Enciclopédia de Apocalipse 3:5-5

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ap 3: 5

Versão Versículo
ARA O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
ARC O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
TB O vencedor será assim vestido de vestes brancas; não apagarei o seu nome no livro da vida e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
BGB ὁ νικῶν ⸀οὕτως περιβαλεῖται ἐν ἱματίοις λευκοῖς, καὶ οὐ μὴ ἐξαλείψω τὸ ὄνομα αὐτοῦ ἐκ τῆς βίβλου τῆς ζωῆς, καὶ ὁμολογήσω τὸ ὄνομα αὐτοῦ ἐνώπιον τοῦ πατρός μου καὶ ἐνώπιον τῶν ἀγγέλων αὐτοῦ.
BKJ Aquele que vencer será vestido de vestes brancas, e não apagarei o seu nome do livro da vida, mas eu confessarei o seu nome diante do meu Pai, e diante de seus anjos.
LTT Aquele que está vencendo ①, este- mesmo será vestido em vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome para- fora- do grande- livro- rolo de a Vida ②, e confessarei o seu nome perante o Meu Pai e perante os Seus anjos.
BJ2 O vencedor se trajará com vestes brancas e eu jamais apagarei seu nome do livro da vida. Proclamarei seu nome diante de meu Pai e dos seus Anjos.
VULG Qui vicerit, sic vestietur vestimentis albis, et non delebo nomen ejus de libro vitæ, et confitebor nomen ejus coram Patre meo, et coram angelis ejus.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Apocalipse 3:5

Êxodo 32:32 Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito.
Deuteronômio 9:14 Deixa-me que os destrua e apague o seu nome de debaixo dos céus; e te faça a ti nação mais poderosa e mais numerosa do que esta.
I Samuel 17:25 e diziam os homens de Israel: Vistes aquele homem que subiu? Pois subiu para afrontar a Israel. Há de ser, pois, que ao homem que o ferir o rei o enriquecerá de grandes riquezas, e lhe dará a sua filha, e fará isenta de impostos a casa de seu pai em Israel.
Salmos 69:28 Sejam riscados do livro da vida e não sejam inscritos com os justos.
Salmos 109:13 Desapareça a sua posteridade, e o seu nome seja apagado na seguinte geração.
Malaquias 3:17 E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.
Mateus 10:32 Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
Lucas 12:8 E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus.
Filipenses 4:3 E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.
Judas 1:24 Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,
Apocalipse 2:7 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus.
Apocalipse 3:4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso.
Apocalipse 13:8 E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
Apocalipse 17:8 A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição. E os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá.
Apocalipse 19:8 E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.
Apocalipse 20:12 E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
Apocalipse 20:15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
Apocalipse 21:27 E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.
Apocalipse 22:19 e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

 ②

nota Ex 32:32-33 sobre livro- rolo de a Vida.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO

33-337 d.C.
A PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO
Em II Timóteo, sua última carta, Paulo observa acerca de seus colegas que Crescente to1 para a Galácia e Tito para a Dalmácia. A Galácia corresponde à região central da atual Turquia e, provavelmente, incluía as igrejas fundadas por Paulo nas imediações de Antioquia da Pisídia: Icônio, Listra e Derbe. A Dalmácia corresponde à atual Albânia e partes da Sérvia e Montenegro.
Fica evidente que os colegas de Paulo estavam dando continuidade à sua prática de pregar o evangelho onde Jesus ainda não era conhecido.
O Novo Testamento não revela onde vários dos apóstolos e outros líderes da igreja foram pregar evangelho. De acordo com tradições posteriores, o apóstolo João passou seus últimos anos em Efeso e o apóstolo Filipe, em Hierápolis (Pamukkale), na Turquia.
As tradições também associam os apóstolos Tomé e Bartolomeu à Índia, mas não se sabe ao certo a que região esse termo se refere, que era usado para qualquer terra próxima ao oceano Indico.
A Bíblia não relata de que maneira o cristianismo se espalhou por todo o Império Romano e além de suas fronteiras. Sem dúvida os 85:000 km de estradas imperiais e as rotas marítimas usadas pelos romanos facilitaram essa propagação. Os três exemplos a seguir ilustram aspectos diferentes da propagação do cristianismo:


PERSEGUIÇÃO E MARTÍRIO
Uma leitura superficial de Atos dos Apóstolos mostra que a igreja primitiva enfrentou períodos de perseguição. Pedro foi liberto da prisão por intervenção divina. Ao mesmo tempo, em 44 d.C., o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, foi morto por Herodes Agripa I. De acordo com tradições posteriores, André foi crucificado na Acaia (Grécia) e Pedro, em Roma. Nas cartas do Senhor ressurreto às sete igrejas em Apocalipse, cada uma dessas congregações é exortada a buscar a vitória. Algumas igrejas, como a de Esmirna, são advertidas acerca de uma perseguição específica e, de fato, grande parte do restante do livro de Apocalipse (não obstante sua interpretação) fala da igreja sob perseguição intensa. No final do livro a "Babilônia" semelhante à Roma em alguns aspectos, ma: provavelmente uma referência a sistema do mundo como um todo, cai e a nova jerusalém desce do céu, da parte de Deus. "Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (Ap 21:3b-40).
Essa esperança encheu os primeiros cristãos de coragem para enfrentar a morte. Ainda no período neotestamentário vários cristãos foram martirizados, mas essas ocorrências não se encontram registradas no texto bíblico. Em 64 d.C., quando grande parte de Roma foi destruída por incêndio, o imperador Nero culpou os cristãos. Realizou prisões em massa, e ordenou que suas vitimas tossem crucificadas, queimada: ou cobertas com peles de animas selvagens é despedaçadas por cães.° Outra perseguição irrompeu no governo do imperador Domiciano (81-96 .C.). A prisão de João na ilha de Patmos, durante a qual acredita-se que ele escreveu o livro de Apocalipse, ocorreu nesse período.
A perseguição aos cristãos continuou no governo dos imperadores romanos dos séculos 2 e III d.C. e pode ser esboçada pelo seguinte resumo extremamente sucinto:

O RECONHECIMENTO OFICIAL DO CRISTIANISMO

O reconhecimento oficial teve um papel importante na propagação do cristianismo. Abgar IX (179-216 .C.), monarca do reino de Edessa (atual cidade de Urfa, no sudeste a Turquia), se converteu ao cristianismo. Em 301 d.C., o rei Tiridates e sua família, da Armênia, na fronteira oriental do Império Romano, foram batizados ao abraçarem a fé cristã. Em 313 d.C., na cidade de Milão, o imperador romano Constantino publicou um édito de tolerância em favor dos cristãos. Apesar dessa medida não ter interrompido a perseguição de imediato, pelo menos conferiu reconhecimento oficial a cristianismo. O imperador foi batizado em 337 d.C., ano de sua morte. Alguns consideram que o reconhecimento imperial foi benéfico para o cristianismo, enquanto outros julgam que foi prejudicial. Não obstante, salvo raras exceções, essa medida fez cessar a perseguição aos cristãos promovida pelo Estado.
Até o final da perseguição o grande risco de destruição de manuscritos desestimulou a compilação dos livros bíblicos em um só volume. Assim, não é coincidência que os primeiros

 

Referências

II Timóteo 4.10

Romanos 15:20

Mateus 6:9

Atos 12:1-17

Apocalipse 2:7-26;

Apocalipse 3.5-21

Apocalipse 2:10

Apocalipse 18:1-24

Apocalipse 21:2

Nos quatro primeiros séculos, i cristianismo se expandiu por grande parte do Império Romano e além.
Nos quatro primeiros séculos, i cristianismo se expandiu por grande parte do Império Romano e além.
Relevo com temas cristãos primitivos, encontrado nas paredes da catacumba de Domitila, em Roma. Inscrições como estas são consideradas hoje como um tipo de "grafite" cristão primitivo, uma vez que eram produzidas às pressas em lápides já existentes.
Relevo com temas cristãos primitivos, encontrado nas paredes da catacumba de Domitila, em Roma. Inscrições como estas são consideradas hoje como um tipo de "grafite" cristão primitivo, uma vez que eram produzidas às pressas em lápides já existentes.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

ap 3:5
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
E. CARTA À IGREJA DE SARDES, 3:1-6

  1. Destinatário (3.1a),

Continuando rumo ao sudeste de Tiatira, o mensageiro teria de viajar cerca de 50 quilômetros até Sardes, a antiga capital da Lídia (veja mapa 1). Ela era famosa pela sua fabricação de lã e afirmava ter sido a primeira cidade a descobrir a arte de tingir lã.
Sardes havia alcançado seu ápice de prosperidade sob o rico rei Croesus (ca. 560 a.C.). Conquistada por Ciro, ela permaneceu desconhecida durante o governo persa. No período romano, houve uma certa medida de restauração. Mas Charles diz que mesmo então "ne-nhuma cidade na Ásia apresentou um contraste mais deplorável entre o esplendor passado e o declínio inquietantemente atual"." Por esse motivo Ramsay chama Sardes de "a cidade da morte". Ele escreve: "Assim, quando as Sete Cartas foram escritas, Sardes era uma cidade do passado, que não tinha futuro"." Hoje existe uma pequena vila, chamada Sart.

O principal culto em Sardes era a depravada adoração de Cibele (ou Ártemis). Charles diz: "Seus habitantes tinham se destacado pela luxúria e libertinagem".' Isso dificultou a manutenção dos padrões cristãos de pureza.

  1. Autor (3.
    - 1b)

Aqui Cristo é identificado como o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas (cf. 2.1). Com sete Espíritos de Deus evidentemente se quer dizer o Espírito Santo e sua perfeição e sua obra por meio das sete igrejas, que representam a Igreja universal de Jesus Cristo (veja comentários em 1.4). As sete estrelas representam os mensageiros (pastores) das sete igrejas (cf. 1.20).

  1. Censura (3.1c,
    - 2b)

A expressão Eu sei ocorre no início de cada uma das sete cartas (2.2, 9, 13 19:3-1, 8, 15). Nada está escondido aos olhos do Cristo onisciente. Uma vez que Ele conhece perfeitamente, Ele é capaz de julgar com justiça.

Seria difícil imaginar uma censura mais avassaladora: tens nome de que vives e estás morto. Essa cidade arrasada não estava apenas morta, mas a igreja também estava morta. Ela tinha perdido sua vida espiritual. Smith comenta: "Sardes evidente-mente era conhecida como uma 'igreja viva' — em que havia muita atividade, mas Aque-le que não olha para a aparência exterior, mas vê o coração declara: Tu [..] estás morto".'

Erdman leva esse pensamento um passo adiante: "Provavelmente, seus cultos eram bem freqüentados e conduzidos de maneira correta. Podem ter havido comitês e aniver-sários e reuniões. No seu rol de membros podem ter havido líderes sociais notáveis. No entanto, ela estava morta"."

A igreja tinha obras, mas essas obras não eram perfeitas diante de Deus (2). Erdman comenta: "Ela não conquistou nada no reino espiritual: almas não estão sendo salvas; santos não são fortalecidos; ajuda não está sendo oferecida aos necessitados; seus cultos são formais, sem vida e sem sentido: 'Não achei as tuas obras aperfeiçoadas diante do meu Deus'

A palavra para perfeitas literalmente significa "suficientes" ou "cheias". Swete faz a seguinte sábia observação: "'Obras' são 'cheias' somente quando são avivadas pelo Es-pírito de vida".78 Precisamente, é isso que faz a diferença entre uma igreja morta e uma igreja viva. Uma sente a falta do Espírito Santo; a outra está cheia e capacitada pelo Espírito. Não será o número de atividades ou a organização eficiente que tirará o lugar da dinâmica poderosa do Espírito Santo.

4. Exortação (3.2a,
3)

Sê vigilante (2) é literalmente: "Esteja continuamente vigilante". Vigilante é o particípio presente do verbo gregoreo, que significa "esteja acordado" ou "vigie". Jesus usou essa palavra duas vezes no discurso do monte das Oliveiras (Mc 13:35-37), reque-rendo vigilância constante na preparação para sua segunda vinda.

A igreja de Sardes foi advertida da seguinte maneira: confirma o restante que estava para morrer. No meio dessa igreja morta havia alguns elementos de vida. Mas mesmo esses estão prestes a morrer — literalmente: "estavam prestes [verbo no imper-feito] a morrer". Swete comenta: "O imperfeito olha para trás do ponto de vista do leitor da época quando a visão foi recebida e, ao mesmo tempo, com um otimismo sensível ele expressa a convicção do escritor de que o pior logo teria passado".79 Isto é, os cristãos em Sardes podiam dizer: "Essas coisas estavam prestes a morrer; mas não vamos permitir que isso aconteça".

Ramsay destaca em pormenores o significado da ordem à igreja de Sardes de ser vigilante. A cidade tinha sido capturada duas vezes pelo inimigo por causa da falta de vigilância da parte do seu povo. A primeira vez foi quando o rico Croesus era rei. Ramsay descreve a situação da seguinte maneira:

O descuido e a falta de manter uma vigilância eficiente, decorrentes da confi-ança excessiva na evidente resistência da fortaleza foram as causas desse desastre, que arruinou a dinastia e causou o fim do império da Lídia e o domínio de Sardes. Os muros e portões eram extremamente fortes. A colina na qual a cidade alta havia sido erguida era íngreme e imponente. O único acesso à cidade alta era cuidadosa-mente fortificado para não oferecer chance alguma a um invasor. Mas havia um ponto fraco: em um lugar era possível que um inimigo ágil subisse a parede perpen-dicular da montanha imponente, se os defensores fossem negligentes e permitis-sem que ele a escalasse de maneira desimpedida."

Isso ocorreu em 549 a.C. Mas em 218 a.C. voltou a acontecer. Ramsay escreve:

Mais de três séculos depois, um outro caso semelhante ocorreu. Archaeus e Antíoco, o Grande, estavam lutando pelo domínio de Lídia e todo o império selêucida. Antíoco venceu seu rival em Sardes, e a cidade foi capturada novamente por uma surpresa do mesmo tipo: um mercenário de Creta mostrou o caminho, escalando a colina e entrando na fortaleza sem ser observado. A lição dos dias antigos não tinha sido aprendida; a experiência havia sido esquecida; os homens foram desatentos e negligentes; e quando veio o momento da necessidade, Sardes estava despreparada.81

O significado dessa lição para os cristãos é óbvio. Precisamos ter apenas um ponto fraco em nosso caráter, um lugar desprotegido em nossa vida espiritual, para ser vítima da astuta estratégia de Satanás. Continua sendo verdade que a "vigilância eterna é o preço da segurança".

A admoestação à igreja de Sardes continua: Lembra-te, pois, do que tens rece-bido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te (3). Há uma mudança freqüente do tem-po no grego que é difícil de reproduzir na tradução simples em português. Literalmen-te seria o seguinte: "Continue lembrando [presente], pois, como você [singular] tem recebido [e continua possuindo; perfeito] e ouviu [aoristo], e continue guardando [pre-sente], e arrependa-se [agora mesmo; aoristo]". Lenski observa: "O arrependimento imediato e verdadeiro é o único remédio para a morte que se estabeleceu ou quase se estabeleceu".' Esse arrependimento sempre quando lembramos da Palavra de Deus que temos recebido e ouvido.

Swete mostra bem a força dos tempos nesse versículo: "O aoristo [ouvido] volta para o momento em que a fé veio pelo ouvir (Rm 10:17) [...]; o perfeito [tens recebido] chama a atenção à responsabilidade permanente da confiança então recebida [...] 'guar-de aquilo que recebeu e imediatamente volte-se da sua negligência passada' "83

Os versículos 2:3 sugerem "Cinco Passos para um Avivamento":

1) Sê vigilante;
2) Confirma o restante que estava para morrer;
3) Lembra-te;
4) Guarda-o;
5) Ar-repende-te.

Mais uma advertência é anunciada: se não vigiares, virei sobre ti como um la-drão, e não saberás a que hora sobre ti virei. Esse é um claro eco de Mateus 24:42-44. Repetidas vezes somos advertidos de que Cristo virá num momento inesperado.

5. Aprovação (3,4)

Mesmo na igreja morta em Sardes havia um remanescente fiel — algumas pesso-as. Deissmann diz que a palavra grega (onoma) aqui tem "o significado de pessoa".' Ela é usada dessa forma na Septuaginta em Números 1:2-20; 3.40, 43, em que provavelmen-te traz o pensamento adicional de "pessoas reconhecidas pelo nome". Alguns estudiosos sentem que aqui a palavra significa "algumas pessoas cujos nomes estavam no rol de membros da igreja"."

Os fiéis não contaminaram suas vestes. Moffatt comenta: "A linguagem reflete registros de cumprimento de votos na Ásia Menor, onde roupas manchadas desqualificavam o adorador e desonravam o deus. A pureza moral nos qualifica para a comunhão espiritual"." Ir à presença de Deus com nossos pensamentos e sentimentos manchados com egoísmo é desonrá-lo. As vestes da nossa personalidade devem ser mantidas puras se desejamos ter comunhão com Deus.

Para aqueles que mantiveram sua pureza, a promessa é a seguinte: comigo anda-rão de branco. A última palavra está no plural no grego, indicando "roupas brancas".

Uma vez que mantiveram suas vestes limpas eles serão para sempre vestidos de bran-co, símbolo da santidade divina ou da justiça de Cristo. Aqueles que permaneceram brancos são dignos dessa honra.

  1. Recompensa (3,5)

A promessa ao vencedor em Sardes se encaixa com o que acabou de ser dito: O que vencer será vestido de vestes brancas. No melhor texto grego aparece a palavra "assim". O texto deveria ser traduzido da seguinte forma: "O que vencer, será assim vestido de vestes brancas" (referindo-se ao versículo anterior). Charles diz: "Essas ves-tes são os corpos espirituais com as quais o fiel será vestido na ressurreição".' Ele encontra apoio para isso em II Coríntios 5:1-4 e na literatura intertestamentária. Swete dá a essa expressão uma conotação mais ampla: "Nas Escrituras, vestuário branco denota
a) festividade... b) vitória... c) pureza... d) o estado celestial"." Ele acrescenta: "Todas essas associações convergem aqui: a promessa é de uma vida livre de contami-nação, radiante de alegria celestial, coroada com vitória finar." Essa parece ser a ex-plicação mais adequada.

Aquele que vencer, que permanece firme até o fim da vida, recebe a promessa: de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida. É isso que as palavras de Jesus querem dizer em Mateus 10:22: "aquele que perseverar até ao fim será salvo"; isto é, eternamente. Esse nome não só permanecerá seguro no registro celestial, mas Jesus promete: confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Cristo não se envergonhará em reconhecer aqueles que Lhe pertencem. A linguagem aqui lembra Mateus 10:32: "Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus".

  1. Convite (3,6)

Essa frase recorrente ressalta a responsabilidade do ouvir. Essas cartas eram lidas em voz alta nas igrejas.

F. CARTA À IGREJA DE FILADÉLFIA, 3:7-13

1. Destinatário (3.
- 7a)

Essa cidade distava de Sardes pouco menos de 50 quilômetros a sudeste (veja mapa 1). Ela recebeu o nome do seu fundador, Atalus II (Philadelphus), que reinou de 159 a 138 a.C. Muitas vezes sacudida por terremotos, ela foi destruída em 17 d.C., junto com Sardes e dez outras cidades no vale de Lídia. O medo fez com que grande parte da popu-lação deixasse de morar no interior dos seus muros. Aparentemente, tanto a cidade quanto a igreja eram pequenas nessa época.

A adoração principal era a Dionísio (mais tarde chamado de Baco). Mas a carta indica que a principal oposição veio dos judeus e não dos pagãos.

Quando os turcos conquistaram a Ásia Menor na 1dade Média, Filadélfia suportou o ataque por muito mais tempo do que outras cidades. Ramsay diz: "Ela exibia todas as qualidades nobres de perseverança, verdade e constância que são atribuídas a ela na carta de João"." Hoje há uma cidade relativamente grande lá, com uma estação ferroviária.

2. Autor (3.
- 7b)

Cristo se descreve como o que é santo — literalmente, "o Santo", um nome para a divindade. Ele também é o que é verdadeiro, "o Verdadeiro". A palavra grega para verdadeiro (alethinos) significa "verdadeiro, no sentido de real, ideal, genuino".91 Bultmann diz: "Em relação às coisas divinas ela tem o sentido daquilo que verdadeira-mente é, ou daquilo que é eterno"." Comentando a respeito desse título duplo de Jesus, Swete escreve: "O Cabeça da Igreja é descrito ao mesmo tempo como santidade absoluta [...] e como verdade absoluta; Ele é tudo aquilo que afirma ser, cumprindo os ideais que prega e as esperanças que inspira"." Charles entende que, no Apocalipse, não temos o sentido clássico do grego alethinos ("genuíno") como acontece no Evangelho de João. Em vez disso, é a ênfase hebraica na fidelidade de Deus. Ele diz: "Por isso, alethinos sugere que Deus ou Cristo, como verdadeiro, cumprirá a sua palavra".'

Jesus então se descreve como o que tem a chave de Davi, o que abre, e nin-guém fecha, e fecha, e ninguém abre. Essas palavras são citadas de Isaías 22:22. Ali

  1. Senhor fala de Eliaquim, servo fiel de Ezequias: "E porei a chave da casa de Davi sobre
  2. seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará, e fechará, e ninguém abrirá". A chave é o símbolo de autoridade. Charles observa que a expressão a chave de Davi "evidente-mente tem um significado messiânico [...] As palavras ensinam que a Cristo pertence completa autoridade com respeito à admissão ou exclusão da cidade de Davi, a nova Jerusalém".' Mas já em 1.18, Jesus tinha declarado que Ele tinha as chaves da morte e do Hades. Assim, Ele exercita autoridade no céu, na terra, e mesmo no reino dos mortos.

3. Aprovação (3:8-10)

À igreja de Filadélfia, Cristo disse: eis que diante de ti pus uma porta aberta (8) — literalmente: "uma porta que foi aberta e permanece aberta". A figura de uma porta aberta era familiar para os cristãos do primeiro século. Os missionários pioneiros, Paulo e Barnabé, relataram em Antioquia que Deus "abrira aos gentios a porta da fé" (At 14:27). Em relação à sua obra em Éfeso, Paulo escreveu: "porque uma porta grande e eficaz se me abriu" 1Co 16:9). Pouco mais tarde, ele diz: "quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo [...] abrindo-se-me uma porta no Senhor" (2 Co 2.12). Ele pediu aos colossenses a orarem "para que Deus nos abra a porta da palavra" em Roma (Cl 4:3). Essas passagens das epístolas de Paulo parecem indicar o que significa uma porta aberta. Ela significa uma boa oportunidade para a obra missionária.

Ramsay denomina Filadélfia "a igreja missionária". Ele diz o seguinte dessa cidade:

A intenção dos seus fundadores era torná-la um centro da civilização greco-asiática e um meio de espalhar a língua grega e seus costumes na parte oriental da Lídia e da Frigia. Ela era uma cidade missionária desde o seu princípio [...] O seu ensinamento foi bem-sucedido. Antes de 19 d.C., a língua nativa tinha deixado de ser falada na Lídia e a língua grega era a única falada nesse país."

Mas agora a igreja de Filadélfia foi chamada para um tipo de obra missionária mui-to mais importante, que é a de espalhar o evangelho de Jesus Cristo. Para essa tarefa, ela estava num lugar apropriado. A estrada do esplêndido porto de Esmirna passava por Filadélfia. Além do mais, "a estrada imperial do correio de Roma até as províncias mais ao leste" passava por Trôade, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia. "Ao longo dessa grande rota a nova influência estava constantemente se movendo para o leste da Fila-délfia, na forte corrente de comunicação que saía de Roma, passava pela Frigia e ia em direção ao Oriente distante [...] Filadélfia, portanto, era a guardiã do portão para o pla-nalto; mas a porta tinha agora sido permanentemente aberta diante da Igreja, e a obra de Filadélfia era passar por ela e levar o evangelho para as cidades da Frígia".97

A igreja em Filadélfia se torna um símbolo da grande iniciativa de missões mundi-ais, a próxima etapa na história do cristianismo depois da Reforma Protestante. Nos primeiros 150 anos depois do início de missões modernas protagonizado por William Carey em 1792, provavelmente mais obras missionárias foram desenvolvidas do que nos 1500 anos anteriores.
Acerca dessa porta aberta Jesus disse: ninguém a pode fechar. A "chave de Davi" (v. 7) tinha destrancado a porta, e nenhum humano ou força demoníaca poderia fechá-la. Nunca antes, em 1900 anos de história cristã, o desafio da porta aberta de missões mundiais foi maior do que agora.

Parece surpreendente ler: tendo pouca força. Evidentemente, a igreja de Filadél-fia era pequena e talvez seus membros fossem na maioria da classe mais pobre. A decla-ração guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome deveria ser traduzida da seguinte forma: "E mesmo assim guardaste a Minha palavra e não negaste o meu nome". Evidentemente, a congregação tinha passado por um tempo de provação, mas permaneceu firme.

A frase a sinagoga de Satanás (9) já tinha aparecido em 2.9, na carta a Esmirna. Nessas duas cidades a oposição à igreja veio principalmente dos judeus. Mas eles não são verdadeiros judeus, porque não seguem os passos do Pai Abraão, nem guardam o espírito da lei de Moisés (veja comentários em 2.9).

Desses falsos judeus o Senhor diz: eis que eu farei que venham, e adorem pros-trados a teus pés," e saibam que eu te amo. Isso parece indicar que alguns judeus seriam convertidos ao cristianismo. Essa interpretação é fortalecida pela primeira frase do versículo: eu farei aos da sinagoga de Satanás. O grego traz: "eu darei da sinago-ga de Satanás [não eu farei]". Alguns seriam salvos.

Confirmação indireta disso é encontrada na carta de Inácio aos cristãos em Filadél-fia (ca. 120 d.C.), na qual ele os adverte para não darem ouvidos aos judaizantes. Eviden-temente, os judeus se tornaram influentes na congregação de Filadélfia.

Cristo elogiou a igreja porque ela tinha guardado a palavra da minha paciência (10), ou "resistência". Erdman diz que essa frase dá a impressão de significar: "A prega-ção dessa imutável resistência com a qual no meio de privações Cristo deve ser servi-do"." Mas é minha paciência. Trench está certo quando comenta: "Muito melhor, no entanto, é entender todo o evangelho como 'a palavra da paciência de Cristo', ensinando em toda parte, como está ocorrendo, a necessidade de uma espera paciente por Cristo, até que Ele, o esperado por tanto tempo, finalmente apareça".' Lenski vai mais longe e sugere que a frase deveria ser traduzida da seguinte forma: "a Palavra que trata da resistência do Senhor".' Talvez esses dois pensamentos deveriam ser combinados: é a resistência paciente de Cristo como um exemplo para permanecermos constantes.

Uma vez que a igreja em Filadélfia tinha guardado essa palavra de Cristo, Ele, por sua vez, a guardará da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo (terra habitada), para tentar os que habitam na terra. O substantivo grego para tenta-ção é peirasmos, e o verbo grego para tentar é peirazo. A conexão óbvia no grego também aparece na versão em português (o mesmo não ocorre na KJV). O verbo signi-fica "testar, colocar à prova". Uma tradução correta seria "provação [...] prova" (NVI) ou "teste [...] testa" (NASB).

O alcance mundial dessa prova mostra que a referência principal é ao período da chamada Grande Tribulação no tempo da Segunda Vinda. Mas há talvez uma aplicação secundária às perseguições romanas ao cristianismo, que se estendiam pela terra então conhecida — o Império Romano.

Tem havido uma discussão considerável se te guardarei da hora da tentação significa isenção do tempo da provação ou ser guardado nesse tempo. A palavra da no grego não é apo, "para longe de", mas ek, que significa "fora de". À luz disso, Carpenter escreve: "A promessa não significa ficar guardado longe da tribulação, mas ser guardado no meio dela" — da mesma forma que a cabeça de alguém é "mantida acima da água".' Swete escreve: "Para a igreja de Filadélfia a promessa era uma garantia de proteção em qualquer prova que lhe pudesse sobrevir".' Também é uma promessa para nós de que o nosso Senhor nos manterá em segurança em qualquer época de teste.

  1. Exortação (3,11)

Na carta para Filadélfia, como na carta para Esmirna, não há palavra de censura. Assim, passamos imediatamente para a exortação.
Ela começa com uma promessa misturada com advertência: Eis que venho sem demora.' O significado principal de sem demora (cf. 22,20) é que o Senhor não atrasa-rá a sua vinda além do tempo fixado. Mas, uma vez que não sabemos quando isso acon-tecerá, devemos estar constantemente preparados. Além disso, para o Senhor mil anos são como um dia (2 Pe 3.8). Assim, dois mil anos ainda seriam sem demora.

A conexão próxima desse versículo com o anterior sugere que a vinda de Cristo vai livrar os seus da hora da tribulação. Alguns têm sugerido que, da mesma forma que os israelitas tiveram de tomar parte das três primeiras pragas (sangue, sapos, piolhos) com os egípcios (Ex 8:22), assim a Igreja poderá passar pela primeira parte da Grande Tribu-lação antes de ser levada por Cristo.

A igreja de Filadélfia é admoestada: guarda o que tens. Swete sabiamente obser-va: "A promessa de proteção (v. 10) traz consigo a responsabilidade de um esforço contí-nuo".'" Coroa significa a "coroa da vitória" (veja comentários em 2.10). A advertência é contra fracassar na corrida da vida e, conseqüentemente, perder o direito à coroa da vida. Ou seja: "toma cuidado para que ninguém tome a tua coroa". Esse objetivo é alcançado ao correr com sucesso até o fim.

  1. Recompensa (3,12)

Para o vitorioso será erguida uma coluna no templo do meu Deus. Swete comen-ta: "Há uma dupla propriedade nessa metáfora: enquanto a coluna dá estabilidade à construção que se apóia sobre ela, ela mesma está firme e permanentemente estabelecida; e esse lado do conceito freqüentemente vem à tona [...] e é preeminente aqui".'"

Uma vez que ele esteja estabelecido, dele [do templo] nunca sairá. Quando o período da provação chegar ao fim e o vencedor tiver se tornado uma coluna no templo eterno de Deus, não haverá mais possibilidades de cair. O caráter dos santos glorificados será firmado para sempre.

A respeito do vencedor, Cristo disse que escreveria três nomes: o nome do meu Deus [...] o nome da cidade do meu Deus[...] e também o meu novo nome. O nome de Deus, significando sua posse, era colocado sobre os israelitas; porque logo após a bela bênção sumo sacerdotal (Nm 6:24-26), é acrescentada: "Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei" (Nm 6:27). A nova Jerusalém é descrita em mais detalhes nos capítulos 21:22. Aqui há apenas uma referência de passagem acerca dela.

O que significa o meu novo nome? Trench diz que é esse "nome misterioso e, na necessidade das coisas, não comunicado e, para o tempo presente, incomunicável, que, nessa mesma visão mais sublime, é mencionado como: 'e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo' (19,12) [...] Mas o mistério desse novo nome, que nenhum homem é capaz de descobrir, que nessa condição presente ele não é capaz de receber, será dado aos santos e cidadãos da nova Jerusalém. Eles conhece-rão como são conhecidos 1Co 13:12) ".1' Swete sugere que o novo nome de Cristo é "um símbolo para a glória mais completa de sua Pessoa e Caráter que aguardam revelação na sua Vinda".1"

Três pensamentos se destacam nessa "Promessa ao Vencedor":

1) Consagração com-pleta a Deus — o nome do meu Deus;
2) Cidadania intransferível na cidade celestial — o nome da cidade do meu Deus;
3) Conhecimento mais completo de Cristo na Segunda Vinda — meu novo nome.'"

6. Convite (3,13)

Ouça significa "preste atenção". É o que queremos comunicar quando dizemos: "Ago-ra, escute-me".

G. CARTA À IGREJA DE LAODICÉIA, 3:14-22

1. Destinatário (3.
- 14a)

A KJV traduz aqui: "à igreja dos Laodicenses". Essa tradução tem provocado uma série de comentários e interpretações. Mas ela praticamente não tem apoio dos manus-critos gregos. A tradução correta é: "à igreja que está em Laodicéia". Ela é similar em forma com os destinatários das outras igrejas.

Laodicéia distava cerca de 60 quilômetros a sudeste de Filadélfia. Ela se localizava junto ao rio Licos, 10 quilômetros ao sul de Hierápolis e 16 quilômetros a oeste de Colossos (veja mapa 1). Fundada por Antíoco II (267-246 a.C.), essa cidade foi chamada de Laodicéia em homenagem à sua esposa, Laodice. Visto que estava localizada na junção de três estradas importantes, tornou-se uma grande cidade comercial e administrativa. O fato de ser um centro financeiro, a tornou tão próspera que foi capaz de reconstruir-se depois do grande terremoto em 60 d.C. sem o subsídio imperial. Ela também era conhecida pela fabricação de roupas e tapetes de uma lã preta, brilhante e macia. Laodicéia também era famosa por causa da sua renomada escola de medicina.

A igreja de Laodicéia já existia quando Paulo estava preso em Roma. Ele escreveu uma carta a ela (cf. Cl 4:16) que evidentemente se perdeu.

A cidade foi conquistada pelos turcos. No lugar existe hoje uma série de ruínas, ainda não escavadas.

  1. Autor (3.
    - 14b)

Jesus aqui se identifica como o Amém. Isso pode ser um eco de Isaías 65:16, em que encontramos no hebraico: "o Deus do Amém" (ou "o Deus da verdade"). A palavra foi traduzida do hebraico para o grego e, tempos depois, para o inglês e outras línguas mo-dernas. Hoje, entre os cristãos de todos os países e línguas ouvimos o mesmo "Amém!".

Provavelmente há uma conexão próxima entre o uso freqüente desse termo por Je-sus como está relatado nos Evangelhos. Essa palavra aparece 51 vezes nos Sinóticos e 50 vezes no Evangelho de João. Ela é traduzida como "na verdade" (sempre duplo em João) na frase: "Na verdade vos digo".

O autor mais adiante se descreve como a testemunha fiel e verdadeira (veja comentários em 1.5; 3.7). Isso provavelmente é sinônimo de o Amém, que é colocado aqui "porque essa é a última das sete epístolas, para que possa confirmar o todo".'

O terceiro item na descrição é: o princípio da criação de Deus. Mestres heréticos têm se aproveitado dessa frase como prova de que Cristo não era eterno. Mas em Colossenses, em que Ele é designado "o primogênito de toda a criação" (1.15), é mencio-nado logo em seguida: "porque nele foram criadas todas as coisas [...] E ele é antes de todas as coisas" (1:16-17). Além disso, em seu Evangelho, João diz acerca do Logos: "To-das as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (Jo 1:3). A frase aqui deve ser interpretada à luz dessas outras passagens. Ela significa "a origem (ou `fonte original') da criação de Deus".'

  1. Aprovação (3:15-17)

No caso da igreja de Laodicéia não há palavras de aprovação ou recomendação. É um fato impressionante que não se diga nada aqui acerca dos nicolaítas ou qualquer outro grupo herético. Pelo que tudo indica, a igreja era ortodoxa. Mas era uma ortodoxia morta. O que estava errado com a igreja de Laodicéia não era um problema da cabeça, mas um problema do coração. Isso era muito mais sério.

A essa igreja o Senhor disse: Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente (15). A palavra grega para frio (psychros) é usada somente nos versículos 15:16 e em Mateus 10:42 — "um copo de água fria". Quente é zestos (somente nos vv. 15-16 no NT). Essa palavra significa "quente a ponto de ferver", assim frio aqui provavelmente significa "frio a ponto de congelar".1" A igreja não era nem friamente indiferente nem fervorosa no espírito (cf. Rm 12:11).

A reação do Cabeça da Igreja é expressa com palavras fortes: Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca (16). Alguns ali-mentos são gostosos somente quando estão frios, outros somente quando estão quentes. Alguns alimentos são gostosos tanto frios quanto quentes. A maioria das pessoas gosta de suco gelado e café ou chá quente; mas quem gosta de uma bebida morna? As palavras gregas para morno e vomitar (esta é emeo, no grego) são encontradas somente aqui no Novo Testamento.

A pior coisa a respeito da condição dessa igreja era sua autocomplacência: Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (17). A igreja evidentemente refletia o comportamento da comunidade (veja comentários no v. 14). Enriqueci-do significa literalmente: "acumulei riquezas" (mesma raiz de rico na frase anterior) ; em outras palavras: "Obtive minha riqueza com meu próprio esforço". A primeira frase expressa auto-satisfação; a segunda, orgulho.

Não existe um exemplo mais triste de orgulho insensível do que o que é exibido na declaração: de nada tenho falta. Que contraste com a humildade realista expressa nas palavras do hino "Preciso de Ti a toda hora". Esse é o verdadeiro espírito cristão de dependência.

A avaliação de Cristo acerca dessa igreja era bem diferente da avaliação que essa igreja fez dela mesma. Ele disse: e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. O grego é consideravelmente mais vívido: "e não sabes que thou (enfático no gr. — tu que tens te vangloriado) és o desgraçado, e desprezível, e pobre, e cego e nu". Desgraçado é encontrado somente aqui e em Romanos 7:24 (no texto grego) : "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?". Miserável ocorre somente aqui e em I Coríntios 15:19: "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens".

Swete resume o restante do versículo da seguinte forma: "Os três adjetivos se-guintes relatam os motivos para a comiseração; um pedinte cego [...] escassamente vestido (cf. Jo 21:7) não era mais merecedor de compaixão do que essa igreja rica e presunçosa".1" Pobre [...] cego [...] nu devem ser entendidos metaforicamente, des-crevendo a condição espiritual da igreja. No entanto, pode haver uma alusão indireta aos recursos ostentosos da cidade onde estavam localizados. A igreja era pobre em um centro financeiro opulento, cego em uma comunidade que tinha uma excelente escola de medicina, e nu em um lugar famoso pela fabricação de roupas feitas de uma lã de alta qualidade. É possível que a Igreja dos nossos dias prospere exterior-mente no meio de prosperidade material, e mesmo assim seja pobre, cega e espiritu-almente nu.

4. Exortação (3:18-20)

A essa igreja opulenta, que "não tinha falta de nada", Jesus disse: aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças (18). O termo compres é um eco de Isaías 55:1: "vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite". Essa é a única maneira de com-prarmos de Deus. De mim é enfático. Essas coisas necessárias podem ser adquiri-das somente de Cristo.

Provado no fogo ou "refinado no fogo", isto é, purificado pelo fogo. A mesma forma verbal ocorre na Septuaginta em Salmos 18:30 — "a palavra do Senhor é provada". Em Provérbios 30:5, lemos "pura" — "Toda palavra de Deus é pura". Assim, aqui significa que esse ouro é puro e genuíno.

Além disso, a igreja precisava de vestes brancas, para que te vistas, e não apa-reça a vergonha da tua nudez. A roupa branca e pura estava em contraste com a lã preta, pela qual Laodicéia era famosa.

Em terceiro lugar, Jesus aconselhou a igreja para que unjas os olhos com colírio, para que vejas. Acerca desse remédio, Charles diz: "Em nosso texto refere-se ao famoso pó da Frigia usado pela escola de medicina de Laodicéia".

Não se deve deixar de notar que as três partes do versículo 18 correspondem aos últimos três adjetivos do versículo 17: "pobre", "nu", "cego". A igreja de Laodicéia achava que não precisava de nada. Na verdade, ela sentia falta das necessidades mais básicas da vida espiritual.

Nesse versículo, vemos "O que é o Evangelho":

1) Riqueza divina para nossa pobreza espiritual;

2) Veste branca de justiça para nossa pecaminosidade;

3) Visão espiritual para nossa cegueira.

A exortação continua: Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te (19). O castigo é um sinal do cuidado amoroso de Deus como

nosso Pai celestial (cf. Hb 12:5-11). É interessante que o verbo amo aqui não é o costu-meiro agapao, mas phileo, que introduz um toque meigo e sentimental — para a igreja

que menos o merecia! Repreendo é "declarar culpado". Castigo é literalmente "educar uma criança". Tudo isso mostra a compaixão de Cristo em lidar com essa igreja como uma criança geniosa que precisava do amor e disciplina do Pai. Swete observa: "Talvez a condição deplorável da igreja de Laodicéia era devida à falta de correção; não há nenhu-ma palavra de quaisquer provas até aqui sofridas por essa igreja".115

Essa igreja tinha falta de "tempero" (veja comentários acerca de "quente", v. 15). Ela carecia de zelo. Assim, o Senhor disse: sê, pois, zeloso (imperativo presente, sê constan-temente zeloso). Arrepende-te está no aoristo, requerendo uma ação imediata em uma decisão crucial.

Pode parecer estranho que sê [...] zeloso preceda arrepende-te. Plumptre obser-va: "A raiz da maldade da igreja de Laodicéia e seus representantes era sua indiferença

e mornidão, a ausência de qualquer zelo, de qualquer seriedade. E o primeiro passo, portanto, para coisas mais elevadas era passar para um estado em que esses elementos de vida não mais seriam manifestos pela sua ausência".'

A esse chamado para arrependimento "Cristo acrescenta a mensagem mais terna encontrada nessas cartas":' Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha

voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo (20). Esse é um dos mais importantes textos do evangelho no Novo Testamento e deveria ser citado freqüentemente na evangelização pública e na abordagem pessoal. Por esse moti-vo, esse versículo deveria ser memorizado por todo cristão e ganhador de almas.

A simplicidade do evangelho é expressa de maneira singular nessa passagem. Cris-to está parado à porta do coração de cada pecador, batendo e esperando para entrar. Ele não vai demolir a porta e forçar a entrada, porque nos criou com vontade própria e não violará esse aspecto. Mas se o pecador abrir a porta, o que só ele pode fazer, o Salvador promete entrar. A grande tela de Holman Hunt, "A Luz do Mundo", é a evangelização tornada visual.
A idéia de "cear" é de comunhão, e mais especificamente de uma comunhão sem pressa ao redor da mesa do jantar, quando a agitação do dia passou. O pensamento é expresso belamente pela NEB: "e sentar para jantar com ele". Esse aspecto também antevê o banquete eterno com Cristo.
A comunhão é dupla. G. Campbell Morgan a descreve da seguinte forma: "Primeiro, serei seu Convidado, 'Eu cearei com ele'. Ele será o meu convidado, 'e ele comigo'. Senta-rei à mesa que o seu amor provê e satisfarei o meu coração. Ele sentará à mesa que o meu amor proverá e satisfará o seu coração".'

  1. Recompensa (3,21)

A promessa final é: Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. Esse é um eco e extensão da promessa que Jesus fez aos seus doze apóstolos em Mateus 19:28 e Lucas 22:29-30. Jesus venceu todas as tentações e provações na sua vida na terra e recebeu sua recompensa. Para aqueles que o seguem plena e fielmen-te até o fim, uma recompensa igual o estará aguardando. Essa promessa obviamente antecipa a vida futura.

  1. Convite (3,22)

Mais uma vez os ouvintes dessas cartas são admoestados a ouvir o que o Espírito diz às igrejas. Todas as sete mensagens estão repletas de advertências e exortações salutares para os cristãos de hoje. Faríamos bem se prestássemos atenção a elas.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 versículo 5
Do Livro da Vida:
Ap 13:8; Ap 17:8; Ap 20:12; Ap 21:27; conforme Ex 32:32-33; Sl 69:28; Dn 12:1; Lc 10:20; Fp 4:3.Ap 3:5 Mt 10:32-33; Lc 12:8-9.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
*

3.3 virei como ladrão. A aparentemente inatingível fortaleza de Sardes foi capturada de surpresa duas vezes em tempo de guerra, provavelmente à noite. Cristo adverte que experiência semelhante atingirá a igreja, a menos que seu povo desperte.

* 3.5 livro da vida. O rol celeste dos que são destinados à nova vida (13.8, nota).

* 3.9 sinagoga de Satanás. Ver nota em 2.9.

* 3.12 coluna no santuário. Filadélfia tinha sido atingida por terremotos. Isso tornava a promessa de segurança e estabilidade especialmente apropriada.

*

3.15 nem és frio nem quente. O suprimento de água de Laodicéia vinha duma fonte distante através de tubos. Em conseqüência, quando a água chegava à cidade era morna e pouco potável. Por outro lado, a cidade vizinha de Hierápolis possuía fontes térmicas medicinais, e a vizinha Colossos era abastecida por uma fonte de água fria vinda de montanha. Cristo pede à igreja para ser refrescante (fria) ou medicinalmente curativa (quente), e não como o abastecimento de água de Laodicéia.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
3:1 A cidade opulenta do Sardis nesse momento estava conformada por duas seções. A seção antiga da cidade se achava na montanha e, quando aumentou excessivamente sua população, construiu-se uma nova seção no vale inferior.

3:1 Os "sete espíritos de Deus" é outro nome que lhe dá ao Espírito Santo. As "sete estrelas" são os mensageiros ou líderes das Iglesias (veja-se 2.1).

3:3 Se insiste à igreja do Sardis a obedecer a verdade cristã que tinha ouvido quando acreditou em Cristo, quer dizer, a voltar para os fundamentos da fé. É importante crescer em nosso conhecimento do Senhor, aprofundar nossa compreensão mediante um estudo cuidadoso. Mas por muito que aprendamos, nunca devemos abandonar as verdades fundamentais a respeito do Jesucristo. O sempre será o Filho de Deus, e seu sacrifício por nossos pecados é permanente. Nenhuma nova verdade de Deus irá contra esses ensinos bíblicos.

3:5 Vestido de "vestimentas brancas" significa posto à parte para Deus e feito puro. Cristo promete honra futuro e vida eterna a quem se mantém firmes em sua fé. Os nomes de todos os crentes estão registrados no livro da vida. Este livro simboliza que Deus conhece quem lhe pertence. Aos tais lhe garante a inscrição no livro da vida que se apresentará ante as hostes dos céus como pertença de Cristo (veja-se Lc 12:8-9).

3:7 Filadelfia foi fundada pelos cidadãos do Pérgamo. estabeleceu-se a comunidade em uma zona fronteiriça como uma entrada à meseta central do Ásia Menor. os da Filadelfia mantiveram aos bárbaros afastados da região e introduziram a cultura e o idioma grego. A cidade foi destruída por um terremoto em 17 D.C., logo do qual a gente ficou preocupada até o ponto de que a maioria vivia fora dos limites da cidade.

3:7 A chave do Davi representa a autoridade de Cristo para abrir a porta para seu reino futuro. Depois que se tem aberto, ninguém a pode fechar. Está assegurada a salvação. Uma vez que se fecha, ninguém a pode abrir. O julgamento é seguro.

3:10 Alguns acreditam que "te guardarei da hora da prova" significa que virá um tempo de grande tribulação no que os crentes serão liberados. Outros interpretam que a igreja viverá durante a época da tribulação e que Deus a manterá firme em meio dela. Outros acreditam que isso se refere a tempos de grande tribulação em geral, os sofrimentos da igreja através dos séculos. Qualquer que seja o caso, a ênfase está na obediência paciente a Deus sem que importe o que nos aconteça.

3:11 Os cristãos têm diferentes dons, talentos, experiências e níveis de maturidade. Deus não espera que todos sejamos iguais, mas sim está à expectativa de que usemos nossos dons para O. elogia-se aos da Filadelfia por seu esforço por obedecer (3,8) e lhes anima a que retenham com firmeza o que têm. Você poderia ser um crente novo e sentir que sua fé e fortaleza espiritual são pequenas. Use o que tenha para viver por Cristo e Deus o reconhecerá.

3:12 A nova Jerusalém é a residência futura do povo de Deus (21.22). Teremos uma nova cidadania no reino futuro de Deus. Tudo será novo, puro e seguro.

3:14 Laodicea era a cidade mais opulenta das sete que havia na Ásia. Lhe conhecia por sua banca industrial, a manufatura de lã e a escola de medicina que produzia um medicamento para os olhos. Mas a cidade sempre teve um problema com o fornecimento de água. Em certa oportunidade se construiu um aqueduto para transportar água à cidade desde mananciais de água quente. Mas quando a água chegava à cidade, não estava nem quente nem fria, solo morna. A igreja tinha chegado a ser tão insípida como a água morna que chegava à cidade.

3:15 A água morna é desagradável. A igreja da Laodicea se tinha voltado morna e portanto era desagradável e repugnante. Os crentes não adotavam uma posição firme. A indiferença os tinha conduzido à ociosidade. Ao deixar de fazer algo por Cristo, a igreja se endureceu e estava satisfeita de si mesmo. Estava destruindo-se. Não há nada mais desagradável que um cristão só de nome que é auto-suficiente. Não se de acordo com seguir a Deus pela metade. Permita que Cristo avive sua fé, e ponha-a em ação.

3:17 Alguns crentes supunham equivocadamente que a abundância de bens materiais eram indício da bênção espiritual de Deus. Laodicea era uma cidade rica e a igreja também o era. Mas o que a igreja pôde ver e comprar chegou a ser mais valioso para eles que o que não se vê e é eterno. A riqueza, o luxo e a comodidade podem converter às pessoas em confiadas e satisfeitas de si mesmos. Mas por muito que você tenha, não tem nada se não possuir uma relação vital com Cristo. De que forma influi seu nível econômico atual em sua vida espiritual? Em vez de concentrar-se na comodidade e o luxo, procure sua verdadeira riqueza em Cristo.

3:18 Aos da Laodicea lhes conhecia por sua grande riqueza, mas Cristo lhes disse que deviam comprar ouro do (o verdadeiro tesouro espiritual). A cidade estava orgulhosa de sua roupa e indústrias de tinturaria, mas Cristo lhes disse que deviam comprar vestimentas brancas do (sua justiça). Laodicea se orgulhava de seu ungüento precioso para os olhos que curava muitos problemas da vista, mas Cristo lhes disse que comprassem medicina do para curar seus olhos a fim de que vissem a verdade (Jo 9:39). Cristo lhes estava mostrando aos da Laodicea que os verdadeiros valores não radicam nos bens materiais a não ser em uma boa relação com Deus. Suas posses e lucros não tinham valor, comparados com o futuro eterno do reino de Cristo.

3:19 Deus castigaria a esta igreja morna a menos que se separasse de sua indiferença e se voltasse para O. Seu propósito ao disciplinar não é castigar a não ser atrair às pessoas para O. É você morno em sua devoção a Deus? Talvez Deus o discipline para lhe ajudar a sair de sua indiferença; mas o fará porque o ama. Você pode evitar a disciplina de Deus lhe buscando uma vez mais mediante a confissão, a oração, a adoração e o estudo de sua Palavra. Assim como a faísca de amor pode reacender se no matrimônio, de igual modo o Espírito Santo pode reavivar nosso ardor Por Deus quando lhe permitimos obrar em nosso coração.

3:20 A igreja da Laodicea era rica e se sentia satisfeita de si mesmo, mas não contava com a presença de Cristo. O estava batendo na porta do coração dos crentes, mas eles estavam tão ocupados desfrutando dos prazeres mundanos que nem se davam conta de que O tentava entrar. Os prazeres deste mundo -dinheiro, segurança, bens materiais- podem ser perigosos porque sua satisfação temporária nos pode voltar indiferentes ao oferecimento de Deus de nos dar satisfação eterna. Se descobrir que é indiferente à igreja, a Deus ou à Bíblia, começou a tirar deus de sua vida. Sempre lhe deixe aberta a Deus a porta de seu coração, e assim o ouvirá cada vez que chame. Deixar que entre é sua única esperança de satisfação total.

3:20 Jesucristo está batendo na porta de nosso coração cada vez que sentimos que devemos voltar para O. Deseja ter amizade conosco e quer que lhe abramos a porta. O é paciente e persiste em seu intento de chegar a nós, sem irromper e entrar, a não ser chamando. Permite-nos decidir se lhe entregamos ou não a vida ao. Mantém seu poder e presença transformadora intencionalmente ao outro lado da porta?

3:22 Ao final de cada carta a estas Iglesias se precatória aos crentes a que escutem e tomem a sério o que lhes tinha escrito. Embora a mensagem dirigida a cada igreja é diferente, contém advertências e princípios para todos. Qual das cartas fala mais diretamente a sua igreja? Qual tem a maior ênfase em sua própria condição espiritual neste momento? Como reagirá você?

AS CARTAS Às SETE Iglesias

Efeso: 2:1-7

Elogio:Árduo trabalho, paciência

Repreensão:Deixou o primeiro amor

Ação :Recorda e te arrependa

Esmirna 2:8-11

Elogio:Tribulação, pobreza

Repreensão:Nenhum

Ação :Não tema, sei fiel

Pérgamo : 2:12-17

Elogio:Fiéis à fé

Repreensão:Permissiva

Ação :te arrependa

Tiatira : 2:18-29

Elogio:Amor, fé, serviço

Repreensão:Imoralidade

Ação :te arrependa

Sardis 3:1-6

Elogio:Eficaz

Repreensão:Superficial

Ação :Sei vigilante e te arrependa

Filadelfia : 3:7-13

Elogio:Fiel

Repreensão:Nenhum

Ação :Reserva o que tem

Laodicea : 3:14-22

Elogio:Nenhuma

Repreensão:Morna

Ação :Sei ciumento e te arrependa

Este resumo das cartas às sete Iglesias nos ensina as qualidades que nosso Iglesias devem procurar e as que devemos evitar.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
E. À IGREJA de Sardes (3: 1-6)

1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve:

Estas coisas diz aquele que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto. 2 Sê vigilante, e estabelecer as coisas que permanecem, que eram pronto para morrer, porque não tenho achado obras das tuas perfeitas diante do meu Dt 3:1 ). Em um contexto diferente, mas com significado igualmente pertinente para a situação de Sardes, Jesus disse: "... toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo" (Mt 3:10 ). Para a igreja de Sardes Ele disse: Se, portanto, não vigiares, virei como um ladrão .

As mensagens para os primeiros quatro igrejas foram dirigidas à maioria fiéis que representava cada igreja. Mas a mensagem de Sardes foi dirigida à maioria infiel como representante da igreja, porque os fiéis estavam em minoria. Mas foi uma minoria dedicada, digno de louvor especial, mas também digno de prêmios especiais. Eles se manteve isento da corrupção do pragas pagãos que havia infectado os outros membros. Em conseqüência eles iriam andar com Cristo, vestido de vestes brancas . Vestes brancas representava tanto a vitória e pureza, por vezes, para a alegria, e, por vezes, como um símbolo da ressurreição. Este é um pensamento abençoado em contraste com a morte em vida que os rodeava.

A minoria fiel também teriam seus nomes inscritos para sempre no livro da vida , uma promessa de comunhão eterna com Cristo. Finalmente, Cristo iria confessar seus nomes diante do Pai, a indicação de plena aceitação e companheirismo. Confissão deste tipo não tem nada a ver com o pecado. É o oposto de negar . Pedro negou seu Senhor, dizendo: "Eu não conheço o homem" (Mt 26:72 ). Cristo confessa Seus seguidores reconhece-los e afirma-los como Seus. "Todo aquele, pois, que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus" (Mt 10:32 ).

A minoria dedicada são disse a ser dignos da recompensa prometida. Dignidade é atribuída a Cristo em outras partes do Apocalipse (Ap 4:11 ; Ap 5:9)

7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve:

Estas coisas diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abre: 8 Conheço as tuas obras (eis que diante de ti pus uma porta aberta, que ninguém pode fechar), e tu tens um pouco de poder, e te guardará a minha palavra, e não negaste o meu nome. 9 Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, dos que se dizem judeus, e eles não são, mas a mentira; eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.10 Porquanto guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação, que hora , que é a vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. 11 venho:. retende o que tens, para que ninguém tome a tua coroa 12 Aquele que vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e ele sairá dali não mais; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, eo nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e as minhas próprias novo nome. 13 Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Filadélfia, a cidade do amor fraternal, foi localizado no vale do rio Cogamis, um afluente do Hermus. Ele guardava a estrada a partir do porto de Esmirna e de Lydia para o interior e no Oriente. The Imperial Post Road a partir de Roma para o Oriente passou por Filadélfia. Situada num planalto amplo, foi conhecido por suas uvas e vinhos ricos. A história da cidade está escrito na carta para a sua igreja. Ramsay enumera quatro de suas características. Foi a primeira de uma cidade missionário, fundado especialmente para o propósito de difundir a língua ea cultura grega. Em segundo lugar, as pessoas viviam constantemente com medo de um desastre de tremores de terra persistentes após um terremoto em AD 70. Em terceiro lugar, muitas das pessoas que escolheram viver fora da cidade em prol da segurança. E quarto, levou um novo nome a partir da imperial deus-Neo-Cesaréia para Tibério que reconstruiu a cidade após o terremoto.

Nesta carta, Cristo é falado como aquele que é santo, o verdadeiro , ter a chave de Davi , e aquele que abre e fecha . Ele é a santidade absoluta e veracidade, exatamente o que Ele afirmava ser. Estas são as qualidades da divindade. A chave de Davi refere-se a sua autoridade como o Filho de Davi, o cumprimento da esperança messiânica de Israel. Em contraste com Pedro, que recebeu as chaves do reino (Mt 16:19 ), uma autoridade limitada, Cristo mantém "o supremo poder de fechar e abrir em suas próprias mãos." Ele tem a autoridade final em relação a admitir e rejeitando a entrada no Reino de Deus, a Nova Jerusalém. Ele abre para aqueles que são fiéis a Ele, cujas obras Ele aprova; Ele fecha e contra aqueles que através de heresia ou descuido são culpados de más obras. Há sempre a porta aberta para a presença de Deus e ao Seu serviço a todos os que escolher.

Nenhuma queixa é feita contra a igreja de Filadélfia. Nunca tinha sido uma igreja muito forte, mas o que força que possuía foi utilizado na preservação do nome e da obra de Cristo. Ele tinha feito uma igreja missionária, e não para a disseminação da cultura grega, mas para a propagação do evangelho cristão. E não havia negligenciado a comissão. Tinha sido fiel à sua palavra e em troca é prometido proteção contra alguma grande tentação que deve vir sobre toda a humanidade. Se isto é uma referência para a Segunda Vinda de Cristo, que o evento é aqui interpretada como um tempo de tentação, sem dúvida, porque ele seria acompanhado por um tempo de prova e julgamento. A exortação é, retende o que tens, para que ninguém tome a tua coroa .

A carta para a Filadélfia, em muitos aspectos se assemelha a carta a Esmirna. Cada igreja ficou perturbado por aqueles que alegou ser judeus e não foram, cujas ações eram obra de Satanás. Cada igreja tinha que testar a sua lealdade a Cristo diante das autoridades romanas. Ambos são prometeu segurança espiritual como uma recompensa por sua fidelidade, o que é falado como uma coroa de vitória. "A igreja de Esmirna é pobre, que pelo Philadelphia fraco; em cada caso, a sua condição melhora o valor de suas realizações ".

Na Filadélfia havia nenhuma heresia interna como a dos nicolaítas em Éfeso e não há recurso externo, como as alianças comerciais em Tiatira. O problema veio de judeus que não podiam mais ser chamados de judeus, porque eles tinham rejeitado o Messias prometido e foram totalmente contra a Igreja, o novo Israel. No próprio tempo de Cristo estes "judeus" seria trazido a seus joelhos, feitos para dar reverência a Cristo, e trouxe para saber que Cristo ama a sua Igreja. Em contraste, os cristãos passarão a fazer parte integrante do novo Templo de Deus, eles sairão dali não mais , e eles levarão o nome (caráter) de Deus e do nome da nova Jerusalém. A porta desta nova cidade será aberta para os cristãos, mas fechou para os "judeus". Existem penalidades para rejeitar a Cristo, bem como recompensas para aceitá-Lo.

G. À igreja de Laodicéia (3: 14-22)

14 E ao anjo da igreja em Laodicéia escreve:

Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente. 16 Então, porque és morno, e nem quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. 17 Como dizes: Rico sou, e têm riquezas obtidos, e de nada tenho falta; e não sabes que tu és o miserável uma e miserável, pobre, cego e Nu 18:1 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te tornar rico; e vestes brancas, para que possas vestir-te, e que a vergonha da tua nudez não seja manifestada; e colírio para ungir os teus olhos, para que vejas. 19 Tal como muitos como eu amo, eu repreendo e castigo: sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. 21 Aquele que vencer, eu lhe darei a ele para se sentar comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. 22 Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

A cidade de Laodicéia estava em três rotas comerciais que passaram por ela no Vale do Lico. Isso ajudou a torná-lo um centro comercial da Ásia Menor. Era uma cidade rica, com excelentes instalações bancárias. Ele também foi o lar de uma escola de medicina e uma fábrica de roupas. Seria de esperar que Laodicéia, como Filadélfia, teria sido uma cidade missionária, mas este não foi o caso. A cidade serviu como uma fortaleza no sistema de rotas comerciais, mas por causa de uma fonte de água restrito era muito vulnerável e cresceu para a fama em tempos de paz, e não por causa da guerra. Havia muitos judeus na cidade, era um centro para a religião imperial, e tinha um templo para a adoração a Zeus.

Laodicéia tinha poucas características distintas, o seu carácter sendo composto de força e fraqueza em proporções mais ou menos iguais. Sua capacidade de se adaptar a uma variedade de comércios, culturas e religiões sem intercorrências, causada Ramsay para chamá-lo à cidade de Compromisso. Esta mesma característica é evidente na igreja de Laodicéia, mas as características físicas da cidade não correspondia à sua história, como foi o caso com o resto das sete cidades.

Cristo é aqui descrito como o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus . Não é imediatamente claro como esses atributos são relevantes para o caráter da igreja de Laodicéia-se de fato o que é necessário. É duvidoso se a Amémtem qualquer referência a este ser o último dos sete cartas. "Jesus é o Amém, porque ele garante a verdade de qualquer afirmação, e a execução de qualquer promessa, feita por ele mesmo." Seu próprio caráter santo é essa garantia. O resto da descrição de Cristo é uma ampliação dos Amen . Assim, Ele é a testemunha fiel e verdadeira , os martys de todas as igrejas. A final attribute- o princípio da criação de Deus -parallels Jo 1:3 , sendo que ambos referem-se à atividade criadora de Cristo. Ele foi o agente de toda a criação de Deus desde o início.

Não há acusações de heresia ou de infidelidade são dirigidos contra esta igreja. Nem é qualquer elogio dado como no caso de todas as outras igrejas, com excepção de Sardes. O pecado de Laodicéia foi a de indiferença, expressa como sendo nem frio nem quente . Isso é essencialmente o egocentrismo, a retenção de compromissos sérios e lealdades, jogando ambas as extremidades contra o meio. Pagan, judeu, cristão-que diferença isso faz tanto tempo como um homem é religioso? Paz a qualquer preço é a maior virtude, mesmo ao preço de convicções teológicas e bíblicas. Nós o chamamos de tolerância religiosa, e às vezes ecumenismo. Não há virtude em ser diferente por causa da diferença; e da ortodoxia pode estar certo, sem ser à direita radical. No entanto, esta carta pretende dizer-nos que a igreja não é necessariamente fazer progressos quando ele aprendeu a fazer a paz com toda a gente. Diplomacia é a esposa de duplicidade, a prole de que é a hipocrisia.

Outro termo para caracterizar a igreja de Laodicéia é o materialismo. Própria prosperidade é nenhuma evidência de uma igreja morna; mas uma igreja que se torna morno tende a contar o seu sucesso em termos de números, orçamentos e do tamanho da planta da igreja. Sendo curto em recursos espirituais, alguma evidência tangível do progresso material torna-se necessário. Eu sou rico, e aumentou com a mercadoria, e não preciso de nada é o julgamento de cegueira, ignorância e insensibilidade espiritual. É auto-julgamento e auto-julgamento é raramente imparcial ou precisos. A tragédia é que não pode existir igrejas cristãs que estão satisfeitos com este tipo de avaliação. A reação de Deus é para vomitar-te da minha boca . Eles enjoar Ele, porque eles perderam o sabor dos verdadeiros cristãos. Eles merecem ser expulso, mas que seria ao contrário de Deus, e assim ele os trata como pecadores, para, na verdade, eles são miseráveis ​​, e miserável, pobre, cego e nu . Ele repreende e castiga-los, porque Ele os ama, tem um grande carinho (philia) para eles. E pela mesma razão que Ele pede a eles personally- que estou à porta e bato. Seja zeloso, portanto, e arrepende-te . Nele podem encontrar a verdadeira riches- ouro refinado pelo fogo; vestes brancas; e colírio . A lição parece ser que qualquer estado de graça da igreja e seus membros curto de zelo fervoroso com base em convicções valentes da verdade como ela está em Cristo é desagradável a Deus e deve se arrepender.

O que vencer . É bem neste momento para olhar para trás sobre as passagens paralelas nos outros letras. Dissemos anteriormente que todos eles falam em geral da mesma recompensa aguarda os justos. Até agora, tivemos a chance de ver algo da grande diversidade de bênçãos que o Reino de Deus oferece aos fiéis. A expressão culminante é encontrado aqui, os santos hão de ter conquistado e, portanto, ser tratada como conquistadores. Eles superaram da mesma maneira em que Cristo venceu, porque eles ganharam a vitória por meio dele. Cristo disse: vou dar a ele a sentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono . O seu reinado com Cristo não será apenas por um milênio (cap. Ap 20:1 ), mas "eles reinarão para todo o sempre" (22: 5 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
I. Sardes: a igreja morta (3:1-6)

A igreja de Sardes tinha obras, mas não vida. Ela já tivera a fama de ser viva, mas agora estava morta. Que descrição vivida de alguns ministé-rios históricos de hoje! G. Campbell Morgan chamou isso de "reputação sem realidade".

Cristo adverte os santos: (1) estejam vigilantes, alertas; (2) con-solidem as poucas coisas que têm; (3) lembrem-se da Palavra que rece-beram e ouviram; (4) permaneçam firmes e estejam preparados para quando eu voltar.

O versículo 5 tem preocupa-do as pessoas, pois sugere que o nome dos cristãos infiéis será tirado do Livro da Vida. O "Livro da Vida" contém o nome de todos os que nasceram de novo. Os que re-jeitam a Cristo terão o nome apa-gado do livro, porque estão mortos. Os verdadeiros cristãos têm o nome escrito no Livro da Vida do Cordeiro (13 8:21-27). Os que não tiverem o nome escrito no último Livro da Vida irão para o inferno (20:15). A pessoa pode ter o nome em uma lista da igreja e não ter sido salva. Que surpresas teremos quando "se abrir[e]m [os] livros" (20:12)! Hoje, as igrejas podem ter nomes "vivos" e, mesmo assim, estar mortas.

II. Filadélfia: a igreja servidora (3:7-13)

O nome "Liladélfia" significa "amor fraternal", portanto sabemos de ime-diato que lidamos com pessoas sal-vas e que amam umas às outras e ao Senhor. Essa igreja representa a igreja missionária dos últimos dias. As igre-jas da Idade Média fizeram muito pouco para propagar o evangelho por outras terras, a não ser por espo-rádicos empreendimentos missioná-rios. Elas gastaram mais tempo em guerras religiosas e no jogo político com os governantes civis. As igrejas não precisam ser grandes ou fortes (v.

  1. para ter a fé e o amor necessários para atravessar a porta de serviço que Cristo abriu à frente delas. A "chave de Davi" (v. 7) refere-se à autorida-de dele como Lilho de Davi; veja Is 22:22, que apresenta a chave como um símbolo de autoridade. É importante que a igreja esteja vigilan-te e pronta para aproveitar as opor-tunidades que Deus lhe apresenta, pois as portas se abrem e se fecham o tempo todo ao redor do mundo. Nin-guém pode interferir quando Cristo abre ou fecha uma porta.

Essa igreja sofre oposição da igreja falsa (sinagoga de Satanás), os impostores. Esses falsos irmãos afirmam ser a igreja e opõem-se ao ministério do povo de Deus, mas Cristo promete fazê-los prostrar-se. A igreja falsa tem popularidade, in-fluência e dinheiro; todavia, um dia, se curvará diante dos verdadeiros santos de Deus que levam a verda-de ao mundo.

O versículo 10 é uma das de-clarações mais vigorosas de que a igreja não passará pelo período da tribulação. Os verdadeiros crentes de hoje fazem parte da igreja de Filadélfia e não passarão pelos sete anos de terrível julgamento sobre a terra. Veja também 1 Tessalonicen- ses 5:8-9. O próprio texto de Apo-calipse é outra prova disso, pois não menciona a igreja até 22:16. Apo-calipse 22:20 apresenta uma ora-ção que não poderiamos fazer se o período de tribulação fosse anterior ao arrebatamento da igreja.

  1. Laodicéia: a igreja apóstata (3:14-22)

O nome "Laodicéia" significa "go-verno do povo" e sugere uma igre-ja democrática que não segue mais seus líderes espirituais ou a autori-dade da Palavra de Deus. A igreja é indiferente, nem fria nem quente. Nessa igreja, a verdade foi diluída no erro. A tragédia é que essa igreja é "rica", do ponto de vista material, e não sabe que é pobre, miserável, cega e nua. Que retrato da igreja apóstata de hoje, que tem prestígio, riqueza, poder político e pobreza espiritual.

Laodicéia era conhecida por sua lã, suas riquezas e seus remédios; por isso, no versículo 18, Cristo usa essas imagens para aconselhá-la. Ele quer dar-lhe a verdadeira riqueza da Palavra do Senhor, a vestimenta da graça e a capacidade de ver as coisas espirituais. Havia algo errado com os valores, a vestimenta e a visão de seus membros. Ele os disciplinaria em amor, se não se arrependessem.

Muitas vezes, usa-se o versícu-lo 20 como um convite ao evange-lho, uma boa aplicação. No entanto, a interpretação básica é que Cristo fica do lado de fora da igreja indife-rente. A igreja tem riqueza e poder, mas não tem Cristo. Ele está até dis-posto a entrar na vida de uma pessoa, desde que seja convidado a fazer isso. É trágico uma igreja se tornar tão indiferente e soberba a ponto de Cristo ter de sair e permanecer fora dela. Seus membros eram totalmente indiferentes em relação a Cristo. Eles o deixavam de fora dos planos, dos programas e do coração deles.

Hoje também existem esses sete tipos de igrejas da época de João. Temos igrejas ocupadas que aban-donaram o primeiro amor (Éfeso) e, muitas vezes, tornam-se indiferentes em relação a Cristo (Laodicéia). As doutrinas falsas começam aos pou-cos e, depois, crescem e infestam toda a congregação. Contudo, em cada igreja, há um remanescente de crentes verdadeiros (os vencedores) que são responsáveis na fidelidade a Cristo até o retorno dele.
Os estudiosos bíblicos suge-rem que as promessas aos vence-dores, apresentadas nesses capítu-los, assemelham-se às histórias do Antigo Testamento: a árvore da vida no Eden (2:7); o homem expulso do jardim para a morte (2:11); o maná do deserto (2:17); a era do reino de Israel (2:26-27); o ministério sa-cerdotal (3:5); o templo (3:
12) e o trono glorioso de Salomão (3:21). É como se Cristo reunisse a história de Israel e a aplicasse ao seu povo hoje.
Por fim, observe a importância da Palavra de Deus para as igrejas. Cristo chama sete vezes as igrejas para que escutem o que o Espírito diz. As igrejas começam a se des-viar da verdade quando deixam de ouvir a voz do Espírito, por intermé-dio da Palavra, e começam a ouvir as vozes dos falsos mestres. Não devemos negar a fé (2:23), mesmo que isso custe a nossa vida. Deve-mos guardar a Palavra dele (3:8,10) e não negar seu nome. Não há vida nem esperança para a igreja à parte da Palavra de Deus.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
3.1 Sardes. A cidade orgulhava-se pelas indústrias dê lã e de tinturaria. O centro de culto a Cibele, deusa de religião de mistério, cuja imoralidade e degeneração eram notáveis. Morto. A igreja tinha o conceito de ser próspera espiritualmente por causa do início notável que a obra tivera, Mas Deus a analisa agora como espiritualmente fria e insensível.

3.3 Lembra-te. A igreja de Sardes precisava conservar uma viva lembrança de bênçãos anteriores (Conforme 2.5). Virei como ladrão. O simbolismo é de uma vinda súbita para julgar a igreja, quando menos se esperava. A figura aplica-se à segunda vinda de Cristo (16.15; Mt 24:43; Lc 12:34; 1Ts 5:2; 2Pe 3:10). Sardes já tinha sido capturada duas vezes porque os guardas confiaram demais na segurança dos penhascos ao derredor da cidade, dormindo sem preocupação.

3.4 Não contaminaram suas vestiduras. Poucos na igreja não mancharam sua fé, cristã pela contaminação do ambiente pagão.

3.5 Vestiduras brancas. Há contraste entre as roupas coloridas produzidas pelas indústrias locais, e a revestimento espiritual que Deus dará aos que, fiel e puramente, se mantêm livres da contaminação pagã. Livro do vida. O simbolismo foi (Êx 32:32) e o registro dos cidadãos do Império Romano (do qual um nome podia ser apagado). Quem possui a vida eterna, tem a graça da perseverança na terra (Mt 24:13; He 2:3).

3.7 Filadélfia. O nome significa "amor fraternal". Tanto a igreja como a cidade eram pequenas. Igreja pequena, não significa que é esquecida por Deus. Chave de Davi. Cristo tem o direito de admitir ou excluir as pessoas do Reino de Deus. Os judeus reivindicavam que só Israel tinha o privilégio de entrar no Reino. O poder das chaves é a autoridade exclusiva de Jesus Cristo, o Messias davídico (5.5; 22.16; conforme Mt 16:18).

3.10 Hora do provação. Deve ser uma alusão às "dores messiânicas”, sofrimento e perseguição que cairão sobre o povo de Deus antes da vinda de Cristo (Conforme Ez 12:1, Ez 12:2, Ez 12:10-27). A provação atingirá os crentes na perseguição do anticristo enquanto os pagãos, "os que habitam sobre a terra" sofrerão os julgamentos divinos (13 7:8-8:1-9.19; 16:1-20)

3.12 Coluna. Este simbolismo talvez se entenda pelo costume de honrar um sacerdote pagão com o acréscimo de uma coluna ao templo local. O crente fiel tem a segurança de ser estabelecido eternamente no reino e na comunhão com Deus (conforme Sl 27:4).

3.14 Laodicéia. Uma das cidades mais ricas da Ásia Menor, que orgulhosamente recusou a ajuda de Roma quando foi destruída por um terremoto em 60 d.C. Distava 160 km de Éfeso, e 80 km de Filadélfia, no encontro de três estradas importantes. O princípio do criação de Deus. Princípio significa, aqui, "fonte", "origem", descrevendo assim a Cristo, tanto na Sua atuação na Criação original (Jo 1:14; Cl 1:15-51), como na Sua obra ao suscitar a Nova Criação (2Co 5:17).

3.16 Vomitar-te. Perto de Laodicéia havia fontes de água mineral morna e emética, que o viajante sedento rejeitaria com nojo. Este é o desgosto que Cristo sente para com uma igreja espiritualmente morna. Qualquer outra condição espiritual seria mais promissora.

3.17 Estou rico. A igreja local da cidade rica já abraçara a acomodada atitude prevalecente da soberba das riquezas. Imaginava que possuía grandes riquezas espirituais e virtudes cristãs. As riquezas materiais produzem uma conformidade fatal com os padrões morais mundanos (cf.Dn 12:8; Lc 1:53).

3.18 Ouro refinado pelo fogo. Simboliza à verdadeira riqueza celestial, sem máculas nem tristezas (Mt 6:19-40; Lc 12:21). O versículo é uma mensagem para mostrar , atitude de Cristo ao encarar os jactanciosos de Laodicéia: "Seu centro bancário, seu colírio, sua lã preta não servirão para dar a riqueza, visão e decência espirituais". Estes eram os produtos locais.

3.20 Estou à porta. O contexto não sugere uma referência à segunda vinda e ao banquete messiânico; são boas-vindas à vivência de Cristo no seu meio. Seu culto, portanto, era uma fraude vazia. Se qualquer indivíduo, porém, quer abrir a porta do seu íntimo e ouvir a chamada de Cristo, então Cristo entrará para dirigir sua vida e lhe oferecer Sua convivência. Assim fica claro que é Cristo quem salva, não a Sua igreja; mostra que uma igreja pode existir como casca, mantendo seu culto formal, todavia faltando o coração que é a comunhão do Senhor.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22

5) A carta a Sardes (3:1-6)
Sardes era a capital do antigo reino da Lídia, conquistado por Ciro em 546 a.C. Na época dos romanos, tinha perdido sua antiga grandeza, e a cidade nunca se recuperou de um forte terremoto que a devastou em 17 d.C.
v. 1. que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas-, Conforme 1.4,16. você tem fama de estar vivo, mas está morto: A igreja participava da natureza da cidade, “cujo nome era quase sinônimo de pretensões injustificadas, promessas não cumpridas, aparência sem realidade, segurança que anunciava a ruína” (W. M. Ramsay). E bem evidente que a concessão que haviam feito ao seu contexto pagão tinha corroído de tal forma o testemunho da igreja em Sardes que ela era uma igreja cristã só de nome. O avivamento e o arrependimento são urgentes; do contrário, não há futuro para a igreja, v. 3. se você não estiver atento, virei como um ladrão e você não saberá a que hora virei contra você. Essa linguagem, descrevendo a subita-neidade da vinda de Cristo para julgar, aparece em algumas partes do NT (conforme 16.15; Mt 24:43; lTs 5.2; 2Pe 3:10); aqui ela é especialmente adequada em vista da história de Sardes, que tinha sido vencida repentinamente mais de uma vez, quando a sua elevada cidadela havia sido escalada em pontos em que se imaginava que esse acesso fosse impossível, v. 4. você tem aí em Sardes uns poucos-. Uma minoria na igreja tinha se negado a seguir os caminhos comprometedores da maioria; visto que na terra decidiram manter suas vestes não manchadas pelo mundo, sua recompensa serão vestes brancas na glória, apropriadas para os que andam na companhia do Senhor (talvez haja aqui uma alusão à atividade comercial principal de Sardes — a manufatura e tintura de roupas de lã). Esse é o incentivo oferecido nessa carta ao vencedor, junto com a promessa: Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos (v. 5). Essa promessa traz à memória Mt 10:32; Lc 12:8,Lc 12:9. O “livro da vida” parece incluir aqui, mas não nos outros lugares em que é mencionado (13 8:17-8; 20.12,15;

21.27), primeiramente todos aqueles cujos nomes estão na lista de membros da Igreja na terra, mas aqueles cuja qualidade de membro é apenas nominal tiveram os seus nomes apagados — i.e., o Senhor declara que nunca os conheceu (conforme Lc 13:25,Lc 13:27). Em outros trechos em Apocalipse, aqueles cujos nomes estão no livro da vida são os que resistem com firmeza à tentação da apostasia e que por isso sobrevivem no grande dia de Deus.


6) A carta a Filadélfia (3:7-13)

Filadélfia recebeu o seu nome em memória de Átalo II, rei de Pérgamo (159-138 a.C.), que foi chamado Filadelfo (“que ama seu irmão”) por causa de sua devoção ao irmão e predecessor, Eumenes II. O terremoto Dt 17:0. Aqui são designações de Cristo (conforme Mc 1:24Jo 6:69; At 3:14). que tem a chave de Davr. Em Is 22:22, a “chave do reino de Davi” é colocada sobre os ombros de Eliaquim, e assim “o que ele abrir ninguém conseguirá fechar, e o que ele fechar ninguém conseguirá abrir”. Isso quer dizer que Eliaquim é apontado como administrador principal ou grande vizir do palácio real de Jerusalém. Aqui, no entanto, a mesma linguagem é usada para designar Jesus como o Messias davídico — não como administrador principal, mas como Príncipe da casa de Davi (conforme He 3:2-58). v. 8. coloquei diante de você uma porta aberta-. Uma oportunidade de testemunho (conforme 1Co 16:92Co 2:12). v. 9. sinagoga de Satanás-, Conforme 2.9, na carta a Esmirna. Farei que se prostrem aos seus pés e reconheçam que eu o amei: Eles reconhecerão que a igreja desprezada de Filadélfia é a verdadeira congregação do povo de Deus nessa cidade, v. 10. a minha palavra de exortação à perseverança-, A “minha palavra” do v. 8 é aqui tornada mais específica como ordem de Cristo à perseverança por sua causa, um elemento essencial no evangelho (conforme 2.10b; Mt 10:22b; Mc 13:13b; Jo 15:18ss; 16.1ss,33). \a\ hora da provação que está para vir sobre todo o mundo, para pôr à prova os que habitam na terra'. Isso é a visitação retratada na série sucessiva de juízos a partir Dt 6:1, que é dirigida aos “que habitam a terra” — uma expressão recorrente em Apocalipse que exclui o povo de Deus, talvez porque este é constituído de cidadãos do céu, membros da nova Jerusalém. Conforme Lc 21:35. Os fiéis servos de Deus, entre os quais são claramente incluídos os membros da igreja de Filadélfia, são “selados” (7:2-8) contra essa visitação. Na interpretação de Apocalipse, é importante distinguir entre a tribulação que vem como juízo divino sobre os ímpios (como aqui) ou sobre cristãos infiéis (como em 2,22) ou a que vem sobre os fiéis (como em 2.10; 7.14). v. 11. Venho em breve. Como nas cartas aos de Éfeso (2.5), Pérgamo (2.16), Tiatira (2,25) e Sardes (3.3); mas para os de Filadélfia sua vinda traz bênçãos completas, desde que a expectativa da sua vinda os encoraje a manter a lealdade e que não abram mão da sua coroa (conforme 2.10b). Retenha o que você tem\ Conforme 2.25, em que as almas fiéis de Tiatira são exortadas de forma semelhante, v. 12. uma coluna no santuário do meu Deus, e dali ele jamais sairá-. A metáfora evidentemente passa por uma mudança repentina: a coluna que sustenta o telhado ou frontão se transforma em adorador ou ministro no santuário; mas o sentido pode ser que essa coluna nunca será movida da sua base, como tantas colunas na cidade de Filadélfia acometida pelo terremoto. Escreverei nele...'. Como vencedor, ele traz em si um nome triplo — o nome de Deus, que o tem por filho; o nome da cidade de Deus, entre cujos cidadãos está inscrito; o nome de Cristo, seu Senhor. Conforme 2.17; 14.1;

22.4. cidade do meu Deus, a nova Jerusalém...'. Isto é, a comunidade dos santos; conforme 21.2, 3,9ss, e cp.com SI 87 como pano de fundo do AT.


7) A carta a Laodicéia (3:14-22)

Laodicéia foi fundada pelo rei selêucida Antíoco II (261-246 a.C.) e recebeu esse nome em homenagem a sua mulher, Laodice. Essa igreja é mencionada em Cl 2:1; Cl 4:13ss como uma das igrejas do vale do Lico, junto com as de Colossos e Hierápolis; as três foram provavelmente fundadas por Epafras durante o ministério de Paulo em Éfeso. A igreja em Laodicéia não é marcada nem por lealdade e perseverança nem por deslealdade intencional, mas por uma auto-satisfação confortável que a tornava incapaz de dar o verdadeiro testemunho de Cristo.

v. 14. do Amém-. Aquele em quem a revelação de Deus encontra sua resposta e cumprimento perfeitos (conforme 2Co 1:19,2Co 1:20). Uma conexão com o hebraico ’amon em Pv 8:30 tem sido sugerida por alguns intérpretes porque a parte final desse título tríplice de Jesus, o soberano da criação de Deus (lit. “o início da criação de Deus”), vem do mesmo contexto em Pv 8:22 (conforme Cl 1:15ss). Jesus fala aqui na posição da Sabedoria Divina, a testemunha fiel e verdadeira: Conforme 1.5. v. 15. você não éfrio nem quente-, A escolha da figura da mornidão para caracterizar a ineficiência ou falta de zelo dos laodicenses pode ter sido sugerida pelo suprimento de água da cidade, que provinha das fontes termais de Denizli ao sul, que ainda estava morna depois de correr por oito quilômetros em canos de pedra — diferentemente da água fria que refrescava seus vizinhos em Colossos ou da água quente cujas propriedades terapêuticas eram muito apreciadas pelos habitantes de Hierápolis. Conforme M. J. S. Rudwick e E. M. B. Green, “The Laodicean Lukewarmness”, Exp T 69 (195758), p. 176. v. Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada'. A igreja de Laodicéia evidentemente refletia o caráter da cidade como um todo, que era famosa por sua riqueza. Quando foi destruída por um terremoto em 60 d.C., os cidadãos recusaram ajuda de Roma e reconstruíram a cidade com seus próprios recursos. Mas, por admirável que essa independência possa ser nas questões materiais, no domínio espiritual a auto-suficiência significa destruição; a verdadeira suficiência de uma igreja precisa vir de Deus (conforme 2Co 3:5), que é o único que supre riquezas, vestimentas e saúde espirituais (v. 18). v. 18. roupas brancas-, Laodicéia era famosa pela manufatura de mantos de lã preta chamados laodicia; as ovelhas pretas das quais a lã era obtida sobreviveram nessa região até os nossos dias.

Para cobrir a sua vergonhosa nudez-. Conforme 16.15. colírio para ungir os seus olhos-. Havia uma famosa escola médica perto de Laodicéia em que a “pedra da Frigia” era triturada para produzir colírio (gr. kollyrion), que parece que era misturado com óleo e aplicado aos olhos como ungüento. v. 19. Repreendo e disciplino aqueles que eu amo: Com base em Pv 3:12 (cf. He 12:6). seja diligente e arrependa-se: Esse é o quinto chamado ao arrependimento nessas cartas (conforme 2.5,16,21; 3.3); somente Esmirna e Filadélfia não são assim desafiadas. O arrependimento de Laodicéia substituiria a complacência pelo zelo e preocupação, v. 20. Eis que estou à porta e bato-. Cristo não tem lugar na vida da igreja de Laodicéia e quer entrar; mesmo que a igreja como um todo não dê atenção a esse chamado, os membros que o fizerem vão desfrutar da mútua comunhão com ele. A linguagem lembra 14:23. v. 21. darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono-, Conforme a promessa de Jesus em Lc 22:28-42 aos que tinham permanecido ao lado dele nas suas “provações”. A vitória deles, como a de Jesus, é conquistada por meio do sofrimento e da morte (5.5,6; 12.11); os que sofrem com ele reinam com ele (2Tm 2:12). A mesma promessa foi feita com outras palavras no final da carta a Tiatira (2:26-28). Cristo sentado no trono do Pai é sua exaltação à direita de Deus, da qual ele falou na sua resposta ao sumo sacerdote (Mc 14:62; Ef 1:20Cl 3:1; He 1:3 etc.; 1Pe 3:22). “O direito mais elevado que o céu oferece é dele, é dele por direito”; mas a participação na sua soberania é concedida a seu povo (cf Ef 2:6). v. 22. o que o Espírito diz às igrejas-, A outras igrejas além das sete, sendo as sete, sem dúvida, representantes de todas; e, com as devidas adaptações, às igrejas do século XXI tão claramente quanto às do século I.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 6

Ap 3:1).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 6
e) A carta à igreja de Sardes (Ap 3:1-66 e se refere ao Advento final. Alguns estudiosos consideram que Ap 16:15 tem sido deslocado e deve ser inserido logo antes desta afirmação. É fato que a situação de Ap 16:15 no contexto atual é curiosa e fica melhor aqui, mas a deslocação do texto não passa de ser pura conjetura. O seu nome (5). Segundo certo uso da época o nome era sinônimo de "pessoa". É de supor que os cristãos contaminavam os seus vestidos acomodando-se aos costumes pagãos dos seus próximos. Aquele que mantinha o seu caráter e testemunho imaculados haveria de acompanhar a Cristo num vestuário de glória. Andarão comigo (5); Swete compara o convívio dos doze com Ele, nos dias do seu ministério terrestre. O vencedor recebe a dupla promessa deste privilégio. A literatura apocalíptica, contemporânea considerava o corpo da ressurreição como um vestuário de glória. A idéia é usada por Paulo (ver 2Co 5:4), e se revela neste livro também (ver Ap 4:4). Porém Ap 7:13-66 e Ap 19:8 parecem salientar a pureza moral no uso deste símbolo, enquanto que, segundo Swete, o uso de branco às vezes denota festividade (Ec 9:8) e vitória (2MMc 11:8). Parece que várias idéias se associam com este quadro; é bom aceitar e ao mesmo tempo reconhecer que o elemento ético predomina.

O riscar do livro da vida (5) recorda Êx 32:32, onde o livro mencionado é um registro dos cidadãos do reino teocrático, aqui trata-se do registro de reino eterno, como em Ez 12:1 e muitas passagens neotestamentárias (ver por exemplo, Lc 10:20; Fp 4:3; He 12:23). Ver Ap 20:12, Ap 20:15, onde isto se explica. Para a confissão do vencedor, comparar Mt 10:32.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22

9  Filadélfia: A Igreja fiel ( Apocalipse 3:7-13 )

"Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Aquele que é santo, que é verdade, que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abre, diz o seguinte: 'Eu sei seus atos. Eis que ponho diante de ti uma porta aberta que ninguém pode fechar, porque você tem um pouco de poder, e ter mantido a minha palavra, e não negaste o meu nome. Eis que farei aos da sinagoga de Satanás , que se dizem judeus, e não são, mas mentem-I vai fazê-los vir e prostrar a seus pés, e fazê-los saber que eu vos amei. Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei .—lo da hora da provação, que horas, que está prestes a vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra, venho sem demora;. retende o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa Aquele que vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e ele não vai sair dela mais; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, eo nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém , que desce do céu, do meu Deus, e meu novo nome. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas "(. 3: 7-13 )

Às vezes eu sou perguntado por homens jovens que procuram uma igreja para pastor se eu sei de uma igreja sem quaisquer problemas. A minha resposta a eles é: "Se eu fiz, eu não diria a você, você iria lá e estragar tudo." A questão é que não há igrejas perfeitas. Igrejas lutam porque todos são feitos de imperfeitos, pecando pessoas. A igreja não é um lugar para as pessoas sem deficiências; ela é uma irmandade de pessoas que estão conscientes de suas fraquezas e longo prazo para a força ea graça de Deus para encher suas vidas. É uma espécie de hospital para aqueles que sabem que estão doentes e necessitados.
Como todas as igrejas, a de Filadélfia teve suas imperfeições. Contudo, o Senhor elogiou seus membros por sua fidelidade e lealdade. Eles ea congregação em Esmirna foram os dois únicos dos sete que não recebeu nenhuma reprovação do Senhor da igreja. Apesar de suas lutas carnais, os cristãos de Filadélfia foram fiéis e obedientes, servir e adorar ao Senhor. Eles oferecem um bom modelo de uma igreja fiel.
Para ajudar na compreensão da carta à igreja de Filadélfia, que pode ser dividida em seis categorias: o correspondente, a igreja, a cidade, o elogio, o comando, e com o advogado.

O Correspondente

Aquele que é santo, que é verdade, que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abre, diz o seguinte: ( 3: 7 c)

O Senhor Jesus Cristo, o autor divino das sete letras, que sempre apresenta-se com uma descrição refletindo Seu caráter. Nos cinco cartas anteriores, essas descrições tinha vindo da visão registrada em 1: 12-17 . Mas esta descrição dele é único e não retirados de que a visão anterior.Ele tem características distintamente do Antigo Testamento.

Aquele que é santo se refere a Deus, o único que possui santidade absoluta. O Antigo Testamento descreve repetidamente Deus como o Santo (eg, 2Rs 19:22 ; 6:10 ; Sl 71:22. ; Sl 78:41 ; Is 43:15. ; Is 54:5 um demônio apavorada gritou: "Que negócio é que temos uns com os outros, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!"Ao anunciar o Seu nascimento de Maria, o anjo descreveu Jesus como "o Filho santo" ( Lc 1:35 ). Em Jo 6:69 Pedro afirmou: "Nós acreditamos e vim a saber que tu és o Santo de Deus." Mais tarde, ele repreendeu os judeus incrédulos porque "renegado o Santo e Justo, e pediu um assassino a conceder a [eles]" ( At 3:14 ).

Identificação do próprio Jesus como Aquele que é santo pode ser nada menos do que uma reivindicação direta com a divindade. O Senhor Jesus Cristo possui em inalterada, essência inalterada a natureza santa e sem pecado de Deus. Porque Cristo é santo, Sua igreja deve ser também. "Assim como o Santo que vos chamou", escreveu Pedro, "sejam santos vocês também em todo o seu comportamento" ( 1Pe 1:15 ). Que o Santo onisciente não deu nenhuma repreensão, advertência ou condenação à igreja Filadélfia fala muito bem deles, de fato.

Não só é Jesus Cristo, o Santo; Ele também descreve a si mesmo como Ele que é verdade. A verdade é usado em combinação com a santidade para descrever Deus em Ap 6:10 ; Ap 15:3 . alethinos ( verdadeiro ) denota o que é genuíno, autêntico e real. No meio da falsidade, perversão, e erro que enche o mundo, o Senhor Jesus Cristo é a verdade ( Jo 14:6. ). O termo a chave de Davi também aparece em Is 22:22 , onde se refere a Eliaquim, o mordomo ou primeiro-ministro ao rei de Israel. Por causa de seu escritório, ele controlava o acesso ao monarca. Como o titular de a chave de Davi, Jesus tem autoridade soberana para determinar quem entra Seu reino messiânico (cf. Jo 10:7 ; Jo 14:6 .) Ap 1:18 revela que Jesus tem as chaves da morte e do inferno; aqui Ele é retratado como tendo as chaves para a salvação e bênção.

Finalmente, Jesus identifica-se como Ele que abre, e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abre. Essa descrição salienta a onipotência de Cristo; O que ele não pode ser derrubada por alguém mais poderoso. "Eu ajo e quem pode revertê-la?" declarou o Senhor em Is 43:13(cf. Isaías 46:9-11. ; Jr 18:6. ). Ninguém pode fechar as portas para o reino ou para abençoar se Ele os mantém aberta, e ninguém pode forçá-los aberto se Ele detém-los fechados. À luz da promessa no versículo 8 , Cristo também poderia ser referindo-se abrindo e fechando portas para o serviço. Em ambos os casos, a ênfase está no Seu controle soberano sobre Sua igreja.

Que Jesus Cristo, o santo, o verdadeiro, soberano, onipotente Senhor da igreja, não encontrou nada para condenar na igreja Filadélfia deve ter sido um incentivo alegria para eles.

A Igreja

a igreja em Filadélfia ( 3: 7 a)

Pouco se sabe sobre a igreja de Filadélfia para além desta passagem. Como a maioria dos outros sete igrejas, ele provavelmente foi fundada durante o ministério de Paulo em Éfeso ( At 19:10 ). Poucos anos depois de João escreveu o Apocalipse, a igreja pai cedo Inácio passou por Filadélfia em seu caminho para o martírio em Roma. Ele escreveu mais tarde a igreja uma carta de encorajamento e instrução. Alguns cristãos de Filadélfia foram martirizados com Policarpo de Esmirna (ver capítulo 5 deste volume). A igreja durou séculos. Os cristãos em Filadélfia manteve-se firme, mesmo depois de a região foi invadida pelos muçulmanos, finalmente sucumbir em meados do século XIV.

A Cidade

Filadélfia ( 3: 7 b)

A partir do vale do rio Hermus, onde Sardes e Esmirna foram localizados, um vale menor (a do rio Cogamis) ramifica para o sudeste. Uma estrada através deste vale desde o melhor meio de ascensão dos 2:500 metros do vale Hermus ao vasto planalto central. Neste vale, cerca de trinta quilômetros de Sardes, foi a cidade de Filadélfia.
Filadélfia era o caçula de sete cidades, fundada em algum momento após 189 AC , quer pelo rei Eumenes de Pérgamo ou seu irmão, Átalo II, que o sucedeu como rei. Em ambos os casos, a cidade seu nome deriva o apelido de Átalo II Filadelfo ("amante irmão"), que sua lealdade para com o seu irmão Eumenes lhe valera.

Embora esteja situado em um local facilmente defensável em uma colina de 800 metros de altura, com vista para uma estrada importante, Filadélfia não foi fundada principalmente como um posto militar (como Tiatira tinha sido). Seus fundadores pretendia que fosse um centro de cultura grega e da língua, um posto missionário para espalhar helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Filadélfia sucedido em sua missão tão bem que por AD 19 a linguagem Lídio tinha sido completamente substituído pelo grego.

Filadélfia beneficiou da sua localização na junção de várias rotas comerciais importantes (como também de ser uma parada em Imperial Post Road), que lhe rendeu o título de "porta de entrada para o Oriente" (Robert H. Mounce, O Livro do Apocalipse, O Novo Comentário Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1977], 114-15). A cidade foi localizado na orla da Katakekaumene (a "terra queimada"), uma região vulcânica cujo solo fértil foi ideal para vinhas. Estar perto de uma região tão sismicamente ativa tinha suas desvantagens, no entanto. Em AD 17 um forte terremoto abalou Filadélfia, juntamente com Sardes e dez outras cidades próximas. Embora a destruição inicial era maior de Sardes, Filadélfia, estando mais perto do epicentro, experimentaram tremores secundários frequentes durante os próximos anos. Essa experiência enervante deixou cicatrizes psicológicas em habitantes da Filadélfia, como Sir William Ramsay, observa:

Muitos dos habitantes permaneceram fora da cidade que vivem em barracas e estandes sobre o vale, e aqueles que foram suficientemente corajoso (como o pensamento sóbrio) para permanecer na cidade, praticado vários dispositivos para apoiar e fortalecer as paredes e casas contra a choques recorrentes. A memória deste desastre vivido muito tempo ... as pessoas viviam em meio a sempre ameaçando perigo, com pavor sempre de um novo desastre; eo hábito de sair para o campo aberto, provavelmente, não tinha desaparecido quando os sete letras foram escritas.( As Cartas às Sete Igrejas da Ásia [Albany, Oreg .: ERAS Software; reimpressão da edição de 1904], 316-17)

Em gratidão por ajuda financeira de César Tibério na reconstrução de sua cidade, os Philadelphians juntou-se com várias outras cidades em erigir um monumento a ele. Indo além das outras cidades, Filadélfia, na verdade, mudou seu nome para Neocaesarea para um número de anos.Várias décadas depois, a cidade novamente mudou seu nome para Flavia, em homenagem à família imperial romana no poder. Ele seria conhecido por ambos os nomes, Filadélfia e Flavia, ao longo dos séculos 2 e III.

O elogio

Conheço as tuas obras. Eis que ponho diante de ti uma porta aberta que ninguém pode fechar, porque você tem um pouco de poder, e ter mantido a minha palavra, e não negaste o meu nome. Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem-I vai fazê-los vir e prostrar a seus pés, e fazê-los saber que eu vos amei. Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação, que horas, que está prestes a vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora; ( 3: 8-11 um)

Não encontrando nada em seus atos que lhe causou preocupação, o Senhor Jesus Cristo passou para elogiar os cristãos em Filadélfia por quatro realidades que caracterizam a congregação.

Primeiro, a igreja Filadélfia teve um pouco de poder. Isso não foi um comentário negativo sobre a sua fraqueza, mas um elogio de sua força; a igreja de Filadélfia foi pequena em números (cf. Lc 12:32 ), mas teve um forte impacto sobre a sua cidade. A maioria de seus membros podem ter sido pobre, das classes mais baixas da sociedade (cf. 1Co 1:26 ). Mas com Paulo que eles poderiam dizer: "Eu estou muito contente com fraquezas, nas injúrias, nas angústias, nas perseguições, nas dificuldades, pelo amor de Cristo, pois, quando sou fraco, então é que sou forte" ( II Coríntios 0:10. ) . Apesar de seu pequeno tamanho, o poder espiritual fluiu na igreja Filadélfia. As pessoas estavam sendo resgatadas, vidas foram se transformando, e o evangelho de Jesus Cristo estava sendo proclamada.

Os crentes da Filadélfia também foram marcados pela obediência; eles mantidos de Cristo palavra. Como Jó, eles poderiam dizer: "Eu não abandonaram o comando dos seus lábios, dei mais valor às palavras de sua boca mais do que o meu alimento" ( 23:12 ). Como Martin Luther, em julgamento perante a Dieta imperial, eles poderiam dizer: "Minha consciência é cativa da Palavra de Deus." Eles não se desviar do padrão de obediência, comprovando assim a autenticidade de seu amor por Cristo ( João 14:23-24 ; 13 43:15-14'>15: 13-14 ).

Cristo elogiou ainda mais a congregação Filadélfia por ter não negou Seu nome, apesar das pressões que enfrentaram a fazê-lo. Eles permaneceram fiéis não importa o que custar-lhes. Ap 14:12 descreve os santos da tribulação que se recusaram a receber a marca da besta: "Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e sua fé em Jesus." Como eles, a igreja de Filadélfia não iria se retratar sua fé.

Finalmente, Cristo elogiou a Igreja Filadélfia , porque seus membros tinham guardaste a palavra da Sua perseverança. tradução da Nova Versão Internacional esclarece o significado de Cristo: "Você tem mantido meu comando de suportar com paciência." Os cristãos de Filadélfia perseverou fielmente através de todas as suas provações e dificuldades.

A resistência firme que marcaram a vida terrena de Jesus ( Heb. 12: 2-4 ), deve ser um modelo para todos os cristãos. Aos tessalonicenses Paulo escreveu: "Que o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus e na constância de Cristo" ( 2Ts 3:5 ).

Por causa de sua fidelidade, o Senhor Jesus Cristo fez a igreja Filadélfia algumas promessas surpreendentes. Primeiro, Ele colocou diante deles uma porta aberta que ninguém pode fechar. A salvação deles era seguro; sua entrada, tanto para as bênçãos da salvação pela graça e em futuro reino messiânico de Cristo estava garantida. A imagem de Cristo abrindo a porta também simboliza Sua dando os fiéis da igreja Filadélfia oportunidades para o serviço. Em outros lugares da Escritura uma porta aberta retrata liberdade de anunciar o evangelho. Explicando seus planos de viagem para o Corinthians, Paulo informou-lhes: "Vou permanecer em Éfeso até ao Pentecostes; para uma grande porta para o serviço eficaz se me abriu, e há muitos adversários" ( 1 Cor 16: 8-9. ). Em sua segunda carta a eles, ele escreveu: "Ora, quando cheguei a Trôade para o evangelho de Cristo e quando a porta foi aberta para me no Senhor" ( 2Co 2:12 ). Aos Colossenses, Paulo escreveu: "Dediquem-se à oração, mantendo alerta nele com uma atitude de ação de graças; orando ao mesmo tempo também para nós, que Deus vai nos abrir uma porta para a palavra" ( Col. 4: 2-3 ). Localização estratégica de sua cidade, desde que os cristãos de Filadélfia, com uma excelente oportunidade para divulgar o evangelho.

O versículo 9 registra uma segunda promessa feita por Jesus Cristo para a igreja de Filadélfia: Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem-I vai fazê-los vir e prostrar-nos a sua pés, e fazê-los saber que eu vos amei. Como foi o caso em Esmirna (cf. 2: 9 ), os cristãos em Filadélfia enfrentou a hostilidade dos judeus incrédulos. Inácio posteriormente debatido alguns judeus hostis durante sua visita a Filadélfia. Por causa de sua rejeição de Jesus Cristo como o Messias, eles não eram de todo uma sinagoga de Deus, mas uma sinagoga de Satanás. Embora eles alegaram que eles eram judeus, que a alegação era uma mentira. racial, cultural e cerimonial eram judeus , mas espiritualmente eles não estavam. Paulo define um verdadeiro judeu em Romanos 2:28-29 : "Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne, mas ele é um judeu que é interiormente, e circuncisão é a. que é do coração, no espírito, não na letra, e seu louvor não provém dos homens, mas de Deus "(cf. Rm 9:6-7. ).

Por incrível que pareça, Cristo prometeu que alguns dos próprios judeus que estavam perseguindo os cristãos em Filadélfia iria vir e prostrar-nos a seus pés, e saibam que Deus tinha amado -los. Curvando-se aos pés de alguém descreve abjeta, derrota total e submissão. Inimigos da Igreja Filadélfia seria completamente derrotado, humilhado e derrotado. Essa imagem deriva do Antigo Testamento, que descreve o dia ainda futuro, quando os gentios incrédulos se curvarão ao remanescente crente de Israel (cf. 45:14 Isa. ; 49:23 ; 60:14 ). Fidelidade da Igreja Filadélfia seria recompensado pela salvação de alguns dos próprios judeus que estavam perseguindo-o.

Outras igrejas fiéis ao longo da história também foram ativadas pelo Senhor para alcançar o povo judeu com o evangelho do Messias, Jesus Cristo. E, no futuro, o dia virá quando "todo o Israel será salvo" ( Rm 11:26 ), quando Deus "derramar sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, o Espírito de graça e de súplicas, de modo que eles olharão para mim, a quem traspassaram; e eles vão chorar por ele, como quem pranteia por um filho único, e chorarão amargamente por Ele como o choro amargo ao longo de um primogênito "( Zc 0:10. ).

O versículo 10 contém uma promessa final para a igreja fiel Filadélfia: Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação, que horas, que está prestes a vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Como os crentes em Filadélfia havia passado com êxito tantos testes, Jesus prometeu para poupá-los a partir do teste final. A natureza abrangente da promessa que se estende muito além da congregação de Filadélfia para abranger todas as igrejas fiéis ao longo da história. Este versículo promete que a Igreja será entregue a partir da Tribulação, apoiando assim a pretribulation Rapture. O Rapture é objecto de três passagens no Novo Testamento ( João 14:1-4 ; 1 Cor 15: 51-54. ; 13 52:4-17'>113 52:4-17'> Tessalonicenses 4: 13-17. ), nenhum dos quais falam de julgamento, mas sim da igreja que está sendo levado para o céu. Há três pontos de vista da cronologia do Arrebatamento em relação à tribulação: a de que se trata, no final da Tribulação (posttribulationism), no meio da Tribulação (midtribulationism), ea vista que parece ser apoiado por este texto , que o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação (pretribulationism).

Vários aspectos dessa maravilhosa promessa pode ser notado. Em primeiro lugar, o teste ainda está no futuro. Em segundo lugar, o teste é para um tempo limitado definido; Jesus descreveu como a hora da provação. Terceiro, é um teste ou julgamento que irá expor as pessoas pelo que elas realmente são. Em quarto lugar, o teste é de âmbito mundial, uma vez que ele vai vir sobre o mundo inteiro. Por fim, e mais importante, o seu objectivo é a prova os que habitam sobre a terra frase —a usado como um termo técnico no livro de Apocalipse para os incrédulos (cf. 06:10 ; 08:13 ; 11:10 ; 13: 8 , 12 , 14 ; 14: 6 ; 17: 2 , 8 ). A hora da provação é Septuagésima Semana de Daniel ( Dan. 9: 25-27 ), o tempo de angústia de Jacó ( Jr 30:7 ; 7: 9-10 , Ap 7:14 ; Ap 14:4 ; Ap 9:20 ; Ap 16:11 ; e19: 17-18 descrever aqueles que se recusam a arrepender-se, falhando assim o ensaio, e são condenados.

Tem havido muito debate sobre o significado da frase tereo ek ( evitar ). Aqueles que argumentam que a igreja passará pela tribulação sustentam que esta frase significa preservação no meio de e emergência a partir. Eles acreditam que a igreja irá percorrer os juízos da Tribulação e que Deus irá preservá-lo no meio deles, de modo que a igreja vai, assim, emergir com sucesso no final da hora da provação. Essa visão é pouco provável, no entanto, tanto por razões linguísticas e bíblicos. O significado básico da preposição ek é "de", "para fora", ou "longe de". Se o Senhor pretende transmitir que a igreja seria preservado no meio da tribulação, as preposições en ("in") ou dia ("a") teria sido mais apropriado. En é usado três vezes com o verbo tereo em o Novo Testamento ( At 12:5 . Em Sua oração sacerdotal de alta, Jesus orou: "Eu não peço que os tires do mundo, mas para mantê-los do mal." Ele certamente não orou para que os crentes ser preservada dentro do poder de Satanás, para os crentes foram "resgatados ... a partir do domínio das trevas" e "transferido ... para o reino do Filho do seu amor" ( Cl 1:13 ). Os cristãos são aqueles que virou "das trevas para a luz, e do domínio de Satanás para Deus" ( At 26:18 ). Primeiro Jo 5:19 diz que é o mundo não regenerado que se encontra no poder de Satanás, e não crentes.

O significado de ek tereo em Jo 17:15 , para ser mantido completamente fora de, argumenta fortemente para um significado semelhante em Ap 3:10 . O apóstolo João escreveu ambas as passagens, e ambos são citações diretas do Senhor Jesus Cristo. Para interpretar tereo ek como uma promessa de preservação no meio da tribulação representa outra dificuldade: a igreja Filadélfia nunca esteve na tribulação, que ainda está no futuro.

Outra objeção óbvia para interpretar tereo ek como uma promessa de preservação no meio da tribulação é que os crentes em que o tempo terrível não será preservada. Na verdade, muitos serão martirizados ( 6: 9-11 ; 7: 9-14 ), o que leva à conclusão de que prometendo preservação não tem sentido se os crentes enfrentam o mesmo destino que os pecadores durante a Tribulação.

Alguns sustentam que a promessa de libertação é apenas da ira de Deus durante a Tribulação. Mas a promessa de que Deus não vai matar os crentes, mas permitirá que Satanás e do Anticristo para fazer isso proporcionaria um pequeno conforto à Igreja que Sofre, na Filadélfia.
vinda de Cristo que se refere a difere das prometeu outros das sete igrejas (por exemplo, 2: 5 , 16 ; 3: 3 ). Essas promessas anteriores eram advertências do julgamento temporal iminente pecando congregações (cf. Atos 5:1-11 ; 1 Cor 11: 28-30. ). A vinda falado aqui, no entanto, é trazer a hora da provação que culmina na de nosso Senhor segunda vinda. É a vinda de Cristo para entregar a Igreja (cf. 2Ts 2:1. ; Mt 24:13 ).

É verdade que os crentes estão eternamente seguros por causa do poder de Deus. No entanto, o meio pelo qual Ele os protege é fornecendo crentes com uma fé perseverante. Os cristãos são salvos pelo poder de Deus, mas não para além da sua constante, fé imortal. Paulo escreve emColossenses 1:22-23 que "Ele já reconciliou em Seu corpo carnal pela morte, a fim de apresentá-lo diante dele santos e imaculados e irrepreensíveis-se de fato você continuar na fé alicerçados e firmes, e não se afastou da esperança do evangelho que você já ouviu falar. " De acordo 1Jo 2:191Jo 2:19 , aqueles que abandonam a fé revelam que eles nunca foram verdadeiramente salvos, para começar: "Saíram de nós, mas não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permaneceu com a gente, mas eles saíram, para que ele iria ser demonstrado que todos eles não são de nós ".

A promessa de Cristo a quem persevera fielmente é ninguém tome a tua coroa (cf. Jc 1:12 ). Ap 2:10 define essa coroa como "a coroa da vida", ou como o texto grego diz literalmente: "a coroa que é a vida. " A coroa, ou recompensa, para aqueles que fielmente perseverar até o fim é a vida eterna com todas as suas recompensas atendente ( 2Jo 1:8 )

"Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus, diz o seguinte:" Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente, eu queria que você estivesse frio ou quente. Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. Porque você diz: "Eu sou rico, e tornaram-se ricos, e não preciso de nada", e você não faz sei que és um coitado e miserável, pobre, cego e nu, eu aconselho que de mim compres ouro refinado pelo fogo para que você possa tornar-se rico, e vestes brancas, para que você pode vestir-se, e que a vergonha da tua nudez será não ser revelado;. e olho pomada para ungir os olhos, de modo que você pode ver aqueles a quem eu amo, eu repreendo e disciplina; portanto, ser zeloso e arrepende-te Eis que estou à porta e bato;. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo. O que vencer, eu lhe concederei que se lhe para se sentar comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas "(. 3: 14-22 )

Talvez o tema mais trágico de toda a história da redenção é a triste história de rebelde Israel. O povo judeu eram os beneficiários de privilégios espirituais sem precedentes: "a adoção de filhos, ea glória e os convênios e a entrega da Lei e do culto, e as promessas, quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente "( Rom. 9: 4-5 ). Deus escolheu-los de todos os povos do mundo, resgatou-os do Egito, trouxe para a Terra Prometida, os amava, e cuidada e protegida eles (cf. Dt 4:37. ; 7: 7-8 ).

No entanto, apesar desses privilégios, a história de Israel foi um dos rebelião contínua contra Deus. Após a sua libertação milagrosa do Egito, a rebelião dos israelitas trouxe juízo severo de Deus, como uma geração inteira pereceu no deserto. O ciclo do pecado de Israel, o julgamento de Deus, e do arrependimento e restauração de Israel, percorre todo o livro de Juízes. Orgulho pecaminoso do povo judeu levou-os a rejeitar a Deus como seu Rei e exigir um rei humano. Seu primeiro rei era o Saul desobedientes, e a nação estava em tumulto para muito do seu reinado. Após um período de relativa paz e obediência sob Davi e Salomão, dividir Israel em dois reinos. Todos os reis do norte (de Israel) ea maioria dos queridos do sul (de Judá) eram homens ímpios, que liderou seu povo para as abominações brutas de idolatria.

Tudo através de seus séculos de desobediência, rebelião e apostasia, Deus graciosamente chamou Israel de volta para si mesmo: "Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até o dia de hoje", declarou Deus em Jr 7:25 : "Eu tenho enviou-lhe todos os meus servos, os profetas, dia madrugando e enviando-os. " Mas, em vez de se arrepender e voltar para Deus, os israelitas "não ouvir a [Ele], nem inclinaram os seus ouvidos, mas endureceram a sua cerviz, eles fizeram mais mal do que seus pais" ( Jr 7:26. ; cf. Jr 25:4 ; Jr 35:15 ; 44: 4-5 ; Zc 7:12. ).

Finalmente, Deus trouxe julgamento devastador sobre o seu povo rebelde e impenitentes. Primeiro Israel caiu para os assírios, em seguida, Judá foi levado para o cativeiro pelos babilônios e Jerusalém destruído. Segundo Reis 17:7-23 relata a triste ladainha de pecados que levaram o juízo de Deus sobre o seu povo:

Agora isso aconteceu porque os filhos de Israel tinham pecado contra o Senhor seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito, e eles haviam temido a outros deuses, e andou nos costumes de as nações que o Senhor expulsara de diante dos filhos de Israel, e nos costumes dos reis de Israel que tinham introduzido. Os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram direita contra o Senhor seu Deus. Além disso, eles construíram para si altos em todas as suas cidades, desde a torre de vigia a cidade fortificada.Eles estabeleceram para si próprios pilares sagrados e aserins sobre todo alto outeiro e debaixo de toda árvore frondosa, e ali eles queimaram incenso em todos os altos, como as nações fez o que o Senhor tinha levado ao exílio diante deles; e eles fizeram coisas más provocando o Senhor. Eles serviram os ídolos, a respeito da qual o Senhor tinha dito a eles: "Você não deve fazer isso." Contudo, o Senhor advertiu Israel e Judá por meio de todos os seus profetas e de todos os videntes, dizendo: "Voltai de vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos, os meus estatutos de acordo com toda a lei que ordenei a vossos pais e que vos enviei por meus servos os profetas ". No entanto, eles não deram ouvidos, mas endureceram a sua cerviz, como fizeram seus pais, que não acreditavam no Senhor seu Deus. Eles rejeitaram os seus estatutos e seu pacto que fez com seus pais e suas advertências com que Ele os alertou. E eles seguiram a vaidade e tornaram-se vãos, como também seguiram as nações que os rodeavam, sobre o qual o Senhor lhes tinha ordenado que não fazer como eles. E, deixando todos os mandamentos do Senhor seu Deus, e fizeram para si imagens de fundição, dois bezerros, e fez uma Asera; adoraram todo o exército dos céus e serviram a Baal. Em seguida, eles fizeram os seus filhos e suas filhas passar pelo fogo, e criam em agouros, e venderam-se para fazer o mal aos olhos do Senhor, provocando-o. Então o Senhor muito se indignou contra Israel e os removeu de sua vista; Nada foi deixado exceto a tribo de Judá. Também Judá não guardou os mandamentos do Senhor seu Deus, mas andou nos costumes que Israel havia introduzido. O Senhor rejeitou todos os descendentes de Israel e os oprimiu e os entregou na mão de saqueadores, até que os expulsou da sua presença. Quando Ele tinha rasgado Israel, da casa de Davi, eles fizeram Jeroboão, filho de Nebate. Jeroboão levou Israel longe de seguir o Senhor e os fez cometer um grande pecado. Os filhos de Israel andou em todos os pecados que Jeroboão tinha cometido; eles não me desviei até que o Senhor tirou Israel da sua presença, como Ele falou através de todos os seus servos, os profetas. Então, Israel foi levado para o exílio de sua terra para a Assíria até o dia de hoje.

Apostasia de Israel trouxe tristeza ao coração de Deus. Na parábola do Isaías 5:1-3 , Israel é retratado como uma vinha bem atendidos-que, no entanto produziu apenas uvas sem valor. No versículo 4 , o Senhor disse em tom de queixa: "Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu não tenha feito? Por que, quando eu esperava que produzir boas uvas se ele produzir bravas?" Em Is 48:18 Ele exclamou: "Se você tivesse prestado atenção aos meus mandamentos! Então o seu bem-estar teria sido como um rio, ea tua justiça como as ondas do mar." NoSl 78:40 o salmista lamentou: "Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, eo ofenderam no deserto!" Isaías ecoou esse mesmo pensamento: "Eles se rebelaram e contristaram o seu Espírito Santo, por isso virou-se para tornar-se seu inimigo, ele lutou contra eles" ( Is 63:10. ). Em Ez 6:9 ). Longa história de rejeição calejada da pessoa de Deus, comandos, e mensageiros dos judeus culminou alguns dias mais tarde, quando eles clamaram para a execução de seu Messias.

O apóstolo Paulo sentiu a tristeza de Deus sobre a incredulidade de seus compatriotas. Para os romanos, ele escreveu: "Irmãos, o desejo do meu coração ea minha súplica a Deus por eles é para sua salvação Para lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, mas não de acordo com o conhecimento." ( Rom. 10: 1 —2 ). Em Rm 9:2 , onde Deus é duas vezes chamado de "Deus da verdade [Heb. Amém ]. " Amen é uma transliteração de uma palavra hebraica que significa "verdade", "afirmação", ou "certeza". Ele se refere ao que é firme, fixo e imutável. Amen é muitas vezes usada na Bíblia para afirmar a veracidade de uma declaração (por exemplo, Nu 5:22. ; Ne 8:6. ; 16 Rom. : 27 ; 1Co 16:24. , e também Mt 5:18. ; Mt 6:2 ; Jo 1:51 ; Jo 3:3 , Jo 3:11 ; Jo 5:19 ; onde o grego subjacente amém é traduzida como "verdade" na KJV e "verdadeiramente" na NVI ). Tudo o que Deus diz é verdade e certo; portanto, Ele é o Deus da verdade.

Cristo é, certamente, o Amém , no sentido de que Ele é o Deus da verdade encarnada. Mas há mais neste título rico do que apenas uma afirmação da sua divindade. Em 2Co 1:20 Paulo escreve a respeito de Jesus Cristo, "Porque todos os que são as promessas de Deus, nele são yes;., portanto, também por meio dele é o nosso amém para a glória de Deus através de nós" É através da pessoa e obra de Cristo de que as promessas e convênios tudo de Deus são cumpridas e garantido. Todas as promessas do Antigo Testamento sobre perdão, misericórdia, bondade, benevolência, esperança e vida eterna estão ligados a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ele é o Amém , porque Ele é o único que confirmou todas as promessas de Deus.

Cristo também se identificou como a testemunha fiel e verdadeira. Esse título ainda elucida o pensamento expresso no primeiro título. Não é só a Jesus Amen causa de seu trabalho, mas também porque tudo o que Ele fala é a verdade. Ele é totalmente confiável, perfeitamente precisos, e seu testemunho é sempre confiável. Jesus Cristo é "o caminho, ea verdade, ea vida "( Jo 14:6 ). Através de seu poder tudo foi criado ( Jo 1:3 ). Essa heresia, uma forma de gnosticismo incipiente (da palavra grega gnosis , "conhecimento"), ensinou que Cristo era um ser criado, um de uma série de emanações de Deus. Seus defensores alegaram também que não possuía um conhecimento espiritual secreto, mais acima e além das simples palavras da Escritura. A luta contra a heresia de que Paulo escreveu de Cristo,

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Para por Ele todas as coisas foram criadas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou governantes ou autoridades, todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. ( Colossenses 1:15-17 )

"Firstborn" ( prototokos ) não se limita ao primeiro nascido em ordem cronológica, mas refere-se ao supremo ou preeminente, aquele que recebeu a maior honra (cf. Sl 89:27 ). Cristo é, portanto, a fonte ( Arche ) da criação, e a pessoa suprema ( prototokos ) nele.

Essa heresia condenável sobre a pessoa de Cristo foi a razão da igreja de Laodicéia foi morto espiritualmente. Sua cristologia herética havia produzido uma igreja não regenerado. O ensino falso a respeito de Cristo, especificamente a negação de sua divindade, é uma característica dos cultos modernos também.

A Igreja

a igreja em Laodicéia ( 03:14 a)

O Novo Testamento não gravar nada sobre a fundação da igreja em Laodicéia. Como a maioria dos outros seis igrejas, foi provavelmente estabelecido durante o ministério de Paulo em Éfeso ( At 19:10 ). Paulo não encontrou, desde quando ele escreveu Colossenses alguns anos depois, ele ainda não tinha visitado Laodicéia ( Cl 2:1 ), ele pode muito bem ter fundado a igreja de Laodicéia também. Alguns sugeriram que o filho Archippus, de Filemon (Fm 1:2 ), desde o século IV- Apostólicas Constituições nomes Archippus como o bispo de Laodicéia (vii, 46).

A Cidade

Laodicéia ( 3:14 b)

Um de uma tríade de cidades (com Colossos e Hierápolis) na Lico vale, cerca de cem km a leste de Éfeso, Laodiceia foi o southeasternmost das sete cidades, cerca de 40 milhas de Filadélfia. As suas cidades irmãs foram Colossos, a cerca de 10 milhas a leste, e Hierapolis, cerca de seis quilômetros ao norte. Localizado em um planalto várias centenas de metros de altura, Laodicéia era geograficamente quase inexpugnável. A sua vulnerabilidade a ataques deveu-se ao fato de que ele tinha de tubo em sua água de vários quilômetros de distância por meio de aquedutos que poderiam ser facilmente bloqueadas ou desviados pelo sitiante forças.

Laodicéia foi fundada pelo rei selêucida Antíoco II e nomeado após sua primeira esposa. Desde que ele se divorciou dela em 253 AC , a cidade foi provavelmente fundada antes dessa data. Apesar de seus colonos originais eram em grande parte da Síria, um número significativo de judeus também se estabeleceram lá. Um governador local, uma vez proibiu os judeus de mandar o imposto do templo de Jerusalém. Quando eles tentaram fazê-lo, apesar da proibição, ele confiscou o ouro que eles sejam destinados a esse imposto. Do montante da transferência apreendidos, calcula-se que 7.500 homens judeus viviam em Laodicéia; não teria havido vários milhares de mulheres e crianças. Até mesmo o Talmud falou com desprezo da vida de facilidade e frouxidão vivido pelos judeus de Laodicéia.

Com a vinda do Pax Romana (que a paz sob o governo de Roma), Laodicéia prosperou. Ele foi estrategicamente localizado no cruzamento de duas estradas importantes: a estrada leste-oeste que leva de Éfeso para o interior, ea estrada norte-sul do Pérgamo para o Mar Mediterrâneo. Essa localização tornou uma importante cidade comercial. Que o primeiro século AC estadista e filósofo romano Cícero descontou suas cartas de crédito não revela Laodicéia ter sido um centro bancário estratégico. Então rico fez Laodicéia tornou que pagou por sua própria reconstrução após um terremoto devastador no D.C 60, rejeitando as ofertas de ajuda financeira de Roma.

A cidade também era famosa pela lã macia, preto que produziu. A lã foi feito em roupas e tecidos em tapetes, ambos muito procurado. Laodicéia também foi um importante centro de medicina antiga. O templo nas proximidades do frígio deus Homens Karou teve uma importante escola médica associada a ele. Essa escola era o mais famoso para um colírio que tinha desenvolvido, que foi exportado para todo o mundo greco-romano. Todas as três indústrias, finanças, lã e a produção de colírio, entram em jogo nesta carta à igreja de Laodicéia.

A Adevertência

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; Eu queria que fosses frio ou quente. Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. Porque você diz: "Eu sou rico, e tornaram-se ricos, e não preciso de nada", e você não sabe que você é infeliz e miserável, pobre, cego e nu, ( 3: 15-17 )

Como não havia nada para que elogiar esta igreja não regenerado, Cristo lançado diretamente em suas preocupações. Deeds sempre revelar verdadeiro estado espiritual das pessoas, como indicado por estas palavras do Senhor "os conhecereis pelos seus frutos" ( Mt 7:16. ; cf . . Romanos 2:6-8 ). Embora a salvação é inteiramente pela graça de Deus por meio da fé, atos confirmar ou negar a presença de salvação genuína ( Jc 2:1 : "Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome fizemos muitos milagres? ' E então eu lhes direi: 'Nunca vos conheci;. Afastar mim, vós que praticais a iniquidade' "Os morna são como os judeus incrédulos de quem Paulo lamentou:" Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus , mas não de acordo com o conhecimento "( Rm 10:2 ).

Infelizmente, essas igrejas mornas são comuns hoje em dia, tornando a carta a Laodicéia especialmente relevante. Como João RW Stott observa,
Talvez nenhum dos sete cartas é mais apropriado para a igreja do século XX do que isso. Ele descreve vividamente o sentimental, religiosidade respeitável, nominal à flor da pele, que é tão difundido entre nós hoje. Nosso cristianismo é flácido e anêmico. Nós parecem ter tomado um banho morno da religião. ( O que Cristo pensa da igreja [Grand Rapids: Eerdmans, 1980], 116)

Tibieza Laodicéia 'foi agravada pela sua auto-engano. Cristo repreendeu por sua auto-avaliação desastrosamente imprecisa: Porque você diz: "Eu sou rico, e tornaram-se ricos, e não preciso de nada", e você não sabe que você é infeliz e miserável, pobre, cego e nu. Seus feitos deu a mentira às suas palavras vazias. "Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor', entrará no reino dos céus", declarou Jesus, "mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu vai entrar" ( Mt 7:21 ). Como o jovem rico ( Mateus 19:16-22. ), eles foram enganados sobre a sua condição espiritual real.

Como observado anteriormente, Laodicéia era uma cidade muito rica. Essa riqueza deu aos membros da sua igreja uma falsa sensação de segurança como eles imaginavam que a sua riqueza espiritual espelhado riqueza material da sua cidade. Eles eram ricos em orgulho espiritual, mas à falência em graça salvadora. Acreditando que eram para ser invejado, eles eram de fato digno de pena. Sua gnosticismo incipiente, discutido anteriormente, levou-os a acreditar que tinham atingido um nível elevado de conhecimento. Eles, sem dúvida, olhou para as pessoas que não sofisticadas totalmente aceites e estavam satisfeitos com o ensino bíblico sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo. Mas a realidade era, como Jesus disse, que eles eram espiritualmente miserável e miserável, pobre, cego e nu.

O Comando

Aconselho-vos que de mim compres ouro refinado pelo fogo para que você possa tornar-se rico, e vestes brancas, para que você pode vestir-se, e que a vergonha da tua nudez não será revelado; e colírio para ungir os olhos, para que vejas. Aqueles a quem eu amo, eu repreendo e disciplina; portanto, ser zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo. ( 3: 18-20 )

O Senhor Jesus Cristo poderia ter instantaneamente julgado e destruído esta igreja cheia de hipócritas não resgatados. Em vez disso, Ele graciosamente ofereceu-lhes a salvação genuína. Apelo tríplice de Cristo jogou sobre as três características da cidade de Laodicéia foi o mais notável para e orgulhoso: sua riqueza, a indústria de lã, e produção de colírio. Cristo ofereceu-lhes o ouro espiritual, roupas espirituais e visão espiritual.
O Senhor, é claro, não ensinava que a salvação pode ser conquistada através de boas obras; pecadores perdidos têm nada com que comprar a salvação ( Is 64:5-6. ). A compra aqui é a mesma que a do convite para a salvação em Is 55:1 ). Cristo ofereceu Laodicéia uma verdadeira salvação puro, que trazê-los para um relacionamento real com Ele.

Em segundo lugar, Cristo aconselhou-os a comprar roupas brancas para que eles possam vestir -se, e que a vergonha de sua nudez seria não ser revelado. famoso lã preta de Laodicéia simbolizavam os imundos, vestuário pecaminosas com que os não regenerados são revestidos ( Is 64:6. ). Em contraste, Deus roupas remidos com vestes brancas ( 3: 4-5 ; 4: 4 ; 6:11 ; 7: 9 , 13-14 ; cf. Is 61:10. ), simbolizando os atos de justiça que sempre acompanham genuíno fé salvadora ( 19: 8 ).

Finalmente, Cristo ofereceu-lhes colírio para ungir os seus olhos, para que eles possam ver. Embora eles se orgulhavam de seu conhecimento espiritual supostamente superior, Laodicéia eram de fato cegos espiritualmente pedra. Blindness representa falta de compreensão e conhecimento da verdade espiritual (cf. Mt 15:14. ; 23: 16-17 , Mt 23:19 , Mt 23:24 , Mt 23:26 ; Lc 6:39 ; João 9:40-41 ; 0:40 ; Rm 2:19 ). Como todas as pessoas não-regeneradas, Laodicéia desesperAdãoente necessários Cristo a "abrir os olhos para que eles [pode] convertam das trevas à luz, e do domínio de Satanás a Deus, para que possam receber o perdão dos pecados e herança entre aqueles que têm sido santificados pela fé [Nele] "( At 26:18 ; cf. 1Pe 2:91Pe 2:9 e Jo 3:16 revelam que ama também o não resgatados. Porque Laodicéia exteriormente identificado com a Igreja de Cristo e Seu reino, eles estavam na esfera de sua preocupação.Para reprovar meios para expor e condenar. É um termo geral para relações de Deus com os pecadores (cf. Jo 3:18-20 ; Jo 16:8 ; Tt 1:9 ) e é usada de convencimento de Deus dos incrédulos ( 2Tm 2:25 ). Assim, a terminologia do versículo 19 não exige que Cristo estar se referindo aos crentes. O Senhor compaixão, ternura chamou aqueles nesta igreja não regenerado para vir à fé salvadora, para que Ele presidiário e julgá-los (cf. Ez 18:30-32. ; Ez 33:11 ).

Mas, para que Laodicéia para ser salvo, eles teriam que . ser zeloso e arrepende-te Isso equivale à atitude de luto sobre o pecado ea fome e sede de justiça de que Jesus falou ( Mt 5:4 ). Enquanto o arrependimento não é uma obra meritória, chamada Novo Testamento para a salvação sempre inclui-lo (por exemplo, Mt 3:2 ; Mt 4:17 ; Mc 6:12 ; Lc 13:3 ; Lc 15:7 ; At 2:38 ; At 3:19 ; At 8:22 ; At 11:18 ; At 17:30 ; At 20:21 ; At 26:20 ; Rm 2:4. ; 2Tm 2:252Tm 2:25. ; 2Pe 3:92Pe 3:9 ).

O Senhor Jesus Cristo seguiu o chamado ao arrependimento no versículo 19 com uma proposta, gracioso convite no versículo 20 . O apóstata igreja de Laodicéia só poderia ter esperado Cristo para entrar em julgamento. Mas a realidade surpreendente, introduzido pela palavra prender eis que foi a de que Cristo estava na porta da igreja de Laodicéia , e bato ed; se alguém na igreja iria ouvir a Sua voz, e abrir a porta, Ele entrarei em sua casa e jantar com ele, e ele com Cristo.

Embora este versículo tem sido utilizado em inúmeros folhetos e mensagens evangelísticas para retratar de Cristo batendo na porta do coração do pecador, é mais amplo do que isso. A porta sobre a qual Cristo está batendo não é a porta para um coração humano único, mas para a igreja de Laodicéia. Cristo estava fora dessa igreja apóstata e queria vir em algo que só poderia acontecer se o povo se arrependeu.
O convite é, antes de tudo, uma questão pessoal, pois a salvação é individual. Mas Ele está batendo na porta da igreja, chamando a muitos a fé salvadora, para que Ele possa entrar na igreja. Se uma pessoa ( alguém ) abriu a porta, pelo arrependimento e fé, Cristo iria entrar naquela igreja por meio daquele indivíduo. A imagem de Cristo fora da igreja em busca de entrada de Laodicéia implica fortemente que, ao contrário de Sardes, não havia crentes ali.

A oferta de Cristo para jantar com a igreja arrependido fala de comunhão, a comunhão e intimidade. Compartilhar uma refeição em tempos antigos simbolizava a união de pessoas em comunhão amorosa. Crentes vai jantar com Cristo na ceia das bodas do Cordeiro ( 19: 9 ), e no reino milenar ( Lc 22:16 , 29-30 .) Dine é de deipneō , que remete para a refeição da noite, a última refeição do o dia (cf. Lc 17:8 ; 1Co 11:251Co 11:25 , onde o grego subjacente é processado "sup", "ceia" e "supped", respectivamente). O Senhor Jesus Cristo exortou-os a se arrepender e ter comunhão com Ele antes da noite de julgamento caiu e já era tarde demais para sempre.

O Conselho

O que vencer, eu lhe concederei que se lhe para se sentar comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. ( 3: 21-22 )

A promessa maravilhosa para o que vence (todos os crentes; 2: 7 , 11 , 26 ; 3: 5 , 12 ; 1Jo 5:5 ). Isso simboliza a verdade que nós reinaremos com Ele ( 2Tm 2:12. ;Ap 5:10 ; Ap 20:6 Cor. 6: 3 ).

O direito de sentar-se com Cristo em seu trono celeste é apenas uma das muitas promessas feitas aos vencedores nas cartas às sete igrejas. Vencedores são também prometeu o privilégio de comer da árvore da vida ( 2: 7 ), a coroa da vida ( 02:10 ), proteção contra a segunda morte (02:11 ), o maná escondido ( 02:17 ), um pedra branca com um novo nome escrito nele ( 2:17 ), a autoridade para governar as nações ( 2: 26-27 ), a estrela da manhã ( 02:28 ), roupas brancas, simbolizando a pureza e santidade ( 3: 5 ), a honra de ter Cristo confessar seus nomes diante de Deus Pai e os santos anjos no céu ( 3: 5 ), que deve ser um pilar no templo de Deus ( 3:12 ), e ter escrito sobre si o nome de Deus, da a nova Jerusalém, e de Cristo ( 03:12 ).

Como fizeram os outros seis letras, a carta aos laodicenses fechado com a exortação de Cristo, Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. A mensagem para a igreja apóstata é óbvia: se arrepender, e abrir-se a Cristo antes da noite de quedas de julgamento. A implicação para os verdadeiros crentes é que, como Cristo, devemos compaixão chamar aqueles na igreja apóstata para se arrepender e receber a salvação em Jesus Cristo (cf. Judas 23 ).


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Apocalipse Capítulo 3 do versículo 1 até o 22

Apocalipse 3

A carta a Sardes

Sardes, esplendor no passado, decadência no presente - Ap 3:1-6). O salmista tem a esperança de ver o nome dos ímpios apagados do Livro da Vida (Sl 69:28). No dia do juízo, serão salvos os que estiverem inscritos no livro (Dn 12:1). Estão escritos no livro os nomes dos colaboradores fiéis do apóstolo Paulo (Fp 4:3). Aquele que não tem seu nome escrito no Livro da Vida será lançado no lago de fogo (Ap 20:15). Somente os que estão escritos no Livro do Cordeiro entrarão com Ele na bem-aventurança (Ap 21:27).

Na antigüidade os reis levavam um livro no qual se anotavam os nomes de todos os cidadãos. Se alguém cometia um crime contra o Estado, era apagado do livro, assim como era apagado, normalmente, ao morrer. Que nosso nome esteja escrito no Livro da Vida significa que somos cidadãos fiéis do Reino de Deus.

  1. Jesus Cristo confessará seus nomes diante de seu Pai e dos anjos. A promessa de Jesus é que se alguém confessar seu nome diante dos homens, Ele confessará o nome de sua testemunha diante de Deus; e se alguém o negar diante dos homens, Ele o negará diante de Deus

(Mateus 10:32-33; Lucas 12:8-9). Jesus Cristo será sempre fiel com os que sejam fiéis a Ele.

A

CARTA

A

FILADÉLFIA

FILADÉLFIA UMA CIDADE DIGNA DE LOUVOR

Apocalipse 3:7-13

Filadélfia era a mais jovem das sete cidades. Tinha sido fundada por colonos provenientes de Pérgamo sob o reinado de Átalo II (entre os anos 159:138 a.C).

Philadelphos, significa, em idioma grego, "aquele que ama a seu irmão". Tal era o amor de Átalo por seu irmão Eumenes que tinha o apelido "o philadelphos", e é lembrando esta circunstância que a cidade

de Filadélfia recebeu este nome.

Filadélfia foi edificada com um propósito especial. Estava localizada no lugar onde limitam Mísia, Lídia e Frígia. Era uma cidade

de fronteira. Mas não se teve a intenção de fazer dela uma cidade militar, porque havia muito pouco perigo nesse sentido. A idéia era convertê-la em missionária da cultura e do idioma grego entre os habitantes da Frígia

e Lídia. Tão bem desempenhou Filadélfia sua missão, que lá pelo ano 19 os lídios já tinham esquecido sua própria língua, tendo adotado completamente a cultura e o idioma dos gregos.

Sir W. M. Ramsay diz com relação a Filadélfia, que era "o centro da

difusão da língua e das letras gregas numa região pacífica, mediante modos pacíficos de penetração". É a isto que se refere o Cristo ressuscitado quando menciona a porta aberta que está diante de Filadélfia. Fazia três séculos os cidadãos dessa cidade tinham encontrado uma porta aberta para expandir a cultura grega na região circunvizinha; agora lhes tinha chegado a oportunidade de cumprir outra grande missão: a de levar a seres humanos que ainda não a conheciam a grande mensagem do amor de Jesus Cristo.

Mas Filadélfia tinha uma característica que marca sua rastro sobre esta carta. Filadélfia estava localizada à beira de uma grande meseta que se chamava Katakekaumene, (que significa "terra queimada"). Era uma zona onde ainda podiam ver-se os restos de lava e cinza vulcânica de erupções muito antigas. Esta característica tinha suas vantagens. A terra era muito fértil e Filadélfia era o centro de uma região que se dedicava ao cultivo da videira. Era famosa por seus vinhos. Mas tais vantagens tinham seus perigos, e estes perigos haviam marcado a Filadélfia mais que a nenhuma outra cidade de sua época.

No ano 17 tinha sobrevindo um terremoto, que destruiu a Sardes e mais outras 10 cidades. Nas outras cidades o terremoto tinha sido uma

experiência de um momento; em Filadélfia, entretanto, os tremores tinham seguido sacudindo a terra durante muitos anos. Estrabão descreve a Filadélfia como a "cidade cheia de abalos sísmicos".

Ocorre freqüentemente que se uma cidade for sacudida uma vez por um grande terremoto, a reação do povo chega a ser de grande heroísmo e valentia; mas se os tremores e terremotos se sucedem intermitentemente

durante um longo tempo cada novo movimento sísmico produz pânico na população. E isto é o que sucedia em Filadélfia.

Estrabão descreve a cena. Os tremores se sucediam quase todos os dias. Grandes gretas se abriam nas paredes das casas. Uma boa parte da cidade estava totalmente em ruínas. A maioria da população vivia fora da cidade, em choças, e temiam transitar pelas ruas da cidade pelo perigo de que lhes caísse em cima alguma parede ou pedra. Os que ainda se animavam a viver na cidade eram considerados loucos; passavam boa parte do tempo escorando as paredes e tetos das casas em que habitavam, e todo o tempo deviam interromper suas tarefas e sair ao ar livre, quando começava a tremer. Esta época terrível da cidade nunca foi totalmente esquecida. Seus habitantes todo o tempo se mantinham alertas ao menor movimento da terra, preparados para sair correndo às ruas ou a algum outro espaço descampado. Os habitantes de Filadélfia sabiam

perfeitamente bem quão bela podia ser a promessa de que "nunca mais terão que sair dali..." Essa era, precisamente, a segurança que seus corações mais desejavam.

Mas há mais da história de Filadélfia nesta carta. Quando o grande terremoto destruiu a cidade o imperador Tibério foi tão generoso com Filadélfia como com Sardes. Filadélfia demonstrou sua gratidão ao imperador mudando seu nome pelo de Nova Cesaréia, a Nova Cidade de César. Mais tarde, na época de Vespasiano, a cidade voltou a mudar seu nome, numa nova amostra de gratidão, pelo de Flávia, pois Flávio era o sobrenome do imperador Vespasiano. É verdade que nenhum destes nomes foi usado durante muito tempo, e todo mundo seguiu chamando-a Filadélfia. Mas os habitantes de Filadélfia, de toda maneira, sabiam muito bem o que significava receber um "novo nome". A história de Filadélfia aparece escrita entre as linhas desta carta.

Entre todas as cidades da Ásia, Filadélfia é a que recebe maiores louvores do Cristo ressuscitado. Com o tempo demonstraria ser

merecedora de tais louvores.

Em suas épocas posteriores Filadélfia chegaria a ser uma grande cidade. Mas então os invasores turcos e muçulmanos varreram a Ásia Menor. Quando todas as outras cidades tinham caído, Filadélfia ainda seguia em pé. Durante muitos séculos seguiu sendo uma cidade cristã rodeada por muçulmanos, um verdadeiro baluarte do cristianismo que só seria assimilada a mediados do século XIV. Até nossos dias Filadélfia tem seu bispo e uma população cristã de quase mil almas. Com exceção de Esmirna, todas as outras Igrejas cristãs da Ásia, fora a de Filadélfia, estão hoje em ruínas. Até hoje Filadélfia segue mantendo em alto a bandeira da fé cristã.

FILADÉLFIA TÍTULOS E DECLARAÇÕES

Apocalipse 3:7-13 (continuação)

Na introdução a esta carta o Cristo ressuscitado é nomeado com três grandes títulos, cada um dos quais implica uma tremenda declaração de

fé.

  1. É chamado "o Santo". O significado tremendo deste título é que "Santo" é o nome, título e descrição de Deus. "Santo, santo, santo,

Senhor dos Exércitos" foi o hino que Isaías ouviu os serafins cantarem (Is 6:3). “A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual?

  1. diz o Santo” (Is 40:25). “Eu sou o SENHOR, o vosso Santo, o

Criador de Israel, o vosso Rei” (Is 43:15). Em todo o Antigo Testamento Deus é o Santo, e agora este título é atribuído ao Ressuscitado. Devemos lembrar o significado da palavra "santo". Denota, em hebraico e em grego, aquele que está separado, aquele que é diferente. Deus é Santo porque é diferente com relação aos homens: possui como próprias essas qualidades de ser e de existência que os homens jamais poderiam ter por direito, que pertencem somente a Deus. Dizer que Jesus Cristo é Santo equivale nada menos que a dizer que Jesus Cristo compartilha a vida e o ser de Deus.

  1. É chamado "o Verdadeiro". Em grego há duas palavras para dizer "verdadeiro". Uma delas é alethés, que significa "verdadeiro" no

sentido em que uma afirmação pode ser verdadeira e outra falsa. O que é

alethés pode crer-se sem vacilações, E a outra é alethinós, que significa real ou autêntico, como oposto ao que está vazio, o que não é mais que

uma semelhança da realidade, o que é um substituto do real. A palavra que se usa no Apocalipse é a segunda. Jesus é alethinós. É autêntico,

real. Quando nos defrontamos com Jesus Cristo não nos estamos defrontando com uma sombra ou aparência da verdade, mas com a própria verdade. Não vemos nEle uma imitação da vida, mas com a Verdadeira Vida. NEle não temos um substituto da divindade, mas sim a

própria Divindade em pessoa. Ao nos encontrarmos com Jesus Cristo

chega ao fim nossa busca da verdade; os vagos perfis de Deus se convertem em algo do passado; nEle temos a verdade, a realidade, o próprio Deus.

  1. Ele é aquele que tem a chave de Davi, aquele que abre e ninguém pode fechar, aquele que fecha e ninguém pode abrir. Primeiro

veremos que a chave é um símbolo de autoridade. A figura de Jesus Cristo que nos pinta esta imagem é a dAquele que possui a autoridade final, a que nada nem ninguém pode questionar.

Mas atrás desta imagem também há uma idéia que encontramos no Antigo Testamento. Ezequias tinha um servo fiel que se chamava Eliaquim. Este Eliaquim tinha as chaves da casa do rei, e era o único que

podia abrir a porta para os que desejavam ver o rei. E diz-se de Eliaquim: “Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e ninguém abrirá” (Is 22:22). Esta é a imagem que

João tem em mente. Jesus, e somente Ele, tem plena autoridade para permitir o ingresso à nova Jerusalém, a nova cidade de Davi. Somente Ele pode nos permitir entrar na presença de Deus, tal como o servente

fiel da antigüidade tinha as chaves para abrir as portas aos que queriam ver o rei. Tal como se afirma no Te Deum: "Abriu o Reino dos Céus a todos os crentes". Ele é o novo e vivo caminho rumo à presencia de

Deus. É através de Jesus Cristo que se abre a porta do Reino dos Céus e da presença de Deus; Ele possui a chave que pode abrir ou fechar o acesso ao Céu.

FILADÉLFIA A PORTA ABERTA

Apocalipse 3:7-13 (continuação)

Antes de entrar no tema da "porta aberta" devemos assinalar que nos versículos 8:9 há um problema de pontuação. Nos manuscritos gregos antigos não se usava pontuação alguma e esta teve que ser acrescentada posteriormente. O problema aqui é que a oração “que tens

pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu

nome” pode juntar-se do mesmo modo com o que antecede que com o que segue no texto. Quer dizer, estas palavras podem expressar a razão pela qual a porta ainda continua estando aberta diante dos cristãos de Filadélfia, ou a razão pela qual lhes serão entregues os que pertencem à sinagoga de Satanás. Não podemos ter segurança sobre qual é a conexão correta; ambas são significativas. A tradução da Bíblia ao português a relaciona com as palavras que aparecem antes no texto, e o mesmo faz este Comentário; mas poderiam relacionar-se com igual correção, com as palavras que vêm depois, no versículo 9.

A grande promessa do Cristo ressuscitado aos cristãos de Filadélfia é que colocou diante deles uma porta aberta que ninguém poderá jamais

fechar. O que significa esta porta aberta?

  1. Pode ser a porta da oportunidade missionária. Paulo, escrevendo aos coríntios com relação à tarefa que o esperava no futuro, diz: “porque

uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu” (1Co 16:91Co 16:9). Quando Paulo chegou a Trôade, “uma porta se me abriu no Senhor” (2Co 2:12). Pede aos colossenses que roguem a Deus que

se lhe abra uma porta para pregar o evangelho (Cl 4:3). Quando Paulo voltou para Antioquia contou como Deus tinha aberto a porta da fé aos gentios (At 14:27). Este significado é particularmente

apropriado no caso de Filadélfia.

Vimos como Filadélfia era uma cidade de fronteira, que estava convocada no limite entre Lídia, Mísia e Frígia, e como nos tempos antigos fora fundada com a idéia de que fosse uma missionária da cultura

grega entre os povos bárbaros de mais além deste limite. Filadélfia estava no caminho que, saindo do porto de Esmirna, atravessava Frígia e alcançava as zonas mais longínquas da Ásia. Era o caminho que seguia o

correio imperial, via Pérgamo, Trôade, Tiatira e Sardes. Os grandes exércitos de César viajavam por essa rota. Transitavam-na as caravanas de mercadores. Agora, era uma porta aberta que chamava os

missionários cristãos a fim de alcançar as regiões mais longínquas.

Há duas coisas que surgem desta circunstância.

  1. Há uma porta aberta de oportunidade missionária diante de cada cristão. Não há necessidade de viajar a lugares longínquos para cumprir o mandamento de pregar o evangelho. Na própria família, no círculo das amizades mais íntimas, na própria paróquia há aqueles que necessitam de Cristo e a quem pode ser anunciado o evangelho salvador. Usar essa porta é ao mesmo tempo nosso privilégio e nossa oportunidade muito especiais.
    1. No caminho de Cristo a recompensa pelo trabalho bem feito é mais trabalho a fazer. Filadélfia tinha demonstrado sua fidelidade e a

recompensa por esta era ter maiores oportunidades para continuar servindo a Cristo. Não é a comodidade do descanso bem merecido, mas

sim mais fatiga e trabalhos o que Cristo nos dá como prêmio.

  1. Sugeriu-se que a porta aberta que está diante dos cristãos em Filadélfia é o próprio Jesus Cristo . Jesus disse "Eu sou a porta" (João

Ap 10:7, Ap 10:9). A porta que se abre diante dos cristãos de Filadélfia pode ser o próprio Cristo, como porta que se abre à presença de Deus.

  1. Sugeriu-se que a porta é a porta da comunidade messiânica.

Com Jesus Cristo chegou a nova era; foi inaugurado o novo reino de Davi. Do mesmo modo como no antigo reino Eliaquim tinha a chave para abrir a porta que conduzia à presença do rei, assim Jesus Cristo tem as chaves e é Ele mesmo a porta para todos aqueles que desejem entrar na presença de Deus.

  1. Independentemente de todas estas coisas, a porta da oração é uma entrada a Deus que está aberta em todo o tempo a todos os homens.

Qualquer pessoa pode entrar pela oração e encontrar-se na presença viva de Deus. E esta é, por certo, uma porta que ninguém jamais poderá fechar e que Jesus Cristo abriu ao dar seguranças aos homens com

relação ao amor de Deus o Pai.

Podemos estar seguros que tanto a porta da oportunidade missionária como a porta da oração são vias de ingresso que

permanecem sempre abertas para todos os cristãos.

FILADÉLFIA OS HERDEIROS DA PROMESSA

Apocalipse 3:7-13 (continuação)

No versículo 9 a promessa e profecia do Cristo ressuscitado é que algum dia os judeus, que naquela época caluniavam e perseguiam

tenazmente aos cristãos, virão e dobrarão seu joelho diante de Cristo. Este é o eco de uma expectativa muito velha dos judeus que encontramos já no Antigo Testamento.

A promessa aparece em repetidas oportunidades no livro de Isaías. “Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; prostrar-se-ão até às plantas dos teus pés todos os que te desdenharam”

(Is 60:14). “Reis serão os teus aios, e rainhas, as tuas amas; diante de ti se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés; saberás que eu sou o SENHOR e que os que esperam em mim não serão envergonhados” (Is 49:23). Zacarias teve uma visão do dia quando

homens de todos os povos e idiomas irão a Jerusalém e “pegarão, sim, na orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zacarias 8:22-23).

A crença dos cristãos era que o povo judeu, ainda como povo, tinha perdido seu lugar no plano divino, e que esse lugar tinha sido transferido à Igreja. O filho de Abraão no sentido que Deus outorgava ao termo, não

era somente aquele que podia demonstrar ser descendente direto daquele patriarca, mas sim qualquer homem que fosse capaz de empreender a mesma aventura de fé que ele tinha empreendido (Romanos 9:6-9). A

Igreja era o Israel de Deus (Gl 6:16). As promessas que Deus tinha feito a Israel tinham sido herdadas pela Igreja. Agora era à Igreja que todos os homens, algum dia, ofereceriam submissa obediência; e entre

eles estariam também os judeus. Isto é o inverso de tudo o que os judeus tinham alguma vez esperado; eles esperavam que todos os povos se humilhariam diante deles, mas agora todos os povos se humilhariam, chegado o momento, diante de Jesus Cristo.

Por essa razão a Igreja em Filadélfia devia cuidar para que todos os seus membros fossem fiéis, pelo menos no princípio. Até o momento tinham sido fiéis. Na expressão "guardaste minha palavra e não negaste o meu nome" ambos os verbos estão em tempo aoristo, modo que descreve uma ação completada em algum momento do passado; a idéia é que os cristãos de Filadélfia deveriam ter atravessado por alguma prova, da qual emergiram vitoriosos. Suas forças eram escassas, seus recursos irrisórios; mas se guardassem sua promessa de fidelidade a Cristo veriam algum dia amanhecer o Sol de seu triunfo em Cristo. A fidelidade do cristão deve alimentar-se da visão de um mundo para Cristo, porque esse mundo depende da fidelidade com que cada cristão viva sua fé.

FILADÉLFIA OS QUE GUARDAM SÃO GUARDADOS

Apocalipse 3:7-13 (continuação)

A promessa de Cristo é que aqueles que saibam guardar serão guardados. “Porque guardaste a palavra ... eu te guardarei”. Jesus Cristo não ficará em dívida com ninguém, e sem lugar a dúvida a lealdade

merece uma recompensa.

No versículo 10, a frase que diz "a palavra de minha paciência", é uma expressão fortemente concentrada. Significa que a promessa vai

dirigida aos quais tenham praticado a mesma classe de paciência que Jesus viveu na Terra. Quando somos chamados a demonstrar paciência, a paciência de Cristo significa três coisas para nós. Em primeiro lugar,

oferece-nos um exemplo. Em segundo lugar, é uma fonte de inspiração. Devemos andar posto nosso olhar nEle, quem, pela alegria que lhe tinha sido prometido suportou a cruz, desprezando toda vergonha (Hebreus

Ap 12:1-2).

Pedro adverte a seus leitores que terão que dar conta de suas ações perante Aquele que vem para julgar os vivos e os mortos (1Pe 4:51Pe 4:5). No Novo Testamento a idéia da vinda do Senhor serve para advertir aos que pensam que podem fazer o que desejam que o dia do acerto de contas vem, e que portanto sua perspectiva para o futuro é o juízo divino.

  1. Significa uma tranqüilidade para os oprimidos. Tiago recomenda aos destinatários de sua carta que tenham paciência, porque o dia da vinda do Senhor se aproxima (Jc 5:8). Muito em breve suas

penúrias passarão. O autor de Hebreus exorta à paciência, porque aquele que há de vir virá logo, sua vinda não vi demorar (He 10:37). A idéia é que se os cristãos podem suportar pacientemente um pouco mais,

o dia de seu resgate virá, e logo.

De modo que no Novo Testamento usa-se a idéia da vinda de Cristo como uma advertência aos despreocupados e como um consolo para os

oprimidos. É verdade que, num sentido literal, Jesus não veio para os que receberam estas palavras de advertência e exortação. O certo, entretanto, é que ninguém sabe quando a eternidade invadirá sua vida e quando

Deus o chamará a comparecer perante sua presença; e isto também deve ser uma advertência para os que vivem desatentamente, a se prepararem para encontrar-se com Deus, e um alento para os que sofrem, pois o dia

da recompensa aos que forem fiéis está "perto".

Mas aqui há outra advertência. O Cristo ressuscitado recomenda aos cristãos em Filadélfia que se aferrem ao que têm, para que outros não lhes tomem sua coroa (versículo 11). Não se trata de que alguém possa

lhes roubar a coroa que eles têm, mas sim Deus pode tirar-lhes assim como as deu, e entregá-la a outro, mais digno de levá-la.

R. C. Trench faz uma lista dos personagens bíblicos que perderam o

direito de ocupar o lugar que Deus lhes tinha atribuído, pois outro demonstrou ser mais digno desse privilégio. Jacó passou a ocupar o lugar de Esaú (Gn 25:34; Gn 27:36); Rúben, o primeiro filho de Jacó, instável como a água, perdeu o lugar para Judá (Gn 49:4, Gn 49:8). Saul foi substituído por Davi (1Sm 16:11Sm 16:1, 1Sm 16:13). Joabe e Abiatar foram postos

de lado e ocuparam seus lugares Benaia e Zadoque (1Rs 2:251Rs 2:25). Judas deixou de pertencer ao grupo dos apóstolos e seu lugar foi ocupado por Matias (At 1:25, At 1:26). Os judeus foram substituídos pelos gentios que creram em Jesus Cristo (Rm 11:11).

Há uma grande tragédia em tudo isto. Às vezes ocorre na vida que alguém recebe o encargo de desempenhar uma tarefa. Ele foi escolhido com grandes esperanças para a tarefa; mas logo fica evidente que a tarefa fica grande para ele, que não está à altura de sua responsabilidade. Não é digno da confiança que se depositou nele. Não é capaz de elevar-se à altura do desafio que essa tarefa representa. Quando isso ocorre, esse homem é deslocado da missão que devia cumprir, e esta é encomendada a outro. Isto também pode suceder com as tarefas que Deus nos encomenda. Deus tem algo para que cada um de nós fazermos; mas é possível que alguns demonstrem ser incapazes de desempenhar-se em sua responsabilidade; então a tarefa passa à mãos de outro; o primeiro perdeu sua coroa. É verdade que até no fracasso qualquer um pode fazer o necessário para redimir-se — mas isto somente se se lançar, arrependido, nos braços da misericórdia de Cristo. Somente quando andamos bem perto de Cristo podemos cumprir as tarefas Que Deus nos encomendou; e se em nossa tolice fracassamos, somente a graça perdoadora poderá converter esse tropeço em princípio de uma nova glória.

FILADÉLFIA MUITAS PROMESSAS

Apocalipse 3:7-13 (continuação)

No versículo 12 encontramos as promessas do Cristo ressuscitado

aos que permanecem fiéis a Ele; neste caso são muitas promessas, a maioria das quais representam imagens vividas que devem ter sido extremamente significativas para os cristãos em Filadélfia.

  1. O cristão fiel será uma coluna no Templo de Deus. Uma coluna

da Igreja é alguém que recebe a honra e o reconhecimento de ser um dos

elementos humanos em que a Igreja se apóia. Pedro, Tiago e João eram as colunas da Igreja em Jerusalém, nos tempos primitivos (Gl 2:9). Abraão — diziam os rabinos judeus — era a coluna do mundo. Como uma coluna poderosa, o cristão fiel passa a fazer parte da estrutura arquitetônica da Igreja de Deus.

  1. O cristão fiel "nunca mais sairá dali". É possível que esta expressão mescle partes de pelo menos dois significados.
  2. Pode ser uma promessa de segurança. Já vimos como, durante

muitos anos, os habitantes de Filadélfia viveram aterrorizados por constantes terremotos e como quando estes sobrevinham todo mundo tinha que sair correndo para fora, para evitar as paredes e tetos que caíam em cima do desprevenido. Uma vez terminado o terremoto, voltavam para suas casas, mas tinha chegado a dominá-los uma permanente incerteza. Para eles a vida era um constante sair e entrar, num clima de insegurança. A promessa é que com Cristo já não haverá mais saídas. Para o cristão fiel, existe a promessa de uma serenidade sedentária na paz que Jesus Cristo pode dar.

  1. Alguns estudiosos crêem que a promessa aqui, refere-se à firmeza do caráter moral. Nesta vida até os melhores às vezes agem bem, às vezes mal. Experimentamos todo o tempo recaídas no gosto pelas coisas proibidas. Há momentos dos quais estamos envergonhados. Mas aquele que for fiel chegará, em algum momento de sua evolução moral, a ser como uma coluna no Templo de Deus, que ninguém pode tirar de seu lugar, pois terá conquistado o mal e derrotado o tentador, convertendo a bondade e a justiça na atmosfera normal de sua vida. Se este for o significado, a imagem descreveria uma vida de constante serenidade moral, tal como a que conseguiremos viver quando, superadas as lutas deste mundo, desfrutemos de paz na presença de Deus.
  2. Jesus Cristo escreverá sobre o cristão fiel o nome de seu Deus. Há várias imagens que podem estar presentes aqui:
    1. Nas cidades da Ásia Menor, e em Filadélfia entre elas, quando um sacerdote tinha completado suas obrigações profissionais de maneira

fiel durante toda sua vida, os fiéis honravam sua memória, quando morria, erigindo uma nova coluna no templo onde oficiou, escrevendo nela seu nome e o nome de seu pai. Aqui se descreveria o reconhecimento permanente duradouro com que Jesus recompensa a fidelidade em seu serviço.

  1. Pode ser, também, que se faça referência ao costume de marcar ao escravo com o nome de seu dono. Do mesmo modo como o amo põe sua marca sobre o escravo, para demonstrar que este lhe pertence, ou o

boiadeiro sua marca sobre os animais que formam parte de seu rebanho, para distingui-lo de outros como deles, Deus porá sua marca sobre os que lhe forem fiéis. Seja qual for a imagem concreta que respalda esta

passagem, a verdade é que os fiéis, de uma maneira ou outra, levarão o distintivo inconfundível de que pertencem a Deus.

  1. Também é possível que tenhamos aqui uma imagem do Antigo

Testamento. Quando Deus ensinou a Moisés qual devia ser a bênção que Arão e seus filhos pronunciariam sobre o povo de Israel, disse: “Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel” (Números 6:22-27). Em realidade esta é a mesma imagem, ainda que neste caso numa referência direta ao Antigo Testamento. Israel levava a marca de Deus, para que todos os homens soubessem que pertencia a Ele.

  1. Sobre os cristãos fiéis também se inscreverá o nome da nova Jerusalém, a cidade de Deus. Este é o direito à cidadania na cidade de Deus que receberão os cristãos fiéis. Segundo Ezequiel o nome da cidade de Deus recriada seria: "O Senhor está ali" (Ez 48:35). Os cristãos fiéis serão cidadãos da cidade e do reino onde sempre se há de desfrutar da presença direta e pessoal de Deus.
  2. Cristo escreverá um novo nome sobre os cristãos fiéis. Os habitantes de Filadélfia sabiam muito bem o que era isso de tomar um

novo nome. Quando sua cidade foi devastada por um terremoto, no ano

17 d.C, Tibério, o imperador romano, foi muito generoso com eles, enviando-lhes ajuda para a reconstrução e libertando-os da obrigação de

pagar impostos durante um certo tempo; como amostra de gratidão

Filadélfia decidiu mudar seu nome pelo de Nova Cesaréia, a Nova Cidade de César; mais tarde, quando receberam novas amostras de bondade por parte de outro imperador, Vespasiano, voltaram a mudar o nome da cidade pelo de Flávia, pois este era o sobrenome de seu benfeitor. Do mesmo modo, Jesus Cristo marcará os que forem fiéis a Ele, com um nome novo; qual será esse nome é inútil sequer tentar imaginá-lo porque nenhum homem pode vir a sabê-lo (Ap 19:12). Mas no tempo futuro quando Cristo tiver vencido todos os seus inimigos definitivamente, seus seguidores fiéis levarão a marca distintiva dos que a Ele pertencem e portanto compartilham sua vitória e sua honra.

A

CARTA

A

LAODICÉIA

LAODICÉIA A IGREJA CONDENADA

Apocalipse 3:14-22

Laodicéia possui a triste distinção de ser a única Igreja com relação

à qual o Cristo ressuscitado não pode dizer nada bom.

No mundo antigo havia seis cidades que se chamavam Laodicéia, e a que se menciona no Apocalipse era, para distingui-la das outras,

Laodicéia sobre o Licus. Tinha sido fundada cerca do 250 a.C. por Antíoco da Síria, e o nome da cidade era o de seu esposa, Laodicéia. A importância de Laodicéia radicava exclusivamente em sua localização. O caminho que unia Éfeso com Síria era o mais importante de todos os que

percorriam a Ásia Menor. Este caminho bordejava a costa, saindo de Éfeso, mas logo se via obrigado a subir até a meseta central, que tinha quase 2.500 m de altura. Fazia-o indo pelo vale do rio Meandro, até

chegar ao que conhecemos como As Portas da Frígia. Mais além dessas "portas" encontrava o vale largo onde coincidiam as fronteiras da Frígia, Lídia e Caria. O caminho que subia até esse vale desde o Meandro era de

montanha, rochoso e com precipícios de um lado e do outro. As margens do Meandro, desde esse vale, eram intransitáveis, pois as águas se

precipitavam por uma garganta rochosa, muito profunda, esculpida pela erosão nas montanhas.

O caminho, então, fazia um desvio a essa altura, tomando o vale do Licus, outro rio, e subindo por este até a meseta. Nesse vale estava

Laodicéia. O caminho penetrava o vale pela porta de Éfeso, do Este, e o abandonava pela porta da Síria, sobre o Oeste. Isto, somente, teria bastado para que Laodicéia fosse um dos grandes centros comerciais e estratégicos do Oriente Médio. Originalmente a cidade tinha sido uma

fortaleza. Mas do ponto de vista militar sua grande fraqueza era que toda a água que precisava devia ser trazida desde uns dez quilômetros, por aquedutos subterrâneos, o que era muito perigoso em caso de sítio. Havia

outros dois caminhos que passavam pelas portas de Laodicéia. Eram os caminhos que iam desde Pérgamo e o vale do Hermus, até a Pisídia, Panfília e a costa, em Perga, e o caminho que ia caria a Frígia.

Tal como comenta Sir W. M. Ramsay, "somente a paz era necessária para que Laodicéia se convertesse num grande centro comercial e financeiro". E essa paz veio com o domínio romano. Nos

dias antigos de incerteza, Laodicéia nunca tinha passado de um povoado, mas quando Roma impôs sua paz no Mediterrâneo, chegou-lhe a grande oportunidade de converter-se no que Plínio qualifica de "uma distinguida

cidade".

Laodicéia tinha certas características que deixaram seus sinais na carta que lhe é dirigida.

  1. Era um grande centro de bancos e das finanças. Quando Cícero

viajou pelo oriente, foi em Laodicéia que converteu em dinheiro as letras de mudança que levava consigo. Laodicéia era uma das cidades mais ricas do mundo. O ano 61 de nossa era, Laodicéia foi devastada por um terremoto; mas seus cidadãos eram tão ricos e independentes que se negaram a receber ajuda do governo romano e reconstruíram a cidade com seus próprios recursos e esforço. Tácito, o historiador romano, escreve: "Uma das cidades mais famosas da Ásia, Laodicéia, foi demolida nesse ano por um terremoto, e sem nossa ajuda de classe

alguma, recuperou-se mediante seus próprios recursos" (Tácito, Anais, 14:27). Não é de maravilhar-se que Laodicéia se glorificasse de ser rica, de possuir grandes fortunas e de não precisar de nada. Era tão rica que nem sequer cria ter necessidade de Deus.

  1. Era um grande centro da indústria do vestido. As ovelhas que pastavam nos arredores de Laodicéia eram famosas no mundo inteiro por sua lã suave, de cor violeta escura. Produzia industrialmente mantos muito baratos. Uma de suas especialidades era uma túnica chamada trimita, pela qual alguns chamavam Trimitaria à cidade. Laodicéia estava tão orgulhosa da roupa que fabricava que não podia dar-se conta que a Deus a enfrentava desnuda.
  2. Era um centro médico de importância. Vinte quilômetros a oeste de Laodicéia, entre a cidade e a Porta da Frígia, estava o templo dos Homens-deuses de Caria. Numa época este templo tinha sido o centro comercial, administrativo e social de toda a região. Até começos de nossa era o costume era ter grandes mercados, em datas fixas, nos arredores do templo. Este lugar era o centro de uma importante escola de medicina. Mais tarde, a escola se transferiu à cidade de Laodicéia. Tão famosos eram seus médicos, que os nomes de alguns deles aparecem nas moedas da cidade. Dois deles, por exemplo, chamavam-se Xeusis e Alexandre Filaetes.

Havia duas coisas que contribuíam à fama desta escola de medicina: um ungüento para os olhos e outro para os ouvidos. Seu colírio, que se preparava na forma de pequenos pãezinhos da substância medicinal

(kollurion, em grego, significa pãozinho) exportava-se de Laodicéia a todos os centros povoados do mundo antigo. Laodicéia tinha tal consciência de suas habilidades médicas no tratamento da vista, que

nunca lhe ocorreu pensar que aos olhos de Deus podia ser cega.

As palavras do Cristo ressuscitado respondem de maneira direta à riqueza e às habilidades técnicas que caracterizavam e tornavam

Laodicéia famosa, e que a enchiam de tanto orgulho. Este orgulho, precisamente, tinha eliminado a necessidade de Deus na mente e no

coração de muitos de seus cidadãos e, aparentemente, até entre os membros da Igreja.

  1. Devemos agregar um fato mais com relação a Laodicéia. Estava numa região onde abundava a população judia. Tantos eram os judeus

que tinham emigrado para com essa região que os rabinos palestinenses tinham um dito contra os que buscavam os vinhos e os banhos de Frígia. O ano 62 a.C. Fraco, governador da província, alarmou-se pela quantidade de dinheiro que os judeus enviavam a Jerusalém em

conceito de imposto pelo Templo (uma obrigação de todo membro da comunidade judia mundial). Portanto, proibiu a exportação de dinheiro. Como resultado, num procedimento policial, seqüestrou-se um

contrabando de moedas de ouro, em Laodicéia, por um peso de 10 quilogramas, aproximadamente, e outro na Apameia, uma localidade próxima, por um peso de quase 50 quilogramas. Calculando a partir do

peso e valor do ouro contrabandeado nestes dois casos, pode chegar-se a estimar que na região viviam pelo menos 7:500 varões judeus, sem contar as mulheres e os meninos. Na cidade de Hierápolis, a uns dez

quilômetros de Laodicéia, havia uma "congregação de judeus" que tinha o direito de cobrar multas e impostos e possuía um arquivo de documentação legal onde se guardavam dados sobre toda a população

judia da zona. Havia poucas regiões no mundo onde os judeus, fora da Palestina, fossem tão ricos e influentes.

Tal, então, era Laodicéia, a cidade muito rica para preocupar-se por Deus ou sentir alguma necessidade dEle.

LAODICÉIA AS AFIRMAÇÕES DE CRISTO

Apocalipse 3:14-22 (continuação)

Entre as sete Igrejas da Ásia a de Laodicéia é a que recebe uma condenação mais drástica. Não há palavra de louvor que se mereça, nada nela que possa redimi-la. É interessante notar que em As constituições

apostólicas (8:
46) diz-se que Arquipo foi o primeiro bispo de Laodicéia.

Quando Paulo escreveu à Igreja vizinha em Colossos, dizia: “Também dizei a Arquipo: atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires” (Cl 4:17). Pareceria que Arquipo não cumpria sua responsabilidade e precisava que o apóstolo lhe chamasse a atenção. Isso ocorreu trinta anos antes de ser escrito o Apocalipse. Mas é possível que já nessa hora anterior a podridão se instalou na 1greja de Laodicéia, e que um pastor indigno e um ministério insatisfatório e indigno tinham semeado as sementes da degeneração.

Como em todas as outras cartas, a introdução começa com uma série de grandes títulos que se atribuem a Cristo.

  1. É o Amém. Este é um título muito estranho. Pode ter duas

origens.

  1. Em Is 65:16 Deus é chamado o Deus da verdade; em hebraico isto se diz "Deus do Amém". A palavra Amém é a que

normalmente se pronuncia ao terminar uma declaração ou afirmação solene para garantir e reafirmar a verdade do que se disse. Se diz-se de Deus que é o Deus do Amém, isto significa que pode confiar-se

totalmente nEle, que não pode duvidar-se de suas afirmações, que suas promessas são sempre verdadeiras. Nosso texto, então, quereria dizer que Jesus Cristo é Aquele cujas palavras e promessas são verdadeiras

além de toda possibilidade de dúvida.

  1. No evangelho de João as afirmações de Jesus muito freqüentemente começam dizendo "Em verdade, em verdade vos digo..." (por exemplo Jo 1:51, Jo 1:3:3, Jo 1:5, Jo 1:11, etc.). No texto original se lê: "Amém,

Amém lhes digo..." É possível que se chame "o Amém" a Jesus Cristo como reminiscência de sua própria maneira de falar. O significado, neste caso, seria o mesmo: Jesus Cristo é Aquele cujas afirmações são

verdadeiras, Aquele em cujas promessas pode ter-se uma confiança total.

  1. Ele é a testemunha em quem se pode confiar e que é fiel aos

fatos de que testemunha. R. C. Trench assinala, com justiça, que uma boa testemunha deve responder a três condições:

  1. Deve ter visto com seus próprios olhos o que testemunha.
    1. Deve ser totalmente honesto, deve repetir com exatidão o que viu e ouviu.
    2. Deve ter a habilidade de dizer o que viu e ouviu, de maneira que

seu testemunho produza a impressão correta nos que o ouvem. Jesus Cristo satisfaz de maneira perfeita estas condições. Pode nos falar com relação a Deus porque veio dEle. Podemos confiar em suas palavras porque é o Amém. É capaz de dizer o que viu porque ninguém jamais falou como Ele. Jesus é a testemunha perfeita das coisas de Deus.

  1. Conforme diz nossa versão, Jesus é o princípio da criação de Deus. Esta é uma expressão com relação à qual devemos tomar cuidado,

porque, tal como se traduziu para o português, fica extremamente ambígua. Dizer que Jesus é o princípio da criação pode interpretar-se no sentido de que Ele teria sido a primeira pessoa criada. Mas também pode

significar que foi a causa motriz de toda a criação, aquele que começou todo o processo da criação; tal como afirma R. C. Trench, "o princípio dinâmico". Não há dúvida que o segundo é o significado que o autor quis

dar à sua expressão. A palavra, em idioma grego, é arché. Nos escritos cristãos primitivos encontramos que Satanás foi o arché da morte, quer dizer, que a morte tomou dele seu princípio e origem. Também se afirma

que Deus é o arché de tudo o que existe, ou seja que é em Deus que todas as coisas têm seu princípio e origem.

No Novo Testamento encontramos muito freqüentemente relações entre o Filho de Deus e a criação. João inicia seu Evangelho dizendo que

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). “Nele”, diz Paulo, “foram criadas todas as coisas” (Cl 1:15, Cl 1:18). A insistência sobre a parte que correspondeu

ao Filho na criação deve-se à aparição de hereges segundo a doutrina de quem o mundo não teria sido criado pelo verdadeiro Deus, mas por um deus secundário e falso, o que explicaria a existência do pecado e da

morte. O ensino cristão é que este mundo foi criado por Deus, e que o pecado e a morte não se devem a Ele, mas sim à desobediência do

homem. Para o cristão, o Deus da criação e o Deus da redenção são um e o mesmo Deus.

LAODICÉIA NEM UMA COISA NEM OUTRA

Apocalipse 3:14-22 (continuação)

A condenação de Laodicéia começa com uma imagem de crua vividez. Porque os laodicenses não são nem frios nem quentes possuem

essa qualidade nauseabunda que obrigará ao Cristo ressuscitado a vomitá-los de sua boca.

Deve tomar-se nota do significado exato destas palavras. A palavra

que se traduz "frio" é psujros, e pode significar frio ao ponto de congelamento. O Eclesiástico 43:20 fala do vento frio do norte que pode congelar a superfície da água estancada. A palavra que se traduz "quente" tsestos, significa quente até o ponto de ebulição. A palavra que se traduz para morno é jliaros. As coisas mornas em geral têm um efeito nauseabundo. A comida quente pode ser apetitosa, assim como a comida fria, mas a comida morna em geral nos revolve o estômago. O mesmo ocorria ao Cristo ressuscitado quando se fazia presente na 1greja em Laodicéia. Isto deve nos fazer pensar.

  1. A atitude que o Cristo ressuscitado condena de maneira sem misericórdia é a indiferença. Tem-se dito que um autor pode escrever

uma boa biografia se ama a seu personagem, mas também se o odiar. Mas ninguém pode escrever uma boa biografia se o personagem sobre o

qual esta versa lhe é indiferente. Entre todas as coisas a indiferença é a mais difícil de combater. Se alguém experimentar intensos sentimentos numa direção, pode ser convencido de mudar a direção de suas

inclinações. Mas se alguém perdeu a capacidade de experimentar sentimentos ardentes, é muito difícil fazer algo com ele. A indiferença é uma espécie de morte gelada, na qual tudo deixou de ter importância. O problema da evangelização na atualidade não é a hostilidade para com o

cristianismo; mas seria melhor se este fosse o caso. O problema é que o

cristianismo e a Igreja deixaram que ter importância para as pessoas, que os homens os contemplam com total indiferença, e a indiferença é a mais difícil das barreiras para demolir. Só é possível opor-se à indiferença uma demonstração clara de que o cristianismo é um poder capaz de fortalecer a vida e uma graça capaz de embelezá-la.

  1. A única atitude impossível em face do cristianismo é a neutralidade. Ser neutro com relação a Jesus Cristo é constituir-se num obstáculo para sua obra. Jesus Cristo opera através dos homens; e o

homem que é totalmente neutro com relação a Jesus Cristo negou-se a assumir a tarefa que constitui o propósito divino para sua vida. Portanto, não somente não está no caminho mas sim que se interpôs no caminho

de Cristo. Aquele que não esteja disposto a ajudar a Cristo é um estorvo para Cristo. Aquele que não se submete a Cristo oferece resistência. Se oferecermos a alguém amor e a resposta é que nosso amor lhe é

indiferente ou não se importa com ele, essa pessoa, querendo ou não, frustrou-nos.

  1. Por mais duro que pareça, o significado, desta terrível ameaça

do Cristo ressuscitado é que nos será preferível não nos termos iniciado no caminho cristão que ter aceito ao Senhor e Salvador e depois nos abandonarmos a uma prática religiosa convencional, formal e sem significado, aparente mas sem ardor no espírito. É melhor nem sequer nos lançar ao que Trench chama "o grande experimento do evangelho" que aceitá-lo para fazer dele uma religião respeitável e sem convicção profunda. Nenhum líder aceita seguidores que respondam a suas exortações com reservas; nenhum dirigente valoriza a lealdade que com o tempo se converte em indiferença. O fogo do primeiro amor deve seguir ardendo sempre com a mesma força. Há uma afirmação de Jesus que não faz parte de nosso Novo Testamento: "Aquele que está perto de mim está perto do fogo". O modo de manter o calor espiritual é permanecer sempre perto de Cristo.

LAODICÉIA A RIQUEZA QUE É POBREZA

Apocalipse 3:14-22 (continuação)

A tragédia de Laodicéia era que estava convencida de sua própria riqueza e que era cega com relação à sua verdadeira pobreza.

Humanamente falando, e a julgar segundo as pautas da época, ninguém poderia dizer que havia outra cidade mais rica que Laodicéia em toda a Ásia. Espiritualmente falando, e segundo as pautas divinas, o Cristo

ressuscitado afirma que não há comunidade mais açoitada pela pobreza que Laodicéia. Laodicéia se vangloriava de três coisas: cada uma destas é tomada, por turno, e mostrada em seu próprio verdadeiro valor.

  1. Laodicéia se orgulhava de sua riqueza financeira. Era o centro bancário da Ásia Menor; era tão rica que quando um terremoto a devastou no ano 61, negou-se a aceitar ajuda para sua reconstrução. Não necessitava nada de ninguém, ou pelo menos pensava isso. O Cristo

ressuscitado recomenda que compre ouro que tenha sido refinado no fogo. O ouro provado no fogo demonstra seu autêntico valor; é precisamente com essa imagem que Pedro descreve a fé verdadeira (1

Pedro Ap 1:7). A riqueza pode fazer muitas coisas, mas há coisas que por mais dinheiro que se tenha jamais poderão conseguir-se. A riqueza não pode comprar felicidade; nem pode dar a ninguém um corpo ou uma

mente sã; a riqueza não pode consolar quem sofre uma tristeza; a riqueza não pode comprar a amizade verdadeira para aquele que ficou sozinho. Se tudo o que tivermos para enfrentar a vida é nossa riqueza, somos

verdadeiramente pobres em recursos. Mas se alguém tem uma fé que foi provada e refinada no crisol do fogo da experiência, não há nada que não seja capaz de enfrentar e é, verdadeiramente, rico como ninguém.

  1. Laodicéia se orgulhava de sua indústria do vestido. A roupa que se fabricava em Laodicéia era famosa no mundo inteiro. Mas — diz o Cristo ressuscitado — Laodicéia está espiritualmente nua. Se quer cobrir sua nudez deve ir a Ele e receber dEle o que somente Ele pode dar. O

Cristo ressuscitado fala de "a vergonha da nudez" de Laodicéia. Isto

tinha um significado muito mais forte no mundo antigo que entre nós. Foi deste modo que Hanum tratou os servos de Davi (2Sm 10:4). A ameaça contra o Egito é que a Assíria levará nu a seu povo (Is 20:4). A advertência de Ezequiel a Israel era que seus inimigos o despiriam de sua roupa (Ezequiel 16:37-39; 23:26-29, veja-se Os 2:3,Os 2:9 e Mq 1:8,Mq 1:11). Deus disse Naum que advertisse ao povo desobediente que: “Mostrarei às nações a tua nudez, e aos reinos, as tuas vergonhas” (Na 3:5). Por outro lado, estar vestido com roupas finas era uma grande honra. Faraó honrou a José vestindo-o com roupa de linho fino (Gn 41:42). Daniel é vestido de escarlate por Belsazar (Dn 5:29). As vestimentas reais estão destinadas àqueles homens que o rei honra (Ester 6:6-11). Quando o filho pródigo retorna, é-lhe posto a melhor das túnicas (Lc 15:22).

Laodicéia se orgulhava da roupa que fabricava, mas espiritualmente está nua e a nudez é desonra e vergonha. O Cristo ressuscitado a exorta a

comprar dEle um vestido branco. O que significa este vestido branco? Pode muito bem representar as coisas belas da vida e o caráter que

somente Cristo pode oferecer aos homens. Tem muito pouco sentido que a pessoa adorne o corpo se não tem com o que adornar a alma. Nem todos os vestidos mais finos do mundo poderão embelezar o homem cuja

natureza está retorcida e cujo caráter foi afeado. O que o homem possa vestir jamais compensará o que Deus não deu para vestir sua interioridade espiritual.

  1. Laodicéia se orgulhava de seu famoso colírio; exportava-o para

todo o mundo como o remédio mais eficaz para as doenças dos olhos. Mas os fatos demonstram que Laodicéia era cega, visto que não via sua pobreza e sua nudez.

R. C. Trench diz: "O princípio de toda emenda verdadeira é nos ver tal como somos."

Laodicéia era muito cega para poder ver-se tal como era. Somente

Aquele que é a Luz do Mundo pode limpar nossa vista e nos torna

capazes de ver com clareza. Vê-lo em sua santidade e a nós em nosso pecado é o primeiro passo rumo à salvação.

LAODICÉIA O CASTIGO DO AMOR

Apocalipse 3:14-22 (continuação)

O ensino do versículo 19 aparece em todas as Escrituras. “Eu repreendo e disciplino a quantos amo.” Há algo muito belo na forma de

dizer estas palavras. Trata-se de uma citação de Pv 3:12. Mas João ao citar modifica uma palavra. Na Septuaginta a palavra que se traduz "amor" é agapan; agapan indica a atitude respeitosa de

benevolência e boa vontade que nada nem ninguém pode converter em ódio; mas na citação no lugar de agapan diz filein. Filein é a palavra que representa um amor verdadeiramente tenro e quente. Podemos perceber melhor o significado desta oração se lermos: "É com aqueles que me são

mais queridos que exerço a disciplina mais estrita." A Bíblia está cheia dessa disciplina que o amor deve exercer sempre em sua relação com os que ama.

Tomemos primeiro a palavra "repreendo". A palavra grega significa aquela classe de repreensão que obriga necessariamente a reconhecer o erro e corrigi-lo. Segundo Aristóteles trata-se da prova de que as coisas

não podem ser de outro modo senão como nós o recomendamos".

O exemplo mais vívido desta classe de repreensão é a forma como Natã enfrenta a Davi com seu pecado, quando Davi tinha arrumado a

morte do Urias para poder ficar com sua mulher, Bate-Seba (2 Samuel 12:1-14). Repreender um homem desta maneira não significa envergonhá-lo ou gritar com ele; não quer dizer descarregar sobre ele

uma chuva de palavras fortes, por mais justo que isto possa ser; significa falar com o pecador de tal maneira que este não tenha mais remédio que reconhecer o mal que tem feito, admitir seu erro e corrigir sua vida e sua conduta. A repreensão de Deus não é um castigo, mas uma iluminação.

Vejamos, agora, como aparece a idéia de "disciplina" em distintos lugares da Bíblia.

É muito característica no ensino dos Provérbios. “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina”

(Pv 13:24; veja-se também Pv 23:13-14). Aqui o amante é Cristo, que bate na porta dos corações dos homens. Nesta imagem percebemos algumas das verdades mais importantes da religião cristã.

  1. Vejamos os rogos de Cristo. Cristo está à porta do coração humano e roga. O único fato verdadeiramente único que o cristianismo

contribuiu ao mundo é seu conceito de Deus como Aquele que busca o homem. Não há nenhuma religião que possua esta noção.

Em seu livro Out of Nazareth Donald Baillie cita três testemunhas

do caráter verdadeiramente único desta surpreendente concepção.

Montefiore, o grande estudioso judeu da Bíblia, disse que "a única coisa que jamais ocorreu aos profetas ou aos rabinos judeus, foi a

concepção de um Deus que sai à busca do homem pecador que não estava buscando a Deus e que inclusive se afastou deliberadamente dEle." Era suficiente, para eles; pensar que Deus era misericordioso para

aceitar os homens que voltassem a Ele arrependidos; mas superava

totalmente sua fé a possibilidade de que Deus saísse em busca do pecador não arrependido.

O Conselho Nacional Cristão do Japão redigiu um documento no qual tentava estabelecer claramente a diferença entre o cristianismo e

outras religiões, e em um dos parágrafos que finalmente foram dados a conhecer, dizia: "A principal diferença é que não é o homem quem busca a Deus mas sim Deus que toma a iniciativa e sai para buscar o homem."

O barão von Hugel, um grande teólogo alemão, gostava muito de

repetir umas palavras que São Bernardo dizia sempre a seus monges: "Por mais cedo que vocês se levantem pela manhã para ir rezar na capela ou nas noites mais frias do inverno, creiam que Deus sempre estará acordado antes de vocês , esperando-os; sim, Ele é quem despertou em vocês o seu sonho para que busquem seu rosto."

Aqui temos a imagem do Deus que busca, do Cristo que chama, de Cristo amante que suplica, de Cristo que pede para entrar no coração do

homem pecador, até daquele que não quer recebê-lo. Por certo, nenhum amor poderia chegar tão longe.

  1. Vemos qual é a oferta de Cristo. A palavra que se traduz "cear" é muito significativa. Os gregos faziam três refeições por dia. O café da manhã consistia num pedaço de pão seco molhado em vinho. O almoço,

ou refeição do meio-dia, em geral não se tomava necessariamente na casa; consistia de algum bocado frio que se consumia ao estilo "piquenique", à beira do caminho ou em alguma colunata ou no lugar da cidade. A refeição da noite, ou jantar, era a principal do dia. Os

comensais participavam dela à vontade, tomando tempo para a observação, pois o trabalho do dia já havia terminado; não havia nada para fazer depois e portanto podia dedicar-se todo o tempo que se

quisesse à conversa amável entre amigos. A palavra que se usa em nossa passagem é a que designa a ação de participar desta ultima refeição do dia. Cristo participaria da ceia com aqueles que respondessem a seu

chamado. Não se tratava de uma comida rápida, de passagem, mas sim

de um momento de íntima fraternidade com Ele, sem apuros nem interrupções.

  1. Vemos a responsabilidade humana. Cristo bate na porta; a gente pode responder a esse chamado ou ignorá-lo. Cristo não entra sem que se

abra a porta. Deve ser convidado a fazê-lo. Até no caminho do Emaús “Fez ele menção de passar adiante” (Lc 24:28). Jesus Cristo nunca nos vai obrigar a que o recebamos ou aceitemos: espera até que nós estamos em condições de pedir-lhe para entrar.

Holman Hunt tinha razão quando ao representar esta cena num quadro que se tornou famoso (intitulado A luz do mundo), pintava a porta do coração humano sem maçaneta pelo lado de fora. Somente de dentro

ela pode ser aberta.

Tal como afirma R. C. Trench: "Cada homem é o senhor de seu próprio coração; este é sua fortaleza; ele próprio deve abrir suas portas,

quando deseja fazê-lo." Possui "a prerrogativa e o privilégio de negar-se a abrir". O homem que se nega a deixar Cristo entrar em seu coração "é cego com relação à sua própria bem-aventurança". É um "miserável

vencedor".

Cristo solicita. Cristo oferece. Mas tudo isto será em vão se nós não lhe abrirmos e o convidarmos a entrar.

LAODICÉIA ISTO SE REFERE A TI

Apocalipse 3:14-22 (continuação)

A promessa do Cristo ressuscitado ao que for vitorioso é que se sentará com Ele em seu próprio trono de vitória. Teremos uma imagem clara e correta se lembrarmos que no Oriente os tronos eram mais como

um divã que como uma poltrona. Aquele que for vitorioso na batalha da vida compartilhará o trono do Cristo vitorioso.

Cada uma das Cartas termina com as palavras: “Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Estas palavras cumprem

duas funções:

  1. Individualiza a mensagem das cartas. Diz a cada homem que escuta as palavras do Cristo ressuscitado: "Isto se refere a ti." Muito freqüentemente ouvimos a mensagem que nos é transmitida através do pregador e o aplicamos a todos outros mas não a nós. Em nosso foro mais íntimo cremos que as palavras duras não podem referir-se a nós; ou que as promessas são muito belas para aplicar-se a nós. Mas esta frase nos diz, a cada um: "Isto se refere a ti."
  2. Generaliza a mensagem das cartas. Significa que a mensagem das Cartas não está confinado aos membros de cada uma das sete Igrejas

da Ásia Menor, faz muitas "centenas de anos. Através destas cartas o Espírito está falando com todos os homens de todas as idades.

Temos lido as cartas cuidadosamente sobre o pano de fundo da situação geográfica e histórica de cada uma das Igrejas e suas respectivas cidades; mas sua mensagem não é somente local e marcado pelo tempo;

é uma mensagem eterna. Nestas cartas o Espírito pode nos falar conosco, hoje. Suas críticas nos exigem esquadrinhar nossos próprios corações; suas promessas nos oferecem as possibilidades de levantar nossos

próprios ânimos; porque o Cristo que vivia naquela época é o mesmo Cristo que está vivo em todas as idades, inclusive a nossa.


Dicionário

Anjos

masc. pl. de anjo

an·jo
(latim angelus, -i)
nome masculino

1. Ser espiritual que se supõe habitar no céu.

2. Figurado Criancinha.

3. Pessoa de muita bondade.

4. Figura que representa um anjo.

5. Criança enfeitada que vai nas procissões.

6. Mulher formosa.


anjo custódio
Religião Anjo que se supõe atribuído por Deus a cada pessoa para a proteger e para a encaminhar para o bem. = ANJO-DA-GUARDA

anjo da paz
Pessoa que trata de reconciliar desavindos.


Ver também dúvida linguística: feminino de anjo.

Existem aproximadamente 292 referências a “anjos” nas Escrituras, ou seja, 114 no Antigo e 178 no Novo Testamento. Esse número registra mais de 60 referências ao “anjo do Senhor”, mas não inclui as relacionadas aos dois anjos chamados pelo nome na Bíblia, Gabriel (Dn 8:16; Dn 9:21; Lc 1:19-26) e Miguel (Dn 10:13-21; Dn 12:1; Jd 9; Ap 12:7). Existem também mais de 60 referências aos querubins, seres celestiais que são citados freqüentemente em conexão com a entronização simbólica de Deus no Tabernáculo e no Templo (Ex 25:18-20; Ex 37:7-9; 1Rs 6:23-25; Rs 8:6-7; 2Cr 3:7-14; Ez 10:1-20; Hb 9:5).

Os anjos no Antigo Testamento

A palavra usada no Antigo Testamento, para designar anjo, significa simplesmente “mensageiro”. Normalmente, constituía-se em um agente de Deus, para cumprir algum propósito divino relacionado com a humanidade. Exemplo: dois anjos foram a Sodoma alertar Ló e sua família sobre a iminente destruição da cidade, como punição do Senhor por sua depravação (Gn 19:1-12-15).


Os anjos trazem direção, ajuda ou encorajamento
Em outras ocasiões, um anjo atuou na direção de uma pessoa, para o fiel cumprimento da vontade de Deus. Exemplo: o servo de Abraão foi enviado à Mesopotâmia, a fim de encontrar uma esposa para Isaque entre seus parentes, depois que Abraão lhe disse que o Senhor “enviaria seu anjo” adiante dele, para que o ajudasse a alcançar seu propósito (Gn 24:8-40).

Às vezes os anjos apareciam, no Antigo Testamento, para encorajar o povo de Deus. Assim, o patriarca Jacó, depois que saiu de Berseba, teve um sonho em Betel, no qual viu uma escada “posta na terra, cujo topo chegava ao céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela” (Gn 28:12). Por meio dessa experiência, o Senhor falou com Jacó e tornou a prometer-lhe que seria o seu Deus, cuidaria dele e, depois, o traria à Terra Prometida (Gn 28:13-15).

Essa proteção divina é vista pelo salmista como extensiva a todos os que genuinamente colocam a confiança no Deus vivo: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34:7; cf. 91:11-12).

Uma das referências mais interessantes aos anjos foi quando Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom. Ao registrar as dificuldades enfrentadas durante o cativeiro egípcio, o legislador comentou: “Mas quando clamamos ao Senhor, ele ouviu a nossa voz, enviou um anjo, e nos tirou do Egito” (Nm 20:16). Infelizmente, a lembrança da ajuda divina no passado não foi suficiente e a passagem pelo território edomita foi negada (Nm 20:18-20).


Os anjos como executores do juízo de Deus
Houve ocasiões em que os anjos tiveram um papel preponderante no propósito divino (Gn 19:12-2Sm 24:16-17). Uma ilustração contundente de um anjo no exercício do juízo divino é encontrada em I Crônicas 21:15: “E Deus mandou um anjo para destruir a Jerusalém”. Nesse caso, felizmente, a aniquilação da cidade foi evitada: “Então o Senhor deu ordem ao anjo, que tornou a meter a sua espada na bainha” (1Cr 21:27). A justiça de Deus foi temperada com a misericórdia divina. Por outro lado, houve ocasiões quando a teimosa oposição ao Senhor foi confrontada com a implacável fúria divina, como nas pragas que caíram sobre o Egito. “Atirou para o meio deles, quais mensageiros de males, o ardor da sua ira, furor, indignação e angústia” (Sl 78:49).

Um dos casos mais dramáticos de retaliação divina ocorreu na derrota de Senaqueribe, em 701 a.C., em resposta à oração do rei Ezequias: “E o Senhor enviou um anjo que destruiu a todos os homens valentes, os chefes e os oficiais no arraial do rei da Assíria” (2Cr 32:21s.; cf. 2Rs 19:35; Is 37:36). A mesma ação que produziu juízo contra os inimigos de Deus trouxe livramento ao seu povo.


Anjos interlocutores
Eles aparecem com freqüência no livro de Zacarias, onde um anjo interlocutor é citado várias vezes (Zc 1:14-18,19; 2:3;4:1-5; 5:5-10; 6:4-5; cf. Ed 2:44-48; Ed 5:31-55). Assim lemos, quando o anjo do Senhor levantou a questão sobre até quando a misericórdia divina seria negada a Jerusalém: “Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo, palavras boas, palavras consoladoras” (Zc 1:13). O anjo então transmitiu ao profeta a mensagem dada por Deus (Zc 1:14-17). Esse papel do mensageiro do Senhor de comunicar a revelação divina ao profeta traz luz sobre o Apocalipse, onde um papel similar é dado a um anjo interlocutor (Ap 1:1-2; Ap 22:6).


Os anjos e o louvor a Deus
Um dos mais bonitos papéis desempenhados pelos anjos no Antigo Testamento é o louvor. O salmista exortou: “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, que obedeceis à sua voz. Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos celestiais, vós, ministros seus, que executais a sua vontade” (Sl 103:20-21). Semelhantemente, o Salmo 148 convoca os anjos a louvar ao Senhor junto com todos os seres criados: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos celestiais” (v. 2). Quando Deus criou a Terra, todos os anjos (conforme trazem algumas versões) rejubilaram (38:7). Da mesma maneira, os serafins — criaturas celestiais que são citadas somente na visão de Isaías — ofereciam louvor e adoração, por sua inefável santidade: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6:2-4). O próprio nome desses seres (“aqueles que queimam”) indica sua pureza como servos de Deus. Nesse texto, uma grande ênfase é colocada sobre a santidade do Senhor e a importância do louvor por parte dos anjos que o servem.

Os anjos no período intertestamentário

Os anjos foram particularmente proeminentes na literatura judaica no período entre os dois testamentos (2 Esdras 6:3; Tobias 6:5; 1 Macabeus 7:41; 2 Macabeus 11:6). Alguns anjos, segundo os livros apócrifos, eram conhecidos pelo nome (Uriel, em 2 Esdras 5:20 e Rafael, em Tobias 5:
4) e, a partir daí, desenvolveram-se elaboradas angelologias. Tobias, por exemplo, falou sobre “sete santos anjos que apresentam as orações dos santos e entram na presença da glória do Santo”. O livro apócrifo “Os Segredos de Enoque”, que apresenta um forte interesse pelos anjos, menciona quatro deles pelo nome, os quais são líderes e desempenham funções específicas no plano divino (1 Enoque 40:9-10). No entanto, este ensino sobre os anjos é restrito e saturado do elemento especulativo, o qual tornou-se tão dominante no período intertestamentário.

Os anjos no Novo Testamento

No Novo Testamento, a palavra grega angelos significa “mensageiro” (usada com referência a João Batista, Mc 1:2-4) ou um “anjo”. Os anjos são mencionados muitas vezes nos Evangelhos, Atos, Hebreus e Apocalipse e ocasionalmente nos outros livros.
Os anjos e os nascimentos de João e de Jesus
O elemento do louvor certamente marcou presença no NT. Em Lucas, o nascimento de Jesus é anunciado por uma “multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra entre os homens...” (Lc 2:13-14). Assim, também no NT os anjos participam do louvor e da adoração ao Senhor, da mesma maneira que faziam no AT. O louvor a Deus era uma de suas atividades primárias (Ap 5:11-12).

Vários outros aspectos da história do nascimento de Jesus são dignos de nota. Primeiro, o anjo do Senhor teve um papel preponderante no anúncio dos nascimentos tanto de João Batista como de Jesus, ao aparecer a José (Mt 1:20-24; Mt 2:13), a Zacarias (Lc 1:11-20) e aos pastores (Lc 2:9-12). Segundo, o anjo Gabriel fez o anúncio para Zacarias e Maria (Lc 1:19-26). Lucas destacou também a participação de Gabriel na escolha do nome de Jesus (2:21; cf. 1:26-38).


Os anjos e a tentação de Jesus
Durante a tentação, o Salmo 91:11-12 foi citado pelo diabo, para tentar Jesus e fazê-lo colocar a fidelidade de Deus à prova (Mt 4:5-7; Lc 4:9-12). Cristo recusou-se a aceitar a sugestão demoníaca e é interessante que Marcos destacou o ministério dos anjos em seu relato da tentação (Mc 1:13). Da mesma maneira, no final de seu registro sobre este assunto, Mateus declarou: “Então o diabo o deixou, e chegaram os anjos e o serviram” (Mt 4:11). A promessa divina do Salmo 91 foi assim cumprida, mas no tempo e na maneira de Deus (cf. Lc 22:43).


Os anjos e o tema do testemunho
Os anjos são citados várias vezes em conexão com a vida cristã. O testemunho de Cristo era importante, pois era visto contra o pano de fundo da eternidade: “Qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lc 9:26). O testemunho cristão tem um significado solene, com relação à nossa situação final na presença de Deus e dos anjos: “Digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12:8-9; cf. Mt 10:32-33; Ap 3:5). Em adição, Lucas destacou também a alegria trazida pelo arrependimento sincero: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15:10).


Os anjos e o dia do Senhor
Mateus destacou o papel dos anjos no dia do Senhor. Na Parábola do Joio, por exemplo, Jesus disse aos discípulos: “A ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são os anjos. . . Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa pecado e todos os que cometem iniqüidade” (Mt 13:39). Semelhantemente, na Parábola da Rede, os anjos participam no julgamento final: “Virão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13:49-50). Em Mateus 16:27, os anjos são vistos como agentes de Deus, os quais terão um papel significativo no processo judicial: “Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo as suas obras”. No final dos tempos, Deus “enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24:31).


Os anjos em cenas de morte e ressurreição
Os anjos são mencionados na intrigante passagem sobre o homem rico e Lázaro, onde “morreu o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão”; por outro lado, “morreu também o rico e foi sepultado” (Lc 16:22). O destino eterno dos dois foi muito diferente e mostrou um forte contraste com o contexto de suas vidas na Terra!

Anjos apareceram no túmulo vazio, logo depois da ressurreição de Jesus Cristo (Mt 28:2-5; Lc 24:23; Jo 20:12). Mateus escreveu que um “anjo do Senhor” rolou a pedra que fechava o túmulo, e citou sua impressionante aparência e a reação aterrorizada dos guardas (Mt 28:2-3). Ele também registrou as instruções do anjo para as mulheres (Mt 28:5-7; cf. Mc 16:5-7; Lc 24:4-7). De acordo com o evangelho de João, Maria Madalena encontrou “dois anjos vestidos de branco” e depois o próprio Cristo ressurrecto (Jo 20:11-18; cf. At 1:10-11).


Os anjos em outras referências nos evangelhos
Mateus chamou a atenção para o papel dos anjos guardiões, que protegem o povo de Deus (Mt 18:10; cf. Sl 34:7; Sl 91:11; At 12:11). Incluiu também o ensino de Jesus sobre o casamento no estado futuro: “Na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22:30; cf. Lc 20:36). Finalmente, há o sombrio repúdio dos que estarão ao lado esquerdo do Rei, na passagem sobre os bodes e as ovelhas: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41). A partir desta passagem, fica claro que alguns dos anjos pecaram e uniram-se ao maligno e consequentemente também receberão o castigo eterno (cf. Is 14:12-17; Ez 28:12-19; 2Pe 2:4; Jd 6).

Em seu evangelho, João registrou o comentário de Jesus para Natanael: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” (Jo 1:51). Essa passagem lembra o sonho que Jacó teve em Betel (Gn 28:10-17), onde os anjos faziam algo similar. Aqui, a ideia é que Cristo, como o Filho de Deus, será o elo de ligação entre o céu e a terra.


Os anjos no livro de Atos
Lucas fez muitas referências aos anjos em Atos. “O anjo do Senhor” abriu as portas das prisões para os apóstolos em várias ocasiões (At 5:19; At 12:7-11). Mais tarde, “o anjo do Senhor” encorajou Paulo no meio de uma tempestade no mar, com uma mensagem de conforto e a certeza do livramento (At 27:23-24). Por outro lado, “o anjo do Senhor” trouxe juízo contra um inimigo do povo de Deus (o rei Herodes) como no AT: “No mesmo instante o anjo do Senhor feriu-o, porque não deu glória a Deus, e, comido de bichos, expirou” (At 12:23). Deus guiava seu povo e usava seus anjos, embora os saduceus racionalistas negassem a existência deles (At 23:8).


Os anjos nas cartas de Paulo
Paulo tinha menos a dizer sobre anjos do que se poderia esperar, embora reconhecesse que a luta do cristão era contra “principados e potestades” (Ef 6:12; cf. 2:2; Jo12:31; 14:30). Estava convencido de que nem os anjos e nem qualquer outro poder criado separariam os verdadeiros cristãos do amor de Deus em Cristo (Rm 8:38-39).

Paulo mencionou os anjos caídos, e lembrou aos crentes pecaminosos de Corinto que “os santos” julgariam os anjos (1Co 6:3). Também admitiu que “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2Co 11:14). Esse comentário afirma ser necessário estarmos em constante vigilância, para resistirmos a tais ataques enganadores. Embora os anjos tenham desempenhado um papel importante no tocante à colocação da lei divina em atividade (Gl 3:19), certamente não deveriam ser adorados Cl 2:18). Na verdade, ao escrever aos gálatas, Paulo diz que “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja anátema” (Gl 1:8). Ele reconhecia com gratidão a bondade inicial dos gálatas, pois “me recebestes como a um anjo de Deus” (Gl 4:14). Ao escrever aos tessalonicenses, Paulo declarou solenemente que os oponentes do cristianismo, os quais perseguiam os crentes, seriam punidos, “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo...” (2Ts 1:7-8). Deus ainda estava no controle de sua criação.

Duas passagens em I Timóteo devem ser observadas. Na primeira, os anjos são mencionados num antigo hino muito bonito (1Tm 3:16). Na segunda, uma séria advertência é feita ao jovem líder cristão, não só na presença de Deus e de Cristo, mas também diante “dos anjos eleitos” (1Tm 5:21), em contraste com Satanás e os outros anjos caídos.


Os anjos no livro de Hebreus
Os anjos são citados muitas vezes na carta aos Hebreus (Hb 2:16; Hb 12:22; Hb 13:2), mas são considerados inferiores a Cristo (Hb 1:5-14). São cuidadosamente definidos no primeiro capítulo como “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb 1:14). São introduzidos numa passagem que adverte os discípulos a atentar para a grande salvação oferecida em Cristo (Hb 2:1-2). Anjos inumeráveis fazem parte da Jerusalém celestial e isso é mencionado como um incentivo a mais, para que os destinatários não recaíssem no Judaísmo (Hb 12:22-24; cf. Mt 26:53).


Os anjos em I Pedro, II Pedro e Judas
O plano divino da salvação é tão maravilhoso que desperta a curiosidade dos anjos (1Pe 1:12). A ascensão de Cristo ao Céu, entre outras coisas, significou que anjos, autoridades e potestades foram colocados em submissão a Ele (1Pe 3:22). Referências sombrias à condenação dos anjos caídos em II Pedro e Judas são feitas nas passagens que apontam solenemente os erros dos falsos mestres e sua absoluta destruição (2Pe 2:4; Jd 6). Em II Pedro 2:11, um forte contraste é feito entre os anjos bons e os maus.


Os anjos no livro de Apocalipse
Em Apocalipse, as cartas são endereçadas “ao anjo” das sete igrejas (Ap 2:12-18;3:1-14). Em cada um dos casos, a referência é feita aos pastores das igrejas, os quais eram os mensageiros de Deus para o seu povo, numa época de crise iminente. Por outro lado, existem também muitas citações aos anjos como seres sobrenaturais, por todo o livro (Ap 5:2-11;7:1-11; 8:3-8; 14:6-10; 19:17; 20:1).

A limitação do espaço nos restringe a quatro observações: primeira, os anjos aqui, como em outros lugares na Bíblia, são descritos como executores do juízo de Deus sobre a Terra (Ap 9:15; Ap 16:3-12); segunda, o papel do anjo interlocutor, observado em Zacarias, também é encontrado em Apocalipse (Ap 1:1-2; Ap 10:7-9; Ap 22:6); terceira, é observada uma divisão entre os anjos bons e os maus. “E houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam” (Ap 12:7). Nesta batalha, o lado divino saiu vitorioso: o diabo “foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12:9); quarta, os anjos verdadeiros adoram a Deus e reúnem-se no louvor a Cristo ao redor do trono divino (Ap 5:11-12).

Sumário

A Bíblia tem muito a dizer sobre os anjos. Eles foram criados e não devem ser adorados ou louvados. Pelo contrário, são servos sobrenaturais de Deus, que participam dos seus propósitos, tanto de juízo como de salvação. São agentes e mensageiros do Senhor, trabalhando em favor dos seus filhos e protegendo-os. Os anjos participam da adoração a Deus e cumprem a sua vontade na Terra. Alguns, entretanto, se rebelaram contra o Senhor e aliaram-se a Satanás. Estes serão julgados junto com o diabo. A.A.T.


Brancas

branca | s. f. | s. f. pl.
fem. pl. de branco

bran·ca
(feminino de branco)
nome feminino

1. Cabelo branco. (Mais usado no plural.) =

2. Mulher de pele clara.

3. Esquecimento passageiro. = CLARO

4. [Jogos] Uma das três bolas do bilhar.

5. [Numismática] Antiga moeda de prata.

6. Grilheta, braga.

7. [Portugal, Informal] Alcalóide extraído das folhas da coca. = COCAÍNA

8. [Brasil] Cachaça.

9. [Brasil] Navalha espanhola.


brancas
nome feminino plural

10. Idade avançada.

11. [Jogos] Conjunto das peças mais claras em jogos de tabuleiro com dois conjuntos de peças.


branca do ovo
Albumina que envolve a gema do ovo. = CLARA


bran·co
(germânico blank)
adjectivo
adjetivo

1. Que tem a cor da neve ou do leite.

2. Descorado, pálido.

3. Que tem cãs. = ENCANECIDO

4. Relativo a uma divisão da espécie humana caracterizada pela pele clara ou morena.

5. Figurado Que encerra todas as cores.

6. Que não teve prémio, geralmente bilhete de rifa ou lotaria.

7. [Versificação] Não rimado (ex.: verso branco). = LIVRE, SOLTO

nome masculino

8. Cor branca.

9. Roupa branca (ex.: estava de branco).

10. Tinta branca.

11. Espaço não preenchido num impresso ou num texto escrito. = CLARO

12. [Jogos] Pedra ou quadrado do dominó sem pinta marcada.

13. [Tipografia] Espaço maior que o entrelinhas ordinário (em impressos).

14. [Anatomia] Membrana externa branca do olho. = ESCLERÓTICA

15. Clara do ovo.

16. Alburno; alvo.

17. Boletim de voto sem qualquer preenchimento (ex.: contaram os brancos e os nulos).

18. [Brasil, Informal] Esquecimento passageiro. = CLARO

adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

19. Que ou quem pertence a uma divisão da espécie humana caracterizada pela pele clara ou morena.


branco do olho
[Anatomia] Membrana externa branca do olho. = ESCLERÓTICA

branco do ovo
Albumina que envolve a gema do ovo. = CLARA

em branco
Por preencher (na escrita).

Sem ter estudado, sem ter lido, sem ter tido conhecimento ou sem ter percebido.

Sem dormir (ex.: noites em branco). = EM CLARO


Confessar

verbo regência múltipla Fazer uma declaração ou escutar a revelação de alguém: o bandido confessou seus crimes ao delegado.
Religião Segundo a religião católica, buscar a absolvição dos pecados através de uma declaração de culpa (confissão); contar: confessou ao padre seus pecados; confessou-se com o antigo pároco; para comungar é preciso confessar.
Por Extensão Aceitar como verdadeiro: confessou seus métodos ao professor.
Por Extensão Fazer uma declaração; manifestar ou declarar-se: queria muito confessar-lhe suas intenções; confessou-se cansado.
Figurado Demonstrar alguma coisa; revelar: suas expressões confessavam o medo que tinha.
Acompanhar determinada crença, fé: afirmava confessar a fé cristã.
Etimologia (origem da palavra confessar). Do latim confessus.a.um; confess + ar.

Confessar Declarar o que se crê ou sabe. A pessoa confessa os seus pecados (Sl 32:5) e afirma que crê em Deus poderoso e Salvador (Rm 10:9-10).

Confessar Tradução da palavra grega “homologueo”, que nos evangelhos é empregada com diversos significados.

1. Proclamar algo clara e publicamente (Mt 7:23; 10,32; Jo 1:20).

2. Comprometer-se (Mt 14:7).

3. Louvar a Deus (Mt 11:25; Lc 2:38).

4. Proclamar a fé aberta e publicamente (Mt 10:32; Jo 9:22; 12,42). Neste caso, é condição indispensável para se obter a salvação eterna.

5. Reconhecer os próprios pecados e a insignificância humana diante de Deus (Mt 3:6; Lc 5:8).


Diante

advérbio Em frente ou à frente; em primeiro lugar: sentou-se diante.
locução adverbial Em, por ou para diante. Num tempo futuro: de agora em diante tudo vai ser diferente.
locução prepositiva Diante de. Localizado à frente de: colocou o livro diante do computador.
Em companhia de: falou a verdade diante do júri.
Como resultado de: diante das circunstâncias, decidiu pedir demissão.
Etimologia (origem da palavra diante). De + do latim inante.

Livro

Livro Reunião de folhas escritas de PERGAMINHO ou de PAPIRO (Jr 30:2).

O livro é sempre o grande e maravilhoso amigo da Humanidade. [...]
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 37

Um livro que nos melhore / E nos ensine a pensar, / É luz acesa brilhando / No amor do Eterno Lar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O livro que instrui e consola é uma fonte do céu, transitando na Terra.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O livro edificante é o templo do Espírito, onde os grandes instrutores do passado se comunicam com os aprendizes do presente, para que se façam os Mestres do futuro.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] O livro é sempre uma usina geradora de vibrações, no paraíso dos mais sublimes ideais da Humanidade, ou no inferno das mais baixas ações das zonas inferiores.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O livro cristão é alimento da vida eterna.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Veículo do pensamento, confia-nos a luz espiritual dos grandes orientadores do passado.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O livro edificante é sempre um orientador e um amigo. É a voz que ensina, modifica, renova e ajuda.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O bom livro é tesouro de amor e sabedoria. Na sua claridade, santificamos a experiência de cada dia, encontramos horizontes novos e erguemos o próprio coração para a vida mais alta.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] o livro é realmente uma dádiva de Deus à Humanidade para que os grandes instrutores possam clarear o nosso caminho, conversando conosco, acima dos séculos e das civilizações. É pelo livro que recebemos o ensinamento e a orientação, o reajuste mental e a renovação interior.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pai Nosso• Pelo Espírito Meimei• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - A história do livro

Vaso revelador retendo o excelso aroma / Do pensamento a erguer-se esplêndido e bendito, / O livro é o coração do tempo no Infinito, / Em que a idéia imortal se renova e retoma.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Parnaso de Além-túmulo: poesias mediúnicas• Por diversos Espíritos• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - O livro

O livro edificante é sementeira da Luz Divina, / aclarando o passado, / L L orientando o presente / e preparando o futuro...
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O bom livro

[...] é o comando mágico das multidões e só o livro nobre, que esclarece a inteligência e ilumina a razão, será capaz de vencer as trevas do mundo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Seara dos médiuns: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Fenômenos e livros

O livro que aprimora é um mentor que nos guia.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 2

Livro dos Espíritos
(O): O Livro dos Espíritos, a primeira obra que levou o Espiritismo a ser considerado de um ponto de vista filosófico, pela dedução das conseqüências morais dos fatos; que considerou todas as partes da Doutrina, tocando nas questões mais importantes que ela suscita, foi, desde o seu aparecimento, o ponto para onde convergiram espontaneamente os trabalhos individuais. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

[...] Escrito sem equívocos possíveis e ao alcance de todas as inteligências, esse livro será sempre a expressão clara e exata da Doutrina e a transmitirá intacta aos que vierem depois de nós. As cóleras que excita são indícios do papel que ele é chamado a representar, e da dificuldade de lhe opor algo mais sério. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

O Livro dos Espíritos. Contém a Doutrina completa, como a ditaram os Próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas conseqüências morais. É a revelação do destino do homem, a iniciação no conhecimento da natureza dos Espíritos e nos mistérios da vida de além-túmulo. Quem o lê compreende que o Espiritismo objetiva um fim sério, que não constitui frívolo passatempo.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 35

[...] O Livro dos Espíritos teve como resultado fazer ver o seu alcance filosófico [do Espiritismo]. Se esse livro tem algum mérito, seria presunção minha orgulhar-me disso, porquanto a Doutrina que encerra não é criação minha. Toda honra do bem que ele fez pertence aos sábios Espíritos que o ditaram e quiseram servir-se de mim. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resposta de Allan Kardec durante o Banquete•••

O Livro dos Espíritos contém os princípios da Doutrina Espírita, expostos de forma lógica, por meio de diálogo com os Espíritos, às vezes comentados por Kardec, e, embora constitua, pelas importantes matérias que versa, o mais completo tratado de Filosofia que se conhece, sua linguagem é simples e direta, não se prendendo a preciosismos de sistemas dificilmente elaborados, tão ao gosto dos teólogos e exegetas escriturísticos, na sua improfícua e estéril busca das causas primeiras e finais. Os assuntos tratados na obra, com a simplicidade e a segurança das verdades evangélicas, distribuem-se homogeneamente, constituindo, por assim dizer, um panorama geral da Doutrina, desenvolvida, nas suas facetas específicas, nos demais volumes da Codificação, que resulta, assim, como um todo granítico L e conseqüente, demonstrativo de sua unidade de princípios e conceitos, características de sua grandeza.
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Postulados e ensinamentos

[...] O Livro dos Espíritos é um repositório de princípios fundamentais de onde emergem inúmeras tomadas para outras tantas especulações, conquistas e realizações. Nele estão os germes de todas as grandes idéias que a Humanidade sonhou pelos tempos afora, mas os Espíritos não realizam por nós o nosso trabalho. Em nenhum outro cometimento humano vê-se tão claramente os sinais de uma inteligente, consciente e preestabelecida coordenação de esforços entre as duas faces da vida – a encarnada e a desencarnada. Tudo parece – e assim o foi – meticulosamente planejado e escrupulosamente executado. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Nas fronteiras do Além• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

[...] não é obra de fantasia; ele contém o resumo da sabedoria milenar dos povos, as grandes idéias e descobertas que os homens fizeram ao longo de muitos milênios de especulação e depois ordenaram no mundo espiritual, para nos ensinarem apenas a essência.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 22

O Livro dos Espíritos, condensando a filosofia do Espiritismo, oferece a chave explicativa dos aparentemente inexplicáveis fenômenos humanos.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 7

[...] O Livro dos Espíritos é um conjunto de sínteses fecundas que servem de ponto de partida para futuros desdobramentos. De fato, nessa obra encontramos tratados todos os assuntos de interesse humano, mas de forma sintética, exigindo que saibamos deduzir dos textos dos Espíritos os desdobramentos coerentes com as idéias que eles nos trouxeram. [...]
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

[...] a obra básica de uma filosofia que modificaria as concepções estacionárias em que se conservava a Humanidade.
Referencia: WANTUIL, Zêus• As mesas girantes e o Espiritismo• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

A primeira edição de O Livro dos Espíritos [...] era em formato grande, in-8o, com 176 páginas de texto, e apresentava o assunto distribuído em duas colunas. Quinhentas e uma perguntas e respectivas respostas estavam contidas nas três partes em que então se dividia a obra: “Doutrina Espírita”, “Leis Morais”, “Esperanças e Consolações”. A primeira parte tem dez capítulos; a segunda, onze; e a terceira, três. Cinco páginas eram ocupadas com interessante índice alfabético das matérias, índice que nas edições seguintes foi cancelado.
Referencia: WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco• Allan Kardec: meticulosa pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação• Rio de Janeiro: FEB, 1979-1980• 3 v• - v• 2

Livro dos Médiuns
(O): O Livro dos Médiuns. Destina-se a guiar os que queiram entregar-se à prática das manifestações, dando-lhes conhecimento dos meios próprios para se comunicarem com os Espíritos. É um guia, tanto para os médiuns, como para os evocadores, e o complemento de O Livro dos Espíritos.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 35

L L [...] a segunda obra da Codificação, publicada em 1861 (janeiro), que englobava, outrossim, as “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas”, publicadas em 1858, e era, conforme esclarece Allan Kardec, a continuação de O Livro dos Espíritos. A edição definitiva é a 2a, de outubro de 1861. Lê-se no frontispício da obra que ela “contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.” [...] Nesse livro se expõe, conseqüentemente, a parte prática da Doutrina, mediante o estudo sistemático e perseverante, como queria Kardec, de sua rica e variada fenomenologia, com base na pesquisa, por método científico próprio, o que não exclui a experimentação e a observação, enfim, todos os cuidados para se evitar a fraude e chegar-se à evidência dos fatos. Mais de cem anos depois de publicado, O Livro dos Médiuns é ainda o roteiro seguro para médiuns e dirigentes de sessões práticas e os doutrinadores encontram em suas páginas abundantes ensinamentos, preciosos e seguros, que a todos habilitam à nobre tarefa de comunicação com os Espíritos, sem os perigos da improvisação, das crendices e do empirismo rotineiro, fruto do comodismo e da fuga ao estudo.
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Postulados e ensinamentos

[...] constitui a base do aprendizado espírita, no que toca, especificamente, ao problema mediúnico.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 4


O termo "livro" nos remete, em várias línguas, a palavras relativas a árvores. Na maioria das línguas latinas (libro em espanhol e italiano, livre em francês) veio do latim liber, a fina camada fibrosa entre a casca e o tronco da árvore que, depois de seca, pode ser usada para escrever (e realmente era, num passsado longínquo). Já nas línguas de origem anglo germânicas (book em inglês, Buch em alemão e boek em holandês) o termo advém de bokis, nome da árvore que hoje se chama beech em inglês, da qual se faziam tábuas onde eram escritas as runas, uma antiga forma de escrita da Europa do Norte.

substantivo masculino Conjunto de folhas impressas e reunidas em volume encadernado ou brochado.
Obra em prosa ou verso, de qualquer extensão, disponibilizada em qualquer meio ou suporte: livro bem escrito; livro eletrônico.
Divisão menor contida numa obra maior: livro dos salmos.
[Literatura] Divisão de uma obra, especialmente de uma epopeia.
Caderno de registro das operações comerciais de; livro-caixa.
Figurado Conjunto de saberes, usado como instrução, ou como fonte de ensino: livro de sabedoria.
Etimologia (origem da palavra livro). Do latim liber.bri.

os primeiros livros tinham a forma de blocos e tabuinhas de pedra, de que se faz freqüente menção nas Escrituras. os escritos, geralmente memoriais de grandes e heróicos feitos, eram gravados na pedra. Jó queria que as suas palavras ficassem permanentemente registadas, quando ele desejou – ‘Que, com pena de ferro, e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha!’ (19:24).outras substâncias eram usadas para registar pensamentos ou fazer qualquer comunicação a um amigo de longe, como as folhas de chumbo, as tabuinhas de madeira, as placas de madeira delgada ou de marfim, cobertas de uma camada de cera, onde facilmente se podia escrever com o estilo, podendo facilmente também apagar-se a escrita os livros de maior duração são aqueles que têm sido encontrados nas escavações da antiga Babilônia. Têm a forma de tijolos de barro e de chapas, sendo uns cilíndricos, outros com lados planos, e ainda outros de feitio oval. Alguns estão metidos numa caixa de barro, e todos estão cobertos de uma tênue escritura, feita em barro macio, por meio do estilo, sendo depois endurecidos no forno. Estes livros variam em tamanho, sendo a sua espessura de dois a vários centímetros, e não ficando sem ser utilizada nenhuma parte da superfície. Nestes tijolos escreviam-se poemas, lendas, narrações de batalhas, façanhas de reis, transações comerciais, e contratos. (*veja Babilônia.) outra forma antiga de livro era o rolo. Este era feito de papiro, de pano de linho, ou de peles especialmente preparadas, para o traçamento de caracteres. o papiro era manufaturado no Egito, empregando-se a haste da cana, que abundantemente crescia nas margens do Nilo. Era uma substância frágil, mesmo depois de muito cuidado na sua fabricação – e embora haja nos nossos museus amostras da mais remota antigüidade, a sua preservação somente se deve a terem sido hermeticamente selados em túmulos, ou enterrados profundamente debaixo da areia seca do deserto. Este papel de papiro ainda se usava na idade Média. Mas entre os hebreus, aquela substância que especialmente se empregava na confecção dos seus livros, ou, melhor, dos seus rolos, era o pergaminho. Estes rolos eram de vários comprimentos e espessuras, embora geralmente tivessem trinta centímetros de largura. os grandes rolos, como os da Lei, eram postos em duas varinhas, sendo numa delas enrolado o pergaminho, ficando a outra apenas presa sem ser enrolada. Quando não estavam em uso, os rolos eram cuidadosamente metidos em estojos para não se deteriorarem. o pergaminho empregado nestes livros era feito de peles, e preparado com todo o cuidado – muitas vezes vinha ele de Pérgamo, onde a sua fabricação chegou a alta perfeição. Desta cidade é que derivou o seu nome. A indústria de pergaminho só atingiu um alto grau dois séculos antes de Cristo, embora a arte fosse conhecida já no tempo de Moisés (Êx 26:14). Algumas vezes estes rolos de pergaminho eram coloridos, mas fazia-se isso somente para os de mais alto preço. As livrarias, que continham estes livros, não eram certamente como as nossas, com as suas ordens de estantes. E, na verdade, os livros eram tão raros, e era tão elevado o seu preço, que somente poucos indivíduos é que tinham alguns, sendo estes guardados em caixas, ou em estojos redondos. Todavia, encontravam-se livrarias de considerável grandeza, encerrando muitas e valiosas obras, e documentos públicos. (*veja Alexandria, Babilônia.) Livros particulares eram algumas vezes fechados com o selo (is 29. 11 – Ap 5:1-3), tendo a marca do possuidor.

Maneira

substantivo feminino Modo ou método particular de fazer alguma coisa; jeito.
Caráter pessoal que o artista atribuí à sua obra.
Abertura lateral ou posterior das saias, permitindo que elas passem pelos ombros ou pelos quadris.
Aparência externa; feição.
substantivo feminino plural Modos corteses, educados de proceder ou de falar em sociedade; compostura e afabilidade no trato: boas maneiras.
locução prepositiva À maneira de. Do mesmo modo que: ele filmou os acontecimentos à maneira de uma câmera fotográfica.
locução conjuntiva De maneira que. Do modo como: podemos esculpir essa massa da maneira que quisermos.
Etimologia (origem da palavra maneira). Do latim manaria, manuaria; feminino de manuarius.a.um.

Nome

substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
Apelido; palavra que caracteriza alguém.
Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

Pai

Os pais não são os construtores da vida, porém, os médiuns dela, plasmando-a, sob a divina diretriz do Senhor. Tornam-se instrumentos da oportunidade para os que sucumbiram nas lutas ou se perderam nos tentames da evolução, algumas vezes se transformando em veículos para os embaixadores da verdade descerem ao mundo em agonia demorada.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso P de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 12

Os pais da Terra não são criadores, são zeladores das almas, que Deus lhes confia, no sagrado instituto da família.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz no lar: seleta para uso no culto do Evangelho no lar• Por diversos Espíritos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 46

[...] [Os pais são os] primeiros professores [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 16


Pai Ver Abba, Deus, Família, Jesus, Trindade.

Pai Maneira de falar de Deus e com Deus. No AT Deus tratava o povo de Israel como seu filho (Ex 4:22); (Dt 1:31); 8.5; (Os 11:1). Jesus chamava Deus de “Pai” (Jo 5:17). Ele ensinou que todos aqueles que crêem nele são filhos de Deus (Jo 20:17). Ver também (Mt 6:9) e Rm

substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

Esta palavra, além da sua significação geral, toma-se também na Escritura no sentido de avô, bisavô, ou fundador de uma família, embora remota. Por isso os judeus no tempo de Jesus Cristo chamavam pais a Abraão, isaque e Jacó. Jesus Cristo é chamado o Filho de Davi, embora este rei estivesse distante dele muitas gerações. Pela palavra ‘pai’ também se compreende o instituidor, o mestre, o primeiro de uma certa profissão. Jabal ‘foi o pai dos que habitam nas tendas e possuem gado’. E Jubal ‘foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta’ (Gn 4:20-21). Também se emprega o termo no sentido de parentesco espiritual bom ou mau – assim, Deus é o Pai da Humanidade. o diabo é cognominado o pai da mentira (Jo 8:44). Abraão é o pai dos crentes. É igualmente chamado ‘o pai de muitas nações’, porque muitos povos tiveram nele a sua origem. Na idade patriarcal a autoridade do pai na família era absoluta, embora não tivesse o poder de dar a morte a seus filhos (Dt 21:18-21).

substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

Riscar

verbo transitivo Passar, com lápis etc., um traço sobre: riscar uma frase.
Figurado Suprimir: riscou-me do seu caderninho.
Desenhar, debuxar.

riscar
v. 1. tr. dir. Fazer riscos ou traços e.M 2. tr. dir. Encobrir com riscos; inutilizar por meio de riscos. 3. tr. dir. Bosquejar, delinear, traçar. 4. tr. dir. Pôr sinal em; determinar, marcar. 5. tr. dir. Eliminar, excluir, suprimir. 6. pron. Excluir-se a si próprio; demitir-se. 7. Intr. Ser excluído da amizade ou das relações de algué.M 8. Intr. Dirigir provocações; atrever-se. 9. Intr. Entrar em conflito com alguém; brigar.

Sera

abundância

Será

substantivo deverbal Ação de ser; ato de se colocar num local, situação ou circunstância determinada no futuro: amanhã ele será o novo diretor.
Ação de passar a possuir uma identidade ou qualidade intrínseca: ele será médico.
Ação de apresentar temporariamente determinada forma, estado, condição, aspecto, tempo: um dia ele será rico; o exame será na semana que vem.
Etimologia (origem da palavra será). Forma Der. de ser.

substantivo deverbal Ação de ser; ato de se colocar num local, situação ou circunstância determinada no futuro: amanhã ele será o novo diretor.
Ação de passar a possuir uma identidade ou qualidade intrínseca: ele será médico.
Ação de apresentar temporariamente determinada forma, estado, condição, aspecto, tempo: um dia ele será rico; o exame será na semana que vem.
Etimologia (origem da palavra será). Forma Der. de ser.

(Heb. “abundância”). Filha de Aser, a qual, juntamente com seus irmãos, é listada entre os que desceram ao Egito com Jacó (Gn 46:17; Nm 26:46-1Cr 7:30).


Vencer

verbo transitivo Obter vitória sobre; triunfar de; derrotar: vencer o adversário.
Obter resultado favorável em; ganhar: vencer uma partida de futebol.
Conter, dominar, refrear, reprimir: vencer o medo.
Superar, remover: vencer obstáculos.
Andar, percorrer, cobrir: o andarilho venceu mais de 200 km.
verbo intransitivo Alcançar vitória; triunfar: venceu à custa de muito esforço.
verbo pronominal Chegar (uma dívida) ao dia ajustado para seu pagamento: dia 10 venceu-se a nota promissória.

vencer
v. 1. tr. dir. Alcançar vitória sobre; triunfar de. 2. tr. ind. e Intr. Alcançar vitória; triunfar. 3. tr. dir. Obter resultado favorável e.M 4. tr. dir. Refrear. 5. pron. Conter-se, refrear-se. 6. tr. dir. Dominar. 7. tr. dir. Desfazer, destruir. 8. tr. dir. Comover. 9. tr. dir. Atingir, percorrer. 10. tr. dir. Executar, levar a cabo, realizar. 11. tr. dir. Auferir, ganhar ou receber de vencimento ou ordenado. 12. Intr. e pron. Chegar ou terminar o prazo para o pagamento de.

Vestes

Do Lat. vestes
Vestuário; fato; vestido; véstia; vestidura sacerdotal.

Vestido

substantivo masculino Vestimenta feminina inteiriça que cobre o corpo inteiro, formada de saia e blusa em geral feitas de uma só peça de pano: vestido de cauda; vestido de noiva; vestido de baile.

Vestido ROUPA (Mt 9:16).

Vida

substantivo feminino Conjunto dos hábitos e costumes de alguém; maneira de viver: tinha uma vida de milionário.
Reunião daquilo que diferencia um corpo vivo do morto: encontrou o acidentado sem vida; a planta amanheceu sem vida.
O que define um organismo do seu nascimento até a morte: a vida dos animais.
Por Extensão Tempo que um ser existe, entre o seu nascimento e a sua morte; existência: já tinha alguns anos de vida.
Por Extensão Fase específica dentro dessa existência: vida adulta.
Figurado Tempo de duração de alguma coisa: a vida de um carro.
Por Extensão Reunião dos seres caracterizados tendo em conta sua espécie, ambiente, época: vida terrestre; vida marítima.
Figurado Aquilo que dá vigor ou sentido à existência de alguém; espírito: a música é minha vida!
Reunião dos fatos e acontecimentos mais relevantes na existência de alguém; biografia: descrevia a vida do cantor.
O que uma pessoa faz para sobreviver: precisava trabalhar para ganhar a vida.
Figurado O que se realiza; prática: vida rural.
Etimologia (origem da palavra vida). Do latim vita.ae.

[...] A vida humana é, pois, cópia davida espiritual; nela se nos deparam emponto pequeno todas as peripécias daoutra. Ora, se na vida terrena muitasvezes escolhemos duras provas, visandoa posição mais elevada, porque não ha-veria o Espírito, que enxerga mais lon-ge que o corpo e para quem a vidacorporal é apenas incidente de curtaduração, de escolher uma existênciaárdua e laboriosa, desde que o conduzaà felicidade eterna? [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 266

A vida vem de Deus e pertence a Deus,pois a vida é a presença de Deus emtoda parte.Deus criou a vida de tal forma que tudonela caminhará dentro da Lei deEvolução.O Pai não criou nada para ficar na es-tagnação eterna.A vida, em essência, é evolução. [...
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

V A vida é uma demonstração palmar de que o homem vem ao mundo com responsabilidades inatas; logo, a alma humana em quem se faz efetiva tal responsabilidade é preexistente à sua união com o corpo.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 17

[...] é um dom da bondade infinita [...].
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

[...] é uma aventura maravilhosa, através de muitas existências aqui e alhures.
Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 16

[...] É o conjunto de princípios que resistem à morte.
Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2, Postulados e ensinamentos

A vida é uma grande realização de solidariedade humana.
Referencia: CASTRO, Almerindo Martins de• O martírio dos suicidas: seus sofrimentos inenarráveis• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

[...] o conjunto das funções que distinguem os corpos organizados dos corpos inorgânicos. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

[...] É a Criação... [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2

A vida é uma idéia; é a idéia do resultado comum, ao qual estão associados e disciplinados todos os elementos anatômicos; é a idéia da harmonia que resulta do seu concerto, da ordem que reina em suas ações.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2

A vida terrestre é uma escola, um meio de educação e de aperfeiçoamento pelo trabalho, pelo estudo e pelo sofrimento.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resumo

Cada vida terrena [...] é a resultante de um imenso passado de trabalho e de provações.
Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 18

[...] é um cadinho fecundo, de onde deves [o Espírito] sair purificado, pronto para as missões futuras, maduro para tarefas sempre mais nobres e maiores.
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14

[...] é uma vibração imensa que enche o Universo e cujo foco está em Deus.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

A vida é o bem maior que nos concede o Criador para o auto-aperfeiçoamento espiritual e somente o risco desse bem pode tornar admissível o sacrifício de uma vida que se inicia em favor de outra já plenamente adaptada à dimensão material e, por isso mesmo, em plena vigência da assunção dos seus compromissos para com a família e com a sociedade.
Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 6

[...] é um depósito sagrado e nós não podemos dispor de bens que nos não pertencem.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

A vida sem virtudes é lento suicídio, ao passo que, enobrecida pelo cumprimento do dever, santificada pelo amor universal, é o instrumento mais precioso do Espírito para o seu aperfeiçoamento indefinido.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

A vida é um sonho penoso, / Do qual nos desperta a morte.
Referencia: ERNY, Alfred• O psiquismo experimental: estudo dos fenômenos psíquicos• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 2

[...] é uma força organizadora, que pode contrariar a tendência da matéria à V V desorganização. É uma força organizadora e pensante, que integra a matéria e a organiza, visto que, sem ela, toda matéria fica desorganizada.
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2

[...] é um turbilhão contínuo, cuja diretiva, por mais complexa que seja, permanece constante. [...] (66, t. 2, cap.
1) [...] é uma força física inconsciente, organizadora e conservadora do corpo.
Referencia: FRANCINI, Walter• Doutor Esperanto: o romance de Lázaro Luís Zamenhof, criador da língua internacional• Com cartaprefácio do Dr• Mário Graciotti, da Academia Paulista de Letras• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - 1a narrativa

Considerada a vida uma sublime concessão de Deus, que se apresenta no corpo e fora dele, preexistindo-o e sobrevivendo-o, poder-se-á melhor enfrentar os desafios existenciais e as dificuldades que surgem, quando na busca da auto-iluminação. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Impedimentos à iluminação

[...] é uma sinfonia de bênçãos aguardando teus apontamentos e comentários.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Tramas do destino• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 46

[...] é uma grande tecelã e nas suas malhas ajusta os sentimentos ao império da ordem, para que o equilíbrio governe todas as ações entre as criaturas.
Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 2, cap• 9

[...] é grande fortuna para quem deve progredir.
Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 3, cap• 7

Vidas são experiências que se aglutinam, formando páginas de realidade.
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Pról•

A vida física é oportunidade purificadora, da qual, em regra, ninguém consegue eximir-se. Bênção divina, flui e reflui, facultando aprimoramento e libertação.
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 1

[...] é o hálito do Pai Celeste que a tudo vitaliza e sustenta...
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 5

A vida terrena é um relâmpago que brilha por momentos no ambiente proceloso deste orbe, e logo se extingue para se reacender perenemente nas paragens siderais.
Referencia: GIBIER, Paul• O Espiritismo: faquirismo ocidental: estudo histórico crítico, experimental• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - L• 1, Na pista da verdade

[...] a nossa vida é um tesouro divino, que nos foi confiado para cumprir uma missão terrena [...].
Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 1

[...] a vida humana é uma série ininterrupta de refregas e de desilusões...
Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 22

[...] a vida humana é uma intérmina cadeia, uma corrente que se compõe de muitos elos, cada qual terminando no sepulcro, para de novo se soldar em ulterior encarnação até que o Espírito adquira elevadas faculdades, ou atinja a perfeição.
Referencia: GAMA, Zilda• Na sombra e na luz• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - L• 1, cap• 7

Vida e morte, uma só coisa, / Verdade de toda gente: / A vida é a flor que desponta / Onde a morte é uma semente.
Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 173

[...] Em suas evoluções, a vida nada mais é que a manifestação cada vez mais completa do Espírito. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 28a efusão

A vida, portanto, como efeito decorrente de um agente (princípio vital) sobre a matéria (fluido cósmico), tem, por V sustentação, a matéria e o princípio vital em estado de interação ativa, de forma contínua. Decorrente da mesma fonte original – pois reside no fluido magnético animal, que, por sua vez, não é outro senão o fluido vital – tem, contudo, a condição peculiar de veicular o contato com o princípio espiritual.
Referencia: MELO, Jacob• O passe: seu estudo, suas técnicas, sua prática• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4

[...] é amor e serviço, com Deus. [...]
Referencia: Ó, Fernando do• A dor do meu destino• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2

A vida é a mais bela sinfonia de amor e luz que o Divino Poder organizou.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

Não vivi, pois a vida é o sentimento / De tudo o que nos toca em sofrimento / Ou exalta no prazer. [...] (185, Nova[...] é um combate insano e dolorido / Que temos de vencer. [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sursum

[...] A vida é mesmo ingente aprendizado, / Onde o aluno, por vez desavisado, / Tem sempre ensanchas de recomeçar [...].
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Renovação

A vida humana não é um conjunto de artifícios. É escola da alma para a realidade maior.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mostremos o Mestre em nós

[...] é a manifestação da vontade de Deus: vida é amor.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sigamo-lo

[...] A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Boa nova• Pelo Espírito Humberto de Campos• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 9

[...] é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 8

A vida em si é conjunto divino de experiências. Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 22

[...] é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 68

A vida é sempre a iluminada escola.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 16

A vida é essência divina [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 17

A vida por toda parte / É todo um hino de amor, / Serve a nuvem, serve o vale, / Serve o monte, serve a flor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18

Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 53

A oportunidade sagrada é a vida. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A vida é um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é a gloriosa manifestação de Deus. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

V V A vida é máquina divina da qual todos os seres são peças importantes e a cooperação é o fator essencial na produção da harmonia e do bem para todos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A vida é um câmbio divino do amor, em que nos alimentamos, uns aos outros, na ternura e na dedicação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Patrimônio da criação e divindade de todas as coisas, é a vida a vibração luminosa que se estende pelo infinito, dentro de sua grandeza e de seu sublime mistério.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é caminho em que nos cabe marchar para a frente, é sobretudo traçada pela Divina Sabedoria.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A vida é uma escola e cada criatura, dentro dela, deve dar a própria lição. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 26

[...] é um grande livro sem letras, em que as lições são as nossas próprias experiências.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 3a reunião

A vida é uma corrente sagrada de elos perfeitos que vai do campo subatômico até Deus [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Notícias

A vida não é trepidação de nervos, a corrida armamentista ou a tortura de contínua defesa. É expansão da alma e crescimento do homem interior, que se não coadunam com a arte de matar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Apreciações

A vida é curso avançado de aprimoramento, através do esforço e da luta. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 54

A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 71

E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 173

[...] é um jogo de circunstâncias que todo espírito deve entrosar para o bem, no mecanismo do seu destino. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

Lembre-se de que a vida e o tempo são concessões de Deus diretamente a você, e, acima de qualquer angústia ou provação, a vida e o tempo responderão a você com a bênção da luz ou com a experiência da sombra, como você quiser.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 39

[...] é o carro triunfante do progresso, avançando sobre as rodas do tempo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é a verdade, mostrando-te como és.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Espíritos transviados

A vida humana, pois, apesar de transitória, é a chama que vos coloca em contato com o serviço de que necessitais para ascensão justa. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

[...] afirmação de imortalidade gloriosa com Jesus Cristo!
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 8

[...] é uma longa caminhada para a vitória que hoje não podemos compreender. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Bilhete filial

V Todavia, é preciso lembrar que a vida é permanente renovação, propelindo-nos a entender que o cultivo da bondade incessante é o recurso eficaz contra o assédio de toda influência perniciosa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Tentação e remédio

[...] é um cântico de trabalho e criação incessantes. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 24

[...] é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 60

[...] toda a vida, no fundo, é processo mental em manifestação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 23

A vida constitui encadeamento lógico de manifestações, e encontramos em toda parte a sucessão contínua de suas atividades, com a influenciação recípro ca entre todos os seres, salientando-se que cada coisa e cada criatura procede e depende de outras coisas e de outras criaturas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 24


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Apocalipse 3: 5 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

O vencedorG3528 νικάωG3528 G5723 seráG3778 οὗτοςG3778 assim vestidoG4016 περιβάλλωG4016 G5698 deG1722 ἔνG1722 vestidurasG2440 ἱμάτιονG2440 brancasG3022 λευκόςG3022, eG2532 καίG2532 de modo nenhumG3364 οὐ μήG3364 apagareiG1813 ἐξαλείφωG1813 G5692 o seuG846 αὐτόςG846 nomeG3686 ὄνομαG3686 doG1537 ἐκG1537 LivroG976 βίβλοςG976 da VidaG2222 ζωήG2222; pelo contrárioG2532 καίG2532, confessareiG1843 ἐξομολογέωG1843 G5698 o seuG846 αὐτόςG846 nomeG3686 ὄνομαG3686 dianteG1799 ἐνώπιονG1799 de meuG3450 μοῦG3450 PaiG3962 πατήρG3962 eG2532 καίG2532 dianteG1799 ἐνώπιονG1799 dos seusG846 αὐτόςG846 anjosG32 ἄγγελοςG32.
Apocalipse 3: 5 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

95 d.C.
G1473
egṓ
ἐγώ
exilados, exílio, cativeiro
(captive)
Substantivo
G1537
ek
ἐκ
o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
(Gilgal)
Substantivo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G1799
enṓpion
ἐνώπιον
ante, perante / na frente de
(before)
Preposição
G1813
exaleíphō
ἐξαλείφω
ungir ou limpar as várias partes
(blotting out)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) infinitivo passivo
G2222
zōḗ
ζωή
pingar
([that] water)
Verbo
G2440
himátion
ἱμάτιον
vestimenta (de qualquer tipo)
(cloak)
Substantivo - neutro acusativo singular
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3022
leukós
λευκός
claro, brilhante, luminoso
(white)
Adjetivo - feminino acusativo singular
G32
ángelos
ἄγγελος
anjo / mensageiro
(angel)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G3361
mḗ
μή
não
(not)
Advérbio
G3528
nikáō
νικάω
(already)
Advérbio
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3670
homologéō
ὁμολογέω
(Nifal) ser posto ou impelido num ou para um canto, esconder-se de vista, ser
(do be removed into a corner)
Verbo
G3686
ónoma
ὄνομα
uma cidade no extremo sul de Judá e a cerca de 24 km (15 milhas) no sudoeste de
(and Chesil)
Substantivo
G3756
ou
οὐ
o 4o. filho de Rúben e progenitor dos carmitas
(and Carmi)
Substantivo
G3779
hoútō
οὕτω
os habitantes da Caldéia, que viviam junto ao baixo Eufrates e Tigre
(to the Chaldeans)
Substantivo
G3962
patḗr
πατήρ
um lugar no sudeste da Palestina junto ao limite do território dos cananeus, próximo a
(unto Lasha)
Substantivo
G4016
peribállō
περιβάλλω
partes privadas, as partes íntimas dele, genitais masculinas
(by the secrets)
Substantivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular
G976
bíblos
βίβλος
[o] livro
([the] book)
Substantivo - Feminino no Singular nominativo


ἐγώ


(G1473)
egṓ (eg-o')

1473 εγω ego

um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

  1. Eu, me, minha, meu

ἐκ


(G1537)
ek (ek)

1537 εκ ek ou εξ ex

preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

  1. de dentro de, de, por, fora de

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

ἐνώπιον


(G1799)
enṓpion (en-o'-pee-on)

1799 ενωπιον enopion

neutro de um composto de 1722 e um derivado de 3700; prep

  1. na presença de, diante
    1. de um lugar ocupado: naquele lugar que está diante, ou contra, oposto, a alguém e para o qual alguém outro volta o seu olhar

ἐξαλείφω


(G1813)
exaleíphō (ex-al-i'-fo)

1813 εξαλειφω exaleipho

de 1537 e 218; v

  1. ungir ou limpar as várias partes
    1. lambuzar: i.e. cobrir com visgo (caiar ou emplastar)
  2. limpar esfregando,
    1. obliterar, apagar, remover, destruir

ζωή


(G2222)
zōḗ (dzo-ay')

2222 ζωη zoe

de 2198; TDNT - 2:832,290; n f

  1. vida
    1. o estado de alguém que está cheio de vitalidade ou é animado
    2. toda alma viva
  2. vida
    1. da absoluta plenitude da vida, tanto em essência como eticamente, que pertence a Deus e, por meio dele, ao “logos” hipostático e a Cristo, em quem o “logos” assumiu a natureza humana
    2. vida real e genuína, vida ativa e vigorosa, devota a Deus, abençoada, em parte já aqui neste mundo para aqueles que colocam sua confiança em Cristo, e depois da ressurreição a ser consumada por novas bênçãos (entre elas, um corpo mais perfeito) que permanecerão para sempre.

Sinônimos ver verbete 5821


ἱμάτιον


(G2440)
himátion (him-at'-ee-on)

2440 ιματιον himation

de um suposto derivado de ennumi (vestir); n n

  1. vestimenta (de qualquer tipo)
    1. vestimentas, i.e. a capa ou o manto e a túnica

      vestimenta exterior, capa ou o manto

Sinônimos ver verbete 5934


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λευκός


(G3022)
leukós (lyoo-kos')

3022 λευκος leukos

de luke (“brilhante”); TDNT - 4:241,530; adj

  1. claro, brilhante, luminoso
    1. brilhante de brancura, branco (ofuscante)
      1. das vestimentas de anjos, e daqueles exaltados ao esplendor do estado celestial
      2. vestes brilhantes ou brancas usadas em ocasiões festivas ou pomposas
      3. de vestes brancas como sinal de inocência e pureza da alma
    2. branco sem brilho
      1. da cor esbranquiçada da grão amadurecido

ἄγγελος


(G32)
ángelos (ang'-el-os)

32 αγγελος aggelos

de aggello [provavelmente derivado de 71, cf 34] (trazer notícias); TDNT 1:74,12; n m

  1. um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus

μή


(G3361)
mḗ (may)

3361 μη me

partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula

  1. não, que... (não)

νικάω


(G3528)
nikáō (nik-ah'-o)

3528 νικαω nikao

de 3529; TDNT - 4:942,634; v

  1. conquistar
    1. levar à vitória, sair vitorioso
      1. de Cristo, vitorioso sobre seus inimigos
      2. de cristãos, que permanecem firmes na sua fé até a morte diante do poder de seus inimigos, tentações e perseguições
      3. quando alguém é processado pela lei, vencer o caso, manter a causa de alguém


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὁμολογέω


(G3670)
homologéō (hom-ol-og-eh'-o)

3670 ομολογεω homologeo

de um composto da raiz de 3674 e 3056; TDNT - 5:199,687; v

  1. dizer a mesma coisa que outro, i.e., concordar com, consentir
  2. conceder
    1. não rejeitar, prometer
    2. não negar
      1. confessar
      2. declarar
      3. confessar, i.e., admitir ou declarar-se culpado de uma acusação
  3. professar
    1. declarar abertamente, falar livremente
    2. professar a si mesmo o adorador de alguém

      louvar, celebrar


ὄνομα


(G3686)
ónoma (on'-om-ah)

3686 ονομα onoma

de um suposto derivado da raiz de 1097 (cf 3685); TDNT - 5:242,694; n n

nome: univ. de nomes próprios

o nome é usado para tudo que o nome abrange, todos os pensamentos ou sentimentos do que é despertado na mente pelo mencionar, ouvir, lembrar, o nome, i.e., pela posição, autoridade, interesses, satisfação, comando, excelência, ações, etc., de alguém

pessoas reconhecidas pelo nome

a causa ou razão mencionada: por esta causa, porque sofre como um cristão, por esta razão


οὐ


(G3756)
ou (oo)

3756 ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch

palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula

  1. não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa

οὕτω


(G3779)
hoútō (hoo'-to)

3779 ουτω houto ou (diante de vogal) ουτως houtos

de 3778; adv

  1. deste modo, assim, desta maneira

πατήρ


(G3962)
patḗr (pat-ayr')

3962 πατηρ pater

aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m

  1. gerador ou antepassado masculino
    1. antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
    2. antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
      1. pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
    3. alguém avançado em anos, o mais velho
  2. metáf.
    1. o originador e transmissor de algo
      1. os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
      2. alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
    2. alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
    3. um título de honra
      1. mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
      2. membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
  3. Deus é chamado o Pai
    1. das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
    2. de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
      1. de seres espirituais de todos os homens
    3. de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
    4. o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
      1. por Jesus Cristo mesmo
      2. pelos apóstolos

περιβάλλω


(G4016)
peribállō (per-ee-bal'-lo)

4016 περιβαλλω periballo

de 4012 e 906; v

  1. lançar ao redor, colocar em volta
    1. circundar uma cidade com um aterro (paliçada)
    2. de vestimentas, vestir alguém
      1. colocar algo em alguém
      2. vestir alguém com algo
    3. vestir ou vestir-se

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo

βίβλος


(G976)
bíblos (bib'-los)

976 βιβλος biblos

raíz primitiva; TDNT - 1:615,106; n n

  1. um livro escrito, um registro, um rolo