Enciclopédia de Daniel 7:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

dn 7: 1

Versão Versículo
ARA No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, teve Daniel um sonho e visões ante seus olhos, quando estava no seu leito; escreveu logo o sonho e relatou a suma de todas as coisas.
ARC NO primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça: escreveu logo o sonho, e relatou a suma das cousas.
TB No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça, estando na sua cama; então, escreveu o sonho e relatou a soma das coisas.
HSB בִּשְׁנַ֣ת חֲדָ֗ה לְבֵלְאשַׁצַּר֙ מֶ֣לֶךְ בָּבֶ֔ל דָּנִיֵּאל֙ חֵ֣לֶם חֲזָ֔ה וְחֶזְוֵ֥י רֵאשֵׁ֖הּ עַֽל־ מִשְׁכְּבֵ֑הּ בֵּאדַ֙יִן֙ חֶלְמָ֣א כְתַ֔ב רֵ֥אשׁ מִלִּ֖ין אֲמַֽר׃
BKJ No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, Daniel teve um sonho e visões de sua cabeça sobre a sua cama; então ele escreveu o sonho e contou o resumo dos assuntos.
LTT No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, viu Daniel um sonho e visões da sua cabeça quando estava na sua cama; escreveu logo o sonho, e relatou o resumo das coisas.
BJ2 No primeiro ano de Baltazar, rei de Babilônia, Daniel, estando em seu leito, teve um sonho, e visões lhe assomaram à cabeça. Ele redigiu o sonho por escrito. Eis o começo da narrativa:

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Daniel 7:1

Gênesis 15:1 Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.
Gênesis 46:2 E falou Deus a Israel em visões, de noite, e disse: Jacó! Jacó! E ele disse: Eis-me aqui.
Números 12:6 E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele.
Jó 4:13 Entre pensamentos de visões da noite, quando cai sobre os homens o sono profundo,
Jó 33:14 Antes, Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso.
Isaías 8:1 Disse-me também o Senhor: Toma um grande volume e escreve nele em estilo de homem: Apressando-se ao despojo, apressou-se à presa.
Isaías 30:8 Vai, pois, agora, escreve isto em uma tábua perante eles e aponta-o em um livro; para que fique escrito para o tempo vindouro, para sempre e perpetuamente.
Jeremias 23:28 O profeta que teve um sonho, que conte o sonho; e aquele em quem está a minha palavra, que fale a minha palavra, com verdade. Que tem a palha com o trigo? ? diz o Senhor.
Jeremias 27:7 E todas as nações servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele.
Jeremias 36:4 Então, Jeremias chamou a Baruque, filho de Nerias; e escreveu Baruque da boca de Jeremias todas as palavras do Senhor, que ele lhe tinha revelado, no rolo de um livro.
Ezequiel 1:1 E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que, estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus.
Daniel 1:17 Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos.
Daniel 2:1 E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve Nabucodonosor uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono.
Daniel 2:28 Mas há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça na tua cama são estas:
Daniel 4:5 Tive um sonho, que me espantou; e as imaginações na minha cama e as visões da minha cabeça me turbaram.
Daniel 5:1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil.
Daniel 5:22 E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso.
Daniel 5:30 Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus.
Daniel 7:7 Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas.
Daniel 7:13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.
Daniel 7:15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me espantavam.
Daniel 8:1 No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.
Joel 2:28 E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.
Amós 3:7 Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.
Habacuque 2:2 Então, o Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.
Atos 2:17 E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;
Romanos 15:4 Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
II Coríntios 12:1 Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor.
Apocalipse 1:19 Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer:
Apocalipse 10:4 E, sendo ouvidas dos sete trovões as suas vozes, eu ia escrevê-las, mas ouvi uma voz do céu, que dizia: Sela o que os sete trovões falaram e não o escrevas.

Gematria

Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.

quatro (4)

As quatro direções (norte, sul, leste e oeste) juntamente com os elementos básicos do mundo físico (fogo, ar, água e terra). A união dos níveis de interpretação da Torá (pshat - literal, remez - alusivo, drush - alegórico e sod - místico). O conjunto completo da família (pai, mãe, filho e filha). Também representa a humildade e a auto-anulação perante Deus.



Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

JARDIM DO ÉDEN

Deus criou, para o primeiro casal, um lugar para morar, um lugar em que havia árvores, rios e animais, um lugar que veio a ser conhecido como "Éden" (Gn 2:4b-15). A dramaticidade desse relato arrebatador tem fascinado leitores de todas as idades, tem levado filósofos e teólogos a reflexões sérias e profundas e tem sido a inspiração para a pena de muitos poetas e para o pincel de muitos pintores. Mas, quando tentamos reconstruir o contexto geográfico desse texto bíblico e localizar o Éden, descobrimos que, em vários níveis, muito permanece envolto na obscuridade.

O verbo do qual deriva a palavra "Éden" sempre aparece com sentido ambíguo no Antigo Testamento. Outros substantivos homônimos de Éden chegam a ocorrer no Antigo Testamento, estando relacionados com: (1) o nome de alguém (2Cr 29:12-31.15); (2) coisas deleitosas/preciosas (2Sm 1:24; SI 36.8; Jr 51:34); (3) uma região ou território na Mesopotâmia (2Rs 19:12; Is 37:12; Ez 27:23; Am 1:5). Apesar disso, continua sendo difícil confirmar a exata nuança de determinado substantivo, a menos que seja possível encontrar um cognato fora da Bíblia, em textos do antigo Oriente Próximo, em contextos bem nítidos e esclarecedores.

No caso de "Éden", um cognato (edinu) aparece em acádico/ sumério, designando uma planície ou estepe presumivelmente situada em algum lugar da Mesopotâmia. Em ugarítico e, mais recentemente, em aramaico, uma palavra semelhante ('dn) parece denotar um lugar fértil e bem irrigado. Felizmente a citação em acádico aparece em um texto léxico ao lado de seu equivalente sumério e a atestação em aramaico se encontra num texto bilíngue aramaico e acádico, em que a palavra correspondente no lado em acádico também denota um sentido de abundância ou profusão. Com isso, a interpretação mais comum desses dados é que eles sugerem que o Éden deveria estar situado numa área relativamente fértil da estepe da Mesopotâmia ou perto dela.

A interpretação costumeira é que o relato bíblico está escrito da perspectiva de Canaã. Desse modo, a localização do Éden para o lado do oriente (Gn 2:8) também aponta na direção da Mesopotâmia. Além disso, o Éden é descrito como um "jardim" (Gn 2:15), onde era possível encontrar um rio (2,10) e ribeiros/fontes para regar o solo (2.6). Tendo em mente o escasso suprimento de água em Canaã, é talvez previsível que o escritor bíblico tivesse tomado um termo acádico emprestado para descrever uma situação inexistente em seu próprio ambiente: a abundância de água. A observação inicial, que situa o Éden numa área fértil em algum lugar da planície mesopotâmica, é reforçada por outros dois fatores: (1) sabe-se que dois dos rios mencionados na narrativa - o Tigre e o Eufrates - atravessavam a Mesopotâmia; (2) o nome bíblico associado a cada um desses dois rios corresponde exatamente ao nome encontrado em textos mesopotâmicos.

Tentativas fantasiosas de situar o Éden na Etiópia, Austrália, Índia, Paquistão, Egito, Alemanha, Suécia, Mongólia, Américas, África, ilhas Seicheles, Extremo Oriente, oceano Índico, linha do equador, Polo Norte ou qualquer outro lugar não merecem atenção. Nem são mais plausíveis aqueles esforços de interpretação segundo a qual a narrativa apresenta quatro rios que, na Antiguidade, acreditava-se que circundavam o globo. Tal hipótese pressupõe que a passagem tem natureza lendária e/ou que o escritor bíblico não conhecia seu mundo. Nossa observação inicial também não concorda com uma interpretação alegórica existente na igreja antiga (e.g., Orígenes) de que o Éden era um paraíso da alma. Essa interpretação associa os quatro rios às virtudes da prudência, coragem, justiça e domínio próprio, criando um paraíso de perfeição divina - mas um paraíso que está além das esferas geográfica e histórica.

Contudo, mesmo depois de aceitar um contexto mesopotâmico para o jardim, a identificação dos dois primeiros rios - Pisom e Giom - continua sendo problemática. Com exceção de umas poucas referências incidentais em escritos judaicos posteriores, esses dois rios não são atestados em nenhum outro texto antigo. Seus nomes não têm nenhuma semelhança com quaisquer nomes pelos quais os rios daquela região são conhecidos hoje em dia, e as próprias palavras sugerem que poderiam ser descrição do movimento do rio e não o seu nome (pisom significa "descer em cascata/jorrar'", e giom significa "borbulhar/permear").

Apesar disso, já desde o primeiro século d.C. tem sido costumeiro identificar o Pisom com o rio Ganges e o Giom com o Nilo, embora correspondências alternativas para o Pisom incluam os rios 1ndo e Danúbio e uma alternativa para o Giom seria a fonte de Giom, em Jerusalém. Jerônimo deve receber o crédito de ter introduzido na tradição cristã a identificação dos quatro rios como o Tigre, o Eufrates, o Ganges e o Nilo. Também são inúteis as tentativas de identificar o Pisom e o Giom com base em suas supostas relações com os descendentes de Havilá e Cuxe (Gn 2:11-13). No caso de Havila, o Antigo Testamento menciona pelo menos dois clãs com esse nome (Gn 10:7-29), não sendo possível demonstrar que qualquer um deles estivesse localizado na Mesopotâmia. De modo análogo, na Bíblia, Cuxe normalmente designa uma área do Sudão, embora em pelo menos um texto (Gn 10:8) o termo possa estar se referindo aos cassitas, uma dinastia de um povo que ocupou uma área da Babilônia durante boa parte do segundo milênio a.C.

A menção a ouro e bdélio em Havilá (Gn 2:12) também não ajuda numa busca geográfica. Na Antiguidade, o ouro era encontrado em lugares longínquos como Índia e Egito, mas também era bem comum em boa parte da Mesopotâmia e não estava limitado a qualquer região específica. Quanto ao bdélio, até mesmo a tradução da palavra continua sendo duvidosa: pode se referir a uma pedra preciosa, como rubi ou cristal de rocha, ou a uma substância medicinal aromática, como algum tipo de goma resinosa.

O mapa mostra uma área setentrional (urartiana) e uma meridional (suméria), nas quais é possível que o jardim estivesse localizado. Pode-se apresentar um argumento bem convincente em favor de cada um desses pontos de vista. O ponto de vista urartiano busca apoio em Gênesis 2:10, que afirma que um rio saía para regar o jardim e então se dividia em quatro braços. Os proponentes desse ponto de vista sustentam que esse texto exige situar o Éden num lugar de onde rios irradiam. Uma parte das nascentes do Tigre, de um lado, e uma das principais fontes do alto Eufrates (Murad Su), de outro, surgem no planalto urartiano, a oeste do lago Van, próximo da moderna cidade de Batman, na Turquia, estando separadas uma da outra por pouco mais de 800 metros.

Aproximadamente na mesma região ficam as nascentes dos rios Araxes e Choruk. Com frequência, defensores de uma hipótese setentrional identificam esses rios com o Pisom e o Giom.

Proponentes do ponto de vista sumério buscam apoio em Gênesis 2:12b (NVI), que associa o rio Pisom ao lugar da "pedra de ônix. Na Bíblia, a palavra "Onix" é regularmente explicitada mediante a anteposição da palavra "pedra" (Ex 25:7-28.9; 35.9,27; 39.6; 1Cr 29:2, NVI), o que, no caso dos demais minerais, é raro no Antigo Testamento. No mundo mesopotâmico, o único mineral que vinha acompanhado da palavra "pedra" é conhecido hoie em dia como lápis-lazúli, uma pedra azul-escura de valor elevado que, em toda a Mesopotâmia e em outras regiões, era geralmente usada em ornamentos régios ou oficiais (observe-se a inclusão do ônix como parte da ornamentação das vestes do sumo sacerdote [Êx 28.20; 39.13]).

Caso a palavra traduzida por "ônix" de fato se referisse ao lápis-lazúli, o ponto de vista sumério ganharia grande reforço, visto que, na Antiguidade, só existia uma fonte conhecida desse mineral - o Afeganistão. O lápis-lazúli era levado para a Mesopotâmia por vias de transporte que começavam no sul, mas aparentemente não pelas que partiam do norte. Textos acádicos mencionam o "rio de lápis-lazúli, que é identificado com o rio Kerkha ou o rio Karun, ou um trecho do baixo Tigre, logo acima de sua confluência com o Eufrates. No entanto, a expressão nunca é empregada para um rio do centro ou do norte da Mesopotâmia. Por esse motivo, alguns estudiosos propõem uma localizacão suméria para o rio Pisom e, nesse cenário, o candidato mais provável ao Giom é ou o rio Karun, ou o rio Kerkha, ou o uádi al-Batin (que, conforme se sabe, foi um rio verdadeiro que atravessava o deserto da Arábia e desaguava no curso de água Shatt el-Arab, logo ao norte do golfo Pérsico). No século 16. João Calvino introduziu, na teologia cristã, uma modificação do ponto de vista sumério, embora em grande parte sua exegese tenha sido emprestada de Agostinho Steuco, estudioso do Antigo Testamento que, à época, também era o bibliotecário do papa.7 Steuco afirmava que "quatro fontes/bracos" (Gn 2:10b) era uma referência tanto ao lugar onde os rios surgiam quanto ao lugar onde desembocavam no mar. Com essa ideia, Calvino sustentou que eles eram, de fato, quatro bracos distintos de um único rio dentro de Éden, com os dois cursos d'água de cima descendo de suas fontes até dentro do jardim e os dois de baixo fluindo do jardim e descendo até o golfo Pérsico. Calvino descreveu o que equivale a um alto Eufrates e um baixo Eufrates, e um alto Tigre e um baixo Tigre, havendo, no meio do mapa, um ponto de confluência onde suas águas se misturavam durante uma curta distância. De acordo com o reformador nesse ponto havia uma ilha onde o Eden estava localizado. Apesar da análise geográfica imprecisa de Calvino e até mesmo de sua exegese forçada, por mais de 200 anos sua localização do Éden teve destaque na história de comentários e de Bíblias protestantes.

Uma advertência extra é necessária. Ao descrever acontecimentos mais antigos da Bíblia, alguns atlas bíblicos20 e outras fontes cartográficas? fazem referência a uma "antiga costa litorânea" que se estendia por cerca de 200 quilômetros para o norte do golfo Pérsico e chegava até Ur, desse modo inundando (e na prática eliminando) a denominada localização suméria do Éden. Com base em investigações científicas publicadas por volta de 1900, mas com ideias talvez já existentes no primeiro século d.C., essa teoria se baseia na hipótese geológica de que o delta avançou pouco a pouco (e sempre nesse sentido) da região de Ur (e Samarra junto ao Tigre) até a atual costa litorânea. o que aconteceu, ao longo do tempo, exclusivamente como resultado da sedimentação depositada pelos rios Tigre e Eufrates. Com essa pressuposição, a teoria fez ainda outras pressuposições uniformitaristas quanto à datação e à distância e afirmou que esta "antiga costa litorânea" devia ser datada de aproximadamente 5000-4000 a.C. Pesquisas mais recentes, tanto geológicas quanto paleoclimatológicas, demonstraram, de forma definitiva, que essas suposições anteriores eram bem prematuras e não são mais defensáveis. Hoje sabemos que, por volta de 5000 a 4000 a.C., os níveis do mar eram mais baixos do que os níveis atuais, em geral em cerca de três metros. Atualmente submersas a pouca distância do litoral, ruínas de habitações daquele período são conhecidas no lado norte do golfo Pérsico, o que indica que, naquela época, a antiga costa litorânea do golfo Pérsico se estendia mais para o sul, e não mais para o norte. Na realidade, a sedimentação provocada pelos rios Tigre e Eufrates, embora seja bem ampla e acentuada a partir das vizinhanças de Samarra (Tigre) e Ramadi (Eufrates) até quase o ponto onde os rios se unem para formar o canal Shatt el-Arab, é praticamente inexistente dali para o sul, nos 160 quilômetros seguintes até chegar à atual costa litorânea do golfo Pérsico. Em função disso, não se pode desconsiderar o ponto de vista sul/sumério sobre o Éden apenas com base nesse tipo de análise geográfica ultrapassada.

O Jardim do Éden
O Jardim do Éden

JOSIAS E A ASCENSÃO DA BABILÔNIA

639-605 a.C.
JOSIAS
Josias (639. 609 .C.) foi coroado rei de Judá aos oito anos de idade. O escritor de Crônicas observa que, no oitavo ano de seu reinado (632 a.C.), Josias "começou a buscar o Deus de Davi, seu pai" (2Cr 34:3). Entre o décimo segundo e décimo oitavo ano (628-622 a.C.), Josias se dedicou a um programa de reforma radical. Despedaçou ou queimou objetos, altares e ídolos pagãos, erradicou os sacerdotes pagãos e'prostitutos cultuais, profanou os altos e remove elementos pagãos que haviam sido colocados no templo do Senhor. Seu programa abrangeu não apenas Jerusalém, mas também as cidades dos territórios de Manassés, Efraim e Simeão. A reforma chegou até ao território de Naftali que, em outros tempos, havia pertencido ao reino do norte, Israel, mas sobre o qual o rei de Judá pôde exercer influência devido ao enfraquecimento do poder da Assíria. Josias profanou o alto em Betel instituído por Jeroboão, filho de Nabate, ao queimar os ossos dos sacerdotes de deuses estrangeiros em seus altares pagãos.' No décimo oitavo ano do reinado de Josias, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei no templo do Senhor? Não se sabe ao certo a natureza desse livro, mas ao ouvir a leitura de suas palavras, Josias rasgou as vestes e exclamou:
"Grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro" (2Rs 22:13). A fim de cumprir as prescrições do Livro da Lei, Josias aboliu os médiuns e feiticeiros, os ídolos do lar e todas as outras abominações vistas na terra de Judá e em Jerusalém.
O escritor de Reis afirma que nem mesmo a reforma ampla de Josias foi suficiente para evitar o julgamento iminente do Senhor e cita as palavras da profetisa Hulda: "Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará" (2Rs 22:16-17). Para seu consolo, Josias recebeu a garantia de que não testemunharia a calamidade vindoura.


A MORTE DE JOSIAS
A queda da Assíria em 612 a.C.havia provocado um desequilíbrio no poder no Oriente Próximo, Preocupado com a força crescente da Babilônia, o faraó Neco (610-595 a.C.) enviou um exército à Síria para ajudar o que restava das forças assírias e conter os babilônios, afirmando ter recebido essa ordem de Deus. Josias não acreditou no discurso do rei egípcio e o confrontou em Megido, no norte de Israel, em 609 .C., onde morreu em combate. Sua morte prematura aturdiu a nação. Jeremias compôs lamentos' e, cento e trinta anos depois, o profeta Zacarias faria referência à morte de Josias como uma ocasião de grande pranto.

HABACUQUE
A morte de Josias interrompeu de forma brusca o programa de reformas em Judá. Deus parecia ter abandonado seu povo e reis subseqüentes não manifestaram nenhum desejo de seguir ao Senhor. Neco não ficou satisfeito com o governo de Jeoacaz, filho de Josias. Por isso, em Ribla, na Síria, ordenou que fosse substituído por seu irmão Jeoaquim (Eliaquim). Consternado com a destruição e violência ao seu redor, o profeta Habacuque clamou ao Senhor e recebeu uma resposta inesperada: "Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada. Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos no anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar-lhes todos vêm para fazer violência. Habacuque 1:5-90

NABUCODONOSOR ASSUME O PODER
Avançado em anos, Nabopolassar, rei da Babilônia, colocou o exército sob o comando de seu filho e sucessor ao trono, Nabucodonosor. Em 605 a.C, Nabucodonosor derrotou o exército egípcio em Carquemis, junto ao rio Eufrates (próximo à atual fronteira entre a Turquia e a Síria).? Marchando para para o sul, Nabucodonosor invadiu Judá na tentativa de garantir a lealdade de Jeoaquim de Judá, o antigo vassalo e aliado de Neco.
Quando Jeoaquim estava prestes a se render, Nabucodonosor foi informado da morte de seu pai e voltou à Babilônia pelo caminho do deserto, levando consigo alguns objetos do templo do Senhor e vários jovens da família real e da nobreza de Judá. Quatro desses jovens se mostraram conselheiros valiosos para o novo rei: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Essa foi a primeira e menor de quatro deportações que acabariam resultando no exílio dos habitantes de Judá na Babilônia.

Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).

O EXÍLIO DE JUDÁ

604-582 a.C.
JEOAQUIM
A morte do rei Josias em 609 a.C. pôs fim à reforma religiosa em Judá e, durante o reinado de Jeoaquim, filho de Josias, as práticas pagas voltaram a se infiltrar no reino do sul. O profeta Jeremias repreendeu Jeoaquim por explorar o povo e construir um palácio luxuoso com os frutos dessa exploração.' É possível que o palácio em questão seja a construção encontrada em Ramat Rahel, apenas alguns quilômetros ao sul de Jerusalém. Além de ordenar o assassinato do profeta Urias por profetizar contra a cidade e a terra, Jeoaquim se opôs pessoalmente ao profeta Jeremias e queimou um rolo com palavras de Jeremias que leudi havia lido diante do rei.
Jeoaquim se tornou vassalo de Nabucodonosor em 604 a.C. (um ano depois da vitória deste último em Carquemis), mas, incentivado pelo Egito, se rebelou três anos depois. Nabucodonosor só tratou dessa rebelião em 598 a.C., quando ordenou que Jeoaquim fosse preso com cadeias de bronze e levado à Babilônia. Foi nessa ocasião que Jeoaquim morreu, aos 36 anos de idade, não se tendo certeza se ele morreu de causas naturais ou como resultado de uma conspiração. Jeremias profetizou que Jeoaquim não seria sepultado de forma honrosa; seria sepultado como se sepulta um jumento: arrastado e jogado para fora das portas de Jerusalém.

A SEGUNDA DEPORTACÃO
Jeoaquim foi sucedido por Joaquim, seu filho de dezoito anos de idade que reinou por apenas três meses e dez dias.4 Em 597 a.C, Nabucodonosor cercou Jerusalém e Joaquim se rendeu. "Nabucodonosor sitiou a cidade de Judá e, no segundo dia do mês de Adar (15/16 março), tomou a cidade e prendeu seu rei. Nomeou um rei do seu agrado para a cidade e trouxe consigo para a Babilônia um grande tributo" (Crônica Babilônica, Rev. 12-13). Na "segunda deportação", Nabucodonosor levou para a Babilônia o rei Joaquim e sua mãe, esposas, oficiais e governantes da terra, bem como toda a guarda constituída de setecentos homens valentes e mil artífices e ferreiros, num total de dez mil pessoas," entre as quais estava um jovem aprendiz de sacerdote chamado Ezequiel." Também levou consigo os tesouros do palácio real e objetos de ouro que Salomão havia feito para o templo do Senhor. Na Babilônia, Joaquim recebeu uma pensão da corte real. Seu nome (Ya'u-kinu) ocorre em tabletes babilânios datados de c. 595-570 a.C.nos quais se encontram registradas as rações fornecidas a ele e seus filhos: "Meio panu (c. 14 I) para Ya'u- kinu, rei da terra de Judá. Dois sila e meio (c. 2 I) para os cinco filhos do rei da terra de Judá. Vários anos mais tarde, depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., seu filho e sucessor Amel-Marduque (Evil-Merodaque) libertou Joaquim da prisão e permitiu que comesse à mesa do rei para o resto da vida.

O CERCO A JERUSALÉM
O profeta Jeremias amaldiçoou Joaquim e declarou que nenhum de seus descendentes se assentaria no trono de Davi.& Nabucodonosor escolheu Matanias, tio de Joaquim, para ocupar o trono de Judá e mudou seu nome para Zedequias, convocando-o a apresentar-se diante dele na Babilônia em 593 a.C. para jurar lealdade. Porém, alguns anos depois, Zedequias deu ouvidos aos egípcios e se rebelou. A Babilônia reagiu com violência. Nabucodonosor e seu exército acamparam em torno de Jerusalém e levantaram tranqueiras ao seu redor: De acordo com II Reis 25:1, o cerco se iniciou aos dez dias do décimo mês (15 de janeiro) de 588 a.C. Uma invasão dos egípcios sob o comando do faraó Hofra (589-570a.C.) obrigou Nabucodonosor a levantar temporariamente o cerco a Jerusalém. Porém, conforme Jeremias havia predito, os babilônios voltaram. Jeremias defendeu a rendição e foi lançado numa cisterna, de onde foi transferido posteriormente para o pátio da guarda. A situação tensa é descrita em 22 cartas em óstracos encontrados na cidade de Laquis que fazia parte do reino de Judá. A linguagem usada nessas cartas é semelhante à de Jeremias. Em uma delas, o coman- dante de um posto avançado relata não poder mais ver os sinais (provavelmente feitos com fogo) que Azeca devia enviar: "Esteja o meu senhor informado de que continuamos aguardando os sinais de Laquis, conforme todos os sinais que o meu senhor me deu não conseguimos ver Azeca" (Carta de Laquis 4:10-12). Talvez Azeca já houvesse sido capturada pelos babilônios ou, mais provavelmente, as condições do tempo não permitiram a visualização dos sinais. Outra carta menciona um profeta anônimo como portador de uma mensagem. Até hoje, não foi possível determinar a identidade desse portador. No nono dia do quarto mês (18 de julho de 586 a.C.), a fome em Judá se tornou tão severa que o povo não tinha mais o que comer. O inimigo penetrou o muro da cidade e Zedequias e seu exército fugiram durante a noite, mas foram capturados nas campinas de Jericó. Zedequias foi levado a Ribla, na Síria, onde, depois de testemunhar a morte de seus filhos, foi cegado e deportado para a Babilônia preso em cadeias de bronze.

A TERCEIRA DEPORTAÇÃO
Um mês depois que os babilônios penetraram o muro de Jerusalém, no sétimo dia do quinto mês (14 de agosto de 586 a.C.), Nebuzaradà, comandante da guarda imperial, queimou o templo do Senhor, o palácio real e todas as casas de Jerusalém e derrubou seus muros. Nebuzaradà levou para o exílio o povo da cidade, os que passaram para o lado da Babilônia e o restante da população, deixando apenas o povo mais pobre da terra para cuidar das vinhas e campos. Nessa "terceira deportação" maior parte dos habitantes de Judá foi levada para a Babilônia. Outras calamidades, porém, ainda sobreviriam ao reino do sul.

A QUARTA DEPORTAÇÃO
Os babilônios nomearam Gedalias, um judeu de família nobre, para governar sobre Judá. Um selo com a inscrição pertencente a Gedalias, aquele que governa a casa", foi encontrado em Laquis. Mas, pouco tempo depois de sua nomeação, Gedalias foi assassinado por Ismael, um membro da família real. Vários dos judeus restates, incluindo Jeremias que havia sido liberto da prisão quando Jerusalém foi tomada, fugiram para o Egito, apesar da advertência profética de Jeremias para que permanecessem em Judá. Outro grupo de judeus foi exilado na Babilônia em 582 a.C. O Esta pode ser descrita como a "quarta deportação"

O TRAUMA DO EXÍLIO
Os judeus que sobreviveram à longa jornada para a Babilônia provavelmente foram colocados em assentamentos separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à agricultura e trabalhar para sobreviver," mas o trauma do exílio é expressado claramente pelo salmista:

"As margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?"
Salmo 137:1-4
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).

DANIEL E NABUCODONOSOR

605-562 a.C.
DANIEL E SEUS AMIGOS
Daniel e seus três amigos, Hanaias, Misael e Azarias, haviam sido deportados para a Babilônia em 605 .C. Assim que chegaram, tiveram de tomar a decisão de não se contaminar com a comida e o vinho do rei, provavelmente pelo fato desses alimentos e bebidas serem oferecidos a ídolos.' Nabucodonosor ficou impressionado com esses quatro novos membros de sua corte. Ao interrogá-los, descobriu que eram dez vezes melhores do que todos os magos e encantadores de seu reino em todas as questões de cultura e sabedoria. No segundo ano de seu reinado (604 a.C.), Nabucodonosor teve um sonho.- Talvez com o intuito de obter uma interpretação divinamente inspirada, o rei perturbado declarou que seus conselheiros teriam de lhe dizer, em primeiro lugar, qual havia sido o sonho e, em seguida, a interpretação. Com a ajuda de Deus, Daniel relatou a Nabucodonosor o sonho no qual o rei viu uma grande estátua dividida em quatro partes e deu uma interpretação referente a cinco reinos, dos quais o primeiro era a Babilônia.
De acordo com Daniel 3:1, Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua revestida de ouro no campo de Dura, talvez Duru-sha-karrabi, nos arredores da cidade da Babilônia. E possível que essa estátua com 27 m de altura incluísse um pedestal ou coluna. Nabucodonosor ordenou que todos se curvassem e adorassem a estátua, mas os três amigos de Daniel, conhecidos por seus nomes babilônicos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, recusaram obedecer e foram lançados numa fornalha usada para assar tijolos. O Senhor os preservou miraculosamente: um quarto homem, "semelhante a um filho dos deuses como exclamou Nabucodonosor, permaneceu com eles na fornalha.

OUTRO SONHO
Daniel serviu na corte de Nabucodonosor com grande dedicação. O rei teve outro sonho, no qual viu uma grande árvore ser cortada, restando apenas seu toco e raízes.' Daniel interpretou o sonho como uma referência ao rei e o instou a deixar seus caminhos perversos, de modo que, das suas raízes, uma nova vida pudesse crescer. Nabucodonosor recusou dar ouvidos ao seu conselheiro e, doze meses depois, enquanto andava pelo terraço do seu palácio, o rei se gabou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a glória da minha majestade" (Dn 4:30).

A BABILÔNIA DE NABUCODONOSOR
Com seus 1.012 hectares de extensão a Babilônia de Nabucodonosor era, sem dúvida, grande; era maior do que as cidades antigas de Alexandria, Antioquia e Constantinopla, porém menor do que Roma. O muro externo que cercava num perímetro de 27 km era largo suficiente para permitir o trânsito de carros em parte superior. Uma ponte foi construída sobre o Eufrates e a cidade se expandiu para a margem ocidental do rio. A ponte possuía plataformas de madeira que podiam ser recolhidas caso um inimigo atacasse. Das cerca de cem portas, a maior era a do norte, dedicada à deusashtar construída originalmente com tijolos esmaltados simples, com relevos de leões dragões e touros. Posteriormente, Nabucodonosor revestiu a porta toda com tijolos esmaltados de azul com esses mesmos despenhos. Dessa porta, estendia-se uma passagem de 920 m de comprimento que o rel percorria todos os anos na comemoração do akitu. o Festival do Ano Novo. A cidade também possuía templos grandiosos: O enorme zigurate de ttemenanku Esagila (templo de Marduque, deus oficial da babllona. sobre o qual ticavam tres estatuas gigantescas de outo. pesando quase 150 toneladas; e pelo menos outros 53 templos muitos deles com pinaculos revestidos de ouro ou prata, tulgurantes como o sol. O palácio de Nabucodonosor era uma construcao ampla na parte norte da cidade. Seu maior cômodo, a sala do trono, media 52 m por 17 m. Um imenso painel de tijolos esmaltados desse local se encontra hoje no Museu do Estado em Berlim. Acredita-se que os "jardins suspensos", uma das sete maravilhas do mundo antigo, ficavam ao norte do palácio, onde havia espaço de sobra para vanos terracos com arcos, arvores, arbustos e plantas floridas de todo tipo para lembrar Amytis, esposa de Nabucodonosor, das montanhas da Média (atual Irã), sua terra natal.

O ORGULHO DE NABUCODONOSOR
Acredita-se que toram necessários 164 milhões de tijolos só para construir o muro de proteção do lado norte da Babilônia. Em vários dos tijolos de sua grande cidade, Nabucodonosor mandou inscrever as seguintes palavras: "Eu sou Nabucodonosor, rei da Babilônia, que provê para Esagila e Ezida (dois templos), filho mais velho de Nabopolassar, rei da Babilônia". Porém, de acordo com o livro de Daniel, Senhor se cansou da arrogância do rei. Nabucodonosor foi expulso do meio do povo e condenado a pastar como um boi. Seu cabelo cresceu como as penas da água e suas unhas.como as garras de uma ave. A sanidade do rei foi restaurada somente depois de ele reconhecer que o domínio do Senhor era eterno e seu reino de geração em geração. Um tato significativo é a existência de pouquíssimas inscrições dos anos finais do reina-do de Nabucodonosor, sobre os quais não remos praticamente nenhuma informação. A loucura, portanto, poderia ser datada desses últimos anos. Daniel 4:32 específica sua duração como "sete tempos", talvez sete anos mas um período menos especifico também e possível e talvez preferível
Planta urbana da Babilônia
Planta urbana da Babilônia
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.

A QUEDA DA BABILÔNIA E O DECRETO DE CIRO

562-537 a.C.
DEPOIS DE NABUCODONOSOR
Nabucodonosor faleceu em 562 a.C.e foi sucedido por seu filho, Evil-Merodaque (Amel- Marduque), que libertou Joaquim, o rei cativo de Judá. Evil-Merodaque ocupou o trono por apenas dois anos (562-560 a.C.) antes de ser assassinado por seu antigo general e cunhado Neriglissar (560-556 a.C.). Depois de um reinado de quatro anos, Neriglissar morreu e foi sucedido por seu filho, Labashi-Marduque (556 a.C.). Este foi assassinado pouco tempo depois e Nabonido (556-539 a.C.), que talvez tenha se casado com uma filha de Nabucodonosor, tomou o trono.

NABONIDO NA ARÁBIA
Nabonido nomeou seu filho, Bel-shar-usur (o rei Belsazar de Dn 5:1), regente e partiu para Tema, um oásis na região oeste do deserto árabe. Capturou Tema, exterminou a maioria dos habitantes e estabeleceu sua autoridade nesse local onde permaneceu dez anos, de 553 a 543 a.C.O motivo alegado para sua estadia foi a restauração do templo de Sin, o deus-lua, em Tema. Mas o que o levou, de fato, a passar tanto tempo longe da Babilônia? Talvez estivesse protegendo a rota de incenso que saía do lêmen e passava pelo oeste da Arábia, para evitar que caísse nas mãos do rei egípcio Amásis 1l (570-526 a.C.). Talvez sua devoção a Sin, o deus-lua, o tivesse distanciado dos sacerdotes de Marduque na Babilônia e lhe pareceu melhor não voltar para lá. Ou, ainda, talvez o rei babilônio estivesse enfermo. De acordo com a "Oração de Nabonido", dos "Manuscritos do Mar Morto" em Qumran, Nabonido foi afligido por úlceras malignas durante sete anos na cidade de Tema.

A QUEDA DA BABILÔNIA
Os judeus que creram na palavra protética de Jeremias se deram conta de que os setenta anos de exílio (calculados desde a primeira deportação em 605 .C.) preditos por ele estavam chegando ao fim.
Enquanto Nabonido estava na Arábia, uma nova potência mundial começou a surgir. Os medos e persas, sob o governo de Ciro II, se deslocaram para o norte e flanquearam os babilônios. Em 547 a.C., Ciro derrotou Creso de Lídia, no oeste da Turquia, e tomou sua capital, Sardes. Reconhecendo a ameaça crescente da Pérsia, Nabonido voltou para a Babilônia e, no final do verão de 539 a.C., os persas atacaram. Ciro derrotou os exércitos babilônios em Opis, junto ao rio Tigre. No décimo quarto dia de tisri (10 de outubro), Sipar foi capturada sem reagir e Nabonido fugiu. Na Babilônia, Belsazar não se senti ameaçado, pois os muros inexpugnáveis da cidade podiam resistir-a vários anos de cerco. Num gesto desafiador, Belsazar pediu que lhe trouxessem as taças de ouro e prata do templo do Senhor em Jerusalém e, pouco depois, uma inscrição misteriosa apareceu na parede do palácio real: "MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM'". Daniel, então com cerca de oitenta anos de idade e aposentado de suas funções na corte, foi chamado para interpretar a mensagem. As palavras eram relacionadas a três pesos: mina, siclos e meia mina e incluía trocadilhos como PARSIM (singular PERES), uma referência aos persas.
A interpretação de Daniel - "MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas" (Dn 5:26-28) - se cumpriu de imediato. "Naquela mesma note, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino" (D 5:30-31). De acordo com a Crônica de Nabonido, no décimo sexto dia de tisri (12 de outubro), Ugbaru, o governador rebelde de Gútio (Assíria), e os exércitos de Ciro entraram na Babilônia sem travar uma única batalha.

DARIO, O MEDO
O livro de Daniel atribui a captura da Babilônia a "Dario, o medo". Alguns estudiosos O equiparam a Ugbaru, mas a Crônica de Nabonido registra a morte de Ugbaru em 6 de novembro daquele ano. Há quem identifique Dario com outro oficial, chamado Gubaru, que poderia ou não ser Ugbaru. No entanto, não há evidências específicas de que Ugbaru ou Gubaru fosse medo, chamado rei, que seu nome fosse Dario, filho de Xerxes e tivesse 62 anos de idade. Sabe-se, porém, que Ciro, o rei da Pérsia, tinha cerca de 62 anos quando se tornou rei da Babilônia e usava o título "rei dos medos". Assim, Dario, o medo, pode ser apenas outro nome para Ciro da Pérsia, sendo possível, nesse caso, traduzir Daniel 6:28 como: "Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, isto é, no reinado de Ciro, o persa". Apesar de Ciro também não ser filho de Xerxes, mas sim de Cambises, sua mãe, Mandane, era meda.

OS PERSAS TOMAM A BABILÔNIA
De acordo com os historiadores gregos Heródoto e Xenofonte, os persas desviaram o curso do rio Eufrates para Aqarquf, uma depressão próxima da Babilônia, atravessaram o rio com água pela altura das coxas e chegaram à dançando e se divertindo numa festa e Xenofonte afirma que os persas atacaram durante uma festa, quando toda Babilônia costumava beber e se divertir a noite toda". Assim, o banquete de Belsazar foi seu último ato antes de cair nas mãos do exército persa. O fato de Belsazar ser regente de Nabonido explica a oferta feita a Daniel para ser o terceiro no reino.
Ao que parece, Nabonido foi capturado e levado de volta à Babilônia. No terceiro dia de marquesvã (29 de outubro), Ciro entrou na Babilônia.

CIRO PUBLICA SEU DECRETO
Muitos habitantes da Babilônia ficaram satisfeitos com o fim do reinado de Nabonido e podemos acreditar nas palavras de Ciro registradas no "Cilindro de Ciro": "Todos os habitantes da Babilônia, bem como toda a terra da Suméria e Acádia, príncipes e governadores, se curvaram diante dele e beijaram seus pés, exultantes por serem seus súditos. Com o rosto resplandecente e grande alegria, o receberam como senhor, pois, graças ao seu socorro, haviam saído da morte para a vida e sido poupados de danos e calamidades" Ciro tratou bem os babilônios. Na verdade, ele procurou tratar com respeito todos os seus súditos leais, inclusive os judeus. Ciente da profecia de Jeremias, segundo a qual a desolação de Jerusalém duraria setenta anos, Daniel pediu a Deus para intervir? As orações de Daniel foram respondidas prontamente. Em 538 a.C., Ciro fez uma grande proclamação, registrada no final de 2Crônicas, o último livro da Bíblia hebraica: "Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o SENHOR, seu Deus, seja com ele. 2Crônicas 36.23; Esdras 1:2-3a Cumpriu-se, desse modo, a predição feita pelo profeta Isaías aproximadamente 160 anos antes acerca de Ciro, o ungido do Senhor: "Que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado." Isaías 44.28

DANIEL NA COVA DOS LEÕES
No terceiro ano de Ciro como rei da Babilônia (537 a.C.), quando o primeiro grupo de exilados regressou a Jerusalém, Daniel estava com pelo menos oitenta anos de idade e não voltou com eles. Talvez tenha se contentado em descansar nas palavras de Deus no final de sua profecia: "Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança" (Dn 12:13). Dario, o medo, se deixou levar por uma trama urdida por seus conselheiros e foi obrigado a condenar Daniel a ser lançado numa cova de leões. Porém, depois de passar a noite na cova, Daniel disse ao rei angustiado: "O meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca aos leões". Do ponto de vista dos escritores bíblicos, da mesma forma como havia desencadeado os acontecimentos que permitiriam ao seu povo exilado deixar a Babilônia, Deus livrou seu servo justo, Daniel.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Potências mundiais preditas por Daniel

A imagem, ou estátua, de Daniel capítulo 2
O leão com asas representando Babilônia

Babilônia

Daniel 2:32-36-38; 7:4

607 a.C. Rei Nabucodonosor destrói Jerusalém

O urso representando a Medo-Pérsia

Medo-Pérsia

Daniel 2:32-39; 7:5

539 a.C. Conquista Babilônia

537 a.C. Ciro decreta a volta dos judeus para Jerusalém

O leopardo com asas representando a Grécia

Grécia

Daniel 2:32-39; 7:6

331 a.C. Alexandre, o Grande, conquista a Pérsia

A fera de dez chifres representando Roma e a potência anglo-americana

Roma

Daniel 2:33-40; 7:7

63 a.C. Início do domínio sobre Israel

70 d.C. Destrói Jerusalém

Grã-Bretanha e Estados Unidos

Daniel 2:33-41-43

1914-1918 d.C. Durante a Primeira Guerra Mundial, passa a existir a Potência Mundial Anglo-Americana


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

BABILÔNIA

Atualmente: IRAQUE
Cidade junto ao Rio Eufrates, foi capital do império babilônico da Mesopotâmia meridional. O povoamento da Babilônia na baixa Mesopotâmia, foi formado pelos sumérios e acádios, por volta de 3000 a.C. Foi desta região que emigrou o patriarca Abraão que deu origem ao povo hebreu. Hamurabi foi o fundador do primeiro Império Babilônico. Conseguiu unificar os semitas e sumérios. Durante seu governo (1728 a.C.-1686 a.C.), cercou a capital com muralhas, restaurou templos importantes e outras obras públicas. Implantou um código de leis morais, o mais antigo da história e que ficou conhecido como o Código de Hamurabi no qual estabeleceu regras de vida e determinou penas para as infrações, baseadas na lei do olho por olho, dente por dente. A Babilônia foi um centro religioso e comercial de grande importância na Antigüidade. Suas muralhas tinham cerca de 100 metros de altura, equivalente a um edifício de 34 andares. A largura destas muralhas correspondia a largura de uma rua, com capacidade para que dois carros pudessem andar lado a lado. Os assírios foram gradualmente conquistados pelos babilônicos, que tinham o auxílio dos medas, entre 626 e 612 a.C., ano em que Nínive finalmente foi tomada. A Babilônia tornou-se a nova ameaça e os egípcios, pressentindo o perigo, partiram em socorro à Assíria, mas foram derrotados pelos babilônicos na batalha de Carquemis, em 604. O rei Jeoaquim de Judá, passou a pagar tributo a Nabucodonosor da Babilônia como relata II Reis 24. O império babilônico não teve vida longa. Em menos de um século, já sofria grandes pressões. Em 538 a.C., Quando Belsasar participava, juntamente com sua corte de uma grande festa, os exércitos medo-persas invadiram a Babilônia colocando fim ao domínio babilônico.
Mapa Bíblico de BABILÔNIA



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
F. IMPÉRIOS ASCENDEM E MINGUAM ATÉ A CONSUMAÇÃO, Dn 7:1-28

Daniel 7 conclui a seção aramaica do livro (veja comentários em Dn 1:1-2) e encerra as mensagens relacionadas aos poderes pagãos mundiais. Em certo sentido, esse capítulo serve de ponte entre a seção gentia e a seção judaica seguinte. A primeira seção, expressa na língua das terras onde Israel e Judá estavam exilados, levou a palavra de Deus aos imperadores e impérios dos gentios. A segunda, na língua da promessa ao povo da promessa, levou a palavra infalível de Deus ao remanescente de Israel. A perspectiva da primeira é a ordem mundial gentia. A perspectiva da segunda seção apresenta o Reino de Deus em primeiro plano, ainda que em conflito com as forças do mundo. Assim, esse sétimo capítulo faz convergir as duas perspectivas, a terrena e a celestial. Junto com o capítulo 2, ele tem sido definido como o coração da mensagem de Daniel.

1. Os Quatro Animais (Dn 7:1-8)

  1. Os animais e a imagem de Nabucodonosor (7:1-3). No primeiro ano de Belsazar (1) seria quatorze anos antes da queda do reino Babilônico. O sonho de Daniel sobre a ordem das coisas futuras lançou a vista do tempo em que o profeta se encontrava, mais de cinco séculos antes do nascimento de Cristo, até a nossa era e até o fim dos tempos. Da sua perspectiva, rodeado por uma escuridão silenciosa da noite (2), emergiu uma figura violenta e furiosa — tempestuosos ventos do céu, animais rugindo (3) subindo das águas, espalhando-se pela terra, um após o outro.

Os ventos do céu agitando o mar é uma figura ilustrativa das duas dimensões da realidade na história. Há a existência terrena de pessoas e nações representada pelo mar agitado e a terra sólida. Há a ordem celestial, sobrenatural. Os dois domínios estão envolvidos no curso dos afazeres humanos, e entre eles e dentro deles há um conflito dinâmico de forças.
Há um paralelo impressionante entre a visão de Daniel descrita aqui e a visão de Nabucodonosor da grande imagem. Na verdade, elas claramente retratam as mesmas realidades históricas, embora de pontos de vista diferentes. O capítulo 2 retrata a história como Deus permitiu que um monarca pagão a vislumbrasse. A imagem continha elemen-tos da própria situação de Nabucodonosor. Na visão de Daniel compartilhamos da concep-ção de um homem de Deus que consegue captar um vislumbre da perspectiva de Deus.
Nabucodonosor viu a ordem mundial elevando-se em uma magnificência esplendorosa, um colosso dourado cintilante, mas Daniel viu a mesma substância em forma de animais temerosos e vorazes.

Stevens percebe a relevância do símbolo da bestialidade sendo aplicado aos tiranos da história. "Devemos nos curvar em respeito diante dessa manifestação avaliadora di-vina sobre o caráter do governo imperial do mundo. Quais são os atributos dos animais? Guardar o que é seu a qualquer custo; brigar por aquilo que não têm, mas que querem ter; voar e procurar a violência, sedentos de sangue a qualquer provocação [...] inclina-dos a sentir o máximo de satisfação no sangue, na agonia, na perda e na morte dos objetos da sua fúria [...] Deus anteviu esse espírito predominante nos impérios mundiais até o fim. Na verdade, esse é o verdadeiro espírito do império mundial. E o militarismo é o seu instrumento indispensável".' Verdadeiramente, "o SENHOR não vê como vê o ho-mem" (1 Sm 16.7).

  1. O leão com asas (7.4). A identificação dos três primeiros animais parece claramente um paralelo com a interpretação de Daniel da imagem do capítulo 2. O leão com asas de águias [...] foi levantado [...] e posto em pé como um homem e recebeu um coração de homem. Essa imagem provavelmente representa Nabucodonosor como a grande per-sonificação do império babilônico. Sua degradação é sugerida pelo despojar das asas, e sua restauração pelo presente de um coração e a postura ereta de um homem. O rei dos animais é representado pela força e ferocidade, e o rei das aves, pela graça, agilidade e voracidade; combinados retratam o poder e a grandeza régia desse rei e de seu reino.
  2. O urso desajeitado (7.5). O segundo animal, semelhante a um urso, "tendo sua pata levantada, pronto para atacar" (Berkeley), era o segundo animal mais feroz. As três costelas em sua boca e a ordem: Levanta-te, devora muita carne, descrevem seu instinto predatório. Os reinos da Babilônia, Lídia e Egito podem representar as cos-telas entre os dentes do urso.'

Pusey descreve de maneira vívida a impassibilidade desajeitada do império persa -imponente e pesado na sua estratégia militar, devastador de vidas e recursos humanos. A campanha militar de Xerxes contra a Grécia, que experimentou sua derrota inicial na batalha de Maratona, mais se assemelhava à migração de imensos bandos do que à ação de um exército. Estima-se em mais de dois milhões e meio de soldados em ação.'

  1. O leopardo com suas asas velozes (7.6). O leopardo com quatro asas de ave é um símbolo apropriado do grego Alexandre, cuja velocidade impressionante e poder ad-mirável rapidamente colocaram a Pérsia e o mundo aos seus pés. A divisão em quatro partes do seu reino logo após a sua morte é sugerida pelas quatro cabeças.
  2. O monstro indescritível (7:7-8). O quarto animal torna-se o tópico especial da inter-pretação do anjo nos versículos 15:28. Essa criatura espantosa mas indefinível lembra fortemente o caráter heterogêneo da parte inferior da imagem de Nabucodonosor com as pernas de ferro e os pés e dedos formados de uma mistura de ferro e barro (Dn 2:40-43).
  3. Poder, saque e terror (7). O caráter distinto do quarto animal é o terror que provo-ca no observador; ele era terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro. "Ele devorava e dilacerava suas vítimas em pedaços e pisoteava o que sobrava com seus pés" (Berkeley). Sua diferença marcante em relação aos outros animais antes dele era especificamente notada.
  4. Dez chifres (7). Da sua cabeça cresciam dez pontas ("chifres", ARA). Símbolos de poder militar, esses chifres representam dez reis ou reinos (cf. v. 24). Saindo da mesma cabeça eles apresentavam uma unidade na diversidade, como partes de um mesmo ani-mal. Eles também pertenciam ao mesmo período histórico em contraste com as sucessi-vas aparições dos animais.
  5. O temeroso chifre pequeno (8). Saindo da mesma cabeça e desalojando três das pontas primeiras subiu outra ponta pequena. Mais devastador do que qualquer um dos seus predecessores, esse chifre torna-se o assunto principal do restante do capítulo. Um ser humano, dotado de inteligência e sagacidade extraordinárias, com um imenso orgulho, é sugerido pelos olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente.

2. O Ancião de Dias Senta para Julgar (Dn 7:9-14)

a) Os tronos de julgamento (7:9-10). Quando a fúria do quarto animal alcançou seu clímax, Daniel viu tronos sendo estabelecidos,' e o ancião de dias toma seu assento de julgamento. Coberto por uma luz inefável, cercado por milhares de milhares que o serviam, o Juiz iniciou o juízo [...] e abriram-se os livros. Esse quadro é claramente refle-tido em Apocalipse 20:4.

  1. O julgamento do animal e dos animais (7:11-12). O quarto animal encontra seu fim no julgamento de Deus. O animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo. Com ele foi o pequeno chifre (ponta). Os outros ani-mais receberam uma prolongação de vida, todavia, foi-lhes removida sua autoridade e foram colocados debaixo do domínio divino.
  2. Um novo rei e um novo reino (7:13-14). A seguir vem uma bela visão de um como o filho do homem (13), que vem nas nuvens do céu e recebe um domínio eterno (14). Todos os povos, nações e línguas tornam-se sujeitos a Ele. A escolha do título "Filho do homem" por Jesus inevitavelmente identifica o novo Rei. E a proclamação de Jesus acerca do Reino identifica o novo domínio

A relação dessa visão com a visão de Dn 2:44 é evidente. Ali a pedra que foi cortada da montanha substitui os reinos (cf. Mt 24:30 e Ap 1:7).

3. A Interpretação do Anjo (Dn 7:15-28)

  1. A explicação dos animais (7:15-18). Não é de admirar que Daniel estava perplexo e abatido (15) com a visão que acabara de ter. Devido a sua sabedoria em relação aos caminhos de Deus, ele tinha percepção suficiente para compreender algo do significado do panorama que havia se estendido diante dele. Mas a amplitude disso e as implicações sombrias para as pessoas da terra e para o seu próprio povo eram mais do que Daniel podia absorver calmamente.

Deus é bom em prover ajuda aos seus filhos quando mais precisam dela. O anjo de Deus estava lá para socorrer Daniel, para que ele compreendesse melhor o que estava acontecendo. Os quatro animais, ele explicou, eram quatro reis (17) ou reinos. Mas a conseqüência final da história é o quinto reino, o governo dos santos do Altíssimo (18).

  1. O quarto animal (7:19-26). Esse animal era a preocupação maior de Daniel, como tem sido no caso dos estudantes do livro de Daniel. Assim, o anjo concentrou-se nesse aspecto e deu-lhe uma atenção maior.

Esse animal com grandes dentes [...] de ferro e garras de metal ("bronze", ARA) era indescritivelmente horrível. Ele era mais devasso na sua capacidade de destruir e sua crueldade do que qualquer um dos seus predecessores. Embora no início tivesse dez pontas (chifres), um pequeno chifre surgiu para desalojar três outros e distinguir-se no seu vigor e crescimento. Em ferocidade e ostentação esse chifre era mais firme do que o das suas companheiras. No final, esse chifre atacou o próprio Deus, o Altíssimo, e fazia guerra contra os santos e os vencia (21).

Esse quarto animal, explica o anjo, será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços (23).


1) Que império é esse? Que reino na história pode ser identificado com o quadro pavoroso desse quarto animal? Seguindo a interpretação adotada no capítulo 2, esse seria o Império Romano, embora a maioria dos intérpretes modernos discorde desse pon-to de vista. O parecer popular é que o animal em forma de dragão representa os gregos, cujos dez chifres representam os dez governantes que sucederam Alexandre. O pequeno chifre seria Antíoco Epifânio.19


2) Roma identificada. Young, apoiando a posição de que esse quarto animal repre-sentava o Império Romano, diz: "É provavelmente correto concordar com a visão tradici-onal de que esse quarto império é Roma. Isso já era expresso na época de Josefo, e tem sido amplamente aceito. Podemos citar Crisóstomo, Jerônimo, Agostinho, Lutero, Calvino como alguns dos comentaristas que concordam com essa posição, ou que são, pelo menos, partidários da mesma. Em tempos posteriores, estudiosos como E. W. Hengstenberg, H. Ch. Hãvernick, Carl Paul Caspari, Karl Friedrich Keil, Edward Pusey e Robert Dick Wilson [apoiaram essa teoria]".20

Young apresenta duas razões de a teoria romana ter obtido a supremacia no Novo Testamento e ter sido aceita pelos intérpretes desde então.

  1. "Nosso Senhor identificou-se como o Filho do Homem, a figura celestial de Daniel 7, e conectou a 'abominação da desolação' com a futura destruição do Templo (Mt
    24) ".
  2. "Paulo usou a linguagem de Daniel para descrever o Anticristo, e o livro de Apocalipse empregou o simbolismo de Daniel 7 para referir-se aos poderes que existiam naquela época e aos poderes futuros.

"A razão de a teoria do Império Romano tornar-se tão predominante na igreja primi-tiva é porque ela é encontrada no Novo Testamento, não porque os homens pensavam que tinham achado uma saída simples para a dificuldade".'


3) O que significa a "ponta pequena" ("pequeno chifre", vv. 8, 11, 20-22, 24-26) ? Intér-pretes conservadores concordam quase de maneira universal em que o pequeno chifre de Daniel 7 é o Anticristo, que deverá vir no final dos tempos. Jerônimo insistia nesta teo-ria, contrariando Porfirio.' Poucos que aceitam a inspiração sobrenatural de Daniel têm questionado a argumentação de Jerônimo. No entanto, inúmeros estudiosos insistem em que o pequeno chifre nesse capítulo não deve ser identificado com o pequeno chifre (pon-ta pequena) do capítulo 8. Quanto ao pequeno chifre — a audácia profana —, o egoísmo crescente desse ser humano que surge do solo político da história humana o distingue como a culminação da iniqüidade e impiedade. Sua caracterização como tendo olhos de homem (8) sugere que ele é um homem de caráter extraordinário, possuindo inteligên-cia, sagacidade e uma percepção muito além da dos seus contemporâneos. Ele vencerá o mundo pela racionalidade e lógica tanto quanto pela força armada. A expressão boca que falava grandiosamente (8) indica habilidade na eloqüência, persuasão, um poder de comunicação que serve como arma de guerra contra Deus e o homem.

Esse é o "homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus" (2 Tes 2:3-4). Esse é o "mistério da injustiça" (2 Tes 2.7), "o iníquo" (2 Tes 2.8). É impossível que esse perverso seja identificado com Antioco Epifânio. Esse tirano estava morto havia cerca de duzentos anos na época de Paulo. Ele pode simbolizar "o iníquo", mas Paulo colocou o Anticristo no fim dos tempos, na culminação do conflito entre Deus e o Anti-Deus.

A frase: E proferirá palavras contra o Altíssimo (25) é regida pela preposição contra. A palavra aramaica letsadh significa "ao lado de, contra". "Ela denota que ele usará uma linguagem na qual colocará Deus de lado, e dará atenção a outro. Ele se colocará na posição de Deus, fazendo-se semelhante a Deus, e destruirá os santos de Deus"."

c) Os reinos dos homens e o Reino de Deus (Dn 7:13-14,18,22,27-28)


1) Teorias divergentes. O que é esse reino (18) que o Altíssimo deverá entregar ao filho do homem (13) e, por meio dele, aos santos do Altíssimo (22) ? Onde esse reino está localizado? Quem são seus cidadãos? Quando virá? Inúmeras teorias têm prolifera-do em torno desse tema importante. Talvez não haja nenhum aspecto da revelação mais importante, além da própria redenção, do que o Reino de Deus. Tampouco há assunto mais essencial para a compreensão de todas as implicações da redenção e do significado do evangelho no seu cenário universal.

  1. Israel é o "ungido" de Deus e provê o cerne do Reino. Essa é a visão liberal e está intimamente ligada à teoria de que o quarto reino é a Grécia e que o pequeno chifre é Antíoco Epifânio. Não há o reconhecimento de um Messias pessoal e sobre-humano. Al-guns chegam a afirmar que Onias, o sumo sacerdote que resistiu a Antíoco e foi morto por ele, poderia ser "o ungido". Argumenta-se que o autor de Daniel não poderia ter nenhum tipo de conhecimento acerca de um Messias pessoal, e certamente não saberia nada acerca de um Messias que se tornaria o Rei do reino de Deus.
  2. Uma visão espiritualizada. Essa visão é creditada primeiro a Orígenes e tem sido seguida por muitos intérpretes ao longo dos séculos. Desse ponto de vista, não precisa haver um tempo de um julgamento final e crucial. Cristo é o Juiz agora e tem sido desde o seu primeiro aparecimento. O Reino já está aqui e onde quer que o domínio de Deus estenda sua influência sobre os corações dos homens. A maioria dos escritores católicos, seguindo Agostinho, defende esse ponto de vista, com algumas ressalvas, identificando o Reino com a Igreja. A Cidade de Deus, de Agostinho, é um exemplo clássico dessa apre-sentação. A neo-ortodoxia, na sua escatologia, tende à interpretação espiritualizada do encontro contínuo dos homens e nações com o justo Juiz e seu julgamento.
  3. Israel na Palestina. Essa teoria é defendida pela maioria dos intérpretes dispensacionalistas e fundamentalistas da profecia. Gabelin, Ironside, Blackstone, Larkin e muitos outros têm habilmente fomentado essa "visão de intervalo"." Ela é denominada dessa forma por causa do longo intervalo ou hiato requerido pela teoria entre a Primeira e a Segunda Vindas. A era da Igreja ou da dispensação é vista como um "espaço de tem-po" na profecia, um tempo de espera até que Deus possa cumprir seus propósitos e trazer Israel de volta do banimento para a Terra da Promessa, a Palestina. A aliança do Antigo Testamento é feita com o Israel literal e somente pode ser cumprida por ele.

O Reino é visto como um reino político do qual Cristo é o rei e Israel o governo. O local é a terra, na verdade, um pequeno ponto na terra, a Palestina. O tempo dessa era dourada é um período de mil anos no fim dos tempos, o milênio.

  1. O Reino em continuidade até a consumação. Essa teoria associa duas das teorias precedentes, formando uma síntese maior. Ela afirma que o Reino de Deus é o mesmo governo de Deus que Jesus instituiu em seu ministério, morte e ressurreição. Foi isso que Ele proclamou quando disse: "O Reino de Deus chegou". Era isso que Ele queria que seus discípulos orassem: "Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu" (Mt 6:10).

Mas o Reino de Deus é mais do que isso. Jesus proclamou o crescimento e progresso do Reino em parábolas como a do semeador. Ele também deixou claro em parábolas de julgamento que deveria haver uma culminação do Reino no fim dos tempos. Essa culminação ocorreria na tribulação e no julgamento, porém, mais importante que isso, ela resultaria na vitória total de Deus e seu povo em um reino de justiça e paz na terra.
Jesus não disse nada sobre o milênio. O mesmo ocorreu com Daniel. O Reino deve ser um Reino eterno, e seu governo deve cobrir todas as nações. Young ressalta que no segundo (como também no sétimo) capítulo de Daniel "o reino messiânico é representado como sendo de duração eterna. Por essa razão, não podemos identificá-lo com um milênio de somente mil anos de duração"."
A apresentação das Escrituras de que o Reino deve ser eterno é um argumento forte contra a hipótese de que deva durar somente mil anos.'

Além disso, o Reino de Deus é mais do que um regime político limitado a uma peque-na raça, oprimida como tem sido, exercendo um controlo autocrático sobre todos os ou-tros povos. O Reino de Deus vindouro não se oporá aos princípios da graça que Jesus estabeleceu. O caráter essencial da salvação, do relacionamento pessoal em um viver santo, não será deixado de lado no tempo da consumação. Em vez disso, esse será um tempo em que a mensagem do anjo anunciando o nascimento do Messias se cumprirá -"paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor" (Lc 2:14, NVI).

Então, Aquele que Isaías chamou de "Príncipe da Paz" (Is 9:6), reinará com justiça, e "a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar" (Is 11:9; He 2.14).


2) O Reino e os reinos. Um dos problemas mais controversos desse capítulo é a relação do Reino de Deus e sua consumação com os reinos dos homens no fim dos tempos. A teoria do "intervalo" requer a hipótese de um Império Romano "restaurado", encabeçado por dez reis e finalmente pelo próprio Anticristo, que desaloja três reis. O procedimento desse perverso (iníquo) será especificamente com um Israel reconstituído que o considerará o Messias e se comprometerá com ele por meio de uma aliança. O rei quebra essa aliança irresponsavelmente e volta sua fúria contra Israel. Esses são os santos com quem essa pequena ponta (chifre) fazia guerra [...] e os vencia (21) ; na verdade, ele destruirá os santos do Altíssimo (25) ; e os aniquilaria se não houvesse uma intervenção divina.

Tanto Keil quanto Young discordam dessa interpretação.' Ao interpretar o segundo capítulo e esse, Young ressalta que o Deus dos céus estabelece seu Reino, não depois, mas "nos dias desses reis". Na verdade, o capítulo 2 requer, e o capítulo 7 permite, que esses reinos, de alguma forma, resistam até a consumação final. A imagem do capítulo 2 permanece intacta até que no último estágio é golpeada nos pés. Em 7.12 lemos: E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida até certo espaço de tempo. E, em Apocalipse 11:15 lemos: "Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo". Lemos mais adiante: "e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra" (a Nova Jerusalém, Ap 21:24). Poderia parecer que a existência humana na terra não cessa no tempo da consumação, nem desaparecem as estruturas sociais da lei e da ordem. Poderíamos concluir que na vinda do verdadeiro Rei à Terra o que é bom no viver humano seria, antes, realçado, em vez de desalojado ou destruído.

Mas, precisamos ir adiante. O reino messiânico não apenas tem um início; ele tam-bém chega a uma consumação! Não podemos deixar de reconhecer a importância da unidade essencial dos reinos sucessivos nos símbolos de Daniel.
Há um elo cultural essencial ao longo de todas as eras subseqüentes. Só o fato do destronamento de um imperador não significa que seu povo tenha desaparecido da face da Terra. Eles também não esqueceram as coisas boas e úteis que aprenderam dos seus pais. A pompa e a grandeza da Babilônia foram absorvidas pelo gigantismo da Pérsia, e a civilização sensual e materialista da Pérsia se fundiu com a Grécia. Igualmente nota-mos que o esplendor da literatura, da arte e da filosofia grega torna os romanos mais gregos do que os próprios gregos. E até o dia de hoje a firmeza das leis romanas e suas estruturas políticas fazem parte da base da civilização ocidental.
Em relação aos dez reis, descritos como dez chifres (partes) do quarto animal, Keil e Young mostram que o número dez não deve ser entendido matematicamente, mas sim-bolicamente. O número dez significa perfeição e suficiência.'

Uma importante informação acerca desse discurso é provida pela figura do animal no fim dos tempos descrito no Apocalipse. "E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio" (Ap 13:1-2).

Obviamente, esse animal é uma combinação dos quatro animais de Daniel 7. Todos os elementos de poder, cultura e perversidade estão combinados em um. Parece claro que a manifestação política no fim dos tempos surgirá diretamente das civilizações mundiais e se tornará uma manifestação extremamente perversa.

Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade (18). O fim da história não deverá ocorrer em decorrência de uma explosão atômica ou da destruição do que é bom. O alvo do proje-to de Deus é o reino de Deus e a consumação e preservação de tudo o que é bom e belo e verdadeiro e santo.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Introdução ao Capítulo 7 do Livro de Daniel

Daniel 7

O livro de Daniel compõe-se essencialmente de seis histórias e quatro visões. As histórias ocupam os capítulos 1-6, e as visões os capítulos 7-12. Quanto a detalhes sobre esse arranjo, ver a seção “Ao Leitor”, parágrafos quinto e sexto, apresentados antes da exposição sobre Dn 1:1. Agora chegamos às quatro visões. Dan. 7.1 — 12.13 apresentam um sonho e três visões. Mas o livro de Daniel não distingue um sonho espiritual de uma visão, conforme se vê em Joel 2:28. Ver no Dicionário os verbetes chamados Sonhos e Visão (Visões). Esse sonho e essas visões foram datados em relação aos governantes da época em que ocorreram: o sonho veio no primeiro ano de Belsazar, e as três visões ocorreram no terceiro ano de Belsazar, no primeiro ano de Dario e no terceiro ano de Ciro. As visões preenchem o esboço histórico dado no capítulo 2. As informações históricas e/ou os materiais proféticos foram cuidadosamente arranjadas, e os críticos pensam que os sonhos e as visões seguiram as declarações “após os fatos” terem acontecido, com histórias transformadas em profecias. Esse ponto de vista naturalmente foi rejeitado pelos eruditos conservadores, que vêem evidências do poder profético em operação.


Champlin - Comentários de Daniel Capítulo 7 versículo 1
Aqui se inicia a segunda parte do livro, onde já não são relatados episódios da vida de Daniel e dos seus companheiros, mas são feitas descrições e interpretações de visões simbólicas de claro conteúdo apocalíptico. Nessas visões há um amplo desenvolvimento da concepção da história que foi esboçada na seção anterior:
Deus governa os destinos deste mundo de acordo com um plano cuja realização ninguém pode impedir. Assim, a história avança misteriosamente para o dia final, no qual encontrará, ao mesmo tempo, o seu término e culminação. Ver Dn 2:1-49,Dn 7:1 Belsazar:
Ver as notas correspondentes em Dn 5:1 e Dn 5:2-3.

Champlin - Comentários de Daniel Capítulo 7 versículo 1

O Sonho e as Três Visões (Dn 7:1 —12.13)

A Visão dos Quatro Animais (Dn 7:1-28)

Esta visão, na realidade, foi um sonho espiritual, e, quanto ao título, difere das visões que se seguem nos capítulos 8-12. Novamente encontramos os quatro impérios, paralelos às quatro partes da imagem do sonho de Nabucodonosor (Dn 2).

Os quatro impérios são simbolizados pelos quatro animais que correspondem aos quatro diferentes metais da visão do capítulo 2. Aqui também achamos uma escala descendente de valor e poder, descendo do leão, passando pelo urso e pelo leopardo, e chegando finalmente a um animal não chamado pelo nome, os quais correspondem ao ouro, à prata, ao bronze e ao ferro da visão anterior. Em ambas as visões, o reino de Deus (que é eterno) vem depois dos reinos terrenos. Há aí um toque escatológico que nos leva à era do reino milenar de Deus.

Atenção especial é dada ao pequeno chifre, o último rei do quarto império, o qual é variegadamente identificado. Se os santos do Senhor serão especialmente perseguidos por ele, as páginas do livro da história o encerrarão, ao passo que o Reino de Deus prosseguirá infinitamente depois do milênio.

Este capítulo divide-se naturalmente em três partes: vs. Dn 7:1; vss. Dn 7:2-7 e vs. Dn 7:28. Também há certo número de claras subdivisões.

Prólogo (Dn 7:1)

Dn 7:1

Este versículo atua como um elemento de conexão com a série de histórias anteriores. Belsazar (ver as notas em Dn 5:31; Dn 6:1) é identificado como o rei que governava quando o primeiro sonho-visão foi dado a Daniel. O profeta registrou o sonho por ter reconhecido que era uma comunicação séria da parte de Deus que precisava ser publicada. A data foi 554 A. C., o terceiro ano do reinado de Nabonido, pai de Belsazar. Por meio deste versículo, em comparação com Dn 8:1, aprendemos que Belsazar governou pelo menos durante três anos antes da queda da Babilônia. Era prática dos videntes registrar as visões para referências futuras. Conforme Is 30:8; Hc 2:2; Ap 1:19; Enoque 33.3 e II Esd. Dn 14:42.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
*

7:1

No primeiro ano de Belsazar. Ver nota em 5.1. A administração de Belsazar, sob Nabonido, pode ter começado ao mesmo tempo em que seu pai subiu ao trono (556 a.C.), ou alguns poucos anos depois. Em ambos os casos as visões dos caps. 7 e 8 aconteceram cronologicamente entre os caps. 4 e 5.

*

7:2

mar Grande. O mar é uma figura comum para o tumulto agitado e perigoso de homens e nações pecaminosas (ver o v. 17; conforme Is 17:12,13 e 57.20).

*

7:3

Quatro animais, grandes. Esses quatro "animais" representam quatro reinos (vs. 17,23), correspondendo de perto com os quatro reinos do sonho de Nabucodonosor, no segundo capítulo do livro de Daniel. Quanto à identificação dos quatro reinos, ver nota em Dn 2:37-40 e Introdução: Data e Ocasião.

*

7:4

como leão. O "leão", com "asas de águia", era um símbolo apropriado do império babilônico (cf. Jr 50:44; Ez 17:3,12). Leões alados com rostos humanos eram comuns na arte dos babilônios e eram colocados à entrada de importantes edifícios públicos.

foram-lhe arrancadas as asas. Talvez essa seja uma referência à humilhação de Nabucodonosor e à sua restauração à saúde, após um período de sete anos de insanidade (cap.4).

*

7:5

o segundo animal, semelhante a um urso. O reino medo-persa é simbolizado aqui por um animal dotado de um apetite voraz. O lado levantado pode representar a posição superior da Pérsia, e as "três costelas" provavelmente representa as conquistas persas da Lídia (546 a.C.), da Babilônia (539 a.C.) e do Egito (525 a.C.). Ver nota em 8.3.

* 7:6

outro, semelhante a um leopardo. O império grego é simbolizado pelo "leopardo", conhecido pela sua velocidade no ataque. Alexandre o Grande (356—323 a.C.) conquistou o império persa com grande rapidez. Alexandre morreu de repente, com a idade de trinta e três anos, e o império que ele estabeleceu foi dividido em quatro partes (a Macedônia ficou com Cassandro; a Trácia e a Ásia Menor, com Lisímaco; a Síria, com Seleuco; e o Egito, com Ptolomeu).

* 7:7

o quarto animal. Esse animal, que não é identificado, representa "Roma", o reino que, finalmente, assimilou as várias divisões do reino grego dividido.

tinha dez chifres. Os "dez chifres" simbolizam dez reis ou reinos associados com o império romano (v. 24). Alguns intérpretes têm sugerido que uma segunda fase do quarto reino, um império romano reavivado deve ser esperado, do qual procederão os dez chifres, ou todos ao mesmo tempo, ou um depois do outro (2.44, nota; conforme 13 1:66-13.10'>Ap 13:1-10; 17:3,12).

*

7:8

outro pequeno. Os dez chifres aparecem antes do "pequeno chifre", que arrancará três dos dez, simbolizando outra face do quarto reino. Muitos intérpretes têm sugerido que o "pequeno chifre" representa o "anticristo" (2Ts 2:3,4,8). Essa seria a primeira referência ao anticristo nas Escrituras.

* 7:9

o Ancião de dias se assentou. O título "Ancião de dias" ocorre na Bíblia somente neste capítulo (vs. 13 e 22). Trata-se de uma designação de Deus no seu trono de julgamento.

o seu trono... suas rodas. A descrição do trono de Deus assemelha-se ao que Ezequiel viu em sua visão sobre o trono com rodas de Deus (Ez 1:15-28).

* 7:11-12

Um contraste é traçado entre a completa destruição do quarto reino e uma certa medida de continuação concedida aos três reinos anteriores, quando seu povo e seus costumes forem absorvidos nos reinos sucessivos.

*

7:13

um como o Filho do homem. O original aramaico para "Filho do homem" significaria "um ser humano", em contraste com os "animais" anteriores. O equivalente é usado para indicar Daniel, em Dn 8:17, e por muitas vezes para indicar o contemporâneo de Daniel, Ezequiel (p.ex., Ez 2:1,3,6). Porém, em contraste com os "animais" que desgovernarão a terra, o Filho do homem governará a terra conforme Deus pretendeu que fosse, antes da queda da humanidade no pecado (Gn 1:26-28; Sl 8:4-6). A expressão "Filho do homem" é usada por sessenta e nove vezes nos evangelhos sinóticos e por doze vezes no evangelho de João para referir-se a Cristo. Esse é o título que Jesus usou com maior frequência para indicar a si mesmo.

vinha com as nuvens do céu. Em outras porções do Antigo Testamento, somente Deus Pai aparece entre nuvens (Sl 104:3; Is 19:1). De acordo com esse princípio, o "Filho do homem" é originário do céu e virá por iniciativa divina.

*

7:14

os povos... o servissem. O "Filho do homem" é Cristo, o Messias. Jesus aplicou essa passagem à sua pessoa, e ao fazê-lo, isso levou os líderes religiosos de Israel, em seus dias, a acusá-lo de blasfêmia (Mt 26:64,65; Mc 14:62-64).

domínio eterno. Ele recebe a soberania de Deus e exerce o governo simbolizado pela pedra que caiu do céu, dentro do sonho de Nabucodonosor (Dn 2:34,35,44 e 45).

* 7:18

os santos do Altíssimo. Ver os vs. 21, 22, 25, 27. Os "santos" não eram anjos, mas homens e mulheres crentes em Deus, que compartilharão do reino de Cristo (Mt 19:28; 1Co 6:1-3; 1Tm 2:12 e Ap 22:5).

* 7:21

este chifre fazia guerra contra os santos. Daniel nos presta mais algumas informações sobre a hostilidade do pequeno chifre, que talvez seja o anticristo (v. 8), contra o povo de Deus (conforme Ap 13:7).

*

7:22

até que veio o Ancião de dias. Embora o anticristo prevalecerá, durante algum tempo, contra o povo de Deus, no fim, ele cairá sob o julgamento divino (Zc 14:1-4; 13 7:66-13.17'>Ap 13:7-17 e 19.20).

*

7:25

por um tempo, dois tempos e metade dum tempo. A palavra "tempo" é o mesmo vocábulo usado em 4.16 e 4.23, e, tal como ali, pode significar "um ano". Alguns interpretam este versículo como uma indicação da segunda metade da septuagésima semana do nono capítulo (ver 9.27). Outros estudiosos não atribuem uma duração específica à expressão, mas consideram-na um período de tempo que é abreviado por causa da intervenção de Deus.

*

7:27

santos do Altíssimo. Ver nota no v. 18.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
7:1 Cronologicamente, este capitulo se desenvolve antes do capitulo 5. Belsasar acabava de ocupar um cargo de autoridade (553 a.C.) e Daniel provavelmente estava perto dos setenta anos. O capitulo 7 começa a segunda divisão do livro do Daniel. Os primeiros seis capítulos apresentam a história; os seguintes seis são visões principalmente sobre o futuro.

7.1ss Daniel teve uma visão de quatro animais, e cada um representava um império mundial. Foi similar ao sonho que Nabucodonosor teve no capitulo 2. O sonho do Nabucodonosor cobriu os aspectos políticos dos impérios; o sonho do Daniel representava seus aspectos morais. Estas nações, que teriam submetida ao Israel, eram malvadas e cruéis; entretanto, Daniel também viu chegar o futuro reino de Deus e as conquistar a todas.

7.4-8 O leão com asas de águia representa a Babilônia com suas conquistas rápidas (recuperaram-se das ruínas de Babilônia estátuas de leões alados). O urso que devorou ao leão é o império medopersa. As três costelas que estavam em sua boca representam a conquista dos três inimigos principais. O leopardo é a Grécia. Suas asas falam da rapidez da campanha do Alejandro Magno quando conquistou muito do mundo civilizado em quatro anos (334-330 a.C.). As quatro cabeças do leopardo são as quatro divisões do império grego depois da morte do Alejandro.

A quarta besta não era uma potência mundial que Daniel pudesse reconhecer: representava Roma e o final dos tempos. Muitos eruditos da Bíblia acreditam que os chifres correspondem aos dez reis que governarão brevemente antes de que Deus estabeleça seu reino eterno (Ap 17:12). Estes dez reis ainda não tinham subido ao poder quando João registrou sua visão no livro de Apocalipse. O pequeno corno é um futuro governante humano ou o anticristo (veja-se também 2 Tesalonisenses 2.3, 4).

7:9 Aqui a profecia salta aos últimos tempos. Esta cena do julgamento é similar a que o apóstolo João viu (Ap 1:14-15). Deus, quem atribui poder aos reino, julgará a esses reino ao final.

7:10 Daniel viu deus julgando a milhões de pessoas paradas ante O. Todos teremos que nos parar ante o Deus Todo-poderoso para dar conta de nossa vida. Se Deus julgasse sua vida hoje, o que? Como a avaliaria de acordo a Sua Palavra? Enquanto esperamos o julgamento de Deus, devemos lhe perguntar o que é o que ao gostaria de ver nesse momento. Devemos viver plenamente conscientes de que um dia compareceremos ante Deus a dar conta de como usamos nossa vida. Como sairemos nesse comparecimento?

7.11, 12 A morte da besta representa a queda de Roma. Esta besta morreu, mas às outras lhes permitiu viver por um tempo. Os reino (ou sua cultura) seguiram reconhecíveis de certa maneira; a história não terminaria quando Deus interviesse para castigar.

7:13, 14 Este Homem é o Messías. Jesus utilizou este versículo para referir-se a si mesmo (Mt 26:64; Lc 21:27; Jo 1:51). As nuvens do céu apresentam como divino ao Filho do Homem; através da Bíblia as nuvens representam sua majestosa e assustadora presença. A glória de Deus apareceu em uma nuvem em Ex 16:10 e 19.9 durante a entrega da lei no Sinaí.

7:18 Os "Santos do Muito alto" som o verdadeiro o Israel, o povo regido pelo Messías. Jesucristo entregou o reino ao novo o Israel, sua igreja, composta de todos os crentes fiéis. Sua vinda marcou a chegada do reino de Deus, e todos os crentes são seus cidadãos (veja-se também 7.22, 27). Embora Deus possivelmente permita que haja um pouco mais de perseguição, o destino de seus seguidores é possuir o reino e estar com O para sempre.

7:24 Os dez chifres, ou os dez reis, voltam-se a mencionar em Ap 17:12. Também havia dez dedos dos pés na visão do Nabucodonosor (Ap 2:41-42). Embora existem muitas teorias relacionadas com a identidade destes dez reis, em Ap 17:12-14 nos recorda que estes reis brigarão contra Cristo. Rei de Reis ao fim, o Senhor os derrotará. O outro rei mencionado é o futuro anticristo de 2 do Tesalonisenses 2.3, 4.

7:25 Embora o significado exato de "tempo, e tempos, e meio tempo" é tema de debate, sabemos que Deus disse ao Daniel que a perseguição continuaria sozinho por um curto tempo. Deus prometeu dar seu reino aos Santos.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
II. Deus fala em profecia preditiva (Ez 7:1)

Capítulo 7 começa a perspectiva sobre o futuro. Registros de Daniel, na primeira pessoa, uma série de visões que veio a ele em momentos diferentes na última parte de sua vida. Havia quatro visões, cada uma datada especificamente quanto ao ano de sua ocorrência.

A idéia principal da primeira visão centra sobre os quatro animais, que representam quatro reinos. A visão dá o plano global de ação de Deus na história futura. Cada visão sucesso torna-se mais específico e especial em sua previsão de história futura. O objectivo destas visões foi instruir Daniel e seu povo de interesse e cuidado de Deus (9:. 24f ).

1. A Vision (7: 1-14)

1. Os Beasts (7: 1-8)

1 No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça na sua cama, em seguida, ele escreveu o sonho, e relatou a suma das coisas. 2 Falou Daniel, e disse: eu vi na minha visão da noite, . e eis que os quatro ventos do céu freio adiante em cima do grande Mc 3:1 E quatro grandes animais, subiam do mar, diferentes uns dos outros. 4 O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava as asas que lhe foram arrancadas, e foi levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; eo coração do homem foi dada a Ec 5:1 E eis que outra besta, um segundo, semelhante a um urso; e foi levantado por um lado, e três costelas estavam em sua boca entre os dentes:. e eles disseram assim até ele: Levanta-te, devora muita carne 6 Depois destas coisas olhei, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, que tinha nas costas quatro asas de um pássaro; tinha também este animal quatro cabeças; e domínio foi dado a Ec 7:1 Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e poderoso, e muito forte; o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos seus pés: e era diferente de todos os animais que apareceram antes dele; e tinha dez chifres. 8 Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados pelas raízes: e eis que neste chifre havia olhos como os olhos de um homem, e uma boca que falava grandes coisas.

O momento em que essa visão veio a Daniel é mencionado como o primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia. Não se sabe exatamente quando Belsazar, começou a reinar como regente de seu pai Nabonido. Nabonido reinou 556-539 AC ; essas datas formar o período em que a visão ocorreu. Como a primeira das quatro visões registradas na segunda parte do livro, é extremamente semelhante ao padrão do sonho de Nabucodonosor mencionado no capítulo 2 : quatro reinos seguidos pelo Reino de Deus. A diferença entre os dois está nos detalhes a respeito do Reino de Deus.

A descrição da visão que veio a Daniel por noite centros de cerca de três elementos: os quatro seres viventes, o ancião de dias, e um semelhante ao Filho do homem. Uma vez que a interpretação da visão não dá o significado dos dois últimos, podemos assumir que o significado é evidente na própria descrição.

A visão de Daniel começou com uma tempestade no mar: . os quatro ventos do céu freio adiante em cima do grande mar Fora de fúria humanidade veio quatro grandes reinos (conforme Ap 17:15 ). "Quatro impérios representam a soma total da energia que o mundo produz no curso de seu desenvolvimento."

O primeiro animal era .como um leão, e tinha asas de águia O símbolo que representa o rei dos animais eo rei dos pássaros está para régio Babylon, com Nabucodonosor como o primeiro rei (conforme Jr 50:17. ; Lm 4:19)

9 Eu continuei olhando, até tronos foram colocados, e que era ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, eo cabelo da sua cabeça como a pura lã; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dos mesmos fogo ardente. 10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e dez mil vezes dez mil estavam diante dele: se o juízo, e os livros foram abertos. 11 eu vi naquele momento por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; Estive olhando até que o animal foi morto, e seu corpo destruído, e foi entregue para ser queimado pelo fogo. 12 E, como para o resto dos animais, seu domínio foi tirado ainda as suas vidas foram prolongadas para uma temporada e uma tempo.

Como Daniel "ficou olhando" na visão, ele viu um novo desenvolvimento. A cena muda para o céu. Thrones foram colocados eo antigo de dias se assentou. Em imagens concretas, ele descreve o Eterno e do tribunal de julgamento. Pessoa de Deus e Sua obra são descritas em majestoso moda apenas como João mais tarde dá-nos a imagem em Ap 4:1 estandes por meio de contraste do quarto animal será destruída enquanto os três anteriores foram lentamente privado de poder por os seguintes eles.

c. O Um Like a Son of Man (7: 13-14)

13 Eu estava olhando nas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o filho do homem, e ele veio até o ancião de dias, e foi apresentado diante dele. 14 E houve -lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e seu reino tal, que não será destruído.

A terceira cena na visão de Daniel foi a recepção do Reino eterno por um semelhante ao Filho do homem. Esta cena paralela à pedra cortada da montanha do capítulo 2 e fala da gloriosa recepção do Reino de justiça, após a perseguição de os santos. A um semelhante ao Filho do homem é, obviamente, o líder dos santos (vv. Dn 7:18 , Dn 7:27 ), para o Reino é dado a ele e para eles. A maioria dos comentaristas ver o símbolo como uma referência a Cristo e Sua vinda reinado. Enquanto Ele inaugurou o Reino em Seu primeiro advento, Ele vai com os Seus santos receber o domínio, e glória, e um reino no final da época. Em seguida, todos os povos devem servi-lo, e seu reino continue para sempre.

Uma pergunta pode ser elevado na comparação de Ez 2:1)

1. As quatro bestas Explicada (7: 15-18)

15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido no meio do meu corpo, e as visões da minha cabeça me perturbaram. 16 Cheguei-me a um dos que ali estavam, e perguntou-lhe a verdade sobre tudo isso. Então, ele me disse, e me fez saber a interpretação das coisas. 17 Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra. 18 Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e possuirão o reino para sempre, sim, para todo o sempre.

Daniel, como muitos um leitor da Bíblia de hoje, estava preocupado e incomodado pela visão e seu significado. Sem dúvida, ele entendeu alguns dos que, por suas questões dizem respeito apenas alguns aspectos específicos do que ele tinha visto. Sua perplexidade gira em torno de duas questões: a natureza dos quatro animais e que o problema do quarto animal.

A primeira pergunta de Daniel a um dos seres angélicos que estão perto foi: Qual é a verdade sobre tudo isso? A resposta foi que o quatro são quatro grandes reis, um termo que significa "reinos" no livro de Daniel, uma vez que o governante e seu reino estão intimamente identificado. Já identificamos os quatro reinos como o babilônico, o medo-persa, o grego eo romano. Esses reinos definir o cenário para a história do mundo.

O versículo 18 continua a resposta com uma previsão da consumação do Reino estabelecido por Deus. Os santos são um grupo maior do que os judeus; eles incluem os redimidos de todas as idades. No capítulo 2 do Reino foi criada; agora ele é recebido e possuído por aqueles que têm sido parte de seu crescimento make-up. A resposta para a primeira pergunta de Daniel dá uma imagem de todo o escopo da história humana desde o momento da Daniel para os reinos de gama terrestre a ser seguido por um reino divino.

b. O quarto animal Explicada (7: 19-28)

19 Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos eles, superando terrível, cujos dentes eram de ferro, e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços, e pisava aos seus pés; 20 e respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, eo outro chifre que subiu, e diante do qual caíram três, mesmo que chifre que tinha olhos, e uma . boca que falava grandes coisas, e parecia ser mais robusto do que os seus companheiros 21 olhei, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles, 22 até que o ancião de dias veio, e fez justiça aos santos do o Altíssimo, e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino.

23 Assim me disse ele: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos, e devorará toda a terra, e pisará aos pés, e quebrá-lo em pedaços. 24 E, como para os dez chifres, daquele mesmo reino se dez reis surgem: e outra depois deles se levantará; e ele será diferente dos primeiros, e ele deve colocar três reis. 25 E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo; e ele cuidará em mudar os tempos ea lei; e eles serão entregues na mão por um tempo, tempos e metade de um tempo. 26 Mas o juízo será estabelecido, e eles tirarão o seu domínio, para consumir e para destruí-la até o fim. 27 E o reino, o domínio, ea grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino é um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecem. 28 Aqui é o fim do matéria. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram eo meu semblante se mudou em mim; mas guardei o assunto no meu coração.

A primeira pergunta de Daniel foi seguido por um segundo: O que é ? a verdade a respeito do quarto animal A pergunta se repete a descrição do quarto animal que foi dada nos versículos 7:8 , mas expande-se a descrição do chifre pequeno e suas atividades. Uma vez que a interpretação do ser celeste reconhece a expansão, deve notar-se mais tarde.

A interpretação dada a Daniel solteiros out cinco itens principais para comentar o assunto: o quarto animal, os dez chifres, o chifre pequeno, o julgamento, e do reino.

(1) O quarto animal será um quarto reino na terra. Enquanto o livro de Daniel não identifica claramente o quarto animal, há excelentes razões para tornando-se o Império Romano. Conjuntos de Jovens diante quatro delas em um apêndice bem fundamentada: (a) Há uma diferença entre o "chifre pequeno" de Ez 7:1 ).

(2) A interpretação afirma explicitamente que os dez chifres surgem fora do reino do quarto animal e representam dez reis ou reinos. O problema é saber se a tomar o número dez como literal ou simbólica. Dispensationalists como Gaebelein e Culver ter o número literalmente, mas temos que olhar para um Império Romano revivido, a fim de fazer a conexão com o quarto reino, no final da história humana. Se o número for tomado simbolicamente como uma idéia de completude, os dez reinos poderia muito bem formar a transição do antigo Império Romano para o reino do anticristo do futuro. Comentários Arthur Bloomfield: "Na profecia, dez normalmente é um número redondo, não indicando uma quantidade definida." E os dez chifres não, portanto, representam um Império Romano revivido mas designar países formados a partir do antigo Império Romano.

(3) O pequeno chifre é o item da visão que é mais completamente descritos. Ele surge entre ou entre os dez chifres (v. Dn 7:8) e, depois deles, e imediatamente põe três deles. Em seguida, ele passa a falar palavras contra o Altíssimo, e para fazer a guerra contra os santos. Esta linguagem identifica-o com a idéia de João anticristo e a besta do Apocalipse (Ap 13:1 , onde um período de tempo, como é mencionado).

(4) O julgamento cena foi claramente descrito na própria visão, mas é destaque na interpretação como a ação pôr fim às atividades e ostentação do chifre pequeno. O julgamento é a atividade de Deus e tem uma dupla finalidade: recompensa para o sofrimento dos santos (v. Dn 7:22 ), e destruição para o pequeno chifre (v. Dn 7:26 ).

(5) Na sequência do acórdão do reino ... serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O reino (o reino ), a regra (o domínio ), e da reputação (a grandeza) que anteriormente pertencia às coisas terrenas reinos é agora dada ao povo de Deus liderados por seu divino Messias. Que o Reino é mais amplo do que o milênio é sugerido pela frase o seu reino ... eterna. O governante messiânico e seu povo são identificados como os governantes do Reino, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão. O fim da história humana irá resultar em um dia glorioso para os santos de Deus, quando liderados por seu Messias conquistando eles governar e reinar com Ele como reis e sacerdotes. Só a perspectiva bíblica sobre o futuro é certo e esperançoso.

O relatório da visão é trazido ao fim com a afirmação de que os pensamentos de Daniel ainda perturbava eo seu semblante mudou. A revelação divina afeta o homem mentalmente e fisicamente. Um não é o mesmo quando ele se encontrou com Deus face a face. Divino conhecimento do futuro, mesmo que ele está velado, é suficiente para nos fazer sentir a terrível responsabilidade de ser embaixadores de Deus.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
Até agora, Daniel interpretou os so-nhos dos outros. Agora, Deus dá visões extraordinárias a ele mesmo. Os eventos desses dois capítulos são anteriores aos do capítulo 5, já que a Babilônia ainda não tinha caído ante os medos e os persas. Lembre- se que o pai de Belsazar, Nabonido, era, na verdade, o rei da Babilônia (o império), e Belsazar era seu co- regente na cidade de Babilônia. Em 556 a.C., Nabonido tornou-se rei. Assim, podemos datar os eventos do capítulo 7 em 556 e os do capí-tulo 8, em 554. Outros historiadores preferem datar o capítulo 7 em 550, quando Nabonido foi para a Arábia e pôs Belsazar oficialmente no co-mando da nação. Isso localizaria o capítulo 8 no ano 548. Nessas vi-sões, Daniel vê o curso da história das nações gentias, o que nos ajuda a ver o que acontecerá aos judeus nos últimos dias.

I. A visão dos quatro animais (7)

Na Bíblia, o mar agitado simboli-za a_s nações gentias (Ap 17:15; Is 1:7:12). Aqui está o mar Grande, ou o mar Mediterrâneo, e todos os im-périos mencionados nessa visão fa-zem fronteira com esse mar. Daniel viu quatro animais, e o anjo expli-cou o que significavam. Cada ani-mal representava um reino (v. 1 7).

  • O leão com asas (v. 4)
  • Aqui temos a Babilônia, representa-da pela cabeça de ouro no sonho de Nabucodonosor com a grande está-tua (2:36-38). O leão com asas era a estátua predileta dos babilônios. Você pode ver essas figuras em qualquer museu em que haja uma exposição a respeito da Babilônia. O animal de pé como um homem, com certeza, lem-bra-nos a experiência humilhante de Nabucodonosor, em 4:27-37. Nessa época, a Babilônia ainda governava o mundo, mas em apenas poucos anos (como o cap. 5 explica) o império cai-ría. Isso leva-nos ao próximo animal.

  • O urso com as costelas (v. 5)
  • Aqui encontramos o Império Medo- Persa, conhecido não por sua viva-cidade e destreza, mas pela força bruta, exatamente como o urso. As três costelas representam os três im-périos já derrotados por eles (Egito, Babilônia, Líbia), e o fato de o urso se levantar "sobre um dos seus la-dos" indica que uma metade do império (a metade persa) era mais forte e mais honrável (mais alta) que a outra metade (os medos). Em 539 a.C., os medos-persas conquistaram a Babilônia, no entanto o império deles durou apenas uns 200 anos.

  • O leopardo de quatro cabeças alado (v. 6)
  • Esse animal certamente representa a Grécia, liderada por Alexandre, o Grande, que conquistou rapidamen-te o mundo, derrotando os persas ,_poL_mlta de 331 a.C. Todavia, em 323 a.C., o grande general morreu, e seu império foi dividido em quatro partes (por isso, as quatro cabeças). Quatro de seus principais generais pegaram uma parte cada um e go- vernaram-nas como monarcas.

  • O animal terrível (vv. 7-8,17-27)
  • Esse animal chocou Daniel porque em nenhuma das revelações ante-riores vira algo similar. Parece claro que temos aqui o Império Romano, o ferro na estátua de Nabucodono- sor. Entretanto, a imagem parece ir além da história e alcançar os "últi-mos dias", porque o animal tem dez chifres, o que faz paralelo com os dez dedos da estátua do capítulo 2, o Império Romano revivido nos últimos dias. Os versículos 8:10 relatam que um "pequeno chifre" (governante) surge e arranca três dos dez reinos representados pelos dez chifres ou pelos dez dedos. De-pois, esse pequeno chifre torna-se o governante mundial, o ant[cristo. S ua boca íal ajcom insoIência., e ele persegue os santos (crentes judeus e gentios durante o período da tribula- ção) durante três anos e meio (v. 25 — "um tempo, dois tempos e meta-de de um tempo"). Essa é a última metade do período da tribulação, a "70a semana" que Daniel mencio-na no capítulo 9. De acordo com os versículos 11:12, os três reinos anteriores (babilônio, medo-persa e grego) são "engolidos" e incluídos nesse grande império mundial; no entanto, no fim, o próprio anticris- to é julgado e morto. Em Apocalip-se 13 1:2, João apresenta uma des-crição da besta (anticristo) e usa os mesmos animais que encontramos em Daniel 7. Contudo, observe que ele reverte a ordem. Isso acontece porque Daniel olha para o futuro, e joão, para o passado.

  • O julgamento (vv. 9-14,26-28)
  • Ver um homem no céu deve ter cho-cado Daniel. Ele viu Jesus Cristo, o glorioso Filho do Homem. Deus não pode permitir que a besta controle o mundo. Ele enviará seu Filho para julgar a besta e destruir seu reino e, a seguir, estabelecer seu próprio reino glorioso, em que os santos de Deus reinarão com ele.

    Essa visão complementa a do capítulo 2 e acrescenta coisas a ela. Lá, tínhamos a visão do homem em relação às nações (metais precio-sos); aqui, temos a perspectiva de Deus (animais ferozes). Veja Sal-mos 49:12.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
    7.1 No primeira ano. No tempo, este capítulo precede o cap. 5, mas é um avanço pois agora passa às visões e revelações do Senhor.

    7.2 Quatro ventos. Símbolo do poder divino a julgar as nações. O mar Grande. Símbolo da agitação política e social entre os povos da terra (conforme Is 57:20; Is 17:12; Lc 21:25; Ap 17:15.

    7.9 Uns tronos. Uma cena de julgamento descrita também emAp 4:2-66).

    7.15 Alarmado. O povo da época levava os sonhos a sério (2.9; 4.5).

    7.16 Me fez saber. No próprio sonho, Daniel sabia que se tratava de uma revelação de Deus, e por isso foi obter a interpretação de um anjo de Deus que era um pertencente à miríade dos servos, v. 10.

    7.17 Quatro reis. Ou seja, quatro reinos, os impérios já mencionados. Assim também o v. 24 refere-se a reinos.

    7.18 Os santos. Esta palavra refere-se a seres humanos resgatados por Cristo e santificados pela separação do pecado e pela dedicação ao serviço do reino de Deus. São eles glorificados e trasladados para os céus, onde herdarão todas as coisas.

    7.19 Unhas de bronze. Os romanos lutavam com ferro, v. 7, mas seu império fazia uso das pequenas tribos nas fronteiras, as "unhas".

    7.22 Fez justiça. A vinda de Cristo no seio do última e maior dos impérios já é um julgamento de valores humanos. Suscita um reino de pessoas que só procuram valores eternos (conforme 1Pe 2:9-60).

    7.24 Dez reis. O império romano, uma vez desfeito, deu origem a dez reinos. É interessante notar que por 1.500 anos o total das tribos e nações que têm coexistido naquele território ficou sempre em dez poderes básicos. Parece que esta continuação da civilização romana vai entre o primeiro julgamento (v. 9), a vinda de Cristo, e o segundo julgamento (vv. 13-14), que se queria a vinda final, de Cristo e o fim do mundo.

    7.25 Magoará os santos. No meio dos reinos surge um poder em Roma que se entregará à perseguição dos fiéis e usurpará poder civil de três dos reinos. Séculos da história já nos ensinam quanto às perseguições que se processam na cidade de Rema... Um tempo, dois tempos e metade. Três anos e meio? Indefinido.

    7.27 Reino eterno. Não se trata de milhares de anos, mas sim para toda eternidade, assim também a pedra que subsistirá para sempre, Ez 2:44.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
    As visões de Daniel (7.112.13)

    Até esse ponto, Daniel foi apresentado como o intérprete divinamente inspirado de sinais e sonhos, e a partir de agora ele é o que tem visões e precisa de interpretações. Para Daniel, as pistas dadas nas interpretações podem ter sido suficientes; o tratamento dado ao livro pela igreja cristã mostra que essas pistas foram fracas demais para que os leitores posteriores pudessem ter certeza numa série de aspectos.

    VII. OS QUATRO ANIMAIS, O JULGAMENTO E O REINO (7:1-28)


    1) Os quatro animais (7:1-8)
    v. 1. A data localiza essa visão após a morte de Nabucodonosor, ainda durante a época da Babilônia, em torno de 553 a.C. Ele escreveu o seguinte resumo do seu sonho, percebendo que a sua mensagem teria relevância para além da sua época. v. 2. os quatro ventos sopravam dos quatro pontos cardeais, agitando e revirando o mar, despertando assim os grandes animais das suas profundezas, o grande mar. não é necessário identificá-lo. No pensamento antigo, o mar e muitas das suas criaturas eram hostis à ordem, e os hebreus consideravam ambos obstinados, mas mesmo assim sob o controle de Deus (e.g., Sl 104:6-19; Sl 148:726:12,26:13). v. 3. Quatro grandes animais-, bestas mitológicas eram muito comuns na poesia e na arte religiosa da Babilônia, de onde passaram à Pérsia (especialmente em decorações de relevos nas paredes de palácios na

    Babilônia, em Susã e em Persépolis). Um monstro marinho mencionado diversas vezes no ATOS como Raabe era usado de forma poética com referência ao Egito (e.g., Sl 87:4Is 30:7). Esse uso é análogo ao de Daniel, pois o v. 17 nos informa que Os quatro grandes animais são quatro reinos — ou reinos personificados nos seus governantes — que se levantarão na terra. Eles eram diferentes uns dos outros na avaliação humana, v. 4. O primeiro era composto e passou por uma modificação. Se esse animal representa a Babilônia (a expressão se levantarão do v. 17 não pode ser forçada contra esse ponto de vista; três dos reinos ainda seriam futuros), a modificação pode refletir a carreira de Nabucodonosor culminando em 4.34ss. v. 5. um segundo animal. é descrito num ato de conquista, devorando a sua presa e avançando para obter mais, instigado pela ordem divina. Para alguns comentaristas, o urso é a Média; para outros, a Pérsia, e entre estes há alguns que identificam as três costelas com a Lídia, a Babilônia e o Egito incorporados no Império Persa. v. 6. outro animal, que se parecia com um leopardo, mas com diferenças estranhas, quatro asas para proporcionar velocidade máxima; quatro cabeças para representar extensão universal. Pode-se encontrar apoio em diversas referências para relacionar a figura com Ciro por aqueles que acham que o urso é a Média, e igualmente para relacionar a figura com Alexandre, o Grande, por aqueles que crêem que a Pérsia é o urso. v. 7. O quarto animal tem a sua própria apresentação e é indescritível, diferente, com o qual não se podia fazer nenhuma comparação. A sua natureza era clara, cruel, poderosa, destrutiva, resultando nos dez chifres e na blasfêmia final. Com dentes de ferro [...] despedaçava e devorava suas vítimas, fazendo eco da quarta parte da estátua no cap. 1. Dele saíam dez chifres, e um décimo primeiro, chamado o chifre pequeno, mas que parecia maior do que os outros (v. 20). A sua arrogância ultrapassou de longe os limites de Deus, e assim o juízo precisou ser anunciado contra ele. Até esse momento crítico, o chifre estava derrotando os santos, acrescenta o v. 21, e era isso que não podia mais ser tolerado.


    2) O julgamento (7:9-14) v. 9,10. Do horror do animal com chifres, Daniel foi dirigido para o esplendor solene da corte celestial. Lá estava sentado um ancião (“Ancião de Dias”, ARA), venerável, totalmente puro (veste branca, cabelo branco), purificando do erro e consumindo-o com fogo. Por saber tudo que tinha ocorrido na história, ele estava qualificado para julgar o último arrogante, assim como tinha julgado os outros antes (Assíria, Is 10:0; Ml 3:16, também Êx 32:32,33.) v. 11. Leia: “Então eu observava do som das grandes palavras [...] Fiquei olhando até que o animal foi morto,’. Nada poderia distrair o vidente até que o drama terminasse com o julgamento dos arrogantes no fogo da justiça, v. 12. Três animais permaneceram, impotentes, para o tempo determinado (como em 4.25).

    v. 13,14. vi alguém semelhante a um filho de homem-, contrastando com os animais que eram inerentemente hostis a Deus, estava essa figura visionária, como um ser humano. Esse é o significado de filho de homem, como em Ez 2.1 etc., semelhante a “filho dos deuses” em 3.25. Ao passo que Nabucodonosor parece ter visto uma pessoa celestial no contexto do seu julgamento terreno, Daniel viu um ser humano no lugar da justiça de Deus. Essa figura, no entanto, veio com as nuvens dos céus. Em todos os outros textos do ATOS, e fora dele, as nuvens acompanham a deidade, embora esta geralmente venha montada nelas ou entre elas. Há então um elemento celestial além do humano. Se alguma realização terrena capacitou um mortal a subir ao céu, sem passar pela morte, e a aparecer diante do ancião, ou se um ser celestial assumiu a forma humana, ainda é uma questão em aberto. A investidura que segue é única. Por seu estilo, o reino claramente faz eco da descrição do Reino de Deus feita em 4.3,34,35; 5.26 e especialmente 2.44, mas também do reino dos santos com o qual é identificado (v. 18, 27). Muitos interpretam a figura do “filho de homem” à luz desses últimos versículos como um símbolo do povo de Deus, um representante humano. Contra esse ponto de vista, temos a evidência indisputável a favor da reconhecida compreensão messiânica do texto no NT (Mt 26:64; Mc 14:62 — somente dois séculos depois da composição do livro com base na data tardia) e nos escritos judaicos um pouco mais tarde (em que “aquele das nuvens” é também um título messiânico). A manutenção desse ponto de vista no judaísmo, apesar da sua adoção pelos cristãos, sugere que possuía status antigo e autorizado.


    3) As interpretações (7:15-28) v. 15. A reação de Daniel foi como o susto e a preocupação de Nabucodonosor acerca do propósito da sua visão. v. 16. Ele encontrou um intérprete cuja primeira resposta sucinta continha os indícios básicos, o significado ou “a verdade” (ARA) como em “É verdade, ó rei” (ARA) em 3.24. v. 18. O povo de Deus deve usufruir do domínio confiado ao que é semelhante a um filho de homem dos v. 13,14. Se ele deve ser entendido como um indivíduo, então os santos serão os seus súditos leais, os santos (aram. qaddis)-. um termo raro fora desse capítulo (em outros textos, ocorre na forma hebraica equivalente qãdõs, pl. qedõsím em 8.24; Sl 16:3; Sl 34:10); a palavra hebraica comumente traduzida por “santo” é hãsld, mas o termo talvez fosse desconhecido no aramaico. v. 19-22. A preocupação de Daniel exigia uma resposta mais detalhada, visto que o quarto animal era tão pernicioso. A sua segunda descrição amplia a primeira em alguns aspectos; v.comentário dos v. 7,8 já mencionados. Nos v. 23-27, é dada a explicação mais abrangente.

    O quarto reino será mais cruel e mais extenso do que os três anteriores, dez reis [...] sairão desse reino e um outro rei [...] será diferente, ou como parte integral dele, ou como um estágio distinto da existência do reino (assim Young e a escola dispensacionalista). (A divisão sugerida pelo segundo ponto de vista resulta antes das interpretações de outros trechos do que desse texto em Sl.) Se o reino é o de Alexandre e o décimo primeiro rei é Antíoco Epifânio, é impossível contar dez reis sem incluir um assassino que nunca alcançou o trono (Heliodoro, chefe de governo de Seleuco IV) e o herdeiro legítimo a quem Antíoco depôs, mas que o seguiu, Demétrio Soter. Se o reino é Roma, então Júlio César pode ser contado primeiro, Tito o décimo primeiro, embora tenha sido o seu pai, Vespasiano, que derrotou “três reis” (ARA), ou ao menos teve sucesso em manter o trono que eles não tinham conseguido segurar. Para aqueles que separam reino de reis, Roma é o reino, os dez são governantes que dominam nos séculos seguintes ou ainda por vir, e o décimo primeiro é o anticristo. Blasfemando e perseguindo, o décimo primeiro vai tentar abolir as observâncias religiosas estabelecidas, mas o seu governo será limitado (v. 25 é paralelo aos v. 20,21). v. 25. um tempo é a palavra comentada em 4.16; nada determina que seja um ano, um mês, uma década, ou um dia; é um tempo determinado pelo Altíssimo, tempos: a palavra pode ser um dual, “dois”, ou plural, como a interpreta a LXX. A formulação aqui, como o seu equivalente hebraico em 12.5, pode ser indefinida e simbólica, um primeiro período seguido de um com o dobro da extensão ou mais, e o acréscimo esperado a seguir é abreviado. Que um período preciso de três anos e meio seja expresso de forma tão indireta, até mesmo numa interpretação visionária de uma visão parece algo mais obscuro do que o restante do livro! Altíssimo é a palavra usada nos v. 18,22,27; está em forma intensiva, um superlativo mais forte do que o termo usado na segunda cláusula e em outros textos, v. 27. reinos [...] serão entregues nas mãos dos santos: em interpretações históricas, esse reino precisa ser tratado como espiritual; futuristas podem entendê-lo da mesma forma, começando com o Segundo Advento, ou como o “milênio” de Cristo e da sua igreja na terra, v. 28. A visão se completou, deixando Daniel perturbado (aterrorizado), com uma impressão profunda que constantemente retornaria à sua mente.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28

    Dn 7:1; Dn 8:15-17; Dn 9:20-23; Dn 10:10-14).

    Até agora o autor falou na terceira pessoa; daqui para frente ele escreve na primeira, dando um relatório mais íntimo de suas experiências.

    Uma transição da profecia centralizada nas nações gentias para a profecia centralizada nos judeus toma posição coma entrada do "povo santo" (traduzido "santos", vs. Dn 7:18, Dn 7:22, Dn 7:25). Os judeus são o centro do interesse do final do livro.

    A mesma sucessão de reinos que se encontra no capítulo 2 aparece aqui – quatro impérios gentios, então o reino do Messias. O ponto de vista que defende que o capítulo 7 só descreve acontecimentos dentro da área mediterrânea ao findar a presente dispensação é habilmente apresentado por G.H. Lang (The Histories and Prophecies of Daniel) na perspectiva pré-milenial. O ponto de vista de que os quatro reinos são:
    1) Babilônia,
    2) Medo-Pérsia,
    3) Grécia e
    4) os sucessores gregos de Alexandre e que o quinto é o reino do Messias, é defendido de maneira reverente mas não amilenista por Moses Stuart (Commentary on Daniel e de maneira amilenista reverente pela obra católica romana de C. Lattey (The Book of Daniel). Após o costumeiro estabelecimento do cenário histórico (v. Dn 7:1), seguem-se detalhes de uma série de visões (vs. Dn 7:2-14, Dn 7:21, Dn 7:22), o novo método de interpretação de sonhos e visões (vs. Dn 7:15, Dn 7:16), a interpretação (vs. Dn 7:17-20, Dn 7:23-27), e uma declaração pessoal final (v. Dn 7:28).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Daniel Capítulo 7 do versículo 1 até o 28
    VII. VISÃO DE DANIEL SOBRE AS QUATRO FERAS Ez 7:1-27; Mt 24:30; Mc 13:26; Ap 1:7). Leia-se "um filho do homem" e não o filho do homem; pode-se traduzir literalmente "a semelhança de um filho de homem". Trata-se de uma personagem em forma humana, distinguida das feras que representavam os quatro reinos dos homens. Não é declarado explicitamente que a figura fosse um homem, mas que era semelhante a um homem. Dessa maneira, trata-se de uma personagem semelhante a homem, diferente das feras que se elevaram do mar. Essa figura celestial é escoltada majestosamente perante o ancião de dias, e é lhe entregue um reino eterno e universal (14).

    É agora necessário inquirir quanto à interpretação da visão. Pode-se observar três pontos de vista:

    1. Entre os eruditos que não sustentam que Daniel tenha sido o autor do livro, é geralmente imaginado que as quatro feras que emergiram do mar representam os seguintes reinos: Babilônia, Média, Pérsia e Grécia. Visto que tal ordem de reinos nunca ocorreu historicamente, tais eruditos assumem conseqüentemente que quanto a esse ponto o livro de Daniel é culpado de um erro histórico. Há diversos argumentos aduzidos por aqueles que favorecem a identificação dos reinos que acabamos de mencionar. É mantido, por exemplo, que se Roma, e não a Grécia, é representada pela quarta fera, então a profecia não concorda com a história. Quando, em 476 D. C., o império romano chegou ao fim, não se levantaram dele dez reinos. Portanto, argúem que a quarta fera não pode significar Roma. Em oposição a esse raciocínio, contudo, pode-se dizer que o número dez não deve ser pressionado e considerado literalmente; trata-se de um número arredondado, e o simbolismo das dez pontas meramente tem referência a uma segunda fase da história da fera. Pode-se salientar, outrossim que aqueles que vêem na quarta fera uma referência à Grécia também têm grande dificuldade para identificar os dez reis ou reinos. De fato, é impossível fazer tal identificação. Usualmente são feitas tentativas para descobrir dez reis sucessivos após a morte de Alexandre, enquanto que a fase do simbolismo das dez pontas recai não sobre a sucessão mas sobre a contemporaneidade dos reinos; as dez pontas existem durante uma segunda fase da história da fera.

    É mantido, ainda, que a pequena ponta do capítulo sétimo deve ser identificada com a pequena ponta do capítulo oitavo. Ora, esta última ponta é expressamente identificada (Ez 8:23) como um rei que se levantaria da Grécia, pelo que aqueles concluem que a pequena ponta do capítulo sétimo também deve levantar-se da Grécia e que, por conseguinte, a quarta fera deve representar a Grécia, e não Roma. Todavia, em resposta a isso duas coisas podem ser afirmadas. Em primeiro lugar, a descrição da pequena ponta do capítulo sétimo e a da pequena ponta do capítulo oitavo demonstram além de qualquer dúvida, que sua intenção não é serem identificadas. Se alguém alistar as características de cada uma dessas pontas e notar cuidadosamente o que é dito a respeito de cada qual, ficará impressionado com a dissemelhança entre as duas. Em segundo lugar, se alguém comparar cuidadosamente tudo quanto é dito no capítulo sétimo concernente à fera sem descrição (versículo
    7) com a descrição do bode (Grécia) no oitavo capítulo, descobrirá quão essencialmente diferentes são os dois chifres. Diferem no que respeita à origem, à natureza e ao destino.

    Alguns também argúem que Dario é representado como um medo que governou depois de Belsazar e antes de Ciro. Entretanto, tal declaração não é completamente exata; em porção alguma do livro de Daniel é dito que Dario governou antes de Ciro. Também tem sido dito, além disso, que Dario é chamado de medo enquanto que Ciro é denominado persa, sendo assim destacada uma distinção racial. Entretanto, essa distinção racial tem a ver com os próprios indivíduos e não com o reino sobre o qual reinaram, reino esse que, no livro de Daniel, é o reino dos caldeus. Finalmente, alguns argúem que, de conformidade com Ez 5:28 o reino seria dividido entre os medos e os persas.

    Com respeito a esses argumentos, deveríamos notar que embora Dario seja identificado como medo, não se segue de maneira alguma que o império sobre o qual ele governou foi a Média. Tal dedução é non sequitur. Além disso, quando é dito que o reino seria dividido (vers. 28), a significação é que sua presente forma (a forma que tinha quando Belsazar era rei) seria quebrada e seria entregue ao inimigo, os medos e os persas. Esse versículo não significa que uma parte do reino seria entregue aos medos e que outra parte seria entregue aos persas. À luz das considerações acima, portanto, sentimo-nos constrangidos a rejeitar a identidade das quatro feras que consideram a Grécia como representada pela quarta fera. (Nota: O estudioso que quiser ler uma defesa capaz sobre a identificação esboçada acima, deveria consultar a obra de H. H. Rowley, Darius the Mede and the Four World Empires, 1935. Quanto à posição conservadora examinar The Prophecy of Daniel, págs. 275-294).

    Os advogados da posição esboçada acima identificam a figura celestial semelhante a um Filho de homem com o povo de Israel, "os santos do Altíssimo". Em apoio a essa interpretação apelam para Ez 7:18, Ez 7:27 onde é dito que o reino será dado aos santos. Entretanto, os santos recebê-lo-ão como algo que lhes será confiado pelo Filho do homem, para possuí-lo para sempre. O Filho do homem é apresentado como uma figura sobrenatural, pelo que não é possível identificá-lo com os santos. Pelo contrário, como reis, eles reinam em Seu reino.

    2. A segunda interpretação é mantida pela escola de pensamento dispensacionalista. Essa concorda com o ponto de vista tradicional que identifica os reinos como Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma. Acredita-se, porém, que haverá um Império Romano revivificado que será dividido em dez reinos, pelo que as dez pontas da fera são comparadas com os dez artelhos da imagem que aparece no segundo capítulo. Esse período dos dez reinos, segundo dizem, ocorrerá após o retorno de Cristo para vir buscar Seu povo. A pequena ponta significa um príncipe do Império Romano revivificado que será inspirado satanicamente. Entretanto, precisamos deixar a discussão detalhada sobre esse ponto de vista ao considerarmos a passagem em Ez 9:24-27.

    3. A interpretação que este escritor acredita ser correta é a seguinte. Visto que as quatro feras emergem do mar (humanidade), representam, portanto, reinos que têm origem humana e, conseqüentemente, são ao mesmo tempo temporais e não universais. A primeira fera representa a Babilônia. A segunda, conforme demonstrado por seu duplo caráter, representa a Média-Pérsia, e não a Média apenas. A terceira representa a Grécia. E a quarta fera simboliza o Império Romano histórico.

    Quanto às dez pontas, representam os reinos que deverão existir durante a segunda fase da história da quarta fera. Não se segue necessariamente que esses reinos devam levantar-se imediatamente depois da queda de Roma, mas tão somente que serão capazes de traçar sua origem até Roma. São contemporâneos somente no sentido que existem durante esse período particular; não será necessário que sejam realmente contemporâneos.

    Quando chegar ao seu fim esse segundo período, virá um terceiro período, que é introduzido mediante o aparecimento da pequena ponta. Pelo próprio simbolismo não é possível dizer se essa pequena ponta representa um homem, um governo, uma coligação de governos ou uma ideologia. Só se sabe que fará oposição aos santos até que o julgamento de Deus traga a destruição completa da quarta fera.

    O reino dado ao Filho do homem não é humano, mas tem origem divina, e é ao mesmo tempo universal e eterno. A figura celestial representa os santos, mas conforme mostra o simbolismo, é um Personagem divino. Era essa visão que nosso Senhor tinha em mente ao chamar a Si mesmo de Filho do homem.

    >Dn 7:15

    Quanto a min, Daniel, o meu espírito foi abatido (15). Na própria visão, Daniel se apresenta a fim de mostrar como ele foi afetado pelo que viu. Os santos do Altíssimo (18); não os judeus, em distinção aos gentios, mas sim, os redimidos, isto é, os crentes verdadeiros, que seriam um reino de sacerdotes e nação santa (Êx 19:16). Não fundaram por si mesmos o reino, mas receberam-no como algo confiado pelo Filho do homem, para quem foi dado o reino. Foi dado o juízo (22). Esse versículo expressa o resultado final da guerra que a pequena ponta fará contra o povo de Deus. O juízo será feito por Deus a favor de Seu povo, pelo que ficam em eterna e segura possessão do reino. Um tempo, e tempos, e metade dum tempo (25). Essas palavras caracterizam a intensidade da perseguição movida pela pequena ponta. A duração do período indicado pela palavra tempo não é indicada e, conseqüentemente, não podemos garantir que se trate de um ano. A própria expressão é cronologicamente indefinida, ainda que seu significado seja bastante claro. O poder da pequena ponta aparecerá por um tempo, e então por dois tempos. Assim é expresso simbolicamente que a intensidade do poder da pequena ponta será dobrada. Parece que esse poder continuará a crescer, e deveríamos esperar que isso seria dito pelas palavras quatro tempos assim perfazendo um total de sete tempos simbolizando completo e perfeito triunfo da parte do perseguidor. Entretanto em lugar disso, encontramos a menção de "metade dum tempo", e assim aprendemos a respeito do súbito fim do poder da pequena ponta, um fim realizado, segundo acreditamos, pelo julgamento divino e pela volta do Senhor do céu.


    Dicionário

    Ano

    substantivo masculino Período de tempo compreendido entre 1 de janeiro e 31 de dezembro, composto por 12 meses.
    [Astronomia] Tempo que a Terra leva para completar uma volta em torno do Sol, com duração de 365 dias e 6 horas; ano solar.
    [Astronomia] Duração média da revolução de qualquer astro ao redor do Sol: ano de Marte.
    Medida da idade, do tempo de existência de algo ou de alguém: jovem de 20 anos.
    Período anual durante o qual algumas atividades são feitas com regularidade.
    substantivo masculino plural Tempo, velhice: o estrago dos anos.
    expressão Ano bissexto. Ano que tem 366 dias, contando-se em fevereiro 29 dias, e ocorre de quatro em quatro anos.
    Ano letivo. O que vai do início ao encerramento das aulas; ano escolar.
    Ano novo ou ano bom. Primeiro de janeiro.
    Etimologia (origem da palavra ano). Do latim annu-.

    Ano Sua duração dependia de seu caráter solar ou lunar. Dividia-se em inverno (de 15 de outubro a 15 de maio) e verão (de 15 de maio a 15 de outubro). Nos cálculos de duração, uma fração de ano equivalia a um ano inteiro. Contavam-se os anos de um imperador a partir de sua ascensão ao trono. Assim, o ano quinze de Tibério (Lc 3:1) iria de 19 de agosto de 28 a 19 de agosto de 29, mas Lucas utilizou o cômputo sírio — que iniciava o ano em 1o de outubro — e, nesse caso, o ano quinze teria iniciado em 1o de outubro de 27.

    substantivo masculino Período de tempo compreendido entre 1 de janeiro e 31 de dezembro, composto por 12 meses.
    [Astronomia] Tempo que a Terra leva para completar uma volta em torno do Sol, com duração de 365 dias e 6 horas; ano solar.
    [Astronomia] Duração média da revolução de qualquer astro ao redor do Sol: ano de Marte.
    Medida da idade, do tempo de existência de algo ou de alguém: jovem de 20 anos.
    Período anual durante o qual algumas atividades são feitas com regularidade.
    substantivo masculino plural Tempo, velhice: o estrago dos anos.
    expressão Ano bissexto. Ano que tem 366 dias, contando-se em fevereiro 29 dias, e ocorre de quatro em quatro anos.
    Ano letivo. O que vai do início ao encerramento das aulas; ano escolar.
    Ano novo ou ano bom. Primeiro de janeiro.
    Etimologia (origem da palavra ano). Do latim annu-.

    Ano Período de 12 meses lunares (354 dias; (1Cr 27:1-15). De 3 em 3 anos acrescentava-se um mês (repetindo-se o último mês) para acertar a diferença entre os 12 meses lunares e o ano solar.

    Uma comparação entre Dn 7:25-12.7 e Ap 11:2-3 e 12.6, mostra que se faz nesses lugares referência a um ano de 360 dias. Um tempo, tempos, e meio tempo ou 3,5 anos ou 42 meses ou 1.260 dias. Mas um ano de 360 dias teria tido logo este mau resultado: as estações, as sementeiras, a ceifa e coisas semelhantes deviam ter sido pouco a pouco separadas dos meses a que estavam associadas. Conjectura-se que para obviar a este mal foi, nos devidos tempos, intercalado um mês, chamado o segundo mês de adar. o ano sagrado principiava no mês de abibe (nisã), pelo tempo do equinócio da primavera. No dia 16 de abibe, as espigas de trigo, já maduras, deviam ser oferecidas como primícias da colheita (Lv 2:14 – 23.10,11). Depois do cativeiro, um mês, o décimo-terceiro, era acrescentado ao ano, todas as vezes que o duodécimo acabava tão longe do equinócio, que não se podia fazer a oferta das primícias no tempo fixado. o ano civil principiava aproximadamente no tempo do equinócio do outono. (*veja Cronologia, Tempo.)

    Babilônia

    substantivo feminino Metrópole construída sem planificação: o antigo bairro virou uma babilônia.
    Figurado Babel; ausência de ordem, de regras; grande confusão e desordem.
    História Antiga cidade da região da Mesopotâmia, situada entre os rios Eufrates e Tigre, atualmente constitui o território do Iraque.
    Etimologia (origem da palavra babilônia). Do latim babylonius.a.um.

    Babilônia, Bavêl, em hebraico, está relacionada com a palavra Bilbul, que significa mistura, confusão. Bavêl corresponde ao mundo e suas nações, onde o sagrado, o mundano e o proibido estão todos misturados e é difícil diferenciá-los.

    Babilônia
    1) Nome de uma região e de sua capital (Gn 10:10), NTLH; (2Rs 20:12). A cidade foi construída na margem esquerda do rio Eufrates, onde agora existe o Iraque. (Gn 11:1-9) conta como a construção de uma torre ali não foi terminada porque Deus confundiu a língua falada pelos seus construtores.
    2) Provavelmente Roma (1Pe 5:13); (Ap 14:8); 16.19;

    Belsazar

    babilônico: Bel protege o rei

    (Bab. “Bel proteja o rei”). O último rei do Império Babilônico citado na Bíblia. Este nome aparece somente em Daniel 5, onde é descrita a morte dele (v.30). Até recentemente ainda havia ceticismo quanto à historicidade de Daniel 5, pois não havia nenhuma prova extra-bíblica que comprovasse a existência de um rei da Babilônia chamado Belsazar. Nos documentos remanescentes, o último rei é Nabonido, que não é mencionado na Bíblia; entretanto, já é amplamente aceito que Belsazar era filho e co-regente dele. Aparentemente Nabonido nunca concedeu uma autoridade total sobre o império a Belsazar, embora tenha-se retirado para um palácio remoto e deixado seu filho no governo, na Babilônia, capital do império. Daniel 5 diz muito pouco sobre o caráter de Belsazar. Como porta-voz de Deus, o profeta o confrontou, devido ao seu orgulho e comportamento blasfemo (Dn 5:22-23), e lhe disse: “Mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste”. Não há registro do arrependimento de Belsazar, e seu destino foi selado quando Daniel interpretou o que a mão escrevera na parede. O outrora glorioso Império Babilônico seria alvo do juízo divino e o próprio rei presidiria sua destruição. A.B.L.


    Belsazar [Bel Proteja o Rei ?] - Filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor. Foi o último rei do novo Império Babilônico. Deus o achou em falta, e logo depois os persas conquistaram Babilônia e o mataram (Dn 5:1-30).

    Cabeça

    Cabeça A parte superior ou anterior do corpo do ser humano e dos animais. Em sentido figurado, “chefe” (Ef 4:15); 5.23). “Ter a cabeça exaltada” quer dizer “vencer” (Sl 27:6). Rapar a cabeça era sinal de tristeza (1:20) ou de voto (Nu 6:9); (At 18:18). V. IMPOSIÇÃO DE MÃOS e MENEAR.

    substantivo feminino Extremidade superior do corpo do homem e anterior do de um animal, que contém o cérebro e os órgãos de vários sentidos: a cabeça compõe-se do crânio e da face.
    Especialmente, o crânio: quebrar a cabeça.
    Tudo quanto tem alguma relação de situação ou de forma com a cabeça: cabeça de alfinete.
    Começo: a cabeça de um capítulo.
    Parte de um órgão mecânico ou de um conjunto que tem ação particular.
    Figurado Espírito, imaginação: ter uma coisa na cabeça.
    Razão, sangue-frio: perder a cabeça.
    Indivíduo: pagar tanto por cabeça.
    Vida: isso custou-lhe a cabeça.
    Caráter, inteligência: boa, má cabeça.
    Vontade: seguir sua própria cabeça.
    Direção, autoridade: a cabeça de uma empresa.
    Militar Elemento mais avançado de uma coluna.
    Perder a cabeça, não se dominar; exaltar-se.
    Ter a cabeça no lugar, ter juízo, bom senso.
    Baixar a cabeça, humilhar-se, envergonhar-se.
    Curvar a cabeça, submeter-se.
    De cabeça, de memória.
    Virar a cabeça, perturbar mentalmente; fazer adotar outras opiniões.
    substantivo masculino Chefe: o cabeça da revolução.

    substantivo feminino Extremidade superior do corpo do homem e anterior do de um animal, que contém o cérebro e os órgãos de vários sentidos: a cabeça compõe-se do crânio e da face.
    Especialmente, o crânio: quebrar a cabeça.
    Tudo quanto tem alguma relação de situação ou de forma com a cabeça: cabeça de alfinete.
    Começo: a cabeça de um capítulo.
    Parte de um órgão mecânico ou de um conjunto que tem ação particular.
    Figurado Espírito, imaginação: ter uma coisa na cabeça.
    Razão, sangue-frio: perder a cabeça.
    Indivíduo: pagar tanto por cabeça.
    Vida: isso custou-lhe a cabeça.
    Caráter, inteligência: boa, má cabeça.
    Vontade: seguir sua própria cabeça.
    Direção, autoridade: a cabeça de uma empresa.
    Militar Elemento mais avançado de uma coluna.
    Perder a cabeça, não se dominar; exaltar-se.
    Ter a cabeça no lugar, ter juízo, bom senso.
    Baixar a cabeça, humilhar-se, envergonhar-se.
    Curvar a cabeça, submeter-se.
    De cabeça, de memória.
    Virar a cabeça, perturbar mentalmente; fazer adotar outras opiniões.
    substantivo masculino Chefe: o cabeça da revolução.

    l. Esta palavra é muitas vezes empregada figuradamente na Sagrada Escritura. Cristo é a cabeça da igreja (Cl 1:18) em virtude de sua eminência e da sua influência, comunicando vida, saúde, força a cada crente. o marido é, também, a cabeça da mulher (Gn 3:16), com respeito à preeminência do sexo (1 Pe 3,7) e à excelência do conhecimento 1Co 14:35). A pedra que os edificadores rejeitaram foi feita a cabeça (a principal pedra) do ângulo (Sl 118:22). 2. Nas visões de Ezequiel os sacerdotes piedosos costumavam cortar rente o cabelo de suas cabeças, mas não com a navalha de barba – e faziam isso como sinal de varonilidade, e com o fim de evitar aqueles costumes do sacerdócio pagão (Ez 44:20). (*veja Cabelo.)

    Cama

    substantivo feminino Móvel no qual a pessoa se deita para dormir; leito.
    Qualquer objeto sobre o qual uma pessoa ou um animal se deita para dormir: cama de feno.
    Colchão, enxerga ou barra de leito.
    Lugar macio sobre o qual se colocam frutas ou objetos frágeis.
    Parte do fruto de planta rasteira que assenta na terra.
    Estar de cama, estar doente, acamado, sem poder levantar-se.
    Fazer a cama a alguém, fazer intrigas, dar más informações a respeito de uma pessoa, com o fim de lhe criar embaraços.

    substantivo feminino Móvel no qual a pessoa se deita para dormir; leito.
    Qualquer objeto sobre o qual uma pessoa ou um animal se deita para dormir: cama de feno.
    Colchão, enxerga ou barra de leito.
    Lugar macio sobre o qual se colocam frutas ou objetos frágeis.
    Parte do fruto de planta rasteira que assenta na terra.
    Estar de cama, estar doente, acamado, sem poder levantar-se.
    Fazer a cama a alguém, fazer intrigas, dar más informações a respeito de uma pessoa, com o fim de lhe criar embaraços.

    As camas, no oriente, sempre foram de uma forma mais simples do que na Europa. os colchões, ou colchas estofadas, eram usados para dormir, sendo colocados sobre o divã que era uma pequena elevação, no sobrado do quarto, e que se achava coberto de um tapete no inverno e de uma fina esteira no verão. Fazia-se uso de almofadas em lugar de travesseiros. Estas camas não se conservavam feitas, sendo enrolados os colchões e colocados num armário até à noite. E por esta razão se compreendem melhor as palavras de Jesus, dirigidas ao paralítico: ‘toma o teu leito’ (Mt 9:6). o divã tinha uma subida de vários degraus, e servia para as pessoas se sentarem durante o dia, sendo o canto o lugar de honra (Am 3:12). No verão era suficiente cobri-lo com um delgado cobertor, ou mesmo com qualquer peça de vestuário exterior, que se usava de dia (1 Sm 19.13). Quando as pessoas eram pobres, esse vestuário era, geralmente, o que lhe servia de cama – e por isso a lei providenciava para que não fosse conservado em penhor depois do pôr do sol (Dt 24:13). (*veja Quarto de Cama.).

    Cama Móvel em que se dorme. Os pobres dormiam no chão, sobre suas próprias roupas (Dt 24:12-13).

    Coisas

    coisa | s. f. | s. f. pl.

    coi·sa
    (latim causa, -ae, causa, razão)
    nome feminino

    1. Objecto ou ser inanimado.

    2. O que existe ou pode existir.

    3. Negócio, facto.

    4. Acontecimento.

    5. Mistério.

    6. Causa.

    7. Espécie.

    8. [Informal] Qualquer pessoa do sexo feminino cujo nome se ignora ou não se quer nomear.

    9. [Informal] Órgão sexual feminino.

    10. Qualquer objecto que não se quer ou não se consegue nomear (ex.: essa coisa não serve para nada).

    11. [Informal] Órgão sexual masculino. = COISO

    12. [Brasil: Nordeste] Cigarro de haxixe ou marijuana. = BASEADO


    coisas
    nome feminino plural

    13. Bens.


    aqui há coisa
    [Informal] Expressão que indica que algo levanta suspeitas ou dúvidas. = AQUI HÁ GATO

    coisa alguma
    O mesmo que nada.

    coisa de
    [Informal] Aproximadamente, cerca de.

    coisa nenhuma
    Usa-se para negar a ausência total de objectos, coisas, ideias, conceitos, etc. (ex.: não se lembrou de coisa nenhuma para dizer; coisa nenhuma lhe parecia interessante). = NADA

    coisas da breca
    [Informal] Coisas inexplicáveis, espantosas.

    coisas do arco-da-velha
    [Informal] Histórias extraordinárias, inverosímeis.

    coisas e loisas
    [Informal] Grande quantidade de coisas diversificadas.

    [Informal] Conjunto de coisas indeterminadas.

    como quem não quer a coisa
    [Informal] Dissimuladamente.

    fazer as coisas pela metade
    [Informal] Não terminar aquilo que se começou.

    mais coisa, menos coisa
    [Informal] Aproximadamente.

    não dizer coisa com coisa
    [Informal] Ter um discurso desconexo; dizer disparates, coisas sem sentido.

    não estar com coisas
    [Informal] Agir prontamente, sem hesitar.

    não estar/ser (lá) grande coisa
    [Informal] Não estar/ser particularmente bom ou extraordinário.

    ou coisa que o valha
    [Informal] Ou algo parecido.

    pôr-se com coisas
    [Informal] Arranjar problemas ou dificuldades onde não existem.

    que coisa
    [Informal] Exclamação que se usa para exprimir espanto, desagrado ou irritação.

    ver a
    (s): coisa
    (s): malparada(s)
    [Informal] Prever insucesso ou perigo aquando da realização de algo.


    Sinónimo Geral: COUSA


    Daniel

    Daniel [Deus É Juiz]

    Profeta de Judá. Foi levado para o CATIVEIRO na Babilônia, onde ocupou alta posição no governo (Dn 1:2-6; 2.48). V. DANIEL, LIVRO DE.

    =======================

    LIVRO DE DANIEL

    Livro escrito em tempos de perseguição e sofrimento. Por meio de histórias e de visões, o autor procura explicar aos judeus as razões por que eles estão sendo perseguidos e também os anima a continuarem fiéis a Deus. O livro se divide em duas partes. A primeira (caps. 1—
    6) conta histórias a respeito de Daniel e dos seus companheiros. A segunda (caps. 7—
    12) relata visões de vários impérios que aparecem e depois desaparecem. Elas mostram que os perseguidores serão derrotados e que a vitória final será do povo judeu.


    Daniel Livro do Antigo Testamento que, em hebraico, está entre os Escritos e, na versão grega, entre os LXX. Escrito em hebraico e aramaico (2,4 a 7:28), conta com adições posteriores que judeus e protestantes consideram não-canônicas (3,24-50; 3,51-90; 13 1:64-14,1-22; 14,23-42). Continua sendo objeto de controvérsia o final de sua redação, que foi fixado no séc. II a.C., no séc. VI a.C. (como o próprio livro registra) e em um arco cronológico que iria do séc. VI a.C. ao séc. III a.C., sendo, nesse caso, as passagens apocalípticas as mais recentes da obra. Jesus cita freqüentemente o Livro de Daniel, especialmente em relação à figura do Filho do homem (Dn 7:13ss.) o qual, em harmonia com o judaísmo da época, identifica com o messias e consigo mesmo (Mt 16:13ss.; 17,22-23 etc.). A figura da abominação da desolação a que Daniel se refere (Antíoco IV Epífanes no sentido original? O anticristo dos últimos tempos?) aparece também nos denominados “apocalipses sinóticos” (Mc 13, Mt 24 e Lc 21). Também Jesus utilizava os ensinamentos de Dn 12:2 que fala de uma ressurreição de salvos e condenados: os primeiros para receber a felicidade eterna; os segundos, para o castigo igualmente eterno.

    Deus é meu Juiz. 1. Segundo filho de Davi, que lhe nasceu em Hebrom, de Abigail, a carmelita (1 Cr 3.1). Mas em 2 Sm 3.3 o seu nome é Quileabe. 2. o profeta Daniel, de cuja vida pouco se sabe, a não ser o que pode ser colhido do livro que tem o seu nome. Ele não foi sacerdote, como Jeremias e Ezequiel – mas era como isaías, da tribo de Judá, e provavelmente membro da família real (1.3 a 6). Foi levado para Babilônia, quando ainda jovem (1,4) no terceiro ano de Jeoaquim (605 a.C.), oito anos antes da ida de Ezequiel. Quando chegou à Babilônia foi colocado na corte de Nabucodonosor – ali tornou-se conhecedor da ciência dos caldeus, alcançando uma sabedoria superior à deles. o primeiro acontecimento que tornou conhecido Daniel, e que lhe deu grande influência, foi o ter revelado e explicado o sonho de Nabucodonosor. Este fato ocorreu no segundo ano do exclusivo reinado daquele monarca, isto é, em 603. Depois disso foram os seus companheiros salvos de morrer na fornalha de fogo, em que tinham sido lançados por se terem recusado a prestar culto a uma imagem – e alguns anos mais tarde sucedeu o segundo sonho de Nabucodonosor. os acontecimentos registrados no cap. 5 do livro de Daniel, isto é, o banquete de Belsazar e as palavras escritas na parede parece terem ocorrido no ano 538 a. C., pelo fim do reinado de Nabonido, representado em Babilônia pelo seu filho Belsazar. Naquela noite foi assassinado o jovem príncipe (que tinha a denominação de ‘rei’) e mudada a dinastia. Daniel tinha sido elevado por Nabucodonosor a alta posição e poder: e ele ocupou lugar honroso, embora com interrupção, durante o governo da dinastia babilônia e da persa. No reinado de Dario foi aquele servo de Deus lançado numa cova de leões, pela sua fidelidade para com a religião de Moisés, mas viu-se miraculosamente salvo. Ele profetizou durante o cativeiro (1.21), sendo a sua última profecia revelada dois anos mais tarde, no terceiro ano do reinado de Ciro (10.1). Foi um modelo de fidelidade na religião do Senhor, mesmo numa terra estranha. Ezequiel menciona Daniel, e também Noé e Jó, como homens justos (14.14,20), e dotados de especial sabedoria (28.3). Se for este o mesmo Daniel, é muito notável ter sido posto um jovem contemporâneo na mesma classe de grandes homens da antigüidade. Jesus Cristo cita-o como profeta (Mt 24:15). 3. Um descendente de itamar, que voltou do exílio com Esdras (Ed 8:2), e selou o pacto traçado por Neemias (Ne 10:6).

    (Heb. “meu juiz é Deus”). Três pessoas no Antigo Testamento são chamadas de Daniel:
    (1). Um filho do rei Davi;
    (2). um eLivros de Judá, que se tornou um oficial do alto escalão nos governos dos impérios babilônico e medo-persa, bem como profeta de Deus; e
    (3). um líder judeu que retornou da Babilônia com Esdras.


    1. Daniel, filho de Davi, é citado apenas em I Crônicas 3:1. Era o segundo filho de Davi. Sua mãe era Abigail e ele nasceu durante os sete anos e meio em que seu pai reinou em Hebrom (1Cr 3:1-4). Parece que também era chamado de Quileabe, pois este é o nome dado ao segundo filho de Davi e Abigail, nascido em Hebrom, em II Samuel 3:3.


    2. Daniel, o eLivros e profeta, é citado apenas no livro de Daniel (tanto nas partes em hebraico como em aramaico), no AT; e em Mateus 24:15, no NT. Há também a possibilidade de que seja o mesmo nome mencionado no livro de Ezequiel. Na última parte do século XIX houve considerável ceticismo com respeito aos aspectos históricos da vida de Daniel, principalmente quanto à própria existência de personagens como Belssazar e Dario, o Medo. Além disso, a tendência de menosprezar a possibilidade da previsão profética sobrenatural contribuiu imensamente para uma notável hesitação sobre a confiabilidade do retrato bíblico de Daniel. Novas evidências históricas, entretanto, bem como o estudo mais aprofundado, reforçaram a exatidão histórica do livro; também, em muitos setores da teologia, há uma consideração renovada na viabilidade das profecias bíblicas diante dos fatos.

    A reconstrução da seqüência dos fatos na vida de Daniel, partindo do livro que leva seu nome, é um grande desafio. O texto desenvolve-se em tópicos, não ordenados cronologicamente em seus movimentos mais amplos; por exemplo, os episódios citados em Daniel 7 são bem anteriores aos citados nos capítulos 5:6. O fato mais notável, entretanto, é a escassez de informações sobre o próprio Daniel, quando tinha de 20 a 25 anos (antes de 600 a.C., v.1), até os incidentes datados em Daniel 5:10 (por volta de 553-536 a.C.).

    O único evento registrado em que Daniel é visto, durante o período agitado de 50 anos, é sua interpretação da segunda visão do rei Nabucodonosor, no cap 4. Não é possível estabelecer a data dos eventos deste registro de forma mais precisa; sabe-se apenas que foi em alguma época antes do final do reinado de Nabucodonosor, em 562 a.C. Assim, tudo o que se sabe de um período de quase meio século da vida de Daniel é a informação reduzida proporcionada por esse capítulo.

    O local e a data tanto do nascimento como da morte de Daniel não são citados explicitamente nas Escrituras. Desde que este livro enfoca a invasão inicial de Jerusalém por Nabucodonosor (Dn 1:1-2), ocasião em que este jovem foi levado para a Babilônia (Dn 1:3-6), é muito provável que tenha nascido e crescido em Jerusalém. Além disso, se a invasão aconteceu em 605 a.C., quando foi colocado na categoria de “jovem” que seria educado (Dn 1:4), provavelmente tivesse entre 15 e 20 anos de idade. Isso colocaria a data de seu nascimento por volta de 625 a 620 a.C., pela metade do reinado de Josias, o último rei piedoso que governou Judá (640 a 609 a.C.; 2Cr 34:35).

    O último evento datado no livro de Daniel é a revelação dada ao profeta “no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia” (Dn 10:1), às margens do rio Tigre (Dn 10:4). Como o Império Babilônico caiu diante da aliança medo-persa, em 539 a.C., isso significaria que o último evento cronológico no livro de Daniel aconteceu em 537 e 536 a.C. No final da profecia, entretanto, um ser celestial (12:
    7) disse a Daniel: “vai-te até que chegue o fim” (isto é, até sua morte; 12:13). Isso poderia indicar que o profeta ainda viveria por mais algum tempo. Assim, é quase certo que Daniel viveu bem mais de 80 anos, provavelmente até passou dos 90. Por não ter acompanhado a primeira leva de eLivross judeus que retornaram “no primeiro ano de Ciro” (Ed 1:1), parece que Daniel morreu na Pérsia, e passou assim 70 anos (ou mais) de sua vida longe de sua terra natal.

    Não é possível determinar mais nenhum dado específico sobre os antecedentes familiares de Daniel, a não ser que estava entre os (Dn 1:6) da “linhagem real e dos nobres” (Dn 1:3). Se ele passou os anos de sua infância na presença da corte real em Jerusalém, seu sentimento com relação à trágica queda de Judá e o exílio na Babilônia seria ainda maior. Sua experiência anterior em tais círculos, contudo, pode ter sido de grande valia nas posições que ocupou mais tarde no governo da Babilônia e da Pérsia.

    Quando Daniel iniciou o estudo de três anos, pelo qual passavam os que entravam para o serviço do rei Nabucodonosor (Dn 1:5), recebeu o nome babilônico (assim como aconteceu com seus companheiros) de Beltessazar (v.7), que significa algo como “Bel (um deus babilônico) protege sua vida”. O nome não é simplesmente a forma babilônica para Daniel e incorpora especificamente o nome de uma divindade pagã, em lugar do Deus dos judeus (o sufixo “El”); por isso, parece que o novo nome fazia parte de uma orientação sistemática para que os estudantes abraçassem completamente todos os aspectos da nova sociedade da qual faziam parte, o que era compreensível.

    Não se sabe com clareza qual a plena natureza do processo educacional no qual Daniel foi colocado ao chegar à Babilônia, embora conheçamos bem seu rigor e sua amplitude. Ele e seus companheiros foram treinados entre os melhores e mais brilhantes jovens do império (Dn 1:4). Capacitados por Deus (Dn 1:17), provaram ser muito superiores não somente aos outros estudantes (1:19), como também a “todos os magos e encantadores que havia em todo o reino” (v. 20).

    As matérias estudadas são citadas em Daniel 1:4 como as letras e a língua dos caldeus. O
    v. 17, entretanto, amplia o quadro e inclui “cultura e sabedoria”, a fim de abranger também “todas as visões” e “todos os sonhos”. No final dos três árduos anos de treinamento (o primeiro e o último poderiam ser frações, considerados como um ano completo na contagem do tempo daquela cultura) havia um exame oral feito por Nabucodonosor, no qual a sabedoria e o entendimento eram medidos e comparados com “todos os magos e encantadores” que já estavam a serviço do rei (Dn 1:20). Essas declarações indicam fortemente que o programa incluía instrução em magia, adivinhação e provavelmente astrologia como parte do estudo da venerada literatura babilônica. Depois de um furioso decreto feito por Nabucodonosor, que ordenava a execução de “todos os sábios da Babilônia” (Dn 2:12), devido ao fracasso dos conselheiros em detalhar e interpretar o sonho do rei (vv 1-11), Daniel e seus companheiros entraram em cena. Arioque, chefe da guarda real, informou-os sobre o incidente e a ordem de execução (vv. 14-16), na qual eles também estavam incluídos (v. 13); os jovens judeus puseram-se diante de Deus e oraram juntos durante toda a noite (vv.17-23) e “então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” (v. 19). A explicação do profeta sobre o sonho e o seu significado não somente salvou a vida dos sábios como também levou o rei Nabucodonosor a louvar ao Deus de Daniel (Dn 2:47) e a elevá-lo, juntamente com seus companheiros, às mais altas posições do governo da Babilônia (v. 48,49).

    É extremamente difícil determinar quando esse incidente aconteceu na vida de Daniel. Por um lado, a referência ao segundo ano do reinado de Nabucodonosor (Dn 2:1) colocaria o fato dentro do período inicial dos três anos de treinamento, citados no
    v. 5. Se assim for, Daniel 2 funcionaria como um tipo de retrospectiva, usada para demonstrar a habilidade especial do profeta para entender as visões e os sonhos (Dn 1:17). Esse entendimento é levemente preferível, embora resulte na conclusão de que Daniel foi nomeado para um alto cargo por Nabucodonosor, antes mesmo de completar seu período de treinamento (Dn 2:48-49). Isso não explicaria melhor, entretanto, a conclusão um tanto exagerada do rei em Daniel 1:20 (considerando-os dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores) e a descrição do profeta como meramente “um dentre os filhos dos cativos de Judá” (Dn 2:25), em vez de um honorável sábio que já se encontrava a serviço do rei (Dn 1:19-20).

    Daniel 3 é o único capítulo do livro em que o profeta não é mencionado, e o cap 4 começa com Nabucodonosor aparentemente no auge de seu poder. Os eventos que se seguem inferem que o capítulo também registra a elevada influência de Daniel no governo. Depois que o profeta interpreta uma visão que adverte severamente o rei sobre as conseqüências de sua auto-exaltação, em lugar de glorificar o Deus verdadeiro (Dn 4:9-27), Nabucodonosor só é capaz de controlar seu orgulho por um ano (vv. 28-32). Sua auto-exaltação imediatamente resultou no castigo que fora predito: receberia a mente de um animal e viveria como um irracional por “sete tempos” (Dn 4:16-23,32,33).

    O significado dos “sete tempos” não está claro; a forma como o Império Babilônico foi governado durante o período em que o rei permaneceu mentalmente incapacitado é ainda mais obscura! A expressão “sete tempos” pode simplesmente referir-se a um período indefinido ou significar a um ciclo do calendário, como um mês ou um ano. Se o entendimento comum de que “um tempo” era uma estação anual de colheita estiver correto, então o rei ficou impossibilitado de governar por sete anos.

    Desde que Daniel fora nomeado conselheiro-chefe da corte real (Dn 2:49), e é chamado de “chefe dos magos” (Dn 4:9), é bem provável que tenha desempenhado um papel fundamental na manutenção da estabilidade do governo enquanto Nabucodonosor esteve afastado de sua função. Mesmo que o período tenha sido de poucas semanas ou meses e embora o império estivesse em paz, seria de se esperar que o vácuo causado pela ausência de uma figura tão inteligente e imponente como Nabucodonosor fosse rapidamente notada. Assim, desde que não existe nenuma indicação de uma luta interna pelo poder ou declínio durante sua ausência, é provável que oficiais altamente respeitáveis, como Daniel, tenham tratado dos assuntos cotidianos do império até que o rei recuperasse a sanidade e voltasse ao trono (Dn 4:37).

    Os próximos eventos registrados da vida de Daniel acontecem no início do reinado de Belsazar, o último monarca (553 a 539 a.C.) do período babilônico. “No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia” (Dn 7:1), o profeta teve um sonho, que se tornou sua primeira visão registrada no livro. O cap 8 descreve a segunda visão de Daniel, que ocorreu cerca de dois anos mais tarde, “no terceiro ano do reinado do rei Belsazar” (Dn 8:1). As duas visões descreviam circunstâncias difíceis para o povo de Deus no futuro; por isso, não é de estranhar que o profeta tenha ficado espantado e com o semblante mudado depois da primeira (Dn 7:28) e “enfraquecido e enfermo alguns dias” depois da segunda visão (Dn 8:27).

    Durante a década entre a morte de Nabucodonosor (562 a.C.) e o começo do reinado de Belsazar (553 a.C.), Daniel aparentemente perdeu um pouco de sua influência no governo da Babilônia. Certamente, em certo sentido, ele menciona seu retorno aos negócios do rei (Dn 8:27) na conclusão de sua segunda visão, datada por volta de 551 a.C.; entretanto, no bem conhecido episódio da escrita na parede (Dn 5), que ocorreu na ocasião da derrota final da Babilônia pelos medos e persas (Dn 5:30-31; Dn 6:28), em 539 a.C., o rei Belsazar deu a entender que não conhecia Daniel pessoalmente (Dn 5:13-16), ou nem mesmo sabia sobre sua fama como intérprete de sonhos e de homem sábio durante o reinado de Nabucodonosor (Dn 5:11-12).

    É algo fantástico, além de indicar a proteção providencial de Deus na transição do poder, que Daniel e o Senhor novamente tenham recebido grande reconhecimento (Dn 5:29; Dn 6:2). Não somente o profeta foi exaltado contra sua vontade para ocupar a terceira posição mais elevada no império, mesmo após ter repreendido o rei por seu orgulho e interpretado a ameaçadora escrita na parede, dirigida a Belsazar (Dn 5:22-29); logo depois da vitória medo-persa sobre a Babilônia, Daniel foi também nomeado como um dos três administradores sobre o reino, pelo novo imperador, Dario, o medo. Foi um papel no qual o profeta rapidamente se destacou (Dn 6:1-3).

    Para evitar que Daniel fosse nomeado para o mais importante cargo administrativo por Dario, outros oficiais do governo medo-persa conspiraram contra ele, para tirá-lo do caminho a qualquer custo (Dn 6:4-5). Devido à conduta ética e ao compromisso religioso do profeta, seus companheiros arquitetaram um plano para persuadir o rei a decretar que, por um período de trinta dias, toda oração que não fosse dirigida ao rei seria considerada ilegal, e o culpado, punido com a morte na cova dos leões (Dn 6:6-9).

    Por causa de sua disposição de orar três vezes ao dia, mesmo sob risco da própria vida, Daniel foi imediatamente preso e jogado na cova dos leões (Dn 6:10-17). Deus o protegeu durante toda a noite, no meio dos leões. Na manhã seguinte, foi vindicado diante do rei Dario e restaurado à sua posição de autoridade (vv. 18-23,28). Os conspiradores foram então atirados às feras famintas (v. 24) e Dario fez um decreto adicional, a fim de ordenar que o povo tremesse e temesse “perante o Deus de Daniel” (v.26).

    Durante esse mesmo período (o primeiro ano de Dario; Dn 9:1), Daniel fez uma maravilhosa oração de arrependimento corporativo (Dn 9:3-20), pelo povo judeu. O tempo parece coincidir com a proclamação feita por Ciro, supremo imperador persa (Ed 1:1), quando permitiu que os judeus dispersos pelo império voltassem para Jerusalém e reconstruíssem o Templo (Ed 1:2-4). Como resultado da oração fervorosa, do jejum e do lamento de Daniel pelos pecados de seu povo (Dn 9:3-20), o velho profeta recebeu uma revelação assombrosamente detalhada das “setenta semanas” (Dn 9:24) decretadas por Deus para o futuro de Israel (Dn 9:24-27). Embora não haja um consenso com relação ao significado e ao cumprimento dessa profecia, parece altamente provável que este período seja um paralelo com o tempo acumulado durante o qual os judeus falharam em observar a lei do “descanso do sábado” ordenada por Deus (2Cr 36:20-21), referente à utilização da terra.

    Uns dois anos mais tarde (Dn 10:1), Daniel novamente lamentou, orou e jejuou, dessa vez por três semanas (Dn 10:2-3). Esse incidente talvez esteja relacionado com os eventos em Jerusalém, onde a reconstrução do Templo foi interrompida pelo medo e desânimo (Ed 4:4-24). A visão que se seguiu é o último evento registrado no livro de Daniel, onde nada mais é registrado nas Escrituras sobre o período final da vida do profeta.

    Fora de seu livro, o nome de Daniel aparece três vezes em Ezequiel (14:14,20; 28:3). Embora alguns atribuam tais referências a alguém de renome, que provavelmente viveu no tempo de Noé ou de Jó (14:14,20), é mais provável que se reportem ao Daniel contemporâneo de Ezequiel. Se as ocorrências em Ezequiel podem ser datadas em 592 a.C. (14:14,20; cf. 8:
    1) e 586 a.C. (28:3; cf. 26:1), haveria tempo suficiente para Daniel ter demonstrado sua justiça (14:14,20) e sabedoria concernente aos mistérios (28:3). Seu reconhecimento como o principal conselheiro na Babilônia e seu sólido compromisso com Deus já se teriam estabelecido solidamente por volta de 600 a.C. (Dn 1:2, esp. 2:1).

    A única menção do nome de Daniel no NT é em Mateus 24:15. No meio do discurso do monte das Oliveiras (Mt 24:25), Jesus faz uma referência à “abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel” (Mt 24:15). A maneira como Cristo fala aqui parece autenticar a exatidão histórica dos eventos e das visões registrados no livro de Daniel.

    Um tributo adicional à fé demonstrada por Daniel na cova dos leões está registrado em Hebreus 11:33. Seu nome não é citado, mas a falta de outro evento semelhante no AT, bem como o fato da menção estar próxima à referência a “apagar a força do fogo” (Hb 11:34), relacionada com Daniel cap 3, faz com que a identificação seja quase certa.

    Uma avaliação geral das contribuições de Daniel deve incluir o uso de superlativos. Ao recuperar-se do trauma causado pela invasão de seu lar em Judá, Daniel cresceu de forma notável, até ocupar posições nos mais altos escalões da autoridade imperial e ter influência tanto no Império Babilônico como no Medo-Persa, durante uma carreira que durou mais de 60 anos.

    Ainda assim, seu legado mais profundo está na esfera espiritual. Daniel foi o veículo da revelação divina, tanto para interpretar como para ter as visões mais detalhadas da profecia bíblica. Desde que essas manifestações ultrapassaram o período do exílio babilônico (geralmente datado de 605 a 539 a.C.), Daniel, mais do que qualquer outro personagem bíblico, demonstrou ser a figura intermediária entre o período do pré e o do pós-exílio, durante a reconstrução de Jerusalém e do Templo. Essa alegação é justificada, apesar de ele ter passado a maior parte da vida distante geograficamente de Judá. Daniel tinha influência por seu acesso aos corredores do poder, bem como por seu exemplo de piedade.

    Poucas pessoas na Bíblia exibiram a fé, a coragem, a vida de oração e a sabedoria que podem ser vistas de forma consistente na existência de Daniel. Tanto em seus dias (Ez 14:14-20) como na lembrança dos escritores bíblicos (Hb 11:33), seu estilo de vida como humilde conselheiro governamental, administrador e profeta do Deus verdadeiro é profundamente reverenciado e digno de ser seguido como exemplo.

    3. Daniel, líder levita da época do pós-exílio, citado como companheiro de regresso a Judá na leva de Esdras (Ed 8:2). Foi um dos que assinaram o documento de compromisso solene com Deus (Ne 10:6). Era descendente de Itamar.

    A.B.L.


    Nome Hebraico - Significado: Deus é meu juiz.

    Primeiro

    adjetivo Que precede os outros no tempo, no lugar e na ordem.
    O melhor, o mais notável: primeiro aluno da classe.
    Que é indispensável; urgente: primeiras necessidades.
    Noção básica; rudimentar: adquirir primeiros conhecimentos.
    Através do qual algo se inicia; inicial: primeiro dia de trabalho.
    Diz-se de um título ligado a certos cargos: primeiro médico do rei.
    [Filosofia] Causa que seria a origem do encadeamento de causas e efeitos, isto é, de todo o universo; causa primeira.
    advérbio Anterior a qualquer outra coisa; primeiramente.
    substantivo masculino Algo ou alguém que está à frente dos demais.
    numeral Numa sequência, o número inicial; um.
    Etimologia (origem da palavra primeiro). Do latim primarius.a.um.

    adjetivo Que precede os outros no tempo, no lugar e na ordem.
    O melhor, o mais notável: primeiro aluno da classe.
    Que é indispensável; urgente: primeiras necessidades.
    Noção básica; rudimentar: adquirir primeiros conhecimentos.
    Através do qual algo se inicia; inicial: primeiro dia de trabalho.
    Diz-se de um título ligado a certos cargos: primeiro médico do rei.
    [Filosofia] Causa que seria a origem do encadeamento de causas e efeitos, isto é, de todo o universo; causa primeira.
    advérbio Anterior a qualquer outra coisa; primeiramente.
    substantivo masculino Algo ou alguém que está à frente dos demais.
    numeral Numa sequência, o número inicial; um.
    Etimologia (origem da palavra primeiro). Do latim primarius.a.um.

    primário, primitivo, primevo, primordial. – Segundo Lac. – primeiro é, em geral, o ser que está ou se considera à frente de uma série deles; é o que precede a todos em alguma das diferentes circunstân- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 455 cias de tempo, lugar, dignidade, etc. – Primitivo é o primeiro ser de uma série com relação aos seus diferentes estados, ou com relação a outros seres que daquele se derivaram. – Primevo (como se vê da própria formação do vocábulo) refere-se ao que é da primeira idade, ou das primeiras idades. D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal. A disciplina que se observava nos primeiros séculos da Igreja chama-se disciplina primitiva. As leis por que se regia um povo nos primeiros tempos da sua organização social chamam-se ao depois lei primevas. – Entre primeiro e primário há uma distinção essencial que se pode marcar assim: o primeiro está em primeiro lugar, ou está antes de todos na série; marca, portanto, apenas lugar na ordem, e é por isso mesmo que quase normalmente reclama um completivo: F. é o primeiro na classe; os primeiros homens; o primeiro no seu tempo; o primeiro a falar. Enquanto que primário marca também o que vem antes de todos, o que está em primeiro lugar, mas com relação aos atributos, ou ao modo de ser dos vários indivíduos que formam a série ou que entram na ordem: diz, portanto, primário – “o mais simples, aquele pelo qual se começa”. Ensino primário; noções primárias. – Primordial refere-se à época que precede a uma outra época e que se considera como origem desta. Período geológico primordial é o que precede ao primitivo. Neste já se encontram organismos: o primordial é azoico.

    Rei

    l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).

    Rei
    1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).


    2) Título de Deus (Ml 1:14) e de Jesus (Mt 21:5; Ap 7:14; 19.16).


    3) Rei do Egito,
    v. FARAÓ.


    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    Relatar

    verbo bitransitivo Narrar ou expor de modo oral ou escrito; realizar a narração de: relatou o crime ao delegado; relatou à reitoria a briga dos estudantes.
    verbo transitivo direto Apresentar relatório, uma descrição detalhada de: o pesquisador relatou as consequências da tempestade.
    [Jurídico] Fazer uma síntese do teor e do conteúdo de uma ação judicial (processo), para a apresentar aos demais membros do tribunal.
    Incluir ou inserir no interior de; introduzir: relatou a mãe na folha de pagamento da prefeitura.
    Etimologia (origem da palavra relatar). Relato + ar.

    Relatar Contar (Sl 71:15); (At 14:27).

    Reí

    (Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.


    Sonho

    os orientais, e particularmente os judeus, tinham em grande consideração os sonhos, e recorriam, para a sua interpretação àqueles que diziam saber explicá-los. Vê-se quanto é antigo esse costume, na história do padeiro e copeiro-mór de Faraó (Gn
    40) – o próprio Faraó (Gn 41), e Nabucodonosor (Dn 2), quiseram, também, que fossem explicados os seus sonhos. os midianitas davam crédito a essas representações mentais, como parece depreender-se daquele sonho que um midianita relatou ao seu companheiro, em cuja interpretação Gideão viu um feliz prognóstico (Jz 7:13-15). Considerai também os sonhos de Abimeleque (Gn 20:3a 7), de Labão (Gn 31:24), de José (Mt 1:20), dos Magos (Mt 2:12), e da mulher de Pilatos (Mt 27:19). E cuidadosamente deve ser notado que maior número de sonhos eram concedidos àqueles que não tinham a vantagem de viver sob o pacto judaico.

    do Latim somniu

    Conjunto de ideias e imagens mais ou menos confusas e disparatadas, que se apresentam ao espírito durante o sono; utopia; ficção; fantasia; visão; aspiração.


    O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. [...] Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 402

    [...] podem ser: uma visão atual das coisas presentes, ou ausentes; uma visão retrospectiva do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro. Também muitas vezes são quadros alegóricos que os Espíritos nos põem sob as vistas, para dar-nos úteis avisos e salutares conselhos, se se trata de Espíritos bons; para induzir-nos em erro e nos lisonjear as paixões, se são Espíritos imperfeitos os que no-lo apresentam. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 101

    Os sonhos são o resultado da liberdade do Espírito durante o sono; às vezes são a recordação dos lugares e das pessoas que o Espírito viu ou visitou nesse estado. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3, it• 137

    [...] é a liberdade condicionada que todas as noites experimentamos, como consolo às tribulações da vida encarnada.
    Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 56

    [...] o sonho ordinário, puramente cerebral [é] simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais. É também o reflexo das impressões e imagens arquivadas no cérebro durante a vigília. [...] Por último vêm os sonhos profundos, ou sonhos etéreos, o Espírito se subtrai à vida física, desprende-se da matéria, percorre a superfície da Terra e a imensidade, onde procura os seres amados, seus parentes, seus amigos, seus guias espirituais. Vai, não raro, ao encontro das almas humanas, como ele desprendidas da carne durante o sono, com as quais se estabelece uma permuta de pensamentos e desígnios. Dessas práticas conserva o Espírito impressões que raramente afetam o cérebro físico, em virtude de sua impotência vibratória. Essas impressões se gravam, todavia, na consciência, que lhes guarda os vestígios, sob a forma de intuições, de pressentimentos, e influem, mais do que se poderia supor, na direção da nossa vida, inspirando os nossos atos e resoluções. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• No invisível: Espiritismo e mediunidade• Trad• de Leopoldo Cirne• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 13

    Segundo os antigos, existem duas espécies de sonhos: o sonho propriamente dito, em grego, onar, é de origem física, e o sonho repar, de origem psíquica. Encontra-se esta distinção em Homero, que representa a tradição popular, assim como em Hipócrates, que é representante da tradição científica. Muitos ocultistas modernos adotaram definições análogas. Em tese geral, segundo eles dizem, o sonho propriamente dito seria um sonho produzido mecanicamente pelo organismo, e o sonho psíquico um produto da clarividência adivinhadora; ilusório um, verídico o outro. É, porém, às vezes, muito difícil estabelecer uma limitação nítida e distinta entre essas duas classes de fenômenos. O sonho vulgar parece devido à vibração cerebral automática, que continua a produzir-se no sono, quando a alma está ausente. Estes sonhos são, muitas vezes, absurdos; mas este mesmo absurdo é uma prova de que a alma está fora do corpo físico e deixou de regular-lhe as funções. Com menos facilidade nos lembramos do sonho psíquico, porque não impressiona o cérebro físico, mas somente o corpo psíquico, veículo da alma que está exteriorizada no sono.
    Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 5

    [...] O sonho é para a alma o que é o ar para o pássaro, o que a vista das estrelas é para o prisioneiro. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 13a efusão

    [...] o chamado processo de controle de sonho [...] [é assim descrito por Mr. Muldoon:] [...] Ao sonharmos, estamos no plano astral ou extra-físico. Assim sendo, entramos no astral cada vez que vamos dormir e o corpo sutil se destaca do corpo físico, conservando-se a maior ou menor distância deste. O objetivo, então, será o de fazer coincidir a ação individual, no sonho, com a ação do próprio perispírito. Quando isso ocorrer, o corpo astral se desdobra. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 3

    [...] afora ligeiras intercorrências de fundo fisiológico, é lembrança das atividades do Espírito nos planos em que é chamado à verificação de valores próprios, no campo da compreensão imortalista que edifica situações conscienciais, quando, durante o sono, adquire uma liberdade relativa de locomoção nas esferas extraterrenas peculiares a cada posição evolutiva da alma.
    Referencia: Ó, Fernando do• Apenas uma sombra de mulher• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    [...] os sonhos são fatos ou acontecimentos que já se passaram, estão se realizando, ou vão suceder mais hoje, mais amanhã. [...]
    Referencia: Ó, Fernando do• Uma luz no meu caminho• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2

    Todos eles [sonhos] revelam, em sua estrutura, como fundamento principal, a emancipação da alma, assinalando a sua atividade extracorpórea, quando então se lhe associam, à consciência livre, variadas impressões e sensações de ordem fisiológica e psicológica.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 17

    Toda comunicação obtida durante o sono deve ser classificada entre os sonhos, com a diferença, porém, de que os sonhos ordinários provêm geralmente de recordações, ou da luta da matéria com o Espírito, ao passo que os sonhos da natureza do de José são revelações [...].
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    Na maioria das vezes, o sonho constitui atividade reflexa das situações psicológicas do homem no mecanismo das lutas de cada dia. Em determinadas circunstâncias, contudo, como nos fenômenos premonitórios, ou nos de sonambulismo, em que a alma encarnada alcança elevada porcentagem de desprendimento parcial, o sonho representa a liberdade relativa do espírito prisioneiro da Terra, quando, então, se poderá verificar a comunicação inter vivos, e, quanto possível, as visões proféticas, fatos esses sempre organizados pelos mentores espirituais de elevada hierarquia, obedecendo a fins superiores, e quando o encarnado em temporária liberdade pode receber a palavra e a influência diretas de seus amigos e orientadores do plano invisível.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 49


    Sonho Série de cenas vistas durante o sono. Nos tempos antigos foi usado por Deus para comunicar mensagens às pessoas (Gn 20:3); (Nu 12:6); (1Rs 3:5); (Mt 1:20). É usado também na MAGIA, pela qual se procura conhecer o futuro e obter conhecimentos ocultos (Dt 13:1-3); (Jr 23:25-28); (Zc 10:2).

    Suma

    Suma Resumo (Ec 12:13), RA; (He 8:1), RC).

    Teve

    substantivo deverbal Ação de ter, de receber ou de possuir: ele teve vários empregos.
    Ação de ser dono ou de usufruir de: ele sempre teve muito dinheiro.
    Não confundir com: tevê.
    Etimologia (origem da palavra teve). Forma regressiva de ter.

    Tevê

    tevê s. f. Pop. Televisão, acep. 2.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Daniel 7: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Daniel 7: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    539 a.C.
    H1113
    Bêlshaʼtstsar
    בֵּלְשַׁאצַּר
    rei da Babilônia na época da sua queda; foi para ele que Daniel interpretou o escrito na
    (Belshazzar)
    Substantivo
    H116
    ʼĕdayin
    אֱדַיִן
    então
    (Then)
    Advérbio
    H1841
    Dânîyêʼl
    דָּנִיֵּאל
    Daniel
    (Daniel)
    Substantivo
    H2298
    chad
    חַד
    -
    ( - )
    Adjetivo
    H2370
    chăzâʼ
    חֲזָא
    ver, observar
    (for us to see)
    Verbo
    H2376
    chêzêv
    חֵזֵו
    visão, aparência
    (vision)
    Substantivo
    H2493
    chêlem
    חֵלֶם
    ()
    H3790
    kᵉthab
    כְּתַב
    escrever
    (wrote)
    Verbo
    H4406
    millâh
    מִלָּה
    palavra, coisa
    (The thing)
    Substantivo
    H4430
    melek
    מֶלֶךְ
    para o rei
    (to the king)
    Substantivo
    H4903
    mishkab
    מִשְׁכַּב
    trabalhar junto, ajudar no trabalho, ser parceiro no labor
    (working with [them])
    Verbo - particípio no presente Ativo - Genitivo Masculino Singular
    H560
    ʼămar
    אֲמַר
    diz
    (says)
    Verbo
    H5922
    ʻal
    עַל
    contra / diante
    (against)
    Prepostos
    H7217
    rêʼsh
    רֵאשׁ
    o chefe
    (the chief)
    Substantivo
    H8140
    shᵉnâh
    שְׁנָה
    ano
    (year)
    Substantivo
    H895
    Babel
    בַּבֶל
    da Babilônia
    (of Babylon)
    Substantivo


    בֵּלְשַׁאצַּר


    (H1113)
    Bêlshaʼtstsar (bale-shats-tsar')

    01113 בלשאצר Belsha’tstsar (aramaico)

    correspondente a 1112; n pr m Belsazar = “Bel proteja o rei”

    1. rei da Babilônia na época da sua queda; foi para ele que Daniel interpretou o escrito na parede

    אֱדַיִן


    (H116)
    ʼĕdayin (ed-ah'-yin)

    0116 אדין ’edayin (aramaico) ed-ah’-yin

    de derivação incerta; DITAT - 2558; adv

    1. então, depois, imediatamente, desde então

    דָּנִיֵּאל


    (H1841)
    Dânîyêʼl (daw-nee-yale')

    01841 דנאיל Daniye’l (aramaico)

    correspondente a 1840; n pr m Daniel = “Deus é meu juiz”

    1. o quarto dos grandes profetas, tomado como refém na primeira deportação para a Babilônia, por causa do dom da interpretação de sonhos, recebido de Deus, tornou-se o segundo no governo do império babilônico e permaneceu até o fim do mesmo estendendo-se para dentro do império persa. Suas profecias são a chave para a compreensão dos eventos do fim dos tempos. Destacado por sua pureza e santidade por seu contemporâneo, o profeta Ezequiel
      1. também, Beltessazar’ (1095 ou 1096)

    חַד


    (H2298)
    chad (khad)

    02298 חד chad (aramaico)

    correspondente a 2297; DITAT - 2718; adj

    1. um (número)
      1. um
      2. um (artigo indefinido)

    חֲזָא


    (H2370)
    chăzâʼ (khaz-aw')

    02370 חזא chaza’ (aramaico) ou חזה chazah (aramaico)

    correspondente a 2372; DITAT - 2725; v

    1. ver, observar
      1. (Peal)
        1. ver
        2. ver, observar, testemunhar
        3. observar (em sonho ou visão)
        4. costumeiro, decente (passivo)

    חֵזֵו


    (H2376)
    chêzêv (khay'-zev)

    02376 חזו chezev (aramaico)

    procedente de 2370; DITAT - 2725a; n m

    1. visão, aparência
      1. visão
      2. aparência

    חֵלֶם


    (H2493)
    chêlem (khay'-lem)

    02493 חלם chelem (aramaico)

    procedente de uma raiz correspondente a 2492; DITAT - 2730; n m

    1. sonho

    כְּתַב


    (H3790)
    kᵉthab (keth-ab')

    03790 כתב k ethab̂ (aramaico)

    correspondente a 3789; DITAT - 2805; v

    1. escrever
      1. (Peal) escrever, ser escrito

    מִלָּה


    (H4406)
    millâh (mil-law')

    04406 מלה millah (aramaico)

    correspondente a 4405; DITAT - 2831a; n f

    1. palavra, coisa
      1. palavra, declaração, ordem
      2. coisa, assunto, questão

    מֶלֶךְ


    (H4430)
    melek (meh'-lek)

    04430 מלך melek (aramaico)

    correspondente a 4428; DITAT - 2829a; n m

    1. rei

    מִשְׁכַּב


    (H4903)
    mishkab (mish-kab')

    04903 משכב mishkab (aramaico)

    correspondente a 4904; DITAT - 3029a; n m

    1. leito, cama

    אֲמַר


    (H560)
    ʼămar (am-ar')

    0560 אמר ’amar (aramaico)

    correspondente a 559; DITAT - 2585; v

    1. (Peal) dizer, falar, ordenar, contar, relatar

    עַל


    (H5922)
    ʻal (al)

    05922 על ̀al (aramaico)

    correspondente a 5921; DITAT - 2908; prep

    1. sobre, em cima, por causa de, acima, para, contra
      1. sobre, em cima, por causa de, considerando, concernente a, em benefício de
      2. sobre (com verbos de dominação)
      3. acima, além (em comparação)
      4. para, contra (referindo-se a direção)

    רֵאשׁ


    (H7217)
    rêʼsh (raysh)

    07217 ראש re’sh (aramaico)

    correspondente a 7218; DITAT - 2983; n. m.

    1. líder, cabeça
      1. cabeça (de homem)
      2. cabeça (como sede de visões)
      3. líder
      4. suma (conteúdo essencial)

    שְׁנָה


    (H8140)
    shᵉnâh (shen-aw')

    08140 שנה sh enaĥ (aramaico)

    correspondente a 8141; n. f.

    1. ano

    בַּבֶל


    (H895)
    Babel (baw-bel')

    0895 בבל Babel (aramaico)

    correspondente a 894; DITAT - 197; n pr loc Babel ou Babilônia = “confusão (por mistura)”

    1. Babel ou Babilônia, o antigo lugar eóu capital da Babilônia (atual Hillah) situado junto ao Eufrates