) Sua presença enche a Igreja de vida, provendo poder para propagar o evangelho; (4); confrontar o mundo sem temor (14), ganhar almas (41) e operar milagres (43). Conclui-se que há apenas um batismo da Igreja e dos indivíduos, mas repetidas plenitudes para serviço (Ef 5:18) e exercício dos dons do Espírito (1Co 12:7-46). Línguas (gr heterais glõssais "línguas diversas'). Ou ajudou aos apóstolos a comunicarem a mensagem ou aos ouvintes entenderem, ouvindo seus próprios dialetos (conforme 1Co 14:23) Estas línguas "estrangeiras" antecipam a penetração do evangelho em toda tribo, nação, povo e língua; contraste o julgamento em Babel (Gn 11:7-9).

    2.5 Homens piedosos. Provavelmente eram gentios interessados no judaísmo sem serem verdadeiros prosélitos batizados e circuncidados.

    2:9-11 Houve quatro classes de judeus da dispersão:
    1) Orientais ou babilônios;
    2) Sírios;
    3) Egípcios e
    4) Romanos, que, como Paulo, eram cidadãos do império, embora não da cidade de Roma.
    2.13 Embriagados. O gr original acrescenta "com vinho doce" i.e., ainda em processo de fermentar. A vindima era no mês de agosto.

    2.15 Terceira hora. Cerca das, nove horas da manhã. O costume dos judeus era de tomar o desjejum às dez horas e no sábado ao meio dia.

    2.17 Últimos dias. O cumprimento da profecia de Joel inaugura a "era messiânica”. Pedro cita também os, acontecimentos apocalípticos que serão prenúncio da segunda vinda de Cristo e julgamento final.

    2.18 Profetizando. Deus falará por meio de Seus servos escolhidos. Profecia era um reconhecido dom do Espírito na 1greja primitiva (1Co 14:1).

    2.23 Pedro não tem receio em confrontar a multidão com sua iniqüidade, em grande parte o mesmo povo que um pouco antes clamara "Hosana"... Barrabás... crucifica-o". Sua iniqüidade foi frustrada pela ressurreição. A cruz não era a derrota, mas a chave do plano divino.

    • N Hom. 2.24 "Impossibilidade Divina" que os grilhões da morte prendam a Cristo.
    1) A ressurreição foi a vindicação divina de Seu caráter e Sua palavra;
    2) Garante a aceitação de Sua expiação;
    3) Abre caminho para Sua exaltação "à minha direita" (conforme Fp 2:9-50; Mt 22:4, Rm 6:9, etc. Deus Pai também exaltou o Senhor Jesus (36).

    2.33 À destra de Deus. Refere-se à autoridade e majestade. Sl 118:16 introduz a citação de Sl 110:1 no v. 34 (conforme 7.55, 56). Recebido... Espírito Santo. Ele é recebido pela meditação de Cristo (conforme Jo 7:39; Jo 14:16, Jo 14:26; Jo 16:7 com Sl 68:18).

    2.34 Davi não subiu aos céus. Davi não foi ressurreto nem exaltado por Deus. Só Cristo cumpriu a profecia de Sl 110:1. Esta frase milita contra a opinião de alguns que as almas dos santos do AT foram transferidas do hades para o céu, quando Cristo ressurgiu ou subiu ao Céu. Senhor... Senhor. O primeiro representa Yahweh; o segundo ãdõn, "senhor".

    2.36 Senhor e Cristo. Apresenta o mais primitivo Credo (conforme Rm 10:9; 1Co 12:3; Fp 2:11, etc.).

    2.38 Arrependei-vos. Marca-se o fim de cada mensagem principal apostólica com o apelo ao arrependimento para receber o perdão dos pecados (3.19, 26; 5.31; 10.43; conforme 17.30; 26.20). Implica numa mudança de pensamento radical, (metanoia) que surge de convicção de pecado. Em nome de Jesus Cristo. A profissão pública de fé no batismo e invocação do nome de Cristo, foram a base de recepção na igreja (conforme 2.21; Rm 10:13). O dom do Espírito. A regeneração se realiza somente com entrada do Espírito, não por uma espécie de magia no rito do batismo.

    2.39 Estão longe. Esta frase refere aos gentios (conforme Ef 2:13). Vós... vossos filhos refere aos judeus presentes e futuras gerações.

    2.40 Salvai-vos. Os salvos formam o remanescente profetizado no AT. Eles escaparão da condenação do Senhor.

    • N Hom. 2:41-47 Uma Igreja Exemplar.
    1) Formada de crentes batizados, unidos com padrões definidos de doutrina, comunhão, amor e oração.
    2) Rege-se segundo a autoridade dos apóstolos; seu ensino deriva-se de Cristo sendo preservado no NT.
    3) O centro da comunhão se manifesta no Agape (festa ou refeição de amor incluindo a Santa Ceia, 42, 46), comunidade de bens (44,
    45) e socorro dos necessitados.
    4) Louvor e alegria no Senhor (47).
    5) Freqüência no culto (46).
    6) Crescimento e excelente reputação (41,47).

    2.43 Temor. Trata-se do pavor gerado pela presença majestosa do Deus que opera milagres (conforme 1.50n)., 2.46 Casa em casa. Os cultos em que se reuniam os crentes de Jerusalém se realizavam no templo (conforme Lc 24:53). O Agape e a Ceia se celebravam forçosamente em casas particulares


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
    II. PENTECOSTE E A PREGAÇÃO (2:1-47)


    1) A descida do Espírito Santo (2:1-13)
    O evento (2:1-4). O grupo estava reunido num encontro normal (epi to auto), na casa mencionada anteriormente (2.2; conforme 1.14,15). O sopro de um vento muito forte revelou o evento, e a aparição de línguas de fogo foi vista sobre cada discípulo preenchido pelo Espírito. E possível que o grupo tenha deixado a casa rapidamente e ido para o templo, onde o som (talvez uma declaração solene) atraiu a multidão. O vento como símbolo do Espírito era conhecido com base na profecia de Ezequiel (Ez 37:9-14) e foi usado pelo Senhor (Jo 3:8). O fogo representa a expressão da energia divina.

    O significado da descida, (a) A vinda do Espírito encerra a série de acontecimentos que juntos constituem a intervenção de Deus na história humana para a salvação da humanidade, e não pode ser separada da encarnação e do ministério terreno de Cristo, da sua morte expiatória e da sua ressurreição triunfante. A sua exaltação possibilitou o derramamento (2.33; Jo 7:39). (b) A profecia de João Batista e a referência de Cristo a ela em 1.5 mostram que esse batismo foi a culminação da obra do Messias. A cruz removeu o obstáculo do pecado para que os crentes pudessem viver novamente em plena comunhão com Deus. (c) O batismo com o Espírito é assim um evento “de uma vez por todas” com resultados contínuos, e os seus benefícios são estendidos aos gentios crentes em

    Cesaréia (10:44-48; 1Co 12:13). (d) Tudo indica a novidade tremenda do grande evento e cumpre o propósito do Senhor (ainda no futuro quando ele falou): “sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16:18).

    Falar em línguas (2:4-13). Esse é um “sinal”, um acontecimento fora do curso natural e das operações da inteligência humana, que deu evidência da presença e do poder do Espírito Santo. Há outros casos à medida que os benefícios do Pentecoste são estendidos em 10.46 e 19.6, mas, à parte dessas referências, as línguas são mencionadas somente em Mc 16:17 (no apêndice mais longo de Marcos) e em 1Co 14:13, em que o “falar em línguas” se torna uma questão interna para a igreja local, algo extático e ininteligível, a não ser que seja interpretado. No dia de Pentecoste, as línguas foram inteligíveis para um número de ouvintes de diferentes países, e é impossível dizer como essas duas manifestações estão relacionadas.

    As reações da multidão (2:5-13).
    Os muitos judeus devotos da Dispersão que tinham ido a Jerusalém para a festa são selecionados para menção especial — talvez uma ênfase precoce na universalidade. Muitos haviam perdido o uso do aramaico e normalmente dependiam do grego como língua franca. A proclamação das maravilhas de Deus (v. 11) nas línguas dos países de sua adoção naturalmente despertaria o seu interesse aguçado, seguido de pasmo, visto que todos entenderam o que estava sendo dito — provavelmente por um ou outro dos que falavam. Era um teras (milagre) que se tornou um sêmeion (sinal) de que Deus queria se fazer entender, apesar da confusão das línguas humanas que lembra Babel. Aqui acontecia um fato que daria uma história extraordinária para levar e contar em países desde a Pérsia até Roma e no norte da África (v. 8-11)1 Temos de lembrar, no entanto, que todos os ouvintes pertenciam à comunidade de Israel.

    Além do pasmo e da perplexidade dos peregrinos, não sabemos nada acerca de outras reações imediatas, exceto a resposta fácil que os “espertos” apresentaram: “Eles estão bêbados”. A teoria deles foi logo desfeita por Pedro.

    2) O sermão de Pedro (2:14-36)
    O kerygma para os judeus. Agora cheio do Espírito, Pedro pôde começar a “proclamar como um arauto” o grande fato da redenção, levantando a voz, estando ele com os Onze, para expressar solenemente a mensagem inspirada (2.14). Diante dos judeus, a “mensagem do arauto” (gr. kerygma) geralmente inclui as seguintes características: (a) a culpa do povo que crucificou o Messias; (b) a revogação do seu veredicto realizada por Deus por meio da ressurreição e exaltação de Jesus; (c) a evidência do bem conhecido ministério de Cristo da graça e do poder; (d) os apelos a textos do AT; (e) a possibilidade contínua da bênção para os israelitas que se arrependessem e cressem.

    Introdução (2.14,15). Ainda são nove horas da manhã, hora em que os judeus ainda não tinham tomado refeição alguma, e muito menos teriam tomado vinho. “Isso não é embriaguez”, diz Pedro, “mas inspiração”.

    A profecia de Joel (2:16-21). Os autores do NT citam o AT em uma diversidade de formas, e com maior freqüência com base na analogia de princípios do que no cumprimento direto. Da perspectiva do autor, um uso especial feito de uma profecia do AT não anula o seu significado como estabelecido pelo contexto original. Em J1 2:28-32, o profeta fala do derramamento do Espírito sobre todos como o clímax das bênçãos que Deus vai conceder ao Israel restaurado. Isso é precedido pelos usuais presságios de juízo nos últimos dias e pela promessa da salvação a todos que invocam o nome do Senhor. Os presságios terríveis Dt 2:19,Dt 2:20 não se cumpriram no escurecimento do sol no dia da crucificação e são constantemente associados ao Dia de Javé (Is 13:9-23; Ez 32:5-8; J1 2.10; 3.15; Hc 3:11; Mt 24:29 e paralelos; Ap 6:12; Ap 8:12). O Espírito Santo desceu sobre um grupo limitado, e ainda não encheu todas as pessoas, velhas e jovens, de todas as classes sociais. As condições das citações do AT no NT são cumpridas quando compreendemos que os elementos da profecia de Joel foram percebidos no acontecimento de Pentecoste, e que a cruz e a ressurreição tinham aberto uma nova época que culminaria em bênção espiritual universal. (V. o artigo “O uso neotestamen-tário do Antigo Testamento”, p. 1538.)

    Cristo e Israel (2:22-24). Pedro fez referência ao conhecimento pessoal dos judeus da Palestina quando falou do ministério de Jesus de Nazaré, cujas obras poderosas mostraram que ele foi aprovado por Deus como seu mensageiro a Israel (v. 22). A terrível responsabilidade pela rejeição de tal Homem caiu totalmente sobre os ombros dos habitantes de Jerusalém: Este homem [...] e vocês, com a ajuda de homens perversos o mataram, pregando-o na cruz. Mas a ira irracional deles se tornou a ferramenta para o cumprimento do plano divino estabelecido na presciência de Deus.

    A ressurreição (2:24-32). Acima de tudo, os apóstolos eram “testemunhas da ressurreição” (1.22), e Pedro afirma: Deus o ressuscitou, pois o Príncipe da vida não podia ficar preso nos laços da morte (v. 24). O veredicto vergonhoso do Sinédrio foi revertido pela Onipotência.

    Tanto Pedro quanto Paulo (13,35) apelam ao Sl 16:0 é evidentemente uma referência à ressurreição da qual os apóstolos eram testemunhas, mas também conduz diretamente à exaltação do Messias como profetizada em Sl 110:1. Pedro não esqueceu o tema original e relaciona o derramamento do poder testemunhado pela multidão naquele dia ao fato da exaltação de

    Cristo. Davi não ressuscitou dos mortos, nem ascendeu ao céu para ser exaltado num trono de glória, de modo que Sl 110:1 estaria se referindo obrigatoriamente a outro. Senta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos como estrado para os teus pés pressupunha uma tarefa concluída e depois um período de espera — não desprovido de atividade — até que o triunfo final sobre o inimigo seja conquistado.

    O apelo (2.36). Profecia e fatos contemporâneos haviam sido fundidos em um forte argumento que foi a base para um apelo direto a todo o Israel. Deus havia constituído Jesus, o crucificado, tanto Senhor quanto Messias para o seu povo, apesar da trágica rebeldia deles.


    3) A primeira igreja cristã (2:37-47)
    Arrependimento e batismo (2:37-41).
    O “eles” implícito no v. 37 é uma referência àqueles que receberam a palavra e clamaram: Irmãos, que faremosP A resposta de Pedro é convincente e clara à luz de outros trechos das Escrituras, pois o arrependimento, “a mudança da mente e atitude”, é o aspecto negativo daquela fé em Cristo que está claramente implícita. O batismo em si não podia obter o perdão de pecados e a dádiva do Espírito Santo, mas era o sinal exterior de uma nova atitude que repudiava o crime da grande rejeição e colocava os que confessavam a fé cristã do lado do Messias, em nome de Jesus Cristo (v. 38): a expressão mostra que os convertidos confessaram Jesus como Messias e participaram na plenitude do seu Senhor e Salvador.

    Pedro entendia que a expressão para todos que estão longe (v. 39) se referia aos judeus dispersos, como também aos judeus da Palestina, e a promessa era para os humildes de coração que escaparam desta geração corrompida do rebelde povo de Israel, formando um remanescente fiel de testemunhas.

    A fundação da igreja (2.41). Pedro poderia ter usado a descrição que Paulo fez da sua forma de edificar a igreja: “eu, como sábio construtor, lancei o alicerce [...] Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que está posto, que é Jesus Cristo” (1Co 3:10). A palavra foi pregada e recebida fielmente por um grande número de crentes que foram então batizados e acrescentados à igreja. Alguns comentaristas têm feito a objeção de que teria sido impossível batizar 3.000 pessoas por imersão em Jemsalém. Nada se diz, no entanto, do tempo que isso levou nem do número de pessoas que se envolveram na tarefa. Em toda a cidade, havia muitos lugares para lavagem cerimonial, e também havia reservatórios de água para irrigação.

    As práticas da igreja (2.42). Esse versículo resume sucintamente os elementos principais da vida e da atividade da igreja em Jerusalém: (a) A perseverança no ensino dos apóstolos. Os apóstolos foram chamados não somente para testemunhar ao mundo, mas também para ensinar a família cristã. Nesse estágio, o ensino seria somente a reiteração dos fatos do ministério, da morte e ressurreição de Cristo considerados à luz da profecia do AT. Temos de pensar na grande comunidade dividida em grupos para esse tipo de instrução ministrada pelos apóstolos e seus auxiliares. Essa “tradição oral” — no real sentido — faria surgir depois o material escrito que encontramos nos Evangelhos e abriu o caminho para as revelações posteriores das cartas, (b) O termo comunhão (koinõnia) indica um compartilhamento generoso em que cada crente dava aos outros o que ele mesmo havia recebido, quer bênçãos espirituais quer bênçãos materiais (v. a base para isso em ljo 1:1-4). (c) O partir do pão nesse contexto é o equivalente à ceia do Senhor (tomada como parte de uma refeição comum); como uma atividade fundamental da igreja, era colocado lado a lado com o ensino e a oração. A solenidade da ordem do Senhor: “Façam isso em memória de mim”, à sombra da cruz, conduziu rapidamente à obediência logo depois que a igreja foi formada, (d) Oração. O destaque é dado aqui à oração coletiva, pois em épocas de plenitude do Espírito sempre há um reconhecimento alegre do benefício espiritual e das bênçãos que transbordam de louvores e pedidos conjuntos. Uma igreja que não tem essas características está em perigo de declínio espiritual.

    Influência exterior e unidade espiritual (2:43-47). A influência exterior da igreja era vista na admiração bastante difundida, na realização de milagres e no acréscimo ao grupo daqueles que Deus estava salvando (v. 43,47). As grandes características da vida interior da igreja eram a alegria no Senhor, o compartilhamento dos bens, a comunhão e os encontros no pátio do templo (v. 44-46). Os crentes estavam tão próximos da cruz e da ressurreição e tão cheios do Espírito que por um período o egoísmo foi tragado pelo amor. Assim, era fácil vender bens e pensar no bem de todos. Dessa forma, surgiu a “igreja-comunidade” de Jerusalém, que, considerada um experimento, foi de natureza temporária; prestou-se somente a um conjunto temporário de circunstâncias que não persistiram e não foram reproduzidas em outro lugar. Em anos posteriores, a igreja em Jerusalém se tornou cronicamente pobre, e as dificuldades na distribuição são ilustradas em 6.1. Considerada um exemplo de amor, no entanto, a comunidade tem muito a nos ensinar. O crescimento (v. 47) era o resultado natural do estado espiritual da igreja.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 41

    Atos 2

    C. A Vinda do Espírito Santo. At 2:1-41.

    Há um sentido real no qual a Igreja tem o seu dia de nascimento no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo foi dado aos homens de maneira nova para unir os crentes em Jesus através de um novo relacionamento.


    Moody - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 40 até o 41

    40, 41. O apóstolo, logo após, exortou seus ouvintes a salvarem-se desta geração perversa, que condenara Jesus à morte, aceitando o seu apelo de arrependimento e o seu testemunho de que Jesus era o Messias deles. O resultado foi que cerca de três mil pessoas aceitaram sua palavra e foram batizadas professando sua fé e foram acrescentadas à comunidade do pequeno círculo de crentes. Não há nenhuma indicação de que os apóstolos tenham imposto as mãos sobre esses novos convertidos para que eles recebessem o Espírito Santo.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 37 até o 47
    d) A primeira igreja cristã (At 2:37-47)

    Convencida pela força do argumento de Pedro, a multidão foi acutilada por sua própria consciência. Vendo-se culpados do sangue do Ungido do Senhor, exclamaram: "Que faremos, irmãos?" ouvindo de Pedro a garantia de que o perdão e o dom do Espírito Santo lhes seriam concedidos por Deus se se arrependessem e fossem batizados no Nome de Jesus como Messias. Aquela geração, de um modo geral, provara-se perversa, contudo havia um lugar para um remanescente fiel. Havendo antes citado, de Os 2:32, as palavras Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (21), Pedro agora insta com os seus ouvintes que se salvem daquela geração perversa. Tão eficaz foi sua exortação que três mil creram nas boas novas e foram batizados, formando assim a primeira igreja cristã.

    Segue-se um quadro da primitiva comunidade cristã, reunida diariamente em várias casas para partir o pão, acorrendo ao templo (aparentemente se reunia na colunata chamada de Salomão, a julgarmos de At 3:11 e At 5:12), aderindo ao ensino e à companhia dos apóstolos, aumentando em número cada dia, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo. Os milagres que, operados antes por Jesus em pessoa, foram "sinais" do advento da era messiânica, continuaram a ser operados por Ele, lá do céu, mediante Seus discípulos, agindo estes no Seu Nome, fornecendo assim uma prova adicional de que o reino divino tinha invadido a era presente, porque essas obras poderosas eram, de fato, "poderes da era por vir". Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado (38). Este mandamento parece que não causou surpresa aos ouvintes de Pedro, os quais provavelmente estavam já familiarizados com a prática do batismo. O batismo cristão, como o de João, é batismo em água, acompanhado de arrependimento, mas administrado no Nome de Jesus e associado com a dádiva do Espírito. Como o de João, tem uma referência escatológica, porém anuncia a realização daquilo para o que o batismo de João apontava. Cfr. ver 39 com Is 57:19; Os 2:32. A doutrina dos apóstolos e a comunhão (42). A comunhão era indicada no partir do pão e nas orações e igualmente na comunidade dos bens (45 e segs.). Diariamente (46). Este advérbio modifica todos os verbos da sentença. Acrescentava-lhes o Senhor... (47). Note-se a versão ARA: "o Senhor acrescentava-lhes, dia a dia, os que iam sendo salvos" -não sendo a referência aqui a um processo contínuo de salvação em cada indivíduo, mas uma afluência contínua de pessoas que, uma após outra, aceitavam a salvação oferecida e eram incorporadas na comunidade dos salvos.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47

    Atos 2

    Introdução a Atos 2 O alento de Deus — At 2:1-13

    Havia três grandes festivais judeus aos quais todo varão judeu que vivesse dentro de um raio de trinta quilômetros de Jerusalém estava obrigado legalmente a assistir — a Páscoa, o Pentecostes e a festa dos Tabernáculos. O nome de Pentecostes significa: "A qüinquagésima" e outro nome era "A festa das Semanas". Chamava-se assim porque caía cinqüenta dias, uma semana de semanas, depois da Páscoa. A Páscoa era em meados de abril; portanto o Pentecostes caía a princípios de junho. Nessa época as condições para viajar eram as melhores. À festa do Pentecostes acudia possivelmente tanta ou mais gente que à da Páscoa. Isto explica a quantidade de países mencionados neste capítulo, porque nunca havia em Jerusalém uma multidão mais internacional que nesse momento.
    A própria festa tinha dois significados principais. (1) Tinha um significado histórico. Recordava a entrega da Lei a Moisés no monte Sinai. (2) E tinha um significado agrícola. Na Páscoa se oferecia a Deus o primeiro ômer de cevada; no Pentecostes se ofereciam dois pães em gratidão pelo fim da colheita. Tinha outra característica única. A Lei estabelecia que nesse dia não se devia fazer nenhum trabalho servil (Lv 23:21; Nu 28:26). De modo que era feriado para todos, e as multidões nas ruas eram maiores que nunca.

    Não sabemos realmente o que aconteceu no Pentecostes. O certo é que os discípulos tiveram a experiência de que o poder do Espírito inundava suas vidas como nunca antes. Devemos recordar que Lucas não foi testemunha ocular desta parte de Atos e que estava transmitindo uma história que tinha ouvido. Relata os atos como se os discípulos de repente tivessem adquirido o dom de falar em idiomas estrangeiros.

    Isto não é provável por duas razões.

    1. Havia na 1greja primitiva um fenômeno que nunca desapareceu totalmente. Chamava-se falar em línguas (ver At 10:46; At 19:6). A passagem principal que o descreve é I Coríntios 14. O que acontecia era que alguém, em êxtase, começava a pronunciar uma série de sons ininteligíveis de nenhuma linguagem conhecida. Supunha-se que isso estava diretamente inspirado pelo Espírito de Deus. Embora nos pareça estranho, era um dom altamente cobiçado. Paulo não o aprovava totalmente, porque lhe parecia preferível que se desse a mensagem em um idioma que pudesse ser compreendido. Em realidade disse que se um estranho chegava a entrar podia pensar que estava diante de uma congregação de insanos (1Co 14:23). Isto se ajusta precisamente a At 2:13. Os homens que falavam em línguas lhes pareciam bêbados àqueles que não conheciam o fenômeno. Sobre estas pautas é muito mais provável que esta passagem se refira a esse estranho, embora cobiçado, dom de poder falar em línguas.
    2. Era desnecessário falar em idiomas estrangeiros. A passagem diz que a multidão estava formada por judeus (versículo
      5) e prosélitos. Estes eram gentios que se cansaram dos numerosos deuses pagãos, da imoralidade e lassidão e tinham ido às sinagogas para aprender sobre o único Deus e o caminho limpo da vida, e que tinham aceito a religião judia e o estilo de vida dessa nação. Para uma multidão como essa se necessitavam quando muito dois idiomas. Quase todos os judeus falavam aramaico; e embora fossem judeus dos dispersos em países estrangeiros, falavam o idioma que quase todo mundo utilizava nesse momento — o grego, que chegou a ser um idioma universal que todos falavam além do próprio. Em realidade o aramaico e o grego, que os discípulos devem ter falado, eram suficientes. Parece que provavelmente Lucas, um gentio, confundiu o falar em línguas com o falar em idiomas estrangeiros. O que aconteceu foi que pela primeira vez em sua vida essa multidão tão variada estava ouvindo a palavra de Deus em uma forma que penetrava diretamente em seus corações e que podiam compreender; o poder do Espírito era tal que tinha dado a esses discípulos simples uma mensagem e uma expressão que chegavam a todos os corações.

    A primeira pregação cristã

    Atos 2:14-42 é um das passagens mais interessantes de todo o Novo Testamento, porque é um relato do primeiro sermão cristão que se pregou.

    Na Igreja primitiva havia quatro formas de pregar.

    1. Havia a chamada kerigma, que significa literalmente o anúncio de um arauto. Consiste em explicar sinceramente os principais pontos da mensagem cristã, sobre os quais, tal como o viam os primeiros pregadores, não pode haver nenhum questionamento nem rechaço.
    2. Havia a chamada didaquê. Didaquê significa literalmente ensinar e esclarecia e buscava o sentido, o significado e as implicações dos atos que se proclamaram. Dizendo-o em termos de nossos dias — suponhamos que um pregador deu a conhecer atos indisputáveis, e que alguém perguntasse: "E qual a relação com isso?" — a didaquê é a resposta a essa pergunta.
    3. Havia a chamada paraklesis que significa literalmente exortação. Este tipo de pregação admoestava os homens ao dever e à obrigação de mudar sua vida para estar de acordo com o kerigma e a didaquê que lhes foi dado.
    4. Havia a homilia que significa falar de qualquer tema ou noção da vida à luz da mensagem cristã. Uma pregação completa tem algo dos quatro elementos. Há nela uma proclamação cheia dos atos do evangelho cristão; a explicação do significado e importância destes atos; a exortação para que nossas vidas respondam a eles; e a consideração de todas as atividades da vida à luz da mensagem cristã.

    Em Atos encontraremos principalmente kerigma, devido a fala da proclamação dos atos do evangelho àqueles que nunca tinham ouvido a respeito dele antes. Este kerigma segue um modelo que se repete várias vezes através de todo o Novo Testamento.

    1. Prova-se que Jesus, e tudo o que lhe aconteceu, é o cumprimento da profecia do Antigo Testamento. Em tempos modernos damos cada vez menos ênfase ao cumprimento da profecia. Chegamos a ver que os profetas não vaticinavam tanto os atos por vir como anunciavam a verdade de Deus para os homens. Mas esta ênfase da pregação primitiva na profecia conserva e estabelece uma grande verdade. Estabelece que a história não leva um caminho sem rumo; que não se trata de um labirinto sem começo nem fim, mas sim no universo operam um significado, um sentido e uma lei moral. Crer na possibilidade da profecia é crer que Deus controla tudo e que está levando a cabo seus propósitos.
    2. O Messias veio em Jesus, as profecias messiânicas se cumpriram e nasceu uma Nova Era. A Igreja primitiva tinha o sentido tremendo de que Jesus era a pedra angular de toda a história; que com sua vinda a eternidade invadiu o tempo e que Deus entrou no campo de ação humano; e que, portanto, a vida e o mundo nunca poderiam ser os mesmos. Com a vinda de Jesus tinha nascido algo crucial, irrepetível, que o afetava tudo.
    3. A pregação primitiva passava então a estabelecer que Jesus nasceu da linhagem de Davi, que ensinou e realizou milagres, que foi crucificado, que tinha ressuscitado dos mortos e que estava agora à mão direita de Deus. A Igreja primitiva estava segura de que toda a religião cristã tinha uma base histórica, que estava baseada na vida terrestre de Cristo, e que era preciso contar a história dessa vida. Mas também estava segura de que essa vida e essa morte terrestres não eram o fim, mas que depois disso vinha a ressurreição. A base eram os atos históricos, mas estes não eram tudo. Jesus não era para eles alguém de quem tinham lido ou cuja história tinham ouvido: era Alguém que eles conheceram e experimentaram. Não era uma figura de um livro, alguém que viveu e morreu: era uma profecia viva, viva para sempre.
    4. Os pregadores primitivos insistiam além disso, em que Jesus retornaria em glória para estabelecer seu Reino sobre a Terra. Em outras palavras, a Igreja primitiva cria intensa e apaixonadamente na Segunda Vinda. Esta também é uma doutrina que em certo modo desapareceu da pregação moderna. Mas basicamente conserva uma grande verdade, a verdade de que a história se dirige para um fim; que um dia, em algum momento, haverá uma consumação, e que portanto o homem está no caminho ou sobre ele.
    5. A pregação terminava com a afirmação de que só em Jesus há salvação, que aquele que crê nEle receberá o Espírito Santo, e que aquele que não quer crer está destinado a coisas terríveis. Quer dizer, finalizava com uma promessa e uma advertência. É exatamente como aquela voz que Bunyan ouviu lhe sussurrando ao ouvido: "Você deixará seus pecados e irá ao céu ou você os conservará e irá ao inferno?

    Se agora lermos o sermão de Pedro como um tudo, veremos como estão tecidas nele estes cinco fios.

    O DIA DO SENHOR CHEGOU

    Atos 2:14-21

    No versículo 15 Pedro insiste em que esses homens não podem estar embriagados porque é a terceira hora do dia. O dia judeu se considerava depois das seis da manhã até as seis da tarde, e, portanto, a terceira hora são as nove da manhã.

    Toda a passagem nos apresenta uma das concepções básicas e dominantes tanto do Antigo como do Novo Testamento — a concepção do Dia do Senhor. Tanto em um como em outro há muito que não pode compreender-se totalmente mas podemos conhecer os princípios básicos que jazem sob essa concepção.

    Os judeus nunca perderam a convicção de que eram o povo escolhido por Deus. Interpretavam essa posição no sentido de que estavam escolhidos para receber honras e privilégios especiais entre as nações. Foram sempre uma nação pequena. A história foi para eles um longo desastre. Viam com clareza que por meios humanos nunca alcançariam a posição que mereciam como povo escolhido. De modo que, pouco a pouco, chegaram à conclusão de que o que o homem não podia fazer Deus devia fazê-lo. Começaram, pois, a esperar o dia em que Deus interviria diretamente na história e os exaltaria à honra que sonhavam. O dia dessa intervenção era o Dia do Senhor. Dividiam todo o tempo em duas eras: a era presente, completamente má e destinada à destruição; e a era vindoura que seria a idade áurea de Deus. Entre ambas estava o Dia do Senhor que seria o nascimento terrível da nova era. Chegaria de repente como um ladrão na noite; seria um dia em que o mundo tremeria até em seus pedestais de uma coluna, e o próprio universo se destroçaria, desintegrando-se; seria um dia de juízo e terror. Através de todos os livros proféticos do Antigo Testamento, e em muitos do Novo há descrições desse Dia. As passagens típicas são: Is 2:12; 13:6ss.; Am 5:18, Sf 1:7; Joel 2; 1 Tessalonicenses At 5:2. Aqui Pedro lhes está dizendo a estes judeus: "Por muitas gerações sonhastes com o Dia do Senhor, o dia em que Deus irromperia na história. Agora, em Jesus, esse dia chegou".

    Por trás de todo o gasto imaginário havia uma grande verdade em Jesus, Deus em pessoa chegou à cena da história humana.

    SENHOR E CRISTO

    Atos 2:22-36

    Esta é uma passagem cheia da essência do pensamento dos pregadores primitivos.

    1. Insiste em que a cruz não foi um acidente. Pertencia aos planos eternos de Deus (versículo 23). Várias vezes Atos afirma que a cruz estava nos planos eternos de Deus (ver: At 3:18; At 4:28; At 13:29). O pensamento de Atos nos previne de dois sérios enganos com respeito à morte de Jesus. (a) A cruz não é uma medida de emergência tomada por Deus quando todo o resto tinha fracassado. É parte da própria vida de Deus. (b) Não devemos pensar que algo do que Jesus fez mudou a atitude de Deus para com os homens. Nunca devemos opor um Jesus gentio e amante a um Deus irado e vingativo. Jesus foi enviado por

    Deus. Ele foi quem planejou sua vinda a este mundo. Podemos dizê-lo assim: a cruz foi uma janela no tempo que nos permite ver o amor sofredor que existe eternamente no coração de Deus

    1. Atos insiste em que, embora isto é assim, de modo nenhum atenua o crime dos que crucificaram a Jesus. Toda menção da crucificação em Atos leva consigo instintivamente um sentimento de horror em face do crime que os homens cometeram (At 2:23; At 3:13; At 4:10; At 5:30). Além de qualquer outra coisa a crucificação é o maior crime de toda a história. Demonstra de modo supremo o que pode fazer o pecado, que pode tomar a vida mais encantada que o mundo jamais viu e tentar destroçá-la em uma cruz.
    2. Atos propõe-se a provar que os sofrimentos e a morte de Jesus Cristo foram o cumprimento de uma profecia. Os pregadores primitivos tinham que fazer isso. Para o judeu a idéia do Messias crucificado era incrível. A Lei dizia: “o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Dt 21:23). Para o judeu ortodoxo a cruz era o único fato que fazia totalmente impossível que Jesus pudesse ser o Messias. Os pregadores primitivos respondiam: "Se vocês tão-só lessem as Escrituras corretamente veriam que tudo estava escrito".
    3. Atos dá ênfase à Ressurreição como a prova final de que Jesus era fora de dúvida o Escolhido de Deus. Atos foi chamado o evangelho da Ressurreição. Para a Igreja primitiva isto era o mais importante. Devemos recordar o seguinte: sem a Ressurreição não existiría a Igreja cristã. Quando os discípulos pregavam sobre a importância da Ressurreição falavam de sua própria experiência. Depois da cruz estavam aniquilados, destroçados, com seus sonhos quebrados e suas vidas quebrantadas. A Ressurreição mudou tudo isto e converteu homens sem esperança em pessoas plenas de confiança, covardes em heróis.

    Uma das tragédias da Igreja é que muitas vezes se deixa a pregação da Ressurreição para a Páscoa. Cada domingo é o dia do Senhor; cada dia do Senhor deve ser guardado como o dia da Ressurreição. Na Igreja oriental, no dia de Páscoa, se duas pessoas se encontram, alguém diz: "O senhor ressuscitou"; e a outra responde: "ressuscitou verdadeiramente!" Um cristão é um homem que nunca esquece que vive e anda com um Senhor ressuscitado.

    SALVAI-OS!

    Atos 2:37-41

    1. Em primeiro lugar, esta passagem nos mostra com clareza cristalina o resultado da cruz. Quando mostrou aos homens o que tinham feito ao crucificar a Jesus, seus corações se quebrantaram. Disse Jesus: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12:32). Se o pecado do homem foi o responsável pela crucificação de Jesus, nosso pecado foi responsável. Todo homem teve parte nesse crime.

    Conta-se que uma vez um missionário contou a história de Jesus em uma vila indígena. Depois mostrou a vida de Cristo com slides projetados numa parede branqueada. De repente quando o slide da cruz apareceu sobre a parede um homem da audiência se levantou e correu para a frente. "Desce dessa cruz, Filho de Deus", gritou, "eu, e não você, teria que estar pendurando ali".
    A cruz, quando compreendemos o que aconteceu ali, não pode menos que atravessar o coração.

    1. Essa experiência demanda uma reação por parte dos homens. Pedro disse: "Acima de tudo, arrependei-vos" (Barcelona). O que significa arrepender-se? A palavra significava originalmente repensar, pensar novamente. Muitas vezes o voltar a pensar mostra que o primeiro pensamento estava equivocado; de modo que a palavra começou a significar mudar de idéia; mas, se um homem for honesto mudar de idéia significa mudar de ação. O arrependimento deve envolver tanto uma mudança de idéia como uma mudança na ação. Alguém pode mudar de idéia e ver que suas ações estavam equivocadas, mas pode estar tão apaixonado por sua velha maneira de agir que não a mude. Alguém pode mudar seu forma de agir, mas suas idéias podem continuar sendo as mesmas. Pode mudar só por temor ou por motivos prudentes; mas seu coração ainda ama suas velhas formas de agir e, chegado o momento, recairá nelas. O verdadeiro arrependimento envolve uma mudança de mentalidade e uma mudança na ação.
    2. Quando nos arrependemos algo acontece com o passado. Vem a remissão dos pecados. O perdão de Deus para o que fica atrás. Deixemos bem claro que as consequências do pecado não se apagam. Nem sequer Deus pode fazê-lo. Quando pecamos podemos fazer algo contra nós mesmos ou contra outros, que não pode ser desfeito. Consideremos desta maneira. Quando fomos jovens e fazíamos algo mau criava-se uma barreira invisível entre nós e nossos pais. Mas quando nos desculpávamos e sentíamos outra vez os braços de nossa mãe ao redor d nós se restaurava a velha relação e tudo ficava bem. O perdão não suprime as conseqüências do que fizemos, mas restabelece nossa relação com Deus. A suspeita e o medo desaparecem e estamos em paz com Ele.
    3. Quando nos arrependemos algo acontece com o futuro. Recebemos o dom do Espírito Santo. Embora nos arrependemos, como faremos para não cair nos mesmos enganos novamente? Entra em nossa vida um poder que não é nosso, o poder do Espírito Santo, e com ele podemos vencer nas batalhas que jamais sonhamos ganhar, e resistir aquilo que por nós mesmos não poderíamos resistir.

    No momento do verdadeiro arrependimento somos libertos da alienação e do medo do passado, e equipados para enfrentar as batalhas do futuro.

    AS CARACTERÍSTICAS DA IGREJA Atos 2:42-47

    Nesta passagem temos uma espécie de brilhante resumo das características da Igreja primitiva.

    1. Era uma Igreja que aprendia. A palavra doutrina no verso At 2:42 não é passiva; é ativa. A frase significa que persistiam em ouvir os apóstolos enquanto ensinavam. Um dos grandes perigos da Igreja é uma religião estática que olhe para trás em vez de para frente. Justamente devido a que as riquezas de Cristo são inescrutáveis e intermináveis deveríamos partir sempre para frente. O cristão deve caminhar, não rumo ao entardecer mas rumo ao amanhecer. Deveríamos considerar um dia perdido aquele em que não aprendemos nada novo e quando não penetramos mais profundamente na sabedoria e na graça de Deus.
    2. Era uma Igreja em comunhão. Tinha o que alguém chamou a grande qualidade de estar juntos. Nelson explicava uma de suas grandes vitórias dizendo: "Tive a alegria de comandar um grupo de irmãos". A Igreja só é uma verdadeira Igreja quando é um grupo de irmãos.
    3. Era uma Igreja que orava. Aqueles primeiros cristãos sabiam que não podiam enfrentar a vida com suas próprias forças e que não tinham necessidade de fazê-lo. Sempre falavam com Deus antes de fazê-lo com os homens; sempre iam a Deus antes de sair ao mundo; podiam enfrentar os problemas da vida porque primeiro encontravam a Deus.
    4. Era uma Igreja reverente. No versículo 43 a palavra corretamente traduzida temor encerra a idéia de temor reverencial. Diz-se de um grande grego que se movia no mundo como se o fizesse em um templo. O cristão vive com reverência porque sabe que toda a Terra é o templo do Deus vivente.
    5. Era uma Igreja na qual aconteciam coisas. Ocorriam maravilhas e sinais (versículo 43). Se esperamos grandes coisas de Deus e busquemos fazer grandes coisas para Ele, algo acontecerá. Quando a fé morre, morre a capacidade de obter. Mais coisas aconteceriam se créssemos que juntos — Deus e nós — podemos fazer acontecer.
    6. Era uma Igreja que compartilhava (versículos 44:45). Aqueles primeiros cristãos tinham um intenso sentimento de responsabilidade um pelo outro. Diz-se que William Morris nunca via um homem ébrio sem sentir uma responsabilidade pessoal por ele. Um verdadeiro cristão não deveria suportar o ter tanto quando outros têm tão pouco.
    7. Era uma Igreja que adorava (versículo 46). Nunca esqueciam de visitar a casa de Deus. Devemos lembrar que "Deus não conhece a religião solitária". A metade da emoção de um concerto ou de uma grande competição de atletismo é o ser um entre um grande número de pessoas. Quando nos reunimos podem acontecer coisas. O Espírito de Deus se move sobre os que juntos O adoram.
    8. Era uma Igreja alegre (versículo 46). A felicidade estava ali. Um cristão melancólico é uma contradição. A alegria de um cristão não é necessariamente algo de que deva gabar-se; mas na profundidade de seu coração há uma alegria que ninguém pode tirar.
    9. Era uma Igreja de gente que não podia deixar de ser querida por outros. Há duas palavras gregas para bom. Uma é agathos que descreve simplesmente um objeto como bom. A outra é kalos que significa algo que não somente é bom, mas sim tem aspecto de bom; há um atrativo nisso. O verdadeiro cristianismo é algo bonito. Há muita gente boa, mas há neles um traço de dureza. Nunca poderiamos ir e chorar em seu regaço. São o que alguém denominou cristãos de gelo.

    Struthers estava acostumado a dizer que o que ajudaria à Igreja mais que qualquer outra coisa seria que uma que outra vez os cristãos fizessem algo agradável. A Igreja primitiva estava formada por gente atrativa.


    Dicionário

    Exortar

    verbo transitivo direto Dar estímulos, incentivos; mostrar coragem para; incentivar: o presidente exortou as forças armadas a entrarem no bairro.
    verbo bitransitivo Fazer com que alguém pense ou se comporte de determinada maneira; persuadir, aconselhar: exortava os alunos a pensarem de acordo com seus pensamentos.
    Etimologia (origem da palavra exortar). Do latim exorto.

    Significa proclamar de forma autêntica o Evangelho, transmitindo não uma doutrina, mas uma experiência concreta com todas as exigências éticas decorrentes da adesão de fé.

    Exortar Aconselhar; animar; encorajar (Rm 12:8; Tt 2:15). O verbo “exortar”, que corresponde a parakaleo (no grego), não tem o sentido de “repreender”.

    Geração

    substantivo feminino Ato de gerar ou de ser gerado: geração de energia.
    Função pela qual os seres organizados se reproduzem; concepção.
    Série de organismos semelhantes que se originam uns dos outros.
    Parentesco direto; linhagem, ascendência, genealogia.
    Espaço de tempo que separa cada grau de filiação: cada século compreende cerca de três gerações.
    Etapa da descendência natural que deve ser seguida por outra; considera-se como período de tempo de cada geração humana cerca de 25 anos: os pais representam uma geração, os filhos representam a geração seguinte.
    [Biologia] Qualquer fase necessária para manter a sobrevivência de uma espécie.
    Etimologia (origem da palavra geração). Do latim generatio.onis.

    Emprega-se esta palavra no Sl 24 (*veja
    6) para designar uma certa classe de povo. Dum modo prático e equivalente a ‘genealogia’ em Mt 1:1 e a ‘história’ em Gn 2:4 (Versão Bras.). Na longa vida patriarcal parece ter sido calculado em 100 anos o tempo de uma geração (Gn 15:16) – mas em cálculos posteriores era esta de 30 a 40 anos (42:16).

    [...] a geração a quem Jesus se dirigia é a geração de Espíritos que, purificados com o auxílio do tempo, das expiações e das reencarnações sucessivas, executarão, nas épocas preditas, as coisas anunciadas.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

    Geração adúltera Aquela geração, que resistia a todos os esforços empregados para conduzi-la ao caminho era má e adúltera. Era adúltera no sentido de desprezar a fé no seu Deus para se entregar a práticas materiais.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2


    Geração
    1) Sucessão de descendentes em linha reta: pais, filhos, netos, bisnetos, trinetos, tataranetos (Sl 112:2); (Mt 1:17)

    2) Conjunto de pessoas vivas numa mesma época (Dt 32:5); (Fp 2:15).

    Palavras

    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    Salvar

    verbo transitivo Tirar ou livrar do perigo ou da ruína; pôr a salvo: salvar a vida de um náufrago.
    Conservar, guardar, poupar, defender, preservar: salvar uma parte da herança.
    Conservar intacto: salvar a honra.
    Dar a salvação a, livrar da danação eterna: Cristo salvou os homens.
    Reservar alguma coisa para uso posterior.
    Informática Gravar um arquivo em disco para preservá-lo.

    salvar
    v. 1. tr. dir. Pôr a salvo; livrar da morte, tirar de perigo, preservar de dano, destruição, perda, ruína etc. 2. tr. dir. Livrar da perda. 3. tr. dir. Evitar a derrota: O goleiro salvou o jogo. 4. pron. pôr-se a salvo; escapar-se, livrar-se de perigo iminente. 5. tr. dir e pron. Conservar(-se) salvo ou intacto. 6. tr. dir. Dar saudação a; saudar, cumprimentar. 7. Intr. Saudar com salvas de artilharia. 8. tr. dir. Defender, livrar, poupar, preservar. 9. pron. Escapar da morte; curar-se. 10 tr. dir. Teol. Trazer ao seio da Igreja; livrar das penas do inferno: S. uma alma. 11. pron. Alcançar a bem-aventurança ou a salvação eterna.

    Testificar

    verbo transitivo direto Testemunhar; oferecer testemunho; comprovar a veracidade de: o trabalho testifica a competência do funcionário.
    verbo transitivo indireto Assegurar; afirmar com convicção e certeza: o juiz testificou que o réu é culpado.
    Etimologia (origem da palavra testificar). Do latim testificari.

    Testificar
    1) Fazer afirmativa baseada em conhecimento pessoal ou em crença (Jo 3:11); 1.34).

    2) Dar TESTEMUNHO 2, (2Sm 1:16); (Rm 8:16).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    τέ πλείων ἕτερος λόγος διαμαρτύρομαι καί παρακαλέω λέγω σώζω ἀπό ταύτη γενεά σκολιός
    Atos 2: 40 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    E com muitas outras palavras ele testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
    Atos 2: 40 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    30 d.C.
    G1074
    geneá
    γενεά
    paternidade, nascimento, natividade
    (generations)
    Substantivo - nominativo Feminino no Plural
    G1263
    diamartýromai
    διαμαρτύρομαι
    amigo, escrivão e fiel assistente de Jeremias
    (Baruch)
    Substantivo
    G2087
    héteros
    ἕτερος
    o outro, próximo, diferente
    (other)
    Adjetivo - Masculino no Singular acusativo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3004
    légō
    λέγω
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    G3056
    lógos
    λόγος
    do ato de falar
    (on account)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3778
    hoûtos
    οὗτος
    um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
    (of the Chaldeans)
    Substantivo
    G3870
    parakaléō
    παρακαλέω
    o nome primitivo de Betel e provavelmente o nome da cidade que fica próxima à
    ([was called] Luz)
    Substantivo
    G4119
    pleíōn
    πλείων
    maior em quantidade
    (above [that])
    Adjetivo - neutro acusativo singular - comparativo
    G4646
    skoliós
    σκολιός
    deformado, curvo
    (crooked)
    Adjetivo - nominativo neutro no Plural
    G4982
    sṓzō
    σώζω
    um sacerdote, filho de Joiaribe, na época de Joiaquim
    (Mattenai)
    Substantivo
    G5037
    τέ
    um homem do Carmelo que rejeitou os mensageiros de Davi, e morreu de choque quando
    (Nabal)
    Substantivo
    G575
    apó
    ἀπό
    onde?, para onde? (referindo-se a lugar)
    (and where)
    Advérbio
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    γενεά


    (G1074)
    geneá (ghen-eh-ah')

    1074 γενεα genea

    de (um suposto derivado de) 1085; TDNT - 1:662,114; n f

    1. paternidade, nascimento, natividade
    2. aquele que foi gerado, homens da mesma linhagem, família
      1. os vários graus de descendentes naturais, os membros sucessivos de uma genealogia
      2. metáf. grupo de pessoas muito semelhantes uns com os outros nos dons, ocupações, caráter
        1. esp. em um mau sentido, uma nação perversa
    3. totalidade das pessoas que vivem numa mesma época
    4. época, (i.e. espaço de tempo normalmente ocupado por cada geração sucessiva), espaço de 30 - 33 anos

    διαμαρτύρομαι


    (G1263)
    diamartýromai (dee-am-ar-too'-rom-ahee)

    1263 διαμαρτυρομαι diamarturomai

    de 1223 e 3140; TDNT - 4:510,564; v

    1. testificar
      1. acusar seriamente, religiosamente
    2. atestar, testificar a, afirmar solenemente
      1. dar testemunho solene para alguém
      2. confirmar algo pelo testemunho, testificar, fazê-lo crível

    ἕτερος


    (G2087)
    héteros (het'-er-os)

    2087 ετερος heteros

    de afinidade incerta TDNT - 2:702,265; adj

    1. o outro, próximo, diferente
      1. para número
        1. usado para diferenciar de alguma pessoa ou coisa anterior
        2. o outro de dois
      2. para qualidade
        1. outro: i.e. alguém que não é da mesma natureza, forma, classe, tipo, diferente

    Sinônimos ver verbete 5806


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λέγω


    (G3004)
    légō (leg'-o)

    3004 λεγω lego

    palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

    1. dizer, falar
      1. afirmar sobre, manter
      2. ensinar
      3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
      4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
      5. chamar pelo nome, chamar, nomear
      6. gritar, falar de, mencionar

    λόγος


    (G3056)
    lógos (log'-os)

    3056 λογος logos

    de 3004; TDNT - 4:69,505; n m

    1. do ato de falar
      1. palavra, proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia
      2. o que alguém disse
        1. palavra
        2. os ditos de Deus
        3. decreto, mandato ou ordem
        4. dos preceitos morais dados por Deus
        5. profecia do Antigo Testamento dado pelos profetas
        6. o que é declarado, pensamento, declaração, aforismo, dito significativo, sentença, máxima
      3. discurso
        1. o ato de falar, fala
        2. a faculdade da fala, habilidade e prática na fala
        3. tipo ou estilo de fala
        4. discurso oral contínuo - instrução
      4. doutrina, ensino
      5. algo relatado pela fala; narração, narrativa
      6. assunto em discussão, aquilo do qual se fala, questão, assunto em disputa, caso, processo jurídico
      7. algo a respeito do qual se fala; evento, obra
    2. seu uso com respeito a MENTE em si
      1. razão, a faculdade mental do pensamento, meditação, raciocínio, cálculo
      2. conta, i.e., estima, consideração
      3. conta, i.e., cômputo, cálculo
      4. conta, i.e., resposta ou explanação em referência a julgamento
      5. relação, i.e., com quem, como juiz, estamos em relação
        1. razão
      6. razão, causa, motivo

        Em João, denota a essencial Palavra de Deus, Jesus Cristo, a sabedoria e poder pessoais em união com Deus. Denota seu ministro na criação e governo do universo, a causa de toda a vida do mundo, tanto física quanto ética, que para a obtenção da salvação do ser humano, revestiu-se da natureza humana na pessoa de Jesus, o Messias, a segunda pessoa na Trindade, anunciado visivelmente através suas palavras e obras. Este termo era familiar para os judeus e na sua literatura muito antes que um filósofo grego chamado Heráclito fizesse uso do termo Logos, por volta de 600 a.C., para designar a razão ou plano divino que coordena um universo em constante mudança. Era a palavra apropriada para o objetivo de João no capítulo 1 do seu evangelho. Ver Gill ou “Jo 1:1”.



    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    οὗτος


    (G3778)
    hoûtos (hoo'-tos)

    3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

    do artigo 3588 e 846; pron

    1. este, estes, etc.

    παρακαλέω


    (G3870)
    parakaléō (par-ak-al-eh'-o)

    3870 παρακαλεω parakaleo

    de 3844 e 2564; TDNT - 5:773,778; v

    1. chamar para o (meu) lado, chamar, convocar
    2. dirigir-se a, falar a, (recorrer a, apelar para), o que pode ser feito por meio de exortação, solicitação, conforto, instrução, etc.
      1. admoestar, exortar
      2. rogar, solicitar, pedir
        1. esforçar-se por satisfazer de forma humilde e sem orgulho
      3. consolar, encorajar e fortalecer pela consolação, confortar
        1. receber consolação, ser confortado
      4. encorajar, fortalecer
      5. exortando, confortando e encorajando
      6. instruir, ensinar

    πλείων


    (G4119)
    pleíōn (pli-own)

    4119 πλειων pleion neutro πλειον pleion ou πλεον pleon

    comparativo de 4183; adj

    1. maior em quantidade
      1. a maior parte, muito mais

        maior em qualidade, superior, mais excelente


    σκολιός


    (G4646)
    skoliós (skol-ee-os')

    4646 σκολιος skolios

    da raiz de 4628; TDNT - 7:403,1046; adj

    1. deformado, curvo
    2. metáf.
      1. perverso, mau
      2. injusto, grosseiro, rebelde

    σώζω


    (G4982)
    sṓzō (sode'-zo)

    4982 σωζω sozo

    de uma palavra primária sos (contração da forma arcaica saos, “seguro”); TDNT - 7:965,1132; v

    1. salvar, manter são e salvo, resgatar do perigo ou destruição
      1. alguém (de dano ou perigo)
        1. poupar alguém de sofrer (de perecer), i.e., alguém sofrendo de uma enfermidade, fazer bem, curar, restaurar a saúde
        2. preservar alguém que está em perigo de destruição, salvar ou resgatar
      2. salvar no sentido técnico usado na Bíblia
        1. negativamente
          1. livrar das penalidade do julgamento messiânico
          2. livrar dos males que dificultam a recepção do livramento messiânico

    τέ


    (G5037)
    (teh)

    5037 τε te

    partícula primária (enclítica) de conecção ou adição; partícula

    não apenas ... mas também

    tanto ... como

    tal ... tal


    ἀπό


    (G575)
    apó (apo')

    575 απο apo apo’

    partícula primária; preposição

    1. de separação
      1. de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
      2. de separação de uma parte do todo
        1. quando de um todo alguma parte é tomada
      3. de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
      4. de um estado de separação. Distância
        1. física, de distância de lugar
        2. tempo, de distância de tempo
    2. de origem
      1. do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
      2. de origem de uma causa

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo