Enciclopédia de I Samuel 1:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1sm 1: 1

Versão Versículo
ARA Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita.
ARC HOUVE um homem de Ramataim de Zofim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Sufe, efrateu.
TB Houve um homem de Remataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita.
HSB וַיְהִי֩ אִ֨ישׁ אֶחָ֜ד מִן־ הָרָמָתַ֛יִם צוֹפִ֖ים מֵהַ֣ר אֶפְרָ֑יִם וּשְׁמ֡וֹ אֶ֠לְקָנָה בֶּן־ יְרֹחָ֧ם בֶּן־ אֱלִיה֛וּא בֶּן־ תֹּ֥חוּ בֶן־ צ֖וּף אֶפְרָתִֽי׃
BKJ Ora, havia um certo homem de Ramataim-Zofim, do monte Efraim, e o seu nome era Elcana, o filho de Jeroão, o filho de Eliú, o filho de Toú, o filho de Zufe, um efrateu.
LTT Houve um homem de Ramataim-Zofim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efrateu.
BJ2 Houve um homem de Ramataim,[b] um sufita, da montanha de Efraim, que se chamava Elcana, filho de Jeroam, filho de Eliú, filho de Tou, filho de Suf, um efraimita.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Samuel 1:1

Josué 17:17 Então, Josué falou à casa de José, a Efraim e a Manassés, dizendo: Grande povo és e grande força tens; uma só sorte não terás;
Josué 24:33 Faleceu também Eleazar, filho de Arão, e o sepultaram no outeiro de Fineias, seu filho, que lhe fora dado na montanha de Efraim.
Juízes 12:5 Porém tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e sucedeu que, quando os fugitivos de Efraim diziam: Passarei; então, os homens de Gileade lhes diziam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não;
Juízes 17:1 E havia um homem da montanha de Efraim cujo nome era Mica,
Juízes 19:1 Aconteceu também, naqueles dias em que não havia rei em Israel, que houve um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou para si uma mulher concubina, de Belém de Judá.
Rute 1:2 E era o nome deste homem Elimeleque, e o nome de sua mulher, Noemi, e os nomes de seus dois filhos, Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e vieram aos campos de Moabe e ficaram ali.
I Samuel 1:19 E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e voltaram, e vieram à sua casa, a Ramá. Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o Senhor se lembrou dela.
I Samuel 9:5 Vindo eles, então, à terra de Zufe, Saul disse para o seu moço, com quem ele ia: Vem, e voltemos; para que, porventura, meu pai não deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de nós.
I Samuel 17:12 E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá, cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; e, nos dias de Saul, era este homem já velho e adiantado na idade entre os homens.
I Reis 11:26 Até Jeroboão, filho de Nebate, efraimita de Zereda, servo de Salomão (cuja mãe era mulher viúva, por nome Zerua), também levantou a mão contra o rei.
I Crônicas 6:25 E os filhos de Elcana: Amasai e Aimote.
I Crônicas 6:34 filho de Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá,
Mateus 27:57 E, vinda já a tarde, chegou um homem rico de Arimateia, por nome José, que também era discípulo de Jesus.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

EFRAIM

Atualmente: ISRAEL
Região da Tribo de Israel. João 11:5
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Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Introdução ao Livro de I Samuel
Os Livros de

1 e II SAMUEL

Introdução

Os dois livros de Samuel são os primeiros dos seis "livros duplos" que originalmente não estavam divididos e que perfaziam um total de três: Samuel, Reis e Crônicas. Samuel e Reis são encontrados no cânon hebraico ao lado de Josué e Juízes em uma seção conhe-cida como "Os Profetas Anteriores". Juntos, estes livros contêm o registro histórico inici-ado por Josué e a travessia do Jordão e estendem-se até o período do exílio babilônico.

Na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento hebraico, os volumes, origi-nalmente não divididos, foram separados. Os dois livros de Samuel foram chamados de Primeiro e Segundo dos Reinos, e os nossos 1 e II Reis eram chamados de Terceiro e Quarto dos Reinos. Jerônimo adotou nomes similares na 5ulgata Latina, a fim de chamá-los de Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Reis, uma prática refletida nos subtítulos da versão inglesa do rei Tiago, conhecida como "King James Version" ou apenas KJV, "O Primeiro Livro de Samuel, outrora chamado O Primeiro Livro de Reis" e "O Primeiro Livro de Reis, comumente chamado de O Terceiro Livro de Reis".

A. Autoria e Data

Os livros de Samuel são anônimos no que se refere à autoria, embora tenham rece-bido o nome do grande profeta-juiz, cuja obra é descrita em algum detalhe em I Samuel 1:8. Uma vez que a morte de Samuel é descrita em I Samuel 25:1, ele não poderia ter escrito os livros da maneira como se encontram hoje. Porém, uma das funções do profeta era agir como historiador, e é possível que ele tenha deixado anotações ou registros que foram incorporados aos livros. Temos informações de um livro escrito por Samuel e colo-cado por ele "perante o Senhor" (1 Sm 10,25) ; em I Crônicas 29:29 há uma referência ao relato dos atos de Davi num livro chamado "crônicas de Samuel, o vidente".

As mais importantes teorias a respeito da autoria e da composição dos livros de Samuel variam em detalhes. Em adição à história de "Samuel, o vidente", outras fontes do período abrangido pelos registros de 1 e II Samuel são mencionadas no Antigo Testa-mento, tais como as "crônicas do profeta Natã" e as "crônicas de Gade, o vidente" (1 Cr 29.29). Entretanto, a afirmação relativa à duração do reinado de Davi em II Samuel 5:4 deixa claro que os livros não poderiam ter assumido sua presente forma antes de algum tempo depois do reinado de Davi. Referências ocasionais a condições ou marcos existen-tes "até ao dia de hoje" (I Sm 5.5; 6.18; 27,6) parecem apontar para uma data posterior à época de Salomão, mas anterior ao exílio babilônico — provavelmente para o período da monarquia dividida, entre 931 e 721 a.C. O texto de I Samuel 9:9 mostra que o termo "profeta" veio para substituir a palavra anterior, "vidente".

O estudo conservador está mais inclinado para a idéia de que 1 e II Samuel foram compilados, em grande parte, das fontes já mencionadas, isto é, os livros de Samuel, Natã e Gade. As vidas destes três profetas cobriram todo o período. Há pequenas indica-ções nos próprios livros de que pequenas fontes foram empregadas, tais como dois rela-tos da advertência feita a Eli (1 Sm 2:29-36; 3:11-14) e da guerra dos amalequitas (1 Sm 14.48; 15:1-35), ou das repetidas explicações das conexões da família de Davi (1 Sm 16:11-13 17:12). Porém, não há necessidade de supor que esses dois relatos antagônicos te-nham sido inadvertidamente inseridos por algum editor do século VI, como se alega.

O material certamente representa uma história da mais verdadeira e alta qualida-de, isto é, trata-se da avaliação dos eventos a partir do ponto de vista de uma grande idéia. Esta grande idéia tornou-se a inspiração dos líderes proféticos de Israel em épocas posteriores e justifica plenamente o lugar dado a esses livros dentre os "Profetas Anteri-ores" na parte das Escrituras Sagradas chamada Nebhiim ou Profetas. A verdade tão bem ilustrada é que a história realmente é "a sua história", a revelação dos atos podero-sos de Deus nos acontecimentos humanos, a fim de recompensar a retidão e punir o pecado. Os sucessos de Israel são vistos por toda parte como a defesa de Deus e de seus propósitos e promessas. Os fracassos e derrotas da nação são claramente mostrados como resultado da rebelião e do pecado. Toda a história é uma ilustração viva da verdade condensada em Provérbios 14:34, uma pequena afirmação de longa observação: "A justi-ça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos".

B. Cronologia

A cronologia deste período não pode ser estabelecida com absoluta certeza. Há mui-tos indicadores temporais que apontam para 931 a.C.como a data da morte de Salomão e da divisão do reino. Como há uma afirmação de co-regência entre os reinos de Davi e Salomão (1 Rs 1:32-40), não é possível simplesmente adicionar os oitenta anos atribuí-dos aos dois reinos para se descobrir a data da morte de Saul. Uma atribuição razoável para as datas de Samuel, Saul e Davi seria: 2

Nascimento de Samuel Chamado de Samuel Samuel se torna juiz Unção de Saul como rei Morte de Samuel

Davi torna-se rei Morte de Davi

1115 a.C. 1105 a.C. 1070 a.C. 1043 a.C. 1025 a.C. 1010 a.C. 970 a.C.


C. Arqueologia do Período

Apesar de o período de um século e meio abrangido pelos livros de Samuel ser o mais importante momento entre o êxodo e o exílio, além de ser amplamente coberto pelos livros bíblicos, a arqueologia do período ainda não foi totalmente produzida.

Explorações na planície litorânea da Palestina revelaram um grande número de fósseis dos filisteus, os maiores inimigos de Israel durante os dias de Samuel e Saul. O próprio nome, Palestina, é derivado do termo filisteu. Os fragmentos de cerâmica mos-tram uma conexão próxima com a cultura egéia da Grécia e atualmente há pouca dúvida de que os filisteus tenham sido originalmente um povo de origem grega, mais precisa-mente da ilha de Creta.

Os filisteus também foram pioneiros no uso do ferro no Oriente Médio e desfruta-vam do monopólio completo do trabalho com metal na época de Saul. A língua dos filisteus é desconhecida, uma vez que não foram deixadas inscrições. Entretanto, nu-merosas evidências de sua religião foram descobertas na escavação de dois templos em Bethsan, feitas por Fisher, Rowe e Fitzgerald entre 1921 e 1933. Um destes templos é, sem dúvida, um local onde a armadura de Saul foi levada após sua morte na batalha do monte Gilboa.

Outro item da época de Saul é a escavação na fortaleza de Gibeá por William F. Albright em 1922 e 1923. Hoje conhecidas como Tell el-Ful, distantes aproximadamente cinco quilômetros ao norte de Jerusalém, essas ruínas da Gibeá bíblica revelam um esta-belecimento anterior no local, o qual foi queimado no final do século XII a.C., provavel-mente na época dos eventos descritos em Juízes 19:20. A segunda ocupação aconteceu cerca de um século mais tarde.

Em um segundo nível, datado como no tempo de Saul, foi encontrada uma fortaleza de dois pavimentos. Ela foi construída com paredes duplas e uma torre em cada extremi-dade. Vasos de cerâmica dão idéia do que tem sido chamado de "uma certa medida de luxo rústico". Um arado de ferro encontrado nas ruínas indica alguma atividade agrícola na região. Este era, sem dúvida, o quartel-general de Saul durante as guerras filistéias. Ele foi destruído e ficou abandonado por alguns anos, provavelmente após a morte deste rei. Foi construída uma outra fortaleza no mesmo lugar, só que em escala menor.

No Sudeste da Palestina foram construídas várias cidades fortificadas na época de Davi, caracterizadas pelas assim chamadas paredes de casamata. Estas edificações eram paralelas e relativamente finas, suportadas por paredes transversais entre elas, a fim de dar um efeito de grande força e solidez. A disposição das fortificações sugeriria defesa contra os filisteus.

A conquista da fortaleza jebusita em Jerusalém tem um destaque arqueológico inte-ressante. Davi disse: "Qualquer que ferir os jebuseus, (...) será cabeça e capitão". AARA traz a seguinte tradução: "Todo o que está disposto a ferir os jebuseus suba pelo canal subterrâneo". Os arqueólogos encontraram um canal vertical, coberto pelas rochas sobre as quais a cidade foi construída, que levava a um tanque alimentado pela Fonte da Virgem, do lado oposto da vila de Siloé. Este canal teria permitido às tropas o acesso à água do tanque sem que tivessem que passar por suas paredes fortificadas. S. R Driver descreve o canal como um túnel que desce 15 metros até um outro horizontal, com apro-ximadamente 12 metros de comprimento, e segue em um ângulo de 45 graus por cerca de 13 metros e termina num canal perpendicular de 14 metros abaixo do poço. 5É bem possível que Joabe e seus homens tenham conseguido subir por este local desguarnecido e pegaram de surpresa os super-confiantes e descuidados jebuseus.

Uma nota arqueológica conclusiva vem das escavações de J. B. Pritchard em 1956, no lugar da descoberta de Gibeão, atual El-Jib. A identificação do local da descoberta está acima de questionamento em função da cerâmica encontrada com inscrições do nome bíblico Gibeão. Um grande tanque com 10 metros de profundidade, com uma escada em volta, foi escavado na rocha. Pritchard sugeriu que esse era o local onde os servos de Davi e de Isbosete se reuniram para a batalha, conforme descrito em II Samuel 2:12-17.


Beacon - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28
SEÇÃOI

O MINISTÉRIO DE SAMUEL
I Samuel 1:1— 8.22

Os livros de Samuel iniciam-se com um resumo da vida e obra do profeta Samuel, conhecido como o último dos juízes e o primeiro da ordem profética. Ele foi considerado o maior personagem na história de Israel entre Moisés e Davi. (cf. Jr 14:1).

A. NASCIMENTO E INFÂNCIA DE SAMUEL, 1:1-3.21

Há muitos nascimentos extraordinários contados na Bíblia. Na maioria dos casos, as pessoas nascidas destacaram-se em algum aspecto. Podemos citar os exemplos de Isaque, Moisés, Sansão, Samuel, João Batista e, de uma maneira totalmente singular, Jesus.

1. A Família de Elcana (1:1-2,10)

O pai de Samuel era Elcana ("criado ou adquirido de Deus"), cuja ascendência vai até Levi em I Crônicas 6:33-38, mas que não estava na família araônica ou sacerdotal. Sua casa estava no território de Efraim; conseqüentemente, ele era conhecido como efrateu (1).

Este tinha duas mulheres (2). A poligamia (várias esposas) era permitida pela lei de Moisés (Dt 21:15). Jesus deixou claro que o plano original de Deus era o casamento de um homem com uma mulher para toda a vida (Mt 19:8). O registro do Antigo Testamento mostra que a prática do casamento poligâmico sempre foi seguida de problemas. Penina, que teve filhos, importunava a vida de Ana ("graça" ou "presente gracioso"), que era estéril. O favoritismo também era uma fonte de atrito (5-8).

Elcana era um homem muito devoto, aparentemente o chefe da família de Zufe, de quem sua aldeia tomou o nome. Ramataim-Zofim (1) significa "os cumes gêmeos de Zofim", empregados para distinguir esta cidade de outras localidades, as quais também são conhecidas como Ramá. Esta última significa "cume" e, numa região montanhosa como a Palestina, é provável que existisse uma diversidade de locais com este nome. Seis delas são mencionadas no Antigo Testamento. Mais tarde, Samuel viveu e foi sepultado na cidade de Ramá (1.19; 2.11; 7.17; 8.4; 25.1, 28.3).

A cada ano, Elcana levava sua família para Siló, onde estava localizado o tabernáculo desde os dias de Josué (Js 18:1). Eles realizavam essa jornada com o intuito de adorar e sacrificar ao Senhor dos Exércitos (3; heb., Yahweh tsaba, "o Senhor de todos os poderes"; a Septuaginta traduz a expressão como "o Todo-Poderoso") — usado aqui pela primeira vez no Antigo Testamento.'

Eli (uma contração de "Deus é grande") era um sumo sacerdote. Entre os outros sacerdotes estavam os seus dois filhos, Hofni e Finéias, notáveis por sua corrupção e incredulidade (2:12-17, 23.25; 3.13). Como era hereditário, o sacerdócio passava do pai para para os filhos sem consideração pelo caráter ou da falta do mesmo.

  • O desejo e oração de Ana (1:4-11). Ana lamentava muito o fato de não poder ter filhos, pois isto era motivo de vergonha para as mulheres hebréias. Seu marido tenta-va consolá-la. Uma parte excelente (5) seria uma "uma porção dobrada" (ou "porção dupla" na ARA).
  • Penina tirou plena vantagem da situação e tornou-se competidora de Ana (6), ou sua rival. E assim o fazia ele de ano em ano (7). Em sua aflição, Ana orou na porta do Tabernáculo. Templo (9) — hebraico hekal, também pode significar "palácio" ou "majes-tosa construção". O templo ainda não fora construído àquela época.

    A oração de Ana por um filho incluía o voto de que (a) ele seria entregue ao Senhor por todos os dias da sua vida; e (b) sobre a sua cabeça não passará navalha (11). Este último detalhe era a característica principal dos nazireus (Nm 6:5), homens ou mulheres que eram especialmente consagrados a Deus. Os votos dos nazireus deveriam ser seguidos por um período de tempo limitado, mas o propósito de Ana era a dedicação de seu filho para toda a vida. Duas regras especiais impediam os nazireus de ficarem cerimonialmente impuros pelo contato com mortos e também de tomarem qualquer tipo de vinho ou bebida forte. Sansão também foi consagrado como nazireu, mas não conside-rou o grande significado de sua devoção. Em parte, pelo menos, os votos e a vida dos nazireus eram uma forma de santidade no Antigo Testamento.'

  • Repreensão e bênção de Eli (1:12-18). Ana continuou a orar (12), não satisfeita com apenas um pedido — a importância da persistência foi claramente ensinada porJesus (Lc 18:1-8). Eli fez atenção à sua boca — ele notou o movimento de seus lábios. Sem perce-ber uma voz audível, erroneamente concluiu que ela estava bêbada e resmungava numa espécie de estupor da embriaguez. Este é um triste comentário sobre o estado da religião daquela época e particularmente sobre o santuário de Siló. As coisas pioraram muito em função do caráter e da conduta dos próprios filhos de Eli.
  • Eli exigiu que a mulher se apartasse do vinho (14). A palavra hebraica para vinho é yayin, "o que é prensado", e refere-se à bebida feita de uvas. De acordo com Gênesis 9:21 — onde esse termo aparece pela primeira vez na Bíblia — e o uso por todo o Antigo Testa-mento, o vinho embriagava. Bebida forte (15), do hebraico shekar, referia-se a qualquer bebida embriagadora feita de frutas ou grãos tais como tâmara, cevada, mel ou flor de lótus. Yayin wa-shekar, vinho e bebida forte (15), fazem a inclusão de todo tipo de bebida alcoólica.

    A oração é notavelmente definida como o derramar da minha alma perante o Senhor (15). Ana não era filha de Belial (16), mas sim uma mulher em profundo sofri-mento e que carregava um grande fardo, pelo que pediu a ajuda de Deus. É sempre perigoso chegar a conclusões a partir de rápidas observações. Um filho ou filha de Belial (heb., beliya'al, "inútil, maldoso") era uma pessoa vil ou maldosa. A expressão é usada num total de dezesseis vezes no Antigo Testamento e nove nos livros de Samuel.

    Eli rapidamente corrigiu seu erro e uniu-se a Ana em seu pedido para que Deus atendesse seu desejo. Ana ilustra a natureza da fé conforme ensinada no Novo Testa-mento. Convencida de que o Senhor ouvira sua oração, ela não estava mais triste, muito embora não houvesse um sinal verdadeiro de que seu pedido fora atendido. "Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis" (Mc 11:24) ; "Ora, a fé é o firme funda-mento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem" (Hb 11:1).

    Os versículos 1:18 ilustram "Os ingredientes para uma vida maravilhosa". Eles de-vem ser dados em números de três: (1) Um lar piedoso (vv. 1-8) ; (2) Uma mãe que ora (vv. 9-11) e (3) um pastor fiel (vv. 12-18).

    c. Nascimento e dedicação de Samuel (1:19-28). Quando a criança nasceu, Ana cha-mou o seu nome Samuel (20; Shemuel em 1 Cr 6.33), que literalmente significa "nome de Deus" ou "um nome piedoso". Como recebera a criança em resposta a sua oração, Ana procurou por um nome e um caráter divinos. Os nomes do Antigo Testamento compostos por "el" são derivados de Elohim ou El, os termos hebraicos genéricos para Deus.

    Ana não acompanhou a família até Siló para a festa anual depois do nascimento de Samuel, até que seu filho crescesse o suficiente para ser desmamado (22), o que geral-mente acontecia entre os dois e três anos de idade. Fica claro que Elcana foi informado sobre o voto que Ana fizera em relação ao seu filho desejado e que ele consentiu plena-mente com o desejo de sua esposa. O significado de um sacrifício pessoal, tanto para ele como para Ana, é visto na atitude de Jacó para com José, o primeiro filho de sua esposa favorita, Raquel (Gn 37:1-4). No versículo 21, em vez de sacrifício anual e a cumprir o seu voto, a Septuaginta traz "pagar seus votos e todos os dízimos de sua terra".

    Na época da festa seguinte ao desmamar Samuel, Ana o levou para Siló com ofertas que consistiam em três bezerros e um efa de farinha e um odre de vinho (24; as versões LXX e a Siríaca trazem "bezerros de três anos de idade"). Um dos bezerros seria para a oferta queimada da dedicação de Samuel (25) ; os outros dois, seguindo a KJV, seriam parte dos sacrifícios anuais da família. Um efa seria um pouco maior do que um alqueire em termos de medidas atuais. O odre de vinho era um nebel, uma garrafa de couro ou pele de animal, ou ainda um jarro. Isso indicaria uma oferta muito generosa.

    Quando apresentou o menino a Eli juntamente com o animal do sacrifício, Ana fez questão de lembrar ao idoso sacerdote a sua oração. Ao Senhor eu o entreguei (28) — a idéia melhor seria expressa como "Eu o devolvi ao Senhor". E ele adorou ali ao Se-nhor — A ARA substitui "ele" por "eles". De qualquer maneira, o ponto a destacar é que Samuel, que permaneceu e cresceu em Siló no serviço do Tabernáculo, aprendeu a ado-rar ao Senhor ali.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de I Samuel
    Introdução ao Livro História Uma olhada panorâmica nos livros de Samuel (que, na realidade, são uma única obra em dois volumes) é suficiente para se notar a presença destacada de três nomes da história de Israel: Samuel, Saul e Davi, e de um acontecimento que não é menos importante por ser efêmero: a integração das tribos israelitas em um corpo nacional governado por um único soberano. A época à qual correspondem os fatos aqui narrados pode ser situada entre a primeira parte do séc. XI e a primeira parte do séc. X a.C., aproximadamente. Começa com o nascimento de Samuel e termina com os últimos dias da vida de Davi. Com Samuel, encerra-se o período dos juízes ou chefes de Israel. Ele foi o último representante dos tempos de anarquia em que as tribos careciam de coesão entre si e as “julgou” ao longo de toda a sua vida (1Sm 7:15). Não obstante, Samuel não representou somente o ponto final daquele período, mas também, ao iniciar a série dos grandes profetas de Israel com a unção (isto é, a consagração) dos dois primeiros reis de Israel, Saul e Davi (1Sm 9:27-10.1; 1Sm 16:13), abriu caminho para a instituição da monarquia e para a dinastia davídica. Os primeiros tempos do reinado de Saul (c. 1040-1010 a.C.) ficaram felizmente marcados por uma brilhante vitória sobre os amonitas, antigos inimigos de Israel (1Sm 11:1,1Sm 15:26) e enviou o profeta Samuel para ungir a Davi como novo rei de Israel (1Sm 16:12-13). Davi (c. 1010-972 a.C.), que, para os israelitas, representa o monarca ideal, é aquele a quem, de fato, se deve a unidade e a independência da nação. Corajoso, decidido e dotado de lúcida inteligência, combateu fora das suas fronteiras para consolidar e aumentar o reino e, dentro delas, para sufocar conspirações contra o seu governo, como a que foi promovida pelo seu próprio filho Absalão (2Sm 15:18). A profunda religiosidade de Davi é uma constante na sua biografia (conforme 2Sm 6:14,2Sm 6:21-22). Decorre disso que a personalidade de Davi acabou sendo idealizada entre o povo de Israel, muito embora não se tivesse deixado de reconhecer as suas fraquezas e pecados, como o adultério com Bate-Seba e a morte de Urias (2Sm 11:1-12.25). Em todo o caso, porém, o certo é que tanto o reinado como a própria pessoa do rei Davi deixaram uma marca profunda no mundo israelita, que, nele, viu prefigurado o Messias, o Ungido do SENHOR para realizar as grandes promessas e esperanças do povo da sua eleição. Conteúdo e composição dos livros As particularidades do nascimento de Samuel e do seu relacionamento desde pequeno com o sacerdote Eli estão registradas em 1Sm 1:1-2.11. Associados a Eli no serviço do santuário de Siló, estavam os seus filhos, Hofni e Finéias, igualmente sacerdotes (1Sm 1:3); mas os filhos de Eli eram “filhos de Belial e não se importavam com o SENHOR” (1Sm 2:12). Em um dos muitos confrontos com os filisteus, Israel foi vencido, e foi “tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli” (1Sm 4:11; conforme 1Sm 4:1). O conhecimento desses trágicos acontecimentos precipitou a morte do idoso sacerdote (1Sm 4:18). Então, Samuel, a quem Deus já havia chamado para ser profeta (1Sm 3:1). A instituição da monarquia é apresentada em I Samuel como uma concessão de Deus a esse desejo popular, mas não significa, de modo algum, que ele abdicara de exercer a autoridade última sobre Israel, do qual é o verdadeiro e definitivo Rei. Por isso, na regra seguinte, naquela concessão, as palavras do profeta Samuel exortam o povo com veemência: “Se temerdes ao SENHOR, e o servirdes, e lhe atenderdes à voz, e não lhe fordes rebeldes ao mandado, e seguirdes o SENHOR, vosso Deus, tanto vós como o vosso rei que governa sobre vós, bem será” (1Sm 12:14). Saul, o primeiro rei de Israel, padeceu de um forte desequilíbrio emocional, violentamente manifestado na perseguição que empreendeu contra Davi, tão ferrenha, que este foi obrigado a tornar-se um fugitivo e, inclusive, a servir os filisteus como mercenário (1Sm 16:30). A história de Saul, de Davi e dos ásperos relacionamento entre os dois é apresentada como um quadro cheio de contrastes, radiante ao recordar a extraordinária trajetória ascendente do jovem Davi e sombria quando avalia a figura de Saul, com a incomparável decadência da sua personalidade e a tragédia que rodeia a sua morte e a dos seus filhos na batalha de Gilboa (1Sm 31:1,2Sm 1:25,2Sm 1:27; conforme vs. 1Sm 1:12-27) e, depois, sobre Israel (2Sm 5:1-5). Segundo o autor de 1 e II Samuel, “da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; e... Em Hebrom, reinou sobre Judá sete anos e seis meses; em Jerusalém, reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá” (2Sm 5:4-5; conforme vs. 1Sm 1:1-5). Esboço: 1. Samuel, profeta e juiz sobre Israel (1Sm 1:1-17) 2. Israel pede um rei (1Sm 8:1-22) 3. Saul se torna rei (1Sm 9:1-27) 4. Primeiros anos do reinado de Saul (1Sm 11:1-35) 5. Davi a Saul (1Sm 16:1-31) 6. Morte de Saul e dos seus filhos (1Sm 31:1-13)

    Champlin - Comentários de I Samuel Capítulo 1 versículo 1
    Os caps. 1-3 formam uma unidade literária, geralmente chamada de “História da infância e da juventude de Samuel”. Destacam-se, nesta seção, a narrativa do nascimento do menino, que é a resposta do SENHOR à súplica e à promessa da sua mãe (1Sm 1:1-23; Jo 19:38) e não deve ser confundida com a Ramá de Benjamim, que se situava mais a sudeste, a 8 km ao norte de Jerusalém (conforme Js 18:25; Jz 19:13).1Sm 1:1 O nome hebraico Elcana significa Deus tem adquirido (ou criado).

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Introdução ao Livro de I Samuel
    O Primeiro Livro de

    SAMUEL

    Autor Os livros de Samuel não são designados dessa forma por causa do autor, sendo provável que sua ligação como nome de Samuel reflita o papel que ele desempenhou ungindo os primeiros reis de Israel. Samuel é descrito como um homem idoso em 8.1 e como já falecido em 25.1, bem antes de muitos dos acontecimentos registrados em 1 e II Samuel. Entretanto, 13 29:29'>1Cr 29:29 relaciona os nomes de Samuel e dos profetas que o sucederam, Natã e Gade, com determinadas fontes escritas, porções das quais podem ter sido incorporadas na história escrita de Israel quando ela tomou forma. Os livros de Samuel receberam provavelmente sua forma final da parte de alguém profundamente influenciado pela teologia do livro de Deuteronômio ("Introdução aos Livros Históricos").

    Data e Ocasião Quanto à sua autoria, os livros de Samuel não dão qualquer indicação da data em que foram escritos. Tanto Josué, Juízes, Samuel como Reis claramente contêm informações de fontes contemporâneas aos acontecimentos neles relatados, mas não foram fixados em sua forma final antes do período do exílio de Judá na Babilônia (ver "Introdução aos Livros Históricos").

    Na segunda metade do XI século a.C., período em que as potências internacionais do antigo Oriente Próximo estavam preocupadas com conflitos internos 1srael havia se transformado de uma confederação tribal pouco rígida em uma monarquia unida. A instituição da monarquia foi um novo estágio na história política e religiosa de Israel, embora a idéia de realeza propriamente dita fosse conhecida em Israel pela prática de seus vizinhos (Jz 3:12; 4:2; 8:5). É de admirar-se, pois, não que Israel mais tarde viesse a instalar um rei mas que tivesse deixado de fazê-lo por tanto tempo. Uma das causas da relutância de Israel é revelada nas palavras de Gideão: "Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará" (Jz 8:23). Um princípio fundamental na fé demonstrada por Israel era que o Senhor mesmo (Yahweh) era o Soberano de Israel, seu Grande Rei (8.7; 12.12; Nm 23:21; Sl 5:2; Ml 1:14). Não obstante, os primeiros livros da Bíblia contêm indicações de que Israel, de acordo com a vontade divina, teria um dia um monarca humano. Moisés prenunciou um tempo quando Israel estaria estabelecida na Terra Prometida e desejaria um rei, deixando instruções que regulamentassem a realeza quando ela viesse a existir (Dt 17:14-20; conforme 28:36). I Samuel inicia sua narrativa quando esse tempo estava quase por chegar (Gn 49:10; Nm 24:7, 17-19; conforme Gn 17:6,16; 35:11).

    É difícil atribuir datas precisas à maioria dos acontecimentos referidos em Samuel. Embora cifras precisas sejam dadas para a duração do reinado de Davi sobre Judá e Israel (2Sm 5:4, 5), não existe nenhuma indicação clara sobre por quanto tempo Saul reinou (13.1, nota). Os anos exatos em que se deram os reinados de Davi e de Saul têm de ser estabelecidos contando em retrocesso a partir das datas dos acontecimentos registrados em Reis, que têm sua próprias dificuldades cronológicas (ver Introdução a I Reis). Existe amplo consenso de que Davi teria consolidado o seu reino tanto sobre Judá como Israel pouco antes do ano 1000 a.C. (sobre Judá, c. 1010 a.C.; sobre Israel, c. 1003 a.C.). Davi deve ter vivido entre aproximadamente 1040 e 970 a.C.. Samuel pode ter nascido em data próxima do ano 1100 a.C.

    Características e Temas Os livros de 1 e II Samuel são obras primas de literatura. Seu propósito básico é oferecer um relato histório do surgimento e dos desenvolvimentos iniciais da monarquia israelita sob Saul e Davi. A história é seletiva e a natureza da seleção revela as preocupações teológicas dos livros. A realeza surgiu em Israel pela mediação de um profeta e a história escrita desta mudança é feita sob uma perspectiva profética.

    As narrativas de 1 e II Samuel foram redigidas em um estilo sucinto, fazendo uso de uma variedade de técnicas de narrativa: palavras-chave (2.29, nota); caracterizações comparativas (Saul e Jônatas, Davi e Urias; ver 13.22, nota; 14.6 nota e 2Sm 11); repetição e variação (as duas confissões de Saul em 15.24, 25,
    30) e analogia (Nabal comparado com Saul, capítulo 25). Sensibilidade a tais características literárias podem abrir as portas à compreensão histórica e teológica e à percepção do texto.

    O principal assunto de 1 Samuel é a ascensão de Saul ao poder e a sua subseqüente rejeição. Conforme observação acima, os livros de Samuel focalizam uma importante inovação na vida religiosa e política de Israel--ter um rei terreno. O tema de 1 Samuel é em grande parte a intersecção da carreira de três personalidades: Samuel, Saul e Davi. A questão chave é como um rei humano pode ser acomodado no tipo de relacionamento baseado na Aliança existente entre Deus e Israel. Como pode Israel ter um rei sem comprometer com isso a realeza de Deus?

    Na Bíblia Hebraica, I Samuel vem depois do livro de Juízes, o qual termina com o tétrico refrão, "Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto" (21.25; conforme 17.6; 18.1; 19.1). Esse refrão também pode descrever os primeiros capítulos de 1 Samuel. No ponto em que I Samuel retoma a narrativa, Israel está sem um rei humano e os israelitas não estão preocupados em honrar seu Rei divino. Mesmo os sacerdotes, os filhos de Eli, fazem simplesmente o que é correto aos seus próprios olhos (2.12-17).

    A primeira unidade relata o nascimento de Samuel e seu chamado como profeta (capítulos 1:3). Em um cântico bastante conhecido, Ana louva a Deus pelo nascimento de Samuel (2.1-10). Seu cântico introduz os temas teológicos básicos dos livros — a soberania e santidade de Deus, a inversão divina da sorte humana, livramento divino e a futilidade da confiança na força humana. A realeza é predita em uma referência ao "ungido" do Senhor, "seu rei" (2.10). A narrativa da decadência da casa sacerdotal de Eli introduz o tema da rejeição divina e suas causas.

    A seção 4:1-7.1 é muitas vezes chamada "a narrativa da arca." Nesses capítulos o Senhor demonstra seu poder, primeiro contra as tentativas de Israel de explorar a arca como se ela fosse um talismã mágico e, segundo, em uma marcha devastadora através das cidades filistéias. Em 7:2-17, o poder de Deus para livrar Israel e derrotar os seus inimigos é demonstrado através do homem de Deus, Samuel. Contra esse pano de fundo, vê-se com clareza a pecaminosidade do clamor do povo por um rei humano (capítulo 8). Não que Israel não devesse jamais ter um monarca humano, pois desde muito tempo um rei havia sido anunciado. O que é censurável é o desejo do povo quanto a ter um rei "como o têm todas as nações" (8.5), porque esse desejo é uma rejeição do Rei que é o maior de todos os reis, o próprio Deus (8.7). Apesar da estultícia do pedido do povo, Deus o atenderá, sob as condições de que o povo seja alertado sobre os abusos potenciais da monarquia e de que o próprio rei esteja disposto a submeter-se ao governo de Deus.

    O primeiro rei de Israel decepcionou. Saul é apresentado em 9.2 como uma pessoa impressionante de notável aparência, presumivelmente como o povo queria. O profeta Samuel falou a Saul que ele governaria Israel e então o ungiu em nome do Senhor (9.26-10.1). Logo depois o Espírito do Senhor veio sobre Saul e ele profetizou com um grupo de profetas. Ele reuniu uma força dentre todo Israel e liderou-a à vitória sobre os amonitas. Ele foi aprovado pelo povo e Samuel o ungiu publicamente como rei (10.24; 11.14, 15). A realeza em Israel foi claramente concebida como tendo necessidade da direção especial de Deus.

    Em duas importantes ocasiões Saul falhou com relação às exigências de Deus. Instruído a esperar por Samuel, ele impacientou-se e ofereceu um sacrifício que Samuel deveria ter realizado (13 8:14). Depois, quando Deus ordenou a destruição dos amalequitas, Saul cumpriu somente em parte (capítulo 15). Ele preservou a vida do rei e de muito animais. Samuel o denunciou com rigor e empunhou ele mesmo a espada para esquartejar o rei. Nessa ocasião Samuel profetizou que Saul havia sido rejeitado e que Deus havia dado o reino a outro (15.28). Deus retirou de Saul seu favor (28.17).

    A queda da dinastia de Saul coincide com a ascensão de Davi. Davi, à semelhança de Saul, foi escolhido por Deus para ser rei. Mas em seu caso a escolha de Deus foi de certa forma mais profunda. Davi não estava livre de erros mas Deus afinal lhe prometeu que não o rejeitaria em conta disso (2Sm 7:8-16). Ele seria punido mas Deus o preservaria. Davi casou-se com Mical, a filha de Saul, e tornou-se amigo íntimo de Jônatas, irmão dela, em razão do que também caiu sobre ele a inveja e a suspeita de Saul. Saul ficou transtornado e tentou matar tanto Davi como Jônatas (18.11; 19.1; 20.33). Davi foi obrigado a fugir da corte e tornar-se um foragido em seu próprio país.

    No fim, reacendeu em Saul o chamado original de livrar seu povo dos filisteus e ele comandou uma batalha desastrosa em Gilboa. Não aceitando ser capturado, o rei Saul cometeu suicídio, abrindo o caminho de Davi ao trono.

    De muitas maneiras, a carreira de Davi tipifica a de seu maior Filho, Jesus Cristo. Ambos foram confirmados por um profeta, Davi por Samuel (3.20; 16,13) e Jesus por João Batista (Mt 14:5; Jo 1:29-31; 5.31-35). O Espírito do Senhor veio sobre ambos (16.13; Mc 1:9-11). Ambos foram rejeitados por reis invejosos (18.9; Mt 2:16) e foram advertidos a fugir para salvar suas vidas (capítulo 20; 13 40:2-15'>Mt 2:13-15). Rejeitados também por seu próprio povo sem motivo (23.12; Jo 19:15), ambos aprenderam no exílio a depender de Deus.

    Título Os livros de Samuel têm tido vários nomes. A Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento) e a Vulgata (a tradução latina de toda a Bíblia) reúnem 1 e II Samuel a 1 e II Reis como Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto "Reinos" ou "Reis". A tradição judaica fazia distinção entre Samuel e Reis mas não dividia Samuel em dois livros até o século XV d.C.

    Esboço de 1 Samuel

    I. Antes da Monarquia: Deus Governa e Resgata o Seu Povo (capítulos 1:7)

    A. Homem de Deus: Samuel e Eli em Silo (capítulos 1:3)

    1. Nascimento de Samuel e Cântico de Ação de Graças de Ana

    (1.1-2.10)

    2. A Rejeição da Casa de Eli (2.11-36)

    3. A Iniciação de Samuel como Profeta (capítulo 3)

    B. Poder de Deus: A Arca de Deus e a Filístia (4.1-7.1)

    1. A Arca é Capturada pelos Filisteus (capítulo 4)

    2. A Arca na Filístia (capítulo 5)

    3. A Arca é Devolvida a Israel (6.1-7.1)

    C. Vitória de Deus: Samuel Contra os Filisteus em Mispa (7.2-17)

    II. O Começo da Monarquia: O Povo Exige um Rei (capítulos 8:12)

    A. Samuel Ouve e Deus Atende ao Pedido do Povo (capítulo 8)

    B. A Ascensão de Saul: Designação por Samuel e Aprovação em Batalha (capítulos 9:12)

    1. Saul Ungido por Samuel (9.1-10.16)

    2. Saul Selecionado Publicamente por Sorteio em Mispa (10.17-27)

    3. Saul Livra Jabes-Gileade dos Amonitas (capítulo 11)

    C. Samuel Promulga Advertências Sobre a Monarquia (capítulo 12)

    III. A Escolha do Povo: o Reino e a Rejeição de Saul (capítulos 13:15)

    A. Saul Contra os Filisteus: A Primeira Rejeição de Saul (capítulos 13:14)

    1. Jônatas Ataca os Filisteus: Saul Falha no Teste (capítulo 13)

    2. Jônatas Conduz o Povo à Vitória; Saul Fica Isolado (capítulo 14)

    B. Saul Contra os Amalequitas: Saul Rejeitado (capítulo 15)

    IV. A Escolha de Deus: Ascensão de Davi e Queda de Saul (capítulos 16:31)

    A. Ascensão de Davi Agrada a Todos menos a Saul (capítulos 16:18)

    1. Davi Ungido por Samuel e Apresentado a Saul (capítulo 16)

    2. Davi e Golias (capítulo 17)

    3. Davi e a Casa de Saul (capítulo 18)

    B. Saul Procura Matar a Davi (capítulo 19-23)

    1. Frustram-se as Tentativas de Assassinar Davi Feitas por Saul

    (capítulo 19)

    2. Jônatas Ajuda e Encoraja Davi (capítulo 20)

    3. Davi Engana Aimeleque em Nobe e Foge para Gate (capítulo 21)

    4. Saul Massacra os Sacerdotes de Nobe; Davi Livra o Povo de

    Queila (22.1-23.6)

    5. Saul Persegue a Davi mas é Impedido pelos Filisteus (23.7-29)

    C. Davi Preserva a Vida de Saul (capítulos 24:26)

    1. Davi Poupa a Vida de Saul na Caverna (capítulo 24)

    2. Abigail Impede que Davi Cometa um Assassínio no Litígio com Nabal (capítulo 25)

    3. Davi Poupa a Vida de Saul no Acampamento (capítulo 26)

    D. Davi Refugia-se entre os Filisteus; Saul Comete Suicídio (capítulos 27:31)

    1. Davi Foge para os Filisteus (capítulo 27)

    2. Saul e a Médium em En-Dor (capítulo 28)

    3. Davi Rejeitado pelos Filisteus (capítulo 29)

    4. Davi Recupera o Que Havia Sido Tomado pelos Amalequitas (capítulo 30)

    5. Saul, Ferido no Monte Gilboa, Tira a Própria Vida (capítulo 31)

    Mapa da página 387 em arquivo

    O Ministério de Samuel. Em Silo, Deus chamou a Samuel para ser seu servo e profeta. Como juiz, uma vez por ano, Samuel visitava Betel, Gilgal e Mispa. Também em Gilgal Samuel renovou a Aliança do reino com Israel e estabeleceu Saul como rei.

    Mapa da página 411 em arquivo


    Antes de Davi Tornar-se Rei
    . Perto de Jocó, Davi derrotou o gigante Golias (1Sm 17). Uma vez acendida a ira de Saul contra o pastor-soldado, Davi fugiu da presença dele.

    Sua jornada teve primeiro Nobe como destino, onde ludibriou o sacerdote Aimeleque para que lhe desse pão e a espada de Golias. Então buscou refúgio com o rei filisteu Aquis em Gate.

    As suspeitas dos filisteus forçaram Davi a continuar sua fuga, agora na caverna de Adulão, onde juntou-se a ele sua família. Após levar sua família para asilo em Moabe, aquartelou-se na fortaleza (1Sm 22:4) hoje conhecida como Massada.

    A perseguição de Saul, entretanto, não deixaria Davi estabelecer-se em um lugar determinado. Outras paradas foram em Queila, En-Gedi e, finalmente, Ziclague, o acampamento de Davi até mudar-se para Hebrom quando tornou-se rei de Judá.

    Declínio e Queda do Rei Saul (31.6)

    Causas

    Resultados

    Um sacrifício presunçoso (13 7:14)

    A perda do reino é predita (13.14)

    Uma maldição insensata (14.24-28)

    A maldição cai sobre Jônatas (14.43-45)

    Ter poupado a vida de Agague e rebanhos (15.7-9)

    A perda do reino (15.27 28)

    Ter perdido comunhão com (28.16, 17)

    Não obtém resposta à oração Deus (28.6)

    Consulta a uma médium (28.7, 8)

    A ruína é predita (28.19)

    Dá cabo da própria vida (31.4)

    O fim da dinastia (31.4-6)


    Genebra - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28
    *

    1.1–7.17 Deus governa e liberta o seu povo antes dos tempos da monarquia. Assim o faz suscitando Samuel (caps. 1–3), intervindo diretamente contra os filisteus (4.1–7.1), e dando a Samuel a vitória contra os filisteus (7.2-17).

    * 1:1

    um homem. Essa expressão com a genealogia que a acompanha sugere que Elcana era um homem de posição. A referência a uma esposa estéril (v. 2) assemelha-se à introdução ao nascimento de Sansão (Jz 13:2).

    Ramataim. Possivelmente significa "montanhas gêmeas." O nome ocorre somente aqui no Antigo Testamento. Talvez seja o mesmo que Arimatéia (ao noroeste de Betel) no Novo Testamento. A cidade natal de Samuel é usualmente chamada Ramá, uns oito km ao norte de Jerusalém (1.19; 2.11; 7.17; 8.4; 15.34; 19.18; 25.1).

    de Zufe. "Zufe" é tanto um nome pessoal (13 6:35'>1Cr 6:35) quanto um território (9.5).

    Efraimita. Efraim era seu lugar de origem, e não necessariamente a tribo dos seus antepassados (13 6:16-13.6.30'>1Cr 6:16-30, 13 6:33-13.6.37'>33-37).

    * 1:2

    duas mulheres. A poligamia é mencionada primeiramente em Gn 4:19. É reconhecida e regulamentada, porém não endossada, em Dt 21:15-17.

    não os tinha. Ana não tinha filhos e era provocada pela sua rival prolífica (vs. 6, 7). Uma esposa estéril, porém favorecida, que recebe como bênção de Javé um filho especial, não é incomum no Antigo Testamento. Ver Gn 18:1-15 (Sara-Isaque); 25:21-26 (Rebeca-Esaú e Jacó); 30:22-24 (Raquel-José); 13 2:7-13.5'>Jz 13:2-5 (esposa de Manoá-Sansão). No Novo Testamento, ver Lc 1:5-25 (Isabel-João).

    * 1:3

    Este homem subia. Talvez estivesse observando a "solenidade do SENHOR em Silo" (Jz 21:19), ou talvez fosse a uma cerimônia familiar (20.6). No Pentateuco (os cinco livros de Moisés, ou Torá) há referência a três grandes festas anuais de peregrinação (Êx 23:14-17; 34.18-23; Dt 16:1-17).

    SENHOR dos Exércitos. É aqui que esse título ocorre pela primeira vez no Antigo Testamento. "SENHOR" representa "Javé" em hebraico, o nome pessoal do Deus de Israel, em distinção à designação geral: "Deus." “Exércitos” é a tradução usual de outra palavra conforme o contexto, pode incluir as hostes de Israel (17.45), as hostes cósmicas ou os corpos celestiais (Dt 4:19), e as hostes angelicais (Js 5:14). De modo global, o título expressa a soberania do Senhor sobre todos os poderes terrestres e celestiais.

    Silo. A meio-caminho entre Siquém e Betel, Silo (atualmente Seilun) era um centro religioso israelita importante durante o período antes da monarquia (Js 18:1; Jz 21:19). O santuário ali (Jr 7:12) pode ter sido destruído pelos filisteus depois da batalha de Afeque (4.1-11).

    Eli. Assim como no caso de outras pessoas bem-conhecidas no Antigo Testamento (Josué, Êx 17:9; e Jônatas, 1Sm 13:2), Eli é apresentado pela primeira vez simplesmente com seu nome.

    * 1:5

    porção dupla. A expressão em hebraico é difícil, mas usualmente tem sido interpretada no sentido de uma porção especialmente honrosa. As tentativas de Elcana para diminuir a tristeza de Ana expressando seu amor por ela (v. 8) não surtiram efeito.

    o SENHOR a houvesse deixado estéril. A esterilidade de Ana não proveio do acaso, nem como forma de castigo (2Sm 6:23), mas estava debaixo do controle soberano do Senhor.

    * 1:6

    A sua rival. Ver nota em 1.2.

    * 1:7

    não comia. Ana se recusou a comer até que o Senhor respondesse à sua oração; compare as ações de Davi em 2Sm 12:16-20, e contraste com as de Saul em 1Sm 28:23-25. No Novo Testamento, o jejum freqüentemente acompanha assuntos sérios com o Senhor (At 13:2-3; 14.23).

    * 1:9

    templo. A menção de "pilares" aqui e "portas" em 3.15, bem como lugares de dormir em 3.2, 3, talvez sugira uma estrutura mais permanente do que a tenda dos tempos de Moisés. Outras designações para a estrutura em Samuel são "a casa do SENHOR" (v. 7; 3,15) e "a tenda da congregação" (2.22). Em 2Sm 7:6 fica claro que antes dos tempos de Davi o tabernáculo ou templo era uma tenda e não uma estrutura permanente.

    * 1:11

    voto. Sobre votos feitos por mulheres casadas, e a responsabilidade do marido de confirmá-los ou anulá-los, ver Nm 30:6-15.

    e de mim te lembrares. Ana pede, não simplesmente que o Senhor a mantenha em mente, mas que ele faça algo especial para ajudá-la.

    não passará navalha. O voto de Ana reflete elementos do voto do narizeado (Nm 6:1-21). Especificamente, trata-se de abster-se de uvas ou de qualquer coisa feita com uvas, deixar de cortar os cabelos, e evitar todo e qualquer contato com algum cadáver. Embora semelhantes votos geralmente fossem feitos por um período limitado de tempo, o de Ana era por "todos os dias" da vida do seu filho (ver Jz 13:5, nota).

    * 1:13

    embriagada. O fato de Eli ter concluído que Ana estava embriagada constitui-se em elemento estranho na narrativa porque sugere que o fervor na oração não era algo familiar a ele.

    * 1:16

    filha de Belial. Ou: “ímpia”. Ver referência lateral e 2.12.

    * 1:18

    o seu semblante já não era triste. As atitudes de Ana como modo de corresponder à bênção pronunciada no v. 17 evidenciam a sua fé.

    * 1:20

    Samuel. Vários significados do nome "Samuel" têm sido sugeridos, inclusive "ouvido por Deus" (referência lateral), "aquele que provém de Deus," "nome de Deus," e até mesmo "filho de Deus" (como aquele "dado" ou "prometido" por Deus). "Saul" provém do verbo hebraico "pedir," que ocorre freqüentemente nessa seção.

    * 1:21

    voto. Ver Lv 7:16 e nota.

    * 1:22

    desmamado. No antigo Oriente Médio, um filho era desmamado mais tarde do que freqüentemente é o costume hoje (2 Macabeus 7.27: "por nove meses te trouxe em meu seio e por três anos te amamentei"). O desmame pode também ter sido celebrado com uma festa (Gn 21:8).

    * 1.23 a sua palavra. Ou: “a palavra dele”. "A tua palavra" (de Ana) (referência lateral) talvez deva ser preferida aqui. Elcana, como marido de Ana (1.11, nota), invoca a ajuda do Senhor no cumprimento do voto de sua esposa.

    *

    1:24

    um novilho de três anos... odre de vinho. Segundo Nm 15:8-10, o cumprimento de um voto deveria ser acompanhado pela oferta de um novilho, farinha e vinho. Ana traz tudo, porém, em medida maior que a exigida.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Introdução ao Livro de I Samuel
    1 Smamuel

    Cronologia

    Os juizes começam a governar 1375 a.C. (1220 a.C.)

    Nasce Samuel 1105 (1
    083)

    Nasce Saul 1080

    Magistratura do Sansón 1075 (1
    083)

    Reinado do Saul 1050 (1
    045)

    Nasce Davi 1040

    Davi ungido; Goliat morre 1025

    Davi reina sobre o Judá 1010

    Davi reina em todo o Israel 1003

    Salomão coroado rei 970

    O reino dividido 930

    DADOS ESSENCIAIS

    PeROPÓSITO:

    Narrar a vida do Samuel, o último juiz do Israel; reinado e ocaso do Saul, o primeiro rei; eleição e preparação do Davi, o maior rei do Israel

    AUTOR:

    Possivelmente Samuel, mas além disso inclui escritos dos profetas Natán e Gad (1Cr 29:29)

    MARCO HISTÓRICO:

    O livro começa nos dias dos juizes e descreve a transição do Israel de uma teocracia (dirigido Por Deus) a uma monarquia (dirigido por um rei)

    VERSÍCULOS CHAVE:

    < E disse Jeová ao Samuel: Ouça a voz do povo em tudo o que lhe digam; porque não desprezaram a ti, a não ser me desprezaram, para que não reine sobre eles. Agora, pois, ouça sua voz; mas protesto solenemente contra eles, e lhes mostre como lhes tratará o rei que reinará sobre eles > (1Cr 8:7, 1Cr 8:9).

    PESSOAS CHAVE:

    Elí, Ana, Samuel, Saul, Jonatán, Davi

    < CORREDORES a suas marcas >, grita o encarregado de dar a ordem de partida e a multidão derruba sua silenciosa atenção nos atletas que caminham para a linha. < Preparados >... agora em posição, músculos tensos, esperando nervosamente ao som da pistola. Ressona! E se inicia a carreira. Em qualquer concurso, o começo é importante, mas o final o é ainda mais. Freqüentemente o corredor que vai à frente perderá força e ficará atrasado. E aí temos a tragédia do abridor brilhante que mantém o passo por um tempo, mas que nem sequer chega ao final. Renuncia à carreira, destruído, exausto ou ferido.

    Primeiro do Samuel é um livro de grandes começos... e finais trágicos. Começa com o supremo sacerdócio do Elí durante o tempo dos juizes. Como líder religioso, Elí sem dúvida deveu ter começado sua vida em estreita relação com Deus. Em seu diálogo com a Ana e na preparação de seu filho Samuel, Elí demonstrou um claro entendimento dos propósitos e a chamada de Deus (capítulos 1:3). Mas sua vida terminou na ignomínia quando Deus julgou a seus sacrílegos filhos e o arca sagrada do pacto caiu em mãos inimizades (capítulo 4). A morte do Elí marcou a decadência da influência do sacerdócio e o surgimento dos profetas no Israel.

    Ana dedicou a seu filho Samuel ao serviço de Deus. Chegou a ser um dos maiores profetas do Israel. Era um homem de oração que terminou a obra dos juizes, começou a escola dos profetas e ungiu aos primeiros reis do Israel. Mas inclusive Samuel não era imune a terminar mau. Como a família do Elí, os filhos do Samuel se separaram de Deus; aceitavam subornos e pervertiam a justiça. O povo rechaçou a liderança dos juizes e sacerdotes e clamaram por um rei < como têm todas as nações > (8.5).

    Saul também teve um bom arranco. De porte impressionante, este homem bonito (9,2) e humilde (9.21; 10,22) foi o eleito de Deus para que fora o primeiro rei do Israel (10.24). O começo de seu reinado esteve marcado por liderança (capítulo
    11) e valentia (14.46-48). Mas desobedeceu a Deus (capítulo 15), voltou-se ciumento e paranóico (capítulos 18:19) e finalmente Deus lhe tirou seu reino (capítulo 16). A vida do Saul continuou em marcada decadência. Obcecado matando ao Davi (capítulo 20-30), consultou a uma médium (capítulo
    28) e por último se suicidó (capítulo 31).

    Em meio dos sucessos da vida do Saul, aparece outro grande corredor: Davi. Um homem que seguia a Deus (13 14:16-7), Davi ministró ao Saul (capítulo 16), matou ao Goliat (capítulo
    17) e se converteu em um grande guerreiro. Entretanto, devemos esperar até o livro de 2 Smamuel para ver como terminou sua carreira.

    À medida que leoa o primeiro livro do Samuel, observe a transição da teocracia à monarquia, regozije-se com as histórias imortais do Davi e Goliat, Davi e Jonatán, Davi e Abigail, e observe o surgimento da influência dos profetas. Mas em meio da leitura de todas estas histórias e aventuras, proponha-se correr sua carreira de princípio a fim como uma pessoa de Deus.

    Bosquejo

    A. ELÍ E Samuel (1.1-7.17)

    1. Nascimento e infância do Samuel

    2. Guerra contra os filisteus

    Vemos um vívido contraste entre o jovem Samuel e os filhos do Elí. Os filhos do Elí eram egoístas, mas Samuel era serviçal. Os filhos do Elí defraudaram ao povo, mas Samuel cresceu em sabedoria e deu ao povo mensagens de Deus. Já adulto, Samuel passou a ser profeta, sacerdote e juiz do Israel. Os atos de uma pessoa refletem seu caráter. Isto aconteceu com o Samuel e com os filhos do Elí. Também acontece conosco. Lute, como Samuel, para manter seu coração puro ante Deus.

    B. Samuel E SAúL (8.1-15,35)

    1. Saul coroado rei do Israel

    2. Deus rechaça ao Saul por sua desobediência

    Saul parecia muito prometedor. Era forte, alto e modesto. O espírito de Deus veio sobre ele e Samuel foi seu conselheiro. Mas Saul desobedeceu deliberadamente a Deus e se voltou um rei perverso. Não devemos apoiar as esperanças nem o futuro em nosso potencial. Em vez disso, devemos obedecer sempre a Deus em todas os aspectos da vida. Deus avalia a obediência, não o potencial.

    C. SAúL E Davi (16.1-31,13)

    1. Samuel unge ao Davi

    2. Davi e Goliat

    3. Amizade do Davi e Jonatán

    4. Saul persegue o Davi

    5. Derrota e morte do Saul

    Davi matou rapidamente ao Goliat, mas esperou com paciência para que Deus lutasse com o Saul. Embora Samuel ungiu ao Davi para ser o próximo rei do Israel, teve que esperar anos para ver cumprida essa promessa. Freqüentemente, as circunstâncias difíceis na vida e os momentos de espera nos refinam, ensinam e preparam para as responsabilidades futuras que Deus tem para nós.

    Megatemas

    TEMA

    EXPLICAÇÃO

    IMPORTÂNCIA

    Rei

    devido a que o Israel sofreu por causa de juizes e sacerdotes corruptos, o povo quis um rei. Queriam a organização como as nações que os rodeavam. Embora era contrário a seu propósito original, Deus lhes escolheu um rei.

    O estabelecimento de uma monarquia não resolveu os problemas do Israel. O que Deus deseja é a entrega genuína de cada pessoa a ele. Nenhum governo nem conjunto de leis poderão substituir o governo de Deus na vida e o coração.

    Controle de Deus

    Israel prosperou enquanto que o povo viu deus como seu rei verdadeiro. Quando os líderes se separaram da lei de Deus, ele interveio em suas vidas e invalidou suas ações. Assim, Deus manteve o controle final sobre a história do Israel.

    Deus sempre está trabalhando neste mundo, mesmo que não vejamos o que faz. Não importa que classe de pressões devamos suportar nem a quantos mudanças devamos enfrentar, Deus tem todo o controle de nossa situação. Ao confiar na soberania de Deus, podemos enfrentar as situações difíceis de nossa vida com valentia.

    Liderança

    Deus guiou a seu povo utilizando diversas formas de liderança: juizes, sacerdotes, profetas, reis. Escolhido-los para estes diferentes ofícios, como Elí, Samuel, Saul e Davi, ilustram distintos estilos de liderança. Mesmo assim, o êxito de cada líder dependia de sua entrega a Deus, não de sua posição, estilo de liderança, sabedoria, idade ou força.

    Quando elí, Samuel, Saul e Davi desobedeceram a Deus, sofreram conseqüências trágicas. O pecado afetou o que obtiveram para Deus e a forma em que alguns criaram a seus filhos. Ser um verdadeiro líder significa permitir que Deus guie todos os aspectos de suas atividades, valores e metas, incluindo a maneira de criar a seus filhos.

    Obediência

    Para Deus < obedecer é melhor que os sacrifícios > (15.22). Deus queria que seu povo o obedecesse, servisse e seguisse com todo o coração e não que mantivera um compromisso superficial apoiado na tradição ou nos sistemas cerimoniosos.

    Embora sejamos livres do sistema de sacrifícios da lei judia, possivelmente continuemos confiando nas práticas externas para substituir o compromisso interno. Deus deseja que todo o trabalho e a adoração os motivem a uma entrega genuína e de coração a ele.

    Fidelidade de Deus

    Deus guardou fielmente as promessas que fez ao Israel. Respondeu a seu povo com tenra misericórdia e pronta justiça. Ao mostrar misericórdia, atuou com fidelidade em benefício de seu povo. Ao mostrar justiça, foi fiel a sua palavra e natureza moral perfeita.

    Porque Deus é fiel, podemos confiar em que ele terá misericórdia de nós. Entretanto, Deus também é justo e não tolerará rebelião em seu contrário. Sua fidelidade e amor desinteressados nos deve inspirar para nos dedicar por inteiro a ele. Nunca devêssemos abusar de sua misericórdia.

    LUGARES CHAVE EM 1 Smamuel

    1 Rsamá Samuel nasceu no Ramá. antes de seu nascimento, Ana, sua mãe, prometeu dedicar a seu filho para o serviço a Deus junto com os sacerdotes no tabernáculo em Silo (1.1-2.11).

    2 Silo Centro da adoração do Israel, onde estava o tabernáculo e o arca do pacto. Elí era o supremo sacerdote, mas seus filhos, Ofni e Finees, eram homens maus que se aproveitavam do povo. Samuel, entretanto, serve a Deus fielmente e ele o benzeu quando cresceu (2.12-3.21).

    3 Quiriat-jearim o Israel tinha disputas constantes com os filisteus e começou a tramar-se outra batalha. Ofni e Finees levaram o arca do pacto de Silo até o campo de batalha, acreditando que seu simples presencia daria a vitória aos israelitas. Os filisteus derrotaram aos israelitas no Eben-ezer e capturaram o arca. Entretanto, os filisteus descobriram logo que o arca não era o grande troféu de batalha que esperavam, já que Deus enviava pragas sobre cada cidade filistéia a que o arca se levava. Ao final, os filisteus a devolveram ao Quiriat-jearim no Israel (4.1-7.1).

    4 Mizpa A derrota levou aos israelitas a dar-se conta de que Deus já não os estava benzendo. Samuel reuniu ao povo na Mizpa e lhes pediu que jejuassem e orassem em arrependimento por seus pecados. A convocatória na Mizpa era um branco tentador para os confiados filisteus que avançaram para atacar. Mas Deus interveio e derrotou a seu poderoso exército. Enquanto isso, Samuel julgava casos por todo o Israel. Entretanto, quando Samuel envelheceu, o povo veio a ele no Ramá, onde vivia, lhe demandando um rei para igualar-se às outras nações. Na Mizpa, escolheu-se ao Saul por designação sagrada para ser o primeiro rei do Israel com a bênção, mas não a aprovação, de Deus e do Samuel (7.2-10.27).

    5 Gilgal Uma batalha com os amonitas demonstrou ao povo do Israel as habilidades de líder do Saul. Protegeu ao povo do Jabes do Galaad e obteve que o exército dos amonitas fugisse. Samuel e o povo coroaram ao Saul como rei do Israel no Gilgal (11.1-15).

    6 Vale de L Saul ganhou muitas outras batalhas, mas com o tempo se voltou arrogante, pecador e rebelde até que Deus finalmente o rechaçou como rei. Sem sabê-lo Saul, um jovem pastor e músico chamado Davi foi ungido para ser o seguinte rei do Israel. Mas antes passariam muitos anos para que Davi se sentasse no trono. É irônico, mas Saul contratou ao Davi para que tocasse o harpa em seu palácio. Saul chegou a querer tanto ao Davi que o fez seu guarda-costas pessoal. Em uma batalha em particular com os filisteus no vale de L, Davi matou ao Goliat, o capitalista soldado filisteu. Entretanto, a vitória foi o princípio do fim do amor que Saul sentia pelo Davi. Os israelitas elogiaram mais ao Davi que ao Saul, provocando que Saul sentisse ciúmes e tramasse matar ao Davi (12.1-22.23).

    7 O deserto Até os reis ungidos não estavam isentos de problemas. Davi literalmente fugiu do Saul para salvar sua vida, escondendo-se com seu grupo de seguidores no deserto do Zif (onde os homens do Zif o traíram uma e outra vez), no deserto do Maón e nas covas de Em-gadi. Mesmo que teve oportunidades de matá-lo, Davi se negou a fazê-lo porque Saul era o rei ungido Por Deus (23.1-26.25).

    8 Gat Davi transladou a seus homens e a sua família ao Gat, a cidade filistéia onde vivia o rei Aquis. Então Saul deixou de persegui-lo. Ao parecer os filisteus acolheram a este famoso fugitivo do Israel (27.1-4).

    9 Siclag Desejando intimidade em troca de sua fingida lealdade ao rei Aquis, Davi pediu uma cidade onde albergar a seus homens e a sua família. Aquis lhe deu Siclag. Daí, Davi dirigiu ataques inesperados contra as cidades dos gesuritas, gezritas e amalecitas, assegurando-se de que ninguém escapasse para contá-lo (27.5-12). Mais tarde, Davi conquistou aos amalecitas depois que atacaram Siclag (30.1-31).

    10 Monte Gilboa A guerra com os filisteus voltou a estalar no norte, perto do monte Gilboa. Saul, quem já não confiava em Deus, em um intento desesperado de contatar ao Samuel para lhe pedir ajuda, consultou a um feiticeiro. Enquanto isso, Davi foi enviado de retorno ao Siclag porque os comandantes filisteus não confiavam em sua lealdade na batalha contra Israel. Os filisteus massacraram aos israelitas no monte Gilboa, matando ao rei Saul e a três de seus filhos, incluindo o Jonatán. Sem Deus, Saul levou uma vida amargurada e desencaminhada. As conseqüências de seus atos pecaminosos não só o afetaram a ele, mas também causaram machuco a sua família e à nação inteira (28.1-31.13).


    Matthew Henry - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28
    1:1 O primeiro livro do Samuel começa nos dias quando os juizes ainda governavam ao Israel, possivelmente durante os anos finais da vida do Sansón. Samuel foi o último juiz do Israel, e o primeiro sacerdote e profeta que serve durante a época de um rei. Foi o melhor exemplo do que deve ser um bom juiz, ao governar ao povo por meio da Palavra de Deus e não por seus próprios impulsos. Samuel foi o homem que ungiu ao Saul como primeiro rei do Israel.

    1:2 Mesmo que muitos grandes líderes do Antigo Testamento tiveram mais de uma esposa (como Abraão, Jacó, e Davi), esta não foi a intenção original de Deus para o matrimônio. Gn 2:24 estabelece que no matrimônio, duas pessoas chegam a ser uma só carne. por que, então existiu a poligamia no povo de Deus? Primeiro, foi produzir mais prole para ajudar no trabalho do homem e para assegurar a continuidade da linha familiar do homem. Filhos numerosos era símbolo de posição social e de riqueza. Segundo, em sociedades onde muitos homens jovens morriam em batalha, a poligamia foi aceita como uma forma de sustentar às mulheres que de outra maneira se ficaram solteiras e, muito provavelmente, desamparadas. De todas maneiras, a poligamia freqüentemente causava sérios problemas familiares, como o vemos nesta história da Ana e Penina.

    1:3 O tabernáculo (tabernáculo de reunião) estava localizado em Silo, o centro religioso da nação (veja-se Js 18:1). Três vezes ao ano, todos os homens israelitas deviam assistir a uma festa religiosa que se celebrava no tabernáculo: a Páscoa com a Festa dos pães sem levedura, a Festa dos tabernáculos e a Festa das semanas (Dt 16:16). Elcana fazia esta peregrinação com regularidade para cumprir com os mandatos de Deus (para as regulações concernentes à peregrinação, veja-se Ex 23:14-17 e para mais sobre o tabernáculo, veja-a nota a Ex 40:34).

    1:6 Ana não tinha podido conceber filhos, e nos tempos do Antigo Testamento, uma mulher estéril era considerada uma fracassada. Sua esterilidade era uma vergonha social para seu marido. Os filhos eram uma parte muito importante da estrutura econômica da sociedade. Eram uma fonte de trabalho para a família e seu dever era cuidar de seus pais em sua velhice. Se uma esposa não podia ter filhos freqüentemente era obrigada, pelos costumes do antigo Meio Oriente, a entregar a uma de seus sirva a seu marido para ter filhos por ela. Mesmo que Elcana pôde ter deixado a Ana (um marido podia divorciar-se de uma esposa estéril), permaneceu dedicado a ela amorosamente apesar da crítica social e de seus direitos sob a lei civil.

    1:7 Parte dos planos de Deus para a Ana era o atraso de seus anos de fertilidade. Enquanto que Penina e Elcana olhavam as circunstâncias externas da Ana, Deus seguia adiante com seu plano. Pense naqueles a seu redor que estão lutando com o tempo que Deus toma em responder suas orações e que necessitam seu amor e ajuda. Ao ajudar a aqueles que estão lutando, você pode estar contribuindo a que permaneçam firmes na fé e confiados em que Deus trará satisfação a suas vidas em seu devido tempo.

    1:8 Ana sabia que seu marido a amava, mas nem sequer o ânimo que ele tratava de lhe dar a consolava. Não podia deixar de escutar as brincadeiras da Penina e permitia que suas palavras erodissem sua auto-estima. Embora não podemos evitar que outros nos critiquem injustamente, sim podemos decidir como reagiremos ante suas palavras hirientes. Em vez de enfrascarnos dentro de nossos problemas, podemos desfrutar das relações afetuosas que Deus trouxe para nossas vidas. Ao fazê-lo poderemos trocar a autocompasión por esperança.

    1:10 Ana tinha boas razões para sentir-se desalentada e amargurada. Não podia ter filhos; compartilhava seu marido com uma mulher que a ridicularizava (1.7); seu marido amoroso não podia resolver seu problema (1.8); e inclusive o supremo sacerdote interpretou mal seus motivos (1.14). Mas em lugar de vingar-se ou de perder a esperança, Ana orou. Levou seu problema a Deus com sinceridade.

    Todos nós podemos enfrentar momentos de "esterilidade" em nossa vida quando nada "damos a luz" em nosso trabalho, serviço ou relações. É difícil orar com fé quando nos sentimos tão ineficazes. Mas, como descobriu Ana, a oração abre o caminho para que Deus obre (1.19, 20).

    1:11 Tome cuidado do que promete em oração porque Deus aceitará sua promessa. Ana desejava um filho tão desesperadamente que esteve disposta a fazer um trato com Deus. Deus aceitou sua promessa, e o fato de que ela cumpriu com sua parte, apesar de ter sido muito doloroso, diz muito a seu favor (1.27, 28).

    Embora não estamos na posição de negociar com Deus, O ainda pode decidir responder a oração que leve anexa uma promessa. Quando você ora, pergunte-se: "Levarei a cabo as promessas que fiz a Deus se O responder a minha petição?" É desonesto e perigoso ignorar uma promessa, especialmente a Deus. Deus cumpre suas promessas e espera que nós cumpramos as nossas.

    1:18 Anteriormente, Ana tinha estado tão desalentada que tinha adoecido fisicamente e não podia comer. Agora, retorna a casa sã e feliz. A mudança em sua atitude pode ser atribuído a três fatores: (1) sua oração sincera a Deus (1.11), (2) o fôlego que recebeu por parte do Elí, (3) sua resolução a deixar seu problema com Deus (1.18). Este é o antídoto para o desalento: lhe diga a Deus como se sente realmente e deixe seus problemas com O. Logo confie no apoio de bons amigos e conselheiros.

    1.26-28 Para cumprir sua promessa (1.11), Ana renunciou ao que mais queria -seu filho- e o apresentou ao Elí para que servisse na casa de Deus. Ao dedicar seu único filho a Deus, Ana estava dedicando sua vida inteira e seu futuro ao. Já que a vida do Samuel era de Deus, Ana realmente não estava renunciando a ele. Mas bem, o estava retornando a Deus, quem o tinha dado a ela em primeiro lugar. Estes versículos nos mostram a classe de oferendas que deveríamos dar a Deus. São oferendas que nos custam pouco (as manhãs dos domingos, um dízimo cômodo), ou são oferendas de sacrifício? apresenta-se você ante Deus de maneira simbólica ou se apresenta ante O com toda sua vida?

    1:28 Provavelmente Samuel tinha três anos, a idade em que se acostumava desmamar aos meninos, quando sua mãe o deixou no tabernáculo. Ao dizer "o dedico também ao Jeová", Ana estava declarando que entregava ao Samuel a Deus, para um serviço de por vida. É obvio que ela não se esqueceu de seu filho tão querido. Visitava-o com regularidade. E cada ano lhe levava uma túnica igual a do Elí (2.19). Nos anos posteriores, Samuel viveu no Ramá (7.17), o povo natal de seus pais (1.19, 20).


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Introdução ao Livro de I Samuel

    O primeiro livro de Samuel

    por Charles R. Wilson

    Esboço


    Wesley - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28

    I. Consagrada e chamado (1Sm 1:1)

    Elcana, que era da tribo de Efraim, fielmente viajou para o santuário em Shiloh cada ano para adorar o Senhor. No entanto, Elcana teve um problema grave na família, que chegou a ter uma grande influência em sua vida religiosa.

    1. A situação de Hannah (

    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Introdução ao Livro de I Samuel

    Notas introdutórias

    1. Tema

    Samuel, Reis e Crônicas são livros históricos que registram o estabele-cimento da monarquia, seus anos de vitória e de derrota e o fim de um reino dividido. Quando lemos esses livros, destaca-se uma lição: "A jus-tiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos" (Pv 14:34). Sempre que a nação exalta a Deus, o Senhor exalta a nação; contudo, quando os governantes, os profetas e o povo afastam-se da Lei, Deus re-move sua bênção.

    Vemos essa verdade não ape-nas na história da nação em conjun-to, mas na vida pessoal dos líderes. Davi e Salomão desobedeceram a Deus e pagaram caro em sua família e vida pessoal.

    1. Os profetas

    Em um período de declínio espiritu-al, Deus enviou seus profetas para despertar o povo. Nesses livros, há diversos "profetas anônimos", como também servos de Deus famosos como Elias, Eliseu, Isaías, Joel, Amós, Jonas e Mica. Certifique-se de estu-dar seu dicionário, ou manual, bíbli-co para ver os paralelos entre a vida dos profetas e a história da nação.

    1. Os livros de Samuel

    Esses livros registram a transição do período dos juizes para a época de es-tabelecimento da monarquia. Samuel foi o último juiz e o primeiro profeta nacional. Ele ungiu Saul, o primeiro rei, e depois Davi, sucessor de Saul. Pode-se fazer um esboço dos dois li-vros juntos como mostramos a seguir:

    1. Samuel (1 Sm 1—7)
    2. Nascimento e infância (1-3)
    3. Início do ministério (4-7)
    4. Saul (1 Sm 8-15)
    5. Torna-se rei (8-10)
    6. Vitórias anteriores (11-12)
    7. Pecados e rejeição (13-15)
    8. Davi (1 Sm 16-2Sm 24:0 1Sm 1:7)
    9. O servo (1 Sm 18-19)
    10. O exílio (1 Sm 20-31)
    11. O rei (2 Sm 1-24)
    12. Seustriunfos (2 Sm 1-12)
    13. Suas provações (2Sm 1:3-10)
    14. Pecado pessoal (11-12)
    15. Pecado de Amnom (13)
    16. Pecado de Absalão (14-18)
    17. Inquietação nacional (19-24)

    Wiersbe - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28
    Nesses capítulos iniciais do livro, os eventos centram-se em três pessoas.

    1. Ana — uma mãe piedosa (1:1—2:11)
    2. Sua dor (1:1-10)

    Embora, desde o início, o padrão per-feito de Deus para a família fosse um marido e uma esposa, "por causa da dureza do [...] coração" (Mt 19:8) dos homens, Deus permitiu a poligamia. VejaDt 21:15-5. Elcana era um homem piedoso, porém tinha uma casa dividida, e sua esposa favo-rita, Ana ("graça"), carregava um far-do constante de dor por causa de sua esterilidade e da perseguição da outra esposa de Elcana.

    1. Sua súplica (1:11-19)

    Ana era uma mulher de oração, portanto não é de surpreender que seu filho, Samuel, fosse um grande homem de oração. O coração de Ana estava tão triste que ela deixou a festa sem comer e foi orar no ta- bernáculo. (Em 1:9, a palavra "tem-plo" significa apenas um "grande edifício público", e não se refere ao templo de Salomão, que ainda não fora construído.) Ana não "ne-gociou" com o Senhor; antes, ela provou sua espiritualidade ao ofe-recer de boa vontade a Deus o que tinha de melhor — seu primogêni-to. O versículo 21 sugere que seu marido concordou com o voto; veja tambémNu 30:6-4. Núme-Rm 6:0. "Por este menino orava eu." Que testemunho de uma mãe piedosa! Veja 2Tm 1:5. Se tivéssemos mais pais como Elcana e Ana, teríamos mais pessoas piedo-sas como Samuel. "Devolvido" sig-nifica "dado"; Samuel pertencia ao Senhor pelo resto de sua vida.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Introdução ao Livro de I Samuel
    O Primeiro Livro de Samuel

    Análise

    Os livros de Samuel registram a transição da teocracia para certo tipo de monarquia, e então o estabelecimento da monarquia. O relato tem início nos últimos dias dos juízes, e termina com um idoso Davi seguramente entronizado como rei sobre Israel e Judá. As duas outras grandes personagens da obra são Samuel e Saul.
    Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Era homem de profunda piedade e discernimento espiritual, inteiramente dedicado à realização dos propósitos de Deus referentes a Israel. Embora não fosse da linhagem araônica, sucedeu a Eli no ofício sacerdotal. Parece que foi o primeiro a estabelecer uma instituição para o treinamento de jovens para a chamada profética. Foi chamado para guiar a Israel em algumas das maiores crises de sua história, e chega quase à estatura do próprio Moisés. Sem qualquer vontade de sua parte, viu-se no papel de "fabricante de reis”, pois foi comissionado a ungir a Saul, o primeiro rei, e então a Davi, o maior dos reis de Israel.
    Saul, o rei, foi uma personagem enigmática. Sendo homem dotado de grande coragem física faltava-lhe, entretanto, aquela constância de propósitos essencial à grandeza. Seu temperamento volúvel pôs em perigo a todas as suas relações pessoais, e um temor mórbido de rivais em potencial perseguia à sua mente e afetava à sua razão. Partindo de um passado humilde, foi chamado a posição mais elevada da nação. No fim, sem qualquer realização que lhe desse direito de um sepultamento real, seus ossos foram levados de volta ao seu lugar nativo.

    Davi é uma das grandes personagens do relato bíblico. À semelhança de Saul, provinha de um passado humilde, mas seus dotes eram da mais elevada ordem. Nasceu como líder dos homens, capaz de conquistar e reter sua lealdade. Alguns de seus mais fiéis servos vieram de fora de Judá e Israel. Itai, por exemplo, era de Gate. Davi era um sábio administrador e um bom juiz da natureza humana. Sua capacidade em fazer, decisões imediatas é bem ilustrada na solução que apresentou para o delicado problema que surgiu em torno de Mefibosete (2Sm 19:24ss). Era um poeta altamente inspirado, cujas canções de louvor enriqueceram a adoração, primeiramente no templo e então na igreja cristã. O fato de haver-se elevado tão alto e a um tão grande custo deveria tê-lo feito um indivíduo forte, que se julgaria ser capaz de resistir à tentação. Infelizmente os seus poderes de resistência não eram maiores que os dos demais homens. Ainda mesmo quando fazemos o devido desconto por causa da época em que ele viveu, não se mostra um campeão quando defrontado com a tentação. A despeito dessa fragilidade, ele viu claramente os propósitos de Deus relativos ao Seu povo, e previu a vinda do Rei messiânico, a Quem retratou tão imperfeitamente em Sua vida. Os livros de Samuel provêem uma indispensável narração, no registro da relações de Deus com o povo de Israel, bem como no da sua preservação e preparação para seu duplo propósito: serem recebedores dos oráculos de Deus, e produzirem, no tempo devido, o "maior dos Filhos do grande Davi".

    Autor

    Em parte alguma se encontra informação sobre quem escreveu esses livros. Mas a declaração em 1Cr 29:29 sugere fortemente que Samuel foi seu co-autor, juntamente Natã e Gade.


    Russell Shedd - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28
    1.1 No cânon hebraico, os dois livros de Samuel formam um só. É um dos livros mais cristológicos, se não o mais cristológico do AT, pois o reino de Davi, todo ele, praticamente, refere-se ao reino vindouro de Cristo (ver 25.1n). Houve ou havia (heb vayehi)? A tradução exata desta locução verbal, que é formada por uma conjunção (vav, "e") e um verbo (hãyãh, "ser") no seu estado incompleto, é importante. Comumente se ensina que o vav hebraico tem duas funções: uma, de conjunção copulativa que liga palavras e frases entre si; e outra, de consecutivo que transforma o estado verbal, i.e., muda uma ação incompleta para uma completa, e vice-versa. Entretanto, consciente ou inconscientemente, é ignorada uma terceira função, a de "computador histórico” que liga entre si, não palavras ou frases, mas narrativas, quando o vav não pode ser omisso (a título de estilo vernacular, Mt 5:18) e o verbo não deve mudar de seu estado (aplicando mal um princípio gramatical). Assim, a tradução certa é: E havia, expressão que estabelece uma ligação com a narrativa anterior de Jz 21:25. "Houve" é uma tradução falha; cria uma nova narrativa e dá margem a especulações autorais subjetivas (colocando a data do livro, ou de partes dele, no tempo do exílio babilônico). Em:9.1, onde há a mesma locução verbal, encontramos uma tradução melhor:, "Havia"; embora falte a conjunção "e". Ramataim ou Ramá (7.17), lugar onde morrera Raquel, outra esposa amada, anteriormente estéril (Gn 35:16-19).

    1.2 Duas mulheres. Pelo Código de Hamurabi, se a primeira mulher, a amada, fosse estéril, o homem podia casar-se com uma segunda. A permissão era dada somente no caso de esterilidade. O mesmo dispositivo conjugal passou para a lei judaica (Dt 21:1517). Compreendido o fato, evitamos julgar mal certas personagens bíblicas.

    1.3 Senhor dos Exércitos ou Yahweh SebhãOth. Sebhã'oth tanto significa "exércitos" como "hostes celestiais" (refere-se a "anjos" em Gn 32:1 e a "estrelas" em Is 40:26), que lutam em favor das santos.

    1.16 Belial, "indigno", qualificativo que mais tarde evoluiu para o nome próprio "Maligno" (Satanás, 2Co 6:15).

    • N. Hom. 1.18 E o seu semblante não era triste. Foi esta frase que M. Lutero viu e que o tirou do desânimo quando agonizava em suas dúvidas, no Convento de Erfurt. Daí em diante começou a Reforma. Não há tristeza para quem:
    1) Sobe à casa do Senhor (7);
    2) Derrama a sua alma em oração (10, 15); e
    3) Cumpre seus votos (11,28).

    1.20 Samuel. "Seu nome é Deus". Ana refere-se ao nome dAquele que ouviu a sua oração (ver 3.20, 25.1).

    1.22 Desmamado. De acordo com Macabeus 7.27, as mães hebréias costumavam desmamar seus filhos aos três anos de idade. Como Samuel ficaria para sempre na presença do Senhor, é provável que Ana tenha prolongado o período de desmamar para uma idade mais avançada, de 4 a 6 anos.

    1.28 Devolvido ao Senhor. O voto de Ana em 1.11 foi de natureza a ser devolvido o objeto pedido, o verdadeiro significado de mordomia.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Introdução ao Livro de I Samuel
    1 e II Samuel

    LAURENCE E. PORTER

    No Antigo Testamento hebraico, le II Samuel, Josué, Juízes e l e II Reis são denominados “Profetas Anteriores” para distingui-los dos “Profetas Posteriores”, que nós chamamos de livros proféticos. Os livros Dt 1:0) se sobrepuseram por um tempo impossível de ser determinado. Além disso, nesses casos precisamos reconhecer que o número 40 era usado muitas vezes para denotar um número arredondado. Tabelas cronológicas são sugeridas pelos diversos livros-texto; como sugestão, podemos mencionar que F. F. Bruce, Israel and the Nations, e o New Bible Dictionary (K. A. Kitchen, T. C. MitchelI) datam a morte de Saul de 1010 a.C. e a de Salomão de 930 a.C. John Bright, History of Israel que representa a erudição moderadamente crítica, sugere 1000 a.C. e 922 a.C. respectivamente.

    Os livros de Samuel como literatura

    Esses livros, que relatam o estabelecimento da monarquia e a história épica do rei Davi, são revestidos de um estilo digno da fama literária do “doce cantor de Israel”. Nas seções puramente históricas, a descrição é vívida, a ação é rápida e a caracterização das personagens magnífica. Os anais da corte revelam uma percepção psicológica das melhores entre escritores criativos modernos. R. N. Whybray, The Succession Narrative (1968), contrasta esses capítulos com sagas bíblicas anteriores que estão no estilo de narrativas populares e nas quais a história é tecida com base em fontes anteriores; ele vê aqui algo mais parecido em natureza com o romance, avaliável com base nos padrões do romance moderno, o romance clássico desde o século XVIII, “um romance com uma trama conduzida a uma conclusão bem definida”. Usar a palavra “romance” pode ser um tanto enganoso, pois o leitor comum associa o romance à ficção, o que por definição é aquilo que não é verdadeiro. Mas aqui não se sugere nenhuma negação da historicidade; o termo indica a forma e a qualidade literárias do escrito. Uma obra pode ser um romance histórico e ao mesmo tempo história. O que Whybray diz acerca da narrativa da sucessão em geral é verdade a respeito de grande parte do restante Dt 1:0): “Foi-se a glória de Israel” (1Sm 4:21); “Até aqui nos ajudou o Senhor” (7.12); “já tem buscado o Senhor para Sl um homem segundo o seu coração” (13.14; ARG); “a glória de Israel não mente, nem se arrepende” (15.29); “apenas há um passo entre mim e a morte” (20.3); “a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o Senhor” (25.29); “hoje, caiu em Israel um príncipe e um grande homem” (2Sm 3:38); “somos como águas derramadas na terra” (14.14).

    Caracterização das personagens

    Essa ênfase poética é derivada em grande parte dos talentos musicais e literários de Davi; é apropriado observar aqui mais uma característica Dt 1:0,1Sm 13:14 e 15.28 dois relatos independentes da rejeição de Saul por parte de Javé, transmitidos por Samuel em Gilgal, e mesmo assim aparentemente inconscientes um do outro. Nesse relato da instituição da monarquia em 1Sm 8:9 muitos estudiosos identificam duas histórias completamente irreconciliáveis (mas v.comentário, ad loc.). Nesses casos, talvez até seja legítimo enxergar duas histórias entretecidas, mas se são contraditórias é outra questão.

    Há um segundo tipo de “repetição”; duas histórias apresentadas como incidentes separados na narrativa do AT são consideradas por muitos eruditos relatos duplicados do mesmo evento. São apresentados dois relatos de Davi sendo chamado à corte (1Sm 16:14-9; 1Sm 17:55-9), um capitão de mil soldados, um soldado profissional ou completamente armado, ou um oficial em sentido geral.

    Alguns estudiosos têm sugerido que os números de Nu 1:0) talvez seja pequena demais. Mas precisamos levar dois fatores em consideração: (a) “estamos nos aproximando do período em que o ímpeto inicial do ataque era conduzido por figuras representativas” (conforme Davi e Golias; os “doze soldados” de Abner e Joabe, 2Sm 2:14ss); e (b) um número tão pequeno poderia ser um problema sério nos dias em que o povo estava virtualmente desarmado (1Sm 13:22).

    1Sm 11:8,1Sm 11:11: 330 soldados profissionais poderiam ter liberto Jabes-Gileade; mas fazer 330.000 homens atravessarem o Jordão parece não ser tão exeqüível.

    1Sm 13:5: “trinta mil carros de guerra, seis mil condutores”. A letra hebraica lamedh (nosso t) era usada para representar 30; o final de Israel (no texto) pode ter sido repetido, tornando “mil” em “trinta mil”.

    1Sm 15:4,1Sm 15:5: “duzentos mil soldados de infantaria e dez mil homens de Judá”. Wenham ressalta o fato de que essa força enorme foi lançada contra uma vila fortificada; ele propõe como mais razoável: “duzentos soldados de infantaria e dez ’allupim de Judá”.

    2Sm 17:18: Aitofel sugeriu enviar uma força Dt 12:0 homens para perseguir Davi, mas, quando Davi deu ordens ao seu exército, “todo o exército ouviu” (18.5). Wenham sugere que 12.000 é um número elevado demais para que todos pudessem ouvir, e os 20:000 mortos Dt 18:7 também é muito alto; ele sugere 1.200 e 2.000 como números mais prováveis e afirma que eles podem ser fundamentados textualmente.

    De qualquer forma, parece que há aí um campo frutífero para estudos futuros.
    ANÁLISE
    I SAMUEL

    I.    ELI E SAMUEL (1.1—4.1A)

    1) 0 nascimento e a consagração de Samuel (1.1—2.11)

    a)    Elcana e sua família (1:1-8)
    b)    A oração de Ana por um filho é respondida (1.9—2.11)


    2)    Samuel com Eli no templo (2.12—4.1a)

    a)    Eli e sua família (2:12-36)
    b)    O chamado de Samuel (3.1—4.1a)

    II.    A ARCA DO SENHOR E OS FILISTEUS (4.1B—7.1)

    1)    Os filisteus invadem Israel (4.1b-5)

    2)    A arca do Senhor é levada (4:6-22)

    3)    A arca na terra dos filisteus (5:1-12)

    4)    O retomo da arca (6.1—7.1)

    a)    Os preparativos (6:1-9)
    b)    Bete-Semes (6:10-18)
    c)    Quiriate-Jearim (6.19—7.1)

    III.    SAMUEL E SAUL (7.2—15.35)

    1)    Samuel, o juiz de Israel (7:2-17)

    2)    A instituição da monarquia (8.1—12.25)

    a)    O povo exige um rei (8:1-22)
    b)    Saul é escolhido e ungido (9.1—10.16)
    c)    Saul é aclamado (10:17-27)
    d)    Saul demonstra a sua capacidade de liderança (11:1-15)
    e)    Samuel passa o bastão (12:1-25)


    3) As campanhas de Saul (13.1—15.35)

    a)    Estoura a guerra com os filisteus (13 1:23)
    b)    Jônatas e a derrota dos filisteus (14:1-46)
    c)    Resumo do reinado de Saul até esse ponto (14:47-52)
    d)    A guerra com os amalequitas: Saul é rejeitado como rei (15:1-35)

    IV. SAUL E DAVI (16.1—31.13)

    1)    Davi é aceito e depois rejeitado por Saul (16.1—20.42)

    a)    Samuel unge Davi (16:1-13)
    b)    Davi na corte de Saul (16:14-23)
    c)    Davi e Golias (17.1—18.5)
    d)    Davi se torna genro do ciumento Saul (18:6-30)
    e)    Jônatas é pacificador entre o seu pai e Davi (19:1-24)
    f)    O fugitivo Davi e o seu amigo Jônatas (20:1-42)


    2)    Davi é exilado
    e perseguido (21.1—26.25)

    a)    Davi em Nobe (21:1-9)
    b)    Davi busca refúgio com Aquis em Gate (21:10-15)
    c)    Davi em Adulão e Mispá (22:1-5)
    d)    A vingança de Saul contra os sacerdotes de Nobe (22:6-23)
    e)    Davi em Queila (23:1-14)
    f)    Saul persegue Davi: Davi poupa a vida de Saul (23.15—24.22)
    g)    Samuel morre: Davi, Nabal e Abigail (25:1-44)
    h)    Davi poupa Saul pela segunda vez (26:1-25)


    3)    Os anos decadentes de Saul: Davi entre os filisteus (27.1—31.13)

    a)    Davi vai a Aquis em Gate (27.1—28.2)
    b)    Saul em En-Dor (28:3-25)
    c)    Dúvidas dos filisteus acerca de Davi (29:1-11)
    d)    Davi marcha contra os amalequitas (30:1-31)
    e)    A batalha de Gilboa: Saul e Jônatas são mortos (31:1-13)


    NVI F. F. Bruce - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28
    I SAMUEL
    I. ELI E SAMUEL (1.1—4.1A)

    1) O nascimento e a consagração de Samuel (1.1—2.11)
    a) Elcana e sua família (1:1-8)
    v. 1. Elcana, um efraimita piedoso, ia anualmente adorar em Siló onde Eli e seus filhos ministravam no santuário. A harmonia da sua vida familiar era perturbada pela rivalidade entre as duas esposas, a estéril Ana, que era a preferida dele, e Penina, que tinha filhos. Hertzberg (p.
    66) comenta: “A história dos primórdios dos reis começa com todas as características exteriores de uma composição pastoril. Não lembra, contudo, o conto popular com personagens anônimas, visto que nos relata os nomes de todos os envolvidos”. Os ancestrais de Elcana são apresentados remontando ao seu bisavô; “efrateu” (ARC) significa efraimita, descendente de

    Efraim, embora lCr 6.33ss sugira que a família tinha uma origem levita. Zufe originou o nome não somente dos zufitas, mas também do “distrito de Zufe” (1Sm 9:5). Ramataim é a forma dual de Ramá, “o alto”; diversos lugares recebem esse nome; Jz 4:5 menciona um “nos montes de Efraim”.

    v. 2,3. Elcana tem duas esposas; a poligamia não era proibida, mas sempre resultava em discórdias domésticas, especialmente se uma mulher não tinha filhos. O lugar da peregrinação anual da família era Silá, entre Betei e Siquém. Embora Siquém e Mispá fossem mais próximas, Elcana certamente o escolheu em virtude da presença da arca. Em Siló, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli, eram sacerdotes do Senhor (v. 3).

    v. 4-7a. Quando Elcana apresentava o seu sacrifício, parece que as mulheres recebiam porções da refeição sacrificial, ocasião em que Penina escarnecia de Ana por esta não ter filhos. v. 5. porção dupla-, uma locução cujo significado exato tem causado muitas discussões. Ana é evidentemente a preferida, e mesmo assim ela recebe apenas uma porção, de acordo com a LXX e outras versões. A ARC resolve a aparente contradição ao dizer: “parte excelente”; a NVI traz “porção dupla”, como já citado; mas não há fundamentação para essa versão, com exceção de uma tradição rabínica antiga. S. R. Driver (Notes, p. 7ss) analisa diversas possibilidades e decide a favor da solução do AT grego de acrescentar a conjunção “embora”, “não obstante”, para destacar o contraste entre as duas afirmações. A BJ traz “porém a Ana, embora a amasse mais...” com uma nota de rodapé: “ ‘embora’, grego; hebraico corrompido”. D. F. Payne (.NEC, 3. ed., ad loc.) sugere que Penina recebia a porção maior porque Ana “não tem bocas a não ser a sua para alimentar”, v. 7a. “A ferida de Ana era reaberta anualmente na ocasião da refeição sacrificial em Siló” (McKane, p. 33). v. 7b. e ela [.Ana] chorava e não comia-, o tempo verbal aqui, diz Driver, sugere que a história está passando do que acontecia todos os anos para o que aconteceu em um ano específico. Ana expressa a sua angústia e tristeza, e Elcana tenta confortá-la.

    b) A oração de Ana por um filho é respondida (1.9—2.11)
    v. 9-11. Ana foi ao templo para derramar o seu coração diante do Senhor, quando terminou de comer. Hertzberg (p.
    25) diz que o texto aqui é incerto e sugere que ele implica que Ana não conseguia comer em virtude de sua aflição. O sacerdote Eli é mencionado, como no v. 3, sem apresentações; alguns estudiosos acham que ele foi apresentado num texto que está faltando atualmente, mas outras personagens aparecem no AT sem serem formalmente apresentadas, como Elias. santuário do Senhor-, evidentemente uma estrutura mais sólida do que uma tenda ou tabernáculo; tinha um “pilar” (v. 9; ARA) e “portas” (3.15); nos v. 7,24, é chamada casa do Senhor. Acima de tudo, era o santuário em que estava depositada a arca da aliança. O templo de Jerusalém obviamente só foi construído bem mais tarde.

    v. 12-18. Enquanto orava, Ana era observada por Eli da sua cadeira na entrada do santuário. Ele definiu a intensidade das emoções dela a partir da sua oração silenciosa, mas diagnosticou embriaguez. Negando a acusação dele, ela lhe contou das suas aflições e do seu voto de dedicar a criança que estava pedindo ao Senhor, ao serviço do santuário: “Não era possível renúncia maior”(Mauchline, p.
    47). Eli falou palavras de conforto e encorajamento, e ela partiu muito mais feliz.
    v. 19,20. Com o coração cheio de adoração e confiança de que a sua oração seria respondida, eles voltaram. Quando, no devido tempo nasceu o filho, deu-lhe o nome de Samuel, dizendo: Eu o pedi ao Senhor (v. 20). A etimologia do nome é incerta (pode significar “nome de Deus” ou, possivelmente “ouvida por Deus”), mas, como diz S. R. Driver (Notes, p. 16), “o nome Smffêl trazia à mente do autor a palavra sã’ül, “pedido”, embora não fosse de forma alguma derivado dela.

    v. 21-28. Elcana foi sozinho à festa seguinte em Siló, pois Ana ficou em casa até que a criança fosse desmamada, o que sem dúvida foi devidamente celebrado (conforme Gn 21:8). Os três então fizeram a viagem com ofertas de um novilho, farinha e vinho. v. 24. novilho de três anos: a ARC e a ARF trazem “três bezerros”, seguindo o TM; a NVI e a NTLH seguem o grego (conforme os MSS de Cunrã). As duas versões são possíveis; a NVI e a NTLH são mais prováveis. A criança foi entregue à custódia de Eli.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de I Samuel Capítulo 1 versículo 1

    INTRODUÇÃO

    Título. O título dos dois livros de Samuel vem da figura-chave dos primeiros capítulos de I Samuel. O nome hebraico Samuel tem tido muitas interpretações. Contudo, o significado sugerido por Genesius, o mestre germânico do hebraico, que é "O Nome de Deus", ainda parece manter o primeiro lugar entre os mestres da Bíblia.

    Data e Autoria. Como no caso de muitos outros livros do Velho Testamento, a data da autoria de I e II Samuel não é de todo conhecida. Parte da dificuldade em determinar a data está no fato de que muitas partes dos dois livros tratam de acontecimentos que ocorreram depois da morte de Samuel. A primeira parte de I Samuel poderia ter sido escrita em cerca de 1000 A.C., e o restante uns trinta a cinqüenta anos mais tarde. Embora o Talmude conceda a autoria dos livros a Samuel, é mais provável que o profeta só escreveu aquelas seções que tratam da história de Israel antes de sua saída do oficio público.

    Uma sugestão, muito interessante, é que Abiatar escreveu grande parte de I e II Samuel, especialmente aquelas partes que tratam da vida na corte de Davi. Abiatar estava intimamente ligado com a ascensão e sorte do grande rei de Israel, pois passou algum tempo com Davi em seu exílio. Além disso, procedia de família sacerdotal e assim tinha acesso à arte da escrita e guarda de documentos. Outra idéia é que um dos filhos dos profetas de uma das escolas fundadas por Samuel continuou escrevendo a história de Israel começada por seu mestre.

    Antecedentes Históricos. A chamada de Samuel para ser o profeta e juiz de Israel constituiu um momento crítico no desenvolvimento do reino de Deus no Velho Testamento. No período de transição da liderança das mãos de juizes divinamente escolhidos para a monarquia, Samuel teve a tarefa tremenda de orientar a reconstrução da unidade social e religiosa. Ele foi o instrumento divino para o estabelecimento do reino de Israel nesta grande crise nacional, apenas ultrapassada em importância pela experiência do Êxodo. A tarefa de Samuel foi a de liderar Israel na passagem do período dos Juízes para o dos reis.

    Ele concluiu a obra dos Juízes, não pela força física de seu braço somente, mas pelo poder espiritual de sua palavra e oração. Ele também estabeleceu os fundamentos do ofício profético e desenvolveu-o até o nível do sacerdócio e do reino. Desse período em diante, os profetas sustentaram e fomentaram a vida espiritual da nação e foram os instrumentos através dos quais a vontade de Deus foi comunicada ao governante e ao povo.

    COMENTÁRIO

    I. A Vida e Ministério de Samuel. 1:1 - 7:17.

    A. O Nascimento e a Infância de Samuel. 1:1 - 4:1a.

    1Sm 1:1. Um homem de Ramataim-Zofim. A LXX diz: um homem de Arimatéia (cons. Mt 27:57), um zufita. Ramataim, Elevação Dupla, é a forma dupla de Ramá, "elevação". De acordo com este livro, Ramá foi o lugar do nascimento (1Sm 1:19), residência (1Sm 7:17) e sepultamento (1Sm 25:1) do profeta Samuel. Costuma ser identificado com Beit Rima, uma aldeia na orla ocidental dos planaltos centrais da Palestina 19:3kms a noroeste de Betel e 19,3 kms a oeste de Silo. Zufe era um antepassado de Elcana (v. 1Sm 1:1) e Ramá, o lar de Samuel (1Sm 1:19), ficava na terra de Zufe (1Sm 9:5) morando em território efraimita. Isto não era coisa fora do comum, uma vez que os levitas não tinham território tribal mas habitavam entre as tribos em cidades específicas.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de I Samuel Capítulo 1 versículo 1
    1Sm 1:1 - Elcana, pai de Samuel, era efraimita ou levita, como indicado em 1Cr 6:16-30?


    PROBLEMA:
    Na curta referência genealógica em 1Sm 1:1, é dito que Elcana provinha da região montanhosa de Efraim. Entretanto, 1Cr 6:16-23, em que há um registro genealógico bem maior, indica que Elcana era levita. Qual das duas passagens é a correta?

    SOLUÇÃO: As duas. O fato de Eli ter levado Samuel para o serviço no templo como um aprendiz, e de ter Samuel posteriormente desempenhado as funções do sacerdócio dá suporte ao registro genealógico de que Samuel e seu pai Elcana eram da tribo de Levi. A afirmação feita em 1Sm 1:1 simplesmente destaca que Elcana vivia nas montanhas de Efraim. Todos os levitas eram designados a morar em certas cidades distribuídas pelas diversas tribos de Israel (Nu 35:6). É bem provável que Ramataim-Zofim, a cidade em que Elcana vivia, tenha sido uma dessas cidades designadas para os levitas. Elcana era levita por descendência, e efraimita por localização geográfica.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Introdução ao Livro de I Samuel
    I e II SAMUEL

    INTRODUÇÃO

    No texto hebraico os dois livros de Samuel formam um só, porque na realidade a atual divisão não vem apenas interromper a história de Davi, como a da catástrofe em Gilboa, em que Saul tomou parte. Os LXX consideraram os livros de Samuel e dos Reis como uma história única do reino, dividindo-a, no entanto, em quatro partes. Chamaram-lhes então "Livros do Reino" e a Vulgata apenas "Livros dos Reis", considerando os de Samuel Ct 1:0 lemos no hebraico: "As crônicas do rei Davi, eis que estão escritas nas crônicas de Samuel, o vidente (roeh), e nas crônicas do profeta (nabi) Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente (chozeh)". Houve, portanto, acontecimentos narrados por Samuel, Natã e Gade e o compilador das Crônicas fez alusão àqueles autores, enquanto nas suas obras se encontram dispersos "os sucessos" do rei Davi. Por outro lado, achamos que certas páginas das Crônicas contêm quase os mesmos acontecimentos que os dos livros de Samuel, com ligeiras alterações, evidentemente. Mas dá-nos a impressão que o autor das Crônicas tem à mão todos os elementos de que se serve, o que não acontece com o compilador de Samuel.

    Sabemos que alguns documentos eram conservados ao lado da arca, desde o tempo de Moisés, e Samuel foi educado em Silo, precisamente junto da arca. Nada mais natural que viesse a interessar-se pela história de Israel, e que a ampliasse até, uma vez que não lhe faltavam dotes de escritor. Recorde-se que, quando Saul subiu ao trono, foi Samuel quem preparou uma constituição para o reino "e escreveu-a num livro e pô-la perante o Senhor" (1Sm 10:25). Existia, pois, um documento escrito, e junto da arca. Em 2Cr 9:29 novamente se faz alusão a Natã, mas desta vez como autor da história dos feitos de Salomão. Outros profetas são ainda citados como fontes para a história daquele reinado.

    Há muitas mais referências no Velho Testamento aos profetas, como autoridades para a história de outros reinados. Temos, pois, a certeza que Samuel, Natã e Gade, ou foram autores diretos dos livros de Samuel, ou pelo menos dos seus escritos foram compilados os acontecimentos que compõem aquilo a que chamamos "Livros de Samuel".

    Quanto a Samuel, confirmam-no testemunhas contemporâneas, sabemos que viveu quase até ao fim do reinado de Saul. Natã e Gade sobreviveram a Davi. Importa sublinhar as íntimas relações de Davi não só com o próprio Samuel, como com a escola dos profetas em Naioth (cfr. 1Sm 19:18). Natã e Gade também andavam por vezes intimamente associados a Davi (cfr. 1Sm 22:5; 2Sm 24:11; 2Cr 29:25; 2Sm 7:2-10; 2Sm 12:25; 1Rs 1:8-11). Ninguém duvida da existência de crônicas oficiais do rei Davi, como se deduz de 1Cr 27:24.

    Havia ainda uma literatura poética da nação, tal como o livro do Reto (Jaser) (2Sm 1:18), que deve ter sido uma coleção de cânticos e baladas em honra dos heróis nacionais. Em fontes como estas é que o autor dos livros de Samuel se deve ter inspirado (cfr. 1Sm 2:1-9; 2Sm 3:33-10; 2Sm 22:1-10). Para mais pormenores cfr. o Apêndice II sob o título "A opinião crítica acerca das fontes e documentos".

    II. O NOME

    O fato de os livros terem o nome de Samuel é suficiente para demonstrar a estima em que ele era tido. Assim, entre os judeus era considerado um chefe nacional, um segundo Moisés. Se este libertou Israel das garras dos egípcios, dando-lhes uma lei e levando-os até à vista da Terra da Promissão, Samuel foi por Deus enviado para libertar também Israel, quando já as esperanças pareciam perdidas. Sob o ponto de vista espiritual e político a nação parecia virtualmente perdida, quando Eli estava prestes a deixar esta vida (cfr. 1Sm 4:12-9; Sl 78:59-19; Jr 26:6). Com Samuel surgiu uma maravilhosa renovação espiritual e uma nova esperança inundou os corações (1Sm 7:0). Se se chegar à conclusão de que se trata, na realidade, duma nota adicional, esta pode ter sido acrescentada muito depois da compilação.

    Seja como for, o livro deve ter sido compilado depois da morte de Davi (cfr. 2Sm 5:5), porque se indica a extensão do seu reinado. Antes do reinado de Roboão não deve ter sido, pois, já Israel se encontrava separado de Judá (cfr. 1Sm 27:6), atendendo a alusão aos "reis de Judá". Os LXX também admitem uma data posterior a Roboão (cfr. 2Sm 8:7; 2Sm 14:27). O estilo do livro assim o reclama, aliado ao fato de não se fazer referência a qualquer acontecimento passado depois daquela época.

    IV. CRONOLOGIA

    Damos a seguir a cronologia mais ou menos aproximada dos principais acontecimentos:

    Nascimento de Samuel-1090

    Vocação de Samuel-1080

    Morte de Eli. Samuel juiz-1070

    Saul sobe ao trono-1040

    Morte de Samuel-1015

    Morte de Saul em Gilboa-1010

    Davi rei de Judá-1010

    Davi rei de todo o Israel-1003

    Convém notar que se passa em silêncio uma grande parte da história de Saul, talvez um espaço de cerca de vinte anos. Era jovem, e possivelmente solteiro, quando foi eleito (1Sm 9:2). Os acontecimentos dos caps. 10 e 11 parece que sucederam aos do capítulo 9 com um intervalo pequeníssimo. Quando se torna a falar em Saul, já é pai dum valente soldado-Jônatas. Quer dizer que se passaram uns vinte anos, pelo menos. O principal objetivo do autor não é historiar a vida de Saul, mas, sim, a do grande Davi.

    APÊNDICE I-A ARCA DO CONCERTO

    Em hebraico a palavra é ’ aran, arca ou caixa. Na Vulgata Latina é arca e na Septuaginta kibotos. Era feita de acácia ou madeira de cetim e tinha 2 1/2 côvados de comprimento, 1 1/2 côvado de largura e 1 1/2 côvado de altura. (Conforme Êx 25:10; Dt 10:3). Era coberta de ouro e a parte superior suportava o propiciatório, o qual ficava encoberto pelos querubins, um de cada lado, de asas estendidas. A arca tinha uma argola de ouro em cada canto. Através das argolas passavam varas cobertas de ouro, a fim de poder ser transportada pelos levitas ou sacerdotes, sem que fosse necessário tocar-lhe. (Conforme Êx 25:10-20).

    Dentro da arca estavam as duas tábuas de pedra com o Decálogo (Êx 25:16; Êx 40:20; Dt 10:5). Em He 9:3 lê-se que continha também "o vaso de ouro que continha o maná e a vara que tinha florescido". De acordo com 1Rs 8:9 a arca nada continha senão as duas tábuas de pedra que ali haviam sido colocadas por Moisés. É evidente que pela altura em que se faz a descrição os outros artigos tinham já desaparecido.

    Os egípcios e outros povos antigos do Médio Oriente usavam, nos seus ritos religiosos, arcas com querubins. São-nos familiares representações do gênero. Parecem ter semelhanças com a arca do concerto. Clemente de Alexandria chama-lhes kistai mustikai.

    A arca era um objeto altamente sagrado e passou a ocupar o lugar Santíssimo quando o templo foi construído. Destinava-se a simbolizar a presença divina (Êx 30:6; Jz 2:1; Nu 10:33) e a preservar da violação as duas tábuas da Lei freqüentemente chamadas "o testemunho" como em Êx 40:20. É um elemento predominante nos dois livros de Samuel (ver 1Sm 3:3; 1Sm 4:3-9, 1Sm 4:17-9; 1Sm 7:1-9; 2Sm 6:1-10). A sua história posterior aparece desenvolvida em 1Rs 8:3-11; Jr 3:16.

    O nome "Arca do Concerto" é em hebraico ’ aron ha-berith, lit. "o cofre ou caixa do concerto". É também conhecida pelo nome, de a arca de Deus, a arca do testemunho etc.

    Críticos da escola avançada afirmam que a arca era um trono vazio transportado pelos israelitas quando estes abandonaram o Sinai e que eles julgavam ocupado por Yahweh, o qual ocupara, segundo criam, no Sinai, uma rocha de aspecto semelhante ao de um trono. Por isso, ao partirem, levaram uma imitação desse trono. Vários têm sido os escritores que, de uma maneira ou doutra, adotaram este ponto de vista. Note-se, todavia, que nunca, no Velho Testamento, a arca se descreve como sendo um trono; é sempre apresentada como sendo uma arca-mesmo pelos escritores que os críticos consideram mais antigos. Demais, os semitas, ao contrário de alguns arianos, jamais transportaram tronos vazios nas suas procissões religiosas. Outros críticos têm mantido que os israelitas acreditavam que Deus habitava na arca. A leitura atenta do Velho Testamento contraria este ponto de vista já que demonstra que Yahweh habitava "acima" da arca, entre (ou sobre) os querubins (conforme 1Sm 4:4; 2Sm 6:2).

    Outros pensam que a arca não era mais do que um fetiche dentro do qual se continham duas pedras provavelmente meteóricas. Certo professor aceita como natural esta interpretação, uma vez que os israelitas criam que a divindade habitava numa rocha do Sinai. É um ponto de vista em desacordo com todos os escritos do Velho Testamento. O símbolo especial da presença de Deus-a coluna de fumo ou de fogo-é sempre representado como algo que se manifestava "acima" deles ou que os precedia e não se relacionava com a arca. Até o pequeno Samuel, ao dirigir-se a Deus, sabia que Ele não estava contido na arca (1Sm 3:10). Não existe a mais ligeira prova que permita identificar a arca com um fetiche. É claro que a crítica mais radical nega a historicidade das tábuas da lei e, por conseqüência, a sua existência na arca. A única tradição ainda existente afirma, contudo, que as tábuas da Lei se encontravam na arca e admite-se que até as seções atribuídas a J e E (as mais velhas seções do Velho Testamento, de acordo com as teorias daquela escola) o reconhecem.

    Muito se tem dito a propósito de passagens como Nu 10:35: "Partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-Te, Senhor, e dissipados sejam os Teus inimigos" para provar que para os israelitas a arca era o próprio Yahweh ou que Ele nela habitava. Tais palavras apenas significam que Moisés invocava a Deus rogando-Lhe que fosse adiante de Israel como ia a arca. A atribuição de outro sentido a tais palavras só pode ser fruto de uma imaginação a todos os títulos despropositada.

    Os israelitas acreditavam, sem dúvida, na existência de uma relação especial da arca com Yahweh e que Ele freqüentemente lhes garantia a Sua presença com ela. Como qualquer outro símbolo sagrado, estava sujeita ao aviltamento da superstição, como quando os anciãos a levaram, qual talismã, para o campo de batalha, a fim de que ela lhes desse a vitória sobre os filisteus, esquecidos de que os seus pecados os tinham privado da presença divina (1Sm 4:3-9). Tais passagens não provam, como querem alguns comentadores, que a arca se destinasse a servir fins militares. Nada, na sua forma ou conteúdo, autoriza a supô-lo; mas associando-a o povo à presença divina, fácil seria cair no erro de acreditar que a sua mera presença lhes garantisse a vitória sobre os seus inimigos.

    A. M. Renwick

    APÊNDICE II = CRÍTICA DE FONTES E DOCUMENTOS

    I. INTRODUÇÃO

    Não vem a propósito encetar uma discussão acerca dos princípios sobre os quais os críticos liberais construíram uma teoria que lhes permite dividir o Velho Testamento por escritores desconhecidos como J, E, P, D, bem assim como por muitos outros com estes intimamente relacionados. Pensamos que esses críticos e a sua escola construíram as suas teorias sobre alicerces errados. Muitas das suas suposições basearam-se em idéias erradas e rejeitou-se sempre o elemento sobrenatural da revelação. Procurou-se, sobretudo, fixar as fontes de origem numa data recente, a fim de atribuir as elevadas concepções morais e espirituais do Velho Testamento a naturais princípios de evolução, eliminando assim o elemento sobrenatural ou, pelo menos, reduzindo-o ao mínimo. Para os críticos liberais, os livros de Samuel comprovam, ainda mais que os do Pentateuco, a existência de autores muito diversos.

    a) A teoria das "duas fontes"

    Muito se tem explorado a suposta existência de duas fontes- uma hostil à monarquia e a outra favorável. A primeira encontra-se em 1Sm 8:1-9; 1Sm 10:17-9; 1Sm 12:1-9; a última em 1Sm 9:1-9, 1Sm 11:15.

    Certo professor atribui a parte do livro supostamente hostil à monarquia, bem como algumas outras passagens de Samuel, ao escritor D. Este escritor da escola deuteronômica teria vivido durante o exílio, época em que, com maior acuidade se tomou consciência das deficiências da monarquia. Imbuído das idéias teocráticas do seu tempo, pintou a introdução da monarquia com cores carregadas, apresentando-a como um rompimento com a teocracia de instituição divina. Ao apresentar este ponto de vista, o referido professor alinha com outros críticos, todos unânimes em atribuir esta parte do livro a D.

    A estes opõem-se outros críticos que atribuem estas passagens a E, escritor do hexateuco, embora posteriormente revistas por D. Um outro crítico considera a maior parte dos livros de Samuel pré-deuteronômica, pelo que este, bem como outros críticos, discordam das outras eminentes autoridades acima citadas quanto ao período e à autoria das referidas passagens. Note-se a divergência. Reclama-se, constantemente, para os especialistas, a capacidade de distinguir perfeitamente a diversidade das fontes de origem-capacidade que vai ao ponto de poderem, com segurança, atribuir metade de um versículo a uma origem e a outra metade a outra; contudo as maiores autoridades estão divididas quanto à classificação de certas e importantes fontes em deuteronômicas ou pré-deuteronômicas. Não podem, em suma, decidir se importantes seções dos livros de Samuel foram escritas numa data tão recente como 450 A.C. (no tempo de Esdras) ou numa época tão recuada como 750 A.C.

    b) Descrições duplas

    Certos críticos têm-se ocupado muito das chamadas "descrições duplas" de certos acontecimentos relatados em Samuel. As referidas descrições são freqüentemente consideradas contraditórias, atribuindo-se-lhes origens e tradições diferentes. A secção IV fornecerá alguns exemplos que poderão constituir matéria de estudo.

    c) A primeira apresentação de Davi a Saul-sua época e modo

    Estas, bem como as referências à amarga inveja que Saul tinha a Davi, têm levantado grandes dificuldades (Conforme 1Sm 16:14-9 e 1Sm 17:18).

    Determinado professor acredita que foram feitas grandes adições ao texto mais antigo; estas dever-se-iam a um escritor posdeuteronômico e seriam posteriores ao ano 200 A.C. Argumenta-se que não estavam presentes no texto hebraico usado pelos tradutores da Septuaginta por volta de 200 A.C., o que explicaria a razão por que esta versão não inclui certas seções que se encontram no texto hebraico. O ponto de vista apresentado por aquele professor, quanto ao texto dos cap. 17 e 18, é igualmente o de muitos outros. Por outro lado, certos críticos de responsabilidade adotaram o ponto de vista oposto, declarando que a Septuaginta cortou 1Sm 17:12-9, 1Sm 17:41, 1Sm 17:50, 1Sm 17:55-9 a fim de harmonizar a narrativa.

    As questões levantadas por 1Sm 17:18 são tratadas em nota especial no exame desses capítulos.

    d) O argumento do estilo

    Como noutras partes do Velho Testamento, afirma-se existirem diferenças de estilo em diversas partes de Samuel, diferenças que se apresentam como prova de origens divergentes. Pode, todavia, ser posta em dúvida a validade de um argumento que se baseia no estilo. É unânime a opinião de que Samuel se caracteriza pela notável pureza do seu hebraico que sugere a idade do ouro da literatura hebraica. Se os livros de Samuel fossem obra de uma variedade de autores de diferentes séculos, a pureza de estilo seria, necessariamente, afetada.

    Muitos comentadores se têm referido à unidade de plano aparente nos dois livros de Samuel. Essa unidade não condiz com os numerosos autores ou compiladores postulados por certas autoridades. Não permitiria mesmo a existência de dois autores. Certo comentador bíblico admite que a seção de 1Sm 1:14 (que trata do estabelecimento da monarquia) conduz naturalmente à seção 1Sm 15:31 (sobre Saul e Davi) chegando mesmo a pressupô-la. Depois acrescenta: "algumas das narrativas contidas em 1-II Samuel apontam para as que se lhes seguem ou as antecedem e estão de tal forma ligadas entre si que nos não ficam dúvidas quanto à existência de um único e mesmo escritor: não é este, todavia, o caso de todas..." É uma declaração que, a despeito da restrição posta, não deixa de ser significativa.

    Existem, além disso, certas expressões que se repetem através de ambos os livros como "como vive a tua alma", "filhos de Belial", "Jeová dos exércitos", "assim Deus me faça e outro tanto", "desde Dã até Berseba", "bendito sejas tu de Jeová", etc. Tais expressões, aparecendo em diferentes seções do livro, apontam-nos para um único autor. Não nos parece convincente a refutação de certos comentadores que argumentam serem essas frases correntes na fraseologia da época. A estar certa a tese dos críticos liberais então as diferentes seções de Samuel seriam provenientes de épocas igualmente diferentes.

    II. TENTATIVAS CRÍTICAS COM VISTA A UMA SOLUÇÃO

    Dadas as supostas diferenças de opinião e as supostas contradições bem assim como as pretensas diferenças de estilo e as numerosas "descrições duplas", os críticos dividiram Samuel em diversas fontes deixando a vários compiladores e redatores a responsabilidade das supostas discrepâncias. Baseando-se em dois comentadores os críticos encontram em Samuel dois extratos principais-um mais antigo e outro mais recente. O primeiro é atribuído a J do Pentateuco; e o segundo a E. Um daqueles comentadores, reconhecendo, todavia, que há partes, na obra de E, em que a feição eloística não transparece com a mesma força, socorre-se da designação E2. Estas seções teriam sofrido a influência dos ensinamentos proféticos do séc. VIII, especialmente de Oséias.

    A narrativa mais antiga (J) fixa-se no séc. IX; e pertence ao VIII; e E2 fixa-se no fim do séc. VIII ou princípios do VII.

    A crítica atribui ainda a Rje a combinação das duas narrativas. Tudo se realiza antes do período deuteronômico que começa em 621. Depois postula-se um outro redator D para um período posterior. Note-se que estes críticos, se bem que acordem quanto aos pontos principais, divergem no que diz respeito a J e E2.

    Um outro professor divide as duas fontes principais, Sl e Sm. A primeira teria sido escrita pouco depois da morte de Salomão; descreve resumidamente a vida de Saul, relata a vida de Davi na corte de Saul e como fugitivo e a história do reinado de Davi. Sm, de idéias teocráticas, escrito de um ângulo diferente, descreve a vida e atos de Samuel, as primeiras aventuras de Davi e parte do seu reinado. Esta obra (Sm) seria posterior ao exílio. Quanto à data e ponto de vista de Sm, é evidente que a opinião deste professor diverge muito da dos outros críticos no que se refere a E, visto que estes o fixam no século VIII A.C.

    Passamos a citar um outro professor que nos dá um exemplo das diferenças existentes entre dois críticos de responsabilidade. E fazemo-lo como ilustração das numerosas divergências em matéria de importância primacial: "O Dr. D. que aqui se não mostra extremista, isola 1Sm 1:7. 1Sm 1:1 dos capítulos que se seguem, baseando-se no fato de até aí aparecer Samuel apenas como "profeta"; a partir de 1Sm 7:2 Samuel é apresentado como "juiz". Contudo, todos estes capítulos (1-7) são atribuídos pelo professor P. ao seu narrador teocrático (Sm) -o mesmo que representa Samuel como "juiz". Um outro caso que demonstra a diversidade de posições tomadas por diferentes críticos à volta de uma questão é o que se encontra relacionado com os sumários de 1Sm 14:47-9, 2Sm 8:1-10. Diz certo crítico: "a presente forma dos livros de Samuel deve-se, em grande medida, a um autor da escola deuteronômica cuja pena ressalta, concludentemente, nos últimos sumários".

    Acerca dos mesmos sumários escreve um outro crítico: "O seu conteúdo (o do cap.
    15) adapta-o à posição que agora ocupa no livro, depois do fecho formal da história do reinado de Saul (1Sm 14:47-9) e antes da apresentação de Davi".

    E continua: "o cap. 8 (2Sm 8:0, que se supõem provenientes da mais velha fonte de Samuel; a classificação desta é variável: tanto pode ser J como Sl, M, etc.

    a) Passagens hostis à monarquia

    "Então todos os anciãos de Israel se congregaram e vieram a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos: constitui-nos pois agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações. Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor" (1Sm 8:4-9).

    Será surpreendente que a Samuel desagradassem as palavras dos anciãos de Israel? Após uma vida de constante labor na qual a glória de Deus e o bem do povo haviam constituído o seu principal objetivo, Samuel é ingratamente posto de lado pela nação à qual consagrara toda a sua vida. O que os anciãos lhe diziam dos filhos era verdade, mas uma verdade que apenas intensificava a sua angústia. Samuel não pertenceria, de fato, à frágil humanidade se não se sentisse vivamente ferido com um pedido que era, afinal, o desejo de se desembaraçarem dele.

    Mas pior que o fator pessoal era a atitude do povo para com Deus que tantas vezes os livrara e socorrera durante o governo sacerdotal. Surgira, sem dúvida, uma geração que esquecera a maravilhosa misericórdia do Senhor. Se Israel seguisse a Deus e Lhe obedecesse, a nação prosperaria e estaria segura. Foi o seu afastamento de Deus que determinou a falha da teocracia e mais tarde seria responsável pela falha da monarquia. Nada havia nas nações que rodeavam 1srael ou nos despóticos reis que as governavam que pudesse provocar admiração. Contudo Israel queria imitá-las. Queriam um soldado que os dirigisse e os livrasse dos seus inimigos "como... todas as nações". Era na verdade preciso que estivesse muito avançado o seu estado de deterioração para que Israel desejasse imitar as nações circunvizinhas e os seus métodos, em vez de se voltar humildemente para Deus. Mesmo com um rei, seria ainda possível a teocracia. Não se tratava de um conflito entre a monarquia e a teocracia. Era o baixo nível espiritual do povo que, sobretudo, afligia Samuel.

    O profeta ora ao Senhor e é-lhe revelado que o grande pecado do povo é contra Deus. Eles tinham-No abandonado tal como os seus pais o haviam já feito (1Sm 8:7-9). Deus diz a Samuel que atenda à voz do povo. Eles tinham-se mostrado indignos dos altos privilégios que lhes cabiam; receberiam agora o que queriam e a sua escolha seria o seu castigo (conforme Sl 106:15 e estabeleça-se o paralelo).

    Em 1Sm 8:11-9 Samuel avisa-os do costume do rei. Ele reinaria em esplendor e teria uma guarda de corpo, carros e cavaleiros como os reis das nações circundantes; mas eles ficariam sujeitos a grandes e cruéis extorsões e a trabalhos forçados. Esperavam-nos o despotismo e a opressão.

    Tem-se afirmado que tais palavras não poderiam ter sido escritas senão depois do exílio, período em que o povo conheceu e experimentou o amargo jugo de muitos e maus reis. Mas não havia necessidade de esperar por essa época. O despotismo, a crueldade e o espírito de vingança de antigos governantes estavam ainda na memória de todos. Os seus antepassados tudo isso haviam conhecido no Egito, sob o domínio do Faraó e os pequenos estados que os rodeavam gemiam sob a opressão de tais governantes. A verdade é que, sem o temor de Deus não há bons governantes. O povo de Israel, em vez de procurar a Deus, decidiu ter um rei como as demais nações. Sugeriu que Samuel não tivesse podido proferir as palavras de 1Sm 8:11-9 e que só depois do exílio pudessem ter sido escritas, é simplesmente absurdo. O mundo, desde as suas épocas mais remotas, sempre conheceu os males de que nos falam estes versículos. Só a lei de Deus podia mostrar como esses males se evitavam e Israel desprezou essa lei.

    b) Passagens favoráveis à monarquia

    1. 1Sm 9:1-9). Considera-se esta passagem parte da última versão (teocrática) da eleição de Saul-a qual teria sido escrita depois de 621 A. C., durante o exílio ou num período posterior a este. Os versículos anteriores do capítulo (1Sm 10:1-9) consideram-se integrados na narrativa mais antiga favorável à monarquia. Nesses versículos, Samuel mostra-se extremamente gracioso para com Saul. O fato explica-se facilmente: Deus mostrara-lhe como devia preceder para com Saul e como devia ungi-lo rei. A unção faz-se secretamente. Agora em 1Sm 10:17-9 descreve-se-nos o grande ajuntamento nacional em que ele é publicamente eleito. Samuel prefacia o cerimonial com uma terrível exposição da baixa condição espiritual que levara o povo a desejar um rei e alude ao seu esquecimento da misericórdia com que Deus es favorecera no passado. O Senhor sempre os livrara quando eles O haviam seguido -livrara-os mesmo sem um rei. Agora, todavia, Deus satisfizera o seu desejo; e o rei fora escolhido por Deus na sua presença. "E declarou Samuel ao povo e direito do reino e escreveu-o num livro e pô-lo perante o Senhor" (1Sm 10:25).

    Embora Yahweh já não reinasse sobre eles precisamente da mesma maneira, o Seu concerto e a Sua lei ainda vigoravam e deveriam ser observados. Tanto o rei como e povo verificariam que só andando nos caminhos de Deus seria possível assegurar a prosperidade e a paz à nação. É difícil descobrir em que se choca esta seção com as seções de Samuel já consideradas.

    3. SAUL É CONFIRMADO REI EM GILGAL (1Sm 11:1-9, 1Sm 11:15). Esta passagem considera-se proveniente da fonte mais antiga, pró-monarquia e seqüência de 1Sm 10:16.

    Depois da sua escolha em Mispa, Saul retirara-se para a herdade e continuava e seu trabalho habitual. Por qualquer razão não se julgara oportuno que assumisse imediatamente as suas funções de rei, talvez devido à oposição dos "filhos de Belial" (1Sm 10:27).

    Assume a chefia quando Naás, o amonita, ataca Jabes-Gileade. As brutais condições Impostas por Naás (1Sm 11:2) são típicas dos grandes senhores e revelam quão baixo Israel descera ao desejar um rei como e que possuíam "as outras nações". A atitude do povo de Jabes é igualmente um índice do seu declínio espiritual (1Sm 11:1). Em Gibeá não é menor a degenerescência: o povo chorando como crianças mas sem se lembrar de invocar a Deus. Tais episódios, em vez de confirmarem as teorias da crítica liberal, provam que Samuel tinha razão ao repreender o povo pelo seu afastamento de Deus nas seções do livro que (ao contrário desta) se supõem teocêntricas. A seção monárquica de que nos ocupamos revela, tão claramente como a teocêntrica, a deterioração espiritual do povo.

    Saul, orientado pelo espírito de Deus, reúne o povo, transmite-lhe nova vida e ganha uma esmagadora vitória sobre Naás e os amonitas. O povo vitoria-o entusiasticamente e a sua fama espalha-se por toda a terra de Israel. Samuel reúne o povo em Gilgal para aí se renovarem os votos de obediência a Saul (vers. 12-14). A maioria dos críticos modernos mantêm que a descrição do ajuntamento em Gilgal (15) é a versão mais antiga da nomeação de Saul e que a convocação de Mispa (1Sm 10:17-9) é a última versão (deuteronômica ou exílica). Afirmam que 1Sm 11:12-9 é uma interpolação de um escritor mais recente cujo objetivo era harmonizar as duas descrições. As duas descrições não são, todavia, necessariamente incompatíveis. O grande ajuntamento em Gilgal era de caráter inteiramente nacional. Em Mispa houvera forte oposição; agora Saul é confirmado rei pela nação inteira que, unanimemente o considera seu chefe. A diferença entre a eleição de Mispa e a confirmação de Gilgal é de certo modo semelhante à que existe entre a proclamação de um rei e a sua coroação.

    4. O DISCURSO PROFERIDO POR SAMUEL EM GILGAL (1Sm 12:1-9). De acordo com os muitos críticos, este discurso procede da mesma fonte teocêntrica que os capítulos 7:8 e devia ser a seqüência natural de 1Sm 10:20-9. Se é correta a interpretação já por nós apresentada, o discurso situa-se bem em Gilgal. Samuel sentira-se pessoalmente e profundamente atingido ao ser-lhe pedido que instituísse um rei; mas pusera de parte o seu ressentimento e prosseguira. Deus indicara-lhe já a Sua vontade e as suas funções sacerdotais junto do povo eram as mesmas. O profeta conduz-se magnanimamente em todas as circunstâncias, mostrando uma atitude a todos os títulos digna de um servo de Deus.

    Não se trata de um discurso estritamente de despedida. Samuel não se retira, não abandona as suas funções, antes promete continuar as suas intercessões pelo povo e prosseguir na sua missão profética. Continuou, de fato, a intervir vigorosamente como profeta nas questões de Israel até à sua morte, a qual ocorreu alguns anos antes da de Saul.

    Quando Saul assume as responsabilidades políticas da justiça, Samuel aproveita a ocasião de rever a sua capacidade de administrador. O discurso proferido por Samuel é um dos mais nobres discursos jamais preferidos. Longe de ser uma representação idealista elaborada séculos depois pela escola teocêntrica do período do exílio ou duma época posterior a este, o discurso deixa uma impressão de verdade histórica e nada contém que se não harmonize com as passagens anteriores.

    Se se não pode provar que as narrativas de 1Sm 8:12 provém de fontes independentes e contraditórias, uma mais antiga que a outra, então será igualmente impossível provar que a tais fontes contraditórias se deve qualquer outra parte do livro; dada a veracidade dessas fontes, nenhuma seção, melhor do que esta (capítulos 8:12) poderia provar a sua existência. Eis por que tratamos extensivamente do assunto.

    IV. OUTRAS INCOMPATIBILIDADES E DESCRIÇÕES DUPLAS

    Discutiremos aqui apenas alguns casos, já que de outros se trata no comentário ao texto.

    a) Terafim

    Eram imagens de deuses particulares eu familiares (penates) talvez com forma humana. Constituíam um vestígio da idolatria trazida da velha pátria síria (Conforme Gn 31:19, 34). Eram proibidas pelas leis contra a idolatria. Como Mical não é repreendida pelos ídolos que usa, atribui-se 1Sm 19:13 a um documento antigo enquanto 1Sm 15:23, onde Samuel considera a idolatria a par da feitiçaria, se atribui a uma data posterior em que os ensinamentos proféticos já teriam produzido es seus efeitos.

    Não é todavia legítima concluir que es ídolos fossem geralmente considerados permissíveis no tempo de Mical. É possível que Davi não suspeitasse da existência desses ídolos na sua casa (Conforme Jacó e Raquel, Gn 31:34).

    Após tantos séculos de Cristianismo ainda se encontram em muitos países vestígios de paganismo e superstição: o uso de mascotes, a realização de certas cerimônias, a fogueira anual (regresso ao druidismo etc.). Tais costumes persistem e não é de admirar que Mical, mulher aparentemente nada espiritual, possuísse ídolos. O escritor não interrompe a emocionante história da fuga de Davi para se demorar no aspecto religioso dos ídolos. O mesmo fazemos nós: nem sempre denunciamos as práticas supersticiosas correntes entre nós mesmo quando a elas nos referimos. Conclui-se, naturalmente, que os cristãos profundamente religiosos as condenam enquanto outros as cultivam.

    A referência de Samuel aos ídolos, em 1Sm 15:23, associando-os à iniqüidade, vem a propósito no decurso da sua repreensão a Saul. Da mesma maneira se podem condenar hoje, num sermão, algumas das nossas vulgares práticas supersticiosas. Nada justifica a afirmação de que 1Sm 15:23 pertence a um período posterior ao de 1Sm 19:13.

    b) A origem do provérbio "Está também Saul entre os profetas?" (1Sm 10:11). A data da inserção deste segundo incidente é fixada por alguns numa época muito posterior (pós-redacional) e considerada produto da tradição e da lenda.

    A propósito de 1Sm 19:18-9, escreve certo comentador: "Somos involuntariamente dominados pela suspeita de que estamos perante uma piedosa caricatura; o objetivo parece ser o puro gozo que a Samuel e a Davi inspira a desgraça do rei, o rei nu". É um comentário injusto. Poucas coisas haverá na Bíblia dignas de maior admiração que a genuína bondade para com Saul, tanto da parte de Samuel como da parte de Davi. A caricatura está, afinal, na interpretação do comentador.

    É natural que um homem de temperamento facilmente excitável, como Saul, se impressionasse com as arrebatadas palavras ou cânticos dos profetas. A menos que aceitemos a indigna interpretação daquele comentador, não há razão para supor que a narrativa de 1Sm 19:18-9 seja conseqüência de uma tradição deturpada ou uma corrupção da narrativa original.

    Na primeira ocasião, a súbita mudança de Saul causa surpresa geral. Jamais fora contado entre os profetas. Não parecia possuir os requisitos indispensáveis a essa posição. Por isso se perguntava: "Está também Saul entre os profetas?" (1Sm 10:11).

    Que a excitação de que se deixa possuir na segunda ocasião em que profetiza fosse muito maior que a anterior, é um fato que se ajusta à história de Saul. O seu estado mental agravara-se. O seu encontro com Samuel fá-lo-ia pensar no passado e lembrar-lhe-ia o seu declínio e a forma como se desviara do bom caminho. A sua natureza e as circunstâncias em que se encontrava explicam que se deixasse atacar por uma tempestade de emoções. A própria presença de Davi atuaria como elemento excitante e causador de profunda fadiga. A nudez a que se refere a narrativa não seria, porventura, nudez no sentido literal do termo.

    É natural que a velha pergunta "Está também Saul entre os profetas" fosse lembrada e repetida. Em 1Sm 10:11 não se sugere que se tivesse tornado provérbio. Em 1Sm 19:24 declara-se peremptoriamente que assim acontecera. Nem sempre se pensa neste fato. Foi a segunda experiência de Saul que deu à pergunta um caráter proverbial.

    c) Os dois encontros de Davi com Saul (1Sm 24 e 1Sm 26)

    Referindo-se a estas passagens, certo crítico afirma não existir, no Velho Testamento, melhor exemplo de uma descrição dupla. Trata-se de descrições cujos fatos essenciais são os mesmos. Os críticos modernos adotaram, na sua maioria, este ponto de vista. Toma-se uma das versões como produto da tradição e considera-se a outra proveniente de um documento mais antigo e autêntico. Estranho é que as autoridades no assunto deparem com grandes dificuldades ao tentarem distinguir a narrativa que supõem produto da tradição da narrativa original. Com certa hesitação considera-se a narrativa do cap. 26 a narrativa autêntica.

    As semelhanças entre ambas são, na sua maioria, perfeitamente naturais, nomeadamente a traição dos zifeus e a posição de Davi no outeiro de Haquilá. Davi achara a região ideal para se esconder de Saul. Certos investigadores provam, pelas suas descrições daquela área, que assim era. Sendo inimigos, era natural que os zifeus, em ambas as ocasiões, denunciassem a presença de Davi e dos seus homens. Na segunda ocasião, a sua denúncia seria causada pelo medo da vingança. Em ambas as ocasiões Saul dispõe de 3000 homens porque era esse o número da sua guarda de corpo.

    Não é de estranhar que, em ambos os casos, Davi se receasse tocar no "ungido do Senhor". Era um princípio que ele respeitava. O fato de Saul reconhecer a voz de Davi em ambas as ocasiões é também inteiramente natural. Um perito demonstra pela sua descrição da região como Davi poderia facilmente e inteiramente a salvo falar a Saul através de uma daquelas profundas ravinas. As outras semelhanças são igualmente explicáveis.

    Por outro lado, há diferenças que tornariam impossíveis que as duas narrativas se referissem à mesma ocasião. Da primeira vez, Davi poupa a vida a Saul numa caverna e em pleno dia; na segunda, num campo entrincheirado, à noite. Da primeira vez, Davi foge precipitadamente; da segunda, aguarda o ataque de Saul. Na segunda ocasião, Davi foge para junto dos filisteus; na primeira, não. No segundo caso é Saul que está acampado no outeiro de Haquilá e Davi está a salvo, para o Sul, enquanto os seus homens espiam Saul; na primeira ocasião Davi é quase capturado.

    O fato de Saul tentar, pela segunda vez, aprisionar Davi, a despeito da magnanimidade que este lhe mostrou, harmoniza-se inteiramente com a semi-loucura e inveja de que Saul estava possuído. Afirma-se ser estranho que nem Saul nem Davi se refiram, na segunda ocasião, à primeira vez que Davi lhe poupara a vida. Mas a profunda emoção de Saul bem como o tom geral das suas palavras sugerem que ele se lembrava bem da bondade de Davi.

    Por tais razões, podemos concluir que as narrativas dos capítulos 24:26 se referem a ocasiões diferentes. O exame de casos semelhantes, de supostas descrições duplas, conduzir-nos-ia às mesmas conclusões. Concordamos inteiramente com um comentador que mantém serem aparentes as discrepâncias existentes entre as várias descrições duplas de Samuel, que não reais, e por conseguinte, harmonizáveis. A repetição de ocorrências é psicologicamente provável e cada episódio apresenta as suas características próprias.

    A. M. Renwick


    Francis Davidson - Comentários de I Samuel Capítulo 1 do versículo 1 até o 28
    I. HISTÓRIA DE ISRAEL DESDE O NASCIMENTO DE SAMUEL ATÉ À LIBERTAÇÃO DOS FILISTEUS. 1Sm 1:1-9). A conjunção e, que encontramos no texto hebraico a iniciar o capítulo primeiro deste livro, vem indicar que este não é mais que uma continuação do livro dos Juízes que o precede no texto. Elcana (1), pai de Samuel, era levita e descendente de Coate (1Cr 6:22-13; 33.38). Devia desfrutar de certa posição social, como chefe da família Zofim, de que derivou o nome da aldeia: Ramataim de Zofim (1). A palavra Ramataim significa "altitude", enquanto que Zofim deriva de Zuf ou Zofai, antepassado de Elcana. Tinha duas mulheres (2). Embora a poligamia fosse tolerada pela lei de Moisés (Dt 21:15-5), não era essa, em princípio, a vontade de Deus (Mt 19:8). Vejam-se os desgostos que causou a Elcana, como aliás a tantos outros. Penina (isto é, "pérola" ou "coral") vexou grandemente a esposa favorita Ana (que quer dizer "graça") por ser estéril (2-8), o que constituía a maior ignomínia para qualquer mulher judaica. Subia... de ano em ano (3). Era na realidade um casal piedoso que anualmente se dirigia ao santuário de Silo, a cerca de 18 quilômetros ao norte de Betel, para aí, em solene festividade, prestar culto ao Senhor dos Exércitos (3). Em heb. a expressão jehovah sebaoth significava Senhor de todos os poderes, sobretudo dos seres celestes.

    >1Sm 1:9

    2. A ORAÇÃO DE ANA (1Sm 1:9-9). Com o espírito amargurado Ana procura refúgio no Tabernáculo (hekal "templo" -vers. 9), onde entrega a alma a Deus. O velho Eli, Sumo Sacerdote, vendo-a mover apenas os lábios, julgou-a a princípio embriagada (13), como então era freqüente entre mulheres de costumes fáceis. Mas não. Ela não era filha de Belial (16; lit. "mulher indigna, desprezível") e o seu piedoso ato só a confortou nesse transe tão difícil (18). Jeová ouviu-lhe as preces e presenteou-a com um filho, a quem, reconhecida, pôs o nome de Samuel (20, em heb. Shemuel, i.e., ouvido de Deus).

    >1Sm 1:21

    3. SAMUEL, AINDA CRIANÇA, É DEDICADO AO SENHOR (1Sm 1:21-9). Na próxima celebração da festa anual, voltou Elcana "para pagar os seus votos e todos os dízimos da terra" (21), mas Ana só foi, depois de desmamada a criança, ou seja, dois ou três anos mais tarde, quando já poderia ficar na casa do Senhor para sempre (21-22). Três bezerros (24). Um em holocausto pela consagração de Samuel; os outros dois pelo sacrifício anual (2). Ao Senhor eu o entreguei (28). Literalmente: "volta para Jeová, enquanto viver, pois foi obtido por petição a Jeová". No hebraico há um trocadilho de palavras dificilmente traduzível.


    Dicionário

    Efraim

    -

    Efraim Local para onde Jesus se retirou (Jo 11:54). É possível que se identifique com Et-Taiyebeh, localidade próxima ao deserto e situada a noroeste de Jerusalém.

    Fértil. Segundo filho de José, nascido no Egito (Gn 41. 52). Quando foi levado à presença do patriarca Jacó com Manassés, Jacó pôs a sua mão direita sobre ele. Quis José mudar as posições dos seus dois filhos, mas Jacó recusou (Gn 48:8-20).

    Efraim [Fruta em Dobro] -

    1) Filho de José (Gn 41:50-52).

    2) Tribo que ocupava a parte central de Canaã (Js 16:5-10).

    (Heb. “frutífero”). Embora seja o progenitor de uma das tribos de Israel, ele não era filho de Jacó, mas seu neto. José levou seus filhos Manassés e Efraim diante do patriarca, a fim de que fossem abençoados (Gn 48). Posteriormente, isso resultou na subdivisão de José em duas linhagens que compuseram as doze tribos de Israel (Gn 49:22-26; cf. Dt 33:13-17).

    Na narrativa do nascimento dos filhos de José (Gn 41:50-52), o mais velho, Manassés, recebeu esse nome porque, conforme o pai disse, o Senhor fizera com que esquecesse todos os seus problemas. O filho mais novo foi chamado Efraim, porque Deus o tinha feito prosperar na terra do Egito. Mais tarde, quando apresentou seus filhos a Jacó, para a bênção, José esperava que o mais velho recebesse a bênção de filho primogênito (Gn 48:13), mas, irônica e inesperadamente, o patriarca inverteu os braços, colocou a mão direita na cabeça de Efraim e, dessa maneira, assegurou a ele os direitos da primogenitura (vv. 14,19,20).

    Embora Efraim não seja mencionado especificamente na bênção de Gênesis 49, fica claro que Jacó o tinha em mente quando abençoou seu filho amado: “José é um ramo frutífero” (v. 22). “Frutífero” é um jogo de palavras com o próprio nome de Efraim, “o frutífero”. Na bênção de Deuteronômio, a ideia da frutificação é novamente destacada, embora não exista nenhuma forma da palavra, exceto o próprio nome Efraim (Dt 33:17). Essas bênçãos proféticas se cumpriram tanto no tamanho como no poderio da tribo de Efraim e também em sua localização privilegiada na região montanhosa, no centro de Canaã. Sua liderança tornou-se evidente no arranjo do acampamento de Israel na marcha do Egito para a Terra Prometida: ela liderava as três tribos que ficavam no lado oeste (Nm 2:18-24). Josué era dessa tribo (Nm 13:8) e sob seu comando ela recebeu e ocupou uma das maiores porções da terra, depois da conquista de Canaã (Js 16:5-10). O Tabernáculo foi erguido no centro religioso de Silo, cidade localizada em Efraim, onde a Arca da Aliança foi colocada no tempo de Josué (Js 18:1; Js 22:12). O próprio Josué foi sepultado no coração desse território (Js 24:30).

    Depois da divisão do reino, Jeroboão colocou um de seus santuários idólatras na cidade de Betel (1Rs 12:29), em Efraim, e estabeleceu sua capital em Siquém, que, naquela época, estava no distrito administrativo dessa tribo, conforme foi definido por Salomão (v. 25). O próprio Jeroboão, na verdade, era efraimita (1Rs 11:26), e a partir dessa época o centro da vida política e religiosa do reino do Norte foi Efraim. Isso se tornou tão forte que Israel geralmente era chamado de Efraim, até o tempo de sua queda e deportação pelos assírios em 722 a.C. (cf. Is 7:8-9,17; Jr 7:15; Jr 31:9; Os 4:17; Os 5:3-5). E.M.


    Efrateu

    -

    Efrateu Natural de EFRATA (Rt 1:2).

    Elcana

    Possessão de Deus. l. (Êx 6:24) 2. Pai de Samuel (1 Sm 1.1 a 23 – 1 Cr 6.27,34). Ele viveu no tempo de Eli, e era casado com duas mulheres – uma delas, chamada Ana, em resposta às suas orações, teve um filho ao qual foi dado o nome de Samuel. 3. Um levita, que deve ser o mesmo que 1, e um dos primitivos antepassados de 2 (1 Cr 6.23). 4. Também antepassado mais próximo de 2 (1 Cr 6.26). 5. (1 Cr 9.16). 6. Um coraíta, que se juntou a Davi em Ziclague (1 Cr 12.6). 7. Um levita (1 Cr 15.23). 8. Um oficial do rei Acaz (2 Cr 28.7).

    Elcana [Deus Possui]

    Pai de Samuel (1Sm 1:1—2.20).


    (Heb. “Deus tem protegido”).


    1. Levita, descendente de Coate e um dos filhos de Corá. Foi líder de clã (Ex 6:24).


    2. Neto de Corá, listado em I Crônicas 6:23. Se uma geração foi omitida ou colocada fora de ordem na genealogia, então essa pessoa provavelmente é a mesma do item no 1.


    3. Dois outros homens com o mesmo nome são listados entre os descendentes de Coate (1Cr 6:25-26, 35,36). Um terceiro (v. 27) talvez seja o mesmo do item nº 4.


    4. Pai de Samuel (1Cr 6:27-34). Veio de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, e era filho de Jeroão. Servo fiel ao Senhor, tinha duas esposas: Penina e Ana. Anualmente levava sua família para adorar e fazer sacrifícios em Silo, onde Eli era sacerdote (1Sm 1:1-4). Amava profundamente a Ana, embora esta fosse estéril. Obviamente preocupava-se muito com ela, a qual sentia-se desprezada e era ridicularizada por Penina. Seu amor e cuidado por Ana é descrito em I Samuel 1:8, onde ele a conforta com as palavras: “Por que choras? Por que não comes? Por que está triste o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?”. Depois de orar ao Senhor e obter dele a resposta, Ana ficou grávida e nasceu Samuel (1Sm 1:19-20). Elcana foi gracioso e permitiu que ela o dedicasse ao serviço do Senhor, no santuário em Silo (1Sm 1:23-1Sm 2:11-20). A fidelidade de Ana e Elcana foi recompensada por Deus com mais cinco filhos.


    5. Levita, ancestral de um grupo de judeus que regressaram do exílio babilônico e se estabeleceram em Jerusalém. Era o pai de Asa (1Cr 9:16).


    6. Um dos soldados que desertaram do exército de Saul para juntar-se a Davi em Ziclague. Ele fazia parte de um grupo de guerreiros ambidestros no uso do arco e da funda. Era da tribo de Benjamim (1Cr 12:6).


    7. Levita, apontado pelo rei Davi para servir no Tabernáculo e posteriormente no Templo. Era “porteiro da Arca” (1Cr 15:23).


    8. O segundo no comando, no reinado de Maaséias, filho do rei Acaz. Foi morto por Zicri, um guerreiro da tribo de Efraim (2Cr 28:7). P.D.G.


    Eliú

    Ele é o meu Deus. 1. Filho de Baraquel, o buzita. Eliú, embora fosse o mais novo, interveio na controvérsia entre Jó e seus amigos, não sendo favorável ao patriarca Jó o seu juízo na questão (Jó caps. 32-37). 2. Um dos antepassados do profeta Samuel (1 Sm 1.1). 3. (1 Cr 12.20). 4. (1 Cr 26.7). 5. Um irmão de Davi, que foi chefe da tribo de Judá (1 Cr 27.18). (*veja Eliabe 3.)

    (Heb. “ele é meu Deus”). 1. Ancestral de Samuel (1Sm 1:1). Eliel, em I Crônicas 6:34; e Eliabe, em I Crônicas 6:27, podem referir-se à mesma pessoa.


    2. Um dos líderes da tribo de Manassés que desertou para unir-se a Davi em Ziclague (1Cr 12:20).


    3. Descendente de Obede-Edom, com reputação de capacidade e força no serviço do Senhor. Era coraíta, da tribo de Levi (1Cr 26:7).


    4. Um dos irmãos de Davi, Eliú era um oficial na tribo de Judá (1Cr 27:18). Eliabe, em I Samuel 16:6; uel 17:13-28; I Crônicas 2:13; II Crônicas 11:18 é a mesma pessoa.


    5. Filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão, era um dos amigos de Jó que o aconselharam sobre sua doença e as perdas que sofrera. Ele estava furioso com os outros três amigos, pela incapacidade que demonstraram em refutar os argumentos do patriarca e persuadi-lo. Porque era mais jovem, primeiro ouviu os outros, enquanto buscavam explicar a Jó o que estava errado. Eliú não compreendia como o patriarca tinha a capacidade de afirmar sua inocência perante Deus, diante das tragédias que sofrera. Sugeriu como Jó podia demonstrar arrependimento diante do Senhor. Como os outros, entretanto, não via o que Deus podia ver, ou o que já sabia no fundo do seu coração: algo muito mais sério acontecia. Como os primeiros capítulos do livro revelam, Jó foi apanhado no meio de um desafio celestial. Ao permanecer fiel ao Senhor durante toda sua provação, ele demonstrou em sua própria vida o poder de Deus para guardar seu povo, não importa o que Satanás atire contra eles (32:2-37:24).

    S.C. e P.D.G.


    Eliú [El É Deus ou El É o Meu Deus]

    O mais jovem dos amigos de Jó (32:2-6; 34; 35; 36).


    Era

    substantivo feminino Época fixa a partir da qual se começam a contar os anos.
    Figurado Época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas: a era romântica; a era espacial.
    Período histórico que se sobressai por suas características próprias, por situações e acontecimentos importantes.
    Qualquer intervalo ou período de tempo; século, ano, época.
    expressão Era Cristã. Tempo que se inicia a partir do nascimento de Jesus Cristo.
    Era Geológica. Cada uma das cinco grandes divisões da história da Terra.
    Etimologia (origem da palavra era). Do latim aera.

    outro

    Era Período longo de tempo que começa com uma nova ordem de coisas (Lc 20:35, RA).

    Erã

    Um dos netos de Efraim e filho de Sutela. Tornou-se líder do clã dos eranitas.


    Filho

    Filho
    1) Pessoa do sexo masculino em relação aos pais (Gn 4:17)

    2) Descendente (Ml 3:6); (Lc 1:16). 3 Morador de um país (Am 9:7) ou de uma cidade (Jl 3:6).

    4) Membro de um grupo (2Rs 2:15), RC).

    5) Qualidade de uma pessoa (Dt 13:13), RC; (2Sm 3:34); (Mc 3:17); (Lc 10:6); (Jo 12:36).

    6) Tratamento carinhoso (1

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    Nossos filhos são companheiros de vidas passadas que retornam ao nosso convívio, necessitando, em sua grande maioria, de reajuste e resgate, reconciliação e reeducação. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

    [...] todo filho é um empréstimo sagrado que, como tal, precisa ser valorizado, trabalhando através do amor e da devoção dos pais, para posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. [...]
    Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 1

    O filhinho que te chega é compromisso para a tua existência.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    [...] os filhos [...] são companheiros de vidas passadas que regressam até nós, aguardando corrigenda e renovação... [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 39

    Os filhos são doces algemas de nossa alma.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Os filhos não são almas criadas no instante do nascimento [...]. São companheiros espirituais de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outro tempo. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 49

    Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do mundo maior, de vez que todos nós integramos grupos afins.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vida e sexo• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 2

    [...] Os filhos são as obras preciosas que o Senhor confia às mãos [dos pais], solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 135

    [...] os filhos são associados de experiência e destino, credores ou devedores, amigos ou adversários de encarnações do pretérito próximo ou distante, com os quais nos reencontraremos na 5ida Maior, na condição de irmãos uns dos outros, ante a paternidade de Deus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38


    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    Homem

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são :
    (1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus.
    (2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino.
    (3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais.
    (4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são
    (1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura –
    (2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.

    O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27

    O homem compõe-se de corpo e espírito [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3

    H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir.
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6

    O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

    Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

    O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18

    [...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...]
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

    O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.
    Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2

    Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21

    [...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade!
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4

    Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade

    Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12

    [...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15

    Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...]
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1

    [...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo.
    Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro

    O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39

    Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta.
    Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

    [...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    [...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

    Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...]
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

    [...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa

    [...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

    Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

    O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16

    O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22

    [...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

    [...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável

    [...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão

    Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...].
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão

    [...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil.
    Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

    [...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21

    [...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

    [...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...].
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

    [...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...]
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

    [...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro.
    Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

    O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude

    [...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37

    Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...]
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7

    [...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...].
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12

    [...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    [...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15

    O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor

    No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro

    Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30

    [...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

    O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde

    Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29

    Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

    Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte

    O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

    Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

    O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo

    Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133

    [...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46


    Homem
    1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26);
    v. IMAGEM DE DEUS).

    2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).

    4) Ser humano na idade adulta (1Co 13:11).

    5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).

    6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”

    Jeroão

    -

    Aquele que achará misericórdia

    1. Da tribo de Efraim, pai de Elcana e avô de Samuel (1Sm 1:1). Jeroão, entretanto, é listado na genealogia da tribo de Levi, em I Crônicas 6:27-34. Isso pode significar que simplesmente vivia na região de Efraim ou que o período dos Juízes foi marcado por muitos casamentos entre pessoas de tribos diferentes, o que gerava muitas confusões. Provavelmente era um levita que jamais exerceu qualquer atividade sacerdotal.


    2. Da tribo de Benjamim, foi um líder de clã, cujos filhos viviam em Jerusalém. Seu nome aparece na genealogia do rei Saul (1Cr 8:27).


    3. Pai de Ibnéias, mencionado em I Crônicas 9:8. Depois do exílio, Ibnéias estava entre os primeiros judeus da tribo de Benjamim que retornaram a Jerusalém.


    4. Pai de Adaías, um sacerdote mencionado em I Crônicas 9:12 e Neemias 11:12. Adaías serviu no Templo após o retorno do exílio na Babilônia, nos dias de Neemias.


    5. Pai de Joela e Zabadias, este Jeroão era de Gedor e da tribo de Benjamim (1Cr 12:7). Seus dois filhos estavam entre os guerreiros que desertaram de Saul e uniram-se a Davi em Ziclague. Todos eram ambidestros e peritos no uso do arco e da funda.


    6. Pai de Azarel, o qual foi administrador do território da tribo de Dã e líder na tribo durante o reinado de Davi (1Cr 27:22).


    7. Pai de Azarias, o qual viveu no tempo do sacerdote Jeoiada (2Cr 23:1). Azarias foi um dos comandantes do exército que obedeceu à convocação de Jeoiada e ajudou a depor a rainha Atalia. Em seu lugar, colocaram no trono Joás, que tinha sete anos de idade e que posteriormente serviu ao Senhor e fez uma reforma no Templo (2Cr 24:1-16).

    P.D.G.


    Montanha

    monte, serra; serrania, cordilheira; colina, cerro (cerrote), outeiro, morro, lomba, lombada. – Têm de comum estes vocábulos a significação de porção de terra mais ou menos elevada, sendo monte o gênero e os outros as diferenciações. – Monte é, pois, toda elevação de terra que se destaca do solo circunjacente, “com declive mais ou menos rápido, mas sempre bastante sensível”. – Montanha é “o monte de grandeza considerável”, e que se distingue tanto pela amplitude como pela elevação. – Serra, como define Lac., é “uma montanha prolongada, com vários cabeços e picos, que semelham de algum modo e fazem lembrar a serra do carpinteiro, circunstância da qual parece ter-lhe vindo o nome”. Se a serra se ramifica muito, e tem extensão descomunal, toma o nome de serrania. – Cordilheira (ou cadeia de montanhas) é “uma vastíssima extensão de serras que parecem encadeadas umas nas outras”. – Morro é “um monte não muito alto e de suave declive”. – Outeiro (ou oiteiro) é um pequeno monte, ou um monte de elevação ainda menor que a do morro. – Colina distingue-se de oiteiro por sugerir a ideia de terra fecunda e lavrada. – Cerro é “um pequeno monte penhascoso e abruto”. – Lomba é colina de menor elevação, porém de mais amplitude e mais suave. É também o dorso ondeado da colina. – Lombada é “uma série de lombas, ou uma lomba que se estende demais”. – Exemplos: – as montanhas da Suíça; – o monte Atos, o Ararat; – a serra da Prata, a serra da Estrela; as serranias que formam a cordilheira dos Andes; – a colina de Sião; – o oiteiro da Glória; – o morro do Pinto; o cerro, ou o cerrote do Dedo de Deus, em Copacabana; – as lombas da savana.

    substantivo feminino Geologia Elevação relativamente elevada caracterizada pelo desnivelamento entre o cume e os vales que a cercam.
    Série composta por vales, montes, penedos; serra: prefiro montanhas do que praia.
    Figurado Amontoado de coisa, grande conjunto de objetos: tenho uma montanha de problemas para tratar.
    Etimologia (origem da palavra montanha). Do latim montanea.

    Nome

    substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
    A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
    Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
    Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
    Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
    Apelido; palavra que caracteriza alguém.
    Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
    Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
    Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
    Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

    Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

    Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
    v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

    Ramataim

    alturas gêmeas

    Tou

    hebraico: baixo

    Toú

    Ancestral do profeta Samuel (1Sm 1:1). Em I Crônicas 6:34, Toá provavelmente é a mesma pessoa, também chamada de Naate em I Crônicas 6:26. Era membro do clã dos coatitas, da tribo de Levi, pai de Eliú e filho de Zufe, da tribo de Efraim. Para uma melhor explicação do elo entre esta família levita e os efraimitas, veja Jeorão, item 1.


    Zofim

    hebraico: vigias

    Zufe

    hebraico: doze

    (Heb. “favo de mel”). Efraimita (1Sm 1:1), listado entre os coatitas, da tribo de Levi, em I Crônicas 6:35. Foi ancestral de Elcana e do profeta Samuel. Várias explicações foram dadas para essa associação com duas tribos. É possível que vivesse em Efraim como levita e por isso fosse chamado de “efraimita”, mas não se pode afirmar com certeza. P.D.G.


    élcana

    -

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    I Samuel 1: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Houve um homem de Ramataim-Zofim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efrateu.
    I Samuel 1: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1100 a.C.
    H1121
    bên
    בֵּן
    crianças
    (children)
    Substantivo
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H2022
    har
    הַר
    as montanhas
    (the mountains)
    Substantivo
    H259
    ʼechâd
    אֶחָד
    um (número)
    (the first)
    Adjetivo
    H3395
    Yᵉrôchâm
    יְרֹחָם
    pai de Elcana e avô de Samuel, da casa de Coate
    (of Jeroham)
    Substantivo
    H376
    ʼîysh
    אִישׁ
    homem
    (out of man)
    Substantivo
    H4480
    min
    מִן
    de / a partir de / de / para
    (from)
    Prepostos
    H453
    ʼĔlîyhûw
    אֱלִיהוּ
    o homem mais jovem que repreendeu Jó e seus três amigos
    (of Elihu)
    Substantivo
    H511
    ʼElqânâh
    אֶלְקָנָה
    pai de Samuel
    (and Elkanah)
    Substantivo
    H6689
    Tsûwph
    צוּף
    um levita coatita, ancestral de Elcana e de Samuel n. pr. l.
    (a of Zuph)
    Substantivo
    H669
    ʼEphrayim
    אֶפְרַיִם
    Efraim
    (Ephraim)
    Substantivo
    H673
    ʼEphrâthîy
    אֶפְרָתִי
    um habitante ou descendente de Efraim
    (Ephraimite)
    Adjetivo
    H7436
    Râmâthayim Tsôwphîym
    רָמָתַיִם צֹופִים
    ()
    H8034
    shêm
    שֵׁם
    O nome
    (The name)
    Substantivo
    H8459
    Tôchûw
    תֹּחוּ
    ()


    בֵּן


    (H1121)
    bên (bane)

    01121 בן ben

    procedente de 1129; DITAT - 254; n m

    1. filho, neto, criança, membro de um grupo
      1. filho, menino
      2. neto
      3. crianças (pl. - masculino e feminino)
      4. mocidade, jovens (pl.)
      5. novo (referindo-se a animais)
      6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
      7. povo (de uma nação) (pl.)
      8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
      9. um membro de uma associação, ordem, classe

    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    הַר


    (H2022)
    har (har)

    02022 הר har

    uma forma contrata de 2042, grego 717 Αρμαγεδων; DITAT - 517a; n m

    1. outeiro, montanha, território montanhoso, monte

    אֶחָד


    (H259)
    ʼechâd (ekh-awd')

    0259 אחד ’echad

    um numeral procedente de 258; DITAT - 61; adj

    1. um (número)
      1. um (número)
      2. cada, cada um
      3. um certo
      4. um (artigo indefinido)
      5. somente, uma vez, uma vez por todas
      6. um...outro, aquele...o outro, um depois do outro, um por um
      7. primeiro
      8. onze (em combinação), décimo-primeiro (ordinal)

    יְרֹחָם


    (H3395)
    Yᵉrôchâm (yer-o-khawm')

    03395 ירחם Y erocham̂

    procedente de 7355; n pr m

    Jeroão = “que mostra piedade”

    1. pai de Elcana e avô de Samuel, da casa de Coate
    2. um benjamita e o fundador de uma família de benjamitas
    3. pai ou progenitor de Ibnéias e um benjamita; talvez o mesmo que o 2
    4. um descendente de Arão e um sacerdote da família de Imer; filho de Pasur e pai de Adaías
    5. outro sacerdote; talvez o mesmo que o 4
    6. um habitante de Gedor e pai de um dos soldados das tropas de elite de Davi
    7. um danita cujo filho ou descendente, Azarel, era líder de uma tribo na época de Davi
    8. pai de Azarias, um dos capitães junto com Joiada na época de Atalias

    אִישׁ


    (H376)
    ʼîysh (eesh)

    0376 איש ’iysh

    forma contrata para 582 [ou talvez procedente de uma raiz não utilizada significando ser existente]; DITAT - 83a; n m

    1. homem
      1. homem, macho (em contraste com mulher, fêmea)
      2. marido
      3. ser humano, pessoa (em contraste com Deus)
      4. servo
      5. criatura humana
      6. campeão
      7. homem grande
    2. alguém
    3. cada (adjetivo)

    מִן


    (H4480)
    min (min)

    04480 מן min

    ou מני minniy ou מני minney (construto pl.) (Is 30:11)

    procedente de 4482; DITAT - 1212,1213e prep

    1. de, fora de, por causa de, fora, ao lado de, desde, acima, do que, para que não, mais que
      1. de (expressando separação), fora, ao lado de
      2. fora de
        1. (com verbos de procedência, remoção, expulção)
        2. (referindo-se ao material de qual algo é feito)
        3. (referindo-se à fonte ou origem)
      3. fora de, alguns de, de (partitivo)
      4. de, desde, depois (referindo-se ao tempo)
      5. do que, mais do que (em comparação)
      6. de...até o, ambos...e, ou...ou
      7. do que, mais que, demais para (em comparações)
      8. de, por causa de, através, porque (com infinitivo) conj
    2. que

    אֱלִיהוּ


    (H453)
    ʼĔlîyhûw (el-ee-hoo')

    0453 אליהוא ’Eliyhuw ou (forma completa) אליהו ’Eliyhuw’

    procedente de 410 e 1931; n pr m Eliú = “Ele é meu Deus”

    1. o homem mais jovem que repreendeu Jó e seus três amigos
    2. um efraimita, bisavô de Samuel
    3. um soldado manassita e líder de Davi
    4. filho de Semaías e porteiro dos coreítas
    5. irmão de Davi

    אֶלְקָנָה


    (H511)
    ʼElqânâh (el-kaw-naw')

    0511 אלקנה ’Elqanah

    procedente de 410 e 7069; n pr m

    Elcana = “Deus possuiu” ou “Deus criou”

    1. pai de Samuel
    2. um governante em Jerusalém no período do rei Acaz
    3. um dos soldados valentes de Davi
    4. filho de Corá
    5. diversos levitas

    צוּף


    (H6689)
    Tsûwph (tsoof)

    06689 צוף Tsuwph ou צופי Tsowphay ou ציף Tsiyph

    procedente de 6688;

    Zufe ou Zofai = “favo de mel” n. pr. m.

    1. um levita coatita, ancestral de Elcana e de Samuel n. pr. l.
    2. uma região a noroeste de Jerusalém onde Saul encontrou-se com Samuel

    אֶפְרַיִם


    (H669)
    ʼEphrayim (ef-rah'-yim)

    0669 אפרים ’Ephrayim

    dual de 672, grego 2187 Εφραιμ; n pr m

    Efraim = “duplo monte de cinzas: Eu serei duplamente frutífero”

    1. segundo filho de José, abençoado por ele e tendo preferência sobre o primogênito Manassés
    2. a tribo, Efraim
    3. o território montanhoso de Efraim
    4. algumas vezes usado para nomear o reino do norte (Oséias ou Isaías)
    5. uma cidade próxima a Baal-Hazor
    6. uma porta principal de Jerusalém

    אֶפְרָתִי


    (H673)
    ʼEphrâthîy (ef-rawth-ee')

    0673 אפרתי ’Ephrathiy

    gentílico procedente de 672; adj pr Efrateu = “cinzento: frutífero”

    1. um habitante ou descendente de Efraim
    2. um habitante de Belém

    רָמָתַיִם צֹופִים


    (H7436)
    Râmâthayim Tsôwphîym (raw-maw-thah'-yim tso-feem')

    07436 רמתים צופים Ramathayim Tsowphiym

    procedente do dual de 7413 e do plural do part. ativo de 6822; n. pr. l. Ramataim-Zofim = “dupla altura dos vigias”

    1. o local de residência de Samuel localizado na região montanhosa de Efraim
      1. o mesmo que 7414

    שֵׁם


    (H8034)
    shêm (shame)

    08034 שם shem

    uma palavra primitiva [talvez procedente de 7760 com a idéia de posição definida e conspícua; DITAT - 2405; n m

    1. nome
      1. nome
      2. reputação, fama, glória
      3. o Nome (como designação de Deus)
      4. memorial, monumento

    תֹּחוּ


    (H8459)
    Tôchûw (to'-khoo)

    08459 תחו Tochuw

    procedente de uma raiz não utilizada significando deprimir; n. pr. m. Toú = “humilde”

    1. levita, filho de Zufe, pai de Eliú, e bisavô de Samuel