Enciclopédia de Amós 4:12-12

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

am 4: 12

Versão Versículo
ARA Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
ARC Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isto te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
TB Portanto, assim te farei, ó Israel; e, porque te farei isso, prepara-te, Israel, a encontrares com teu Deus.
HSB לָכֵ֕ן כֹּ֥ה אֶעֱשֶׂה־ לְּךָ֖ יִשְׂרָאֵ֑ל עֵ֚קֶב כִּֽי־ זֹ֣את אֶֽעֱשֶׂה־ לָּ֔ךְ הִכּ֥וֹן לִקְרַאת־ אֱלֹהֶ֖יךָ יִשְׂרָאֵֽל׃
BKJ Portanto, assim te farei, ó Israel; e porque isso te farei, prepara-te para encontrares com o teu Deus, ó Israel.
LTT Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
BJ2 Por isso, eu vou te tratar assim Israel! E, porque eu vou te tratar assim, Israel, prepara-te para encontrar o teu Deus![e]
VULG Quapropter hæc faciam tibi, Israël : postquam autem hæc fecero tibi, præparare in occursum Dei tui, Israël.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Amós 4:12

Isaías 47:3 A tua vergonha se descobrirá, e ver-se-á o teu opróbrio; tomarei vingança e não farei acepção de homem algum.
Ezequiel 13:5 Não subistes às brechas, nem reparastes a fenda da casa de Israel, para estardes na peleja no dia do Senhor.
Ezequiel 22:30 E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.
Oséias 13:8 Como urso que tem perdido seus filhos, os encontrarei, lhes romperei as teias do seu coração; e ali os devorarei como leão; as feras do campo os despedaçarão.
Amós 2:14 Assim que de nada valerá a fuga ao ágil; nem o forte corroborará a sua força, nem o valente livrará a sua vida.
Amós 4:2 Jurou o Senhor Jeová, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e a vossos descendentes com anzóis de pesca.
Amós 5:4 Porque assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me e vivei.
Amós 9:1 Vi o Senhor, que estava em pé sobre o altar, e me disse: Fere o capitel, e estremeçam os umbrais, e faze tudo em pedaços sobre a cabeça de todos eles; e eu matarei à espada até ao último deles; o que fugir dentre eles não escapará, nem o que escapar dentre eles se salvará.
Mateus 5:25 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
Mateus 24:44 Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis.
Marcos 13:32 Mas, daquele Dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.
Lucas 14:31 Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
Lucas 21:3 e disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos esta pobre viúva,
I Tessalonicenses 5:2 porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite.
Tiago 4:1 Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
Apocalipse 3:3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13
  1. A Ganância de Mulheres Egoístas (Am 4:1-3)

Para Amós, a infidelidade de Israel era escandalosamente evidente nos males que vicejavam na sociedade urbana. Ele foi tão estarrecedor no que disse que o sacerdote Amazias considerou as profecias como traição do mais elevado grau e insistiu que "a terra não poderá sofrer todas as suas palavras" (7.10). Os sintomas da maldade se evidenciavam nas senhoras afetadas, de peles lisas e macias, a quem o profeta-pastor comparou com as vacas de Basã (1), uma região famosa pelas vacas gordas e saudá-veis e pela terra produtiva (Nm 32). Amós acusou as mulheres "da alta sociedade de Samaria" (Moffatt) de pressionar os maridos a obterem riquezas. Para atender o pedi-do, eles oprimiam o povo. Desta forma, elas eram igualmente responsáveis. Eram cons-tantes em pedir que seus senhores (os maridos) "arranjassem meios de libertinagem"' (dai cá, e bebamos).

Os versículos 2:3 identificam o julgamento por causa do pecado das mulheres. De modo incomum, o versículo 2 começa com um juramento solene, fato que supõe a severi-dade extrema do mal. Jurou o Senhor JEOVÁ, pela sua santidade. O Santo não pode tolerar a falta de retidão dos ricos (a opressão tirânica sobre os pobres). É pronun-ciado o julgamento: Dias estão para vir sobre vós, em que os inimigos vos levarão com anzóis e a vossos descendentes com anzóis de pesca. O conquistador arrastará os cadáveres para a pilha de refugo fora da cidade, utilizando-se dos ganchos usados para jogar fora carcaças de animais mortos (costume oriental ainda em vigor).

AVersão Bíblica de Berkeley traduz o versículo 3 assim: "Saireis pelas brechas, cada um de vós indo avante; e sereis dirigidos para a fortaleza [harmon]" .7

C. A PROFUNDIDADE DA CULPA DE ISRAEL, Am 4:4-5.3

A profecia volta a tratar a nação como um todo. A ironia do profeta é manifesta. "Continuai praticando vossas ações, sabendo muito bem o que vós estais fazendo e o que inevitavelmente significa!".

  1. O Pecado no Santuário (4.4,5)

Amós satiriza: Vinde a Betel e transgredi; a Gilgal, e multiplicai as trans-gressões (4). Betel era uma cidade instituída de adoração (ver mapa 2). Gilgal quer dizer "o círculo". Este determinado local de adoração não era a cidade que ficava perto de Jericó (Js 4:19-20), nem o lugar associado a Eliseu (2 Rs 2.1; 4,38) poucos quilômetros ao norte de Betel. Pode ter havido muitos locais chamado Gilgal que eram lugares de adoração. 'Poderíamos imaginar que os sacrifícios eram feitos para reconciliação, mas foram usados na adoração de ídolos, atos que ampliavam a sepa-ração entre Jeová e seu povo.

O quadro é de grande zelo, com sacrifícios a cada manhã e dízimos a cada três dias. "Todas as manhãs ofereçam sacrifícios e de três em três dias dêem os seus dízimos" (NTLH). A ironia estava no fato de que, com este zelo exagerado, transformaram as tradições sagradas em adoração idólatra. Sacrifício de louvores do que é levedado (5) refere-se aos pães fermentados oferecidos com as ofertas de louvores (Lv 7:11ss). Estes eram usados quando se traziam os pães asmos da oferta pelo pecado.

Porque disso gostais, ó filhos de Israel, pode ser traduzido por: "Pois amais fazer isso, ó povo de Israel" (RSV). O ato de adoração se centralizava neles. Evidencia-va ganância, injustiça e opressão, características que Amós denunciou com fervor. O profeta sabia que Deus se preocupava mais com o espírito dos adoradores do que com a mecânica da adoração.

  1. Indiferença ao Castigo (Am 4:6-12)

Cinco vezes nos versículos 6:11 Amós apresenta o Senhor a dizer: Contudo, não vos convertestes a mim (6). A frase descreve o amor contínuo de Deus diante da indi-ferença. O profeta detalhou os castigos do passado pelos quais o Senhor tentara restau-rar seu povo ao concerto. A falta de pão explica a limpeza de dentes (6). O pensamen-to é repetido quando Jeová reteve a chuva três meses (7) antes da colheita, para permi-tir que chovesse seletivamente nas cidades e nos campos. As chuvas fortes cessavam habitualmente em fevereiro. Amós interpreta que o caráter caprichoso da estação é obra de Deus que impõe a procura de água como em períodos de seca.

Em seguida, o profeta se volta para as hortas (9) e as vinhas. O Senhor feriu o trigo com ferrugem; as figueiras e as oliveiras foram devoradas pelos gafanhotos. Em todas estas situações, Amós enumera uma série de julgamentos que eram esforços do Senhor em despertar as pessoas do engano do pecado. Mas só temos o refrão repetido: Contudo, não vos convertestes a mim. O julgamento está carregado de ternura.

Amós repete a mesma verdade no quarto castigo: Enviei a peste contra vós, à maneira do Egito (10). A combinação de peste e espada (cf. Lv 26:25; Is 10:24-26) é típica de situação de guerra. A matança de jovens na guerra à espada traria recor-dações dolorosas aos israelitas (cf. II Reis 8:12-13.3,7). Dos homens e seus cavalos mortos provinham o fedor no acampamento. O próprio mal-cheiro era uma recom-pensa por seus pecados. Mesmo em face da morte, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.

Ao conduzi-los progressivamente a castigos maiores, agora o Senhor se refere à ruína de Israel como ocorreu com Sodoma (11) e Gomorra, as quais Deus destru-íra por fogo nos dias de Ló (Gn 19). Repare nesta tradução da primeira parte do versículo 11: "Destruí algumas de suas cidades como fiz com Sodoma e Gomorra" (BV). "O verbo hebraico haphakh, 'subverter', também é usado para descrever a destruição ocasionada por um invasor (cf. 2 Sm 10.13), e Marti E...] pode ter razão ao argumentar que o texto diz respeito à situação crítica [...] vigente no tempo do rei Jeoacaz (2 Rs 13,7) ",9 quando Israel realmente era como um tição arrebatado do incêndio.

Depois de narrar todo o castigo que Israel sofrera por causa de suas transgressões, o Senhor repete sua determinação de castigar a nação com julgamento, já que não há arrependimento nacional e pessoal. Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com teu Deus (12).

  1. Doxologia (Am 4:13)

Esta doxologia tem forma diferente dos oráculos que a precedem. A descrição contrasta Deus, na glória de sua majestade, com o que foi criado. É o Deus dos Exércitos (13) que formou os montes e criou o vento. O verbo hebraico bara (cria) indica o poder soberano do Senhor que está totalmente fora do poder criativo humano. Deus declara ao homem qual é o seu pensamento, o que faz da manhã trevas e pisa os altos da terra. Tudo isto é uma exposição da soberania divina, uma revelação do Senhor dos exércitos.

Amós, no capítulo 4, relata a integridade de Deus de maneira esplêndida:

1) Ele jura por sua santidade, 2;

2) Ele avisa seu povo, 12;

3) Ele identifica seu nome, 13.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13
*

4.1-13

Através de seu servo, Amós, Deus iniciou um segundo processo jurídico do pacto, contra Israel.

* 4:1

Ouvi esta palavra. Ver 3.1 e nota.

vacas de Basã. As mulheres ricas de Samaria, que tinham sido criadas e cuidadas como o melhor gado de Basã, uma área fértil a leste do rio Jordão (Dt 3:1 nota).

* 4:2

Jurou... pela sua santidade. Essa mesma frase ocorre uma vez mais em outro lugar, no Sl 89:35. Nenhum outro juramento pode ser maior ou mais definitivo (Hb 6:13,14).

anzóis. Freqüentemente, os assírios conduziam seus prisioneiros por meio de cordas que estavam presas a argolas ou anzóis postos em seus narizes ou lábios.

* 4:3

e vos lançareis para Harmom. A localização é atualmente desconhecida.

* 4:4

Betel... Gilgal. Esses eram locais importantes na história antiga de Israel; Betel fora um santuário durante o período dos juízes, e Samuel julgava tanto ali como em Gilgal (1Sm 7:16). Eram, igualmente, centros de adoração sincretista durante o período do reino dividido (5.5).

de três em três dias. Embora a palavra hebraica traduzida por "dia" aqui signifique um ano (referência lateral), ou mesmo um período não-especificado porém mais longo (Gn 1:5, nota), parece que aqui estão em pauta três dias literais. As observâncias religiosas de Israel ultrapassavam aquilo que a lei requeriam. Embora entusiasmados sobre questões rituais, os israelitas não gozavam de relacionamentos vivos com Deus.

* 4:5

sacrifício... do que é levedado. A lei do pacto deixava claro que não deveriam queimar pão levedado como um sacrifício (Lv 2:11; 6:17; 7:12). Sarcasticamente, Amós os exortou a continuarem em sua desobediência.

porque disso gostais. No antigo Oriente Próximo, o termo "amor" tinha um significado especial nos pactos: o "amor" de um vassalo pelo seu soberano impunha obediência (Dt 6:5; conforme Jo 14:15). A desobediência da nação deixava claro que Israel amava os ritos e a idolatria, e não o Senhor.

* 4.6-11

Esta seção revisa o que o Senhor fez ao castigar o seu povo, a fim de adverti-los e chamar a atenção deles de volta a ele. A frase enfática "também vos deixei" indica a mudança de assunto. Todos os desastres aqui mencionados foram ameaçados no pacto (Dt 28). Israel deveria ter compreendido isso e se arrependido. Porém, conforme o refrão repete: "Contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR" (4.6,8-11).

* 4:6

vos deixei de dentes limpos. Os dentes deles estavam limpos porque nada tinham para comer. A Aliança tinha ameaçado com fome e carências, como penalidade por causa da desobediência (Dt 28:47,48).

* 4:7-8

a chuva. As chuvas de inverno, que caíam entre outubro e fevereiro eram essenciais para que os plantios começassem a crescer. As chuvas da primavera, ou "últimas chuvas", que caíam em março e abril, proviam o crescimento maduro (Jr 5:24). O Senhor havia prometido essas chuvas, se Israel obedecesse seus mandamentos (Lv 26:3,4), mas também havia advertido que ele as reteria, se fosse desobediente (Lv 26:18,19; Dt 28:23,24).

* 4:9

o crestamento e a ferrugem. O Senhor havia ameaçado com essas pragas na lei da Aliança (Dt 28:22; conforme Ag 2:17).

gafanhoto. A palavra hebraica que indica esse inseto destruidor provavelmente deriva-se do verbo que significa "cortar" (conforme Jl 1:4; 2:25). Ironicamente, a punição aqui descrita é exatamente o que o Senhor tinha infligido ao Egito (Sl 105:34,35), cujo Faraó rebelara-se contra Deus. A rebelde nação de Israel recebeu a mesma punição, e, tal como Faraó, não se arrependeu.

* 4:10

peste... Egito. O Senhor havia ameaçado a Israel com uma praga em sua Aliança com essa nação (Dt 28:21), juntamente com todas as enfermidades do Egito (Dt 28:21,60,61).

matei-os à espada. Essa foi outra maldição do pacto que foi cumprida (Êx 22:24).

* 4:11

subverteu a Sodoma e Gomorra. Frases similares ou idênticas foram usadas em profecias contra a Babilônia (Is 13:19; Jr 50:40) e Edom (Jr 49:18). A devastação de Sodoma e Gomorra, proveu um símbolo do juízo de Deus contra o pecado (Gn 19:24,25; Dt 29:23 nota); aqui Deus promete destruir Israel completamente, da mesma maneira.

tição arrebatado da fogueira. Apesar da repetida misericórdia que Deus havia demonstrado pelo seu povo (p.ex., 13 3:12-13.5'>2Rs 13:3-5; conforme Zc 3:2), eles permaneceram ingratos e sem arrependimento.

* 4:12

Portanto, assim te farei. Ou então: "Porque isso é o que tenho feito a ti". O hebraico é ambíguo. Ou lança uma advertência acerca do futuro, ou cita o passado como uma razão para temer.

prepara-te... Deus. Essa frase deriva-se de Êx 19:15-17, onde após três dias de santificação, o povo encontrou o Senhor, no Sinai. Então encontraram com um Deus que estava graciosamente fazendo uma Aliança com eles. Agora, entretanto, eles se encontrariam com um Deus que estava vindo para julgar a desobediência deles à Aliança.

* 4:13

quem forma... declara... faz... pisa... Este versículo tem a forma de um título real ou divino do antigo Oriente Próximo: uma série de títulos ou epítetos usados para descrever os feitos ou poderes de uma divindade ou de um rei. Aqui eles descrevem o grande Rei, o qual é abundantemente capaz de cumprir as maldições com as quais ele originalmente ameaçou no pacto (conforme Is 44:24-28).

SENHOR, Deus dos Exércitos. Ver nota em Zc 1:3.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13
4:1 Às mulheres enriquecidas do Israel as comparam com as vacas de Apóiam, mimadas, elegantes e bem alimentadas (veja-se Sl 22:12). Estas mulheres egoístamente pressionaram a seus maridos para que oprimissem aos indefesos e poder suprir as necessidades de seu estilo de vida de esbanjamento. Cuide-se de não desejar tanto as posses materiais porque podem chegar a oprimir a outros e a deslocar a Deus para as obter.

4:4 Sarcásticamente, Amós convidou ao povo para que pecasse no Bet-o e Gilgal aonde adorava ídolos em vez da Deus. No Bet-o, Deus tinha renovado o pacto, que uma vez fez com o Abraão, e com o Jacó (Gn 28:10-22). Agora Bet-o era o centro religioso do reino do Norte, e Jeroboam tinha colocado um ídolo aí para desalentar ao povo a que viajasse a Jerusalém, no reino do Sul, para adorar (1Rs 12:26-29). Gilgal foi o primeiro campo onde se reuniram para adorar antes de entrar na Terra Prometida (Js 4:19). Aqui Josué renovou o pacto e o rito da circuncisão, e o povo celebrou a Páscoa (Js 5:2-11). Saul foi coroado como primeiro rei do Israel no Gilgal (1Sm 11:15).

4.6-13 Sem importar a forma em que Deus lhe advertiu ao povo, por meio da fome, a seca, as pragas, as lagostas e a guerra, ainda seguiam ignorando-o. Como os israelitas se negavam a receber a mensagem de Deus, teriam que as ver-se com O cara a cara no julgamento. Já não passariam mais por alto a Deus; teriam que enfrentar-se ao Unico que rechaçaram, ao que não quiseram obedecer quando lhes ordenou que cuidassem dos pobres. Algum dia cada um enfrentaremos a Deus cara a cara para prestar contas do que temos feito ou do que nos negamos a fazer. Está preparado para enfrentar-se com O?


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13
B. Ouvi esta palavra: ISRAEL é rebelde e voluntarioso (4: 1-12)

1. As mulheres de Samaria (4: 1-3)

1 Ouvi esta palavra, vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimem os pobres, que esmagar os necessitados, que digam aos seus senhores: Dai cá, e bebamos. 2 O Senhor Jeová jurou pela sua santidade , que, eis que dias virão sobre ti, que eles vos levarão com ganchos, e seu resíduo com anzóis. 3 E saireis pelas brechas, cada um em frente de si; e sereis lançadas -vos em Harmon, diz o Senhor.

A forte metáfora usada nesta passagem descreve admiravelmente a degradação de muitas mulheres de Samaria. O profeta chama-los vacas de Basã vacas gordas -old. Basan, uma região a leste do Jordão e do Mar da Galiléia, era famoso por seus arrabaldes luxuriante e animais cevados e ovelhas (conforme Dt 22:14 ). As vacas de Basã eram bem alimentados e gordura. A figura retrata a vida dessas mulheres como, principalmente, uma existência animal, que vive para o que eles podem comer, vestir, e desfrutar. Isaías depois repreendeu as mulheres do Reino do Sul para um amor semelhante de coisas materiais (conforme Is 3:1ff ; Is 32:9 ). Para satisfazer os seus desejos insaciáveis, eles defraudado os pobres, esmagado os necessitados, e forçou seus maridos para fornecer os meios para que seus apetites não naturais. Quando a feminilidade de qualquer nação vende para fora completamente a vida egoísta e carnal, essa nação está condenada.

Jeová em Sua santidade prevê julgamento. Essas mesmas mulheres serão levados para fora de seus palácios com ganchos, e seu resíduo deve ser puxado para fora com anzóis. Pode haver uma dupla referência aqui. Monumentos assírios retratam cativos levado com ganchos de reais em suas bocas, que descreve ignomínia e total desamparo. Assim, a imagem provavelmente inclui algumas dessas mulheres sendo levado para o exílio, na sequência de um ao outro através de buracos nas paredes quebradas, assim como o gado seguem um ao outro através de uma cerca quebrada. Por outro lado, as carcaças de animais mortos foram habitualmente arrastado para fora das ruas, por meio de tais ganchos. Na próxima cerco, muitas das mulheres iria morrer e seus cadáveres ser tratados como os dos animais.

2. O Sacrilégio de Israel (4: 4-5)

4 Vinde a Betel, e transgredir; a Gilgal, e transgressão se multiplicam; e trazei os vossos sacrifícios, todas as manhãs, e os vossos dízimos de três em três dias; 5 e oferecer um sacrifício de louvores do que é levedado, e proclamar ofertas voluntárias e publicá-los, porque isto agrada-vos, ó filhos de Israel, diz o Senhor Jeová.

Para todos o amor de Israel para as coisas materiais, o seu total compromisso com as coisas do tempo, eles também procurou aplacar o Senhor e salve suas próprias consciências por um culto fervoroso. Mas seu zelo foi em vão, uma vez que foi tudo para fora, não refletindo um coração-real atitude de amor e obediência, e desde a sua obstinação manifestou-se mesmo aqui em substituir suas próprias formas de culto para os que são ordenados por Jeová. Cinco substituições são mencionados na chamada irônico Amos 'para sua adoração zeloso, mas vazio. A primeira substituição envolveu o lugar de adoração. Israel nunca tinha procurado a vontade de Deus sobre um lugar central do culto após a separação de tribos do sul. Em seu medo da velha capital em Jerusalém que tinha criado os seus próprios santuários em Dã e Betel (1Rs 12:26 ). E mais tarde outros santuários locais, como a que está em Gilgal tinha se tornado popular. A segunda substituição envolveram indivíduos trazendo sacrifícios, todas as manhãs , como a exigência de seu próprio formalismo frio ao invés de quando o arrependimento ou ação de graças do homem levou-a como a lei mosaica tinha indicado (Lev. 1-7 ). A terceira substituição envolveu a propositura dos dízimos a cada três dias , em vez de uma vez por ano para o dízimo básico (Dt 14:22) ou uma vez a cada três anos para o dízimo especial de caridade (Dt 14:28 ; Dt 26:12 ). Os olhos do Senhor não pode ser cego para o pecado, nem Suas bênçãos comprado pelo zeloso pagamento dos dízimos importante que isso seja. A quarta substituição envolveu a oferta pelo fogo (v. Am 4:5 , conforme marg.) de um sacrifício ações de graças, que incluiu levedado bolos. A lei mosaica tinha claramente proibida a queima de fermento em qualquer sacrifício (Lv 2:11. ), e desde que levedado bolos utilizados nas ofertas de graças eram para ser comido pelo sacerdote oficiante e os adoradores (Lv 7:13 ).

3. A teimosia de Israel (4: 6-11)

6 E eu também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e falta de pão em todos os vossos lugares; Ainda não vos convertestes a mim, diz o Senhor. 7 E Além disso, retive de vós a chuva, quando ainda faltavam três meses para a ceifa; e eu que chovesse sobre uma cidade, e causou que não chovesse sobre outra cidade.: um campo choveu em cima, e a peça após o que não choveu, secou 8 Então, duas ou três cidades vagou até outra cidade para beberem água, e não foram satisfeitas: ainda não vos convertestes a mim, diz o Senhor. 9 Feri-vos com crestamento e ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras tem o palmer verme devorou: Ainda não vos convertestes a mim, diz o Senhor. 10 Enviei-lhe a peste, à maneira do Egito; os vossos jovens matei à espada, e têm levado seus cavalos; e eu fiz o fedor de seu acampamento para chegar até mesmo em suas narinas: ainda não vos convertestes a mim, diz o Senhor. 11 Subverti cidades no meio de vós, como quando Deus destruiu Sodoma e Gomorra, e vós fostes como uma marca arrancado do incêndio; contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.

O Senhor agora narra através Amos os vários meios de disciplina que ele tinha usado em uma tentativa de trazer Israel de volta para o caminho da obediência. Cinco categorias estão listados:. (1) Fome, v Am 4:6 - limpeza de dentes e falta de pão. Este tinha sido geral, em todas as suas cidades e em todos os vossos lugares. (2) Seca, vv. Am 4:7-8 . Isso havia ocorrido no momento mais crítico, quando ainda faltavam três meses para a colheita. Tinha sido seletiva, para algumas cidades e alguns campos foram choveu em cima e alguns não tinham. Mas a teimosia de Israel cegou para a causa ea solução para os seus problemas, por isso os que não têm simplesmente tirou das haves até que todos estavam com sede. . (3) Blight e pragas, v Am 4:9 . Blasting refere-se ao vento escaldante leste falado por outros profetas (Is 27:8 ), e bolor a uma praga que amarelou e destruiu o grão. O palmer verme pode se referir a uma das pragas mencionadas no Joel (conforme Os 1:4 ; Os 2:25 ). (4) A doença ea guerra, v. Am 4:10 . Estes dois são aparentemente tão diverso, mas tão freqüentemente acompanham o outro, especialmente em tempos antigos. (5) uma catástrofe natural, v. Am 4:11 . A maioria dos estudiosos da Bíblia levar isto para referir-se a um terremoto, embora mais do que este estava envolvido na destruição de Sodoma e Gomorra. Mas a tragédia é que os cinco meios de disciplina todos falharam. Depois de cada uma das categorias, o profeta mournfully entoa, ainda não tendes voltou a mim, diz o Senhor (vv. Am 4:6 , Am 4:8 , Am 4:9 , Am 4:10 , Am 4:11 ). Quão difícil é o coração do homem! Quão diferente é a atitude de Jeová no refrão repetido, "Por tudo isto a sua ira não se retirou, mas sua mão ainda está estendida" (Is 9:12. , Is 9:17 , Is 9:21 ; Is 10:4)

12 Portanto, assim farei a ti, ó Israel; e porque eu vou fazer isso a ti, prepare-se para encontrares com o teu Deus, ó Israel. 13 Pois, eis que aquele que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual é o seu pensamento; que faz da manhã trevas, e anda sobre os altos da terra-o Senhor, o Deus dos exércitos, é o seu nome.

Porque todos os esforços de Jeová para disciplinar Israel, e Sua atual política de prosperidade permitido, não tinha conseguido trazer Israel de volta à obediência e devoção, apenas um golpe mais grave poderia agora os aguardam. Amos aumenta o temor deste golpe final, deixando-a sem nome e não descrita. Ele simplesmente chora, Prepare-se para encontrares com o teu Deus, ó Israel. Um encontro direto com um Senhor ofendido, um encontro no julgamento, não pode agora ser evitado. E para que não haja erro quanto às conseqüências solenes e avassalador de tal encontro, o profeta lembra-lhes que este é ele que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual é o seu pensamento; que faz da manhã trevas, e anda sobre os altos da terra-o Senhor, o Deus dos exércitos, é o seu nome. O Senhor é o Deus da onipotência e onisciência, o capitão dos exércitos do céu e da terra.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13
4.1 Vacas de Basã. Basã, região a leste do Jordão, era famosa por suas ricas pastagens e fino gado; os touros de Basã eram fortes de aspecto, Sl 22:12. Amós não estava falando somente aos "touros", aos governantes e líderes da vida social e civil de Israel, mas também às esposas que, com suas exigências e ambições dispendiosas, estavam levando os maridos a praticar injustiças para satisfazer aos seus caprichos cobiçosos de obter mais e mais lucro e poder.

4.3 Pelas brechas. As muralhas da cidade seriam estragadas pela invasão, e pelas brechas arrastar-se-iam as mulheres orgulhosas, levadas ao cativeiro como se leva uma manada de vacas. Harmom. Este nome não consta como cidade até agora conhecida; pode ser uma forma da palavra Armênia, ou pode ser traduzido por "para o palácio".

4.4 Betel... Gilgal. Eram lugares de memórias sagradas (Gn 12:8, 13 e Js 4:24; Js 5:10). Agora se tornaram lugares de idolatria.

4.6 Dentes limpos. Pouco para se comer. Na falta de arrependimento, a seca (vv. 7 e 8), o crestamento (v. 10) e o fogo (v. 11) seriam acrescentados para fazer o povo ver seu erro cometido ao desobedecer a Deus.

4.11 Subverti. Os avisos amigáveis que Deus empregava para advertir aos israelitas, que sua prosperidade dependia dele (vv. 6-9), não despertaram a consciência daquele povo endurecido; dai a necessidade de começar um julgamento semelhante ao que se pronunciou sobre Sodoma, para que a simples memória desse tal julgamento impedisse o povo de entrar mais profundamente no pecado. Conforme Zc 3:2 e Is 1:9.

4.12 Prepara-te. Embora todas as ações disciplinadoras tivessem falhado, Deus ainda amava o Seu povo escolhido, e, antes de infligir-lhe o último e pior julgamento, solenemente o advertiu para que se preparasse a se encontrar com Ele.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13

4) As mulheres de Samaria (4:1-3)
O segundo oráculo desse conjunto começa com um ataque sarcástico e mordaz às mulheres de Samaria, que são comparadas com uma manada de gado de primeira categoria que ocupava a melhor parte da terra, v. 1. Basã: reconhecida em toda a região em virtude da riqueza de suas pastagens e da excelência do seu gado. O luxo e os males associados a ele eram uma ofensa a Deus, mas a transgressão “não estava só no forte contraste com a situação dos pobres, mas no fato de que a afluência dos ricos havia sido construída sobre o sofrimento dos necessitados” (J. L. Mays). E digno de nota que o fato de Amós ter chamado as mulheres dos ricos de vacas de Basã não era um insulto tão terrível quanto se o fizéssemos na sociedade moderna. Na linguagem do Antigo Oriente, as mulheres não se ofenderiam necessariamente por serem chamadas de vacas (observe as expressões usadas como elogios na poesia de amor oriental no Cântico dos Cânticos e o nome pessoal “Eglá”, que significa “novilha”, em 2Sm 3:5). Amós, no entanto, torna a referência sarcástica ao comparar a sensibilidade dessas mulheres à de uma manada de gado que esmaga sob seus pés o capim ou as flores. Da mesma forma, eles oprimem os pobres e esmagam os necessitados. Elas exigem dos seus maridos que obtenham para elas os luxos que querem para manter a sua vida de conforto e indolência. A expressão Tragam bebidas e vamos beber significa essencialmente “para que façamos festa”. A expressão Certamente chegará o tempo (v. 2) é uma das fórmulas-padrão do que tem sido chamado de “escatologia profética”. Indica o tempo em que Deus vai intervir nas questões humanas para trazer juízo ou salvação. Em Amós, o tempo que chegará deve ser entendido como o dia de Javé (v. mais em 5.18).

O texto dos v. 2 e 3 apresenta um grande número de problemas. As duas palavras que foram traduzidas por ganchos e anzóis não ocorrem em nenhum lugar do ATOS com esse significado, a não ser aqui. O heb. sjnnôt geralmente significa “escudos”; a segunda palavra, sirôt, pode significar “panelas”, “potes”; as duas têm uma forma masculina que pode significar “espinho”, e daí “gancho”. G. R. Driver propôs a tradução “Eles vão levantar vocês bem alto em escudos, e os seus filhos, em cestos de peixes”. No entanto, geralmente supõe-se que os substantivos se referem a algum tipo de gancho usado para arrastar cadáveres ou prender os cativos uns aos outros na fila em que marchariam para o cativeiro. A palavra Harmom é desconhecida. Há diversas variantes do texto em diferentes versões. Algumas traduções antigas trazem “as montanhas de Minni”, sugerindo uma região na Armênia. A LXX parece sugerir que as mulheres acabariam os seus dias como prostitutas cultuais ou como sacrifício a Rimom, e isso certamente faz sentido. Algumas versões trazem “Hermom”, com um toque irônico, visto que o Hermom faz parte da serra de Basã, e as vacas de Basã acabariam no seu devido lugar.

E muito provável que o retrato seja o de que, como nos dias da preguiça tinham agido como gado, assim no dia do juízo serão tratadas da mesma forma, arrancadas das ruínas da cidade com argolas no nariz como vacas levadas para o matadouro, uma após a outra (o provável sentido de Cada um de vocês saira). As ilustrações dos assírios retratam essas cenas com cativos sendo levados com ganchos no nariz ou boca, e Amós sem dúvida conhecia esse tipo de costume bárbaro.


5) O culto em Israel (4.4,5)
O oráculo acerca da adoração em Israel continua no mesmo tom de sarcasmo mordaz que foi empregado na denúncia das mulheres preguiçosas de Samaria. Betei e Gilgal eram santuários antigos que haviam sido associados com a adoração de deuses locais muito antes da conquista de Canaã pelo povo de Israel. Provavelmente, foi em virtude de sua longa história religiosa que Jeroboão I as escolheu como centros do culto no Reino do Norte. As palavras de Amós seguem o estilo de uma exortação sacerdotal para se unir em adoração no santuário ou talvez num cântico de peregrinação, mas as palavras de Amós devem ter se parecido com uma blasfêmia irreverente para o seu público. Os israelitas, que haviam estabelecido a paz com o seu Deus por meio dos rituais de sacrifícios e tinham recebido as bênçãos dele, ouvem agora que a sua religiosidade é uma ofensa ao Deus que eles passaram a adorar.

A lista de rituais (v. 4,5) a que Amós convida os seus ouvintes poderia parecer uma lista-padrão de atos normais de adoração usados na época. A expressão sacrifidos é o termo geral para se referir a qualquer oferta em que um animal era morto. Os dízimos, que tinham uma conexão antiga com o santuário de Betei (Gn 28:22), eram a décima parte da produção anual da terra, que o israelita deveria levar ao Senhor para ser usada nas refeições das festas (Dt 14:22-5). A expressão no terceiro dia (v. 4) é difícil (“a cada três anos”, nr. da NVI). Pode ser uma referência aos dízimos do peregrino oferecidos no terceiro dia da sua visita ao santuário, conquanto o sacrifício era feito no primeiro dia, ou talvez seja uma referência um tanto vaga às grandes festas anuais de peregrinação da Páscoa, de Pentecoste e das cabanas, v. 5. pão fermentado-. é muito improvável que seja uma referência sarcástica a uma violação das regras por parte dos adoradores (v. Lv 2:11; 7:11, mas observe também o uso de pão sem fermento em Lv 7:13; 23:17). E improvável que a proibição da queima de fermento estivesse em vigor em Betei, e a afirmação é simplesmente uma referência a um dos procedimentos-padrão do ritual.

O retrato que emerge é de uma vida religiosa de grande ativismo, cheia de pompa e de cerimônias bem-elaboradas, mas que não tem lugar para os conceitos de eqüidade, santidade e justiça que Javé exige dos seus adoradores. Aliás, todo o oráculo, desde o convite irônico ponham-se a pecar e pequem ainda mais, até o sarcasmo na expressão pois é isso que vocês gostam de fazer, é uma acusação completa de que a adoração em Israel não tem nenhuma relação com o Senhor, seu Deus.


6) A obstinação de Israel (4:6-14)
Essa seção consiste em uma recapitulação de eventos históricos, mas uma que é bastante diferente da perspectiva normal da história que via nela a ação de Deus ao trazer libertação e salvação a seu povo. Quando Amós olhava para a história, ele via o contrário de bênção e salvação; ele via desastres que tinham se abatido sobre um país em que Deus estava tentando trazer de volta para Sl um povo obstinado e rebelde. Embora Amós nunca faça menção do relacionamento de aliança entre Javé e Israel, essa interpretação da história só pode ter significado no contexto da aliança.
O profeta observa cinco desastres naturais que surpreenderam a nação, e cada um termina com o refrão e mesmo assim vocês não se voltaram para mim (v. 6,8,9,10,11). A fome, a peste e a espada são os três primeiros exemplos que Amós dá; são partes essenciais das maldições da aliança (v. Lv 26; Dt 28:0 (conforme Dt 28:27). Com as precárias condições de higiene da época, essas pragas se espalhavam rapidamente pela cidade e pelo país inteiro (observe a propagação rápida da peste bubônica entre as cidades dos filisteus, 1Sm 5). A catástrofe (v. 11), que é comparada com o desastre que destruiu Sodoma e Gomorra, poderia ser uma referência a um grande terremoto ou, talvez, a um grande incêndio que destruiu uma das cidades. Lembranças desses desastres facilmente viriam à memória de quem estivesse ouvindo, tanto de sua própria experiência quanto da de seus antepassados. Amós, no entanto, aponta para o aspecto moral dos desastres, ressaltando que a sua causa estava no fato de que Israel havia se negado a se humilhar diante de Javé (não se voltaram para mini) em arrependimento. Os infortúnios de Israel não eram mero castigo, mas uma disciplina que tinha o alvo de produzir o seu retorno. Em vista da resistência obstinada de Israel, haveria finalmente um juízo total.

v. 12. Por isso: introduz a declaração de juízo ó Israel [...] eu farei isto com você. O real encontro do juízo não é detalhado, mas a realidade do juízo é sublinhada, e Israel é chamado à prestação de contas: prepare-se para encontrar-se com o seu Deus. Essas expressões normalmente são associadas ao preparo das pessoas para a adoração; aqui, no entanto, não se trata de uma cerimônia de adoração nem mesmo de renovação da aliança; antes, é uma cerimônia de julgamento à qual Israel é chamado. A intimação a Israel de encontrar-se com o seu Deus é o anúncio do dia do juízo final pelo próprio Javé.

O v. 13 é uma das três seções em forma de cântico do livro de Amós, sendo as outras 5.8 e 9.5,6. Cada uma se distingue de maneira muito clara do seu contexto imediato tanto no estilo quanto no conteúdo. O estilo é de um hino e retrata a majestade de Javé, aquele cujo poder pode balançar o mundo e cuja soberania todos precisam aceitar. E possível que as três passagens provenham do mesmo hino. O refrão final Senhor, Deus dos Exércitos, é o seu nome ocorre de forma quase exatamente igual em 5.8 e 9.6. Não há nada na forma ou no conteúdo que sugira que essas doxologias não possam ser datadas do tempo de Amós, ou até mesmo antes dele, mas a explicação mais plausível da sua presença aqui é que são inserções posteriores feitas para a leitura em público. A linguagem é paralela à de muitos salmos. São descrições magníficas e majestosas daquele que fez o seu apelo a Israel, aquele que sustenta o mundo com o seu poder criador, mas que também vai revelar esse poder no juízo.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13

Amós 4

B. A Depravação de Israel. Am 4:1-13.

Amós acusa as mulheres de serem responsáveis pela maioria dos males de Israel. Ironicamente o profeta insiste com Israel a continuar praticando os cultos formais paganizados em seus santuários. Deus já demonstrara repetidas vezes a Sua desaprovação da conduta de Israel, mas sem resultados. Conseqüentemente, o castigo era inevitável.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Amós Capítulo 4 do versículo 1 até o 13
b) Segundo discurso (Jl 4:1-30). Este discurso começa com uma feroz e rigorosa denúncia contra as mulheres ricas de Samaria. O sarcasmo é sem paralelo. Aquelas mulheres opulentas e gananciosas são comparadas com vacas gordas e nédias de Basã, lugar famoso por suas pastagens e por suas raças de gado e ovelhas (cfr. Dt 32:14; Ez 39:18). Não se importavam com outra coisa senão com suas vidas fáceis e seu preguiçoso luxo. Em sua louca carreira atrás de mais alimentos e bebidas, pisavam sobre tudo quanto era frágil e excelente. Os pobres eram oprimidos e os necessitados eram esmagados. Talvez isso não fosse feito diretamente, mas era-o indiretamente-por meio de seus maridos-pois luxo ocioso num dos extremos significa opressão e pobreza no outro.

Porém, como em todos os outros oráculos, esta denúncia contra o crime é imediatamente seguida por um anúncio a respeito de temíveis conseqüências. Jurou o Senhor Jeová, pela sua santidade (2). A idéia transmitida pelo vocábulo santidade (qodesh) era reservada exclusivamente para Jeová. Portanto, essa expressão é equivalente a "por Si mesmo". O castigo seria o cativeiro. As mulheres de Samaria seriam levadas através de brechas abertas no muro; e, além disso, como gado bravo é levado com anzóis e seus descendentes (provavelmente filhas) com anzóis de pesca, isto é, argolas semelhantes a anzóis. Nos monumentos assírios os cativos são pintados arrastados com anzóis presos à boca. A expressão vos lançareis para Hermom (3) tem causado bastante dificuldade aos comentadores. Pois, em algumas versões, em lugar de Hermom aparece "palácio", noutras, "Armênia", e noutras ainda, "monte Rimom". De qualquer modo, é indicada alguma sorte desagradável.

>Am 4:4

2. A ADORAÇÃO DE SAMARIA (Jl 4:4-30). Neste oráculo o profeta ataca com mordente sarcasmo o vazio ritualismo dos santuários cismáticos de Israel. Os adoradores eram muito observantes dos detalhes na realização do ritual, ainda que a realidade moral e espiritual tivesse desaparecido inteiramente. A denúncia é semelhante à repreensão de Isaías contra Judá (Is 1:10 e segs.). Tal zombaria, vazia e sem significado, divorciada de toda moralidade, pode apenas multiplicar as transgressões (4). Cada manhã trazei os vossos sacrifícios, e de três em três dias os vossos dízimos (4b). Agiam com correção ao trazer seus sacrifícios matinais, mas, quanto ao trazerem dízimos de três em três dias, a sugestão é que usavam de três dias para trazer seus dízimos, um em cada uma das três grandes festividades; isto é, as festas dos pães asmos, da colheita e do armazenamento. A cena inteira, em Betel e Gilgal, era de febril atividade e intenso zelo-disso gostais (5). Os adoradores usavam de correção em tudo quanto pertencia à sua adoração, porém suas mãos estavam poluídas e seus corações eram perversos.

>Am 4:6

3. A IMPENITÊNCIA DE ISRAEL (Jl 4:6-30). Nos próximos poucos versículos temos uma série de cinco oráculos, cada qual falando sobre algum desastre que sobreviera a Israel no mundo natural, e cada qual termina com o mesmo refrão que fala sobre a impenitência de Israel-contudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. O primeiro oráculo trata da fome. Vos dei limpeza de dentes (6); isto é, por não haver nada para comer, os dentes não tinham ficado sujos de comida. Algumas versões antigas falam também em "embotar", sugerindo que os dentes tinham ficado sem corte devido ao desuso. O segundo oráculo trata da seca (7-8). A palavra para chuva é geshem e, assim sendo, deve significar as chuvas pesadas de outono que ainda não tinham chegado quando as chuvas mais leves da primavera deveriam chegar; isso significava desastre para o país inteiro. Os versículos 7b e 8, entretanto, parecem implicar que a seca não fora universal. Thomson, em certa ocasião, encontrou o terreno ao redor do vale do Jordão como um deserto, enquanto que em Tiberíades o terreno todo era como um paraíso de ervas e flores (The Land and the Book, pág. 395). Essas chuvas parciais parecem ser uma característica da Palestina. Vagabundas (8); mais exatamente, "tropeçando" (como um bêbado), na fraqueza da sede. O terceiro oráculo tem como tema as pragas vegetais (9). As pragas aqui mencionadas eram suficientemente freqüentes na Palestina para servirem de lembrete sobre o julgamento. Em seguida vem a praga (10), que se diz ter sido originada no Egito (cfr. Is 10:24, Is 10:26). Vossos mancebos matei à espada (10) pode referir-se a alguma invasão local, por parte de um adversário não identificado. A matança dos jovens, provavelmente deixados insepultos durante algum tempo (cfr. o fedor dos vossos exércitos), bem poderia ter sido a causa da pestilência. De qualquer modo, a aflição fora terrível, ainda que tenha deixado Israel completamente impenitente. O último oráculo fala sobre o terremoto (11). Bem pode ser que esse tenha sido o terremoto referido em Jl 1:1. Era suficientemente recente e ainda estava bem fresco nas mentes do povo. Muitos haviam perecido no terremoto, de Sodoma e Gomorra (Gn 19:24-28), como quando por ocasião da destruição e outros, como tições, foram arrebatados do incêndio.

Todas essas visitações não tinham conseguido seu alvo. Portanto, Deus iria fazer algo novo e Israel é exortado a: prepara-te... para te encontrares com o teu Deus. O portanto, do versículo 12, evidentemente se refere ao que foi dito em Jl 3:11. O último versículo é uma doxologia. O Deus que Israel teria do enfrentar é o Criador do visível (montes) e do invisível (vento); o qual sabe o que está no mundo; que pode alterar a ordem das coisas existentes; e que é superior a todos os altos da terra. Ninguém pode brincar com tal Deus.


Dicionário

Assim

advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

Deus

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Farar

verbo transitivo direto [Gíria] Farejar; procurar, buscar, encontrar ou apanhar alguma coisa; tentar encontrar alguém através do faro.
Etimologia (origem da palavra farar). Faro + ar.

Israel

Israel [O Que Luta com Deus] -

1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

O

substantivo masculino Décima quinta letra que compõe o alfabeto português e sua quarta vogal.
apositivo Que, numa série, está após o elemento designado pela letra "n": fileira O.
Gramática Como artigo, refere-se aos nomes masculinos, acompanhando-os: o carro; o caderno.
Gramática Restringe a referência de um substantivo ao ser, ou coisa, percebido no contexto, situação ou texto: o juiz começará o julgamento.
pronome demonstrativo Faz com que qualquer palavra ou expressão se torne um substantivo: o nascer do dia.
Gramática Usa-se como sinônimo de: isso, aquilo, quando se referir a um substantivo não determinado: falou o que não devia e foi embora.
pronome pessoal De mesmo sentido que "a ele": insultou-o, mas pediu desculpas.
[Símbolo] Representação do Oxigênio (elemento químico), simbolizado por O.
Forma abreviada de Oeste (ponto cardeal situado no lado em que o sol se põe), simbolizado por O.
Etimologia (origem da palavra o). Do pronome arcaico, lo; pelo latim illu.m.

Preparar

verbo transitivo Aprontar, arranjar, dispor com antecedência.
Predispor favoravelmente.
Estudar, organizar previamente.
Dar preparo a, ensinar.
Química Obter (um corpo qualquer) por meio de composição ou decomposição: preparar o oxigênio.
verbo pronominal Aparelhar-se, apetrechar-se.
Vestir-se convenientemente; enfeitar-se, ataviar-se.

preparar
v. 1. tr. dir. e pron. Aparelhar(-se), aprontar(-se), dispor(-se) antecipadamente. 2. pron. Arranjar-se, ataviar-se. 3. tr. dir. Educar, habilitar. 4. tr. dir. Predispor. 5. tr. dir. Armar, dispor, maquinar. 6. tr. dir. Estudar, meditar, memorizar. 7. tr. dir. Dosar e combinar os ingredientes para um medicamento. 8. tr. dir. Tratar (plantas, animais ou partes do corpo humano) a fim de conservar ao natural para fins de estudo.

º

ò | contr.
ó | interj.
ó | s. m.
o | art. def. m. sing. | pron. pess. | pron. dem.
o | s. m. | adj. 2 g. | símb.
ô | s. m.

ò
(a + o)
contracção
contração

[Arcaico] Contracção da preposição a com o artigo ou pronome o.

Confrontar: ó e oh.

ó 1
(latim o)
interjeição

Palavra usada para chamar ou invocar.

Confrontar: oh e ò.

Ver também dúvida linguística: oh/ó.

ó 2
nome masculino

Nome da letra o ou O.

Confrontar: ò.

o |u| |u| 2
(latim ille, illa, illud, aquele)
artigo definido masculino singular

1. Quando junto de um nome que determina.

pronome pessoal

2. Esse homem.

3. Essa coisa.

pronome demonstrativo

4. Aquilo.

Confrontar: ó.

Ver também dúvida linguística: pronome "o" depois de ditongo nasal.

o |ó| |ó| 1
(latim o)
nome masculino

1. Décima quarta letra do alfabeto da língua portuguesa (ou décima quinta, se incluídos o K, W e Y). [É aberto como em avó, fechado como em avô, átono ou mudo como em mudo, e tem o valor de u em o [artigo], etc.]

2. [Por extensão] Círculo, anel, elo, redondo.

3. Quando em forma de expoente de um número, designa que esse número é ordinal, ou significa grau ou graus.

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

4. Décimo quarto, numa série indicada por letras (ou décimo quinto, se incluídos o K, W e Y).

símbolo

5. Símbolo de oeste.

6. [Química] Símbolo químico do oxigénio. (Com maiúscula.)

Plural: ós ou oo.

ô
(latim o)
nome masculino

[Brasil] Palavra usada para chamar ou invocar. = Ó

Confrontar: o.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Amós 4: 12 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
Amós 4: 12 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

766 a.C.
H2063
zôʼth
זֹאת
Esse
(This)
Pronome
H3478
Yisrâʼêl
יִשְׂרָאֵל
Israel
(Israel)
Substantivo
H3541
kôh
כֹּה
Então
(So)
Advérbio
H3559
kûwn
כּוּן
ser firme, ser estável, ser estabelecido
(has been established)
Verbo
H3588
kîy
כִּי
para que
(that)
Conjunção
H3651
kên
כֵּן
tão / assim
(so)
Adjetivo
H430
ʼĕlôhîym
אֱלֹהִים
Deus
(God)
Substantivo
H6118
ʻêqeb
עֵקֶב
Porque
(because)
Substantivo
H6213
ʻâsâh
עָשָׂה
E feito
(And made)
Verbo
H7125
qirʼâh
קִרְאָה
Diversos verbos usam o Nifal, embora expressem ação simples
(to meet)
Substantivo


זֹאת


(H2063)
zôʼth (zothe')

02063 זאת zo’th

irregular de 2088; DITAT - 528; pron demons f / adv

  1. este, esta, isto, aqui, o qual, este...aquele, este um...aquele outro, tal
    1. (sozinho)
      1. este, esta, isto
      2. este...aquele, este um...aquele outro, uma outra, um outro
    2. (aposto ao subst)
      1. este, esta, isto
    3. (como predicado)
      1. este, esta, isto, tal
    4. (enclítico)
      1. então
      2. quem, a quem
      3. como agora, o que agora
      4. o que agora
      5. a partir de agora
      6. eis aqui
      7. bem agora
      8. agora, agora mesmo
    5. (poético)
      1. onde, qual, aqueles que
    6. (com prefixos)
      1. aqui neste (lugar), então
      2. baseado nestas condições, por este meio, com a condição que, por, através deste, por esta causa, desta maneira
      3. assim e assim
      4. como segue, tais como estes, de acordo com, com efeito, da mesma maneira, assim e assim
      5. daqui, portanto, por um lado...por outro lado
      6. por este motivo
      7. em vez disso, qual, donde, como

יִשְׂרָאֵל


(H3478)
Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

03478 ישראל Yisra’el

procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

Israel = “Deus prevalece”

  1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
  2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
    1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
    2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
    3. o nome da nação depois do retorno do exílio

כֹּה


(H3541)
kôh (ko)

03541 כה koh

procedente do prefixo k e 1931; DITAT - 955; adv dem

  1. assim, aqui, desta forma
    1. assim, então
    2. aqui, aqui e ali
    3. até agora, até agora...até então, enquanto isso

כּוּן


(H3559)
kûwn (koon)

03559 כון kuwn

uma raiz primitiva; DITAT - 964; v

  1. ser firme, ser estável, ser estabelecido
    1. (Nifal)
      1. estar estabelecido, ser fixado
        1. estar firmemente estabelecido
        2. ser estabelecido, ser estável, ser seguro, ser durável
        3. estar fixo, estar firmemente determinado
      2. ser guiado corretamente, ser fixado corretamente, ser firme (sentido moral)
      3. preparar, estar pronto
      4. ser preparado, ser arranjado, estar estabelecido
    2. (Hifil)
      1. estabelecer, preparar, consolidar, fazer, fazer firme
      2. fixar, aprontar, preparar, providenciar, prover, fornecer
      3. direcionar para (sentido moral)
      4. arranjar, organizar
    3. (Hofal)
      1. estar estabelecido, estar firme
      2. estar preparado, estar pronto
    4. (Polel)
      1. preparar, estabelecer
      2. constituir, fazer
      3. fixar
      4. direcionarr
    5. (Pulal) estar estabelecido, estar preparado
    6. (Hitpolel) ser estabelecido, ser restaurado

כִּי


(H3588)
kîy (kee)

03588 כי kiy

uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

  1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
    1. que
      1. sim, verdadeiramente
    2. quando (referindo-se ao tempo)
      1. quando, se, embora (com força concessiva)
    3. porque, desde (conexão causal)
    4. mas (depois da negação)
    5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
    6. mas antes, mas
    7. exceto que
    8. somente, não obstante
    9. certamente
    10. isto é
    11. mas se
    12. embora que
    13. e ainda mais que, entretanto

כֵּן


(H3651)
kên (kane)

03651 כן ken

procedente de 3559; DITAT - 964a,964b adv

  1. assim, portanto, estão
    1. assim, então
    2. assim
    3. portanto
    4. assim...como (em conjunto com outro adv)
    5. então
    6. visto que (em expressão)
    7. (com prep)
      1. portanto, assim sendo (específico)
      2. até este ponto
      3. portanto, com base nisto (geral)
      4. depois
      5. neste caso adj
  2. reto, justo, honesto, verdadeiro, real
    1. reto, justo, honesto
    2. correto
    3. verdadeiro, autêntico
    4. verdade!, certo!, correto! (em confirmação)

אֱלֹהִים


(H430)
ʼĕlôhîym (el-o-heem')

0430 אלהים ’elohiym

plural de 433; DITAT - 93c; n m p

  1. (plural)
    1. governantes, juízes
    2. seres divinos
    3. anjos
    4. deuses
  2. (plural intensivo - sentido singular)
    1. deus, deusa
    2. divino
    3. obras ou possessões especiais de Deus
    4. o (verdadeiro) Deus
    5. Deus

עֵקֶב


(H6118)
ʻêqeb (ay'-keb)

06118 עקב ̀eqeb

procedente de 6117 no sentido de 6119; DITAT - 1676e n. m.

  1. conseqüência
    1. conseqüência
    2. conseqüência, ganho, recompensa
    3. fim adv.
  2. como conseqüência, por causa de, conseqüentemente conj.
  3. como conseqüência de, visto que, porque

עָשָׂה


(H6213)
ʻâsâh (aw-saw')

06213 עשה ̀asah

uma raiz primitiva; DITAT - 1708,1709; v.

  1. fazer, manufaturar, realizar, fabricar
    1. (Qal)
      1. fazer, trabalhar, fabricar, produzir
        1. fazer
        2. trabalhar
        3. lidar (com)
        4. agir, executar, efetuar
      2. fazer
        1. fazer
        2. produzir
        3. preparar
        4. fazer (uma oferta)
        5. atender a, pôr em ordem
        6. observar, celebrar
        7. adquirir (propriedade)
        8. determinar, ordenar, instituir
        9. efetuar
        10. usar
        11. gastar, passar
    2. (Nifal)
      1. ser feito
      2. ser fabricado
      3. ser produzido
      4. ser oferecido
      5. ser observado
      6. ser usado
    3. (Pual) ser feito
  2. (Piel) pressionar, espremer

קִרְאָה


(H7125)
qirʼâh (keer-aw')

07125 קראה qir’ah

procedente de 7122; DITAT - 2064 n. m.

  1. (BDB) deparar com, acontecer, encontrar com
    1. (Qal)
      1. encontrar, deparar
      2. acontecer (fig.)