Enciclopédia de João 18:27-27

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 18: 27

Versão Versículo
ARA De novo, Pedro o negou, e, no mesmo instante, cantou o galo.
ARC E Pedro negou outra vez, e logo o galo cantou.
TB De novo, Pedro o negou, e no mesmo instante cantou o galo.
BGB πάλιν οὖν ⸀ἠρνήσατο Πέτρος· καὶ εὐθέως ἀλέκτωρ ἐφώνησεν.
HD Novamente, então, Pedro negou; e, imediatamente, o galo cantou.
BKJ Pedro, então, negou outra vez, e imediatamente o galo cantou.
LTT Outra vez, então, Pedro negou isto. E, imediatamente depois, um galo cantou.
BJ2 Pedro negou novamente. E logo o galo cantou.
VULG Iterum ergo negavit Petrus : et statim gallus cantavit.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 18:27

Mateus 26:34 Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.
Mateus 26:74 Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.
Marcos 14:30 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás.
Marcos 14:68 Mas ele negou-o, dizendo: Não o conheço, nem sei o que dizes. E saiu fora ao alpendre, e o galo cantou.
Marcos 14:71 E ele começou a imprecar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais.
Lucas 22:34 Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.
Lucas 22:60 E Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo.
João 13:38 Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo, enquanto me não tiveres negado três vezes.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

A última semana de Jesus na Terra (Parte 2)

12 de nisã
PÔR DO SOL (Dias judaicos começam e terminam ao pôr do sol)NASCER DO SOL

Dia tranquilo com os discípulos

Judas combina a traição

Mateus 26:1-5, Lc 14:16

Marcos 14:1-2, Mc 10, 11

Lucas 22:1-6

PÔR DO SOL
13 de nisã
PÔR DO SOLNASCER DO SOL

Pedro e João preparam a Páscoa

Jesus e os outros apóstolos chegam no final da tarde

Mateus 26:17-19

Marcos 14:12-16

Lucas 22:7-13

PÔR DO SOL
14 de nisã
PÔR DO SOL

Celebra a Páscoa com os apóstolos

Lava os pés dos apóstolos

Dispensa Judas

Estabelece a Ceia do Senhor

Mateus 26:20-35

Marcos 14:17-31

Lucas 22:14-38

João 13:1–17:26

É traído e preso no jardim de Getsêmani

Apóstolos fogem

Julgado pelo Sinédrio na casa de Caifás

Pedro nega Jesus

Mateus 26:36-75

Marcos 14:32-72

Lucas 22:39-65

João 18:1-27

NASCER DO SOL

Perante o Sinédrio pela segunda vez

Levado a Pilatos, depois a Herodes e de novo a Pilatos

Sentenciado à morte e executado em Gólgota

Morre por volta das 3 h da tarde

O corpo é tirado da estaca e sepultado

Mateus 27:1-61

Marcos 15:1-47

Lucas 22:66Lc 23:56

João 18:28– jo 19:42

PÔR DO SOL
15 de nisã (sábado)
PÔR DO SOLNASCER DO SOL

Pilatos autoriza colocar soldados de guarda no túmulo de Jesus

Mateus 27:62-66

PÔR DO SOL
16 de nisã
PÔR DO SOL

Aromas são comprados para sepultamento

Marcos 16:1

NASCER DO SOL

É ressuscitado

Aparece aos discípulos

Mateus 28:1-15

Marcos 16:2-8

Lucas 24:1-49

João 20:1-25

PÔR DO SOL

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Últimos dias do ministério de Jesus em Jerusalém (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

14 de nisã

Jerusalém

Jesus identifica Judas como traidor e o dispensa

Mt 26:21-25

Mc 14:18-21

Lc 22:21-23

Jo 13:21-30

Institui a Ceia do Senhor (1Co 11:23-25)

Mt 26:26-29

Mc 14:22-25

Lc 22:19-20, Lc 24:30

 

Profetiza que Pedro o negaria e que os apóstolos o abandonariam

Mt 26:31-35

Mc 14:27-31

Lc 22:31-38

Jo 13:31-38

Promete ajudador; ilustração da videira; ordena que se amem; última oração com apóstolos

     

Jo 14:1Jo 17:26

Getsêmani

Angustiado no jardim; traído e preso

Mt 26:30, Mt 36:56

Mc 14:26, Mc 32:52

Lc 22:39-53

Jo 18:1-12

Jerusalém

Interrogado por Anás; julgado por Caifás no Sinédrio; Pedro o nega

Mt 26:57Mt 27:1

Mc 14:53Mc 15:1

Lc 22:54-71

Jo 18:13-27

O traidor Judas se enforca (At 1:18-19)

Mt 27:3-10

     

Perante Pilatos, depois perante Herodes e de novo perante Pilatos

Mt 27:2, Mt 11:14

Mc 15:1-5

Lc 23:1-12

Jo 18:28-38

Pilatos quer libertá-lo, mas judeus preferem Barrabás; sentenciado à morte numa estaca

Mt 27:15-30

Mc 15:6-19

Lc 23:13-25

Jo 18:39Jo 19:16

(Sexta-feira, c. 3 h da tarde)

Gólgota

Morre na estaca de tortura

Mt 27:31-56

Mc 15:20-41

Lc 23:26-49

Jo 19:16-30

Jerusalém

Seu corpo é tirado da estaca e sepultado

Mt 27:57-61

Mc 15:42-47

Lc 23:50-56

Jo 19:31-42

15 de nisã

Jerusalém

Sacerdotes e fariseus solicitam que o túmulo seja lacrado e vigiado

Mt 27:62-66

     

16 de nisã

Jerusalém e proximidades; Emaús

Jesus é ressuscitado; aparece cinco vezes aos discípulos

Mt 28:1-15

Mc 16:1-8

Lc 24:1-49

Jo 20:1-25

Após 16 de nisã

Jerusalém; Galileia

Aparece outras vezes aos discípulos (1Co 15:5-7; At 1:3-8); dá instruções; comissão de fazer discípulos

Mt 28:16-20

   

Jo 20:26Jo 21:25

25 de íiar

Monte das Oliveiras, perto de Betânia

Jesus sobe aos céus, 40 dias depois de sua ressurreição (At 1:9-12)

   

Lc 24:50-53

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jo 18:27
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 18
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:71-75


71. Saindo, pois, para o vestíbulo, outra viu-o e disse aos dali: este estava com Jesus o nazoreu.

72. E de novo negou com juramento: "não conheço esse homem".

73. Depois de pouco, chegando, os presentes disseram a Pedro: Realmente também tu és um deles, pois até teu sotaque o faz manifesto

74. Então começou a amaldiçoar e jurar: "Não conheço esse homem". E imediatamente o galo cantou.

75. E lembrou-se Pedro da palavra de Jesus, que disse: "Que antes de o galo cantar, três vezes me negarás". E indo para fora, chorou amargamente.

LC 22:58-62


58. E depois de pouco, vendo-o outro, disse: Também tu és um deles. Mas Pedro disse: Homem, não sou.

59. E tendo passado cerca de uma hora, outro asseverava, dizendo: Em verdade também este estava com ele, pois também é galileu.

60. Mas Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. E imediatamente, ainda falando ele, o galo cantou.

61. E voltando-se o Senhor olhou para Pedro e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe disse: "Antes de o galo cantar hoje, três vezes me negarás".

62. E indo para fora, chorou amargamente.

MC 14:69-72


69. E vendo-o a criada, veio de novo dizer aos presentes: este é um deles.

70. Mas ele de novo negou. E depois de pouco, outra vez os presentes disseram a Pedro: Realmente és um deles, pois também és galileu.

71. E ele começou a amaldiçoar e jurar: "Não conheço o homem de quem falais".

72. E imediatamente pela segunda vez o galo cantou. E lembrou-se Pedro da palavra que lhe disse Jesus: "Antes de o galo cantar duas vezes, três me negarás". E tendo caído em si, chorava.

JO 18:25-27


25. Estava, pois, Simão Pedro em pé, aquecendose. Então lhe disseram: Não és também tu dos discípulos dele? Ele negou e disse: Não sou.

26. Disse um dos servos do Sumo-Sacerdote, parente daquele de quem Pedro cortara a orelha: Não te vi eu no jardim com ele?

27. De novo então Pedro negou: e imediatamente o galo cantou.



Alguns comentadores, ao reunir os textos evangélicos, acharam que Pedro não fizera apenas três negações; chegaram alguns a contar até sete. Cajetan (Comment. in Joannem, 18:77) escreveu: unde collígitur quinquies ad minus Petrum negasse, ter ad vocem mulíeris, et bis ad minus ad vocem virorum, isto é, "donde se conclui ter Pedro negado pelo menos cinco vezes, três à objeção da mulher e duas, no mínimo, às dos homens" ...


Desenho de Bida, gravura de Édouard Hédouin Não há razão para isso, se considerarmos que as ações se passaram no tumulto das conversas do grupo.


Portanto, temos três atos, cada um isolado do outro, mas considerado uma negação em bloco, embora tivesse havido, no bate-boca, várias objeções e respostas em cada ato. Assim interpretou Agostinho (Patrol. Lat., vol. : 36, col. 1170/71).


Passou-se o primeiro ato com a porteira, com três intervenções: uma à entrada, outra logo a seguir quando ela foi observá-lo no pátio à luz da fogueira; a terceira quando, depois da retirada estratégica de Pedro para o vestíbulo, ela ou outra afirma ao grupo: "este era um deles". As três vezes que Pedro disfarça e nega, constituem UMA NEGAÇÃO, a primeira.


O segundo ato foi mais simples, e só aparece em Lucas: é a acusação de um homem, que não causou muito tumulto: era palavra contra palavra, mas sem provas.


O terceiro ato ocorreu cerca de uma hora depois, como bem assinala Lucas, e desta vez o tumulto foi grande. Em primeiro lugar, a afirmação deduzida pelos presentes diante do sotaque de Pedro, que não aguentou ficar calado; e sua pronúncia do aramaico (idioma então usado entre as classes iletradas, que não assimilaram o grego como as classes média e alta), o traiu: "Sem dúvida és um deles, pois teu sotaque o revela". E, ao negar, outro acrescenta: "Mas eu te vi no grupo". E João, que conhecia os servos do Sumo-Sacerdote (não a própria pessoa dele, como anotamos páginas atrás), o identifica como parente de Malco.


E logo a seguir o galo canta pois já estamos na terceira vigília, denominada justamente alektotophônías, isto é, "o cantar do galo", entre meia-noite e três da manhã (cfr. vol. 7).


Estabelecido o cursus actionum, vejamos outros pormenores.


O sotaque galileu era facilmente identificado pelos judeus, que zombavam e criavam anedotas a esse respeito. Strack e Billerbeck (o. c., t., 1, págs. 157) narra est: "um galileu perguntou a um judeu: -

Quem tem um AMR? Os judeus presentes riram e perguntaram: - Oh! tolo, que queres tu? um asno (hamôr) para montar, vinho (hamar) para beber, lã (hhamar) para vestir, ou um cordeiro (immar) para comer"?


O verbo "amaldiçoar" é dado com um verbo que raramente aparece nos documentos escritos, pois deve ter sido uma corruptela da língua falada: katathematízein, em lugar de katanathematízein.


Jerônimo (Patrol. Lat., vol. 26 col. 201) escreveu em defesa de Pedro: illi fugiunt, iste, quamquam procul, séquitur tamen Salvatorem, ou seja, "eles fogem, mas este, embora de longe, contudo segue o Salvador". Isso apesar de afirmar mais adiante (col. 203) que foi grave o erro de Pedro, não devendo ser procurada atenuante para o caso.


O "canto do galo" ocorre, pela primeira vez, entre meia-noite e duas da madrugada. E pela segunda vez aos primeiros indícios antes que a luz do sol comece a iluminar a região, entre quatro e cinco horas da madrugada. Pedro reforça a negação, porque quer permanecer ao lado do Mestre o mais que puder, e tinha interesse em despistar de si a atenção, em vista de haver ferido Malco.


A essa hora, Jesus devia estar saindo da sala de audiência no primeiro pavimento e descendo para o pátio, ainda algemado, para ser preparado e levado ao Sinédrio, a fim de ser interrogado e julgado, logo que o sol surgisse. Entre todo o grupo, distingue com Seu olhar percuciente o querido discípulo Pedro que, ao ver-Lhe o olhar triste e bom, e ao ouvir os insistentes cantos do galo, se lembra da previs ão do Rabbi amado e se perturba de tal forma, que sai rápido do palácio de Caifás e prorrompe num choro convulsivo, em certo local onde, no 5. º ou 6. º século foi construída uma igreja que recebeu a denominação de "São Pedro in galli cantu".


E ele que dissera que O seguiria até a morte!


Lição dura, mas proveitosa, contra a PRESUNÇÃO que todos temos, de que somos melhores que os outros e de que temos capacidade absoluta de resistir a qualquer prova. Para todos nós é muito fácil depreciar as façanhas alheias, menosprezar a coragem demonstrada pelos outros, ou acusar de covardia uma desculpa que permita a penetração em local proibido, contanto que se acompanhe um amigo na hora do perigo.


Pedro NEGOU conhecer seu Mestre, mas não o RENEGOU: proferiu sons com a boca, mas o coração Lhe permanecia fiel, tanto que ali se meteu, no local do maior perigo, para não abandoná-Lo. Suas negações verbais eram meramente escanteios para conservar-se ao lado de Jesus.


Seu choro vem sendo interpretado há dois mil anos como arrependimento profundo de tê-Lo negado.


Não poderia ter sido antes o choque de ver que não havia sido libertado, mas ao invés era levado a julgamento, sem que ele pudesse acompanhá-Lo? Não poderia ter sido o desespero da impotência de arrancá-Lo das mãos dos captores? Não poderia ter sido pela decepção da certeza de que a força e os poderes de seu Mestre tudo venceriam com facilidade, e que ali falhavam?


Os três sinópticos falam do choro, assinalando que irrompeu depois de ter ouvido Pedro o canto do galo. Lucas acrescenta o pormenor do olhar de Jesus. E Marcos emprega a expressão epibalôn, particípio aoristo segundo, composto de epí ("sobre") e bállô ("lanço"). Interpretamos como o "lançamento sobre si mesmo" ou seja a conscientização das circunstâncias, que tiveram o condão de desSABEDORIA DO EVANGELHO pertá-lo para o fato que se passava, reavivando-lhe a memória da previsão do Mestre, de que ele o negaria.


A sucessão rápida e imprevisível dos acontecimentos dolorosos naquela noite cheia de ocorrências choca profundamente a emotividade de Pedro, cujo corpo astral já se achava saturado de fluidos barônticos de tristeza, desapontamento, mágoa, ansiedade, angústia, medo, desorientação, dúvida e também arrependimento; e quando riscou o ar a física de som e de luz (o canto do galo e o olhar de Jesus), se produziu intensa a centelha eletrolítica que fez arrebentar o dique que represava a emoção, e abriu em catarata suas lágrimas incontroláveis, que borbotaram abundantes, aliviando a pressão interna e purificando o corpo astral. Lágrimas, válvula de escape, de que a natureza dotou o homem, para que pudesse suportar os grandes impactos emotivos.


A negação de Pedro, naquela circunstância, constituiu uma estratégia inteligente não a covardia dos que renegam para vender-se ao partido contrário: negou para afirmar e confirmar sua adesão ao Mestre.


Pedro NECOU conhecer seu Mestre, mas não o RENEGOU, proferiu sons com a boca, mas o coração Lhe permanecia fiel, tanto que ali se meteu, no local do maior perigo, para não abandoná-Lo. Suas negações verbais eram meramente escanteios para conservar-se ao lado de Jesus.


Seu choro vem sendo interpretado há dois mil anos como arrependimento profundo de tê-Lo negado.


Não poderia ter sido antes o choque de ver que não havia sido libertado, mas ao invés era levado a julgamento, sem que ele pudesse acompanhá-Lo? Não poderia ter sido o desespero da impotência de arrancá-Lo das mãos dos captores? Não poderia ter sido pela decepção da certeza de que a força e os poderes de seu Mestre tudo venceriam com facilidade, e que alí falhavam?


Os três sinópticos falam do choro, assinalando que irrompeu depois de ter ouvido Pedro o canto do galo. Lucas acrescenta o pormenor do olhar de Jesus. E Marcos emprega a expressão epibalôn, particípio aoristo segundo, composto de epí ("sobre") e bállô ("lanço"). Interpretamos como o "lançamento sobre si mesmo" ou seja a conscientização das circunstâncias, que tiveram o condão de despertálo para o fato que se passava, reavivando-lhe a memória da precisão do Mestre, de que ele o negaria.


A sucessão rápida e imprevisível dos acontecimentos dolorosos naquela noite cheia de ocorrências choca profundamente a emotividade de Pedro, cujo corpo astral já se achava saturado de fluidos barônticos de tristeza, desapontamento, mágoa, ansiedade, angústia, medo, desorientação, dúvida e também arrependimento; e quando riscou o ar a faísca de som e de luz (o canto do galo e o olhar de Jesus), se produziu intensa a centelha eletrolítica que fez arrebentar o dique que represava a emoção, e abriu em catarata suas lágrimas incontroláveis, que borbotaram abundantes, aliviando a pressão interna e purificando o corpo astral. Lágrimas, válvula de escape, de que a natureza dotou o homem, para que pudesse suportar os grandes impactos emotivos.


A negação de Pedro, naquela circunstância, constituiu uma estratégia inteligente, não a covardia dos que renegam para vender-se ao partido contrário: negou para afirmar e confirmar sua adesão ao Mestre.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
SEÇÃO VI

A PRISÃO E O JULGAMENTO

João 18:1-19.16

A. A PRISÃO, Jo 18:1-14

I. No Jardim (Jo 18:1-11)

É chegada a hora (Jo 13:1-17.
1) ! As conversas com os discípulos (Jo 13:31-16.
33) e a oração ao Senhor por si mesmo, pelos seus discípulos e por todos os que algum dia seriam crentes (Jo
17) tinham terminado. Tendo Jesus dito isso, saiu (1). Aqueles que reor-ganizam o texto em Jo 14:15-16 (e.g., Moffatt, Bernard) dizem que Ele foi ao cenáculo. No entanto, o texto como está sugere que Ele tinha deixado o cenáculo anteriormente (Jo 14:31). Então, é mais provável que Ele tenha saído da cidade de Jerusalém para além do ribeiro de Cedrom.1 Esta observação é característica de João. O vale de Cedrom (cujo nome moderno é Wady Sitti Maryam) fica entre Jerusalém e o monte das Oliveiras (ver o mapa 2).

Do outro lado do ribeiro, havia um horto, no qual ele entrou com os seus discípulos (1). A palavra no indica que era uma área fechada. A menção ao horto (ou jardim) é importante. Foi o horto em que Ele foi preso; também foi o lugar da sua ressurreição, e "havia um horto naquele lugar onde fora crucificado" (19.41; cf. Jo 20:15). "A Paixão e a Ressurreição que realizaram a salvação do mundo estão em contraste com a queda no Jardim do Éden".2 Não há menção ao nome Getsêmani na narrativa de João. No entanto, a linguagem do versículo 11, Não beberei eu o cálice que o Pai me deu?, é semelhante à oração de agonia no horto (Mt 26:38; Mac 14.36; Lc 22:42). Alguns comentaram que João propositadamente omitiu a oração da agonia por causa da sua inclusão da exaltação espiritual no capítulo 17. Bernard destaca: "Os momentos de maior depressão e provação espirituais normalmente vêm logo após os sentimentos da maior exaltação espiritual".3

Um dos primeiros inimigos da fé cristã, Celso, disse que Jesus foi até o horto para esconder-se, e "foi preso enquanto tentava esconder-se e fugir do modo mais infeliz".4 Mas esta é uma interpretação preconceituosa, pois Judas, que o traía, também co-nhecia aquele lugar (2). O particípio paradidous, traduzido como traía, está no pre-sente, indicando uma ação que está acontecendo. Uma tradução literal seria "Judas, que está no meio do ato de traí-lo, conhecia o lugar". Parece que Jesus foi deliberadamente até um lugar que Judas conhecia. Ele estava se dando em um ato completamente volun-tário (10.18), o que de nenhuma maneira deve ser interpretado como uma maquinação dos homens.

O grupo que veio para prender Jesus constituía-se de três elementos: Judas, o traidor, que tem um papel muito passivo no texto de João (cf. 5; Mt 26:49; Mac 14:44-45; Lc 22:47-48) ; oficiais dos principais sacerdotes e fariseus (as duas principais facções do Sinédrio) ; e um bando de homens (coorte) (3; a versão RSV diz que são solda-dos e sugere que Judas os tinha procurado). A palavra speiran, traduzida como coorte, é equivalente à palavra latina cohors (cf. NASB — "a coorte romana"), que se constituía de 600 ou 1.000 homens. Se fosse o último caso, haveria 240 cavaleiros e 760 homens a pé (cf. Atos 21:31). Toda a speiran era comandada por um chiliarchos (comandante ou tribuno, 12). Não se sabe ao certo se toda a speiran veio até o horto. De qualquer forma, foi um destacamento daquele grupo. Os oficiais eram "membros da polícia do Templo, que estavam sob as ordens do Sinérdio".5 Todos esses vieram para prender Jesus. Hoskyns diz: "No relato de João, as forças das trevas, as autoridades romanas e judaicas e o discípulo apóstata estavam contra o Cristo desde o princípio".6 Todos foram liderados por Judas, a personificação de Satanás.' Vindo para prender aquele que é a Luz do Mundo (Jo 1:9-9.5), eles carregavam lanternas e archotes (ou tochas) (3). Os archotes eram phanos feitas de tiras de madeira, amarradas juntas, e as lanternas eram lampas, archotes normais. Eles também levavam armas (hoplon), que eram "espadas e porretes" (Lc 22:52).

Jesus não esperou que o bando de homens o procurasse. Como Ele sabia todas as coisas que sobre ele haviam de vir (cf. Jo 13:1-17.1), adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais? (4) Em resposta à pergunta, eles usaram o nome pelo qual Ele era mais conhecido — Jesus, o Nazareno (7), literalmente "Jesus de Nazaré" (cf. Mt 26:71; Mac 10.47; 14.67; 16.6; Lc 4:34-18.37; 24.19; Act 2:22). O nosso Senhor imediatamente identi-ficou-se como aquele a quem eles procuravam. Sou eu (6; cf. 8.24,28; 13.19).' Westcott diz que esse Sou eu (ego eimi) somente revela "a pessoa procurada, e não a sua natureza".' Entretanto, Macgregor afirma que "Jesus é retratado como em completo comando da situação, e agora a falta de autoridade de todo o bando que o atacava, perante a sua divina majestade, fica ainda mais evidente".10 Esta observação tem fundamento, pois João observa que, depois da afirmação de Jesus, recuaram e caíram por terra (6). Sobre isto, Hoskyns diz: "O instrumento do mal cai prostrado perante o verdadeiro co-mandante".11 Westcott modifica ligeiramente a sua afirmação anterior quando explica o fato de cair por terra como "o efeito que a presença do Senhor, na sua serena majestade, teve sobre aqueles que vieram para prendê-lo".'

A mesma pergunta do versículo 4 é repetida a Jesus pelo grupo de homens, e hou-ve a mesma resposta. Agora Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois me buscais a mim, deixai ir estes (8). E o mercenário que foge quando o lobo se aproxi-ma, mas "o bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas" (10.12; cf. 15.13). Jesus, que logo seria aprisionado e condenado como um criminoso comum, estava conduzindo as coisas que estavam relacionadas a si mesmo. O seu cuidado providencial pelos homens é possível pelo seu sacrifício eterno. João viu no apelo de Jesus pela segurança dos discípulos um cumprimento da frase: Dos que me deste nenhum deles perdi (9. cf; Jo 6:39-10.28; 17.12).

Sobre 6-9, Alexander Maclaren fala de "Cristo e os seus captores". 1. Uma manifes-tação momentânea notável da glória de nosso Senhor (6) ; 2. O voluntariado do sofrimen-to do nosso Senhor (7-8) ; 3. O cuidado sacrificial de Cristo por nós (8).

Deve ter sido por ordem de Jesus que os homens vieram para levá-lo. Quando o bando se aproximou, isto foi demais para Pedro, que tinha jurado defender e proteger Jesus, mesmo com risco da sua própria vida (13.37). Pedro tinha uma espada (Lc 22:38).

Ele desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita (10)." Podemos ter certeza de que Pedro teria desejado algo mais do que uma orelha! O nome do servo ["escravo", NASB] era Malco. Estes detalhes, por exemplo, orelha direita e Malco — muito característicos da narrativa feita por João da prisão, do julgamento, da crucificação e do sepultamento — dão mais evidências de que o autor do quarto Evangelho foi uma testemunha ocular desses eventos.'

O que o Mestre disse a Pedro, Mete a tua espada na bainha (11), foi uma clara indicação da natureza da luta em que Jesus estava envolvido, e que Ele mesmo a deveria levar até o final (Jo 19:30; cf. Mt 26:52; Ef 6:12). Parece que o homem está sempre pronto para assumir algum meio externo de acertar diferenças profundas, esquecendo-se de que a verdadeira luta é interna, e que uma solução satisfatória só pode ser encontrada nas obras do Espírito. O homem, como Pedro, pergunta em tom de clamor: "Senhor, por que não sou capaz de seguir-te agora?" (13.37, tradução literal). Jesus disse a Pedro por que a espada não era a resposta: Não beberei eu o cálice que o Pai me deur O ato de Jesus foi de "aceitação confiante".16

2. Os Sumos Sacerdotes (18:12-14)

Quando lemos o relato de João sobre a prisão, somos levados a sentir que, em cada etapa, Jesus está no pleno comando, mesmo que os servos do mal estejam envolvidos em realizar o seu trabalho. Assim foi que a coorte, e o tribuno [chiliarchos], e os servos dos judeus prenderam a Jesus, e o manietaram (12). Provavelmente ataram' as suas mãos às suas costas. Agora, Ele estava à mercê deles, ou sujeito a sua falta de misericórdia, mas somente porque Ele assim o desejava.

De acordo com um plano idealizado anteriormente, eles conduziram-no primei-ramente a Anás (13). Somente João menciona a aparição perante Anás (cf. Lc 3:2; At 4:6). Edersheim diz: "Nenhuma pessoa é mais conhecida na história judaica contempo-rânea do que Anás; nenhuma pessoa foi considerada mais afortunada ou com mais su-cesso; mas também nenhuma foi mais execrada do que o último sumo sacerdote." Ele foi afortunado porque, embora ele mesmo tenha sido sumo sacerdote somente de 6 a 15 d.C., tendo sido deposto por Valério Grato, foi sucedido pelos seus cinco filhos, pelo seu genro Caifás José, e por um neto. Esse monopólio familiar não era facilmente sustentável. Havia subornos e corrupção em nome da religião, e tudo isto se destinava diretamente ao acúmulo de riquezas e à perpetuação no cargo. "Por meio da exploração dos adoradores, pelo comércio dos sacrifícios sagrados... Anás tinha acumulado uma fortuna".' Barclay cita um trecho do Talmude que reflete o ódio que até mesmo os judeus devem ter sentido por Anás e seus herdeiros: "Tristeza para a casa de Anás! Tristeza para o silvo da serpen-te! Eles são sumos sacerdotes; os seus filhos são os guardiões do tesouro; os seus genros são os guardiões do Templo; e os seus servos batem no povo com varas".20

Não é de admirar que Anás fosse "o líder real em toda a ação".21 Os seus interesses adquiridos estavam sendo seriamente ameaçados por este homem que tinha expulsado do Templo os mercadores e os cambistas de Anás (Mt 21:12-17; Mac 11:15-19; Lc 19:45-48; Jo 2:13-17).

Caifás José, o genro de Anás, era o verdadeiro sumo sacerdote nessa época, indica-do pelo procurador romano Valério Grato. Ele se manteve no posto durante dezoito anos (18 a 36 d.C.) e foi deposto por Vitélio.22 Quando se diz que ele era o sumo sacerdote daquele ano (13), não se está fazendo referência ao seu mandato, mas sim àquele "ano funesto", o ano em que Cristo foi crucificado. Evidentemente, isto era importante, segun-do o modo de pensar de João, pois ele escreveu que Caifás era quem tinha aconselha-do aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo (14; ver os co-mentários sobre 11:49-52).

B. O JULGAMENTO, Jo 18:15-19.16

1. A Primeira Negação de Pedro (Jo 18:15-18)

Aparentemente, todos os discípulos fugiram (se "dispersaram", 16,32) depois da pri-são de Jesus, exceto Simão Pedro e outro discípulo (15), que seguiam a Jesus. O discípulo cujo nome não é mencionado é descrito como conhecido do sumo sacerdo-te. Ele era suficientemente conhecido, pois pôde entrar com Jesus na sala do sumo sacerdote (ver o mapa 2).

Quem era este outro discípulo? Houve diversas conjeturas: Nicodemos, José de Arimatéia ou até mesmo Judas, com base no fato de que ele ficara conhecido quando auxiliou nos planos para a prisão de Jesus. No caso de Judas, é inimaginável que Pedro conversasse com ele (16) diante do que havia acabado de acontecer no horto, ou que João tivesse deixado de mencioná-lo pelo nome (cf. Jo 6:70-71; 12.4; 14.22). A tradição, bem embasada, é de que o outro discípulo aqui era o discípulo amado, João, o filho de Zebedeu.23

Como João, um pescador da Galiléia, poderia ter tão íntimo relacionamento com o sumo sacerdote? A esse respeito, houve duas sugestões. Uma delas se baseia em uma tradição lendária, atribuída a uma afirmação de "Polícrato, um bispo de Éfeso no final do século II, de que 'João, o amado do Senhor, era um sacerdote que usava o petalon'. A palavra grega petalon é usada na Septuaginta em Êxodo 28:36, como uma referência à placa de ouro que se amarrava na frente da mitra do sumo sacerdote".' Se a lenda for verdadeira, ela explica o fácil acesso de João. A outra idéia é a de que o pai de João, Zebebeu, era um rico pescador que tinha um negócio próspero. Isto envolvia o comércio do peixe salgado, que ele vendia para a casa do sumo sacerdote. Barclay fala sobre uma cafeteria árabe nas ruas de trás de Jerusalém que alguns franciscanos afirmam ter sido a filial em Jerusalém da empresa de peixe salgado de Zebedeu, "e esta é a razão por que João podia entrar na casa do sumo sacerdote"."

De qualquer forma, João estava dentro, enquanto Pedro estava da parte de fora, à porta (16). Como nos primeiros dias do discipulado (1.41), João saiu... levando Pedro para dentro. Havia uma porteira (empregada) ou uma encarregada da porta. Pedro precisava passar por ela. Quando ele o fez, ela disse: Não és tu também dos discípu-los deste homem? (17) Estas palavras devem ter passado como uma flecha pelo coração de Pedro. Até agora ele tinha conservado as suas intenções boas e fortes (13.37). Ne-nhum outro sacou a espada, embora outro discípulo tivesse uma (Lc 22:38). Outros ti-nham fugido, mas Pedro seguiu (15). Deve ser dito, a favor de Pedro, que embora tenha fracassado, ele fracassou tentando com toda a sua força humana. É muito melhor tentar e falhar do que não tentar.

A resposta de Pedro à mulher: Não sou (17) pareceu satisfazer à mulher, mas abalou Pedro. Inseguro de si mesmo, incerto sobre onde estava e incapaz de ver o seu Senhor, ele moveu-se para ocultar a sua identidade entre os servos e os criados, que tinham feito brasas, e se aquentavam. Com eles estava Pedro, aquentando-se também (18).

2. Perante Anás (18:19-23)

Estes versículos só aparecem no texto de João. Os Sinóticos não fazem menção

de uma audiência perante Anás. Mas não é difícil ver que o sumo sacerdote (19) Anás' "enquanto viveu, supostamente manteve uma posição patriarcal"." Pode ter acontecido que Caifás estivesse presente, mas não no comando. Além disso, como Jesus ameaçara seriamente o seu poder, a sua posição e o seu prestígio, "Anás queria ser o primeiro a tripudiar sobre a prisão, a derrota, e a frustração deste galileu perturbador"."

Esta audiência perante Anás não foi uma assembléia formal do Sinédrio. Não foram chamadas testemunhas. Parece ter sido uma tentativa de fazer com que Jesus se incriminasse. As perguntas feitas a Jesus foram acerca dos seus discípulos e da sua doutrina (19). A resposta de Jesus indicou que a sua obra e os seus ensinos não ti-nham sido secretos ou encobertos. Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se ajuntam, e nada disse em oculto (20; cf. Jo 6:59-7.4,12,14,26; 10.23; 11.54; 12.19). A expressão na sina-goga (en synagoge) se refere às ocasiões "em que o povo se reunia em assembléia sole-ne".29 A palavra abertamente (parresia) transmite a idéia de "franqueza, simplicida-de de discurso, que não esconde nada e que não passa por cima de nada"." Aqui somos recordados das palavras de Sócrates: "Se alguém disser que já ouviu ou aprendeu algu-ma coisa em particular comigo, que todos os demais não podem ter ouvido, saibam que tal pessoa não fala a verdade"."

Como "era um princípio reconhecido da lei que a prova de um homem sobre si mesmo era suspeita"," Jesus devolveu a pergunta a Anás. Para que me perguntas a mim? Pergunta aos que ouviram o que é que lhes ensinei; eis que eles sabem o que eu lhes tenho dito (21). Era um princípio fundamental da lei judaica que não se devia fazer perguntas ao prisioneiro sobre si mesmo, que, caso respondidas, pudessem incriminá-lo. Barclay cita Maimonides, um estudioso medieval judeu: "A nossa verdadeira lei não inflige a penalidade da morte sobre um pecador com base na sua própria confissão"." A tentativa de Jesus de injetar algo parecido com justiça aos pro-cedimentos ilegais de Anás encontraram uma rejeição imediata. Um dos criados que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote? (22) Este "uso de violência somente mostrou a fraqueza do criado".' O ato do criado é outra indicação de que não se tratava de uma reunião formal do Sinédrio. Tal ato não teria sido tolerado ali.

A resposta de Jesus ao golpe recebido foi um lembrete digno de que a justiça sempre deve estar em ordem. Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, porque me feres? (23) A palavra ferir (dero) quer dizer literalmente "bater, golpear". Westcott ob-serva: "Os antigos comentaristas viam na censura calma uma verdadeira interpretação do preceito (Mt 5:39.

  1. Jesus É Enviado a Caifás (18,24)

A única menção de Caifás em ligação com esse julgamento de Jesus é a de que Anás mandou-o, manietado, ao sumo sacerdote Caifás (24). O verbo grego para mandar é apesteilen, um tempo aoristo, não mais-que-perfeito; assim será melhor traduzido como mandou, como em várias versões. Mesmo que Caifás estivesse presente durante o pro-cesso informal perante Anás, era necessária a ação oficial do Sinédrio antes que o caso pudesse ser submetido ao procurador romano, para a decisão final. Caifás, sendo o sumo sacerdote oficial, presidiu aquela audiência (Mt 26:57-27.2; Mac 14:53-65; 15.1; Lc 22:54-63-71). "Nada é dito aqui sobre a audiência... que era somente uma formalidade, uma vez que já tinha sido tomada a decisão na reunião espúria na casa de Anás"." Westcott destaca que a reunião "se realizou para confirmar a decisão já tomada anteriormente, e assim satisfazer a forma da lei, que, contudo, foi desrespeitada pela imposição e execu-ção da sentença no mesmo dia do julgamento".'

  1. A Segunda e a Terceira Negação de Pedro (18:25-27)

O relato de João das negações de Pedro é interrompido pelo registro do acontecimen-to perante Anás. Alguns sugeriram que tanto Caifás quanto Anás viviam no mesmo lu-gar, i.e., ocupavam diferentes apartamentos que estavam ao redor de um pátio comum, e que tudo era parte da residência do sumo sacerdote (ver o mapa 2). De qualquer modo, a cena de Pedro junto ao fogo continua no versículo 25. Simão Pedro estava ali e aquen-tava-se. Mesmo que Pedro tivesse esperança de ocultar a sua identidade infiltrando-se no meio dos "servos e... criados" (18), eles (evidentemente, mais de um) disseram-lhe: Não és também tu um dos seus discípulos? (25) A colocação das palavras no original indica que eles esperavam uma resposta negativa. Estava além da sua compreensão que qualquer homem pudesse ser tão tolo para identificar-se com um Homem que já estava condenado à morte. Mas eles tinham subestimado o poder de atração do amor de Cristo. Ele obriga os homens a agir de uma maneira que é incompreensível para o mundo. Pedro não estava se rebelando contra o Senhor — ao contrário, ele estava incapaz (impotente, Jo 13:36) perante os homens acusadores. Assim, ele negou e disse: Não sou (25).

Aquilo que tinha começado como uma acusação impessoal e geral dos servos e cria-dos repentinamente tornou-se muito pessoal e específico. Desta vez, o acusador era um dos servos [lit., "escravos"] do sumo sacerdote, e parente (Weymouth) daquele a quem Pedro cortara a orelha (26). Não há nada indireto sobre a sua pergunta. Da colocação das palavras em grego, fica evidente que a resposta esperada era afirmativa: Não te vi [ou seja, com os meus próprios olhos] eu no horto com ele? (26) João, fiel aos fatos, mas não dando maiores detalhes sobre a fraqueza do seu colega discípulo, escre-veu simplesmente: Pedro negou outra vez (cf. Mt 26:74; Mac 15.71). Assim que Pedro pronunciou a sua terceira negação, o galo cantou (27; cf. 13.38).38

5. Perante Pilatos (Jo 18:28-19.
16)

a. A Acusação (18:28-32). A cena passa da audiência formal perante Caifás e do Sinédrio para a audiência (28), que era o praitorion, transliterado como "pretório" (NASB). Originalmente, a palavra designava as instalações de um general no campo, e mais tarde a residência oficial do governador. A localização do pretório em Jerusalém não é certa. Alguns dizem que era o palácio construído por Herodes, que ficava sobre a colina de Sião, na parte oeste da cidade. Outros acham que era o Castelo de Antônia, que ficava ao norte da área do Templo (ver o mapa 2). "A maioria dos estudiosos é favorável à segunda localização"."

Quando levaram Jesus ao pretório era pela manhã cedo. A palavra para cedo (proi) refere-se à quarta vigília, das 3 às 6 horas da manhã. Como "uma audiência roma-na podia acontecer a qualquer hora depois do nascer do sol", esta ida até o governador deve ter acontecido tão cedo quanto possível"." Mas eles (sacerdotes, criados, servos do sumo sacerdote) não entraram na audiência, para não se contaminarem e pode-rem comer a Páscoa (28). Como era sexta-feira, e a Páscoa começava oficialmente ao pôr-do-sol, um judeu, para estar cerimonialmente puro, não ousaria entrar em uma cor-te ou casa de um gentio, de onde não tivesse sido removido o pão levedado (Êx 12:15). Bernard observa: "Aqueles homens estavam prestes a corromper as suas almas pelo testemunho inescrupuloso que levaria Jesus a uma morte horrível, mas não queriam incorrer na impureza técnica ou cerimonial ao dar esses testemunho Não há perversão tão sinistra quanto a da consciência humana".' Eles foram o exemplo perfeito de coar um mosquito e engolir um camelo. Sobre eles, Hoskyns diz: "Aqueles que fingem tão grande devoção são, na verdade, culpados de enorme superstição, pois a execução do Messias se torna a preparação da sua festa solene"."

Pilatos, a quem Jesus foi trazido, conhecia bem os costumes e as práticas religiosas dos judeus. Ele tinha aprendido, da pior maneira, que deixar de reconhecer e cooperar com esses costumes só trazia problemas — e ele não queria mais ter problemas. Assim, Pilatos saiu (29) — ele se encontrou com eles fora do pretório.

Quem é este Pilatos, e qual era o seu relacionamento com os judeus? O imperador Tibério nomeara Pilatos como procurador romano em 26 d.C. A sua província abrangia parte da Síria, que incluía a Judéia, Samaria e Iduméia. As suas obrigações eram tanto militares quando administrativas. Embora tecnicamente sob a jurisdição do governador da província da Síria, ele tinha praticamente jurisdição absoluta em sua própria provín-cia, exceto quando havia um cidadão romano envolvido. A política de Roma era a de conceder um elevado grau de autogoverno às províncias, e devido aos costumes e às práticas religiosas dos judeus, esta política conciliatória "era levada a instâncias incomuns, de modo que o governo da Judéia era excepcionalmente difícil"." Pilatos manteve esse posto por dez anos, apesar de períodos de extrema turbulência. Ele é retratado como um homem que era "obstinado, sem tato e teimoso".44

Pode ser que Pilatos tenha sido avisado da prisão, provavelmente na hora em que o "bando" de soldados foi reunido. Assim, quando eles trouxeram Jesus, pela manhã, ele saiu, disposto a ouvir as suas queixas. Ele perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? (29) De modo hostil e insolente, eles responderam: Se este não fosse malfeitor [lit., "alguém que pratica o mal"], não to entregaríamos (30). A intenção da resposta era indicar a Pilatos que eles já tinham feito um julgamento. Tudo o que eles queriam era a ratificação necessária para a sua execução. Mas não era fácil encurralar Pilatos. Uma vez que eles já tinham realizado um julgamento, como a sua resposta dei-xava claro, o governador os desafiou: Levai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei (31). Se os judeus pudessem ter atingido o seu objetivo maléfico "sozinhos", eles o teriam feito. Sem dúvida, no seu ardiloso planejamento, tinham considerado todos os ângulos possí-veis. A sua resposta deixava claro o seu dilema: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma (31)."

João, na sua maneira característica, interpreta isto como uma parte do plano divino previamente mencionado pelo próprio Senhor Jesus... significando de que morte ha-via de morrer (32; cf. Jo 12:32). Ao considerar isto, Hoskyns assume a opinião de que, como deveria haver derramamento de sangue para a salvação do mundo, "Os judeus, ao insistir na crucificação, são motivados pela necessidade divina de que são totalmente inconscientes. Toda a narrativa conduz à conclusão abrangente do julgamento perante Pilatos: [Ele] entregou-lho, para que fosse crucificado" (Jo 19:16).46

b. Onde Está Jesus-Rei? (Jo 18:33-38a). Lucas lembra o fato de que Jesus tinha sido, perante Pilatos, acusado de dizer que era um rei (Lc 23:2). Embora João não registre isso, existem evidências de que tal acusação tenha sido feita. Pilatos tornou, pois, a entrar na audiência, e chamou a Jesus (33)." Imediatamente, disse-lhe: Tu és o rei dos judeus? (33)." O próprio fato de Pilatos ter levantado essa questão sobre o reinado de Jesus fornece a Jesus a oportunidade de inquirir Pilatos sobre a natureza do seu interesse. Teria Pilatos perguntado por causa da sua própria admissão de que estava na presença de um soberano, ou em nome de outros? (34) Pilatos afirmou, em sua respos-ta, que tinha sido por sugestão de outros. Porventura, sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? (35)

É Jesus rei? Ele mesmo deu a resposta afirmativa. Ele tem um Reino, meu Reino, mas que não é deste mundo (36). Nele estão os seus servos, que, devido à sua natureza e propósito (eles não são deste mundo, Jo 17:16), não podem lutar para assegurar a liberta-ção de Jesus (18,11) dos judeus. O Reino de Jesus não é do tipo que pode ser defendido pelo escudo, ou propagado pela espada.' Pilatos supôs que isto significava que Jesus professava ser um rei e disse: "Logo tu és rei?" (37, trad. lit.) Jesus confirmou o seu reinado: Tu dizes que eu sou rei (37), e Pilatos concordou com isto. Mas a pergunta continua: Pilatos entendeu que o reino de Jesus é o Reino da verdade, e que Ele é o Soberano da verdade? Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. "A natureza da sua soberania corresponde à natureza da sua missão. Ele é o Rei da verdade, e Ele manifesta o seu poder real não pela força, mas pelo testemunho que Ele dá em relação à verdade" (Jo 3:32-5.33)." Como para colocar a questão de modo pessoal e intencional para Pilatos, Jesus disse: Todo aquele que é da verda-de ouve a minha voz (37; cf. Jo 10:16-27).

Aqui, nos versículos 37:38, está o antigo conflito entre a fé e o cinismo. Aqui está a oportunidade de um homem seguir a verdade e o que é direito, não importando as conse-qüências. E aqui também está a tentação de rejeitar a verdade e as ações honradas, quando isto for custoso. Se pelo menos os homens pudessem ouvir Jesus e crer nele! Se pelo menos os homens pudessem se unir à fé de Lowell:

A verdade, sempre, no patíbulo, O engano sempre no trono -Mas o patíbulo governa o futuro, E, por trás do escuro desconhecido, Está Deus em meio às sombras, Protegendo os seus.

(Da obra The Present Crisis)

Pilatos ouviu a voz de Jesus? Evidentemente não, pois a sua pergunta, Que é a verdade? (38) "meio triste, meio cínica, implica que, mesmo nos assuntos rotineiros, a verdade não é alcançável".51

Jesus nunca deu a Pilatos uma resposta verbal a esta pergunta. Mas o que o nosso Senhor fez, para que todos os homens vissem, foi mostrar o caminho da verdade. A ver-dade é o caminho da vida, mesmo quando é o caminho da cruz.

  1. O Rei dos Judeus, ou Barrabás? (18.38b-40) Pilatos estava convencido da inocên-cia de Jesus, ainda que não completamente atraído pela Verdade. Quando foi ter com os judeus, disse-lhes: Não acho nele crime [aitia, "causa para punição, crime?' algum (38). Então, Pilatos tentou escapar entre as garras do dilema em que ele se encontrava. Por um lado, ele estava persuadido de que Jesus não era culpado. Por outro, sabia que algum favor ou demência teria de ser oferecido aos judeus. Então lembrou-se do costume de libertar um prisioneiro na época da Páscoa.' Eles queriam que ele soltasse o rei dos judeus? (39) Uma vez que Pilatos tinha estado tão cego quanto à verdadeira natureza e missão de Jesus, este título que ele empregou pode ter sido apenas uma maneira de demonstrar o seu desprezo pelos judeus.

A tentativa de Pilatos de resolver o dilema propondo uma terceira solução fracassou completamente. Pois todos voltaram a gritar, dizendo: Este não, mas Barrabás! (40) "Existe uma impressionante emoção na curta frase"' com que João conclui o assun-to: E Barrabás era um salteador.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de João Capítulo 18 versículo 27
Jo 13:38.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
*

18.1-40

Este capítulo tem três seções: a prisão de Jesus é registrada nos vs. 1-18; o julgamento diante de Anás nos vs. 19-27; e o julgamento diante de Pilatos nos vs. 28-40.

As narrativas dos quatro Evangelhos cobrem os maiores eventos da prisão, julgamento, execução e ressurreição de Jesus. Embora algumas dificuldades surgiam na correlação de detalhes, os principais elementos estão em completa harmonia. Jesus foi preso à noite. Seu julgamento diante das autoridades judaicas teve, pelo menos, duas fases e durante esta parte do julgamento, Pedro negou Jesus três vezes. O julgamento diante de autoridades seculares teve três fases e Jesus foi executado pelos soldados de Pilatos. Ele foi sepultado no túmulo de José de Arimatéia, e no primeiro dia da semana ressurgiu dentre os mortos, e foi visto vivo em várias ocasiões, pelos seus discípulos. Nenhuma dificuldade na correlação de detalhes é insuperável. Em um número de casos, mais do que uma explicação é possível e, na ausência de dados mais completos, é difícil escolher entre eles.

* 18:1

ribeiro Cedrom. No vale do Cedrom a leste da cidade.

* 18:3

a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus. Estes eram, provavelmente, os mesmos guardas do templo, referidos em 7.32,45. Eles, obviamente, esperavam resistência à prisão, tanto por parte de Jesus como dos discípulos.

* 18:4

sabendo... todas as coisas... adiantou-se e perguntou-lhes. Notar aqui e nos vs. 7 e 11, que Jesus estava pronto para ser preso e interrogado. Não esboçou nenhuma tentativa de escapar àquilo que viera fazer.

* 18.5-7

Sou eu. Aqui pode ser uma simples identificação, mas mesmo assim, a resposta de Jesus coincide com o nome solene de Deus (EU SOU), usado na tradução grega do Antigo Testamento, em Êx 3:14 (6.35, nota).

* 18:8

deixai ir estes. Mesmo nesta hora crucial, Jesus estava preocupado com os seus discípulos (17.12).

* 18:10

Pedro... feriu o servo do sumo sacerdote. Um mau concebido ato de resistência. Só João registra que Pedro carregava uma espada e que Malco era o nome do servo; somente Lucas registra que Jesus o curou (Lc 22:51).

* 18:11

Mete a espada na bainha. A repreensão de Jesus nada tem a ver com a possibilidade da auto-defesa ou da resistência civil; a questão é que Jesus veio para dar a sua vida em resgate de muitos e ele não devia ser dissuadido desta tarefa (conforme Mt 16:21-23).

não beberei... o cálice. Esse "cálice" é o cálice do vinho da ira de Deus (Sl 75:8; Is 51:17; Jr 25:15-17,27-38). O "cálice" que Jesus escolheu beber não é meramente a morte, mas a ira de Deus sobre o pecado (conforme Mt 20:22; Mc 10:38).

* 18:13

Anás. Um dos mais influentes líderes judeus da época. Ainda que deposto do ofício de sumo sacerdote pelos romanos, ele era ainda conhecido por este título entre os judeus. É difícil determinar se este versículo e os vs. 19-24 representam uma ou duas fases de um julgamento diante das autoridades judaicas. Mateus, Marcos e Lucas se referem a uma fase adicional diante do Sinédrio. A julgar pela descrição das regras para julgamento encontradas no Mishnah de uns dois séculos depois, os procedimentos aqui foram marcados por sérias irregularidades e violações da lei judaica. O Sinédrio não podia reunir-se à noite; a pena de morte não podia ser declarada no dia do julgamento; aí foram usadas falsas evidências e falsos testemunhos (Mt 26:59,60). Jesus foi esbofeteado pelos guardas durante o julgamento (v.22; Mc 14:65). Em acréscimo a tudo isto, era ilegal o Sinédrio reunir-se para um processo capital na véspera de um Sábado ou do dia de festa. Estas violações mostram que a condenação de Jesus, pelas autoridades judaicas, foi uma caricatura grotesca de justiça.

* 18:15

e outro discípulo. Provavelmente este era João, uma vez que dos três mais chegados a Jesus (Pedro, Tiago e João) ele é o único que não é mencionado pelo nome no Evangelho.

conhecido do sumo sacerdote. Ele foi admitido ao palácio e até mesmo se lhe permitiu convidar um hóspede (v.16).

* 18:17

A narrativa da negação de Pedro é interrompida no Evangelho de João por uma parte do processo de julgamento (vs. 19-24). Pareceria que houve três ocasiões da negação, ao invés de três declarações diferentes de Pedro. Isto é o que alguém poderia esperar com várias pessoas indo e vindo para aquecer-se junto ao fogo. Pode haver diferentes modos legítimos de distinguir as ocasiões para demonstrar a figura das três negações preditas por Jesus (13.38). Todos os quatro Evangelhos concordam que a primeira negação foi em resposta a uma pergunta de "uma serva", em outras palavras, de uma pessoa inofensiva, sem grande importância na casa.

Não sou. A negação de Pedro mostra que, quando Jesus suportou o castigo divino contra o pecado, ele o fez sem o conforto ou consolação. A negação de Pedro é predita em Zc 13:6,7. A solidão de Jesus em seu sofrimento é antecipada no Sl 69:20.

* 18:19

Então, o sumo sacerdote interrogou. Este pode ter sido Anás ou Caifás na casa de Anás (v.24). Um acusado não podia ser interrogado até que uma testemunha tivesse, primeiro, estabelecido uma base para fundamentar a culpa. Por esta razão, alguns chamam isto uma audiência, e não um julgamento.

* 18:22

um dos guardas... deu uma bofetada em Jesus. Isto, obviamente, era altamente irregular, especialmente quando o prisioneiro estava amarrado (v.24).

* 18:26

parente. Uma pergunta feita por este colocou Pedro em maior perigo do que as perguntas anteriores, uma vez que o interlocutor podia estar querendo vingar Malco.

* 18:28

o pretório. Ver referência lateral. O julgamento romano de Jesus parece ter tido três fases: levado diante de Pilatos (vs.28-38); levado diante de Herodes (Lc 23:5-12); e levado segunda vez diante de Pilatos (18.39—19.16). João descreve somente a primeira e terceira partes, porém com mais detalhes do que os outros Evangelhos.

não entraram no pretório para não se contaminarem. O pretório romano era um lugar de hostilidade entre os romanos e os judeus, e um lugar imundo para os judeus. Extraordinariamente, é o lugar onde eles colaboraram para levar Jesus à morte. Ver nota sobre caps.13-17.

* 18:29

Que acusação. Os judeus não tinham acusação que seria reconhecida num tribunal romano, não importando se fosse considerada por eles como uma pena capital.

* 18:31

Tomai-o vós outros e julgai-o. Uma resposta lógica. O argumento de Pilatos é que se eles não estavam querendo especificar as acusações, não deviam esperar que Pilatos conduzisse o julgamento.

A nós não nos é lícito matar ninguém. Esta era uma disposição usual nos países ocupados por Roma, talvez para proteger aqueles que apoiavam Roma. Os judeus nem sempre eram tão obedientes: veja-se a morte de Estêvão (At 7:57-60).

* 18:32

significando o modo por que havia de morrer. Ver 3.14; 12:32-34. O apedrejamento era o método judeu de punição capital. Enforcamento ou crucificação, como implicado nas palavras "for levantado", eram usados pelos romanos. Isto mostra o controle divino sobre todo aquele procedimento jurídico, mesmo que tenha sido marcado por flagrante injustiça.

* 18:33

rei dos judeus. Jesus não era o "rei dos judeus" no sentido de promover sedição contra Roma, como o acusaram os líderes judeus (Lc 23:2), mas era o Rei dos Judeus no sentido Messiânico (12.13; Mt 2:2; Lc 1:32-33; 19:38).

* 18:36

O meu reino não é deste mundo. Jesus é um rei, mas não estabelecerá o seu reino pela força. Isto confundiu grandemente a Pilatos. Ver "O Reino Celestial de Jesus", em At 7:55.

* 18:37

Tu dizes que sou rei. A pergunta de Pilatos enseja a maravilhosa resposta de Jesus cujo reino e missão são fundados na verdade (1.8,14,17; 8.32;14.6).

* 18:38

Que é a verdade. A verdade não importa para aqueles que, como Pilatos, são motivados por oportunismo. Do mesmo modo, a verdade não importa para os céticos, que perderam a esperança de conhecê-la.

Eu não acho nele crime algum. Pilatos não encontra crime em Jesus e está relutante em condenar Jesus à morte. Ironicamente, é um governador romano pagão, que tenta soltar Jesus, enquanto "os seus" (1,11) querem matá-lo.

* 18:39

É costume entre vós. O costume de perdoar um criminoso na Páscoa é relevante em relação à própria festa, que comemora a ação de Deus em poupar os israelitas da morte.

* 18:40

Barrabás. O nome significa "filho do pai". Ao invés dele, foi o verdadeiro Filho do Pai que morreu.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
18:3 Os oficiais dos principais sacerdotes e dos fariseus possivelmente eram membros do guarda do templo; eram judeus a quem os líderes religiosos delegaram autoridade para efetuar arrestos em casos de infrações menores. Os soldados talvez tenham sido uma pequena companhia de soldados romanos que não participaram da detenção, mas sim acompanharam ao guarda do templo para assegurar-se de que a situação não se descontrolasse.

18:4, 5 João não narra o beijo de saudação do Judas (Mt 26:49; Mc 14:45; Lc 22:47-48), mas o beijo do Judas marcou um ponto de transição para os discípulos. A partir da detenção do Jesus, a vida de cada um seria radicalmente diferente. Pela primeira vez, Judas traiu abertamente ao Jesus diante dos outros discípulos. Pela primeira vez, os leais discípulos do Jesus se afastaram correndo (Mt 26:56). O grupo de discípulos sofreria um tempo de severo prova antes de transformar-se de seguidores vacilantes em líderes dinâmicos.

TRAICION NO HORTA : depois de comer a ceia de Páscoa no aposento alto, Jesus e seus discípulos foram ao Getsemaní, lugar onde o guarda do templo, guiado pelo Judas, prenderia o Jesus. Desde aí o levariam a casa do Caifás para o primeiro de seus muitos julgamentos.

18:6 Os homens talvez se surpreenderam ante o jogo da pergunta do Jesus, ou ante as palavras "Eu sou", que era uma declaração de sua divindade (Ex 3:14). Ou possivelmente ficaram afligidos ante o óbvio poder e autoridade do Senhor.

18.10, 11 Tratando de proteger ao Jesus, Pedro desenvainó uma espada e feriu o servo do supremo sacerdote. Mas Jesus disse ao Pedro que colocasse sua espada na vagem e permitisse o desdobramento do plano de Deus. Às vezes resulta tentador nos encarregar dos assuntos, forçar a situação. A maioria das vezes essas atitudes nos conduzem ao pecado. Em lugar disso devemos confiar que Deus levará a cabo seu plano. Considere-o: se Pedro o tivesse feito a sua maneira, Jesus não teria ido à cruz, e o plano de redenção de Deus se teria obstaculizado.

18:11 A taça significa o sofrimento, o isolamento e a morte que Jesus deveria suportar a fim de expiar os pecados do mundo.

18.12, 13 Ao Jesus o levaram imediatamente à residência do supremo sacerdote, apesar de que isto ocorreu em meio da noite. Os líderes religiosos estavam apurados; queriam completar a execução antes do dia de repouso e seguir adiante com a celebração da Páscoa. Esta residência era um palácio cujos muros exteriores rodeavam um pátio onde servos e soldados se esquentavam junto a um fogo.

18:13 Anás e Caifás foram supremos sacerdotes. Anás foi o supremo sacerdote do Israel desde 6 a 15 D.C., quando os governadores romanos o depuseram. Ao Caifás, genro do Anás, nomearam-no supremo sacerdote e permaneceu no cargo desde 18 a 36/37 D.C. De acordo com a lei judia, esta posição era vitalícia. portanto, muitos judeus seguiam considerando ao Anás como supremo sacerdote e o seguiam chamando por esse título. Mas, embora Anás seguia tendo muita autoridade entre os judeus, Caifás tomava as decisões finais.

Tanto Caifás como Anás se interessavam mais por suas ambições políticas que por sua responsabilidade de guiar ao povo para Deus. Apesar de ser líderes religiosos, voltaram-se malvados. Em sua condição de líderes espirituais, devessem ter sido sensíveis à revelação de Deus. Devessem ter sabido que Jesus era o Messías do qual falavam as Escrituras e devessem ter conduzido ao povo para O. Mas quando homens e mulheres enganosos procuram fazer o mal, desejam eliminar toda oposição. Em lugar de fazer uma avaliação sincera das declarações do Jesus apoiando-se em seu conhecimento das Escrituras, estes líderes religiosos procuraram satisfazer suas próprias ambições egoístas e inclusive estiveram dispostos a matar ao Filho de Deus, se era isso o que fazia falta para as obter.

18:15, 16 O outro discípulo possivelmente era João, o autor deste Evangelho. Conhecia supremo sacerdote e se deu a conhecer a criada que estava à entrada. Por causa de suas relações, João conseguiu entrar junto com o Pedro ao pátio. Mas este não quis identificar-se como seguidor do Jesus. As experiências do Pedro nas horas subseqüentes lhe trocariam a vida. se desejar mais informação sobre o Pedro, veja-se seu perfil no Mateus 27.

18.19ss Durante a noite, Jesus teve uma audiência prévia ao julgamento ante o Anás antes de que o levassem ao Caifás e a todo o Sanedrín (Mc 14:53-65). Os líderes religiosos sabiam que não tinham do que acusar ao Jesus, assim trataram de acumular evidências em seu contrário mediante o uso de falsas testemunhas (Mc 14:55-59).

18.22-27 Facilmente podemos nos zangar com o concílio por sua injustiça ao condenar ao Jesus, mas devemos recordar que Pedro e outros discípulos também contribuíram à dor do Jesus ao abandoná-lo e negá-lo (Mt 26:56, Mt 26:75). Apesar de que muitos não somos como os líderes religiosos, todos somos como os discípulos, pois às vezes negamos que Cristo é o Senhor em aspectos muito vitais de nossas vidas ou mantivemos em segredo nossa identidade como crentes em tempos de pressão. Não se desculpe assinalando a outros cujos pecados parecem ser piores que os seus. Mas bem, acuda ao Jesus em busca de perdão e sanidade.

18.25-27 Imagine que você está parado fora enquanto interrogam ao Jesus, seu Senhor e Professor. Imagine também olhando a esse homem, o qual chegou a acreditar que é o Messías tão esperado, enquanto abusam do e o golpeiam. Naturalmente, Pedro estava confundido e assustado. É um pecado sério negar a Cristo, mas Jesus perdoou ao Pedro (21.15-17). Nenhum pecado é muito grande para que Jesus o perdoe se você estiver na verdade arrependido. O perdoará inclusive seu pior pecado se deixar de cometê-lo e pede perdão.

18:25 Os outros Evangelhos dizem que as três negações do Pedro ocorreram perto de um fogo no pátio exterior do palácio do Caifás. No relato do João a primeira negação aparece para fora da casa do Anás e as outras duas para fora da casa do Caifás. É provável que tenham ocorrido no mesmo pátio. A residência do supremo sacerdote era grande e Anás e Caifás sem dúvida viviam perto.

18:27 Este fato cumpriu as palavras que Jesus disse ao Pedro depois que ele prometesse que jamais o negaria (Mc 14:31; Jo 13:38).

18:28 Segundo a lei judia, entrar na casa de um gentil convertia ao judeu em uma pessoa ceremonialmente poluída. Como resultado, dita pessoa não podia participar do culto no templo nem celebrar as festas enquanto não se restaurasse a um estado de "limpeza". Por temor a poluir-se, estes homens permaneceram fora da casa onde levaram ao Jesus para ser julgado. Respeitaram os requisitos do cerimonial de sua religião enquanto que em seu coração albergavam homicídio e traição.

18:29 Este governador romano, Pilato, teve a seu cargo a Judea (a região onde estava localizada Jerusalém) desde 26 a 36 D.C. Pilato não era popular entre os judeus porque saqueou o tesouro do templo procurando dinheiro para construir um aqueduto. Não lhe agradavam os judeus, mas quando Jesus, o Rei dos judeus, esteve de pé ante ele, Pilato o achou inocente.

18:30 Pilato sabia o que ocorria; sabia que os líderes religiosos odiavam ao Jesus e não queria lhes servir de verdugo. Não podiam condená-lo a morte, a permissão devia vir de um líder romano. Mas Pilato em um início se negou a sentenciar ao Jesus sem evidência suficiente. A vida do Jesus passou a ser um peão na luta do poder político.

18.31ss Pilato tentou quatro vezes chegar a uma solução com o Jesus: (1) tratou de fazer que outro carregasse com a responsabilidade (18.31); (2) tratou de encontrar uma via de escapamento para liberar o Jesus (18.39); (3) tratou de chegar a um acerto fazendo que açoitassem ao Jesus em lugar de entregá-lo à morte (19.1-3); e (4) tratou de apelar diretamente à simpatia dos acusadores (19.15). Todos devem decidir o que fazer com Cristo. Pilato tentou deixar que outros decidissem por ele e ao final saiu perdendo.

18:32 Esta predição aparece em Mt 20:19. A crucificação era um método comum de execução para criminosos que não eram cidadãos de Roma.

18:34 Se Pilato formulava esta pergunta em seu papel de governador romano, sua intenção seria a de averiguar se Jesus estava estabelecendo um governo rebelde. Mas os judeus usavam a palavra rei para pô-lo como um governante religioso, o Messías. Israel era uma nação cativa, sob o poderio militar do Império Romano. Um rei rival poderia ter sido uma ameaça para Roma; um Messías poderia ter sido um líder puramente religioso.

JULGAMENTO E CRUCIFIXION DO Jesus: Jesus foi levado do julgamento ante o Sanedrín judeu ao julgamento ante o procurador romano Pilato, na Torre Antonia. Pilato o enviou ao Herodes (Lc 23:5-12), mas este não demorou em mandá-lo ao Pilato. Respondendo às ameaças da turfa, Pilato por último acessou a que Jesus fora crucificado.

18.36, 37 Pilato formulou ao Jesus uma pergunta direta e este respondeu com claridade. Jesus é um Rei, mas um rei cujo Reino não é deste mundo. Ao parecer, na mente do Pilato não havia dúvida de que Jesus dizia a verdade e era inocente de qualquer delito. Também parece evidente que apesar de reconhecer a verdade, Pilato decidiu rechaçá-la. É uma tragédia que não reconheçamos a verdade. É uma tragédia maior reconhecer a verdade e não lhe emprestar atenção.

18:38 Pilato era um cínico; pensava que toda verdade era relativa. Para muitos oficiais do governo, a verdade era algo com a que estivesse de acordo a maioria ou o que fora que ajudasse a promover seu próprio poder pessoal e suas metas políticas. Onde não há uma base de verdade, não há apóie para o que é moralmente bom e mau. A justiça passa a ser algo que dê resultado ou o que seja que ajude aos que exercem o poder. No Jesus e em sua Palavra encontramos uma norma para o que é verdade e para nossa conduta moral.

18:40 Diabinho era um rebelde contra Roma e, apesar de ter cometido homicídio, possivelmente era um herói entre os judeus. Os judeus detestavam que Roma os governasse e ter que pagar impostos ao desprezado governo. A Diabinho, que dirigiu uma rebelião faltada, liberaram-no em lugar do Jesus, o Unico que na verdade podia ajudar ao Israel. se desejar mais informação sobre Diabinho, veja-a nota a Lc 23:18-19.

OS SEIS CENÁRIOS DO JULGAMENTO DO Jesus

Apesar de que o julgamento do Jesus durou menos de dezoito horas, apresentaram-no ante seis auditórios diferentes.

ANTE AUTORIDADES JUDIAS

Audiência preliminar ante o Anás (cf11\ul Jo 18:12-24)

devido a que o ofício de supremo sacerdote era vitalício, Anás ainda era o supremo sacerdote "oficial" ante os judeus, embora os romanos escolheram a outro. Anás ainda tinha uma grande influencia ante os membros do Sanedrín.

Audiência ante o Caifás (Mt 26:57-68)

Como no caso da audiência ante o Anás, esta também se levou a cabo na noite, em segredo. Esteve cheia de ilegalidades que fizeram da justiça uma brincadeira (veja-se quadro no Mateus 28).

Julgamento ante o Sanedrín (Mt 27:1, 2)

Depois do amanhecer, setenta membros do concílio judeu se reuniram para manifestar sua aprovação à audiência prévia para lhe dar validez legal. O propósito deste julgamento não foi fazer justiça, a não ser justificar seus próprios preconceptos da culpabilidade do Jesus.

ANTE AUTORIDADES ROMANAS

Primeira audiência ante o Pilato (cf11\ul Lc 23:1-5)

Por motivos religiosos, os líderes religiosos condenaram ao Jesus à morte, mas solo o governo romano podia autorizar a aplicação da pena de morte. Por isso, levaram ao Jesus ante o Pilato, governador romano, e o acusaram de traição e rebelião, delitos pelos quais o governo romano aplicava a pena de morte. Pilato notou imediatamente que Jesus era inocente, mas temia que se originasse um alvoroço e que os líderes religiosos o acusassem.

Audiência ante o Herodes (Lc 23:6-12)

Tomando em conta que Jesus vivia na região da Galilea, Pilato enviou ao Jesus ao Herodes Agripa, governador da Galilea, quem se achava em Jerusalém para celebrar a Páscoa. Herodes estava desejoso de ver um milagre, mas quando Jesus permaneceu calado, Herodes perdeu a paciência e o mandou de novo ao Pilato.

Ultima audiência ante o Pilato (Lc 23:13-25)

Ao Pilato não caíam bem os líderes religiosos. Tampouco lhe interessava liberar o Jesus, apesar de que sabia que era inocente. Sabia também que outro distúrbio em seu distrito poderia lhe custar seu posto. Primeiro quis congraçar-se com os líderes religiosos fazendo açoitar ao Jesus, uma ação ilegal em si mesmo. Mas ao final cedeu e o entregou para ser executado. Seu próprio interesse era muito mais forte que seu sentido de justiça.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
IV. A história da paixão (Jo 18:19)

1 Quando Jesus pronunciou estas palavras, ele saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim, no qual ele entrou, ele e seus discípulos. 2 Agora Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes ajuntava ali com os seus discípulos. 3 Judas, em seguida, depois de ter recebido a banda de soldados e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4 Jesus, portanto, sabendo que todas as coisas que lhe havia de suceder, adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais? 5 Responderam-lhe: Jesus de Nazaré. Jesus disse-lhes: Eu sou ele . E Judas, que o traía, também estava com Ec 6:1 Quando, portanto, ele disse-lhes: Eu sou ele , eles andaram para trás, e caiu no chão. 7 Mais uma vez, portanto, perguntou-lhes: A quem buscais? E eles disseram, Jesus de Nazaré. 8 Jesus respondeu: Eu disse a você que eu sou ele ; se, portanto, a mim que buscais, deixai ir estes maneira: 9 que a palavra se cumprisse o que ele falou, Dos que me deste eu não perdeu 1. 10 Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a e feriu o sumo sacerdote de servo, e cortou-lhe a orelha direita. . Agora o nome do servo era Malco 11 Jesus, pois, disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha; o cálice que o Pai me deu, não hei de beber?

A conta que João deu da Paixão e da Ressurreição é completo em si mesmo e de acordo com o seu método de utilização de eventos selecionados na vida de Jesus como sinais ou testemunhas à sua pessoa. A história de João dos Passos serve este mesmo fim.Seguindo também o seu conceito de um calendário na vida de Jesus, João retratado Ele como calmamente e deliberadamente deixando a cena do último discurso e ir com os discípulos para o Jardim do Getsêmani (embora ele não nomeá-lo, nem estar relacionados a agonia de Jesus que teve lugar lá). Para os discípulos que era uma outra ocasião para fugir do frio da noite com o seu Senhor, a quem eles estavam começando a observar com uma nova visão. Para Jesus foi manter um compromisso com Judas, o traidor, e com a morte, o último grande inimigo do homem. Judas conhecia o lugar , e Jesus parecia saber que Judas iria olhar para ele no jardim. Como a cena tinha mudado desde aqueles momentos em que Judas foi um dos Doze, em comunhão com Jesus no encontro jardim!

A deliberação de Jesus foi acompanhado pela intensidade de Judas, o que mostra que o mal pode ser tão convincente quanto a justiça do homem que se entrega a ele. A mania de cabeça apreendidos Judas, e pode-se imaginar a sua corrida de atividade em preparação para a prisão, como se ele estivesse com medo de parar para que um melhor lay impulso conta dele. Desde a época da Última Ceia, que não poderia ter sido mais do que algumas horas de acordo com João-Judas tinha conferido com o Sinédrio, fez um acordo com esse corpo dirigente dos judeus, e apressou-se para encontrar Jesus. Ele veio para o jardim com um grupo de soldados fornecidos pelo Sinédrio, tendo um capitão e os oficiais (v. Jo 18:12 ). Eles estavam armados para a noite de combatividade com lanternas, archotes e armas (v. Jo 18:3 ). Certamente não havia necessidade de tal força, se eles esperavam apenas para prender Jesus. Os soldados podem ter sido enviado junto para proteger Judas no caso de Jesus ou os discípulos deram resistência. Mais provavelmente, a força foi atribuído a Judas no caso do levante temido (Jo 11:48) deve ocorrer, mesmo que fosse noite, quando poucas pessoas estariam ao redor. O medo era, em parte, justificado, para a aparência dos soldados Pedro liderou um movimento de resistência de um homem só o tempo suficiente para cortar a orelha de um homem. É um pouco surpreendente para encontrar Pedro com uma espada. João teve o cuidado de dizer que ele tinha um, como se não fosse a coisa habitual. Certamente não havia nada no programa de Jesus para exigir os seus discípulos a ter armas de qualquer tipo. Pedro pode ter obtido a espada no caminho para o jardim, antecipando problemas, e determinado a provar sua lealdade a Jesus expressa que o Mestre tinha muito recentemente desafiou (13 37:38'>13 37:38 ). De qualquer forma, assim que soube que os soldados tinham vindo para Jesus, ele entrou em ação, atacando o primeiro homem que ele poderia alcançar; parece haver nenhuma outra razão por que ele feriu o servo do sumo sacerdote.Pedro foi, provavelmente, um espadachim pobre, sendo um pescador e não um soldado. Com o objetivo de unir a cabeça do homem, ele perdeu e tomou-lhe a orelha direita. Este era um mau perder, de fato, se Pedro teve a chance de ser destro. Ele poderia ter atingido novamente, mas ele foi interrompido, não pelos soldados, mas por Jesus, para que Pedro deve ter sido grato como ele pensou sobre o evento. Lucas diz que os discípulos perguntaram a Jesus se eles devem lutar, e que um deles correu com sua espada antes de Jesus podia responder. Ao que Jesus repreendeu-o e curou a orelha (Lc 22:49 ).

Os soldados que vieram com Judas provavelmente não eram soldados romanos, que "teria levado Jesus ao mesmo tempo a Pilatos, e não para o sumo sacerdote." Judas veio como seu guia. Jesus identificou-se a eles, de acordo com João, ao passo que os Sinópticos dizer que Judas identificou-Lo por beijá-lo. Quando Jesus disse que uma segunda vez, eu sou ele , os soldados recuaram em consternação e medo, repelido pela própria majestade de Seu porte. João disse isso para mostrar que eles não poderiam ter levado Jesus a não ser que ele se permitiu ser tomadas. Pode ter sido a Judas que Jesus disse: Se, pois, a mim que buscais, deixai ir estes maneira (v. Jo 18:8 ), o que significa para ele a deixar o grupo e deixar os soldados retornar aos seus quartéis. Se assim for, esta foi uma tentativa de ganhar Judas volta. Mais nenhuma menção de Judas é feita no Evangelho de João; Mateus diz que Judas se enforcou (Mt 27:5)

12 Então, a banda e até o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e amarrou-o, 13 e levou-o a Annas em primeiro lugar; pois era sogro de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano. 14 Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morra pelo povo.

15 E Simão Pedro seguia Jesus, e assim o fez outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote; 16 mas Pedro estava parado na porta, sem. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou a ela que manteve a porta e levou Pedro para dentro. 17 A empregada, portanto, que manteve o diz porta a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Ele diz: Eu não sou. 18 Ora, os servos e os guardas estavam de pé , depois de ter feito um fogo de brasas; porque fazia frio; e eles estavam se aquecendo, e Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se.

19 O sumo sacerdote, portanto, perguntou Jesus dos seus discípulos, e de seu ensino. 20 Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; Eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem; e falou o segredo que eu nada.21 Por que me perguntas a mim? pedir-lhes que já ouviu falar de mim , o que eu lhes dizia: Eis que estes sabem as coisas que eu disse. 22 E, havendo dito isso, um dos guardas que ali por Jesus bateu com a mão, dizendo: Não respondes ao sumo sacerdote ? assim 23 Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres? 24 Annas, portanto, enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote.

25 E Simão Pedro estava se aquecendo. Disseram-lhe, pois és tu também um dos seus discípulos? Ele negou, e disse: Não sou. 26 E um dos servos do sumo sacerdote, sendo um parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse, não te vi eu no jardim com ele? 27 , portanto, Pedro negou novamente: e logo o galo cantou.

O julgamento de Jesus era duplo-eclesiástica e civil. Cada um tinha três fases, como pode ser visto a partir de um levantamento dos quatro Evangelhos neste momento. João omitido a sessão antes do Sinédrio no início da manhã, bem como que diante de Herodes da Galiléia. Ele também abreviado muitos detalhes fornecidos por um ou mais dos Sinópticos. Eles, por sua vez omitir a sessão antes de Annas.

Os soldados parecem ter sido instruído a evitar conflitos e para prender Jesus o mais silenciosamente possível, porque ali estavam, até que tenha certeza de que não haveria oposição aberta. Em seguida, eles apreenderam Jesus e amarrou-o (v. Jo 18:12 ), a lição que as chances de que todos os amigos podem tentar resgatá-lo. Ele foi mantido amarrado perante o sumo sacerdote (v. Jo 18:24 ), mas, aparentemente, foi dada liberdade suficiente para andar quando levado a Pilatos (v. Jo 18:28 ). Levaram-no primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano (v. Jo 18:13 ). Anás era o sumo sacerdote 7-14 ANÚNCIO e foi seguido por cinco filhos e um filho-de-lei, Caifás. Se ele ocupou um cargo no Sinédrio, no momento do julgamento de Jesus é incerta, mas evidentemente ele continuou a exercer considerável controle sobre seus assuntos. O questionamento parece ter ocorrido diante de Anás, depois que Jesus foi entregue a Caifás para a disposição de seu caso. "Note-se que de acordo com João não há julgamento formal, nenhuma citação de testemunhas como nos Sinópticos, mas sim uma tentativa de reunir provas contundentes para colocar diante de Pilatos." Jesus foi questionado a respeito de seus discípulos e os Seus ensinamentos . Em suas respostas Ele não fez nenhuma referência aos discípulos, testemunhando apenas de si mesmo: Eu tenho falado abertamente ... e falou em segredo que eu nada. Por que me perguntas me tu? pedir-lhes que me ouviu (vv. Jo 18:21-22 ). A única resposta veio de um dos oficiais de impedimento, que atacaram Jesus com a palma da sua mão, acusando-o de ser descortês com o sumo sacerdote. Pode-se imaginar que o policial fez isso em resposta a um sinal silencioso de Caifás. Mas Jesus ignorou a referência ao sumo sacerdote, e novamente fez Seu apelo com base em seus ensinamentos. Se falei mal [ no meu ministério público ], dá testemunho do mal: mas, se bem, por que me feres (v . 23 ). Com isso, ele foi levado para o palácio de Pilatos.

Pedro e outro discípulo tinham seguido Jesus à casa do sumo sacerdote. O outro discípulo é tradicionalmente pensado para ter sido o apóstolo João e autor deste Evangelho. Como ele, um pescador da Galiléia, era conhecido do sumo sacerdote (v. Jo 18:15) tem sido um problema para os estudiosos. Esta observação é mais fácil de conciliar com uma teoria da autoria dos atributos que o Evangelho a um ancião Jerusalém, em vez de João, filho de Zebedeu. Talvez João, ocultando o nome do discípulo, não estava referindo-se a si mesmo. Havia um discípulo que conhecemos tinha acesso à presença do sumo sacerdote, ele tinha estado lá não muito muitas horas antes. Não nos é dito que Judas estava fazendo durante a prisão e interrogatório de Jesus, mas o Evangelho de Mateus diz que no final do processo (antes de Jesus foi levado a Pilatos), ele foi "condenado" pelo que ele tinha feito; ele devolveu o dinheiro aos chefes dos sacerdotes e se enforcou. Ele não foi convidado a testemunhar contra Jesus, mas como ele observou o propósito e as táticas das autoridades judaicas, e quando viu o Mestre levados para a morte certa, ele "se arrependeu" de que ele tinha feito. Ele e Pedro estavam presentes no julgamento eclesiástico. E assim, o discípulo que ganhou ingresso para Pedro poderia ter sido Judas.Se isto é assim, Judas poderia ter sido um fator que influencia em Pedro negar o seu Senhor. Se João sabia o relato de Mateus que Judas se arrependeu de sua má ação, ele pode ter sido constrangido a esperança de que Judas tinha obtido misericórdia e morreu um discípulo de coração-por isso, talvez, João chamou-o um discípulo ao invés de usar o seu nome.

Não nos é dito por que Pedro seguiu Jesus para as câmaras do sumo sacerdote, mas a razão é óbvia. Era como Pedro de correr e correr riscos. Mas era mais do que impetuosidade que o levou. Foi um follow-up do episódio espada pela qual ele havia procurado demonstrar sua lealdade a Jesus. Ele esperava ser capaz de compensar suas declarações e ações ineptos; mas como é frequentemente o caso, o resultado foi um excesso de compensação. Ele tentou muito duro e com mau discernimento. Se ele tinha a esperança de ter a chance de defender Jesus diante do sumo sacerdote que estava decepcionado. Ele foi pego de surpresa em cada turno. A recepcionista, vendo Pedro com outro discípulo a quem ela reconheceu, perguntou-lhe: És tu também um dos discípulos deste homem? (v. Jo 18:17 ). E ele respondeu rapidamente, eu não sou . Pego de surpresa, ele respondeu por medo. Mas uma mentira, no entanto não premeditado, é difícil de lembrar. Como a ocasião em que ele tentou andar sobre a água para chegar a Jesus (sua tentativa de alcançá-Lo desta vez foi ainda mais patético) Pedro começou a afundar, sem nada para apoiá-lo. E assim ele negou conhecimento de Jesus de novo, e de novo, e cantou o galo. O Evangelho de Lucas diz que "o Senhor virou-se e olhou para Pedro" (Lc 22:61 ), e que Pedro "saiu e chorou amargamente." Aquele olhar era a mão estendida para salvar Pedro, e o choro foi a sua resposta . Judas também ver que o olhar de Jesus? É isso o que o condenou? É por isso que ele "se arrependeu", dizendo: "Pequei, que eu traí sangue inocente"? (Mateus 27:4. ). Talvez mais esperança pode ser realizada fora para Judas do que tem sido habitual.

A previsão que Jesus tinha feito da negação de Pedro , antes que o galo cante significava que ele iria fazê-lo antes do amanhecer, para o galo era o arauto da madrugada. A escuridão era tudo ao seu redor, e não apenas a escuridão da noite, mas de circunstância e negação de Pedro estava envolvido nela. Mas o amanhecer vindo não foi tão evidente. Em suas aulas de história, Dr. Beard diz: "Quando é escuro o suficiente, você pode ver as estrelas." Jesus tinha uma perspectiva melhor para Pedro do que isso: a noite seria seguido por manhã. Era uma promessa da ressurreição.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
Jesus deixou seu lugar de oração para encontrar-se com seus inimi-gos. O "ribeiro Cedrom" lembra- nos o rei Davi que foi banido de seu trono pela rebelião de seus amigos e família e atravessou esse mesmo ribeiro (veja 2Sm 15:0), encontra seu inimigo em um jardim e triun-fa, enquanto o primeiro Adão en-controu o inimigo em um jardim e fracassou. Adão escondeu-se, mas Cristo revelou-se publicamente. Veja outros contrastes que encontra nessas duas cenas de jardim à medi-da que as examina.

Judas ficou com o inimigo. "Uma vez soltos, procuraram os ir-mãos" (At 4:23). As pessoas sempre vão para onde está seu coração. Judas tinha Satanás no coração e ficou com o grupo de adeptos deste. É triste dizer que Pedro se misturou ao mesmo grupo! Obser-ve como Jesus aturdiu-os quando usou o termo "Eu sou". (Nos ma-nuscritos gregos originais, consta "ele" no versículo 6.) O mesmo nome que salva os crentes (17:
6) condena o perdido.

No versículo 8, Jesus aconse-lha seus discípulos a ir embora a fim de que não tenham problemas. Ele já lhes dissera que se dispersa-riam (16:32), mas Pedro prefere fi-car e lutar — e passa a correr perigo por isso. O pecado de Pedro não foi seguir Jesus de longe, mas segui-lo! Ele deveria ter obedecido à Palavra e partido.

O versículo 9 volta a 17:12, em que Cristo falou da salvação dos discípulos. Aqui, ele fala da segu-rança física deles. Portanto, Cristo guarda-nos de duas maneiras: ele preserva nossa alma em salvação e guarda nosso corpo, selando-o com o seu Espírito até o dia da redenção (Ef 1:13-49).

Pedro desobedeceu a Cristo de forma clara ao usar a espada. Ele não precisa da nossa proteção, e, para combater Satanás, deve-mos usar armas espirituais (2Co 10:4-47; Ef 6:0) e, assim, proteger Pedro de qualquer dano. Caso contrário poderia haver mais uma cruz no Calvário, e Pedro seria crucifica-do antes do tempo designado por Deus (Jo 21:1 Jo 21:8 Jo 21:9).

  • A negação (18:15-27)
  • Agora, a narrativa foca Pedro, e ve-mos seu triste declínio. No cenácu- lo, Pedro vangloriara-se três vezes de que permanecería fiel a Cristo (Mt 26:33,Mt 26:35; Jo 13:37). No jardim, ele dormiu três vezes (Mc 14:32-41); no jardim, ele entregou- se à fraqueza da carne; e, agora, no pátio do sacerdote, ele cede à pres-são do mundo. Como é importante vigiar e orar!

    No versículo 15, não sabemos quem é o discípulo citado. Talvez fosse Nicodemos ou José de Ari- matéia. Não é provável que João (muitas vezes, chamado de "o ou-tro discípulo" — 20:
    3) estivesse em termos amigáveis com o sumo sa-cerdote. VejaAt 4:1-44. Seja quem for esse discípulo, ele levou Pedro ao pecado quando abriu a porta para ele! O versículo 18 informa que estava "frio", portanto Pedro sentou perto do braseiro; todavia, Lc 22:44 afirma que Cristo suou aquela noite enquanto orava! Pedro estava com frio físico e espiritual e aqueceu-se no fogo do inimigo. Ele "and[ou] no conselho dos ímpios" e agora "se det[inha] no caminho dos pecadores" (veja Sf 1:1). Cristo so-fria, enquanto Pedro se aquecia mas não compartilhava o sofrimento do Senhor de forma alguma.

  • A rejeição (18:28-40)
  • Vemos como a nação era corrup-ta naquela época pelo fato de ha-ver dois sumos sacerdotes. Anás e Caifás eram sócios no comércio do templo e odiavam Jesus por ter puri-ficado o templo duas vezes.

    Tem-se escrito muito a respei-to dos aspectos ilegais do julga-mento de Cristo. Ele aconteceu à noite; assumiu-se que o prisionei-ro era culpado e o trataram como tal; a corte pagou pessoas para dar falso testemunho; o juiz permitiu que maltratassem o prisioneiro; a corte não deu ao acusado o direito de defender-se. Após o julgamento noturno secreto, os astutos líderes religiosos levaram Jesus até Pilatos para a sentença final de morte. Eles não podiam entrar em uma sala de gentios a fim de não se contaminar, mas não hesitavam em condenar à morte um homem inocente!

    A passagem de 18:33 a 19:15 apresenta o triste relato da indecisão covarde de Pilatos. Este se dirigiu, pelo menos, sete vezes aos judeus do exterior e aos da sala para tentar um acordo. Pilatos crucificou Cristo porque era um covarde que queria "contentar a multidão" (Mc 15:15). Quantos pecadores irão para o in-ferno porque temem as pessoas e tentam agradá-las!

    Cristo explicou a Pilatos a natu-reza espiritual de seu reino, mas não sua afirmação: "O meu reino não é deste mundo". Ele poderia ter estabe-lecido seu reino na terra, se os judeus o tivessem recebido. Contudo, eles o rejeitaram, pois seu reino é de nature-za espiritual, no coração das pessoas. Ele estabelecerá seu reino sobre a ter-ra quando retornar. Como ansiamos por esse dia abençoado!

    Há séculos, os filósofos têm feito a pergunta de Pilatos: "Que é a verdade?". Em 14:6, Jesus declara: "Eu sou [...] a verdade". Jo 17:17 afirma: "A tua palavra é a verdade". Primeira Jo 5:6 afirma seguramen-te que "o Espírito é a verdade". O Es-pírito e a Palavra apontam para Cris-to, a Verdade.

    O mundo faz as escolhas erra-das em relação aos assuntos espi-rituais. A multidão preferiu matar o Príncipe da vida! Ela escolheu o contraventor, não o Legislador! Os judeus rejeitaram o verdadeiro Mes-sias; no entanto, um dia, aceitarão o falso Messias de Satanás, o anticris- to (5:43).
    Os homens rejeitam Jesus por diversos motivos. Judas rejeitou Cristo, porque ouviu o diabo; Pila-tos ouviu o mundo; Herodes obede-ceu à carne.
    Pilatos diz: "E costume entre vós" (18: 39). É triste constatar que Pilatos conhecia os costumes reli-giosos, mas não conhecia a Cristo! Ainda hoje, as pessoas são assim, cuidadosas em observar costumes e feriados religiosos, mas desconhe-cem o Salvador do mundo. A rejei-ção significa condenação eterna, e a fé, vida eterna.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
    18.1 Saiu. Talvez da cidade ou do cenáculo (14.31). Jardim. Mateus e Marcos nos informam que era o Getsêmani; Lucas o denomina de "Monte das Oliveiras".

    18.2,3 Vários grupos se unem no propósito de destruir a Jesus.
    1) Judas, o discípulo traidor,
    2) escolta de soldados romanos (talvez pagos);
    3) principais, sacerdotes (i.e., saduceus);
    4) fariseus;
    5) policia do templo ("guardas");
    5) Pilatos e os soldados (19.1,2).

    18.5.6 Todas as forças sob o príncipe deste mundo (12.31; 14,30) recuam e se prostram diante daquele que recebeu toda autoridade do Pai (17.2). Ele tem direito ao nome "Eu Sou" (5, 6, 8; conforme Êx 3:14; Jo 8:28n). Outra vez João observa que Jesus se entrega voluntariamente. Quando se certificou de que os discípulos ficariam em liberdade, Cristo se entregou (8b).

    18.10 Malco. João conhecia o nome deste escravo (gr doulos) porque ele conhecia pessoalmente o sumo sacerdote (15).

    18.12 Comandante (gr chiliarchos) com a escolta ali presente mostra a participação dos romanos. Manietaram-no (24). Só João menciona este pormenor. Isto nos lembra Isaque amarrado sobre o altar (Gn 22:9; conforme Rm 8:32).

    18.14 Caifás foi apontado sumo sacerdote (24) pelo governador romano em 15 d.C. Provavelmente, não foi, aceito pelos judeus, permitindo Anás a continuar no poder (note-se que Anás é sumo sacerdote em v. 19).

    18.15 Outro discípulo. Seria o discípulo amado (13.23n)?

    18.17 Não sou. Notável entre os evangelhos é a maneira branda em que João descreve a negação tríplice de Pedro (17, 25, 26). Pedro aqui não jura nem amaldiçoa.

    18.20 Falado francamente. Conforme 7.4 onde os irmãos de Jesus o desafiam para se manifestar ao mundo. O ministério culminante de Jesus foi sobre a cruz (12.32). Em oculto. Jesus não era subversivo.

    18.21 Por que me interrogas? Era ilícito forçar o réu a se condenar a si mesmo.

    18.22 Uma bofetada. Jesus sofre esta violência porque fez Anás parecer estúpido, não porque o insultou.

    18.23 Dá testemunho do mal. Como se vê em 8.46, Jesus zela pela irrepreensibilidade de Sua pessoa. Nas epístolas pastorais nota-se que esta qualificação é essencial ao ministro (1Tm 3:2, 1Tm 3:7, 1Tm 3:10; Tt 1:7).

    18.24 Caifás. Conforme 11.49n; 18.14n.

    18.26 Parente. João conheceu bem os elementos da casa do sumo sacerdote (10, 16). Alguém sugeriu que Zebedeu e seus filhos, Tiago e João, forneceram peixe salgado do mar da Galiléia à casa de Anás e Caifás (16n).

    18.27 Pedro o negou. A queda de Pedro, ocorrendo três vezes, mostra a inerente fraqueza da carne quando privada da assistência sobrenatural do Espírito (Gl 5:16).

    18.28 Pretório. Residência de Pilatos, o governador romano. EmFp 1:13 pode se referir à residência do imperador no Monte Palatino em Roma, ou do quartel geral em Éfeso. Não entraram. Para um judeu entrar numa casa pagã significava contaminação ritual, o que devia ser evitado a todo custo (conforme Mc 7:2-41).

    18.30 Se... malfeitor. As autoridades judias não queriam qualquer investigação da parte dos romanos.

    18.31,32 Segundo a vossa lei. Pilatos manda que os judeus julguem a Jesus, uma vez que o mal de que o acusavam era uma infração religiosa de que os romanos não podiam tomar conhecimento. Mas isso não satisfez os interesses dos judeus, que não descansariam até Cristo ser morto, As Escrituras predisseram que o modo de morte do Messias seria por cruz (3.14; 12.32). Se os judeus tivessem aplicado a pena capital, Jesus teria sido apedrejado como blasfemo (Lv 20:27; At 7:54-44).

    18.33 És tu o rei dos judeus? Alguém informara a Pilatos nesta altura que Jesus era um pretendente ao trono de Israel (Lc 23:2, Lc 23:3).

    • N. Hom. 18.36 O Reino de Cristo:
    1) Ainda que não seja reino político, tem ministros Lm 2:0; Sl 93:1, Sl 93:2, Sl 93:5).

    18.38 Que é a verdade? Pilatos levantou cinicamente a maior dúvida da filosofia. Pilatos indaga, "Que"; Jesus já declarara que Ele é a verdade ("quem").

    18.40 Barrabás. Conforme Mc 15.7n.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
    II. A TRAIÇÃO, A PRISÃO E A EXECUÇÃO (18.1—19.42)

    1) A prisão. Pedro nega Jesus (18:1-27)
    v. 1. o vale do Gedrom-. Está situado entre a colina do templo e o monte das Oliveiras. Jesus entrou no Getsêmani pelo outro lado. João não registra a agonia no jardim (conforme Mc

    14:32-42; Mt 26:36-40; Lc 22:40-42), mas ele relata uma agonia semelhante à qual o Salvador deu expressão (conforme 12:27-33). Jesus claramente entendeu tudo que estava para acontecer como parte do plano divino, v. 5. Sou eu (gr. egõ eimi)-. Com essa resposta grandiosa (conforme 8.58), Jesus antecipou o plano maquinado entre Judas e os oficiais armados (cf. 8.24,28; 13.19). Os Sinópticos nos contam do beijo mortal. Aqui, no entanto, temos um retrato do Salvador tomando a iniciativa em cada estágio (conforme v. 11 a seguir). A queda ao chão dos seus captores não foi necessariamente miraculosa, mas, possivelmente, caíram uns sobre os outros em virtude da calma de Jesus, v. 9. Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que ele dissera: Temos aqui um comentário inspirado que toma as palavras da oração de Jesus (conforme 17,12) bem literalmente. Por isso, Jesus estava disposto e capacitado a aceitar as implicações da sua vida de oração, v. 10. uma espada: O significado desse ato dramático é que Simão Pedro não iria aceitar essa dócil liberação como tinha sido sugerida no apelo de Jesus aos oficiais. Malco: Somente João dá nome ao soldado ferido, assim como somente Lucas registra que ele foi curado (conforme Lc 22:51).

    v. 11. Acaso não haverei de beber o cálice. Essa é a contraparte de João à declaração no Getsêmani: “não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres”, registrada pelos outros evangelistas (conforme Mc 14:36-41Mt 26:39-40; Lc 22:42). Ele anuncia que o seu desejo é tomar o cálice, pois isso é, de fato, a vontade do Pai para ele. v. 13. Anás-Apenas Mateus (conforme Mt 26:57) menciona a casa de Caifás; os outros evangelistas simplesmente se referem aos chefes dos sacerdotes (conforme Mc 14:53; Lc 22:54), e Lucas não apresenta relato algum da audiência com os judeus. Anás tinha sido o sumo sacerdote anterior (6-15 d.C.). Na lei hebraica, o sumo sacerdócio era um ofício vitalício. Mas sob os romanos era mudado com freqüência. Anás havia sido deposto em 15 d.C., mas tinha sido sucedido por outros membros da família, além de Caifás, que foi sumo sacerdote de 18 a 36 d.C. Contudo, mesmo depois de sua deposição, Anás continuou atuando como um ancião estadista do judaísmo, v. 15. outro discípulo-. Provavelmente o discípulo amado (conforme 13.23; 19.26; 20.2; 21.20). Ele era conhecido do sumo sacerdote, e evidentemente conhecia os membros do Sinédrio e suas casas muito bem (conforme o nome de Malco, v. 10). Sua entrada na câmara da audiência ilustra a verdade de que aquele que fica próximo de Jesus tem mais probabilidade de resistir à tentação de negá-lo.

    v. 17. Você não é (gr. mê kai sy) um dos discípulos desse homem?-. A forma da pergunta normalmente sugere uma resposta negativa, embora “Sim” possa ser a resposta esperada. Essa pergunta reflete favoravelmente a posição do outro discípulo, v. 19. o sumo sacerdote interrogou Jesus-, Quase certamente foi Anás. Foram feitas tentativas de provar que foi Caifás ao deslocar o v. 24 para depois do v. 13, e.g., pela Sinaítica Siríaca, pelo minúsculo 225 e por Lutero. Mas a maioria dos comentaristas adota a ordem usual do texto, aplicando-o a qualquer um dos dois homens segundo sua convicção e preferência; a sugestão que um copista antigo tenha colocado o v. 24 onde o temos hoje, após omiti-lo acidentalmente depois do v. 13, embora possível, não é convincente. Anás continuou a ser conhecido como sumo sacerdote muito depois de sua deposição (conforme At 4:6). v. 22. um dos guardas [...] bateu-lhe no rosto-, Esse golpe pode ter sido uma indicação da lealdade que muitos judeus continuavam a ter para com Anás, a quem consideravam o sumo sacerdote de direito, embora tivesse sido “exonerado” à força. A resposta de Jesus deixa claro que nada dói mais do que a verdade nos ouvidos daqueles que já fecharam a sua mente para ela. v. 24. Anás enviou Jesus, de mãos amarradas, a Caifás, o sumo sacerdote-, O nome de Caifás parece apoiar comentários anteriores do v. 19. Caifás ainda não apareceu no julgamento (conforme Mc 14:53-41; Mt 26:57,Mt 26:58Lc 22:63-42).

    A atenção se volta agora novamente para Simão Pedro. v. 26. Eu não o vi com ele no olival?-. A pergunta final pode ter sido feita por sentimento de solidariedade para com Malco, o oficial ferido. João omite todas as referências aos juramentos e maldições com que Pedro consumou a sua negação. Tampouco explica, como faz Marcos (conforme Mc 14:72), como o remorso entrou no coração dele. Provavelmente foi no caminho para a casa de Caifás que Jesus se virou para olhar para Pedro (conforme Lc 22:61).


    2) O julgamento diante de Pilatos (18.28—19.16)

    Essa parte do procedimento foi realizada para conseguir a confirmação da sentença de morte (conforme Mc 15:2-41; Mt 27:11-40; Lc 23:125). v. 28. o Pretório-, Era a residência oficial do governador romano. Normalmente ele residia em Cesaréia, na costa, e vinha a Jerusalém nas épocas de festas para garantir a ordem e o cumprimento da lei. Os judeus não entravam nele com base no costume de que nenhum judeu deveria entrar na casa de um gentio, porque ali sempre havia a possibilidade de se tornar impuro; incorrer nisso nesse momento os tornaria desqualificados para comer a Páscoa (v.comentário Dt 1:31). v. 31. Mas nós não temos o direito de executar ninguém-, O poder sobre a morte e a vida aparentemente não tinha sido exercido pelo Sinédrio desde o tempo de Herodes, o Grande, embora as opiniões acerca disso sejam divergentes. v. 32. as palavras que Jesus tinha dito-, E difícil avaliar a profundidade com que tinham sido compreendidas as palavras acerca de “levantar” (conforme 3.14; 12.32). Mas o evangelista claramente vê o seu cumprimento na Paixão,

    v. 33. Você é o rei dos judeus?-. O texto em português não capta o que possivelmente foi um toque de ironia: “Você? Rei dos judeus?”. Pilatos sugere que o prisioneiro não tinha muita aparência de líder revolucionário que tivesse causado tanto distúrbio para poder denominar-se rei (conforme Lc 23:2). A acusação religiosa tinha sido substituída por uma acusação política para ter mais peso diante de Pilatos. A resposta de Jesus desafia a consciência de Pilatos (v. 35), mas este a descarta. Não obstante, Pilatos está desconcertado por uma reivindicação dessas ter suscitado a hostilidade dos judeus (v. 35b). v. 36. meu Reino: Jesus se refere ao seu lugar no propósito divino. Se o seu reino fosse terreno, seus servos iriam resistir a Pilatos e seus homens (conforme Mt 26:53). v. 37. Todos os que são da verdade me ouvem: A resposta de Jesus à pergunta de Pilatos novamente é não comprometedora, na medida em que ele nega os termos de referência de Pilatos. Mas ele é rei, embora não no sentido que Pilatos entendia essa palavra. v. 38. Que é a verdade?: No melhor dos casos, essa era uma pergunta quase filosófica. Mas, ao propô-la, Pilatos evidentemente não é “da verdade”, v. 39. Os temores de Pilatos agora são duplos. Ele está consciente da pressão dos judeus na Páscoa e fica perturbado também pelos temores da sua mulher (Mt 27:19). v. 40. Rarrabás era um rebelde (conforme Mc 15:7) e, por isso, como Jesus, um prisioneiro “político”. Os seus gritos renovados mostram que a explosão anterior dos judeus começara com a aparição anterior de Jesus (cf. Mt 27:13,Mt 27:14).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 25 até o 27

    25-27. A narrativa retorna a Pedro. Enquanto Cristo estava negando as insinuações apontadas contra Ele – e o fazia com justiça, Pedro negava o seu Senhor, pecando. As duas perguntas feitas a Pedro foram bastante diferentes. A primeira foi insinuante, como se esperassem que negasse o seu relacionamento com Jesus; enquanto que a segunda levouo a se definir, a própria pergunta implicando em sua culpa. Foi reconhecido como aquele que empunhara a espada no jardim. O cantar do galo lembrou Pedro da predição do Senhor (Jo 13:38) e provou-lhe o seu pecado. "Cantar do galo" era o nome que se dava à terceira das quatro vigílias nas quais a noite era dividida.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
    X. A PAIXÃO E RESSURREIÇÃO DO SENHOR JESUS CRISTO Jo 18:1-43) -Ver notas em Mt 26:36-40; Mc 14:32-41; Lc 22:39-42. Chega ao seu auge o ódio dos judeus. Jesus atravessa o ribeiro Cedrom (1). Durante a maior parte do ano, o leito fica sem água. João omite a narração da oração de Jesus na agonia (cfr. Mt 26:36 e segs.; Mc 14:32 e segs.; Lc 22:39 e segs.). Judas dirige uma escolta com tochas e armas (3). A referência a lanternas, tochas e armas (3) é evidência de uma testemunha ocular. O evangelista menciona que Jesus se entregou voluntariamente (4). Jesus revela Sua identidade nas palavras Sou eu (5). Os soldados e Judas ficam, temporariamente, transtornados pela declaração majestosa e caem por terra. Jesus então repete: A quem buscais? (7) e recebe dos soldados a mesma resposta. Estes podem prendê-lo, porém não aos discípulos (8) que conseguem fugir em cumprimento das Escrituras (9). Jesus repreende o ato impulsivo de Pedro quando fere o servo do sumo-sacerdote. Logo rende-se, dizendo: Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu? (11).

    >Jo 18:12

    2. O JULGAMENTO ECLESIÁSTICO E A NEGAÇÃO DE PEDRO (Jo 18:12-43) -Ver notas em Mt 26:57-40. Jesus é levado preso à presença de Anás, sogro de Caifás. Anás tinha sido deposto do munus de Sumo Sacerdote por Valerius Gratus, procurador romano antes de Pilatos, mas ainda exercia sua influência sorrateiramente. Simão Pedro e outro discípulo conhecido do sumo sacerdote, provavelmente João, O seguem. A narrativa deste exame perante Anás não aparece nos sinóticos. Provavelmente teve lugar na residência de Anás. João relata um interrogatório perante Anás à noite e outro perante Caifás pela manhã. Entrementes, João consegue entrar no pátio (15) e faz com que Pedro o acompanhe. Interrogado, Pedro nega, três vezes, ser discípulo de Jesus (15,25,27). Jesus, examinado quanto às Suas doutrinas, afirma serem conhecidas por todos, dizendo: Pergunta aos que ouviram (21). Jesus é mal tratado por ter respondido a Anás, ex-sumo sacerdote, de uma maneira julgada insolente pelos guardas. Teria sido perfeitamente natural usar ainda o título de sumo sacerdote com referência a Anás (22). A réplica de Jesus é irrefutável (23). Dali, Jesus é enviado a Caifás. Pedro bem podia ter testificado quanto aos ensinos de Jesus, mas em vez disto, nega o seu Mestre (25-27).

    >Jo 18:28

    3. O JULGAMENTO CIVIL (Jo 18:28-43; Mc 15:1-41; Lc 23:1-42. Após o Seu julgamento pelo sinédrio, na casa de Caifás, Jesus é levado ao pretório, na residência do governador. Os judeus permanecem do lado de fora, para não serem contaminados cerimonialmente antes de se celebrar a páscoa. Pilatos inquire da acusação levantada contra Jesus (29). Os judeus tentam evitar uma resposta. Desejam que o governador confirme a sua decisão, mas Pilatos prefere deixar a responsabilidade com eles, tendo em vista a falta de uma acusação específica. Os judeus queriam apedrejar Jesus, se tivessem oportunidade, mas não podiam fazê-lo legalmente (31). O fato de outras vítimas terem sido assassinadas pela população judaica não altera a lei. Às vezes, as autoridades romanas fechavam os olhos a tais crimes. Pilatos então interroga Jesus das acusações feitas contra Ele, dizendo: És tu o rei dos judeus? (33). Em resposta, Jesus lhe pergunta se as palavras representam o reconhecimento pessoal das Suas reivindicações como Rei, ou se ele está citando outros (34). Pilatos replica com desdém e com isto Jesus lhe anuncia o caráter do Seu reino (36). Não é deste mundo, nem é estabelecido por poderes naturais, sendo um reino espiritual cujo alicerce é a verdade. Note-se que Jesus, falando com o sumo sacerdote, se expressa nos termos escatológicos dos judeus, e falando com Pilatos, apela para a verdade. Pilatos despede Jesus com galhofa (38).

    >Jo 18:38

    Pilatos, saindo do pretório, dirige-se aos judeus e declara-se convencido da inocência de Jesus (38). Acomodando-se com a situação, sugere que Jesus seja solto e Barrabás guardado preso. Os judeus com gritos pedem que Barrabás seja solto (40). Pilatos procura salvar Jesus da pena de morte e, ao mesmo tempo, aplacar a fúria dos judeus, propondo uma pena mais leve. Falta-lhe a coragem de pôr Jesus em liberdade.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40

    68. Jesus Traição e Prisão (João 18:1-11)

    Quando Jesus pronunciou estas palavras, Ele saiu com os seus discípulos sobre a ravina do Cedron, onde havia um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Agora Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos. Judas, em seguida, tendo recebido a coorte romana e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então, Jesus, sabendo que todas as coisas que lhe havia de suceder, adiantou-se e disse-lhes: "A quem procurais?"Responderam-lhe: "Jesus, o Nazareno". Ele disse-lhes: "Eu sou Ele." E Judas, que o traía, também estava com eles. Então, quando Ele lhes disse: "Eu sou Ele", eles recuaram e caíram no chão. Ele, portanto, mais uma vez perguntou-lhes: "A quem procurais?" E eles disseram: "Jesus, o Nazareno". Jesus respondeu: "Eu te disse que eu sou Ele, por isso, se você procurar-me, deixe ir estes", para cumprir a palavra que ele falou, "Dos que me deste eu não perdeu um." Simão Pedro, então, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita; eo nome do servo era Malco. Então Jesus disse a Pedro: "Põe a tua espada na bainha; o cálice que o Pai me tem dado, não vou beber?"(18: 1-11)

    De todas as falsas visões da vida e do ministério terreno de nosso Senhor um dos mais pernicioso é o retrato da sua morte como a de, uma vítima involuntária involuntário. Pseudoscholars que defendem esse ponto de vista ver Jesus meramente como um sábio ou filósofo judeu, um professor de moral e ética. Outros imaginam que Ele era uma busca revolucionária para derrubar o governo de Roma. Em ambos os casos, para que a história se passa, as coisas correram muito mal. Jesus entrou em conflito com as autoridades judaicas e romanas, e involuntariamente conseguiu chegar-se executado. (Incrivelmente alguns, que ou não ter lido os relatos evangélicos ou se recusam a acreditar neles, até argumentar que as autoridades judaicas tentou salvar Jesus dos romanos.)

    Mas, na verdade Jesus não era vítima. Em Jo 10:1). Em seu sermão no dia de Pentecostes, Pedro disse que Jesus "foi entregue sobre [a morte] pelo plano pré-determinado e presciência de Deus" (At 2:23; conforme At 3:18; 4: 27-28; 13: . At 13:27; Mt 26:24; Lc 22:22; 24: 44-46).

    Como o Deus encarnado, Jesus estava sempre no controle absoluto de todos os acontecimentos de sua vida. Esse controle prorrogado até mesmo para as circunstâncias de sua morte. Longe de ser um acidente, morte sacrificial de Jesus foi a principal razão que Ele tomou sobre a vida humana em primeiro lugar; é o ápice da história da redenção No início do evangelho de João, ele havia dito: "Agora a minha alma está perturbada; e que direi: 'Pai, salva-me desta hora" Mas para este fim cheguei a esta hora? "( 12:27). Em vez de ser pego de surpresa por sua execução, o Senhor havia predito repetidamente-lo (por exemplo, Mt 16:21; 17: 22-23.; 20: 17-19; Lucas 24:6-7,Lc 24:26). Ressaltando a importância crucial da morte de Cristo, os Evangelhos dedicam cerca de um quinto de seu material para os últimos dias de sua vida. João dedica nove capítulos (12-20) —nearly metade de seu relato sobre a vida de Cristo para os eventos da Semana da Paixão.

    De acordo com o seu propósito de retratar Jesus como o Filho de Deus encarnado (20:31), João descreve Sua majestade e glória, assim como ele é traído e preso a ser executado. O apóstolo habilmente demonstra que os vergonhosos, aviltantes coisas feitas a Cristo não conseguiu desvirtuar sua pessoa, mas sim oferecido prova decisiva da sua glória BF Westcott observa,
    Na comparação entre a narrativa de São João com as narrativas paralelas dos Synoptists, deve observar-se geralmente que aqui, como em toda parte, St. João fixa a atenção do leitor sobre as idéias que os vários eventos trazem para fora e ilustrar. A paixão e ressurreição são para ele revelações da Pessoa de Cristo. O fato objetivo é um "sinal" de algo que é mais profundo .... Ele [o relato da Paixão e da Ressurreição] é ...como o resto do Evangelho, uma interpretação do significado interior da história que ele contém . ( O Evangelho segundo São João [repr .; Grand Rapids: Eerdmans, 1978], 249)

    Assim, ao contrário de Mateus, Marcos e Lucas, João não faz menção a oração de agonia de Jesus ao Pai (conforme Mt 26:39; Mc 14:36; Lc 22:1, A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, 2006] ).

    Em seu relato de traição e prisão de Cristo, João apresenta quatro características mais proeminentes que demonstram sua majestade e glória: Sua suprema coragem, poder, amor e obediência.

    Supremo Coragem de Cristo

    Quando Jesus pronunciou estas palavras, Ele saiu com os seus discípulos sobre a ravina do Cedron, onde havia um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Agora Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos. Judas, em seguida, tendo recebido a coorte romana e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então, Jesus, sabendo que todas as coisas que foram vindo sobre ele, saíram. (18: 1-4a)

    Seu tempo final de ensino com os onze discípulos restantes estava encerrada, e tendo dito estas palavras (caps. 13-17), Jesus saiu com os seus discípulos. O argumento apresentado aqui não é que eles deixaram a sala superior, mas que deixaram Jerusalém. Eles já haviam abandonado a sala de cima, de modo que a última parte do discurso de despedida de Jesus, e Sua oração sacerdotal, teve lugar, como Ele e os discípulos passaram pelas ruas de Jerusalém (ver a exposição de 14:31 no capítulo 12 do este volume). Como o pequeno grupo deixou a cidade para trás, eles cruzaram sobre a ravina do Cedron,leste de e algumas centenas de metros abaixo do monte do templo. O barranco era na verdade um barranco, por onde a água fluiu durante o inverno estação chuvosa. Em sua primeira menção nas Escrituras, o Vale do Cedron tinha sido parte de uma outra cena de traição e infidelidade, como Davi fugiu de Jerusalém após a rebelião de Absalão (2Sm 15:23). Asa (1Rs 15:13), Josias (II Reis 23:4-12), e Ezequias (. 2Cr 29:16; 2Cr 30:14) tinha queimado ídolos lá em conexão com as suas reformas.

    Do outro lado do vale familiarizado foi a encosta ocidental do Monte das Oliveiras, onde havia um jardim. João não nomeia esse lugar, mas Mt 26:36 e Mc 14:32 chamam de Getsêmani. O nome significa literalmente "prensa de óleo", sugerindo que este era um olival (tais pomares eram comuns no Monte das Oliveiras, daí a sua designação óbvio). Que Jesus entrou no jardim com os seus discípulose depois deixou-lo (v. 4) sugere que ele era um, talvez até mesmo um jardim murado privado identificável, de propriedade de uma família rica de Jerusalém, que permitiu o uso do Senhor do mesmo.

    Getsêmani era bem conhecido de Judas ... que o traía, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos. estados relato de Lucas que era costume de Jesus para visitar o Monte das Oliveiras (Lc 22:39). Isso tinha sido verdade em todo o seu ministério sempre que estava em Jerusalém (conforme Jo 8:1; conforme Mc 11:19). Além disso, o Senhor havia visitado freqüentemente Bethany (Mt 21:17; 26:. Mt 26:6; Jo 11:1) na encosta sudeste do Monte das Oliveiras .

    Cristo foi ao Getsêmani, porque era um lugar isolado, onde Ele poderia abrir o coração ao Pai em privado. Mas o mais importante nesta noite, Ele foi para lá porque sabia que é onde Judas olharia para ele.Assim, o Senhor dispostos soberanamente a hora eo local em que foi traído. Todos os de seus inimigos anteriores tentativas de prendê-lo tinha sido vencido, porque a sua hora ainda não havia chegado (conforme Jo 2:4; Jo 8:20). Mas agora, na realização do plano eterno de Deus, tinha chegado a hora para ele para oferecer a Sua vida (conforme Lc 22:53).

    O Senhor tinha outro motivo para a escolha deste lugar específico para permitir que seus inimigos para prendê-lo. Jerusalém estava repleta de peregrinos, muitos dos quais haviam fervorosamente saudaram como o Messias apenas alguns dias antes. Sua prisão poderia ter acendido uma insurreição pelas multidões apaixonAdãoente nacionalistas. Isso é exatamente o que os líderes judeus temiam que aconteceria, portanto, "eles planejaram juntos para aproveitar Jesus em segredo e matá-lo. Mas eles estavam dizendo, 'Not durante o festival, caso contrário, poderá ocorrer um tumulto entre as pessoas'" (Mat. 26 : 4-5; conforme Mt 21:46; Lucas 19:47-48). Nem Jesus quer ser o catalisador de uma revolta da população, uma vez que Ele não veio como um conquistador militar que pretende derrubar os romanos (conforme Jo 6:15) —Ele veio para morrer como um sacrifício pelo pecado (Mt 1:21; Jo 1:29). Além disso, os discípulos podem muito bem ter sido morto no meio da confusão que se seguiu, e que o Senhor queria protegê-los (conforme a discussão do v. 9 abaixo).

    Enquanto isso, os planos maléficos de Judas estavam prestes a vir a ser concretizadas. Poucos dias antes, ele havia se aproximado das autoridades judaicas e se ofereceu para trair o Senhor (conforme capítulo 1 deste volume). Em seguida, mais cedo naquela noite Judas, tendo sido demitido por Jesus, deixou de fazer os arranjos finais para a traição (veja os capítulos 6:7 deste volume). Agora, tendo recebido o corte romana e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, Judas levou este "grande multidão" (Mt 26:47) para o Getsêmani, onde ele sabia que Jesus estaria esperando.

    A corte romana com força total, numeradas de 600 a 1.000 homens. É improvável, porém, que a coorte completa estacionados em Jerusalém para manter a ordem durante a época de Páscoa teria sido enviado para prender Jesus. Mais provavelmente, isso foi um descolamento menor conhecido como um manipulo, o qual consistia em cerca de 200 homens. Em qualquer caso, o suficiente dos soldados da coorte foram enviados para justificar seu comandante que os acompanham (v. 12). A referência de João à unidade maior do que esse desprendimento era uma parte era uma figura de linguagem. Da mesma forma, para dizer que o corpo de bombeiros apagar um incêndio não implica que todo o departamento estava envolvido. Para os romanos para enviar um grande distanciamento tal que lidar com um indivíduo potencialmente problemático não era incomum; eles detalharam 470 soldados para tomar Paulo de Jerusalém para Cesaréia (At 23:23). Como as autoridades judaicas, os romanos temiam que a prisão de Cristo pode tocar fora um motim. Os legionários estavam lá para servir como backup para os oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus. Estes membros da força policial do templo (conforme 07:32), evidentemente, efetuou a prisão real (já que Jesus foi levado primeiro para as autoridades judaicas, não o governador romano). Lucas acrescenta que alguns dos principais sacerdotes também estavam presentes, sem dúvida, para supervisionar a polícia templo (Lc 22:52).

    A grande procissão, com Judas na liderança (Lc 22:47), chegou ali com lanternas, tochas e armas para prender Jesus. A menção a este aparentemente menor detalhe oferece evidências de que o autor foi testemunha ocular (Ver a introdução de João em João 1:11 ). As lanternas e tochas não teria sido necessária para iluminar o caminho para o Getsêmani; uma vez que era Páscoa, que foi comemorada quando houve uma lua cheia, não teria havido muita luz. Evidentemente, eles anteciparam que Jesus iria tentar fugir, e que eles teriam que procurar por ele na montanha.

    Mas o Senhor não tinha intenção de se esconder ou fugir. Em vez disso com calma majestosa, auto-controle absoluto, supremo e coragem, Jesus, sabendo que todas as coisas que foram vindo sobre ele, saiu para fora do jardim e encontrou aqueles que vieram para prendê-lo. Nota do João que Jesus conhecia todas as coisas que foram vindo sobre ele enfatiza tanto Sua onisciência e Seu domínio completo da situação. Entrega voluntária do Senhor sublinha mais uma vez que ele voluntariamente deu a Sua vida (João 10:17-18).

    Embora o apóstolo João não gravá-la, Judas, no ato da história mais cínico de hipocrisia, descarAdãoente se aproximou de Jesus e beijou-o (Mt 26:49;. Mc 14:45; Lc 22:47) —o sinal previamente combinado pelo qual ele seria apontá-lo (Mc 14:44). Nada simboliza mais claramente a depravação de seu coração e da profundidade de seu pecado de Judas de usar o beijo de um discípulo como sinal de um traidor.

    Além de ser um gesto reconhecido de respeito e carinho, esse tipo de beijo era um sinal de homenagem nessa cultura. Das variedades do beijo (pés, mãos, cabeça, bainha da roupa), Judas escolheu aquele que declarou a homenagem e mais profundo amor. O beijo na bochecha com um abraço era apropriado para um amigo íntimo. Assim, a traição de Judas é o mais desprezível.

    Poder Supremo de Cristo

    e disse-lhes: "A quem procurais?" Responderam-lhe: "Jesus, o Nazareno". Ele disse-lhes: "Eu sou Ele." E Judas, que o traía, também estava com eles. Então, quando Ele lhes disse: "Eu sou Ele", eles recuaram e caíram no chão. (18: 4b-6)

    Jesus, a vítima, assumiu o comando da situação e disse-lhes: "A quem procurais?" Eles (provavelmente os líderes), provavelmente indicando as suas ordens oficiais, respondeu-lhe: "Jesus, o Nazareno".

    O Senhor disse-lhes: "Eu sou Ele." A palavra "Ele" não é no grego original, de modo que, como tinha feito antes em várias ocasiões (por exemplo, 8: 24,28,58), Jesus foi reivindicando para si o nome de Deus em Ex 3:14). Eles certamente teria sido espalhada, tanto para se defender contra um ataque pelos seguidores de Jesus, e para cortar qualquer tentativa de fuga por parte dele. A noção de que centenas de policiais experientes e soldados altamente treinados iria ficar tão juntos em uma longa linha de que eles poderiam ser tombou como dominós é ridícula.

    A Bíblia fala muitas vezes sobre o poder da palavra falada de Deus. Ele falou, e os céus ea terra foram criados (Gn 1:3,Gn 1:9,Gn 1:11,Gn 1:14, Gn 1:20,Gn 1:24,Gn 1:26; conforme Sl 33:6); a geração rebelde de israelitas morreram no deserto (Nu 26:65.); e Israel foi para o exílio por 70 anos (2Cr 36:21). Quando o Senhor Jesus Cristo voltar, Ele vai executar o julgamento sobre os seus inimigos "com a espada que [vem] de [sua] boca" (Ap 19:21; conforme v 15;. 1:16; 2:16). Relato de João destaca o poder divino de Cristo; em Sua palavra Seus inimigos foram jogados para trás, para o chão.

    Supremo Amor de Cristo

    Ele, portanto, mais uma vez perguntou-lhes: "A quem procurais?" E eles disseram: "Jesus, o Nazareno". Jesus respondeu: "Eu te disse que eu sou Ele, por isso, se você procurar-me, deixe ir estes", para cumprir a palavra que ele falou, "Dos que me deste eu não perdeu um." (18: 7-9)

    Depois de Sua impressionante exibição de seu poder divino, Jesus pediu novamente o seu candidato a captores aturdidos, "A quem procurais?" Picking-se do chão, eles repetiram seus pedidos e respondeu: "Jesus, o Nazareno". "Eu disse a você que eu sou aquele", Jesus lembrou-lhes, em seguida, ordenou-lhes, "se você procurar-me, deixe ir estes." Ao fazer Seus captores duas vezes afirmam que suas ordens eram apenas para prendê-lo, o Senhor forçado —los a reconhecer que eles tinham sido dadas por seus superiores nenhuma autoridade para prender os discípulos. Sua exigência de que eles deixam o onze só foi apoiado pelo poder incrível Ele tinha acabado exibido.

    Por que Jesus proteger os discípulos de prisão? O Senhor é o Bom Pastor, que protege suas ovelhas. Ele não é como o mercenário, que fugiu quando viu o lobo se aproximando (João 10:12-13). Jesus manteve os discípulos de ser preso para cumprir a palavra que ele falou, "Dos que me deste perdi nem um sequer" (conforme 6: 39,40,44; 10:28; 17:12). Esta é uma declaração surpreendente, o que significa que Ele os impediu de ser preso para que não se perca. Cada um era um dom do Pai ao Filho. E Ele já havia dito,

    Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Esta é a vontade daquele que me enviou, para que de tudo o que ele me deu eu não perde nada, mas o ressuscite no último dia Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, esse tenha a vida eterna, e eu me o ressuscitarei no último dia. (João 6:37-40)

    Ele não vai perder um! A implicação é que se tivessem sido preso, sua fé teria falhado e que teria perdido a sua salvação. O Senhor sabia que o trauma de ser preso, preso, ou talvez até executado poderia quebrar a fé dos discípulos. Ele, portanto, a certeza de que eles não seriam tomadas.
    Isso quer dizer que a salvação pode ser perdida? Que a fé pode falhar? Se deixada para nós, é claro. Mas nunca será perdido nem a fé salvadora falhar, precisamente porque nosso Senhor nos mantém seguros. Ele nunca permite que qualquer coisa para vir em cima de nós que seria mais do que a nossa fé poderia segurar.
    Como os discípulos, todos os crentes são fracos e vulneráveis ​​para além da proteção do Senhor. Martin Luther, não é estranho ao conflito espiritual, expressa que a verdade em seu magnífico hino "Castelo Forte nosso Deus é":

     

    Será que nós, na nossa própria força Confide,
    Nosso esforço estaria perdendo,
    Não era o homem certo ao nosso lado,
    O Homem de própria escolha de Deus:
    Dost perguntar quem que pode ser?
    Jesus Cristo, é Ele;
    Senhor Sabaoth Seu nome
    De geração em geração o mesmo;
    E Ele deve vencer a batalha.

     

    Os crentes podem ter a certeza de que Deus vai sempre manter sua promessa de nunca permitir que eles sejam tentados além de sua capacidade de suportar (1Co 10:13). Sua segurança eterna não descansa em sua própria força, mas em constante intercessão de Cristo (He 7:25; 1 João 2:1-2.) E amor incessante (Rm 8:35-39.) Para eles. "Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho", escreveu Paulo, "muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Rm 5:10).

    Supremo obediência de Cristo

    Simão Pedro, então, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita; eo nome do servo era Malco. Então Jesus disse a Pedro: "Põe a tua espada na bainha; o cálice que o Pai me tem dado, não vou beber?" (18: 10-11)

    Percebendo o que estava prestes a acontecer, os discípulos gritou: "Senhor, devemos atacar com a espada?" (Lc 22:49). Sem esperar a resposta do Senhor, Simão Pedro, encorajados pela fantástica exibição do poder divino de Cristo que ele tinha acabado de ver, impulsivamente (e desnecessária) cobrada para a defesa do Senhor. Tendo uma espada (gr. machaira , uma espada curta ou punhal, um dos dois os discípulos tinham com eles de acordo com Lc 22:38), Pedro desenhou. Ao invés de permitir que Jesus a ser preso, e sentindo-se invencível na esteira da exibição de "achatamento" o poder do Senhor, tinha a intenção de cortar o seu caminho ao longo de todo o descolamento. Seu primeiro alvo foi escravo do sumo sacerdote, Malco. (Embora todos os quatro Evangelhos mencionar o incidente, apenas João observa que foi Pedro quem atacou Malco. Talvez já que Pedro já estava morto no momento em que João escreveu, João não precisa protegê-lo de represálias.) Pedro apontado para a cabeça de Malco, mas errou (ou Malco conseguiu pato) e cortou-lhe a orelha direita. acto imprudente de Pedro ameaçou iniciar uma batalha que pode acabar ficando os discípulos mortos ou presos-o muito coisa Jesus estava tentando impedir.

    O Senhor mudou-se imediatamente para acalmar a situação. AcentuAdãoente repreendendo-o, Jesus disse a Pedro: com efeito, "Pare! Não mais deste" (Lc 22:51). "Coloque a espada na bainha. Para todos aqueles que pegar a espada perecerão pela espada "( Mt 26:52). Ele não era um rei terreno, que precisava de Seus seguidores a lutar para proteger Ele (Jo 18:36). Ele tinha escolhido para, Jesus poderia ter chamado sobre os defensores muito mais poderosos do que os discípulos (Mt 26:53).

    Então o Senhor "tocou na orelha [de Malco] eo curou" (Lc 22:51). Esta foi mais uma demonstração do poder divino de Cristo, no espaço de apenas alguns minutos. Ao vê-lo criar uma orelha, a multidão deveria ter caído a seus pés novamente e adoraram. Mas cego por e endurecido em seu pecado, eles o prenderam (v. 12), o que demonstra mais uma vez a verdade do que João tinha escrito antes em seu evangelho: "Mas, ainda que Ele havia feito tantos sinais diante deles, mas eles não estavam acreditando em Ele "(12:37).

    Ato corajoso, mas impetuoso de Pedro revelou sua continuada incapacidade para compreender a necessidade da morte de Jesus. Depois de sua afirmação de toque que Jesus era o Cristo (Mt 16:16), o Senhor imediatamente falou aos discípulos sobre sua morte (21 v.). Chocada, "Pedro levou à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: 'Deus me livre, Senhor! Isso nunca deve acontecer com você'" (v. 22).Agora que tinha chegado o momento, Pedro ainda não entendeu, então Jesus lembrou-lhe (e no resto dos discípulos), "O cálice que o Pai me tem dado, não hei de beber?" O copo do qual o Senhor falou foi a taça do julgamento divino (conforme Sl 11:6; Ez 23:1; Ap 16:19), que Ele iria drenar completamente na cruz, quando Deus "fez Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus em Cristo" (2Co 5:21)

    Assim, o corte romana e o comandante e os guardas dos judeus, prenderam Jesus e amarraram-no e levaram-no primeiramente a Anás; para ele era o pai-de-lei de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano. Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que era conveniente para um homem morrer em nome do povo. Simão Pedro seguia Jesus, e por isso foi um outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro ficava na porta do lado de fora. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou à porteira, e levou Pedro para dentro. Em seguida, a escrava que guardava a porta disse a Pedro: "Você não é também um dos discípulos deste homem, é você? " Ele disse: "Eu não sou." Ora, os escravos e os guardas estavam ali, tendo feito uma fogueira, pois estava frio e eles estavam se aquecendo; e Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se. Então o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: "Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem;. E nada falei em segredo Por que você me pergunta questionar aqueles que ouviram o que eu? Falou-lhes, pois eles sabem o que eu disse ". Quando Ele tinha dito isso, um dos guardas que ali perto bateu Jesus, dizendo: "É assim que você responder ao sumo sacerdote?" Jesus respondeu-lhe: "Se falei mal, dá testemunho do mal;? Mas se bem, por que me feres" Então, Anás enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote. Simão Pedro estava se aquecendo. Então eles disseram-lhe: "Você não é também um dos seus discípulos, não é?" Ele negou, e disse: "eu não sou." Um dos escravos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: "Eu não te vi no jardim com ele?" Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. (18: 12-27)

    Ao longo de seu evangelho, João retrata a majestade e glória do Senhor Jesus Cristo. O prólogo declara que Ele é o Filho de Deus (1: 1), que gosta de comunhão íntima com o Pai (1:
    2) e é auto-existente (1: 4), o Criador (1: 3), e o Verbo que se fez carne e manifesta a glória de Deus (1:14). João Batista, o maior homem que viveu até o seu tempo (. Mt 11:11), reconheceu que Jesus era superior a ele (1: 15,27).O apóstolo João também registra a onisciência de Jesus (1:48; 2: 24-25; 16:30), impecabilidade (08:46), a eternidade (1: 1-2), a união com o Pai (10:30, 38 ; 12:45), e sinais miraculosos (2: 1-11; 4: 46-54; 5: 1-9; 6: 1-13 16:21-9: 1-7; 11: 1-45; 21: 6-11).

    Mesmo em seu relato sobre Jesus 'traição e prisão, João retrata Jesus "dignidade, coragem e completo domínio da situação (ver a exposição de 18: 1-11 no capítulo anterior deste volume). A presente passagem encontra o Senhor sob a custódia de seus inimigos, em julgamento por sua vida. Mas, mesmo em tais circunstâncias aparentemente degradantes, João ainda conseguiu exaltarei. O apóstolo fez justapondo as contas da audiência inicial do Senhor antes de negações Anás e Pedro. Ambas as cenas aconteceram ao mesmo tempo e João, sob inspiração do Espírito, teceu-los em uma narrativa dramática.

    A interação dos dois dramas põe em foco verdades opostas afiadas que são fundamentais para todos da doutrina cristã: a glória de Cristo e da pecaminosidade do homem. Essas verdades são evidentes a partir do contraste entre a fidelidade de Cristo e falta de fé de Pedro; Sua coragem e covardia de Pedro; Seu amor sacrificial e mentiras de auto-preservação de Pedro.
    O drama se desenrola em quatro atos: ele abre com o primeiro ato de julgamento de Jesus, seguindo-se um ato de negação de Pedro. A cena então muda para o segundo ato do julgamento de Jesus, e, em seguida, conclui com o segundo e último ato de negação de Pedro.

    Julgamento de Jesus: Act One

    Assim, o corte romana e o comandante e os guardas dos judeus, prenderam Jesus e amarraram-no e levaram-no primeiramente a Anás; para ele era o pai-de-lei de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano. Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que era conveniente para um homem morrer em nome do povo. (18: 12-14)

    Como observado no capítulo anterior deste volume, a parte prender consistiu de judeus e gentios. O destacamento de coorte romana que estava estacionado em Jerusalém durante a época da Páscoa foi acompanhada pela de coorte comandante, o tribuno romano (gr. chiliarchos ; comandante de mil "). Os guardas dos judeus (membros da força policial do templo) foram também acompanhado por alguns dos seus superiores (Lc 22:52). A presença de oficiais de alta patente revela o potencial explosivo da situação. Ambos os romanos e os judeus temiam que prender Jesus pode desencadear uma revolta pelas multidões nacionalistas militantemente que saudara como o Messias apenas alguns dias antes.

    Jesus tinha acabado exibida Seu poder sobrenatural, dizendo seu nome divino (após o qual toda a multidão entrou em colapso no chão) e restaurar a orelha decepada de Malco (18: 6; Lc 22:51).Incrivelmente os soldados e policiais do templo agiu como se nada de milagroso tinha acontecido e mecanicamente realizado suas ordens. Sua estupidez teimosa ilustra graficamente o terrível poder do pecado e Satanás para cegar as mentes e endurecer os corações dos não regenerado (2Co 4:4; Marcos 14:53-65; Lc 22:54); o terceiro foi depois do nascer do sol na manhã seguinte, as autoridades confirmaram a decisão tomada na audiência anterior (Mt 27:1). Julgamento civil do Senhor também teve três fases: diante de Pilatos (Mt 27:2; João 18:28-38); diante de Herodes (Lucas 23:6-12); e, em seguida, diante de Pilatos novamente (Mateus 27:15-26; Mc 15:1; João 18:39-19: 16). (Para mais informações sobre os ensaios de Jesus, ver Robert L. Tomé e Stanley N. Gundry, A Harmonia dos Evangelhos [Chicago: Moody, 1979]., 329-37)

    Embora ele já não ocupou o cargo na época, Anás era a figura mais poderosa na hierarquia judaica Ele tinha sido o sumo sacerdote do D.C 6 a AD 15, quando ele foi afastado do cargo por Valério Grato, predecessor de Pilatos como governador. Ele ainda podia transportar corretamente o título de sumo sacerdote (vv. 15,16,19,22), da mesma forma que os ex-presidentes dos Estados Unidos ainda são referidos como presidente depois que deixar o cargo. Título de Anás, no entanto, foi mais do que uma mera cortesia. Muitos judeus, ressentido da intromissão dos romanos em seus assuntos religiosos, ainda considerado Annas para ser o verdadeiro poder (especialmente desde que de acordo com a lei mosaica sumos sacerdotes servido para a vida; conforme Nu 35:25.).

    Além disso, depois de sua destituição do cargo, cinco dos filhos de Anás e um de seus netos serviu como sumo sacerdote. Ele também foi o pai-de-lei de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano (ou seja, na época, João não é o que implica que os altos sacerdotes servido apenas por um ano). Assim, Leon Morris concorda: "Há pouca dúvida de que ... o velho astuto na cabeça da família exerceu uma boa dose de autoridade. Ele estava com toda a probabilidade o verdadeiro poder na terra, quaisquer que sejam as formalidades legais" ( O Evangelho Segundo João, A Commentary New International sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 749). O Novo Testamento coloca o início do ministério de João Batista "no sumo sacerdócio de Anás e Caifás" (Lc 3:2; Mt 21:12-13.). Talvez ele tivesse Jesus trouxe para ele, porque ele "queria ser o primeiro a tripudiar sobre a captura deste perturbador Galileu" (William Barclay, O Evangelho de João, vol 2. [Louisville: Westminster João Knox, 2001], 264).

    Nota entre parêntesis de João que Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que era conveniente para um homem morrer em nome das pessoas refere-se ao incidente registrado em 11: 49-52:

    Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: "Você sabe absolutamente nada, nem você levar em conta que é conveniente para você que um homem morra pelo povo, e que toda a nação não perecer. " Agora, ele não disse isso por sua própria iniciativa, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação, e não somente pela nação, mas para que Ele também para congregar na unidade os filhos de Deus que andavam dispersos.
    José Caifás tinha sido nomeado sumo sacerdote em AD 18 por Valério Grato, o mesmo prefeito romano que tinha deposto o pai-de-lei Annas três anos antes. Ele permaneceu no cargo até O D.C 36, quando os romanos o removeu. Mandato como sumo sacerdote de Caifás era um dos mais longos no primeiro século, o que revela sua natureza astúcia e oportunista. Que propôs matar Jesus para preservar seu poder e do Sinédrio (conforme 11:
    48) demonstra sua absoluta crueldade.

    Com Jesus sob a custódia de seus inimigos, a cena agora muda para Pedro.

    Negação de Pedro: Act One

    Simão Pedro seguia Jesus, e por isso foi um outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro ficava na porta do lado de fora. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou à porteira, e levou Pedro para dentro. Em seguida, a escrava que guardava a porta disse a Pedro: "Você não é também um dos discípulos deste homem, é você? " Ele disse: "Eu não sou." Ora, os escravos e os guardas estavam ali, tendo feito uma fogueira, pois estava frio e eles estavam se aquecendo; e Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se. (18: 15-18)

    Apesar de seu show de bravata em atacar e ferindo Malco, Pedro havia fugido junto com o resto dos discípulos após a prisão de Jesus (Mt 26:56). Mas ele conseguiu recuperar a compostura e agora estava seguindo Jesus ea festa-se bem prender a uma distância (Mt 26:58;. Mc 14:54; Lc 22:54). Pedro não estava sozinho; outro discípulo também havia dominado seu medo e voltou com ele. Alguns identificam esse discípulo não identificado como José de Arimatéia ou Nicodemos, mas também não é um candidato provável. Nenhum deles foi com o Senhor no cenáculo (Mt 26:20; Marcos 14:17-18., Lc 22:14). E, portanto, não no Getsêmani ou (conforme Mt 26:36; "eles" no contexto de vv. 30-36 refere-se aos onze discípulos restantes que estavam no cenáculo). É pouco provável que não teria havido tempo para José ou Nicodemus ter descoberto sobre a prisão de Jesus e se juntou a Pedro. Além disso, José de Arimatéia ainda não era abertamente um discípulo de Jesus (Jo 19:38). Assim, é improvável que ele teria o seguiu até o pátio do sumo sacerdote, especialmente não com Pedro, que era conhecido por ser um dos discípulos de Cristo.

    O outro discípulo com Pedro era mais provável João, que nunca nomes-se em seu evangelho, mas em vez disso se descreve como o discípulo a quem Jesus amava (ver introdução, "A Autoria do Evangelho de João," em João 1:11, A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, 2006]). Essa identificação recebe apoio de 20: 2-8, a única outra passagem no Evangelho de João, onde a frase "outro discípulo" ocorre. Há o "outro discípulo" é claramente identificado como o discípulo que Jesus amava (20: 2). O discípulo que Jesus amava (João) também está associada com Pedro em 13 23:24-21: 20-21.

    Algum objeto que um pescador galileu simples, como João dificilmente poderia ser conhecido (a palavra grega sugere mais do que uma relação casual) do sumo sacerdote. Mas é preciso lembrar que "os pescadores eram empresários, trabalhadores que não são comuns na parte inferior do social spectrum "(DM Smith, citado em Andreas J. Köstenberger, João, Baker Exegetical Comentário sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, 2004], 513 n 14.). Negócio de pesca do pai de João era grande o suficiente para ele ter contratado funcionários que trabalham para ele (Marcos 1:19-20). De acordo com o evangelho apócrifo dos hebreus, o apóstolo João usado para entregar peixe à casa do sumo sacerdote, enquanto ele ainda estava trabalhando para seu pai (Köstenberger, João, 513 n. 14).

    Também é possível que João, através de sua mãe, Salomé (27:56 conforme Matt. Com Mc 15:40), era de ascendência sacerdotal. Ela aparentemente era a irmã da mãe de Jesus, Maria (conforme Jo 19:25 com Mc 15:40). Desde Maria estava relacionada com Elisabete (Lc 1:36, provavelmente através de sua mãe, ela era da linhagem de Davi, através de seu pai [Lucas 3:23-38]), que era de uma família sacerdotal (Lc 1:5, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 230).

    Sem dúvida, desesperado para evitar mais perguntas, Pedro se apressou em frente ao pátio em direção ao local onde alguns dos do sumo sacerdote escravos e os oficiais da guarda do templo (provavelmente parte da festa de prender) estavam de pé. O detalhe que eles tinham feito um fogo de carvão , porque fazia frio e eles estavam se aquecendo, novamente reflete testemunho ocular. Mais importante, ele mostra que esta primeira audiência ocorreu à noite, uma vez que não teria provavelmente sido bastante frio na Páscoa ter um incêndio durante o dia. Tentando se misturar e ser o mais discreto possível, Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se. Ele estava assumindo um risco de que alguém iria reconhecê-lo à luz do fogo (que é exatamente o que aconteceu; Marcos 14:66-67 ; Lucas 22:55-56). Mas estando sozinho no pátio só teria chamado mais atenção para si mesmo, o que era a última coisa que ele queria fazer. Numa ironia amarga Pedro, como Judas um pouco mais cedo no Getsêmani (18: 5), acabou de pé, com os inimigos de Jesus.

    Deixando Pedro nessa posição vulnerável, a cena agora muda dentro de casa para o confronto dramático entre Anás e Jesus.

    Julgamento de Jesus: Segundo Ato

    Então o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: "Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem;. E nada falei em segredo Por que você me pergunta questionar aqueles que ouviram o que eu? Falou-lhes, pois eles sabem o que eu disse ".Quando Ele tinha dito isso, um dos guardas que ali perto bateu Jesus, dizendo: "É assim que você responder ao sumo sacerdote?" Jesus respondeu-lhe: "Se falei mal, dá testemunho do mal;? Mas se bem, por que me feres" Então, Anás enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote. (18: 19-24)

    Julgamento de Jesus perante as autoridades judaicas era uma farsa, já que seu destino já havia sido determinada. Voltar no capítulo 11 ", os sumos sacerdotes e os fariseus convocou um conselho, e diziam: 'O que estamos fazendo? Por que este homem está realizando muitos sinais" (vv. 47-48). A conclusão arrepiante eles chegaram (proposto por Caifás;. Vv 49-50) foi a de que Jesus teve que morrer ", de modo a partir daquele dia eles planejaram juntos para matá-lo" (v 53).. Assim, nenhuma das três fases do julgamento do Senhor antes de as autoridades judaicas era uma tentativa imparcial para determinar verdadeiramente Sua culpa ou inocência. Em vez disso, seu propósito era colocar um verniz de legalidade sobre seu assassinato.
    Esta audição informal diante de Anás não foi excepção. Ao invés de trazer acusações contra o Senhor e produção de provas para fundamentar-los como em qualquer processo legal, Anás interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Esta flagrante tentativa de obter o Senhor a depor contra si era ilegal. Assim como a Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos faz hoje, a lei judaica protegido o acusado de ser obrigado a depor contra si mesma. Era responsabilidade de Anás para informar Jesus das acusações contra ele. Em vez disso, ele pediu vagas, perguntas gerais, na esperança de descobrir um crime para justificar a sentença de morte que já tinham sido decididas.

    Jesus, no entanto, estava bem ciente da lei. Por isso, Ele lhe respondeu: "Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem;. e eu falei nada em segredo" O Senhor não tinha segundas intenções, nenhum plano secreto, nenhuma agenda conhecida apenas por um quadro interno de seguidores escondido. Ele havia pregado abertamente o evangelho salvador do reino (Mateus 11:1-5; Mc 1:1,38-39; Mc 4:17; Lucas 4:18-21,43-44; Lc 8:1; Jo 10:9). O Senhorrespondeu a pessoa que o feriu, "Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres?" lógica de Cristo foi impecável. Se Ele estava errado sobre o procedimento jurídico adequado, eles deveriam ter corrigido a Ele em vez de bater nele. Mas se (como o fez), o Senhor falou com precisão, o que razão justificável estava lá para golpear-Lo? Mais uma vez Jesus exigiu uma feira de tentativa que seus oponentes não tinha a intenção de lhe dar.

    Percebendo que ele estava chegando a lugar nenhum com seu questionamento de Jesus, Anás enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote. Só Caifás, o Campeão do sumo sacerdote, poderia levar a acusações judiciais contra Jesus diante de Pilatos.

    Como eles levaram Jesus, o foco mudou de volta para o pátio, onde o ato final no drama da negação de Pedro estava prestes a jogar fora.

    Negação de Pedro: Act Two

    Simão Pedro estava se aquecendo. Então eles disseram-lhe: "Você não é também um dos seus discípulos, não é?" Ele negou, e disse: "eu não sou." Um dos escravos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: "Eu não te vi no jardim com ele?" Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. (18: 25-27)

    Enquanto Jesus estava sendo questionado por Anás, Pedro, ainda de pé, aquecendo-se ao lado do fogo no pátio, foi interrogado pelos subordinados de Anás. Tornando-se desconfiado desse estranho, que lhe disse: "Você não é também um dos seus discípulos, não é?" Aqui era uma chance para Pedro se redimir e ser corajosamente honesto. Mais uma vez, no entanto, ele negou, e disse: "eu não sou." Mas o questionamento repetido de Pedro pelos outros despertaram as suspeitas de um dos escravos do sumo sacerdote. Fazendo uma situação ruim para Pedro muito pior, este indivíduo era um parente daquele a quem Pedro cortara a orelha (Malco) mais cedo naquela noite no Getsêmani. Ele desafiou Pedro com a acusação mais específico (e perigoso) de todos: "Será que eu não te vi no jardim com ele?" Ser um discípulo de Jesus não era um crime como ainda, mas agredir um homem com uma espada era. Em pânico, Pedro enfaticamente negado pela terceira vez qualquer conhecimento de Jesus.

    Naquele exato momento, aconteceram duas coisas que chamou os dois dramas a respeito de Jesus e Pedro juntos. Imediatamente após a terceira negação de Pedro, o galo cantou. Naquele exato momento, "o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor , como Ele lhe tinha dito: 'Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes' "(Lc 22:61). Sobrecarregado com vergonha, culpa e tristeza em seus pecados de negação, Pedro "saiu e chorou amargamente" (v. 62).

    70. Jesus diante de Pilatos-Parte 1: A primeira fase do processo civil (João 18:28-38)

    Depois levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório, e foi antecipada; e eles mesmos não entraram no pretório, para que eles não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa.Portanto Pilatos saiu ao encontro deles e disse: "Que acusação trazeis contra este homem?" Responderam-lhe: "Se este homem não fosse um malfeitor, não teríamos entregue a Ele que você." Então Pilatos disse-lhes: "Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei." Os judeus disseram-lhe: "Nós não estão autorizados a colocar alguém à morte", para cumprir a palavra de Jesus, que Ele falou, significando com que tipo de morte que estava prestes a morrer. Portanto Pilatos entrou novamente no pretório, e chamou Jesus e disse-lhe: "És tu o rei dos judeus?" Jesus respondeu: "Você está dizendo isso por sua própria iniciativa, ou foram outros dizer sobre mim?" Pilatos respondeu: "Eu não sou judeu, eu sou tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim,? O que você fez" Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo se o meu reino fosse deste mundo, então meus servos estaria lutando para que eu não fosse entregue aos judeus;., Mas como ela é, meu reino não é deste reino . " Portanto Pilatos disse-lhe: "Então tu és rei?" Jesus respondeu: "Tu dizes que eu sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz." Pilatos disse-lhe: "Que é a verdade?" E, havendo dito isto, ele saiu de novo para os judeus e disse-lhes: "Não acho culpa nEle." (18: 28-38)

    Os julgamentos do Senhor Jesus Cristo são aborto mais notório da história da justiça. Neles, o amigo dos pecadores (Lc 7:34) enfrentou o ódio dos pecadores; o Juiz de toda a terra (Gn 18:25) foi citado perante juízes humanos mesquinhos; o Senhor exaltado da glória (1Co 2:8) foi tratado como um vil pecador; Aquele que é a verdade (Jo 14:6; conforme Jo 14:30). No Antigo Testamento, Isaías profetizou a respeito dele,

     

    Seu túmulo foi atribuído com homens ímpios,
    No entanto, Ele estava com um homem rico na sua morte,
    Porque Ele nunca fez injustiça,

    Também não houve engano na sua boca. (Is 53:9); Seu traidor lamentou que ele tinha "pecou traindo sangue inocente" (Mt 27:4); eo centurião romano encarregado de sua execução, disse a Ele, "Certamente este homem era justo" (v. 47). Paulo disse que Ele "não conheceu pecado" (2Co 5:21); o escritor de Hebreus afirmou que "foi ele tentado em todas as coisas como nós somos, mas sem pecado", e é "santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores" (07:
    26) (He 4:15.); e Pedro escreveu que ele "não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1Pe 2:22).

    O elenco de personagens nos relatos evangélicos de ensaios de Jesus inclui a maioria dos governantes e homens importantes em Israel. Anás, o antigo sumo sacerdote e ainda o verdadeiro poder por trás dos bastidores, estava lá. Então era Caifás, o sumo sacerdote atual e filho-de-lei de Anás. Junto com eles estavam os membros do Sinédrio, o corpo dirigente (sob os romanos) de Israel. Pilatos, o governador romano, desempenhou um papel importante; Herodes Antipas, governador da região de Jesus casa da Galiléia, teve uma participação especial; e os extras incluídos vários falsas testemunhas não identificadas, juntamente com as multidões que gritam por Ele para ser crucificado. Mas ao longo dos seis fases (três religiosos, três civis) do seu julgamento, o Senhor Jesus Cristo ocupa o centro do palco.

    João não registrou a segunda e terceira fases do julgamento religioso do Senhor, embora ele mencionou que Anás enviou Jesus para Caifás (18:24). O Sinédrio tinha encontrado na casa de Caifás durante a noite (Matt. 26: 57-68) e decidiu que Jesus deveria morrer (Matt .26: 66). Em seguida, em uma homenagem à legalidade (pois a lei judaica não permite ensaios de capital a ser realizada durante a noite), o Sinédrio se reuniram após o amanhecer ea sentença pronunciada formalmente (Mt 27:1,Nu 19:16). Essa preocupação resultou da crença judaica comum que os gentios eliminados de bebês abortados ou natimortos, atirando-os para baixo os drenos (Leon Morris, O Evangelho segundo João, A Commentary New Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 763 , n. 59). Assim, a Mishná declarou todas as casas Gentil de ser impuros (Morris, João, 763, n. 58). Entrando na colunata ou pátio exterior da residência de Pilatos, no entanto, não contaminar-los.

    Ilustrativo da devoção torcida de legalistas religiosos, os líderes judeus esperado para agradar a Deus através de seu legalismo expressa em separação física de uma casa Gentil, enquanto, ao mesmo tempo assassinar ilegalmente o Filho de Deus. Eles fastidiously evitou qualquer contaminação cerimonial superficial, mas não se preocupava com a contaminação moral profunda eles efectuadas a partir de rejeitar e condenar o Santo Filho de Deus até a morte. "Os judeus tomar precauções elaboradas para evitar a contaminação ritual, a fim de comer a Páscoa, no mesmo tempo, eles estão ocupados manipulando o sistema judicial para garantir a morte daquele que por si só é a verdadeira Páscoa" (DA Carson, O Evangelho Segundo o João, O Pillar New Testament Commentary [Grand Rapids: Eerdmans, 1991], 589).

    O relato de João desta fase do julgamento de Jesus se desenrola em três atos: a acusação, o interrogatório eo julgamento.

    A acusação

    Portanto Pilatos saiu ao encontro deles e disse: "Que acusação trazeis contra este homem?" Responderam-lhe: "Se este homem não fosse um malfeitor, não teríamos entregue a Ele que você." Então Pilatos disse-lhes: "Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei." Os judeus disseram-lhe: "Nós não estão autorizados a colocar alguém à morte", para cumprir a palavra de Jesus, que Ele falou, significando com que tipo de morte que estava prestes a morrer. (18: 29-32)

    Em deferência aos seus escrúpulos religiosos, Pilatos saiu para atender os judeus fora de sua residência. Sua recusa em entrar no Praetorium obrigou-o a serviço de transporte ida e volta a partir de dentro do edifício, onde Jesus estava, para o exterior, onde seus acusadores, levantando.

    Pôncio Pilatos tinha sido nomeado o quinto governador da Judéia pelo Imperador Tiberius em AD 26 e manteve essa posição por cerca de dez anos. Ambos os Evangelhos e as fontes extra-bíblicas retratá-lo como orgulhoso, arrogante e cínico (conforme 18:38), mas também como fraco e vacilante. Seu mandato como governador foi marcado pela insensibilidade e brutalidade (conforme Lc 13:1)

    O Senhor também havia previsto a forma Sua execução levaria. Em 3:14; 08:28; e 12:32 Ele falou de ser "levantado", o que Ele disse: "para indicar o género de morte com que Ele estava para morrer" (12:33; Sl 22:6-18.). Tinha os judeus executados Ele, que teria jogado-lo e apedrejaram (como fizeram Estevão; Atos 7:58-60). Mas a previsão do Senhor estava prestes a ser cumprida, como ele era "levantado" na cruz, uma espécie distinta romana de execução. Deus providencialmente controlado os acontecimentos do julgamento de Jesus para garantir que as suas palavras proféticas viria a passar.

    O Interrogatório

    Portanto Pilatos entrou novamente no pretório, e chamou Jesus e disse-lhe: "És tu o rei dos judeus?" Jesus respondeu: "Você está dizendo isso por sua própria iniciativa, ou foram outros dizer sobre mim?" Pilatos respondeu: "Eu não sou judeu, eu sou tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim,? O que você fez" Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo se o meu reino fosse deste mundo, então meus servos estaria lutando para que eu não fosse entregue aos judeus;., Mas como ela é, meu reino não é deste reino . "Portanto Pilatos disse-lhe: "Então tu és rei?" Jesus respondeu: "Tu dizes que eu sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz." Pilatos disse-lhe: "Que é a verdade?" (18: 33-38a)

    Deixando os líderes judeus do lado de fora, Pilatos entrou novamente no pretório, e convocou Jesus. Lc 23:2). Seu objetivo era retratá-lo como um rebelde, empenhados em derrubar o domínio romano e estabelecer a sua própria.

    Pilatos não podia ignorar uma ameaça tão grande para poder romano. Sua pergunta, "Você é o rei dos judeus?" estava em vigor pedindo a Jesus se ele era de se declarar culpado ou não culpado da acusação de insurreição. "A pergunta de Pilatos procura determinar se ou não Jesus constituía uma ameaça política ao poder imperial romano" (Andreas J. Köstenberger, João, Baker Exegetical Comentário do Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, 2004], 527). Em todos os quatro evangelho contas esta é a primeira pergunta Pilatos pergunta a Jesus, e em todos os quatro o pronome "você" é enfático. O texto grego diz literalmente: "Tu, que és o rei dos judeus?" Pilatos estava incrédulo; a partir de uma perspectiva humana, Jesus não se parecia com um rei. E se Ele era um rei, onde estavam Seus seguidores e seu exército? E como Ele foi uma ameaça a Roma?

    Jesus não poderia responder a pergunta de Pilatos com um incondicional "Sim" ou "Não" sem antes definir exatamente o que Sua realeza implica. Sua counterquestion, "Você está dizendo isso por sua própria iniciativa, ou foram outros dizer sobre mim?", tinha a intenção de esclarecer a questão. Se Pilatos estava dizendo isso em sua própria iniciativa, ele estaria perguntando se Jesus era um rei no sentido político (e, portanto, uma ameaça a Roma). A resposta de Jesus, nesse caso, haveria; Ele não era um rei, no sentido de um líder militar ou política. Ele já havia rejeitado a tentativa da multidão para fazer dele um tal rei (06:15). Mas nem o Senhor poderia negar que como o Messias Ele era verdadeiro rei de Israel.

    Réplica mordaz de Pilatos, "Eu não sou judeu, sou eu?" reflete tanto o seu desdém para o povo judeu, e sua exasperação crescente com o frustrante, intrigante caso étnico definido antes dele. Sua maior elaboração, sua própria nação e os sumos sacerdotes entregaram 5ocê para mim, deixa claro que o governador estava apenas repetindo a acusação levantada contra Jesus pelos líderes judeus; a acusação era deles, não de Roma. Exatamente por isso que o tivessem feito ainda iludiu Pilatos. Ele sabia muito bem que os judeus não teria entregue a ele alguém hostil a Roma, a menos que eles estavam a ganhar com isso.

    A tentativa mais uma vez para chegar ao fundo das coisas, Pilatos fez a pergunta que ele deveria ter perguntado desde o início: ? O que você fez Ao contrário da prática judaica (ver a discussão Dt 18:19 no capítulo anterior deste volume), Roman procedimento legal permitiu que o acusado a ser questionada em detalhe (Köstenberger, João, 527). Pilatos compreendeu que os líderes judeus haviam entregado Jesus até ele por causa da inveja (Mt 27:18). O que ele ainda não entendia era o que Jesus tinha feito para provocar tamanha hostilidade veemente com eles e que, se for o caso, o crime que cometera.

    Desde que foi agora claro que Pilatos estava apenas repetindo a acusação de os líderes judeus, Jesus respondeu sua pergunta. Ele era um rei, mas não uma intenção governante político em desafiar o governo de Roma. "O meu reino não é (em grego ek ; "fora do meio") deste mundo ", declarou ele. Sua fonte não era o sistema mundial, nem Jesus derivam sua autoridade de qualquer fonte humana. Como observado anteriormente, ele havia rejeitado a tentativa da multidão para coroá-lo rei. Ele também deixou passar uma oportunidade de proclamar-se rei na entrada triunfal, quando Ele entrou em Jerusalém montado na cabeça de dezenas de milhares de aspirantes frenéticos.

    Para reforçar seu argumento, Jesus observou que se o Seu reino fosse deste mundo, então Seus servos seria lutando para que ele não seria entregue aos judeus. Nenhum rei terreno teria se permitiu ter sido capturado tão facilmente Mas quando um de Seus seguidores (Pedro) tentou defendê-lo, Jesus repreendeu-o. O reino messiânico não se origina de esforço humano, mas por meio do Filho do Homem da conquista do pecado nas vidas daqueles que pertencem ao Seu reino espiritual.

    O reino de Cristo é espiritualmente ativo no mundo de hoje, e um dia ele vai voltar a reinar fisicamente na terra em glória milenar (Ap 11:15; Ap 20:6). Ao contrário de reis terrenos, no entanto, Jesus não foi coroado um rei por qualquer órgão humano Por isso eu ter nascido, Ele declarou, e para isto vim ao mundo. Jesus só não tinha nascido como todos os outros seres humanos, mas também havia de vir ao mundo de um outro reino dos céus (conforme 3: 13 31:06-33; 08:23; 17: 5). Em conjunto, as duas frases são uma referência inequívoca à preexistência e encarnação do Filho de Deus.

    A missão de Jesus não era política, mas espiritual. Foi para dar testemunho da verdade por "proclamar o evangelho do reino" (Mt 4:23). Cristo proclamou a verdade sobre Deus, os homens, o pecado, o julgamento, a santidade, o amor, a vida eterna, em suma, "tudo o que diz respeito à vida e à piedade" (2Pe 1:3A minha voz. " Jesus é "o caminho, ea verdade, ea vida; não um vem ao Pai senão por meio [Ele] "(14: 6). Em 10:27 Ele acrescentou: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem." Somente aqueles que continuam em Sua Palavra são verdadeiramente Seus discípulos; somente aqueles que são verdadeiramente Seus discípulos saberão e ser posto em liberdade pela verdade (8: 31-32).

    As palavras de Jesus eram um convite implícito a Pilatos para ouvir e obedecer a verdade sobre ele. Mas eles foram perdidos no governador, que terminou abruptamente o interrogatório de Cristo com a, observação cínica pessimista, "Que é a verdade?" Como os céticos de todas as idades, incluindo os pós-modernistas contemporâneos, Pilatos desesperaram de encontrar a verdade universal. Essa é a tragédia de rejeição do homem decaído de Deus. Sem Deus, não pode haver quaisquer absolutos; sem absolutos, não pode haver objetivas, de verdades normativas universais. Verdade se torna subjetiva, relativa, pragmática; objetividade dá lugar à subjetividade; princípios universais atemporais se tornar meras preferências pessoais ou culturais. Toda a humanidade caída tem realizado, abandonando Deus ", o manancial de águas vivas", é "para HEW para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas" (Jr 2:13). Retorta irreverente de Pilatos provou que ele não era um daqueles dados pelo Pai ao Filho, que ouvem e obedecem a voz de Cristo.

    A Adjudicação

    E, havendo dito isto, ele saiu de novo para os judeus e disse-lhes: "Não acho culpa nEle." (18: 38b)

    Tendo terminado a interrogar Jesus, Pilatos pronunciou seu veredicto. Ele saiu de novo para os judeus e disse-lhes: "Não acho culpa nele." Ele entendeu o suficiente para perceber que Jesus não representava uma ameaça ao domínio romano. Ele deixou claro que Jesus era inocente das acusações de sedição e insurreição levantadas contra ele pelos líderes judeus (Lucas 23:2).

    Nenhuma acusação válida Dele no início; nenhuma convicção de ele no final. O Senhor da glória foi criticado, odiado, e falsamente acusado, mas, no entanto encontrado para ser perfeito, impecável, e inocente.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40

    João 18

    A detenção no jardim — Jo 18:1-11

    Quando a Última Ceia terminou e quando chegou ao fim a conversação e a oração de Jesus com seus discípulos, saíram do cenáculo. Dirigiam-se ao jardim do Getsêmani. Sairiam pelas portas da cidade, baixariam pelo vale íngreme e cruzariam o canal da corrente Cedrom. Ali deve ter acontecido algo simbólico. Todos os cordeiros pascais eram sacrificados no templo e se vertia seu sangue sobre o altar como oferta a Deus. A quantidade de cordeiros que se matava para a páscoa era imensa. Em certa ocasião, trinta anos depois da época de Jesus, fez-se um censo e se contaram 256:000. Podemos imaginar o que seriam os pátios do templo quando se vertia todo o sangue destas ovelhas sobre o altar. Do altar havia um canal que ia ao arroio Cedrom e o sangue fluía por ele. Quando Jesus cruzou o arroio certamente ainda estava vermelho com o sangue dos cordeiros sacrificados. E sem dúvida alguma ao ver esse sangue vislumbraria de maneira mais clara seu próprio sacrifício.
    Depois de cruzar o canal do Cedrom, chegaram ao monte das Oliveiras. Sobre a ladeira desse monte estava o pequeno jardim do Getsêmani que significa prensa de azeite: a prensa de onde se extraía o azeite das azeitonas que cresciam no monte. Muita gente acomodada tinha seu jardim particular nesse lugar. Em Jerusalém não havia muito espaço para jardins particulares porque estava construída sobre o topo de um monte. Por outro lado, certas regulamentos cerimoniais proibiam o emprego de abono no solo da cidade sagrada. Essa era a razão pela qual o povo rico tinha seus jardins privados fora da cidade nas ladeiras monte das Oliveiras.
    Até o dia de hoje se mostra aos peregrinos um pequeno jardim sobre o monte. Os monges franciscanos cuidam dele com amor e há oito grandes oliveiras de tal tamanho que, como diz H. V. Morton, parecem rochas em vez de árvores. São muito velhos, sabe-se que se remontam à época anterior à conquista da Palestina pelos muçulmanos. Não é muito provável que pertençam à época de Jesus mas sem dúvida alguma os pequenos caminhos que cruzam o monte das Oliveiras foram transitados por Jesus. De maneira que Jesus foi a este jardim. Algum cidadão abastado, um amigo anônimo de Jesus cujo nome jamais conheceremos, deve ter-lhe dado a chave da porta e o direito a fazer uso do jardim enquanto estava em Jerusalém. Jesus e seus discípulos tinham ido ali muitas vezes em busca de paz e silêncio. Judas sabia que encontraria a Jesus ali e decidiu que esse seria o lugar onde poderiam prendê-lo com maior facilidade.
    Há algo surpreendente na força que foi prender a Jesus. João diz que havia uma companhia de soldados junto com oficiais dos principais sacerdotes e dos fariseus. Os oficiais seriam a polícia do templo. As autoridades do templo tinham uma espécie de polícia particular para manter a ordem e o Sinédrio tinha polícia e oficiais para fazer cumprir seus regulamentos. Os oficiais eram a força policial judia. Mas também havia um grupo de soldados. A palavra é speira. Agora, se empregada de maneira correta, essa palavra pode ter três sentidos. É a palavra grega para designar a coorte romana. Cada uma delas tinha seiscentos homens. Se fosse uma coorte de homens de auxílio, a speira tinha mil homens, duzentos e quarenta de cavalaria e setecentos e sessenta de infantaria. Às vezes, embora com menor freqüência, empregava-se a palavra para referir-se a um manípulo formado por duzentos homens. Inclusive se tomarmos a palavra neste último sentido, que expedição para enviar contra um carpinteiro da Galiléia desarmado! Na época da páscoa sempre tinha soldados de mais em Jerusalém aquartelados na Torre de Antonia da qual se via o templo. Portanto não era difícil contar com homens.

    Mas que reconhecimento do poder de Jesus! Quando as autoridades decidiram prendê-lo enviaram quase um exército. Havia tal poder neste único homem que seus inimigos sentiram que necessitavam um exército para reduzi-lo e garantir seu captura.

    A DETENÇÃO NO JARDIM

    João 18:1-11 (continuação)

    Há poucas cenas em todas as escrituras que nos mostrem as qualidades de Jesus como o faz este arresto no jardim.

    1. Mostra-nos sua coragem. Na época da páscoa havia Lua cheia e a noite estava quase tão iluminada como o dia. Entretanto, os inimigos de Jesus tinham chegado com lâmpadas e tochas. Por que? Não precisavam delas para ver o caminho à luz argêntea da Lua. Devem ter pensado que teriam que buscar entre as árvores, sobre as ladeiras e nas entradas e covas do monte para encontrar a Jesus. Devem ter suposto que se esconderia. Longe de fazer algo semelhante, quando chegaram Jesus deu um passo à frente. “A quem buscais?” perguntou. “A Jesus, o Nazareno”, responderam. “Sou eu”, chegou a resposta. O homem que criam que deveriam buscar entre as árvores e as covas estava de pé diante deles com um desafio glorioso e arriscado. Aqui temos a coragem de um homem que está disposto a encarar as coisas.

    Durante a Guerra Civil Espanhola se sitiou uma cidade. Havia alguns que queriam entregar-se, mas surgiu um líder. "É melhor", disse, "morrer de pé que viver ajoelhados". Se Jesus devia morrer, morreria como um herói.

    1. Mostra-nos sua autoridade. Ali estava; uma única figura, solitária, desarmada. Ali estavam eles, centenas de homens, armados e equipados. Entretanto, ao vê-lo, retrocederam e caíram ao solo. Nesse momento, o poder irradiava de Jesus. Fluía do um sentimento de autoridade que, apesar de sua solidão, o fazia mais forte que o poder de seus inimigos.
    2. Mostra-nos que Jesus escolheu morrer. Mais uma vez, é evidente que Jesus poderia ter evitado a morte se o quisesse. Poderia ter caminhado em meio deles e ter-se ido para longe. Mas não o fez. Jesus chegou até a ajudar a seus inimigos a prendê-lo. Escolheu morrer.
    3. Mostra-nos seu amor protetor. Não pensava em si mesmo, mas em seus amigos. Disse: “Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes.” Pensava mais no perigo que enfrentavam os discípulos que no próprio.

    Entre as muitas histórias imortais da Segunda Guerra Mundial se destaca a do Alfred Sadd, o missionário da Tarrawa. Quando os japoneses chegaram a sua ilha estava formado com outros vinte homens, em sua maioria soldados de Nova Zelândia que tinham formado parte das tropas. Os japoneses estenderam uma bandeira da Inglaterra no solo e ordenaram ao Sr. Sadd que caminhasse sobre ela. O Sr. Sadd se aproximou da bandeira e, ao chegar a ela deu a volta rumo à direita. Voltaram-lhe a ordenar que pisasse na bandeira e desta vez girou rumo à esquerda. A terceira vez o obrigaram a chegar até ela; levantou-a nos braços e a beijou. Quando os japoneses os fizeram sair a todos para matá-los muitos deles eram tão jovens que estavam afligidos, mas o Sr.

    Sadd levantou-lhes o ânimo. Ficaram de pé em fila, com Sadd no meio e nesse momento o Sr. Sadd se separou um pouco da fila e lhes dirigiu palavras de alento. Quando terminou, retornou à fila mas se manteve um pouco mais adiante que outros para ser o primeiro a morrer. Alfred Sadd pensava mais nos problemas dos outros que nos próprios. O amor protetor de Jesus se ocupava dos discípulos inclusive no Getsêmani.

    1. Mostra-nos sua obediência máxima. "A taça que o Pai me deu", disse, "não a hei de beber?" Essa era a vontade de Deus e isso era suficiente para Ele. Foi fiel até a morte.

    E há uma pessoa neste relato a quem devemos fazer justiça: Pedro. Pedro, um só homem, desembainhou sua espada contra centenas. Como disse Macaulay:

    Que melhor morte pode pretender um homem que fazer frente a riscos temíveis?

    Pedro negaria a seu mestre pouco tempo depois, mas nesse momento estava disposto às ver-se com centenas de homens para defender a Cristo. Podemos falar da covardia e o fracasso de Pedro, mas jamais devemos esquecer a coragem sublime que demonstrou nesse momento.

    JESUS PERANTE ANÁS João 18:12-14, 19-24

    Para manter a continuidade da narração nos ocuparemos das duas passagens que tratam sobre o juízo perante Anás ao mesmo tempo. Faremos o mesmo com as duas passagens que se ocupam da tragédia de Pedro.
    João é o único que diz que levaram a Jesus a Anás antes que nada. Anás era um personagem notável. Edersheim escreve sobre ele:

    "Não há nenhuma outra figura tão conhecida na história judia contemporânea como Anás. Ninguém o reputava tão afortunado ou triunfante mas tampouco havia outra pessoa tão execrável como o antigo sumo sacerdote”.
    Anás era o poder que estava atrás do trono em Jerusalém. Ele mesmo tinha sido sumo sacerdote desde 6 a 15 d C. Quatro de seus filhos também tinham ocupado essa acusação e Caifás era seu genro. Esse dado é sugestivo e esclarecedor por si mesmo. Houve um tempo quando os judeus eram livres, então os sumos sacerdotes ocupavam o cargo vitalício. Mas quando chegou o governo romano, o cargo se converteu em tema de controvérsia, intrigas, corrupção e suborno.
    Agora a acusação ia ao maior adulador e o melhor lançador, a quem estivesse mais disposto a baixar a cabeça perante o governador romano. O sumo sacerdote era o grande colaborador, o homem que comprava o conforto, a facilidade, o prestígio e o poder à custa de gastar dinheiro em subornos e de colaborar estreitamente com os senhores de seu país. A família de Anás tinha uma fortuna imensa e um por um tinham participado de intrigas e subornos para chegar a ocupar seus cargos; enquanto isso Anás mantinha seu poder por trás de todos eles.
    Até a forma em que Anás juntou sua fortuna deve ter sido vergonhosa. No Pátio dos gentios havia vendedores das vítimas para o sacrifício. Eram os mesmos vendedores que Jesus expulsou do templo. Não eram comerciantes e sim chantagistas. Cada vítima que se oferecia no templo devia estar limpa de toda mancha ou defeito. Havia inspetores que controlavam tudo isto. Se fosse comprada uma vítima fora do templo era preciso inspecioná-la e examiná-la e sem dúvida alguma seria encontrado algum defeito. Recomendava-se ao fiel que comprasse nos postos do templo onde se vendiam vítimas que já tinham passado pelo exame dos sacerdotes e não corriam o risco de ser rechaçadas. Isso teria sido conveniente e útil exceto por um detalhe. Fora do templo um casa de campo de pombas custaria 22,50 dólares e dentro do templo seu preço ascendia a 37,50 dólares. Todo o comércio do templo era uma exploração declarada e os negócios onde se vendiam os animais se chamavam as Lojas de Anás. Pertenciam à família de Anás. Este tinha conseguido sua fortuna mediante a exploração de fiéis que foram oferecer sacrifícios sagrados. Os próprios judeus odiavam essa família.

    Uma passagem do Talmud diz: "Maldita seja a casa de Anás. Maldito seja seu assobio de serpente. São sumos sacerdotes; seus filhos cuidam o tesouro, seus genros são os guardas do templo e seus servos golpeiam às pessoas com paus". Anás e toda sua família eram muito conhecidos.

    Agora compreendemos por que Anás dispôs as coisas de maneira que Jesus tivesse que comparecer perante ele em primeiro lugar. Jesus era o homem que atacou seus interesses financeiros, varreu do templo os vendedores de animais e feriu Anás num lugar doloroso: seu bolso e suas enormes economias. Anás queria ser o primeiro em desfrutar da captura, da derrota e da humilhação deste galileu perturbador.
    O juízo perante Anás foi uma trapaça à justiça. Uma norma essencial da Lei judia estabelecia que não se podia fazer ao prisioneiro nenhuma pergunta que ao responder o fizesse reconhecer-s culpado. Maimonides, o grande erudito judeu, estabelece-o assim: "Nossa verdadeira Lei não impõe a pena de morte ao pecador por sua própria confissão". Anás violou os princípios da justiça judia ao interrogar a Jesus. Jesus recordou justamente isso a Anás. “Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei”. Jesus dizia, em realidade: "Recolhe o testemunho a respeito de mim como o manda a Lei. Interroga às testemunhas, coisa que tem todo o direito de fazer. Não me interrogue pois não tem direito de fazer algo semelhante".
    Quando Jesus disse isso, um dos oficiais lhe deu uma bofetada. Disse: "Acaso quer ensinar ao sumo sacerdote como conduzir um juízo?" A resposta de Jesus foi: "Se houver dito ou ensinado algo ilegal, terá que chamar testemunhas. Só citei a Lei. Por que me fere, então?"
    Jesus jamais esperou justiça. Tinha tocado o interesse pessoal de Anás e seus colegas e estava condenado antes de passar pelo juízo. Quando alguém empreendeu um mau caminho a única coisa que quer é eliminar a qualquer que se lhe opõe. Não pode fazê-lo por meios justos, portanto, está obrigado a fazê-lo por meios injustos. Qualquer argumento que requer injustiças e bofetadas demonstra que não é válido.

    O HERÓT E O COVARDE

    João 18:15-18, 25-27

    Quando os outros discípulos abandonaram a Jesus e escaparam Pedro se negou a segui-los. Seguiu a Jesus inclusive depois de seu arresto porque não podia suportar a idéia de separar-se dEle. De maneira que chegou até a casa de Caifás, o sumo sacerdote. Estava com outro discípulo que tinha direito a entrar na casa do sumo sacerdote porque o conhecia. Elaboraram-se muitas especulações a respeito da identidade deste discípulo pois o seu nome não aparece e não se sabe com certeza quem era. Alguns pensam que se trata de algum discípulo desconhecido cujo nome não poderemos saber jamais. Alguns o relacionam, como é natural, com Nicodemos ou José de Arimatéia. Ambos eram membros do Sinédrio e devem ter conhecido muito bem ao sacerdote.

    Fez-se uma sugestão muito interessante. Afirmou-se que o discípulo que não se nomeia era Judas 1scariotes. Judas deve ter tido que entrar e sair várias vezes para acertar a traição e o devem ter conhecido tanto o servo que abria a porta como o próprio sumo sacerdote. O que parece invalidar a teoria é que depois da cena no jardim, quando Judas chegou com os soldados e os oficiais, deve ter ficado bem clara sua participação na traição. É quase incrível pensar que Pedro pode ter sequer falado com Ele depois de sua ação. A interpretação tradicional sempre afirmou que o discípulo a quem não se nomeia é o próprio João. A tradição é tão poderosa que é difícil deixar de lado. Mas, neste caso, expõe-se a pergunta, Como João da Galiléia pode ter sido um conhecido, aparentemente íntimo, do sumo sacerdote?
    Sugeriram-se duas coisas para explicar esta relação entre João e a casa do sumo sacerdote.
    (a) Em épocas posteriores um autor chamado Polícrates escreveu sobre o Quarto Evangelho e seu autor e sobre o discípulo amado. Polícrates jamais duvidou de que João escreveu o Quarto Evangelho e que foi o discípulo amado mas diz algo muito curioso sobre ele. Diz que, por nascimento, João era sacerdote e que vestia o pétala que era a franja dourada estreita, ou ziz, onde estavam escritas as palavras "Santidade ao Senhor" que o sumo sacerdote levava sobre a fronte. Se isto for certo, João pertencia à família e à casa do sumo sacerdote. Entretanto, é-nos difícil crer que João pertença à linha sacerdotal pois os Evangelhos nos indicam com toda clareza que era um pescador da Galiléia,

    (b) A segunda explicação é mais fácil de aceitar. É evidente que o pai de João deve ter tido um comércio pesqueiro florescente pois podia permitir-se tomar servos pagamentos (Mc 1:20). Uma das grandes indústrias da Galiléia era a do peixe salgado. Nesses tempos, o peixe fresco era um grande luxo porque não havia forma de transportá-lo para que conservasse sua frescura. Mas, por outro lado, o peixe salgado era um elemento essencial da dieta. Supõe-se que o pai de João estava na indústria do peixe salgado e que abastecia a casa do sumo sacerdote. Se era assim, o sumo sacerdote e seus servos conheciam João pois mais de uma vez teria levado peixe. Nesse caso, João assistiria de maneira regular à casa do sumo sacerdote. Acontece que certas lendas apóiam esta teoria.

    H. V. Morton nos conta que até o dia de hoje há um pequeno edifício nas ruas laterais de Jerusalém que na atualidade é uma confeitaria árabe. Dentro há algumas pedras e arcos que formavam parte de uma Igreja cristã muito primitiva. Os franciscanos crêem que essa velha igreja estava no lugar que ocupava a casa de Zebedeu, o pai de João. A família, sempre segundo os franciscanos, eram comerciantes de peixe na Galiléia com uma sucursal em Jerusalém e abasteciam a casa do Caifás, o sumo sacerdote, com peixe salgado. Essa era a razão pela qual João podia entrar na casa do sumo sacerdote.
    Sejam como forem todos estes detalhes, Pedro entrou no pátio da casa do sumo sacerdote e ali negou a seu Senhor três vezes.

    Há algo muito interessante sobre o canto do galo. Jesus havia dito que Pedro o negaria três vezes antes do cantar do galo. Agora, isso apresenta algumas dificuldades. Segundo a Lei ritual judia era ilegal ter galos na cidade santa mas não podemos assegurar que todos obedeciam essa Lei. Por outro lado, jamais se pode estar seguro de que o galo cantará. Não obstante, os romanos tinham um costume militar. A noite se dividia em quatro guardas: 18 a 21, 21 a 24, 24 a 3 e 3 a 6. Depois do terceiro guarda se trocavam os soldados de volta e para o assinalar se tocava a trombeta às três da manhã. Esse toque se chamava gallicinium em latim e alektorophonia em grego. Ambos os termos significam canto do galo. Pode ser que Jesus haja dito a Pedro: "Antes que a trombeta toque o canto do galo, você me negará três vezes". Todos os habitantes de Jerusalém devem ter conhecido o toque de trombeta das três da manhã. Essa noite ressonou por toda a cidade e Pedro se lembrou das palavras do Senhor.

    O HERÓI E O COVARDE

    João 18:15-18, 25-27 (continuação)

    De modo que no pátio da casa do sumo sacerdote Pedro negou a seu Senhor. Nunca se tratou a ninguém de maneira mais injusta do que o fizeram os comentaristas e pregadores com Pedro. O que sempre se acentua neste relato é o fracasso e a vergonha de Pedro.
    Entretanto, devemos lembrar algumas coisas.

    1. Devemos lembrar que todos os outros discípulos, com exceção de João, se ele for o discípulo a quem não se nomeia, tinham abandonado a Jesus e fugiram. Todos, exceto Pedro, foram embora. Pensemos no que fez Pedro. Foi o único que desembainhou a espada diante de um inimigo muito mais poderoso no jardim, foi o único que seguiu até ver o final. Era o único valente. A primeira coisa que devemos lembrar ao pensar em Pedro não é seu fracasso mas a coragem que o manteve perto de Jesus quando todos os outros foram embora. O tremendo a respeito de Pedro é que seu fracasso só pôde ocorrer a alguém que tinha uma coragem imensa. É certo que Pedro fracassou mas o fez em uma situação que nenhum dos outros discípulos se animou a enfrentar. Não fracassou porque era um homem covarde mas sim porque era valente.
    2. Devemos lembrar quanto amava Pedro a Jesus. Seu amor era o único que tinha passado a prova. Outros tinham abandonado a Jesus; Pedro foi o único que permaneceu a seu lado. Pedro amava tanto a Jesus que não podia deixá-lo. É certo que falhou, mas o fez em uma situação a qual só podia chegar quem amava fielmente a Jesus.
    3. Devemos lembrar como Pedro se redimiu. As coisas não lhe devem ter sido fáceis. O relato de sua negação se difundiria com celeridade porque as pessoas gostam de contar coisas maliciosas. Pode acontecer, como sustenta a lenda, que as pessoas tenham imitado o canto do galo quando Pedro passava. Mas Pedro teve a coragem e a força de vontade de redimir-se, de partir de seu fracasso e tender rumo à verdadeira grandeza.

    O essencial é que foi o Pedro autêntico quem afirmou sua lealdade no cenáculo; foi o Pedro genuíno quem desembainhou a espada solitária no jardim, à luz da Lua; foi o verdadeiro Pedro quem seguiu a Jesus porque não podia tolerar a idéia de deixá-lo sozinho; não foi o Pedro autêntico quem perdeu a coragem sob a tensão do momento e negou a seu Senhor. E isso era justamente o que Jesus podia ver.

    O tremendo a respeito de Jesus é que sob todos nossos fracassos vê o homem verdadeiro. Jesus compreende. Ama-nos apesar do que fazemos porque não nos ama pelo que somos mas sim pelo que podemos chegar a ser. O amor perdoador de Jesus é tão imenso que vê nossa verdadeira personalidade não em nossa infidelidade mas em nossa lealdade, não em nosso fracasso diante do pecado mas em nossa tensão rumo à bondade, inclusive quando estamos vencidos.

    JESUS PERANTE PILATOS; OS JUDEUS

    João 18:28-40

    Este é o relato mais dramático do juízo de Jesus no Novo Testamento. Se o cortássemos em pequenas seções perderíamos seu pateticismo. É uma passagem que terá que ler como um tudo. Uma vez lido empregaremos vários dias para estudá-lo. O drama da passagem radica no choque e a inter-relação entre as personalidades. De maneira que a melhor forma de estudar esta parte não será seção por seção mas em função das pessoas que intervêm nele.

    Começaremos por analisar os judeus. Na época de Jesus os judeus estavam submetidos aos romanos. Estes lhes permitiam exercer uma boa medida de auto-governo mas não tinham direito de aplicar a pena de morte. A iuz gladii, o direito da espada — era assim chamado — pertencia aos romanos. O Talmud testemunha: "Quarenta anos antes da destruição do templo foi tirado de Israel o julgamento em assuntos de vida ou morte." O primeiro governador romano da Palestina se chamava Coponio e ao mencionar sua designação Josefo diz que o enviou como procurador "com poder sobre a vida e a morte conferido por César" (Josefo, Guerras dos judeus, 2, 8, 1). Josefo fala de certo sacerdote, chamado Anano, que se propôs matar alguns de seus inimigos. Outros judeus mais prudentes protestaram contra sua decisão sobre a base de que não tinha direito de determinar essa pena nem de levá-la a cabo. Não permitiu cumprir com sua decisão e o destituiu de seu cargo pelo simples fato de tê-la pensado. (Josefo, Antiguidades dos judeus, 20, 9, 1). É certo que, em algumas oportunidades, como aconteceu com Estêvão, os judeus tomaram a Lei em suas próprias mãos. Mas do ponto de vista legal e oficial não tinham direito de infligir a pena de morte a ninguém. Essa é a razão pela qual tiveram que levar Jesus perante Pilatos antes de poder crucificá-lo.

    Se os próprios judeus pudessem aplicar a sentença de morte o teriam apedrejado. A Lei o estabelece assim: “Aquele que blasfemar o nome do SENHOR será morto; toda a congregação o apedrejará” (Lv 24:16). Nesse caso, a testemunha que demonstrou a existência do crime devia ser o primeiro em lançar as pedras. “A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo” (Dt 17:7). Esse é o sentido do versículo 32. Ali se diz que tudo isto acontecia para que se cumprisse o ensino que Jesus repartiu dando a entender de que morte ia morrer. Jesus tinha dito que se Ele fosse levantado da terra, quer dizer, se fosse crucificado, atrairia a todos os homens (Jo 12:32). Se essa profecia tinha que cumprir-se, Jesus devia ser crucificado, não apedrejado. De maneira que, inclusive além do fato de a lei romana não permitir aos judeus aplicar a pena de morte, Jesus devia morrer com uma morte romana porque devia ser levantado.

    De principio a fim, os judeus tentavam usar a Pilatos para seus próprios fins. Eles não podiam matar a Jesus, de maneira que tinham decidido que os romanos o fizessem.

    JESUS PERANTE PILATOS; OS JUDEUS

    João 18:28-40 (continuação)

    Entretanto, há mais elementos a respeito dos judeus. À medida que lemos este relato notamos certas coisas sobre eles.

    1. Começaram sentindo ódio para com Jesus mas terminaram em uma verdadeira histeria de ódio. Converteram-se em uma multidão enlouquecida, vociferante, gritando como lobos com as caras decompostas pelo ódio: "Crucifica-o! Crucifica-o!" No fim, os judeus alcançaram tal loucura em seu ódio que eram impermeáveis à razão e a misericórdia e até ao humanitarismo mais simples. Não há nada neste mundo que torça tanto o juízo de alguém como o ódio. É uma espécie de loucura. Uma vez que alguém se entrega ao ódio já não pode pensar, ver ou escutar sem distorções. É algo tão tremendo porque anula os sentidos do homem.
    2. O ódio dos judeus os fez perder todo sentido da proporção. Eram tão cuidadosos do ritual e da pureza cerimoniosa que não estavam dispostos a entrar nos quartéis de Pilatos e, entretanto, estavam muito ocupados em fazer todo o possível para crucificar o Filho de Deus. Para comer a páscoa o judeu devia estar cerimonialmente limpo. Se tivessem ingressado nos quartéis de Pilatos teriam ficado impuros em um duplo sentido. Em primeiro lugar, a Lei dos escribas dizia: "As casas dos gentios são impuras."

    Em segundo lugar, a páscoa era a festa do pão sem levedar. Parte da preparação para essa festa era a busca cerimonial de levedura: fazia-se desaparecer cada partícula de levedura que havia nas casas. A levedura era o símbolo do mal e devia desaparecer de todas as casas. Se entravam na casa de Pilatos significava que ingressavam em um lugar onde podia haver levedura. Fazer algo semelhante quando estava sendo preparada a páscoa significava ficar impuro. Inclusive se o fizessem, teriam entrado na casa de um gentio onde podia haver levedura, ficavam impuros até o entardecer quando poderiam ter passado por um banho cerimonioso e se purificaram.
    Agora, vejamos o que os judeus faziam. Cumpriam cada detalhe da Lei cerimonial com o maior cuidado e ao mesmo tempo empurravam rumo à cruz ao Filho de Deus que era a encarnação do amor. Esse é o tipo de coisas que sempre estão inclinados a fazer os homens. Há mais de um membro da Igreja que se preocupa com as pequenezas mais absolutas e entretanto todos os dias desobedece a lei do amor, do perdão e do serviço. Inclusive há muitas Igrejas onde se cuida com minuciosidade cada detalhe da vestimenta, dos móveis, do ritual e da cerimônia mas o espírito do amor e da comunidade brilham por sua ausência. Uma das coisas mais trágicas do mundo é a maneira em que a mente humana pode perder o sentido da proporção e sua capacidade de dar às coisas o lugar que lhes corresponde.

    1. Os judeus não titubearam em torcer sua acusação contra Jesus. Em seu interrogatório particular formularam a acusação de blasfêmia contra Jesus (Mt 26:65). Sabiam muito bem que Pilatos não faria nada a partir de semelhante acusação. Diria que se tratava de uma controvérsia religiosa que não lhe incumbia e que podiam resolvê-la sem apelar à sua autoridade. No fim, acusaram a Jesus de rebelião e insurreição política. Acusavam a Jesus de afirmar que era um rei e sabiam que se tratava de uma mentira. O ódio é algo terrível, não vacila em torcer a verdade. Ninguém conta com um argumento válido quando deve sustentá-lo com uma mentira.
    2. A fim de conseguir a morte de Jesus os judeus negaram cada um de seus princípios. O mais surpreendente que disseram nesse dia foi: "Nosso único rei é César." Samuel havia dito ao povo que seu único rei era Deus (1Sm 12:12). Quando se ofereceu a coroa a Gideão, sua resposta foi: “Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará” (Jz 8:23). Quando os romanos chegaram a Palestina pela primeira vez tinham feito um censo para determinar os impostos que o povo podia pagar. E se produziu uma rebelião sangrenta porque os judeus insistiam que seu único rei era Deus e que só a Ele pagariam tributo. Quando o líder judeu disse: "Nosso único rei é César" deu as costas a toda a história de seu povo da forma mais surpreendente. A afirmação deve ter deixado sem fôlego a Pilatos que provavelmente os olhou com expressão de surpresa e diversão cínica ao mesmo tempo. Os judeus estavam dispostos a abandonar todos os seus princípios para eliminar a Jesus.

    É uma imagem tremenda. O ódio dos judeus os converteu em uma multidão de fanáticos enlouquecidos e vociferantes. Esqueceram toda misericórdia, todo sentido da proporção, toda justiça, todos os seus princípios e até a Deus. Nunca se viu com tanta clareza a loucura do ódio.

    JESUS PERANTE PILATOS; PILATOS O GOVERNADOR João 18:28-40 (continuação)

    Agora vejamos o segundo personagem deste relato: Pilatos. Ao longo de todo o juízo a conduta de Pilatos é quase incompreensível. É muito evidente, não poderia ser mais claro, que Pilatos sabia que as acusações dos judeus eram uma série de mentiras e que Jesus era absolutamente inocente, que estava profundamente impressionado por Ele e que não desejava condená-lo à morte. Entretanto, ele o fez.

    Em primeiro lugar negou-se a tomar o caso em suas mãos; logo tentou libertar Jesus dizendo que sempre se deixava em liberdade a um criminoso para páscoa. Logo tentou ficar em paz com os judeus ao açoitar a Jesus e por último faz o chamado final. Mas se negou a ser forte e dizer aos judeus que não queria ter nada que ver com suas maquinações más. Jamais poderemos sequer começar a compreender a Pilatos se não entendermos seu historia. Nós a encontramos nos escritos do Josefo e nos de Filo.
    Para entender a parte que desempenhou Pilatos neste drama devemos nos remontar muito atrás. Para começar, que fazia um governador romano na Judéia?
    No ano 4 a.C. Herodes o Grande morreu. Herodes tinha sido rei de toda a Palestina. Apesar de todos seus defeitos, em mais de um sentido foi um bom rei e manteve muito boas relações com os romanos. No testamento, dividiu seu reino entre três de seus filhos. Antipas recebeu Galiléia e Peréia; Filipe recebeu Batanea, Auranitis e Traconites, as regiões selvagens e desertas do nordeste. Arquelau, que à maturação contava só dezoito anos, recebeu Iduméia, Judéia e Samaria. Os romanos aceitaram esta distribuição do reino e a ratificaram. Antipas e Filipe governavam bem e sem escândalos mas Arquelau se comportava como um tirano que extorquia até tal ponto que os mesmos judeus pediram aos romanos que o destituíssem e nomeassem um governador. O mais provável era que pretendessem ser incorporados à numerosa província de Síria. Como esta província era tão populosa o mais provável era que tivessem podido continuar os seus costumes. As províncias romanas se dividiam em duas classes. As que requeriam que houvesse tropas apostadas estavam sob o controle direto do imperador e eram províncias imperiais. As que não requeriam tropas, eram pacíficas e careciam de problemas sérios, estavam controladas pelo senado e eram províncias senatoriais.
    Agora, a Palestina, como é evidente, era uma região rebelde. Precisava de tropas e portanto estava controlada pelo imperador. As províncias muito grandes estavam governadas por um procônsul ou um delegado; esse era o caso da Síria. As províncias mais pequenas, pertencentes à segunda categoria, estavam governadas por um procurador. Este controlava toda a administração militar e judicial da província. Visitava cada parte da província pelo menos uma vez ao ano e ouvia os problemas e as queixas. Fiscalizava a coleta de impostos mas não tinha autoridade para aumentá-los. Recebia um salário do tesouro e tinha estritamente proibido receber presentes ou subornos. Se fosse excessivo em seus deveres, os habitantes de sua província podiam denunciá-lo ao imperador.
    Augusto designou um procurador para controlar os problemas da Palestina e o primeiro deles foi acusado no ano 6 D.C. Pilatos assumiu sua funções no ano 26 d C. e permaneceu em seu povo até o 35. Palestina era um fervilhar de problemas, requeria uma mão firme, forte e sábia. Não conhecemos a história anterior de Pilatos mas deve ter tido fama de bom administrador porque do contrário jamais lhe tivessem atribuído a responsabilidade de governar a Palestina. Era necessário manter essa região em ordem pois, como se pode ver no mapa, era a ponte entre o Egito e Síria.
    Entretanto, como governador Pilatos foi um fracasso. Parecia partir de um desprezo e uma falta de simpatia absolutos para com os judeus. Três incidentes famosos marcaram sua carreira. O primeiro ocorreu durante sua primeira visita a Jerusalém. Esta não era a capital da província. Os quartéis gerais da província estavam em Cesaréia. Mas o procurador fazia muitas visitas a Jerusalém e nessas ocasiões ficava no palácio dos Herodes na parte ocidental da cidade. Quando o procurador chegava a Jerusalém sempre o fazia em companhia de um destacamento de soldados. Estes tinham um estandarte em cuja ponta havia um pequeno busto de metal do imperador em volta. O imperador era um deus e para os judeus esse pequeno busto era uma imagem. Todos os governadores romanos anteriores, em sinal de respeito para com os escrúpulos religiosos dos judeus, faziam tirar a imagem antes de entrar na cidade. Pilatos se negou a fazê-lo. Os judeus lhe rogaram que o fizesse. Pilatos se indignou, não daria alento às superstições dos judeus. Voltou para Cesaréia. Os judeus o seguiram. Pisaram os seus calcanhares durante cinco dias. Eram humildes mas decididos em seus pedidos. Por último, disse-lhes que o encontrassem no anfiteatro. Uma vez ali, os fez rodear por soldados armados e lhes disse que se não cessavam em seus requerimentos os mataria ali mesmo. Os judeus puseram seus pescoços à vista e ordenaram aos soldados que os matassem. Nem sequer Pilatos podia massacrar a homens indefesos. Ficou derrotado, teve que claudicar, viu-se obrigado a admitir que a partir desse momento se deviam tirar as imagens dos estandartes. Assim foi como começou Pilatos: foi um mau começo.

    O segundo incidente foi este: a provisão de água de Jerusalém era inadequada. Pilatos se propôs construir um aqueduto novo. De onde proviria o dinheiro? Arrasou com o tesouro do templo. Havia milhões no tesouro. É muito pouco provável que tenha tomado o dinheiro depositado para os sacrifícios e o culto do templo. O mais factível é que tenha tomado o dinheiro chamado Corbã e que provinha de fontes que faziam impossível empregá-lo para o serviço sagrado. O aqueduto de Pilatos era muito necessário; valia a pena fazê-lo; a provisão de água inclusive beneficiaria o templo que precisava de uma boa medida de limpeza em razão de seus contínuos sacrifícios. Não obstante, o povo resistiu; rebelaram-se e saíram às ruas. Pilatos misturou seus soldados entre a multidão vestidos de civil e com armas escondidas entre a roupa. Diante de um sinal predeterminado, os soldados atacaram a multidão e muitos judeus morreram espancados ou esfaqueados. Mais uma vez Pilatos se converteu em uma figura antipopular e corria perigo de ser denunciado ao imperador.

    O terceiro incidente foi pior até para Pilatos. Como já vimos, quando ia a Jerusalém ficava no antigo palácio do Herodes. Mandou fazer certos escudos e lhes fez inscrever o nome de Tibério, o imperador. Tratava-se de escudos votivos. Agora, o imperador era um deus; aqui estava o nome de um deus estranho inscrito e desdobrado para que o reverenciassem na cidade santa. O povo gente se exaltou; os homens mais importantes, inclusive aqueles que os apoiavam com maior afinco, rogaram a Pilatos que os tirasse. Pilatos não quis fazê-lo. Os judeus denunciaram o assunto a Tibério e este ordenou a Pilatos que tirasse os escudos.
    É importante destacar como terminou Pilatos. Este último incidente ocorreu depois da crucificação de Jesus no ano 35 D.C. Houve uma rebelião em Samaria. Não foi muito séria. Pilatos a sufocou com uma ferocidade sádica e com uma quantidade de execuções. Os samaritanos sempre foram considerados cidadãos leais a Roma. O delegado de Síria interveio. Tibério mandou Pilatos retornar a Roma. Quando este estava a caminho, Tibério morreu. Segundo a informação que temos Pilatos nunca foi a juízo e a partir desse momento desaparece da história.

    Agora fica claro por que Pilatos agiu como o fez. Os judeus o chantagearam para que crucificasse a Jesus. Disseram-lhe: "Se você deixar em liberdade a este homem você não é amigo de César." O que lhe diziam era o seguinte: "Sua atuação não é muito boa. Já o denunciaram uma vez. Se você não agradar nosso pedido voltaremos a denunciar você ao imperador e o destituirão." Nesse dia, em Jerusalém, o passado de Pilatos se apresentou perante seus olhos e o atormentou. Pilatos foi chantageado para que aceitasse a morte de Jesus porque seus enganos anteriores faziam impossível desafiar os judeus e conservar seu posto. De algum modo, não podemos deixar de compadecê-lo. Queria fazer o correto mas não teve a coragem de desafiar os judeus. Pilatos crucificou a Jesus para manter seu posto.

    JESUS PERANTE PILATOS; A ATUAÇÃO DE PILATOS

    João 18:28-40 (continuação)

    Vimos a história de Pilatos, vejamos agora sua conduta durante o juízo a Jesus. Pilatos não queria condená-lo porque sabia que Jesus era inocente. Entretanto, viu-se apanhado por seu próprio passado. O que foi, então, o que Pilatos quis fazer e o que fez de fato?

    1. Começou procurou delegar a responsabilidade. Disse aos judeus: "Tomem este homem e julguem segundo suas leis." Tentou fugir da responsabilidade de ocupar-se de Jesus. Isso é justamente algo que ninguém pode fazer. Ninguém pode ocupar-se de Jesus em nosso nome, devemos fazê-lo nós mesmos.
    2. Pilatos passou a buscar uma via de escape do labirinto no qual se encontrava. Apelar ao costume pela qual se liberava um prisioneiro na páscoa para deixar livre a Jesus. Tentou evitar o confronto direto com Jesus. Mais uma vez, isso é algo que ninguém pode fazer. Não há forma de escapar a uma decisão pessoal com respeito a Jesus. Somos nós mesmos aqueles que devemos decidir o que faremos com Ele, se o aceitaremos ou o rechaçaremos.
    3. Pilatos passou logo a ver o que podia fazer com uma claudicação parcial. Ordenou que açoitassem a Jesus. Pilatos deve ter pensado que os açoites satisfariam ou, ao menos, suavizariam a hostilidade dos judeus. Sentia que possivelmente poderia evitar pronunciar o veredicto da cruz ao dar a ordem de açoitá-lo. Isto também é algo impossível. Ninguém pode andar com meias tintas com Jesus; ninguém pode servir a dois amos. Estamos a favor ou em contra e não há via intermediária.
    4. Pilatos tentou ver o que podia obter com um chamado à reflexão. Levou a Jesus destroçado pelos açoites e o mostrou às pessoas. Perguntou-lhes: "Querem que crucifique a seu rei?" Tentou derrubar o peso da balança mediante este chamado à misericórdia e à piedade. Mas ninguém pode pretender que a apelação a outros substitua a decisão pessoal. Pilatos devia tomar sua própria decisão em lugar de tentar que a multidão tomasse por ele. Ninguém pode evadir esse veredicto pessoal e essa decisão com respeito a Jesus Cristo.

    De maneira que, por último, Pilatos reconheceu seu derrota. Abandonou a Jesus nas mãos da multidão porque não teve a coragem necessária para tomar a decisão correta e fazer o que correspondia.
    Não obstante, há mais elementos a respeito de Pilatos.

    1. Vislumbra-se a atitude essencial de cinismo que o caracterizava. Perguntou a Jesus se era um rei. Jesus perguntou se o dizia em virtude do que ele mesmo tinha descoberto ou sobre a base da informação que tinha recebido de maneira indireta. A resposta de Pilatos é: "Acaso sou judeu? Como pretende que saiba algo dos assuntos dos judeus?"

    Pilatos era muito orgulhoso para misturar-se no que ele considerava superstições e rixas judias. E era esse mesmo orgulho que o convertia em um péssimo governador. Ninguém pode governar um povo se não fizer um esforço para compreendê-lo e entrar em suas mentes e idéias.

    1. Há uma espécie de curiosidade supersticiosa em Pilatos. Queria saber de onde vinha Jesus: ao perguntá-lo estava pensando em algo mais que sua cidade natal. Quando escutou que Jesus tinha afirmado que era o Filho de Deus se sentiu ainda mais perturbado. Pilatos era supersticioso antes que religioso. Temia que houvesse algo de verdade em todas essas afirmações. Tinha medo de tomar uma decisão que favorecesse a Jesus porque temia os judeus. Sentia o mesmo temor de decidir contra Jesus porque guardava uma leve suspeita que Deus estava metido em todo esse assunto. Pilatos não tinha coragem nem para desafiar os homens nem para reconhecer a Deus.
    2. Mas no coração de Pilatos havia um desejo profundo. Quando Jesus disse que tinha vindo para dar testemunho da verdade, a resposta de Pilatos é: "O que é a verdade?" Essa pergunta se pode formular de muitas maneiras. Pode-se fazê-la com um tom cínico e zombador. Bacon imortalizou a resposta de Pilatos quando escreveu: "O que é a verdade?" disse jocoso Pilatos, e não quis ficar para ouvir a resposta." Pilatos não formulou essa pergunta com um humor cínico; tampouco é a pergunta de alguém que não se importa com a resposta. Aqui vemos a greta na armadura de Pilatos. Formula a pergunta com desejo e cansaço.

    Segundo os valores do mundo, Pilatos era um homem que tinha triunfado. Tinha chegado quase à cúpula do serviço civil romano; era governador de uma das províncias do Império; mas faltava algo. Perante este humilde, perturbador e odiado galileu Pilatos sentiu que a verdade, para ele, continuava sendo um mistério; e que ficou em uma posição que fazia impossível descobri-la. Pode ser que Pilatos escarneceu, mas era a zombaria do desespero.
    Em algum lugar, Philip Gibbs relata que ouviu um debate entre T. S. Eliot, Margaret 1rwin, C. Day Lewis e outros personagens de renome sobre o tema: "Merece a tristeza viver esta vida?" "É certo que faziam piadas", escreve, "mas o faziam como bufões que golpeiam contra a porta da morte."

    O mesmo acontecia com Pilatos. Jesus entrou em sua vida e nesse instante descobriu quanto tinha perdido. Nesse dia pôde ter encontrado todo aquilo que tinha perdido mas não teve a coragem de desafiar o mundo apesar de seu passado e se posicionar junto a Cristo assegurando um futuro glorioso.

    JESUS PERANTE PILATOS; BARRABÁS

    João 18:28-40 (continuação)

    Agora consideremos Barrabás. João relata o incidente de Barrabás com muito poucas palavras. Sobre o costume de libertar um prisioneiro na páscoa não sabemos mais que o que nos dizem os Evangelhos. Os outros Evangelhos completam, até certo ponto, a breve imagem que João dá de Barrabás. Depois de reunir toda a informação descobrimos que Barrabás era um prisioneiro muito famoso, que era um criminoso, que participou de uma insurreição na cidade e que tinha cometido um homicídio (Mat. 27:15-26: Mar. 15:6-15; Luc. 23:17-25; At 3:14).

    O nome Barrabás é interessante. Há duas possibilidades com respeito a sua origem. Pode estar composto por Bar Aba que significaria "filho do pai" ou por Bar Rabban, que significaria "filho do rabino". Não é impossível que Barrabás fosse o filho de algum rabino, o membro de alguma família distinguida que tinha tomado um mau caminho. E pode ser que, apesar de seu caráter criminal, fosse popular entre o povo, como uma espécie do Robin Hood. O que é indubitável é que não devemos vê— lo como um simples ladrão, ladrão de carteira ou um detento qualquer. Era um lestes que significa criminal. Podia ser um desses criminosos belicosos que assolavam a estrada do Jericó, o tipo de homem em cujas mãos caiu o viajante da parábola, ou, o que é mais provável, era um dos zelotes que tinham jurado libertar a Palestina dos romanos, embora isso significasse cometer infinidade de crimes, roubos e assassinatos. Barrabás não era um criminoso qualquer. Podia ser um homem violento mas sua violência tinha uma auréola romântica e podia muito bem convertê-lo no herói da multidão e no desespero da Lei ao mesmo tempo.

    Entretanto, há outro elemento interessante a respeito de seu nome. Barrabás não é, por certo, um nome cristão; é o segundo nome. Barrabás deve ter tido outro nome, tal como Pedro se chamava Simão bar Jonas, Simão, filho de Jonas. Há certos antigos manuscritos gregos e certas traduções siríacas e armênias do Novo Testamento que afirmam que o outro nome de Barrabás é Jesus. Não se trata de algo impossível porque naqueles tempos Jesus era um nome muito comum pois é uma versão grega do Josué. Se era assim, a opção da multidão aparece como um pouco mais dramática ainda, pois exclamariam: "Não a Jesus nazareno mas a Jesus Barrabás."

    A escolha da multidão foi a opção de todos os tempos. Barrabás era o homem forte, o homem sanguinário, alguém que escolhia chegar a seu objetivo pelo caminho da violência. Jesus era o homem do amor e a suavidade, que não queria saber da força e cujo reino estava nos corações dos homens. O fato trágico da história é que ao longo dos séculos os homens escolheram o caminho de Barrabás e rechaçaram o de Jesus.
    Ninguém sabe o que aconteceu com Barrabás. Em um de seus livros, João Oxenham traça uma biografia imaginária. A princípio Barrabás só podia pensar em sua liberdade mas logo começou a olhar ao homem que morreu e que podia ter vivido. Havia algo em Jesus que lhe era fascinante e o seguiu até o fim. Quando o viu carregando a cruz, um pensamento iluminou sua mente: "Eu deveria carregar essa cruz em lugar dele, ele me salvou." E ao ver Jesus no Calvário, a única coisa que podia pensar era: "Eu deveria estar pendurado ali, ele não, ele me salvou." Pode que seja assim, pode que não, mas sem dúvida alguma Barrabás foi um dos pecadores por cuja salvação morreu Jesus.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de João Capítulo 18 versículo 27
    um galo cantou: Veja a nota de estudo em Mc 14:72.


    Dicionário

    Galo

    substantivo masculino Gênero de aves galináceas de bico pequeno, crista carnuda e asas curtas e largas.
    Macho da galinha doméstica.
    Elevação produzida por contusão ou pancada, especialmente na cabeça.
    Uma das categorias de boxeadores.
    Designação comum a vários peixes.
    Ao cantar do galo, de madrugada.
    Missa do galo, a primeira missa de Natal, que se diz à meia-noite de 24 de dezembro.
    [Popular] Cantar de galo, considerar-se superior ao vitorioso.

    Em épocas remotas, o deus da guerra, Ares (Marte para os romanos), andava namorando a deusa da beleza, Afrodite, aquela que era conhecida por Vênus entre os latinos. Ela era casada com Hefestos, ou Vulcano, que era um deus muito trabalhador, dono de uma siderúrgica. Além de workaholic, ele era feio pra chuchu e manco, de modo que a pobre Afrodite até tinha certa desculpa. Ele passava o dia junto às suas forjas, no vulcão Etna, e chegava muito cansado em casa. Pudera! Passava o dia preparando os raios que Zeus ou Júpiter ia lançar contra os desafetos. Quando o dono da casa avisava que ia fazer serão e que voltaria apenas de manhã cedinho, Ares passava as noites muito contente com Afrodite. Nestas ocasiões, o deus da guerra deixava sempre por perto um jovem amigo chamado Aléctrion para avisar da chegada do Sol que tudo mostra. Mas, numa dessas ocasiões, Aléctrion adormeceu, Hefesto chegou e descobriu tudo e se armou uma confusão das maiores na corte divina. Desta parte não falarei, mas sim do castigo que Ares impôs ao dorminhoco Aléctrion: transformou-o num galo, com a obrigação de cantar todos os dias ao nascer do sol. Ou seja, num ser que nunca pode dormir até tarde. Como se pode adivinhar, Alektrion quer dizer galo em Grego.

    Negar

    verbo transitivo Afirmar que uma coisa não existe, não é verdadeira.
    Contestar, contradizer, desmentir, refutar, retratar, renegar.

    Pedro

    Nome Grego - Significado: Rocha, pedra.

    pedra, rocha

    Originalmente chamado de Simão, era filho de João (Jo 1:42) e irmão de André (Mt 4:18; Jo 6:8). Pedro era casado e sua esposa o acompanhou em suas viagens (Mt 8:14-1Co 9:5). Antes de ser chamado por Jesus, trabalhava com seu pai como pescador (Mc 1:16-20).

    Pedro não fora educado religiosamente e possuía forte sotaque da região da Galiléia (Mt 26:33). Era, portanto, considerado como ignorante e sem estudos pelos líderes judaicos de Jerusalém (At 4:13).

    A vocação de Pedro

    Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, não porque tenha sido o primeiro a ser chamado, mas — como as discussões nas seções seguintes indicarão — devido ao fato de ser líder entre os discípulos. Em Mateus 10:2 lemos: “O primeiro, Simão, chamado Pedro” (também em Mc 3:16; Lc 6:14). Fazia parte do círculo mais íntimo dos discípulos de Cristo, no qual encontravam-se também Tiago e João (Mc 5:37; Mc 9:2; Mc 13:3; Lc 8:51).

    Pedro era um discípulo dedicado, que buscava exercitar a fé, embora demonstrasse um pouco de volubilidade, como revelou o incidente em que Jesus andou sobre a água (Mt 14:28). Ele admitia sua ignorância e a própria pecaminosidade (Mt 15:15; Lc 5:8; Lc 12:41) e, quando tinha dúvidas, fazia muitas perguntas (Jo 13:24). Apesar de receber uma revelação divina a respeito da identidade de Jesus, rejeitou qualquer noção quanto à sua morte, uma atitude que Cristo atribuiu ao próprio diabo. A motivação dele foi considerada de origem terrena, isto é, seu conceito do Messias era que se tratava de um governador terreno, em cujo reino talvez imaginasse a si mesmo no desempenho de um papel importante (Mt 16:23; Mc 8:33). Esteve presente com Tiago e João na Transfiguração (Mc 9:7; Lc 9:28) e ouviu a voz de Deus confirmando que Jesus era seu Filho amado (um incidente do qual deu testemunho em 2Pe 1:18) e exigindo obediência aos ensinos de Cristo (Mt 17:1-6). Pedro aprendeu a importância de os discípulos de Jesus pagarem os impostos aos reis terrenos, não porque tivessem a obrigação, mas porque o não pagamento causaria uma dificuldade para a promoção do Evangelho (Mt 17:27). Questionou sobre o perdão e foi advertido a respeito do que aconteceria com o discípulo que não perdoasse e a tortura que experimentaria (Mt 18:21-35). Foi rápido ao lembrar a Jesus que os discípulos abandonaram tudo para segui-lo e recebeu a promessa de que os doze se sentariam em tronos para julgar Israel (Mt 19:27-30; Mc 10:28; Lc 18:28). Inicialmente não permitiu que Jesus lavasse seus pés e depois pediu que banhasse também suas mãos e sua cabeça, como sinal de limpeza (Jo 13:6-10).

    Pedro é lembrado por contradizer Jesus quando este falou que os discípulos o negariam. Assim como os outros, replicou que estava disposto a morrer e jamais negaria o Mestre (Mt 26:33-35; Mc 14:29; Lc 22:34; Jo 13:36-38). Falhou em vigiar e orar junto com Jesus, apesar do aviso de que o espírito estava preparado, mas a carne era fraca (Mt 26:37-44; Mc 14:33-41). No momento da prisão de Cristo, numa atitude impetuosa, cortou a orelha de Malco, empregado do sumo sacerdote (Jo 18:10). No pátio da casa de Caifás, a determinação de Pedro entrou em colapso, não diante de um tribunal, mas da pergunta de uma jovem empregada. A enormidade de sua negação, em cumprimento à profecia de Jesus de que ela aconteceria antes do amanhecer do dia seguinte, fez com que ele chorasse amargamente (Mt 26:58-69-75; Mc 14:54-66-72; Lc 22:54-62; Jo 18:15-18-25-27). Diante do túmulo vazio, as mulheres receberam instruções de dizer aos discípulos e a Pedro que veriam Jesus na Galiléia (Mc 16:7). Foi ele que a seguir correu ao túmulo vazio e teve dúvida sobre o que tudo aquilo significava (Lc 24:12; Jo 20:2-10). Quando estava no lago de Genesaré, com alguns dos outros discípulos, Jesus apareceu-lhes e mostrou que estava vivo. Pedro, que na ocasião estava no mar, lançou-se na água quando João identificou que era o Senhor e foi em direção ao Mestre. A instrução que Jesus deu da praia sobre o local onde deveriam atirar as redes resultou numa pesca abundante. Depois da refeição, Cristo questionou Pedro sobre o nível de seu amor por ele. Diante da afirmação de sua lealdade, Pedro recebeu a ordem de cuidar do povo de Deus e alimentá-lo espiritualmente. Na mesma ocasião ele foi informado sobre a forma de sua própria morte — por meio da qual Deus seria glorificado (Jo 21:19). Segundo a tradição, tal fato ocorreu em Roma.

    O apostolado de Pedro

    Depois da pergunta feita por Jesus, sobre como as pessoas o viam e o que os próprios discípulos pensavam dele, Pedro foi o primeiro a confessar que Cristo era o Messias prometido no Antigo Testamento. Além disso, reconheceu que era o Filho do Deus vivo e que tinha as palavras de vida eterna (Mt 16:16; Jo 6:68). Essa verdade não se desenvolveu por dedução ou por algum meio humano, mas como revelação do Deus Pai. De acordo com Jesus, esse entendimento de Pedro seria uma grande bênção não somente porque constituía a verdadeira base do Evangelho para entender quem é Jesus, mas também porque esta seria a mensagem que ele proclamaria (Mt 16:17-19). Num jogo de palavras, Cristo disse a Simão que seu nome seria mudado para “Pedro”, para descrever seu papel como apóstolo. Jesus disse que seria “sobre esta pedra” que sua Igreja seria edificada (“Sobre esta pedra” é uma tradução equivocada da frase. Na construção original em grego o verbo é seguido por um particípio que, neste caso, é usado no sentido de construir algo em frente de e não sobre algo). Seria “diante desta pedra” (petros) que Jesus edificaria sua Igreja (assembléia). Israel havia-se reunido numa assembléia solene diante do monte Sinai para ouvir a Palavra de Deus, isto é, “o Livro da Aliança”, lido por Moisés. Os israelitas endossaram a leitura e foram formalmente constituídos como povo de Deus, depois da salvação do Egito (Ex 24:1-11). Assim também a Palavra de Deus, isto é, o Evangelho na boca de Pedro, seria o meio pelo qual os judeus que abraçassem a salvação oferecida por Jesus constituiriam o povo de Deus naquela assembléia. Jesus, entretanto, disse a Pedro que “as portas do inferno”, isto é, as hostes malignas, jamais prevaleceriam contra a Igreja, pois tal é o poder concedido por Jesus. Pedro foi o apóstolo dos judeus na Palestina, possivelmente em Corinto (1Co 1:12) e também na Babilônia [que a tradição diz ser Roma] (2Pe 5:13).

    De fato vemos esta promessa de Jesus cumprir-se em Atos, pois foi Pedro quem proclamou o Evangelho no dia de Pentecostes, quando aproximadamente 3:000 judeus de Jerusalém e da diáspora foram salvos. Seu discurso demonstrou seu conhecimento do Antigo Testamento, quando citou Joel 2:28-32 como explicação para o fenômeno de judeus de diferentes partes do Império Romano ouvirem as “grandezas de Deus”, isto é, o Evangelho, proclamadas em sua própria língua materna. No mesmo discurso, ele mencionou também o Salmo 16:8-11, para mostrar que a morte jamais alcançaria vitória sobre Jesus e que o derramamento do Espírito Santo era a prova de que Jesus fora exaltado como Senhor, conforme o Salmo 110:1 dizia que Ele seria (At 2:1-42).

    Novamente Pedro foi o pregador que explicou à multidão que o milagre da cura do coxo na Porta Formosa não fora operado por ele, mas pelo poder do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Foi esse Senhor que glorificara seu servo Jesus cujo sofrimento fora predito por todos os profetas. Pedro proclamou que Jesus era aquele sobre o qual Moisés falou em Deuteronômio 18:15-19 e que os que se recusassem a aceitá-lo seriam destruídos. Ele declarou que a bênção sobre todas as famílias da Terra, conforme predito na promessa abraâmica em Gênesis 12:3, agora realizara-se na morte e ressurreição de Cristo. Os judeus, portanto, eram os primeiros a ter a oportunidade de receber essa bênção, por meio dos arrependimento dos pecados. Em face do interrogatório por parte dos líderes judaicos, Pedro declarou que o milagre fora operado no nome do Senhor Jesus, o Messias ressurrecto, a pedra rejeitada que é mencionada no Salmo 118:22, a única em que a salvação estava alicerçada. A tentativa dos líderes de silenciar Pedro e João falhou quando ambos declararam que não podiam ficar em silêncio, pois o papel deles como apóstolos os compelia a dar testemunho do que tinham visto e ouvido (At 3:1-4:22).

    Cornélio, um homem temente a Deus, foi o primeiro gentio a ouvir o Evangelho, por meio da pregação de Pedro. Tal palavra foi declarada como a mensagem da paz enviada por Jesus, o Messias, que se tornou Senhor de todos, após sua morte e ressurreição. Cristo deu aos discípulos a tarefa de testemunhar que Ele era o que Deus apontou como juiz dos vivos e dos mortos. Jesus tinha assegurado a remissão dos pecados para todo aquele que cresse nele, como todos os profetas testificaram que aconteceria (At 10:34-44).

    Foi Pedro também quem declarou aos líderes da Igreja na Judéia que Deus concedera a salvação também aos gentios mediante a pregação da Palavra de Deus, oferecida por Jesus Cristo. Sua relutância natural em levar-lhes o Evangelho, pois era judeu, foi vencida pela visão divina e as circunstâncias miraculosas pelas quais os mensageiros de Cornélio foram dirigidos até a casa onde ele estava hospedado (At 10:1-23; At 11:1-18). Aconselhou a assembléia reunida em Jerusalém a discutir a questão polêmica da circuncisão dos novos cristãos e da obediência deles às leis judaicas. Segundo Pedro, não deviam tentar a Deus, ao colocar sobre os gentios convertidos o jugo da Lei que nem os próprios judeus conseguiam carregar. Declarou que os gentios foram salvos pela graça de Deus, da mesma maneira que os judeus cristãos (At 15:7-11).

    Foi Pedro quem liderou os procedimentos para a eleição de Matias (At 1:15-26). O livro de Atos mostra também que ele tomou a iniciativa e falou contra a fraude de Ananias e Safira (At 5:1-4). Foi liberto da prisão e da morte certa de maneira sobrenatural em Atos 12:1-20; na cidade de Jope, um milagre foi operado por meio dele, ou seja, a ressurreição de Dorcas (At 10:36-43).

    Os escritos de Pedro

    De acordo com Papias, um escritor cristão do século II, o evangelho de Marcos reflete o ensino de Pedro. Realmente, de acordo com a tradição, este jovem evangelista [Marcos] atuou como escriba, pois registrou tudo o que este apóstolo ensinou. Certamente existem incríveis paralelos entre este evangelho e as linhas gerais da vida e do ministério de Jesus na pregação de Pedro ao centurião Cornélio. Em Marcos, o Evangelho de Jesus começa na Galiléia, depois da pregação de João Batista e da unção do Espírito Santo. O ministério de Cristo foi descrito a Cornélio em termos de fazer o bem, curar os oprimidos pelo diabo, a crucificação e a ressurreição (At 10:36-43). Certamente o sermão de Pedro, o qual é apenas um resumo geral em Atos, forma um paralelo surpreendente com os eventos narrados no evangelho de Marcos.

    I Pedro descreve seu autor como “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” e “testemunha das aflições de Cristo” (1Pe 1:1-1Pe 5:1); a carta é endereçada aos cristãos dispersos na região que atualmente é o norte da Turquia. Foi escrita por Silvano (1Pe 5:12; para mais detalhes, veja Silas, Silvano).

    Uma das características dessa carta é o uso do Antigo Testamento; Pedro não somente citou passagens específicas como escolheu situações idênticas àquelas enfrentadas pelos cristãos, para apoiar seus argumentos. Ele faz a mesma coisa em seus discursos em Atos. De fato, ao começar esta carta, declara que os cristãos são os “eleitos” de Deus dispersos, não na Babilônia, como os israelitas ficaram enquanto aguardavam o retorno para Jerusalém, mas espalhados pelas províncias do Império Romano, até que recebessem a herança eterna no céu.

    Numa forte introdução trinitariana, Pedro descreveu a obra do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, que assegurava a salvação (1Pe 1:2). Depois, explicou sistematicamente a maneira como cada membro da Trindade contribuía nessa obra (1Pe 1:3-12). Esse fundamento da fé capacitaria os cristãos a esperar com confiança pela herança no céu.

    Pedro falou ao povo disperso de Deus sobre o modus vivendi, em face da suspeita e do antagonismo. Assim como Jeremias 29:7 descreve em uma situação similar, jamais deviam ser autoindulgentes, mas sim buscar o bem-estar da cidade em que vivessem. Se fizessem isso, apresentariam um estilo de vida de boas obras, o qual confirmaria o Evangelho quando fosse pregado para os outros (1Pe 2:11-12). Com esse tema principal, Pedro examinou sistematicamente várias esferas da vida, e em cada uma delas exortou os crentes a fazer o bem — ou seja, na vida civil, nas situações domésticas, no casamento e na sociedade em geral (1Pe 2:13-3:12).

    Pedro deu grande ênfase à obra de Cristo como exemplo de amor e vida cristã (1Pe 1:18ss). Baseou-se nos sofrimentos de Jesus, a fim de demonstrar que ninguém deve desistir diante das presentes adversidades, mas, sim, sempre fazer o bem, o verdadeiro significado da vida cristã (1Pe 3:14-4:2). Era a vontade de Deus que assim fosse, ou seja, que silenciassem as acusações sem fundamento lançadas contra eles e encomendassem a alma ao Todo-poderoso (1Pe 2:15-1Pe 4:19).

    Num mandamento que lembrava a comissão de Jesus — “apascenta minhas ovelhas” (Jo 21:15-17), semelhantemente Pedro convocou os líderes cristãos a exercer o ministério, não contra a vontade ou por ganância, nem como um meio de dominar outras pessoas, mas, sim, liderar pelo exemplo e ser assim recompensados pelo sumo Pastor (1Pe 5:1-4). Os membros mais jovens, bem como toda a congregação, foram exortados a se humilhar sob a poderosa mão de Deus, a fim de receber a promessa de que a ansiedade e o sofrimento são dessa maneira suportados. O Senhor sempre usa tais adversidades para desenvolver maior estabilidade em suas vidas cristãs (1Pe 5:5-11).


    1. Pedro é referida como a carta que fala sobre a verdadeira graça de Deus (cf At 15:11) na qual os cristãos são exortados a permanecer firmes (1Pe 5:12), a despeito das dificuldades e da discriminação que sofriam. Não deviam ceder às indulgências da natureza humana, porque tais atividades no final seriam julgadas com imparcialidade pelo Pai (1Pe 1:17-1Pe 2:11; 1Pe 4:3-4).


    2. Pedro foi escrita para os cristãos descritos como os que obtiveram uma fé idêntica à dos apóstolos, por meio da “justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1:1). Os destinatários foram os mesmos da primeira carta, conforme Pedro diz: “Esta é a segunda carta que vos escrevo” (2Pe 3:1). Sua ênfase é sobre o crescimento na vida cristã e a importância do registro do seu testemunho nos eventos da vida de Cristo para refutar o falso entendimento. A declaração feita sobre a morte sugere que sua vida terrena estava próxima do fim (2Pe 1:14-15; cf. Jo 21:19-20).

    A confiabilidade das “grandíssimas e preciosas promessas de Deus” seria a base da confiança dos cristãos na salvação (2Pe 1:2-4). Pedro declarou que o desenvolvimento da vida cristã não era automático, mas exigia fé nas promessas do Senhor. Bondade, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade e fraternidade eram virtudes que deviam abundar dentro do contexto essencial da fé, para que o conhecimento de Jesus como Senhor não fosse improdutivo. A abundância de tais atributos garantiria a entrada jubilosa do cristão no céu (2Pe 1:4-11)..

    A ênfase na lembrança do testemunho apostólico da transfiguração e a palavra do próprio Deus a respeito de seu Filho tinha como objetivo refutar as fábulas inventadas, semelhantemente ao uso que Pedro fazia das Escrituras do Antigo Testamento. Havia falsos mestres na comunidade cristã cujo estilo de vida e a maneira como exploravam os cristãos eram detalhadamente descritos com a ajuda dos incidentes tirados do Antigo Testamento (2Pe 2). Os falsos mestres perturbavam os cristãos com zombarias sobre a demora da vinda de Cristo, o ensino-padrão sobre a certeza dela e a necessidade de vigilância (2Pe 3:1-13; cf. Mc 13).

    Existe uma importante referência aos ensinos de Paulo como textos canônicos, pois Pedro indicou que eram mal empregados, assim como as “outras Escrituras” (2Pe 3:14-16). A despeito do incidente em Antioquia, quando evitou comer junto com os gentios depois da chegada de outros judeus, Pedro não alimentou nenhum ressentimento contra o apóstolo Paulo pela maneira justificada como repreendeu sua atitude. De fato, referiu-se a ele como “nosso amado irmão Paulo”, o qual falava segundo a sabedoria divina que lhe fora dada (2Pe 3:15; cf. Gl 2:11-14; cf. At 10:9-16; At 11:1-8).

    Como um apóstolo que recebera a responsabilidade de apascentar as ovelhas do Senhor, Pedro permaneceu fiel à sua tarefa e concluiu sua última carta com a exortação para que os cristãos crescessem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 3:18).

    Pedro foi indicado por Jesus como o principal apóstolo entre os judeus, papel que desempenhou ao estabelecer a Igreja de Cristo por meio da pregação do Evangelho e apascentar fielmente o rebanho de Deus até o final de sua vida. B.W.


    Pedro [Pedra] - APÓSTOLO (Mc 3:13-19), também chamado de Simão e Cefas (Jo 1:42). Era pescador (Mc 1:16). Episódios de sua vida são mencionados em (Mc 1:16-18); (Lc 5:1-11); 8:40-56; (Mt 8:14-15); 14:28-33; 16:13 23:17-1-13 26:36-46,69-75; (Lc 24:34); (Jo 18:10-18), 25-27; 21:1-23; At 1:13—5.42; 8:14-25; 10.1—11.18; 12:1-19; 15:1-11; (1Co 9:5); (Gl 1:18); 2:6-14. Segundo a tradição, foi morto entre 64 e 67 d.C., no tempo de NERO. V. PEDRO, P

    Pedro Tradução grega da palavra aramaica Kepha (rocha). Discípulo de Jesus também chamado Simão ou Simeão (At 15:14; 2Pe 1:1). Filho de João (Jo 1:42) ou Jonas (Mt 16:17), com seu irmão André, dedicava-se à pesca na Galiléia (Mt 4:18).

    Natural de Betsaida (Jo 1:44), residia com sua família em Cafarnaum (Mc 1:29ss.; Mt 8:14; Lc 4:38). Esteve ligado a João Batista (Jo 1:35-42) antes de seguir Jesus. Fez parte do grupo dos Doze e, mais especificamente, dos três discípulos mais próximos de Jesus (Mt 17:1; Mc 5:37; 9,2; Lc 8:51 etc.). Convencido da messianidade de Jesus (foi essa a confissão que levou Jesus a falar de sua Igreja edificada sobre a fé em sua pessoa como messias e Filho de Deus), Pedro resistiu, no entanto, à visão do messias sofredor que Jesus tinha (Mt 16:18ss.) e chegou mesmo a negar seu Mestre no momento de sua prisão (Mt 26:69ss. e par.). A princípio, Pedro não acreditou no anúncio da ressurreição de Jesus (Lc 24:11), mas ver o túmulo vazio (Lc 24:12; Jo 20:1-10) e a aparição de Jesus no domingo da ressurreição (Lc 24:34; 1Co 15:5), assim como aparições de que outros discípulos falavam mudaram radicalmente sua vida.

    Apenas algumas semanas depois da morte de Jesus, Pedro convertera-se em uma pessoa disposta a confrontar-se com as autoridades judias que, durante a época de Herodes Agripa, estiveram a ponto de executá-lo (At 12).

    Embora a comunidade judeu-cristã de Jerusalém fosse dirigida por todos os apóstolos em seus primeiros tempos, não há dúvida de que Pedro atuava como porta-voz da mesma (At 2:4). Juntamente com João, foi ele quem legitimou a evangelização fora da Judéia (Samaria, At 8; o litoral, At 9:32ss.) e deu o primeiro passo para a evangelização dos não-judeus (At 10:11). Parece ter sido bom seu relacionamento com Paulo (Gl 1:2), exceto um incidente em Antioquia em que Pedro agiu contra as suas convicções para não causar escândalo aos judeus.

    Durante os anos 40:50, a Igreja de Jerusalém esteve sob a direção de Tiago e não de Pedro (At 12:17; 15,13 21:18; Gl 2:9.12), mas este estava presente no Concílio de Jerusalém, no qual apoiou as idéias de Paulo.

    Temos muito poucos dados sobre esse período final de sua vida: quase um quarto de século. Com segurança, desenvolveu um ministério missionário (1Co 9:5), durante o qual, possivelmente, trabalhou em Corinto (1Co 1:12) para, logo mais, concluí-lo com o martírio (Jo 21:19). Considera-se a possibilidade de ter visitado Roma, embora não seja provável que fosse ele o fundador da comunidade dessa cidade. Mais plausível é a tradição que considera sua execução durante a perseguição empreendida por Nero. Das obras que se lhe atribuem, é sua — sem dúvida — a primeira epístola que leva seu nome. Tem-se questionado a autenticidade da segunda, mas o certo é que o livro do Novo Testamento com o qual tem maiores coincidências é exatamente a primeira carta de Pedro. As lógicas diferenças entre ambas as obras não devem ser levadas a extremo, pois dependem não tanto da diversidade de autores como de gênero literário: a primeira é uma epístola e a segunda, uma forma de testamento. Tampouco pode ser descartada a possibilidade de a segunda ser de Pedro, mas ter recebido sua forma final da escrita de um copista.

    Quanto aos Atos de Pedro, o Apocalipse de Pedro e o Evangelho de Pedro não são, realmente, de sua autoria. Tem-se ressaltado a possibilidade de o evangelho de Marcos apresentar, substancialmente, o conteúdo da pregação de Pedro, já que João Marcos aparece como seu intérprete em algumas fontes.

    C. P. Thiede, o. c.; W. H. Griffith Thomas, El apóstol...; f. f. Bruce, Acts...; Idem, New Testament...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; O. Cullmann, Peter, Londres 1966; R. f. Brown e outros, Pedro...; R. Aguirre

    (ed.), Pedro en la Iglesia primitiva, Estella 1991.


    Vez

    substantivo masculino Dado momento; certa ocasião, circunstância ou período de tempo: uma vez ele apareceu na loja e fez um escândalo enorme.
    Turno; momento que pertence a alguém ou a essa pessoa está reservado: espere a sua vez!
    Ocasião; tendência para que algo se realize; em que há oportunidade: deste vez irei à festa!
    Acontecimento recorrente; ocorrência de situações semelhantes ou iguais: ele se demitiu uma vez; já fui àquele restaurante muitas vezes.
    Parcela; usado para multiplicar ou comparar: vou pagar isso em três vezes; três vezes dois são seis.
    locução adverbial Às vezes ou por vezes: só vou lá de vez em quando.
    De uma vez por todas. Definitivamente: ele foi embora de uma vez por todas.
    De vez em quando ou de quando em vez. Quase sempre: vou ao trabalho de vez em quando.
    De vez. De modo final: acabei de vez com meu casamento!
    Desta vez. Agora; neste momento: desta vez vai ser diferente.
    locução prepositiva Em vez de, em lugar de.
    Era uma vez. Em outro tempo: era uma vez um rei que.
    Uma vez na vida e outra na morte. Muito raramente: tenho dinheiro uma vez na vida e outra na morte.
    Etimologia (origem da palavra vez). Do latim vice.

    vez (ê), s. f. 1. Unidade ou repetição de um fato: Uma vez. Cinco vezes. 2. Tempo, ocasião, momento oportuno para agir: Falar na sua vez. 3. Ensejo, oportunidade. 4. Dose, pequena porção, quinhão.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    πάλιν Πέτρος ἀρνέομαι καί εὐθέως φωνέω ἀλέκτωρ
    João 18: 27 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Pedro, então, negou outra vez, e imediatamente o galo cantou.
    João 18: 27 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    7 de Abril de 30
    G2112
    euthéōs
    εὐθέως
    imediatamente
    (immediately)
    Advérbio
    G220
    aléktōr
    ἀλέκτωρ
    ()
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3767
    oûn
    οὖν
    portanto / por isso
    (therefore)
    Conjunção
    G3825
    pálin
    πάλιν
    Seu coração
    (his heart)
    Substantivo
    G4074
    Pétros
    Πέτρος
    um povo descendente do filho de Jafé que também habitou o território da Média n pr loc
    (and Madai)
    Substantivo
    G5455
    phōnéō
    φωνέω
    o 5o
    (and Sabtechah)
    Substantivo
    G720
    arnéomai
    ἀρνέομαι
    negar
    (shall deny)
    Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Médio - 3ª pessoa do singular


    εὐθέως


    (G2112)
    euthéōs (yoo-theh'-oce)

    2112 ευθεως eutheos

    de 2117; adv

    1. diretamente, imediatamente, em seguida

    ἀλέκτωρ


    (G220)
    aléktōr (al-ek'-tore)

    220 αλεκτωρ alektor

    de (desviar); n m

    1. galo, ou macho de qualquer ave

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    οὖν


    (G3767)
    oûn (oon)

    3767 ουν oun

    aparentemente, palavra raiz; partícula

    1. então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim

    πάλιν


    (G3825)
    pálin (pal'-in)

    3825 παλιν palin

    provavelmente do mesmo que 3823 (da idéia de repetição oscilatória); adv

    1. de novo, outra vez
      1. renovação ou repetição da ação
      2. outra vez, de novo

        outra vez, i.e., mais uma vez, em adição

        por vez, por outro lado


    Πέτρος


    (G4074)
    Pétros (pet'-ros)

    4074 πετρος Petros

    aparentemente, palavra primária; TDNT - 6:100,835; n pr m

    Pedro = “uma rocha ou uma pedra”

    1. um dos doze discípulos de Jesus

    φωνέω


    (G5455)
    phōnéō (fo-neh'-o)

    5455 φωνεω phoneo

    de 5456; TDNT - 9:301,1287; v

    1. soar, emitir um som, falar
      1. de um galo: cacarejar
      2. de pessoas: chorar, gritar, clamar, falar com voz alta
    2. chamar, chamar a si mesmo, seja pela sua própria voz ou por meio de outro
    3. mandar buscar, intimar
      1. ordenar (i.e., emitir ordem para deixar um lugar e dirigir-se a outro)
      2. convidar
      3. dirigir-se a alguém, interpelar, chamar por nome

    ἀρνέομαι


    (G720)
    arnéomai (ar-neh'-om-ahee)

    720 αρνεομαι arneomai

    talvez de 1 (como partícula negativa) e a voz média de 4483; TDNT - 1:469,79; v

    1. negar
    2. negar alguém
      1. negar a si mesmo
        1. desconsiderar os seus próprios interesses ou provar falso para si mesmo
        2. agir de modo inteiramente diferente em relação a si mesmo
    3. negar, abnegar, repudiar
    4. não aceitar, rejeitar, recusar algo oferecido