Enciclopédia de Números 9:5-5

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

nm 9: 5

Versão Versículo
ARA Então, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês primeiro, ao crepúsculo da tarde, no deserto do Sinai; segundo tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
ARC Então celebraram a páscoa no dia catorze do mês primeiro, pela tarde, no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
TB Celebraram a Páscoa no primeiro mês, aos quatorze dias do mês, à tardinha, no deserto de Sinai; segundo tudo o que Jeová ordenou a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
HSB וַיַּעֲשׂ֣וּ אֶת־ הַפֶּ֡סַח בָּרִאשׁ֡וֹן בְּאַרְבָּעָה֩ עָשָׂ֨ר י֥וֹם לַחֹ֛דֶשׁ בֵּ֥ין הָעַרְבַּ֖יִם בְּמִדְבַּ֣ר סִינָ֑י כְּ֠כֹל אֲשֶׁ֨ר צִוָּ֤ה יְהוָה֙ אֶת־ מֹשֶׁ֔ה כֵּ֥ן עָשׂ֖וּ בְּנֵ֥י יִשְׂרָאֵֽל׃
BKJ E eles celebraram a páscoa, no décimo quarto dia, do primeiro mês, à tarde, no deserto do Sinai; conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
LTT Então celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês, entre os dois anoitecer ①, no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
BJ2 Celebraram-na no deserto do Sinai, no primeiro mês, no dia catorze do mês, no crepúsculo. Fizeram os filhos de Israel de acordo com tudo o que Iahweh havia ordenado a Moisés.
VULG Qui fecerunt tempore suo, quartadecima die mensis ad vesperam, in monte Sinai. Juxta omnia quæ mandaverat Dominus Moysi, fecerunt filii Israël.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Números 9:5

Gênesis 6:22 Assim fez Noé; conforme tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.
Gênesis 7:5 E fez Noé conforme tudo o que o Senhor lhe ordenara.
Êxodo 12:1 E falou o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo:
Êxodo 39:32 Assim, se acabou toda a obra do tabernáculo da tenda da congregação; e os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés; assim o fizeram.
Êxodo 39:42 Conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel toda a obra.
Números 8:20 E assim fez Moisés, e Arão, e toda a congregação dos filhos de Israel com os levitas; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim os filhos de Israel lhes fizeram.
Números 29:40 E falou Moisés aos filhos de Israel, conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés.
Deuteronômio 1:3 E sucedeu que, no ano quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro dia do mês, Moisés falou aos filhos de Israel, conforme tudo o que o Senhor lhe mandara acerca deles,
Deuteronômio 4:5 Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar.
Josué 5:10 Estando, pois, os filhos de Israel alojados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó.
Mateus 28:20 ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!
João 15:14 Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
Atos 26:19 Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.
Hebreus 3:5 E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar;
Hebreus 11:8 Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①


Gematria

Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.

catorze (14)

Lembra a mão (Yad), já que na mão há 14 falanges. Também está associado ao ouro, ao amado. Também é o valor numérico da palavra "Basta" (Daí), suficiente.



Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A ROTA DO ÊXODO

Não há dúvida de que um êxodo israelita partindo do Egito realmente aconteceu. Contudo, continuam existindo várias e importantes dúvidas históricas e geográficas sobre acontecimentos antes e durante o Êxodo. As dúvidas geográficas receberão mais atenção aqui, mas talvez seja oportuno, primeiro, acrescentar algumas rápidas informações históricas.

OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Já na época do "Reino Médio" do Egito, no final da XII dinastia (aprox. 1800 a.C.) ou mesmo antes, um número cada vez maior de asiáticos veio para o Egito e se estabeleceu basicamente no leste do delta do Nilo e na região ao redor.
Os egípcios vieram a chamar essas pessoas de hegaw Whasut, uma expressão que significava "governantes de terras estrangeiras", mas que se referia, mais especificamente, aos governantes procedentes de Canaã que falavam um dialeto semítico ocidental. 13 Empregamos a forma aportuguesada do termo grego usado para descrever essas pessoas: hicsos. Ao longo do século 18 a.C., o poder egípcio foi diminuindo, ao mesmo tempo que o número de hicsos foi crescendo. As estruturas peculiares das construções dos hicsos, a forma de seus objetos cerâmicos e várias práticas sociais e religiosas cananeias refletem uma força relativa e uma independência crescente. Atribui-se aos hicsos introduzirem no Egito várias formas de inovação tecnológica militar, inclusive carros de guerra puxados por cavalos, arcos compostos e aríetes,104 o que os teria tornado uma forca militar ainda mais notável e uma entidade política com autodeterminação. No final, por volta de 1640 a.C., os hicsos se tornaram suficientemente fortes para tomar o controle de quase todo o Egito, constituindo aquilo que, na história egípcia, é hoje conhecido como XV e XVI dinastias Os hicsos se estabeleceram basicamente em Aváris/T. el-Dab'a, no braço mais oriental (Pelúsio) do delta, e ali cresceram e prosperam por cerca de 100 anos.
A independência da cidade durante esse período também se refletiu no amplo alcance de seu comércio, que se estendia pelo Mediterrâneo oriental, o Levante e a Mesopotâmia e, no sul, chegava até a Núbia. Por volta de 1560 a.C. os egípcios saquearam Aváris, a capital hicsa. Não muito depois, os hicsos foram expulsos do Egito por príncipes naturais dali e começou, na história egípcia, o período denominado "Reino Novo". Os faraós do Reino Novo realizaram um esforco concentrado - até mesmo impetuoso - para fazer com que o Egito reunificado ficasse livre de qualquer vestígio de influência hicsa. Até mesmo numerosas campanhas militares foram lancadas contra os hicsos em Canaã e na Síria e, no devido tempo, contra seus aliados asiáticos, em especial os arameus e os mitânios.
A história bíblica e os dados arqueológicos parecem indicar que foi diante de um monarca hicso que José compareceu como intérprete de sonhos (Gn 41:14-37), o qual, mais tarde, concedeu à sua família excelente gleba (Gósen) (Gn 47:5-6).
Essa teoria pode explicar como José - um não egípcio - pôde experimentar uma ascensão política tão meteórica, chegando à posição de vice-regente num país que normalmente exibia uma mentalidade xenófoba e, às vezes, arrogante diante de estrangeiros. De forma semelhante, o faraó acolheu calorosamente a família semítica de José, que vinha de Canaã (Gn 47:1-11), e lhes entregou terras valiosas para morarem - um gesto que é mais sugestivo de um monarca que era, ele próprio, um semita originário de Canaã, do que de um egípcio nativo. Essa teoria é coerente com o fato de que aqueles que desceram com Jacó conseguiram prosperar e se multiplicar no Egito, e, por algum tempo, foram fortes o suficiente para representar uma ameaça em potencial a um faraó.
Dando sequência a essa teoria, o "novo rei, que não havia conhecido José [e] levantou-se sobre o Egito" (Ex 1:8), teria sido então um dos faraós do Reino Novo, isto é, um faraó natural do Egito. Assim, como parte do expurgo dos hicsos. o faraó estaria decidido a retomar o controle político total do leste do delta, recusando-se firmemente a reconhecer que a concessão de terras de Gósen continuava sendo legítima. Além disso, percebendo que os israelitas eram uma multidão que poderia muito bem estar inclinada a formar uma aliança militar com os inimigos hicsos (sendo que ambos os povos tinham vindo de Cana para o Egito), por precaução esse novo rei escravizou o povo de Deus (Ex 1:9-11). A bem da verdade, essas são generalizações vagas, ainda que sustentáveis, mas, além desse ponto, parece arriscado especular sobre a identidade do faraó específico que favoreceu José, do rei em particular que escravizou os israelitas ou do monarca do Egito à época do Êxodo. Nesse aspecto, não existe nenhum dado transparente que sirva de base para uma afirmação definitiva.

O CONTEXTO GEOGRÁFICO
As narrativas bíblicas situam na cidade de Ramessés o ponto de partida do êxodo israelita do Egito (Nm 33:3; cp. Êx 1.11; 12.37); dali, viajaram primeiro para Sucote (Êx 12.37; cp. Nm 33:5), então para Etá (Êx 13.20; cp. Nm 33:6) e, finalmente, para Pi-Hairote, junto à massa de água (Êx 14.2; cp. Nm 33:7-8) Iv. mapa 33]. Desses lugares, apenas a localização de Ramessés está acima de dúvida. Hoje sabemos que a Ramessés bíblica ficava em I. el-Dab'a/Qantir, Por volta de 1290 a.C. o faraó Seti I comecou a construir Ramessés perto das ruínas da cidade hicsa de Aváris, mas foi o faraó Ramsés II que a ampliou grande e esplendidamente.
A Ramessés bíblica tornou-se uma enorme metrópole em expansão, cobrindo uma área de pelo menos 15 quilômetros quadrados no espaço de uns mil hectares.
Na cidade havia um enorme conjunto de prédios régios e religiosos. A maioria foi construída com tijolos de barro (Ex 1:14-5.7,8,16-19), uma forma de construção anteriormente desconhecida no delta, muito embora, naquela região, pedras fossem praticamente inexistentes. Ramessés também incluía uma grande fortaleza militar,107 um espaçoso complexo de templos em que arqueólogos encontraram no solo até mesmo restos de pó de ouro, resultante do trabalho de douração de objetos da realeza,108 um amplo complexo de carros e cavalos capaz de acomodar 450 cavalos, dezenas de peças de carros, uma imensa área industrial para produção de bronze e muitas oficinas e instalações para armazenamento de tijolos de barro (Ex 1:11). Descobriu-se uma fábrica de lajotas azuis vitrificadas para uso nas propriedades palacianas dos faraós. Logo ao redor dessa instalação, foram encontrados alguns óstracos que até trazem o nome "Ra'amses" (Ramsés) E bem recentemente se encontrou um tablete cuneiforme que parece confirmar que o lugar era a residência régia do faraó Ramsés.!! Então, não há dúvida de que foi desse lugar que os israelitas começaram sua viagem.
Partindo de Ramessés, os israelitas chegaram a Sucote (Ex 12:37; Nm 33:5).
Já faz muito tempo que estudiosos reconheceram que Sucote é o equivalente Um texto egípcio do século 13 indica que Pitom ficava a oeste de Tieku/Sucote.! Alguns estudiosos têm procurado Tjeku/Sucote em T. el-Maskhuta ' e acreditam que o nome original Sucote se reflita no nome moderno Maskhuta. Se for esse o caso, então T. er-Retaba se torna um excelente candidato para a localização da Pitom bíblica (Ex 1:11), embora não haja tanta certeza quanto a isso.
A Bíblia diz que os israelitas, que estavam indo embora, foram de Sucote para Eta, às margens do ermo/deserto (Ex 13:20; Nm 33:6). Ao contrário de Sucote e Pitom, que têm uma etimologia claramente egípcia, é incerta a origem da palavra Eta. Mas, tendo em vista o trajeto implícito numa viagem de T. el-Dab'a/Ramessés até T. el-Maskhuta/Sucote a caminho da massa de água, junto com a explicitação adicional de que Etá ficava à entrada do deserto", a localização de Eta deve ter sido a leste de T. el-Maskhuta/Sucote, provavelmente na estrada principal que ia para o leste, rumo ao deserto de Sur. É possível que a origem da palavra Età seja um topônimo egípcio HwI-Itm (uma variante da palavra para Atum, o deus-sol de Heliópolis), I14 localidade situada no uádi Tumilat.
Vindos de Etã, os israelitas chegaram a Pi-Hairote, que, conforme descrição no livro de Êxodo, ficava "entre Migdol e o mar, em frente de Baal-Zefom" (Ex 14:2), e, conforme descrição no livro de Números, estava "defronte de Baal-Zefom, londe\ acamparam diante de Migdol" (Nm 33:7).
Onde quer que tenha sido esse lugar, devia ficar bem ao lado da massa de água que Israel atravessou "em terra seca", visto que, de acordo com Exodo, os israelitas ficaram acampados "junto ao mar" (14,26) e, de acordo com Números, logo após partirem de Pi-Hairote, passaram "pelo meio do mar até o deserto" (Nm 33:8).
É obieto de debate se o nome Pi-Hairote é de origem egípcia (pi(r)-hahiroth significa "casa de Hator" uma deusa celeste egípcia]) ou semítica (com o sentido de "escavar/cortar", o que deixa implícita a localização junto a um canal). Quanto a esta última possibilidade, o mapa apresenta os vestígios de um canal, só recentemente descoberto, que, saindo do lago Timsah, estendia-se até o litoral do Mediterrâneo. Trechos desse canal têm cerca de 70 metros de largura na superfície, cerca de 20 metros de largura no fundo e quase 3 metros de profundidade. Sem dúvida, o canal estava operante na época em que os israelitas saíram do Egito, qualquer que seja a data que se aceite para o Êxodo. Estudiosos concluíram que, embora também possa ter sido construído para navegação ou irrigação, na Antiguidade seu propósito principal era servir de barreira defensiva militar.
Outra indicação de que Pi-Hairote pode ter tido relação com algum tipo de obstáculo defensivo militar é que nos dois relatos do Êxodo ele aparece junto com Migdol (Ex 14:2; Nm 33:7). A palavra egípcia maktar reflete a palavra semítica migdol, que significa "fortaleza". Textos egípcios trazem inúmeras referências a Maktar/Migdol e foram identificados vários lugares com o nome Matar/Migdol.
Um desses lugares fica na área do uádi Tumilat mais a leste, 16 provavelmente bem próximo da moderna 1smaília. Se, depois de T. el-Maskhuta, os israelitas estavam indo na direção leste pelo uádi Tumilat, é de se prever que teriam chegado a Maktar/Migdol.
A Bíblia registra que, logo no início da viagem do Êxodo, Israel foi proibido de ir pelo "caminho da terra dos filisteus" (Ex 13:17). Hoje sabemos que essa destacada rota militar egípcia - "a(s) estrada(s) de Hórus" - era protegida por uma série de instalações militares egípcias entre Sile e Gaza.
Caso não fosse uma rota consagrada, parece que a proibição divina teria sido desnecessária. Além disso, um texto egípcio do século 13 a.C. I8 conta sobre um oficial egípcio que saiu em perseguição de fugitivos que haviam passado por Ramessés, Tjeku/Sucote e Maktar/Migdol - nessa ordem - e então haviam se dirigido para o norte, presumivelmente na direção de Canaã. A probabilidade de que tanto Israel quanto o oficial egípcio tenham passado por três lugares com os mesmos nomes e exatamente na mesma sequência, num intervalo de apenas poucos dias, é grande demais para ser coincidência.
Os dados são um forte indício de que os fugitivos, o oficial egípcio e os israelitas estavam todos seguindo pelo mesmo bem conhecido e bastante usado corredor de trânsito, e - no caso dos israelitas - não era uma alternativa fora de mão, na tentativa de não serem detectados pelo faraó e suas forças. O mapa mostra três dessas vias de trânsito que, saindo do delta, irradiavam para o leste. Do norte para o sul, são:

Conforme dito acima, Deus excluiu a opção mais ao norte (Ex 13:17). Das duas escolhas restantes, parece significativo que, depois de passarem por Maktar/Migdol de Seti e entrarem no deserto, os fugitivos mencionados no papiro egípcio se dirigiram para o norte. Isso torna muitíssimo provável que estavam pegando a saída mais rápida e mais direta ("o caminho de Sur") e que não tinham escolhido um caminho tão ao sul quanto o Darb el-Hajj. Assim, parece que " caminho de Sur" deve ter sido, entre as rotas existentes, a que mais provavelmente os israelitas seguiram.

OS 1SRAELITAS JUNTO AO MAR
Os israelitas chegaram a uma massa de água onde seriam resgatados e o exército egípcio seria afogado. O Antigo Testamento grego (LXX) identifica essa massa de água como o ervthrá thálassa ("mar Vermelho"), o que tem levado muitos a imaginar que Israel deve ter ficado junto à massa de água que hoje conhecemos pelo nome de mar Vermelho. Contudo, no mundo clássico, quando a LXX foi traduzida, a expressão ervthrá thálassa podia designar não apenas aquilo que, num mapa moderno, seria chamado de mar Vermelho, mas também o golfo Pérsico, o oceano Índico e/ou águas a eles associadas... ou até mesmo todas essas massas de água juntas.!° Parece, então, que os tradutores da LXX empregaram a expressão erythrá thálassa de uma maneira consistente com seu uso em outros textos do mundo clássico (At 7:36; Hb 11:29). Houve um "mar Vermelho" clássico, assim como existe um "mar Vermelho" moderno, mas essas duas massas de água não têm a mesma extensão nem devem ser confundidas. Por outro lado, o Antigo Testamento hebraico chamou de yam sûf ("mar de juncos/papiro") a massa de água onde os israelitas pararam. Essa mesma palavra, sûf, é empregada para se referir a juncos/papiro que cresciam ao longo do Nilo.
A mãe de Moisés pôs o filho num cesto e colocou o cesto no meio dos sûf (Ex 2:3-5). Da mesma maneira, a literatura profética se refere a um tipo de planta aquática. Depois de ser atirado do navio, Jonas afirma que sûf ("algas marinhas"?) se enrolaram em sua cabeça (In 2.5). Isaías escreve que os rios e canais do Egito secarão; seus juncos e sûf ("caniços"?) apodrecerão (Is 19:6). É quase certo que sûf foi tomado de empréstimo de uma palavra egípcia, tf(y), atestada no período do Reino Novo e que significava "juncos/papiro",20 e, em função disso, aqui em Êxodo a expressão vam sûf deve ser traduzida "mar de juncos" É oportuno assinalar por alto que, pelo fato de que Lutero, nessa passagem, dependeu bastante do texto hebraico, ele usou a palavra Schilfmeer ("mar de juncos") na tradução em alemão.
Em egípcio, a palavra tw/fy) frequentemente designava uma região onde havia tanto brejos com papiros quanto pastagens. Com a rota criada devido à localização de Ramessés, Sucote/ Tieku e Migdol/Maktar, parece mais plausível que a travessia milagrosa do "mar" (SI 77.19,20) aconteceu no lago Timsah ou ali perto, onde a artéria de transporte existente (°o caminho de Sur') cruzava uma série de lagos. Mesmo se esforçando para ser ardentemente bíblico nesse ponto, é impossível que se chegue a certas conclusões geográficas indisputáveis nessa parte da investigação.
Contudo, embora a Bíblia forneça bem poucos detalhes relevantes - tanto geográficos quanto logísticos - da travessia milagrosa, o que é claro, mas com frequência ignorado, é o fato de que, ao que parece, a travessia levou bem pouco tempo. Pensa-se que a cronologia dos acontecimentos foi a seguinte:


Parece que os israelitas iniciaram sua travessia depois do pôr do sol e, contudo, quando começava a raiar o dia, na perseguição, os egípcios já estavam tentando atravessar o mar. Isso dá a entender convincentemente que toda a travessia israelita se estendeu no máximo por oito horas.
Os israelitas tinham acabado de ser emancipados da escravidão e haviam deixado o Egito às pressas, com seus rebanhos e manadas (Ex 12:38). Simplesmente passar de um lado para o outro de uma massa de água num período tão curto, com uma eficiência de movimento pouco maior do que a de uma multidão levemente organizada, teria exigido um milagre de uma magnitude bem maior do que a representada por Cecil B. DeMille no filme Os Dez Mandamentos, pela arte medieval ou pela literatura cristã de nossos dias. Não é inconcebível que tenha sido necessário um corredor de terra com a largura de alguns quilômetros para, dentro do tempo disponível, permitir que os israelitas atravessassem com tudo o que levavam consigo. De modo que não é de admirar que, mais tarde, escritores bíblicos citem repetidas vezes o acontecimento do Exodo quando procuram estabelecer um paradigma do poder absoluto e soberano de Deus (SI 66.5,6; 78.13 106:11; Is 51:9-10; 63:12-14) ou apresentar uma justificação da crença de que lahweh é o único e verdadeiro Deus da história (Nm 23:22-24.8; Js 2:10-11; 9.9,10).
Tendo experimentado livramento ali na água, em seguida Israel foi orientado a iniciar viagem para o monte Sinai. Bem poucas questões geográficas do Antigo Testamento têm sido objeto de debate mais intenso do que a localização do monte Sinai. Hoje em dia, o monte sagrado é procurado em qualquer uma de três regiões principais:

PROCURANDO O MONTE SINAI NA ARÁBIA SAUDITA/SUL DA JORDÂNIA
Defensores da hipótese saudita/jordaniana destacam três detalhes apresentados na Bíblia. Primeiro, depois de fugir de um faraó que procurava tirar-lhe a vida, Moisés passou a residir na terra de Midia e se tornou genro de um sacerdote que vivia ali (Ex 2:15-16; 18.1). Segundo, a Bíblia está repleta de referências ao que parece ter sido atividade vulcânica ou sísmica associada ao estabelecimento da aliança sinaítica (Ex 19:18-24.17; Dt 4:11-12; 5:22-26; 9.10,15; 10.4; Jz 5:5; SI 68.8; Ag 2:6). E, terceiro, o apóstolo Paulo explicitamente situou o monte Sinai na Arábia (GI 4.25).
De acordo com esse ponto de vista, a terra de Midia estava situada exclusivamente a leste do golfo de Ácaba. Afirma-se ainda que a estrutura geológica de montanhas Aninhado abaixo das encostas do jebel Musa ("o monte de Moisés"), fica o mosteiro ortodoxo grego de Santa Catarina.
dentro da própria península do Sinai não favorece atividade vulcânica nem sísmica, ou, pelo menos, não favoreceu atividade recente. E, por fim, esse ponto de vista sustenta que representa a única opção importante para situar o monte santo dentro da Arábia. É muito provável que estudiosos com essa opinião situem o monte Sinai em um dos seguintes lugares: Petra, j. Bagir, i. al-Lawz, j. Manifa ou Hala el-Bedr.
Objeções levantadas a cada um dos três argumentos a favor de uma localização saudita/jordaniana têm diminuído sua força. A tradição bíblica associa Moisés aos queneus (Jz 1:16-4.
11) e também aos midianitas. Não se pode afirmar que, antes do período greco-romano, os midianitas nômades ou sua subtribo, os queneus, estivessem confinados em uma só região.
Midianitas residiram dentro do território de Moabe (Gn 36:35-1Cr 1.46), na chapada Mishor da Transjordânia (Js 13:21), nas áreas desérticas a leste de Moabe e Amom (Jz 7:25), no norte do Sinai (1Rs 11:18) e até mesmo (talvez sazonalmente) na própria Canaã (Jz 6:1-6; 7.1). O argumento de atividade vulcânica/sísmica já não é mais decisivo. Primeiro, embora se reconheça que não há registro de atividade vulcânica recente no próprio Sinai, indícios sísmicos mostram que há bastante atividade sísmica na área do golfo de Ácaba.Bem recentemente, em 1982, a península do Sinai experimentou um terremoto de grandes proporções (medindo mais de seis graus na escala Richter). Mas, em segundo lugar, o linguajar fenomenológico dos textos bíblicos relevantes pode estar refletindo condições climáticas ao redor do monte Sinai na ocasião (SI 68:8-10). Uma possível interpretação alternativa é entender o linguajar desses textos em um sentido dinâmico, que destaca vividamente uma aparição de Deus - uma teofania.123 Outras passagens teofânicas do Antigo Testamento empregam terminologia semelhante, sem pressupor atividade vulcânica/sísmica (25m 22:8-16; SI 18:7-15; 89:5-18; 97:1-5; 104.31,32).
A questão da "Arábia" exige esclarecimento adicional.
Quem utiliza o termo atualmente pode se referir ou à Arábia Saudita ou a toda a península Arábica. De modo análogo, referências antigas à "Arábia" podiam denotar áreas diferentes.12 Aliás, em geral o mundo clássico atesta pelo menos cinco regiões distintas conhecidas como "Arábia"125 Em função disso, é essencial que o intérprete moderno entenda que o apóstolo Paulo (Gl 4:25) estava retratando com precisão a verdade geográfica de seu mundo - não do nosso! De maneira que, conquanto nenhum dos três principais pontos de vista sobre a localização do monte Sinai possa afirmar que, na questão geográfica, o apóstolo Paulo lhe dá apoio exclusivo, a declaração do apóstolo também não elimina nenhum deles.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO NORTE DA PENÍNSULA DO SINAI
Quando situam o monte Sinai no j. Sin Bisher, j. Magharah, j. Helal, j. Yeleg, j. Kharif, j. Karkom ou na própria Cades-Barneia, defensores da hipótese do norte do Sinai também procuram ancorar seus argumentos na Bíblia. Para começar, o pedido de Moisés ao faraó foi para ir deserto adentro numa distância que levava três dias de viagem (Ex 5:3; cp. 3.18; 8.27). Proponentes da ideia de que o monte Sinai ficava no norte da península do mesmo nome deduzem, portanto, que o monte não podia estar distante de Gósen muito mais do que três dias de caminhada. Segundo, eles citam duas referências bíblicas à chegada de codornizes (Êx 16.13; Nm 11:31-32) e, ainda hoje, moradores do norte do Sinai conseguem capturar com facilidade codornizes exaustas, que acabaram de completar uma longa etapa em sua migração anual entre o sul da Europa e a Arábia. Terceiro, também dizem que a vitória israelita sobre os amalequitas em Refidim favorece decisivamente uma localização no norte (Ex 17:8-13), visto que essa é a região onde outras passagens da Bíblia os situam. E, quarto, afirmam que determinadas passagens poéticas do Antigo Testamento apoiam uma localização no norte (Dt 33:2; Jz 5:4; Hc 3:3-7).
Vistos no conjunto, esses argumentos parecem bastante fortes, mas, vistos isoladamente, pode-se considerar que não são conclusivos. A proposta dos três dias pressupõe uma interpretação literal da expressão "três dias", o que poderia ser tão provável quanto interpretá-la como um período aproximado ou um exemplo de barganha oriental.
Ela também exige que o destino envolvido no pedido de Moisés fosse o monte Sinai, embora o texto nunca afirme isso. Os destinos propostos no Sinai ficam a pelo menos 120 quilômetros da região de Gósen - uma distância grande demais para cobrir em três dias. Anais desse período em geral indicam que o exército egípcio conseguia cobrir cerca de 24 quilômetros por dia. Os israelitas, com a dificuldade natural representada pelas mulheres, filhos, rebanhos e manadas (Êx 12.37.38: 34.3), não conseguiriam viajar tanto. Hoje a distância média diária que um grupo de beduínos consegue percorrer naquele terreno é de cerca de 9,5 quilômetros. 127 E há, listados, um total de oito acampamentos intermediários entre o livramento de Israel junto ao mar e sua chegada no monte Sinai (Nm 33:8-15).
A viagem de Gósen ao monte Sinai aconteceu na primavera (Ex 13:3-6: o mês de abibe corresponde a março/abril),128 e a jornada do monte Sinai até Cades-Barneia ocorreu cerca de um ano depois, também durante a primavera (Nm 9:1-10.11). Por isso, qualquer um que procure interpretar as duas narrativas de codornizes (Ex 16:13; Nm 11:31-35) em termos de fenômeno da natureza tem de relacionar tais narrativas com a migração de aves durante a primavera. Na realidade, pode chegar a um bilhão o número de aves migrantes, pertencentes a até 350 espécies diferentes, que voam anualmente sobre a península do Sinai em suas migrações de primavera rumo ao nortel. No entanto, conforme pode-se imaginar, a imensa maioria dessas aves pousa perto do litoral da península (i.e., no sul) em vez de em lugares mais ao norte. Pontos de pouso no norte são mais sugestivos de migração no outono,130 Assim sendo, levando em conta a informação explícita sobre a estação do ano das duas narrativas de "codornizes", é mais convincente situar esses eventos em algum lugar no sul da península do Sinai e não uns 240 quilômetros para o norte.
O lugar do encontro entre os israelitas e os amalequitas em Refidim (Êx 17:8-16) continua envolto num certo mistério, em especial à luz da narrativa de I Samuel 15. Em outras passagens do Antigo Testamento, parece que os amalequitas são encontrados basicamente em regiões no norte. São situados na terra de Edom (Gn 36:16), na área ao redor de Cades-Barneia (Gn 14:7), no Neguebe (Nm 13:29), na região logo ao sul de Judá (1Sm 27:8), na região montanhosa de Efraim (Jz 12:15), perto de Ziclague (1Sm 30:1-2) e até mesmo tão a oeste quanto o território de Sur (1Sm 15:7). Também existem relatos de amalequitas fazendo parte de uma liga com moabitas (Jz 3:12-14) e midianitas (Jz 6:33-7.12). Levando em conta essa distribuição territorial ampla, o estilo de vida bem móvel e o fato de que os textos, às vezes, dizem que empregavam camelos para transporte (Jz6.5; 7.12).comumente os amalequitas são considerados um povo nômade. Seus deslocamentos, embora por uma ampla área, tendiam a estar ligados a desertos e a terras improdutivas e despovoadas. Por isso, esse argumento não parece decisivo em favor de localizar o monte Sinai no norte. Quanto aos textos de Deuteronômio, Juízes e Habacuque que parecem identificar o monte Sinai com Seir, Para, Hama e Edom, é preciso ter em mente que sua estrutura claramente poética inclui elementos de paralelismo hebraico. Então, empregando o mesmo raciocínio, pode-se tentar defender que Para deva ser identificada com Seir, Temá ou Edom, o que é claramente um absurdo. Além do mais, as passagens descrevem exemplos de teofania:132 cada uma reflete a realidade de que o Deus de Israel, um guerreiro divino, é capaz de livrar seu povo da opressão. Nesses textos, o denominador comum de Sinai, Seir, Pará, Temã e Edom é apenas que, para quem está em Canaã, todos estão localizados no sul, em geral.
Além disso, vários textos bíblicos dão a entender que o monte Sinai estava separado da região de Cades-Barneia por uma grande distância. No itinerário israelita entre o monte Sinai e Cades (Nm 33:16-36), são registradas cerca de 20 paradas, e aquele itinerário pode ser de natureza seletiva (Dt 1:1). Deuteronômio 1.2 especifica que havia uma caminhada de 11 dias entre Horebe/Sinai e Cades-Barneia. De modo análogo, o texto de I Reis 19:8 indica que Elias levou 40 dias para viajar de Berseba até o monte Sinai. Embora o tempo de viagem varie de um texto para outro, essas narrativas bíblicas concordam que havia uma distância considerável entre o monte Sinai e Cades-Barneia - uma conclusão que é fatal para o ponto de vista que defende que o monte Sinai deve ser situado em algum lugar no norte da península do mesmo nome.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO SUL DA PENÍNSULA DO SINAI
Defensores do ponto de vista do monte Sinai no sul tendem a procurar o monte Sinai no j. Serbal, Ras Safsaf, j. Katarina ou j. Musa. Esse ponto de vista também tem uma tradição antiga e com muitos argumentos em seu Evor: mais de 2.500 inscrições nabateias foram encontradas perto de Serbal, com datas já dos séculos 2:3 d.C. Em geral essas inscrições são invocações por uma viagem segura e talvez indiquem uma rota de peregrinação » Além disso, moedas do século 4 foram encontradas nas vizinhanças.
•Uma tradição crista que remonta ao início da era bizantina reverencia o local do j. Musa ("monte de Moisés"), o que surpreende em vários aspectos. No sul do Sinai, há dez outros cumes mais altos do que o j. Musa, o que os torna escolhas mais prováveis, caso a escolha se desse apenas por acaso ou com base na altitude ou aparência. Na realidade, o contorno da topografia ao redor deixa o pico do j. Musa quase invisível para as planícies próximas e fica claro que o monte não atrai nenhuma atenção. Apesar disso, à época de perseguições romanas no século 3,136 um pequeno grupo de ascetas cristãos estava vivendo no j. Musa e, já no início do século 4, existia um mosteiro no sopé do monte.
A tradição que associa o j. Musa ao monte Sinai merece crédito também porque vai contra a tendência bizantina de estabelecer santuários em locais de fácil acesso a peregrinos cristãos. E, ao contrário de muitos antigos lugares cristãos no Levante, o monte Sinai não está associado ao Novo Testamento, mas ao Deus do Antigo Testamento e aos profetas Moisés e Elias. Ele está bem na periferia da tradição cristã. Como dado adicional que favorece uma localização no sul, alguns lugares ao longo do itinerário israelita até o monte Sinai (Êx 15:22-19,1) e entre o monte Sinai e Cades-Barneia (Nm 21:33; Dt
1) lembram os nomes de alguns lugares modernos, e a localização de três pontos intermediários de parada necessariamente pressupõe uma rota do sul. Mas é preciso fazer uma advertência. Visto que a maior parte do sul do Sinai nunca foi habitada de forma permanente, não se deve afirmar que todos, a maior parte ou mesmo muitos postos intermediários de parada no itinerário podem ser hoje localizados com precisão geográfica. Os textos bíblicos informam que os israelitas deram nome a alguns dos lugares enquanto passavam por eles (e.g., Mara Êx 15.23]; Massá e Meribá [Êx 17.7]). É óbvio que nomes dados em tais circunstâncias jamais se tornariam permanentes. Entretanto, não há dúvida de que Eziom-Geber (Nm 33:35) estava situada nas proximidades da moderna Eilat (cp. 1Rs 9:26), mais provavelmente no sítio-ilha adiacente chamado Jezirat Fara'un. 138 Da mesma forma, parece que o nome Di-Zaabe (Dt 1:1) se reflete no da moderna cidade de Dahab, pois os nomes são foneticamente equivalentes e ambos têm a ver com locais de ouro. 139 Ademais, parece que o nome do maior e mais exuberante oásis do sudoeste do Sinai (Feiran) foi mantido em fontes clássicas e bizantinas.140 Além dessas correlações bastante seguras, alguns estudiosos propõem que o ponto de parada em Jotbatá (Nm 33:33) - que, na lista, é a segunda parada rumo ao norte, antes de Eziom-Geber, indo para Cades-Barneia - deve ser identificado com o moderno Oasis de Taba, situado no litoral do mar Vermelho, cerca de 11 quilômetros ao sul de Eziom-Geber.
Parece que a localização da própria Eziom-Geber faria com que a rota norte do Sinai desse uma volta impossível. Pois como alguém explica uma viagem do j. Kharif, j. Karkom, j. Helal, j. Yeleg ou até mesmo do j. Sin Bisher até Eziom-Geber, se o destino do itinerário é Cades-Barneia? Da mesma maneira, se fosse possível comprovar indubitavelmente a identificação de qualquer um dos outros dois lugares (Feiran, Di-Zaabe), a tese saudita/jordaniana também seria considerada geograficamente incoerente. Por isso, a impressão é que a tradicional hipótese sul do Sinai é a mais provável. Parece que é a que tem o máximo em seu favor e nada decisivo contra ela.

SEGUINDO A ROTA DOS 1SRAELITAS
Com base nessa conclusão, é possível reconstruir uma rota israelita plausível até o monte Sinai, então até Cades-Barneia e, por fim, até Sitim. Do lugar em que foram livrados do Egito, é provável que os israelitas tenham seguido para o sul, pela estrada costeira a leste do golfo de Suez, indo por toda ela até a foz do uádi Feiran, ao longo do qual havia uma série de oásis e poços para fornecer água.
Uma rota alternativa pelo uádi Matalla os teria levado para o interior do continente, em um ponto logo ao sul da moderna Abu Zeneimeh, passando por Serabit el-Khadim e, em seguida, indo numa diagonal rumo ao sudeste, até encontrar o uádi Feiran, perto de Refidim. Essa é, porém, uma alternativa extremamente problemática, tanto do ponto de vista histórico quanto do geográfico.!# Por sua vez, o uádi Feiran (também conhecido em seus trechos superiores como uádi Sheikh) é uma passagem bem larga, contínua e com subida suave, que atravessa a região de granito, a qual, pelo contrário, é irregular e um pouco íngreme; o uádi Feiran é todo assim até o passo de Watiya. Seguindo pelo passo de Watiya, os israelitas então teriam dobrado para o sul e saído diretamente na planície de er-Raha, localizada logo ao norte do j. Musa.
Mais tarde, quando partiram do monte Sinai rumo a Eziom-Geber e além, o uádi Nasb teria sido uma escolha excelente. Seguindo o curso desse uádi isolado, que era contínuo e com descida suave, até o ponto de sua desembocadura, perto da moderna Dahab, os israelitas teriam passado por uma rede de oásis,45 dos quais o mais proeminente era Bir Nasb. Com relativa facilidade, teriam conseguido atravessar a barreira montanhosa que corre longitudinalmente ao longo do leste da península e flanqueia o golfo de Ácaba. E, então, chegando ao golfo, teriam caminhado para o norte, entre a serra e o golfo, de novo passando por vários oásis, inclusive o Nuweiba - o maior e mais fértil oásis de todo o Sinai oriental - até que, por fim, chegassem a Eziom-Geber.
A partir dali, o mais provável é que os israelitas teriam seguido na direção noroeste, indo por uma estrada hoje conhecida como Darb al-Ghazza, rumo a Cades-Barneia (Ain Qadeis). Foi de Cades-Barneia que doze homens foram enviados para entrar em Canaã e espionar ali (Nm 13). Quando a maioria daqueles homens apresentou um relatório sem fé e negativo, aceito pela comunidade de Israel (Nm 14:1-10), aquela geração foi desqualificada para entrar na terra e possuí-la, e Israel permaneceu mais ou menos parado em Cades por talvez 35 anos ou mais (cp. Dt 1:46)
Quando, finalmente, os israelitas partiram de Cades e estavam a caminho de Sitim, o rei de Edom não permitiu que fossem por Punom, um passo que atravessa as montanhas de Edom até chegar à "Estrada Real" (Nm 20:14-17). Isso exigiu um desvio de mais de 280 quilômetros de cenário bem imponente, o que possivelmente desencadeou o incidente denominado de "serpente de bronze" (Nm 21:4-9). Dar a volta em torno do território edomita fez com que Israel de novo tomasse o caminho do "mar Vermelho" (Nm 21:4) e de Eziom-Geber (Dt 2:8) e, então, ao longo da margem do deserto que flanqueava uma série de fortalezas edomitas e moabitas, provavelmente usando uma estrada que mais tarde veio a ser conhecida como "estrada dos Peregrinos"17 Por fim, pela segunda vez chegaram perto da Estrada Real (Nm 21:22). De novo foram proibidos de passar, dessa vez por Siom, um monarca amorreu. Seguiu-se uma batalha em que Siom foi derrotado (Nm 21:23-30). Isso permitiu que os israelitas finalmente completassem a terceira etapa indireta de sua jornada, passando por Dibom e Hesbom e chegando a Abel-Sitim ("a campina/pastagem de Sitim" [Nm 33:45-49]), ou Sitim, que é como o lugar é normalmente conhecido no Antigo Testamento (Nm 25:1; Is 2:1).

Os israelitas deixam o Egito
Os israelitas deixam o Egito
A rota do Êxodo
A rota do Êxodo
A viagem dos espias
A viagem dos espias

PALESTINA - TERMINOLOGIA HISTÓRICA

Infelizmente, na Antiguidade o sul do Levante não era conhecido por um único nome abrangente, mas por vários, dependendo de onde e de quando se fazia referência ao lugar.
O contrário acontecia: uma gama de termos bíblicos e/ou seculares designava a terra do Israel bíblico, não sendo possível supor que algum deles correspondesse completamente às fronteiras teológicas de Israel (ou um ao outro) nem se podendo aplicar qualquer deles a todo o período da história bíblica sem criar algum anacronismo.
Na Antiguidade, em muitos casos, nomes que antes haviam sido usados para denotar uma divindade ou um grupo populacional importante foram simplesmente emprestados e reaplicados para designar a entidade geopolítica em que aquele grupo estava. Por exemplo, o nome "Canaa" derivou dos cananeus; o nome "Palestina" deve sua existência aos filisteus; e "(a terra de) Hatti" originalmente designava uma série de cidades-estados neo-hititas situadas aproximadamente entre Carquêmis e Damasco, cujos habitantes parecem ser descendentes de Hete (e.g., Gn 10:15-1Cr 1,13) e/ou devotos do deus Hatti.37 O texto bíblico diz que tanto os cananeus quanto os hititas estavam entre os "ocupantes da terra" na época da colonização por Israel (Dt 7:1; Dt 3:10-12.8; cp. Gn 15:18-21; Ex 3:8-17), e sabe-se que os filisteus imigraram para aquela terra por volta de 1200 a.C.


CANAÃ
O termo Canaa/cananeu(s) é bem atestado em boa parte dos textos do segundo milênio a.C.38 A julgar por esse uso, parece que Canaã era o termo convencional para designar o sul da área que o Egito controlava na Ásia, em contraste com Amurru (a terra dos amorreus, ao norte do rio el-Kabir). Canaã se estendia das cidades de Gaza e Ráfia, no sul, até tão ao norte quanto o vale do rio el-Kabir e a localidade de Sumra/Simyra.3 De modo que o quadro geral que surge é que as citações, tanto em textos do Oriente Próximo quanto na Bíblia, revelam uma notável semelhança quando delineiam os limites de Cana (v. acima a análise sobre as fronteiras teológicas de Israel). Essa afirmação pode ter consequências quanto à antiguidade e à essencial historicidade daquelas narrativas que mencionam as fronteiras de Israel.
Antes das descobertas arqueológicas em Nuzi, em geral se acreditava que a palavra "Canaa" derivava de um verbo semítico com o sentido de "curvar/curvar-se/ser baixo", porque os cananeus ocupavam a região baixa perto do mar, em contraste com a região montanhosa dos amorreus (Nm 13:29; Js 5:1; cp. Is 23:11). Uma teoria relacionada é que Canaã era o lugar onde o sol "se curva" (se põe), de maneira que, por definição, um cananeu era alguém do oeste. Mas se descobriu que, em Nuzi, a palavra kinahhu" se refere a uma substância de cor púrpura avermelhada, extraída de conchas de múrex e usada no tingimento de tecidos, especialmente lã.
Os textos antigos estão repletos de referências à grande consideração dada a quem se vestia de púrpura. Por ser natural, ao invés de produzida pelo homem, a tintura de múrex tinha valor elevado, pois nunca desbotava. A lucrativa indústria do múrex se concentrava ao norte de Cesareia, no Mediterrâneo, onde as águas do mar regularmente lançavam na praia uma grande quantidade dessas conchas. No local de uma antiga fábrica de tintura, em Tiro, foi encontrado um grande número de conchas*2 e, em Dor, também se encontraram claros indícios do processo de tingimento.43 Os nomes de certos lugares cananeus nos arredores oferecem ainda outros indícios de que o tingimento de múrex era uma atividade econômica essencial. Por exemplo, o nome "Sarepta" vem de um verbo que tem o sentido de "tingir" e o nome "Zobá" é derivado de um verbo que denota o tingimento de tecido. Às vezes a própria palavra "cananeu" é traduzida por "comerciante/mercador"* Como consequência, parece preferível entender Canaã como "a terra da púrpura" e "cananeus" como "o povo da terra da púrpura" (ideia a partir da qual o conceito de comércio poderia facilmente derivar). Textos gregos nos mostram que, no primeiro milênio a.C., os herdeiros culturais dessa indústria de tintura foram denominados fenícios, nome que deriva da palavra grega phoinix ("púrpura"). Mesmo no Novo Testamento aparentemente "cananeu" e "fenício" ainda eram designativos um tanto quanto equivalentes (Mt 15:22 refere-se a uma mulher cananeia; o relato de Marcos sobre o mesmo acontecimento chama-a de siro-fenícia [Mc 7:26]). Parece, então, que as palavras "Canaa" e "Fenícia" têm apenas duas diferenças básicas: (1) a primeira é vocábulo semítico, ao passo que a segunda é de origem grega; (2) a primeira é empregada no segundo milênio a.C., enquanto a segunda passa a ser normativa no primeiro milênio a.C. Se levarmos esses dados à sua conclusão lógica, parece que a mesma palavra teve, no início, a conotação do processo de tingimento, com o passar do tempo foi estendida às pessoas envolvidas no processo e, por fim, englobou o território/província onde essas pessoas formavam um grupo bastante importante da população.

PALESTINA
Por motivos que ainda não estão claros para nós, por volta de 1200 a.C. boa parte do mundo bíblico experimentou uma séria turbulência política, provocada em grande parte por hordas de invasores a que fontes egípcias se referem como "povos do mar" Há muito os estudiosos vêm cogitando sobre o que provocou esse movimento de cerca de 14 povos na direção sudeste: denyen, lukka, shardanu, masha, arinna, karkisha, pitassa, kashka, akawasha, tursha, sheklesh, peleset (filisteus), tjekker e weshesh (essas grafias são aproximadas). Embora dois ou três desses povos também apareçam em textos mais antigos do Levante ou do Egito, parece que por essa época houve uma migração bem vasta. Esses povos foram desalojados devido a uma mudança climática que causou escassez de alimento, à turbulência política que cercou a batalha de Troia ou à invasão da Grécia pelos dórios, ou a algum outro fator? Qualquer que tenha sido o motivo, é provável que, antes de chegar ao coração do Egito, vários contingentes de povos do mar tenham sido responsáveis pela queda do Império Hitita, cujo centro de poder ficava na Ásia Menor, pela captura da ilha de Chipre e pela devastação e/ou reocupação de muitas cidades em todo o Levante: Ugarit, Alalakh, Carquêmis, T. Sukas, Tiro, Sidom, Hazor, Aco, Dor e um grande número de lugares na planície da Filístia. Mas os egípcios resistiram aos povos do mar, e seus textos indicam que os filisteus foram repelidos do território egípcio na direção nordeste,15 onde mais tarde habitaram o sudoeste de Canaã, que se tornou conhecido como planície da Filístia. O local de onde os filisteus emigraram também continua sendo objeto de debate.1 A tradição bíblica de que procederam de Caftor (Creta) não é decisiva, porque aquele texto declara que os filisteus foram trazidos de Caftor da mesma maneira que os israelitas foram trazidos do Egito (Am 9:7; cp. Gn 10:14-1Cr 1.12; Jr 47:4; Ez. 25.16; SF2.5). Ou seja, é possível que a Biblia não esteja indicando o lugar de origem de nenhum dos dois povos. Levando em conta certos aspectos da cultura material filisteia (caixões de defunto estilizados, cerâmica característica etc.) ou palavras bíblicas encontradas em narrativas sobre os filisteus (guerreiro, senhor, capacete, arca), alguns estudiosos defendem que os filisteus emigraram da Grécia. Outros, com base em épicos gregos e na tradução que a LXX faz de Caftor ("Capadócia") em Deuteronômio 2.23 e Amós 9.7, afirmam que os filisteus tiveram origem ao longo do litoral sudoeste da atual Turquia. Mas tudo isso continua sendo bastante especulativo, em parte devido à escassez de textos indubitavelmente filisteus e em parte porque os filisteus começaram a passar pelo processo de assimilação cultural logo depois de chegarem a Canaã. A única conclusão segura a que se pode chegar é que, como designação de uma entidade geográfica distinta, a palavra Palestina deriva dos filisteus.
Hoje em dia às vezes se diz que, como designação da terra de Israel, o termo "Palestina" surgiu só em meados do segundo século d.C., quando, como castigo político pela revolta de Bar-Kochba, o imperador Adriano deliberadamente adotou o nome dos antigos inimigos de Israel - os filisteus - e apenas o latinizou para criar conotações pejorativas óbvias.
De acordo com esse ponto de vista, o uso mais antigo de "Palestina" foi propaganda feita pelos romanos com fortíssimas implicações políticas antijudaicas. Nesse caso, então, qualquer uso que se faça atualmente da palavra Palestina para se referir à história antes da época de Adriano é, na melhor das hipóteses, perigosamente anacrônico e historicamente errôneo e, na pior, antibíblico e até mesmo antijudaico. Existem, contudo, dados que apontam em outra direção.
Para começar, o nome Palestina aparece 13 vezes em textos neoassírios ainda do reinado de Adade-Nirari III (810-782 a.C.), Tiglate-Pileser III (744-727 a.C.) e Sargão II (721- 705 a.C.)." É improvável que qualquer uma dessas citações vislumbrasse a terra de Israel como um todo (em contraste com a região da Filístia). Na realidade, em um dos textos, Palestina aparece em contraste tanto com Israel (literalmente " terra de Onri") quanto com Edom.5 No entanto, em 11 casos a palavra Palestina é imediatamente precedida pelo indicador semântico para "terra/país", o que é uma indicação inconfundível de que a referência é a uma entidade geográfica distinta. De modo semelhante, uma estatueta egípcia com data presumível da 27. dinastia (945-715 a.C.) traz inscrição que faz referência a um "encarregado de Cana e Palestina" (escrita PIst). Nesse caso, o termo Palestina está sendo usado em contraste com o território de Canaã. Pode-se observar mais uma vez que o termo aparece definitivamente num contexto geográfico/provincial (e não político).
Mais relevantes para essa controvérsia são, porém, os resultados de uma pesquisa por computador que pode ser feita no Thesaurus linguae graecae (TLG; University of California, campus de Irvine). Uma pesquisa de "Palestina" como nome próprio em textos escritos antes do fim do primeiro século da era crista revelou 196 citações completas em textos gregos ou latinos (excluindo-se possíveis atestações parciais da palavra Parte das extensas ruínas arqueológicas do período Palácio Novo (aprox. 1700-1400 a.C.) em Zakros, no litoral sudeste de Creta. Alguns especialistas creem que o lugar de origem dos filisteus pode ter sido Creta.


ISRAEL
O nome Israel deriva, em última instância, do patriarca Jacó, cujo nome foi mudado para Israel (Gn 32:28). Quando os descendentes do patriarca se tornaram escravos no Egito, a expressão "filhos de Israel" passou a ser frequentemente aplicada a eles (Êx 1:9-12; 2.23,25; 3:9-11; etc.). Mais tarde, o nome Israel veio a ser aplicado ao reino nortista de Efraim, em contraste com o reino sulista de Judá (1Rs 12:18-20; 1Cr 5:17; etc.). Posteriormente, após o desaparecimento do Reino do Norte, ocasionalmente "Israel" foi usado para se referir ao reino sulista de Judá (Jr 10:1). Assim mesmo, é difícil identificar uma passagem bíblica que use explicitamente a palavra Israel para denotar uma área geográfica específica. É claro que ocorre a expressão "terra de Israel" (1Sm 13:19-1Cr 22.2; 2Cr 2:17; Ez 40:2-47.18), mas ela sempre está ligada ao terreno ocupado ou a ser ocupado por alguns ou por todos os israelitas e, em consequência, a extensão dessa área sofre variação. Fora da Bíblia, "Israel" (i.e., o Israel da Bíblia) ocorre em três textos antigos. O mais antigo é uma estela de granito do quinto ano de Merneptah (1209 a.C.). Nessa tábua de granito há uma inscrição que menciona 1srael, mas ela está registrada de tal maneira que parece apontar para uma entidade étnica e, por esse motivo, a citação não oferece quase nenhuma ajuda na definição das fronteiras geográficas de Israel. Contudo, a Estela de Merneptah é a única testemunha extrabíblica de Israel antes do nono século a.C., quando o nome aparece em duas inscrições distintas. O Obelisco Negro está escrito em cuneiforme e data do sexto ano do rei assírio Salmaneser III (853 a.C.), quando Acabe forneceu 2 mil carros e 10 mil soldados para uma coalizão que lutou contra as forças de Salmaneser. A inscrição faz referência a Acabe como " rei de Israel" Poucos anos depois (c. 835 a.C.), o rei Messa de Moabe mandou inscrever, em uma estela de basalto, uma dedicatória à sua divindade, Camos; nessa inscrição ele se vangloriou de ter retomado o território que anteriormente havia sido conquistado por Onri, "rei de Israel" De acordo com a Bíblia, Messa de Moabe foi vassalo de Israel durante os dias de Onri e Acabe, mas se rebelou por ocasião da morte deste último (2Rs 3:4-5). Contudo, uma batalha ocorrida em seguida e registrada na Bíblia terminou com uma derrota moabita (2Rs 3:9-27). Numa tentativa de harmonizar a afirmação bíblica com a declaração de vitória registrada na estela de Messa, alguns estudiosos sustentam que a vitória de Messa sobre Israel ocorreu um pouco depois, durante o reinado de Jeoacaz. Nenhuma dessas duas inscrições do nono século a.C. fornece informações geográficas que permitam traçar fronteiras específicas para Israel. No entanto, ambas são bastante úteis, pois cada uma identifica explicitamente pelo nome pessoas que, na Bíblia, também são conhecidas como "rei de Israel. A Inscrição de Messa é ainda muito útil por ser rica em terminologia bíblica.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL


SINAI

Atualmente: EGITO
Sinai, monte – península do Sinai, constitui o cenário da aliança, quando Deus lhes deu as suas leis e os declarou o seu povo
Mapa Bíblico de SINAI



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 23
H. NA 5ÉSPERA DA PARTIDA, 9:1-10.10

  • A Observação da Páscoa (9:1-14)
  • A Páscoa (2) era o evento central no padrão de adoração para os israelitas (Êx 12:1-27). Embora os procedimentos estipulados fossem minuciosos, contudo, na prática, ha-via discrepância considerável. Por exemplo, esta era a segunda observância pascal, ape-sar do transcurso de dois anos desde a primeira. Não há registro de outra observância exceto na chegada a Canaã (Js 5:10). Aqui, relacionada com as preparações para a via-gem, Deus ordenou uma observância da Páscoa, a seu tempo determinado, conforme todos os seus ritos (3).' Com todas as provações que jaziam à frente, não há dúvida de que Israel precisava ser lembrado do grande poder de Deus.

    Havia exceções às regras.' Quem estivesse imundo por corpo morto ou se achas-se em jornada longe (10), podia observar a Páscoa um mês depois — no segundo mês, no dia catorze (11).26 Esta prescrição de Deus visava obviamente quem fosse atingido por circunstâncias de força maior. No versículo 13, Deus fez advertências sérias sobre o uso destas circunstâncias como desculpa. Havia prescrição para o estrangeiro (14). Neste contexto, a palavra significa prosélito ou estrangeiro residente, alguém que lança-ra a sorte com os israelitas, mas não era nativo. Mesmo nestes primeiros dias dos proce-dimentos de Deus para com o povo, há cuidadosa combinação do espírito da lei com a letra da lei. A essência do pecado é a desobediência intencional e acintosa, não uma falha cometida sem saber.

  • A Nuvem e o Fogo (9:15-23)
  • A promessa da presença contínua de Deus e de sua orientação ininterrupta no trans-curso de toda a viagem dos israelitas do Egito para Canaã é, a partir de então, mananci-al de bênçãos a todas as gerações. Desde que saíram do Egito, os israelitas desfrutavam, de dia, a coluna de nuvem e, de noite, a coluna de fogo (Êx 13:21). Mas aqui Deus lhes garantiu que a mesma presença pairadora estaria com eles enquanto viajassem. Depois do término de sua construção, a Tenda do Encontro se tornou o lugar de repouso da coluna de nuvem e da coluna de fogo quando a congregação se acampava. Além destes símbolos visíveis da presença de Deus, os filhos de Israel tinham a ordem direta do dito do SENHOR (18) para instruí-los enquanto viajavam. Ainda que o texto aqui reflita retrospecção, mostrando que foi editado à luz de tempo posterior, a promessa de Deus na véspera da partida estava garantida. Tais promessas realmente não se prendem a tempo (Jo 16:7-13; Hb 13:5).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Números Capítulo 9 versículo 5
    Conforme Ex 12:1-13.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 23
    *

    9.6-13

    Um problema especial é identificado e a resposta de Deus é dada: uma pessoa que estivesse imunda ou estivesse de viagem no tempo regulamentar da observância, podia celebrar a páscoa exatamente um mês mais tarde. Nenhuma outra pessoa, porém, podia adiar a observância da páscoa.

    * 9:14

    Como um rito da aliança com Deus, a páscoa devia ser celebrada somente por membros da comunidade da aliança. Estrangeiros do sexo masculino que desejassem participar deviam aceitar as condições da aliança deixando-se circuncidar (Êx 12:48).

    * 9.15—10.6

    Duas espécies de orientação foram estabelecidas para a marcha: orientação sobrenatural, mediante a nuvem (9.15-23), e ordens da parte de Moisés, dadas por meio de trombeta (10.1-6).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 23
    9:2 Esta é a segunda celebração da Páscoa. A primeira foi instituída no Egito e registrada no Exodo 12. A Páscoa e a Festa dos Pães sem Levedura eram uma cerimônia religiosa de oito dias de duração (Lv 23:5-6) que comemoravam a liberação dos israelitas da escravidão no Egito por meio do poder de Deus.

    9.6-12 Alguns homens vieram ao Moisés devido ao apuro que enfrentavam: eles estavam "imundos" por ter tido contato com um morto (ou entrar na casa de uma pessoa que tinha morrido) e não poderiam participar da ceia da Páscoa. Observe que Deus não ajustou os requerimentos da Páscoa. As normas de santidade se mantiveram, e não lhes permitiu participar. Mas Deus fez uma exceção e permitiu que os homens celebrassem a Páscoa em uma data posterior. Isto manteve os requerimentos sagrados da Páscoa enquanto que permitiu que os homens participassem da festa, um dever para todos os homens israelitas. Em ocasiões enfrentamos a verdadeiras situações difíceis onde a solução mais óbvia nos pode causar um compromisso com as normas de Deus. Como Moisés, devemos utilizar a sabedoria e a oração para alcançar uma solução viável.

    9:14 Às vezes estamos tentados de desculpar aos que não são cristãos de seguir a guia de Deus para a vida. O natal e o dia de ressurreição, por exemplo, freqüentemente têm outros significados para eles. Não esperamos que entendam a quaresma. Entretanto, esperava-se que os estrangeiros seguissem as mesmas leis e regulamentos dos israelitas. Deus não tinha normas diferentes para os que não eram crentes, nem tampouco as tem hoje. A frase "um mesmo rito terão" enfatiza que estavam sob os mandamentos e as promessas de Deus. O escolheu ao Israel por um propósito especial: ser um exemplo de como uma nação podia, e devia, segui-lo. Seu objeto, entretanto, era que todos o obedecêssemos e o adorássemos.

    9.15-22 Uma coluna de nuvem no dia e de fogo na noite guiava e protegia aos israelitas conforme viajavam através do deserto. Algumas pessoas dizem que esta coluna pôde ter sido um tigela de alcatrão aceso cuja fumaça era visível durante o dia e cujo fogo podia ser visto na noite. Entretanto, um tigela de alcatrão não poderia haver-se levantado sozinho e partido diante do povo e a Bíblia é clara ao dizer que a nuvem e o fogo se moviam de acordo com a vontade de Deus. A nuvem e o fogo não eram meramente fenomenais naturais; eram veículos da presença de Deus e evidência visível do movimento e direção de seu povo.

    9:23 Os israelitas viajaram e acamparam conforme Deus os guiava. Quando você segue a direção de Deus, sabe que está onde Deus quer que esteja, já seja que esteja viajando ou estabelecido em um lugar. Você está fisicamente em alguma parte neste mesmo momento. Em lugar de orar, "Deus, agora que quer que faça?" pergunte, "Deus, o que é o que quer que faça enquanto estou aqui neste lugar?" A direção de Deus não é só para seu próximo grande movimento, O tem um propósito ao colocá-lo onde se encontra agora. Comece a compreender o propósito de Deus para sua vida ao descobrir o que é o que A deseja que faça agora mesmo!


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 23
    J. A segunda Páscoa (9: 1-14)

    1 E o Senhor disse a Moisés no deserto de Sinai, no primeiro mês do segundo ano depois que saíram da terra do Egito, dizendo: 2 Além disso deixe os filhos de Israel celebrar a páscoa a seu tempo determinado. 3 In o décimo quarto dia deste mês, à tarde, o guardareis a seu tempo determinado: de acordo com todos os estatutos da mesma, e de acordo com todas as suas ordenanças, o guardareis. 4 E Moisés falou aos filhos de Israel, que eles devem manter a páscoa. 5 E eles celebraram a Páscoa no primeiromês , no dia catorze do mês, à tarde, no deserto de Sinai: de acordo com tudo o que o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. 6 Ora, havia alguns homens, que estavam imundo por ter tocado o cadáver de um homem, de modo que não podiam celebrar a páscoa naquele dia; e vieram perante Moisés e Arão naquele mesmo dia: 7 e aqueles homens disseram- lhe: Somos imundo por ter tocado o cadáver de um homem:? Portanto são mantivemos volta, que não pode oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel 8 E disse-lhes Moisés, Stay-vos, para que eu possa ouvir o que o Senhor vos ordenará.

    9 E o Senhor disse a Moisés, dizendo: 10 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se alguém dentre vós, ou entre as vossas gerações, será imundo por causa de um corpo morto, ou seja em uma viagem de longe, mas ele deve manter a páscoa ao Senhor. 11 No segundo mês, no dia catorze, mesmo que eles devem mantê-lo; comerão com pães ázimos e ervas amargas: 12 eles não deixarão nada até pela manhã, nem quebrarão dela osso.: de acordo com todo o estatuto da páscoa eles devem mantê- Lv 13:1 Mas o homem que é limpo, e não está em uma viagem, deixar de celebrar a páscoa, essa alma será extirpada do seu povo; porque ele não ofereceu a oferta do Senhor a seu tempo determinado, tal homem levará o seu pecado. 14 E se algum estrangeiro peregrinar entre vós e quiser celebrar a páscoa ao Senhor; de acordo com o estatuto da páscoa, e de acordo com a portaria do mesmo, assim fará: haveis de ter um estatuto, quer para o estrangeiro, e para ele, que é natural da terra.

    A Páscoa era para ser um memorial eterno ao Senhor, e estava a ser observado por todo o Israel. Por uma razão ou outra, alguns dos israelitas estavam ocupados na Páscoa regular. Um serviço especial de Páscoa foi realizado para aqueles que haviam se tornado impuro enquanto participava ao enterro dos mortos (v. Nu 9:7 ), e para aqueles que estavam em uma viagem (v. Nu 9:10) e não poderia estar presente no momento regular.

    O versículo 12 segue o padrão exato da primeira Páscoa no Egito (Ex 12:46 ). Mais tarde, quando Cristo, o Cordeiro Pascal, foi oferecido na cruz esse mesmo padrão é expresso "que a Bíblia deve ser cumprida, um dos seus ossos será quebrado" (Jo 19:36 ).

    A Páscoa israelita foi no sentido mais elevado um sacramento. A cerimônia de sua observância foi divinamente prescrito, bem como a obrigação solene e reconhecimento foram continuamente renovado. Ao renovar esta obrigação de fidelidade a Deus, o israelita comia o cordeiro pascal e pão sem fermento em sinal solene do passado livramento, e em antecipação religiosa do infinitamente maior coisa que isso significava.

    A importância do memorial é refletida nas graves consequências para aqueles que não observar a Páscoa, mas que foram prontamente disponível (v. Nu 9:13 ). É sempre necessário para o pecado de ser suportados por alguém quer-Redentor, simbolicamente expressa no cordeiro pascal, ou o próprio pecador. Aqueles que se recusou a celebrar a Páscoa, que não aproveitar a disposição para transferir seus pecados para o portador de pecados, foram cortados do povo. Nesta imagem ritualística pode-se discernir a idéia de escolha moral livre. Tem sido sempre "quem quiser pode vir."

    Mesmo o estranho entrando em campo poderia se apropriar da obra redentora do Salvador, que foi prefigurada e simbolizada no cordeiro pascal. Tais convertidos foram obrigados a se submeter à circuncisão (00:48 Ex. , 49 ).

    K. The Guiding Coluna de Fogo (9: 15-23)

    15 E no dia em que o tabernáculo foi levantado a nuvem cobriu o tabernáculo, a tenda do testemunho, e à tarde foi sobre o tabernáculo como se fosse a aparência de fogo, até de manhã. 16 Assim acontecia de contínuo: a nuvem a cobriu, e a aparência de fogo durante a noite. 17 E sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, em seguida, depois que os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam. 18 Na ordem do Senhor os filhos de Israel partiam, e à ordem do Senhor se acampavam;. contanto que a nuvem parava sobre o tabernáculo eles ficavam acampados 19 E, quando a nuvem se detinha sobre o tabernáculo muitos dias, os filhos de Israel cumpriam o mandado do Senhor, e não partiam. 20 E às vezes a nuvem ficava poucos dias sobre o tabernáculo; em seguida, de acordo com a ordem do Senhor permaneciam acampados, e de acordo com o mandamento do Senhor partiam. 21 E às vezes a nuvem desde a tarde até pela manhã; e quando a nuvem se levantava de manhã, eles partiam; ou se continuasse por dia e de noite, quando a nuvem se levantava, eles partiam. 22 Quer fosse por dois dias, ou um mês, ou um ano, que a nuvem se detinha sobre o tabernáculo, cumprindo os mesmos, os filhos de Israel permaneciam acampados, e não partiam; mas quando ela se levantasse, partiam. 23 No mandado do Senhor se acampavam, e à ordem do Senhor partiam; cumpriam o mandado do Senhor, conforme a ordem do Senhor por intermédio de Moisés.

    A coluna de nuvem dirigiu o movimento das pessoas. A nuvem pairava sobre o Santo dos Santos por dia, e à noite ele tomou a forma de uma coluna de fogo. Sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, em seguida, depois que os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel acamparam-se (v. Nu 9:17 ). Diz-se que o período de tempo os israelitas acamparam em um lugar variou de dois dias a um ano (v. Nu 9:22 ).

    Viagem no deserto era difícil e desgastante. A maior parte do terreno era deserto de areia e rocha com apenas um oásis ocasional. No entanto, o Senhor providenciou períodos de descanso compatível com as suas necessidades (v. Nu 9:23 ).

    A coluna de nuvem nos fala da presença de Deus através do Espírito Santo. Durante o dia, o pilar tomou a forma de uma nuvem multiplicação para que eles possam ser guiados, bem como se proteger do sol quente do deserto. À noite, o pilar se transformou em uma coluna de fogo, de modo que as pessoas possam ter evidência visível da presença de Deus. É interessante notar que a coluna era uma luz para os hebreus, mas completa escuridão para os egípcios. Assim é com os cristãos e os pecadores. O crente recebe luz e revelação de Deus, mas ao pecador essa inteligência mística é loucura (1Co 2:11 ).

    É de notar que, quando os hebreus começaram a se mover para fora do Egito, o faraó e seu exército deu perseguição. Assim é com um candidato quando ele toma providências para deixar o Egito espiritual. Satanás sempre faz com que seja difícil para a alma que se arrepende de fazer a sua fuga. Ele sempre faz uma última tentativa desesperada de manter o cativeiro de atravessar o "mar vermelho" (ver 13 21:22'>13 21:22 ).

    Significado espiritual é visto na coluna de nuvem de Paulo: "Todos os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar; e todos comeram do mesmo alimento espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida espiritual; porque bebiam da pedra espiritual que os seguia, ea pedra era Cristo "( 1 Cor. 10: 1 , NVI).

    Graça Saxe vê no deserto experimentar um paralelo ao caminho da Igreja através do deserto do mundo. Ela ressalta que

    ... Como Deus conduziu os israelitas do Egito através do deserto estéril, protegendo-os do perigo, suprindo suas necessidades, ensiná-los, treiná-los, e, eventualmente, trazendo-os para a rica terra de Canaã, a sua casa permanente, portanto, Cristo é, neste momento , reunindo um povo para o seu nome, levando-os através de um mundo hostil, que protegem, proporcionando, ensino, formação e preparando-os para a sua casa eterna.

    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 23
    1. Deus guia seu povo (Nu 9:0)
    2. Ele dá sabedoria para resolver problemas (Nu 9:1-4).

    Esse é o segundo ano depois da maravilhosa libertação de Israel do Egito, e a nação devia celebrar a Páscoa. Essa festa é um lembrete constante de que os israelitas de-viam sua libertação ao sangue do cordeiro e ao poder de Deus. Todas as bênçãos que recebiam vinham por meio do sangue, da mesma for-ma que acontece com a igreja hoje (Ef 1:3ss). Entretanto, alguns homens estavam cerimonialmente imundos por terem tocado um cadáver e pre-cisavam conhecer a mente de Deus para saber se podiam participar da festa. Moisés, graciosamente, admi-tiu que não sabia a resposta, mas que perguntaria ao Senhor. Veja Tia-go 1:5. O Senhor permitiu que esses homens celebrassem a festa depois, no segundo mês, o que mostra que mesmo na rígida Lei de Moisés ha-via liberdade quando as circuns-tâncias assim o exigiam (veja 2Cr 30:13-14). E interessante lembrar que quando, na Páscoa, Nicodemos e José descem o corpo de Jesus da cruz, eles macularam-se e não pu-deram participar da festa (Jo 19:38-43)

    Antes, em13 21:2'> Êxodo 13:21-22, vimos a nuvem que guiava o povo do Se-nhor. É encorajador saber que o mesmo Deus que nos salva e nos guarda também nos guia em nossa jornada. Deus queria guiar a na-ção ao local da sua bênção, mas a descrença deles impediu-o de fazer isso. É provável que a coluna de nu-vem e de fogo simbolize a Palavra de Deus, que é nossa conselheira e guia na vida presente. O Espírito, ao usar a Palavra, guia-nos: "sem-pre [...] de dia [...] e de noite" (v. 16). Seria tolice, na verdade bem perigoso, que o acampamento ou qualquer parte dele se movesse sem a orientação de Deus. Os judeus eram um povo peregrino que vivia em tendas e tinha de estar pronto para mover-se a qualquer momen-to. O versículo 22 deixa claro que a orientação de Deus está além da previsão humana: às vezes, a nu-vem tardava alguns dias; às vezes, um mês; e, às vezes, um ano. Algu-mas vezes, Deus os levava durante o dia e, outras vezes, à noite (v. 21).

    Contudo, isso não fazia diferença, já que Deus os orientava.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 23
    9.1- 14 O suplemento da lei concernente à Páscoa. Todo judeu deveria observá-la, sob pena de ser excluído da comunidade israelita. Elementos da Páscoa: deveriam constar pão asmo, isto é, sem fermento; ervas amargas, como almeirão; e um cordeiro ou cabrito, cujos ossos não deveriam ser quebrados. O cordeiro pascal era a figura do Cordeiro de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, cujos ossos não foram quebrados, e cujo sangue foi vertido na Cruz do Calvário para a nossa redenção. Veja Jo 19:36. • N. Hom. O nono capítulo nos ensina:
    1) A Páscoa era uma lembrança do passado uma realização do presente e uma antecipação do futuro. Assim também é a Ceia do Senhor, que contém o evangelho inteiro;
    2) Os problemas e as dificuldades devem ser levados a Deus em oração, v. 8;
    3) A orientação de Deus deve ser seguida a cada passo, seja no viajar, seja no esperar. O grande principio é: "Segundo o mandado do Senhor", vv. 18, 19, 20, 23; cf. Jo 2:5; Jo 4:0) A vontade divina para nós inclui o "onde" e o "quando", duas coisas que se revelam claramente aos fiéis que obedecem a Deus.

    9.6 Imundos. Os sacerdotes não podiam se aproximar de um morto, a não ser no caso de um parente próximo, Lv 21:1-6.

    9.8 Moisés não tentou estribar-se em sua própria sabedoria que, aliás, era grande: levou o assunto a Deus em oração.

    9.10 O espírito da lei sempre tem mais valor do que a letra. O alvo da Lei é nos pôr em contato eterno com Deus, e Deus não deseja que algum impedimento técnico prive o homem das Suas bênçãos. Com o perverso, Deus se mostra firme e sério, especialmente quando se trata de desprezar as bênçãos que Deus derrama sobre os homens, v. 13. Veja He 6:4-58.

    9.13 Eliminado do seu povo. Se isto parece ser muita severidade para tratar com alguém por faltar a um dever cerimonial religioso, é necessário não se esquecer do significado da Páscoa - o Cordeiro de Deus -, reconhecendo que quem não aceita o meio de salvação indicado pelo próprio Deus já se entregou à perdição, Mc 16:16; Jo 3:16-43, Jo 3:36.

    9:15-23 Este trecho revela a presença d e Deus, e Sua preocupação para com o Seu povo a quem deseja guiar em segurança pelo deserto. • N. Hom. Este trecho, 15-23, nos dá os seguintes ensinamentos sobre nosso Deus:
    1) É um Deus que acampa conosco, seja na forma de uma nuvem, no passado, ou seja pela presença do Santo Espírito, que é o caso nestes séculos depois do dia de Pentecostes;
    2) É um Deus que exige fidelidade e obediência à Sua vontade;
    3) É um Deus que deseja salvar: a nuvem e a coluna se comparam bem à Salvação e à Segurança que Cristo nos concede. Neste mesmo trecho, a Nuvem nos revela:
    1) A amorável onipresença de Deus;
    2) A grandiosidade da Providência divina;
    3) Revela que precisamos da atitude de obediência para recebermos as bênçãos de Deus.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 23

    5) A Páscoa (9:1-14)
    A primeira parte desse capítulo (v. 1-5) antecede o recenseamento do cap. 1 (conforme 1.1), mas é registrado aqui porque uma páscoa suplementar foi celebrada depois do recenseamento (v. 11).
    v. 1. no primeiro mês: abibe (no exílio e depois dele nisã, segundo o nome babilónico), o mês da primavera.

    Com base em Êx 12:25, pode-se ter deduzido que eles deveriam adiar a Páscoa até entrar na terra, mas o povo recebe a informação de que deve celebrá-la no Sinai. Eles não deixaram o Sinai antes do vigésimo dia (10.11). Deveriam celebrá-la de acordo com todas as suas leis e ordenanças (v. 3). Conforme Ex 12.

    Descobriu-se, porém, que algumas pessoas tinham se tornado impuras por terem tocado num cadáver (v. 6), conforme comentário Dt 5:2. Provavelmente eram Misael e Elzafa que enterraram os seus primos Nadabe e Abiú, logo depois da construção do tabernáculo (conforme Lv

    10.4,5). Era natural que viessem falar com Moisés, visto que por meio da ordem dele tinham se tornado impuros. Não havia ordem específica proibindo que os impuros comessem a Páscoa, mas parece que regulamentações como Lv 7:20,21 e 22.3 eram aplicadas de forma generalizada. A situação parecia especialmente difícil. Se eles não celebrassem a Páscoa, seriam eliminados do meio do seu povo (v. 13); se a celebrassem em condição de impureza, receberiam o mesmo castigo (conforme Lv 7:20,21); assim foram falar com Moisés que, por sua vez, consultou o Senhor (v. 6-8; conforme Êx 25:21,22; Js 9:14).

    v. 9-14. A resposta foi que pessoas impuras naquela ocasião teriam permissão para comer a Páscoa no segundo mês. Essa celebração foi chamada pelos judeus de “pequena Páscoa”, e parece ter durado somente um dia. A Páscoa de Ezequias foi no segundo mês (conforme 2Cr 30:2), mas a de Josias não (cf. 2Cr 35:1). Tem-se observado que o v. 10 sugere que ninguém deveria viver fora do país de forma permanente; essas pessoas não puderam celebrar a Páscoa enquanto o templo esteve de pé; depois do ano 70 d.C., não houve mais o cordeiro pascal.

    v. 13. eliminado do meio do seu povo: conforme Gn 17:14; Êx 12:15; Lv 20:3,5,6 etc. A tradição judaica entende — e provavelmente está correta — que isso se refere à morte imposta por Deus, e não por um tribunal humano.

    O estrangeiro residente (v. 14) é o prosélito de Êx 12:48,49.


    6) A nuvem (9:15-23)

    Esses versículos são uma expansão de Êx 40:34-38. A coluna parece ter sido fogo envolto em uma nuvem. Deus fazia que a nuvem fosse proeminente de dia, e o fogo, à noite. Em Êx 16:10, se diz que a glória do Senhor aparecia na nuvem, e em 40.34 a nuvem, cobria a Tenda do Encontro e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. Quando caminhavam, a nuvem ia adiante deles (cf. Êx 13:21,22), mas em 14.19 ficou atrás deles para protegê-los. Quando acampavam, a nuvem ficava acima do tabernáculo (conforme Êx 40.38; Nu 9:15,Nu 9:16; Nu 14:14). Ela não foi tirada durante a peregrinação do deserto (conforme Êx 13.22; Ne 9:19ss), mas parece ter desaparecido depois da conquista da Transjordânia; apareceu temporariamente na consagração do templo (lRs 10—11). A sua partida (Ez 9— 11; 10:18,19) foi espiritual, visível somente aos profetas. A glória de Deus que habitava no meio do seu povo era chamada pelos judeus de Shequiná (v. o artigo de R. A. Stewart “Shekinah”, no NBD).

    v. 15. a tenda que guarda as tábuas da aliança'. conforme 17.7,8; 18.2. A tenda é assim chamada porque as tábuas em que estavam escritos os Dez Mandamentos eram colocadas na arca no Lugar Santíssimo (conforme Êx 25:16; 31:18). A nuvem cobria todo o tabernáculo, e Moisés não pôde entrar porque a nuvem estava sobre o tabernáculo (conforme Êx 40:34,35). Assim, a tenda aqui parece referir-se a todo o tabernáculo; mas a presença do Senhor na nuvem aparecia de forma especial sobre a tampa da arca (conforme Lv 16:2). v. 16. a nuvem o cobria', a maioria das versões antigas acrescenta “de dia”, e a NVI segue essa tradição aqui. A ordem (v. 18,20,23) não era a palavra falada ou escrita, mas a vontade de Deus revelada na nuvem, v 19. os israelitas cumpriam suas responsabilidades para com o Senhor parece melhor do que simplesmente “obedeciam à ordem do senhor” (NTLH). Conforme 1.53.

    v. 22. mais tempo', algumas versões trazem “um ano” (conforme BJ e NTLH). Lit. “dias”, usado

    para denotar um período indefinido (conforme Gn
    4.3), que às vezes equivale a um ano. “Os detalhes do relato (v. 15-23), que está repleto de repetições, têm a intenção de destacar a importância do fato e despertar a consciência não somente para a verdade de que Israel dependia totalmente da condução de Javé, mas também que dependia da graça do seu Deus, que foi assim colocada à disposição dos israelitas durante toda a sua peregrinação” (Keil).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Números Capítulo 5 do versículo 1 até o 10

    II. Primeira Lista Sacerdotal. 5:1 - 10:10.

    Leis sobre a guarda da Páscoa foram datadas de um mês antes de Nu 1:1). Isto se entende quando percebemos que embora fosse observada uma ordem cronológica global, o material foi arrumado e reunido por todos. Racionalmente podemos supor que a obra original estava contida em rolos de pergaminho ou papiro. Tivemos um rolo com o recenseamento e agora nos voltamos para um rolo no qual estão reunidos detalhes cerimoniais adicionais e outros detalhes hieráticos.


    Moody - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 14

    Nu 9:1).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Números Capítulo 9 do versículo 1 até o 14
    f) A primeira Páscoa após a partida do Egito (Nu 9:1-4, afirma-se que o estrangeiro que vivesse entre os israelitas podia também tornar-se israelita. Neste caso, porém, deveria guardar a Páscoa, como qualquer outro dos nascidos em Israel (14). Ver as notas sobre Êx 22:21 e Dt 1:16. Para ser objeto das bênçãos de Deus não importava o nascimento. Bastava amá-Lo, pertencer ao Seu Povo, considerá-lo regenerador do pecado, através dum sinal de fé, que nesse tempo era a circuncisão (Rm 4:11).

    Dicionário

    Assim

    advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
    Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
    Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
    Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
    conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
    Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
    locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
    locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
    expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
    Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
    Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
    Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

    Catorze

    numeral Treze mais um; quatorze.
    substantivo masculino Designação ou representação desse número (14).
    adjetivo Que ocupa a décima quarta posição numa série: livro catorze.
    Etimologia (origem da palavra catorze). Do latim "quattuordecim", quatorze, catorze.

    Celebrar

    verbo transitivo direto Enaltecer; proclamar louvores: o padre celebrava os milagres de Cristo.
    Religião Realizar uma celebração, uma missa: o bispo celebrará a Semana Santa em Diamantina.
    Promover; fazer uma solenidade; produzir uma festividade de teor pomposo: celebrar um contrato, uma empresa.
    Comemorar; exaltar algo ou alguém; receber de modo festivo: o povo celebrou as eleições democráticas.
    verbo intransitivo Pouco usual. Dizer a missa: estamos aqui para celebrar.
    Etimologia (origem da palavra celebrar). Do latim celebrare.

    solenizar, festejar, comemorar, rememorar. – Consideram-se aqui estes vocábulos na acepção que lhes é comum, de indicar o modo de render homenagem a qualquer pessoa ou acontecimento. – Festejar (do latim festus “alegre”) é, dos três primeiros verbos deste grupo, o único que claramente encerra a ideia de festa, de alegria. É com hinos de louvor e de alegria que a Igreja católica festeja um santo; é com danças e divertimentos que o povo festeja S. João, S. Pedro e S. Antônio. – Celebrar e solenizar dizem-se tanto dos acontecimentos alegres como dos tristes, como dos grandiosos. – Celebrar encerra duas ideias principais: a de ser grande o número de pessoas que concorrem e a do aparato da festa ou da cerimônia celebrada. O padre celebra a missa; celebram-se exéquias; celebra-se um aniversário com grandes festejos. – Solenizar é celebrar com pompa extraordinária, e a fim de bem gravar no espírito a lembrança do acontecimento que se soleniza, quer seja atual, quer passado. (Bruns.). – Comemorar é “celebrar festa solene que recorde algum sucesso, acontecimento, época extraordinária na vida de uma nação ou uma família”. – Rememorar é “repetir uma comemoração, recordar outra vez uma data ou acontecimento”.

    Celebrar Festejar; comemorar; realizar com solenidade (Sl 98:4); (Mt 22:2); 26.18).

    Conforme

    adjetivo Que possui a forma semelhante; que possui a mesma forma: vestidos conformes.
    Que se assemelha; semelhante: o projeto está conforme com o modelo.
    Em que há conformidade; concordante: pontos de vista conforme.
    Na medida certa; nos termos exatos: o documento está conforme.
    Ajustado às particularidades de alguém ou ao valor de alguma coisa; condigno: uma medicação conforme à doença; um representante conforme ao dono.
    Que está de acordo com: estar conforme com uma oferta de salário.
    Que é conformado; que se resigna; resignado está conforme ao medo.
    conjunção Que estabelece uma relação de acordante com; segundo: foi um mal-entendido, conforme se observou.
    [Brasil] No instante em que: conforme o vento passava, as árvores caiam.
    À medida que: conforme os convidados iam chegando, os atores escondiam-se.
    preposição Que estabelece uma relação acordante com; segundo: realizou o trabalho conforme o projeto.
    De maneira proporcional a; proporcionalmente: o valor foi cobrado conforme a tabela.
    Etimologia (origem da palavra conforme). Do latim conformis.e.

    segundo. – “Estas duas palavras – diz Roq. – não são frases adverbiais como quer o autor dos sinônimos (refere-se a fr. F. de S. Luiz): são, sim, advérbios, ou Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 309 antes preposições, que correspondem à latina secundum; e com elas explica-se a conformidade de uma coisa com outra. Conforme, no entanto, supõe a coisa mais exata e indispensável; e segundo supõe-na menos absoluta, ou mais voluntária. – Dou-o conforme o recebi; fica conforme estava (isto é: exatamente como estava, ou como me tinham dado). João vive segundo lhe dita seu capricho; fala segundo lhe dá na cabeça. – Nos dois primeiros exemplos não se pode usar da voz segundo, porque não explicaria uma conformidade tão absoluta e exata, como exige aquela ideia; nem nos segundos se pode usar com propriedade da voz conforme, porque daria à ideia uma conformidade demasiado exata, e menos livre e voluntária, do que se quer dar a entender. – Esta diferença se faz mais perceptível quando a conformidade, que se quer explicar com a proposição, se apoia só numa probabilidade ou numa opinião; pois em tal caso se vê claramente a impropriedade do uso da preposição conforme, que nunca pode explicar uma conformidade duvidosa, sem uma notável impropriedade. – É verdade, segundo dizem; chove, segundo creio (e não: é verdade, conforme dizem; chove, conforme creio).” – Dos mesmos vocábulos havia dito fr. F. de S. Luiz: “São frases adverbiais, que exprimem uma relação de conformidade, conveniência, congruência, etc.; mas conforme é mais próprio para exprimir a rigorosa conformidade; segundo, para exprimir a conveniência, congruência, etc. O escultor deve fazer a estátua conforme o modelo que se lhe dá; e ampliar ou estreitar as dimensões, segundo o local em que há de ser colocada (as formas devem ser idênticas às do modelo; as dimensões devem ser convenientes ao local). O homem de juízo obra segundo as circunstâncias, e a conjunção das coisas; mas sempre conforme as máximas da razão e da sã moral (quer dizer: as ações do homem de juízo devem ter uma relação de perfeita conformidade com as regras da moral, e uma relação de justa congruência com as circunstâncias dos tempos e das coisas). Deus há de julgar os homens conforme os invariáveis princípios da sua eterna justiça, e segundo as boas, ou más ações, que eles tiverem praticado durante a sua vida, etc.”

    Deserto

    substantivo masculino Região árida, coberta por um manto de areia, com um índice anual de baixíssima precipitação de água, caracterizada pela escassez de vegetação, dias muito quentes, noites muito frias, e ventos muito fortes.
    [Biologia] Bioma com essas características, definido pela falta de diversidade de flora e fauna, baixíssimo índice de precipitação de água, calor exagerado, dias quentes e noites frias etc.
    Características dos lugares ermos, desabitados, sem pessoas.
    Ausência completa de alguma coisa; solidão: minha vida é um deserto de alegria.
    adjetivo Que é desabitado: ilha deserta.
    Pouco frequentado; vazio: rua deserta.
    De caráter solitário; abandonado.
    expressão Pregar no deserto. Falar algo para alguém.
    Etimologia (origem da palavra deserto). Do latim desertum.

    A simples idéia de deserto, significando uma vasta extensão de areia, sem árvores e água, não se deve ligar à palavra, conforme empregada na Bíblia. os israelitas não tinham conhecimento de semelhante deserto, quer nas viagens, quer na sua existência fixa. Nos livros históricos da Bíblia, a palavra ‘deserto’ significa o vale do Jordão, o do mar Morto, e aquela região que fica ao sul do mar Morto. Nestes sítios, nos dias de prosperidade da Palestina, crescia a palmeira, o bálsamo, a cana-de-açúcar, podendo admirar-se ali uma forte e bela vegetação. Nos livros proféticos e poéticos o deserto tem já a significação de território seco pela ação do excessivo calor, ainda que, no livro de Ez 47:8, se compreende o vale do Jordão. A palavra traduzida por ‘deserto’ em Êx 3:1 – 5.3 – 19.2, e em Nm 33:16, teria melhor versão, dizendo-se ‘terra de pasto’. os israelitas levavam consigo rebanhos e manadas durante todo o tempo da sua passagem para a Terra da Promissão. A mesma significação em 24:5, is 21:1, Jr 25:24.

    solitário, despovoado, ermo, desabitado. – Dizemos – paragens desertas – para exprimir que estão como abandonadas; e dizemos – paragens ermas – para significar que, além de abandonadas, são paragens sombrias, onde a quietude e o desolamento nos apertam a alma. – Estância solitária é aquela que não é procurada, ou frequentada pelos homens. Pode admitir-se até no meio da cidade uma habitação solitária ou deserta; não – erma, pois que esta palavra sugere ideia de afastamento, desolação. – Despovoado e desabitado dizem propriamente “sem moradores”, sem mais ideia acessória. Quando muito, dizemos que é ou está despovoado o lugar “onde não há povoação”; e desabitado o lugar “que não é habitualmente frequentado”.

    ermo, solidão (soidão, soledade), retiro, isolamento (desolamento), recanto, descampado. – Deserto é “o lugar despovoado, sem cultura, como abandonado da ação ou do bulício humano”. – Ermo acrescenta à noção de deserto a ideia de silêncio, tristeza e desolamento. Uma família, uma multidão pode ir viver no deserto; o anacoreta fica no seu ermo. – Solidão é “o lugar afastado do mundo, e onde se pode ficar só, como separado dos outros homens”. – Soidão é forma sincopada de solidão; mas parece acrescentar a esta a ideia de desamparo, do horror que causa o abismo, a solidão temerosa. Entre solidão e soledade há diferença que se não pode esquecer. Antes de tudo, soledade é mais propriamente a qualidade do que está só, do solitário, do que lugar ermo. Tomando-a, no entanto, como lugar ermo, a soledade sugere ideia da tristeza, da pena, da saudade com que se está na solidão. Dizemos, por exemplo – “a soledade da jovem viúva” – (caso em que não se aplicaria solidão, pelo menos nem sempre). – Retiro é “o lugar afastado onde alguém se recolhe e como se refugia do ruído e agitação do mundo”. – Isolamento é o lugar onde se fica separado da coletividade, fora de relações com os outros homens. A mesma diferença que notamos entre solidão e soledade pode assinalar-se entre isolamento e desolamento. No seu isolamento nem sempre se há de alguém sentir desolado (isto é – só, abandonado em sua mágoa); assim como nem sempre no seu desolamento há de estar de todo isolado (isto é – afastado dos outros homens). – Recanto é “o sítio retirado, fora das vistas de todos, longe do movimento geral da estância de que o recanto é uma parte quase oculta e escusa”. – Descampado significa “paragem, mais ou menos extensa, ampla, aberta, despovoada e inculta”. Propriamente só de deserto, solidão e ermo é que pode ser considerado como sinônimo. 350 Rocha Pombo

    Deserto Terras extensas e secas, com poucas árvores e pouco capim, onde não mora ninguém. Nessas terras vivem animais ferozes (24:5); (Mt 3:1). Equivale mais ou menos a “sertão”.

    Deserto Local pouco habitado, formado por rochas calcáreas e não por areia (Lc 15:4). Foi nas proximidades do deserto da Judéia que João Batista pregou. Jesus identificou-o como morada dos demônios (Mt 12:43) e nele experimentou as tentações (Mt 4:1ss.). Às vezes, Jesus refugiava-se no deserto em busca de solidão (Mc 1:35.45; Lc 4:42; 5,16; 6,32,35) e nele alimentou as multidões (Mt 14:13-21; Mc 6:32-44; Lc 9:10-17).

    Dia

    Entre os índios e em geral no Oriente, a palavra que trasladamos por dia tem uma significação primitiva, que corresponde exatamente ao termo caldeu sare, revolução.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O Velho Testamento

    [...] todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 58

    [...] cada dia é um ramo de bênçãos que o Senhor nos concede para nosso aperfeiçoamento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No livro da existência, cada dia é uma página em branco que confiarás ao tempo, gravada com teus atos, palavras e pensamentos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é nova oportunidade de orar, de servir e semear. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é desafio sereno da Natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é a oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação falamos seguidamente de nós, perdendo-lhe o valor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é oportunidade de realizar o melhor. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Diante do tempo

    O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41

    [...] Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 31

    [...] O dia constitui o ensejo de concretizar as intenções que a matinal vigília nos sugere e que à noite balanceamos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6


    Dia O oposto à noite, à qual segue (Lc 21:37; Jo 9:4). Também espaço temporal de 24 horas. Os romanos contavam o dia de meia-noite a meia-noite — prática que perdura entre nós —, enquanto os judeus contemporâneos de Jesus iniciavam o dia com o surgimento da lua, concluindo-o no dia seguinte pela tarde. Para designar um dia completo, costumava-se empregar a expressão “noite e dia” (Mc 4:27; 5,5; Lc 2:37).

    Dia
    1) Período de 24 horas (Rm 8:36;
    v. HORAS).


    2) Tempo em que a terra está clara (Rm 13:12).


    3) O tempo de vida (Ex 20:12).


    4) Tempos (Fp 5:16, plural).


    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    o ‘calor do dia’ (Mt 20:12) significa o tempo das nove horas, quando no oriente o sol resplandece vivamente no Céu. ‘Pela viração do dia’ (Gn 3:8) é justamente antes do sol posto. Antes do cativeiro, os judeus dividiam a noite em três vigílias: a primeira vigília durava até à meia-noite (Lm 2:19), a média ia da meia-noite até ao cantar do galo (Jz 7:19), e a da manhã prolongava-se até ao nascer do sol (Êx 14:24). No N.T., porém, há referências a quatro vigílias, divisão que os judeus receberam dos gregos e romanos: a primeira desde o crepúsculo até às nove horas (Mc 11:11Jo 20:19) – a segunda, desde as nove horas até à meia-noite (Mc 13:35) – a terceira, desde a meia-noite até às três da manhã (Mc 13:35) – e a quarta, desde as três horas até ao romper do dia (Jo 18:28). o dia achava-se dividido em doze partes (Jo 11:9). A hora terceira, a sexta, e a nona, eram consagradas à oração (Dn 6:10, At 2:15, e 3.1). Parte de um dia era equivalente nos cálculos ao dia todo (Mt 12:40). os judeus não tinham nomes especiais para os dias da semana, mas contavam-nos desde o sábado. Usa-se, também, a palavra ‘dia’, como significando dia de festa (os 7:5), e dia de ruína (18:20, e os 1:11). Deve ser notado que no cálculo da duração de um reinado, por exemplo, conta-se uma pequena parte do ano por um ano completo. E assim se um rei subia ao trono no último dia do ano, o dia seguinte era o princípio do segundo ano do seu reinado. (*veja Cronologia, Tempo, Ano.)

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    Então

    advérbio Agora ou naquela circunstância: acabei então de perceber que havia sido enganada!
    Em determinada situação; nessa circunstância: o chefe está bem-humorado, então não há discussão.
    Numa situação futura; num momento afastado do presente: você precisa se casar, então irá entender do que estou falando.
    interjeição Que demonstra espanto; em que há admiração: então, você se casou?
    Que se utiliza para animar (alguém): então, força!
    substantivo masculino Período de tempo que passou: numa lembrança de então, recordou-se da juventude.
    Etimologia (origem da palavra então). Do latim in + tunc/ naquele momento.

    Filhós

    substantivo masculino e feminino [Popular] Filhó. (Pl.: filhoses.).

    Israel

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

    Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


    Israel [O Que Luta com Deus] -

    1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

    2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

    3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
    v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

    4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

    Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

    Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

    Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Moisés

    Moisés Líder escolhido por Deus para libertar os israelitas da escravidão do Egito (Exo 2—18), para fazer ALIANÇA 1, com eles (Exo 19—24), para torná-los povo de Deus e nação independente (Exo 25—) (Num
    36) e para prepará-los a fim de entrarem na terra de Canaã (Deu 1—33). Nasceu de pais israelitas, mas foi adotado pela filha do faraó do Egito, onde foi educado (Ex 2:1-10); (At 7:22). Após colocar-se ao lado de seu povo e matar um egípcio, fugiu para MIDIÃ 2, onde se casou com Zípora (Ex 2:11-22) Passados 40 anos, Deus o chamou e o pôs como líder da libertação do povo de Israel (Exo
    3) Por mais 40 anos Moisés cumpriu o mandado de Deus e morreu às portas da terra de Canaã, no monte NEBO (Dt 34). Alguns estudiosos colocam a data da morte de Moisés em torno de 1440 a.C., e outros a colocam por volta de 1225 a.C., dependendo da posição sob

    Moisés Levita da casa de Amram (Ex 6:18.20), filho de Jocabed. Conforme o Antigo Testamento, deveria ser morto como conseqüência do decreto genocida do faraó (provavelmente Tutmósis 3, embora outros apontem Ramsés II) que ordenara a morte dos meninos israelitas. Deixado nas águas do Nilo por sua mãe, foi recolhido por uma irmã do faraó, que o educou (Êx 2). Após matar um egípcio que maltratava alguns israelitas, precisou exilar-se, indo viver na terra de Madiã (Ex 2:11-15). Nesse local foi pastor, teve esposa e filhos e recebeu uma revelação de Deus, que o enviava ao Egito para libertar Israel (Êx 3). Retornou então e, em companhia de seu irmão Aarão, tentou convencer o faraó (possivelmente Amenotep II, Menreptá, segundo outros) para que deixasse o povo sair. O fato aconteceu somente depois de uma série de pragas, especialmente após a última em que morreu seu primogênito (Êx 5:13). A perseguição que o monarca egípcio empreendeu teve um final desastroso no mar dos Juncos. A marcha de Israel pelo deserto levou-o até o Sinai, onde Moisés recebeu os Dez mandamentos, assim como um código de leis para regerem a vida do povo (Ex 20:32-34). Conforme o Talmude, foi também quando receberam a lei oral. A falta de fé do povo — manifestada na adoração de uma imagem em forma de bezerro enquanto Moisés estava no monte — malograria logo mais a entrada na Terra Prometida. Moisés morreu sem entrar nela e o mesmo sucedeu com a geração libertada do Egito, exceto Josué e Caleb.

    A figura de Moisés é de uma enorme importância e a ele se atribui a formação de um povo cuja vida centrar-se-ia no futuro, certamente com altos e baixos, mas em torno do monoteísmo.

    O judaísmo da época de Jesus considerava-o autor da Torá (Mt 22:24; Mc 7:10; 10,3ss.) e mestre de Israel (Mt 8:4; 23,2; Jo 7:22ss.). Jesus atribui-lhe uma clara importância quando se apresentou como messias (Jo 5:39-47). Lamentou que seu papel tivesse sido usurpado pelos escribas (Mt 23:2ss.) e que muitos citassem Moisés como excusa para sua incredulidade (Jo 7:28ss.). Jesus considerou-se superior a Moisés, a cuja Lei deu uma nova interpretação (Mt 5:17- 48). Essa visão — confirmada pela narrativa da Transfiguração (Mt 17:3) — aparece também no cristianismo posterior (Jo 1:17.45).

    J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y...; f. f. Bruce, Acts...; C. Vidal Manzanares, El Hijo de Ra, Barcelona 1992; Idem, El judeo-cristianismo...


    substantivo masculino Espécie de cesta acolchoada que serve de berço portátil para recém-nascidos; alcofa.
    Religião Profeta que, para cristãos e judeus, foi responsável pela escritura dos dez mandamentos e dos cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), sendo a junção destes o livro sagrado dos Judeus (a Torá ou Tora); nesta acepção, usar com letras maiúsculas.
    Etimologia (origem da palavra moisés). Do nome próprio Moisés, do hebraico "Moshe", talvez do termo egípcio "mesu",.

    Moisés era filho de Anrão (da tribo de Levi) e Joquebede; era irmão de Arão e Miriã. Nasceu durante os terríveis anos em que os egípcios decretaram que todos os bebês do sexo masculino fossem mortos ao nascer. Seus pais o esconderam em casa e depois o colocaram no meio da vegetação, na margem do rio Nilo, dentro de um cesto de junco. A descoberta daquela criança pela princesa, filha de Faraó, foi providencial e ela salvou a vida do menino. Seu nome, que significa “aquele que tira” é um lembrete desse começo obscuro, quando sua mãe adotiva lhe disse: “Eu o tirei das águas”.

    Mais tarde, o Senhor o chamou para ser líder, por meio do qual falaria com Faraó, tiraria seu povo do Egito e o levaria à Terra Prometida. No processo desses eventos 1srael sofreu uma transformação, pois deixou de ser escravo de Faraó para ser o povo de Deus. Os israelitas formaram uma comunidade, mais conhecida como o povo da aliança, estabelecida pela graça e pela soberania de Deus (veja Aliança).

    O Antigo Testamento associa Moisés com a aliança, a teocracia e a revelação no monte Sinai. O grande legislador foi o mediador da aliança mosaica [do Sinai] (Ex 19:3-8; Ex 20:18-19). Esse pacto foi uma administração da graça e das promessas, pelas quais o Senhor consagrou um povo a si mesmo por meio da promulgação da Lei divina. Deus tratou com seu povo com graça, deu suas promessas a todos que confiavam nele e os consagrou, para viverem suas vidas de acordo com sua santa Lei. A administração da aliança era uma expressão concreta do reino de Deus. O Senhor estava presente com seu povo e estendeu seu governo especial sobre ele. A essência da aliança é a promessa: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (Ex 6:7; Dt 29:13; Ez 11:20).

    Moisés foi exaltado por meio de sua comunhão especial com o Senhor (Nm 12:68; Dt 34:10-12). Quando Arão e Miriã reclamaram contra a posição privilegiada que ele ocupava, como mediador entre Yahweh e Israel, ele nada respondeu às acusações (Nm 12:3). Pelo contrário, foi o Senhor quem se empenhou em defender seu servo (Nm 12:6-8).

    O Senhor confirmou a autoridade de Moisés como seu escolhido, um veículo de comunicação: “A ele me farei conhecer... falarei com ele...” (v. 6; veja Dt 18:18). Separou-o como “seu servo” (Ex 14:31; Dt 34:5; Js 1:1-2) — uma comunhão de grande confiança e amizade entre um superior e um subalterno. Moisés, de maneira sublime, permaneceu como servo de Deus, mesmo depois de sua morte; serviu como “cabeça” da administração da aliança até o advento da Nova aliança no Senhor Jesus Cristo (Nm 12:7; veja Hb 3:2-5). De acordo com este epitáfio profético de seu ministério, Moisés ocupou um lugar único como amigo de Deus. Experimentou o privilégio da comunhão íntima com o Senhor: “E o Senhor falava com Moisés” (Ex 33:9).

    A diferença fundamental entre Moisés e os outros profetas que vieram depois dele está na maneira direta pela qual Deus falava com este seu servo. Ele foi o primeiro a receber, escrever e ensinar a revelação do Senhor. Essa mensagem estendeu-se por todos os aspectos da vida, inclusive as leis sobre santidade, pureza, rituais, vida familiar, trabalho e sociedade. Por meio de Moisés, o Senhor planejou moldar Israel numa “comunidade separada”. A revelação de Deus os tornaria imunes às práticas detestáveis dos povos pagãos, inclusive a adivinhação e a magia. Esta palavra, dada pelo poder do Espírito, transformaria Israel num filho maduro.

    A posição e a revelação de Moisés prefiguravam a posição única de Jesus. O grande legislador serviu ao reino de Deus como um “servo fiel” (Hb 3:2-5), enquanto Cristo é “o Filho de Deus” encarnado: “Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa” (Hb 3:6). Moisés, como o Senhor Jesus, confirmou a revelação de Deus por meio de sinais e maravilhas (Dt 34:12; veja também Ex 7:14-11:8; 14:5 a 15:21).

    Embora Moisés ainda não conhecesse a revelação de Deus em Cristo, viu a “glória” do Senhor (Ex 34:29-35). O apóstolo Paulo confirmou a graça de Deus na aliança mosaica quando escreveu à igreja em Roma: “São israelitas. Pertencem-lhes a adoção de filhos, a glória, as alianças, a lei, o culto e as promessas. Deles são os patriarcas, e deles descende Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9:4-5)

    Moisés, o maior de todos os profetas antes da encarnação de Jesus, falou sobre o ministério de outro profeta (Dt 18:15-22). Foi testemunha de Deus para Israel de que um cumprimento ainda maior os aguardava: “Moisés, na verdade, foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar” (Hb 3:5). A natureza desse futuro não era nada menos do que o resto que viria (Hb 4:1-13) em Cristo, por causa de quem Moisés também sofreu (Hb 11:26).

    A esperança escatológica da revelação mosaica não é nada menos do que a presença de Deus no meio de seu povo. A escatologia de Israel começa com as alianças do Senhor com Abraão e Israel. Moisés — o servo de Deus, o intercessor, o mediador da aliança — apontava para além de sua administração, para uma época de descanso. Ele falou sobre este direito e ordenou que todos os membros da comunidade da aliança ansiassem pelo descanso vindouro na celebração do sábado (heb. “descanso”), o sinal da aliança (Ex 31:14-17) e da consagração de Israel a uma missão sagrada (Ex 31:13), a fim de serem abençoados com todos os dons de Deus na criação (Dt 26:18-19; Dt 28:3-14). Moisés percebeu dolorosamente que o povo não entraria naquele descanso, devido à sua desobediência e rebelião (Dt 4:21-25). Ainda assim, falou sobre uma nova dispensação, aberta pela graça de Deus, da liberdade e da fidelidade (Dt 4:29-31; Dt 30:5-10: 32:39-43). Ele olhou para o futuro, para uma época de paz, tranqüilidade e plena alegria na presença de Deus, de bênção e proteção na Terra Prometida (Dt 12:9-10; Dt 25:19; Ex 33:14; Js 1:13).

    Essa esperança, fundamentada na fidelidade de Deus (Dt 4:31), é expressa mais claramente no testemunho final de Moisés, “o Hino do Testemunho” (Dt 32). Nele, o grande legislador recitou os atos do amor de Deus em favor de Israel (vv.1-14), advertiu contra a rebelião e o sofrimento que isso acarretaria (vv.15-35) e confortou os piedosos com a esperança da vingança do Senhor sobre os inimigos e o livramento do remanescente de Israel e das nações (vv. 36-43). Fez até uma alusão à grandeza do amor de Deus pelos gentios! (vv. 36-43; Rm 15:10).

    O significado escatológico do Hino de Moisés reverbera nas mensagens proféticas de juízo e de esperança, justiça e misericórdia, exclusão e inclusão, vingança e livramento. A administração mosaica, portanto, nunca tencionou ser um fim em si mesma. Era apenas um estágio na progressão do cumprimento da promessa, aliás, um estágio importantíssimo!

    Como precursor da tradição profética, Moisés viu mais da revelação da glória de Deus do que qualquer outro homem no Antigo testamento (Ex 33:18; Ex 34:29-35). Falou sob a autoridade de Deus. Qualquer um que o questionasse desafiava a autoridade do Senhor. Israel encontrava conforto, graça e bênção, porque em Moisés se reuniam os papéis de mediador da aliança e intercessor (Ex 32:1-34:10; Nm 14:13-25). Ele orou por Israel, falou ousadamente como seu advogado diante do Senhor e encorajou o povo a olhar além dele, próprio, para Deus (veja Profetas e Profecias). W.A.VG.


    Salvo das águas. (Êx 2:10) – mais provavelmente, porém, é termo egípcio, significando filho, criança. Foi o grande legislador dos hebreus, filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi. Ele nasceu precisamente no tempo em que o Faraó do Egito tinha resolvido mandar matar todas as crianças recém-nascidas do sexo masculino, pertencentes à família israelita (Êx 2:1-4 – 6.20 – At 7:20Hb 11:23). A sua mãe colocou-o num ‘cesto de junco’, à borda do Nilo. A filha de Faraó, que o salvou, deu-lhe o nome de Moisés, e educou-o como seu filho adotivo, de maneira que pôde ele ser instruído em toda a ciência dos egípcios (Êx 2:5-10At 7:21-22). Quando depois é mencionado, já ele era homem. Vendo que um israelita recebia bastonadas de um egípcio, e julgando que ninguém o via, matou o egípcio e enterrou o cadáver na areia. Mas alguém tinha observado o ato, e Moisés, sabendo disto, fugiu para a terra de Midiã, onde casou com Zípora, filha de Jetro, chefe ou sacerdote das tribos midianitas, tornando-se pastor dos rebanhos de seu sogro (Êx 2:11-21At 7:29). Foi no retiro e simplicidade da sua vida de pastor que Moisés recebeu de Deus a ordem de ir livrar os filhos de israel. Resolveu, então, voltar para o Egito, acompanhando-o sua mulher e os seus dois filhos – mas não tardou muito que ele os mandasse para a casa de Jetro, permanecendo eles ali até que tornaram a unir-se em Refidim, quando ele estava à frente da multidão dos israelitas. Pouco depois de se ter separado da mulher e dos filhos, encontrou Arão que, em negociações posteriores, foi o orador, visto como Moisés era tardo na fala (Êx 4:18-31). A ofensa de Moisés em Meribá foi três vezes repetida (Nm 20:1-13 – 27,14) – não acreditava que a água pudesse sair da rocha por simples palavras – então, desnecessariamente, feriu a rocha duas vezes, revelando com isto uma impaciência indesculpável – não atribuiu a glória do milagre inteiramente a Deus, mas antes a si próprio e a seu irmão: ‘porventura faremos sair água desta rocha?’ Faleceu quando tinha 120 anos de idade, depois de lhe ter mostrado o Senhor, do cume do monte Nebo, na cordilheira de Pisga, a Terra Prometida, na sua grande extensão. Este ‘ o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor – e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura’ (Dt 34:6). o único traço forte do seu caráter, que em toda a confiança podemos apresentar, acha-se em Nm 12:3: ‘Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.’ A palavra ‘manso’ não exprime bem o sentido – a idéia que a palavra hebraica nos dá é, antes, a de ser ele ‘muito sofredor e desinteressado’. Ele juntou-se aos seus compatriotas, vivendo eles a mais terrível escravidão (Êx 2:11 – 5,4) – ele esqueceu-se de si próprio, para vingar as iniqüidade de que eram vítimas os hebreus (Êx 2:14) – quis que seu irmão tomasse a direção dos atos libertadores em lugar de ele próprio (Êx4,13) -além disso, desejava que toda a gente hebréia recebesse dons semelhantes aos dele (Nm 11:29). Quando lhe foi feito o oferecimento de ser destruído o povo, podendo ele ser depois a origem de uma grande nação (Êx 32:10), pediu, na sua oração a Deus, que fosse perdoado o pecado dos israelitas, ‘ae não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste’ (Êx 32:32). (A respeito da conduta de Moisés na sua qualidade de libertador e legislador dos israelitas, vejam-se os artigos: Lei, Faraó, Pragas (as dez), Mar Vermelho, etc.)

    Mês

    substantivo masculino Cada uma das 12 partes em que está dividido o ano civil.
    Período de 30 dias, contados um após o outro: mês de férias.
    Pagamento que se faz mensalmente; salário: hoje acerto seu mês.
    Período de tempo entre uma data específica num mês que corresponde à mesma data no mês seguinte: de 24 de abril à 24 de maio, conta-se um mês!
    [Popular] Período do mês em que se está menstruada; menstruação.
    Mês Anomalístico. Período de tempo que a Lua leva para concluir sua órbita completa, partindo do periastro, em média de 27 dias, 13h 18min 33,1s.
    Etimologia (origem da palavra mês). Do latim mensis.is.

    Desde o tempo da Lei Mosaica o mêsentre os judeus era lunar sendo decidido que começasse por ocasião da lua nova. Abibe, o mês das ‘espigas de trigo’, era o primeiro mês do ano em comemoração do Êxodo (Êx 12:2) – e certamente a Páscoa caía neste mês. Abibe corresponde, em parte, ao nosso abril. Vejam-se os nomes dos diversos meses.

    Mês O mês dos israelitas era lunar, tendo 29 ou 30 dias, e começava com a lua nova (Nu 28:14). V. CALENDÁRIO.

    Mês 1. Mês lunar de, alternativamente, vinte e nove e trinta dias. Era designado por seu nome (os evangelhos não citam seus nomes) e por seu número, começando por nisã (março-abril).

    2. Festa religiosa.


    Ordenar

    verbo transitivo direto e bitransitivo Arrumar, dispor, colocar em ordem: ordenar os livros nas prateleiras; ordenava aos pares os livros.
    Dispor harmoniosamente; organizar: ordenou seus DVDs por cores; ordenava por tamanho os seus sapatos.
    verbo transitivo direto , bitransitivo e intransitivo Determinar, dar uma ordem: ordenou castigos; ordenou penas aos condenados; trabalhava ordenando.
    verbo transitivo direto e pronominal Religião Segundo o catolicismo, conferir ordens sacras: ordenar os coroinhas; ordenou-se padre.
    verbo transitivo indireto Resolver fazer alguma coisa; impor uma determinação.
    expressão [Matemática] Ordenar um polinômio. Escrever seus termos numa forma tal que as potências de uma letra particular fiquem numa ordem crescente ou decrescente.
    Etimologia (origem da palavra ordenar). Do latim ordinare.

    Ordenar
    1) Pôr em ordem (Gn 14:8)

    2) Dar ordem (Mt 15:4).

    Primeiro

    adjetivo Que precede os outros no tempo, no lugar e na ordem.
    O melhor, o mais notável: primeiro aluno da classe.
    Que é indispensável; urgente: primeiras necessidades.
    Noção básica; rudimentar: adquirir primeiros conhecimentos.
    Através do qual algo se inicia; inicial: primeiro dia de trabalho.
    Diz-se de um título ligado a certos cargos: primeiro médico do rei.
    [Filosofia] Causa que seria a origem do encadeamento de causas e efeitos, isto é, de todo o universo; causa primeira.
    advérbio Anterior a qualquer outra coisa; primeiramente.
    substantivo masculino Algo ou alguém que está à frente dos demais.
    numeral Numa sequência, o número inicial; um.
    Etimologia (origem da palavra primeiro). Do latim primarius.a.um.

    adjetivo Que precede os outros no tempo, no lugar e na ordem.
    O melhor, o mais notável: primeiro aluno da classe.
    Que é indispensável; urgente: primeiras necessidades.
    Noção básica; rudimentar: adquirir primeiros conhecimentos.
    Através do qual algo se inicia; inicial: primeiro dia de trabalho.
    Diz-se de um título ligado a certos cargos: primeiro médico do rei.
    [Filosofia] Causa que seria a origem do encadeamento de causas e efeitos, isto é, de todo o universo; causa primeira.
    advérbio Anterior a qualquer outra coisa; primeiramente.
    substantivo masculino Algo ou alguém que está à frente dos demais.
    numeral Numa sequência, o número inicial; um.
    Etimologia (origem da palavra primeiro). Do latim primarius.a.um.

    primário, primitivo, primevo, primordial. – Segundo Lac. – primeiro é, em geral, o ser que está ou se considera à frente de uma série deles; é o que precede a todos em alguma das diferentes circunstân- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 455 cias de tempo, lugar, dignidade, etc. – Primitivo é o primeiro ser de uma série com relação aos seus diferentes estados, ou com relação a outros seres que daquele se derivaram. – Primevo (como se vê da própria formação do vocábulo) refere-se ao que é da primeira idade, ou das primeiras idades. D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal. A disciplina que se observava nos primeiros séculos da Igreja chama-se disciplina primitiva. As leis por que se regia um povo nos primeiros tempos da sua organização social chamam-se ao depois lei primevas. – Entre primeiro e primário há uma distinção essencial que se pode marcar assim: o primeiro está em primeiro lugar, ou está antes de todos na série; marca, portanto, apenas lugar na ordem, e é por isso mesmo que quase normalmente reclama um completivo: F. é o primeiro na classe; os primeiros homens; o primeiro no seu tempo; o primeiro a falar. Enquanto que primário marca também o que vem antes de todos, o que está em primeiro lugar, mas com relação aos atributos, ou ao modo de ser dos vários indivíduos que formam a série ou que entram na ordem: diz, portanto, primário – “o mais simples, aquele pelo qual se começa”. Ensino primário; noções primárias. – Primordial refere-se à época que precede a uma outra época e que se considera como origem desta. Período geológico primordial é o que precede ao primitivo. Neste já se encontram organismos: o primordial é azoico.

    Páscoa

    Páscoa A primeira das três festas de peregrinação que os judeus celebravam anualmente. Começava na véspera do dia 15 de Nisã e durava sete dias. Comemorava — e ainda comemora — o êxodo ou saída de Israel da escravidão do Egito, com ritos especiais como a proibição de se consumir pão fermentado no decorrer da festa. Também se celebrava a refeição pascal conhecida como seder pesah. Na sua celebração, está o fundamento da Eucaristia cristã.

    Y. Kaufmann, o. c.; L. Deiss, La Cena...; C. Shepherd, Jewish...; J. Barylko, Celebraciones...


    Páscoa Festa em que os israelitas comemoram a libertação dos seus antepassados da escravidão no Egito (Ex 12:1-20; Mc 14:12). Cai no dia 14 de NISÃ (mais ou menos 1 de abril). Em hebraico o nome dessa festa é Pessach. A FESTA DOS PÃES ASMOS era um prolongamento da Páscoa (Dt 16:1-8).

    É a festa instituída em lembrança da morte dos primogênitos do Egito e da libertação dos israelitas. o seu nome deriva de uma palavra hebraica, que significa a passagem do anjo exterminador, sendo poupadas as habitações dos israelitas, cujas portas tinham sido aspergidas com o sangue do cordeiro pascal (Êx 12:11-27). Chama-se ‘a Páscoa do Senhor’ (Êx 12:11-27) – a ‘festa dos pães asmos’ (Lv 23:6Lc 22:1) – os ‘dias dos pães asmos’ (At 12:3 – 20.6). A palavra Páscoa é aplicada não somente à festa no seu todo, mas também ao cordeiro pascal, e à refeição preparada para essa ocasião solene (Lc 22:7 – 1 Co 5.7 – Mt 26:18-19Hb 11:28). Na sua instituição, a maneira de observar a Páscoa era da seguinte forma: o mês da saída do Egito (nisã-abibe) devia ser o primeiro mês do ano sagrado ou eclesiástico – e no décimo-quarto dia desse mês, entre as tardes, isto é, entre a declinação do sol e o seu ocaso, deviam os israelitas matar o cordeiro pascal, e abster-se de pão fermentado. No dia seguinte, o 15º, a contar desde as 6 horas da tarde anterior, principiava a grande festa da Páscoa, que durava sete dias – mas somente o primeiro e o sétimo dias eram particularmente solenes. o cordeiro morto devia ser sem defeito, macho, e do primeiro ano. Quando não fosse encontrado cordeiro, podiam os israelitas matar um cabrito. Naquela mesma noite devia ser comido o cordeiro, assado, com pão asmo, e uma salada de ervas amargas, não devendo, além disso, serem quebrados os ossos. Se alguma coisa ficava para o dia seguinte, era queimada. os que comiam a Páscoa precisavam estar na atitude de viajantes, cingidos os lombos, tendo os pés calçados, com os cajados nas mãos, alimentando-se apressadamente. Durante os oito dias da Páscoa, não deviam fazer uso de pão levedado, embora fosse permitido preparar comida, sendo isto, contudo, proibido no sábado (Êx 12). A Páscoa era uma das três festas em que todos os varões haviam de ‘aparecer diante do Senhor’ (Êx 23:14-17). Era tão rigorosa a obrigação de guardar a Páscoa, que todo aquele que a não cumprisse seria condenado à morte (Nm 9:13) – mas aqueles que tinham qualquer impedimento legítimo, como jornada, doença ou impureza, tinham que adiar a sua celebração até ao segundo mês do ano eclesiástico, o 14º dia do mês iyyar (abril e maio). Vemos um exemplo disto no tempo de Ezequias (2 Cr 30.2,3). Ulteriores modificações incluíam a oferta do ômer, ou do primeiro feixe da colheita (Lv 23:10-14), bem como as instruções a respeito de serem oferecidos especiais sacrifícios em todos os dias da semana festiva (Nm 28:16-25), e a ordem para que os cordeiros pascais fossem mortos no santuário nacional e o sangue aspergido sobre o altar, em vez de ser sobre os caixilhos e umbrais das portas (Dt 16:1-6). ‘À tarde, ao pôr do sol’ (querendo isto, talvez, dizer na ocasião do crepúsculo, ou então entre as três e seis horas), eram mortos os cordeiros, sendo postos de parte a gordura e o sangue. A refeição era, então, servida em conformidade com a sua original instituição. Na mesma noite, depois de ter começado o dia 15 de nisã, era a gordura queimada pelo sacerdote, e o sangue derramado sobre o altar (2 Cr 30.16 – 35.11). Nesse dia 15, passada já a noite, havia o ajuntamento da congregação, durante o qual nenhuma obra desnecessária podia ser feita (Êx 12:16). No dia seguinte, era oferecido o primeiro molho da colheita, e agitado pelo sacerdote diante do Senhor, sendo igualmente sacrificado um cordeiro macho, em holocausto, com oferta de margares e bebida. os dias entre o primeiro e o sétimo eram de quietude, a não ser que houvesse sacrifícios pelo pecado, ou fosse prescrita a liberdade de alguma espécie de trabalho. o dia 21 do mês de nisã, e o último dia da festa, era novamente de santa convocação (Dt 16:8). Devia prevalecer em todos um ânimo alegre durante os dias festivos (Dt 27:7). No tempo de Jesus Cristo, como a festividade com os sacrifícios acessórios só podia efetuar-se em Jerusalém, de toda parte concorria tanta gente, que não era possível acomodar-se toda dentro dos muros da cidade. Foi esta a razão que os magistrados apresentavam para que Jesus não fosse preso, pois receavam algum tumulto da parte da multidão, que se achava em Jerusalém para a celebração da Páscoa (Mt 26:5). Durante a semana da Páscoa (a 16 do mês de abril), era oferecido um feixe, formado dos primeiros frutos da colheita da cevada, com um sacrifício particular (Lv 23:9-14). No aniversário deste dia levantou-Se Jesus Cristo dentre os mortos, e o apóstolo Paulo pode ter tido este fato em vista, quando, falando da ressurreição do Redentor, ele disse: ‘Sendo ele as primícias dos que dormem’ 1Co 15:20). A guarda da Páscoa é várias vezes mencionada: quando foi instituída (Êx 12:28-50) – no deserto do Sinai (Nm 9:3-5) – e nas planícies de Jericó ao entrarem os israelitas na terra de Canaã (Js 5:10-11). E também a Bíblia refere que foi celebrada a Páscoa por Ezequias e alguns do povo (2 Cr
    30) – por Josias (2 Rs 23.21 a 23 – 2 Cr 35.1,18,19) – depois da volta do cativeiro (Ed 6:19-22) – e por Jesus Cristo (Mt 26:17-20Lc 22:15Jo 2:13-23). (*veja Festa (dias de), Ceia do Senhor.)

    A Páscoa é um símbolo, nada mais que um símbolo. É o selo aposto por Jesus aos ensinamentos que ministrava pela sua palavra. É a confirmação da lei do amor e da união que devem reinar entre os homens. É a suprema lição do Mestre. É o derradeiro e solene apelo por Ele feito à prática da lei do amor e da união e, portanto, à fraternidade uni P versal, meio único de operar-se a regeneração humana, senda da libertação [...].
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3

    A Páscoa era a maior festa dos judeus, recomendada por Moisés e celebrada pela primeira vez quando deixaram o Egito. A palavra páscoa significa passagem, ou seja, a passagem dos judeus pelo Mar Vermelho e do anjo que matou os primogênitos do Egito e poupou os hebreus, cujas casas estavam assinaladas com o sangue do cordeiro. Páscoa é, pois, para os judeus, a comemoração da passagem de Israel do cativeiro para a liberdade.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4 – Nota da Ed•


    A palavra Páscoa advém do nome em hebraico Pessach (=passagem), festa judaica que comemora a passagem da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida. A raiz da palavra Pessach, entretanto, remete à passagem do anjo exterminador, enviado por Deus para matar todos os primogênitos do Egito na noite do êxodo. Os eventos da Páscoa cristã (morte e ressureição de cristo) teriam ocorrido durante a celebração de Pessach, já que Cristo, como se sabe, era judeu (e na última ceia estaria dividindo com os apóstulos exatamente o pão ázimo, uma das tradições judaicas). Já os termos "Easter" e "Ostern" (Páscoa em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pessach. Acredita-se que esses termos estejam relacionados com Eostremonat, nome de um antigo mês germânico, formado pelas palavras Eostre (deusa germânica relacionada com a primavera) e Monat (mês, em alemão).

    substantivo feminino Festa anual cristã em que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo.
    Por Extensão Participação ou comunhão coletiva que celebra a efetivação dos preceitos da Páscoa: a páscoa dos alunos.
    Religião Pessach; festividade judaica que celebra a fuga dos hebreus do Egito.
    Religião Na época pré-mosaica, festa em celebração à chegada da primavera, do antigo povo hebreu.
    Gramática Na acepção relacionada com a festa cristã, deve-se grafar com a inicial maiúscula: celebração da Páscoa.
    Etimologia (origem da palavra páscoa). Do latim pascha.

    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Sinai

    A península do Sinai está situada entre o golfo de Suez e o de Acabá. o deserto do Sinai, onde os israelitas estiveram acampados quase um ano, e onde Moisés levantou o tabernáculo da aliança é mais alto do que o resto do país. Foi no Sinai que o Todo-poderoso fez conhecer a Sua vontade por meio de Moisés à multidão dos hebreus. No monte Sinai, que se levanta abruptamente da planície, foi dado o Decálogo, e foi feito o pacto (Êx 20:1-17 – 24.7,8). Nesse deserto os israelitas prestaram culto ao bezerro de ouro e foi efetuado o recenseamento do povo (Nm 1:19 – 3,1) – Arão e seus filhos foram consagrados – foi celebrada a segunda Páscoa (Nm 9:5) – e foram mortos Nadabe e Abiú por terem oferecido fogo estranho ao Senhor. (*veja Nadabe.) Aquela montanha onde Moisés recebeu do Senhor a Lei chama-se Horebe no Deuteronômio (1.2, etc.) – em qualquer outro lugar tem o nome de Sinai. Parece que Horebe designa todo o território, e Sinai a montanha onde a Lei foi dada.

    Sinai [Rochedo ?]


    1) Monte, também chamado de Horebe (Ex 17:6), situado entre os golfos de Suez e de Ácaba. Nesse monte foi dada a Moisés a Lei (Ex 19:20—20.26).


    2) Deserto (Ex 19:1). V. o mapa O EGITO E O SINAI.


    Tarde

    substantivo feminino Parte do dia que vai do meio-dia ao começo da noite: a tarde está linda.
    advérbio Depois da hora marcada: chegou tarde à reunião.
    A uma hora avançada da noite: dormiu tarde.
    locução adverbial À tarde, depois do meio-dia e antes do anoitecer: trabalho à tarde.
    Mais tarde, posteriormente, em ocasião futura: volte mais tarde.
    Antes tarde do que nunca, expressão de agrado pelo que acontece depois de longamente esperado.
    Figurado Ser tarde, já não haver remédio ou solução (para alguma coisa), por haver chegado fora de tempo: agora é tarde para arrependimento.

    tarde adv. 1. Fora do tempo ajustado, conveniente ou próprio. 2. Próximo à noite. S. f. Parte do dia entre as 12 horas e o anoitecer.

    Tarde Começo da noite ou fim da primeira vigília (Mt 28:1; Mc 11:19; 13,35).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    עָשָׂה פֶּסחַ יוֹם אַרבַּע עָשָׂר חֹדֶשׁ רִאשׁוֹן עֶרֶב מִדְבָּר סִינַי יְהוָה צָוָה מֹשֶׁה עָשָׂה בֵּן יִשׂרָ•אֵל
    Números 9: 5 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Então, celebraramH6213 עָשָׂהH6213 H8799 a PáscoaH6453 פֶּסחַH6453 no diaH3117 יוֹםH3117 catorzeH702 אַרבַּעH702 H6240 עָשָׂרH6240 do mêsH2320 חֹדֶשׁH2320 primeiroH7223 רִאשׁוֹןH7223, ao crepúsculo da tardeH6153 עֶרֶבH6153, no desertoH4057 מִדְבָּרH4057 do SinaiH5514 סִינַיH5514; segundo tudo o que o SENHORH3068 יְהוָהH3068 ordenaraH6680 צָוָהH6680 H8765 a MoisésH4872 מֹשֶׁהH4872, assim fizeramH6213 עָשָׂהH6213 H8804 os filhosH1121 בֵּןH1121 de IsraelH3478 יִשׂרָ•אֵלH3478.
    Números 9: 5 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1445 a.C.
    H1121
    bên
    בֵּן
    crianças
    (children)
    Substantivo
    H2320
    chôdesh
    חֹדֶשׁ
    no mês
    (in the month)
    Substantivo
    H3068
    Yᵉhôvâh
    יְהֹוָה
    o Senhor
    (the LORD)
    Substantivo
    H3117
    yôwm
    יֹום
    dia
    (Day)
    Substantivo
    H3478
    Yisrâʼêl
    יִשְׂרָאֵל
    Israel
    (Israel)
    Substantivo
    H3605
    kôl
    כֹּל
    cada / todo
    (every)
    Substantivo
    H3651
    kên
    כֵּן
    tão / assim
    (so)
    Adjetivo
    H4057
    midbâr
    מִדְבָּר
    deserto
    (the wilderness)
    Substantivo
    H4872
    Môsheh
    מֹשֶׁה
    Moisés
    (Moses)
    Substantivo
    H5514
    Çîynay
    סִינַי
    a montanha onde Moisés recebeu a lei de Javé; localizada no extremo sul da península do
    (Sinai)
    Substantivo
    H6153
    ʻereb
    עֶרֶב
    a noite
    (the evening)
    Substantivo
    H6213
    ʻâsâh
    עָשָׂה
    E feito
    (And made)
    Verbo
    H6240
    ʻâsâr
    עָשָׂר
    e dez
    (and ten)
    Substantivo
    H6453
    peçach
    פֶּסַח
    páscoa
    (the passover)
    Substantivo
    H6680
    tsâvâh
    צָוָה
    mandar, ordenar, dar as ordens, encarregar, incumbir, decretar
    (And commanded)
    Verbo
    H702
    ʼarbaʻ
    אַרְבַּע
    e quatro
    (and four)
    Substantivo
    H7223
    riʼshôwn
    רִאשֹׁון
    primeiro, primário, anterior
    (in the first)
    Adjetivo
    H834
    ʼăsher
    אֲשֶׁר
    que
    (which)
    Partícula
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo
    H996
    bêyn
    בֵּין
    e entre
    (and between)
    Prepostos


    בֵּן


    (H1121)
    bên (bane)

    01121 בן ben

    procedente de 1129; DITAT - 254; n m

    1. filho, neto, criança, membro de um grupo
      1. filho, menino
      2. neto
      3. crianças (pl. - masculino e feminino)
      4. mocidade, jovens (pl.)
      5. novo (referindo-se a animais)
      6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
      7. povo (de uma nação) (pl.)
      8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
      9. um membro de uma associação, ordem, classe

    חֹדֶשׁ


    (H2320)
    chôdesh (kho'-desh)

    02320 חדש chodesh

    procedente de 2318; DITAT - 613b; n m

    1. a lua nova, mês, mensal
      1. o primeiro dia do mês
      2. o mês lunar

    יְהֹוָה


    (H3068)
    Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

    03068 יהוה Y ehovaĥ

    procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

    1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
      1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

    יֹום


    (H3117)
    yôwm (yome)

    03117 יום yowm

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente; DITAT - 852; n m

    1. dia, tempo, ano
      1. dia (em oposição a noite)
      2. dia (período de 24 horas)
        1. como determinado pela tarde e pela manhã em Gênesis 1
        2. como uma divisão de tempo
          1. um dia de trabalho, jornada de um dia
      3. dias, período de vida (pl.)
      4. tempo, período (geral)
      5. ano
      6. referências temporais
        1. hoje
        2. ontem
        3. amanhã

    יִשְׂרָאֵל


    (H3478)
    Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

    03478 ישראל Yisra’el

    procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

    Israel = “Deus prevalece”

    1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
    2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
      1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
      2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
      3. o nome da nação depois do retorno do exílio

    כֹּל


    (H3605)
    kôl (kole)

    03605 כל kol ou (Jr 33:8) כול kowl

    procedente de 3634; DITAT - 985a; n m

    1. todo, a totalidade
      1. todo, a totalidade de
      2. qualquer, cada, tudo, todo
      3. totalidade, tudo

    כֵּן


    (H3651)
    kên (kane)

    03651 כן ken

    procedente de 3559; DITAT - 964a,964b adv

    1. assim, portanto, estão
      1. assim, então
      2. assim
      3. portanto
      4. assim...como (em conjunto com outro adv)
      5. então
      6. visto que (em expressão)
      7. (com prep)
        1. portanto, assim sendo (específico)
        2. até este ponto
        3. portanto, com base nisto (geral)
        4. depois
        5. neste caso adj
    2. reto, justo, honesto, verdadeiro, real
      1. reto, justo, honesto
      2. correto
      3. verdadeiro, autêntico
      4. verdade!, certo!, correto! (em confirmação)

    מִדְבָּר


    (H4057)
    midbâr (mid-bawr')

    04057 מדבר midbar

    procedente de 1696 no sentido de conduzir; DITAT - 399k,399L; n m

    1. deserto
      1. pasto
      2. terra inabitada, deserto
      3. grandes regiões desérticas (ao redor de cidades)
      4. deserto (fig.)
    2. boca
      1. boca (como órgão da fala)

    מֹשֶׁה


    (H4872)
    Môsheh (mo-sheh')

    04872 משה Mosheh

    procedente de 4871, grego 3475 Μωσης; DITAT - 1254; n pr m Moisés = “tirado”

    1. o profeta e legislador, líder do êxodo

    סִינַי


    (H5514)
    Çîynay (see-nah'-ee)

    05514 סיני Ciynay

    de derivação incerta, grego 4614 σινα; DITAT - 1488; n pr loc Sinai = “espinhoso”

    1. a montanha onde Moisés recebeu a lei de Javé; localizada no extremo sul da península do Sinai, entre as pontas do mar Vermelho; localização exata desconhecida

    עֶרֶב


    (H6153)
    ʻereb (eh'-reb)

    06153 ערב ̀ereb

    procedente de 6150; DITAT - 1689a; n. m.

    1. o anoitecer, noite, o pôr do sol
      1. o anoitecer, o pôr do sol
      2. noite

    עָשָׂה


    (H6213)
    ʻâsâh (aw-saw')

    06213 עשה ̀asah

    uma raiz primitiva; DITAT - 1708,1709; v.

    1. fazer, manufaturar, realizar, fabricar
      1. (Qal)
        1. fazer, trabalhar, fabricar, produzir
          1. fazer
          2. trabalhar
          3. lidar (com)
          4. agir, executar, efetuar
        2. fazer
          1. fazer
          2. produzir
          3. preparar
          4. fazer (uma oferta)
          5. atender a, pôr em ordem
          6. observar, celebrar
          7. adquirir (propriedade)
          8. determinar, ordenar, instituir
          9. efetuar
          10. usar
          11. gastar, passar
      2. (Nifal)
        1. ser feito
        2. ser fabricado
        3. ser produzido
        4. ser oferecido
        5. ser observado
        6. ser usado
      3. (Pual) ser feito
    2. (Piel) pressionar, espremer

    עָשָׂר


    (H6240)
    ʻâsâr (aw-sawr')

    06240 עשר ̀asar

    procedente de 6235; DITAT - 1711b; n. m./f.

    1. dez (também em combinação com outros números)
      1. usado apenas em combinação para formar os números de 11 a 19

    פֶּסַח


    (H6453)
    peçach (peh'-sakh)

    06453 פסח pecach

    procedente de 6452, grego 3957 πασχα; DITAT - 1786a; n. m.

    1. páscoa
      1. sacrifício da páscoa
      2. vítima animal da páscoa
      3. festa da páscoa

    צָוָה


    (H6680)
    tsâvâh (tsaw-vaw')

    06680 צוה tsavah

    uma raiz primitiva; DITAT - 1887; v.

    1. mandar, ordenar, dar as ordens, encarregar, incumbir, decretar
      1. (Piel)
        1. incumbir
        2. ordenar, dar ordens
        3. ordernar
        4. designar, nomear
        5. dar ordens, mandar
        6. incumbir, mandar
        7. incumbir, comissionar
        8. mandar, designar, ordenar (referindo-se a atos divinos)
      2. (Pual) ser mandado

    אַרְבַּע


    (H702)
    ʼarbaʻ (ar-bah')

    0702 ארבע ’arba masculino ̀ ארבעה ’arba ah̀

    procedente de 7251; DITAT - 2106a; n, adj m, f

    1. quatro

    רִאשֹׁון


    (H7223)
    riʼshôwn (ree-shone')

    07223 ראשון ri’shown ou ראשׂן ri’shon

    procedente de 7221; DITAT - 2097c adj.

    1. primeiro, primário, anterior
      1. anterior (referindo-se ao tempo)
        1. ancestrais
        2. coisas antigas
      2. o mais à frente (referindo-se à localização)
      3. primeiro (no tempo)
      4. primeiro, principal (segundo o grau) adv.
    2. primeiro, antes, antigamente, no princípio

    אֲשֶׁר


    (H834)
    ʼăsher (ash-er')

    0834 אשר ’aher

    um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

    1. (part. relativa)
      1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
      2. aquilo que
    2. (conj)
      1. que (em orações objetivas)
      2. quando
      3. desde que
      4. como
      5. se (condicional)

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo

    בֵּין


    (H996)
    bêyn (bane)

    0996 בין beyn

    (algumas vezes no pl. masc. ou fem.) de fato, a forma construta de um outro substantivo não utilizada procedente de 995; DITAT - 239a; subst m (sempre usado como prep)

    1. entre, entre vários, no meio de (com outras preps), dentre