Enciclopédia de Atos 7:38-38

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 7: 38

Versão Versículo
ARA É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu palavras vivas para no-las transmitir.
ARC Este é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar.
TB Este é aquele que esteve na igreja no deserto com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu oráculos de vida para vo-los dar,
BGB οὗτός ἐστιν ὁ γενόμενος ἐν τῇ ἐκκλησίᾳ ἐν τῇ ἐρήμῳ μετὰ τοῦ ἀγγέλου τοῦ λαλοῦντος αὐτῷ ἐν τῷ ὄρει Σινᾶ καὶ τῶν πατέρων ἡμῶν, ὃς ἐδέξατο ⸀λόγια ζῶντα δοῦναι ⸀ἡμῖν,
HD Este é o que esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com nossos Pais, o qual recebeu palavras vivas para nos dar.
BKJ Este é o que esteve na igreja no deserto, com o anjo que lhe falou no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu os oráculos de vida para nos dar;
LTT Este (Moisés) é aquele havendo estado (na assembleia no deserto) com o Anjo, o Qual (Anjo), no monte Siná ①, estava falando a ele e aos nossos pais; o qual (Moisés) recebeu as palavras- divinas ① que estão vivendo, para dá-las a nós.
BJ2 Foi ele quem, na assembléia[a] do deserto, esteve com o anjo que lhe falava no monte Sinai e também com nossos pais;[b] foi ele quem recebeu palavras de vida[c] para no-las transmitir.
VULG Hic est qui fuit in ecclesia in solitudine cum angelo, qui loquebatur ei in monte Sina, et cum patribus nostris : qui accepit verba vitæ dare nobis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 7:38

Êxodo 19:3 E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel:
Êxodo 20:19 E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos.
Êxodo 21:1 Estes são os estatutos que lhes proporás:
Números 16:3 E se congregaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Demais é já; pois que toda a congregação é santa, todos eles são santos, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?
Números 16:41 Mas, no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor.
Deuteronômio 5:27 Chega-te tu e ouve tudo o que disser o Senhor, nosso Deus; e tu nos dirás tudo o que te disser o Senhor, nosso Deus, e o ouviremos e o faremos.
Deuteronômio 6:1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o Senhor, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir;
Deuteronômio 30:19 Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente,
Deuteronômio 32:46 disse-lhes: Aplicai o vosso coração a todas as palavras que hoje testifico entre vós, para que as recomendeis a vossos filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei.
Deuteronômio 33:4 Moisés nos deu a lei por herança da congregação de Jacó.
Neemias 9:13 E sobre o monte de Sinai desceste, e falaste com eles desde os céus, e deste-lhes juízos retos e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons.
Salmos 78:5 Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos,
Isaías 63:9 Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade.
João 1:17 Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
João 6:63 O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.
Atos 7:30 E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo de um sarçal.
Atos 7:35 A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? A este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera no sarçal.
Atos 7:53 vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos e não a guardastes.
Romanos 3:2 Muita, em toda maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas.
Romanos 9:4 que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
Romanos 10:6 Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu (isto é, a trazer do alto a Cristo)?
Gálatas 3:19 Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.
Hebreus 2:2 Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,
Hebreus 4:12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
Hebreus 5:12 Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
I Pedro 4:11 Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém!


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Atos 7 : 38
congregação
ἐκκλησίᾳ - (eclesia) Lit. “assembleia (popular, dos anfitriões em Delfos, de soldados, etc...); lugar da assembleia”, e por extensão: a congregação dos filhos de Israel; a comunidade cristã; o local das reuniões (igreja).


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

KJB.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

As dez pragas

século XV ou XIII a.C.
De acordo com o livro de Êxodo, o Senhor ordenou que Moisés e seu irmão mais velho, Arão, se dirigissem ao faraó. Arão lançou diante do faraó o seu bordão e este se transformou numa serpente.' Os magos e feiticeiros dos egípcios conseguiram reproduzir esse feito com suas ciências ocultas, mas a vara de Arão engoliu a vara dos egípcios. Então, o Senhor lançou sobre a terra uma série de pragas devastadoras, culminando com a morte dos primogênitos do Egito. O escritor de Êxodo descreve pragas que mostram o controle do Senhor sobre diversos aspectos de sua criação e o contrasta implicitamente com a impotência dos deuses e da magia do Egito. Ele registra o propósito de Deus: "Saberão os egípcios que eu sou o Senhor, quando estender cu a mão sobre Egito e tirar do meio deles os filhos de Israel" (Éx 7.5). E possível sugerir explicações naturais para todas as pragas, com exceção da última; o caráter miraculoso das mesmas diz respeito à sua sequência devastadora e a fato de metade delas (as de número 4, 5, 7, 9 e
10) não ter atingido especificamente os israelitas.

1. Sangue
O nível das águas do Nilo se eleva em julho e agosto e chega ao seu ponto mais alto em setembro quando, normalmente o rio adquire um aspecto avermelhado devido à presença de partículas do solo suspensas na água. Neste caso, porém, trata-se de uma ocorrência incomum. Alguns estudiosos sugerem que milhões de organismos microscópicos chamados de flagelados, provavelmente originários do lago Tana, na Etiópia, conferiram às águas do Nilo a cor vermelha semelhante a sangue. Os peixes morreram, provocando mau odor e tornado a água impotável. Durante a noite, os flagelados precisariam de uma quantidade maior de oxigênio, mas durante o dia, o expeliriam. Essa variação poderia ser a causa da morte dos peixes, pois estes precisam de um nível constante de oxigênio.

2. Rãs
Sabe-se da ocorrência de invasões de rãs que saem do rio e vão para a terra no final do período de cheias (setembro-outubro). A água poluída poderia estimular as rás a saírem do rio e se espalharem pela terra (chegando a entrar nos aposentos do faraó). A morte súbita das rãs teria sido causada, talvez, pela contaminação dos peixes em decomposição.

3. Piolhos
Seres humanos e animais sofreram uma infestação de piolhos. O termo original também pode indicar um tipo de mosquito que talvez tenha se multiplicado nas poças que ficavam nas margens do Nilo quando as águas baixavam.

4. Moscas
Enxames densos de moscas (talvez mutucas) devastaram a terra. Esses insetos também podem ter se procriado nas poças às margens do rio.

5. Pestilência entre os animais
A quinta praga, possivelmente uma epidemia de antraz propagada pelas rãs, exterminou os rebanhos egípcios.

6. Úlceras
Tanto os seres humanos quanto os animais de toda a terra tiveram úlceras supurantes.

7. Granizo
Uma vez que o granizo é uma ocorrência incomum numa terra quente como o Egito, esta tempestade foi, sem dúvida, extraordinária. Arrasou todas as plantações e desfolhou as árvores. De acordo com Êxodo 9.31, o linho e a cevada já haviam florescido e foram destruídos pelo granizo, mas o trigo e o centeio ainda não tinham germinado. E possível inferir, então, que esta tempestade ocorreu em janeiro ou fevereiro.

8. Gafanhotos
Em março ou abril, os ventos orientais predominantes podiam trazer, talvez do Sudão, nuvens de gafanhotos migradores no seu estágio imaturo e mais voraz. Os insetos cobriram a terra até que esta escureceu e consumiram toda a vegetação que havia sobrevivido ao granizo.

9. Trevas
Os três dias de trevas podem ter sido causados pela hamsin, uma tempestade de areia comum no mês de março. Depois que os gafanhotos limparam toda a vegetação da terra, a tempestade levantou ainda mais pó.

10. A morte dos primogênitos
A décima praga ocorreu entre março e abril, quando os judeus de hoje celebram a Páscoa. Esta é a única praga para a qual não há nenhuma explicação natural, constituindo uma ocorrência inequivocamente sobrenatural. "Aconteceu que, à meia-noite, feriu o Senhor todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do cativo que estava na cnxovia, e todos os primogênitos dos animais" (Êx 12.29).

A TRAVESSIA DO MAR
Os egípcios instaram os israelitas a deixar a terra. Êxodo 12.37 registra a partida de seiscentos mil homens, sem contar as mulheres e crianças. Considerando que o termo eleph (traduzido, em geral, como "mil") também pode significar ll grupos familiares alguns estudiosos sugerem um número muito menor. Depois de permitir a partida, o faraó mudou de ideia e perseguiu os escravos na tentativa de recuperar parte importante da força de trabalho do seu reino. Durante a noite, um forte vento oriental empurrou as águas do mar e o transformou em terra seca, permitindo as israelitas atravessar o mar em segurança. Então, o mar se fechou e afogou os egípcios que os perseguiam. Esse livramento dramático foi considerado na história subsequente de Israel como o acontecimento constitutivo do povo de Israel.

Em nossas traduções da Biblia, diz-se que as águas do "mar Vermelho" foram divididas e depois se fecharam sobre os perseguidores egípcios. A designação hebraica yam suph significa, na verdade, "mar de juncos" e, provavelmente se refere a um dos lagos rasos ao norte do golfo de Suez, e não ao que chamamos de mar Vermelho, ou seja, o próprio golfo de Suez. Evidencias geográficas, oceanográficas e arqueológicas sugerem que o golfo de Suez se estendia bem mais para o norte do que nos dias de hoje e que o lago Amargo se estendia bem mais para o sul. Existe a possibilidade de que os dois fossem ligados no segundo milênio a.C. Outros possíveis locais de travessia são os lagos Timsah e Ballah, mais ao norte.


Uma objeção levantada ocasionalmente é a impossibilidade de haver juncos em regiões alagadiças de água salgada. No entanto, alguns juncos e caniços tolerantes ao sal, chamados de halófilos, crescem em regiões desse tipo. Tanto Rashi (rabino Solomon ben Isaac), um estudioso do século XI, quanto os reformadores do século XVI Martinho Lutero e João Calvino adotaram a designação "mar de Juncos". Mas o nome "mar Vermelho" foi sedimentado em nosso linguajar devido ao seu uso na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) e no Novo Testamento.

 

Por Paul Lawrence

As duas rotas possíveis que os israelitas usaram para cruzar o mar de Juncos em sua fuga do Egito
As duas rotas possíveis que os israelitas usaram para cruzar o mar de Juncos em sua fuga do Egito

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

A ROTA DO ÊXODO

Não há dúvida de que um êxodo israelita partindo do Egito realmente aconteceu. Contudo, continuam existindo várias e importantes dúvidas históricas e geográficas sobre acontecimentos antes e durante o Êxodo. As dúvidas geográficas receberão mais atenção aqui, mas talvez seja oportuno, primeiro, acrescentar algumas rápidas informações históricas.

OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Já na época do "Reino Médio" do Egito, no final da XII dinastia (aprox. 1800 a.C.) ou mesmo antes, um número cada vez maior de asiáticos veio para o Egito e se estabeleceu basicamente no leste do delta do Nilo e na região ao redor.
Os egípcios vieram a chamar essas pessoas de hegaw Whasut, uma expressão que significava "governantes de terras estrangeiras", mas que se referia, mais especificamente, aos governantes procedentes de Canaã que falavam um dialeto semítico ocidental. 13 Empregamos a forma aportuguesada do termo grego usado para descrever essas pessoas: hicsos. Ao longo do século 18 a.C., o poder egípcio foi diminuindo, ao mesmo tempo que o número de hicsos foi crescendo. As estruturas peculiares das construções dos hicsos, a forma de seus objetos cerâmicos e várias práticas sociais e religiosas cananeias refletem uma força relativa e uma independência crescente. Atribui-se aos hicsos introduzirem no Egito várias formas de inovação tecnológica militar, inclusive carros de guerra puxados por cavalos, arcos compostos e aríetes,104 o que os teria tornado uma forca militar ainda mais notável e uma entidade política com autodeterminação. No final, por volta de 1640 a.C., os hicsos se tornaram suficientemente fortes para tomar o controle de quase todo o Egito, constituindo aquilo que, na história egípcia, é hoje conhecido como XV e XVI dinastias Os hicsos se estabeleceram basicamente em Aváris/T. el-Dab'a, no braço mais oriental (Pelúsio) do delta, e ali cresceram e prosperam por cerca de 100 anos.
A independência da cidade durante esse período também se refletiu no amplo alcance de seu comércio, que se estendia pelo Mediterrâneo oriental, o Levante e a Mesopotâmia e, no sul, chegava até a Núbia. Por volta de 1560 a.C. os egípcios saquearam Aváris, a capital hicsa. Não muito depois, os hicsos foram expulsos do Egito por príncipes naturais dali e começou, na história egípcia, o período denominado "Reino Novo". Os faraós do Reino Novo realizaram um esforco concentrado - até mesmo impetuoso - para fazer com que o Egito reunificado ficasse livre de qualquer vestígio de influência hicsa. Até mesmo numerosas campanhas militares foram lancadas contra os hicsos em Canaã e na Síria e, no devido tempo, contra seus aliados asiáticos, em especial os arameus e os mitânios.
A história bíblica e os dados arqueológicos parecem indicar que foi diante de um monarca hicso que José compareceu como intérprete de sonhos (Gn 41:14-37), o qual, mais tarde, concedeu à sua família excelente gleba (Gósen) (Gn 47:5-6).
Essa teoria pode explicar como José - um não egípcio - pôde experimentar uma ascensão política tão meteórica, chegando à posição de vice-regente num país que normalmente exibia uma mentalidade xenófoba e, às vezes, arrogante diante de estrangeiros. De forma semelhante, o faraó acolheu calorosamente a família semítica de José, que vinha de Canaã (Gn 47:1-11), e lhes entregou terras valiosas para morarem - um gesto que é mais sugestivo de um monarca que era, ele próprio, um semita originário de Canaã, do que de um egípcio nativo. Essa teoria é coerente com o fato de que aqueles que desceram com Jacó conseguiram prosperar e se multiplicar no Egito, e, por algum tempo, foram fortes o suficiente para representar uma ameaça em potencial a um faraó.
Dando sequência a essa teoria, o "novo rei, que não havia conhecido José [e] levantou-se sobre o Egito" (Ex 1:8), teria sido então um dos faraós do Reino Novo, isto é, um faraó natural do Egito. Assim, como parte do expurgo dos hicsos. o faraó estaria decidido a retomar o controle político total do leste do delta, recusando-se firmemente a reconhecer que a concessão de terras de Gósen continuava sendo legítima. Além disso, percebendo que os israelitas eram uma multidão que poderia muito bem estar inclinada a formar uma aliança militar com os inimigos hicsos (sendo que ambos os povos tinham vindo de Cana para o Egito), por precaução esse novo rei escravizou o povo de Deus (Ex 1:9-11). A bem da verdade, essas são generalizações vagas, ainda que sustentáveis, mas, além desse ponto, parece arriscado especular sobre a identidade do faraó específico que favoreceu José, do rei em particular que escravizou os israelitas ou do monarca do Egito à época do Êxodo. Nesse aspecto, não existe nenhum dado transparente que sirva de base para uma afirmação definitiva.

O CONTEXTO GEOGRÁFICO
As narrativas bíblicas situam na cidade de Ramessés o ponto de partida do êxodo israelita do Egito (Nm 33:3; cp. Êx 1.11; 12.37); dali, viajaram primeiro para Sucote (Êx 12.37; cp. Nm 33:5), então para Etá (Êx 13.20; cp. Nm 33:6) e, finalmente, para Pi-Hairote, junto à massa de água (Êx 14.2; cp. Nm 33:7-8) Iv. mapa 33]. Desses lugares, apenas a localização de Ramessés está acima de dúvida. Hoje sabemos que a Ramessés bíblica ficava em I. el-Dab'a/Qantir, Por volta de 1290 a.C. o faraó Seti I comecou a construir Ramessés perto das ruínas da cidade hicsa de Aváris, mas foi o faraó Ramsés II que a ampliou grande e esplendidamente.
A Ramessés bíblica tornou-se uma enorme metrópole em expansão, cobrindo uma área de pelo menos 15 quilômetros quadrados no espaço de uns mil hectares.
Na cidade havia um enorme conjunto de prédios régios e religiosos. A maioria foi construída com tijolos de barro (Ex 1:14-5.7,8,16-19), uma forma de construção anteriormente desconhecida no delta, muito embora, naquela região, pedras fossem praticamente inexistentes. Ramessés também incluía uma grande fortaleza militar,107 um espaçoso complexo de templos em que arqueólogos encontraram no solo até mesmo restos de pó de ouro, resultante do trabalho de douração de objetos da realeza,108 um amplo complexo de carros e cavalos capaz de acomodar 450 cavalos, dezenas de peças de carros, uma imensa área industrial para produção de bronze e muitas oficinas e instalações para armazenamento de tijolos de barro (Ex 1:11). Descobriu-se uma fábrica de lajotas azuis vitrificadas para uso nas propriedades palacianas dos faraós. Logo ao redor dessa instalação, foram encontrados alguns óstracos que até trazem o nome "Ra'amses" (Ramsés) E bem recentemente se encontrou um tablete cuneiforme que parece confirmar que o lugar era a residência régia do faraó Ramsés.!! Então, não há dúvida de que foi desse lugar que os israelitas começaram sua viagem.
Partindo de Ramessés, os israelitas chegaram a Sucote (Ex 12:37; Nm 33:5).
Já faz muito tempo que estudiosos reconheceram que Sucote é o equivalente Um texto egípcio do século 13 indica que Pitom ficava a oeste de Tieku/Sucote.! Alguns estudiosos têm procurado Tjeku/Sucote em T. el-Maskhuta ' e acreditam que o nome original Sucote se reflita no nome moderno Maskhuta. Se for esse o caso, então T. er-Retaba se torna um excelente candidato para a localização da Pitom bíblica (Ex 1:11), embora não haja tanta certeza quanto a isso.
A Bíblia diz que os israelitas, que estavam indo embora, foram de Sucote para Eta, às margens do ermo/deserto (Ex 13:20; Nm 33:6). Ao contrário de Sucote e Pitom, que têm uma etimologia claramente egípcia, é incerta a origem da palavra Eta. Mas, tendo em vista o trajeto implícito numa viagem de T. el-Dab'a/Ramessés até T. el-Maskhuta/Sucote a caminho da massa de água, junto com a explicitação adicional de que Etá ficava à entrada do deserto", a localização de Eta deve ter sido a leste de T. el-Maskhuta/Sucote, provavelmente na estrada principal que ia para o leste, rumo ao deserto de Sur. É possível que a origem da palavra Età seja um topônimo egípcio HwI-Itm (uma variante da palavra para Atum, o deus-sol de Heliópolis), I14 localidade situada no uádi Tumilat.
Vindos de Etã, os israelitas chegaram a Pi-Hairote, que, conforme descrição no livro de Êxodo, ficava "entre Migdol e o mar, em frente de Baal-Zefom" (Ex 14:2), e, conforme descrição no livro de Números, estava "defronte de Baal-Zefom, londe\ acamparam diante de Migdol" (Nm 33:7).
Onde quer que tenha sido esse lugar, devia ficar bem ao lado da massa de água que Israel atravessou "em terra seca", visto que, de acordo com Exodo, os israelitas ficaram acampados "junto ao mar" (14,26) e, de acordo com Números, logo após partirem de Pi-Hairote, passaram "pelo meio do mar até o deserto" (Nm 33:8).
É obieto de debate se o nome Pi-Hairote é de origem egípcia (pi(r)-hahiroth significa "casa de Hator" uma deusa celeste egípcia]) ou semítica (com o sentido de "escavar/cortar", o que deixa implícita a localização junto a um canal). Quanto a esta última possibilidade, o mapa apresenta os vestígios de um canal, só recentemente descoberto, que, saindo do lago Timsah, estendia-se até o litoral do Mediterrâneo. Trechos desse canal têm cerca de 70 metros de largura na superfície, cerca de 20 metros de largura no fundo e quase 3 metros de profundidade. Sem dúvida, o canal estava operante na época em que os israelitas saíram do Egito, qualquer que seja a data que se aceite para o Êxodo. Estudiosos concluíram que, embora também possa ter sido construído para navegação ou irrigação, na Antiguidade seu propósito principal era servir de barreira defensiva militar.
Outra indicação de que Pi-Hairote pode ter tido relação com algum tipo de obstáculo defensivo militar é que nos dois relatos do Êxodo ele aparece junto com Migdol (Ex 14:2; Nm 33:7). A palavra egípcia maktar reflete a palavra semítica migdol, que significa "fortaleza". Textos egípcios trazem inúmeras referências a Maktar/Migdol e foram identificados vários lugares com o nome Matar/Migdol.
Um desses lugares fica na área do uádi Tumilat mais a leste, 16 provavelmente bem próximo da moderna 1smaília. Se, depois de T. el-Maskhuta, os israelitas estavam indo na direção leste pelo uádi Tumilat, é de se prever que teriam chegado a Maktar/Migdol.
A Bíblia registra que, logo no início da viagem do Êxodo, Israel foi proibido de ir pelo "caminho da terra dos filisteus" (Ex 13:17). Hoje sabemos que essa destacada rota militar egípcia - "a(s) estrada(s) de Hórus" - era protegida por uma série de instalações militares egípcias entre Sile e Gaza.
Caso não fosse uma rota consagrada, parece que a proibição divina teria sido desnecessária. Além disso, um texto egípcio do século 13 a.C. I8 conta sobre um oficial egípcio que saiu em perseguição de fugitivos que haviam passado por Ramessés, Tjeku/Sucote e Maktar/Migdol - nessa ordem - e então haviam se dirigido para o norte, presumivelmente na direção de Canaã. A probabilidade de que tanto Israel quanto o oficial egípcio tenham passado por três lugares com os mesmos nomes e exatamente na mesma sequência, num intervalo de apenas poucos dias, é grande demais para ser coincidência.
Os dados são um forte indício de que os fugitivos, o oficial egípcio e os israelitas estavam todos seguindo pelo mesmo bem conhecido e bastante usado corredor de trânsito, e - no caso dos israelitas - não era uma alternativa fora de mão, na tentativa de não serem detectados pelo faraó e suas forças. O mapa mostra três dessas vias de trânsito que, saindo do delta, irradiavam para o leste. Do norte para o sul, são:

Conforme dito acima, Deus excluiu a opção mais ao norte (Ex 13:17). Das duas escolhas restantes, parece significativo que, depois de passarem por Maktar/Migdol de Seti e entrarem no deserto, os fugitivos mencionados no papiro egípcio se dirigiram para o norte. Isso torna muitíssimo provável que estavam pegando a saída mais rápida e mais direta ("o caminho de Sur") e que não tinham escolhido um caminho tão ao sul quanto o Darb el-Hajj. Assim, parece que " caminho de Sur" deve ter sido, entre as rotas existentes, a que mais provavelmente os israelitas seguiram.

OS 1SRAELITAS JUNTO AO MAR
Os israelitas chegaram a uma massa de água onde seriam resgatados e o exército egípcio seria afogado. O Antigo Testamento grego (LXX) identifica essa massa de água como o ervthrá thálassa ("mar Vermelho"), o que tem levado muitos a imaginar que Israel deve ter ficado junto à massa de água que hoje conhecemos pelo nome de mar Vermelho. Contudo, no mundo clássico, quando a LXX foi traduzida, a expressão ervthrá thálassa podia designar não apenas aquilo que, num mapa moderno, seria chamado de mar Vermelho, mas também o golfo Pérsico, o oceano Índico e/ou águas a eles associadas... ou até mesmo todas essas massas de água juntas.!° Parece, então, que os tradutores da LXX empregaram a expressão erythrá thálassa de uma maneira consistente com seu uso em outros textos do mundo clássico (At 7:36; Hb 11:29). Houve um "mar Vermelho" clássico, assim como existe um "mar Vermelho" moderno, mas essas duas massas de água não têm a mesma extensão nem devem ser confundidas. Por outro lado, o Antigo Testamento hebraico chamou de yam sûf ("mar de juncos/papiro") a massa de água onde os israelitas pararam. Essa mesma palavra, sûf, é empregada para se referir a juncos/papiro que cresciam ao longo do Nilo.
A mãe de Moisés pôs o filho num cesto e colocou o cesto no meio dos sûf (Ex 2:3-5). Da mesma maneira, a literatura profética se refere a um tipo de planta aquática. Depois de ser atirado do navio, Jonas afirma que sûf ("algas marinhas"?) se enrolaram em sua cabeça (In 2.5). Isaías escreve que os rios e canais do Egito secarão; seus juncos e sûf ("caniços"?) apodrecerão (Is 19:6). É quase certo que sûf foi tomado de empréstimo de uma palavra egípcia, tf(y), atestada no período do Reino Novo e que significava "juncos/papiro",20 e, em função disso, aqui em Êxodo a expressão vam sûf deve ser traduzida "mar de juncos" É oportuno assinalar por alto que, pelo fato de que Lutero, nessa passagem, dependeu bastante do texto hebraico, ele usou a palavra Schilfmeer ("mar de juncos") na tradução em alemão.
Em egípcio, a palavra tw/fy) frequentemente designava uma região onde havia tanto brejos com papiros quanto pastagens. Com a rota criada devido à localização de Ramessés, Sucote/ Tieku e Migdol/Maktar, parece mais plausível que a travessia milagrosa do "mar" (SI 77.19,20) aconteceu no lago Timsah ou ali perto, onde a artéria de transporte existente (°o caminho de Sur') cruzava uma série de lagos. Mesmo se esforçando para ser ardentemente bíblico nesse ponto, é impossível que se chegue a certas conclusões geográficas indisputáveis nessa parte da investigação.
Contudo, embora a Bíblia forneça bem poucos detalhes relevantes - tanto geográficos quanto logísticos - da travessia milagrosa, o que é claro, mas com frequência ignorado, é o fato de que, ao que parece, a travessia levou bem pouco tempo. Pensa-se que a cronologia dos acontecimentos foi a seguinte:


Parece que os israelitas iniciaram sua travessia depois do pôr do sol e, contudo, quando começava a raiar o dia, na perseguição, os egípcios já estavam tentando atravessar o mar. Isso dá a entender convincentemente que toda a travessia israelita se estendeu no máximo por oito horas.
Os israelitas tinham acabado de ser emancipados da escravidão e haviam deixado o Egito às pressas, com seus rebanhos e manadas (Ex 12:38). Simplesmente passar de um lado para o outro de uma massa de água num período tão curto, com uma eficiência de movimento pouco maior do que a de uma multidão levemente organizada, teria exigido um milagre de uma magnitude bem maior do que a representada por Cecil B. DeMille no filme Os Dez Mandamentos, pela arte medieval ou pela literatura cristã de nossos dias. Não é inconcebível que tenha sido necessário um corredor de terra com a largura de alguns quilômetros para, dentro do tempo disponível, permitir que os israelitas atravessassem com tudo o que levavam consigo. De modo que não é de admirar que, mais tarde, escritores bíblicos citem repetidas vezes o acontecimento do Exodo quando procuram estabelecer um paradigma do poder absoluto e soberano de Deus (SI 66.5,6; 78.13 106:11; Is 51:9-10; 63:12-14) ou apresentar uma justificação da crença de que lahweh é o único e verdadeiro Deus da história (Nm 23:22-24.8; Js 2:10-11; 9.9,10).
Tendo experimentado livramento ali na água, em seguida Israel foi orientado a iniciar viagem para o monte Sinai. Bem poucas questões geográficas do Antigo Testamento têm sido objeto de debate mais intenso do que a localização do monte Sinai. Hoje em dia, o monte sagrado é procurado em qualquer uma de três regiões principais:

PROCURANDO O MONTE SINAI NA ARÁBIA SAUDITA/SUL DA JORDÂNIA
Defensores da hipótese saudita/jordaniana destacam três detalhes apresentados na Bíblia. Primeiro, depois de fugir de um faraó que procurava tirar-lhe a vida, Moisés passou a residir na terra de Midia e se tornou genro de um sacerdote que vivia ali (Ex 2:15-16; 18.1). Segundo, a Bíblia está repleta de referências ao que parece ter sido atividade vulcânica ou sísmica associada ao estabelecimento da aliança sinaítica (Ex 19:18-24.17; Dt 4:11-12; 5:22-26; 9.10,15; 10.4; Jz 5:5; SI 68.8; Ag 2:6). E, terceiro, o apóstolo Paulo explicitamente situou o monte Sinai na Arábia (GI 4.25).
De acordo com esse ponto de vista, a terra de Midia estava situada exclusivamente a leste do golfo de Ácaba. Afirma-se ainda que a estrutura geológica de montanhas Aninhado abaixo das encostas do jebel Musa ("o monte de Moisés"), fica o mosteiro ortodoxo grego de Santa Catarina.
dentro da própria península do Sinai não favorece atividade vulcânica nem sísmica, ou, pelo menos, não favoreceu atividade recente. E, por fim, esse ponto de vista sustenta que representa a única opção importante para situar o monte santo dentro da Arábia. É muito provável que estudiosos com essa opinião situem o monte Sinai em um dos seguintes lugares: Petra, j. Bagir, i. al-Lawz, j. Manifa ou Hala el-Bedr.
Objeções levantadas a cada um dos três argumentos a favor de uma localização saudita/jordaniana têm diminuído sua força. A tradição bíblica associa Moisés aos queneus (Jz 1:16-4.
11) e também aos midianitas. Não se pode afirmar que, antes do período greco-romano, os midianitas nômades ou sua subtribo, os queneus, estivessem confinados em uma só região.
Midianitas residiram dentro do território de Moabe (Gn 36:35-1Cr 1.46), na chapada Mishor da Transjordânia (Js 13:21), nas áreas desérticas a leste de Moabe e Amom (Jz 7:25), no norte do Sinai (1Rs 11:18) e até mesmo (talvez sazonalmente) na própria Canaã (Jz 6:1-6; 7.1). O argumento de atividade vulcânica/sísmica já não é mais decisivo. Primeiro, embora se reconheça que não há registro de atividade vulcânica recente no próprio Sinai, indícios sísmicos mostram que há bastante atividade sísmica na área do golfo de Ácaba.Bem recentemente, em 1982, a península do Sinai experimentou um terremoto de grandes proporções (medindo mais de seis graus na escala Richter). Mas, em segundo lugar, o linguajar fenomenológico dos textos bíblicos relevantes pode estar refletindo condições climáticas ao redor do monte Sinai na ocasião (SI 68:8-10). Uma possível interpretação alternativa é entender o linguajar desses textos em um sentido dinâmico, que destaca vividamente uma aparição de Deus - uma teofania.123 Outras passagens teofânicas do Antigo Testamento empregam terminologia semelhante, sem pressupor atividade vulcânica/sísmica (25m 22:8-16; SI 18:7-15; 89:5-18; 97:1-5; 104.31,32).
A questão da "Arábia" exige esclarecimento adicional.
Quem utiliza o termo atualmente pode se referir ou à Arábia Saudita ou a toda a península Arábica. De modo análogo, referências antigas à "Arábia" podiam denotar áreas diferentes.12 Aliás, em geral o mundo clássico atesta pelo menos cinco regiões distintas conhecidas como "Arábia"125 Em função disso, é essencial que o intérprete moderno entenda que o apóstolo Paulo (Gl 4:25) estava retratando com precisão a verdade geográfica de seu mundo - não do nosso! De maneira que, conquanto nenhum dos três principais pontos de vista sobre a localização do monte Sinai possa afirmar que, na questão geográfica, o apóstolo Paulo lhe dá apoio exclusivo, a declaração do apóstolo também não elimina nenhum deles.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO NORTE DA PENÍNSULA DO SINAI
Quando situam o monte Sinai no j. Sin Bisher, j. Magharah, j. Helal, j. Yeleg, j. Kharif, j. Karkom ou na própria Cades-Barneia, defensores da hipótese do norte do Sinai também procuram ancorar seus argumentos na Bíblia. Para começar, o pedido de Moisés ao faraó foi para ir deserto adentro numa distância que levava três dias de viagem (Ex 5:3; cp. 3.18; 8.27). Proponentes da ideia de que o monte Sinai ficava no norte da península do mesmo nome deduzem, portanto, que o monte não podia estar distante de Gósen muito mais do que três dias de caminhada. Segundo, eles citam duas referências bíblicas à chegada de codornizes (Êx 16.13; Nm 11:31-32) e, ainda hoje, moradores do norte do Sinai conseguem capturar com facilidade codornizes exaustas, que acabaram de completar uma longa etapa em sua migração anual entre o sul da Europa e a Arábia. Terceiro, também dizem que a vitória israelita sobre os amalequitas em Refidim favorece decisivamente uma localização no norte (Ex 17:8-13), visto que essa é a região onde outras passagens da Bíblia os situam. E, quarto, afirmam que determinadas passagens poéticas do Antigo Testamento apoiam uma localização no norte (Dt 33:2; Jz 5:4; Hc 3:3-7).
Vistos no conjunto, esses argumentos parecem bastante fortes, mas, vistos isoladamente, pode-se considerar que não são conclusivos. A proposta dos três dias pressupõe uma interpretação literal da expressão "três dias", o que poderia ser tão provável quanto interpretá-la como um período aproximado ou um exemplo de barganha oriental.
Ela também exige que o destino envolvido no pedido de Moisés fosse o monte Sinai, embora o texto nunca afirme isso. Os destinos propostos no Sinai ficam a pelo menos 120 quilômetros da região de Gósen - uma distância grande demais para cobrir em três dias. Anais desse período em geral indicam que o exército egípcio conseguia cobrir cerca de 24 quilômetros por dia. Os israelitas, com a dificuldade natural representada pelas mulheres, filhos, rebanhos e manadas (Êx 12.37.38: 34.3), não conseguiriam viajar tanto. Hoje a distância média diária que um grupo de beduínos consegue percorrer naquele terreno é de cerca de 9,5 quilômetros. 127 E há, listados, um total de oito acampamentos intermediários entre o livramento de Israel junto ao mar e sua chegada no monte Sinai (Nm 33:8-15).
A viagem de Gósen ao monte Sinai aconteceu na primavera (Ex 13:3-6: o mês de abibe corresponde a março/abril),128 e a jornada do monte Sinai até Cades-Barneia ocorreu cerca de um ano depois, também durante a primavera (Nm 9:1-10.11). Por isso, qualquer um que procure interpretar as duas narrativas de codornizes (Ex 16:13; Nm 11:31-35) em termos de fenômeno da natureza tem de relacionar tais narrativas com a migração de aves durante a primavera. Na realidade, pode chegar a um bilhão o número de aves migrantes, pertencentes a até 350 espécies diferentes, que voam anualmente sobre a península do Sinai em suas migrações de primavera rumo ao nortel. No entanto, conforme pode-se imaginar, a imensa maioria dessas aves pousa perto do litoral da península (i.e., no sul) em vez de em lugares mais ao norte. Pontos de pouso no norte são mais sugestivos de migração no outono,130 Assim sendo, levando em conta a informação explícita sobre a estação do ano das duas narrativas de "codornizes", é mais convincente situar esses eventos em algum lugar no sul da península do Sinai e não uns 240 quilômetros para o norte.
O lugar do encontro entre os israelitas e os amalequitas em Refidim (Êx 17:8-16) continua envolto num certo mistério, em especial à luz da narrativa de I Samuel 15. Em outras passagens do Antigo Testamento, parece que os amalequitas são encontrados basicamente em regiões no norte. São situados na terra de Edom (Gn 36:16), na área ao redor de Cades-Barneia (Gn 14:7), no Neguebe (Nm 13:29), na região logo ao sul de Judá (1Sm 27:8), na região montanhosa de Efraim (Jz 12:15), perto de Ziclague (1Sm 30:1-2) e até mesmo tão a oeste quanto o território de Sur (1Sm 15:7). Também existem relatos de amalequitas fazendo parte de uma liga com moabitas (Jz 3:12-14) e midianitas (Jz 6:33-7.12). Levando em conta essa distribuição territorial ampla, o estilo de vida bem móvel e o fato de que os textos, às vezes, dizem que empregavam camelos para transporte (Jz6.5; 7.12).comumente os amalequitas são considerados um povo nômade. Seus deslocamentos, embora por uma ampla área, tendiam a estar ligados a desertos e a terras improdutivas e despovoadas. Por isso, esse argumento não parece decisivo em favor de localizar o monte Sinai no norte. Quanto aos textos de Deuteronômio, Juízes e Habacuque que parecem identificar o monte Sinai com Seir, Para, Hama e Edom, é preciso ter em mente que sua estrutura claramente poética inclui elementos de paralelismo hebraico. Então, empregando o mesmo raciocínio, pode-se tentar defender que Para deva ser identificada com Seir, Temá ou Edom, o que é claramente um absurdo. Além do mais, as passagens descrevem exemplos de teofania:132 cada uma reflete a realidade de que o Deus de Israel, um guerreiro divino, é capaz de livrar seu povo da opressão. Nesses textos, o denominador comum de Sinai, Seir, Pará, Temã e Edom é apenas que, para quem está em Canaã, todos estão localizados no sul, em geral.
Além disso, vários textos bíblicos dão a entender que o monte Sinai estava separado da região de Cades-Barneia por uma grande distância. No itinerário israelita entre o monte Sinai e Cades (Nm 33:16-36), são registradas cerca de 20 paradas, e aquele itinerário pode ser de natureza seletiva (Dt 1:1). Deuteronômio 1.2 especifica que havia uma caminhada de 11 dias entre Horebe/Sinai e Cades-Barneia. De modo análogo, o texto de I Reis 19:8 indica que Elias levou 40 dias para viajar de Berseba até o monte Sinai. Embora o tempo de viagem varie de um texto para outro, essas narrativas bíblicas concordam que havia uma distância considerável entre o monte Sinai e Cades-Barneia - uma conclusão que é fatal para o ponto de vista que defende que o monte Sinai deve ser situado em algum lugar no norte da península do mesmo nome.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO SUL DA PENÍNSULA DO SINAI
Defensores do ponto de vista do monte Sinai no sul tendem a procurar o monte Sinai no j. Serbal, Ras Safsaf, j. Katarina ou j. Musa. Esse ponto de vista também tem uma tradição antiga e com muitos argumentos em seu Evor: mais de 2.500 inscrições nabateias foram encontradas perto de Serbal, com datas já dos séculos 2:3 d.C. Em geral essas inscrições são invocações por uma viagem segura e talvez indiquem uma rota de peregrinação » Além disso, moedas do século 4 foram encontradas nas vizinhanças.
•Uma tradição crista que remonta ao início da era bizantina reverencia o local do j. Musa ("monte de Moisés"), o que surpreende em vários aspectos. No sul do Sinai, há dez outros cumes mais altos do que o j. Musa, o que os torna escolhas mais prováveis, caso a escolha se desse apenas por acaso ou com base na altitude ou aparência. Na realidade, o contorno da topografia ao redor deixa o pico do j. Musa quase invisível para as planícies próximas e fica claro que o monte não atrai nenhuma atenção. Apesar disso, à época de perseguições romanas no século 3,136 um pequeno grupo de ascetas cristãos estava vivendo no j. Musa e, já no início do século 4, existia um mosteiro no sopé do monte.
A tradição que associa o j. Musa ao monte Sinai merece crédito também porque vai contra a tendência bizantina de estabelecer santuários em locais de fácil acesso a peregrinos cristãos. E, ao contrário de muitos antigos lugares cristãos no Levante, o monte Sinai não está associado ao Novo Testamento, mas ao Deus do Antigo Testamento e aos profetas Moisés e Elias. Ele está bem na periferia da tradição cristã. Como dado adicional que favorece uma localização no sul, alguns lugares ao longo do itinerário israelita até o monte Sinai (Êx 15:22-19,1) e entre o monte Sinai e Cades-Barneia (Nm 21:33; Dt
1) lembram os nomes de alguns lugares modernos, e a localização de três pontos intermediários de parada necessariamente pressupõe uma rota do sul. Mas é preciso fazer uma advertência. Visto que a maior parte do sul do Sinai nunca foi habitada de forma permanente, não se deve afirmar que todos, a maior parte ou mesmo muitos postos intermediários de parada no itinerário podem ser hoje localizados com precisão geográfica. Os textos bíblicos informam que os israelitas deram nome a alguns dos lugares enquanto passavam por eles (e.g., Mara Êx 15.23]; Massá e Meribá [Êx 17.7]). É óbvio que nomes dados em tais circunstâncias jamais se tornariam permanentes. Entretanto, não há dúvida de que Eziom-Geber (Nm 33:35) estava situada nas proximidades da moderna Eilat (cp. 1Rs 9:26), mais provavelmente no sítio-ilha adiacente chamado Jezirat Fara'un. 138 Da mesma forma, parece que o nome Di-Zaabe (Dt 1:1) se reflete no da moderna cidade de Dahab, pois os nomes são foneticamente equivalentes e ambos têm a ver com locais de ouro. 139 Ademais, parece que o nome do maior e mais exuberante oásis do sudoeste do Sinai (Feiran) foi mantido em fontes clássicas e bizantinas.140 Além dessas correlações bastante seguras, alguns estudiosos propõem que o ponto de parada em Jotbatá (Nm 33:33) - que, na lista, é a segunda parada rumo ao norte, antes de Eziom-Geber, indo para Cades-Barneia - deve ser identificado com o moderno Oasis de Taba, situado no litoral do mar Vermelho, cerca de 11 quilômetros ao sul de Eziom-Geber.
Parece que a localização da própria Eziom-Geber faria com que a rota norte do Sinai desse uma volta impossível. Pois como alguém explica uma viagem do j. Kharif, j. Karkom, j. Helal, j. Yeleg ou até mesmo do j. Sin Bisher até Eziom-Geber, se o destino do itinerário é Cades-Barneia? Da mesma maneira, se fosse possível comprovar indubitavelmente a identificação de qualquer um dos outros dois lugares (Feiran, Di-Zaabe), a tese saudita/jordaniana também seria considerada geograficamente incoerente. Por isso, a impressão é que a tradicional hipótese sul do Sinai é a mais provável. Parece que é a que tem o máximo em seu favor e nada decisivo contra ela.

SEGUINDO A ROTA DOS 1SRAELITAS
Com base nessa conclusão, é possível reconstruir uma rota israelita plausível até o monte Sinai, então até Cades-Barneia e, por fim, até Sitim. Do lugar em que foram livrados do Egito, é provável que os israelitas tenham seguido para o sul, pela estrada costeira a leste do golfo de Suez, indo por toda ela até a foz do uádi Feiran, ao longo do qual havia uma série de oásis e poços para fornecer água.
Uma rota alternativa pelo uádi Matalla os teria levado para o interior do continente, em um ponto logo ao sul da moderna Abu Zeneimeh, passando por Serabit el-Khadim e, em seguida, indo numa diagonal rumo ao sudeste, até encontrar o uádi Feiran, perto de Refidim. Essa é, porém, uma alternativa extremamente problemática, tanto do ponto de vista histórico quanto do geográfico.!# Por sua vez, o uádi Feiran (também conhecido em seus trechos superiores como uádi Sheikh) é uma passagem bem larga, contínua e com subida suave, que atravessa a região de granito, a qual, pelo contrário, é irregular e um pouco íngreme; o uádi Feiran é todo assim até o passo de Watiya. Seguindo pelo passo de Watiya, os israelitas então teriam dobrado para o sul e saído diretamente na planície de er-Raha, localizada logo ao norte do j. Musa.
Mais tarde, quando partiram do monte Sinai rumo a Eziom-Geber e além, o uádi Nasb teria sido uma escolha excelente. Seguindo o curso desse uádi isolado, que era contínuo e com descida suave, até o ponto de sua desembocadura, perto da moderna Dahab, os israelitas teriam passado por uma rede de oásis,45 dos quais o mais proeminente era Bir Nasb. Com relativa facilidade, teriam conseguido atravessar a barreira montanhosa que corre longitudinalmente ao longo do leste da península e flanqueia o golfo de Ácaba. E, então, chegando ao golfo, teriam caminhado para o norte, entre a serra e o golfo, de novo passando por vários oásis, inclusive o Nuweiba - o maior e mais fértil oásis de todo o Sinai oriental - até que, por fim, chegassem a Eziom-Geber.
A partir dali, o mais provável é que os israelitas teriam seguido na direção noroeste, indo por uma estrada hoje conhecida como Darb al-Ghazza, rumo a Cades-Barneia (Ain Qadeis). Foi de Cades-Barneia que doze homens foram enviados para entrar em Canaã e espionar ali (Nm 13). Quando a maioria daqueles homens apresentou um relatório sem fé e negativo, aceito pela comunidade de Israel (Nm 14:1-10), aquela geração foi desqualificada para entrar na terra e possuí-la, e Israel permaneceu mais ou menos parado em Cades por talvez 35 anos ou mais (cp. Dt 1:46)
Quando, finalmente, os israelitas partiram de Cades e estavam a caminho de Sitim, o rei de Edom não permitiu que fossem por Punom, um passo que atravessa as montanhas de Edom até chegar à "Estrada Real" (Nm 20:14-17). Isso exigiu um desvio de mais de 280 quilômetros de cenário bem imponente, o que possivelmente desencadeou o incidente denominado de "serpente de bronze" (Nm 21:4-9). Dar a volta em torno do território edomita fez com que Israel de novo tomasse o caminho do "mar Vermelho" (Nm 21:4) e de Eziom-Geber (Dt 2:8) e, então, ao longo da margem do deserto que flanqueava uma série de fortalezas edomitas e moabitas, provavelmente usando uma estrada que mais tarde veio a ser conhecida como "estrada dos Peregrinos"17 Por fim, pela segunda vez chegaram perto da Estrada Real (Nm 21:22). De novo foram proibidos de passar, dessa vez por Siom, um monarca amorreu. Seguiu-se uma batalha em que Siom foi derrotado (Nm 21:23-30). Isso permitiu que os israelitas finalmente completassem a terceira etapa indireta de sua jornada, passando por Dibom e Hesbom e chegando a Abel-Sitim ("a campina/pastagem de Sitim" [Nm 33:45-49]), ou Sitim, que é como o lugar é normalmente conhecido no Antigo Testamento (Nm 25:1; Is 2:1).

Os israelitas deixam o Egito
Os israelitas deixam o Egito
A rota do Êxodo
A rota do Êxodo
A viagem dos espias
A viagem dos espias

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

at 7:38
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 11
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:13-20


13. Indo Jesus para as bandas de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: "Quem dizem os homens ser o filho do homem"? 14. Responderam: "Uns dizem João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou um dos profetas".


15. Disse-lhes: "Mas vós, quem dizeis que eu sou"?


16. Respondendo, Simão Pedro disse: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus o vivo",


17. E respondendo, disse-lhe Jesus: "Feliz és tu, Simão Bar-Jonas, porque carne e sangue não to revelaram, mas meu Pai que está nos céus.


18. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra construir-me-ei a "ekklêsía"; e as portas do" hades" não prevalecerão contra ela.


19. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e o que ligares na Terra será ligado nos céus, e o que desligares na Terra será desligado nos céus".


20. Então ordenou a seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.


MC 8:27-30


27. E partiu Jesus com seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe; e no caminho interrogou seus discípulos, dizendo; "Quem dizem os homens que sou eu"?


28. Responderam eles: "Uns dizem João Batista; outros, Elias; e outros, um dos profetas".


29. E ele lhes disse: "Mas vós, quem dizeis que sou"? Respondendo, Pedro disselhe: "Tu és o Cristo".


LC 9:18-21


18. E aconteceu, ao estar ele sozinho orando, vieram a ele os discípulos; e ele perguntoulhes, dizendo: "Quem dizem as multidões que eu sou"?


19. Responderam eles: "Uns João o Batista; outros que um profeta dos antigos reencarnou".


20. E disse-lhes: "E vós, quem dizeis que sou"? Respondendo, pois, Pedro disse: "O Cristo de Deus".


21. Porém advertindo-os energicamente, ordenou que a ninguém dissessem isso.


Da margem oriental, onde se encontrava a comitiva, Jesus parte com seus discípulos para o norte para as bandas" (Mat. ) ou "para as aldeias" (Mr.) de Cesareia de Filipe.


Essa cidade fica na encosta do Hermon, a 4 ou 5 km de Dan, portanto no limite extremo norte da Palestina.


No 3. º séc. A. C., os gregos aí consagraram a Pâ e às Ninfas uma gruta belíssima, em que nasce uma das fontes do Jordão. Daí o nome de Paneas (ainda hoje o local é denominado Banias pelos árabes) dado à aldeia. No alto do penhasco, Herodes o grande construiu um templo de mármore de alvinitente esplendor em honra de Augusto; e o tetrarca Filipe, no ano 3 ou 2 A. C. aí levantou uma cidade a que denominou Cesareia, para homenagear o mesmo imperador. Logo, porém, a cidade passou a ser conhecida como "Cesareia de Filipe", para distingui-la da outra Cesareia da Palestina, porto de mar criado por Herodes o grande no litoral, na antiga Torre de Straton.


A viagem até lá durava dois dias, beirando-se o lago Merom (ou Houléh); ao chegar aos arredores de Cesareia de Filipe, encontraram o ambiente de extrema beleza e frescor incalculável, que perdura ainda hoje. Verde por toda a parte, a dominar o vale em redor, com o silêncio das solidões a favorecer a medita ção, diante de uma paisagem deslumbrante e serena; ao longe avistavam-se as águas que partiam da gruta a misturar-se, ao sul, com o Nahr el-Hasbani e com o Nahr el-Leddan, para dar origem ao Jordão. Nesse sitio isolado, entre pagãos, não haveria interferências de fariseus, de saduceus, nem de autoridades sinedritas ou herodianas.


Mateus, cujo texto é mais minucioso, relata que Jesus fez a pergunta em viagem, "indo" para lá; Marcos, mais explicitamente declara que a indagação foi feita "a caminho". Lucas, porém, dá outra versão: mostra-nos Jesus a "orar sozinho", naturalmente enlevado com a beleza do sítio. Depois da prece, faz que os discípulos se cheguem a Ele, e então aproveita para sindicar a opinião do povo (a voz geral das massas) e o que pensam Seus próprios discípulos a Seu respeito.


As respostas apresentam-se semelhantes, nos três sinópticos, repetindo-se mais ou menos o que foi dito quando se falou da opinião de Herodes (MT 14:2, MC 6:14-16; LC 9:8-9; ver vol. 3. °). Em resumo:

a) - João, o Batista, crença defendida sobretudo pelo remorso de Herodes, e que devia ter conquistado alguns seguidores;


b) - Elias, baseada a convicção nas palavras bastante claras de Malaquias 3:23-3, que não deixam dúvida a respeito da volta de Elias, a fim de restaurar Israel para a chegada do Messias;


c) - Jeremias, opinião que tinha por base uma alusão do 2. º livro dos Macabeus 2:1-3, onde se afirma que a Arca, o Tabernáculo e o Altar dos Perfumes haviam sido escondidos pessoalmente por Jeremias numa gruta do Monte Nebo, por ocasião do exílio do povo israelita, e por ele mesmo havia sido vedada e selada a entrada na pedra; daí suporem que Jeremias voltaria (reencarnaria) para indicar o local, que só ele conhecia, a fim de reaver os objetos sagrados. E isso encontrava confirma ção numa passagem do 4. º livro de Esdras (Esdras 2:18), onde o profeta escreve textualmente: "Não temas, mãe dos filhos, porque eu te escolhi, - diz o Senhor - e te enviarei como auxílio os meus servos Isaías e Jeremias";


d) - um profeta (Lucas: "um profeta dos antigos que reencarnou), em sentido lato. Como grego, mais familiarizado ainda que os israelitas com a doutrina reencarnacionista, explica Lucas com o verbo anestê o modo como teria surgido (re-surgido, anestê) o profeta.


No entanto, é estranhável que não tenham sido citadas as suspeitas tão sintomáticas, já surgidas a respeito do messianato de Jesus (cfr. MT 12:23), chegando-se mesmo a querer coroá-lo rei (JO 6:14).


Não deixa de admirar o silêncio quanto a essas opiniões, conhecidas pelos próprios discípulos que nolas narram, ainda mais porque, veremos na continuação, eles condividiam esta última convicção, entusiasticamente emitida por Pedro logo após.


O Mestre dirige-se então a eles, para saber-lhes a opinião pessoal: já tinham tido tempo suficiente para formar-se uma convicção íntima. Pedro, temperamental como sempre e ardoroso incontido, responde taxativo:

—"Tu és o Cristo" (Marcos) - "Tu és o Cristo de Deus" (Lucas)


—"Tu és o Cristo, o filho de Deus o vivo" (Mateus).


Cristo, particípio grego que se traduz como o "Ungido", corresponde a "Messias", o escolhido para a missão de levar ao povo israelita a palavra física de YHWH.


Em Marcos e Lucas, acena para aí, vindo logo a recomendação para fiada disso ser divulgado entre o povo.


Em Mateus, porém, prossegue a cena com três versículos que suscitaram acres e largas controvérsias desde épocas remotíssimas, chegando alguns comentaristas até a supor tratar-se de interpolação. Em vista da importância do assunto, daremos especial atenção a eles, apresentando, resumidas, as opiniões dos dois campos que se digladiam.


Os católicos-romanos aceitam esses três versículos como autênticos, vendo neles:

a) - a instituição de uma "igreja", organização com poderes discricionários espirituais, que resolve na Terra com a garantia de ser cegamente obedecida por Deus no "céu";


b) - a instituição do papado, representação máxima e chefia indiscutível e infalível de todos os cristãos, passando esse poder monárquico, por direito hereditário-espiritual, aos bispos de Roma, sucessores legítimos de Pedro, que recebeu pessoalmente de Jesus a investidura real, fato atestado exatamente com esses três versículos.


Essa opinião foi combatida com veemência desde suas tentativas iniciais de implantação, nos primeiros séculos, só se concretizando a partir dos séculos IV e V por força da espada dos imperadores romanos e dos decretos (de que um dos primeiros foi o de Graciano e Valentiniano, que em 369 estabeleceu Dâmaso, bispo de Roma, como juiz soberano de todos os bispos, mas cujo decreto só foi posto em prática, por solicitação do mesmo Dâmaso, em 378). O diácono Ursino foi eleito bispo de Roma na Basílica de São Júlio, ao mesmo tempo em que Dâmaso era eleito para o mesmo cargo na Basílica de São Lourenço. Os partidários deste, com o apoio de Vivêncio, prefeito de Roma, atacaram os sacerdotes que haviam eleito Ursino e que estavam ainda na Basílica e aí mesmo mataram 160 deles; a seguir, tendo-se Ursino refugiado em outras igrejas, foi perseguido violentamente, durando a luta até a vitória total do "bando contrário". Ursino, a seguir, foi exilado pelo imperador, e Dâmaso dominou sozinho o campo conquistado com as armas. Mas toda a cristandade apresentou reações a essa pretens ão romana, bastando citar, como exemplo, uma frase de Jerônimo: "Examinando-se do ponto de vista da autoridade, o universo é maior que Roma (orbis maior est Urbe), e todos os bispos, sejam de Roma ou de Engúbio, de Constantinopla ou de Régio, de Alexandria ou de Tânis, têm a mesma dignidade e o mesmo sacerdócio" (Epistula 146, 1).


Alguns críticos (entre eles Grill e Resch na Alemanha e Monnier e Nicolardot na França, além de outros reformados) julgam que esses três versículos tenham sido interpolados, em virtude do interesse da comunidade de Roma de provar a supremacia de Pedro e portanto do bispado dessa cidade sobre todo o orbe, mas sobretudo para provar que era Pedro, e não Paulo, o chefe da igreja cristã.


Essa questão surgiu quando Marcion, logo nos primeiros anos do 2. º século, revolucionou os meios cristãos romanos com sua teoria de que Paulo foi o único verdadeiro apóstolo de Jesus, e portanto o chefe inconteste da Igreja.


Baseava-se ele nos seguintes textos do próprio Paulo: "Não recebi (o Evangelho) nem o aprendi de homem algum, mas sim mediante a revelação de Jesus Cristo" (GL 1:12); e mais: "Deus... que me separou desde o ventre materno, chamando-me por sua graça para revelar seu Filho em mim, para preg á-lo entre os gentios, imediatamente não consultei carne nem sangue, nem fui a Jerusalém aos que eram apóstolos antes de mim" (GL 15:15-17). E ainda em GL 2:11-13 diz que "resistiu na cara de Pedro, porque era condenado". E na 2. ª Cor. 11:28 afirma: "sobre mim pesa o cuidado de todas as igrejas", após ter dito, com certa ironia, não ser "em nada inferior aos maiores entre os apóstolos" (2. ª Cor. 11:5) acrescentando que "esses homens são falsos apóstolos, trabalhadores dolosos, transformandose em apóstolos de Cristo; não é de admirar, pois o próprio satanás se transforma em anjo de luz"
(2. ª Cor. 11:13-14). Este último trecho, embora se refira a outras criaturas, era aplicado por Marcion (o mesmo do "corpo fluídico" ou "fantasmático") aos verdadeiros apóstolos. Em tudo isso baseava-se Marcion, e mais na tradição de que Paulo fora bispo de Roma, juntamente com Pedro. Realmente as listas fornecidas pelos primeiros escritores, dos bispos de Roma, dizem:

a) - Irineu (bispo entre 180-190): "Quando firmaram e estabeleceram a igreja de Roma, os bemaventurados apóstolos Pedro e Paulo confiaram a administração dela a Lino, de quem Paulo fala na epístola a Timóteo. Sucedeu-lhe depois Anacleto e depois deste Clemente obteve o episcopado, em terceiro lugar depois dos apóstolos, etc. " (Epíst. ad Victorem, 3, 3, 3; cfr. Eusébio, His. Eccles., 5,24,14).


b) - Epifânio (315-403) escreve: "Porque os apóstolos Pedro e Paulo foram, os dois juntos, os primeiros bispos de Roma" (Panarion, 27, 6).


Ora, dizem esses críticos, a frase do vers. 17 "não foi a carne nem o sangue que to revelaram, mas meu Pai que está nos céus", responde, até com as mesmas palavras, a Gálatas 1:12 e Gálatas 1:16.


Para organizar nosso estudo, analisemos frase por frase.


VERS. 18 a - "Também te digo que tu és Pedro e sobre essa pedra construir-me-ei a "ekklêsia") (oi kodomêsô moi tên ekklêsían).


O jogo de palavras corre melhor no aramaico, em que o vocábulo kêphâ (masculino) não varia. Mas no grego (e latim) o masculino Petros (Petrus, Pedro) é uma criação ad hoc, um neologismo, pois esse nome jamais aparece em nenhum documento anterior. Mas como a um homem não caberia o feminin "pedra", foi criado o neologismo. Além de João (João 1:42), Paulo prefere o aramaico Kêphá (latim Cephas) em 1CO 1:12; 1CO 3:22; 1CO 9:5; 1CO 15:5 e GL 2:14.


Quanto ao vocábulo ekklêsía, que foi transliterado em latim ecclésia (passando para o portuguê "igreja"), temos que apurar o sentido: A - etimológico; B - histórico; C - usual; D - seu emprego no Antigo Testamento; e E - no Novo Testamento.


A- Etimologicamente ekklêsía é o verbo Kaléô, "chamar, convocar", com o preverbo ek, designativo de ponto de partida. Tem pois o sentido de "convocação, chamada geral".


B- Historicamente, o termo era usado em Atenas desde o 6. º século A. C. ; ao lado da Boulê ("concílio", em Roma: Senado; em Jerusalém: Sinédrio), ao lado da Boulê que redigia as leis, por ser constituída de homens cultos e aptos a esse mister, havia a ekklêsía (em Roma: Comitium; em Jerusal ém: Synagogê), reunião ou assembleia geral do povo livre, que ratificava ou não as decisões da autoridade. No 5. º séc. A. C., sob Clístenes, a ekklésía chegou a ser soberana; durante todo o apogeu de Atenas, as reuniões eram realizadas no Pnyx, mas aos poucos foi se fixando no Teatro, como local especial. Ao tornar-se "cidade livre" sob a proteção romana, Atenas viu a ekklêsía perder toda autoridade.


C- Na época do início do cristianismo, ekklêsía corresponde a sinagoga: "assembleia regular de pessoas com pensamento homogêneo"; e tanto designava o grupo dos que se reuniam, como o local das reuniões. Em contraposição a ekklésía e synagogê, o grego possuía syllogos, que era um ajuntamento acidental de pessoas de ideias heterogêneas, um agrupamento qualquer. Como sinônimo das duas, havia synáxis, comunidade religiosa, mas que, para os cristãos, só foi atribuída mais tarde (cfr. Orígenes, Patrol. Graeca, vol. 2 col. 2013; Greg. Naz., Patrol Graeca vol. 1 col. 876; e João Crisóst., Patrol. Graeca, vol. 7 col. 22). Como "sinagoga" era termo típico do judaísmo, foi preferido" ecclésia" para caracterizar a reunião dos cristãos.


D- No Antigo Testamento (LXX), a palavra é usada com o sentido de reunião, assembleia, comunidade, congregação, grupo, seja dos israelitas fiéis, seja dos maus, e até dos espíritos dos justos no mundo espiritual (NM 19, 20; 20:4; DT 23:1, DT 23:2, DT 23:3, DT 23:8; Juizes 20:2; 1. º Sam. 17:47; 1RS 8:14, 1RS 8:22; 1CR. 29:1, 20; 2CR. 1:5; 7:8; Neem. 8:17; 13:1; Judit 7:18; 8:21; Salmos 22:22, Salmos 22:25; 26:5; 35:18; 40:10; 89:7; 107:32; 149:1; PV 5:14; Eccli, 3:1; 15:5; 21:20; 24:2; 25:34; 31:11; 33:19; 38:37; 39:14; 44:15; Lam. 1:10; Joel 2:16; 1. º Mac. 2:50;3:13; 4:59; 5:16 e 14:19).


E- No Novo Testamento podemos encontrar a palavra com vários sentidos:

1) uma aglomeração heterogênea do povo: AT 7:38; AT 19:32, AT 19:39, AT 19:41 e HB 12:23.


2) uma assembleia ou comunidade local, de fiéis com ideias homogêneas, uma reunião organizada em sociedade, em que distinguimos:


a) - a comunidade em si, independente de local de reunião: MT 18:17 (2 vezes); AT 11:22; AT 12:5; AT 14:22; AT 15:41 e AT 16:5; l. ª Cor. 4:17; 6:4; 7:17; 11:16, 18,22; 14:4,5,12,19,23,28, 33,34,35; 2. a Cor. 8:18, 19,23,24; 11:8,28; 12:13; Filp. 4:15; 2. a Tess. 1:4; l. ª Tim. 3:5, 15; 5:6; Tiago 5:15; 3. a JO 6; AP 2:23 e AP 22:16.


b) - a comunidade estabelecida num local determinado, uma sociedade local: Antióquia, AT 11:26; AT 13:1; AT 14:27; AT 15:3; Asiáticas, l. ª Cor. 16:19; AP 1:4, AP 1:11, AP 1:20 (2 vezes); 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22; Babilônia, 1PE 5:13; Cencréia, RM 16. 1; Corinto, 1CO 1:2; 2CO 1:1; Êfeso, AT 20:17; AP 2:1; Esmirna, Apoç. 2:8; Filadélfia, AP 3:7; Galácia, 1CO 16. 1; GL 1:2; dos Gentios, RM 16:4; Jerusalém, AT 5:11; AT 8:1, AT 8:3; 12:1; 15:4,22:18:22; Judeia, AT 9:31; 1TS 2:14; GL 1:22; Laodicéia, CL 4:16; AP 3:14; Macedônia, 2CO 8:1; Pérgamo, AP 2:12; Roma, RM 16:16; Sardes, AP 3:1; Tessalônica, 1TS 1:1; 2TS 1:1; Tiatira, AP 2:18.


c) - a comunidade particular ou "centro" que se reúne em casa de família: RM 16:5, RM 16:23; 1CO 16:19; CL 4:15; Film. 2; 3 JO 9, 10.


3) A congregação ou assembleia de todos os que aceitam o Cristo como Enviado do Pai: MT 16:18; AT 20:28; 1CO 10:32; 1CO 12:28; 1CO 15:9; GL 1:13; EF 1:22; EF 3:10, EF 3:21:5:23,24,25,27,29,32; Filp. 3:6; CL 1:18, CL 1:24; HB 2:12 (citação do Salmo 22:22).


Anotemos, ainda, que em Tiago 2:2, a comunidade cristã é classificada de "sinagoga".


Concluímos desse estudo minucioso, que a palavra "igreja" não pode ser, hoje, a tradução do vocábulo ekklêsía; com efeito, esse termo exprime na atualidade.


1) a igreja católica-romana, com sua tríplice divisão bem nítida de a) militante (na Terra) ; b) sofredora (no "Purgatório") e c) triunfante (no "céu");


2) os templos em que se reúnem os fiéis católicos, com suas "imagens" e seu estilo arquitetônico especial.


Ora, na época de Jesus e dos primeiros cristãos, ekklêsía não possuía nenhum desses dois sentidos. O segundo, porque os cristãos ainda não haviam herdado os templos romanos pagãos, nem dispunham de meios financeiros para construí-los. E o primeiro porque só se conheciam, nessa época, as palestras de Jesus nas sinagogas judaicas, nos campos, nas montanhas, a beira-mar, ou então as reuniões informais nas casas de Pedro em Cafarnaum, de Simão o leproso em Betânia, de Levi, de Zaqueu em Jerusalém, e de outros afortunados que lhe deram hospedagem por amizade e admiração.


Após a crucificação de Jesus, Seus discípulos se reuniam nas casas particulares deles e de outros amigos, organizando em cada uma centros ou grupos de oração e de estudo, comunidades, pequenas algumas outras maiores, mas tudo sem pompa, sem rituais: sentados todos em torno da mesa das refeições, ali faziam em comum a ceia amorosa (agápê) com pão, vinho, frutas e mel, "em memória do Cristo e em ação de graças (eucaristia)" enquanto conversavam e trocavam ideias, recebendo os espíritos (profetizando), cada qual trazendo as recordações dos fatos presenciados, dos discursos ouvidos, dos ensinamentos decorados com amor, dos sublimes exemplos legados à posteridade.


Essas comunidades eram visitadas pelos "apóstolos" itinerantes, verdadeiros emissários do amor do Mestre. Presidiam a essas assembleias, "os mais velhos" (presbíteros). E, para manter a "unidade de crença" e evitar desvios, falsificações e personalismos no ensino legado (não havia imprensa!) eram eleitos "inspetores" (epíscopoi) que vigiavam a pureza dos ensinamentos. Essas eleições recaíam sobre criaturas de vida irrepreensível, firmeza de convicções e comprovado conhecimento dos preceitos de Jesus.


Por tudo isso, ressalta claro que não é possível aplicar a essa simplicidade despretensiosa dessas comunidades ou centros de fé, a denominação de "igrejas", palavra que variou totalmente na semântica.


Daí termos mantido, neste trecho do evangelho, a palavra original grega "ekklêsía", já que mesmo sua tradução "assembleia" não dá ideia perfeita e exata do significado da palavra ekklêsía daquela época.


Não encontramos outro termo para usar, embora a farta sinonímia à disposição: associação, comunidade, congregação, agremiação, reunião, instituição, instituto, organização, grei, aprisco (aulê), sinaxe, etc. A dificuldade consiste em dar o sentido de "agrupamento de todos os fiéis a Cristo" numa só palavra.


Fomos tentados a empregar "aprisco", empregado por Jesus mesmo com esse sentido (cfr. JO 10:1 e JO 10:16), mas sentimos que não ficava bem a frase "construirei meu aprisco".


Todavia, quando ekklêsía se refere a uma organização local de país, cidade ou mesmo de casa de fam ília, utilizaremos a palavra "comunidade", como tradução de ekklêsía, porque a correspondência é perfeita.


VERS. 18 b - "As portas do hades (pylai hádou) não prevalecerão contra ela".


O hades (em hebraico sheol) designava o hábitat dos desencarnados comuns, o "astral inferior" ("umbral", na linguagem espirítica) a que os latinos denominavam "lugar baixo": ínferus ou infernus. Digase, porém, que esse infernus (derivado da preposição infra) nada tem que ver com o sentido atual da palavra "inferno". Bastaria citar um exemplo, em Vergílio (En. 6, 106), onde o poeta narra ter Enéias penetrado exatamente as "portas do hades", inferni janua, encontrando aí (astral ou umbral) os romanos desencarnados que aguardavam a reencarnação (Na revista anual SPIRITVS - edição de 1964, n. º 1 -, nas páginas 16 a 19, há minucioso estudo a respeito de sheol ou hades. Edições Sabedoria).


O sentido das palavras citadas por Mateus é que os espíritos desencarnados do astral inferior não terão capacidade nem poder, por mais que se esforcem, para destruir a organização instituída por Cristo.


A metáfora "portas do hades" constitui uma sinédoque, isto é, a representação do todo pela parte.


VERS. 19 a - "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus".


As chaves constituíam o símbolo da autoridade, representando a investidura num cargo de confiança.


Quando Isaías (Isaías 22:22) fala da designação de Eliaquim, filho de Hilquia, para prefeito do palácio, ele diz : "porei sobre seu ombro a chave da casa de David; ele abrirá e ninguém fechará, fechará e ningu ém abrirá". O Apocalipse (Apocalipse 3:7) aplica ao Cristo essa prerrogativa: "isto diz o Santo, o Verdadeiro, o que tem a chave de David, o que abre e ninguém fechará, o que fecha e ninguém abrirá". Em Lucas (11:52) aparece uma alusão do próprio Jesus a essa mesma figura: "ai de vós doutores da lei, porque tirastes as chaves da ciência: vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam".


VERS. 19 b - "O que ligares na Terra será ligado nos céus, e o que desligares na Terra será desligado nos céus".


Após a metáfora das chaves, o que se podia esperar, como complemento, era abrir e fechar (tal como em Isaías, texto que devia ser bem conhecido de Jesus), e nunca "ligar" e desligar", que surgem absolutamente fora de qualquer sequência lógica. Aliás é como esperávamos que as palavras foram colocadas nos lábios de Clemente Romano (bispo entre 100 e 130, em Roma): "Senhor Jesus Cristo, que deste as chaves do reino dos céus ateu emissário Pedro, meu mestre, e disseste: "o que abrires, fica aberto e o que fechares fica fechado" manda que se abram os ouvidos e olhos deste homem" - haper àn anoíxéis énéôitai, kaì haper àn kleíséis, kéklestai - (Martírio de Clemente, 9,1 - obra do 3. º ou 4. º século). Por que aí não teriam sido citadas as palavras que aparecem em Mateus: hò eàn dêséis... éstai dedeménon... kaí hò eàn lêsêis... éstai lelyménon?


Observemos, no entanto, que no local original dessa frase (MT 18:18), a expressão "ligar" e "desligar" se encaixa perfeitamente no contexto: aí se fala no perdão a quem erra, dando autoridade à comunidade para perdoar o culpado (e mantê-lo ligado ao aprisco) ou a solicitar-lhe a retirada (desligando-o da comunidade) no caso de rebeldia. Então, acrescenta: "tudo o que ligardes na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na Terra, será desligado nos céus". E logo a seguir vem a lição de "perdoar setenta vezes sete". E entendemos: se perdoarmos, nós desligamos de nós o adversário, livramonos dele; se não perdoarmos, nós o manteremos ligado a nós pelos laços do ódio e da vingança. E o que ligarmos ou desligarmos na Terra (como encarnados, "no caminho com ele", cfr. MT 5. 25), será ratificado na vida espiritual.


Daí a nítida impressão de que esse versículo foi realmente transportado, já pronto (apenas colocados os verbos no singular), do capítulo 18 para o 16 (em ambos os capítulos, o número do versículo é o mesmo: 18).


A hipótese de que este versículo (como os dois anteriores) foi interpolado, é baseada no fato de que não figuram em Marcos nem em Lucas, embora se trate claramente do mesmo episódio, e apesar de que esses dois evangelistas escreveram depois de Mateus, por conseguinte, já conheciam a redação desse apóstolo que conviveu com Jesus (Marcos e Lucas não conviveram). Acresce a circunstância de que Marcos ouviu o Evangelho pregado por Pedro (de quem parece que era sobrinho carnal, e a quem acompanhou depois de haver abandonado Paulo após sua primeira viagem apostólica. Marcos não podia ignorar uma passagem tão importante em relação a seu mestre e talvez tio. Desde Eusécio aparece como razão do silêncio de Marcos a humildade de Pedro, que em suas pregações não citava fatos que o engrandecessem. Mas não é admissível que Marcos ignorasse a cena; além disso, ele escreveu seu Evangelho após a desencarnação de Pedro: em que lhe ofenderia a modéstia, se dissesse a verdade total?


Mais ainda: seu Evangelho foi escrito para a comunidade de Roma; como silenciar um trecho de importância tão vital para os cristãos dessa metrópole? Não esqueçamos o testemunho de Papias (2,

15), discípulo pessoal do João o Evangelista, e portanto contemporâneo de Marcos, que escreveu: "Marcos numa coisa só teve cuidado: não omitir nada do que tinha ouvido e não mentir absolutamente" (Eusébio, Hist. Eccles. 3, 39).


E qual teria sido a razão do silêncio de Lucas? E por que motivo todo esse trecho não aparece citado em nenhum outro documento anterior a Marcion (meados do 2. º século) ?


Percorramos os primeiros escritos cristãos, verificando que a primeira citação é feita por Justino, que aparece como tendo vivido exatamente em 150 A. D.


1. DIDACHE (15,1) manda que os cristãos elejam seus inspetores (bispos) e ministros (diáconos). Nenhum aceno a uma hierarquia constituída por Jesus, e nenhuma palavra a respeito dos "mais velhos" (presbíteros).


2. CLEMENTE ROMANO (bispo de Roma no fim do 1. º e início do 2. º século), discípulo pessoal de Pedro e de Paulo (parece até que foi citado em FP 4:3) e terceiro sucessor de ambos no cargo de inspetor da comunidade de Roma. Em sua primeira epístola aos coríntios, quando fala da hierarquia da comunidade, diz que "Cristo vem da parte de Deus e os emissários (apóstolos) da parte de Cristo" (1. ª Clem. 42, 2). Apesar das numerosíssimas citações escriturísticas, Clemente não aproveita aqui a passagem de Mateus que estamos analisando, e que traria excelente apoio a suas palavras.


3. PAPIAS (que viveu entre o 1. º e o 2. º século) também nada tem em seus fragmentos.


4. INÁCIO (bispo entre 70 e 107), em sua Epístola aos Tralianos (3, 1) fala da indispensável hierarquia eclesiástica, mas não cita o trecho que viria a calhar.


5. CARTA A DIOGNETO, aliás comprovadamente a "Apologia de Quadrado dirigida ao Imperador Adriano", portanto do ano de 125/126 (cfr. Eusibio, Hist. Eccles. 4,3), nada fala.


6. EPÍSTOLA DE BARNABÉ (entre os anos 96 e 130), embora apócrifa, nada diz a respeito.


7. POLICARPO (69-155) nada tem em sua Epístola aos Filipenses.


8. O PASTOR, de Hermas, irmão de Pio, bispo de Roma entre 141 e 155, e citado por Paulo (RM 16:14). Em suas visões a igreja ocupa lugar de destaque. Na visão 3. ª, a torre, símbolo da igreja, é construída sobre as águas, mas, diz o Pastor a Hermas: "o fundamento sobre que assenta a torre é a palavra do Nome onipotente e glorioso". Na Parábola 9, 31 lemos que foi dada ordem de "edificar a torre sobre a Rocha e a Porta". E o trecho se estende sem a menor alusão ao texto que comentamos.


#fonte 9. JUSTINO (+ ou - ano 150) cita, pela vez primeira, esse texto (Diálogus, 100, 4) mas com ele só se preocupa em provar a filiação divina do Cristo.


10. IRINEU (bispo entre 180-190), em sua obra cita as mesmas palavras de Justino, deduzindo delas a filiação divina do Cristo (3, 18, 4).


11. ORÍGENES (184-254) é, historicamente, o primeiro que afirma que Pedro é a pedra fundamental da igreja (Hom. 5,4), embora mais tarde diga que Jesus "fundou a igreja sobre os doze apóstolos, representados por Pedro" (In Matt. 12, 10-14). Damos o resumo, porque o trecho é bastante longo.


12. TERTULIANO (160-220) escreve (Scorpiae, 10) que Jesus deu as chaves a Pedro e, por seu interm édio, à igreja (Petro et per eum Ecclesiae): a igreja é a depositária, Pedro é o Símbolo.


13. CIPRIANO (cerca 200-258) afirma (Epíst. 33,1) que Jesus, com essas palavras, estabeleceu a igreja fundamentada nos bispos.


14. HILÁRIO (cerca 310-368) escreve (De Trinit. 3, 36-37) que a igreja está fundamentada na profiss ão de fé na divindade de Cristo (super hanc igitur confessionis petram) e que essa fé tem as chaves do reino dos céus (haec fides Ecclesiae fundamentum est... haec fides regni caelestis habet claves). 15. AMBRÓSIO (337-397) escreve: "Pedro exerceu o primado da profissão de fé e não da honra (prirnaturn confessionis útique, non honóris), o primado da fé, não da hierarquia (primatum fídei, non órdinis)"; e logo a seguir: "é pois a fé que é o fundamento da igreja, porque não é da carne de Pedro, mas de sua fé que foi dito que as portas da morte não prevalecerão contra ela" (De Incarnationis Dorninicae Sacramento, 32 e 34). No entanto, no De Fide, 4, 56 e no De Virginitate, 105 - lemos que Pedro, ao receber esse nome, foi designado pelo Cristo como fundamento da igreja.


16. JOÃO CRISÓSTOMO (c. 345-407) explica que Pedro não deve seu nome a seus milagres, mas à sua profissão de fé (Hom. 2, In Inscriptionem Actorum, 6; Patrol. Graeca vol. 51, col. 86). E na Hom. 54,2 escreve que Cristo declara que construirá sua igreja "sobre essa pedra", e acrescenta" sobre essa profissão de fé".


17. JERÔNIMO (348-420) também apresenta duas opiniões. Ao escrever a Dâmaso (Epist. 15) deseja captar-lhe a proteção e diz que a igreja "está construída sobre a cátedra de Pedro". Mas no Comm. in Matt. (in loco) explica que a "pedra é Cristo" (in petram Christum); cfr. 1CO 10:4 "e essa pedra é Cristo".


18. AGOSTINHO (354-430) escreve: "eu disse alhures. falando de Pedro, que a igreja foi construída sobre ele como sobre uma pedra: ... mas vejo que muitas vezes depois (postea saepíssime) apliquei o super petram ao Cristo, em quem Pedro confirmou sua fé; como se Pedro - assim o chamou "a Pedra" - representasse a igreja construída sobre a Pedra; ... com efeito, não lhe foi dito "tu es Petra", mas "tu es Petrus". É o Cristo que é a Pedra. Simão, por havê-lo confessado como o faz toda a igreja, foi chamado Pedro. O leitor escolha qual dos dois sentidos é mais provável" (Retractationes 1, 21, 1).


Entretanto, Agostinho identifica Pedro com a pedra no Psalmus contra partem Donati, letra S; e na Enarratio in Psalmum 69, 4. Esses são os locais a que se refere nas Retractationes.


Mas no Sermo 76, 1 escreve: "O apóstolo Pedro é o símbolo da igreja única (Ecclesiae unicae typum);


... o Cristo é a pedra, e Pedro é o povo cristão. O Cristo lhe diz: tu és Pedro e sobre a pedra que professaste, sobre essa pedra que reconheceste, dizendo "Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo", eu construirei minha igreja; isto é, eu construirei minha igreja sobre mim mesmo que sou o Filho de Deus. É sobre mim que eu te estabelecerei, e não sobre ti que eu me estabelecerei... Sim, Pedro foi estabelecido sobre a Pedra, e não a Pedra sobre Pedro".


Essa mesma doutrina aparece ainda em Sermo 244, 1 (fim): Sermo 270,2: Sermo 295, 1 e 2; Tractatus in Joannem, 50, 12; ibidem, 118,4 ibidem, 124. 5: De Agone Christiano, 32; Enarratio in Psalmum 108, 1.


Aí está o resultado das pesquisas sobre o texto tão discutido. Concluiremos como Agostinho, linhas acima: o leitor escolha a opinião que prefere.


O último versículo é comum aos três, embora com pequenas variantes na forma: Mateus: não dizer que Ele era o Cristo.


Marcos: não falar a respeito Dele.


Lucas: não dizer nada disso a ninguém.


Mas o sentido é o mesmo: qualquer divulgação a respeito do messianato poderia sublevar uma persegui ção das autoridades antes do tempo, impedindo o término da tarefa prevista.


Para a interpretação do sentido mais profundo, nada importam as discussões inócuas e vazias que desenvolvemos acima. Roma, Constantinopla, Jerusalém, Lhassa ou Meca são nomes que só têm expressão para a personagem humana que, em rápidas horas, termina, sob aplausos ou apupos, sua representação cênica no palco do plano físico.


Ao Espírito só interessa o ensino espiritual, revelado pela letra, mas registrado nos Livros Sagrados de qualquer Revelação divina. Se o texto foi interpolado é porque isso foi permitido pela Divindade que, carinhosamente cuida dos pássaros, dos insetos e das ervas do campo. Portanto, se uma interpolação foi permitida - voluntária ou não, com boas ou más intenções razão houve e há para isso, e algum resultado bom deve estar oculto sob esse fato. Não nos cabe discutir: aceitemos o texto tal como chegou até nós e dele extraiamos, pela meditação, o ensinamento que nos traz.


* * *

Embevecido pela beleza da paisagem circunstante, reveladora da Divindade que se manifesta através de tudo, Jesus - a individualidade - recolhe-se em prece. É nessa comunhão com o Todo, nesse mergulho no Cosmos, que surge o diálogo narrado pelos três sinópticos, mas completo apenas em Mateus que, neste passo, atinge as culminâncias da narração espiritual de João.


O trecho que temos aqui relatado é uma espécie de revisão, de exame da situação real dos discípulos por parte de Jesus, ou seja, dos veículos físicos (sobretudo do intelecto) por parte da individualidade.


Se vemos duas indagações na letra, ambas representam, na realidade, uma indagação só em duas etapas. Exprime uma experiência que visa a verificar até onde foi aquela personagem humana (em toda a narrativa, apesar do plural "eles", só aparece clara a figura de Simão Bar-Jonas). Teriam sido bem compreendidas as aulas sobre o Pão da Vida e sobre a Missão do Cristo de Deus? Estaria exata a noção e perfeita a União com a Consciência Cósmica, com o Cristo?


O resultado do exame foi satisfatório.


Analisemo-lo para nosso aprendizado.


Em primeiro lugar vem a pergunta: "Quem dizem os homens que eu sou"? Não se referia o Cristo aos" outros", mas ao próprio Pedro que, ali, simbolizava todos os que atingiram esse grau evolutivo, e que, ao chegar aí, passarão por exame idêntico (esta é uma das provações "iniciáticas"). A resposta de Pedro reflete a verdade: no período ilusório da personalidade nós confundimos o Cristo com manifestações de formas exteriores, e o julgamos ora João Batista, ora Elias, ora Jeremias ou qualquer outro grande vulto. Só percebemos formas e nomes ilusórios. Esse é um período longo e inçado de sonhos e desilusões sucessivas, cheio de altos e baixos, de entusiasmos e desânimos.


O Cristo insiste: "que pensais vós mesmos de mim"? ou seja, "e agora, no estágio atual, que é que você pensa de mim"?


Nesse ponto o Espírito abre-se em alegrias místicas incontroláveis e responde em êxtase: Tu és o Ungido, o Permeado pelo Som (Verbo, Pai) ... Tu és o Cristo Cósmico, o Filho de Deus Vivo, a Centelha da Luz Incriada, Deus verdadeiro proveniente do verdadeiro Deus!


Na realidade, Pedro CONHECEU o Cristo, e os Pais da Igreja primitiva tiveram toda a razão, quando citaram esse texto como prova da divindade do CRISTO, o Filho Unigênito de Deus. O Cristo Cósmico, Terceiro aspecto da Trindade, é realmente Deus em Sua terceira Manifestação, em Seu terceiro Aspecto, e é a Vida que vivificava Jesus, como vivifica a todas as outras coisas criadas. Mas em Sua pureza humana, em Sua humildade, Jesus deixava que a Divindade se expandisse através de Sua personalidade física. E Pedro CONHECEU o Cristo a brilhar iluminando tudo através de Jesus, como a nós compete conhecer a Centelha divina, o Eu Interno Profundo a cintilar através de nossa individualidade que vem penosamente evoluindo através de nossas personalidades transitórias de outras vidas e da atual, em que assumimos as características de uma personagem que está a representar seu papel no palco do mundo.


Simão CONHECEU o Cristo, e seu nome exprime uma das características indispensáveis para isso: "o que ouve" ou" o que obedece".


E como o conhecimento perfeito e total só existe quando se dá completa assimilação e unificação do conhecedor com o conhecido (nas Escrituras, o verbo "conhecer" exprime a união sexual, em que os dois corpos se tornam um só corpo, imagem da unificação da criatura com o Criador), esse conhecimento de Pedro revela sua unificação com o Cristo de Deus, que ele acabava de confessar.


O discípulo foi aprovado pelo Mestre, em cujas palavras transparece a alegria íntima e incontida, no elogio cheio de sonoridades divinas:

—"És feliz. Simão, Filho de Jonas"!


Como vemos, não é o Espírito, mas a personagem humana que recebe a bênção da aprovação. Realmente, só através da personalidade encarnada pode a individualidade eterna atingir as maiores altitudes espirituais. Se não fora assim, se fosse possível evoluir nos planos espirituais fora da matéria, a encarnação seria inútil. E nada há inútil em a natureza. Que o espírito só pode evoluir enquanto reencarnado na matéria - não lhe sendo possível isso enquanto desencarnado no "espaço" -, é doutrina firmada no Espiritismo: Pergunta 175a: "Não se seria mais feliz permanecendo no estado de espírito"?


Resposta: "Não, não: ficar-se-ia estacionário, e o que se quer é progredir para Deus". A Kardec, "O livro dos Espíritos". Então estava certo o elogio: feliz a personagem Simão ("que ouviu e obedeceu"), filho de Jonas, porque conseguiu em sua peregrinação terrena, atingir o ponto almejado, chegar à meta visada.


Mas o Cristo prossegue, esclarecendo que, embora conseguido esse passo decisivo no corpo físico, não foi esse corpo ("carne e sangue") que teve o encontro (cfr. A carne e o sangue não podem possuir o reino dos céus", 1CO 15:50). Foi, sim, o Espírito que se uniu à Centelha Divina, e o Pai que habita no âmago do coração é que revela a Verdade.


E continuam os esclarecimentos, no desenvolvimento de ensinos sublimes, embora em palavras rápidas

—não há prolixidade nem complicações em Deus, mas concisão e simplicidade - revelando-nos a todos as possibilidades ilimitadas que temos: - Eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra me edificarei a "ekklêsía".


Atingida a unificação, tornamo-nos conscientemente o Templo do Deus Vivo: nosso corpo é o Tabernáculo do Espirito Santo (cfr. RM 6 : 9, 11; 1CO 3:16, 1CO 3:17; 2CO 6:16: EF 2:22; 2TM 1:14; Tiago,

4:5). Ensina-nos então, o Cristo, que nós passamos a ser a "pedra" (o elemento material mineral no corpo físico) sobre a qual se edificará todo o edifício (templo) de nossa eterna construção espiritual.


Nossa personagem terrena, embora efêmera e transitória, é o fundamento físico da "ekklêsíia" crística, da edificação definitiva eterna (atemporal) e infinita (inespacial) do Eu Verdadeiro e divino.


Nesse ponto evolutivo, nada teremos que temer:

—As portas do hades, ou seja, as potências do astral e os veículos físicos (o externo e o interno) não mais nos atingirão com seus ataques, com suas limitações, com seus obstáculos, com seus "problemas" (no sentido etimológico). A personagem nossa - assim como as personagens alheias - não prevalecerá contra a individualidade, esse templo divino, construído sobre a pedra da fé, da União mística, da unificação com o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Sem dúvida os veículos que nos conduzem no planeta e as organizações do pólo negativo tentam demolir o trabalho realizado. Será em vão. Nossos alicerces estão fixados sobre a Pedra, a Rocha eterna. As forças do Antissistema (Pietro Ubaldi Queda e Salvação") só podem alcançar as exterioridades, dos veículos físicos que vibram nos planos inferiores em que elas dominam. Mas o Eu unido a Deus, mergulhado em Deus (D-EU-S) é inatingível, intocável, porque sua frequência vibratória é altíssima: sintonizados com o Cristo, a Torre edificada sobre a Pedra é inabalável em seus alicerces.


E Cristo prossegue:

—"Dar-te-ei as chaves do reino dos céus".


Com essas chaves em nossas mãos, podemos abrir e fechar, entrar e sair, ligar-nos e desligar-nos, quando e quanto quisermos, porque já não é mais nosso eu pequeno personalístico que quer, (cfr. JO 5:30) pensa e age; mas tudo o que de nós parte, embora parecendo proveniente da personagem, provém realmente do Cristo ("já não sou mais eu que vivo, o Cristo é que vive em mim", Gál 2:20).


Com as chaves, podemos abrir as portas do "reino dos céus", isto é, de nosso coração. Podemos entrar e sair, para ligar-nos ao Cristo Cósmico na hora em que nosso ardor amoroso nos impele ao nosso Amado, ou para desligar-nos constrangidos a fim de atender às imprescindíveis e inadiáveis tarefas terrenas que nos competem. Por mais que pareçam ilógicas as palavras "ligar" e "desligar", após a sinédoque das chaves, são essas exatamente as palavras que revelam o segredo do ensinamento: estão perfeitamente encaixadas nesse contexto, embora não façam sentido para o intelecto personalístico que só entende a letra. Mas o Espírito penetra onde o intelecto esbarra (cfr. "o espírito age onde quer", JO 3:8). Com efeito, após o Encontro, o Reconhecimento e a União mística, somos capazes de, mesmo no meio da multidão, abrir com as nossas chaves a porta e penetrar no "reino dos céus" de nosso coração; somos capazes de ligar-nos e conviver sem interrupção com o nosso Amor.


E a frase é verdadeira mesmo em outros sentidos: tudo o que ligarmos ou desligarmos na Terra, através de nossa personalidade (da personagem que animamos) será automaticamente ligado ou desligad "nos céus", ou seja, nos planos do Espírito. Porque Cristo é UM conosco, é Ele que vive em nós, que pensa por nós, que age através de nós, já que nosso eu pequenino foi abolido, aniquilado, absorvido pelo Eu maior e verdadeiro; então todos os nossos pensamentos, nossas palavras, nossas ações terão repercussão no Espírito.


A última recomendação é de capital importância na prática: a ninguém devemos falar de nada disso.


O segredo da realização crística pertence exclusivamente à criatura que se unificou e ao Amado a quem nos unimos. Ainda aqui vale o exemplo da fusão de corpos no Amor: nenhum amante deixa transparecer a ouvidos estranhos os arrebatamentos amorosos usufruídos na intimidade; assim nenhum ser que se uniu ao Cristo deverá falar sobre os êxtases vividos em arroubos de amor, no quarto fechado (cfr. MT 6:6) do coração. Falar "disso" seria profanação, e os profanos não podem penetrar no templo iniciático do Conhecimento.


Isso faz-nos lembrar outra faceta deste ensinamento. Cristo utiliza-se de uma fraseologia tecnicamente especializada na arquitetura (que veremos surgir, mais explícita, posteriormente, quando comentarmos MT 21:42, MC 12:10 e LC 20:17).


Ensina-nos o Cristo que será "edificada" por Ele, sobre a "Pedra", a ekklêsía, isto é, o "Templo".


Ora, sabemos que, desde a mais remota antiguidade, os templos possuem forma arquitetônica especial.


Na fachada aparecem duas figuras geométricas: um triângulo superposto a um quadrilátero, para ensinamento dos profanos.


Profanos é formado de PRO = "diante de", e FANUM = "templo". O termo originou-se do costume da Grécia antiga, em que as cerimônias religiosas exotéricas eram todas realizadas para o grande público, na praça que havia sempre na frente dos templos, diante das fachadas. Os profanos, então, eram aqueles que estavam "diante dos templos", e tinham que aprender certas verdades básicas. Ao aprendê-las, eram então admitidos a penetrar no templo, iniciando sua jornada de espiritualização, e aprendendo conhecimentos esotéricos. Daí serem chamados INICIADOS, isto é, já tinham começado o caminho.


Depois de permanecerem o tempo indispensável nesse curso, eram então submetidos a exames e provas.


Se fossem achados aptos no aprendizado tornavam-se ADEPTOS (isto é: AD + APTUS). A esses é que se refere Jesus naquela frase citada por Lucas "todo aquele que é diplomado é como seu mestre" (LC 6:40; veja vol. 3). Os Adeptos eram os diplomados, em virtude de seu conhecimento teórico e prático da espiritualidade.


O ensino revelado pela fachada é que o HOMEM é constituído, enquanto crucificado na carne, por uma tríade superior, a Individualidade eterna, - que deve dominar e dirigir o quaternário (inferior só porque está por baixo) da personagem encarnada, com seus veículos físicos. Quando o profano chega a compreender isso e a viver na prática esse ensinamento, já está pronto para iniciar sua jornada, penetrando no templo.


No entanto, o interior dos templos (os construídos por arquitetos que conheciam esses segredos). o interior difere totalmente da fachada: tem suas naves em arco romano, cujo ponto chave é a "pedra angular", o Cristo (cfr. MT 21:42,. MC 12:10; LC 20:17,. EF 2:20; 1PE 2:7; e no Antigo: JÓ 38:6; Salmo 118:22: IS 28:16, JR 51:26 e ZC 4:7).


Sabemos todos que o ângulo da pedra angular é que estabelece a "medida áurea" do arco, e portanto de toda a construção do templo. Assim, os que já entram no templo ("quem tem olhos de ver, que veja"!) podem perceber o prosseguimento do ensino: o Cristo Divino é a base da medida de nossa individualidade, e só partindo Dele, com Ele, por Ele e Nele é que podemos edificar o "nosso" Templo eterno.


Infelizmente não cabem aqui as provas matemáticas desses cálculos iniciáticos, já conhecidos por Pit ágoras seis séculos antes de Cristo.


Mas não queremos finalizar sem uma anotação: na Idade Média, justamente na época e no ambiente em que floresciam em maior número os místicos, o arco romano cedeu lugar à ogiva gótica, o "arco sextavado", que indica mais claramente a subida evolutiva. Aqui, também, os cálculos matemáticos nos elucidariam muito. Sem esquecer que, ao lado dos templos, se erguia a torre...


Quantas maravilhas nos ensinam os Evangelhos em sua simplicidade! ...


Corte do PANTEON de Roma, mostrando a arquitetura iniciática, com as medidas áureas
at 7:38
Sabedoria do Evangelho - Volume 5

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 20
CARLOS TORRES PASTORINO

LC 12:1-12


1. Nesse ínterim, tendo-se reunido dezenas de milhares de pessoas, de tal forma que pisavam uns sobre os outros, começou a dizer a seus discípulos primeiro: "Precatai-vos contra o fermento que é a hipocrisia dos fariseus.

2. Nada existe encoberto que não se descubra, nem oculto que não se conheça.

3. Por isso, tudo o que dissestes nas trevas, será ouvido na luz; e o que falastes ao ouvido, na adega, será proclamado dos terraços.

4. Digo-vos, a vós meus amigos, não temais os que matam o corpo, e depois disso nada mais conseguem fazer.

5. Mostrar-vos-ei a quem temer; temei o que, depois de matar, tem o poder de lançar na geena; sim, digo-vos, temei a esse.

6. Não se vendem cinco passarinhos por dois asses? E nem um deles está esquecido diante de Deus.

7. Mas até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais: valeis mais que muitos passarinhos.

8. Digo-vos mais: todo o que me confirmar perante os homens, também o Filho do Homem o confirmará perante os mensageiros de Deus;

9. mas o que me negar diante dos homens, será renegado diante dos mensageiros de Deus.

10. Todo aquele que proferir um ensino contra o Filho de Homem, ser-lhe-á relevado; mas o que blasfemar contra o santo Espírito, não lhe será relevado.

11. Todas as vezes que vos levarem perante as sinagogas, os magistrados e as autoridades, não vos preocupeis como ou com que vos defendereis ou o que falareis;

12. porque o santo Espírito vos ensinará nessa mesma hora o que deveis dizer".



Aqui temos uma série de exortações do Mestre a Seus discípulos, para que não temam os perigos, quando se trata de anunciar a boa-nova do "Reino de Deus" dentro dos homens.


O evangelista fala de dezenas de milhares de pessoas (myria = 10. 000) dizendo literalmente: episynachtheisõn tõn myriádõn toú ochlóu, isto é, "se superajuntavam às dezenas de milhares de povo", a tal ponto que pisavam uns sobre os outros em torno de Jesus para ouvir-Lhe a voz. Os comentaristas julgam isso uma hipérbole. A própria Vulgata traduz multis turbis circumstantibus, "estando em redor muito povo", não obedecendo ao original.


Há uma enumeração de percalços, que são encontrados quando alguém acorda esse assunto vital e decisivo para a espiritualização da humanidade.


1) "O fermento que é a hipocrisia dos fariseus". O fermento que permanece oculto, que ninguém vê, e no entanto tem ação tão forte que "leveda a massa toda" (cfr. MT 13:33; MC 13:21; 1CO 5:6 e GL 5:9). A comparação do fermento com a hipocrisia aparece em outros pontos (cfr. MT 16:6-11, 12; MC 8:15). Não acreditar, portanto, de boa-fé, "abrindo o jogo" nas aparências dos que se dizem ou fingem, mas NÃO SÃO. Muitos exteriorizarão piedade, fé, santidade, mas são apenas "sepulcros caiados". Cuidado com eles!, adverte-nos o Mestre.


2) O segundo princípio vale para essa admoestação que acabou de ser dada e também para o que se segue: tudo o que estiver escondido e oculto virá a luz. Os hipócritas serão vergonhosamente des mascarados ao desvestir-se da matéria, única que lhes permite enganar, pois o "espírito" se encaminhará automaticamente, por densidade, por peso atômico ou por sintonia vibratória, para o local que lhe seja afim.


Doutra parte, todos os segredos iniciáticos ou não, aprendidos de boca a ouvido, serão divulgados a seu tempo. O que foi dito a portas fechadas, será proclamado de cima dos terraços, às multidões. É o que está ocorrendo hoje: tudo está sendo dito. Não mais adiantam sociedades ou fraternidades "secretas": a imprensa divulga todos os segredos. Quem tem ouvidos de ouvir ouve: quem não os tem, nada percebe...


3) Prossegue o terceiro aviso, de que há dois perigos que precisam ser bem distinguidos:

a) os que "matam o corpo", que é coisa sem importância. que qualquer pessoa pode sofrer sem lhe causar transtorno maior, como o próprio Jesus o demonstraria em Sua pessoa, deixando que assassinassem com requintes de crueldade Seu corpo - e com isso até conquistando o amor de toda a humanidade - e depois reaparecendo vivo e glorioso, como vencedor da morte;


b) e o perigo real, que vem "daquele" que tem o poder (exousía) de lançar na "geena". Já vimos que" geena" (vol. 2) é o "vale dos gemidos", ou seja, este planeta, em que "gememos" (cfr. 2. ª Cor. 5:4 e 2PE 1:13-14). Portanto, só devemos temer a volta constante e inevitável às reencarnações compulsórias, que nos fazem sofrer neste "vale de lágrimas", dores morais e físicas indescritíveis e desoladoras. E quem pode lançar-nos nas reencarnações é nosso Eu Profundo. Isso é revelado com especial carinho, de pai a filhos: "eu vou mostrar o que deveis temer". Mas, matar o corpo, crucificálo. Queimá-lo, torturá-lo? Outro melhor será construído!


Depois é dada a razão por que não devemos temer. O Pai, que está EM TUDO e EM TODOS, mesmo nas mínimas coisas, está também DENTRO de cada um. Se cuida dos passarinhos, que cinco deles custam "dois vinténs", como não cuidará muito mais carinhosamente dos homens. "Seus amigos"? É a argumentação a minore ad majus. Se até todas os fios de cabelo de nossa cabeça estão contados (coisa que a criatura humana não consegue fazer), porque o Pai está inclusive dentro de cada um deles, muito mais saberá com antecedência, o que conosco se passa e "o de que necessitamos" (MT 6:8).


4) Segue um ensino de base: só quem confirmar o Cristo perante os homens, será por Ele confirmado perante os mensageiros divinos. Volta aqui o verbo homologein (veja atrás) que já estudamos. A interpretação comum até hoje, de "confessar o Cristo", trouxe no decorrer dos séculos enorme série de criaturas que não temeram confessar o Cristo e por Ele dar a vida, em testemunho de sua crença, tornando-se "mártires" (testemunhas) diante dos verdugos e perseguidores.


5) A advertência seguinte é urna repetição do que foi dito atras (MT 12:32; MC 3:29), embora lá se refira a quem atribua ao adversário uma obra divina, e aqui venha em outro contexto. Mas o sentido é o mesmo. Em nossa evolução estamos caminhando entre dois pólos: o negativo, reino do adversário, a matéria, do qual nos vamos afastando aos poucos: e o positivo, reino de Deus, o Espirito, do qual lentamente nos aproximamos. A quem ensinar contra o Filho do Homem (Jesus ou qualquer outro Manifestante Crístico), lhe será relevado o erro: isso embora possa atrasar-lhe a caminhada, não o faz regredir; mas quem, ao invés de caminhar para o Espírito já puro (livre da matéria, porque o adversário também é Espírito embora revestido de ou transformado em matéria), esse não terá como ser relevado, pois virou as costas ao ponto de chegada e passou a caminhar na direção contrária, mergulhando mais na matéria (Antissistema). Os agravos das personagens constra as personagens não têm gravidade. Mas quando atingem o Espírito, assumem graves características cármicas.


Há uma observação a fazer. Neste trecho (vers. 10 e 12) não aparece pneuma hágion, mas hágion pneuma; isto é, não "Espírito Santo", mas "Santo Espírito". Abaixo, voltaremos ao assunto.


6) A última advertência transforma-se numa garantia de que, quando diante das autoridades, eles não devem preocupar-se com a defesa nem com as respostas "porque o santo Espírito lhes ensinará nessa mesma hora, o que devem dizer". Trata-se de uma inspiração direta, da qual numerosos exemplos guardou a história, bastando-nos recordar, além dos ocorridos com os discípulos daquela época (cfr. AT 4:5-21; AT 7:1-53; 22:1-21; 23:1-7; 24:10-21 e 26:2-29) as respostas indiscutivelmente inspiradas de Joana d"Arc, diante do tribunal de bispos que a condenou à fogueira.


Note-se que em Mateus (Mateus 10:18) e Marcos (Marcos 13:9) fala-se em governadores e reis, termos que Lucas substitui por "magistrados" (archaí), e autoridades" (exousíai) expressões que também aparecem reunidas em Paulo (EF 3:10; CL 1:16 e TT 3:1).


De tudo se deduz que não devem temer os discípulos: a vitória espiritual está de antemão garantida, embora pereça o corpo físico.


PNEUMA HAGION


Trata-se de uma observação de linguística: o emprego do adjetivo hágion, ao lado do substantivo pneuma. Sistematicamente, o substantivo precede: pneuma hágion ("Espírito santo"). No entanto, Lucas, e só Lucas, inverte nove vezes, contra 41 vezes em que segue a construção normal. Qual a razão?


Para controle dos estudiosos, citamos os passos, nos quatro autores dos Evangelhos, dando os diversos textos em que aparece a palavra pneuma com suas diversas construções:

1 - tò pneuma tò hágion = o Espírito o santo.


MT 12:32; MC 3:29; MC 12:36; MC 13:11; LC Ev. 3:22; 10:21; AT 1:16; AT 2:33; AT 5:3, AT 5:32; 7:51:10:44, 47; 11:15; 13:2; 15:8, 28; 19:6; 20:28; 21:4; 28:25.


Em João aparece uma só vez, e assim mesmo em apenas alguns códices tardios, havendo forte suspeição de haver sido acrescentado posteriormente (em14:26).


2 - Pneuma hágion (indefinido, sem artigo) = um espírito santo: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; MC 1:8; LC Ev. 1:15, 41, 67; 2:25; 3:16; 4:1; 11:13: AT 1:2, AT 1:5:2:4; 4:8, 25; 7:55; 8:15, 17, 19; 9:17; 10:38; 11:16, 24; 13:9, 52; 19:2 (2 vezes); JO 20:22.


3 - tò hágion pneuma = o santo Espírito (inversão): MT 28:19, num versículo indiscutivelmente apócrifo; LC Ev. 12:10, 12; AT 1:8:2:38; 4:31; 9:31:10:45; 13:4; 16:6. E em todo o resto do Novo Testamento, só aparece essa inversão uma vez mais, em Paulo (1CO 6:19), onde, assim mesmo, alguns códices trazem a ordem comum.


Para completar o estudo da palavra pneuma nos Evangelhos, mesmo sem acompanhamento do adjetivo hágion, damos mais os seguintes passos.


4 - tò pneuma = o espírito: MT 4:1; MT 10:20; MT 12:18, MT 12:31; MC 1:10, MC 1:12; LC Ev. 2:27; 4:14; AT 2:17, AT 2:18; 6:10; 8:18, 29; 10:19; 11:12, 28; 16:7; 20:22; 21:4; JO 1:32, JO 1:33; 3:6, 8, 34; 6:63; 7:39; 14:17; 15:26; 16:13.


5 - pneuma (indefinido, sem artigo) = um espírito: MT 3:16; MT 12:28; MT 22:43; LC Ev. 1:17; 4:18; AT 6:3:8:39; 23:89; JO 3:5, JO 3:6; 4:23, 24; 6:63; 7:39.


Resumindo:









































































Mat.Marc.Luc.Luc.João
Ev.Ev.Ev.At.Ev.Totais
1. tò pneuma tò hágion1321521
2. pneuma hágion31717129
3. tò hágion pneuma279
4. tò pneuma422111029
5. pneuma324615
totais116155417103

* * *

O evangelista resume, neste trecho, uma série de ensinamentos, de que só escreveu o esquema mas como sempre em linguagem comum, embora deixando claro indícios para os que possuíssem a "chave" poderem descobrir outras interpretações da orientação dada pelo Mestre.


No atual estágio da humanidade, conseguimos descobrir pelo menos três interpretações, senão a primeira a exotérica que vimos acima.


A segunda interpretação que percebemos refere-se às orientações deixadas em particular aos discípulos da Escola Iniciática "Assembleia do Caminho". E, antes de prosseguir, desejamos citar uma frase de Monsenhor Pirot (o. c. vol. 10, pág 158). Ainda que católico, parece inconscientemente concordar com a nossa tese (vol. 4) e escreve: "Seus discípulos teriam podido ser tentados a organizar círculos fechados, só comunicando a alguns apenas a plena iniciação que tinham recebido".


A contradição flagrante do início do trecho demonstra à evidência que algo de oculto existe nas palavras escritas. Com efeito, é dito que "se supercongregavam (epi + syn + ágô) dezenas de milhares de povo ", a ponto de "se pisarem mutuamente, uns por cima dos outros" e, no entanto acrescenta que" falou a seus discípulos" apenas! Como? Difícil de entender, se não lermos nas entrelinhas a realidade, de que modo falou apenas a alguns, no meio de uma multidão.


No âmbito fechado da Escola Iniciática é compreensível. Às instruções que dava o Mestre aos discípulos encarnados, compareciam também os discípulos desencarnados, que se preparavam para reencarnar, a fim de, nos próximos decênios, continuar a obra dos Evangelizadores de então. O que o evangelista notou é que esses espíritos desencarnados compareciam "as dezenas de milhares" (cálculo estimativo, pela aparência, já que é bem difícil aos encarnados, mesmo videntes, contar o número de desencarnados que se apresentam em bloco numa reunião). Sendo desencarnado, eram visto, juntos (syn), uns como que "por cima" dos outros (epi). pisando-se (literalmente katapatéô é "pisar em cima") ou seja, uns espíritos mais no alto outros mais em baixo. Compreendendo assim, fica clara a descrição e verdadeira.


Seguem se as instruções dadas aos iniciados:

1) Precisam. primeiro que tudo (prôton) tomar cuidado com o fermento que é a hipocrisia do tipo dos fariseus, e que, mesmo iniciando-se pequenina, cresce assustadoramente com o decorrer do tempo.


Em outras palavras, eles mesmos devem ser verdadeiros, demonstrando o que são; e não apresentar-se falsamente com um adiantamento espiritual que não possuem ainda. Sinceridade, sem deixar que os faça inchar um convencimento irreal. Honestidade consigo mesmo e com os outros, analisando-se para se não ficarem supondo mais do que são na realidade. Naturalidade, não agindo de um modo quando sós e de outro quando observados.


2) A segunda instrução refere-se aos ensinamentos propriamente ditos. Da mesma forma que não adianta exteriorizar algo que não exista na realidade íntima, porque tudo virá à tona cedo ou tarde, desmascarando o hipócrita, o mentiroso, assim também de nada valerá querer manter secretos

—quando o tempo for chegado - os ensinos iniciáticos que ali estão sendo dados. Haverá gente que se arvorará em "dono" do ensino do Cristo, interpretando-o somente à letra e combaterá, perseguindo abertamente ou por portas travessas, os que buscam revelar a Verdade desses ensinos.


Nada disso terá resultado. A Verdade surgirá por si mesma, tudo o que estiver oculto será revelado, às vezes pelas pessoas menos credenciadas, e todos, com o tempo terão acesso à verdadeira interpretação. O que está dito "na adega" (en tois tamieíois), será apregoado por cima dos tetos; tudo o que foi ensinado nas trevas, será ouvido na luz plena da Imprensa. Preparem-se, pois, porque os que se supõem "donos" do assunto, encarnados ou desencarnados, se levantarão dispostos a destruir as revelações. Não haja susto, nem medo, porque não os atingirão.


3) Sobre isso versa a terceira instrução, esclarecendo perfeitamente que o HOMEM NÃO É SEU CORPO. Por isso, podem os perseguidores da Verdade lançar nas masmorras, torturar, queimar e assassinar nas fogueiras das inquisições os corpos de todos eles: a Verdade permanecerá de pé, íntegra inatingível e indestrutível. "Eles" matam apenas os corpos e nada mais podem fazer, embora se arvorem o poder que eles mesmos se atribuem ridiculamente de condenar ao inferno eterno.


Mas isso é apenas vaidade e convencimento tolos e vazios. São palavras sem fundamento real.


E o Mestre, o Hierofante e Rei, Sumo Sacerdote da "Assembleia do Caminho", assume o tom carinhoso para falar "a seus amigos", e diz que só há um que deve ser temido: aquele que tem o poder real de lançar a criatura na "geena" deste vale de lágrimas, em novas encarnações compulsórias. E o único que possui essa capacidade é o Eu Profundo, o Cristo Interno que, ao verificar que não progredimos como devêramos, nos mergulha de novo neste "vale dos gemidos", em nova encarnação de aprendizado.


Porque tudo o que geralmente chamamos "resgate" é, na realidade, nova tentativa de aprendizado, embora doloroso. O Espirito que erra numa vida, em triste experiência, por sair do rumo, e comete desatinos, voltará mais outra ou outras vezes para repetir a mesma experiência em que fracassou, a ver se aprende a evitá-la e se se resolve a comportar-se corretamente, reiniciando a caminhada no rumo certo. Se alguém comete injustiças ou crueldades que prejudiquem aos outros, voltará na vida seguinte à "geena" para assimilar a lição de experimentar em si mesmo o que fez a outrem. Verá quanto dói em si mesmo o que fez os outros sofrerem. Mas isso não é castigo, nem mesmo, sob certos aspectos é resgate: trata-se de APRENDIZADO, de experiências práticas, único modo de que a Vida dispõe para ensinar: a própria vida. A esse Eu Profundo, Cristo-em-nós, devemos temer. É nosso Mestre - nosso "único Mestre (MT 23:10) - e Mestre severo que nos ensina de fato, cumprindo Sua tarefa à risca, sem aceitar "pistolões". E, para não incorrer em sua justa e inflexível atuação, temos que ouvir-Lhe as intuições, com a certeza absoluta de que Ele está vigilante a cada minuto segundo, plenamente desperto, sem distrações nem enganos, e permanece ativo em cada célula, em cada fio de cabelo.


4) Por que temer, então, os perseguidores das personagens transitórias, que nascem já destinadas a desaparecer, que se materializam somente durante mínima fração de tempo, para logo se desmaterializarem?


Cada fio de cabelo está contado e numerado (êríthmêntai) por esse mesmo Cristo que está em nós, em cada célula, em cada cabelo, em cada passarinho, por menor e mais comum que seja, em cada inseto, em cada micróbio: em tudo. Se a Divindade que está EM TUDO e EM TODOS cuida das coisas minúsculas e sem importância (cinco são vendidos por dois vinténs) como não cuidará de nós, SEUS AMIGOS, já muito mais evoluídos e com o psiquismo desenvolvido, com o Espírito apto a reconhecê-Lo?


5) Depois dessa lição magnífica, passa o evangelista a resumir outro ensino, no qual tornamos a encontrar o mesmo verbo homologéô que interpretamos como "sintonizar". Aqui também cabe esse mesmo sentido. Todo aquele que, em seu curso de iniciação, tiver conseguido sintonizar com o Cristo Interno ("comigo") durante a encarnação terrena ("perante os homens"), esse terá confirmada, quando atingir o grau de liberto das encarnações humanas a sintonia de Filho do Home "entre os Espíritos de Luz", já divinizados, que se tornaram Anjos ou Mensageiros de Deus.


Mas se não conseguiu essa sintoma, negando o Cristo e ligando-se à matéria (Antissistema) "será renegado" pelos Espíritos Puros, e terá que reencarnar: não alcançou a sintoma, a frequência vibratória da libertação definitiva. Em sua volta à carne, continuará o trabalho de aprendizado e treinamento iniciático, até que chegue a esse ápice, que é a meta de todos nós.


6) A instrução seguinte é o resumo do que já foi exposto em Mateus e Marcos, com o mesmo sentido.


Mas Lucas, nesta esquematização, abreviou demais a lição. Felizmente as anotações dos dois outros discípulos nos permitem penetrar bem nitidamente o pensamento do Mestre.


7) A última instrução deste trecho é uma garantia a todos os discípulos que se iniciaram na Escola de Jesus. As perseguições virão. Os interrogatórios serão realizados com incrível abuso de poder e falsidade cruel e ironia sarcástica, por indivíduos que revelam possuir cérebros cristalizados em carapaças de fanatismo. Não importa. O Espírito será iluminado pelo Cristo Interno, e as respostas, embora não aceitas, virão à luz, para exemplo e lição.


* * *

Mas percebemos terceira interpretação: O Cristo Interno, Eu Profundo, dirige-se ao Espírito da própria criatura e à personagem.


Sendo a personagem, de fato, constituída de trilhões de células, cada qual com sua mente, não há exagero nem hipérbole na anotação de Lucas. São mesmo "dezenas de milhares de multidão que se aglomeram, pisando umas sobre as outras". Não obstante, o Cristo se dirige às mais evoluídas, capazes de entendimento por terem o psiquismo totalmente desenvolvido: o intelecto, que é o "parlamento representativo" das mentes de todas as células e órgãos.


Resumamos a série de avisos e instruções dadas em relação aos seis principais planos de consciência da personagem encarnada, através do intelecto, que é onde funciona a "consciência atual". Recomenda que:

1. º - não assuma, no físico as atitudes falsas da hipocrisia farisaica, de piedade inexistente, de sorrisos que disfarçam esgares de raiva;


2. º - quanto às sensações do duplo, não adiantará escondê-las: serão reveladas: e as palavras faladas em segredo serão ouvidas, e as sensações furtadas às escondidas no escuro, virão à luz: tudo o que fazemos, fica registrado no plano astral;


3. º - quanto às emoções do astral, lembre-se de que constitui o astral das células e órgãos um grup "amigo", pois durante milênios acompanham a evolução da criatura. Mas que não se emocione no caso de alguém fazer-lhe perder o físico através da morte, porque não será destruído o astral. Devem temer-se as coisas que coagem a novamente lançá-lo na "geena", no sofrimento das encarnações dolorosas: os vícios, os gozos infrenes, os desejos incontrolados, as ambições desmedidas, a sede de prazeres, os frêmitos de raiva. No entanto, apesar de tudo, o Eu Profundo controla tudo, até os fios de cabelo, e portanto ajudará a recuperação total, não abandonando ninguém;


4. º - o próprio intelecto deve buscar ardorosamente a sintoma com Ele, o Cristo, a fim de que receba a indispensável elevação ao plano mental abstrato, e não permaneça mais preso ao plano astral animalesco.


Mas se não for conseguida a sintonia, porque negou o Cristo Interno, ficará preso à parte inferior da animalidade, e permanecerá renegado diante da Mente, mensageira divina;


5. º - o Espírito individualizado não se importe com os ensinos errados que forem dados contra as criaturas humanas, contra os homens: mas que jamais se rebele nem blasfeme contra o Espírito, já puro e perfeito, porque o que Ele faz, mesmo as dores, está sempre certo;


6. º - a Mente não se amedronte, quando convocada a responder perante autoridades perseguidoras: o Espírito puro do Cristo Interno jamais a abandonará, e na hora do perigo lhe inspirará tudo o que deve transmitir como defesa e resposta às inquirições.


Outras interpretações devem existir, mas não nas alcançamos ainda. O fato, porém, é que essas já são suficientes como normas de vida e de comportamento para todos aqueles que desejam penetrar no caminho e segui-lo até o fim.



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

SINAI

Atualmente: EGITO
Sinai, monte – península do Sinai, constitui o cenário da aliança, quando Deus lhes deu as suas leis e os declarou o seu povo
Mapa Bíblico de SINAI



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
2. A Defesa de Estêvão (Atos 7:1-53)

O que é freqüentemente chamado de apologia de Estêvão — tomando essa palavra no seu sentido original e correto de "defesa" — é, na realidade, uma apresentação positi-va dos ensinos cristãos, particularmente como diferenciados dos pensamentos judaicos do século I. Bruce resumiu bem os dois principais argumentos das palavras de Estêvão: "1. Deus não está restrito localmente e não habita edifícios materiais; 2. A nação judaica sempre foi rebelde; da mesma forma que as gerações anteriores se opuseram aos profe-tas, a partir de Moisés, assim também esta geração matou 'o Justo".1"

Lake e Cadbury detalham um pouco mais o assunto. Eles dizem que as três notas recorrentes aqui são: "1. A ausência de um templo ou até mesmo de um país fixo nos dias dos patriarcas; 2. A tendência geral de Israel de rebelar-se contra os seus líderes e guias divinamente indicados; 3. O paralelismo entre o tratamento que os judeus dispensaram a Jesus e o tratamento dos seus antepassados para com José, Moisés e os profetas".'

a. Abraão (Atos 7:1-8). Estêvão tinha sido falsamente acusado de blasfêmia (6.13). Ele tinha reagido com amor santo, e o seu rosto brilhava como o de um anjo (6.15). Agora, o sumo sacerdote (1), agindo como presidente do Sinédrio, exigiu uma resposta: Porventura, é isto assim? Em outras palavras: "Você disse as coisas que estas teste-munhas afirmam que lhe ouviram dizer?" (6,14)

De forma cortês, Estêvão dirigiu-se aos membros do Sinédrio como varões ir-mãos [companheiros judeus] e pais (2). Estes "anciãos de Israel" eram considerados os pais que governavam a nação. Os cristãos devem sempre se dirigir aos seus superi-ores com cortesia.

Uma excelente explicação da frase introdutória, O Deus da glória, é dada por Alexander, que escreve: "O Deus da glória não é meramente o glorioso [e maravilhoso] Deus, ou o Deus digno de ser glorificado (Sl 29:1; Ap 4:11), porém, mais especificamente, aquele Deus que sensatamente se revelou anteriormente, o que é um sentido notável de glória... no Antigo Testamento".1" Estêvão assim se identificava com a fé religiosa da sua audiência. Alexander acrescenta: "Pela mesma razão, ele chama Abraão de nosso pai, professando assim a sua adesão às tradições e associações nacionais a respeito do seu grande fundador".

Este Deus auto-revelado apareceu a Abraão. Mas onde? Não na Terra Santa, em primeiro lugar, mas em um território pagão, na Mesopotâmia — que significa "entre rios" (o Tigre e o Eufrates).

Estêvão declarou que antes que Abraão habitasse em Harã, Deus lhe ordenou que saísse da sua terra e dentre a sua parentela (3). Em Gênesis 12:1, este mandamento parece localizar-se em Harã. A aparente contradição é solucionada supondo que o chamado, primeiramente dado em Ur dos caldeus (cf. Gn 15:7; Ne 9:7), foi renovado em Harã. Estêvão afirmou que Abraão foi para Canaã depois que seu pai faleceu (4). O Antigo Testamento diz que: Tera tinha setenta anos de idade quando gerou Abraão (Gn 11:26), Abraão tinha setenta e cinco anos quando deixou Harã (Gn 12:4), e Tera viveu até duzentos e cinco anos de idade (Gn 11:32). Isto indicaria que Tera viveu sessenta anos depois que Abraão saiu de Harã. Como isto pode ser harmonizado com a afirmação de

Estêvão? A solução mais simples é supor que Abraão era um filho mais jovem de Tera, citado em primeiro lugar em Gênesis 11:26, em vista de sua grande importância. Assim, aquela passagem significaria que Tera gerou filhos quando tinha setenta anos de idade, mas que Abraão nasceu muito depois. O termo "remover" (4) que consta em algumas versões, significa que Deus o levou a outro local (RSV).

A princípio, o patriarca não teve nem sequer o espaço de um pé (5) de terra em Canaã, embora mais tarde ele comprasse um terreno para sepultura (Gn 23). Mas Deus prometeu dar a ele, e aos seus descendentes, a posse de toda a terra antes mesmo que ele tivesse um filho. O Senhor também disse a Abraão que a sua descendência (6, prole ou posteridade) seria peregrina (moraria temporariamente) em terra alheia (no Egito). Ali eles seriam levados em escravidão e maltratados por quatrocentos anos. Estêvão estava citando aqui Gênesis 15:13. Em Êxodo 12:40, a frase é mais exata: "O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos".

Um problema cronológico surge, no entanto, pelo fato de que Paulo apresenta os "quatrocentos e trinta anos" como o período desde a promessa de Abraão até a entrega da Lei no Sinai (Gl 3:16-17). Isto está de acordo com Êxodo 12:40, como se lê na Septuaginta e no Pentateuco Samaritano: "O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito e Canaã foi de 430 anos". Isto faria com que os quatro séculos incluíssem tanto o período patriarcal de Canaã quanto o período de escravidão no Egito. Josefo é favorável a esta cronologia e adicionalmente divide o período de 430 anos igualmente entre os dois paí-ses. Ele afirma: "Eles deixaram o Egito... 430 anos depois que o nosso antepassado Abraão veio a Canaã, mas somente 215 anos depois que Jacó foi levado ao Egito".' A evidência de Josefo, entretanto, é enfraquecida pelo fato de que em duas outras passagens,' ele retrata a permanência no Egito com duração de quatrocentos anos. Este é um dos pro-blemas da história bíblica que ainda permanece insolúvel. Só podemos esperar que futuras descobertas arqueológicas possam esclarecê-lo. Provavelmente a maioria dos arque-ólogos da atualidade prefira o total mais curto da cronologia de Paulo, da Septuaginta, e do Pentateuco Samaritano.

Deus também prometeu que Ele julgaria (7) a nação do Egito, punindo os egípcios e libertando os israelitas da escravidão. As palavras acrescentadas: e me servirão neste lugar não são explícitas na promessa registrada a Abraão (Gn 15:13-14), mas estão implícitas na afirmação: "a quarta geração tornará para cá" (Gn 15:16; cf. Êx 3:12).

Para Abraão, Deus deu o pacto da circuncisão (8), que está registrado em Gênesis 17:21. O ritual era realizado ao oitavo dia depois do nascimento de cada criança do sexo masculino.

Os três grandes patriarcas da nação hebraica foram Abraão, Isaque e Jacó. O termo patriarcas — palavra grega para "pais do início" — aqui (8-9) se aplica especificamente aos doze filhos de Jacó. Mas em 2.29 aplica-se a Davi, e em Hebreus 7:4 a Abraão. Estas são as únicas ocorrências desta palavra no Novo Testamento.

O uso da palavra assim no versículo 8 parece estranho, mas é explicado por Lake e Cadbury da seguinte forma: "Possivelmente o 'assim' seja enfático e signifique 'embora ainda não houvesse um santuário, todas as condições essenciais para a religião em Isra-el estavam satisfeitas".'

b. José (Atos 7:9-16). Foi a inveja (9), ou o "ciúme", o que fez com que os irmãos de José o vendessem aos mercadores que o levaram para o Egito. Mas mesmo ali — fora da Terra Santa! — Deus era com ele. Estêvão estava demonstrando que a presença de Deus não estava limitada à Terra Prometida.

Embora José tivesse sido traído pelos seus irmãos e vendido à escravidão, Deus livrou-o de todas as suas tribulações (10). Exteriormente, o jovem José chegou ao seu limite quando foi aprisionado por recusar-se a fazer o mal. Mas mesmo como um escravo aprisionado por falsas acusações, ele permaneceu fiel a Deus. Um dia, a situação foi completamente revertida. Faraó... o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa. Assim, Deus honrou o seu servo fiel.

A história da reconciliação de José com seus irmãos (Gn
45) está aqui resumida em poucas frases (11-13). Fome (11) seria a seca e a escassez de alimentos. Trigo" ainda é chamado de "milho" nas ilhas Britânicas (cf. Phillips). Ele enviou ali nossos pais, ou seja, os filhos de Jacó.

Depois de José dar-se a conhecer aos seus irmãos, ele mandou chamar Jacó, seu pai (14), para vir até ele. No total, a parentela chegava a 75 almas. Em Gênesis 46:27 Êxodo 1:5, está dito que eram setenta os que foram ao Egito, No entanto, nos dois casos a Septuaginta afirma que eram 75. Estêvão, sendo helênico, naturalmente estava citando o número da Septuaginta. A explicação mais simples desta pequena diferença é dizer que setenta aqui é um número que foi arredondado. Em Deuteronômio 10:22, a Septuaginta concorda com o texto hebraico ao dar setenta como o número daqueles que foram para o Egito. Josefo está de acordo com isto.' Cadbury chama a atenção para a reivindicação de que "um fragmento hebraico não publicado, encontrado em aproximadamente 1953 perto do mar Morto, diz em Êxodo 1:5 setenta e cinco, como a LXX e o livro de Atos".

A freqüente menção ao Egito (15) neste parágrafo é comentada por Lumby• "Agora, toda a raça que Deus tinha escolhido para si estava no Egito, longe da terra da promes-sa, e permaneceu ali por um longo período, mas Deus estava com eles no seu exílio, e a sua adoração foi preservada durante o tempo todo"."

Ao fechar o seu relato do período patriarcal, Estêvão afirma que os pais (os filhos de Jacó), tendo morrido, foram transportados para Siquém, onde foram depositados na sepultura que Abraão comprara por certa soma de dinheiro aos filhos de Hamor (16). Provavelmente, a frase adicionada, o pai de Siquém, deva ser traduzida "em Siquém" (ASV, RSV) ; o termo pai não está na língua original, como indicado pelo itálico na versão KJV em inglês.

Gênesis 50:13 diz que Jacó foi sepultado na cova do campo de Macpela, em Hebrom. Mas a presente passagem pode ser interpretada indicando que somente os filhos de Jacó, não o seu pai, foram sepultados em Siquém. Somos informados especificamente que José, um dos filhos de Jacó, foi sepultado ali (Js 24:32).

Um problema histórico está envolvido na afirmação de Estêvão de que este sepulcro em Siquém foi comprado por Abraão. O Antigo Testamento nos diz que Abraão comprou a cova do campo de Macpela, em Hebrom, como sua sepultura (Gn 23:16-17). Foi Jacó quem comprou o terreno em Siquém (Gn 33:19).

Muitos estudiosos sentem que a única explicação plausível é a de que, por um enga-no de um copista, a palavra Abraão foi substituída por "Jacó"." Bruce acompanha Lake Cadbury supondo que os relatos das duas compras, a de Abraão e a de Jacó, foram vistas "telescopicamente" aqui, e afirma: "A visão de telescópio das duas transações nes-te versículo pode ser comparada com outros exemplos de compressão neste discurso, por exemplo, a aparente visão de telescópio de dois chamados de Abraão no versículo 2, e as duas citações no versículo 7"."

Talvez a melhor solução seja aquela que foi dada por Knowling" e Plumptre. Eles afirmam que, como Abraão construiu um altar em Siquém quando entrou pela primeira vez na Terra Prometida (Gn 12:6-7), ele pode ter comprado terras ali para uma sepultura. Quando Abraão se moveu mais ao sul, para Hebrom, este lugar pode ter sido perdido e conseqüentemente comprado novamente, mais tarde, por Jacó.

O significado da menção a Siquém aqui é explicado por Lumby da seguinte manei-ra: "Estêvão insiste em `Siquém' da mesma maneira como antes ele tinha insistido no `Egito', para marcar que, nos tempos antigos, outros lugares eram conservados com reverência pelo povo escolhido, e que há muito tempo Deus tinha sido adorado em Siquém, embora na época em que Ele estava falando, o local era a residência dos seus inimigos, os samaritanos"."

c. Moisés (Atos 7:17-43). O discurso de Estêvão consiste principalmente em um rápido apanhado da história do povo escolhido de Deus, e está relacionado a três grandes perso-nagens: 1. Abraão (1-8) ; 2. José (9-16) ; 3. Moisés (17-43). Indiscutivelmente, a maior atenção é dada ao último dos três. Este fato se deve à abundância de material — referen-te à carreira de Moisés — que era relevante à tese principal de Estêvão. Ele tinha de-monstrado que Deus visitou Abraão na Mesopotâmia e que Ele estava com José no Egito. Em outras palavras, a Presença divina não se restringia a assim chamada Terra Santa. Deus está em toda a parte.

Mas no caso de Moisés, havia diversas provas da presença de Deus fora de Canaã. Na verdade, em toda a sua notável carreira, e apesar da grande obra que Ele realizou por Israel, o próprio Moisés nunca entrou na Terra Prometida.
A vida de Moisés é apresentada aqui em quatro aspectos: 1. A infância (17-22) ; 2. O desafio (23-29) ; 3. A comissão (30-34) ; 4. A conquista (35-43). Mesmo no Egito, uma terra pagã, Deus visitou o seu povo, dando-lhes um libertador. Moisés foi milagrosamente preservado, tanto em seu nascimento, quanto em sua infância. Com quarenta anos de idade, ele sentiu o peso da opressão do seu povo. Moisés tentou um movimento para libertá-los, mas isto foi prematuro, e ele ainda não estava preparado para tal tarefa. Ele teve de passar os quarenta anos seguintes esperando e aprendendo, enquanto cuidava de ovelhas do outro lado do deserto. No final deste período, ele recebeu o seu chamado e a sua tarefa na sarça ardente. Então, vieram quarenta anos de conquista — com a vitó-ria sobre os deuses do Egito, a vontade de Faraó, o exército de Faraó, o mar Vermelho, um deserto seco e fatigante, uma nação obstinada e desobediente.

(1) Infância (Atos 7:17-22). Deus nunca deixa de agir a tempo. O texto grego diz, literal-mente: "Aproximando-se, porém, o tempo da promessa" (17). Não era o plano divino que Israel permanecesse no Egito, no meio de um paganismo licencioso e cheio de luxúria (cf. Gn 39:7-20). Assim, Deus permitiu que os israelitas fossem escravizados e maltratados, até que pudessem ficar felizes por deixar o Egito. Então, oitenta anos antes da sua par-tida, o Senhor produziu o nascimento do libertador. Salvando-o da morte na infância, Deus o preparou para esta tarefa significativa durante quarenta anos de treinamento real no governo, no palácio de Faraó. A isto se seguiram outros quarenta anos de apren-dizado paciente e submissão no deserto solitário. Como são sábios os caminhos de Deus! Como o tempo da promessa se aproximava, Deus estava trabalhando.

Esta era a promessa já citada por Estêvão (cf. 7). Os "quatrocentos anos" (6) já estavam quase terminando. Era a hora de colocar as máquinas em funcionamento para o Êxodo.
Ao invés das palavras que Deus tinha jurado a Abraão, o melhor texto grego parece ser "que Deus tinha consentido (ou prometido) a Abraão". Na verdade, o manuscrito mais antigo existente do livro de Atos (Papiro 45, século III) apresenta "prometido", usando um verbo que tem a mesma raiz do substantivo para promessa. No intervalo desses anos, o povo — os israelitas — cresceu e se multiplicou no Egito.

Finalmente, levantou-se outro rei, que não conhecia a José (18). A arqueologia nos prestou um grande serviço ao esclarecer o significado deste versículo. Não se tratava sim-plesmente de outro rei, mas de uma nova dinastia. Agora parece que José era o primeiro ministro do Egito durante o governo dos reis hicsos," no período entre 1710 e 1550

Albright escreve: "Recentemente descobrimos que os hicsos eram quase completa-mente semitas.... [e] falavam a mesma língua falada pelos hebreus".' E acrescenta: "O Faraó que 'não conhecia a José' deve ter sido um dos reis da Décima Oitava Dinastia"." Agora o quadro fica claro. José foi feito primeiro ministro por um Faraó que perten-cia à mesma raça (semita) que ele próprio. Isto também explica por que Jacó e os seus filhos receberam "o melhor da terra" do Egito (Gn 47:6-11), no fértil Delta. Mas a sorte dos israelitas mudou completamente quando uma dinastia nativa egípcia derrubou o governo estrangeiro dos hicsos. Os hebreus seriam odiados por causa da sua antiga asso-ciação com os hicsos.

O novo Faraó usou de astúcia contra os israelitas (19). Este é o significado do verbo composto (somente aqui no NT), cuja verdadeira força é bem expressa por Phillips -"castigou inteligentemente". De modo surpreendente, esta palavra grega é usada com a mesma conexão na Septuaginta sobre Êxodo 1:10, onde se diz que este Faraó disse aos egípcios, sobre o povo israelita: "usemos sabiamente para com ele".

Seguindo esta política, Faraó maltratou ("tratou com crueldade", ASV) 213 os israelitas, a ponto de fazê-los enjeitar as suas crianças, ou "de forçá-los a enjeitar seus filhos" (RSV; cf. NEB, Phillips). Lumby, discordando desta interpretação do texto original, diz: "As palavras são mais uma descrição do que o rei egípcio fez na sua tirania (Êx 1:22), do que (como na versão AV) aquilo que os israelitas foram forçados a fazer pelo seu desespero".214 Knowling2" e Lechler2' concordam com esta opinião, como também a nota de margem da versão ASV. Mas a maioria dos comentaristas apóia as versões tradicionais em inglês neste ponto. A questão é se mesmo sob a pressão dos egípcios, os hebreus expuseram os seus filhos à morte. O texto grego não é completamente claro.

Nesta hora terrível da história de Israel, nasceu Moisés (20). Ele era formoso -literalmente "formoso aos olhos de [perante] Deus". Esta é uma maneira tipicamente semita de dizer que ele era "uma criança de notável beleza" (Phillips). A criança foi mantida em casa por três meses (cf. Êx 2:2). Quando ele não podia mais ficar escondi-do, foi enjeitado (ou exposto; 21). Na verdade, ele foi cuidadosamente colocado em uma pequena "arca de juncos" impermeabilizada com betume (Êx 2:3), e posto junto à borda do rio Nilo. Ali, foi descoberto pela filha de Faraó, que o tomou... e o criou como seu próprio filho. O resultado foi que Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras (22). Esta afirmação foi interpretada por alguns como uma contradição de Êxodo 4:10, onde Moisés diz ser "pesado de língua". Bruce comenta: "... mas a referência [no livro de Atos] pode ser à palavra escrita"." Tendo observado esta sugestão e outras, Alexander comenta: "A necessidade de todas estas explicações é removida pela simples observação de que a passagem em Êxodo está relacionada com a fluência, mas esta com a energia e a força do discurso"." Knowling concorda com esta opinião.'

(2) Desafio (Atos 7:23-29). A passagem em Êxodo 2:11 identifica este evento como tento ocorrido "sendo Moisés já grande" (cf. Hb 11:24). Estêvão é mais específico; Ele diz: quando completou a idade de quarenta anos (23) — literalmente, "quando completava qua-renta anos de vida". Uma tradução correta também seria: "Ele estava se aproximando dos quarenta anos de idade" (NEB). Embora isto não seja afirmado especificamente no Antigo Testamento, a tradição rabínica dividiu a vida de Moisés em três períodos de quarenta anos: 1. No palácio do Faraó; 2. No outro lado do deserto; 3. Conduzindo os filhos de Israel para fora do Egito e pelo deserto. Uma comparação entre as passagens do Antigo Testamento confirma duas destas três divisões. Em Êxodo 7:7 está dito que Moisés tinha oitenta anos quando começou a conduzir os israelitas. Deuteronômio 34:7 registra que ele tinha cento e vinte anos de idade quando morreu. Mas o livro de Atos é o único lugar das Escrituras onde se afirma que ele tinha cerca de quarenta anos quando tentou, pela primeira vez, ajudar os israelitas.

Veio-lhe ao coração ir visitar o seu próprio povo. Lumby comenta: "O mesmo verbo é usado em Lucas 7:16, 'Deus visitou o seu povo', e significa 'supervisionar com bondade' (cf. episkeptesthai, Tg 1:27), e este é o sentido antigo do verbo visitar em português".' De maneira similar, Alexander diz que este verbo "quase que invariavelmente significa (a única exceção é a de 6, 3 [`escolhei']) visitar com o objetivo de dar assistência ou alivio".

Ele acrescenta: "O sentido mais apropriado neste ponto é o básico, cuidar, que implica que Moisés agora teve o objetivo não de simplesmente ir ver os seus irmãos, mas de ajudá-los nos seus interesses, tornando-se o seu protetor".222

Quando Moisés viu um escravo israelita sendo "tratado injustamente" (Phillips; esta é a representação mais exata do grego) o defendeu (24). O verbo encontrado somente aqui no Novo Testamento significa literalmente "desviou". Como sabemos que Moisés encontrou "um varão egípcio que feria a um varão hebreu" (Êx 2:11), o quadro é o de Moisés colocando-se entre os dois homens para defender o escravo. Ele vingou o ofendido

— lit., "exausto", e matou o egípcio. O relato do Antigo Testamento indica que Moisés matou o opressor — provavelmente um dos cruéis supervisores de Faraó — pois afirma que ele "escondeu-o na areia" (Êx 2:12).

O versículo 25 (não há correspondente no AT) é literalmente: "Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam". O uso duplo do termo "would", no caso do idioma inglês, transmite uma impressão equivocada, ao colocar o assunto no futuro.

No dia seguinte... foi por eles visto (26) — ou "apareceu a eles", exatamente a mesma forma de I Coríntios 15:5-8. O relato do Antigo Testamento indica que havia "dois varões hebreus" (Êx 2:13) que pelejavam, ou "contendiam". Ele procurou levá-los à paz — literalmente "tentou reconciliá-los [somente aqui no NT] à paz". Ele lhes pergun-tou (lit.) : "Por que vos tratais injustamente?" Aquele que ofendia (27) o repeliu, dizen-do: "Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós?" É típico da natureza humana que, em uma disputa, a pessoa culpada seja aquela que recusa a reconciliação.

Este israelita mau prosseguiu (28), fazendo uma pergunta que era verdadeiramente alarmante: "Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?" Evidentemente, a notícia já havia sido divulgada.
Tomado pelo medo, Moisés fugiu e esteve como estrangeiro — lit., "tornou-se um pere-grino" — na terra de Midiã (29). Alexander comenta: "Midiã é uma espécie de forma intermediária entre a palavra hebraica Midian e a grega Madiam, o nome de um dos filhos de Abraão com Quetura (Gn 25:2), também aplicado aos seus descendentes, uma tribo nômade que perambulava no deserto entre Moabe, o Sinai e o mar Vermelho" 223 Como em todos os casos deste tipo, a forma "Midiã" do Antigo Testamento deve ser usada aqui. Nestas terras onde ele era um peregrino, ou um estrangeiro, Moisés se casou e gerou dois filhos (Êx 2:21-22; 18:1-4).

  • Tarefa (7:30-34). Completados quarenta anos (30) — lit., "Tendo sido cumpri-dos quarenta anos" — apareceu-lhe — a mesma forma de "foi... visto" (26) — o anjo224 do Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo de um sarçal (cf. Êx 3:2-10). Moisés, quando viu isto (31), se maravilhou da visão; e, aproximando-se para observar — lit.,"considerar cuidadosamente" — foi-lhe dirigida a voz do Se-nhor, assegurando-lhe que era o Deus de seus pais (32) que lhe estava aparecendo. Com temor, Moisés não ousava olhar.
  • O Senhor disse a Moisés que tirasse as sandálias, porque o lugar em que estava era terra santa (33). Esta terra não era o Templo, nem a Cidade Santa, nem mesmo a Terra Santa. Era Midiã, um território estrangeiro. Ainda assim, Deus declarou que era terra santa. Mais uma vez, Estêvão afirma sua tese principal de que a Presença divina não está restrita a nenhum país ou a nenhuma nação em particular.

    Tenho visto (34) é literalmente: "Tendo visto, eu vi". Esta expressão idiomática é mais bem traduzida como "Certamente vi" (cf. Êx 3:7, onde a Septuaginta apresenta esta mesma forma). Deus declarou que Ele tinha visto a aflição (os maus tratos) do seu povo no Egito; Ele ouvira os seus gemidos e descera para livrá-los. A seguir, veio a tarefa: Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito. Era chegada a hora de Deus para que Moisés agisse.

  • A Conquista (Atos 7:35-43). No texto grego, este está no início de 35,36,37 e 38, assim como na metade de 35 (o mesmo é idêntico em grego, com este no início), e enfatiza a importância de Moisés no plano de Deus.
  • A este Moisés, ao qual haviam negado (35) — literalmente "recusado a reconhe-cer" — Deus enviou como príncipe e libertador. A palavra grega (somente aqui no NT) não é encontrada em obras de autores seculares. Ela quer dizer, literalmente, "aquele que resgata ou redime". Alexander diz: "Como existe uma alusão evidente ao paralelismo entre Cristo e Moisés, e como a libertação do Egito foi do mesmo tipo da libertação dos pecados, não existe a necessidade de abrandar a expressão para significar uma mera libertação, sem referência a resgate ou a redenção, no seu sentido".'

    Pela mão significa literalmente "com a mão" — um símbolo de poder comum no Antigo Testamento. O anjo era o próprio Senhor, como indicado em Êxodo 3:4 — "E, vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça". Assim, pela mão do anjo significa "com o poder de Deus".

    A relação deste versículo com o argumento de Estêvão pode ser expressa da seguinte maneira: "Deus, diz ele, enviou de volta o Moisés rejeitado para ser um príncipe e liber-tador, e deixa que eles cheguem à conclusão de que o que Deus havia feito no caso de Moisés, também faria no caso do profeta que Moisés tinha predito como alguém que seria como ele mesmo".' Aconteceria com Cristo exatamente o que aconteceu com Moisés: o patriarca tinha sido rejeitado na sua primeira aparição ao seu povo, mas foi aceito na sua segunda vinda.

    Este [em grego, "este aqui"] os conduziu para fora da escravidão no Egito, fazen-do [lit., "depois de ter mostrado"] prodígios e sinais (36), como fez Jesus, e que estão registrados nos Evangelhos. Os milagres na terra do Egito seriam as dez pragas; no mar Vermelho seriam a divisão das águas, a libertação do seu povo e a destruição dos seus inimigos Os registros dos milagres no deserto são encontrados particularmente no livro de Números.

    O profeta (37) que Deus levantaria para tomar o lugar de Moisés foi, primeira-mente, Josué (Dt 18:15), mas finalmente Jesus (os dois nomes significam a mesma coisa). Esta dupla aplicação — o cumprimento parcial e próximo e o cumprimento dis-tante e completo — é chamado de princípio "telescópico" da profecia (ver os comentá-rios sobre Atos 3:22).

    Moisés esteve entre a congregação [ecclesia] no deserto, com o anjo (38) — a presença de Deus. Foi Deus quem falou com ele no monte Sinai, e com nossos pais. Moisés... o qual [singular] recebeu as palavras de vida [vivas] para no-las dar ["a vocês" nos dois manuscritos gregos mais antigos].

    Ao qual nossos pais não quiseram obedecer (39) é uma frase que possui uma estrutura estranha em inglês (o "to" deferia ser omitido). Antes o rejeitaram (Moisés) e, em seu coração, se tornaram ao Egito (cf. Êx 16:3; Nm 11:4-5; 14.4). "Rejeitar" é o mesmo verbo usado no versículo 27 em algumas versões (outras utilizam "repelir"). A respeito do homem no incidente anterior, Alexander diz: "Assim como ele recusou a mediação com o seu próximo, também o povo recusou a sua mediação entre eles e Deus".227 Este tema principal da rejeição está presente em todo o discurso de Estêvão.

    A citação no versículo 40 é de Êxodo 32:1. Eles fizeram o bezerro (41) é uma única palavra em grego, encontrada somente aqui e em comentários sobre esta passagem.

    Como o povo de Deus rejeitou ao Senhor e ao líder que Ele havia escolhido, o Senhor se afastou (pelejou contra eles, cf. Is 63:10) e os abandonou (cf. Rm 1:24-26,
    28) a que servissem ao exército do céu (42) — a adoração pagã ao sol, à lua e às estrelas (cf. Dt 4:19-17.3). O livro dos profetas provavelmente se refere ao "livro dos Doze" (profetas menores).' A citação (42-43) é de Amós 5:25-27.

    Existe um problema que surge pelo fato de o texto hebraico e da Septuaginta diferi-rem consideravelmente. O texto hebraico de Amós 5:26-27 diz: "Levastes Sicute, vosso rei, Quium, vossa imagem, e o vosso deus-estrela, que fizestes para vós mesmos. Por isso, vos desterrarei para além de Damasco" (versão Almeida Revista e Atualizada).' A Septuaginta interpretou Sicute como "tabernáculo" e "vosso rei" como "Moloque" (que tem as mesmas consoantes que melekh, "rei"). Renfã "é semelhante a Repa, outro nome para Seb, o deus egípcio do planeta Saturno".'

    O que Estêvão está enfatizando é que a idolatria que apareceu de maneira chocan-te no Sinai tinha se desenvolvido durante o período do reinado, e se transformado em uma intensa adoração de corpos celestes. Por causa disso, o povo de Israel foi levado ao cativeiro.

    Em lugar de "além de Damasco" (tanto no texto hebraico quanto no grego de Am 5:27), encontramos a expressão além de Babilônia. Bruce escreve: "Amós estava predizendo o cativeiro sob os assírios, um castigo adequado para aqueles que praticassem a adoração aos astros dos assírios. Estêvão tem mente o cativeiro na Babilônia, algo que não seria estranho para alguém que estivesse falando em Jerusalém".2" Alexander conclui que esta alteração "não é um erro nem uma distração, mas se destina a trazer a profecia, sem nenhuma mudança real de significado, ao contato e a estar de acordo com as associações históricas do povo em relação ao exílio na Babilônia".'

    d. Tabernáculo e Templo (Atos 7:44-50). Os judeus da época de Jesus acreditavam que o Templo de Jerusalém era o único lugar em todo o mundo onde se manifestava a Presença divina, Shekinah. Por isso, eles ficaram tão irritados com o relato: "Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar" (6.13). Mas Estêvão agora recorda os membros do Sinédrio que os seus pais (44) tinham no deserto o tabernáculo. Este tabernáculo esteve fora da Terra Santa, mas ali a presença de Deus foi revelada pela Shekinah no santuário.

    O tabernáculo do Testemunho é o que a Septuaginta apresenta em lugar do hebraico "tabernáculo da congregação", ou, mais exatamente, "a tenda da congregação" (Êx 33:7).

    Uma tradução melhor talvez fosse "o tabernáculo do testemunho" (ASV) ou "a tenda do Testemunho" (NEB), como o texto hebraico em Êxodo 38:21. A arca é também chamada de "arca do testemunho": ...depois que houveres posto na arca o Testemunho, que eu te darei..." (Êx 25:21). Este testemunho triplo consistia na vara de Arão, que tinha floresci-do, do vaso com o maná, e as tábuas onde estavam escritos os Dez Mandamentos. Estes seriam os testemunhos perpétuos da autoridade de Deus sobre o seu povo, e também do seu cuidado por eles.

    Deus ordenou a Moisés que construísse o Tabernáculo segundo o modelo que Ele lhe tinha mostrado no monte Sinai. A palavra grega para modelo é typos (tipo). É a mesma palavra que é traduzida como "figuras" no versículo 43. Bruce observa: "Este typos pode estar em contraste com o typoi idólatra do versículo 43".

    Este Tabernáculo o qual nossos pais, recebendo-o também (45) — lit., "tendo-o por sua vez recebido" (cf. ASV, RSV) — o levaram com Josué (algumas versões mencionam "Jesus"), quando entraram na posse — "quando tomaram posse".234 As nações seri-am os cananeus e outros habitantes da Palestina. A última frase, até aos dias de Davi, pode referir-se à expulsão dos gentios ou às sucessivas gerações que receberam o Tabernáculo. As duas coisas chegaram ao seu final com o reinado de Davi.

    Este maior de todos os reis de Israel achou graça diante de Deus (46), e pe-diu — literalmente, "pediu para si mesmo" (voz intermediária) ; "pediu permissão, o que está em perfeito acordo com o desejo de governar e o objetivo da sua vida, tão maravilhosamente expresso no Salmo 132"235 — que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó. A palavra que significa tabernáculo é diferente da encontrada no versículo 44, embora tenha a mesma raiz. Ela significa simplesmente "um abrigo". Na verdade, Davi desejava construir uma estrutura permanente para a pre-sença de Deus. Mas Salomão lhe edificou casa (47) ; Davi não obteve a permissão para fazê-lo.

    Então vem o principal impulso do discurso de Estêvão, o verdadeiro centro do seu argumento: o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens (48).

    Salomão expressou o mesmo pensamento em sua oração de consagração (2 Cr 6.18). A palavra templos não aparece nos manuscritos mais antigos, que simplesmente apre-sentam o plural do adjetivo "feito por mãos de homens". A maioria das versões modernas acrescenta a palavra "casas" (cf. ASV).

    A maior parte do versículo 48 deveria estar situada no versículo 47, como se estives-se repetindo aquilo que Salomão afirmara em sua oração, na ocasião em que consagrou o Templo. A última frase do versículo 48, como diz o profeta, deveria, assim, estar colocada com o versículo 49.

    Para consolidar o seu argumento, Estêvão citou (49-50) o Antigo Testamento. O sig-nificado desta Escritura é descrito assim por Alexander: "O profeta citado é Isaías (66, 1.2), e a passagem é aquela em que ele conclui as duas profecias com uma predição expressa da mudança das revelações, da época em que Jeová já não mais habitaria em templos (v. 1), mas sim nos corações humanos (v. 2) ; quando o ritual, embora instituído divinamente, não se mostrasse menos odioso do que a própria idolatria (v. 3), aqueles que ainda se apegassem a ele receberiam a temida justiça (v. 4) ".236

    e. O Réu Transforma-se em Acusador (Atos 7:51-53). Pareceria, neste ponto, que o discur-so de Estêvão foi interrompido, ou pelo menos que ele percebeu uma oposição crescente, pois o seu tom mudou bruscamente. Bruce comenta: "Esta repentina repreensão pode ter sido ocasionada por alguma reação irada contra o que ele acabara de dizer. Está claro que ele estava atacando algumas das crenças mais profundas que aqueles homens ti-nham em relação ao Templo".'

    Estêvão acusou os seus ouvintes de serem de dura cerviz (51) — sklerotracheli (somente aqui no NT, encontrada na LXX, e.g. Êx 33:3), sugerindo a imagem de um boi teimoso que se recusa a receber o jugo no seu pescoço — incircuncisos de coração -cf. Lv 26:41; Ez 44:7e ouvido (cf. Jr 6:10). A respeito da linguagem utilizada aqui, Lumby escreve: "Assim como o ritual da circuncisão era o sinal da submissão à religião judaica, também a palavra incircunciso, na sua exigência mais completa, tornou-se um sinônimo da resistência obstinada ao que Deus tinha revelado, e a frase, no texto, conse-qüentemente significa 'vocês, que fecharam os seus corações e ouvidos à verdade'".'

    Mas a idéia da circuncisão traz consigo uma conotação adicional no Novo Testamen-to. Paulo fala da verdadeira circuncisão como sendo aquela "do coração" (Rm 2:29). Ele escreve aos colossenses: "No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo" (Cl 2:11). A circunci-são cristã é a purificação do coração de todos os pecados. Este pensamento já tinha sido sugerido por Moisés: "Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz" (Dt 10:16) — fazendo a mesma combinação que Estêvão faz aqui. Estas passagens destacam o fato de que a essência do pecado é a rebelião contra a vontade de Deus. Isto deve ser removido do coração na santificação completa. Os líderes da nação eram culpados, como foram os seus pais, de resistirem ao Espírito Santo que procurava iluminá-los e guiá-los.

    Os seus pais tinham perseguido os profetas (52). Eles tinham ido mais longe, e ti-nham assassinado aqueles que prediziam a vinda do Justo — o Messias (cf. Atos 3:14).

    Estas palavras de Estêvão foram um eco daquilo que Jesus já havia dito (cf. Mt 5:12-23:29-37; Lc 13:34). Mas ele acrescentou que aquilo que Jesus tinha predito aconteceria; os membros do Sinédrio eram os traidores e homicidas do Messias. Este foi o pior pecado dos líderes rebeldes e obstinados da nação judaica.

    Mataram refere-se aos pais, que tinham recebido a Lei no Sinai (53). A ordenação dos anjos talvez seja mais bem traduzida assim: "como foi ministrado [organizado] pelos anjos" (ASV). Esta idéia não está explícita no relato do Antigo Testamento, embora este-ja sugerida na Septuaginta de Deuteronômio 33:2. Josefo reflete este costume ao escre-ver: "Nós recebemos de Deus a mais excelente das nossas doutrinas, e a parte mais santa da nossa lei pelos anjos".' Paulo faz a melhor correspondência à afirmação de Estêvão quando diz, sobre a lei: "Foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro" (G1 3.19). A mesma idéia é sugerida em Hebreus 2:2. Ainda assim, a lei dada deste modo não tinha sido observada.

    3. A Morte de Estêvão (Atos 7:54-60)

    À medida que os membros do Sinédrio ouviam a denúncia que Estêvão fazia da sua rebelião obstinada, enfureciam-se em seu coração (54). O verbo é o mesmo usado em Atos 5:33 (ver os comentários ali). Rangiam os dentes contra ele reflete Salmos 35:16.

    Qual foi a reação de Estêvão a esta explosão de ódio? Estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus — "i.e., uma manifestação sensível da sua presença".24° Ele também viu Jesus, que estava à direita de Deus — "a posição de honra e de poder equivalente".241 Como Jesus normalmente é representado sentado à direita do Pai (Mt 26:64; Ef 1:20; Cl 3:1; Hb 1:3-13; 8.1; 10.12), a maioria dos comentaristas, desde Gregório, o Grande, assumiram a palavra "estar", nesta passagem, como simplesmente implicando que Jesus levantou-se para assistir e receber o seu pri-meiro mártir.

    Estêvão deu testemunho do que ele estava vendo (56). A expressão Filho do Ho-mem ocorre somente aqui no Novo Testamento fora dos Evangelhos. Nos Evangelhos, é um título usado por Jesus para referir-se a si mesmo, aproximadamente oitenta vezes.

    A cena que se seguiu é um comentário triste sobre o judaísmo daqueles dias. Os ouvintes de Estêvão gritaram com grande voz, taparam os ouvidos — como para não ouvir mais nenhuma de suas palavras — e arremeteram unânimes contra ele (57). Eles o expulsaram da cidade — para que não mais corrompesse o lugar sagrado! — e o apedrejaram (58). A lei exigia que as testemunhas atirassem as primeiras pedras ao criminoso condenado (Dt 17:7). Estas falsas testemunhas (cf. 6,13) depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. Esta é a primeira menção àquele que iria se tornar o grande apóstolo Paulo. O jovem fariseu nunca se esqueceu da cena que testemu-nhou naquele dia.

    Então apedrejaram a Estêvão (59). Em evocação, tem o particípio singular, indi-cando Estêvão. Este trecho poderia ser traduzido da seguinte forma: "Ele estava cha-mando...".' Esta oração do primeiro mártir, na hora da morte — Senhor, não lhes imputes este pecado (60) foi um eco da oração do Senhor na cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34). Estêvão tinha o espírito do seu Mestre.

    Este incidente destaca o "Triunfo em meio à Tragédia": 1. A vingança humana (54) ; 2. A visão celestial (55-56) ; 3. A maldade horrível (57-58) ; 4. O perdão divino (55-60).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Atos Capítulo 7 versículo 38
    Êx 19:1-20.17; Dt 5:1-21.At 7:38 Lv 18:5; Dt 4:1; Dt 8:1-3; Dt 30:15-20; Ez 33:15; Rm 10:5; conforme At 5:20; He 4:12; 1Pe 1:23.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    *

    7.2 O Deus da glória. Este título relembra a divina glória que Deus mostrou a seu povo no tempo de Moisés: a coluna de nuvem (Êx 14:19; 16:10; Sl 105:39), a coluna de fogo (Êx 14:24), a glória do Senhor no monte (Êx 24:15-18; 2Co 3:7), e a glória sobre o tabernáculo (Êx 40:34,35; conforme Jo 1:14).

    * 7.4 da terra dos caldeus. Babilônia, na Mesopotâmia setentrional (moderno Iraque).

    * 7.6 quatrocentos anos. Êx 12:40 traz “quatrocentos e trinta anos”, mas Estêvão está falando em números redondos, e pode ter estado seguindo o texto de Gn 15:13 que traz “quatrocentos anos”.

    * 7.8 aliança da circuncisão. Deus estabeleceu esta aliança com Abraão. Ele era o pai de todo Israel, mas viveu séculos antes da vinda de Moisés. Moisés instituiu os costumes que os adversários de Estêvão tentavam proteger.

    *

    7.14 setenta e cinco pessoas. O texto hebraico de Êx 1:5 traz “setenta”. Mas a tradução grega do Antigo Testamento, em que este sermão está basicamente seguindo, e os fragmentos de Êxodo encontrados entre os manuscritos do Mar Morto diz “setenta e cinco”. A explicação dos setenta e cinco deve ser encontrada nos cinco descendentes adicionais de José incluídos na tradução grega de Gn 46:20, onde dois filhos de Manassés, dois filhos de Efraim, e um neto de Efraim estão incluídos.

    * 7.16 Siquém... no sepulcro que Abraão ali comprara. Estêvão condensou os eventos relativos às compras dos sepulcros dos patriarcas. Jacó foi enterrado na caverna de Macpela em Hebrom (Gn 50:13); e de acordo com Josefo (Antigüidades 2,199) os irmãos de José foram enterrados em Hebrom. Os ossos de José, contudo, foram colocados na terra que Jacó havia comprado dos filhos de Emor (Gn 33:19; 50:25; Êx 13:19; Js 24:32). Os ouvintes de Estêvão sabiam que Jacó e seus filhos haviam sido enterrados em dois lugares diferentes (Hebrom e Siquem). A narrativa aqui é altamente condensada.

    * 7.22 Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios. Êx 2:10 declara que quando Moisés cresceu, a ama (mãe de Moisés) levou-o para a filha de Faraó e ele “tornou-se seu filho”, entendendo-se que na casa real lhe seria dada uma completa educação egípcia. Dois estudiosos do primeiro século, o historiador Josefo e o filósofo Filo, contam do extensivo aprendizado de Moisés.

    * 7.38 na congregação no deserto. “Congregação” traduz a palavra grega ekklesia (“igreja”, ver 5.11 nota).

    o anjo que lhe falava no monte Sinai. Embora Moisés tenha recebido a lei de Deus no Monte Sinai (Êx 20:1,21), os anjos tiveram alguma parte na sua instituição (v. 53; Dt 33:2; Gl 3:19; Hb 2:2). A respeito do Anjo do Senhor, ver nota em Gn 16:7 e Jz 2:1.

    *

    7.44 O tabernáculo do Testemunho. O tabernáculo do Antigo Testamento continha a arca da aliança e as tábuas dos Dez Mandamentos, que eram chamadas de “o Testemunho”. Mais adiante, representando a presença de Deus e seu poder vivificante estava a mesa dos pães consagrados (Êx 37:10-16; Hb 9:2), o candelabro de sete hastes (Êx 37:17-23; conforme Jo 8:12; Ap 1:12-18), e o altar de incenso (Êx 37:25-29), que simbolizavam as orações do povo de Deus subindo para o onipresente Deus (Sl 141:2; Ap 8:3,4).

    * 7.51 Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvidos. Eles não ouviriam com o coração, e não obedeceriam ao Senhor e nem às Escrituras que Estêvão havia citado. Estas metáforas são figuras do Antigo Testamento que significam teimosia e falta de regeneração espiritual (Êx 32:9; 33:3,5; Dt 9:6; 10:16; 30:6; Jr 4:4).

    * 7.52 do Justo. Um título usado para o Senhor Todo Poderoso (Is 24:16) e para Jesus Cristo (22.14; 1Jo 2:1).

    * 7.55 a glória de Deus. O brilho da presença de Deus (Ap 15:8; 21:11,23).

    que estava à sua direita. Normalmente diz-se que Jesus está assentado à direita de Deus, porque sua obra estava terminada (Rm 8:34; Cl 3:1; Hb 10:12), mas aqui ele está em pé para receber Estêvão ou para defendê-lo. Nesta cena o Filho do Homem é ao mesmo tempo Juiz e Advogado. Ver nota teológica “O Reino Celestial de Jesus”, índice.

    *

    7.56 Eis que vejo... o Filho do homem. A visão que Estêvão teve do Filho do Homem no céu deve ter recordado vividamente o Sinédrio que, quando eles perguntaram a Jesus, “És tu o Cristo?”, ele respondeu “Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso, e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14:61,62). Estêvão viu o mesmo Jesus sentado no céu à mão direita de Deus, comprovando a verdade do que ele estava dizendo, e condenando o Sinédrio.

    * 7.58 um jovem chamado Saulo. Saulo, mais tarde chamado Paulo, era um fariseu, associado com o Sinédrio (Fp 3:5). Provavelmente ele foi um instigador do julgamento de Estêvão (8.3; 9.1,2). Neste ponto Lucas introduz Saulo, a segunda grande figura deste livro.

    *

    7.60 não lhes imputes este pecado. Comparar com a declaração de Jesus em Lc 23:34.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    7:1 O supremo sacerdote era possivelmente Caifás, o mesmo que questionou e condenou antes ao Jesus (Jo 18:24).

    7.2ss Esteban deu início a uma extensa exposição a respeito da relação do Israel com Deus. Da história do Antigo Testamento mostrou que os judeus uma vez atrás de outra rechaçaram a mensagem de Deus e seus profetas, e que este concílio negou ao Messías, o Filho de Deus. Apresentou três pontos principais: (1) a história do Israel é a história dos fatos de Deus no mundo, (2) os homens adoraram a Deus muito antes que houvesse um templo, porque Deus não vive em um templo, (3) a morte do Jesus foi um exemplo mais da rebelião do Israel e o rechaço a Deus.

    7.2ss Em realidade, Esteban não se defendeu. Em lugar disso tomou a ofensiva, aferrando-se à oportunidade para resumir seus ensinos a respeito do Jesus. Esteban acusou aos líderes religiosos por falhar em obedecer as leis de Deus, as leis que eles com orgulho manifestavam seguir meticulosamente. Esta foi a mesma acusação que Jesus elevou contra eles. Quando atestamos do Jesus, não precisamos estar à defensiva, a não ser simplesmente devemos manifestar nossa fé.

    7:8 A circuncisão era um sinal da promessa ou o pacto entre Deus, Abraão e a nação do Israel (Gn 17:9-13). A mensagem do Esteban resumiu a história do Israel, expressando como o pacto se tomou em conta através do tempo. Esteban assinalou que Deus sempre respeitou a parte que lhe correspondia na promessa feita, mas o Israel falhou uma e outra vez até o final. Apesar de que os judeus contemporâneos do Esteban seguiam adhiriéndose à cerimônia da circuncisão, eram negligentes em obedecer. Os corações da gente estavam longe de Deus. Sua falta de fé e desobediência significam sua falha em guardar a parte do pacto que lhe correspondia.

    ESTEBAN

    Ao redor do mundo, freqüentemente o evangelho veio enraizando-se em lugares preparados pelo sangue de mártires. antes de que uma pessoa sua vida pelo evangelho, antes deve viver pelo evangelho. Uma das maneiras em que Deus prepara a seus servos é se localizando-os em posições insignificantes. Seu desejo de servir a Cristo se traduz na realidade de servir a outros. Esteban foi um administrador eficaz e também um bom mensageiro antes de ser mártir.

    Esteban foi um dos nomeados para distribuir mantimentos na igreja primitiva. Desde muito antes se desatou uma violenta perseguição contra os cristãos, existia já ostracismo social. Pelo general, quão judeus aceitavam ao Jesus como o Messías os separavam de seus familiares. Como resultado, os crentes dependiam um do outro para seu sustento. Compartilhar casas, mantimentos e outros recursos era uma distinção prática e necessária da igreja primitiva. À larga o número dos discípulos obrigou à organização do serviço. descuidavam-se a muitas pessoas. Começaram as falações. Nomeado-los para administrar se escolheram por sua integridade, sabedoria e sensibilidade para Deus.

    Esteban, além de ser um bom administrador, também era um pregador eficaz. Quando no templo se teve que enfrentar a diferentes grupos antagônicos, a lógica do Esteban ao responder era convincente. Isto se deduz da defesa que fez ante o concílio. Apresentou um resumo da história judia e fez uma aplicação contundente que paralisou a seus ouvintes. Durante sua defesa deveu ter em conta que ditava sua própria sentença de morte. Os membros do Sanedrín não podiam permitir que seus motivos malignos ficassem ao descoberto. Apedrejaram-no até matá-lo, enquanto ele orava em favor deles. Suas palavras finais mostram quanto se assemelhou ao Jesus em pouco tempo. Sua morte teria um impacto duradouro no jovem Saulo (Paulo) do Tarso, quem deixaria de ser o perseguidor violento dos cristãos para converter-se no maior dos campeões do evangelho que a igreja tenha conhecido.

    A vida do Esteban é um desafio contínuo a todos os cristãos. Como foi o primeiro em morrer pela fé, seu sacrifício motiva perguntas: Quantos regas corremos ao seguir ao Jesus? Estaríamos dispostos a morrer pelo? Queremos na verdade viver para Cristo?

    Pontos fortes e lucros:

    -- Um dos sete diáconos escolhidos para fiscalizar a distribuição de mantimentos aos necessitados na igreja primitiva

    -- Conhecido por suas qualidades espirituais de fé, sabedoria, graça e poder, e pela presença do Espírito em sua vida

    -- Líder, professor e polemista sobressalente

    -- O primeiro em dar sua vida pelo evangelho

    Lições de sua vida:

    -- O esforço por obter o excelente em tarefas insignificantes é a preparação para responsabilidades maiores

    -- Conhecer verdadeiramente a Deus guia a ações práticas e compassivas em favor da gente

    Dados gerais:

    -- Responsabilidades na igreja: Diácono, distribuidor de mantimentos entre os necessitados

    -- Contemporâneos: Paulo, Caifás, Gamaliel, os apóstolos

    Versículos chave:

    "E apedrejavam ao Esteban, enquanto ele invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe meu espírito. E posto de joelhos, clamou a grande voz: Senhor, não tome neste conta pecado. E havendo dito isto, dormiu" (At 7:59-60).

    A história do Esteban se narra em Feitos 6:3-8.2. Também se menciona em At 11:19; At 22:20.

    7:17 O repasse do Esteban a respeito da história dos judeus nos dá um claro testemunho da fidelidade e a soberania de Deus. Apesar dos contínuos enguiços em seu povo escolhido e os turbulentos acontecimentos do mundo, Deus foi elaborando seu plano. Quando atravessar circunstâncias confusas, recorde: (1) Deus tem o controle, nada lhe surpreende; (2) este mundo não é tudo o que existe; este passará, mas Deus é eterno; (3) Deus é justo e fará justiça, castigando ao malvado e recompensando ao fiel; (4) Deus o quer usar (ao igual a José, Moisés e Esteban) para se distinga neste mundo.

    7:37 Os judeus em um início pensaram que este "profeta" era Josué, mas Moisés se referia ao Messías que viria (Dt 18:15). Pedro faz o mesmo neste versículo (Dt 3:22).

    7:38 Esteban usou a palavra "ecclesia" (traduzido "assembléia") para descrever a congregação ou povo de Deus no deserto. Esta palavra significa "os chamados" e a usavam os cristãos do primeiro século para descrever sua própria comunidade ou "assembléia". O ponto do Esteban era que a Lei dada através do Moisés aos judeus era o sinal do pacto. Por obediência, continuariam sendo o povo do pacto de Deus. Mas como desobedeceram (7.39), romperam o pacto e perderam o direito a ser o povo escolhido.

    7:38 Em Gl 3:19 e Hb 2:2, parece que Deus deu ao Moisés a Lei através dos anjos. Ex 31:18 diz que Deus escreveu os Dez Mandamentos ("escritas com o dedo de Deus"). Ao parecer, Deus usou mensageiros angélicos para entregar sua Lei ao Moisés.

    7:42 Exército do céu se refere à prática de adorar deidades associadas com estrelas e planetas.

    7:43 Aqui Esteban dá mais detalhes da idolatria que se fala em 7.40. Estes eram ídolos que o Israel adorava durante sua peregrinação no deserto (Ex 32:4). Moloc era o deus associado com o sacrifício de meninos e Renfán era um deus egípcio. Amós também nomeia deidades assírias que o Israel adorava (Am 5:25-27).

    7.44-50 Ao Esteban o acusaram de falar em contra do templo (6.13). Apesar de reconhecer a importância do mesmo, sabia que não era mais importante que Deus. Deus não está limitado; O não vive sozinho em um santuário, a não ser onde hajam corações de fé dispostos a lhe receber (Is 66:1-2). Salomão soube quando orou na dedicação do templo (2Cr 6:18). Deus quer viver em nós. Vive O em você?

    7:52 A muitos profetas perseguiram e mataram: Urías (Jr_26:20-23); Jeremías (Jr_38:1-6); Isaías (a tradição diz que o rei Manasés o matou; veja-se 2Rs 21:16); Amós (Am 7:10-13); Zacarías (não o autor do livro bíblico, a não ser o filho do sacerdote Joiada: 2Cr 24:20-22); Elías (1Rs 19:1-2). Jesus também usou uma parábola para referir-se a como os judeus rechaçaram sempre aos mensageiros de Deus e como os perseguiram (Lc 20:9-19). O Justo se refere ao Messías.

    7.55-58 Esteban viu a glória de Deus e ao Jesus o Messías à mão direita do Muito alto. As palavras do Esteban são similares às que Jesus disse ante o concílio (Mt 26:64; Mc 14:62; Lc 22:69). A visão do Esteban ratificou as palavras do Jesus e encolerizou aos dirigentes judeus que condenaram ao Jesus à morte por blasfêmia. Não toleraram as palavras do Esteban, por isso o tiraram da cidade e lhe apedrejaram. Talvez a gente não nos mate por lhes falar de Cristo, mas vão dar a entender que não querem ouvir a verdade e até tratarão freqüentemente de nos calar. Siga honrando a Deus com sua conduta e palavras; apesar de que muitos fiquem em seu contrário e sua mensagem, outros seguirão a Cristo. Recorde, a morte do Esteban provocou um profundo impacto no Saulo, quem logo se converteu no missionário maior do mundo. Até os que lhe oponham agora podem mais tarde voltar-se para Cristo.

    7:58 Ao Saulo também lhe chama Paulo (veja-se 13.9), o grande missionário que escreveu muitas das epístolas do Novo Testamento. "Saulo" era seu nome hebreu; Paulo, seu nome grego, usou-se ao iniciar seu ministério aos gentis. Quando Lucas apresenta ao Paulo, este detestava e perseguia os seguidores do Jesus. É um contraste com o Paulo do que Lucas se ocupará em grande parte do resto do livro de Feitos: um devoto seguidor de Cristo e um dotado pregador do evangelho. Paulo tinha a qualidade única para falar com os judeus a respeito do Jesus porque antes perseguia os que acreditavam no Jesus e entendia esta oposição. Paulo é um grande exemplo de que para Deus não há nenhuma pessoa impossível de alcançar nem trocar.

    7:59 A pena por blasfêmia, falar com irreverência de Deus, era morrer apedrejado (Lv 24:14). Os furiosos líderes religiosos, sem julgamento nem veredicto, apedrejaram ao Esteban. Não entendiam que as palavras do Esteban eram certas porque não procuravam a verdade. Solo queriam defender seus pontos de vista.

    7:60 Ao morrer Esteban, falou palavras muito similares às palavras do Jesus na cruz (Lc 23:34). Os primeiros cristãos se gozavam ao sofrer como Jesus sofreu porque isso significava que lhes tinham por dignos (Lc 5:41). Esteban estava preparado para sofrer como Jesus, até ao ponto de pedir perdão por seus assassinos. Esta atitude perdonadora vem sozinho do Espírito Santo. O Espírito também pode nos ajudar a atuar como Esteban o fez, com amor por nossos inimigos (Lc 6:27). Como reagiria você se alguém o ferisse por causa do que crie?

    EFEITOS DA MORTE DO ESTEBAN

    A morte do Esteban não foi em vão. A seguir verá alguns dos fatos que se devem (direta ou indiretamente) à perseguição iniciada com o martírio do Esteban.

    1. Viaje evangelístico do Felipe (At 8:4-40)

    2. A conversão do Saulo (Paulo) (At 9:1-30)

    3. Viagem missionária do Pedro (Feitos 9:32-11.18)

    4. funda-se a igreja na Antioquía e Síria (At 11:19ss)


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    B. DA DEFESA ESTEVÃO e ao indiciamento do Conselho (7: 1-53)

    A aparência de justiça aparece na permissão do sumo sacerdote concedido Estevão a responder perante o Sinédrio as acusações feitas contra ele. ". Não é, obviamente, um discurso de defesa no sentido forense do termo" Bruce observa corretamente que o discurso de Estevão Bruce continua:

    Tal discurso como este não era de forma calculada para garantir uma absolvição perante o Sinédrio. É mais uma defesa do cristianismo puro como forma designado por Deus para adoração; Estevão aqui mostra-se o precursor dos apologistas cristãos posteriores, especialmente aqueles que defendiam o cristianismo contra o judaísmo.

    O ponto crucial do discurso de Estevão revela que ele tinha entendido o verdadeiro significado da universalidade do cristianismo como expresso por Cristo com a mulher samaritana no poço de Jacó:

    Mulher, crê-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém [templo], vós vos adorar o Pai. ... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade: para tal Acaso o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade (Jo 4:21 A mesma astúcia com a nossa raça, e maltrataram nossos pais, que eles deveriam expulsar seus bebês até o fim que não vivessem. 20 Nesse tempo nasceu Moisés, e era mui formoso; e ele foi alimentado três meses em casa de seu pai; 21 e quando ele foi expulso a filha de Faraó o recolheu e criou como seu próprio filho. 22 E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. 23 Mas, quando ele era quase quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. 24 E vendo um deles sofrer injustamente, defendeu-o, e vingou o oprimido, matando o egípcio: 25 e ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus pela sua mão estava dando-lhes libertação; mas eles não entenderam. 26 E no dia seguinte, ele apareceu-lhes quando brigavam, e quis levá-los à paz, dizendo: Senhores, vós sois irmãos; por que vos um ao outro? 27 Mas o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós? 28 : Queres matar-me como mataste o egípcio ontem? 29 E Moisés fugiu A esta palavra, e tornou-se peregrino na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. 30 E quando se cumpriram 40 anos, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo em um arbusto. 31 E quando Moisés viu, admirou-se da visão; e, aproximando-se para eis que veio a voz do Senhor, 32 Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar. 33 E o Senhor disse-lhe: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa. 34 Tenho visto a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para libertá-los: e agora vir, eu te enviarei ao Egito. 35 A este Moisés que eles haviam repelido, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que apareceu para ele no mato. 36 Este homem levou para fora, fazendo maravilhas operadas e sinais no Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto por quarenta anos. 37 Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel, um profeta é Deus vos levantará dentre vossos irmãos, semelhante a mim.

    O Deus da glória apareceu. ... Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel, um profeta é Deus vos levantará dentre vossos irmãos, semelhante a mim (vv. At 7:2 ). Por uma recontagem estudado e prolongado da história judaica, com o qual seus ouvintes estão familiarizados, Estevão reflete sua reverência extrema para, e fé em que ambos, Deus e Seu servo Moisés e, assim, refuta a sua acusação de que ele blasfemou contra Deus e Moisés.

    A facilidade com que Estevão relata a história de povo escolhido de Deus, a partir do chamado de Abraão em Ur para a entrega da Lei no Sinai, revela tanto o seu conhecimento profundo desses fatos históricos e sua compreensão do seu significado espiritual, que culminou com a promessa do Messias (v. At 7:37 e At 3:22 ). Assim Estevão mostra, não só que ele acredita e reverencia a Deus e Moisés, mas que Deus através de Moisés preparou o caminho para a vinda do Cristo, a quem ele pregava. Em vez de blasfemar contra Deus e Moisés, como eles cobrado, Estevão mostra que a fé em Deus e Moisés é estabelecida por meio da fé em Cristo, que é o Filho do primeiro e do cumprimento do tipo da segunda.

    Resposta 3. Estêvão à Terceira Charge (7: 38-43)

    38 Este é o que esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para dar a nós: 39 ao qual os nossos pais não quiseram obedecer, antes o impulso -lo a partir deles, e virou-se em seus corações para o Egito, 40 dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque, quanto a este Moisés, que nos levou para fora da terra do Egito, não sabemos o que é tornar-se . daquele 41 E eles fizeram um bezerro, naqueles dias, e trouxe um sacrifício ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. 42 Mas Deus se afastou, e os abandonou para servir o exército dos céus; como está escrito no livro dos profetas,

    Será que vós me oferecerem vítimas e sacrifícios

    Quarenta anos no deserto, ó casa de Israel?

    43 E vós tomastes o tabernáculo de Moloque,

    E a estrela do deus Renfã,

    As figuras que vós fizestes para adorá-los:

    E eu vou levá-lo para além da Babilônia.

    Estevão continua sua defesa, indicando que Moisés era parte integrante da verdadeira igreja [de Deus] no deserto (v. At 7:38-A ), que culminou em Cristo, o Messias, e que foi pela mão deste Moisés que Deus, através um anjo, deu a Israel a Lei, os oráculos vivos.Além disso, ele mostra a partir de sua própria história que seus pais haviam rejeitado a Moisés e a Lei que Deus lhes deu por meio dele; enquanto ele, Estevão, em vez de blasfemar contra a Lei, reverenciado lo pelo que ele tinha a intenção de Deus: oráculos vivos concebidos como um "tutor para nos conduzir a Cristo" (Gl 3:24)

    44 Nossos pais tinham o tabernáculo do testemunho no deserto, assim como ele nomeado, que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. 45 que também nossos pais, por sua vez, levaram com Josué quando entraram na posse das nações que Deus empurrado para fora da presença de nossos pais, até os dias de Davi; 46 . Que achou graça diante de Deus, e pediu que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó 47 E Salomão lhe edificou uma casa. 48 Mas o Altíssimo não habita emcasas feitas com as mãos; como diz o profeta:

    49 O céu é o meu trono,

    E a terra o escabelo dos meus pés:

    Que tipo de casa me quereis construir? diz o Senhor:

    Ou qual é o lugar do meu repouso?

    50 Não a minha mão todas estas coisas?

    Nossos pais tinham o tabernáculo do testemunho no deserto (v. At 7:44 , At 7:49 ; 2Cr 2:6 ).

    Acusação 5. Estevão do Conselho (7: 51-53)

    51 Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo: como fizeram vossos pais, assim também vós. 52 A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? e eles os mataram, que mostrou antes da vinda do Justo; a quem vós já se tornaram traidores e homicidas; 53 vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes.

    Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; como fizeram vossos pais, assim também vós (v. At 7:51 ). Finalmente, tendo incontestavelmente limpou-se da acusação de blasfêmia, Estevão transforma todo o argumento sobre os dirigentes dos judeus e diretamente acusa-los com a altura do crime de blasfêmia, por meio de sua desobediência deliberada e persistente para, e rejeição da lei de Deus e seu cumprimento realizado em Jesus Cristo o Messias (ver Nu 15:30. , Nu 15:31 ). Assim, ele estabeleceu dois grandes fatos: primeiro , que, como Paulo declarou mais tarde (Gl 3:23 ), apenas a Lei serviu para levar o homem a Cristo, e que o seu valor instrumental agora é passado, uma vez que Cristo, o Messias tem já veio; e segundo, que eles, seus acusadores, elas mesmas estão inevitavelmente condenado pelo crime muito de que o acusaram, a blasfêmia, o que acarreta a pena de morte.

    MARTÍRIO C. Estêvão GLORIOSO (7: 54-60)

    Estevão tornou-se o primeiro mártir cristão, e ele deu a sua vida que o evangelho seja unshackled do legalismo judaico para encontrar o seu caminho para os corações de todos os homens em todo o mundo.

    1. A indignação do Conselho (At 7:54)

    54 E, ouvindo eles estas coisas, elas foram cortadas para o coração, e rangiam sobre ele com os dentes.

    Weymouth diz: "Eles ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele." A realização da sua situação humilhante, depois do discurso de Estevão, deveria ter trazido-los ao arrependimento e submissão a Cristo, como no dia de Pentecostes. No entanto, ele só inflamou a sua ira e destronou a sua razão, e, portanto, um tribunal ordenada e digna de repente se tornou uma cena de violência caótica mob-mad. O vulcão havia muito tempo ardia, mas agora, de repente, irrompeu em toda a sua fúria destruidora, inundando sua vítima inocente com sua ira escaldante.

    2. O consolo de Estevão (At 7:55 , 56)

    55 Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à mão direita de Deus, 56 e disse: Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus.

    Mas ele ... viu a glória de Deus . Através da chuva de morte-pedras, Estevão pegou uma visão de Deus revelada de glória que foi colocado acima na loja para ele e viu Jesus em pé à mão direita de Deus, na identificação com o Seu santo martirizado, esperando para recebê-lo na glória eterna. Diz-se que este é o único registro bíblico de Cristo em pé, depois de Sua ascensão. Com Davi, Estevão poderia dizer: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum; para tu estás comigo "( Sl 23:4. ). A palavra evidencia a continuidade da vida nova que eles já apreciado. Ele sugere que eles haviam compreendido o significado da imortalidade através de Cristo.

    Vincent significativamente observa a respeito da morte de Estêvão, como expresso nas palavras, ele caiu no sono , que esta expressão marcas

    ... Sua calma e morte pacífica. Embora os autores pagãos por vezes utilizado sono para significar a morte , foi apenas como uma figura poética. Quando Cristo, por outro lado, disse: "Nosso amigo Lázaro dorme ... ", ele usou a palavra, e não como uma figura, mas como a expressão de um fato . No mistério da morte, em que o pagão só viu nada, Jesus assistiu-se a vida, descanso, acordando-os elementos que entram em sono. E assim, no discurso cristão e do pensamento, como a doutrina da ressurreição atingiu suas raízes mais profundas, a palavra morta , com a sua finalidade sem esperança, deu lugar para a palavra mais gracioso e esperançoso sono . O pagão enterrando-se realizado em seu nome qualquer sugestão de esperança e conforto. Era um lugar de sepultura, um esconderijo, um monumentum , um mero memorial de algo ido; um columbário ou pomba-berço, com seus pequenos compartimentos para urnas de cinza; mas o pensamento cristão da morte como sono, trouxe com ele em discurso cristão o pensamento parentela de uma câmara de descanso, e encarnou na palavra cemitério ... o lugar para se deitar para dormir .

    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    Esse capítulo registra o mais longo discurso do relato de Atos, como também o ponto de virada na histó-ria espiritual de Israel. Ele apresenta o terceiro assassinato importante da nação Qoão Batista, Cristo e, agora, Estêvão), e sua rejeição final da men-sagem da salvação. Em seu discurso, Estêvão revê a história de Israel e co-menta que a nação sempre rejeitou os líderes escolhidos por Deus em sua primeira apresentação e, depois, os aceitava em sua segunda apresen-tação. Moisés e José são exemplos desse padrão (7:13,35). Israel tam-bém tratou Cristo da mesma forma: João Batista e os apóstolos o apresen-taram à nação, mas ela recusou-o; no entanto, o receberá quando ele aparecer pela segunda vez.

    1. A aliança de Deus com Abraão (7:1-8)

    13 14:1'>Gênesis 13:14-18 e Gênesis 15 e 17 relatam a aliança com Abraão. Essa aliança inclui a posse da ter-ra prometida pela descendência de Abraão e a promessa de multiplica-ção da semente dele nos anos vin-douros. A circuncisão selava essa promessa. A aliança com Abraão era o fundamento da nação judaica. Deus não fez essa aliança com os gentios, e ela não se aplica à igreja. Entendemos de forma errônea as Es-crituras e as desvirtuamos se "espi-ritualizarmos" essas promessas e as aplicarmos à igreja. Os judeus não receberam nem a terra nem o reino prometidos por Deus em virtude da desobediência deles. No entanto, essa aliança ainda permanece e será cumprida quando Cristo retornar e estabelecer seu reino sobre a terra.

    1. A rejeição de José por Israel (7:9-16)

    De várias formas, José tem uma se-melhança maravilhosa com Cristo:

    1. ele era o amado de seu pai (Gn 37:3; Mt 3:1 Mt 3:7); (2) era odiado pelos irmãos (Gn 37:4-8; Jo 15:25); (3) era invejado pelos irmãos (Gn 37:11; Mc 15:10); (4) foi vendido pelo pre-ço de escravo (Gn 37:28; Mt 26:15); (5) foi humilhado e serviu como servo (Gn 39:1 ss; Fp 2:04ss; Fp 2:9-50); (8) os irmãos não o reconheceram no primeiro encontro (Gn 42:8; At 3:1 At 3:7); (9) ele se revelou a eles no segundo encon-tro (Gn 45:1 ss; At 7:13; Zc 12:10); (10) ele tomou uma noiva gentia quando foi rejeitado pelos irmãos (Gn 41:45; At 15:6-44).

    Aqui, o argumento de Estêvão é que os judeus trataram Cristo da mesma forma que os patriarcas tra-taram José, porém ele faz essa acu-sação apenas no fim de seu discur-so. Cristo sofreu para salvar Israel e toda a humanidade da mesma forma que José sofreu para salvar seu povo, contudo os judeus não rece-beram a Cristo.

    1. A rejeição de Moisés por Israel (7:7-41)

    Moisés, como José, tem uma seme-lhança impressionante com Cristo: (1) foi perseguido e quase morto em criança (Êx 1:22 e 4:19; Mt 2:13-

    1. ; (2) ele recusou o mundo a fim de salvar seu povo (He 11:24-58; Mt 4:8; 2Co 8:9); (3) na primei-ra vez em que tentou ajudar Israel, foi recusado (Êx 2:11-14; Is 53:3);
    2. tornou-se pastor (Êx 3:1; Jo 10:0); (6) da segun-da vez, seus irmãos o receberam (Êx 4:29-31; At 7:5); (7) ele liber-tou o povo da escravidão por meio do sangue do cordeiro (Êx 12; 1Pe 2:24). Moisés foi profeta (Dt 18:15-5).

    O versículo 38 chama Israel de a "congregação no deserto", e isso merece um comentário. A pa-lavra ekklesia significa "assembléia convocada" e não sugere que Isra-el fosse a "igreja" do Antigo Testa-mento. O Antigo Testamento não apresenta profecias a respeito da igreja. No Antigo Testamento, Isra-el (povo terreno) não tem o mesmo relacionamento com Deus que os crentes (povo celestial) do Novo Testamento têm.

    Israel desobedeceu à vontade de Deus e rejeitou-a, embora contas-se com a presença do Senhor e com um líder devoto (v. 38)! "[Eles] no seu coração, voltaram para o Egito" (v. 39)! Eles se voltaram para a ido-latria, e Deus desistiu deles. Eles não fizeram a mesma coisa quando Cris-to esteve com eles na terra? Moisés realizou milagres, satisfez as neces-sidades deles no deserto e deu-lhes a Palavra do Senhor; Cristo também realizou obras poderosas, alimentou o povo e deu-lhes a Palavra de Deus — contudo eles o rejeitaram!

    1. A rejeição dos profetas por Israel (7:42-50)

    Nesses versículos, Estêvão refere-se a Jl 5:25-30 e aIs 66:1-23. Os judeus pensavam que estavam protegidos de injúria e que Deus os abençoaria porque tinham o templo. Todos os profetas os advertiram de que, se o coração deles não fosse correto, o templo não lhes assegura-ria bênçãos. Como se pode confinar Deus, que enche todo o céu e a ter-ra, a um templo feito por mãos hu-manas? A vida religiosa de Israel era uma formalidade: Os judeus adota-vam as formas exteriores da religião, mas o coração não estava certo com o Senhor. Eles rejeitaram a voz dos profetas e até os perseguiram e mata-ram (veja Mt 23:29-40); e rejeitaram as Palavras e crucificaram o Profeta (Cristo) quando ele apareceu (v. 37)!

    1. O julgamento de Israel é selado (7:51-60)

    Israel cometeu dois assassinatos e estava para cometer o terceiro. Ele rejeitou o Pai que enviou João Ba-tista, a fim de preparar o caminho para Cristo, ao permitir que fosse morto. E rejeitou o Filho quando crucificou Cristo. Agora, cometia o "pecado imperdoável" de resistir ao Espírito Santo ao assassinar Es-têvão (Mt 12:31-40). Deus perdo-aria a nação pelo tratamento que deu a seu Filho, mas não podia perdoá-la agora, já que resistira ao Espírito que testemunhou tão po-derosamente por seu Filho. Deus forneceu à nação todas as evidên-cias de que Cristo era seu Messias, mas os judeus preferiram endure-cer a cerviz e o coração (7:51). Da mesma forma que os pecadores de hoje fazem!

    Estêvão usou a Palavra, e essa "espada do Espírito" (Ef 6:17; He 4:12) penetrou até o coração deles e os condenou. Estêvão, quando estava para ser morto, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus. Agora, poder-se-ia dizer isto da nação de Israel: "Icabô [...] foi- se a glória de Israel" (1Sm 4:19-9), contudo Estêvão viu essa glória em Cristo, como também nós a vemos hoje (2Co 4:1 ss). Passagens como Sl 110:1, Mc 16:19 e He 1:3 e 10:12 indicam que Cristo "assentou-se" porque termi-nara sua obra, mas o versículo 55 fala que ele estava em pé. Algu-mas pessoas sugerem que ele se levantou para receber seu mártir, Estêvão, quando este chegou em glória. Outros pensam que Cristo estava de pé como uma testemu-nha a fim de testificar a mensagem e o ministério de seu servo, pois essa era a postura da testemunha nas cortes judaicas. Outro ponto a observar é que a morte de Estêvão encerra a oferta para que os judeus aceitem o Rei e representa o pon-to de virada de Atos, pois a igreja passa a assumir o papel predomi-nante, e o ministério de Cristo à direita de Deus é em favor da igre-ja. Talvez devamos ter em menteLc 22:69, pois, com certeza, os líderes judeus se lembraram do testemunho de Cristo.

    A oração de Estêvão mostra seu amor pelo povo e lembra a interces- são que Cristo fez do alto da cruz. Talvez Estêvão tenha pensado que Cristo estava de pé a fim de enviar julgamento sobre a nação por seus repetidos pecados (veja SI 7:
    6) e orou pedindo graça e o adiamento da ira. O uso do verbo "adormecer" é uma bela imagem do que a morte representa para o crente!
    O julgamento de Israel estava selado; no capítulo seguinte, vemos o evangelho da graça (não a men-sagem do reino) mudar dos judeus para os samaritanos e os gentios.

    Os capítulos 1:7 descrevem o "período de teste" em que, pela terceira vez, ofereceu-se o reino a Israel. Os capítulos 8:12 relatam o "período de transição" em que aconteceram as seguintes mudan-ças:

    1. A Antioquia passa a ser o centro da atividade, não Jerusalém.
    2. A mensagem muda dos ju-deus para os samaritanos e, a seguir, para os gentios.
    3. À medida que Paulo se torna líder, as atividades de Pedro ficam menos importantes.
    4. A atividade da igreja substi-tui o comunismo da "economia do reino". A igreja existia desde o Pen- tecostes, no entanto o ministério de graça de Paulo revela o sentido dela e seu lugar no projeto de Deus.
    5. O evangelho da graça de Deus substitui o evangelho do rei-no. Se o eunuco etíope era negro (como dizem alguns), então nos ca-pítulos 8:10 temos três conversões notáveis que fazem paralelo com as dos três filhos de Noé, em Gê-nesis 10:18. O etíope poderia ser descendente de Cam; Paulo, judeu, de Sem; e Cornélio, gentio, de Jafé. Dessa forma, temos um retrato da propagação do evangelho para toda a humanidade.

    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    7.2 Estêvão. Não responde diretamente às acusações Dt 6:11-5. Sua defesa apresenta o universalismo do evangelho que marca o meio termo entre Pedro e Paulo. Dois argumentos irritam profundamente:
    1) Deus não limita seus encontros com os homens (ex. Abraão, José, Moisés) ao templo em Jerusalém. As primeiras grandes revelações de Deus ocorreram em terras estrangeiras, Ur, Harã, Egito, Sinai. Estêvão limita sua narração da história gloriosa de Israel entre Abraão e Salomão que construiu o templo.
    2) Israel sempre foi rebelde, rejeitando os profetas e finalmente crucificando o Justo (52).

    7.4 Harã. Cidade importante de comércio nos tempos de Abraão (séc. XIX a.C.). Nas descobertas arqueológicas, na região de Harã, já se acharam nomes como Naor, Serugue, Terá, etc.

    7.6 Quatrocentos anos. Conforme Gn 15:13. É número arredondado. Mais precisamente 430 anos, segundo Êx 12:40 e Gl 3:17. Peregrina. O povo de Deus não deve se apegar a terra ou país neste Mundo (conforme He 11:8; 16).

    7.7 Servirão neste lugar. Se for citação de Êx 3:12, refere ao Sinai, não a Jerusalém. Deus pode ser cultuado em qualquer lugar.

    7:9-16 Tal qual os irmãos trataram a José, os judeus trataram a Jesus (seu irmão na carne, Rm 9:5). Sem usar o nome de Cristo uma vez sequer, Estêvão O anuncia por meio de tipos e figuras, destacando as de José e Moisés (20-43). Graça (10). Conforme Gn 39:21. Sabedoria, refere-se à capacidade sobrenatural de interpretar sonhos.

    7.13 Segunda vez. Tanto José como Moisés visitaram a "seus irmãos" duas vezes (23, 30). Cristo na Sua segunda vinda será reconhecido pelos judeus (Zc 12:10).

    7.14 Setenta e cinco pessoas. Gn 46:26 e Êx 1:5 têm 70. Estêvão provavelmente inclui a família de José nascida no Egito.

    7.16 Siquém... José foi sepultado em Siquém (Js 24:32). Jacó foi sepultado em Hebrom (Gn 49:29ss). Estêvão encaixa os dois acontecimentos numa só referência, como as duas chamadas de Abraão em v. 2.

    7.22 Jesus, como Moisés, era "poderoso em palavras e obras," (Lc 24:19). Ambos vieram como pacificadores (24; Ef 2:17). Como os judeus escravizados não compreenderam que Moisés era seu libertador, os judeus não perceberam que Jesus veio para os salvar.

    7.27 Autoridade e juiz. A vida de Jesus paralela à de Moisés. Os judeus ressentiram-se profundamente do exercício de autoridade por Jesus (Mc 11:28-41; Jo 2:18; conforme At 10:42; At 17:31).

    7.29 Midiã. Região nas redondezas do Golfo de Acaba. Dois filhos. Gérson e Eliezer (Êx 2:22; 18:4; conforme Jz 18:29n).

    7.30 Um anjo. Isto é, o Anjo do Senhor (conforme 5.19). Em Êx 3, a Personagem que fala com Moisés é "o Anjo do SENHOR" "o SENHOR” e "Deus”. Vv. 31, 32 aqui, tornam claro que Deus falou com Moisés.

    7.33 Sandália. Até hoje, no Oriente Médio, um lugar sagrado não deve ser pisado senão descalço.

    7.34 Eu te enviarei. O libertador, rejeitado pelo seu povo, é escolhido por Deus (conforme 4,11) para cumprir sua missão.

    7.35 Negaram. O A.T. não usa este verbo com respeito a Moisés, mas At 3:13, At 3:14 o aplica a Jesus. Chefe e libertador. Esta frase descreve a Jesus Cristo em 5.31 (conforme a nota). Gr Lutrotes, "libertador", palavra muito rara, refere-se a Cristo em Lc 24:21.

    7.37 Um profeta semelhante a mim. Um texto messiânico, já citado em 3.22, muito útil num apelo aos judeus, sendo Moisés quem fala.

    7.38 Congregação (gr ekklesia) "igreja". No contexto de Dt 18:16, aplica-se a Israel congregado para receber a Lei. A igreja do AT dependia de Moisés (1Co 10:2); a do NT de Cristo (H b 2:10-12) que a conduz ao verdadeiro descanso. Palavras vivas. Obedecer à Lei é viver (Dt 4:1; Lv 18:5 citado em Gl 3:12; Rm 10:5). A fraqueza humana (Rm 8:3) transformou a Lei de Deus em instrumento de morte (Rm 7:10; Rm 3:10-45. Isaías declarou que nem o céu pode conter a Deus; como o poderia uma simples criação humana? Deuses falsos podem ter suas casas, mas o Altíssimo é onipresente (conforme Mc 14:58; At 17:24).

    7.51 Dura cerviz... linguagem muito familiar do A.T. (conforme Êx 33:5; Lv 26:41; Dt 10:16; Jr 4:4; Jr 6:10). Resistis ao Espírito Santo. • N. Hom. Resistiram-no,
    1) Seguindo o exemplo dos pais (52);
    2) Desobedecendo à palavra de Deus;
    3) Rejeitando e crucificando a Cristo (52, 55, 56).

    7.52 justo. Título primitivo de Jesus (conforme 3.14; 22.14); mais tarde atribuído a Tiago, meio-irmão de Jesus. Traidores. Os judeus, obrigando os romanos a crucificar seu Messias, traíram-no. Estêvão, não admite a ignorância como desculpa (contraste-se com Pedro em 3.17).

    • N. Hom. 7.55 A Trindade Sustenta o Crente Fiel:
    1) O Espírito Santo o enche com paz e amor (60; Gl 5:22);
    2) A glória de Deus se manifesta trazendo firmeza e esperança (Jo 17:5; 1Pe 1:5-60);
    3) Jesus Cristo exaltado, de pé, abre os céus para o receber (conforme Mc 14:62) :

    7.57 A declaração de Estêvão acerca de Jesus parecia blasfêmia aos membros do Sinédrio que crucificaram a Jesus por esse suposto pecado. Arremeteram. Sugere linchamento mais do que execução de justiça.

    7.58 Testemunhas. As mesmas, falsas, Dt 6:13, Dt 6:14, que a lei exigia fossem os primeiros a lançar as pedras. Saulo. Paulo, antes da conversão, evidentemente membro do Sinédrio, aprovava tudo (conforme 22.20).

    7.59,60 Estevão morreu como Cristo, seu exemplo (1Pe 2:21-60).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    3) A defesa de Estêvão (7:2-53)
    O método de Estêvão. A primeira vista, um longo resumo da história de Israel parece um meio estranho de “defesa” contra as acusações registradas em 6.11,14, mas isso (a) conseguiu captar a atenção para a mensagem, visto que os juízes não poderiam interromper ou abreviar um resumo da sua própria história sagrada; (b) era um apelo ao conceito válido dos hebreus de que Deus se revela por meio do que faz na história, e não somente no que proclama pelos seus profetas. Os ouvintes de Estêvão deveriam entender a diversidade de auto-revelação de Deus como o Deus glorioso (v. 2) e enxergar o seu próprio crime prefigurado no comportamento dos líderes nacionais, que haviam rejeitado repetidamente tanto a revelação divina quanto os homens que Deus havia levantado para promover os seus propósitos.

    A experiência de Abraão (v. 2-8).
    O título Deus glorioso faz um elo com a visão concedida a Estêvão antes do seu martírio (v. 55,56). E significativo que Abraão tenha conhecido Deus e se submetido às suas ordens em terras distantes, primeiro em Ur e depois em Harã. A terra foi prometida, mas os propósitos providenciais de Deus foram cumpridos de diversas formas antes de ter sido ocupada por Israel.

    A experiência de José (v. 9-16). Deus revelou parte dos seus propósitos ao fiel José, mas os patriarcas, motivados por inveja, se opuseram a esses propósitos, embora Deus tivesse transformado o seu mal em bem. O ponto é que José, rejeitado por seus irmãos e exaltado pelo faraó pagão, tomou-se o meio de salvação de sua família em tempos de fome. Como resultado, a nação foi multiplicada fora da Palestina. O paralelo com o Messias rejeitado está completo. A referência às setenta e cinco pessoas (v. 14) difere do cálculo de Gn 46:27 e Ex 1:5, mas concorda com a LXX, versão que aparece num antigo manuscrito hebraico do Êxodo em Cunrã. O número exato depende da inclusão ou exclusão da família de José e do número dos seus filhos. A referência ao lugar de sepultamento dos pais hebreus (v. 16) apresenta uma dificuldade, visto que Jacó foi sepultado em Hebrom, na caverna de Macpela que Abraão comprou de Efrom, o hitita (conforme Gn 23:16 com 49.29ss), enquanto José foi sepultado em Siquém, na propriedade comprada por Jacó dos filhos de Hamor. A expressão anterior Seus corpos foram levados de volta generaliza a situação, e temos uma fusão óbvia de duas compras: uma realizada por Abraão diretamente, e outra, de forma mediada, por seu descendente Jacó. Temos de lembrar o forte sentimento de solidariedade racial entre os hebreus e que Estêvão está falando de improviso.

    A experiência de Moisés no Egito (v. 17-29). O tema ainda são os propósitos de Deus e a cegueira de Israel. Apesar da falha aparente das promessas durante o cativeiro no Egito, Deus salvou Moisés da morte e o fez passar por um treinamento na corte egípcia. As experiências espirituais de Moisés são resumidas em He 11:24-58, mas aqui vislumbramos o seu plano de libertação do seu povo, talvez por meio da sua posição e influência. A sua proposta foi rejeitada com escárnio pelos hebreus. O homem que o lançou de lado representa os muitos que rejeitam Deus, até o tempo do próprio Caifás.

    A experiência de Moisés como líder do povo (v. 30-41). O tema da auto-revelação do Deus da glória está muito claro em referência às labaredas de uma sarça em chamas (v. 30), que transformaram Horebe em terra santa (v. 33). Os israelitas haviam dito: Quem o nomeou líder e juiz?, mas depois de quarenta anos Deus disse a Moisés: Venha agora, e eu o enviam de volta. O anjo é praticamente identificado com Javé, como em Ex 3.2ss.

    Todo o livro de Êxodo está resumido no v. 36, e mais uma rejeição criminosa do instrumento de Deus é registrada nos v. 39-41, quando o povo levantou o bezerro de ouro ao pé do monte em que Deus manifestou a sua presença.

    A predição do “profeta” de Dt 18:15-5 (conforme At 3:22-23) lança a consumação do propósito de Deus para frente, adiante de Moisés e do sistema que ele foi conduzido a estabelecer, e é uma resposta parcial à acusação de

    6.11. Moisés, como porta-voz de Deus, proclamou as palavras vivas, que foram violadas pelo povo pecador. E os seus descendentes foram mais obedientes ao testemunho de Moisés? Foi Estêvão quem disse palavras blasfemas contra ele, ou foi o Sinédrio que o negou por seus atos como os seus pais tinham feito?

    O tema do templo (v. 42-50). A denúncia forte de Amós contra os apóstatas remontou às condições aparentemente ideais da adoração no tabernáculo no deserto (Jl 5:25-30). O tabernáculo da aliança (v. 44) foi feito de acordo com o modelo, mas qual era a condição espiritual interior do povo? O livro dos profetas (v. 42) é uma referência aos Doze Profetas Menores; Estêvão cita da LXX, exceto pelo fato de que “além de Damasco” se torna além da Babilônia, à luz do exílio babilónico.

    A história do “santuário” é resumida nos v. 44-50 e está associada à acusação de “falar contra este santo lugar” (6.13). Estêvão reconhece a origem divina do tabernáculo e do templo que o substituiu, mas, em concordância com a revelação mais elevada do AT, ele vê a “habitação” material como uma figura e promessa de uma realidade espiritual final. O testemunho do trono e do templo nos reinados de Davi e Salomão foi eficiente e bem difundido de acordo com os termos da oração inaugural de Salomão, o que evidencia uma visão clara tanto da infinitude do Criador quanto do significado universal da casa (2Cr 6:12-14). Mas a geração que rejeitou o Cristo tinha sido carnalmente orgulhosa de seus privilégios e particularista na sua perspectiva. Para eles, a citação de Is 66:1,Is 66:2 era especialmente adequada.

    Estêvão acusa os seus juízes (v. 51-53). Talvez Estêvão tivesse algo a mais a dizer acerca da revelação da glória “na face de Jesus Cristo”, mas sinais de impaciência entre os juízes talvez o tivessem advertido a chegar rapidamente à conclusão. Percebendo que não receberia um julgamento justo, foi conduzido pelo Espírito a pronunciar um solene “ai” contra os líderes que haviam rejeitado o próprio Cristo e o convite amável ao arrependimento, feito pelo Cristo ressur-reto por meio dos apóstolos. A “circuncisão” deles era insignificante, pois não afetava o coração e o ouvido (conforme Dt 10:16; Jr 4:4 etc.); eles haviam resistido ao empenho do Espírito Santo de forma até mais persistente que os seus pais, pois os seus predecessores haviam martirizado os profetas, e eles haviam traído e assassinado o Justo (conforme 3.14; 22.14), tema de promessas proféticas. Afirmando ser os guardiões da lei, na verdade eram os chefes dos transgressores. Com esse tom, o testemunho bastante difundido em Jerusalém foi levado à conclusão, e se ouviu mais uma vez o lamento sobre a cidade.


    4) O martírio de Estêvão (7.54—8.1a)
    A ira dos juízes (v. 54). A formulação “estavam cortados até os seus corações” (RV) é mais expressiva do que “ficaram furiosos” (NVI) e preserva a metáfora por trás de diapriõ (conforme “tremiam de raiva em seus corações”, BJ). As palavras de Estêvão tinham revelado o fanatismo, a rebeldia e a hipocrisia deles, e, como eles não estavam dispostos a se arrepender, lançaram-se contra ele com uma veemência mais adequada a um linchamento do que a um procedimento no tribunal (v. 57,58). Alguns vestígios de respeito por procedimentos legais podem ser vistos no fato de que as testemunhas são os primeiros a jogar pedras (conforme Lv 24:14), e Saulo parece ter presidido ao apedrejamento (v. 58).

    A visão de Estêvão (v. 55,56). A glória havia partido de Jerusalém e estava centrada à direita de Deus, onde Estêvão viu o Filho do homem em pé para recebê-lo (conforme Lc 12:8). A relação entre a visão e o tema do sermão não pode ser negligenciada. Conforme o testemunho do próprio Cristo diante do mesmo tribunal, fundamentado em Ez 7:13,Ez 7:14 (Mt 26:64-40).

    As orações e a morte de Estêvão (v. 59,60). Pilatos, provavelmente, estava em Ce-saréia e enfrentando tantos problemas que Caifás e seus companheiros acharam que era seguro tomar as questões nas suas próprias mãos, levando Estêvão ao apedrejamento sem apelarem à confirmação de Roma. A morte por apedrejamento era um procedimento horrível, mas menos vergonhoso que a crucificação. A primeira oração de Estêvão foi semelhante à última do seu Senhor: Senhor Jesus, recebe o meu espírito, com referência óbvia à visão, que pode ter durado até o fim. A sua oração final foi semelhante ao primeiro pedido de Cristo na cruz: Senhor, não os consideres culpados deste pecado. Os líderes estavam perpetrando mais um crime terrível, mas Estêvão ansiava pela bênção sobre a nação, apesar disso (conforme Rm 9:1-45).

    As frases simples e reveladoras de Lucas destacam o contraste dramático entre a violência cruel do apedrejamento e a alegria e a paz interior do mártir e intercessor que adormeceu na terra para se juntar ao seu Senhor no céu.

    Saulo de Tarso é mencionado (7.58;8.1a). A menção de Saulo como o que presidiu ao apedrejamento associa o martírio à primeira perseguição geral da igreja e, indiretamente, à fase subsequente da evangelização conduzida pelo antigo perseguidor. Ele aparece como um inimigo, mas “resistir ao aguilhão” da consciência, sem dúvida, começou quando ele ouviu o testemunho de Estêvão e viu o seu fim triunfal. Saulo já era líder do judaísmo farisaico (8.1; 9.1,2; 22.5; 26.10; G1 1.14), e, visto que votou a favor de sentenças de morte contra os nazarenos, pode ter sido membro do Sinédrio, apesar de ser ainda bastante jovem na época.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 17 até o 43

    17- 43. Estêvão fora acusado de blasfêmia contra Moisés. Ao contar a história de Moisés e da Lei, ele mostrou que a posse da Lei não protegeu Israel da rebelião contra Deus.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    b) Defesa e morte de Estêvão (At 7:1-8.1)

    Preso e interrogado pelo Sinédrio, Supremo Tribunal da nação judaica, presidido naqueles dias pelo Sumo Sacerdote, Estêvão expôs o seu caso sob a forma de uma resenha histórica, como era costume entre os judeus. Os dois principais temas de seu discurso são, primeiro, que a nação, a partir dos dias de Abraão, nunca se preocupou em fixar-se num lugar da terra; uma tenda móvel, por conseguinte, servia mais de santuário do que um edifício permanente. E segundo, que a nação, a partir do tempo de Moisés, sempre se rebelara contra Deus e se opusera aos Seus mensageiros, numa série de atos que culminara em eles matarem "o Justo". Dificilmente se podia imaginar houvesse uma linha de argumentos menos adequados a apaziguar aqueles juízes. Após urna ou duas interrupções de ira, que Estêvão enfrentou com verdadeiro gênio profético, foi impedido de terminar seu discurso; lançaram-no fora do edifício e apedrejaram-no. Se sua morte foi um simples ato de linchamento legal ou um excesso de jurisdição da parte do Sinédrio, não está bastante claro. Provavelmente tanto foi uma coisa como outra. Se bem que a ratificação do Procurador fosse tecnicamente necessária para a execução, ele no momento estava em Cesaréia, sua residência costumeira. Caifás e Pilatos certo que se entendiam mutuamente, em virtude do que se confiava que este último fechasse os olhos quando isso convinha. (Era caso excepcionalíssimo um governador romano deixar o mesmo Sumo Sacerdote no exercício da função durante todo o período de sua Procuradoria, como Pilatos fez com Caifás).

    Então lhe perguntou o sumo sacerdote (1), funcionando como presidente do tribunal. Quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã (2). Harã fora uma florescente cidade na primeira metade do segundo milênio A. C., época a que pertenceu Abraão. De acordo com o Texto Recebido de Gn 11:31, 12.5, foi depois da chegada de Abraão a Harã que as palavras citadas aqui no vers. 3 lhe foram ditas. Porém Filo e Josefo concordam com Estevão que Abraão recebeu uma comunicação divina antes de se dirigir a Harã (cfr. Gn 15:7, Ne 9:7). Mas prometeu... (5). Cfr. Gn 17:8. E falou Deus assim... (6). É citação de Gn 15:13 e seg. Quatrocentos anos (6). A exegese rabínica contava quatrocentos anos do nascimento de Isaque ao êxodo. E me servirão neste lugar (7). Estas palavras vêm de Êx 3:12, onde são proferidas a Moisés e onde o lugar referido é Horebe. O entrelaçamento de passagens separadas é característica do discurso de Estêvão, aqui resumido. Então lhe deu a aliança da circuncisão (8); cfr. Gn 17:10, 21.4. "Assim, embora ainda não houvesse um lugar sagrado, todas as condições essenciais à religião de Israel foram cumpridas" (Lake e Cadbury).

    >At 7:9

    Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no para o Egito (9). A narrativa, a começar daqui até ao vers. 34, consiste em grande parte, numa miscelânea de passagens tiradas de Gn 37; Ex 3. Setenta e cinco pessoas (14). O Texto Hebraico Recebido, de Gn 46:27, Êx 1:5, Dt 10:22 dá setenta pessoas, inclusive Jacó e seus dois filhos; o número setenta e cinco vem dos LXX de Gn 46:27 e Êx 1:5; omite Jacó e José, porém conta nove filhos deste último. E foram transportados para Siquém (16). Jacó foi sepultado na caverna de Macpela em Hebrom (Gn 49:29 e segs.); José foi sepultado em Siquém (Js 24:32). No sepulcro que Abraão ali comprara a dinheiro os filhos de Emor (16). Abraão comprara a caverna de Macpela, em Hebrom, aos heteus (Gn 23:16); Jacó comprou a terra em Siquém, que deu a José (e onde este foi sepultado), os filhos de Hemor (Js 24:32). Não somente passagens separadas (ver o vers. 7), como incidentes distintos são entrelaçados no resumo que Lucas apresenta do discurso de Estêvão.

    >At 7:18

    Até que se levantou ali outro rei que não conhecia a José (18); provavelmente é referência a fundação da 19a Dinastia (cerca de 1320 A. C.). Era mui formoso (20); lit. "formoso aos olhos de Deus" (como vem na ARA). A filha de Faraó o recolheu (21); isto é, adotou-o. Eusébio chama-a Merris; cfr. Meri, filha de Ramessés II e de uma princesa hetéia. Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios (22). Estêvão é mais moderado que a generalidade dos escritores heleno-judaicos, que apresentam Moisés como fundador de toda a ciência e cultura e até de toda a civilização do Egito. Era poderoso em palavras e obras (22). Moisés, em Êx 4:10, negou que fosse eloqüente, mas a referência aqui pode ser a palavras escritas. Josefo (Ant. 2,10) refere uma lenda das proezas guerreiras de Moisés. Quando completou quarenta anos (23). Êx 2:11 diz simplesmente "sendo Moisés já homem". Cuidava que seus irmãos entenderiam... (25). Esta explicação do seu ato não consta no Velho Testamento. Filo, como Estêvão, considera a defesa dos israelitas por parte de Moisés, neste ponto de sua carreira, como habilidade política decisiva. E note-se aqui o paralelo: Moisés apresentou-se como mensageiro de paz e livramento, mas foi rejeitado; Jesus, no devido tempo, foi tratado do mesmo modo. Nasceram-lhe dois filhos (29); isto é, Gérson e Eliézer (Êx 2:22, 18. 3-4). Apareceu-lhe no deserto do monte Sinai um anjo (30). Estêvão frisa que Deus não está preso a uma cidade ou país; apareceu a Abraão na Mesopotâmia, e no deserto a Moisés, na terra em que este era peregrino (29). Este anjo é o mensageiro da Presença divina, que fala como Deus (32). A este... enviou Deus como chefe e libertador (35). O rejeitado é o salvador designado por Deus; é isto o que se vê nos casos de José, Moisés e Jesus. Pela mão (35), isto é, com a assistência (ARA).

    >At 7:37

    Deus vos suscitará... um profeta (37). Esta citação de Dt 18:15 (ver At 3:22, acima) ajuda ainda a estabelecer paralelo entre Moisés e Cristo. É este quem esteve na congregação no deserto (38). Provavelmente é alusão a Dt 18:16 (seguindo imediatamente as palavras citadas no verso anterior), onde se faz menção do "povo reunido em assembléia (heb. qahal, LXX ekklesia) em Horebe. Como Moisés esteve com a antiga ekklesia, assim Cristo está com a nova ekklesia, sendo porém esta ainda uma igreja peregrina, "a congregação no deserto". Com o anjo que lhe falava (38). Em Êx 32:34 Deus diz a Moisés, "o meu anjo irá adiante de ti"; mais tarde, porém, por insistência de Moisés, Ele faz uma promessa mais pessoal, "Minha presença (isto é, "Eu mesmo", autos nos LXX), irá contigo" (Êx 33:14). Em Jubileus At 1:27-2.1, entretanto, um anjo fala com Moisés no Sinai (ver o vers. 53, abaixo). Naqueles dias fizeram um bezerro (41). Ver Ex 32, onde vem narrado este incidente.

    >At 7:42

    Mas Deus se afastou e os entregou ao culto da milícia celestial (42). Esta declaração aparentemente não se baseia em a narrativa das peregrinações no deserto, como vem no Velho Testamento, mas parece ser uma inferência da passagem de Jl 5:25-30, citada nos vers. 42,43. No Texto Recebido, hebraico, de Amós, o povo de Israel é avisado que o rei assírio o desterrará para "além de Damasco", e que eles levarão para lá os utensílios da idolatria, em virtude da qual essa calamidade está prestes a vir sobre eles. Nos LXX (citação aqui com variantes), essa idolatria-o culto da milícia celestial, especialmente do planeta Saturno-é datada do período do deserto. Porventura me oferecestes... no deserto? (42). A construção grega faz esperar resposta negativa. Não foi a Jeová, mas às deidades astrais do paganismo que eles adoraram. O tabernáculo de Moloque (43). Em contraste com o tabernáculo do testemunho (44). O hebraico significa "Sakkut vosso rei", sendo Sakkut um nome acadiano do deus do planeta Saturno. A estrela do vosso deus Renfã (43). Uma versão de Amós tem "Chiun", forma de Kaiuanu, nome assírio de Saturno; nos LXX (citados aqui) o nome assírio é substituído por outro egípcio do mesmo deus planetário, aqui representado por Renfá. Para além da Babilônia (43). Estêvão tem o cativeiro babilônico em mente, como era natural a quem falava em Jerusalém, e por isso diz "para além da Babilônia", em lugar de "para além de Damasco", como diz Amós, referindo-se ao princípio do cativeiro assírio.

    >At 7:44

    O tabernáculo do testemunho (44), assim chamado porque encerrava o "testemunho" que Deus dera a Israel, consistindo nas tábuas da Lei-vindo dai chamar-se a arca, que as abrigava, "arca do testemunho" (por ex. Êx 25:22). Segundo o modelo que tinha visto (44); citado de Êx 25:40 (cfr. o desenvolvimento desta idéia em He 9:1 e segs.). Levaram-no com Josué (45) (cfr. He 4:8). Até aos dias de Davi (45). O processo do desalojamento dos cananeus, começado sob Josué, só se completou no tempo de Davi; além disso, e mais especialmente, gerações sucessivas foram passando a tenda uma a outra, até ao reinado de Davi (2Sm 7:6; cfr. 1Cr 17:5).

    >At 7:46

    Pediu para achar tabernáculo para o Deus de Jacó (46). Cfr. Sl 132:5. Algumas excelentes autoridades em crítica textual têm aqui "a casa de Jacó", porém esta lição fica em rude conexão com o vers. 47, Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa. A ênfase é dada a casa -casa fixa, distinta de tenda móvel. Estêvão considera a construção do templo um passo atrás, e rebate a idéia de Deus morar numa casa, citando Is 66:1-23 (49-50). De outras divindades podia-se conceber tal coisa, porém não do Altíssimo (48). Este ataque inequívoco ao centro acariciadíssimo da religião nacional causou provavelmente uma explosão de ira, que deu lugar à invectiva do vers. 51.

    >At 7:51

    Homens de dura cerviz... (51). A linguagem desta denúncia é vazada no Velho Testamento; cfr. Êx 33:5, Lv 26:41; Dt 10:16, Is 63:10, Jr 4:4, Jr 4:6.10, Jr 4:9.26, Ez 44:7. Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo (52). Cfr. a acusação de nosso Senhor em Mt 23:29-40 e a inferência de Suas palavras em Mc 12:2-41; Lc 13:33-42. Vós que recebestes a lei por ministério de anjos (53). Quanto à mediação da lei pelos anjos, cfr. Gl 3:19; He 2:2. A idéia não consta no Velho Testamento, mas se encontra em Jubileus 1.29, Testamento de Ez 6:2, Josefo (Ant. 15:5-3) e Filo (Sobre Sonhos 1:141 e segs.).

    >At 7:54

    Ouvindo eles isto... (54). Interromperam o discurso; ouviram mais do que desejavam. Jesus que estava (de pé) à direita de Deus (55). Não devemos insistir aqui na idéia de Jesus estar de pé, contrariamente à menção mais regular de se achar Ele sentado à direita de Deus. Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus (56). Este é o único lugar do Novo Testamento, fora dos Evangelhos, onde ocorre o título "Filho do homem" (a expressão em Ap 1:13; Ap 14:14 é diferente). Muitos membros do Sinédrio devem ter lembrado as palavras do próprio Jesus (Mc 14:62), que arrancaram deles o veredicto de blasfêmia. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo (58). Era dever das testemunhas lançar as primeiras pedras. A menção de Saulo sugere que lhe tocou alguma responsabilidade no ato, o que se confirma em At 8:1. Senhor, não lhes imputes este pecado (60). Contraste-se a oração de Zacarias, morrendo em situação semelhante (2Cr 24:22). E Saulo consentia na sua morte (At 8:1). Isto pode significar, porém não necessariamente, que ele era membro do Sinédrio. Cfr. At 22:20; At 26:10.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    16. Em Defesa da Fé ( Atos 7:1-53 )

    E o sumo sacerdote disse: "Estas coisas são assim?" E ele disse: "Ouvi-me, irmãos e pais! O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, quando ele estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e disse-lhe:" Apartai-vos de seu país e os seus parentes, e entram em a terra que eu te mostrar. " Então ele partiu da terra dos caldeus, e se estabeleceram em Haran. E a partir daí, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para o país em que você está vivendo agora. E Ele não lhe deu nela herança, nem sequer um pé de solo, e ainda, mesmo quando ele não teve filhos, Ele prometeu que lhe daria a ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele Mas Deus falou para o efeito, que a sua descendência seria estrangeiros em uma terra estrangeira. , e que eles seriam escravizados e maltratados por quatrocentos anos. "E o que quer nação que os tiver escravizado Eu mesmo julgará", disse Deus ', e depois que eles vão sair e me servirão neste lugar. " E deu-lhe a aliança da circuncisão; e assim por Abraão tornou-se pai de Isaque, eo circuncidou ao oitavo dia; e Isaque foi pai de Jacó, e dos doze patriarcas e os patriarcas ficou com ciúmes de José e vendido. José no Egito E ainda Deus estava com ele, e livrou de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito;.. e que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa agora uma fome vieram de todo o Egito e Canaã, e grande tribulação com ele; e nossos pais não conseguia encontrar comida Mas tendo ouvido Jacó que havia trigo no Egito, enviou nossos pais lá pela primeira vez E na segunda visita se deu a conhecer.. a seus irmãos, e da família de José foi divulgada a Faraó. E José mandou palavra e convidou Jacó seu pai e todos os seus parentes para chegar a ele, setenta e cinco pessoas em todos. E Jacó desceu ao Egito e ali faleceu, ele e nossos pais. E a partir daí eles foram removidos para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão tinha comprado por uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor, em Siquém. Mas como o tempo da promessa se ​​aproximava que Deus tinha assegurado a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito, até que se levantou outro rei sobre o Egito, que nada sabia sobre José. Foi ele quem aproveitou perspicaz de nossa raça, e maltratados nossos pais para que eles se expõem seus filhos e que não iria sobreviver. E foi nessa época que nasceu Moisés; e ele era lindo aos olhos de Deus; e ele foi alimentado três meses, em casa de seu pai. E depois que ele tinha sido exposto, a filha de Faraó o levou embora, e alimentou-o como seu próprio filho. E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios, e ele era um homem de poder em palavras e ações. Mas quando ele estava se aproximando da idade de quarenta anos, ele entrou em sua mente para visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E quando ele viu um deles sendo tratado injustamente, defendeu-o e levou a vingança para o oprimido por derrubando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes concedia livramento por meio dele; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, ele apareceu a eles como eles estavam lutando juntos, e ele tentou reconciliar-los em paz, dizendo: Homens, sois irmãos, por que você ferir um ao outro? Mas aquele que foi uma lesão no vizinho o empurrou, dizendo: Quem você um governante e juiz sobre nós? Você não quer me matar como matou o egípcio ontem, não é? ' E neste observação Moisés fugiu, e tornou-se um estrangeiro na terra de Midiã, onde ele se tornou pai de dois filhos. E depois de 40 anos se passaram, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, na chama de um espinheiro em chamas. E quando Moisés viu, ele começou a se maravilhar com a vista; e quando ele se aproximou para olhar mais de perto, veio a voz do Senhor: 'Eu sou o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. " E Moisés tremia de medo e não se aventurar a olhar. Mas o Senhor disse-lhe: "Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Eu certamente já viu a opressão de meu povo no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para libertá-los; Vinde então, e eu vos enviarei ao Egito. Este Moisés que eles repudiaram, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? é aquele que Deus enviou para ser um governante e libertador, com a ajuda do anjo que lhe apareceu no espinheiro. Este homem conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho e no deserto por quarenta anos. Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: 'Deus levantará para você um profeta como eu de seus irmãos. " Este é o único que estava na congregação no deserto, junto com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e que foi com nossos pais; E recebeu palavras de vida para passar para você. E nossos pais não estavam dispostos a ser obediente a ele, mas o repudiaram e em seus corações voltaram ao Egito, dizendo a Arão: Faze-nos deuses para que vão adiante de nós; a esse Moisés que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que aconteceu com ele. 'E naquele tempo fizeram um bezerro e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos. Mas Deus virou-se e entregou-os para servir o exército dos céus; como está escrito no livro dos profetas: "Não era a mim que você ofereceu vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, era isso, ó casa de Israel? Você também levou consigo o tabernáculo de Moloque ea estrela do deus Rompha, as imagens que vós fizestes para adorá-los. Além disso, vou retirá-lo além da Babilônia. Nossos pais tinham o tabernáculo do testemunho no deserto, assim como ele, que falou a Moisés mandou que ele fizesse segundo o modelo que tinha visto. E tê-la recebido, por sua vez, nossos pais trouxeram-lo com Josué sobre desapropriando as nações que Deus expulsou diante de nossos pais, até o tempo de Davi. E Davi achou graça diante de Deus, e pediu que ele pudesse encontrar uma morada para o Deus de Jacó. Mas foi Salomão que construiu uma casa para ele. No entanto, o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos humanas; como diz o profeta: "O céu é o meu trono, E a terra é o estrado dos Meus pés; Que tipo de casa você vai construir para mim? ' diz o Senhor; "Ou o lugar é lá para o meu repouso? Não foi minha mão que fez todas estas coisas? ' Vocês, homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvidos estão sempre resistem ao Espírito Santo; você está fazendo exatamente como fizeram vossos pais. Qual dos profetas que os vossos pais não perseguiram? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, cuja traidores e assassinos que você já se tornaram; vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e ainda não mantê-lo "(. 7: 1-53 )

    Para alcançar o mundo de forma eficaz com o evangelho, os crentes devem ser capazes de defender a sua fé. Quando Paulo instruiu Tito de ordenar como pastores homens que eram capazes de "segurar firme a fiel palavra, que é de acordo com a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina e de refutar os que o contradizem" ( Tt 1:9 ). Infelizmente, muitos cristãos não são capazes de fazer isso, tendo pouca ou nenhuma compreensão de por que eles acreditam. Na falta de uma base sólida para sua fé, eles são facilmente "jogou aqui e ali por ondas e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia enganam fraudulosamente" ( Ef 4:14 ). Atormentado pela dúvida e ignorante da fé, eles são testemunhas ineficazes para o Senhor Jesus Cristo.

    Apologética é o estudo da defesa da fé. O Inglês palavra deriva da palavra grega apologia , que significa "um discurso em defesa de alguma coisa." Em At 25:16 , descreve defesa de um acusado em seu julgamento. Paulo deu uma apologia à multidão enfurecida em Jerusalém ( At 22:1 ). No versículo 7 do mesmo capítulo, Paulo falou de "defesa e confirmação do evangelho." Esse versículo delineia os dois lados da apologética: defender a fé contra ataque, e apresentação de alegações de verdade do cristianismo para os incrédulos.

    Paulo não era apenas adepto de apresentar o evangelho, mas também um dos seus defensores mais hábeis. Atos 17:2-3 descreve Paulo o apologista no trabalho: "De acordo com o costume de Paulo, ele foi para eles [a sinagoga em Tessalônica], e por três sábados discutiu com eles as Escrituras, explicando e dando provas de que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos, e dizendo: "Este Jesus que eu estou anunciando-vos é o Cristo '." Assim como Paulo, todos os crentes devem "batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" ( Jd 1:3. ), que era um tema que nunca se cansou de ouvir falar.

    Outro objetivo do discurso de Estevão era para indiciar os seus ouvintes para a rejeição do Messias. Ao longo de sua mensagem, que acusação constrói lentamente até atingir um clímax devastador em versos 51:53 . Ele mostra que, ao rejeitar o Messias, eles estavam imitando seus pais apóstatas, que rejeitaram José, Moisés, e até mesmo o próprio Deus. Estevão não era o blasfemo, eles eram.

    Finalmente, Estevão procurou apresentar-lhes Jesus como o Messias, usando José e Moisés como tipos de Cristo.
    Esta passagem apresenta defesa quádruplo de Estevão contra as falsas acusações de blasfêmia contra ele instaurada. Qualquer comentador é melhor servido por não buscar todas as possíveis longa discussão sobre o Antigo Testamento faz referência Estevão emprega, mas pela busca de capturar os temas dramáticos e fluxo desta mensagem magistral. O propósito de Estevão não é a recitar a história, mas para provar que ele não é culpado de blasfêmia contra Deus, Moisés, a lei, ou o templo. Seus acusadores foram, no entanto, porque eles rejeitaram o Messias.

    Deus

    E o sumo sacerdote disse: "Estas coisas são assim?" E ele disse: "Ouvi-me, irmãos e pais! O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, quando ele estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e disse-lhe:" Apartai-vos de seu país e os seus parentes, e entram em a terra que eu te mostrar. " Então ele partiu da terra dos caldeus, e se estabeleceram em Haran. E a partir daí, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para o país em que você está vivendo agora. E Ele não lhe deu nela herança, nem sequer um pé de solo, e ainda, mesmo quando ele não teve filhos, Ele prometeu que lhe daria a ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele Mas Deus falou para o efeito, que a sua descendência seria estrangeiros em uma terra estrangeira. , e que eles seriam escravizados e maltratados por quatrocentos anos. "E o que quer nação que os tiver escravizado Eu mesmo julgará", disse Deus ', e depois que eles vão sair e me servirão neste lugar. " E deu-lhe a aliança da circuncisão; e assim por Abraão tornou-se pai de Isaque, eo circuncidou ao oitavo dia; e Isaque foi pai de Jacó, e dos doze patriarcas e os patriarcas ficou com ciúmes de José e vendido. José no Egito E ainda Deus estava com ele, e livrou de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito;.. e que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa agora uma fome vieram de todo o Egito e Canaã, e grande tribulação com ele; e nossos pais não conseguia encontrar comida Mas tendo ouvido Jacó que havia trigo no Egito, enviou nossos pais lá pela primeira vez E na segunda visita se deu a conhecer.. a seus irmãos, e da família de José foi divulgada a Faraó. E José mandou palavra e convidou Jacó seu pai e todos os seus parentes para chegar a ele, setenta e cinco pessoas em todos. E Jacó desceu ao Egito e ali faleceu, ele e nossos pais. E a partir daí eles foram removidos para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão tinha comprado por uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor, em Siquém. ( 7: 1-16 )

    Estevão aborda o crime mais grave de primeira a acusação de blasfêmia contra Deus. Ele estabelece que acredita plenamente no Deus de Israel, e que a Antiga Aliança não for revogada, mas cumpriu no cristianismo, e isso é a vontade de Deus.
    sumo sacerdote (provavelmente Caifás, que estava no cargo até UM . D .
    36) começou o processo, pedindo Estevão, são assim estas coisas? Ele estava perguntando: "Como você se declara para as acusações contra você: Culpado ou inocente? " A resposta de Estevão não parece, à primeira vista, ser uma resposta direta a essa pergunta. Comentários Richard Longenecker,

    A defesa de Estevão perante o Sinédrio não é propriamente uma defesa no sentido de uma explicação ou pedido de desculpas calculado para ganhar uma absolvição. Pelo contrário, é uma proclamação da mensagem cristã em termos do judaísmo popular do dia e uma acusação dos líderes judeus pela sua incapacidade de reconhecer Jesus de Nazaré como o Messias ou a apreciar a salvação oferecida por ele.("At", em Frank E. Gaebelein, ed,. Comentário Bíblico do Expositor, vol 9. [Grand Rapids: Zondervan, 1981], 337)

    Estevão usa um somatório histórico demorado para fazer o seu caso. Seu estilo de resposta tinha suas raízes em tais passagens do Antigo Testamento como Ne 9:5. ). Depois de abrir com a fonte soberana de todo o plano, ele se volta para o nosso pai Abraão,o pai da fé e do povo de Deus. Sua linha de abertura e, em seguida, ter a sua crença na soberania de Deus de Abraão e reconheceu a paternidade de Abraão sobre Israel. Ele estava testemunhando que ele não era nem um blasfemador de Deus, nem um traidor de seu povo. Que ascenderam a um apelo "não culpado".

    Estevão, em seguida, afirmou sua crença firme no controle soberano de Deus sobre o destino de Israel. Ele começou por descrever o chamado de Abraão quando ele estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Haran. Há uma discrepância histórica aparente aqui. Abraão era originalmente da cidade de Ur ( Gn 11:31 ). Estevão coloca a chamada enquanto ele ainda vivia naquela cidade antes de habitar em Haran. Gênesis 12:1-4 , no entanto, parece colocar o chamado de Deus depois de Abraão tinha deixado Ur e se estabeleceram em Haran. Desde Estevão foi totalmente controlado pelo Espírito Santo ( At 6:5 ; At 7:55 ) os fatos devem ser corretas e pode ser harmonizada com outra Escritura. Evidentemente, Deus originalmente chamado de Abraão em Ur ( Gn 15:7 ). Isto coloca um outro problema interessante com um texto aparentemente contraditória. Homer Kent, Jr., o comentário é útil:

    A morte do pai de Abraão Tera é colocado antes da partida de Abraão de Haran. A comparação dos dados em Gênesis ( 11:26 , 32 ; 12: 4 ) parece indicar que Tera viveu mais 60 anos após Abraão esquerda. Gênesis afirma que Terá tinha 70 anos quando ele foi pai de seu filho mais velho, presumivelmente Abraão ( 11:26 ). Desde Abraão tinha 75 anos quando ele deixou Haran ( 12: 4 ), Tera teria sido 145. Ainda Tera não morreu até que ele estava 205 ( 11:32 ). A melhor solução parece ser que Abraão não era o filho mais velho de Tera, mas foi nomeado primeiro porque ele era o mais proeminente (11:26 ). Se Abraão nasceu quando Terá tinha 130, os números são harmonizados. ( Jerusalém a Roma [Grand Rapids: Baker, 1992], 68)

    Deus, então o trouxe para esse país (Israel) em que foram vivendo agora. obediência de Abraão sob a soberania de Deus realizou o propósito de Deus para sua vida.

    Como Paulo foi mais tarde para fazer (cf. Rm 4. ; . Gal 3 ), Estevão centra-se em Abraão como um homem de fé. Completamente pela fé ele obedeceu chamada soberana de Deus e deixou sua terra natal, sem saber exatamente para onde estava indo. Mesmo quando ele chegou em seu novo país, Deus não lhe deu nela herança, nem sequer um pé de chão. A única terra Abraão possuía era sua sepultura (Gen. 23 ). Tudo o que ele recebeu e que , quando ele não teve filhos, -foi a promessa de Deus e prometer que daria a terra para ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele (cf. Gn 12:7 ; Gn 15:18 ). O tamanho exato da estada de Israel no Egito foi de 430 anos ( Ex 0:40. ); Estevão dá um número redondo de Gênesis. Abraão creu na promessa de Deus de que tudo o que nação que os tiver escravizado Eu mesmo a julgar. Deus prometeu ainda que depois de seu tempo em cativeiro, eles iriam sair e servir -Lo neste lugar (a terra de Israel; cf. Gn 15:14 ). Jesus foi condenado à morte pelo depoimento de testemunhas falsas; José foi preso por causa das falsas acusações da mulher de Potifar. Assim como Deus libertou Jesus da prisão da morte e exaltou, por isso também que Ele libertar José da prisão e enalteceu a um alto cargo.Como José foi capaz de entregar seus irmãos pecadores da morte física, para que Jesus oferece Seus irmãos da morte espiritual.

    Após a rejeição de José por seus irmãos, Estevão lembra-lhes, a fome veio sobre todo o Egito e Canaã, e grande tribulação com ele; e nossos pais não conseguia encontrar comida. Da mesma forma, a rejeição de Jesus de Israel mergulhou-as em uma fome-a fome espiritual que vai durar até aquele dia ", quando todo o Israel será salvo" ( Rm 11:26 ).

    Devido à gravidade da fome, tendo ouvido Jacó que havia trigo no Egito, ele enviou os pais lá pela primeira vez. Não foi até a sua segunda visita, no entanto, que se deu a conhecer a seus irmãos, e da família de José foi divulgado a Faraó. É só um pouco antes da segunda vinda de Cristo que Israel vai reconhecê-Lo por quem Ele é (cf. Zacarias 12:10-13: 1. ; 14 ).

    Depois de revelar-se a seus irmãos, José mandou palavra e convidou Jacó seu pai e todos os seus parentes para chegar a ele, setenta e cinco pessoas ao todo. Gênesis 46:26-27 ; Ex 1:5 dizer que setenta pessoas desceram para o Egito. No entanto, o texto da Septuaginta de Gn 46:27 lê setenta e cinco. Estevão, sendo um helenista, que naturalmente têm usado a figura da Septuaginta. A figura maior foi aparentemente chegou por incluindo no total de descendentes de José nascidos no Egito. Gleason Archer escreve:

    Concluímos, portanto, que ambos os totais [do texto hebraico Massorético ea Septuaginta] estão correctas, embora eles foram calculados de forma diferente. Próprios filhos de Jacó numeradas doze; seus netos por eles numerados e cinqüenta e dois; já existiam quatro bisnetos nascidos em Canaã na época da migração, para um total de sessenta e seis. Manassés e Efraim, nascido no Egito, aumentou o total de sessenta e oito; Jacó e sua esposa (o que ela era) trouxe-o até setenta. Mas a Septuaginta adicionados os sete netos do primeiro-ministro [José] e omitida Jacó e sua esposa a partir do registro.

    Isso nos leva à conclusão de que Estevão relatado corretamente o número setenta e cinco, de acordo com a Septuaginta em Gn 46:27 e Ex 1:5 , Ex 1:5 no texto Massorético estão corretas com o seu total de setenta. Ou figura é correcta, dependendo se os netos de José estão incluídos. (Quatro bisnetos de Jacó foram incluídos ainda na contagem texto Massorético de setenta.) ( Enciclopédia de Dificuldades da Bíblia [Grand Rapids: Zondervan, 1982], 379)

    Depois de Jacó desceu ao Egito, ele faleceu naquela nação, juntamente com todos os pais. Depois de sua morte, eles foram removidos para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão tinha comprado por uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor em Siquém. O versículo 16 apresenta duas dificuldades. Em primeiro lugar, Jacó não foi enterrado em Siquém , mas na sepultura de Abraão em Machpelah ( Gn 50:13 ). Por causa disso, o antecedente de que no verso 15 , deve ser restrito aos pais (José e seus irmãos) apenas, e não inclui Jacó. De acordo com Js 24:32 , José foi enterrado em Siquém; Estevão aqui nos informa que outros filhos de Jacó também foram enterrados lá.

    A dificuldade mais grave reside na afirmação de Estevão que Abraão comprou o túmulo de uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor, em Siquém. De acordo com Js 24:32 , foi Jacó que comprou o terreno em Siquém. Muitas explicações foram dadas, mas dois parecem mais razoáveis. Em primeiro lugar, é inteiramente possível que Abraão fez a compra original dos filhos de Hamor (o povo, ou tribo a que pertencia) em Siquém. Ele construiu ali um altar ( Gn 12:6-7 ) e muito provavelmente comprou o lote de terreno em que ele construiu. Abraão não se estabelecer lá, no entanto, e com o tempo o site pode ter revertido para as pessoas que ocupam de Hamor, necessitando, portanto, de recompra do mesmo (Archer, de Jacó Enciclopédia de Dificuldades da Bíblia , 379-81; W. Arndt, Será que a Bíblia contradiz Itself ? [reimpressão, St. Louis: Concordia, 1955], 14-17).

    Uma segunda explicação possível é que Estevão telescópios as contas de Abraão da compra do site de Macpela e aquisição do site do Siquém de Jacó. Isso seria consistente com a sua telescópica das duas chamadas de Abraão em verso 2 (Bruce, O Livro dos Atos , 149 n 39; Simon J. Kistemaker,. New Testament Commentary: Atos [Grand Rapids: Baker, 1990], 249 ).

    Seria temerário para carregar ou Estevão ou Lucas com um erro com base em nosso conhecimento limitado. É absolutamente inconcebível que alguém tão imerso no Velho Testamento como Estevão teria feito uma asneira histórico tão óbvio. Além disso, ele pode ter tido um propósito definido em mente ao se referir a Siquém, já que em sua época de que cidade estava dentro do território dos odiados samaritanos. (Para uma discussão dos motivos teológicos de Estevão para mencionar Siquém, ver Rex A. Koivisto, "Discurso de Estevão:? A Theology da Errors" Graça Theological Journal 8 [Primavera 1987]:. 101-14) Também não é plausível que uma cuidadosa e divinamente inspirada historiador, como Lucas (cf. Lc 1:1-4 ) teria registrado erroneamente discurso de Estevão.

    Para carregar ou Lucas ou Estevão com um erro tem sérias implicações para a doutrina da inspiração. Para fazer isso ou é afirmar que o Espírito da Verdade inspirado erro, ou negar que toda a Bíblia é inspirada. O primeiro é um absurdo do ponto de blasfêmia; os últimos contradiz 2Tm 3:16 . E se toda a Escritura não é inspirada, quem decide o que é eo que não é inspirada? Falível razão humana certamente não está qualificada para julgar sobre a Palavra de Deus. O problema, então, encontra-se com a veracidade da nem Estevão nem Lucas, mas apenas com a nossa falta de informações completas.

    Estevão, assim, se defende da acusação de que ele blasfemou contra Deus. Ele não faz, mas afirma a grande obra aliança de Deus através de Abraão e os patriarcas.

    Moisés

    Mas como o tempo da promessa se ​​aproximava que Deus tinha assegurado a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito, até que se levantou outro rei sobre o Egito, que nada sabia sobre José. Foi ele quem aproveitou perspicaz de nossa raça, e maltratados nossos pais para que eles se expõem seus filhos e que não iria sobreviver. E foi nessa época que nasceu Moisés; e ele era lindo aos olhos de Deus; e ele foi alimentado três meses, em casa de seu pai. E depois que ele tinha sido exposto, a filha de Faraó o levou embora, e alimentou-o como seu próprio filho. E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios, e ele era um homem de poder em palavras e ações. Mas quando ele estava se aproximando da idade de quarenta anos, ele entrou em sua mente para visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E quando ele viu um deles sendo tratado injustamente, defendeu-o e levou a vingança para o oprimido por derrubando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes concedia livramento por meio dele; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, ele apareceu a eles como eles estavam lutando juntos, e ele tentou reconciliar-los em paz, dizendo: Homens, sois irmãos, por que você ferir um ao outro? Mas aquele que foi uma lesão no vizinho o empurrou, dizendo: Quem você um governante e juiz sobre nós? Você não quer me matar como matou o egípcio ontem, não é? ' E neste observação Moisés fugiu, e tornou-se um estrangeiro na terra de Midiã, onde ele se tornou pai de dois filhos. E depois de 40 anos se passaram, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, na chama de um espinheiro em chamas. E quando Moisés viu, ele começou a se maravilhar com a vista; e quando ele se aproximou para olhar mais de perto, veio a voz do Senhor: 'Eu sou o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. " E Moisés tremia de medo e não se aventurar a olhar. Mas o Senhor disse-lhe: "Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Eu certamente já viu a opressão de meu povo no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para libertá-los; Vinde então, e eu vos enviarei ao Egito. Este Moisés que eles repudiaram, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? é aquele que Deus enviou para ser um governante e libertador, com a ajuda do anjo que lhe apareceu no espinheiro. Este homem conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho e no deserto por quarenta anos. Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: 'Deus levantará para você um profeta como eu de seus irmãos. " ( 7: 17-37 )

    Tendo sucesso defendeu-se da acusação de blasfêmia contra Deus, Estevão agora se desloca para a segunda acusação, a rejeição de Moisés. Ele mostra que, assim como ele reverencia a Deus, assim também ele honrar Moisés. Mais uma vez, ele pede "não culpado". Estevão elucida que a defesa, continuando sua pesquisa histórica. Nos primeiros dezesseis versos, ele cobriu o período de Abraão a José, a partir do chamado de Abraão até o cativeiro de Israel no Egito. Agora, ele se move para o segundo grande período da história de Israel, de Moisés até o cativeiro babilônico.
    tempo da promessa refere-se ao tempo em que Deus cumpriria sua promessa de . Abraão Essa promessa foi de que "Ele daria [a terra] para ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele" (At 7:5 ), e o povo de Israel tinha aumentado e se multiplicou no Egito. Eles estavam contentes lá, e não tinha retornado à terra que Deus lhes havia prometido. O tempo para a promessa de Deus para ser cumprida tinha chegado, e Ele soberanamente eventos para mover a Israel do Egito orquestrada.

    Neste momento, surgiu um outro rei sobre o Egito, que nada sabia sobre José ( Ex 1:8 ). Ele maltratado eles, obrigando-os a expor seus filhos a fim de que . não sobreviveriam Este infanticídio jogando bebês para fora para ser deixada aos elementos limitou-se a crianças do sexo masculino ( Ex. 1: 15-22 ).

    Deus tinha preparado o seu libertador, no entanto. Foi neste cruciais vez na história de Israel que Moisés nasceu. Os detalhes da vida e ministério de Moisés eram bem conhecidos ao Sinédrio, então Estevão meramente resume-los para fazer o seu ponto. Sensível à acusação de que ele havia blasfemado Moses, Estevão faz questão de elogiar ele, descrevendo-o como encantadora aos olhos de Deus.

    Moisés não poderia escapar do perigo do tempo, e, depois de ser alimentado três meses, em casa de seu pai, ele também foi exposto. Como tantas outras crianças, ele estava a ser jogado no Nilo para afogar ( Ex 1:22 ) . Seus pais, no entanto, colocou-o em uma cesta para que ele não iria morrer. De acordo com o plano soberano de Deus, a filha de Faraó o encontrou, levou-o para longe, e alimentou-o como seu próprio filho ( Ex. 2: 1-6 ). Como o neto adotivo do faraó, Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios. Estevão continua a mostrar seu respeito por Moisés, descrevendo-o como um homem de poder em palavras e ações. Moisés era um homem notável. Suas qualidades naturais de liderança, juntamente com a educação mais abrangente no mundo antigo, o fez unicamente qualificada para sua tarefa.

    O chamado de Deus veio quando ele estava se aproximando da idade de quarenta anos. Naquela época, ele entrou em sua mente para visitar seus irmãos, os filhos de Israel. Embora tenha sido criado na casa de Faraó, Moisés nunca tinha esquecido o seu povo. Sem dúvida, sua mãe incutiu nele que durante os anos Deus tinha arranjado providencialmente que ela servir como sua enfermeira ( Ex. 2: 7-9 ).Ele decidiu ajudar o seu povo sitiado. Vendo um deles sendo tratado injustamente, defendeu-o e levou a vingança para o oprimido por derrubando o egípcio. Ao tomar essa ação assassina, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes concedia livramento por meio dele. Seu objetivo em visitá-los foi não pagar uma visita social, mas para livrá-los de seus opressores. Eles, no entanto,não entendi. Embora Moisés tinha mostrado seu compromisso com eles, matando um egípcio, eles falharam em reconhecer ou reconhecê-lo como seu libertador.

    No dia seguinte, ele apareceu a dois deles como eles estavam lutando juntos, e ele tentou reconciliar-los em paz, dizendo: "Homens, vocês são irmãos, por que você ferir um ao outro?" Moisés viu-se não só como o libertador da nação, mas também como um pacificador entre os indivíduos. Seus esforços não foram apreciados, no entanto, e ele foi rejeitado. O que era uma lesão no vizinho o empurrou, dizendo sarcasticamente, "Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós?" Em seguida, ele acrescentou ameaçadoramente, "Você não quer dizer que matar-me, como ontem mataste o egípcio, não é? " ( Ex 2:14 ). Percebendo seu assassinato do egípcio tornou-se amplamente conhecido, fugiu Moisés, e tornou-se um estrangeiro na terra de Midiã, onde ele se tornou pai de dois filhos ( 02:15 Ex. , 22 ). Sem dúvida, vendo-o como o líder de um movimento insurrecional judaica, o faraó procurou, sem sucesso, executá-lo ( Ex 2:15 ). Rejeição tolice de Israel de Moisés serviu para alongar seu tempo em cativeiro por 40 anos. Isso, também, é análoga à rejeição do Libertador messiânico e conseqüente perda alongou da bênção de Israel.

    Moses viveu entre os midianitas para os 40 anos. No final da época, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, na chama de um espinheiro ardente ( Ex 3:1. ). Apesar de seu povo eram continuamente infiel a Ele, Deus permaneceu fiel à sua aliança.

    Estevão atinge seu ponto. Os próprios Moisés que eles haviam repudiado, dizendo: "Quem te constituiu príncipe e juiz?" é aquele que Deus enviou para ser um governante e libertador, com a ajuda do anjo que lhe apareceu no espinheiro. Este é um padrão constante de orgulho histórico-espiritual de Israel, aliada à ignorância espiritual que faz com que eles rejeitam a libertadores Deus lhes envia. Algumas vezes se argumenta que Jesus não poderia ter sido o Messias, ou então Israel teria reconhecido ele. Como Estevão salienta, no entanto, rejeitaram tanto José e Moisés. Esta foi sua resposta típica para aqueles que Deus enviou para entregá-los. Jesus falou dessa atitude em Mateus 21:33-46 .

    Moisés cumpriu sua missão e os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho e no deserto por quarenta anos. ainda a rebelião de Israel contra Deus sob Moisés, apesar das maravilhas e sinais que tinham visto no a terra do Egito e na divisão do Mar Vermelho, e no deserto, causou-lhes um outro atraso. Por causa dessa rebelião, eles vagaram fora da Terra Prometida por quarenta mais anos.

    A partir de discussão de Estevão de Moisés, é óbvio que ele tem o maior respeito por ele. A acusação de blasfêmia contra Moisés é tão falsa como a de blasfemar contra Deus. Na verdade, Estevão virou o jogo no Sinédrio, mostrando que a própria nação tinha sido culpados de rejeitar Moisés. 'Resposta a Moisés' Os judeus vida, como sua resposta a José, paralelo a sua resposta a Cristo.
    Estevão lembra-lhes que Moisés predisse Messias viria, profetizando para os filhos de Israel, "Deus levantará para você um profeta como eu de seus irmãos." Essa passagem, tirada do Dt 18:15 , era bem conhecido de todos Estêvão contemporâneos. Em Jo 6:14 , a multidão disse a Jesus: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo." Afirmaram que Ele era o One Moisés tinha prometido que viria, uma afirmação com a qual esses judeus não concordaria. Eles estavam fazendo, assim, mais uma vez o que seus pais fizeram-rejeitando o libertador enviado de Deus. Somente este era mais grave do que todos os outros juntos. Este era o Messias que eles estavam rejeitando.

    Tivesse o Sinédrio estavam dispostos a considerar os fatos, eles não poderiam ter perdido os paralelos entre a história de sua nação e seu comportamento em relação a Jesus. Também não poderia ter perdido os paralelos entre Jesus e Moisés. Moisés se humilhou ao deixar palácio do Faraó; Jesus se humilhou, tornando-se homem ( Filipenses 2:7-8. ). Moisés foi rejeitado no início, por isso foi Jesus ( Jo 1:11 ).Moisés era um pastor; Jesus é o Bom Pastor ( Jo 10:11 , Jo 10:14 ). Moisés redimiu o seu povo da escravidão no Egito; Jesus redime os homens da escravidão do pecado. A história de Moisés prefigura a história de Jesus Cristo.

    A Lei

    Este é o único que estava na congregação no deserto, junto com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e que foi com nossos pais; E recebeu palavras de vida para passar para você. E nossos pais não estavam dispostos a ser obediente a ele, mas o repudiaram e em seus corações voltaram ao Egito, dizendo a Arão: Faze-nos deuses para que vão adiante de nós; a esse Moisés que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que aconteceu com ele. ' E naquele tempo fizeram um bezerro e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos. Mas Deus virou-se e entregou-os para servir o exército dos céus; como está escrito no livro dos profetas: "Não era a mim que você ofereceu vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, era isso, ó casa de Israel? Você também levou consigo o tabernáculo de Moloque ea estrela do deus Rompha, as imagens que vós fizestes para adorá-los.Além disso, vou retirá-lo além da Babilônia. ( 7: 38-43 )

    É uma fácil transição de Moisés com a lei, uma vez que os dois estão intimamente associados. Enquanto Moisés estava com a congregação de Israel no deserto, ele recebeu o direito de o anjo que faloucom ele no monte Sinai e que foi com nossos pais. Que os anjos estavam envolvidos na entrega da lei é evidente, versículo 53 (cf . . Gl 3:19 ; He 2:2 ). É divino, revelação autorizada.

    Estevão afirma sua crença na lei, mais uma vez fazendo um apelo "não culpado". Ele declara que Deus foi o autor da lei, os anjos eram seu mediador, e Moisés era seu destinatário. Isso certamente não era uma blasfêmia, e do Sinédrio sabia disso.
    Tendo defendeu-se suficientemente e mais, Estevão agora vai para a ofensiva. Nossos pais, ele lembra-lhes, não estavam dispostos a ser obediente a ele, mas o repudiaram e em seus corações voltaram ao Egito. Não era Estevão que desobedeceram a lei, mas os próprios pais do Sinédrio reverenciado. Estevão não rejeitou Moisés, mas esses mesmos pais repudiou Moisés e da lei, e em seus corações voltaram ao Egito. Por incrível que pareça, apesar de terem sido cruelmente oprimidos lá, olharam para trás com saudade de sua época no Egito ( Nu 11:5 ). Sua rejeição de Moisés sobrepôs a sua rejeição da lei. Aaron obrigou-os e fez um bezerro, e os israelitas ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos. adoração do bezerro era uma parte integrante da religião egípcia. Propensão de Israel para a idolatria, que começou no Sinai, contradiz as alegações orgulhosos do Sinédrio que Israel era o povo da lei. Ainda antes de ser entregue a eles, eles o rejeitaram.

    Embora Deus tinha todo o direito de destruir a nação, Ele permaneceu fiel à sua aliança. Três mil foram executados ( Ex 32:28 ), mas a nação foi poupado. Deus se afastou em juízo, no entanto, e os entregou para servir o exército dos céus. Assim como Ele judicialmente abandonou a gentios ( Rm 1:24 , Rm 1:26 , Rm 1:28 ), assim também Deus fez abandonar o Seu povo à idolatria (cf. Os 4:17 ). Desde o tempo do deserto vagando pelo cativeiro babilônico, a idolatria era um problema incessante de Israel.

    Estevão apoia seu ponto citando as palavras de Deus, está escrito no livro dos profetas: Não era a mim que você ofereceu vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, era isso, ó casa de Israel?Você também levou consigo o tabernáculo de Moloque ea estrela do deus Rompha, as imagens que vós fizestes para adorá-los. Além disso, vou retirá-lo para além da Babilônia ( Amós 5:25-27 ).Deve-se notar que Amos usou a palavra "Damasco", onde Estevão usa Babilônia. Tanto o hebraico e da Septuaginta dizer "Damasco". Amos estava profetizando o cativeiro do reino do norte nas mãos da Assíria-a deportação, que os levaram para além de Damasco. Mais tarde, o reino do sul foi levado cativo para a Babilônia. Estevão, guiados pelo Espírito de inspiração, escolhe para expandir o texto de Amos para abraçar o juízo de Deus sobre toda a nação. Uso de Estevão dessa profecia sucintamente resume a história triste, idólatra de Israel (cf. Dt 17:3 ; 2Rs 21:3 , Ex 25:40 ). A geração do deserto não poderia alegar ignorância da glória de Deus, uma vez que o tabernáculo estava no meio deles. Nem poderia os posteriores pais que, tendo recebido o tabernáculo , por sua vez, trouxe-o com Josué sobre desapropriando as nações que Deus lançou para fora Israel ( Js 3:1 ). Esse templo tinha sido substituído por um construído por Zorobabel ( Ed 5:2 ).

    Estevão contrafortes seu ponto citando Isaías , o profeta, que escreveu: "O céu é o meu trono, ea terra é o estrado dos Meus pés; que tipo de casa você vai construir para mim?" diz o Senhor; "Ou o lugar é lá para o meu repouso Não foi minha mão que fez todas essas coisas?" ( Is 66:1 )

    Estevão seguida, desenha o paralelo à sua sangrenta conclusão. Como seus pais haviam matado aqueles que tinham previamente anunciado a vinda do Justo, o Messias, por isso teve de se tornarem Seustraidores e assassinos. Enquanto orgulhando-se de ter recebestes a lei por ordenação dos anjos, eles não mantê-lo. Eles foram sem desculpas, já que a lei apontava para Cristo ( Jo 5:39 ). Estevão mais uma vez ecoa as palavras de seu Senhor, que disse a esses mesmos líderes, "Se você acredita Moisés, você acreditaria em mim, porque ele escreveu de mim" ( Jo 5:46 ). Eles não tinham nenhum respeito real para Moisés ou a lei ou eles nunca teriam assassinado o One Moisés prometeu ( Gn 18:15 ) ou a de quem a lei falou.

    Apesar de sua glória orgulhoso que "se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido parceiros com eles para derramar o sangue dos profetas" ( Mt 23:30 ), que tinham feito muito pior. Seus pais haviam assassinado os profetas de Deus; eles haviam assassinado seu Filho, o Justo (um título usado somente aqui e em At 3:14 e 22:14 ). Agora eles estavam a cometer mais um assassinato.Estevão em breve tornar-se outro na longa linha dos mensageiros de Deus morto por nação escolhida de Deus, e com o primeiro morto por pregar o nome de Cristo.

    Que resultou em sua execução, em vez de sua absolvição não manchar o brilho de defesa e acusação de Estevão. Ele permanecerá para sempre um dos maiores sermões já proferidas. O Sinédrio deve ter ouvido isso com seus corações e se arrependeu. Tragicamente, eles não fizeram.

    17. O primeiro mártir cristão ( Atos 7:54-8: 1-A )

    E, ouvindo eles isto, eles foram cortados para os vivos, e eles começaram a ranger os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus; e ele disse: "Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus." Mas eles gritaram com grande voz, e cobriu os ouvidos, e eles correram para ele com um impulso. E quando ele tinha conduzido para fora da cidade, eles começaram a apedrejá-lo, e as testemunhas depuseram lado os seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. E eles foram sobre a lapidação Estevão como ele invocou o Senhor e disse: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" E caindo de joelhos, clamou com grande voz: "Senhor, não imputes este pecado eles!" E, havendo dito isto, ele adormeceu. E Saul estava de acordo com farto colocando-o à morte. ( 7: 54-8: 1-A )

    Na primavera de 1521, foi convocado um monge católico romano e professor de teologia para comparecer perante o imperador Carlos 5 e da Dieta Imperial do Sacro Império Romano. Para os anos anteriores, Martin Luther tinha destemidamente criticou os abusos da Igreja Romana. Suas críticas se espalharam em chamas os ressentimentos de longa fumegantes do povo alemão em direção a Roma.Decididos a pôr fim à revolta popular religiosa Luther tinha acendido, o jovem imperador convocou-o para Worms, onde a dieta convocaria. Lá, ele seria julgado, e se condenado, ele enfrentou a execução.Amigo de Lutero Spalatin ele advertiu contra indo para Worms, embora tivesse um conduto a salvo do Imperador. Um século antes, João Hus havia sido queimado na fogueira, no Concílio de Constança, sua conduta segura passar, não obstante. Em resposta, Lutero escreveu que ele iria entrar Worms, apesar das "portas do inferno e os poderes das trevas", mesmo que não houvesse ", como muitos demônios em que, como não havia telhas nos telhados das casas" (Harold J. Grimm, A Reforma Era [New York: Macmillan, 1954], 137). Ele apareceu antes da dieta e se recusou a renegar o que tinha escrito. Ele tomaria de volta nada, afirmou ele, que seus acusadores não podia provar errado a partir da Escritura:

    A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou por motivo claro (por que eu não confio tanto no papa ou em conselhos sozinho, uma vez que é sabido que eles têm muitas vezes erram e se contradizem), sou obrigado pelas Escrituras citei e minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não posso e não vou retirar nada, uma vez que não é seguro nem certo ir contra a consciência. Eu não posso fazer o contrário, aqui estou eu, que Deus me ajude, Amém. (Lewis W. Spitz, O Rise da Modern Europe: A Reforma Protestante [New York: Harper & Row, 1985], 75)

    Mil e quinhentos anos antes, um servo de milagres de Cristo foi julgado por sua vida. Como Lutero, Estevão ficou solidamente sobre a rocha da revelação divina. E como Lutero, sua posição corajosa era mudar o curso da história. Seu discurso em sua própria defesa era um relato magistral da história de Israel. Nela, ele habilmente defendeu-se, e, por extensão, todos os cristãos, contra as falsas acusações de que ele havia blasfemado contra Deus, Moisés, a lei, e do templo. Evangelista fiel Estevão seguida, partiu para a ofensiva, encerrando seu discurso com uma denúncia bolhas de hipocrisia do Sinédrio. Ao fazer isso, ele virou o jogo sobre seus acusadores. Foram eles, e não ele, que estava condenado por blasfêmia.
    Os versos finais do capítulo 7 recorde dos últimos momentos da vida de Estevão. Pois, ao contrário Lutero, que foi subtraído à segurança por Eleitor Frederico, o Sábio da Saxônia, Estevão foi para pagar por sua ousadia com sua vida. É um dramático, passagem em movimento. Embora ele foi morto, Estevão não era a vítima, ele foi o vencedor. Morte meramente inaugurou Estevão à presença do seu Senhor. A maior parte da turba assassina (com a notável exceção do jovem Saulo de Tarso), embora vivessem em, pereceria eternamente.

    Um contraste entre Estevão e seus assassinos tece o seu caminho através desta breve passagem. Então extremo é o contraste que pode ser dito para simbolizar o contraste entre o céu eo inferno. Esse contraste pode ser visto a partir de quatro ângulos: é o contraste entre a ser preenchido com raiva e ser cheio do Espírito, entre cegueira espiritual e visão espiritual, entre a morte ea vida, e entre o amor eo ódio.

    Cheio de raiva Versus Cheios do Espírito

    E, ouvindo eles isto, eles foram cortados para os vivos, e eles começaram a ranger os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, ( 7: 54-55a )

    O Sinédrio tinha nenhuma dúvida ouviu a primeira parte do discurso de Estevão com interesse e acordo. Afinal, ele estava simplesmente recitando história-a querida tópico da nação para seus corações. Mas, como sua deriva tornou-se cada vez mais claro, eles começaram a crescer desconfortável. E quando ouviram castigation definitivas de Estevão deles em versículos 51:53 , que foram cortados ao rápido.Diapriō ( corte para a rápida ) significa literalmente "a viu pela metade." As palavras de Estevão rasgado o verniz da sua espiritualidade falsa e expô-los para os hipócritas blasfemas que eram.

    Enfurecido, em vez de quebrado em arrependimento por palavras de Estêvão, eles começaram a ranger os dentes contra ele. Esse ato expressaram sua raiva e frustração (cf. Sl 35:16. ; Sl 37:12 ), e nos lembra de uma geração de pecadores obstinados para vir . Quando os anjos derramar as taças da ira e juízo de Deus durante a Tribulação, os pecadores, então, também irá se recusar obstinAdãoente a se arrepender:

    E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo. E os homens se queimaram com o intenso calor; e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram, de modo a dar-Lhe glória. E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta; eo seu reino se fez tenebroso; e eles mordiam as suas línguas por causa da dor, e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras; e não se arrependeram das suas obras ... E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar; e uma voz saiu do templo do trono, dizendo: "Está feito." E houve relâmpagos e sons e trovões; e houve um grande terremoto, como não tinha havido desde que o homem passou a ser sobre a terra, tão grande terremoto foi, e tão poderoso. E a grande cidade foi dividida em três partes, e as cidades das nações caíram. E a grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira. E toda a ilha fugiu, e os montes não foram encontrados. E enormes pedras de granizo, cerca de £ 100 cada, desceu do céu sobre os homens; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era extremamente grave. ( Apocalipse 16:8-11 , 17-21 )

    Até mesmo os julgamentos mais severos sempre para bater a terra não fará com que os pecadores obstinados para se arrepender. Três vezes na passagem acima eles mostram a sua raiva contra Deus por blasfemar contra Ele.
    Ouvintes de Estevão parecem tão resistentes e insensível para com a verdade. Este foi pelo menos a terceira vez que tinham ouvido o evangelho apresentado (cf. 4: 8 e seguintes .; 5: 27ff .), mas sua raiva escalado e eles continuaram a endurecer o coração. É uma dura realidade que quando os homens persistem em deliberAdãoente endurecendo seus corações, Deus pode intervir e judicialmente endurecê-los.O apóstolo Paulo alertou essas pessoas, "O Espírito Santo, com razão, falou pelo profeta Isaías a vossos pais, dizendo: Vai a este povo e dizer:" Você vai continuar a ouvir, mas você não vai entender; e você vai continuar a ver, mas você não vai perceber "'" ( Atos 28:25-26 ). De Israel, escreveu ele,

    E depois? O que Israel está buscando, não tenha obtido, mas aqueles que foram escolhidos alcançaram, e os outros foram endurecidos; assim como está escrito: "Deus lhes deu um espírito de atordoamento, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até o dia de hoje." E Davi diz: "Deixe sua mesa se ​​tornar uma armadilha e uma armadilha, e uma pedra de tropeço e uma retribuição para eles. Deixe seus olhos escurecerá a ver não, e dobrar as costas para sempre." ( Rom. 11: 7-10 )

    Da mesma forma, depois de Faraó endureceu repetidamente o seu coração, Deus endureceu-lo (cf. Ex 8:15. , Ex 8:19 , Ex 8:32 ; Ex 9:7 , com Ex 10:1 ). Bem que o escritor de Hebreus avisar,

    Portanto, assim como diz o Espírito Santo: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como quando eles me provocaram, como no dia da tentação no deserto, onde vossos pais Me tentaram, testando-me, e vi meu . obras por quarenta anos Portanto, eu estava irritado com esta geração, e disse: 'Estes sempre erram em seu coração, e eles não sabiam os meus caminhos "; Assim jurei na minha ira:' Eles não entrarão no meu repouso." "Tome cuidado, irmãos, para que não haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. ( 3: 7-12 )

    O Sinédrio tinha ouvido falar a verdade. Eles tinham ouvido o ensinamento de Jesus e testemunharam Seus milagres. Eles também tinham ouvido a pregação dos apóstolos e visto os milagres que realizavam.Por causa de sua rejeição contínua, Estevão não dar-lhes outro convite, mas uma acusação, uma que eles cheio de raiva. Eles rangeram os dentes naquele dia, e talvez a maioria deles estão fazendo a mesma coisa hoje no inferno. Sua ação visualizaram o que eles estariam fazendo por toda a eternidade. Jesus repetidamente descrito o inferno como um lugar onde não é ranger de dentes. Em 13 41:40-13:42'>Mateus 13:41-42 Ele advertiu que "o Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os obstáculos, e aqueles que cometem a iniquidade, e lançá-los na fornalha de fogo; na aquele lugar ali haverá choro e ranger de dentes ". Ele advertiu os judeus incrédulos que "muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus, mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; naquele lugar haverá choro e ranger de dentes "( Mateus 8:11-12. ; cf. . Mt 13:50 ; Mt 22:13 ; Mt 24:51 ; Mt 25:30 ; Lc 13:28 ). O sofrimento do inferno vai incluir a raiva e frustração sem fim daquelas pessoas que vai sempre sentir tanto intensa convicção do seu pecado condenável e raiva para com Deus. As pessoas que rejeitam a graça de Deus e amor não vai sentir remorso sob Seu julgamento. Na verdade, isso só vai torná-los mais irritado.

    Em nítido contraste, Estevão era cheio do Espírito Santo. Em meio à tempestade de fúria que uivava em torno dele, Estevão permaneceu calmo, totalmente entregue ao controle do Espírito. Huparchō (sendo ) "adequAdãoente [expressa] continuação de um estado antecedente ou condição" (G. Abbott-Smith, um léxico manual de grego do Novo Testamento [Edinburgh: T. & T. Clark, 1977], 457), um significado reforçado pelo seu uso aqui no tempo presente. Ser cheio do Espírito era um modo de vida para Estevão (cf. 6: 3 , 5 ; Ef 5:18. ). Por isso, ele não tem que fazer os ajustes em sua vida, quando chegou a hora de enfrentar a morte.

    O Espírito produz o fruto de uma vida piedosa no cotidiano dos crentes. Mas, como Ele fez por Estevão, Ele também prevê graça especial e força em tempos de crise. "Quando pois, vos levarem às sinagogas e os governantes e as autoridades", Jesus disse aos seus seguidores: "não ficar ansioso sobre como ou o que você deve falar em sua defesa, ou o que você deve dizer, pois o Espírito Santo vos ensinará na mesma hora o que deveis dizer "( Lucas 12:11-12 ). Pedro escreveu: "Se você está injuriado para o nome de Cristo, você é abençoado, porque o Espírito da glória e de Deus repousa sobre vós" ( 1Pe 4:14). O Espírito concede graça aos crentes perseguidos, habilitando-os para glorificar a Deus em suas mortes. Estevão foi o protótipo para incontáveis ​​milhares de mártires cristãos cujas mortes têm confirmado que a verdade.

    Cristãos, então, não deve fugir de situações difíceis. Assim como Paulo, eles podem dizer: "Eu estou muito contente com fraquezas, nas injúrias, nas angústias, nas perseguições, nas dificuldades, pelo amor de Cristo, pois, quando sou fraco, então é que sou forte" ( . 2 Cor 0:10 ) . Eles devem corajosamente comunicar Cristo em todas as circunstâncias, sabendo que o Espírito Santo lhes conceda a graça de enfrentar as conseqüências triunfante e com alegria e paz.

    Cegueira espiritual e Visão Espiritual

    fitando os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus; e ele disse: "Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus." Mas eles gritaram com grande voz, e cobriu os ouvidos, e eles correram para ele com um impulso. ( 7: 55b-57 )

    Um crente cheio do Espírito Santo continua "buscando as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus" ( Cl 3:1. ), Ezequiel ( Ez 1:26-28. ), Paulo ( 2 Cor. 12: 2 —4 ), e João ( Ap 4:1 ; Mt 26:64 ; Lc 22:69 ; At 2:34 ; Ef 1:20. ; Cl 3:1 ; He 12:2 ). Estevão vê Jesus de pé para mostrar sua preocupação para ele. Ele também destaca a acolher Estevão ao céu.

    Então encantado era Estevão com sua visão beatífica que ele explodiu, Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus. Para o Sinédrio, tal declaração foi a última gota, a sua tolerância para esta blasfemo estava exausta. Uso de Estevão da frase Filho do Homem pode ter sido o punhal mais nítida, porque ele os levou de volta para o julgamento de outro prisioneiro. Como Estevão, Jesus foi acusado de blasfêmia por falsas testemunhas, mas Ele se manteve em silêncio. Finalmente, frustrado, o sumo sacerdote exigiu que ele fala: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus." Jesus disse-lhe: "Você mesmo disse, no entanto eu vos digo, a seguir você verá o Filho do Homem sentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu" ( Mt 26:1. ; cf. Mt 23:16 Matt. , 24 ). Eles continuaram na tradição arrependido de seus pais ao rejeitar mais um dos mensageiros de Deus para eles. E, tendo rejeitado e morto o Messias, não é surpreendente que eles rejeitam e matar um de Seus arautos mais fiéis.

    Escolha de Lucas hormao ( apressado ) retrata vividamente a fúria do Sinédrio. É a palavra usada para descrever a corrida louca do rebanho de suínos possuído por um demônio para o Mar da Galiléia (Mc 5:13 ; Mt 8:32 ). Ele também é usado em At 19:29 para descrever a multidão frenética que correu para o teatro em Éfeso. Para colocá-lo em termos de vernáculo moderno Inglês, eles perderam.Deixando de lado a dignidade e decoro, a mais alta corte Israel foi reduzida a um urro, turba assassina.

    Morte e Vida

    E quando ele tinha conduzido para fora da cidade, eles começaram a apedrejá-lo, e as testemunhas depuseram lado os seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. E eles foram sobre a lapidação Estevão como ele invocou o Senhor e disse: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" ( 7: 58-59 )

    Comentaristas discordam sobre se Estevão foi abatido pela violência mob ou legalmente executado. A cena se presta para a primeira interpretação, assim como a falta de autoridade do Sinédrio para levar a cabo a pena de morte ( Jo 18:31 ). Os detalhes da morte de Estevão, no entanto, mostram que eles tentaram segurar a algumas características da legalidade. Eles não apedrejaram Estevão até que o tinha levado para fora da cidade. Isso estava de acordo com a liminar de Lv 24:14 . Além disso, o apedrejamento foi o castigo por blasfêmia de acordo com Lv 24:16 . Antes eles começaram a apedrejá Estevão, as testemunhas depuseram lado os seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. Dt 17:7 ). Apesar de seus esforços, ele estava com sérios problemas com a Roma, o que logo me lembro dele como governador. Além disso, ele normalmente vivia em Cesaréia, não em Jerusalém, e, portanto, foi, provavelmente, nem de longe a cena.

    É duvidoso, porém, que o procedimento completo para execução por apedrejamento prescrito no Mishna foi realizado no caso de Estevão. Esse procedimento chamado de a vítima ser empurrado de um de dez metros de altura parapeito. Se isso não matá-lo, a primeira testemunha deixou cair uma grande pedra em seu coração. No caso improvável de que ele sobreviveu a isso, a segunda testemunha, em seguida, caiu mais uma pedra em cima dele. É altamente improvável que Estevão teria sido em qualquer condição de falar se isso tivesse sido feito no seu caso (cf. vv. 59-60 ). O mais provável é a cena de pessoas com raiva incontroláveis ​​empurrando, empurrando e jogando pedras aleatoriamente em Estevão. Deve notar-se a partir de At 8:2 ). Sementes de sua própria conversão surpreendente certamente foram plantadas naquele dia.

    A multidão continuou com o trabalho terrível de apedrejamento Estevão. Como a morte se aproximava, ele invocou o Senhor e disse: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" Seu grito ecoou a do nosso Senhor na cruz: "Pai, nas tuas mãos Eu entrego o meu espírito "( Lc 23:46 ), com uma exceção importante: Jesus cometeu-se ao Pai, Estevão ao Senhor Jesus. Isso ele fez isso atesta a divindade de Cristo, a quem ele obviamente considerado igual ao Pai.

    Esta confissão de Estevão indica que ele esperava para entrar na presença do Senhor, logo que ele morreu. A Bíblia não ensina qualquer atraso em tudo entre a vida aqui e no céu, ou algum lugar de retenção, como o purgatório ou algum estado inconsciente chamado soul-sono. Em vez disso, a Escritura ensina que os crentes entrar na presença de Cristo, imediatamente após a morte ( 2Co 5:8. ).Nosso Senhor prometeu o ladrão na cruz que Ele iria levá-lo para o Paraíso (a morada de Deus e os justos) naquele mesmo dia ( Lc 23:43 ). Sua parábola do homem rico e Lázaro ( Lucas 16:19-31 ) ensinou que os mortos nunca são inconscientes ou desconhecem as suas circunstâncias. Apocalipse 6:9-11 descreve os mártires da tribulação como acordado na presença divina e capazes de defender com o Senhor por vingança contra seus assassinos.

    Oração confiante de Estevão foi respondida. Após a sua morte, ele foi conduzido imediatamente à presença do Senhor, ele havia servido tão fielmente.

    Ódio e Amor

    E caindo de joelhos, clamou com grande voz: "Senhor, não imputes este pecado eles!" E, havendo dito isto, ele adormeceu. E Saul estava de acordo com farto colocando-o à morte. ( 7: 60-8: 1-A )

    A multidão derramou seu ódio por Estevão por apedrejá-lo sem piedade. Seu coração, ao contrário, foi preenchido apenas com amor por eles. Em meio às pedras que voam, Estevão caiu de joelhos eexclamou em alta voz: "Senhor, não imputes este pecado eles!" Como teve seu amado Senhor diante dele, Estevão pediu perdão de Deus, em nome de seus algozes. Ele estava orando para a sua salvação, uma vez que é a única maneira que Deus perdoa o pecado. A morte do profeta Zacarias, filho de Joiada, fornece uma comparação instrutiva. Segundo Crônicas 24: 20-22 descreve seu assassinato:

    Então o Espírito de Deus veio sobre Zacarias, filho do sacerdote Joiada; e ele estava em cima do povo e disse-lhes: "Assim, Deus disse: 'Por que você transgredir os mandamentos do Senhor, e não prosperar? Porquanto abandonastes o Senhor, Ele também se esqueceu de você." "Então, eles conspiraram contra ele e sob o comando do rei, eles apedrejaram até a morte no átrio da casa do Senhor. Assim o rei Joás não se lembrou da bondade que seu pai Jehoiada lhe havia mostrado, mas ele matou seu filho. E ele, como ele morreu, disse: "Que o Senhor veja e vingar!"
    Como Estevão, Zacarias foi injustamente condenado à morte. Ao contrário de Estevão, no entanto, a sua oração foi morrendo por justiça e vingança, não o perdão.

    Somente os cristãos podem amar como Estevão fez ", porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dada" ( Rm 5:5 ). O sono é uma bela maneira de descrever a morte de um crente. É indolor e temporário e leva um a partir da experiência de cansaço, trabalho e consciência de todos os problemas da vida com o frescor de um novo dia (cf. João 11:11-12 ; 1Co 11:301Co 11:30 ; 1Co 15:20 ; 1Ts 4:141Ts 4:14. ; 1Ts 5:10 ).

    Lucas fecha seu relato da vida de Estevão com uma nota muito importante. Ele nos lembra mais uma vez da presença de Saul, observando que Saul estava de acordo com a colocação farto Estevão à morte. Por sua própria confissão Saul era "o principal dos pecadores" com intenção homicida para todos os crentes em Jesus Cristo ( 13 54:1-15'>1 Tim. 1: 13— 15 ). Que ódio assassino era evidente aqui. Como já foi referido, a pregação ousada de Estêvão, e, especialmente, sua coragem calma e amor que perdoa em face da morte, profundamente afetado Saul como seu testemunho mais tarde, em At 22:20 reconhece.Da influência de Estevão veio Paulo, e de lidar com a morte Saul Deus fez Paulo, cujo evangelho, trazendo vida penetrou todo o mundo romano, sempre alterando o curso da história. Como Agostinho colocou, "Se Estevão não tivesse orado, a igreja não teria tido Paulo".

    Tanto na vida e na morte, Estevão era tão parecido com o seu Senhor. Jesus foi cheio do Espírito Santo, assim era Estevão. Jesus estava cheio de graça, assim era Estevão. Jesus corajosamente enfrentou o estabelecimento religioso de sua época, o mesmo que fizeram Estevão. Jesus foi condenado por mentir testemunhas, assim era Estevão. Jesus teve um julgamento simulado, assim fez Estevão. Jesus foi executado embora inocente de qualquer crime, assim era Estevão. Ambos foram acusados ​​de blasfêmia. Ambos morreram fora da cidade e foram enterrados por simpatizantes. E, como já observado, tanto orou pela salvação de seus algozes. Já houve um homem mais parecido com Jesus?


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    Atos 7

    O homem que decidiu sair — At 7:1-7

    Como já vimos, o método defensivo de Estêvão foi tomar uma visão panorâmica da história judia. Em sua mente não havia meramente uma seqüência de eventos. Para ele cada pessoa e cada fato simbolizavam algo, eram em realidade um espécime e uma amostra das reações dos homens diante dos mandatos de Deus. Começou com Abraão, porque para os judeus a história começava com ele, na forma mais literal.
    Em Abraão, Estêvão vê três coisas.

    1. Foi um homem que respondeu à ordem: "Saí..." Como o autor de Hebreus estabelece, Abraão "saiu sem saber aonde ia" (He 11:8). Foi um homem de espírito aventureiro.

    Lesslie Newbigin, o ministro escocês que chegou a ser bispo na 1greja do Sul da Índia, conta-nos que quando tudo estava encaminhado rumo à união, viam-se sempre detidos por pessoas que queriam saber aonde se dirigiriam com tal ou qual passo. No final alguém teve que dizer a esses melindrosos: "Um cristão não tem direito a perguntar aonde vai".
    Para Estêvão o homem de Deus era aquele que obedecia os mandamentos divinos mesmo que não tivesse a menor idéia das conseqüências.

    1. Abraão era homem de fé. Não sabia aonde se dirigia, mas cria que sob a direção de Deus encontraria algo melhor. Embora não tivesse filhos, e quando, humanamente falando, parecia impossível que os tivesse, creu na promessa de que algum dia seus descendentes herdariam a terra que Deus lhes tinha prometido. Abraão era um homem que cria na veracidade das promessas de Deus.
    2. Era um homem que tinha esperança. Apesar de que nunca viu plenamente realizada a promessa, nunca duvidou de que se cumpriria. De modo que Estêvão apresenta a estes judeus um quadro da vida aventureira, sempre lista para responder ao mandato: "Sal...", que contrastava com o desejo deles de aferrar-se ao passado e não trocar nunca.

    LÁ NO EGITO

    Atos 7:8-16

    O quadro de Abraão é seguido pelo de José. A chave da vida de José está resumida em suas próprias palavras em Gn 50:20. Nesse momento seus irmãos temiam que, depois da morte de seu pai Jacó, José se vingaria deles pelo que lhe tinham feito. A resposta de José foi a seguinte: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem”. José foi um homem para quem o aparente desastre se converteu em triunfo. Foi vendido ao Egito como escravo, encarcerado injustamente, esquecido pelos homens que tinha ajudado; entretanto, chegou o dia em que se converteu no primeiro-ministro do Egito.

    Estêvão resume as características de José em duas palavras: Deus lhe deu graça e sabedoria.

    1. A palavra graça é bonita. Em seu significado mais simples expressa beleza física. Logo significa essa beleza de caráter que todos amam. Seu equivalente mais próximo é encanto. José tinha o encanto que tem sempre um homem realmente bom. Teria sido muito fácil para ele converter-se em um homem azedo, amargurado e desiludido. Mas José realizava fielmente todas as tarefas que lhe davam, e servia com igual devoção como escravo na prisão ou primeiro-ministro de um país. Foi primordialmente um homem que punha todo seu empenho em realizar o que suas mãos podiam fazer.
    2. Não há palavra mais difícil de definir que a palavra sabedoria. Significa muito mais que a mera inteligência, ou astúcia ou a compreensão intelectual da verdade. Mas a própria vida de José nos dá a chave do significado da palavra. Em essência, a sabedoria é a capacidade de ter uma perspectiva de longo alcance, de ver as coisas como Deus as vê. Mais uma vez se vê o contraste. Os judeus estavam perdidos na contemplação de seu passado e envoltos estaticamente nos labirintos de sua própria lei. Mas José era o homem que dava as boas-vindas a todas as tarefas novas, embora se tratasse de algo repulsivo; o homem que tinha uma perspectiva de longo alcance, que é a perspectiva da vida que Deus tem.

    O HOMEM QUE NUNCA ESQUECEU
    A SEUS IRMÃOS DE RAÇA

    Atos 7:17-36

    O próximo em aparecer em cena é Moisés. Para os judeus, Moisés estava por cima de todos os homens que tinham obedecido o mandato de Deus: "Sal..." Era literalmente o homem que tinha deixado um reino para responder ao chamado de Deus para ser o condutor de seu povo. Nossa história bíblica nos conta muito pouco dos primeiros dias de Moisés; mas os historiadores judeus tinham muito mais a relatar. Sabemos que Moisés foi encontrado pela filha de Faraó quando seus pais o tinham tirado de seu lar, e que ela o criou como se fosse seu próprio filho.
    Mas Josefo, o historiador judeu, conta-nos muito mais que isso. Segundo ele, Moisés era um menino tão bonito que quando a ama o levava em seus braços pelas ruas, as pessoas paravam para vê-lo. Era um menino tão brilhante que ganhava em todos em velocidade e afã com que estudava. Um dia a filha de Faraó o apresentou a seu pai e lhe pediu que o fizesse seu sucessor no trono do Egito. O Faraó concordou. Depois disto — continua a lenda — o Faraó tomou sua própria coroa e brincando a pôs sobre a cabeça do pequeno Moisés, ao que o menino respondeu tirando-a da cabeça, negando-se a levá-la posta e a jogou no chão. Um dos sábios egípcios que estava presente disse que esse era um sinal de que se não o matava imediatamente, esse menino estava destinado a trazer desastres à coroa do Egito. Mas a filha de Faraó tomou a Moisés em seus braços e persuadiu a seu pai de que não ouvisse a advertência. Quando Moisés cresceu se converteu em um dos maiores generais egípcios e dirigiu uma campanha vitoriosa na longínqua Etiópia, onde se casou com uma princesa do lugar.

    Ao considerar isto podemos nos dar conta do que Moisés deixou de lado. Em realidade deixou um reino para tirar seu povo ao deserto, para Deus, em uma grande aventura. Assim, pois, mais uma vez Estêvão fala do mesmo. O homem de grandeza não é um homem que como os judeus está preso a seu passado e ciumento de seus privilégios; o homem verdadeiramente grandioso é aquele que está preparado a responder ao chamado: "Sai..." e deixar toda a comodidade e tranqüilidade que tinha.

    UM POVO DESOBEDIENTE

    Atos 7:37-53

    Neste momento a dissertação de Estêvão se acelera. Todo o tempo esteve condenando por inferência a atitude dos judeus; e agora essas acusações implícitas se convertem em explícitas. Nesta seção que conclui sua defesa Estêvão entreteceu vários fios de seu pensamento.

    1. Insiste nas rebeliões contínuas e repetidas e na desobediência do povo. Nos dias de Moisés se rebelaram fabricando o bezerro de ouro. Nos tempos de Amós seus corações foram atrás de Moloque e dos deuses das estrelas. A referência ao Livro dos Profetas é o que chamamos Profetas Menores. A citação é em realidade de Amós 5:25— 27. É distinta de nossa versão devido a Estêvão citar da versão grega de Amós e não da hebraica.
    2. Insiste em que tiveram os privilégios mais surpreendentes. Receberam os profetas; o tabernáculo do testemunho, assim chamado porque nele se guardavam as tábuas da Lei; a Lei que lhes foi entregue pelos anjos. Duas coisas devem ficar lado a lado: havia contínuas rebeliões e desobediências e também privilégios contínuos. A pessoa quanto mais privilégios tem, maior é sua condenação se tomar o caminho equivocado. De modo que Estêvão insiste em que a condenação da nação judia é completa porque apesar do fato de haverem tido todas as oportunidades para agir melhor, eles se rebelaram contínua e conseqüentemente contra Deus.
    3. Estêvão insiste em que limitaram a Deus equivocadamente. O templo que deveria ter sido a bênção maior se converteu em sua maior maldição. Tinham chegado a adorar o templo em lugar de a Deus. Tinham terminado com um Deus judeu que vivia em Jerusalém em lugar de ter um Deus para todos os homens, cuja morada era todo o universo.
    4. Estêvão os acusa de terem açoitado continuamente os profetas; e logo chegamos à acusação máxima: ele os acusa de terem assassinado o próprio Filho de Deus. E notemos que Estêvão não os escusa com a desculpa de sua ignorância como o fez Pedro. Não é a ignorância, mas sim a desobediência rebelde a que os levou a cometer esse crime. Há ira nas palavras finais de Estêvão, mas também tristeza. Existe a ira do homem que vê que seu povo cometeu o mais terrível dos crimes; mas existe a tristeza do homem que vê que seu povo rechaçou o destino que Deus lhe ofereceu.

    O PRIMEIRO MÁRTIR

    Atos 7:54-60

    Uma dissertação como esta não podia ter outro final; Estêvão desafiou a morte e ela chegou. Mas Estêvão não viu as caras retorcidas de ira. Seu olhar tinha transpassado o tempo e viu Jesus à mão direita de Deus. Mas quando o disse, para eles só foi a maior das blasfêmias. A pena por blasfêmia, por falar mal de Deus, era morrer apedrejado (Dt 13:6 ss.). Devemos notar que não foi um juízo. Foi um linchamento, porque o Sinédrio não tinha direito de condenar ninguém à morte. O que matou a Estêvão foi uma explosão de ira cega e incontrolada.

    O método de lapidação era o seguinte. Levava-se a réu a uma certa altura e o despenhava. Esta era a obra das testemunhas. Se morria na queda, bem; se não, jogavam-se sobre ele grandes pedras até que finalmente morria.
    Há na cena certas coisas que devemos notar a respeito de Estêvão.

    1. Vemos o segredo de seu valor. Seu segredo era que além do que todos esses homens pudessem fazer com ele, via que à sua espera estavam as boas-vindas de seu Senhor. Via o martírio como a entrada ao trono de Cristo.
    2. Vemos Estêvão seguindo o exemplo de seu Senhor. Assim como Jesus orou pelo perdão dos que O executavam (Lc 23:34) Estêvão também o fez.

    Quando George Wishart ia ser executado, o verdugo duvidou. Wishart se aproximou e o beijou. "Vamos", disse, "eis aqui uma prova de que te perdôo." Toda a lição da história é que o homem que segue a Cristo até o fim, achará forças para fazer coisas que parecem humanamente impossíveis.

    1. Para Estêvão o terrível tumulto terminou em uma estranha paz. Dormiu. Chegou-lhe a paz que sobrevém ao homem que fez o que era certo embora tenha que morrer por isso.

    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 7 versículo 38
    congregação no deserto: Aqui, os israelitas que foram tirados do Egito são chamados de “congregação” (em grego, ekklesía). Nas Escrituras Hebraicas, a palavra hebraica qahál, geralmente traduzida como “congregação” na Tradução do Novo Mundo, vem de uma raiz que significa “convocar; congregar”. (Nm 20:8; Dt 4:10) Ela é usada com frequência para se referir aos israelitas como grupo organizado, por exemplo nas expressões “congregação de Israel” (Lv 16:17; Js 8:35-1Rs 8:14), “congregação do verdadeiro Deus” (Ne 13:1) e “congregação de Jeová” (Nm 20:4; Dt 23:2-3; 1Cr 28:8; Mq 2:5). Na Septuaginta, a palavra hebraica qahál muitas vezes é traduzida para o grego como ekklesía (por exemplo, no Sl 22:22 [21:23, LXX]), que é a palavra usada para “congregação” nas Escrituras Gregas Cristãs. — Veja as notas de estudo em Mt 16:18; At 5:11.


    Dicionário

    Anjo

    substantivo masculino Religião Ser puramente espiritual que, segundo algumas religiões, transmite mensagens espirituais às pessoas na Terra, especialmente aquelas enviadas por Deus.
    [Artes] Modo de representação desse ser através da arte.
    Figurado Criança muito tranquila, calma, serena.
    Figurado Pessoa dotada de uma qualidade eminente, que se destaca em relação aos demais por suas boas características.
    Etimologia (origem da palavra anjo). A palavra anjo deriva do grego "ággelos"; pelo latim tardio "angelus, i", com o sentido de "mensageiro de Deus".

    Anjo Mensageiro de Deus (1Rs 19:5-7). Os anjos são espíritos que servem a Deus e ajudam os salvos (Hc 1:14). Foram criados santos, mas alguns se revoltaram contra Deus (Jd 6; 2Pe 2:4). Em algumas passagens bíblicas Deus e o Anjo do SENHOR (de Javé) são a mesma pessoa (Gn 16:7-13; 22:11-18; Ex 3:2-22; Jz 6:11-24). V. TEOFANIA.

    Anjo Palavra derivada do grego “ággelos” (mensageiro), que na Septuaginta traduz o hebreu “malaj”. Com essa missão de mensageiros divinos é que aparecem principalmente nos evangelhos (Mt 11:10; Mc 1:2; Lc 7:24-27; 9,52). Somente em situações excepcionais são mencionados por um nome (Lc 1:19.26). Estão relacionados à missão de Jesus (Mt 4:11; Mc 1:13; Lc 22:43; Jo 1:51) e à sua parusia (Mt 13:39.41.49; 16,27; 24,31; 25,31). Presentes na corte celestial (Lc 12:8ss.; 16,22), alegram-se com a conversão dos pecadores (Lc 15:10) e cuidam das crianças (Mt 18:10). Seu estado de vida permite compreender qual será a condição futura dos que se salvam (Mt 22:30; Mc 12:25; Lc 20:36). Os evangelhos indicam também a existência do Diabo, um anjo decaído ao qual seguiram outros anjos, como um ser pessoal e real que governa os reinos deste mundo (Lc 4:5-7) e o mundo em geral. Jesus deu a seus discípulos a autoridade para derrotá-lo (Lc 10:19-20) e, no fim dos tempos, tanto ele como seus sequazes serão vencidos (Mt 25:41) e confinados no fogo eterno.

    A. Cohen, o. c.; f. J. Murphy, The Religious...; ERE IV, pp. 578, 584, 594-601; C. Vidal Manzanares, Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...


    Mensageiro. Anjos, na qualidade de assistentes de Deus, mensageiros da Sua vontade, é doutrina que corre por toda a Bíblia. l. A sua natureza. Pouco se acha dito sobre isto. os anjos geralmente aparecem na figura de homens (Gn 18 – At 1:10), e algumas vezes revestidos de glória (Dn 10:5-6 e Lc 24:4). os serafins de isaías (6.2), e os querubins de Ezequiel (1.6), têm asas: assim também Gabriel (Dn 9:21), e o anjo do Apocalipse (14.6). Em Hb 1:14 são eles espíritos ministradores (cp.com Mc 12:25). 2. As suas funções. Primitivamente eram mensageiros de Deus para em Seu nome dirigir os homens, guiá-los, guardá-los, fortalecê-los, avisá-los, censurá-los e puni-los. *veja as narrações de Gn 18:19-22,28,32 – Jz 2:6-13 – 2 Sm 24.16,17 – 2 Rs 19.35: e cp.com Sl 34:7-35.5,6 e 91.11. Nas mais antigas referências o anjo do Senhor não se acha bem distinto do próprio SENHoR. É Ele quem fala (Gn 22:16Êx 3:2-16Jz 13:18-22). Há, também, a idéia de uma grande multidão de anjos (Gn 28:12 – 32.2), que num pensamento posterior são representados como o exército de Deus, a Sua corte e conselho (Sl 103:20-21 – 89.7 – is 6:2-5, etc. – cp.com Lc 2:13Mt 26:53Lc 12:8-9Hb 12:22Ap 5:11, etc.). Eles são guardas, não só de indivíduos mas de nações (Êx 23:20Dn 10:13-20): cada igreja cristã tem o seu ‘anjo’, representando a presença divina e o poder de Deus na igreja – é ele garantia divina da vitalidade e eficácia da igreja (*veja Ap 2:1-8). Uma expressão de Jesus Cristo parece apoiar a crença de que cada pessoa tem no céu o seu anjo da guarda, e de que o cuidado das crianças está a cargo dos mais elevados seres entre os ministros de Deus (Mt 18:10 – cp.com Lc 1:19). Em conformidade com tudo isto é que os anjos servem a Jesus (Mc 1:13Lc 22:43), manifestam interesse pelo decoro nas reuniões da igreja 1Co 11:10), e pela salvação dos homens (Lc 16:10 – 1 Pe 1,12) – tiveram parte na grandiosa revelação do Sinai (At
    v. 53 – Gl 3:19Hb 2:2), e executarão o Juízo final (Mt 13:41). São de diferente ordem. Dois são especialmente mencionados: Miguel, um dos principais príncipes angélicos (Dn 10:13), ‘o arcanjo’ (Jd 9), e Gabriel (Dn 8:16Lc 1:19). Nos livros apócrifos outros nomes aparecem, especialmente Rafael e Uriel. Há, também, referências a estes seres celestiais em Ef 1:21Cl 1:16 – 2.16 – e na epístola aos Colossenses condena-se de modo especial a idéia de interpô-los entre Deus e o homem, tirando assim a Jesus a honra de único Mediador, que lhe pertence (Cl 1:14-20, 2.18, etc.). Algumas passagens (Jd 6 – 2 Pe 2,4) referem-se misteriosamente a anjos caídos – e em Ap 12:9 Satanás tem o seu exército de anjos.

    Congregação

    substantivo feminino Ação de congregar, de reunir em assembléia.
    Confraria formada por pessoas piedosas, sob invocação de um santo.
    Instituição religiosa.
    Assembléia de prelados incumbidos de examinar certos assuntos na Cúria Romana.
    Conjunto dos professores titulares de um estabelecimento de ensino.

    Esta palavra é mui freqüentemente aplicada a todo o povo hebreu, como sendo ele uma comunidade religiosa (Êx 12:3, etc – Lv 4:13, etc. – Nm 1:2, etc,). Antes da instituição da monarquia, o parlamento da congregação constava do chefe ou pai de cada casa, família e tribo. os delegados tinham o nome de anciãos ou príncipes – exerciam direitos soberanos – e o povo achava-se ligado aos atos desses magistrados, ainda mesmo quando os desaprovava (Js 9:18). outra palavra hebraica se emprega a respeito de uma assembléia, convocada para qualquer fim especial, como, por exemplo, a que se realizava por ocasião de uma das grandes festividades (1 Rs 8.65 – 2 Cr 7.8 – 30.13). Há, ainda, uma terceira palavra hebraica que aparece várias vezes em certas frases. Assim traduzidas: tenda da congregação, tabernáculo do testemunho etc.

    Congregação
    1) Israel considerado como povo ou nação (Ex 12:3).

    2) O povo reunido, especialmente para fins religiosos (1Rs 8:14); (He 10:25,RC).

    Dar

    verbo bitransitivo Oferecer; entregar alguma coisa a alguém sem pedir nada em troca: deu comida ao mendigo.
    Oferecer como presente ou retribuição a: deu ao filho um computador.
    Transferir; trocar uma coisa por outra: deu dinheiro pelo carro.
    Vender; ceder alguma coisa em troca de dinheiro: dê-me aquele relógio.
    Pagar; oferecer uma quantia em dinheiro: deram 45:000 pelo terreno.
    Recompensar; oferecer como recompensa: deu dinheiro ao mágico.
    Gerar; fazer nascer: a pata deu seis filhotes aos donos.
    Atribuir um novo aspecto a algo ou alguém: o dinheiro deu-lhe confiança.
    Estar infestado por: a fruta deu bolor.
    verbo transitivo indireto Uso Informal. Ter relações sexuais com: ela dava para o marido.
    verbo transitivo direto e bitransitivo Promover; organizar alguma coisa: deu uma festa ao pai.
    Comunicar; fazer uma notificação: deram informação aos turistas.
    Oferecer um sacramento: deram a comunhão aos crismandos.
    Provocar; ser a razão de: aranhas me dão pavor; o álcool lhe dava ânsia.
    verbo transitivo direto Receber uma notícia: deu no jornal que o Brasil vai crescer.
    Desenvolver; fazer certa atividade: deu um salto.
    Emitir sons: deu berros.
    Ser o valor final de uma operação: 10 menos 2 dão 8.
    verbo transitivo direto e predicativo Levar em consideração: deram o bandido como perigoso.
    verbo pronominal Sentir; passar por alguma sensação: deu-se bem na vida.
    Acontecer: o festa deu-se na semana passada.
    Etimologia (origem da palavra dar). Do latim dare.

    doar (dádiva, dote, dom; donativo, doação, dotação); oferecer, apresentar, entregar. – Conquanto na sua estrutura coincidam na mesma raiz (gr. do, que sugere ideia de “dom”) distinguem-se estes dois primeiros verbos do grupo essencialmente, como já eram distintos no latim, na acepção em que são considerados como sinônimos (dare e donare). – Dar é “passar a outrem a propriedade de alguma coisa, mas sem nenhuma formalidade, apenas entregando-lhe ou transmitindo-lhe a coisa que se dá”. – Doar é “dar com certas formalidades, mediante ato solene ou documento escrito, e ordinariamente para um fim determinado”. O que se dá é dádiva, dom, ou dote, ou dotação. Entre estas três palavras há, no entanto, distinção essencial, em certos casos pelo menos. O dom e a dádiva são graças que se fazem por munificência, pelo desejo de agradar, ou com o intuito de comover, ou de tornar feliz. – Dom é vocábulo mais extenso, e é com mais propriedade aplicado quando se quer designar “bens ou qualidades morais”; conquanto se empregue também para indicar dádiva, que se refere mais propriamente a coisas materiais. A inteligência, ou melhor, a fé, as grandes virtudes são dons celestes (não – dádivas). O lavrador tinha a boa colheita como dádiva de Ceres (não – dom). – Dote (do latim dos... tis, de dare), “além de significar dom, isto é, virtude, qualidade de espírito, ou mesmo predicado físico, é termo jurídico, significando “tudo que a mulher leva para a sociedade conjugal”. Entre dote e dotação, além da diferença que consiste em designar, a primeira a própria coisa com que se dota, e a segunda, Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 329 a ação de dotar – há ainda uma distinção essencial, marcada pela propriedade que tem dotação de exprimir a “renda ou os fundos com que se beneficia uma instituição, um estabelecimento, ou mesmo um serviço público”. A dotação de uma igreja, de um hospital, do ensino primário (e não – o dote). – O que se doa é donativo ou doação. O donativo é uma dádiva, um presente feito por filantropia, por piedade, ou por outro qualquer nobre sentimento. A doação (além de ato ou ação de doar) é “um donativo feito solenemente, mediante escritura pública”; é o “contrato – define Aul. – por que alguém transfere a outrem gratuitamente uma parte ou a totalidade de seus bens presentes”. F. fez à Santa Casa a doação do seu palácio tal (não – donativo). “O rei, de visita à gloriosa província, distribuiu valiosos donativos pelas instituições de caridade” (não – doações). – Oferecer diz propriamente “apresentar alguma coisa a alguém com a intenção de dar-lhe”. Significa também “dedicar”; isto é, “apresentar como brinde, como oferta, ou oferenda”. Oferecer o braço a uma senhora; oferecer um livro a um amigo; oferecer a Deus um sacrifício. – Apresentar é “pôr alguma coisa na presença de alguém, oferecendo- -lha, ou mesmo pedindo-lhe apenas atenção para ela”. – Entregar é “passar a alguém a própria coisa que se lhe dá, ou que lhe pertence”. Entre dar e entregar há uma diferença que se marca deste modo: dar é uma ação livre; entregar é uma ação de dever.

    Deserto

    ermo, solidão (soidão, soledade), retiro, isolamento (desolamento), recanto, descampado. – Deserto é “o lugar despovoado, sem cultura, como abandonado da ação ou do bulício humano”. – Ermo acrescenta à noção de deserto a ideia de silêncio, tristeza e desolamento. Uma família, uma multidão pode ir viver no deserto; o anacoreta fica no seu ermo. – Solidão é “o lugar afastado do mundo, e onde se pode ficar só, como separado dos outros homens”. – Soidão é forma sincopada de solidão; mas parece acrescentar a esta a ideia de desamparo, do horror que causa o abismo, a solidão temerosa. Entre solidão e soledade há diferença que se não pode esquecer. Antes de tudo, soledade é mais propriamente a qualidade do que está só, do solitário, do que lugar ermo. Tomando-a, no entanto, como lugar ermo, a soledade sugere ideia da tristeza, da pena, da saudade com que se está na solidão. Dizemos, por exemplo – “a soledade da jovem viúva” – (caso em que não se aplicaria solidão, pelo menos nem sempre). – Retiro é “o lugar afastado onde alguém se recolhe e como se refugia do ruído e agitação do mundo”. – Isolamento é o lugar onde se fica separado da coletividade, fora de relações com os outros homens. A mesma diferença que notamos entre solidão e soledade pode assinalar-se entre isolamento e desolamento. No seu isolamento nem sempre se há de alguém sentir desolado (isto é – só, abandonado em sua mágoa); assim como nem sempre no seu desolamento há de estar de todo isolado (isto é – afastado dos outros homens). – Recanto é “o sítio retirado, fora das vistas de todos, longe do movimento geral da estância de que o recanto é uma parte quase oculta e escusa”. – Descampado significa “paragem, mais ou menos extensa, ampla, aberta, despovoada e inculta”. Propriamente só de deserto, solidão e ermo é que pode ser considerado como sinônimo. 350 Rocha Pombo

    Deserto Terras extensas e secas, com poucas árvores e pouco capim, onde não mora ninguém. Nessas terras vivem animais ferozes (24:5); (Mt 3:1). Equivale mais ou menos a “sertão”.

    Deserto Local pouco habitado, formado por rochas calcáreas e não por areia (Lc 15:4). Foi nas proximidades do deserto da Judéia que João Batista pregou. Jesus identificou-o como morada dos demônios (Mt 12:43) e nele experimentou as tentações (Mt 4:1ss.). Às vezes, Jesus refugiava-se no deserto em busca de solidão (Mc 1:35.45; Lc 4:42; 5,16; 6,32,35) e nele alimentou as multidões (Mt 14:13-21; Mc 6:32-44; Lc 9:10-17).

    solitário, despovoado, ermo, desabitado. – Dizemos – paragens desertas – para exprimir que estão como abandonadas; e dizemos – paragens ermas – para significar que, além de abandonadas, são paragens sombrias, onde a quietude e o desolamento nos apertam a alma. – Estância solitária é aquela que não é procurada, ou frequentada pelos homens. Pode admitir-se até no meio da cidade uma habitação solitária ou deserta; não – erma, pois que esta palavra sugere ideia de afastamento, desolação. – Despovoado e desabitado dizem propriamente “sem moradores”, sem mais ideia acessória. Quando muito, dizemos que é ou está despovoado o lugar “onde não há povoação”; e desabitado o lugar “que não é habitualmente frequentado”.

    A simples idéia de deserto, significando uma vasta extensão de areia, sem árvores e água, não se deve ligar à palavra, conforme empregada na Bíblia. os israelitas não tinham conhecimento de semelhante deserto, quer nas viagens, quer na sua existência fixa. Nos livros históricos da Bíblia, a palavra ‘deserto’ significa o vale do Jordão, o do mar Morto, e aquela região que fica ao sul do mar Morto. Nestes sítios, nos dias de prosperidade da Palestina, crescia a palmeira, o bálsamo, a cana-de-açúcar, podendo admirar-se ali uma forte e bela vegetação. Nos livros proféticos e poéticos o deserto tem já a significação de território seco pela ação do excessivo calor, ainda que, no livro de Ez 47:8, se compreende o vale do Jordão. A palavra traduzida por ‘deserto’ em Êx 3:1 – 5.3 – 19.2, e em Nm 33:16, teria melhor versão, dizendo-se ‘terra de pasto’. os israelitas levavam consigo rebanhos e manadas durante todo o tempo da sua passagem para a Terra da Promissão. A mesma significação em 24:5, is 21:1, Jr 25:24.

    substantivo masculino Região árida, coberta por um manto de areia, com um índice anual de baixíssima precipitação de água, caracterizada pela escassez de vegetação, dias muito quentes, noites muito frias, e ventos muito fortes.
    [Biologia] Bioma com essas características, definido pela falta de diversidade de flora e fauna, baixíssimo índice de precipitação de água, calor exagerado, dias quentes e noites frias etc.
    Características dos lugares ermos, desabitados, sem pessoas.
    Ausência completa de alguma coisa; solidão: minha vida é um deserto de alegria.
    adjetivo Que é desabitado: ilha deserta.
    Pouco frequentado; vazio: rua deserta.
    De caráter solitário; abandonado.
    expressão Pregar no deserto. Falar algo para alguém.
    Etimologia (origem da palavra deserto). Do latim desertum.

    E

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    Estevar

    verbo intransitivo Pegar na esteva ou rabiça do arado para o governar e dirigir.

    Monte

    substantivo masculino Relevo de importância muito variável: o monte Evereste eleva-se a 8.848.
    substantivo masculino Forma estrutural de uma região, que corresponde à camada dura de um anticlinal.
    Serra, cordilheira, montanha.
    Terra alta com arvoredos, matos, pastos etc.
    Figurado Quantidade de quaisquer coisas em forma de monte.
    Grupo, ajuntamento.
    Grande volume, grande quantidade.
    O bolo ou resultado das entradas de cada parceiro de um jogo.
    O total dos bens de uma herança.
    Figurado A porção de bens móveis e imóveis que em um inventário cabe em partilha a cada herdeiro; quinhão, lote.
    Jogo de azar em que o banqueiro coloca na mesa, tirando-as do baralho, quatro cartas para se apostar numas contra as outras, ganhando os parceiros que apostarem nas que primeiro saírem.
    Monte de Vênus, proeminência arredondada na sínfise pubiana da mulher.
    Monte de ouro, soma considerável de dinheiro.
    Correr montes e vales, andar longamente, sem destino.

    Monte Grande massa de terra que se eleva acima do terreno que está à sua volta. Os montes mencionados mais vezes nas Escrituras são os seguintes: ABARIM, ARARATE, BASÃ, CALVÁRIO ou Gólgota, CARMELO, EBAL, EFRAIM, GERIZIM, GILBOA, GILEADE, HERMOM, HOR, LÍBANOS, MORIÁ, NEBO, OLIVEIRAS, Perazim (Baal-Perazim), PISGA, SEIR, SIÃO, SINAI ou Horebe, TABOR. Outros montes: Efrom (Js 15:9), Halaque (Js 11:17, RA; RC, Calvo), Jearim (Js 15:10), Sefar (Gn 10:30), Salmom (Jz 9:48), Zemaraim (2Cr 13:4).

    =======================

    O MONTE

    V. MONTE SIÃO (Ez 17:23).


    Palavras

    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    País

    substantivo masculino Local de nascimento; coletividade, social e política, da qual alguém faz parte; pátria ou terra: meu país é o Brasil.
    Área política, social e geograficamente demarcada, sendo povoada por indivíduos com costumes, características e histórias particulares.
    Designação de qualquer extensão de terra, local, território ou região.
    Reunião das pessoas que habitam uma nação.
    Reunião do que está relacionado com um grupo de pessoas, situação econômica, hábitos culturais, comportamentais, morais etc.; meio.
    Figurado Local cujos limites não foram demarcados; lugar: país das maravilhas.
    Etimologia (origem da palavra país). Do francês pays/ pelo latim pagensis.

    substantivo masculino Local de nascimento; coletividade, social e política, da qual alguém faz parte; pátria ou terra: meu país é o Brasil.
    Área política, social e geograficamente demarcada, sendo povoada por indivíduos com costumes, características e histórias particulares.
    Designação de qualquer extensão de terra, local, território ou região.
    Reunião das pessoas que habitam uma nação.
    Reunião do que está relacionado com um grupo de pessoas, situação econômica, hábitos culturais, comportamentais, morais etc.; meio.
    Figurado Local cujos limites não foram demarcados; lugar: país das maravilhas.
    Etimologia (origem da palavra país). Do francês pays/ pelo latim pagensis.

    Sinai

    A península do Sinai está situada entre o golfo de Suez e o de Acabá. o deserto do Sinai, onde os israelitas estiveram acampados quase um ano, e onde Moisés levantou o tabernáculo da aliança é mais alto do que o resto do país. Foi no Sinai que o Todo-poderoso fez conhecer a Sua vontade por meio de Moisés à multidão dos hebreus. No monte Sinai, que se levanta abruptamente da planície, foi dado o Decálogo, e foi feito o pacto (Êx 20:1-17 – 24.7,8). Nesse deserto os israelitas prestaram culto ao bezerro de ouro e foi efetuado o recenseamento do povo (Nm 1:19 – 3,1) – Arão e seus filhos foram consagrados – foi celebrada a segunda Páscoa (Nm 9:5) – e foram mortos Nadabe e Abiú por terem oferecido fogo estranho ao Senhor. (*veja Nadabe.) Aquela montanha onde Moisés recebeu do Senhor a Lei chama-se Horebe no Deuteronômio (1.2, etc.) – em qualquer outro lugar tem o nome de Sinai. Parece que Horebe designa todo o território, e Sinai a montanha onde a Lei foi dada.

    Sinai [Rochedo ?]


    1) Monte, também chamado de Horebe (Ex 17:6), situado entre os golfos de Suez e de Ácaba. Nesse monte foi dada a Moisés a Lei (Ex 19:20—20.26).


    2) Deserto (Ex 19:1). V. o mapa O EGITO E O SINAI.


    Vida

    substantivo feminino Conjunto dos hábitos e costumes de alguém; maneira de viver: tinha uma vida de milionário.
    Reunião daquilo que diferencia um corpo vivo do morto: encontrou o acidentado sem vida; a planta amanheceu sem vida.
    O que define um organismo do seu nascimento até a morte: a vida dos animais.
    Por Extensão Tempo que um ser existe, entre o seu nascimento e a sua morte; existência: já tinha alguns anos de vida.
    Por Extensão Fase específica dentro dessa existência: vida adulta.
    Figurado Tempo de duração de alguma coisa: a vida de um carro.
    Por Extensão Reunião dos seres caracterizados tendo em conta sua espécie, ambiente, época: vida terrestre; vida marítima.
    Figurado Aquilo que dá vigor ou sentido à existência de alguém; espírito: a música é minha vida!
    Reunião dos fatos e acontecimentos mais relevantes na existência de alguém; biografia: descrevia a vida do cantor.
    O que uma pessoa faz para sobreviver: precisava trabalhar para ganhar a vida.
    Figurado O que se realiza; prática: vida rural.
    Etimologia (origem da palavra vida). Do latim vita.ae.

    [...] A vida humana é, pois, cópia davida espiritual; nela se nos deparam emponto pequeno todas as peripécias daoutra. Ora, se na vida terrena muitasvezes escolhemos duras provas, visandoa posição mais elevada, porque não ha-veria o Espírito, que enxerga mais lon-ge que o corpo e para quem a vidacorporal é apenas incidente de curtaduração, de escolher uma existênciaárdua e laboriosa, desde que o conduzaà felicidade eterna? [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 266

    A vida vem de Deus e pertence a Deus,pois a vida é a presença de Deus emtoda parte.Deus criou a vida de tal forma que tudonela caminhará dentro da Lei deEvolução.O Pai não criou nada para ficar na es-tagnação eterna.A vida, em essência, é evolução. [...
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    V A vida é uma demonstração palmar de que o homem vem ao mundo com responsabilidades inatas; logo, a alma humana em quem se faz efetiva tal responsabilidade é preexistente à sua união com o corpo.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 17

    [...] é um dom da bondade infinita [...].
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

    [...] é uma aventura maravilhosa, através de muitas existências aqui e alhures.
    Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 16

    [...] É o conjunto de princípios que resistem à morte.
    Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2, Postulados e ensinamentos

    A vida é uma grande realização de solidariedade humana.
    Referencia: CASTRO, Almerindo Martins de• O martírio dos suicidas: seus sofrimentos inenarráveis• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

    [...] o conjunto das funções que distinguem os corpos organizados dos corpos inorgânicos. [...]
    Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

    [...] É a Criação... [...]
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2

    A vida é uma idéia; é a idéia do resultado comum, ao qual estão associados e disciplinados todos os elementos anatômicos; é a idéia da harmonia que resulta do seu concerto, da ordem que reina em suas ações.
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2

    A vida terrestre é uma escola, um meio de educação e de aperfeiçoamento pelo trabalho, pelo estudo e pelo sofrimento.
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resumo

    Cada vida terrena [...] é a resultante de um imenso passado de trabalho e de provações.
    Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 18

    [...] é um cadinho fecundo, de onde deves [o Espírito] sair purificado, pronto para as missões futuras, maduro para tarefas sempre mais nobres e maiores.
    Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14

    [...] é uma vibração imensa que enche o Universo e cujo foco está em Deus.
    Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

    A vida é o bem maior que nos concede o Criador para o auto-aperfeiçoamento espiritual e somente o risco desse bem pode tornar admissível o sacrifício de uma vida que se inicia em favor de outra já plenamente adaptada à dimensão material e, por isso mesmo, em plena vigência da assunção dos seus compromissos para com a família e com a sociedade.
    Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 6

    [...] é um depósito sagrado e nós não podemos dispor de bens que nos não pertencem.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

    A vida sem virtudes é lento suicídio, ao passo que, enobrecida pelo cumprimento do dever, santificada pelo amor universal, é o instrumento mais precioso do Espírito para o seu aperfeiçoamento indefinido.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    A vida é um sonho penoso, / Do qual nos desperta a morte.
    Referencia: ERNY, Alfred• O psiquismo experimental: estudo dos fenômenos psíquicos• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 2

    [...] é uma força organizadora, que pode contrariar a tendência da matéria à V V desorganização. É uma força organizadora e pensante, que integra a matéria e a organiza, visto que, sem ela, toda matéria fica desorganizada.
    Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2

    [...] é um turbilhão contínuo, cuja diretiva, por mais complexa que seja, permanece constante. [...] (66, t. 2, cap.
    1) [...] é uma força física inconsciente, organizadora e conservadora do corpo.
    Referencia: FRANCINI, Walter• Doutor Esperanto: o romance de Lázaro Luís Zamenhof, criador da língua internacional• Com cartaprefácio do Dr• Mário Graciotti, da Academia Paulista de Letras• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - 1a narrativa

    Considerada a vida uma sublime concessão de Deus, que se apresenta no corpo e fora dele, preexistindo-o e sobrevivendo-o, poder-se-á melhor enfrentar os desafios existenciais e as dificuldades que surgem, quando na busca da auto-iluminação. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Impedimentos à iluminação

    [...] é uma sinfonia de bênçãos aguardando teus apontamentos e comentários.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Tramas do destino• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 46

    [...] é uma grande tecelã e nas suas malhas ajusta os sentimentos ao império da ordem, para que o equilíbrio governe todas as ações entre as criaturas.
    Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 2, cap• 9

    [...] é grande fortuna para quem deve progredir.
    Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 3, cap• 7

    Vidas são experiências que se aglutinam, formando páginas de realidade.
    Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Pról•

    A vida física é oportunidade purificadora, da qual, em regra, ninguém consegue eximir-se. Bênção divina, flui e reflui, facultando aprimoramento e libertação.
    Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 1

    [...] é o hálito do Pai Celeste que a tudo vitaliza e sustenta...
    Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 5

    A vida terrena é um relâmpago que brilha por momentos no ambiente proceloso deste orbe, e logo se extingue para se reacender perenemente nas paragens siderais.
    Referencia: GIBIER, Paul• O Espiritismo: faquirismo ocidental: estudo histórico crítico, experimental• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - L• 1, Na pista da verdade

    [...] a nossa vida é um tesouro divino, que nos foi confiado para cumprir uma missão terrena [...].
    Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 1

    [...] a vida humana é uma série ininterrupta de refregas e de desilusões...
    Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 22

    [...] a vida humana é uma intérmina cadeia, uma corrente que se compõe de muitos elos, cada qual terminando no sepulcro, para de novo se soldar em ulterior encarnação até que o Espírito adquira elevadas faculdades, ou atinja a perfeição.
    Referencia: GAMA, Zilda• Na sombra e na luz• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - L• 1, cap• 7

    Vida e morte, uma só coisa, / Verdade de toda gente: / A vida é a flor que desponta / Onde a morte é uma semente.
    Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 173

    [...] Em suas evoluções, a vida nada mais é que a manifestação cada vez mais completa do Espírito. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 28a efusão

    A vida, portanto, como efeito decorrente de um agente (princípio vital) sobre a matéria (fluido cósmico), tem, por V sustentação, a matéria e o princípio vital em estado de interação ativa, de forma contínua. Decorrente da mesma fonte original – pois reside no fluido magnético animal, que, por sua vez, não é outro senão o fluido vital – tem, contudo, a condição peculiar de veicular o contato com o princípio espiritual.
    Referencia: MELO, Jacob• O passe: seu estudo, suas técnicas, sua prática• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4

    [...] é amor e serviço, com Deus. [...]
    Referencia: Ó, Fernando do• A dor do meu destino• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2

    A vida é a mais bela sinfonia de amor e luz que o Divino Poder organizou.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

    Não vivi, pois a vida é o sentimento / De tudo o que nos toca em sofrimento / Ou exalta no prazer. [...] (185, Nova[...] é um combate insano e dolorido / Que temos de vencer. [...]
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sursum

    [...] A vida é mesmo ingente aprendizado, / Onde o aluno, por vez desavisado, / Tem sempre ensanchas de recomeçar [...].
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Renovação

    A vida humana não é um conjunto de artifícios. É escola da alma para a realidade maior.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mostremos o Mestre em nós

    [...] é a manifestação da vontade de Deus: vida é amor.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sigamo-lo

    [...] A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Boa nova• Pelo Espírito Humberto de Campos• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 9

    [...] é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 8

    A vida em si é conjunto divino de experiências. Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 22

    [...] é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 68

    A vida é sempre a iluminada escola.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 16

    A vida é essência divina [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 17

    A vida por toda parte / É todo um hino de amor, / Serve a nuvem, serve o vale, / Serve o monte, serve a flor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18

    Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 53

    A oportunidade sagrada é a vida. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A vida é um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é a gloriosa manifestação de Deus. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    V V A vida é máquina divina da qual todos os seres são peças importantes e a cooperação é o fator essencial na produção da harmonia e do bem para todos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A vida é um câmbio divino do amor, em que nos alimentamos, uns aos outros, na ternura e na dedicação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Patrimônio da criação e divindade de todas as coisas, é a vida a vibração luminosa que se estende pelo infinito, dentro de sua grandeza e de seu sublime mistério.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é caminho em que nos cabe marchar para a frente, é sobretudo traçada pela Divina Sabedoria.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A vida é uma escola e cada criatura, dentro dela, deve dar a própria lição. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 26

    [...] é um grande livro sem letras, em que as lições são as nossas próprias experiências.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 3a reunião

    A vida é uma corrente sagrada de elos perfeitos que vai do campo subatômico até Deus [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Notícias

    A vida não é trepidação de nervos, a corrida armamentista ou a tortura de contínua defesa. É expansão da alma e crescimento do homem interior, que se não coadunam com a arte de matar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Apreciações

    A vida é curso avançado de aprimoramento, através do esforço e da luta. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 54

    A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 71

    E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 173

    [...] é um jogo de circunstâncias que todo espírito deve entrosar para o bem, no mecanismo do seu destino. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    Lembre-se de que a vida e o tempo são concessões de Deus diretamente a você, e, acima de qualquer angústia ou provação, a vida e o tempo responderão a você com a bênção da luz ou com a experiência da sombra, como você quiser.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 39

    [...] é o carro triunfante do progresso, avançando sobre as rodas do tempo [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

    Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é a verdade, mostrando-te como és.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Espíritos transviados

    A vida humana, pois, apesar de transitória, é a chama que vos coloca em contato com o serviço de que necessitais para ascensão justa. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    [...] afirmação de imortalidade gloriosa com Jesus Cristo!
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 8

    [...] é uma longa caminhada para a vitória que hoje não podemos compreender. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Bilhete filial

    V Todavia, é preciso lembrar que a vida é permanente renovação, propelindo-nos a entender que o cultivo da bondade incessante é o recurso eficaz contra o assédio de toda influência perniciosa.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Tentação e remédio

    [...] é um cântico de trabalho e criação incessantes. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 24

    [...] é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 60

    [...] toda a vida, no fundo, é processo mental em manifestação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 23

    A vida constitui encadeamento lógico de manifestações, e encontramos em toda parte a sucessão contínua de suas atividades, com a influenciação recípro ca entre todos os seres, salientando-se que cada coisa e cada criatura procede e depende de outras coisas e de outras criaturas.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 24


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    ἐστί οὗτος γίνομαι ἔν ἐκκλησία ἔν ἔρημος μετά ἄγγελος ὁ αὐτός λαλέω ἔν ὄρος Σινᾶ καί ἡμῶν πατήρ ὅς δέχομαι λόγιον ζάω δίδωμι ἡμῖν δίδωμι
    Atos 7: 38 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Este é o que esteve na igreja no deserto, com o anjo que lhe falou no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu os oráculos de vida para nos dar;
    Atos 7: 38 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    31 d.C.
    G1096
    gínomai
    γίνομαι
    o quarto dos profetas maiores, tomado como refém na primeira deportação para a
    (Belteshazzar)
    Substantivo
    G1209
    déchomai
    δέχομαι
    levar consigo
    (will receive)
    Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Médio - 3ª pessoa do singular
    G1325
    dídōmi
    δίδωμι
    bato, uma unidade de medida para líquidos, com cerca de 40 litros, igual ao efa que é a
    (baths)
    Substantivo
    G1473
    egṓ
    ἐγώ
    exilados, exílio, cativeiro
    (captive)
    Substantivo
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1577
    ekklēsía
    ἐκκλησία
    Igreja
    (church)
    Substantivo - feminino acusativo singular
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G2048
    érēmos
    ἔρημος
    (Piel) zombar, enganar
    (has deceived)
    Verbo
    G2198
    záō
    ζάω
    viver, respirar, estar entre os vivos (não inanimado, não morto)
    (shall live)
    Verbo - futuro do indicativo médio - 3ª pessoa do singular
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2980
    laléō
    λαλέω
    (P
    (and cried)
    Verbo
    G3051
    lógion
    λόγιον
    dar, prover, atribuir, vir
    (Permit us)
    Verbo
    G32
    ángelos
    ἄγγελος
    anjo / mensageiro
    (angel)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G3326
    metá
    μετά
    .. .. ..
    (.. .. ..)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3735
    óros
    ὄρος
    (I
    (was grieved)
    Verbo
    G3739
    hós
    ὅς
    que
    (which)
    Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
    G3778
    hoûtos
    οὗτος
    um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
    (of the Chaldeans)
    Substantivo
    G3962
    patḗr
    πατήρ
    um lugar no sudeste da Palestina junto ao limite do território dos cananeus, próximo a
    (unto Lasha)
    Substantivo
    G4614
    Sinâ
    Σινᾶ
    uma montanha ou, particularmente, uma região montanhosa na península do Sinai,
    (Sinai)
    Substantivo - neutro genitivo singular
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    γίνομαι


    (G1096)
    gínomai (ghin'-om-ahee)

    1096 γινομαι ginomai

    prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v

    1. tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
    2. tornar-se, i.e. acontecer
      1. de eventos
    3. erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
      1. de homens que se apresentam em público
    4. ser feito, ocorrer
      1. de milagres, acontecer, realizar-se
    5. tornar-se, ser feito

    δέχομαι


    (G1209)
    déchomai (dekh'-om-ahee)

    1209 δεχομαι dechomai

    voz média de um verbo primário; TDNT - 2:50,146; v

    1. levar consigo
      1. segurar, pegar
    2. pegar, receber
      1. usado para um lugar que recebe alguém
      2. receber ou conceder acesso a, um visitante, não recusar relação ou amizade
        1. receber com hospitalidade
        2. receber na família de alguém para criá-lo ou educá-lo
      3. de coisas oferecidas pelo falar, ensinar, instruir
        1. receber favoravelmente, dar ouvidos a, abraçar, tornar próprio de alguém, aprovar, não rejeitar
      4. receber i.e. tomar sobre si mesmo, sustentar, carregar, suportar
    3. receber, obter
      1. aprender

    Sinônimos ver verbete 5877


    δίδωμι


    (G1325)
    dídōmi (did'-o-mee)

    1325 διδωμι didomi

    forma prolongada de um verbo primário (que é usado com uma alternativa em muitos dos tempos); TDNT - 2:166,166; v

    1. dar
    2. dar algo a alguém
      1. dar algo a alguém de livre e espontânea vontade, para sua vantagem
        1. dar um presente
      2. conceder, dar a alguém que pede, deixar com que tenha
      3. suprir, fornecer as coisas necessárias
      4. dar, entregar
        1. estender, oferecer, apresentar
        2. de um escrito
        3. entregar aos cuidados de alguém, confiar
          1. algo para ser administrado
          2. dar ou entregar para alguém algo para ser religiosamente observado
      5. dar o que é dever ou obrigatório, pagar: salários ou recompensa
      6. fornecer, doar
    3. dar
      1. causar, ser profuso, esbanjador, doar-se a si mesmo
        1. dar, distribuir com abundância
      2. designar para um ofício
      3. causar sair, entregar, i.e. como o mar, a morte e o inferno devolvem o morto que foi engolido ou recebido por eles
      4. dar-se a alguém como se pertencesse a ele
        1. como um objeto do seu cuidado salvador
        2. dar-se a alguém, segui-lo como um líder ou mestre
        3. dar-se a alguém para cuidar de seus interesses
        4. dar-se a alguém a quem já se pertencia, retornar
    4. conceder ou permitir a alguém
      1. comissionar

    Sinônimos ver verbete 5836


    ἐγώ


    (G1473)
    egṓ (eg-o')

    1473 εγω ego

    um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

    1. Eu, me, minha, meu

    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    ἐκκλησία


    (G1577)
    ekklēsía (ek-klay-see'-ah)

    1577 εκκλησια ekklesia

    de um composto de 1537 e um derivado de 2564; TDNT - 3:501,394; n f

    1. reunião de cidadãos chamados para fora de seus lares para algum lugar público, assembléia
      1. assembléia do povo reunida em lugar público com o fim de deliberar
      2. assembléia dos israelitas
      3. qualquer ajuntamento ou multidão de homens reunidos por acaso, tumultuosamente
      4. num sentido cristão
        1. assembléia de Cristãos reunidos para adorar em um encontro religioso
        2. grupo de cristãos, ou daqueles que, na esperança da salvação eterna em Jesus Cristo, observam seus próprios ritos religiosos, mantêm seus próprios encontros espirituais, e administram seus próprios assuntos, de acordo com os regulamentos prescritos para o corpo por amor à ordem
        3. aqueles que em qualquer lugar, numa cidade, vila,etc, constituem um grupo e estão unidos em um só corpo
        4. totalidade dos cristãos dispersos por todo o mundo
        5. assembléia dos cristãos fieis já falecidos e recebidos no céu

    Sinônimos ver verbete 5897


    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    ἔρημος


    (G2048)
    érēmos (er'-ay-mos)

    2048 ερημος eremos

    afinidade incerta; TDNT - 2:657,255; adjetivo

    1. solitário, abandonado, desolado, desabitado
      1. usado para lugares
        1. deserto, ermo
        2. lugares desertos, regiões solitárias
        3. uma região não cultivada, própria para pastagem
      2. usado para pessoas
        1. abandonada pelos outros
        2. privada do cuidado e da proteção de outros, especialmente de amigos, conhecidos, parentes
        3. privado
          1. de um rebanho abandonado pelo pastor
          2. de uma mulher repudiada pelo seu marido, de quem o próprio marido se afasta

    ζάω


    (G2198)
    záō (dzah'-o)

    2198 ζαω zao

    um verbo primário; TDNT - 2:832,290; v

    1. viver, respirar, estar entre os vivos (não inanimado, não morto)
    2. gozar de vida real
      1. ter vida verdadeira
      2. ser ativo, abençoado, eterno no reino de Deus
    3. viver i.e. passar a vida, no modo de viver e de agir
      1. de mortais ou caráter
    4. água viva, que tem poder vital em si mesma e aplica suas qualidades à alma
    5. metáf. estar em pleno vigor
      1. ser novo, forte, eficiente,
      2. como adj. ativo, potente, eficaz

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λαλέω


    (G2980)
    laléō (lal-eh'-o)

    2980 λαλεω laleo

    forma prolongada de um verbo absoleto (em outras formas); TDNT - 4:69,505; v

    1. emitir uma voz ou um som
    2. falar
      1. usar a língua ou a faculdade da fala
      2. emitir sons articulados
    3. conversar,
    4. anunciar, contar
    5. usar palavras a fim de tornar conhecido ou revelar o próprio pensamento
      1. falar

    λόγιον


    (G3051)
    lógion (log'-ee-on)

    3051 λογιον logion

    de 3052; TDNT - 4:137,505; n n

    1. breve elocução, oráculo divino (certamente porque os oráculos eram geralmente breves)
      1. no NT, as palavras ou elocuções de Deus
      2. dos conteúdos da lei mosaica

    ἄγγελος


    (G32)
    ángelos (ang'-el-os)

    32 αγγελος aggelos

    de aggello [provavelmente derivado de 71, cf 34] (trazer notícias); TDNT 1:74,12; n m

    1. um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus

    μετά


    (G3326)
    metá (met-ah')

    3326 μετα meta

    preposição primária (com freqüencia usada adverbialmente); TDNT - 7:766,1102; prep

    1. com, depois, atrás


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὄρος


    (G3735)
    óros (or'-os)

    3735 ορος oros

    provavelmente de uma palavra arcaica oro (levantar ou “erigir”, talvez semelhante a 142, cf 3733); TDNT - 5:475,732; n n

    1. montanha

    ὅς


    (G3739)
    hós (hos)

    3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

    provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

    1. quem, que, o qual

    οὗτος


    (G3778)
    hoûtos (hoo'-tos)

    3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

    do artigo 3588 e 846; pron

    1. este, estes, etc.

    πατήρ


    (G3962)
    patḗr (pat-ayr')

    3962 πατηρ pater

    aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m

    1. gerador ou antepassado masculino
      1. antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
      2. antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
        1. pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
      3. alguém avançado em anos, o mais velho
    2. metáf.
      1. o originador e transmissor de algo
        1. os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
        2. alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
      2. alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
      3. um título de honra
        1. mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
        2. membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
    3. Deus é chamado o Pai
      1. das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
      2. de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
        1. de seres espirituais de todos os homens
      3. de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
      4. o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
        1. por Jesus Cristo mesmo
        2. pelos apóstolos

    Σινᾶ


    (G4614)
    Sinâ (see-nah')

    4614 σινα Sina

    de origem hebraica 5514 סיני; TDNT - 7:282,1026; n pr loc

    Sinai = “espinhoso”

    1. uma montanha ou, particularmente, uma região montanhosa na península do Sinai, famosa por ser o lugar da entrega da lei mosaica

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo