Enciclopédia de Efésios 1:18-18

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ef 1: 18

Versão Versículo
ARA iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos
ARC Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;
TB sendo iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes vós qual é a esperança da sua vocação, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos
BGB πεφωτισμένους τοὺς ὀφθαλμοὺς τῆς καρδίας ὑμῶν εἰς τὸ εἰδέναι ὑμᾶς τίς ἐστιν ἡ ἐλπὶς τῆς κλήσεως αὐτοῦ, ⸀τίς ὁ πλοῦτος τῆς δόξης τῆς κληρονομίας αὐτοῦ ἐν τοῖς ἁγίοις,
BKJ tendo os olhos do vosso entendimento iluminados, para que saibais qual é a esperança do seu chamado, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,
LTT Tendo sido iluminados os olhos do vosso entendimento, para saberdes vós qual é a esperança do Seu chamamento, e qual a riqueza da glória da Sua herança dentro dos santos;
BJ2 Que ele ilumine os olhos dos vossos corações,[t] para saberdes qual é a esperança que o seu chamado encerra, qual é a riqueza da glória da sua herança entre os santos
VULG illuminatos oculos cordis vestri, ut sciatis quæ sit spes vocationis ejus, et quæ divitiæ gloriæ hæreditatis ejus in sanctis,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Efésios 1:18

Salmos 119:18 Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.
Isaías 6:10 Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; não venha ele a ver com os seus olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o seu coração, e a converter-se, e a ser sarado.
Isaías 29:10 Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo sono e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou os vossos líderes, os videntes.
Isaías 29:18 E, naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro, e, dentre a escuridão e dentre as trevas, as verão os olhos dos cegos.
Isaías 32:3 E os olhos dos que veem não olharão para trás; e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.
Isaías 42:7 para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos e do cárcere, os que jazem em trevas.
Mateus 13:15 Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure.
Lucas 24:45 Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.
Atos 16:14 E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.
Atos 26:18 para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mim.
Romanos 5:4 e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
Romanos 8:24 Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará?
Romanos 8:28 E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.
II Coríntios 4:4 nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
II Coríntios 4:6 Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
Gálatas 5:5 Porque nós, pelo espírito da fé, aguardamos a esperança da justiça.
Efésios 1:7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
Efésios 1:11 nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade,
Efésios 2:12 que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
Efésios 3:8 A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
Efésios 3:16 para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
Efésios 4:1 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
Efésios 4:4 há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
Efésios 5:8 Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
Filipenses 3:14 prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Colossenses 1:5 por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,
Colossenses 1:23 se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.
Colossenses 3:15 E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
I Tessalonicenses 2:12 para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória.
I Tessalonicenses 5:8 Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por capacete a esperança da salvação.
II Tessalonicenses 1:11 Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo desejo da sua bondade e a obra da fé com poder;
II Tessalonicenses 2:16 E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança,
I Timóteo 6:12 Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
Tito 2:13 aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo,
Tito 3:7 para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.
Hebreus 6:4 Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
Hebreus 10:32 Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.
I Pedro 1:3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
I Pedro 3:9 não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção.
I Pedro 5:10 E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.
I João 3:1 Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

ef 1:18
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
SEÇÃO I

SAUDAÇÃO
Efésios 1:1,2

A. O ESCRITOR, 1.1A

As cartas do apóstolo Paulo começam com a fórmula de cumprimento comum às correspondências do século I. As saudações de Paulo são habitualmente compostas de três partes: o escritor, os destinatários e a palavra de bênção. Na maioria das vezes, Paulo segue esta saudação tripla, com certa amplificação de acordo com sua relação com as pessoas a quem escreve. O mais importante nesta palavra introdutória é que a rela-ção de Deus em Cristo governa a descrição do escritor e dos leitores.

Paulo descreve-se como um apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus (cf. 1 Co 1.1; 2 Co 1.1; 2 Tm 1.1). O termo apóstolo é derivado da palavra grega apostolos, que significa, literalmente, "o enviado". Neste sentido básico é usado em geral para referir-se aos missionários cristãos, como Barnabé (Atos 14:14), Epafrodito (Fp 2:25) Timóteo e Silvano (1 Ts 2.6; o termo grego para mensageiro é apostolos). Todos os obreiros de Deus têm uma responsabilidade e relacionamento apostólicos. Isto significa que eles "são enviados em missão" por Deus. Entretanto, Paulo está pensando em termos mais restritivos ao escre-ver sobre seu apostolado. Ele se considera parte do grupo original dos doze que tinham relação especial com o Mestre. De acordo com sua experiência exclusiva, Paulo foi direta e pessoalmente comissionado por Cristo para pregar o evangelho (Act 26:15-19; Gl 1:11-17).

Em sua descrição, Paulo diz que seu apostolado foi uma criação pela vontade de Deus, ou melhor, "através da vontade de Deus". Não devemos atribuir sua autoridade apostólica à ação da igreja primitiva, ou a um pronunciamento dos doze que o precederam.1 Sua comissão divina como apóstolo ocorreu no momento do encontro com o Cristo ressurreto na estrada de Damasco e foi simultâneo à conversão. Ao comentar a frase pela vontade de Deus, R. W. Dale escreve que Paulo quer dizer que a vontade divina era "a força poderosa, mas graciosa, que o colocou no apostolado e o sustentou em todos os trabalhos e sofrimentos apostólicos."'

  1. Os DESTINATÁRIOS 1:1B

Os destinatários desta epístola são caracterizados por santos (hagioi) e fiéis (pistoi). A expressão em Éfeso é sumamente difícil de defender, visto que não ocorre no Papiro Chester Beatty (P46), do século III, e nem nos manuscritos 5aticano e Sinaítico, do século IV.5

Em que sentido estes cristãos são santos? São meramente o povo "separado" por Deus para servi-lo e por isso são considerados "santos"? Ou esta palavra descreve o caráter dos destinatários como povo moralmente santo? Ambas as interpretações são apropriadas e pertinentes. Ninguém é santo por esforço pessoal; a santidade vem pelo ato consagrador de Deus. O indivíduo que é "separado" pela graça de Deus é feito "santo", porque ele entre-gou a vida a Deus conscientemente e de boa vontade. A santidade que ele manifesta não é simples questão de estar com Deus; é também uma realidade do espírito interior enquanto ele vive em relação dinâmica com Deus, por meio de Cristo. Estes indivíduos são santos na medida em que a graça de Deus opera na vida deles. Pode ser que alguns cristãos efésios não desfrutassem as bênçãos da plena salvação, mas viviam separados do pecado e esta-vam crescendo em sua relação com Deus. Não há dúvida de que Paulo espera que essa permanente vida em Cristo os conduza à experiência dos totalmente santificados.

Estas pessoas também são chamadas fiéis em Cristo. No original, a palavra fiéis pode significar:

1) "crentes" ou "os que têm fé"; e,

2) "fiéis" ou "os que mostram fidelida-de". Francis Foulkes conclui acertadamente: "Aqui, ambas as idéias estão inclusas; eles são crentes e chamados à fidelidade".4 O ato de crer resulta em fidelidade.

Os destinatários santos e fiéis desta epístola crêem em Cristo Jesus. Eles vivem nele. A comunhão que têm como comunidade foi criada por Cristo quando eles se entre-garam a ele. Como estavam antigamente, iguais a todos os homens, "em Adão" (Rm 5:12-21; 1 Co 15.21,22), alienados de Deus, agora eles estão em Cristo Jesus e foram recon-ciliados com Deus.

O evangelho de Paulo pode bem ser caracterizado como a chamada à experiência de estar "em Cristo" (en Christo). Stewart observa: "O âmago da religião de Paulo é a união com Cristo. [...] Tudo o que significava religião para Paulo nos está concentrado em gran-des palavras como estas: 'Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim' (Gl 2:20). 'Agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus' (Rm 8:1). 'O que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito' 1Co 6:17) ".5

  1. A BÊNÇÃO, 1.2

Combinando a saudação grega comum, graça (charis), com a saudação judaica, paz (shalom), Paulo expressa mais do que uma palavra superficial de boa vontade. Na verdade, ele pronuncia uma bênção. Os doze apóstolos foram enviados pelo Mestre com as prerrogativas de abençoar ou rejeitar as pessoas, dependendo da resposta que dessem ao evangelho (Mt 10:11-15). De modo semelhante, as palavras de Paulo são abençoadoras no ponto em que carregam em si o poder de Deus. Elas intermedeiam a garantia divina. Graça abrange todos os atos providenciais de Deus a favor de homens indignos para iniciar e sustentar uma relação salvífica com ele. Paz, o dom correlato, é um estado de intensa satisfação e determinação. É divinamente gerada no coração e na mente daque-les que responderam às propostas redentoras de Deus através de seu Filho, Cristo Jesus.

Deus, nosso Pai, é o Provedor de nossa salvação, já que o Senhor Jesus Cristo é o Mediador. Estes dons iniciais de graça e paz aumentam, quando nos rendemos a Deus cujo propósito único é ter um povo que esteja em processo de amadurecimento no amor que temos por ele.

SEÇÃO II

HINO DE SALVAÇÃO

Efésios 1:3-14

Não há passagem nos escritos paulinos que seja de maior importância sobre a ver-dade de salvação do que esta. Cada versículo está repleto de discernimentos majestosos sobre os atos poderosos da salvação de Deus para todo membro da raça adâmica. Em uma frase longa que se estende pelos versículos 3:14 (cf. RA), o apóstolo toca em cada faceta da experiência de salvação. A exposição destes versículos requer um exame cui-dadoso de cada frase, levando em conta a antecedente e a subseqüente, pois cada uma nasce da precedente e gera, por sua vez, a seguinte.

Segundo categorização de B. F. Westcott, esta passagem é "um salmo de louvor pela redenção e consumação das coisas criadas, cumpridas em Cristo pelo Espírito segundo o propósito eterno de Deus".' O uso da palavra bendito (eulogeo, 1,3) e do refrão três vezes repetido para louvor da sua glória (1.6,12,14) são as indicações para se entender a passagem. Dale Moody também sugeriu que a estrutura é doxológica e que formas de oração litúrgica constituem sua base.' O caráter trinitário destas orações é identificável:

1) a obra do Pai, 3-6;

2) a obra do Filho, 7-12;

3) a obra do Espírito Santo, 13,14.' Esta organização em três partes é mais impressionante no original grego do que nas tradu-ções. Reconhecendo o caráter básico de "louvor" que a passagem contém, Moody a anali-sa de acordo com as divisões trinitárias.

John Wick Bowman sugere uma designação muito mais explícita da passagem. Ele a nomeia "Hino de Salvação".4 Pelo visto, o apóstolo se deixa levar por uma doxologia quando contempla o que está por trás de tudo que aconteceu em sua vida e na vida dos leitores. A passagem relaciona-se com a história de salvação. Denota como Deus estabe-leceu o plano para redimir o homem e como esse plano está sendo executado e posto em prática no coração e vida destes cristãos do século L Este mesmo plano também é efetivado na vida de todo aquele que crer.

A divisão mais proveitosa da passagem é:

1) A fonte das bênçãos de salvação, 3;

2) Salvação promulgada antes do tempo, 4-6;

3) Salvação realizada no tempo certo, 7-14.

A. A FONTE DAS BÊNÇÃOS DE SALVAÇÃO, 1.3

Paulo começa louvando a Deus pelos benefícios espirituais que advêm a ele e aos cristãos por causa da relação que têm com Cristo. Bendito é, em grego, eulogetos, que é palavra composta de eu, que significa "bem", e logetos, que significa "falar". Literalmen-te, o grego transmite a idéia de "falar bem" ou "elogiar". O apóstolo está dizendo: "Elogi-amos a Deus; falamos palavras boas sobre ele". Essencialmente, só Deus é digno de ser bendito, porque só ele é de caráter e ação autênticos e constantes. Só ele é verdadeira-mente elogiável ou louvável, porque não há mistura nos seus motivos e intenções. Mais importante é o fato de que Deus é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos revelou a natureza de Deus. O Supremo Ser não é juiz austero e arbitrário, mas é o Pai Eterno de espírito amoroso, misericordioso e terno como Cristo.'

Bendizemos a Deus porque ele nos bendisse. Nosso louvor brota da disposição gracio-sa do Pai Celestial por nós. No idioma original, a frase o qual nos abençoou é um parti-cípio aoristo e conota ação meticulosa no passado quando as bênçãos prestes a serem men-cionadas foram recebidas. Paulo está se referindo às ocasiões em que Deus falou palavras de perdão e limpeza para nossos corações. Ainda que por vezes nossas palavras não te-nham efeito ou tenham pouco efeito nas circunstâncias existentes, as palavras de Deus sempre são criativas e trazem à existência a sua vontade e desejo. A Palavra de Deus modela mundos, e isso é glorioso. Mas não é só. A criação de um filho espiritualmente novo pelo anúncio de perdão excede nossa compreensão. É um verdadeiro milagre.

1. Bênçãos Espirituais (1.
- 3a)

Em grego, com todas as bênçãos espirituais está no singular: "com toda bênção espiritual" (cf. RA).. Paulo não quer fazer distinção básica entre talentos naturais e bene-fícios espirituais, embora esta diferença esteja incluída. Sua intenção é "atribuí-las [as bênçãos] ao Espírito de Deus".' A verdadeira apreciação das bênçãos naturais, físicas e intelectuais depende e procede de desfrutar a vida do Espírito.

A frase nos lugares celestiais é peculiar a esta epístola (1.20; 2.6; 3.10; 6.12). Existe a idéia paralela em Filipenses 3:20, onde o apóstolo afirma: "A nossa cidade [modo de vida] está nos céus". Em Efésios, esta frase (en tois epouraniois; lit., "celestiais") refere-se ao reino ou esfera:

1) onde o Cristo ressurreto se assenta supremamente acima de todas as outras autoridades (1,20) ;

2) onde os crentes, espiritualmente ressuscitados, desfrutam a comunhão com Cristo (2,6) ;

3) "onde os principados e potestades vêem a multiforme sabedoria de Deus exibida pela igreja" (3,10) ;7e,

4) onde os cristãos, devidamente armados, lutam contra a maldade espiritual (6.12). Na concepção do apóstolo, está claro que "celestiais" não é uma ordem celestial em oposição a uma esfera terrestre. Seu pensamento está nas dimensões espirituais em contraste com as dimensões materiais na experiência dos homens. Como comentou Martin: "É o reino da experiência espiritual; não é uma localidade física, mas uma região de realidades e experiências espirituais".8 A designação nos lugares celestiais não é um termo incorreto, porque a vida interior do homem em Cristo foi invadida pelo poder do céu. Ele possui vida eterna e está no Reino dos Céus. Em espírito, ele é erguido acima do terrestre, do mundano e do temporal. O cristão está temporariamente no mundo, mas ele não é do mundo (cf. Jo 17:13-16).

2. Em Cristo (1.
- 3b)

Na longa frase que começa no versículo 3, a expressão em Cristo (en Christo), e as expressões relacionadas — "nele", "em quem" e "no qual" — ocorrem 11 vezes, aproxima-damente 30 vezes na epístola inteira. Esta frase é inquestionavelmente a idéia funda-mental da carta e, até certo ponto, é o que Paulo entende da fé cristã.'

O fato de Paulo empregar a preposição em não deve nos fazer entender que ele expressa uma união quase física ou metafísica com Cristo. A relação entre o cristão e seu Deus é de natureza mística. O misticismo, contudo, não são os cultos de mistério pagão, que levavam os iniciados a crer que foram semidivinizados ao se entregarem aos deuses. Nem Paulo está esposando uma forma de panteísmo, no qual o indivíduo é completa-mente absorvido pela deidade, desta forma perdendo a individualidade.

Com a expressão em Cristo, o apóstolo quer dizer uma profunda consciência da unidade de espírito e propósito resultante da submissão à vontade de Deus. Esta é a "união de pessoas", como sugeriu Wahlstrom.' Nossa melhor analogia humana é o compartilhamento de vida e a dependência dos outros, como no caso do casamento genu-íno. Nessa relação, homem e mulher tornam-se "uma carne", quer dizer, vivem de acordo com um padrão de vida comum. Não há relação humana mais criativa, quer física quer espiritual. Semelhantemente, para o cristão, a nova vida em Cristo é insuperável em dar significado e esperança à vida. Se há algum misticismo nesta relação, é aquele que a fé produz. Ocorre quando o homem:

1) reconhece o caráter e direitos de Deus; e,

2) age obedientemente segundo as justas exigências e vontade de Deus. Estas lhe são reveladas na vida, ministério e morte de Cristo, o objetivo da fé do homem. Nesta relação, contribu-ímos com confiança e obediência, enquanto Cristo proporciona graça e paz.

James S. Stewart fala sobre o enriquecimento potencial na "impregnação de uma personalidade por outra que torna possível a religião espiritual. É o que promove a união mística. Mas, reconhecendo que a personalidade que está em Cristo tem recursos muito maiores, tanto de rendição quanto de recebimento, do que em qualquer nível puramente humano, concluímos que existe entre os cristãos e seu Senhor um grau de intimidade e unidade sem paralelo e único".1i

B. SALVAÇÃO PROMULGADA ANTES DO TEMPO, 1:4-6

As bênçãos destinadas ao povo de Deus não são acidentais. São resultado dos pro-pósitos que foram estabelecidos na mente e espírito de Deus antes da fundação do mundo (4).12 Paulo não tem a intenção de empregar esta frase em outro sentido senão dizer que a escolha de Deus é eterna, é a "determinação da mente divina antes de todos os tempos"." Nossa salvação não é uma reflexão tardia, mas o cumprimento da vontade gloriosa de Deus Pai. Robinson comenta: "Na eternidade, [a salvação] não é nova; embo-ra no tempo pareça nova"."

Este propósito é a eleição para uma vida santa e irrepreensível, que se baseia na predestinação à filiação (4,5). O verbo nos elegeu (exelexato) está na voz média e deve ser traduzido literalmente por: "Ele nos elegeu para si mesmo". Como Westcott declara, Paulo deseja enfatizar "a relação da pessoa com o propósito especial daquele que escolhe. Os 'eleitos' não são avaliados quanto à posição com os outros que não são escolhidos, mas quanto à posição com o desígnio de Deus que trabalha por meio deles".15

1. A Eleição para Salvação (1,4)

A eleição é uma afirmação básica da Bíblia.

  1. Ela enfatiza a verdade que a iniciativa em ocasionar a redenção do homem é tomada por Deus e não pelo homem. Jesus expressou esta verdade nas palavras de João 15:16: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós".
  2. A eleição ou escolha de Deus não é arbitrária, de forma que alguns sejam destina-dos à salvação e outros à perdição, sem levar em conta a disposição de cada indivíduo. O âmbito da salvação é a todos os homens, como a Bíblia copiosamente declara (Jo 3:16; Rm 10:13). Os eleitos são constituídos, não por decreto absoluto, mas por aceitação das condições do chamado de Deus.

Fazendo um comentário sobre esta frase aos efésios, Wesley afirma que os eleitos são "judeus e gentios, a quem ele previu que creriam em Cristo (1 Pe 1,2) ".' Embora admitamos a presciência de Deus, não devemos deduzir que essa presciência seja causativa e que o homem não tenha a liberdade de escolha. Há um paradoxo implícito neste assunto, cuja solução acha-se "na experiência cristã e não em termos intelectuais e lógicos"» Dale escreve: "Não há um toque de especulação nesta passagem gloriosa"." O homem sabe na hora da conversão que ele fez "uma escolha entre Cristo e não-Cristo", mas à medida que ele reflete cada vez mais em sua experiência, percebe que "até os primeiros impulsos do coração que o levaram a escolher Cristo foram obra do Espírito Santo"."

  1. Aqueles que respondem ao evangelho em fé são designados os eleitos, os escolhi-dos, ou a ecclesia ("os chamados para fora"). Eles são a igreja. Martin comenta: "Este novo povo, a igreja cristã, não é o resultado de um expediente precipitado e temporal, mas fazem parte do propósito eterno de Deus equitativamente com o povo de Israel.'
  2. Nele (en auto) refere-se a Cristo e significa que Cristo, em sua missão redentora, é a esfera na qual a eleição é cumprida e efetuada. Cristo é a realização provisional da escolha de Deus. R. W. Dale observa: "Todos estamos entre os não-eleitos até que esteja-mos Nele. Mas assim que estamos em Cristo ficamos presos pelas correntes dos propósi-tos eternos do amor divino."'

e) O propósito ético da escolha de Deus é para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade. Santos (hagios) expressa o propósito experiencial positivo da escolha de Deus. Aqui, significa mais que santidade cerimonial, ou seja, mais que mera diferença que se origina da separação divina. Santos manifesta a diferença interior e moral que prevalece quando a graça de Deus é operativa no coração. Este fato está fortemente indicado na segunda palavra que descreve o resultado da esco-lha, qual seja, irrepreensíveis (amomos). A idéia provém do sistema sacrificatório, no qual os sacrifícios não podiam ter mancha ou defeito (Lv 1:3-10). No Novo Testamento, amomos tem conotação ética. É usado em relação à oferta de Cristo (Hb 9:14-1 Pe 1,10) e, neste contexto de Efésios, podemos entendê-lo justificavelmente como alusão à vida cristã. O homem em Cristo pode ser irrepreensível, "não meramente pelos padrões hu-manos, mas diante daquele que é a testemunha de tudo que o homem faz, pensa e diz".' Santos se refere à qualidade espiritual interior, ao passo que irrepreensíveis diz res-peito à conduta exterior de vida.

A expressão em amor desconcerta os tradutores com respeito à posição no texto. Deve ser colocada no final do versículo 4, ou no início do versículo 5? Sua posição deter-mina se a referência é ao amor do homem ou ao amor de Deus. Certas traduções man-têm e relacionam a expressão ao versículo 4, enquanto outras a relacionam ao versículo 5: "Em amor, Ele nos predestinou para sermos, todos, adotados como filhos" (NVI). Pôr a expressão de modo a enfatizar a predestinação não prejudica o sentido geral da pas-sagem. Mas, talvez, seja redundante, porque o versículo 5 finda com uma idéia equiva-lente: "Segundo o beneplácito de sua vontade". Numerosos comentaristas, entre eles Robinson, Salmond, J. B. Lightfoot e Foulkes, preferem mantê-la no versículo 4. Eles defendem que "Paulo tem o hábito geral, se não constante, de colocar a expressão en agape depois da frase que a qualifica (Ef 4:2-15,16; 5.2; Cl 2:2-1 Tes 5,13) "." Robinson conclui: "O amor é a resposta para a qual a graça divina se volta; é a prova de que não é dada em vão".24 A expressão define santidade e inculpabilidade, que são "a finalidade e o objetivo de Deus nos ter eleito, e tem sua verdade e perfeição na suprema graça cristã do amor"."

2. A Adoção por Deus (1,5)

O versículo 5 expressa uma segunda faceta da redenção do homem: E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. O verbo grego traduzido por nos predestinou (proorisas) significa literalmente "tendo destacado de antemão". O sentido é paralelo à idéia da eleição, indicando uma vez mais o fato de que o plano de Deus fora determinado desde a eternidade. Paulo especifica o meio pelo qual foi alcançado, isto é, a adoção por Jesus Cristo. Deus criou o homem para ter comunhão com ele como seu filho (Gn 1:26; Act 17:28), mas o pecado rompeu essa relação e tornou o homem um estranho para a casa divina. Deus determinou que, por Jesus Cristo, a restauração à filiação estaria garan-tida àqueles que aceitam o Filho eterno.

Adoção (uiothesia) é uma idéia peculiar aos escritos paulinos, ocorrendo cinco ve-zes (Rm 8:15-23; 9.4; Gl 4:5; Ef 1:5). Pelo visto, a idéia proveio do costume romano e não do costume judaico." Adoção, no sentido de transferência legal de uma criança de uma família para outra, não existia na lei judaica, mas era possível na jurisprudência romana, embora não sem considerável cerimônia formal. Westcott comenta que o termo filho (uios), que forma parte da palavra adoção, deve ser distinguido do termo criança (teknon). O primeiro dá a idéia de privilégio e não de natureza.' Para Paulo, nossa filiação não se baseia na relação natural, na qual os homens estão diante de Deus por terem sido cria-dos por ele, mas numa nova relação pela graça efetivada na obra de Cristo. Neste sentido espiritual, adoção para Paulo significa a aceitação na família daqueles que, por nature-za, não lhe pertencem."

Eleição e predestinação, que resultam em nossa adoção como filhos e fornecem a base para uma vida santa e irrepreensível, expõem "a majestade superlativa da gra-ça, glória, sabedoria e poder de Deus"." Elas estão de acordo com o bom prazer da vontade de Deus (cf. 9). O termo grego eudokia, traduzido por beneplácito, expressa a idéia de boa vontade, benevolência ou "bom propósito" (NVI). A vontade ou desejo de Deus em nos levar à filiação não é por mérito que possuamos, mas surge de "sua pura bondade, originando-se única e exclusivamente da liberdade de seus pensamen-tos e deliberação amorosa"."

3. O Supremo Propósito de Deus (1,6)

A adoção dos homens como filhos de Deus é para louvor e glória da sua graça (6). Este refrão aparece novamente nos versículos 12:14. O propósito da vida humana é louvar a Deus (Is 43:21; Mt 5:16-1 Co 4,5) e a esperança do cumprimento do propósito eterno de Deus para nós fornece a base para esse louvor. Glória é o esplendor que se relaciona com o caráter de Deus como Redentor. Quando Deus tem sucesso em adotar um filho, a glória divina irrompe no interior do homem e, por conseguinte, seu coração ergue-se em louvor. Westcott comenta: "A glória desta graça é a manifestação de seu poder quando o homem tem permissão de percebê-la. Cada nova manifestação convoca um novo reconhecimento de sua excelência insuperável"."

Segundo a definição clássica de "o favor imerecido de Deus",' o apóstolo qualifica a graça na frase anexa: pela qual nos fez agradáveis a si no Amado (6). A frase nos fez agradáveis é expressa pelo verbo charitoo," que é derivado do substantivo (charis) graça. Paulo está dizendo que Deus "nos tratou graciosamente" ou "nos visitou com gra-ça"" no Amado. Objetivamente, o verbo expressa a noção de concessão de favor. O contex-to, em que o dom da salvação de Deus é central, apóia esta versão: "que ele nos concedeu gratuitamente" (RA; cf. AEC, NTLH, NVI). Amado é reconhecidamente um título messiânico." Paulo indica que é "no dom do Filho que o dom da graça se torna nosso"." Dois pontos devem estar claros:

1) A incorporação do crente em Cristo é a expressão suprema da graça de Deus;

2) não há modo de os homens conhecerem a graça redentora de Deus, senão por Cristo.

C. SALVAÇÃO REALIZADA NO TEMPO CERTO, 1:7-14

Para o apóstolo, o propósito eterno de Deus estava e está sendo cumprido na história do gênero humano. Paulo explica que o que Deus fez e está fazendo hoje corresponde exatamente à vontade divina (1.5,9,11). Esta vontade não foi motivada por fatores exter-nos; foi formulada pelo amor e misericórdia divinos. Presumiu-se que o pecado entrou no estado do homem criado e, assim, Deus efetivou seu propósito de resgatar suas criaturas pelo "Amado". Os prospectos espirituais de homens crentes conforme o escritor desta passagem delineou estende-se por todo o espectro das necessidades humanas — liberda-de, novidade, compreensão, aceitação, segurança e esperança.

  1. A Redenção pelo Sangue de Cristo (1.
    - 7a)

Aqui, a palavra-chave é redenção (apolytrosis). É o substantivo do verbo apolytroo, que no grego clássico significa "libertar por meio de resgate". Era termo usado para falar de "comprar de volta um escravo ou cativo, libertá-lo mediante o pagamento de um res-gate".' Na Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento), apolytrosis é empregado apenas uma vez (Dn 4:30), e nesta ocasião refere-se à recuperação de Nabucodonosor quando ficou louco. A ocorrência em Daniel não inclui a noção de resgate. O verbo lutroo, que significa "libertar por meio de resgate", é empregado na Septuaginta para expressar a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito (Êx 6:6-15.13; Dt 7:8). Uma vez mais a idéia de resgate não é apropriada à expressão. Estes fatos levaram certos estudi-osos a afirmar que apolytrosis teve o significado abrandado a ponto de denotar apenas libertação sem o aspecto do resgate. Ainda que a palavra transmita o significado geral de "libertação", Paulo a usa no sentido modificado de "libertação com um preço".38

Outras passagens paulinas também enfatizam a questão do custo. Algumas trans-mitem a metáfora do mercado de escravos 1Co 6:20-7.23; 1 Tm 2.6), e outras trazem a metáfora do sistema sacrificatório (Rm 3:24; Tt 2:14). Três versículos do Novo Testamen-to além deste que estamos analisando declaram o preço envolvido. Hebreus 9:15 fala da morte de Cristo, enquanto que Romanos 3:25 e I Pedro 1:19 indicam que é o sangue de Cristo. Pelo seu sangue não pode ser interpretado somente com significado de "uma vida libertada" e colocada à disposição dos homens. Basicamente, a expressão transmi-te o fato de uma morte expiatória.' Incluso na interpretação acha-se o "preço de dispendiosidade imensurável".

A humanidade não regenerada está em escravidão espiritual, vendida sob o domínio do pecado, e não há liberdade deste cativeiro desesperador senão por Cristo. O evangelho é a palavra de libertação. Cristo vence o déspota e o pecado, e liberta o homem escraviza-do pelo preço de compra de sua própria morte. Ele morreu como as vítimas sacrificiais do Antigo Testamento, visando a purificação, a expiação e a criação de uma nova relação entre o homem e o seu Criador. Sua morte redime e, por conseguinte, liberta, porque retira o homem da escravidão da culpa e o restaura ao Reino de Deus, a verdadeira pátria de sua alma.

  1. O Perdão de Pecados (1.7b,
    8)

A frase remissão dos pecados é paralela à anterior, que fala de nossa redenção pelo seu sangue. Experiencialmente, nossa consciência de redenção é o fato de termos sido perdoados de nossos pecados.

O termo grego habitual que Paulo usa para referir-se a perdão é charizomai, que significa literalmente "mostrar favor" ou "dar livremente". Tendo relação próxima com charis (graça), este verbo grego expressa a idéia de que Deus é "gracioso para conosco". Vincent Taylor comenta que significa "pôr de lado mediante o amor as barreiras no cami-nho da comunhão"»

É no contexto de charizomai que temos de ver a palavra perdão (aphesis), no versículo 7. Empregado por Paulo apenas mais duas vezes (Rm 4:7; Cl 1:14), aphesis denota "perdão", "deixar ir", "não exigir pagamento" ou "pôr de lado". Deus é o determinador quanto ao que constitui pecado, e é ele que causa a culpa que o homem sente quando peca. Na sua remis-são, Deus graciosamente deixa de exigir da alma penitente o castigo justo que o pecado merece. A culpa, algo que nenhum ser humano pode retirar de sua vida, é eliminado mila-grosamente pela misericórdia e amor de Deus. Dale escreve: "Mas quando Deus perdoa, ele na verdade cancela nosso pecado. Nossa responsabilidade pelo pecado cessa. A culpa do pecado não é mais nossa. O fato de ele poder nos dar esta libertação é infinitamente mais maravilhoso do que ele poder acender o fogo do sol e controlar, século após século, o curso das estrelas".' Isto não significa que Deus faz pouco caso do pecado, como se dissesse: "Não faz mal; não há nenhuma conseqüência". Isso seria imoral. Como pergunta retoricamente James S. Stewart: "Não estaríamos fazendo pouco caso quando cada simples ato de perdão tem sobre si — como proclamam Paulo, João e o escritor aos Hebreus — o sangue do Senhor?"'

Transgressão é tradução do plural de paraptoma, que é literalmente um "passo em falso" ou "desvio" e, por conseguinte, "delito". Essencialmente, o termo transgressão indica que a vida de alguém é, persistentemente, conduzida para fora das fronteiras da vida divinamente planejada. Na remissão, Deus não exige pagamento por nossos fracas-sos em percorrer o caminho que ele planejou para nós. Pelo contrário, ele nem se lembra mais de nossos erros.

A frase, segundo as riquezas da sua graça," brota com muita naturalidade do conceito paulino de perdão. O que Deus executa no coração crente é segundo (kata) a sua graça; está de acordo com o que ele fez no Calvário em Cristo, quando tirou as barreiras para que suas criaturas tivessem a liberdade de aceitar. A graça divina tem desenvoltura e riqueza que seguramente abrangem nosso perdão e restauração. Foulkes comenta: "E o que Deus dá não está fora dessas riquezas, mas é segundo a medida delas".'

Abundante (8) é palavra favorita do apóstolo (2 Co 9.8; Ef 3:20). Ela expressa a eficácia irresistível da concessão de Deus. Dois dos dons que o crente recebe como conse-qüência da operação pródiga da graça divina são sabedoria (sophia) e prudência (phronesis).46 O objetivo destes dons é abrir os olhos dos homens ao propósito de Deus. Robinson diferencia sabedoria e prudência da seguinte forma: "Sabedoria é o conheci-mento que vê o cerne das coisas, que as conhecem como elas realmente são. Prudência é a compreensão que leva à ação correta".' Sabedoria não deve ser equiparada com inte-ligência ou perspicácia acadêmica. É quase semelhante a discernimento. Prudência poderia ser traduzida por "conduta sábia". Barclay comenta: "Cristo dá aos homens a habilidade de ver as grandes verdades últimas da eternidade e de solucionar os proble-mas que surgem a cada momento da vida"."

3. O Conhecimento da sua Vontade (1.9,10)

Estes dois versículos explicam o que o apóstolo declarou com respeito aos dons de Deus: a sabedoria e a prudência. Descobrindo-nos pode ser traduzido por "nisso ele fez conhecido". É o conhecimento da vontade de Deus concernente à meta e propósito de vida que torna os homens sábios e prudentes. Paulo não está falando de conhecimento adquirido. Este conhecimento sobre o qual ele escreve é "dado"; vem pela iluminação especial de Deus.

A verdade que é revelada chama-se mistério. O uso corrente da palavra "mistério" nada tem a ver com o uso paulino. Com ela, queremos dizer algo estranho, intricado, enigmático, para o qual precisamos de pistas para seu desvendamento. Por outro lado, Paulo empregou mistério para transmitir a idéia de um segredo escondido que fora revelado. Tradicionalmente, os cristãos definem o mistério como "o segredo revelado". Mackay o denomina de "o segredo revelado de Deus"."

O que é este "segredo revelado"? Paulo não nos diz imediatamente, mas, à medida que prosseguimos na leitura da carta, mais é revelado sobre esse segredo. O mistério não era o evangelho por si; quer dizer, o fato de que Deus deseja nos redimir. Incluía "o propósito de Deus com respeito aos seus limites e esfera"."A frase segundo o seu bene-plácito, que propusera em si mesmo denota que a ação redentora de Deus não era resultado de pressão externa, mas foi ocasionada pelo "propósito gracioso" de Deus."

O versículo 10 descreve a dimensão envolvente do mistério, a saber, Deus congre-gará em Cristo todas as coisas. Como diz Bruce: "Este é o grandioso propósito de Deus que abrange todos os aspectos secundários do seu propósito consigo mesmo: o esta-belecimento de uma nova ordem, uma nova criação, da qual Cristo é reconhecidamente o cabeça"." O verbo grego traduzido por tornar a congregar (anakephalaioo) significa literalmente "levar para uma cabeça". Era usado para indicar o acréscimo de uma série de números, ou seja, somatório. Este verbo também era empregado na retórica para referir-se ao sumário no fim de uma composição literária. Denotava em geral todo tipo de resumo ou reunião, até mesmo a laçada de um grupo de linhas ou cordas.' O verbo está na voz média e denota uma ação reflexiva. Pelo visto, Paulo está declarando que Deus propôs reunir, para si mesmo, todas as coisas em Cristo. A harmonia que Deus original-mente queria que prevalecesse fora destruída pelo pecado, mas agora em Cristo Jesus ele inicia um movimento para restaurá-la."

A palavra grega traduzida por dispensação (oikonomia) significa, literalmente, "mordomia" ou "administração". Considerando que nenhuma destas palavras se ajusta ao contexto, outros significados foram sugeridos: "arranjo" e "plano". Talvez Paulo qui-sesse falar sobre o plano de operação para realizar o propósito de Deus. Francis Beare sugere a seguinte tradução: "com vistas a pô-lo [o propósito de Deus] em execução".55 Este plano de operação diz respeito à plenitude dos tempos. A palavra tempos, neste caso, não é tradução da palavra grega chronos, que expressa duração em minutos, me-ses, anos. Aqui, Paulo usa kairos, que é tempo qualitativo ou memorável. O tempo "kairológico" é semelhante ao expresso no clichê: "Esta é a melhor época de minha vida", ou na expressão: "Vivi para este momento". Na história de salvação, desde a criação até a vinda de Cristo, houvera eventos memoráveis nos quais Deus trabalhou, visando pre-parar os homens para a libertação. Agora que chegou "a medida completa do seu curso designado, com todas as suas lições de preparação e disciplina"," o propósito gracioso de Deus de reunir todas as coisas foi revelado em Cristo. Os tempos dos outros eventos redentores, como o Êxodo, foram resumidos em Cristo.

Além disso, como observa Perry: "O tempo de Jesus Cristo não é somente o cum-primento do tempo messiânico profético e do tempo do Êxodo, é também o cumpri-mento de todos os tempos, inclusive do tempo da criação, pois até que ele veio 'toda a criação' estava gemendo 'com dores de parto' (Rm 8:22), esperando pela revelação de Jesus Cristo".' Um novo tempo iniciou para os cristãos em Cristo, e eles vêem a história com um novo entendimento. Eles sabem que todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na terra (10), serão colocadas sob o gover-no de Deus. Os elementos estranhos e discordantes serão sujeitos e harmonizados.

  1. Uma Herança (1.11,12)

Falando do seu povo, os judeus, Paulo declara: Fomos feitos herança. O verbo kleroo significa basicamente "escolher por sorte". A idéia de "sorte", porém, desapareceu no transcurso do tempo e "o pensamento é essencialmente aquele que sucede repetidas vezes no Antigo Testamento quando diz que Israel é a porção de Deus"." Por isso, é melhor a versão "fomos feitos herança", (Bruce). O pensamento óbvio é que Israel era a porção de Deus especialmente escolhida, não para seu privilégio pessoal, mas para fins de salvação.' O conselho de Deus foi realizado pelo antigo Israel, na velha ordem; agora, o plano de Deus está sendo realizado pelo novo Israel, na nova ordem. Paulo deixa claro que a herança estava relacionada com Cristo. E, por conseguinte, os judeus também têm de ir a Cristo para tomar parte nessa herança.

Quatro aspectos desta escolha recebem atenção sucinta, mas oportuna.

1) A herança de Deus não foi coisa incidental, mas foi predestinada pelo próprio Deus (11b).
Desde a eternidade, Deus determinou ter um povo de sua propriedade.

2) "Seja o que for que Deus tenha proposto, o cumprimento é certo. Este texto descreve que é ele aquele 'que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade' ".' Visto que Deus não age caprichosa e arbitrariamente, ele se move efetivamente em direção ao seu alvo, apesar das numerosas barreiras erguidas pelas ações pecadoras dos homens.

3) A esco-lha de Israel como instrumento de salvação de Deus tinha o propósito de que esta nação vivesse para o louvor da sua glória (12a; cf. 6,14).

4) Havia alguns judeus piedosos dos tempos do Antigo Testamento "que apreciaram a esperança no Cristo da promessa e da profecia antes do surgimento de Cristo na história".61 O texto tem em vista os judeus, fato indicado pela frase precisamente traduzida: os que primeiro esperamos em Cris-to. O grego diz: "os que esperamos antes em Cristo [o Messias]".

  1. Selados com o Espírito Santo (1.13,14)

No versículo 13, o apóstolo se volta para os gentios. Com essa ação, ele afirma a unida-de de judeus e não judeus em Cristo. A história espiritual e pessoal dos cristãos gentios ocorreu em três estágios. Primeiro, eles ouviram a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação (13; cf. Cl 1:5). Verdade, no pensamento de Paulo, equivale a fatos salvíficos. O que os gentios ouviram não era uma dissertação sobre o homem e Deus. O que ouviram foi a palavra que Deus, em Cristo Jesus, tinha providenciado a redenção do peca-do — para eles. Este era o evangelho, as boas-novas.' Ouvir essa verdade requer ação. Não podemos ficar neutros a esse respeito; temos de obedecer ou desobedecer (Gl 5:7).

Segundo, eles creram em Cristo. Ainda que a palavra nele (
- 13d) deva estar relacio-nada com o ato de selar, contudo o contexto enfatiza que é a fé em Cristo que ocasionou a salvação dos efésios. Depois do ouvir vem o crer. É mais que mera confiança; é a resposta obediente às exigências divinas de arrepender-se dos pecados e entregar a vida para Deus. Note que a fé tem um objetivo: Cristo. Considerando que os cristãos mantêm Cristo em vista, não há a idéia de "fé cega". Sabemos como Cristo é e confiamos nele. Todos os aspec-tos da vida, tanto as experiências boas quanto as ruins, são vividos tendo Cristo em vista.

Terceiro, eles foram selados com o Espírito Santo da promessa (cf. 4.30; 2 Co 1.22). "O selar seguiu o crer, e não é coincidente com este." Este fato fica claro com o parti-cípio aoristo, tendo... crido, que regularmente significa ação antecedente ao indicado pelo verbo principal. Selado deriva do verbo grego sphragizo, que, por sua vez, é derivado do substantivo sphragis, que significa "selo", "sinete" ou "a marca feita pelo selo" (cf 1 Co 9.2; Gl 6:17). No tempo do Novo Testamento, as cartas, contratos e documentos oficiais eram fecha-dos com uma gota de cera morna sobre a qual o signatário pressionava sua identificação.

Esta metáfora visa pelo menos dois pensamentos relativos ao ministério do Espírito no coração do crente.

1) Ser selado significa ser atestado ou declarado genuíno. Wesley diz que selar indica "total impressão da imagem de Deus na alma do crente"." Tal experiência resultaria numa qualidade de espírito verdadeiramente divina.

2) Ser selado pelo Espírito Santo significa ser possuído ou reconhecido de forma completa e inequívoca pelo Espírito. Ralph Earle comenta: "Quando nos entregamos inteiramente a Cristo, para pertencer-mos totalmente a ele e não sermos mais propriedade nossa, então somos 'selados' com o Espírito Santo como sinal de que não pertencemos mais a nós mesmos, mas a Deus"."

O texto também expressa concisamente mais duas verdades sobre o Espírito Santo.

1) O Espírito Santo é o Espírito da promessa. Vemos aqui a extensão da história bíblica. As promessas foram feitas a Abraão e sua semente (G13.16). Mas, como destaca Robinson, o propósito supremo de Deus era que a bênção de Abraão viesse sobre os gentios quando recebessem "pela fé [...] a promessa do Espírito" (Gl 3:14)." Ezequiel (Ez 36:26-37.1-14), Joel (Jl 2:28ss.) e nosso Senhor (Lc 24:49) anunciaram a vinda do Espírito Santo. No Dia de Pentecostes, Pedro afirmou que o Espírito Santo prometido chegara (Act 2:17-33,39). Assim, na descida e habitação do Espírito Santo cumpriram-se os propósitos de Deus con-forme se relacionavam com as promessas antigas. R. W. Dale, fazendo um comentário sobre as palavras de Pedro no Dia de Pentecostes (At 2:38), ressalta que a remissão dos pecados e o dom do Espírito Santo vêm, pela fé, da "graça infinita de Cristo".'


2) 0 Espírito Santo é o penhor da nossa herança (14)." Penhor (arrabon) é derivado de uma raiz semítica e pode ser traduzida por (ACF, AEC, BJ, RA, RC), "garantia" (BAB, CH, NTLH, NVI), "prestação adiantada" (Goodspeed). A ênfase primária está em nosso futu-ro estado de bem-aventurança. O sinal ou pagamento parcial é a garantia de que depois haverá o pagamento total. Como observa Lightfoot: "A coisa dada está relacionada com a coisa garantida — o presente com o futuro — como a parte com o todo. É de tipo igual"." Mais especificamente: "A vida espiritual do cristão hoje é do mesmo tipo que sua futura vida glorificada; o Reino dos Céus é um reino presente; o crente já está assentado à direita de Deus. [...] Mas o dom presente do Espírito é só uma pequena fração do dom futuro? Roma-nos 8:23 também expressa idéia semelhante, onde o Espírito é chamado "os primeiros fru-tos." O Espírito Santo é o poder divino ativo que, quando o possuímos, dá à nossa vida a garantia de plena libertação e prazer de comunhão com Deus no mundo porvir. Estar cheio do Espírito é uma antecipação da alegria e paz inexprimíveis nas quais entraremos um dia."

Quanto à frase a redenção da possessão de Deus, ver comentários acima no versículo 11. A referência não é à nossa aquisição da herança,' mas à. posse de Deus dos seus filhos redimidos.' Foulkes comenta: "Deus tirará das mãos estranhas tudo aquilo que é dele. O objeto redimido é o 'povo peculiar' de Deus".74

E assim o hino da graça e salvação se encerra com o refrão bem conhecido: para louvor da sua glória (cf. 6,12).

SEÇÃO II

ORAÇÃO E LOUVOR PELA ILUMINAÇÃO DIVINA

Efésios 1:15-2.10

A. A INSPIRAÇÃO À ORAÇÃO, 1.15,16

Agora, o apóstolo passa do louvor a Deus para a oração por seus leitores. O motivo para ele louvar são as bênçãos espirituais que cabem aos homens, judeus e gentios, pelo cumprimento do propósito divino em Cristo Jesus. Pelo que (15) é tradução de dia touto, expressão de ligação com o que ele acabara de escrever, cuja tradução melhor seria: "Por essa razão" (NVI; cf. ACF, BAB, BJ, BV, CH; cf. Rm 5:12-2 Co 4.1). O pensamento de como Deus abençoara grandiosamente estes crentes e o próprio Paulo,' bem como o rela-tório que o apóstolo recebera concernente ao estado espiritual deles, o inspirou a orar por eles. Pelo visto, o evangelho estava frutificando entre estes cristãos gentios, mas não há como determinar até que ponto, visto que o apóstolo não expressa o mesmo grau de ação de graças por eles como faz por outros grupos que não conhecera pessoalmente antes de escrever.' Ele fala da fé que tinham no Senhor Jesus' e da caridade que demons-tram para com todos os santos. Ainda que muitos manuscritos antigos omitam a expressão vossa caridade, ela é tão tipicamente paulina que não prejudica o pensa-mento incluí-la.4 A fé que se fundamenta em Cristo promove confiança nos semelhantes, gerando um amor que une todos os cristãos.

Foulkes, entre outros, observa duas características da vida de oração do apóstolo (16). Primeira, é constante: Não cesso de dar graças a Deus (16). Paulo estava prati-cando o que pregava, pois sempre exortava os seus convertidos: "Orai sem cessar" (1 Tes 5.17; cf. Rm 12:12; Ef 6:18; Cl 4:2). Segunda, é acompanhada por ação de graças. Em vários trechos de sua correspondência com igrejas, o apóstolo ensinou que a gratidão deve ser "o acompanhamento infalível da intercessão" (Ef 5:19ss.; Fp 4:6; Cl 3:15-17; 4.2; 1 Ts 5.18).' Phillips parafraseia: "Agradeço continuamente a Deus por vocês e nunca deixo de orar por vocês". Beare acha que lembrando-me é mais bem traduzido por "pe-dindo" (cf. BV). O termo, na opinião de Beare, "teve o uso ampliado para incluir o pensa-mento de intercessão. A frase que vem depois do termo exige esse sentido, [...] que com certeza é o objetivo do pedido e não questão de lembrança".6

Quando recordamos o que Paulo escreveu a respeito da responsabilidade que sentia pelas igrejas, não podemos deixar de exclamar junto com Bruce: "Que intercessor Paulo deve ter sido!' Pela ajuda do Espírito Santo na intercessão, Paulo deseja que houvesse um grande senso de unidade entre suas jovens igrejas. É pela oração intercessora mútua que os cristãos de hoje desfrutam tal unidade.

B. A ESSÊNCIA DA PETIÇÃO, 1:17

Quando Paulo ora, ora com grande confiança, porque está se aproximando do Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória. A primeira frase é um termo de garantia, porque aquele a quem Paulo oferece a petição é "o Deus a quem ele [Cristo] reconhece e, ao mesmo tempo, revela".' Deus deu generosamente ao seu Filho; por que ele não daria generosamente a todos os que estão "em Cristo"? A segunda frase, o Pai da glória ("o Pai todo glorioso", CH; cf. BV, NTLH, NVI), dá mais confiança à oração, por‑

que Deus é "a soma e a fonte de todas as perfeições" (cf. Tg

Blaikie resume: "Sendo
também 'o Pai da glória' e tendo glorificado Jesus, mesmo depois do seu sofrimento, com a glória que ele tinha consigo antes do começo do mundo, podemos orar a ele e ter certeza de que ele glorifica seu povo"."

A essência da petição é que Deus vos dê o espírito de sabedoria e de revela-ção. No grego, o dom é "um espírito", não se referindo especificamente à pessoa do Espí-rito de Deus.11Robinson declara: "Com o artigo definido [o], a palavra indica de maneira bem geral a pessoa do Espírito Santo; ao passo que sem o artigo, o significado é certa manifestação especial ou favor do Espírito Santo"." Todavia, semelhante dom de ilumi-nação espiritual vem do Espírito. É a "capacidade de apreender o revelado — de perceber a intenção e significado do que Deus torna conhecido, de modo que nos seja uma verda-deira revelação"." Esta experiência não pode ser desfrutada separadamente do Espírito Santo, sobre quem Isaías descreveu que é "o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR" (Is 11:2; cf. Jo 14:26-16.13). A frase no conhecimento dele (Deus) designa o teor da sabedoria e revelação. Beare comenta que "a soma do conhecimento do crente é o conhe-cimento de Deus, o qual implica reconhecê-lo como Deus, vivo e verdadeiro, a fonte de toda a vida e verdade; é um conhecimento pessoal que envolve comunhão, adoração e obediência em amor".' Conhecimento (epignosis) deve ser distinguido de gnosis, cuja tradução também é "conhecimento". Lightfoot observa: "A palavra composta epignosis é uma amplitude de gnosis, denotando um conhecimento mais amplo e mais completo'. Este conhecimento pleno é aquele que advém de intimidade experimental. É mais do que conhecimento acadêmico e teórico. É pessoal.

Dale ajuda-nos a relacionar este rogo do apóstolo com a experiência religiosa dos leito-res da carta.' O fato de eles serem cristãos significa que já tinham recebido iluminação divina. Mas Paulo ora para que "o Espírito divino que neles habitava tornasse-lhes a visão mais clara, mais perspicaz, mais forte, a fim de que o poder, o amor e a grandeza divinos lhes fossem revelados de forma muito mais completa".17 Além disso, com respeito à nossa conversão, "a grande revelação foi feita em Cristo? Mas "quando o Espírito de Deus ilu-mina a mente, vemos o significado do que Cristo disse e do que Cristo fez. Simplesmente encontramos o que havia desde o princípio na revelação cristã".19 O crente cheio do Espírito possui, por conseguinte, profundo discernimento das coisas de Deus 1Co 2:10-16).

C. As RECOMPENSAS DA ILUMINAÇÃO, 1.18,19

A frase tendo iluminados os olhos do vosso entendimento tem um significado paralelo ao versículo anterior concernente ao espírito de sabedoria e revelação. É outro modo de descrever o dom, que resulta em "iluminação interior"." Entendimento é tradução de kardia ("coração", BAB, BV, NVI, RA; cf. BJ). No pensamento hebraico, o cora-ção não se refere às emoções, mas à vontade. O coração é "a compreensão moral, o ser interior essencial; é a esfera do bem e do mal, da resolução pecaminosa e do arrependi-mento, da comunhão com Deus e da rejeição de Deus".21 Um intrigante paralelo em uma escritura extra-bíblica evidencia o pensamento do apóstolo aqui. Em 2 Esdras 14:19-22, Esdras é comissionado para escrever as Santas Escrituras. Ele pede ao Senhor que lhe envie o Espírito Santo (2 Ed 11:22). A esta petição, o Senhor responde: "E tu virás aqui, e eu acenderei [iluminarei] em teu coração a lâmpada do entendimento que não será tirada até que termines o que estás a ponto de escrever".' A compreensão espiritual e moral é, de longe, mais importante que a mera clareza intelectual. Note o estado oposto de "dureza do coração" em 4.18.

As recompensas desta iluminação são três:

1) A esperança da sua vocação;
2) As riquezas da glória da sua herança nos santos; e

3) A sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós (18,19). Um crescendo de ênfase predomina quando Paulo exalta a Deus.

Aqui, vemos sua chamada que rememora a escolha graciosa de Deus do seu povo em Cristo Jesus (cf.
4) e aguarda ansiosamente "a esperança da consumação última, quando o propósito de Deus se cumprir no seu povo e este for glorificado com Cristo"." Em seguida, está sua herança. São os santos que formam a herança de Deus (cf. 14; Cl 1:12) ; sua possessão própria, a igreja, reflete sua "glória abundante" (cf. Rm 9:23; Ef 3:16; Cl 1:27). Seu poder (dynamis) opera agora nos crentes. Esta grandeza imensurável é segundo a operação (energeia) da força (kratos) do seu poder (ischys) " na ressurrei-ção, ascensão e senhorio de Cristo.

Westcott destaca que os três aspectos da oração correspondem às experiências da vida.'

"Podemos enfrentar os sofrimentos e tristezas de nossa história pessoal e social na 'es-perança da vocação de Deus'. Podemos nos alegrar na posse de capacidade e necessidade às quais nossas circunstâncias atuais não trazem satisfação, quando olhamos para as rique-zas da glória da herança de Deus nos santos'. Podemos superar os desânimos de fracassos e fraquezas constantes lembrando o poder de Deus mostrado na ressurreição de Cristo."'

D. AS EVIDÊNCIAS DO PODER DE DEUS, 1:20-2.10

Em típica reação paulina, o pensamento do poder de Deus revelado em Cristo con-duz a uma lista surpreendente de ilustrações desta manifestação (20-23). Paulo passa a mostrar como este poder é mediado por Cristo para os cristãos (2:1-10). Para isso, ele temporariamente deixa para trás a preocupação central da sua oração, conforme decla-ram os versículos 17:18.

1. A Manifestação em Cristo (1:20-23)

  1. A ressurreição de Cristo (1.20ab). Deus expressou a medida do seu poder vivificante quando ressuscitou Cristo dos mortos. Ao longo do Novo Testamento, ocorre perio-dicamente uma nota sobre Jesus que diz que ele foi ressuscitado por Deus.' Como insis-tem certos estudiosos, a ressurreição é "o verdadeiro ponto de partida para o estudo da formação e significado do Novo Testamento".' Bruce afirma que a morte de Cristo é a principal demonstração do amor de Deus (Rm 5:8), mas a ressurreição é a principal demonstração do poder de Deus." Paulo logo vai dizer que o poder que ressuscitou Jesus é "o poder que em nós opera" (3.20). Markus Barth comenta: "Para o autor de Efésios, falar de Deus significa falar do poder e da graça de Deus; é falar daquele Deus que se revela ressuscitando os mortos. Se nos mantivermos silenciosos acerca da ressurreição, não estaremos falando acerca de Deus"."
  2. A exaltação de Cristo (1.20c-22a). O infinito e grandioso poder de Deus manifes-tou-se na ascensão e exaltação de Cristo. Após chamar Cristo da sepultura, Deus o pôs à sua direita nos céus.' O assento à direita de um rei oriental sempre era reservado para o primeiro-ministro ou chefe de goyerno, simbolizando não só honra e dignidade, mas também poder delegado. No caso de Cristo, significa que ele foi investido com o senhorio soberano e o domínio universal. Nos lugares celestiais, seria nas regiões onde Deus está em ação (ver comentários no v. 3). Cristo está colocado acima de todo prin-cipado, e poder, e potestade, e domínio (21). Nosso Senhor está muito acima de todo poder criado, quer amigável quer hostil, seja humano ou espiritual, que hoje exerça au-toridade no mundo. Cristo está entronizado acima de todos esses poderes, porque ele os criou (Cl 1:16), e, pela sua humilhação, ele providenciou redenção. A frase e de todo nome que se nomeia pode ser parafraseada assim: "E seja como for que alguém goste de chamá-los".' Nenhum nome pode eclipsar o nome de Jesus. A nenhum outro nome pode ser dada glória igual.

O domínio de Cristo não é temporal. É eterno. Portanto, os poderes neste mundo (esta era) e no vindouro não podem e não superarão Sua soberania."

A coroação da exaltação de Cristo é a subordinação de tudo o mais a ele: Deus sujei-tou todas as coisas a seus pés (22). Estas palavras são do Salmo 8:6, que fala da glória do homem como a coroa da criação, possuindo domínio sobre todas as criaturas. Como em Hebreus 2:6-9, estas palavras são aplicadas a Cristo, o segundo Adão, que destruiu o poder mortal da queda. Por sua obra redentora, ele ganhou a soberania que é legalmente sua como cabeça da nova criação. Nas palavras de Beare, dessa forma, ele "cumpre o destino para o qual o homem foi criado".' Por isso, como afirma Mackay, "o curso da história e o destino do universo estão nas mãos de Jesus Cristo"." A incomparável passa-gem cristológica de Paulo em Filipenses 2:9-11 recapitula exclusivamente os pensamen-tos encontrados nesta passagem.

c) A supremacia de Cristo (1.22b,23). Os "direitos de herdeiro" de Cristo estendem-se aos principados e poderes (Cl 2:10), e também à nova comunidade que foi criada por sua vida, morte, ressurreição e exaltação. Deus, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja (22). A linguagem é complicada aqui, mas a intenção óbvia do apóstolo é dizer que o Redentor é dado à igreja na qualidade de autoridade suprema e, assim, é o seu cabeça." Como presente de Deus para a igreja, Cristo preside sobre a comunidade de crentes em todas as coisas (5.23; Cl 1:18). Semelhantemente, a união entre Cristo e o seu povo confirma que a igreja tem autoridade e poder mediados. Quando a igreja evangeliza obediente e fielmente em nome do seu Senhor Jesus, ela possui a supremacia de Cristo no mundo (cf. Mt 28:18-20; Mc 3:14ss.; Jo 20:21-23). A confiança e o triunfo da igreja estão nessa verdade.

Ao lado da função de governante, a supremacia de Cristo transmite o conceito de unidade vital, expressa nas palavras singularmente paulinas: seu corpo (23; 2.16; 4.4,12,16; 5.30; Rm 12:5-1 Co 10.17; 12.27; Cl 1:24-2.19). Para Paulo, o "corpo de Cristo" (soma Christou) não conota mera sociedade ou comunidade como entendemos estas pa-lavras. Trata-se da comunidade de pessoas redimidas sob a supremacia de Cristo. J. A. T. Robinson observa: "Mas é de grande importância perceber que quando Paulo usa o ter-mo grego soma e o aplica à igreja, o que ele e seus leitores entendiam era [...] algo não incorporado, mas corporal"." O apóstolo não fala de "corpo de cristãos", mas simples-mente de "o corpo de Cristo".' A analogia do corpo humano enfatiza o caráter da igreja como organismo. Os cristãos formam o corpo de Cristo.

Vários aspectos desta definição profunda da natureza da igreja precisam ser co-mentados. Primeiro, identificação com os crentes é mais do que entendemos por "membresia". Não é tanto nos unirmos a um grupo quanto sermos enxertados em Cris-to (Jo 15). Este ponto de vista possibilita a longa análise feita por Paulo em I Coríntios 12 concernente ao corpo e seus membros. A união essencial de Cristo com seu povo origina-se da mesma vida divina que flui por cada membro, e da operação obediente do grupo todo a serviço de Deus.

O segundo aspecto é que a fonte desta doutrina da igreja não é grega, gnóstica ou basicamente do Antigo Testamento, embora haja necessariamente uma relação entre o antigo e o novo concerto. Para a essência desta doutrina, é provável que Paulo se volte às palavras de nosso Senhor na Última Ceia: "Isto é o meu corpo" (Mc 14:22)." O pão sacra-mental e o corpo do Senhor são um: "Como há somente um pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão" 1Co 10:17).'

A frase a plenitude daquele que cumpre tudo em todos (23) é,indubitavelmente, uma das mais difíceis na epístola. Podemos entendê-la de três mo-dos. Primeiro, a referência é a Deus. Cristo é a plenitude (pleroma) de Deus que cumpre tudo em todos. Wesley oferece substancialmente esta idéia, quando comenta que o sentido é "fácil e natural, se o referirmos a Cristo, que é a plenitude do Pai"» Segundo, se considerarmos a palavra pleroma em sentido ativo, qual seja, "aquele que enche", a referência indicaria que a igreja "completa ou preenche completamente" Cristo.

Orígenes e Crisóstomo apoiavam esta interpretação. Calvino observa: "Até que se una a nós, o Filho de Deus se reconhece em certa medida incompleto". A igreja é, então, "o complemento da cabeça"."

O terceiro aspecto é que se considerarmos a frase em sentido passivo, ou seja, "aqui-lo que é preenchido", temos o sentido de que Cristo é essencial ao total preenchimento da igreja. Ao longo dos seus escritos, Paulo fala de os cristãos "serem cheios" com a graça de Cristo ou de Deus (Rm 15:13ss.; Ef 5:18; Fp 1:11-4.18; Cl 1:9-4.12). O texto mais crucial na defesa desta interpretação é Colossenses 2:9-10, que diz: "Porque nele habita corpo-ralmente toda a plenitude da divindade. E estais perfeitos [completos] nele, que é a cabeça de todo principado e potestade"." Pelo visto, o pensamento de Paulo é que "a igreja é o corpo de Cristo, tendo a função de expressá-lo no mundo; mais que isso, a igreja é a plena expressão de Cristo ao ser cheia por ele, cujo propósito é encher tudo que existe".'" Talvez devamos permitir uma reciprocidade aqui: Quando os cristãos estão "sendo cheios" por Cristo, por outro lado nosso Senhor, em certo sentido, está "sendo cheio", quando a igreja vive de maneira santa no mundo e testifica para as pessoas de todos os lugares e de todas as épocas." A igreja é o receptáculo da plenitude divina e, ao mesmo tempo, a completude de Cristo. Fazendo um comentário sobre plenitude (pleroma), Lightfoot escreve: "É essa plenitude das graças e virtudes divinas que é comunicada por Cristo para a igreja na função de seu corpo. [...] Todas as graças divinas que residem em Cristo são dadas à igreja; ele comunica sua 'plenitude' para ela. Assim, podemos dizer que a igreja é Seu pleroma"."


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Efésios Capítulo 1 versículo 18
Conforme At 20:32; Cl 1:12; Cl 3:24. Herança:
Ver Ef 1:11,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
*

1.3-14 Essa extensa frase desenvolve o louvor ao propósito de Deus encontrado em Rm 8:28-30. Louvor é dado ao Pai que elege (vs. 4-6), ao Filho que redime (vs. 7-12) e ao Espírito que sela (vs. 13, 14). Paulo reflete sobre a eleição dos crentes desde a eternidade, o perdão que recebem no presente e sua herança no futuro. Elucidativa é a repetição das frases “em Cristo” ou “nele”, empregadas com referência à íntima união estabelecida por Deus entre Cristo e o seu povo.

* 1.3 nas regiões celestiais. Essa locução aparece outras cinco vezes em Efésios, duas das quais em relação direta com o sentido que tem aqui. Cristo ressuscitou dos mortos e está assentado à mão direita do Pai “nos lugares celestiais”, de onde governa todas as coisas para o bem da igreja (v. 22). Além do mais, os crentes também foram ressuscitados e assentados com ele “nos lugares celestiais” (2.6). A vitória de Cristo sobre a morte obteve para os crentes vários benefícios pelos quais Paulo bendiz o Pai.

* 1.4 nos escolheu, nele. Ver “Eleição e Reprovação” em Rm 9:18. Paulo regozija-se por Deus escolher pessoas para com elas se relacionar (Rm 8:29-33; 9.6-26; 11:5, 7, 28; 16:13; Cl 3:12; 1Ts 1:4; 2Ts 2:13; Tt 1:1). Segundo alguns, “nele” significa que Deus previu aqueles que teriam fé em Cristo e os elegeu. Isso acrescenta um pensamento estranho ao texto; além disso, Paulo ensina, em outra passagem, que ninguém vem a estar "em Cristo" sem que tenha sido para isso escolhido (1Co 1:26-31). Paulo diz explicitamente que o fundamento do amor predestinador de Deus é o beneplácito da sua vontade (vs. 5, 10; conforme Dt 7:7,8), jamais algo que tenhamos feito ou venhamos a fazer (Rm 9:11,16). “Nele” significa que a escolha de Deus sempre teve como alvo um povo caído em união com o seu Redentor (2Tm 1.9). Ver também 1Pe 1:18-21; Ap 13:8.

santos e irrepreensíveis. Ver 5.27; Cl 1:22. Deus almeja conduzir completamente os seus eleitos da morte espiritual no pecado (2.1-5) para o perdão dos pecados em Cristo (1.7), até, finalmente, à eliminação de todo pecado dentre suas experiências (Rm 8:29, 30).

em amor. Se “em amor” faz parte da oração anterior, essa locução ajuda-nos a explicar a natureza da santidade e da irrepreensibilidade às quais os crentes são chamados; o que está em harmonia com a aplicação da locução em outros versículos (3.17; 4.2,15,16; 5.2). Se "em amor" pertence ao v. 5, a locução explica predestinação não em termos somente de uma decisão de Deus mas como um ato do seu amor (Os 11:1). Essa interpretação é provavelmente melhor. Está em harmonia com 2.4,5.

* 1.5 adoção. Ver Rm 8:14-17, 29; Gl 3:26, 27; “Adoção” em Gl 4:5.

*

1:6 A reflexão sobre o excelso amor de Deus conduz a uma efusão de louvor (vs. 12,14) a Deus, que não só tem o poder como a vontade de triunfar sobre todos os obstáculos e trazer os espiritualmente mortos a um relacionamento vivo consigo mesmo (o tema é desenvolvido em 2:1-10).

graça... gratuitamente no Amado. A linguagem aqui recorda a de Cl 1:13, mas traz também a idéia do próprio Redentor como objeto do amor com que Deus elege (1Pe 1:18-21; Ap 13:8). A linguagem da graça domina os vs. 6-8.

* 1:7 Ver notas em Cl 1:14; 2:13.

redenção. Esse termo significa libertação, de escravidão ou cativeiro, através do pagamento de um preço ou resgate. Sobre a redenção futura, ver v. 14; 4.30.

* 1.9 mistério. Ver 3.3,5,6,10, e notas; Cl 1:27.

* 1.10 na... plenitude dos tempos. Não se resume a algo futuro simplesmente. Cristo já veio para trazer redenção e adoção (Gl 4:4). Em virtude de sua morte e ressurreição, já tem a primazia sobre a igreja e, ainda que em oculto, já governa o universo (At 2:32-36; Cl 1:15-20). A ênfase, no entanto, recai principalmente sobre o aspecto futuro. A unidade visível da igreja é uma antecipação do subseqüente governo visível de Cristo sobre todas as coisas. Essa é a razão porque Paulo enfatiza a unidade dos judeus e gentios na 1greja (vs. 11-14; 2:11-22) e a prática do amor entre os cristãos (4.2,15; 4:32-5.2,21-23). O tema introduzido aqui, nos vs. 9-12, é desenvolvido em 3:2-12.

*

1.11-14 Paulo antecipa aqui o que dirá em 3.6 quanto a judeus e gentios serem “co-herdeiros” da promessa em Cristo. Os judeus que haviam crido nos dias de Paulo, “os que de antemão esperamos em Cristo” (v. 12), tornaram-se herdeiros por causa da vontade de Deus. Os gentios que receberam agora a mesma promessa antes feita a Israel — o dom do Espírito Santo — tornaram-se igualmente herdeiros para o louvor da glória de Deus.

* 1.11 todas as coisas... sua vontade. Uma declaração geral sobre o alcance da vontade de Deus.

* 1.13 selados. Como a marca indelével feita pelo anel de selar de um rei, o Espírito Santo é uma marca interior que distingue o povo de Deus como propriedade sua. Ver “Salvação” em At 4.12.

o Santo Espírito da promessa. Conforme Jesus diz em Lc 24:49, o Espírito Santo é a promessa do Pai. Essa promessa é, note-se bem, estendida aos gentios, como também aos judeus, com base na confiança que eles têm em Cristo (Ez 36:26, 27; Jl 2:28; Jo 14:16; At 1:4-5; 2.33,38,39; Gl 3:14; 4:6).

* 1.14 penhor. O Espírito não é somente uma promessa cumprida por Deus, a de habitar em seu povo, mas também uma garantia de que Deus os conduzirá à herança que é deles para sempre. Como sinal ou primeira prestação da redenção em sua plenitude, o Espírito é uma antecipação da glória da era por vir (Rm 8:18-23).

sua propriedade. O Antigo Testamento ensina que Deus escolheu um povo como sua herança (Dt 32:9; Sl 33:12) e o resgatou da escravidão para que viessem a ser uma propriedade peculiar (Êx 19:5; Dt 7:6). Pedro concorda com a extraordinária aplicação que Paulo faz dessa idéia aos gentios assim como aos judeus (1Pe 2:9).

*

1.15 tendo ouvido. Ver Introdução: Data e Motivo. O ministério de Paulo em Éfeso havia durado mais de dois anos, mas a carta pode ter sido escrita até cinco anos depois. A igreja havia crescido consideravelmente nesse período. Pode ser que Paulo mencione a fé e o amor de pessoas que conhecia apenas por informação, já que Efésios era originalmente uma carta circular para várias igrejas.

* 1.17 sabedoria... revelação. Ver "Iluminação e Convicção" em 1Co 2:10.

* 1.18 para saberdes. Ver “O Verdadeiro Conhecimento de Deus” em Jr 9:24.

* 1.19-23 Esses versos condensam o ensino do Novo Testamento sobre a ressurreição e entronização de Jesus (Cl 1:18, nota). Fazem, além disso, duas contribuições vitais para o entendimento da ressurreição de Jesus e o status dos crentes. Primeira, o mesmo poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos age também nos crentes (2.4, 5; 3.16,17). Segunda, Cristo governa, como cabeça, sobre todas as coisas para o bem da Igreja. Cristo não apenas ocupa o mais elevado posto de domínio sobre o universo como está ali representando os crentes (2.6; Cl 3:3) e governando a favor deles. Os princípios éticos contidos na carta aos Éfesios enfatizam que a autoridade existe para o serviço. O uso soberano que Jesus faz de seu poder e autoridade no interesse do seu povo é o modelo do cristão (4.1, 2, 7-13 4:32-5.2, 22-23). Paulo relembra seus leitores gentílicos de que foram duplamente abençoados pelo poder de Cristo: ele os trouxe da morte para a vida (2.1-10) e da exclusão para a admissão no povo de Deus (2.11-22).

*

1.20 fazendo-o sentar... nos lugares celestiais. Ver “A Ascensão de Jesus” em Lc 24:51.

*

1.21 acima de todo principado, e potestade. Ver nota em 3.10.

no presente século... no vindouro. Ver 1Co 15:24


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
1:1 Paulo escreveu esta carta à igreja do Efeso e a todos os crentes, a fim de lhes dar um ensino profundo na maneira de nutrir e manter a unidade da igreja. Quis que circulasse esta informação importante em forma escrita porque ele se achava na prisão e não podia visitar as Iglesias pessoalmente. As palavras "no Efeso" não aparecem em alguns dos manuscritos mais antigos. portanto, isto se parece muito a uma carta circular às Iglesias locais da região. Paulo não faz referência a algum problema em particular nem a uma situação local, tampouco inclui saudações pessoais.

1:1 Fazia quase trinta anos que Paulo era cristão. Levou a cabo três viagens missionárias e estabeleceu Iglesias ao redor do mediterrâneo. Quando escreveu Efesios, achava-se sob arresto domiciliário em Roma (veja-se At 28:16ss). Apesar de achar-se preso, tinha a liberdade de receber visitas e escrever cartas. se desejar mais informação do Paulo, veja-se seu perfil em Feitos 9.

1:1 Efeso foi uma das cinco cidades maiores do Império Romano, junto com Roma, Corinto, Antioquía e Alejandría. Paulo visitou pela primeira vez Efeso em sua segunda viagem missionária (At 18:19-21) e durante sua terceira viagem missionária permaneceu ali quase três anos (Feitos 19). Mais tarde se reuniu com os anciões da igreja do Efeso no Mileto (At 20:16-38). Efeso era um centro comercial, político e religioso para toda a Ásia Menor. O templo à deusa Artemisa (Diana é seu equivalente romano) achava-se localizado ali.

1:1 "Fiéis em Cristo Jesus" Que reputação mais sobressalente! Tal título seria muito honroso para qualquer crente. Que falta para que outros lhe dêem esse qualificativo? Pratique o jejum, obedeça com fidelidade a Deus até nos detalhes da vida e, como no caso dos efesios, será conhecido como uma pessoa fiel ao Senhor.

1:3 "Que nos benzeu com toda bênção espiritual nos lugares celestiales" significa que em Cristo temos todos os benefícios de conhecer deus: salvação, adoção, perdão, visão, dons do Espírito, poder para fazer a vontade de Deus, esperança de eternidade com Cristo. Pelo fato de viver em uma relação íntima com Cristo, podemos desfrutar destas bênções agora. Lugares celestiales significa que as bênções são eternas, não temporários. As bênções vêm dos lugares celestiales em Cristo, não do reino terrestre da deusa Diana. Outras referências aos lugares celestiales nesta carta inclui 1.20; 2.6; 3.10. Estas passagens mostram a Cristo em seu papel vitorioso e exaltado como soberano sobre tudo.

1:4 Paulo diz: "escolheu-nos no", para enfatizar que a salvação depende por completo de Deus. Não somos salvos porque o mereçamos, mas sim pela graça de Deus que nos dá gratuitamente. Não influímos na decisão de Deus para que nos salve, fez-o de acordo a seu plano. portanto, não há lugar para acreditar que a salvação dependa de nós nem lugar para o orgulho. O mistério da salvação se originou na mente eterna de Deus muito antes de que existíssemos. É difícil entender como Deus pôde nos aceitar, mas graças ao somos Santos e inocentes ante seus olhos. Deus nos escolheu e quando chegamos a lhe pertencer por meio do Jesucristo, nos olhe como se nunca tivéssemos pecado. Tudo o que podemos fazer é lhe agradecer por seu maravilhoso amor.

1:5 "Destinado" significa nos dar um destino de antemão. Esta é outra maneira de dizer que a salvação é obra de Deus e não o que nós possamos fazer em seu infinito amor. Deus nos adotou como seus filhos. Mediante o sacrifício do Jesus, tem-nos feito parte de sua família e nos tem feito seu junto com o Jesus (Rm 8:17). Na lei romana, os filhos adotivos tinham os mesmos direitos e privilégios que os naturais, inclusive se foram escravos. Paulo usa esta figura para nos mostrar quão sólida é nossa relação com Deus. entrou nesta relação amorosa com Deus? se desejar mais informação sobre o significado de adoção, procure Gl 4:5-7.

1:6 "Com a qual nos fez aceptos no Amado" significa que Deus nos aceitou por graça (apesar de que não o merecíamos) e agora pertencemos a seu querido e amoroso Filho.

1:7 No primeiro século referir-se ao sangue do Jesus era uma forma importante de falar sobre a morte de Cristo. Sua morte assinala duas verdades maravilhosas: redenção e perdão. Redenção era o preço pago para obter a liberdade de um escravo (Lv 25:47-54). Através de sua morte, Jesus pagou o preço para nos liberar de nossa escravidão ao pecado. O perdão se garantia nos tempos do Antigo Testamento em apóie ao sangue vertido de animais (Lv 17:11). Agora recebemos perdão em apóie ao derramamento do sangue do Jesus, porque morreu e foi o sacrifício perfeito e verdadeiro. (Vejam-se também Rm 5:9; Ef 2:13; Cl 1:20; Hb 9:22; 1Pe 1:19.)

1.7, 8 A graça é o favor voluntário e amoroso que dá Deus aos que salva. Não o podemos ganhar, não o merecemos. Nenhum esforço moral nem religioso o pode ganhar, vem sozinho pela misericórdia e o amor de Deus. Sem a graça de Deus, ninguém pode salvar-se. Para recebê-lo devemos reconhecer que não podemos nos salvar a nós mesmos, que só Deus pode fazê-lo e que solo há um caminho, o amoroso favor é através da fé em Cristo.

1:9, 10 Deus não escondia a propósito um segredo ("o mistério de sua vontade"), mas seu plano para o mundo não se compreenderia por completo até que Cristo ressuscitasse. O mistério de seu propósito para enviar a Cristo foi unir a judeus e a gentis em um só corpo, tendo a Cristo como cabeça. Muita gente ainda não entende o plano de Deus, mas no momento oportuno ("a dispensa do cumprimento dos tempos"), permitirá que estejamos com O para sempre e então todos o entenderão. Nesse dia, todos se inclinarão ante o Jesus como Senhor, seja porque o amam ou porque temem seu poder (veja-se Fp 2:10-11).

1:11 O propósito de Deus é oferecer a salvação ao mundo, tal como o planejou muito tempo atrás. Deus é soberano, O tem o controle. Quando sua vida pareça caótica, descanse nesta verdade: Jesucristo é o Senhor e Deus tem o controle. Seu propósito para salvá-lo não pode frustrar-se, não importa o que Satanás pretenda fazer.

1.13, 14 O Espírito Santo é o selo de Deus de que lhe pertencemos e seu depósito ou penhor nos garante de que O fará o prometido. O Espírito Santo é uma antecipação, um depósito, uma assinatura válida em um contrato. Sua presença em nossas vidas ratifica que temos uma fé genuína e prova que somos filhos de Deus. Agora seu poder obra em nós a transformação de nossas vidas e é um adiantamento da mudança total que experimentaremos na eternidade.

1.16, 17 Paulo orou para que os efesios conhecessem melhor a Cristo. O é nosso modelo e quanto mais o conheçamos, mais seremos como O. Estude a vida do Jesus nos Evangelhos que mostram como era quando esteve na terra faz dois mil anos e conheça-o em oração agora. O conhecimento pessoal de Cristo trocará sua vida!

1:18 Nossa esperança não é um vago sentimento de que o futuro será positivo, a não ser uma total segurança de vitória através de Deus que nos vem pelo Espírito Santo que obra em nós. se desejar mais informação a respeito da esperança, vejam-se Rm 8:23-24; Ef 4:4; Cl 1:5; 1Ts 1:3 e 1Pe 3:15.

1.19, 20 O mundo teme o poder do átomo, mas nós pertencemos ao Deus do universo, que não só criou o poder atômico, mas sim também ressuscitou ao Jesucristo da morte. O poder incomparável de Deus está a seu alcance para ajudá-lo. Não há nada muito difícil para O.

1.20-22 Depois que ressuscitou da morte, Cristo é agora a cabeça suprema da Igreja, a verdadeira autoridade sobre o mundo. Jesus é o Messías, o Ungido de Deus, o esperado do Israel, que endireitará ao mundo quebrantado. Como cristãos devemos ter a certeza de que Deus ganhou a vitória final e tem o controle de tudo. Não precisamos temer a nenhum ditador, nação, morte nem ao mesmo Satanás. O contrato está assinado e selado, nossa espera para obter a total liberdade será por pouco tempo. Paulo diz em Rm 8:37-39, que nada pode nos separar de Deus e seu amor.

1:22, 23 Plenitude se refere a Cristo que enche a Igreja com dons e bênções. A Igreja deve ser a plena expressão de Cristo, quem o enche tudo (veja-se 3.19). Ao ler Efesios, é importante recordar que se escreveu à Igreja, não a uma pessoa em particular. Cristo é a cabeça e nós somos o corpo de sua Igreja (Paulo usa esta metáfora em Rm 12:4-5; 1Co 12:12-27 e Cl 3:15, assim como também através de todo Efesios). A imagem do corpo mostra a unidade da Igreja. Cada membro se envolve com outros à medida que vão cumprindo com a obra de Cristo na terra. Não devemos tentar trabalhar, servir nem adorar simplesmente nós. Necessitamos todo o Corpo.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
Cristo e Sua Igreja mutuamente complementares

I. INTRODUÇÃO: DO APOSTOLADO Paulo aos Efésios (Ef 1:1 e 2Jo 1:1 ). Agora, porém, ele é o apóstolo autorizada de Deus, que é a autoridade suprema do universo, para levar aos homens a mensagem de vida eterna. Em terceiro lugar, Paulo implica sua servidão a Jesus Cristo. Com seu colega apóstolo Pedro, Paulo podia dizer: "não era material perecível, como o ouro ou a prata, que comprou ... [sua] liberdade da loucura vazio de ... maneiras tradicionais. O preço foi pago no precioso sangue ... o sangue de Cristo "( 1Pe 1:18 , 1Pe 1:19 , NEB). Consequentemente, Paulo era o escravo incondicional (doulos) de Cristo. Como tal, ele devia sua própria vida, presente e futuro, com todos os seus bens e serviços, para o Senhor e Mestre Jesus Cristo (conforme Rm 1:1 ). Assim, a santidade de profissão e santidade pela prática nem sempre são idênticos.

Vale ressaltar que esses leitores cristãos são, como o próprio Paulo, um povo de dois locais, ou endereços. Eles estão em Éfeso , ou, pelo menos, na parte ocidental da Ásia Menor, e eles estão em Cristo . Na Ásia Menor que gozavam os benefícios temporais do governo romano oferecidas los, como fez Paulo (ver At 21:39 ); em Cristo eles desfrutaram incomensuravelmente maior, mais rico, e as bênçãos e benefícios mais duradouros. Paulo avalia a situação dos homens de uma única cidadania, terrestre, temporal e, em seguida, contrasta os cristãos de dupla cidadania com eles assim:

Eles estão caminhando para a destruição, o apetite é o seu deus, e eles glória em sua vergonha. Suas mentes estão fixadas nas coisas terrenas. Nós, pelo contrário, somos cidadãos do céu, do céu e esperamos que o nosso libertador de vir, o Senhor Jesus Cristo (Fm 1:3. , NEB; conforme . 6:33 Matt ).

Em Cristo, o verdadeiro crente cristão está sempre em casa. A frase em Cristo pode ser tomado como a chave para toda a epístola. Ocorre muitas vezes nesta carta.

Graça e paz são dois dos maiores palavras da fé cristã. Graça, uma das principais palavras de Efésios (usada treze vezes) vem do grego saudação comum chaire , que significa "se alegrar." Paz, por outro lado, era uma saudação judaica que veio da palavra hebraica shalom . Paulo, de acordo com a unidade de todos os cristãos no corpo de Cristo, conforme estabelecido em Efésios, combina essas duas palavras em uma única palavra de saudação, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo .Barclay afirma que a palavra grega charis (aqui traduzida como "graça")

em Inglês pode significar charme . Deve haver um certo encanto, um certo charme, na vida cristã. Um cristianismo que é pouco atraente há cristianismo real. Graça descreve sempre um presente, e um dom que ele teria sido impossível para um homem adquirir para si mesmo, e que ele nunca ganhou e de nenhuma maneira merecida. Tratamento de nós de Deus, os dons de Deus para nós são as coisas que nos vêm de fora da pura generosidade do coração de Deus.

Paz não é simplesmente um passivo nem um estado negativo na fé cristã. Ao contrário, ela reflete uma integração de mente ou espírito produzido através de uma fé centrada em Cristo, o Príncipe da Paz (conforme 1 Ts 5:23. , 24 ). Não é um estado de espírito depende de circunstâncias externas, mas sim que é bastante independente de tais circunstâncias, quando realmente atingido. Nisto paz difere da felicidade no sentido usual do termo, uma vez que este é dependente de circunstâncias e condições exteriores. A paz é a contraparte do conceito grego estóico humanista de equilíbrio racional interior, ou a idéia epicurista igualmente humanista expressa na cristão ataraxia . Christian paz verdadeira é que o estado de espírito que vem da segurança de uma cidadania celestial, mesmo quando tudo o mais está mudando ou inseguro (conforme 2Co 5:1 ). Essa paz é alcançada somente em obediência à vontade de Deus. Bruce observa,

A coleta regular de 'o Senhor Jesus Cristo "com" Deus, nosso Pai' como fonte dessas bênçãos testemunha eloqüente ao lugar que Paulo e outros cristãos primitivos deu ao nosso Senhor em confissão e adoração.

II. A DOUTRINA DA IGREJA (Ef 1:3)

1. O plano do Pai e propósito para a Igreja (1: 3-6)

3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos celestiais lugares em Cristo: 4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e sem defeito diante dele em amor: 5 tendo preordenado nos ditou a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para o louvor da glória de sua graça, que ele derramou abundantemente sobre nós no Amado:

Na frase, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo , observações Filson,

A mensagem do Novo Testamento a respeito de Deus fala continuamente de "o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (2Co 1:3 ​​; Rm 8:15. ; Gl 4:6 ). Ele ascendeu à mão direita do Pai, do alto, onde ele exerce o seu ministério sacerdotal. Em Cristo, os cristãos compartilham os benefícios espirituais de Sua ressurreição, a união de Seu corpo espiritual, ea comunhão do Seu Espírito pessoal . Na verdade, seus pés estão em terra firme , mas seus corações estão nos lugares celestiais com Cristo. Em Efésios Paulo enfatiza o trabalho ea influência do Espírito divino sobre o espírito do homem (Espírito e espiritual ocorrer treze vezes em Efésios). Quatro vezes nesta epístola, Paulo leva seus leitores com ele para a celestiais , onde o Cristo subiu exerce a Sua obra sacerdotal, para uma visão de grande propósito de Deus para a sua Igreja. Estas ascensões na presença de Deus parecem seguir uma ordem progressiva. Aqui o Apóstolo declara os lugares celestiais em Cristo para ser lugares de bênção para o Seu povo. Este é preparatória. Um certo e essencial critério da verdadeira experiência cristã é um encontro pessoal com Deus em Cristo. Qualquer um que tenha, assim, encontrou Cristo experimentou um bem-aventurança indescritível, que é um enigma para os não iniciados. Para atender, assim, Cristo e experimentar esse poder transformador de Deus no-Lo é ser abençoado com toda sorte de bênção espiritual , porque a fonte de toda bênção é em Cristo . Para ser em Cristo é compartilhar em todas as bênçãos da Sua pessoa. Moisés, assim, encontrou o santo Deus no monte e as pessoas não foram capazes de olhar em seu rosto revelado para o resplendor da glória de Deus que manifestada quando desceu (Ex 34:29. ; conforme Mt 17:2. ; Mc 9:2 ). A segunda conta dos lugares celestiais é encontrado em Ef 1:20 . Não indica claramente a posição e escritório do Cristo subiu sacerdotal na mão direita do Pai. A terceira ocorrência está em Ef 2:6 , onde a missão da Igreja como uma testemunha ao mundo a respeito da obra redentora de Cristo é revelado a ela nos lugares celestiais . Uma quinta ocorrência da frase, lugares celestiais , é encontrada em Ef 6:12 . Aqui, no entanto, ao que parece representar o lugar onde personalidades mal iria tentar usurpar a pessoa de Cristo e do lugar de bênção, e, assim, derrotar e destruir a fé do cristão.

Bruce vê essas bênçãos espirituais do versículo 3 como

apropriado para as pessoas que têm a sua verdadeira casa no reino celestial ... a contrapartida Christian para essas bênçãos temporais que o Antigo Testamento prometidas aos que estavam pressionando para uma herança terrena (conforme Dt 28:1 ).

Que existe uma relação essencial entre as bênçãos exaltadas do versículo 3 e do caráter das pessoas que experimentam essas bênçãos fica claro no versículo 4 . Eles aceitaram a sua herança espiritual em Cristo que foi fornecida no plano redentor de Deus antes da criação. Na verdade, o plano de redenção de Deus é all-inclusive (conforme Jo 3:16 ). No entanto, apenas aqueles que aceitam a sua eleição espiritual são os destinatários das bênçãos espirituais . Talvez Bruce está certo quando diz:

Medida em que a experiência pessoal dos crentes está em causa, a sua entrada na relação descrita pela expressão "em Cristo" teve lugar quando eles nasceram de cima, e foi simbolizada no batismo, mas do ponto de vista de Deus ele não tinha essa limitação temporal. Eles foram os objetos de Sua escolha eterna, e que a escolha eterna é tão completamente ligado à pessoa de Cristo que, à luz do propósito divino, eles são descritos "em Cristo" antes da fundação do mundo.

Escolha de homens em Cristo de Deus era que eles devem ser transformados e purificados a partir de seu estado e condição de servos do pecado para um povo santo e irrepreensíveis diante dele em amor . Bruce também afirma que "o propósito que Deus tinha em vista, em que faz a escolha de Seu povo em Cristo era nada menos do que toda a sua santificação." Vincent vê isso como "os aspectos positivos e negativos da vida cristã", e, em seguida, ele afirma que "A referência [ santos e irrepreensíveis ] é moral e não para forense justiça "(conforme 1Co 4:7 ). Ele acabará por recebê-los a Si mesmo como impecável (1Jo 3:2) , ele inventou o substituto humanística, a doutrina espúria do purgatório.

Alguns pensam que as palavras de amor e não pertencem à versículo 5 do que no final do versículo 4 . Se isto estiver correto, então Deus nos predestinou para sermos adotados como filhos, porque Ele nos amou e desejou-nos a tornar membros de Sua família espiritual. É a mais abençoada pensei realmente que Deus deveria ter encarado o nosso estado lastimável, órfão no pecado e deveria ter assim nos amou a ponto de ter desejado para nos fazer Seus filhos próprios, de boa-fé os membros de sua família, com todos os benefícios e privilégios que esse relacionamento proporciona.

No plano redentor, disposição, e o propósito de Deus a todos os homens são escolhidos por Deus em Cristo (v. Ef 1:4 , conforme Jo 3:16) e preordenado ... até filhos de adoção por Jesus Cristo (v. Ef 1:5 ). Paulo não quer dizer, contudo, que tal escolha e predestinação representar a ação arbitrária e parcial de Deus para com os homens. Escolha e pré-ordenação de homens para a salvação de Deus sempre levar em conta a vontade ea resposta dos homens a Deus. Este princípio é bem exemplificada na experiência do estadista missionário de renome mundial E. Stanley Jones. Mr. Jones já foi homenageado pela conferência geral da sua denominação pela sua eleição oficial dele ao bispado. No entanto, ele se recusou a eleição, alegando que seu chamado e responsabilidade missionária realizada prioridade em sua vida e impediu-o de aceitar o cargo de bispo. Do ponto de vista da Igreja, ele foi escolhido e oficialmente eleito bispo. Mas a partir de seu ponto de vista pessoal, ele se recusou a eleição e, portanto, nunca entrou no escritório de um bispo. Da mesma forma que todos os homens são escolhidos e preordenado por Deus para se tornarem filhos de Deus em Cristo, para se tornarem membros da família real (conforme Ap 1:4 ), mas nem todos aceitam escolha e predestinação de Deus, e, portanto, muitos nunca entrar em sua herança espiritual. Moisés dá um exemplo em sua rejeição da adopção oferecido para a casa real do Egito (He 11:23 ). Recentemente, um homem da Nova Inglaterra se recusou a aceitação de um legado de meio milhão de dólares que lhe restavam por um tio falecido, simplesmente porque ele não queria ser incomodado com tanto dinheiro.

Adoção na filiação é usada no Novo Testamento somente de homens e nunca de Cristo. O Espírito Santo de Deus é o Espírito de adoção (conforme Rm 8:15 ). Ele produz as condições de aprovação e coloca a pessoa redimida na relação de um filho para o Pai. Paulo aqui, como em Rm 8:15 , reflete sua familiaridade com o direito romano, por esta figura é desenhada a partir uso romano, em vez de judeu ou grego. Nas disposições de adoção Roman o herdeiro escolhido tornou-se o direito de estado civil e da herança da propriedade. Mas ele também assumiu a total responsabilidade pelos encargos e sofrimentos do adoptante em razão da sua identificação com Ele (conforme Mc 10:29-30 ; 2Co 12:9. ). Apenas Paulo entre os escritores do Novo Testamento usa o termo adoção.Outros que aqui ele emprega-lo em Rm 8:15 ; Rm 9:4 ; Rm 3:23 ; . Fp 4:19 ). No versículo 6 Paulo acumula superlativos, como é sua prática nesta epístola, em uma tentativa de exaltar e magnificar a graça de Deus em Sua redenção dos pecadores, homens órfãs espiritualmente e sua adoção para a posição e privilégio de seus próprios filhos. Tudo isso deu gratuitamente em nós no Amado , ou por meio de Seu Filho amado Jesus Cristo (conforme Mq 1:11 ; Lc 9:35 ; At 20:28 ; Cl 1:13 ; Ap 5:9)

7 Em quem temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça, 8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, 9 fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, de acordo com o seu beneplácito, que propusera em si 10 até a dispensação da plenitude dos tempos, para resumir todas as coisas em Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a terra; nele eu digo .

Paulo aqui enumera três dos grandes presentes de Deus aos homens por meio de Cristo. A primeira é a nossa redenção adquiridos ao custo de próprio sangue de Cristo. Fomos escravos ligados ao pecado e incapaz de libertar-nos. Estávamos presos condenados e sentenciados à morte eterna, para os nossos pecados contra Deus. Fora da Sua grande misericórdia e amor Deus deu Seu Filho Cristo para fazer por nós o que nunca poderia ter feito por nós mesmos. Ele nos resgatou da escravidão perpétua e sem esperança e nos libertar da penalidade iminente de morte eterna resultante da separação de Deus (conforme Ap 1:4 ). Na ausência de fé em Cristo, a condição dos homens é realmente sombrio e escuro. Os pagãos sofisticados da época de Paulo, assim como os de hoje, ao mesmo tempo sofisticado e sem sofisticação de stand no final, desesperança, na ausência de fé em Cristo. Cristo liberta os homens dos pecados e vícios que irresistivelmente seduzi-los enquanto eles próprios odiar pelo que eles permitem em suas vidas.

Em segundo lugar, Deus dá aos homens a liberdade da culpa de seus pecados. Paulo declarou diante de Agripa que sua comissão de Deus para o mundo gentio era "para que possam receber o perdão dos pecados" (At 26:18 ). Tão rico é a graça de Deus para com os homens culpados que Ele livremente perdoa e perdoa os seus pecados, para que todos afastamento de Deus é removido (conforme Mt 26:28. ; Cl 1:14 ).

Em terceiro lugar, Ele dá o dom da sabedoria e prudência sobre o crente. Aqui está um par de palavras que caracterizam a totalidade das necessidades intelectuais terrenas do homem. Wisdom (Gr. sophia) está preocupado com problemas fundamentais e eternas. O intelecto racional nu tem suas limitações, e só através dom da sabedoria de Deus é que podemos esperar para lidar com lucro que problemas como a origem última das coisas, a natureza das coisas, eo propósito ou fim das coisas. O homem também precisa de prudência (Gr. phronesis) para fazer a sabedoria prática. Prudence foi definida como a "capacidade de regular e disciplinar a si mesmo por meio do exercício da razão", ou a "habilidade e sagacidade na gestão dos assuntos práticos de negócios;utilização dos recursos de previdência "(Webster). Assim dom de Deus prudência permite que o cristão a fazer que Deus lhe deu sabedoria prática nos assuntos cotidianos da vida (conforme 2Tm 1:7 ).

Mistério de Deus revelado agora, como Paulo vê, dizem respeito a Seu grande plano de redenção, que inclui os gentios, assim como os judeus, e todo o mundo da natureza não inteligente (conforme Rm 8:19 ). Assim como a entrada do pecado no mundo da experiência humana trouxe separação, desunião, morte e desilusão, por isso a entrada de Cristo em experiência humana redime, faz vivo, une e preserva todas as coisas no universo. Assim, com Cristo como o ponto focal eo objetivo de toda a história, Deus está trabalhando o Seu propósito redentor para a reunião de todas as coisas em Cristo. A Igreja é o seu corpo, de que o corpo Ele é a cabeça. Em última análise, todas as coisas, desejos de homens rebeldes excluídos, serão resgatadas e reuniu no corpo de Cristo e, assim, Ele será o cabeça de todas as coisas. Esta é a visão cristã da meta de toda a história. Quão diferente é este ponto de vista da do filósofo contemporâneo Bertrand Russell que pensa que todas as coisas "deve inevitavelmente ser enterrado sob os escombros de um universo em ruínas."

3. Inauguração do Espírito da Igreja (1: 11-14)

11 no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade; 12 a fim de que devemos ser para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo: 13 no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, -para quem, tendo também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, 14 qual é o penhor da nossa herança, para redenção da de Deus própria posse, para o louvor da sua glória.

Nesta passagem Paulo trata três classes de pessoas em relação à Igreja de Cristo. Em primeiro lugar, ele fala sobre os crentes judeus, segundo relativo aos crentes gentios, e, finalmente, sobre os crentes judeus e gentios unidos em um só corpo em Cristo.

Nos versículos 11:12 , o Apóstolo declara os judeus crentes em o Messias prometido ter sido herança especial de Deus (conforme Dt 32:9 ). Mas o corpo de Cristo não foi completa na igreja judaica sozinho.

A vós também do versículo 13 refere-se aos gentios crentes em Cristo. A igreja judaica era instrumento destinado por Deus para a conversão e inclusão dos gentios no corpo de Cristo. Eles também foram feitas a herança de Deus (v. Ef 1:11 ), em condições de igualdade com os judeus. "Para o judeu primeiro e também ao grego" era o plano original de Deus de evangelização, como foi também a prática de Paulo de evangelismo. Mas os gentios eram membros secundários da Igreja só na ordem temporal, e nunca na qualidade ou status.

A ordem de incorporação dos gentios na 1greja de Cristo é tanto interessante e instrutivo. Três passos são claramente discerníveis. Primeiro, eles ouviram ; segundo, eles acreditavam ; e terceiro, que foram selados .

Em primeiro lugar, a sua audição foi caracterizado pela percepção espiritual e fé, como é indicado por se tendo ouvido a palavra como a verdade . Jesus tinha dito "sabereis a verdade, ea verdade vos libertará" (Jo 8:32 ). Foi essa atitude e resposta a verdade revelada de Deus que fez isso a eles o evangelho , ou uma boa notícia, de ... [sua] salvação . Como os crentes de Tessalônica, o evangelho havia chegado a eles com grande convicção de sua verdade sob o poder do Espírito Santo e alegraram-se para abraçar o seu poder libertador (I Tessalonicenses 1:5-6. ). Que existem vários graus de percepção espiritual e resposta por parte daqueles que ouvem a palavra de Deus é claro pela Parábola do Semeador de Cristo (ver Mt 13:3 ). Para a mente perspicaz duas coisas são necessárias para a aceitação de qualquer relatório como verdadeiro. Primeiro, o portador do relatório deve ser julgada confiável pelos ouvintes. Em segundo lugar, deve haver provas que acompanham suficientes para convencer o ouvinte de que o relatório é verdade. Esses crentes gentios tinha encontrado em Paulo e sua mensagem os dois títulos (ver At 19:1 ; conforme 1Co 1:5. ). O ministro cristão do evangelho vai fazer bem para considerar essas qualificações para pregação eficaz.

Em segundo lugar, com base em qualificações anteriores do relatório evangelho que veio a eles, eles também acreditavam ; ou seja, eles também se tornaram a herança de Deus mediante a fé em Cristo; que aceita pela fé a sua predestinação até filhos de adoção por Jesus Cristo (v. Ef 1:5) na família de Deus, juntamente com os crentes judeus cristãos. Exerceram a dupla fé necessária para a salvação de todos os homens, como estabelecido pelo autor de Hebreus: "Aquele que vem de Deus creia que ele é" - fé fundacional , a fé em Deus existence- ", e que é galardoador deles que o buscam "- fé funcional , a fé que se apropria das promessas de Deus. Num certo sentido, todo o conhecimento verdadeiro é baseado em fé. Os poderes racionais ou empíricas da mente pode ir mais longe do que a probabilidade. A certeza do conhecimento só é alcançada quando a mente age sobre as provas como sendo adequado e, portanto, acredita. Assim, a fé-conhecimento é o maior tipo de conhecimento. "Crença" Os Efésios 'aqui é, na verdade, "fé". A distinção é feita por um comentador assim:

A crença é consenso ao testemunho, unidos com confiança. A fé é um princípio ativo; é um ato de tanto o entendimento ea vontade. A distinção entre crença e fé é que entre "acreditar em mim" e "acreditar em mim."

Em terceiro lugar, eles foram selados com o Espírito Santo da promessa . Mais tarde, em sua epístola Paulo adverte-os contra luto "o Espírito Santo de Deus, em quem ... [eles] foram selados para o dia da redenção" (Ef 4:30 ; conforme Jo 3:33 ; Ap 22:10 ; Rm 8:16. ; 2Co 1:22 ; 2Tm 2:19. ). Paulo provavelmente tinha várias coisas em mente neste enunciado. Por um lado, um selo é um símbolo de propriedade. Paulo deve ter tido isso em mente quando escreveu aos Gálatas: "Eu carrego no meu corpo cheio de cicatrizes a marca do meu dono, o Senhor Jesus" (Gl 6:17 ), ou como outra traduz a passagem: "Eu continuar meu corpo as cicatrizes que me marcam como escravo de Jesus. "marca pecuaristas Ocidental o selo de propriedade sobre o seu gado e são, portanto, protegida por lei contra roubo ou abuso sexual. Um proprietário na época romana habitualmente selou sua propriedade com o seu selo para indicar a sua propriedade, o que garantiu o seu direito de crédito em um momento posterior. Da mesma forma o selo do cristão pelo Espírito Santo foi atestado da propriedade de Deus. Provavelmente os doze discípulos que tinham sido fechados, assim, em Éfeso (At 19:1) estavam entre os leitores da epístola e iria entender bem o significado dessas palavras.

Mas, novamente, um selo sugere autorização, conforme o selo oficial estampada em um documento. A validade de um passaporte repousa sobre o selo do governo que emite-lo. A este respeito cristãos ostentar o selo da autoridade divina sobre suas vidas que os autoriza a viver em um mundo que é hostil à graça e protege-los enquanto eles fazê-lo.

Mas um selo também pode sugerir a preservação. Pela operação dos crentes cristãos Espírito Santo são isolados contra a contaminação de deterioração do pecado do mundo. No entanto, a purificação moral é essencial para a preservação moral, assim como a destruição de bactérias é essencial para a preservação de frutas ou legumes com o selo. Isto é sugerido na oração sacerdotal de Cristo por seus discípulos (ver Jo 17:15 , RSV). Pedro é clara neste ponto, quando ele se reporta ao primeiro concílio geral da Igreja em Jerusalém que Deus testemunhou para os gentios ", dando-lhes o Espírito Santo, assim como ele fez para nós" [os discípulos judeus em Pentecostes, At 2:14 , RSV]; "E não fez distinção alguma entre nós e eles, mas seus corações purificados pela fé" (At 15:8 , RSV).

Assim, estes crentes gentios tinha ouvido a pregação do evangelho, que tinha acreditado que a palavra da verdade, e eles foram feitos filhos de Deus, em conseqüência do que Deus purificou seus corações através do batismo com o Espírito Santo, selou-as como próprias posse, e autorizou-os a tornar-se testemunhas para ele viver no presente mundo mau.

Mas por que é o Espírito aqui chamado o Espírito Santo da promessa , como ele também está em Ef 4:30 ? Ele era de fato o cumprimento da promessa divina. Ele havia sido prometido por Deus através dos profetas antigos (Os 2:28 ), pelo próprio Jesus aos seus discípulos (Jo 16:7) e, novamente, pouco antes de Sua ascensão (At 1:4 , At 2:38 ). Os leitores de Éfeso estavam entre aqueles a quem a promessa do Pai prorrogado. No entanto, a promessa do Pai, do Espírito também se estende a todo o crente cristão hoje (At 2:39 ). Bruce disse muito bem,

Mas o título aqui ", o Espírito Santo da promessa" lembra-nos não só que estamos vivendo na era do cumprimento das promessas de idade de Deus; ele nos lembra também que a nossa posse do Espírito é em si uma promessa de que Deus trará a consumação final que a boa obra que Ele já começou em nós.

No versículo 14, Paulo usa o pronome plural nós , indicando assim que os crentes judeus e gentios juntos em uma família espiritual possuem o penhor da nossa herança . A palavra sincera expressa a mesma verdade como selado , embora em uma figura diferente. Isso significa uma promessa (conforme Gn 38:17 ). Posse atual do crente do Espírito Santo é penhor ou caução de Deus que ele é aceito e aprovado por Deus, e que, eventualmente, ele vai entrar em plena posse de sua herança em Cristo (conforme 1Co 2:9)

15 Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé no Senhor Jesus, que está entre vós, e do amor que vos mostrar para com todos os santos, 16 não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, 17 que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; 18 tendo os olhos do vosso coração iluminado, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação , quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, 19 e qual a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder 20 que operou em Cristo, ressuscitando -o dos mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos celestiais lugares , 21 muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no o que está para vir: 22 e ele colocou todas as coisas debaixo dos seus pés, e deu-lhe para ser cabeça sobre todas as coisas para a igreja, 23 que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.

A oração de Paulo aqui, como é seu costume, começa com o elogio daqueles para quem ele reza e uma nota de agradecimento a Deus pela sua e amor (conforme 1Co 1:2. ). A fé e amor , embora o genuinidade da palavra amor é um pouco aqui em causa, são dois elementos na famosa trilogia cristã de Paulo (veja 1Ts 1:3 ; conforme Ap 2:2 ; conforme 1Jo 2:20 , 1Jo 2:27 ). Ele que é o autor espiritual da palavra de Deus também é o revelador mais preciso e adequado das verdades espirituais que ela encarna. Ela pode ser seriamente questionada se a mensagem espiritual da Bíblia pode jamais ser compreendido sem a ajuda do Espírito Santo. É sua função de transmitir a sabedoria para a sua iluminação em geral, e, em seguida, para tornar especial a revelação dos mistérios divinos para suas mentes e espíritos iluminados. Vincent observa que esta ordem, sabedoria e revelação , representa um avanço no pensamento de Paulo a partir do geral para o específico, como é encontrado em outros lugares em expressões como "a graça eo apostolado" (Rm 1:5. ), "a sabedoria e prudência" (Ef 1:8 ), para que saibais qual seja a esperança da sua vocação . Isto refere-se ao passado, como o homem sabe o tempo, uma vez que remonta aos versos Ef 1:4 e Ef 1:5 , onde Paulo elucida a escolha de Deus e predestinação de seu povo a filiação espiritual através da redenção de Jesus Cristo. Para apreciar plano de redenção para o homem de Deus, é necessário compreendê-lo.

Em terceiro lugar, o apóstolo ora para que possam conhecer as riquezas da glória da sua herança nos santos . Esta é uma preocupação presente. Enquanto vocação de homens para a salvação de Deus envolve uma grande e gloriosa herança para eles, a herança de suas misericórdias de poupança e as riquezas da sua graça e comunhão, deve-se observar que aqui a referência é a de Deus herança nos santos e não ao herança do crente da salvação (conforme vv. Ef 1:11 , Ef 1:14 ). O povo de Deus a Sua própria possessão; Ele redimiu-los para Si pelo sangue de Seu Filho. Eles são preciosos para Ele. Sem eles, o corpo de Cristo é incompleta. A Igreja é o corpo de Cristo, e os crentes que compõem Igreja. Assim, Paulo ora para que os crentes possam vir a conhecer e apreciar o que eles significam para seu Redentor e Senhor.

Em quarto lugar, ele reza para que soubessem experimentalmente a suprema grandeza do seu poder através da operação da força do seu poder na ressurreição de Cristo dentre os mortos e Sua exaltação à destra de Deus como Senhor do universo. Só de escritores do Novo Testamento, Paulo usa a palavra traduzida como "superior" (Gr. hyperballōn ). Ela ocorre em quatro outros lugares em seus escritos (2Co 3:10. ; 2Co 9:14 ; Ef 2:7 ). Aqui, no entanto, o apóstolo acrescenta sinônimo upon sinônimo em sua tentativa de expressar a grandeza do poder de Deus demonstrado na ressurreição de seu Filho Jesus Cristo dentre os mortos. Assim, ele acrescenta ao poder de Deus na realização deste milagre inigualável do universo, Seu trabalho de energia, e força, e poder. Na verdade, a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos é a maior exposição do poder de Deus que o mundo já teve, ou terá, tanto quanto é revelado ao homem. Mas por que tudo isso? Paulo desejava que os crentes possam saber o poder de Deus, portanto, exibiu, de que eles e pudéssemos conhecer a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos (conforme Rm 8:11 ). O conhecimento do poder de Deus sobre o maior inimigo, a morte do homem, é essencial para a economia do cristão e preservar a fé em Cristo. Como a morte de Cristo na cruz é a maior demonstração do amor de Deus já deu ao homem (conforme Jo 3:16 ), de modo a ressurreição de Cristo dentre os mortos é a maior demonstração de Seu poder já deu ao homem. É esse poder que funciona no crente (. Ef 3:20 ), que lhe dá a vitória sobre o pecado (Rm 6:4 ), que dá a ele acelerando energia para o presente, e que é a garantia da sua ressurreição final (Rm 8:11 ). É isso que Paulo tão ardentemente antecipado para si mesmo (Fp 3:10 ). A fé na onipotência divina é absolutamente essencial para a preservação e propagação da verdadeira fé cristã. A redução de Deus para um ser finito é certo para produzir um cristianismo anêmico e magro. Walker era provável correto em sua afirmação de que "o homem não pode, no presente estado de sua mente, acredito que a religião tem uma origem divina, a menos que seja acompanhado de milagres." E novamente Walker, observa que "toda a multidão de falsas religiões que têm se acreditava desde o começo do mundo, foram introduzidos pelo poder deste princípio. MILAGRES acreditado, estão na base de todas as religiões que os homens já receberam como de origem divina. "

Um exame cuidadoso do relacionamento de Deus com o seu povo como registrado nas Escrituras e como testemunhado pela história das missões cristãs e as fontes não-bíblicas revela que cada inovação divina na experiência humana tem sido acompanhado por manifestações de poder milagroso. Tal acompanhado libertação de Israel do Egito, e do ministério e da obra de Cristo, bem como a dos apóstolos.

Em quinto lugar, Paulo orou para que eles possam conhecer a culminação do propósito de Deus na obra redentora de Jesus Cristo. Isto incluiu, além de sua morte expiatória na cruz e sua ressurreição dentre os mortos, Sua restauração à mão direita do Pai nos céus . Aqui, como na Epístola aos Hebreus, a sentar-se à sua mão direita sugere a obra redentora concluído ou terminar de Cristo (conforme He 1:3 ; He 10:12 ). Assim, o Pai ressuscitou Cristo dentre os mortos para o seu trono para compartilhar o governo do universo. A ressurreição e exaltação de Jesus Cristo à direita do Pai em alta foi uma das doutrinas fundamentais e principais encargos da pregação apostólica. A denominação "Senhor", indicando sua exaltação ao domínio universal, é utilizado de Cristo nada menos que 110 vezes no Livro de Atos. É, de fato, a palavra mais dominante e significativa em Atos. Bruce observa que Pedro viu a ressurreição de Cristo como o cumprimento de Sl 16:10 , e sua restauração ao domínio universal como o cumprimento de Sl 110:1 ). Às vezes os críticos do suposto antropomorfismo da Bíblia e aqueles que aceitam suas críticas só revelam a sua ignorância do significado dos escritores da Bíblia e, portanto, mostram-se mais ingênuo do que os escritores que procuram criticar.

Sem a pretensão de fazer qualquer distinção nítida entre os graus de regra, autoridade, poder e domínio , basta notar que a exaltação de Cristo a uma posição de senhorio universal coloca acima de todos eles e, assim, torna-los todos, em última análise sujeitos a Ele. Sua prioridade criativo o coloca acima de tudo eles (Cl 1:16 ), e Sua realização redentora deu-lhe a soberania sobre todos eles (Ez 7:13. ; 1Co 15:20. ). O que é feito de cristal claro nos versículos 20:23 é que a exaltação de Cristo à Sua posição de soberania universal torna todos os outros poderes, quer sejam demônios espirituais, homens ímpios, ideologias ateístas ou governos, poderes ou filosofias intelectuais, agências imorais, forças materiais, ou qualquer outro poder que possa ser nomeado, sujeito a Sua soberania. Além disso, como Ele é o cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos , assim a Igreja compartilha sua vitória e soberania agora e para sempre. Sua vitória é a vitória da Igreja. Sua soberania sobre todo inimigo assegura a soberania da Igreja sobre todos os inimigos. A Igreja existe em Cristo como seu corpo e, portanto, é tão invencível e indestrutível como é Cristo, a cabeça do corpo, contanto que os crentes permanecermos nEle. Esta é a primeira ocorrência da palavra igreja em Efésios. O termo é usado aqui sem restrição de local (conforme Mt 16:18.) e, portanto, refere-se à Igreja espiritual universal (conforme Ef 3:14 ). Esta é a verdadeira Igreja Católica na medida em que abrange todos os crentes em Cristo, tanto os vivos e os mortos, de todas as idades para todas as idades. Este é o grande clímax para a qual Paulo foi progressivamente se esforçado no primeiro capítulo de Efésios: a igreja ... é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos . Assim, Paulo faz bom o tema da carta aos Efésios: Cristo e Sua Igreja se complementam mutuamente.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
Ef 1:0 Tessalo- nicenses 2:13-14 e Jo 6:37.

  1. Ele nos adotou (v. 5)

A "eleição" refere-se às pessoas; a predestinação de propósitos para essas pessoas. Deus nos elege para sermos santos (separados); a seguir, determina certos propósitos pelos quais teremos de passar (veja Rm 8:28ss). No Novo Testamento, "ado-ção" refere-se ao ato oficial em que um pai concede emancipação total a um filho legalmente menor de ida-de. É dar a um membro da famíliatodos os privilégios e bênçãos da maioridade, e não a adoção de al-guém de fora da família. Isso quer dizer que mesmo o mais jovem cris-tão tem tudo o que Cristo tem e é rico em graça.

  1. Ele nos aceitou (v. 6)

Em Cristo, somos "feitos aceitáveis" a Deus, mas não o somos em nós mesmos. A epístola a Filemom apre-senta uma bela imagem dessa verda-de. Paulo escreve: "Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim mesmo" (Fm 1:7). Cristo, embora pequemos, diz ao Pai: "Recebe esse santo como se fosse eu mesmo". Você ficará emo-cionado ao investigar a expressão "em Cristo" nas cartas de Paulo!

  1. Bênçãos do Filho
  2. Ele nos redimiu (v. 7a)

Cristo comprou-nos da escravidão do pecado ao dar sua vida na cruz. Temos a redenção presente, em que ele nos libertou da condenação e do poder do pecado, e teremos a futura (v. 14), em que Cristo nos resgatará da presença do pecado, quando retornar.

  1. Ele nos perdoou (v. 7b)

O significado literal da palavra "remissão" é "mandar embora". O pecado é um fardo terrível que é man-dado embora quando o pecador se volta para Cristo. Ele pôs esse fardo sobre si mesmo na cruz (1Pe 2:24). O "bode expiatório" levado ao de-serto no Dia da Expiação retrata isso (Lv 16:20-22).

  1. Ele revelou a vontade de Deus para nós (vv. 8-10)

"Mistério" é a verdade divina co-nhecida, por meio de revelação, apenas pelo povo de Deus. Em Cris-to, somos parte do propósito eterno de Deus "de fazer convergir nele [...] todas as coisas" (v. 10). O mun-do presente desmorona com a guer-ra, a discórdia e o pecado. Um dia, no entanto, Deus anunciará a nova criação, em que todas as coisas es-tarão unidas em Cristo.

  1. Ele nos fez herança (vv. 11-12)

Deus não apenas nos deu uma he-rança em Cristo (1Pe 1:3-60), mas também nos fez herança para Cristo. Um dia, compartilharemos a glória dele, pois a igreja é seu corpo, sua noiva e seu templo.

  1. Bênçãos do Espírito (1:13-14)
  2. Ele nos selou (v. 13)

Esse importante versículo resume o caminho da salvação. O pecador ouve a Palavra da verdade, crê em Cristo, recebe o Espírito Santo e é selado para sempre. No versícu-lo 13, a frase "Depois [...] tendo nele também crido" devia ser "Quando creu", pois o Espírito entra no co-ração do pecador no instante em que este crê em Cristo. Ser "selado" quer dizer que pertencemos a Deus e que ele nos guardará. Ninguém pode quebrar o selo do Senhor!

  1. Ele nos deu penhor (v. 14)

Em negócios, "penhor" é o dinheiro dado como entrada na compra de um bem. Ainda não entramos em to-das as bênçãos do futuro que Cristo comprou para nós. Deus nos man-dou seu Espírito como o "penhor" que nos garante que vivenciaremos a redenção total e que receberemos, em glória, todas as bênçãos prome-tidas por ele.

Por favor, observe que Paulo, no fim de cada uma dessas três se-ções, informa por que o Pai, o Filho e o Espírito nos deram essas bên-çãos: "Para louvor da sua glória" (vv. 6,12,14b). A salvação acontece pela graça de Deus e para a glória dele! O Senhor não tem de salvar nin-guém, e, quando salva o pecador, o faz para sua própria glória.

  1. Oração por esclarecimento (1:15-23)

Efésios apresenta duas orações: (1) para que "conceda [...] conhecimen-to" (1:15-23); e (2) "para que sejais" (3:13-21). A primeira oração é para esclarecimento, e a segunda, para capacitação. Paulo primeiro ora para que saibamos o que Cristo fez por nós; e, a seguir, para que vivamos à altura dessas bênçãos maravilhosas e para que elas operem em nossa vida diária. Veja os pedidos de Paulo:

  1. Para que Deus nos dê entendimento espiritual (vv. 17-18a)

As verdades espirituais têm de ser discernidas espiritualmente (1Co 2:9-46), e apenas o Espírito nos dá esse entendimento. Apenas ele pode nos ensinar o que a Palavra diz, pois ele escreveu-a.

  1. Para que compreendamos a esperança do chamado

de Deus (v. 18b)

Temos essa bênção de esperança para toda a eternidade que depen-de da graça de Deus, não de nossa bondade, porque ele nos escolheu em Cristo antes da criação do mun-do. Reveja os versículos 4:6 que resumem esse nosso chamado. O cristão que não compreender esse "chamamento" soberano (Fp 3:14), santo (2Tm 1:9) e celestial (He 3:1) nunca andará de forma digna a esse chamamento (Ef 4:1, todas essas passagens usam a palavra "voca-ção" para "chamamento").

  1. Para que conheçamos a riqueza de herança dele (v. 18c)

Nós somos a herança de Cristo (veja v. 11), além de termos uma herança nele. Efésios usa muito a palavra "ri-queza" de forma a sugerir que não falta nada, não precisamos de mais nada. O cristão amadurece no Se-nhor quando aprende quanto repre-senta para Cristo e, por isso, começa a viver de modo a alegrar o coração do Senhor.

  1. Para que conheçamos o poder de Deus (vv. 19-23)

Em nossa vida diária, temos à dispo-sição o mesmo poder que ressusci-tou Jesus da morte! Cristo já venceu o pecado, a morte, o mundo e Sata-nás. O povo de Deus não luta por vitória, mas de uma posição de vi-tória. Estamos sentados com ele nos lugares celestiais em que há poder, paz e vitória.

Os versículos 1:2 apresentam as condições exigidas para que possamos desfrutar de todas essas bênçãos. Observe que Paulo escre-ve para os santos vivos (não para os mortos), para as pessoas que têm fé em Cristo. Esses santos (separados) experimentaram a graça de Deus e, agora, desfrutam a paz dele. A Bí-blia não ensina em momento algum que a igreja torna as pessoas santas, apenas o Senhor pode transformar o pecador em santo. O pecador deve se tornar santo enquanto está vivo, pois depois da morte vem o juízo (He 9:27).


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
1.1 Santos. Não quer dizer pessoas sem pecado, mas pecadores salvos pela graça de Deus, que também manifestam fé (fiéis) em Cristo. Em Éfeso. Esta expressão é omitida nalguns dos mais antigos manuscritos, o que leva alguns a pensar que esta carta foi destinada a ser circulada em várias igrejas (conforme 1.15 - Paulo ouvira a respeito da fé que havia entre eles).

1.3 Regiões celestiais. É a mundo espiritual que, após a morte ressurreição do crente com Cristo, fornece abrigo e ambiente separados do mundo (conforme Cl 3:1-51). Esta expressão só se encontra em Efésios (1.20; 2.6; 3.10 e 6.12). Nos dois últimos vv. é a esfera da operação demoníaca, e está diretamente ligada à frase "em Cristo", expressão chave de toda a epístola.

• N. Hom. 1:3-14 Todo sorte de bênção espiritual nos é concedida para louvor da Sua glória (vv. 6, 12, 14).
1) Eleição nEle (v. 4).
2) Predestinação para Ele como filhos (v. 5)
3) Redenção pelo Seu sangue (v. 7).
4) Feitos herança (v. 11).
5) Selados com o Espírito (v. 13).

1.4 Nos escolheu, nEle. É a determinação soberana de Deus na qual Ele nos deu Sua graça salvadora semelhar para qualquer mérito nos recipientes (Jo 6:37; Jo 17:6).

1.6 Concedeu gratuitamente (gr echaritõsen). literalmente é "manifestar Sua graça”. No :N.T. só aparece aqui e em Lc 1:28. Ligados ao Amado (Cristo, o Filho) temos as riquezas inefáveis do amor de Deus.

1.7 Redenção. Denota libertar da escravidão através de pagamento. Neste caso, o valor infinito do sangue vertido de Cristo é eficaz para remir os nossos pecados.

1.9 Mistério. Significa nesta epístola (com exceção Dt 5:32) e também em Colossenses, o propósito de Deus agora revelado em unir tanto os gentios como, os judeus na obra redentora de Cristo (3:4-6).

1.10 Convergir. Iniciada na sua ressurreição, a reconstituição do universo com Cristo como sua cabeça reinante terá seu auge quando toda oposição será posta debaixo dos

Seus pés na Sua segunda vinda (conforme v. 22; He 2:8; Rm 8:18-45).

1.14 O penhor. O Espírito Santo não é somente a "entrada" paga adiantada, que confirma a posse dAquele que nos comprou e selou (13 4:30), mas a própria garantia da qualidade de vida que teremos no céu (2Co 1:22; 2Co 5:5; Fp 1:6).

1.15 Fé... no Senhor.. amor para... os outros. É a prova dupla da verdadeira regeneração. 1:17-19 São três as petições centrais desta oração apostólica:
1) que os efésios possam conhecer plenamente a esperança do chamamento (Ct 1:5);
2) que possam apreciar a riqueza da glória da Sua (de Cristo) herança nos santos;
3) que possam meditar na supremo grandeza do Seu poder para conosco. Tudo isso é possível para nós no pleno conhecimento dEle (v. 17).

1.23 Plenitude. O Seu corpo, a Igreja, Salva e remida, é complemento, dEle que é a cabeça.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
I.    SAUDAÇÕES (1.1,2)
As saudações seguem a fórmula normal de carta da época de apresentação do autor, destinatários e saudação. A frase apóstolo [...] pela vontade de Deus marca a autoridade do documento. Muitas edições impressas do texto grego inserem em Efeso entre parênteses, uma leitura que algumas versões relegam à nota de rodapé, mas que é melhor. Veja acima no parágrafo “Destino”. A frase em Cristo Jesus e suas equivalentes ocorrem mais Dt 30:0. A saudação tem graça e paz, elementos comuns nas bênçãos que remontam à mais antiga entre elas em Nu 6:25,Nu 6:26.

II.    GRATIDÃO E ORAÇÃO (1:3-19)


1) As bênçãos concedidas em Cristo (1:3-10)

As bênçãos ilimitadas que inspiram essa doxologia são aqueles benefícios espirituais primeiramente prometidos a Abraão e mais tarde confirmados pelos profetas (jI 2,28) e por João Batista (Mc 1:8), e finalmente conferidos pelo batismo do Espírito no Pentecoste, como indicado pelo nosso Senhor (Jo 7:39; At 1:5); daí, no v. 13, o Espírito Santo da promessa. Elas se estendem da eternidade passada até a plenitude do tempo. O exame delas que ocupa os v. 4-11 as descreve desde antes da fundação do mundo, passando pela experiência de salvação e iluminação apostólica até a consumação da plenitude do tempo. Todo o período gramatical complicado no original (v. 3-14, tb. em algumas versões antigas em português) talvez seja simplificado demais em algumas versões modernas que o dividem em várias frases. As quatro épocas especiais de bênçãos mencionadas antes, cada uma concluída com uma expressão que começa com conforme (ou de acordo com\ (v.

5,7,9,11) devem ser observadas também na ACF (RV, em inglês), v. 3. Paulo faz um jogo com a palavra “abençoar” que basicamente significa “falar bem de”. Nós abençoamos a Deus ao declará-lo abençoado; ele nos abençoa com enriquecimento verdadeiro, regiões celestiais-, o domínio das coisas espirituais; a palavra ocorre somente em Efésios, cinco vezes ao todo. v. 4,5. A eleição divina antecede a criação, e a seleção é feita em Cristo. A objeção a considerar isso como significando “escolhidos para estar em Cristo” é que o propósito da eleição é afirmado claramente — para sermos santos e irrepreensíveis. A santificação (positiva) e a inculpabilidade (negativa) começam agora, mas não são completamente atingidas até estarmos em sua presença. As idéias gêmeas de sermos santos e irrepreensíveis deveriam ser consultadas no texto paralelo de Cl 1:22,Cl 1:23 e em lTs 3.13; 5.23. Em amor geralmente está associado às palavras antecedentes, mas aqui, provavelmente, deve ser lido junto com o v. 5 (v. 3.17; 4.2,15,16;

5.2). O destino estabelecido para aquele que crê é a filiação, um propósito do amor divino tão grande que não poderia ser previsto (ICo

2.9,10). O significado completo disso ainda está adiante de nós (Rm 8:23,Rm 8:29), mas a garantia já foi dada (v. 14; Rm 8:15; G1 4.4,5). por meio de Jesus Cristo-, como em Jo 1:12. v. 6-8. no Amado-, isso ressalta o amor que já foi mencionado no versículo anterior. A redenção está associada à pessoa; o perdão, às nossas atividades pecaminosas. Nesse breve resumo, o apóstolo condensa as grandes doutrinas da expiação e da justificação, v. 9,10. Partes do texto tanto do v. 8 quanto do 10 são incluídos no escopo do v. 9. Mystêrion é um segredo que agora é revelado, “o seu propósito oculto” (NEB). E uma palavra pagã, usada em referência a rituais secretos. Ocorre com freqüência no NT e na literatura judaica da época, e é encontrada também na LXX de Ez 2:0). A sabedoria e o entendimento (v. 8) são nossos, e não de Deus; compare com a oração de Cl

1.9. plenitude dos tempos-, um sistema ou administração a ser executada quando o período designado tiver se cumprido e o tempo for oportuno. O propósito de Deus não está limitado à salvação do homem, mas é uma intenção cósmica de fazer convergir [...] todas as coisas no céu e na terra sob o controle de Cristo (conforme He 2:5-58).


2) Compartilhadas por judeus e gentios (1:11-14)

que faz todas as coisas-, a onipotência e a sabedoria de Deus vão garantir a execução da sua vontade soberana, não importa o que se oponha a ela. tendo sido predestinados-, uma versão abreviada que na NEB é ampliada para “recebemos a nossa parte na herança, como tinha sido ordenado”. V. o texto paralelo em Cl 1:12. nós, os que primeiro esperamos e vocês ouviram-, isso pode ser interpretado como significando cristãos mais antigos por meio de quem o evangelho veio à Âsia e os mais novos, mas a referência ao louvor da sua glória (v. 12, repetida no v. 14), junto com a seção 2.11—3.13, em que ele trata da união entre judeus e gentios no corpo único de Cristo, mostra que a referência é àqueles em Israel cuja esperança pelo Messias antecedia a dos gentios. Isso poderia exigir, aparentemente, que toda a seção anterior, com os seus pronomes na primeira pessoa do plural, falasse de crentes judeus. O que não é uma dificuldade real, pois, se for assim, Paulo está só afirmando a herança de bênção do remanescente dos judeus para incluir com eles na frase seguinte todos os crentes gentios. Paulo não está sugerindo que as igrejas a quem estava escrevendo continham somente gentios, Os pronomes que ele usa vão de nós (judeus) a vocês (gentios) e depois ao mais abrangente nossa (v. 14), que inclui tanto judeus quanto gentios. Quando o evangelho saiu das fraldas do judaísmo, os gentios também vieram a crer em Cristo, assim o v. 13 na VA, mas a formulação é melhor se entendermos que eles também “foram feitos herdeiros”, sendo o verbo suprido pelo grego do v. 11. O v. 13 deixa claro que os gentios também compartilhavam do selo do Espírito Santo. O batismo do Espírito veio sobre os primeiros convertidos gentios exatamente como veio sobre os judeus em Pentecoste (At 11:15-18). Com isso, eles inevitavelmente receberam todas as bênçãos espirituais em Cristo. A argumentação é apresentada em Gá-latas. Esse ensino da posição igual de judeus e gentios em Cristo é proeminente em toda a seção doutrinária de Efésios. Embora Paulo ainda estivesse na prisão por conta disso (.que era a raiz da oposição dos judaízantes), a ba-ttiha por essa questão estava praticamente ganha. Ele pode afirmar calmamente a posição doutrinária que ele analisou como após-eoío das nações e pela qual lutou e sofreu tanto. O particípio traduzido por creram (a NYI em português destaca esse aspecto peio “Quando” no início do versículo) faz o tempo em que foram selados coincidir com o tempo em que vieram a crer, um ponto que fica obscuro na 5A (português ACF) tanto nesse versículo quanto em At 19:2. O selo da nova aliança é espiritual e interior (Jr 31:33); é a realidade da qual a circuncisão era o sinal exterior, produzida pelo Espírito no coração. A garantia aponta para trás em termos de autenticação, e para a frente prometendo cumprimento completo, como um pagamento feito como adiantamento, até a redenção', existe um tempo determinado para o resgate do penhor (4.30 e lTs 4.16,17). O louvor da sua glória é um pensamento expresso com frequência a partir do v. 4, destacando a idéia que nunca está distante da mente de Paulo, segundo a qual tudo na vida dos santos deve dar glória a Deus.


3) Oração por iluminação espiritual (1:15-19)
A fé pessoal deles em Cristo e a sua atitude para com outros crentes era evidência de que eles de fato haviam sido capacitados com as bênçãos mencionadas anteriormente, e por isso ele ora para que os efésios tenham a percepção espiritual acerca de três coisas: (a) a esperança, a consumação planejada para a eternidade de todas essas bênçãos; (b) o valor do conteúdo do ponto de vista de Deus; (3) o poder por meio do qual isso deve ser atingido, v. 17. o glorioso Pai significa muito mais do que simplesmente “o glorioso Pai”; ele tem o propósito de compartilhar com o seu povo uma parte da sua glória (Rm 8:172Ts 1:10). espírito de sabedoria (ou “Espírito”, nr. da NVI); no original, não há artigo, portanto talvez se trate de uma manifestação da obra do Espírito que eles já tinham recebido.

Eles precisavam da sua iluminação efetiva no cotação, sabedoria pata compreendei, e revelação, o desvendar dos segredos incluídos nisso. Mera informação intelectual não é suficiente, mas, sim, a iluminação dos olhos do coração, a visão interior de Cristo que é necessária, v. 19. O poder está agindo a favor de nós, os que cremos, como em 3.20 e Ef 2:13. Para convencer os leitores da imensidão desse poder dinâmico, Paulo usa uma série de palavras: incomparável grandeza, poder, poderosa força. As três coisas que Paulo quer que eles compreendam são tratadas em ordem inversa nas seções seguintes. Depois de lhes ter mostrado o que é o poder e o que faz, ele passa a tratar das riquezas da glória

(3,16) e, finalmente, chega ao primeiro ponto da sua oração, a esperança do chamado, em 4.1,4. A forma em que se desenvolvem o seu pensamento e exposição sem grandes interrupções gramaticais pode ser vista também em Cl 1:0,Mc 9:10, e refere-se à ressurreição corpórea de Cristo, o primogênite dos mortos (Cl 1:18). Outros homens haviam sido ressuscitados para depois morrerem de novo, mas Cristo pertence a uma ordem especial; ele não poderia morrer novamente. 2 sua direita', um dos muitos ecos no NT desse versículo bastante citado do AT, Sl 110:1. O: quatro termos usados no v. 21 são da terminologia da especulação judaica e gnóstica. mas Paulo não está necessariamente endossando a análise da hierarquia celestial, mas conforme 6.12. Independentemente dos governos que possa haver, Cristo está muito acims deles em autoridade, quer os mencionados como oposição dele agora, quer os que vãc reinar com ele na era que há de vir (Zc 14:9, Ez 7:27). Então se verá o cumprimento de Sl 8:6 citado aqui (conforme 1Co 15:24-46; He 2:5

10). O destino da igreja está associado a Cristo à medida que ele cumpre o destino do homem. Ele mantém dois senhorios, um sobre o Universo, conquistado na sua morte e exaltação (Fp 2:9,Fp 2:10), e outro sobre a igreja, por meio da sua formação em um corpo em Pentecoste (1Co 12:13). A igreja está unida com Cristo de forma orgânica, assim como o corpo está unido com a sua cabeça. Anteriormente Paulo já usou o corpo como figura para a igreja, sem considerar Cristo sua cabeça (1Co 12:21), mas aqui a figura é elaborada, e a cabeça é vista como distinta dos membros. Paulo ampliou a visão da igreja funcionando de forma coesa à visão de seu funcionamento como expressão da sua cabeça, i.e., Cristo, v. 23. plenitude, plêrôma poderia ser uma referência a Cristo, e nesse caso toda a expressão seria equivalente a Cl 2:9, mas é mais provável que seja uma referência à igreja, e nesse caso a igreja é vista como ou (a) aquilo sem o que ele é incompleto — não pessoalmente incompleto, mas sem o que ele não pode alcançar o seu destino, ele precisa ter o seu parceiro (5,32) —, ou (b) aquilo em que ele se expressa completamente — isto é, ele a preenche, e esse é o ensinamento de 3.1719 e 4:13-16. A NEB traz “e como tal mantém nela a plenitude daquele que por sua vez recebe a plenitude completa de Deus”. Conforme as alternativas nas notas de rodapé da NEB. A última expressão complica ainda mais o problema gramatical. O original traz o verbo na voz média, assim destacando a onipotência de Cristo, mas algumas versões mais antigas o interpretam na voz passiva — aquele que em tudo é tomado pleno. Essa é uma frase complicada, indicando a forma progressiva em que Cristo está se tornando pleno na igreja (4.13), ou que a plenitude da divindade está completamente residente em Cristo (Cl 1:19). Essa é a primeira menção da igreja na carta, e ela é imediatamente definida como o corpo dele; não qualquer grupo de cristãos ou de igrejas, nem mesmo do cristianismo, mas a união daqueles que estão em Cristo por meio do batismo do Espírito (1Co 12:13).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 15 até o 23

C. A Primeira Oração de Paulo. Ef 1:15-23.

A oração que se segue baseia-se no parágrafo justamente concluso. Paulo pode orar dessa maneira porque Deus fez todas essas coisas pelo crente, levando-o desde o Seu eterno propósito na eternidade do passado até a consumação da redenção na eternidade futura. Observe que, contrastando com a maioria das nossas orações, a intercessão de Paulo foi primeiramente pelo bem-estar espiritual daqueles por quem ele orava.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 15 até o 23
III. AÇÃO DE GRAÇAS PELO ESTADO ESPIRITUAL DOS LEITORES Ef 1:15-49). Paulo ora, aqui, para que a experiência que já lhe havia sido dada (Ef 3:3) fosse concedida aos seus leitores. A fé elementar não é suficiente para as etapas mais avançadas da vida cristã. A gratidão de Paulo no vers. 15 não exclui a oração dos vers. 18 e seguintes. É propósito de Deus que o conhecimento e outras qualidades lhes sejam acrescentadas (veja 2Pe 1:5). Os olhos do vosso entendimento (18); compare a ARA "os olhos do vosso coração". Tal sabedoria é muito além do mero conhecimento intelectual. A mente só não pode alcançar a verdade de Deus; o coração do homem, com suas emoções, especialmente a vontade, devem todos estar consagrados àquele alvo. De outro modo, a parte essencial da revelação divina se ofusca ao estudioso, deixando-lhe somente uma estrutura insatisfatória e incompreensível de conhecimentos bíblicos. Este fato explica a infertilidade de muito estudo intelectual das Escrituras.

>Ef 1:18

Para saberdes (18): Paulo analisa sua petição para os leitores em três cláusulas: a primeira se refere ao passado; i. e., ao chamado de Deus, contemplado do prisma inalterável do qual nossa segurança depende. O crente repousa, não sobre sua imperfeita aceitação do chamado de Deus, mas sobre o fato de que aquilo que ele ouviu e abraçou é a voz de Deus, o Pai da glória (cfr. 1Ts 5:24). A segunda cláusula se refere ao futuro, ao destino glorioso do crente, às riquezas da glória da sua herança dos santos (18). O ponto de vista é ainda o mesmo: não é o aspecto da herança do crente que está em vista, mas "as riquezas da glória" da herança de Deus em seu povo. Novamente, como no vers. 11, a idéia é aquela de Dt 32:9. A terceira cláusula se refere ao presente; o poder que opera agora no crente, e em seu favor, não é nada menos que "a força de Seu poder que Ele exerceu em Cristo" quando O ressuscitou e O exaltou (19-23). Com respeito aos lugares celestiais (20), veja 1.3 n.

>Ef 1:21

O vers. 21 engloba todas as distinções, títulos e poderes do mundo espiritual: tudo, sem exceção, é colocado sob o Cristo exaltado (cfr. 1.16 n.) A seqüência de pensamento que se encontra aqui, pode ser traçada através das Escrituras, desde a promessa original feita por Deus a nossos primeiros pais no Jardim do Éden (Gn 1:26), e, depois, na renovação profética da promessa em Sl 8:4-19 (cfr. vers. 22), até o inspirado comentário sobre ela em He 2:6-58. Somente em Cristo pode a humanidade alcançar o destino prometido. Através de suas epístolas, Paulo dá relevo a dois pontos com respeito à relação entre Cristo e a Igreja, a saber, união e chefia: Cristo e seu povo são um, e Ele é o cabeça. Esta verdade notável é expressa pela metáfora de um corpo humano (23) no qual o bem-estar depende da união da cabeça e do corpo, e também do governo do corpo pela cabeça (cfr. Cl 1:18 n.). Numa descrição subsequente da Igreja, como a plenitude daquele que a tudo encerra em todas as coisas (23) Paulo ensina que Cristo não é completo sem ela. Isto é verdade, não por causa de qualquer lacuna na santa Trindade que a Igreja preencha, mas simplesmente pela vontade de Deus Pai que deu o Filho à igreja para ser o cabeça sobre todas as coisas (23). Como Ele é o cabeça da Igreja, assim a Igreja é o seu complemento.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23

1. A Saudação ( Efésios 1:1-2 )

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e que são fiéis em Cristo Jesus: Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.( 1: 1-2 )

Em sua saudação, Paulo apresenta a dupla fonte de sua autoridade apostólica, uma dupla descrição dos crentes, uma dupla bênção para os fiéis, e a dupla fonte dessas bênçãos.

A fonte dupla de Autoridade

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, ( 1: 1 a)

Paulo escreveu com a autoridade de um apóstolo . Apostolos significa "enviado" e no Novo Testamento é usado como um título oficial dos homens que Deus escolheu para ser exclusivamente as camadas de fundação da igreja e os receptores, professores e escritores de sua revelação-a final do Novo Testamento. Os deveres apostólicos foram para pregar o evangelho ( 1Co 1:11. ), ensinar e orar ( At 6:4 ), e escrever a Palavra de Deus ( Ef 1:1 ), que substituiu Judas, Paulo foi o único outro apóstolo , "como se fosse ... um abortivo" ( 1Co 15:8 , 1Tm 1:15 ). Como todo cristão, ele foi antes de tudo um "servo de Cristo Jesus" seu Senhor ( Rm 1:1. ; 1Co 1:30 ; Fp 3:9), o nosso elogio supremo, o nosso louvor supremo, é para Ele.

A bondade é a natureza de Deus. Deus, o Pai , não só faz coisas boas, Ele é bom de uma forma e num grau que nenhum ser humano, exceto o Seu próprio Filho encarnado, nosso Senhor Jesus Cristo , pode ser. Consequentemente, do Gênesis ao Apocalipse, homens piedosos, reconhecendo a superação e humanamente inatingível bondade de Deus, proclamaram bênção para ele. Melquisedeque declarou: "Bendito seja o Deus Altíssimo" (Gn 14:20). Nos últimos dias, "a toda criatura que está no céu e na terra e debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles" será "ouvida dizendo:" Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, honra e glória e poder pelos séculos dos séculos "(Ap 5:13).

Nada é mais apropriado para o povo de Deus do que para abençoar a Ele por Sua grande bondade. Em todas as coisas-se a dor, luta, os ensaios, a frustração, a oposição, ou adversidade-estamos a louvar a Deus, porque Ele é bom no meio de tudo isso. Para isso, louvar e bendizer-Lo.

O Blesser — Deus

Coerente com sua perfeição e merecimento, Aquele que é ser extremamente abençoado por Sua bondade é Ele mesmo a suprema Blesser que concede bondade. É Ele que nos abençoou com toda a bênção espiritual . "Cada coisa boa conferida e todo dom perfeito", Tiago nos lembra, "vem do alto, descendo do Pai das luzes" (Jc 1:17). Paulo nos assegura que "Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). Deus abençoa porque Ele é a fonte de todas as bênçãos, de todo o bem. Bondade só pode vir de Deus, porque não há nenhuma fonte de bondade fora de Deus.

Os Abençoados — Crentes

nos que Deus tem abençoado se refere aos crentes, "os santos em Cristo Jesus ..." Paulo se refere no versículo 1. Em Sua maravilhosa graça, providência maravilhosa, e plano soberano Deus escolheu para abençoar -nos . Deus eternamente ordenado que "os que são da fé são abençoados" (Gl 3:9). Eles rezam pela felicidade e alegria, embora Jesus disse: "Estas coisas vos tenho falado com você, que a minha alegria esteja em vós, ea vossa alegria seja completa" (Jo 15:11). Eles pedem a Deus força, embora a Sua Palavra diz que eles "podem fazer todas as coisas naquele que fortalece-los" (Fm 1:4).

Os nossos recursos em Deus não são simplesmente prometeu; eles são possuídos. Todo cristão tem o que Paulo chama de "a provisão do Espírito de Jesus Cristo" (Fm 1:19). Deus não pode dar-nos mais do que Ele já nos deu em Seu Filho. Não há nada mais para receber. A necessidade do crente, portanto, não é para receber algo mais, mas para fazer algo mais com o que tem.

Nossa posição celestial e posse são tão certo e seguro que Paulo fala de Deus de já ter "nos ressuscitou com Ele, e nos fez assentar com Ele nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef 2:6). Cristo é nosso Senhor e Rei, e nós somos cidadãos do seu reino, nos lugares celestiais . É por isso que estamos a prosseguir "coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus" (Cl 3:1).

Quando um cidadão americano viaja para outro país, ele é tão grande como um cidadão americano quando ele está nos Estados Unidos. Se ele está na África, no Oriente Médio, Europa, Antártica, ou em qualquer outro lugar fora da sua terra natal, ele ainda é completamente um cidadão americano, com todos os direitos e privilégios que essa cidadania detém.
Como cidadãos do domínio celestial de Deus, os cristãos detém todos os direitos e privilégios que os subsídios de cidadania, mesmo quando eles estão vivendo na terra "estrangeiro" e às vezes hostil da terra.Nossa verdadeira vida está no sobrenatural, nos lugares celestiais . Nosso Pai está lá, nosso Salvador está lá, a nossa família e entes queridos estão lá, o nosso nome está lá, e nossa morada eterna e trono estão lá.

Mas estamos atualmente preso na tensão entre o terreno eo celestial. Paulo refletiu essa tensão quando ele disse: "Somos atribulados por todos os lados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos ... tão triste mas sempre alegres, como pobres ainda enriquecendo a muitos, como nada tendo, mas possuindo tudo "(2 Cor 4: 8-9; 2Co 6:10.).

A chave para viver como um cidadão celeste, enquanto vivia em uma situação unheavenly está andando pelo Espírito. "Caminhe pelo Espírito", diz Paulo, "e você não vai realizar o desejo da carne" (Gl 5:16). Quando andamos em Seu poder Ele produz o Seu fruto em nós: "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio" (vv 22-23.). Nós recebemos nossas bênçãos celestiais, vivendo no poder do Espírito Santo de Deus.

O Agente de bênção — Jesus Cristo

Os cristãos possuem todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais , porque eles são em Cristo . Quando nós confio nele como Senhor e Salvador, que são colocados em uma união maravilhosa com Jesus Cristo. "Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele" (1Co 6:17). A nossa unidade como cristãos é mais do que simplesmente o de comum acordo; é a unidade de uma vulgaridade da vida, a vida eterna comum de Deus que pulsa através da alma de cada crente (conforme Rom. 15: 5-7).

Tudo o que o Senhor tem, aqueles em Cristo tem. "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rom. 8: 16-17). Riquezas de Cristo são as nossas riquezas, seus recursos são os nossos recursos, a Sua justiça é a nossa justiça, e Seu poder é o nosso poder. Sua posição é a nossa posição: onde Ele está, nós somos. Seu privilégio é nosso privilégio: o que Ele é que nós somos. Sua posse é nossa posse: o que ele tem, nós temos. Sua prática é a nossa prática: o que faz, o que fazemos.

Nós somos essas coisas e ter essas coisas e fazer essas coisas, pela graça de Deus, que nunca deixa de trabalhar a Sua vontade em quem confiar nEle (1Co 15:10).

O Elements da O Eternal Formadoras do Corpo

assim como Ele nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória de Sua graça. (1: 4-6)

Estes versículos revelam a parte passado do plano eterno de Deus na formação da igreja, o Corpo de Jesus Cristo. Seu plano é mostrado em sete elementos: o método, eleição; o objeto, os eleitos; o tempo, a eternidade passada; a propósito, a santidade; o motivo, o amor; o resultado, a filiação; eo objetivo, glória.

O Método — Eleição

A Bíblia fala de três tipos de eleição. Uma é eleição teocrático de Deus de Israel. "Vocês são um povo santo ao Senhor, teu Deus," Moisés disse a Israel no deserto do Sinai; "O Senhor teu Deus te escolheu para ser um povo exclusivamente seu, de todos os povos que há sobre a face da terra" (Dt 7:6). Descida Racial de Abraão como pai do povo hebreu não quis dizer descida espiritual dele como pai da fé (Rm 4:11).

Um segundo tipo de eleição é profissional. O Senhor chamou a tribo de Levi para sermos Seus sacerdotes, mas levitas não foram, assim, garantida a salvação. Jesus chamou doze homens para serem apóstolos, mas apenas onze deles para a salvação. Depois que Paulo veio a Cristo por causa da eleição de Deus para a salvação, Deus escolheu-o, em seguida, de uma outra maneira para ser seu apóstolo especial para os gentios (At 9:15; Rm 1:5). helkuo ( empates) carrega a idéia de uma força irresistível e foi usado na literatura grega antiga de um desesperAdãoente homem com fome sendo atraídos para alimentos e de forças demoníacas sendo atraídos para os animais quando eles não foram capazes de possuir homens.

Jardas de salvamento usar eletroímãs gigantes para levantar e parcialmente tipo de sucata. Quando o magnete está ligado, uma força magnética tremenda atrai todos os metais ferrosos que estão perto dele, mas não tem nenhum efeito sobre os outros metais, tais como alumínio e bronze.
De forma semelhante, eletiva de Deus irresistivelmente atrai a Si aqueles que Ele predeterminou a amar e perdoar, não tendo qualquer efeito sobre aqueles a quem não tem.
Desde toda a eternidade, antes da fundação do mundo , e, portanto, completamente à parte de qualquer mérito ou merecimento que qualquer pessoa poderia ter, Deus nos escolheu nele , "em Cristo" (v. 3).Por eleição soberana de Deus, aqueles que são salvos foram colocados em união eterna com Cristo, antes da criação, mesmo ocorreu.

Embora a vontade do homem não é livre no sentido de que muitas pessoas supõem, ele tem uma vontade, uma vontade de que a Escritura reconhece claramente. Além de Deus, a vontade do homem é preso pelo pecado. Mas ele é, no entanto, capaz de escolher a Deus, porque Deus fez essa escolha possível. Jesus disse que quem nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16) e que "todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá" (11:26). Os comandos freqüentes para os perdidos para responder ao Senhor (eg, Js 24:15; Is 55:1; Mt 3:1-2; Mt 4:17; 11: 28-30; Jo 5:40; Jo 6:37; Ap 22:17) indicam claramente a responsabilidade do homem de exercer sua própria vontade.

Contudo, a Bíblia é tão clara que ninguém recebe Jesus Cristo como Salvador, que não foi escolhida por Deus (conforme Rm 8:29; Rm 9:11; I Tessalonicenses 1:3-4.; 1Pe 1:2).

Eleição soberana de Deus e do exercício de responsabilidade do homem na escolha de Jesus Cristo parecem verdades e opostas e irreconciliáveis ​​de nossa perspectiva humana limitada eles são opostos e irreconciliáveis. É por isso que tantos sério, bem-intencionados cristãos ao longo da história da igreja ficaram confusos tentando conciliá-las. Desde que o problema não pode ser resolvido por nossas mentes finitas, o resultado é sempre a comprometer uma verdade em favor do outro ou a enfraquecer tanto, tentando tomar uma posição em algum lugar entre eles.

Devemos deixar que o antimônio permanecer, acreditando que ambas as verdades completamente e deixando a harmonização deles a Deus.

Eklego ( escolheu ) está aqui no aoristo e meio voz, indicando escolha totalmente independente de Deus. Porque o verbo é reflexivo isso significa que Deus não só escolheu por si mesmo, mas para si mesmo. Seu objetivo principal na eleição a igreja era o louvor da Sua própria glória (vv. 6, 12, 14). Os crentes foram escolhidos para a glória do Senhor antes que eles foram escolhidos para o seu próprio bem. A razão para chamar os fiéis para a igreja foi a de que "a multiforme sabedoria de Deus pode agora ser feito por meio da igreja para os governantes e as autoridades, nas regiões celestes" (3:10).

Israel foi o eleito de Deus, Seu "escolhido" (Is 45:4). Mas foi-lhe dito: "O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque você estava em maior número do que qualquer dos povos, para que você era o menor de todos os povos, mas porque o Senhor te amei" (Deut. 7 : 7-8). Deus escolheu os judeus simplesmente fora de Seu amor soberano.

Anjos celestiais de Deus também são eleitos (1Tm 5:21), escolhido por Ele para glorificar Seu nome e de ser Seus mensageiros. O próprio Cristo foi eleito (1Pe 2:6). Pelo mesmo plano soberano e vai a igreja é eleito. Deus "nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade" (2Tm 1:9) o desejo do Seu coração era para alcançar os eleitos, os que já foram escolhidos, a fim de que eles possam tomar posse da fé já concedeu-lhes em decreto soberano de Deus.

Paulo deu graças para a Igreja, pois foi eleito de Deus. "Nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2Ts 2:13).

Em seu livro Evangelismo e da soberania de Deus , JI Packer observa:

Todos os cristãos acreditam na soberania divina; mas alguns não estão cientes de que eles fazem, e por engano imaginar e insistem que eles rejeitam. O que faz com que este estranho estado de coisas? A causa principal é o mesmo que, na maioria dos casos de erro na 1greja-a intrusa de especulações racionalistas, a paixão pela coerência sistemática, uma relutância em reconhecer a existência de mistério e deixar Deus ser mais sábio do que os homens, e uma consequente sujeitar Escrituras para as supostas exigências da lógica humana. As pessoas vêem a Bíblia ensina a responsabilidade do homem por suas ações; eles não vêem (o homem, na verdade, não pode ver) como isso é consistente com o senhorio soberano de Deus sobre essas ações. Eles não se contentam em deixar as duas verdades viver lado a lado, como fazem nas Escrituras, mas saltar para a conclusão de que, a fim de defender a verdade bíblica da responsabilidade humana, eles são obrigados a rejeitar o igualmente bíblica e igualmente verdade doutrina da soberania divina, e para explicar o grande número de textos que ensinam isso. O desejo de excesso de simplificar a Bíblia cortando os mistérios é natural para nossas mentes perversas, e não é de estranhar que até mesmo homens de Deus deve ser vítima a ele. Daí essa disputa persistente e incômodo. A ironia da situação, no entanto, é que, quando perguntamos como os dois lados Oração, torna-se evidente que aqueles que professam a negar a soberania de Deus realmente acreditar nela tão fortemente como aqueles que afirmam isso. ([Chicago: Inter-Varsity, 1961], pp. 16-17)
Porque nós não podemos suportar a tensão de mistério, paradoxo ou antinomia, somos inclinados para ajustar o que a Bíblia ensina de modo que vai se encaixar nossos próprios sistemas de ordem e consistência. Mas essa abordagem presunçoso é infiel à Palavra de Deus e leva a doutrina confusa e de estar enfraquecido. Deve notar-se que outras doutrinas escrituras essenciais também são aparentemente paradoxal a nossa capacidade limitada. É antinomous que a própria Escritura é a obra de autores humanos, contudo as próprias palavras de Deus; que Jesus Cristo é totalmente Deus e totalmente homem; que a salvação é para sempre, ainda santos devem permanecer obediente e perseverar até o fim; que a vida do cristão é vivida em total compromisso e disciplina de si mesmo, mas é tudo de Cristo. Tais verdades inescrutáveis ​​são um incentivo que a mente de Deus ultrapassa infinitamente a mente do homem e são uma grande prova da autoria divina das Escrituras. Os seres humanos escrevendo uma Bíblia em sua própria teria tentado resolver tais problemas.
Não é que a eleição soberana de Deus, ou predestinação, elimina a escolha do homem na fé. Soberania divina ea resposta humana são parte integrante e inseparável de salvação, embora exatamente como eles funcionam juntos só a mente infinita de Deus sabe.

Também não é, como muitos acreditam e ensinam que Deus simplesmente olha para o futuro para ver o que as pessoas vão acreditar e, em seguida, elege-los à salvação. Fora de contexto, Rm 8:29 é muitas vezes usado para apoiar essa visão. Mas o versículo 28 deixa claro que aqueles que Deus prevê e predestina para a salvação são aqueles a quem Ele já "chamados segundo o seu propósito." Qualquer ensinamento que diminui o soberano, elegendo amor de Deus, dando mais crédito para os homens também diminui a glória de Deus, atingindo, assim, um golpe no próprio propósito de salvação.

Devemos estar satisfeitos simplesmente declarar com João Chadwick,
Busquei ao Senhor,
E depois que eu sabia
Ele se mudou minha alma para buscá-Lo,
Procuro me!
Não era que eu encontrei,
O Salvador Verdadeiro;

Não, eu foi encontrado por Ti.

O Object — O Eleito

O objeto da eleição é nós, não todos, mas somente aqueles a quem Deus escolheu, os santos e "fiéis em Cristo Jesus" (v. 1). Aqueles a quem elege Deus são aqueles que Ele tem declarado santo antes da fundação do mundo e que se identificaram com o Seu Filho Jesus Cristo pela fé. Ser cristão é ter sido escolhida por Deus para ser seu filho e para herdar todas as coisas através e com Jesus Cristo.

O Tempo — Eternity Past

Deus nos elegeu antes da fundação do mundo . Antes da criação, a queda, os convênios, ou a lei que foram soberanamente predestinado por Deus para ser sua. Ele projetou a igreja, o corpo de seu filho, antes que o mundo começou.

Porque no plano de Deus, Cristo foi crucificado por nós "antes da fundação do mundo" (1Pe 1:20), que foram designados para a salvação por esse mesmo plano, no mesmo período. Foi então que a nossa herança no reino de Deus foi determinado (Mt 25:34). Nós pertencia a Deus antes dos tempos eternos, e nós seremos seus após o tempo há muito tempo o seu curso. Nossos nomes como crentes foram "escritas a partir da fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro que foi morto" (Ap 13:8), nos foi dada a Sua própria natureza sem mácula nem mancha. O indigno ter sido declarado digno, os injustos declarado santo. É plano eterno e preordenado de Cristo de "presente para si mesmo a igreja em toda a sua glória; sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas ela deve ser santa e irrepreensível" (Ef 5:27.).

Obviamente Paulo está falando sobre a nossa posição e não a nossa prática. Sabemos que em nossa vida, estamos longe do padrão santo e longe de ser irrepreensível. No entanto, "nele", disse Paulo em outro lugar, que "foram feitas completa" (Cl 2:10). Tudo o que Deus é, tornamo-nos em Jesus Cristo. É por isso que a salvação é segura. Temos a perfeita justiça de Cristo. Nossa prática pode e não ficar aquém, mas a nossa posição nunca pode ficar aquém, porque é exatamente a mesma santa e irrepreensível posição diante de Deus que Cristo tem. Estamos tão seguros como nosso Salvador, porque estamos nele, esperando a plena redenção e gloriosa santidade que nos espera em Sua presença.

E porque Deus nos declara e leva-nos a ser santos e irrepreensíveis , devemos nos esforçar para viver uma vida agora que refletir a santidade e inocência que são o nosso destino.

A Motive — Amor

Deus elege aqueles que são salvos por causa do Seu amor . Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos. Assim como Ele escolheu Israel para ser o Seu povo especial só por causa do seu amor (Dt 7:8). E isso é exatamente o que o próprio Jesus fez em nome daqueles que Deus escolheu para ser salvo. No ato divino último de amor , Deus determinou antes da fundação da terra que Ele daria seu único Filho para nos salvar. "Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo" (Ef. 2: 4-5). Ele nos amou, e vai eternamente continuar a amar-nos, de acordo com o beneplácito de sua vontade .

O Resultado — Filiação

O resultado da eleição de Deus é a nossa adoção como filhos . Em Cristo, nos tornamos sujeitos de seu reino, e porque Ele é o nosso Senhor somos Seus servos. Ele mesmo nos chama amigos, pois, Ele diz: "Todas as coisas que ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (Jo 15:15). Mas em Seu grande amor que Ele nos faz mais do que os cidadãos e os servos, e até mais do que amigos. Ele nos faz filhos.Deus carinhosamente chama os pecadores redimidos na intimidade de sua própria família.

Quando nos tornamos cristãos nos tornamos filhos de Deus. "Porque não recebestes o espírito de escravidão, a temer", diz Paulo, "mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:" Abbá! Pai! '"(Rm 8:15). Abba era uma palavra aramaica de carinho algo equivalente ao pai ou Papa.

Para ser salvo é ter a própria vida de Deus em nossas almas, Seu próprio Espírito vivificante nossos espíritos. Os pais humanos podem adotar crianças e vir a amá-los cada bocado tanto quanto eles amam seus filhos naturais. Eles podem dar uma criança completa igualdade adotado na vida familiar, recursos e herança. Mas nenhum pai humano pode dar a sua própria natureza distinta de uma criança adotada.No entanto, isso é o que Deus milagrosamente faz a cada pessoa a quem Ele elegeu e que confiou em Cristo. Ele os torna filhos assim como seu divino Filho. Os cristãos não só tem toda a riqueza e as bênçãos do filho, mas toda a natureza do Filho.

A Meta — Gloria

Por que Deus fez tudo isso para nós? Por que Ele quer que sejamos seus filhos? Somos salvos e feitos filhos para o louvor da glória de sua graça . Acima de tudo, Ele elege e salva-nos para a Sua própriaglória . Quando Jesus disse: "Não temais, pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino" (Lc 12:32), Ele estava afirmando o deleite de Deus em Sua glória colocar em exposição. Como Paulo explicou ainda: "Deus está no trabalho em [nós] ... a sua boa vontade" (Fp 2:13).

O apóstolo Paulo intercedeu para os tessalonicenses, Orando "que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação ... a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós nele" (2 Ts. 1:11 —12).

Até os animais do campo vai glorificar o Senhor, Isaías nos diz (43:20), e os céus narram a glória de Deus (Sl 19:1).


3. Redenção pelo seu sangue (Efésios 1:6b-10)

que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça, que Ele derramou sobre nós. Em toda a sabedoria e discernimento Ele fez-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, com vista a uma administração adequada para a plenitude dos tempos, isto é, a soma de todas as coisas em Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a terra. (1: 6b-10)

Alguns anos atrás figurinhas eram populares. Para cada dólar montante adquirido um determinado número de figurinhas foi dada como um bônus. Quando selos suficientes foram salvos, eles foram levados para um centro de resgate e trocados por mercadorias.
Redenção é um dos temas centrais da Escritura e do livro de Efésios, mas carrega muito mais do que a idéia simplesmente de trocar uma coisa por outra de igual valor.

O significado da Redenção

Redenção vem de um dos seis termos provenientes do campo do direito e usados ​​no Novo Testamento em relação à salvação. dikaioo e termos relacionados referido absolvição legal de uma taxa e são usados ​​teologicamente a falar de um pecador de ser vindicada, justificado, e declarados justos diante de Deus (ver, por exemplo, Rm 3:4; Rm 5:18; 1Tm 3:16). Aphiēmi significa, basicamente, para mandar embora e foi usado para indicar o reembolso legal ou anulação de um dívida ou a concessão de um perdão. Ele é usado nas Escrituras para se referir ao perdão de Deus pelo pecado (ver Mt 9:2; Gl 4:5; 2 Cor. 5: 18-20.).

Dois termos legais gregos estão relacionados à redenção. agorazo , eo relacionado exagorazō , referem-se a compra ou aquisição. A fonte dos termos é ágora , o que significa mercado, ea idéia raiz dos verbos e substantivos derivados que se refere à compra e negociação no mercado. No Novo Testamento, eles são usados ​​para denotar compra ou redenção espiritual (conforme Gl 3:13; Ap 5:1; 14: 3-4; etc.).

O outro termo para a redenção, lutroō (juntamente com suas formas afins), destina-se a liberação de cativeiro. Ele transportava um significado ainda mais forte do que agorazo e está por trás do substantivo rendido aqui como redenção . Esta palavra foi usada para se referir a pagar um resgate para libertar uma pessoa da escravidão, especialmente a de escravidão.

Durante os tempos do Novo Testamento o Império Romano tinha até seis milhões de escravos, e a compra e venda deles foi um grande negócio. Se uma pessoa queria libertar um ente querido ou um amigo que era um escravo, ele iria comprar esse escravo de si mesmo e, em seguida, conceder-lhe a liberdade, atestando a libertação de um certificado escrito. Lutroō foi usada para designar a libertação de um escravo em que caminho.

Essa é precisamente a idéia realizada no uso do Novo Testamento do termo para representar o sacrifício expiatório de Cristo na cruz. Ele pagou o preço de resgate para comprar para si mesmo a humanidade caída e para libertá-los de seus pecados.

Todo ser humano nasce desde a queda veio ao mundo escravos do pecado, sujeito à servidão total a uma natureza que é corrupto, mal, e separada de seu Criador. Nenhuma pessoa é espiritualmente livre.Nenhum ser humano é livre de pecado ou livre de suas conseqüências, a última conseqüência, ou multa, para o qual é a morte (Rm 6:23). "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18:4), e Paulo aponta que cada pessoa tenha cometido o pecado: "Não há justo, nem um sequer "(Rm 3:10; conforme 14 Ps:. 1.). Na mesma carta, o apóstolo diz que somos todos "vendido à escravidão do pecado" (7:
14) e que, de fato, toda a criação está escravizado a corrupção do pecado (08:21).

O pecado é escravo captor e proprietário do homem, e exige um preço para a sua libertação. A morte é o preço que tinha que ser pago pela redenção do homem do pecado. Portanto redenção bíblico refere-se ao ato de Deus pelo que Ele mesmo pago como resgate o preço do pecado.
Em Romanos, Paulo fala da redenção como "nosso tendo sido libertados do pecado" e se tornar "escravos da justiça" (6:18). Em Gálatas Ele descreve redenção em dizer que Jesus Cristo "deu a si mesmo por nossos pecados, para que Ele possa nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai" (1: 3-4); que "Cristo nos resgatou da maldição da Lei fazendo-se maldição por nós" (3:13); e que "foi para a liberdade que Cristo nos libertou; Permanecei, pois, firmes e não estar sujeito novo, a jugo de escravidão" (5: 1). Em Colossenses o apóstolo diz que "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados" (1: 13-14).
O escritor de Hebreus explica redenção com estas palavras: "Desde então, os filhos participam da carne e do sangue, também ele [Cristo] do mesmo modo também participou da mesma, que por sua morte, tornar impotente aquele que tinha o poder da morte, isto é , o diabo, e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida "(2: 14-15).

Os elementos da Redenção

que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça, que Ele derramou sobre nós. Em toda a sabedoria e discernimento Ele fez-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, com vista a uma administração adequada para a plenitude dos tempos, isto é, a soma de todas as coisas em Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a terra. (1: 6b-10)

Nesta passagem, Paulo menciona cinco elementos da redenção Deus oferece aos homens caídos através de Seu Filho, Jesus Cristo: o Redentor, o resgate, e o preço de resgate, resultados e razão.

O Redentor

Graça (v. 6 a ) é o antecedente de que . É a graça de Deus (amor imerecido e bondade) que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado , e porque estamos no qual temos a redenção . Jesus Cristo é o nosso Redentor do pecado, o Bem-Amado (a palavra indica Aquele que está no estado de ser amado por Deus), que Ele mesmo pagou o preço da nossa libertação do pecado e da morte. Porque nós agora pertencem a Cristo, pela fé fez um com Ele e colocado em seu corpo, nós somos agora aceitável a Deus.

Desde o início do ministério de Jesus, o Pai declarou que ele era "o meu Filho amado" (Mt 3:17). E porque cremos nEle, "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (Cl 1:13). Porque nós estamos agora no Amado , nós, também, são "amados de Deus" (Rm 1:7).

O Pai agora nos ama como ama a Cristo e quer que tenhamos tudo o que Cristo tem. É por isso que Paulo poderia dizer que Ele "nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (Ef 1:3).

Até que uma pessoa percebe sua necessidade de redenção, porém, ele não vê necessidade de um Redentor. Até que ele reconhece que ele está irremediavelmente escravizada ao pecado, ele não vai procurar liberação dele. Mas quando ele faz, ele será libertado da maldição do pecado, colocada no Corpo de Cristo, e abençoou com todas as bênçãos espirituais Sua.

O Preço de Resgate

Nele temos a redenção, pelo seu sangue, (7a)

O preço da redenção é o Seu sangue . Custou o sangue do Filho de Deus para comprar homens de volta a partir do mercado de escravos do pecado (conforme Lv 17:11;.. He 9:22).

Derramamento de sangue é uma metonímia para a morte, que é a pena e o preço do pecado. Própria morte de Cristo, pelo derramamento do seu sangue , era o substituto para nossa morte. Aquilo que nós merecemos e não poderia salvar-nos de, o Salvador amado, embora Ele não merecia isso, tomou sobre Si. Ele fez o pagamento para o que de outra forma teriam nos condenado à morte e do inferno.

O sangue dos animais sacrificados era continuamente oferecido nos altares do Tabernáculo e depois o Templo. Mas que o sangue nunca foi capaz, e nunca foi destinado para a limparem os ofertantes do pecado. Esses animais foram apenas simbólicos, substitutos típicas. Como o escritor de Hebreus explica: "É impossível que o sangue de touros e bodes para tirar os pecados" (He 10:4). Como o escritor de Hebreus explica, o sacrifício de Cristo não era "através do sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no lugar santo uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Porque, se o sangue de bodes e de touros e a cinzas de uma novilha, aspergidos sobre aqueles que têm sido contaminado, santificar para a purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos os vivos Deus? " (Heb. 9: 12-14).

Nós "não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, ... mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (I Pedro 1:18-19.). Não é de admirar que João viu os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos que cantam, "Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e compra fizeste para Deus com teus homens de sangue de toda tribo, língua ., povo e nação e tu fizeste-los a ser um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra "(Ap 5:8-10).

A "redenção que há em Cristo Jesus ... em Seu sangue, mediante a fé" (Rom. 3: 24-25) pagou o preço para aqueles escravizado pelo pecado, comprou-os para fora do mercado de escravos onde eles estavam no cativeiro, e libertá-los como filhos libertados de Deus. Em sua liberdade estão em união com Jesus Cristo e receber todas as coisas boas que Ele é e tem. Sua morte liberta do pecado crentes de culpa, condenação, bondage, de energia, de grande penalidade, e algum dia glorioso, mesmo a partir de sua presença.

Os resultados Redentores

o perdão dos nossos pecados, segundo as riquezas da sua graça, que Ele derramou sobre nós. Em toda a sabedoria e discernimento Ele fez-nos conhecer o mistério da sua vontade, (7b-9-A)

Redenção envolve cada coisa boa concebível ", toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (v. 3). Mas aqui Paulo concentra-se em dois aspectos especialmente importantes. Um deles é negativo, a remissão dos pecados , ea outra é positivo, sabedoria e discernimento .

Perdão. O resultado primário de redenção para o crente é o perdão , uma das verdades centrais da salvação, tanto do Antigo e Novo Testamentos. É também o mais querido de verdade aqueles que sofreram a sua bênção. Na Última Ceia, Jesus explicou aos discípulos que o copo Ele, então, compartilhou com eles foi o seu "sangue da aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados" (Mt 26:28).Redenção traz o perdão .

Os behavioristas e os de algumas outras escolas de psicologia sustentam que não pode ser responsabilizado por nosso pecado, que a culpa é dos nossos genes, o nosso meio ambiente, nossos pais, ou qualquer outra coisa externa. Mas o pecado de uma pessoa é sua própria culpa, ea culpa por isso é a sua própria. A pessoa honesta que tem alguma compreensão do seu próprio coração sabe disso.

O evangelho não ensina, como alguns erroneamente manter, que os homens não têm pecado ou culpa, mas sim que Cristo vai tirar tanto o pecado ea culpa daqueles que confiam nele. Como Paulo disse aos judeus em Antioquia da Pisídia, "Por Ele [Cristo] perdão dos pecados é proclamada a você, e por ele, todo aquele que crê é libertado de todas as coisas" (13 38:44-13:39'>Atos 13:38-39).

Maior dia santo de Israel era Yom Kippur, o Dia da Expiação. Naquele dia, o sumo sacerdote selecionadas duas cabras de sacrifício sem mácula. Uma cabra foi morto, e seu sangue era aspergido sobre o altar como um sacrifício. O sumo sacerdote colocou as mãos sobre a cabeça do outro bode, simbolicamente, que os pecados do povo sobre o animal. A cabra foi então levado para fora profundo para o deserto, tão longe que nunca poderia encontrar seu caminho de volta. No símbolo dos pecados do povo foi com a cabra, para nunca mais voltar a eles novamente (Lev. 16: 7-10).

Mas isso promulgação, bela e significativa como era, não chegou a remover os pecados do povo, como eles sabiam muito bem. Era, mas um retrato do que apenas o próprio Deus em Cristo poderia fazer.Como mencionado acima, aphiēmi (a partir do qual o perdão vem) significa, basicamente, para mandar embora. Usado como um termo jurídico que significa pagar ou cancelar uma dívida ou a concessão de um perdão. Através do derramamento de seu próprio sangue, Jesus Cristo realmente levou os pecados do mundo sobre a sua cabeça, como se fosse, e levou-os a uma distância infinita de onde nunca poderia voltar. Esse é o ponto de a remissão dos pecados .

É trágico que muitos cristãos estão deprimidas sobre suas deficiências e irregularidades, pensar e agir como se Deus ainda mantém seus pecados contra eles, esquecendo-se que, porque Deus tomou sobre Si os pecados, eles são separados dos pecados ", tanto quanto o a leste é do oeste "(Sl 103:12). Mesmo antes de o Messias veio e pagou o preço da redenção, Deus falou dele como lugar já terem tomado. Cristãos deprimidos esquecer que Deus olhou para baixo nos corredores do tempo, mesmo antes de ele formado a terra e colocou os pecados de seus eleitos na cabeça de Seu Filho, que os levou a uma distância eterna distância. Ele dispensou os nossos pecados antes de nascermos, e eles nunca pode voltar.

Centenas de anos antes do Calvário, Micah proclamou: "Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniqüidade e passa sobre o ato de rebelião do restante da tua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer no amor imutável. Ele o fará voltar a ter compaixão de nós; pisará nossas iniqüidades sob os pés Sim, Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar "(Mq 7:18-19.)..

Para a antiga Israel a distância de leste a oeste e "as profundezas do mar" representado infinito. De Deus o perdão é infinito; ela tira as nossas ofensas aos confins do infinito eterno.

Em Shakespeare Rei Ricardo III (5.3.194), o rei lamenta:

Minha consciência tem milhares várias línguas,
E toda língua traz um conto vários,
E cada conto me condena por um vilão.

Isso não é verdade dos cristãos. Quando Jesus entra em nossas vidas como Salvador e Senhor, Ele nos diz que Ele disse para a mulher apanhada em adultério: "Nem eu te condeno; seguir o seu caminho" (Jo 8:11). "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte." (Rom. 8: 1-2).

O perdão em Jesus Cristo é imerecida, mas é gratuito e é completa. Aqueles que o têm liberdade do pecado, agora e por toda a eternidade. Em Cristo, os nossos pecados, passados, presentes e futuro— "estão perdoados ... por amor do seu nome" (1Jo 2:12;. Conforme Ef 4:32; Cl 2:13). Eles foram perdoados incontáveis ​​eras antes se compromete eles e permanecerá para sempre perdoados.

Porque continuamos a pecar, precisamos do perdão contínuo de limpeza; mas nós não precisamos do perdão contínuo de redenção. Jesus disse a Pedro: "Aquele que se banhou precisa de lavar senão os pés, mas está completamente limpo" (Jo 13:10). Apesar de continuarmos a pecar, Jesus "é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo 1:9, 14-15.

Não há segunda classe cristãos, não há cidadãos carentes do reino ou crianças na família de Deus. Todo o pecado de cada crente é perdoado para sempre. Deus sabe como nós, como vivemos agora, e como vamos viver o resto de nossas vidas. Ele vê tudo sobre nós, na realidade stark-naked. No entanto, Ele diz: "Eu estou satisfeito com você, porque eu estou satisfeito com meu filho, a quem você pertence. Quando eu olho para você, eu o vejo, e estou satisfeito."
Porque Deus aceita todos os crentes como Ele aceita o seu próprio Filho, cada crente deve aceitar-se da mesma forma. Nós não aceitamos a nós mesmos por aquilo que somos em nós mesmos mais do que Deus nos aceita por esse motivo. Nós aceitamos a nós mesmos como perdoados e como justo porque é o que o próprio Deus nos declara. Pensar o contrário não é um sinal de humildade, mas de arrogância, porque para pensar de outra maneira é colocar o nosso próprio julgamento acima da Palavra de Deus e para depreciar o preço de resgate pago por nós pelo Seu próprio Filho amado. Um cristão que se denigre e duvida o perdão pleno nega a obra de Deus e denigre um filho de Deus. Se é importante para Deus, nós certamente deve importa para nós mesmos.
Uma pessoa pode ter muitos amigos em lugares altos. Ele pode saber presidentes, reis, governadores, senadores e líderes mundiais de todos os tipos. Mas essas amizades que empalidecem diante do cristão mais obscuro, que não é só um amigo, mas um filho do Criador do universo.
Filipe Bliss escreveu,
Estou tão feliz que nosso Pai heav'n
Fala de seu amor no livro que ele giv'n
Coisas maravilhosas na Bíblia que eu vejo;
Este é o mais querido, que Jesus me ama.
Oh, se só há uma canção que eu posso cantar,
Quando, em sua beleza que eu vejo o Grande Rei,
Esta será a minha música na eternidade ser:
"Oh, o que é uma maravilha que Jesus me ama!"
A vastidão e abrangência do nosso perdão é visto na declaração de Paulo que ele está de acordo com as riquezas da sua graça . Graça-like de Deus o Seu amor, a santidade, poder e todos os Seus outros atributos não tem limites. É muito além da nossa capacidade de compreender ou descrever, mas sabemos que é de acordo com as riquezas de que infinita graça que Ele oferece o perdão.

Se você fosse para ir a um multimilionário e pedir-lhe para contribuir para um ministério digno, e ele deu-lhe um cheque de vinte e cinco dólares, ele só estaria dando fora de suas riquezas. Muitas pessoas pobres que dão muito. Mas se, em vez disso, ele deu-lhe um cheque de cinqüenta mil dólares, ele estaria dando de acordo com suas riquezas.

Essa é uma pequena imagem da generosidade de Deus. Seu perdão não só é dada de acordo com as riquezas da sua graça , mas é derramado sobre nós . Nós nunca precisa se ​​preocupar que o nosso pecado irá ultrapassar gracioso perdão de Deus. "Onde o pecado aumentou", Paulo assegura-nos ", transbordou a graça" (Rm 5:20). Nosso Pai Celestial não se limita a dar-nos o perdão de subsistência que mal irá cobrir nossos pecados, se estamos cuidado para não exagerar. Nós não podemos pecar além da graça de Deus, porque, como perverso e extensa como os nossos pecados pode ser ou se tornar, eles nunca vão abordar a grandeza da Sua graça. Seu perdão é infinito, e Ele derrama-lo sem medida sobre aqueles que confiam em Seu Filho. Nós, portanto, não só podem desfrutar de glória futura com Deus, mas presente comunhão com Ele também.

Sabedoria e Insight. O segundo resultado da redenção para o crente é o seu ser dado sabedoria e discernimento . Sophia ( sabedoria ) enfatiza a compreensão das coisas-tais final como vida e morte, Deus e homem, a justiça eo pecado, céu e inferno, eternidade e tempo. Paulo está falando de sabedoria a respeito das coisas de Deus. phronesis ( visão ), por outro lado, enfatiza compreensão prática, a compreensão das necessidades, problemas e princípios da vida diária. É prudência espiritual na manipulação de assuntos cotidianos.

Deus não só perdoa-nos de tirar o pecado que corrompe e distorce nossas vidas, mas também nos dá todo o equipamento necessário para entendê-lo e caminhar com o dia a dia do mundo de uma forma que reflete a Sua vontade e é agradável a Ele. Ele generosamente nos dá os meios necessários, tanto para compreender a Sua Palavra e de saber como a obedecê-la.

Em Jesus Cristo, Deus nos leva a Sua confiança. "Nós fazemos falamos sabedoria entre aqueles que são maduros", disse Paulo; é "uma sabedoria, no entanto, que não é deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão passando;. mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, a sabedoria oculta, que Deus predestinou antes dos séculos para nossa glória ... Agora nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer as coisas dado gratuitamente por Deus "(1 Cor. 2: 6-7, 1Co 2:12). Ele concluiu que a passagem incrível, declarando: "nós temos a mente de Cristo" (v. 16).

O filósofo francês André Maurois disse: "O universo é indiferente. Quem criou isso? Por que estamos nesta insignificante lama-heap, girando no espaço infinito? Eu não tenho a menor idéia, e estou convencido de que ninguém tem a menor idéia . "

Não é surpreendente que aqueles que nem sequer reconhecem que Deus existe, muito menos confiança e servi-Lo, não têm a menor idéia do que a vida, o universo e eternidade são tudo. Jesus disse: "Eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que te escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e te revelaste aos pequeninos" (Mt 11:25). Tiago disse: "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e será dado a ele" (Jc 1:5). Cristo vai reunir todo o universo em unidade (veja Sl 2; Heb. 1: 8-13.). No presente momento o universo é tudo menos unificada. Ele está corrompido, dividido, e se estilhaçou. Satanás é agora "o príncipe deste mundo", mas naquele dia ele "será expulso" (Jo 12:31). Ele e os seus anjos demoníacos serão jogados no poço durante o Milênio, lançado por um curto tempo, e depois lançados no lago de fogo por toda a eternidade (Ap 20:3).

Quando todos os vestígios do mal foi descartado, Deus vai estabelecer uma unidade incomparável em si mesmo de todas as coisas que ainda restam. Esse é o objetivo inevitável do universo.
Macbeth pessimista declarou que a história é "um conto contado por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada" (Shakespeare, Macbeth , 5.5.19).

Além da sabedoria e discernimento Deus provê Seus filhos, uma conclusão tão sem esperança é inevitável. Mas a história pertence a Deus, não aos planos insignificantes do homem ou o poder perverso de Satanás. A história é escrita e dirigida por seu Criador, que vai vê-lo até o cumprimento de Sua própria purpose— final a soma de todas as coisas em Cristo . Ele projetou Seu grande plano nas eras passadas;Ele agora soberanamente trabalha-lo de acordo com Sua vontade divina; e em que a plenitude dos tempos Ele irá completar e aperfeiçoar-lo em Seu Filho, em quem ele vai sempre funcionar em harmonia justos e gloriosa novidade juntamente com todas as coisas nos céus e as coisas sobre a terra .

4. A Garantia da herança divina (Efésios 1:11-14)

Nele também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de que nós, que foram os primeiros a esperança em Cristo deve ser para o louvor da sua glória. Nele, você também, depois de ouvir a mensagem da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo também crido, fostes selados nEle com o Espírito Santo da promessa, que é dada como penhor da nossa herança, tendo em vista a a redenção da possessão de Deus, para o louvor da Sua glória (1: 11-14)

Ao longo dos anos, tive muitas conversas com pessoas-jovens e idosos, instruídos e iletrados, privilegiados e desprivilegiados-que enfrentam a vida com um sentimento de mau presságio, perguntando se eles nunca vão encontrar satisfação para as suas vidas. Eles se perguntam se eles vão vir a ser o que poderia ser, se tudo correu apenas para a direita. Eles se perguntam se realmente a vida tem o potencial de ser maravilhosa, significativa e gratificante e, se isso acontecer, se eles podem descobrir e alcançar esse potencial.
Há alguns anos, em um acampamento cristão nas montanhas eu conheci um jovem com um braço gravemente mirrada e perna. Ele sempre ficava na parte de trás do grupo ou em um canto sozinho, nunca participando com os outros campistas. No segundo dia eu fui até ele, me apresentei e perguntei seu nome. Ele respondeu com uma careta amarga, puxou a manga que lhe cobria o braço deformado, e disse: "Olha o que Deus fez para mim." Após Orando silenciosamente para a sabedoria de Deus, eu disse: "Gostaria de saber uma coisa? Isso não é você." "O que quer dizer que não é comigo?" ele respondeu. "É apenas a casa em que vive", disse eu; "Isso é tudo que uma casa muito temporária;. Mas você é uma pessoa para sempre Deus oferece um plano para sempre para você e também uma nova e eterna corpo para o seu futuro.". "Você está brincando", disse ele. "Não, eu não estou brincando", eu respondi, e depois compartilhou o evangelho com ele.
Ele deu seu coração a Jesus Cristo, e sua atitude e perspectiva mudou imediatamente. Uma das primeiras coisas que fez foi me pedir para jogar um jogo de Ping-Pong com ele. Ele parecia nesses momentos para não ser constrangido ou amargo sobre sua deficiência física. Assim que Jesus Cristo tomou o controle de sua vida, ele percebeu que Deus tinha algumas coisas para ele que ultrapassou em muito o que, do seu ponto de vista humano, parecia ser tão terrivelmente importante e valioso. Quando ele soube que ele era parte do plano eterno de Deus e tinha recebido promessas eternas de Deus, a sua perspectiva mudou dramaticamente.
Nesta passagem, Paulo nos mostra o potencial incrível e maravilhoso de crentes cristãos. Isso para que cada pessoa de uma forma ou outra anseia, o cristão já possui ou é de um dia a certeza de possuir. O apóstolo nos dá um vislumbre das bênçãos gloriosas Deus tem planejado para e prometidas aos que vêm a Ele através de Seu Filho, Jesus Cristo.
É da natureza humana para quebrar promessas. Governos fazer e quebrar promessas. Os anunciantes e os políticos fazem e quebrar promessas. Os empregadores e funcionários, pregadores e membros da Igreja, pais e filhos, maridos e esposas, e os amigos e parentes todos fazem promessas para o outro que muitas vezes estão quebrados. Alguns são feitos com a melhor das intenções, e alguns são feitos a fim de enganar e explorar. Mas todos nós nos encontramos tanto efectuar ou receber promessas que, por qualquer motivo, não se materializam.

Nós podemos ser eternamente grato que as promessas de Deus não são como os nossos. Cada promessa que Ele faz, Ele mantém. As promessas Paulo menciona aqui que o nosso Pai celestial faz a Seus filhos não são apenas maravilhoso e emocionante, mas absoluta e certo. Como o escritor de Hebreus nos diz: "Aquele que prometeu é fiel" (He 10:23). Como Abraão, cada crente deve estar totalmente certo de que o que Deus promete Ele é capaz e determinada a realizar (Rm 4:21). O nosso é um Deus que não vai e não pode mentir (Tt 1:2), na qual Paulo derrama seu coração em louvor a Deus por Sua graça imensurável, ele nos apresenta garantia de Sua promessa divina a Seus filhos do Pai . Eles estão certos para receber a herança completa, intacta de Jesus Cristo. Assim como fomos abençoados "com toda a bênção espiritual," escolhido "nele antes da fundação do mundo", "predestinado ... a adoção de filhos," dado "redenção, pelo seu sangue", e mostrado "o mistério da Sua vontade "(vv. 3-5, 7,
9) —então temos também feitos herança .

Nossa herança é o aspecto da salvação que é o principal futuro. Fomos eleitos ou predestinados, antes que o mundo existisse ou tempo; fomos redimidos na presente época; e receberemos a nossa herança concluído nos séculos vindouros, quando entramos totalmente no reino celestial eterno do Pai.
Aqui nós vemos o chão, a garantia, e que o objetivo da nossa herança em comparável em Jesus Cristo.

O fundamento da nossa Herança

Nele também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de que nós, que foram os primeiros a esperança em Cristo deve ser para o louvor da sua glória. Nele, você também, depois de ouvir a mensagem da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, (1: 11-13a)

Nele se encaixa de forma mais adequada no início do versículo 11 do que no final do versículo 10. Mas em qualquer lugar a frase se refere claramente a Jesus Cristo (v. 10), que é o fundamento ou fonte de nossa divina herança . Além de Jesus Cristo, a única coisa definitiva e eterna que uma pessoa pode receber de Deus é a condenação. Deus concede a luz do sol, chuva, e muitas outras coisas boas em todos os homens, (05:45 Matt.) Os justos e injustos iguais. Mas as Suas bênçãos espirituais são concedidos somente sobre aqueles que estão n'Ele (conforme vv. 1, 3-4, 6-7, 10). "Não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu que foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4:12).

Em Romanos 6, Paulo dá a biografia espiritual de cada crente. "Você não sabe", ele começa, "que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?" (V. 3). "Portanto", continua ele, "fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se nós temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição "(vv. 4-5). Por um milagre maravilhoso que só Deus pode compreender, cada crente tem sido a cruz do Calvário, foi pregado lá espiritualmente com o Salvador, e foi sepultado e ressuscitou com Ele. Jesus Cristo não somente foi crucificado, sepultado e ressuscitado para cada crente, mas com cada crente. Não só isso, mas "sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é" (1Jo 3:2).

Nós obtivemos uma herança traduz uma única palavra composta no grego ( eklērōthēmen ). Quando alguma coisa no futuro tinha tanta certeza de que não poderia deixar de acontecer, os gregos, muitas vezes falam dele como se ele já tivesse ocorrido (como aqui, onde Paulo usa indicativo aoristo passivo).

No capítulo dois, Paulo usa uma semelhante grego tenso (aoristo ativo indicativo) para falar de Deus de ter "sentar-nos com Ele nos lugares celestiais" (v. 6), embora o apóstolo e aqueles a quem ele escreveu ainda não tinha entrado em que gloriosa experiência. Sua habitação eternamente com o Senhor estava tão certo como se já estivesse no céu.
A forma passiva do verbo em 1:11 a permite duas interpretações possíveis, sendo que ambos são consistentes com outros Escritura. Ele pode ser traduzida como "foram feitas uma herança" ou, como aqui,feitos herança . A primeira prestação indicaria que nós, ou seja, os crentes, são de Cristo herança. Jesus falou repetidamente de crentes como presentes que o Pai lhe deu (Jo 6:37; Jo 10:29; Jo 17:2; etc.). Jesus venceu nós no Calvário, como os despojos de sua vitória sobre Satanás, o pecado ea morte, e que agora pertencem a ele. "E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos," no dia em que eu preparo minha propriedade peculiar "(Ml 3:17). Desde a eternidade passado o Pai planejou e determinou que cada pessoa que iria confiar em Seu Filho para a salvação seria dado a Seu Filho como uma posse, uma herança gloriosa.

Traduzido para o outro lado, no entanto, esta palavra significa exatamente o oposto: é crentes que recebem a herança. Pedro fala de termos sido "nascer de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não se corrompe e imaculada e não irá desaparecer, reservada nos céus para [nós]" (1 Ped. 1: 3-4).

Ambas as traduções são, portanto, gramaticalmente e teologicamente legítimo. Em toda a Escritura crentes são chamados de pertença a Deus, e Ele é falado como pertencente a eles. O Novo Testamento fala de nosso ser em Cristo e do Seu ser em nós, de nosso ser no Espírito e de seu ser em nós. "Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele" (1Co 6:17). Paulo poderia, portanto, dizer: "Para mim, o viver é Cristo" (Fm 1:21).

O lado prático de que a verdade é que, porque estamos identificados com Cristo, nossa vida deve ser identificado com a Sua vida (conforme 1Jo 2:6 faz a segunda tradução mais adequada aqui: temos obtido uma herança . Nossa herança com Cristo é mais uma das bênçãos maravilhosas e magníficas com que o Pai nos abençoou no Filho. Como Paulo deixa claro no versículo 3, nossa herança inclui "toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo." Em Jesus Cristo, os crentes herdar cada promessa que Deus já fez. Pedro nos diz que de Deus "poder divino nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade" e "nos tem dado as suas promessas preciosas e magníficas" (2 Pe. 1: 3-4). Paulo diz com inclusão absoluto ", porque todos os que podem ser as promessas de Deus, nele eles são sim" (2Co 1:20).

Nosso cada necessidade concebível é atendida por graciosa provisão de Deus de acordo com Suas promessas divinas. Temos a promessa de paz, amor, graça, sabedoria, a vida eterna, alegria, vitória, força, orientação, poder, misericórdia, perdão, justiça, verdade, comunhão com Deus, discernimento espiritual, céu, riquezas eternas, glória-os e todos os outros coisa boa que vem de Deus. Paulo diz: "O mundo, a vida ou a morte seja o presente ou o futuro; todas as coisas pertencem a você, e você pertence a Cristo, e Cristo é de Deus" (1 Cor 3: 22-23.). Porque nós fomos feitos co-herdeiros com Cristo, temos a garantia de posse de tudo o que Ele possui. Nós somos "herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (conforme Rm 8:17).

Jesus Cristo é, portanto, a base da herança que temos obtido . Paulo primeiro mostra que a herança a partir da perspectiva divina e, em seguida, a partir do humano.

A perspectiva divina

tendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de que nós ... deve ser para o louvor da sua glória. (1:11, 12b)

Nossa discussão aqui vai seguir a ordem do texto grego do versículo 12, em que (como refletido na Rei Tiago 5ersion) deve ser para o louvor da sua glória antecede, "que foram os primeiros a ter esperança em Cristo" (que a frase será discutido abaixo em relação à perspectiva humana).

Perspectiva de Deus sobre nossa herança em Cristo está aqui mostrado na sua predestinação, o Seu poder e Sua preeminência.

Predestinação de Deus.

O comentário de William Hendriksen sobre esta passagem é útil e concisa:
Nem o destino nem mérito humano determina o nosso destino. A propósito: que benevolente sermos santos e irrepreensíveis (verso 4), filhos de Deus (versículo 5), destinado a glorificá-lo para sempre (verso 6, conforme versículos 12:14) —é fixo, sendo parte de um maior, plano abrangente universo. Deus não apenas fazer este plano que inclui absolutamente todas as coisas que sempre acontecem no céu, na terra e no inferno; passado, presente e até o futuro, pertencente a crentes e não crentes, aos anjos e demônios, a física, bem como energias e unidades de existência grandes e pequenos espirituais; ele tambémtotalmente realiza. Sua providência no tempo é tão abrangente quanto é o seu decreto de eternidade. ( New Testament Commentary: Exposição de Efésios [Grand Rapids: Baker, 1967], p.88)

O poder de Deus. que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade . Trabalho é de energeo , da qual nós temos essas palavras em inglês como energia , energético , e energizar . Criação e dinamização de Deus são um em Sua mente divina. Quando ele falou de cada parte do mundo à existência, começou imediatamente a funcionar, precisamente como havia planejado fazer. Ao contrário das coisas que fazemos, as criações de Deus não tem que ser redesenhado, um protótipo, testado, abastecido, carregada, e assim por diante. Eles não são apenas criado pronto para funcionar, eles são criados funcionamento.

Energizing é uma parte indispensável de seu plano criativo e trabalho. Porque em sua maravilhosa graça de Deus nos escolheu para sermos Seus filhos, os cidadãos do seu reino, e co-herdeiros de Seu Filho, Ele trará tudo isso passar. "Porque estou certo isto mesmo," Paulo declarou, "que aquele que começou a boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Fp 1:6) —a boa notícia de que Deus providenciou um caminho de salvação através da obra expiatória de Seu Filho, Jesus Cristo. Para "a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome" (Jo 1:12). Sistemas artificiais de religião, que dependem de ritual ou obras ou de ambos, não só não levam a Deus, mas podem se tornar grandes barreiras para encontrá-lo. A única maneira de chegar é através do Seu Filho. "Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação para a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será decepcionado '." (Rom. 10: 10-11). Tendo também acreditava não só sublinha o meio pelo qual a salvação é apropriados, mas também a uniformidade de tais meios pelo uso de também .

A fé é a resposta do homem a propósito eletivo de Deus. Escolha dos homens de Deus é a eleição; escolha de Deus dos homens é a fé. Na eleição Deus dá Suas promessas, e pela fé homens recebê-los.

O penhor da nossa herança

fostes selados nEle com o Espírito Santo da promessa, que é dada como penhor da nossa herança, (1: 13b-14a)

Os homens sempre queriam garantias. Porque as promessas de outros homens são tão pouco confiáveis, exigimos juramentos, depoimentos juramentados, fianças, avais, garantias, e muitos outros meios de tentar garantir que o que é prometido é recebido.

Simples palavra de Deus deve ser suficiente para nós, mas em Sua graça Ele faz Suas promessas ainda mais certo modo que, se possível, dando-nos Suas próprias garantias. Aqui o Senhor garante Suas promessas com o seu selo e com a Sua promessa. Esta é uma reminiscência de 13 58:6-18'>Hebreus 6:13-18, em que Deus dá a Sua promessa de bênção e em seguida, confirma-o com um juramento para fornecer o que o Espírito Santo chama de "incentivo forte" (v 18). Para todos que esperam em Cristo.

Selo de Deus

Porque nós não diretamente e imediatamente receber a plenitude de todas as promessas de Deus quando nos acreditar (uma vez que é "reservada nos céus para nós", 1 Pe 1: 3-4.), Que às vezes podem ser tentados a duvidar da nossa salvação e perguntar sobre as maiores bênçãos que são supostamente para acompanhá-la. Enquanto ainda estamos nesta vida a nossa redenção não está completa, porque ainda aguardam "a redenção do nosso corpo" (Rm 8:23). Porque nós ainda não receberam plena posse da nossa herança, podemos questionar a sua realidade ou, pelo menos, a sua grandeza.

Como uma forma de garantir suas promessas para aqueles que receberam Jesus Cristo, Deus selou [eles] nEle com o Espírito Santo da promessa . Cada crente é dado o muito Espírito Santo de Deus, o momento em que ele confia em Cristo. "Você não está na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós", declara Paulo (Rm 8:9).

Quando uma pessoa se torna um cristão, o Espírito Santo passa a residir em sua vida. A vida em Jesus Cristo é diferente, porque o Espírito de Deus está agora dentro. Ele está lá para nos fortalecer, equipar-nos para o ministério, e função através dos dons que Ele nos deu. O Espírito Santo é o nosso ajudante e advogado. Ele protege e nos encoraja. Ele também garante nossa herança em Jesus Cristo. "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rom. 8: 16-17). O Espírito de Deus é a nossa força de fixação, a nossa garantia.

A vedação de que fala Paulo aqui se refere a uma marca oficial de identificação que foi colocado em uma carta, contrato ou outro documento importante. O selo foi feito normalmente a partir de cera quente, que foi colocada sobre o documento e em seguida impressionada com um anel de sinete. O documento foi assim identificado oficialmente com e sob a autoridade da pessoa a quem o anel pertencia.
Essa é a idéia por trás do nosso ser selado nele [Cristo] com o Espírito Santo da promessa . O selo do Espírito de Deus no crente significa quatro coisas principais: segurança, autenticidade, propriedade e autoridade.

Segurança. Nos tempos antigos, o selo de um rei, príncipe ou nobre de segurança representados e inviolabilidade Quando Daniel foi lançado na cova dos leões, o rei Dario, juntamente com seus nobres, colocaram seus selos sobre a pedra colocada sobre a entrada da cova, "de modo que nada pode ser mudado em relação a Daniel" (Dn 6:17). Qualquer pessoa, mas o rei que quebrou ou perturbado aquele selo provavelmente teria perdido a sua vida. De forma semelhante ao túmulo onde Jesus foi enterrado foi selado. Temendo que os discípulos de Jesus pode roubar Seu corpo e afirmam falsamente Sua ressurreição, os líderes judeus obteve a permissão de Pilatos para colocar um selo sobre a pedra e para guardá-lo com soldados (Matt. 27: 62-66).

De uma forma infinitamente maior, o Espírito Santo assegura cada crente, marcando-o com o seu próprio selo inviolável.

Autenticidade. Quando o rei Acabe tentou sem sucesso obter Naboth para vender ou trocar a sua vinha, a rainha Jezebel se ofereceu para conseguir a vinha em sua direção. "Então escreveu cartas em nome de Acabe e selou com o seu selo" e enviou cartas a vários nobres que viviam na cidade de Nabote, exigindo que eles arranjar falsas acusações de blasfêmia e traição contra ele. Os nobres fizeram como estavam instruídos, e Nabote foi apedrejado até a morte por causa das falsas acusações. O rei então simplesmente confiscou a vinha tinha tão fortemente cobiçado (I Reis 21:6-16). Apesar das decepções contidas nas cartas enviadas Jezebel, as próprias letras eram autenticamente do rei, porque eles foram enviados com a sua aprovação e marcou com seu selo. O selo foi a sua assinatura.

Quando Deus nos dá o Seu Espírito Santo, é como se ele selos dos Estados Unidos com um selo que diz: "Esta pessoa pertence a mim e é um cidadão autêntico do meu reino divino e membro da minha família divina."

Ownership. Enquanto Jerusalém foi sitiada por Nabucodonosor e Jeremias estava preso pelo rei Zedequias para profetizar contra o rei e da nação, o Senhor deu instruções especiais a Seu profeta. Jeremias foi dito para comprar um terreno em Anatot para o qual ele tinha direito de resgate. O contrato foi acordado, bem como o pagamento estipulado foi feita no pátio da guarda do palácio antes que o número necessário de testemunhas. Na presença de testemunhas a escritura foi assinada e selada, estabelecendo Jeremias como o novo proprietário legal do imóvel (Jr 32:10).

Quando o Espírito Santo sela os crentes, Ele os marca como bens divinos de Deus, que a partir daquele momento inteiramente e eternamente pertencemos a Ele. O selo do Espírito declara a operação de salvação como divinamente oficial e final.

Autoridade. Mesmo depois de Haman tinha sido enforcado por seu enredo perverso para difamar e executar Mordecai, Rainha Esther estava angustiado sobre o decreto que Hamã convenceu o rei Assuero para fazer a permitida qualquer pessoa em seu reino para atacar e destruir os judeus. Porque o rei não poderia mesmo se revogar o decreto que foi marcado com o seu próprio selo, ele emitiu e selado outro decreto que permitido e até incentivado os judeus para armar e defender-se (Ester 8:8-12). Em ambos os casos, a autoridade absoluta dos decretos foi representada no selo do rei. Aqueles que possuíam o decreto selado do rei tinha autoridade delegada do rei estabelecido no decreto.

Quando os cristãos são selados com o Espírito Santo, eles são delegadas a proclamar, ensinar, ministro, e defender a Palavra de Deus e de Seu evangelho com autoridade própria do Senhor.

Promessa de Deus

que é dada como penhor da nossa herança, (1: 14a)

O Espírito Santo não só garante a nossa herança em Jesus Cristo com o Seu selo, mas também com a Sua promessa . Um arrabōn ( penhor ) originalmente se referia a um pré-pagamento ou dinheiro honestamente dada para garantir uma compra. Mais tarde, passou a representar qualquer tipo de promessa ou sério. A forma da palavra sequer chegou a ser usado para o anel de noivado.

Como crentes, temos o Espírito Santo como o divino penhor da nossa herança , primeira parcela de Sua garantia de Deus de que a plenitude das bênçãos espirituais prometidas "nos lugares celestiais em Cristo" (v. 3), um dia, ser completamente cumprida. Eles são assegurados e garantidos com uma certeza absoluta de que somente Deus poderia proporcionar. O Espírito Santo é irrevogável da igreja penhor , seu anel de noivado divino, por assim dizer, que, como a noiva de Cristo, ela nunca será esquecido ou abandonado (conforme 2Co 1:22; 2Co 5:5). Quando nós glorificamos a nós mesmos que roubam a Deus daquilo que é inteiramente dele. Ele nos salvou para servi-Lo e louvá -Lo. Somos salvos para ser restaurado para o propósito divino da criação destina-de suportar a imagem de Deus e dar-Lhe glória maior.

Isso é totalmente realizado em glorificação do crente, quando recebemos glória e redenção e são feitas a posse perfeita vontade de Deus.

5. Nossos Recursos em Cristo (Efésios 1:15-23)

Por esta razão, também eu, tendo ouvido falar da fé no Senhor Jesus que existe entre você e seu amor por todos os santos, não cesso de dar graças por vós, ao fazer menção de vós nas minhas orações; que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. Eu oro para que os olhos do vosso coração seja iluminado, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, e qual é a suprema grandeza do seu poder para com que acreditam. Estes são, de acordo com a operação da força do seu poder, que Ele trouxe em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo governo e autoridade, poder e domínio e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E Ele colocou todas as coisas debaixo dos seus pés, e lhe deu o cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o Seu corpo, a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos. (1: 15-23)

Nos versículos 3:14 Paulo tem estabelecido as bênçãos incríveis e ilimitadas crentes têm em Jesus Cristo, bênçãos que atingem a nossa herança pessoal de tudo o que pertence a Ele. No restante do capítulo (vv. 15-23) Paulo ora para que os crentes a quem escreve virá a compreender e apreciar essas bênçãos. Nesta oração ele se concentra na compreensão de seus recursos em seu Senhor e Salvador, Jesus Cristo dos crentes. Nos versículos 15:16 elogia-los, e nos versículos 17:23 ele faz petições a Deus por eles.

Elogios para Crentes

Por esta razão, também eu, tendo ouvido falar da fé no Senhor Jesus que existe entre você e seu amor por todos os santos, não cesso de dar graças por vós, ao fazer menção de vós nas minhas orações; (1: 15-16)

À luz da sua herança maravilhosa em Jesus Cristo ( Por esse motivo ), Paulo agora intercede pelos possuidores de que o tesouro. Como mencionado na 1ntrodução, estes inicialmente incluídos não só os crentes em Éfeso, mas, provavelmente, aqueles em todas as igrejas da Ásia Menor. Fazia cerca de quatro anos desde que Paulo ministrou lá, e agora ele estava na prisão. Mas a partir de cartas, bem como através de relatórios pessoais de amigos que o visitaram na prisão, ele havia recebido informações considerável de e sobre as igrejas. Ele ouviu duas coisas que indicavam a genuinidade da sua salvação, e por essas duas marcas cardeais de um Verdadeiro-fé cristã em Cristo e amor por outros cristãos, ele carinhosamente elogia-los. Estas duas dimensões da vida espiritual são inseparáveis ​​(conforme 1 Jo 2:9-11).

Elogios para a Sua Fé

a fé no Senhor Jesus que existe entre vocês, (1: 15b)

A ênfase aqui é na crença verdadeira poupança, com o senhorio de Jesus como o objeto dessa crença. Alguns cristãos, talvez com a intenção de proteger o evangelho de qualquer mácula de obras justiça, subestimar o senhorio de Cristo, quase a ponto de negar isso. Outros gostariam de aceitar o termo Senhor apenas como uma referência à divindade, não soberania. Mas essa separação é artificial, porque divindade implica soberania. Aquele que por si só é Deus governa sozinho. No entanto, aqueles que ensinam que uma pessoa deve crer em Cristo como Senhor soberano, a fim de ser salvo são por vezes descrito pejorativamente como "salvacionistas senhoria". O Novo Testamento, no entanto, não separa a Jesus como Salvador de Jesus como Senhor. Ele é ao mesmo tempo, ou Ele não é nem. Paulo diz: "Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Rm 10:9). Jesus torna-se Salvador, quando Ele é aceito como Senhor. "Para este fim", explica Paulo em Romanos: "Cristo morreu e tornou a viver, para que pudesse ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (14: 9). Os crentes dizem-na verdade, somente os crentes podem dizer— "Jesus é o Senhor", porque eles possuem o Espírito Santo (1Co 12:3; 9:. Mt 9:9; 10: 37-39; Lucas 9:57-62), a desistir de tudo o que somos e temos (13 conforme Matt:. 44-46; 18: 3-4; 19: 16-26), e de deixar tudo e segui-Lo (Mt 19:27).. Uma vez que eles vêm a Ele, alguns cristãos perdem seu primeiro amor por Jesus Cristo como Salvador e resistir a obedecê-Lo como Senhor. Mas sua falta de amor torna-Lo não menos Salvador, e sua resistência torna-Lo não menos Senhor. Cristo não é aceito em partes, primeiro como Salvador e mais tarde como Senhor. Jesus o Salvador é Jesus, o Senhor, e Jesus é o Senhor Jesus, o Salvador. Ele não existe em partes ou se relacionam com os crentes em partes. Consciência, apreciação e obediência a Ele como Salvador e Senhor mudança. Quando somos fiéis a Ele as coisas aumento, e quando somos infiéis diminuir. Mas o fato de o senhorio de Jesus começa o mesmo momento em que Ele se torna Salvador, e nem o Seu senhorio nem Seus mudanças obra redentora para os crentes de que o tempo por toda a eternidade. Todos os mandamentos de Cristo, que estão a ser ensinada a todos os crentes (Mat. 28: 19-20), assumir seu direito soberano de dar ordens e ser obedecido. É precisamente por isso que Paulo chama de salvação "obediência da fé" (Rm 1:5). Importante como é, a teologia de som não é nenhum substituto para o amor. Sem amor a melhor doutrina é como "um gongo ruidoso ou como o címbalo que retine" (1Co 13:1). Sempre no verdadeiro amor espiritual do Novo Testamento é definida como uma atitude de sacrifício altruísta que resulta em atos generosos feito para os outros. É muito mais do que um sentimento, uma atração ou emoção. Quando o Senhor tinha lavado os pés dos discípulos orgulhosos e egoístas, Ele lhes disse que o que Ele havia feito por eles foi o exemplo de como eles estavam a amar uns aos outros (Jo 13:34).João enfatiza a mesma verdade: "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos Mas quem tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão em necessidade e lhe fecha o. coração contra ele, como é que o amor de Deus permanecer nele Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade "(I João 3:16-18)?.

Esse é o tipo de amor que os cristãos de Éfeso, em seguida, teve por todos os santos . Infelizmente, porém, o seu amor não durou. Mantiveram a fé pura e perseverou nela. No entanto, em sua carta às sete igrejas da Ásia Menor, o Senhor diz da igreja em Éfeso, "tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor" (Apocalipse 2:2-4). Eles haviam perdido o grande amor por Cristo e seus irmãos na fé para que apenas algumas décadas antes Paulo tinha tão calorosamente elogiados-los.

Fé e amor devem ser mantidos em equilíbrio. Muitos monges, eremitas, e inúmeros outros ao longo da história da igreja têm se esforçado para manter a sua fé pura, mas não chegaram aos outros em amor, como o Senhor ordena cada crente a fazer. Eles muitas vezes se tornam caçadores de heresia, ansiosos para derrubar o que está errado, mas fazendo pouco para construir o que é bom, cheio de críticas, mas deficiente no amor.

É lamentável que alguns cristãos têm uma espécie de fé sem amor. Porque é sem amor não há razão para duvidar que tal fé é mesmo verdadeira. A verdadeira fé não pode existir sem o amor verdadeiro. Não podemos amar o Senhor Jesus sem amar aqueles a quem ama. "Aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama o Pai ama o filho nascido de Deus" (1Jo 5:1; 1Pe 1:3).

A igreja de Colossos, aparentemente, tinha sido perturbado por esse tipo de filosofia, pensando que estavam faltando algo de Deus que tinha de ser fornecido por algum ato, ritual, ou de outro requisito, além de salvação. Para alguns dos membros a idéia se transformou em heresia real, o que foi ensinado e promulgada no lugar de ensino apostólico.

Eles estavam sendo ensinados que uma pessoa precisa de Cristo além de filosofia humana, a mesma abordagem para o evangelho visto no liberalismo moderno, neoorthodoxy, existencialismo e outros sistemas teológico-filosófica que aparecem sob o disfarce do cristianismo. De tal heresia Paulo diz: "Vede que ninguém vos faça presa por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Cl 2:8) .

Ainda hoje muitos cristãos gastam uma grande quantidade de tempo e esforço em vão à procura de bênçãos já disponível para eles. Eles oram para a luz de Deus, embora Ele já forneceu luz em abundância através da Sua Palavra. Sua necessidade é a de seguir a luz que já possuem. Eles oram para a força, embora a Sua Palavra diz que eles podem fazer todas as coisas através de Cristo que os fortalece (Fm 1:4, onde o termo claramente se refere a órgãos físicos, com Cl 3:12;. Fm 1:7, Fm 1:20 e 1Jo 3:17, onde se refere a afetos e sentimentos).

Uma das causas da imaturidade na igreja de Corinto era a dependência de sentimentos acima conhecimento. Muitos crentes estavam mais interessados ​​em fazer o que parecia certo do que em fazer o que Deus declarou ser o certo. Paulo, portanto, lhes disse: "A nossa boca tem falado livremente para você, O Corinthians, o nosso coração [ kardia ] está bem abertos. Você não está retido por nós, mas você está contido em seus próprios afetos [ splanchnon ] Agora, em um intercambiável como falo como a crianças-abertos ampla para nós também "(2 Cor. 6: 11-13). O apóstolo disse que, na verdade, "Eu não posso levar a verdade de Deus de minha mente e dar-lhe a sua mente, pois suas emoções ficam no caminho." Em vez de suas emoções sendo controlado pela verdade de Deus, suas emoções distorcidas sua compreensão da Sua verdade.

Portanto, Paulo ora para as mentes dos efésios a ser iluminado . As emoções têm um lugar importante na vida cristã, mas eles são confiáveis ​​apenas como eles são guiados e controlados por verdade que de Deus chegamos a conhecer e compreender através de nossas mentes. É por isso que estamos a "deixar a palavra de Cristo ricamente habitar dentro de [nós]" (Cl 3:16). Quando o Espírito Santo trabalha na mente do crente, Ele enriquece-lo a compreender a verdade divina que é forte e profundo, e, em seguida, refere que a verdade a esses aspectos da vida que envolvem as nossas emoções, inclusive a vida.

Enquanto Jesus conversou com os dois discípulos no caminho de Emaús, seus corações (ou seja, suas mentes) queimado dentro deles; mas não foi até que "seus olhos se abriram [que] eles reconheceram" (Lucas 24:31-32). Antes do Espírito iluminar-lhes que tinham a informação, mas não a compreensão; o que sabiam ser verdade, mas eles não podiam no poder de suas próprias mentes compreender o significado e importância.

A primeira coisa para a qual Paulo ora é que os crentes ser esclarecido sobre a grandeza do plano de Deus. Na mais abrangente de termos, o apóstolo pede que lhes seja dada a compreensão de a esperança da sua vocação e as riquezas da glória da sua herança nos santos . Ele ora por Deus para iluminá-los sobre as verdades magníficas da eleição, predestinação, a adoção, a redenção, o perdão, sabedoria e discernimento, herança e de vedação e penhor do Espírito Santo sobre o qual ele acaba de ser instruindo-os (vv. 3-14 ).

Essas verdades resumir plano mestre de Deus para a redenção da humanidade, Seu plano eterno para trazer os homens de volta a Ele através do Seu próprio Filho, tornando-os Seus filhos. Agora que eles pertenciam a Cristo pela fé (v. 13), o desejo supremo de Paulo era para os crentes de Éfeso para realizar plenamente o que a sua nova identidade significava. "Você não eram reflexão tardia de Deus", diz ele."Deus não só escolheu para salvá-lo, mas Ele escolheu para te salvar eras antes de existirem, eras antes que você teria oportunidade por Sua graça para escolhê-lo. Isso é quem você é!"
Até entendermos quem somos verdadeiramente em Jesus Cristo, é impossível viver uma vida obediente e gratificante. Somente quando sabemos quem realmente somos podemos viver como quem somos. Só quando chegamos a compreender como nossas vidas estão ancoradas na eternidade é que podemos ter a perspectiva correta e motivação para viver no tempo. Só quando chegamos a compreender a nossa cidadania celestial podemos viver vidas obedientes e produtivas como cidadãos piedosos na terra.

É grande plano de Deus que cada crente um dia "serem conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8:29). Essa é a esperança da sua vocação -o destino eterno e glória do crente cumpra no reino vindouro. A plenitude do que a esperança será experimentado quando recebemos as supremas riquezas da glória da sua herança nos santos . É verdade também magnífico para palavras para descrever, e é por isso mesmo própria revelação de Deus requer a iluminação do seu Espírito, para que os crentes até mesmo para começar a entender a magnitude maravilhosa das bênçãos da salvação que existem na esfera dos santos.

Nossa condição de filhos gloriosos de Deus e co-herdeiros com Jesus Cristo de tudo o que Deus possui é a consumação e no final de salvação prometida desde a eternidade passada e realizada em esperança até que o futuro manifestação de Cristo. Não há nada mais para buscar, nada mais a ser dado ou recebido. Temos tudo agora e vamos tê-lo por toda a eternidade.

Compreender a grandeza do poder de Deus

e qual é a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos. Estes são, de acordo com a operação da força do seu poder, que Ele trouxe em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, (1: 19-20)

Segundo pedido de Paulo é para o Senhor para dar aos crentes de Éfeso compreensão de sua grande potência que vai trazê-los para a sua herança na glória. No verso 19, Paulo usa quatro sinónimos gregas diferentes para enfatizar a grandeza desse poder.

Primeiro é dunamis ( poder ), da qual nós temos dinamite e dínamo. Este poder é só para os cristãos, para aqueles que acreditam . Não só isso, mas é todo o poder que nunca são oferecidos ou jamais poderia ter. Não poderia haver mais, e é insensato e presunçoso para pedir mais. A suprema grandeza de Deus o poder é dado a todos os crentes, não apenas para aqueles que acreditam e, em seguida, ter uma experiência mística, segunda bênção, ou algum outro suposto adicional obra da graça. Quando somos salvos, recebemos todos a graça de Deus e todo o Seu poder, e que nos assegura a realização da nossa esperança eterna.

Em segundo lugar está energeia ( trabalhando ), a força energizante do Espírito que capacita os crentes a viver para o Senhor. O terceiro é kratos ( força ), que também pode ser traduzida como "domínio" (1Tm 6:16) ou "poder" (He 2:14). Quarta é ischus ( pode ), que carrega a idéia de poder dotado ou habilidade. Em todos esses aspectos, o Espírito Santo capacita os filhos de Deus.

Paulo não orou para que a energia seja dada aos crentes. Como eles poderiam ter mais do que o que eles tinham? Ele orou primeiro lugar, que lhes seja dada uma consciência divina do poder que possuíam em Cristo. Mais tarde, na carta (caps. 4-6) ele advertiu-os a empregar esse poder em uma vida fiel a seu Senhor.

Nós não precisamos orar para poder evangelizar, para testemunhar o evangelho a outras pessoas. Os crentes já têm esse poder. O evangelho em si "é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). Escrevendo aos Tessalonicenses, Paulo lembrou-lhes: "O nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção" (1Ts 1:5). Paulo cumpriu seu trabalho para o Senhor através da força do Senhor fornecido ", combatendo segundo a sua energia, o que poderosamente trabalha dentro de mim" (Cl 1:29). Pouco antes de Sua ascensão Jesus assegurou aos discípulos: "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós" (At 1:8). Para pedir a Deus por mais poder é uma afronta ao seu amor misericordioso que já nos deu tudo.

O sobrenatural poder ... trabalhando ... força e poder com que Deus supre cada crente e com o qual Ele glorificará cada crente é aquele que Ele trouxe em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita mão nos lugares celestiais . Mais tarde, na carta, Paulo lida com a questão de usar o poder de Deus em Seu serviço (3:20), mas a sua oração aqui é que nós compreender o poder da Sua guarda, Ele nos proteger e cumprir a Sua maravilhosa esperança que é nosso em Cristo . A ressurreição e ascensão de poder a energia divina que levantou Cristo da sepultura para a terra e da terra para o céu, é o poder que nos levantar para a glória.

Às vezes, todos nós somos tentados a duvidar, a me perguntar se Deus pode fazer uma determinada coisa para nós ou através de nós ou, finalmente, trazer-nos à Sua presença. Mas quando olhamos para o que Ele trouxe em Cristo , em que Ele fielmente realizado em nome de Seu Filho e em Sua garantia de que Ele vai tão fielmente realizar a sua obra em nosso favor (através a suprema grandeza do seu poder para nós ) —O terreno que temos para duvidar? À luz de tal garantia, como um cristão pode se sentir inseguro, abandonado, ou impotente? O mesmo poder ilimitado divina que o ressuscitou dentre os mortos nos ressuscitará dos mortos, e o mesmo poder que Ele sentado à sua direita nos lugares celestiais nos sentar ali com Ele. No entretanto, que o poder da ressurreição é a nossa disposição para viver a Sua glória (Ef 1:19-20; Ef 3:20.). É tão certo que este poder nos levará à glória que Paulo falou como se ele já tiver ocorrido, uma vez que já ocorreu no plano eterno de Deus (2: 6).

Compreender a grandeza da pessoa de Deus

muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E Ele colocou todas as coisas debaixo dos seus pés, e lhe deu o cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o Seu corpo, a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos. (1: 21-23)

Mover-se de força de Cristo à Sua majestade, terceiro pedido de Paulo é para que o Senhor dá aos crentes a compreensão da grandeza da Sua Pessoa, que protege e fortalece-los.

Uma vez, quando Timoteo foi intimidado por críticas de outros cristãos, ele compreensivelmente ficou desanimado. Paulo escreveu-lhe: "Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho, pelo qual sofro mesmo à prisão como um criminoso, mas a palavra de Deus não está presa Por esta razão eu aguentar. todas as coisas para o bem daqueles que são escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus e com ele a glória eterna "(2 Tim. 2: 8-10). "Lembre-se da grandeza da pessoa que vive dentro de você", diz Paulo. "Ele foi ressuscitado dentre os mortos e sentado à direita de Deus. Ele nasceu da descendência de Davi, como um homem como nós. Ele identifica conosco, nos entende, e se solidariza com a gente."

Todo cristão deve continuamente ter esse foco. Quando olhamos para Ele, os nossos problemas físicos, problemas psicológicos e até problemas espirituais não vai tear de modo muito importante antes de nós. Nós não só será mais capaz de ver os nossos problemas como elas realmente são, mas será, então, e só então, ter a motivação certa e poder para trabalhar com eles. É triste que lemos e ouvimos muito sobre as coisas periféricas da vida cristã e tão pouco sobre a pessoa que é a fonte de vida cristã. Quanto mais feliz e produtiva somos quando a nossa principal atenção está em sua pureza, grandeza, santidade, poder e majestade. Paulo chama os coríntios a olhar intensamente em Sua glória com a visão clara fornecida na Nova Aliança, e, assim, ser feito semelhante a Ele pelo Espírito Santo (1Co 3:18).

Que grande bênção que podemos ter quando tomamos tempo para definir nossas próprias preocupações e necessidades de lado e simplesmente se concentrar em o Senhor da glória, permitindo que o Espírito Santo para fazer em nós o que Paulo lhe pediu para fazer nos EUA Efésios-dar uma compreensão profunda de a verdade de que o nosso Senhor está acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro . A regra termos ( Arche , o que significa líder ou primeiro), autoridade ( exousia ), poder ( dunamis ) e domínio ( kuriotés, senhorio) foram termos judaicos tradicionais para designar seres angélicos de grande categoria e poder. O ponto aqui é que o poder de Cristo aplicada em favor do crente não pode ser derrubado ou negada ou derrotado, porque ultrapassa de longe as hostes de Satanás que projetam para derrotá-lo.

Note-se que a questão da guerra cósmica entre Deus e suas hostes Angelicalais e Satanás e seus demônios é uma questão de grande importância nas Escrituras. Redenção é uma demonstração do poder de Deus diante dos anjos (03:10). Nosso conflito é com estes anjos caídos, que se esforçam para deter nossos esforços para Deus (6:12; conforme 1 Pd 3: 18-22, o que mostra o triunfo de Cristo sobre aqueles anjos caídos, realizado em sua morte.). Satanás e seus anfitriões têm se esforçado para frustrar o plano de Deus desde o início e são o inimigo constante da obra do reino, mas eles estão destinados a ser derrubado e eternamente banido (Ap 20:10-15).

Nosso Senhor não só está em cima, mas muito acima , de tudo e de todos. Ele está acima de Satanás e, acima de sistema mundial de Satanás. Ele está acima dos santos anjos e os anjos caídos, acima de pessoas salvas e pessoas que não foram salvos, para o tempo e para a eternidade. Ele está acima de todos os nomes, títulos, graus, níveis, poderes e jurisdições no universo. Deus pôs todas as coisas debaixo dos pés (a citação do Sl 8:1; conforme Heb 2: 8.). Não há limite de tempo, como Paulo disse Cristo será supremo não só neste século, mas também no que há de vir , isto é, no reino eterno do Senhor Jesus Cristo (conforme 2: 7).

O mais importante, na medida em que os crentes estão em causa, Deus lhe deu como cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o Seu corpo, a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos .Cristo não só é a cabeça da igreja, mas a sua plenitude . Uma vez que Ele tem uma relação única e íntima com os remidos a quem ama, todo o Seu poder será usado em seu nome, para cumprir o Seu propósito amoroso para eles. Ele é completamente sobre nós e completamente em nós, nosso Senhor supremo e poder supremo. A igreja é a plenitude ou complemento ( Pleroma ) de Cristo. Como cabeça deve ter um corpo para manifestar a glória do que a cabeça, assim o Senhor deve ter a igreja para manifestar a Sua glória (3:10). Jesus Cristo é o único para quem a palavra incomparável aplica verdadeiramente; Ainda em uma emocionante e garantir maravilha, Ele nos escolheu para exibir sua majestade incomparável. Estamos garantidos para vir para a glória, a fim de que possamos sempre manifestar seu louvor.

O Cristo é incomparável incompleto até a igreja, que é o seu corpo , está completo. Jesus Cristo preenche tudo em todos , dando Sua plenitude aos crentes. Mas em sabedoria e graça de Deus, os crentes, como a igreja , são também a plenitude daquele . João Calvin disse: "Esta é a maior honra da igreja que até Ele está unido a nós, o Filho de Deus atribui a Si mesmo em alguma medida incompleta. O consolo é para nós a aprender que não até que estamos em Sua presença é que ele possuir todas as Suas partes, nem Ele deseja ser considerado completo. "

O ponto desta grande Pedido é para que possamos compreender o quão seguro estamos em Cristo e como inabalável e imutável é a nossa esperança da herança eterna. O poder da glorificação é invencível e é atualmente operativa para nos trazer a glória.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23

Efésios 1

Saudações ao povo de Deus — Ef 1:1-2 Os escolhidos de Deus — Ef 1:3-4

O plano de Deus — Ef 1:5-6 Os dons de Deus — Ef 1:7-8

A meta da história — Ef 1:9-10

Judeus e gentios — Ef 1:11-14

As marcas da igreja — Ef 1:15-23

A oração de Paulo pela igreja — Ef 1:15-23 (cont.) O corpo de Cristo — Ef 1:15-23 (cont.)

SAUDAÇÕES AO POVO DE DEUS

Efésios 1:1-2

Paulo começa sua Carta mencionando os únicos dois títulos de fama que possui.

  1. Era um apóstolo de Cristo. Nesta afirmação tinha em mente três coisas.

  1. Significava que pertencia a Cristo. Sua vida não era sua própria para dispor dela a seu gosto: era possessão de Jesus Cristo e devia vivê— la de acordo com o que Cristo exigia.
    1. Significava que tinha sido comissionado e enviado por Jesus Cristo. A palavra apostolos vem do verbo apostellein que significa

despachar ou enviar. Podia usar-se, por exemplo, para um esquadro naval enviado a uma expedição ou para um embaixador enviado por seu país nativo. Descreve ao que é enviado para desempenhar uma tarefa

especial. O cristão se considera a si mesmo, durante toda sua vida, como membro de uma força de trabalho de Cristo. Tem uma missão: a de servir a Cristo no mundo.

  1. Finalmente dá a entender que todo o poder que possuía era um poder delegado. O sinédrio era a corte suprema dos judeus. Em matéria de religião mantinha sua autoridade sobre cada judeu em todo mundo.

Quando o sinédrio tinha chegado a uma decisão entregava-a a um apostolos para que por sua vez este a transmitisse às pessoas interessadas e verificasse seu cumprimento. Quando esse apostolos partia não o fazia

simplesmente por autoridade e poder próprios: estava respaldado e acreditado pela autoridade do sinédrio a quem representava. O cristão é representante de Cristo no mundo. Mas não leva a cabo esta tarefa por

virtude e poder próprios; com ele estão a virtude e o poder de Jesus Cristo.

  1. Paulo continua dizendo que era apóstolo por vontade de Deus. Ao dizer isto não há nenhum acento de vanglória, mas sim de pura

admiração. Paulo vivia no final de seus dias o assombro de que Deus tivesse eleito um homem como ele para esta tarefa.

O cristão nunca deve inflar-se de vanglória pela tarefa que Deus o

encomenda; antes, tem que sentir-se maravilhado porque Deus o tenha considerado digno de desempenhá-la.

Assim, pois, Paulo continua dirigindo sua Carta aos que vivem em

Éfeso e são fiéis a Jesus Cristo. O cristão vive sempre uma dupla vida. Os amigos de Paulo viviam em Éfeso e em Cristo. Todo cristão tem um

domicílio humano e outro divino. Vive em certo lugar do mundo, mas ao mesmo tempo vive em Cristo. E este é precisamente o segredo da vida cristã. Alister MacLean fala de uma dama que viveu nos Países "highlands" de Escócia uma vida dura, mas de contínua tranqüilidade. Ao ser interrogado pelo desta vida respondeu: "Meu segredo está em navegar pelos mares e manter sempre o coração no porto." O segredo da serenidade do cristão está em que, onde quer que ele esteja, está também em Cristo.

Paulo começa com a saudação com que sempre começa. Diz: "Graça e paz a vós." Aqui há duas palavras de enorme significado na fé cristã. A palavra graça contém sempre duas idéias principais. A graça é sempre algo amável. O termo grego caris pode traduzir-se por encanto. Na vida cristã deve haver certa bondade e certo encanto. Um cristianismo que não tem atrativos não é verdadeiro cristianismo. Graça descreve sempre um dom e um dom que o homem não pode obter por si mesmo, e que nunca ganhou nem mereceu em forma alguma. O tratamento que Deus nos dá, e seus dons, são coisas que recebemos por pura generosidade do coração de Deus. Cada vez que mencionamos a palavra graça pensamos no puro encanto da vida cristã e na pura e imerecida generosidade do coração de Deus. Devemos tomar cuidado ao relacionar à vida cristã a palavra paz. Em grego o termo é eirene, mas traduz o hebreu shalom. Na Bíblia a palavra paz nunca é puramente negativa: nunca descreve simplesmente a ausência de tribulações, dificuldades e aflições. Shalom significa tudo o que se relaciona com o bem supremo do homem; todo aquilo que contribui a fazê-lo homem no mais alto sentido da palavra; tudo o que faz com que a vida seja verdadeiramente digna de ser vivida. A paz cristã é algo absolutamente independente das circunstâncias externas.

A pessoa pode viver no meio do luxo e as comodidades no melhor da Terra; pode possuir a melhor das casas e a maior conta bancária e

entretanto carecer de paz; por outro lado, a pessoa pode desfalecer na prisão, morrer no pelourinho ou viver uma vida carente de toda

comodidade e, entretanto, desfrutar de uma paz perfeita. Qual a explicação para isto? A explicação é que há uma só fonte de paz em todo mundo: o cumprimento da vontade de Deus. Sabemos perfeitamente que quando fazemos algo que sabemos que não deveríamos fazer ou quando omitimos algo que sabemos que teríamos que fazer, fica sempre em nossa

consciência um fundo de intranqüilidade e inquietação persistentes, e também sabemos muito bem que se estamos fazendo algo muito difícil, ainda que estejamos fazendo algo que não é de nosso agrado se soubermos que é o que corresponde fazer, há em nossos corações certo contentamento. "Em sua vontade está nossa paz." A única paz na Terra está na vontade de Deus.

OS ESCOLHIDOS DE DEUS

Efésios 1:3-4

Em grego a longa passagem que vai do versículo 3 ao 14 é uma só oração. É tão longa e tão complicada porque representa nem tanto o enunciado de um raciocínio como um lírico canto de louvor. A mente de

Paulo avança, não porque esteja pensando logicamente, mas sim porque os dons e as maravilhas de Deus desfilam perante seus olhos e penetram em sua mente. Para entender o pensamento de Paulo devemos esmiuçar

sua frase em sentenças curtas.

Nesta passagem Paulo pensa nos cristãos como o povo escolhido de Deus, e sua mente se encaminha em três direções.

  1. Pensa no ato da eleição de Deus. Jamais creu, ele próprio, ter escolhido o serviço e a obra de Deus; sempre pensou que Deus o tinha escolhido. Jesus havia dito a seus discípulos: “Não fostes vós que me

escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós” (Jo 15:16). Para Paulo todo vem de Deus Aqui está precisamente o maravilhoso. Não seria nada extraordinário que o homem escolhesse a Deus; o maravilhoso é que Deus tenha escolhido ao homem.

  1. Paulo pensa na generosidade da eleição divina. Deus nos escolheu para nos abençoar com bênçãos que só se encontram nos céus. Há certas coisas que o homem pode encontrar ou descobrir por si mesmo; mas há outras que superam suas possibilidades. O homem pode chegar por si mesmo a certa habilidade num oficio ou numa ciência; pode obter certa posição no mundo; pode amassar uma determinada quantidade de bens deste mundo. Mas jamais poderá por si mesmo obter a bondade ou a paz espiritual. Deus nos escolhe para nos dar aquelas coisas que só Ele pode dar.
  2. Paulo pensa no propósito da eleição de Deus. Deus nos escolhe para que sejamos santos e sem mancha. Estas duas afirmações são de

importância. O termo grego por santo é hagios que contém sempre a idéia de diferença e separação. Algo que é hagios é diferente das coisas ordinárias. Um templo é santo porque é diferente dos outros edifícios:

um sacerdote é santo porque é diferente do homem comum; uma vítima é santa porque é diferente de outros animais; Deus é santo por excelência porque é diferente do homem; o dia de repouso é santo porque é

diferente de outros dias. Assim, pois, Deus escolhe o cristão para que seja diferente de outros homens. Isto é o fato e o desafio que a Igreja enfrentou com tanta lentidão. Na Igreja primitiva o cristão jamais

duvidava de que devia ser diferente do mundo; de fato, sabia que tinha que ser tão diferente que existia a probabilidade de que o mundo o matasse e com toda segurança o aborreceria. Mas a Igreja moderna tende a diminuir a diferença entre Igreja e mundo. Com muita freqüência

temos dito às pessoas: "Enquanto vivam uma vida decente e respeitável, está perfeitamente certo que sejam membros da Igreja e sejam chamados cristãos. Não precisam ser tão diferentes de outros." A verdade é que o

cristão deveria poder ser identificado no mundo. Deve-se lembrar sempre que a diferença em que Cristo insiste não é a que tira o homem fora do mundo, mas sim o homem seja diferente dentro do mundo.

Teria que ser possível a identificação do cristão na escola, no trabalho, na fábrica, no emprego, no hospital e em qualquer parte. E a

diferença está em que o cristão vive, obra e se comporta não de acordo com o imperativo de alguma lei humana, mas sim de acordo com o imperativo da lei de Cristo. O professor cristão não deve satisfazer as prescrições da autoridade educativa ou de um diretor, mas sim deve satisfazer as exigências de Cristo, e isto significará quase certamente, uma atitude completamente diferente para seus alunos. Um operário cristão não deve satisfazer as prescrições do sindicato, mas sim as de Jesus Cristo que o farão certamente um operário de um tipo muito diferente, tanto que bem pode terminar sendo expulso do sindicato. O médico cristão jamais olhará o doente como a um caso mais, mas sim sempre como uma pessoa. O empregador cristão se interessará por muito mais que o mero pagamento do salário mínimo ou a simples criação das condições mínimas de trabalho. A simples verdade é que se suficientes cristãos se tornassem hagios — diferentes, responsáveis só perante Cristo

  1. revolucionariam a sociedade. E esta é, em realidade, em verdade a missão cristã.

A expressão sem mancha corresponde ao grego amomos. O termo é

de interesse porque pertence ao vocabulário sacrificial. Segundo a Lei judia, antes que um animal pudesse ser devotado em sacrifício devia ser examinado e inspecionado; se fosse encontrado algum defeito devia ser rechaçado como inadequado para a oferenda a Deus. Só o melhor era apto para ser devotado a Deus. Esta palavra amomos concebe toda a vida e todo o homem como uma oferenda a Deus. Cada parte de nossa vida, nosso trabalho, nossos prazeres, nossos esportes, nossa vida familiar, nossas relações pessoais deve ser parte de nossa oferenda a Deus. Esta palavra não significa que o cristão deva ser respeitável; significa que deve ser perfeito. O cristão amomos é aquele que desterra toda complacência própria e toda satisfação com menos que o melhor; é um desafio para que o homem faça tão perfeita sua vida inteira que possa oferecê-la a Deus. É o fim da atitude que diz: "Sei que incorro em faltas, mas não posso mudar"; é o fim da atitude que sabe que não fazemos nosso trabalho tão bem como se poderia fazer, mas veio a conformar-se

com menos que o melhor. Significa simplesmente que a norma cristã não é menos que a perfeição, e que para o cristão nada valem os juízos de acordo com um critério humano: só pensa em dar satisfação ao escrutínio de Deus.

O PLANO DE DEUS

Efésios 1:5-6

Nesta passagem Paulo nos fala do plano de Deus. Uma das imagens que o apóstolo usa mais de uma vez sobre o que Deus tem feito pelo homem, é a da adoção (conforme Rm 8:23; Gl 4:5). Deus nos adotou

em sua família como filhos.

No mundo antigo, onde prevalecia o direito romano, a imagem tinha um significado maior que entre nós. No mundo romano a família se baseava no que se chamava a pátrio poder: o poder do pai. Sob a lei

romana o pai possuía um poder absoluto sobre seus filhos enquanto vivessem. O pai romano podia vender seu filho como escravo; até podia matá-lo. De acordo com a antiga lei romana, que ainda estava em

vigência no tempo de Paulo, o pai tinha direito de vida e de morte sobre seus filhos. Dion Cassius nos fala do que era a lei romana: "A lei romana dá ao pai uma autoridade absoluta sobre seu filho durante toda a vida do

mesmo. Dá-lhe autoridade de reduzi-lo a prisão, se assim o desejar, de castigá-lo, de fazê-la trabalhar em sua fazenda como um escravo algemado, e até de matá-lo. Este direito se mantém mesmo quando o

filho chegue a uma idade em que desempenhe parte ativa nos assuntos políticos ou chegue a ser considerado digno de ocupar o cargo de magistrado ou seja honrado por todos. É verdade que quando um pai

julgava a seu filho supunha-se que consultaria os membros masculinos da família, mas isto não era necessário.

Há exemplos concretos de casos em que o pai condenava seu filho à morte. Salustio (A conspiração da Catilina,
39) narra como um filho

chamado Aulio Fulvio se uniu à rebelde Catilina. Foi detido na viagem e

levada de volta. E seu pai ordenou que fosse executado. Ele o fez por sua própria autoridade privada, e a razão que deu foi que: "Ele o havia engendrado, não para a Catilina contra seu país, senão para seu país contra Catilina." Sob o direito romano um filho não podia possuir nada; qualquer herança ou qualquer obséquio que lhe dessem passava a ser propriedade do pai. Não importava a idade do filho ou as honras e responsabilidades que tivesse obtido: estava absolutamente sob o poder do pai. É óbvio que em tais circunstâncias a adoção era um passo extremamente importante. Era tremendamente sério tirar o menino do pátrio poder para colocá-lo sob outro. Entretanto, não era estranho que com freqüência se adotassem meninos para evitar a extinção de uma família e assegurar que continuasse existindo.

O ritual de adoção deve ter sido muito impressionante. Levava-se a cabo mediante uma venda simbólica na que se usavam moedas e

balanças. Por duas vezes consecutivas o pai verdadeiro vendia o filho para, simbolicamente, comprá-lo de novo. Finalmente ao vendê-lo pela terceira vez já não o comprava de novo. Então o adotivo devia ir ao

pretor, um dos principais magistrados romanos, para legalizar a operação de adoção. Só depois de tudo isto a adoção era completa. Mas quando era completa o era seriamente. A pessoa adotada desfrutava na nova

família de todos os direitos de um filho legítimo e perdia todo direito em sua família anterior. Perante a lei era uma nova pessoa. Tão nova era, que até as dívidas e obrigações relacionadas com sua família anterior ficavam canceladas ou abolidas como se jamais tivessem existido.

Paulo diz que isto é o que Deus fez por nós. Estávamos inteiramente sob o poder do pecado e do mundo. Deus por meio de Jesus nos tirou deste poder para nos transladar ao dEle. Esta adoção apaga e

elimina o passado em tal medida que somos feitos novos. Passamos da família do mundo e do mal à família de Deus.

OS DONS DE DEUS

Efésios 1:7-8

Nesta breve seção deparamo-nos com três grandes concepções da fé cristã.

  1. Existe a idéia de redenção. A palavra usada é apolutrosis. O termo vem do verbo lytroun que significa resgatar e se usa para o resgate do homem feito prisioneiro de guerra ou escravo. Aplica-se

também à libertação do homem da pena de morte merecida por algum crime. É a palavra que se usa para referir-se à libertação divina dos filhos de Israel da escravidão do Egito, assim como ao resgate contínuo do

povo eleito em tempo de tribulação. Em cada caso pensa-se em que o homem é redimido e liberado de uma situação da que era incapaz de libertar-se por si mesmo ou de uma dívida que jamais teria podido pagar por seus próprios meios. Paulo diz, pois, em primeiro termo, que Deus

redimiu os homens de uma situação da qual jamais teriam podido redimir-se por si mesmos. Na verdade isto era precisamente o que o cristianismo fez pelos homens. Quando veio o cristianismo ao mundo os

homens jaziam oprimidos pelo sentimento da própria impotência. Reconheciam o próprio pecado e a própria incapacidade; tinham consciência do fracasso de suas vidas como também de sua impotência

para remediar essa situação.

Sêneca abunda nessa classe de sentimentos de pura frustração. Sobre os homens — diz — pesa entristecedora a consciência de sua

ineficiência no necessário. Diz de si mesmo que é um homo non tolerabilis: um homem intolerável. Os homens — diz num tom de desespero — amam seus vícios e ao mesmo tempo os odeiam. O que

precisam — exclama — é que uma mão desça e os levante.

Os maiores pensadores e as mentes mais sensíveis do mundo pagão tinham consciência de estar sob o domínio de algo que não podiam remover por seus próprios meios. Necessitavam a libertação, o

dinamismo de algum poder. E isto era justamente o que havia trazido a

libertação de Jesus Cristo. E segue sendo certo que Cristo pode por seu poder libertar o homem da escravidão da impotência perante as coisas que atraem e desgostam ao mesmo tempo. Para dizê-lo da maneira mais simples, Jesus pode ainda tornar bom o homem mau.

  1. Existe o perdão. O mundo antigo era presa do sentido do pecado. Pode-se dizer que todo o Antigo Testamento não é mais que uma ilustração da afirmação: "A alma que pecar essa morrerá" (Ez 18:4). Os homens tinham consciência de sua própria culpabilidade e estavam aterrorizados, perante seu deus ou seus deuses. Diz-se às vezes que os gregos não possuíam o sentido do pecado. Nada mais longe da verdade. "Os homens", diz Hesíodo, "sentem prazer acariciando o que é para sua própria perdição." Todo o teatro de Esquilo se fundamenta num texto: "Aquele que faz o mal, o paga." Uma vez que alguém fazia algo mau Némesis saía em sua perseguição: mais cedo ou mais tarde Némesis o alcançaria; o castigo seguia-se ao pecado com tanta segurança como a noite ao dia.

Se houver algo que o homem conhecia, era o sentido do pecado e do medo a Deus. Jesus mudou toda esta situação. Abriu o caminho a

Deus; ensinou aos homens, não o ódio, mas sim o amor divino. E porque Jesus veio ao mundo os homens, até em seus pecados, descobriram o

amor de Deus.

  1. Existe a sabedoria e a inteligência. As duas palavras gregas são sofia e fronesis e Cristo nos trouxe ambas as coisas. Agora, isto é muito interessante. Os gregos escreviam e pensavam muito a respeito destes

termos; se o homem possuía ambas as coisas, estava perfeitamente equipado para a vida. Aristóteles define sofia, sabedoria, como o conhecimento das coisas mais preciosas; Cícero, como o conhecimento

das coisas humanas e divinas. A sofia era o objeto do intelecto que busca, da mente que questiona, dos alcances do pensamento humano. É a resposta aos problemas eternos da vida e da morte, de Deus e do homem,

do tempo e da eternidade. Aristóteles definiu a fronesis como o conhecimento dos negócios humanos e das coisas que exigem um

planejamento. Plutarco, como o conhecimento prático das coisas que nos concernem. Cícero, como o conhecimento das coisas que têm que ser buscadas e das que têm que evitar-se. Platão, como a disposição da mente para julgar sobre o que se tem que fazer e sobre o que não se tem que fazer.

Em outras palavras, a fronesis é a coisa mais prática do mundo. É o sentido são do homem que o capacita a resolver os problemas práticos da vida diária. Paulo afirma que Jesus nos trouxe sofia: o conhecimento das

coisas eternas, o conhecimento intelectual que satisfaz a mente; e que nos trouxe fronesis: o conhecimento prático que nos capacita a tratar e resolver diariamente os problemas de nossa vida diária. Desta maneira o

caráter cristão torna-se de certo modo completo. Há certas pessoas que se sentem cômodas no estudo: movem-se familiarmente em meio dos problemas teológicos e filosóficos e, entretanto, são incapazes e ineptas

para os assuntos ordinários da vida diária. Há outras pessoas que afirmam pertencer ao tipo do homem prático, tão comprometidas com os negócios da vida que não dispõem de tempo para interessar-se pelas

coisas últimas. À luz dos dons divinos concedidos por Cristo, ambas as classes são imperfeitas e parciais. Cristo nos traz a solução dos problemas tanto da eternidade como do tempo. Cristo dá aos homens a

capacidade de contemplar as grandes verdades últimas da eternidade e de resolver os problemas de cada momento.

A META DA HISTÓRIA

Efésios 1:9-10

Agora Paulo se introduz totalmente no tema. Diz que agora Deus

nos manifestou "o mistério de sua vontade". O Novo Testamento usa a palavra mistério num sentido muito particular. Aqui mistério nada tem que ver com algo misterioso no sentido de difícil de entender, mas com algo que por muito tempo permaneceu em segredo e agora se revela; é algo que ainda permanece incompreensível para a pessoa não iniciada

em seu significado. Tomemos um exemplo. Suponhamos que alguém que não sabe absolutamente nada do cristianismo fosse levado a um serviço de comunhão. Para ele seria um mistério total; não entenderia nada do que estava passando. Mas para aquele que conhece a história de Cristo, que conhece o relato e o significado da Última Ceia, que sabe que Jesus deixou este memorial a seus discípulos, todo o serviço e cada ação do mesmo têm um significado muito claro. Assim, pois, no sentido neotestamentário, mistério é algo oculto aos pagãos mas claro para os cristãos; é um segredo cujo significado foi revelado.

E qual era para Paulo o significado do mistério da vontade divina? Este mistério consistia em que o evangelho estava aberto também aos

gentios. Aqui radicava o grande segredo de Deus. Até Jesus chegar tinha parecido que os judeus eram o povo escolhido de Deus. Agora Deus tinha revelado que seu amor e seu cuidado, sua graça, sua misericórdia,

as boas novas de Deus, estavam destinados não só aos judeus, mas também a todo mundo.

E agora Paulo verte seu grande pensamento numa só sentença. Até

agora os homens tinham vivido num mundo dividido. Por onde se olhar existe esta divisão. Havia divisão entre os animais e os homens. O domínio do homem tinha quebrado a união social da natureza. Havia divisão entre o judeu e o gentio, entre o grego e o bárbaro. Sobre toda a redondeza do mundo não existia outra coisa senão luta, tensão, guerra, ódio e separação. O que se podia afirmar do mundo, também se aplicava a cada homem em particular. Cada pessoa é uma guerra civil em marcha. Dentro do homem há tensão, divisão e luta entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto, sobre a paixão e a razão, entre o instinto e a vontade. Por onde quer que fosse neste mundo havia divisão; e Jesus veio ao mundo para eliminar as divisões, para resolver as tensões, para fechar as brechas e separações e para reunir em um todos os homens. Para Paulo nisto consistia o segredo de Deus. O desígnio de Deus era que todos os fios diferentes, todos os cabos soltos das coisas, todos os elementos belicosos, competitivos e agressivos do mundo chegassem a

reunir-se em unidade e união em Cristo Jesus. Cristo veio para que nEle o mundo fosse um.

Surge agora outro pensamento de tremenda importância em Paulo. Diz que toda a história foi um desenvolvimento desse processo. Através

de todas as épocas houve um plano, uma preparação e uma administração das coisas para que chegasse o dia da unidade. A palavra que Paulo usa para esta preparação e planejamento é de supremo interesse. É a palavra oikonomia, que literalmente significa

administração doméstica. O oikonomos era o mordomo encarregado de que os negócios familiares partissem sobre trilhos e ininterruptamente. Assim. pois, Paulo concebe toda a história como planejamento, projeto,

administração e preparação para que o mundo terminasse sendo uma família em Deus.

É convicção cristã que a história tem um plano: um propósito, que é

o desenvolvimento da vontade de Deus. Isto todos os historiadores nem pensadores puderam ver.

Oscar Wilde disse em um de seus epigramas: "Oferecem a seus

filhos o calendário criminal da Europa sob o nome de história."

G. N. Clark disse em sua classe inaugural de Cambridge: "Não há nenhum segredo nem plano que descobrir na história. Não creio que

nenhuma consumação futura poderia dar sentido a todas as irracionalidades das épocas precedentes. Se não se pode dar razão delas, muito menos as poderá justificar."

Em sua introdução à História da Europa H. A. L. Fisher escreve:

"Uma emoção intelectual, entretanto, foi-me negada. Homens mais sábios e eruditos que eu descobriram na história uma trama, um ritmo, um esquema predeterminado. Estas harmonias me estão encobertas. Eu só posso ver que uma situação de emergência segue-se à outra, assim como uma onda segue-se à anterior. Só posso ver um grande fato com respeito ao qual, porque é único não pode haver generalizações; só uma regra segura para o historiador: no desenvolvimento dos destinos humanos deve reconhecer o jogo do contingente e imprevisto."

André Maurois diz: "O universo é indiferente. Quem o criou? Por que estamos girando neste diminuto montão de barro dentro de um espaço infinito? Não tenho a menor idéia, e estou convencido de que ninguém tem a mais mínima idéia."

Acontece que estamos vivendo numa época em que os homens perderam a fé em que este mundo tenha algum sentido. Mas o cristão tem fé em que neste mundo está-se desenvolvendo o propósito divino; e Paulo tem a convicção de que esse propósito é que um dia todas as coisas e todos os homens cheguem a ser uma família em Cristo. Paulo vê que toda a história esteve partindo neste sentido. Em seu conceito, este segredo, este mistério, não foi captado até que veio Jesus. E — segundo Paulo — a Igreja tem a grande missão de realizar esse desígnio de unidade que é o propósito divino revelado em Jesus Cristo.

JUDEUS E GENTIOS

Efésios 1:11-14

Aqui se encontra o primeiro exemplo da nova unidade oferecida por

Cristo. Quando Paulo fala de nós refere-se aos de sua própria nação, os judeus; quando fala de vós pensa nos gentios aos quais está escrevendo; e quando, na última sentença, usa de novo nós pensa em judeus e gentios ao mesmo tempo.

Em primeiro termo, Paulo fala dos judeus. Também eles têm sua parte dentro do plano de Deus. Tinham sido os primeiros em crer e

esperar a vinda do Ungido de Deus. Através de toda a história os judeus esperaram o Messias e sonharam com Ele. Dentro da ordem estabelecida eles deviam ser a nação da qual sairia o Escolhido de Deus.

Adam Smith, o grande economista, sustentava que todo o padrão da vida estava baseado no que chamava a divisão do trabalho. Queria dizer que a vida só pode avançar quando cada um tem uma tarefa e a realiza e quando os resultados reunidos de todas as tarefas chegam a ser de

domínio comum. O sapateiro faz sapatos, o padeiro pão, o alfaiate trajes;

cada um leva a cabo sua própria tarefa e quando cada um se dedica a seu trabalho e o realiza com eficiência, o resultado é o bem total de toda a comunidade. O que é certo dos indivíduos, é também certo das nações. Cada nação tem seu lugar e seu parte no esquema divino de todas as coisas. Os gregos ensinaram ao homem o que é a beleza do pensamento e da forma; os romanos o direito e a ciência de governar e administrar; os judeus a religião. Os judeus foram o povo preparado para que dele saísse o Messias de Deus. Isto não significa que Deus não tivesse preparado também a outros povos. Se não se tivesse feito uma preparação das nações tampouco a mensagem cristã difundida pelo mundo teria encontrado um terreno apto para acolhê-lo: Deus preparou em todo o mundo os homens e nações para que no momento oportuno recebessem sua .mensagem. Mas a nação judia por privilégio singular constituiu-se a primeira nação que esperou e aguardou a vinda do Ungido de Deus ao mundo.

Logo

Paulo

dirige-se

aos

gentios

em

cujo

desenvolvimento distingue três etapas.

  1. Receberam a palavra. Os pregadores levaram-lhes a mensagem cristã. Esta palavra recebida era duas coisas. Em primeiro lugar, era a

palavra de verdade. Brindava-lhes a verdade a respeito de Deus, do mundo em que viviam e deles mesmos. Em segundo lugar, era uma boa nova. O cristianismo é por excelência a boa nova de Deus; é a mensagem do amor e da graça de Deus.

  1. Foram selados com o selo do Espírito Santo. No mundo antigo
  2. e este é um costume que ainda perdura hoje — quando se despachava um vulto, uma cesta ou um pacote, era selado como garantia de que

procedia do remetente e que estava intacto. O selo indicava de onde procedia o pacote e a quem pertencia. A possessão do Espírito Santo é o selo e o sinal de que o homem pertence a Deus. É o Espírito Santo

aquele que conduz o homem ao conhecimento de Deus; aquele que o capacita para enfrentar a vida e não desfalecer; aquele que lhe diz o que

deve fazer e lhe dá forças para fazê-lo. O Espírito Santo nos mostra a vontade de Deus e nos capacita a realizá-la.

Agora, aqui Paulo diz algo muito importante sobre o Espírito Santo. Chama-o o penhor de nossa herança. O termo grego é arrabon. O

arrabon era um característico normal do comércio grego. Consistia numa parte do preço de compra dado antecipadamente como garantia de que, no seu devido tempo, seria pago o resto do preço. Ainda existem muitos documentos comerciais gregos nos quais aparece a palavra. Uma

mulher vende uma vaca e receba tantas dracmas como arrabon, quer dizer, como garantia e segurança de que o preço total se abonaria no tempo fixado. Contrata-se a algumas bailarinas para uma celebração

pública, e lhes é feito um pagamento um tanto antecipado como garantia do total ao fechamento da representação. O que Paulo diz, pois, é que a experiência do Espírito Santo que temos neste mundo é uma antecipação

das alegrias e bênçãos do céu; e ao mesmo tempo é a garantia de que um dia entraremos na plenitude do conhecimento, do poder e da alegria. É a garantia de que algum dia entraremos na plena possessão da felicidade e

a bem-aventurança de Deus.

Temos aqui a grande verdade de que a maior e mais elevada, e a mais cara e íntima experiência de paz e alegria cristãs que se pode

alcançar neste mundo, é só uma antecipação da alegria em que entraremos um dia. É como se Deus nos tivesse dado o bastante para estimular nosso apetite, e o suficiente para nos dar a certeza de que um dia nos dará isso tudo.

AS MARCAS DA IGREJA

Efésios 1:15-23

A seção de maior importância, o segundo passo na argumentação de Paulo, encontra-se justamente no final desta passagem. Mas antes de chegar ali devemos notar algumas coisas nos versículos precedentes.

Temos perante nós numa síntese perfeita, as características de uma verdadeira Igreja. Tinha chegado aos ouvidos de Paulo a fé em Cristo de seus leitores, e o amor que tinham para com todo o povo consagrado de Deus. As duas coisas que devem caracterizar a toda Igreja verdadeira são a fidelidade a Cristo e o amor aos homens. Há uma fidelidade a Cristo que não deriva em amor aos homens. Os monges e ermitões tinham uma fidelidade a Cristo que os separava de seus congêneres e os fazia abandonar as atividades ordinárias da vida para permanecer isolados em lugares desérticos. Os caçadores de hereges da inquisição espanhola e de várias outras épocas tinham uma fidelidade a Cristo que os fazia perseguir àqueles que pensavam de outra maneira. Antes da vinda de Jesus os fariseus tinham uma lealdade a Deus que os fazia considerar-se justos e desprezar àqueles que consideravam menos leais que eles. O cristão verdadeiro ama a Cristo e ama a seus semelhantes. Mais ainda, o verdadeiro cristão sabe que não pode mostrar seu amor a Cristo de outra maneira que amando a seus semelhantes. Por mais ortodoxa que seja uma igreja, por mais pura que seja sua teologia, nobres seu culto e sua liturgia, não é uma igreja no sentido verdadeiro da palavra se não se caracterizar pelo amor aos homens. Há igrejas que raramente se pronunciam em público a não ser para criticar e censurar; o acento de sua voz é de contínua critica. Podem ser adaptadas, mas não cristãs. A Igreja verdadeira se caracteriza por um duplo amor: amor a Cristo e amor aos homens.

F. W. Boreham cita uma passagem do Robert Buchanan em Shadow of the Sword onde se descreve a capela do ódio:

"Cem anos há encontrava-se num páramo desolado e ermo da Inglaterra. Estava em ruínas; os muros enegrecidos e manchados com o limo de séculos; ao redor de seu ruído altar cresciam a urtiga e as más ervas até a altura dos ombros; enquanto negras névoas carregadas de chuva se abatiam dia e noite sobre a lúgubre cena. Sobre o portal da capela e semi— apagado estava seu nome. Tinha sido dedicada a Nossa Senhora do Ódio. Até ela", diz Buchanan, "acudiam homens e mulheres em horas de paixão e de dor para lançar maldições sobre seus inimigos — a donzela sobre seu

falso amante, o amante sobre sua falsa dama, o marido sobre sua falsa mulher — implorando cada um deles que Nossa Senhora do Ódio lhes desse ouvidos, e que as pessoas odiadas morreram durante o ano." E logo o novelista adiciona: "Com tanta amplitude e profundidade brilhava a nobre luz cristã em suas mentes!"

Uma capela para o ódio é uma lúgubre concepção e, entretanto, acaso nos mantemos sempre tão longe dela? Desprezamos os liberais ou

os radicais, desprezamos os fundamentalistas ou os obscurantistas, desprezamos o que possui uma teologia diferente da nossa, desprezamos o católico romano ou o protestante, segundo o caso. Nossos

pronunciamentos se caracterizam não pela caridade cristã mas por uma sorte de acritude condenatória. Deveríamos lembrar sempre e em cada momento que o amor de Cristo e o amor a nosso próximo não podem

existir separadamente. Nossa tragédia consiste em que com freqüência, como disse Swift, a realidade é que "Temos suficiente religião para nos odiar, mas não a suficiente para nos amar uns aos outros."

A ORAÇÃO DE PAULO PELA IGREJA

Efésios 1:15-23 (continuação)

Nesta passagem vemos qual é a intercessão de Paulo por uma Igreja a que ama e que está partindo bem.

  1. Pede espírito de sabedoria. A palavra que usa para sabedoria é

sofia: já sabemos que sofia é a sabedoria das coisas profundas de Deus. Paulo roga que a Igreja possa aprofundar cada vez mais no conhecimento das verdades eternas. Para que isto aconteça na igreja se requerem certas condições.

  1. É necessário ter um povo que pense. Boswell nos narra que Goldsmith se expressou uma vez da seguinte maneira: "Assim como o

sapateiro me provê os sapatos e o alfaiate a jaqueta, o sacerdote me provê de religião." Muitos agem desta maneira; entretanto a religião não é nada se não é um descobrimento pessoal. Como disse Platão há muito tempo: "Uma vida sem exame é uma vida que não vale a pena viver-se";

assim também a religião não examinada é uma religião que não vale a pena ter. Para o homem que pensa, é obrigação deter-se na consideração de seu caminho para com Deus.

  1. É necessário possuir um ministério que ensine. William Chillingworth disse: "A Bíblia, e somente a Bíblia, é a religião dos

protestantes." Isto é verdade mas com freqüência não pensamos assim. A exposição da Escritura do púlpito é a necessidade primitiva de um despertar religioso. Não nos interessa o que pense o pregador, mas sim o

que Deus diz.

  1. É necessário possuir um justo sentido de proporção. Uma das coisas estranhas na vida da Igreja é o que em seus fóruns, tais como

sessões e presbitérios, e até assembléias gerais, consagrem-se numa vintena de horas à discussão dos problemas mundanos de administração por cada hora que se dedica à consideração das verdades eternas divinas.

É um fato que hoje em dia, em assembléias eclesiásticas, é estranho que haja alguma discussão teológica. Paulo orava para que seu povo pudesse aprofundar mais na sabedoria das verdades eternas. Esta oração nunca

obterá resposta se não dedicarmos uma importante porção de nosso tempo a pensar nestas verdades.

  1. Paulo ora por uma revelação e um conhecimento mais plenos de

Deus. O crescimento cristão no conhecimento e na graça é essencial. Todo profissional sabe que é um risco deixar de estudar. Nenhum médico pensa que concluiu sua aprendizagem quando deixa as salas-de— aula da universidade. Sabe que cada semana e quase cada dia se descobrem novas técnicas, medicamentos e tratamentos. E se deseja conservar sua habilidade como médico, e continuar sendo útil aos que padecem enfermidade e dor, deve manter-se em dia. O mesmo sucede com o cristão. A vida cristã pode descrever-se como o esforço em conhecer cada dia melhor a Deus. Uma amizade que não se vai estreitando com os anos, tende a desvanecer-se. O mesmo acontece entre nós e Deus.

  1. Ora por uma nova compreensão da esperança cristã. A época em que vivemos se caracteriza como uma época de desespero.

Thomas Hardy escreveu no Tess: "Penso algumas vezes que os mundos são como as maçãs de uma árvore desarraigada. Algumas são

excelentes e outras malogradas." Então surge a pergunta: "De que maneira vivemos: em forma autêntica ou em forma malograda?" E a resposta do Tess é: "De uma maneira malograda."

Entre as duas guerras Sir Philip Gibbs escreveu: "Se cheirar a gás

venenoso na rota do Edgeware não me coloco uma máscara contra gás nem retiro a um ambiente à prova do mesmo. Vou sair e tomar uma boa baforada de gás, porque saberei que a partida está perdida." Os homens têm a sensação de viver num mundo onde se perdeu a partida.

H. G. Wells certa vez escreveu tristemente: "O homem que começou uma vez numa cova atrás de um cata-vento, acabará nas ruínas

infectas dos bairros baixos." De todas partes surgem ecos pessimistas. Jamais foi tão necessário como agora fazer ouvir a mensagem da esperança cristã. Se a mensagem cristã for verdadeira e se Deus for como

Jesus Cristo nos ensinou, então não o mundo está encaminhado à dissolução, mas sim à consumação.

  1. Roga por uma nova compreensão do poder de Deus. Para Paulo

a prova suprema do poder de Deus era a ressurreição. Quando o pecado tinha feito tudo o que estava em seu poder para destruir a Cristo e quando o homem tinha chegado ao limite de sua atividade humana para eliminá-lo, a ressurreição de Jesus foi a prova de que o poder de Deus é mais forte que o pecado do homem e que o propósito divino não pode ser detido por nenhuma ação humana. Num mundo que parece caótico é bom lembrar que o timoneiro desconhecido a quem os homens chamam Deus, mantém ainda o controle.

  1. Paulo termina falando da conquista de Cristo de uma esfera que não tem muito significado para o homem de hoje. Deus diz — elevou a

Jesus Cristo sobre todo principado e autoridade e poder e senhorio e sobre todo nome que se nomeia. Nos dias de Paulo os homens criam

tenazmente tanto nos demônios como nos anjos; as palavras que usa Paulo são denominações dos diferentes graus de anjos. O que Paulo quer dizer, é que não há nada nos céus e na Terra ao que Jesus Cristo não seja superior e maior. É como dizer: "Em Jesus possuem o maior e mais poderoso amigo e salvador dos céus e da Terra." Em síntese, a oração de Paulo é que os homens cheguem a experimentar a grandeza do Senhor e Salvador que Deus lhes concedeu.

O CORPO DE CRISTO

Efésios 1:15-23 (continuação)

Finalmente chegamos aos últimos dois versículos do capítulo onde Paulo tem um dos pensamentos mais sublimes, mais aventurados e elevados que homem alguém tenha podido ter. Nestes versículos Paulo nomeia a Igreja com seu título mais sublime — o corpo de Cristo. Cristo

é a cabeça da Igreja e esta seu corpo.

Para entender o que Paulo quer dizer retrocedamos ao pensamento fundamental de toda a carta. O mundo, tal como é, vive em completa

desunião. Há desunião entre judeus e gentios, entre gregos e bárbaros, entre os diferentes homens de uma mesma nação; desunião dentro do próprio homem porque em todo homem o bem luta contra o mal;

desunião entre os homens e os animais, de modo que homem e animais são inimigos, em lugar de amigos; sobretudo desunião entre o homem e Deus. Segundo a tese de Paulo Cristo morreu para reunir em um todos os

elementos divergentes do universo, para eliminar brechas e separações, para reconciliar o homem com o homem e o homem com Deus. Jesus Cristo foi sobre todas as coisas o instrumento divino de reconciliação.

Cristo morreu para conduzir todas as coisas e todos os homens a uma vida de unidade dentro de uma família. Mas por certo essa unidade ainda não existe. Façamos uma analogia humana. Suponhamos que um grande médico trabalhando em seu laboratório e em sua sala de hospital

descobre uma cura para o câncer; uma vez descoberta, a cura existe. Mas

antes de que esteja a disposição de todos e antes de que os pacientes de câncer de todo o mundo possam ser curados, o remédio deve ser levado ao mundo inteiro. Médicos e cirurgiões devem informar-se sobre o mesma e adestrar-se em seu uso. A cura existe, mas uma só pessoa não pode difundi-la através de todo o mundo; um corpo de médicos deve chegar ao conhecimento da mesma e do modo de aplicá-la, e eles devem ser os agentes por meio dos quais a cura chegue a todos os doentes do mundo. Esta é precisamente a posição da Igreja com respeito a Jesus Cristo. Em Jesus todos os homens e todas as nações podem ser um. Mas antes de que isto aconteça todos os homens e todas as nações devem conhecer Jesus Cristo; sua verdade, sua graça, seu perdão e seu amor devem transmitir-se a todos os homens. Esta é a tarefa da Igreja. Jesus Cristo é o instrumento de Deus por meio de quem os elementos discordantes de um mundo belicoso podem encontrar a unidade: unidade entre os homens e unidade com Deus; e a igreja é o instrumento de Jesus Cristo mediante o qual essa unidade pode ser realizada.

Cristo é a cabeça; a Igreja é o corpo. A cabeça por si só carece de utilidade; uma mente e um cérebro isolados não servem absolutamente.

A cabeça deve ter um corpo ao qual possa dirigir. O cérebro e a mente devem possuir um corpo através do qual possam operar. A Igreja é

literalmente a mão para realizar a obra de Cristo, os pés para realizar seus recados, a voz para pronunciar suas palavras.

Na última frase do capítulo Paulo tem dois pensamentos de suma importância. A Igreja, diz, é o complemento de Cristo. Assim como o

corpo é o complemento do cérebro, a Igreja é o complemento de Cristo. Assim como as idéias, os pensamentos e os descobrimentos da mente não podem fazer-se efetivos sem o trabalho do corpo, tampouco o

segredo admirável e a glória que Cristo oferece ao mundo podem fazer— se efetivos sem a obra da Igreja. Paulo segue adiante dizendo que Jesus enche paulatinamente tudo em todo lugar e que esta plenitude é levada a

cabo pela Igreja. A Igreja deve levar o segredo de Jesus Cristo a todos os povos e a todos os homens. Estes é um dos pensamentos mais tremendos

de todo o cristianismo. Significa nada menos que o plano de Deus sobre a unidade do mundo está em mãos da Igreja. É o propósito de Deus fazer um mundo ligando entre si e consigo a todos seus elementos discordantes. Para que isto seja possível enviou a Jesus Cristo. Em Jesus está o segredo da unidade. Mas a mensagem e o poder devem ser levados a todos os homens; e a Igreja é o corpo de Cristo, o instrumento através do qual Cristo age em todo mundo. O cumprimento do plano de Deus depende da Igreja.

Há uma ilustração antiga e debulhada mas que sintetiza perfeitamente esta verdade importante. Uma lenda conta como Jesus voltou para o céu depois de sua morada terrena. Até no céu levava sobre si as marcas do sofrimento e da cruz. Falando com os anjos, Gabriel lhe disse: "Mestre, Tu deves ter sofrido terrivelmente lá abaixo entre os homens." "Efetivamente", disse Jesus. "Mas", repôs Gabriel, "sabem todos eles como Tu os amaste e o que fizeste por eles?" Jesus disse: "Oh, não!, ainda não. Em realidade, só sabem umas quantas pessoas na Palestina." Disse Gabriel: "O que fizeste para que todos cheguem a sabê— lo?" Jesus disse: "Pedi a Pedro e Tiago e João e alguns mais que empreguem suas vidas em falar de mim a outros e estes a outros mais, e assim sucessivamente até que o homem mais longínquo chegue a saber o que tenho feito."

Gabriel parecia muito cético, porque sabia muito bem de que pobre estofo parecia o homem. "Sim", disse, "mas o que seria se Pedro, Tiago e João se cansam; se os que venham depois deles se esquecem? O que

acontecerá se lá longe, no século XX, já não falam mais de ti? Não tem feito outros planos?" E Jesus respondeu: "Não tenho feito nenhum outro plano; conto com eles." Ao dizer que a Igreja é o corpo e o complemento

de Cristo se afirma precisamente que Jesus conta conosco.


Dicionário

Entendimento

Do latim intendere, que significa “entender”, “reforçar” ou mesmo “estender”.

O entendimento fraternal [...] é clarão da alma penetrando vida e sentimento em suas mais ignotas profundezas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 58


Entendimento A capacidade de compreender as coisas (Pv 16:22; 1Jo 5:20).

entendimento s. .M 1. Ato de entender. 2. Faculdade de conceber e entender as coisas; intelecto, inteligência. 3. Capacidade de julgar (de entender).

Esperança

substantivo feminino Confiança de que algo bom acontecerá: esperança de se curar.
Crença de que um desejo se torne realidade: esperança de casar.
Figurado Algo ou alguém que é alvo de uma expectativa.
Tudo o que se relaciona com ilusório; utópico: esperança de ficar rico.
Religião Virtude que completa as três virtudes teologais: fé, caridade e esperança.
[Zoologia] Designação atribuída ao inseto cujas antenas são mais longas que seu corpo estreito, geralmente, encontrado em pastos e de coloração verde; esperança-da-cana; esperança-dos-pastos.
Etimologia (origem da palavra esperança). Esperar + ança.

confiança, fé. – Roq.compara as duas primeiras palavras do grupo deste modo: – Muito extensa é a esperança: espera-se tudo que é bom, favorável, grato; a última coisa que o homem perde é a esperança. Mas quantas vezes não passam de puras ilusões as mais lisonjeiras esperanças? Quando, porém, a esperança é bem fundada, firme e quase segura da realidade, chama-se confiança que vem da palavra latina fidutia, fidentia, confidentia, a que os nossos antigos chamavam fiuza. A esperança refere-se a sucessos ou fatos que hão de acontecer, ou que podem acontecer; a confiança, aos meios por que se hão de conseguir ou executar. Confio, ou tenho confiança nas minhas riquezas, por meio das quais espero ou tenho esperança de lograr o que desejo. O homem que tem grande confiança em Deus, e se ajuda de boas obras, espera por elas ganhar a salvação eterna. – É preciso distinguir as frases estar com esperanças, e estar de esperanças. A primeira significa – ter esperança de obter alguma coisa boa, agradável. Só está de esperanças a mulher grávida, que espera ter o seu bom sucesso. – Quando a confiança se funda em crença, em convicção, chama-se fé. A própria fé religiosa não é senão a confiança profunda que se tem numa grande verdade que se nos revelou, ou que nos é inspirada pelo poder de Deus. Temos fé no futuro, num amigo, no trabalho, na virtude, etc.

Irmã gêmea da fé, a esperança, também catalogada como uma das três virtudes teologais, é a faculdade que infunde coragem e impele à conquista do bem. [...] A esperança constitui o plenilúnio dos que sofrem a noite do abandono e da miséria, conseguindo que lobriguem o porvir ditoso, não obstante os intrincados obstáculos do presente. É o cicio caricioso na enxerga da enfermidade e a voz socorrista aos ouvidos da viuvez e da orfandade, consolo junto ao espírito combalido dos que jazem no olvido, exortando: Bom ânimo e coragem! [...] Amparo dos fracos, é a esperança a força dos fortes e a resistência dos heróis. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - cap• 15

Esperança é desafio / Sem igual, sem concorrente / Sobe os rios desta vida / Saltando contra a torrente.
Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 7

A esperança, irmã da aurora, / É chama de Sol eterno, / Que tanto brilha no inverno, / Quanto fulge no verão! [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Avante!

A esperança, aurora suave, é sempre o conforto de uma alma grande, que, em seu próximo raio, percebe nitidamente a realização mais ou menos longínqua das suas santas aspirações.
Referencia: SURIÑACH, José• Lídia• Memórias de uma alma• Romance real de Adriano de Mendoza• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - pt• 2, Miragens celestes

A esperança não é genuflexório de simples contemplação. É energia para as realizações elevadas que competem ao seu espírito.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

Não suprimas a esperança / De uma alma triste ou ferida, / Que a esperança é a luz eterna / Nas grandes noites da vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A esperança fiel não nos fixa no coração através de simples contágio. É fruto de compreensão mais alta.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 43

A esperança é a filha dileta da fé. Ambas estão, uma para outra, como a luz reflexa dos planetas está para a luz central e positiva do Sol.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 257

A esperança é flor virente, / Alva estrela resplendente, / Que ilumina os corações, / Que conduz as criaturas / Às almejadas venturas / Entre célicos clarões.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Parnaso de Além-túmulo: poesias mediúnicas• Por diversos Espíritos• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Supremacia da caridade

A esperança é a luz do cristão. [...] a esperança é um dos cânticos sublimes do seu [de Jesus] Evangelho de Amor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 75

[...] esperança é ideal com serviço.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33

A esperança é medicamento no coração.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 53

E E
Referencia:


Esperança Confiança no cumprimento de um desejo ou de uma expectativa. A segunda virtude mencionada em (1Co 13:13) se baseia na confiança em Deus (Rm 15:13). Cristo é a nossa esperança (1Tm 1:1); (Cl 1:27). O símbolo da esperança é a âncora (He 6:18-19).

Glória

substantivo feminino Honra, fama que se alcança pelas virtudes, talentos, boas ações e por características excepcionais.
Religião Beatitude celeste; bem-aventurança, céu: a glória do reino de Deus.
Louvor que se oferece a; homenagem, exaltação: glória a Deus.
Excesso de grandeza; beleza, magnificência: o prêmio foi dedicado aos homens de honra e glória.
Algo ou alguém muito conhecido, que é razão de orgulho, de louvor: ele foi a glória do time.
[Artes] Auréola, halo, resplendor que simboliza a santidade na pintura, escultura ou decoração.
Etimologia (origem da palavra glória). Do latim gloria.ae.

Qualidade essencial do caráter de Deus (Sl. 63.2); sua glória é o sue valor, a sua dignidade. Tudo o que há nele comprova ser ele digno de receber louvor, honra e respeito. No NT, Jesus é revelado como o Senhor da glória (1Co 2:8). Na Bíblia, glória está muitas vezes associada a brilho ou esplendor (Lc 2:9).

honra, celebridade, fama, renome, nomeada, reputação, crédito, conceito, lustre, distinção. – Destas duas palavras diz magistralmente Roq.: “A glória é, como disse Cícero, uma brilhante e mui extensa fama que o homem adquire por ter feito muitos e grandes serviços, ou aos particulares, ou à sua pátria, ou a todo o gênero humano. Honra, como aqui entendemos, é a demonstração exterior com que se venera a alguém por seu mérito e ações heroicas; no mesmo sentido em que disse Camões: O fraudulento gosto que se atiça. C’ uma aura popular, que honra se chama. (Lus., IV,
95) Pela glória empreende o homem voluntariamente as coisas mais dificultosas; a esperança de alcançá-la o impele a arrostar os maiores perigos. Pela honra se empreendem 68 Isto parece demais: generosidade assim excederia à própria caridade cristã. O que está no uso corrente é que generoso é antônimo de somítico ou mesquinho, avarento, sovina: generosidade é a nobre qualidade de ser franco em distribuir com os outros os bens que estão a nosso alcance. O homem generoso não faz questão de ninharias; remunera largamente os que lhe prestam algum serviço; atende aos que precisam de sua solicitude, fortuna ou valimento; põe-se ao lado dos pequenos, ampara os desvalidos. 414 Rocha Pombo coisas não menos dificultosas, nem menos arriscadas; quão diferente é, no entanto, o objeto em cada uma destas paixões! A primeira é nobre e desinteressada, e obra para o bem público; a segunda é cobiçosa e egoísta, só por si e para si obra. Aquela é a glória verdadeira que faz os heróis; esta é a vã glória, ou glória falsa que instiga os ambiciosos; sua verdadeira pintura foi traçada por mão de mestre nesta estância dos Lusíadas: Dura inquietação d’alma e da vida, Fonte de desamparos e adulterios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de imperios; Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vituperios; Chamam-te fama e gloria soberana, Nomes com que se o povo necio engana! (Lus., IV,
96) A honra pomposa e triunfal, que recebeu em Goa d. João de Castro depois da heroica defesa de Diu, deixaria mui obscurecida sua glória se ele não nos legara, no momento tremendo de ir dar contas ao Criador, aquelas memoráveis palavras, que são a medida de seu desinteresse e o exemplo de verdadeira glória nunca depois imitado: “Não terei, senhores, pejo de vos dizer que ao Viso-Rei da Índia faltam nesta doença as comodidades, que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmos quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro com que se me comprasse uma galinha; porque, nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do Governador que os soldos de seu Rei; e não é de espantar que esteja pobre um pai de tantos filhos”. (Vida de d. João de Castro, 1. IV.) Considerada a palavra honra como representando a boa opinião e fama adquirida pelo mérito e virtude, diferença-se ainda da glória em que ela obriga ao homem a fazer sem repugnância e de bom grado tudo quanto pode exigir o mais imperioso dever. Podemos ser indiferentes à glória, porém de modo nenhum à honra. O desejo de adquirir glória arrasta muitas vezes o soldado até à temeridade; a honra o contém não poucas nos limites de sua obrigação. Pode a glória mal-entendida aconselhar empresas loucas e danosas; a honra, sempre refletida, não conhece outra estrada senão a do dever e da virtude. – Celebridade é “a fama que tem já a sanção do tempo; a fama ruidosa e universal”; podendo, como a simples fama, ser tomada a boa ou má parte: tanto se diz – a celebridade de um poeta, como – a celebridade de um bandido. – Fama é “a reputação em que alguém é tido geralmente”. Inclui ideia de atualidade, e pode ser também boa ou má, mesmo quando empregada sem restritivo. Advogado de fama (= de nomeada, de bom nome). Não lhe invejo a fama (= má fama, fama equívoca). – Renome é “a boa fama, a grande reputação que se conquistou por ações ou virtudes”; é a qualidade de “ser notável, de ter o nome repetido geralmente e com acatamento”. – Nomeada é “fama ligeira, que dura pouco, e nem sai de um pequeno círculo”. Tanta nomeada para acabar tão triste... Fugaz nomeada... – Reputação é menos que fama, é mais que nomeada; é “a conta em que alguém é tido no meio em que vive. Pode ser boa ou má, falsa ou duvidosa”. – Crédito é como se disséssemos “a qualidade que dá ideia do valor, do bom nome de alguém”. Diminui-se o crédito de F.; mas decerto que não se macula, nem se nega propriamente o crédito de uma pessoa. – Conceito é “a opinião que se forma de alguém”, podendo igualmente ser bom ou mau. – Lustre e distinção confundem-se: mas o primeiro dá melhor a ideia da evi- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 415 dência brilhante em que fica a pessoa que se destacou do comum pela perícia, pela correção, pelo heroísmo.

É que a glória maior de um Espírito é a perfeita identificação com o Pai Eterno, no cumprimento superior de Sua Divina 5ontade, na auto-entrega total pelo bem do próximo, na selagem final, com o próprio sangue, com as próprias lágrimas, com a própria vida, de uma exemplificação irretocável de amor soberano e incondicional, de trabalho sublime, de ensino levado às últimas conseqüências, em favor de todos.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Glória Maior

Tudo passa na Terra e a nossa glória, / Na alegria ou na dor, / É refletir na luta transitória / A sublime vontade do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8


Glória
1) Honra ou louvor dado a coisas (1Sm 4:21-22), a pessoas (Lc 2:32) ou a Deus (Sl 29:1); (Lc 2:14)

2) A majestade e o brilho que acompanham a revelação da presença e do poder de Deus (Sl 19:1); (Is 6:3); (Mt 16:27); (Jo 1:14); (Rm 3:23). 3 O estado do novo corpo ressuscitado, espiritual e imortal, em que os salvos serão transformados e o lugar onde eles viverão (1Co 15:42-54); (Fhp 3)

Glória No judaísmo, uma das hipóstases de Deus (Ex 16:10; 33,20; Lc 9:31-34). Para João, ela se encarnou em Jesus (Jo 1:14), o que confirma a afirmação de que este é Deus (Jo 1:1;20,28).

Herança

Herança
1) Propriedades ou bens recebidos de um antepassado após a sua morte (1Rs 21:3)

2) Figuradamente, a terra de Canaã, dada por Deus ao seu povo (1Rs 8:36); o próprio Javé (Sl 16:5); o reino de Deus com todas as suas bênçãos presentes e futuras (He 9:15); (Rm 8:17); (1Pe 1:)

substantivo feminino Bem, direito ou obrigação transmitidos por disposição testamentária ou por via de sucessão.
Legado, patrimônio.
Figurado Condição, sorte, situação que se recebe dos pais.
Genét. Conjunto de caracteres hereditários transmitidos pelos genes; hereditariedade.
Herança jacente, aquela que fica sob a guarda, conservação e administração de um curador, por não haver herdeiros conhecidos.
Herança vacante, a que se devolve ao Estado se, praticadas todas as diligências legais, não aparecerem herdeiros.

A lei mosaica, que dizia respeito à sucessão das terras, não era de forma alguma complicada. A propriedade do pai era igualmente repartida entre os filhos, à exceção do mais velho que tinha uma dobrada porção (Dt 21:17). Quando não havia filhos, mas somente neste caso, as filhas partilhavam na herança, imposta a condição de que haviam de casar com homens da sua própria tribo (Nm 36:6 e seg.). Não havendo filhos nem filhas, ia a propriedade do morto para o seu irmão, e na falta deste para o tio paterno, e finalmente para o parente mais próximo. Uma interessante feição da lei mosaica acerca da herança era a disposição de que, se uma mulher enviuvasse, e não tivesse filhos, o parente mais próximo do seu falecido marido tinha o direito de casar com ela – se ele não quisesse recebê-la por mulher, então tinha o mesmo direito o que estivesse mais próximo em parentesco (Rt 3:12-13 – 4). Neste caso era obrigado o novo marido pelo ‘direito da herança’ a remir a propriedade da sua mulher, quando esta tivesse deixado de a possuir (Jr 32:7). Deve ser lembrado que todas as leis relativas à propriedade da terra foram estabelecidas com o fim de evitar que saíssem esses bens da posse da família (Dt. 21.15 a 17). As leis referentes ao ano do jubileu deviam ter o mesmo objetivo, isto é, o de rigorosamente fixar as propriedades rurais numa certa linha de herdeiros. Desta maneira a sucessão na posse era um fato de direito, e não de escolha. os filhos, na verdade, tinham o direito de reclamar a sua herança antes da morte do pai, contanto que estivessem todos de acordo. isto era assim com respeito aos bens pessoais, de que o proprietário podia dispor como quisesse. A este costume se refere a parábola do filho pródigo (Lc 15).

Olhos

-

substantivo masculino Orgãos externos da visão: meus olhos enxergaram o pôr do sol.
Figurado Excesso de zelo, de cuidado, de atenção: estou de olhos nisso!
Figurado Aquilo que clarifica; luz, brilho.
locução adverbial A olhos vistos. De modo evidente, claro; evidentemente.
expressão Abrir os olhos de alguém. Dizer a verdade sobre alguma coisa.
Falar com os olhos. Mostrar com o olhar seus sentimentos e pensamentos.
Comer com os olhos. Olhar atenta e interesseiramente; cobiçar.
Custar os olhos da cara. Ser muito caro.
Ser todo olhos. Olhar muito atentamente.
Etimologia (origem da palavra olhos). Plural de olho, do latim oculus.i.

Santos

masc. pl. de santo

san·to
(latim sanctus, -a, -um, tornado sagrado ou inviolável)
adjectivo
adjetivo

1. Relativo ao culto religioso. = SACRO, SAGRADOPAGÃO, PROFANO

2. Que vive segundo a lei de Deus ou segundo preceitos religiosos.

3. Dedicado a Deus.

4. Bem-aventurado, sagrado.

5. Que deve ser cumprido ou respeitado. = SAGRADO

6. Religião Destinado ao culto ou a uma celebração religiosa, correspondo por vezes a um feriado (ex.: dia santo). = SANTIFICADO

7. Religião Que precede o domingo de Páscoa (ex.: quinta-feira santa, sábado santo).

8. Que inspira ou deve inspirar grande respeito ou veneração.

9. Religião Usa-se antes do nome masculino de um santo começado por vogal (ex.: Santo António) ou antes de um nome feminino de uma santa (ex.: Santa Teresa). [Confrontar: são]

10. Essencialmente puro; perfeito em tudo.

11. Inocente; imaculado; inviolável.

12. Eficaz; que cura.

adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

13. Que ou quem foi canonizado e santificado por uma igreja.

14. Que ou quem morreu em estado de santidade.

15. Que ou quem tem uma extraordinária bondade, tem qualidades superiores ou tem um comportamento irrepreensível.

nome masculino

16. Imagem ou representação de uma pessoa canonizada (ex.: comprou mais dois santos no antiquário).


não haver santo que valha
Não haver solução (ex.: com esta maré de azar, não há santo que nos valha).

santo de casa não faz milagre
O mesmo que santos da casa não fazem milagres

santo de pau carunchoso
O mesmo que santo de pau oco.

santo de pau oco
Estátua de madeira de um santo, oca por dentro.

[Informal] Pessoa que finge ou parece ser o que não é. = FINGIDO, SONSO

santos da casa não fazem milagres
Expressão que se usa para indicar que é mais fácil contar com a ajuda de estranhos do que com a daqueles que nos são mais próximos.


masc. pl. de santo

san·to
(latim sanctus, -a, -um, tornado sagrado ou inviolável)
adjectivo
adjetivo

1. Relativo ao culto religioso. = SACRO, SAGRADOPAGÃO, PROFANO

2. Que vive segundo a lei de Deus ou segundo preceitos religiosos.

3. Dedicado a Deus.

4. Bem-aventurado, sagrado.

5. Que deve ser cumprido ou respeitado. = SAGRADO

6. Religião Destinado ao culto ou a uma celebração religiosa, correspondo por vezes a um feriado (ex.: dia santo). = SANTIFICADO

7. Religião Que precede o domingo de Páscoa (ex.: quinta-feira santa, sábado santo).

8. Que inspira ou deve inspirar grande respeito ou veneração.

9. Religião Usa-se antes do nome masculino de um santo começado por vogal (ex.: Santo António) ou antes de um nome feminino de uma santa (ex.: Santa Teresa). [Confrontar: são]

10. Essencialmente puro; perfeito em tudo.

11. Inocente; imaculado; inviolável.

12. Eficaz; que cura.

adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

13. Que ou quem foi canonizado e santificado por uma igreja.

14. Que ou quem morreu em estado de santidade.

15. Que ou quem tem uma extraordinária bondade, tem qualidades superiores ou tem um comportamento irrepreensível.

nome masculino

16. Imagem ou representação de uma pessoa canonizada (ex.: comprou mais dois santos no antiquário).


não haver santo que valha
Não haver solução (ex.: com esta maré de azar, não há santo que nos valha).

santo de casa não faz milagre
O mesmo que santos da casa não fazem milagres

santo de pau carunchoso
O mesmo que santo de pau oco.

santo de pau oco
Estátua de madeira de um santo, oca por dentro.

[Informal] Pessoa que finge ou parece ser o que não é. = FINGIDO, SONSO

santos da casa não fazem milagres
Expressão que se usa para indicar que é mais fácil contar com a ajuda de estranhos do que com a daqueles que nos são mais próximos.


Esta palavra no A.T. representadas palavras hebraicas, significando uma delas
(1). piedoso (Sl 30:4, e freqüentes vezes nos Salmos, e também em 1 Sm 2.9 – 2 Cr 6.41 – Pv 2:8) – e a outra
(2). separado, aplicando-se o termo aos anjos (Sl 89:5-7), e aos homens (Dt 33:3 – cp.com o vers. 2 – Sl 16:3 – 34.9 – Dn 7:18, etc.). É esta última palavra, no seu equivalente grego, que no N.T. é adotada com uma designação característica da comunidade cristã (At 9:13Rm 1:7 – 1 Co 1.2 – 2 Co 1.1, etc.). E assim, por aquela expressão se indica, em primeiro lugar, a chamada e estado do crente cristão – e, em segundo lugar, as qualidades próprias do crente, as quais derivam de tão alto privilégio. A Escritura não autoriza, de nenhum modo, a limitação da palavra a pessoas de especial santidade. (*veja Santificação.)

Seja

seja conj. Usa-se repetidamente, como alternativa, e equivale a ou: Seja um seja outro. Interj. Denota consentimento e significa de acordo!, faça-se!, vá!

Tender

tender
v. 1. tr. dir. Estender, estirar. 2. tr. dir. Desfraldar, enfunar. 3. tr. dir. Bater ou enformar (a massa do pão) antes de cozer. 4. pron. Estender-se, fazer-se largo. 5. tr. ind. Dirigir-se, encaminhar-se. 6. tr. ind. Aproximar-se de: T. para o zero a temperatura. 7. tr. ind. Apresentar tendência, inclinação, pendor ou propensão para.

verbo transitivo indireto Possuir uma inclinação, aptidão para: sua filha sempre tendia para o piano.
Ser parecido ou estar próximo de: o vestido listrado tendia para o vermelho.
Encaminhar; seguir em direção a: seus projetos tendem à falência.
Destinar-se; ter como objetivo, como motivo: os impostos tendem à falência do consumidor.
verbo transitivo direto Desfraldar; encher ou manter-se aberto com o vento: o temporal tendia os lençóis no varal.
verbo intransitivo Voltar-se; apresentar uma inclinação em relação a: a bicicleta tendeu para a esquerda.
verbo transitivo direto e pronominal Estender; expandir-se ou alongar-se no tempo ou num espaço: tendia as pernas; a praia tendia-se pelo horizonte.
Etimologia (origem da palavra tender). Do latim tendere.

verbo transitivo indireto Possuir uma inclinação, aptidão para: sua filha sempre tendia para o piano.
Ser parecido ou estar próximo de: o vestido listrado tendia para o vermelho.
Encaminhar; seguir em direção a: seus projetos tendem à falência.
Destinar-se; ter como objetivo, como motivo: os impostos tendem à falência do consumidor.
verbo transitivo direto Desfraldar; encher ou manter-se aberto com o vento: o temporal tendia os lençóis no varal.
verbo intransitivo Voltar-se; apresentar uma inclinação em relação a: a bicicleta tendeu para a esquerda.
verbo transitivo direto e pronominal Estender; expandir-se ou alongar-se no tempo ou num espaço: tendia as pernas; a praia tendia-se pelo horizonte.
Etimologia (origem da palavra tender). Do latim tendere.

Tênder

tênder
v. 1. tr. dir. Estender, estirar. 2. tr. dir. Desfraldar, enfunar. 3. tr. dir. Bater ou enformar (a massa do pão) antes de cozer. 4. pron. Estender-se, fazer-se largo. 5. tr. ind. Dirigir-se, encaminhar-se. 6. tr. ind. Aproximar-se de: T. para o zero a temperatura. 7. tr. ind. Apresentar tendência, inclinação, pendor ou propensão para.

Vocação

substantivo feminino Ação ou efeito de chamar, de invocar, de denominar(-se).
Tendência ou inclinação natural que direciona alguém para uma profissão específica, para desempenhar determinada função, para um trabalho etc: vocação literária.
Orientação ou apelo ao sacerdócio ou à vida religiosa.
Capacidade ou interesse natural por quaisquer coisas - talento: vocação para música; vocação para o canto; vocação para a escrita.
Aptidão natural: um médico de vocação.
[Jurídico] Convocação feita à alguém para que esta pessoa tome posse daquilo que lhe pertence por direito.
Vocação hereditária. Convocação feita aos herdeiros legítimos à sucessão, na sequência determinada por lei, de alguém que evidentemente tenha morrido.
plural Vocações.
Etimologia (origem da palavra vocação). Do latim vocatio.onis.

Escolha, chamamento.

A vocação é o impulso natural oriundo da repetição de análogas experiências, através de muitas vidas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 50

A vocação é a soma dos reflexos da experiência que trazemos de outras vidas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pensamento e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 16


Vocação Chamada (Ef 4:1);
v. CHAMAR 1).

Vocação Ver Apóstolos, Discípulos, Fé, Salvação.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Efésios 1: 18 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Tendo sido iluminados os olhos do vosso entendimento, para saberdes vós qual é a esperança do Seu chamamento, e qual a riqueza da glória da Sua herança dentro dos santos;
Efésios 1: 18 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

62 d.C.
G1391
dóxa
δόξα
uma cidade levítica de Benjamim, atual ’El-Jib’, que se localiza a 8 quilômentros (ou 5
(of Gibeon)
Substantivo
G1492
eídō
εἴδω
ver
(knows)
Verbo - Pretérito Perfeito do indicativo Ativo - 3ª pessoa do singular
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G1680
elpís
ἐλπίς
mover-se suavemente, deslizar, deslizar sobre
(to speak)
Verbo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2588
kardía
καρδία
coração
(in heart)
Substantivo - dativo feminino no singular
G2817
klēronomía
κληρονομία
herança, propriedade recebida (ou a ser recebida) por herança
(inheritance)
Substantivo - feminino acusativo singular
G2821
klēsis
κλῆσις
ser ou tornar-se escuro, tornar obscuro, ser escurecido, ser preto, estar oculto
(so that was darkened)
Verbo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3788
ophthalmós
ὀφθαλμός
sucesso, habilidade, proveito
(and in equity)
Substantivo
G40
hágios
ἅγιος
Abimeleque
(Abimelech)
Substantivo
G4149
ploûtos
πλοῦτος
riquezas, fortuna
(of riches)
Substantivo - Masculino no Singular genitivo
G4771
σύ
de você
(of you)
Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
G5101
tís
τίς
Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
(who)
Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
G5461
phōtízō
φωτίζω
governante, prefeito, governador, um governante subordinado
(and rulers)
Substantivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


δόξα


(G1391)
dóxa (dox'-ah)

1391 δοξα doxa

da raíz de 1380; TDNT - 2:233,178; n f

  1. opinião, julgamento, ponto de vista
  2. opinião, estimativa, seja boa ou ruim, a respeito de alguém
    1. no NT sempre opinião positiva a respeito de alguém, que resulta em louvor, honra, e glória
  3. esplendor, brilho
    1. da lua, sol, estrelas
    2. magnificência, excelência, preeminência, dignidade, graça
    3. majestade
      1. algo que pertence a Deus
      2. a majestade real que pertence a Ele como supremo governador, majestade no sentido da perfeição absoluta da divindade
      3. algo que pertence a Cristo
        1. a majestade real do Messias
        2. o interior absolutamente perfeito ou a excelência pessoal de Cristo; a majestade
      4. dos anjos
        1. como transparece na sua aparência brilhante exterior
  4. a mais gloriosa condição, estado de exaltação
    1. da mesma condição de Deus Pai no céu, para a qual Cristo foi elevado depois de ter concluído sua obra na terra
    2. a condição de gloriosa bem-aventurança à qual os cristãos verdadeiros entrarão depois do retorno do seu Salvador do céu

εἴδω


(G1492)
eídō (i'-do)

1492 ειδω eido ou οιδα oida

palavra raíz; TDNT - 5:116, 673; v

  1. ver
    1. perceber com os olhos
    2. perceber por algum dos sentidos
    3. perceber, notar, discernir, descobrir
    4. ver
      1. i.e. voltar os olhos, a mente, a atenção a algo
      2. prestar atenção, observar
      3. tratar algo
        1. i.e. determinar o que deve ser feito a respeito de
      4. inspecionar, examinar
      5. olhar para, ver
    5. experimentar algum estado ou condição
    6. ver i.e. ter uma intrevista com, visitar
  2. conhecer
    1. saber a respeito de tudo
    2. saber, i.e. adquirir conhecimento de, entender, perceber
      1. a respeito de qualquer fato
      2. a força e significado de algo que tem sentido definido
      3. saber como, ter a habilidade de
    3. ter consideração por alguém, estimar, prestar atênção a (1Ts 5:12)

Sinônimos ver verbete 5825


εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

ἐλπίς


(G1680)
elpís (el-pece')

1680 ελπις elpis

de uma palavra primária elpo (antecipar, usualmente com prazer); TDNT - 2:517,229; n f

  1. expectativa do mal, medo
  2. expectativa do bem, esperança
    1. no sentido cristão
      1. regozijo e expectativa confiante da eterna salvação
  3. sob a esperança, em esperança, tendo esperança
    1. o autor da esperança, ou aquele que é o seu fundamento
    2. o que se espera

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

καρδία


(G2588)
kardía (kar-dee'-ah)

2588 καρδια kardia

forma prolongada da palavra primária kar (Latim, cor “coração”); TDNT - 3:605,415; n f

  1. coração
    1. aquele orgão do corpo do animal que é o centro da circulação do sangue, e por isso foi considerado como o assento da vida física
    2. denota o centro de toda a vida física e espiritual

    1. o vigor e o sentido da vida física
    2. o centro e lugar da vida espiritual
      1. a alma ou a mente, como fonte e lugar dos pensamentos, paixões, desejos, apetites, afeições, propósitos, esforços
      2. do entendimento, a faculdade e o lugar da inteligência
      3. da vontade e caráter
      4. da alma na medida em que é afetada de um modo ruim ou bom, ou da alma como o lugar das sensibilidades, afeições, emoções, desejos, apetites, paixões
    3. do meio ou da parte central ou interna de algo, ainda que seja inanimado

κληρονομία


(G2817)
klēronomía (klay-ron-om-ee'-ah)

2817 κληρονομια kleronomia

de 2818; TDNT - 3:767,442; n f

  1. herança, propriedade recebida (ou a ser recebida) por herança
  2. o que é dado para alguém como uma posse
    1. a eterna bem-aventurança do reino consumado de Deus esperada após a volta visível de Cristo
    2. a parte que um indivíduo terá na eterna bem-aventurança

κλῆσις


(G2821)
klēsis (klay'-sis)

2821 κλησις klesis

de uma forma reduzida de 2564; TDNT - 3:491,394; n f

  1. chamado, chamado a
  2. convocação, convite
    1. para uma festa
    2. do convite divino para abraçar a salvação de Deus


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὀφθαλμός


(G3788)
ophthalmós (of-thal-mos')

3788 οφταλμος ophthalmos

de 3700; TDNT - 5:375,706; n m

olho

metáf. olhos da mente, faculdade de conhecer


ἅγιος


(G40)
hágios (hag'-ee-os)

40 αγιος hagios

de hagos (uma coisa grande, sublime) [cf 53, 2282]; TDNT 1:88,14; adj

  1. algo muito santo; um santo

Sinônimos ver verbete 5878


πλοῦτος


(G4149)
ploûtos (ploo'-tos)

4149 πλουτος ploutos

da raiz de 4130; TDNT - 6:318,873; n m

  1. riquezas, fortuna
    1. abundância de possessões materiais
    2. abundância, plenitude
    3. bem, i.e., aquilo com o qual alguém é enriquecido

σύ


(G4771)
(soo)

4771 συ su

pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

  1. tu

τίς


(G5101)
tís (tis)

5101 τις tis

τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

φωτίζω


(G5461)
phōtízō (fo-tid'-zo)

5461 φωτιζω photizo

de 5457; TDNT - 9:310,1293; v

  1. produzir luz, brilhar
  2. iluminar, clarear, ilustrar
  3. fazer brilhar, tornar evidente
    1. fazer algo existir e assim vir à luz e tornar-se claro para todos
  4. esclarecer, espiritualmente, imbuir alguém com o conhecimento salvador
    1. instruir, informar, ensinar
    2. dar entendimento a

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo