Enciclopédia de Neemias 1:5-5

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ne 1: 5

Versão Versículo
ARA E disse: ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!
ARC E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível! que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos;
TB e disse: Rogo-te, Jeová, Deus do céu, que és o Deus grande e terrível, que guardas a aliança e a misericórdia com aqueles que o amam e observam os seus mandamentos,
HSB וָאֹמַ֗ר אָֽנָּ֤א יְהוָה֙ אֱלֹהֵ֣י הַשָּׁמַ֔יִם הָאֵ֥ל הַגָּד֖וֹל וְהַנּוֹרָ֑א שֹׁמֵ֤ר הַבְּרִית֙ וָחֶ֔סֶד לְאֹהֲבָ֖יו וּלְשֹׁמְרֵ֥י מִצְוֺתָֽיו׃
BKJ e disse: Eu te busco, ó -SENHOR Deus do céu, o grande e terrível Deus, que guarda o pacto e a misericórdia por aqueles que o amam e observam os seus mandamentos;
LTT E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, o Deus grande e temido! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que O amam e guardam os Seus mandamentos;
BJ2 E eu disse:[e] "Ah! Iahweh, Deus do céu, o Deus grande e temível, que guarda a aliança e a misericórdia para com aqueles que o amam e observam seus mandamentos,
VULG et dixi : Quæso, Domine Deus cæli fortis, magne atque terribilis, qui custodis pactum et misericordiam cum his qui te diligunt, et custodiunt mandata tua :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Neemias 1:5

Êxodo 20:6 e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.
Deuteronômio 7:9 Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos;
Deuteronômio 7:21 Não te espantes diante deles, porque o Senhor, teu Deus, está no meio de ti, Deus grande e terrível.
I Reis 8:23 e disse: Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, que guardas o concerto e a beneficência a teus servos que andam de todo o seu coração diante de ti;
I Crônicas 17:21 E quem há como o teu povo de Israel, única nação na terra, a quem Deus foi remir para seu povo, fazendo-te nome com coisas grandes e temerosas, lançando as nações de diante do teu povo, que remiste do Egito?
Neemias 4:14 E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas.
Neemias 9:32 Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e terrível, que guardas o concerto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, e aos nossos reis, e aos nossos príncipes, e aos nossos sacerdotes, e aos nossos profetas, e aos nossos pais, e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje.
Salmos 47:2 Porque o Senhor Altíssimo é tremendo e Rei grande sobre toda a terra.
Daniel 9:4 E orei ao Senhor, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
Hebreus 6:13 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo,

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11
SEÇÃO I

A RECONSTRUÇÃO DOS MUROS DE JERUSALÉM

Neemias 1:1-6.19

De acordo com os dados cronológicos dos próprios livros (Ed 7:8-10.9,17; Ne 1:1-2.1), cerca de treze anos se passaram entre os últimos acontecimentos do livro de Esdras e o começo da história de Neemias. Só podemos deduzir quais podem ter sido as atividades de Esdras durante esse período, a partir do apoio local dado a Neemias em sua chegada, e da ansiedade com a qual Esdras é procurado em Neemias 8 para ler e explicar a lei ao povo reunido. Parece evidente que tinha havido um condicionamento dos corações e das mentes do povo por meio de freqüentes períodos de instrução, como é descrito naquele capítulo.

A. A AUTORIDADE DE NEEMIAS,

Neemias, cujo nome quer dizer "Jeová conforta", apresenta-se no final do capítulo como copeiro do rei (11). Nada sabemos além disso, exceto o que pode ser claramente deduzido a partir da narrativa. Certamente ele era um membro de uma importante família de Judá, que tinha sido levada a Babilônia no exílio do início do século VI a.C. Aparentemente, ele não era um sacerdote nem tinha ascendência sacerdotal, como era o caso de Esdras, e não se pode provar que ele fosse descendente de Davi, como era Zorobabel. Em termos de caráter, ele mostrava todos os sinais de uma nobreza notável, e, sem dúvida, por essa razão, foi escolhido para a importante posição de copeiro do rei persa. Podemos supor, com base em eventos posteriores na narrativa, que essa posição era lucrativa, como também lhe dava muita influência junto ao rei'.

1. Tristes Notícias de Jerusalém (1:1-3)

Somos levados a entender, por muitas maneiras, que Neemias era um homem religi-oso e devoto que passava muito tempo em oração e que também era muito leal às tradições de seu povo. No entanto, o seu fervoroso interesse pela situação de Jerusalém e o seu desejo de participar pessoalmente da restauração da cidade parecem ter ocorrido acidentalmente. Um grupo de peregrinos de Jerusalém, liderados por um certo Hanani (2), que talvez fosse irmão de Neemias2 trouxeram tristes notícias sobre a situação da cidade. Os restantes, disseram, estão em grande miséria e desprezo; e o muro... fendido, e as suas portas, queimadas a fogo (3) 3. Estas notícias trouxeram grande tristeza ao coração de Neemias e um sentido maior da sua própria responsabilidade de encontrar uma maneira pela qual ele pudesse levar alívio aos seus conterrâneos aflitos.

O título encontrado no versículo 1, As palavras de Neemias, filho de Hacalias indicam que o texto que se segue é um extrato das próprias memórias de Neemias. A narrativa continua na primeira pessoa até 7.5, onde Neemias insere uma genealogia dos exilados que voltavam, também encontrada em Esdras 2. Quisleu era o nome dado ao nono mês do calendário hebreu, correspondente aproximadamente ao período de novem-bro/dezembro. Susã, a capital dos reis persas, estava situada no sudoeste da Pérsia, cerca de 240 quilômetros ao norte do golfo pérsico. Os judeus que escaparam e que restaram do cativeiro (2) seriam aqueles que escaparam do exílio na Babilônia e os que foram deixados em Judá.

  • A Oração de Neemias (1:4-11)
  • Na oração que Neemias fez nesta ocasião, provavelmente proferida na intimidade de seu alojamento, mas fielmente registrada nas suas memórias, temos uma idéia da sinceridade e da devoção desse homem de Deus. G. Campbell Morgan nos deu uma boa descrição da sua oração:

    O homem que orava estava cheio de beleza e revelava uma correta concepção de como deveria ser uma oração sob tais circunstâncias. Ela se iniciou com uma confis-são. Sem reservas, ele reconheceu o pecado do povo e identificou-se com ele. Então ele prosseguiu reivindicando as promessas que Deus lhes havia feito, e terminou com um pedido pessoal e definido de que o Senhor lhe desse graça aos olhos do rei'.

    Durante os três ou quatro meses que se passaram entre a chegada das notícias de Jerusalém e a revelação do seu segredo ao rei (1.1; 2.1), é evidente que em Neemias cresceu a convicção de que havia algo que ele poderia fazer para ajudar na resposta às suas orações pelos seus irmãos da Judéia. "Deus deixou claro para ele", diz J. Stafford Wright, "que ele estava sendo chamado não apenas para orar, mas para ir (1.11). Neste caso, a oração colo-cou um fardo tanto sobre o solicitante, como em Deus"5. Dessa forma, vemos o significado do seu pedido pessoal de que Deus lhe desse graça perante esse homem (11). Como copeiro do rei, a sua maior oportunidade de ajudar os seus irmãos era por meio da coopera-ção de Artaxerxes, o soberano mais poderoso daquela época. Ainda que os vossos rejei-tados estejam no cabo do céu, etc., (9) pode ser interpretado como "ainda que os vossos dispersos estejam na extremidade do céu, Eu os reunirei de lá".


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11
    *

    1:1

    As palavras de. Essa frase introdutória não quer dizer que o livro de Neemias fosse, originalmente, um livro distinto. Pode indicar o começo dos registros pessoais ou memórias de Neemias (Introdução: Autor)

    Neemias.

    Esse nome significa "o Senhor tem confortado".

    mês de quisleu... no ano vigésimo. Novembro-dezembro de 446 a.C., o vigésimo ano do reinado de Artaxerxes I (2.1; Ed 7:1).

    Susã. Essa cidade era uma residência de inverno dos reis da Pérsia (Et 1:2, nota).

    * 1:2

    Hanani. Uma forma abreviada de Hananias, que significa "o Senhor é gracioso". Um certo Hananias, que era chefe dos negócios judaicos, é mencionado nos papiros de Elefantina, e alguns acreditam que esse fosse irmão de Neemias (7.2).

    * 1:3

    as suas portas queimadas a fogo. Talvez essa destruição fosse o resultado dos eventos registrados em Ed 4:7-23, mas a referência às "portas" torna mais provável a destruição feita por Nabucodonosor em 586 a.C.

    *

    1:4

    jejuando e orando. O jejum é aqui ligado às lamentações (1Sm 31:13), e a fazer um pedido a Deus (Ed 8:21, nota). Neemias era homem de oração (2.4; 4.4,9; 5.19; 6.9,14; 13 14:22-29,31).

    o Deus dos céus. Ver as notas em Ed 1:2; Dn 4:37.

    * 1:5

    Neste discurso, Neemias considerou tanto a transcendência quanto a imanência de Deus. O verdadeiro Deus não somente está muito acima de seu povo, como é o Deus dos céus (v.4, nota); Ele também está perto do seu povo, como o Deus da Aliança (Dt 4:7).

    a misericórdia. Ver a nota em Ed 7:28.

    * 1:6

    hoje faço... dia e noite. A referência é à oração de um dia específico (v. 11), após quatro meses de oração e jejum (1.4; 2.1, nota). "Dia e noite", aqui usado, significa "continuamente" (Js 1:8; Sl 1:2).

    * 1:7

    A aliança feita com Moisés era condicional; o Senhor guardaria as suas promessas e Israel obedeceria os seus mandamentos divinos (v. 5). Israel falhou, não obedecendo os mandamentos de Deus, e o resultado foi o exílio (Ed 9:9, nota).

    * 1:8

    Lembra-te. Uma petição comum (Dt 9:27; Sl 132:1; Jr 14:21), particularmente no livro de Neemias (5.19; 6.14; 13 14:22-29,31).

    * 1:9

    De lá os ajuntarei. A aliança feita com Moisés prometia a restauração de um remanescente, após o exílio (Dt 30:1-5), com base na aliança feita com Abraão (Dt 4:25-31).

    fazer habitar o meu nome. O nome de Deus simboliza o próprio Deus, conforme ele se revela ao seu povo. Um lugar para seu nome habitar é um lugar para ele estar com seu povo e receber a adoração (Dt 12:5, nota).

    * 1:10

    resgataste. A referência é ao êxodo (Êx 32:11; Mq 6:4).

    * 1:11

    que se agradam de temer o teu nome. O temor a Deus é a resposta correta diante da auto-revelação de Deus. Temer a Deus é conhecê-lo (Pv 9:10), confiar nele (Sl 34:11,22), obedecer a ele (Pv 8:13), e mostrar-lhe reverência.

    este homem. Artaxerxes I.

    copeiro. Um membro da corte real, cuja responsabilidade era escolher o vinho (2,1) e salvaguardá-lo de qualquer veneno. O acesso que o copeiro tinha ao rei resultava em prestígio e influência na corte.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11
    1:1 Nehemías não foi o primeiro cativo que retornou a Jerusalém. Zorobabel tinha guiado ao primeiro grupo de volta em 538 a.C., mais de noventa anos antes (Esdras 1:2). Esdras seguiu com um segundo grupo em 458 a.C. (Esdras 7), e Nehemías estava preparado para guiar ao terceiro e maior grupo de volta a Jerusalém (445 a.C). Quando chegou depois de uma viagem de três meses, viu o templo terminado e conheceu outros que tinham retornado a sua terra natal.

    Mas Nehemías encontrou também um grupo desorganizado de pessoas e uma cidade indefesa que não tinha muros que a protegessem. Antes do cativeiro, Israel tinha seu próprio idioma, seu próprio rei, seu exército, sua identidade. Já não tinha nada disso. O que mais falta-lhes fazia era um líder; não havia quem lhes ensinasse por onde começar nem que direção tomar quando tentaram reconstruir sua cidade. logo que Nehemías chegou, começou um programa quanto ao elementar. Ajudou a satisfazer as necessidades físicas ao estabelecer um sistema de governo justo e ao reconstruir os muros de Jerusalém. Também se preocupou com as necessidades espirituais ao reconstruir as vistas destruídas. Nehemías é um modelo de liderança comprometida que honra a Deus, e seu livro contém muitas lições valiosas para nossos dias.

    1.2-4 Nehemías estava preocupado por Jerusalém porque era a cidade Santa dos judeus. Como cidade capital dos judeus, representava a identidade nacional feijão e se via benta pela presença especial de Deus no templo. A história dos judeus estava conectada com a cidade dos tempos em que Abraão deu uma oferenda ao Melquisedec, rei de Salem (Gn 14:17-20), até os dias quando Salomão construiu o glorioso templo (1Rs 7:51) e ao longo da história dos reis. Nehemías amava a sua terra mesmo que tinha vivido toda sua vida em Babilônia. Queria retornar a Jerusalém para reunir aos judeus e retirar a vergonha de que os muros de Jerusalém estivessem destruídos. Isto glorificaria a Deus e restauraria a realidade e o poder da presença de Deus entre seu povo.

    1:4 Nehemías rompeu a chorar quando escutou que o muro de Jerusalém seguia em ruínas. por que? Os muros significam muito pouco na maioria das cidades da atualidade, mas nos dias do Nehemías eram essenciais. Ofereciam segurança ante os ataques e simbolizavam poder e paz. Além disso, Nehemías se lamentava de que seu povo, os judeus, tivessem estado paralisados por um decreto prévio que lhes tinha impedido de reconstruir os muros (Ed 4:6-23).

    1:4 Nehemías estava muito aflito pela condição de Jerusalém, mas não o deixou assim. depois de sua pena inicial, derrubou seu coração em Deus (1.5-11) e procurou a forma de melhorar a situação. Recorreu a todos seus recursos de conhecimento, experiência e organização para determinar o que se devia fazer. Quando lhe chegarem notícias trágicas, ore primeiro. Logo procure a forma de atuar além da pena e tomar medidas específicas que ajudem aos que o necessitam.

    1.5ss Nehemías jejuou e orou por vários dias, expressando sua tristeza pelo pecado do Israel e seu desejo de que revivesse em Jerusalém a adoração ao único Deus verdadeiro. Na oração do Nehemías vemos estes elementos da oração eficaz: (1) louvor, (2) ação de obrigado, (3) arrependimento, (4) petição e (5) compromisso.

    As orações sinceras como a do Nehemías podem ajudar a ver melhor (1) qualquer problema que esteja enfrentando, (2) o grande poder de Deus para ajudá-lo e (3) o trabalho que lhe corresponde fazer. Ao final de sua oração, Nehemías já sabia que ações devia tomar (1.11). Quando o povo de Deus ora, as decisões difíceis se localizam na perspectiva adequada e se podem tomar medidas adequadas.

    1:11 Nehemías tinha melhor posição que ninguém para lhe falar com rei. Era o copero de confiança que garantia a segurança e qualidade da comida e a bebida do rei. Nehemías se preocupou, orou e preparou enquanto procurava a oportunidade adequada para lhe falar com rei sobre o povo de Deus. Não importa o posto que tenhamos, cada um de nós é capaz de servir. Assim como Nehemías utilizou seu cargo para interceder por seu povo, nós podemos utilizar o posto que temos para servir a Deus.

    1:11 Nehemías orou por bom êxito em sua empresa e não só por fortaleça para suportar os problemas (veja-se também 2.20). Entretanto, sua petição não tinha como objetivo obter benefício pessoal, hierarquia ou fama. Pediu êxito para a obra de Deus. Quando os propósitos de Deus estão em jogo, não duvide em pedir.

    COMO UTILIZO NEHEMIAS A ORACION

    1.4-11 depois de receber as más notícias sobre o estado dos muros de Jerusalém

    Resumo de sua oração : Reconheceu a santidade de Deus. Pediu ser escutado. Confessou o pecado. Pediu ajuda para quando se aproximar-se do rei

    Resultado da oração : Incluiu deus nos planos e nas preocupações do Nehemías. Preparou o coração do Nehemías e lhe deu espaço a Deus para obrar

    Quão freqüentemente derruba você seu coração a Deus? Quão freqüentemente lhe faz uma petição específica para que a responda?

    2:4 Durante sua conversação com o rei

    Resumo de sua oração : "Aqui é onde me pode ajudar, Deus!"

    Resultado da oração : Colocou os resultados esperados nas mãos de Deus

    O dar a Deus o crédito pelo que aconteça antes de que aconteça evita que tomemos mais crédito do que devemos.

    4:4, 5 depois de que Tobías e Sanbalat se burlaram e o ridicularizaram

    Resumo de sua oração : "Se estão burlando de ti, Deus. Você decide o que fazemos com eles".

    Resultado da oração : Expressou sua ira a Deus, em vez de tomar o assunto em suas próprias mãos

    Estamos propensos a fazer exatamente o oposto: tomar os assuntos em nossas próprias mãos e não lhe dizer a Deus como nos sentimos.

    4:9 depois de ameaças de ataque por parte de seus inimigos

    Resumo de sua oração : "Estamos em suas mãos, Deus. Manteremos nossas armas à mão em caso de que queira que as usemos".

    Resultado da oração : Confiou em Deus e tomou as precauções necessárias

    Confiar em Deus não significa que não façamos nada. Atuar não significa que não confiamos.

    6:9 Em resposta às ameaças

    Resumo de sua oração : "Deus, me fortaleça!"

    Resultado da oração : Mostrou a dependência do Nehemías em Deus quanto a sua estabilidade emocional e mental

    Quão freqüentemente pede ajuda a Deus quando se encontra sob pressão?

    13:29 Reflexão a respeito das ações de seus inimigos

    Resumo de sua oração : Pediu a Deus que se fizesse cargo de seus inimigos e seus planos malvados

    Resultado da oração : Tirou a compulsão de vingança, e fez que confiasse na justiça de Deus

    Quando foi a última vez que seus desejos de vingança se desvaneceram ao pôr o assunto em mãos de Deus?

    5:19; 13:14, 22, 31 Reflexão sobre seus próprios esforços por servir a Deus

    Resumo de sua oração : "Deus, te lembre de mim".

    Resultado da oração : Manteve claridade na mente do Nehemías respeito a seus próprios motivos para atuar

    Quantas de suas ações no dia de hoje se farão com o propósito de agradar a Deus?


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11
    I. Neemias, copeiro do rei (Ne 1:1)

    1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias.

    Agora aconteceu no mês Chislev, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a capital, 2 que Hanani, um de meus irmãos, veio, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. 3 E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província de arco em grande miséria e desprezo; eo muro de Jerusalém também é discriminado, e as suas portas queimadas a fogo.

    4 E sucedeu que, quando ouvi essas palavras, que eu sentei e chorei, e lamentei por alguns dias; e eu jejuar e orar perante o Deus do céu, 5 e disse: Rogo-te, Senhor, o Deus do céu, o grande e terrível Deus, que guarda a aliança ea bondade amorosa com os que o amam e guardam os seus mandamentos; 6 teus ouvidos atentos, e os teus olhos abertos, para que tu para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, neste momento, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos, enquanto eu confessar os pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti. Sim, eu ea casa de meu pai temos pecado: 7 temos procedido perversamente contra ti, e não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a teu servo Moisés. 8 Lembre-se, peço-te, a palavra que ordenaste a teu servo Moisés, dizendo: Se vós, pela culpa, eu vos espalharei por entre os povos: 9 mas se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos, e fazê-las, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, Ainda vou reuni-los dali, e vai trazê-los para o lugar que escolhi, para fazer com que o meu nome para morar lá. 10 Ora, estes são os teus servos eo teu povo, que tu resgataste com o teu grande poder e com a tua . forte Mc 11:1 Ó Senhor, eu te rogo, teus ouvidos atentos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que se deleitam em temer o teu nome; e prosperar, peço-te, o teu servo este dia, e dá-lhe graça perante este homem.

    As palavras de Neemias, filho de Hacalias (v. Ne 1:1 ). Com estas palavras, Neemias começou a sua conta pessoal da crise em que ele surgiu à liderança importante e responsável. Em um período em que as genealogias foram muito importantes, como evidenciado pelas listas em Crônicas, Esdras e Neemias, é extremamente raro encontrar genealogia de Neemias faltando. Nada mais sobre sua ascendência é conhecido do que ele era o filho de Hacalias (v. Ne 1:1 ). É impossível determinar a partir de que tribo ele veio. Ambos Judah e Levi são possibilidades, mas não há nenhuma maneira, no presente, para determinar a sua árvore genealógica. R. Dick Wilson (Enciclopédia Internacional Standard Bible) insinua que Neemias e Zedequias, poderiam ser os "príncipes" mencionados emNe 9:38 -que, aliás, é o versículo 1 do capítulo 10 no texto hebraico. Veja também 2: 3-5 e comentários .

    O processo pelo qual Neemias desenvolvido em um líder de seu povo começou com a influência exercida sobre ele por um colega judeu chamado Hanani (v. Ne 1:2 ). Ele veio para Neemias com um relatório da grande aflição dos judeus em Jerusalém (v. Ne 1:3 ). O incidente ocorreu durante o vigésimo ano do reinado de Artaxerxes I (v. Ne 1:1 ; conforme Ne 2:1 ).

    Neemias poderia ter ignorado os relatórios que ele ouviu. Ele tinha uma posição alta e honrosa, copeiro do rei (v. Ne 1:11 ). Desde que ele não tinha comissão direta para ajudar neste sofrimento, ele poderia ter se desculpou. No entanto, ele ficou profundamente comovido, e deu-se ao jejum e à oração (v. Ne 1:4 ). Sua preocupação com Jerusalém desenvolvido até que era mais importante do que a sua preocupação para o rei.

    Sua oração tem pontos de semelhança com um por Esdras (Ed 9:5 ), bem como com um por Daniel (Ez 9:4 ). Era tanto uma confissão do pecado e um apelo à promessa de aliança. Na confissão, Neemias se identificou com a transgressão (vv. Ne 1:6-7 ).No recurso, ele confiou na promessa de aliança, que Deus iria reunir o Seu povo para o local escolhido se eles se amam e guardam os seus mandamentos (vv. Ne 1:5 , Ne 1:8-9 ).


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11
    Deus sempre lança mão de pessoas dispostas quando quer ver um tra-balho feito. Os muros de Jerusalém foram destruídos, um pequeno re-manescente retornou à terra, e ha-via muito trabalho a ser feito. Em 536, Zorobabel e Jesua trouxeram cerca de 50 mil judeus de volta e (por volta de
    516) reconstruíram o templo. Em 457, houve um peque-no reavivamento sob o comando de Esdras, mas agora era 445 a.C., e Deus procurava alguém para ir à cidade destruída e restaurar a ordem e a segurança. Neemias ti-nha de ser essa pessoa. Nesses três capítulos, observe as atividades de Neemias.

    [. Neemias ora pelo trabalho (1)

  • O relatório (vv. 1-3)
  • Neemias (um judeu), como copeiro do rei, tinha um posição alta na corte. Ele era próximo do rei e tinha a con-fiança deste. Contudo, Neemias não esquecera o seu povo, pois ele pe-diu, com ansiedade, notícias de Jeru-salém a seu irmão. Leia Sl 122:0 e 137:5-6. Oh, que os santos de hoje tenham o mesmo interesse por sua Jerusalém celestial! As notícias eram desoladoras: os que ficaram na terra sofriam vergonha, os muros estavam derrubados, e os portões, queima-dos. Veja Sl 79:1-19. A cidade,

  • A resposta (v. 4)
  • De imediato, Neemias sofreu por sua cidade. O fato de ele estar há mais Dt 1:1 mil quilômetros de distância não fazia diferença, como também não importava que ele desfrutasse de luxo e prestígio no palácio do rei. Ele não disse: "A situação em que a cidade se encontra não é minha cul-pa!". Imediatamente, seu coração foi tocado, e ele queria fazer algu-ma coisa para salvar sua cidade. Ele chorou e orou durante quatro meses (de dezembro a abril; veja 1:1 e 2:1). Veja Daniel 9 e Esdras 9.

  • O pedido (vv. 5-11)
  • Esse I ivro mostra que Neem ias era um homem de oração (1:4-11; 2:4; 4:4; 4:9; 5:19; 6:9,14; 13 14:22-29,31). O livro inicia e termina com oração. O versículo 6 afirma que ele orou dia e noite de tão ansioso que estava pela cidade. Observe que Neemias confessa seus pecados e os do povo. Ele também lembra o Senhor de sua promessa graciosa (vv. 8-9) e, a se-guir, oferece-se para ser o servo do Senhor que faria alguma coisa a respeito da situação de Jerusalém. "Eis-me aqui, envia-me a mim!" O versículo 11 mostra que ele tinha coragem de pedir servos ao Senhor, outros judeus que pudessem ajudá- lo na tarefa.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11
    O Livro de Neemias

    Análise

    O livro é uma lição sobre oração, sacrifício e tenacidade. Neemias, a personagem principal; desistiu de uma posição responsável e bem paga, perante o rei da Pérsia, em 445 a.C., a fim de reedificar os muros de Jerusalém e reunir os judeus como uma nação (1:1-3,32) Sua obra despertou intensa oposição por parte de homens poderosos ao derredor, mas Neemias venceu as ameaças de ataques tomando sábias medidas defensivas (41-23), a desunião interna enfrentando francamente o problema e dando exemplo pessoal (5:1-19), e as acusações falsas mediante discernimento, e coragem (6:1-14).
    Quando o muro foi terminado, Neemias providenciou para tomar a cidade plenamente habitada (6:15-7.73), mas, acima de tudo, combinou, com Esdras para que fosse lida a lei, a fim de que o povo pudesse amoldar suas vidas pela mesma (8:1-18). Ele e a nação confessaram os pecados nacionais, buscaram o perdão, e puseram seu selo numa aliança renovada com Deus (9:1-10.39). Pessoas foram levadas, para dentro da cidade, foram feitos arranjos para a adoração, e os muros foram dedicados (11:1-12.47). Mas, com a passagem dos anos, o povo continuou declinando dos ideais apresentados por Deus e Neemias teve de levar a efeito novas reformas, em face mesmo da oposição(13 1:31).
    O Livro demonstra a necessidade de oração e de firmeza no trabalho de Deus. As orações de Neemias nos fornecem um excelente estudo.

    Autor

    Usualmente se pensa que Esdras e Neemias originalmente formavam um único livro. O compilador, nesse caso, teria feito uso das memórias pessoais de Neemias, além de outros materiais.

    1.1 As palavras de Neemias. Neemias, cujo nome significa "Deus é meu deleite” (heb nehemyã), é o historiador dos seus próprios atos e dos eventos da sua vida, sem porém escrever uma autobiografia completa, pessoal. Mês de quisleu. O nono, equivalente a novembro/dezembro (nunca coincide com nossos meses). Ano vigésimo. Do reinado de Artaxerxes I Longimanus (464-423 a.C.), isto é, 445 a.C. Susã. Uma das três capitais do império persa. • N. Hom. Piedade no palácio - piedade na posição e providência.
    1) Visão - Neemias soube da ruína, v. 3;
    2) Preparo - Neemias orou, v. 5;
    3) Propósito - Neemias encaminhou seu deseja, v. 11.

    1.2 Hanani. Possivelmente o irmão de Neemias foi a Jerusalém com uma das caravanas, voltando logo depois da obra parar ante a oposição imposta a Esdras. Pelos judeus. Os mais pobres da terra que ali foram abandonados pelos babilônios, só para que a terra não tornasse a se cobrir de mata (2Rs 25:12).

    1.3 Os restantes. A Bíblia faz pouca menção dos remanescentes na terra de Judá, pois as promessas divinas, as exortações proféticas e o esforço para restaurar o templo, a religião e a nação tiveram sua maior expressão nas mãos daqueles que, tendo ido para o cativeiro, arrependidos, voltaram para levar avante a obra. O templo foi completado setenta anos antes (516 a.C., Ed 6:15) mas era justamente a tentativa de restaurar Jerusalém como cidadela e centro de comércio, que despertou as novas perseguições (Ed 4:6 e 7n).

    1.4 Chorei. Cf He 13:3. Lamentei por alguns dias. A condição dos muros trouxe profunda tristeza a Neemias, enquanto a idéia da sua reconstrução seria motivo de tristeza e medo da oposição (conforme Ed 4:12-15). Orando. Ver Ed 8:22n e 9.6n.

    1.5 Senhor. Jeová, o nome de Deus que focaliza Seu concerto com o povo, relembrando ao Senhor as promessas feitas (conforme Êx 6:2-8, e Ed 10:20.

    1.6 Temos pecado. Antes do cativeiro, muitos murmuravam, lançando sobre Deus a culpa por seus sofrimentos. Pela ação do exílio, conseguiram verificar que a culpa era deles.

    1.8 Eu vos. Destaca-se nos vv. 8 e 9 o contraste entre os pronomes "Eu e Vós”, a conduta divina contrastada com a conduta humana. Neemias baseia essa parte da sua oração sobreDt 30:1-5; eficaz é a oração baseada nas promessas divinas.

    1.9 Extremidades do céu. Até aos horizontes mais distantes. Habitar o meu nome. Especialmente no templo em Jerusalém (Dt 12:11).

    1.11 Este homem. O rei, cujo apoio foi, necessário para a execução dos planos de Neemias. Copeiro. Posição de destaque, e de confiança, pois era incumbido da responsabilidade de proteger o rei contra algum envenenamento. • N. Hom. Solidariedade para com o povo de Deus: indagar, v. 2; entristecer-se, v. 4; orar, vv. 5-11; confessar, v. 7.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11
    I. NEEMIAS É INFORMADO ACERCA DA SITUAÇÃO DE JERUSALÉM (1:1-11)
    A história contada no livro de Neemias começou no vigésimo ano (v. 1) do reinado de Artaxerxes I (2.1), i.e., em 445 a.C. A história contada nos últimos quatro capítulos do livro de Esdras ocorreu no sétimo ano do reinado desse mesmo rei (Ed 7:7). Durante o intervalo Dt 13:0). Os vizinhos do Norte, conseqüentemente, “foram depressa a Jerusalém e forçaram os judeus a parar a obra” (Ed 4:23), a ponto de demolir a parte dos muros que os judeus haviam construído e de pôr fogo nos portões da cidade recém-construídos.

    Um dos judeus em Jerusalém nessa época era Hanani (v. 2), cujo irmão Neemias vivia na Babilônia e estava em contato próximo com Artaxerxes por ter sido designado copeiro do rei (v.ll). A tarefa de um copeiro real era servir vinho ao rei, provando-o ele mesmo na presença do rei antes de servi-lo para demonstrar que não estava envenenado. Somente homens que fossem considerados totalmente confiáveis eram designados para essa posição. E bem provável que Neemias recebeu essa incumbência quando ele e o rei estavam morando na Babilônia. Mas Artaxerxes possuía uma residência de inverno em Susã (v. 1), a leste do rio Tigre e perto do golfo Pérsico. Visto que essa história aconteceu num mês de inverno, o mês de quisleu (v. 1) — dezembro no nosso calendário —, Artaxerxes estava em Susã nessa época e tinha levado consigo para lá (entre muitos outros assessores, sem dúvida) o seu copeiro judeu, Neemias. Hanani, na Judéia, sentiu que Neemias precisava ficar sabendo dessa recente destruição dos muros e portões de Jerusalém, pois poderia fazer uso do seu contato próximo com Artaxerxes para insistir com o rei que adotasse uma posição mais favorável em relação aos judeus em Jerusalém. Assim, Hanani e alguns companheiros de opinião semelhante à dele fizeram a jornada de mais de 1.500 quilômetros da Judéia até Susã e contaram a Neemias a história da situação lamentável de Jerusalém e de seus habitantes (v. 3). Neemias ficou desolado com essa notícia e orou a Deus acerca do assunto; e uma das suas orações nessa situação está registrada nos v. 5-11. A proeminência do elemento da confissão de pecados nessa oração (v. 6,7) mostra que Neemias não pensava que a derrubada dos muros de Jerusalém havia acontecido por acaso, ou que era por causa simplesmente de fatores políticos ou militares, mas o julgamento de Deus sobre os judeus em razão do seu pecado. Ao fazer a sua confissão, Neemias, embora pessoalmente um homem muito justo, associou-se a seu povo no seu pecado, dizendo: Confesso os pecados que nós, os israelitas, temos cometido contra ti.

    Sim, eueo meu povo temos pecado (v. 6). Neemias lembra na sua oração a promessa que Deus fizera a Moisés, registrada em Dt 30:1-5, no sentido de que o desvio dos caminhos de Deus por parte de Israel resultaria no exílio do povo, mas o retorno a ele faria Deus mudar de posição para novamente trazê-lo de volta à sua terra (v. 8,9); e Neemias deu testemunho da graça redentora de Deus em relação a Israel (v. 10). Ao continuar com a sua oração, tornou-se forte a convicção no coração de Neemias de que Deus queria que ele pedisse a Artaxerxes para ser liberado do seu posto de copeiro real e receber autorização para viajar a Jerusalém e organizar a reconstrução dos muros da cidade. Ele percebeu, no entanto, que esse pedido poderia enfurecer o rei e resultar em castigo sobre ele. Assim, ele orou que, quando fosse levar o assunto diante de Artaxerxes, o coração do rei se dispusesse de forma favorável a ele: Faze com que hoje este teu seroo seja bem sucedido, ele pediu, concedendo-lhe a benevolência deste homem (v. 11). O seu desejo era que Artaxerxes fosse impelido por Deus para pôr em prática a cláusula condicional que ele tinha acrescentado em Ed 4:21 (citada há pouco) na qual proibia a reconstrução dos muros da cidade até que ele desse ordens expressas acerca do assunto.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 1 até o 11

    INTRODUÇÃO

    Título. Tal como Esdras, o Livro de Neemias tem o seu título extraído do personagem principal. Veja na 1ntrodução a Esdras o comentário sobre a relação que existe entre o Livro de Neemias e o Livro de Esdras, e desses dois livros canônicos com o livro apócrifo de Esdras A.

    Data e Autoria. O fato da narrativa estar escrita na primeira pessoa do singular em muitos lugares evidencia que o livro foi escrito pelo próprio Neemias. Os lugares onde ele está mencionado na terceira pessoa (Ne 8:9; Ne 10:1; Ne 12:26, Ne 12:47) podem ser explicados em harmonia com sua autoria. Por exemplo, Ne 12:26 e Ne 12:47, que parecem relembrar os "dias de Neemias", foram ambas citações em conjunto com os dias de alguma outra pessoa. A bem da uniformidade de estilo, é melhor usar a terceira pessoa do que dizer: "nos dias de Fulano e nos meus dias". Além disso, talvez Neemias estivesse afastado do governo e estivesse aqui relembrando sua administração.

    Serias objeções à unidade do livro foram levantadas por alguns por causa da menção, no mesmo capítulo, de Jadua (Ne 12:11, Ne 12:22) como sendo o bisneto do sumo sacerdote Eliasibe, e de Dario, o persa (Ne 12:22). Argumentos que favorecem colocar Jadua no final do quinto século A.C. e de identificar Dario, o persa, como o Dario II (423-404 A.C.), estão nas observações sobre Ne 12:22.

    A historicidade do livro já ficou bem estabelecida pelo descobrimento dos papiros elefantinos, que mencionam Joanã (Ne 12:22, Ne 12:23) como sumo sacerdote de Jerusalém, e os filhos de Sambalá (o grande inimigo de Neemias) como governadores de Samaria em 408 A.C. Também ficamos sabendo por meio desses papiros que Neemias deixou de ser governador da Judéia antes desse ano, pois Bagoas foi mencionado como ocupando essa posição.

    Antecedentes Históricos. Artaxerxes I, o qual Neemias serviu como copeiro, era filho de Assuero (Xerxes), que tomou Ester por sua rainha. A Festa do Purim (Et 9:20-32) foi instituída em 8 de março de 473 A.C., apenas oito anos antes de Artaxerxes I tornar-se rei. Na primavera de 457 A.C., Esdras dirigiu uma expedição de judeus de volta a Jerusalém com a bênção de Artaxerxes; e na primavera seguinte, ele já tinha terminado o exame daqueles que, na Judéia, tinham se casado com mulheres estrangeiras (veja observações sobre Ed 10:1). Reum e Sinsai, depois de receber este decreto do rei, correram a Jerusalém e "de mão armada os forçaram a parar com a obra", presumivelmente derrubando o muro já começado e queimando os portões (Ed 4:23; Ne 1:3). Foi a notícia desse desastre recente que angustiou Neemias e o levou a se pôr de joelhos diante de Deus.

    O Livro de Neemias engloba um período de pelo menos vinte anos, desde dezembro de 445 A.C. até cerca de 425 A.C., quando Neemias retornou da Babilônia para eliminar em Jerusalém e na província os diversos males infiltrados durante sua ausência desde 432 A.C. As vidas de Esdras e Neemias coincidem parcialmente, como se vê em Ne 8:1-9 e Ne 12:26. É bastante provável que Malaquias profetizasse durante o governo de Neemias, pois muitos dos males que ele denunciou se encontram destacados no Livro de Neemias.

    Deve-se dizer, em conclusão, que nenhuma porção do Velho Testamento dá-nos um incentivo maior ao zelo dedicado e inteligente para com a obra de Deus do que o Livro de Neemias. O exemplo da paixão de Neemias pela verdade da palavra de Deus, fosse qual fosse o preço ou as conseqüências, é um exemplo urgentemente necessário na hora atual. Que um estudo deste livro, afiado à oração, leve um maior número dos filhos de Deus de hoje a "batalhar pela fé uma vez entregue aos santos".

    COMENTÁRIO

    I. A Chegada de Neemias em Jerusalém. 1:1 - 2:20.

    Neemias 1

    A. Trágicas Notícias de Jerusalém e a Oração de Ne 1:1-11. Neemias fica sabendo que os muros e portões de Jerusalém foram destruídos e com grande remorso confessa a Deus os pecados de Israel, orando pelo livramento do Seu povo.


    Moody - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 4 até o 11

    4-11. Durante quatro meses (Ne 2:1), Neemias orou a Deus "dia e noite" (Ne 1:6) em favor do Seu povo. E os trarei para o lugar (v. Ne 1:9; cons. Dt 12:5, Dt 12:11, Dt 12:14). Aqui Neemias não está orando para que maior número de exilados retomem a Palestina, mas pela proteção por aqueles que já se encontravam lá. Só pela proteção sobrenatural de Deus a cidade poderia sobreviver e ser restaurada. Eu era copeiro do rei. Era uma posição de destaque e de confiança na corte persa, pois era obrigação do copeiro provar o vinho do rei para verificar se não estava envenenado. "O copeiro... no fim do período aquemênida tinha mais influência que o comandante-em-chefe" (A.T. Olmstead, The History of the Persian Empire, pág. 217).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Neemias Capítulo 1 do versículo 4 até o 11
    b) A confissão e oração de Neemias (Ne 1:4-16. Deus grande e terrível (5). Compare-se com Dt 7:21. Dá-lhe graça perante este homem (11). À confissão geral segue-se um pedido definido. Neemias propõe-se pedir a Artaxerxes que anule um decreto que promulgara em Ed 4:21 e no qual o rei deixara uma possibilidade de alterar a sua opinião (4.21 n.). Os monarcas orientais eram, por vezes, volúveis. Copeiro (11). Não temos aqui artigo definido. Neemias não seria necessariamente o único copeiro, mas era, sem dúvida, favorito do rei, como o revela a narrativa. O dever do copeiro era servir e provar o vinho na presença do rei para verificar se ele havia sido ou não envenenado. Posteriormente, exigia-se que os copeiros fossem eunucos, e não há qualquer indicação de que Neemias fosse casado.

    Dicionário

    Ah

    interjeição Exprime alegria, tristeza, dor; compaixão: ah, como sofro!
    Exprime alegria, admiração, beleza: ah, que dia mais lindo!
    Exprime impaciência, aborrecimento, raiva: ah, como você é irritante!
    Repetida uma vez, exprime surpresa ou ironia: ah! ah! Finalmente entendeu!
    Repetida duas ou mais vezes, indica uma gargalhada: ah! ah! ah! como é engraçado!
    [Símbolo] Representação de Ampére-hora, unidade da intensidade de uma corrente elétrica.
    Etimologia (origem da palavra ah). Do latim ah.

    Benignidade

    Benignidade Bondade; misericórdia (Sl 26:3; Gl 5:22).

    benignidade s. f. Qualidade de benigno.

    Qualidade de ser bom.

    Concerto

    substantivo masculino Apresentação pública de música; show.
    [Música] Audição de composições musicais que, feita de maneira pública, pode ser representada por cantores: concerto de rock.
    [Música] Obra ou peça musical composta para instrumentos Conformidade harmônica de sons ou vozes; consonância.
    Acordo entre pessoas ou empresas que possuem uma meta em comum.
    Que se apresenta de maneira arrumada; com ordem; arrumação.
    Por Extensão Sons ou ruídos que se combinam: um concerto de pássaros.
    Ação de se reunir ou de participar; reunião: concerto entre culturas.
    Etimologia (origem da palavra concerto). Do italiano concerto.

    Concerto ALIANÇA (He 8:6), RC).

    Deus

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Dissê

    1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
    3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

    di·zer |ê| |ê| -
    (latim dico, -ere)
    verbo transitivo

    1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

    2. Referir, contar.

    3. Depor.

    4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

    5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

    6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

    7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

    verbo intransitivo

    8. Condizer, corresponder.

    9. Explicar-se; falar.

    10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

    verbo pronominal

    11. Intitular-se; afirmar ser.

    12. Chamar-se.

    13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

    nome masculino

    14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

    15. Estilo.

    16. Maneira de se exprimir.

    17. Rifão.

    18. Alegação, razão.


    quer dizer
    Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

    tenho dito
    Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


    Grande

    adjetivo De tamanho maior ou fora do normal: cabeça grande.
    Comprido, extenso ou longo: uma corda grande.
    Sem medida; excessivo: grandes vantagens.
    Numeroso; que possui excesso de pessoas ou coisas: uma grande manifestação; uma grande quantia de dinheiro.
    Que transcende certos parâmetros: grande profundeza.
    Que obteve fortes consequências: grande briga; grandes discussões.
    Forte; em que há intensidade: grande pesar.
    Com muita eficiência: a água é um grande medicamento natural.
    Importante; em que há importância: uma grande instituição financeira.
    Adulto; que não é mais criança: o menino já está grande.
    Notável; que é eficiente naquilo que realiza: um grande músico.
    Cujos atributos morais e/ou intelectuais estão excesso: grande senhor.
    Magnânimo; que exprime um comportamento nobre.
    Fundamental; que é primordial: de grande honestidade.
    Que caracteriza algo como sendo bom; positivo: uma grande qualidade.
    Que é austero; rígido: um grande problema.
    Território circundado por outras áreas adjacentes: a Grande Brasília.
    substantivo masculino Pessoa que se encontra em idade adulta.
    Quem tem muito poder ou influência: os grandes estavam do seu lado.
    Etimologia (origem da palavra grande). Do latim grandis.e.

    Guardar

    verbo transitivo direto e bitransitivo Vigiar, a fim de defender: guardar um ponto estratégico; guardar os limites de um terreno.
    verbo transitivo direto Vigiar com o fim de proteger; abrigar, tomar cuidado em: guardar uma criança, guardar ovelhas.
    Vigiar para evitar uma evasão: guardar os prisioneiros.
    Conservar, arrecadar: quem guarda, tem.
    Conservar, manter em bom estado: guardar as joias da família.
    Ocultar, não revelar: guardar um segredo.
    Conservar, não perder: conseguiu guardar seu prestígio.
    Livrar, defender: Deus nos guarde de todo mal.
    Trazer dentro de si; conter: guardo em mim os males do mundo.
    Obedecer regras, preceitos: guardar as leis de Deus.
    verbo transitivo direto e transitivo direto predicativo Não demonstrar nem expressar; calar: guardar segredos.
    verbo pronominal Ficar protegido em; abrigar-se: guardou-me da tempestade.
    Deixar de fazer parte; abster-se: guardou-se mudo.
    expressão Guardar os domingos e dias santificados. Não trabalhar nesses dias.
    Guardar castidade. Fazer voto de castidade, viver casto por vontade própria.
    Guardar silêncio. Calar-se.
    Etimologia (origem da palavra guardar). Do latim guardare.

    Guardas

    2ª pess. sing. pres. ind. de guardar
    masc. e fem. pl. de guarda
    fem. pl. de guarda

    guar·dar -
    (latim tardio guardare, de uma forma germânica *wardon)
    verbo transitivo

    1. Estar de guarda a.

    2. Ter (alguém ou alguma coisa) em sua guarda.

    3. Conservar (alguma coisa) para o fim a que se destina.

    4. [Informática] Registar dados num suporte (ex.: guarde o ficheiro sempre que fizer alterações). = GRAVAR, SALVAR

    5. Arrecadar; conter, encerrar.

    6. Acompanhar (a outrem) para proteger.

    7. Observar, não infringir, cumprir.

    8. Diferir; deixar.

    9. Pastorear.

    verbo pronominal

    10. Acautelar-se.

    11. Resguardar-se.

    12. Reservar-se.

    13. Esperar.

    14. Abster-se.

    15. Defender-se.

    16. Livrar-se.


    guar·da
    (derivação regressiva de guardar)
    nome feminino

    1. Acto ou efeito de guardar.

    2. Cuidado e vigilância.

    3. Serviço (de quem guarda ou exerce vigilância).

    4. [Militar] Conjunto dos militares que ocupam um posto ou casa de guarda ou de vigilância.

    5. Conservação.

    6. Figurado Protecção; benevolência.

    7. [Armamento] Parte da arma branca ou da lança que resguarda a mão.

    8. Cada uma das diferentes posições do corpo ou da arma com que se evita o golpe da arma do adversário.

    9. [Encadernação] Fólio que acompanha a parte interior de cada uma das capas do livro encadernado.

    10. [Arquitectura] [Arquitetura] Muro, anteparo, parapeito, etc., que ladeia uma ponte ou qualquer passagem, de que se pode cair.

    11. Conjunto de traços ou riscos peculiares a uma assinatura.

    12. [Agricultura] Vara que se deixa à vide para dar os sarmentos da colheita seguinte.

    13. Cada uma das partes da fechadura a que se adaptam os recortes do palhetão da chave.

    14. Nome de certos corpos ou regimentos.

    15. [Religião católica] Pano em que se envolve o corporal.

    16. [Religião católica] Pano que cai do altar sobre a parte superior do frontal.

    nome masculino

    17. Indivíduo encarregado de vigiar ou guardar alguma coisa.

    18. Sentinela; carcereiro.

    19. Empregado que exerce vigilância.

    20. Soldado de um dos corpos a que se dá o nome de guarda.


    dia de guarda
    Dia santo.

    guarda avançada
    Fracção de tropas em marcha encarregada do serviço de protecção e segurança na frente da coluna.

    guarda de flanco
    Destacamento encarregado de proteger um dos flancos de uma tropa em marcha.

    guarda de retaguarda
    Fracção de tropas em marcha que segue a certa distância o grosso da coluna em serviço de protecção.

    guarda pretoriana
    História Grupo militar de elite responsável pela segurança pessoal dos imperadores da Roma antiga (ex.: um dos símbolos da guarda pretoriana era o escorpião).

    [Por extensão] Grupo de indivíduos que zelam, geralmente de modo violento, pela defesa e protecção de algo ou de alguém (ex.: o presidente convocou a sua própria guarda pretoriana; as forças armadas não podem ser a guarda pretoriana do poder).

    jovem guarda
    Conjunto das pessoas mais novas de um grupo (ex.: o festival atrai um grande número de artistas da jovem guarda).

    velha guarda
    Conjunto das pessoas mais velhas de um grupo (ex.: a velha guarda da música popular).


    Mandamentos

    Mandamentos Ver Dez Mandamentos.

    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Terrível

    adjetivo Que causa e inspira terror; assustador: homem terrível.
    Figurado Muito intenso; violento, forte: vento terrível.
    [Pejorativo] Fora do comum; extraordinário: um terrível tagarela.
    Que ocasiona consequências nefastas; funesto: enchente terrível.
    Que aborrece; fastidioso: filme terrível.
    Excessivamente grande; exorbitante: tragédia terrível.
    De qualidade detestável; péssimo: comida terrível.
    substantivo masculino Um dos cargos da loja maçônica (grupo regional da maçonaria).
    Etimologia (origem da palavra terrível). Do latim terribilis.

    Terrível TEMÍVEL (Jl 2:11-31).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Neemias 1: 5 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, o Deus grande e temido! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que O amam e guardam os Seus mandamentos;
    Neemias 1: 5 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    445 a.C.
    H1285
    bᵉrîyth
    בְּרִית
    Minha aliança
    (my covenant)
    Substantivo
    H1419
    gâdôwl
    גָּדֹול
    excelente / grande
    (great)
    Adjetivo
    H157
    ʼâhab
    אָהַב
    amar
    (you love)
    Verbo
    H2617
    chêçêd
    חֵסֵד
    bondade, benignidade, fidelidade
    (your goodness)
    Substantivo
    H3069
    Yᵉhôvih
    יְהֹוִה
    Deus
    (GOD)
    Substantivo
    H3372
    yârêʼ
    יָרֵא
    temer, reverenciar, ter medo
    (and I was afraid)
    Verbo
    H410
    ʼêl
    אֵל
    deus, semelhante a deus, poderoso
    (unto God)
    Substantivo
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H4687
    mitsvâh
    מִצְוָה
    mandamento
    (my commands)
    Substantivo
    H559
    ʼâmar
    אָמַר
    E disse
    (And said)
    Verbo
    H577
    ʼânnâʼ
    אָנָּא
    Eu rezo / oro
    (I pray)
    Interjeição
    H8064
    shâmayim
    שָׁמַיִם
    os ceús
    (the heavens)
    Substantivo
    H8104
    shâmar
    שָׁמַר
    guardar, vigiar, observar, prestar atenção
    (and to keep it)
    Verbo


    בְּרִית


    (H1285)
    bᵉrîyth (ber-eeth')

    01285 ברית b eriytĥ

    procedente de 1262 (no sentido de cortar [como 1254]); DITAT - 282a; n f

    1. acordo, aliança, compromisso
      1. entre homens
        1. tratado, aliança, associação (homem a homem)
        2. constituição, ordenança (do monarca para os súditos)
        3. acordo, compromisso (de homem para homem)
        4. aliança (referindo-se à amizade)
        5. aliança (referindo-se ao casamento)
      2. entre Deus e o homem
        1. aliança (referindo-se à amizade)
        2. aliança (ordenação divina com sinais ou promessas)
    2. (expressões)
      1. fazer uma aliança
      2. manter a aliança
      3. violação da aliança

    גָּדֹול


    (H1419)
    gâdôwl (gaw-dole')

    01419 גדול gadowl ou (forma contrata) גדל gadol

    procedente de 1431; DITAT - 315d; adj

    1. grande
      1. grande (em magnitude e extensão)
      2. em número
      3. em intensidade
      4. alto (em som)
      5. mais velho (em idade)
      6. em importância
        1. coisas importantes
        2. grande, distinto (referindo-se aos homens)
        3. o próprio Deus (referindo-se a Deus) subst
      7. coisas grandes
      8. coisas arrogantes
      9. grandeza n pr m
      10. (CLBL) Gedolim, o grande homem?, pai de Zabdiel

    אָהַב


    (H157)
    ʼâhab (aw-hab')

    0157 אהב ’ahab ou אהב ’aheb

    uma raiz primitiva; DITAT - 29; v

    1. amar
      1. (Qal)
        1. amor entre pessoas, isto inclui família e amor sexual
        2. desejo humano por coisas tais como alimento, bebida, sono, sabedoria
        3. amor humano por ou para Deus
        4. atitude amigável
          1. amante (particípio)
          2. amigo (particípio)
        5. o amor de Deus pelo homem
          1. pelo ser humano individual
          2. pelo povo de Israel
          3. pela justiça
      2. (Nifal)
        1. encantador (particípio)
        2. amável (particípio)
      3. (Piel)
        1. amigos
        2. amantes (fig. de adúlteros)
    2. gostar

    חֵסֵד


    (H2617)
    chêçêd (kheh'-sed)

    02617 חסד checed

    procedente de 2616, grego 964 βηθεσδα; DITAT - 698a,699a; n m

    1. bondade, benignidade, fidelidade
    2. reprovação, vergonha

    יְהֹוִה


    (H3069)
    Yᵉhôvih (yeh-ho-vee')

    03069 יהוה Y ehoviĥ

    uma variação de 3068 [usado depois de 136, e pronunciado pelos judeus

    como 430, para prevenir a repetição do mesmo som, assim como em outros lugares

    3068 é pronunciado como 136]; n pr de divindade

    1. Javé - usado basicamente na combinação ‘Senhor Javé’
      1. igual a 3068 mas pontuado com as vogais de 430

    יָרֵא


    (H3372)
    yârêʼ (yaw-ray')

    03372 ירא yare’

    uma raiz primitiva; DITAT - 907,908; v

    1. temer, reverenciar, ter medo
      1. (Qal)
        1. temer, ter medo
        2. ter admiração por, ser admirado
        3. temer, reverenciar, honrar, respeitar
      2. (Nifal)
        1. ser temível, ser pavoroso, ser temido
        2. causar espanto e admiração, ser tratado com admiração
        3. inspirar reverência ou temor ou respeito piedoso
      3. (Piel) amedrontar, aterrorizar
    2. (DITAT) atirar, derramar

    אֵל


    (H410)
    ʼêl (ale)

    0410 אל ’el

    forma contrata de 352, grego 2241 ηλι e 1664 ελιουδ; DITAT - 93a; n m

    1. deus, semelhante a deus, poderoso
      1. homens poderosos, homens de posição, valentes poderosos
      2. anjos
      3. deus, deus falso, (demônios, imaginações)
      4. Deus, o único Deus verdadeiro, Javé
    2. coisas poderosas na natureza
    3. força, poder

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    מִצְוָה


    (H4687)
    mitsvâh (mits-vaw')

    04687 מצוה mitsvah

    procedente de 6680; DITAT - 1887b; n f

    1. mandamento
      1. preceito (de homem)
      2. o mandamento (de Deus)
      3. mandamento (do código de sabedoria)

    אָמַר


    (H559)
    ʼâmar (aw-mar')

    0559 אמר ’amar

    uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

    1. dizer, falar, proferir
      1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
      2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
      3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
      4. (Hifil) declarar, afirmar

    אָנָּא


    (H577)
    ʼânnâʼ (awn-naw')

    0577 אנא ’anna’ ou אנה ’annah

    aparentemente uma forma contrata de 160 e 4994; DITAT - 122; interj

    1. ah! eu te suplico! nós te suplicamos! Por favor! (particípio de tratamento normalmente seguido pelo verbo no imperativo)

    שָׁמַיִם


    (H8064)
    shâmayim (shaw-mah'-yim)

    08064 שמים shamayim dual de um singular não utilizado שׂמה shameh

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser alto; DITAT - 2407a; n. m.

    1. céu, céus, firmamento
      1. céus visíveis, firmamento
        1. como a morada das estrelas
        2. como o universo visível, o firmamento, a atmosfera, etc.
      2. Céus (como a morada de Deus)

    שָׁמַר


    (H8104)
    shâmar (shaw-mar')

    08104 שמר shamar

    uma raiz primitiva; DITAT - 2414; v.

    1. guardar, vigiar, observar, prestar atenção
      1. (Qal)
        1. guardar, ter a incumbência de
        2. guardar, vigiar, manter vigilância e custódia, proteger, salvar vida
          1. vigiar, vigia (particípio)
        3. observar, esperar por
        4. olhar, observar
        5. guardar, reter, entesourar (na memória)
        6. manter (dentro de limites), conter
        7. observar, celebrar, guardar (o sábado ou a aliança ou mandamentos), cumprir (voto)
        8. guardar, preservar, proteger
        9. guardar, reservar
      2. (Nifal)
        1. estar prevenido, tomar precauções, tomar cuidado, precaver-se
        2. guardar-se, conter-se, abster-se
        3. ser guardado, ser vigiado
      3. (Piel) vigiar, prestar atenção
      4. (Hitpael) guardar-se de