Enciclopédia de Marcos 5:9-9

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 5: 9

Versão Versículo
ARA E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
ARC E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
TB Perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
BGB καὶ ἐπηρώτα αὐτόν· Τί ⸂ὄνομά σοι⸃; καὶ ⸂λέγει αὐτῷ⸃· ⸀Λεγιὼν ὄνομά μοι, ὅτι πολλοί ἐσμεν·
HD E perguntava-lhe: Qual o teu nome? Ele lhe diz: Legião {é} meu nome, porque somos muitos.
BKJ E ele perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Meu nome é Legião, porque somos muitos.
LTT E Ele (Jesus) lhe perguntava: "Qual é o teu nome?" E ele Lhe respondeu, dizendo: "Legião o meu nome é, porque muitos somos."
BJ2 E perguntando-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu: Legião é o meu nome, porque, somos muitos.
VULG Et interrogabat eum : Quod tibi nomen est ? Et dicit ei : Legio mihi nomen est, quia multi sumus.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 5:9

Mateus 12:45 Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má.
Mateus 26:53 Ou pensas tu que eu não poderia, agora, orar a meu Pai e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?
Marcos 5:15 E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram.
Lucas 8:30 E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios.
Lucas 11:21 Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Marcos 5 : 9
Legião
Divisão do exército romano contendo aproximadamente seis mil homens (000).

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

31 ou 32 d.C.

Região de Cafarnaum

Ilustrações sobre o Reino

Mt 13:1-53

Mc 4:1-34

Lc 8:4-18

 

Mar da Galileia

Acalma tempestade

Mt 8:18-23-27

Mc 4:35-41

Lc 8:22-25

 

Região de Gadara

Manda demônios para os porcos

Mt 8:28-34

Mc 5:1-20

Lc 8:26-39

 

Provavelmente Cafarnaum

Cura mulher que tinha fluxo de sangue; ressuscita filha de Jairo

Mt 9:18-26

Mc 5:21-43

Lc 8:40-56

 

Cafarnaum (?)

Cura cegos e mudo

Mt 9:27-34

     

Nazaré

Novamente rejeitado em sua cidade

Mt 13:54-58

Mc 6:1-5

   

Galileia

Terceira viagem à Galileia; expande a obra enviando apóstolos

Mt 9:35–11:1

Mc 6:6-13

Lc 9:1-6

 

Tiberíades

Herodes corta a cabeça de João Batista; fica perplexo com Jesus

Mt 14:1-12

Mc 6:14-29

Lc 9:7-9

 

32 d.C., perto da Páscoa (Jo 6:4)

Cafarnaum (?); lado NE do mar da Galileia

Apóstolos voltam da pregação; Jesus alimenta 5 mil homens

Mt 14:13-21

Mc 6:30-44

Lc 9:10-17

Jo 6:1-13

Lado NE do mar da Galileia; Genesaré

Povo quer fazer de Jesus rei; anda sobre o mar; cura muitas pessoas

Mt 14:22-36

Mc 6:45-56

 

Jo 6:14-21

Cafarnaum

Diz que é “o pão da vida”; muitos ficam chocados e o abandonam

     

Jo 6:22-71

32 d.C., depois da Páscoa

Provavelmente Cafarnaum

Tradições invalidam a Palavra de Deus

Mt 15:1-20

Mc 7:1-23

 

Jo 7:1

Fenícia; Decápolis

Cura filha de mulher siro-fenícia; alimenta 4 mil homens

Mt 15:21-38

Mc 7:24–8:9

   

Magadã

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 15:39–16:4

Mc 8:10-12

   

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

mc 5:9
Caminho, Verdade e Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 143
Página: 301
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? — Ao que ele respondeu: Legião é o meu nome, porque somos muitos.” — (Mc 5:9)


O Mestre legou inolvidável lição aos discípulos nesta passagem dos Evangelhos.

Dispensador do bem e da paz, aproxima-se Jesus do Espírito perverso que o recebe em desesperação.

O Cristo não se impacienta e indaga carinhosamente de seu nome, respondendo-lhe o interpelado: “Chamo-me Legião, porque somos muitos.”

Os aprendizes que o seguiam não souberam interpretar a cena, em toda a sua expressão simbólica. E até hoje pergunta-se pelo conteúdo da ocorrência com justificável estranheza.

É que o Senhor desejava transmitir imortal ensinamento aos companheiros de tarefa redentora.

À frente do Espírito delinquente e perturbado, Ele era apenas um; o interlocutor, entretanto, denominava-se “Legião”, representava maioria esmagadora, personificava a massa vastíssima das intenções inferiores e criminosas. Revelava o Mestre que, por indeterminado tempo, o bem estaria em proporção diminuta comparado ao mal em aludes arrasadores.

Se te encontras, pois, a serviço do Cristo na Terra, não te esqueças de perseverar no bem, dentro de todas as horas da vida, convicto de que o mal se faz sentir em derredor, à maneira de legião ameaçadora, exigindo funda serenidade e grande confiança no Cristo, com trabalho e vigilância, até à vitória final.



mc 5:9
Palavras de Vida Eterna

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 167
Página: 349
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos.” — (Mc 5:9)


Consciências oneradas em culpas e desacertos de numerosas reencarnações, ser-nos-á justo ponderar a resposta do Espírito conturbado e infeliz à pergunta do Mestre.

“Legião é o meu nome, — disse ele, — porque somos muitos.”

Iniludivelmente, ainda hoje, em nos aproximando do Senhor, reconhecemo-nos, não apenas afinados com vários grupos de companheiros tão devedores quanto nós, mas igualmente em lamentável dispersão íntima, qual se encerrássemos um feixe de personalidades contraditórias entre si.

Ao contato das lições de Jesus, é que, habitualmente, nos vemos versáteis e contraproducentes, qual ainda somos… Acreditamos na força da verdade, experimentando sérios obstáculos para largar a mentira; ensinamos beneficência, vinculados a profundo egoísmo; destacamos os méritos do sacrifício pela felicidade alheia, agarrados a vantagens pessoais; manejamos brandura em se tratando de avisos para os outros e estadeamos cólera imprevista se alguém nos causa prejuízo ligeiro; proclamamos a necessidade do espírito de serviço, reservando ao próximo tarefas desagradáveis; pelejamos pela paz nos lares vizinhos, fugindo de garantir a tranquilidade na própria casa; queremos que o irmão ignore os golpes do mal que lhe estraçalham a existência e estamos prontos a reclamar contra a alfinetada que nos fira de leve; salientamos o acatamento que se deve aos Desígnios Divinos e pompeamos exigências disparatadas, em se apresentando o menor de nossos caprichos.

Sim, de modo geral, somos individualmente, diante de Jesus, a legião dos erros que já cometemos no pretérito e dos erros que cultivamos no presente, dos erros que assimilamos e dos erros que aprovamos para nos acomodarmos às situações que nos favoreçam [os interesses de superfície].




Essa mensagem, diferindo na palavra marcada e [entre colchetes] foi publicada em setembro de 1964 pela FEB no Reformador e é também a 27ª lição do 2º volume do  livro “”


mc 5:9
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 26
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? — Ao que ele respondeu: Legião é o meu nome, porque somos muitos.” — (Mc 5:9)


O Mestre legou inolvidável lição aos discípulos nesta passagem dos Evangelhos.

Dispensador do bem e da paz, aproxima-se Jesus do Espírito perverso que o recebe em desesperação.

O Cristo não se impacienta e indaga carinhosamente de seu nome, respondendo-lhe o interpelado: “Chamo-me Legião, porque somos muitos.”

Os aprendizes que o seguiam não souberam interpretar a cena, em toda a sua expressão simbólica. E até hoje pergunta-se pelo conteúdo da ocorrência com justificável estranheza.

É que o Senhor desejava transmitir imortal ensinamento aos companheiros de tarefa redentora.

À frente do Espírito delinquente e perturbado, Ele era apenas um; o interlocutor, entretanto, denominava-se “Legião”, representava maioria esmagadora, personificava a massa vastíssima das intenções inferiores e criminosas. Revelava o Mestre que, por indeterminado tempo, o bem estaria em proporção diminuta comparado ao mal em aludes arrasadores.

Se te encontras, pois, a serviço do Cristo na Terra, não te esqueças de perseverar no bem, dentro de todas as horas da vida, convicto de que o mal se faz sentir em derredor, à maneira de legião ameaçadora, exigindo funda serenidade e grande confiança no Cristo, com trabalho e vigilância, até à vitória final.




André Luiz

mc 5:9
Obreiros da Vida Eterna

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 4
Página: -
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

Depois de viagem normal, através dos caminhos comuns, alcançamos nevoenta região, onde asfixiante tristeza parecia imperar incessantemente. De outras vezes, eu já atravessara sítios semelhantes, gastando apenas alguns minutos. Agora, porém, era compelido a longa marcha em sentido horizontal. Atendendo a imperativos da missão, o Assistente Jerônimo procurava certa localidade, sob a denominação expressiva de “Casa Transitória de Fabiano”.

Tratava-se de grande instituição piedosa, no campo de sofrimentos mais duros em que se reúnem almas recém-desencarnadas, nas cercanias da Crosta Terrestre, a qual, segundo nos informou o chefe da expedição, fora fundada por , devotado servo da caridade entre antigos religiosos do Rio de Janeiro, desencarnado há muitos anos. Organizada por ele, era confiada, periodicamente, a outros benfeitores de elevada condição, em tarefa de assistência evangélica, junto aos Espíritos recém-desligados do Plano carnal.

— Na Casa Transitória, — prosseguia Jerônimo, explicando-nos, — prestaremos o auxílio que nos seja possível à organização e asilaremos, em seguida, os irmãos que nos cabe socorrer. Não fossem esses pousos de amor, tornar-se-ia muito difícil nosso trabalho. Raramente encontramos companheiros carnais em condições de atravessarem semelhante zona, imediatamente após a morte física. Quase todos permanecem estonteados, nos primeiros dias. Se entregues à própria sorte, seriam fatalmente agredidos pelas entidades perversas, ou habilmente desviados por elas do bom caminho de restauração gradual das energias interiores. Daí a necessidade desses abrigos fraternais, em que almas heroicas e dedicadas ao sumo bem se consagram a santificadas tarefas de amparo e vigilância.

Após breve pausa, concluiu:

— Além disso, teremos aí todo o equipamento necessário aos trabalhos que nos cumpre realizar.

Curioso, guardei silêncio e esperei.

Não se passou muito tempo, defrontava-nos casarão enorme em plena sombra. Nada que evidenciasse preocupação artística e bom gosto na construção. Nem árvores, nem jardins em torno. A edificação baixa e simples mal se destacava no nevoeiro denso.

Certo, percebendo-me a estranheza, Jerônimo esclareceu:

— O nome do instituto, André, fala por si mesmo. Temos, à frente, acolhedora casa de transição, destinada a socorros urgentes. Embora seu assombro natural, é asilo móvel, que atende segundo as circunstâncias do ambiente. Sofre permanente cerco de Espíritos desesperados e sofredores, condenados pela própria consciência à revolta e à dor. Suas defesas magnéticas exigem considerável número de servidores e os amigos da piedade e da renunciação, que aí atendem, passam dia e noite ao lado do sofrimento. Todavia, o trabalho desta Casa é dos mais dignos e edificantes. Neste edifício de benemerência cristã, centralizam-se numerosas expedições de irmãos leais ao bem, que se dirigem à Crosta Planetária ou às Esferas escuras, onde se debatem na dor seres angustiados e ignorantes, em trânsito prolongado nos abismos tenebrosos. Além disso, a Casa Transitória de Fabiano, à maneira de outras instituições salvadoras que representam verdadeiros templos de socorro nestas regiões, é também precioso ponto de ligação com as nossas cidades espirituais em zonas superiores.

Nesse instante, antes que Jerônimo pudesse prosseguir nos esclarecimentos, atingimos as barreiras magnéticas, a distância de alguns metros do portão de acesso ao interior.

Atendidos por trabalhadores vigilantes, que sem hesitação nos ofereceram passagem, acionamos pequeno aparelho que nos ligou, de pronto, ao porteiro prestativo.

Não decorreram muitos minutos e achamo-nos diante de figura respeitável. Não supunha que a instituição estivesse administrada por mãos sensíveis de mulher. A Irmã Zenóbia, aparentando idade madura e aureolada de cabelos negros, proporcionava-nos informações vivas de sua energia e admirável capacidade de trabalho, através dos olhos transbordantes de luz.

Saudou-nos, cortês, sem despender muitas palavras, passando imediatamente ao assunto que a nossa presença sugeria:

— Fui avisada ontem, — disse, bondosa, — de que a missão chegaria hoje e rejubilamos com isso.

— Ao seu dispor, — explicou-se Jerônimo, com gentileza. — Este abrigo de amor e paz cooperará conosco, asilando-nos alguns tutelados convalescentes, e, por nossa vez, desejamos ser úteis à casa, de algum modo.

Zenóbia envolveu-nos num sorriso de simpatia acolhedora e, após rápidos minutos de silêncio, considerou:

— Aceitamos o concurso. Reconheço a presença dum grupo harmonioso e, desde a semana finda, aguardava ensejo, não só para beneficiar a coletividade sofredora de abismo próximo, senão também a fim de socorrer certo irmão nosso, muito infeliz. Trata-se de pessoa que me foi particularmente querida e que apenas agora foi encontrada em remota região de seres decaídos. Vencendo obstáculos, trouxemo-la para a vizinhança da Casa; porém, o perigoso estado em que se encontra não nos autoriza a fornecer-lhe abrigo e, sim, proteção indireta. Já estabelecemos medidas em favor da remoção desse infortunado amigo para a zona da Crosta, onde será brevemente internado em reencarnação expiatória, com auxílio divino. Entretanto, precisarei pessoalmente da colaboração fraternal dos companheiros, em benefício do transviado…

— Sem dúvida, — atalhou Jerônimo, desvanecido, — teremos prazer.

Designando a devotada enfermeira que nos acompanhava, acrescentou:

— Em nossa companhia, permanece a Irmã Luciana, que nos pode ser extremamente útil nesse caso particular, em virtude das suas adiantadas faculdades de clarividência.

A diretora da Casa Transitória fixou o olhar sereno em nossa colaboradora, sorriu, amável, e prosseguiu:

— Bem lembrado. Alguns irmãos, qual ocorre a esse a que me refiro, descem a tamanho embrutecimento moral que somente conseguem ouvir-nos a voz, de modo imperfeito, e, não lhes sendo possível identificar-nos pela visão, em face dos impedimentos vibratórios criados por eles mesmos, duvidam de nossa amizade e de nossos propósitos elevados de cooperação. No fato presente, o concurso de Luciana ser-me-á precioso.


Não podia disfarçar o meu constrangimento ante aquele pormenor da conversação. Por que motivo a Irmã Zenóbia, orientando instituição como aquela, necessitaria de nossa colaboração, mormente no capítulo da clarividência mencionada? Porventura, não poderia também esquadrinhar os problemas de almas sofredoras e decaídas?

Incapaz de sopitar a interrogação, observei, admirado:

— Oh! Quer dizer que os benfeitores daqui não podem ver quanto desejam?

Foi o Assistente Jerônimo quem veio ao meu encontro.

— Antes de tudo, André, — falou, compassivo, — faz-se necessário considerar que a Irmã Zenóbia, não obstante a sua extensa visão espiritual, terá razões íntimas para invocar a providência. Quanto ao mais, não devemos esquecer os imperativos da especialização.

A resposta tivera efeito de ducha gelada. Arrependera-me de haver formulado a interrogação indiscreta. Completando, porém, o ensinamento, Jerônimo continuou:

— Senão, vejamos: o padre Hipólito consagra-se, atualmente, à interpretação das leis divinas, no serviço educativo àqueles que as desconhecem, enquanto a Irmã Zenóbia atende a sofredores, em massa, nesta casa de amor cristão. Claro que poderiam exercitar a clarividência, com benefícios generalizados para o próximo, mas com prejuízo manifesto dos deveres imediatos. Isso não ocorre com Luciana que, pelo contato individual e intenso com os enfermos, durante muitos anos consecutivos, especializou-se em penetrar-lhes o mundo mental, trazendo à tona suas ideias, ações passadas e projetos íntimos, em atividade beneficente. Se entrássemos nós outros, de improviso, em relação com a sua clientela, veríamos “alguma coisa”, embora, não tanto e tão bem quanto pode ser observado por ela, em vista de suas dilatadas experiências. A seu turno, Luciana poderia, de imediato, interpretar os ensinamentos divinos e orientar esta casa, “de algum modo”, mas não tanto e tão bem quanto o padre Hipólito e a irmã Zenóbia, considerando-lhes os vastos conhecimentos nesse sentido. Todas as aquisições espirituais exigem perseverança no estudo, na observação e no serviço aplicado. E devemos considerar que isso não infirma a necessidade de aprender sempre. O músico exímio poderá ser aprendiz incipiente da Química, destacando-se, mais tarde, nesse campo científico, como se verifica na arte dos sons. Não alcançará, todavia, a realização, sem gastar tempo, esforço e boa vontade. Aliás, o próprio Mestre assegurou que o homem encontrará aquilo que procurar. (Lc 11:10)

Sorrindo de minha interrogação, que provocara ensinamentos tão rudimentares, concluiu:

— A busca de dons espirituais para a vida eterna não representa serviço igual à cata de objetos perdidos na Crosta.

Interveio a Irmã Zenóbia, acrescentando fraternalmente:

— Sim, não podemos edificar todas as qualidades nobres de uma só vez. Cada trabalhador fiel ao seu dever possui valor específico, incontestável. A Obra Divina é infinita.

Tornando ao primitivo rumo da conversação, prosseguiu:

— Quando dispomos de clarividentes nos serviços de socorro ao abismo, em circunstâncias favoráveis, conseguimos resultados de preciosa eficiência. Os servidores dessa natureza, porém, são poucos, em vista da multiplicidade das tarefas e raros se dispõem a servir nas paisagens escuras da angústia infernal.

Luciana, chamada nominalmente à palestra, esclareceu que teria satisfação em cooperar e contou-nos que buscara desenvolver as faculdades de que era portadora, a fim de socorrer, noutro tempo, o Espírito de seu pai, desencarnado numa guerra civil. Tivera ele preponderância no movimento de insurreição pública e permanecia nas Esferas inferiores, alucinado pelas paixões políticas. Depois de paciente auxílio, reajustara emoções, obtendo possibilidades de reencarnar em grande cidade brasileira, para onde ela mesma, Luciana, seguiria também logo pudesse o genitor do pretérito organizar novo lar, restabelecendo-se a aliança de carinho e de amor, segundo o projeto por ambos estabelecido.

Zenóbia ouvia com atenção.

Percebendo talvez que a palestra tendia para o campo do personalismo direto, em minutos para os quais provavelmente a diretora da casa teria outros compromissos, Jerônimo interferiu na conversação e dirigiu-se a ela, atencioso:

— Estamos satisfeitos, Irmã, pela perspectiva de algum concurso amigo, ao seu lado. Compreendemos a grandeza de sua missão nobilitante e, se vamos depender tanto de seu generoso amparo, nesta casa, constitui-nos obrigação cooperar com a Irmã nos trabalhos em que nossa humilde colaboração possa ser útil. Seguiremos, amanhã, para a zona carnal. Entretanto, logo que nos seja possível trazer para sua companhia o primeiro irmão libertado, André e eu permaneceremos em trânsito, entre a Crosta e este abençoado asilo, enquanto Hipólito e Luciana se demorarão aqui, velando pelos convalescentes e colaborando, junto da Irmã, nas tarefas imediatas.

— Alegra-me sobremaneira a expectativa! Falou a diretora, evidentemente satisfeita.


Nesse instante, invisível campainha ressoou, estridente, com estranha entonação.

Não decorreram cinco segundos e alguém penetrou a sala, rumorosamente. Era determinado servo da vigilância, que anunciou, precípite:

— Irmã Zenóbia, aproximam-se entidades cruéis. A agulha de aviso indicou a direção norte. Devem estar a três quilômetros, aproximadamente.

A orientadora empalideceu ligeiramente, mas não traiu a emoção com qualquer gesto que denunciasse fraqueza.

— Acendam as luzes exteriores! — Ordenou, — todas as luzes! E liguem as forças da defesa elétrica, reforçando a zona de repulsão para o norte. Os invasores desviar-se-ão.

Retirou-se apressadamente o emissário, enquanto pesado silêncio abatia-se sobre nós. Luciana fizera-se lívida. Jerônimo e Zenóbia demonstravam, através do olhar, asfixiante preocupação. Registrar-se-iam fatos que eu ignorava? Será que Espíritos reconhecidamente maus também organizavam expedições semelhantes às que realizávamos para o bem? Que espécie de entidades seriam aquelas, para infundirem tamanha preocupação nos dirigentes esclarecidos e virtuosos de nossos trabalhos e tão grande terror nos subordinados daquela casa de amor cristão? Impressionara-me a expressão facial de dor e incerteza do servidor que trouxera a notícia. Seriam tantos os malfeitores das sombras para justificar semelhante pavor? Sentia o raciocínio extremamente reduzido para comportar a imensidade das interrogações que me afloravam à mente.

Através de minúscula abertura, notei que enormes holofotes se acendiam de súbito, no exterior, como as luzes de grande navio assaltado por nevoeiro denso em zona perigosa.

Ruídos característicos faziam-se sentir à nossa audição, informando-nos que aparelhos elétricos haviam sido postos em funcionamento.

— É lamentável, — exclamou Zenóbia, com a manifesta intenção de restaurar-nos a tranquilidade, — que tantas inteligências humanas, desviadas do bem e votadas ao crime, se consagrem aqui ao prosseguimento de atividades ruinosas e destruidoras.

Nenhum de nós ousou dizer qualquer palavra.

A diretora, porém, esforçando-se por sorrir, continuou:

— A tragédia bíblica da queda dos anjos luminosos,  em abismos de trevas, repete-se todos os dias, sem que o percebamos em sentido direto. Quantos gênios da Filosofia e da Ciência dedicados à opressão e à tirania! Quantas almas de profundo valor intelectual se precipitam no despenhadeiro de forças cegas e fatais! Lançados ao precipício pelo desvio voluntário, esses infelizes raramente se penitenciam e tentam recuo benéfico… Na maioria das vezes, dentro da terrível insatisfação do egoísmo e da vaidade, insurgem-se contra o próprio Criador, aviltando-se na guerra prolongada às suas divinas obras. Agrupam-se em sombrias e devastadoras legiões, operando movimentos perturbadores que desafiam a mais astuta imaginação humana e confirmam as velhas descrições mitológicas do inferno.

Observando-me, possivelmente, a angústia íntima, em face de suas considerações, Irmã Zenóbia acrescentou:

— Chegará, porém, o dia da transformação dos gênios perversos, desencarnados, em Espíritos lucificados pelo bem divino. Todo mal, ainda que perdure milênios, é transitório. Achamo-nos apenas em luta pela vitória imortal de Deus, contra a inferioridade do “eu” em nossas vidas. Toda expressão de ignorância é fictícia. Somente a sabedoria é eterna.

Por minha vez, gostaria de formular várias indagações, porém a expectativa fizera-se mais pesada.

— Alguns séculos, — prosseguiu a diretora de reencarnações terrestres, — constituem tempo escasso para reeducar inteligências pervertidas no crime. É por isso que os trabalhos retificadores continuam vivos, além da morte do corpo físico, obrigando os servos da verdade e do bem a suportar os irmãos menos felizes, até que se arrependam e se convertam…

Indefiníveis ruídos alcançaram-nos o ouvido, e Zenóbia, pálida, calou-se igualmente. Em poucos segundos, tornaram-se mais nítidos. Eram gritos aterradores, como se a curta distância devêssemos afrontar hordas de enraivecidos animais ferozes.

Entre nós, Luciana parecia a mais atemorizada. Torcia nervosamente as mãos, até que, não lhe sendo possível suportar por mais tempo a inquietação, dirigiu-se à diretora da casa, suplicando:

— Irmã, não será conveniente endereçarmos fervorosa rogativa a Deus? conheço os monstros. Tentaram, muita vez, arrebatar meu pai do sítio a que se recolhera!…

Zenóbia sorriu com benevolência e respondeu:

— Já fiz meus atos devocionais de hoje, preparando-me para as ações eventuais do trabalho no decurso do dia. Aliás, minha amiga, nossa ansiosa expectativa, em si mesma, vale por súplica ardente. Decidamos, pois, qualquer problema a sobrevir, com resolução e confiança em Nosso Pai e em nós próprios.

A esse tempo, tornara-se enorme o vozerio. Pus-me, assombrado, a identificar rugidos estridentes de leões e panteras, casados a uivos de cães, silvos de serpentes e guinchos de macacos.

Em dado momento, ouvimos explosões ensurdecedoras. Quase no mesmo instante, certo auxiliar penetrou o recinto e comunicou:

— Atacam-nos com petardos magnéticos.

A diretora resoluta ouviu, serena, e determinou:

— Emitam raios de choque fulminante, assestando baterias.

As farpas elétricas deviam ser atiradas em silêncio, porque as explosões diminuíram até à extinção total, percebendo-se que a horda invasora se desviara noutro rumo, pelo ruído a perder-se distante.

Respiramos aliviados.

Estampou-se confortadora expressão na fisionomia de Zenóbia, que falou, satisfeita:

— Agora, peçamos ao Mestre conceda aos infelizes o caminho adequado às suas necessidades.


Escoaram alguns minutos, nos quais elevamos pensamentos de gratidão e júbilo ao Cristo Salvador.

Tornando à palavra livre, considerei:

— Que impressionantes rugidos ouvimos! Não se figuravam lamentos de corações sofredores, mas algazarra de feras soltas. Terrível novidade!…

— Esses bandos, porém, — observou a diretora, sensatamente, — são antigos. Entre as narrações evangélicas, ao tempo da passagem de Nosso Senhor pelas estradas humanas, lemos o noticiário alusivo às legiões dos gênios diabólicos. (Mc 5:9)

Enquanto concordávamos, em silêncio, prosseguiu, compungida:

— Enraízam-se os pobrezinhos tão intensamente nas ideias e propósitos do mal e criam tantas máscaras animalescas para si mesmos, em virtude da revolta e da desesperação a lhes consumirem a alma, que adquirem, de fato, a semelhança de horrendos monstros, entre a humanidade e a irracionalidade.

Antes que pudesse continuar nas observações tristes, penetrou um assessor no salão e dirigiu-se à orientadora do instituto:

— Irmã Zenóbia, ambos os desequilibrados que deram entrada, anteontem, romperam as celas e tentam fugir.

A orientadora atalhou a notificação, expedindo ordem:

— Prendam-nos, imediatamente, com a colaboração dos vigilantes. Temos responsabilidade. A expedição que no-los confiou regressará amanhã, nas primeiras horas.

Encontrava-se o cooperador junto à porta de saída, quando outro auxiliar apareceu, atento.

— Irmã, — disse, respeitoso, — as notas da Crosta chegaram agora. O chefe da missão Figueira, em atividade desde a semana finda, pede sejam preparadas acomodações para três recém-desencarnados, depois de amanhã.

— Tomarei providências, — informou a diretora sem se alterar.

Íamos reiniciar a palestra, mas aproximou-se uma jovem serviçal, fazendo também sua participação:

— Irmã Zenóbia, a turma de vigilância, que descansou há três dias, voltou a postos.

— Mande-a retomar os lugares, — recomendou ela, — e que os irmãos exaustos repousem convenientemente.

Afastou-se a ativa emissária e, quando eu pretendia, por minha vez, comentar a movimentação de trabalho da casa, outro colaborador assomou à porta e avisou:

— Irmã, a expedição Fabrino pede auxílio da Crosta para os serviços das reencarnações expiatórias de que se encontra encarregada. A mensagem assinala serviço urgente para noite próxima. Que devo responder?

A orientadora refletiu um pouco e ordenou:

— Transmita o comunicado aos irmãos Gotuzo e Hermes. Estarão talvez disponíveis. Mais tarde, expediremos resposta.

Pretendíamos retomar a instrutiva conversação, mas, em se fazendo novo silêncio, outro ajudante, de fisionomia visivelmente alterada, surgiu à porta para informar:

— Irmã Zenóbia, a Nota do Dia, vinda do Plano Superior, manda comunicar-lhe que os desintegradores etéricos passarão por aqui amanhã.

— Oh! O fogo?!… — Replicou a diretora, patenteando agora inexcedível emoção. — Bem o suspeitei, — ponderou, acrescentando: — o nosso ambiente está conturbado. A passagem dos monstros é sinal de que a limpeza será urgente.

E, fixando os olhos penetrantes no colaborador, prosseguiu:

— Solicitemos a cooperação das congêneres mais próximas. Precisamos apelar para o Oratório de Anatilde e para a Fundação Cristo. Tente a ligação. Irei, eu mesma, fazer o pedido.

Afastando-se o assessor, Zenóbia voltou-se para nós, cheia de bondade:

— Segundo observam, meus amigos, desta vez devo levantar-me e agir. Quando o fogo etérico vem queimar os resíduos da região, somos obrigados a transportar-nos com a instituição, a caminho de outra zona. Necessito movimentar providências, relativas à nova localização, e rogar o socorro de outras casas especializadas.

Dirigindo-se, particularmente, a Jerônimo, acentuou:

— Meu irmão, já que o inesperado me surpreende, estimaria visitar o abismo, ainda hoje, em companhia dos amigos. Além do serviço à coletividade sofredora, conforme notifiquei a princípio, interesso-me por irmão nosso, em doloroso estado de cegueira espiritual, a favor de quem estou autorizada a fazer serviços intercessórios.

— De perfeito acordo, — respondeu nosso chefe, atenciosamente.

Depois de levar a efeito alguns sinais de chamada, a diretora da Casa Transitória de Fabiano confiou-nos ao cuidado de Heráclio, abnegado cooperador da instituição, e se afastou.

Fomos, então, convidados pelo novo amigo a visitar o interior e, em breve, apresentava-nos extensos dormitórios e estreitos cubículos, em que se localizavam doentes e necessitados de vários matizes. Atravessamos, igualmente, compridas salas de estudo e complicados laboratórios, notando-se que ali todo o espaço era rigorosamente aproveitado.

Em certo ponto da conversação, o delicado companheiro que nos acolhia, percebendo a curiosidade com que examinávamos a parte interna do edifício, erguido à base de substância singularmente leve, esclareceu:

— É tipo de construção para movimento aéreo. Muda-se, sem maiores dificuldades, de uma região para outra, atendendo às circunstâncias.

E, sorrindo:

— Por isso, é denominada “Casa Transitória”.

Em breves minutos, o Assistente Jerônimo era chamado nominalmente pela irmã Zenóbia, para entendimento particular.

Hipólito e Luciana solicitaram ingresso na Sala Consagrada, onde, conforme explicações de Heráclio, administradores, auxiliares e asilados daquele pouso de amor se reuniam habitualmente para os serviços divinos da prece. Interessado, por minha vez, nos trabalhos médicos do instituto, indaguei quanto à possibilidade de encontrar algum colega que me fornecesse novos elementos educativos.

Expondo ao prestativo assessor meus desejos, respondeu-me sem hesitar:

— Já sei o que pretende. No momento, temos em casa o Irmão Gotuzo, cujas informações talvez lhe satisfaçam a curiosidade.




[Vide: ]


mc 5:9
Missionários da Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 11
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

Certa noite, finda a dissertação que Alexandre consagrava aos companheiros terrenos, meu orientador foi procurado por duas senhoras, que foram conduzidas, em condições especialíssimas, àquele curso adiantado de esclarecimentos, porquanto eram criaturas que ainda se encontravam presas aos veículos de carne e que procuravam o instrutor, temporariamente desligadas do corpo, por influência do sono.

A mais velha, evidentemente Espírito mais elevado, pelas expressões de luz de que se via rodeado, parecia muito conhecida e estimada de Alexandre, que a recebeu com indisfarçáveis demonstrações de carinho. A outra, porém, envolvida num círculo escuro, trazia o semblante lacrimoso e angustiado.

— Ó meu amigo! — Exclamou a entidade mais simpática, dirigindo-se ao benévolo orientador, depois das primeiras saudações, — trago-lhe minha prima Ester, que perdeu o esposo em dolorosas circunstâncias.

E enquanto a senhora indicada enxugava os olhos, em silêncio, acabrunhadíssima, a outra continuava:

— Alexandre, conheço a elevação e a urgência de seus serviços; entretanto, ouso pedir sua ajuda para os nossos pesares terrestres! Se houver absurdo em nossa rogativa, desculpe-nos com o seu coração clarividente e bondoso! Somos mulheres humanas! Perdoe-nos, pois, se batemos à sua porta de benfeitor, para atender a problemas tristes!…

— Etelvina, minha amiga, — falou o instrutor, com entonação de ternura, — em toda parte, a dor sincera é digna de amparo. Se há sofrimentos na carne, existem eles também aqui, onde nos encontramos sem os despojos grosseiros e, em todos os lugares, devemos estar prontos à cooperação legítima. Diga, portanto, o que desejam e ponham-se à vontade!

Ambas as senhoras demonstraram-se aliviadas e passaram a conversar calmamente.


Etelvina, satisfeita, apresentou então a companheira que começou a relatar seu doloroso romance. Casara-se, fazia doze anos, com o segundo noivo que o destino lhe reservara, esclarecendo que o primeiro, ao qual amara muito, suicidara-se em circunstâncias misteriosas. A princípio, preocupara-se intensamente com a atitude de Noé, o noivo primeiro, bem-amado de seu coração; todavia, o devotamento de Raul, o esposo que o Céu lhe enviara, conseguira desfazer-lhe as mágoas do passado, edificando-lhe a ventura conjugal, com amoroso entendimento. Haviam recebido três filhinhos da Providência Divina e viviam em harmonia completa. Raul, conquanto melancólico, era dedicado e fiel. Quantas vezes desejara ela balsamizar-lhe, em vão, as chagas recônditas! O companheiro, todavia, nunca se lhe revelara plenamente! Apesar disso, a existência corria-lhe venturosa e calma, no santuário da mútua compreensão. Não obstante, porém, viverem para o desempenho das sagradas obrigações domésticas, apareceram inimigos ocultos que lhes haviam subtraído a felicidade. Raul fora assassinado inexplicavelmente. Amigos anônimos recolheram-lhe o cadáver na via pública, trazendo-lhe à casa a terrível surpresa. Tinha ele o coração varado por um tiro de revólver, que, embora encontrado junto do corpo exangue, não lhe pertencia. Que mistério envolveria o hediondo crime? Diversos populares e policiais acreditavam tratar-se de suicídio, tanto assim que todas as diligências da justiça criminal se encontravam interrompidas; entanto, em sua convicção de mulher, admitia o assassínio. Que motivos conduziriam um homem bom e trabalhador ao suicídio sem causa? porque se mataria Raul, quando tudo lhes era favorável, relativamente ao futuro? Inegavelmente, seus recursos financeiros não eram extensos, mas sabiam equilibrar, com decência, a despesa doméstica e a receita comum. Não, não. O companheiro, a seu parecer, teria partido da Crosta por imposição de tenebroso crime. Mas, em sua generosidade feminina, Ester, em lágrimas, não desejava positivar a culpabilidade de ninguém, não desejava vingar-se e, sim, acalmar o coração em desalento. Seria possível, por intermédio de Alexandre, sonhar com o companheiro, no sentido de obter-lhe as notícias diretas e fazer-lhe sentir o carinhoso interesse do lar? Em vista dos filhos pequenos e de dois velhos tios que estavam dependentes de seus préstimos, a angustiada viúva encontrava-se em péssimas condições financeiras, na viuvez inesperada; todavia, acrescentava em pranto, estava disposta a trabalhar e consagrar-se aos filhinhos, recomeçando a vida, mas, antes disso, desejava algum conforto para o coração, anelava inteirar-se do ocorrido e conhecer a situação do esposo, para conformar-se. E, no fim da longa e sentida exposição, rematava, lacrimosa, dirigindo-se ao meu orientador:

— Por piedade, generoso amigo! Nada me poderia dizer? que terá sido feito de Raul? quem o teria assassinado? e porquê?

A viúva sofredora parecia alucinada de dor e internava-se através das mais descabidas indagações; Alexandre, porém, longe de se desgostar com as perguntas intempestivas, assumira atitude paternal e, carinhosamente, tomou as mãos da interlocutora, respondendo-lhe:

— Tenha calma e coragem, minha amiga! Neste momento, não é fácil esclarecê-la. É imperioso sindicar, com cuidado, a fim de solucionar o problema com o critério devido. Volte, pois, ao lar e descanse a mente oprimida… Ansiedades existem que não se curam à força de raciocínios do mundo. É indispensável conhecer o refúgio da oração, confiando-as ao Supremo Pai. Ampare-se à fé sincera, confie na Providência e veremos o que é possível fazer no setor da informação e do socorro fraterno. Examinaremos o assunto com atenção!

Ambas as senhoras teceram ainda alguns comentários dolorosos, em torno do acontecimento, e despediram-se, mais tarde, com palavras de gratidão e conforto.


A sós comigo e sentindo, talvez, a minha necessidade de preparação e conhecimento, o orientador explicou:

— Nossos amigos encarnados muitas vezes acreditam que somos meros adivinhos e, pelo simples fato de nos conservarmos fora da carne, admitem que já somos senhores de sublimes dons divinatórios, esquecidos de que o esforço próprio, com o trabalho legítimo, é uma lei para todos os Planos evolutivos.

Mas, sorrindo paternalmente, acrescentou:

— Entretanto, é forçoso considerar que nós outros, quando na Crosta, em face das mesmas circunstâncias, não procederíamos de outra forma.

No dia imediato, porque podia eu dispor de mais tempo, convidou-me Alexandre a acompanhá-lo até à residência de Ester. Tomaria o lar da interessada como ponto de partida para as averiguações que desejava levar a efeito.

— Como? — Ponderei, — não seria mais prático invocar diretamente o esposo desencarnado, através de nossos poderes mentais? Raul poderia, desse modo, ser ouvido sem dificuldade, observando-se posteriormente o que se poderia fazer em favor da viúva.

O instrutor, todavia, sem desprezar minha ideia, considerou:

— Sem dúvida, esse é o método mais fácil e, em muitos casos, devemos mobilizar semelhantes recursos; entretanto, André, o serviço intercessório, para ser completo, exige alguma coisa de nós mesmos. Concedendo à nossa irmã Ester algo de nosso tempo e de nossas possibilidades, seremos credores de mais justos conhecimentos, respeito à situação geral, enriquecendo, simultaneamente, os nossos valores de cooperação. Quem dá o bem é o primeiro beneficiado, quem acende uma luz é o que se ilumina em primeiro lugar.

Como quem não desejava dilatar a conversação, Alexandre silenciou, pondo-nos ambos a caminho, compreendendo eu, mais uma vez, que, como na Terra, o serviço de colaboração fraternal no Plano dos Espíritos reclama esforço, tolerância e diligência.


A casa da pobre viúva localizava-se em rua modesta e, embora relativamente confortável, parecia habitada por muitas entidades de condição inferior, o que observei sem dificuldade, pelo movimento de entradas e saídas, antes mesmo de nossa penetração no ambiente doméstico. Entramos sem que os desencarnados infelizes nos identificassem a presença, em virtude do baixo padrão vibratório que lhes caracterizava as percepções. O quadro, porém, era doloroso de ver-se. A família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples. Entretanto, um fato, até então inédito para mim, feriu-me a observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivessem tomando alimentos por absorção.

— Ó meu Deus! — Exclamei, aturdido, dirigindo-me ao instrutor, — será crível? Desencarnados à mesa?

Alexandre replicou, tranquilo:

— Meu amigo, os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas da paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento.

Após ligeira pausa em que fixava, compadecido, a paisagem interior, prosseguiu:

— Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantêm ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico.

— Mas chegam a se alimentar, de fato, utilizando os mesmos acepipes de outro tempo? — Indaguei, espantado, ao ver a satisfação das entidades congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes.

Alexandre sorriu e acrescentou:

— Tanta admiração, somente por vê-los tomando alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que o próprio homem encarnado recebe mais de setenta per cento da alimentação comum através de princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda desintegração. Ora, os nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal.

— No entanto, — ponderei, — parece desagradável tomar refeições, obrigando-nos à companhia inevitável de desconhecidos e mormente desconhecidos da espécie que temos sob os olhos.

— Mas você não pode esquecer, — aduziu o orientador, — que não se trata de gente anônima. Estamos vendo familiares diversos, que os próprios encarnados retêm com as suas pesadas vibrações de apego doentio.

Alexandre pensou um momento e continuou:

— Admitamos, contudo, a sua hipótese. Ainda que a mesa doméstica estivesse rodeada de entidades indignas, estranhas aos laços consanguíneos, resta a certeza de que as almas se reúnem obedecendo às tendências que lhes são características e à circunstância de que cada Espírito tem as companhias que prefere.

E, desejoso de fornecer bases sólidas ao meu aprendizado, considerou:

— A mesa familiar é sempre um receptáculo de influenciações de natureza invisível. Valendo-se dela, medite o homem no bem, e os trabalhadores espirituais, nas vizinhanças do pensador, virão partilhar-lhe o serviço no campo abençoado dos bons pensamentos; conserve-se a família em Plano superior, rendendo culto às experiências elevadas da vida, e os orientadores da iluminação espiritual aproximar-se-ão, lançando no terreno da palestra construtiva as sementes das ideias novas, que então se movimentam com a beleza sublime da espontaneidade. Entretanto, pelos mesmos dispositivos da lei de afinidade, a maledicência atrairá os caluniadores invisíveis e a ironia buscará, sem dúvida, as entidades galhofeiras e sarcásticas, que inspirarão o anedotário menos digno, deixando margem vastíssima à leviandade e à perturbação.

Indicando o grupo à mesa, Alexandre acentuou:

— Aqui, os tristes inveterados atraem os familiares desencarnados de análoga condição. É o vampirismo recíproco. Ouça você o que falam.

Agucei meus ouvidos e, com efeito, observei que a conversação era das mais lastimáveis:

— Nunca pensei que viria a sofrer tanto neste mundo! — Exclamava a velha tia de Ester, queixando-se amargamente. — Agostinho e eu trabalhamos tanto na mocidade!… Agora, chegados à velhice, sem recursos para enfrentar a vida, somos obrigados a sobrecarregar uma pobre sobrinha viúva! Ó que doloroso destino!…

E enquanto as lágrimas lhe corriam nas faces de cera, o ancião fazia coro:

— É verdade! Para uma vida laboriosa e difícil, tão amargosa compensação! Jamais esperei uma velhice tão escura!…

As entidades vestidas em túnicas de sombra, ao ouvirem semelhantes declarações, pareciam também mais comovidas, abraçando-se aos velhos com fervor.

A viúva, todavia, embora tristonha, acrescentou, resignada:

— De fato, nossas provações têm sido cruéis; entretanto, devemos confiar na Bondade de Deus.


Alexandre fixou nela toda a sua atenção e notei que na alma da viúva se fazia disposição singular. De olhos brilhantes, como se percebesse, de muito longe, a nossa influenciação espiritual, recordou o sonho da noite, de modo vago, acentuando:

— Graças à Providência, amanheci hoje muito mais confortada. Sonhei que a prima Etelvina me conduziu à presença de um mensageiro celestial que me abençoou o coração, aliviando-me as pesadas dores destes últimos dias! Ó como me rejubilaria se pudesse reconstituir esse sonho de luz!

— Ora, mamãe, conte-nos! — Exclamou a filhinha de sete anos presumíveis, que até ali se mantivera em silêncio.

A senhora, de bom grado, comentou:

— Minha filha, não se pode descrever as grandes sensações. Não me lembro precisamente de tudo, mas recordo-me de que o emissário de Jesus me ouviu com paciência e, em seguida, disse-me palavras de encorajamento e amor. Longe de me repreender, acolheu-me, bondoso, e, revelando divina tolerância, escutou minhas queixas até ao fim, qual médico abnegado. Inegavelmente, levantei-me hoje com outro ânimo. Estejamos conformados, pois Deus nos auxiliará. Logo que me refaça completamente, ganharei nosso pão com o trabalho honesto. Tenhamos esperança e fé.

Em face das afirmativas encorajadoras de Ester, os meninos entreolharam-se, sorridentes, enquanto os velhinhos calavam a amargura que lhes era própria.

Desejei fazer-me visível aos companheiros desencarnados, sem luz, que se movimentavam no recinto, de maneira a palestrar com eles, sondando-lhes as experiências, mas Alexandre dissuadiu-me:

— Seria perder tempo, — disse, — e se você deseja beneficiá-los, venha até aqui noutra oportunidade, porque as cristalizações mentais de muitos anos não se desfazem com esclarecimentos verbais dum dia. No momento, nosso objetivo é diverso. Precisamos obter informações sobre Raul. Além disso, se nos valêssemos da hora, a fim de ouvir nossos irmãos desencarnados, presentes, verificaríamos de pronto que eles poderiam apenas relacionar dolorosas lamentações, sem proveito construtivo.

E revelando reduzido interesse pela conversação dos encarnados, em vista do objetivo essencial do momento, considerou:

— Procuremos algum de nossos irmãos visitadores. Temos necessidade de informes iniciais para dar uma feição imediata ao nosso trabalho intercessório.

Porque Alexandre demandasse outros aposentos, deixei igualmente a modesta sala de refeições, embora desejasse continuar observando. O instrutor, porém, não tinha muito tempo para gastar.

Depois de rápidos minutos, fomos defrontados por uma entidade de aspecto humilde, mas muito digno, a quem Alexandre se dirigiu afavelmente:

— Meu amigo é visitador em função ativa?

— Sim, para servi-lo, — respondeu, atencioso, o interpelado.

O orientador expôs-lhe, com franqueza e em poucas palavras, o que desejávamos.

Então, o irmão visitador explicou-se razoavelmente: conhecera Raul, de perto, auxiliara-o muitas vezes, prestando-lhe continuada assistência espiritual; todavia, não pudera, nem ele e nem outros amigos, evitar-lhe o suicídio friamente deliberado.

— Suicídio? — Interrogou Alexandre, procurando informar-se de maneira completa. — A viúva acredita em assassínio.

— Entretanto, — ponderou o novo amigo, — ele soubera dissimular com cuidado. Meditara por muito tempo o ato infeliz e, no último dia, fizera a aquisição de um revólver para o fim desejado. Alvejando a região do coração, atirou a arma a pequena distância, depois de utilizá-la, cautelosamente, para evitar as impressões digitais e, desse modo, conseguira burlar a confiança dos familiares, fazendo-os supor tivesse havido doloroso crime.

— E chegou a vê-lo nos derradeiros minutos da tragédia? — Indagou Alexandre, paternal.

— Sim, — esclareceu o interlocutor, — alguns amigos e eu tentamos socorrê-lo, mas, em vista das condições da morte voluntária, friamente deliberada, não nos foi possível retirá-lo da poça de sangue em que se mergulhou, retido por vibrações pesadíssimas e angustiosas. Permanecíamos em serviço com o fim de ampará-lo, quando se aproximou um “bando” de algumas dezenas, que abusou do infeliz e deslocou-o, facilmente, em virtude da harmonia de forças perversas. Como pode compreender, não nos foi possível arrebatá-lo das mãos dos salteadores da sombra, que o carregaram por aí…

O instrutor parecia satisfeito com as elucidações, e, quando vi que se dispunha a terminar a palestra, ousei perguntar:

— Mas… e a causa do suicídio? não será interessante ouvir o visitador?

— Não, — explicou Alexandre, tranquilamente, — Indagaremos do próprio interessado.

Despedimo-nos. Determinada indagação, todavia, atormentava-me o cérebro. Não a contive por muitos instantes, dirigindo-me ao generoso orientador:

— Um “bando”? mas o que significa? — Interroguei.

Alexandre, que me parecia agora mais preocupado, esclareceu:

— O “bando” a que se refere o informante é a multidão de entidades delinquentes, dedicadas à prática do mal. Embora tenham influenciação limitada, em virtude das defesas numerosas que rodeiam os núcleos de nossos irmãos encarnados e as nossas próprias Esferas de ação, levam a efeito muitas perturbações, concentrando os impulsos de suas forças coletivas.

Porque fosse muito grande a minha estranheza, o instrutor aduziu:

— Não se surpreenda, meu amigo. A morte física não é banho milagroso, que converta maus em bons e ignorantes em sábios, dum instante para outro. Há desencarnados que se apegam aos ambientes domésticos, à maneira da hera às paredes. Outros, contudo, e em vultoso número, revoltam-se nos círculos da ignorância que lhes é própria e constituem as chamadas legiões das trevas, que afrontaram o próprio Jesus, (Mc 5:9) por intermédio de obsidiados diversos. Organizam-se diabolicamente, formam cooperativas criminosas e ai daqueles que se transformam em seus companheiros! Os que caem na senda evolutiva, pelo descaso das oportunidades divinas, são escravos sofredores desses transitórios, mas terríveis poderes das sombras, em cativeiro que pode caracterizar-se por longa duração.


— Mas o visitador regional, como guarda destes sítios, — inquiri, espantado, — não poderia defender o suicida infeliz?

— Se ele fosse vítima de assassínio, sim, — respondeu o instrutor, — porque, na condição real de vítima, o homem segrega determinadas correntes de força magnética suscetíveis de pô-lo em contato com os missionários do auxílio; mas no suicídio previamente deliberado, sem a intromissão de inimigos ocultos, como este sob nossa observação, o desequilíbrio da alma é inexprimível e acarreta absoluta incapacidade de sintonia mental com os elementos superiores.

— Mas, — indaguei, assombrado, — as sentinelas espirituais não poderiam socorrer independentemente?

Esboçou Alexandre um gesto de tolerância fraterna e acentuou:

— Sendo a liberdade interior apanágio de todos os filhos da Criação, não seria possível organizar precipitados serviços de socorro para todos os que caem nos precipícios dos sofrimentos, por ação propositada, com plena consciência de suas atitudes. Em tais casos, a dor funciona como medida de auxílio nas corrigendas indispensáveis. Mas… e os maus que parecem felizes na própria maldade? perguntará você, naturalmente. Esses são aqueles sofredores perversos e endurecidos de todos os tempos, que, apesar de reconhecerem a decadência espiritual de si mesmos, criam perigosa crosta de insensibilidade em torno do coração. Desesperados e desiludidos, abrigando venenosa revolta, atiram-se à onda torva do crime, até que um novo raio de luz lhes desabroche no céu da consciência.


O assunto oferecia ensejo a valiosos esclarecimentos, mas Alexandre esboçou um gesto de quem não podia gastar muito tempo com palavras e, depois de ligeiro intervalo, acrescentou:

— André, mantenha-se em oração, ajudando-me por alguns momentos. Agora, que tenho informações positivas do visitador, preciso mobilizar minhas possibilidades de visão, sindicando quanto ao paradeiro do irmão infeliz.

Não obstante conservar-me em prece, observei que o orientador entrava em profundo silêncio. Daí a alguns minutos, Alexandre tomou a palavra e exclamou como quem estivesse voltando de surpreendente excursão:

— Podemos seguir adiante. O pobre irmão, semi-inconsciente, permanece imantado a um grupo perigoso de vampiros, em lugarejo próximo.


O instrutor pôs-se a caminho; segui-o, passo a passo, em silêncio, apesar de minha intensa curiosidade.

Em pouco tempo, distanciando-nos dos núcleos suburbanos, encontramo-nos nas vizinhanças de grande matadouro.

Minha surpresa não tinha limites, porque observei a atitude de vigilância assumida pelo meu orientador, que penetrou firmemente a larga porta de entrada. Pelas vibrações ambientes, reconheci que o lugar era dos mais desagradáveis que conhecera, até então, em minha nova fase de esforço espiritual. Seguindo Alexandre de muito perto, via numerosos grupos de entidades francamente inferiores que se alojavam aqui e ali. Diante do local em que se processava a matança dos bovinos, percebi um quadro estarrecedor. Grande número de desencarnados, em lastimáveis condições, atiravam-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora…

Alexandre percebera o assombro doloroso que se apossara de mim e esclareceu-me com serenidade:

— Está observando, André? Estes infelizes irmãos que nos não podem ver, pela deplorável situação de embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais. São famintos que causam piedade.

Poucas vezes, em toda a vida, eu experimentara tamanha repugnância. As cenas mais tristes das zonas inferiores que, até ali, pudera observar, não me haviam impressionado com tamanho amargor. Desencarnados à procura de alimentos daquela espécie? Matadouro cheio de entidades perversas? que significava tudo aquilo? Lembrei meus reduzidos estudos de História, remontando-me à época em que as gerações primitivas ofereciam aos supostos deuses o sangue de touros e cabritos. Estaria ali, naquele quadro horripilante, a representação antiga dos sacrifícios em altares de pedra? Deixei que as primeiras impressões me incandescessem o cérebro, a ponto de sentir, como noutro tempo, que minhas ideias vagueavam em turbilhão.

Alexandre, contudo, solícito como sempre, acercou-se mais carinhosamente de mim e explicou:

— Porque tamanha sensação de pavor, meu amigo? Saia de si mesmo, quebre a concha da interpretação pessoal e venha para o campo largo da justificação. Não visitamos, nós ambos, na Esfera da Crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago. Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o fomos, dos animais mortos, cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos elementos vitais. Sem dúvida, o quadro é lastimável; não nos compete, porém, lavrar as condenações. Cada coisa, cada ser, cada alma, permanece no processo evolutivo que lhe é próprio. E se já passamos pelas estações inferiores, compreendendo como é difícil a melhoria no plano de elevação, devemos guardar a disposição legítima de auxiliar sempre, mobilizando as melhores possibilidades ao nosso alcance, a serviço do próximo.

A advertência fora utilíssima. As palavras do instrutor caíram-me nalma a preceito, retificando-me a atitude mental. Encarei sereno o quadro sob meus olhos e, notando que me reequilibrara, Alexandre mostrou-me uma entidade de aspecto lamentável, semelhante a um autômato, a vaguear em torno dos demais. Depois de fixar-lhe os olhos quase sem expressão, reparei que a sua vestimenta permanecia ensanguentada.

— É o suicida que procuramos, — exclamou o instrutor, claramente.

— Quê? — Perguntei, espantado, — porque precisariam dele os vampiros?

— Semelhantes infelizes, — elucidou Alexandre, — abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa, como este pobre Raul, nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro…


Estava atônito, lembrando as antigas informações religiosas sobre as tentações diabólicas, mas o orientador, firme na missão sagrada de auxílio, obtemperou:

— André, não se impressione em sentido negativo. Todo homem, encarnado ou desencarnado, que se desvie da estrada reta do bem, pode vir a ser perigoso gênio do mal. Não temos tempo a perder. Vamos agir, socorrendo o desventurado.

Seguindo o prestimoso mentor, aproximei-me também do infeliz. Alexandre alçou a destra sobre a fronte de Raul e envolveu-o em vigoroso influxo magnético. Dentro de poucos instantes, Raul permanecia cercado de luz, que foi vista imediatamente pelos seres da sombra, observando eu que a maioria se afastou, lançando gritos de horror. Vendo a claridade que rodeara a vítima, estavam lívidos, espantados. Um dos algozes mais corajosos replicou em voz alta:

— Deixemos este homem entregue à sua sorte. Os “Espíritos poderosos” estão interessados nele. Larguemo-lo!

Enquanto se retiravam os verdugos, apressadamente, como se temessem algo que eu não podia compreender ainda, em face da aproximação bendita daquela luz que vinha de Mais Alto, perdia-me em dolorosas interrogações íntimas. O quadro era típico das velhas lendas de demônios abandonando as almas prisioneiras de seus propósitos infernais. As palavras “Espíritos poderosos” haviam sido pronunciadas com indisfarçável ironia. Pela claridade que envolvera o suicida, sabiam eles que estávamos presentes e, embora fugissem, medrosos, alvejavam-nos com zombarias.

Aos poucos, o matadouro de grandes proporções estava deserto de vampiros vorazes. Alexandre, dando por finda a operação magnética, tomou a mão do amigo sofredor, que parecia imbecilizado pela influenciação maligna, e, conduzindo-o para fora, a caminho do campo, falou-me, bondoso:

— Não guarde no coração as palavras irônicas que ouvimos. Esses irmãos desventurados merecem a nossa maior compaixão. Vamos ao que nos possa interessar.

Recomendou-me amparar o novo amigo, que parecia inconsciente de nossa colaboração, e, depois de alguns minutos de marcha, estacionávamos sob árvore frondosa, depondo o irmão enfraquecido e cambaleante sobre a relva fresca.

Impressionado com o seu olhar inexpressivo, solicitei os esclarecimentos do orientador, cuja palavra amiga não se fez esperar:

— O pobrezinho permanece temporariamente desmemoriado. O estado dele, depois de tão prolongada sucção de energias vitais, é de lamentável inconsciência.

Em face da minha estranheza, Alexandre acrescentou:

— Que deseja você? Esperaria por aqui o processo de menor esforço? O magnetismo do mal está igualmente cheio de poder, mormente para aqueles que caem voluntariamente sob os seus tentáculos.

Em seguida, inclinou-se paternalmente sobre o desventurado suicida e indagou:

— Irmão Raul, como passa?

— Eu… eu… — murmurou o infeliz, como se estivesse mergulhado em profundo sono, — não sei… nada sei…

— Lembra-se da esposa?

— Não… — respondeu o suicida, de modo vago.

O instrutor levantou-se e disse-me:

— A inconsciência dele é total. Precisamos despertá-lo.

Em seguida, determinou que eu permanecesse ali, em vigilância, enquanto buscaria recursos necessários.

— Não poderemos acordá-lo por nós mesmos? — Interroguei, admirado.

O orientador sorriu e considerou:

— Bem se reconhece que você não é veterano em serviços “intercessórios”. Esquece-se de que vamos despertá-lo não só para a consciência própria, senão também para a dor? Romperemos a crosta de magnetismo inferior que o envolve e Raul regressará ao conhecimento da situação que lhe é própria; entretanto, sentirá o martírio do peito varado pelo projétil, rugirá de angústia ao contato da sobrevivência dolorosa, criada, aliás, por ele mesmo. Ora, em tais casos, as primeiras impressões são francamente terríveis e escoam-se algumas horas antes de seguro alívio. E como outras obrigações esperam por nós, será conveniente entregá-lo aos cuidados de outros amigos.

As observações calaram-me fundamente.

Decorridos vinte minutos, aproximadamente, Alexandre voltou acompanhado de dois irmãos que se prontificaram a conduzir o infeliz e, daí a algum tempo, encontrávamo-nos numa casa espiritual de socorro urgente, localizada na própria Esfera da Crosta. Via-se que a organização atendia a trabalhos de emergência, porquanto o material de assistência era francamente rudimentar.

Adivinhando-me o pensamento, Alexandre explicou:

— No Círculo de vibrações antagônicas dos habitantes da Crosta, não se pode localizar uma instituição completa de auxílio. O trabalho de socorro, desse modo, há de sofrer incontestável deficiência. Esta casa, porém, é um hospital. Deposto Raul num leito alvo, o devotado instrutor começou a aplicar-lhe passes magnéticos sobre a região cerebral. Não se passou muito tempo e o infeliz lançou um grito estertoroso e vibrante, dilacerando-me o coração.

— Eu morro! Eu morro!… — Gritava Raul, em suprema aflição, tentando, agora, escalar as paredes. — Acudam-me por caridade.

E comprimindo o peito com as mãos, exclamava, em tom lancinante:

— Meu coração está partido! Ajudem-me!… Não quero morrer!…

Enfermeiros solícitos amparavam-no com atenção, mas o paciente parecia tomado de horror. Olhos esgazeados em máscara de sofrimento indefinível, continuava gritando estentoricamente, como se houvesse acordado de pesadelo angustioso.

— Ester! Ester!… — Chamou o infeliz, recordando a esposa devotada, — venha em meu auxílio pelo amor de Deus! Socorra-me! Meus filhos!… Meus filhos!…

Alexandre acercou-se dele paternalmente e obtemperou:

— Raul, tenha paciência e fé no Divino Poder! Procure enfrentar corajosamente a situação difícil que você mesmo criou e não invoque o nome da companheira dedicada, nem chame pelos filhos amados que deixou na sua antiga paisagem do mundo, porque a porta material de sua casa se fechou com os seus olhos. Se você tivesse cultivado o amor cristão, prezando as oportunidades que o Senhor lhe confiou, fácil seria, num momento destes, regressar ao ninho afetuoso para rever os entes amados, ainda que eles não conseguissem identificar a sua presença. Mas… agora, meu amigo, é muito tarde… é necessário aguardar outro ensejo de trabalho e purificação, porque a sua oportunidade, com o nome terrestre de Raul, está finda…

Imenso pavor a estampar-se-lhe no semblante, o interpelado revidou:

— Estarei morto, porventura? não sinto o coração varado de dor? não tenho as vestes ensanguentadas? será isto morrer? Absurdo!…

Muito sereno, o bondoso instrutor voltou a falar:

— Não empunhou sua arma contra o próprio peito? não localizou o coração para exterminar a própria vida? Ó meu amigo, podem os homens enganar uns aos outros, mas nenhum de nós poderá iludir a Justiça Divina.

Revelando extrema vergonha, ao sentir-se a descoberto, o suicida prorrompeu em soluços, murmurando:

— Ah! Desventurado que sou! Mil vezes infeliz!…

Alexandre, contudo, não tornou a falar-lhe naquela circunstância. Depois de recomendá-lo carinhosamente aos cuidados dos irmãos responsáveis pelos serviços de assistência, dirigiu-se a mim, explicando:

— Vamos, André! Nosso novo amigo está em crise cuja culminância não cederá antes de setenta horas, aproximadamente. Voltaremos mais tarde a vê-lo.


De regresso aos meus trabalhos, esperei, ansioso, o instante de reatar as observações educativas. Impressionava-me a complexidade do serviço “intercessório”. As simples orações de uma esposa saudosa e dedicada haviam provocado atividades numerosas para o meu orientador e valiosos esclarecimentos para mim. Como agiria Alexandre na fase final? que revelações teria Raul para os nossos ouvidos de companheiros interessados no seu bem-estar? conseguiria a esposa consolar-se nos círculos da viuvez?

Abrigando interrogações numerosas, aguardei o momento azado. Decorridos quatro dias, o instrutor convidou-me a tornar ao assunto, o que me fez exultar de contentamento pela possibilidade de prosseguir, aprendendo para a minha própria evolução.

Encontramos Raul cheio de dores; todavia, mais calmo para sustentar a conversação esclarecedora. Queixava-se da ferida aberta, do coração descontrolado, dos sofrimentos agudos, do grande abatimento. Sabia, porém, que não se encontrava mais no Círculo da carne, embora semelhante verdade lhe custasse angustioso pranto.

— Tranquilize-se, — disse-lhe o meu orientador, com inexprimível bondade, — sua situação é difícil, mas poderia ser muito pior. Há suicidas que permanecem agarrados aos despojos cadavéricos por tempo indeterminado, assistindo à decomposição orgânica e sentindo o ataque dos vermes vorazes.

— Ai de mim! — Suspirou o mísero, — porque, além de suicida, sou igualmente criminoso.

E demonstrando infinita confiança em nós, Raul contou a sua história triste, procurando justificar o ato extremo.

Na mocidade, viera do interior para a cidade grande, atendendo ao convite de Noé, seu camarada de infância. Companheiro devotado e sincero, esse amigo apresentara-o, certa vez, à noiva querida, com quem esperava tecer, no futuro, o ninho de ventura doméstica. Ai! Desde o dia, porém, que vira Ester pela primeira vez, nunca mais pôde esquecê-la. Personificava a jovem o que ele, Raul, reputava como seu mais alto ideal para o matrimônio feliz. Em sua presença, sentia-se o mais ditoso dos homens. Seu olhar alimentava-lhe o coração, suas ideias constituíam a continuidade dos seus próprios pensamentos. Como, porém, fazer-lhe sentir o afeto imenso? Noé, o bom companheiro do passado, tornara-se-lhe o empecilho que precisava remover. Ester seria incapaz de traição ao compromisso assumido. Noé mostrava-se infinitamente bondoso e estimável para provocar um rompimento. Foi então que lhe nasceu no cérebro a tenebrosa ideia de um crime. Eliminaria o rival. Não cederia sua felicidade a ninguém. O colega deveria morrer. Mas como efetuar o plano sem complicações com a Justiça? Enceguecido pela paixão violenta, passou a estudar minuciosamente a realização de seus criminosos propósitos. E encontrou uma fórmula sutil para a eliminação do companheiro dedicado e fiel. Ele, Raul, passou a usar conhecido e terrível veneno em pequeninas doses, aumentando-as vagarosamente até habituar o organismo com quantidades que para outrem seriam fulminantes. Atingido o padrão de resistência, convidou o companheiro para um jantar e propinou-lhe o veneno odioso em vinho agradável que ele próprio bebeu, sem perigo algum. Noé, porém, desaparecera em poucas horas, passando por suicida, à apreciação geral. Guardou ele, para sempre, o segredo terrível, e, depois de cortejar gentilmente a noiva chorosa, conseguiu impor-lhe simpatia, que culminou em casamento. Atingira a realização do que mais desejava: Ester pertencia-lhe na qualidade de mulher; vieram os filhinhos enfeitar-lhe o viver, mas… a sua consciência fora ferida sem remissão. Nas mais íntimas cenas do lar, via Noé, através da tela mental, exprobrando-lhe o procedimento. Os beijos da esposa e as carícias dos filhos não conseguiam afastar a visão implacável. Ao invés de decrescerem, seus remorsos aumentavam sempre. No trabalho, na leitura, na mesa de refeições, na alcova conjugal, permanecia a vítima a contemplá-lo em silêncio. A certa altura do destino, quis entregar-se à justiça do mundo confessando o crime hediondo; entretanto, não se sentia com o direito de perturbar o coração da companheira, nem deveria encher de lodo o futuro dos filhinhos. A sociedade respeitava-o, acatando-lhe o ambiente doméstico. Companheiros distintos de trabalho prezavam-lhe a companhia. Como esclarecer a verdade em semelhantes contingências? Não obstante amar ternamente a esposa e os filhos, achava-se esgotado, ao fim de prolongada resistência espiritual. Receava a perturbação, o hospício, o aniquilamento, fugindo à confissão do crime que, cada dia, se tornava mais iminente. A essa altura, a ideia do suicídio tomou vulto em seu cérebro atormentado. Não resistiu por mais tempo. Esconderia o último ato do seu drama silencioso, como ocultara a tragédia primeira. Comprou um revólver e esperou. Certo dia, após o trabalho diário, absteve-se do caminho de volta ao lar e empunhou a arma contra o próprio coração, agindo cautelosamente para evitar as marcas digitais. Atingido o alvo, num supremo esforço desfizera-se do revólver homicida e não teve a atenção voltada senão para o intraduzível padecimento do tórax estrangulado… Dificilmente, como se os seus olhos permanecessem anuviados, sentiu que algumas pessoas tentavam socorrê-lo e, em seguida, verdadeira multidão de criaturas, que ele não pôde ver, arrebatava-o do local de dor… Desde então, um enfraquecimento geral tomara-o por completo. Sentia-se presa de um sono pesado e angustioso, cheio de pesadelos cruéis. E, por fim, somente recuperara a consciência de si mesmo, ali naquele quarto modesto, depois de Alexandre restaurar-lhe as energias em prostração…

Terminando a confissão longa e amargurosa, Raul tinha o peito opresso e lágrimas pesadas a lhe lavarem o rosto.

Comovidíssimo, não sabia, por minha vez, o que externar. Aquele drama oculto daria para impressionar corações de pedra. Alexandre, contudo, demonstrando a grandeza de suas elevadas experiências, mantinha respeitável serenidade, e falou:

— Nos maiores abismos, Raul, há sempre lugar para a esperança. Não se deixe dominar pela ideia de impossibilidade. Pense na renovação de sua oportunidade, medite na grandeza de Deus. Transforme o remorso em propósito de regeneração.

E após ligeira pausa, enquanto o infeliz se debulhava em pranto, o mentor prosseguiu:

— Em verdade, seus males de agora não podem desaparecer milagrosamente. Todos faremos a colheita compatível com a semeadura, mas também nós, que hoje aprendemos alguma coisa, já passamos, vezes inúmeras, pela lição de recomeçar. Tenha calma e coragem.

Em seguida, Alexandre passou a notificá-lo, relativamente à causa de nosso interesse, explicando-lhe que o trabalho de auxílio fraterno fora iniciado através de orações da esposa carinhosa e desolada. Deu-lhe notícias dela, dos filhinhos e dos velhos tios; falou-lhe das saudades de Ester e de sua ansiedade para vê-lo, ainda que fosse em ligeiro minuto, em ocasião de sono do veículo físico.

Em ouvindo as derradeiras informações, o suicida pareceu reanimar-se vivamente e observou:

— Ai! Não sou digno! Minha miséria acentuar-lhe-ia as dores!…

O orientador, porém, afagando-lhe paternalmente a fronte, prometeu intervir e solucionar o problema.


Retiramo-nos, de novo, e, percebendo-me a profunda admiração, Alexandre ponderou:

— No pequeno drama em observação, meu amigo, você pode calcular a extensão e complexidade de nossas tarefas nos serviços “intercessórios”. Os nossos companheiros encarnados pedem-nos, por vezes, determinados trabalhos, muito distantes do conhecimento das verdadeiras situações. Para a sociedade humana, Raul é uma vítima de sicários ocultos, quando é apenas vítima de si mesmo. Para a companheira é o marido ideal, quando foi criminoso e suicida.

Compreendi as dificuldades morais em que nos achávamos para atender a petição que nos conduzira a semelhante serviço. As palavras do instrutor não evidenciavam outra coisa. Entendendo assim, ousei perguntar:

— Acredita esteja a irmã Ester preparada para o realismo de nossas conclusões?

Alexandre abanou a cabeça, negativamente, e redarguiu:

— Somente são dignos da verdade plena os que se encontrem plenamente libertados das paixões. Ester é profundamente bondosa, mas ainda não alcançou o próprio domínio. Não possui as emoções, antes é possuída por elas. Em vista disso, de modo algum lhe poderíamos dar o conhecimento completo do assunto. Está preparada para a consolação, não para a verdade.

As afirmativas do instrutor chocaram-me de certo modo. De que maneira omitir os pormenores da tragédia? Não seria faltar à realidade? Por que processo confortar a esposa saudosa, ocultando-lhe o sentido verdadeiro dos acontecimentos?

Alexandre, porém, compreendeu-me as indagações e observou:

— Com que direito perturbaríamos o coração de uma pobre viúva na Crosta, a pretexto de sermos verdadeiros? por que motivo tisnar a esperança tranquila de três crianças adoráveis, envenenando-lhes, talvez, o destino, tão só para nos exibirmos como campeões da realidade? Haverá mais alegria em mostrar a sombra do crime, que em descobrir a fonte do conforto? André, meu irmão, a vida pede muito discernimento! Cada palavra tem sua ocasião, como cada revelação o seu tempo! Não podemos compreender um serviço de socorro com o esmagamento do suplicante. A oração de Ester não lhe poderia ser portadora de desalento. Por isso mesmo, nem todos recebem, quando querem, a delegação de Mais Alto para os serviços de assistência.

Registrei a observação.


Nesse dia, Alexandre dirigiu-se em minha companhia às autoridades do Auxílio,  pedindo a colaboração de uma das irmãs que funcionavam nas Turmas de Socorro, para concurso mais eficiente ao coração de Ester. Foi destacada Romualda, criatura dedicada e bondosa, que desceu para a Crosta, junto de nós, recebendo, atenciosamente, as recomendações do prestimoso amigo. Alexandre não se alongou em muitas instruções. Romualda deveria preparar a viúva, espiritualmente, para visitar, na noite próxima, o esposo desencarnado e, em seguida, demorar-se junto dela, duas semanas, colaborando no reerguimento de suas energias psíquicas e cooperando para que se lhe reorganizasse a vida econômica, através de colocação honesta e digna.

Era de ver-se o carinho que o delicado instrutor dedicou a todas as providências em curso.

Quase no momento aprazado para o reencontro dos cônjuges, comparecemos ao hospital volante de socorro espiritual,  onde o instrutor cuidou pessoalmente de todas as medidas. Recomendou a Raul o melhor ânimo, insistindo para que não pronunciasse a menor expressão de queixa e para que se abstivesse de qualquer gesto que pudesse traduzir impaciência ou aflição. Em seguida, mandou velar a chaga aberta e sanguinolenta, muito visível na região dilacerada do organismo perispiritual, para que a esposa não recebesse qualquer impressão de sofrimento. O próprio Raul, admirado pela lição de boas maneiras, atendia, satisfeito e reanimado, a todas as instruções.

Daí a minutos, Romualda entrou em companhia de Ester, cujo olhar deixava entrever angústia e expectação. Alexandre tomou-a pelo braço e mostrou-lhe o companheiro estendido no leito alvo.

— Raul! Raul! — Gritou a viúva desolada, provisoriamente liberta do corpo carnal, dilacerando-me o coração pelo doloroso tom de voz.

A comoção dela era extrema. Quis prosseguir e não pôde. Dobraram-se-lhe os joelhos e encontrou-se, genuflexa, junto ao leito do esposo, soluçando. Reparei que os olhos dele permaneciam marejados de pranto que não chegava a cair. Alexandre fixava-o, com firmeza, dando-lhe a entender a necessidade de coragem para o angustioso testemunho. Como a criança interessada em conhecer as recomendações paternas, o suicida acompanhava os menores gestos do nosso generoso orientador. E porque Alexandre lhe fizera ligeiro sinal, Raul tomou a destra da companheira em lágrimas e falou:

— Não chores mais, Ester! Tem confiança em Deus! Vela pelos nossos filhinhos e ajuda-me com a tua fé! Vou indo muito bem… Não há razão para que nos lamentemos! Querida, a morte não é o fim. Aceita a vontade do Pai, como estou procurando aceitar… nossa separação é temporária… nunca te esquecerei! Estarás em meu coração, onde eu estiver! Também estou saudoso de tua companhia, de tua dedicação, mas o Altíssimo nos ensinará a transformar saudades em esperanças!

As palavras do suicida, bem como a doce inflexão de sua voz, surpreendiam-me a observação. Raul demonstrava um potencial de delicadeza e finura psicológica, que até aí não revelara a meus olhos. Foi então que, aguçando a percepção visual, notei que fios tenuíssimos de luz ligavam a fronte de Alexandre ao cérebro dele e compreendi que o instrutor lhe ministrava vigoroso influxo magnético, amparando-o na difícil situação.

Ouvindo-lhe as expressões consoladoras, a viúva pareceu reanimar-se, exclamando, lacrimosa:

— Ó Raul, eu sei que agora estamos separados pelos abismos da sepultura!… sei que devo esperar a decisão suprema para unir-me contigo para sempre… Ouve! Auxilia-me na Terra, na viuvez inesperada e dolorosa! Levanta-te e vem para a nossa casa, dar-me esperança ao espírito abatido! Defende-nos ainda contra os maus… não me deixes sozinha com os nossos filhinhos, que tanto precisam de ti… pede a Deus essa graça e vem ajudar-nos até ao fim!…

Embora continuasse estirado no leito, o interpelado afagou-lhe carinhosamente os cabelos e respondeu:

— Tem coragem e fé! Lembra-te, Ester, de que existem padecimentos maiores que os nossos e conforma-te… Vou fortalecer-me e trabalharei ainda por nós… Assim como me esperas a assistência, esperar-te-ei a confiança. O Senhor não nos confia problemas dos quais não sejamos dignos! Volta para nossa casa e alegra-te! Não tenhas medo da necessidade; nunca nos faltará a bênção do pão! Procura a alegria do trabalho honesto e semeia o bem através de todas as oportunidades que o mundo te ofereça! A prática do bem dá saúde ao corpo e alegria ao espírito! E Deus, que é bom e justo, abençoará nossos filhinhos para que eles sejam felizes ao teu lado… Não te demores mais! Volta confiante! Guarda a certeza de que eu estou vivo e de que a morte do corpo é somente a necessária transformação!…

Compreendendo que a oportunidade do reencontro estava a esgotar-se, revelou a ansiosa esposa extrema curiosidade e aflição, fitando o companheiro através das lágrimas, e perguntou:

— Raul, antes que me vá, dize-me francamente… que aconteceu? quem te roubou a vida? Notei que o interpelado mostrou no olhar terrível angústia, ante a indagação inesperada. Quis, talvez, confessar a verdade, fazer luz em torno de suas experiências extintas, mas o socorro magnético de Alexandre não se fez esperar. Jato de intensa luminosidade partiu da mão do orientador que, a essa altura da conversação, mantinha sobre a fronte do suicida a destra protetora. Transformou-se-lhe a expressão fisionômica, restabelecendo-se-lhe a serenidade e a coragem. Novamente calmo, Raul falou à companheira:

— Ester, os processos da Justiça Divina não se encontram ao dispor de nossa apreciação… guarda contigo a certeza de que estamos sendo instruídos todos os dias e em todos os acontecimentos… aprende a procurar, antes de tudo… a vontade de Deus..

A pobre viúva desejou prolongar a palestra; adivinhava-se-lhe, através dos olhos aflitos, o intenso propósito de continuar bebendo as sublimes consolações do momento, mas Alexandre tomou-lhe o braço e recomendou-lhe a necessidade de despedir-se. A esposa chorosa não relutou. Concentrando toda a sua capacidade afetiva nas palavras, disse adeus ao suicida e beijou-lhe as mãos com infinito carinho. Algo distante da organização hospitalar de emergência, confiou-a o instrutor aos cuidados de Romualda e regressou em minha companhia.

Não conseguia ocultar minha enorme admiração por semelhante serviço de assistência. Alexandre percebeu-me o estado dalma e falou comovidamente:

— Segundo observa, o trabalho de socorro pede muito esforço e devotamento fraterno. Não podemos esquecer que Raul e Ester são dois enfermos espirituais e, nessa condição, requerem muita compreensão de nossa parte. Felizmente, a viúva regressa cheia de novo ânimo e o nosso amigo, sentindo a extensão dos cuidados de que está sendo objeto, e notando por si mesmo quanto pode auxiliar a companheira encarnada, dar-se-á pressa em criar novas expressões de estímulo e energia no próprio coração.

Impressionado, contudo, em vista do dilaceramento havido em seu organismo espiritual, indaguei:

— E a região ferida? Raul experimentará semelhantes padecimentos até quando?

— Talvez por muitos anos, — respondeu o instrutor, em tom grave. — Isso, porém, não o impedirá de trabalhar intensamente no campo da consciência, esforçando-se pela reaproximação da bendita oportunidade regeneradora.

Outros problemas afloravam-me à ideia. No entanto, o instrutor precisava ausentar-se, em demanda de incumbências difíceis, nas quais não poderia eu acompanhá-lo.


Pedi-lhe permissão para seguir, de perto o trabalho de assistência levado a efeito por Romualda, recebendo-lhe a generosa aprovação. Desejava saber até que ponto se confortara a viúva aflita e observar-lhe o proveito daquele reencontro, que traduzia elevada concessão.

No dia seguinte, voltei ao lar modesto, justamente por ocasião do almoço familiar. Romualda andava ativa. O ambiente interno adquirira novo aspecto. As entidades viciadas não haviam desaparecido totalmente, mas o seu número fora consideravelmente reduzido. Amparando a sua protegida, a irmã auxiliadora recebeu-me com amabilidade. Notificou-me que a viúva amanhecera muito melhor e que ela, Romualda, fizera o possível por manter-lhe a recordação plena do sonho. Como era natural, a pobrezinha não poderia lembrar-se de todas as minúcias; entretanto, fixara as impressões culminantes, suscetíveis de acordar-lhe a divina esperança e restaurar-lhe o bom ânimo. Recomendou-me verificar, por mim mesmo, o efeito maravilhoso da providência.

De fato, o semblante da viúva ganhara nova expressão. De olhos límpidos e brilhantes, narrava aos tios e aos filhinhos o sublime sonho da noite. Todos a escutavam sob forte interesse, mormente as crianças, que pareciam participar de seu júbilo interior.

Ester terminara a narrativa, emocionada. Observei, então, que a velha tia esboçava um gesto de incredulidade, perguntando-lhe:

— E você acredita ter visitado Raul no outro mundo?

— Como não? — Redarguiu a viúva, sem pestanejar, — tenho ainda a impressão de suas mãos sobre as minhas e sei que Deus me concedeu semelhante graça para que eu readquira minhas forças para o trabalho. Despertei hoje profundamente reanimada e feliz! Enfrentarei o caminho com novas esperanças! Esforçar-me-ei e vencerei.

— Ó mamãe, como nos consolam as suas palavras! — Murmurou um dos pequenos, de olhos muito vivos, — como desejaria estar com a senhora para ouvir o papai nesse sonho maravilhoso!…

Nesse instante, o velhinho, que se alimentava em silêncio, ponderou, na qualidade de excelente representante da descrença humana:

— É interessante notar que tendo Raul consolado tanto o seu coração de mulher, nada tenha elucidado sobre o crime que o atirou no sepulcro.

Ester, que sentiu a ironia da observação, influenciada pela benfeitora que ali se mantinha, respondeu prontamente:

— Muitas vezes, meu tio, não sabemos ser gratos às bênçãos divinas. Recordo-me desta verdade, ao lhe ouvir semelhante raciocínio. Envergonho-me, quando me lembro haver feito interrogação desta natureza ao pobre Raul, abatido e pálido no leito. Basta-me a felicidade de tê-lo visto e ouvido num mundo que eu não posso compreender agora. Tenho a certeza de que o visitei em algum lugar. Que nos interessa descobrir criminosos, quando não podemos levantar-lhe o corpo físico? Em nossa preocupação de punir culpados, sem dar conta de nossas próprias culpas, iremos ao absurdo de desejar ser mais justos que o próprio Deus?

Calou-se o tio, pensativo, e observei que as crianças sentiam imensa alegria pela resposta maternal.

O coração de Ester penetrara a zona lúcida e sublime da fé viva, absorvendo paz, alegria e esperança, a caminho de uma vida nova.

Ao me despedir, felicitei Romualda pelo seu nobre trabalho. A generosa servidora pôs-me a par de seu projeto de serviço. Permaneceria mais estreitamente ao lado da viúva, insuflando-lhe coragem e bom ânimo e, na semana próxima, contava com a possibilidade de cooperar no sentido de organizar-lhe serviço bem remunerado.

Admirei-me, ouvindo o programa, principalmente no que tocava ao auxílio material; entretanto, Romualda aduziu muito calma:

— Quando os companheiros terrestres se fazem merecedores, podemos colaborar em benefício deles, com todos os recursos ao nosso alcance, desde que a nossa cooperação não lhes tolha a liberdade de consciência.

Roguei-lhe, então, o obséquio de admitir-me o concurso, no dia aprazado para os serviços finais.

Romualda aquiesceu bondosamente, e, passada uma semana, fui por ela avisado, quanto à medida de conclusão dos trabalhos de assistência.

Voltei ao lar da viúva, em companhia da digna servidora espiritual, que me recomendou:

— Faça o favor de assistir nossa amiga, enquanto vou buscar a pessoa indicada para auxiliá-la. Já movimentei todas as providências cabíveis na situação e não temos tempo a perder.

Mantive-me ali, em profunda curiosidade, e decorridas três horas, aproximadamente, alguém bateu à porta, chamando-me a atenção. Seguida de Romualda, uma dama distinta vinha ao encontro de Ester, oferecendo-lhe trabalho honesto em sua oficina de costura. A viúva chorou de emoção e de alegria, e, enquanto combinavam determinadas medidas de serviço, num quadro confortador de júbilo geral, a irmã auxiliadora falou-me, contente:

— Agora, irmão André, podemos voltar tranquilamente. O serviço que nos foi confiado está concluído, graças ao Senhor.




[Referência ao Ministério do Auxílio, nome de uma das organizações administrativas de Nosso Lar.]

[Vide exemplo de um hospital volante no capítulo 4 do livro Obreiros da Vida Eterna: “”]



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 5:9
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 12
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 8:28-35


28. Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos Gerasenos, vieram-lhe ao encontro dois obsidiados em extremo furiosos, saindo dos túmulos, de modo que ninguém podia passar por aquele caminho.


29. E gritaram: "Que (importa) a nós e a ti, filho de Deus? Vieste aqui atormentarnos antes do prazo"?


30. Ora, a alguma distância deles fossava uma vara de muitos porcos 31. e os espíritos rogaram-lhe, dizendo: "Se nos expeles, envia-nos para a vara de porcos".


32. Disse-lhes Jesus: "Ide". E, tendo eles saído, passaram para os porcos, e toda a vara precipitou-se pelo declive no mar e se afogou nas águas.


33. Os guarda-porcos fugiram, foram à cidade e contaram tudo, e o (que tinha acontecido) aos obsidiados.


34. Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus; e ao vêlo, rogaram-lhe que se retirasse daquela região.


MC 5:1-20


1. Chegaram ao outro lado do mar, no território dos Gerasenos. 2. Quando Jesus desembarcou, veio logo a seu encontro, dos túmulos, um homem obsidiado por espírito não-purificado.


3. o qual morava nas sepulturas e nem mesmo com cadeias podia alguém segurálo.


4. Porque tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, tinha quebrado as cadeias e despedaçado os grilhões, e ninguém tinha força para subjugá-lo.


5. E sempre, dia e noite, gritava nos túmulos e nos montes, ferindo-se com pedras.


6. Então, vendo de longe a Jesus, correu para ele e prostrou-se diante dele, e, gritando em alta voz, disse:


7. "Que (importa) a mim e a ti, Jesus, filho do Deus Altíssimo? Por Deus te conjuro, não me atormentes"!


8. Pois Jesus dissera: "Espírito inferior, sai desse homem".


9. E perguntou-lhe: "Qual o teu nome"? Respondeu ele: " Legião é meu nome, porque somos muitos". 10. E rogava a Jesus com insistência que os não mandasse para fora do território.


11. Ora, fossava por ali pelo monte uma grande vara de porcos,


12. e os espíritos inferiores suplicaramlhe, dizendo: "Envia-nos para os porcos, a fim de que entremos neles".


13. E imediatamente Jesus lhes permitiu. Saindo, então, os espíritos inferiores entraram nos porcos; e a vara (que tinha cerca de dois mil) precipitou-se pelo declive no mar e se afogou.


14. Os guarda-porcos fugiram e foram contar na cidade e nos campos, e muitos foram ver o que tinha acontecido.


15. E chegando-se a Jesus, viram o obsidiado, que havia tido a legião, sentado, vestido, e em perfeito juízo; e ficaram com medo


16. Os que presenciaram o fato, contaram-lhes o que havia acontecido ao obsidiado e aos porcos.


17. E começaram a pedir-lhe que se retirasse daquela região.


18. Ao entrar ele no barco, o ex-obsidiado rogou-lhe que o deixasse ficar com ele. 19. Jesus não o permitiu, mas disse-lhe: "Vai para tua casa e para os teus, e contalhes quanto te fez o Senhor, e como teve compaixão de ti".


20. E ele se foi a divulgar em Decápole tudo o que lhe havia feito Jesus, e todos ficaram admirados. cos; e a vara precipitou-se pelo declive no lago e afogou-se.


LC 8:26-39


26. Aportaram no território dos Gerasenos que é fronteiro à Galileia. 27. Depois de haver ele desembarcado, veio da cidade a seu encontro um homem obsidiado por espírito desencarnados, e havia muito tempo não vestia roupa nem permanecia em casa alguma, mas nos túmulos.


28. Vendo a Jesus e gritando, caiu-lhe aos pés e disse em alta voz: "Que (importa) a mim e a ti, Jesus, filho do Deus Altíssimo? Rogo-te que não me atormentes"!


29. Porque Jesus ordenara ao espírito não-purificado que saísse do homem. Pois muitas posto sob guarda e grilhões; mas ele, partindo as cadeias, era impelido pelo espírito desencarnado para os desertos.


30. Perguntou-lhe Jesus "Qual é o teu nome"? Respondeu ele: "Legião", porque muitos espíritos desencarnados haviam nele entrado.


31. Estes lhe suplicaram que os não mandasse ir para o abismo. 32. Ora, havia ali grande vara de porcos a fossar no monte; e pediram-lhe que lhes permitisse passar para eles. E permitiu-lhes.


33. Tendo saído do homem, os espíritos entraram nos por


34. Quando os guardaporcos viram o que havia acontecido, fugiram e contaram na cidade e nos campos.


35. Então saiu o povo para ver o que se tinha passado, e foram ter com Jesus, a cujos pés encontraram sentado, vestido e em perfeito juízo, o homem do qual tinham saído os espíritos; e ficaram com medo.


36. Os que o haviam visto, contaramlhes de que modo se libertara o obsidiado.


37. E o povo da região circunstante dos gerasenos rogoulhe que se retirasse deles, pois estavam assustados, com grande medo; e tendo Jesus entrado no barco, voltou.


38. Mas o homem de quem tinham saído os espíritos suplicava-lhe que o deixasse acompanhá-lo. Jesus, porém, despediu-o, dizendo:


39. "Volta para tua casa e conta quão grandes coisas Deus te fez". E o homem partiu, contando por toda a cidade tudo o que lhe fizera Jesus.


Em primeiro lugar, Gerasa, Gadara ou Gergesa? Em Mateus há "Terra dos gadarenos" (que, em 233 A. D. Orígenes - Patrol. Graeca, vol. 14, col. 270/271- corrigiu para gergesenos", apoiado na tradição -

GN 10:16 - e nas ruínas locais que ainda encontrou).


Em Lucas há "Terra dos gerasenos".


Em Marcos há três variantes: Gerasa (Aleph, B,D, antigas versões latinas, Vulgata, versão copta saídica);


Gadara (em A, C, pi, sigma, phi, vários manuscritos e versões siríacas: peschittâ e filexoniense) e Gergesa (em L, V, delta, minúsculas do grupo Ferrar: 28, 33, 604, 1071 e versões siríacas: sinaítica, armênia e etiópica).


Os melhores comentaristas (Tischendorf, Wescott-Hort, Nestle, Hetzenauer, von Soden, Merk, Lagrange, Swete, Jouon, Huby, Pirot, etc) aceitam Gerasa como a melhor lição. Realmente, vejamos rapidamente.


O território de Gadara, na Transjordánia, e sua capital Gadara (cfr. Josefo, Ant. Jud. 17, 11, 4; Bell.


Jud. 2, 6, 3) estava a sudeste do lago, ao sul de Yarmouk; entre Gadara e o Tiberíades corria o rio Hieromax (Scheriat el-Menadireh, que os porcos não podiam atravessar a nado sem afogar-se antes de chegar ao lago.


A modificação de Orígenes baseia-se na tradição antiga; mas Gergesa ficava na Cisjordânia (margem ocidental) e os Evangelhos falam claramente na margem oriental (perán).


A cidade de Gerasa (hoje Djerach) não pode ser a referida, pois dista 30 milhas do lago. Mas no território dessa cidade havia a aldeia de Gamala, (hoje Qala’ at el Hosn) e, um pouco ao sul, a 2 km, está o local Moqa’ edlô, distante do lago cerca de 30 metros (e há dois mil anos podia ser ainda menor a distância) e com um declive a pique, pois logo a seguir está pequena montanha, cheia de grutas, que bem podiam ter servido de túmulos. O local parece coincidir com a descrição: a 2 km apenas uma cidade, (aonde correram para dar notícia do ocorrido) que hoje tem o nome de Koursi (em grego, transcrição do aramaico, chorsia) que pode ser corruptela de Gerasa. Daí justificar-se, como melhor lição, "no território de Gerasa" (cfr. Abel, Koursi, no "The Journal of Palestine Oriental Society, 1927, pág. 112 a 121).


A iniciativa da ação pertence ao obsidiado, que Mateus, que tanto aprecia o número par, diz terem sido dois. Realmente, podiam ter sido dois, embora um fosse o famoso louco violento, e o outro apenas uma sombra que o acompanhava e, como pessoa apagada, não tenha chamado a atenção, não sendo computado pelos outros evangelistas.


Marcos, como sempre, apresenta mais pormenores, descrevendo circunstânciadamente, segundo ouvira da pregação de Pedro, a cena; compraz-se em anotar que ele era tão forte, que até rompia cadeias (nas mãos) e grilhões (nos pés) e atacava os transeuntes.


Ao vê-lo vir a si, Jesus ordena categoricamente o abandono da presa, chamando-o "espírito nãopurificado" (pneuma akátharton), ou seja, inferior, involuído. O obsessor reclama a intervenção, embora reconhecendo, talvez pelo esplendor da aura e pela luminosidade própria, que ali estava um "filho do Deus Altíssimo" (expressão muito usada pelos israelitas, para distinguir o deus deles, YHWH, dos outros adorados pelos pagãos). Na realidade, ali estava o próprio YHWH encarnado (cfr. vol. 1). Segundo Marcos, o obsessor a Ele se dirige chamando-O pelo nome. Pergunta, então, que importa aos dois o sofrimento do obsidiado (quanto ao sentido da pergunta, ver vol. 1). Indaga "por que o atormenta antes do prazo", talvez referindo-se ao resgaste do carma. Mas que saberia o obsessor mais do que Jesus?


O Mestre pergunta-lhe o nome, ao que o espírito responde "legião", que corresponde ao que hoje chamamos uma falange de espíritos. Não significa essa resposta que eles eram exatamente do mesmo número que uma legião do exército romano, como pretendem alguns comentadores; mas apenas, como o explica o próprio obsessor, então incorporado, "porque somos muitos". O nome, pois, é um símbolo, que se exagera para valorizar. Tão comum é, por exemplo, ao referirmo-nos a um grupo de pessoas: "veio um batalhão para almoçar em nossa casa", e no entanto trata-se de 5 ou 10 pessoas.


Ainda segundo Marcos, o obsessor pede que não seja mandada a falange para fora do "território", e, segundo Lucas, que não a mande "para o abismo". E solicita lhes dê autorização para "passar" para uma vara de porcos que fossava na encosta do morro. Há suposições várias manifestadas pelos comentaristas, sempre do ponto de vista teológico-romano. Parece-nos todavia, que para aqueles que lidam praticamente com os fenômenos obsessivos e conhecem os trabalhos espiritistas, a explicação não é difícil. Essas falanges de espíritos inferiores, involuídos, sobretudo os que habitam os cemitérios (como é expressamente o caso desse obsidiado) dedicam-se ao vampirismo, sugando a vitalidade da vítima. Ora, sabiam eles que jamais lhes seria permitido por Jesus que passassem para outras criaturas humanas, e encontram uma oportunidade na vara de porcos (que Marcos diz ser constituída de 2. 000 animais) e solicitam insistentemente que lhes permita continuar o vampirismo pelo menos nos porcos.


A expressão "entrar neles" de Marcos pode ser efeito da ignorância desses fenômenos por parte do obsessor, coisa que ainda hoje persiste inclusive nos meios espíritas, quando se fala em "incorporação", dando quase a ideia de que o espírito "entra no corpo do médium". E muito médium julga que é isso mesmo que se dá ... Em Mateus e Lucas aparece uma palavra melhor: "passar para", que exprime uma transferência de operação vampiresca.


A expressão "sair do território" talvez exprimisse uma facilidade maior de encontrar presas entre os pagãos, do que entre os israelitas; ou talvez "território" fosse apenas um eufemismo para designar o corpo do obsidiado, por eles explorado. Quando pedem que os não mande "para o abismo", referem-se à zona de trevas em baixo do umbral, onde sofreriam horrores sem o alimento da vitalidade a que estavam habituados. O com que não contavam, era com o desfecho, causado pelo pânico da invasão de entidades grosseiras e muito materializadas nos animais, fazendo-os despenhar-se ladeira abaixo em desabalada carreira, tão violenta que não conseguiram parar, e caíram no lago, afogando-se.


Pergunta-se a razão de ser de tantos porcos, animal considerado "impuro" e proibido entre os israelitas.


Entretanto, estamos em território não-judeu, onde o comércio de carne suína devia ser bastante rendoso.


Também se pergunte se a permissão dada por Jesus, com o consequente afogamento dos porcos, não constituiu uma "perversidade" contra os pobres animais, que nada tinham que ver com o caso. Em primeiro lugar, como podemos ignorantes ainda, querer julgar atos que fogem à nossa alçada? Além disso, um bem maior pode justificar, por vezes, um mal menor, sobretudo se é obtido um bem espiritual através de uma perda material. A maioria dos homens acha normal e natural que se mate e coma um porco apenas para satisfação do paladar, mas se insurge contra a morte do animal para libertar um obsidiado... Além do mais, consideremos que apenas ocorreu aos porcos uma destruição do corpo físico, fenômeno que teria fatalmente que ocorrer mais dia menos dia, e nada mais, pois seus princípios vitais (nephesh) voltariam a reencarnar logo de imediato. Supõem, ainda, alguns comentaristas que se teria tratado de uma "lição" aos proprietários, já que, sendo um comércio ilícito o da carne de porco, não era sequer lícito criá-los com esse intuito. Realmente assim seria se se tratasse de criadores israelitas, mas não podemos saber se era essa a realidade. O fato é que os evangelistas não se preocuparam em justificar o modo de agir de Jesus.


Pergunta-se por que os porcos "se suicidaram", ou por que a falange se precipitou no lago. De fato, não ocorreu nem uma coisa nem outra: simplesmente os porcos, ao se sentirem atacados de inopino (e os animais possuem percepção do astral inferior, que é o plano deles) entraram em pânico e correram para fugir. Evidentemente, o caminho mais fácil é a descida, e não a subida. O próprio impulso da fuga levouos a descer automaticamente, às carreiras. Também os obsessores não deviam ter imaginado esse fim, decepcionante sobretudo para eles.


A observação que se nos apresenta de imediato é que Jesus não se preocupou em "doutrinar" essa falange (como aliás nenhum dos outros obsessores que foram por Ele afastados), quer porque entidades do plano astral se encarregavam disso, quer porque eram eles tão involuídos ainda, que não adiantava doutrinação, mas apenas se devia aguardar um pouco mais de evolução para que pudessem compreender a necessidade de corrigir-se.


Os obsessores deste caso estavam naquele estágio em que se satisfazer com modificação de situações materiais, para abandonar sua presa. Esse processo de oferecer coisas materiais para conseguir a libertação do obsidiado usado neste caso por Jesus, é ainda hoje bastante usual nos terreiros de Umbanda.


Após o acontecimento, trágico para os guarda-porcos responsáveis pela vara, estes correm à cidade, que ficava a cerca de 2 km, para contar aos proprietário o que havia ocorrido sem culpa deles. Os mo radores se alvoroçaram e a notícia corria célere, não muito acreditada, até que, por proposta de um mais incrédulo, a massa se movimentou para fora da cidade, chegando em cerca de vinte minutos ao local em que se achava Jesus com seus discípulos. Os cadáveres dos suínos juncavam a praia do lago, alguns ainda nas contrações finais e, sentado aos pés de Jesus, vestido, risonho, feliz, perfeito em seu juízo, aquele homem que tanto pânico vivia a causar na região e que por todos era muito bem conhecido.


A prova da veracidade da narrativa dos guarda-porcos evidenciava-se, tudo coincidia plenamente.


Mas, enquanto o louco apenas se limitava a assustar os transeuntes ou a atacar os incautos que se aventuravam naquelas regiões, a cura dele lhes causara sérios prejuízos, destruindo-lhes a riqueza. Havia curado um homem, o que nenhum lucro lhes trazia, mas doutro lado lhes matara a enorme vara de porcos, o que representava substancial perda econômica. Não havia alternativa: melhor o homem, embora louco, do que Jesus. Então, afoitamente vão a Ele e pedem que se vá dali, que "se afaste do território deles" - o que representava o pedido oposto ao que lhe fizera o obsessor: que Ele não o afastasse daquele território. Os habitantes da região concordavam com o obsessor, com ele sintonizavam, preferiamno: como se libertariam dele?


Jesus nada retruca, não se defende, não protesta, não argumenta, não procura demonstrar os benefícios que proviriam de Sua permanência alguns dias entre eles, por levar-lhes saúde física e espiritual: calado, volta-se para reembarcar, e entra no barco.


Ao verificar que seu benfeitor vai partir, o ex-obsidiado - talvez chocada por vê-Lo a3sim maltratado e enxotado - resolve solicitar-Lhe um lugar de discípulo, para acompanhá-Lo sempre. Sem dar os motivos, Jesus recusa mantê-lo a Seu lado, mas nem por isso deixa de confiar-lhe tarefa de alta responsabilidade: a pregação, sobretudo pelo exemplo, do que recebera da Divindade. Humildemente o exobsidiado aceita a tarefa, e os evangelistas testam que realmente ele passou a perlustrar a região da Decápole, falando dos maravilhosos poderes de Jesus.


Do fato material podemos deduzir interessante lição: a da dificuldade que encontram os "filhos do homem" ao "chegar à outra margem" (à Terra), onde deparam espíritos humanos na loucura da delinqu ência, preferindo os porcos ao Cristo e suplicando que Este se afaste deles, para que não sofram os prejuízos materiais da perda dos porcos.


A atuação é descrita com pormenores. A humanidade atrasada não consegue tranquilizar-se nem ter paz, embora se tente discipliná-la: rompe todos os laços e só se compraz "entre os túmulos", junto às criaturas cadaverizadas no mal e no materialismo mais grosseiro. Ao deparar com um Missionário do Plano Superior, não compreendem o benefício que possam usufruir e ainda pedem satisfações: "que te importa nosso estado"? Rebeldes até o fim, não aceitam nenhum jugo, quebrando todos os grilhões que pretendam discipliná-los e elevá-los. Não se trata de um só indivíduo, tomado como símbolo, mas de uma "legião", da maioria, da massa involuída ainda.


Não obstante, levado pela força sobre-humana do Manifestante Divino, prostra-se a Seus pés, e recebe ordem taxativa de evoluir: "Espírito inferior (tó pneuma tó akátharton, com o artigo definido antes do substantivo e repetido antes do adjetivo, isto é, "espírito não-purificado" ou seja, "que não fez sua catarse"), sai desse homem", para dar lugar ao "homem novo". A ordem do Mestre era dirigida ao" espírito" (à personalidade) ainda atrasado, para que "se afastasse", deixando que o Espírito (a individualidade) assumisse o comando. Mas a rebeldia dos atrasados é enorme, por causa da ignorância: pedem que "não os atormente" e preferem continuar a rebolcar-se entre os suínos, a subir um degrau evolutivo, abandonando os vícios. Então o Avatar deixa-os à própria sorte, não os força, e espera até que tenham capacidade para compreender a necessidade de progredir, saindo da lama dos chiqueiros (não vemos, ainda hoje, populações miseráveis que recusam sair das favelas, dos mocambos, do "alagados", para habitar em conjuntos residenciais limpos? Não se trata de carma, mas de involução; eles se comprazem na sujeira em que vivem; e mesmo quando são transportados à força, levam consigo sua sujeira, e em menos de um mês o pequeno apartamento novo já se tornou a mesma pocilga em que estavam habituados a viver). Acontece que eles "solicitam com insistência" que os mande para os porcos e isso lhes é permitido. Eles vão. E o resultado não se faz esperar: quem quer permanecer no porão da humanidade, comprazendo-se na animalidade que já deveria ter sido superada, só pode ter o destino de "afogar-se", já que a descida pelo declive dos vícios é fácil, mas leva à morte.


No entanto, alguns se dispõem a realizar a façanha, e a primeira vantagem que experimentam é a conquista da liberação com a paz consequente. Lógico que, ao sentir-se liberado das terríveis forças negativas, seu primeiro impulso, ampliado pelo sentimento de gratidão, é ligar-se ao Avatar, dedicandose totalmente a Seu serviço. Mas apesar da boa-vontade e das boas-intenções, ele não se acha maduro para esse passo: é então aconselhado a realizar seu apostolado entre os de sua evolução (seus parentes e conterrâneos), e para isso existem tantas seitas e religiões, tantos sistemas de espiritualismo que exatamente servem para conservar em seus ambientes aqueles que já desejam progredir, mas que não podem dar saltos, por falta de vivência anterior. Nesses agrupamentos, vão eles plasmando as experiências necessárias, até que um dia possam alçar voo.


Vem a seguir a reação daqueles que assistem ao fenômeno. Ao verificarem a transformação das personalidades (que eles conheciam desequilibradas nos vícios) tornando-se pacíficas e ordeiras, ele "têm medo"! ... Medo dos bons! Medo dos calmos! Eles que o não tinham dos viciados, porque lhes eram iguais. E chegam à conclusão de que tal mudança não lhes é útil nem vantajosa: mil vezes melhor permanecer no materialismo grosseiro e animal! Resolvem, então, solicitar ao Mensageiro "que se retire deles", que abandone o planeta visitado. O exemplo de Jesus, nessa circunstância, foi até suave pois, na realidade, eles não costumam "pedir" que se afaste: eles o expulsam, quase sempre de modo rude e violento (decapitação, enforcamento, fogueira, crucificação, etc.) .


Nesta compreensão mais lógica e profunda, fica totalmente explicado que não se trata em absoluto d "espíritos" desencarnados que "incorporem" em porcos, nem tampouco de castigo para os pobres animais. Se o fato se realizou, como é relatado e possível, foi apenas para que dele pudéssemos extrair uma lição preciosa e oportuna para nossa própria evolução.


Em todos os atos e palavras, os Manifestantes Divinos trazem ensinamentos que são apreendidos e vividos por aqueles que os conseguem compreender: "quem tem ouvidos, ouça". . "quem puder compreender, compreenda...


mc 5:9
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 5
CARLOS TORRES PASTORINO
Junho do ano 30

MC 7:31-37


31. De novo retirou-se das fronteiras de Tiro e de Sidon e foi para o mar da Galileia, por meio do território da Decópole.


32. E trouxeram-lhe um surdo e gago, e pediram-lhe que pusesse a mão sobre ele.


33. Tirando-o da multidão, Jesus levou-o à parte, pôs seus dedos nos ouvidos dele e, cuspindo, tocou-lhe a língua.


34. Depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: ephphetha, isto é, "abre-te"!


35. E foram abertos seus ouvidos, e logo se lhe rompeu o freio da língua, e falava corretamente.


36. Recomendou-lhes Jesus que a ninguém o dissessem; mas quanto mais o recomendava, tanto mais eles o divulgavam.


37. E admiravam-se imensamente, dizendo: "Fez bem todas as coisas: faz os surdos ouvirem e os mudos falarem".


A narrativa é peculiar às anotações de Marcos, e apresenta pormenores valiosos à interpretação.


Inicialmente o aceno ao caminho percorrido pela comitiva: "de Tiro e de Sidon, pelo meio do território da Decápole". Isso nos revela que de Tiro Jesus se dirigiu mais para o norte, atravessando Sidon e tomando a estrada que leva a Damasco, a leste, alcançando as encostas meridionais do Líbano; no Hermon, abandona essa estrada, dobra a sudeste, atravessa o Jordão (talvez na "ponte das Filhas de Jacó") e chega ao coração da Decápole, ao sul do mar da Galileia, tendo portanto, que voltar atrás para atingir esse mar.


Na decápole (Gerasa, cfr. MC 5:1-20) fora deixado cerca de seis meses antes, com a tarefa de difundir sua doutrina, o ex-obsidiado. Dessa forma, logo que a comitiva penetra na região, é Jesus reconhecido e solicitado a curar um enfermo. Trata-se de um surdo e gago. "Gago" é o significado preciso de mogilálon, que algumas versões traduzem por "mudo". Mas não há dúvida de que se trata de um gago, já que mais adiante se diz que "se lhe rompeu o freio da língua", e mais, "que falava corretamente" (orthõs), sinal de que antes falava, sim, embora atrapalhado.


O pedido é feito para que Jesus "lhe imponha as mãos", tradicional gesto que até hoje permanece nos denominados "passes", que Jesus tanto empregava (cfr. MC 6:5, MC 8:23, MC 8:25, etc.) .


Mas a técnica usada aqui por Jesus difere da normal. Ele leva o doente para longe da multidão. Depois, ao invés de utilizar seus poderes maravilhosos, ao invés de uma simples ordem, vemos que emprega pequeno ritual mágico: encosta os dedos fisicamente nas orelhas do enfermo; a seguir cospe (possívelmente nas pontas dos dedos) e, com sua saliva, toca a língua do gago. Depois desses gestos, levanta os olhos para o alto, suspira, como que recebendo ou emitindo uma onda fluídica através de sua respira ção, e então pronuncia uma palavra em hebraico: éphphetha (que é o ithpael do verbo phâtah, que significa "abrir").


Observemos, de passagem - como mais uma prova de que Jesus e seus discípulos falavam normalmente o grego - que todas as vezes em que era proferida pelo Mestre uma palavra ou a expressão em hebraico, é por Marcos citada a palavra ou expressão no original, como coisa digna de ser notada e de registrar-se (cfr. MC 5:41; MC 7:11; MC 14:36 e MC 15:34).


Depois de realizados esses gestos e toques é que se efetua a cura da surdez e o rompimento do freio da língua, permitindo ao enfermo expressar-se corretamente, pronunciando com clareza as consoantes.


Resta-nos esclarecer: a) por que afastar-se da multidão? b) por que tocar as orelhas? c) por que a saliva na língua? d) por que a palavra hebraica?


Eis as respostas dos exegetas:

a) - levou-o à parte porque, nessa localidade não queria agir de público. E como teria que usar gestos para despertar a fé no enfermo (já que, sem essa condição exigida por Jesus, nada faz: a Ele) não queria que julgassem seus gestos um ato de magia. Escondia-se, então, para não ser mal interpretado


...

b) - tocou as orelhas porque, sendo o enfermo surdo, não podia ouvir as explicações e Jesus só podia demonstrar a ele o que ia fazer, tocando-lhe as partes afetadas;


c) - tocou-lhe a língua com saliva por seguir a tradição rabínica que dizia ter a saliva, sobretudo em jejum, poderes curativos (cfr. Sabbat, 14, 14b e Abada Zara, 11, 10, 9), embora aí se saliente a cura das doenças dos olhos. Com efeito além deste passo, encontraremos outras duas curas realizadas por Jesus, servindo-se o Mestre da saliva, ambas para curar cegos, em MC 8:23 e em JO 9:6;


d) - proferiu a palavra como uma súplica de que se realizasse a cura; e isso constituía mais uma razão para afastar-se, já que os preceitos rabínicos proibiam terminantemente quaisquer palavras quando se tratavam chagas ou enfermidades, para evitar a crença em efeitos mágicos de palavras.


As três razões apresentadas podem parecer ponderáveis, mas apenas para efeito externo. No entanto, consideremos que Jesus curava publicamente as multidões (cfr. MT 15:29-31, etc.) sem necessidade de tocar nos enfermos. Alguma razão havia, e muito mais forte que essas razões externas, para agir assim. Vê-lo-emos.


A seguir vem a habitual proibição de divulgar o ocorrido, naturalmente não obedecida. E o impacto que causa a cura é descrita com a expressiva palavra hyperperissõs, ou seja, "hiper-admiração". Donde ser aplicada a Jesus a palavra de Isaías (35:5,6), que o próprio Jesus já aplicara a si mesmo, quando respondeu aos emissários do Batista (MT 11:1-6).


Aqui descobrimos que existe um ensinamento simbólico, além do fato real da cura.


Inicialmente indaguemos por que anotou tão cuidadosamente o evangelista o roteiro anormal de Jesus. De Tiro, o caminho mais direto para o mar da Galileia seria a estrada que ligava Tiro a Cafarnaum, quase em linha reta, no próprio território galileu, passando por Giscala, Saphed e Corozaim (cerca de 60 kms, isto é, três dias de marcha). No entanto, perfaz uma jornada muito mais longa, dando uma volta de mais de 150 kms. Explicam os exegetas que aproveitou a viagem "para conversar a sós com os discípulos" e mais, que assim evitava viajar pelo território governado por Antipas, fazendo o trajeto pela tetrarquia de Filipe. Possivel que assim fosse.


Todavia, como sabemos que todas as palavras e minúcias de um livro "revelado" têm uma razão simbólica, verificamos que a passagem de "uma busca intensa (Tiro e Sidon) na terra agitada de negócios" (Canaã), para as águas tranquilas (mar) do "jardim fechado" (Galileia), não se faz repentina e abruptamente: vibracionalmente a distância é grande, atravessando numerosos estágios ("dez cidades", ou seja, Decápole).


Ao chegar, é apresentada uma personagem surda e gaga, para que a individualidade a cure.


A surdez física simboliza aquele que não consegue ouvir a Voz Interna da Verdade. E a gageira, aquele que, apesar desse defeito de audição, pretende ensinar o caminho certo às criaturas, ou seja, aquele que fala incorretamente. Portanto, o modelo dos pregadores que ainda não tiveram contato com a Grande Realidade, que ainda não mergulharam na Consciência Cósmica, que ainda não se unificaram ao Cristo. Só podem falar "gaguejando", não física, mas espiritualmente; não pronuncianSABEDORIA DO EVANGELHO do as palavras pelo meio, mas ensinando somente meias-verdades; e isso porque, sendo "surdos" à Voz Interna do Cristo, só conhecem as coisas através dos gestos materiais (das leituras e livros).


Jesus o retira da multidão, levando-o "à parte". Naturalmente, a primeira coisa a fazer num caso desses é chamar o homem ao isolamento da meditação, fora da multidão, a fim de que no silêncio possa realizar-se o Encontro Místico.


Depois coloca seus dedos nos ouvidos, revelando a bondade do Cristo que estende misericordiosamente Suas mãos, para que possa ser mais bem ouvido. A seguir, "cuspindo" (isto é, emitindo de Si as intensas vibrações de amor), toca-lhe a língua, rompendo-lhe o freio, para que possa proferir corretamente as palavras (para que possa revelar as Verdades com correção).


A comunicação da saliva à língua alheia é um dos maiores e mais expressivos gestos de amor, normalmente praticado pelos que se amam profundamente, por meio do beijo na boca: é a intercomunicação das duas almas, através da comunhão dos fluidos físicos que emitimos pela saliva, numa interpenetração vibratória por vezes mais forte que a própria penetração dos órgãos sexuais.


Elevando então sua tônica ao máximo ("erguendo os olhos ao céu"), profere a palavra (som-criador)


ÉPHPHETHA, isto é, "abre-te". O sentido do termo é revelador da necessidade da criatura nesse ponto: é exatamente a de abrir os canais superiores do espírito, para a união com o Cristo.


Observe-se um pormenor de sumo interesse para nossa vida prática: Cristo, ao ver que o homem era surdo à Voz Interna e ensinava meias-verdades, não tem uma palavra sequer de condenação, não o faz silenciar, não o despreza; ao invés, chama-o à parte para abrir-lhe o caminho certo da evolução, para ajudá-lo, para reajustá-lo à Verdade.


O resultado dessa ação do Cristo é que o homem teve seus ouvidos abertos à Voz Divina e então (note-se a propriedade da expressão!) falava corretamente, pregando certo, divulgando as verdades reais, ensinando as verdadeiras realidades. Não é dito que passou a falar "fluentemente" ou "correntemente", mas CORRETAMENTE: falar CERTO, de acordo com a Verdade (orthôs).


O final da história revela o êxito da cura: o acontecimento é visto e verificado por todos: aclamam o autor como a Bondade Encarnada: "fez bem todas as coisas" (kalõs pánta pepoíêke), frase que constitui um dos mais belos testemunhos a respeito de qualquer ser.


Também desse trecho deduzimos que o Cristo que em nós reside está pronto a ajudar-nos, abrindo-nos os ouvidos para que aprendamos, estendendo as mãos para guiar-nos pelo caminho certo para encontrá-

Lo, desde que o desejemos, a fim de assimilar Seus ensinamentos silenciosos e profundos e poder então divulgá-los corretamente. Quando chegará nossa vez?



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
2. O Endemoninhado Gadareno (Marcos 5:1-20)

Por mais rotineiras que pareçam as palavras: E chegaram à outra margem do mar (1), os discípulos devem ter ficado mais sábios e fortes pela recente experiência (cf; 4:35-41) ! "Na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois..." (Hb 12:11). Quando Jesus e os seus discípulos entraram na província dos gadarenos,41 saindo de um mar tempestuoso, imediatamente confron-taram-se com um homem que tinha a alma tempestuosa, um homem com espírito imundo (2)."

A descrição do endemoninhado gadareno (3-5) é uma descrição da desgraça e da brutalidade do pecado. Ele tinha a sua morada nos sepulcros (3), uma possibilidade real, pois os sepulcros freqüentemente se localizavam nas cavernas. Ninguém o podia... prender e ninguém era forte o suficiente para o amansar." As cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas (4). Era simplesmente impossível conter o endemoninhado (uma série de frases negativas no texto grego destaca este fato). A sua enorme força somente lhe trazia infelicidade, porque andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras (5).

O pecado é o "inimigo público número 1", pois representa:

1) suicídio — morar no local da morte, 3;

2) insanidade, 4;

3) autodestruição, 5.

Aqui podemos ver outro exemplo daquele misterioso reconhecimento de Jesus por parte daqueles que estavam possuídos. Embora a alguma distância da costa, quando o endemoninhado viu Jesus... correu e adorou-o (6), ou seja, caiu prostrado diante dele. Nem mesmo os discípulos chegaram a entender quem Jesus verdadeiramente era, mas o endemoninhado gritava: "Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?" (7) A expressão Deus Altíssimo reflete um nome para Deus no Antigo Testamento, usado "principalmente pelos não israelitas, para se referirem ao Deus de Israel"." As palavras: Conjuro-te por Deus, representam a linguagem de alguém que expulsa demônios. Será que foi tentada aqui uma inversão de valores?' Não me atormentes provavelmente reflete o medo do demônio de que Jesus o expulsasse (cf. Mt 8:29). O opressor estava pedindo para escapar ao tormento; Jesus lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo (8).

Talvez para ajudar esta alma confusa a voltar a si, Jesus perguntou-lhe: Qual é o teu nome? (9). O adversário obter o nome do seu oponente era, conforme se julgava, o primeiro passo para adquirir controle sobre ele. Ele lhe respondeu... Legião é o meu nome, porque somos muitos. A alternância entre "eu" e "nós" na resposta do endemoninhado dá uma idéia da extensão da divisão da sua personalidade devido à presença das forças demoníacas. Ele estava subjugado por "um conglomerado de forças do mal"," e o conjunto de quatro a seis mil homens em uma legião romana pode ter sido uma descrição precisa de sua condição.

A súplica desesperada dos demônios para que Jesus os não enviasse para fora daquela província (10) evidentemente reflete o medo que têm da punição eterna (cf. Lc 8:31, "para o abismo", ou para "a perdição eterna"). Reconhecendo a autoridade de Jesus e a própria derrota, todos aqueles demônios' lhe rogaram (12), pedindo permissão para entrar em uma grande manada de porcos que andava ali pastando (11).

A história agora "passa a ter dificuldades" (Cranfield), pois Jesus lho permitiu (13). Os espíritos imundos saíram da sua vítima e entraram nos porcos. Descendo violentamente por um despenhadeiro, quase dois mil porcos se afogaram no mar.

Por que Jesus permitiu esta destruição de propriedade? Alguns estudiosos, procu-rando suavizar essa ocorrência, concluíram que os últimos gritos selvagens do endemoninhado assustaram os animais, e isto pode ter causado o desastre. Outros o classificam como uma fábula judaica.
Essa história permanece como uma parte integral do registro Sinótico, e deve trans-mitir uma verdade significativa. Talvez a melhor explicação seja que o pobre demente gadareno precisava de alguma evidência exterior da sua libertação. A fuga e a destruição dos porcos foram "demonstrações visíveis para o endemoninhado de que os demônios tinham verdadeiramente saído dele"." A observação de Barclay nos parece correta:

Como pode o destino dos porcos ser comparado com o destino da alma imortal de um homem?... Existe um sentimentalismo barato que promove a tristeza sobre a dor de um animal e não move um dedo quanto à situação infeliz de milhões dos homens e mulheres de Deus. Na escala de valores de Deus, não há nada tão impor-tante quanto uma alma humana."

E os que apascentavam os porcos fugiram e o anunciaram na cidade e nos campos (14). Onde mais poderiam contar a história? É muito natural que os homens, inclusive os proprietários dos porcos, tenham saído para ver o que... tinha acontecido (14). Eles foram ter com Jesus (15), mas viram o endemoninhado, o que tivera a legião, e "temeram" (15). Temeram a sanidade mental dele! Aquele que antes se enfurecia entre os sepulcros, "não andava vestido" (Lc 8:27), e que era completamente destituído da razão, agora estava assentado, vestido e em perfeito juízo (de uma palavra que significa "estar com a mente saudável")."

Os milagres de Jesus traziam admiração e espanto àqueles que os presenciavam.

Lembremo-nos de que os discípulos "sentiram um grande temor" quando testemunha-ram a transformação da tempestade em bonança na Galiléia (4.41). Os homens sempre sentiram um mysterium tremendum na presença de Deus. Moisés tirou as sandálias dos pés diante da sarça ardente (Êx 3:5) ; Isaías clamou: "Ai de mim!" (Is 6:5) no Templo cheio de glória; e quando João viu o Cristo glorificado, ele caiu "aos seus pés como morto" (Ap 1:17). Marcos quer que nós sintamos, ao ler suas narrativas, que Jesus é o Cristo, o "Filho de Deus" (1.1).

Quando as testemunhas oculares descreveram a libertação do endemoninhado e a destruição dos porcos, os habitantes de Gerasa começaram a rogar (17; "implorar",

"suplicar") a Jesus que saísse do seu território. Talvez eles temessem que viesse a acontecer uma perda ainda maior. Sem querer permanecer onde era indesejado, Jesus "satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma" (Sl 106:15)." Registre-se que ne-nhum outro milagre que Jesus realizou recebeu tal resposta negativa.

Em um nítido contraste estava o eloqüente pedido do homem que fora endemoninhado (18). Entrando [Jesus] no barco (ou "quando ele estava entrando no barco"), o homem curado rogava-lhe ("suplicava" ou "implorava") que o deixasse estar com ele. Jesus colocou uma responsabilidade sobre o gadareno, embora novo na fé, pois não... permitiu (19) que o acompanhasse. Vai para tua casa... e anuncia‑

lhes... quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti. Aqueles que tinham banido Jesus do seu litoral teriam, assim, um mensageiro pregan-do em Seu lugar.

Corajosa e vigorosamente, o ex-endemoninhado obedeceu; em seguida, começou a anunciar (20) 52 em Decápolis' quão grandes coisas Jesus lhe fizera. Observe que o gadareno identificava o Senhor com Jesus (19-20; veja Lc 8:39). O seu testemunho indiscutível evocava admiração. Todos se maravilhavam.

3. A Ressurreição da Filha de Jairo (Marcos 5:21-43)

Nesta seção que vamos iniciar, dois "milagres gloriosos"' são descritos. Eles são únicos, no sentido de que um deles interrompe o acontecimento do outro, sem frustrá-lo. O primeiro representa aqueles que procuram ajuda, o segundo aqueles que devem rece-ber ajuda por meio da instrumentalidade de outros. Um deles exemplifica o poder de Cristo sobre as enfermidades, e outro, o seu poder sobre a morte.

a) A Súplica de Um Pai (Marcos 5:21-24). Retornando do lado leste do mar da Galiléia, e da experiência com o endemoninhado gadareno, Jesus passou outra vez num barco (21) para o lado oeste mais populoso. Em um agudo contraste com a recepção nada amistosa entre os gadarenos, uma grande quantidade de pessoas ajuntou-se a ele assim que o Senhor pisou na costa próxima a Cafarnaum.

O primeiro a abrir caminho na aglomeração de curiosos foi um dos mais importantes membros da comunidade, um dos principais da sinagoga, por nome Jairo (22). Era como um presidente da congregação, cuja incumbência era "tratar especialmente da con-dução da adoração pública em suas várias partes: a oração, a leitura das Escrituras e a exortação"." Em seu desespero, Jairo esqueceu "os seus preconceitos... a sua dignidade... o seu orgulho... os seus amigos"" e caiu aos pés de Jesus. Nenhum homem ora de verda-de, até que sinta-se esmagado a ponto de cair de joelhos.

Minha filha (ou Minha filhinha; o diminutivo no original, peculiar a Marcos, era um termo carinhoso) está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos

(23). Jairo manifestou grande fé em Jesus e devia ter conhecimento do seu poder para curar. É uma especulação interessante pensar que ele podia estar entre os "anciãos dos judeus" que procuraram Jesus para curar o servo de um centurião amigo em Cafarnaum (Lc 7:2-5).

Embora pressionado por todos os lados pela multidão que o apertava (24), Jesus foi com o pai abatido, trazendo a esperança de que a sua filha seria sarada (literal-mente, "salva").

b) Uma Interrupção Patética (5:25-34). Entre os que apertavam Jesus (24), quando Ele caminhou para a casa de Jairo, havia uma certa mulher (25) que havia doze anos tinha um fluxo de sangue. A sua enfermidade tinha a mesma idade da crian-ça que naquele momento estava "moribunda" (23). Esta mulher, cujo nome não é mencionado, tinha procurado alívio com muitos médicos (26), mas isto de nada lhe serviu. O texto de Marcos é direto e não fornece muitos detalhes quanto aos mé-dicos da época. A mulher havia padecido muito nas mãos deles, tinha despendido tudo quanto tinha, e estava cada vez pior. Lucas, o médico amado, de uma forma mais amigável com seus colegas de profissão, observa que a enfermidade não pudera ser curada (Lc 8:43).

A condição da mulher era patética — "supostamente uma hemorragia crônica, debilitante, embaraçosa... empobrecedora... desencorajadora".57 Não é de surpreender que ouvindo falar de Jesus (27), cuja fama agora se espalhava enormemente, ela ti-vesse procurado a libertação através dele. Esperando "roubar um milagre"," ela veio por detrás de Jesus, em meio à multidão, e tocou na sua vestimenta.

A prática da cura normalmente tem sido associada com um toque. Nós já observa-mos como Jesus, "movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou" um leproso para curá-lo (1.41). As multidões freqüentemente "apertavam" o Mestre para "tocá-lo" (3.10). Isso também está de acordo com as instruções de Tiago sobre a oração pelos enfer-mos (Tg 5:14). Se tão-somente tocar nas suas vestes (28), pensou a mulher, com profunda esperança, sararei. Os homens de Israel deveriam usar um detalhe em sua roupa: "nas franjas das bordas porão um cordão azul" (Nm 15:38). Talvez ela tenha toca-do essa orla ou borda da veste (Lc 8:44).

Logo (o advérbio favorito de Marcos, euthus) se lhe secou (29) a fonte do seu sangue (cf. Lv 12:7), e ela sentiu estar já curada daquele mal. A palavra curada (iatai) está no tempo perfeito e implica que as "conseqüências permanecem"."

Em um momento, a inexprimível alegria da mulher se transformou em medo, pois Jesus, conhecendo' que a virtude (dynamis) tinha "saído de si mesmo" (30), voltou-se... e disse: Quem tocou nas minhas vestes? Por que Jesus fez essa pergunta? Provavelmente para ajudar a mulher a fazer a confissão pública que é tão importante para a salvação (Rm 10:10), mas também para deixar claro que Ele mesmo era o objeto da sua fé, e não as suas roupas.

Os discípulos estavam obviamente distraídos e um pouco exasperados com a per-gunta de Jesus. Por que Ele perguntaria Quem me tocou? (31) quando uma multidão o apertava' por todos os lados? A sua pergunta não era muito respeitosa e poderia, até mesmo, ser considerada um pouco sarcástica. Mas ela reflete a antiguidade e a confiabilidade da fonte de Marcos.

A cura da mulher nos recorda que existe um "mundo de diferenças entre o simples apertar Jesus e o tocá-lo através de uma fé pessoal"."
Ignorando o comentário dos seus discípulos, Jesus olhava em redor (32) para ver quem isso fizera. Mais uma vez narrando com detalhes, como aqueles que são lembra-dos por uma testemunha ocular, Marcos nos dá uma imagem vívida de Jesus procurando alguém entre os rostos da multidão, como em 3.5, com a diferença de que aqui o senti-mento é de bondade, e não de ira.

Plenamente consciente de que havia deixado Jesus cerimonialmente impuro (Lv 15:19), e tremendo pela incerteza, pensando que Ele poderia estar zangado, a mu-lher se adiantou e disse-lhe toda a verdade (33). As palavras gentis de Jesus acal-maram o seu espírito amedrontado. Filha, a tua fé te salvou (34). Nenhum grupo tem mais a ganhar ao servir a Cristo, ou mais a perder por rejeitá-lo, do que as mulheres neste mundo.

Jesus deixou claro que foi a fé da mulher nele, e não alguma mágica proveniente do toque em suas vestes, que a curou. As suas palavras também foram uma confirmação exterior daquilo que havia ocorrido nela.

Vai em paz e sê curada. Como alguém que agora era saudável e livre da sua aflição, ela realmente poderia ir em paz. As bênçãos da boa saúde e o conseqüente sen-timento de bem-estar são dádivas de Deus. Em essência, Jesus estava dizendo: "Não se preocupe mais com este problema"."

Assim, Marcos preservou, para todos os tempos, outro dos poderosos milagres Da-quele que é "o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hb 13:8).

c) Da Morte Para a Vida (5:35-43). Podemos imaginar a intensa ansiedade de Jairo durante a interrupção descrita nos versículos 25:34. Se ele sentiu algum medo, este foi confirmado quando algumas almas insensíveis se expressaram estando Jesus ainda falando (35) com a mulher, e contaram que a sua filha estava morta. A pergunta: para que enfadas mais o Mestre?" dá a entender que consideravam que Jairo o estava aborrecendo. Eles não tinham a expectativa de uma ressurreição.

Tendo ouvido essas palavras (36), mas ignorando a implicação delas,' Jesus rapi-damente disse a Jairo: Não temas, crê somente. Com que freqüência Jesus censura o medo e encoraja a fé!

A esta altura Jesus voltou as costas para a multidão curiosa e não permitiu que alguém o seguisse (37), exceto o seu círculo íntimo formado por Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago. O privilégio que tiveram esses três de testemunhar este e outros eventos notáveis (a transfiguração, 9.2; a agonia no Getsêmani, 14,33) foi contrabalançado pela responsabilidade posterior. Pedro foi o principal porta-voz no Pentecostes; Tiago foi mar-tirizado um pouco depois desse acontecimento; e João exerceu uma inimaginável influ-ência como o apóstolo do amor.

Quando finalmente Jesus e aqueles que estavam com Ele chegaram à casa do prin-cipal da sinagoga (38), eles viram o alvoroço, um grande rumor e a confusão causados pelos que choravam muito e pranteavam.' Era costume contratar pranteadoras profissi-onais, embora sem dúvida estivessem presentes amigos íntimos que choravam com sin-cero pesar.

Possivelmente incomodado por alguns que choravam e pranteavam por dinheiro, Jesus, tendo chegado à casa ou ao seu pátio, disse-lhes: Por que vos alvoroçais (lite-ralmente, "fazer um tumulto", como no versículo
38) e chorais? (39) A menina não está morta, mas dorme (39).

A morte da criança deve ter sido literal, porque a história é o clímax de uma série de "poderosos milagres". Para o poder de Deus que residia em Jesus, a morte não era um obstáculo maior do que uma pessoa adormecida. "O outro mundo... está ao alcance da voz do Salvador.""
Confiantes de que a menina não estava de fato dormindo, mas morta, as carpideiras riam zombando de Jesus (40). A palavra (kategelon) transmite a idéia de menosprezo.

"Elas... zombaram dele" (NT Amplificado). O escárnio não contribui em nada para uma atmosfera de fé; por esta razão, Jesus as fez sair." "Somente aqueles que sinceramente pranteavam poderiam ser confortados; só eles precisavam de conforto."

Acompanhado pelos três discípulos, Jesus realizou um serviço pastoral que tocou aquelas pessoas, assim como um bom ministro de Jesus Cristo deve fazer. Ele tomou consigo o pai e a mãe da menina e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava. A presença de outras pessoas com Jesus no quarto teria o valor testemunhal, e também satisfaria o sentido judaico de propriedade.

Em um gesto característico (cf. Marcos 1:31), Jesus tomou a mão da menina (41) e cha-mou-a, talvez da mesma maneira que os seus pais freqüentemente a despertavam do seu sono: "Levante-se, minha filha" (NEB). Talitá cumi talvez sejam as verdadeiras pala-vras proferidas por Jesus, pois Ele falava aramaico. A resposta da menina foi imediata. Logo (42) ela se levantou e andava. Marcos destaca que ela já tinha doze anos e, portanto, já tinha idade suficiente para andar.

Mais uma vez somos informados a respeito da reação emocional daqueles que teste-munharam o divino poder de Jesus. Eles assombraram-se com grande espanto, ou seja, "ficaram sobremaneira admirados" (42, Goodspeed). "O grande fato da vida cristã é que aquilo que parece completamente impossível aos homens, é possível a Deus."'

Era naturalmente impossível esconder o fato de que havia ocorrido um grande mila-gre; entretanto, Jesus mandou-lhes expressamente ("de forma rigorosa") que nin-guém o soubesse (43). O Senhor se recusava a incentivar as falsas esperanças dos judeus de que Ele fosse o Messias político que eles estavam esperando.

A história termina com uma nota sobre a consideração e a praticidade de Jesus. Ele disse que dessem de comer à menina. Isto também prova a realidade do milagre. "Aquela que estava morta agora vivia, e poderia se alimentar."'

Este capítulo mostra "Cristo, o vencedor":

1) sobre os demônios 1:20;

2) sobre as enfermidades, 25-34;

3) sobre a morte, 35-43.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Marcos Capítulo 5 versículo 9
A legião era uma parte do exército romano que contava com um máximo de 6.000 soldados.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
*

5:1

à terra dos gerasenos. Gerasa, ficava a uns quarenta e oito quilômetros a sudeste do lago. Gadara estava cerca de dez quilômetros ao sul do lago (Mt 8:28, nota), e ocorre em outros manuscritos gregos. Há também uma aldeia chamada Kersa, à margem oriental, com a mesma espécie de despenhadeiros e sepulcros descritos na história. Jesus entra em Decápolis, uma associação de dez cidades-estado gregas, antecipando a futura missão da igreja aos gentios. O caráter gentílico da população se torna claro, uma vez que os judeus não criavam porcos, porque a lei mosaica os considerava animais imundos.

* 5:2

veio dos sepulcros. Este homem endemoninhado estava afastado do seu contato humano normal, separado de sua aldeia e de sua família (v. 19).

* 5:3

nem... alguém podia prendê-lo. Violência e força física incomum, que o levam a uma lenta auto-destruição (v. 5; 9.22), parece freqüentemente caracterizar o endemoninhado (v. 13 1:26-9.18, 20, 22,26), porém, ante a força espiritual de Jesus, os demônios se acovardam e fogem.

* 5:7

Que tenho eu contigo. Ver 1.24.

* 5:9

Qual é o teu nome. Entendia-se que chamar pelo nome era ganhar poder sobre eles. Os demônios já tinham identificado a Jesus (v. 7, conforme 1:24-34), mas, por meio desta pergunta, Jesus revela o seu poder superior.

Legião. Jesus força o demônio a se desmascarar. Ele não é apenas um, mas muitos. Uma legião romana compunha-se de seis mil homens.

* 5:10

E rogou-lhe. O demônio acovarda-se diante de Jesus, mesmo invocando o nome de Deus como uma forma de proteção (v. 7), e reconhece que Jesus tem poder absoluto sobre ele.

* 5:13

Jesus o permitiu. Jesus permite que os demônios entrassem nos porcos que, então, se precipitam despenhadeiro abaixo. Este exorcismo é uma demonstração dramática do poder de Jesus sobre o mal (vs. 14,
16) e da presença do reino em seu ministério (Lc 11:20). Ver “Demônios”, em Dt 32:17.

* 5:15

assentado. Em comparação com o seu violento comportamento anterior, e com a recente destruição dos porcos, o homem “sentado e vestido e em seu são juízo” expressa com eloqüência a paz e a restauração vivificante, que provêem do poder de Jesus (4.39; 9.26, 27).

* 5:19

Vai para a tua casa. Este homem se torna o primeiro missionário gentio. Jesus, usualmente, exige silêncio (1.34, nota), porém, neste caso ele permite a preparação para futura missão da Igreja a começar. Jesus, posteriormente, ordenará silêncio com relação a outra cura realizada em Decápolis, mas não obtém resultado (7.31-37).

* 5:22

principais da sinagoga. Ainda que fosse um leigo, as responsabilidades de um chefe eram social e religiosamente importantes, incluindo não só a conservação do edifício, mas, também, a condução própria do serviço e a escolha das leituras da Torah.

* 5:25

uma hemorragia. A condição da mulher era não só fisicamente debilitante, mas também a desqualificava não só para o casamento (Lv 20:18), mas também para a vida religiosa em geral (Lv 15:25-33).

* 5:29

logo. Ver 1.10, nota.

* 5:30

Quem me tocou nas vestes. Um toque de fé é sentido por Jesus, mesmo no meio de uma multidão numerosa, onde muitos o tenham tocado. A frase “que dele saíra poder” ocorre somente aqui.

* 5:32

olhava ao redor. Para uma mulher que tinha sido uma rejeitada social por muitos anos, a cura só se completa quando Jesus a identifica publicamente, elogiando sua fé, declarando a todos que ela está curada (v. 34) e purificada.

* 5:37

Pedro... Tiago e João. Jesus construiu ao redor dele uma hierarquia de intimidade. Há numerosos discípulos (4.10), dos quais doze são designados apóstolos (3.13-19) e dentre os doze, alguns (Pedro, Tiago e João e, às vezes, André) desfrutam da mais plena intimidade de Jesus, mais notavelmente na Transfiguração (9.2-13) e no Getsêmane (14.32-33).

* 5:38

pranteavam. Nas culturas do Oriente Médio, prantear era uma expressão habitual de luto e às vezes apelava-se para pranteadores profissionais.

* 5:40

mandando sair a todos. Jesus não está interessado num grande espetáculo de cura. Ao invés disso ele está preocupado com o sofrimento da menina, com a fé dos pais dela e com o objetivo último de sua missão (v. 43).

* 5:41

Talitá cumi. O aramaico era a língua popular falada na Palestina. Marcos dá a tradução para outros termos aramaicos (3.17; 7.11, 34; 10.46; 14.36), de modo a tornar sua narrativa mais clara para os que não tinham familiaridade com essa língua.

* 5:43

ordenou-lhes expressamente. Ver notas no v. 19 e 1.34.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
5:1, 2 Embora não estamos seguros a que se deve a posse demoníaca, sabemos que os demônios usam o corpo em forma destrutiva para distorcer e destruir a relação e a semelhança do homem com Deus. Até hoje em dia os demônios são perigosos, poderosos e destrutivos. Embora seja importante que reconheçamos sua atividade maligna, devemos nos manter afastados deles e evitar qualquer relação com as forças demoníacas ou o ocultismo, embora seja por curiosidade (veja-se Dt 18:10-12). Se resistirmos ao diabo e suas influências, fugirá de nós (Jc 4:7).

5:9 O demônio disse que seu nome era "Legião". Uma legião era a unidade maior no exército romano e consistia entre três mil e seis mil soldados. É óbvio que este homem não estava poseído de um só demônio, mas sim de muitos.

5:10 Freqüentemente, Marcos ressalta a sobrenatural luta entre o Jesus e Satanás. A meta dos demônios era, e segue sendo, controlar aos humanos nos que habitavam; a meta do Jesus era, e é, a liberação dessas pessoas do pecado e do controle de Satanás. Os demônios sabiam que não tinham poder sobre o Jesus; por isso quando o viram lhe rogaram que não os enviasse a um lugar distante (chamado "abismo" em Lc 8:31). Jesus acessou (Lc 5:13), mas pôs fim a sua obra destrutiva entre os homens. Pôde havê-los enviado ao inferno, mas não o fez porque a hora do julgamento ainda não tinha chegado. Ao final, é obvio, todos os demônios serão enviados ao fogo eterno (Mt 25:41).

5:11 De acordo com a Lei do Antigo Testamento (Lv 11:7), os porcos eram animais "imundos". Isto significa que os judeus não os comiam e nem sequer os tocavam. Este incidente ocorreu ao sudeste do mar da Galilea, na região dos gadarenos, habitada por gentis, o que explica por que aparece neste relato uma marmita de porcos.

5:17 depois de tão maravilhoso milagre de lhe salvar a vida a um homem, por que a gente quis que Jesus se fora dali? Pediram-lhe que se fora porque estavam atemorizados com seu poder sobrenatural, poder que parecia incontrolável. É possível que também tenham temido que Jesus continuasse eliminando suas fontes de subsistência pelo que fez com seus porcos. Preferiam sua fonte de ganhos e sua segurança.

5:19 Jesus lhe disse ao homem que fora a seus amigos e lhes falasse de sua milagrosa sanidade. Muitas vezes Jesus solicitou de quem recebeu sanidade que não o dissessem a ninguém. por que esta mudança? Hei aqui umas possíveis respostas: (1) O homem poseído de demônios estava sozinho e incapacitado para falar. Contar a outros o que Jesus fazia por ele provaria sua liberação. (2) Esta era uma região principalmente gentil e pagã, pelo qual Jesus não esperava que lhe seguissem grandes multidões nem líderes religiosos que lhe opor. (3) Ao enviar ao homem com estas boas notícias, Jesus expandia seu ministério a povos gentis.

5:19, 20 Este homem foi um poseído de demônios, mas agora era um exemplo vivente do poder do Jesus. Quis ir-se com o Jesus, mas O lhe disse que se fora a sua casa e contasse sua história aos seus. Se você experimentou o poder do Jesus, também é um exemplo vivente. É entusiasta como aquele homem para dar as boas novas aos que lhe rodeiam? Assim como falamos com outros de um médico que sã determinada enfermidade física, devemos falar de Cristo, que sã nossos pecados.

5:20 A região das Dez Cidades, chamada Decápolis, estava localizada ao sudeste do mar da Galilea. Dez cidades, cada uma com seu governo independente, formavam uma aliança para proteger-se e aumentar o comércio. Vários séculos antes as fundaram mercados gregos e imigrantes. Embora também havia judeus por ali, eram uma minoria. Muitos destas dez cidades seguiram ao Jesus (Mt 4:25).

5:22 Jesus cruzou de novo o mar da Galilea e talvez desembarcou no Capernaum. Jairo era o chefe eleito da sinagoga local. Tinha que fiscalizar a adoração, velar para que a escola semanal funcionasse e cuidar do edifício. Muitos chefes de sinagogas estavam estreitamente vinculados com os fariseus. Daí que pressionaram a alguns para que não respaldassem ao Jesus. que Jairo se inclinasse ante o Jesus foi um ato significativo e possivelmente cuidadoso de respeito e adoração.

5.25-34 Esta mulher tinha um mal incurável que lhe provocava estar sempre sangrando. Possivelmente era uma desordem menstrual ou uterina que a fazia ritualmente impura (Lv 15:25-27), excluindo a da maior parte de suas relações sociais com outros judeus. Estava desesperada por que Jesus a sanasse, mas sabia que se o tocava, pela Lei judia também o considerariam "imundo". Não obstante, tocou-o por fé e sanou. Às vezes acreditam que nossos problemas nos afastam de Deus. Mas O sempre está preparado para nos ajudar e nunca deveríamos deixar que o medo nos impeça de nos aproximar do.

5.32-34 Jesus não se zangou com a mulher por havê-lo meio doido. Sabia que o tinha feito, mas mesmo assim se deteve e perguntou quem tinha sido, para lhe ensinar algo a respeito da fé. Embora a mulher sanou no mesmo momento em que o tocou, Jesus lhe disse que sua fé a tinha sanado. Fé verdadeira significa ação. A fé que não fica em ação não é fé.

5:36 A crise do Jairo o fez sentir-se confundido, temeroso e sem esperança. As palavras que Jesus lhe disse em meio da crise nos falam também : "Não tema. Crie somente". Nas palavras do Jesus havia esperança e promessa. A próxima vez que você se sinta como Jairo, trate de ver seus problemas do ponto de vista do Jesus. O é a fonte de toda esperança e promessa.

5:38 Com fortes lamentos e prantos se acompanhava aos que morriam. A falta de lamentos e prantos em um funeral era a pior desgraça e desonra. Algumas pessoas, freqüentemente mulheres, faziam do duelo uma profissão. Os familiares do morto lhes pagavam por chorar sobre o cadáver. O dia do enterro o cortejo ia pelas ruas seguido pelas chorosas, os familiares e os amigos.

5:39, 40 As chorosas começaram a burlar-se do Jesus quando O disse: "Não está morta, a não ser dorme". A menina estava morta, mas Jesus usou a imagem do sonho para indicar que sua condição era temporária e que seria restaurada.

Jesus tolerou a rabugice da multidão porque queria ensinar uma importante lição a respeito de manter a esperança e a confiança no. Hoje em dia, muitos no mundo riem das coisas que diz Deus porque lhes parecem ridículas. Quando se sentir diminuído ao expressar sua fé no Jesus e esperança da vida eterna, recorde que os incrédulos não vêem da perspectiva de Deus. se desejar mais informação a respeito da vida depois da morte, veja-se 1Ts 4:13-14.

5:41 Talita cumi é uma expressão em aramaico, um dos idiomas originais da Palestina. Os discípulos e Jesus não só falavam aramaico, a não ser talvez grego e hebreu também.

5.41, 42 Jesus não só demonstrou grande poder, mas também uma tremenda compaixão. Quando exerceu poder sobre a natureza, os demônios e a morte, fez-o por compaixão para um diabólico que vivia em meio dos sepulcros, para uma doente e para os familiares de uma menina morta. Os rabinos da época consideravam imundas a tais pessoas. A gente da sociedade as evitava. Mas Jesus se aproximou delas e ajudou a cada uma segundo sua necessidade.

5:43 Jesus disse aos pais da menina que não divulgassem a notícia do milagre. Queria que os fatos falassem por si só e o momento não era o mais propício para uma confrontação com os líderes religiosos. Jesus ainda tinha muito por fazer e de maneira nenhuma queria que a gente o seguisse sozinho por ver os milagres que fazia.

O TOQUE DO Jesus

Com que classe de gente se relacionou Jesus? A quem considerou o bastante importante para tocar? Aqui vemos muita gente que Jesus conheceu. Alguns o alcançaram, O alcançou a outros. Independentemente de quão famoso ou desconhecido, rico ou pobre, jovem ou ancião, pecador ou santo, Jesus se interessa por todos de igual maneira. Nenhum está fora do alcance do toque amoroso do Jesus.

par Jesus falou com :

Um coletor de impostos desprezado: Mt 9:9

Um ermitão demente: Mc 5:1-15

O governador romano: Mc 15:1-15

Um moço: Mc 9:17-27

Um proeminente líder religioso: Jo 3:1-21

Uma dona-de-casa: Lc 10:38-42

Um intérprete da Lei: Mt 22:35

Um criminoso: Lc 23:40-43

Um dos principais da sinagoga: Mc 5:22

Pescadores: Mt 4:18-20

Um rei: Lc 23:7-11

Uma viúva pobre: Lc 7:11-17; Lc 21:1-4

Um centurião romano: Lc 7:1-10

Um grupo de meninos: Mc 10:13-16

Um profeta: Mateus 3

Uma adultera: Jo 8:1-11

O concílio judeu: Lc 22:66-71

Uma doente: Mc 5:25-34

Um rico: Mc 10:17-23

Um mendigo cego: Mc 10:46

Líderes políticos judeus: Mc 12:13

Um grupo de mulheres: Lc 8:2-3

O supremo sacerdote: Mt 26:62-68

Um marginalizado com lepra: Lc 17:11-19

Um oficial do rei: Jo 4:46-53

Uma jovem: Mc 5:41-42

Um traidor: Jo 13:1-3, Jo 13:27

Um paralítico desamparado: Mc 2:1-12

Uma turfa irada de soldados e oficiais: Jo 18:3-9

Uma estrangeira: Mc 7:25-30

Um seguidor vacilante: Jo 20:24-29

Um inimigo que o odiava: At 9:1-9

Uma samaritana: Jo 4:1-26


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
b. Endemoninhado de Gerasa (5: 1-20)

1 E vieram para o outro lado do mar, para o país dos gerasenos. 2 E quando ele foi sair do barco, desde agora não encontrei com ele fora dos sepulcros, um homem com um espírito imundo, 3 , que tinha a sua morada nos túmulos, e ninguém poderia mais prendê-lo, não, não com uma corrente; 4 porque que ele tinha sido muitas vezes preso com grilhões e correntes, e as cadeias foram rasgou por ele, e os grilhões em migalhas: e ninguém o podia domar;. 5 E sempre, dia e noite, nos túmulos e pelos montes, ele estava gritando, e ferindo-se com pedras. 6 E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o ; 7 e, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes. 8 E disse-lhe: Sai daí, espírito imundo, fora do homem. 9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E disse-lhe: Meu nome é Legião; porque somos muitos. 10 E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora do país. 11 E andava ali no lado do monte uma grande manada de porcos alimentação. 12 E rogavam-lhe, dizendo: Manda-nos para a porcos, para que entremos neles. 13 E ele deu-lhes sair. E os espíritos imundos saíram e entraram nos porcos; ea manada precipitou-se pelo despenhadeiro no mar, em número de cerca de dois mil; e eles se afogaram no Mc 14:1 E os que os alimentou, fugiu, e anunciá-lo na cidade e no país. E eles vieram para ver o que era aquilo que tinha acontecido. 15 E foram ter com Jesus, e eis que ele estava possuído por demônios sentado, vestido e em perfeito juízo, mesmo que ele tivera a legião, e eles estavam com medo. 16 E os que tinham visto ele lhes contou como ele se abateu sobre ele que estava possuído por demônios, e acerca dos porcos. 17 E começaram a rogar-lhe que retirasse dos seus termos. 18 E, como ele estava entrando no barco, ele que tinha sido possuído por demônios rogavam-lhe que o deixasse estar com ele. 19 E ele não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa para os teus amigos, e dizer-lhes quão grandes coisas o Senhor fez por ti, e como ele tinha misericórdia de ti. 20 E ele seguiu o seu caminho, e começou a publicar em Decápolis tudo quanto Jesus tinha feito por ele; e todos se maravilharam.

Para as lições ensinadas aqui e também a localização deste incidente, o país dos gadarenos, Gerasenes , ou Gergesenes-ver em Mt 8:28 . No caso de cada um dos Evangelhos Sinópticos, todas as três palavras são encontradas em diferentes manuscritos gregos. Mas todos eles indicam uma região no lado leste do lago da Galiléia. Como um está hoje na costa ocidental perto Tiberias ele pode ver quase em frente a ele a uma colina que se aproxime o suficiente para praia para cumprir o acontecimento descrito aqui, os porcos correndo ladeira abaixo na água.

Como de costume, Marcos acrescenta toques vivas para a conta. Só Ele diz: E não podia alguém prendê-lo, não, não com uma cadeia (v. Mc 5:3 ). Enquanto Lucas (Lc 8:29) menciona os grilhões e cadeias , Marcos acrescenta: E ninguém tinha força para domá-lo . (V.4 ). Além disso, versículo 5 é peculiar a este Evangelho. Estes três versículos sugerem um retrato triplo do pecado. É suicídio (v. Mc 5:3-A ), demência (vv. Mc 5:3 ), e de auto-destruição (v. Mc 5:5 ). Só Cristo pode libertar aqueles escravizados pelo pecado.

A última cláusula do versículo 16 é adicionado significativamente por Marcos: e acerca dos porcos. As pessoas estavam mais preocupados com os seus porcos do que seres humanos. Eles não queria mais deste homem cujo milagres interferiu com o seu negócio.Então, eles lhe pediu para sair, e ele saiu.

Marcos e registro Lucas como o endemoninhado curado implorou Jesus a deixá-lo ir com Ele (v. Mc 5:18 ). O Mestre ordenou ele, em vez de voltar para casa e dizer a seus amigos e parentes o que o Senhor tinha feito por ele. Este é o homem fez com grande entusiasmo e, assim, tornou possível para Jesus para receber um melhor bem-vindo quando Ele mais tarde revisitado nesta área (Mc 7:31 ). Para o significado e localização de Decápole ver em Mt 4:25 . Estes são os únicos três lugares no Novo Testamento, onde esta palavra ocorre.

c. Excepção de Jairo (5: 21-24)

21 E quando Jesus tinha cruzado de novo no barco para o outro lado, uma grande multidão se reuniram em torno dele; e ele estava junto do mar. 22 E chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e vê-lo, ele cai aos seus pés, 23 e beseecheth-lhe muito, dizendo: Minha filha está no ponto de morte: peço-te , para que te vem, impõe tuas mãos sobre ela, que ela pode ser curado, e viver. 24 E foi com ele; e uma grande multidão o seguia, e eles se aglomeravam-lo.

Jesus e seus discípulos atravessaram novamente para o outro lado, o que significa que o lado oeste do lago da Galiléia, ou talvez o canto noroeste perto de Cafarna1. Esta área é onde ele teve seu ministério mais movimentado. Como de costume, uma grande multidão rapidamente se reuniram, lotando a praia (no mar) para ver e ouvi-Lo.

Um dos chefes da sinagoga dever -cuja era para tomar conta dos serviços, indicando os únicos a ler as Escrituras e dizer as orações, abriu caminho entre a multidão até chegar a Jesus. Então esmagado com preocupação foi ele que ele cai aos seus pés -em apesar do fato de que ele foi um dos líderes da comunidade. Com extrema earnestness- beseecheth muito dele -ele pediu o Mestre de vir de uma só vez. Sua filhinha Marcos gosta de diminutivos-se no ponto de morte (literalmente, "em seu último suspiro"). Jesus imediatamente foi com Jairo.

Mateus (Mc 9:18) diz que o pai relatou a menina era "acaba de falecer." Mas ele omite o relatório da morte da filha recebeu no caminho para a casa de Jairo encontrado em Marcos (v. Mc 5:38 e Lucas () Lc 8:49)

25 E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue 12 anos, 26 e tinha padecido muito com muitos médicos, e tinha gasto tudo o que ela tinha, e era nada aproveitar, antes indo a pior, 27 tendo ouvido falar a respeito de Jesus, veio no meio da multidão para trás, e tocou na sua veste. 28 Para ela disse: Se eu somente tocar nas suas vestes, ficarei curada. 29 E logo a fonte do seu sangue secou; e sentiu no seu corpo que estava curada do seu flagelo. 30 E logo Jesus, percebendo em si mesmo que o poder processodele havia saído, virou-se no meio da multidão, e disse: Quem tocou minhas vestes? 31 E o seu discípulos disseram-lhe: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou? 32 E ele olhava em redor para ver a que isto fizera. 33 Mas a mulher, atemorizada e trêmula, sabendo o que tinha sido feito para ela , veio e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade. 34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada do teu mal.

Para o tratamento geral deste incidente ver em Mt 9:20 . O relato de Marcos é muito mais vivas com detalhes. Sua única declaração no versículo 26 que ela tinha padecido muito com muitos médicos é bem explicada por Adão Clarke, que descreve as muitas misturas loucas que foram prescritos para esta doença, bem como provas árduas recomendadas pelos rabinos. Falando como um leigo, Marcos observa que a infeliz mulher sem nada aproveitar, antes indo a pior. Mas Lucas, escrevendo como um médico, diz que "ela não podia ser curada," se ele está de acordo com Marcos que ela havia "passado todo o seu sustento mediante médicos "( Lc 8:43 ).

Quando a mulher havia tocado Jesus, sentiu no seu corpo que estava curada do seu flagelo (v. Mc 5:29 , só em Marcos). O Mestre reconheceu que o poder (dynamis) se tinha retirado dele para produzir a cura (v. Mc 5:30 ). Então, Ele se virou e perguntou quem tocouEle. Para os discípulos esta pergunta parecia absurdo, uma vez que Jesus foi preso na pela multidão se acotovelando. Mas ele sabia que alguém tinha tocado pela fé e receberam poder de cura dele. Muitos escova hoje contra Jesus, por assim dizer, nos cultos da igreja e em outros lugares, mas não tocá-Lo pela fé e, portanto, não ganham ajuda espiritual de Sua presença.

The Master (v. Mc 5:32) "continuou a olhar em volta" (pretérito imperfeito) -típico da atenção de Marcos para a aparência de Jesus. Finalmente, a mulher, atemorizada e trêmula -de acordo com a lei mosaica (Lv 15:19 ), ela era sujo e tinha tornado Jesus imundo por tocar Him-prostraram-se diante dEle e disse-lhe toda a verdade .

Pode parecer estranho que Cristo deve forçar isso, mulher tremor tímido para fora no aberto. Mas ele fez isso para o bem dela. Ele sabia que testemunhar publicamente traria sorte de bênção espiritual. Ela ganhou um duplo dividendo quando Ele acrescentou: " Vai em paz (v. Mc 5:34 ). Ela era para ser permanentemente todo de sua praga. Que conforto aquelas palavras deve ter trazido para o seu coração.

e. Filha de Jairo (5: 35-43)

35 Enquanto ele ainda falava, eles vêm do governante da sinagoga casa , dizendo: A tua filha está morta: por incomodas o Mestre mais 36 Mas Jesus, não atendendo a palavra falada, disse ao chefe da sinagoga, Fear não, crê somente. 37 E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Jc 38:1) é melhor do que "ouviu" (KJV). O verbo grego usado aqui significa regularmente "ignorar" na Septuaginta. A única outra passagem no Novo Testamento, onde ele ocorre é Mt 18:17 (duas vezes), e não significa claramente "se recusam a ouvir". Gould prefere "ouviu" aqui. Swift faz a observação sábio: "Talvez ambos os significados estão implícitos aqui. Jesus ouviu a mensagem e, deliberadamente, coloque-a em dar uma palavra de garantia para Jairo. "

De qualquer forma Cristo virou-se para o pai aflito e disse: "Pare de ter medo; apenas continuar acreditando "(tradução literal). Que desafio para a fé de Jairo! Embora a criança estava morta, o Mestre ainda estava à altura da emergência.

Jesus permitida somente Pedro, Tiago e João (v. Mc 5:37) para acompanhá-lo à casa de luto. Esta é a primeira das três ocasiões em que o Mestre teve o trio interior com Ele. Os outros dois eram da Transfiguração e da oração no Getsêmani.

Marcos pinta uma imagem viva da cena que se seguiu no quarto da menina. Com apenas os pais e os três discípulos presentes Ele tomou a criança pela mão e disse Talitha cumi. Tem sido sugerido que estas palavras em aramaico pode muito bem ter sido os mesmos que a mãe habitualmente utilizados para acordar sua filha. Desta vez, eles despertaram-la do sono da morte. A palavra do Mestre era com autoridade. Os doze anos de idade, filha foi restaurado para os pais. Eles foram espantado logo com uma grande espanto (v. Mc 5:42 ). O grego diz que eles estavam fora de si com grande "êxtase".

Jesus novamente ordenou que nenhuma publicidade deve ser dada ao milagre. Ele já foi muito assediado por multidões que querem ser curados no corpo, quando ele precisava para ministrar as almas dos homens.

Depois segue-se um belo toque de delicadeza amorosa. Cristo ordenou algo a ser dado a menina para comer. A implicação disso é bem expressa por Swete, quando escreve: "A vida restaurada por milagre deve ser apoiada por meios comuns; o milagre não tem lugar onde o atendimento humano ou de trabalho será suficiente ".


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
Marcos apresenta-nos três pessoas que têm uma coisa em comum: to-das estão aos pés de Jesus (vv. 6 e 15,22,33).

  • O endemoninhado (Mc 5:1-41)
  • Mateus informa que dois homens endemoninhados encontram-se com Jesus (8:28), mas Marcos e Lucas fo-cam em um deles, o mais falante, o homem que queria seguir Jesus e ser seu discípulo. A narrativa descreve a horrível situação desses homens que correram até Jesus e, mesmo assim, por causa dos demônios, temiam-no (vv. 6-7). Uma legião romana podia ter até 6 mil homens! Em nenhuma passagem, as Escrituras explicam o aspecto fisiológico ou psicológico de ser possuído pelo demônio, mas dei-xam claro o poder de nosso Salvador sobre ele. Toda pessoa não-salva é, em alguma medida, controlada por Satanás (Ef 2:1-49; Cl 1:13), embora as coisas horríveis descritas aqui (vv. 3-5) possam não se evidenciar na vida dela. Satanás é tanto um anjo de luz (2Co 11:14) como um leão que ruge (1Pe 5:8).

    Os demônios temiam que Je-sus os enviassem para o abismo (Lc 8:31: Ap 9:1-66,Ap 9:11; Ap 20:1-66,Mc 5:35-41); ele, no entanto, es-colheu seguir com o ansioso pai.

    Talvez o atraso provocado pela mulher desconhecida tenha irritado Jairo, pois, enquanto Jesus a ajuda-va, chegou a notícia da morte de sua filha. Os amigos de Jairo têm certe-za de que Cristo já não pode fazer mais nada (Jo 11:37), todavia ele é o único que pode vencer a morte (He 2:14-58). Jesus encorajou Jairo com as palavras "Não temas, crê somen-te" (v. 36). Quando tudo parece ruir à nossa volta e até os amigos nos desencorajam, tudo que podemos fazer é, pela fé, agarrar-nos às pro-messas de Deus.

    Aparentemente, Pedro, Tiago e João formavam um "círculo mais ín-timo" entre os discípulos, pois Jesus convidou apenas os três para com-partilhar três experiências especiais com ele: a ressuscitação da filha de Jairo, a transfiguração (9:1-8) e sua oração no jardim de Getsêmani (14:33). Cada uma dessas experiên-cias ensinou-lhes algo a respeito da morte: Cristo vence a morte, é glorifi- cado na morte e entrega-se à morte.

    Na verdade, a menina estava morta, e os pranteadores sabiam disso. Contudo, para o crente, a morte é apenas dormir: o espírito deixa o corpo (Jc 2:26), e o cor-po dorme (1Co 4:1 1Co 4:3 1Co 4:8). O espírito não dorme na morte, mas vai para junto do Senhor (Fp 1:20-50). Veja a ternura e a praticidade de Jesus: ele pede que dêem algo para a me-nina comer!

  • A mulher sofredora (Mc 5:24-41)
  • O problema dessa mulher não tra-zia apenas desconforto e desenco- rajamento, mas impedia-a de adorar no templo (Lv 1:5:1 9ss) e custou-lhe todos os bens em remédios inúteis. (Lucas, um médico, disse que "nin-guém tinha podido curar" a mulher — Lc 8:43. Marcos não é tão afável com os médicos. Ele escreveu que ela "muito padecera à mão de vá-rios médicos" [v. 26].)

    Temos de admirar a fé dessa mulher, pois ela abriu caminho em meio a uma multidão compacta a fim de aproximar-se de Jesus. As pessoas podiam abrir caminho para uma pessoa importante como Jairo, mas quem daria passagem para uma mulher pobre e necessitada? O tex-to do versículo 28, em grego, decla-ra: "Pois ela continuava a dizer". É como se ela encorajasse a si mesma enquanto abria caminho para chegar até Jesus. Sua fé foi recompensada!

    Todavia, Jesus não queria que ela vivenciasse um milagre sem ter a chance de glorificar a Deus (SI 107:2,20-21). Com brandura, ele en-corajou-a a dizer o que acontecera; depois, mandou-a seguir seu cami-nho em paz (v. 34). Isso sugere que ela vivenciou muito mais que cura fí-sica: ela reconheceu Jesus como seu Senhor e Salvador (veja Lc 7:40-42). Seu testemunho do poder de Cristo deve ter encorajado Jairo enquanto esperava, no entanto parece que ele não compreendeu a mensagem.

    Essas são apenas três pessoas das muitas que chegaram aos pés de Jesus durante seu ministério terreno. Leia os quatro evangelhos e conhe-ça essas pessoas. Elas, à medida que revelam o amor e o poder de Jesus, serão uma bênção para você.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
    5.1 Gerasenos. Conforme Lc 8:26n.

    5.3 Nos sepulcros. As cavernas à beira do lago serviam de sepulcros, cujo contato, para os judeus, contaminaria com imundícia. O povo, nesta região, era em sua maioria, gentio. Por isso comia a carne de porco (conforme v 11).

    5.7 Filho do Deus Altíssimo. Conforme 1.1n. Altíssimo (gr hupistos = elyon, em heb; cf. Gn 14:18-22n), vocábulo usado principalmente no AT por gentios (conforme Nu 24:16; Is 14:14; Ez 3:26).

    5.9 Qual é teu nome. Na época, era muito divulgada a idéia de que, conhecer o nome do demônio, ajudaria a quem desejasse dominá-lo. Jesus demonstrava Seu grande poder expulsando uma legião (milhares) sem invocar os nomes dos espíritos

    5.9 Legião. Conforme Lc 8:30n.

    5.10 Do país. Parece que os demônios se associavam com distritos particulares. País (gr chõran, "região").

    5.12 Manda-nos... porcos. Mostravam, assim, sua completa derrota, ou, segundo Calvino, queriam provocar uma reação negativa nos donos (v. 17).

    5.13 Se afogaram. O endemoninhado teria, com isso, uma confirmação do afastamento total dos espíritos (conforme Lc 11:24-42).

    5.15 Assentado... Conforme Lc 8:35n.

    5.19 Anuncia-lhes. Entre gentios pagãos não havia necessidade de se guardar o segredo messiânico. O Senhor, Reporta-se a Deus como emLc 8:39. No seu testemunho, declara que foi Jesus quem o livrou dos demônios (conforme Lc 8:39n). Todos os elementos da grande Comissão missionária encontram-se neste versículo (conforme Mt 28:19ss).

    5.20 Decápolis. Uma confederação de dez cidades gregas localizadas ao nordeste da Palestina, incluindo, nela, a própria Damasco.

    5.22 Jairo. Conforme Lc 8:49n. O chefe da sinagoga era encarregado da manutenção e programação dos trabalhos. • N. Hom. Um homem principal pode vir a Jesus:
    1) Pondo de lado seus preconceitos;
    2) deixando sua vaidade;
    3) Sujeitando-se a outrem (prostra-se));
    4) Reconhecendo a Jesus como a única esperança (v. 23).

    5.23 Seja salva. Conforme Lc 8:36n.

    5.26 Médicos. A mulher que gastou todo o, seu dinheiro inutilmente, é semelhante àqueles que procuram o alivio do pecado por meio de "boas ações" e de obediência a ritos religiosos, em vez de unicamente confiar em Cristo.

    5.27 Veste. Mateus especifica "a orla". Conforme Mt 23:08n).

    5.35 Já morreu. Conforme Lc 8:49n.

    5.36 Não temas. Conforme Lc 8:50 para a N. Hom. O tempo dos verbos significa, "Pára de temer; continua crendo..."

    5.39 Dorme. Conforme Lc 8:52n; Jo 11:11 ss.

    5.40 Jesus permitiu a presença de apenas cinco testemunhas, na ocasião deste milagre, para evitar uma divulgação mais ampla dessa noticia (conforme v. 43). Era de suma importância, para Sua missão redentora, que Jesus não fosse alvo de muita propaganda, especialmente na Judéia.
    5.41 Talitá cumi. Uma transliteração do aramaico língua que Jesus e os discípulos costumavam falar. Talitá, lit. "cordeirinha".


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
    A cura do homem com muitos demônios (5:1-20). (Textos paralelos: Mt 8:2834; Lc 8:26-42.)

    Tendo dado paz a pessoas que estavam atormentadas pelo mundo exterior (4:35-41), Jesus agora deu paz a alguém atormentado por algo que estava dentro dele. O local provável do incidente foi Kersa, uma pequena vila daquela época na costa leste do mar da Galiléia. O nome Kersa mais tarde se confundiu com Gerasa, uma cidade a quase 50 quilômetros a sudeste do mar; essa identificação explica a corruptela a região dos gerase-nos (v. 1). Os habitantes da região eram na sua maioria gentios, o que explica (a) por que os camponeses criavam porcos (v. 11); esses animais eram considerados “impuros” para os judeus (Lv 11:7); (b) por que Jesus ordenou ao homem, depois de curado, que anunciasse a sua cura em todo o distrito (v. 19). Contraste com isso a orientação que Jesus deu ao leproso curado (1.44), em vista do mal-entendido e do entusiasmo perigoso que Jesus previu se publicidade indevida tivesse sido dada à cura do leproso em círculos judaicos. A Decápolis (v. 20), no entanto (significando “dez cidades”), onde o ex-endemoninhado proclamou a sua libertação, era de população predominantemente gentílica, sendo um conjunto de cidades, a maioria das quais ficava a leste do Jordão, governadas de forma um tanto independente do restante da Palestina.

    Os sepulcros (v. 3) em que morava esse endemoninhado devem ter sido cavernas. As tentativas das pessoas de controlar e amarrar o endemoninhado com correntes tinham sido frustradas (v. 4); mas os demônios foram expulsos por Jesus com uma simples ordem (v. 8). O propósito de Jesus em perguntar o nome do homem (v. 9) provavelmente foi trazer à sua memória a condição terrível em que ele estava. Como em 1.24, os demônios sabiam que o seu encontro com Jesus resultaria na destruição deles (v. 7). Uma razão possível para Jesus permitir que os demônios expulsos entrassem na manada de porcos (v. 11,13) foi que o homem curado, vendo os porcos possuídos pelos demônios se lançando furiosamente no mar, pudesse ter a confirmação da realidade da sua libertação. A perda dos porcos criados pelos pecuaristas locais, junto com o seu temor dos poderes miraculosos de Jesus (v. 15), impeliu-os a pedir que Jesus deixasse o território deles (v. 17). Isso ele fez; e não há registro de que alguma vez tenha voltado.

    Jesus ressuscita a filha de Jairo (5.2124,35-43). (Textos paralelos: Mt 9:1,Mt 9:18,Mt 9:19, Mt 9:21,Mt 9:23-40,Lc 8:49-42; Lc 8:43-42.)

    O sangramento uterino contínuo de que, supostamente, essa mulher sofria a tornava cerimonialmente impura (Lv 15:25-30), com a conseqüência de que judeus obedientes à lei a evitariam. Esse fato, junto com sua modéstia natural e o desconforto que ela sentia por causa da natureza da sua enfermidade, a tornava ansiosa para pedir e obter a cura que ela cria Jesus poderia lhe conceder sem a publicidade que normaímente era inevitável no caso de curas assim. A fé que possuía em Jesus era tal que ela cria que ele podia curá-la sem marcar um encontro pessoal, mas simplesmente por tocar nas vestes dele (v. 28; cf. 3.10; 6.56), isso, apesar dos fracassos de muitos médicos que ela havia consultado (v. 26). Sua fé, ao ser testada, foi plenamente vindicada (v. 29), e, depois de ser curada, ela se empenhou em desaparecer despercebida na multidão. Jesus, no entanto, consciente de que dele havia saído poder sobrenatural e de como isso havia acontecido, exigiu que a pessoa responsável pelo acontecido viesse à frente. Mesmo temerosa da raiva de Jesus e se sentindo desconfortável por ser agora exposta, a mulher se apresentou a ele e lhe explicou a sua ação; Jesus então a elogiou por sua fé e lhe garantiu a plenitude da cura.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Marcos Capítulo 5 versículo 9
    Mt 8:28-34 (conforme Mc 5:1-20; Lc 8:26-39) - Onde o endemoninhado foi libertado?


    PROBLEMA:
    Cada um dos três primeiros evangelistas (Mateus, Marcos e Lucas) faz um relato de Jesus libertando um endemoninhado. Mateus relata que essa libertação ocorreu na terra dos gadarenos. Entretanto, Marcos e Lucas dizem que foi na terra dos gerasenos.

    SOLUÇÃO: Há um problema de textos nesse caso. O texto crítico do NT em grego (Nestle-Aland/Sociedades Bíblicas Unidas) menciona em IV arcos e Lucas o mesmo lugar a que se refere Mateus, ou seja, a terra dos gadarenos. Entretanto, alguns manuscritos dão esse local como sendo a terra dos gerasenos. É possível atribuir essa divergência nesses manuscritos a um erro de copistas. É provável que Gadara tenha sido a capital da região, e Mateus, portanto, referiu-se àquela área como sendo a terra dos gadarenos, porque o povo daquela região, quer vivessem em Gadara ou não, identificavam-se como gadarenos.

    Marcos e Lucas possivelmente deram uma referência mais geral à terra dos gerasenos, que seria a região mais extensa dentro da qual o incidente ocorreu. Entretanto um escriba, confundindo a referência em Mateus - achando que era a cidade em vez do povo da região - pode ter achado que deveria corrigir os manuscritos, e assim alterou as referências para torná-las uniformes.
    Parece que a melhor evidência textual está em favor de Gadara, embora haja opiniões divergentes entre comentaristas. Não há contradição nem erro nessas passagens, porque o problema surgiu em decorrência das transcrições, e não há evidência que demonstre ter havido um erro nos manuscritos originais.

    Mc 5:1-20 - Quantos endemoninhados havia? Onde se processou a libertação?

    (Veja os comentários de Mt 8:28-34.)Mc 5:1-20How many demoniacs were there? Where was the demoniac healed?

    (See comments on Mt 8:28-34.)


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43
    Mc 5:1

    2. O ENDEMONINHADO GERASENO (Mc 5:1-41) -Veja notas sobre Mt 8:28-40; Lc 8:26-42. Não é certo o lugar da outra margem do mar onde Jesus desembarcou. A terra dos gerasenos (1): a maioria dos manuscritos conserva este nome, embora Mateus se refira à terra dos gadarenos. Há somente um lugar na margem oriental do mar que se distinga por um despenhadeiro (13), e nas cercanias não existem túmulos abertos em rochas. Talvez os sepulcros fossem erguidos em cima do chão (cfr. Lc 11:44).

    Os amplos detalhes do incidente fornecidos por Marcos, evidenciam seu interesse particular neste jaez do exorcismo milagroso, que enaltece a autoridade poderosíssima do Senhor Jesus Cristo, mesmo no domínio dos espíritos. Nota-se como a narrativa se apresenta como drama em quatro atos com cenas variadas, em que o centro de interesse se muda do homem (1-10) para a manada de porcos (11-13), depois para o povo (14-17), e finalmente para o homem de novo (18-20). Marcos descreve primeiro a força física do endemoninhado (4). Os homens tentaram domá-lo como se fosse uma fera, mas o expediente externo de restrições coercivas falhou. Para ele, a vida se tornara deplorável, sem repouso, sem sono, desbaratada com gritos incessantes e dilacerações corporais aplicadas pelas suas próprias mãos (5). Seu reconhecimento de Jesus e da Sua autoridade é característica da maioria de tais casos (cfr. Mc 1:24; Mq 3:11). São inadequadas as explicações psicológicas destas experiências. O homem precisava de algo mais que os serviços de um psiquiatra. Deus altíssimo (7): título usado geralmente pelos gentios falando em Deus. Por esta razão, é possível que o homem possesso não fosse judeu. (Gn 14:18; Is 14:14; Ez 3:26; At 16:17). O fato que os habitantes possuíam porcos, animais vedados aos judeus, sugere que uma população mista morasse naquela plaga. É notável que os espíritos imundos, quando dirigiram sua súplica frenética a Jesus para que não os atormentasse incontenti, usaram uma fórmula empregada para exorcismar: conjuro-te por Deus (7).

    >Mc 5:9

    Qual é o teu nome? (9). Há duas explicações da pergunta. Primeiro, existia uma crença muito antiga que o conhecimento do nome dum inimigo dava certa vantagem sobre ele. Em segundo lugar, o motivo mais provável da pergunta é que chama o homem à realização da sua personalidade, independente do demônio. Legião (9): palavra latina que sugere a um povo sob o domínio romano o conceito de superioridade numérica e de opressão física. O homem se sentiu uma conglomeração de forças diabólicas sem coesão moral, e o seu estado esquizofrênico se reflete na maneira em que ele alterna do singular para o plural quando fala (9). Fora do país (10): Lc 8:31 diz: "para o abismo". Parece que os espíritos temiam, principalmente, que fossem completamente desencarnados.

    >Mc 5:11

    Têm sido muito debatidas as implicações éticas da atuação de Jesus contra os porcos (11-13). Parece ser caso de destruição impensada de propriedade particular, causando prejuízos graves aos donos. Outros duvidam que Jesus antecipasse as conseqüências. Os que preferem uma explanação psicológica do estado endemoninhado são obrigados a explicar o pânico dos porcos da maneira seguinte: que o homem, no paroxismo da sua emancipação, aterrorizou-os, enxotando a manada toda para o despenhadeiro. A explicação mais satisfatória do trecho considera que a destruição dos porcos fosse permitida pelo Senhor como demonstração ocular, para o homem saber que os demônios tinham saído dele deveras. Desta maneira sua fé seria robustecida. O sacrifício de animais e propriedades se justifica quando estão em jogo a sanidade mental, e a própria vida, de seres humanos.

    Podemos reconhecer três fases na completa transformação do homem pela graça e o poder de Deus: estava sentado, e não mais irrequieto; estava vestido, em vez de andar nu; estava em perfeito juízo, e não mais alienado. Dessarte, Jesus manda todos os espíritos de raiva, orgulho, egoísmo, impureza e outros tantos fora do homem, restaurando-o à perfeita saúde espiritual, e vestindo-o das vestiduras brancas da salvação. Os habitantes do lugar ficaram alarmados pela manifestação sobrenatural, temendo que, se Jesus ficasse, mais outros sacrifícios seriam necessários. Este temor se revela em todos os séculos! Portanto, entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles (17). Jesus nunca se impõe. Quão diferente foi a súplica do homem! (18) Em contraste com Seu costume geral, Jesus não insistiu que o homem se calasse (cfr. Mq 3:12). Este fato se explica provavelmente em não haver tanto perigo, na região do Jordão, de o milagre ser explorado para fins políticos. Decápolis (20): o nome significa dez cidades. Estas cidades gregas se encontravam, com uma exceção, a leste do mar.

    >Mc 5:21

    3. A RESSURREIÇÃO DA FILHA DE JAIRO, E A CURA DA MULHER ENFERMA (Mc 5:21-41) -Estes dois milagres complementares ilustram a autoridade do Senhor sobre a enfermidade e a morte. Veja-se nota sobre Mt 9:18-40; Lc 8:41-42. Convém-nos considerar primeiro a história da mulher enferma (25-34). Sua condição a tornou cerimonialmente imunda, e todos quantos a tocassem tornar-se-iam imundos também (Lv 25:25). Esta é a provável razão porque ela se aproximou de Jesus por trás, para não ser vista. O mundo antigo cria que um lenço, avental, ou até a sombra de um curandeiro comunicassem saúde (cfr. At 19:12-5.15). No instante em que a mulher tocou a orla do vestido de Cristo, ela foi curada, mas Ele não permitiu que fugisse sem dar maior esclarecimento do incidente. Quem me tocou? (30). Há duas razões para tal pergunta. Primeiro, Ele desejava informar-se. Embora Jesus fosse cônscio do fato que o poder saíra de si, não é mister insistir que exibisse conhecimento sobrenatural, quando as informações lhe eram acessíveis por vias normais. Em segundo lugar, Ele queria animá-la a dar uma franca confissão (cfr. Rm 10:9-45). O resto do incidente é luminoso quanto à natureza da genuína fé. A remonstrância impaciente dos discípulos serviu para revelar que há um mundo de diferença entre o contato geral com Jesus, e o do indivíduo obtido pela fé, que resulta da profunda convicção de necessidade pessoal do Seu poder salvador. Calvino, baseando-se no vers. 34, salienta o fato que a crença na eficácia das relíquias é contrária ao ensino bíblico. Mais ainda, podemos afirmar que nenhuma ordenança é efetiva sem fé no Cristo vivo. O manto inconsútil não possuía propriedades mágicas. Além disto, embora Jesus atribua a cura da mulher à sua fé, o Novo Testamento não nos apresenta a fé apenas como uma experiência subjetiva, mas como aquilo que deriva sua força do objeto de que depende. Segundo Vincent Taylor, "a fé é uma experiência espiritual que começa como proeza do espírito, cuja realidade é concretizada por Deus mesmo".

    >Mc 5:35

    A demora ocasionada pela intromissão do caso da mulher era sem dúvida uma prova penosíssima para o príncipe da sinagoga, que procurara Jesus à beira-mar, e deixando de um lado sua dignidade, se lançara aos pés do Mestre, num gesto de agonia e de desespero. Intensificou-se sua aflição quando um recado chegou de casa sugerindo que fosse tarde demais. Tua filha já morreu (35). Jesus ouviu o recado e resolutamente o recusou, dando logo em seguida uma palavra de esperança a Jaíro. Pela primeira vez, Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João (37), que também presenciaram a transfiguração (Mc 9:2) e Getsêmane (Mc 14:33). A escolha deles não indica favoritismo: Ele os escolheu para um serviço especial, segundo Sua soberania. Além disto, eles se tornaram mais tarde o núcleo do colégio apostólico que assumiu as maiores responsabilidades. A pergunta chave da história é qual a significação das palavras: A criança não está morta, mas dorme (39). Alguns expositores consideram que Mateus (Mt 9:18) e Lucas (Lc 8:53-42) implicam que ela fosse realmente morta, enquanto Marcos, cujo texto é o mais antigo, é ambíguo e permite que alguns julguem que ela estivesse em coma ou num estado cataléptico. Por outro lado, o escárnio dos pranteadores indica o contrário. Note também a instrução de guardar o silêncio (43), que talvez antecipe que alguns dissessem mais tarde que Jesus tinha razão quando Ele disse: "ela dorme". A melhor interpretação do incidente é que representa a verdade germinal da doutrina cristã sobre a morte, que seria desenvolvida mais tarde. Deus vê a morte como sono que espera o despertamento de 1Ts 4:13-52. Nosso conhecimento da vida além-túmulo é limitado, mas naquela esfera se ouve a voz do Salvador, o custódio que segura as almas que já passaram aquele limiar. A autoridade de Cristo se aplica além do túmulo, uma verdade que tem referência especial às criancinhas. É patente que o apóstolo Pedro averiguou o método do Mestre nesta ocasião minuciosamente, e a história de Dorcas em At 9:36-43 oferece comparações notáveis e, ao mesmo tempo, ilustra bem a grande verdade contida em Jo 14:12.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43

    17. Dominando Poderes (Marcos 5:1-20)

    Eles vieram para o outro lado do mar, para o país dos gerasenos. Quando saiu do barco, logo um homem dos túmulos com um espírito imundo conheci, e ele tinha a sua morada entre os túmulos. E ninguém foi capaz de se ligar mais dele, mesmo com uma corrente; porque muitas vezes ele havia sido preso com grilhões e correntes, e as cadeias foram dilacerados por ele e os grilhões quebrados em pedaços, e ninguém foi forte o suficiente para dominá-lo. Constantemente, noite e dia, ele estava gritando entre os túmulos e pelos montes, e rasgando-se com pedras. Vendo Jesus de longe, ele correu e prostrou-se diante dele; e gritando com uma voz alta, ele disse: "Que negócio é que temos uns com os outros, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Imploro-te por Deus, não me atormentes! "Pois Ele tinha dito a ele:" Venha para fora do homem, espírito imundo! "E Ele estava perguntando-lhe:" Qual é seu nome? "E ele lhe disse: "Meu nome é Legião; porque somos muitos. "E começou a implorar sinceramente não para enviá-los para fora do país. Agora havia uma grande manada de porcos alimentação nas proximidades da montanha. Os demônios implorou-lhe, dizendo: "Manda-nos para os porcos, para que possamos inseri-los." Jesus lhes deu permissão. E saindo, os espíritos imundos, entraram nos porcos; ea manada precipitou-se o banco despenhadeiro no mar, a cerca de dois mil deles; e eles se afogaram no mar. Seus pastores fugiram e relataram-lo na cidade e no país. E as pessoas vieram para ver o que era o que tinha acontecido. Eles chegaram a Jesus e observaram o homem que tinha sido sentado, vestido e em perfeito juízo, o homem que teve a "legião" endemoninhado; e eles ficaram assustados. Aqueles que tinham visto ele descreveu a eles como tinha acontecido com o homem possuído por um demônio, e tudo sobre o suína. E começaram a implorar para deixar sua região. Como Ele estava entrando no barco, o homem que tinha sido endemoninhado foi implorando-lhe que ele poderia acompanhá-Lo. E Ele não deixá-lo, mas ele disse-lhe: "Vá para casa para o seu povo e que lhes transmitam as grandes coisas que o Senhor tem feito por você, e como teve misericórdia de ti." E ele foi e começou a proclamar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todo mundo ficou surpreso. (5: 1-20)

    Por que o Senhor Jesus Cristo veio a este mundo? O apóstolo João respondeu a essa pergunta com esta declaração sucinta: "O Filho de Deus se manifestou: para este fim, para destruir as obras do diabo" (1Jo 3:8; Lc 19:10; Ef 2. : 1-10; 13 51:1-14'>Colossenses 1:13-14). Já em Gn 3:15, no rescaldo da queda da humanidade em pecado, Deus havia prometido enviar um libertador que um dia iria esmagar a cabeça da serpente.Essa promessa foi finalmente cumprida ao pé da cruz, onde Cristo derrotou simultaneamente Satanás, o pecado e da morte (João 12:31-32; Jo 16:11; Colossenses 2:14-15). O Senhor Jesus morreu, não como uma vítima indefesa, mas como o vencedor heróico ", que por sua morte, tornar impotente aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, e pode libertar aqueles que, com medo da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida "(Hb 2:14-15; conforme 1 Cor. 15: 55-57.). Mas a cruz não foi o único lugar onde Jesus demonstrou o poder soberano sobre Satanás e seu reino demônio. No início do seu ministério, quando foi tentado pelo demônio no deserto, Jesus decisivamente derrotado seu arquiinimigo (conforme Mc 1:13; Lucas 4:1-13). O Senhor posteriormente partiu para a ofensiva contra os poderes das trevas (conforme Mc 1:32; Lc 10:19). Seu ministério terreno provocou uma explosão de atividade demoníaca diferente de qualquer coisa antes ou depois, como anjos caídos gritava de terror sempre que estavam em Sua presença (conforme Mc 3:11). Jesus dominado los onde quer que Ele os encontrou. Eles não atacam a Ele; Ele atacou-os, diretamente e com força, e obrigou-os a sucumbir aos seus mandamentos. O poder que ele exerce sobre eles era absoluta, por isso que, apesar de seu ódio resistente para Ele, eles foram imediatamente obrigado a ceder às suas exigências.

    Embora alguns judeus do primeiro século, como os outros ao longo da história, tentaram realizar exorcismos através de vários rituais e fórmulas, eles não tiveram sucesso real (conforme 13 44:19-16'>Atos 19:13-16). Que Jesus ordenou demônios com tal poder invencível, e sem falha, era uma realidade as pessoas acharam surpreendente. Enquanto a multidão exclamou em Mc 1:27: "O que é isso? A nova doutrina com autoridade! Ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem. "A aparente facilidade com que Ele expulsou as forças das trevas do possuído levou Seus inimigos alegar que Ele era, na verdade, em aliança com Satanás (3:22). Jesus expôs a loucura óbvia de tais acusações, explicando que o Seu poder vem de Deus:

    Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e uma casa dividida contra si mesma cai. Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? ... Se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda a sua própria casa, seus bens estão sem serem incomodados. Mas quando alguém mais forte do que ele ataca e domina-lo, ele tira-lhe toda a armadura em que ele se baseou e distribui seus despojos. (Lucas 11:17-22)

    Ponto de Jesus era inconfundível: se ele estivesse em conluio com Satanás, Ele não estaria atacando o reino de Satanás. Ele expulsou demônios, não porque ele era conivente com Satanás, mas porque Ele foi capacitado pelo único mais forte do que Satanás, ou seja, o próprio Deus. Em Mt 12:28, Ele atribuiu esse poder divino especificamente ao Espírito de Deus. Foi porque Jesus possuía poder divino que Ele pudesse exibir tais autoridade absoluta sobre o domínio de Satanás. (O "dedo de Deus" era uma referência do Antigo Testamento para o poder de Deus [conforme Ex 8:19].) Sua capacidade de exercer esse tipo de autoridade provou ser Ele o Rei messiânico e do Filho de Deus (conforme Mc 1:1; conforme Mt 8:28-34; Lc. 8: 26-39). No relato bíblico, não desde que Deus expulsou Satanás e seus anjos rebeldes do céu (conforme Ap 12:7-12) tinha tantos demônios sido simultaneamente deslocados por ordem divina. Talvez nada dessa magnitude ocorrerá novamente até que Satanás e suas forças estão vinculados por mil anos e, posteriormente, lançados no lago de fogo (Ap 20:2.).

    Na passagem anterior (Marcos 4:35-41), Jesus demonstrou seu poder sobre as forças do mundo natural por Seu controle completo do vento e das ondas. Nesta passagem (5: 1-20), exerceu Sua soberania absoluta sobre as forças do reino sobrenatural. O relato ilustra três forças espirituais no trabalho: o poder destrutivo dos demônios, o poder libertador da divindade eo poder condenatório da depravação.

    O poder destrutivo das Demons

    Eles vieram para o outro lado do mar, para o país dos gerasenos. Quando saiu do barco, logo um homem dos túmulos com um espírito imundo conheci, e ele tinha a sua morada entre os túmulos. E ninguém foi capaz de se ligar mais dele, mesmo com uma corrente; porque muitas vezes ele havia sido preso com grilhões e correntes, e as cadeias foram dilacerados por ele e os grilhões quebrados em pedaços, e ninguém foi forte o suficiente para dominá-lo. Constantemente, noite e dia, ele estava gritando entre os túmulos e pelos montes, e rasgando-se com pedras. Vendo Jesus de longe, ele correu e prostrou-se diante dele; e gritando com uma voz alta, ele disse: "Que negócio é que temos uns com os outros, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Imploro-te por Deus, não me atormentes "(5: 1-7)!

    Fazia tanto uma noite desgastante e emocionante para os discípulos de Jesus. Quando eles partiram em seus barcos de Cafarnaum na noite anterior, eles esperavam para navegar tranquilamente através do Mar da Galiléia. Em vez disso, eles encontraram a tempestade mais inesquecível que nunca tinha experimentado. Mas não foi a força do vento ou magnitude das ondas que fizeram a sua viagem angustiante tão memorável. No meio da tempestade, Jesus "repreendeu o vento e disse ao mar:" Silêncio, ficar quieto. " E o vento se acalmou e se tornou perfeitamente calmo "(04:39). A fúria da tempestade lhes causou pânico momentâneo, mas a onipotência soberana de Jesus produziu um muito mais profundo medo em seus corações. Espantado, perguntavam-se de uma questão a que já sabia a resposta: "Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem?" (V. 41).
    Os discípulos foram, sem dúvida, ainda em estado de choque e pavor quando, na manhã seguinte, eles vieram para o outro lado do mar, para o país dos gerasenos. De acordo com Lucas, esta região predominantemente Gentil foi "Galiléia oposto" (Lc 8:26), correndo ao longo da costa oriental do lago. Tanto Marcos e Lucas chamou o país dos gerasenos (Mc 5:1), enquanto Mateus referiu a ele como "o país dos gadarenos" (Mt 8:28).. Ambas as denominações estão corretas. Marcos e Lucas foram evidentemente referindo-se à pequena aldeia de Khersa (ou Gersa, moderna Kursi), localizada junto ao mar da Galiléia, perto do lugar Jesus e seus discípulos desembarcou, cerca de seis quilômetros de Cafarnaum. Mateus estava se referindo a maior cidade de Gadara, situado ao sudeste de Gersa, que deu à região o seu nome e pode ter sido a sua principal cidade.

    Os discípulos provavelmente pensaram que tinha viajado por todo o lago, como haviam feito antes de encontrar algum alívio das multidões implacáveis. Jesus, porém, sabia que tinha um compromisso divino para manter. Quando saiu do barco, logo um homem dos túmulos com um espírito imundo conheci. Tão logo os discípulos chegaram à praia e seus barcos ancorados de um lunático furioso veio correndo para baixo da encosta à beira do lago de conhecê-los. Mt 8:28 indica houve na verdade dois desses homens. Apesar de Marcos e Lucas optou por se concentrar exclusivamente no homem com quem Jesus falava, nada em suas contas contradiz o material encontrado em Mateus. (Para um exemplo de como os três Evangelhos sinópticos podem ser harmonizadas em relação a esta conta, consulte John Macarthur, One Perfect 5ida . [Nashville: Tomé Nelson, 2012], 180-82)

    Que o homem tinha um espírito imundo indica que ele estava possuído por um demônio um ponto reiterado no versículo 15. Quando o Novo Testamento fala daqueles "com um espírito imundo" (conforme Mc 1:23; Mc 7:25), quem " tem um demônio "(conforme Mt 11:18;. Mc 3:22, Lc 4:33; Lc 7:33; Lc 8:27; Lc 7:20 João 8:48-49, 52; 10:20), ou aqueles que são "endemoninhado" (conforme Mt 4:24; Mt 8:16, Mt 8:28, Mt 8:33; Mt 9:32; Mt 12:22; Mt 15:22; 01:32 Marcos 5:15-16., 18; Lc 8:36; Jo 10:21), ele está descrevendo as pessoas que foram habitados, e, portanto, controladas e atormentados pelo mal, anjos caídos. É porque os demônios habitar suas vítimas (conforme Lc 8:30), que Jesus os expulsou liberando assim a pessoa acometida (Mt 8:16;. Mt 9:33; 0:24, 28; Mc 1:34; conforme Mt . 08:32; Mc 5:8). Embora demônios geralmente trabalham na sociedade através da promoção de erro, mentiras, falsa religião (1Tm 4:1.), E apostasia (1 Tim. 4: 1-3; conforme 13 59:3-16'>Tiago 3:13-16), a possessão demoníaca é uma forma extrema de subjugação individualizado, em que um ou mais espíritos malignos controlar de uma pessoa mente, corpo e voz. Enquanto possessão demoníaca pode causar sintomas físicos (conforme Mt 9:32; Mt 12:22; 17: 14-15.; Mc 1:26; Mc 5:5; Lc 9:42), é um fenômeno sobrenatural que vai além da explicação científica, psicológica ou médica. Deve acrescentar-se que, quando a Escritura fala do poder de anjos caídos, ele faz isso para demonstrar o infinitamente maior poder de Deus (conforme Ef 1:21). Isto é especialmente verdade no ministério de Jesus, onde a ênfase é sobre o poder de Cristo sobre os espíritos das trevas. Aqueles que pertencem a Jesus Cristo são habitados pelo Espírito Santo. Eles não precisam temer a possessão demoníaca, porque eles são o templo do Espírito de Deus (1 Cor. 6: 19-20). E, como o apóstolo João disse a seus leitores, "Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1Jo 4:4). Aqui, em uma região Gentil era um homem possuído por um demônio que era mais confortável entre os mortos do que entre os vivos. Lucas acrescenta que ele "não tinha colocado em toda a roupa por um longo tempo" (Lc 8:27). A nudez do homem não só indicou perversão sexual (conforme Lev. 18: 16-19; Lv 20:11, 17-21) e vergonha (conforme Gn 3:7), também ilustrou a físico tormento que sofreu nas mãos dos demônios que ele possuía, já que ele estava constantemente exposta aos elementos naturais. A abordagem estridente deste louco Gentil, junto com seu companheiro frenético, deve ter assustado severamente os discípulos desembarque. Depois de uma noite traumática no lago, eles foram novamente chocada e alarmada com o súbito aparecimento deste louco perigoso e seu amigo.

    Reconhecendo a ameaça óbvia colocada pelo homem, os moradores locais tinham repetidamente tentou contê-lo, sem sucesso. Ninguém era capaz de se ligar mais dele, mesmo com uma corrente;porque muitas vezes ele havia sido preso com grilhões e correntes, e as cadeias foram dilacerados por ele e os grilhões quebrados em pedaços, e ninguém foi forte o suficiente para dominá-lo.Constantemente, noite e dia, ele estava gritando entre os túmulos e pelos montes, e rasgando-se com pedras. Sob o domínio demoníaco, o homem era um feroz, auto-mutilar, louco sobrenaturalmente forte, desviante. Para esta descrição surpreendente, Lc 8:29 acrescenta que ele tinha sido "impelido pelo demônio para o deserto", e Mt 8:28 nota que ele e seu companheiro eram "tão extremamente violentos que ninguém podia passar por aquele caminho." Sentado em seu poleiro encosta, eles assistiram como Jesus e seus discípulos chegaram à praia e começaram a desembarcar. Provavelmente pensando que tinha novas vítimas para aterrorizar, o homem nu e seu companheiro correu para baixo da encosta em direção à costa, gritando e berrando.

    Mas espera na margem desta vez era o Filho de Deus. Vendo Jesus de longe, os demônios que habitados este homem podia sentir a presença do glorioso Rei do universo e eles entraram em pânico. Eles verbalizado seu medo através da voz da alma torturada, que gritava de terror (conforme Lc 8:28) como ele correu e prostrou-se diante dele. A palavra para proa ( proskuneo ) significa a adoração. Essa reverência não foi motivada pelo arrependimento (uma vez que os demônios não podem arrepender-se), mas a partir do reconhecimento horripilante de seu soberano celeste (conforme Jc 2:19). Obrigado por puro medo, os demônios foram totalmente subjugada diante de seu Juiz. O que nenhum ser humano poderia domar, mesmo com o uso de cordas e correntes, Jesus contido com nada mais do que sua presença.

    Os demônios dirigiu a Jesus através da voz do homem. Gritar com grande voz, disse: "O negócio é que temos uns com os outros, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Imploro-te por Deus, não me atormentes! " Como anjos caídos que serviram a Deus desde a sua criação até que eles se juntou a rebelião de Satanás e foram expulsos do céu, eles sabiam exatamente quem era Jesus: a . Filho do Deus Altíssimo O nome Altíssimo Deus é um glorioso título usado por toda a Escritura para acentuar a soberania absoluta de Deus sobre todos os outros poderes (conforme Gn 14:19; Dt 32:8; Sl 18:13; 21:... Sl 21:7 ; Sl 47:2, Sl 78:56; 97:.. Sl 97:9; Lm 3:38; Dn 3:26; Dn 5:18, Dn 5:21; At 16:17; He 7:1, Lc 1:35; Jo 10:30).

    Tremendo na presença de seu Juiz divino, os demônios temiam Jesus pode lançá-los imediatamente no abismo onde foram mantidos em cativeiro outros anjos caídos (Lc 8:31; conforme 2Pe 2:42Pe 2:4). Ciente do calendário escatológico de Deus e acreditar que seu dia designado de punição ainda estar futuro, deixou escapar: "O negócio é que temos uns com os outros?" e também, "Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mt . 8:29). Como eles se humilhavam diante de Jesus, tudo o que podiam fazer era implorar por um pouco mais de tempo antes de ser condenado à cova. Assim, um dos demônios gritou em nome de todo o anfitrião, "Eu imploro a vocês por Deus, não me atormentes!" Embora o tempo do julgamento final para anjos caídos ainda não chegou, o seu reinado de terror na terra tem a sua fim. Um dia Satanás e todo o seu exército serão lançados no lago de fogo, em que eles vão sofrer tormento eterno (conforme 25:41 Matt;. Ap 14:11).

    O poder libertador da Divindade

    Pois Ele tinha sido dizendo-lhe: "Vem para fora do homem, espírito imundo" E Ele estava perguntando-lhe: "Qual é seu nome?" E ele disse-lhe: "Meu nome é Legião; porque somos muitos. "E começou a implorar sinceramente não para enviá-los para fora do país. Agora havia uma grande manada de porcos alimentação nas proximidades da montanha. Os demônios implorou-lhe, dizendo: "Manda-nos para os porcos, para que possamos inseri-los." Jesus lhes deu permissão. E saindo, os espíritos imundos, entraram nos porcos; ea manada precipitou-se o banco despenhadeiro no mar, a cerca de dois mil deles; e eles se afogaram no mar. Seus pastores fugiram e relataram-lo na cidade e no país. E as pessoas vieram para ver o que era o que tinha acontecido. Eles chegaram a Jesus e observaram o homem que tinha sido sentado, vestido e em perfeito juízo, o homem que teve a "legião" endemoninhado; e eles ficaram assustados. Aqueles que tinham visto ele descreveu a eles como tinha acontecido com o homem possuído por um demônio, e tudo sobre o suína. (5: 8-16)

    Os demônios estavam totalmente familiarizados com o Filho de Deus e consciente de sua incapacidade de resistir ao seu poder. Eles não tinham nenhuma opção a não ser deixar a sua vítima humana, para Jesus tinha dito a ele (ou seja, o anjo caído que no verso 7 tinha falado em nome de todo o anfitrião demônio), "Sai o homem, espírito imundo! " No processo de expulsar o demônio, Jesus fez uma pausa para perguntar-lhe: "Qual é o seu nome" E ele disse-lhe: "Meu nome é Legião?; porque somos muitos. " Esse nome, é claro, não era o nome do homem, mas o título tomada pelas forças demoníacas que residiu o homem. Legião é uma designação militar usado para identificar grupos de soldados. Naquela época, uma legião romana consistia de até seis mil soldados, o que demonstra o quão "muitos demônios haviam entrado nele" (Lc 8:30; conforme Mt 12:43-45.). Jesus perguntou o nome desses demônios por uma simples razão: para demonstrar a extensão de seu poder sobre o reino de Satanás. Ele não só tinha a autoridade para expulsar um demônio solitária, mas mesmo uma horda inteira. Anjos caídos, se eles numerados poucos ou muitos, estavam sob o controle de sua vontade e poder incomparável.

    O porta-voz dos demônios, depois de divulgar seu nome, começou a implorar sinceramente não para enviá-los para fora do país. Lc 8:31 acrescenta: "Eles estavam implorando-lhe que não os mandasse para ir embora para o abismo." Jesus poderia ter exilado-los para qualquer lugar que Ele queria. Seu desejo era permanecer naquela região Gentil, evidentemente para continuar operando na e através da cultura local e as práticas religiosas pagãs. Percebendo uma grande manada de porcos alimentação nas proximidades da montanha, eles viram uma possível fuga. Os demônios implorou-lhe, dizendo: "Manda-nos para os porcos, para que possamos inseri-los." O pedido dos demônios foi bizarro, refletindo o desespero causada por tanto a sua percepção de que eles não poderiam ficar onde estavam e seu reconhecimento de que eles podem ser lançado no abismo, se não chegar a uma alternativa rápida. Se eles já não podiam causar estragos através do homem, eles iriam fazê-lo através de uma manada de porcos. Isso seria, provavelmente eles pensamento temporário, até que pudessem encontrar outras vítimas humanas.

    É importante notar que, se tivesse sido seu desejo, Jesus poderia ter enviado imediatamente esses demônios para o abismo. Que Ele optou por não fazê-lo não era nem um sinal de compromisso nem compaixão para com esses espíritos malignos. O Senhor Jesus tinha outro propósito para eles para cumprir, e assim Ele lhes deu permissão para entrar no suína. Tão poderoso como elas são, Satanás e suas forças demoníacas não pode fazer nada fora do que Deus quer comandos ou lhes permite fazer (conforme Jz 9:23; 1Sm 16:141Sm 16:14; 1 Reis 22:.. 19-23; Job 1:9-11; 2: 3-6; Is 37:7; 2 Cor. 12: 7-8; Apocalipse 20:1-3). Certamente, Deus não é o autor do mal (Jc 1:13). No entanto, mesmo o caos e corrupção produzido por espíritos malignos se encaixa dentro do Seu plano soberano (conforme Pv 16:4.) —em Que todas as coisas cooperam tanto para a Sua glória e para o bem espiritual das pessoas que pertencem a Ele (conforme Rm 8:28). Ao conceder permissão para que esses demônios para ir para a manada de porcos, Jesus foi o que lhes permite colocar em exposição a verdadeira magnitude de sua força destrutiva e mortal. Ao fazê-lo, Ele também destacou a superioridade glorioso de seu próprio poder.

    Com a permissão recebida, os demônios não hesitou em mudar. E saindo, os espíritos imundos, entraram nos porcos; ea manada precipitou-se o banco despenhadeiro no mar, a cerca de dois mil deles; e eles se afogaram no mar. A cena dramática desde impressionante prova, inegável que os espíritos malignos havia deixado o homem. É semelhante demonstraram seu poder de causar dano em grande escala; o fato de que cerca de dois mil porcos foram afetados sugere que um número equivalente de demônios foram expulsos do homem. Mais importante, ele demonstrou a extensão da autoridade de Jesus sobre eles. Os demônios não tinha escolha a não ser cumprir Seu comando soberano. Embora os anjos caídos são seres extremamente poderosos (conforme 2Rs 19:35; Sl 103:20), eles imediatamente apresentado à autoridade onipotente do divino Filho.

    Assim, os espíritos imundos, foram lançados em um rebanho de animais impuros (Lv 11:7). Em segundo lugar, o foco do Senhor estava no resgate do homem. A perda dos porcos representado um relativamente pequeno sacrifício em comparação com a vida humana, que foi recuperada quando os demons foram expulsos. Em terceiro lugar, todos os porcos teria eventualmente sido abatidos de qualquer maneira, uma vez que estavam sendo criados para alimentação. Embora ele se apressou sua morte, o afogamento do suína não destruiu sua carne. Os donos do rebanho, sem dúvida, se recuperou muito do que recuperando os suínos mortos a partir da água, massacrar sua carne e enviá-lo para o mercado. Finalmente, para se fixar sobre o que aconteceu com os porcos é cair muito abaixo do ponto de este evento, que é que as forças demoníacas eram tão numerosos e violentos que, dentro de momentos de sua expulsão do homem, eles foram capazes de ocupar e afogar uma infinidade de animais de outra forma impessoal. O único poder que poderia controlá-los foi a do Senhor Jesus.

    Compreensivelmente alarmados com o que acabara de testemunhar, os pastores fugiram e relataram-lo na cidade e no país. E as pessoas vieram para ver o que era o que tinha acontecido. De acordo com Mt 8:33, eles ", relatou tudo", indicando que mesmo que eles perceberam a ligação entre a libertação do homem e morte traumática do rebanho. O relatório-de alarmante o louco untamable curvando-se diante de Jesus para os porcos de carregamento de forma imprudente na despertou-mar a curiosidade dos moradores locais, que se apressou para ver o que tinha acontecido. Eles chegaram a Jesus e observou o homem que tinha sido possuído pelo demônio sentado, vestido e em perfeito juízo, o homem que teve a "legião". Quando eles chegaram ao local, viram o ex ameaça Lunatico e local possuído por um demônio, não furiosa violentamente como sempre, mas sentado, vestido e em seu juízo perfeito. O que é uma evidência surpreendente da transformação total que havia ocorrido em sua vida! Sem dúvida, Jesus explicou-lhe o evangelho, a fim de que ele tinha sido entregue não só de demônios, mas também do pecado e inferno. Se as pessoas da cidade estavam em todos preocupados com os porcos, que não mencionou nada sobre eles. Em vez disso, seu foco era sobre Jesus e sobre o homem que tinha sido entregue dramaticamente de uma horda demoníaca.

    Dada libertação milagrosa do homem, pode-se esperar que as pessoas respondam com alívio, gratidão e adoração. Na realidade, eles reagiram com horror absoluto. O medo tinha sido previamente dirigida para o homem possuído por um demônio que aterrorizou o campo. Mas ele foi claramente não é mais uma ameaça. Então, o que fez com medo? Eles ficaram assustados quando ouviram aqueles que tinham visto ele explicar -lhes como havia acontecido ao endemoninhado, e tudo sobre o suína. Assustado traduz uma forma da palavra grega phobeō , referindo-se ao medo extremo ou terror (o substantivo relacionados Phobos é a raiz da palavra Inglês "fobia"). Da mesma forma que os discípulos tinham sido inicialmente aterrorizado pelo mar revolto, só para experimentar um medo muito maior quando perceberam que estavam na presença da divindade (Mc 4:40), por isso foi para estes moradores. O medo de que o homem tinha ido embora; em seu lugar foi o medo aterrador que acompanha um reconhecimento de estar na presença de Deus, que tem poder sobre os seres espirituais. Os discípulos estavam assustados pela tempestade, mas mais assustada com Jesus depois que Ele acalmou a tempestade (conforme Lc 8:25). No dia seguinte, as pessoas locais foram inicialmente assustados com o endemoninhado, mas eles eram muito mais medo de Jesus, quando se tornou ciente de seu poder sobrenatural.

    A condenatório Power da Depravação

    E começaram a implorar para deixar sua região. Como Ele estava entrando no barco, o homem que tinha sido endemoninhado foi implorando-lhe que ele poderia acompanhá-Lo. E Ele não deixá-lo, mas ele disse-lhe: "Vá para casa para o seu povo e que lhes transmitam as grandes coisas que o Senhor tem feito por você, e como teve misericórdia de ti." E ele foi e começou a proclamar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todo mundo ficou surpreso. (5: 17-20)

    Seria de esperar que um milagre tão dramática para produzir um renascimento espontânea naquela região. Em vez disso, a resposta do povo foi a rejeição imediata. Motivado pelo medo, eles começaram a implorar para deixar sua região. A palavra implore traduz uma forma do verbo grego parakaleo , ou seja, a suplicar ou suplico. Em uma reviravolta trágica, os demônios imploraram a Jesus para deixá-los ficar nesse país (v. 10), enquanto o povo implorou Jesus para deixar (v. 17). A reação deles revelou a depravação calejada de sua condição perdida (conforme Jo 3:19; 2Co 4:42Co 4:4 implica que o seu companheiro também foi entregue.) No entanto, em face de tal evidência inegável, seu coração permaneceu frio e impenetrável. Confrontado com a presença de Deus, o Filho, e agarrou com medo, rogaram-lhe que deixar suas costas imediatamente. Anteriormente, Jesus tinha concedido a pedido dos demônios aterrorizados, permitindo-lhes para ir para os porcos. Aqui Ele cedeu aos desejos dos moradores aterrorizados, concedendo o seu desejo de ele se afastar.

    Jesus e seus discípulos voltaram em seus barcos, a fim de voltar para Cafarnaum. Como ele estava entrando no barco, o homem que tinha sido possuído por um demônio estava implorando-lhe que ele poderia acompanhá-lo. Em contraste com os habitantes da cidade descrente, o ex— demoníaca não queria viver mais um dia sem Jesus. Sua alma atormentada tivesse renascido, como claramente evidenciado por sua ânsia de deixar tudo para trás para seguir a Cristo. Como um novo crente, ele implorou ao Senhor para permitir-lhe para acompanhá-lo. Mas Jesus tinha outros planos para este homem.Consequentemente, Ele não permitiu que ele, mas ele disse-lhe: "Vá para casa para o seu povo e que lhes transmitam as grandes coisas que o Senhor tem feito por você, e como teve misericórdia de ti." Em vez de trazê-lo de volta para Cafarnaum , o Senhor encomendou este homem para ser um missionário onde ele estava. Como o Senhor já havia explicado aos seus discípulos: "A lâmpada não é para ser posta debaixo do alqueire, é isso, ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candelabro? "(Mc 4:21). Com sua vida transformada drasticamente, o ex-endemoninhado conhecido por todos na região iria irradiar a glória transformador do evangelho simplesmente por estar lá e declarando que Cristo tinha feito por ele.

    Embora ele inicialmente e, compreensivelmente, queria acompanhar Cristo, o homem fielmente submetidos a directiva de Jesus. E ele foi e começou a proclamar em Decápolis quão grandes coisas Jesus tinha feito por ele; e todo mundo ficou espantado. Viajar em toda a região leste da Galiléia dos gentios, o ex-endemoninhado espalhar a notícia sobre Jesus por toda parte. É importante reconhecer o seu impacto. Quando Jesus voltou a visitar a região em torno Decápole (Marcos 7:31-8: 9), uma enorme multidão veio para ouvi-Lo-motivado ensinar, certamente, dos relatórios deste homem. A resposta para o seu testemunho era que todo mundo estava espantado. A palavra espantado (a forma do verbo grego thaumazo ) significa "a maravilhar-se" ou "para admirar com admiração." Sem dúvida, muitos, como os discípulos, encontraram-se fazer a pergunta, " Quem é este homem, que até os demônios lhe obedecem? "(conforme Mc 4:41).

    O ponto principal desta conta, como a tempestade no Mar da Galiléia, é sublinhar a autoridade divina de Jesus Cristo. Como o Deus encarnado, Ele governa tanto o natural e os reinos sobrenaturais. Sem poder Angelicalal é qualquer jogo para a Sua soberania absoluta (conforme Ef 1:21). Assim, aqueles que amam o Senhor Jesus não tem nada a temer de poderes demoníacos (conforme Rm 8:38). Em segundo lugar, esta conta também ensina uma lição importante sobre os requisitos necessários para ser um evangelista fiel. O ex-endemoninhado tinha nenhuma formação teológica formal, mas ele ainda tinha tudo o que precisava para cumprir a comissão de Cristo para ele. Depois de ter sido entregue e transformada pelo Senhor Jesus, ele foi dada a simples responsabilidade de relacionar a maravilha de sua transformação salvação para os outros. Essa mesma responsabilidade é partilhada por todos os que pertencem a Jesus Cristo. Quando os crentes contar aos outros sobre como o Salvador entregou-los do pecado e deu-lhes a vida eterna, que da mesma forma cumprir sua comissão dada por Deus ao mundo (conforme Mt 28:18-19.).

    18. O Poder e Piedade de Jesus (Marcos 5:21-43)

    Quando Jesus tinha cruzado de novo no barco para o outro lado, uma grande multidão se reuniu em torno dele; e assim Ele ficou à beira-mar. Um dos funcionários da sinagoga, chamado Jairo veio para cima, e ao vê-lo, caí a seus pés e implorou-lhe com sinceridade, dizendo: "Minha filhinha está no ponto de morte; por favor, venha e coloque suas mãos sobre ela, para que ela vai ficar bem e viver "E Ele saiu com ele.; e uma grande multidão estava seguindo e pressionando sobre ele. Uma mulher que tinha tido uma hemorragia há doze anos, e tinha sofrido muito nas mãos de muitos médicos, e tinha gasto tudo o que tinha e não foi ajudado em tudo, mas tinha piorado-depois de ouvir sobre Jesus, ela subiu na multidão atrás dele e tocou Sua capa. ". Se eu apenas tocar Suas vestes, eu vou ficar bem" Para ela pensou, imediatamente o fluxo de seu sangue secou; e sentiu no seu corpo que estava curada do seu mal. Imediatamente Jesus, percebendo em si mesmo que o processo poder dele havia saído, virou-se no meio da multidão e disse: "Quem tocou minhas vestes?" E os seus discípulos, disse-lhe: "Você vê a multidão pressionando em Você, e Você dizer: 'Quem me tocou?' "E Ele olhou em volta para ver a mulher que tinha feito isso. Mas a mulher, atemorizada e trêmula, ciente do que havia acontecido com ela, veio e prostrou-se diante dele e disse-lhe toda a verdade. E disse a ela: "Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal ", enquanto ele ainda estava falando, eles vieram da casa do chefe da sinagoga, dizendo:" Sua filha morreu.; porque incomodes mais o Mestre mais? "Mas Jesus, ouvindo o que estava sendo falado, disse ao chefe da sinagoga:" Não tenha medo por mais tempo, crê somente ". E Ele não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João irmão de Tiago. Eles chegaram à casa do chefe da sinagoga; e viu um tumulto, e as pessoas bem alto chorando e lamentando. E, entrando, disse-lhes: "Por que fazer uma comoção e chorar? A criança não morreu, mas está dormindo. "Eles começaram a rir dele. Mas colocá-los todos para fora, Ele levou consigo o pai da criança e da mãe e Seus próprios companheiros, e entrou no quarto onde estava o menino. Tomando a criança pela mão, disse-lhe: "Talitha Kum!" (Que traduzido significa: "Menina, eu digo a você, levante-se!"). Imediatamente a menina se levantou e começou a andar, pois tinha doze anos de idade. E logo eles estavam completamente atônito. E Ele deu-lhes ordens estritas de que ninguém deve saber sobre isso, e ele disse que algo deve ser dado a ela para comer. (5: 21-43)

    Como um vírus mortal, pecado é uma força devastadora que infecta todos os seres humanos (conforme Rm 3:23). Sua influência corruptora é generalizada e destrutiva-adernando pessoas para a doença, o sofrimento e, finalmente, a morte (conforme Rm 6:23). A desobediência de Adão no jardim do Éden morte introduzido pela primeira vez para o mundo (Rm 5:12), e os seus descendentes foram todos herdou sua condição terminal.

    O medo da morte é uma realidade humana universal (He 2:15). Metáforas populares para a morte, a partir do ceifador para o grande desconhecido, refletem a apreensão que domina os corações humanos. A Bíblia, também, reconhece que as pessoas têm medo de morrer. Assim, 18:14 refere-se a morte como "o rei dos terrores", e Salmo 55: ". Terrores de morte" 4 semelhante fala de Ao longo dos milênios, as pessoas têm tentado escapar da morte, mas sem sucesso. Até mesmo os avanços na ciência médica moderna, tão incrível como eles são, só pode prolongar o inevitável.

    A realidade universal da morte levanta uma questão fundamental: Em toda a história humana, alguém venceu a morte e, ao fazê-lo, tornou possível para os outros para triunfar sobre ela? A Bíblia responde a essa pergunta com um sim retumbante. Há um libertador. Ele não é outro senão o Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus (conforme At 4:12). Como o próprio Jesus disse: "Eu sou a ressurreição ea vida; quem crê em mim viverá ainda que morra, e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá "(João 11:25-26). Em outra parte, Jesus reiterou que a verdade: "Todo aquele que vê o Filho, e crê nele tenha a vida eterna, e eu Eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6:40); "Eu vim para que tenham vida, ea tenham em abundância" (10:10); "Eu sou o caminho, ea verdade, ea vida" (14: 6); "Porque eu vivo, vós também vivereis" (14:19).

    A veracidade dessas alegações foi comprovada por Jesus quando Ele, pessoalmente, venceu a morte pela ressurreição do túmulo (conforme Atos 2:24-32; Rm 1:4; He 2:14; Rev.... 1:18). A historicidade da ressurreição de Cristo é detalhado por cada um dos quatro Evangelhos (Mateus 28:1-8; Mc 16:1; João 20:1-10), fato corroborado por testemunhas oculares, incluindo mais de quinhentos de uma vez (1Co 15:6), um homem de Betânia, chamado Lázaro (João 11:1— 44), e a jovem mencionado nesta passagem (Marcos 5:21-43). Ao fazê-lo, ele demonstrou sua natureza e poder divino sobre a morte (conforme João 5:28-29). Quando os discípulos de João Batista lhe perguntou: "Você é o esperado, ou havemos de esperar outro?" (Lc 7:20) Jesus respondeu, apontando para o Seu poder sobre a doença e morte: "Ide e anunciai a João o que você tem visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, [e] os pobres têm o evangelho pregado a eles "(Lc 7:22) .

    Os eventos registrados neste formulário passagem duas vinhetas finais em uma série de histórias que revelam o poder de Jesus. Em Marcos 4:35-41, Jesus exibido Sua autoridade sobre o mundo natural, quando, com uma palavra, ele instantaneamente acalmou uma tempestade no Mar da Galiléia. No dia seguinte, ele mostrou seu soberania sobre as forças sobrenaturais por expulsão de uma legião de demônios (5: 1-20). Nesta seção (5: 21-43), ao voltar a Cafarnaum, Jesus exerceu o poder milagroso sobre ambos doença e da morte. Estes versículos se relacionam um duplo milagre. Não somente Ele curar uma mulher de uma doença de doze anos, ele também levantou uma menina de doze anos de idade, de entre os mortos. Claramente, Seu poder criador era sem limites. Como o próprio Criador (conforme Jo 1:1-3), Ele poderia restaurar apenas uma parte do corpo e também trazer um corpo inteiro de volta à vida.

    Esta passagem não só mostra força incomparável de Jesus, ele também destaca a Sua misericórdia, bondade, sensibilidade e bondade amorosa. A grandeza do Seu poder miraculoso é, assim, colocado ao lado da bondade de seu ministério pessoal. O Filho de Deus não só tinha a capacidade criativa para curar e dar a vida, Ele também tinha o desejo de fazê-lo. Como o milagre se desenrola, quatro facetas imperiosas de compaixão de Jesus tornar-se distinguíveis: no meio da multidão, Ele era acessível; na comoção, Ele era a possibilidade de interrupção; na crise, Ele estava sereno; e na cura, Ele era de caridade.

    No meio da multidão, Jesus era acessível

    Quando Jesus tinha cruzado de novo no barco para o outro lado, uma grande multidão se reuniu em torno dele; e assim Ele ficou à beira-mar. Um dos funcionários da sinagoga, chamado Jairo veio para cima, e ao vê-lo, caí a seus pés e implorou-lhe com sinceridade, dizendo: "Minha filhinha está no ponto de morte; por favor, venha e coloque suas mãos sobre ela, para que ela vai ficar bem e viver "E Ele saiu com ele.; e uma grande multidão estava seguindo e pressionando sobre ele. (5: 21-24)

    Ao contrário de muitos líderes religiosos, incluindo os rabinos do judaísmo do primeiro século, Jesus não se isolava das pessoas. Todo o Seu ministério foi gasto cercado pela multidão, com recuos apenas ocasionais em isolamento para o propósito da oração, descanso e momentos de instrução focada com Seus discípulos. Ministrando entre as multidões não foi fácil; eles implacavelmente perseguido (conforme 01:37,
    45) e cheia (conforme 2: 4; 3: 9,
    20) Ele. No entanto, ele manteve-se acessível a eles.
    Na seção anterior (5: 1-20), Jesus expulsou uma legião de demônios de um homem na costa oriental do Mar da Galiléia. Os moradores da área, assustados por uma exibição tão dramática do poder divino e mostrando sua indiferença descrente, suplicou ao Senhor para sair. Obrigar seu pedido, Jesus e seus discípulos atravessaram de novo no barco para o outro lado, viajando cerca de seis milhas através do lago para a costa oeste, perto de Cafarnaum. Quando eles chegaram, eles foram recebidos por uma grande multidão que se reuniram em torno dele na medida em que Ele ficou à beira-mar. De acordo com Lc 8:40, "o povo o recebeu, pois tinham todos estavam esperando por Ele." Esta multidão foi, sem dúvida, composta de muitos que sofriam de várias doenças e deficiências. Na esperança de ser curado, eles esperaram ansiosamente para a chegada de Jesus.

    O relato de Marcos se concentra em dois indivíduos dentre a multidão enorme que precisava desesperAdãoente de Jesus. Eles tinham pouco em comum, exceto a natureza extrema de suas circunstâncias. Um deles era um homem, a outra uma mulher; um rico, um pobre; um respeitado, um rejeitado; uma honra, uma vergonha; um líder da sinagoga, o outro expulso da sinagoga; uma com um filho de doze anos de idade, a outra com uma doença de doze anos de idade. Embora tivessem nenhuma relação óbvia a um outro, na providência de Deus perfeito suas vidas se cruzaram naquele dia de uma forma inesquecível.
    O primeiro desses indivíduos era um dos chefes da sinagoga, um homem chamado Jairo. Dada a animosidade Jesus tinha recebido do estabelecimento religioso de Israel (conforme 3: 6, 22), os discípulos devem ter ficado chocados quando viram um chefe da sinagoga respeitado fazendo o seu caminho através da multidão para encontrar Jesus. Os chefes da sinagoga foram um grupo de homens (geralmente numeração entre três e sete) em cada sinagoga local que atuou como os zeladores e administradores de vida sinagoga. Eles salvaguardados os pergaminhos, cuidou da instalação, organizou a escola da sinagoga, e supervisionou os leitores, professores, e aqueles que oraram. Como tal, Jairo teria sido tanto religiosamente devota e muito respeitado na comunidade. Nenhum dos escritores do evangelho identificar Jairo como um membro dos fariseus. Mesmo assim, a sua posição na sinagoga significava que ele estava intimamente ligado com o estabelecimento Pharasaic de Cafarnaum. Ele foi, sem dúvida ciente do ódio que os líderes religiosos tinham para com Jesus. No entanto, ele estava disposto a buscar muito publicamente a Sua ajuda.

    Como um líder oficial em Cafarnaum, Jairo teria sido bem ciente das obras miraculosas Jesus tinha realizado lá. É possível que a sinagoga em que Jesus expulsou um demônio (em Marcos 1:21-28) foi o local onde Jairo serviu como um oficial. Se assim for, ele provavelmente tinha testemunhado pessoalmente poder sobrenatural do Senhor. Jairo também teria ouvido dos muitos milagres de cura que Jesus realizou, tanto na cidade e nas regiões vizinhas. Quando a vida de sua filha estava em jogo, ele sabia exatamente quem procurar.

    Seguindo seu caminho através da multidão densa para Jesus, Jairo veio para cima, e ao vê-lo, caí a seus pés. Ao contrário de Nicodemos, que secretamente se aproximou de Jesus sob a cobertura da escuridão (Jo 3:2 diz Jairo "curvou-se" diante dEle. Significativamente, Mateus usou a palavra gregaproskuneo , que muitas vezes é traduzida como "adoraram" (Mt 4:10; João 4:21-24.; 1Co 14:251Co 14:25; Ap 4:10.). Compelido por tanto a urgência da sua necessidade e a esperança de sua fé, este homem respeitado prostrou-se diante de Jesus em um ato de mais alta homenagem e reverência. Isso Jairo acreditavam que Jesus poderia curar sua filha é evidenciado pela sua solicitação pungente. Ele implorou-lhe com sinceridade, dizendo: "Minha filhinha está no ponto de morte; por favor, venha e coloque suas mãos sobre ela, para que ela vai ficar bem e viver. " A autenticidade da fé de Jairo em Cristo nunca é questionada por qualquer um dos escritores do evangelho. Na verdade, sua fé era tão forte que, de acordo com Mt 9:18, ele acreditava que Jesus não só podia curar a sua filha, mas, se necessário, até mesmo criá-la da morte.

    De acordo com o versículo 42, de Jairo filhinha tinha doze anos, que de acordo com o costume judaico significava que ela tinha entrado no primeiro ano de feminilidade. Ela foi, assim, elegíveis para se casar e pronto para começar sua vida como um adulto. No entanto, a partir da perspectiva de Jairo, compreensivelmente, ela ainda era sua filha pequena. O que deveria ter sido o momento mais esperado na vida deste jovem menina, cheio de alegria e esperança, em vez foi marcada pelo sofrimento e tristeza. A luz do sol de florescimento feminilidade havia sido obscurecida pela sombra da morte.

    Apertou com a dor e ainda encorajado pela fé, Jairo procurou Jesus no meio da multidão. Como grato ele deve ter sido quando o Senhor não só ouviu seu pedido sincero, mas concordou em ir com ele para sua casa. A acessibilidade de Jesus é visto, não só em Sua disposição de misturar-se com as multidões, mas também na sua disponibilidade para ir com um homem desesperado que precisava dEle. Porque Ele era acessível, Ele poderia ser contactado, falou, e chegou em um momento de necessidade; porque Ele estava disponível, ele estava disposto a dar de si mesmo para atender a necessidade de um homem.Consequentemente, Ele saiu com ele. Apesar de uma grande multidão estava seguindo e pressionando em nEle, Jesus começou a viagem pelas ruas de Cafarnaum para a casa de Jairo.

    Apesar das muitas demandas que ele enfrentou em seu ministério terreno, o Criador andava com pessoas e fez-se acessível a eles. O rei da criação, o Senhor dos Exércitos, e o Rei de todos não era demasiado ocupado para cuidar graciosamente para aqueles em necessidade. Os Evangelhos são preenchidos com as contas da sua disponibilidade misericordioso para com os indivíduos.

    No Commotion, Jesus foi Interruptible

    Uma mulher que tinha tido uma hemorragia há doze anos, e tinha sofrido muito nas mãos de muitos médicos, e tinha gasto tudo o que tinha e não foi ajudado em tudo, mas tinha piorado-depois de ouvir sobre Jesus, ela subiu na multidão atrás dele e tocou Sua capa. ". Se eu apenas tocar Suas vestes, eu vou ficar bem" Para ela pensou, imediatamente o fluxo de seu sangue secou; e sentiu no seu corpo que estava curada do seu mal. Imediatamente Jesus, percebendo em si mesmo que o processo poder dele havia saído, virou-se no meio da multidão e disse: "Quem tocou minhas vestes?" E os seus discípulos, disse-lhe: "Você vê a multidão pressionando em Você, e Você dizer: 'Quem me tocou?' "E Ele olhou em volta para ver a mulher que tinha feito isso. Mas a mulher, atemorizada e trêmula, ciente do que havia acontecido com ela, veio e prostrou-se diante dele e disse-lhe toda a verdade. E disse a ela: "Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal "(5: 25-34).

    Como ele acompanhou Jesus de volta para sua casa, o coração de Jairo deve ter saltou de alegria ao pensar que sua filha iria em breve ser curado. O pai preocupado, sem dúvida, fez tudo que podia para acelerar a viagem junto. No entanto, o congestionamento das multidões (24 v.) Tornou impossível a andar depressa. Pelo menos eles estavam indo na direção certa, fazer um progresso lento mas constante.
    De repente, para certo desânimo de Jairo, a viagem veio a uma parada abrupta. Ali, no meio da multidão, era uma mulher que tinha tido uma hemorragia há doze anos, e tinha sofrido muito nas mãos de muitos médicos, e tinha gasto tudo o que tinha e não foi ajudado em tudo, mas tinha crescido pior. Em alguns aspectos, essa mulher era a antítese de Jairo. Ele era um líder altamente respeitado da sinagoga. Ela era um pária social, que, devido ao seu estado, tinha sido banido da vida religiosa judaica. Enquanto Jairo havia conhecido 12 anos de alegria e felicidade com sua filha, esta mulher tinha experimentado doze anos de sofrimento e rejeição devido a sua doença. No entanto, ela e Jairo compartilhado isso em comum: ambos sabiam Jesus era sua única esperança.

    A causa da mulher hemorragia de sangue não é indicado. Suas repetidas tentativas de encontrar uma cura eficaz tinha claramente falhou. Não importa quantos médicos que consultou, depois de ter gasto tudo o que ela tinha a tentar encontrar uma solução, a sua condição só piorou. O Talmude listados onze possíveis soluções para tal enfermidade. Estes incluíam prescrições supersticiosos como colocar as cinzas de um ovo de avestruz em um saco de pano, ou transportando cerca de um kernel barleycorn adquiridos a partir de esterco de asno fêmea. Sem dúvida, esta mulher desesperada tinha tentado cada cura potencial. Financeiramente drenado e emocionalmente exausta, ela sofreu tanto o desconforto físico e da humilhação social causada por muitos anos de sangramento contínuo.

    Havia ainda mais ramificações para alguém em sua condição. De acordo com Levítico 15:25-27, eventual descarga rendeu uma mulher impura. As mulheres tinham que esperar sete dias após o sangramento parou, antes de serem autorizados a oferecer os sacrifícios prescritos (vv. 28-29). Por mais de uma década, esta mulher tinha experimentado nenhum adiamento, o que significa que ela não era capaz de participar em qualquer templo ou culto sinagoga durante esses anos. Ela havia sido condenado ao ostracismo devido ao estado perpétuo da sua imundícia. Sua experiência foi quase como a de um leproso; até mesmo suas associações com a família e amigos tiveram que ser mantida à distância.

    Depois de ouvir sobre Jesus, ela determinou a encontrá-lo, acreditando que ele poderia entregá-la a partir de uma situação de outra forma incurável (conforme Lc 8:43). Ela desesperAdãoente pressionou seu caminho através da multidão, claramente violando os limites aceitáveis ​​para aqueles que eram impuros. Encontrar Jesus, ela surgiu no meio da multidão atrás dele e tocou Sua capa. Para ela pensou: "Se eu apenas tocar Suas vestes, eu vou ficar bem." Assim como Jairo, ela foi obrigada a se aproximar de Jesus, tanto pela urgência de sua necessidade e a força de sua fé. No entanto, na esperança de evitar o aviso prévio, ela chegou perto o suficiente para tocar "a franja de seu manto" (Lc 8:44). Em Números 15:37-41, os israelitas foram instruídos a costurar borlas na parte inferior de seus mantos como um símbolo visível de que pertencem a Deus (conforme Dt 22:12.). Estes borlas servido a um propósito duplo. Eles lembraram que os judeus de seu compromisso de servir ao Senhor e, simultaneamente, testemunhando para o mundo que eles eram parte do povo escolhido de Deus. Hipócritas religiosos, como os fariseus, tentou exaltar-se alongando suas borlas (Mt 23:5) fez uma pergunta óbvia. Havia tantas pessoas nas proximidades de Jesus que pareciam impossíveis de destacar apenas um. Do ponto de vista divino, o Senhor sabia exatamente a quem ele estava se referindo. E Ele olhou em volta para ver a mulher que tinha feito isso. Ela queria se esconder, mas ela sabia que Jesus estava falando diretamente para ouvir. E assim, a mulher, atemorizada e trêmula, ciente do que havia acontecido com ela, veio e prostrou-se diante dele e disse-lhe toda a verdade.

    Durante os últimos 12 anos, ela enfrentou o medo de passar vergonha e rejeição. O temendo e tremendo ela sentiu naquele momento era de um tipo completamente diferente. Seu coração estava agarrado com um santo temor como a realidade do que tinha apenas aconteceu com ela começou a afundar em. Ao perceber que estava na presença da divindade, ela veio e prostrou-se diante dele e publicamente relacionado toda a verdade sobre sua doença e tanto sua cura (conforme Lc 8:47). O Senhor respondeu a sua confissão pública, afirmando a autenticidade da sua fé. Ele disse a ela: "Filha, a tua fé te salvou;vai em paz e ser curado de sua aflição. " A palavra aflição ( masti ) significa, literalmente, "chicote" ou "flagelo", ilustrando a natureza traumática do julgamento esta mulher tinha sofrido. Mas as palavras de Jesus transcendeu sua condição física, o que indica que este físico filha de Abraão havia se tornado um espiritual filha de Deus (conforme Jo 1:12). A palavra grega comum para a cura física foi iaomai . Esse é o termo utilizado Marcos quando escreveu que a mulher foi curada de sua aflição. Lucas usou um termo sinônimo, therapeuō (a partir do qual o Inglês palavra "terapêutico" é derivada), quando ele observou que essa mulher "não podia ser curado por ninguém "(Lc 8:43). Mas a palavra usada para ser feito assim no versículo 34 (conforme Mt 9:1) é Sozo , um termo normalmente usado no Novo Testamento para serem salvos do pecado.

    Os Evangelhos costumam usar Sozo para demonstrar uma ligação entre a fé de uma pessoa e sua salvação. Por exemplo, quando uma prostituta penitente lavou os pés de Jesus com suas lágrimas, ele disse a ela a mesma coisa que Ele disse a esta mulher, "A tua fé te salvou" (Lc 7:50; conforme Mc 10:52; Lc 17:19 ). O grego em ambos os locais é idêntica, embora a maioria das traduções para o inglês não torná-los da mesma forma. Enquanto Jesus curou muitas pessoas que não apresentam a fé genuína (e, portanto, foram feitas bem apenas no sentido físico), havia também aqueles que expressa a fé salvadora nEle.Nesses casos, seus corpos não foram entregues apenas, mas também suas almas. A resposta de Jesus a esta mulher, ligando a palavra Sozo com a sua fé, sugere que ela foi curada de mais do que apenas uma aflição física. Porque ela tinha sido salva, ela agora podia realmente ir em paz. Sua cura física permitiu-lhe para se reunir com sua família e restaurado para a sinagoga. Mais importante ainda, a sua salvação significava que ela agora se reconciliou com Deus.

    Embora Jesus estava a caminho da casa de Jairo, Ele estava disposto a ser interrompido, a fim de ajudar esta mulher. De uma perspectiva humana, Ele tinha necessidades mais urgentes para atender. A filha de Jairo estava na porta da morte, e condição médica desta mulher não foi fatal. A comoção da multidão e da urgência do momento tornou difícil de parar. No entanto, a partir da perspectiva divina, Jesus sabia que ela era um dos seus eleitos (conforme Jo 6:37). Por isso, ele saudou a interrupção, tendo o tempo necessário para ministrar a ela, não só pela cura de seu corpo, mas também por salvar sua alma.

    Na crise, Jesus foi imperturbável

    Enquanto ele ainda estava falando, eles vieram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: "Sua filha morreu; porque incomodes mais o Mestre mais? "Mas Jesus, ouvindo o que estava sendo falado, disse ao chefe da sinagoga:" Não tenha medo por mais tempo, crê somente ". E Ele não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João irmão de Tiago. Eles chegaram à casa do chefe da sinagoga; e viu um tumulto, e as pessoas bem alto chorando e lamentando. E, entrando, disse-lhes: "Por que fazer uma comoção e chorar? A criança não morreu, mas está dormindo. "Eles começaram a rir dele. Mas colocá-los todos para fora, Ele levou consigo o pai da criança e da mãe e Seus próprios companheiros, e entrou no quarto onde estava o menino. (5: 35-40)

    Os escritores do evangelho não indicam como a interação longo de Jesus com a mulher tomou. Seja qual for a duração, que durou tempo suficiente para que , enquanto ele ainda falava com a mulher, mensageiros veio da casa do chefe da sinagoga, dizendo: "Sua filha morreu; porque incomodes mais o Mestre mais? " O atraso, para a consternação e alarme de Jairo, tinha virado mortal. Como seu coração deve ter afundado como mensageiros de sua casa relacionadas a trágica notícia. A insinuação em sua mensagem era de que Jesus havia sido o desperdício de tempo, e agora já era tarde demais. Seu desespero se reflete em sua pergunta, "Por que incomodes mais o Mestre mais?" Eles supôs errAdãoente poder de Jesus não podia fazer nada, uma vez a morte chegou. Assim Seu envolvimento tornou-se inútil. Maria e Marta, mais tarde, ter uma reação semelhante quando seu irmão Lázaro morreu (Jo 11:21, Jo 11:32).

    Cercado por mensageiros em pânico, um funcionário sinagoga ansioso, e uma multidão de esmagamento, o Senhor continuou a se mover de forma constante nos propósitos soberanos de Seu Pai. Jesus, ouvindo o que estava sendo falado, disse ao chefe da sinagoga: "Não tenha medo por mais tempo , crê somente ". Sabendo Jairo seriam tentados a duvidar, Jesus se dirigiu diretamente seus medos. A expressão grega poderia ser traduzido: "Pare de ter medo e continuar acreditando." De acordo com Lc 8:50, Jesus acrescentou a promessa: "E ela será curada." Com terna compaixão, ao invés de esperar até que ele chegou à casa de Jairo , o Senhor assegurou este homem perturbado.

    Quando eles entraram na casa (conforme Lc 8:51), Ele não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Por razões óbvias, Jesus não permitiu que a multidão inteira a segui-Lo na casa de Jairo . Ele também não tomar todo o Doze. Em vez disso, Ele trouxe apenas seu círculo íntimo de Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Estes três, junto com André, formaram o grupo mais íntimo dos discípulos de Jesus. (Para mais informações sobre os Doze e sua relação com Jesus, veja o capítulo 12 deste volume.)

    Quando Jesus, Jairo, e os três discípulos chegaram à casa do chefe da sinagoga, eles descobriram que o funeral já tinha começado. A viagem para a casa, adiado pela interação de Jesus com a mulher (vv. 25-34), tinha tomado o tempo suficiente para os enlutados de montar. Por conseguinte, como Jesus entrou na casa, viu um tumulto, e as pessoas bem alto chorando e lamentando. Embora funerais modernos no mundo ocidental são geralmente assuntos solenes e tranquilos, os funerais judaicos antigos eram nada do tipo. Três elementos distintivos caracterizado o evento do primeiro século. Em primeiro lugar, aqueles que participaram expressaram seu pesar, rasgando suas roupas. A tradição judaica incluídos trinta e nove regulamentos sobre como um de roupas deveriam ser rasgadas. Por exemplo, os parentes dos falecidos eram obrigados a rasgar suas vestes diretamente sobre o coração. A lágrima poderia ser costurado vagamente, mas era para ser usado por um período de trinta dias, em sinal de luto prolongado. Em segundo lugar, carpideiras profissionais foram contratados para vocalizar e transmitir sentimentos de tristeza. Agonia foi ampliada, não envolta em silêncio; esses profissionais tinham dominado a arte de uivos e gemidos. Seus histrionismo tristes definir o humor para todos que participaram. Em terceiro lugar, o funeral incluiu a contratação de músicos, mais comumente flautistas (conforme Mt 9:23). Tal como as rezadeiras, eles iriam tocar alto, sons dissonantes que simbolizavam a discórdia emocional e dor associada com a morte. Segundo a tradição judaica, mesmo os pobres foram obrigados a ter pelo menos dois tocadores de flauta e uma mulher lamentando. É evidente que tais ocasiões não eram nem calma nem moderada.

    Assim, quando Jesus chegou à casa de Jairo, o cenário era caótico, barulhento, e deprimente. De acordo com a posição de Jairo como um funcionário de alto escalão sinagoga, o número de rezadeiras e músicos contratados foi provavelmente grande. Embora a cacofonia produzido por um grupo tão heterogéneo teria sido especialmente adornos e Barulhentos, Jesus não se intimidou pelo caos. , entrando, disse-lhes: "Por que fazer uma comoção e chorar?" De acordo com os relatos paralelos em Mateus e Lucas , Jesus disse aos enlutados para "parar de chorar" (Lc 8:52) e para "deixar" (Mt 9:24). A interrupção inesperada, sem dúvida, trouxe o funeral a um impasse, como carpideiras assustados calar a boca e surpreendeu músicos colocar para baixo suas flautas. O drama do momento foi intensificada pelo silêncio repentino.

    Jesus quebrou o silêncio, fazendo uma declaração chocante, "A criança não morreu, mas está dormindo." Jesus, é claro, estava bem consciente de que a filha de Jairo tinha morrido. Em Jo 11:11, Jesus respondeu de forma semelhante à morte de Lázaro, dizendo aos discípulos: "Nosso amigo Lázaro adormeceu; mas eu vou, que eu possa despertá-lo do sono. "Na ocasião, nem mesmo seus discípulos entenderam imediatamente a metáfora. Como João explica:

    Os discípulos disse-lhe então: "Senhor, se ele está dormindo, ele vai se recuperar." Mas Jesus falara da sua morte, mas eles pensaram que ele estava falando de sono literal. Então Jesus disse-lhes então claramente: "Lázaro está morto, e eu estou contente por amor de vós que eu não estava lá, de modo que você pode acreditar; . mas vamos ter com ele "(João 11:12-15)

    Este incidente semelhante desde Jesus com uma oportunidade para mostrar o seu poder vivificante. Usando a metáfora do sono, o Senhor redefiniu a morte como um estado temporário. Essa mesma imagem palavra é usada em todo o Novo Testamento para lembrar os fiéis de que a morte não é permanente e que o futuro aguarda ressurreição (conforme Mt 27:52; At 7:60; 1 Cor. 15:. 1Co 15:6, 1Co 15:20, 1Co 15:51; 1 Ts . 4: 13 15:5-10; 2Pe 3:4; Lc 23:43; 2Co 5:82Co 5:8; Ap. 6: 9-11).

    Quando os enlutados ouviu o que Jesus disse, depois de ter perdido a Sua verdadeira intenção, eles começaram a rir dele. Sua suposta dor, que era claramente superficial, imediatamente se transformou em escárnio desdenhoso. Eles sabiam que a menina estava morta (conforme Lc 8:53) e achei ridículo dizer que ela só estava dormindo, assim, fornecendo a prova de que esta foi uma verdadeira ressurreição. Sem se deixar abater por sua risada desdenhosa, e colocá-los todos para fora da casa, ele levou consigo o pai da criança e da mãe e Seus próprios companheiros, e entrou no quarto onde estava o menino.Uma vez que os escarnecedores foram removidos, Jesus encontrou Jairo e sua esposa e amorosamente os levou, junto com seus três discípulos, para o lugar onde o corpo de sua filha estava. Que a casa tinha vários quartos sugere que Jairo era um homem próspero. Tendo ordem restaurada onde tinha havido caos, o Senhor estava prestes a restaurar a vida onde havia morte.

    No Cure, Jesus foi Charitable

    Tomando a criança pela mão, disse-lhe: "Talitha Kum!" (Que traduzido significa: "Menina, eu digo a você, levante-se!"). Imediatamente a menina se levantou e começou a andar, pois tinha doze anos de idade. E logo eles estavam completamente atônito. E Ele deu-lhes ordens estritas de que ninguém deve saber sobre isso, e ele disse que algo deve ser dado a ela para comer. (5: 41-43)

    Jesus já havia demonstrado sua bondade a Jairo de várias maneiras. Primeiro, Ele concedeu-lhe uma audiência pessoal no meio de uma multidão de esmagamento. Em segundo lugar, ele concordou em ir com ele para ver sua filha. Em terceiro lugar, Ele tranquilizou Jairo mesmo depois de sua filha morreu. Em quarto lugar, Ele assumiu o comando da situação em Jairo de home-mandando embora os Wailers profissionais e trazendo calma para uma cena caótica. Em quinto lugar, o Senhor levou Jairo e sua esposa para a sala onde o corpo da menina estava deitada. A expressão mais notável da compaixão de Jesus para com Jairo e sua família veio no clímax do evento: no milagre e suas conseqüências imediatas.

    O Senhor Jesus, que sempre se caracterizou pela compaixão para com as pessoas (conforme Mt 9:36; Mt 14:14; Mc 1:41; Mc 8:2) e a menina se levantou e começou a andar, pois tinha doze anos de idade. O jovem estava morto um momento, e vivo e cheio de energia o próximo. Não houve tempo necessário para a recuperação, reabilitação ou fisioterapia. Assim que Jesus deu a sua vida, ela levantou-se com toda a força e começou a atravessar o quarto. Como todos os milagres de Jesus, este foi um trabalho criativo. Seus efeitos foram imediatos, completa e inegável. A reação de ambos os pais da menina e os três discípulos era de choque e pavor. Imediatamente eles estavam completamente atônito. O verbo surpreendeu ( existēmi ) literalmente significa estar fora de si mesmo ou para ser fora de si com perplexidade (conforme Mc 3:21 ; 2Co 5:132Co 5:13).. Não houve nenhuma explicação humana para o que tinha acontecido. Para Jairo e sua esposa, a dor foi imediatamente transformada em alegria e dor deu lugar a elogiar.

    No meio da festa, Ele deu-lhes ordens estritas de que ninguém deve saber sobre isso, e ele disse que algo deve ser dado a ela para comer. A compaixão do Senhor é novamente evidenciada em Sua preocupação constante para este jovem. Em toda a emoção, ninguém pensou em dar-lhe algo para comer. Ela havia sido milagrosamente ressuscitado, mas ela ainda precisava de comida. Depois de ter sofrido de uma doença terminal, provavelmente por um período prolongado de tempo, que pode ter sido semanas ou mesmo meses desde sua última refeição completa. Jesus graciosamente reconheceu sua necessidade de alimento e instruiu seus pais em conformidade.

    O Senhor também deu-lhes ordens estritas de que eles não eram de dizer aos outros o que tinha acontecido. Ele emitiu comandos semelhantes em outras ocasiões também (Mt 8:4; Mt 12:16; Mt 17:9, Mc 1:34, Mc 1:44; Mc 3:12; Mc 7:36; Mc 8:26, Mc 8:30; Mc 9:9; Lc 9:21). Por que Ele fez isso? Houve momentos em que Jesus insistiu em silêncio porque sabia que o relatório seria aumentar o entusiasmo fanático das multidões, que só iria dificultar Seu ministério (conforme Mc 1:40-45; João 6:14-15). Em outras ocasiões, foi um ato de julgamento destina-se a verdade obscura de quem tinha rejeitado de forma permanente (conforme Lc 9:21). Essas razões não são a principal razão Jesus repetidamente chamado para esse tipo de silêncio obrigatório. Marcos 8:30-31 revela o objetivo principal: "E Ele lhes advertiu que a ninguém contassem sobre Ele. E começou a ensinar-lhes que o Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e os escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitaria. "O Senhor sabia que sua missão terrena não seria terminado até depois de sua morte e ressurreição, e ninguém, incluindo os seus próprios discípulos (conforme Mc 9:32; Lc 9:45; Lc 18:34; Jo 12:16), iria entender plenamente Sua mensagem até então. Jesus não queria ser conhecido simplesmente como um fazedor de milagres ou professor. Essas denominações, ainda que precisa, são incompletos, porque Ele veio para um propósito maior (conforme Lc 19:10). Ele insistiu em silêncio, então, porque a história ainda não havia terminado.

    A mensagem completa sobre Jesus deve incluir o fato de que Ele é o Salvador crucificado e ressuscitado. Sua morte e ressurreição são essenciais para a boa notícia do evangelho. Como Paulo explicou aos Coríntios:

    Agora eu faço-vos saber, irmãos, o evangelho que vos anunciei, o qual também recebestes, em que também você está, pelo qual também sois salvos, ... Para me entregar a você como de primeira importância que eu também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (1 Cor. 15: 1-4)

    Jesus sabia que um milagre como a ressurreição da filha de Jairo só poderia ser totalmente apreciado à luz da cruz e do túmulo vazio. Em última análise, era sua própria vitória sobre o pecado ea morte que lhe permitiram não só para dar vida temporária a uma menina morta, mas para oferecer a vida eterna a todos aqueles que crêem nEle (conforme Rm 8:11).

    Relato de Marcos sobre esses dois milagres destaca tanto o poder sobrenatural e terno amor e bondade de Jesus. Sete séculos antes do nascimento de Jesus, o profeta Isaías retratado compaixão do Messias com estas palavras: "A cana trilhada, não a quebrará e um pavio que ainda fumega Ele não vai extinguir" (Is. 42: 3). A partir de um chefe da sinagoga estimado para um pária social pobre para inúmeros outros, Jesus demonstrou repetidamente que tipo de cuidado genuíno para o sofrimento de pessoas. Como Deus em carne humana, a grandeza do Seu poder criador era igualada apenas pela bondade de Sua compaixão.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 5 do versículo 1 até o 43

    Marcos 5

    A expulsão dos demônios — Mar. 5:1-13

    Quando se pede a Cristo para ir embora — Mar. 5:14-17

    Uma testemunha de Cristo — Mar. 5:18-20

    Na hora da necessidade — Mar. 5:21-24

    A última esperança de uma enferma — Mar. 5:25-29

    O custo da cura — Mar. 5:30-34

    Desespero e esperança — Mar. 5:35-39

    A fé faz a diferença — Mar. 5:40-43

    A EXPULSÃO DOS DEMÔNIOS Marcos 5:1-13

    Esta é uma história vívida e um tanto arrepiante. É esse tipo de história em que temos que nos esforçar por ler nas entrelinhas, porque pensa e fala em termos muito familiares para os que viviam na Palestina nos tempos de Jesus, mas completamente estranhos para nós.
    Se tivermos que lê-la em íntima relação com a passagem que a precede — e essa era a intenção de Marcos — deve ter ocorrido ao anoitecer, ou possivelmente quando a noite já tinha começado, no lusco— fusco do crepúsculo. A cena se volta muito mais terrífica quando imaginamos rodeada pela escuridão da noite. O versículo 35 nos diz que ao Jesus e seus discípulos fazerem-se ao mar já era bastante tarde. O lago da Galiléia tem 20 quilômetros de comprimento em sua parte mais extensa e 10 quilômetros em sua parte mais larga. No lugar por onde Jesus e seus discípulos o cruzam há 8 quilômetros de costa a costa. Ao começar esta história o grupo já tinha efetuado a travessia, durante a qual tinham sido surpreendidos pela tormenta. Tinham chegado a terra em uma parte do lago onde há muitas cavernas e formações rochosas; muitas das cavernas eram usadas como tumbas. Em pleno dia teria sido um lugar capaz de infundir temor ao mais valente; sendo de noite este efeito deve ter sido ainda mais dramático.
    Entre as tumbas aparece um endemoninhado. O lugar se adequava a sua pessoa, porque os demônios — ou pelo menos isso era o que se acreditava então — habitavam nos bosques, nos pomares, nos vinhedos e nos lugares imundos, nas regiões desérticas e desoladas ou nos cemitérios. O endemoninhado vivia na guarida dos demônios. Os demônios atuavam de noite, antes do canto do galo. Era perigoso dormir em uma casa vazia, assim como cumprimentar um estranho em meio da escuridão, porque o estranho bem podia ser um demônio. Era um risco muito grande sair de noite sem levar uma tocha ou abajur aceso na mão. O lugar era perigoso, a hora era perigosa e o homem com quem se encontraram era perigoso.

    Até que ponto esse homem acreditava estar possuído podemos perceber por sua maneira de falar. Às vezes ele o faz no plural, como se através dele se expressassem todos os demônios que levava dentro de si. Até tal ponto estava convencido de sua posse que ele os sentia falar através de si. Quando lhe foi perguntado o nome, disse que se chamava Legião. Uma legião era um regimento do exército romano composto por 6.000 soldados.

    É muito provável que aquele homem tivesse visto um desses regimentos partindo pelos caminhos de sua região e acreditava que tinha dentro de si todo um batalhão de demônios. De todos os modos, os judeus acreditavam que nenhum homem era capaz de sobreviver a tira de consciência de todos os demônios que o rodeavam. Eram como a terra que se revolve em um campo quando está sendo semeando. Havia mil à direita e dez mil à esquerda. A rainha dos demônios femininos estava sempre rodeada por uma corte de 180.000 seguidoras. Havia um dito judeu que expressava: “Uma legião de espíritos malignos está à espreita em torno de cada homem, dizendo: ‘Quando cairá nas mãos de um de nós e poderemos tomar posse dele?’ ”
    Sem dúvida este pobre miserável sabia tudo isto e sua mente confundida tinha adquirido a convicção de que toda uma legião de seres malignos o possuía. Mas, por outro lado, Palestina era um território ocupado. As legiões romanos, em seus momentos de maior irresponsabilidade, eram culpados de atrocidades que nos congelariam o sangue. Muito possivelmente este pobre infeliz tinha visto ou sofrido os crimes e a rapina, que acompanhavam muitas vezes o passo das legiões, ou possivelmente tenha visto seus seres mais queridos sofrendo tais excessos. Possivelmente foi uma experiência assim o que terminou por arbitrário à loucura. A palavra Legião conjurava para ele imagens de terror, morte e destruição. Estava convencido de que tinha dentro de si seres malignos capazes de qualquer barbaridade.

    Não começaremos sequer a entrever o significado desta história até que não nos demos conta da seriedade que revestia este caso de posse demoníaca. É evidente que Jesus tentou curar este homem mais de uma vez. O versículo 8 diz que o Mestre começou usando seu método habitual: ordenar ao demônio, de maneira autoritária, que saísse do homem. Aqui, entretanto, não teve êxito. O que fez depois foi perguntar o nome do demônio. Naquela época se acreditava que se a gente descobria o nome de um demônio possuía poder sobre ele. Uma fórmula mágica muito antiga dizia: "Abjuro-te, espírito demoníaco, a que diga qual é seu nome..." Acreditava-se que ao conhecer o nome, esse demônio diminuía seu poder maligno. Neste caso tampouco deste modo se conseguiram resultados aparentes.

    Jesus sabia que havia só uma coisa capaz de curar a este homem, ou seja: uma demonstração indubitável de que os demônios o tinham abandonado definitivamente, indubitável pelo menos do ponto de vista de sua visão do mundo. Não importa se nós acreditemos ou não na posse demoníaca; aquele homem acreditava nela. Até se a idéia era outra das muitas idéias confusas que habitavam sua mente doente, os demônios para ele eram uma realidade objetiva.

    O doutor Rendle Short, referindo-se à suposta influência maligna da Lua (Sl 121:6), que aparece na palavra "lunático", diz: "A ciência moderna não reconhece que provenha da Lua dano algum. Entretanto, é uma crença muito generalizada que a Lua afetaria mentalmente as pessoas... É bom saber que o Senhor nos pode livrar dos perigos imaginários tanto como dos perigos reais. Muito freqüentemente os imaginários são mais difíceis de enfrentar."

    Este homem precisava ser libertado; não importa se essa liberação era de uma imaginária posse demoníaca ou de demônios verdadeiros. Aqui é onde entra joga um papel a manada. Estavam pastando na ladeira. Este homem pensava que os demônios suplicavam que não os destruíra, e sim que lhes permitisse habitar nos porcos. Durante toda a entrevista o atacavam acessos de convulsão espasmódica e dava gritos, sinais da enfermidade que sofria. De repente esses movimentos convulsivos e gritos alcançassem um nível mais agudo e terrífico. Nesse momento os porcos começaram a correr e se precipitaram pelo escarpado. Essa era a prova concludente que o homem necessitava para ficar convencido de seu cura; não tivesse aceito outra evidência. Jesus, sendo um mestre na arte de curar, compreendendo o pobre doente que tinha diante de si, mostrando em cada ação o carinho compassivo que despertava nele o sofrimento do doente, usou o episódio para ajudar o infeliz a recuperar sua saúde, e desse modo restaurou a paz a sua mente perturbada.
    Há gente muito fastidiosa que acusa a Jesus de ter matado os porcos para curar o homem. Queixam-se da crueldade para com os animais que fica manifesto neste milagre. Esta forma de ver as coisas sem lugar a dúvidas é um modo particularmente escandaloso de cegueira. Como pode alguém atrever-se a comparar o destino de uma manada com o destino de um homem, cuja alma é imortal? Presumo que o maioria de nós não tem constrangimento em sentar-se à mesa e comer carne, nem rechaçaria uma boa chuleta de porco porque para produzi-la se teve que matar um porco. Se matarmos animais para não passar fome não podemos objetar a morte de um rebanho desses mesmos animais quando se trata de devolver a paz a um doente.

    Há um sentimentalismo barato que adoecerá de tristeza ao pensar no sofrimento de um animal mas que é incapaz de mover um dedo para evitar mudar a desgraçada condição de milhares e milhões de seres humanos na Terra. Isto não quer dizer que não deve nos importar a sorte das distintas criaturas viventes que formam parte da criação divina, porque Deus ama a cada um dos seres que fez, mas terá que conservar um certo sentido da proporção; e na escala de valores de Deus o mais importante no universo é o homem.

    QUANDO SE PEDE A CRISTO PARA IR EMBORA

    Marcos 5:14-17

    Como era de esperar os homens que tinham estado encarregados dos porcos foram à cidade e às fazendas que a rodeavam para contar a notícia deste surpreendente episódio. Quando os curiosos chegaram ao lugar se encontraram com aquele homem que tinha estado louco, sentado e em plena posse de suas faculdades. O endemoninhado, desaforado e nu, converteu-se em um cidadão cordato, razoável. Mas, eis aqui a surpresa e a paradoxo! A seguir acontece algo que ninguém esperava. A gente pensaria que o acontecido os deveria ter enchido de alegria, mas sua reação foi de terror. A gente pensaria que foram pedir a Jesus que ficasse com eles e que exercesse seu poder sobre outros doentes, mas lhe pediram que fosse embora da região o mais breve possível. Por que? É certo que um homem foi curado, mas toda uma manada tinha sido destruída e esses homens não queriam que tais coisas voltassem a acontecer. A rotina da vida tinha sido transtornada, queriam que o elemento perturbador desaparecesse sem perda de tempo.
    O principal grito de batalha da mente humana é "Por favor, não perturbe minha ordem". Em geral, o único que a pessoa quer é que a deixem tranqüila.

    1. É de maneira instintiva que a gente diz: "Não perturbe minha comodidade." Se alguém viesse a nós, que gozamos de uma situação folgada, e nos dissesse: "Posso mudar o mundo para que seja um mundo melhor para a maioria, embora possivelmente vocês tenham que renunciar a uma parte de sua comodidade, pelo menos durante algum tempo; terão que arrumar-se com algumas coisas menos a favor de outros", a maioria da gente diria: "Preferimos que deixe as coisas como estão." De fato esta é exatamente a situação que estamos vivendo agora, na atual revolução social. Estamos vivendo em uma época de redistribuição; estamos vivendo em um tempo quando a vida é muito mais satisfatória; em termos de bens, para muito mais pessoas que em épocas anteriores. Mas isto também significa que há muitos para quem diminuiu a comodidade de que gozavam; é precisamente por isso que se respira, em certos ambientes, uma atmosfera de ressentimento porque algumas das comodidades desapareceram. Fala-se muito do que a vida nos deve. A vida não nos deve nada; a dívida é de nós para a vida. Somos os seguidores de um líder que abandonou a glória do céu e abraçou a pequenez da Terra, que não quis conservar para si o gozo de Deus e aceitou o sofrimento da cruz. É muito humano que não queiramos

    ver transtornada nossa comodidade; mas é divino estar dispostos a sacrificar o que temos para que outros possam ter mais.

    1. É de maneira instintiva que a gente diz: "Não perturbe minhas posses." Isto não é mais que outro aspecto da mesma coisa. Não há ninguém que abandone o que é seu de bom grau. Quanto mais velhos somos, mais quereremos nos aferrar ao que temos.

    Borrow, que conhecia muito bem os ciganos, diz que a estratégia das ciganas que adivinham a sorte lendo as linhas da palma da mão é prometer aos jovens abundância dos prazeres, aos velhos prognosticar riquezas e somente riquezas, "porque têm suficiente conhecimento da natureza humana para saber que a avareza é a última paixão que morre no coração do homem." Podemos nos dar conta muito rapidamente se um homem na verdade aceita sua fé e acredita em seus princípios quando está disposto a empobrecer-se por eles.

    1. É de maneira instintiva que a gente diz: "Não perturbe minha religião."
    2. Diz-se: "Não permita que se ponham coisas desagradáveis na beleza de minha adoração a Deus." Edmund Gosse assinala a presença de uma curiosa omissão nos sermões do famoso pregador Jeremy Taylor: "Estão entre os sermões mais hábeis e profundos que jamais se pregaram em língua inglesa, mas muito poucas vezes falam dos pobres, apenas se referem a sua miséria e não manifestam nenhum interesse concreto por sua condição. Estes sermões foram pregados no Sul de Gales, onde abundava a pobreza. O pranto dos pobres e os famintos, dos nus e os necessitados ascendia constantemente ao céu, reclamando a piedade e a justiça divinas; mas este eloqüente pregador jamais pareceu dar ouvidos a tal lamento; viveu, pregou e escreveu rodeado pelo sofrimento dos necessitados mas apenas teve consciência de que existiam." É muito menos perturbador pregar sobre as sutilezas das doutrinas teológicas que fazê-lo sobre as necessidades dos homens e os abusos que se cometem nesta vida. Sabemos de congregações que levaram sua insensibilidade até o ponto de fazer saber a seus pastores que não deviam pregar sobre certos temas. É digno de nota que não foram as coisas que Jesus disse com respeito a Deus as que lhe trouxeram problemas; foram as coisas que disse com respeito ao homem e suas necessidades as que provocaram a reação dos dirigentes religiosos e políticos de sua época.
    3. Há pessoas que dizem: "Não deixe que as relações pessoais perturbem minha fé." James Burns, o poeta escocês, entrevista, em relação com este tema, um dito extraordinário de Ángela di Foligrás, a famosa mística italiana. Possuía o dom de retirar-se completamente do mundo e de retornar de seus transes com a consciência plena da inefável doçura de suas experiências de comunhão com Deus. Mas disse: "Nessa época, pela vontade de Deus, morreu minha mãe, que tinha sido um grande obstáculo no caminho de minha vocação. Depois morreu meu marido, e também morreram todos os meus filhos. E porque tinha rogado a Deus que me liberasse deles para seguir melhor o caminho a Ele, suas mortes foram para mim um grande consolo, embora no momento devo confessar que experimentei alguma dor." Sua família era um impedimento para sua fé. Há um tipo de prática religiosa que prefere acontecer o tempo em comissões da igreja que fazendo o trabalho de dona-de-casa, que prefere os momentos de paz solitária ao compromisso que requer servir ao próximo: vangloria-se de passar o tempo na igreja e em atos de devoção: tal tipo de fé e de religião, aos olhos de Deus, é uma total deformação do que se espera de nós.
    4. Há quem diz: "Não perturbe minhas crenças." Há um tipo de religião que diz: "O que foi bom para meus pais é bom também para mim", ou "Todo tempo passado foi melhor". Há gente que não quer inteirar-se das coisas novas, porque sabem que se aceitassem saber dessa nova realidade teriam que tomar o trabalho de repensar tudo e chegar a novas conclusões. Há uma covardia intelectual, uma letargia da mente e um sonho da alma que são muito terríveis.

    Os gadarenos expulsaram ao Cristo que tinha vindo perturbá-los. Há muitos homens que pretendem fazer o mesmo.

    UMA TESTEMUNHA DE CRISTO

    Marcos 5:18-20

    O mais interessante nesta passagem é que nos diz o lugar onde aconteceu o fato. Jesus e seus interlocutores estavam em Decápolis. Decápolis significa literalmente "as dez cidades". Nas proximidades do rio Jordão, e especialmente sobre a ribeira Este, havia dez cidades de um caráter em especial e muito gregas. Seus nomes eram Citópolis (a única sobre a margem Oeste do Jordão), Pela, Dión, Gerasa, Filadélfia, Gadara, Rafana, Canata, Hipos e Damasco. Com a conquista do Alexandre o Grande se produziu uma forte penetração grega na Síria e na Palestina. As cidades gregas que estes imigrantes tinham fundado possuíam um estatuto político peculiar. Estavam dentro do território sírio, mas gozavam de bastante independência. Escolhiam seus próprios conselhos de governo e cunhavam sua própria moeda; possuíam o direito de governar a si mesmos, não só nas cidades mas também em uma extensa porção de terra ao seu redor. Tinham o direito de aliar-se para a mútua defesa e por razões comerciais.

    Mantiveram esta relativa independência até a época dos macabeus, em mediados do século II antes de Cristo. Os macabeus foram os conquistadores que submeteram a quase todas estas cidades à soberania judaica. Foram liberadas de sua dependência pelo imperador romano Pompeu, pelo ano 63 a. C. Sua posição, entretanto, seguiu sendo ambígua. Eram independentes, mas deviam pagar impostos aos romanos e contribuir seus homens aos exércitos imperiais. Não mantinham guarnições permanentes, mas com freqüência eram o quartel geral das legiões romanas que operavam no Meio Oriente.
    Na época de Cristo Roma a maior parte dessa região era governada através de reis de fachada. Como resultado, Roma não estava em condições de oferecer um amparo seguro a estas dez cidades; estas, portanto, uniram-se em uma aliança, a fim de resistir as pressões políticas e econômicas dos Estados judeus e árabes. Eram forçosamente gregas. Eram cidades muito bonitas; tinham seus deuses gregos, seus templos e seus anfiteatros; viviam segundo o estilo de vida grego. Aqui, então, encontramos uma coisa muito interessante. Se Jesus estava em Decápolis, aqui temos uma primeira insinuação de coisas que viriam depois. É possível que em Decápolis viviam judeus, mas a área era preponderantemente grega. Há aqui, portanto, um prenúncio do que seria depois a missão mundial da Igreja.

    Podemos fazer uma idéia da medida em que estas populações eram de caráter e cultura gregos, e qual era sua importância, se recordarmos que Filodemo; o grande filósofo epicuro, era natural da Gadara, assim como Meleaguer, o mestre do epigrama grego, Menipo, o famoso satírico, e Teodoro, o retórico que foi encarregado da educação do Tibério, o Imperador Romano. E algo novo aconteceu no dia em que Jesus pisou na região de Decápolis.

    Há muito boas razões pelas que Jesus compeliu aquele homem a voltar para os seus.

    1. Seria, entre eles, uma testemunha de Jesus Cristo. Seria uma demonstração viva, indisputável, do que Cristo pode fazer a um homem. Nossa glória nunca deve ser o que nós podemos fazer por Cristo, e sim o que Cristo pode fazer por nós. A prova irrefutável da validez do cristianismo é um homem novo.
    2. Este homem era a primeira semente do que com o tempo chegaria a ser uma tremenda colheita. O primeiro contato com a civilização grega se estabeleceu em Decápolis. Tudo deve começar em algum lugar; e a grande glória do cristianismo que posteriormente floresceria no contato com o gênio e a mentalidade gregos, começou com um homem que tinha vivido possuído pelos demônios e a quem Cristo curou de seu mal. Cristo sempre começa com alguém. Em nossa sociedade, em nosso círculo... por que não poderia começar conosco?

    NA HORA DA NECESSIDADE

    Marcos 5:21-24

    Aparecem aqui todos os elementos da tragédia. A enfermidade de um menino sempre é algo trágico. O relato nos diz que a filha de Jairo tinha doze anos. Aos doze anos e um dia, segundo o costume, uma menina judia se convertia em mulher. Esta menina estava precisamente no umbral dessa experiência, e quando a morte se produz em tais circunstâncias é duplamente trágica.
    O relato nos diz algo sobre este homem: que era o Principal da sinagoga. Deve ter sido uma pessoa de importância bastante considerável. O Principal da sinagoga era o chefe administrativo da mesma. Presidia a junta de anciões que era responsável pelo bom funcionamento da sinagoga. Tinha a responsabilidade da direção dos serviços. Em geral, ele mesmo não tomava parte neles, mas era responsável pela atribuição de obrigações, e de cuidar que fossem levados a cabo com toda correção, e em ordem. O Principal da sinagoga era um dos homens mais importantes e mais respeitados da comunidade. Mas quando sua filha adoeceu e quando pensou em Jesus, algo lhe aconteceu.

    (1) Esqueceu os seus preconceitos. É indubitável que tem que ter considerado a Jesus como um estranho, como um herege perigoso, como alguém para quem estavam fechadas as portas da sinagoga, e a quem qualquer que apreciasse sua ortodoxia faria bem em evitar. Mas ele era um homem suficientemente grande para abandonar seus preconceitos na hora da necessidade. Preconceito significa realmente julgar de antemão. É julgar antes de ter examinado a evidência, ou dar um veredicto negando-se a examinar a evidência. Poucas coisas foram mais prejudiciais que os preconceitos. Quase todos os intentos de progresso tiveram que lutar contra os preconceitos iniciais contrários.

    Quando Sir James Simpson descobriu o uso do clorofórmio como anestésico, especialmente no parto, sustentou-se que o clorofórmio era "uma arte de Satanás, aparentemente destinada a benzer às mulheres, mas que no final as endurece, e rouba a Deus os profundos, ansiosos gritos, que devem elevar-se a Ele em tempo de dificuldade". Uma mente preconceituosa priva o homem de muitas bênçãos.

    1. Esqueceu a sua dignidade. Ele, o Principal da sinagoga, foi e se lançou nos pés de Jesus, o mestre ambulante. Não poucas vezes alguém teve que esquecer sua dignidade para salvar sua vida e sua alma. Na antiga história é precisamente o que teve que fazer Naamã (II Reis 5). Teve que acudir a Eliseu para ser curado de sua lepra. A receita do Eliseu foi que se banhasse sete vezes no Jordão. Essa não era maneira de tratar ao Primeiro-ministro de Síria! Elias nem se incomodou em lhe dar pessoalmente a mensagem; enviou-a por um criado! E não havia melhores rios em Síria que este pequeno Jordão barrento? Estes foram os primeiros pensamentos do Naamã; mas engoliu o seu orgulho e foi curado da lepra.

    Há uma famosa história sobre Diógenes, o filósofo cínico. Este foi capturado por uns piratas e vendido como escravo. Enquanto contemplava os circunstantes que o puxavam ele, fixou-se em um homem. "Vendam-me a esse homem", disse. "Ele precisa de um professor." O homem o comprou e lhe entregou o manejo de sua casa e a educação de seus filhos. "Foi um bom dia para mim", ele costumava dizer, "quando Diógenes entrou em minha casa." Era certo, mas exigia o esquecimento de sua dignidade. Freqüentemente acontece que alguém se ergue em sua dignidade e cai da graça.

    1. Esqueceu o seu orgulho. Para este Principal da sinagoga deve ter significado um esforço de humilhação consciente acudir a Jesus de Nazaré e lhe pedir ajuda. Diz-se com verdade que ninguém quer dever nada a ninguém. Gostaríamos de dirigir nós mesmos a nossa vida. Mas o primeiro passo da vida cristã é compreender que não podemos ser outra coisa senão devedores de Deus.
    2. Aqui entramos no campo da especulação, mas me parece que podemos dizer que este homem se esqueceu de seus amigos. Bem pode ser que estes objetassem até o fim que tivesse ido a esse Jesus. É bastante estranho que fora ele mesmo e não enviasse um mensageiro. Parece improvável que consentisse em abandonar a sua filha quando estava prestes a falecer. Talvez ele foi porque nenhum outro podia ir. Sua família estava pronta a lhe dizer que não incomodasse mais a Jesus. Pareceria quase que se alegraram de não pedir sua ajuda. Bem pode ser que o homem desafiasse a opinião pública e os conselhos da família, para chamar a Jesus. Muitos são mais sábios quando seus sábios amigos mundanos pensam que atuam como tolos.

    Eis aqui um homem que esqueceu tudo, exceto que necessitava a ajuda de Jesus; e, precisamente por ter esquecido, recordaria para sempre que esse Jesus é um Salvador.

    A ÚLTIMA ESPERANÇA DE UMA ENFERMA

    Marcos 5:25-29

    A mulher desta história sofria de uma moléstia que era muito comum e muito difícil de tratar. O próprio Talmud dá não menos de onze tipos de curas para essa enfermidade. Algumas delas consistem em tônicos e adstringentes; mas outras são puras superstições, como a de levar as cinzas de um ovo de avestruz em um trapo de linho no verão e em um trapo de algodão no inverno; ou levar um grão de cevada que tivesse sido encontrado no esterco de uma jumenta. Indubitavelmente esta pobre mulher teria usado até esses remédios desesperados. O pior era que a enfermidade não só afetava a saúde da mulher, mas também a tornavam continuamente impura, e a mantinha afastada do culto de Deus e da companhia de seus amigos (Levítico 15:25-27).

    Marcos aqui se ri amavelmente dos médicos. A mulher os tinha experimentado todos e tinha sofrido muito e tinha gasto tudo o que tinha, e o resultado era que em vez de melhorar tinha piorado. A literatura judaica tem interessantes referências aos médicos. "Fui aos médicos", diz uma pessoa, "para que me curassem; mas quanto mais remédios me

    aplicavam, menos via por causa das manchas, até que fiquei completamente cego" (Tobias 2:10). Na Mishna há uma passagem que é o resumo escrito da Lei tradicional, que fala das profissões que alguém pode ensinar a seu filho.

    "O rabino Judá diz: 'Os condutores de asnos são em sua maioria malvados, os condutores de camelos são em sua maioria gente decente, os marinheiros são em sua maioria santos, os melhores entre os médicos estão destinados à Geena, e os mais decorosos entre os açougueiros são sócios do Amaleque'. "

    Mas felizmente, e com justiça, há vozes do outro lado. Um dos maiores tributos aos médicos se encontra no Eclesiástico (um dos apócrifos compostos no período entre o Antigo e o Novo Testamento) no capítulo 38:1-15.

    Rende ao médico as honras que lhe são devidas, por causa dos seus serviços, porque o Senhor o criou.

    Pois é do Altíssimo que vem a cura,

    como um presente que se recebe do rei.

    A ciência do médico o faz trazer a fronte erguida.

    Ele é admirado pelos grandes.

    Da Terra o Senhor criou os símplices, o homem sensato não os menospreza.

    Por eles, ele curou e aliviou, o farmacêutico faz com eles misturas.

    E assim suas obras não têm fim, e por ele a saúde se difunde sobre a Terra.

    Depois dá lugar ao médico, porque o Senhor também o criou, não o afastes de ti, porque dele tens necessidade.

    Há ocasião em que a saúde está entre suas mãos, pois eles também rezam ao Senhor, para que lhes conceda o favor de um alívio e a cura pode salvar-te a vida.

    Os médicos não tinham tido êxito no tratamento desta mulher, e ela tinha ouvido falar de Jesus. Mas tinha um problema: sua enfermidade era algo embaraçoso; não podia mesclar-se na multidão e mostrar-se abertamente; de modo que decidiu tentar tocar em Jesus secretamente. Nos dias de Jesus, todo judeu piedoso portava uma túnica exterior com quatro borlas no bordo, uma em cada extremo. Essas borlas se usavam em obediência ao mandamento de Números 15:38-40, e eram para indicar a outros e recordar ao próprio portador, que ele era membro do povo escolhido de Deus. Eram a insígnia de um judeu piedoso. Uma dessas borlas foi a que a mulher tocou, deslizando-se entre a multidão; e depois de tê-la tocado, para sua grande surpresa ficou curada.

    Eis aqui uma mulher que chegou a Jesus como último recurso; depois de ter provado todos os outros tratamentos que o mundo podia lhe oferecer, finalmente provou a Jesus. Mais de uma pessoa procurou a ajuda de Jesus Cristo quando se encontrava nas últimas. Talvez depois de lutar com a tentação até não dar mais, estendeu a mão clamando: "Senhor, salva-me, que pereço!" Ou talvez depois de ter lutado com uma tarefa extenuante até ficar exausto, clamou por uma força que não era a sua. Ou possivelmente depois de haver-se esforçado para obter a bondade que o desafiava, só para vê-la afastar-se cada vez mais, sentiu— se totalmente frustrado. Ninguém teria por que procurar Cristo obrigado pelas circunstâncias, entretanto são muitos os que vão a Ele assim; mas embora assim seja, Ele nunca nos enviará vazios.

    O CUSTO DA CURA

    Marcos 5:30-34

    Esta passagem nos diz algo a respeito de três pessoas.

    (1) Diz-nos algo a respeito de Jesus. Fala-nos do custo da cura. Cada vez que Jesus curava alguém custava algo de si mesmo. Esta é uma regra universal da vida. Nunca produziremos nada grande a não ser que estejamos dispostos a pôr nisso algo de nós mesmos, de nossa própria vida, de nossa alma. Nenhum pianista produzirá jamais uma execução realmente grande se ele se limitar a tocar uma peça sem enganos e com uma técnica perfeita, e nada mais. A execução não será realmente grande a não ser o que no final leve ao esgotamento que resulta de ter-se mergulhado nela por inteiro. Nenhum ator fará jamais uma grande representação se somente repetir sua parte com todas as inflexões e todos os gestos corretos, como um perfeito autômato. Suas lágrimas devem ser lágrimas verdadeiras, seus sentimentos devem ser reais; algo de si mesmo deve mergulhar na ação. Nenhum pregador que tenha pregado um verdadeiro sermão desce do púlpito sem o sentimento de que algo se desprendeu dele. Se tivermos que ajudar as pessoas, devemos estar prontos a nos consumir a nós mesmos. Tudo depende de nossa atitude para com os homens.

    Uma vez Matthew Arnold, o grande crítico literário, disse das classes médias: "Olhem essas pessoas: as roupas que levam; os livros que lêem; a textura mental que compõe seus pensamentos; que quantidade de dinheiro compensaria o ser como um deles?" Agora, o sentido deste dito pode ser ou não certo; mas o real é que o que lhe deu nascimento foi o desprezo. Arnold contemplava os homens com uma tipo de estremecimento de nojo; e ninguém que olhe aos homens dessa maneira pode ser-lhes de alguma ajuda. Por outro lado, pense-se em Moisés, depois que o povo faz o bezerro de ouro enquanto ele estava na cúpula do monte. Recorde-se como implorou a Deus que o apagasse do livro da lembrança contanto que perdoasse o povo (Êxodo 32:30-32). "Então, com um estremecimento, o intolerável desejo, agita-se em meu interior qual um toque de trombeta — Oh, salvar a estes, perecer por sua salvação — Morrer por sua vida, ser devotado por eles."

    A grandeza de Jesus esteve em que estava disposto a pagar o preço por ajudar a outros, e esse preço era sua própria vida. Só seguimos em seus passos quando estamos preparados para gastar, não nossos bens, e sim nossas almas e nossa força por outros.

    1. Diz-nos algo a respeito dos discípulos. Mostra-nos muito vi vidamente as limitações do chamado senso comum. Os discípulos adotavam o ponto de vista do senso comum. Como podia evitar Jesus o ver-se tocado e empurrado em uma multidão como essa? Essa era a maneira sensível de ver as coisas. Emerge o fato estranho e impactante de que eles nunca reconheceram ou compreenderam que a Jesus custasse algo ganhar a outros. Uma das tragédias da vida é a estranha insensibilidade da mente humana. Tão facilmente não entendemos o que outros estão passando. Porque não temos experiência de algo, jamais pensamos o que esse algo pode estar custando a alguém. É por isso que tão freqüentemente, mais que a ninguém, machucamos os que amamos. Alguém deve orar por senso comum, mas às vezes faríamos melhor em orar por essa percepção sensível, imaginativa que pode ver-se nos corações de outros.
    2. Diz-nos algo a respeito da mulher. Fala-nos do alívio que lhe produziu a confissão, tão difícil e humilhante como foi. Mas uma vez que disse toda a verdade a Jesus, o terror e o tremor desapareceram e uma onda de alívio invadiu seu coração. E uma vez feita seu lastimeira confissão achou toda a bondade de Jesus. Nunca é difícil confessar a alguém que nos entende como Jesus.

    DESESPERO E ESPERANÇA

    Mc 5:35.Mc 5:39

    Os costumes fúnebres dos judeus eram muito vívidas e detalhadas, e virtualmente todas elas estavam destinadas a acentuar a desolação e a separação definitiva da morte. A experiência da fé cristã triunfante, vitoriosa estava totalmente ausente deles.

    Imediatamente após produzir-se o falecimento, elevava-se um forte lamento para fazer saber a todos que a morte tinha dado seu golpe. O lamento se repetia ao lado do sepulcro. Os enfermos se inclinavam sobre o cadáver, implorando uma resposta de seus lábios silenciosos.

    golpeavam-se o peito; arrancavam-se o cabelo, e rasgavam suas roupas. Este era todo um rito sujeito a certas regras. Se fazia justo antes de que o corpo não se visse mais. As roupas deviam romper-se até o coração, quer dizer, até que se visse a pele, mas não deviam ser rasgados abaixo do umbigo. Os pais e mães deviam rasgá-las no lado esquerdo, sobre o coração; outros, do lado direito. Uma mulher devia rasgar suas roupas em privado; devia inverter a vestimenta interior, pondo as costas na frente; logo rompia a túnica exterior, de modo que o corpo não ficasse exposto. A roupa rasgada devia ser portada durante trinta dias, mas aos sete dias podia costurar-se grosseiramente de maneira que fosse ainda claramente visível. Depois dos trinta dias a roupa podia ser consertada adequadamente. Os flautistas eram imprescindíveis.

    Na maior parte do mundo antigo, em Roma, na Grécia, em Fenícia, em Assíria e na Palestina, o lamento da flauta estava inseparavelmente relacionado com a morte e a tragédia. Estava estabelecido que, por pobre que alguém fosse, devia ter ao menos dois flautistas nas exéquias de sua esposa. W. Taylor Smith no Dictionary of Christ and the Gospels, do Hastings, cita dois exemplos interessantes do uso de flautistas, que mostram quão difundida estava o costume. Houve flautistas no funeral do Cláudio, o imperador romano. Quando no ano 67 d,C.. chegaram a Jerusalém as novas da queda da Jotapa diante dos exércitos romanos, Josefo nos diz que "a maioria das pessoas contrataram flautistas para guiar suas lamentações".

    O lamento das flautas, os gritos dos enfermos, os apaixonados chamados do morto, as roupas rasgadas, os cabelos desgrenhados, devem ter convertido uma casa judia em um patético lugar em um dia de luto. Quando alguém falecia, os parentes eram proibidos de trabalhar, ungir-se ou usar calçado. Até o homem mais pobre devia deixar de trabalhar por três dias. Não devia conduzir mercadorias, e a proibição de trabalhar se estendia até a seus servos. Devia sentar-se com a cabeça enfaixada, não devia raspar-se, nem "fazer nada para sua comodidade". Não devia ler a Lei ou os profetas, porque a leitura desses livros alegra. Estava-lhe permitido ler Jó, Jeremias e Lamentações. Devia comer somente em sua casa, e abster-se totalmente de carne e vinho.
    Durante trinta dias não podia sair do povo ou da aldeia. O costume era não comer na mesa, e sim sentado no solo usando como mesa uma cadeira. Um costume que ainda subsiste era o de comer ovos com sal e cinza. Um curioso costume era esvaziar toda a água da casa, e das três casas contíguas a cada lado, porque se dizia que o Anjo da Morte ocasionava a morte com uma espada molhada na água que encontrava perto. Um costume particularmente patético era de que quando morria uma pessoa jovem se celebrava, como parte do rito fúnebre, um casamento, no caso de uma pessoa solteira. Durante o tempo do luto, os parentes estavam isentos da observância da Lei, porque se supunha estar fora de si, louco de dor.
    O enfermo devia ir à sinagoga; e quando entrava os presentes o encaravam e diziam: "Bendito o que consola ao que chora." O livro de orações judaico tem uma oração especial para antes de comer na casa de luto.

    "Bem-aventurado és Tu, ó Deus, nosso Senhor, Rei do Universo, Deus de nossos pais, nosso Criador, nosso Redentor, nosso Santificador, o Santo de Jacó, o Rei da vida, que é bom e faz o bem; Deus de verdade, Juiz justo que julga com retidão, que levas a alma a julgamento, e governas sozinho no universo, que ages conforme a tua vontade e todos os teus caminhos são de juízo, e nós somos o teu povo e teus servos, e em tudo estamos obrigados a te louvar e te bendizer, a ti que preservas a Israel de todas as calamidades, e nos amparas nesta calamidade, e deste luto nos levarás a vida e a paz. Consola, ó Deus nosso Senhor a todos os enfermos de Jerusalém que choram nossa tristeza. Consola-os em seu pranto e faz com que se regozijem em sua agonia como um homem é consolado por sua mãe. Bem-aventurado és, ó Deus, o Consolador do Sião, Tu que reedificas a Jerusalém."

    Esta oração é posterior à época do Novo Testamento, mas com este pano de fundo das primitivas, irrestritas expressões de luto é que devemos ler este relato da menina morta.

    A FÉ FAZ A DIFERENÇA

    Marcos 5:40-43

    Aqui há algo muito bonito. "Talita cumi" é "Menina, levanta-te!" em aramaico. Como conseguiu entrar esta breve expressão aramaica no grego do Novo Testamento? Só pode haver uma razão. Marcos obteve sua informação de Pedro. Na maior parte do tempo, ao menos fora da Palestina, também Pedro teve que falar em grego. Mas ele tinha estado ali; ele era um dos três que formavam o círculo íntimo, que tinham visto acontecer isso. E não teria podido esquecer a voz de Jesus. Em sua mente e sua memória poderia escutar em toda sua vida aquele "Talita cumi". O amor, a gentileza, o carinho dessa expressão o acompanhariam para sempre, de tal maneira que nem sequer podia pensá-la em grego, porque só podia recordá-la na voz de Jesus, nas mesmas palavras que Ele tinha pronunciado.
    A grande característica desta passagem é que é um relato de contrastes.

    1. O contraste entre o desespero dos enfermos e a esperança de Jesus. "Não incomode o Mestre", dizia o povo. "Já não há nada que fazer." "Não temas", disse Jesus. "Crê somente." Em um caso fala a voz do desespero; no outro, a voz da esperança.
    2. O contraste entre a angústia desassossegada dos enfermos e a tranqüila serenidade de Jesus. Uns estavam gritando e chorando e desgrenhando o cabelo e rasgando a roupa em um paroxismo de dor. Ele estava tranqüilo e sereno e mantinha seu domínio próprio.

    Qual foi a razão desta diferença? A perfeita confiança que Jesus tinha em Deus. O pior desastre humano pode ser enfrentado com coragem e galhardia quando o enfrentamos com Deus. Riam dele porque pensavam que sua esperança era infundada e sua calma equivocada. Mas a grande realidade da vida cristã é que o que parece completamente impossível para os homens é possível para Deus. O que do ponto de vista humano é muito bom para ser verdade, torna-se felizmente verdade quando Deus está ali. Riram-se dele, mas essa risada deve ter-se transformado em assombro quando viram o que Deus pode fazer. Não há nada impossível de encarar, nem nada impossível de conquistar nem sequer a morte — quando se encara e se conquista no amor de Deus que é em Cristo Jesus.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Marcos Capítulo 5 versículo 9
    Legião: Provavelmente esse não era o nome daquele homem, mas apenas indicava que ele estava possuído por muitos demônios. É possível que o principal daqueles demônios tenha feito o homem dizer que o nome dele era “Legião”. No século 1 d.C., uma legião do exército romano geralmente tinha cerca de 6.000 homens. Isso talvez indique que o número de demônios envolvidos era muito grande. — Veja a nota de estudo em Mt 26:53.


    Dicionário

    E

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    Legião

    substantivo feminino Grande número de pessoas; multidão: uma legião de solicitadores.
    Religião Reunião ou conjunto de anjos ou de demônios.
    História Entre os romanos, corpo de tropa: no tempo de César, a legião compreendia 6.000 homens, distribuídos em coortes, manípulos e centúrias.
    [Militar] Unidade de milícia comandada por um coronel, constituída de vários grupos ou grupamentos.
    expressão Legião estrangeira. Tropa criada em 1831 na Argélia, constituída de voluntários, em sua maioria estrangeiros, a serviço da França.
    Etimologia (origem da palavra legião). Do latim legio.onis.

    Termo militar, romano, que significava um exército de aproximadamente 6.000 soldados a pé, com um contingente de cavalaria. No N.T. usa-se apenas metaforicamente acerca de uma multidão disciplinada (Mt 26:53Mc 5:9).

    Nome geralmente aplicado a uma tropa militar romana, composta por 4:000 a 5:000 soldados. No Novo Testamento, significava hostes de seres espirituais (Mt 26:53). Em Marcos 5:9 e Lucas 8:30 Jesus depara com um homem possesso de uma legião de demônios. Marcos 5:15 refere-se ao geraseno como “o endemoninhado, o que tivera a legião”. Este termo, portanto, significava o grande número de demônios que ele possuía. Com vívidos detalhes, Marcos 5 descreve o incidente no qual Jesus curou o endemoninhado, ao expelir dele a legião de demônios. Ele tinha um comportamento totalmente selvagem e vivia entre os sepulcros, na província dos gerasenos. As pessoas tentavam acorrentá-lo, mas ele simplesmente quebrava as correntes, pois demonstrava uma força física anormal. Os demônios que o possuíam identificaram Jesus como “o Filho do Deus Altíssimo” e, de maneira implícita, reconheceram o direito que Cristo tinha de julgá-los. Jesus os expulsou, mas permitiu que entrassem numa manada de porcos, os quais correram e se precipitaram no lago, onde todos se afogaram. Isto fez com que os moradores da região pedissem a Cristo que se retirasse do meio deles. Jesus disse ao homem que fosse para casa e contasse à família como o Senhor tivera misericórdia dele.

    Neste incidente, novamente o direito do Filho de Deus de julgar e seu poder sobre as forças espirituais manifestaram-se diante dos que estavam presentes. Fica claro que os demônios eram reais, pela habilidade deles em discernir quem era Jesus, algo que as pessoas em juízo perfeito ainda não tinham assimilado. Uma vez curado, o ex-endemoninhado proclamou a obra do Senhor na região de Decápolis “e todos se maravilhavam” (Mc 5:20). P.D.G.


    Estas associações de Espíritos denominadas legiões presidem à formação dos mundos, como às transformações da Humanidade; sustentam e dirigem os missionários e influenciam, de passagem, a inteligência dos mortais [...].
    Referencia: BOURDIN, Antoinette• Entre dois mundos• Trad• de M• Quintão• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 6


    Legião Corpo do exército romano de mais ou menos 6:000 soldados de infantaria. A legião era dividida em dez COORTES de 600 soldados, e cada coorte, em seis CENTÚRIAS. Tendo em vista o grande tamanho de uma legião, o termo passou a designar uma multidão organizada (Mt 26:53).

    Legião A unidade mais importante do exército romano. Contava com um total de 6.000 a 10.000 homens divididos em seis coortes. No caso do endemoninhado geraseno, essa palavra indicaria grande número de demônios que atormentavam o homem a quem Jesus curou (Mc 5:9-15; Lc 8:30).

    Nome

    substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
    A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
    Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
    Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
    Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
    Apelido; palavra que caracteriza alguém.
    Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
    Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
    Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
    Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

    Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

    Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
    v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

    Perguntar

    verbo transitivo indireto Indagar; questionar através de perguntas, questões: pergunte ao professor sobre o assunto; não me pergunte sobre questões pessoais.
    verbo transitivo indireto e bitransitivo Pedir; propor uma solicitação; fazer um pedido: minha mãe perguntou sobre mim; o juiz perguntou ao advogado sobre o suspeito.
    verbo intransitivo e pronominal Questionar; realizar questões; buscar esclarecimentos: meu filho gostava de perguntar; perguntava-se se precisava terminar o trabalho.
    verbo transitivo direto Investigar; procurar uma solução: perguntou a razão do divórcio.
    Antigo Interrogar; fazer um interrogatório através de perguntas: o juiz perguntou o réu.
    Etimologia (origem da palavra perguntar). Do latim praecuntare.

    Responder

    verbo transitivo direto e transitivo indireto Dar resposta ao que é dito, escrito ou perguntado: respondeu o que lhe ocorreu; respondeu ao professor a questão.
    Contestar uma pergunta; replicar: respondeu bem.
    verbo intransitivo Questionar em vez de obedecer; resmungar: vá e não responda!
    Repetir o som: o cão latiu e os vizinhos responderam.
    verbo transitivo indireto Fazer-se sentir por repercussão: a dor do braço me responde na cabeça.
    Apresentar razões contra; revidar: responder a uma objeção.
    Enviar resposta: responder a uma pessoa, a uma carta.
    Oferecer em troca de; retribuir: responder a uma gentileza.
    Assumir uma responsabilidade; responsabilizar-se: responde pelo irmão.
    Ter uma ação contrária, oposta a; reagir: responder à dor.
    Etimologia (origem da palavra responder). Do latim respondere.

    responder
    v. 1. tr. dir. Dizer ou escrever em resposta. 2. tr. ind. e Intr. Dar resposta. 3. tr. ind. Ser respondão. 4. tr. ind. Aduzir argumentos contra. 5. tr. ind. Pôr em contraposição. 6. Intr. Repetir a voz, o so.M 7. tr. ind. Ficar por fiador de alguém; responsabilizar-se por. 8. tr. ind. Estar em harmonia; ser igual; condizer. 9. tr. ind. Retribuir equivalentemente. 10. tr. ind. Defrontar, opor-se. 11. tr. ind. Estar defronte; opor-se.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    καί ἐπερωτάω αὐτός τίς σοί ὄνομα ἀποκρίνομαι λέγω λεγεών μοί ὄνομα ὅτι ἐσμέν πολύς
    Marcos 5: 9 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    E ele perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Meu nome é Legião, porque somos muitos.
    Marcos 5: 9 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Dezembro de 28
    G1473
    egṓ
    ἐγώ
    exilados, exílio, cativeiro
    (captive)
    Substantivo
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1905
    eperōtáō
    ἐπερωτάω
    um povo que habitava ao leste da Palestina, contra as quais as tribos de Rúben
    (the Hagarites)
    Substantivo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3003
    legeṓn
    λεγεών
    legião, corpo de soldados cujo o número diferia de tempos em tempos. Na época de
    (legions)
    Substantivo - Feminino no Plural acusativo
    G3004
    légō
    λέγω
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    G3686
    ónoma
    ὄνομα
    uma cidade no extremo sul de Judá e a cerca de 24 km (15 milhas) no sudoeste de
    (and Chesil)
    Substantivo
    G3754
    hóti
    ὅτι
    para que
    (that)
    Conjunção
    G4183
    polýs
    πολύς
    um habitante de Moresete
    (the Morasthite)
    Adjetivo
    G4771
    σύ
    de você
    (of you)
    Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
    G5101
    tís
    τίς
    Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
    (who)
    Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    ἐγώ


    (G1473)
    egṓ (eg-o')

    1473 εγω ego

    um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

    1. Eu, me, minha, meu

    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    ἐπερωτάω


    (G1905)
    eperōtáō (ep-er-o-tah'-o)

    1905 επερωταω eperotao

    de 1909 e 2065; TDNT - 2:687,262; v

    1. abordar alguém com uma indagação, colocar uma questão para, inquirir de, perguntar, interrogar
    2. dirigir-se a alguém com um pedido ou demanda
      1. pedir ou demandar

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λεγεών


    (G3003)
    legeṓn (leg-eh-ohn')

    3003 λεγιων legeon

    de origem latina; TDNT - 4:68,505; n f

    1. legião, corpo de soldados cujo o número diferia de tempos em tempos. Na época de Augusto, parece ter consistido de 6826 homens (i.e., 6100 soldados a pé, e 726 cavaleiros)

    λέγω


    (G3004)
    légō (leg'-o)

    3004 λεγω lego

    palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

    1. dizer, falar
      1. afirmar sobre, manter
      2. ensinar
      3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
      4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
      5. chamar pelo nome, chamar, nomear
      6. gritar, falar de, mencionar

    ὄνομα


    (G3686)
    ónoma (on'-om-ah)

    3686 ονομα onoma

    de um suposto derivado da raiz de 1097 (cf 3685); TDNT - 5:242,694; n n

    nome: univ. de nomes próprios

    o nome é usado para tudo que o nome abrange, todos os pensamentos ou sentimentos do que é despertado na mente pelo mencionar, ouvir, lembrar, o nome, i.e., pela posição, autoridade, interesses, satisfação, comando, excelência, ações, etc., de alguém

    pessoas reconhecidas pelo nome

    a causa ou razão mencionada: por esta causa, porque sofre como um cristão, por esta razão


    ὅτι


    (G3754)
    hóti (hot'-ee)

    3754 οτι hoti

    neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj

    1. que, porque, desde que

    πολύς


    (G4183)
    polýs (pol-oos')

    4183 πολυς polus

    que inclue as formas do substituto pollos; TDNT - 6:536,*; adj

    1. numeroso, muito, grande

    σύ


    (G4771)
    (soo)

    4771 συ su

    pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

    1. tu

    τίς


    (G5101)
    tís (tis)

    5101 τις tis

    τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

    Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

    Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo