Enciclopédia de I João 4:11-11

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1jo 4: 11

Versão Versículo
ARA Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.
ARC Amados, se Deus assim, nos amou, também nos devemos amar uns aos outros.
TB Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros.
BGB ἀγαπητοί, εἰ οὕτως ὁ θεὸς ἠγάπησεν ἡμᾶς, καὶ ἡμεῖς ὀφείλομεν ἀλλήλους ἀγαπᾶν.
BKJ Amados, se Deus assim nos amou, devemos também amar uns aos outros.
LTT Ó amados, uma vez que Deus assim nos amou, também nós devemos (assim), cada um (de nós) a (cada um de todos) os outros (irmãos), amar.
BJ2 Caríssimos, se Deus assim nos amou, devemos, nós também, amar-nos uns aos outros
VULG Carissimi, si sic Deus dilexit nos : et nos debemus alterutrum diligere.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I João 4:11

Mateus 18:32 Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.
Lucas 10:37 E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.
João 13:34 Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
João 15:12 O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
II Coríntios 8:8 Não digo isso como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade do vosso amor;
Efésios 4:31 Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós.
Colossenses 3:13 suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
I João 3:16 Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
I João 3:23 E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Francisco Cândido Xavier

1jo 4:11
Ceifa de Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Página: 25
Francisco Cândido Xavier
“Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos amar uns aos outros.” — JOÃO (1Jo 4:11)

Reprovamos a violência e clamamos contra a violência; no entanto, na vida de relação, muito raramente nos acomodamos sem ela, quando se trate de nossos caprichos.

Muito comum, principalmente quando amamos alguém, exigirmos que esse alguém se nos condicione ao modo de ser.

Se os entes queridos não nos compartilham gostos e opiniões, eis-nos irritadiços ou estomagados, reclamando contra a vida; todavia, a paz da alma requisita compreensão e a compreensão conhece que cada um de nós tem a sua área própria de interesse e de ideais.

A Natureza é um mostruário dos recursos polimórficos com que a Sabedoria Divina plasmou a Criação.

Todas as flores são flores, mas o gerânio não tem as características do cravo e nem a rosa as da violeta. Todos os frutos são frutos, mas a laranja não guarda semelhança com a pêra. Além disso, cada flor tem o seu perfume original, tanto quanto cada fruto não amadurece fora da época prevista.

Assim, também, as criaturas.

Cada pessoa respira em faixa diversa de evolução.

Justo nos detenhamos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, usufruindo os valores da afinidade; entretanto, sempre que amarmos alguém que não comunga a onda de nossas ideias e emoções, abstenhamo-nos de lhe violentar a cabeça com os moldes em que se nos padroniza a vida espiritual.

Deus não dá cópias.

Cada criatura vive em determinado Plano da criação, segundo as leis do Criador.

Amparemo-nos para que em nosso setor de ação pessoal venhamos a ser nós mesmos. Respeitemo-nos mutuamente e ajudemo-nos a ser uns para as outros o que o Supremo Senhor espera que nós sejamos — uma bênção.




Emmanuel

1jo 4:11
Mais Perto

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Página: -
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Leitor Amigo:

  Problemas e dificuldades.

  Violência e provação.

  Conflitos e desajustes.

  Crises de insegurança e anseios de paz.


Na pauta desses temas, as requisições para encontros e debates amistosos continuam, concitando-nos a entendimentos pessoais.

Por motivos claramente compreensíveis, semelhantes contatos diretos não se nos fazem tão fáceis.

Entendemos, porém, que dialogar, de coração para coração, é falar de mais perto.

O desejo de satisfazer aos amigos nos impele a responder indiretamente a quantos possamos alcançar, com as nossas páginas de companheiro, psicografadas, à frente do público, ao qual tanto estimaríamos ser úteis.


Disso, leitor amigo, nasceu este volume despretensioso, sem qualquer atavio literário, com a finalidade de oferecer a nossa contribuição singela ao exame dos temas referidos.

Páginas de amigo, versando assuntos diversos entre si, elas não exteriorizam fórmulas mágicas para a solução aos desafios das indagações terrestres e, tão somente, nos expressam a cooperação e a boa vontade, no sentido de se buscar o caminho mais fácil para a aquisição da paz e da esperança, em meio às lutas que nos cercam. Significam unicamente que estamos entre os irmãos que nos procuram dialogando e aprendendo, agindo e tentando colaborar na edificação do bem comum.

Entregando-te, assim, neste volume simples as nossas conclusões e respostas de servidor, rogamos a Jesus, o nosso Divino Mestre, nos inspire e nos guie para que a compreensão e o amor nos façam mais profundamente irmãos uns dos outros, de modo a que sejamos, em verdade, uma só família, em paz, nos vários setores de evolução que nos caracterizam a vida, trabalhando e cooperando na construção da Terra Melhor e Mais Feliz.



Uberaba, 22 de março de 1983.


1jo 4:11
Hora Certa

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3863
Capítulo: 19
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Emmanuel


"Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar-nos uns aos outros". - João - I João, 4:11.


Há quem pergunte como auxiliar aos outros sem possuir recursos materiais. E, dentre as muitas formas de amparar sem apoio amoedado, falar para o bem é uma delas.


Recorda o tesouro das boas palavras que transportas contigo.


Basta ligar os dispositivos da memória e o verbo edificante se te derramará da boca, à feição de uma torrente de luz.


Ajuda aos que ajudam, em benefício do próximo, criando o clima do otimismo e da esperança indispensável à sustentação da alegria e da paz.


Não pronuncies a frase de pessimismo ou desencanto, reprovação ou amargura.


A dificuldade estará presente, mas se forjamos a confiança na força espiritual que nos é característica, de modo a transpô-la ou desfazê-la, conseguiremos liquidá-la muito mais facilmente, de vez que estaremos mobilizando o poder da cooperação.


A enfermidade estará golpeando fundo no irmão que a suporta, no entanto, se exteriorizamos, em favor dele, um pensamento de reequilíbrio ou de fé, será essa a medida providencial que o habilite, por fim, a iniciar a marcha mental para a justa restauração.


Não desencorajes, seja a quem seja.


Feridas reviradas agravam o sofrimento.


Erros comentados estendem a sombra.


Cada consciência é um mundo por si, com obstáculos e problemas próprios.


Cada qual de nós - os espíritos em evolução na Terra - temos qualidades nobres que acumulamos e imperfeições de que nos devemos desvencilhar.


Lembremo-nos do auxílio que podemos aditar ao auxílio daqueles que se consagram a auxiliar para o bem dos semelhantes.


Se nos propomos a colaborar, na edificação do Reino de Deus, comecemos pela caridade silenciosa de não complicar e nem desanimar a ninguém.


1jo 4:11
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas Universais e ao Apocalipse

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 138
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos amar uns aos outros.” — JOÃO (1Jo 4:11)

Reprovamos a violência e clamamos contra a violência; no entanto, na vida de relação, muito raramente nos acomodamos sem ela, quando se trate de nossos caprichos.

Muito comum, principalmente quando amamos alguém, exigirmos que esse alguém se nos condicione ao modo de ser.

Se os entes queridos não nos compartilham gostos e opiniões, eis-nos irritadiços ou estomagados, reclamando contra a vida; todavia, a paz da alma requisita compreensão e a compreensão conhece que cada um de nós tem a sua área própria de interesse e de ideais.

A Natureza é um mostruário dos recursos polimórficos com que a Sabedoria Divina plasmou a Criação.

Todas as flores são flores, mas o gerânio não tem as características do cravo e nem a rosa as da violeta. Todos os frutos são frutos, mas a laranja não guarda semelhança com a pêra. Além disso, cada flor tem o seu perfume original, tanto quanto cada fruto não amadurece fora da época prevista.

Assim, também, as criaturas.

Cada pessoa respira em faixa diversa de evolução.

Justo nos detenhamos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, usufruindo os valores da afinidade; entretanto, sempre que amarmos alguém que não comunga a onda de nossas ideias e emoções, abstenhamo-nos de lhe violentar a cabeça com os moldes em que se nos padroniza a vida espiritual.

Deus não dá cópias.

Cada criatura vive em determinado Plano da criação, segundo as leis do Criador.

Amparemo-nos para que em nosso setor de ação pessoal venhamos a ser nós mesmos. Respeitemo-nos mutuamente e ajudemo-nos a ser uns para as outros o que o Supremo Senhor espera que nós sejamos — uma bênção.




Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21
SEÇÃO IV

A FONTE DE FILIAÇÃO

I João 4:1-5.12

A. VERDADE E ERRO, 4:1-6

"Um dos dons que de acordo com o apóstolo Paulo é dado à Igreja pelo verdadeiro Espírito é precisamente o dom de discernir os espíritos 1Co 12:10) ".' João coloca isso desta forma: Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus (1). Ele prossegue ao mostrar que a confissão de Jesus Cristo como o Filho de Deus encarnado é a evidência de que o Espírito Santo de Deus está agindo através do homem. "Essa demonstração é transmitida de forma a contrastar o Espírito Santo, que testifica de Cristo e a favor de Cristo, com o espírito do mundo e do Anticristo, que não somente se opõe a esse testemunho, mas espalha a mentira que lhe é oposta".2

Existem muitos espíritos no mundo, tanto bons como maus, e precisa-se encontrar algum critério para julgá-los. Há o Espírito de Deus (2) e o espírito do anticristo (3), cada um possuindo e manifestando-se por meio das pessoas. Mateus fala de "falsos cristos e falsos profetas" (Mt 24:24). João está se referindo, sem dúvida alguma, àqueles menci-onados em 2:18-27, que são denominados de "muitos anticristos", que "saíram de nós, mas não eram de nós". "Aquele que nega que Jesus é o Cristo" é "mentiroso" e também "nega o Pai e o Filho".

Há um poder diabólico e sobrenatural, bem como um poder justo e sobrenatural, operando no mundo e na vida das pessoas Também há falsos profetas que transformam em mau o que é bom. Alguns podem ser encontrados na igreja — aqueles que substituem a vitalidade do Espírito de Cristo pela religião institucionalizada e aqueles que substituem evangelho de Cristo pelo humanismo. Há também aqueles no mundo que trocam o amor de Deus pelo amor ao poder, "salvadores políticos que encarnam o demonismo que claramente participam do mar.' "A variedade e a popularidade dos falsos profetas con-temporâneos não deveria nos surpreender; continua sendo verdade que 'o mundo os ouve' (v. 5). Em cada geração, a mentira luta contra a verdade, o mal contra o bem, os falsos profetas contra os verdadeiros profetas, o espírito do Anticristo contra Cristo".4

O verdadeiro profeta confessa que Jesus Cristo veio em carne (2). Jesus refe-re-se à sua natureza humana e Cristo à sua natureza divina e, assim, os dois juntos tornam-se a expressão da Encarnação. Veio em carne não deve ser interpretado como "veio para dentro da carne". Cristo não desceu [...] em um homem já existente, mas veio em natureza humana; Ele 'tornou-se carne' "5 João está dizendo que a Encarnação não é somente o foco central do evangelho mas também reúne em seu significado mais amplo as outras grandes verdades doutrinárias tais como o nascimento virginal, a crucificação e a ressurreição. A Encarnação é o credo essencial do cristianismo; com base nessa dou-trina, tudo que se chama cristão permanece em pé ou cai.

Em um certo sentido, então, estamos dizendo que a Encarnação é um credo, mas muito mais do que um credo. Ela é uma formulação de fé, mas também é um fato histó-rico, o de que Cristo veio em carne. A religião cristã é fundamentada em um evento histórico, no ato culminante de Deus na redenção. Deus tornou-se homem. Sua relação com o homem é, portanto, ativa e dinâmica. Reconhecer a Encarnação é entrar nessa atividade de Deus, envolver-se naquilo que Deus tem feito e está fazendo, ser um co-participante e, assim, uma testemunha viva da doutrina cristã da salvação. O perdão é mais do que uma libertação legal da culpa; é tomar parte de uma nova vida em Cristo, ou seja, participar ativamente no Reino de Deus na terra.

Em contraste com os falsos profetas, João diz: sois de Deus (4), e: Nós somos de Deus (6). O mundo (5) dá ouvidos aos falsos profetas mas não ouve o ensino de João. Todavia, Deus ouve e confirma sua verdade: Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro (6). O espírito da verdade é o Espírito de Deus.

O cristão participa na Encarnação pelo habitar do Espírito. Esse é o "permanecer" tratado no capítulo 3 e também no versículo 13 do capítulo em análise. Ele é o "consolador", "o Espírito da verdade", que Jesus prometeu aos seus discípulos, dizendo: "[Ele] habita convosco e estará em vós" (Jo 14:17). Dessa forma, João constrói um caso sólido por meio do qual o cristão pode estar seguro do seu relacionamento com Deus e pode distinguir entre a verdade e o erro.

Encontramos aqui uma bela flexibilidade dentro da rigidez. A doutrina cristã é tão inflexível quanto a própria verdade; ao mesmo tempo, de acordo com João, ela requer concordância em um único ponto inclusivo — a Encarnação. Temos coragem em segui-lo nisso? Ele estabeleceu um único critério, enquanto a Igreja tem multiplicado seus dogmas, que têm provocado divisões em vez de unidade. Um retorno à Encarnação como a verda-de central e essencial, tanto em credo quanto em experiência, levaria a Igreja de volta ao evangelho e à sua simplicidade dinâmica. Pense o que iria acontecer se esse grande princípio de amor fosse colocado em prática no mundo dos homens e nações! Os resulta-dos são garantidos, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo (4). João ressalta aquilo que era fundamental na doutrina e essencial na experiência para se alcançar o conteúdo espiritual.

B. O AMOR É DE DEUS, 4:7-12

Os versículos 1:6 são uma ampliação da primeira parte do texto encontrado em 3.23: "que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo". A segunda parte do texto: "e nos amemos uns aos outros" é desenvolvida nessa seção.

Um dos resultados do dom do Espírito é o amor fraternal. Em 2:7-11, esse tema é discutido como o resultado de caminhar na luz. Em 3:10-18, ele é tratado como uma marca particular do cristão. Na passagem atual, "ele aparece como um dom do Espírito de Deus, um contraste ao espírito anticristão, e, acima de tudo, como uma emanação do próprio Ser de Deus".6 Isso pode ser chamado de base tríplice do amor perfeito.

Amemo-nos uns aos outros (7) é mais do que uma exortação. Ela flui natural-mente da afirmação de que a caridade (amor) é de Deus. Esse amor não depende da qualidade dos seus objetos. Se um homem tem comunhão com Deus, é nascido de Deus e caminha na luz, invariavelmente amará os outros porque a caridade é de Deus.

Embora João provavelmente esteja se referindo ao amor pela comunidade cristã, o amor pelas pessoas em geral não pode ser excluído. O amor, então, torna-se um teste do nosso relacionamento com Deus. O apóstolo não diz que todo aquele que é nascido de Deus manifesta amor, mas que qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Com isso, "ele certamente não quer dizer que em cada pessoa que sente uma onda repen-tina de amor emotivo — homem por mulher, mãe por filho — haja um sinal do amor divino, indicando uma vida dada por Deus. Pode haver alguns elos entre as formas mais elemen-tares de amor [...] e o amor divino, mas não é o que o nosso autor está procurando transmi-tir": Uma distinção deve ser observada entre o que chamamos de amor natural e amor cristão, embora a diferença nem sempre possa ser prontamente discernida. Conheci um homem, um incrédulo confesso, que demonstrou ao longo dos anos um amor e devoção à sua esposa doente e inválida que eu nunca vi ser superados no meio cristão. A única res-posta para o dilema que essa observação levanta é que esse amor não foi manifesto em nenhuma outra área da sua vida. Talvez essa seja a distinção que procuramos.

É mais fácil entender a expressão Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é caridade (8). A expressão Deus é caridade se equipara com a expres-são anterior de João: "Deus é luz" (1.5). Essa afirmação "não expressa uma qualidade que Ele possui, mas uma que envolve tudo que Ele é".8 Isso não é o mesmo que dizer "amor é Deus". De acordo com João, expressões de amor das pessoas em geral são inferi-ores ao amor cristão se não estiverem fundamentados na revelação de Deus em Jesus Cristo. "Se tomarmos as duas definições [Deus é luz e Deus é caridade] juntas, chegare-mos à conclusão de que nenhuma ação de Deus é concebível que não tenha como alvo a demonstração de amor".9 Esse autor continua: "Se, então, luz e amor são tão inseparáveis [na] natureza divina quanto forma e matéria [em] qualquer coisa material, segue-se que todo aquele que é nascido de Deus deve ser participante dessa luz e desse amor".1°

João afirmou diversas vezes que o relacionamento com Deus é um relacionamento de conhecimento (2.4, 13 14:3-6; 4.7). Em sua afirmação Deus é caridade, ele fala de um verdadeiro conhecimento de Deus, da própria natureza de Deus e não de um conhecimento acerca de Deus. Essa natureza foi manifestada em Jesus Cristo. Ela se manifesta especial-mente para conosco (9; os crentes) porque nós a recebemos. Onde não há recepção não há revelação. Aqueles que andam na luz são capacitados a saber que Deus é caridade.

O versículo 9 nos mostra que o amor de Deus em Cristo tinha um objetivo. Cristo era o seu instrumento enquanto o homem era seu objeto de contato no mundo. "Deus amou de tal maneira" que enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele viva-mos. Em Cristo, vemos o amor de Deus. Por meio de Cristo experimentamos esse amor. "Somente quando o Cristo por nós é realmente o Cristo em nós, exaurimos o significado de [Deus é caridade]"."

O amor de Deus pelo homem não é uma reação ao nosso amor. A resposta é nossa. Nosso amor depende do seu amor e é o resultado desse amor. Em Cristo, Deus amou a estranha criatura pecaminosa chamada homem e reconciliou-se com ele. (Veja comentá-rio em 2.2). Na Encarnação, Deus não se tornou favoravelmente inclinado ao homem. Isso podia ser alcançado por meios muito mais fáceis e é amplamente demonstrado no Antigo Testamento. Mas ao tornar-se homem, Deus reconciliou o homem consigo mesmo — Ele fez o que o homem não podia fazer.
No versículo 11, pela segunda vez nesse capítulo, João usa o termo afável Amados (agapetoi). Esse termo atrai uma atenção devota e traz no seu âmago a força de uma súplica. Se Deus assim nos amou — e Ele o fez — também nós devemos amar uns aos outros. O amor de Deus não serve somente como exemplo adequado, mas também como uma causa estimulante. Nosso amor deveria fluir naturalmente do amor de Deus que experimentamos.

Ninguém jamais viu a Deus (12). Isso parece, num primeiro momento, ser uma intrusão na seqüência de idéias. O autor está provavelmente advertindo seus leitores a não tentarem conhecer a Deus de nenhuma outra forma exceto da forma que ele está descrevendo. Muitas pessoas têm procurado encontrar a Deus e muitos têm afirmado conhecer a Deus de uma perspectiva mais clara do que na 1greja cristã. João está dizen-do que todas essas tentativas falharam. Podemos aprender algumas coisas a respeito de Deus por intermédio da pesquisa, mas o Pai não pode realmente ser conhecido exceto por intermédio da sua auto-revelação como amor em Jesus Cristo.

A vitalidade do nosso relacionamento com Deus é demonstrada no amor fraternal, porque o amor somente pode vir de Deus. "Que verdade maravilhosa saber que o amor de Deus estará em nós e se tornará nosso amor pelos outros"." Por meio do nosso amor uns pelos outros, sabemos que Deus por meio do seu Espírito está em nós. E pelo exercício desse amor, em nós é perfeita a sua caridade (12). Não é o amor de Deus por nós que é aperfeiçoado. "Tudo que é completo em sua espécie é perfeito"." Em vez disso, "Quando

  • amor de Deus por nós passa a estar em nós, isso é semelhante ao efeito que a magnetita dá à agulha, inclinando-a em direção ao pólo"." O significado dessa última cláusula do versículo 12 é que nosso amor pelos irmãos se manifesta de forma mais completa.
  • C. DEUS É AMOR, 4:13-21

    Os quatro primeiros versículos dessa seção são uma recapitulação do que veio an-tes. O versículo 13 resume os versículos 1:12 e é semelhante a 3.24. Os versículos 14:16 resumem os versículos 1:6-7-12. Nesses versículos (13-16), o autor reafirma as bases da segurança cristã. A primeira é o dom do seu Espírito (13). Aqui está a Pre-sença divina que Jesus disse que pediria ao Pai para enviá-la aos seus seguidores (Jo 14:16). Essa presença do Espírito Santo é um testemunho subjetivo profundamente satisfatório de que pertencemos a Deus. João então mostra "seu cumprimento no teste-munho exterior de Cristo como Salvador":" vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo (14). Isso se refere à afirmação anterior de que a Encarnação é o principal dogma cristão. Dessa forma, nossa segurança tem um caráter tanto subjetivo quanto objetivo.

    No versículo 16 o autor reverte a ordem — colocando a evidência objetiva em primei-ro lugar — quando diz que nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem ("por nós) e que foi aperfeiçoado em nós. João diz: "Nós conhecemos, ficou claro para nós, que o amor divino habita em nós; e, depois de saber isso, também o compreendemos pela fé"." O conteúdo da confissão cristã "é nada mais do que o amor de Deus, manifestado na vida encarnada e na morte de Jesus".' A essência do conhecimento de Deus por meio da experiência pessoal é a posse interior do amor de Deus. Quem está em caridade está em Deus, e Deus, nele (16). O habitar do Espírito Santo (v. 13, cf 3,24) é também o habitar do amor, que resulta no amor fraternal (v. 11). "O homem natural não consegue crer nem amar. No seu estado caído e não remido, ele é cego e egoísta. Somente pela graça do Espírito Santo, que é o Espírito da verdade e cujo primeiro fruto é o amor (G1 5,22) é que alguém pode crer em Cristo e amar os outros"." A verdadeira causa de todo nosso amor é o fato de que Deus é caridade.

    Nos versículos 7:8, o conceito de que "Deus é amor" está associado ao conhecimento de Deus. No contexto atual, ele está associado com a natureza de Deus. Caridade (ágape, amor) denota essência e habita no cristão como resultado de uma experiência sobrenatu-ral com Deus. Não devemos entender isso como algo que entra em nós para residir como uma entidade separada; também não é um dom que pode ser removido tão facilmente como foi dado. Em vez disso, esse amor é um tipo de fusão envolvendo a natureza de Deus e a natureza do ser humano, por meio de uma experiência viva.

    Essa é a experiência do amor perfeito, a segunda obra da graça, que é o marco da tradição teológica de Wesley. Essa é a perfeição cristã, e João é um dos mais poderosos defensores nas Escrituras dessa experiência de união com Deus. Para o cristão, isso é viver no amor e viver em Deus, e Deus nele. Esse amor de Deus que habita em nós deve ser aperfeiçoado em nós. Não é o cristão, como pessoa, separado de Deus que é tornado perfeito mas, sim, o amor de Deus nele.

    Visto que Deus é perfeito e o amor é a sua natureza, em que sentido deve o seu amor se tornar perfeito em nós? A resposta deve ser entendida em relação ao propósito para o qual esse amor foi dado. Deus não derrama seu amor em nós para ser consumido por nós. O amor voltado para si mesmo é autodestrutivo. Deus nos ama para que possamos amar os outros. Seu amor em nós é aperfeiçoado quando se torna amor fraternal (2.5; 4.12). Poucas vezes o apóstolo fala do nosso amor por Deus e quando o faz, isso ocorre de manei-ra indireta (4.10, 19,20). Para João, os três aspectos do amor são os seguintes:

    1) Deus nos ama;

    2) seu amor habita em nós
    3) e amamos os irmãos.

    Essa experiência do amor perfeito nos dá confiança para o Dia do Juízo (17). Nesse sentido, somos semelhantes a Cristo, porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. Quer seja o julgamento final, quer o julgamento do dia-a-dia que enfrentamos aqui, a pessoa que é motivada pelo amor não teme esse julgamento: Na caridade, não há temor; antes, a perfeita caridade lança fora o temor (18). Esse amor que lança fora o temor pode ser melhor entendido na crucificação de Cristo. "Comunhão com Deus é o habitar perfeito do amor divino em nós. Isso nos torna semelhantes a Cristo. De acordo com essa conformidade com Ele seremos finalmente julgados; e se a temos, tam-bém temos a confiança no último dia".19

    Falando acerca desse ponto, Bengel diz: "A condição do ser humano é variada: sem medo e sem amor; com medo mas sem amor; com medo e com amor; sem medo mas com amor".' O medo traz consigo a expectativa da retaliação, a certeza do julgamento. "Pode-mos amar e reverenciar a Deus simultaneamente (cf. Hb 5:7), mas não podemos nos apro-ximar dele em amor e ocultar-nos dele com medo ao mesmo tempo".' "A presença de medo é um sinal de que o amor não está aperfeiçoado"," mas a perfeita caridade lança fora o temor. O temor abre espaço para a confiança e segurança quando, e somente quando, o amor é perfeito (teleia), quando "penetra e preenche toda a vida e ser do homem"."

    Nós o amamos porque ele nos amou primeiro (19) resume o que foi iniciado no versículo 8. O não é encontrado no texto grego e deveria ser lido: Nós amamos. Isso não exclui o amor por Deus, mas amplia o conceito para incluir o amor pelos outros. O verbo amamos (agapomen) pode estar no indicativo (amamos) ou no subjuntivo exortativo ("amemos", como no versículo 7). As melhores traduções favorecem o indicativo. "O pen-samento é que o impressionante amor de Deus em Cristo é a inspiração de todo amor que `circula' em nosso coração. Ele desperta em nós um amor responsivo — um amor agrade-cido por Ele, que se manifesta no amor pelos nossos irmãos".24Além do mais, "nosso amor deve sua origem ao amor de Deus, do qual é uma emanação".25

    Voltando-se agora para a forma de pergunta que ele usou no primeiro capítulo, João novamente elabora um teste de amor. Quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? (20). O apóstolo não tem a intenção de rebaixar o nosso amor pelo irmão em comparação com nosso amor por Deus. Em vez disso, ele está dizendo que nosso amor por Deus encontra seu teste de validade em nosso amor pelos outros. Talvez é por isso que, até esse ponto, João não mencionou diretamente nosso amor por Deus. Esse amor é inexistente se não for acompanhado pelo amor fraternal. "Minhas obras de caridade ao meu próximo devem, de fato, brotar do amor a Deus; mas não há forma de provar o nosso amor por Ele através de atos ou de modo invisível, sem esse elemento mediador"."

    Isso ocorre porque Deus mandou que quem ama a Deus, ame também seu ir-mão (21). O versículo 21 pode ser uma referência ao resumo da lei mosaica em amar a Deus de todo o coração e o próximo como a si mesmo (cf. Lv 19:18; Dt 6:5; Lc 10:27). João entende esse mandamento como o mandamento do amor (veja comentários em 2:7-8). O amor, fazendo parte da própria natureza de Deus, contém sua própria motivação para sua auto-expressão em outros. É da natureza do amor expressar-se a si mesmo. No en-tanto, visto que o ser humano continua humano e falível, a ordem de amar os irmãos em palavra e obra deve ser continuamente colocada diante dele.

    O amor de Deus aperfeiçoado em nosso coração e vida deve encontrar sua expressão em nosso amor por outros, "primeiramente, porque é somente ao amar nosso irmão que vemos [...] para que possamos exercitar o amor com o qual Deus nos amou primeiro [...] em segundo lugar, porque em amar nosso irmão, estamos obedecendo ao mandamento daquele que professamos amar [...] em terceiro lugar, porque em amar nosso irmão, ama-mos aquele que é gerado por Deus"."

    Por trás do pensamento de João, a essa altura, encontra-se a forma de um homem, o Deus-homem, nosso Irmão mais velho, que é o objeto principal do amor de todos que são nascidos de Deus. O apóstolo pode ter pensado: Se não amamos a Cristo, que vimos e ouvimos e tocamos (1:1-3), como podemos amar a Deus, que pode ser visto somente em Cristo? Ele não menciona o nosso amor por Cristo, que é o foco do amor de Deus pelo ser humano. Mas, certamente, João diria que nosso amor por Deus e pelo ser humano pres-supõe nosso amor por Cristo. "De muitas formas, podemos ser muito imperfeitos, mas se amamos a Deus [e o ser humano] com toda a capacidade que possuímos, somos perfeitos de acordo com as Escrituras".' Thomas Cook diz: "A única perfeição possível na terra é a perfeição do amor, do motivo e da intenção".29


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21
    *

    4.1-6 O dom de Deus do seu Santo, e um só, Espírito contrapõe-se aos muitos espíritos mentirosos que impulsionam os falsos profetas ao mundo para propagarem oposição a Cristo (2.18). Assim como Paulo faz em 1Co 12:3, João mostra como distinguir o Espírito da verdade dos espíritos do erro: aqueles que confessam a Jesus como o Messias são de Deus, enquanto que os que não confessarem a Jesus não o são. Essa confissão é a grande linha divisória entre aqueles que são "de Deus" e aqueles que são "do mundo".

    * 4.1 têm saído pelo mundo fora. Ver nota em 2.19.

    * 4.2 Jesus Cristo veio em carne. João distingue o evangelho do erro dos docéticos, os quais diziam que Jesus Cristo não era verdadeiramente humano (Introdução: Data e Ocasião). A natureza humana de Cristo era essencial para que ele pudesse morrer por nossos pecados.

    * 4.3 anticristo. Ver nota em 2.18.

    *

    4.4 aquele que está no mundo. Em sua hostilidade a Deus, o mundo está impregnado dos propósitos do diabo, que aprisionou a raça humana pela tentação (5.19).

    * 4.6 de Deus. O Espírito Santo une os crentes. Ver "A Igreja Local" em Ap 2:1.

    * 4.7-12 O amor de Deus Pai por "seu Filho unigênito" (v. 9) é a fonte do amor que une a congregação dos crentes como uma família. Ao dar-nos o seu Filho, o Pai fez-nos conhecer o amor perfeito e a vida eterna que o Pai e o Filho sempre tiveram.

    * 4.9 Filho unigênito. Com "unigênito", afirma-se que Jesus é Filho de Deus em eternidade, como a segunda pessoa da Trindade. O termo grego também pode ser traduzido por "um e único Filho", referindo-se antes à singularidade de Cristo do que à sua eterna geração.

    *

    4.10 propiciação pelos nossos pecados. Ver nota em 2.2. Cristo afastou a justa ira de Deus e satisfez as exigências da justiça divina em nosso favor. Fez isto a fim de cumprir o amor de Deus.

    * 4.14 Salvador do mundo. Ver nota em 2.2.

    * 4.16 Deus é amor. O amor de Deus é demonstrado em sua fidelidade à aliança e na sua busca incansável pelos pecadores, a despeito da rebeldia ou indiferença destes (v. 8; Êx 34:5-7).

    * 4.17 também nós somos. Embora não sejamos semelhantes a Cristo quanto a uma obediência perfeita de nossa parte, somos semelhantes a ele em nossa orientação básica e nos distinguimos como ele o fez em relação ao mundo em geral (Jo 17:16).

    *

    4.18 não é aperfeiçoado no amor. O amor de Deus é perfeito em si mesmo e traz para nós a firme promessa da perfeição tão logo o recebemos (vs. 12,17; 2.5). Mas visto estarmos sendo aperfeiçoados em seu amor ao longo do tempo (3.2), os remanescentes do temor podem coexistir temporariamente com o amor. O "perfeito amor" da parte de Deus "lança fora o medo" de forma progressiva, não instantânea.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21
    4:1, 2 "Não criam a todo espírito, a não ser provem os espíritos" significa que não devemos acreditar em tudo o que escutamos porque alguém diga que se trata da mensagem inspirada de Deus. Há muitas formas de provar aos professores para descobrir se sua mensagem vem realmente de Deus. Uma maneira é comparar suas palavras com o que Deus diz na Bíblia. Outras provas têm que ver com sua entrega ao corpo de crentes (2.19), sua forma de vida (3.23,
    24) e o fruto de seu ministério (4.6). Mas a melhor das provas, diz João, é o que acreditam a respeito de Cristo. Ensinam que Jesucristo é totalmente Deus e totalmente homem? Nosso mundo está cheio de vozes que afirmam que falam de parte do. Spot essas provas para ver se em realidade expõem a verdade de Deus.

    4.1-3 Algumas pessoas acreditam tudo o que lêem ou escutam. Infelizmente, muitos conceitos que se imprimem ou ensinam não são verdadeiros. Os cristãos devem ter fé mas não devem ser crédulos. Verifique cada mensagem que você escuta, apesar de que a pessoa que o diga afirme que é de Deus. Se a mensagem for realmente de Deus, será compatível com os ensinos de Cristo.

    4:3 O anticristo será uma pessoa que resuma tudo o que é mau, e será recebido rapidamente por um mundo malvado. Lhe descreve mais ampliamente em 2Ts 2:3-12 e Apocalipse 13. O "espírito do anticristo" já está aqui (veja-a nota em 2:18-23).

    4:4 É muito fácil atemorizar-se pela perversidade que vemos nosso redor e nos curvar pelos problemas que temos que confrontar. É óbvio que a maldade é mais forte que nós. João nos assegura, entretanto, que Deus é muito mais poderoso. O vencerá todo o mau e seu Espírito e sua Palavra moram em nosso coração!

    4:6 Os falsos professores são populares com o mundo porque, ao igual aos falsos profetas do Antigo Testamento, dizem o que a gente quer ouvir. João adverte que quão cristãos ensinam com fidelidade a Palavra de Deus não ganharão nenhuma competência de popularidade no mundo. A gente não quer que se denuncie seu pecado nem quer escutar as exigências de que troque sua conduta. Um falso professor será bem recebido pelos que não são cristãos.

    4.7ss Todos acreditam que o amor é importante, mas pelo general pensamos que solo é um sentimento. Em realidade, o amor é uma eleição e uma ação, como o mostra 1Co 13:4-7. Deus é a fonte de nosso amor: amou-nos de tal maneira que sacrificou a seu Filho por nós. Jesucristo é nosso exemplo do que significa amar; cada coisa que O fez em sua vida e em sua morte foi amor supremo. O Espírito Santo nos dá o poder para amar; O vive em nosso coração e nos faz mais semelhantes a Cristo. O amor de Deus sempre implica uma eleição e uma ação, e nosso amor deve ser como o Do. De que forma refletem seu amor a Deus as decisões que toma e as ações que realiza?

    4:8 João diz: "Deus é amor" não diz "Amar é Deus". Nosso mundo, com sua visão corriqueira e egoísta do amor, tergiversou essas palavras e poluiu nossa compreensão do amor. O mundo pensa que amor é o que nos faz sentir bem, e está disposto a sacrificar princípios morais e os direitos de outros a fim de obter dito "amor". Mas em realidade isso não é amor, a não ser justamente o contrário ao amor; é egoísmo. E Deus não é essa classe de "amor". O verdadeiro amor é como Deus: santo, justo e perfeito. Se seriamente conhecermos deus, devemos amar como O ama.

    4:9 Jesucristo é o Filho unigénito de Deus. Embora todos os crentes são filhos de Deus, solo Jesucristo vive nessa relação de unidade (veja-se Jo 1:18; Jo 3:16).

    4:9, 10 O amor explica (1) por que Deus cria: como O ama, cria pessoas para as amar; (2) por que Deus se interessa: como as ama, interessa-se nas pessoas pecadoras; (3) por que temos liberdade para escolher: O espera uma reação de amor de nossa parte;. (4) por que Cristo morreu: seu amor por nós fez que procurasse uma solução ao problema do pecado; e (5) por que recebemos vida eterna: seu amor é uma expressão eterna.

    4:10 Nada pecaminoso nem perverso pode existir na presença de Deus. O é absolutamente bom. O não pode passar por cima, tolerar nem desculpar o pecado como se não se cometeu. O nos ama, mas seu amor não o converte em uma pessoa de moralidade indiferente. portanto, se confiarmos em Cristo, não temos que sofrer o castigo de nossos pecados (1Pe 2:24). Podemos ser absolvidos (Rm 5:18) por seu sacrifício expiatório.

    4:12 Se a Deus ninguém o viu jamais, como poderemos conhecê-lo? João expressa em seu Evangelho: "O unigénito Filho, que está no seio do Pai, O lhe deu a conhecer" (Jo 1:18). Jesucristo é a perfeita manifestação de Deus em forma humana e se revelou a nós. Quando nos amamos uns aos outros, o Deus invisível se revela a outros, por meio de nós, e se aperfeiçoa seu amor.

    4:12 Algumas pessoas desfrutam da companhia de outros. Fazem amizade com os estranhos com facilidade e freqüência, e estão rodeados de muitos amigos. Outras pessoas são tímidas ou reservadas. Têm poucos amigos e se sentem incômodas quando falam com pessoas que não conhecem ou se mesclam entre a multidão. As pessoas tímidas não têm que ser extrovertidas a fim de amar a outros. João não diz a quantas pessoas devemos amar a não ser quanto devemos amar às pessoas que já conhecemos. Nossa tarefa é amar com fidelidade às pessoas que Deus nos deu para amar, sejam dois ou duzentos. Se Deus vir que estamos preparados para amar a outros, O se encarregará de trazê-los para nós. Por muito tímidos que sejamos, não devemos temer ao mandamento do amor. Deus nos dá a fortaleza para fazer o que nos pede.

    4:13 Quando chegamos a ser cristãos, recebemos ao Espírito Santo. A presença de Deus em nossa vida é uma prova de que seriamente somos do e nos dá o poder para amar (Rm 5:5; Rm 8:9; 2Co 1:22). Dependa desse poder para levar a mensagem de Deus a outros. Quando o fizer, adquirirá confiança. Veja-se também Rm 8:16.

    4:17 O dia do julgamento é o dia final em que estaremos diante de Cristo e daremos conta de nossos atos. Com Deus em nós por meio de Cristo, não temos razão para temer aquele dia, porque fomos liberados do castigo. Pelo contrário, devemos olhar para frente, ao dia do julgamento, porque significará o fim do pecado e o começo da relação cara a cara com o Jesucristo.

    4:18 Se seguimos sendo presa do temor à eternidade, ao céu ou ao julgamento de Deus, devemos nos lembrar do amor de Deus. Sabemos que nos ama perfeitamente (Rm 8:38-39). Podemos resolver nossos temores nos concentrando em seu amor imensurável por nós, logo permitindo amar a outros por meio de nós. Seu amor acalmará nossos temores e nos dará confiança.

    4:19 O amor de Deus é a fonte de todo amor humano, e se pulveriza como o fogo. Ao amar a seus filhos, O acende uma chama em seus corações. Como resposta, eles amam a outros, os que são aceitos pelo amor de Deus por meio deles.

    4.20, 21 É fácil dizer que amamos a Deus quando não custa nada mais que assistir semanalmente aos cultos. Mas a verdadeira prova de nosso amor a Deus consiste em como tratamos a quem está diante de nós: os membros de nossa família e os amigos crentes. Não podemos amar a Deus se formos negligentes ao amar a quem foi criados a sua imagem e semelhança.

    HEREJIAS

    Quase tudas as testemunhas presenciais do ministério do Jesus tinham morrido quando João escreveu esta epístola. Alguns da segunda ou terceira geração de cristãos começaram a ter dúvidas a respeito do que lhes tinha ensinado com relação a Cristo. Alguns crentes de origem grega tinham dificuldade para acreditar que Jesucristo fora humano e ao mesmo tempo divino, porque no pensamento platônico, o espírito era o mais importante. O corpo só era uma prisão do qual alguém desejava escapar. As heresias se desenvolveram a partir da mescla desse pensamento platônico com o cristianismo.

    Um ensino específico muito difundido, mais tarde chamada docetismo (de uma palavra grega que significa "aparecer"), sustentava que Jesucristo era um espírito que solo apareceu para ter um corpo. Em realidade, não despedia sombra nem deixava rastros; era Deus, mas não homem. Outro ensino herético, relacionada com o gnosticismo (vem da palavra grega "conhecimento") afirmava que todo o físico era mau, o espírito era bom, e que solo o intelectualmente iluminado poderia desfrutar dos benefícios da religião. Ambos os grupos tinham dificuldade para acreditar em um Deus Salvador que era também totalmente humano.

    João responde a esses falsos professores como testemunha presencial da vida do Jesucristo na terra. Viu o Jesus, falou com O, tocou-o; sabia que Jesus era mais que um simples espírito. Nos primeiros parágrafos de seu escrito, João estabelece que Jesucristo existiu antes da fundação do mundo e que também viveu entre os homens como homem. Em outras palavras, era divino e humano.

    Através dos séculos, muitas heresias negaram que Jesucristo fora Deus e homem. Na época do João, a gente tinha dificuldade para acreditar que era homem; hoje muitos têm dificuldade para vê-lo como Deus. Mas Jesus em sua natureza humana e divina é o aspecto principal do cristianismo. Antes que você aceite o que dizem os professores religiosos a respeito de qualquer tema, escute com cuidado o que acreditam a respeito do Jesucristo. Negar sua divindade ou sua humanidade é considerá-lo menos de quem era: Cristo o Senhor.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21
    B. CONFISSÃO DA VERDADE (4: 1-6)

    Ao discutir o segundo teste dupla da verdade encontrada em filiação, João no capítulo 3 tem enfatizado muito claramente a importância da justiça prática. É neste desempenho da justiça que se tem a prova da filiação espiritual. Em 1Jo 3:24 João nomes do Espírito como uma evidência adicional de que o crente de permanecer em Cristo. É com esta afirmação de que ele se desloca de sua ênfase sobre a fazer para que de acreditar. João não está disposto a deixar a prática da justiça estar sozinho como o teste da verdade. Ele inclui a confissão de Jesus como tendo vindo na carne como uma parte desse teste.

    1. seu conteúdo e Denial (4: 1-3)

    1 Amados, não creiais a todo espírito, mas provai os espíritos, se são de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. 2 Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus: 3 e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; e este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que vem; e agora ele está no mundo já.

    1. O Concurso (1Jo 4:1 ). Há muitos falsos profetas que têm saído pelo mundo . João avisa que não estamos a acreditar a todo o espírito , mesmo que o espírito se origina dentro do grupo de crentes.

    É muito mais fácil de detectar esses falsos espíritos quando eles são claramente não-cristã, tendo se originado em um mundo pagão. Poucos ou nenhuns os cristãos que visitam a terra pagã seriam desviados por um espírito maligno em forma de um feiticeiro ou um feiticeiro. O problema para a cultura cristã professa é que muitos que colocar o manto da profissão de fé cristã são enganadores. Este fato era verdade na época de João entre as pessoas a quem ele escreveu, e certamente é verdade hoje.

    Esses falsos professores a criar uma batalha de mentes, ou guerra ideológica; e, consequentemente, muitas pessoas sinceras ficar confuso e não sei cuja voz a atender. Para muitos, a solução mais fácil é concluir que há alguma verdade em todas as idéias, mesmo as mais pagãs, e que a melhor religião é a que incorpora o bem em tudo, especialmente que bom que apela para a mente natural. Esse ecletismo formula um novo idealismo que é substituído para a fé cristã. João se opôs a qualquer tal inovação.

    b. A True (1Jo 4:2 ).

    É necessário distinguir entre a fé como confiança e fé como crença. É verdade que a mera crença em um fato não vai salvar uma pessoa. Pode-se dar assentimento mental a certas verdades que são ensinadas nas Escrituras e ainda não têm fé salvadora. Esta aceitação da verdade é chamado de crença. A crença pode ser meramente uma aceitação passiva, mas a fé salvadora real é a confiança real na pessoa divina de Jesus Cristo. É confessando este Cristo como Senhor e Salvador; é plena confiança nEle e entrega total a Ele.

    No entanto, seria possível a alguém deposita sua confiança em uma pessoa falsa, concebida na sua mente como a verdadeira. Aparentemente, isso é o que João é perturbado sobre. Esses falsos profetas de sua época certamente ensinou Cristo. Mas ele era um Cristo que não tinha vindo em carne; ele era um mero aparente-a-ser-cristo. Não pode haver salvação, exceto na confissão da Vivo e Verdadeiro Cristo.

    Além disso, é claro que esta confissão do verdadeiro Cristo não é apenas de voz. "É com o coração se crê para a justiça; e com a boca se confessa a respeito da salvação "( Rm 10:10 ). João Wesley diz que essa confissão é com o coração e voz. Para dizer alguma coisa com os lábios, não significa que é verdade em seu coração. Muitas pessoas fazem confissões públicas de fé, cujos corações estão longe de ser verdadeira confiança em Cristo. Sempre que alguém acredita em seu coração, então é com a sua boca que ele confessa o verdadeiro Cristo como seu Senhor.

    c. O Falso (1Jo 4:3 ).

    Este erro de confessar um falso cristo é muito grave. Barnes escreve a respeito de Cristo: "Se ele não era um homem, então tudo o que ocorreu em sua vida, no Getsêmani e na cruz, foi na aparência única, e foi assumido apenas para iludir os sentidos. Não houve sofrimentos reais; não houve derramamento de sangue; não houve morte na cruz, e, é claro, não havia expiação. "Mas foi a própria idéia de um Cristo encarnado que os gnósticos nunca poderia aceitar. "Sua visão era de que a matéria era de todo mal; que, portanto, o corpo é o mal; e que, portanto, uma encarnação real é uma impossibilidade, pois Deus nunca poderia ter carne sobre ele mesmo. "

    A falta de confessar Cristo como tendo vindo na carne é realmente para negá-Lo. Ele está negando que Jesus pode nunca ser o nosso padrão ou exemplo; ele está negando que Jesus pode ser o nosso sumo sacerdote; ele está negando que Jesus pode em qualquer sentido real ser um salvador; é negar a possibilidade de a salvação do corpo na ressurreição; e ainda é uma negação de qualquer possibilidade de tal negador não pode ter qualquer esperança de salvação "união real entre o humano eo divino, entre Deus eo homem."; tal espírito deve ser evitado por todos os cristãos.

    2. Sua detecção e rejeição (4: 4-6)

    4 Vós sois de Deus, meus filhinhos, e ter vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. 5 Eles são do mundo, por isso falam como do mundo, e os ouve mundo .-los 6 Nós somos de Deus; aquele que conhece nos ouve;aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade, e o espírito do erro.

    1. O Grande Poder (1Jo 4:4 ). Muitas vezes, eles vêm para o cristão em formas bastante concretos. Mas a certeza é que o poder dentro do crente é maior do que o poder do mal.

    Se eles são fiéis a si mesmos os leitores não têm nada a temer das atividades dos espíritos Antichristian no trabalho no mundo. Em virtude do novo nascimento, que, como cristãos, eles tiveram, eles ganharam a vitória sobre os falsos profetas, e os frutos da vitória são deles, a menos que eles deliberadamente perde-los. A vitória não foi adquirida na sua própria força. Foi Deus quem lutou por eles e neles. E Deus é maior do que o diabo que governa no mundo.

    b. A mente mundana (1Jo 4:5 ). Ele agora escreve: Eles são do mundo . Além disso, eles falam como as pessoas do mundo, eo mundo os ouve . João olhava para esses falsos espíritos como imbuído da mente depravada deste mundo mal.

    Para ser de uma mente mundana é a criação de um Cristo que se encaixa um espírito naturalista. O milagre da graça de Deus não apelar para a mente mundana. Se tornando carne de Deus não se encaixa em um sistema naturalista. A encarnação de Jesus Cristo é contrário ao padrão da mente natural. Ressurreição dos despojos mortos os "resultados garantidos" de investigação científica natural. Qualquer um que pode desenvolver um conceito religioso que se encaixa no clima naturalista de pensamento geralmente encontra-se aceito pelo mundo.

    Qualquer tentativa de formular a verdade cristã para agradar aos homens desse tipo de espírito só vai falsificar a verdade cristã. Crentes cristãos que mantêm a integridade da Bíblia pode ser acusado de estar ligada à tradição e obscurantismo. O fato é, eles mantêm a sua fé na verdade revelada de Deus. "O mundo, como vimos antes, é a natureza humana, à parte, e em oposição a Deus. O homem cuja fonte e origem é Deus vai acolher a verdade; o homem cuja fonte e origem é o mundo vai rejeitar a verdade. "

    Um dos maiores perigos enfrentados pelos cristãos é o logro que muitas vezes acompanha a apropriação da terminologia ortodoxa dos falsos espíritos. Para usar termos bíblicos, como "Jesus Cristo" e "Senhor" e "Encarnação" e "ressurreição" e até mesmo "redenção", e ainda fazer todos esses termos para significar algo diferente do que a Bíblia ensina, é o cúmulo da desonestidade intelectual . Um livro recente intitulado Juro por Deus , pelo bispo João Robinson, tornou-se um best-seller. O autor afirma que ele está ficando longe das menções tradicionais e colocando a verdade sobre Deus e sobre o cristianismo em termos modernos e relevantes. Ao fazer isso, ele desmascara as idéias heréticas que ele mesmo e muitos de seus colegas têm em relação a Deus, Jesus Cristo, e da Bíblia. Muitas pessoas estão chocados com essa negação franca e aberta de verdades religiosas comumente realizada. Na verdade, é uma declaração franca e aberta de muitas idéias detidos por não poucos teólogos contemporâneos. Talvez seja menos enganador, uma vez que já apareceu em linguagem simples e contemporânea.

    c. The True Safeguard (1Jo 4:6 ). Mas aqueles que seguem a Cristo também ouvir os apóstolos, porque quem conhece a Deus nos ouve . João acreditava que aqueles que ouviram e atenderam ele fosse de Deus e que aqueles que se recusou a ouvi-lo não fosse de Deus.

    Na superfície, isso pode parecer estreita; mas quando se compreende que para João e os outros apóstolos foram cometidos o evangelho e a tarefa de transmitir o evangelho a outras pessoas, a seriedade com que João escreveu estas palavras podem ser realizados. Se as pessoas dos dias de João não conhecem a Cristo através do testemunho dos apóstolos, seja direta ou indiretamente, eles não O conhecem.

    João escreve ainda: Nisto conhecemos o espírito da verdade, eo espírito do erro. O espírito da verdade encontra-se com aqueles que ouvem os apóstolos; o espírito do erro é com aqueles que se recusam a ouvir os apóstolos. Para os leitores da epístola de João era cristalina que entre eles estavam seguindo João e que não eram.

    Como isso pode ser verdade aplicável hoje? O evangelho de Cristo como foi testemunhado pelos apóstolos foi registrado nas Escrituras. Aqui é a certeza de que a Palavra de Deus escrita no Novo Testamento. É através da aceitação dessas verdades como dadas pelos apóstolos e à colocação de fé em Cristo, como ensinado na Bíblia, que dá a garantia de estar na verdade.

    Muitos hoje levantam questões sobre a infalibilidade da Palavra de Deus. Alguns desejam reduzir as Escrituras a um mero livro humano. Eles tentam tirar dela a autoridade de Deus. Dessa forma, eles são capazes de desacreditar as declarações das Escrituras e substituto para eles os raciocínios do homem. Ao fazer isso, eles se tornam os falsos espíritos que estão enganando muitos no mundo. O teste de verdade para o cristão é se esses espíritos confessar Cristo como revelado e registrado nas Escrituras.

    A verdadeira salvaguarda para o crente é a Palavra de Deus. Mas é a Palavra de Deus iluminado e interpretado por Seu Espírito Santo. O homem pode ouvir a voz do Espírito, mas que voz irá suportar a prova da Palavra escrita de Deus. O homem não deve aceitar apenas a parte da Palavra que ele escolhe para receber; ele é obrigado a receber a Palavra de Deus em sua totalidade. Caso contrário, ele é um falso espírito. Ao confessar o Cristo da Bíblia, e por andar em obediência como um filho fiel, um crente encontra o teste duplo de verdade.

    IV. A dupla TEST TERCEIRO DE VERDADE-LOVE-VIDA (1Jo 4:7 ). Em seguida, ele mostra que a união com Deus é vivida no amor (4: 12-16 ). Novamente, ele afirma que é o propósito de Deus que Seu amor ser aperfeiçoado no crente (4: 17-18 ). Finalmente este amor se expressa no amor do homem por seus irmãos e seu Pai celestial (4: 19-5: 3 ).

    1. The Nature of Love (4: 7-11)

    7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Dt 8:1
    )

    Deve ser feita uma distinção entre o ser humano e amor divino. Amor natural do homem é uma característica de sua natureza divina de que ele mantém, apesar da queda, ainda que agora está em uma condição pervertida. Muitas vezes, encontra expressão em ideais e ações nobres e elevados, por causa da graça preveniente de Deus dada a todos os homens. Este amor humano, no entanto, só ir tão longe; ela tem limitações. O amor João está falando é divino. Origina-se em Deus, e flui diretamente para o coração do crente. Apenas os nascidos de Deus possuem este amor.

    As palavras gregas traduzidas amor são Ágape, philia e eros . Destes, philia é encontrado no Novo Testamento apenas em Jc 4:4)

    O homem é capaz de possuir o amor de Deus, porque Deus fez o Seu amor conhecida pela humanidade. O homem caído teria sido deixado tateando na escuridão e ódio com nenhuma habilidade realmente amar e obedecer, se Deus não tivesse tomado a iniciativa. Deus se manifesta tanto o dom do amor e sua finalidade.

    (1) The Gift

    Deus enviou seu Filho, Jesus Cristo, a este mundo. João chama de o Filho unigênito de Deus. Esta expressão "denota filiação única, uma existência compartilhada que é fundamentado na natureza de Deus, ao passo que a existência de todos os homens e todas as coisas se baseia na vontade de Deus." A palavra não indica um começo no tempo, como o faz quando aplicado aos homens, mas refere-se à relação de Cristo com o Pai como sendo um dos integridade e singularidade. Cristo é o único Filho de Deus, no sentido em que Ele é descrito aqui. Outros seres humanos foram criados por Deus no tempo, e alguns são gerados de Deus (v. 1Jo 4:7 ), no sentido de um renascimento espiritual. Mas Jesus está sozinho como sendo o Filho unigênito de Deus.

    Ele é o dom do amor de Deus para a humanidade (Jo 3:16 ). A vinda do Filho foi a mais alta expressão do amor de Deus para a humanidade. O amor de Deus deve preceder qualquer amor pelo homem, pois o homem antes poderia amar a Deus, Deus amou-o e enviou seu Filho para implantar esse amor divino em seu coração crente (v. 1Jo 4:10 ). Dom de Deus não criou o amor em seu coração; Seu grande amor motivou o dom da Sua natureza amorosa ao homem em Seu Filho encarnado.

    (2) O Propósito

    João afirma duas razões por que Deus deu Seu Filho. Ele foi enviado de que o homem pode viver por meio dele (v. 1Jo 4:9 ), e que ele seja o propiciação pelos pecados da humanidade. Vida divina vem ao homem somente em Jesus (1Jo 5:12 ); qualquer outra vida é apenas humano e transitório. Não há absolutamente nenhuma outra maneira de viver espiritualmente do que através do Filho, a quem Deus deu para "mais abundante vida eterna" do homem (At 4:13 ).

    João não perder de vista a expiação necessária em Jesus. Deus dá a vida apenas com base de Cristo propiciação pelos pecados (ver notas em 1Jo 2:2 ). "Somente no Calvário, que seja enfatizado, é que o amor puro de Deus alcançar o homem necessitado."

    c. Sua conseqüência (1Jo 4:7 ). Na verdade, a vida divina emite automaticamente no amor fraterno (v. 1Jo 4:8 ). Como o cientista espera que a reação direito de seu experimento planejado em laboratório, por isso Deus olha para a resposta de amor em Seus filhos regenerados. O amor pelos outros é altruísta boa vontade, originários de Deus, e procurando o bem eterno para toda a humanidade. A palavra deveria "expressa, uma obrigação pessoal especial" sim com a idéia de realizar uma dívida. O amor de Deus (Ágape) para o homem necessita de uma resposta como no cristão para os outros.

    2. A União in Love (4: 12-16)

    12 Ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento: se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e seu amor em nós é perfeito: 13 nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito. 14 E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo. 15 Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Dt 16:1 ).No entanto, João insiste que Deus está muito perto, de fato mais próximo do que as mãos e os pés. Ele reside no homem de uma forma mais original. Se não se pode ver Deus na visão física, ele pode, no entanto, percebê-lo espiritualmente em íntima união pessoal.

    João tinha visto Cristo na carne quando Ele estava na terra; ele fez isso muito claro na introdução desta epístola (ver v. 1Jo 4:14 ). No entanto, nesta experiência de cumpridores há uma nova dimensão da experiência. Esta é uma experiência que todos os que estão em Cristo podem desfrutar. Essa visão de fé serão um dia virou-se para vista (1Jo 3:2)

    Embora nenhum homem diretamente viu a Deus (v. 1Jo 4:12 ), mas João insiste que ele tem visto Jesus, a quem o Pai enviou como o Salvador do mundo . João como uma testemunha viu o Cristo na terra, como a suprema revelação de Deus, e agora ele testemunha o significado dessa revelação. Embora Deus na sua essência absoluta não tem sido o objeto da visão física, mas a "fé cristã repousa sobre a revelação histórica de sua natureza." Em certo sentido apenas aqueles que estavam com Cristo, na verdade, viu; Ainda em outro sentido do que viram e declarou se torna a experiência contínua e posse da Igreja.

    Outro pré-requisito é listado para permanecer em Deus. Amar uns aos outros foi dada como necessária para a união no versículo 12 ; agora confissão de Jesus como o Filho de Deus é feita uma condição para permanente (v. 1Jo 4:15 ). Esta confissão envolve duas coisas aceitação de Cristo como Deus e confiança em Jesus Cristo como Salvador. O primeiro é o consentimento intelectual para o fato de Cristo; a segunda é uma confiança do coração em Sua pessoa. Ambos são necessários para a união com Ele.

    O que João tem discutido separadamente nas seções anteriores deste epístola ele agora se entrelaça. Os dois fundamentos de cumpridores da amor e confissão ou prática e fé são vistos como complementos um do outro. Ambos são essenciais para a comunhão com Deus; quer por si só não é suficiente. A fé sem amor seria morto; amor sem fé seria humanismo vazio.

    c. A garantia de Abiding (1Jo 4:13 , 16)

    É de vital importância que uma pessoa sabe quando ele está unido a Deus. Para assumir a união com Ele, sem evidência é presunçoso e desastroso; a ser medroso ou tenha dúvidas sobre sua relação com Deus é frustrante. É possível saber que permanecemos nele, e ele em nós (v. 1Jo 4:13 ). João usa a palavra sabe , ou um de seus cognatos, sete vezes no capítulo 4 . Ninguém precisa ficar no escuro sobre sua relação permanente com Deus.

    Duas declarações são feitas por João para fortalecer essa garantia de união com Deus. Primeiro, há o testemunho do Espírito de Deus, que tem sido dada ao crente (v. 1Jo 4:13 ). Um Deus que é capaz de criar um ser inteligente tem uma maneira de se fazer conhecido a essa criatura. Quem é honesto não precisa ser enganado pelas vozes de falsos espíritos, desde que ele se aplica o teste João previsto (4: 1-2 ). É o seu Espírito ; o seu remete a Cristo, a quem foi dado pelo Pai como uma expiação de pecados (v. 1Jo 4:9 ).Um gnóstico pode reivindicar um certo conhecimento oculto de Deus, mas ele negaria o Espírito do Cristo revelou.

    A segunda garantia vem do conhecimento e crença do amor de Deus no coração (v. 1Jo 4:16 ). Quando que o amor de Deus está no crente, ele testemunha a si mesmo. Este conhecimento vem através do fruto prático do que o amor. Quando se sabe que ele habita em que o amor pela sua manifestação prática em sua vida, então ele sabe que habita em Deus e Deus habita nele. Não há necessidade de se enganem sobre isso. Se uma criança pode saber que ele ama o seu pai, e se a mulher pode saber que ela ama seu marido, não deve um filho de Deus sabe quando ele ama o seu Pai celestial? Ele não precisa ser enganado no seu amor para os outros.

    João escreve que não só os crentes sabem o amor em si, mas eles também têm acreditado esse amor vem de Deus. Aqui, novamente, João une fé com a prática. Acredita-se por confiar no amor de Deus revelada, e pela fé recebe esse amor (Deus) em seu coração. A fé abre a porta para que o amor flua em; imediatamente a seguir um sabe a alegria desse amor. Como o amor cresce, aumenta o conhecimento ea fé é fortalecida. Como o amor é o cimento que une o crente ao seu Senhor, por isso é a âncora tanto para seu conhecimento e fé. Paulo declarou que o amor é mesmo a força motivadora na fé (Gl 5:6)

    17 Nisto consiste o amor se aperfeiçoa com a gente, que tenhamos confiança no dia do juízo; porque como ele é, somos também nós neste mundo. 18 Não há temor no amor, mas o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo tem punição; e aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.

    João se referiu duas vezes no início da epístola para o aperfeiçoamento do amor cristão. Em 1Jo 2:5 este amor perfeito é visto como resultado de amar o próximo e permanente em Deus. Nas actuais versos João torna-se mais explícitas a respeito do significado. Ele afirma a finalidade para a perfeição do amor; ele aponta o verdadeiro obstáculo para um amor perfeito; ele assume a realização do amor perfeito possível para o cristão.

    1. Seu Propósito

    O amor perfeito no coração de um crente dará confiança no dia do juízo (v. 1Jo 4:17 ). João está muito preocupado que os cristãos têm forte garantia diante de Deus. Ninguém precisa ser surpreendido no dia da aparição de Cristo, e recuar por causa do medo (1Jo 2:28). Quando o último dia de julgamento vem, amor perfeito vai dar ousadia diante do trono de justiça. Naquele dia, "quando todos [os incrédulos] stouthearted tremerem", aqueles com amor puro será tranquila, confiante e sem medo.

    Amor, quando levado à perfeição, faz com que o crente como Jesus: porque como ele é, somos também nós neste mundo (v. 1Jo 4:17 ). No que diz respeito a amar o filho de Deus pode tornar-se como o seu mestre. Com amor perfeito o cristão pode realmente refletir o verdadeiro caráter de seu padrão. É neste contexto que os crentes podem "andar assim como ele andou" (1Jo 2:6 ). Ainda há algo em seu coração antagônico ao amor divino. "O medo de que João fala é claro, não a reverência do filho (Heb. Vv. 7ss. ), mas o medo do criminoso ou do escravo (Rm 8:15 ). "Quando esse medo existe em o crente, é uma relíquia do antigo temor servil da antiga vida não regenerada. Ela se opõe calma segurança e produz um temor de punição . Não só existe o medo da pena de futuro, mas tem medo punição , ou "tormento" (KJV), para o crente agora. Esta aflição provocada pelo medo, que deve orientar o cristão para a libertação fornecida em Cristo.

    As causas para este medo são muitas. Desde que o homem, por natureza, é auto-centrado, ele mora muito sobre si mesmo. Esta obsessão leva a "desajuste ético e religioso" e "suspeita, duplicidade, ódio e agressão." Esses males são encontrados no coração e na vida dos crentes, e precisam ser adiadas (Ef 4:31 ). Este medo é causado pela "carne" que "cobiça contra o Espírito" e cria uma forma de culpa no crente (Gl 5:17 ).

    É claro que esse medo permanece nos corações dos crentes após a sua conversão. Embora esta condição no cristão não é o ideal de Deus, João reconhece os fatos da vida como elas são. "Há aqueles que temem enquanto eles adoram: até agora o seu amor ainda que real está incompleto." Este estado em que o crente é um misto aquele em que o amor de Deus foi plantada, mas elementos da velha vida permanecem. O "escrava e seu filho" são para ser lançado fora, porque a de escravidão não poderia herdar com o filho da "mulher livre" (Gl 4:29 ). Embora alguns sustentam que esses antagonismos permanecem com o crente até a morte, a mensagem Wesleyan proclama a libertação gloriosa destes inimigos internos imundos através da eficácia santificadora da expiação de Cristo (He 13:12. ; He 1:1 Tessalonicenses 5: 22-24. ).

    c. Sua realização

    Três coisas são certas: (1) aquele que teme não é aperfeiçoado no amor ; (2) o perfeito amor lança fora o medo; e (3) o seu amor em nós é perfeito (v. 1Jo 4:12 ). É óbvio que existem cristãos que temem, e esse medo é removido quando o amor é perfeito . Para remover o medo, sem tirar o seu causas egoísmo, a maldade, raiva, etc., seria prudente e perigoso. Quando o medo vai, o coração é purificado.

    Daniel Steele registra uma citação interessante do Bengel, todos os que grupos de homens em quatro classes: "1. Aqueles que estão sem medo e sem amor; 2d. Aqueles que estão com medo e sem amor; 3d. Aqueles que estão com medo e com amor; 4.Aqueles que estão sem medo e com amor. "Aqueles sem medo e sem amor são os pecadores ímpios, que não foram despertados para a sua condição diante de Deus. A segunda classe é composta por aqueles que foram despertados para seus pecados e estão sob a convicção do Espírito Santo. Para eles, há um grande temor de Deus e Seu julgamento, mas como ainda não há amor. O terceiro grupo é composto por aqueles que têm o amor de Deus transmitida aos seus corações e eles amam a Deus, mas que o amor ainda é misturado com medo. Crentes existir neste estado misto até que o amor expulsa o medo. Quando isso ocorre, eles têm um amor perfeito, sem medo.

    É o amor de Deus no coração, que é aperfeiçoado (v. 1Jo 4:12 ). Em certo sentido o amor de Deus é sempre perfeito; mas quando ele é colocado no coração do crente, as imperfeições são encontradas essa necessidade expulsão. Seu amor no homem pode ser levado à perfeição, porque é no homem que o amor divino pode realizar a sua perfeição, embora seja na esfera do amor que o homem pode encontrar a sua perfeição. "O amor é aperfeiçoado nele (1Jo 2:5 ), e sua contraparte, a morada de Deus no homem, trazer uma plenitude de Deus na alma. Quando essa plenitude é atingida, o coração está cheio de amor, e todo o medo é expulso. Embora gradualmente se aproximou, culmina em uma crise que é instantânea. Quando esta experiência é atingido, então os crentes estão neste mundo como ele é (v. 1Jo 4:17 ).

    Deve-se distinguir entre certos medos naturais e que o medo no coração que produz o tormento de punição . O amor perfeito, tendo plena posse do coração, expulsa todos os restos mal do pecado que causam medo . No entanto, há certos medos naturais que são de proteção, e que pode e deve permanecer sempre com o homem enquanto ele está neste mundo. A presença do amor perfeito no coração permite que os cristãos a conquistar e controlar esses medos naturais para a humanidade. Esse amor permite que se ser ousado no meio de seus timidez naturais, enquanto o medo atormentando está desaparecido.

    4. A saída de Love (4: 19-5: 3)

    19 . Nós amamos, porque ele nos amou primeiro 20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não viu . 21 E temos este mandamento dele, que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.

    1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus:. E todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido 2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardam os seus mandamentos. 3 Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.

    Ao concluir seu discurso sobre o amor João enfatiza sua natureza extrovertida. O amor não pode ser mantido em um estado dormente no coração. Ele deve irromper em ações amorosas; ele deve ser autorizado a expressar-se ou ele vai expirar. A falha neste momento é fatal, porque a verdadeira vida emana no amor para os outros homens e por Deus. Esse tipo de amor a vida não é um fardo, mas uma delícia para o cristão.

    1. A Fonte do Amor em Deus (1Jo 4:19)

    A capacidade do homem ao amor (ágape) tem origem em Deus (1Jo 4:7 ), e a marca desse amor é a compaixão. "A alegação para o amor de Deus sem ação" envolve "falsidade de caráter."

    João implica no versículo 20 que existem qualidades visíveis em acreditar homem que são divinos. Se uma pessoa não pode amar seu irmão, como pode amar a Deus? Deus Se identificou com o homem em Jesus; assim qualquer ódio por um homem por quem Cristo morreu é o ódio a Deus. A alegação gnóstica de amor a Deus, que nega a comunhão com os seguidores de Cristo, é absolutamente falso.

    O relacionamento familiar é especialmente retratado em 1Jo 4:21 e 1Jo 5:1 ). Assim, uma vez que o filho de Deus ama o seu Pai celestial, ele deve também adoro essas outras pessoas a quem Deus tem gerado . É o mesmo amor que vai todas as direções, está intimamente interligados, e nunca pode ser dividido.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21
    Decerto você reparou que João se repete. Os temas da luz, do amor e da verdade permeiam essa breve carta. O capítulo 4 afirma que pro-vamos ser nascidos de Deus pelo amor. Nesse capítulo, João, para mostrar por que devemos amar, usa os mesmos motivos que usou para a obediência, no capítulo 3.

    I. A nova natureza (4:1-8)

    João inicia com uma advertência a respeito dos espíritos falsos do mundo. Lembre-se que o Novo Tes-tamento ainda não estava comple-to e que o que já fora escrito ainda não era muito conhecido. A igreja local, até a conclusão do Novo Tes-tamento, dependia do ministério de pessoas com dons espirituais para ensinar a verdade. Como o crente podia saber que o pregador era de Deus e que a mensagem que trans-mitia era confiável? (Veja 1Ts 5:19-

    1. ) Afinal, Satanás é um imitador. João afirma que os espíritos falsos não confessam que Jesus é o Cristo (veja 1Co 12:3). As seitas falsas de hoje negam a divindade de Cristo e o transformam em um mero mortal ou em um mestre inspirado. No en-tanto, o cristão é o templo do Espí-rito, pois este habita em seu interior, sua nova natureza, e isso lhe dá po-der para vencer.

    Hoje, hádoisespíritosnomun- do: o Espírito da verdade de Deus que fala por intermédio da Palavra inspirada, e o espírito do engano de Satanás que ensina mentiras (1Tm 4:1 ss). Os filhos do Senhor reconhecem os mestres enviados por Deus porque falam fundamen-tados no Senhor e em sua verda-de. Os cooperadores de Satanás falam fundamentados na sabedo-ria mundana e dependem dela (1Co 1:7-46,Jo 10:27-43). A lógica é evidente: "Se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros". Devemos amar uns aos outros na mesma medida e da mesma ma-neira que Deus nos ama.

    A cruz é um sinal positivo: ela reconcilia o pecador com Deus e as pessoas umas com as outras. Se dois cristãos não amam um ao outro, eles desviaram seus olhos da cruz.

    1. O testemunho do Espírito (4:12-16)

    As pessoas não podem ver a Deus, mas vêem como seus filhos o reve-lam no amor que têm uns pelos ou-tros e pelos necessitados. Esse amor é obra do Espírito em nosso interior, não nossa (Rm 5:5). O amor de Deus flui de nós quando nos entregamos ao Espírito. Os cristãos não se amam por causa de suas boas qualidades, mas apesar de suas más qualidades. Não temos dificuldade em amar ou-tros cristãos, quando habitamos no Senhor.

    1. O retorno de Cristo por nós (4:17-18)

    Deus dá coragem no presente aos cristãos que o amam (3:21-22), e confiança para o retorno de Cristo aos que amam uns aos outros. No entanto, alguns se sentirão envergo-nhados quando ele retornar (2:28). Os cristãos terão que se dar bem uns com os outros no céu; então, por que não começar a amar uns aos outros desde agora? Não é ne-cessário temer o julgamento futuro quando sentimos amor verdadeiro por Deus e por seu povo. Talvez Deus tenha de nos disciplinar, em amor, nesta vida; porém, não há por que temer encará-lo quando retor-nar. Podemos sentir vergonha, mas não precisamos ter medo.

    O versículo 17 declara: "Nisto é em nós aperfeiçoado o amor". Deus manifestou amor "por" nós (4:1), "em" nós (4:
    12) e também "conosco". Isso diz respeito à comunhão, em nossa vida e em nossa igreja, permeada pelo pleno amor de Deus. Esse tipo de amor tenta agradar ao Pai e não tem interesse no mundo. O testemunho de amor do Espírito prova que somos filhos do Senhor e que não enfrenta-remos condenação, por isso não pre-cisamos temer o dia do julgamento. Observe a maravilhosa afirmação do final do versículo 17: "Segundo ele é [agora no céu], também nós somos [agora] neste mundo". No céu, ele representa-nos diante do Pai, e nós, na terra, o representamos diante dos pecadores. Não temos nada a temer, já que ele está no céu. Nós fazemos um trabalho na terra tão bom como o que ele faz em glória?

    Deus nunca pretendeu que as pessoas vivessem em terror. Não havia medo na terra antes de Sata-nás e o pecado entrarem no mundo (Gn 3:10). Adão e Eva ficaram com medo e se esconderam. Qualquer pessoa que não confia em Cristo deve temer, pois o julgamento se aproxima. Todavia, o cristão nunca precisa ter medo de encontrar seu Senhor (2Tm 1:7; Rm 8:1 Rm 8:5).

    1. O amor de Deus por nós (4:19-21)

    O tema do amor de Deus abre o capítulo 3 e encerra esse capítulo: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro". Deus teve de mostrar como era o amor para nós na cruz (Rm 5:8) e plantá-lo em nosso co-ração (Rm 5:5), pois, por natureza, sabemos muito pouco a respeito de amor (Tt 3:3-56). Leia 1Jo 4:10. Ro-manos 3:11 afirma: "Não há quem busque a Deus", portanto o Senhor busca o homem (Gn 3:8; Lc 19:10).

    João demonstra a contradição de se declarar amor a Deus e, ao mesmo tempo, odiar outros cristãos. Como podemos amar a Deus, que está no céu, se não amamos seus fi-lhos que estão aqui, na terra? Nessa carta, João usa, no mínimo, 13 ve-zes a palavra "irmão" para se referir a todos os filhos e filhas de Deus. Espera-se que os cristãos amem uns aos outros, porque vivenciam o amor do Senhor em seu coração.

    Deus ordena que amemos uns aos outros; veja 3:11; 13 34:43'>João 13:34- 35; Jo 15:17 e Cl 1:4. É muito ruim termos um coração tão frio, a ponto de ele ter de nos lembrar constantemente dessa obri-gação.

    Lembre-se que o amor cristão não quer dizer que temos de con-cordar com tudo o que um irmão ou uma irmã pensa ou faz. Podemos não gostar de algumas característi-cas pessoais deles; todavia, como estamos em Cristo, nós os amamos por causa de nosso Salvador. Veja o que acontece quando o egoísmo reina, em vez do amor, conforme descrito em Tiago 4.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21
    4.1 Espírito. Uma mensagem sobrenatural pode vir de Deus; através do Seu Espírito (3.24), ou do diabo, através de um demônio (conforme 2:18-22).

    4.2 Confessa. Não é o simples reconhecimento de quem é Jesus. Isto os demônios fazem (Mc 1:24; Mc 3:11; conforme Jc 2:19). É uma confissão em sujeição a Ele com o propósito de glorificá-lO (Jo 17:4-43).

    4.4 Vencido. A proteção contra o erro está:
    1) na doutrina bíblica e
    2) na permanência do Espírito no coração para limpar e guardar.

    • N. Hom. 4.8 Como devemos conceber Deus. O apóstolo João revela os três atributos ilimitados de Deus.
    1) Espírito (Jo 4:24);
    2) Luz (1Jo 1:5);
    3) Amor (4.8, 16).

    4.9,10 O amor supremo de Deus vai além da encarnação para focalizar o sacrifício de Cristo pelo qual temos vida eterna (Jo 3:16). Este amor, sendo infinito, não pode ser comparado com nosso amor humano (10).

    4.11 Todo crente tem a obrigação de amar como Deus amou (3.16).
    4.12,13 O Deus invisível Se revela no amor recíproco dos crentes, uma vez que esse amor é fruto do Espírito neles (13).

    • N. Hom. 4.17 Perfeição Acessível.
    1) Amor aperfeiçoado produz plena confiança: no futuro e obediência no presente (2.5).
    2) Alegria aperfeiçoada surge da comunhão na luz (1:4-7).
    3) Fé aperfeiçoada se revela em boas obras (Jc 2:22).

    4.18 O amor é o antídoto para o temor. Onde há amor aperfeiçoado, o próprio terror da morte desvanece, o que é amplamente demonstrado pelos mártires.

    4.19 A capacidade de amar nos é concedida pela amor de Deus derramado em nossos corações (conforme Co 5.14;Gl 5:22; Rm 5:8).

    4.20 Desprezar a quem Deus ama e criou na Sua imagem não corresponde com qualquer declaração de amor para com Deus (5.2).

    4.21 Foi Cristo que uniu Dt 6:4 e Lv 19:18 declarando que toda a obrigação do homem está resumida no duplo mandamento de amar a Deus e ao próximo (Mt 22:37-40).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21
    VI. OS ESPÍRITOS CONCORRENTES (4:1-6)
    Tendo atingido o seu propósito central de prover meios práticos de identificar os filhos de Deus, João começa a rememorar a sua linha de pensamento — a estrutura literária da introversão que faz parte do padrão do quarto evangelho (F. Madeley, “A New Approach to the Gospel of St. John”, EQ julho-setembro, 1961; R. W. Orr, The Witness, julho 1
    962) — e de Apocalipse também (R. G. Moulton, The Modem Reader’s Bible, p. 1:708-9).

    v. 1. Os muitos falsos profetas que têm saído pelo mundo (e é a ele que pertencem) são provavelmente as mesmas pessoas que “os muitos anticristos” que saíram do nosso meio (2.18,19). Eles falaram como profetas por inspiração, e esse simples fato lhes garantiu um grande grupo de seguidores. Mas os cristãos esqueceram, e ainda esquecem, que vivemos num redemoinho de influências espirituais, e de forma nenhuma são todas santas ou divinas. Devemos “examinar” as afirmações e, por meio disso, os espíritos que

    as inspiram. Nem tudo que parece sobrenatural o é genuinamente — há enganos propositados e há ilusões —, e, mesmo depois de eliminar o que é falso, deve haver discernimento cuidadoso acerca da fonte da inspiração, se eles procedem de Deus ou do Diabo.

    v. 2,3. O teste prescrito é bem abrangente. O testemunho do Espírito de Deus e, portanto, de todo espírito que é de Deus é a favor de Jesus, o homem histórico de Nazaré; que ele é o Cristo, o Rei-Salvador anunciado no tipo e profecia do AT; que esse Jesus Messias veio — o que pressupõe a sua preexistência — em carne (Jo 1:14): a realidade da encarnação; antes, que ele veio em carne, e ainda é verdadeiramente homem: a permanência da encarnação, implicando a ressurreição. A “confissão” é, portanto, um credo cristão de breve alcance. Poderia ser mais bem traduzido por “Todo espírito que confessa Jesus como Cristo vindo em carne é de Deus” (Law, op. cit., p. 94, nota) — uma formulação que conduz suavemente ao contrário.

    v. 3. todo espírito que não confessa Jesus (como Cristo vindo em carne) não procede de Deus.

    v. 4-6. Crenças e declarações que são desleais à pessoa de Jesus como registrada e interpretada no testemunho apostólico são inspiradas, não pelo Espírito da verdade (v. Espírito Santo, Jo 14:17), mas pelo espírito do erro. O espírito que vai inspirar o anticristo é um espírito que o mundo considera adequado. A crença correta com respeito à pessoa de Jesus está fundamentada no testemunho apostólico, e João tem a posição privilegiada e elevada de ser um dos principais testemunhos apontados por Deus. Nós (os apóstolos) viemos de Deus. Ele não está contrastando aqui os apóstolos com outros cristãos, mas com os novos mestres (Eles, do v. 5). Os apóstolos receberam o Espírito para capacitá-los a levar o seu testemunho, fundamental para a existência da igreja; outros cristãos são capacitados pelo mesmo Espírito a crer no testemunho apostólico: todo aquele que conhece a Deus nos ouve (í.e., ouve e obedece; cf. Mt 18:15,Mt 18:16). Mestres e profetas devem ser julgados, portanto, pela sua doutrina; e a doutrina deve ser julgada, não por sua qualidade e força emocional, mas por sua concordância com o testemunho apostólico acerca de Jesus.

    VII. DEUS É AMOR (4.7—5.5)
    Na segunda parte da carta, predomina a grandiosa afirmação Deus ê amor, como na primeira parte a afirmação Deus é luz (1.5). A conseqüência prática de Deus é amor é que Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus (4.16). “Viver no amor” é o pensamento predominante dessa seção, assim como “viver na luz” (2,10) foi visto anteriormente como condição necessária para aqueles que vivem no Deus que é luz. A seção também contém a parte principal de duas séries de testes (notadas por Law, op. cit., p. 186, nota, e p. 279): elas podem ser convenientemente mostradas juntas aqui.

    Obediência Amor Fé Testes para verificar se somos filhos de Deus 2.29 4.7 5.1
    Testes para verificar se permanecemos em Deus 3.24 4.12 4.15
    Considerando a mente humana nas suas três funções de intelecto, emoções e vontade, vemos que ela é renovada pela habitação que Deus faz nela: o intelecto é iluminado para que creia, as emoções são incitadas ao amor e a vontade é transformada e fortalecida para que obedeça.
    v. 7. “Jerônimo nos conta que durante os últimos anos da vida de São João, ‘filhinhos, amemos uns aos outros’ foi a única exortação que, depois de ele ter ficado velho demais para pregar, nunca parou de dar. ‘E o mandamento do Senhor’, ele dizia, ‘e, se isso for praticado, é suficiente’ ” (citado em Plummer, CGT, p. 128-9). o amor procede de Deus-, agapê, não importa se manifesto em Deus ou no homem, é de origem divina (v.comentário do v. 9), pois é a própria natureza de Deus; Aquele que ama (evidentemente que não todo aquele que sente a força da afeição natural ou da atração física ou do carinho da amizade, mas aquele por meio de quem flui o amor divino) é nascido de Deus\ Tempo verbal perfeito; lit. “foi nascido de Deus”. A concepção divina precedeu o amor: o amor é uma atividade da vida eterna que foi implantada, e por isso é uma prova que a vida está presente. Esse significado do tempo perfeito é importante também nos outros dois sinais que refletem que somos filhos de Deus (2.29; 5.1

    —    v. quadro anterior). e conhece a Deus: O amor, “os olhos do coração”, é o órgão de percepção de Deus e de seus conselhos (Ef 1:18). Conforme a música, que pode ser estudada como um ramo da matemática aplicada, resultando em percepções interessantes e valiosas, mas só pode ser conhecida por meio do amor pela música.

    v. 9,10. Não teríamos noção do que é agapê — o amor divino, a excelência do amor

    —    se não fosse pelos fatos extraordinários da encarnação e da redenção. Poderíamos conceber o Senhor todo-poderoso sentado no céu, contemplando com serena imparcialidade a autoextinção e ruína das suas criaturas; assim é o Deus criado pelo homem à sua própria imagem. Mas Deus se envolve na ruína do homem e sofre a desgraça e a dor dele! A propiciação (v.comentário Dt 2:2) foi oferecida por ele mesmo, e isso ao enviar seu Filho (o sofrimento voluntário do Pai é manifesto de forma tão verdadeira quanto a do Filho; Gn 22:2; Rm 8:32), para que nós, apesar de todos os nossos pecados — sendo rebeldes, como também indignos — pudéssemos receber o dom supremo da vida. Isso é amor.

    v. 11. A resposta adequada ao amor divino é mostrar o amor que tem algo do caráter divino do auto-sacrifício pelos indignos; Deus, o doador e perdoador, não pode ser amado dessa maneira; nosso irmão pode, especialmente se ele não nos amou primeiro.

    v. 12. Os homens viram Deus manifesto como homem (Jo 14:9); mas Deus como Deus Ninguém jamais viu nem pode ver (Jo 1:18;

    4.24; lTm 6.16); esse tipo de visão de Deus é um alvo inatingível. Mas a presença amorosa de Deus fazendo morada entre nós é experimentada quando o seu amor está aperfeiçoado em nós, isto é, quando a vida divina se expressa em atos reais motivados pelo amor, para o bem dos outros. Aqui está uma demonstração prática da vida eterna (v. quadro no início desta seção).

    v. 13. O amor de Deus foi manifesto não somente no envio do seu Filho, mas também em nos dar do seu Espírito para estimular a fé em nós.

    v. 14. A obra principal do Espírito entre os homens foi criar o testemunho apostólico a favor de Jesus, ensinando os apóstolos o significado do que eles tinham visto e capacitando-os a testemunhar acerca da pessoa de Jesus, que ele é Filho do Pai (Jo 1:14), e acerca da sua obra, que ele é o Salvador do mundo (Jo 4:42).

    v. 15. Por meio do mesmo Espírito, cada crente faz a sua confissão para a salvação (ICo
    12.3), sendo a fé no coração e a confissão dos lábios a prova de que Deus por meio do seu Espírito habita nele.
    v. 16. E por meio de mais essa ação amorosa de Deus que a encarnação e a redenção se tornam úteis para nós, e nós conhecemosconfiamos no amor que Deus tem por nós.

    Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Essa é a grande afirmação em sua forma completa, consistindo na declaração teológica seguida de uma conseqüência prática, comparável a Jo 4:24 e ljo 1:5. Assim como a palavra anterior “Deus é luz”, esta também é a mensagem “que dele ouvimos”; aliás, ambas estão contidas em uma declaração do nosso Senhor. “Pois o Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz” (Jo 5:20). Podemos supor que Deus poderia ter decidido ser eternamente auto-suficiente na infinita plenitude do seu próprio valor; o eterno Amante, o eterno Amado e o eterno Espírito do amor. Mas agradou-lhe decretar que muitos filhos fossem conduzidos à glória, e assim o seu amor precisa ser manifesto. Isso ele fez em dois grandes atos: a encarnação, quando “enviou o seu Filho Unigénito ao mundo”, e a redenção, quando “enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (v. 10). Assim, os dois grandes sinais distintivos da fé cristã, simbolizados no pão e no cálice da ceia do Senhor, são ao mesmo tempo demonstrações supremas do amor de Deus em nós. Isso é amplamente anunciado como o teste vital de toda a teologia; mas a santidade de Deus é ensinada tão enfaticamente quanto o seu amor.

    v. 17. Um grande resultado prático (ou “conclusão”, como diria o nosso autor) é a confiança no dia do juízo. Isso contém a idéia condensada da confiança agora ao anteciparmos o dia do juízo; uma confiança que não vai nos abandonar quando o dia de fato chegar. O fundamento da confiança está na comunhão de amor com Deus e com os irmãos. Se nós, aqui e agora neste mundo, formos como ele — se há evidência de que a natureza divina está implantada em nós, expressando-se no amor pelos irmãos e numa atitude perdoadora e na busca a todo custo do bem dos indignos, segundo o padrão da vida do Senhor —, então há fundamento sólido para a confiança de que isso acontece porque ele nos deu vida eterna. E evidente que não é o nosso amor o fundamento da confiança, tampouco nossa fé ou obediência; é o sinal de que pertencemos àquele que é o Salvador. Esse versículo deve ser lido junto com 3:18-20.

    v. 18. perfeito amor. Isto é, o amor que foi “aperfeiçoado” (4.12), o amor que vai além da palavra e do discurso ao ato e à verdade, e não fornece nenhuma razão para o medo, porque aquele que ama está vivendo na luz

    (2.10), e por isso está sendo purificado de todo o pecado pelo sangue de Jesus (1.7), e está fazendo o que agrada a ele (3.22). Mais do que isso, o amor “em ação e em verdade”
    (3,18) expulsa o medo que já está presente, por meio da segurança que dá na comunhão com Deus e na vida eterna. Alguns comentaristas, no entanto, entendem que o amor de que se fala aqui é o amor que por parte de Deus já é perfeito, e do qual devemos nos apropriar de forma completa, assim expulsando sua negação sombria,o medo escravizante. Bengel comenta que os homens podem passar por diversas condições: sem ambos, medo e amor; com medo e sem amor; com ambos, medo e amor; e, finalmente, atingindo o amor sem medo. O que medo tem que ver com o juízo! O medo é o antegosto, o sinal (a entrada), do castigo que a consciência prevê; mas o crente pode recorrer da sentença interina falível da consciência do juízo àquele que conhece todas as coisas, com base no fato de já ter a garantia do espírito de amor, que é o sinal da plenitude da vida eterna.

    v. 19. Nós amamos (“Nós o amamos”, ARC; é melhor omitir o “o”, pois o autor tem em mente toda a atividade do amor, se dirigido ao homem ou a Deus) porque todo o amor verdadeiro vem de Deus e é dom dele.

    v. 20. Mas Se alguém afirmar (v.comentário Dt 1:6): “Eu amo a Deus”, imaginando que seus sentimentos religiosos de adoração e gratidão são de ordem mais elevada do que o amor “em ação e em verdade”, enquanto ao mesmo tempo odeia o seu irmão, conscientemente desejando-lhe o mal, ele é mentiroso — ele está vivendo uma mentira, e perceberia isso se tão-somente parasse para pensar a respeito. Pois o seu irmão, a quem vê, com toda a sua fraqueza e pecaminosidade, é o receptor designado para o amor divino que ele professa estar recebendo (Mt 25:40).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 11 até o 21


    2) As Glórias do Amor. 1Jo 4:11-21.

    a) Leva-nos a amar os outros. 1Jo 4:11, 1Jo 4:12.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 7 até o 21
    IX. O AMOR DE DEUS 1Jo 4:7-21

    Uma vez mais o escritor volta ao pensamento de que o cristão deve manifestar amor, e reforça-o com outra de suas declarações duplas, que lhe são características apresentando a verdade primeiro em sua forma positiva, todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus (7) e depois em sua forma negativa, aquele que não ama não conhece a Deus (8). Não pode haver dúvida de que o amor é da própria essência do caráter cristão, visto como Deus é amor (8). Eis uma declaração profunda (repetida no vers.


    16) da natureza essencial de Deus, porque significa muito mais do que a frase "Deus ama", embora que esta seja verdadeira e importante. Implica que a natureza essencial de Deus é amor, e que, por conseguinte, tudo quanto Ele faz é feito em amor. Este amor se manifestou (9), sendo que o aoristo grego fixa a atenção nessa manifestação singular e decisiva, antes que na evidência contínua de Seu cuidado por Seus filhos. João está procurando esclarecer que o amor de Deus é algo que só se revelou em sua plenitude na cruz, e conseqüentemente repele com ênfase a idéia de o nosso mesquinho amor a Deus dar-nos o verdadeiro retrato do amor (10). Verdadeiro amor é somente aquele que Deus tem por nós, isto é, em enviar Seu Filho em propiciação por nossos pecados. Note-se o paradoxo retumbante deste versículo: Deus ama e ao mesmo tempo se ira, e Seu amor provê a propiciação que afasta de nós a Sua ira. "Longe de achar a menor oposição entre o amor e a propiciação, o apóstolo não pode dar a ninguém uma idéia do amor senão apontando para a referida propiciação" (James Denney).

    >1Jo 4:11

    Mas, se Deus é amor, Seus filhos devem ser semelhantes a Ele, e João tira a conclusão prática de que devem mostrar não amor a Deus, como se poderia supor, mas amor fraternal (11), o qual é a evidência da presença de Deus em nós, e do fato de Seu amor ser aperfeiçoado em nós, isto é, atingir seu alvo em nós (12; cfr. 1Jo 2:5). A permanência íntima do Espírito em nós está estreitamento relacionada com isto (13), porque, como Paulo lembra, o amor é o primeiro fruto do Espírito (Gl 5:22). A declaração de que ninguém jamais viu a Deus (12): João cita-a do seu Evangelho (Jo 1:18). O pensamento volta à consideração e é desenvolvido no vers. 20, adiante.

    >1Jo 4:14

    No vers. 14 os leitores são lembrados da experiência pessoal e do testemunho dos apóstolos, sendo o pronome nós enfático no grego. Mas daí ele prossegue inevitavelmente para o aquele que do vers. 15, visto como todos os crentes conhecem a bendita experiência da habitação de Deus no seu íntimo. Deus é amor, e permanecer no amor é permanecer em Deus. Isto, naturalmente, deve ser compreendido no seu próprio contexto, porque João longe está de endossar a noção sentimental de que qualquer pessoa que tem afeição a outra, só por isso permanece em Deus. Pelo contrário, ele se ocupa do amor que brota de uma apreciação do amor revelado no Calvário. É este o amor aperfeiçoado em nós (17). Não se trata do nosso amor, mas do amor de Deus. Este é o amor que opera em nós e produz amor por outros. O resultado disto é aguardarmos sem temor o juízo vindouro (18). Aqui a parrhesia é vista de um ângulo diferente daquele do capítulo 3 (veja-se nota em torno de 1Jo 3:21). Lá ela procedeu da obediência; aqui é da aceitação toda cordial do amor de Deus, que produz em nós qualidades semelhantes às de Cristo. O perfeito (gr. teleia) amor, amor que atingiu seu fim (telos), lança fora o medo. Encara o mundo como Deus encara. Assim, nós amamos porque ele nos amou primeiro (19). A iniciativa do amor sempre é de Deus. Isto leva João, nos dois últimos versículos, de volta ao pensamento de que o cristão é uma pessoa que manifesta amor por outros. Se diz amar a Deus, porém odeia ao próximo, é mentiroso (20). Amor a Deus e ódio ao homem são duas coisas incompatíveis.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21

    14. Provando os espíritos (I João 4:1-6)

    Amados, não creiais a todo espírito, mas provai os espíritos para ver se são de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Por isso, você sabe o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. Você é de Deus, filhinhos, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo; portanto, falam da parte do mundo, eo mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade eo espírito do erro. (4: 1-6)

    Eureka !

    Este simples grego-intencionado palavra "Eu encontrei-o!" — Se tornou um slogan vida de milhares de garimpeiros de ouro da Califórnia em meados de 1800. Ele resumiu sonho de todo o tesouro de caçador e expressou a emoção de golpear a sujeira de pagamento. Para Tiago Marshall (o primeiro a descobrir o metal precioso em 1
    848) e os "quarenta e niners" que o seguiram, o termo eureka significava riquezas instantâneas, aposentadoria precoce e de uma vida despreocupada de facilidade.

    Mas supostos garimpeiros rapidamente aprendi que nem tudo o que parecia ser de ouro, na verdade, era. Riverbeds e pedreiras de rocha pode ser cheia de manchas de ouro que estavam, no entanto, totalmente inútil. "Ouro de tolo" Este foi pirita de ferro, e os mineiros tinham que ter o cuidado de distinguir da coisa real. A sua própria vida dependesse disso.
    Mineiros experientes normalmente poderia distinguir pirita de ouro simplesmente olhando para ele. Mas, em alguns casos, a distinção não era tão clara. Então, eles desenvolveram testes para discernir o que era genuíno de que não era. Um teste envolveu mordendo a rocha em questão. Real ouro é mais suave do que o dente humano, ao passo que o ouro de tolo é mais difícil. Um segundo teste envolveu raspando a pedra em um pedaço de pedra branca, como a cerâmica. Verdadeiro ouro deixa um traço amarelo, enquanto o resíduo deixado pelo ouro de tolo é preta esverdeada. Em ambos os casos, um mineiro se baseou em testes para autenticar suas descobertas, tanto a sua fortuna e seu futuro dependia dos resultados.
    Espiritualmente falando, os cristãos muitas vezes se encontram em uma posição semelhante à dos rushers de ouro da Califórnia de meados de 1800. Quando confrontado com várias doutrinas e ensinamentos religiosos, os quais afirmam ser verdade, os crentes devem ser capazes de dizer aqueles que são biblicamente som daqueles que não são.
    Como era verdade na corrida do ouro, só porque algo montagens gif não significa que ele é bom. Os cristãos precisam ser igualmente cauteloso em espiritual "ouro de tolo". Eles não devem aceitar algo como verdadeiro sem antes testá-lo para ver se ele reúne-se com a aprovação de Deus. Se falhar no teste, os cristãos devem descartá-lo como falso e avisar os outros também. Mas se ele passar no teste, de acordo com a verdade da Palavra de Deus, os crentes podem abraçar e endossá-lo de todo o coração.
    Garimpeiros Califórnia iria chorar "Eureka!" somente quando eles encontraram ouro verdadeiro. Quando se trata de coisas espirituais, os cristãos devem ter o cuidado de fazer o mesmo.

    Aprender a Viver com discernimento

    "Ouro de tolo" espiritual é nada de novo. Na verdade, o Antigo eo Novo Testamento estão cheios de advertências sobre os falsos mestres (13 1:5-13:3'>Dt. 13 1:3; Is 8:19-20; Mt 7:15; 24:.. 4-5, Mt 24:11, Mt 24:24; At 20:1; Rm 16:17-19; 2Co 11:42Co 11:4; 1 Tim. 1: 4-7, 1Tm 1:19; 6: 20— 21; 2 Tm 2: 17-18; 2 Pedro 2:. 2Pe 2:1; conforme Is 30:10).. Os cristãos devem ter discernimento para que não fossem "filhos, jogou aqui e ali pelas ondas e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia enganam fraudulosamente" (Ef 4:14). É fundamental que eles "examinar tudo com cuidado" a fim de "agarrar-se que o que é bom [e] abster-se de toda forma de mal" (I Tessalonicenses 5:21-22.). Caso contrário, eles aumentam sua vulnerabilidade ao engano satânico (Mt 13:19; 2Co 2:112Co 2:11; 4:.. 2Co 4:4; 2Co 11:3; 2Ts 2:92Ts 2:9; Lc 22:31; Ef 6:10)..

    Estratégia básica de Satanás para atacar a verdade tornou-se evidente pela primeira vez no Jardim do Éden, onde ele montou um assalto de três pontas na Palavra de Deus. Primeiro, ele lançou dúvidas sobre o que Deus tinha dito a respeito de comer o fruto da árvore da vida ("De fato, que Deus disse: 'Não comereis ...?'", Gn 3:1; 6:. 1-25; 8: 1-20; 12: 29-13: 18; 30: 1-20), Josué (Js 23:1), Elias (I Reis 18:20-40), e os profetas (Is 31:6; Jr 8:1; 17:. Jr 17:5; Ez 18:26; Os 14:1; 24: 4-5., Mt 24:11, Mt 24:24), como fez Paulo (At 20:29; Romanos 16:17-18.), Pedro (II Pedro 2:1-3), João (I João 2:18-24), e Judas (Judas 4:19).

    Tal como no Jardim do Éden, a fonte de erro sempre pode ser atribuída às raízes satânicos (Jo 8:44). Assim, Paulo disse a Timóteo: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, ea doutrinas de demônios, por meio da hipocrisia de mentirosos cauterizada a sua própria consciência, como com um ferro em brasa "(I Timóteo 4:1-2; conforme Lv 17:1; Dt 32:17; Sl 106:34-39.; Tiago 3:14-16; 13 66:16-14'>Apocalipse 16:13-14). Qualquer ideologia, filosofia, opinião ou religião que não seja a verdade de Deus se encaixa-agenda que de Satanás é por isso que é tão crucial para os crentes a reconhecer a diferença entre o Espírito da verdade eo espírito do erro.

    Se eles não conseguem ser mais exigentes, os cristãos não só será confuso e incapaz de discernir por si próprio, mas também não será capaz de transmitir com precisão a verdade aos outros. Assim, eles devem guardar a verdade (1 Tm 6: 20-21; 13 55:1-14'>213 55:1-14'> Tim. 1: 13-14.; Jd 1:3; Pv 23:23.) Por sabê-lo, segurando firmemente a ele como uma condenação (conforme Lc 1:4; Jo 19:35; 1Tm 2:41Tm 2:4), e distinguindo-a de que é falso (conforme Fm 1:3; 1 Tessalonicenses 5:. 21-22.).

    A forma imperativa do verbo acreditar, com a partícula negativa não, poderia ser traduzida literalmente como "parar de acreditar." A frase de João indica a proibição de uma ação já em curso. Se algum dos seus leitores foram acriticamente aceitar a mensagem dos falsos mestres, eles deviam parar de fazer isso imediatamente. Eles precisavam de exercer o discernimento bíblico, como os bereanos de quem Lucas escreveu: "Ora, estes foram mais nobres do que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se estas coisas eram assim" (At 17:11).

    Incrédulos ", sendo obscurecidos no entendimento" (Ef 4:18), não têm base para avaliar vários ensinamentos que afirmam origem divina (1Co 2:14). Consequentemente, eles são altamente suscetíveis a doutrina aberrante e pode ser facilmente desviados em erro. Mas os crentes, que têm a Palavra da verdade e do Espírito da verdade, deve testar o que ouvem com o que eles sabem ser verdade, como revelado nas Escrituras (I Tessalonicenses 5:21-22.).

    A razão para testar

    mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. (4:15)

    O termo traduzido teste é um presente de forma imperativa do verbo dokimazo .O termo foi usado para se referir ao ensaio de um metalúrgico de metais para testar a sua pureza e valor. Uso de João do tempo presente indica que os crentes devem continuamente testar os espíritospara ver se eles são de Deus. Ao contrário da visão de alguns, este comando não tem nada a ver com pessoalmente enfrentar demônios ou realizar exorcismos. Em vez disso, os cristãos devem avaliar, continuamente, o que vemos, ouvimos (conforme 1Co 14:29; 1 Tessalonicenses 5: 20-21..), E ler para determinar se ela se originou a partir do Espírito de Deus, ou, alternativamente, de demônios .

    A única maneira confiável para testar qualquer ensinamento é para medi-lo contra o que Deus revelou em Sua infalível Palavra escrita (Is 8:20; conforme Pv 6:23; 2 Tm 3:... 16-17). Como o padrão perfeito de verdade (Jo 17:17) e a espada do Espírito (. Ef 6:17), a Palavra de Deus provê os crentes com a sua principal defesa contra o erro (conforme 2 Cor 10: 3-5;. He 4:12).

    A urgência do comando de João reside no fato de que não poucos, mas . muitos falsos profetas têm saído pelo mundo Satanás não quer apenas se opor à Igreja (conforme At 5:3; 16:16 —23; 1Ts 2:181Ts 2:18).; ele quer enganá-la (conforme 2Co 11:14). De acordo com seus esquemas fraudulentos, seus asseclas se infiltraram denominações, igrejas e outras escolas cristãs, instituições e organizações, resultando em comprometimento e erro (conforme Jd 1:4).

    Então Satanás se disfarça suas mentiras como verdade. Ele nem sempre travar uma guerra aberta contra o evangelho. Ele é muito mais provável para atacar a igreja por infiltração de suas paredes com o erro sutil. Ele usa o estratagema cavalo de Tróia, colocando seus falsos mestres na igreja, onde podem "introduzirão encobertamente heresias destruidoras" (2Pe 2:1; At 20:30). Desta forma, o diabo esconde mentira como verdade, fazendo o que é olhar mau como o que é bom.

    Por esta razão, o próprio Jesus advertiu sobre os falsos profetas:

    Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Você vai conhecê-los pelos seus frutos. Pode alguém colher uvas dos espinheiros nem figos dos abrolhos, são eles? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. (Mateus 7:15-17; conforme Mc 13:1)

    Os cristãos que ignoram a advertência do Senhor fazê-lo a seu próprio dano. Há muitas vozes poderosas clamando por atenção dentro da igreja. Assim, é imperativo que os crentes praticar o discernimento bíblico (conforme 1Co 2:1; 2Tm 1:132Tm 1:13; 3: 15-17.). É especialmente mandatado para pastores, que

    como despenseiro de Deus [s], não obstinado, não irascível, não dado ao vinho, não briguento, não gostava de torpe ganância, mas hospitaleiro, amando o que é bom, sensato, justo, piedoso, temperante, segurando firme a palavra fiel, que é de acordo com o ensino, a fim de que eles serão capazes tanto para exortar na sã doutrina e de refutar os que o contradizem. Porque há muitos homens rebeldes, paroleiros e enganadores, especialmente os da circuncisão, que devem ser silenciadas, porque eles são perturbadoras famílias inteiras, ensinando coisas que não deveriam ensinar por uma questão de torpe ganância. (Tito 1:7-11)

    Diretrizes de como provar

    Por isso, você sabe o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. Você é de Deus, filhinhos, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo; portanto, falam da parte do mundo, eo mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade eo espírito do erro. (4: 2-6)

    João dispõe sobre três testes familiares para determinar se um professor e sua mensagem de refletir o Espírito de Deus ou o espírito de Satanás. Estes testes são teológica (Será que a pessoa confessar Jesus Cristo?), Comportamentais (Será que a evidência manifesto pessoa do fruto da justiça?), E pressuposicional (é a pessoa cometeu a Palavra de Deus?). Verdadeiros professores são, portanto, caracteriza-se por uma confissão do Senhor Divino, uma possessão da vida divina, e uma profissão da lei divina. Aqueles que não conseguem demonstrar essas características provar que não são de Deus.

    A confissão do Senhor Divino

    Por isso, você sabe o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (4: 2-3)

    O primeiro teste é teológicas, ou mais especificamente, cristoló—. Ele faz a pergunta: O que esta pessoa ensinar sobre Jesus Cristo? O verbo rendeu confessa é uma forma presente do verbo homologeo , que significa "dizer a mesma coisa." Todo o espírito (professor humano) que concorda com as Escrituras que Jesus Cristo veio em carne é, portanto, da parte de Deus, confessando a verdade ensinada pelo Espírito Santo, que Jesus Cristo é Deus encarnado.

    O apóstolo não explorar todas as nuances da cristologia aqui; ele simplesmente ecoa a declaração cristológica definitiva com a qual ele abriu esta epístola:
    O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito da Palavra de vida e a vida foi manifestada, e nós vimos e testemunhamos e proclamar a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada-o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, também, para que você também tenhais comunhão conosco; Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. (1: 1-3)

    Jesus Cristo procedia de Deus, o Pai como a Palavra viva de Deus (João 1:1-2) que se fez carne (Lc 1:31; Jo 1:14; conforme Cl 2:9, Jo 10:38; 14: 7-10), que se manifesta à humanidade como a segunda pessoa da Santíssima Trindade (a correta compreensão da cristologia será inevitavelmente trinitária), o Filho de Deus (Is 9:6; conforme Jo 1:18; He 1:5). De acordo com o plano de Deus, Jesus veio na carne para que pudesse ter uma morte substitutiva como um homem pelos pecados de outros homens. Essa é a única maneira que podia resgatar todos os que crêem (Gal 4, 4-5; He 2:17; conforme 1 Tm 2:... 1Tm 2:5; 1 João 2:1-2).

    João repetidamente enfatiza a divindade de Cristo e ensina a verdade maciça com vastas implicações de que ninguém pode honram o Pai sem honrar o Filho (2: 22-23; Jo 5:23; 2Jo 1:32Jo 1:3, 2Jo 1:9) porque compartilham o mesmo divino, natureza perfeita (3: 21-23; 5: 6, 20). Para ser salvo, é preciso acreditar que Jesus é eterna divindade, a segunda pessoa da Trindade, que se tornou um homem. Ele não é apenas um ser criado (ao contrário do que antigos falsos mestres ensinaram e as seitas modernas, como os Mórmons e Testemunhas de Jeová, ensinar). Mas mero assentimento intelectual para que a verdade não salva ninguém (conforme Jc 2:19); para ser salvo é preciso também reconhecer Jesus como Senhor (Rom. 10: 9-10).

    Compreensão de uma pessoa e aceitação da identidade de Jesus é o teste decisivo final da legitimidade de sua fé professada. No mundo evangélico de hoje é cada vez mais politicamente correto afirmar que todas as religiões monoteístas adoram o mesmo Deus. Mas o fato é que eles não fazem. O próprio Jesus deixou claro que de cristal: "Aquele que te escuta [os discípulos] ouve a mim, e quem vos rejeita a mim rejeita; e quem me rejeita rejeita aquele que me enviou" (Lc 10:16); "Eu sou o caminho, ea verdade, ea vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14:6; 1Jo 2:231Jo 2:23). Todo espírito propagar qualquer religião ou filosofia . que não confessa a Jesus não procede de Deus Tal ensino é errônea, herética, e uma rejeição de Cristo (2Pe 2:1; conforme Gl 1:8-9). João chama de o espírito do anticristo (conforme 2:18, 22; para uma discussão mais completa sobre este assunto, consulte o capítulo 9 deste volume). Os crentes ouviram que o Anticristo está chegando (2 Ts 2: 3-4., 8-9), mas o espírito do anticristo, que se evidencia na falsa religião e doutrina aberrante, já está no mundo. A verdadeira natureza de Jesus Cristo é, inevitavelmente, negado por falsos mestres e os sistemas que promovam (Jd 1:4). No entanto, aqueles que justamente entender Jesus Cristo e retratá-Lo e Sua obra provar com precisão que possuem o Espírito da verdade.

    O Possession da Vida Divina

    Você é de Deus, filhinhos, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo; portanto, falam da parte do mundo, eo mundo os ouve. (4: 4-5)

    Na encarnação, Deus tornou-se participante da natureza humana (Filipenses 2:7-8; He 2:14, He 2:17; He 4:15..). Através da regeneração, por outro lado, os seres humanos se tornam participantes da natureza divina (2Pe 1:42Co 3:18.). A declaração de João, Você é de Deus, filhinhos, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo, é essencialmente uma afirmação da segurança do crente contra os falsos mestres (conforme 2:20, 24, 27). Todos os verdadeiros cristãos possuem uma semente incorruptível da vida eterna (I Pedro 1:23-25), o que significa que nenhum engano satânico pode tirá-los da mão salvadora de Deus (João 10:28-29). Aqueles verdadeiramente nascido de novo ter sido dada não só uma compreensão sobrenatural que a verdade (Lc 10:21), mas um amor para ele também (Sl 1:2, Sl 119:113, Sl 119:159, Sl 119:167; conforme 2Ts 2:102Ts 2:10; 1Pe 1:221Pe 1:22) e um discernimento que os protege de apostasia (conforme Mc 13:22; He 10:39).. Como Paulo escreveu:

    Agora nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que possamos conhecer as coisas dadas livremente a nós por Deus, que também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas em ensinadas pelo Espírito, combinando pensamentos espirituais com palavras espirituais. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele próprio é avaliado por ninguém. Para quem conheceu a mente do Senhor, que ele irá instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. (1 Cor. 2: 12-16)

    Os crentes podem ser inseguro sobre questões secundárias, periféricas, mas não sobre as verdades fundamentais do evangelho, como a pessoa e obra de Cristo (conforme Jo 3:1; 3: 24— 26; 5:. l; Gl 2:16; Ef 2:8-9; 2Tm 1:92Tm 1:9; Colossenses 2:20-23.).

    Por outro lado, os falsos mestres e seus seguidores se apegam a idéias mundanas (ver 2: 15-17 e 1Co 2:14.), Porque eles são do mundo; eles falam da parte do mundo, eo mundo os ouve. Por meio do que eles dizem e como eles vivem, falsos mestres demonstrar que são qualquer coisa, mas genuínos servos de Cristo. Os verdadeiros crentes, no entanto, resistir idéias mundanas porque venci o mundo (conforme Jo 16:33).

    A Profissão da Lei Divina

    Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade eo espírito do erro. (4: 6)

    Em contraste com os fornecedores demoníacas de falsidade (At 13:10; Gl 1:7.), Os professores que são de Deus proclamar a Sua Palavra revelada como a fonte da verdade (conforme 2Co 6:7; 10: 4-5, Jo 10:16, 26-27; Jo 14:26; Jo 18:37) . Por outro lado, qualquer pessoa que não é de Deus não escutaos seus ensinamentos.

    A, a revelação escrita completa do Antigo e Novo Testamento é, portanto, a única autoridade por que os cristãos devem testar todas as ideologias espirituais. Como Paulo disse a Timóteo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Tim. 3: 16-17, NVI). É "mais seguro" do que as experiências humanas ou sentidos (2Pe 1:19, KJV). Ele permanece para sempre (1Pe 1:25). Ele é digno de confiança em cada jota e til (Mt 5:18). É imutável e eterno (Is 40:8, NVI). É o padrão da verdade (Jo 17:17). E é por esse padrão, com a ajuda do Espírito Santo (conforme Jo 14:17; Jo 15:26; Jo 16:13), que os crentes sabem o espírito da verdade eo espírito do erro.

    Em um mundo repleto de ensino falso demoníaca, os crentes devem constantemente testar os espíritos para discernir o que é de Deus eo que não é. Usando os testes que João tenha descritas aqui, eles podem discernir verdadeiras jóias espirituais de doutrinal "ouro de tolo". Como os nobres bereanos, santos de hoje são chamados a comparar cada mensagem espiritual que encontram com o padrão revelado das Escrituras (At 17:11). Só então eles podem obedecer a admoestação de Jude a "batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 1:3 )

    Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Por isso, o amor de Deus se manifestou em nós, que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas que Ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e seu amor em nós é perfeito. Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito. Nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Temos vindo a conhecer, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Por isso, o amor é aperfeiçoado com a gente, para que tenhamos confiança no dia do juízo; porque, como Ele é, assim também nós somos neste mundo. Não há temor no amor; antes o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo envolve castigo, e aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Se alguém diz: "Eu amo a Deus", e odeia a seu irmão, é mentiroso; para aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E temos este mandamento dele, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão. ( 4: 7-21 )

    A Trindade é uma doutrina insondável e ainda inconfundível nas Escrituras. Como Jonathan Edwards observou, depois de estudar o tema extensivamente, "Eu acho que [a doutrina da Trindade] para ser o maior e mais profundo de todos os mistérios divinos ainda, apesar de tudo o que eu disse ou concebido sobre ele" ( um tratado inédito na Trinity). No entanto, embora a plenitude da Trindade está muito além da compreensão humana, é, sem dúvida, como Deus se revelou nas Escrituras, como um Deus que existe eternamente em três pessoas.

    Esta não é sugerir, é claro, que a Bíblia apresenta três deuses diferentes (cf. Dt 6:4 e 33 . explicam que o Pai eo Filho são um Primeiro Coríntios 3:16 mostra que o Pai eo Espírito são um. Rm 8:9 , 18 e 23 demonstram que o Pai, o Filho eo Espírito Santo são um.

    No entanto, em expor a unidade entre os membros da Trindade, a Palavra de Deus de maneira nenhuma nega a existência simultânea e carácter distintivo de cada uma das três pessoas da Divindade. Em outras palavras, a Bíblia deixa claro que Deus é um Deus (e não três), mas que o único Deus é uma Trindade de pessoas.
    No Antigo Testamento, a Bíblia implica a idéia da Trindade de várias maneiras. O título Elohim ("Deus"), por exemplo, é um substantivo plural, o que pode sugerir multiplicidade (cf. Gn 1:26 ). Isso corresponde ao fato de que o pronome no plural ("nós") é por vezes utilizado de Deus ( Gn 1:26 ; Is 6:8 ). E também há passagens em que todas as três pessoas divinas são vistos no trabalho ( Is 48:16. ; 61: l ).

    O Novo Testamento constrói significativamente nestas verdades, revelando-los de forma mais explícita. A fórmula batismal de Mt 28:19 designa todas as três pessoas da Santíssima Trindade: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." Em sua bênção apostólica aos Coríntios, Paulo under-teve essa mesma realidade. Ele escreveu: "A graça do Senhor Jesus Cristo, eo amor de Deus [Pai], ea comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" ( 2Co 13:14 ). Outras passagens do Novo Testamento também enunciar a verdade da glória do Deus trino ( Rm 15:16. , Rm 15:30 ; 2 Cor. 1: 21-22 ; Ef 2:18. ).

    Ao descrever a Trindade, o Novo Testamento claramente distingue três pessoas que estão todos ativos simultaneamente. Eles não são apenas modos ou manifestações da mesma pessoa (como as heresias de Modalism ou Sabellianism e teologia Oneness mais moderno afirmar incorretamente) que às vezes agem como Pai, por vezes, como Filho, e às vezes como Espírito. No batismo de Cristo, todas as três pessoas foram simultaneamente ativa ( Mat. 3: 16-17 ), com o Filho sendo batizado, descer o Espírito, e que o Pai falando do céu. O próprio Jesus orou ao Pai (cf. Mt 6:9 ), prometeu que iria pedir ao Pai que envie o Espírito ( Jo 14:26 ) e pediu ao Pai para glorificá-Lo ( Jo 17:5. ), assim como o Filho, que é o nosso Advogado ( 1Jo 2:1 ). Para negar ou desvirtuem o Trinity é negar ou não compreendem a natureza do próprio Deus.

    A doutrina da Trindade é crucial em um número infinito de níveis, uma vez que é o cerne da doutrina de Deus. Como um escritor explica:
    A Trindade é a maior revelação que Deus fez de si mesmo ao Seu povo. É a pedra angular, a cúpula, a estrela mais brilhante do firmamento das verdades divinas .... Devemos conhecer, entender e amar a Trindade para ser total e completamente cristã. É por isso que dizemos que a Trindade é o maior de verdades reveladas de Deus. (Tiago White, O Forgotten Trinity [Minneapolis: Bethany House, 1998], 14-15)

    É muito significativo que a Trindade tem implicações não só para o que os crentes pensar sobre Deus, mas também pela forma como eles se relacionam com Ele e uns com os outros. Afinal de contas, é a verdade da Trindade, que explica a Deus como um ser relacional. Desde a eternidade passada, o Pai, o Filho eo Espírito Santo têm desfrutado a plenitude das relações interpessoais. Eles sempre glorificou a proximidade infinito que eles compartilham. Para colocá-lo simplesmente, Deus nunca foi solitário, mas sempre foi satisfeita na comunhão perfeita de felicidade inter-trinitária. Como João Piper explica:
    Desde toda a eternidade, antes da criação, a única realidade que sempre existiu é Deus. Este é um grande mistério, porque é tão difícil para nós pensar em Deus ter absolutamente nenhum começo, e apenas estar lá para sempre e sempre e sempre, sem nada nem ninguém fazendo-o ser realidade não-apenas absoluta de que cada um de nós tem que enfrentada quer gostemos ou não. Mas esse Deus vivo não foi "sozinho". Ele não tem sido um centro solitário de consciência. Sempre houve uma outra, que tem sido um com Deus na sua essência e glória, e ainda distinta em pessoalidade para que eles tiveram um relacionamento pessoal por toda a eternidade. ( Os prazeres de Deus [Sisters, Ore .: Multnomah, 2000], 41)

    Com base nesse modelo relacional impecável e perfeito Seu desejo e propósito para ter comunhão com Suas criaturas, o Deus trino projetado homem como um ser relacional. A criação do homem à imagem de Deus deu-lhe a auto-consciência e da capacidade de pensar racionalmente, apreciar a beleza, adquirir sabedoria, sentir emoção, e compreender a moralidade. Mas o aspecto mais significativo da imagem de Deus é visto na capacidade do homem de amar os outros, como demonstrado através de sua comunhão relacional com Deus e com os outros seres humanos. Embora apenas uma sombra, o amor humano (tanto para Deus e para os outros) é um reflexo do amor inter-trinitária perfeito que tem caracterizado a Deus desde antes dos tempos eternos.

    A origem trinitária do amor perfeito traz tema do apóstolo em I João 4:7-21 em foco. Quatro vezes na passagem (uma vez no versículo 12 , uma vez em versículo 17 , e duas vezes no versículo 18 ) João refere-se a aperfeiçoar ou amor aperfeiçoado. O Novo Testamento menciona vários tipos de amor ( Mt 5:44. ; 22: 37-38 ; Jo 13:34 ; Jo 14:15 , Jo 14:21 ; Jo 15:12 ; Rom. 12: 9-10 ; 13 8:45-13:10'>13 8:10 ; 1Co 8:31Co 8:3 , 1Co 13:13 ; 2Co 5:142Co 5:14 ; Gl 5:22. ; Ef 5:25. , Ef 5:28 , Ef 5:33 ; Fp 1:9 ; 1Ts 4:91Ts 4:9 ; 1Pe 4:8 ) e demonstra-se nas boas obras de santificação (cf. Ef 2:10. ; He 10:24. ). A expressão máxima disso ocorre quando os crentes obedecer ao Senhor: "Quem guarda a sua palavra, nele o amor de Deus verdadeiramente tem sido aperfeiçoado" ( 1Jo 2:5 ; cf. Rm 14:19. ; 1 Cor. 10: 23-24 ; 13 4:46-13:7'>13 4:7 ), o amor concedido a alguém que precisa de ser amado ( He 6:10 ; 1Pe 2:171Pe 2:17 ; cf. Rom. 0:15 ), não necessariamente para alguém que é atraente ou amável.

    Os primeiros crentes razão são para estender esse amor sacrificial um para o outro é que o amor vem de Deus. Assim como Deus é a vida ( Sl 36:9), Ele é também o amor (cf. 04:16 ). Portanto, se os crentes possuem Sua vida e andar em Sua luz (justiça e verdade), eles irão também quer possuir e manifestar o seu amor, pois todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Porque eles são filhos de Deus, manifestando a sua natureza, eles vão refletir Seu amor aos outros.

    Como mencionado anteriormente, o amor João se refere é o divino, o amor perfeito que Deus só dá a Sua própria. O verbo rendeu nasce é uma forma passiva perfeita de gennao e poderia ser traduzido literalmente "tem sido gerado." Todos Deus salvou no passado continua a dar provas desse fato no presente. Aqueles que possuem a vida de Deus tem a capacidade ea experiência de amar. Por outro lado, aquele que não ama não conhece a Deus. Aqueles cujas vidas não são caracterizadas por amor aos outros não são cristãos, não importa o que eles dizem.Os religiosos judeus (escribas, fariseus e outros líderes) da época de Jesus, assim como os falsos mestres na igreja do dia de João, sabia muito sobre Deus, mas eles realmente não sei Ele (cf. 1Tm 6:20 ; 17: 9-15 ) . Assim, se Deus existia em perfeita solidão trinitária, Ele criou uma raça de seres dos quais ele gostaria e resgatar aqueles que, por sua vez amá-lo para sempre.

    Em segundo lugar, a verdade de que Deus é amor, explica a escolha humana. Ele projetou pecadores a conhecer e amar a Ele por um ato de sua vontade (cf. Jo 7:17-18 ), mas não para além do trabalho de Seu Espírito (cf. Jo 1:12-13 ; Ef 2:5 ).

    Em terceiro lugar, a realidade de que Deus é amor também explica Sua providência. Ele orquestra todas as circunstâncias da vida, em toda a sua maravilha, beleza, e até mesmo dificuldade, para revelar muitas evidências de Seu amor ( Sl 36:6. ).

    Em quarto lugar, que Ele é amor explica o plano divino da redenção. Se Deus operado apenas com base na Sua lei, Ele seria condenar as pessoas de seus pecados, e justamente consignar que todos possam passar a eternidade no inferno (cf. Sl 130:3 ), em nome de todos os que se arrependerem de seus pecados e confiança em Sua misericórdia ( João 3:14— 15 ). Na declaração mais conhecido de seu ministério terreno, Jesus disse: "Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" ( Jo 3:16 ; cf. 2 Cor 5, 19-20. ; 1Tm 4:101Tm 4:10. ; Tito 3:4-5 ).

    Amor geral de Deus para a humanidade se manifesta de várias maneiras. Primeiro, Ele expressa seu amor e bondade a todos através da graça comum. O salmista escreveu: "O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras" ( Sl 145:9.). Como parte deste, Deus revela o Seu amor através de sua compaixão, principalmente no que Ele retarda Sua sentença definitiva contra os pecadores impenitentes ( Gn 15:16 ; Atos 17:30-31 ; Rm 3:25. ; cf. Gn 18:20-33 ). Essa compaixão é ainda expressa em Sua miríade de advertências aos pecadores ( 13 24:7-15'>Jer 7: 13-15. , 23-25 ​​; 25: 4-6 ; Ez 33:7-8. ; Sf 2:1-3. ; Lucas 3:7-9 ; 1 Coríntios 10:6-11. ; Ap 3:1-3 ). Ele não encontra prazer na condenação de ninguém ( Ez 18:23. , Ez 18:32 ; 2Pe 3:92Pe 3:9 ; Jo 7:37 ; 1Tm 2:41Tm 2:4 ). Como Jesus disse aos apóstolos: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" ( Mc 16:15 ; cf. . Mt 28:19 ).

    Que o amor geral, no entanto, se limita a esta vida. Após a morte, os pecadores não arrependidos sofrerão a ira e julgamento final de Deus por toda a eternidade ( Dn 12:2. ; 2Ts 1:92Ts 1:9 ). Mas Deus tem um perfeito amor especial, eterna que Ele derrama sobre todo aquele que crê. O apóstolo João apropriAdãoente caracterizados que amam Jesus exibido aos apóstolos, quando escreveu no início do quarto narrativa superior: "Tendo amado os seus que estavam no mundo, agora ele lhes mostrou toda a extensão do seu amor" ( Jo 13:1 )

    (Para uma discussão completa sobre o amor de Deus, ver John Macarthur, O Deus que ama [Nashville: Palavra], 1996, 2001.)

    Amor Perfeito e da vinda de Cristo

    Por isso, o amor de Deus se manifestou em nós, que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas que Ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. ( 4: 9-11 )

    Jesus Cristo é a manifestação mais proeminente do amor de Deus ( Jo 1:14 ; cf. Rm 5:8 ; Jo 1:14 , Jo 1:18 ; . He 5:5. ; He 2:17. ; cf. 2Co 5:212Co 5:21 ; Gl 3:13. ; 1Pe 3:181Pe 3:18 )

    Por isso, o perfeito amor de Deus se manifestou em [crentes], João escreveu: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que [os crentes] pode viver por meio dele. ponto do apóstolo é que desde que Deus, em misericórdia soberana, graciosamente exibido Seu amor ao enviar Cristo, dos santos deve certamente seguir o seu exemplo e amar os outros com sacrificial, amor cristão ( Ef 4:32 ). O Pai não só deu a Seus filhos um amor perfeito quando Ele os remiu ( Rm 5:5 ). O apóstolo realmente apenas reafirmou sua advertência Dt 3:16: "Nós conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós;. e nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos" Ninguém que tenha alguma vez Salvadora acreditava no sacrifício expiatório de Cristo, e, portanto, foi concedida a vida eterna, pode retornar permanentemente para um estilo de vida auto-centrada. Em vez disso, essas pessoas vão obedecer a exortação de Paulo aos Efésios "ser imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como Cristo também vos amou e se entregou por nós, como oferta e sacrifício a Deus como um aroma perfumado "( Ef 5:1-2. ; cf. 1 Pedro 1: 15-16 ).

    Amor Perfeito e reivindicação do cristão da fé

    Ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e seu amor em nós é perfeito. Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito. Nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Temos vindo a conhecer, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. ( 4: 12-16 )

    No versículo 12, João faz o ponto simples que, se ninguém jamais viu a Deus , o Pai , a qualquer momento (cf. Jo 4:24 ; 1Tm 1:171Tm 1:17. ; 1Tm 6:16 ), e Jesus não é mais visivelmente presente para manifestar-Lo , as pessoas não vão ver o amor de Deus, a menos que os crentesamam uns aos outros. Se eles se amam, Deus vai estar em exibição, atestando que ele permanece em [eles], e Seu amor é aperfeiçoado em [eles] (cf. 13 34:43-13:35'>João 13:34 —35 ; 1Jo 3:241Jo 3:24 ). O Deus invisível se revela, assim, através do amor visível dos crentes; o amor que teve origem em Deus e foi manifestado no seu Filho está agora demonstrado em Seu povo.

    Nesta secção, o apóstolo João também estabelece uma seqüência de teclas de evidências de lembrar aos leitores mais uma vez que eles podem saber que são salvos. Segurança começa com a obra do Espírito Santo ( 02:20 , 27 ; Rm 8:9. ; 13 49:1-14'>Ef. 1: 13-14 ).Bruce Milne resume-lo para os crentes desta forma:

    O coração da experiência cristã do Espírito Santo está em sua trazendo-nos para uma relação viva com Jesus Cristo, para que possamos compartilhar em sua redenção e todas as suas bênçãos. Toda a experiência cristã pode ser focado em um presente dom de Deus para nós, pelo seu Espírito, a nossa união com Cristo. ( Conheça a Verdade [Downers Grove, Ill .: InterVarsity de 1982], 182)

    Portanto João garante a seus leitores que acreditam que eles podem saber que [eles] habitar em Deus e Ele em [eles], porque Ele deu [eles] de Seu Espírito.

    Tendo já focada no Pai e do Filho dentro de sua discussão sobre o amor perfeito, João agora enfatiza o papel do Espírito. Ao notar o trabalho de cada membro da Trindade, o apóstolo enfatiza as origens trinitárias do amor perfeito. Esse amor, que é feito através do trabalho de cada membro da Trindade e, posteriormente, manifestada na vida dos crentes, tem a sua fonte em Deus Uno e Trino, que desde a eternidade passada gostei perfeita comunhão como Pai, Filho e Espírito. Como aqueles que permanecerem em Deus, os crentes irão refletir o Seu amor, porque Deus habita neles e Seu Espírito está no trabalho em seus corações.

    Jesus comparou o Espírito Santo para o vento ( Jo 3:8. ; João 1:12-13 ). A fé salvadora só é possível porque Deus concede-la ( Ef 2:8 ). Ele deu testemunho de que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo, mas ele não teria acreditado tinha o Pai não escolheu-o ( Jo 6:44 ; Jo 15:16 , Jo 15:19 ) e do Espírito abriu os olhos para a verdade .

    Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, sabe que Deus permanece nele, e ele em Deus. O verdadeiro crente discerniu a presença do Espírito Santo, e tem vindo a conhecer e [tem] cremos no amor que Deus tem por nós. Tais pessoas entendem o amor eterno de Deus, que é amor, para todos os crentes. Eles podem descansar com confiança na certeza de que aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Eles vão demonstrar ainda mais a autenticidade de sua salvação através do amor do Pai e do Filho, justiça e irmãos na fé, em vez de amar o mundo do sistema, e até mesmo amar seus inimigos. Em resumo, eles cada vez mais vai amar como Deus ama (cf. 05:48 Matt. ; 22: 37-40 ; 2Co 3:18. ).

    Amor Perfeito e Confiança do cristão no Acórdão

    Por isso, o amor é aperfeiçoado com a gente, para que tenhamos confiança no dia do juízo; porque, como Ele é, assim também nós somos neste mundo. Não há temor no amor; antes o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo envolve castigo, e aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Se alguém diz: "Eu amo a Deus", e odeia a seu irmão, é mentiroso; para aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E temos este mandamento dele, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão. ( 4: 17-21 )

    A confiança no dia do julgamento é a experiência de crentes que não só sabem quando têm uma compreensão exata do evangelho e outras doutrinas bíblicas, mas também quando o amor é aperfeiçoado em seu interior (cf. 13 10:46-13:13'>1 Cor. 13 10:13 ; Gal . 5: 24-25 ; Ef 5:15-21. ; Cl 3:12-17 ).

    dia do julgamento refere-se no sentido mais amplo para o tempo final de acerto de contas diante de Deus (cf. 02:28 ). João diz que os crentes podem viver suas vidas com confiança (literalmente, "ousadia") como eles olham para o dia em que a volta de Cristo e estão diante de Deus ( I Coríntios 3:9-15. ; 2Co 5:102Co 5:10 ; cf. Jc 1:12 ; Ap 2:10 ). Em 03:21 João usou a mesma palavra ( parresia ) para se referir aos crentes de confiança pode ter que Deus vai conceder aos seus pedidos de oração. Neste versículo, o apóstolo declara que ousadia e falta de medo deve caracterizar os crentes (cf. Rm 5:2 Heb. ) sempre que pensar no futuro para o tempo de Deus de julgamento (cf. Tt 2:13 ).

    Por que os crentes têm tanta confiança? Porque como Ele é, também nós somos neste mundo. Esta declaração deslumbrante significa o Pai trata os santos da mesma maneira que Ele faz o Seu Filho Jesus Cristo. Deus veste os crentes com a justiça de Cristo ( Romanos 3:21-22. ;2Co 5:212Co 5:21 ; Fp 3:9 ; Jo 10:11 , 14 —16 ; Jo 13:1 ) e obediência (cf. Jo 4:34 ; Jo 5:30 ; Jo 18:37 ). Crentes algum dia estarão diante do trono de Deus com tanta confiança como seu Senhor e Salvador faz. Quando eles chegam que a contabilidade final, eles vão ver o cumprimento de um Jo 3:2. ; 1Ts 5:9 ) .

    O motivo para aqueles que têm essa certeza confiante em relação ao futuro é óbvia: nós [cristãos] amor, porque Ele nos amou primeiro. Foi amor perfeito e eterno de Deus que primeiro soberanamente chamou os fiéis a Ele ( 4:10 ; Jo 15:9 , Jo 15:19 ; At 13:48 ; Rm 5:8. , tem encargos dos outros) ( : Gl 6:2. , e sacrifícios para satisfazer as suas necessidades () At 20:35 ; Fp 2:3-4. ). Mas também é um amor justo que tolera nem falsa doutrina nem pecado habitual ( 1Tm 5:20. ; cf. . 2Ts 3:152Ts 3:15 ).

    O amor perfeito de Deus é uma bênção para os crentes de saber e uma alegria para eles para se manifestar aos outros. Embora valoriza e enriquece o amor emocional que eles têm para outras pessoas, o amor perfeito em muito transcende qualquer tipo de sentir o mundo pode enfrentar. É um amor completo, maduro, que reflete a essência de Deus e da obra de Cristo e flui através dos crentes para qualquer pessoa com uma necessidade ( 3:17 ; Mt 25:34-40. ; 2 Cor 8: 1-7. ; 9 : 7-15 ; Jc 1:27 ; cf. . Mt 5:16 ; At 9:36 ; Tt 3:8 ; cf. 1Tm 5:81Tm 5:8 ). Este amor, que tem caracterizado o Deus trino desde a eternidade passada, é também a marca de Seus filhos ( Jo 13:35 ). Porque esse amor vem de forma tão clara a partir dele, aqueles que amam como Ele pode ter certeza que ele é seu pai. Como o hino "Eu sou dele, e ele é meu" tão bem expressa:

     

    Amado com amor eterno, liderada por graça que gostam de saber;
    Espírito Graça de cima, tu me ensinou é assim!
    O, essa paz plena e perfeita! O, este tipo de transporte todos divina!
    Em um amor que não pode deixar, eu sou dele, e ele é meu.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de I João Capítulo 4 do versículo 1 até o 21

    I João 4

    Nota sobre a tradução de I João 4:1-7 A heresia por antonomásia — 1Jo 4:2-3 (cont.)

    NOTA SOBRE A TRADUÇÃO DE 1 JOÃO 4:1-7

    Aparece repetidamente nesta passagem uma expressão grega que não é fácil de traduzir. Trata-se da frase traduzida conseqüentemente de Deus. Aparece nas seguintes ocasiões:

    Versículo 1Jo 4:1: Provai os espíritos se procedem de Deus.

    Versículo 1Jo 4:2: Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus.

    Versículo 1Jo 4:3: Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus.

    Versículo 1Jo 4:4: Filhinhos, sois de Deus.

    Versículo 1Jo 4:6: Nós somos de Deus... aquele que não é de Deus não nos ouve.

    Versículo 1Jo 4:7: O amor procede de Deus.

    As dificuldades na tradução desta expressão podem apreciar-se nas soluções em que vários tradutores contribuem.

    Moffat, nos versículos 1:2-3, traduz vêm de Deus (o mesmo BJ.

    no versículo 1); e nos versículos 4:6-7 pertencem a Deus.

    Weymouth, nos versículos 1:2-3, traduz é de Deus. No versículo 4 traduz: Vós sois filhos de Deus. No versículo 6 traduz: Nós somos

    filhos de Deus. . . Aquele que não é filho de Deus não nos ouve. No versículo 7: O amor tem sua origem em Deus.

    Em todos os casos, exceto no versículo 7, Kingsley Williams traduz

    de parte de Deus; no versículo 7 tem de Deus.

    É fácil ver onde reside a dificuldade; mas é de vital importância encontrar um significado preciso para esta frase. Em grego, a expressão é

    ek tou theou. Ho theos significa Deus, e tou theou é o caso genitivo precedido pela preposição ek, uma das mais comuns em grego, equivalente a de ou desde. Dizer que um homem chegou ek tes poleos

    significa que chegou de ou da cidade.

    O que quer dizer, então, que uma pessoa, ou um espírito ou uma qualidade é ek tou theou? A tradução mais simples nos dá de Deus. Mas o que significa a partícula de nesta expressão? Quase com certeza

    significa que a pessoa, o espírito ou a qualidade tem sua origem e procedência em Deus. Vem de Deus no sentido que se origina nEle, e provém dEle. Por isso, João, por exemplo, pede aos crentes que provem

    se realmente os espíritos têm sua origem e procedência em Deus. O amor

    1. diz João — tem sua fonte e origem em Deus. Esta é a tradução que preferimos, e esta é a experiência de como chegamos a ela.

    A HERESIA POR ANTONOMÁSIA

    I João 4:2-3

    Em meio a tanta exuberância de vida espiritual nesse mundo da Igreja primitiva, João estabelece uma prova definitiva. Para João, a fé

    cristã poderia resumir-se numa grande verdade: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1:14). Qualquer espírito que nega a realidade da encarnação não é de Deus. João assinala duas verificações para a fé.

    1. Para ser de Deus, um espírito deve confessar que Jesus é o Cristo, o Messias. Na opinião de João, negar essa verdade é negar três coisas a respeito de Jesus.
      1. É negar que é o centro da história; Aquele para quem toda a história foi uma preparação; Aquele para cujo advento Deus tinha escolhido o homem Abraão e o povo de Israel; Aquele para quem a história foi uma preparação para que viesse na plenitude do tempo.
      2. É negar que é o cumprimento das promessas de Deus. Em todo momento de suas lutas e suas derrotas, através de todas as agonias de sua história, os judeus se agarraram às promessas de Deus. Negar que Jesus é

    o Messias significa negar a verdade dessas promessas.

    1. É negar sua soberania. Jesus Cristo veio não só para morrer, mas também para reinar. Veio não só para aceitar a cruz, mas também para

    estabelecer um Reino. E negar seu messianismo é apartar-nos da soberania essencial de Cristo.

    1. Para ser de Deus, um espírito deve confessar que Jesus veio na

    carne. Isto era precisamente o que os gnósticos nunca puderam aceitar. Eles criam que a matéria é completamente má; em conseqüência, o corpo também é mau e, em conseqüência é impossível uma verdadeira encarnação, já que Deus jamais poderia assumir a carne sobre si. Agostinho diria tempo depois que podia achar nos filósofos pagãos muitos paralelos às afirmações do Novo Testamento, exceto uma — "O Verbo se fez carne". Como João pôde perceber, negar a total realidade da

    encarnação, negar a genuína humanidade de Jesus Cristo, era atacar as próprias raízes da fé cristã.

    A negação da plena realidade da encarnação tem certas conseqüências muito definidas.

    1. É negar que Jesus possa ser nossa norma e exemplo. Se não foi um homem de verdade em nenhum sentido, que viveu sob as mesmas condições que os demais homens, então não pode nos mostrar de que maneira viver, já que a vida foi para Ele algo completamente diferente ao

    que é para nós.

    1. Também é negar que Jesus seja o Sumo sacerdote que nos facilita o acesso a Deus. O verdadeiro Sumo sacerdote, do qual fala o

    escritor aos hebreus, deve ser como um homem em todos os aspectos; deve conhecer nossas fraquezas e tentações (Hebreus 4:14-15). Para guiar os homens a Deus, o Sumo sacerdote deve ser um homem, pois de

    outro modo estaria indicando aos homens um caminho impossível de transitar para eles.

    1. É negar que Jesus possa ser em algum sentido o Salvador. Para

    salvar os homens teve que fazer-se um com os homens; deveu conhecer a experiência humana; teve que identificar-se a si mesmo com os que tinha que salvar.

    1. É negar a possibilidade da salvação do corpo. Sobre uma coisa a doutrina cristã é extremamente clara — a salvação abrange o homem em sua totalidade. Tanto o corpo como a alma são salvos e santificados. Negar a salvação do corpo é rejeitar plenamente a possibilidade de que o

    corpo seja salvo e consagrado a Deus, e que esse mesmo corpo possa transformar-se em templo do Espírito Santo.

    1. Contudo, o mais delicado e desastroso ao ser negada a

    encarnação, é negar que possa haver alguma vez um genuíno encontro entre o humano e o divino, entre Deus e o homem. Se o espírito for totalmente bom, e o corpo inteiramente mau, então Deus e o homem jamais poderão aproximar-se, enquanto o homem for homem. Deus e o homem poderiam encontrar-se quando o homem se desprendesse de seu

    corpo, convertendo-se literalmente num espírito imaterial. Mas a grande verdade da encarnação é que aqui e agora, neste mundo dos sentidos e do tempo, pode haver uma real comunhão entre Deus e o homem. Negar a encarnação e a possibilidade da encarnação é negar esta grande e preciosa verdade.

    Nenhuma outra coisa na fé cristã é tão importante como a realidade da encarnação, a humanidade de Jesus Cristo.

    O QUE SEPARA O MUNDO DE DEUS

    I João 4:4-6

    João formula aqui uma grande verdade e enfrenta um delicado problema.

    1. O cristão não tem por que temer a heresia. Em Cristo foi obtida a

      vitória

      sobre

      todos

      os

      poderes

      do

      mal.

      Aquelas

      potestades

      o

    prejudicaram em grande medida, e até o levaram à cruz, mas finalmente Cristo levantou-se vitorioso. Essa vitória pertence ao cristão. Tudo aquilo que configure de uma maneira ou de outra um poder demoníaco e

    de falsidade está travando uma batalha perdida de antemão. Há um provérbio latino que diz: "Grande é a verdade, e finalmente prevalecerá". Tudo que os cristãos devem fazer é lembrar a verdade que já

    conheceram, e aferrar-se a ela. A verdade é aquilo pelo qual vivem os homens; o erro é aquilo pelo qual os homens morrem indefectivelmente.

    1. Mas o problema reside em que os falsos mestres jamais estão

    dispostos a ouvir nem aceitar a verdade que a autêntica fé cristã oferece. Como podemos explicar isso? João volta para sua antítese favorita, a oposição entre o mundo, o kosmos, e Deus. O mundo, como já vimos, é a natureza humana separada de e em oposição a Deus. O homem cuja origem e procedência é Deus quer exercitar corretamente a verdade, enquanto que o homem cuja origem e procedência é o mundo só procura rejeitar a verdade.

    Enquanto nos pomos a pensar sobre o assunto nos damos conta de que estamos em presença de uma verdade óbvia. Como pode alguém cujo lema é a competição absoluta, começar a compreender uma ética cuja nota dominante é o serviço? Como pode um homem cujo objetivo é a exaltação de si mesmo, cujo credo é a lei do mais forte, que pensa que o mais fraco deve ceder, começar a compreender um ensino cujo princípio de vida é o amor? Como pode um homem que crê que este mundo é o único que existe e, portanto, que as coisas materiais são a única coisa que importa, chegar a compreender uma vida vivida à luz da eternidade, onde as coisas invisíveis são os valores maiores da vida? A gente pode ouvir só aquilo que se preparou para ouvir e, portanto, desperdiçar a oportunidade de ouvir a mensagem cristã.

    Isso é o que nos diz João. Já vimos em repetidas ocasiões que uma das características de João é ver as coisas em termos de branco e negro.

    Seu pensamento não se detém em matizes. Por um lado está o homem cuja origem e procedência é Deus, o homem disposto a ouvir a verdade; por outro lado, o homem cuja origem e procedência é o mundo, incapaz

    de ouvir a verdade. Mas aqui surge um problema no qual, muito provavelmente, João nem tinha pensado até o momento. Há pessoas para as quais realmente toda pregação e assistência missionária resultam

    estéreis? Há pessoas cujas defesas jamais podem penetrar-se, cuja surdez jamais pode ouvir e cujas mentes estão fechadas para sempre ao convite e mandamento de Jesus Cristo? Como já dissemos, esta interrogante ainda não fazia parte das preocupações de João; simplesmente estava

    assinalando as coisas em termos do negro mais negro e do branco mais branco.

    A resposta deve ser que não há limites para a graça de Deus, e que

    há tal pessoa como o Espírito Santo. A vida nos ensina que o amor de Deus pode derrubar qualquer barreira que o homem construa; é verdade que alguém pode resistir; pode ser que alguém resista até o fim. Mas também é verdade que Cristo segue chamando sempre à porta de cada

    coração, e é possível para qualquer pessoa ouvir sua voz, até acima das muitas outras vozes do mundo dominante.

    O AMOR HUMANO E O AMOR DIVINO

    1 João 4:7-21

    Esta passagem está tão estreitamente entretecida que faremos bem em lê-la primeiro como um todo, e logo pouco a pouco, extrair seus

    ensinos. Antes de mais nada, vejamos seu ensino sobre o amor.

    1. O amor tem sua origem em Deus (versículo 7). Todo amor tem sua fonte no Deus de amor.

    Como disse A. E. Brooke: "O amor humano é o resplendor de algo na própria natureza divina". Nunca estamos tão perto de Deus como quando amamos. Clemente de Alexandria disse numa frase brilhante que o verdadeiro gnóstico, o autêntico cristão "ensaia a seu Deus". Quando

    amamos, levamos sobre nós o resplendor de Deus, e vivemos a genuína vida de Deus. O amor nos irmana com Deus. Aquele que permanece em amor, permanece em Deus (versículo 16). O homem está feito à imagem

    e semelhança de Deus (Gn 1:26). Deus é amor e, portanto, para ser como Deus, para ser o que foi destinado a ser, o homem também deve amar.

    1. O amor tem uma dupla relação com Deus. Só mediante o conhecimento de Deus aprendemos a amar, e só no exercício do amor conhecemos a Deus (versículos 7:8). Quando Deus habita em nossa

    vida aprendemos a amar; e quando amamos, aproximamo-nos ainda mais e mais a Deus. O amor provém de Deus e nos leva a Deus .

    1. Mediante o amor conhecemos a Deus (versículo 12). Não

    podemos ver a Deus, porque Ele é Espírito; o que podemos ver é o efeito de Deus. Não podemos ver o vento, mas sim o que o vento faz. Não podemos ver a eletricidade, mas sim os efeitos que produz. Agora, os efeitos de Deus são o amor. Quando Deus chega ao homem este fica coberto pelo amor de Deus e o amor dos homens. Podemos conhecer a

    Deus por seu efeito na vida desse homem. Como alguém disse: "Um santo é um homem em quem Cristo volta a viver", e a melhor demonstração de Deus não chega mediante argumentos mas sim através de uma vida de amor. Numa vida tal vê-se a Deus como Ele não é visto em nenhuma outra manifestação.

    1. O amor de Deus nos é manifestado em Jesus Cristo (verso 1Jo 4:9). Em Jesus Cristo podemos ver a manifestação plena do amor de Deus. Quando olhamos a Jesus notamos duas coisas do amor de Deus:
      1. É o amor que não reserva nada para si. Deus enviou a seu único Filho para os homens; Deus esteve disposto a entregar o que mais amava, a fazer um sacrifício que nenhum outro sacrifício podia superar,

    em seu amor para com os homens.

    1. É um amor totalmente imerecido. Não seria estranho que amássemos a Deus, se lembrarmos todos os dons que nos deu, mesmo à

    parte de Jesus Cristo; o maravilhoso é que Deus ame a criaturas pobres e desobedientes como nós.

    1. O amor humano é uma resposta ao amor divino (versículo 19).

    Amamos porque Deus nos amou. O propósito do amor de Deus é alentar em nós o desejo de amor a Deus como Ele nos amou primeiro e amar a nosso próximo como Ele o ama. O amor humano não é um produto do coração humano; não é algo que o coração humano pôde ter criado por sua própria conta; é a resposta ao amor de Deus.

    1. Quando chega o amor, desaparece o temor (versículos 17:18). O temor é a emoção característica de alguém que espera ser castigado.

    Enquanto vemos a Deus como o Juiz, o Rei, o Legislador, certamente haverá em nossos corações um intenso sentimento de temor, visto que em face de semelhante Deus não esperaríamos outra coisa senão castigo,

    e até a aniquilação. Mas assim que conhecemos que Deus é amor, o amor joga fora o temor. É verdade que em seu lugar fica uma classe diferente de temor, o temor de afligir ao amor que nos amou tanto.

    1. O amor de Deus e o amor do homem estão indissoluvelmente relacionados (versículos 7:11-20,21).

    C. H. Dodd diz belamente: "A energia do amor se descarrega seguindo as linhas de um triângulo, cujos vértices são Deus, a própria pessoa e o próximo".

    Se Deus nos ama, nós devemos amar a outros, visto que nosso destino e nossa meta mais elevada é reproduzir a vida de Deus na

    humanidade e a vida eterna em nosso próprio tempo. João diz, com uma brusca franqueza, que aquele que diz amar a Deus mas aborrece a seu irmão, não é outra coisa senão um mentiroso. A única forma de provar

    que amamos a Deus é amar os homens, aos quais Deus ama. A única maneira de comprovar que Deus está em nossos corações, é mostrar constantemente em nossas vidas o amor aos homens.

    DEUS É AMOR

    1 João 4:7-21 (continuação)

    É nesta passagem onde aparece o que provavelmente seja a maior afirmação a respeito de Deus em toda a Bíblia, a afirmação de que Deus é amor. É surpreendente ver quantas portas abre esta única afirmação, e

    a quantos interrogantes dá resposta. Vejamos algumas das coisas que se explicam pelo fato de que Deus é amor.

    1. É a explicação da criação. Às vezes estamos tentados a nos

    perguntar por que criou Deus este mundo. Para Deus, este mundo redundou num desengano. A desobediência, a rebeldia, a falta de resposta nos homens resulta um contínuo pesar para Ele. Por que Deus quis criar um mundo que não lhe daria senão desgostos? A resposta é que Deus criou este mundo porque a criação é essencial à própria natureza de Deus. Se Deus é amor, não pode existir em triste solidão. O amor, para ser amor, deva ter alguém a quem amar, e alguém que o ame. O ato criador de Deus foi uma exigência de sua própria natureza, pois sendo amor, era-lhe necessário ter alguém a quem pudesse amar, e que por sua vez O pudesse amar.

    1. É a explicação do livre-arbítrio. A menos que o amor seja uma resposta em liberdade, não é amor. Não pode haver amor que não seja espontâneo. De ter sido Deus só um princípio, pôde ter criado um mundo em que os homens se movessem como autômatos, permanentemente sujeitos às leis do universo e de Deus, sem mais opção que a que tem uma máquina. Mas se Deus tivesse feito os homens dessa maneira, jamais poderia ter havido nenhuma possibilidade de uma relação pessoal entre Deus e os homens. O amor é por necessidade uma escolha livre e uma resposta igualmente livre, do coração; e, portanto, antes que os homens possam amar a Deus em qualquer sentido da palavra, suas decisões devem ser livres. Por isso mesmo Deus, num ato deliberado de autolimitação, dotou os homens de livre-arbítrio para que o mesmo propósito da criação pudesse ser completo.
    2. É a explicação da providência. De ter sido Deus simplesmente espírito e ordem e lei, poderia ter criado o universo, por assim dizê-lo,

    pela metade, abandonando-o à sua própria sorte. Poderia tê-lo utilizado como um homem utiliza uma máquina, a todo ritmo, sem lhe prestar

    maior atenção a menos que algo funcione mal. Realmente há artefatos e máquinas que nos convidam a comprá-los porque podemos pô-los em marcha e nos despreocupar. Sua qualidade mais atrativa é que se pode

    deixá-los sozinhos, funcionando automaticamente. Mas, porque Deus é amor, seu ato criador é seguido por seu permanente cuidado. Não só criou o mundo, mas também permanentemente o mantém, sustenta-o e o cobre com seu amor.

    1. É a explicação da redenção. Se Deus fosse apenas lei e justiça, teria abandonado os homens às conseqüências de seus próprios pecados. Teria entrado em funcionamento a lei moral; as almas pecadoras teriam

    morrido, e a justiça eterna teria repartido inexoravelmente tanto castigos como recompensas. Mas o próprio fato de que Deus é amor, significa que deve buscar e salvar tudo o que se perdeu. Deve achar um remédio

    para o pecado, e uma cura para as enfermidades da alma. É impossível

    destruir totalmente o amor que sente um pai por seu filho, e Deus é o Pai dos seres humanos.

    1. É a explicação do mais além. Se Deus fosse simplesmente Criador então os homens poderiam viver suas vidas fugazes, e morrer

    para sempre. A vida que terminasse muito breve, só seria outra flor que a geada da morte teria murchado bem logo. Mas precisamente porque Deus é amor, nem o acaso nem as voltas da vida têm a última palavra, mas sim há um amor de Deus que quer reajustar o equilíbrio desta vida.

    O FILHO DE DEUS E SALVADOR DOS HOMENS

    1 João 4:7-21 (continuação)

    Antes de terminar esta passagem assinalemos que há também algumas coisas importantes a nos dizer a respeito de Jesus.

    1. Diz-nos que Jesus é quem nos traz vida. Deus o enviou para que

    por meio dEle tivéssemos vida (versículo 9). Há um mundo de diferença entre vida e existência. Todos os homens existem, mas nem todos vivem. O mesmo afã com que os homens buscam o prazer mostra que em suas vidas falta algo. Um famoso médico disse uma vez que os homens achariam uma cura para o câncer antes de um remédio achar cura para o aborrecimento. Jesus proporciona ao homem um motivo pelo qual viver; dá-lhe forças para viver, e lhe dá paz na qual viver. Com Jesus chega a nossas vidas o estremecimento de uma grande aventura, a força para dominar as frustrações da vida, e um antecedente de serenidade e satisfação. Viver com Cristo significa transformar em plenitude de vida a vulgar existência do homem.

    1. Diz-nos que Jesus restaura a relação perdida com Deus. Deus o enviou como sacrifício expiatório pelo pecado (versículo 10). Hoje em

    dia nos movemos num contexto racional onde o sacrifício animal não tem

    razão de ser. Mas de toda maneira podemos compreender cabalmente quanto significa o sacrifício. Quando alguém pecava, era

    destruída sua relação com Deus. E o sacrifício agia como expressão de

    arrependimento, cujo propósito era restaurar essa relação perdida. Jesus, com sua vida e sua morte, torna possível ao homem entrar novamente numa relação de intimidade e paz e amizade e comunhão com Deus. Derruba todas as barreiras, e constrói uma ponte sobre o terrível golfo que separa o homem de Deus.

    1. Diz-nos que Jesus é o Salvador do mundo (versículo 14). Quando Jesus veio ao mundo, de nenhuma outra coisa os homens estavam tão conscientes como de sua própria fragilidade e impotência,

    os homens — dizia Sêneca — estavam buscando a saúde; procuravam descobrir a salvação. Estavam angustiosamente conscientes de "sua fraqueza nas coisas necessárias". Buscavam "uma mão que se

    aproximasse deles para levantá-los". Seria totalmente inadequado pensar na salvação como salvação das condenações e castigos do inferno. Os homens precisam ser salvos de si mesmos; precisam ser salvos dos

    hábitos que se transformaram em suas correntes; precisam ser salvos de suas tentações; precisam ser salvos do temor e as ansiedades; precisam ser salvos de seus próprios desatinos e erros. Para cada uma destas

    situações, Jesus traz salvação aos homens. Traz consigo aquilo que capacita o homem para enfrentar o tempo e entrar na eternidade.

    1. Diz-nos que Jesus é o Filho de Deus (versículo 15). Seja como

    for que se interprete, isto significa que o próprio Jesus Cristo está com relação a Deus de uma maneira como jamais ninguém esteve nem estará. Só Ele pode mostrar aos homens como é Deus; só Ele pode trazer para os homens a graça, o amor, o perdão e o poder de Deus. Só mediante Jesus Cristo os homens podem encontrar e conhecer e amar perfeitamente a Deus.

    Há algo mais que surge desta passagem. Ensinou-nos a respeito de Deus, e de Jesus, e nos ensina sobre o Espírito. No versículo 1III João nos

    diz que porque participamos do Espírito é que sabemos que permanecemos em Deus. É a obra do Espírito a que no princípio nos leva

    a buscar a Deus; é a obra do Espírito a que nos torna conscientes da presença de Deus; e é a obra do Espírito a que nos dá a certeza de estar

    verdadeiramente em paz com Deus. E é o Espírito de nossos corações quem nos dá valor para nos dirigir a Deus como Pai (Romanos 8:15-16). O Espírito mora no profundo do testemunho, e conforme o assinala C. H. Dodd, dá-nos a "imediata, espontânea, maravilhosa consciência de uma divina presença em nossa vida".


    Dicionário

    Amar

    verbo transitivo direto Adorar; possuir afeição por; demonstrar adoração por: amava os santos.
    Apreciar; demonstrar estima; gostar exageradamente de: ama estudar.
    Figurado Gostar; ter uma boa relação com: os cães amam carinho.
    verbo transitivo direto e pronominal Expressar amor por: amava a esposa; nunca se amaram.
    Ter relações sexuais com: amou-o à noite; amaram-se no primeiro encontro.
    verbo pronominal Exprimir um amor-próprio exagerado: amava-se mais que aos demais.
    Etimologia (origem da palavra amar). Do latim amare.

    Assim

    advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
    Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
    Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
    Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
    conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
    Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
    locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
    locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
    expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
    Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
    Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
    Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    I João 4: 11 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Ó amados, uma vez que Deus assim nos amou, também nós devemos (assim), cada um (de nós) a (cada um de todos) os outros (irmãos), amar.
    I João 4: 11 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    90 d.C.
    G1473
    egṓ
    ἐγώ
    exilados, exílio, cativeiro
    (captive)
    Substantivo
    G1487
    ei
    εἰ
    se
    (If)
    Conjunção
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G240
    allḗlōn
    ἀλλήλων
    um outro
    (one another)
    Pronome pessoal / recíproco - Masculino no Plurak acusativo
    G25
    agapáō
    ἀγαπάω
    com respeito às pessoas
    (You shall love)
    Verbo - futuro do indicativo ativo - 2ª pessoa do singular
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G27
    agapētós
    ἀγαπητός
    ()
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3779
    hoútō
    οὕτω
    os habitantes da Caldéia, que viviam junto ao baixo Eufrates e Tigre
    (to the Chaldeans)
    Substantivo
    G3784
    opheílō
    ὀφείλω
    (Piel) praticar feitiçaria ou bruxaria, usar feitiçaria
    (and the sorcerers)
    Verbo


    ἐγώ


    (G1473)
    egṓ (eg-o')

    1473 εγω ego

    um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

    1. Eu, me, minha, meu

    εἰ


    (G1487)
    ei (i)

    1487 ει ei

    partícula primária de condicionalidade; conj

    1. se

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    ἀλλήλων


    (G240)
    allḗlōn (al-lay'-lone)

    240 αλληλων allelon

    gen. plural de 243 reduplicado; pron pl recíproco

    1. um ao outro, reciprocamente, mutualmente

    ἀγαπάω


    (G25)
    agapáō (ag-ap-ah'-o)

    25 αγαπαω agapao

    Talvez de agan (muito) [ou cf 5689 עגב]; TDNT 1:21,5; v

    1. com respeito às pessoas
      1. receber com alegria, acolher, gostar muito de, amar ternamente
    2. com respeito às coisas
      1. estar satisfeito, estar contente sobre ou com as coisas

    Sinônimos ver verbete 5914


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    ἀγαπητός


    (G27)
    agapētós (ag-ap-ay-tos')

    27 αγαπτος agapetos

    de 25; TDNT 1:21,5; adj

    1. amado, estimado, querido, favorito, digno ou merecedor de amor


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    οὕτω


    (G3779)
    hoútō (hoo'-to)

    3779 ουτω houto ou (diante de vogal) ουτως houtos

    de 3778; adv

    1. deste modo, assim, desta maneira

    ὀφείλω


    (G3784)
    opheílō (of-i'-lo)

    3784 οφειλω opheilo ou (em tempos determinados) sua forma prolongada οφειλεω opheileo

    provavelmente da raiz de 3786 (da idéia de incremento); TDNT - 5:559,746; v

    1. dever
      1. dever dinheiro, estar em débito com
        1. aquilo que é devido, dívida
    2. metáf. a boa vontade devida

    Sinônimos ver verbete 5940