Enciclopédia de Atos 26:10-10

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 26: 10

Versão Versículo
ARA e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam.
ARC O que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto contra eles.
TB e assim o fiz em Jerusalém. Tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes, eu não somente encarcerei muitos santos, como também dei o meu voto contra estes quando os matavam;
BGB ὃ καὶ ἐποίησα ἐν Ἱεροσολύμοις, καὶ πολλούς ⸀τε τῶν ἁγίων ἐγὼ ⸀ἐν φυλακαῖς κατέκλεισα τὴν παρὰ τῶν ἀρχιερέων ἐξουσίαν λαβών, ἀναιρουμένων τε αὐτῶν κατήνεγκα ψῆφον,
HD O que de fato fiz em Jerusalém: Eu encerrei em prisões muitos dos santos, recebendo autoridade dos sumos sacerdotes; ao serem eliminados, lançava contra eles as pedrinhas.
BKJ Estas coisas eu fiz também em Jerusalém. E muitos dos santos eu prendi nas prisões, tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes; e, quando eles os matavam, eu dava a minha voz contra eles.
LTT O que também fiz em Jerusalém. E a muitos dos santos eu fechei dentro das prisões, havendo eu recebido minha autoridade provenientes- de- junto dos principais dos sacerdotes; e, estando eles (os santos) sendo mortos, eu dei o meu voto- através- de- pedrinha ① contra eles.
BJ2 Foi o que fiz em Jerusalém: a muitos dentre os santos eu mesmo encerrei nas prisões, recebida a autorização dos chefes dos sacerdotes; e, quando eram mortos, eu contribuía com o meu voto.
VULG quod et feci Jerosolymis, et multos sanctorum ego in carceribus inclusi, a principibus sacerdotum potestate accepta : et cum occiderentur, detuli sententiam.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 26:10

Salmos 16:3 Digo aos santos que estão na terra e aos ilustres em quem está todo o meu prazer:
Atos 7:58 E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.
Atos 8:1 E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.
Atos 8:3 E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.
Atos 9:1 E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote
Atos 9:13 E respondeu Ananias: Senhor, de muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém;
Atos 9:21 Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?
Atos 9:26 E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo.
Atos 9:32 E aconteceu que, passando Pedro por toda parte, veio também aos santos que habitavam em Lida.
Atos 9:41 E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.
Atos 22:4 Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como mulheres,
Atos 22:19 E eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu lançava na prisão e açoitava nas sinagogas os que criam em ti.
Romanos 15:25 Mas, agora, vou a Jerusalém para ministrar aos santos.
I Coríntios 15:9 Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.
Gálatas 1:13 Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.
Efésios 1:1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus:
Apocalipse 17:6 E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Atos 26 : 10
lançava
No processo judicial grego era comum o magistrado lançar uma pedrinha simbolizando o seu voto de absolvição ou condenação. As pedrinhas brancas eram utilizadas para absolvição, ao passo que as pedrinhas pretas eram usadas para a condenação. Nessa expressão utilizada pelo redator de “At”, há uma referência a essa prática, salientando-se a posição de magistrado ocupada por Paulo.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

seixo branco para aprovar, absolver. Seixo preto para reprovar, condenar .


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

JERUSALÉM NO TEMPO DO NOVO TESTAMENTO

JERUSALÉM E SEUS ARREDORES
Jerusalém fica no alto da cadeia de montes que forma a espinha dorsal da Judeia, cerca de 750 m acima do Mediterrâneo e 1.150 m acima do mar Morto. É protegida pelo vale do Cedrom a leste e pelo vale de Hinom ao sul e a leste. Para os judeus, a cidade de Jerusalém é o umbigo da terra, situada no meio dos povos, com as nações ao seu redor.! Uma vez que é completamente cercada de montes, quem deseja chegar a Jerusalém tinha de subir? Apesar da cidade ficar próxima de uma rota que, passando pelo centro da Palestina, se estendia de Hebrom, no sul, até Samaria, ao norte, essa via só era usada para o comércio interno. Outra via se estendia de leste a oeste, saindo de Emaús, passando por Jerusalém e chegando até Jericó. Como a parábola do bom samaritano contada por Jesus deixa claro, além de outros perigos, os viajantes corriam o risco de serem assaltados. Os recursos naturais da região ao redor de Jerusalém eram limitados. Havia pedras em abundância, mas nenhum metal, e a argila era de qualidade inferior. Lá e couro eram produzidos graças à criação de ovelhas e gado, mas a maior parte dos cereais de Jerusalém tinha de ser trazida de fora. A cidade possuía apenas uma fonte importante de água, a fonte de Siloé, na parte sul. A água tinha de ser coletada em cisternas ou trazida de lugares mais distantes por aquedutos. Um desses aquedutos, com cerca de 80 km de extensão, foi construído por Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia, que usou recursos do templo, provocando uma revolta popular. Uma vez que a maioria dos produtos agrícolas vinha de fora, o custo de vida em Jerusalém era alto. Animais domésticos e vinho eram mais caros na cidade do que no campo e as frutas custavam seis vezes mais em Jerusalém.

UM CENTRO RELIGIOSO
O elemento principal da cidade de Jerusalém no primeiro século era o templo do Senhor, reconstruído por Herodes, o Grande, de 19 a.C em diante. Somas consideráveis de dinheiro eram injetadas na economia da cidade, especialmente durante as principais festas religiosas, a saber, Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos, quando Jerusalém ficava abarrotada de peregrinos. Além de trazerem ofertas para o templo e manterem o comércio de souvenires, os peregrinos enchiam as hospedarias, dormiam em tendas armadas fora da cidade ou se hospedavam em vilarejos vizinhos. Muitos judeus se mudavam para Jerusalém a fim de ficarem perto do templo e serem sepultados nas imediações da cidade santa Além disso, um imposto de duas dramas para o templo era cobrado anualmente de todos os judeus. Quando as obras do templo finalmente foram concluídas em c. 63 d.C., mais de dezoito mil operários ficaram desempregados.
As autoridades do templo usaram essa mão de obra para pavimentar Jerusalém com pedras brancas. Acredita-se que Jerusalém também tinha cerca de quatrocentas sinagogas, junto às quais funcionavam escolas para o estudo da lei. Uma inscrição de origem incerta sobre um chefe de sinagoga chamado Teódoto foi descoberta em 1913 na extremidade sul da colina de Ofel. Teódoto construiu não apenas uma sinagoga, mas também uma hospedaria para visitantes estrangeiros.

PALÁCIOS
Os governantes hasmoneus haviam construído um palácio chamado de Acra ou cidadela a região a oeste do templo. Mas Herodes, o Grande, construiu um palácio novo na Cidade Alta, na extremidade oeste da cidade, onde hoje fica a Porta de Jafa. Continha salões de banquete grandiosos e vários quartos de hóspedes. O muro externo tinha 14 m de altura, com três torres chamadas Hippicus, Fasael e Mariamne, os nomes, respectivamente, do amigo, do irmão e da (outrora favorita) esposa de Herodes. As torres tinham, respectivamente, 39, 31 e 22 m de altura. Parte da torre de Fasael ainda pode ser vista nos dias de hoje, incorporada na atual "Torre de Davi"

A FORTALEZA ANTÔNIA
Na extremidade noroeste, Herodes construiu uma fortaleza chamada Antônia em homenagem ao general romano Marco Antônio. A fortaleza possuía três torres imensas com 23 m de altura e outra com 30 m de altura. Uma coorte, isto é, uma unidade de infantaria romana com seiscentos homens, guardava o templo e podia intervir rapidamente caso ocorresse algum tumulto (como em At 21:30-32). Os romanos mantinham as vestes do sumo sacerdote nesse local, liberando-as para o uso apenas nos dias de festa. É possível que o pavimento de pedra conhecido como Gabatá, onde Pilatos se assentou para julgar Jesus, fosse o pátio de 2.500 m dessa fortaleza Antônia.

OUTRAS CONSTRUÇÕES EM JERUSALÉM
Na Cidade Baixa, Herodes mandou construiu um teatro e um hipódromo. O tanque de Siloé, onde Jesus curou um cego de nascença, ficava no sopé do monte sobre o qual estava edificada a cidade de Davi. Os Evangelhos também mencionam o tanque de Betesda, um local cercado por cinco colunatas cobertas. Crendo que, de tempos em tempos, um anjo agitava as águas e realizava um milagre, muitos enfermos se reuniam ali à espera da oportunidade de serem curados. Jesus curou um homem paralítico havia 38 anos.° Os dois tanques descobertos no terreno da igreja de Sta. Ana, ao norte da área do templo, parecem ser o local mais plausível. Ao norte do segundo muro e, portanto, fora da cidade antiga, fica a Igreja do Santo Sepulcro, um possível local do túmulo vazio de Jesus.
Herodes Agripa I (41-44 d.C.) começou a construir mais um muro ao norte da cidade, cercando essa área. Com mais de 3 km de extensão e 5,25 m de espessura, o muro foi concluído em 66 d.C.

TÚMULOS
No vale do Cedrom foram preservados vários túmulos datados do período anterior à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. O assim chamado "Túmulo de Absalão", adornado com colunas jônicas e dóricas, tinha uma cobertura em forma cônica. Um monumento relacionado ao assim chamado "Túmulo de Zacarias" tinha uma torre de pedra quadrada com uma pirâmide no alto. Entre 46 e 55 d.C., a rainha Helena de Adiabene, originária da Assíria (norte do Iraque) e convertida ao judaísmo, erigiu um mausoléu cerca de 600 m ao norte de Jerusalém. Com uma escadaria cerimonial e três torres cônicas, esse túmulo, conhecido hoje como "Túmulo dos Reis", era o mais sofisticado de Jerusalém. Jesus talvez estivesse se referindo a monumentos como esses ao condenar os mestres da lei e fariseus por edificarem sepulcros para os profetas e adornarem os túmulos dos justos. Túmulos mais simples eram escavados na encosta de colinas ao redor da cidade, e muitos destes foram descobertos nos tempos modernos.

FORA DA CIDADE
A leste da cidade ficava o monte das Oliveiras, cujo nome indica que essas árvores eram abundantes na região em comparação com a terra ao redor. Na parte mais baixa defronte a Jerusalém, atravessando o vale do Cedrom, ficava o jardim do Getsêmani, onde Jesus foi preso. Getsêmani significa "prensa de azeite". E possível que azeitonas trazidas da Peréia, do outro lado do rio Jordão, também fossem prensadas nesse local, pois era necessária uma grande quantidade de azeite para manter acesas as lâmpadas do templo. Na encosta leste do monte das Oliveiras ficava a vila de Betânia onde moravam Maria, Marta e Lázaro, e onde Jesus ficou na semana antes de sua morte. De acordo com os Evangelhos, a ascensão de Jesus ao céu ocorreu perto desse local.

A HISTÓRIA POSTERIOR DE JERUSALÉM
Jerusalém foi destruída pelos romanos em 70 d.C. e ficou em ruínas até a revolta de Bar Kochba em 132 d.C. Em 135 d.C., foi destruída novamente durante a repressão dessa revolta e reconstruída como uma cidade romana chamada Aelia Capitolina, da qual os judeus foram banidos. Depois que Constantino publicou seu édito de tolerância ao cristianismo em 313 d.C., os cristãos começaram a realizar peregrinações à cidade para visitar os lugares da paixão, ressurreição e ascensão de Cristo. Helena, mãe de Constantino, iniciou a construção da igreja do Santo Sepulcro em 326 .C. Em 637 d.C., a cidade foi tomada pelos árabes, sendo recuperada pelos cruzados que a controlaram entre 1099 e 1244. Os muros vistos hoje ao redor da Cidade Antiga são obra do sultão turco Suleiman, o Magnífico, em 1542.

Jerusalém no período do Novo Testamento
Jerusalém tornou-se um canteiro de obras durante o começo do século I d.C.. Herodes Agripa I (41-44 d.C.) construiu um terceiro muro no norte da cidade.

 

Referências

Ezequiel 5:5-38.12

Salmos 122:4-125.2

Lucas 10:30

Mateus 17:24

João 19.13

João 9.7

João 5:2-9

Mateus 23:29

Marcos 11:11;

Mateus 21:17:

Lucas 24:50

Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

GEOLOGIA DA PALESTINA

GEOLOGIA
Pelas formações rochosas que afloram basicamente na área que fica ao sul do mar Morto, no leste do Sinai, nos muros da Arabá e nos cânions escavados pelos rios da Transjordânia e também a partir de rochas encontradas nos modernos trabalhos de perfuração, é possível reconstruir, em linhas gerais, a história geológica da terra. Esses indícios sugerem a existência de extensa atividade, de enormes proporções e complexidade, demais complicada para permitir um exame completo aqui. Apesar disso, como a narrativa da maneira como Deus preparou essa terra para seu povo está intimamente ligada à criação de montes e vales (Dt 8:7-11.11; SI 65.6; 90.2; cp. Ap 6:14), segue um esboço resumido e simplificado dos processos que, ao que parece, levaram à formação desse cenário.


Toda essa região fica ao longo da borda fragmentada de uma antiga massa de terra sobre a qual repousam, hoje, a Arábia e o nordeste da África. Sucessivas camadas de formações de arenito foram depositadas em cima de uma plataforma de rochas ígneas (vulcânicas), que sofreram transformações - granito, pórfiro, diorito e outras tais. Ao que parece, as áreas no sul e no leste dessa terra foram expostas a essa deposição por períodos mais longos e mais frequentes. Na Transjordânia, as formações de arenito medem uns mil metros, ao passo que, no norte e na Cisjordânia, elas são bem mais finas. Mais tarde, durante aquilo que os geólogos chamam de "grande transgressão cretácea", toda a região foi gradual e repetidamente submersa na água de um oceano, do qual o atual mar Mediterrâneo é apenas resquício. Na verdade, " grande transgressão" foi uma série de transgressões recorrentes, provocadas por lentos movimentos na superfície da terra. Esse evento levou à sedimentação de muitas variedades de formação calcária. Um dos resultados disso, na Cisjordânia, foi a exposição da maior parte das rochas atualmente, incluindo os depósitos cenomaniano, turoniano, senoniano e eoceno.
Como regra geral, depósitos cenomanianos são os mais duros, porque contêm as concentrações mais elevadas de sílica e de cálcio. Por isso, são mais resistentes à erosão (e, desse modo, permanecem nas elevações mais altas), mas se desfazem em solos erosivos de qualidade superior (e.g., terra-roxa). São mais impermeáveis, o que os torna um componente básico de fontes e cisternas e são mais úteis em construções. Ao contrário, os depósitos senonianos são os mais macios e, por isso, sofrem erosão comparativamente rápida. Desfazem-se em solos de constituição química mais pobre e são encontrados em elevacões mais baixas e mais planas. Formações eocenas são mais calcárias e misturadas com camadas escuras e duras de pederneira, às vezes entremeadas com uma camada bem fina de quartzo de sílica quase pura. No entanto, nos lugares onde eles contêm um elevado teor de cálcio, como acontece na Sefelá, calcários eocenos se desintegram e formam solos aluvianos marrons. Em teoria, o aluvião marrom é menos rico do que a terra-roxa, porém favorece uma gama maior de plantações e árvores, é mais fácil de arar, é menos afetado por encharcamento e, assim, tem depósitos mais profundos e com textura mais acentuada.
Em resumo, de formações cenomanianas (e também turonianas) surgem montanhas, às vezes elevadas e escarpadas, atraentes para pedreiros e para pessoas que querem morar em cidades mais seguras. Formações eocenas podem sofrer erosão de modo a formar planícies férteis, tornando-as desejáveis a agricultores e a vinhateiros, e depósitos senonianos se desfazem em vales planos, que os viajantes apreciam. Uma comparação entre os mapas mostra o grande número de estreitas valas senonianas que serviram de estradas no Levante (e.g., do oeste do lago Hula para o mar da Galileia; a subida de Bete-Horom; os desfiladeiros do Jocneão, Megido e Taanaque no monte Carmelo; o fosso que separa a Sefelá da cadeia central; e o valo diagonal de Siquém para Bete-Sea). O último ato do grande drama cretáceo incluiu a criação de um grande lago, denominado Lisan. Ele inundou, no vale do Jordão, uma área cuja altitude é inferior a 198 metros abaixo do nível do mar - a área que vai da extremidade norte do mar da Galileia até um ponto mais ou menos 40 quilômetros ao sul do atual mar Morto. Formado durante um período pluvial em que havia precipitação extremamente pesada e demorada, esse lago salobro foi responsável por depositar até 150 metros de estratos sedimentares encontrados no terreno coberto por ele.
Durante a mesma época, cursos d'água também escavaram, na Transjordânia, desfiladeiros profundos e espetaculares. À medida que as chuvas foram gradualmente diminuindo e a evaporação fez baixar o nível do lago Lisan, pouco a pouco foram sendo expostas nele milhares de camadas de marga, todas elas bem finas e carregadas de sal. Misturados ora com gesso ora com calcita negra, esses estratos finos como papel são hoje em dia a característica predominante do rifte do sul e da parte norte da Arabá. Esse período pluvial também depositou uma grande quantidade de xisto na planície Costeira e criou as dunas de Kurkar, que se alinham com a costa mediterrânea. Depósitos mais recentes incluem camadas de aluvião arenoso (resultante da erosão pela água) e de loesse (da erosão pelo vento), características comuns da planície Costeira nos dias atuais.

A Geologia da Palestina
A Geologia da Palestina

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

CIDADES DO MUNDO BÍBLICO

FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃO
Várias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:


(1) acesso à água;
(2) disponibilidade de recursos naturais;
(3) topografia da região;
(4) topografia do lugar;
(5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.


O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs 5:12) e Tadmor (localizada num oásis luxuriante e fértil no meio do deserto Oriental). Devido à disponibilidade de água doce nesses lugares, aí foram encontrados assentamentos bem anteriores à aurora da história bíblica, e esses dois estão entre alguns dos assentamentos mais antigos ocupados ininterruptamente no mundo bíblico. Outras cidades foram estabelecidas de modo a estarem bem perto de recursos naturais. A localização de Jericó, um dos assentamentos mais velhos da antiga Canaã, é uma excelente ilustração. A Jericó do Antigo Testamento foi construída ao lado de uma fonte excepcionalmente grande, mas também é provável que a cidade tenha sido estabelecida ali porque aquela fonte ficava perto do mar Morto e de seus recursos de betume. O betume era um produto primário de grande valor, com inúmeros usos. Na Antiguidade remota, o mar Morto era uma das poucas fontes conhecidas desse produto, de sorte que o betume dali era recolhido e transportado por todo o Egito e boa parte do Crescente Fértil. Como consequência, uma motivação econômica inicialmente levou à região uma colônia de operários e logo resultou na fundação de uma povoação nas proximidades. De modo análogo, a localização da antiga cidade de Sardes, situada próxima da base do monte Tmolo e junto do ribeiro Pactolo, foi com certeza determinada pela descoberta de ouro naquele lugar, o que criou sua renomada riqueza.
Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C.
A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso.
Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares.
A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is 11:10) e um tell de 0,8 quilômetros quadrados que era um dos maiores de Canaã. A localização da cidade foi ditada pela posição e trajeto da Grande Estrada Principal. Durante toda a Antiguidade, Hazor serviu de porta de entrada para a Palestina e pontos mais ao sul, e com frequência textos seculares se referem a ela associando-a ao comércio e ao transporte. Da mesma forma, é muito provável que linhas de comunicação tenham sido o fator determinante na escolha do lugar onde as cidades de Gaza e Rabá/Ama vieram a ser estabelecidas.
Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js 11:13; Jr 30:18-49.
2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.

A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS
Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados.
A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js 13:4), na planície de Sarom (1Sm 4:1), na Galileia (Js 19:30) e em Gola (1Rs 20:26-30). I Existe Socó ("lugar espinhoso") 45 na Sefelá (1Sm 17:1), em Judá (Is 15:48) e na planície de Sarom (1Rs 4:10). 16 Conforme ilustrado aqui, normalmente a homonímia acontece devido ao fato de os nomes dos lugares serem de sentido genérico: Hazor significa "terreno cercado", Belém significa "celeiro", Migdal significa "torre", Abel significa "campina", Gibeá significa "colina'", Cades significa "santuário cultual", Aim significa "fonte", Mispá significa "torre de vigia", Rimom significa "romã/ romázeira" e Carmelo significa "vinha de Deus". Por isso não é surpresa que, na Bíblia, mais de um lugar seja associado com cada um desses nomes. Saber exatamente quando postular outro caso de homonímia sempre pode ser problemático na criação de um atlas bíblico. Outra dimensão da mesma questão complexa acontece quando um mesmo nome pode ser aplicado alternadamente a uma cidade e a uma província ou território ao redor, como no caso de Samaria (1Rs 16:24, mas 1Rs 13:32), Jezreel (1Rs 18:45-46, mas Js 17:16), Damasco (Gn 14:15, mas Ez 27:18) ou Tiro (1Rs 7:13, mas 2Sm 24:7).
A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.


Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização.
Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável.
Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is 15:11), embora, na verdade, o local tenha sido designado para a tribo de Da (Is 19:43). Nesse aspecto, a sequência das cidades neste último texto é significativa: Ecrom está situada entre as cidades da Sefelá (Zorá, Estaol, Bete-Semes e Aijalom) e outras situadas nas vizinhanças de Jope, no litoral (Bene-Beraque e Gate-Rimom), o que fortalece a suposição de que se deve procurar Ecrom perto da fronteira ocidental da Sefelá (Js 19:41-42,45). Além do mais, Ecrom era a cidade mais ao norte dentro da área controlada pelos filisteus (Js 13:3) e era fortificada (1Sm 6:17-18). Por fim, Ecrom estava ligada, por uma estrada, diretamente a Bete-Semes e, ao que se presume, separada desta última por uma distância de um dia de viagem ou menos (1Sm 6:12-16). Desse modo, mesmo sem o testemunho posterior de registros neoassírios,149 Ecrom foi procurada na moderna T. Migne, um tell situado onde a planície Filisteia e a Sefelá se encontram, na extremidade do vale de Soreque, no lado oposto a Bete-Semes.
Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:


De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística.

Principais cidades da Palestina
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Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
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Principais sítios arqueológicos da Palestina
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Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

JERUSALÉM

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:31.783, Longitude:35.217)
Nome Atual: Jerusalém
Nome Grego: Ἱεροσόλυμα
Atualmente: Israel
Jerusalém – 760 metros de altitude (Bronze Antigo) Invasões: cercada por Senequaribe em 710 a.C.; dominada pelo Faraó Neco em 610, foi destruída por Nabucodonosor em 587. Depois do Cativeiro na Babilônia, seguido pela restauração do templo e da cidade, Jerusalém foi capturada por Ptolomeu Soter em 320 a.C., e em 170 suas muralhas foram arrasadas por Antíoco Epifânio. Em 63 a.C. foi tomada por Pompeu, e finalmente no ano 70 de nossa era foi totalmente destruída pelos romanos.

Localizada em um planalto nas montanhas da Judeia entre o Mar Mediterrâneo e o mar Morto, é uma das cidades mais antigas do mundo. De acordo com a tradição bíblica, o rei Davi conquistou a cidade dos jebuseus e estabeleceu-a como a capital do Reino Unido de Israel, enquanto seu filho, o rei Salomão, encomendou a construção do Primeiro Templo.
Mapa Bíblico de JERUSALÉM



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
b. A Apologia de Paulo (Atos 26:1-23). Quando Agripa concedeu ao prisioneiro a permis-são para se defender — lit., "falar em seu próprio nome" — Paulo estendeu a mão em saudação ao rei e em sua defesa... ou "fez a sua defesa". Este é o verbo apologeomai, relativo ao substantivo apologia.

  • Introdução (Atos 26:2-3). O apóstolo começou, como sempre, com uma introdução cor-tês. Ao rei ele disse: Tenho-me por venturoso (2). O adjetivo é makarios, "bem-aventu-rado" (Mt 5:3-12). O verbo é hegeomai, que, no grego clássico, significava "considerar".512 Moulton diz que o uso aqui é "um dos toques literários característicos do discurso peran-te Agripa".' Parece claro que Paulo tinha um elevado nível cultural. O prisioneiro se considerava bem-aventurado por ser capaz de defender-se (apologeisthai, o mesmo ver-bo do versículo anterior).
  • Paulo estava especialmente feliz porque Agripa tinha conhecimento de todos os costumes e questões — "disputas" ou "controvérsias" — que há entre os judeus (3) Esta caracterização de Agripa encontra suporte documental em uma afirmação de Schuerer: "A tradição rabínica fala de questões pertinentes à lei que foram propostas por ministros de Agripa ou pelo próprio rei ao famoso escriba Rabi Elieser".5" Schuerer ain-da acrescenta: "O judaísmo era realmente um assunto de convicção de coração com Agripa, como tinha sido com o seu par.'

  • A Exposição do Tema (Atos 26:4-8). O primeiro ponto que Paulo mencionou foi que todos os judeus conheciam a sua vida pregressa em Jerusalém (4). Eles sabiam, embo-ra não estivessem dispostos a reconhecê-lo, que ele tinha vivido como fariseu de acordo com a mais severa (mais rígida) seita, ou grupo (ver os comentários sobre 5,17) do judaísmo (5).
  • A seguir Paulo afirmou claramente o assunto. Ele não era culpado de profanar o Templo, nem de insurreição contra Roma. Ao invés disso, estava sendo... julgado pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais (6). Servindo a Deus continuamente (7) significa literalmente "adorando com zelo ou fervor". Em um sentido geral, a referência aqui é à esperança messiânica, como indicado pelo versículo 7. Mas o versículo 8 sugere que ela inclui a ressurreição. Knowling assim explica: "Uma esperança não meramente da ressurreição dos mortos, mas do Reino do Messias, com o qual está relacionada a ressurreição, pois o contexto aponta para a esperança nacional de Israel".5" Alexander insiste em uma interpretação mais limitada, e escreve: "A espe-rança descrita neste versículo não pode ser aquela de uma ressurreição geral, que é somente parcialmente revelada no Antigo Testamento, e não era sustentada por todos os judeus desta época".517 Ele prossegue: "A única esperança que corresponde a essa descri-ção, como antiga, nacional e ainda intensa, é a esperança no Messias, como prometido aos patriarcas, prognosticada na lei, predita pelos profetas e ainda ardentemente espe-rada pelo povo".518 Mas parece que o versículo 8 exige que façamos a inclusão da ressur-reição de Jesus como prova de que Ele realmente era o Messias e não um impostor.

    Doze tribos (7) é uma única palavra em grego. Knowling comenta: "A expressão era cheia de esperança, e indicava uma reunião nacional sob o Messias".' Bruce adequada-mente observa: "Paulo não sabe nada sobre a ficção das dez tribos `perdidas".' O prisio-neiro expressa a sua surpresa de que, em nome da sua esperança,' sustentada pela comu-nidade de Israel, ele deva ser acusado pelos judeus — lit., "por judeus", entre todos!

    O versículo 8 é literalmente: "Por que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?" No texto grego, "que" significa "se, Ele realmente o faz". Knowling diz que esta pergunta deve ser interpretada "em relação à grande verdade à qual todo o discurso tem a intenção de conduzir, o versículo 23, i.e., que Jesus, embora crucificado, ressusci-tou, que Ele neste momento era uma pessoa viva e que pela sua ressurreição tinha pro-vado ser o Messias, o cumpridor da esperança de Israel".522

    (3) O Zeloso Fariseu (Atos 26:9-11). Eu (9) é enfático em grego — lit., "eu verdadeiramen-te". Bruce exibe a força disto: "Embora eu fosse um fariseu, e desta forma, teoricamente, acreditasse na ressurreição dos mortos, ainda assim julguei-a inacreditável neste caso particular e julguei que fosse o meu dever opor-me a tal heresia".523

    Paulo aqui descreve com mais detalhes do que em qualquer outra passagem a sua campanha de perseguição contra os cristãos. Com a autorização dos sumos sacerdotes ele tinha aprisionado muitos dos santos (10). Quando os matavam, como no caso de Estevão, eu dava contra eles o meu voto, ou melhor, "atirava meu voto contra eles".' O substantivo grego significa literalmente "uma pedra pequena" ou "pedregulho", algu-mas vezes usado como um amuleto (ver Ap 2:17). Mas também era "usado nas votações, nos júris e em outros lugares, uma pedra negra para a condenação, e uma branca para a absolvição".525

    A última frase do versículo 10 é freqüentemente interpretada indicando que Paulo era um membro do Sinédrio e, portanto, um homem casado. Mas Hackett observa que a palavra grega "significava também opinião, consentimento e acompanhava vários ver-bos, como colocar e atirar, significando pensar, julgar, sancionar, com uma alusão figura-tiva ao ato de votar".' Bruce escreve: "A frase pode ser usada oficialmente ou não... e não pode significar uma prova de que Paulo era um membro do Sinédrio".' Lenski vai ainda mais adiante: "O registro mostra tantos contatos de Paulo com o Sinédrio que, se ele tivesse sido um dos seus membros, este fato teria sido afirmado indubitavelmente".' A afirmação moderada de Bruce é provavelmente a melhor que se pode fazer.

    Paulo prosseguiu dizendo que ele tinha castigado os cristãos... por todas as sina-gogas, os obriguei a blasfemar (11). Mas o tempo imperfeito aqui quer dizer: "Eu tentava obrigá-los". Bruce acertadamente declara: "Ele não diz que teve sucesso em fazê-los blasfemar, como algumas versões implicam".'

    Enfurecido demasiadamente contra os seguidores de Jesus, Saulo até nas ci-dades (lit., "de fora") estranhas os perseguia — a palavra grega também significa "pro-curava" (cf. Phillips, "caçava"). O significado aqui é "cidades estrangeiras".

    (4) O Cristão Convertido (Atos 26:12-18). Esta é a terceira vez que a conversão de Paulo é descrita (cf. Atos 9:1-9; 22:6-16). Este fato já é suficiente para provar a sua importância no livro de Atos. Principais dos sacerdotes (12) significa ex-sacerdotes e filhos do sumo sacerdote.

    O versículo 13 corresponde muito proximamente a 22.6, mas é um pouco mais vívi-do. Somente aqui (14) se afirma que os companheiros de Paulo, assim como ele, caíram no chão. Ali ele ouviu uma voz que lhe falava em língua hebraica... ou seja, no dialeto aramaico. Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões — ou aguilhada — era um provérbio comum no grego clássico, mas não foi encontrado em aramaico. A imagem é a de um boi teimoso dando coices contra o aguilhão, e desta maneira só conseguindo se machucar. O aguilhão do boi era uma vareta pontiaguda, ou um pedaço de madeira com uma extremidade metálica pontiaguda, com a qual um homem podia cutucar o seu boi para que andasse.

    No seu valioso livro, The Origin of Paul's Religion, Machen assume a posição de que não houve preparação psicológica para o momento dramático da conversão de Saulo. Ele sustenta especificamente que a referência às aguilhadas aqui não significa que o jovem fariseu estivesse plenamente consciente da sua luta contra Deus, ou que ele tivesse quais-quer dúvidas sobre a justiça dos seus atos ao perseguir os cristãos.'

    A imagem verdadeira parece, na opinião deste autor, ter sido um pouco diferen-te. Saulo estava chutando os aguilhões de: 1. uma consciência humana decente, que todas as vezes deve ter-lhe dito que este cruel tratamento aos cristãos era errado; 2. as vidas devotas dos cristãos, que não deixariam de impressioná-lo; 3. o rosto de Estevão (6,15) e a sua oração pelo perdão dos seus perseguidores (Atos 7:54-60). É razoá-vel acreditar que a memória desta cena o perseguiu durante toda a sua viagem até Damasco.

    Para uma discussão complementar sobre a conversão de Saulo, ver os comentários sobre 9:1-9 e 22:6-16. É significativo que Paulo sempre voltasse a este ponto como sendo o grande momento decisivo da sua vida, e a fonte da sua autoridade para falar como alguém que tinha sido "capturado" por Cristo. Esta também foi a fonte da sua inabalável convicção de que Jesus (15) era realmente o Messias, o Filho de Deus.

    Tão certo estava o jovem Saulo da sua convicção de que Jesus de Nazaré era um impostor, e de que os seus seguidores eram perigosos hereges, que ele tinha se dedicado incansavelmente à perseguição aos cristãos. Ele tinha sufocado todos os problemas de consciência e as lembranças de Estêvão como sendo ilusões do demônio, que estavam tentando desviá-lo da sua tarefa, atribuída por Deus, de preservar a fé no judaísmo, a verdadeira religião. Finalmente, foi necessário o clímax de uma crise de uma luz do céu e da voz audível de Jesus para mostrar a Saulo que ele estava equivocado. Quando ele realmente se convenceu (naquela experiência na estrada para Damasco) de que Jesus era o Cristo, ele o aceitou como seu Senhor e Salvador, e nunca mais se desviou dele. O apóstolo seguiu com tanto vigor e dedicação na sua propagação do cristianismo quanto tinha agido anteriormente na perseguição a este.

    Em 13-19, podemos ver claramente indicadas algumas experiências básicas da "con-versão cristã". 1. Cristo toma a iniciativa e envia um poder de convencimento (13) ; 2. Existe uma consciência de um encontro pessoal com Deus (14) ; 3. O desejo sincero de conhecer a vontade de Deus traz a segurança interior do objetivo da salvação — dada por Deus — para a vida de uma pessoa (15-18) ; 4. A obediência à vontade conhecida de Deus traz a vida de bênçãos (19). (A. F. Harper)

    A seguir vem a comissão de Cristo para Paulo. Foi-lhe dito, levanta-te e põe-te sobre teus pés (16). Abrilhante luz do céu o derrubara, cego, no chão. Mas agora que ele estava humilde e ansioso por ouvir a voz do desprezado nazareno, foi-lhe dito que se levantasse. Existe uma hora para abaixar o rosto perante Cristo e receber as ordens que Ele tem para nós. Deus deseja servos humildes e submissos que serão, simultaneamen-te, corajosos e ousados para fazer a sua vontade.

    Cristo disse a Paulo: te apareci com este único objetivo: para te pôr por ministro — ou "servo", lit., "sob o remo" e testemunha (martyra). A palavra Livrando-te (17) pode ser traduzida como "resgatando". Lake e Cadbury dizem: "Exairoumenos tem este significado em todo o trabalho de Lucas e normalmente na LXX, e em textos gregos similares"." Deus prometeu resgatar o seu servo deste povo e dos gentios. Como eram adequadas estas palavras a Paulo exatamente agora! Novamente, Lake e Cadbury comentam: "Laos [povo] é uma expressão idiomática no sentido de 'os judeus' como ta ethne [lit., 'as nações'] o é para os gentios".532

    A última frase do versículo 17 — a quem agora te envio — pode indicar que a missão de Paulo era dedicada, em particular, aos gentios,'" embora Bengel opine (com base no v. 20) que o termo quem se refere tanto aos judeus quanto aos gentios.' Outros comentaristas concordam com ele." Lechler ainda vai mais adiante, dizendo: "A missão de Paulo se refere, basicamente, a Israel (ho laos, v. 17) ; os gentios são mencionados somente em segundo lugar: é precisamente desta maneira que Paulo se expressa nas suas epístolas"." Esta opinião é corroborada por passagens como Romanos 1:16, como também pela prática regular do apóstolo de pregar em primeiro lugar aos judeus nas sinagogas, onde quer que estivesse.

    Envio é o verbo apostello, um cognato do substantivo apostolos. Paulo foi o apóstolo de Cristo, tanto para os judeus quanto para os gentios. O seu ministério era o seguinte: Para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Sata-nás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os san-tificados pela fé em mim (18). Bengel observa: "Nesta passagem, existe uma nobre descrição de todo o processo da conversão"." Mas também inclui a santificação.

    O versículo 18 fornece um material excelente para um sermão textual: 1. A salvação abre os olhos espirituais daqueles que estiveram cegos pelo pecado; 2. A conversão é voltar-se da escuridão do pecado para a luz da presença de Deus; 3. A salvação traz a pessoa do poder (grego, "autoridade") de Satanás para a liberdade que Deus dá; 4. O perdão dos pecados vem para aqueles que se voltam de Satanás para Deus; 5. Aqueles que são perdoados podem receber uma herança entre os santificados.

    Deve-se enfatizar que a santificação vem por meio da fé em Cristo e não das nossas próprias obras. Uma pessoa não se torna santificada lutando e debatendo-se, mas, sim, rendendo-se a Cristo. Portanto, é uma experiência instantânea. Quando alguém se ren-de completamente, será santificado completamente. John Wesley escreveu: "Eu creio que esta perfeição sempre ocorre na alma por meio de um simples ato de fé; conseqüen-temente, em um instante"; e acrescentou "mas eu creio em um trabalho gradual, tanto precedendo quanto seguindo este instante".

    Sorte entre os santificados é a mesma idéia de Atos 20:32 (ali se fala em "herança"). No texto grego, uma palavra diferente é usada para sorte. Em 20.32 é kleromonia, que significa uma herança obtida pela sorte (i.e., alguém lançando sortes). Mas aqui é simplesmente kleros. Esta palavra significava a "sorte" que era lançada, e depois passou a significar o que se obtinha lançando a sorte. A diferença entre estas duas palavras gregas é assim esclarecida por Lenski: "Uma herança espera por quem a vai possuir, uma parte é imediatamente dele".' A santificação completa pode ser a posse atual daqueles que irão aceitá-la pela fé.

    Como o verbo hagiazo aparece no livro de Atos somente aqui e em 20.32' — e o substantivo grego para "santidade" ou "santificação" (hagiasmos, hagiotes, hagiosyne) não aparece — este seria um bom ponto para discutir o significado do verbo. Ele vem do adjetivo hagios, "sagrado", e assim significa "tornar sagrado, consagrar, santificar... 1. dedicar, separar, colocar à parte para Deus... 2. purificar, conformar em caráter a tal dedicação".541

    Em seu artigo sobre hagiazo no monumental Theological Dictionary of the New Testament, Procksch diz: "O verbo hagiazo pertence quase que exclusivamente ao grego bíblico ou ao grego influenciado pela Bíblia".' Ele também declara: "A santificação não é uma ação moral por parte do homem, mas um estado efetivado divinamente".'

    Cremer diz que hagiazo significa "Estabelecer uma relação com Deus em resposta a sua santidade".544 Ele também afirma que "santificar significa fazer de qualquer coisa um participante — cada qual segundo a sua medida — da santidade de Deus, da pureza de Deus, como reveladas no seu amor que elege".

    A forma exata de santificados nas duas passagens do livro de Atos é hegiasmenois (plural dativo do particípio perfeito passivo). Thayer escreve: "Em geral, os cristãos são chamados hegiasmenoi, como aqueles que, libertados da impureza dos pecados, foram trazidos para perto de Deus pela sua fé e santidade (Act 20:32-26.
    18) "."6

    No seu sentido mais amplo, o termo santificados inclui todos os cristãos como se-parados para Deus. Mas também é verdade que o termo tem um uso mais limitado e específico, aplicado àqueles que realizaram uma rendição completa das suas vontades à vontade de Deus, foram crucificados com Cristo (cf. Rm 6:6; Gl 2:20), e foram cheios com o Espírito Santo (cf. Atos 15:8-9).

    O versículo 18 é uma das passagens mais significativas desta parte do livro de Atos. Ladd escreve: "Este versículo, que é o resumo da mensagem de Paulo, é muito similar a Colossenses 1:12-14".

    Em 26:13-18, vemos "O Propósito de Deus para Paulo". 1. Era ativo (
    - 16a) ; 2. Era progressivo (
    - 16b) ; 3. Era eficaz (17-18). (G. B. Williamson)

    (5) O Cristão Consagrado (Atos 26:19-23). O versículo 19 é uma das grandes declara-ções de consagração obediente: Não fui (lit., "não fiquei") desobediente à visão celestial. Apesar dos perigos e dificuldades óbvios que ele teve de enfrentar para rea-lizar essa tarefa, Paulo nunca esmoreceu em sua fiel obediência à visão e ao chamado que Deus lhe fez.

    O jovem Saulo começou o seu ministério exatamente na cidade onde (ou em cuja proximidade) recebeu a sua conversão e o seu chamado. Ele pregou em Damasco (20), principalmente aos judeus (Atos 9:19-22), e a seguir em Jerusalém, onde entrou em conflito com os helenistas (Atos 9:26-29).

    Em seu discurso diante de Agripa, Paulo diz que ele também pregou por toda a terra — grego, "região" — da Judéia. Não existe uma menção específica a isto no capí-tulo 9 do livro de Atos, embora a afirmação "as igrejas em toda a Judéia... tinham paz" (9,31) pareça implicar isso. Mas o verdadeiro problema está em Gálatas 1:22. Ali o após-tolo diz que, quando deixou Jerusalém em direção à Síria e à Cilicia, ele "não era conhe-cido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo".

    Como resolver esta aparente contradição? A respeito de 26.20, Alexander diz: "Se isto está relacionado com o começo do seu ministério, não estaria de acordo com a sua afirmação em Gálatas 1:22. Mas aqui ele reúne todo o seu ministério entre os judeus, antes de seguir a outra parte significativa da sua comissão às nações, ou seja, às outras nações; os gentios".' Hervey destaca o fato de que Paulo teria tido a oportunidade de pregar largamente na Judéia na assim chamada "visita da fome" (11:27-30) e no seu caminho para o Concílio de Jerusalém (15:1-3). Ele acrescenta: "Assim, aqui não existe nenhuma contradição entre a afirmação deste versículo e aquela de Gálatas 1:22".'

    Primeiramente aos judeus, e depois aos gentios, Paulo anunciou — lit., "estava anun-ciando" ou "declarando" — que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento. Charles Kingsley Williams traduz desta maneira: "Levei a minha mensagem de que eles deveriam se arrepender e se voltar a Deus, e viver de uma maneira que correspondesse a tal arrependimento". Estas três ênfases na mensagem de Paulo poderiam ser, perfeitamente, usadas como três pontos principais de um sermão. Sobre o significado de emendar, ver os comentários sobre Mateus 3:2 (BBC, VI, 42-43). No texto grego, arrependimento leva o artigo definido. Significa "aquele arrependimento", ou "tal arrependimento" (Williams). Dignas significa "de acordo com" ou "digno(a) de".

    Foi por causa disto (21) — de dizer tanto aos judeus quanto aos gentios que eles precisavam se arrepender — que os judeus tinham cercado Paulo no Templo e tentado matá-lo. Mas ele tinha alcançado socorro de Deus (22). A palavra grega para socorro sugere a idéia de "ajuda" ou "assistência" dada por uma pessoa aliada.' Com Deus ao seu lado, ele tinha sido capaz de permanecer (gr.) — até ao dia de hoje, dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes — como ao rei Agripa. Ele esteve dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer. Paulo sempre insistiu que nada do que disse era contrário às Escrituras judaicas (o nosso AT), e assim deveria ter a aceitação dos judeus. O seu Evangelho era, simplesmen-te, o cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Os profetas e Moisés — ou, mais usualmente, "Moisés e os profetas" (cf. Lc 24:27; Jo 1:45) — era uma expressão usada pelos judeus para representar todo o Antigo Testamento.

    Um interessante paralelo moderno para a posição de Paulo aqui é o caso de John Wesley. Quando acusado de pregar uma doutrina nova e estranha, ele sustentou enfaticamente que não estava ensinando nada contrário aos 39 artigos da Igreja da Inglater-ra.' Quando desafiado pelo Bispo Gibson de Londres quanto ao que queria dizer com perfeição, Wesley lhe disse exatamente o que pregava. A resposta do bispo foi: "Sr. Wesley, se isto é tudo o que o senhor quer dizer, publique para todo o mundo".'

    O que Moisés e os profetas disseram que deveria acontecer? A resposta de Paulo mostra o centro da sua mensagem do Evangelho: Que o Cristo devia padecer e, sen-do o primeiro da ressurreição dos mortos, devia anunciar a luz a este povo -aos judeus (cf.
    17) — e aos gentios
    (23). Particularmente na pregação aos judeus, a principal ênfase de Paulo era que o Antigo Testamento ensina sobre um Messias sofredor e ressuscitado (cf. Atos 17:13).

    c. Reação e Resposta (Atos 26:24-29). Para Festo, um romano, toda esta conversa sobre os sofrimentos e a ressurreição do Messias parecia um pouco sem sentido (cf. 17.32). Subi-tamente, ele interrompeu o orador. Em alta voz ele disse: Estás louco, Paulo! — "es-tás delirando" (Goodspeed) — As muitas letras te fazem delirar! (24) — lit., "estão levando [você] à loucura". Este substantivo vem do verbo traduzido como "estás fora de si". O significado talvez seja mais bem traduzido por Charles B. Williams• "Você está ficando louco, Paulo! Os seus grandes conhecimentos estão levando-o à loucura".

    A relação entre os dois significados para "louco" aparecem no verbo grego aqui. Mainomai primeiramente significava "irar-se, ficar furioso" e mais tarde "delirar, enlou-quecer".' A linha divisória entre "irar-se" e "delirar' é, às vezes, difícil de delimitar.

    Sobre este versículo, Lake e Cadbury comentam: "Paulo tinha estado falando com Agripa como um judeu conversando com outro, e naturalmente o romano Festo pensou que alguém que tivesse estas expectativas escatológicas deveria estar louco... muitas pessoas eruditas têm a mesma opinião sobre a escatologia hoje, mas a história está con-trária a estas e a Festo... Além disso [a esperança escatológica], era essencial no cristia-nismo de Paulo, como no cristianismo de Jesus".'

    De forma cortês, porém firme, Paulo respondeu: Não deliro, ó potentíssimo Festo! Antes, digo palavras de verdade e de um são juízo (25). Então, em uma transição do rude e ignorante Festo para o bem informado Agripa, Paulo prosseguiu: Porque o rei, diante de quem falo com ousadia (26) — ou "ousadamente"' — sabe estas coisas. Em outras palavras, "ele me ouvirá, mesmo que você não me ouça; ele sabe do que estou falando" — porque isto não se fez em qualquer canto, mas abertamente.

    Então Paulo voltou-se para aquele diante de quem lhe tinha sido pedido que se defendesse. Dirigindo-se a ele com simplicidade, mas diretamente, ele perguntou: Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? (27) Quando o rei hesitou em responder, o prisioneiro respondeu por ele: bem sei que crês. Provavelmente isto significa que Agripa dava consentimento mental à verdade das Sagradas Escrituras, uma vez que ele tinha um pouco de sangue judeu nas suas veias.

    A única resposta do rei foi: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão! (28) Este tem sido o texto de centenas de sermões, e também a base do tão conhecido convite do hino "Quase persuadido". Mas o significado exato das palavras tem sido assunto de uma discussão interminável. Agripa estava sendo sério ou sarcástico? Se tivéssemos ouvido o seu tom de voz, e visto a expressão do seu rosto, provavelmente teríamos a resposta. Como isto não é possível, somente podemos examinar cuidadosa-mente o texto à luz do seu contexto.

    Um problema é o fato de que o texto grego parece um pouco ambíguo. Literalmente, é: "Falta pouco para que você me convença a ser [ou 'fazer de mim'] um cristão". Depois de consideráveis discussões, Alexander conclui: "A idéia, então, é: 'você me convenceu um pouco (ou até certo ponto) a tornar-me um cristão', i.e., eu começo a sentir a força dos seus argumentos persuasivos, e se continuar lhe ouvindo não sei qual poderá ser o resul-tado".5" Brown dá uma interpretação similar."'

    Mas esta não é a opinião da maioria dos comentaristas da atualidade. Alford coloca o caso corretamente quando diz: "A maioria dos comentaristas antigos... assume as pala-vras como implicando algum efeito na mente de Agripa, e faladas com fervor: mas acho que isto pouco possível, filológica ou exegeticamente".558 Hackett escreve: "Agripa parece ter se comovido pelo modo fervoroso do apóstolo, mas tenta esconder esta sua emoção por trás de'um gracejo".559 Lechler diz: "É verdadeiramente possível que por, um momento, uma impressão séria tenha sido causada no rei, mas ele imediatamente responde em termos irônicos.'" Lumby comenta: 'Com pouco esforço' ou 'em pouco tempo' (`por pou-co'), implica que o rei desprezava a tentativa que estava sendo feita de convencê-lo, e zombava da linguagem de Paulo, que assumiu tão prontamente e com tanta certeza que Agripa estivesse de acordo com ele".561 Também pode ser que Agripa estivesse embaraça-do pela presença de gentios importantes, quando Paulo lhe fez o apelo judeu. Maclaren escreve: "As suas palavras irônicas não são uma confissão de ter sido 'quase persuadido', mas um sarcasmo".562

    Poderíamos citar muitas outras opiniões semelhantes, mas estas serão suficientes. Lenski apresenta uma posição de certa maneira intermediária, que pode ter algum valor. Ele rejeita a tradução "por pouco" como sendo impossível. Mas não acredita que Agripa tenha falado ironicamente ou com desprezo. A sua conclusão é a seguinte: "Agripa imagina que seja capaz de enxergar por trás do plano de Paulo, e com um ar de superioridade que deseja impressionar o público, ele permite que Paulo saiba que ele está vendo o que existe por trás do seu plano de operação".563 Em outras palavras, o rei não estava falando sarcas-ticamente, mas estava rejeitando firmemente a abordagem evangelística do apóstolo.

    Naturalmente, não há dúvida do sincero fervor contido na resposta de Paulo (29). Prouvera a Deus, ou "eu oraria" é o "uso clássico do optativo para expressar uma afir-mação suavizada, o optativo 'potenciar.564Bruce acrescenta: "Toda a sentença é expres-sa de maneira muito elegante"."' Paulo possuía a educação e a cultura para usar o me-lhor grego, e certamente usou-o neste tipo de audiência.

    Por pouco ou por muito pode significar "'com poucas palavras ou com muitas', `com facilidade ou com dificuldade"'.5" No texto grego, esta frase dupla é colocada antes de não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, e esta deve ser a ordem na tradução. O sentido da tradução é: "Peço a Deus que, quer seja em um período curto quer longo [margem, 'com pouco ou com muito'], não apenas você, mas também todos os que me ouvem hoje, possam tornar-se como hoje sou, exceto por estas correntes" (NASB, cf. ASV). Com relação a esta última frase, Maclaren faz esta pertinen-te pergunta: "Festo estremeceu com a menção às cadeias, que não deveriam estar nos seus pulsos?"'

    d. A Justificação de Paulo (26:30-32). Agripa não tinha o desejo de prolongar uma situação que estava se tornando desagradável para ele. Assim, ele se levantou (30). Lenski escreve: "Agripa tinha sentido o toque de Paulo em seu coração, e escapou deste estranho e inesperado poder. Era a sua hora de graça, mas ele preferiu retirar-se e dei-xar a salvação para trás de si".5"

    O grupo se levantou e saiu, seguindo uma ordem hierárquica. Em primeiro lugar o rei, depois o governador, então Berenice e então os demais. Era uma ocasião de esta-do e o protocolo deveria ser observado.

    Na consulta que se seguiu, todos concordaram que Paulo era inocente de qualquer crime (31). Finalmente, Agripa deu o veredicto de absolvição: Bem podia soltar-se este homem, se não houvera apelado para César (32). Paulo estava plenamente justifica-do. Na verdade, Festo foi julgado culpado, porque tinha se recusado a libertar um prisi-oneiro que sabia ser inocente. Perante o julgamento da sua própria consciência, como também perante a audiência daquele dia, ele permaneceu condenado pelo seu crime.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
    *

    26.3 versado em todos os costumes e questões... entre os judeus. Como bisneto de Herodes o Grande e filho de Herodes Agripa I, que tinha perseguido a igreja (12.1-23), Herodes Agripa II (27-c.100 d.C.) conhecia intimamente as questões judaicas. Embora influente nas questões religiosas judaicas, pois tinha autoridade política para designar o sumo sacerdote, Agripa II não era popular entre os judeus por causa de sua relação incestuosa com sua irmã Berenice (25.13, nota).

    * 26.5 vivi fariseu... seita mais severa. Conhecendo o passado de Agripa, Paulo enfatizou sua dependência no Deus de seus pais (conforme 24-14) e seu vínculo com os fariseus (Fp 3:5,6), para mostrar a legitimidade de seu judaísmo. Paulo argumentou que Deus havia prometido a ressurreição do corpo. Embora esta fosse a crença dos judeus em geral e dos fariseus em particular, estava sendo usado como base das acusações contra ele.

    * 26.12-14 A experiência de Paulo na estrada de Damasco (9.1-19), foi tão importante que ele a contou duas vezes, uma perante a multidão de judeus em Jerusalém (22.6-16) e outra vez diante desta audiência principalmente pagã em Cesaréia.

    * 26.20 Ver 2.38; 3.19 e nota; 17.20; 20.21; nota teológica “Arrependimento”, índice.

    *

    26.23 Cristo devia padecer... ressurreição dos mortos. Os judeus tinham dificuldade para aceitar a idéia de que o Messias iria sofrer e morrer. Jesus e seus discípulos ensinaram esta doutrina a partir das Escrituras (17.2,3; Lc 24:27; 1Co 15:3,4) e ainda assim os judeus a rejeitaram, prenderam Paulo e queriam matá-lo.

    * 26.27 Acreditais... nos profetas? Agripa estava diante de um dilema: se dissesse não, iria enraivecer os judeus; se dissesse sim, iria perder o jeito, porque Paulo pediria a ele que cresse no evangelho.

    *

    26.28 Por pouco me persuades a me fazer cristão. O rei estava usando uma tática para retardar, argumentando que um discurso de meia hora era insuficiente para torná-lo um cristão. No século I, “cristão” (cf.11,26) era provavelmente um termo de desprezo (1Pe 4:16).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
    26.3ss Este discurso é um bom exemplo da poderosa oratória do Paulo. Começou com um completo a Agripa, contou sua história, incluindo a ressurreição de Cristo e a audiência real ficou fascinada.

    26:14 Um aguilhão era um pau afiado usado para acicatear o gado. "Dura coisa te é dar coices contra o aguilhão", significa: "Machuca a ti mesmo".

    26:17, 18 Paulo usou cada oportunidade para recordar a seus ouvintes que os gentis tinham a mesma participação na herança de Deus. Esta herança é a promessa e a bênção do pacto de Deus feito com o Abraão (vejam-se Ef 2:19; 1Pe 1:3-4). A missão do Paulo era pregar as boas novas aos gentis.

    26:24 Paulo arriscava sua vida devido a um argumento ofensivo aos judeus e inaceitável para os gentis. Jesus recebeu a mesma resposta a sua mensagem (Mc 3:21; Jo 10:20). Para o mundano, com mente materialista, parece uma insensatez arriscar muito para ganhar o que parece pouco. Mas à medida que você siga a Cristo, logo descobrirá que as posses temporárias parecem pequenas em comparação com a recompensa eterna mais pequena.

    26:26 Paulo apelava aos fatos, ainda viviam pessoas que escutaram ao Jesus e viram seus milagres; a tumba vazia ainda podia ver-se e a mensagem cristã seguia transtornando ao mundo (17.6). A história da vida do Jesus e a igreja primitiva, são feitos que seguem abertos para que os possamos examinar. Ainda temos as narrações de testemunhas oculares da vida do Jesus que deixaram na Bíblia, também contamos para estudar com informações histórica e arqueológica da igreja primitiva. Examine os acontecimentos que verificaram muitas testemunhas. Fortalezca sua fé com a verdade destas narrações.

    26.28, 29 Agripa respondeu à exposição do Paulo com uma observação sarcástica. Paulo não reagiu ao ataque, mas fez uma apelação pessoal a que esperava responderiam seus ouvintes. A resposta do Paulo é um bom exemplo para nós quando apresentamos o plano de salvação de Deus. Uma apelação pessoal sincera, ou um testemunho pessoal, podem mostrar a profundidade de nossa preocupação e romper o coração mais duro.

    26.28, 29 O coração do Paulo se revela em suas palavras: interessava-lhe mais a salvação destes estrangeiros que liberar-se das cadeias. Peça a Deus que lhe ajude a ter o mesmo desejo ardente do Paulo de ver outros entregar-se ao, um desejo tão intenso que eclipse seus problemas.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
    DEFESA D. PAULO FORMAL (At 26:1-3. ;) (4) da condenação à morte para remissão dos pecados para a vida eterna ; e (5) a partir de pobreza espiritual e da poluição moral a uma herança celestial e pureza moral .

    FIDELIDADE J. PAULO PARA CRISTO (26: 19-23)

    19 Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, 20 , mas declarou aos que estão em Damasco em primeiro lugar, e em Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e por sua vez, a Deus, praticando obras dignas de arrependimento. 21 Pelo que os judeus me prenderam no templo e procuravam matar-me. 22 Mas, alcançando socorro de Deus, eu fico até o dia dando testemunho tanto a pequenos e grandes, sem dizer nada, mas o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer; 23 como que o Cristo devia padecer, e como que pela primeira vez pela ressurreição dos mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios.

    Eu não fui desobediente à visão celestial (v. At 26:19) "constrangido" pelo amor de Cristo (2Co 5:14 ), houve a possibilidade de desobediência. Houve um ato de vontade, de passagem, a partir do estado anterior da rebelião à de obediência.

    A experiência de Paulo tinha sido definitivamente uma visão, em contraste com um sonho ou trance (conforme Lc 1:22 ; 2Co 12:1 ).

    Desde o dia de sua conversão, Paulo tinha apenas um supremo objeto de afeto, Cristo, e apenas um propósito final, o cumprimento do propósito de Cristo para sua vida (conforme At 3:13 Phil. , 14 ).

    No versículo 20, o apóstolo Comentários de seu testemunho de Cristo em Damasco, Jerusalém, Judéia e para os gentios (possivelmente seu ministério Cilician antes de ir para Antioquia), após sua conversão. No entanto, isso pode ser um resumo geral de todo o ministério de Paulo a partir de sua conversão até à sua prisão em Jerusalém, como o versículo 20 parece sugerir. O ministério de Paulo foi projetada para produzir um efeito triplo na vida dos seus ouvintes: primeiro , o arrependimento: que se arrependessem ; segundo , a conversão: que eles deveriam ... se voltar para Deus ; e terceiro , as boas obras: que eles deveriam ... [fazer] obras dignas de arrependimento (conforme Mt 3:8 ; Ef 3:6 ).

    Sua libertação da intenção assassina dos judeus Paulo atribuído ao próprio Deus que professam servir (v. At 26:22 ).

    Mas o conceito de um Messias sofredor tinha sido sempre um escândalo para os judeus, como também loucura para os gregos (1Co 1:23 ). Embora os judeus havia concebido, e enfatizou apenas, as glórias do reino a vinda do Messias, faltando, assim, a importação da Cruz, principal ênfase de Paulo estava sempre em Cristo crucificado e ressuscitado (conforme At 13:27 ). Mesmo discípulos judeus de Cristo eram extremamente maçante de entendimento a esse respeito (conforme Mt 16:22 ). Foi só depois de sua morte e ressurreição que a verdade dos seus sofrimentos começou a nascer em cima deles (ver Lc 24:25 , Lc 24:26 , Lc 24:44 ). Na verdade, não até ao Pentecostes eram completamente desiludido dos seus conceitos materialistas do Seu Reino (ver At 1:6 ).

    Vale ressaltar que foi pela pregação da ressurreição de Cristo, que a luz (v. At 26:23)

    24 E, como ele isto em sua defesa, disse Festo em alta voz, Paulo, tu és louco; . teu muito aprendizado te fazem delirar 25 Mas Paulo diz: Eu não sou louco, excelentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e da sobriedade. 26 Porque o rei knoweth dessas coisas, a quem falo com ousadia, porque estou convencido de que nenhuma dessas coisas lhe é oculto; por isso não se fez em um canto. 27 rei Agripa, crês os profetas? Eu sei que crês. 28 E Agripa disse a Paulo: Por pouco persuasão tu quiseste Fain tornar-me um cristão. 29 E Paulo disse , eu faria a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos que hoje me ouvem, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.

    Sob o impacto do Paulo da lógica inescapável e inegáveis ​​evidências da verdade do cristianismo, Festus momentaneamente esquecido a dignidade de sua posição e desenfreadamente exclamou Paulo, tu és louco; teu muito aprendizado está te transformando louco (v. At 26:24 ). Esse apelo parece ter sido, em primeiro lugar , para o conhecimento de Agripa que a Lei e os Profetas tinham previsto a vinda do Messias, que era conhecido pelos judeus como o Cristo. Em segundo lugar , Agripa sabia que desde os dias de Jesus de Nazaré tinha havido comunidades de judeus em toda a Palestina, Síria, Ásia Menor, Europa, e até mesmo em Roma (conforme At 9:31 ), que acreditava que o Cristo tinha vindo, sofreu, morreu e subiu novamente. Estas congregações de nazarenos, como eram comumente conhecido para os judeus, não foram por agora um povo obscuras, nem eram suas doutrinas desconhecidos a Agripa (v. At 26:26 ). Como judeu, Agripa não podia negar a fé nos profetas, mas ele não estava a ser forçado a uma admissão da verdade indesejável. Resposta (v. É se Agripa 28 ), deve ser entendido como um esgar cínico evasiva, como muitos estudiosos sustentam, ou se Agripa falou com sinceridade, é igualmente evidente que ele tinha sido forçado pela lógica de Paulo em uma posição onde ele poderia oferecer nenhuma contra-argumento a conclusões de Paulo a respeito do cristianismo. Conybeare e Howson observação relativa a resposta de Agripa:

    As palavras foram, sem dúvida, falou ironicamente e no desprezo, mas Paulo levou-os como se tivessem sido ditas a sério, e fez essa resposta nobre, que expressa, como não há outras palavras que nunca manifestou-los, que a união de zelo entusiasmado com cortesia genuína, que é a verdadeira característica de um cristão.

    Paulo fez um último recurso (v. At 26:29) a Agripa, e, talvez, Bernice, bem como os membros dos gentios do seu público, para uma face realista da verdade. Bruce parafraseia a resposta de Paulo assim: "Em suma, ou pelo comprimento", disse Paulo, 'Eu podia rezar para que não só a Vossa Majestade, mas todos os que estão aqui hoje me ouvindo foram cristão como eu, exceto estas cadeias "(segurando . pulsos algemados) "Assim, Paulo estava em pé diante desta augusta assembléia dos governantes romanos, ele próprio um prisioneiro em cadeias, desejando que eles poderiam ser como ele era:

    ... Perdoado e em paz com Deus e homem com uma esperança que se estende para além do túmulo, e uma real participação presente nos poderes do mundo eterno-isso era o que ele estava querendo para eles. Se isso pudesse ser efetuada, ele iria se contentar em permanecer em obrigações, e deixá-los em cima de seus tronos.

    O efeito prolongado de defesa de Paulo sobre as mentes das audiências de Paulo, não podemos saber. Que ele tinha sido uma fiel testemunha de Cristo diante de um tribunal de oficiais romanos é evidente e suficiente.

    L. PAULO INOCÊNCIA afirmou (26: 30-32)

    30 E o rei se levantou, eo governador, e Berenice, e os que estavam com eles: 31 e quando eles tinham retirado, eles falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada fez digno de morte ou prisão pratica. 32 E Agripa disse a Festo: Este homem poderia ter sido posto em liberdade, se não tivesse apelado para César.

    Defesa de Paulo perante Agripa estava no fim. Não tinha sido um julgamento, mas simplesmente uma revisão do caso por Agripa que ele poderia ajudar Festus na formulação de encargos para acompanhar Paulo a Roma. A empresa retirou e conferiu. Seja qual for a sua opinião pessoal de Paulo, o veredicto foi unânime, este homem não fez nada digno de morte ou prisão (v. At 26:31 ). O caso tinha passado para o mais alto tribunal de recurso, e, portanto, foi removido para sempre de jurisdição provincial.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
    1. A explicação pessoal de Paulo (26:1-23)

    As próprias mãos de Paulo estica-das para a frente representavam um sermão, já que estavam presas em cadeias (v. 29). Eis o grande apósto-lo, preso por sua fidelidade a Cristo. EmFp 1:13, ele disse que suas cadeias eram "em Cristo" e re-presentavam uma bênção, não um fardo. Observe como Paulo se dirige ao rei de forma educada. Paulo res-peita o cargo, embora não possa res-peitar o homem. Veja Rm 13:02ss.

    1. "Ouvi uma voz" (vv. 14-18)

    É a Palavra de Deus que conde-na e que converte a alma. Paulo ouvia "as vozes dos profetas" (At 13:27), mas naquele dia ele ouviu "a voz do Filho de Deus" (Jo 5:25). João 5:21-25descreveessemilagre da ressurreição espiritual. Veja que Paulo perseguia a Cristo, não ape-nas o povo de nosso Salvador. Os crentes, como membros do corpo de Cristo, compartilham os sofri-mentos dele, e ele, os deles. Cristo refere-se ao bordão que os donos de gado usam para cutucar o re-banho, quando diz: "Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões" (v. 14). Jesus comparou Paulo a um animal teimoso que não quer obe-decer! Que "aguilhões" Deus usou para trazer Paulo a Cristo? Com certeza, a morte de Estêvão foi um deles, pois Paulo nunca a esqueceu (22:17-20). Sem dúvida, o coração de Paulo foi tocado pela conduta piedosa dos santos que perseguiu. Com certeza, as Escrituras do An-tigo Testamento soaram com nova persuasão em seu coração. Deus, da mesma forma que faz com os pecadores de hoje, usou diversos recursos para levar Paulo ao arre-pendimento.

    O Salvador revela seu nome depois de Paulo chamá-lo de Se-nhor. Veja Rm 10:9-45. Leia com atenção o comissionamento de Cristo para Paulo, atentando para seu ministério especial aos gentios; compare os outros registros da con-versão de Paulo apresentados em Atos. O versículo 18 apresenta uma bela descrição da salvação!

    1. "Não fui desobediente" (vv. 19-21)

    Paulo viu a luz, abriu seu coração para Cristo e, a seguir, começou, de imediato, a testificar para os outros. Paulo foi fiel, embora a obediência a Deus significasse incorrer na ira dos homens.

    1. "Permaneço até ao dia de hoje" (vv. 22-23)

    Sem dúvida, essas cinco frases resu-mem a vida de Paulo e a de qualquer pecador que creu em Cristo e busca servir-lhe. Paulo foi fiel em prosse-guir. A fidelidade a Cristo evidencia a verdadeira salvação.

    1. A exortação apaixonada de Paulo (26:24-32)

    Festo, da mesma forma que os ju-deus fizeram no templo (22:21), in-terrompe Paulo quando ele pronun-cia a palavra "gentios". Festo acusa Paulo de estar louco, da mesma ma-neira que os amigos e os parentes de Cristo fizeram com o Salvador (Mc 3:20-41,Mc 3:31-41). Festo atribui a "loucura" de Paulo à sua grande erudição, o que mostra que ele era um homem brilhante e um grande estudioso. Deus apenas desabona o aprendizado que desconsidera a Palavra do Senhor.

    O apóstolo ignora Festo e "en-costa Agripa contra a parede". Paulo sabia que Agripa era um especialista nesses assuntos, que lia e acreditava nos Profetas e que tinha conhecimento dos eventos relativos a Cris-to. A pessoa mais esclarecida tem mais responsabilidade em tomar a decisão certa. Observe a possibili-dade de se ter fé insuficiente para a salvação. Agripa cria nos profetas, mas essa fé não o salvou.

    Há várias interpretações para a resposta de Agripa. Alguns dizem que ele estava realmente persuadi-do e quase a ponto de ser salvo. O comovente cântico de convite Quase Persuadido baseia-se nessa idéia. Mas o sentido literal do ver-sículo 28 é: "Por pouco me persua-des a me fazer cristão". Agripa usa a palavra "cristão" como um termo de desdém e não mostra nenhuma evidência de convicção. A idéia por trás da resposta é: "É preciso mais que isso para transformar um judeu como eu em um daqueles odiados cristãos!".

    Todavia, Paulo usa esse comen-tário para fundamentar o apelo apai-xonado e rogar que a assembléia real creia em Jesus Cristo (v. 29). In-felizmente, há dois tipos de pesso-as: os "quase cristãos" e os "cristãos completos". Agripa era um "quase cristão" — ele entendeu a Palavra, ouviu a verdade, mas recusou-se a fazer qualquer coisa em relação a isso. Ele continuava obstinado, ape-sar de seu intelecto ter sido instruí-do e suas emoções, tocadas.
    Essa conversa encerrou o jul-gamento. O rei e seu grupo deixa-ram a sala com Festo e tiveram um encontro particular em que todos concordaram que Paulo era inocen-te. No versículo 32, as palavras de Agripa são uma crítica ao fato de Paulo ter pedido um julgamento em Roma. Ele não percebia que a idéia no coração de Paulo era ir a Roma, pois via a situação com olhos des-crentes. Deus usou esse julgamento para levá-lo para aquela cidade. Os romanos ajudaram Paulo a cumprir a vontade de Deus, enquanto os ju-deus o teriam matado.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
    26.1 Jesus afirmara: "Por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis" (Mt 10:18). Paulo cumpre esta predição perante Félix, Festo, Agripa e finalmente Nero (conforme 9.15).

    26.2,3 A Apologia Pro Vita Sua é o clímax dos discursos de Paulo em Atos. Começa com a costumeira introdução retórica (captatio benevolentiae) perante um juiz. Há fortes indicações que Lucas estava presente.

    26.4 Meu povo. Provavelmente judeus, não conterrâneos da Cilícia.

    26.6 Os fariseus, partido popular dos judeus, aceitavam a plena inspiração dos livros proféticos (do AT). O cerne da mensagem profética é a esperança do Messias e a ressurreição dos mortos.
    26.7 Doze tribos. Paulo nada sabe das "dez tribos perdidas". Todo judeu faz parte integrante da nação escolhida (conforme Jc 1:1).

    26.8 O maior benefício vindo pelo Messias seria a ressurreição. Entre vós. Paulo está falando a judeus, não aos romanos.

    26.9 Me parecia. Após a conversão Paulo se interessou mais na vontade do seu Senhor do que na sua própria vontade (conforme 2Co 3:5).

    26.10.11 Santos. Nome preferido de Paulo para os crentes (9.13). Ez 7:0). Estranhas. Cidades fora da Palestina.

    26.14 Todos... Mais um pormenor se acrescenta à narrativa Dt 9:4; Dt 22:7. Dura... aguilhões. Provérbio grego, "Não vale a pena resistir; senão sofrerá”. • N. Hom. Duros aguilhões de Paulo:
    1) Uma crescente percepção que o judaísmo falhava sem conceder-lhe paz;
    2) Os fatos da vida de Jesus; era impossível negar os fatos extraordinários de Sua vida;
    3) A vida dos crentes perseguidos, transbordando de amor, paz e alegria;
    4) A morte de Estevão, com a bênção de Deus.

    26.16 Levanta-te... Frase usada por Deus na comissão do profeta Ezequiel (Ez 2:1). Paulo passa a ser ministro e testemunha (1.8; Gl 1:16, Gl 1:17).

    26.17,18 Paulo é mandado estender a missão do Servo de Jeová (conforme Is 42:7, Is 42:16) que se identifica com Cristo no NT. Perseguir os crentes é lutar contra Jesus (15). Cristo se identifica com Seu corpo (1Co 12:12; CI 1.24). • N. Hom. O poder do evangelho:
    1) Troca a cegueira pela vista (conforme 9.17s);
    2) Muda totalmente a direção da vida;
    3) Substitui as trevas pela luz (Jo 8:12);
    4) Tira os laços do diabo para vincular a Cristo (Cl 1:12, Cl 1:13);
    5) Remove os pecados;
    6) Garante uma herança eterna aos santificados (1Pe 1:4).

    26.20 Obras. Não salvam; expressam o caráter mudado pelo Espírito Santo.

    26.23 Primeiro. Outros ressuscitados morreram de novo. Cristo foi o primeiro a ressurgir com corpo imortal (2Tm 1:10; 1Co 15:20s). Na Sua ressurreição está a garantia de todos ressurgirem.

    26.24 Louco. Não pretende ofender. Pensava-se na antigüidade, que era inspirado de espíritos misteriosos (16.16; Mc 3:21; Jo 10:20).

    26.27 Agripa aceitava a inspiração dos profetas; por que não se convence pelos fatos históricos da vida de Cristo para se salvar?

    26.28 Por pouco. O contexto indica que Agripa falou com ironia talvez em forma de pergunta. Paulo não estaria pensando que logo converteria um rei, que na realidade tem outros interesses na vida.

    26.29 Deus permitisse... No original refere-se a uma oração que Paulo fez em favor da conversão de Agripa. Por pouco... Fazendo um jogo de palavra "Com poucas palavras ou. muitas" ou "Com facilidade ou com dificuldade..." Transparece o zelo cristão de Paulo.

    26.30,31 Como as autoridades que creram em Cristo, mas não tiveram a coragem de Confessá-lO (Jo 12:42). Agripa, Berenice e os altos funcionários se retiraram sem desejarem se comprometer com Cristo, Agripa acrescentou sua valiosa opinião à de Festa e Félix afirmando categoricamente a inocência de Paulo (conforme Lc 25:14-15).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
    Alcançamos o zénite desse ministério especial no que concerne à Palestina. Após as apresentações feitas por Festo, Agripa assumiu a sessão e, imediatamente, deu oportunidade a Paulo para que falasse em sua defesa (26.1).

    4) A defesa de Paulo diante de Agripa e Festo (26:2-23)
    O conteúdo e o estilo da defesa. Essa fala não é uma defesa e um testemunho improvisado, como foi a sua mensagem à multidão no cap. 22, pois Paulo tinha tido tempo suficiente para o preparo e percebeu a importância da ocasião. Por isso, o discurso é tão rico em conteúdo doutrinário, histórico e apologético e, portanto, muito difícil de ser resumido em espaço limitado. Alguns estudiosos nos informam que Paulo lembrou das suas lições em retórica que tinha aprendido em Tarso, visto que nessa ocasião dá atenção especial ao estilo, embora a língua seja, evidentemente, grego helenístico, e não clássico. Outros, no entanto, consideram extremamente duvidoso que ele tenha estudado em uma escola grega em Tarso, interpretando At 22:3 como significando que Jerusalém foi a cidade da sua adolescência e juventude.
    O preâmbulo (v. 2,3). O preâmbulo era obrigatório nessas “apologias” diante de juízes distintos, e mais uma vez Paulo soube como combinar polidez e verdade, podendo de fato considerar-se feliz em expor os seus argumentos diante de um soberano profundamente versado em questões judaicas, e não ignorante acerca do início do cristianismo.

    Saulo, o fariseu (v. 4,5). Paulo gostaria que a sua conversão e ministério cristão fossem vistos contra o pano de fundo da sua história inicial como judeu ortodoxo, adepto do partido mais rigoroso, o dos fariseus. Embora fosse nativo de Tarso, cidade de gentios, a sua vida tinha sido vivida entre os de seu povo, embora isso não excluísse influências gregas.

    Paulo entregou-se à esperança de Israel (v. 6-8). Ele não era nenhum separatista perigoso, mas se apegava firmemente à esperança que se originava nas promessas fundamentais dadas à nação (Gn 12—
    15) e que tiveram seu cumprimento na ressurreição; pois desde o início Abraão tinha aprendido a confiar no Deus que dá vida aos mortos (Rm 4:16-45). A nação ideal das 12 tribos (naquele momento representada pelo remanescente fiel) nunca tinha aberto mão dessa esperança no desenrolar da sua adoração a Deus, e a ressurreição dos mortos é incrível somente para os que não conhecem Deus.

    Saulo, o perseguidor (v. 9-11). Paulo volta à sua história e mostra que não somente era fariseu, mas o grande líder da primeira perseguição geral da igreja em Jerusalém.
    Podemos observar os detalhes vívidos daquele período trágico e da sua fúria contra eles, os cristãos. E difícil entender a relutância de alguns estudiosos em admitir que a afirmação e quando eles eram condenados à morte eu dava o meu voto contra eles signifique que Saulo, apesar de muito jovem, era membro do Sinédrio, pois cortes inferiores não podiam sentenciar a pena de morte.

    A conversão de Saulo (v. 12-15). E a terceira vez que deparamos com esse relato vital (conforme 9:1-19; 22:6-16). A sua importância como explicação do ministério de Paulo é óbvia, e Agripa perceberia a força de uma experiência análoga à dos profetas do AT quando chamados ao serviço divino, observando a glória shekiná (a luz do céu, mais resplandecente que o sol), a prostração e a ordem: levante-se, fique em pé. (Conforme Êx 3:1-15; Is 6:1-23; Ez 1:1—3.4; Dn

    10:7-11.) A participação de Ananias é naturalmente omitida aqui, e os termos da comissão são apresentados como se tivessem sido anunciados na sua totalidade na estrada de Damasco. Nos melhores textos, a importante referência ao aspecto de Saulo Resistir ao aguilhão é dada somente aqui (v. 14). Saulo, o fariseu, se tornou Paulo, o apóstolo, porque viu Jesus como Senhor da glória e não podia ser desobediente à visão celestial (v. 19).

    O comissionamento de Paulo (v. 16-18). As mensagens do Senhor ao seu apóstolo seriam contínuas (v. 16), e assim ele recebeu o depósito da verdade divina — também chamado o “mistério” — que ele deveria administrar com todo o cuidado (1Co 4:1-46; Ef 3:1-49; Cl 1:26-51). Como soariam estranho esses termos aos ouvidos da distinta platéia no salão do palácio de Herodes!

    A pregação de Paulo (v. 19-23). Paulo descreveu o seu comissionamento e agora prossegue para descrever a maneira em que o cumpriu, por ser obediente à visão celestial. (a) A esfera de serviço (v. 20) inclui Damasco, Jerusalém, a região da Judéia e as amplas terras dos gentios. O terceiro item nos dá um pouco de dificuldade, visto que não temos outra menção de esforços paulinos na Judéia como província. Talvez seja uma referência à Palestina como um todo, e Paulo não deixaria de pregar sempre que possível quando viajava para Jerusalém e voltava de lá. (b) Os temas principais eram arrependimento dos pecados, conversão a Deus e obras que provassem a realidade da conversão (v. 20). (c) O elo com o AT é apresentado nos v. 22, 23. Os judeus tentaram matá-lo não porque havia abandonado a revelação do AT, mas porque proclamava tanto a gente simples quanto a gente importante que o conteúdo profético do AT havia se cumprido nos sofrimentos e na ressurreição de Jesus, o Messias, que, por meio dos seus servos, proclamaria luz para o seu próprio povo [Israel] e para os gentios (cf.

    13.47). Essa ênfase se conecta com a menção preliminar do tema da ressurreição nos v. 6-8.

    5) O efeito da mensagem (26:24-32)
    A exclamação de Festo (v. 24,25). A platéia, inicialmente entediada, esperava estar moderadamente interessada na defesa de um homem tão conhecido por causa de sua propaganda eficaz e tão odiado pelos judeus; mas, à medida que Paulo desenvolveu a sua tese e contou a sua história emocionante em linguagem refinada e muito hábil, o interesse deve ter crescido, e a tensão, aumentado. Alguns devem ter chegado à conclusão inesperada de que a mensagem desse rabino judaico tinha algo que ver com eles! A tensão fica clara com base na sonora exclamação de Festo quando Paulo fez uma pausa — talvez antes da conclusão que não teve permissão para apresentar. Festo, percebendo a tensão, mas não conseguindo seguir o significado, abreviou o processo com um grito em que admitiu a erudição de Paulo, mas rebaixou o seu testemunho a uma loucura divina — a expressão não era necessariamente insultante. Paulo rejeita toda idéia de “loucura” — mesmo do tipo profético — e insiste em que o que está dizendo é verdadeiro e de bom senso, voltando-se imediatamente para Agripa, que poderia reconhecer os termos do seu discurso.

    Paulo e Agripa (v. 26-29). O apelo de Paulo a Agripa toma por certo não somente o conhecimento que o rei tinha do AT, mas também a sua familiaridade com a origem do cristianismo, que atraiu a atenção dos habitantes da Palestina durante muitos anos (v. 26). O desafio feito a Agripa para que cresse nos profetas (v. 27) sugere a fé também no seu cumprimento em Jesus Cristo — daí a resposta do rei: “Em resumo, você está tentando me levar a agir como cristão” (tradução de F.F. Bruce). A expressão “Por pouco me persuades a me fazer cristão” (ARA) deve ser deixada de lado, com base em argumentos textuais e exegéticos. Paulo aproveitou a deixa da evasiva levemente cínica do rei com um jogo de palavras com en oligõ (“em pouco [tempo]” e o transformou no mais impressionante testemunho: Em pouco ou em muito tempo, peço a Deus que não apenas tu, mas todos os que hoje me ouvem se tomem como eu, porém sem estas algemas. Ele era muito mais abastado, em Cristo, do que o ouvinte mais abastado! Muito mais feliz do que o mais feliz deles! Lucas não nos relata nada a respeito de frutos espirituais, mas por esse meio o evangelho foi introduzido nas esferas mais elevadas do império nesses anos e nos seguintes.

    Traçando o esboço do relato a César (v. 30-32). O rei, o governador e os conselheiros se retiraram para uma conferência, e a opinião geral foi que Paulo era inocente, mas que Festo precisava enviá-lo a Roma porque tinha apelado a César. Não se mencionou que, com base nesse mesmo argumento, Félix e Festo deveriam tê-lo libertado havia muito tempo! E natural concluir, com base nos v. 31,32, que o relato esboçado para o tribunal de César era favorável ao prisioneiro.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 9 até o 11

    9-11. Paulo explicou como fora levado a associar sua fé em Jesus com a ressurreição. Ele nem sempre fora dessa convicção, pois antes estivera convencido que devia se opor ao nome de Jesus de Nazaré. Esta narrativa descreve mais detalhadamente que a anterior, a perseguição de Paulo contra a igreja primitiva. O fato de alguns cristãos serem condenados à morte não é mencionado em nenhum outro lugar no livro de Atos. O método de Paulo era obrigá-los a blasfemar contra o nome de Cristo e assim renunciar a sua fé. O tempo do verbo em grego indica que Paulo fracassou no seu intento.

    Obrigando-os a blasfemar diz mais do que a verdade. Chamar Jesus de anátema significava renunciar a fé cristã.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32
    At 26:1

    4. DISCURSO DE PAULO PERANTE AGRIPA (At 26:1-23) -Paulo procedeu à apresentação do seu caso sem relutância, saudando o auditório de pessoas distintas e congratulando-se pela excelente oportunidade de fazer conhecida a mensagem cuja proclamação era a razão de ser de sua vida. Este discurso de Paulo bem que se pode chamar Apologia Pro Vita Sua. Temos aí, pela terceira vez, a história de sua conversão, contada agora e pela segunda vez por ele mesmo. As diferenças notadas entre a narrativa aqui e aquela apresentada aos amotinados de Jerusalém, no cap. 22, são acima de tudo diferenças de ênfase; em cada ocasião ele sublinhou aqueles aspectos da história que provavelmente interessariam a um ou a outro auditório. O presente discurso pode ser dividido em exórdio (2,3); sua posição de fariseu no tocante à esperança de Israel, a qual envolve a fé na ressurreição (4-8); a narrativa do seu zelo perseguidor (9-11); a visão celestial (12-18); sua vida de obediência a essa visão (19,20); sua prisão (21); a substância de sua pregação (22,23). O estilo grego do original é de uma beleza incomum, como convinha ao seleto auditório.

    Ponto por ponto Paulo conta a sua história, insistindo até ao fim que não é réu de nenhuma inovação; que a esperança por ele anunciada é tão antiga como o seu próprio povo; que nada prega senão o que Moisés e os profetas disseram haveria de acontecer, a saber, que o Messias deveria sofrer e erguer-se dentre os mortos, vindo daí oferecer-se luz e salvação tanto aos judeus como aos gentios.

    Paulo, estendendo a mão (1); isto é, num gesto de saudação. Perante ti (2) é expressão enfática. Nossa religião (5); gr. threskeia, isto é, "culto", "ritual" (referência às manifestações externas da religião); é palavra diferente daquela usada por Festo em At 25:19 (deisidaimonia). A promessa que por Deus foi feita a nossos pais (6). Paulo tem em mente a promessa feita em particular a Abraão, Isaque e Jacó, de uma bênção de âmbito mundial a vir através da progênie desses patriarcas. Esta promessa foi cumprida em Jesus e especialmente por Sua ressurreição. As nossas doze tribos (7). cfr. Jc 1:1. Paulo nada sabe da ficção de dez tribos "perdidas". É no tocante a esta esperança... que eu sou acusado pelos judeus (7). Elimine-se aí o artigo "os" e leia-se "... acusado por judeus", dando-se ênfase à palavra judeus. Era absurdo que eles, de todos os povos, hostilizassem uma pessoa que anunciava aquilo de que dependia o cumprimento da esperança dos seus maiores. Por que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos? (8). Não há qualquer justificação textual para se colocar este verso entre os vers. 22 e 23, como fazem Nestle e Moffatt. Entre vós é outra vez enfático: "entre vós judeus". A esperança de Israel estava vinculada à ressurreição de Cristo. Quando os matavam (10). Como no caso de Estêvão (At 8:1). Obrigando -os... (11); melhor, "procurava compeli-los..." (tal é a força do imperfeito grego). A blasfemar (11); a dizer "Jesus é anátema" (1Co 12:3), ou outra coisa do mesmo sentido. Cidades estranhas (11); isto é, cidades fora da Palestina, como Damasco. Caindo todos nós por terra (14). Nas outras versões do incidente apenas se diz que Paulo caiu. Em língua hebraica (14); isto é, em aramaico, sua língua materna. Dura coisa recalcitrares contra os aguilhões (14). A figura é a de um boi resistindo ao ferrão o que só lhe causa maior sofrimento. A expressão é proverbial e pode encontrar equivalentes em diversos países. Essas palavras lançam considerável luz na situação mental de Paulo, especialmente (sem dúvida) depois do apedrejamento de Estêvão. Os vers. 16-18 sintetizam as comunicações que Paulo recebeu do Senhor no caminho de Damasco, por intermédio de Ananias na casa de Judas, e mais tarde no templo de Jerusalém. Firma-te sobre os teus pés (16). Cfr. Ez 2:1, onde a comissão recebida pelo profeta contém tais palavras. Ezequiel também caiu por terra quando teve as primeiras "visões de Deus". Tanto das coisas em que me viste... (16); melhor, "das visões que de mim tiveste e ainda terás". Livrando-te... (17). Cfr. Jr 1:8, onde Jeremias ouve palavras semelhantes ao receber sua comissão profética. Para lhes abrir os olhos (18). Cfr. Is 42:7. Paulo é chamado para continuar a missão do Servo obediente, inaugurada por seu Senhor (cfr. At 13:47). As palavras restantes deste verso são caracteristicamente paulinas e podem ser postas em paralelo com bastantes passagens de suas epístolas. Obras dignas de arrependimento (20); isto é, obras que mostrem ser verdadeiro o arrependimento deles. Cfr. Mt 3:8; Lc 3:8. Que o Cristo devia padecer, e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos (23). Este verso parece consistir de títulos de uma coletânea de "testemunhos" messiânicos: "Deverá o Messias sofrer? Será Ele o primeiro, pela ressurreição dos mortos, a anunciar a luz ao povo (judeu) e aos gentios?" Com estes títulos, Lucas sintetiza os argumentos extraídos do Velho Testamento, com os quais Paulo procurou influir no ânimo de Agripa, demonstrando a verdade do seu evangelho.

    >At 26:24

    5. FESTO, AGRIPA E BERENICE CHEGAM A UMA CONCLUSÃO A RESPEITO DE PAULO (At 26:24-32) -Prosseguindo Paulo nesse diapasão, Festo, que em vão procurara acompanhar a linha de seu argumento, interpôs a observação interjectiva de que o muito saber havia-lhe tirado o juízo. Paulo defendeu-se de pronto da insinuação de insanidade mental, assegurando a Festo que Agripa, se quisesse, poderia dar testemunho da veracidade de suas palavras, uma vez que o assunto de sua pregação era também o assunto das profecias do Velho Testamento, e o próprio Agripa cria nos profetas. Seu direto apelo ao rei colocou este num dilema. Ele acompanhara a alocução de Paulo com bastante interesse, mas não queria sequer parecer que concordava com o orador, para não perder o prestígio perante Festo e os outros. Por outra parte não queria incompatibilizar-se com os judeus por parecer que não cria nos profetas. Assim desdenhou o apelo do apóstolo.

    Os membros do tribunal levantaram-se e Festo, Agripa e Berenice, conferenciando entre si, concordaram que, de qualquer modo, Paulo não merecia a morte, nem prisão, e poderia ser solto naquele instante mesmo, caso não houvesse apelado para César.

    As muitas letras te fazem delirar (24). Festo ficou completamente desorientado e só pôde concluir que Paulo, embora extremamente culto, fora levado pelo seu saber a transpor a tênue linha que faz separação entre a erudição e a insânia. "Muita gente educada sustenta hoje o mesmo parecer a respeito da escatologia, mas a história levanta-se contra essas pessoas e contra Festo, provando que, seja verdadeira ou falsa a esperança escatológica, o certo é que esta não é prova de insanidade mental" (Lake and Cadbury). Nada se passou aí, nalgum recanto (26); frase proverbial conhecida. Os primitivos pregadores cristãos insistiam sempre que os fundamentos históricos do seu evangelho eram assunto do conhecimento público (cfr. At 2:22). Bem sei que acreditas (27). A inferência é que todo aquele que conhece e aceita a verdade dos escritos proféticos, como Paulo está persuadido ser o caso de Agripa, deve inevitavelmente concordar com as conclusões a que Paulo chegou. Entretanto Agripa não se deixa levar a um apoio aparente do caso de Paulo, nem se permite o repúdio da fé nos profetas. Por isso diz, "Em suma, você procura persuadir-me a fazer o papel de cristão" -este é o verdadeiro sentido de suas palavras no vers. 28. Paulo replica (29): "A suma disto é, oxalá tu e todos os que estão aqui fossem tais qual eu sou, exceto estas cadeias" (mostrando a mão agrilhoada). Este homem nada tem feito passível de morte ou de prisão (31). Lucas sublinha outra vez este testemunho oficial da índole do Cristianismo e de seus pregoeiros, de respeito à lei. Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César (32). Mas, uma vez feita a apelação, esta havia de prosseguir, de acordo com a lei. Não precisamos, como fez J. V. Bartlet, sentir uma nota sinistra nesta cláusula condicional "se não tivesse apelado...".


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32

    O início do testemunho de Paulo

    E Agripa disse a Paulo: "Você está autorizado a falar por si mesmo." Então Paulo, estendendo a mão e começou a fazer a sua defesa: "No que diz respeito a todas as coisas de que sou acusado pelos judeus, Considero-me feliz, ó rei Agripa, que estou prestes a fazer a minha defesa diante de vocês hoje, especialmente porque você é um perito em todos os costumes e questões que há entre os judeus; portanto, peço-lhe para me ouvir pacientemente Então, todos os judeus sabem o meu modo de vida desde a minha juventude, que desde o início foi gasto entre o meu povo e. em Jerusalém, uma vez que eles sabem sobre mim por um longo tempo antes, se eles estão dispostos a testemunhar, que eu vivi como um fariseu de acordo com a mais severa seita da nossa religião E agora eu estou a aguardar julgamento por causa da esperança da promessa feita. por Deus a nossos pais;.. a promessa de que as nossas doze tribos esperam alcançar, pois sinceramente servir a Deus noite e dia E para esta esperança, ó rei, que estou sendo acusado pelos judeus Por que é considerado incrível entre vocês se Deus ressuscite os mortos? Então, eu pensei para mim mesmo que eu tinha que fazer muitas coisas hostis ao nome de Jesus de Nazaré. E este é apenas o que eu fiz em Jerusalém; Não só eu trancar muitos dos santos nas prisões, havendo recebido autorização dos principais dos sacerdotes, mas também quando eles estavam sendo condenado à morte dei o meu voto contra eles. E como, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, eu tentei forçá-los a blasfemar; e sendo furiosamente furioso com eles, eu ficava perseguindo-os até nas cidades estrangeiras. Enquanto assim contratado como eu estava viajando a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes, ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, mais brilhante que o sol, que brilha ao redor de mim e dos que iam com me. E quando todos nós tínhamos caído no chão, ouvi uma voz que me dizia em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? É difícil para você chutar os aguilhões. " E eu disse: 'Quem és tu, Senhor? E o Senhor disse: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues.Mas levanta-te e põe-te em pé; para este fim eu apareci para você, para te fazer ministro e testemunha, não só para as coisas que tens visto, mas também para as coisas em que eu vou lhe aparecem; livrando-te deste povo judeu e dos gentios, a quem eu vos envio a vós, para abrir seus olhos, para que se convertam das trevas à luz, e do domínio de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim '"(. 26: 1-18 )

    Agripa assumiu o comando do processo, e, uma vez que não houve acusadores ou acusações, informou Paulo, "Você está autorizado a falar por si mesmo." Seguindo o exemplo, Paulo estendeu a mão e começou a fazer a sua defesa. Porque Agripa foi o figura-chave, Paulo dirigiu suas observações a ele, começando com a declaração cortês "No que diz respeito a todas as coisas de que sou acusado pelos judeus, Considero-me feliz, ó rei Agripa, que estou prestes a fazer a minha defesa diante de vocês hoje ". Isso não era bajulação; Paulo acreditava que Agripa, por causa de sua orientação romana, não era susceptível de ser simpático ao Sinédrio. E a sua origem judaica fez dele um especialista em todos os costumes e questões que há entre os judeus, para que ele pudesse entender as questões. Para Paulo, então, Agripa era ao mesmo tempo objetivo e experiente, talvez o principal candidato para a conversão.

    O principal objetivo do testemunho de Paulo não era de se exonerar, mas para converter Agripa (cf. 26:28 ). O apóstolo , portanto, não hesitou em pedir Agripa para ouvir ele pacientemente. Paulo viu-se como um embaixador, que representa Jesus Cristo ao mundo, implorando as pessoas a se reconciliarem com Deus. Esse era o objetivo do seu ministério, como ele escreveu aos Coríntios:

    Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo. Ora, todas estas coisas são de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo consigo mesmo, sem contar os pecados dos homens, e Ele nos confiou a palavra da reconciliação. Portanto, somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus estivesse pedindo por meio de nós; pedimos-te em nome de Cristo, se reconciliarem com Deus. ( 2 Cor. 5: 17-20 )

    Paulo compreendeu a sua vocação desde o primeiro. Em Damasco, pouco depois de sua conversão, Ananias disse a ele: "Por que você vai ser uma testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido" ( At 22:15 ). Não importa o que suas circunstâncias eram, Paulo sempre se viu como um embaixador de Jesus Cristo. Escrevendo de prisão em Roma, ele ainda podia chamar-se "embaixador em cadeias" ( Ef 6:20 ). Paulo não se importa com a sua própria vida; ele se preocupava apenas que Jesus Cristo seja exaltado ( At 21:13 ; At 1:21 Phil. ).

    O testemunho de Paulo contém dois temas principais: a ressurreição de Jesus Cristo prova que Ele é o Messias, e vida transformada de Paulo comprova a realidade da ressurreição de Cristo. Ele magistralmente tece o evangelho salvador através de seu relato na primeira pessoa.
    Para mostrar como surpreendente e completar a transformação divina de sua vida foi, Paulo começou seu testemunho descrevendo a sua vida antes de sua conversão. Ele lembrou Agripa que "todos os judeus sabem o meu modo de vida desde a minha juventude, que desde o início foi gasto entre o meu povo e em Jerusalém." Paulo era bem conhecida das autoridades judaicas; ele tinha sido educado em Jerusalém ( At 22:3 ; 9: 1-2 ). Os líderes judeus, assim, tinha conhecido sobre ele por um longo tempo. Além disso, se elesestavam dispostos a testemunhar a ele, eles sabiam que Paulo tinha vivido como um fariseu de acordo com a mais severa seita da sua religião. Josephus descreveu os fariseus como "um certo seita dos judeus que aparecem mais religiosas do que os outros, e parecem interpretar as leis com mais precisão "( Guerras 1.5.2 ). Quando Paulo queria descrever seu zelo pela lei, foi o suficiente para ele dizer, "quanto à lei, fariseu" ( Fp 3:5 ) e era uma perspectiva improvável para essa conversão.

    Como ele tinha em seu julgamento perante Felix (cf. 24: 14-15 ), Paulo afirmou o seu compromisso com o ensino do Antigo Testamento. Ele declarou a Agripa, "Estou a aguardar julgamento por causa da esperança da promessa feita por Deus a nossos pais, a promessa de que as nossas doze tribos esperam alcançar, pois sinceramente servir a Deus noite e dia E para esta esperança, ó rei. , estou sendo acusado pelos judeus. " Isso, judeu ortodoxo zeloso estava naquele momento a aguardar julgamento por acreditar na esperança da promessa feita por Deus para os judeus pais . Essa esperançafoi a vinda do Messias e Seu reino (cf. 1: 6 ; 3: 22-24 ; 13 23:33 ; Gl 3:17-18. ; Gl 4:4 ; 1 Ped. 1: 11-12 ) e, especificamente, a ressurreição conectado com sua vinda. Foi essa a promessa que foifeita por Deus em todo o Antigo Testamento: Messias viria para tirar o pecado e estabelecer Seu reino de justiça. E foi isso mesmo a promessa de que as doze tribos de Israel esperava atingir, pois sinceramente servido a Deus noite e dia . (Menção de Paulo das doze tribos mostra que as dez tribos do norte não são perdidos [cf. Mt 19:28. ; Lc 22:30 ; Jc 1:1 ].) No entanto, incrivelmente, foi para proclamando que muito esperança cumprida em Jesus Cristo que Paulo estava sendo acusado por estes apóstatas judeus.

    A incongruência de ele ser condenado por acreditar no que o povo judeu sempre acreditou causado Paulo a exclamar: "Por que é considerado incrível entre vocês, pessoas que Deus ressuscite os mortos?" Ao elevar Jesus de entre os mortos, Deus validado promessa do Antigo Testamento da ressurreição, ao mesmo tempo, demonstrando que Jesus era tão esperado Messias de Israel.

    Mas foi só neste momento que Agripa, juntamente com muitos outros judeus, não estava disposto a ceder. A maioria dos judeus (exceto para os saduceus, . Mt 22:23 ) aceitou o conceito geral de ressurreição (cf. João 5:28-29 ; Jo 11:24 ). O que eles não aceitou foi a de que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos e foi seu Messias. Quando confrontado com o fato inegável de Sua ressurreição, os líderes judeus haviam inventado a história de que os discípulos roubaram o Seu corpo. Eles ainda subornaram os guardas romanos para confirmar sua mentira. Assim, enquanto Agripa aceito sem dúvida, a crença judaica na ressurreição geral, ele, como os outros líderes e da nação, não aceitou a ressurreição de Cristo ou o Messias.

    Paulo entendeu isso perfeitamente, tendo uma vez acreditava que o mesmo se forma. Ele já havia pensado que ele tinha que fazer muitas coisas hostis ao nome de Jesus de Nazaré . E isso é exatamente o que ele fez em Jerusalém. Não só ele avance para travar muitos dos santos nas prisões, havendo recebido autorização dos principais dos sacerdotes, mas também , diz ele, referindo-se a incidentes como o assassinato de Estevão ( 07:58 ), "quando eles estavam sendo colocados para morte dei o meu voto contra eles. " A frase grega traduzida dei o meu voto literalmente lê "Eu joguei minha pedrinha." A referência é o antigo costume de gravar votos-um seixo preto para a condenação e uma branca para absolvição. Referência de Paulo a votar contra os cristãos podem indicar que ele tinha sido um membro do Sinédrio.

    Paulo também punido cristãos muitas vezes por todas as sinagogas, a tentativa de tortura para forçá-los a blasfemar. Se ele não podia matá-los, ele pelo menos queria forçá-los a se retratar. Visualizando cristãos como hereges perigosos e blasfemas causou Paulo a ser furiosamente enfureceu contra eles (cf. 9: 1 ; . 13 48:1-14'>Gal 1: 13-14 ). Não contente em limpar Jerusalém dos cristãos, ele manteve a persegui-los até nas cidades estrangeiras.

    Era ao mesmo tempo, assim, empenhado que o evento teve lugar que transformou a sua vida (e marcou um ponto de viragem na história). Paulo estava viajando a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes para prender quaisquer cristãos que ele pode encontrar lá. De repente, ao meio-dia, ele relata, ele viu no caminho uma luz do céu, mais brilhante , mesmo que o brilhante Oriente Médio sol, brilhando ao redor dele e dos que iam com ele. Depois de Paulo e seus companheiros perseguidores tinha tudo caído no chão, ele ouviu a voz do ressuscitado, subiu, e glorificado Senhor Jesus Cristo dizendo a ele em língua hebraica (aramaico), "Saulo, Saulo, por que me persegues? É difícil para você chutar os aguilhões. " Para lutar contra Deus, como Saul estava fazendo, era lutar uma batalha perdida. Era tão estúpido como um boi chutando contra os aguilhões (varas afiadas utilizadas para gado do rebanho).

    Atordoado, cego, e aterrorizada, Saulo de Tarso, o perseguidor dos cristãos de outrora, diz ele só podia balbuciar: "Quem és tu, Senhor?" A resposta "Eu sou Jesus, a quem tu persegues", embalou para o núcleo do seu ser. O One Saul tinha odiado e desprezado como blasfemo e um falso mestre ameaçando a sacralidade do judaísmo era de fato quem ele havia afirmado ser-Israel Messias. Um murmúrio de surpresa descrença deve ter ido através das pessoas na multidão como Paulo relacionado palavras de Jesus. Eles acreditavam que Jesus fosse morto e que seus discípulos zelosos havia roubado seu corpo para falsificar a Sua ressurreição. Como poderia, então Paulo afirmam ter falado com Ele?

    Paulo explica, ainda, que Jesus apareceu para ele em um específico propósito : a nomear -lhe um ministro e testemunha, não só para as coisas que ele tinha visto, mas também para as coisas em queJesus iria aparecer para ele (cf. Atos 18:9 —10 ; 22: 17-21 ; At 23:11 ; 2 Co 12: 1-7. ; Gal. 1: 11-12 ). Sabendo Paulo enfrentaria oposição feroz como ele pregava o que ele tinha perseguido, o Senhor prometeu ser fiel em entregar -lhe do povo judeu e dos gentios . Foram eles a quem o Senhor estava enviando ( apostello , a partir do qual o substantivo apostolos ["apóstolo"] deriva) Paulo. Esta foi a colocação de Paulo como um apóstolo. Um apóstolo tinha que ter sido uma testemunha ocular do Cristo ressuscitado ( Atos 1:21-22 ), e Paulo foi (cf. 1Co 9:1. , de quem) 2Co 4:4 )

    Convicção Genuina resultará na transformação de vida, como os condenados por sua vez, das trevas para a luz, e do domínio de Satanás para Deus. A Bíblia ensina que os incrédulos vivem na escuridão espiritual. Paulo descreveu-os como

    entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, por causa da ignorância que há neles, por causa da dureza de seu coração; e eles, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à sensualidade, para a prática de todo tipo de impureza com ganância. ( Ef 4:18-19. )

    Escritura frequentemente usa a luz como uma metáfora para a salvação ( Mt 4:16. ; Jo 1:4 , 7-9 ; 3: 19-21 ; Jo 8:12 ; Jo 9:5 , Jo 12:46 ; At 13:47 ; 2Co 4:4 ; Efésios 5:8-9. , Ef 5:14 ; 1Ts 5:5 ). Por causa disso, a salvação pode ser descrita como sendo chamado de "das trevas para a sua maravilhosa luz" ( 1Pe 2:9 ).

    O resultado abençoado da salvação é o perdão dos pecados ( Mt 1:21. ; Mt 26:28 ; Lc 1:77 ; Lc 24:47 ; At 3:19 ; At 5:31 ; At 10:43 ; At 13:38 ; 1Co 15:3 ; He 8:12. ; He 9:28 ; He 10:12 ; 1Pe 2:24. ; 1Pe 3:18 ; I João 2:1-2 ; 1Jo 3:5 ; Ap 1:5 , Paulo escreveu: "Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades foram perdoadas, e cujos pecados foram cobertos Bem-aventurado é o homem cujo pecado o Senhor não terá em conta.". Mais tarde, em que mesma epístola, ele descreveu a experiência completa crentes perdão, pedindo retoricamente,

    Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? Deus é o único que justifica; que é aquele que condena? Cristo Jesus é Aquele que morreu, sim, em vez que foi criado, que está à direita de Deus, e também intercede por nós. ( Rom. 8: 33-34 )

    O apóstolo João disse simplesmente: "Estou escrevendo para vocês, filhinhos, porque os vossos pecados são perdoados por amor do seu nome" ( 1Jo 2:12 ).

    A bênção evangelho última Paulo menciona é que os crentes recebem herança entre os que foram santificados (cf. At 20:32 ; Ef 1:11. , Ef 1:14 , Ef 1:18 ; Cl 1:12 ; Cl 3:24 ; He 9:1 ). Pedro descreveu que a herança como um que é "incorruptível, e imaculada, e não irá desaparecer, reservada nos céus para vós" ( 1Pe 1:4 ; Jo 6:69 ; At 13:39 ; At 15:9 ; Rom . 3: 21-28 ; 4: 5 ; 5: 1 ; 09:30 ; 10: 9-11 ; Gl 2:16. ; Gl 3:11 , Gl 3:24 ; Fp 3:9. ).

    Testemunho dramático de Paulo fornece uma poderosa evidência para a ressurreição de Cristo, especialmente porque ele tinha sido anteriormente um oponente tão hostil e violenta da fé cristã. Paulo não estava buscando descobrir se ou não Jesus era o Messias; ele já tinha decidido que não era. Nem tinha sido persuadido por falar com os cristãos. Paulo não falar com os cristãos, ele prendeu-os e procurou a sua prisão e execução. Apenas o miraculoso, a intervenção directa, sobrenatural do ressuscitado, vivendo o próprio Jesus virou Paulo de perseguidor dos cristãos em apóstolo de Jesus Cristo.

    O ponto culminante do testemunho de Paulo

    Consequentemente, o rei Agripa, eu não desobediente à visão celestial, mas manteve-se declarar tanto aos de Damasco em primeiro lugar, e também em Jerusalém e depois por toda a região da Judéia, e até mesmo para os gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras adequadas para arrependimento. Por esta razão, alguns judeus me prenderam no templo e tentaram me colocar à morte. E assim, tendo obtido a ajuda de Deus, ainda até ao dia dando testemunho tanto a pequenos e grandes, afirmando nada, mas o que os profetas e Moisés disseram que ia ter lugar; que o Cristo devia sofrer, e que, em virtude da sua ressurreição dos mortos, Ele deve ser o primeiro a anunciar a luz a este povo e aos gentios "(. 26: 19-23 )

    A chamada para o ministério, como a chamada para a salvação, é um ato soberano de Deus que exige e incorpora resposta humana. Por conseguinte, Paulo não desobediente à visão celestial que havia recebido do Senhor Jesus Cristo.

    A obediência é a condição sine qua non da vida cristã. Acompanha a verdadeira salvação ( Rm 6:16. ; 1Pe 1:14. ), reconhece a autoridade de Deus ( At 5:29 ), é uma expressão de confiança em Deus ( : He 11:8. , e é a prova de crentes) 'amor por Ele ( Jo 14:15 , Jo 14:21 ).

    Paulo expressou sua obediência por indicando tanto aos de Damasco em primeiro lugar, e também em Jerusalém e depois por toda a região da Judéia, e até mesmo para os gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras adequadas para arrependimento. frase que resume O ministério de Paulo, que começou em Damasco ( Atos 9:20-22 ), se espalhou paraJerusalém ( 9: 26-29 ), a partir do qual ela influenciou Judéia, então finalmente prorrogado até mesmo para os gentios . Em todos os lugares que ele pregava, a sua mensagem era a mesma: as pessoas se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras adequadas para arrependimento. Metanoia ( arrependimento ) envolve uma mudança de mente que resulta em uma mudança de comportamento. Uso de Paulo epistrepho ( turno ), que freqüentemente descreve os pecadores se voltando para Deus ( Lucas 1:16-17 ; At 9:35 ; At 11:21 ; At 14:15 ; At 15:19 ; 2Co 3:16 ; 1Ts 1:9 ), reforça que o significado. Aqueles que verdadeiramente se arrepender e voltar para Deus irá realizar ações adequadas ao arrependimento ( Mt 3:8 , Mt 7:20 ; Jc 2:18 ).

    Foi por essa razão, por causa da pregação fiel de Paulo do evangelho, que alguns judeus apreendido ele no templo e tentou colocar -lo à morte ( 21: 27ff .). Que definir todos os eventos em movimento que levaram a este momento de encontro com Agripa. Eles foram especialmente irado que ele proclamou a igualdade espiritual de judeus e gentios (cf. 22: 21-23 ). Mas Paulo obteve a ajuda de Deus, que haviam entregado recentemente de duas parcelas contra a sua vida ( 23: 12ff .; 25: 2-5 ) e que tinha o ajudou durante todo o seu ministério ( 2 Cor 1: 8-10. ; 2Tm 3:11. ; 4: 17-18 ). Devido a ajuda de Deus, Paulo poderia declarar a Agripa, "ainda até ao dia dando testemunho tanto a pequenos e grandes, afirmando nada, mas o que os profetas e Moisés disseram que ia acontecer." Ao colocar-se na linha de Moisés e do outros escritores do Antigo Testamento, Paulo voltou a insistir que o cristianismo não é herética, mas o cumprimento das Escrituras. O Antigo Testamento previu "que o Cristo devia sofrer (Sl 22. ; Is 53. ) e que, em virtude da sua ressurreição dentre os mortos ( Sl 16:10. ; cf. 13 30:44-13:37'>Atos 13:30-37 ), Ele deve ser os primeiros ( protos ; pela primeira vez em preeminência, não cronologia) para anunciar a luz a este povo e aos gentios " (cf. Is 42:6 ; Jo 8:48 , Jo 8:52 ; Jo 10:20 ). A razão para as acusações contra os dois é encontrado em 1Co 1:18 : "Porque a palavra da cruz é para os que estão perecendo loucura, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus." Mas Paulo foi definitivamente não fora de sua mente. Pelo contrário, ele falou palavras de verdade sóbrio, a partir de uma mente sã, com total controle de seus sentidos.

    Paulo aproveitou a interrupção de Festus se concentrar em Agripa, primeiro falando dele na terceira pessoa, em seguida, dirigir diretamente a ele. Continuando a abordar Festus, Paulo disse: "o rei (Agripa)sabe sobre esses assuntos, e eu falo com ele, também com confiança, pois estou convencido de que nenhuma dessas coisas escapar de seu aviso, pois este não tem sido feito em um canto . " Paulo, chamado Agripa como testemunha de sua sanidade mental, uma vez que os judeus acreditavam na ressurreição, e os assuntos dos quais o apóstolo falou (a morte de Jesus, e que o pedido dos cristãos que Ele ressuscitou dos mortos) eram de conhecimento comum em Palestina. Ao permanecer em silêncio, Agripa confirmou a verdade do que Paulo disse.

    Então Paulo corajosamente enfrentou Agripa diretamente. "rei Agripa, você acredita que os profetas? Eu sei que você faz." A implicação era que se o fizesse, ele teria que admitir que Jesus era o Messias. Agripa estava preso em um dilema. Admitindo a sua crença nos profetas era equivalente a reconhecer Jesus como o Messias. Isso faria com que ele de bobo diante de seus amigos romanos e indignação seus súditos judeus. No entanto, um rei judeu dificilmente poderia negar os profetas reverenciados de seu povo. Consequentemente, ele evitou a pergunta, ironicamente, em vez de responder com Paulo, "Em um curto espaço de tempo você vai me convencer de se tornar um cristão." A frase é melhor traduzida como uma pergunta: "Você acha que pode me convencer a tornar-se cristão em tão pouco tempo? "

    A resposta de Paulo foi gracioso e digno: "Eu iria para Deus que, ou em um curto ou longo período de tempo, não só você, mas também todos os que hoje me ouvem, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias." Não importa quanto tempo levou, foi sincero desejo de Paulo de que todos os que o ouviam viria a conhecer o Senhor Jesus Cristo. A cena é novamente um dos incongruência surpreendente. Um prisioneiro humilde de cadeias diz aos líderes políticos e militares se reuniram e outras figuras importantes que ele deseja que eles poderiam ser como ele. Sua desvanecimento, tesouro fugaz estava aqui na terra; Paulo tinha "um tesouro nos céus, onde não chega ladrão, nem traça destrói" ( Lc 12:33 ).

    Com estas palavras de Paulo, o inquérito terminou. Agripa o rei se levantou, junto com o governador e os ímpios Berenice, e os conselheiros que estavam sentados com eles . Depois , eles haviam desenhado de lado, eles começaram a falar uns com os outros sobre o caso de Paulo. Seja qual for a sua visão da sanidade de Paulo, todos concordaram que ele foi não fazer nada digno de morte ou prisão, mas eles não tiveram a coragem de soltá-lo. Agripa resumiu a visão de tudo, quando ele disse a Festo: "Este homem poderia ter sido posto em liberdade, se não tivesse apelado para César."

    A questão de saber por que Paulo não poderia ser liberado, já que ambos Festo e Agripa tinha encontrado ele inocentes das acusações. Especialista lembrou no direito romano AN Sherwin-White explica:
    Quando Agripa comentou: "este homem poderia ter sido liberado, se não tivesse apelado para César," isso não significa que, em direito estrito, o governador não conseguia pronunciar uma absolvição após o ato de recurso. Não é uma questão de direito, mas das relações entre o imperador e seus subordinados, e desse elemento de poder não-constitucional que os romanos chamavam auctoritas "prestígio", em que a supremacia dos Princeps tão amplamente dependia. Nenhum homem sensato com esperanças de promoção sonharia em curto-circuito o apelo a César, a menos que ele tinha autoridade específica para fazê-lo. ( Obra Romana e Direito Romano, no Novo Testamento [Oxford: Oxford University Press, 1963], 65)

    Mais uma vez, Paulo havia sido considerado inocente de qualquer delito. Ele corajosamente proclamou o evangelho para algumas das pessoas mais importantes na Palestina. Agora, depois de dois anos de espera, foi a vez de a promessa do Senhor a Paulo para ser cumprida: "Coragem, pois, como você solenemente testemunhou a Minha causa em Jerusalém, por isso você deve testemunhar também em Roma" ( At 23:11 ).


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Atos Capítulo 26 do versículo 1 até o 32

    Atos 26

    A defesa de um homem que mudou — At 26:1-11

    Uma das coisas extraordinárias a respeito dos grandes personagens do Novo Testamento é que nunca tiveram medo de confessar o que tinham sido. Aqui, na presença de um rei, Paulo confessou franca e livremente dizendo que houve um momento em que tentou eliminar o nome de Cristo e destruir a existência de seus seguidores.
    Havia um famoso pregador e evangelista chamado Brownlow North. Ele também era um homem transformado, que tinha vivido antes uma vida que não era nada cristã. Uma vez, justo antes de subir ao púlpito para pregar em uma Igreja em Aberdeen, recebeu uma carta. Esta lhe dizia que seu remetente tinha evidências de um fato degradante que North tinha cometido antes de converter-se ao cristianismo; e continuava dizendo que o autor se propunha interromper o serviço e contar o pecado a toda a congregação se North pregava. O pastor levou a carta ao púlpito; leu-a à congregação; relatou-lhes o que uma vez tinha feito; e depois lhes disse que a acusação era totalmente verdadeira, mas que Cristo o tinha mudado e que também podia fazer o mesmo com eles. Usou a evidência de sua vergonha para a glória de Cristo.
    Denney estava acostumado a dizer que a grande tarefa do cristianismo era, em última análise levar os homens maus a mudarem. Os grandes cristãos nunca tiveram medo de destacar-se como exemplos vivos do poder de Cristo. O evangelho para eles não era meras palavras; não se tratava de uma crença intelectual; era um poder que levava a salvação. É certo que um homem nunca pode mudar por si mesmo; mas também é gloriosamente certo que o que ele não pode fazer, Cristo pode fazer por ele.

    Notamos que Paulo nesta passagem insiste em que o centro de toda sua mensagem era a ressurreição. Sua narração e seu testemunho não se referiam a alguém que tinha morrido, mas de Alguém que estava gloriosamente presente e vivo para sempre. Para Paulo cada dia na vida era o dia de ressurreição.

    RENDIÇÃO PARA O SERVIÇO

    Atos 26:12-18

    Esta passagem é de grande juro.

    1. A palavra grega aposto-os significa literalmente um que é enviado. Por exemplo, um embaixador que ia a outro país era um apostolos ou apóstolo. O interessante é que um emissário do Sinédrio era conhecido tecnicamente como um apostolos do Sinédrio. De modo que vemos que Paulo começou sua viagem como apóstolo do Sinédrio dos judeus e terminou como apóstolo de Cristo.
    2. Inteiramo-nos através disto que Paulo viajava ao meio-dia. Isto não se fazia a não ser que existisse uma urgência tremenda, pois descansava durante o calor do meio-dia. Vemos, pois, como essa sede de perseguição o arrastava. Sem dúvida nenhuma estava tentando aplacar mediante a ação violenta as dúvidas que existiam em seu coração.
    3. O Cristo ressuscitado diz a Paulo que lhe era difícil recalcitrar contra o aguilhão. Quando se prendia um boi jovem, este se rebelava e tentava sair do jugo. Se fosse preso a um arado, o lavrador levava em sua mão um longo cajado com uma ponta aguçada que mantinha perto das patas do boi, de modo que cada vez que chutasse só chocava contra o aguilhão. Se fosse preso a uma carreta, na parte anterior da mesma havia uma barra com pontas de madeira de modo que se chutava só se machucava a si mesmo. O boi jovem tinha que aprender a submeter-se ao jugo pela força; o mesmo acontecia com Paulo. Mas mais adiante os versículos 17:18 nos dão um resumo perfeito do que Cristo faz pelos homens.

    (a) Abre-lhes os olhos. Quando Cristo entra na vida de um homem Ele lhe permite ver coisas que nunca viu antes. Os olhos que estavam voltados à terra de repente vêem a glória do céu. Os olhos que estavam fixos no eu, de repente olham com amor a outros.

    1. Leva-os da escuridão à luz. Antes de seu encontro com Cristo é como se toda a vida do homem estivesse mal orientada. Porque dava suas costas à luz, caminhava nas trevas; mas agora se encontra caminhando rumo à luz e vê seu caminho com clareza.
    2. Transfere-o do poder de Satanás ao poder de Deus. Enquanto num tempo estava escravizado pelo mal, agora é filho de Deus com todo o seu poder triunfante que pode deixar de viver como escravo do pecado e fazê-lo em bondade vitoriosa.
    3. Outorga-lhe perdão dos pecados e lhe permite conviver com os santos. Quanto ao passado, desapareceu a penalidade do pecado; quanto ao futuro, recria-se e purifica a vida. É libertado do medo tanto do passado como do futuro.

    ACEITA-SE UMA MISSÃO

    Atos 26:19-23

    Temos aqui um vívido resumo da substância da mensagem que Paulo pregava.

    1. Chamava os homens ao arrependimento. Esta palavra grega significa literalmente mudar a forma de pensar. Significa advertir que o tipo de vida que levamos está equivocada e começar a vida com um conjunto completamente novo de valores e princípios. Significa advertir que devemos mudar nossas vidas. Para chegar a isto, necessitamos duas coisas. Primeiro, tristeza. Significa estar profundamente entristecidos no fundo de nossos corações pelo que fomos, e por ter feito o que fizemos. Segundo, significa uma nova resolução, estar dispostos a ser transformados pela graça de Deus. Devemos romper com o passado e nos dedicar a Deus.
    2. Chamou os homens a se voltarem a Deus. Muitas vezes damos as costas a Deus. Pode ser que o façamos em inconsciente negligência; pode ser porque nos afastamos deliberadamente às longínquas terras da alma. Mas, seja como for, significa que devemos enfrentar a Deus de tal maneira que o Deus a quem esquecemos ou que apagamos de nossas vidas se converta nAquele que encha todo nosso horizonte e domine todo nosso ser. O Deus que não significava nada para nós se converte assim nAquele que é tudo.

    (3) Chamou os homens a fizerem coisas de acordo com seu arrependimento. A prova do arrependimento de alguém é ter-se voltado para Deus, é certo estilo de vida. Mas notemos isto: estes atos, estas novas virtudes, não devem ser a reação de alguém cuja vida está governada por uma nova série de leis que deve observar e das que deve responder perante um juiz; isso seria simplesmente um novo legalismo; são o resultado de um novo amor. Provêm do fato de que quando a pessoa toma consciência do amor de Deus em Jesus Cristo deve dizer: "Não posso continuar assim; devo pôr toda minha vida em um grande esforço para merecer esse amor." Agora sabe que se pecar não está transgredindo a lei divina: está destroçando o coração de Deus.

    UM REI IMPRESSIONADO

    Atos 26:24-32

    O interessante nesta passagem não é tanto o que se diz nele como a atmosfera que o leitor pode sentir nos bastidores. Paulo era um prisioneiro. Nesse mesmo momento estava preso em cadeias, como ele mesmo o assinala. E entretanto, o clima da cena indica que ele é a figura dominante. Festo não se dirige a ele como a um criminoso. Sem dúvida alguma conhecia a história de Paulo como rabino; sem dúvida tinha visto a cela de Paulo repleta dos rolos e pergaminhos que eram os primeiros livros cristãos. Para ele Paulo não é um criminoso; no pior dos casos se trata de um homem cuja mente se desviou por estudar muito.
    Quanto a Agripa, ao Paulo lhe falar pareceria ser ele o tribunal. E o resultado de tudo isto é que um assombrado grupo de pessoas não pode encontrar razão para que Paulo seja julgado em Roma nem em qualquer outro lugar. Tudo este incidente é um exemplo destacado do poder da personalidade. Este homem, Paulo, tem dentro de si um poder que o eleva acima de todos os que o rodeiam. A palavra grega que se utiliza para referir-se ao poder de Deus é dynamis. Dela deriva a palavra dinamite. O homem que tem a Cristo em seu coração e ao Senhor Ressuscitado a seu lado não deve temer a ninguém. A dignidade de Deus habita nele, e ao lado dela as dignidades humanas são pálidas e sem vida.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 26 versículo 10
    votava: Ou: “lançava o meu voto”. Lit.: “lançava para baixo uma pedra”. Ou seja, uma pedra usada para votar. A palavra grega pséfos, que pode ser traduzida como “voto”, se refere a uma “pequena pedra”. (Ap 2:17) Nos tribunais, as pessoas usavam pequenas pedras para expressar sua opinião sobre se alguém era inocente ou culpado. As pedras brancas indicavam inocência, absolvição. As pedras pretas indicavam culpa, condenação.


    Dicionário

    Encerrar

    Dicionário Comum
    verbo transitivo direto e pronominal Pôr termo a; concluir, fechar: encerrar a sessão legislativa; a loja se encerra às 19h.
    Pôr algo, alguém ou si mesmo, em lugar fechado; enclausurar-se: encerrou o cão no quarto; encerrou-se e não queria falar com ninguém.
    verbo transitivo direto Guardar em si; conter, guardar, abranger, incluir: o livro encerra preconceitos.
    Abrigar no pensamento, na memória: encerrar no peito (estima, intenção, ódio).
    Colocar o gado ou outros animais num lugar fechado: encerrar gado.
    Impor limites, restrições; restringir-se: o curso se encerrará na próxima semana.
    Etimologia (origem da palavra encerrar). Em + cerrar.
    Fonte: Priberam

    Dicionário Bíblico
    Meter ou guardar em lugar que se fecha; fechar
    Fonte: Dicionário Adventista

    Dicionário da Bíblia de Almeida
    Encerrar
    1) Conservar em lugar fechado (38:8)

    2) Conter (Et 3:14), RA).

    3) Fechar (Ez 3:24).

    4) Prender (2Rs 17:4).
    Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil

    Jerusalém

    -

    Existia, com o nome de Uruslim, isto é, Cidade de Salim ou Cidade da Paz, uma cidade no mesmo sítio de Jerusalém, antes de terem os israelitas atravessado o rio Jordão ao entrarem na Palestina. inscrições da coleção de Tel el-Amarna mostram que naquele tempo (cerca de 1400 a.C.) era aquela povoação um lugar de alguma importância, cujo governador estava subordinado ao Egito. o nome aparece já com a forma de Jerusalém em Js 10:1. os judeus identificavam-na com Salém, de que Melquisedeque foi rei (Gn 14:18 – *veja também Sl 76. 2). os atuais habitantes, judeus e cristãos, conservam o nome de Yerusalim, embora sob o poder dos romanos fosse conhecida pelo nome de Aelia Capitolina, e seja pelos maometanos chamada El-Kuds, o Santuário, tendo ainda outros títulos, segundo as suas conexões. Quanto à sua situação estava Jerusalém entre as tribos de Judá e Benjamim, distante do Mediterrâneo 51 km, do rio Jordão 30 km, de Hebrom 32 km, e 58 km de Samaria. Acha-se edificada no alto de uma larga crista montanhosa, que atravessa o país de norte a sul, e está sobre duas elevações, que se salientam do platô para o sul, e são acessíveis apenas por estradas dificultosas. Esta proeminência está entre dois desfiladeiros, que tornam a aproximação difícil, a não ser pelo norte, e por isso constitui uma defesa natural. Do lado oriental está o vale de Cedrom, que também é chamado vale de Josafá. Ao sudoeste e pelo sul se vê outro desfiladeiro, o vale de Hinom. Estas duas ravinas unem-se no Poço de Jacó (Bir Eyab), numa profundidade de 200 metros, medida desde a parte superior do platô. A cidade, possuindo tais defesas naturais, as montanhas circunjacentes, e os profundos desfiladeiros, forma, assim, uma compacta fortaleza montanhosa (Sl 87:1 – 122.3 – 125.1,2). Com respeito à história de Jerusalém, começa no A.T.com o aparecimento de Melquisedeque, rei de Salém, que abençoou Abraão (Gn 14:18-20 – *veja Hb 7:1). No cap. 10 de Josué, fala-se de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, o qual formou uma liga contra o povo de Gibeom, que tinha feito um acordo com Josué e os israelitas invasores. Josué prendeu e mandou executar os cinco reis confederados, incluindo o rei de Jerusalém – mas, embora as cidades pertencentes aos outros quatro fossem atacadas, é certo ter escapado naquela ocasião a cidade de Jerusalém. Ela é nomeada entre ‘as cidades no extremo sul da tribo dos filhos de Judá’ (Js 15:21-63) – e é notada a circunstância de não terem podido os filhos de Judá expulsar. os jebuseus, habitantes daquela cidade, habitando juntamente os invasores com o povo invadido. A sua conquista definitiva está indicada em Jz 1:8. Mais tarde os jebuseus parece que fizeram reviver a sua confiança na fortaleza da sua cidade. Quando Davi, cuja capital era então Hebrom, atacou Jerusalém (2 Sm 5), os habitantes mofaram dele (2 Sm 5.6). A réplica de Davi foi fazer uma fala aos seus homens, que resultou na tomada da ‘fortaleza de Sião’. E então foi a capital transferida para Jerusalém, aproximadamente no ano 1000 a.C., vindo ela a ser ‘a cidade de Davi’. Para aqui trouxe este rei a arca, que saiu da casa de obede-Edom (2 Sm 6.12). Sendo ferido o povo por causa da sua numeração, foi poupada a cidade de Jerusalém (2 Sm 24,16) – e na sua gratidão comprou Davi a eira de Araúna, o jebuseu, e levantou ali um altar (2 Sm 24.25), preparando-se para construir naquele sítio um templo (1 Cr 22.1 a
    4) – mas isso só foi levado a efeito por Salomão (1 Rs 6.1 a 38). Quando o reino se dividiu, ficou sendo Jerusalém a capita! das duas tribos, fiéis a Roboão (1 Rs 14.21). No seu reinado foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14,25) – e no tempo do rei Jeorão pelos filisteus e árabes (2 Cr 21.16,17) – e por Joás, rei de israel, quando o seu rei era Amazias (2 Cr 25.23,24). No reinado de Acaz foi atacada pelo rei Rezim, da Síria, e por Peca, rei de israel, mas sem resultado (2 Rs 16.5). Semelhantemente, foi a tentativa de Senaqueribe no reinado de Ezequias (2 Rs 18.19 – 2 Cr 32 – is 36:37). Quando governava Manassés, os seus pecados e os do povo foram a causa da prisão do rei e da sua deportação para Babilônia (2 Cr 33.9 a 11). Josias realizou em Jerusalém uma reforma moral e religiosa (2 Cr 34.3 a 5). Quando, no período de maior decadência, reinava Joaquim, foi a cidade cercada e tomada pelas forças de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que deportou para aquele império o rei e o povo, à exceção dos mais pobres dos seus súditos (2 Rs 24.12 a 16). Zedequias foi colocado no trono, mas revoltou-se. Vieram outra vez as tropas de Nabucodonosor, e então Jerusalém suportou um prolongado cerco – mas, por fim, foi tomada, sendo destruído o templo e os melhores edifícios, e derribadas as suas muralhas (2 Rs 25). No tempo de Ciro, como se acha narrado em Esdras, voltou o povo do seu cativeiro, sendo o templo reedificado, e restaurada a Lei. As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3). Alexandre Magno visitou a cidade, quando o sumo sacerdócio era exercido por Jadua, que é mencionado em Ne 12:11-22. Morto Alexandre, e feita a divisão das suas conquistas, ficou a Judéia nos limites dos dois Estados rivais, o Egito e a Síria. Como efeito dessa situação raras vezes tinham os judeus uma paz duradoura. Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C., a qual foi fortificada e embelezada no tempo de Simão, o Justo, no ano 300 a.C., mais ou menos (Ecclus. 50). Antíoco, o Grande, conquistou-a em 203 (a.C.) – mas em 199 foi retomada por Scopas, o general alexandrino. Após a derrota dos egípcios, infligida por Antíoco, caiu novamente Jerusalém sob o seu domínio em 19S. Foi depois tomada por Antíoco Epifanes, que profanou o templo, e ergueu um altar pagão no lugar do altar do Senhor (Dn 11:31) – mas no ano 165 foi a cidade reconquistada por Judas Macabeu. Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C., e foi saqueada pelos partos no ano 40. Retomou-a Herodes, o Grande, no ano 37 a.C. : foi ele quem restaurou o templo, levantando o edifício que foi visitado por Jesus Cristo. Com respeito ao lugar que ocupava Jerusalém na alma dos hebreus, *veja Sl 122:6 – 137.5,6 – is 62:1-7 – cp.com 1 Rs 8.38 – Dn 6:10 e Mt 5:35. A Jerusalém do N.

    Jerusalém [Lugar de Paz] - Cidade situada a uns 50 km do mar Mediterrâneo e a 22 km do mar Morto, a uma altitude de 765 m. O vale do Cedrom fica a leste dela, e o vale de Hinom, a oeste e ao sul. A leste do vale de Cedrom está o Getsêmani e o monte das Oliveiras. Davi tornou Jerusalém a capital do reino unido (2Sm 5:6-10). Salomão construiu nela o Templo e um palácio. Quando o reino se dividiu, Jerusalém continuou como capital do reino do Sul. Em 587 a.C. a cidade e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor (2Rs 25:1-26). Zorobabel, Neemias e Esdras reconstruíram as muralhas e o Templo, que depois foram mais uma vez destruídos. Depois um novo Templo foi construído por Herodes, o Grande. Tito, general romano, destruiu a cidade e o Templo em 70 d.C. O nome primitivo da cidade era JEBUS. Na Bíblia é também chamada de Salém (Gn 14:18), cidade de Davi (1Rs 2:10), Sião (1Rs 8:1), cidade de Deus (Sl 46:4) e cidade do grande Rei (Sl 48:2). V. os mapas JERUSALÉM NO AT e JERUSALÉM NOS TEM

    Jerusalém Tem-se interpretado o nome dessa cidade como “cidade da paz”. Na Bíblia, aparece pela primeira vez como Salém (Gn 14:18), com a qual costuma ser identificada. A cidade foi tomada pelos israelitas que conquistaram Canaã após a saída do Egito, mas não a mantiveram em seu poder. Pelo ano 1000 a.C., Davi tomou-a das mãos dos jebuseus, transformando-a em capital (2Sm 5:6ss.; 1Cr 11:4ss.), pois ocupava um lugar central na geografia do seu reino. Salomão construiu nela o primeiro Templo, convertendo-a em centro religioso e local de peregrinação anual de todos os fiéis para as festas da Páscoa, das Semanas e das Tendas. Em 587-586 a.C., houve o primeiro Jurban ou destruição do Templo pelas tropas de Nabucodonosor. Ao regressarem do exílio em 537 a.C., os judeus empreenderam a reconstrução do Templo sob o incentivo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias; mas a grande restauração do Templo só aconteceu, realmente, com Herodes e seus sucessores, que o ampliaram e o engrandeceram. Deve-se a Herodes a construção das muralhas e dos palácios-fortalezas Antônia e do Palácio, a ampliação do Templo com a nova esplanada, um teatro, um anfiteatro, um hipódromo e numerosas moradias. O fato de ser o centro da vida religiosa dos judeus levou os romanos a fixarem a residência dos governadores em Cesaréia, dirigindo-se a Jerusalém somente por ocasião de reuniões populares como nas festas.

    No ano 70 d.C., aconteceu o segundo Jurban ou destruição do Templo, desta vez pelas mãos das legiões romanas de Tito. Expulsos de Jerusalém após a rebelião de Bar Kojba (132-135 d.C.), os judeus do mundo inteiro jamais deixaram de esperar o regresso à cidade, de forma que, em meados do séc. XIX, a maioria da população hierosolimita era judia. Após a Guerra da Independência (1948-1949), a cidade foi proclamada capital do Estado de Israel, embora dividida em zonas árabe e judia até 1967.

    Jesus visitou Jerusalém com freqüência. Lucas narra que, aos doze anos, Jesus se perdeu no Templo (Lc 2:41ss.) e várias foram as visitas que ele realizou a essa cidade durante seu ministério público (Lc 13:34ss.; Jo 2:13). A rejeição dos habitantes à sua mensagem fez Jesus chorar por Jerusalém, destinada à destruição junto com o Templo (Lc 13:31-35). Longe de ser um “vaticinium ex eventu”, essa visão aparece em Q e deve ser anterior ao próprio Jesus. Em Jerusalém, Jesus foi preso e crucificado, depois de purificar o Templo.

    O fato de esses episódios terem Jerusalém por cenário e de nela acontecerem algumas aparições do Ressuscitado e igualmente a experiência do Espírito Santo em Pentecostes pesou muito na hora de os apóstolos e a primeira comunidade judeu-cristã fixarem residência (At 1:11).

    J. Jeremías, Jerusalén en tiempos de Jesús, Madri 1985; C. Vidal Manzanares, El Judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; A. Edersheim, Jerusalén...; E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.


    Matar

    verbo transitivo direto e intransitivo Assassinar; tirar a vida de alguém; provocar a morte de: matou o bandido; não se deve matar.
    verbo pronominal Suicidar-se; tirar a própria vida: matou-se.
    verbo transitivo direto Destruir; provocar destruição: a chuva matou a plantação.
    Arruinar; causar estrago: as despesas matam o orçamento.
    Trabalhar sem atenção ou cuidado: o padeiro matou o bolo da noiva.
    Fazer desaparecer: a pobreza acaba matando os sonhos.
    Saciar; deixar de sentir fome ou sede: matou a fome.
    [Informal] Gastar todo o conteúdo de: matou a comida da geladeira.
    [Informal] Diminuir a força da bola: matou a bola no peito.
    verbo transitivo direto e intransitivo Afligir; ocasionar sofrimento em: suas críticas mataram o escritor; dizia palavras capazes de matar.
    Cansar excessivamente: aquela faculdade o matava; o ócio mata.
    verbo pronominal Sacrificar-se; fazer sacrifícios por: eles se matavam pelos pais.
    Etimologia (origem da palavra matar). De origem questionável.
    verbo transitivo direto Costura. Realizar mate, unir duas malhas em uma só.
    Etimologia (origem da palavra matar). Mate + ar.

    de origem controversa, este vocábulo pode ser vindo tanto do latim mactare, imolar as vítimas sagradas, quanto do árabe mat, morto. Deriva da expressão religiosa "mactus esto": "santificado sejas", ou "honrado sejas", que se dizia aos deuses enquanto se imolava uma vítima (um animal, obviamente); daí resultou o verbo "mactare", que significava "imolar uma vítima aos deuses" e, depois, qualquer tipo de assassinato.

    Poder

    verbo transitivo direto e intransitivo Possuir a capacidade ou a oportunidade de: podemos fazer o trabalho; mais pode o tempo que a pressa.
    verbo transitivo direto , transitivo indireto e intransitivo Ter habilidade (física, moral ou intelectual) de; exercer influência sobre: ele pode nadar muitos quilômetros; o diretor pensa que pode.
    verbo transitivo direto Ser autorizado para; ter permissão para: os adolescentes não podem beber.
    Possuir o necessário para: eles podiam trabalhar.
    Estar sujeito a: naquele temporal, o atleta pode se machucar.
    Ter possibilidade
    (s): para alcançar (alguma coisa); conseguir: com a queda do adversário, o oponente pôde ganhar.

    Demonstrar calma e paciência para: ele está sempre agitado, não se pode acalmar nunca?
    Possuir excesso de vigor para: eles puderam vencer os obstáculos.
    Estar autorizado moralmente para; ter um pretexto ou justificação para: tendo em conta seu excesso de conhecimento, podia conseguir o emprego.
    Possuir características necessárias para aguentar (alguma coisa): nunca pôde ver acidentes.
    Possuir a chance ou a vontade de: não puderam entrevistar o presidente.
    Demonstrar controle acerca de: o professor não pode com os alunos desobedientes.
    substantivo masculino Autorização ou capacidade de resolver; autoridade.
    Ação de governar um país, uma nação, uma sociedade etc.: poder déspota.
    Esse tipo de poder caracterizado por seus efeitos: poder presidencial.
    Capacidade de realizar certas coisas; faculdade: nunca teve o poder de fazer amigos.
    Superioridade absoluta utilizada com o propósito de chefiar, governar ou administrar, através do uso de influência ou de obediência.
    Ação de possuir (alguma coisa); posse.
    Atributo ou habilidade de que alguma coisa consiga realizar certo resultado; eficácia: o poder nutritivo do espinafre é excelente.
    Característica ou particularidade da pessoa que se demonstra capaz de; perícia: o palestrante tinha o poder de encantar o público.
    Excesso de alguma coisa; abundância: um poder de tiros que se alastrou pelo bairro.
    Força, energia, vitalidade e potência.
    Etimologia (origem da palavra poder). Do latim possum.potes.potùi.posse/potēre.

    verbo transitivo direto e intransitivo Possuir a capacidade ou a oportunidade de: podemos fazer o trabalho; mais pode o tempo que a pressa.
    verbo transitivo direto , transitivo indireto e intransitivo Ter habilidade (física, moral ou intelectual) de; exercer influência sobre: ele pode nadar muitos quilômetros; o diretor pensa que pode.
    verbo transitivo direto Ser autorizado para; ter permissão para: os adolescentes não podem beber.
    Possuir o necessário para: eles podiam trabalhar.
    Estar sujeito a: naquele temporal, o atleta pode se machucar.
    Ter possibilidade
    (s): para alcançar (alguma coisa); conseguir: com a queda do adversário, o oponente pôde ganhar.

    Demonstrar calma e paciência para: ele está sempre agitado, não se pode acalmar nunca?
    Possuir excesso de vigor para: eles puderam vencer os obstáculos.
    Estar autorizado moralmente para; ter um pretexto ou justificação para: tendo em conta seu excesso de conhecimento, podia conseguir o emprego.
    Possuir características necessárias para aguentar (alguma coisa): nunca pôde ver acidentes.
    Possuir a chance ou a vontade de: não puderam entrevistar o presidente.
    Demonstrar controle acerca de: o professor não pode com os alunos desobedientes.
    substantivo masculino Autorização ou capacidade de resolver; autoridade.
    Ação de governar um país, uma nação, uma sociedade etc.: poder déspota.
    Esse tipo de poder caracterizado por seus efeitos: poder presidencial.
    Capacidade de realizar certas coisas; faculdade: nunca teve o poder de fazer amigos.
    Superioridade absoluta utilizada com o propósito de chefiar, governar ou administrar, através do uso de influência ou de obediência.
    Ação de possuir (alguma coisa); posse.
    Atributo ou habilidade de que alguma coisa consiga realizar certo resultado; eficácia: o poder nutritivo do espinafre é excelente.
    Característica ou particularidade da pessoa que se demonstra capaz de; perícia: o palestrante tinha o poder de encantar o público.
    Excesso de alguma coisa; abundância: um poder de tiros que se alastrou pelo bairro.
    Força, energia, vitalidade e potência.
    Etimologia (origem da palavra poder). Do latim possum.potes.potùi.posse/potēre.

    O poder, na vida, constitui o progresso. O poder é um atributo da sabedoria; a sabedoria a resultante da experiência; a experiência o impulsor de aperfeiçoamento; o aperfeiçoamento o dinamismo do progresso.
    Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 3, cap• 15


    Poder
    1) Força física (Dn 8:6), RA).

    2) Domínio (Jz 13:5), RA).

    3) Autoridade para agir (Sl 62:11); (Rm 9:22).

    4) Força espiritual (Mq 3:8), RA; (At 1:8).

    5) Espírito, seja bom ou mau (Ef 1:21); (1Pe 3:22), RA).

    6) Espírito mau (1Co 15:24), RA). V. POTESTADE e PRINCIPADO.

    Poder Nos evangelhos, encontra-se a afirmativa de que este mundo é campo de batalha entre dois poderes, não humanos, mas espirituais: o de Deus e o de Satanás e seus demônios. Ante essa realidade espiritual, as demais análises são superficiais e fora de foco. Jesus manifesta o poder de Deus nos milagres (Mt 12:22-30; Lc 19:37). É um poder que reside nele e dele sai (Mc 5:30; Lc 4:14), que vence o mal (Mc 3:26ss.; Lc 10:19) e que ele confia a seus discípulos (Mc 16:17).

    Quanto ao poder político, os evangelhos consideram-no controlado pelo diabo — que o ofereceu a Jesus (Lc 4:5-8) — e afirmam que esse poder é incompatível com a missão de Jesus. Este o repudiou (Jo 6:15) e claramente declarou que seu Reino não era deste mundo (Jo 18:36-37). Os discípulos não devem copiar os padrões de conduta habituais na atividade política e sim tomar como exemplo a conduta de Jesus como Servo de YHVH (Lc 22:24-30).


    Principais

    masc. e fem. pl. de principal

    prin·ci·pal
    (latim principalis, -e, primitivo, originário, capital, essencial, superior)
    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    1. Que é o primeiro, o mais considerado, o mais importante (de um certo grupo).

    2. Fundamental, essencial.

    3. [Música] Diz-se da parte cantante de uma sinfonia.

    nome masculino

    4. Prelado superior de um colégio ou corporação.

    5. O que há de mais considerável, de mais importante.

    6. Pessoa mais importante pela sua hierarquia ou pelo seu mérito.

    7. Capital de uma dívida (em contraposição aos juros).


    oração principal
    Aquela a que estão subordinadas todas as outras orações do período.

    Qualquer oração a que outra está subordinada ainda que ela mesma seja subordinada de uma terceira.


    Prisões

    -

    Quando

    advérbio Denota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando.
    Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
    Em qual época: quando partiram?
    advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
    conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
    conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
    conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
    conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
    conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
    locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
    locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
    Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.

    quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.

    Sacerdotes

    masc. pl. de sacerdote

    sa·cer·do·te
    (latim sacerdos, -otis)
    nome masculino

    1. Religião Pessoa que fazia sacrifícios às divindades.

    2. Religião Pessoa que ministra os sacramentos de uma igreja. = PADRE

    3. Figurado O que exerce profissão muito honrosa e elevada.


    sumo sacerdote
    Religião Pessoa que está no topo da hierarquia de uma igreja.

    Feminino: sacerdotisa.

    Veja Levitas.


    Santos

    masc. pl. de santo

    san·to
    (latim sanctus, -a, -um, tornado sagrado ou inviolável)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Relativo ao culto religioso. = SACRO, SAGRADOPAGÃO, PROFANO

    2. Que vive segundo a lei de Deus ou segundo preceitos religiosos.

    3. Dedicado a Deus.

    4. Bem-aventurado, sagrado.

    5. Que deve ser cumprido ou respeitado. = SAGRADO

    6. Religião Destinado ao culto ou a uma celebração religiosa, correspondo por vezes a um feriado (ex.: dia santo). = SANTIFICADO

    7. Religião Que precede o domingo de Páscoa (ex.: quinta-feira santa, sábado santo).

    8. Que inspira ou deve inspirar grande respeito ou veneração.

    9. Religião Usa-se antes do nome masculino de um santo começado por vogal (ex.: Santo António) ou antes de um nome feminino de uma santa (ex.: Santa Teresa). [Confrontar: são]

    10. Essencialmente puro; perfeito em tudo.

    11. Inocente; imaculado; inviolável.

    12. Eficaz; que cura.

    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    13. Que ou quem foi canonizado e santificado por uma igreja.

    14. Que ou quem morreu em estado de santidade.

    15. Que ou quem tem uma extraordinária bondade, tem qualidades superiores ou tem um comportamento irrepreensível.

    nome masculino

    16. Imagem ou representação de uma pessoa canonizada (ex.: comprou mais dois santos no antiquário).


    não haver santo que valha
    Não haver solução (ex.: com esta maré de azar, não há santo que nos valha).

    santo de casa não faz milagre
    O mesmo que santos da casa não fazem milagres

    santo de pau carunchoso
    O mesmo que santo de pau oco.

    santo de pau oco
    Estátua de madeira de um santo, oca por dentro.

    [Informal] Pessoa que finge ou parece ser o que não é. = FINGIDO, SONSO

    santos da casa não fazem milagres
    Expressão que se usa para indicar que é mais fácil contar com a ajuda de estranhos do que com a daqueles que nos são mais próximos.


    masc. pl. de santo

    san·to
    (latim sanctus, -a, -um, tornado sagrado ou inviolável)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Relativo ao culto religioso. = SACRO, SAGRADOPAGÃO, PROFANO

    2. Que vive segundo a lei de Deus ou segundo preceitos religiosos.

    3. Dedicado a Deus.

    4. Bem-aventurado, sagrado.

    5. Que deve ser cumprido ou respeitado. = SAGRADO

    6. Religião Destinado ao culto ou a uma celebração religiosa, correspondo por vezes a um feriado (ex.: dia santo). = SANTIFICADO

    7. Religião Que precede o domingo de Páscoa (ex.: quinta-feira santa, sábado santo).

    8. Que inspira ou deve inspirar grande respeito ou veneração.

    9. Religião Usa-se antes do nome masculino de um santo começado por vogal (ex.: Santo António) ou antes de um nome feminino de uma santa (ex.: Santa Teresa). [Confrontar: são]

    10. Essencialmente puro; perfeito em tudo.

    11. Inocente; imaculado; inviolável.

    12. Eficaz; que cura.

    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    13. Que ou quem foi canonizado e santificado por uma igreja.

    14. Que ou quem morreu em estado de santidade.

    15. Que ou quem tem uma extraordinária bondade, tem qualidades superiores ou tem um comportamento irrepreensível.

    nome masculino

    16. Imagem ou representação de uma pessoa canonizada (ex.: comprou mais dois santos no antiquário).


    não haver santo que valha
    Não haver solução (ex.: com esta maré de azar, não há santo que nos valha).

    santo de casa não faz milagre
    O mesmo que santos da casa não fazem milagres

    santo de pau carunchoso
    O mesmo que santo de pau oco.

    santo de pau oco
    Estátua de madeira de um santo, oca por dentro.

    [Informal] Pessoa que finge ou parece ser o que não é. = FINGIDO, SONSO

    santos da casa não fazem milagres
    Expressão que se usa para indicar que é mais fácil contar com a ajuda de estranhos do que com a daqueles que nos são mais próximos.


    Esta palavra no A.T. representadas palavras hebraicas, significando uma delas
    (1). piedoso (Sl 30:4, e freqüentes vezes nos Salmos, e também em 1 Sm 2.9 – 2 Cr 6.41 – Pv 2:8) – e a outra
    (2). separado, aplicando-se o termo aos anjos (Sl 89:5-7), e aos homens (Dt 33:3 – cp.com o vers. 2 – Sl 16:3 – 34.9 – Dn 7:18, etc.). É esta última palavra, no seu equivalente grego, que no N.T. é adotada com uma designação característica da comunidade cristã (At 9:13Rm 1:7 – 1 Co 1.2 – 2 Co 1.1, etc.). E assim, por aquela expressão se indica, em primeiro lugar, a chamada e estado do crente cristão – e, em segundo lugar, as qualidades próprias do crente, as quais derivam de tão alto privilégio. A Escritura não autoriza, de nenhum modo, a limitação da palavra a pessoas de especial santidade. (*veja Santificação.)

    Voto

    substantivo masculino Declaração que, geralmente feita por escrito, indica a preferência de cada eleitor.
    Numa ação eleitoral (eleição) ou numa assembleia, maneira através da qual os participantes expressam suas vontades ou pontos de vista; sufrágio.
    Numa eleição, a ação, o efeito ou o processo de manifestar essa vontade; a consequência desse processo.
    Por Extensão Numa eleição, o que se utiliza para votar ou decidir; cédula: é necessário contar os votos.
    Figurado Demonstração de consentimento; aprovação: sua sinceridade ganhou meu voto!
    Religião Promessa que, de modo solene, se faz a certa divindade (santo).
    Religião Aquilo que se faz para pagar (cumprir) uma promessa.
    Religião Tipo de dever ou compromisso que se assume, de modo voluntário, em adição ao que já se encontra estabelecido pelas normas de uma religião.
    Desejo de que alguma coisa se realize; a concretização desse desejo: voto de uma boa formatura.
    Voto em Branco. Voto em que o eleitor não manifesta preferência.
    Voto Nulo. Anulação completa do voto. Para anular o voto, o eleitor deve digitar um número de candidato inexistente.
    Voto de Minerva ou de qualidade. Voto utilizado para desempatar (alguma coisa).
    Votos Monásticos. Os três votos mais importantes que devem ser cumpridos, quando se pretende entrar numa ordem religiosa: pobreza, obediência e castidade são os votos monásticos.
    Etimologia (origem da palavra voto). Do latim votum.i.

    Vem do latim votum, uma promessa solene: às vezes, um pedido: que os fiéis faziam aos deuses. A primeira noção está ainda bem presente no voto de castidade e no voto de pobreza que são feitos pelos sacerdotes de certas ordens religiosas; a segunda aparece na expressão usual "faço votos de que ele se recupere da doença". Nas igrejas e nos santuários vemos os ex-votos ("por causa de promessa"), pinturas ou imagens de cera ali colocadas por pessoas que tiveram uma graça alcançada. No final do séc. 15, o termo passou a designar também a opinião que o cidadão manifesta a respeito de uma proposta ou de um candidato; num verdadeiro regime democrático, todos os assuntos importantes são decididos pelo voto, isto é, pela escolha livre dos eleitores.

    Uma promessa em termos solenes, voluntária, feita a Deus por uma pessoa, que se obriga a realizar um ato para promover a Sua glória, ou a abster-se de qualquer ato com o mesmo fim em vista. Na dispensação do A.T. os votos eram atos comuns (Nm 30 – Jz 11). Na lei estava estabelecido um preço de resgate por votos, com respeito a coisas oferecidas, ou a pessoas consagradas (Lv 27). Todavia, supõem alguns que este dinheiro devia ser pago em adição à oferta da pessoa, como visível declaração de que havia sido consagrada a Deus (Gn 28:20-22Jz 11:30-31 – 1 Sm 1.11,28). Havia votos voluntários (Dt 23:22Ec 5:5At 5:4) – e também obrigatórios (Nm 30:2-4,7,11,12 – Dt 23:21-23Jz 11:3522:27Sl 50:14 – 76.11 – Pv 20:25Ec 5:4-7Jn 2:9 – Na 1.15), havendo certas exceções (Nm 30:3-13). A violação de votos era castigada (1 Sm 14.24, 39). Certos votos particulares descritos no A.T. foram os de Jacó (Gn 28:20-22), de Jefté (Jz 11:30-31), da mãe de Mica (Jz 17:2-3), de Ana (1 Sm 1.11), de Elcana (1 Sm 1.21), dos marinheiros (Jn 1:16) e de Jonas (Jn Z.9). Em At 18:18 – 21.23, temos provas de certas determinações acerca de votos, no tempo dos apóstolos. (*veja Corbã, Nazireu.)

    Voto
    1) Promessa feita a Deus (Ec 5:4; At 18:18).


    2) Aprovação (At 26:10).


    3) Pedido a Deus (3Jo 2, RA).


    Voto Compromisso assumido com Deus em virtude do qual, como demonstração de gratidão ou solicitação de favores ao Senhor, realizava-se um ato religioso não-obrigatório. Exemplo característico de voto era o de nazireu. Jesus opôs-se à prática de determinados votos transformarem-se em escusas para o descumprimento dos preceitos da Lei de Deus (Mt 15:5ss.; Mc 7:11-13).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    καί ὅς ποιέω ἔν Ἱεροσόλυμα λαμβάνω ἐξουσία παρά ἀρχιερεύς ἐγώ κατακλείω πολύς ἅγιος φυλακή τέ αὐτός καταφέρω ψῆφος ἀναιρέω
    Atos 26: 10 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Estas coisas eu fiz também em Jerusalém. E muitos dos santos eu prendi nas prisões, tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes; e, quando eles os matavam, eu dava a minha voz contra eles.
    Atos 26: 10 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    62 d.C.
    G1473
    egṓ
    ἐγώ
    exilados, exílio, cativeiro
    (captive)
    Substantivo
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G1849
    exousía
    ἐξουσία
    bater, bater em ou a
    (and if men should overdrive them)
    Verbo
    G2414
    Hierosólyma
    Ἱεροσόλυμα
    denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
    (Jerusalem)
    Substantivo - neutro acusativo plural
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2623
    katakleíō
    κατακλείω
    fiel, bondoso, piedoso, santo
    (with your holy)
    Adjetivo
    G2702
    kataphérō
    καταφέρω
    forçar para baixo, trazer para baixo, abaixar
    (overpowered)
    Verbo - particípio no presente médio ou passivo - Masculino no Singular nominativo
    G2983
    lambánō
    λαμβάνω
    descendentes do terceiro filho de Canaã que vivia em ou próximo ao local de Jebus, o
    (the Jebusites)
    Substantivo
    G337
    anairéō
    ἀναιρέω
    Ai
    (Woe)
    Interjeição
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3739
    hós
    ὅς
    que
    (which)
    Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
    G3844
    pará
    παρά
    de / a partir de / de / para
    (of)
    Preposição
    G40
    hágios
    ἅγιος
    Abimeleque
    (Abimelech)
    Substantivo
    G4160
    poiéō
    ποιέω
    fazer
    (did)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G4183
    polýs
    πολύς
    um habitante de Moresete
    (the Morasthite)
    Adjetivo
    G5037
    τέ
    um homem do Carmelo que rejeitou os mensageiros de Davi, e morreu de choque quando
    (Nabal)
    Substantivo
    G5438
    phylakḗ
    φυλακή
    prisão
    (prison)
    Substantivo - feminino acusativo singular
    G5586
    psēphos
    ψῆφος
    um voto
    (a vote)
    Substantivo - feminino acusativo singular
    G749
    archiereús
    ἀρχιερεύς
    (CLBL) (Peal) ser longo, alcançar, encontrar adj v
    (do meet)
    Verbo
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    ἐγώ


    (G1473)
    egṓ (eg-o')

    1473 εγω ego

    um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

    1. Eu, me, minha, meu

    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    ἐξουσία


    (G1849)
    exousía (ex-oo-see'-ah)

    1849 εξουσια exousia

    de 1832 (no sentido de abilidade); TDNT - 2:562,238; n f

    1. poder de escolher, liberdade de fazer como se quer
      1. licença ou permissão
    2. poder físico e mental
      1. habilidade ou força com a qual alguém é dotado, que ele possui ou exercita
    3. o poder da autoridade (influência) e do direito (privilégio)
    4. o poder de reger ou governar (o poder de alguém de quem a vontade e as ordens devem ser obedecidas pelos outros)
      1. universalmente
        1. autoridade sobre a humanidade
      2. especificamente
        1. o poder de decisões judiciais
        2. da autoridade de administrar os afazeres domésticos
      3. metonimicamente
        1. algo sujeito à autoridade ou regra
          1. jurisdição
        2. alguém que possui autoridade
          1. governador, magistrado humano
          2. o principal e mais poderoso entre os seres criados, superior ao homem, potestades espirituais
      4. sinal de autoridade do marido sobre sua esposa
        1. véu com o qual a mulher devia propriamente cobrir-se
      5. sinal de autoridade real, coroa

    Sinônimos ver verbete 5820


    Ἱεροσόλυμα


    (G2414)
    Hierosólyma (hee-er-os-ol'-oo-mah)

    2414 Ιεροσολυμα Hierosoluma

    de origem hebraica 3389 ירושלימה, cf 2419; TDNT - 7:292,1028; n pr loc

    Jerusalém = “habita em você paz”

    1. denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
    2. “a Jerusalém que agora é”, com suas atuais instituições religiosas, i.e. o sistema mosaico, assim designada a partir de sua localização externa inicial
    3. “Jerusalém que está acima”, que existe no céu, de acordo com a qual se supõe será construída a Jerusalém terrestre
      1. metáf. “a Cidade de Deus fundamentada em Cristo”, hoje se apresenta como igreja, mas depois da volta de Cristo se apresentará como o pleno reino messiânico

        “a Jerusalém celestial”, que é a habitação celestial de Deus, de Cristo, dos anjos, dos santos do Antigo e Novo Testamento e dos cristãos ainda vivos na volta de Cristo

        “a Nova Jerusalém”, uma cidade esplêndida e visível que descerá do céu depois da renovação do mundo, a habitação futura dos santos


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    κατακλείω


    (G2623)
    katakleíō (kat-ak-li'-o)

    2623 κατακλειω katakleio

    de 2596 e 2808; v

    1. prender, confinar

    καταφέρω


    (G2702)
    kataphérō (kat-af-er'-o)

    2702 καταφερω kataphero

    de 2596 e 5342 (incluindo seu substituto); v

    1. forçar para baixo, trazer para baixo, abaixar
      1. lançar uma pedra ou cálculo na urna
        1. dar o voto a alguém, aprovar
      2. nasçer, cair (da janela até o calçamento)
      3. metáf.
        1. ser pesado por, superar, arrebatar
        2. cair no sono, dormir-se

    λαμβάνω


    (G2983)
    lambánō (lam-ban'-o)

    2983 λαμβανω lambano

    forma prolongada de um verbo primário, que é usado apenas como um substituto em certos tempos; TDNT - 4:5,495; v

    1. pegar
      1. pegar com a mão, agarrar, alguma pessoa ou coisa a fim de usá-la
        1. pegar algo para ser carregado
        2. levar sobre si mesmo
      2. pegar a fim de levar
        1. sem a noção de violência, i.e., remover, levar
      3. pegar o que me pertence, levar para mim, tornar próprio
        1. reinvindicar, procurar, para si mesmo
          1. associar consigo mesmo como companhia, auxiliar
        2. daquele que quando pega não larga, confiscar, agarrar, apreender
        3. pegar pelo astúcia (nossa captura, usado de caçadores, pescadores, etc.), lograr alguém pela fraude
        4. pegar para si mesmo, agarrar, tomar posse de, i.e., apropriar-se
        5. capturar, alcançar, lutar para obter
        6. pegar um coisa esperada, coletar, recolher (tributo)
      4. pegar
        1. admitir, receber
        2. receber o que é oferecido
        3. não recusar ou rejeitar
        4. receber uma pessoa, tornar-se acessível a ela
        5. tomar em consideração o poder, nível, ou circunstâncias externas de alguém, e tomando estas coisas em conta fazer alguma injustiça ou negligenciar alguma coisa
      5. pegar, escolher, selecionar
      6. iniciar, provar algo, fazer um julgamento de, experimentar
    2. receber (o que é dado), ganhar, conseguir, obter, ter de volta

    Sinônimos ver verbete 5877


    ἀναιρέω


    (G337)
    anairéō (an-ahee-reh'-o)

    337 αναιρεω anaireo

    de 303 e (o ativo de) 138; v

    1. erguer, levantar (do chão)
      1. tomar para mim mesmo com meu
      2. ter (uma criança abandonada); adotar
    2. tirar, abolir
      1. pôr de lado ou anular costumes e ordenanças
      2. tirar do caminho, matar, assassinar um homem.


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὅς


    (G3739)
    hós (hos)

    3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

    provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

    1. quem, que, o qual

    παρά


    (G3844)
    pará (par-ah')

    3844 παρα para

    palavra raiz; TDNT - 5:727,771; prep

    1. de, em, por, ao lado de, perto

    ἅγιος


    (G40)
    hágios (hag'-ee-os)

    40 αγιος hagios

    de hagos (uma coisa grande, sublime) [cf 53, 2282]; TDNT 1:88,14; adj

    1. algo muito santo; um santo

    Sinônimos ver verbete 5878


    ποιέω


    (G4160)
    poiéō (poy-eh'-o)

    4160 ποιεω poieo

    aparentemente forma prolongada de uma palavra primária arcaica; TDNT - 6:458,895; v

    1. fazer
      1. com os nomes de coisas feitas, produzir, construir, formar, modelar, etc.
      2. ser os autores de, a causa
      3. tornar pronto, preparar
      4. produzir, dar, brotar
      5. adquirir, prover algo para si mesmo
      6. fazer algo a partir de alguma coisa
      7. (fazer, i.e.) considerar alguém alguma coisa
        1. (fazer, i.e.) constituir ou designar alguém alguma coisa, designar ou ordenar alguém que
        2. (fazer, i.e.) declarar alguém alguma coisa
      8. tornar alguém manifesto, conduzi-lo
      9. levar alguém a fazer algo
        1. fazer alguém
      10. ser o autor de algo (causar, realizar)
    2. fazer
      1. agir corretamente, fazer bem
        1. efetuar, executar
      2. fazer algo a alguém
        1. fazer a alguém
      3. com designação de tempo: passar, gastar
      4. celebrar, observar
        1. tornar pronto, e assim, ao mesmo tempo, instituir, a celebração da páscoa
      5. cumprir: um promessa

    Sinônimos ver verbete 5871 e 5911


    πολύς


    (G4183)
    polýs (pol-oos')

    4183 πολυς polus

    que inclue as formas do substituto pollos; TDNT - 6:536,*; adj

    1. numeroso, muito, grande

    τέ


    (G5037)
    (teh)

    5037 τε te

    partícula primária (enclítica) de conecção ou adição; partícula

    não apenas ... mas também

    tanto ... como

    tal ... tal


    φυλακή


    (G5438)
    phylakḗ (foo-lak-ay')

    5438 φυλακη phulake

    de 5442; TDNT - 9:241,1280; n f

    1. guarda, vigília
      1. ato de vigiar, ato de manter vigília
        1. manter vigília
      2. pessoas que mantêm vigília, guarda, sentinelas
      3. do lugar onde cativos são mantidos, prisão
      4. do tempo (da noite) durante o qual uma guarda era mantida, uma vigília, i.e., um período de tempo durante o qual parte da guarda estava em ação, e no fim do qual outros tomavam o seu lugar.

        Como os gregos antigos geralmente dividiam a noite em três partes, assim, antes do exílio, os israelitas também tinham três vigílias durante a noite; subseqüentemente, no entanto, depois de se tornarem sujeitos aos romanos, adotaram o costume romano de dividir a noite em quatro vigílias


    ψῆφος


    (G5586)
    psēphos (psay'-fos)

    5586 ψηφος psephos

    do mesmo que 5584; TDNT - 9:604,1341; n f

    1. pequena pedra lisa gasta, seixo
      1. na cortes de justiça antigas, o acusado era condenado pelos seixos pretos e absolvido pelos brancos

        voto (por causa do uso de seixos na votação)


    ἀρχιερεύς


    (G749)
    archiereús (ar-khee-er-yuce')

    749 αρχιερευς archiereus

    de 746 e 2409; TDNT - 3:265,349; n m

    1. sumo-sacerdote. Ele era honrado acima de todos com título de sacerdote, chefe dos sacerdotes. Era lícito para ele realizar os deveres comuns do sacerdócio; mas seu principal dever era, uma vez por ano no dia da expiação, entrar no Santo dos Santos (dever do qual os outros sacerdotes estavam excluídos) e oferecer sacrifícios por seus próprios pecados e pelos pecados do povo, e presidir sobre o Sinédrio, ou Concílio Supremo, quando convocado para deliberações. De acordo com a lei mosaica, ninguém podia aspirar ao sumo sacerdócio a menos que fosse da tribo de Arão e descendente de uma família de sumos sacerdotes; e aquele a quem o ofício era conferido, ocupava este cargo até a morte. Mas a partir de Antíoco Epifanes, quando os reis Selêucidas e mais tarde os príncipes herodianos e os romanos arrogaram para si mesmos o poder de nomear os sumos sacerdotes, o ofício não mais permanecia fixo na família pontifical nem era conferido a alguém por toda a vida; mas tornou-se venal, e podia ser transferido de um para outro de acordo com a vontade dos governos civis e militares. Isto explica por que vinte e oito pessoas ocuparam a dignidade pontifical durante os cento e sete anos que separam Herodes, o grande e a destruição da cidade santa.
    2. Os sumo-sacerdotes. Inclui-se nesta categoria, além daquele que detinham o ofício sumosacerdotal, tanto aqueles que foram previamente depostos, e mesmo depostos, continuavam exercendo um grande poder no estado, quanto os membros das famílias

      das quais procediam os sumo-sacerdotes, dado que tinham grande influência am assuntos públicos.

    3. Usado em referência a Cristo. Ao sofrer uma morte sangrenta, ele ofereceu a si mesmo como sacrifício expiatório para Deus, e entrou no santuário celeste onde continuamente intercede em nosso favor.

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo