Enciclopédia de I Coríntios 11:25-25

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1co 11: 25

Versão Versículo
ARA Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
ARC Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue: fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
TB Do mesmo modo, tomou o cálice, depois de haver ceado, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que o beberdes em memória de mim.
BGB ὡσαύτως καὶ τὸ ποτήριον μετὰ τὸ δειπνῆσαι, λέγων· Τοῦτο τὸ ποτήριον ἡ καινὴ διαθήκη ἐστὶν ἐν τῷ ἐμῷ αἵματι· τοῦτο ποιεῖτε, ὁσάκις ⸀ἐὰν πίνητε, εἰς τὴν ἐμὴν ἀνάμνησιν.
BKJ Depois, da mesma maneira também, ele tomou o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
LTT Semelhantemente também, tomou o cálice depois de cear, dizendo: "Este cálice o novo testamento significa ① em virtude de o Meu sangue; isto ② fazei (em todas- e- quaisquer- vezes em que o bebais) para dentro da relembrança de Mim." Lc 22:19-20
BJ2 Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim".[r]
VULG Similiter et calicem, postquam cœnavit, dicens : Hic calix novum testamentum est in meo sanguine : hoc facite quotiescumque bibetis, in meam commemorationem.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Coríntios 11:25

Lucas 22:20 Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós.
I Coríntios 10:16 Porventura, o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo?
I Coríntios 11:27 Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
II Coríntios 3:6 o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.
II Coríntios 3:14 Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido.
Hebreus 9:15 E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Hebreus 13:20 Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
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Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Últimos dias do ministério de Jesus em Jerusalém (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

14 de nisã

Jerusalém

Jesus identifica Judas como traidor e o dispensa

Mt 26:21-25

Mc 14:18-21

Lc 22:21-23

Jo 13:21-30

Institui a Ceia do Senhor (1Co 11:23-25)

Mt 26:26-29

Mc 14:22-25

Lc 22:19-20, Lc 24:30

 

Profetiza que Pedro o negaria e que os apóstolos o abandonariam

Mt 26:31-35

Mc 14:27-31

Lc 22:31-38

Jo 13:31-38

Promete ajudador; ilustração da videira; ordena que se amem; última oração com apóstolos

     

Jo 14:1Jo 17:26

Getsêmani

Angustiado no jardim; traído e preso

Mt 26:30, Mt 36:56

Mc 14:26, Mc 32:52

Lc 22:39-53

Jo 18:1-12

Jerusalém

Interrogado por Anás; julgado por Caifás no Sinédrio; Pedro o nega

Mt 26:57Mt 27:1

Mc 14:53Mc 15:1

Lc 22:54-71

Jo 18:13-27

O traidor Judas se enforca (At 1:18-19)

Mt 27:3-10

     

Perante Pilatos, depois perante Herodes e de novo perante Pilatos

Mt 27:2, Mt 11:14

Mc 15:1-5

Lc 23:1-12

Jo 18:28-38

Pilatos quer libertá-lo, mas judeus preferem Barrabás; sentenciado à morte numa estaca

Mt 27:15-30

Mc 15:6-19

Lc 23:13-25

Jo 18:39Jo 19:16

(Sexta-feira, c. 3 h da tarde)

Gólgota

Morre na estaca de tortura

Mt 27:31-56

Mc 15:20-41

Lc 23:26-49

Jo 19:16-30

Jerusalém

Seu corpo é tirado da estaca e sepultado

Mt 27:57-61

Mc 15:42-47

Lc 23:50-56

Jo 19:31-42

15 de nisã

Jerusalém

Sacerdotes e fariseus solicitam que o túmulo seja lacrado e vigiado

Mt 27:62-66

     

16 de nisã

Jerusalém e proximidades; Emaús

Jesus é ressuscitado; aparece cinco vezes aos discípulos

Mt 28:1-15

Mc 16:1-8

Lc 24:1-49

Jo 20:1-25

Após 16 de nisã

Jerusalém; Galileia

Aparece outras vezes aos discípulos (1Co 15:5-7; At 1:3-8); dá instruções; comissão de fazer discípulos

Mt 28:16-20

   

Jo 20:26Jo 21:25

25 de íiar

Monte das Oliveiras, perto de Betânia

Jesus sobe aos céus, 40 dias depois de sua ressurreição (At 1:9-12)

   

Lc 24:50-53

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Léon Denis

1co 11:25
Cristianismo e Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 7
Léon Denis

O pecado original é o dogma fundamental em que repousa todo o edifício dos dogmas cristãos - ideia verdadeira, no fundo, mas falsa em sua forma e desnaturada pela Igreja - verdadeira, no sentido de que o homem sofre com a intuição que conserva das faltas cometidas em suas vidas anteriores e pelas consequências que acarretam para ele. Esse sofrimento, porém, é pessoal e merecido.


Ninguém é responsável pelas faltas de outrem, se nelas não tomou alguma parte. Apresentado em seu aspecto dogmático, o pecado original, que pune toda a posteridade de Adão, isto é, a Humanidade inteira, pela desobediência do primeiro par, para depois salvá-la por meio de uma iniquidade inda maior - a imolação de um justo - é um ultraje à razão e à moral, consideradas em seus princípios essenciais - a bondade e a justiça. Mais contribuiu para afastar o homem da crença em Deus, que todas as agressões e todas as críticas da Filosofia.


Não é, com efeito, impunemente que se tenta separar, no pensamento e na consciência, a ideia de Deus da de justiça. Com isso, o que se logra é lançar a perturbação nas almas e provocar um trabalho mental que conduz, forçosamente, à exclusão de uma dessas duas ideias. Ora, foi a ideia de Deus que esteve quase a perecer, porque o homem não pode ver em Deus senão a mais alta personificação da justiça, do amor e da sabedoria. Todas as perfeições devem encontrar-se reunidas no Ser eterno.


Do seu passado criminoso perdeu o homem a recordação precisa, mas conservou um vago sentimento. Daí proveio essa concepção do pecado original, que se encontra em muitas religiões, e da expiação que ele requer. Dessa concepção errônea derivam as da queda, do resgate e da redenção pelo sangue do Cristo, os mistérios da encarnação, da virgem-mãe, da imaculada conceição, numa palavra, todo o amontoado do Catolicismo. (Nota lxviii: A queda da humanidade em Adão - diz o abade de Noirlieu em seu Catecismo filosófico para uso dos seculares - e a sua reparação em JesusCristo, são os dois grandes fatos sobre que repousa o Cristianismo. Sem o dogma do pecado original não mais se concebe a necessidade do Redentor. Por isso, nada é ensinado mais explicitamente pela Igreja do que a queda de Adão e as suas funestas conseqüências, para todos os seus descendentes.") Todos esses dogmas constituem verdadeira negação da razão e da justiça divinas, desde que tomados ao pé da letra, como o quer a Igreja, e em seu sentido material.


Não é admissível houvesse Deus criado o homem e a mulher com a condição de não se instruírem. Menos admissível, ainda, é que ele tenha, por uma única desobediência, condenado a sua posteridade e a Humanidade inteira à morte e ao inferno. "Que pensar, diz com razão E. Bellemare, de um juiz que condenasse um homem sob o pretexto de que, há milhares de anos, um seu antepassado cometera um crime?" É, entretanto, esse odioso papel que o Catolicismo atribui ao juiz supremo - Deus!


É por motivos tais que se justificou o afastamento e a ojeriza que certos pensadores conceberam pela ideia de Deus. É o que explica, sem a desculpar, a veemente acusação de um célebre escritor: Deus é o mal!


Se considerarmos o dogma do pecado original e da queda qual o é, realmente, isto é, como um mito, uma lenda oriental, exatamente como se depara em todas as cosmogonias antigas; se destruirmos com um sopro tais quimeras, todo o edifício dos dogmas e mistérios imediatamente se desmorona. Que restará, então, do Cristianismo? pode-se-me perguntar. Restará o que ele em si contém de verdadeiramente grande, de vivo e racional, isto é, tudo o que é suscetível de elevar e fortalecer a Humanidade.


Prossigamos em nosso exame. A soberania de Deus, dizem os teólogos, manifesta-se pela predestinação e pela redenção. Sendo Deus absoluto soberano, sua vontade é a causa final e decisiva de tudo quanto ocorre no Universo. Agostinho é o autor desse dogma, que ele institui em sua luta com os maniqueus, partidários de dois princípios opostos: o bem e o mal, e contra Pelágio, que reivindicava os direitos da liberdade humana. Todavia, Agostinho louva-se, para defender o seu dogma, na autoridade de S. Paulo, verdadeiro criador da doutrina da predestinação, cujo enunciado, pouco concludente ao nosso ver, está no capítulo IX da Epístola aos Romanos.


Segundo S. Paulo, cuja teoria foi adotada sucessivamente por Agostinho, pelos reformadores do século XVI e, mais tarde, por Jansen, Pascal, etc., o homem não pode obter a salvação por suas próprias obras, arrastando-o sua natureza, como invariavelmente o arrasta, ao mal.


Essa inclinação funesta é o resultado da queda do primeiro homem e da corrupção que dela deriva para toda a Humanidade, tendo-se tornado a herança de todos os filhos de Adão. É pela concepção que aos filhos se transmite o pecado dos pais. Esse dogma denomina-se traducianismo e as igrejas cristãs parece não perceberem que, com essa afirmação monstruosa, se fazem aliadas do materialismo, que proclama a mesma teoria sob o nome de lei da hereditariedade.


Todos os homens, perdidos pelo pecado de Adão, seriam votados à condenação eterna, se Deus, em sua misericórdia, não tivesse encontrado um meio de os salvar. Esse meio é a redenção.


O filho de Deus se faz homem. Em sua vida terrestre, cumpriu a vontade do Pai e satisfez sua justiça, oferecendo-se em holocausto para salvação de todos os que se ligam à sua igreja.


Desse dogma resulta que os fiéis não são salvos por um exercício da sua livre vontade, nem por seus próprios merecimentos, porque não há livre-arbítrio em face da soberania de Deus, mas por efeito de uma graça que Deus concede a seus eleitos.


Levando esse argumento a todas as suas consequências lógicas, poder-se-ia dizer: É Deus quem atrai os escolhidos e quem endurece os pecadores. Tudo se faz pela predestinação divina.


Adão, por conseguinte, não pecou por seu livre-arbítrio. Foi Deus, absoluto soberano, que o predestinou à queda.


Esse dogma conduz a tão deploráveis resultados, que o próprio Calvino, que o afirmou com todas as suas consequências, o denomina, falando dos homens predestinados à condenação eterna, um "horrível decreto" (decretum horribile). "Mas Deus falou, acrescenta, e a razão deve submeter-se".


Deus falou! Onde e por quem falou ele? Em obscuros textos, obra de uma imaginação perturbada.


E para impor tais opiniões, para as incutir nos espíritos, Calvino não recuou nem ante o emprego da violência! A fogueira de Servet no-lo atesta.


Lógica terrível que, procedendo de verdades mal compreendidas, como dissemos mais acima, confunde-se em seus próprios sofismas e recorre ao ferro e ao fogo, com o fim de se impor e resolver questões inextricáveis, com o fim de elucidar um imbróglio criado pelas paixões e pela ignorância. "Como - redarguia Pelágio a Agostinho - nos perdoa Deus nossos pecados e imputar-nos-ia os de outrem?"

* "Só há um Deus - diz S. Paulo (Nota lxix: I Epístola a Timóteo, II, 5.) e um só mediador (Nota lxx: Essa expressão "mediador" é, além disso, aplicada três vezes a Jesus pelo autor da "Epístola aos Hebreus".) entre Deus e os homens, que é Jesus Cristo, homem. " Mediador, isto é, intermediário, médium incomparável, traço de união que liga a Humanidade a Deus, eis o que é Jesus! Mediador e não redentor, porque a ideia de redenção não suporta exame. E contrária à justiça divina; é contrária à ordem majestosa do Universo. Entre os mundos que rolam no espaço, a Terra não é o único lugar de dor. Outras estâncias há de sofrimento, em que as almas, cativas na matéria, aprendem, como aqui, a dominar seus vícios e adquirir qualidades que lhes permitirão o acesso a mundos mais felizes.


Se o sacrifício de Jesus fosse necessário para salvar a Humanidade terrestre, Deus deveria o mesmo socorro a outras Humanidades desgraçadas. Sendo, porém, ilimitado o número dos mundos inferiores em que dominam as paixões materiais, o filho de Deus seria, por isso mesmo, condenado a sofrimentos e sacrifícios infinitos. É inadmissível semelhante hipótese.


Com o seu sacrifício, dizem outros teólogos, Jesus "venceu o pecado e a morte, porque a morte é o salário do pecado e uma tremenda desordem na Criação". (Nota lxxi: De Pressensé, Jesus Cristo, seu tempo, sua vida, sua obra, pág. 654. Encontra-se essa opinião em muitos autores católicos.) Entretanto, morre-se depois da vinda de Jesus, como antes dele se morria. A morte, considerada por certos cristãos como consequência do pecado e punição do ser, é, todavia, uma lei natural e uma transformação necessária ao progresso e elevação da alma. Não pode ser elemento de desordem no Universo. Julgá-la por esse modo não é insurgir-se contra a divina sabedoria?


É assim que, partindo de um ponto de vista errôneo, os homens da Igreja chegam às mais estranhas concepções. Quando afirmam que, por sua morte, Jesus se ofereceu a Deus em holocausto, para o resgate da Humanidade, não equivale isso a dizer, na opinião dos que creem na divindade do Cristo, que se ofereceu a si mesmo? E do que terá ele resgatado os homens? Não é das penas do inferno, pois que todos os dias nos repetem que os indivíduos que morrem em estado de pecado mortal são condenados às penas eternas.


A palavra pecado não exprime, em si mesma, senão uma ideia confusa. A violação da lei acarreta a cada ser um amesquinhamento moral, uma reação da consciência, que é uma causa de sofrimento íntimo e uma diminuição das percepções animais. Assim, o ser pune-se a si mesmo. Deus não intervém, porque Deus é infinito; nenhum ser seria capaz de lhe produzir o menor mal.


Se o sacrifício de Jesus resgatou os homens do pecado, porque, então, inda os batizam? Essa redenção, em todo caso, não se pode estender senão unicamente aos cristãos, aos que têm conhecido e aceitado a doutrina do Nazareno. Teria ela, pois, excluído da sua esfera de ação a maior parte da Humanidade? Existem ainda hoje na Terra milhares, milhões de homens que vivem fora das igrejas cristãs, na ignorância das suas leis, privados desse ensino, sem cuja observância, dizem, "não há salvação". Que pensar de opiniões tão opostas aos verdadeiros princípios de amor e justiça que regem os mundos?


Não, a missão do Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da Humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. Nada de exterior a nós poderia fazê-lo. É o que os Espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo. Das esferas de luz, onde tudo é serenidade e paz, desceu o Cristo às nossas obscuras e tormentosas regiões, para mostrar-nos o caminho que conduz a Deus: tal o seu sacrifício. A efusão de amor em que envolve os homens, sua identificação com eles, nas alegrias como nos sofrimentos, constituem a redenção que nos oferece e que somos livres de aceitar. Outros, antes dele, haviam induzido os povos ao caminho do bem e da verdade.


Nenhum o fizera com a singular doçura, com a ternura penetrante que caracteriza o ensino de Jesus. Nenhum soube, como ele, ensinar a amar as virtudes modestas e escondidas. Nisso reside o poder, a grandeza moral do Evangelho, o elemento vital do Cristianismo, que sucumbe ao peso dos estranhos dogmas de que o cumularam.


* * *

O dogma das penas eternas deve prender-nos a atenção. Arma temível nas mãos do padre, nas épocas de fé, ameaça suspensa sobre a cabeça do homem, ele foi para a Igreja um instrumento incomparável de domínio.


Donde procede essa concepção de Satanás e do inferno?


Unicamente das noções falsas que o passado nos legou a respeito de Deus. Toda a Humanidade primitiva acreditou nos deuses do mal, nas potências das trevas, e essa crença traduziu-se em lendas de terror, em imagens pavorosas, que se transmitiram de geração a geração, e inspirando grande número de mitos religiosos. As forças misteriosas da Natureza, em suas manifestações, lançavam o terror no espírito dos homens primitivos.


Em torno de si, na sombra, em toda a parte, julgavam ver formas ameaçadoras, prontas a agarrá-los, a se apoderar deles.


Essas potências malignas foram personificadas, individualizadas pelo homem. Desse modo, criou ele os deuses do mal. E essas remotas tradições, legado das raças desaparecidas, perpetuadas de idade em idade, encontram-se ainda nas atuais religiões.


Daí Satanás, o eterno revoltado, o inimigo eterno do bem, mais poderoso que o próprio Deus, pois que reina como senhor no mundo, e as almas criadas para a felicidade caem, na maior parte, debaixo do seu jugo; - Satanás, a astúcia, a perfídia personificadas; depois, o inferno e suas torturas requintadas, cuja descrição faz desvairarem as imaginações simples.


Assim é que, em todos os domínios do pensamento, o homem terrestre substituiu as claras luzes da razão, que Deus lhe deu como seguro guia, pelas quimeras da sua imaginação desnorteada.


É verdade que nossa época, motejadora e céptica, já não acredita absolutamente no diabo; mas os padres não continuam menos, por esse motivo, a ensinar a sua existência e a do inferno. De tempos a tempos, pode-se ouvir, do alto do púlpito, a descrição dos castigos reservados aos condenados, ou das façanhas de Satanás. E não se trata já de modestas cátedras de aldeia: era sob as abóbadas de Nossa Senhora de Paris, que o padre Janvier, na quaresma de 1907, pronunciava estas palavras: "Imagina muita gente que o demônio não é mais que um símbolo, uma figura literária que não corresponde a coisa alguma na Criação, uma ficção poética, uma palavra que serve para designar o mal e as paixões: é um erro. O demônio, na doutrina católica é um ser perfeitamente real, uma personalidade distinta do resto da Natureza, tendo vida, ação e domínio próprios. O que, porém, é infinitamente mais temível é a ação ordinária, contínua, exercida por Satanás na Criação, a intervenção real e oculta que tem no curso dos sucessos e das estações, na germinação das plantas, no desencadear dos ventos e das tempestades". (Nota lxxii: P Janvier, Explicação da moral católica. O vício e o pecado. - ver também La libre Parole, 3 de novembro de 1907.) Assim se atasca a Igreja nas doutrinas do passado. Continua a proscrever a ciência e o conhecimento, a introduzir em todas as coisas o demônio, até mesmo no domínio da moderna Psicologia.


Ameaça com as chamas eternas todo indivíduo que procura emancipar-se de um Credo que a sua razão e consciência repudiam.


Em suas mãos, o Evangelho do amor se converteu num instrumento de terror.


Justo é, sem dúvida, que a Igreja recomende prudência aos seus fiéis; errada, porém, em lhes proibir as práticas espíritas, a pretexto de que emanam do demônio. É, porventura, demônio o Espírito que se confessa arrependido e pede preces? Demônio o que nos exorta à caridade e ao perdão? Na maioria dos casos, em lugar de ser essa personagem astuciosa e maligna descrita pela Igreja, Satanás seria completamente destituído de bom senso, não percebendo que trabalha contra si.


Se há maus espíritos, aos quais se poderia com razão aplicar esse qualificativo, é preciso também não esquecer que esses demônios são perfectíveis. São, por exemplo, os criminosos que a pena de morte faz passar para a outra vida, com a blasfêmia nos lábios e o ódio no coração. Esses não cessam de dirigir contra os homens sua maléfica influência, que, com mais forte razão, se há de fazer sentir quando se apresentem nas sessões espíritas em que não haja, para os afastar, um conjunto de vontades suficientemente enérgicas.


Mas não basta refletir um momento na obra divina, para repelir toda crença no demônio? Como admitir que o supremo foco do Bem e do Belo, a inesgotável fonte de misericórdia e bondade, tenha podido criar esse ser hediondo e malfazejo? Como acreditar que Deus lhe tenha podido conceder, com a consciência do mal, todo o poder sobre o mundo, e lhe tenha abandonado, como presa fácil, toda a família humana? Não, Deus não podia criar a imensa maioria de seus filhos para os perder, para fazer a sua desgraça eterna; Deus não outorgou o poder a quem mais dele abusaria, ao mais iníquo, ao mais perverso. Isso é inadmissível, indigno de uma alma que crê na justiça e na bondade do Criador. Admitir Satanás e o inferno eterno é insultar a Divindade. De duas uma: ou Deus possui a presciência e soube, de antemão, quais os resultados da sua obra, e, neste caso, executando-a, fez-se o carrasco de suas criaturas; ou não previu esse resultado, não possui a presciência, é falível como a sua própria obra, e então, proclamando a infalibilidade do papa, a Igreja o colocou superior a Deus. É com semelhantes concepções que se induzem os povos ao cepticismo, ao materialismo. A Igreja Romana com um tal princípio incorre nas mais graves responsabilidades.


Quanto aos castigos reservados aos culpados, como sanção penal e para assegurar a execução da lei de justiça, não há necessidade de os criar imaginários.


Se repararmos em torno de nós, veremos que por toda parte, na Terra, a dor nos espreita. Não é necessário sair deste mundo para encontrar sofrimentos proporcionais a todas as faltas, condições expiatórias para todos os culpados. Porque buscar o inferno em regiões quiméricas? O inferno está em torno de nós. Qual o verdadeiro sentido da palavra inferno? Lugar inferior! Ora, a Terra é um dos mundos inferiores do Universo. O destino do homem aqui é muitas vezes cruel, muito grande a soma dos seus males, para que se devam tornar sombrias, por concepções fantásticas, as perspectivas do futuro. Semelhantes ideias são um ultraje lançado a Deus. Não pode haver eternos sofrimentos, mas unicamente sofrimentos temporários, apropriados às necessidades da lei de evolução e de progresso. O princípio das reencarnações sucessivas é mais equitativo que a noção do inferno eterno; torna efetiva a justiça e a harmonia do Universo. É no decurso de novas e penosas existências terrestres que o culpado resgata o seu passado de crimes. A teia do destino é tecida individualmente por nós, na trama das ações boas e más, que todas em nós se refletem através dos tempos, com suas consequências felizes ou funestas. É assim que cada qual prepara o seu céu ou o seu inferno.


A alma, no período inferior de sua evolução, encerrada no círculo das vidas terrestres, hesitante, incerta, oscilante entre diversas atrações, ignorante dos grandiosos destinos que a esperam e do fim da Criação, erra, fraqueja, abandona-se às paixões, às correntes materiais que a arrebatam. Mas, pouco a pouco, pelo desenvolvimento de suas forças psíquicas, de seus conhecimentos, de sua vontade, a alma se eleva, liberta-se das influências inferiores e paira nas regiões divinas.


Tempo virá em que o mal já não será a condição desta existência; em que os seres, purificados pelo sofrimento, depois de haverem recebido a longa educação dos séculos, deixarão a senda obscura para se encaminharem à luz eterna. As Humanidades, vinculadas pelos elos de uma íntima solidariedade e de uma afeição profunda, caminharão de progresso em progresso, de perfeição em perfeição, para o grande foco, para o alvo supremo que é Deus, assim realizando essa obra do Pai, que não quer a perdição, mas a felicidade e a elevação de todos os filhos.


* * *

O argumento principal dos defensores da teoria do inferno é que a ofensa feita pelo homem, ser finito, a Deus, ser infinito, é, por consequência, infinita e merece pena eterna. Ora, qualquer matemático dirá que a relação de uma quantidade finita ao infinito é nula. Poder-se-ia inverter o argumento e dizer que o homem, finito e ignorante, não seria capaz de ofender o infinito, e que a sua ofensa é nula em relação a este. Ele não pode fazer mal senão a si mesmo, retardando a sua elevação e atraindo os sofrimentos que toda ação culposa engendra.


Estarão os chefes da Igreja realmente convencidos da existência do inferno eterno, não verão nele, de preferência, um ilusório espantalho, necessário, porém, à conduta da Humanidade?


É o que se poderia crer, comentando as seguintes palavras de S.


Jerônimo, o tradutor da Vulgata:
... Tais são os motivos em que se apoiam os que querem fazer compreender, que, depois dos suplícios e tormentos, haverá Consolação, o que presentemente se deve ocultar àqueles a quem é útil o temor, a fim de que, receando os suplícios, se abstenham de pecar. (Quae nunc abscondenda sunt ab his quibus timor est utilis, ut, dum suplicia reformidant, peceare desistant). (Nota lxxiii: S. Jerônimo, Obras, edição beneditina de 1704, t. III, col. 514; S. Jerônimo cita os seguintes textos: Romanos, XI, 25, 26, 32; Miquéias, VII, 9, 19, etc.)

É verdade que S. Jerônimo não hesitou em fazer figurar, no texto do Evangelho segundo Mateus, estas expressões: "o fogo eterno, o suplício eterno". Mas as palavras hebraicas que assim foram traduzidas não parece, de modo algum, terem o sentido que os latinos lhes atribuíram. (Nota lxxiv: A palavra eterno, que tão freqüentes vezes se encontra nas Escrituras, parece não dever ser tomada ao pé da letra, mas como uma dessas expressões enfáticas, hiperbólicas, familiares aos orientais. É um erro esquecer que tudo são símbolos e imagens em seus escritos. Quantas promessas, pretensamente eternas, feitas ao povo hebreu ou a seus chefes, não tiveram realização! Onde está essa terra que os israelitas deviam possuir eternamente - in aeternum - (Pentateuco, passim). Onde essas pedras do Jordão, que Deus anunciava deverem ser, para o seu povo, um monumento eterno (Josué, VI, 7)? Onde essa descendência de Salomão, que devia reinar eternamente em Israel (I Paralipom., XXII, 10), e tantas outras, idênticas promessas? Em todos esses casos, a palavra eterno parece simplesmente significar: longa duração. O termo hebraico ôlam, traduzido por eterno, tem como raiz o verbo âlam, ocultar. Exprime um período cujo fim se desconhece. O mesmo acontece à palavra grega aion e à latina aeternitas. Tem esta como raiz aetas, idade, Eternidade, no sentido em que o entendemos hoje, dir-se-ia em grego aidios e em latim sempiternus, de semper, sempre. (Ver abade J. Petit, Résurrection, de abril 1903). As penas eternas significam então: sem duração limitada. Para quem não lhes vê o termo, são eternas. As mesmas formas de linguagem eram empregadas pelos poetas latinos Horácio, Virgílio, Estácio e outros. Todos os monumentos imperiais de que falam devem ser, diziam eles, de eterna duração.) Não pode ser esse o pensamento daquele que disse: "Deus não quer que pereça um só desses pequeninos. " Estas palavras são confirmadas pelos apóstolos: "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem a ter o conhecimento da verdade. " (S. Paulo, I Timóteo, II, 4) "Deus é o salvador de todos os homens. " (S. Paulo, I Timóteo, IV, 10.) "Deus não quer que homem algum pereça, mas que todos se convertam à penitência. " (S. Pedro, II Epístola, III, 9) Muitos, entre os padres da Igreja, opinam no mesmo sentido.


Primeiro é o mestre de Orígenes, S. Clemente de Alexandria, que diz: "O Cristo Salvador opera finalmente a salvação de todos, e não apenas a de alguns privilegiados. O soberano Mestre tudo dispôs, quer em seu conjunto, quer em seus pormenores, para que fosse atingido esse fim definitivo. " Em seguida, é S. Gregório de Nissa que do modo mais formal se pronuncia contra a eternidade das penas. A seu ver: "Há necessidade de que a alma imortal seja purificada das suas máculas e curada de todas as suas enfermidades. As provações terrestres têm por objetivo operar essa cura, que depois da morte se completa, quando não pôde ser concluída nesta vida. Quando Deus faz sofrer o pecador, não é por espírito de ódio ou de vingança; quer reconduzir a alma a ele, que é a fonte de toda felicidade. O fogo da purificação dura mais que um tempo conveniente e o único fim de Deus é fazer definitivamente participar todos os homens dos bens que constituem a sua essência. " (Nota lxxv: Extraído do Exame critico das doutrinas da religião cristã, de Patrício Laroque. As palavras são citadas em grego.) Em nossos dias é monsenhor Méric, diretor do Seminário de S.


Suplício, que longamente expõe em suas obras a teoria da mitigação dos sofrimentos. E a Igreja, sentindo talvez que a ideia de um inferno eterno fez sua época, não se opôs à divulgação dessa tese.


Radica nas mesmas preocupações a noção do purgatório, termo médio adotado pela Igreja, que recuou ante a enormidade das penas eternas aplicadas a ligeiras faltas. A questão do purgatório é da mais alta importância, podendo constituir um vínculo, um traço de união entre as doutrinas católicas e as do moderno Espiritualismo.


No pensamento da Igreja Romana o purgatório é um lugar não definido, indeterminado. Nada impede o católico de conceber os sofrimentos purificadores da alma sob a forma de vidas planetárias ulteriores, ao passo que o protestante ortodoxo, para adotar a noção das vidas sucessivas, é obrigado a abrir mão de suas convicções, em que o purgatório não é admitido.


Na maioria dos casos, o purgatório é a vida terrestre com as provações que a acidentam. Os primeiros cristãos não o ignoravam.


A Igreja da Idade Média repeliu essa explicação, que teria acarretado a afirmação da pluralidade das existências da alma e a ruína da instituição das indulgências - fonte de grandes proventos para os pontífices romanos. Sabe-se quantos abusos daí se originaram.


Realmente, Satanás não passa de alegoria. Satanás é o símbolo do mal. O mal, porém, não é um princípio eterno, coexistente com o bem. Há de passar. O mal é o estado transitório dos seres em via de evolução.


Não há nem lacuna nem imperfeição no Universo. A obra divina é harmônica e perfeita. Dessa obra o homem não vê senão um fragmento e, todavia, pretende julgá-la através de suas acanhadas percepções. O homem, na vida presente, não é mais que um ponto no tempo e no espaço. Para julgar a Criação, ser-lhe-ia preciso abrangê-la inteiramente, medir a escala dos mundos que é chamado a percorrer e a sucessão das existências que o aguardam no seio dos séculos por vir. Esse vasto conjunto escapa às suas concepções; daí os seus erros; daí a deficiência de suas apreciações.


Quase sempre o que chamamos o mal é apenas o sofrimento; mas este é necessário, porque só ele conduz à compreensão. Por ele aprende o homem a diferençar, a analisar suas sensações.


A alma é uma centelha projetada do eterno foco criador. É pelo sofrimento que ela atinge a plenitude do seu brilho, a plena consciência de si mesma. A dor é como a sombra que faz sobressair e apreciar a luz. Sem a noite, acaso contemplaríamos as estrelas? A dor quebra as algemas das fatalidades materiais e franqueia à alma evasões para a vida superior.


Do ponto de vista físico, o mal, o sofrimento, são muitas vezes coisas relativas e de pura convenção. As sensações variam ao infinito, conforme as pessoas; agradáveis para uns, dolorosas para outros. Há mundos muito diferentes do meio terrestre, nos quais tudo seria penoso para nós, ao passo que outros homens podem neles viver comodamente.


Se fizermos abstração do acanhado meio em que vivemos, o mal já nos não aparecerá como causa fixa, princípio imutável, mas como efeitos passageiros variando com os indivíduos, transformando-se e atenuando-se com o seu aperfeiçoamento.


O homem, ignorante no começo de sua jornada, tem que desenvolver a inteligência e a vontade por meio de constantes esforços. Na luta que empenha contra a Natureza, a energia se lhe retempera, o ser moral se afirma e engrandece. Graças a essa luta é que se realiza o progresso e se efetua a ascensão da Humanidade, subindo, de estância em estância, de degrau em degrau, para o bem e o melhor, conquistando ela própria a sua preponderância sobre o mundo material.


Criado feliz e perfeito, o homem teria ficado confundido na perfeição divina; não teria podido individualizar o princípio espiritual nele existente. Não teria havido no Universo nem trabalho, nem esforços, nem progresso; nada, a não ser a imobilidade, a inércia. A evolução dos seres seria substituída por triste e monótona perfeição. Seria o paraíso católico.


Sob o látego da necessidade, sob o aguilhão da dor, o homem caminha, avança, eleva-se e, de existência em existência, de progresso em progresso, chega a imprimir ao mundo o cunho do seu domínio e inteligência.


O mesmo acontece com o mal moral. Como o mal físico, este não é mais que um aspecto passageiro, uma forma transitória da vida universal. O homem pratica o mal por ignorância, por fraqueza, e os seus atos reagem contra ele. O mal é a luta que se trava entre as potências inferiores da matéria e as potências superiores que constituem o ser pensante, o seu verdadeiro "eu".


Do mal, porém, e do sofrimento nascerão, um dia, a felicidade e a virtude. Quando a alma tiver suplantado as influências materiais, será como se para ela o mal nunca houvesse existido.


Não é, pois, o inferno que luta contra Deus; não é Satanás que arma as ciladas pelo mundo, não; é a alma humana que procura, na sombra, o seu roteiro; ela que envida esforços por afirmar sua personalidade progressiva e, depois de muitos desfalecimentos, quedas e reerguimentos, domina os vícios, conquista a força moral e a verdadeira luz. É assim que, lentamente, de idade em idade, através do fluxo e refluxo das paixões, o progresso se acentua, o bem se realiza.


O império do mal são os mundos inferiores, tenebrosos; é a multidão das almas retardatárias que se agitam nas veredas do erro e do crime, torvelinhando no círculo das existências materiais, e que, ao atrito das provações, sob o látego da dor, emergem lentamente desse pelago de sombra, de egoísmo e de miséria, para se iluminarem aos raios da caridade e da ciência. Satanás é a ignorância, a matéria e suas grosseiras influências; Deus é o conhecimento, a sublime claridade, da qual um raio ilumina toda consciência humana.


A marcha da Humanidade se efetuará em demanda dos elevados cimos. O espírito moderno se libertará, cada vez mais, dos preconceitos do passado. A vida perderá o aspecto cruel dos séculos ferrenhos, para tornar-se o campo fecundo e pacífico, no qual o homem trabalhará no desenvolvimento de suas faculdades e qualidades morais.


Lá não chegamos certamente, ainda; o mal na Terra não está extinto; a luta não terminou. Os vícios e as paixões fermentam no fundo da alma humana. Há que temer ainda conflitos terríveis e tempestades sociais. Por toda parte, surdos ruídos, veementes reivindicações se fazem ouvir.


A luta é necessária nos mundos da matéria, para arrancar o homem ao seu torpor, aos seus grosseiros apetites, para preparar o advento de uma nova sociedade. Como a centelha brota do atrito das pedras de fuzil, assim, ao choque das paixões pode surgir um ideal novo, uma forma superior da justiça, pela qual a Humanidade modelará as suas instituições.


O homem moderno já sente aumentar em si a consciência do seu papel e do seu valor. Em breve ele se sentirá vinculado ao Universo, participando da sua vida imensa; reconhecer-se-á para sempre cidadão do céu. Por sua inteligência, por sua alma, o homem saberá intervir, colaborar na obra universal; tornar-se-á criador por sua vez; far-se-á operário de Deus.


A nova revelação ter-lhe-á ensinado a conhecer-se, a conhecer a natureza da alma, o seu mister e os seus destinos. Ela lhe atestará o duplo poder que possui sobre o mundo da matéria e o do espírito.


Todas as incoerências, todas as aparentes contradições da obra divina ser-lhe-ão esclarecidas. O que denominava mal físico e mal moral, tudo o que se lhe figurava negação do bem, do belo, do justo, se unificará nos contornos de uma obra majestosa e sólida, na harmonia de sábias e profundas leis.


* * *

O homem verá desvanecer-se o sonho aterrador, o pesadelo da condenação; elevará a alma até ao espaço em que se expande o divino pensamento, até ao espaço de onde desce o perdão de todas as faltas, o resgate de todos os crimes, a consolação para todas as dores, até ao espaço radiante em que a misericórdia eterna assenta o seu império.


As potências do inferno se dissiparão para sempre; o reino de Satanás terá findado; a alma, liberta dos seus terrores, rir-se-á dos fantasmas que tanto tempo a amedrontaram.


Deveremos falar da ressurreição da carne, dogma segundo o qual os átomos do nosso corpo carnal, disseminados, dispersos por mil novos corpos, devem reunir-se um dia, reconstituir nosso invólucro e figurar no juízo final?


As leis da evolução material, a circulação incessante da vida, o jogo das moléculas que, em inúmeras correntes, passam de forma em forma, de organismo em organismo, tornam inadmissível essa teoria.


O corpo humano constantemente se modifica; os elementos que o compõem renovam-se completamente em alguns anos. Nenhum dos átomos atuais da nossa carne se tornará a achar na ocasião da morte, por pouco que se prolongue nossa vida, e os que então constituírem o nosso invólucro, serão dispersos aos quatro ventos do infinito.


A maior parte dos padres da Igreja o entendiam de outro modo.


Conheciam eles a existência do perispírito, desse corpo fluídico, sutil, imponderável, que é o invólucro permanente da alma, antes, durante e depois da vida terrestre; denominavam-no corpo espiritual. São Paulo, Orígenes e os sacerdotes de Alexandria afirmavam a sua existência. Na sua opinião, os corpos dos anjos e dos escolhidos, formados com esse elemento sutil, eram "incorruptíveis, delgados, tênues e soberanamente ágeis". (lxxvi) Por isso não atribuíam eles a ressurreição senão a esse corpo espiritual, o qual resume, em sua substância quintessenciada, todos os invólucros grosseiros, todos os revestimentos perecíveis que a alma tomou, depois abandonou, em suas peregrinações através dos mundos.


O perispírito, penetrando com a sua energia todas as matérias passageiras da vida terrestre, é de fato o corpo essencial.


A questão achava-se, por esse modo, simplificada. Essa crença dos primeiros padres no corpo espiritual lançava, além disso, luz vivíssima sobre o problema das manifestações ocultas.


Tertuliano diz (De carne Christi, cap. VI): "Os anjos têm um corpo que lhes é próprio e que se pode transfigurar em carne humana; eles podem, por certo tempo, tornarse perceptíveis aos homens e com eles comunicar visivelmente. " Torne-se extensivo aos espíritos dos mortos o poder que Tertuliano atribui aos anjos e aí teremos explicado o fenômeno das materializações e das aparições!


Por outro lado, se consultarmos com atenção as Escrituras, notaremos que o sentido grosseiro atribuído à ressurreição, em nossos dias, pela Igreja, não se justifica absolutamente. Aí não encontraremos a expressão: ressurreição da carne, mas antes: ressuscitar dentre os mortos (a mortuis resurgere) e, num sentido mais geral: a ressurreição dos mortos (resurrectio mortuorum). É grande a diferença.


Segundo os textos, a ressurreição tomada no sentido espiritual é o renascimento na vida de além-túmulo, a espiritualização da forma humana para os que dela são dignos, e não a operação química que reconstituísse elementos materiais; é a purificação da alma e do seu perispírito, esboço fluídico que conforma o corpo material para o tempo de vida terrestre.


É o que o apóstolo se esforçava por fazer compreender: (Nota lxxvii: I Epístola aos Coríntios XV, 42-50 (traduzido do texto grego); ver também XV, 52-56; Epístola aos Filipenses, III, 21; S. João, V, 28 e 29; S. Inácio, Epístola aos Trallianos, Ix.) "Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção; semeia-se em vileza, ressuscitará em glória; semeia-se em fraqueza, ressuscitará em vigor. E semeado o corpo animal, ressuscitará o corpo espiritual. Eu vo-lo digo, meus irmãos, a carne e o sangue não podem possuir o reino de Deus, nem a corrupção possuirá a incorruptibilidade. " Muitos teólogos adotam essa interpretação, dando aos corpos ressuscitados propriedades desconhecidas da matéria carnal, fazendo-os luminosos, ágeis como Espíritos, sutis como o éter e impassíveis. (Nota lxxviii: Abade Petit, A renovação religiosa, págs. 4 e 53. Ver também nota complementar nº 9.) Tal o verdadeiro sentido da ressurreição dos mortos, como os primeiros cristãos a entendiam. Se vemos, em uma época posterior, aparecer em certos documentos, e em particular no símbolo apócrifo dos apóstolos, a expressão "ressurreição da carne", é isso sempre no sentido da reencarnação (Nota lxxix: Abade Petit, obra citada, pág. 53.)

– isto é, de volta à vida material - ato pelo qual a alma reveste uma nova carne para percorrer o campo de suas existências terrestres.


* * *

O Cristianismo, sob o tríplice aspecto que revestiu em nossos dias - catolicismo romano, protestantismo ortodoxo, ou religião grega –, não se constituiu integralmente em um só momento, como acreditam muitos, mas lentamente, através dos séculos, no meio de hesitações, de lutas encarniçadas e de profundas comoções políticosociais. Cada dogma que se edificava sobre outro vinha afirmar o que os anteriores tempos haviam repelido. O próprio século XIX viu promulgados dois dogmas dos mais contestados e controvertidos: Os da imaculada conceição e da infalibilidade papal, dos quais disse um padre católico de grande merecimento: "inspiram muito pouca veneração, quando se viu como são feitos". (Nota lxxx: Padre Marchal, O Espírito Consolador. pág. 24.) Entretanto, essa obra dos séculos, de que a tradição eclesiástica fez uma doutrina ininteligível, teria podido tornar-se o implemento de uma religião racional, de conformidade com os dados da Ciência e as exigências do senso comum, se, em lugar de tomar cada dogma ao pé da letra, tivessem querido ver uma imagem, um símbolo transparente.


Despojando o dogma cristão do seu caráter sobrenatural, poderse-ia quase sempre encontrar nele uma ideia filosófica, um ensinamento substancial.


A Trindade, por exemplo, definida pela Igreja "um só Deus em três pessoas", não seria, daquele ponto de vista, senão um conceito do espírito representando a Divindade sob três aspectos essenciais: a Lei viva e imutável é o Pai; a Razão ou sabedoria eterna é o Filho; o Amor, potência criadora e fecundante é o Espírito-Santo.


A encarnação do Cristo é a divina sabedoria descendo do céu à Humanidade, nela tomando corpo para constituir um tipo de perfeição moral, oferecido como exemplo aos homens, que ele iniciou na grande lei do sacrifício.


O pecado original, a culpa de que o homem tem a responsabilidade, é a de suas anteriores existências que lhe cumpre extinguir por seus méritos, resignação e intrepidez nas provações.


Assim se poderiam explicar de modo simples, claro, racional, todos os antigos dogmas do Cristianismo, os que procedem da doutrina secreta ensinada nos primeiros séculos, cuja chave se perdeu e cujo sentido ficou desconhecido.


Quanto aos dogmas modernos, neles não se pode ver mais que um produto da ambição sacerdotal. Não foram promulgados senão para tornar mais completa a escravização das almas.


Por profundo, porém, que seja o pensamento filosófico, oculto sob o símbolo, ele não bastaria, doravante, para uma restauração das crenças humanas. As leis superiores e os destinos da alma nos são revelados por vozes muito mais autorizadas que as dos antigos pensadores: são as dos seres que habitam o espaço e vivem dessa vida fluídica, que há de um dia ser a nossa.


Essa revelação há de servir de base às crenças do futuro, porque oferece brilhante demonstração dessa outra vida de que a alma tem sede, desse mundo espiritual a que ela aspira, e que até agora as religiões lhe apresentaram sob formas tão incompletas ou quiméricas.


* * *

A explicação racional dos dogmas pode ser estendida aos sacramentos, instituições respeitáveis, consideradas como figuras simbólicas, como meios de adestramento moral e disciplina religiosa, mas que se não poderiam tomar ao pé da letra, no sentido imposto pela Igreja.


O que dissemos do pecado original nos conduz a considerar o batismo como simples cerimônia iniciática, ou de consagração, porque a água é impotente para limpar de suas máculas a alma.


A confirmação, ou imposição das mãos é o ato de transmissão dos dons fluídicos, do poder do apóstolo a outra pessoa, que ele assim colocava em relação com o invisível. (lxxxi) Esse poder não se justifica senão por merecimentos adquiridos no decurso de anteriores existências.


A penitência e a remissão dos pecados deram origem à confissão, pública a princípio e feita a outros cristãos, ou diretamente a Deus; depois auricular, na Igreja Católica, e dirigida ao padre. Este, constituído árbitro exclusivo, julgou indispensável esse meio para se esclarecerem e discernirem os casos em que era merecida a absolvição. Pode, ele, porém, pronunciar-se jamais com segurança? A contrição do penitente, diz a Igreja, é necessária.


Mas, como assegurar seja suficiente e verdadeira essa contrição? A decisão do padre decorre da confissão das faltas; é sempre certo que essa confissão seja completa?


Se consultarmos todos os textos em que se funda a instituição da confissão (Nota lxxxii: Mateus, III, 6; Lucas, XVIII, 13; Tiago, Epístola, V, 16; João, I Epístola, I, 9; etc.) neles só encontramos uma coisa: é que o homem deve reconhecer as ofensas cometidas contra o próximo; é que ele deve confessar diante de Deus as suas faltas. Desses textos antes resulta esta consideração: a consciência individual é sagrada; só depende de Deus diretamente. Nada aí autoriza a pretensão do padre, de se erigir em julgador.


Que diz S. Paulo, falando da comunhão e dos que dela são dignos? "Examine-se, pois, a si mesmo o homem. " (I Epístola aos Coríntios, XI, 28) Ele guarda silêncio no que respeita à confissão, em nossos dias considerada indispensável em circunstância equivalente. S. João Crisóstomo, em um caso semelhante, diz: "Revelai a Deus vossa vida; confessai vossos pecados a Deus; confessai-os ao vosso juiz, suplicando-lhe, senão com a voz, ao menos mentalmente, e suplicai-lhe de tal sorte que ele vos perdoe. " (Homília. XXXI, sobre a Epístola aos Hebreus.) A confissão auricular nunca foi praticada nos primeiros tempos do Cristianismo; não foi instituída por Jesus, mas pelos homens.


Quanto à remissão dos pecados, deduzida destas palavras do Cristo: "O que for ligado na terra será ligado nos céus", parece que este modo de exprimir se aplica, de preferência, aos hábitos, aos apetites materiais contraídos pelo Espírito durante a vida terrestre, e que o prendem, fluidicamente à Terra depois da morte.


Vem depois a Eucaristia, ou presença real do corpo e do sangue de Jesus Cristo, a hóstia consagrada, o sacrifício da cruz todos os dias renovado sobre os milhares de altares da catolicidade, à voz do padre, e com absorção pelos fiéis, do corpo vivo e sangrento do Cristo, segundo a fórmula do catecismo do concílio de Trento: "Não é somente o corpo de Jesus Cristo que se contém na Eucaristia, com tudo o que constitui um verdadeiro corpo, como os ossos e os nervos; é inteiramente o próprio Jesus Cristo. " Donde provém esse mistério afirmado pela Igreja? De palavras de Jesus, tomadas ao pé da letra, e que tinham caráter puramente simbólico. Esse caráter, ao demais, é claramente indicado na frase por ele acrescentada: "Fazei isto, em memória de mim". (Nota lxxxiii: Lucas, XXII, 19; I Cor., XI, 23-25.) Com isso afasta o Cristo qualquer ideia de presença real. Não pretendeu, evidentemente, falar senão do seu corpo espiritual, personificando o homem regenerado pelo espírito de amor e caridade. A comunhão entre o ser humano e a natureza divina se opera pela união moral com Deus; ela se realiza por enérgicos surtos da alma para seu Pai, por aspirações constantes ao divino foco. Toda cerimônia material é vã, se não corresponde a um estado elevado do coração e do pensamento. Preenchidas essas condições, estabelece ao contrário, como ao começo acontecia, uma relação misteriosa entre o homem fervoroso e o mundo invisível.


Influências magnéticas baixam a esse homem e à assembleia da qual faz parte, e muitos experimentam seus benefícios.


O culto religioso é uma legítima homenagem prestada à Onipotência; é a elevação da alma para o seu Criador, a relação natural e essencial do homem com Deus. As práticas desses cultos são de utilidade; as aspirações que despertam, a poesia consoladora que daí deriva, são um sustentáculo para o homem, uma proteção contra as suas próprias paixões. Para falar, porém, ao espírito e ao coração do crente, deve o culto ser sóbrio em suas manifestações; deve renunciar a qualquer ostentação de riqueza material, sempre prejudicial ao recolhimento e à oração; não deve ceder o menor lugar às superstições pueris. Simples e grande em suas formas, deve dar a impressão da divina majestade.


Nas épocas remotas, o culto exterior quase sempre ultrapassou os limites que lhe assina uma fé pura e elevada. Induzido pelo fanatismo religioso resultante da sua inferioridade moral e da sua ignorância, o homem ofereceu à Divindade sanguinolentos sacrifícios; o padre encerrou o espírito das gerações em trama de terrificantes cerimônias.


Mudaram-se os tempos; a inteligência se desenvolveu; suavizaram-se os costumes; mas a opressão sacerdotal manifesta-se ainda em nossos dias, nesses ritos sob os quais a ideia de Deus se oculta e obscurece, nesse cerimonial cujo esplendor e luxo subjugam os sentidos e desviam o pensamento do elevado fim a que devera encaminhar-se. Não há, sob esse fausto, nessas brilhantes pompas do Catolicismo, um espírito de domínio que tudo procura invadir, enlaçar, e que, sob essas diferentes formas, com tais práticas exteriores se afasta, cada vez mais, do verdadeiro ideal cristão?


É necessário, é urgente que o culto rendido a Deus volte a ser simples e austero em seu princípio, como em suas manifestações.


Quantos progressos se realizariam se o culto, praticado na família, permitisse a todos os seus membros, reunidos e em recolhimento, elevar, num mesmo impulso de fé, pensamentos e corações para o Eterno; se, em determinadas épocas, todos os crentes se reunissem para ouvir, de uma voz autorizada, a palavra da verdade! Então, a doutrina de Jesus, melhor compreendida, seria amada e praticada; o culto, restituído ao seu caráter simples e sincero, exerceria ação eficacíssima nas almas.


A despeito de tudo, o culto romano se obstina em conservar formas adotadas das antigas religiões orientais, formas que nada mais dizem ao coração e são para os fiéis um hábito rotineiro, sem influencia em sua vida moral. Persiste em dirigir-se a Deus, há dois mil anos, em língua que não mais se compreende, com palavras que os lábios murmuram, mas cujo sentido já se não percebe.


Todas essas manifestações tendem a desviar o homem do estudo aprofundado e da reflexão que nele desenvolvessem a vida contemplativa. As longas orações, o cerimonial pomposo, absorvem os sentidos, mantêm a ilusão e habituam o pensamento a funcionar mecanicamente, sem o concurso da razão.


Todas as formas do culto romano são uma herança do passado.


Suas cerimônias, seus vasos de ouro e prata, os cânticos, a água lustral, são legados do Paganismo. Do Bramanismo tomaram o altar, o fogo sagrado que nele arde, o pão e o licor de soma consagrados à Divindade. Do Budismo copiaram o celibato dos padres e a hierarquia sacerdotal.


Uma lenta substituição se produziu, na qual se encontram os vestígios das crenças desaparecidas. Os deuses pagãos tornaram-se demônios. As divindades dos fenícios e dos assírios: Baal-Zebud (Belzebu), Astarot, Lúcifer, foram transformados em potências infernais. Os demônios do Platonismo, que eram Espíritos familiares, tornaram-se diabos. Dos heróis, das personagens veneradas na Gália, na Grécia, na Itália, fizeram santos. Conservaram as festas religiosas dos antigos povos, dandolhes apenas formas diferentes, como a dos Mortos. Por toda parte enxertaram no antigo culto um culto novo, que era a sua reprodução sob outros nomes. Os próprios dogmas cristãos se encontram na Índia e na Pérsia.


O Zendavestá (Nota lxxxiv: Emílio Burnouf, A ciência das religiões, pág. 222.) como a doutrina cristã, contém as teorias da queda e da redenção, a dos anjos bons e maus, a desobediência inicial do homem e a necessidade da salvação mediante a graça.


Sob esse amontoado de formas materiais e concepções envelhecidas, no meio desse incômodo legado de religiões extintas, que constitui o Cristianismo moderno, tem-se dificuldade em reconhecer o pensamento do seu fundador. Os autores do Evangelho não previram, decerto, nem os dogmas, nem o culto, nem o sacerdócio. Nada de semelhante se encontra no pensamento evangélico. Ninguém foi menos imbuído do espírito sacerdotal do que Jesus; ninguém foi menos afeiçoado às formas, às práticas exteriores. Tudo nele é sentimento, elevação do pensamento, pureza do coração, simplicidade.


Nesse ponto, seus sucessores desvirtuaram completamente as suas intenções. Induzidos pelos instintos materiais que na Humanidade predominam, sobrecarregaram a religião cristã de um pomposo aparato, sob o qual foi sufocada a ideia máter. "Mas vós não queirais ser chamados mestres", (Nota lxxxv: Mateus XXIII, 8.) dissera Jesus, e os papas se fazem chamar Santidade e consentem em ser incensados. Esqueceram o exemplo do apóstolo Pedro, quando ao centurião Cornélio, prosternado a seus pés, advertia: "Levanta-te, que eu também sou homem!". (Nota lxxxvi: Atos, X, 26.) Já não consideram que, à semelhança do Mestre, deveriam ter permanecido mansos e humildes de coração; o orgulho os avassalou. Na Igreja se constituiu uma imponente hierarquia, fundada não já nos dons espirituais, como nos primeiros tempos, mas numa autoridade puramente humana. A influência do Alto, única que dirigia a primitiva Igreja, foi sendo pouco a pouco substituída pelo princípio de obediência passiva às regras fixadas. Cedo ou tarde, porém, o pensamento do Mestre, restituído à sua pureza primitiva, fulgirá com um brilho novo. As formas religiosas passarão; as instituições humanas se hão de desmoronar; a palavra do Cristo viverá eternamente para fortalecer as almas e regenerar as sociedades.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

1co 11:25
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 28
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 14:15-21


15. Tendo chegado a tarde, aproximaram-se dele seus discípulos, dizendo: "este lugar é deserto e a hora está avançada; despede as multidões para que, indo às aldeias, possam comprar seus alimentos".


16. Mas Jesus disse-lhes: "Não precisam ir; dai-lhes vós de comer".


17. Eles disseram-lhe: "Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes".


18. Disse-lhes ele: "Trazei-mos cá".


19. E ordenando à multidão que se reclinasse sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, deu graças e, partindo os pães, entregou-os aos discípulos, e os discípulos os entregaram à multidão.


20. E todos comeram e se fartaram; e eles apanharam dos fragmentos doze cestos cheios.


21. Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.


LC 9:12-17


12. O dia começava a declinar e, aproximandose de Jesus os doze disseram: "Despede a multidão para que, indo às aldeias e sítios vizinhos, se hospedem e achem provisões, pois estamos aqui num lugar deserto".


13. Ele, porém, lhes disse: "Dai-lhes vós de comer". Responderam-lhe eles: "Não temos mais que cinco pães e dois peixes, a não ser que devamos ir comprar comida para todo esse povo".


14. Pois eram quase cinco mil homens. Então disse a seus discípulos: "Fazei-os reclinar-se em turmas de cinquenta cada uma".


15. Assim o fizeram, o mandaram a todos reclinar-se.


16. E tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, deu graças e os partiu; e entregou aos seus discípulos, para que os distribuíssem à multidão.


17. Todos comeram e se fartaram; e foram recolhidos doze cestos dos fragmentos que sobraram.


MC 6:35-44


35. E já estando a hora muito adiantada, chegandose a ele seus discípulos, disseram: "este lugar é deserto e já é muito tarde;


36. despede-os para que vão aos sítios e às aldeias circunvizinhas comprar pão para si, pois que têm eles para comer"?


37. Mas respondendo, disse Jesus: "Dai-lhes vós de comer". E disseram-lhe: "Deveremos, então, ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer"?


38. Mas ele lhes perguntou: "Quantos pães tendes? ide ver". Depois de se terem certificado, responderam: "Cinco pães e dois peixes".


39. Então ordenou aos discípulos que a todos fizessem reclinar em grupos sobre a relva verde.


40. E sentaram-se em grupos de cem e cinquenta.


41. E ele tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, deu graças e, partindo os pães, os ia entregando aos discípulos para eles distribuírem; e repartiu por todos os dois peixes.


42. Todos comeram e ficaram satisfeitos.


43. E recolheram dos fragmentos doze cestos cheios de pão e de peixes.


44. Ora, os que comeram os pães foram cinco mil homens.


Jo 6:5-13


5. Então, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: "Onde compraremos pão para que eles comam"?


6. Mas dizia isso para experimentá-lo, pois já sabia o que ia fazer.


7. Respondeu-lhe Filipe: "Duzentos denários de pão não lhes bastam para que cada um receba um pouco".


8. Um de seus discípulos, chamado André, irmão de Pedro, disse-lhe:


9. "Está aqui um rapazinho que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas que é isto para tantos"?


10. Disse Jesus: "Fazei que os homens se reclinem". Ora, havia naquele lugar muito feno. Recostaram-se, pois, os homens em número de cerca de cinco mil. 11. Jesus, então, tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os aos discípulos, e os discípulos aos que estavam reclinados; e do mesmo modo os peixinhos, quanto queriam.


12. Depois de saciados, disse Jesus a seus discípulos: "Recolhei os fragmentos que sobraram, para que nada se perca".


13. Assim os recolheram e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que haviam comido. Pelas anotações dos quatro evangelistas, o percurso do barco e a caminhada do povo deve ter ocorrido na parte da manhã, pois eles anotam que tudo começou quando "a tarde começa a declinar" (cerca de 15 ou 16 horas); que era a "primeira parte da tarde", deduz-se do vers. 23, onde se repete que "a tarde chegara", isto é, a entrada da noite, depois das 18 horas.


Ao ver Jesus entusiasmado a falar e a multidão pendente de suas palavras de amor, os discípulos resolve "quebrar o encanto", trazendo o Mestre Inefável à realidade da vida material. Chamam Sua atenção sobre a hora e a carência de alimentos naquele local, sugerindo que despeça a turba para que ela tenha tempo de comprar comida. A essa hora, ainda seria possível encontrar sítios e lojas onde conseguila.


Mas Jesus os provoca: "dai-lhes vós de comer"! Espanto geral: "a toda aquela gente"?


Segundo João, Jesus volta-se para Filipe, (será porque ele teria nascido nessa Betsaida?) e se inform "onde seria possível comprar pão". Filipe espanta-se, pois duzentos denários (um denário equivale à importância atual de um dólar) não bastariam.


O Mestre ordena que verifiquem quantos pães havia. André, irmão de Pedro, diz que "um rapazinho tem cinco pães de cevada e dois peixinhos".


Antes de fazer qualquer coisa, Jesus manda que se recostem todos os ouvintes em grupos de 50 e 100, que se reclinem na "relva verde" (o que indica estarmos na primavera, única época do ano em que cresce erva verde nessa região). Já por João sabemos que estávamos nas vésperas da Páscoa (abril do ano 30), a segunda Páscoa da "vida pública" de Jesus. A divisão em grupos facilitou a contagem dos homens presentes.


Depois Jesus começa a ação. "Levanta os olhos ao céu" (cfr. MC 7:34; JO 11:41 e JO 17:1), gesto que diferia do costume israelita: "a regra de orar é ter os olhos baixos e o coração levantado ao céu", diz Rabbi Ismael Bar José (cfr. Strack-Billerbeck, o. c. t. 2, pág. 246). A oração prescrita para antes de comer-se o pão era: "Louvado sejas Tu, Senhor, nosso Deus, Rei do universo, porque fizeste a terra produzir o pão". O termo grego eulógêse tem o sentido de "dar graças", "agradecer" (donde vem o nosso" elogio") - João usa eucharistêsas, que tem a mesma significação - melhor que benzer ou abençoar.


Depois disso "partiu o pão", ritual comum entre os israelita: o dono da casa sempre procedia à klásis tou ártou para distribuí-lo, depois da ação de graças, aos convivas ou hóspedes.


Todos comeram e se fartaram. Depois Jesus manda recolher os fragmentos em cestos (grego kophínos, hebraico quppâh), que todo israelita levava sempre consigo quando fazia qualquer excursão. Lógico que o povo, tendo saído às pressas, não os tinha; mas os discípulos (exatamente doze) deviam tê-los; levado.


* * *

OBSERVAÇÕES


1. Quanto à historicidade do fato - É atestado pelos quatro evangelistas e repetido mais tarde uma segunda vez por Mateus 15:32-3 e Marcos 8:1-3 e faz parte de toda a tradição evangélica e cristã dos primeiros séculos. 2. Quanto ao número à e pessoas - Parece realmente que reunir cinco mil homens (fora mulheres e crianças) numa "corrida" por aldeias que podiam ter, cada uma, somente algumas centenas de habitantes, levando-os a uma planície deserta a cinco ou dez quilômetros, não deve ter sido muito fácil. Cinco mil pessoas é, de fato, uma multidão considerável.


3. Quanto à novidade do fato - Não foi inédito. Lemos em 2RS 4:42-44, o seguinte: "Um homem veio de Baal-Shalishah e trouxe ao Homem de Deus (Eliseu) uns pães de primícias, vinte pães de cevada e trigo novo em seu alforge. Eliseu disse: "Dá ao povo para que coma". Disse-lhe seu servo: " Que dizes? Hei de eu por isto diante de cem homens"? Porém ele retrucou: "dá ao povo para que coma, porque assim diz YHWH: comerão e sobrará" . Então lhos pos diante, comeram e ainda sobrou, conforme a palavra de YHWH".


4. Quanto à possibilidade da realização - São aventadas várias hipóteses, quanto à possibilidade física ou natural dessa multiplicação de pães. Naturalmente, certas escolas nem cogitam desse estudo, pois admitem a prióri o milagre, que jamais podemos aceitar, pelo menos como é ele definido: "um fato contra as leis da natureza". Se fora dito: "contra as leis que conhecemos", poderíamos aceitar o "milagre" sem escrúpulos, pois de fato desconhecemos a grande maioria das leis da natureza; e mesmo as que "pretendemos" conhecer, será que as conhecemos realmente? Não serão elas diferentes do que pensamos? O que é gravidade? Como e por que se dá a "transmutação da matéria" na assimilação do bolo alimentar em nosso organismo? O fato é que nada pode ser feito contra as leis da natureza, já que estas são a manifestação divina e Deus jamais pode contradizer-se. Entretanto, contra as leis "que conhecemos", muita coisa pode ocorrer, que não podemos explicar por ignorância nossa. Que diria um selvagem ao ver-nos tocar um botão e, só com isso, acender as luzes de um salão? Gritaria "milagre"! Porque esse gesto iria contra tudo o que ele conhecia.


Antes de entrarmos na análise das diversas hipóteses que podemos formular em nossa incapacidade ignorante, recordemos que Jesus é a encarnação de YHWH, construtor do planeta, como um de seus arquitetos, e portanto conhecia profundamente as mais minuciosas e precisas leis e todos os segredos da física e da química, suas combinações e transformações, a desintegração e reintegração dos átomos, as mutações das moléculas, etc. Com essa base indiscutível e plena de conhecimento, que não poderia Ele fazer? Passemos agora à análise das suposições que podemos imaginar.


a) hipnotismo (alucinação coletiva) ou ilusionismo - Se fora um fato apenas visto... Mas acontece que, depois de saciados, foram recolhidos doze cestos de fragmentos, matéria sólida e palpável.


b) transporte dos pães - O "transporte" consiste numa desmaterialização do objeto no local em que se encontra; na transferência de suas moléculas astrais pelo espaço até o local desejado, mesmo atra vessando paredes; e na rematerialização das moléculas no local desejado. A possibilidade desse fato é atestada à saciedade por numerosos casos concretos que se realizam em sessões espíritas que contam com a presença de um simples médium de "efeitos físicos", por vezes homem cheio de imperfeições humanas. Poderia ter sido feito por Jesus, sem necessidade, como nós temos, de câmaraescura.


etc.


c) transmutaçâo da matéria - Já acenamos ao que se passa em nosso organismo: na assimilação alimentar aos tecidos orgânicos. Mas há milhares de outros exemplos: um grão de milho, enterrado no solo, transmuda a matéria sugada da terra em centenas de outros grão de milho. Assim se dá com o trigo e com todos os vegetais. Por que não poderia ter sido realizada uma transmutação instantânea da matéria? Os faquires comuns, na Índia, não fazem que em poucos minutos, com um simples olhar, uma semente brote e a planta cresça, operação que normalmente levaria trinta dias? d) pura criação mental pela coagulação de fluidos astrais. A única diferença desse fato, com o que qualquer um de nós pode realizar, embora no estágio evolutivo atrasadíssimo em que nos encontramos, é a quantidade e a rapidez. No resto, não. "A fé é a substância das coisas esperadas" (Hebr

11:1). Portanto, havendo a substância no plano mental, fácil é condensá-la no plano astral e coagulála no plano material. O processo, comprovado pela ciência hodierna, já era conhecido pelo autor do livro de Job, mais de mil anos antes de Cristo. Aí lemos (os 10:10): "Derramaste-me (o espírito) no jarro (no ventre materno) como leite, e, como queijo, me coagulaste (o corpo astral)". Assim, aproveitando as moléculas existentes na atmosfera, podiam elas ser condensadas e coaguladas sob forma de pães de cevada ou de peixes. Compreendendo que a energia é uma só, diferenciandose a matéria pela constituição atômica (número de prótons, eléctrons, etc, em torno do núcleo) e pela estrutura molecular, é viável executar (para quem no saiba e possa!) a tarefa de reunir átomos e moléculas materiais da energia (prana) que se encontra na própria atmosfera, dando-lhes a constituição atômica e a estrutura molecular desejadas.


5. Quanto à interpretação - Todos os comentadores, desde os mais antigos textos cristãos, interpretam a multiplicação dos pães como uma "figura" ou "símbolo" da Eucaristia, da qual todos podem alimentar-se, sem que jamais termine, multiplicando-se ilimitadamente.


A Eucaristia (palavra grega que significa "ação de graças") ou comunhão, consiste na ingestão de uma partícula de pão sem fermento como símbolo da introdução, no corpo espiritual, do Cristo Vivo.


Tal como o ensino é feito atualmente, exagerando-se a parte material (de que a partícula de pão s "transubstância" na carne real, no sangue verdadeiro, nos ossos físicos de Jesus), o cristão menos elucidado acredita comer o corpo físico Dele (o que não deixa de constituir uma "antropofagia" ...) . No entanto, a realidade da Eucaristia é de uma sublimidade simbólica jamais alcançada em qualquer outra iniciação terrena.


O pão, sem fermento, de trigo puro (sem mistura) é bem a materialização de um dos elementos divinos mais belos da natureza. Deus, a Essência Absoluta de todas as coisas, encontra-se dentro de tudo o que existe. Mas nós O sentimos mais facilmente nas coisas limpas do que nas sujas, muito mais na beleza de uma flor, do que na podridão do estrume, onde, no entanto, também está. Assim, o cristão evoluído vê, no pão, a substância divina, e prepara-se espiritualmente para sentir que, quando seu corpo físico ingere o pão, ele concomitantemente está recebendo em seu espírito a substância divina; e mais: que assim como seu corpo material assimila a substância do pão a seu organismo, assim seu espírito também assimila, a suas energias, a força da substância divina existente no pão.


Tudo isso traz revivificação de energias espirituais, renascimento de fé, ampliação de fervor e, além de tudo, a noção viva e sensível, de que o Cristo Vivo reside realmente dentro de cada um de nós. Divino simbolismo que Jesus aconselha que Seus discípulos repitam todas as vezes que se sentarem à mesa, partindo pão comum, agradecendo-o a Deus e distribuindo-o aos companheiros: "todas as vezes que comerdes esse pão e beberdes esse vinho", "lembrai-vos de mim" (cfr. 1CO 11:24 e LC 22:19); e mais claro ainda, quando diz, após distribuir o vinho: "fazei isto todas as vezes que bebeis, em minha recordação" (1CO 11:25).


Não é, pois, rigorosamente falando, a instituição de uma cerimônia especial para comemorar um fato, mas uma recordação constante e específica de um fato que deverá repetir-se a cada vez que ingerirmos pão ou bebermos vinho. Cada vez que nos alimentarmos, recordemos que a Substância última do alimento é a Divindade que nos dá vida. E cada vez que partirmos o pão para dele nos servirmos, assim como cada vez que saborearmos o vinho, recordaremos aquela ocasião em que Jesus o fez, antes de exemplificar-nos, com Seu sacrifício, a estrada a seguir em nossa evolução.


Comemoração simples, ao alcance de todos, dos mais pobres (no reino de Deus não há privilegiados), realizada nas mesas de nossos lares, por mais modestos que sejam, sem necessidade de pompas externas, de ritos exóticos, de ordenanças inibidoras. O simples partir de nosso pão cotidiano é uma recordação, é magnífico e inigualável simbolismo, que temos que realizar com devoção, em comemoração sincera e íntima que devemos fazer "em memória" do Mestre Inefável e Amoroso.


Estamos diante de um ensinamento básico, na iniciação revelada por Jesus a seus discípulos, a qual deverá ser transferida para cada um de nós por meio de nossa individualidade, quando tiver soado a hora de recebê-la.


Sigamos cuidadosamente os passos da narrativa nos quatro intérpretes do pensamento do Mestre Incompar ável, atentando para os pormenores que parecem, à primeira vista, nada significar.


Vimos, no último capítulo, que a individualidade desejava retirar-se com seus veículos (discípulos) para uma solidão, a fim de repousar, conversando com eles e ouvindo-os, depois da viagem que haviam feito no plano terreno, adquirindo experiências novas. No entanto, ao chegar ao local escolhido, vê-se cercada "pela multidão" que correra para alcançá-la "na outra margem" ... Representa isso os órgãos e as células de uma personalidade que desperta para a espiritualidade.


E mais uma vez verificamos que a "graça" descerá a nós proveniente do Deus Interno, mas que, antecipandoa, é indispensável que o livre-arbítrio a preceda, correndo-lhe ao encontro. E não a busca na Terra, mas no plano espiritual ("na outra margem", isto é, no outro pólo da matéria).


Ao contemplar aquela multidão sedenta de verdade, o Espírito a acolhe com bondade e lhe "ensina" as grandes e eternas verdades, curando as que estão enfermas e reequilibrando as perturbadas. Os veículos todos ouvem com tamanha atenção, que esquecem a hora de sua alimentação material que entretanto, lhes é indispensável ao prosseguimento da vida no planeta denso.


Os "discípulos", que aqui podem significar a parte mais elevada dos veículos e células, isto é, o intelecto, fazem ver ao Espírito - que vive fora do tempo e do espaço - o avanço da hora terrena e a necessidade de reabastecer de fluidos mais sólidos as células e órgãos astrais e físicos. É necessário que busquem, também, o pão físico.


Começa aqui a lição preciosa. A individualidade afirma que o próprio intelecto pode sustentar os veículos inferiores, sem que eles precisem buscar alhures outro sustento. Há uma admiração, fruto da ignorância a respeito dos "poderes mentais". Vem então a pergunta: "quantos pães tendes"?


O pão material é o alimento básico do corpo físico; mas já foi ensinado que havia outro pão, o "pão sobressubstancial" (cfr. MT 6:11, volume 2, página 161), que alimenta ainda mais, porque quem dele come consegue a "Vida Imanente", que dispensa os cuidados mais grosseiros, prescindindo até mesmo dos materiais densos para seu sustento.


O intelecto esclarece que só existem CINCO pães e DOIS peixinhos.


Voltamos aqui à numerologia dos arcanos. Recordemos.


CINCO, no plano divino, é a Providência ou Vontade Divina que governa a vida universal, alimentandoa e sustentando-a. No plano humano é a vontade do homem que dirige sua força vital. No plano da natureza é a força viva de todo o universo. Além de tudo isso, o CINCO é o símbolo do Cristo (o tetragrama sagrado YHWH) quando mergulhado na carne, formando a representação da mônada encarnada para sua redenção (o pentagrama humano YH-SH-WH, isto é, com as vogais: YHESHWAH, Jesus). Tudo isso é representado figurativamente pela estrela de cinco pontas, que jus tamente é o HOMEM (a ponta de cima é a cabeça, as duas laterais. os braços. e as duas inferiores, as pernas).


Temos, pois, nos CINCO pães, um simbolismo perfeito da Mônada Divina mergulhada na carne, formando O HOMEM. Veremos, mais adiante, no capítulo intitulado "O Pão da Vida", que Jesus explica tudo em pormenores; esta multiplicação dos pães serviu de experiência prática, para que o, discípulos pudessem compreender, mais tarde, a explicação teórica.


Resta-nos, ainda, ver os DOIS peixinhos. O arcano DOIS exprime, no plano divino, a segunda manifesta ção da Divindade; no plano humano, a receptividade feminina; no plano da natureza, os planetas fecundados. Aí temos, pois, a lição superiormente dada para quem possa entendê-la. O intelecto diz que apenas possui, para dar como alimento à multidão de células, o Ser-Humano vivificado pela Divindade e a receptividade passiva (total) da mulher, que está pronta para acolher em si mesma a semente da Verdade, fazendo-a frutificar em si.


A individualidade diz que basta isto. Nada mais é necessário para a alimentar a multidão, além do ser disposto a receber o ensino. E em vista de tudo estar preparado, ergue os olhos ao céu (eleva suas vibrações), parte o pão (separa o espírito da matéria) e, agradecendo a ótima disposição de tudo, distribui a verdade para todos, cada grupo de células reunido em seu conjunto de órgãos ("em grupos de cinquenta e cem") e todos comem e se fartam.


Vem então a ordem de recolher os fragmentos que sobraram (as verdades que possam ser reveladas à grande massa profana) para não se perderem. E ficam repletos DOZE cestos (os DOZE emissários).


Já vimos (Vol 2) a significação do arcano DOZE: a esfera da ação do Messias e a redenção completa (veja acima nas págs. 66/67). Então, as verdades recolhidas nos DOZE cestos servirão para o ensino dos "que estão de fora" e que não podem ainda receber a Verdade Total ("muita coisa ainda tenho a dizer-vos, mas não podeis suportar agora", JO 16:12). Assim é que temos, nos Evangelhos sob o véu da letra material (os cestos) os fragmentos das verdades que foram reveladas, e que só puderam chegar até nós em fragmentos e sob formas de alegorias e metáforas, a fim de que a Verdade não fosse desvirtuada por quem não na compreendesse.


Anotam os evangelistas que estavam presentes a esse banquete sobre a relva verde (em a natureza virgem e fecunda a um tempo), CINCO MIL homens; o CINCO conserva a mesma representação simb ólica supracitada; o MIL dá ideia do "sem-limite". Na realidade, refere-se isto à humanidade: CINCO é o HOMEM) englobadamente considerada em seu número ilimitado (MIL) de milhares e milhares de criaturas, e representada - em cada um de nossos corpos físicos - pelas células organizadas em órgãos, tal como a humanidade está organizada em raças e nações.


Capítulo importante como vemos, do qual ainda muitos ensinamentos ainda podem ser extraídos, e que será mais bem compreendido depois de lida e estudada a lição intitulada "O Pão da Vida".


1co 11:25
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 33
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:26-29


26. Estando eles a comer, tomando Jesus um pão e tendo abençoado, partiu e deu aos discípulos, dizendo: "Tomai, comei, isto é o meu corpo".

27. E, tomando uma taça e tendo dado graças, deu-lhes, dizendo: "Dela bebei todos,

28. pois isto é meu sangue do testamento, derramado em relação a muitos para abandono dos erros.

29. Digo-vos, porém, que não beberei desde agora deste produto da videira, até aquele dia quando o beberei convosco no reino de meu Pai".

MC 14:22-25


22. Estando eles a comer, tomando um pão e tendo abençoado, partiu e deu a eles, dizendo: "Tomai, isto é o meu corpo".

23. E tomando uma taça, tendo dado graças, deu a eles e todos beberam dela.

24. E disse-lhes: "Isto é o meu sangue do testamento derramado sobre muitos.

25. Em verdade digo-vos que não mais beberei do produto da videira até aquele dia quando o beberei convosco no reino de Deus".

LC 22:15-20


15. E disse a eles: "Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco, antes de eu sofrer,

16. pois vos digo que de modo algum a comerei até que se plenifique no reino de Deus".

17. E tendo apanhado uma taça e tendo dado graças, disse: "Tomai isto e distribui a vós mesmos,

18. pois vos digo que, desde agora, não beberei do produto da videira até que venha o reino de Deus".

19. E tomando um pão, tendo dado graças, partiu e deu a eles, dizendo: "Isto é o meu corpo que é dado para vós: fazei isto para lembrar-vos de mim"

20. E do mesmo modo a taça, depois do jantar, dizendo: "Esta taça é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós".



Vejamos o texto literal, estudando-o quanto aos termos.


A expressão "desejei ardentemente" corresponde ao grego: epíthymía epethymêsa, literalmente: "desejei com grande desejo", tal como se lê em GN 31:30, versão dos LXX. " Até que se plenifique " (héôs hótou plêrôthêí) ou seja, até que atinja sua plenitude, sua amplitude total. " Tomando um pão" (labôn ártan) sem artigo, do mesmo modo que mais adiante "tomando uma taça" (labôn potêrion), onde Lucas (vs. 17) usa "tendo apanhado" (dexámenas, de déchomai). " Tendo abençoado " (em Mateus e Marcos, eulogêsas) ou "tendo dado graças" (eucharistêsas) nos três narradores. Na realidade são quase sinônimos, pois a bênção consistia num agradecimento a Deus pelo alimento que ia ser ingerido, suplicando-se que fosse purificado pela Bênção divina (cfr. EX 23:25). " Partiu o pão" (éklase tòn árton): era o hábito generalizado entre os judeus, quando à mesa o anfitrião tirava pedaços de pão e os distribuía aos convivas em sinal de amizade e deferência.


"Tomai, comei" (lábete, phágete) sem copulativa "e" (kaì). " Isto é o meu corpo" e "isto é o meu sangue" (toúto estin tò sômá mou e toúto estin tò haímá mou). O pronome toúto é neutro e significa "isto". No entanto, surge a dúvida: não será neutro apenas para concordar com os substantivo sôma e haíma que também são neutros? Pela construção, mais adiante (JO 22:38) onde se lê: "este é o grande mandamento" (autê estin ho megálê entolê), pode interpretarse que o pronome venha em concordância com os substantivos. Deveria então preferir-se a tradução: " este é meu corpo " e "este é meu sangue". Teologicamente, tanto "este" quanto "isto" exprimem a mesma ideia, embora "isto" seja mais explícito para exprimir a transubstanciação. " Sangue do testamento " (em Lucas: "do novo testamento") lembra Moisés (EX 24:8) quando esparziu o sangue dos bois sobre o povo, em que fala do "sangue do testamento" que muitos traduzem como" sangue da aliança " (cfr. Jean Rouffiac, "Recherches sur les Caracteres du Grec dans le Nouveau Testament d"après les Inscriptions de Priène", Paris, 1911, pág. 42). Lucas exprimiu a ideia de outra forma: " esta taça é o novo testamento em meu sangue" (toúto tò potêrion hê kainê diathêkê en tôi haímati mou). A palavra grega diathêkê exprime literalmente as "disposições testamentárias", tanto no linguajar clássico quanto no popular (koinê), como vemos nas inscrições funerárias e nos "grafitti" da época.


De qualquer forma, vemos, nessa frase, a abolição total dos sacrifícios sangrentos, pois as "disposições testamentárias" são feitas através do simbolismo do vinho transubstanciado no sangue.


O sangue "que é derramado" (tò ekchynnómenon), no particípio presente; portanto, simbolismo do vinho na taça, representando o que seria mais tarde derramado quando o sacrifício se realizasse no Cal vário. O sangue que é derramado "em relação a muitos" (perì pollôn, Mat.) ou "sobre muitos" (hypèr pollôn, Marc.) ou "sobre vós" (hypèr hymõn, Luc). Também o pão, em Lucas, é dito "que é dado sobre vós" (tò hypèr hymõn didómenon).


A taça (potêrion) utilizada era a comum destinada ao vinho, e o uso de agradecer a Deus e fazê-la passar por todos os convivas, já é assinalado quanto à "taça do Qiddoush" na Michna (Pesachim, 10).


A expressão "não mais beberei do produto da videira até o dia em que o beberei convosco no reino de Deus", se compreendêssemos como alguns fazem, o "reino de Deus" como sendo "o céu", nós teríamos irrespondivelmente um "céu" semelhante ao dos maometanos, com bons vinhos (lógico, os vinhos do céu não poderiam jamais ser ruins!) e talvez até com as célebres "huris".


No entanto, Loisy ("Les Evangiles Synoptiques, 1907/8, vol. 29, pág. 522) reconhece que o sentido literal das palavras desse trecho justificam plenamente o comportamento das igrejas cristãs desde os primeiros séculos.


Os teólogos muito se preocupam se Jesus também comeu e bebeu o pão e o vinho, que deu e fez passar entre os discípulos: querem saber se Ele comeu o próprio corpo e bebeu o próprio sangue... Vejamos.


Jerônimo (Patr. Lat. vol. 22 col 386) diz que sim: ipse conviva et convivium, ipse cómedens et qui coméditur, ou seja: "ele-mesmo conviva e alimento, ele mesmo que come e é comido". Agostinho (Patr. Lat. vol. 34 col. 37) é da mesma opinião: sacramento córporis et sánguinis sui praegustato, significavit quod voluit, isto é: "tendo saboreado o sacramento de seu corpo e de seu sangue, exprimiu o que quis". João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 58, cal. 739) diz que para evitar a repulsa dos discípulos em comer carne humana e beber sangue, ele mesmo comeu e bebeu primeiro.


Mas os imperativos são por demais categóricos e estão todos na segunda pessoa do plural, o que exclui a participação da primeira.


Mateus e Marcos colocam a transubstanciação depois da saída de Judas.


Lucas, que confessa (1:3) ter tido todo o cuidado com a cronologia histórica dos fatos, coloca a transubstanciação antes da saída de Judas, versão que é aceita por João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 58, col. 737).


Ainda estavam comendo (esthióntôn autôn) quando Jesus lhes anuncia que "desejou ardentemente" comer com Seu colégio iniciático aquela refeição pascal, antes de sofrer (páthein), ou seta, antes de submeter-se experimentalmente aos transes dolorosos daquele grau iniciático (cfr. vol. 4, nota).


Nesse "jantar pascal" Ele lhes deixará Suas "disposições testamentárias" (diathêkê), que consistem no ensino da transmutação da matéria ou transubstanciação; na ordem de realizar sempre as refeições em memória Dele; e nas últimas revelações e ensinos, promessas e profecias para o futuro da humanidade.


A razão é que, depois desse jantar, o Filho do Homem não terá outra oportunidade até que se plenifique o "reino de Deus", atingindo seu sentido pleno e total. Já vimos que essa expressão "reino de Deus" ou "reino divino" ou "reino dos céus" ou "reino celeste" é equivalente às outras que tanto empregamos: reino mineral (matéria inorgânica), reino vegetal (matéria orgânica), reino animal (psiquismo), reino hominal (racionalismo), reino divino (Espírito). Então, o sentido exato das palavras pode ser: até que o Espírito esteta plenamente vigorando nas criaturas, estando superadas definitivamente todos os outros reinos inferiores. Enquanto não tenha sido atingido esse objetivo na Terra, não mais provará o Filho do Homem nem o jantar pascal, nem o produto (genémata) da videira.


Após essas palavras, mais uma vez o Cristo passa a agir e a falar através de Jesus, utilizando Seu instrumento humano visível, mas diretamente proferindo as palavras. Não são as frases ditas pelo homem Jesus, mas são ditas pelo Cristo de Deus pela boca de Jesus.


Pega então um pão, um dos que estavam sobre a mesa, e abençoa-o, como se deve fazer a qualquer alimento antes de ingeri-lo: agradecer ao Pai a graça de tê-lo obtido, e sobre ele suplicar as bênçãos divinas.


De acordo com o uso judaico, o chefe da casa parte pedaços do pão e dá a cada conviva um pedaço.


O essencial da lição, a novidade, portanto, é a frase: "ISTO É O MEU CORPO". Há um ensino magistral nesse gesto e nessas palavras: o pão é o corpo crístico que serve de alimento à parte espiritual do homem, pois lhe sustenta os veículos inferiores durante a romagem terrena. Representação perfeita, sem que se precise chegar ao exagero de dizer que o "pão eucarístico" é, de fato, "o corpo, o sangue, a alma e a divindade, e os ossos de Jesus".


Deu-se a confusão porque não houve suficiente compreensão da distinção entre Jesus, o ser humano excepcionalmente evoluído, e o Cristo divino que Lhe era a essência última, como o é de todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis. Assim como podemos dizer que Jesus é "o corpo do Cristo", porque o Cristo está nele, assim também pode dizer-se do pão (como de qualquer outra substância) que se trata, em verdade do "corpo do Cristo". Não foi o fato de ser abençoado que assim o tornou (não é a" consagração" na missa que transubstancia o pão em alimento divino), mas qualquer pedaço de pão, qualquer alimento, tem como essência última a Essência Divina, já que a Divindade É, enquanto tudo o mais EXISTE, ou seja, é a manifestação dessa mesma essência divina: tudo é a expressão exteriorizada dessa Divindade que está em tudo, porque está em toda a parte sem exceção.


Por que terá o Cristo de Deus escolhido o pão? Mesmo não considerando que era (e é) o alimento mais difundido na humanidade, temos que procurar alcançar algo mais profundo.


Nas Escolas iniciáticas egípcias e gregas, o simbolismo é ensinado sob a forma da ESPIGA DE TRIGO; nas Escolas palestinenses dá-se um passo à frente, apresentando-se o PÃO, que constitui a transubstanciação do trigo, após ter sido moído e cozido, símbolo já definido quando Melquisedec oferece pão ao Deus Altíssimo (GN 14:18). Assim como o trigo, produto da natureza, criação do Verbo, é transmudado em pão pelo sofrimento de ser moído e cozido, assim o pão se transmuda em nosso corpo após o sofrimento de ser mastigado e digerido. Então o pão se torna, pelo metabolismo, corpo humano, da mesma maneira que o corpo humano, após ser açoitado e crucificado, se transmudará em Espírito.


Daí, pois, a expressão toúto estin tò sômá mou ter sido traduzida por nós em "ISTO é o meu corpo, no sentido de ser aquilo que estava em Suas mãos não ser mais "pão": não era mais" este pão", mas" ISTO", pois sua substância fora transmudada simbolicamente.


Logo a seguir temos que considerar o vinho. Apanhando de sobre a mesa uma taça de vinho (no original sem artigo) novamente agradece ao Pai a preciosa dádiva, e afirma igualmente: "ISTO é meu sangue do Novo testamento". Tal como Moisés utilizou o sangue de bois como símbolo das disposições testamentárias de YHWH com o povo israelita, assim o Cristo apresenta, por meio de Jesus; o vinho como símbolo das disposições testamentárias novas que são feitas pelo Pai à humanidade.


Assim como o pão, também o vinho está mais avançado que a uva, símbolo utilizado nas Escolas iniciáticas egípcias e gregas. Ao invés do produto da videira (tal como a espiga produto do trigo) representava a transubstanciação da terra-mãe, que se transmudava em alimento. Mas na Palestina, um passo à frente, empregava-se o vinho, símbolo da sabedoria (vol. 1 e vol. 4) obtido também, como o pão, através da dor: a uva é pisada no lagar e depois o líquido é decantado por meio da fermentação.


Quanto à oferenda do pão e do vinho, como substitutos dos holocaustos sangrentos de vítimas animais, já a vemos executada como sublime ensinamento por Melquisedec, conforme lemos na Torah (GN 14:18): vemalki-tsadec meleq salem hotsia lehem vaiiam vehu kohen leel hheleion; e nos LXX: Melchisedek, basileús salêm, exênegke ártous kaì oínon, hên dè hiereús toú theoú hypsístou, ou seja: Melquisedec, rei de Salém, ofereceu pão e vinho, pois era sacerdote do Deus altíssimo".


Aí, pois, encontramos a origem dos símbolos escolhidos pelo Cristo, por meio de Jesus, que era precisament "sacerdote da Ordem de Melquisedec" (HB 6:20) e que, com o passo iniciático que deu no Drama sacro do Calvário, se tornou "sumo sacerdote da mesma ordem" (HB 5:7-10; cfr. vol. 6). A indicação de uma Escola sacerdotal, portanto, é mais que evidenciada: o sacerdócio do Deus Altíssimo (não de YHWH) é exercido por Melquisedec, Hierofante máximo da ordem que tem seu nome, da qual fazem parte Jesus e outros grandes avatares. Essa Ordem de Melquisedec é conhecida atualmente como a Fraternidade Branca, continuando com o mesmo Hierofante, o "Ancião dos Dias", o Deus da Terra, o Pai místico de Jesus, o único que, na realidade, neste planeta, tem o direito de ser chamado "pai" (MT 23:9).


Então entendemos em grande parte qual a meta a que somos destinados: onde está o Pai, de onde Jesus proveio e para onde estava regressando (JO 13:1 e JO 13:3), pois o desejo maior de Jesus é que vamos para onde foi: "que onde eu estou, vós estejais também" (JO 17:24). Mas tudo isso será estudado com Suas próprias palavras nos próximos capítulos.


Essa interpretação explica a expressão: "não mais beberei o produto da videira" ou "comerei a páscoa", até quando convosco o faça no reino (na casa) do Pai: compreende-se, porque se trata da Terra, e não do "céu".


O sangue, foi dito em Mateus, é derramado em relação a muitos para "abandono dos erros" (eis áphesin tôn hamartiôn). Inaceitável a tradução "remissão dos pecados", pois até hoje, quase dois mil anos depois, continuam os "pecados" cada vez mais abundantes na humanidade. Que redenção é essa que nada redimiu?


Lucas tem uma frase de suma importância, que é repetição de Paulo (1CO 11:24 e 1CO 11:25), tanto em relação ao pão, quanto em relação ao vinho: "fazei isto em recordação de mim, todas as vezes que o beberdes" (toúto poieíte eis tên esmên anámnêsin hosákis ean pínete). Quem fala é O CRISTO. Daí podermos traduzir com pleno acerto: "fazei isto para lembrar-vos do EU" que, em última análise, é o CRISTO INTERNO.


Nem o grego nem o latim podiam admitir a construção permitida nas línguas novilatinas, que podem considerar o pronome pessoal como substantivo, antepondo-lhe o artigo: o eu, do eu, para o eu; em virtude das flexões da declinação, eram forçados a colocar o pronome nos casos gramaticais requeridos pela regência. Daí as traduções possíveis nas línguas mais flexíveis: "em minha memória", ou "em memória de mim" ou mesmo, em vista do conjunto do ensino crístico, "em memória DO EU". Confessamos preferir a última: "para lembrar-vos DO EU" que se refere ao Cristo Interno que individua o ser. Sendo porém o Cristo que falava, nada impede que se traduza: em minha memória, ou "para lembrarvos de mim".


Portanto, pão e vinho representam, simbolicamente, o corpo e o sangue do Eu profundo, do Cristo; a matéria de que Se reveste para a jornada evolutiva no planeta.


Pedimos encarecidamente que o leitor releia, antes de prosseguir, o que está escrito no vol. 39, páginas 143 a 155.


* * *

Há mais um ponto importante a focalizar: é quando diz: "fazei isto em memória de mim, TODAS AS VEZES QUE O BEBERDES".


Então não se trata apenas de uma cerimônia religiosa com dia e hora marcados: mas todas as vezes que nos sentarmos a uma mesa, para tomar qualquer alimento, todas as vezes que comermos pão ou que bebermos vinho, devemos fazê-lo com a certeza de que a essência divina (que constitui a essência desse alimento sob as formas visíveis e tangíveis transitórias) penetra em nós para sustentar-nos, transubstanciando-nos em Sua própria essência, transformando nosso pequeno "eu" personativo em Seu Eu profundo, no Cristo interno que nos sustenta a vida.


Por isso devemos tornar instintivo em nós o hábito de orar todas as vezes que nos sentarmos" à mesa: uma prece de agradecimento (eucharistía), de tal forma que qualquer bocado deglutido se torne uma comunhão nossa com a Essência Divina contida em todos os alimentos e em todas as bebidas, quaisquer que sejam, inclusive no ar que respiramos, pois "em Deus vivemos, nos movemos e existimos" (AT 17:28).

Temos que considerar (e já foi objeto de estudos desde a mais alta antiguidade) que havia duas partes totalmente destacadas e distintas na prática dessa "ação de graças" em relação à comida e à bebida: uma era ensinada aos fiéis comuns, para neles despertar o sentimento de fraternidade real; a outra era reservada aos componentes da Escola iniciática Assembleia do Caminho.


Tratemos inicialmente da primeira. Vejamos apenas alguns textos que confirmem o que afirmamos, para que o leitor forme um juízo. Quem desejar aprofundar-se, consulte a obra de Joseph Turmel Histoire des Dogmes", Paris, 1936, páginas 203 a 525 (são 322 páginas tratando deste assunto).


A cerimônia destinada aos fiéis em geral consistia num jantar (o termo grego deípnon designava a refeição principal do dia, realizada geralmente à noite, tanto que muitos traduzem como "banquete" e outros como "ceia"). Em diversos autores encontramos referências a esse jantar, que Paulo denomina deípnon kyríakon ("jantar do Senhor").


Esse tipo de refeição em comum, de periodicidade semanal, já se tornara habitual entre os judeus devotos.


Iniciava-se com a passagem por todos os presentes da "Taça do Qiddoush", que continha o vinho da amizade pura. Era uma cerimônia de sociedades reservadas, mantenedoras das tradições orais (parádôsis) dos ensinos ocultos, de origem secular, que com suas transformações e modificações resultou naquilo que hoje tem o nome de Maçonaria. Nessa refeição comia-se e bebia-se à vontade, só sendo rituais a taça de vinho inicial com sua fórmula secreta de bênção, o pão também abençoado e depois partido e distribuído pelo que presidia, e a taça final de vinho; cada um desses rituais era precedido e seguido de uma prece, de cujos termos exotéricos a Didachê conservou-nos um resquíci "cristianizado" posteriormente. Mas a base é totalmente judaica. A ordem desse cerimonial foi-nos conservada inclusive pelo evangelho de Lucas (ver acima vers. 17, 19 e 20).


PAULO DE TARSO (1CO 11:20-27) afirma que recebeu o ritual diretamente do Senhor. E neste ponto repete as palavras com a seguinte redação: "O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou um pão e, tendo dado graças (eucharistêsas) partiu e disse: Isto é o meu corpo em vosso favor (toúto moú estin tò sôma tò hypèr hymôn); fazei isto em memória de mim. Igualmente também a taça depois do jantar, dizendo: Esta taça é o novo testamento no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em memória de mim. "

Ora, esse texto da carta aos coríntios é anterior, de dez a vinte anos, à redação escrita de qualquer dos Evangelhos. E isso é de suma importância, pois foi Lucas quem escreveu essa epístola sob ditado de Paulo, que só grafou a saudação final (cfr. 1CO 16:21). Logo, aí se baseou ele na redação de seu Evangelho.


Nessa mesma carta Paulo avisa que, no jantar, devem esperar uns pelos outros, pois se trata de uma comemoração: quem tem fome, coma em casa (ib. 11:34) e não coma nem beba demais, como estava ocorrendo entre os destinatários da missiva, pois enquanto uns ficavam com fome, outros já estavam embriagados.


PEDRO (2PE 2:13) ataca fortemente o desregramento e a devassidão dos sensuais ao banquetear-se com os fiéis.


JUDAS, o irmão do Senhor (epist. 12), queixa-se dos que abusam dos jantares cristãos.


A DIDAQUÊ ("Doutrina dos Doze Apóstolos"), escrita no século I, fala no "jantar de ação de graças"; diz como deve ser realizado, quais as preces que precedem e quais as que devem ser recitada "depois de fartos" (metà de tò emplêsthênai oútôs eucharistêsete, 10,1). No final desse capítulo, em que se registra o texto da prece, há um acréscimo interessante: "aos profetas (médiuns) é permitido darem as graças como quiserem (toís de prophêtais epitrépete eucharístein hósa thélousin).


PLÍNIO O JOVEM, no ano 112, fala que os cristãos se reuniam ad capiendum cibum promiscuum tamen et innoxium, "para tomar alimento coletivo, mas frugal" (Carta a Trajano, 10,97).


TERTULIANO, no ano 197, escreve que os jantares cristãos têm o nome de agápê, que signific "amor" e jamais ferem a modéstia e a boa educação; e prossegue (Patr. Lat. vol. 1, col. 477): non prius discúmbitur quam oratio ad Deum praegustetur; éditur quantum esurientes capiunt, bíbitur quantum pudícis útilis est. Ita saturantur, ut qui memínerint etiam per noctem adorandum Deum sibi esse; ita fabulantur, ut qui sciant Dominum audire. Post aquam manualem et lúmina, ut quisque de Scripturis sanctis vel de proprio ingenio potest, provocatur in medium Deo cánere; hinc probatur quómodo bíberit. Aeque oratio convívium dírimit ("De Ágapis", 39,21); eis a tradução: "Ninguém se põe à mesa antes de saborear-se uma oração a Deus. Come-se quanto tomam os que têm fome; bebe-se quanto é útil a homens sóbrios. De tal forma se fartam, como quem se lembra de que deve adorar a Deus durante a noite; conversam como quem sabe que o Senhor ouve. Depois da água para as mãos e das lanternas, cada um é convidado a cantar a Deus no meio, ou tirando das Santas Escrituras ou de seu próprio engenho; por aí se julga como tenha bebido. Igualmente uma oração encerra a refeição".


Aí temos, pois, claramente exposto o ágape cristão dos primeiros tempos, destinado aos fiéis que amigável e amorosamente se reuniam uma vez por semana, no die solis, que passou a denominar-se dies domínica.


* * *

Outro sentido, entretanto, era dado à modesta ceia de pão e vinho, realizada pelos iniciados, que emprestavam significado todo especial ao rito que lhes era reservado. Vejamos alguns testemunhos.


JUSTINO MÁRTIR, no ano 160 (quarenta anos depois de Plínio e quarenta anos antes de Tertuliano) já escrevia ("De Conventu Eucharístico", 65, 2-5): allêlous philêmati, etc., ou seja: "Saudamo-nos mutuamente com um beijo, quando terminamos de orar. Depois é trazido pão e vasilhas com vinho e com água ao que preside aos irmãos. Recebendo-os dá louvor e glória ao Pai de todas as coisas em nome do Filho e do Espírito Santo, e ação de graças (eucharistía) pelas dádivas Dele recebidas em abundância... Depois que quem preside fez preces e todo o povo aclamou (com o Amén), aqueles que são chamados servidores (diáconoi) distribuem o pão e o vinho e a água sobre os quais foram dadas graças, a todos os presentes, e os levam aos ausentes".


E na 1. ª Apologia (66,1-4) escreve mais: kaì hê trophê hautê kaleítai par"hemín, etc. isto é: "E esse alimento é chamado entre nós ação de graças... Mas não tomamos essas coisas como um pão comum nem como bebida comum. Mas do mesmo modo que Jesus Cristo, nosso libertador, se fez carne (encarnou) pelo Lógos de Deus, e teve carne e sangue para nossa libertação, assim também, pela oração do ensino dele, aprendemos que o alimento sobre o qual foram dadas graças, do qual se alimentam nosso sangue e nossa carne pelo metabolismo (katà metabolên), são a carne e o sangue daquele Jesus que se fez carne (encarnou). Pois os apóstolos, nas Memórias que escreveram, chamadas Evangelhos, transmitiram que assim lhes foi ordenado, quando Jesus, tomando o pão e tendo dado graças, disse: Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo. E tomando a taça, igualmente dando graças, disse: Isto é o meu sangue. E só a eles distribuiu. Certamente sabeis ou podeis informar-vos de que, tornando-se imitadores, os maus espíritos ensinaram (isso) nos mistérios de Mitra; pois são dados um pão e um copo de água aos iniciados do Forte (Mitra) com certas explicações complementares". (Não percamos de vista que os mistérios de Mitra antecederam de seis séculos a instituição dos mistérios cristãos.) No "Diálogo com Trifon o Judeu" (70,4) Justino escreveu: hóti mèn oún kaì légei, etc ., ou seja: "Ora, é evidente que também fala o profeta (IS 33:13-19) nessa profecia sobre o pão que nosso Cristo nos mandou comemorar, para lembrar sua encarnação por amor dos que lhe são fiéis, pelos quais também sofreu, e sobre a taça, que aparece em recordação de seu sangue, nos mandou render ação de graças".

Vemos, pois, a interpretação de algo mais profundo que o simples "jantar"; e isso é mais explicitamente comentado por IRINEU, no ano 180 ("De Sacrificio Eucharistiae", 4, 17, 5), onde escreve: Sed et suis discípulis dans consilium primitias Deo offerre ex suis creaturis, non quasi indigenti sed ut ipsi nec infructuosi nec ingrati sint, eum qui ex creatura panis est, accepit et gratias egit, dicens: Hoc est meum corpus. Et cálicem simíliter, qui est ex ea creatura, quae est secundum nos suum sánguinem confessus est, et novi testamenti novam docuit oblationem, quam ecclesia ab apóstolis accípiens, in universo mundo offert Deo, ei qui alimenta nobis praestat, primitias suorum múnerum in novo testamento, isto é: "Mas, danSABEDORIA DO EVANGELHO do também a seus discípulos o conselho de oferecer a Deus as primícias de suas criaturas, não como a um indigente, mas para que eles mesmos não fossem infrutíferos nem ingratos, tomou da criação aquele que é o pão, dizendo: Isto é o meu corpo. E igualmente a taça que é daquela criatura que, segundo nós, confessou ser seu sangue, e ensinou a nova oblação do novo testamento; recebendo-a dos apóstolos, a igreja oferece, no mundo inteiro, a Deus, àquele que nos fornece os alimentos, primícias de suas dádicas no novo testamento".


Aí, portanto, temos uma interpretação bastante ampla: o alimento ingerido com ação de graças é um atestado vivo de gratidão a Deus, pelo sustento que Dele recebemos; os quais alimentos, sendo criações Suas, representam Seu corpo, isto é, são a manifestação externa de Sua essência que subestá em tudo.


Mas outro autor vai mais longe: CLEMENTE DE ALEXANDRIA, no ano 200, escreve (Strommateis, 5,10; Patr. Gr. vol. 9, col. 100/101): "Segundo os apóstolos, o leite é a nutrição das crianças, e o alimento sólido é a nutrição dos perfeitos (teleisthai, "iniciados"). Entendamos que o leite é a catequese, a primeira nutrição da alma, que a nutrição sólida é a contemplação (epoptía) que vê os mistérios. A carne e o sangue do Verbo (sárkes autaì kaì haíma toú Lógou) é a compreensão do poder e da essência divina... Comer e beber (brôsis gàr kaì posis) o Verbo divino, é ter a gnose da essência divina (hê gnôsis estí tês theías ousías)".


Clemente de Alexandria compreendia bem os mistérios cristãos porque fora iniciado em Elêusis antes de ingressar na Igreja. Por isso explica melhor, com os termos típicos da Escola Eleusina.


Dele ainda temos (Pedagogia, 1, 6; Patr. Gr. vol. 8, col. 308): "O Cristo, que nos regenerou, nutrenos com Seu próprio leite, que é o Verbo... A um renascimento espiritual corresponde, para o homem, uma nutrição espiritual. Estamos unidos, em tudo, ao Cristo o Somos de sua família pelo sangue, por meio do qual nos libertou. Temos sua amizade pelo alimento derivado do Verbo (dià tên anatrôphên tên ek toù Lógou) ... O sangue e o leite do Senhor é o símbolo de sua paixão (páthein) e de seu ensino".


E mais adiante (Pedag. 2, 2; Patr. Gr. vol. 8 col. 409): "O sangue do Senhor é dúplice: há o sangue carnal com o qual nos libertou da corrupção; e há o sangue espiritual (tò dè pneumatikós) do qual recebemos a cristificação. Beber o sangue de Jesus significa participar da imortalidade do Senhor".


Aí temos o pensamento e a interpretação desse episódio, cujo símbolo já fora dado também no protótipo de Noé, citado pelo próprio Jesus (cfr. vol. 6), quando o patriarca se inebriou com o vinho da sabedoria. Na ingestão do vinho oferecido em ação de graças, nosso Espírito se inebria na união crística, participando da "imortalidade do Senhor".


Trata-se, pois, da instituição de um símbolo profundo e altíssimo, que aqueles que dizem REVIVER O CRISTIANISMO PRIMITIVO não podem omitir em suas reuniões, sob pena de falharem num dos pontos básicos do ensino prático do Mestre: não é possível "reviver o cristianismo primitivo" sem realizar essa comemoração. Evidentemente não se trata de descambar para os rituais de Mitra, como ocorreu outrora pela invigilância dos homens que "paganizaram" o cristianismo. Mas é fundamental que se realize aquilo que o Mestre Jesus ordenou fizéssemos: TODAS AS VEZES que comêssemos pão ou bebêssemos vinho, devemos fazê-lo em oração de ação de graças, para lembrar-nos Dele e do Eu, do Cristo Interno que está em nós, que está em todos, que está em todas as coisas visíveis e invisíveis; do Qual Cristo, o pão simboliza o corpo, e o vinho simboliza o sangue, por serem os alimentos básicos do homem: o pão plasmando seu corpo, o vinho plasmando seu sangue (1).


(1) Esdrúxulo deduzir daí que o corpo de Jesus não era de carne. Contra isso já se erguera a voz autorizada de João o evangelista em seu Evangelho (1:14) e em suas epístolas (l. ª JO 4:2 e JO 4:2. ª João,

7) e todas as autoridades cristãs desde os primeiros séculos (cfr. Tertuliano, De Pudicicia, 9 e Adversus Marcionem, 4:40, onde escreve: "Tendo (o Cristo) tomado o pão e distribuído a seus discípulos, Ele fez seu corpo (corpus suum illum fecit) dizendo: Isto é o meu corpo, isto é a figura de meu corpo (hoc est corpus meum dicendo, id est figura córporis mei). Ora, não haveria figura, se Cristo não tivesse um corpo verdadeiro. Um objeto vazio de realidade, como é um fantasma, não comportaria uma figura. Ou então, se Ele imaginasse fazer passar o pão como sendo seu corpo, porque não tinha corpo verdadeiro, teria devido entregar o pão para nos salvar: teria sido bom negócio, para a tese de Marcion, se tivessem crucificado um pão"!



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34
Paulo era um líder na experiência da liberdade em Cristo. Mas era também um servo dedicado e autodisciplinado em sua abordagem da conduta pessoal. Ele se recusa-va a fazer qualquer coisa que pudesse ser um tropeço para os homens que estivessem fora da igreja, ou alienar aqueles que já tinham sido salvos. Por esta razão, ele disse: Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio provei-to, mas o de muitos, para que assim se possam salvar. Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo (1Co 10:33-11.1). Cristo veio como um Servo. Ele era o Sobe-rano do universo, no entanto aceitou o papel de um escravo. A lição é bastante clara. Não é o exercício da liberdade pessoal que atrai os homens, mas sim a submissão do cristão a Deus, e o exercício da "liberdade de servir" aos semelhantes.

As "Diretrizes para uma Vida Cristã" de Paulo são:

1) Reconhecer o poder destruidor do pecado, 1 Co 10:1-12;
2) Aceitar as possibilidades vitoriosas da graça, 10.13;

3) Viver no poder consistente da comunhão, 1 Co 10:15-17;
4) Escolher a liberdade inspiradora do amor, 1 Co 10:23-24, 31-33; 11:1.

SEÇÃO VII

A NOVA FÉ E O CULTO PÚBLICO

I Coríntios 11:2-34

Nos dez capítulos iniciais Paulo discute uma série de assuntos relacionados com a vida moral e espiritual do cristão. Agora ele passa a fazer considerações sobre o culto público.

A. APARÊNCIA DAS MULHERES NO CULTO PÚBLICO, 11:2-16

  1. Recomendações Preliminares (11,2)

Em uma introdução a essa discussão, Paulo expressa sua opinião: Louvo-vos, ir-mãos, porque em tudo vos lembrais de mim e retendes os preceitos como vo-los entreguei. Embora a igreja tivesse questionado algumas instruções de Paulo, seus mem-bros não haviam se rebelado contra ele e ainda o consideravam como seu conselheiro espiritual. Por essa razão, Paulo estava muito agradecido. Além disso, os coríntios, em sua maioria, ainda observavam os preceitos que haviam recebido de Paulo. Um preceito, de acordo com o uso de Paulo, "é qualquer sentença, qualquer fração de instrução, qual-quer princípio e qualquer regra de conduta que Paulo ensinou aos coríntios enquanto esteve entre eles":

  1. Uma Questão de Prioridades Práticas (11:3-6)

Geralmente, as mulheres que se mostravam publicamente usavam um véu sobre a cabeça para mostrar modéstia e subordinação. A questão de as mulheres cristãs continua rem a observar esse costume oriental é o ponto a ser discutido nessa seção. Não está claro como surgiu esta questão, embora ela possa ter tido sua origem nos próprios ensinamentos do apóstolo. Ele mesmo havia dito que em Cristo todas as coisas são feitas novas: Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus (G1 3.28). Com o espírito da liberdade prevalecente na igreja, alguns podem ter entendido que não havia mais necessidade de observar o costume de usar o véu. Além disso, se uma mulher estivesse inspirada para falar em público, o "fato da sua inspiração não a libertaria daquela obrigação, tornando adequado que abandonasse o véu, para que se apresentasse como os oradores públicos faziam entre os homens?"' Mas Paulo sentia fortemente que as mulheres deviam cobrir a cabeça durante o culto público, portanto ele limitou essa liberdade por causa de algumas prioridades práticas.

  1. Uma tripla hierarquia de relacionamentos (11.3). Para confirmar seu ensino de que as mulheres deviam usar véu durante o culto público, Paulo sugere três níveis de relacionamentos. O menor nessa escala é o relacionamento humano entre marido e mu-lher — o varão, [é] a cabeça da mulher. Em seguida, aparece um relacionamento mais elevado — Cristo é a cabeça de todo varão — e, enfim, vem o supremo relacionamento, Deus, [é] a cabeça de Cristo. Duas idéias estão envolvidas nessa escala: "a vida em comunidade, e a desigualdade dentro dessa comunidade'? Dessa forma, Cristo, o Salva-dor, também é o Senhor daqueles que o servem. O marido é igual à esposa, mas é tam-bém o chefe da casa. Mesmo nesse relacionamento salvador, Cristo se subordinou a Deus e foi obediente em todas as coisas.
  2. O homem com a cabeça descoberta (11.4). Os judeus sempre costumavam cobrir a cabeça no Templo ou na Sinagoga como sinal de respeito. Entre os gregos, somente os escravos cobriam a cabeça, enquanto a cabeça descoberta era sinal de liberdade. Sobre esse ponto, Paulo simplesmente diz aos homens de Corinto que eles devem obedecer ao seu costume, que era aparecer em público com a cabeça descoberta. Para eles, orar com a cabeça descoberta indicava respeito e reverência para com Deus, o Supremo Governante e Rei.
  3. A mulher com a cabeça coberta (11:5-6). Pelo fato de o Rei do homem ser Cristo, o homem pode comparecer ao culto com a cabeça descoberta. Mas o oposto é verdadeiro para as mulheres. Como o marido é a cabeça da mulher, se ela aparecer em público sem o véu isso seria um ato de rejeição ou rebelião contra o marido. Além disso, havia uma tradição entre os antigos de que uma mulher de bom caráter não aparecia em público sem estar com a cabeça coberta por um véu. Baseado nesses dois costumes, Paulo deter-minou que se uma mulher orasse ou expressasse uma revelação de Deus em público, ela deveria manter a cabeça coberta.

O apóstolo estava preocupado com a atitude de conservar um relacionamento ade-quado nos lares, e com o sustento da boa reputação da mulher cristã. Dessa forma, ele compara a mulher que aparece em público com a cabeça descoberta àquela que tem a cabeça rapada (5). A cabeça rapada "nunca foi encontrada entre os gregos, exceto no caso de mulheres que eram escravas; entre os judeus, somente no caso da mulher acusa-da de adultério pelo marido (Nm 5:18) ".4 Para tornar o seu ensino ainda mais enfático, Paulo elabora um preceito para o caso da mulher que não se cobre com véu (6). Aqui o verbo tem um duplo sentido que não aparece na tradução em nosso idioma. Ele está no tempo presente contínuo e sugere uma atitude habitual de indiferença à modéstia e à tradição. Também está na terceira pessoa, indicando que este ato é persistente e delibe-rado. Nesse caso, Paulo iria aplicar um rigoroso castigo: tosquie-se também. Como isso seria uma desgraça à qual nenhuma mulher estava disposta a se submeter, todas con-cordariam com o uso do véu.

  1. Prioridades na Criação (11:7-10)

A aparência do homem em público, com a cabeça descoberta, reflete uma prioridade de origem divina. Segundo a criação, ele é a imagem e glória de Deus (7). A palavra imagem significa uma representação visível. Assim sendo, "o homem foi designado para ser um representante do seu Criador a fim de exibir os atributos de Deus".5 Além disso, como o homem é a imagem de Deus, ele é soberano sobre toda a criação, portanto "reflete visivelmente a soberania do invisível Criador sobre todas as coisas".6 Por ser a imagem e a glória de Deus, a cabeça do homem deve estar descoberta — "porque é a parte mais nobre do corpo e a mais expressiva da sua personalidade":

No caso da mulher, a situação é diferente, pois a mulher é a glória do varão. Ela foi criada para ser a ajudante do homem (8-9). Por causa da seqüência da criação do homem e da mulher, todos os costumes que simbolizam esses fatos devem ser obedecidos no culto a Deus. Por essa razão a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos (10). O termo poderio se refere ao véu ou à cobertura como "um símbolo [ou sinal] de autoridade" (NASB). Como a mulher foi formada a partir do homem e para o homem, ela era obrigada a usar publicamente um símbolo da sua subordinação ao marido. A frase por causa dos anjos reflete a crença de Paulo de que toda a criação de Deus participa, de alguma forma, da verdadeira adoração. Qualquer ato impróprio poderia ofender esses participantes invisíveis, e macular este serviço a Deus.

  1. A Igualdade Prática (11:11-12)

O apóstolo é cuidadoso ao eliminar qualquer motivo para maltratar a mulher sob a desculpa de um ensino religioso. O papel da mulher é o de um ser subordinado na ordem da criação e esse papel deve ser desempenhado por meio de um modesto e discreto uso do véu em público. Na prática e em particular, entretanto, o homem e a mulher são iguais e interdependentes. Eles são um no Senhor (11).

Além disso, do ponto de vista natural, o homem não pode ser independente da mu-lher. Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher (12). Vine explica: "O homem é a causa inicial da existência da mulher, e ela é a causa instrumental da existência dele".8 Em uma base pessoal, o homem e a mulher são iguais, embora para propósitos administrativos a mulher seja subordinada ao ho-mem. Por fim, tudo é de Deus; portanto, todas as classificações e todos os níveis desa-parecem na sua graça e no seu serviço.

  1. Lições Pessoais e Naturais (11:13-16)

Um outro ponto foi apresentado para completar a discussão relacionada com a co-bertura da cabeça das mulheres durante o culto. Paulo havia apresentado a questão do ponto de vista da divina autoridade e da criação natural. Agora ele faz um apelo ao instintivo bom senso dos coríntios ao dizer: Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? (13). Em uma reunião pública, "quando a voz da mulher está pronunciando as mais profundas impressões e as mais santas emoções de adoração e amor, um sentimento de santa modéstia deve forçá-la a se resguardar contra qualquer olhar profano e indiscreto".9

Por outro lado, é desonra para o varão ter cabelo crescido (14). Geralmente, ter cabelos longos era considerado inapropriado para um homem. Especialmente com a perversão sexual que havia em Corinto, "o cabelo longo faria um homem se parecer muito com uma mulher e traria, dessa forma, uma correspondente 'desonra' sobre ele".' A situação é exatamente oposta em relação à mulher: Ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu (15). Por natureza, a mulher recebeu uma cobertura que, na verdade, é um véu. Godet comenta que o cabelo longo e farto "é um símbolo natural da reserva e da modéstia, o mais belo orna-mento da mulher".

Um outro fator é que havia em Corinto um costume social que dava apoio à opinião de Paulo sobre a modéstia cristã. Sendo assim, o cristão devia se conformar com este costume a fim de manifestar seu caráter cristão. Paulo termina a discussão fazendo referência à prática geral da igreja. Àqueles que poderiam discordar dele sobre esse assunto, ele simplesmente declara: Nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus (16). O apóstolo está "dizendo que nem ele, nem os cristãos formados por ele, nem todas as igrejas de Deus em geral, nem mesmo aquelas que ele não tinha fundado ou aquelas que eram particularmente suas"," tinham o costume de permitir às mulheres orar sem qualquer tipo de véu. Sobre esta questão deveria ser observado que o compri-mento exato dos cabelos de uma mulher não seria determinado, e que Paulo estava san-cionando um costume daquela época.

B. DISSENSÕES NA CEIA DO SENHOR, 11:17-34

O problema da modéstia feminina, em relação ao culto público, representava um assunto de pouca importância quando comparado a alguns problemas que haviam sur-gido na prática da Ceia do Senhor. A rejeição de uma cobertura para a cabeça das mulheres pode ter se originado de falta de conhecimento ou de um mal-entendido sobre a natureza da liberdade cristã. Mas a deliberada perversão do sagrado serviço da Ceia do Senhor revelou uma indiferença pelos ensinamentos cristãos básicos. Dessa forma, Paulo adotou um tom severo ao denunciar a gula e as discussões associadas a esse símbolo de fraternidade.

1. Uma Rigorosa Censura (11:17-22)

No versículo 2, Paulo havia elogiado os coríntios por sua lealdade geral aos ensi-nos e práticas que o apóstolo lhes havia transmitido. Agora ele escreve: Não vos louvo (17). A situação era grave. O verbo declarar (parangello) que consta em algumas ver-sões significa impor uma ordem com autoridade. Ele lhes ordena que resolvam o as-sunto. A ocasião dessa rigorosa censura de Paulo representa um dos fatos mais chocantes que podem ocorrer a um grupo que está realizando um culto de adoração: Por-quanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior. Ao invés de edificar a vida espiritual, a Ceia do Senhor havia se tornado, para aquela igreja, um momento de declínio espiritual.

  1. Dissensões na igreja (11:18-19). Paulo escreve: Ouço que... há entre vós dis-sensões (18). A palavra para dissensões (schismata) foi usada anteriormente (1,10) para descrever o espírito que estava dividindo a igreja. Quando as pessoas se reuniam para adorar a Deus elas revelavam um espírito de divisão e de exclusividade, até mesmo no ritual cristão mais sagrado.

A palavra heresias (19) deriva de um termo que reforça a idéia de escolher entre alternativas. Na linguagem bíblica e da igreja, essa palavra geralmente significa uma escolha errada, portanto uma falsa doutrina. Ela pode ser uma das "obras da carne" (Gl 5:20). Aqui seu significado parece ser semelhante às dissensões do versículo 18. A ver-são RSV traduz a expressão como "divisões entre vós". O significado da última parte do versículo 19 parece ter a forma de uma sátira. Em outras palavras: Vocês devem manter as dissensões entre si, a fim de que aqueles que insistem que estão certos possam prová-lo separando-se do restante da igreja.

  1. Abusos na Ceia do Senhor (11:20-21). As dissensões em Corinto eram tão graves que quando as pessoas se reuniam para cultuar a Deus não era para comer a Ceia do Senhor (20). Suas divisões pessoais (e carnais) haviam realmente transformado o cul-to em uma espécie de dissipação, que o tornava algo bem diferente de um culto ao Senhor. Em Corinto, a Ceia do Senhor não era simplesmente um símbolo da ingestão de alimentos e bebidas. Era uma verdadeira refeição. Aparentemente, cada membro levava alimentos ao culto. Nas festas religiosas das religiões pagãs, a divisão dos ali-mentos era muito comum, e recebia o nome de eranio. Na Igreja Primitiva, seus mem-bros aparentemente também participavam, em certas ocasiões, de uma refeição co-mum que recebia o nome de festa (ou banquete) do amor, ou agape (2 Pe 2.13; Jd 12). Entretanto, em Corinto essa refeição não representava o amor cristão, e nem mesmo a aparente boa vontade das festas pagãs. A esse respeito, Paulo escreve: Porque, co-mendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro embriaga-se (21).

Na Santa Ceia de Corinto parece que cada pessoa colocava o alimento à sua frente e começava a comer sua própria ceia. O quadro é de briga e gula para comer as provisões antes que fosse possível "fazer uma distribuição geral dos alimentos, para não precisar dividi-lo com os demais irmãos"." Como conseqüência, os pobres que não podiam levar muito, ou aqueles que nada podiam levar ou chegavam tarde, sairiam com fome. Dessa forma, um tem fome, e outro embriaga-se. O verbo em-briaga-se (methuein) geralmente significa "ficar intoxicado". Mas também significa comer e beber até à completa satisfação, e este pode ser o seu significado aqui. De qualquer maneira, os coríntios haviam deturpado completamente o significado da Santa Ceia. A Ceia do Senhor é o símbolo do sacrifício, do amor e da fraternidade. Mas em Corinto representava egoísmo, intemperança e indiferença às necessidades dos outros.

c) Pecados no Abuso da Ceia do Senhor (11.22). Paulo descreve três pecados específi-cos cometidos pelos coríntios. Em primeiro lugar, eles haviam mudado o preceito espiritual em uma espécie de cerimônia festiva. A finalidade da Ceia do Senhor era lembrar aos crentes a morte de Cristo e o resultado redentor do seu sofrimento. Se os membros da igreja queriam satisfazer sua fome ou celebrar uma refeição festiva, poderiam escolher uma outra ocasião. Em segundo lugar, os coríntios haviam mostrado falta de respeito e de reverência pela igreja de Deus. Transformar a igreja em um lugar de celebração festiva "é

  1. mesmo que aviltá-la, portanto, desprezá-la, rebaixá-la".' E, por último, através do egoís-mo deles, os membros mais abonados perturbavam e humilhavam os pobres entre os cren-tes. Esta combinação de pecados levou Paulo a fazer a mais simples, porém a mais comple-ta, declaração condenatória: Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos louvo.
  2. O Significado da Ceia do Senhor (11:23-26)

O entendimento de Paulo a respeito da Ceia do Senhor se originava de uma revela-ção direta de Deus. O apóstolo apresenta a autoridade da sua narrativa "fundamentada em um alicerce imutável".15 Quando Paulo recebeu o evangelho diretamente de Cristo (Gl 1:11-12), e não do homem, ele também recebeu instruções relativas à Ceia do Senhor. Além disso, ele havia transmitido estas informações à igreja de forma cuidadosa e fiel. Assim, o apóstolo podia afirmar com segurança e autoridade: Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei (23).

A Ceia representava a inauguração de um novo pacto de graça, e deveria ser obser-vada como um memorial. Tanto o "corpo partido" quanto o "sangue derramado" deveri-am ser considerados como símbolos e não como referências literais ao corpo de Cristo. Quando Jesus disse, isto é o meu corpo que é partido por vós (24), ele não estava fisicamente sentado à mesa. Qualquer idéia sobre uma transformação milagrosa, tanto no pão quanto no vinho, é contrária ao relato bíblico. Finalmente, a Ceia do Senhor deveria ser celebrada como um memorial ou lembrança, e não como meio de salvação. As afirmações: Fazei isto em memória de mim e Anunciais a morte do Senhor, até que venha (26) confirmam a idéia de que a Ceia é uma lembrança espiritual ou um símbolo da morte de Cristo.

  1. Celebração da Ceia do Senhor (11:27-34)

A Ceia do Senhor é uma recordação espiritual do ato de redenção de nosso Senhor, e um testemunho público da nossa fé em Jesus Cristo. Portanto, ela deve ser celebrada como um agradecimento solene.

a) Participação indigna (11.27). Paulo afirma que é possível comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente. O advérbio indignamente se refere à diferença de pesos; portanto ele significa "pesos diferentes" ou "indevidamente equilibrados". A atitude de uma pessoa pode não estar equilibrada com a importância da ocasião. Se ela participar da Ceia do Senhor de forma frívola e descuidada, sem respeito ou gratidão, ou mesmo se estiver em pecado ou manifestando amargura contra outro irmão crente, esta-rá participando indignamente.

Participar indignamente é ser culpado do corpo e do sangue do Senhor. A palavra culpado (enochos) significa "ser passível do efeito penal de um ato; aqui a palavra... [envolve] a culpa pela morte de Cristo"." Ao invés de se apresentar à mesa com uma atitude imprópria ou pecadora, o crente deve comparecer "na fé, e com o devido comportamento em relação a tudo aquilo que é apropriado a este ritual solene".'

  1. Exame espiritual (11.28). Antes de participar desse serviço sagrado, examine-se o homem por meio de uma análise rigorosa. Essa palavra significa testar; portanto, o crente deverá examinar seus motivos e seus atos. Certamente ninguém poderá ganhar, como um pagamento, a graça e o perdão de Deus. Mas, por outro lado, um sincero exame irá indicar se a pessoa compareceu à mesa sagrada levada por motivos sinceros e uma obediência ativa ao Senhor. O ensino de Paulo é totalmente positivo. Ele não diz que alguém deva fazer um auto-exame, e deixar a mesa do Senhor em uma situação de de-sespero. Pelo contrário, ele aconselha o homem a examinar seu coração e, em seguida, cheio de uma fé sincera, coma deste pão, e beba deste cálice.
  2. Os perigos da irreverência (11:29-30). A versão ARA traduz o versículo 29 da se-guinte forma: "Quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si". A palavra krima, que a versão ARA traduz como juízo, significa condenação, como na versão ARC. Paulo não tem a intenção de afirmar que a pessoa que comparece à mesa sem a qualificação espiritual adequada será eternamente amaldiçoada. Ele quer dizer que tal ato irá trazer a condenação e a culpa. Não discernindo o corpo do Senhor significa que o crente não foi capaz de distinguir entre o memorial sagrado da Ceia de Senhor e outros tipos de refeição.

O apóstolo indica que como resultado do abuso da Ceia do Senhor... há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem (30). É muito grave declarar que o abuso da Ceia do Senhor resulta na maldição eterna, mas Paulo adverte que o castigo de Deus poderia acontecer, trazendo enfermidades e até a morte física. A palavra fracos (asthenes) está relacionado a enfermidades; o termo doentes (arrostos) quer dizer enfer-midade e decadência, enquanto a palavra dormem (koimaomai) é usada freqüentemente no NT para indicar a "morte daqueles que pertencem a Cristo".18 Godet diz que Paulo está descrevendo um "julgamento prévio, especificamente infligido por Deus, como aque-le que Ele envia para despertar o homem para a salvação".'

  1. Participação reverente (11:31-34)

A maneira de evitar o castigo de Deus é nos julgarmos a nós mesmos de modo volun-tário e sincero (31). Mas, quando Deus envia seu julgamento para o crente, este é repre-endido pelo Senhor (32). Nesses casos, os castigos de Deus não são severos, mas sím-bolos do seu amor. "Eles são enviados para nos livrar dos caminhos do pecado e para não participarmos da condenação do mundo".'

A maneira adequada de observar o sacramento é esperar uns pelos outros (33). Os membros devem esperar até que todos estejam reunidos e depois, com afeição fraterna e respeito, conduzir a festa do amor. A determinação final do versículo 34 é novamente uma advertência para não considerar a Ceia do Senhor uma refeição co-mum. Se um homem estiver com fome, coma em casa. A finalidade da Ceia é lem-brar aos crentes a obra redentora de Cristo e despertar na igreja um espírito de unidade e amor.

Alguns outros pontos relativos a este assunto ainda exigem alguma atenção. Sobre eles Paulo escreve: Quanto às demais coisas, ordena-las-eis quando for ter convosco (34). Esses problemas estavam afetando seriamente a vida da igreja e podiam ser adiados para uma outra ocasião. Quais eram as demais preocupações que Paulo tinha em mente? Talvez ele quisesse separar completamente a idéia da festa do amor da celebração da Ceia do Senhor. Sabemos que por volta do ano 150 d.C. o costume de fazer uma refeição junto com a Ceia do Senhor havia sido abandonado.

Para os cristãos existe "Força Através das Ordenanças".

1) Elas foram instituídas pelo Senhor, 23a;

2) Elas são memoriais do sacrifício de Cristo, 23b-26;

3) Elas exigem um auto-exame, 27-29;

4) Elas produzem a preocupação pelos outros 33:34.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 versículo 25
Jr 31:31-34.1Co 11:25 Ex 24:6-8; ver Mt 26:28,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34
*

11:1

O apóstolo não se exibia como um exemplo absoluto; ele só deveria ser imitado conforme ele estivesse imitando a Cristo.

* 11:3

o cabeça. A significação dessa metáfora desde longo tempo tem sido discutida pelos estudiosos — ela pode indicar liderança e autoridade, ou então fonte e origem. A evidência extraída da literatura grega é ambígua, e o presente contexto não resolve o problema. Essas duas idéias provavelmente não devem ser consideradas como excludentes uma da outra. Em dois outros contextos, onde Paulo fala de Cristo como sendo o cabeça (Ef 4:15; Cl 2:19), a noção da "origem" pode estar presente (conforme v. 8). Em outros lugares, Paulo usa a metáfora com uma referência explicita à autoridade ou à submissão (Ef 1:22; 5:23,24; Cl 1:18; 2:10). Neste ponto, Paulo provavelmente salientava mais a autoridade do que origem (conforme v. 10).

* 11:4

a cabeça coberta. Diante da parca evidência que existe, parece-nos que, com poucas exceções, os homens do século I da era cristã ficavam de cabeças descobertas enquanto adoravam. O costume judaico dos homens cobrirem a cabeça, quando oram, provavelmente não remonta ao período do Novo Testamento.

desonra a sua própria cabeça. Provavelmente uma referência a Cristo como o cabeça (v. 7). Nem a Bíblia e nem outros documentos explicam por que tal prática desonra a Cristo (conforme v. 10, nota).

* 11:5

com a cabeça sem véu. Dado o contraste com o versículo anterior, este comentário sugere que as mulheres do século I d.C. adoravam com a cabeça coberta. Alguns estudiosos acham que Paulo se referia a um certo estilo de penteado (em Nm 5:18, soltar os cabelos de uma mulher fazia parte do teste para uma esposa infiel). Ver nota no v. 15.

porque é como se a tivesse rapada. No sexto versículo, rapar a cabeça de uma mulher é comparado com ter seus cabelos cortados curtos, provavelmente como se fossem os cabelos de um homem. Parece que Paulo estava se opondo a uma tendência de obliterar a distinção entre os sexos. Possivelmente, a controvérsia reflete a idéia de alguns coríntios de que eles já haviam atingido a perfeição, e não estavam mais sujeitos às regras normais (Introdução: Data e Ocasião).

* 11:7

mulher é glória do homem. Ver "A Imagem de Deus", em Gn 1:27.

* 11:9

a mulher, por causa do homem. Ver "Corpo e Alma, Macho e Fêmea", em Gn 2:7.

* 11:10

por causa dos anjos. Têm sido sugeridas muitas interpretações dessa frase, mas todas elas são meras especulações. O argumento de Paulo está ligado intimamente a uma situação histórica específica, e devemos ter cautela ao aplicar universalmente todos os seus detalhes (vs. 4, 16, notas).

* 11:11-12

Estes dois versículos parecem ser uma qualificação dos comentários anteriores. Com uma referência específica de nosso relacionamento "no Senhor", homens e mulheres são mutuamente dependentes, visto que somos um nele (Gl 3:28).

* 11:14

natureza. Os intérpretes diferem quanto ao significado desses termos. Alguns acreditam que haja aqui uma referência à ordem criada. Outros argumentam que o apóstolo estava apelando para as práticas comuns em seus dias.

* 11:15

em lugar de mantilha. Paulo pode ter pretendido dizer que visto que os longos cabelos de uma mulher lhe foram dados como cobertura, é igualmente apropriado que ela use um véu. Alguns argumentam que os cabelos lhe foram dados "em lugar de mantilha". Isso apoiaria o ponto de vista que diz que Paulo não se refere a véus, mas a um estilo particular de penteado (v. 5, nota).

* 11:16

nós não temos tal costume. Paulo não usa exatamente esse tipo de argumento em qualquer de suas epístolas. Tal conclusão a uma passagem difícil pode dar apoio à contenção de que o apóstolo não estava prescrevendo formas permanentes de adoração, mas antes, tratava com questões de propriedade cultural. Certamente, porém, tais questões se revestem de implicações teológicas (v. 5, nota).

* 11:17

não vos louvo. O contraste entre essas palavras e o v. 2 indica a seriedade do problema a que Paulo agora se reportava.

* 11:19

até mesmo importa que haja partidos entre vós. Paulo reconheceu aqui que nada ocorre fora da vontade divina, e que Deus pode usar o pecado humano para promover os seus próprios propósitos. Ou então, Paulo estava usando de ironia, tentando fazer os crentes de Corinto perceberem que suas lutas internas tinham como motivo indigno ver quem era capaz de argumentar melhor.

* 11:20

não é a ceia do Senhor. O uso deturpado dessa observância transformou a Ceia em algo absolutamente diferente do que deveria ser.

* 11:21

quem tenha fome... quem se embriague. A preocupação de Paulo, quanto a este ponto, não era com a embriaguez em si, mas com a humilhação sofrida pelos pobres. A Ceia do Senhor simboliza, entre outras coisas, a unidade do povo de Deus (10.17). Aqueles crentes de Corinto que eram mais abastados, segundo tudo indica, não compartilhavam com os menos afortunados dentre eles, quando a Ceia do Senhor era celebrada. Esse comportamento egoísta contradizia abertamente o sentido da cerimônia.

* 11.23-25

O relato de Paulo sobre a instituição da Ceia do Senhor em tudo acompanha os mesmos pontos essenciais do que dizem os evangelhos (Mt 26:26-29; Mc 14:22-25; Lc 22:17-20).

* 11:23

o Senhor Jesus... tomou o pão. Ver nota teológica "A Ceia do Senhor", índice.

* 11:26

anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. Note a conexão existente entre a pregação do evangelho e a celebração da Ceia do Senhor. A Ceia estabelece a Palavra de Deus através de meios visíveis, e não através de meios verbais. Note também que a celebração da Ceia exprime nossa firme esperança no retorno do Senhor.

* 11.27-34

É importante tomar esta seção inteira como uma unidade, e os vs. 33 e 34 deixam claro que Paulo ainda tem em mente os abusos mencionados nos vs. 21 e 22. Frases como "indignamente" (v. 27) e "examine-se, pois, o homem a si mesmo" (v. 28) podem ser ampliadas e aplicadas a muitas circunstâncias, mas devemos ter o cuidado de não separá-las de seu contexto. Seria compreender erroneamente o v. 30 pensar que Deus rotineiramente castiga os crentes com a enfermidade e com a morte, se eles, a despeito de suas falhas espirituais, participarem da Ceia. O problema em Corinto era muito mais específico e sério. Alguns coríntios estavam derrubando por terra a unidade do corpo cristão, representado pelo único pão (10.17). A advertência do v. 29, acerca do "discernir o corpo" quase certamente se refere a essa falha em manter a unidade da igreja como o corpo de Cristo (ver referência lateral; 12.12, nota). Visto que alguns dos crentes de Corinto estavam celebrando a Ceia de uma maneira que destruía a unidade que ela representa, Deus tinha imposto julgamentos contra a comunidade. O propósito de Deus ao julgar aqueles crentes, porém, era impedi-los de serem "condenados com o mundo" (v. 32).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34
11:1 por que diz Paulo: "Sigam meu exemplo"? O não era arrogante, não se acreditava uma pessoa sem pecado. Neste momento, os crentes em Corinto não sabiam muito a respeito da vida e o ministério de Cristo. Paulo não podia lhes dizer que imitassem a Cristo porque os evangelhos ainda não tinham sido escritos, portanto não tinham idéia de como era Jesus. A melhor maneira de guiar a estes novos cristãos era lhes mostrando a um Cristo em quem confiassem (vejam-se também Gl 4:12; Fp 3:17; 1Ts 1:6; 1Ts 2:14; 2Ts 3:7, 2Ts 3:9). Paulo esteve em Corinto quase dois anos e pôde estabelecer uma relação de confiança com muitas destas pessoas.

11.2ss Nesta seção a preocupação principal do Paulo é a irreverência na adoração. Devemos ler esta parte tomando em conta a situação que se vivia em Corinto. O assunto de usar véu ou cobrir a cabeça, apesar de parecer sem importância, chegou a ser um problema muito sério porque o trasfondo cultural estava em conflito. Os feijões sempre cobriam suas cabeças na adoração. Uma mulher que não cobrisse sua cabeça em público refletia que tinha perdido seu moral. Por outro lado, as gregas não acostumavam cobrir suas cabeças para a adoração.

Nesta carta Paulo já se ocupou das divisões na igreja e dos desórdenes. Ambos tema estavam envoltos em todo isso. A solução do Paulo vem de seu desejo de que exista unidade entre os membros da igreja e que se renda um culto apropriado. Aceitou a soberania de Deus na criação de regras para todo tipo de relações.

11.2-16 Esta seção enfoca uma atitude para a adoração, não tem que ver com o matrimônio ou o papel das mulheres na igreja. Embora as instruções específicas do Paulo pudessem ser culturais (as mulheres usando véu na adoração), os princípios atrás de suas instruções específicas são eternos, e incluem o respeito pelo cônjuge, a reverência e atitude apropriada na adoração, e um enfoque de vida dependente de Deus. Se fizer algo que ofenda facilmente a outros membros e possa dividir a igreja, então troque sua forma de promover a unidade nela. Por isso Paulo disse às mulheres que não se cobriam a cabeça que o fizessem, não porque fora um mandato das Escrituras, mas sim porque liberava à igreja de dividir-se quanto a um assunto insignificante que só servia para apartar a mente da gente de Cristo.

11:3 Na frase "o varão é a cabeça da mulher", cabeça não se usa para indicar controle ou supremacia, a não ser "a fonte de". devido a que o homem foi criado primeiro, a mulher deriva sua existência do homem, como o homem de Cristo e Cristo de Deus. Evidentemente Paulo estava corrigindo alguns excessos que as mulheres casadas corintias estavam requerendo.

11:3 Submissão é o elemento chave para o funcionamento sem asperezas de todo negócio, governo ou família. Deus ordenou a submissão em certas relações para acautelar o caos. É essencial compreender que submissão não é rendição, privação ou apatia. Tampouco significa inferioridade, porque Deus criou a todas as pessoas a sua imagem e semelhança e todas têm o mesmo valor. Submissão é dedicação mútua e cooperação.

Deus chama à submissão a todos por igual. Não fez ao homem superior, facilitou as coisas para que o homem e a mulher trabalhassem juntos. Jesucristo que é igual com o Pai, submeteu-se para levar adiante o plano de salvação. De igual modo, na forma como o homem se submete a Deus, a esposa devesse submeter-se a seu marido pelo bem de seu matrimônio e sua família. Submissão entre iguais é submissão voluntária, não forçada. Servimos a Deus nestas relações atuando com submissão a outros em nossa igreja, a nosso cônjuge e a nossas autoridades.

11.9-11 Deus criou graus de autoridade a fim de que sua criação funcionasse normalmente, entretanto devem existir graus de autoridade, até no matrimônio, não devem existir graus de superioridade. Deus criou homens e mulheres com características únicas e complementares. Um sexo não é melhor que o outro. Não devemos permitir que o assunto da autoridade e a submissão se converta em uma arma para destruir a unidade matrimonial. Em troca, devemos usar nossos dons únicos para fortalecer nossos matrimônios e glorificar a Deus.

11:10 "A mulher deve ter sinal de autoridade sobre sua cabeça, por causa dos anjos" pode significar que a mulher deveria cobrir seu cabelo como um sinal de que está sob a autoridade de um homem. Este é um fator que os anjos tanto entendem como observam no louvor cristão. Veja-a nota a 11.2ss como uma explicação quanto a cobri-la cabeça.

11.14, 15 Paulo, ao se referir a cobri-la cabeça e ao comprido do cabelo, diz que os crentes devessem atuar de tal maneira que honrem a cultura a que pertencem. Em muitas culturas o cabelo comprido nos homens é apropriado e masculino. Em Corinto, considerava-se como um signo de prostituição masculina nos templos pagãos. E as mulheres com o cabelo curto eram consideradas prostitutas. Paulo está dizendo que na cultura corintia as mulheres deveriam ter seus cabelos largos. Se para a mulher ter o cabelo curto era signo de prostituição, significava que uma com o cabelo assim teria maior dificuldade para apresentar um testemunho acreditável em favor de Cristo. Paulo não está dizendo que devêssemos adotar todas as práticas de nossa cultura, mas sim deveríamos evitar aparências e conduta que nos separem de nossa meta, que é oferecer um testemunho acreditável de Cristo, e demonstrar nossa fé cristã.

11.17-34 O ceia do Senhor (11,20) é uma representação visível da morte de Cristo por nossos pecados. Recorda-nos a morte de Cristo e a esperança gloriosa de sua volta. Nossa participação fortalece nossa fé através da comunhão com Cristo e o companheirismo com outros crentes.

11:19 Paulo reconhece que pudessem existir diferenças entre os membros da igreja. Quando se transformam em divisões resultam destrutivos à congregação. Aqueles que causam divisão só servem para destacar aos crentes genuínos.

11.21, 22 Quando se celebrava a ceia do Senhor na igreja primitiva, esta incluía uma festa ou um jantar de companheirismo seguida pela celebração da comunhão. Na igreja de Corinto chegou a converter-se em um tempo de gulodice e de beber em excesso enquanto outros estavam famintos. Incluía muito pouco a caridade e o companheirismo. Certamente não era uma demonstração da unidade e o amor que deve caracterizar à igreja, não era tampouco uma preparação para a comunhão. Paulo condenou estas ações e recordou à igreja o verdadeiro propósito da ceia do Senhor.

11:24, 25 O que significa a ceia do Senhor? A igreja primitiva recordou que Jesus a instituiu na noite da Páscoa (Lc 22:13-20). Assim como na Páscoa se celebrava a liberação da escravidão no Egito, na ceia do Senhor se recorda a liberação de nossos pecados pela morte de Cristo.

Os cristãos têm várias opções quanto ao que Cristo quis dizer com Este palavras é meu corpo": (1) Alguns acreditam que o vinho e o pão, realmente, devem ser o corpo e o sangue de Cristo. (2) Outros acreditam que o pão e o vinho permanecem invariáveis, mas que Cristo está espiritualmente presente no pão e o vinho. (3) Até outros acreditam que o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Cristo. Os cristãos estão de acordo, entretanto, que a participação na ceia do Senhor é um elemento importante na fé cristã e naquela presença de Cristo, entretanto, entendemos que nos fortalece espiritualmente.

11:25 O que é o novo pacto? Com o acordo antigo, a gente podia aproximar-se de Deus só por meio dos sacerdotes e o sistema de sacrifícios. A morte de Cristo na cruz trouxe consigo um novo pacto entre Deus e nós. Agora todos sem exceção podemos nos aproximar de Deus e nos comunicar com O. O povo do Israel entrou primeiro neste acordo depois de seu êxodo do Egito (Exodo
24) e isto foi designado para assinalar o dia quando Jesucristo voltaria. O novo pacto completa, mais que substituir, o pacto antigo, cumprindo tudo o que o acordo anterior assinalou (veja-se Jr 31:31-34). Comer o pão e beber a taça mostra que estamos recordando a morte de Cristo por nós e renovando nosso pacto de lhe servir.

11:25 Jesus disse: "Façam isto todas as vezes que a beberem em memória de mim". Como devemos recordar a Cristo na ceia do Senhor? Pensando no que fez e por que o fez. Se a ceia do Senhor só se converter em um ritual nada mais ou em um hábito piedoso, deixou que nos recordar a Cristo e perdeu seu significado.

11.27ss Paulo dá instruções específicas relacionadas com a forma em que devesse celebrá-la ceia do Senhor. (1) Deveríamos participar da ceia do Senhor com uma atitude de arrependimento porque recordamos que Cristo morreu por nossos pecados (11.26). (2) Deveríamos tomá-lo dignamente, com reverência e respeito (11.27). (3) Deveríamos nos examinar a nós mesmos para ver se tivermos algum pecado sem confessar ou alguma atitude de ressentimento (11.28). Estamos preparados e preparados solo quando acreditam no e o amamos. (4) Deveríamos considerar a outros (11.33), esperando até que todos estejam pressentem e participando dela em ordem e em unidade.

11.27-34 Quando Paulo diz que ninguém deve tomar indignamente a ceia do Senhor, estava dirigindo-se aos membros da igreja que estavam participando dela sem pensar no que realmente significava. Todo aquele que atua assim "será culpado do corpo e do sangue do Senhor". Em lugar de honrar seu sacrifício estavam participando da culpa dos que tinham crucificado a Cristo. Em realidade, ninguém é digno de participar da ceia do Senhor. Todos somos pecadores salvos por graça. Esta é a razão pela que deveríamos nos preparar para a comunhão por meio de uma introspecção saudável, confissão de pecado e o acerto de diferenças com outros. Estas ações removerão as barreiras que afetam nossa relação com Cristo e com outros crentes. Não permita que o reconhecimento de seu pecado o afaste da comunhão, procure ser dirigido a participar dela.

11:29 "Sem discernir o corpo do Senhor" significa não entender o que a ceia do Senhor representa e não distinguir a de uma comida normal. Os que fazem isto se condenam a si mesmos (veja-se 11.27).

11:30 "Muitos dormem" é outra forma de descrever a morte. Que algum deles morrera pode ser um julgamento sobrenatural sobre a igreja em Corinto. Este tipo de disciplina ressalta a seriedade do serviço de comunhão. O ceia do Senhor não deve tomar-se com ligeireza, este novo pacto custou ao Jesus sua vida. Não é um ritual sem significado, a não ser um sacramento dado por Cristo para nos ajudar a fortalecer nossa fé.

11:34 As pessoas devem vir à a Santa janta desejando a comunhão com outros crentes e preparados, não para saciar-se com uma grande janta. "Se algum tuviere fome, coma em sua casa" significa que podiam jantar de antemão e vir à comunhão com suas mentes postas no marco adequado.

COMO TOMAR DECISÕES EM ASSUNTOS DELICADOS

Se escolher um curso de ação,

-- ajuda meu testemunho por Cristo? (9.19-22)

-- sou motivado em meu desejo de ajudar a outros para que conheçam cristo? (9.23; 10.33)

-- ajuda-me a fazer o melhor? (9.25)

-- vai contra algum mandamento específico das Escrituras e motiva a que peque? (10.12)

-- é o melhor e o mais benéfico curso de ação? (10.23, 33)

-- estou pensando só em mim ou realmente me preocupam as outras pessoas? (10.24)

-- estou atuando com carinho ou egoístico? (10.28-31)

-- glorifica a Deus? (10.31)

-- motiva isto a que alguém peque? (10.32)

Todos nós tomamos centenas de decisões cada dia. Muitas delas não têm ataduras corretas ou incorretas: como o que veste ou o que come. Mas com freqüência enfrentamos decisões que têm um pouco mais de peso. Não queremos fazer o incorreto e não queremos ser causadores de que outros o façam então como podemos tomar essas decisões?


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34
O Apóstolo exorta seus leitores a imitar o seu espírito e comportamento (1Co 11:1)

Não é de admirar que os cristãos primitivos em Corinto necessária instrução especial em conceitos próprios de, e comportamento em, adoração. Eles foram em grande parte da extração de pagão e conhecia apenas as práticas apaixonados e egoístas que caracterizaram essa adoração. Eles eram ignorantes de tais tradições cristãs como são conhecidos na igreja hoje. Dois principais abusos que estavam na necessidade de correção foram o comportamento das mulheres na casa de culto e o comportamento dos cristãos na Ceia do Senhor.

1. A boa conduta no culto (11: 2-16)

2 E louvo-vos que me lembre-se em todas as coisas, e guarda-as tradições, assim como eu-los entreguei. 3 Mas eu gostaria que você soubesse, que o cabeça de todo homem é Cristo; ea cabeça da mulher é o homem; . e a cabeça de Cristo é Deus 4 Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua cabeça. 5 Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça; pois é uma ea mesma coisa como se estivesse rapada. 6 , se a mulher não é velada, deixá-la também ser tosquiado: mas se é uma vergonha para uma mulher ser tosquiada ou rapada, cubra-se com véu. 7 Para um homem, na verdade, não deve cobrir a cabeça, porquanto ele é a imagem e glória de Deus.: mas a mulher é a glória do homem 8 Porque o homem não é da mulher; mas a mulher do homem: 9 nem foi o homem criado por causa da mulher, mas a mulher para o homem: 10 para esta causa, a mulher deve ter um sinal de . autoridade sobre sua cabeça, por causa dos anjos 11 Não obstante, nem é a mulher sem o homem, nem o homem é sem a mulher, no Senhor. 12 Porque, como a mulher veio do homem, assim também o homem pela mulher; mas todas as coisas são de Dt 13:1 ). Há, no entanto, alguma incerteza sobre alusão do Apóstolo aqui. Como quer que seja, ele segue imediatamente o seu elogio com castigos severos e instruções para a correção de certos abusos que acompanham sua adoração.

Paulo tinha, evidentemente, aprendi que algumas das mulheres cristãs emancipados estavam usando a sua liberdade em um inconveniente, se não vergonhoso, forma durante o culto público. A cultura pagã e costumes de Corinto colocado certas exigências muito rígidas sobre as mulheres se quisessem ser consideradas casto por sua sociedade. Uma dessas exigências era que uma mulher usar o véu em público. Só as mulheres de moral frouxa seria tão ousado a ponto de desconsiderar essa exigência. No entanto, algumas das mulheres cristãs de Corinto foram ostentando este costume no culto público e lançando assim se propensos a mal-entendidos e expondo a igreja a desgraça. Cada país e idade tem seus costumes peculiares e devem ser levados em consideração pela igreja se ele é influenciar as pessoas para Cristo. Pode parecer paradoxal que Corinth deve ter suas mil prostitutas dedicado ao culto de Afrodite, e ao mesmo tempo ter uma preocupação con para a modéstia ea pureza da feminilidade. Mas tal não é incomum em certos países até hoje. Existem atualmente Europeia, para não falar de cidades asiáticas, onde seria preso a uma mulher se ela deve aparecer em público em pijamas de rua, ou na praia em um maiô americana contemporânea. Em algumas das mesmas cidades, no entanto, a prostituição é legalizada e licenciada. Tal é a inconsistência da humanidade. Esta prática de culto com a cabeça descoberta sugere que as mulheres de Corinto foram considerando-se praticamente igual com os homens que não cobrem suas cabeças.

Essas mulheres podem considerar-se como emancipado dos costumes restritivas de pagão e da sociedade judaica, mas Paulo lembra-lhes que, como cristãos, eles são responsáveis ​​por sua conduta a Cristo através de seus maridos.

A cabeça (v. 1Co 11:3) definitivamente sugere uma relação de autoridade, mas é uma autoridade parceria (v. 1Co 11:11 ), na qual a mulher é o parceiro subordinado com o marido que é cabeça de sua casa (conforme Ef 5:22 ; Ef 4:15 ; Ef 5:23 ; Cl 1:18 , Cl 1:2:19 ; Gn 3:16 ; 1Co 3:23. ). A posição de superioridade do homem se deve ao fato de que ele foi criado, e que à imagem de Deus, a mais alta de todas as criaturas. Mulher por sua vez foi feita a partir de homem, e é, portanto, subserviente a ele. Deus decretou esta ordem através da natureza; e não existe evidência substancial de que alterou essencialmente, ou que vai fazê-lo. Um estadista observou americano que é um defensor da igualdade total de mulheres com os homens em todas as áreas da vida, declarou recentemente que a maior barreira da mulher para a realização de sua igualdade é a própria mulher. Ela não está disposto a abrir mão de seu papel de dependência do homem que ela poderia ser igual a ele. É sério duvidoso se ele nunca vai ser de outra forma. Isso não quer dizer que Paulo considerava a mulher como inferior ao homem, ou que ela deve ser assim considerado. É, antes, uma questão de subordinação posicional para o homem, e não um de essencial ou qualitativa na igualdade. É sabido que, em todas as áreas de emprego das mulheres preferem os superiores do sexo masculino para mulheres superiores.

Paulo escreveu aos Gálatas, que declara que "não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus "( Gl 3:28. , NVI). Com isso, ele ensinou a igualdade entre homens e mulheres em sua poupança de relacionamento com Cristo e as suas posições espirituais no corpo de Cristo. Mas essas mulheres tinham evidentemente entendido que ele quer dizer que eles não eram mais socialmente subordinadas aos homens. Dummelow diz:

Mas, assim como no caso da escravidão (ver em 1Co 7:21 ), o cristianismo não veio abolir as condições sociais existentes. Tem clonar muito para melhorar a condição da mulher, mas fê-lo de forma gradual. E quando tudo está dito, ainda há uma subordinação natural das mulheres para os homens; e a conduta dessas mulheres nas actuais circunstâncias da época era susceptível de trazer opróbrio sobre o cristianismo.

Paulo parece dizer no versículo 4 que a cobertura da cabeça era um sinal de submissão à autoridade de outro. Desde que o homem é a mais elevada criatura de Deus, ele está sob autoridade para nenhuma outra criatura. O homem é criado à imagem e glória de Deus (v. 1Co 11:7) e, portanto, a rezar com a cabeça coberta desonraria Deus. Paulo argumenta o contrário para a mulher, no entanto. Para ela a orar ou profetizar com a cabeça descoberta, seria para ela a desonrar o homem a quem ela está subordinada. Se ela não cumprir esta regra, Paulo argumenta, é bem a mesma coisa como se estivesse rapada (v. 1Co 11:5 ). Se ela rejeita a um, Paulo afirma que ela deve aceitar o outro, deixá-la ser desonrado por uma cabeça raspada (v. 1Co 11:6 ). É bastante evidente que Paulo queria dizer para subjugar e subordinar essas mulheres da igreja de Corinto que estavam abusando de seus privilégios sociais.

Por causa de sua posição suprema na criação de Deus, o homem é "a imagem e glória de Deus" (NVI; conforme Gn 1:26 , Gn 1:27 ), e ele, portanto, idealmente reflete a glória de Deus para além de qualquer outra criatura. Assim, ele não está subordinado a qualquer coisa criada, e está subordinado apenas a Deus. O lugar da mulher é a mais alta de todos na criação ao lado do homem. Assim, ela é considerada como a glória do homem.

Nos versículos 8:9 Paulo argumenta o propósito de mulher e que a prioridade do homem no plano divino. O homem foi criado pela primeira vez e, portanto, ele não se originou de mulher. Por outro lado, de acordo com a mulher história do Gênesis foi feita a partir de homem (Gn 2:1ff ). Nem foi o homem criado por causa da mulher, mas a mulher para o homem (Gn 2:18 ). Assim, em nenhum aspecto pode a prioridade reivindicação da mulher sobre o homem, como, evidentemente, algumas mulheres em Corinto estavam tentando fazer.

Referência aos anjos no versículo 10 tem intrigado muitos. Deve ser lembrado que os anjos foi dado um grande lugar no pensamento cristão e judeu cedo mais tarde. Eles foram pensados ​​para estar presente nos cultos de adoração dos fiéis. Portanto, Paulo acrescenta este peso extra para seu argumento para decoro feminino adequada nos cultos de adoração. O soberano Deus está presente, a Sua mediação Filho, que é o próximo na posição para Ele está presente. O homem, a glória da imagem de Deus está presente. E os santos anjos estão presentes. Portanto adorando mulheres, que são subordinados a todas as outras pessoas presentes, deve ter cuidado para não fazer nada indecente ou irregular.

Como é tudo desse argumento, muito do que parece estranho para os caminhos de cristãos ocidentais, a ser entendida e aplicada hoje? Em primeiro lugar, deve-se reconhecer que a antiga Corinto tinha a sua própria cultura e circunstâncias peculiar, que não eram a cultura e circunstância do homem ocidental moderno. O cristianismo é uma religião do espírito, a vida interior do homem (Lc 17:20 , Lc 17:21 ). Cristianismo aceita a cultura de cada povo e, em seguida, trabalha de dentro para mudar e transformá-lo gradualmente. Paulo estava escrevendo aos cristãos de Corinto cultura, para não modernos cristãos americanos. Os princípios que ele previstas são as mesmas para todos os cristãos de todos os tempos. As aplicações desses princípios são tão flexíveis e variados como as condições dos homens. Os princípios de modéstia feminina e subordinação posicional para o homem permanecer inalterados. A maneira ou métodos pelos quais ela expressa nestes princípios dependem em grande medida, em seu contexto cultural. Por exemplo, quando Paulo diz que uma mulher "cabelo ... é uma glória para ela" (v. 1Co 11:15 , NVI), como uma cobertura para a cabeça, ele está indicando um princípio. Ele não diz que a glória de seu cabelo depende da maneira particular em que ela usa-lo, se soltos pelas costas, em um pão francês, trançado, esmagados, se separaram, ou topete. Estas são questões que são relevantes para a cultura de um povo ou um determinado momento. O que é modesto ou tornar-se em uma única sociedade pode ser bastante imodesto em outro. Por exemplo, cabelos compridos soltos usado em algumas sociedades é propositadamente destinado a sedução e às vezes significa prostituição. Barclay cita uma antiga tradição rabínica no sentido de que era a beleza de cabelos compridos da mulher que levou os anjos para conviver com eles (Gn 6:2 ; Ef 5:22 ; 1Tm 2:8. ). Ele está no princípio e ele tem o apoio de toda a Igreja para sustentar sua posição.

2. Distúrbios da Ceia do Senhor (11: 17-22)

17 Mas em dar-lhe essa cobrança, eu te louvo não, para que não vos juntos para melhor, mas para pior. 18 Porque, antes de tudo, quando vos reunis na igreja, ouvi dizer que há entre vós dissensões; e eu acredito que em parte dela. 19 Para deve haver entre vós facções, para que os que são aprovados se tornem manifestos entre vós. 20 Quando, pois, vos ajuntai-vos juntos, não é para comer a ceia do Senhor: 21 no seu comeis, cada um toma antes de outro a sua própria ceia; e um fica com fome e outro se embriaga. 22 Não tendes porventura casas para comer e beber? Ou desprezais a igreja de Cod, e colocá-los à vergonha que não tem? O que devo dizer a você? hei de louvar-te? Neste Eu te louvo não.

Os cristãos de Corinto tinha pedido para obter instruções sobre a forma e significado de sua festa de amor e / ou a Ceia do Senhor. A passagem diante de nós constitui a resposta de Paulo a suas perguntas sobre essas questões. Muito evidentemente festa de amor da Igreja e da Ceia do Senhor ou eram duas ocasiões distintas ou dois aspectos de uma mesma ocasião. Estudiosos divergem em suas opiniões sobre o assunto.

1. Desaprovação de Paulo dos Transtornos Corinthian Fellowship (1Co 11:17)

A instrução que o Apóstolo oferece aos Coríntios sobre o assunto em questão é dado sob a forma de uma carga de autoridade. A sua situação é extremamente grave e que exige correção por alguém que está em condições de compreender, informar e pedir as reformas necessárias. Antes destas reformas pode ser instituída, é necessário fortemente para reprovar e até mesmo repreender os abusos existentes. A estrutura social feio existente deve ser demolida para dar lugar para a bela nova ordem social cristã que o apóstolo iria construir na igreja de Corinto. Ele já havia elogiado o Corinthians para manter outras tradições que ele tinha entregue a eles (1Co 11:2)

As causas dos seus distúrbios vergonhosas foram ambos negativos e positivos. O antigo mundo Oriental foi extremamente social e hospitaleiro, tanto do Oriente é para o tempo presente. Da mesma forma a mesma disposição caracteriza a maioria das sociedades primitivas contemporâneas. As pessoas freqüentemente se reuniu para as refeições comuns. Eles estavam compartilhando-ocasiões, quando cada participante contribuiu para a refeição de acordo com seus meios e capacidade. Suas contribuições foram agrupados para o bem comum de todos.

A Igreja Cristã assumiu e continuou este costume social dos pagãos, santificando-o com o seu reconhecimento da presença e bênção de Cristo entre eles. Foi uma ocasião beneficente e abençoado. Ele era conhecido como o agape festa ou amor. Ele proporcionou oportunidade para aqueles de maior meios materiais para contribuir para o bem-estar dos pobres e necessitados, sem a impressão de ostentação ou condescendência. Por outro lado, houve provavelmente muitos membros pobres e escravos da igreja para quem estes jantares da igreja foram as únicas refeições reais que teriam em toda a semana. Todo o caso parece ter sido a perpetuação do belo espírito que animou os cristãos em Jerusalém logo após Pentecostes (At 2:41 ).

Houve, no entanto, muitas distinções de classe e as diferenças de posição na sociedade pagã do primeiro século. Barclay diz:

O mundo antigo era muito rigidamente dividido; havia os homens livres e os escravos; havia os gregos e os bárbaros-as pessoas que não falavam grego; não usava os judeus e os gentios; havia os cidadãos romanos e as raças menores sem a lei; havia o culto e os ignorantes.

A Igreja de Jesus Cristo foi a única instituição que proporcionou um ponto de encontro comum para todas as classes da sociedade redimida. Paulo é cedo para elaborar este grande princípio (ver 12: 12-14 ). Foi, no entanto, apenas neste momento de sua maior oportunidade que os cristãos de Corinto mais vergonhosamente falhou. Eles permitiram que a antiga glória da sua fé a desvanecer-se e, consequentemente, revertido para a prática anticristão e anti-social de categorizar sua sociedade igreja, segundo o costume pagão. Esta não é a primeira evidência de tal apostasia encontrado no início da Igreja. Até Pedro e Barnabé participou de uma divisão de classes da igreja de Antioquia, uma prática que Paulo condenou severamente (Gl 2:11 ). Barclay diz da situação de Corinto: ". O que deveria ter sido uma bolsa havia se degenerado em uma série de cliques com consciência de classe" Assim, a igreja de Corinto não mais miseravelmente apenas onde ele deve ter conseguido mais gloriosamente, logo no agape amor -a banquete.

Paulo tinha ouvido falar de suas divisões (schismata ; conforme 1Co 1:10) nas festas de amor. Um pouco sarcasticamente ele comenta que essas divisões formais visíveis do partido foram bastante necessário para distinguir as classes sociais, como se quisesse dizer que "ninguém seria naturalmente notar as diferenças entre os highbrows e os lowbrows entre vós, senão para as tags do partido que você usa em (vv. igreja 18 , 19 ). Aparentemente Paulo aceitou apenas em parte os relatórios sobre essas divisões em Corinto, mas ele estava suficientemente convencido da sua existência para considerar o assunto digno de atenção apostólica (v. 1Co 11:18 ).

No versículo 19 , o Apóstolo cobra que já não se encontram para amor de festa comunhão cristã, mas para a igreja Snob-partes o que poderia ser mais bem marcados. Categoricamente Paulo nega que o tipo de coisa que estão fazendo é a Ceia do Senhor. É a sua festa-jantar, mas não a Ceia do Senhor.

O versículo 20 parece apoiar a posição assumida aqui, que com a igreja de Corinto, se não com todas as igrejas do primeiro século, a festa do amor e da Ceia do Senhor, mas eram dois aspectos da mesma instituição, este último provavelmente seguinte e culminando o ex- . Assim considerado, as palavras de Paulo aqui deixar claro que a Ceia do Senhor não foi uma mera refeição simbólica, pois é com a gente hoje. Além disso, ele era uma espécie de carry-in refeição em que cada contribuiu como ele foi capaz. Este tipo de refeição não era incomum nas religiões pagãs do dia. Foi chamado eranoi por eles. O agape festa ou o amor parece ter sido continuou na prática na 1greja primitiva como uma característica ou aspecto da Ceia do Senhor por algum tempo (2Pe 2:13. ; Jd 1:12 ). A realização destes dominada pelo partido pessoas da igreja havia descido ao nível das festas religiosas pagãs, onde cada pessoa ávida comemos e bebemos sem levar em conta qualquer outra pessoa e, em seguida, seguiu seu próprio caminho egoísta. Que as divisões partidárias estavam na linha de riqueza e posição social parece evidente. Aqueles que seriam seus amor festa se tornou uma caricatura sobre o cristianismo.

No versículo 22, Paulo castiga severamente esses egoísta, glutões intolerantes com uma série de perguntas afiadas, mordendo, a importação de que pode ser parafraseada da seguinte forma: (1) Por que você não comer as suas refeições em casa em vez de levá-los à igreja fazer um show de sua abundância? (2) Você busca para desgraçar a igreja com sua conduta escandalosa? (3) É a sua intenção de colocar a outros vergonha na igreja, mostrando-lhes como se ninguéns pobres? (4) Você acha que vou me tornar um participante de sua culpa, dando-lhe a minha sanção? Na verdade eu não vou! Eu não tenho nada, mas a culpa e condenação por tal conduta imprópria de cristãos professos.

3. Significado e boa administração da Ceia do Senhor (11: 23-26)

23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24 e, havendo dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é por vós; fazei isto em memória de mim. 25 Do mesmo modo também o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, quantas vezes vós beber -lo , em memória de mim. 26 Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, vos anunciamos a morte do Senhor até que ele venha.

Se eu Corinthians foi escrito mais cedo do que qualquer um dos evangelhos, como parece mais provável, então o versículo 23 seria o mais antigo relato bíblico da instituição da Comunhão Cristã do Senhor. Vale ressaltar que nesta conta apenas Paulo inclui a continuação do sacramento até a volta do Senhor. Como ou quando Paulo recebeu do Senhor essa ordenança ele não diz, e não se sabe ao certo. Os verbos utilizados para recebidos e entregues sugerem fortemente que esta já era uma tradição na 1greja primitiva.Texto de Paulo, no entanto, aponta para uma revelação direta, pessoal da portaria com ele a partir de Cristo.

Nos versículos 23:25, Paulo reitera determinado aspecto da Comunhão que anteriormente tratada no capítulo 10 . Aqui pode-se notar que os fatores que o apóstolo enfatiza na administração da Comunhão Cristã são as seguintes: (1) O pão (um único pão) é tomada pela primeira vez pelo ministro oficiante. Isso ocorre porque o corpo de Cristo foi ferido em primeiro lugar e quebrado antes Seu sangue foi derramado. (2) O pão é consagrado com uma oração de ação de graças. (3) É quebrado em preparação para a distribuição. (4) O pão é identificado como tipificando o corpo e substitutivos sofrimentos quebrados de Cristo para os homens pecadores para que se tornasse seu Salvador. (5) A eficácia da morte de Cristo é personalizado na Comunhão pelas palavras, que é para você. (6) A comunhão é um memorial da morte e obra redentora de Cristo na cruz para a salvação do crente, fazei isto em memória de mim. (7) A taça é feita em seguida, após o jantar ou festa de amor (como parece ser o significado dessas palavras), e consagrado da mesma maneira como o pão. (8) A taça é explicado como sendo "a nova aliança no meu sangue" (NVI). Este cálice é a contraparte cristã da Páscoa judaica Festa taça de agradecimento no final do que festa. Cristo é a nossa Páscoa. Estas palavras parecem claramente fazer a representante xícara de algo diferente de si, eliminando assim os motivos para tanto a transubstanciação, ou as teorias consubstanciação da Ceia do Senhor. A antiga aliança foi um pacto da lei e promessa. A nova aliança é uma aliança de graça e realização. (9) O copo, como o pão, é um memorial a obra redentora de Cristo na vida do comungante, uma vez que representa a vida do Salvador dada para os pecados do crente. (10) A Comunhão tipifica a salvação do crente que se estende desde a cruz para a Segunda Vinda de Cristo; de fé salvadora inicial do crente até o retorno de Cristo. A Comunhão olha para trás para a morte de Cristo, à frente com a promessa de Sua volta, e até o presente experiência do crente. Assim, é totalizante da salvação do homem.

4. Julgamento em Ceia do Senhor (11: 27-32)

27 Portanto, qualquer que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. 28 Mas deixe um homem provar a si mesmo, e assim coma do pão, e beba do cálice. 29 Porque o que come e bebe, come e bebe juízo para si mesmo, se não discernir o corpo. 30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. 31 Mas, se discernem nós mesmos, não deve ser julgado. 32 Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para que não sejamos condenados com o mundo.

33 . Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, espere uns pelos outros 34 Se alguém tem fome, coma em casa; que a sua aproximação não ser para o juízo. E o resto eu vou colocar em ordem whensoever que eu venha.

Os versículos 27:29 constituem uma advertência solene a todos os comungantes contra participando indignamente da Comunhão. Não há ato mais sagrado ou solene de adoração do que a de participar da Ceia do Senhor. Se ela é tratada de forma hipócrita, descuidado, ou irreverente, os pecados participantes gravemente contra o Senhor que os símbolos representam. Seu ato irreverente é o mesmo que o re-crucificação de Cristo. Assim, ele é o "culpado do corpo e do sangue do Senhor" (NVI).

Exame preparatório do comunicante comandou no versículo 28 é duplo. Primeiro, ele deve considerar cuidadosamente o significado mais profundo do rito em relação a sua esperança de salvação pessoal. Em segundo lugar, ele deve diligentemente, em espírito de oração, e considerar honestamente seu pessoal motivações, atitudes, comportamento e compromisso com o seu Senhor. Se o arrependimento ou recommitment é necessário, ele deve dar muita atenção a eles antes de participar. Referência para o pão e a taça nesta passagem apontam claramente para o significado simbólico ou típico dos elementos, em vez de quaisquer teorias transubstanciação ou consubstanciação.

A importância da advertência anterior torna-se mais clara no versículo 29 . Se o participante não entender corretamente o significado do ritual e distinguir claramente entre uma refeição comum e da Ceia do Senhor, que ele traz sobre si a condenação (e não "condenação") ou julgamento punitivo. Esta não é uma decisão definitiva até a condenação de sua alma, mas o julgamento projetado para trazer o infrator ao arrependimento e reforma moral.

Paulo parece sugerir, no versículo 30, que muitos cristãos de Corinto sofrem males físicos, e alguns já morreram, como resultado dos efeitos da condenação mental e espiritual em suas vidas. Que os males espirituais não raro causado efeitos físicos graves é bem conhecido tanto a psiquiatria moderna e da ciência médica. Uma autoridade afirma que, apesar de cerca de metade dos pacientes nas instituições mentais da América estão aflitos com transtornos mentais que têm uma base mais ou menos orgânica,

a outra metade dos pacientes mentais institucionalizados estão aflitos com desarranjos as fontes de que não podem ser divulgados por quaisquer dispositivos mecânicos, até agora, artificial. ... Uma vez que nenhum defeito orgânico ou lesão é detectável, presume-se que as origens desses distúrbios são o que chamamos psicológico.

Essa mesma autoridade indica que uma grande percentagem dessas pessoas que estão vivendo em irrealidade pode ser devolvido para a sociedade como indivíduos normais se eles poderiam ser levados à praça com a realidade. Que não seja que muitos em Corinto que estavam aflitos (fracos e doentes) sofriam de suas próprias doenças físicas psicologicamente superinduced resultantes da auto-condenação que estar errado produz? Esta sugestão não tem a intenção de afastar a condenação ou condenação que o Espírito de Deus traz diretamente para a mente e alma do homem para a ilegalidade. É provável que ambos os fatores estavam envolvidos na má conduta de alguns dos cristãos de Corinto na Ceia do Senhor.

Não há uma causa para julgamento de Deus sobre os da sociedade, ou de auto-julgamento, no sentido da condenação, na vida de qualquer pessoa que se julga corretamente e ordens a sua conduta em conformidade (v. 1Co 11:31 ).

O versículo 32 deixa claro que o propósito de Deus na administração de julgamento, seja por imposição direta ou através de meios naturais, é corretiva, com o objectivo de salvar o indivíduo de que o julgamento irreparável que será o destino final dos incrédulos.

Nos versículos 33:34 Paulo retorna diretamente para o problema central de toda esta discussão. Trata-se de conduta irregular do leitor na Ceia do Senhor. Uma vez mais o uso de Paulo de irmãos suaviza qualquer aspereza ou lesões que suas críticas severas pode ter deixado. Sua admoestação final é que eles corrigir os abusos, de forma a tornar-se. Se a fome parece excluir esperando por membros tardias, como escravos, que deve vir tarde, então deixe-o faminto comer em casa antes de vir para a igreja, que não pode cair em condenação por conduta imprudente. Além disso instrução é prometido quando ele visita-los.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34
Nos capítulos 11—14, Paulo lida com a desordem na congregação pú-blica de Corinto. Certos problemas tornam-se evidentes à medida que lemos esses capítulos: as reuniões desorganizadas e antibíblicas deles, as mulheres lideravam os homens, muitos membros competiam pela li-derança e pela oportunidade de falar e, em geral, havia confusão, e eles da-vam um testemunho pobre diante do perdido. O capítulo 11 preocupa-se especificamente com a desorganiza-ção na ceia do Senhor, e os capítu-los 12—14 discutem a adoração pú-blica na congregação e os princípios que devem reger os cultos.

  1. A causa da desorganização na ceia do Senhor (11:1-22)
  2. A falta de submissão das mulheres (vv. 1-16)

Não é verdadeira a acusação fre- qüente que fazem a Paulo de que critica as mulheres e as põe em uma posição inferior. Ele percebia que Deus gostava de ordem e que havia confusão e perda de poder quando qualquer coisa parecia acontecer de forma desorganizada. Em mo-mento algum, Paulo ensina que, aos olhos de Deus, as mulheres são inferiores aos homens, mas que o Senhor estabeleceu o princípio da liderança (não de despotismo) em que Cristo é o Cabeça do homem, e este o cabeça da mulher. Corin-to violava esse importante princí-pio. As mulheres competiam com os homens pela liderança pública na igreja. Além disso, as mulheres não mantinham a posição adequa-da a elas na celebração da ceia do Senhor e vinham com a cabeça descoberta; esse é o problema que Paulo discute nessa passagem.

Lembre-se: Corinto era uma cidade imoral que tinha prostitutas cultuais, as "sacerdotisas" do tem-plo. Um sinal da mulher pecadora era o cabelo curto. Essas mulheres, com freqüência, andavam pela ci-dade sem o véu na cabeça. Mesmo hoje, as mulheres não saem em pú-blico sem véu na cabeça em alguns países orientais. Não usar o véu é um sinal de desrespeito ao marido e pode ser interpretado como um convite ao pecado. Na verdade, mesmo entre os judeus, a cabeça raspada era sinal de imoralidade (veja Nu 5:11-4, em especial o v. 18). Por isso, Paulo adverte as mu-lheres da igreja contra não perde-rem seu testemunho ao adorar em público com a cabeça descoberta. Esse véu (ou cobertura) era um si-nal de submissão ao Senhor e ao marido e da aceitação do princípio de liderança.

Mesmo hoje, os judeus ortodoxos usam solidéu de oração na ado-ração em suas sinagogas, mas essa é uma prática que Paulo proíbe na igreja local. Cristo é o Cabeça do homem. Assim, se um homem põe um chapéu na adoração, ele deson-ra seu Cabeça. Se uma mulher não usa o véu na cabeça, desonra o ma-rido porque a mulher foi criada "por causa do homem" (v. 9). É claro que o simples fato de vestir (ou não) uma peça de vestuário não muda o cora-ção. Paulo presume que essas cristãs cumpriam o princípio da liderança no coração, apenas não o estavam respeitando externamente.

Paulo apresenta diversas razões por que a mulher deve conservar seu lugar apropriado na igreja: (1) para honrar o marido; (2) para honrar a Cristo, o Cabeça da igreja; (3) para concordar com o próprio plano da criação, pois Deus fez a mulher para o homem; (4) porque os anjos vi-giam nossa adoração e sabem o que fazemos (v. 10); (5) porque a própria natureza deu cabelos longos às mu-lheres e curtos para os homens, en-sinando, dessa forma, a submissão; (6) porque todas as igrejas adotam essa prática (v. 16). Como se aplica a nós, hoje, essa regra de usar chapéu e ter cabelo curto? Temos de admitir que um homem ou uma mulher fora de lugar sempre é um obstáculo ao trabalho de Deus, embora hoje não tenhamos a mesma situação com que Paulo lidava. A igreja local deve ter modéstia tanto no vestir como no agir. Não ousemos nos conformar ao mundo a fim de não perder nosso testemunho.

  1. A divisão na igreja (vv. 17-19)

As divisões e os partidos (heresias) da igreja se evidenciam nas reuni-ões públicas, mesmo quando são mantidas em segredo. A ceia do Se-nhor fala da união dos crentes, e a divisão na igreja nega essa mensa-gem maravilhosa.

  1. Os motivos egoístas (vv. 20-22)

A igreja primitiva, com freqüência, fazia uma "festa de amor", uma refeição de confraternização, em conjunto com a ceia do Senhor. O rico trazia alimentos em fartura, enquanto o pobre, sentado ao seu lado, tinha uma casca de pão. Pau-lo pergunta-lhes: "Não tendes, por-ventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus?" (v. 22). Os crentes não podem com-partilhar a ceia do Senhor e ser abençoados se não amarem uns aos outros.

  1. As conseqüências dessa desorganização (11:23-30)
  2. Eles eram julgados> em vez de abençoados (vv. 23-29)

Aparentemente, Cristo deu pesso-almente instruções a Paulo a res-peito da ceia do Senhor, pois o apóstolo não estava no cenáculo quando se instituiu essa prática.

Paulo fala do corpo dilacerado e do derramamento do sangue de Cristo por sua igreja, o que é um lembre-te constante do amor do Senhor e de seu retorno. Lembramos a cruz e aguardamos o retorno. Por causa dos abusos ocorridos na igreja de Corinto, a ceia do Senhor deixou de ser uma bênção para seus mem-bros e trouxe julgamento. As reuni-ões deles eram "não para melhor, e sim para pior" (v. 1 7)! Esta é a for-ma em que os assuntos espirituais operam: tudo o que é para ser uma bênção torna-se uma maldição se seu coração não for correto.

  1. Eles foram disciplinados (v. 30)

Deus mandou doença e até morte à igreja de Corinto, porque compar-tilhava a ceia do Senhor de forma indigna. Paulo não determina que temos de ser "dignos" para comer à mesa do Senhor, pois, se esse fosse o caso, ninguém poderia compar-tilhar da mesa do Senhor. Embo-ra não sejamos dignos, podemos compartilhar de forma digna ao compreender o que a ceia signi-fica: ter um coração sem pecado, estar cheio de amor por Cristo e por seu povo, estar disposto a obe-decer à Palavra dele. Muitas vezes, os cristãos pensam que seu com-portamento negligente pode passar despercebido na igreja, mas isso é impossível. Se nosso coração não for correto diante de Deus,ele tem de nos disciplinar a fim de nos tra-zer ao lugar de bênção.

  1. A correção da desorganização (11:31-34)
  2. Autojulgamento (vv. 31-32)

Se encaramos nossos pecados, se os julgamos e confessamos, então Deus não nos disciplina. No versí-culo 28, Paulo ordena: "Examine- se, pois, o homem a si mesmo". Te-mos de examinar três "aspectos" na ceia do Senhor: examinarmos nosso interior e confessarmos nossos pe-cados; examinarmos nosso passado e relembrarmos o Calvário; exami-narmos o futuro e aguardarmos com ansiedade o retorno dele. O princí-pio é claro: se não julgarmos nossos pecados, Deus terá de julgar-nos.

  1. Amor mútuo (v. 33)

Paulo escreve: "Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros!". Com isso, quis dizer o seguinte: "Não pense apenas em você mesmo, pense nos outros". Esse é o amor cristão: pôr os outros adiante de nós mesmos. Pou-cos cristãos obedecem a esse prin-cípio no que se refere à adoração. Perguntamo-nos, quando vamos à igreja: "Será que conseguirei alguma coisa com o culto de hoje?", quando deveriamos perguntar: "O que posso fazer ou dizer que seja uma bênção para alguém?".

  1. Discernimento espiritual (v. 34)

O lugar de fazer refeições é em casa, embora não haja nada de errado com as refeições de confraterniza-ção da igreja. É necessário ter dis-cernimento espiritual para manter a igreja em sua atividade correta e não deixá-la se desviar de seu propósito. A finalidade do ministério da igreja local não é entreter nem alimentar os santos, mas edificar uns aos ou-tros a fim de que todos possam le-var outras pessoas a Cristo. Deve-se estipular como um princípio básico que a igreja local não deve fazer o que Deus estipulou que a família e o governo fizessem. Não faz parte dos propósitos da igreja educar crian-ças, embora muitas pessoas, quan-do seus filhos agem errado, culpem a igreja e a escola dominical!

Se seguirmos esses princípios, então nossa congregação se reunirá para bênção, não para juízo ("con-denação", vv. 29,32,34).


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34
11.1 Pertence a 10:23-33. Quem imita a Cristo deve ser imitado.
11.2 As tradições (gr pardoseis). A instrução cristã fundamental transmitida oralmente ou por escrito (2Ts 2:15; 2Ts 3:6; 1Co 15:3).

11.3 O cabeça, i.e., autoridade. Todo. Homens cristãos em particular (Cl 1:18). Mulher. Refere-se às casadas. Cristo. Conforme 15:24-28.

11:4-6 Rapada. Como mulheres adúlteras.

11:7-9 O homem é o auge da criação de Deus (Gn 1:26s). Ele manifesta a glória de Deus.

11.10 Do anjos. Eles observam e auxiliamos cristãos (He 1:14). Véu (gr exousia, "autoridade"). Com o véu a esposa protegia sua própria dignidade e mostrava submissão ao marido. Os bons anjos aceitam sua subordinação (Is 6:2; 2Pe 2:4; Jd 1:60s). Aprovados (gr dokimos). Eram os convertidos. É o contrário do adokimos em 9.27; 10.12; 2Co 13:5.

11.20 Vos reunis... para adoração. Não havia templos (At 1:15; At 2:1, At 2:44; At 3:1; Gl 2:12). A ceia. Era a refeição principal da noite, seguida pela eucharistia. Deixava de ser do Senhor, se deturpada.

11.22 Menosprezais a igreja, i.e., sua unidade, seus valores, normas, propósitos, e sua relação com Cristo como Cabeça.

11.23,24 Esta carta foi escrita antes dos evangelhos. É, portanto, o primeiro relato da Ceia do Senhor e a mais antiga citação de Jesus. Recebi do Senhor. É uma citação de Jesus (Mt 26:26ss). Contraste a solene tristeza da primeira Ceia com a dos coríntios. Dado graças (gr eucharistesas). Meu corpo. Se for literal, também o devem serJo 8:12; Jo 10:7; Jo 15:1; 1Co 10:4 Dado por vós. Morte vicária. Fazei isto, i.e., continuamente. Em memória. Feito em comemoração não como sacrifício (He 9:27s). De mim. O culto é cristocêntrico.

11.25 Não afirma: "é meu sangue" ("que ainda não se derramara"; mas sim que é "a nova aliança" (gr diatheke) (Jr 31:31-24) ratificada no sangue.

11.26 Anunciais (gr katangello). Proclamais um sermão dramatizado em palavra e símbolo como era a Páscoa (conforme 13 3:2'>Êx 13:3-10).

11.27 Por isso. Quer dizer que é uma ordenança sagrada, instituída pelo Senhor mesmo. Cálice do Senhor. Oferecido por Ele.

11.28 Examine-se (gr dokimazeto). Testar como a metais. Um rigoroso auto-exame (19;2Co 13:5; Jc 5:16; 1Jo 1:0; At 5:1-44; Jc 5:13-59).

11.31 Nos julgássemos (gr diakrino). Julgamento habitual para descobrir como realmente vamos e somos.

11.32 Deus se encarrega de nos disciplinar para nossa santificação, sem a qual não há salvação eterna (Rm 6:22; He 12:14). Mundo. No sentido moral, alienado de Deus.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34
11.1. Tornem-se meus imitadores: Nessa atitude de auto-sacrifício pela salvação de outros (10,33) que caracterizava Paulo e Cristo. Acerca de imitar Paulo, v. 4.16; Fp 3:17. Acerca de imitar Cristo, o supremo exemplo, v. Rm 15:2,Rm 15:3; 2Co 8:7-47; Ef 5:2; 2Ts 3:6) — tinham sido cuidadosamente obedecidas. O fato de eles terem escrito a Paulo com respeito aos seus problemas indica o desejo de se conformar com as instruções dele. v. 3. cabeça: Símbolo de autoridade, supremacia. homem: Aqui não no sentido genérico de humanidade, mas homem em contraste com mulher, o cabeça de todo homem é Cristo: Conforme Ef 1:22; Ef 4:15; Ef 5:21-49; v. tb. 1Co 5:3-46), mesmo que inclua enfermidade e morte, mundo (kosmos): Aqui significa tudo que está em inimizade com Deus, destinado a ser condenado; conforme ljo 5:19. v. 33,34. O remédio prático está com eles. esperem uns pelos outros: Satisfaça a sua fome em casa; essas são orientações corretivas que, junto com o auto-exame já exigido, vão criar a atmosfera adequada para a ceia do Senhor, instruções: Provavelmente em conexão com questões da carta dos coríntios que ainda não tinham sido respondidas, além de detalhes menos importantes concernentes às festas de amor e o culto de memória.

Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 17 até o 34

D. Conselho Referente à Ceia do Senhor. 1Co 11:17-34.

A Ceia do Senhor, o único ato de adoração para o qual Cristo deu orientação especial, recebe agora a atenção de Paulo. Está relacionado com à seção anterior pelo fato de que ambos os assuntos se referem ao culto público. Ajudará reconstruir a situação se soubermos que na igreja primitiva a Ceia era geralmente precedida por uma refeição fraternal chamada Ágape, ou Festa do Amor (cons. Judas 12). Desordens ocorridas no Ágape despertaram a indignação do apóstolo (vs. 1Co 11:17-22), uma revisão de ensinamentos anteriores (vs. 1Co 11:23-26), e uma severa aplicação da verdade à assembléia coríntia (vs. 1Co 11:27-34).


Moody - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 23 até o 26


2) Revisão de Instruções Anteriores. 11: 23-26.

O apóstolo justifica sua reprimenda recapitulando o significado real e verdadeiro da ordenança, remontando ao ensinamento do próprio Senhor.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 2 até o 34
c) Culto público-os princípios em jogo (1Co 11:2-46) -Nesta seção Paulo dá instruções a respeito da conduta própria dos cristãos, homens e mulheres. Embora à primeira vista algumas de suas declarações sejam difíceis de compreender (veja-se v. g. vers. 10), todavia, se refletirmos na passagem, podemos ver a importância do seu ensino geral e sua necessidade hoje. Os costumes sociais que fornecem o fundo de cena para o pensamento dele são, naturalmente, diferentes dos nossos; mas os fatores envolvidos são os mesmos, a saber, modéstia, propriedade, ordem.

>1Co 11:3

Cristo é o cabeça de todo homem (3). Este vers. coloca a matéria toda em sua perspectiva própria. Paulo enuncia um princípio, grande e básico, da ordem da criação, e aplica-o na solução da matéria em apreço. Cabeça coberta (4). Cobrir a cabeça é sinal de sujeição. O homem, criado à imagem de Deus (7), não precisa "cobrir-se" na presença das outras criaturas (talvez inclusive os anjos), mas é apropriado às mulheres fazerem assim, visto que, por desígnio de Deus, ela é sujeita ao homem. Rapada (6). Uma mulher rapar a cabeça naqueles tempos, era sinal de vergonha ou desgraça, indicativo de que a tal era adúltera. A mulher para o homem (9). O conceito que a Escritura faz do casamento é tal que, apesar de a mulher dever obediência a seu marido, os deveres deste para com sua esposa defendem-na de ser dominada arbitrariamente por ele (veja-se v. g. 1Pe 3:7).

>1Co 11:10

Portanto deve a mulher trazer véu na cabeça (10), como "sinal de autoridade" (ARA). Tem havido muitas interpretações para este vers. difícil. A mais simples parece também ser a mais natural. O vers. precedente declarou que a mulher se originou do homem e foi criada por causa dele. Cobrir a cabeça era um modo de reconhecer (ou era um "sinal" de) esta ordem divina na obra da criação, símbolo da autoridade do seu marido. Por causa dos anjos (10). Para nós é uma frase de sentido obscuro, mas provavelmente era bem compreendida pelos cristãos coríntios da época. Alguns relacionam este vers.com a narrativa da união dos "filhos de Deus" com "as filhas dos homens" em Gn 6 (onde a Septuaginta tem angeloi pelos "filhos de Deus"), mas a razão de tal referência aqui não é muito clara. Uma interpretação mais simples é a que vê aqui uma referência ao fato de os judeus e a Igreja Cristã primitiva pensarem que os anjos estavam presentes em suas reuniões de culto. Onde estiverem reunidos, santa e ordeiramente, cada adorador deve mostrar que reconhece a ordem da criação divinamente estabelecida. Paulo reforça seu argumento apelando para o costume natural e o senso comum. Não vos ensina a própria natureza (14). Devemos pois traduzir seu conselho em termos aplicáveis aos costumes de hoje em dia, a fim de garantirem condições que, semelhantemente, produzam modéstia, propriedade e ordem.

>1Co 11:17

2. A OBSERVÂNCIA DA CEIA DO SENHOR (1Co 11:17-46) -Paulo agora passa ao importante assunto do modo de observar a Ceia do Senhor na 1greja. Nos tempos apostólicos era, com regularidade, precedida da "festa do amor" (gr. agape), a fim de, sem dúvida, estabelecerem um confronto mais estreito com a última Ceia. Como era de praxe, cada membro levava sua comida. Contrastando com as reuniões sociais costumeiras, ricos e pobres se juntavam nessas festas cristãs, de modo que tinha de haver considerável disparidade nas quantidades de alimento que uns e outros forneciam. Mas, ao invés do repartirem os alimentos com todos, cada qual conservava para si a parte que tinha levado, com o vergonhoso resultado descrito no vers. 21. E assim as tais festas, que tinham o intuito de fomentar sociabilidade, falhavam inteiramente neste objetivo, e o apóstolo a bem dizer aconselhou a suspensão delas (veja-se o vers. 22).

Por causa desses abusos, Paulo declara que não pode louvar os coríntios nesse particular (17), em contraste com o elogio que lhes fez por observarem as ordenanças (tradições) que lhes entregara (veja-se o vers. 2). Volta a referir à existência de partidos entre eles (18), acrescentando: até mesmo importa que haja partidos (heresias) entre vós para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio (19). Heresia não é somente sustentar uma opinião errônea, mas é escolhê-la definitivamente e tomar posição a seu lado. O propósito de Deus, consentindo essas facções, é tornar manifestos aqueles que são aprovados por Ele. Paulo então declara: o que eles fazem, quando se reúnem, não é absolutamente celebrar com propriedade a Ceia do Senhor (20). Permitindo excessos, deixando que, alguns saiam dali com fome, e envergonhando os membros mais pobres da congregação, com isto menosprezam a Igreja de Deus (22). Esta frase pode ser relacionada com o vers. 29, tendo-se em mente que estoutra vos reunis na 1greja (18) não se refere, naturalmente, a ajuntamento num templo, mas descreve a natureza especial e solene dessa reunião. O que se condena em toda esta passagem é deixar de discernir ou formar opinião sobre o corpo (isto é, a Igreja) quanto ao seu verdadeiro valor.

>1Co 11:23

A narrativa completa que o apóstolo faz da instituição da Ceia do Senhor (note-se que ele declara tê-la recebido do Senhor) é a fórmula que a Igreja desde então tem usado na celebração desse rito (23-25). O vocábulo "eucaristia" vem da palavra grega que significa dar graças (24) e às vezes se emprega em lugar de Santa Comunhão. Isto é o meu corpo (24). Toda idéia "carnal" de participação fica excluída pelo fato de o Senhor estar vivo quando disse essas palavras, isto é, foi antes de sua morte. O corpo e o sangue de Cristo são recebidos de uma maneira espiritual. Fazei isto (24). Estas palavras não estão em Mateus e Marcos; a ordem fundamenta-se, pois, no testemunho de Paulo. Suas palavras pressupõem que a prática vigorava na 1greja e compreende-se que procederam do próprio Senhor. Em memória de mim (24-25). A repetição é impressionante e nos dá a razão escriturística para a observância da Ceia do Senhor. Sua finalidade é fazermos recordação do Salvador, em todos os eventos de sua vida, mas principalmente de sua morte por nós na cruz; e, em recordá-lo, sentirmos sua presença conosco. A santa Ceia é, pois, uma "recordação" de Cristo e uma "comunhão" com Ele. Testamento (25) é o mesmo que "concerto". Os termos "Velho Testamento" e "Novo Testamento" derivam-se deste versículo. Anunciais (26). É o mesmo verbo usado em 1Co 9:14. A celebração desta ordenança é, portanto, o "grande anúncio da morte de Cristo" e um testemunho ao mundo a respeito da devoção dos cristãos ao seu Senhor, e da confiança deles na Sua morte até que Ele venha (26). Réu do corpo... (27). Este vers. é um solene aviso contra os que participam irrefletidamente da Ceia do Senhor. Essas palavras significam que esses tais são réus de um crime cometido contra a santidade do corpo e do sangue do Senhor, colocando-se destarte do lado dos inimigos de Cristo, que o crucificaram. Este memorial nos foi dado pelo próprio Cristo; o abuso dele leva à condenação (29) ou "juízo". Deve-se notar que indignamente (27-29) é uma coisa, "indignos" é outra, e tais nunca deixaremos de ser. O sentido exato do vers. 30 é obscuro. Pode ser interpretado metaforicamente, como a descrever a incompetência espiritual deles, coríntios; ou pode relacionar-se com o "juízo" do vers. 29 e interpretar-se como descrição dos males físicos que resultam dos excessos deles, sendo sinais externos do juízo de Deus. O vers. 31 urge que estejamos atentos sobre nós mesmos-nossos motivos e pensamentos-sendo castigados (disciplinados), porém não condenados (32). O apóstolo termina exortando que dirijam aquelas reuniões da Igreja de um modo decente e ordeiro, prometendo-lhes que discutirá ainda o assunto quando da próxima visita que lhes fizer (33-34).

O fato de Paulo ter dedicado tanto espaço à doutrina concernente à Ceia do Senhor mostra sua importância na vida cristã. Ao mesmo tempo, façamos dela uma idéia justa, sem exagero. Fora dos Evangelhos e desta Epístola, há muito poucas referências a esta ordenança. Sua instituição por nosso Senhor e o mandamento para que a celebremos em sua memória leva-nos a colocá-la no centro da nossa vida cristã. Contudo, concentrar nela nossa vida devocional é subverter o equilíbrio espiritual e, como sabemos da história da Igreja, isso conduz a erro grave e superstição.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34

26. A subordinação e Igualdade das Mulheres ( I Coríntios 11:2-16 )

Agora eu te louvarei, porque se lembra de mim em tudo, e segure firmemente as tradições, assim como eu-los entreguei. Mas eu quero que você entenda que Cristo é a cabeça de todo homem, eo homem é a cabeça de uma mulher, e Deus é a cabeça de Cristo. Todo homem que tem algo na cabeça, enquanto que ora ou profetiza, envergonha a sua cabeça. Mas toda mulher que tem a cabeça descoberta, ao orar ou profetizar, envergonha a sua cabeça; pois ela é uma ea mesma coisa com ela, cuja cabeça está raspada. Porque, se uma mulher não cobre a cabeça, deixe-a também seu cabelo cortado; mas se é vergonhoso para uma mulher para ter seu cabelo cortado ou raspado a cabeça, deixe-a cobrir a cabeça. Para um homem não deveria ter a cabeça coberta, já que ele é a imagem e glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem; pois na verdade o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Portanto, a mulher deve ter um símbolo de autoridade em sua cabeça, por causa dos anjos. No entanto, no Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem tem o seu nascimento até a mulher; e todas as coisas provêm de Deus. Julguem vocês mesmos: é apropriado para uma mulher orar a Deus com a cabeça descoberta? O que não ensina a própria natureza que se o homem tiver cabelo comprido, é uma desonra para ele, mas se uma mulher tem o cabelo comprido, é uma glória para ela? Para o cabelo dela é dado a ela de véu. Mas se alguém está inclinado a ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. ( 11: 2-16 )

O papel das mulheres tornou-se um campo de batalha na sociedade durante as últimas décadas. A luta pelos direitos das mulheres tem aumentado a um lugar de desequilíbrio na sociedade, que ameaça o futuro. Em nossos dias, os esforços do inimigo começou com a sociedade secular e trabalhou de volta para a igreja, que tantas vezes pega doenças do mundo e adota o espírito da época. Alguns líderes e escritores, em nome do cristianismo, têm ido tão longe como para ensinar os princípios que tentam redefinir, ou até mesmo alterar, as verdades bíblicas para acomodar os padrões de pensamento contemporâneo no mundo. Para fazer isso, é claro, eles têm que acreditar que Paulo, Pedro, e outros escritores bíblicos adicionou algumas de suas próprias opiniões a verdade revelada de Deus ou que os apóstolos, por vezes, ensinou culturalmente determinadas costumes ao invés de padrões divinamente revelado. Quando essa abordagem é adoptada, o homem deve decidir por si mesmo o que parte da Escritura é revelada e que é não-fazendo dele o juiz sobre a Palavra de Deus. Satanás febrilmente tenta perturbar a ordem divina de qualquer maneira que puder, e uma maneira fundamental é pervertendo os papéis e as relações homem-mulher.
A igreja de Corinto enfrentou uma situação semelhante à que enfrentamos hoje, e os crentes que escreveu Paulo ( 7: 1 ), aparentemente, tinha pedido a sua palavra sobre a submissão das mulheres. O apóstolo estava satisfeito que eles buscavam a revelação de Deus neste e nos outros, que eles amavam e respeitavam-no, e que, basicamente, eles realizaram a sã doutrina. Agora eu te louvarei, porque se lembra de mim em tudo, e segure firmemente as tradições, assim como eu-los entreguei. O termo lembrar significa ser lembrando continuamente, como indicado pelo tempo perfeito. Apesar de sua imaturidade e seus muitos problemas, eles respeitavam Paulo autoridade apostólica e da sabedoria divina, e em algumas áreas da doutrina estavam buscando conhecer e seguir a vontade do Senhor.

Tradições ( paradosis ) significa "aquilo que é repassada pelo ensino" e é usado de forma negativa no Novo Testamento, quando se refere a ideias ou práticas feitas pelo homem (como é Matt 15:2-6. ; Gl 1:14 ; Ef 4:15 ; Cl 1:18 ; etc.). Ele redimiu e comprou com seu próprio sangue ( 1Co 6:20 ; 1 Pe 1: 18-19. ; Ap 5:9 ). A maioria da humanidade nunca reconheceu a autoridade de Cristo, mas todas as coisas foram colocadas "em sujeição debaixo de seus pés" ( He 2:8. ). Aqueles que se submetem voluntariamente à sua autoridade constituem a igreja, e aqueles que se rebelam contra a Sua autoridade constituem o mundo. Em Sua paciência e tolerância Deus permitiu incrédulos rebeldes ignorar o senhorio de Cristo, mas um dia, mesmo que eles vão reconhecer a sua sujeição a Ele. Ele está no controle total de todos os homens, agora e para sempre.

Em segundo lugar, o homem é a cabeça de uma mulher . O princípio de subordinação e autoridade aplica-se a todos os homens e todas as mulheres, não só para maridos e esposas. Ele se estende para além da família a todos os aspectos da sociedade. Essa é a ordem básica da criação, como Paulo explica mais tarde ( vv. 8-9 ). Essa é a maneira que Deus planejou e criou a humanidade; é a maneira que Ele nos fez.

Parece que a maioria dos modismos e equívocos do mundo, eventualmente, encontrar o seu caminho para a igreja. Cristãos mundanos continuamente tentar encontrar maneiras de justificar seu mundanismo, se possível, com base das Escrituras. Feministas cristãs apelar para tais passagens como Gl 3:28 ("não há homem nem mulher") e 1Pe 3:7 . Isaías falou julgamento sobre sua geração, porque eles permitiram que as mulheres dominam sobre ele ( Is 3:12 ).

Em terceiro lugar, Deus é a cabeça de Cristo . Jesus fez nada mais claro do que o fato de que Ele submeteu-se à vontade de Seu Pai ( Jo 4:34 ; Jo 5:30 ; Jo 6:38 ; cf. 1Co 3:231Co 3:23. ; 15: 24-28 ; etc.). Cristo nunca foi, antes, durante ou depois da sua encarnação, de qualquer forma inferior em essência com o Pai. Mas, em sua encarnação Ele voluntariamente se subordinou ao Pai, em Seu papel como Salvador e Redentor. Ele amorosamente sujeitou-Se totalmente à vontade de Seu Pai, como um ato de humilde obediência no cumprimento do propósito divino.

Paulo gravatas inseparavelmente os três aspectos do princípio juntos. Como Cristo é submisso ao Pai e cristãos devem ser submissa a Cristo, as mulheres devem ser submissas aos homens. Você não pode rejeitar uma parte sem rejeitar os outros. Você não pode, por exemplo, rejeitar o princípio da submissão da mulher ao homem, sem rejeitar também a apresentação de Cristo ao Pai e submissão dos crentes a Cristo. É claro que a cabeça estar do homem da mulher significa a mesma coisa que ser cabeça de Cristo pelo homem que é, a submissão liderança exigindo soberana que reconhece o benefício de tal liderança do amor.

A autoridade e submissão em cada um desses casos é baseado no amor, não a tirania. O Pai enviou Cristo por amor, não por obrigação, para redimir o mundo; eo Filho apresentou ao Pai por amor, não compulsão. Cristo ama a Igreja, tanto que Ele morreu por ele; e Ele governa a Igreja no amor, não na tirania. Em resposta, a igreja está sujeita a Ele no amor. Da mesma forma, os homens em geral e, em particular, os maridos devem exercer sua autoridade no amor, não na tirania. Eles não têm autoridade, porque de maior valor ou maior capacidade, mas simplesmente por causa do projeto de Deus sábio e amoroso vontade. As mulheres respondem em submissão amorosa como eles foram projetados para fazer (cf. 1 Tim. 2: 11-15 ). Esta não é uma questão de dignidade parente ou valor, mas de tarefa e responsabilidade.

O princípio aplicado

Todo homem que tem algo na cabeça, enquanto que ora ou profetiza, envergonha a sua cabeça. Mas toda mulher que tem a cabeça descoberta, ao orar ou profetizar, envergonha a sua cabeça; pois ela é uma ea mesma coisa com ela, cuja cabeça está raspada. Porque, se uma mulher não cobre a cabeça, deixe-a também seu cabelo cortado; mas se é vergonhoso para uma mulher para ter seu cabelo cortado ou raspado a cabeça, deixe-a cobrir a cabeça. ( 11: 4-6 )

É melhor entender que Paulo está aqui se referindo às atividades dos crentes no ministério diante do Senhor e ao público, onde um claro testemunho é essencial.
Nos sentidos mais gerais orar é falar com Deus sobre as pessoas, incluindo nós mesmos, e profetizar é falar com as pessoas sobre Deus. Um é vertical (o homem com Deus) e o outro é horizontal (de homem para homem), e eles representam as duas dimensões primárias do ministério dos crentes. É certo que o detalhe desta passagem relacionada com coberturas de cabeça é difícil por causa da escassez de dados históricos. Mas o conteúdo ajuda a esclarecer o princípio Paulo tem em mente, seja qual for a cobertura especial pode ter sido. Ele quer que a igreja a viver de acordo com os padrões divinos.

Quando Paulo disse que um homem envergonha a sua cabeça se ele tem algo em sua cabeça, enquanto que ora ou profetiza , ele tinha que estar se referindo ao costume local de Corinto. A frase tem algo na cabeça , literalmente, significa "ter-se da cabeça", e normalmente é tomado para se referir a um véu. O contexto aqui implica que em Corinto tal cobertura para a cabeça teria sido completamente ridículo para um homem e completamente adequado para uma mulher. Para os judeus, que vieram a usar revestimentos de cabeça, a prática parece ter chegado no século IV D.C , embora alguns possam ter tentado-lo no tempo dos apóstolos. Mas em geral, foi considerada como uma desgraça para um homem culto com a cabeça coberta.

Parece, portanto, que Paulo não está afirmando uma exigência universal divino, mas simplesmente reconhecer um costume local. O costume cristão local, no entanto, que se reflecte o princípio divino. Na sociedade Corinthian de um homem que ora ou profetiza sem uma cobertura para a cabeça era um sinal de sua autoridade sobre as mulheres, que eram esperados para ter suas cabeças cobertas nesses ministérios. Por conseguinte, para um homem deve cobrir a cabeça seria uma desgraça, porque sugeria uma inversão das relações adequadas. desgraças sua cabeça poderia se referir a sua própria cabeça, literalmente e metaforicamente a do marido.

Nos dias de Paulo numerosos símbolos foram usados ​​para indicar relação de subordinação da mulher ao homem, particularmente das esposas aos maridos. Normalmente, o símbolo era na forma de uma cobertura para a cabeça, e no mundo greco-romana de Corinto o símbolo aparentemente foi um véu de algum tipo. Em muitos países do Oriente Próximo hoje o véu de uma mulher casada ainda significa que ela não vai expor-se a outros homens, que sua beleza e encantos são reservados exclusivamente para o seu marido, que ela não se importa mesmo para ser notado por outros homens. Da mesma forma, na cultura do primeiro século Corinto vestindo uma cobertura para a cabeça enquanto ministrando ou adorando era a maneira de afirmar a sua devoção e submissão ao seu marido e de demonstrar seu compromisso com Deus de uma mulher.
Parece, no entanto, que algumas mulheres na igreja de Corinto não estavam cobrindo suas cabeças ao orar ou profetizar . Nós sabemos da história secular que vários movimentos de libertação e feminismo da mulher apareceu no Império Romano durante os tempos do Novo Testamento. As mulheres muitas vezes tiram os véus ou outros revestimentos de cabeça e cortar o cabelo, a fim de se parecer com os homens. Assim como em nossos dias, algumas mulheres estavam exigindo a ser tratados exatamente como os homens e eles atacaram matrimônio e da educação dos filhos como restrições injustas sobre os seus direitos. Eles afirmaram sua independência, deixando seus maridos e casas, recusando-se a cuidar de seus filhos, que vivem com outros homens, os empregos tradicionalmente ocupados por homens exigentes, vestindo roupas e penteados dos homens, e descartando todos os sinais de feminilidade. É provável que alguns dos crentes de Corinto foram influenciados por esses movimentos e, como um sinal de protesto e de independência, recusou-se a cobrir a cabeça em momentos apropriados.

Tal como acontece com a carne que tinha sido oferecida aos ídolos, não havia nada em como usar ou não usar da cabeça cobrindo-se de que era certo ou errado. É a rebelião contra papéis ordenados por Deus que está errado, e em Corinto que a rebelião foi demonstrada por mulheres orando e profetizando com a cabeça descoberta.
O vestido é em grande parte cultural e, a menos que uma pessoa usa é imodesto ou sexualmente sugestivo, não tem significado moral ou espiritual. Ao longo dos tempos bíblicos, como em muitas partes do mundo hoje, tanto homens como mulheres usavam algum tipo de robe. Mas sempre houve algumas distinções claras de vestido entre homens e mulheres, na maioria das vezes indicada por revestimentos comprimento do cabelo e da cabeça.
É o princípio da subordinação das mulheres aos homens, não a marca ou símbolo de que a subordinação particular, que Paulo está ensinando nesta passagem. O apóstolo não está, que estabelece um princípio universal de que as mulheres cristãs devem sempre cultos com as cabeças cobertas.
A menção aqui de mulheres do que ora ou profetiza às vezes é usado para provar que Paulo reconheceu o direito do seu ensino, pregação e liderança na adoração da igreja. Mas ele não faz nenhuma menção aqui da igreja em adoração ou no tempo de ensino formal. Talvez ele tem em vista que ora ou profetiza em locais públicos, ao invés de no culto da congregação. Isso certamente se encaixam com as directivas muito claras em I Coríntios ( 14:34 ) e em sua primeira carta a Timóteo ( 2:12 ). O Novo Testamento não tem restrições de testemunho de uma mulher em público para os outros, até mesmo para um homem. Também não proibir as mulheres de tomar nonleadership papéis de orar com os crentes ou para os incrédulos; e não há restrição de ensinar as crianças e outras mulheres (cf. Tito 2:3-4 ; 1Tm 5:161Tm 5:16. ). As mulheres podem ter o dom da profecia, assim como quatro filhas de Filipe ( At 21:9 ).

O homem também é criado exclusivamente para levar a imagem de Deus como uma régua, a quem é dada uma esfera de soberania. Nesse sentido, ele também foi criado para ser a glória de Deus . Deus deu ao homem o domínio sobre todo o mundo criado, para cuidar de acordo com o Seu plano divino. O homem foi dado domínio do mundo. Tanto homens como mulheres são criados à imagem de Deus, mas como Paulo assinala no versículo 8 , a criação original do "pó da terra" foi de apenas Adão ( Gn 2:7 indica, dizendo: "Seu desejo será para o teu marido, e ele te dominará." Então, o homem é representar Deus em autoridade e governo, sendo assim, a glória de Deus. Depois de regra do homem queda foi reforçada. Por conseguinte, ele é não usar qualquer símbolo de subordinação.

Porque alguns rabinos antigos tinha interpretado mal Êxodo 34:33-35 , que ensinou que os homens judeus devem cobrir a cabeça quando oravam porque Moisés velado o rosto na presença da glória de Deus.Mas foi na presença do povo, e não a presença de Deus, que Moisés usava o véu. Como Paulo explica em sua próxima carta a Corinto, Moses ", usada para colocar um véu sobre o rosto que os filhos de Israel não pode olhar fixamente para o fim do que foi desaparecendo" ( 2Co 3:13 ). Ele não quer que eles vejam a glória de Deus, que ele havia recebido na presença de Deus, desaparecendo de seu rosto. A tradição judaica, de homens que cobrem suas cabeças para orar é, portanto, uma tradição humana, não um divino.

Por outro lado, a mulher é a glória do homem . Mulher foi feita para se manifestar a autoridade do homem e como o homem foi feito para manifestar autoridade e vontade de Deus. A mulher é vice-regente, que governa no lugar de homem ou que exerce a vontade do homem, assim como o homem é vice-regente de Deus que governa em Seu lugar ou realiza a Sua vontade. A mulher não brilha tanto com a luz direta de Deus como com a luz derivado do homem. Homem é tanto a imagem e glória de Deus, enquanto a mulher é apenas a imagem de Deus ( Gn 1:27 ), e não a imagem do homem, ea glória do homem, e não a glória de Deus. O ponto é que o homem mostra como uma criatura magnífica Deus pode criar a partir de si mesmo, enquanto a mulher mostra como uma criatura magnífica Deus pode fazer de um homem ( Gênesis 2:21-22 ).

No entanto, tanto quanto poupar e graça santificante está em causa uma mulher vem como profundamente em comunhão com Deus como um homem. Ela foi feita igualmente à imagem de Deus, e essa imagem é igualmente restaurado por meio da fé em Jesus Cristo. Ela vai ser tão parecido com Jesus como qualquer homem quando vemos nosso Senhor face a face ( 1Co 13:12 ). Mas, ainda que a mulher é totalmente à imagem de Deus, ela não é diretamente a glória de Deus. Ela é diretamente a glória do homem, o resplendor da glória de indireta homem de Deus. Seu papel no mundo é a submeter-se a direção do homem, a quem é dado o domínio divino.

Para defender ainda mais que a verdade Paulo aponta que o homem não se origina da mulher, mas a mulher do homem. Adão foi criado pela primeira vez e foi dado o domínio sobre a terra antes que a mulher foi criada; e quando ela foi criada, ela foi criada a partir dele. Ela recebeu o nome muito Mulher, porque foi tirada do homem "( Gn 2:9-23 ; cf. 1 Tm 2: 11-13. ).

Mulher não só foi criado a partir de homem, mas para o homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Ela não é intelectualmente, moralmente, espiritualmente, ou funcionalmente inferior ao homem. Ela é exclusiva dele. Seu papel é o de vir sob a liderança, proteção e cuidado do homem, e ela deve ser "uma ajudadora idônea" ( Gn 2:20).

No versículo 10, Paulo volta para a aplicação do princípio. Por isso, a mulher deve ter um símbolo de autoridade em sua cabeça, por causa dos anjos. O uso cultural de uma cobertura para a cabeça representa o princípio divino e universal de subordinação da mulher ao homem autoridade. símbolo de autoridade é uma palavra ( exousia ), no grego e significa "legítimo poder ou autoridade" A cabeça coberta era a autoridade da mulher ou para a direita para orar e adorar, já que demonstrou sua submissão. Symbol está implícito por causa do óbvio referência aqui à cabeça recobrimento mencionado emversos 4:7 . Naquela cultura, uma mulher estava a usar um tal símbolo como uma indicação de seu papel subordinado ao homem.

O significado básico de anjos é "mensageiro". Paulo aqui está falando dos santos anjos, anjos ministradores de Deus, cuja característica suprema é a obediência total e imediato a Deus. Ao longo de santos anjos de Deus Escritura são mostrados como criaturas de grande poder, mas é sempre derivada de energia e poder submisso. Satanás e os outros anjos que o seguiram foram expulsos do céu pela simples razão de que eles tentaram usar seu poder para os seus próprios fins egoístas e glória, em vez de Deus. Os santos anjos, por outro lado, são o exemplo supremo de subordinação creaturely adequada. Hebreus 1:4-2: 18 centra-se na superioridade de Cristo para os anjos e sua subserviência disposto a Ele.

Esses mensageiros são protetores de Deus da sua Igreja, sobre a qual eles ficam de guarda perpétua. É adequado para uma mulher para cobrir a cabeça em sinal de subordinação por causa dos anjos , a fim de que estes mais submisso de todas as criaturas não vai ser ofendido por nonsubmissiveness. Além disso, os anjos estavam presentes na criação ( 38:7 e Mt 18:10 . O Midrash ensinou que os anjos são os guardiões da ordem criada.

O Princípio Harmonizado

No entanto, no Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem tem o seu nascimento até a mulher; e todas as coisas provêm de Deus. ( 11: 11-12 )

Se Satanás não pode fazer os homens para negar ou ignorar a Palavra de Deus que ele vai tentar fazer com que eles interpretam de maneira errada e levá-lo ao extremo o Senhor não tinha a intenção. Para que os homens abusam de sua autoridade sobre as mulheres, Paulo recorda-lhes a igualdade e dependência mútua. Autoridade do homem sobre a mulher é uma autoridade delegada e uma autoridade derivada, dada por Deus para ser usado para Seus propósitos e à Sua maneira. O homem como uma criatura companheiro não tem superioridade inata para mulher e não tem o direito de usar a sua autoridade tiranicamente ou egoisticamente. Machismo não é mais bíblica do que o feminismo. Ambos são perversões do plano de Deus.
Longe de mulheres que oprimem, a igreja tem sido o seu maior libertador. Nas sociedades gregas e romanas a maioria das mulheres eram pouco mais que escravos, as posses de seus maridos, que muitas vezes praticamente comprado e comercializado suas esposas à vontade. Foi em grande parte por causa deste tratamento desumano de mulheres que o feminismo se tornou tão popular no Império Romano.Em muitas comunidades judaicas situação da mulher não era muito melhor. O divórcio tornou-se fácil e banal, mas foi quase inteiramente uma prerrogativa do homem. Alguns homens judeus realizada mulheres em tão baixa estima que eles desenvolveram uma oração popular, em que agradeceu a Deus que eles não nasceram um escravo, um gentio, ou uma mulher.
Mas em Cristo todos os crentes, homens e mulheres, estão no Senhor, e são iguais sob o Senhor. Em seu trabalho as mulheres são tão importantes quanto os homens. Seus papéis são diferentes em função e relacionamentos, mas não na espiritualidade ou importância. Nem é mulher independente do homem, nem o homem é independente da mulher. Homens e mulheres são complementares em todos os sentidos na vida, mas particularmente na obra do Senhor é que eles funcionam juntos como uma equipe divinamente ordenado. Eles servem uns aos outros e eles servem uns com os outros. A este respeito "não há homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus" ( Gl 3:28 ). Esta igualdade é suportada em muitas passagens bíblicas. Nosso Senhor, por exemplo, elogiou ato de ouvir o discurso teológico sobre o trabalho de Marta na cozinha (de Maria Lucas 10:38-42 ), e as mulheres são dados dons espirituais ( 1 Cor. 12: 7-11 ).

Desde os primórdios da história do povo de Deus as mulheres tiveram um papel vital em Sua obra e ministério. O salmista declarou que "As mulheres que anunciam as boas novas são um grande host" ( Sl 68:11 ), o que indica que muitos dos maiores obreiros de Deus têm sido as mulheres. Imediatamente após a ascensão de nosso Senhor, cerca de 120 crentes, incluindo os apóstolos e um número de mulheres, reunidos no cenáculo de oração ( Atos 1:12-15 ). Todo o último capítulo de Romanos é dedicado a recomendação de Paulo e saudações a vários amigos na igreja em Roma, entre os quais oito mulheres honrados. Ele começa com um belo elogio da "nossa irmã Febe, que é serva da igreja que está em Cencréia" e o pedido "que recebe no Senhor de um modo digno dos santos, e que você ajudá-la em tudo o que importa que ela pode ter necessidade de você, pois ela mesma também tem sido o amparo de muitos, e de mim também "( Rm 16:1-2. ). Entre suas muitas outras obras, Phoebe ministrou até mesmo para um apóstolo. Maria, a mãe de João Marcos, abriu sua casa como um local de encontro para os crentes de Jerusalém ( At 12:12 ) e Lydia abriu sua casa da mesma forma para os crentes em Filipos ( At 16:40 ). Quando Apolo, "homem eloqüente ... poderoso nas Escrituras", começou a pregar em Éfeso, tanto Aquila e sua esposa, Priscilla ", levou-o de lado e explicou-lhe o caminho de Deus com mais precisão" ( Atos 18:24— 26 ).

Em muitas épocas e lugares, as mulheres fiéis têm mantido a igreja viva, com pouco ou nenhum apoio de homens. Muitos campos de missão não existiria se não fosse para as mulheres eleitos de Deus. Uma igreja sem mulheres piedosas não pode ser uma igreja forte e eficaz. Devida autoridade do homem não o torna independente da mulher, nem o seu bom subordinação fazê-la sozinho dependente. Nem é independente do outro; eles são mutuamente dependentes.
Deus criou homens e mulheres. A primeira mulher foi criada a partir do homem, mas uma vez que o tempo todo homem foi criado através de uma mulher. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem tem o seu nascimento até a mulher. O mais importante, todas as coisas provêm de Deus . Homens e mulheres têm diferentes papéis, mas não diferente de importância. As mulheres são iguais aos homens no mundo, na igreja, e diante de Deus. Essa é a harmonia sábio e gracioso de Deus e da balança diferença de papéis, mas a igualdade na natureza, pessoalidade, trabalho e espírito. Ele criou tanto para seus propósitos gloriosos.

As mulheres não são para serem professores de homens, mas eles geralmente são os shapers mais influentes dos homens. Rolamento e nutrir as crianças dar às mulheres a salvação de qualquer pensamento de status inferior do que os homens ( 1Tm 2:15 ). Como as mães têm um papel único e indispensável na formação e desenvolvimento dos meninos, que são os homens na tomada de decisões. Desde a concepção até a idade adulta um homem é dependente e moldado por sua mãe de uma forma única e maravilhosa. E toda a vida adulta, seja casado ou solteiro, ele é dependente de mulheres em mais maneiras do que ele é muitas vezes dispostos a reconhecer. No casamento os homens não podem ser fiéis ao Senhor a menos que sejam de boa vontade e amor dependente da esposa que Ele lhes deu. Nos homens obra do Senhor não pode ser fiel a Ele, a menos que eles são dependentes das mulheres a quem ele deu a responsabilidade em Sua Igreja. Eles são perfeitos complementos e um na cabeça, líder, provedor, eo outro, o ajudante, torcedor, e companheiro.

O Princípio respondeu a

Julguem vocês mesmos: é apropriado para uma mulher orar a Deus com a cabeça descoberta? O que não ensina a própria natureza que se o homem tiver cabelo comprido, é uma desonra para ele, mas se uma mulher tem o cabelo comprido, é uma glória para ela? Para o cabelo dela é dado a ela de véu. Mas se alguém está inclinado a ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. ( 11: 13-16 )

Paulo pergunta o Corinthians a ignorar a sua autoridade apostólica por um momento. Julguem por si próprios, ele lhes diz. O princípio da autoridade e de subordinação não só é dado por Deus à Sua revelação divina, mas é evidente a partir de sua própria criação. A prática cultural de uma mulher do cobrindo sua cabeça como um símbolo da subordinação ao homem é um reflexo da ordem natural. O que não ensina a própria natureza que se o homem tiver cabelo comprido, é uma desonra para ele, mas se uma mulher tem o cabelo comprido, é uma glória para ela.

Homens e mulheres têm fisiologias distintos em muitos aspectos. Um deles é no processo de crescimento de cabelo na cabeça. Cabelo desenvolve-se em três fases, formação e crescimento, repouso e precipitação. O hormônio masculino testosterona acelera o ciclo de modo que os homens alcançam a terceira fase mais cedo do que as mulheres. O hormônio feminino estrogênio faz com que o ciclo de permanecer na primeira fase por mais tempo, fazendo com que o cabelo das mulheres a crescer mais do que os homens. As mulheres são raramente careca porque alguns até atingir o estágio três. Esta fisiologia se reflete na maioria das culturas do mundo em o costume de mulheres que usam o cabelo mais longo do que os homens.
Natureza ( physis ) também carrega a idéia de instinto, um senso inato do que é normal e correto. Este é um apelo à consciência humana. Paulo está dizendo que como homem olha em torno de si, ele reconhece que, mas por raras exceções, a natureza e instinto humano testemunhar que é normal e adequado para o cabelo de uma mulher para ser mais longo que o do homem. Lindamente vestida de cabelo é uma glória para a mulher, o dom especial de Deus para mostrar a suavidade e ternura de uma mulher. A palavra grega ( Kome ) para o cabelo longo pode significar tanto o cabelo longo e um penteado arrumado.

O cabelo de uma mulher é em si dada a ela de véu. O cabelo dela é sua cobertura natural ou véu, e headwear é uma cobertura simbólica cultural, ambos representando seu papel subordinado. Ambos natureza e costume geral refletir princípio universal de Deus do homem no papel de autoridade e do papel da mulher de subordinação. A beleza original de uma mulher é gloriosamente manifesto na feminilidade distintivo retratado por seu cabelo e seu atendimento aos costumes femininos.
Nas culturas modernas, onde o uso de um chapéu ou véu não simboliza subordinação, essa prática não deve ser exigido dos cristãos. Mas o cabelo das mulheres e vestido das mulheres é ser distintamente feminino e demonstrar sua beleza feminina e submissão. Não deve haver confusão sobre identidades masculina e feminina, porque Deus fez os sexos distintos fisiologicamente e em papéis e relacionamentos. Ele quer que os homens a serem masculino, para ser responsável e amorosamente autoritário. Ele quer que as mulheres sejam feminino, para ser responsável e amorosamente submissa.
Como em quase todas as idades e de todas as igrejas, alguns dos crentes de Corinto não estavam satisfeitos com a maneira de Deus e queria ignorá-lo ou modificá-lo para atender a si mesmos. Paulo antecipou a sua oposição ao que ele tinha acabado de ensinar. Ele sabia que alguns estariam inclinados a ser contencioso, mas ele não podia dizer nada adicional para eles que seria mais convincente do que o que ele já tinha dito.
Ao resumir seu argumento, notamos que Paulo estabeleceu que as mulheres devem ser submissas aos homens por causa do relacionamento da Divindade ( v. 3 ), o projeto divino de homem e mulher ( v. 7 ), a ordem da criação ( v. 8 ), o papel da mulher ( v. 9 ), o interesse dos anjos ( 10 v. ), e as características da fisiologia natural ( vv. 13-15 ).

É por isso que ele declara que nem Deus, representada por seus apóstolos, nem das congregações fiéis de sua igreja vai reconhecer qualquer outro princípio ou seguir qualquer outro padrão de comportamento. O argumento é absolutamente convincente. "Se você quiser encontrar um ouvido simpático à sua dissidência", diz ele, "você não vai encontrá-lo entre os apóstolos ou nas igrejas." Nós não temos nenhuma outra prática, nem as igrejas de Deus. Os apóstolos e as outras igrejas foram firmemente comprometidos com a prática que as mulheres devem usar um cabelo mais longo do que os homens e deve ter penteados distintamente feminino. E onde o costume ditada-lo, eles devem usar coberturas de cabeça apropriados para distinguir-se como submissa.

27. Celebrando a Ceia do Senhor ( I Coríntios 11:17-34 )

Mas em dar essa instrução, eu não te louvo, porque você não se reúnem para melhor, mas para pior. Pois, em primeiro lugar, quando você vir junto como uma igreja, ouvi dizer que há entre vós dissensões; e, em parte, eu acredito nisso. Para deve haver também entre vós facções, para que aqueles que são aprovados possam ter sido evidente entre vós. Portanto, quando você se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor, pois em seu comendo, cada um toma a sua própria ceia primeiro; e um fica com fome e outro se embriaga. O Quê! Você não tem casas em que para comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e de vergonha os que nada têm? o que devo dizer a você? Devo elogiar você? Neste eu não te louvarei.Porque eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Este é o meu corpo, que é para você;. fazei isto em memória de mim" Do mesmo modo Ele tomou também o cálice, depois da ceia, dizendo: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazer isso, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim." Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. Portanto, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Mas deixe um homem examine a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe, come e bebe juízo para si mesmo, se não julgar corretamente o corpo. Por esta razão, há entre vós muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas se nos julgássemos a nós mesmos, com razão, nós não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos disciplinados pelo Senhor a fim de que não sejamos condenados com o mundo. Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em casa, para que você não pode se reúnem para julgamento. E as restantes matérias vou arranjar quando eu chegar. ( 11: 17-34 )

Por instrução e pelo exemplo Cristo instituiu duas ordenanças, batismo e comunhão, portarias que aqueles que crêem nEle estão a seguir fielmente. Jesus ordenou aos seus discípulos: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" ( Mt 28:19 ), seguindo o Seu próprio exemplo de ser batizado por João Batista ( 13 40:3-17'>Mateus 3:13-17. ). Durante sua última refeição da Páscoa no cenáculo Jesus iniciou a Comunhão (ou da Ceia do Senhor, como tem vindo a ser conhecido), dizendo aos discípulos para continuar a portaria como uma memória dele ( Lucas 22:19-20 ).

Paulo tinha sido fiel ao estabelecer essas ordenanças em Corinto. Embora ele não tenha pessoalmente batizar muitos dos crentes de lá ( 1 Cor. 1: 14-16 ), afirmou o batismo como um acto não opcional de obediência ao Senhor. A presente passagem deixa claro que o Corinthians comemorou regularmente a Ceia do Senhor, em que o apóstolo tinha compartilhado com eles muitas vezes.

Não foi por acaso que Cristo iniciou ritos Comunhão durante a refeição da Páscoa. Deus instituiu a Páscoa, quando Ele entregou o seu povo dos seus 400 anos de escravidão no Egito. A refeição comemorou a morte do anjo da morte sobre as casas daqueles cujos umbrais e vergas estavam manchadas com o sangue de cordeiro. O cordeiro em si foi assado e comido, juntamente com pães ázimos e ervas amargas."Agora, este dia será um memorial para você, e você deve celebrá-lo como uma festa ao Senhor; nas vossas gerações você é a celebrá-la como uma ordenança permanente" ( Ex 12:1-14. ). Ao longo de sua história, Israel comemorou esta refeição em memória da libertação suprema do Senhor deles, do Egito para a Terra Prometida. Ele ainda é o mais santo de festas judaicas.

Jesus transformou a ceia pascal na celebração do infinitamente maior libertação que Ele veio trazer, de que a Páscoa era apenas um prenúncio. Quando comemos o seu corpo e não beberdes o seu sangue, nos lembramos da redenção espiritual e eterna que Ele comprou com o sacrifício do corpo e que a oferta desse sangue. A Páscoa celebrava a libertação temporária, física da Antiga Aliança. A Ceia do Senhor comemora a libertação permanente e espiritual do Novo. "Este cálice, que é derramado por vós é a nova aliança no meu sangue" ( Lc 22:20 ). A mesa do Senhor lembra-nos da cruz de Jesus Cristo.

Lucas diz-nos que as quatro marcas da vida cotidiana dos primeiros cristãos eram obediência ao ensinamento dos Apóstolos, comunhão, no partir do pão, e de oração ( At 2:42 ). Podemos ter certeza de que a partir do pão incluído celebração freqüente de morte do Senhor, com o pão eo cálice. Alguns estudiosos e historiadores da igreja primitiva acredito que em algumas famílias Comunhão foi comemorado em cada refeição.

A igreja primitiva desenvolveu refeições comunhão especial que veio a ser chamado de amor festas ( Jd 1:12 ), que transformaram as refeições em guloso, bebedeiras. E quando a refeição foi conectado ao pão eo cálice lembrança, era uma profanação flagrante da santa ordenança.

Quando ele introduziu a discussão de cobrir a cabeça das mulheres, Paulo elogiou o Corinthians para segurar firmemente as doutrinas que ele lhes havia ensinado ( 11: 2 ). Agora, ele tem nenhum elogio. Mas em dar essa instrução, eu não te louvo, porque você não se reúnem para melhor, mas para pior.

Dando ... instrução ( parangellō ) significa "para comandar", especificamente para dar uma carga ou encomenda. A idéia básica da palavra é "para passar ao longo de um para outro." Foi usado especialmente para a ordem dada por um comandante militar e passou ao longo da linha por seus subordinados. Paulo deixou claro que o que ele estava prestes a dizer não era meramente conselhos pessoais.Era apostólica instrução que seus leitores foram ordenados a aceitar e seguir.

Teria sido muito melhor para aqueles Corinthians nunca ter tido uma festa de amor, e até mesmo nunca ter observado Comunhão do Senhor, do que ter tão abusado deles. Eles vieram juntos , não para melhor, mas para pior . O prazo para o pior é um comparativo de kakos , que representa o mal moral. Em vez de as celebrações momentos de comunhão amorosa e enriquecimento espiritual sendo eles envolvidos condescendência egoísta, envergonhando os irmãos mais pobres, zombando da morte sacrificial do Senhor, e escandalizando a igreja antes que o mundo descrente em torno deles.

Ao chamar o Corinthians para a santidade em sua observância da Ceia do Senhor, Paulo discute sua perversão dele, o propósito do Senhor para ele, e a preparação certa para isso.

A perversão da Ceia do Senhor

Pois, em primeiro lugar, quando você vir junto como uma igreja, ouvi dizer que há entre vós dissensões; e, em parte, eu acredito nisso. Para deve haver também entre vós facções, para que aqueles que são aprovados possam ter sido evidente entre vós. Portanto, quando você se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor, pois em seu comendo, cada um toma a sua própria ceia primeiro; e um fica com fome e outro se embriaga. O Quê! Você não tem casas em que para comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e de vergonha os que nada têm? o que devo dizer a você? Devo elogiar você? Neste eu não te louvarei. ( 11: 18-22 )

Igreja ( ekklesia ) significa "assembléia" ou "congregação", e no Novo Testamento nunca é usado de um local de construção ou reunião, mas sempre de crentes. Aparentemente, onde e quando os cristãos de Corinto se reuniram eles discutiam e brigavam. Quando vocês se reúnem como igreja, ouvi dizer que há entre vós dissensões. Divisões ( schismata , da qual nós temos cisma), literalmente, refere-se a rasgar ou cortar, e metaforicamente a divisão ou discórdia. O Corinthians, aparentemente, não poderia concordar em nada, nem eles procuram servir uns aos outros. Em vez de compartilhar juntos em comunhão e adoração eles gastaram seu tempo em condescendência egoísta, argumentando e discutindo. Talvez porque ele suspeita que alguns dos relatórios tinha sido exagerada, o apóstolo quis dar-lhes o benefício da dúvida. Então, ele acrescentou, e em parte, eu acredito nisso.

No entanto, os relatórios não teria sido difícil de acreditar. Paulo começou esta carta repreendendo-os fortemente para suas divisões com base em lealdades partidárias ( 1: 10-17 ; 3: 1-3 ). Essas divisões inevitavelmente acabou em "brigas" ( v. 11 ). Os crentes também foram divididos socialmente, já que esta passagem indica. Aqueles que estavam bem de vida trouxe a sua comida e egoisticamente comeu-o antes que os membros mais pobres chegou. Longe de ter "todas as coisas em comum" e "partilha ...com tudo, como que alguém tinha necessidade", como fizeram os primeiros cristãos em Jerusalém ( At 2:44 ), a classe alta Corinthian desprezado até mesmo compartilhar em uma "festa americana ceia "com seus irmãos e irmãs menos favorecidos. Era cada um por si.

Primeiro apelo de Paulo para eles foi ", Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos concordam, e não haja divisões entre vocês, mas você ser feita completa na mesma mente e na mesmo parecer "( 1Co 1:10 ). "Como colegas seguidores de Cristo que você deve ter o mesmo entendimento, as mesmas opiniões, a mesma atitude, a mesma visão", ele dizia. As razões para a sua turma havia carnalidade, egoísmo e mundanismo. "Eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a homens de carne, como a crianças em Cristo" ( 3: 1 ). Eles estavam andando na carne, em vez de no Espírito e seguindo suas próprias vontades ao invés do Senhor.

Uma das coisas mais terríveis na igreja é a divisão, porque é um dos primeiros e mais seguros sinais de doença espiritual. Um dos primeiros sintomas de mundanismo e apostasia, muitas vezes antes de ele mostra-se na doutrina comprometida ou estilo de vida, é dissensão dentro de uma congregação.
Paulo estava bem consciente de que a divisão não pode ser totalmente evitada. Até a volta do Senhor, sempre haverá joio no meio do trigo, e os crentes desobedientes bem. Para deve haver também entre vós facções. Não ... deve ser traduz a única palavra dei , o que significa que "é necessário ou deve ser", e indica a necessidade ou compulsão de qualquer espécie. Quando Pedro e os outros apóstolos foram informados pelo Sinédrio a parar de pregar o evangelho, eles responderam: "Nós devemos [ dei ] obedecer a Deus do que aos homens "( At 5:29 ). A palavra é muitas vezes usada no Novo Testamento para representar necessidade divina. Jesus usou o termo em numerosas ocasiões em relação a determinados eventos scripturally previstos e divinamente designados, incluindo Sua crucificação e ressurreição (Mt 24:6 ; Jo 3:14 ; etc.). Ele mesmo disse: "Por que é inevitável que tropeços vir, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!" ( Mt 18:7 ).

As facções não são meramente perturbador; eles são destrutivos. Inicialmente, eles ajudam a revelar os líderes fortes e espirituais, mas, quando permaneceu inconteste eles vão minar qualquer grupo cristão e não devem ser tolerados. "Evita o homem faccioso, depois de um primeiro e segundo aviso", escreveu Paulo Tito ", sabendo que tal homem é pervertido e está pecando, sendo auto-condenado" ( Tito 3:10-11). Pelo próprio fato de que ele é faccioso e divisionista uma pessoa prova sua carnalidade e sua incapacidade de fazer parte da comunhão cristã. É necessário que as facções aparecer, mas não é necessário que eles sejam tolerados ou permissão para conduzir a divisão na igreja.

O ponto focal desse mal era a Ceia do Senhor. O termo deipnon (Ceia) foi a palavra normal utilizado para a refeição da noite. A adição do Senhor lhe dá significado especial e muito maior. Esta foi uma verdadeira refeição, onde a igreja se reuniam para comer a "festa do amor", uma refeição seguido da Comunhão. A Comunhão estava ligado a esta ceia na igreja de Corinto, mas abusos foram obscurecendo o seu propósito divino e destruindo a sua santidade. Na igreja primitiva a festa de amor e comunhão habitualmente foram realizadas em conjunto, mas os abusos, tais como aqueles em Corinto, eventualmente forçado os dois a serem separados, a fim de proteger a Comunhão. A festa de amor logo desapareceu completamente.

Os membros facciosos da igreja de Corinto tinha tão pervertido a congregação que a celebração da Comunhão era uma zombaria; na verdade não era a comunhão a todos. Portanto, quando você se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor. Eles não podiam corretamente dizer que foi dedicado ao Senhor. Nem a refeição nem a Comunhão estava honrando a Ele. Eles tiveram a cerimônia, mas não a realidade, a forma, mas não a substância. "Você pode estar quebrando um pouco de pão, passando o copo, e repetir algumas das palavras de Jesus", disse Paulo, com efeito, "mas o que você está fazendo não tem nada a ver com a ordenança do Senhor instituiu. Cristo não tem parte nisso. "

Pois em seu comer, cada um toma a sua própria ceia primeiro; e um fica com fome e outro se embriaga. Os crentes mais pobres veio para o jantar esperando para compartilhar a comida trazida pelos ricos, mas eles saíram com fome-fisicamente como espiritualmente. Aqueles que trouxe comida e bebida se fartaram e tornou-se bêbado. Eles zombaram o propósito da ocasião, que era para trazer harmonia e unidade entre aqueles que pertenciam a Cristo, como eles se lembraram de Seu sacrifício para torná-los um com Ele. ? "Não é o cálice de bênção que abençoamos uma participação no sangue de Cristo não é o pão que partimos uma participação no corpo de Cristo Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo,? Para todos nós participamos do mesmo pão "( 1 Cor. 10: 16-17 ).

Em aparente frustração, como se estivesse tentando encontrar uma explicação racional, Paulo pergunta: O que! Você não tem casas em que para comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e de vergonha os que nada têm? Se sua intenção de se locupletar de forma egoísta, eles não poderiam fazer isso em casa? Ou eles estavam realmente tentando destruir a comunhão por flagrantemente desprezando a igreja de Deus? Ou eles eram tão desdenhoso dos seus irmãos e irmãs pobres em Cristo que eles propositAdãoente embaraçado e envergonhado-los? Independentemente das razões pode ter sido, eles não poderiam justificar o dano que está sendo trazido para a igreja. Se eles não podiam mostrar o amor, por que tem uma festa de amor?
Novamente Paulo diz que ele não pode dizer nada em sua defesa. O que devo dizer a você? Devo elogiar você? Neste eu não te louvarei. "Você vai ter nenhuma aprovação de mim", disse ele. "E você certamente vai ter nenhum elogio."
Atitudes e motivações de um cristão deve ser puro em todos os momentos. Mas quando os crentes se à mesa do Senhor, partilhando o pão do seu corpo e do cálice do Seu sangue, é absolutamente necessário que eles deixam para trás todo o pecado, toda amargura, todo o preconceito racial e sexual, todo o orgulho de classe, e todos sentimentos de superioridade. De todos os lugares e ocasiões, essas atitudes são mais out lugar na Ceia do Senhor. Eles gravemente profano que santa ordenança, bonito, e unificadora de Deus.

A Proposito da Mesa do Senhor

Porque eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Este é o meu corpo, que é para você;. fazei isto em memória de mim" Do mesmo modo Ele tomou também o cálice, depois da ceia, dizendo: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazer isso, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim." Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. ( 11: 23-26 )

Estes versos são como um diamante caiu em uma estrada enlameada. Uma das mais belas passagens de toda a Escritura é dada no meio de uma forte repreensão do mundano, carnal, egoísta e atitudes insensíveis e comportamento. A repreensão, na verdade, é de cristãos que perverteram a própria cerimônia que estes versos tão comovente descrever.
Como sempre fazia quando prestes a apresentar uma verdade especialmente importante ou polêmico, Paulo deixa claro que o que ele está ensinando não é a sua própria opinião, mas Palavra revelada de Deus. Desde os tempos em versículo 23 , nós sabemos que ele está prestes a dizer aos crentes de Corinto não é novidade para eles. Ele é lembrá-los de que ele já havia ensinado a eles. Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei.

A maioria dos estudiosos conservadores concordam que uma Corinthians provavelmente foi escrito antes de qualquer um dos evangelhos. Se isso for verdade, o relato de Paulo aqui é o primeiro registro bíblico da instituição da Ceia do Senhor, e inclui citações diretas de Jesus. É perfeitamente coerente com os relatos evangélicos, mas a revelação de Paulo provavelmente foi recebido do Senhor diretamente, e não através dos outros apóstolos (cf. Gl 1:10-12. ), mesmo que os termos aqui falar de uma cadeia de tradição que viera do Senhor a Paulo e depois para o Corinthians.

Na noite em que foi traído, dá o cenário histórico, que muitos dos crentes pode não ter sabido, porque, como foi dito acima, provavelmente, nenhum dos evangelhos foi escrito ainda. Novamente, vemos uma jóia em um cenário imundo. Este é o mais belo e significativo das celebrações cristãs foi instituída na mesma noite em que o Senhor foi traído e preso. No meio do mal do mundo, Deus estabelece Seu bom; no meio da maldade de Satanás, Deus planta Sua santidade. Assim como, ao contrário, as facções carnais causar santos aprovadas pelo Senhor para "tornar-se evidente" ( 11:19 ), para que a traição de Jesus e prisão causar Seu sacrifício gracioso para tornar-se mais evidente. Em meio a de Satanás absoluta pior, a condenação do Filho de Deus na cruz, Deus realizou seu melhor absoluto, o sacrifício para a redenção do mundo através dessa cruz.

Embora Jesus estava celebrando a Páscoa com seus discípulos no cenáculo, nem os evangelhos, nem conta de Paulo aqui dar todos os detalhes da refeição. Concentram-se em instituição de Jesus da nova refeição, a nova ceia, que agora substitui o antigo.
A refeição da Páscoa começou com o anfitrião de pronunciar uma bênção sobre a primeira taça de vinho tinto e passá-la para os outros presentes. Quatro copos de vinho foram repassados ​​durante a refeição.Após a primeira taça foi ervas amargas bêbados mergulhados em um molho de frutas foram comidos e uma mensagem foi dada sobre o significado da Páscoa. Em seguida, a primeira parte de um hino, o Hallel (que significa "louvor" e está relacionada com a aleluia, "Louvai ao Senhor"), foi cantada. O Hallel é composta de 13 1:118-1'>Salmos 113:118 , ea primeira parte cantada era geralmente 113 ou 113 e 114. Depois do segundo copo foi aprovada, o anfitrião iria quebrar e passar em torno do pão sem fermento. Em seguida, a refeição adequada, que consistia do cordeiro sacrificial assado, foi comido. A terceira taça, após a oração, foi então passada e no resto do Hallel foi cantado. A quarta taça, que comemorou a vinda do reino, foi tomada imediatamente antes de sair.

Foi o terceiro cálice que Jesus abençoou e que tornou-se o cálice da comunhão. "E da mesma maneira que Ele tomou o cálice, depois de terem comido, dizendo: Este cálice, que é derramado por vós é a nova aliança no meu sangue '" ( Lc 22:20 ). Depois que Jesus deu algumas breves palavras de advertência, repreensão, e instrução ( vv. 21-38 ), a refeição foi concluído com o canto de um hino ( Mt 26:30 ).

Quando Ele, isto é, Jesus, tendo dado graças, partiu -o (cf. Jo 6:11 ). No grego , tendo dado graças é um particípio de eucharisteo , da qual nós temos Eucaristia, o nome pelo qual alguns cristãos referem-se a Ceia do Senhor.

pão que tinha representado o Exodus agora veio para representar o corpo de Jesus Cristo, o Messias. Para a mente judaica o corpo representava a pessoa como um todo, e não apenas o seu corpo físico. O corpo de Jesus representa o grande mistério de toda a sua vida encarnada, todo o seu ensino, ministério e trabalho, tudo que era e tudo o que Ele fez.

A palavra quebrada (como no KJV do versículo 24 ) não aparece nos melhores manuscritos ou na maioria das traduções modernas. Embora os romanos freqüentemente quebraram as pernas dos crucificados, a fim de acelerar a morte como um ato de misericórdia, João nos diz especificamente que as pernas de Jesus não foram quebrados. Em ordem "para que a Escritura se cumprisse, 'Não é um osso dele será quebrado" ( Jo 19:33 , Jo 19:36 ). Portanto, a melhor leitura é simplesmente Este é o meu corpo, que é para você.

Para você são duas das mais belas palavras em toda a Escritura. Jesus deu o seu corpo, toda a sua vida encarnada, para nós que cremos nEle. "Tornei-me um homem para você, eu dei o evangelho, a vós; eu sofri por você, e eu morri por você." Nossa,,, Deus misericordioso magnânimo amoroso gracioso se encarnou não para si, mas para nós. Se uma pessoa quer e recebe o benefício de que o sacrifício é a sua escolha; mas Jesus fez e oferece-lo para cada pessoa. Ele pagou o resgate por todos os que serão libertados.

copo que tinha representado o sangue do cordeiro nos umbrais untada e vergas agora veio para representar o sangue do Cordeiro de Deus, derramado para a salvação do mundo. A antiga aliança foi ratificada por várias vezes o sangue de animais oferecidos por homens; mas a Nova Aliança foi ratificada uma vez por todas, pelo sangue de Jesus Cristo ( He 9:28 ), que o próprio Deus tem oferecido. O velho libertação era apenas do Egito para Canaã. Então, Jesus tomou o cálice e disse que é a nova aliança no meu sangue . É importante perceber que este não era novo, no sentido de que era um pacto de graça substituindo uma das obras. Ele é novo na medida em que é o pacto de poupança a que todas as sombras do Antigo Testamento apontou. A nova libertação é do pecado para a salvação, da morte para a vida, do reino de Satanás para o céu de Deus. Páscoa foi transformado em Ceia do Senhor. Nós agora comer o pão e beber o cálice não se lembrar do Mar Vermelho e do Êxodo, mas para lembrar a cruz eo Salvador.

Fazei isto em memória de mim é um comando dos lábios de nosso Senhor. A participação na ceia do Senhor não é, portanto, uma opção para os crentes. Devemos ter comunhão em uma base regular, se quisermos ser fiéis ao Senhor que nos comprou por meio do ato, somos chamados a lembrar. Não participar da Ceia do Senhor é desobediência e um pecado.

Para o hebraico para lembrar significou muito mais do que simplesmente trazer algo à mente, apenas para lembrar que isso aconteceu. Para lembrar verdadeiramente é voltar na mente da pessoa e recuperar o máximo de realidade e da importância de um evento ou experiência como uma possível. Para lembrar de Jesus Cristo e seu sacrifício na cruz é para reviver com a vida dele, agonia, sofrimento e morte, tanto quanto é humanamente possível. Quando participamos da Ceia do Senhor nós não oferecemos um sacrifício de novo; lembramo-nos Seu uma vez por todas sacrifício por nós e nos dedicar ao Seu serviço obediente.

Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. Todas as vezes que estamos dispostos a lembrar e para proclamar a morte de Cristo, vamos celebrar a Comunhão. Sem frequência é dada, mas é uma festa permanente. É mais do que uma lembrança para o nosso próprio bem; é também uma proclamação por amor do mundo. É um testemunho para o mundo que não temos vergonha de nosso Senhor ou de Seu sangue, que pertencemos a Ele e são obedientes a Ele.

Comunhão é também um lembrete de que o Senhor está vindo novamente, porque Ele nos diz para proclamar a Sua morte por este meio até que Ele venha . Ela ajuda a manter-nos ansiosos para o dia em que estaremos com Ele. É uma celebração de sua vida presente e do seu futuro retorno na glória.

Há muito envolvido nessa lembrança. Quando um crente vem à mesa do Senhor, lembra a obra de Cristo na cruz ( 11:25 ), ele participa da presença espiritual de Cristo na comunhão, e não os próprios elementos ( 10:16 ), ele comunga com os santos ( 10: 17 ), ele adora em santidade ( 10: 20-22 ), ele proclama a salvação em Cristo ( 11: 24-25 ), e ele antecipa o retorno do Senhor ( 11:26 ) e da vinda do Reino ( Mt 26:29 ; He 6:6 ).

Toda vez que ele vem para a Ceia do Senhor, portanto, uma pessoa deve examinar a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice . Antes de tomarmos estamos a dar-nos uma auto-análise aprofundada, procurando honestamente para nossos corações para qualquer coisa que não deveria estar lá e peneirar todo o mal. Nossos motivos, nossas atitudes para com o Senhor e Sua Palavra, para com seu povo, e para o próprio serviço Comunhão devem todos estão sob controlo privado diante do Senhor. O quadro torna-se, assim, um lugar especial para a purificação da igreja. Isso é um uso vital de Comunhão, e advertência de Paulo reforça que o ideal.

Uma pessoa que participa sem entrar no espírito certo come e bebe juízo para si mesmo, se não julgar corretamente o corpo. Acórdão ( krima ) aqui tem a idéia de castigo. Porque "não há, portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" ( Rm 8:1 ; e Estevão, At 7:60 ). Deus realmente condenado à morte um número ( hikanos , lit., "suficiente") dos crentes de Corinto, porque eles continuamente desprezados e corrompido a Ceia de Seu Filho, assim como ele tinha colocado a morte Ananias e Safira por mentir para o Espírito Santo ( Atos 5:1-11 ). Assim como no Antigo Testamento, tais execuções divinas deveriam servir como exemplos do que todos os pecadores merecem, e pode receber (cf. 13 1:42-13:5'>Lucas 13:1-5 ).

Há um remédio para a indignidade. Se nós julgássemos a nós mesmos, com razão, que não deve ser julgado. Isso envolve a discernir o que somos eo que devemos ser. Se confessarmos os nossos pecados, nossas atitudes e motivações erradas, Deus "é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" ( I João 1:9 ).

Como já foi mencionado, se chegarmos indignamente e são julgados por Deus, não é para a condenação. É para o extremo oposto. Mas, quando somos julgados, somos disciplinados pelo Senhor a fim de que não sejamos condenados com o mundo. Deus envia chastening indivíduo para empurrar os infratores de volta para o comportamento justo, e envia a morte para alguns em a igreja para incentivar aqueles que continuam a escolher a santidade em vez de pecado. Mesmo se o Senhor viesse a atacar-nos mortos para profanar Sua mesa, seria para nos disciplinar, para nos impedir de ser condenado. O pensamento é poderoso. Somos guardados da condenação, não só por decreto, mas também por intervenção divina. Deus nos castiga para nos impedir de cair de salvação, e até mesmo levar a nossa vida, se necessário, antes que isso pudesse acontecer.

Paulo fecha admoestando o Corinthians para obter suas vidas e suas atitudes endireitado, para descartar completamente seus preconceitos, seu egoísmo, e sua indiferença a santa vontade de Deus. O fato de que ele diz quando você se reúnem para comer assume que ele apoiou a idéia de sua refeição de confraternização, mas eles devem esperar um pelo outro antes de participar dele. Se algum só foram assistir a fim de satisfazer a sua fome física eles devem comer em casa . Caso contrário, eles perverter a festa de amor. Quando eles vêm para a festa de amor e, principalmente, para a mesa do Senhor, eles devem vir para satisfazer sua fome espiritual. Não há nenhum ponto na coleta para o pecado, porque isso é simplesmente se unindo para julgamento.

Porque eles são mencionados aqui, em vez de no final da carta, discurso de encerramento de Paulo nesta seção, as restantes matérias vou arranjar quando chegar, deve referir-se a outras questões relacionadas com a adoração, a Ceia do Senhor, ou ambos. Ele iria cuidar dessas questões, quando ele chegou em Corinto pessoalmente.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de I Coríntios Capítulo 11 do versículo 1 até o 34

I Coríntios 11

A modéstia necessária — 1Co 11:1-16

Estas é um das passagens que têm um significado puramente local e transitivo. À primeira vista pareceria que só poderiam interessar a um antiquário devido ao fato de que tratam uma situação que cessou de existir faz tanto tempo que já não tem importância para nós; e entretanto estas passagens são de muito interesse devido ao fato de que arrojam abundante luz sobre os assuntos e problemas domésticos da Igreja primitiva; e, para aquele que tem olhos para ver, têm grande importância devido ao fato de que Paulo resolve por meio de princípios que são eternos.
O problema era se na 1greja cristã uma mulher podia tomar parte do culto com a cabeça descoberta. A resposta de Paulo foi abruptamente a seguinte: o véu é sempre sinal de submissão; um inferior o leva na presença de um superior, a mulher é inferior ao homem no sentido de que o homem é a cabeça do lar; portanto não é correto que um homem concorra a um culto público com véu e que uma mulher o faça sem ele.

Até ali deviam manter seus lugares no esquema das coisas. É muito pouco provável que no século vinte aceitemos esta perspectiva de que a mulher é inferior e está subordinada. Mas devemos ler este capitulo não à luz do século XX mas à luz do século I; e ao fazê-lo devemos recordar três coisas,

  1. Devemos ter em conta o lugar que ocupava o véu no Oriente. Até o dia de hoje as mulheres orientais usam o yashmak que é um véu longo que deixa a frente e os olhos a descoberto mas que chega quase até os pés. Na época de Paulo o véu oriental escondia até mais. Cobria toda a cabeça com apenas uma abertura para os olhos e chegava até os pés. Uma mulher oriental que se considerasse respeitável nem sonhava aparecendo em público sem ele.

E. W. Davies diz ao escrever no Dictionary of the Bible, do Hasting:

"Nenhuma mulher respeitável em uma vila ou cidade oriental sai sem ele, e, se o fizer, corre o risco de ser julgada mal. Por certo vários missionários ingleses e americanos no Egito relataram ao que subscreve que suas próprias esposas e filhas freqüentemente acham que é melhor sair com véu."

O véu era duas coisas (a) Era um signo de inferioridade. (b) Mas também era uma grande proteção. O versículo 10 é muito difícil de traduzir. Traduzimo-lo "Por esta razão a mulher deve conservar sobre a cabeça o sinal de que encontra-se sob a autoridade de outra pessoa." Mas em grego em realidade significa que uma mulher tem que manter "sua autoridade sobre sua cabeça"
Sir William Ramsay o explica desta maneira:

"No Oriente o véu é o poder, a honra e a dignidade de uma mulher. Com o véu sobre sua cabeça pode ir a qualquer parte segura e com um profundo respeito. Não a vêem; é sinal de má educação olhar a uma mulher com o véu na rua. Está sozinha. A gente que a rodeia não existe para ela, assim como ela tampouco interessa. É soberana na multidão... Mas sem o véu a mulher carece de valor, qualquer um pode insultá-la... La autoridade e a dignidade de uma mulher desaparecem junto com o véu protetor que descarta."

No Oriente, pois, o véu é muito importante Não só assinala a posição de inferioridade da mulher, mas também é uma proteção inviolável de sua modéstia e castidade.

  1. Devemos recordar a posição das mulheres para os judeus. Sob a lei judia a mulher era muito inferior ao homem. Tinha sido criada da costela de Adão (Gn 2:22,Gn 2:23) para ser uma ajuda idônea para ele (Gn 2:18).

Havia uma parte de fantástica exegese rabínica que dizia:

"Deus não fez à mulher da cabeça para que não se orgulhasse; nem dos olhos, para que não desejasse, nem da orelha, para que não fosse curiosa, nem da boca, para que não fosse conversadora, nem dos pés para que não se convertesse em uma entremetida e andarilha, mas sim da costela que está sempre coberta; portanto a modéstia deve ser sua principal qualidade."

A triste verdade é que perante a lei judia uma mulher era uma coisa, parte da propriedade de seu marido sobre a qual ele tinha direitos totais. Na sinagoga, por exemplo, as mulheres não compartilhavam de maneira nenhuma a adoração e até as segregavam por completo dos homens em uma galeria à parte ou em qualquer outro lugar do edifício. Para a lei e os costumes judeus era impensável que a mulher reclamasse algum tipo de igualdade com os homens.

No versículo 10 nos encontramos com uma curiosa frase que diz que as mulheres devem usar véu "por causa dos anjos". Não se está muito seguro do isto que significa, mas provavelmente se remonte à estranha e velha história de Gn 6:1 e 2 que nos relata como os anjos caíram presa dos encantos das mulheres mortais e pecaram; bem pode ser que a idéia seja que uma mulher sem véu é uma tentação até para os anjos, devido ao fato de que uma velha tradição rabínica dizia que tinha sido a beleza dos longos cabelos femininos a que tinha tentado aos anjos.

  1. Devemos recordar sempre que esta situação surgiu em Corinto, provavelmente a cidade mais licenciosa do mundo, e o ponto de vista de Paulo era que em tal situação era muito melhor errar por muito modestos e estritos que fazer algo que desse aos pagãos uma oportunidade de dizer que os cristãos eram muito lassos, ou que pudesse ser causa de tentação para os mesmos cristãos. Seria muito equivocado pretender que esta passagem se aplicasse universalmente; era de imensa importância para a Igreja de Corinto mas não tem nada que ver com o fato de se as mulheres deverem ou não usar chapéu para ir à Igreja hoje em dia.

Mas apesar de todo seu significado local esta passagem contém três grandes verdades eternas.

  1. É preferível errar pelo lado da severidade que pelo da lassidão. É muito melhor abandonar direitos que poderiam ser pedras de tropeço para alguns, do que insistir neles. Está na moda desacreditar o convencional, mas a pessoa deve pensar duas vezes antes de desafiar o convencional e escandalizar a outros. Na verdade, nunca se deve ser escravo dos convencionalismos, mas estes existem por alguma razão.
  2. Mesmo depois de ter acentuado a subordinação das mulheres, Paulo continua assinalando mais diretamente ainda a comunhão essencial do homem e da mulher. Nenhum dos dois pode viver sem o outro. Se existir subordinação não é por ela em si, mas para que a comunhão seja mais frutífera e bela para ambos.
  3. Paulo termina a passagem com uma resposta ao homem que discute por discutir. Quaisquer que sejam as diferencia que surjam entre os homens, não há lugar na 1greja para o homem ou a mulher deliberadamente litigiosos Há momentos em que devem sustentar-se princípios mas nunca se deve discutir fragorosamente. Não há nenhuma razão para que as pessoas, embora tendo opiniões diferentes, não vivam em paz.

A FESTA MAL INTERPRETADA

I Coríntios 11:17-22

O mundo antigo era em muitos sentidos muito mais sociável que o nosso. Era um costume comum que grupos de pessoas se reunissem para comer juntos. Havia, em particular, uma festa chamada eranos na qual cada um dos participantes levava sua própria comida, juntava-se tudo e se fazia uma festa em comum. A Igreja primitiva tinha um costume; tratava-se de uma festa chamada Agape ou Festa de Amor. Todos os cristãos concorriam a ela, levando o que podiam, e quando se juntava todo o contribuído, sentavam-se e tinham uma comida em comum. Era um belo costume, e é uma lástima que se perdeu. Era uma maneira de produzir e alimentar a verdadeira comunhão cristã. Mas na 1greja de Corinto as coisas não tinham ido muito bem com a Festa de Amor. Na Igreja havia ricos e pobres; alguns podiam levar muito, e havia escravos que com muita dificuldade podiam colaborar com algo. Em realidade para muitos escravos pobres, a Festa de Amor deve ter sido a única comida decente que tinham em toda a semana. Mas em Corinto se perdeu a arte de compartilhar. Os ricos não compartilhavam seu mantimentos mas sim os comiam em pequenos grupos exclusivos, apurando-se para não ter que compartilhar, enquanto que os pobres virtualmente não tinham nada. O resultado era que a comida pela qual as diferenças sociais entre os membros da Igreja deviam ter desaparecido só servia para aumentar e agravar essas mesmas diferenças. O que teria que ter sido uma comunidade tinha degenerado em uma série de camarilhas com consciência de classe. Paulo reprova tudo isto sem vacilar e sem piedade.

(1) Bem pode ser que os distintos grupos estivessem formados por gente que sustentavam diferentes opiniões. Um grande erudito disse: ''Ter zelo religioso, sem converter-se em um sectário religioso, é uma grande prova de verdadeira devoção." Se pensarmos diferente de outro, com o tempo poderemos chegar a compreendê-lo e até simpatizar com ele se nos mantemos em comunhão com ele e conversamos; mas se nos fechamos e formamos nosso pequeno grupo enquanto essa pessoa permanece em seu pequeno grupo não haverá esperança alguma de chegar a um mútuo entendimento
(2) A Igreja primitiva era o único lugar em todo mundo antigo em que as barreiras que o dividiam tinham caído. O mundo antigo estava dividido rigidamente: havia os homens livres e os escravos, havia os gregos e os bárbaros — os que não falavam grego; havia os judeus e os gentios; havia os cidadãos romanos e as raças inferiores fora da lei; havia os cultos e os ignorantes. A Igreja era o único lugar em que todos os homens podiam reunir-se.
Um grande historiador da Igreja escreveu a respeito destas congregações cristãs primitivas:

"Dentro de seus próprios limites haviam resolvido quase de passagem os problemas sociais que desbaratavam a Roma e que ainda desconcertam a Europa. Tinham elevado a mulher ao lugar que lhe correspondia, restaurado a dignidade do trabalho, abolido a mendicidade, e tirado o aguilhão da escravidão. O segredo da revolução era que na Ceia do Senhor se esqueceu o egoísmo racial e de classe e se achou uma nova base para a sociedade no amor da imagem visível de Deus nos homens por aqueles que Cristo tinha morrido."

Uma igreja em que existem distinções sociais e de classe não é uma verdadeira igreja. A verdadeira igreja é um corpo de homens e mulheres unidos entre si devido ao fato de estarem unidos a Cristo. Até a palavra que se utiliza para descrever o sacramento é sugestiva. Nós a chamamos a Ceia do Senhor; mas a palavra ceia ou jantar pode conduzir a conclusões errôneas. Geralmente para nós o jantar não é a refeição principal do dia. Em grego a palavra é deipnon. Para os gregos o café da manhã era uma refeição em que tudo o que se consumia era um pequeno pedaço de pão molhado em vinho, o almoço se comia em qualquer parte, até na rua ou em uma praça; o deipnon era a principal refeição do dia, em que as pessoas se sentavam sem pressa e em que não só satisfaziam seu apetite, mas também passavam um longo momento juntos. A mesma palavra demonstra que a refeição cristã deveria ser uma refeição em que as pessoas passassem um longo tempo juntos.

  1. Uma igreja não é verdadeira se esqueceu a arte de compartilhar. Quando as pessoas desejam manter as coisas só para si mesmas ou para seu próprio círculo nem sequer estão começando a ser cristãos. O verdadeiro cristão não pode suportar ter muito enquanto outros têm pouco; encontra seu maior privilégio não em guardar zelosamente suas prerrogativas, mas em renunciar a elas.

A CEIA DO SENHOR

I Coríntios 11:23-34

Não há em todo o Novo Testamento outra passagem de maior interesse que esta. Por um lado nos dá o aval para o mais sagrado ato de adoração na 1greja, o sacramento da Ceia do Senhor e, pelo outro, como a Carta aos Coríntios é anterior a Marcos, o mais primitivo dos evangelhos, é em realidade o primeiro relato escrito que temos de palavras que Jesus pôde ter pronunciado.
O sacramento nunca pode significar o mesmo para todas as pessoas. Não precisamos compreendê-lo totalmente para recebermos o seu benefício. Como alguém disse: "Não precisamos compreender a química do pão para digeri-lo e ser alimentados por ele." Mas apesar de tudo faremos bem em tentar ao menos compreender algo do que Jesus quis dizer quando falou do pão e do vinho da maneira em que o fez. "Isto é meu corpo", disse sobre o pão. Um só fato nos impede de tomar isto com um cru literalismo. É que quando Jesus disse isto, ainda estava no corpo, e não havia nada tão claro quanto ao momento em que disse essas palavras sua corpo e o pão eram coisas totalmente distintas. Tampouco quis dizer simplesmente: "Isto representa meu corpo." Num sentido isto é certo. O pão partido do sacramento representa o corpo de Cristo, mas significa muito mais; para aquele que toma em suas mãos e o leva à sua boca com fé, amor e ardente devoção, é um meio não só de recordar, mas também de estar em contato vivo com Jesus Cristo. Para um estranho, para um não crente, para alguém que escarnece não significa nada; para alguém que ama a Cristo é o caminho à sua presença. A declaração de Jesus, “Este cálice é a nova aliança no meu sangue”, pode ser traduzido. "Esta taça é o novo pacto e custou o meu sangue."
A proposição grega em significa usualmente em, mas pode significar e regularmente significa a custo de ou pelo preço de, especialmente quando traduz a preposição hebraica be. Uma aliança é uma relação estabelecida entre duas pessoas. Havia uma velha aliança entre Deus e o homem, uma velha relação. Estava baseada na lei. Por meio dessa relação Deus escolheu o povo de Israel e se aproximou dele, convertendo-se em um sentido muito especial em seu Deus; mas havia uma condição e esta consistia em que, para sua relação ser duradoura, o povo de Israel devia guardar a lei de Deus (ver Êxodo 24:1-8). A continuidade da aliança dependia de que se guardasse a lei. Mas com Jesus o homem encontra-se perante uma nova relação, que não depende da lei, mas sim do amor. Não depende da habilidade que o homem tenha em guardar a lei — visto que ninguém pode fazê-lo — mas na graça livre do amor de Deus que se oferece a todos os homens. Isto muda toda a relação de Deus com o homem. Sob a velha aliança o homem não podia fazer mais que temer a Deus, pois se encontrava sempre em falta, já que não podia guardar a lei perfeitamente; sob a nova aliança o homem se aproxima de Deus como um filho a seu pai e não como um criminoso perante um juiz. E — seja qual for a forma em que olhemos as coisas — custou a vida de Jesus fazer com que esta nova relação fosse possível. "O sangue é a vida" diz a lei (Dt 12:23): custou a vida de Jesus — seu sangre, como diria um judeu — fazer com que esta relação fosse possível. De modo que o vinho escarlate do sacramento significa a própria vida e sangue de Cristo sem a qual a nova aliança, a nova relação do homem com Deus jamais teria sido possível.

Esta passagem continua falando a respeito de "comer e beber este pão e este vinho indignamente".

O que significa isto?
A indignidade consistia no fato de que o homem que o fazia "não discernia o corpo do Senhor". Isto pode significar duas coisas, e ambas são reais e importantes; em realidade ambas são tão reais e importantes que é muito provável que a frase se refira às duas.

  1. Pode significar que aquele que come e bebe indignamente não se dá conta do que representam e significam os símbolos sagrados. Pode referir-se também a que não percebe o grandioso significado do que está fazendo nem aprecia a santidade do que realiza. Pode ser que se refira ao que come e bebe sem reverência, sem perceber o amor que estes símbolos representam, nem a obrigação que recai sobre ele.
  2. Mas há outro significado possível. A frase o corpo de Cristo várias vezes representa a Igreja; isto acontece, como veremos, no capítulo 12. Paulo acabava de reprovar àqueles que com suas divisões e distinções de classe dividiam a Igreja; de modo que isto pode significar que o homem que come e bebe indignamente é aquele que nunca se deu conta de que toda a Igreja é o corpo de Cristo, e que se encontra em discórdia com seu irmão, que olhe a seu próximo com desprezo, e que, por qualquer outra razão, não é um com seus irmãos. O ritual da Igreja Escocesa para o sacramento convida à mesa àqueles que se encontram em uma relação de "amor e caridade" para com seu próximo. Todo homem em cujo coração haja ódio, amargura e desprezo contra seu irmão come e bebe indignamente se chegar com esse espírito à mesa de nosso Senhor. De modo que comer e beber indignamente é fazê-lo sem sentido de reverência e sem perceber a grandeza do que estamos fazendo, e fazê-lo quando estamos em discórdia com o irmão pelo qual Cristo morreu, como morreu por nós.

Paulo continua dizendo que as desgraças que têm caído sobre a Igreja de Corinto pode ser que tenham sua origem nada mais que no fato de que se aproximam da sacramento estando divididos entre si; mas estas desgraças não foram enviadas para destruí-los, mas para discipliná-los e trazê-los novamente ao caminho correto.
Devemos ter bem claro um fato. A frase que proíbe que o homem coma e beba indignamente não deixa fora o pecador que é consciente de sê-lo.

Um ancião pastor das altas montanhas escocesas ao ver que uma anciã duvidava antes de receber a taça, a alcançou, dizendo: "Toma-a mulher, é para pecadores; é para ti."

Se a Mesa de Cristo fosse só para gente perfeita ninguém jamais se poderia aproximar dela Nunca está fechada para o pecador penitente. Para o homem que ama a Deus e a seu próximo o caminho está sempre aberto, e seus pecados, embora sejam como escarlate ficarão brancos como a neve.


Dicionário

Cear

verbo transitivo direto e intransitivo Fazer refeições; comer ou beber durante a ceia: ceou somente os vegetais; foi cear e ainda não voltou!
Etimologia (origem da palavra cear). Do latim coenare.

Cear Tomar a CEIA (1Co 11:25).

Cálice

substantivo masculino Conjunto de sépalas de uma flor.
Copinho para licores e vinhos fortes: um cálice de conhaque.
Vaso sagrado em que se põe o vinho durante o sacrifício da missa.
Beber o cálice até as fezes, sofrer até o fim as maiores aflições; suportar as mais pesadas afrontas.

Do latim calix, que significa “copo” ou “vaso para beber”.

Segundo o costume dos judeus, nos seus sacrifícios de ação de graças, o anfitrião tomava um cálice de vinho na mão, e em palavras solenes rendia graças e louvores a Deus pelos benefícios recebidos, naquela ocasião especial, e passava depois o cálice a todos os convidados, cada um dos quais bebia dele. o Salmista refere-se a este costume em Sl 116:13 – nosso Salvador, na célebre reunião em que se despedia dos Seus discípulos, seguiu a mesma prática. S. Paulo, em 1 Co 10.16, faz referência ao uso do ‘cálice de bênção’. É, algumas vezes, uma expressão eufêmica por ‘amaldiçoar’, e assim se acha traduzida em 1:5-11 e 2.5,9.

Cálice Figuradamente pode significar sofrimento (Mt 20:22; 26.39), ou a morte (sangue) de Jesus por nós (Lc 22:20).

Cálice Copo de barro ou metal, de forma côncava e de pouca profundidade (Mt 23:25ss.; Mc 7:4). Nos evangelhos, simboliza o destino ou missão da pessoa (Mt 20:22ss.; Mc 10:38ss.), o que, às vezes, implica uma prova difícil (Mt 26:39.42; Mc 14:36; Lc 22:42; Jo 18:11).

Depois

advérbio Seguidamente; numa circunstância posterior: chegou depois das 21h.
Atrás; de modo posterior, na parte de trás: saiu depois da banda.
Ademais; em adição a: o tumulto foi desordeiro e, depois, se opôs ao governo.
Etimologia (origem da palavra depois). De origem questionável.

logo. – Segundo Lac. – “ambos estes advérbios indicam tempo que se segue ao atua1; porém logo designa termo mais próximo, e depois termo mais remoto. Logo ao sair da missa montaremos a cavalo; e depois de darmos um bom passeio, iremos jantar com teu tio”.

E

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

Memória

[...] Segundo a Psicofisiologia, a memória constitui a base de toda a atividade psíquica. O seu material é constituído pelas impressões que chegam à consciência por intermédio das sensações e são denominadas marcas mnêmicas ou engramas. Essa fixação dos engramas é grandemente influenciada pela atenção, pelo interesse, pela repetição e pela familiaridade com o material psíquico preexistente. Em seu sentido estrito, a memória é a soma de todas as lembranças existentes e as aptidões que determinam a extensão e a precisão dessas lembranças. Também tomam parte a capacidade de fixação e de evocação. Em Neurofisiologia já foram determinados dois tipos distintos de memória, localizados em regiões distintas do cérebro: a memória recente e a memória pregressa. O suporte fisiológico da memorização ainda é obscuro, mas pode envolver tanto a criação de novos circuitos funcionais entre os neurônios cerebrais como a síntese de proteínas no citoplasma das células nervosas. De particular importância no processo mnemônico são os núcleos da base, especificamente o hipocampo, as amídalas e os corpos mamilares. A memória tem fundamental importância tanto para o diagnóstico como para a terapêutica em Psiquiatria. A antiga hipótese freudiana do trauma infantil ilustra a importância dos engramas na etiologia de distúrbios psíquicos.
Referencia: BALDUINO, Leopoldo• Psiquiatria e mediunismo• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1995• - cap• 2

A memória, durante o estado de vigília, é, muitas vezes, uma reminiscência das vidas anteriores. É verdade que essas reminiscências são vagas, mas evidenciam na inteligência as aptidões mais acentuadas.
Referencia: BOURDIN, Antoinette• Entre dois mundos• Trad• de M• Quintão• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 27

[...] é o fulcro da vida mental, contribuindo para fundar a personalidade [...].
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Já vimos que a memória é uma condição quase indispensável à personalidade, pois ela é que liga o estado de atualidade aos estados anteriores, e nos afirma sermos hoje o mesmo indivíduo de há vinte anos. É a memória que cons titui a identidade, porquanto, ao mesmo passo que persistem as sensações presentes, surgem, por ela evocadas, as imagens antigas, que são, senão idênticas, ao menos muito análogas. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

[...] Faculdade misteriosa essa, que reflete e conserva os acidentes, as formas e as modificações do pensamento, do espaço e do tempo; na ausência dos sentidos e longe da impressão dos agentes externos, ela representa essa sucessão de idéias, de imagens e de acontecimentos já desaparecidos, já caídos no nada. Ela os ressuscita espiritualmente, tais como o cérebro os sentiu, a consciência os percebeu e formou.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1

[...] é atributo do invariável, do invólucro fluídico – o perispírito.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

A memória é o concatenamento, a associação das idéias, dos fatos, dos conhecimentos. [...] A memória é uma faculdade implacável de nossa inteligência, porque nenhuma de nossas percepções jamais é esquecida. Logo que um fato nos impressionou os sentidos, fixa-se irrevogavelmente na memória. Pouco importa que tenhamos conservado a consciência desta recordação: ela existe, é indelével.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 14

[...] é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 11


Memória
1) Lembrança (1Rs 17:18).


2) Fama (Sl 135:13).


3) MEMORIAL 1, (Ex 28:12; 1Co 11:24-25;
v. CEIA DO SENHOR).


4) No título de Sl 38:70 (RC, lembrança) a expressão “em memória” parece estar ligada a um SACRIFÍCIO acompanhado de queima de INCENSO, pedindo que Deus se lembre do salmista.


lembrança, recordação, reminiscência, retentiva. – Memória é a faculdade própria do nosso espírito de conservar impressões, ou “as ideias e noções dos objetos, e de as reproduzir na ausência deles”. – Lembrança é um dos atos desta faculdade: o que se dá quando a memória nos faz presentes essas impressões. – Recordação é outro ato da memória: o que se passa quando nós lhe pedimos (por assim dizer) conta das ideias e noções que lhe entregamos como em depósito: ato que é como chamar e trazer à lembrança o que havíamos confiado à memória. Finalmente reminiscência é ainda outro ato da memória: é a lembrança de ideias e noções, que em tempos remotos nos foram presentes e que em nós deixaram mui fracas e ligeiras impressões, das quais, por isso mesmo, apenas podemos agora achar e reconhecer os vestígios; chegando às vezes quase a duvidar da existência anterior de tais ideias no nosso espírito. Tem memória quem conserva as espécies das coisas que foram objeto de seus pensamentos, e as pode reproduzir. A memória pode ser fácil, ampla, tenaz, pronta, etc. A memória talvez enfraquece com a idade, com a doença; e talvez se extingue de todo por indisposição do cérebro. Tem lembrança ou lembra-se quem atualmente suscita ou tem presentes as espécies dos objetos, que já o impressionaram. A lembrança pode ser mais ou menos remissa, mais ou menos viva; e às vezes é tal que parece fazer-nos realmente presentes os próprios objetos. A vista de um lugar excita-nos de ordinário a lembrança do objeto agradável ou desagradável, que ali avistamos a primeira vez. A lembrança de qualquer objeto traz quase sempre consigo a de outros que com ele são ligados ou associados, etc. Tem recordação ou recorda-se quem traz à lembrança ou suscita as espécies dos objetos que entregou à memória. O homem grato recorda-se muitas vezes, com gosto e sensibilidade, do benefício recebido. O bom português recorda com saudade a antiga glória da sua pátria. O orador faz recordação do discurso, ou recorda o discurso antes que se exponha a recitá-lo em público. O estudante recorda a lição antes de entrar na aula, etc. Tem finalmente reminiscência quem se lembra mui remissamente de algum objeto que em outro tempo viu ou conheceu; quem acha em sua memória alguns, quase apagados, vestígios desse objeto. Dizem que Pitágoras ostentava ter reminiscência de diferentes estados pelos quais a sua alma tinha passado em existências anteriores. Alguns filósofos foram de parecer que as ideias que temos das coisas puramente inteligíveis, bem como de alguns que chamam primeiros princípios, são meras reminiscências; e segundo Platão, tudo quanto parece que nós aprendemos de novo não é, na realidade, senão reminiscência”. – Retentiva seria sinônimo perfeito de memória, se não acrescentasse à noção de reter na memória a ideia de lembrança ou recordação súbita e viva.

substantivo feminino Faculdade de reter ideias, sensações, impressões, adquiridas anteriormente.
Efeito da faculdade de lembrar; lembrança: não tenho memória disso!
Recordação que a posteridade guarda: memórias do passado.
Dissertação sobre assunto científico, artístico, literário, destinada a ser apresentada ao governo, a uma instituição cultural etc.
[Artes] Monumento dedicado a alguém ou em celebração de uma pessoa digna de lembrança; memorial.
Papel usado para anotar coisas que não se deve esquecer; lembrete.
Relato feito escrita ou oralmente sobre uma situação; narração.
[Jurídico] Documento com o qual alguém expõe a sua defesa ou pedido a ser anexado aos autos.
[Matemática] Dispositivo dos calculadores eletrônicos, que registra sinais, resultados parciais etc., que são consignados no momento oportuno para o fazer intervir no seguimento das operações: discos de memória.
[Informática] Unidade funcional que pode receber, conservar e restituir dados.
[Informática] Memória convencional, a que é armazenada segundo os padrões de um programa altamente abrangente.
substantivo feminino plural Memórias. Obra literária escrita por quem presenciou os acontecimentos que narra, ou neles tomou parte.
expressão De memória. Sem a ajuda de notas ou livros, só pela lembrança.
Em memória de. Em homenagem a alguém que já morreu.
[Informática] Memória secundária. Meio de armazenamento de dados e instruções não volátil (p. ex., disquetes), usado para que estes se preservem (p. ex., quando o computador é desligado).
Etimologia (origem da palavra memória). Do latim memoria.

Memória Recordação, impulsionada pela fé, que o discípulo faz da pessoa e obra de Jesus. A comemoração dessa pessoa e obra é a finalidade do partir do pão (Lc 22:19). Nesse empenho, desfruta da ajuda do Espírito Santo (Jo 14:26).

Novo

adjetivo Que existe há pouco tempo; que apareceu recentemente.
Jovem; que é moço; de pouca idade.
Que está na parte inicial de um processo, de um ciclo, de um desenvolvimento.
Não muito usado: o vestido ainda estava novo.
Sem uso; que se comprou há pouco tempo: televisor novo.
Estranho; pouco divulgado; que não é famoso ou conhecido: território novo.
Desconhecido; nunca antes conhecido: teoria nova.
Original; que expressa originalidade: nova culinária mediterrânea.
Novato; desprovido de experiência; que expressa imaturidade: diretor novo.
Verde; cujo desenvolvimento foi interrompido: fruto novo.
substantivo masculino Atual; o que pode ser considerado recente: não se abriu para o novo.
substantivo masculino plural As pessoas de pouca idade: os novos não se preocupam com a velhice.
Os artistas (escritores e poetas) que expressam a atualidade em suas obras.
Gramática Superlativo Abs. Sint. novíssimo.
Etimologia (origem da palavra novo). Do latim novus.a.um.

adjetivo Que existe há pouco tempo; que apareceu recentemente.
Jovem; que é moço; de pouca idade.
Que está na parte inicial de um processo, de um ciclo, de um desenvolvimento.
Não muito usado: o vestido ainda estava novo.
Sem uso; que se comprou há pouco tempo: televisor novo.
Estranho; pouco divulgado; que não é famoso ou conhecido: território novo.
Desconhecido; nunca antes conhecido: teoria nova.
Original; que expressa originalidade: nova culinária mediterrânea.
Novato; desprovido de experiência; que expressa imaturidade: diretor novo.
Verde; cujo desenvolvimento foi interrompido: fruto novo.
substantivo masculino Atual; o que pode ser considerado recente: não se abriu para o novo.
substantivo masculino plural As pessoas de pouca idade: os novos não se preocupam com a velhice.
Os artistas (escritores e poetas) que expressam a atualidade em suas obras.
Gramática Superlativo Abs. Sint. novíssimo.
Etimologia (origem da palavra novo). Do latim novus.a.um.

recente. – Novo é aquilo “que não tinha ainda acontecido, ou não tinha sido inventado, ou de que não havia notícia; e também o que não tem tido uso, ou que tem sido mui pouco usado. Recente exprime precisamente o que sucedeu há pouco tempo; o que ainda está flagrante, ou sucedeu de fresco. Uma lei é nova, quando se promulga pela primeira vez; um invento é novo, quando dantes não era conhecido, ou não havia notícia dele; um vestido é novo, quando ainda não teve uso, ou só muito pouco uso tem tido. A lei é recente, quando foi promulgada há pouco tempo. O invento é recente, quando há pouco tempo que começou a ter voga, ou a ser conhecido do público. O vestido é recente, quando está feito de fresco. Novo parece que se refere à substância (por assim dizer) da coisa, do fato, ou do sujeito; e recente, à sua data. A revolução francesa oferece-nos muitos exemplos recentes, dos terríveis efeitos das paixões humanas, quando são violentamente agitadas pelas comoções públicas; mas nenhum destes exemplos é novo na história das nações. A doutrina do magnetismo animal é recente na Europa; mas muitos dos fenômenos, em que ela se funda, nada têm de novos”.

Sangue

substantivo masculino Líquido viscoso e vermelho que, através das artérias e das veias, circula pelo organismo animal, coordenado e impulsionado pelo coração.
Por Extensão Seiva; sumo ou líquido que, num vegetal, circula no interior do seu organismo.
Figurado Família; quem compartilha a mesma descendência ou hereditariedade.
Figurado A existência; a ação de permanecer vivo: deram o sangue pela causa!
Figurado Vigor; energia, força e vitalidade: a empresa contratou sangue novo.
Figurado Violência; excesso de confrontos físicos; em que há morte: só se via sangue naquele espetáculo.
Por Extensão Menstruação; eliminação mensal de sangue proveniente do útero.
[Teologia] A natureza, contrapondo-se à graça.
Etimologia (origem da palavra sangue). Do latim sanguen.inis.

Aparece pela primeira vez mencionado no caso do assassinato de Abel (Gn 4:10). Comer carne com sangue era coisa proibida (Gn 9:4), e essa proibição foi de um modo especial estabelecida na Lei (Lv 17:10-12), e tratada pela igreja cristã (At 15:20-29). o derramamento de sangue no sacrifício era ato freqüente no ritual hebraico. o uso de sangue na Páscoa (Êx 12:7-13) era o mais significativo destes atos, pondo o fato em relação com a obra de Jesus. Em Hb 9:10 são os antigos sacrifícios contrapostos ao ‘único sacrifício pelos pecados’, oferecidos por Jesus. Noutros lugares trata-se de um modo particular do sangue derramado na cruz do Calvário (e.g. Rm 5:9Ef 1:7Cl 1:20 – 1 Pe 1.19 – 1 Jo 1:7Ap 1:5). o termo sangue tem um certo número de significações secundárias. ‘Carne e sangue’ significa a natureza humana, contrastando com o corpo espiritual dado aos crentes 1Co 15:50) ou quer dizer a humanidade em contraste com Deus (Gl 1:16). A causa ‘entre caso e caso de homicídio’ (Dt 17:8) envolvia pena capital, se o caso estava satisfatoriamente averiguado.

[...] é, provavelmente, o veículo da vida e, assim sendo, concebe-se que o corpo espiritual carregue consigo elementos vitais. [...]
Referencia: WYLM, A• O rosário de coral: romance baseado na fenomenologia psíquica• Trad• de Manuel Quintão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1983• - pt• 2


Sangue
1) Líquido que circula no coração, artérias e veias, contendo em si a vida (Gn 9:4)

2) Morte violenta (Mt 27:24-25) , na cruz (Rm 5:9); (Cl 1:20);
v. NTLH).

3) Morte espiritual (At 18:6); 20.26;
v. NTLH).

Sangue Símbolo da vida. Os sacrifícios do Antigo Testamento exigiam, na maior parte, o derramamento de sangue (Lv 17:10-14; Dt 12:15-16); também seu aproveitamento — incluindo animais não dessangrados — era proibido aos israelitas, mas não aos gentios que viviam entre eles (Dt 12:16-24; 14,21). A expressão carne e sangue refere-se ao ser humano em sua condição terrena (Mt 16:17). O sangue de Jesus — derramado pela humanidade (Mt 26:28; Mc 14:24; Lc 22:20) — é o fundamento sobre o qual se obtém o perdão dos pecados.

L. Morris, The Cross...; C. Vidal Manzanares, El judeocristianismo...; Idem, Diccionario de las tres...


Semelhantemente

advérbio De modo semelhante; em que há ou demonstra semelhança.
Que está em conformidade com; conformemente.
Etimologia (origem da palavra semelhantemente). Semelhante + mente.

Testamento

Testamento
1) Declaração legal que uma pessoa faz sobre a distribuição dos seus bens depois da sua morte (Hc 9:16-17).


2) Designação de cada uma das duas divisões da Bíblia, que agrupam os escritos da antiga e da nova ALIANÇA.


Vezar

verbo transitivo direto e pronominal Passar a ter vezo; adquirir certo hábito e/ou costume; acostumar-se.
Etimologia (origem da palavra vezar). A + vezo + ar.
verbo transitivo direto [Popular] Conseguir ou tomar a posse de; passar a possuir (alguma coisa).
Etimologia (origem da palavra vezar). Vezo + ar.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
I Coríntios 11: 25 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

 ① em virtude de o Meu sangue; isto ② fazei (em todas- e- quaisquer- vezes em que o bebais) para dentro da relembrança de Mim." Lc 22:19,20 ">Semelhantemente também, tomou o cálice depois de cear, dizendo: "Este cálice o novo testamento significa ① em virtude de o Meu sangue; isto ② fazei (em todas- e- quaisquer- vezes em que o bebais) para dentro da relembrança de Mim." Lc 22:19,20
I Coríntios 11: 25 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

54 d.C.
G1172
deipnéō
δειπνέω
senhora, proprietária
(that has)
Substantivo
G1242
diathḗkē
διαθήκη
a manhã
(the morning)
Substantivo
G129
haîma
αἷμα
sangue
(blood)
Substantivo - neutro neutro no Singular
G1437
eán
ἐάν
se
(if)
Conjunção
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G1699
emós
ἐμός
pastagem
(as in their pasture)
Substantivo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G2537
kainós
καινός
novo
(new)
Adjetivo - Masculino no Plurak acusativo
G3004
légō
λέγω
terra seca, solo seco
(the dry land)
Substantivo
G3326
metá
μετά
.. .. ..
(.. .. ..)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G364
anámnēsis
ἀνάμνησις
lembrança, recordação
(remembrance)
Substantivo - feminino acusativo singular
G3740
hosákis
ὁσάκις
()
G3778
hoûtos
οὗτος
um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
(of the Chaldeans)
Substantivo
G4095
pínō
πίνω
beber
(you should drink)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Ativo - 2ª pessoa do plural
G4160
poiéō
ποιέω
fazer
(did)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
G4221
potḗrion
ποτήριον
copo, cálice
(a cup)
Substantivo - neutro acusativo singular
G5615
hōsaútōs
ὡσαύτως
Da mesma forma
(likewise)
Advérbio


δειπνέω


(G1172)
deipnéō (dipe-neh'-o)

1172 δειπνεω deipneo

de 1173; TDNT - 2:34,143; v

  1. comer, jantar

διαθήκη


(G1242)
diathḗkē (dee-ath-ay'-kay)

1242 διαθηκη diatheke

de 1303; TDNT - 2:106,157; n f

  1. disposição; arranjo de qualquer natureza que se espera que seja válido, última disposição que alguém faz de suas posses terrenas depois de sua morte, testamento ou vontade
  2. pacto, acordo, testamento
    1. acordo de Deus com Noé, etc.

αἷμα


(G129)
haîma (hah'-ee-mah)

129 αιμα haima

de derivação incerta; TDNT - 1:172,26; n m

  1. sangue
    1. de homem ou animais
    2. refere-se à sede da vida
    3. daquelas coisas que se assemelham a sangue, suco de uva
  2. derramamento de sangue, ser espalhado pela violência, morte violenta, assassinato

ἐάν


(G1437)
eán (eh-an')

1437 εαν ean

de 1487 e 302; conj

  1. se, no caso de

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

ἐμός


(G1699)
emós (em-os')

1699 εμος emos

do caso oblíquo de 1473 (1698, 1700, 1691); pron

  1. meu, etc.

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

καινός


(G2537)
kainós (kahee-nos')

2537 καινος kainos

de afinidade incerta; TDNT - 3:447,388; adj

  1. novo
    1. com respeito à forma
      1. recentemente feito, fresco, recente, não usado, não surrado
    2. com respeito à substância
      1. de um novo tipo, sem precedente, novo, recente, incomum, desconhecido

Sinônimos ver verbete 5852 e 5935


λέγω


(G3004)
légō (leg'-o)

3004 λεγω lego

palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

  1. dizer, falar
    1. afirmar sobre, manter
    2. ensinar
    3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
    4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
    5. chamar pelo nome, chamar, nomear
    6. gritar, falar de, mencionar

μετά


(G3326)
metá (met-ah')

3326 μετα meta

preposição primária (com freqüencia usada adverbialmente); TDNT - 7:766,1102; prep

  1. com, depois, atrás


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ἀνάμνησις


(G364)
anámnēsis (an-am'-nay-sis)

364 αναμνησις anamnesis

de 363; TDNT - 1:348,56; n f

  1. lembrança, recordação

Sinônimos ver verbete 5809


ὁσάκις


(G3740)
hosákis (hos-ak'-is)

3740 οσακις hosakis

advérbio multiplo de 3739; adv

  1. sempre que, tão freqüentemente quanto

οὗτος


(G3778)
hoûtos (hoo'-tos)

3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

do artigo 3588 e 846; pron

  1. este, estes, etc.

πίνω


(G4095)
pínō (pee'-no)

4095 πινω pino

forma prolongada de πιω pio; que (junto como outra forma ποω poo) ocorre apenas como um substituto em determinados tempos; TDNT - 6:135,840; v

beber

figurativamente, receber na alma o que serve para refrescar, fortalecer e nutrir para a vida eterna


ποιέω


(G4160)
poiéō (poy-eh'-o)

4160 ποιεω poieo

aparentemente forma prolongada de uma palavra primária arcaica; TDNT - 6:458,895; v

  1. fazer
    1. com os nomes de coisas feitas, produzir, construir, formar, modelar, etc.
    2. ser os autores de, a causa
    3. tornar pronto, preparar
    4. produzir, dar, brotar
    5. adquirir, prover algo para si mesmo
    6. fazer algo a partir de alguma coisa
    7. (fazer, i.e.) considerar alguém alguma coisa
      1. (fazer, i.e.) constituir ou designar alguém alguma coisa, designar ou ordenar alguém que
      2. (fazer, i.e.) declarar alguém alguma coisa
    8. tornar alguém manifesto, conduzi-lo
    9. levar alguém a fazer algo
      1. fazer alguém
    10. ser o autor de algo (causar, realizar)
  2. fazer
    1. agir corretamente, fazer bem
      1. efetuar, executar
    2. fazer algo a alguém
      1. fazer a alguém
    3. com designação de tempo: passar, gastar
    4. celebrar, observar
      1. tornar pronto, e assim, ao mesmo tempo, instituir, a celebração da páscoa
    5. cumprir: um promessa

Sinônimos ver verbete 5871 e 5911


ποτήριον


(G4221)
potḗrion (pot-ay'-ree-on)

4221 ποτηριον poterion

de um derivado do substituto de 4095; TDNT - 6:148,841; n n

copo, cálice

metáf. porção ou experiência de alguém, seja prazenteira ou adversa.

Designações divinas, sejam favoráveis ou desfavoráveis. Comparável a um cálice que Deus apresenta a alguém para beber: tanto de prosperidade, como de adversidade


ὡσαύτως


(G5615)
hōsaútōs (ho-sow'-toce)

5615 ωσαυτως hosautos

de 5613 e um advérbio de 846; adv

  1. de modo semelhante, da mesma forma