Enciclopédia de Romanos 6:6-6

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

rm 6: 6

Versão Versículo
ARA sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;
ARC Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.
TB reconhecendo isto: que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que seja destruído o corpo do pecado, a fim de não servirmos mais ao pecado;
BGB τοῦτο γινώσκοντες ὅτι ὁ παλαιὸς ἡμῶν ἄνθρωπος συνεσταυρώθη, ἵνα καταργηθῇ τὸ σῶμα τῆς ἁμαρτίας, τοῦ μηκέτι δουλεύειν ἡμᾶς τῇ ἁμαρτίᾳ,
BKJ sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado pudesse ser destruído, para que não sirvamos mais ao pecado.
LTT Isto sabendo nós: que o nosso velho homem foi crucificado juntamente com Ele (o Cristo) a fim de que destruído seja o nosso corpo de (natureza de) o pecado, para não mais nós servirmos- como- escravos ao pecado.
BJ2 sabendo que nosso velho homem foi crucificado com ele para que fosse destruído este corpo de pecado, e assim não sirvamos mais ao pecado.
VULG Hoc scientes, quia vetus homo noster simul crucifixus est, ut destruatur corpus peccati, et ultra non serviamus peccato.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Romanos 6:6

II Reis 5:17 E disse Naamã: Seja assim; contudo, dê-se a este teu servo uma carga de terra de um jugo de mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor.
Isaías 26:13 Ó Senhor, Deus nosso, outros senhores têm tido domínio sobre nós; mas, por ti só, nos lembramos do teu nome.
João 8:34 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.
Romanos 6:12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
Romanos 6:22 Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.
Romanos 7:24 Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Romanos 8:3 Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne,
Romanos 8:13 porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
Gálatas 2:20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.
Gálatas 5:24 E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
Gálatas 6:14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo.
Efésios 4:22 que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano,
Colossenses 2:11 no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo.
Colossenses 3:5 Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria;
Colossenses 3:9 Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A MORTE DE JESUS E O TÚMULO VAZIO

33 d.C.
JESUS É PRESO
Os quatro evangelistas descrevem em detalhes os acontecimentos que antecederam a morte de Jesus. Na noite de quinta-feira, Jesus e seus discípulos saíram da cidade de Jerusalém, atravessaram o vale do Cedrom e se dirigiram ao bosque de oliveiras conhecido como jardim do Getsêmani. Foi nesse local que uma grande multidão armada com espadas e porretes, enviada pelos principais sacerdotes, prendeu Jesus depois de Judas tê-lo identificado!

JESUS É JULGADO
Jesus foi levado a Anás, o sogro de Caifás, o sumo sacerdote, e, em seguida, ao próprio Caifás e ao Sinédrio, a suprema corte dos judeus. Decidiu-se que Jesus devia receber a pena capital, mas como não tinham autoridade para executar a sentença de morte em casos desse tipo, os líderes judeus enviaram Jesus a Pôncio Pilatos, o governador romano da Judéia de 26 a 36 d.C. Ao ficar sabendo que Jesus era da Galiléia, Pilatos se deu conta que o prisioneiro estava sob a jurisdição de Herodes Antipas e, assim, o enviou a Herodes, que se encontrava em Jerusalém na ocasião. Em 196l, arqueólogos italianos que estavam escavando um teatro construído por Herodes, o Grande, em Cesaréia, ao norte da atual Tel Aviv, encontraram um bloco de pedra calcária reutilizado, medindo 82 por 68 por 20 cm. No bloco, havia uma inscrição em latim, onde se podia ler na segunda linha:
...TIVSPILATVS"
e, na linha seguinte, o seu título:
Prefeito da Judeia. Ficou claro de imediato que a maior parte do nome de Pôncio Pilatos em latim havia sido preservada por acaso.

JESUS É CRUCIFICADO
Em resposta às exigências dos líderes judeus, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. O local escolhido foi o Gólgota ("caveira" em aramaico). Os evangelistas consideram suficiente declarar: "Então, o crucificaram"." Não procuram descrever em detalhes a dor lancinante sofrida pelas vítimas da crucificação. Sem dúvida, seus leitores já haviam visto os condenados serem pregados pelos pulsos e pés a duas traves de madeira. A crucificação, talvez de origem fenícia, era uma forma de execução usada com frequência pelos romanos desde 200 a.C. m 71 a.C., o general romano Marco Lucínio Crasso mandou crucificar seis mil escravos rebeldes ao longo da via Ápia de Cápua até Roma.
Na cruz de Jesus havia uma inscrição em aramaico, latim e grego, informando que ele era o "Rei dos Judeus". De acordo com Mateus 27:37, essa placa foi colocada acima da sua cabeça, dando a entender que a forma tradicional da cruz é, de fato, correta.
Escavações realizadas em 1968 num cemitério antigo em Giv'at ha-Mivtar, ao norte de Jerusalém, revelaram algumas arcas de pedra calcária ou "ossuários" contendo os restos mortais de trinta e cinco indivíduos. Num dos ossuários, inscrito com o nome Yehohanan, havia restos do esqueleto de uma pessoa que morreu provavelmente com vinte e poucos anos de idade, vítima de crucificação no primeiro século d.C. Nos calcanhares de Yehohanan ainda estava cravado um único prego com 18 cm de comprimento. Quem remove Yehohanan da cruz concluiu que era mais fácil cortar os pés com o prego do que arrancar o prego cravado nos pés. Parece que Yehohanan foi pregado na cruz pelo antebraço, e não pela mão. Assim, sugere-se que a palavra normalmente traduzida por "mãos" em Lucas 24:39-40 e João 20.20,25,27 deve ser traduzida por "braços".
"Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito."
João 19:28-30 Assim, nesta primeira Sexta-Feira Santa - provavelmente 14 de nisã, ou seja, sexta-feira, 3 de abril de 33 d.C. - por volta das 15 horas, no exato momento que os cordeiros pascais estavam sendo imolados, Jesus morreu. No caso de Yehohanan, o osso de sua canela direita foi estilhaçado por um golpe desferido para apressar sua morte. Com referência a Jesus, João registra: "Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados (...] chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. João 19.316 33-34a

A IMPORTÂNCIA DA MORTE DE JESUS
Os evangelistas registram um período de escuridão durante as últimas três horas que Jesus passou na cruz e descrevem em detalhes vários fenômenos ocorridos imediatamente depois da sua morte. O véu do templo se rasgou de alto a baixo em duas partes, a terra tremeu e as rochas se partiram, túmulos se abriram, e os corpos de muitos santos que haviam morrido foram ressuscitados. Os escritores das epístolas do Novo Testamento focalizam mais a teologia da morte de Jesus, seu lugar no plano preordenado de Deus para tratar do pecado lugar no plano preordenado de Deus para tratar do pecado dos seres humanos e poder restaurá-los a Deus: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus" (1Pe 3:18).

JESUS É SEPULTADO
Mateus 27:57-56 relata como, no fim da tarde de sexta-feira, José de Arimatéia obteve permissão de Pilatos para sepultar o corpo de Jesus. José era um dos discípulos ricos de Jesus. Ele possuía um túmulo no qual sepultou o corpo de Jesus. O corpo foi envolvido num pano limpo de linho e uma pedra foi colocada na entrada do túmulo. Mateus enfatiza que os romanos levaram a sério a declaração de Jesus de que ressuscitaria e, portanto, montaram guarda na entrada do túmulo e a selaram.

JESUS RESSUSCITA
No domingo começaram a circular relatos de que o túmulo estava vazio e Jesus estava vivo. Os líderes judeus pagaram aos guardas uma grande soma em dinheiro para dizer que os discípulos tinham vindo durante a note e levado o corpo." Porém, os boatos persistiram e os líderes judeus não conseguiram contê-los, pois para isso seria preciso mostrar o corpo de Jesus. Os discípulos desmoralizados foram transformados. Sete semanas depois da ressurreição de Jesus, Pedro estava proclamando a ressurreição de Cristo ousadamente no dia de Pentecostes: "Ao qual [...] Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela" (At 2:24). Esses relatos se transformaram no cerne da fé dos milhões de cristãos ao longo de quase dois milênios. Nunca foram refutados de forma satisfatória nem receberam uma explicação lógica incontestável. Para alguns, uma inscrição supostamente de Nazaré, a cidade onde Jesus passou sua infância, pode ter sido a resposta de um imperador romano anônimo as acontecimentos subseqüentes à crucificação de Jesus e dita ressurreição. A pedra com 60 por 37,5 cm traz uma tradução do latim para o grego e a forma das letras indica uma data do século I. "Decreto de César. É minha vontade que túmulos e sepulturas [.….] permaneçam intocados para sempre [.…..] O respeito pelos que se encontram sepultados é de suma importância; ninguém deve perturbá-los de nenhum modo. Se alguém o fizer, exijo que seja executado por saquear túmulos" (linhas 1-2,5-6,17-22).
O texto não parece ser um decreto imperial, mas sim, uma resposta oficial a um governador local que havia relatado ao imperador um caso específico de saque em túmulos. Ou esse tipo de crime havia acontecido em escala tão grande que era considerado digno da atenção do imperador, ou o acontecimento do qual o imperador foi informado foi extremamente incomum. A ameaça de aplicação da pena de morte, sem precedentes para esse crime no século I, mostra a gravidade da resposta do imperador.
Memo que a inscrição de Nazaré não tenha nenhuma relação com a morte e dita ressurreição de Jesus, torna muito menos provável a hipótese de que os discípulos removeram o corpo. O que os levaria a correr o risco de serem executados por saquearem um túmulo, num momento em que se encontravam profundamente desalentados com a morte de Jesus? E se os discípulos haviam roubado o corpo, por que as autoridades romanas não os julgaram e aplicaram a pena de morte?

O TÚMULO VAZIO DE JESUS
Sabemos pelo Novo Testamento que tanto o lugar onde Tesus foi crucificado quanto o lugar onde foi sepultado ficavam foram dos muros de Jerusalém, pois a lei judaica não permitia sepultamentos dentro da cidade. Os dois lugares propostos com mais freqüência para o túmulo vazio de lesus ficam ao norte da Terusalém do século I. O local chamado de "túmulo do jardim" só foi identificado no final do século XIX pelo general Charles Gordon. Usando como indicação a designação "lugar da caveira" e observando que duas cavernas num morro próximo pareciam as órbitas dos olhos de uma caveira, ele propôs 'um novo lugar para a crucificação que ficou conhecido como "Calvário de Gordon" O túmulo do iardim fica perto do Calvário de Gordon e fora do muro da Jerusalém moderna. A popularidade desse local se deve, em grande parte, à sua simplicidade serena. Porém, esse não pode ser o local do sepultamento de Jesus, pois não é um túmulo do século I. Na verdade, é bem mais antigo; pode ser datado do século VIII ou VIl a.C. Desde 326 d.C., o local do túmulo de lesus é marcado pela Igreja do Santo Sepulcro. Não há praticamente nenhum vestígio do túmulo original, pois este foi destruído em 1009 .C. pelo califa Hakim, considerado um louco. Porém, uma descrição feita por um peregrino francês chamado Arculf por volta de 680 .C., dando conta de que havia uma bancada que ia de uma extremidade à outra sem divisões, sobre a qual havia espaço suficiente para estender uma pessoa de costas, condiz com a forma dos túmulos mais sofisticados do século I. Um aspecto controverso é a posicão desse local, a saber, se ficava, de fato, fora do segundo muro no norte de Jerusalém. Nenhum vestígio desse segundo muro foi descoberto nessa parte da cidade, mas uma pedreira encontrada 40 m ao sul da Igreja do Santo Sepulcro e várias sepulturas nos arredores da igreja parecem indicar que esse lugar ficava ao norte do segundo muro de Terusalém e, portanto, fora da cidade. É possível, então, que o local seja autêntico.

A última semana da vida de Jesus

Os números referem-se, em ordem cronológica, aos acontecimentos da última semana da vida de jesus.

Referências

Mateus 26:47-50;

Marcos 14:43-46;

Lucas 22:47-54;

João 18:2-12

Mateus 27:33

Marcos 15:22

João 19.17

Marcos 15:24

Lucas 23:33

João 19.18

Mateus 27:51-52

Mateus 28:13

João 19.17

Hebreus 13:12

A última semana da vida de Jesus
A última semana da vida de Jesus
O assim chamado calvário de Gordon, em Jerusalém.
O assim chamado calvário de Gordon, em Jerusalém.
Interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Bloco de pedra com 82 × 68 × 20 cm. Faz referência a Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia. Proveniente de um teatro em Cesaréia.
Bloco de pedra com 82 × 68 × 20 cm. Faz referência a Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia. Proveniente de um teatro em Cesaréia.
Interior do túmulo do jardim, em Jerusalém.
Interior do túmulo do jardim, em Jerusalém.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

rm 6:6
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
2. O Evangelho da Santificação do Homem (Rm 6:1-8.
39)

"Santidade e Libertação do Pecado" é o tema de Rm 6.


1) O problema, 1-2;

2) A promessa, 3-4;
3) A provisão, 5-7;

4) 0 objetivo, 8-10;
5) A posse, 11-14;
6) 0 resultado, 15- 19;
7) A perspectiva, 20-23 (W. T. Purkiser).

Como Cristo viabiliza a nova humanidade que está livre dos seus pecados? Como é a universalidade do pecado e da morte em Adão substituída pela união da nova raça em Cristo, que conduz à justiça e à vida eterna? Se a lei não foi dada para promover a justiça, então qual é o seu papel? Qual é o método de Deus para libertar os homens da "lei do pecado e morte"?
A posição implícita de Paulo é que o homem, que é justo perante Deus por meio da fé, é também um homem que foi santificado por Deus.' O homem convertido tem uma nova existência em Cristo. Libertado do domínio do pecado por meio de sua união com o Salva-dor morto-ressuscitado, ele pode se elevar às alturas da santidade por meio da fé e da dedicação de si mesmo a Deus (Rm 6:1-14). Esta nova existência é também uma nova ordem a ser obedientemente respeitada. Como ele anteriormente se entregou à iniqüidade pela iniqüidade, o novo homem em Cristo deve agora se entregar em total obediência à justi-ça. O fim desta nova ordem é a santificação no mais alto sentido, resultando em vida eterna (Rm 6:15-23). A morte pelo pecado tem a sua contrapartida na morte pela lei como um meio de salvação, pois pela lei o homem está unido ao pecado. O homem pela lei é homem na carne (Rm 7:1-6). Isto, entretanto, não deve ser interpretado como significando que a lei por si própria é pecaminosa. A lei enfatiza as obrigações do homem para com Deus, mas o pecado transformou a lei justa e santa de Deus numa "lei de pecado e morte". Quando mandamento influencia a consciência do homem, o pecado emerge para a vida, e o homem morre. A lei então passa a ser o meio pelo qual Deus mostra a excessiva propen-são pecaminosa do pecado (Rm 7:7-13). A lei reivindica a devoção total do homem, mas o homem é carnal. Como o pecado mora dentro dele, ele é espiritualmente impotente. Quanto mais ele luta consigo mesmo para agradar a Deus, mais patética se torna a sua existência (Rm 7:14-25). Mas o que o homem nunca poderia fazer para si mesmo, Deus o fez em Cristo. Enviando o seu Filho "à semelhança da carne do pecado, e pelo pecado..." Deus condenou o pecado na carne, de modo que a exigência justa da lei pudesse ser cumprida no homem que crê em Cristo e "não anda segundo a carne, mas segundo o Espírito". No Espírito, derramado na sua plenitude no Pentecostes (cf. Rm 5:5), o homem tem a libertação, a orientação, a segurança, a ajuda e a esperança da redenção final (Rm 8:1-27).

Este é o evangelho da santificação do homem, expresso por Paulo. Deus justifica o homem para que Ele possa santificá-lo. Nesta seção da Epístola aos Romanos, descobri-remos a conexão vital entre os dois aspectos da salvação; a justificação e a santificação. "A justificação pela fé é o meio", Godet observa corretamente, "e a santificação é o fim. Quanto mais precisamente distinguirmos entre estas duas dádivas divinas, melhor com-preenderemos o elo que as une".' A justificação é a realidade básica sobre a qual a vida cristã está fundamentada, e significa que o crente, por meio da fé em Cristo, recebeu a nova justiça que se origina de Deus. A santificação propriamente descreve o trabalho total do Espírito em converter o crente na imagem do Filho de Deus. Ela se inicia na justificação, continua como um crescimento na graça, e é feita "inteira" num segundo momento — depois do que, naquilo que Daniel Steele chamou de "o paradoxo de Wesley", há um crescimento continuado. Enquanto Deus continua a justificar, a santificação pros-segue, abrangendo todas as áreas da existência do homem.

a) A santificação através da morte para o pecado (Rm 6:1-23). A parte final do capítulo 5 — que sobrepõe o pecado, a lei e a graça — levanta de forma acentuada a questão à qual Paulo já tinha aludido em Rm 3:7-8: "Por que não dizer: 'Façamos o mal para que desse mal venha o bem', como alguns têm me caluniado, dizendo que eu afirmo isso'?" (NEB) Se a justificação é pela fé, separada dos atos da lei; se a lei (que ordena uma vida de virtude) serve somente para o propósito de levar o pecado a uma posição de destaque; e se, quan-do o pecado abunda, a graça abunda muito mais — por que deveriam os cristãos lutar contra o pecado? Por que não pecar sem restrições, para que a graça possa existir em abundância? O fato de Paulo lidar demoradamente com esta questão mostra quão seria-mente a sua doutrina do dom gratuito da graça deve ser compreendida. Em Rm 3:5-8 ele trata da questão das premissas dos judeus: Deus é o Juiz, e o Juiz de toda a terra fará aquilo que é correto. Agora ele sente que deve dar uma resposta cristã. Uma vez mais o apóstolo recorre ao estilo da diatribe (veja os comentários sobre Rm 2:1). Sem dúvida ele responde aos antinomianos de algumas de suas igrejas que concluíram que o pecado talvez fosse perdoado na sua totalidade, e também respondendo aos adversários que alegaram que este era o resultado lógico do evangelho de Paulo."'

Este dilema apresenta uma dificuldade genuína. Em épocas de avivamento religio-so, quando a nova ênfase foi depositada sobre o dom gratuito da graça de Deus, apareceu o subproduto sinistro do antinomianismo fanático; Lutero e Wesley tiveram que lidar com tal fanatismo. É mais comum que esta tendência antinomiana tome a forma de "uma aquiescência complacente em um padrão moral baixo ou limitado, combinado com uma perigosa emoção religiosa".'


1) Morrendo com Cristo para o pecado
(Rm 6:1-14). No versículo 1, Paulo pergunta: Que conclusão devemos tirar da minha posição anterior? Que diremos, pois? Permanece-remos no pecado, para que a graça seja mais abundante? Seu objetivo não é tirar conseqüências lógicas de seu ensino anterior, mas rejeitar as falsas conclusões do antinomianismo. "Vamos continuar [epimenomen, presente do subjuntivo] em pecado [te hamartia, o pecado] para que a graça possa aumentar?" (NASB) Teremos que ser hospi-taleiros para o pecado, que reinou desde a queda de Adão? Teremos que dar a este pecado uma morada? Devemos, aqueles que fomos justificados, continuar na mesma relação que tivemos com "o pecado" antes de irmos a Cristo? Devemos continuar a reconhecer o peca-do e viver sob o seu domínio? Devemos manter uma atitude de cordialidade com o pecado para que a graça possa ser abundante?2"

A resposta é um retumbante De modo nenhum! (me genoito, claro que não!" RSV). Nós que estamos mortos para o pecado (apethanomen te hamartia, tempo aoristo — "que morremos para o pecado," NASB, RSV) como viveremos ainda nele? (2) Barret nos lembra que a forma particularizada do pronome hoitines (pronome de quali-dade — "gente como nós") dá o sentido. "Não podemos, como cristãos, continuar vivendo em pecado porque como cristãos morremos para o pecado; no que se refere ao pecado, estamos mortos. O tempo passado definido, "morremos", aponta para um momento de-terminado; a conversão e (como o próximo versículo mostra) o batismo devem estar em mente".

Paulo agora se eleva acima do limite estreito da lógica humana e inicia o seu argu-mento de que "a natureza dos problemas morais humanos se torna clara somente quan-do você eleva a sua vida à luz do propósito de Deus, como foi revelado no grande drama da morte e da ressurreição de Cristo".' A partir desta perspectiva podemos chegar a determinadas conclusões quanto à natureza da nossa verdadeira vida. Isto é lógico tam-bém, mas de uma maneira mais ampla e abrangente do que o que provocou a questão. "A passagem também enfatiza uma daquelas distinções simples que constituem o alicerce de toda moralidade. 'Como podemos, nós que morremos para o pecado, ainda viver nele?' Há uma incompatibilidade fundamental entre certas coisas, e ela é tão insuperável quanto a diferença entre a vida e a morte... "Viver' e 'Morrer' não podem ser reconciliados"." Existe apenas uma interpretação possível para as palavras de Paulo. O crente justifica-do foi "justificado do pecado" (veja v. 7). Ele já não é mais tiranizado pelo espírito da revolta que contaminou a raça desde a queda de Adão. O pecado já não "governa" mais o seu corpo. Barth pergunta: "0 que é o perdão dos pecados (como nós o entendemos) se não estiver acompanhado diretamente por uma verdadeira liberação do ato de cometer pecados?... O que é a fé sem a obediência?"'

A base para a posição que Paulo está prestes a enunciar já foi estabelecida em Rm 5:12--21 . "Adão foi a pessoa principal da antiga humanidade, durante e depois da qual o peca-do teve a sua vitória e estabeleceu o seu controle; Cristo foi a principal pessoa da nova humanidade — o homem novo — da qual o pecado foi excluído sob uma vergonhosa derro-ta"." "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivifica-dos em Cristo" 1Co 15:22). Este versículo nos dá a idéia de "pelo menos a metade"' dos exemplos em que Paulo usa a expressão "em Cristo". "Estar 'em Cristo' é estar incorpora-do à recém-criada humanidade, a nova comunidade ou ordem de relacionamento sobre-natural, o novo "corpo", que veio à existência através e ao redor de Cristo. O fato essen-cial sobre o crente é que ele já não está 'em Adão'; ele 'está em Cristo'. Ele já não é mais um 'homem natural'; mas um 'homem espiritual'. Deve-se entender que o Filho en-carnado existiu em duas condições — na sua própria pessoa, e como o Representante e Chefe da nova humanidade. Cada ato em que Ele trabalhou foi desempenhado em nome da nova humanidade que Ele carregou em Seu corpo (cf. Rm 8:2-4). Dietrich Bonhoeffer in-siste: "É impossível tornar-se um novo homem como um indivíduo isolado. O novo ho-mem significa mais do que um crente individual depois de ter sido perdoado e santifica-do. Significa a Igreja, o Corpo de Cristo', e na realidade significa o próprio Cristo".

Nossa santificação está, portanto, em Cristo, tanto na sua pessoa 1Co 1:30) quanto no seu corpo (Cl 2:9-12). Ao morrer e ressuscitar com Ele, estamos libertados do pecado e nos tornamos unidos a Ele numa relação em que podemos receber o Espírito Santo na pleni-tude pentecostal. Esta é a linha da verdade que o apóstolo considera nos versículos 3:14.

Não sabeis que todos quantos (hosoi, pronome de quantidade — "tantos indivídu-os quanto", em contraste com hoitines do versículo

2) fomos batizados em Jesus Cris-to fomos batizados na sua morte? (3) A pista para o que Paulo quer dizer com batizados em Cristo é fornecida em I Coríntios 10:1-2, em que ele escreve sobre "nos-sos pais" sendo "todos batizados em Moisés, na nuvem e no mar"?" A mesma fórmula também é aplicada tanto para Moisés quanto para Jesus Cristo (eis ton moysen ebaptisanto e ebaptisthemen eis christon iesoun). Paulo pode dizer que os filhos de Israel foram "batizados em Moisés", porque ele está em concordância com o sentimento de Estêvão de que Moisés era um "príncipe e libertador" (archonta kai lytroten, At 7:35). A implicação desta expressão será compreendida se comparada com a fórmula pela qual o próprio Senhor Jesus é designado: "um Príncipe e Salvador" (archegon kai sotera, Atos 5:31). O papel de Moisés foi de grande importância e está claro por que Paulo pôde falar do batismo dos israelitas com ele, ou seja, em união com ele. O batismo em um sentido arquétipo está presente aqui por causa dos elementos naturais (nuvem e mar) que selaram a uni-ficação do povo e seu líder, possibilitando que as pessoas se apropriassem dos benefícios oriundos da obra da salvação, que Deus empreendeu ao convocar Moisés: as pessoas foram praticamente salvas pelo próprio Moisés; Moisés, em pessoa, resumiu e engajou-se para cumprir o plano de Deus; era necessário e suficiente que os homens estivessem unidos a ele, a fim de se integrarem com o movimento de salvação que o profeta impeliu dentro do processo histórico"?' Da mesma maneira, mas em um sentido mais profundo e real, a pessoa de Cristo resume o novo homem que Deus deseja elevar; no pensamento de Deus, Ele recolhe dentro de sua própria pessoa todos aqueles que estarão unidos a Ele para compartilhar do seu trabalho salvífico. É assim que Ele inicia a nova humanidade, "a igreja, que é o seu corpo" (Ef 1:22-23).

Mas ser batizados em Jesus Cristo é ser batizado na sua morte. O melhor comentário sobre esta última expressão está no versículo 10a. Quando Cristo morreu, Ele morreu de uma vez por todas para o pecado. Sua morte foi um rompimento completo do seu contato com o pecado. O nosso batismo é um sinal e uma marca da nossa morte para o pecado, da nossa separação do domínio do pecado. Devemos ser extremamente cuidadosos aqui para não retrocedermos a qualquer idéia de graça sacramental nos ensi-nos de Paulo, que o apóstolo já havia repudiado no princípio (veja 4:9-11 e os comentári-os). Com referência ao fato, Paulo defende a sua posição contra o "sacramentarianismo" ao fazer a distinção entre a morte dos crentes e a sua ressurreição com Cristo. Desta última ele trata cautelosamente, referindo-se a ela no modo subjuntivo ou no tempo futuro (versículos 4:5-8). "Não há opus operatum sacramental por meio do qual os cris-tãos possam assegurar a si próprios, independentemente da fé e da sua própria serieda-de moral, o fato de levantar-se da morte para desfrutar a vida da Era Vindoura"?"

Por outro lado, Paulo se dirige a toda a igreja romana como a congregação dos cren-tes batizados (3a). Assim era cada congregação do Novo Testamento; simplesmente não havia cristãos não batizados, exceto pelos catecúmenos (novos convertidos) que estavam em processo de preparação para se tornarem membros da igreja. "Não seria natural para Paulo, nem para qualquer contemporâneo, considerar se a fé sem o batismo faria do homem um membro do Corpo de Cristo, ao passo que o caso de uma pessoa que procuras-se o batismo sem fé (por mais rudimentar que fosse) teria parecido um fato anormal demais para ser digno de atenção".' Entretanto, uma doutrina da justificação pela gra-ça por meio da fé requer uma distinção entre a iniciação no corpo espiritual de Cristo 1Co 12:13) e a identificação com o corpo visível por meio do batismo. Esta distinção parece ser exigida pela seguinte sentença: De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte (4) O sepultamento pressupõe que a morte já ocorreu. O batismo dramatiza e torna real a morte para o pecado, que já tinha ocorrido na Cruz. Conseqüentemente, nós concordamos com Dodd que Paulo "não está, nesta passagem, expondo a natureza do sacramento como tal, mas aproveitando-se da importância do sacramento que se aceita para um propósito pedagógico — convencer a imaginação acerca da verdade profundamente enraizada na experiência, mas que é difícil de expressar em termos pu-ramente intelectuais".291

No versículo 4 lemos: De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Godet conclui que Paulo está dizendo " 'Em conseqüência desta morte para o pecado, em Cristo... fomos conseqüentemente sepultados com Ele...para que também ressuscitássemos com Ele', o que significa: 'sepul-tados com Ele, não com o propósito de permanecer na tumba ou emergir dela para retornar à vida passada, mas para penetrar em uma nova vida, de onde o retorno para a antiga está definitivamente impedid, "!" A morte na qual fomos batizados é a dele, e a nossa morte está ao mesmo tempo incluída na dele. Este batismo na morte é a fim de que (hina) sejamos ressuscitados com Ele para que andemos em novidade de vida (em kainoteti zoes). Vincent entende isto como "uma expressão mais forte do que vida nova. Ela dá mais notoriedade à idéia principal, novidade, do que seria dada pelo adjetivo".'

Novidade de vida se segue ao funeral com Cristo, assim como a ressurreição seguiu o seu funeral; em ambos os casos pressupõe-se um ato poderoso de Cristo. Na realidade é apenas um ato, pois o crente está inseparavelmente ligado a Cristo. Este ato poderoso se dá pela glória do Pai. A palavra glória é um termo escatológico (2.7, 10; 5.2; 8.17, 21). A Ressurreição deu início à era do cumprimento, a nova era (cf. Jo 5:25; Ef 2:1-7).

Porque, se fomos plantados juntamente com ele (symphytoi gegonamen, "uni-dos com Ele", NASB, RSV; "tornados incorporados com ele", NEB) na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição (5). O texto grego omite a segunda expressão na semelhança. Portanto, a leitura do versículo é, literalmente, "Pois se nós nos tornamos unidos a Ele na semelhança da sua morte, também o seremos na sua ressurreição". Pelo batismo, nós imitamos a sua morte, ou melhor, dramatizamos nossa morte para o pecado com Ele. "Ora", diz Paulo, "nós vamos participar da sua res-surreição!" A nossa morte é como a dele; a nossa ressurreição é a dele. E a sua própria vida que Ele nos transmite pelo Espírito quando ressuscitamos com Ele em novidade de vida.' "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gl 2:20, RSV). Phillips compreendeu o pensamento de Paulo: "Se nós temos com-partilhado a sua morte, ressuscitemos e vivamos a nossa nova vida com Ele!"

O uso do futuro no versículo 5b é digno de nota: ...também o seremos na... sua ressurreição. Paulo estará falando da ressurreição futura, da glorificação corporal dos crentes? Dificilmente podemos duvidar que isto esteja no horizonte dos seus pensamen-tos (cf. Rm 8:17-23), mas esta não é a sua preocupação imediata. Paulo aqui está falando da participação real do crente na vida do Senhor ressuscitado. No versículo 11 ele faz outra alusão à nova vida do crente que não pode ser compreendida, exceto compartilhando a vida do Cristo ressuscitado.'" "Portanto, a expressão denota somente a santificação, a ressurreição moral do crente... nós começamos com a união à pessoa de Cristo pela fé naquele misterioso Ele por mim, que forma a essência do evangelho; então essa união se amplia até que todo o seu ser, como o Ressuscitado, tenha sido passado a nós".'

No versículo 6, Paulo apresenta a idéia do conhecimento subjetivo: Sabendo isto: (touto ginoskontes). Novamente no versículo 9 encontramos o verbo sabendo (eidotes), e no versículo 11 o verbo considerar (logizesthe). A inserção deste pensamento é crucial para o ensino de Paulo; ela ressalta o significado moral de seremos (5b). "A nossa parti-cipação na ressurreição de Cristo não acontece em meio a um processo físico e natural. Para que tal resultado possa ocorrer, é necessária uma cooperação moral por parte do crente".297 Esta cooperação moral, naturalmente, pressupõe um conhecimento do cami-nho e do fim (v. 8) da nossa santificação. Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado (6). "O crente compreende que o objetivo final que Deus tem em mente ao crucificar o seu velho homem (v. 6), é o de fazer com que ele viva a vida do Ressuscitado (versículos 8:9), e que ele entre ativamente no pensamento divino. So-mente assim isto poderá acontecer".298

Agora chegamos ao ápice do argumento de Paulo. Tudo o que foi dito até agora tinha a intenção de mostrar que a herança deixada por Adão tinha sido provisoriamente neu-tralizada pela morte na Cruz, para que uma nova humanidade pudesse surgir do Senhor ressuscitado. Quando Cristo morreu, houve a crucificação da antiga raça em Adão. Como o Filho do Homem, Jesus tornou-se um habitante da carne (cf. Rm 8:3). Ele se identificou com os filhos de Adão completamente, exceto no que se refere ao pecado (Hb 4:15). Jesus se uniu à humanidade identificando-se com a humanidade, redimindo a humanidade ao entrar nela e, por meio de sua vida e morte, condenou e exterminou (potencialmente) o pecado na humanidade. Quando Cristo morreu, foi, portanto, a morte do velho Adão. O nosso velho homem, diz Godet, refere-se à "natureza humana como ficou pelo pecado daquele em quem originalmente estava concentrado, reaparecendo em cada ego humano que venha ao mundo sob o domínio do amor próprio, o que foi determinado pela trans-gressão primitiva"?' Leenhardt comenta: "Este velho homem, este ser decadente, somos nós mesmos, considerando o nosso status como os filhos de Adão"." É velho no sentido de que pertence à antiga eternidade que morreu com a morte de Cristo, e em contraste com o novo homem que emergiu com a sua ressurreição. "Este velho homem é crucificado quando o crente se preocupa com a pessoa do Cristo crucificado".'

Barrett escreve: "A interpretação que se recomenda pela sua simplicidade é que o `velho homem' é a natureza do homem que não se converteu, e que pela conversão e pelo batismo é substituída por uma nova natureza, o 'novo homem'. Mas a leitura aten-ta de Colossenses 3, e desta passagem, torna impossível esta interpretação. Em Colossenses foi dito que os cristãos se despiram do velho homem e se vestiram com o novo. Aqui na Epístola aos Romanos foi dito que os cristãos devem considerar que estão mortos para o pecado e vivos para Deus (v. 11). É muito mais preciso afirmar que `o velho homem' é Adão – ou melhor, nós mesmos, em união com Adão, e que o 'novo homem' é Cristo – ou melhor, nós mesmos, em união com Cristo".'

A morte de Cristo foi "potencialmente a morte de toda a raça humana, assim como a sua ressurreição foi potencialmente a recriação de toda a humanidade"."

Em Adão, ou seja, na solidariedade com a humanidade caída pela natureza pecado-ra, todos devem morrer; mas em Cristo, ou seja, por meio da incorporação à humanidade redimida no corpo de Cristo, todos são feitos vivos (Rm 5:12-6.11). Na morte de Cristo no Calvário, morreu toda a raça humana, porque Cristo é o Homem representativo: "Se um morreu por todos, logo, todos morreram" (2 Co 5.14, NASB; a última frase é ara hoi pantes apethanon). Na ressurreição de Cristo, foi criado o novo homem (Ef 2:15; Cl 3:9- 11). O indivíduo – por meio da sua fé, dramatizada pelo batismo – se apropria da salva-ção possibilitada por Cristo. Com Cristo, ele morre para o pecado e ressuscita para a novidade de vida. Assim, com inteira realidade, ele pode confessar: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gl 2:20). O batismo materia-liza e ratifica a nossa morte para o pecado; ele remove toda a experiência do campo do subjetivismo puro, e a conecta a um evento na história. Assim como a morte de Cristo foi um fato objetivo, o mesmo ocorre com o nosso batismo. Na Roma pagã, o homem batizado era um homem morto, naquilo que dizia respeito à sua vida antiga. Ao submeter-se ao batismo cristão, ele morria para a sua vida antiga, e a partir daí ele se identificava com Cristo e com a nova vida que Ele veio dar. Em toda esta passagem, o apóstolo está lem-brando os romanos deste fato solene, que eles estavam aparentemente correndo o risco de esquecer. "Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?" (v. 3).

Tudo isto, devemos entender, é para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. "O objetivo desta execução moral, incluída no mesmo fato da fé, é a destruição do corpo do pecado".' Qual é o corpo do pecado (to soma tes hamartias) ? Literalmente, é o "corpo que pertence ao pecado" (possessivo genitivo) : o corpo do qual o pecado se apossou." O melhor comentário é provavelmente Rm 7:14-15. A versão RSV traduz a expressão como "o corpo pecador". Se chamarmos o corpo de "pecador", faremos o mesmo de quando falamos de "lucro imundo". Sem Cristo, o corpo do homem é degradado pelo pecado. Paulo sem dúvida está pensando no corpo físico como um instrumento para o pecado. Assim, embora a expressão to soma tes hamartias deva ser interpretada neste contexto, não é esse corpo que deve ser destruído, mas o corpo como um instrumento para o pecado. Libertados do pecado, somos capazes de apresentar os nossos corpos como sacrifícios vivos a Deus (Rm 12:1), para sermos "instru-mentos de justiça para Deus" (v. 13, NASB).

Entretanto, alguns intérpretes julgam que nós devemos entender soma como mais do que o organismo físico. Dodd insiste que significa "o ser individual como um organis-mo (nem carne nem espírito individualmente, e a 'alma' meramente como o princípio animador da carne, ou da estrutura física) "." Portanto, ele prefere pensar no "corpo pecador como um ser organizado a partir dos sentimentos maus e não harmoniosos"' (veja 7.18). Destruir – ou desfazer – o "corpo do pecado", portanto, seria "desintegrar estes maus sentimentos, e desta forma destruir o ser construído a partir deles, em uma preparação para a organização de um novo ser, ao redor do centro que Cristo fornece para o crente"."

Barth claramente entende assim corpo (soma), pois ele diz, com vigor caracte-rístico: "Este é o nosso conhecimento de Jesus Cristo, no qual a nossa fé se funda -que o 'velho homem', isto é, nós mesmos, como inimigos de Deus, fomos crucificados e mortos na crucificação (e com ela) do homem Jesus no Gólgota, e o 'corpo' (isto é, o sujeito, a pessoa que precisa desta salvação) do pecado, o homem que pode e quer pecar, e irá fazê-lo, foi removido, destruído, acabado, simplesmente já não está mais ali (e portanto não foi simplesmente 'destituído de poder') "." A versão NEB traduz assim o versículo 6: "Sabemos que o homem que já fomos foi crucificado com Cristo, para a destruição do ser pecador, para que não mais sejamos escravos do pecado". Tal é a obra de Cristo: ela possibilita a cura completa para o pecado que entrou na raça humana por meio da transgressão de Adão. Pela graça de Deus, "o pecado" (cf. Rm 5:12) pode ser extirpado da natureza humana. Este foi o objetivo da morte de Cristo, e esta é a possibilidade que se abre a cada cristão. O fato de que cada crente não tenha percebido esta libertação total é a oportunidade da discussão de Paulo nesta passa-gem. Ele quer que os seus leitores saibam que a salvação completa é uma opção viva para o homem justificado.'

Em Rm 6:1-6,22, J. W. Ellis vê retratada "A vida santificada".

1) A vida questionada, 1;

2) A vida respondida, 2;

3) A vida crucificada, 3;

4) A vida ressuscitada, 4-6;

5) O funda-mento da vida, 6;
6) A superestrutura da vida, 22.

O versículo 7, Porque aquele que está morto está justificado (dedikaiotai) do pecado conclui o versículo 6. O pecado agora perdeu a sua reivindicação sobre o homem que morreu com Cristo. "Ele quer dizer que aquele que morreu, e já não tem um corpo para colocar a serviço do pecado, agora está legalmente isento de realizar os desejos daquele senhor, que até então tinha disposto livremente dele".'

Leenhardt destaca que os versículos 5:7 consideram o batismo libertador, do ponto de vista da sua participação na morte de Cristo; os versículos 8:10 apresentarão Cristo como aquele que traz a nova vida. O versículo 8 declara: Ora, se já morremos com Cristo (ei de apethanomen syn christo, tradução literal, NASB), cremos (pisteuomen, somos convencidos de) que também com ele viveremos. A morte com Cristo é um evento passado; o pecado já não reina sobre um crente justificado. Mas nem todo cristão conseguiu entender o significado completo da promessa de que também com ele vive-remos. Como no versículo 5, Paulo está falando da "participação da vida santificada do crente com a vida de Cristo, mais do que da participação na glória futura que não é o assunto aqui"?' Viver com Cristo é compartilhar da sua vida como alguém ressuscitado e glorificado. O ser, tendo renunciado ao seu centro organizado falso e destruidor, se prende ao centro novo, santificador, e que dá a vida — o Senhor Jesus Cristo. "Este é o nosso Pentecostes", afirma Godet, "análogo à sua ressurreição".3"Também existe um eco de 5.10, onde Paulo falava do nosso ser "salvo pela sua vida". O significado completo deste conceito ficará claro quando chegarmos 8:1-4. Pela sua derrota pessoal do peca-do, Cristo santificou completamente a natureza humana, e nos forneceu o Espírito santificador. Assim como Adão perfurou o dique pelo qual ocorreu a irrupção do pecado, Cristo abriu as comportas do Espírito Santo à natureza humana.

Paulo prossegue: sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez (ephapax, "de uma vez por todas", RSV) morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus (9-10). A primeira frase enfatiza que a ressurreição de Cristo foi um evento escatológico. A ressurreição de Cristo, diferentemente da de Lázaro, impediu a possibilidade de que Ele morra novamente. Ele, e somente Ele, iniciou a res-surreição da vida da era que virá. Isto porque "a sua morte foi uma morte para o pecado e valeu de uma vez por todas" (NASB). "Cristo morreu para o pecado porque ele morreu sem pecado, porque ele morreu pelo pecado (pela desobediência ao seu Pai), e porque ele morreu em um contexto de pecado".314 Portanto, a sua morte, em lugar de ser um sinal da vitória do pecado sobre a verdadeira natureza humana do homem, foi um sinal da "com-pleta derrota do pecado em um combate decisivo".315 Enquanto para outros homens a morte tinha sido a sentença da condenação, Cristo "condenou o pecado na carne" (8.3), e venceu o adversário no mesmo campo de batalha onde ele tinha se entrincheirado. Além disso, ele ressuscitou dos mortos pela glória do Pai (v. 4), para que Ele pudesse conti-nuar a viver somente para Deus.

Agora chegamos ao que Dodd chama de "conclusão muito importante".' Como Cris-to, de uma vez por todas, morreu para o pecado... assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus (11).3" Isto é um imperativo, um desafio encorajador (logizesthe heautous) : "Vocês devem se conside-rar mortos para o pecado; mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (NASB). "Se na verdade os crentes tomam parte da vida e da morte de Cristo; se eles morrem com ele, e vivem com ele, então devem se considerar assim. Eles devem receber esta verdade, com todo o seu poder consolador e santificador, nos seus corações, e manifestá-la em suas vidas".' A exortação é: "Sejam, de fato, o que em Cristo vocês são potencialmente". Pelo reconhe-cimento da fé, entrem nas amplas possibilidades da sua nova união com Cristo. Considerai assim: "Os pregos que perfuraram as suas mãos e os seus pés santos destruíram o meu antigo ser. Cristo e nós fomos separados do pecado pela mesma morte misteriosa; e, portanto, estamos mortos com Cristo".'

Isto implica que a nossa separação do pecado e a nossa devoção a Deus são dádivas de Deus para nós, e que trabalham em nós. E implica que Deus as dá a cada um de nós no momento em que acreditamos que são nossas. Se não for assim, o nosso reconhecimento, que podemos fazer a seu convite, é um engano.

Portanto, nós chegamos à Cruz e ao sepulcro vazio de Cristo. Nós nos lem-bramos da falta de pecado e da devoção a Deus do Salvador morto e ressuscita-do. Sabemos que ele morreu para que nós, pela união espiritual com Ele, possa-mos ser como Ele. Talvez até este momento tenhamos estado tristemente vivos para o pecado, mas parcialmente devotados a Deus. Mas Deus nos pede que nos consideremos como compartilhando a morte e a vida de Cristo. Em vista do objetivo de Deus, e da morte de Cristo, não ousamos hesitar. Dizemos: contradi-zendo as nossas experiências passadas, estamos mortos para o pecado; a partir de agora, vivo somente para Deus. O que dizemos que consideramos, com o con-vite de Deus, é verdade. E Deus concretiza em nós, pela união com Cristo, a sua própria palavra e a nossa fé. A partir de agora, enquanto mantivermos a nossa confiança, descobriremos, por feliz experiência, que pela graça e poder de Deus, de uma maneira desconhecida antes para nós, estamos separados do pecado e vivos para Deus."'

Em 12-13, Paulo escreve: Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mor-tal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências. Nem tampouco apresenteis (mede paristanete, imperativo presente, "não continuem entregando", NASB) os vos-sos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos (parastesate, imperativo aoristo, "entreguem-se 'por um único ato decisivo' "y- a Deus, como vivos dentre mortos (hosei ek nekron zontas, "como homens que foram trazi-dos da morte à vida", RSV), e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Embora o domínio do pecado esteja destruído pela justificação, ainda é possí-vel que, embora o pecado não necessite mais dominar, apesar disso o homem justificado possa escapar da graça (v. 16) e permitir que o pecado domine.' É possível que este homem "continue entregando" as partes do seu corpo como instrumentos para o uso do pecado. "A própria frase 'Não deixem que o pecado domine' supõe que ele ainda esteja ali. Mas ele não deve mais estar como soberano, pois ele perdeu o seu instrumento e auxiliar poderoso, o corpo, que se tornou, em Cristo, o instrumento de Deus".' É por isto que o cristão, e somente o cristão, pode apresentar os seus membros a Deus, como instrumentos de justiça. Ele foi liberado do domínio do pecado na sua perso-nalidade; ele é um homem livre em Cristo. A questão que ele enfrenta agora é: O que eu vou fazer com a minha nova liberdade? Será que vou usá-la "para dar ocasião à carne", ou será que vou empregá-la para servir a Deus e ao meu próximo em amor? (cf. Gl 5:13). Será que vou me colocar à disposição da maldade, ou será que vou me entregar a Deus em um ato de completa consagração?

É educativo observar a linguagem exata que Paulo emprega aqui. Em primeiro lu-gar, ele insiste: apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, isto é, apresen-tem o mais profundo do seu coração a Ele, dizendo "seja feita a sua vontade, e não a minha" Em segundo lugar, entreguem... os seus membros a Deus, como instrumen-tos de justiça. Coloquem todos os órgãos do seu corpo, e todo poder da sua personalida-de redimida, à disposição de Deus. Esta é a parte do homem — a consagração. A parte de Deus é a santificação. Isto fica claro no versículo 22: "Mas agora vocês foram libertados do pecado e são servos de Deus. Com isso vocês ganham uma vida completamente dedicada a Ele, e o resultado é que vocês terão a vida eterna" (RSV). Veja Rm 12:1-2, onde os dois aspectos são reunidos em um conjunto global. O nosso papel é consagrar; o de Deus é santificar. O nosso é entregar; o de Deus é transformar.

"Três analogias da consagração" são sugeridas nesta seção e na seguinte:
1) A analo-gia da escravidão, Rm 6:13-15-22; cf. Êx 21:1-6;
2) A analogia do casamento, Rm 7:1-6;
3) A analogia do sacrifício, Rm 12:1.

Paulo conclui esta seção sobre a morte com Cristo com uma palavra final de encorajamento. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça (14). João Calvino escreve: "Aqui temos, me parece, um encorajamento para o conforto dos crentes, para que eles não fracassem nas suas tentativas de se agarrar à santidade pela percepção da sua própria fraqueza. Ele os exortou a aplicarem todas as suas forças na obediência à justiça, mas como eles ainda têm os resíduos da carne, não conseguem fazer outra coisa a não ser caminhar hesitantes".324 Este é o dilema do homem justificado que ainda não sentiu o escopo da santificação divina, que é o objetivo para a sua vida. Ele se encontra, às vezes, esmaga-do pelo pecado; e assim precisa construir novamente as bases do arrependimento e da fé. Que este homem não perca a coragem, pois "agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1). Como um crente justificado, procurando andar sob a plena luz de Deus, ele não está mais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Deus não computa o pecado residual contra o crente (cf. 1 Jo 1:7), enquanto este, voltando-se contra o pecado com a mais profunda rejeição pessoal, e voltando-se para Deus com o mais profundo compromisso pessoal, procurar a completa libertação do Espírito em sua vida. Que o crente, portanto, se alegre com o sorriso de Deus e viva com a feliz expectativa da libertação completa pelo poder de Cristo. Embora o pecado permaneça, ele não domina. Portanto, o crente pode encontrar coragem e conforto em Cristo. Como nós também estamos debaixo da graça, não somos responsáveis pelas nossas trans-gressões inadvertidas e inconscientes em relação à lei de Deus. Os cristãos foram leva-dos da ordem legal das obras à ordem evangélica da "fé que opera por amor".3" Mas que o crente nunca se esqueça das palavras da promessa: "Fiel é o que vos chama, o qual também o fará" (1 Tes 5:23-24).3'

Permanece uma questão. Falando como um novo homem em Cristo, devo perguntar: "Quando foi que morri com Cristo para o pecado?" A resposta de Paulo tem quatro partes:

  1. Você morreu com Cristo na provisão feita por Ele no Calvário. A morte dele foi potencial e provisoriamente a sua morte; a ressurreição dele, a sua ressurreição para a novidade da vida. A Cruz significou mais do que propiciação, com a bênção conseqüente da justificação (Rm 3:21-28) ; a morte de Cristo foi a condenação do pecado, a sua extirpação da natureza humana (8,3) e, portanto, a sua santificação (v. 6; 8:1-4; cf. 1 Co 1.30; Ef 5:25-27).
  2. Você morreu com Cristo em propósito quando foi justificado. Na cruz, você foi submetido ao julgamento de Deus sobre os seus pecados; no que diz respeito à sua inten-ção e ao seu consentimento, você entregou o seu ser pecador à morte quando abraçou a morte de Jesus com fé penitente (veja Gl 5:24). Além disso, a sua antiga existência em Adão foi interrompida quando, pela fé, você se tornou uma nova criação em Cristo (veja 2 Co 5.17). Pela ação de Deus, você foi levado ao domínio do seu Filho Amado (veja Cl 1:13). Em Cristo, você foi "justificado do pecado" (v. 7), libertado do poder do pecado e das reivindicações do pecado — o pecado já não domina mais a sua vida.
  3. Você morreu com Cristo em profissão quando se submeteu ao batismo cristão (vv. 3-4). Submergindo na água do batismo, você foi sepultado com Ele na sua morte (cf. v. 10), você foi arrancado do seu passado pecaminoso, você saiu do batismo como um ho-mem de Cristo, com um novo futuro, e com um novo nome.
  4. Finalmente, você morre com Cristo pela experiência pessoal presente quando

    1) ao considerar a fé, você abraça as provisões completas do Calvário (v. 11), e

    2) você se entrega a Deus em um ato de completa consagração (v. 13). Neste ato de consagração e fé, o seu corpo mortal deixa de ser um instrumento do pecado para ser o templo do Espírito Santo. Embora sejamos santificados "pela fé" (At 26:18), Deus dá o Espírito Santo somente "àqueles que lhe obedecem" (At 5:32). A fé e a obediência são dois lados da mesma moeda.

A santidade pela fé em Jesus, Não pelo esforço próprio,

O domínio do pecado é esmagado e destruído

Somente pelo poder da graça.

A própria santidade de Deus em você,

A própria beleza Dele na sua expressão;

Esta será a sua vivacidade como peregrino, Esta será a sua porção abençoada agora. — Citado por Skevington Wood

"Quando Deus nos convida a nos considerarmos mortos para o pecado, e a partir de então vivermos somente para Ele, nos lembramos da nossa fraqueza moral, e dizemos: como pode ser isto? Mas quando descobrimos que a partir de então o Espírito de Deus irá residir em nós, para que pelo seu poder Ele possa nos proteger de todo o pecado, e pela sua santidade dirigir a Deus todos os nossos objetivos e esforços — quando descobrimos isto, a nossa dúvida dá lugar à expectativa confiante e à gratidão que nos leva à adora-ção. Pois estamos certos de que o Espírito é capaz de realizar, até mesmo em nós, o propósito de santidade de Deus"' (Veja os comentários sobre Rm 8:1-11).

"A morte para o pecado" é claramente retratada em Rm 6:1-14.
1) A morte para o pecado é simbolizada, 3-4;

2) A morte para o pecado é dramatizada, 6;

3) A morte para o pecado é percebida, 11-14.


2) A santificação como uma nova obediência (Rm 6:15-23). Esta seção enfatiza que aque-les que, de acordo com o versículo 14, já não estão mais debaixo da lei, mas debaixo da graça, foram trazidos a um relacionamento de serviço que significa a obediência de todo o coração (v. 17). Paulo diz, no versículo 19, que esta é uma maneira humana de considerar o assunto, adotada pela fraqueza da vossa carne, ou seja, ele introduz esta discussão para se fazer completamente compreendido, caso aquilo que ele disse nos versículos 1:14 não tenha sido perfeitamente compreensível. Ao mesmo tempo, Paulo deixa claro que as palavras que virão a seguir não devem ser interpretadas em nenhum sentido legalista, mas devem ser ouvidas e compreendidas à luz do que ele acabou de dizer sobre a nossa morte com Cristo para o pecado, e como uma aplicação dela.

Ele começa recolocando a questão do versículo 1. Pois quê? Pecaremos (hamartesomen, "devemos pecar?") porque não estamos debaixo da lei, mas debai-xo da graça? De modo nenhum! (15). Mas esta não é meramente uma repetição da questão anterior. A primeira pergunta era "Permaneceremos no pecado?" Esta é: "Peca-remos?", ou seja, "Continuaremos a pecar?" A primeira lida com o estado permanente de pecado; a segunda com o ato da desobediência. Nos versículos 1:14 o apóstolo demons-trou a incompatibilidade fundamental entre a graça e o pecado (he hamartia, "o peca-do"). Um homem que morreu para o pecado não pode continuar vivendo nele. Ele passou da ordem antiga da morte em Adão para a nova ordem da vida em Cristo — e esta nova vida é uma existência santa. Este homem, que veio à nova ordem da graça e da vida por meio de Cristo é, portanto, um homem que deixou de pecar. Assim, aqui nos versículos 15:23, Paulo demonstra a incompatibilidade fundamental entre a graça e o ato de pecar. Isto fica claro pelo verbo hamartesomen, um subjuntivo aoristo, que pode ser traduzido literalmente como: "Vamos nos preparar para um único ato de pecado?" Paulo responde: Me genoito, "É claro que não, nunca!" (NASB; cf. Rm 13:14).

Paulo exulta: Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos (doulous, "escravos"; com o mesmo significado ao longo desta seção) 328 para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? (16) "O homem tem um senhor, de uma maneira ou de outra. Ou ele é um servo do pecado, ou um servo da obediência. O pecado e a obediência, portanto, não são as nossas ações em primeiro lugar, mas os poderes que exercem domí-nio sobre nós".' Ao colocar estes dois senhores em sobreposição, Paulo deixa claro que o pecado é a desobediência (cf. Rm 4:15-5:13-14), e não uma mera "falta de compreensão do significado". Hamartia significa basicamente "iniqüidade" (1 Jo 3:4; cf. Rm 8:7). O homem que peca não é somente um atirador com má pontaria, ele mira o ponto errado e assim erra o alvo. O pecado é um "erro voluntário"." Como o pecado é um assunto tão sério, o crente justificado que voluntariamente desobedece a Deus se encontra novamente escra-vizado pelo pecado. Como o próprio Senhor advertiu: "Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado" (Jo 8:34). E — o salário do peca-do é a morte (v. 23; cf. Rm 8:13). Paulo está fazendo eco ao aviso que Deus fez a Adão na época em que ele era inocente (Gn 3:3), assim como a palavra do profeta: "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18:4). Desobedecer a Deus é novamente ficar debaixo "da lei do pecado e da morte". Por outro lado, a escravidão à obediência resulta na justiça. O versículo seguinte mostra a importância desta nova justiça cristã.

Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de cora-ção à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça (17-18).' A graça de Deus, que nunca poderá ser louvada suficientemente, significa que, embora fôssemos servos do pecado, já não mais o somos, "pois quando o evangelho nos foi contado e nós o ouvimos, nos tornamos obedientes a ele com todo o nosso coração, e, portanto, com toda a nossa existência".332 Portanto, nós nos tornamos sujeitos àquele segundo campo (ou reino), o de servos da justiça. Assim, "a justiça permanece importante para os cristãos; a única justiça de que desistimos foi da nossa própria, e para que possamos estar sujeitos à justiça de Deus — que não é menor, mas sim maior do que a humana (cf. Mt 5:20) ".' O que significa ser servos da justiça? Neste novo relacionamento de graça, não estamos, para dizer a verdade, lidando com a escravidão, mas sim com a liberdade. Tendo sido libertados da servidão do pecado, nos tornamos "servos da liberdade".' O serviço a Deus é a liberdade perfeita. Este é o para-doxo da justiça de Deus.

Neste ponto, Paulo insere o seu parênteses apologético, que é o seguinte: Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne (19; cf. Rm 3:5-1 Co 9.8; G13.15). A seguir: pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai (parestesate, subjuntivo aoristo, como no versículo 13b; apresentar em um ato decisivo de dedicação) agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação (hagiasmon, "santificação", NASB, RSV). Mais uma vez vemos a relação entre a consagração e a santificação (veja os comentários sobre o versículo 13).

É impensável um acordo entre o pecado e a justiça. Um homem não pode servir a dois senhores. Estas atitudes são mutuamente excludentes. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis, então, das coi-sas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação (hagiasmon, "santificação", NASB, RSV), e por fim a vida eterna (20-22). "Assim como você tinha um senhor naquela época, também tem um Senhor agora", parafraseia Barth, "você também estava livre, isto é, da justiça — uma terrível liberdade, o inevitável resultado vergonhoso, e cujo fruto é a morte. E da mesma forma, você está livre novamente, isto é, do pecado, porque você se tornou servo de Deus, com o resultado de que, pela sua decisão e pela ordem conseqüente, você é um homem santificado que, como tal, está no caminho da vida eterna".335 Agora retornamos à elevada visão da santificação que se iniciou nos versículos 11:13. Ao se apegarem às amplas possibilida-des da graça de Deus, os cristãos romanos podem se tornar homens completamente san-tificados, com a esperança da vida eterna.

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor (23). Nesta frase final, o contraste entre o pecado e Deus dificilmente é mais importante do que a correspondente antítese entre salário e dom gratuito. A antiga escravidão ao pecado estava debaixo do domínio da lei, e o pecado concomitantemente pagava um salário; a nova escravidão a Deus está debaixo do domínio da graça, e Deus concomitantemente dá um "dom da graça" (charisma), ou seja, a vida eterna. Dentro deste "dom da graça", afirma Godet, "está a plenitude da salvação. Tudo nesta obra, desde a justificação inicial até à absolvição final, incluindo a santificação e a preparação para a glória, é um dom gratuito, um favor imerecido, como

  1. próprio Cristo que foi feito justiça, santidade e redenção para nós".336

Em Rm 6:1-23, podemos ver "A Incompatibilidade Entre a Graça e o Pecado".

1) A graça de Deus é incompatível com a permanência em um estado de pecado, 1-14;

2) A graça de Deus é incompatível com a atitude de cometer um ato de pecado, 15-23.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Romanos Capítulo 6 versículo 6
O nosso velho homem:
Isto é, o que éramos antes:
Ef 4:22; Cl 3:9.Rm 6:6 Gl 2:19-20; Gl 5:24-25. Não sirvamos o pecado:
Ver Rm 5:21,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
*

6.1-14

A insistência de Paulo de que o aumento do pecado é compensado pelo aumento da graça (5.20), levou à pergunta que ele agora levanta. Tão grande foi a sua ênfase sobre a liberdade da graça divina , em face do pecado, que a sua pregação foi acusada de tendências antinomianas, ou seja, a ignorância dos requisitos éticos da lei (3.8). Agora ele frisava o ponto de que continuar no pecado envolveria uma contradição da nova identidade do crente em Cristo. Em face dessa nova identidade (v. 11), os crentes devem rejeitar a idéia de que a permissão de pecar usurpe autoridade sobre as suas vidas; pelo contrário, devem entregar sua vida inteira a Deus (vs. 12,13), na certeza de que, visto estarem sob a graça divina e não sob a lei, como meio da salvação deles, o pecado não é mais o seu senhor.

* 6:2

De modo nenhum. Uma expressão freqüentemente usada por Paulo para exprimir um retrocesso escandaloso (3.31; 6.15; 7.7,13 9:14-11.1,11).

nós os que para ele morremos. O ponto destacado por Paulo é que os crentes foram realmente unidos a Cristo, tanto em sua morte quanto em sua ressurreição, e que isso alterou de tal modo a condição deles que continuarem pecando como antes não somente é impróprio, mas também é, realmente, impossível.

* 6:3-4

O batismo em água, o sinal e o selo da união inicial com Cristo, é a cerimônia de sepultamento para o "velho homem" (v. 6), bem como a cerimônia de inauguração para a nova pessoa em Cristo (v. 4). Como tal, o batismo proclama que aqueles que estão unidos com Cristo morreram para o pecado. De Rm 5:20 a Rm 8:4, o pecado é apresentado como a força impulsionadora que produz atos pecaminosos, e que é personificado como um capataz tirânico, exigindo domínio e que precisa ser resistido. Ver a nota teológica "Batismo", índice.

* 6:6

foi crucificado com ele o nosso velho homem. Se o "velho homem" abrange a vida de antes da conversão, inclui também muito mais, e deveria ser interpretado à luz de 5:12-21, dando a entender tudo quanto éramos em nossa união com Adão. Devemos pensar que tudo isso foi encravado na cruz, a fim de morrer.

o corpo do pecado. Talvez no sentido do pecado como uma massa, como um corpo; mas provavelmente o corpo físico visto como a esfera na qual o pecado reinava (conforme "corpo desta morte", em 7.24).

seja destruído. A união com Cristo em sua morte não destrói o nosso corpo como tal, mas põe fim ao papel do corpo como o instrumento inescapável do pecado, destruindo o reino do pecado no corpo. Os corpos dos crentes são agora dedicados a Cristo e produzem fruto santo em seu serviço (6.13 22:7-4; 12.1). Não somos mais "escravos do pecado" visto que a vida no corpo, dominada pelo desejo ardente de pecar, cedeu lugar à vida no corpo dominada pela paixão pela justiça e pela santidade (v. 18).

* 6:7

está justificado do pecado. Ver a referência lateral. Aqui a linguagem tem uma nuance adicional de "livrado do", porquanto Paulo estava discutindo o reinado do pecado, e não meramente a sua culpa (vs. 17-22). Paulo personificou o pecado como se fosse um monarca (5.21); como um general que usa várias partes do corpo como armas ("instrumentos, v. 13 e referência lateral); e também como um empregador que paga salário ao seu empregado (v. 23).

* 6:8

também com ele viveremos. Isso inclui a idéia da ressurreição, mas também deixa implícita a nossa presente participação na vida ressurrecta de Cristo, como alguém que está "vivo para Deus em Cristo Jesus" (v. 11).

* 6:11

considerai-vos mortos. Deve-se reconhecer que aquilo que foi dito nos vs. 1-10 já era a verdade a respeito do crente.

* 6:12

Não reine... o pecado. Visto que o reinado do pecado foi quebrado, todas as tentativas do pecado por recuperar o domínio podem e devem ser resistidas. O corpo (v. 13), outrora dominado por desejos pecaminosos, não mais deve ceder diante desses desejos.

* 6:13

oferecei-vos a Deus. Paulo via o segredo da santificação como a entrega da pessoa por inteiro a Deus, da qual se segue o oferecimento das várias partes do corpo a ele.

como ressurrectos dentre os mortos. Tudo isso deve ser feito em consciente conhecimento e como uma expressão deliberada, de nossa nova identidade em Cristo.

* 6:14

o pecado não terá domínio sobre vós. Temos aqui uma declaração indicativa, uma promessa, e não um imperativo ou uma exortação.

pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça. O princípio controlador na vida do crente é o reinado da graça, que nos livra do reinado do pecado (5.21), e nos transforma segundo a semelhança de Cristo.

* 6.15-23

O fato de que o crente não está debaixo da lei, mas debaixo da graça divina poderia parecer que provê licença para a negligência moral. Mas Paulo nega isso, visto que, sob o reinado da graça, os crentes tornaram-se escravos de Deus. A liberdade concedida pela graça, portanto, é a liberdade para obedecer e servir, e não uma permissão para pecar. Ver "Liberdade e Escravidão da Vontade", em Jr 17:19.

* 6:17

graças a Deus. Ao mesmo tempo em que Paulo salienta a atividade do indivíduo na conversão ("vos ofereceis", v. 16: "viestes a obedecer", v. 17), ele atribui, agradecido, toda a correta reação espiritual à graça de Deus. Se o indivíduo é ativo na conversão, ele o fez de maneira não-contribuinte e não-meritória, de tal modo que não ficam comprometidas nem a graça e nem a soberania divinas.

viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. Ver a referência lateral. O oposto à servidão ao pecado é a submissão do novo estilo de vida que é produzido pela graça. À vista disto aqui estão tanto o próprio evangelho como o tipo de ensino dado nos capítulos 12—16, talvez tendo o próprio Cristo como modelo (conforme Ef 4:20,21).

* 6:18

uma vez libertados do pecado. Ver a "Liberdade Cristã", em Gl 5:7.

* 6:19

Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. A ilustração da escravidão é uma representação inadequada da vida cristã, especialmente em um contexto romano, porquanto poderia dar a idéia de uma dura conotação da servidão humana e expressar inadequadamente a verdade de que o jugo de Cristo é suave (Mt 11:28-30). Não obstante, Paulo retém a metáfora, talvez acreditando que o perigo maior consiste em deixar de cumprir a responsabilidade moral pessoal diante do Senhor.

para a escravidão da impureza. A pecaminosidade não se estaciona, mas entra em decadência e se agrava.

* 6:23

O tríplice contraste do salário, do pecado e da morte, com o dom, Deus e a vida eterna, leva o argumento de Paulo a um enfoque memorável.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
IV. Santificação através da fé (Rom. 6-8)

Justificação tem sido mostrado para ser por fé. As obras do homem são insuficientes para restaurar a pé com Deus ou para a produção de qualquer um dos benefícios que vão com o perdão ea nova vida. Somente o dom de Deus pode limpar registro do homem, dar a vida, dar um sentido, garantir a vitória e segurança, e garantir o próprio céu. Estes presentes são recebidos pela fé. Obras são mais o efeito do que a causa, embora a fé nunca existe em completo isolamento. É sempre sustentada por obediência e capacidade de resposta. Sem essas obras a fé estaria morto.

Agora surge a pergunta: E quanto a santificação? Não é a purificação, consolidação e perfeição da vida cristã uma questão de obras? Não é tudo isso delineado pela lei? Tendo começado pela fé, não nos agora continuar pelas obras da lei? Esta foi a contenção pressionado com tanta força na Galácia. Paulo respondeu essa visão tanto na epístola aos gálatas e aqui em Romanos 6:8 .

Embora o termo "santificação" não é usada como tal nesta terceira principal seção doutrinária de Romanos, os temas discutidos são geralmente resumidos sob este título. Palavras usadas são: "justiça", "santidade", "vida", "livre do pecado", "rendimento", "mortos para o pecado", e "segundo o Espírito" O primeiro teste é a qualidade de vida a ser vivida. (capítulo 6 ). A santidade não é pela auto-afirmação, mas com a morte, ressurreição, produzindo, e dependente de fé e graça todos os frutos-rolamento. Capítulo 7trata de lidar com o que a lei pode e não pode fazer sobre a necessidade do homem. Ele pode fazer a pessoa profana miserável mas não pode entregá-lo. Capítulo 8 dá o remédio em uma explosão de glória que expõe a vida cristã normal da santidade no Espírito.Sua palestra está presente triunfo e esperança no futuro.

A. libertação do pecado (6: 1-11)

1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? 2 Deus me livre. ? Nós, que morreu para o pecado, como devemos viver por mais tempo nele 3 ? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte 4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós também em novidade de vida. 5 Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, seremos também na semelhança da sua ressurreição; 6 sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele , para que o corpo do pecado seja desfeito, que por isso, não deve mais ser escravos do pecado; 7 Pois quem está morto está justificado do pecado. 8 Mas, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele; 9 sabendo que, havendo Cristo ressuscitado de não mais o contrário, morre mortos; . a morte não mais tem domínio sobre Ec 10:1 Para a morte que ele morreu, ele morreu para o pecado uma vez: mas a vida que ele vive, ele vive para Dt 11:1.) parece ser tudo um com Paulo. Em Gálatas estes tornam-se uma lista de pecados capitais. Paulo poderia estar dizendo aqui, Que diremos, pois? Porventura somos nós que estamos gloriosamente salvos pela fé agora reverter para os esforços humanos deficientes e pecadores, funciona da lei sem a ajuda da graça, para realizar o cumprimento e perfeição da graça em nossas vidas? A questão pode não ser tanto quanto ao pecado deliberada e planejada como a inadequação vergonhoso e pecaminosidade dos esforços humanos na santidade, desde que ele não é de graça através da fé.

1. A morte ao pecado (6: 1-4a ) . Com uma explosão de indignação Paulo repudia a idéia de que se pode continuar no pecado e ainda têm graça abundante. Os dois são opostos inconciliáveis. O ponto de apoio mínimo na graça salvadora envolve uma morte para o pecado. Para ser salvo é ser salvo do pecado. Tivemos que morrer para o pecado de estar vivo para Cristo. Como é que vamos, então, ainda nele viver? (v. Rm 6:2 ). O comando de arrepender-se de que é central em toda a Escritura deixa isso claro. A fé não pode operar a salvação até que um se vira do pecado e se volta para Deus. Aquele que está morto para o pecado não responde a ele. Em vez disso, ele obedece a Deus. Ou se é morto em pecado ou mortos para o pecado. Ele pecados ou não peca. Como João diz: "Todo aquele que é nascido de Deus não comete pecado" (1Jo 3:9) indica que a morte já ocorreu em nossa relação com o pecado. Morte para o pecado não vem por água. Em vez disso, a água, como o enterro, testemunha a morte que já é um fato.

Muitos ver refletido no imaginário desta passagem um fundo de imersão como um modo de batismo na 1greja primitiva. Se assim for, o simbolismo pode ser ainda mais marcante. Sanday e Headlam dizer,

Ela expressa simbolicamente uma série de atos correspondentes aos actos redentora de Cristo.

Immersion = Morte.

Submersão = Burial (a ratificação da Morte).

Emergence = Ressurreição.

Tudo isso o cristão tem que se submeter em um sentido moral e espiritual, e por meio de sua união com Cristo. Como Cristo, pela Sua morte na cruz cessou de todo contato com o pecado, assim o cristão, unido com Cristo em seu batismo, tem feito uma vez por todas com o pecado, e vive agora em diante uma vida reformada dedicado a Deus.

Isso põe em foco as realidades espirituais da passagem-nosso verdadeiro envolvimento, vital nas conseqüências redentores da expiação.

2. Uma Nova Vida (Rm 6:4 ), realmente morreu com Ele (v. Rm 6:6 ). Só uma verdadeira morte para o pecado poderia destruir, anular ou reduzir a nada o clamor do corpo do pecado. Mas essa identidade com a crucificação de Cristo pode trazer e traz morte para o pecado. Este é o propósito da Calvary- que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de não mais ser escravos do pecado. Só assim pode vida n'Ele ser plena e abundante.

O corpo do pecado que é destruído não é, certamente, as capacidades físicas, emocionais e pessoais do corpo como tal. O corpo, como tal, não pode ter nenhum predicado moral ligado a ele. É bom ou ruim só como está tão acostumado. Cada capacidade física tem uma boa utilização, bem como uma má. Mas o velho homem foi corrompida pelo pecado e tão depravado o uso do corpo. Assim, tornou-se um corpo de pecado. E tal permaneceria exceto para a graça de Deus, que, pela cruz de Cristo, coloca à morte a pessoa de idade que costumava ser, e restaura em seu lugar a nova pessoa em Cristo, que tem liberdade do pecado, bem como a vitória sobre o pecado. Assim, o corpo não é mais um corpo de pecado. Agora é um templo sagrado de Deus, uma morada para o Espírito Santo (1Co 6:19 ). Não é o corpo que é destruído. É o arrendatário que é alterada. Quando o homem pecador se foi, o pecado está desaparecido. O homem justo não deixa seu corpo ser um escravo do pecado. Ele apresenta seus membros como servos da justiça para santificação (v. Rm 6:19 ).

Duas idéias têm se destacado, até agora, no capítulo em relação ao pecado. Há cessação dos atos de pecar e há a libertação drástica do pecado como uma natureza ou condição. O argumento começou com a idéia de que não poderia haver salvação vital em tudo sem o fim do pecado. Isso explica em grande parte e amplifica o tratamento da justificação pela fé. Mas a base é encontrada em que pertence mais verdadeiramente na doutrina da santificação. Ele trata a limpeza, cumprindo, e dedicação da nova vida a Deus. Este é o tema dos capítulos 6-8 . É logicamente envolvido em qualquer verdadeiro início da graça salvadora. Mas não é concluída na regeneração e santificação inicial que acompanham a justificação. Ele vem para aqueles que já são novas criaturas em Cristo Jesus (1Ts 5:23 , 1Ts 5:24 ). Quando alguém se dedica totalmente a Deus e acredita que para tal limpeza e enchimento, os restos mortais de pecado no coração se foram e um é preenchido com Deus. Como nós somos justificados pela fé, para que são santificados pela fé (At 26:18 ). Isto também está na expiação. O nosso homem velho foi crucificado com ele, garantindo-nos plena emancipação do pecado, tanto no hábito e na motivação do coração e carinho. Aquele que está morto está justificado (margem "liberado") do pecado. O pecado não pode mais prendê-lo. Ele está além do alcance de dívidas antigas. E ele não é em posição de ser contrair novos. Ele está morto, tanto para os atos de idade e para a velha natureza.

4. liberdade do pecado (6: 8-11 ) . Mas a morte de Cristo não é apenas um fim. É também um começo. É o fim de pecado, a fim de que ele pode ser um início de vida. Temos pelo menos tão bom o direito de identificar-se com Cristo na vida, como fazemos em morte. Assim triunfante, vida construtiva é o máximo garantido para nós na expiação como é a liberdade da pena. A ressurreição de Cristo, também, é para nós e para ser experimentado no poder para a vida diária. Nós também com ele viveremos (v. Rm 6:8 ).

A garantia gracioso acompanha tudo isso. No que diz respeito a ressurreição de Cristo sabemos que isso-Ele nunca vai morrer novamente. Seu episódio do pecado de rolamento, morte e ressurreição é para nunca mais ser repetido. É triunfante e permanentemente realizado. A morte não tem mais direito sobre ele. Nele, a mesma torna-se verdade para nós. Não há nenhuma necessidade para nós sempre a ser dominada novamente pelo pecado ou morte. A redenção é completa. E o poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos nunca para provar a morte de novo, é nosso nEle. Se estamos Nele, a morte nunca pode nos tocar novamente.

Em Jesus havia tanto crise e da vida. Para a morte que ele morreu, ele morreu para o pecado uma vez (melhor, "uma vez por todas"). Sua morte foi um evento único, para nunca ser repetida. Ele não necessita de ser repetida. Ele cumpriu plenamente a sua finalidade. Mas a vida é diferente. Por sua própria natureza, é uma continuação. A vida que ele vive, ele vive para Deus (v. Rm 6:10 ). Este é o processo. Ele pode ser nada mais. Ela é abundante, se desdobra, se expande, abençoa, e encanta. A bondade de Deus para que o projetou. Bem-aventurado o homem que enfrenta a morte, é feito com ele, e daí em diante só conhece o poder da vida sem fim. Este é nosso em Cristo.

Este é o nosso não pelas obras que alcançamos. Ele, como justificação, é pela fé. Prestação está completa. . Só a resposta necessária Então considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Como Deus "contada" Abraão para ser justo (Rm 4:3) -defina-lo para baixo, assim, sobre os livros-so agora você deve contar-se a ser, doravante, totalmente livre do pecado e vivos para Deus, totalmente (Rm 6:11 ). E como Deus não mentiu, mas, na verdade, deu a Abraão a justiça, para que ele não vai mentir, mas vai realmente fazer você livre do pecado e vivos para Deus totalmente. A santificação é pela graça em resposta à fé. Mesmo assim , como a morte de Cristo e da vida renovada foram crises seguido de continuação interminável, deixe a sua crise da santificação ser seguido por uma vida sem fim de santidade.

B. uma vida santa (6: 12-23)

12 não deixar o pecado reine, portanto, em seu corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões: 13 nem apresentar os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como vivos dentre os mortos, e os vossos membros, como . instrumentos de justiça para Deus 14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.

15 E então? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? Deus me livre. 16 Não sabeis vós que a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ? ou do pecado para a morte ou da obediência para a justiça 17 Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, fostes obedientes de coração à forma de doutrina onde-a vós foram entregues; 18 e que está sendo feito livre do pecado, fostes servos da justiça. 19 Falo à maneira dos homens por causa da fraqueza da vossa carne; porque, como apresentastes os vossos membros como servos da impureza e da maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros como servos a justiça para a santificação. 20 Porque, quando éreis servos do pecado, éreis livres em relação da justiça. 21 E que fruto então, se vós, nesse momento nas coisas que vos são agora envergonhado? . para o fim delas é a morte 22 Mas agora, libertos do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. 23 Porque o salário do pecado é a morte; mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

O poder da santificação que foi estabelecido em 6: 1-11 é aqui elaborados no segredo de uma vida santa. A ênfase é prático-on que temos de fazer para fazer uso da disposição Cristo fez por nós. O teste é ético. Deve ser trabalhado na vida cotidiana ou perdido. Criado santidade (o que pode ser dado) deve tornar-se a santidade ética (moral como resultado da escolha, decisão, ação, estar) ou ele não cumpre o seu propósito, nem sobrevive. Dom da justiça de Deus não destrói o poder de escolha humana; ele estabelece. O ditado ainda é verdade:

Semeie um pensamento e colha uma ação.

Semeie um ato e colhe um hábito.

Semeie um hábito e colha um caráter.

Semeie um caráter e colha um destino.

O ponto da passagem é exortação. Paulo apela à plena submissão a Deus e aproveitamento total dos nossos poderes a Sua glória. Só assim temos o nosso fruto para a santificação e a meta, a vida eterna.

1. A New Rei (6: 12-14 ) . Sin usado para fazer mais do que influência você. Foi realmente um tirano que domina a sua vida e forçando-o em canais que não aprovava. Armado com a prestação do Calvário e do poder da ressurreição, você não precisa mais se submeter a tal tirania. Agora você pode dizer para o pecado, "Eu não preciso." O comando ou exortação é: Veja por que o pecado já não continua a reinar em seu corpo mortal, que você deve obedecer às suas paixões. Deus nunca pretendeu que os desejos (Inglês Antigo, "paixões") do corpo deve ser o mestre. Eles foram feitos para serem nossos funcionários para o desenvolvimento de uma vida boa e construtiva de felicidade para a criatura e para o crédito e glória de Deus. Mas quando o servo torna-se rei e as regras para a nossa ruína, devemos nos levantar no poder de Cristo, destronar os impulsos e desejos naturais, purificá-los na fonte de limpeza, e colocá-los de volta em seu lugar como servos. Só assim o corpo pode ser o santo templo de Deus.

Isso envolve o rompimento de um processo e um decisivo, de uma vez por toda a dedicação a Deus. O imperativo presente no presente nem os vossos membros ao pecado refere-se a um processo contínuo que deve ser rejeitado. Se ele está indo agora em diante, ele deve ser interrompido. Se isso não está acontecendo, não devemos nos permitir ser envolvido nela. Para o método do pecado raramente é um grande, dedicação decisivo. Em geral, é um acúmulo de concessões, compromissos, e indulgências que entroniza o pecado. Um produz suas capacidades fragmentada até que toda a pessoa é, mas uma ferramenta nas mãos de injustiça. Paulo diz: "Seja claro do processo." Mas a sua segurança não está em um vácuo. Ele está em um compromisso decisivo com Deus.Aquilo que não é dado a Deus, mais cedo ou mais tarde, ser controlada pelo pecado. Mas este é apenas o motivo negativo para a santidade. Há também a tremenda atração de vida abundante em Deus. Então, de uma vez por todas apresentai-vos (aoristo de uma ação decisiva): Não apenas os seus membros individuais, um por um, mas todo o seu ser- vos a Deus, como vivos dentre os mortos e (desde que, é claro, eles não podem ser separados de você) seus membros (capacidades, peças e poderes) como instrumentos(ferramentas ou armas) de justiça para Deus. Esta é a vida cristã verdadeiramente dedicado. Caso contrário, não é nem de segurança, nem o sucesso.

Este é o gênio da salvação pela fé. É um triunfo divinamente capacitado sobre o pecado. A lei não tinha esse poder. Mas vós não estais debaixo da lei. Lei é ainda eficaz como a expressão da vontade de Deus. Mas como não poderia justificar-nos, por isso não pode nos santificar. Mas estamos com um novo reinado. Deus está entronizado em nossos corações. Estamos debaixo da graça. Por isso não precisamos temer. Sin simplesmente não tem domínio sobre (assenhorear-se) nós. Temos um rei forte e melhor.

2. Um novo princípio de Conduta (6: 15-19 ) . À primeira vista parece que o versículo 15 está repetindo a pergunta do versículo 1 . Mas não é. Versículo Rm 6:1 levanta a questão da restante (tempo presente) em um processo de pecado, um hábito ou curso de ação. Paulo repudiou esta como contrária ao princípio da santidade inerente a salvação pela graça. Em Rm 6:15 a questão é se o novo domínio será forte o suficiente para banir o pecado em cada caso particular, ou se, já que a graça é tão livre, pode não haver tolerância para um ato de pecado. O verbo no tempo aoristo diz: "Vamos cometer um ato de pecado?" Paulo repudia esta sugestão da mesma maneira como no verso Rm 6:2 . O novo princípio faz com que não há espaço para exceções. Caso contrário, os actos individuais de acumular uma relação totalmente diferente. Para mudar frente e para trás em atos é negociar mestres e para trás. E isso é o caos total. Não é digno de lei para não dizer nada de graça. Servanthood não é fixo por convênios elaborados e juramentos de lealdade. Ele é fixado por simples atos de obediência e de rendimento. É preciso escolher o mestre desejar e agir de forma coerente. Ou regras pecado e leva a morte ou um serve continuamente justiça (v. Rm 6:16 ). Como Godet diz,

Cada ato de vontade, seja na direção do bem ou do mal, que passa para a realidade, cria ou reforça uma tendência que arrasta o homem com força cada vez maior, até que se torna completamente irresistível. Cada ato livre, então, a um certo grau determina o futuro.

Esta cadeia de escolha e ação uma vez que todos nós ligado nos os caminhos da morte. Mas, graças a Deus, tudo isso mudou. Nós nos tornamos obedientes a partir do coração para o novo padrão do evangelho da graça (v. Rm 6:17 ). Graça é o destinatário à obediência-não licenciar. E cada ato de obediência nos liga com mais segurança para o destino desejado. Este não é o velho padrão de salvação pelas obras que Paulo rejeitadas. É, antes, a salvação pela graça trabalhou obedientemente na vida diária para uma esperança certa.

, Libertados do pecado, fostes servos da justiça (v. Rm 6:18 ). O homem nunca tinha absoluta independência. Sua liberdade é escolher mestres e assim perseguir destinos. Pela graça são possíveis escolha certa e de sucesso.

Paulo pede desculpas para a figura do escravo e senhor para transmitir a verdade espiritual. Mas isso não vividamente transmitir a idéia de uma influência avassaladora e poder que ele deseja implicar. Assim sendo, ele traça um paralelo no zelo. Como você anteriormente dedicado seus membros como servos da impureza e da maldade para a maldade (no seu antigo entusiasmo por todos os possíveis indulgência sentido), com exatamente a mesma intensidade apresentai agora os vossos membros como servos da justiça para santificação (v. Rm 6:19 ). E por que não deve o seu zelo presente igualar ou superar a do ex-vida? Então a sua iniqüidade não realizou nada, mas mais iniqüidade. Agora, a sua obediência para a justiça, na verdade, produz em você o mais valioso de todos os prémios de santidade-a semelhança de Cristo real e plenitude da vida. Sin exige um é tudo. Por que não a santidade?

3. Um novo resultado (6: 20-23 ) . Exortação agora dá lugar à explicação das razões sólidas subjacentes ao curso de ação necessário. Tem a ver com o resultado final de cada curso de ação. Quando você era servos do pecado que você procurou ser livres da justiça. Você pensou que a justiça foi confinar e de mau gosto. E você fez, de fato, tornar-se livre dele através de sua escravidão ao pecado (v. Rm 6:20 ). Mas quanto mais você pensar sobre isso, o mais terrível se torna. Por ser livre de justiça é estar cheio de toda a maldade, perversidade, a impiedade-tudo que não esteja conforme com a norma, tudo o que é diferente de Deus (1: 29-32 ). E que fruto é este (v. Rm 6:21 )? Agora, tendo despertado, você está profundamente envergonhado dessas coisas. Eles provaram ser ambos completamente repugnante e totalmente frustrante. Você não pode agora imaginar o que você já viu neles digno de devoção de sua vida. Eles só terminam em morte.

Mas agora você tem um novo resultado, bem como um novo padrão. Ser libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna (v. Rm 6:22 ). Os melhores e mais gratificantes questões de servidão no cumprimento de desejo mais profundo do homem. Servos do Senhor amoroso não está apenas a trabalhar por salários. O resultado de seus esforços é fruto , que é produzido por um poder por trás e neles, permitindo um resultado além de seus próprios esforços.Este fruto, na verdade, chega a santificação. O KJV diz santidade aqui e no versículo 19 . A palavra grega refere-se ao ato ou processo pelo qual alguém se torna santo. Por isso, o resultado final é a santidade. Este Deus realiza tanto pela crise de uma doação da graça como na criação de um novo, segundo o padrão de Deus, em verdadeira justiça e santidade (Ef 4:24 ), ou em santificar um todo (1Ts 5:23 ), e, um processo pelo qual a "santidade criado" que é transmitida funciona como fruta na "santidade ética" de caráter moral chegando ao amadurecimento e maturidade. Paulo estende para o crente o incentivo dos frutos maduros de uma vida santa.

E o fim para o qual tudo isso move é a vida eterna. Este não é apenas duração infinita. É a qualidade da existência. Pegue tudo o que faz a vida valer a pena, em última análise desejável e todos-os valores duradouros, todas as realizações genuínas, todas as profundidades de alegria e satisfação, que pode sobreviver a sepultura. Coloque tudo isso junto e você tem o resultado final de servidão obediente a Deus. Esta é a vida eterna.

O versículo 23 coloca a resposta para as perguntas dos versos Rm 6:1 e Rm 6:15 todos em um comunicado. A razão para a liberdade de pecar e da natureza do pecado é visto na natureza e resultado de tanto pecado e da graça. Se alguém trabalha no pecado que ele pode esperar apenas os justos e adequados salário do pecado. Isso é muito claro ao longo do capítulo. O salário é simplesmente a morte. Ela pode ser outra coisa. Mas se, em vez disso, toma-se o dom gratuito de Deus, o resultado é tão clara. É completo, gloriosa vida de vida abundante, vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. A escolha é óbvia. Santidade é a única opção razoável. E mostra-se não só uma opção possível, mas a um plenamente previstas e necessárias. Ele deve ser a santidade ou o inferno.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
A igreja de hoje precisa desespe-radamente enfatizar a prática da santidade na vida do crente. Rm 5:0; Rm 8:0! O entendimen-to dessa seção sobre santificação é crucial. Temos de viver isso, não apenas entender.

Definição

Santificação significa "separado". Isso esclarece apenas a posição da santificação em relação a Deus, mas não esclarece nada essencial a res-peito de sua natureza. O tabernácu- lo e suas mobílias eram santificados, separados para o uso exclusivo de Deus. A madeira, os tecidos, os me-tais e os outros materiais não eram "santos" em si mesmos, mas separa-dos para Deus. EmJo 1:7:19, Jesus diz que santificou a si mesmo. Sem dúvida, o santo Filho de Deus não precisava se fazer "mais santo" do que era! Ele quis dizer apenas que se separou para o serviço de Deus e que, por seu ato de salvação, podia separar os crentes para a glória de Deus.

Nas Escrituras, a santificação é tripla: (1) posicionai — os cristãos são tirados do mundo e sentados com Cristo Oo 17:16); (2) prática — o crente alcança vitórias diárias contra o pecado e cresce em santi-dade e na semelhança com Cristo;

  1. perfeita — "seremos semelhan-tes a ele, porque haveremos de vê- lo como ele é" (1Jo 3:1-62).

Se misturarmos a mensagem de Rm 6:0) quando se trata de fazer qual-quer coisa espiritual. Devemos ali-mentar a nova natureza no leite, na carne, no pão e no mel da Palavra do Senhor e morrer para o pecado. Por que alimentar um cadáver? Mas mui-tos cristãos alimentam a velha natu-reza com as cascas do mundo, en-quanto a nova natureza sente fome do maná de Deus e de comungar com ele em oração. Deus já fez sua parte; nossa responsabilidade é cla-ra: conhecer, reconhecer e entregar.

Agora, chegamos à terceira seção de Romanos — "Santificação" (caps. 6—8). Seria sábio de sua parte ler com atenção esses três capítulos, pois eles estão ligados e não podem ser estudados em separado. Observe que o capítulo 6 lida com a morte do crente para o pecado; o 7, com a morte do crente para a Lei; e o 8, com o crente vivo na vitória dada pelo Espírito. Esses três capítulos são a explicação daquela frasezinha Dt 5:17: "Reinarão em vida". O ca-pítulo 6 conta-nos como o pecado não reina mais sobre nós (6:12), o 7 explica como a Lei não nos domina mais, e o 8 mostra como a habita-ção do Espírito em nós dá-nos vida e liberdade (8:2-4).

O crente enfrenta dois proble-mas: (1) Como vencer a velha natu-reza (a carne, o corpo do pecado)? (2) Como devo viver de forma a agra-dar a Deus? O capítulo 6 responde à primeira pergunta: vencemos a velha natureza quando percebemos que fomos crucificados com Cristo. A segunda é mais complexa, pois como posso agradar a Deus se tudo o que faço — mesmo as "coisas boas" — é maculado pela velha na-tureza? O pecado envolve atitudes e disposições interiores, não é ape-nas uma ação exterior. O capítulo 7 (com o
8) resolve esse problema ao mostrar que o cristão está morto para a Lei, e que o Espírito cumpre, em nós, a justiça da Lei (8:4).

O segredo da vitória sobre a carne está na obediência a essas três instruções: conhecer, reconhecer e entregar.

  1. Conhecer (6:1-10)

Veja a freqüência com que o verbo "conhecer" aparece nesse capítulo (vv. 3,6,9,16). No que se refere às verdades espirituais que devemos conhecer, muitos cristãos vivem abaixo de sua posição privilegia-da, porque Satanás quer manter- nos nas trevas. Se "onde o pecado abundou, superabundou a graça" (5:20), então alguém poderia dizer: "Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante"! No entanto, Pâulo mostra que isso é impossível, pois o verdadeiro cris-tão morreu para o pecado. Essa é a verdade maravilhosa de nossa iden-tificação com Cristo. Ele não apenas morreu por nós, mas nós morremos com ele. Fomos sepultados com ele e levantamos em novidade de vida quando o Espírito batizou-nos no corpo de Cristo.

Os versículos 3:4 não se refe-rem ao batismo com água, mas à obra do Espírito que nos pôs "em Cristo", como membros de seu cor-po. (O batismo com água ilustra essa obra.) Quando Cristo morreu, morremos com ele; quando Cristo ressuscitou, ressuscitamos em uma novidade de vida com ele. Essa é nossa nova posição em Cristo. Ele não morreu apenas pelo pecado, mas também para o pecado (6:10). Isto é, ele quebrou o poder do pe-cado e desfez (destruiu) a velha na-tureza (6:6). Sabemos que a velha natureza ainda está lá, mas a cruz de Cristo tirou seu poder, pois mor-remos com Cristo em tudo o que se refere à velha vida.

O pecado e a velha natureza são senhores difíceis. A pessoa não- salva é escrava do pecado (Ef 2:1 -3), mas muitos cristãos, embora Cristo tenha quebrado a escravidão do pecado, ainda servem ao pecado. Ao ler Romanos 5, a pessoa desco-bre que Cristo morreu por seus pe-cados e recebe-o em seu coração, mas não estuda Romanos 6 e não descobre a maravilhosa liberdade que temos em Cristo. Leia 6:1-10 mais uma vez e constate que o crente está morto para o pecado (v.

  1. , que o velho homem foi crucifi-cado (v. 6) e que o crente está livre do pecado (v. 7). O velho homem não pode governar o cristão que conhece a verdade, reconhece-a e entrega-se ao Senhor.
  2. Reconhecer (6:1)

Pela fé, devemos reconhecer nos-sa nova posição em Cristo como verdade em nossa vida; não basta conhecê-la. Reconhecer é o passo de fé que diz: "Agora, o que Deus diz a meu respeito na Bíblia é ver-dade em minha vida. Fui crucifica-do com Cristo". O reconhecimen-to é a fé que repousa na Palavra de Deus, apesar das circunstân-cias ou dos sentimentos em ação. Deus diz-nos que creiamos que fomos crucificados e que "o velho homem" morreu; ele não quer que nos crucifiquemos. A crucificação é o tipo de morte que outra pessoa tem de infligir a nós, não podemos fazer isso por conta própria. O re-conhecimento é o passo de fé que crê na Palavra de Deus e age de acordo com essa fé.

  1. Entregar (6:12-23)

O crente que realmente reconhece que está morto para o pecado prova sua fé ao entregar-se a Deus. Esse é o terceiro passo no processo de ven-cer a velha natureza, a carne. No versículo 12, repare no contunden-te "Não reine". Essa entrega é um passo de obediência ao Senhor, de livre-arbítrio. Temos de dar o pas-so final de entregar os membros de nosso corpo a Cristo; não basta co-nhecermos essa doutrina magnífica, ou mesmo reconhecê-la.

Nos versículos 16:23, Paulo dá o exemplo do senhor e do ser-vo. Ninguém pode servir a dois se-nhores. Entregamos-nos ao pecado e somos servos dele antes de ser-mos salvos. Como resultado disso, recebemos o "salário" do pecado — a morte (v. 23). Mas nos liber-tamos do pecado quando recebe-mos a Cristo como Salvador, isto é, nossa nova posição em Cristo dá- nos um novo Senhor e uma nova natureza. Agora somos servos da justiça, em vez de servos do pe-cado! Cristo assume o controle de nossa vida e frutificamos em san-tidade (v. 22), quando entregamos os membros de nosso corpo como "instrumentos" ou "armas" (v. 13) a Cristo.
O cristão que se entrega de- liberadamente ao erro comete pe-cado e colhe sofrimento. Por que o pecado é nosso senhor, se morre-mos para ele? Por que obedecemos a um senhor que já foi derrotado por Cristo? Os cristãos que pecam de forma intencional entregaram- se à velha natureza, em vez de ao Espírito Santo. Eles vivem em uma posição inferior à de exaltação que têm em Cristo. Vivem como escravos quando poderiam reinar como reis.
E importante manter esses três passos em sua ordem correta. Pri-meiro temos de reconhecer a mor-te para o pecado e a vida em Cris-to para, depois, entregarmo-nos a Deus e vencer a carne. Contudo, não podemos nos reconhecer como mortos para o pecado, a menos que conheçamos nossa posição em Cristo. Satanás tenta confundir-nos em relação à nossa vitória no Filho de Deus, pois não quer que viva-mos em nossa alta posição em Je-sus Cristo. Temos de saber também que morremos com Cristo, pois não basta saber que ele morreu por nós. Temos de saber também que a cruz lidou com nossa velha natureza, pois não basta saber que temos uma nova natureza. Conhe-cer — reconhecer — entregar: os três passos que levam à vitória di-ária sobre a carne. Esses três pas-sos levam ao trono em que Cristo foi exaltado no alto, no céu, em que "reinafmos] em vida" (com ele), em que somos servos da justi-ça, não escravos do pecado. Nele, desfrutamos de vida e de liberda-de verdadeiras.
Lembre-se que esses três pas-sos devem ser nossa atitude diária diante da vida. Eles não são "recur-sos emergenciais" para enfrentar alguma tentação especial. Os cren-tes que reservam um tempo diário para dedicar-se à Palavra de Deus conhecem sua posição em Cris-to. Eles têm fé para reconhecer-se mortos para o pecado e para entre-gar-se ao Espírito que habita neles e, desse modo, vencer. A resposta para o problema do pecado não diz respeito à simples determinação, disciplina, reforma, legislação ou a qualquer outro esforço humano. A resposta vem pela crucificação e pela ressurreição.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
6:1-23 Esta passagem apresenta uma resposta à idéia, comum demais, que podemos pecar a valer, sendo que a graça é maior que o pecado. Mas isto é esquecer completamente que há dois resultados decorrentes da nossa união com Cristo:
1) a remoção de nossa culpa pela morte sacrificial de Cristo;
2) a eficácia da ressurreição numa vida nova de santidade.

6.23 Quando Cristo morreu, nós morremos também (2Co 5:14). O batismo é o selo de nossa participação nessa morte e ressurreição, um selo que só: vale quando é ratificado pela fé (conforme Cl 2:12).

6.4 O batismo simboliza os atos redentores de Cristo; imersão - morte; submersão -sepultamento; emersão - ressurreição. Porém, todos estes atos precisam ser atualizados na vida moral e espiritual do cristão.
6.6 Velho homem. O homem que éramos antes foi crucificado na cruz de Cristo (Gl 2:20). O corpo do pecado significa a "carne", a natureza não regenerada da velha solidariedade com Adão.

6.11 Considerai. Vivei como se já tivésseis entrado na vida da ressurreição.

6:15-23 Este trecho faz uma comparação entre a redenção e o mercado de escravos tão vulgar nos tempos do NT. O escravo está sob a obrigação de servir o seu mestre até à morte. Uma vez morto, o dono não consegue mandar mais nele. É igual com o cristão. O seu velho dono, o pecado, não tem mais direito sobre ele uma vez que já morreu com Cristo (vv. 3, 4).
6.16,17 A quem obedeceis. A vida do cristão demonstra de quem ele é escravo: de Deus ou do diabo. Forma de doutrina. Refere-se, provavelmente, a um sumário de ética cristã, baseado no ensino de Cristo que normalmente em dado aos novos convertidos na 1greja primitiva para indicar o caminho que agora deveriam seguir.

6.18 Libertados da tirania do pecado, não justificado do pecado como no v. 7.

6.22 Fruto para a santificação. É o tema dos caps. 6-8. Se um homem não está sendo santificado, não há razão para se pensar que tenha sido justificado.

• N. Hom. 6.23 Este cap. Ensina:
1) O meio de remoção do velho homem (vv. 3-6).
2) O meio de remoção do domínio do pecado (vv. 11-14).
3) O meio de remoção do salário do pecado (vv. 22,23).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23
Vivendo a vida em Cristo (6.1—7.6)

O justo-pela-fé foi trazido para dentro do círculo da nova humanidade de quem Jesus Cristo é a cabeça e a essência. A união com Cristo é para Paulo a grande âncora da sua ética (J. S. Stewart). Pois o ato não é uma mera formalidade, mas exige implicitamente uma mudança moral correspondente. Paulo explica o porquê quando contra-ataca a conclusão errônea extraída do seu ensino acerca da graça divina (conforme 3.8), tirada tanto por legalistas judeus quanto por cristãos antinomia-nos. Deus certamente é magnânimo na sua graça (5.20), mas concluir com base nisso que o pecado já não tem importância e que a graça dele pode ser explorada para fins malévolos é uma caricatura completamente desfigurada da verdade. A união com Cristo exige uma vida moral nova. Paulo ressalta isso com três fortes destaques, (a) O cristão é um com Cristo — na morte para o pecado (6:1-14). (b) Em Cristo, os cristãos são os servos justos de Deus (6:15-23). (c) A igreja está comprometida com Cristo por meio de uma nova aliança de casamento (7:1-6).
v. 1-14. Os cristãos se tornaram um com Cristo em relação ao pecado. Assim, Paulo argumenta em uma série de argumentos dedutivos e indutivos que ora se sobrepõem, ora atacam o problema de outro ângulo, ora revelam pressuposições anteriores. E mais fácil tratar essa passagem como um todo do que analisá-la versículo por versículo. Como sempre, o ponto de partida é a cruz. Cristo morreu para o pecado: ele saiu do ambiente do pecado. A sua morte removeu a possibilidade de algum dia encontrar o pecado novamente, pois foi uma ruptura completa, de uma vez por todas (v. 10). A ressurreição dele por meio do poder majestoso do Pai (v. 4; glória; conforme Dt 5:24) marca a sua liberdade permanente do pecado como instrumento de tirania (cf. 5.21 e comentário). Tudo isso é pessoalmente relevante para o cristão, pois ele está em Cristo Jesus, que representou o seu povo e o incluiu dentro de si mesmo (conforme o conceito de corpo de Cristo). A idéia de o homem estar em Cristo implica que ele estava lá no Gólgota e no túmulo do jardim com Cristo. O que se aplica a Cristo se aplica ao cristão. A morte de Cristo marcou para ele, pessoalmente, o fim da era antiga, e a ressurreição de Cristo, o início de uma nova etapa. Deus transcende o tempo e, na conversão, leva o homem de volta ao ano 33 d.C. Quando este é incorporado em Cristo por meio da profissão de fé, recebe a sua parte nos grandes eventos da obra de Cristo e é transferido da sua antiga existência para um novo patamar de vida. Na igreja primitiva, quando em geral o batismo seguia imediatamente o ato de uma pessoa aceitar o evangelho, o batismo e a renovação divina por trás da fé podiam ser naturalmente considerados o exterior e o interior da mesma coisa. O batismo por imersão é uma mímica extraordinária do que Deus fez com a pessoa. É a essa parábola encenada da salvação que Paulo apela.

Vamos olhar para trás, ele diz, e ver o que Deus fez na nossa vida. O nosso batismo foi a evidência exterior de que Deus incorporou-nos — a nós os que cremos — em Cristo. O ato de sermos imergidos na água significa que ele nos associou a ele na sua morte. Por isso, nós também morremos com relação ao pecado, sendo transportados para fora e para além da era antiga. Como então podemos — nós, homens mortos e enterrados —, voltar à velha vida — “respirar o seu ar de novo” (Knox, v. 2) ao continuar pecando? Isso seria contraditório. Deus fez o nosso Adão — visto que estávamos em Adão — compartilhar da crucificação de Cristo (v. 6; velho homem); a partir do novo posto, “o homem que eu era antigamente” (NEB) foi relegado a uma era passada. Na morte de Cristo, fui justificado do pecado (v. 7), liberto da sua acusação. A intenção de Deus era mudar o nosso comportamento (v. 6; conforme v. 4; 8.4 acerca de outras orações práticas de propósito), para desativar o corpo do pecado, o corpo na proporção em que se tornou território ocupado pelo inimigo. O corpo em ação expressa a personalidade e, assim, passa a significar a personalidade em ação (há ligações profundas aqui com a psicologia hebraica). Paulo poderia ter prosseguido aqui dizendo que fomos ressuscitados com Cristo no batismo (Cl 2:12; conforme Ef 2:6), mas ele interrompe o paralelismo para ressaltar que a vida nova não é meramente um fato consumado; é um esforço contínuo. Em vez disso, ele fala acerca do futuro. Assim como a morte e o sepultamento de Cristo foram os precursores da sua ressurreição, nossa participação vital nos eventos anteriores garante a nossa ressurreição futura (cf. 2Co 4:14; Fp 3:21).

A era nova em toda a sua plenitude está no futuro, e a antiga ainda está em processo; em outro plano, a era nova já foi lançada, e a antiga era já terminou. Para o cristão, as duas eras se sobrepõem. A sua participação passada no final da era antiga e a sua participação futura na era nova são ambas indicadores da sua obrigação presente de se comportar de acordo com a era nova e não com a antiga (v. 4, vivamos, lit. “andemos”, é uma expressão idiomática na Bíblia para comportamento), v. 11. O homem em Cristo precisa se dar conta do fato de que ele compartilhou da ruptura brusca e clara com o pecado na morte de Cristo e da vida ressurreta conduzida por Deus, e precisa se comportar de acordo com isso. v. 12,13. O comportamento do cristão não pode ser caracterizado pelo antigo regime do pecado (5.21). A sua personalidade foi durante muito tempo território ocupado pelo inimigo e, de fato, não está somente fadada às conseqüências fatais da sua ocupação anterior à ressurreição (8.11), mas continua contendo elementos subversivos que incitam à rebelião. Mas Deus colocou a sua bandeira sobre o corpo e o reivindicou como seu território particular. Por isso, o cristão não deve lutar para manter o pecado no poder. Que ele não continue a sua caminhada como antigamente (gr. paristanete: imperativo presente) colocando as suas faculdades como armas (é isso que significa o gr. hopla em outros textos, e não instrumentos, como está na NVI aqui) de injustiça à disposição do pecado.

Antes, que as coloque como armas a serviço da vida correta e faça um novo começo (gr. parastêsatc. um aoristo ingressivo, ou incipiente) colocando-se a si mesmo e os seus membros à disposição de Deus. v. 14. O controle do pecado é quebrado definitivamente porque a era em que a Lei estava em pleno controle promovendo o pecado (5,20) passou, e agora a graça está no controle (5.21).

v. 15-23. Um novo Senhor substituiu o pecado. A união com Cristo tornou a igreja o servo justo de Deus. Paulo ainda tem em mente o pensamento de Cristo como o Servo justo e obediente de Deus. Os homens em Cristo existem agora em uma nova atmosfera de obediência e justiça (5.18,19) e são eles mesmos servos de Deus. Em conformidade com isso, “servos” é tradução melhor do que escravos em todo esse trecho (gr. doulor, conforme doulos acerca de Cristo como o Servo sofredor, Fp 2:7). São esses conceitos que pertencem à graça na era nova (conforme 5.15ss) e são salvaguardas contra a sua interpretação em termos de indiferença à frouxidão moral, como o seu contraste com a Lei poderia dar a entender num primeiro momento. O pecado era o senhor na era antiga de Adão e exigia uma vida vergonhosa que prometia retribuir com a morte. A justiça de Cristo que conduz à vida eterna (conforme 5.19,21) exige do cristão como conseqüência uma vida correta. O trecho todo é a aplicação Dt 5:12ss à vida moral do cristão, v. 15. Paulo vai tratar a mesma questão (conforme v. 1) de outro ângulo, v. 16. A liberdade do homem é limitada. Ou ele se coloca a serviço do pecado e se torna seu servo e a certa altura morre, ou ele se consagra à obediência a Deus — semelhante à obediência de Cristo —, com o resultado de que ele não somente entra para a vida eterna, mas também faz o que é moralmente correto, v. 17,18.

Para os cristãos, a primeira possibilidade foi descartada desde a sua submissão voluntária à nova autoridade, a forma ou “padrão” (gr. typos) de obediência, o ensino moral cristão (conforme Tt 2.1ss). Paulo vai dar mais detalhes desse ensino nos caps. 12ss. Houve uma mudança de proprietário, v. 19. Temos aqui um pedido de desculpa por descrever o relacionamento entre Deus e o cristão em termos tão rudes e humanos (conforme 8.15). A falta de sensibilidade moral exige que suas implicações morais sejam expressas de maneira tão convincente e inexorável. Já se foi o tempo em que podiam colocar suas faculdades à disposição de hábitos sujos e descontrolados que levam à “anarquia moral” (NEB). Agora, na era nova de Cristo, devem ser consagrados ao comportamento correto que é a base da santidade, v. 20,21. A consciência dos leitores apóia o argumento do autor, pois agora eles se envergonham da sua velha vida quando a justiça não tinha jurisdição sobre eles. E como era inútil aquela vida, que só conduzia à morte. v. 22. A vida dos cristãos deve refletir a mudança de proprietário. Ela deve produzir o comportamento moral que é a base da santidade e prepara para a era por vir. v. 23. A única esperança dos pecadores é a morte — esse é o salário que o pecado paga aos seus servos. Os servos de Deus têm a esperança segura da vida porque eles estão em Cristo. Mas não podem trabalhar para fazer por merecer essa vida; somente podem recebê-la gratuitamente.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 14
III. PROBLEMAS DE ÉTICA LEVANTADOS PELO EVANGELHORm 6:1-45. "Tinha em tão alta estima o Espírito de Cristo como poder de santidade, quanto o sacrifício do mesmo Cristo como razão para o perdão de seus pecados". Este problema de ética assume duas formas. Primeiro, ser considerado justo por Deus não é apenas estimular o pecado? Segundo, não resulta em depravação?

a) A acusação de licenciosidade (Rm 6:1-45-10.10). A ressurreição assinalou sua entrada numa nova vida "à parte o pecado". Nessa conformidade, o crente passa pelas mesmas experiências. O resultado da justificação é a vida de santificação. Deus não somente ajusta nossas relações consigo, mas conserva-nos nessa posição. Sua justiça primeiro é imputada, depois é-nos comunicada. Até aqui Paulo está tratando da parte de Deus na santificação mediante a união com Cristo operada pela fé. Agora, nos vers. 12-14, declara o aspecto humano dessa transação. O esforço moral é necessário na justiça progressiva do crente. Este não deve apresentar seus membros como instrumentos de iniqüidade (13). Trata-se de pecado habitual (gr. paristanete; tempo presente, ação continuada). A segunda apresentação, como instrumentos de justiça, é "um ato de escolha" (gr. parastesate; pretérito de ação completa) pelo qual os crentes se entregam definidamente a uma vida de santidade, embora que não continuamente isenta de pecado. "Não prossigais apresentando vossos membros ao pecado como armas de iniqüidade. Apresentai-vos definitivamente a Deus".

A transição para o próximo aspecto do problema de ética acha-se no vers. 14, onde Paulo exulta com a certeza de justiça progressiva, e exclama: "O pecado não terá domínio sobre vós. Não estais debaixo da lei e, sim, da graça". O "não farás" da lei deve ceder lugar ao poder do Espírito.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23

23. Morrer para Viver (Romanos 6:1-10)

Que diremos, pois? Será que devemos continuar no pecado para que a graça pode aumentar? De maneira nenhuma! Como havemos de quem morreu para o pecado ainda viver nele?Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com Ele, que o corpo do pecado seja desfeito, que não deve mais ser escravos do pecado; ou aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele, sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, para nunca mais morrer de novo é; a morte já não tem domínio sobre ele. Para a morte que Ele morreu, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas a vida que Ele vive, Ele vive para Deus. (Rom. 6: 1-10)

No início da adolescência, João Newton fugiu da Inglaterra e se juntou à tripulação de um navio negreiro. Alguns anos mais tarde, ele mesmo foi dado à mulher negra de um comerciante de escravos brancos na África. Ele foi cruelmente maltratados e viveu em restos de refeições da mulher e em inhame ele cavou a partir do solo durante a noite. Depois de escapar, ele viveu com um grupo de nativos por um tempo e, eventualmente, conseguiu tornar-se um capitão de mar-se, vivendo a vida mais ímpios e devasso que se possa imaginar. Mas depois de sua conversão milagrosa em 1748, ele voltou para a Inglaterra e se tornou um ministro abnegado e incansável do Evangelho, em Londres. Ele deixou para a posteridade muitos hinos que ainda estão entre os mais populares no mundo. De longe, o mais conhecido e mais amado delas é "Amazing Graça". Ele se tornou o pastor de uma igreja na 1nglaterra, e até hoje a igreja realiza um epitáfio que o próprio Newton escreveu ( das profundezas: An Autobiography [Chicago, Moody, sd], p 151.):

João Newton, Clerk,
uma vez um infiel e libertino,
Um servo de escravos na África,
foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador,
Jesus Cristo,
Preservado, restaurado, perdoado,
E nomeado para pregar a fé
Ele havia se esforçado muito para destruir.

Como pode um debochado, inimigo auto-proclamado da fé, eventualmente, ser capaz de dizer com Paulo: "Agradeço a Cristo Jesus nosso Senhor, que me fortaleceu, porque Ele me considerou fiel, pondo-me em serviço; embora eu era antigamente blasfemo, perseguidor e injuriador E a misericórdia ainda foi-me mostrado "(1 Tim. 1: 12-13).? Como apóstolo que poderia ter abordado os crentes de Corinto como "aqueles que foram santificados em Cristo Jesus, santos chamando" (1Co 1:2).

Em Romanos 6:1-10, Paulo relaciona três elementos em sua defesa da santa vida do crente: abertura. O antagonista (v. 1), a resposta (v. 2), e o argumento de explicar e defender que a resposta (vv 3 —10).

O antagonista

Que diremos, pois? Será que devemos continuar no pecado para que a graça pode aumentar? (6: 1)

Como ele freqüentemente faz, Paulo antecipa as principais objeções de seus críticos. Bem antes da época em que escreveu esta carta, ele e Barnabé em particular, mas, sem dúvida, os outros apóstolos, mestres e profetas, bem-já havia encontrado oposição considerável contra a pregação da salvação pela graça através da fé. O judeu religioso típico daquele dia não podia compreender agradar a Deus para além da adesão estrita à lei mosaica e rabínica. Para eles, a conformidade com essa lei era a encarnação da divindade.

Enquanto Paulo e Barnabé estavam pregando em Antioquia da Síria, alguns homens judeus que professavam a fé em Cristo "desceu da Judéia ensinavam aos irmãos:" Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos. " E quando Paulo e Barnabé teve grande dissensão e debate com eles, os irmãos resolveram que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre esta questão "(Atos 15:1-2). Quando os dois homens chegaram em Jerusalém, alguns outros judeus que afirmavam ser cristãos, um grupo de fariseus legalistas, também se opôs o seu ensino ", dizendo:" É necessário circuncidá-los [os gentios convertidos], e encaminhá-los para observar o Lei de Moisés "(At 15:5)?. Depois de mais comentários por Paulo e Barnabé e um resumo por Tiago, o Conselho aprovou por unanimidade que a obediência à lei mosaica não contribui em nada para a salvação e não devem ser tornadas obrigatórias para qualquer crente, Gentil ou mesmo judeu (ver vv 12-29.).

Alguns anos mais tarde, depois de voltar a Jerusalém de recolher ofertas de igrejas em grande parte dos gentios em nome dos crentes necessitados na Judéia, Paulo procurou conciliar-crentes como imaturo judeu bem como neutralizar parte da oposição de incrédulos judeus, indo ao templo para fazer um voto. Quando alguns judeus incrédulos da Ásia viu no templo, eles falsamente assumido havia contaminado o Templo, trazendo gentios para a área restrita. Eles quase causou um tumulto na cidade, quando eles clamaram: "Homens de Israel, vem em nosso auxílio Este é o homem que prega a todos os homens em todos os lugares contra o nosso povo, e da Lei e este lugar;! E além disso ele ainda trouxe gregos no templo e profanou este santo lugar "(Atos 21:28-36).

Paulo também sabia que, no extremo oposto, alguns leitores interpretassem erroneamente sua afirmação de que "onde o pecado aumentou, transbordou a graça mais" (5:20). Eles tolamente o acusam de ensinar que o próprio pecado glorifica a Deus, fazendo com que a Sua graça a aumentar. Se isso fosse verdade, eles fundamentado, então os homens não só são livres de pecado, mas são obrigados a pecar, a fim de permitir que Deus para expandir sua graça. Se a salvação é toda de Deus e tudo de graça, e se Deus é glorificado na dispensação de graça, o coração pecador pode estar inclinado a razão: "Quanto mais o pecado, mais graça, por isso, os homens devem pecar com abandono." Ou, como os outros possam colocá-lo: "Se Deus se deleita em justificar o ímpio, como Rm 4:5). Ele então começa a condenar veementemente aqueles que iria ensinar a idéia de depravado "Façamos o mal que venha o bem" (v. 8).

Judeus legalistas iria cobrar o apóstolo com apenas esse tipo de antinomianism, de contradizer as leis de Deus e defendendo licença moral e espiritual de fazer o que agrada-presumivelmente justificada com o argumento de que essa vida realmente glorifica a Deus. Esses adversários teve um momento especialmente difícil aceitar a idéia de salvação com base na fé, para além de quaisquer obras. Para adicionar a esta doutrina a idéia de que aumentou o pecado de alguma forma aumenta a graça de Deus seria para compor anátema com ainda pior anátema. Na tentativa de proteger a fé de que o perigo, no entanto, eles injetaram um outro perigo: a idéia de que a salvação, assim como a espiritualidade, mesmo para os crentes em Cristo é produzido pela conformidade com a lei externa.
Ao longo da história da igreja, alguns grupos cristãos têm caído no mesmo tipo de erro, insistindo que a conformidade com inúmeras regulamentações feitas pelo homem e cerimônia é necessário para a verdadeira piedade. Seja na forma de extrema ritualismo ou de códigos de conduta estritamente prescritos, têm presumido homens para proteger e amparar o puro evangelho da graça de trabalho por meio da fé, acrescentando exigências legalistas de sua própria criação.

A igreja também tem sido sempre em perigo de contaminação por falsos crentes que perversamente usam a liberdade do evangelho como uma justificativa para o pecado. Como Jude declarou: "Para certas pessoas se introduziram com dissimulação, os que por muito tempo foram previamente marcados para este mesmo juízo, homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 1:4.
À luz da antinomianism penetrante de nossos dias, não existe uma verdade mais importante para os crentes a entender que a conexão indivisível entre justificação e santificação como componentes de salvação, entre a vida nova em Cristo e na vida de que a vida na santidade Cristo exige e proporciona. Pelos seus ensinamentos anti-bíblicos de salvação fácil e os estilos de vida do mundo, de ambos os líderes e membros, muitas igrejas que passam sob a bandeira do evAngelicalalismo dar pouca evidência ou de resgate ou da santidade que acompanha necessariamente a graça salvadora.
Que diremos, pois para tais afirmações tolas? " o apóstolo pergunta, acrescentando, retoricamente, " Será que devemos continuar no pecado para que a graça pode aumentar? " Epimenō ( para continuar ) carrega a idéia de persistência habitual. Foi usado às vezes de uma pessoa está propositAdãoente vivendo em um determinado lugar e de torná-lo a sua residência permanente. É a palavra que João usou dos determinados líderes judeus que persistiram na tentativa de induzir Jesus contradizer a lei de Moisés (Jo 8:7).

E assim, a frase morreu para o pecado manifesta a premissa fundamental de todo este capítulo de Romanos, o resto do que é essencialmente uma elaboração dessa realidade cardeal. É impossível estar vivo em Cristo e também ainda estar vivo para o pecado. Não é que um crente em qualquer momento antes de ir para estar com Cristo é totalmente sem pecado, mas que a partir do momento em que ele nasce de novo, é totalmente separado do poder de controle do pecado, a vida pecado do qual Cristo morreu para libertá-lo . O sentido em que este fato crucial é verdade se desdobra no texto a seguir.

O Argumento

Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com Ele, que o corpo do pecado seja desfeito, que não deve mais ser escravos do pecado; para aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele, sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, para nunca mais morrer de novo é; a morte já não tem domínio sobre ele. Para a morte que Ele morreu, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas a vida que Ele vive, Ele vive para Deus. (Rom. 6: 3-10)

A idéia de que um crente pode glorificar a Deus por continuar no pecado, aparentemente, foi difundida nas igrejas romanas e em outros lugares, ou Paulo não teria dado tanta atenção. Em uma série de quatro princípios lógicos e sequenciais, ele raciocina a partir de seu ponto de base feito no versículo 2, que a pessoa que morreu para o pecado não pode continuar a viver nele.

Nós somos batizados em Cristo

Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus (6: 3-A)

O primeiro princípio é que todos os verdadeiros cristãos foram batizados em Cristo Jesus .

Quando João Batista batizou na água para o arrependimento do pecado, a intenção clara e óbvia era uma viragem para a justiça. Ao receber o batismo de João, o pecador renunciou a seu pecado e através da limpeza simbólica, doravante, identificou-se com o Messias e Sua justiça. Batismo representado claramente identificação.
Kenneth S. Wuest define este uso particular de baptizo (a ser batizado ) como "a introdução ou a colocação de uma pessoa ou coisa em um novo ambiente ou em união com outra coisa, de modo a alterar a sua condição ou a sua relação com seu ambiente anterior ou condição "( Romanos no grego do Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1955], pp 96-97.).

Em sua primeira carta a Corinto, Paulo falou do ser de Israel batizados em Moisés (1Co 10:2 e Ef 4:5), e que João descreve como "a nossa comunhão com o ... Pai e com seu Filho Jesus Cristo "(1Jo 1:3), e ele explica aos crentes gálatas que "todos vós que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo" (Gl 3:27). Em cada caso, a idéia é a de ser totalmente contemplado por e unificado com Cristo.

É à luz dessa verdade incompreensível que Paulo repreende tão fortemente a imoralidade sexual de alguns dos crentes de Corinto, exclamando incrédulo "Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, embora os membros de Cristo e fazê-los membros de uma meretriz? De modo nenhum! " (1Co 6:15).

Como mencionado acima e em todo este volume em Romans, a salvação não só é tomada em conta de Deus um pecador como justo, mas de conceder -lhe uma nova disposição justos ou natureza. A justiça do crente em Cristo é um terreno, bem como uma realidade celestial, ou então ele não é uma realidade em todos. Sua nova vida é uma vida divina. É por isso que é impossível para um verdadeiro crente para continuar a viver da mesma forma pecaminosa em que ele vivia antes de ser salvo.

Muitas pessoas interpretam o argumento de Paulo em Romanos 6:3-10 como se referindo ao batismo com água. No entanto, Paulo está simplesmente usando a analogia física do batismo nas águas para ensinar a realidade espiritual da união do crente com Cristo. O batismo nas águas é a identificação externa de uma realidade-fé para dentro na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Paulo não estava defendendo a salvação pelo batismo em água; que teria contradito tudo o que ele tinha acabado de dizer sobre a salvação pela graça e não pelas obras em Romanos 3:5, que não tem nenhuma menção do batismo nas águas.

O batismo na água era um símbolo público da fé em Deus. O apóstolo Pedro disse que o batismo é um sinal de salvação, porque dá evidência externa de uma fé interior em Cristo (1Pe 3:21). Tito diz a mesma coisa em Tito 3:4-5: "Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e Seu amor pela humanidade apareceu, Ele nos salvou, e não com base em ações que nós temos feito em justiça, mas segundo a sua misericórdia, pela lavagem da regeneração e renovação pelo Espírito Santo ". Paulo diz em At 22:16: "E agora, por que você demora? Levanta-te, e ser batizado e lave os seus pecados, invocando o nome dele." Esses versículos não estão dizendo que uma pessoa é salva por água, mas que o batismo é um símbolo da verdadeira fé salvadora.

Os crentes romanos estavam bem cientes do símbolo do batismo. Quando Paulo diz que você não sabe , ele está na verdade dizendo: "Você está ignorando o significado de seu próprio batismo? Você esqueceu o que o seu batismo simbolizava?" Eles não sabiam que o batismo nas águas simboliza a realidade espiritual de estar imerso em Jesus Cristo. A tragédia é que muitos confundem o símbolo do batismo nas águas, como os meios de salvação, em vez de a demonstração disso. Para transformar um símbolo para a realidade é eliminar a realidade, que neste caso é a salvação pela graça mediante a fé em Cristo.

Estamos identificados na morte e ressurreição de Cristo

foram batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição, (__Romans __6: 3b-5)

O segundo princípio Paulo enfatiza é uma extensão do primeiro. Todos os cristãos não só são identificados com Cristo, mas são identificados com Ele especificamente em sua morte e ressurreição.
O elemento inicial do segundo princípio é que todos os verdadeiros crentes foram batizados na sua [de Cristo] morte . Isso é um fato histórico que olha para trás para a nossa união com Ele na cruz. E a razão fomos sepultados com ele na morte pelo batismo é que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida . Isso é um fato histórico que olha para trás para a nossa união com Ele na ressurreição.

Essa verdade é demasiado maravilhoso para nós compreender plenamente, mas a realidade básica e óbvia disso é que já morremos com Cristo, a fim de que pudéssemos ter a vida por Ele e viver como Ele.Mais uma vez, Paulo enfatiza não tanto a imoralidade, mas a impossibilidade de nossa contínua de viver da maneira que fizemos antes de sermos salvos. Ao confiar em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, nós, por um milagre divino insondável, levado de volta de 2.000 anos, por assim dizer, e feito para participar do nosso Salvador morte e de ser sepultados com ele , o enterro sendo a prova de morte. A Proposito desse ato divino de trazer-nos através da morte (que pagou o preço por nossos pecados) e ressurreição com Cristo era para nos permitir, doravante, para andar em novidade de vida .

O nobre teólogo Charles Hodge resumiu: "Não pode haver a participação na vida de Cristo sem uma participação em sua morte, e não podemos desfrutar dos benefícios de sua morte, a menos que sejamos participantes da energia de sua vida. Temos de ser reconciliados com Deus em Para ser santo, e não podemos ser reconciliados sem tornando-se santo "( Comentário sobre a Epístola aos Romanos [Grand Rapids: Eerdmans, sd], p 195.).

Como a vida da ressurreição de Cristo foi a conseqüência certa da sua morte como sacrifício pelos nossos pecados, tão santo vida do crente em Cristo é a conseqüência certa de sua morte para o pecado em Cristo.

Newness traduz kairos , que refere-se a novidade de qualidade e caráter, não neos , que se refere apenas a novidade no ponto de tempo. Assim como o pecado caracterizado a nossa vida antiga, portanto, a justiça já caracteriza a nossa nova vida. Escritura está cheia de descrições de nova vida espiritual do crente. Estamos disse para receber um novo coração (Ez 36:26.), Um novo espírito (Ez 18:31.), Uma nova canção (Sl 40:3). Somos chamados a nova criação (2Co 5:17), uma nova criatura (Gl 6:15), e uma nova auto (Ef 4:24).

Continuando a afirmar a verdade que essa união com Cristo em Sua morte traz nova vida e também, inevitavelmente, traz uma nova maneira de viver, diz Paulo, Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na a semelhança da sua ressurreição . Em outras palavras, como uma vida de idade morreu, então uma nova foi necessariamente nascido.

Bispo Handley Moule graficamente afirmou,
Temos recebido o "reconciliação" que podemos agora caminhar, não longe de Deus, como se libertado de uma prisão, mas com Deus, como seus filhos em seu Filho. Porque nós somos justificados, estamos a ser santos separados do pecado, separados para Deus; não como uma simples indicação de que a nossa fé é real, e que, portanto, são juridicamente seguro, mas porque fomos justificados para este mesmo fim, para que possamos ser santos ...
As uvas em cima de uma videira não são meramente um símbolo vivo de que a árvore é uma planta trepadeira e está vivo; eles são o produto para o qual existe a videira. É uma coisa a não ser pensado que o pecador deve aceitar a justificação e viver para si mesmo. É uma contradição moral do tipo muito mais profundo, e não pode se divertir sem trair um erro inicial em todo credo espiritual do homem. ( A Epístola aos Romanos . [Londres: Pickering & Inglis, nd], pp 160-61)

Nosso corpo do pecado foi destruído

sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com Ele, que o corpo do pecado seja desfeito, para que não devemos mais ser escravos do pecado; para aquele que está morto está justificado do pecado. (__Romans __6: 6-7)

O terceiro princípio salienta Paulo é que o velho pecaminoso foi morto. A frase sabendo isto , obviamente, é um apelo para o que deveria ser do conhecimento comum entre os crentes, aqueles que e de quem Paulo está falando. "Você deve estar bem consciente", ele dizia, "que em Cristo não são as mesmas pessoas que eram antes da salvação. Você tem uma nova vida, um novo coração, uma nova força espiritual, uma nova esperança, e inúmeras outras coisas novas que não tinham parte na sua vida anterior ". Quando Cristo nos resgatou, o nosso homem velho foi crucificado , ou seja, condenado à morte e destruído.

Old não traduz archaios , que simplesmente se refere à idade cronológica, mas sim palaios , que se refere a algo que está completamente desgastada e inútil, que só possam servir para a sucata. Para todos os efeitos práticos, ela é destruída. Em um trecho citado acima de Colossenses, Paulo declara: "Estou crucificado com Cristo" — isto é, meu velho "eu" está morto e já não exists— "e já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim "(Gl 2:20). Em outras palavras, a nossa nova vida como cristãos não é um-over feito velha vida, mas uma vida divinamente outorgado novo que é muito próprio de Cristo.

Quando a Escritura é comparada com a Escritura, que estudo responsável de incluir sempre, torna-se claro que o "homem velho", a que Paulo se refere em Romanos 6 não é outro senão o não regenerado, em Adão homem descrito no capítulo 5, a pessoa que é além de redenção divina e da nova vida que ela traz.

A visão dualista que um cristão tem duas naturezas utiliza a terminologia não-bíblica e pode levar à percepção de que é extremamente destrutivo de uma vida santa. Alguns que detêm tais pontos de vista ir ao extremo pervertido dos gnósticos nos dias de Paulo, alegando que, por causa do mal eu não pode ser controlada ou mudou e porque vai ser destruído no futuro de qualquer maneira isso não importa muito o que você deixá-lo fazer . É apenas coisas "espirituais", como seus pensamentos e intenções, que são de importância. Não é de estranhar que em congregações onde tal filosofia reina, conduta imoral entre os membros, bem como a liderança é comum e disciplina da Igreja é normalmente inexistente.

Paulo afirma que uma visão tão pervertida da liberdade cristã é conhecida por crentes bem ensinados a ser falsa e destrutiva e que ele deve ser condenado out-da-mão na igreja. Em Rm 6:6). O cristão novo eu é realmente em própria semelhança de Deus!

Como João Murray e outros estudiosos do Novo Testamento têm apontado, tanto a "deixar de lado" (v. 22) e "colocar em" (v. 24) traduzir infinitives gregas que, neste contexto, deve ser processado como infinitives de resultado. Em outras palavras, Paulo não está dando uma advertência ou de comando, mas sim uma declaração de fato sobre o que já foi realizado, acabado. Portanto Murray traduz o versículo 22 como, "Então que já vos despistes de acordo com a antiga vida forma o velho homem" ( Princípios de Conduta [Grand Rapids: Eerdmans, 1957], ver pp 211-19.).

Outro estudioso, Bispo Handley Moule, traduzido que o verso como: "O nosso velho homem, o nosso antigo estado, como fora de Cristo e sob a liderança de Adão, sob culpa e na escravidão moral, foi crucificado com Cristo" ( A Epístola aos Romanos [Londres : Pickering & Inglis, nd], p.164). Ainda outro expositor e comentarista, o falecido Martyn Lloyd-Jones, rendeu o verso: "Não vá a viver como se ainda fosse aquele velho, porque aquele velho morreu Não continuar a viver como se ele ainda estava lá. "( Romanos: Uma Exposição de Capítulo 6 [Grand Rapids: Zondervan, 1972], p 64)..

Mesmo que o versículo 22 é tido como um comando, ele não seria um comando para rejeitar os ditames de nossa velha auto-que o apóstolo acaba declarada foi crucificado e agora está morto, e, portanto, não podem ditar para a gente. Pelo contrário, vai ser um comando para que nós não siga as memórias restantes de suas práticas pecaminosas, como se ainda estivéssemos sob o seu domínio do mal.
Declarar novamente que os verdadeiros crentes já se retiraram da presença e controle da antiga pecaminoso, Paulo diz à igreja da Galácia: "Aqueles que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências "(Gl 5:24.; grifo do autor).

Em uma passagem de alguma forma paralela em Colossenses, Paulo afirma claramente que um crente de adiar o velho self é um fato consumado, algo que já e de forma irreversível foi realizado. "Não minta para o outro", diz ele, "desde que você deixou de lado o velho homem com suas práticas do mal, e vos vestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou "(Colossenses 3:9-10). Não era que cada crente de Colossos era totalmente maduro e tinha conseguido ganhar o domínio completo sobre o velho eu residual. Paulo estava dizendo, sim, que cadacrente, em qualquer nível de maturidade, pode afirmar que seu velho eu já tenha sido posto de lado ", com suas práticas malignas." Exatamente da mesma forma, o seu novo eu em Cristo já está "sendo renovado" em conformidade com a própria imagem de Deus, que recriou ele.

A segunda grande verdade Paulo dá no versículo 6, sobre as antigas e novas disposições é que o corpo do pecado seja desfeito com . A frase pode ser não faz aqui levar a idéia de possibilidade, mas é simplesmente uma forma idiomática de afirmar um fato já existente. Em outras palavras, a nossa morte histórica para o pecado na cruz em Cristo resulta em nosso pecado que está sendo feito com a distância . Essas verdades são tão quase sinônimo de que o versículo 6 é quase uma tautologia. Pecado que está morto ( crucificado ) é, obviamente, feito com a distância . Paulo afirma a verdade nessas duas maneiras diferentes, a fim de fazer o seu ponto mais compreensível e para eliminar qualquer ambiguidade

Tanto o NASB ( feito com a distância ) e do Rei Tiago ("destruído") pode sugerir que o corpo do pecado é aniquilado. Mas katargeō ( feito com a distância ) significa literalmente "tornar inoperante ou inválido," para fazer algo ineficaz, removendo seu poder de controle. Esse significado é visto claramente na renderização do prazo em tais outras passagens em Romanos Ct 3:3, Rm 8:13, Rm 8:23). O novo nascimento em Cristo traz a morte para o ego pecaminoso, mas não traz a morte para a carne temporal e suas inclinações corrompidos até a futura glorificação. Obviamente, o corpo de um cristão é potencialmente bom e destina-se a fazer apenas coisas boas, senão Paulo não teria ordenado os crentes a apresentar os seus corpos a Deus como "um sacrifício vivo e santo, agradável a Deus" (Rm 12:1).

O terceiro grande verdade Paulo dá no versículo 6, sobre os velhos e novos naturezas é que não devemos mais ser escravos do pecado . Mais uma vez, a tradução deixa o significado um tanto ambígua. Mas, como o apóstolo torna inequívoca alguns versículos depois, "Graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, tornando-se obediente de coração à forma de doutrina a que fostes cometido, tendo sido libertados do pecado, você se tornaram escravos da justiça " (Rom. 6: 17-18; grifo do autor). Todos os verbos nesses dois versos deixam claro que a escravidão de um crente sob o pecado já foi quebrado por Cristo e é a partir de agora uma coisa do passado. Vários versículos depois, Paulo reitera a verdade que a nova escravidão do crente para a justiça é possível porque ele está agora escravizados a Deus (v 22;. grifo do autor).

Em outras palavras, o contexto imediato da não deve mais ser escravos do pecado leva a mais precisa e extremamente significativo-o que significa que os crentes podem deixar de ser escravos do pecado .Como já observado, Paulo não ensina que um cristão não é mais capaz de cometer o pecado, mas que ele não está mais sob a compulsão e da tirania do pecado, nem ele vai obedientemente e unicamente obedecer o pecado como ele fez anteriormente. Para todos os cristãos genuínos, a escravidão ao pecado não existe mais.

O motivo, claro, é que aquele que está morto está justificado do pecado . Porque a vida velha morreu , o que caracterizou a vida de idade morreu com ele, o mais importante para a escravidão do pecado , do qual todos os redimidos em Cristo são uma vez e para sempre libertados .

Em sua primeira epístola, Pedro enfatiza que a verdade. "Portanto, uma vez que Cristo sofreu na carne", diz ele, "armai-vos também com o mesmo propósito, porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado, a fim de viver o resto do tempo na carne não já para as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus "(1 Ped. 4: 1-2). Pedro não é, no entanto, o ensino de perfeição sem pecado nesta vida terrena, porque ele passa a dar a severa advertência: "De maneira nenhuma deixar qualquer um de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou um intrometido problemático" (15 v.).

Martyn Lloyd-Jones oferece uma ilustração útil da relação do crente ao seu antigo disposição pecaminosa ( Romanos: Uma Exposição de Capítulo 6 [Grand Rapids: Zondervan, 1972], pp. 26-27). Ele imagens de dois campos adjacentes, um possuído por Satanás e uma propriedade de Deus, que são separadas por uma estrada. Antes de salvação, uma pessoa vive no campo de Satanás e é totalmente sujeitos à sua jurisdição. Depois de salvação, uma pessoa trabalha em outro campo, agora sujeitos apenas à jurisdição de Deus. Como ele arados no novo campo, no entanto, o crente é muitas vezes seduzido por seu antigo mestre, que pretende atraí-lo de volta para os velhos caminhos pecaminosos. Satanás muitas vezes consegue desenhar temporariamente a atenção do crente longe de seu novo Mestre e seu novo modo de vida. Mas ele não tem poder para tirar o crente de volta para o velho campo do pecado e da morte.

O One Morte de Cristo foi uma morte para o pecado

Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele, sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, para nunca mais morrer de novo é; a morte já não tem domínio sobre ele. Para a morte que Ele morreu, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas a vida que Ele vive, Ele vive para Deus. (Rom. 6: 8-10)

O quarto princípio é que a morte de Cristo para o pecado trouxe não só a morte do pecado, mas a morte de morte para aqueles que, pela fé, já morremos com Ele. Estes três versículos são, essencialmente, um resumo do que Paulo só foi ensinar sobre a morte do crente para o pecado e sua nova vida em Cristo. Ele também enfatizou a permanência de que a verdade impressionante e gloriosa.
A garantia de que também viveremos com Ele , obviamente, aplica-se a presença definitiva e eterna do crente com Cristo no céu. Mas o contexto, que se centra na vida santa, sugere fortemente que Paulo está aqui falando principalmente sobre o nosso viver com Ele em justiça na vida presente. Em grego; como em Inglês, tempos futuros muitas vezes carregam a idéia de certeza. Esse parece ser o caso com o uso de Paulo de suzaō (ou sunzaō ), aqui traduzida também viveremos . Como o apóstolo deixa claro no versículo 10 em relação a Cristo, ele não é apenas falar de existir na presença de Deus, mas de viver para Deus, isto é, viver uma vida plenamente coerente com a santidade de Deus.

Partindo desse pensamento, Paulo continua a dizer, sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, para nunca mais morrer de novo é; a morte já não tem domínio sobre ele . O ponto é que, porque nós morreram e foram ressuscitados com Cristo (vv. 3-5), nós, também, deve nunca morrer novamente . O pecado que nos fez sujeito à morte não é mais domínio sobre nós, da mesma forma que já não tem domínio sobre ele . Ele também nunca pode ser o nosso carrasco.

O clímax desta seção do capítulo 6 é que a morte que Ele morreu, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas a vida que Ele vive, Ele vive para Deus . Porque a morte é a pena do pecado (Rm 6:23), para quebrar o domínio do pecado é quebrar o domínio da morte.

Duas verdades extremamente importantes no versículo 10 devem ser enfatizados. A primeira é que Cristo morreu para o pecado . Tendo vivido uma vida perfeita e sem pecado durante sua encarnação, Cristo, obviamente, nunca teve a mesma relação ao pecado que qualquer outro ser humano tem. Ele não só nunca foi dominado pelo pecado, mas nunca cometeu um pecado dos menos sorte. Como, então, nós queremos saber, poderia Ele ter morrido para o pecado ? No entanto, é claro a partir deste verso que de qualquer maneira que Cristo morreu para o pecado, os crentes também morremos para o pecado.

Alguns sugerem que os crentes morremos para o pecado, no sentido de deixar de ser sensível às seduções do pecado. Mas essa visão não é corroborada pela experiência cristã, e isso, obviamente, não poderia aplicar-se a Cristo, que nunca foi, em primeiro lugar, sensível às seduções do pecado. Outros sugerem que Paulo está ensinando que os crentes deveriam morrer para o pecado. Mas, novamente, tal interpretação não poderia aplicar-se a Cristo. Nem poderia dizer que Cristo morreu para o pecado, tornando-se perfeito, porque Ele sempre foi perfeito.

Parece que Paulo significa duas coisas ao declarar que Cristo morreu para o pecado . Em primeiro lugar, Ele morreu para o pena do pecado ao tomar sobre Si os pecados do mundo inteiro. Ele conheceu a demanda legal do pecado por toda a humanidade que iria confiar Nele. Por sua fé nEle, autorizada pela Sua divina graça e ilimitado, os crentes têm forense morreu para o pecado. Em segundo lugar, Cristo morreu para o poder do pecado, sempre quebrando seu poder sobre aqueles que pertencem a Deus por meio da fé em Seu Filho. Paulo assegurou mesmo os crentes imaturos e pelo pecado propenso em Corinto que Deus "fez Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus em Cristo" (2Co 5:21).

Foi talvez a verdade gêmeo que os crentes morrem tanto à pena, bem como para o poder do pecado que Augustus Toplady tinha em mente na linha bonita de seu grande hino "Rock da Eras" — "Seja do pecado, a dupla cura, salva de ira e tornar-me puro. "
A segunda ênfase crucial no versículo 10 é que Cristo morreu para o pecado uma vez por todas . Ele alcançou uma vitória que nunca vai precisar de repetição, uma verdade profunda que o escritor de Hebreus sublinha de novo e de novo (7: 26-27; 9:12, 28; 10:10; conforme 1Pe 3:18.).

Além de ser realmente identificado com Cristo nos caminhos Paulo menciona nesta passagem, ou seja, sua morte e ressurreição, a destruição do corpo do pecado e da morte para o pecado-crentes também são analogicamente comparado a seu Senhor em seu nascimento virginal , em que tanto ele em seu nascimento físico e eles em seus nascimentos espirituais têm sido concebido pelo Espírito Santo. Ele identificou com a nossa humanidade em Sua encarnação; em seguida, por meio de sua circuncisão, colocou-se temporariamente sob a autoridade da lei mosaica, a fim de resgatar os sob a lei (Cl 2:11). Nós também se relacionam com o nosso Senhor em seus sofrimentos, como nós, como Paulo, trazem as marcas de sofrimento para Ele. De muitas maneiras, os crentes são tão completamente e inextricavelmente identificado com o Senhor Jesus Cristo, que Ele não se envergonha de chamá-los de irmãos (He 2:11).

24. Vivos para Deus ( Romanos 6:11-14 )

Mesmo assim vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus.
Portanto, não deixe que o pecado reine em vosso corpo mortal que você deve obedecer às suas concupiscências, e não ir em apresentar os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como vivos dentre os mortos, e os vossos membros como instrumentos de justiça de Deus. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei; mas debaixo da graça. ( 
6: 11-14 )

Depois de Lázaro estava morto há quatro dias, Jesus chamou-o da sepultura. Quando ele saiu, ele ainda estava envolta da cabeça aos pés em seus graves roupas, e Jesus instruiu os que estavam por perto para "desvincular-o e deixai-o ir" ( Jo 11:44 ).

Essa história é um retrato vívido da condição de um crente no momento da sua conversão. Ele torna-se totalmente vivo espiritualmente quando ele confia em Cristo como Salvador e Senhor, mas ele ainda é obrigado, por assim dizer, em algumas das roupas da sepultura de sua antiga vida pecaminosa. A diferença, claro, é que todos os pecadores a roupa de um crente velhos não saem imediatamente assim como aqueles de Lázaro. Não só isso, mas os crentes são continuamente tentado a colocar as roupas velhas de volta. É que continuar a batalha com o pecado e Satanás que Paulo reconhece em Romanos 6:11-14 .

Depois de lembrar seus leitores que eles morreram para o pecado e foram levantadas para uma nova vida com Cristo, o apóstolo agora volta sua atenção para tirar as roupas da sepultura de idade e viver a nova vida para a plenitude da justiça de Cristo e para a Sua glória.
No capítulo 7 , utilizando-se como exemplo, Paulo trata mais plenamente com a batalha do crente com os velhos hábitos pecaminosos e inclinações. Ele confessa que, mesmo como um apóstolo, ele não compreender por que razão, uma vez que ele tinha morrido para o pecado, a batalha contra o pecado ainda o assolava. "Porque o que eu estou fazendo, eu não entendo, porque eu não estou praticando o que eu gostaria de fazer, mas eu estou fazendo a mesma coisa que eu odeio" ( Rm 7:15. ). Ele, no entanto, saber onde está o problema, declarando alguns versos mais tarde, "Eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne, porque o que desejam está presente em mim, mas o que faz do bem não é "( v. 18 ).

No presente passagem Paulo novamente responde a perguntas que ele conhecia seus leitores saber sobre: ​​("Se realmente foram libertos do pecado por Cristo . v 7 ), por que ele ainda nos dão tanta dificuldade Se estamos agora santos diante de Deus? , por que nossas vidas tantas vezes profano? se são justos, como pode nossa vida melhor manifesto que a justiça? " Três palavras-chave resumir as respostas apresentadas em 6: 11-14 : saber, considerar, e de rendimento.

Saber

Mesmo assim ( 6:11 a)

A primeira palavra-chave ( sabe ) tem a ver com a mente e está implícito na frase de transição , mesmo assim . Essas duas palavras são cruciais para a explicação de Paulo, remetendo para as verdades que ele acaba de dar nos dez primeiros versículos do capítulo. A idéia é: "Você deve saber e totalmente acredito que acabei de dizer, ou então, o que eu estou a ponto de dizer que não fará sentido. A verdade que você está espiritualmente mortos para o pecado, e a realidade de que você está espiritualmente vivo para Cristo não são conceitos abstratos para as vossas mentes finitas para tentar verificar. Eles estão divinamente revelado, axiomas fundamentais por trás de vida cristã, além de que você nunca pode esperar viver o santo vive suas novas demandas Senhor. "

Percebendo a importância das verdades que ele apresenta em versículos 1:10 , Paulo usa formas de saber e acreditar que cerca de quatro vezes ( vv. 3 , 6 , 8, 9 ), e em outros lugares que ele implica que seus leitores saber sobre algumas outras verdades (ver, por exemplo, vv. 2 , 5 , 7 ).

Exortação bíblica é sempre baseada no conhecimento espiritual. Embora Deus teria sido perfeitamente justificado simplesmente deram homens uma lista de fazer e não fazer inexplicada, em Sua graça e compaixão Ele não escolheu ser autocrático. A razão básica Ele revela a respeito de porque os homens estão a viver de acordo com seus padrões foi resumido na sua declaração ao antigo Israel: "Sede santos, porque eu sou santo" ( Lv 11:44. ). Citando que muito comando, Pedro adverte os cristãos: "Como é santo aquele que vos chamou, sejam santos vocês também em todo o seu comportamento; porque está escrito: Sede santos, porque eu sou santo" ( 1Pe 1:1 ). Paulo admoestou os crentes de Filipos: "Finalmente irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é certo, o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma excelência e se alguma coisa digna de louvor, deixe o seu importaria me debruçar sobre essas coisas "( Fp 4:8 ). Vida divina Fiel sem conhecimento divino é impossível.

Considerar

vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus.
Portanto, não deixe que o pecado reine em vosso corpo mortal que você deve obedecer às suas concupiscências, ( 
6:11 b-12)

A segunda palavra-chave ( considerar ) tem mais a ver com o que nós chamaríamos o coração. Em seu sentido literal, logizomai significa simplesmente para contar ou número de algo. Jesus usou-o de si mesmo durante a Última Ceia, quando Ele revelou aos discípulos que ele era o único "contado com os transgressores" de quem Isaías profetizou ( Lc 22:37 ; cf. Is 53:12. ). Mas a palavra foi utilizada metaforicamente no sentido de afirmar plenamente a verdade, de ter confiança interna sem reservas na realidade do que a mente reconhece. Embora ambos os aspectos realmente ocorrer na mente, pensamos desta matéria, no sentido de ser "coração sentiu".

No próximo capítulo desta epístola Paulo ilustrarão de sua própria vida como é difícil para um cristão para realizar experimentalmente que ele está livre da escravidão do pecado. Ao olharmos honestamente para nossas vidas depois da salvação, é mais do que óbvio que a contaminação do pecado é ainda muito com a gente. Não importa o quão radical nossa transformação exterior no momento da salvação pode ter sido para melhor, é difícil compreender que não temos mais o pecado natureza decaída e que a nossa nova natureza é realmente divino. É difícil perceber que estamos realmente habitado pelo Espírito Santo e que Deus agora nos chama Seus filhos e considera idôneos para viver eternamente com Ele na Sua céu.
Para nos ajudar a considerar , é vantajoso para notar que há uma série de razões crentes muitas vezes têm dificuldade em compreender que eles estão agora livres da escravidão do pecado. Muitos deles não percebem que a verdade maravilhosa, simplesmente porque eles nunca ouviram falar dele. Eles assumem, ou talvez tenham sido indevidamente ensinou, que a salvação só traz transacional ou forense santidade, isto por causa de sua confiança em Cristo, Deus agora refere -los como santo, mas que a sua relação básica para o pecado é a mesma que sempre foi e que não será alterada até que eles vão estar com Cristo. Este ponto de vista da salvação, muitas vezes inclui a idéia de que, embora a confiança em Cristo traz o crente uma nova natureza, a velha natureza permanece em pleno funcionamento, e que a vida cristã é essencialmente uma batalha entre suas duas naturezas residentes. Isso faz com que a salvação "adição" ao invés de "transformação".

A segunda razão os cristãos muitas vezes acham difícil acreditar que eles são realmente livres da tirania do pecado é que Satanás não quer que eles acreditem nele. Se o inimigo de nossas almas e o acusador de nossos irmãos podem fazer-nos pensar que ele ainda domina nossas vidas terrenas, ele enfraquece a nossa vontade de viver dignamente, fazendo com que pareça sem esperança.
Uma terceira razão os cristãos muitas vezes acham difícil acreditar que eles estão livres de compulsão do pecado é que a realidade do novo nascimento em Cristo não é experimental, não é fisicamente observável ou verificáveis. Redenção é uma transação divina e espiritual, que pode ou não ser acompanhado por experiências físicas ou emocionais. Um crente não pode perceber ou experiência em qualquer humanamente maneira verificável o momento da sua morte e ressurreição com Cristo.

A quarta e talvez a razão mais comum pela qual os cristãos acham difícil acreditar que eles estão livres da tirania do pecado, enquanto eles ainda estão na terra é que a sua batalha contínua com o pecado parece quase constantemente para contradizer essa verdade. Se eles têm uma nova disposição santa e controle do pecado foi realmente quebrado, eles se perguntam, por que eles são ainda tão fortemente tentados e por que tantas vezes sucumbir?
A resposta de Paulo segue, considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus . Ele não estava falando de um jogo de mente psicológica, por que continuamos afirmando algo mais e mais até, estamos convencidos contra o nosso melhor juízo, ou mesmo contra a realidade que ela é verdadeira. Sabemos que estamos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesusporque a Palavra de Deus declara que é assim. Em outras palavras, aqueles que são verdades de fé e que deve ser afirmado na fé.

Davi C. Needham escreveu: "O que poderia ser mais frustrante do que ser um cristão que se pensa primeiramente um pecador egocêntrico, mas cujo propósito na vida é produzir santidade centrada em Deus?" ( Birthright: Cristão, você sabe quem você é? [Portland: Multnomah, 1979], p 69).. Até que um crente aceita a verdade que Cristo quebrou o poder do pecado sobre a sua vida, ele não pode viver em vitória, porque em seu íntimo ele não acha que isso é possível.

Comentador Donald Grey Barnhouse disse:
Anos atrás, no meio de uma revolução latino-americana, um cidadão americano foi capturado e condenado à morte. Mas um oficial americano apressado diante do pelotão de fuzilamento e colocou uma grande bandeira americana inteiramente em torno da vítima. "Se você atirar este homem", ele gritou: "você vai disparar através da bandeira americana e incorrer na ira de toda uma nação!" O revolucionário responsável lançou o prisioneiro de uma só vez. ( Romanos: Liberdade de Deus [Grand Rapids: Eerdmans, 1961], p.118)

De forma semelhante, a justiça de Cristo é estendida sobre cada crente, protegendo-o de ataques mortais do pecado.

Acreditamos que estamos no eterno propósito, plano, presença e poder de Deus porque a Sua Palavra nos estamos assegura. Paulo assegurou aos crentes de Éfeso que Deus "nos escolheu nele [Cristo Jesus] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele" ( Ef 1:4 ).

Há muitos resultados importantes e práticos da nossa considerando-nos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus . Em primeiro lugar, podemos ter confiança no meio da tentação, sabendo que com a tirania do pecado quebrado que pode resistir a ela com êxito no poder de Deus. "Nenhuma tentação ultrapassou você, mas, como é comum ao homem, e Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além do que você é capaz, mas com a tentação, vos proverá livramento, de que você pode ser capaz suportá-lo "( 1Co 10:13 ).

Em segundo lugar, temos confiança de que não podemos pecar nosso caminho para fora da graça de Deus. Assim como fomos salvos pelo poder de Deus sozinho, estamos mantidos sozinhos pelo Seu poder."As minhas ovelhas ouvem a minha voz", disse Jesus, "e eu as conheço, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e jamais perecerão;. E ninguém as arrebatará da minha mão Meu Pai, que lhes deu para mim, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai "( João 10:27-29 ).

Em terceiro lugar, quando realmente nos considerar mortos para o pecado e vivos para Cristo, temos confiança em face da morte. "Eu sou a ressurreição ea vida", disse o Senhor; "Aquele que crê em mim viverá ainda que morra, e todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá" ( João 11:25-26 ; cf. He 2:14 ).

Em quarto lugar, sabemos que, independentemente do que nos acontece nesta vida, não importa o quão desastroso que seja, Deus vai usá-lo não só para a Sua glória, mas também para a nossa bênção."Sabemos que Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" ( Rm 8:28 ).

Todas essas coisas, e muitos mais, são verdadeiras porque estamos vivos para Deus em Cristo Jesus. Nenhuma religião no mundo pode ou não fazer tal afirmação. Até mesmo o mais fervoroso muçulmano não tem a pretensão de ser em Mohammed ou em Allah. Os budistas não pretendem ser no Buddha ou Hindus ser em qualquer um dos seus multidão de deuses. Como cristãos, no entanto, sabemos que Deus "nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo "( Ef 1:3 ). Ensinar a mesma verdade, ele escreveu aos crentes de Filipos, "a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória "( Fp 3:20-21. ). E para o Corinthians, ele escreveu: "Pois isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revista da imortalidade" ( 1Co 15:53 ​​).

É porque os nossos corpos mortais estão ainda sujeitos ao pecado que Paulo diz: Não vá ao apresentar os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade . Ele não avisa sobre o pecado reinando em nossas almas ou nossos espíritos, mas apenas sobre a sua reinante em nossos corpos, porque esse é o único lugar em um cristão, onde o pecado pode operar. É por isso que, mais adiante neste epístola ele lamenta: "Porque eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne , porque o que desejam está presente em mim, mas o que faz do bem não é para eu concordo com alegria. a lei de Deus no homem interior, mas eu vejo uma lei diferente nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros "(Rm 7:18 , 22-23 ). Ele então conclui: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor! Então, por um lado eu me com a minha mente sou escravo da lei de Deus, mas, por outro, com a minha carne à lei do pecado "( Rom. 7: 24-25 ; grifo do autor).

É por causa da guerra do cristão com o pecado é travada no corpo que o apóstolo também declarou: "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, para apresentar seus corpos um sacrifício vivo e santo e agradável a Deus, que é o seu culto racional "( Rm 12:1 ; ênfase acrescentado).

É óbvio que o pecado pode reinar em nossos corpos, admoestação pessoa de Paulo seria inútil. Mas também é óbvio que o pecado não tem que reinar lá, ou o aviso seria igualmente inútil. Ele, portanto, ordena: Não vá ao apresentar os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como vivos dentre os mortos, e os vossos membros como instrumentos de justiça de Deus .

Por definição, um comando pressupõe uma vontade em o que está sendo ordenado. Os comandos da Palavra de Deus, há exceções. É, portanto, a vontade do cristão que Paulo está falando sobre aqui. Para um pecado ter poder sobre um filho de Deus, que o pecado deve primeiro passar por sua vontade. É por essa razão que Paulo exorta os crentes: "Então, meus amados, assim como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus, que é quem efetua em vós tanto o querer e trabalhar para a sua boa vontade "( Fp 2:12-13. ). A vontade de Deus pode estar ativo em nossas vidas apenas como nossas vontades são submissos à Sua.

Quando um crente produz os membros do seu corpo ao pecado , os membros tornam-se instrumentos de iniqüidade . Por outro lado, quando em obediência a seu Pai celestial que ele produz a si mesmo como alguém que está vivo dos mortos caminhos do pecado e da morte, esses mesmos membros tornam-se santos instrumentos de justiça de Deus .

No versículo 14 , Paulo muda de admoestação a declaração, oferecendo a garantia palavras: Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça .

De Deus lei "é santa, eo mandamento é santo, justo e bom" ( Rm 7:12 ). Mas a lei não pode quebrar qualquer penalidade do pecado ou o seu poder. Ela só pode repreender, restringir, e condenar. O cristão não está mais sob a condenação de Deus lei , mas agora está sob o poder redentor de Sua graça . É no poder do que a graça que o Senhor o chama para viver.

25. Livre do pecado (Romanos 6:15-23)

E depois? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De maneira nenhuma! Você não sabe que quando você se apresentar para alguém como escravos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que foram cometidos, e tendo sido libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Estou falando em termos humanos por causa da fraqueza da vossa carne. Pois assim como apresentastes os vossos membros para servirem à impureza e à ilegalidade, resultando na ilegalidade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis ​​livres em relação à justiça. Portanto, o que você, então benefício foram decorrentes das coisas de que agora vos envergonhais? Para que o resultado dessas coisas é a morte. Mas agora, libertados do pecado e escravizado a Deus, você deriva o seu benefício, resultando em santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (6: 15-23)

O pecado é a mais devastadora, debilitante, poder degenerar que já entrou na correnteza humana. Seu mal, de fato, corrompeu toda a criação, que "geme e sofre as dores de parto, até ao presente" (Rm 8:22).

Escritura caracteriza o pecado e seus efeitos em muitas maneiras. Ele se refere a ele como profanação, uma poluição da alma. É a alma humana que a corrosão é um metal precioso ou poluição atmosférica é um céu bonito. Pecado é chamado de "uma coisa impura" (Is 30:22), e ele é comparado com "o veneno de serpentes, eo veneno mortal de cobras" (Dt 32:33). Mesmo as coisas que os homens consideram justos são como "trapo da imundícia" (lit., "pano menstrual") aos olhos de Deus (Is 64:6). Paulo refere-se ao pecado como "profanação do corpo e do espírito" (2Co 7:1).

O pecado é rebelde, ignorando e até mesmo pisando na Palavra de Deus. Alguém chamou pecado Deus pretensos assassino, porque se o pecado tinha seu modo, ela destruiria o próprio Deus, juntamente com a Sua justiça.

O pecado é ingrato, recusando-se a reconhecer a Deus como a fonte de todo o bem. O pecador se entrega a disposições da graça de Deus que estão ao seu redor, mas não de crédito, muito menos agradecer, a Deus por essas coisas. Ele leva as bênçãos de Deus e os usa para servir a si mesmo e de Satanás. Todo pecador é como Absalão, filho de Davi indisciplinado que beijou seu pai, quando conspirando para usurpar seu trono (ver 2 Sam. 14: 33-15: 6).

O pecado é incurável por próprios esforços e poder do homem. Mesmo que o homem caído queria livrar-se do pecado, ele não poderia fazê-lo, mais do que (13:23 Jer.) ", O etíope [poderia] mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas". O Puritan escritor João Flavel comentou sobre o efeito condenatório do pecado por escrito, que se lágrimas penitenciais do pecador eram tão inumeráveis ​​como todas as gotas de chuva que caíram desde a Criação, não podiam lavar um único pecado.

O pecado é avassalador, pendurado acima humanidade caída como a escuridão durante a noite. Ele domina a mente (Rm 1:21.), Os afetos (João 3:19-21), e da vontade (Jer. 44: 15-17).

Pecado traz o controle satânico, porque cada pecado serve aos propósitos de "o príncipe do poder do ar" (Ef 2:2).

Embora o pecado promete satisfação, em vez traz miséria, frustração e desesperança. Job lamentou que "o homem nasce para a tribulação, como as faíscas voam para cima" (5:7).

O pior de tudo, o pecado condena a alma não remido para o inferno. Em sua visão na ilha de Patmos, o apóstolo João "viu os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e livros foram abertos, e outro livro foi aberto, que é o livro da vida; e os mortos foram julgados a partir da coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas ações E deu o mar os mortos que estavam nele, a morte eo Hades entregaram os mortos que neles havia;. E foram julgados, cada um deles de acordo com a sua obras. E a morte eo inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo "(Ap 20:12-15).

Com a única exceção de Jesus Cristo, todo ser humano nasce neste mundo nasce com uma natureza pecaminosa. A pessoa, não redimido natural é sob a tirania do pecado. Ele controla seus pensamentos, palavras, ações de sua existência total. Jesus declarou que "todo aquele que comete pecado é escravo do pecado" (Jo 8:34), e porque cada pessoa não salva é incapaz de cometer qualquer coisa, mas o pecado, toda pessoa não salva é escravo do pecado.

Como Paulo observa na presente passagem, o homem natural é uma dispostos escravo do pecado. Homens provar que a verdade todos os dias de suas vidas como eles rejeitam a luz de Deus que eles têm.Embora as pessoas não regeneradas muitas vezes querem desesperAdãoente para escapar das conseqüências desagradáveis ​​e destrutivas de seus pecados, eles não querem abrir mão de si os pecados secretos.

Tem sido frequentemente observado que alguns escravos negros lutaram voluntariamente com seus mestres durante a Guerra Civil Americana. Não diferente de pecadores que se opõem e rejeitar Aquele que oferece para salvá-los, aqueles escravos lutou contra as forças da União que queriam emancipar-los.
Paulo começou a principal seção teológica desta epístola com a declaração decepcionante que "a ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça, porque o que se sabe sobre Deus é evidente dentro deles; pois Deus tornou evidente para eles. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis, o seu eterno poder como a sua divindade, claramente se reconhecem, sendo percebidos por meio do que tem sido feito, de modo que eles fiquem inescusáveis ​​"(Rom. 1 : 18-20; grifo do autor).

O pecado é a terrível, destruindo-vida, a realidade amaldiçoa as suas almas que reside e cresce em cada coração humano não resgatados como um câncer incurável. Mesmo quando os homens tentam escapar do pecado, eles não podem, e quando eles tentam escapar de sua culpa, eles não podem. O maior presente que Deus poderia dar à humanidade caída é a libertação do pecado, e é isso mesmo dom que Ele oferece através de Seu Filho, Jesus Cristo. É sobre esse grande presente, insuperável de redenção do pecado que Paulo se concentra agora sua grande mente inspirada.
Como ele continua o seu discurso sobre a santificação, Paulo primeiro lembra a seus leitores cristãos de sua própria escravização passado para o pecado e, em seguida, lembra-lhes a sua nova escravização à justiça através de sua confiança em Jesus Cristo. Seu principal ponto em 6: 15-23 é que os crentes em Jesus Cristo deve viver em sujeição total a Cristo e Sua justiça e não cair de volta para os seus antigos pecados, que já não têm direito sobre elas. Porque eles morreram em Cristo para o pecado e ressuscitados com Ele para a justiça, eles não estão mais sob o domínio do pecado são, mas agora estão sob o senhorio de justiça. Porque o cristão tem um novo relacionamento com Deus, ele também tem um novo relacionamento com o pecado. Pela primeira vez, ele é capaz não viver pecaminosamente e capaz também pela primeira vez para viver dignamente.

Desenvolvimento de Paulo de Romanos 6:15-23 de perto assemelha a de versículos 1:10 (ver cap 23 deste volume.). Ele apresenta o antagonista (v. 15 a ), a resposta (v. 15 b ), o axioma (v. 16), o argumento (17-22 vv.), e do absoluto (v. 23).

O antagonista

E depois? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? (6: 15a)

Com sua pergunta breve introdução, que, então ? o apóstolo novamente antecipa as conclusões falsas seus antagonistas iria retirar da declaração que os crentes "não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça" (v. 14 b ). Para eles, a idéia de não ser mais sob a lei mas sob a graça era o mesmo que ser livre de qualquer restrição moral. "Se a lei não precisa ser obedecida, e se de Deus a graça cobre todos os pecados ", eles argumentam," então os crentes são perfeitamente livres para fazer o que quiserem. " Legalistas judeus, por outro lado, acredita obediência à lei de Deus era a única forma de salvação. Para eles, Paulo exaltado justiça fora de um lado de sua boca, enquanto na carta que dá a realidade do pecado fora do outro lado. Eles acusaram Paulo de apologia ilegalidade em nome de Deus a graça .

A doutrina da graça sempre esteve sujeito a essa falsa acusação, que os primeiros apóstolo responde na primeira metade do capítulo 6. Mas, por causa do mal-entendido era tão comum ea questão tão crítica, ele dá a resposta novamente a partir de uma perspectiva ligeiramente diferente. A doutrina da salvação pela graça de Deus, trabalhando apenas através da fé do homem e independentemente de quaisquer obras, é a coisa mais distante de uma licença para pecar.

O Answer

De maneira nenhuma! (6: 15b)

Paulo dá a mesma negação contundente e inequívoca que ele deu no verso 2. A idéia é "Não, não, mil vezes não!", A mera sugestão de que a graça de Deus é uma licença para o pecado é auto-contraditório, uma lógica, bem como um absurdo moral e espiritual. O próprio propósito da graça de Deus é libertar o homem do pecado. Como, então, poderia justificar a graça possivelmente continuar em pecado? A graça não só justifica, mas também transforma a vida que é salva. Uma vida que não dá nenhuma evidência de transformação moral e espiritual não dá nenhuma evidência de salvação.

A Axiom

Você não sabe que quando você se apresentar para alguém como escravos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? (6:16)

Um axioma é uma verdade geral que é tão evidente que não precisa de provas. Você não sabe? é claramente retórica, o que implica que seus leitores seriam facilmente reconhecer a verdade do que ele estava prestes a dizer se eles lhe deram o menor pensamento. O que poderia ser mais óbvio do que o fato de que quando você se apresentar para alguém como escravos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? A frase apresentar-vos indica a escolha dispostos de obediência a um mestre e faz o ponto de Paulo ainda mais evidente . Por definição, todos os escravos , especialmente os voluntários, são obrigados a total de obediência ao seu mestre, a quem eles obedecem. Uma pessoa que não está tão ligada não é um escravo.

O apóstolo aplica o axioma para o estilo de vida dos crentes, o assunto de vida santificada sobre o qual ele tem ensinado (vv. 1-14). Em relação à vontade de Deus, uma pessoa salva, mas tem duas escolhas:tanto para o pecado , que é desobedecer-lhe, ou da obediência . Padrão geral de uma pessoa de vida prova que o seu verdadeiro mestre é. Se sua vida é caracterizada pelo pecado , que se opõe à vontade de Deus, então ele é escravo do pecado. Se sua vida é caracterizada pela obediência , o que reflete a vontade de Deus, então ele é escravo de Deus. O resultado final da primeira escravidão é tanto física como espiritual da morte , enquanto que a da segunda escravidão é a justiça , a marca inevitável da eterna vida. Os crentes são "feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas "(Ef 2:10). A vida habitualmente injustos não pode ser uma vida cristã.

No capítulo anterior, Paulo descreveu a mesma verdade do ponto de vista oposto, o do mestre. Na vida não regenerada, a vida em Adão, o pecado ea morte reinado, enquanto que na vida redimida, a vida em Cristo, a justiça ea reinado vida eterna (5: 12-21). Não há outra alternativa, não há terreno neutro. Todos os homens são ou dominado pelo pecado, o que quer dizer que eles estão sob o domínio de Satanás, ou eles são dominados pela justiça, o que quer dizer que eles estão sob o senhorio de Jesus Cristo. Como Mateus Henry observou: "Se quisermos saber para qual destas duas famílias que pertencem, devemos perguntar para qual desses dois mestres cedemos nossa obediência" ( comentário de Mateus Henry sobre a Bíblia inteira, vol. 6 (Old Tappan, NJ : Revell, sd], p 405)..

Embora a, liberdade, buscando, mente rebelde naturais recua na verdade, nenhum ser humano é seu próprio mestre. A noção popular de que uma pessoa pode dominar a sua própria vida e seu destino é uma ilusão de que Satanás tem impingido sobre a humanidade desde a queda. Foi por essa mentira, de fato, que Adão e Eva foram atraídos para o primeiro pecado. Alerta contra falsos mestres no primeiro século que proclamou que a mentira atraente, Pedro escreveu: "Para falar palavras arrogantes de vaidade que seduzem por desejos carnais, pela sensualidade, aqueles que mal escapar os que vivem no erro, prometendo-lhes liberdade, enquanto eles mesmos são escravos da corrupção, pois pelo que um homem é vencido, por isso, ele é escravo "(II Pedro 2:18-19.). Se a realidade da situação do homem é reconhecido honestamente, torna-se óbvio que os seres humanos não são criaturas independentes. Eles não são e não podem ser livres, no sentido em que o mundo define e valoriza a liberdade.

Muitas pessoas resistem as reivindicações de Cristo porque eles têm medo de ter que abrir mão de suas liberdades acarinhados. Na verdade, é claro, eles não têm liberdade para perder. A pessoa não salva não é livre para fazer o bem ou o mal como ele escolhe. Ele está preso e escravizado ao pecado, ea única coisa que ele pode fazer é pecar. Suas únicas escolhas têm a ver com quando, como, por que, e até que ponto ele vai pecar.

Deve ser tão auto-evidente que nenhum ser humano pode ser escravo de dois mestres diferentes. "Ninguém pode servir a dois senhores", declarou Jesus; "Porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se dedicará um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6:24).

O ponto de Paulo na segunda metade de Romanos 6 é a mesma que Jesus fez na passagem acima. Uma pessoa não pode ter duas naturezas diferentes e opostas ao mesmo tempo, e ele não pode viver em dois mundos espirituais diferentes e opostas ao mesmo tempo. Ele é tanto o escravo do pecado , que é por nascimento natural, ou ele é escravo de justiça , que ele torna-se pelo novo nascimento.

Paulo não está falando aqui de obrigação moral e espiritual, mas da realidade moral e espiritual. Ele não está dizendo que os crentes devem admirar justiça ou desejam justiça ou pratica a justiça, embora eles devem, é claro, fazer essas coisas. Ele não está aqui ensinando que um cristão deveria ser um escravo da justiça , mas que cada cristão, por criação divina, é feito um escravo da justiça e não pode ser outra coisa. Paulo está dizendo exatamente o que João diz em sua primeira carta:. "Todo aquele que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus, por isso os filhos de Deus e da filhos do diabo são óbvias: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão "(I João 3:9-10).

"E, embora estivesse anteriormente alienado e hostil em mente, envolvidos em más ações", Paulo diz aos crentes de Colossos, "ainda Ele [Jesus Cristo, o Filho] já reconciliou em Seu corpo carnal pela morte, a fim de apresentá-lo perante Ele [Deus Pai] santos e imaculados e irrepreensíveis "(Colossenses 1:21-22). Em outras palavras, para o cristão, a vida de injustiça, de alienação de e hostilidade para com Deus, é passado. O caminho pecaminoso velho da vida não pode continuar a caracterizar um verdadeiro cristão. A obediência a Deus na vida justa é uma certeza na vida de uma pessoa verdadeiramente justificada.Por causa da infidelidade temporária, a desobediência pecaminosa pode, por vezes, aparecem a dominar a vida de um cristão. Mas um verdadeiro crente não pode continuar indefinidamente em desobediência, porque é diametralmente oposta à sua natureza nova e santa, que não pode perdurar indefinidamente vida pecaminoso.

João enfatiza que a verdade repetidamente em sua primeira epístola. "Se dissermos que temos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade; ... Aquele que diz:" Eu vim a conhecê-lo ", e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, ea verdade não está nele; ... Todo aquele que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus "(1Jo 1:6, Jo 6:65). Nossos agradecimentos para a salvação deve ser sempre a Deus, porque é só Deus "que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 15:57).

Os crentes são salvos somente pela graça e poder de Deus . E, por sua graça, a desobediência a Ele é habitual no passado. Anteriormente, Paulo diz, você eram escravos do pecado , mas não mais. Foramtraduz uma imperfeita grego tenso, significando uma realidade em curso. Em outras palavras, a pessoa não regenerada está sob a contínua escravidão, ininterrupta de pecado. Essa é a posição universal do homem natural, sem exceções. Não importa o quanto externamente moral, na posição vertical, ou benevolente a vida de uma pessoa não salva pode ser, tudo o que ele pensa, diz e faz emana de um coração orgulhoso, pecaminoso ímpios. Citando o Salmo 14, Paulo já tinha feito essa verdade clara. "Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer "(Romanos 3:10-12.).

Que Paulo não está falando apenas de ida justiça é claro em sua declaração de que você tornou-se obediente a partir do coração . Deus trabalha a Sua salvação em ser mais íntimo de uma pessoa. Através da graça fornecido por Seu Filho, Deus muda própria natureza dos homens quando eles confiam nEle. Uma pessoa cujo coração não foi alterado não foi salvo. Justos vivos que emite a partir de um ... coração obediente é habitual. E assim como a graça de Deus opera somente através de um coração confiante, Sua justiça só funciona através de um coração obediente.

Fé e obediência são inevitavelmente relacionado. Não há fé salvadora em Deus para além da obediência a Deus, e não pode haver obediência piedosa sem fé piedosa. À medida que a bela e popular hino admoesta: "Confie e obedecer, não há outra maneira." Nosso Senhor "se entregou por nós", diz Paulo, não só para nos salvar do inferno e nos levar para o céu, mas para "redimir-nos de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras" (Tt 2:14).

A salvação vem ", segundo a presciência de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito", escreveu Pedro aos crentes perseguidos em todo o mundo romano, a fim de que aqueles que acreditam que podem "obedecer a Jesus Cristo e aspersão do seu sangue "( um símbolo referente a um convênio de obediência, ver Ex. 24: 1-8). Mais tarde, na epístola ele advertiu: "Uma vez que você tem em obediência à verdade purificado as vossas almas por um amor sincero aos irmãos, fervorosamente ameis uns aos outros com o coração, para você ter nascido novamente, não de semente corruptível, mas incorruptível, isto é, através do viva e eterna palavra de Deus " (1Pe 1:2). E Jesus deixou claro que aqueles que obedeceram a palavra foram os verdadeiros crentes (ver Jo 8:31; Jo 14:21, Jo 14:23, Jo 14:24; Jo 15:10; etc.).

Formulário traduz tupos , que foi usado dos moldes em que o metal fundido para a fundição foi derramado. Committed traduz o passivo aorista de paradidomi , que carrega o significado básico de entregar até. E porque eis ( a ) também pode ser traduzido em, parece que uma tradução mais precisa dessa frase é "essa forma de ensino em que fostes entregues." É verdade, é claro, que, através da sua leitura e pregação, a Palavra de Deus é entregue para os crentes. Mas o ponto de Paulo aqui parece ser que o verdadeiro crente também é entregue para a Palavra de Deus, a Sua divina ensino . A idéia é que quando Deus faz uma nova criação espiritual de um crente, Ele lança-lo para dentro do molde da verdade divina. A prestação JB Phillips de Rm 12:1). Mais tarde, ele avisou que "virá o tempo quando [os homens] não suportarão a sã doutrina; mas querendo ter comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências" (4: 3). O apóstolo sustentou que um supervisor, ou mais velho, na igreja deve manter "firme a palavra fiel, que está de acordo com a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina e de refutar os que o contradizem" (Tt 1:9.). Deus liberta os homens da escravidão do pecado para o único propósito de se tornarem escravizados para Ele e para a Sua justiça.

Sua Promessa

Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis ​​livres em relação à justiça. Portanto, o que você, então benefício foram decorrentes das coisas de que agora vos envergonhais? Para que o resultado dessas coisas é a morte. Mas agora, libertados do pecado e escravizado a Deus, você deriva o seu benefício, resultando em santificação, e por fim a vida eterna. (6: 20-22)

Pessoas que não foram salvos, que são escravos do pecado , são livres em relação à justiça . Ou seja, eles não têm ligação para a justiça; ele não pode fazer exigências sobre eles, uma vez que eles possuem nem o desejo nem a capacidade de responder às suas necessidades. Eles são controlados e governado pelo pecado, o mestre a quem eles são obrigados a servir. Nesse sentido, eles não têm a responsabilidade de justiça, porque eles são incapazes de cumprir as suas normas e exigências. É por isso que é tolice pregar reforma para os pecadores. Eles não podem reformar sua vida até que Deus transforma suas vidas.

Muitas pessoas que não foram salvos, é claro, não acho que a vida precisa de reforma, muito menos transformação. O mundo está cheio de pessoas que são decentes, honestos, cumpridores da lei, útil, e muitas vezes muito religiosa, que pensam que suas vidas são exemplares. Mas Paulo declara que, além da salvação através de Jesus Cristo, todas as pessoas são escravos do pecado e são livres em relação a, ou seja, totalmente separada e não relacionada com, padrão de Deus de justiça . Paulo descreveu suas próprias boas obras e realizações religiosas antes de salvação como lixo, ou esterco (Fp 3:8.).

Se uma pessoa quer que ele merece-eterna morte por Deus vai dar isso a ele como seus apenas os salários . E se a pessoa quer o que ele faz não deserve- vida eterna -Deus oferece isso para ele também, mas como um dom gratuito, a única fonte de que é Cristo Jesus, nosso Senhor .

Isso é uma grande clímax de Paulo para o capítulo 6 de Romanos: Jesus Cristo é o único caminho do pecado para a justiça, da condenação para a salvação, da morte eterna para a vida eterna.

Como ele estava diante do Sinédrio pouco depois de Pentecostes, Pedro corajosamente proclamou essa mesma verdade, testemunhando que "não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu que foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4:12). Para os fariseus incrédulos, Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes deram ouvido Eu sou a porta;.. Se alguém entrar por mim, será salvo, e entrará, e sairá, e achará pastagem "(João 10:7-9). Durante o discurso Cenáculo, Jesus disse: "Eu sou o caminho, ea verdade, ea vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14:6.).

Lucas registra a questão de lidar com o custo quando cita Jesus em 14: 26-33:
Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai e mãe e esposa e filhos, irmãos e irmãs, e até sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo. Para que um de vós, quando ele quer construir uma torre, não se senta primeiro a calcular o custo, para ver se tem com que a acabar? Caso contrário, quando ele estabeleceu uma base, e não a podendo acabar, todos os que observam que começam a zombar dele, dizendo: "Este homem começou a construir e não pôde acabar." Ou qual é o rei, quando ele sai ao encontro de outro rei na batalha, não se senta primeiro a consultar se ele é forte o suficiente com dez mil homens ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, enquanto o outro ainda está longe; ele envia uma delegação e pede condições de paz. Assim, portanto, não um de vocês pode ser meu discípulo que não desistir de todos os seus bens próprios.

Quando nosso Senhor deu as parábolas da pérola e do tesouro no campo (13 44:40-13:46'>Mat. 13 44:46), em ambos os casos, o homem vendeu tudo o que tinha para fazer a compra.

Jesus Cristo não está à procura de pessoas que querem adicionar-Lo para o seu pecado como um seguro contra o inferno. Ele não está à procura de pessoas que querem aplicar seus altos princípios morais para as suas vidas não regenerados. Ele não está olhando para aqueles que querem apenas para ser reformada exteriormente por ter sua velha natureza melhorada.
Jesus Cristo chama para Si aqueles que estão dispostos a transformar interiormente por Ele, que desejam uma natureza completamente nova, que é criado à Sua semelhança santo. Ele chama para Si aqueles que estão dispostos a trocar seus pecados por Sua santidade. Ele chama para Si aqueles que estão dispostos a morrer com Ele, a fim de ser ressuscitados com Ele, que estão dispostos a abrir mão de escravidão para o seu pecado para a escravidão para a Sua justiça. E quando os homens vêm a Ele em Seus termos, Ele muda o seu destino da morte eterna para a vida eterna.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Romanos Capítulo 6 do versículo 1 até o 23

Romanos 6

Morrer para viver — Rm 6:1-11

Como o faz freqüentemente nesta Carta, nesta passagem Paulo está mais uma vez desenvolvendo um argumento contra um tipo de oponente imaginário. O argumento surge da grande declaração do final do capítulo anterior: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça.” O argumento seria mais ou menos assim:

Oponente: Tem-se dito que a graça de Deus é bastante grande para achar perdão para todo pecado.

Paulo: Assim é.

Oponente: De fato, estão dizendo que a graça de Deus é a coisa maior e maravilhosa do mundo.

Paulo: Assim é.

Oponente: Bem, se isto for assim, continuemos pecando. Quanto mais pecar mais abundará a graça. Não importa pecar, pois Deus perdoará de qualquer maneira. De fato podemos ir mais além e dizer que o pecado é uma coisa excelente, porque o pecado dá à graça de Deus uma oportunidade para agir. A conclusão de seu argumento é que o pecado produz graça; por isso o pecado está destinado a ser uma coisa boa já que produz a maior coisa do mundo.

A primeira reação de Paulo é rechaçar horrorizado tal argumento. "Sugerem", pergunta, "que continuemos pecando para dar à graça mais oportunidade de agir?" "Deus não permita", responde, "que continuemos um proceder tão incrível."
Mas logo, tendo reagido desta maneira, continua com outra coisa. "Alguma vez vocês pensaram", pergunta, "o que aconteceu quando vocês foram batizado?" Agora, quando tentamos compreender o que Paulo vai continuar dizendo, devemos lembrar que o batismo no tempo de Paulo era diferente do que usualmente é o batismo hoje.

  1. Era um batismo de adultos. Isto não significa que o Novo Testamento se oponha em algum sentido ao batismo de crianças, mas o batismo de crianças é resultado da família cristã, e dificilmente se poderia dizer que existisse a família cristã em uma época tão anterior como a de Paulo. Na Igreja primitiva, o homem acudia a Cristo como um indivíduo, freqüentemente abandonando a sua família.
  2. O batismo na 1greja primitiva estava estreitamente relacionado com a confissão de fé. Um homem era batizado quando entrava na 1greja. E entrava na 1greja diretamente do paganismo. O batismo marcava uma linha divisória em sua vida. No batismo o homem chegava a uma decisão que cortava sua vida em duas, uma decisão que freqüentemente significava que tinha que desarraigar-se a si mesmo, uma decisão que era tão definitiva que para ele freqüentemente significava nada menos que começar de novo toda sua vida.
  3. Usualmente, o batismo era por imersão total, e esta prática se prestava a um simbolismo ao qual a aspersão não se presta tão facilmente. Quando um homem submerge na água e a água cobre sua cabeça é como se tivesse sido sepultado em uma tumba. Quando emerge da água é como se tivesse ressuscitado da tumba. O batismo era simbolicamente como morrer e ressuscitar. O homem morria para um tipo de vida e ressuscitada para outro tipo de vida. Morria para a antiga vida de pecado e ressuscitava para a nova vida da graça. Descia à água um homem do mundo e ressuscitava um homem em Cristo.

Agora, outra vez, se queremos compreender isto totalmente, devemos lembrar que Paulo estava usando uma linguagem e figuras que quase qualquer um de seus dias e de sua geração podia compreender. Pode parecer estranho para nós, mas não era estranho absolutamente para os contemporâneos de Paulo. A linguagem que ele usava era a mesma que eles usavam.
Os judeus o compreendiam. Quando alguém entrava na religião judia proveniente do paganismo, isso envolvia três coisas: sacrifício, circuncisão e batismo. Os gentios entravam na fé judia pelo batismo. O ritual era o seguinte: a pessoa a ser batizada cortava as unhas e o cabelo; despia-se completamente; o banho batismal continha ao menos quarenta seahs, isto é dois barris, de água. Cada parte de seu corpo devia ser tocada pela água. Enquanto estava na água fazia confissão de sua fé diante de três padrinhos, e lhe eram feitas certas exortações e bênçãos. Agora, sustentava-se que o efeito deste batismo era a completa regeneração; o homem era um homem novo; nascido outra vez. Era chamado recém-nascido, menino de um dia. Todos os pecados eram perdoados, porque Deus não podia castigar os pecados cometidos antes de ter nascido. A mudança completa se vê no fato de que certos rabinos sustentavam que o filho de um homem nascido depois de seu batismo era seu primogênito, embora tivesse tido filhos antes de seu batismo. Teoricamente se sustentava — embora a crença nunca foi posta em prática — que um homem era tão completamente novo, que podia casar— se com sua própria irmã ou sua própria mãe. Não era somente um homem mudado, era um homem novo, um homem diferente. Qualquer judeu podia compreender totalmente as palavras de Paulo a respeito da necessidade de um batizado de ser um homem totalmente novo.

Os gregos podiam entendê-lo. Naquela época a única verdadeira religião grega se encontrava nas religiões de mistérios. Estas religiões de mistérios eram uma coisa maravilhosa. Ofereciam aos homens libertação dos cuidados, pesar e temores desta Terra; e essa libertação se realizava pela união com algum deus. Todos os mistérios eram dramas de paixão. Estavam baseados no relato de algum deus que tinha sofrido, morto e ressuscitado. A história do deus se representava como um drama. Antes que um homem pudesse presenciar o drama devia ser iniciado. Era submetido a um longo curso de instrução sobre o significado profundo do drama. Era submetido a um curso de disciplina ascética. Era cuidadosamente formado e preparado. O drama era representado com todos os recursos de música e iluminação, e de incenso e mistério. À medida que o drama se representava, o homem se sentia um com o deus. Padecia uma experiência emocional de identificação com o deus. Antes de chegar a isto era iniciado. Agora, a iniciação sempre era considerada como uma morte seguida de um novo nascimento, pelo qual o homem era renatus in aeternum, renascido para a eternidade.

Alguém que passou pela iniciação nos diz que foi submetido a "uma morte voluntária". Sabemos que em um dos mistérios o iniciado era chamado moriturus, aquele que vai morrer, e que era sepultado até a cabeça em um poço. Quando tinha sido iniciado era considerado como um menino pequeno e alimentado com leite, como um recém-nascido. Em outro dos mistérios, a pessoa a ser iniciada orava: "Entre você em meu espírito, minha mente, minha vida toda; porque você é eu e eu sou você." Qualquer grego que tivesse passado por isso não teria dificuldade em compreender o que Paulo queria significar por morrer e ressuscitar no batismo, e, fazendo-o assim, chegar a ser um com Cristo.

Não estamos dizendo nem por um momento que Paulo copiasse suas idéias ou suas palavras de tais práticas judias ou pagãs; o que dizemos é que usou palavras e figuras que tanto os judeus como os gentios podiam compreender e reconhecer.

Nesta passagem se encontram três verdades permanentes:

  1. É terrível procurar negociar com a misericórdia de Deus. É terrível fazer da misericórdia de Deus uma desculpa para pecar. Consideremo-lo em termos humanos. Quão vil seria para um filho ou uma filha considerar-se livre para pecar, por saber que o pai ou a mãe o perdoariam. Isto seria tirar vantagem do amor para quebrantar o coração do amor.
  2. O homem que empreende o caminho cristão é convocado a um tipo de vida diferente de vida; morreu para um tipo de vida e nasceu para outro. É essencialmente um homem diferente. Nos tempos modernos existe a tendência de acentuar o fato de que a aceitação do caminho cristão não faz muita diferença na vida de um homem. Paulo teria dito que deveria fazer toda a diferença do mundo.
  3. Mas quando um homem aceita a Cristo há em sua vida algo mais que uma mera mudança ética. Há uma verdadeira união com Cristo; uma real identificação. De fato, a simples verdade é que não é possível uma mudança ética sem a união com Cristo. O homem está em Cristo.

Um grande erudito sugeriu esta analogia para esta frase. Não podemos viver nossa vida física a menos que estejamos no ar, e o ar esteja em nós. Assim é com Cristo. A menos que Cristo esteja em nós, e nós em Cristo, não podemos viver a vida de Deus. Limitar o cristianismo a uma exigência ética, e deixar fora esta essencial união com Cristo, é deixar o cristianismo a menos de metade de caminho.

A PRÁTICA DA FÉ

Romanos 6:12-14

Não há transição mais típica em Paulo que a transição entre esta passagem e aquela que a precede. A passagem anterior era o escrito de um místico. Falava da união mística entre o cristão e Cristo que ocorre pelo batismo. Falava de que um cristão deveria viver tão perto de Cristo que de toda sua vida se possa dizer que é vivida em Cristo. E agora, depois da experiência mística, chega a exigência prática. O cristianismo não é uma experiência emocional; é um modo de vida. O cristão não está chamado a sentir prazer em uma experiência, por maravilhosa que seja; está chamado a sair e viver certo tipo de vida a despeito dos ataques e problemas do mundo. É a coisa mais comum, no mundo da vida religiosa, sentar-se na igreja e sentir que nos envolve uma onda de sentimento. Não é uma experiência pouco comum a de sentir a Cristo muito perto de nós em momentos que estamos sozinhos. Mas o cristianismo que se detém ali, detém-se na metade de caminho. Esta emoção deve ser traduzida em ação. O sentimento religioso nunca pode ser um substituto da prática religiosa. O cristianismo não pode ser somente uma experiência de um lugar secreto; deve ser uma vida em praça pública.
Quando o homem sai ao mundo é confrontado com uma situação aterradora. O pensamento de Paulo é que tanto Deus como o pecado estão buscando armas para usar. Deus não pode operar sem os homens. Se quer dizer uma palavra, tem que conseguir um homem que a diga. Se quer realizar uma ação, tem que conseguir um homem que a faça. Se quer alegrar, alentar, fortalecer, ajudar a uma pessoa, tem que conseguir um homem que o faça. Deus, como se tem dito, está em todas as partes buscando mãos para usar. E o mesmo é com o pecado. A todo homem foi dado misturar-se no pecado. O convite a pecar foi oferecido a todo homem. O pecado está buscando homens que queiram, por suas palavras ou exemplos, seduzir e convidar outros a pecar. É como se Paulo dissesse: "Neste mundo há uma batalha eterna entre o pecado e Deus; escolha o seu lado." Somos confrontados com a tremenda opção de nos converter em armas nas mãos de Deus ou armas nas mãos do pecado.
Alguém pode responder: "Semelhante escolha é muito para mim. Estou destinado a fracassar." A resposta de Paulo é: "Não desanimem nem desesperem; o pecado não terá domínio sobre vocês." Por que? A resposta é que já não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça. Por que tem que consistir nisto toda a diferença? Porque já não estamos mais tentando satisfazer as demandas da Lei; estamos tentando ser dignos dos dons do amor. Já não estamos mais considerando a Deus como o juiz severo; estamos considerando-o como aquele que ama as almas dos homens. Não há em todo mundo inspiração como o amor. Quem saiu jamais da presença de seu amado sem o desejo ardente de ser uma pessoa melhor? A vida cristã já não é mais uma carga intolerável que conduzir; é um privilégio conforme com o qual viver.

Como Denney o expressou: "Não é a restrição, a não ser a inspiração a que nos libera do pecado; não o Monte Sinai, a não ser o Monte Calvário aquele que nos faz Santos."

Há muitos que foram salvos do pecado, não por causa das regulamentações e mandamentos da Lei, mas sim por não ousar ferir e afligir e defraudar a alguém a quem amavam e que sabiam que os amava. Quando muito a Lei sujeita ao homem pelo temor; mas o amor redime ao homem lhe inspirando ser melhor que o melhor que há nele. A salvação do cristão provém, não do temor ao que Deus lhe fará, mas sim da inspiração do que Deus tem feito por ele.

A POSSESSÃO EXCLUSIVA

Romanos 6:15-23

Para certo tipo de mentalidade a doutrina da livre graça é sempre uma tentação. Existe sempre a tentação de dizer: "Se o perdão for tão fácil e tão inevitável, se o único desejo de Deus é perdoar os homens, e se a graça de Deus é suficientemente ampla para cobrir toda mancha e defeito, por que preocupar-se com o pecado? Por que não agir como queremos? Se afinal será tudo a mesma coisa." Quando Paulo disse que o cristão já não está mais debaixo da Lei, mas debaixo da graça, ele disse precisamente isto.

Paulo contradiz este argumento usando uma vívida figura. Diz: "Uma vez vocês foram entregues ao pecado como seus escravos; quando assim o fizeram, a justiça não teve direitos sobre vocês. Mas agora vocês se entregaram a Deus como escravos da justiça; ao fazê-lo assim, o pecado não tem direitos sobre vocês." Para compreender isto devemos compreender a situação do escravo.
Quando pensamos em um servente, em nosso sentido da palavra, pensamos em um homem que dá certa parte combinada de seu tempo a seu amo, e que por fazê-lo recebe certo pagamento combinado. Nesse tempo combinado está à disposição de seu patrão e sob suas ordens. Mas, quando esse tempo acaba, está livre para fazer exatamente o que goste. Como vemos, durante as horas de trabalho o servente pertence inteiramente a seu patrão, mas no tempo livre se pertence a si mesmo. Assim, por exemplo, um homem pode estar empregado num escritório durante o dia, e pode tocar violino numa orquestra de noite. Mas, na época de Paulo, a situação do escravo era completamente diferente. Literalmente não tinha tempo que lhe pertencesse. Não tinha um momento em que fosse livre. Cada instante de seu tempo pertencia a seu amo. Era a possessão exclusivamente absoluta de seu amo, e não havia um só instante de sua vida em que pudesse fazer o que gostasse. Na época de Paulo um escravo nunca podia fazer o que gostava; era-lhe impossível servir a dois amos, porque era possessão exclusiva de um.
Esta é a figura que está na mente de Paulo. Diz: "Em uma época vocês foram escravos do pecado. O pecado tinha sua exclusiva possessão. Naquela época vocês não podiam falar de outra coisa que não fosse pecar. Mas agora vocês tomaram a Deus como seu amo; Deus tem sua exclusiva possessão. E agora vocês não podem nem sequer falar de pecar; vocês não devem falar a não ser a respeito da santidade."
Paulo realmente se desculpa por usar esta figura. Diz: "Estou usando uma analogia humana para que suas mentes humanas possam compreendê-la." Desculpa-se porque não gostava de comparar a vida cristã com algum tipo de escravidão. Mas a única coisa que esta figura mostra é o fato de que o cristão não pode ter outro amo a não ser Deus. Não pode dar uma parte de sua vida, uma parte de seu tempo a Deus e outra parte ao mundo. Para Deus é tudo ou nada. Na medida em que alguém reserva algum canto de sua vida sem Deus, na medida em que alguém quer reservar alguma parte de sua vida sem Deus, não é verdadeiramente cristão. Cristão é o homem que deu o domínio total de sua vida a Cristo e não reserva nada para si. E ninguém que tenha feito isto pode pensar em usar a graça como uma desculpa para pecar.
Mas Paulo tem algo mais a dizer. Diz: "Vocês tomaram uma decisão espontânea de obedecer as normas do ensino a que se entregaram." Em outras palavras, Paulo está dizendo: "Vocês sabiam o que faziam e o fizeram por sua própria livre vontade." Isto é interessante.
Recordemos que esta passagem, no começo deste capítulo, surgiu de uma discussão sobre o batismo. Isto portanto significa que o batismo era um batismo com instrução. Agora, vimos que o batismo na 1greja primitiva era, pela natureza das coisas, batismo de adultos, e era confissão de fé. É evidente, pois, que ninguém era permitido entrar na 1greja cristã em um momento de emoção. Era ensinado. Tinha que saber o que estava fazendo. Era-lhe apresentada a questão deliberadamente. Era-lhe mostrado o que Cristo oferecia e o que Cristo exigia. Então, e somente então, podia tomar a decisão de entrar.
Diz-se que quando uma pessoa quer entrar como membro da grande ordem beneditina de monges, é aceito a título de prova por um ano. Durante todo esse tempo as roupas que vestia no mundo penduram em sua cela. Em qualquer momento pode tirar os seus hábitos de monge, vestir suas roupas civis e sair, e ninguém pensará mal dele. Somente no final do ano tiram-lhe definitivamente suas roupas. Deve saber o que está fazendo; deve entrar na ordem com os olhos abertos e uma total apreciação do que está fazendo.
Assim é com o cristianismo. Jesus não queria seguidores que não se detiveram para calcular o custo. Ele não queria uma pessoa que expressasse uma lealdade efêmera no auge de uma onda de emoção. A

Igreja tem o dever de apresentar a fé em toda a riqueza de seu oferecimento e na totalidade de suas demandas àqueles que desejam chegar a ser membros dela.

Paulo traça uma distinção entre a antiga vida e a nova vida. A antiga vida estava caracterizada pela imundície e iniqüidade. O mundo pagão era algo imundo. Não conhecia o significado da castidade. Justino mártir tem uma terrível acuidade, falando a respeito da exposição de crianças. Em Roma, as crianças não desejados, especialmente mulheres, eram literalmente desprezada. Cada noite muitas delas eram abandonados no fórum. As meninas eram recolhidas por turvos sujeitos, que dirigiam bordéis, e eram criadas para serem prostitutas com as quais se abasteciam os bordéis.

Assim, Justino se volta para seus oponentes pagãos e lhes diz que, em sua imoralidade, eles tinham a probabilidade de ir a um bordel da cidade, e, sem sabê-lo, ter relações com suas próprias filhas. Assim era a vida pagã. O mundo pagão era iníquo. Era iníquo no sentido de que as únicas leis que tinham os homens eram seus apetites. E essa iniqüidade gerava mais iniqüidade. Esta é verdadeiramente a lei do pecado. O pecado gera pecado. A primeira vez que cometemos algo mau podemos fazê-lo com uma dúvida e um tremor e um estremecimento. A segunda vez que o fazemos é mais fácil; e se continuamos fazendo-o chegamos a fazê-lo sem esforço; o pecado perde seu terror. A primeira vez que praticamos algum excesso podemos ficar satisfeitos com muito pouco; mas chega o momento em que necessitamos mais e mais para produzir a mesma emoção. O pecado conduz ao pecado. A iniqüidade produz iniqüidade. Começar no caminho do pecado é avançar mais e mais.
Mas a nova vida é diferente. É uma vida que é justa. Agora, os gregos definiam a justiça como dar ao homem e a Deus o que lhes corresponde. A vida cristã é uma vida que dá a Deus seu próprio lugar, e que respeita os direitos da personalidade humana. O cristão nunca desobedecerá a Deus, nem usará nunca a um ser humano para satisfazer de modo algum seus desejos de prazer ou de luxúria.

Esta vida leva ao que chamamos santificação. O termo em grego é hagiasmos. Todos os substantivos gregos que terminam em asmos descrevem, não um estado acabado, mas um processo. A santificação não é um estado acabado; é o caminho à santidade. Quando um homem entrega sua vida a Cristo, não se detém ali e então se converte em um homem perfeito; a luta de maneira nenhuma concluiu. Mas o cristianismo considerou sempre a direção na qual um homem se dirige como mais importante que o estágio particular que tenha alcançado. Uma vez que é de Cristo, começou o processo de santificação, o caminho da santidade.

Robert Luis Stevenson disse: "Viajar esperançosamente é melhor que atracar." O certo é que é uma grande coisa partir para uma grande meta, mesmo que nunca cheguemos a percorrer a totalidade do caminho.
Paulo conclui esta seção com uma grande declaração que contém uma dupla metáfora. "O salário do pecado é morte", diz, "mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna." Paulo aqui usa dois termos militares. Para salário utiliza o termo opsonia. Opsonia era o pagamento do soldado, algo que ele ganhava com o risco de seu corpo e com o suor de sua fronte, algo que lhe era devido e não se podia tirar dele.

Para dom usa o termo carisma. O carisma ou, em latim, donativum, era a retribuição totalmente livre e imerecida que algumas vezes o exército recebia. Em ocasiões especiais, por exemplo em seu aniversário, ou em sua ascensão ao trono, ou no aniversário desta ascensão, um imperador entregava uma dádiva de dinheiro ao exército. Esta não tinha sido ganha; era um presente; um dom da benevolência e graça do imperador. Assim diz Paulo: "O pecado merece a morte. Se recebermos o pagamento que merecemos seria a morte. A morte é a dívida a que temos direito." E logo continua: "Mas o que recebemos é uma dádiva; não ganhamos; não o merecíamos; merecíamos a morte; mas em sua graça ele nos deu a vida."


Dicionário

Corpo

substantivo masculino Constituição ou estrutura física de uma pessoa ou animal, composta por, além de todas suas estruturas e órgãos interiores, cabeça, tronco e membros.
Qualquer substância material, orgânica ou inorgânica: corpo sólido.
Parte material do animal, especialmente do homem, por oposição ao espírito; materialidade.
Pessoa morta; cadáver: autópsia de um corpo.
Parte principal e central de certos objetos: corpo central de um edifício.
Conjunto de pessoas que exercem a mesma profissão: corpo docente.
Tamanho de; estatura, robustez: corpo de atleta.
[Anatomia] Designação de certos órgãos de constituição especial: corpo cavernoso.
[Tipografia] Medida dos caracteres tipográficos, expressa em pontos: livro composto em corpo 7.
[Militar] Conjunto de militares que compõem um quadro, uma arma, um exército: corpo de infantaria.
expressão Corpo da guarda. Local onde estacionam os soldados que formam a guarda, exceto o sentinela.
Corpo de baile. Conjunto de dançarinos em um teatro.
Corpo de Deus. A festa do Santíssimo Sacramento, que se celebra na quinta-feira imediata ao domingo da Trindade.
Corpo diplomático. Conjunto de funcionários que representam os Estados estrangeiros junto a um governo ou a uma organização internacional (analogamente, diz-se corpo consular).
[Popular] Fechar o corpo. Fazer orações e benzeduras para tornar o corpo invulnerável a facadas, tiros, feitiços etc.; ingerir bebida alcoólica para tornar o corpo imune a doenças.
[Brasil] Tirar o corpo fora. Esquivar-se habilmente de algum encargo.
De corpo e alma. Completamente, inteiramente.
locução adverbial Corpo a corpo. Em luta corporal, sem uso de armas: enfrentaram-se corpo a corpo.
Etimologia (origem da palavra corpo). Do latim corpus.

substantivo masculino Constituição ou estrutura física de uma pessoa ou animal, composta por, além de todas suas estruturas e órgãos interiores, cabeça, tronco e membros.
Qualquer substância material, orgânica ou inorgânica: corpo sólido.
Parte material do animal, especialmente do homem, por oposição ao espírito; materialidade.
Pessoa morta; cadáver: autópsia de um corpo.
Parte principal e central de certos objetos: corpo central de um edifício.
Conjunto de pessoas que exercem a mesma profissão: corpo docente.
Tamanho de; estatura, robustez: corpo de atleta.
[Anatomia] Designação de certos órgãos de constituição especial: corpo cavernoso.
[Tipografia] Medida dos caracteres tipográficos, expressa em pontos: livro composto em corpo 7.
[Militar] Conjunto de militares que compõem um quadro, uma arma, um exército: corpo de infantaria.
expressão Corpo da guarda. Local onde estacionam os soldados que formam a guarda, exceto o sentinela.
Corpo de baile. Conjunto de dançarinos em um teatro.
Corpo de Deus. A festa do Santíssimo Sacramento, que se celebra na quinta-feira imediata ao domingo da Trindade.
Corpo diplomático. Conjunto de funcionários que representam os Estados estrangeiros junto a um governo ou a uma organização internacional (analogamente, diz-se corpo consular).
[Popular] Fechar o corpo. Fazer orações e benzeduras para tornar o corpo invulnerável a facadas, tiros, feitiços etc.; ingerir bebida alcoólica para tornar o corpo imune a doenças.
[Brasil] Tirar o corpo fora. Esquivar-se habilmente de algum encargo.
De corpo e alma. Completamente, inteiramente.
locução adverbial Corpo a corpo. Em luta corporal, sem uso de armas: enfrentaram-se corpo a corpo.
Etimologia (origem da palavra corpo). Do latim corpus.

[...] O corpo é o invólucro material que reveste o Espírito temporariamente, para preenchimento da sua missão na Terra e execução do trabalho necessário ao seu adiantamento. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3, it• 5

[...] O corpo é apenas instrumento da alma para exercício das suas faculdades nas relações com o mundo material [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8, it• 10

[...] os corpos são a individualização do princípio material. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 79

[...] é a máquina que o coração põe em movimento. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 156

[...] O corpo não passa de um acessório seu, de um invólucro, uma veste, que ele [o Espírito] deixa, quando usada. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 3

[...] invólucro material que põe o Espírito em relação com o mundo exterior [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 10

[...] apenas um segundo envoltório mais grosseiro, mais resistente, apropriado aos fenômenos a que tem de prestar-se e do qual o Espírito se despoja por ocasião da morte.
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, it• 10

[...] o corpo não é somente o resultado do jogo das forças químicas, mas, sim, o produto de uma força organizadora, persistente, que pode modelar a matéria à sua vontade.
Referencia: AKSAKOF, Alexandre• Um caso de desmaterialização parcial do corpo dum médium• Trad• de João Lourenço de Souza• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 5

Máquina delicada e complexa é o corpo humano; os tecidos que o formam originam-se de combinações químicas muito instáveis, devido aos seus componentes; e nós não ignoramos que as mesmas leis que regem o mundo inorgânico regem os seres organizados. Assim, sabemos que, num organismo vivo, o trabalho mecânico de um músculo pode traduzir-se em equivalente de calor; que a força despendida não é criada pelo ser, e lhe provém de uma fonte exterior, que o provê de alimentos, inclusive o oxigênio; e que o papel do corpo físico consiste em transformar a energia recebida, albergando-a em combinações instáveis que a emanciparão à menor excitação apropriada, isto é, sob ação volitiva, ou pelo jogo de irritantes especiais dos tecidos, ou de ações reflexas.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

O corpo de um animal superior é organismo complexo, formado por um agregado de células diversamente reunidas no qual as condições vitais de cada elemento são respeitadas, mas cujo funcionamento subordina-se ao conjunto. É como se disséssemos – independência individual, mas obediente à vida total.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

[...] o invólucro corporal é construído mediante as leis invariáveis da fecundação, e a hereditariedade individual dos genitores, transmitida pela força vital, opõe-se ao poder plástico da alma. É ainda por força dessa hereditariedade que uma raça não produz seres doutra raça; que de um cão nasça um coelho, por exemplo, e mesmo, para não irmos mais longe, que uma mulher de [...] raça branca possa gerar um negro, um pele-vermelha, e vice-versa. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

[...] é um todo, cujas partes têm um papel definido, mas subordinadas ao lugar que ocupam no plano geral. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 3

[...] não passa de um vestuário de empréstimo, de uma forma passageira, de um instrumento por meio do qual a alma prossegue neste mundo a sua obra de depuração e progresso. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 3

[...] O corpo material é apenas o instrumento ao agente desse corpo de essência espiritual [corpo psíquico]. [...]
Referencia: ERNY, Alfred• O psiquismo experimental: estudo dos fenômenos psíquicos• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - pt• 2, cap• 1

[...] Nosso corpo é o presente que Deus nos deu para aprendermos enquanto estamos na Terra. Ele é nosso instrumento de trabalho na Terra, por isso devemos cuidar da nossa saúde e segurança física.
Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

[...] Em o nosso mundo físico, o corpo real, ou duradouro, é um corpo etéreo ou espiritual que, no momento da concepção, entra a cobrir-se de matéria física, cuja vibração é lenta, ou, por outras palavras, se reveste dessa matéria. [...]
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 9

Neste mundo, são duais os nossos corpos: físico um, aquele que vemos e tocamos; etéreo outro, aquele que não podemos perceber com os órgãos físicos. Esses dois corpos se interpenetram, sendo, porém, o etéreo o permanente, o indestrutível [...].
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 14

[...] O corpo físico é apenas a cobertura protetora do corpo etéreo, durante a sua passagem pela vida terrena. [...]
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 14

Esse corpo não é, aliás, uma massa inerte, um autômato; é um organismo vivo. Ora, a organização dum ser, dum homem, dum animal, duma planta, atesta a existência duma força organizadora, dum espírito na Natureza, dum princípio intelectual que rege os átomos e que não é propriedade deles. Se houvesse somente moléculas materiais desprovidas de direção, o mundo não caminharia, um caos qualquer subsistiria indefinidamente, sem leis matemáticas, e a ordem não regularia o Cosmos.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

[...] O nosso corpo não é mais do que uma corrente de moléculas, regido, organizado pela força imaterial que nos anima. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 2, cap• 12

[...] complexo de moléculas materiais que se renovam constantemente.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• -

[...] é toda e qualquer quantidade de matéria, limitada, que impressiona os sentidos físicos, expressando-se em volume, peso... Aglutinação de moléculas – orgânicas ou inorgânicas – que modelam formas animadas ou não, ao impulso de princípios vitais, anímicos e espirituais. Estágio físico por onde transita o elemento anímico na longa jornada em que colima a perfeição, na qualidade de espírito puro...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 5

O corpo humano [...] serve de domicílio temporário ao espírito que, através dele, adquire experiências, aprimora aquisições, repara erros, sublima aspirações. Alto empréstimo divino, é o instrumento da evolução espiritual na Terra, cujas condições próprias para as suas necessidades fazem que a pouco e pouco abandone as construções grosseiras e se sutilize [...] serve também de laboratório de experiências, pelas quais os construtores da vida, há milênios, vêm desenvolvendo possibilidades superiores para culminarem em conjunto ainda mais aprimorado e sadio. Formado por trilhões e trilhões de células de variada constituição, apresenta-se como o mais fantástico equipamento de que o homem tem notícia, graças à perfei ção dos seus múltiplos órgãos e engrenagens [...].
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 5

[...] Vasilhame sublime, é o corpo humano o depositário das esperanças e o veículo de bênçãos, que não pode ser desconsiderado levianamente.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 5

O corpo é veículo, portanto, das pro-postas psíquicas, porém, por sua vez,muitas necessidades que dizem respei-to à constituição orgânica refletem-se nocampo mental.[...] o corpo é instrumento da aprendi-zagem do Espírito, que o necessita paraaprimorar as virtudes e também paradesenvolver o Cristo interno, que gover-nará soberano a vida quando superar osimpedimentos colocados pelas paixõesdesgastantes e primitivas. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Cor-po e mente

O corpo é sublime instrumento elabo-rado pela Divindade para ensejar odesabrolhar da vida que se encontraadormecida no cerne do ser, necessitan-do dos fatores mesológicos no mundoterrestre, de forma que se converta emsantuário rico de bênçãos.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Culto aosofrimento

[...] Constituído por trilhões de célulasque, por sua vez, são universos minia-turizados [...].[...] Um corpo saudável resulta tambémdo processo respiratório profundo,revitalizador, de nutrição celular.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conquista interna

Abafadouro das lembranças, é também o corpo o veículo pelo qual o espírito se retempera nos embates santificantes, sofrendo-lhe os impositivos restritivos e nele plasmando as peças valiosas para mais plena manifestação.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

[...] é sempre para o espírito devedor [...] sublime refúgio, portador da bênção do olvido momentâneo aos males que praticamos e cuja evocação, se nos viesse à consciência de inopino, nos aniquilaria a esperança da redenção. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

Sobre o corpo físico, o que se pode dizer logo de início é que ele constitui mecanismo extremamente sofisticado, formado de grande número de órgãos, que em geral trabalham em grupo, exercendo funções complementares, visando sempre a atingir objetivos bem determinados. Estes agrupamentos de órgãos são denominados aparelhos ou sistemas que, por sua vez, trabalham harmonicamente, seguindo a diretriz geral de manter e preservar a vida do organismo.
Referencia: GURGEL, Luiz Carlos de M• O passe espírita• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1

O corpo carnal é feito de limo, isto é, compõe-se dos elementos sólidos existentes no planeta que o Espírito tem que habitar provisoriamente. Em se achando gasto, desagrega-se, porque é matéria, e o Espírito se despoja dele, como nós nos desfazemos da roupa que se tornou imprestável. A isso é que chamamos morte. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 9a efusão

[...] o corpo físico é mero ponto de apoio da ação espiritual; simples instrumento grosseiro de que se vale o Espírito para exercer sua atividade física. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4

[...] O corpo físico nada é senão um instrumento de trabalho; uma vez abandonado pelo Espírito, é matéria que se decompõe e deixa de oferecer condições para abrigar a alma. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 16

[...] O nosso corpo – além de ser a vestimenta e o instrumento da alma neste plano da Vida, onde somente nos é possível trabalhar mediante a ferramenta pesada dos órgãos e membros de nosso figurino carnal – é templo sagrado e augusto. [...]
Referencia: Ó, Fernando do• Apenas uma sombra de mulher• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

[...] O corpo é o escafandro, é a veste, é o gibão que tomamos de empréstimo à Vida para realizarmos o nosso giro pelo mundo das formas. [...]
Referencia: Ó, Fernando do• Uma luz no meu caminho• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 3

A bênção de um corpo, ainda que mutilado ou disforme, na Terra [...] é como preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons que o nosso planeta pode oferecer.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 17

[...] o corpo humano é apenas um aparelho delicado, cujas baterias e sistemas condutores de vida são dirigidos pelas forças do perispírito, e este, por sua vez, comandado será pela vontade, isto é, a consciência, a mente.
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Recordações da mediunidade• Obra mediúnica orientada pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

O corpo carnal, ou corpo material terreno, o único a constituir passageira ilusão, pois é mortal e putrescível, uma vez, que se origina de elementos exclusivamente terrenos. [...]
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap 8

[...] [no corpo] distinguimos duas coisas: a matéria animal (osso, carne, sangue, etc.) e um agente invisível que transmite ao espírito as sensações da carne, e está às ordens daquele.
Referencia: ROCHAS, Albert de• A Levitação• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1980• - Os limites da Física

[...] Tradicionalmente visto pelas religiões instituídas como fonte do pecado, o corpo nos é apresentado pela Doutrina Espírita como precioso instrumento de realizações, por intermédio do qual nos inscrevemos nos cursos especializados que a vida terrena nos oferece, para galgarmos os degraus evolutivos necessários e atingirmos as culminâncias da evolução espiritual. [...]
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Adolescência – tempo de transformações

O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 34

O corpo físico é apenas envoltório para efeito de trabalho e de escola nos planos da consciência.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Museu de cera

[...] é passageira vestidura de nossa alma que nunca morre. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 2

O veículo orgânico para o espírito reencarnado é a máquina preciosa, capaz de ofertar-lhe às mãos de operário da Vida Imperecível o rendimento da evolução.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33

O corpo nada mais é que o instrumento passivo da alma, e da sua condição perfeita depende a perfeita exteriorização das faculdades do espírito. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 36

[...] O corpo de carne é uma oficina em que nossa alma trabalha, tecendo os fios do próprio destino. Estamos chegando de longe, a revivescer dos séculos mortos, como as plantas a renascerem do solo profundo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 35

O corpo é um batel cujo timoneiro é o espírito. À maneira que os anos se desdobram, a embarcação cada vez mais entra no mar alto da experiência e o timoneiro adquire, com isto, maior responsabilidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Reflexões

O corpo físico é máquina viva, constituída pela congregação de miríades de corpúsculos ativos, sob o comando do espírito que manobra com a rede biológica dentro das mesmas normas que seguimos ao utilizar a corrente elétrica.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Mentalismo

[...] o corpo físico na crosta planetária representa uma bênção de Nosso Eterno Pai. Constitui primorosa obra da Sabedoria Divina, em cujo aperfeiçoamento incessante temos nós a felicidade de colaborar. [...] [...] O corpo humano não deixa de ser a mais importante moradia para nós outros, quando compelidos à permanência na crosta. Não podemos esquecer que o próprio Divino Mestre classificava-o como templo do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Missionários da luz• Pelo Espírito André Luiz• 39a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 12

[...] O corpo carnal é também um edifício delicado e complexo. Urge cuidar dos alicerces com serenidade e conhecimento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Missionários da luz• Pelo Espírito André Luiz• 39a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 14

[...] o corpo do homem é uma usina de forças vivas, cujos movimentos se repetem no tocante ao conjunto, mas que nunca se reproduzem na esfera dos detalhes. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 29

[...] O corpo humano é campo de forças vivas. Milhões de indivíduos celulares aí se agitam, à moda dos homens nas colônias e cidades tumultuosas. [...] esse laboratório corporal, transformável e provisório, é o templo onde poderás adquirir a saúde eterna do Espírito. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30

No corpo humano, temos na Terra o mais sublime dos santuários e uma das supermaravilhas da Obra Divina.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 3

O corpo é para o homem santuário real de manifestação, obra-prima do trabalho seletivo de todos os reinos em que a vida planetária se subdivide.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4

O corpo de quem sofre é objeto sagrado.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 53

O corpo é a máquina para a viagem do progresso e todo relaxamento corre por conta do maquinista.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 55


Crucificado

crucificado adj. Pregado na cruz; crucifixo. S. .M 1. O que padeceu o suplício da cruz. 2. Em sentido restrito, Jesus Cristo.

Desfeito

desfeito adj. 1. Que se desfez. 2. Desmanchado. 3. Anulado. 4. Aniquilado, dissipado. 5. Derrotado, desbaratado.

Fim

substantivo masculino Circunstância que termina outra: fim de um livro.
Extremidade no tempo e no espaço: fim do ano.
Interrupção de; cessação: o fim de uma luta.
Perda da existência; morte, desaparecimento: sentir chegar o fim.
Objetivo para o qual se tende; intenção: alcançar seus fins.
Parte que está no final de; final: fim de semana.
O que motiva ou determina algo; motivo, razão: fins lucrativos.
Destino: o fim do homem.
expressão Pôr fim a. Terminar, concluir: pôs fim ao casamento.
locução prepositiva A fim de. Com a intenção de; para: casou a fim de ser feliz.
locução adverbial Por fim. Finalmente: por fim, apresento os resultados da tese.
Etimologia (origem da palavra fim). Do latim finis.is.

O fim é aquilo que se pretende realizar na vida real, quer no campo empírico, quer no meio social, quer na educação. Por exemplo, o fim do educador espírita é o desenvolvimento da espiritualidade do educando. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Estudos de filosofia social espírita• Rio de Janeiro: FEB, 1992• -


Homem

substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
Pessoa do sexo masculino.
Esposo, marido, companheiro.
A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
Pessoa do sexo masculino.
Esposo, marido, companheiro.
A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são :
(1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus.
(2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino.
(3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais.
(4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são
(1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura –
(2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.

O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27

O homem compõe-se de corpo e espírito [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3

H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir.
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6

O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18

[...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

[...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

[...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...]
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.
Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2

Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21

[...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade!
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4

Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade

Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12

[...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...].
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15

Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1

[...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo.
Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro

O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

[...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39

Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta.
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

[...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

[...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

[...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa

[...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16

O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22

[...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

[...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável

[...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

[...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

[...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão

Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...].
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão

[...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil.
Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

[...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21

[...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

[...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...].
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

[...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...]
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

[...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro.
Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada.
Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude

[...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37

Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7

[...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...].
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12

[...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

[...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15

O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor

No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro

Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30

[...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde

Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29

Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte

O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo

Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133

[...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46


Homem
1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26);
v. IMAGEM DE DEUS).

2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).

4) Ser humano na idade adulta (1Co 13:11).

5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).

6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”

Maís

substantivo masculino Variedade de milho graúdo, bem desenvolvido.
Não confundir com: mais.
Etimologia (origem da palavra maís). Do espanhol maíz.

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Pecado


i. Um dos grandes objetivos da Bíblia é tratar dos fatos da vida humana, estabelecer a sua significação e efeito, e algumas vezes derramar luz sobre a sua causa. No caso do pecado há dois fatos principais: primeiro, que o homem é pecador – segundo, que todos cometem pecado. Pode, portanto, esperar-se que a Bíblia derramará luz sobre o sentido da palavra pecado e sobre os seus efeitos – e nos fará conhecer a causa da sua influência universal nos homens e o remédio para esse grande mal.
ii. Segundo a Bíblia, a causa dos pecados encontra-se de uma maneira definitiva (tanto quanto se considera a vida terrestre) no pecado dos nossos primeiros pais, com as suas conseqüências, transmitidas à posteridade. A este fato se chama a Queda. Basta dizer-se aqui, que, por mais baixo que estivesse o primeiro homem na escala da Humanidade, se ele era homem devia ter tido, na verdade, algum conhecimento rudimentar do bem ou do mal – e depois da sua primeira voluntária desobediência ao que lhe dizia a consciência, devia ter ficado numa situação moral inferior à dos tempos passados. A primeira transgressão feita com conhecimento do mal não pôde deixar de ser uma queda moral, por maior que fosse a sua sabedoria adquirida no caminho da vida. Além disso, há razão para acreditar que as crianças, nascidas após a queda, haviam certamente de participar da natureza dos seus pais, a ponto de ficarem mais fracas com respeito à moralidade do que não tendo os seus pais transgredido. Esta crença muito razoável apresenta-se como sendo o pensamento central da narrativa de Gn 3. o escritor bíblico está, evidentemente, revelando mais do que a simples enunciação do pecado de Adão e Eva como tal. Ele deseja fazer ver que a pena alcançou toda a Humanidade. Todos entram no mundo com a tendência original de uma modificada natureza para o mal. Não é, por conseqüência, para admirar que cada pessoa realmente caia no pecado. Nos capítulos seguintes são plenamente expostos os terríveis e profundos efeitos daquele primeiro pecado.
iii. os diferentes aspectos do pecado, que se apresentam aos escritores bíblicos, podem ver-se do modo mais próprio nos vários nomes que lhe dão. Porquanto a Bíblia é muito rica em termos que significam o pecado, o mal, a iniqüidade, a maldade, podendo ser mencionados neste lugar os mais importantes: 1. Palavras que têm o sentido de ‘falta, omissão, erro no fim em vista’, etc. Em hebraico há chêt e termos cognatos (Sl 51:9) – em grego, hamartia (Rm 3:9), hamartêma 1Co 6:18). 2. A perversão, a deturpação, implicando culpa, são faltas designadas pelo termo hebraico avon (1 Rs 17.18). 3. Há várias palavras que indicam a transgressão de uma lei, ou a revolta contra o legislador. Em hebreu peshã (Pv 28:13 – is õ3,5) – em grego parabasis (‘transgressão’, Rm 4:15), paraptoma (‘delito’, Ef 2:5), anômia (‘iniqiiidade’, 1 Jo 3:4, onde se lê: ‘hamartia é anômia’), asebeia (‘impiedade’, 2 Tm 2.16). 4. imoralidade, o hábito do pecado, e muitas vezes violência, se indicam com o hebraico rêshã (1 Sm 24.13), e o grego adikia (Lc 13:27). 5. A infidelidade, e a deslealdade para com Deus e o homem, são significadas pelo hebraico má”al (Js 22:22). 6. A culpa, que pede sacrifício expiatório, acha-se indicada pela palavra ãshãm (Pv 14:9). 7. o pecado é considerado como uma dívida na oração dominical, õpheilèma (Mt 6:12). iV Entre os grandes efeitos do pecado podem mencionar-se: l. o medo de Deus em contraste com o temor reverencioso e filial (Gn 3:10). 2. o endurecimento gradual da vontade contra o bem e as boas influências (Êx 7:13). A consunção da força e vida da alma, assemelhando-se à lepra que vai consumindo o corpo. 4. E tudo isto atinge o seu maior grau na separação de Deus (Gn 3:24Lv 13:46 – 2 Ts 1.9). *veja Na Bíblia, porém, o remédio para o pecado é, pelo menos, tão proeminente como a sua causa, a sua natureza, e o seu efeito. Freqüentes vezes, na realidade, se apela para os pecadores, a fim de que deixem os seus pecados, fazendo-lhes ver os grandes males que caem sobre eles – e ao mesmo tempo há as promessas de serem amavelmente recebidos por Deus todos os que se arrependem (notavelmente em 2 Sm 12.13), sendo os meios humanos o arrependimento e a fé. Mas tanto o A.T.como o N.T. claramente nos ensinam que é preciso mais alguma coisa. No cap. 53 de isaias, o sacrifício do Servo ideal nos patenteia os meios pelos quais se curam os pecados, pois que esse Servo é a pessoa que carregou com as nossas iniqüidades. outros sacrifícios eram apenas tipos deste particular sacrifício. *veja também Jo 1:29Cl 1:21-22. Este remédio torna efetiva a restauração de um direito divinamente estabelecido (Rm 5:1 – 1 Jo 1:9), para a remoção da mancha que caiu, inclusive, sobre os mais altos lugares por motivo do pecado, tocando a honra de Deus, e o seu templo (Hb 9:23-26) – e não só para a remoção dessa mancha, mas também para a gradual eliminação do pecado no crente (1 Jo 1:7-9), embora, enquanto exista neste mundo, nunca ele estará inteiramente livre da sua influência (Rm 7:23Gl 5:17 – 1 Jo 1:10). Não admira que o Filho de Deus tenha recebido o nome de Jesus, ‘porque ele salvará o seu povo dos pecados deles’ (Mt 1:21).

Pecar contra o Espírito Santo significa [...] empregarmos conscientemente qualquer forma de manifestação em discordância com as normas éticas que já tenhamos conseguido assimilar.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 45

[...] Entendamos a palavra pecado de forma ampla e mais completa, como sendo todo e qualquer desrespeito à ordem, atentado à vida e desequilíbrio moral íntimo. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 10

[...] Pecado é toda a infração à Lei de Deus. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pecado sem perdão

[...] O pecado é moléstia do espírito. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3


Pecado Falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta. Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos, tais como pecado (Sl 51:2); (Rm 6:2), desobediência (He 2:2), transgressão (Sl 51:1); (He 2:2), iniqüidade (Sl 51:2); (Mt 7:23), mal, maldade, malignidade (Pv 17:11); (Rm 1:29), perversidade (Pv 6:14); (At 3:26), RA), rebelião, rebeldia (1Sm 15:23); (Jr 14:7), engano (Sf 1:9); (2Ts 2:10), injustiça (Jr 22:13); (Rm 1:18), erro, falta (Sl 19:12); (Rm 1:27), impiedade (Pv 8:7); (Rm 1:18), concupiscência (Is 57:5), RA; 1(Jo 2:16), depravidade, depravação (Eze 16:27,43), 58, RA). O pecado atinge toda a raça humana, a partir de Adão e Eva (Gn 3; (Rm 5:12). O castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Rm 6:23). Da morte espiritual e eterna

pecado s. .M 1. Transgressão de qualquer preceito ou regra. 2. Culpa, defeito, falta, vício.

Pecado No judaísmo da época de Jesus — e no pensamento deste — é qualquer ofensa contra Deus, ação contrária à sua vontade ou violação a algum de seus mandamentos. Transgredir um preceito da Torá é pecado e tem também conseqüências negativas sobre a pessoa, afastando-a de Deus (Mt 9:13; 19,17-19).

Jesus enfatiza, principalmente, a necessidade de se eliminar as raízes profundas do pecado (Mt 5:27ss.; 6,22ss.; 15,1-20) e chama o pecador à conversão (Lc 11:4; 15,1-32; 13,1ss.; 18,13), porque Deus perdoa todo pecado, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, isto é, a atitude de resistência ao perdão de Deus, a única atitude que impede a pessoa de recebê-lo. Por amor ao pecador, Jesus acolhe-o (Mt 11:19; Lc 15:1ss.; 19,7) e se entrega à morte expiatória (Mt 26:28; Lc 24:47). Quem recebe esse perdão deve também saber perdoar os pecados dos outros (Mt 18:15.21; Lc 17:3ss.).

R. Donin, o. c.; Y. Newman, o. c.; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...


Seja

seja conj. Usa-se repetidamente, como alternativa, e equivale a ou: Seja um seja outro. Interj. Denota consentimento e significa de acordo!, faça-se!, vá!

Servir

verbo transitivo direto e intransitivo Prestar serviços; cumprir determinados deveres e funções: servir a pátria; passou a vida a servir.
Ter utilidade; dar auxílio; auxiliar, ajudar: servir um colega; dedicou sua vida à caridade, viveu de servir.
verbo bitransitivo Pôr na mesa: servir a sopa; servir o jantar aos filhos.
verbo transitivo direto Causar uma sensação prazerosa; satisfazer: servir as paixões.
Oferecer algo; dar: servir uísque e salgadinhos.
Prover com o necessário; abastecer: bomba que serve o reservatório.
Vender algo; fornecer: esta casa serve os melhores produtos.
verbo transitivo indireto Ocupar o lugar de; desempenhar as funções de; substituir: servir de pai aos desamparados.
verbo intransitivo Ser útil; convir, importar: em tal momento o saber serve muito.
Ter serventia, utilidade: estas coisas não servem mais para nada.
[Esporte] Lançar a bola no início de um jogo de tênis.
verbo pronominal Fazer uso de; usar: servir-se do compasso.
Tomar uma porção (comida ou bebida): servir-se do bom e do melhor.
Tirar vantagens de; aproveitar-se: servir-se dos ingênuos.
Etimologia (origem da palavra servir). Do latim servire.

Servir, no sentido cristão, é esquecer de si mesmo e devotar-se amorosamente ao auxílio do próximo, sem objetivar qualquer recompensa, nem mesmo o simples reconhecimento daqueles a quem se haja beneficiado.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Parábolas evangélicas: à luz do Espiritismo• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Parábola dos primeiros lugares

Serve e passa, esquecendo o mal e a treva, / Porque o dom de servir / É a força luminosa que te eleva / Às bênçãos do porvir.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Servir é criar simpatia, fraternidade e luz.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -


Servir Os discípulos de Jesus podem servir somente a Deus, já que qualquer outro serviço faria com que deixassem o Senhor (Mt 6:24; Jo 15:20). Quanto a Jesus, sua situação, sem dúvida, não é a desumana do escravo, mas a do amigo (Jo 15:15) e do filho (Jo 8:33-36). Esse relacionamento especial com Deus deve conduzi-los a servir uns aos outros (Mt 20:27; 25,44; Jo 13:1-19), imitando Jesus, o Servo de YHVH (Mc 10:44-45).

Velho

adjetivo Que tem idade avançada; idoso: homem velho.
Que existe há muito tempo; antigo: uma velha rixa.
Que é antigo numa profissão, função ou posição: um velho professor.
Fora de moda; ultrapassado, antiquado: casaco velho; ideia velha.
Que é desusado; gasto pelo uso: ideias velhas; sapatos velhos.
substantivo masculino Homem idoso, com uma idade avançada.
Aquilo que é velho: o velho opõe-se ao novo.
[Popular] Pai: meu velho não quer me dar dinheiro.
Coisa com muito uso, antiga, obsoleta: confronto entre o velho e o novo na literatura.
Etimologia (origem da palavra velho). Do latim vetulus.a.um.

velho adj. 1. Muito idoso. 2. Que existe há muito tempo; antigo. 3. Avelhentado. 4. Que possui desde muito tempo certa qualidade, ou exerce certa profissão. 5. Gasto pelo uso: Um vestido velho. 6. Antiquado, desusado. S. .M 1. Homem idoso. 2. Fa.M O pai.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Romanos 6: 6 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Isto sabendo nós: que o nosso velho homem foi crucificado juntamente com Ele (o Cristo) a fim de que destruído seja o nosso corpo de (natureza de) o pecado, para não mais nós servirmos- como- escravos ao pecado.
Romanos 6: 6 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

57 d.C.
G1097
ginṓskō
γινώσκω
gastando adv de negação
(not)
Substantivo
G1398
douleúō
δουλεύω
ser escravo, servir, prestar serviço
(to serve)
Verbo - presente infinitivo ativo
G1473
egṓ
ἐγώ
exilados, exílio, cativeiro
(captive)
Substantivo
G2443
hína
ἵνα
para que
(that)
Conjunção
G266
hamartía
ἁμαρτία
pecados
(sins)
Substantivo - Feminino no Plural genitivo
G2673
katargéō
καταργέω
dividir, cortar em dois, encurtar, viver a metade (da vida de alguém)
(and he divided)
Verbo
G3371
mēkéti
μηκέτι
uma cidade no território baixo de Judá listada próxima a Laquis
(and Joktheel)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3754
hóti
ὅτι
para que
(that)
Conjunção
G3778
hoûtos
οὗτος
um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
(of the Chaldeans)
Substantivo
G3820
palaiós
παλαιός
ser interior, mente, vontade, coração, inteligência
(of his heart)
Substantivo
G444
ánthrōpos
ἄνθρωπος
homem
(man)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G4957
systauróō
συσταυρόω
crucificar juntamente com
(having been crucified)
Verbo - Particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Passivo - Nominativo Masculino no Plural
G4983
sōma
σῶμα
o nome original do último rei de Judá antes do cativeiro; também conhecido como
(Mattaniah)
Substantivo


γινώσκω


(G1097)
ginṓskō (ghin-oce'-ko)

1097 γινωσκω ginosko

forma prolongada de um verbo primário; TDNT - 1:689,119; v

  1. chegar a saber, vir a conhecer, obter conhecimento de, perceber, sentir
    1. tornar-se conhecido
  2. conhecer, entender, perceber, ter conhecimento de
    1. entender
    2. saber
  3. expressão idiomática judaica para relação sexual entre homem e mulher
  4. tornar-se conhecido de, conhecer

Sinônimos ver verbete 5825


δουλεύω


(G1398)
douleúō (dool-yoo'-o)

1398 δουλευω douleuo

de 1401; TDNT - 2:261,182; v

  1. ser escravo, servir, prestar serviço
    1. de uma nação em sujeição a outros países
  2. metáf. obedecer, submeter-se a
    1. num bom sentido, ser obediente
    2. num mau sentido, daqueles que tornam-se escravos de um poder maléfico, sujeitar-se a, entregar-se a

ἐγώ


(G1473)
egṓ (eg-o')

1473 εγω ego

um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

  1. Eu, me, minha, meu

ἵνα


(G2443)
hína (hin'-ah)

2443 ινα hina

provavelmente do mesmo que a primeira parte de 1438 (pela idéia demonstrativa, cf 3588); TDNT - 3:323,366; conj

  1. que, a fim de que, para que

ἁμαρτία


(G266)
hamartía (ham-ar-tee'-ah)

266 αμαρτια hamartia

de 264; TDNT - 1:267,44; n f

  1. equivalente a 264
    1. não ter parte em
    2. errar o alvo
    3. errar, estar errado
    4. errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro
    5. desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado
  2. aquilo que é errado, pecado, uma ofença, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação
  3. coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única pessoa ou várias

Sinônimos ver verbete 5879


καταργέω


(G2673)
katargéō (kat-arg-eh'-o)

2673 καταργεω katargeo

de 2596 e 691; TDNT - 1:452,76; v

  1. tornar indolente, desempregado, inativo, inoperante
    1. fazer um pessoa ou coisa não ter mais eficiência
    2. privar de força, influência, poder
  2. fazer cessar, pôr um fim em, pôr de lado, anular, abolir
    1. cessar, morrer, ser posto de lado
    2. ser afastado de, separado de, liberado de, livre de alguém
    3. terminar todo intercurso com alguém

μηκέτι


(G3371)
mēkéti (may-ket'-ee)

3371 μηκετι meketi

de 3361 e 2089; adv

  1. não mais; já não; a partir de agora, não mais


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὅτι


(G3754)
hóti (hot'-ee)

3754 οτι hoti

neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj

  1. que, porque, desde que

οὗτος


(G3778)
hoûtos (hoo'-tos)

3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

do artigo 3588 e 846; pron

  1. este, estes, etc.

παλαιός


(G3820)
palaiós (pal-ah-yos')

3820 παλαιος palaios

de 3819; TDNT - 5:717,769; adj

velho, antigo

usado, gasto pelo uso, bastante usado, velho

Sinônimos ver verbete 5816 e 5924


ἄνθρωπος


(G444)
ánthrōpos (anth'-ro-pos)

444 ανθρωπος anthropos

de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m

  1. um ser humano, seja homem ou mulher
    1. genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
    2. para distinguir humanos de seres de outra espécie
      1. de animais e plantas
      2. de Deus e Cristo
      3. dos anjos
    3. com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
    4. com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
    5. com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
    6. com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
    7. com referência ao sexo, um homem
  2. de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
  3. no plural, povo
  4. associada com outras palavras, ex. homem de negócios

συσταυρόω


(G4957)
systauróō (soos-tow-ro'-o)

4957 συσταυροω sustauroo

de 4862 e 4717; TDNT - 7:786,1102; v

  1. crucificar juntamente com

    A morte de Cristo na cruz acabou com a nossa corrupção anterior. Pela morte de Cristo na cruz, tornei-me totalmente separado (morto para) da minha antiga forma de sentir e agir


σῶμα


(G4983)
sōma (so'-mah)

4983 σωμα soma

de 4982; TDNT - 7:1024,1140; n n

  1. o corpo tanto de seres humanos como de animais
    1. corpo sem vida ou cadáver
    2. corpo vivo
      1. de animais
  2. conjunto de planetas e de estrelas (corpos celestes)
  3. usado de um (grande ou pequeno) número de homens estreitamente unidos numa sociedade, ou família; corpo social, ético, místico
    1. usado neste sentido no NT para descrever a igreja

      aquilo que projeta uma sombra como distinta da sombra em si