Enciclopédia de Apocalipse 18:13-13

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ap 18: 13

Versão Versículo
ARA e canela de cheiro, especiarias, incenso, unguento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas.
ARC E cinamomo, e amomo, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavalos, e de carros, e de corpos e de almas de homens.
TB e de cinamomo, e de amomo, e de perfume, e de mirra, e de incenso, e de vinho, e de azeite, e de flor de farinha, e de trigo, e de gado, e de ovelhas, e de cavalos, e de carros, e de escravos, e de almas de homens.
BGB καὶ κιννάμωμον ⸂καὶ ἄμωμον⸃ καὶ θυμιάματα καὶ μύρον καὶ λίβανον καὶ οἶνον καὶ ἔλαιον καὶ σεμίδαλιν καὶ σῖτον καὶ ⸂κτήνη καὶ πρόβατα⸃, καὶ ἵππων καὶ ῥεδῶν καὶ σωμάτων, καὶ ψυχὰς ἀνθρώπων.
BKJ e canela, e fragrâncias, e unguentos, e olíbano, e vinho, e azeite, e farinha finíssima, e trigo, e animais, e ovelhas; e cavalos, e carruagens, e escravos, e almas de homens.
LTT E cargas de canela, e de perfumes- para- queimar, e de unguento- aromático, e de incenso- do- Líbano, e de vinho, e de azeite, e de flor de farinha, e de trigo, e de gado, e de ovelhas; e de cavalos, e de carros, e de corpos (de escravos) e almas de homens.
BJ2 canela e amorno, perfumes, mirra e incenso; vinho e óleo, flor de farinha e trigo, bois e ovelhas, cavalos e carros, escravos e vidas humanas...
VULG et cinnamomum) et odoramentorum, et unguenti, et thuris, et vini, et olei, et similæ, et tritici, et jumentorum, et ovium, et equorum, et rhedarum, et mancipiorum, et animarum hominum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Apocalipse 18:13

Êxodo 21:16 E quem furtar algum homem e o vender, ou for achado na sua mão, certamente morrerá.
Deuteronômio 24:7 Quando se achar alguém que furtar um dentre os seus irmãos dos filhos de Israel, e com ele ganhar, e o vender, o tal ladrão morrerá, e tirarás o mal do meio de ti.
Deuteronômio 28:68 E o Senhor te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te tenho dito: Nunca jamais o verás; e ali sereis vendidos por servos e por servas aos vossos inimigos; mas não haverá quem vos compre.
I Reis 10:10 E deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e muitíssimas especiarias, e pedras preciosas; nunca veio especiaria em tanta abundância como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
I Reis 10:15 além do dos negociantes, e do contrato dos especieiros, e de todos os reis da Arábia, e dos governadores da mesma terra.
I Reis 10:25 E traziam cada um, por seu presente, vasos de prata e vasos de ouro, e vestes, e armaduras, e especiarias, e cavalos, e mulas; cada coisa de ano em ano.
II Crônicas 9:9 E deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e especiarias em grande abundância, e pedras preciosas; e nunca houve tais especiarias como as que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
Neemias 5:4 Também havia quem dizia: Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas.
Neemias 5:8 E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não acharam que responder.
Provérbios 7:17 já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.
Cântico dos Cânticos 1:3 Para cheirar são bons os teus unguentos; como unguento derramado é o teu nome; por isso, as virgens te amam.
Cântico dos Cânticos 4:13 Os teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes: o cipreste e o nardo,
Cântico dos Cânticos 5:5 Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos gotejavam mirra sobre as aldravas da fechadura.
Isaías 50:1 Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas prevaricações vossa mãe foi repudiada.
Ezequiel 27:13 Javã, Tubal e Meseque eram teus mercadores; com escravos e objetos de bronze fizeram negócios contigo.
Amós 2:6 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de sapatos.
Amós 6:6 que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis pela quebra de José:
Amós 8:6 para comprarmos os pobres por dinheiro e os necessitados por um par de sapatos? E, depois, venderemos as cascas do trigo.
João 12:3 Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.
I Timóteo 1:10 para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina,
II Pedro 2:3 e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO

33-337 d.C.
A PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO
Em II Timóteo, sua última carta, Paulo observa acerca de seus colegas que Crescente to1 para a Galácia e Tito para a Dalmácia. A Galácia corresponde à região central da atual Turquia e, provavelmente, incluía as igrejas fundadas por Paulo nas imediações de Antioquia da Pisídia: Icônio, Listra e Derbe. A Dalmácia corresponde à atual Albânia e partes da Sérvia e Montenegro.
Fica evidente que os colegas de Paulo estavam dando continuidade à sua prática de pregar o evangelho onde Jesus ainda não era conhecido.
O Novo Testamento não revela onde vários dos apóstolos e outros líderes da igreja foram pregar evangelho. De acordo com tradições posteriores, o apóstolo João passou seus últimos anos em Efeso e o apóstolo Filipe, em Hierápolis (Pamukkale), na Turquia.
As tradições também associam os apóstolos Tomé e Bartolomeu à Índia, mas não se sabe ao certo a que região esse termo se refere, que era usado para qualquer terra próxima ao oceano Indico.
A Bíblia não relata de que maneira o cristianismo se espalhou por todo o Império Romano e além de suas fronteiras. Sem dúvida os 85:000 km de estradas imperiais e as rotas marítimas usadas pelos romanos facilitaram essa propagação. Os três exemplos a seguir ilustram aspectos diferentes da propagação do cristianismo:


PERSEGUIÇÃO E MARTÍRIO
Uma leitura superficial de Atos dos Apóstolos mostra que a igreja primitiva enfrentou períodos de perseguição. Pedro foi liberto da prisão por intervenção divina. Ao mesmo tempo, em 44 d.C., o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, foi morto por Herodes Agripa I. De acordo com tradições posteriores, André foi crucificado na Acaia (Grécia) e Pedro, em Roma. Nas cartas do Senhor ressurreto às sete igrejas em Apocalipse, cada uma dessas congregações é exortada a buscar a vitória. Algumas igrejas, como a de Esmirna, são advertidas acerca de uma perseguição específica e, de fato, grande parte do restante do livro de Apocalipse (não obstante sua interpretação) fala da igreja sob perseguição intensa. No final do livro a "Babilônia" semelhante à Roma em alguns aspectos, ma: provavelmente uma referência a sistema do mundo como um todo, cai e a nova jerusalém desce do céu, da parte de Deus. "Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (Ap 21:3b-40).
Essa esperança encheu os primeiros cristãos de coragem para enfrentar a morte. Ainda no período neotestamentário vários cristãos foram martirizados, mas essas ocorrências não se encontram registradas no texto bíblico. Em 64 d.C., quando grande parte de Roma foi destruída por incêndio, o imperador Nero culpou os cristãos. Realizou prisões em massa, e ordenou que suas vitimas tossem crucificadas, queimada: ou cobertas com peles de animas selvagens é despedaçadas por cães.° Outra perseguição irrompeu no governo do imperador Domiciano (81-96 .C.). A prisão de João na ilha de Patmos, durante a qual acredita-se que ele escreveu o livro de Apocalipse, ocorreu nesse período.
A perseguição aos cristãos continuou no governo dos imperadores romanos dos séculos 2 e III d.C. e pode ser esboçada pelo seguinte resumo extremamente sucinto:

O RECONHECIMENTO OFICIAL DO CRISTIANISMO

O reconhecimento oficial teve um papel importante na propagação do cristianismo. Abgar IX (179-216 .C.), monarca do reino de Edessa (atual cidade de Urfa, no sudeste a Turquia), se converteu ao cristianismo. Em 301 d.C., o rei Tiridates e sua família, da Armênia, na fronteira oriental do Império Romano, foram batizados ao abraçarem a fé cristã. Em 313 d.C., na cidade de Milão, o imperador romano Constantino publicou um édito de tolerância em favor dos cristãos. Apesar dessa medida não ter interrompido a perseguição de imediato, pelo menos conferiu reconhecimento oficial a cristianismo. O imperador foi batizado em 337 d.C., ano de sua morte. Alguns consideram que o reconhecimento imperial foi benéfico para o cristianismo, enquanto outros julgam que foi prejudicial. Não obstante, salvo raras exceções, essa medida fez cessar a perseguição aos cristãos promovida pelo Estado.
Até o final da perseguição o grande risco de destruição de manuscritos desestimulou a compilação dos livros bíblicos em um só volume. Assim, não é coincidência que os primeiros

 

Referências

II Timóteo 4.10

Romanos 15:20

Mateus 6:9

Atos 12:1-17

Apocalipse 2:7-26;

Apocalipse 3.5-21

Apocalipse 2:10

Apocalipse 18:1-24

Apocalipse 21:2

Nos quatro primeiros séculos, i cristianismo se expandiu por grande parte do Império Romano e além.
Nos quatro primeiros séculos, i cristianismo se expandiu por grande parte do Império Romano e além.
Relevo com temas cristãos primitivos, encontrado nas paredes da catacumba de Domitila, em Roma. Inscrições como estas são consideradas hoje como um tipo de "grafite" cristão primitivo, uma vez que eram produzidas às pressas em lápides já existentes.
Relevo com temas cristãos primitivos, encontrado nas paredes da catacumba de Domitila, em Roma. Inscrições como estas são consideradas hoje como um tipo de "grafite" cristão primitivo, uma vez que eram produzidas às pressas em lápides já existentes.

ROMA

56 d.C.
PAULO E PEDRO EM ROMA
Em 57 d.C., durante sua estadia em Corinto, Paulo escreveu aos cristãos de Roma. Passaram-se mais três anos até que ele pudesse visitá-los. O apóstolo permaneceu dois anos em Roma (60-62 d.C.) sob prisão domiciliar' e é provável que tenha ficado preso novamente durante o governo do imperador Nero (66-67 d.C.), quando escreveu II Timóteo, sua última carta. De acordo com a tradição, Paulo foi decapitado em Roma, junto à Via Ostia. A Igreja das Três Fontes, próxima ao terceiro marco miliário, indica o local de sua execução, e a Basílica de São Paulo fora dos Muros, cerca de 1,5 km mais próxima da cidade, marca o local de seu sepultamento. A tradição também afirma que Pedro teve um fim semelhante, mas foi crucificado.° A Basílica de São Pedro, igreja mundialmente famosa no monte do Vaticano, marca o lugar tradicional de seu sepultamento.

ROMA NO TEMPO DE PAULO
Roma se desenvolveu nas imediações do primeiro ponto de travessia do rio Tibre, a cerca de 20 km do mar. Sete colinas - Capitolina, Palatina, Quirinal, Viminal, Esquilina, Celia e Aventina- foram circundadas pelo "muro de Sérvio", datado do século IV a.C., encerrando uma área de 426 hectares. Apesar de um incêndio ter destruído metade do centro de Roma em 64 d.C., vários monumentos existentes no tempo de Paulo sobreviveram, ainda que nem sempre em sua forma original.
O foro de Roma, antigo mercado da cidade, com cerca de 175 m de comprimento por 60 m de largura, ficava num vale entre cinco das sete colinas. A medida que a cidade foi crescendo, as lojas foram transferidas para outros lugares e o foro adquiriu um papel cerimonial. Foi ornamentado com estátuas e colunas comemorativas de vitórias e cercado de pórticos e colunatas. O primeiro foro foi expandido com o acréscimo dos foros de César e Augusto. Ruínas de vários templos ainda podem ser vistas. O mausoléu de Augusto, um cilindro de pedra gigantesco com 88 m de diâmetro e 44 m de altura, com árvores ao redor e uma estátua de bronze de Augusto no alto, se encontra parcialmente preservado junto ao rio Tibre, no norte da cidade. Augusto se gabou de ter encontrado Roma construída com tijolos e tê-la deixado construída com mármore.
O teatro de Marcelo, datado de 23-13 a.C. tinha capacidade para cerca de onze mil espectadores. Dois de seus três andares ainda se encontram parcialmente preservados. O Circus Maximus ocupava o espaço entre as colinas Palatina e Aventina. Construído por Júlio César em 46 a.C., recebeu ampliações posteriores e chegou a ter mais de 600 m de comprimento, mais de 200 m de largura e capacidade para duzentas e cinquenta e cinco mil pessoas. No final da pista de corrida ficava a spin ao redor da qual quatro quadrigas percorriam sete voltas (8,4 km). No século IV, o centro da spina recebeu o obelisco de granito vermelho de Ramsés II (1279-1213 a.C.), um monumento com 32 m de altura, hoje na Piazza del Popolo. Algumas pontes romanas construídas sobre o rio Tibre, como Sublicius, Fabricius e Mulvius, ainda estão em uso hoje em dia.
Catorze aquedutos traziam para a cidade diariamente cerca de um bilhão de litros de água. O grande Aqua Claudia, iniciado em 38 d. C., trazia para Roma água de Subiaco, a 72 km da cidade. Alguns dos arcos que ainda restam dessa construção têm mais de 30 m de altura. Um enorme alojamento de tijolos foi construído para a guarda pretoriana na parte nordeste da cidade. De acordo com registros do início do século IV, Roma possuía 1.797 casas particulares e 46.602 conjuntos habitacionais ou insulae. Partes de vários deles ainda podem ser vistos hoe em dia. Os prédios desses conjuntos eram construídos com cinco ou mais andares, até que Augusto limitou sua altura em 20 m e Nero baixou essa altura máxima para 18 m.° Construídos em concreto revestido com tijolos, muitos dos prédios tinham sacadas em todo o seu redor. Várias janelas grandes se abriam para a rua e para um átrio ou abertura central que permitia a entrada de luz. Uma vez que o vidro era um material raro, é provável que as janelas fossem fechadas com venezianas de madeira. Os moradores dos andares superiores não tinham água e os banhos e latrinas eram comunitários. Em geral, o nível térreo era ocupado por lojas e, como não é de surpreender, os incêndios não eram uma ocorrência rara. Vários túmulos fora da cidade foram preservados. Talvez o mais notável seja a pirâmide de Gaio Céstio, datado de 12 a.C., uma estrutura de concreto revestida de mármore branco.

ROMA DEPOIS DE PAULO
Muitas das construções mais importantes de Roma, como os balneários de Caracala, Diocleciano e Constantino, o mausoléu de Adriano (Castelo de Santo Ângelo), as colunas de Trajano e Marco Aurélio e os arcos de Tito, Septímio Severo e Constantino, são posteriores à visita de Paulo à cidade. Três dessas construções são dignas de comentários mais detalhados. O Coliseu, um enorme anfiteatro elíptico medindo 189 m por 156 m no vale entre as colinas Esquilina e Celia, foi construído entre 70 e 80 d.C. e podia abrigar mais de cinquenta mil pessoas. O anfiteatro possuía 76 entradas e foi inaugurado com cem dias de jogos, nos quais, em apenas um dia, foram usados cinco mil animais para entreter os espectadores. Também era palco de competições de gladiadores e simulações de batalhas navais. O fato de muitos cristãos term sido martirizados nesse local garantiu sua preservação pela igreja católica. O Panteão, datado de 120-124 d.C., era um templo circular dedicado a todos os deuses, construído em concreto revestido de tijolos, com 43 m de altura e diâmetro. O ambiente é iluminado pela luz natural que entra por uma abertura circular com 8 m de diâmetro no meio da cúpula. Durante o império, Roma se expandiu muito além dos muros de 10 km de extensão construídos no século IV a.C. Mas foi só em 271 .C., depois de uma incursão de tribos germânicas no vale do Pó, que o imperador Aureliano ordenou a construção de muros novos. Com 3,5 m de espessura e construídos em concreto revestido com tijolos, esses muros levaram dez anos para serem concluídos. Com uma extensão total de 19 km, possuíam dezoito portas principais e uma torre quadrada a cada 30 m. Esses muros cercavam uma área de 1.372 hectares.

A CAPITAL DO IMPÉRIO
Roma era a capital de um império que, no século II d.C., se estendia da muralha de Adriano, no norte da Inglaterra, até o rio Eufrates, no leste da Turquia, e do rio Danúbio ao deserto do Saara. Calcula-se que o império possuía 50 a 60 milhões de habitantes, talvez um quinto ou um sexto da população do mundo na época. Em seu auge, a população de Roma pode ter chegado a um milhão, dos quais quatrocentos mil eram escravos. Em 20 a.C., Augusto colocou um marco de miliário dourado no foro romano. Na realidade, o marco era uma coluna de pedra decorada com placas de bronze banhado a ouro com inscrições
registrando a distância entre Roma e as principais cidades do império. Roma era o centro de um sistema viário cont mais de 85.000 km de estradas. Produtos de todas as partes do império e de outros lugares podiam ser encontrados em Roma. Silos gigantescos foram construídos a região sul da cidade, junto ao rio Tibre, para armazenar cereais do Egito. Calcula-se que Roma consumia, por ano, cerca de 150.000 toneladas de cereais, 75 milhões de litros de vinho e 20 milhões de litros de azeite que era usado para fins alimentares e para iluminação. Perto do Tibre, uma oitava colina (Monte Testaccio) com 30 m de altura e 800 m de diâmetro foi criada com ânforas (recipientes de azeite) quebradas. Calcula-se que a colina é formada por 53 milhões de ânforas despedaças, com capacidade total para 2 bilhões de litros de azeite.

ALÉM DE ROMA: A NOVA JERUSALÉM
O apóstolo João foi exilado na ilha grega de Patmos, provavelmente durante o governo do imperador romano Domiciano (81-96 d.C.). No livro de Apocalipse, João fornece uma descrição detalhada de produtos comercializados em Roma: "Mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; e canela de cheiro, especiarias, incenso, unguento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas" (Ap 18:12-13).
A cidade em sua descrição é chamada de "Babilônia", da qual o juízo vem em uma só hora. Não se sabe ao certo se João estava se referindo especificamente a Roma, porém uma referência às sete colinas (ou "montes") em Apocalipse 17:9 dá espaço para esta suposição. Pode ser mais provável que, em última análise, o apóstolo esteja antevendo a queda de todo o sistema mundial. Não há dúvida que João olha além de Roma e vislumbra a substituta da Babilônia, a Nova Jerusalém. "Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada" (Ap 21:22-23).

 

Referências:

Atos 28:16-30

Apocalipse 18:10

Planta urbana de Roma Capital do império, Roma tinha cerca de um milhão de habitantes.
Planta urbana de Roma Capital do império, Roma tinha cerca de um milhão de habitantes.
O fórum romano; ao fundo, o Coliseu.
O fórum romano; ao fundo, o Coliseu.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

ap 18:13
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24
2. A Queda da Babilônia (Ap 18:1-24)

Os capítulos 17:18 de Apocalipse estão estreitamente unidos. Ambos se referem à "grande Babilônia" (17.5; 18.2). No capítulo 17, a Babilônia é retratada como uma pros-tituta, vestida de maneira luxuosa, que se prostitui com os reis da terra (17.2). Essa mesma figura persiste nesse capítulo (18.3). Ao longo do capítulo, a Babilônia é tratada como "ela". Seu nome bem pode significar "Madame Perversidade".

a) A condenação da Babilônia (18:1-8). João viu outro anjo (1), talvez diferente de qualquer outro mencionado anteriormente, descer do (ek) céu (gr., descendo do céu), que tinha grande poder (exousia, autoridade), e a terra foi iluminada com a sua glória. Esse anjo possuía autoridade para executar a sentença que tinha pronunciado na Babilônia. E vindo do mundo glorioso, ele espalhava uma luz celestial radiante.

O anjo clamou fortemente com grande voz' [...] dizendo: Caiu! Caiu a gran-de Babilônia (2). Exatamente, a mesma expressão é encontrada em 14.8 (veja comentá-rio ali), repetindo Isaías 21:9. A cidade se tornou morada de demônios, e abrigo (prisão) de todo espírito imundo, e refúgio — "prisão", a mesma palavra traduzida por abrigo — de toda ave imunda e aborrecível (detestável).

Uma condenação semelhante foi pronunciada à antiga Babilônia (Is 13:21-22) e foi literalmente cumprida. A Babilônia no Eufrates ainda está em ruínas, com animais sel-vagens e aves como seus habitantes. No entanto, Roma é uma das grandes capitais mim diais da atualidade. Pelo que tudo indica, a referência é à queda e desolação do Império Romano em vez de à cidade Também pode haver uma alusão ao fato de que os templos pagãos de Roma foram finalmente abandonados pela conquista do cristianismo.

Essa é a visão preterista (veja Int., "Interpretação"). A interpretação historicista é dada por Barnes: "A idéia é de completa desolação; e o significado aqui é que a Babilônia espiritual — Roma papal (cap. 14,8) — será reduzida a um estado de completa desolação, assemelhando-se à desolação da Babilônia real"."'

Joseph Seiss apresenta uma interpretação futurista. Ele dedica dois longos dis-cursos (pp. 107-58) buscando provar que a Babilônia de Apocalipse 17:18 é uma Babilônia literal que será reconstruída no antigo lugar às margens do rio Eufrates. Ele então apresenta dois discursos para descrever a queda dessa Babilônia restaurada na Mesopotâmia.'

William Newell é um intérprete popular da visão futurista. Sua obra, The Book of Revelation (O livro de Apocalipse), foi publicada inicialmente em 1935 e estava na sua sexta edição em 1946. Sob o título: "O Que é a Babilônia", ele escreve:

1) "A Babilônia é uma cidade literal junto ao rio Eufrates [...] antagônica ao povo de Deus, Israel";
2) "Em seguida, a Babilônia é o mesmo sistema em outra cidade — Roma, e opondo o mesmo sistema idólatra aos santos de Deus da era da Igreja"; (3) "A forma final da Babilônia é a cidade literal no Eufrates, reconstruída como a capital dos últimos dias do Anticristo, opondo-se a Israel como o povo terreno de Deus, que será novamente reunido na sua terra (com a Igreja, é claro, tendo sido arrebatada) ".'

Há duas, ou possivelmente três, interpretações razoáveis da Babilônia no livro de Apocalipse. Para os primeiros leitores de João, o termo significava inquestionavelmente a cidade de Roma. Não parece haver dúvidas de que os preteristas estão certos nesse aspecto. Os historicistas também podem estar certos em aplicar o termo ao papado, que ao longo do período da Igreja tem exigido uma sujeição mundial à sua autoridade.

E o que dizer acerca da visão futurista? Para nós a idéia de a Babilônia no Eufrates ser literalmente reconstruída no fim dessa era e se tornar o centro mundial do comércio parece forçada. De um ponto de vista meramente físico é quase inimaginável para uma cidade do interior ocupar uma posição como essa nos dias de hoje, embora admitidamente isso tivesse ocorrido com Roma nos tempos antigos.

Um ponto de vista mais razoável coloca a Babilônia como que representando uma confederação de poderes mundiais debaixo de um ditador no fim desta era. A forma des-sa confederação ou aliança é um segredo conhecido somente por Deus. Especular a esse respeito é inútil.

As primeiras duas partes do versículo 3 são um eco de 14.8 e 17.2. Acrescenta-se aqui que os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. Uma boa parte desse capítulo busca descrever o imenso comércio com Roma realizado pelos mercadores daqueles dias. A palavra grega para "mercador" é emporos. Ela inicialmente significava "um passageiro a bordo de um navio, alguém numa via-gem", e, mais tarde, "mercador".174A parte de Mateus 13:45, ela é usada somente nesse capítulo. "Empório", um lugar de comércio, vem de emporion (somente em Jo 2:16). Abundância é literalmente "poder" (dynamis). Delícias é uma palavra forte no grego (somente aqui no NT), significando "luxúria insolente". A última parte desse versículo pode ser traduzida da seguinte maneira: "por meio da força da sua luxúria atrevida" (cf. Phillips — "da extravagância da sua dissipação"). Há evidências de sobra a respei-to do viver licencioso e luxuoso dos romanos prósperos no primeiro século.

Uma outra voz do céu (4) ordenou: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas. Há um eco aqui de advertências semelhantes nos profetas (cf. Is 48:20; Jr 50:8-51.6). Há um sentido em que cada cristão é chamado da Babilônia (o espírito desse mundo) para se-guir a Cristo. Na verdade, a palavra grega para "igreja", ecclesia, significa uma assem-bléia de chamados para fora.

Esse versículo fala sobre o "Chamado para Sair":

1) Quem deve sair — povo meu;
2) Como devemos sair — não sejas participante dos seus pecados;
3) Por que deve-mos sair — para que não incorras nas suas pragas (castigo).

Os pecados da Babilônia se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela (5). O verbo alcançou literalmente significa "grudou". A figura é de pecados acumulados até que fossem empilhados e alcançassem o céu. Acerca da palavra lembrou veja 16.19.

Os anjos do julgamento recebem a seguinte ordem: Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado (6). Há uma justiça básica no universo, fluindo do caráter santo de Deus, que exige que a justiça seja administrada a todos. Retribui-lhe em dobro é um princípio escrito na lei de Moisés (Êx 22:4-7, 9). Seu propósito era de agir como um meio de intimi-dação para o crime. Se um homem soubesse que só precisaria devolver o que tinha rou-bado, ele poderia arriscar; não havia nada a perder. Mas, se soubesse que teria de devol-ver o dobro, ele pensaria duas vezes. O termo dobro também é encontrado em Isaías 40:2 e Jeremias 16:18.

Em delícias esteve (7, "viveu em luxúria") é um verbo (somente aqui e no v. 9) derivado do substantivo "delícias" ou "iguarias" (v. 3). Essa frase é mais bem traduzida por "viveu luxuosamente" ou "viveu sensualmente" (NASB). A primeira parte desse versículo pode ser traduzida assim: "Quanto mais ela se entregou ao orgulho e luxúria, tanto mais você deve dar a ela tortura e aflição" (Goodspeed). Esse princípio encontra uma aplicação vívida na história do homem rico e Lázaro (Lc 16:19-31).

A destruição da Babilônia virá subitamente: num dia (8). Ela incluirá a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo.

b) O lamento da terra (18:9-19). Essa passagem apresenta muitas semelhanças com o pranto de Ezequiel sobre Tiro (Ez 27), uma cidade que era famosa pela sua marinha mercantil. Aqui é a Babilônia (Roma) que é o centro do mundo comercial.

Esta seção consiste em três hinos fúnebres entoados sobre a cidade destruída:

1) os reis (vv. 9-10) ;

2) os mercadores (vv. 11-16) ;

3) os proprietários de navios (vv. 17-19).

1) Os reis (18.9,10). Lemos que esses reis da terra [...] chorarão e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio (9). A segunda parte do versículo 9 recebeu a seguinte tradução: "que se depravaram e se perderam com ela" (Phillips). A palavra grega para chorarão sugere qualquer "expressão em voz alta de dor e tristeza, especialmente pelos mortos".' Prantearão é literalmente "bater no peito de tristeza". A palavra para fumaça é usada somente em Apocalipse (dez vezes), exceto em uma citação em Atos 2:19. Ela se encaixa bem nessas cenas dos julgamentos apocalípticos.

Como medo de serem apanhados no tormento da cidade, os reis ficarão de longe (10). Eles clamarão: Ai! Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo. A palavra grega para julgamento é crisis. Essa era a hora da Babilônia, e ela significava desastre. Literalmente, crisis significa separação, seleção e, dessa forma, uma decisão.


2) Os mercadores (18:11-16). A reação dos mercadores é parecida. Eles choram (11) — mesmo verbo que "chorarão" (v. 9; veja comentário ali) — e lamentam. Mas o motivo é egoísta: porque ninguém mais compra as suas mercadorias. Roma era o mercado principal de produtos daquela época. Seu povo vivia de maneira luxuosa e exi-gia a melhor comida e roupa da Ásia e da África.

Uma longa lista de mercadorias (12) é apresentada. Ela consistia de metais e pe-dras preciosas, tecidos caros, madeira de lei, cosméticos de grande valor e uma varieda-de de animais domésticos.

A seda é mencionada somente aqui no Novo Testamento. Os conquistadores macedônios a tinham trazido do Oriente. Josefo diz que em um desfile triunfal de Tito em Roma, ele e Vespasiano estavam vestidos em mantos de seda e sentavam em cadeiras de marfim!' A madeira odorífera era importada do norte da África e muito valoriza-da pelas suas nervuras e variedade de cores. Pessoas ricas tinham uma mesa de jantar feita dessa madeira, com pernas de marfim. Um autor romano disse que os ricos volup-tuosos não podiam desfrutar do seu jantar a não ser que sua mesa estivesse apoiada sobre um leopardo esculpido em mármore.

Acredita-se que o cinamomo (13) veio do sul da China. Ele era um cosmético caro usado em banquetes formais. A flor de farinha era importada para ser usada pelos ricos. O trigo vinha em grande parte de Alexandria, Egito (veja comentários em Atos 27:6, CBB, vol. VII).

Corpos (somaton) na Septuaginta quer dizer escravos. Deissmann diz: "Os tradu-tores gregos do AT encontraram o uso dessa palavra no Egito: os papiros do período dos ptolomeus apresentou um grande número de exemplos".177 É um comentário terrível acerca da falta de respeito pela personalidade humana chamar os escravos de "corpos". Almas significa pessoas, como em Ezequiel 27:13 ("persons of men" na KJV — "pessoas de homens"; nas versões em português essa palavra é traduzida por "escravos"), em que ocorre a mesma frase grega (LXX). O mercado de escravos era o pior tipo de comér-cio daquela época. Uma grande porcentagem da população do Império Romano era composta de escravos. Acredita-se que no primeiro século havia três vezes mais escra-vos do que homens livres. Isso significaria que em meados daquele século deveria ter mais de vinte milhões de escravos na 1tália.' Essa foi uma das causas do declínio e queda do Império Romano.

Uma tradução literal do versículo 14 seria: "Foram-se as frutas maduras do desejo da tua alma. Todas as coisas ricas e esplendorosas se desvaneceram de ti". A palavra para fruto significa frutas do outono, prontas para ser colhidas. Gostosas provavel-mente se refere à comida, excelentes a roupas vistosas e móveis caros. Tudo isso não seria mais desfrutado. O tempo dos Césares se foi para sempre.

Os mercadores estão chorando e lamentando (15) — os mesmos dois verbos do versículo 11. Esses mercadores ficaram ricos em Roma, mas agora o seu comércio lucra-tivo havia acabado. Eles clamam Ai! (16) pela cidade que chegou a exibir mais luxo do que qualquer outra metrópole, o que se evidencia pelas suas roupas caras e jóias. Por-que numa hora (cf. v. 10) foram assoladas tantas riquezas (16).'79


3) Os proprietários de navios (18:17-19). E todo piloto, e todo o que navega em naus — lit.: "e todo aquele que veleja para um determinado lugar", — e todo marinhei-ro (somente aqui e em At 28:27-30), e todos os que negociam no mar (lit.: "traba-lham no mar"; isto é, ganham sua vida dessa forma) se puseram de longe (17). Como aconteceu com os reis (cf. v. 10), evidentemente eles estavam com medo de se aproximar. Eles clamavam: Que cidade é semelhante a esta grande cidade? (18). Roma parecia suprema, invencível. Mas ela foi devastada mais de uma vez no quinto século, quando o império chegou ao fim. Os pilotos tristes chegaram a ponto de lançar pó sobre a cabeça (19), como símbolo de grande tristeza. Semelhantemente aos reis (v. 10) e mercadores (v. 17a), eles lamentaram pela súbita destruição da Babilônia — numa hora.

  • Regozijo no céu (18.20). Em contraste com o choro e lamento dos reis, mercado-res e pilotos na terra, o céu se regozija com a queda da Babilônia. Santos apóstolos e profetas aparece da seguinte forma no melhor texto grego: "os santos e os apósto-los e os profetas" — isto é, toda a Igreja. Finalmente, Deus julgou a vossa causa quanto a ela.
  • A queda da Babilônia (18:21-24). Um forte anjo (21) levantou o que parecia uma grande mó e lançou-a no mar. Ao fazê-lo, ele proclamou: Com igual ímpeto (i.e., como uma pedra que se move pelo ar) será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada. Swete observa: "A ação simboliza submersão, o desaparecimento final da Roma imperial pagã".'"
  • A sociedade romana tinha se entregado à música, com muitos tipos de instrumentos tocados para o entretenimento dos ricos enquanto jantavam e bebiam. Mas tudo isso não se ouvirá mais (22). A metrópole tinha sido um lugar de muito trabalho, mas agora nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti. Geralmente, de manhã podiam-se ouvir as mulheres moer os grãos em cada casa com um pequeno moinho ma-nual. Mas agora o ruído de mó em ti se não ouvirá mais. Nunca mais a luz da candeia (23) brilhará nessa metrópole, nem se ouvirá a voz de esposo e de esposa. Toda vida normal da cidade deixará de existir.

    A relação das duas últimas frases desse versículo não está clara. As duas começam com porque (hoti), que pode significar tanto "de modo que" ou "porque". A sugestão de Swete é provavelmente a melhor: "Nesse caso parece melhor entender o primeiro hoti como que regendo toda a frase, e o segundo, explicando o primeiro".' (A sentença deve-ria começar com o primeiro porque). O sentido, então, seria o seguinte: "Mercadores que podiam fazer de Roma o seu mercado, faziam parte da primeira classe, tornando-se re-gentes de mercado (vv. 3, 15), enquanto Roma de sua parte obteve uma influência de âmbito mundial que ela usou para o mal; por meio do seu tráfego com ela, todas as nações aprenderam a adotar seus falsos padrões de vida e adoração".'

    A condenação da Babilônia foi justificada, porque nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra (24). É bem possí-vel que essa frase deveria estar unida às duas frases do versículo 23, formando uma só oração. Aqui temos mais uma razão para a queda da Babilônia. Nero tinha derramado o sangue de muitos cristãos depois do incêndio de Roma (64 d.C.). Domiciano tinha inten-sificado essa perseguição. Em certo sentido, Roma era culpada por todos os mártires cristãos do império (cf. o caso de Jerusalém, Mt 23:35).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 versículo 13
    Conforme Ez 27:12-24.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24
    *

    18.1 sua glória. Por causa de sua exaltada função, o esplendor dos anjos reflete o esplendor do próprio Deus (10.1,2 nota).

    * 18.2 morada. Ver Jr 50:39.

    * 18.3 vinho... sua prostituição. Ver nota em 2.20.

    * 18.4 Retirai-vos. Ver Is 48:20; 52.11; Jr 50:8; 51:6,45; 2Co 6:17.

    *

    18.5 acumularam até ao céu. Lembrança irônica de Gn 11:4; Jr 51:9.

    * 18.6 Dai-lhe em retribuição. O juízo é de acordo com a natureza da ofensa (Êx 21:23-25).

    * 18.8 consumida no fogo. Ver Jr 50:32.

    * 18.11 compra a sua mercadoria. Reis, comerciantes e marinheiros foram seduzidos ao culto da luxúria.

    *

    18.21 O propósito da queda da Babilônia é retratado pelo ato irreversível de lançar-se uma grande pedra no mar (Jr 51:63,64).



    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24
    18.1ss Este capítulo mostra a destruição completa de Babilônia, nome metafórico que emprega João para referir-se ao poder mundial do maligno e tudo o que este representa. Tudo o que trata de impedir os propósitos de Deus chegará a ter um fim violento. Para maior informação de como o livro de Apocalipse emprega o nome Babilônia, veja-a nota sobre 14.8.

    18.2, 3 Os comerciantes do Império Romano se enriqueceram explorando os prazeres pecaminosos de sua sociedade. Muitos comerciantes fazem o mesmo hoje. Freqüentemente o comércio e o governo se apóiam na avareza, o dinheiro e o poder. Muita gente brilhante é motivada a tirar vantagem de um sistema maligno para enriquecer-se. Se precatória aos cristãos a manter-se livre do encantamento do dinheiro, a representação social e a "boa vida". Devemos viver de acordo com os valores que Cristo viveu mediante o serviço, entrega-a, a abnegação, a obediência e a verdade.

    18.4-8 O povo de Babilônia viveu em esbanjamentos e deleites. Ela alardeou "Eu estou sentada como reina[...] não verei pranto". A gente rico e poderosa neste mundo é suscetível a essa mesma atitude. Uma pessoa que desfruta de folga econômica com freqüência se sente invulnerável, segura e em controle da situação; sente que não necessita de Deus nem de ninguém mais. Essa atitude desafia a Deus, e é duro o julgamento em seu contrário. Nos há dito que devemos evitar o pecado de Babilônia. Se você tiver segurança econômica, não se sinta satisfeito de si mesmo nem se engane pelo mito da auto-suficiência. Use seus recursos para ajudar a outros e fomente o reino de Deus.

    18:9, 10 Os que estão atados ao sistema do mundo o perderão tudo quando este se derrube. Destruirá-se em uma hora o que se esforçaram por construir toda a vida. Os que trabalham procurando sozinho recompensa material não chegarão a ter nada quando morrerem ou quando desaparecerem seus bens. O que podemos levar a terra nova? Nossa fé, nosso caráter cristão e nossa relação com outros crentes. Isso é mais importante que qualquer quantidade de dinheiro, poder ou prazer.

    18.9-19 Os que controlam vários setores do sistema econômico gemerão com a queda de Babilônia. Os líderes políticos gemerão porque foram os supervisores da riqueza de Babilônia e puderam enriquecer-se abundantemente. Os mercados gemerão porque desapareceu Babilônia, o maior cliente de seus produtos. Os navegantes já não acharão lugar ao que levar seus produtos porque os mercados não terão a quem vendê-los. A queda do mundo ímpio afetará a tudo o que desfrutou e dependeu de seu sistema. Ninguém ficará sem ser afetado pela queda de Babilônia.

    18.11-13 Esta lista de mercadoria ilustra o materialismo extremo desta sociedade. Poucos destes produtos são necessários; principalmente têm que ver com o luxo. A sociedade se desenfreou até o ponto de que a gente esteve disposta a empregar seus meios ímpios para satisfazer seus desejos. Até a gente se converteu em produto. As "almas de homens", os escravos, venderam-se a Babilônia.

    18.11-19 O povo de Deus não deve viver para o dinheiro, já que este não terá valor na eternidade. Deve manter-se sempre em guarda contra a avareza, um pecado que se acha à espreita.

    COMO PODE UMA PESSOA MANTER-SE AFASTADA DO SISTEMA MALIGNO?

    Estas são algumas sugestões:

    1. As pessoas devem ser sempre mais importantes que as coisas.

    2. Não se orgulhe de seus próprios planos, atividades e êxitos.

    3. Tenha presente que nunca se deve comprometer a vontade e a Palavra de Deus.

    4. Sempre deve considerar-se as pessoas por cima das lucros econômicas.

    5. Faça o que seja bom, custe o que custar.

    6. Participe de negócios que ofereçam produtos e serviços que valem a pena, não só costure que satisfaçam os desejos do mundo.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24
    C. Caiu, caiu, a grande Babilônia (Ap 18:1)

    4 E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai daí, meu povo, da sua, para que vocês não têm comunhão com os seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas: 5 por seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela. 6 Renda até mesmo enquanto ela prestados, e dê um duplo -lhe o dobro segundo as suas obras.: no cálice em que ela misturou, se misturam-lhe duplo 7 Quanto soever ela se glorificou, e encerado devassa, tanto lhe dai de tormento e de pranto; pois que ela diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e deve, sem ver o pranto. 8 Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, eo pranto, ea fome; e ela será queimada com o fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.

    O anjo tinha vindo do céu e fez o anúncio. Agora uma voz, originários no céu e, portanto, a voz de Deus, fala com o meu povo . Os santos são disse para vir adiante para fora de Babilônia, não têm comunhão com os seus pecados, ... para que não incorras nas suas pragas . Sem dúvida, isso tem como pano de fundo os muitos exemplos no Antigo Testamento, onde o povo hebreu são ordenados a sair e ser um povo separado para Deus.

    O mesmo conceito foi expresso no caso da mulher fugindo para o deserto (Ap 12:14) e no de João sendo conduzido pelo anjo no deserto (Ap 17:3 , Ap 18:8 , não mostra uma mudança de alto-falante. As pessoas abordadas não são mencionados; a passagem é retórica em forma, proclamando a certeza de vingança e sua causa "Essas pessoas foram identificadas como os" dez reis " Dt 17:16 , mas tal interpretação é chamado para.

    A punição a ser dispensado é dito ser em dobro conforme as suas obras; no cálice em que ela misturou . Beckwith diz que estas duas cláusulas do versículo 6 referem-se a "punição de Roma por sua perseguição aos cristãos" e "para a corrupção das nações ea beber do cálice da ira de Deus em troca." O verso Ap 18:7 acrescenta orgulho de Roma como outra razão para a punição de Deus. Em seu poder e riqueza se imaginava a dona de seu destino, prestar contas a ninguém a não ser ela mesma. Ela deve aprender que "o orgulho precede a queda", e "a quem os deuses iria destruir, eles primeiro enlouquecem com o poder." E seu castigo virá sob a forma de morte, eo pranto, ea fome; e ela será queimada com o fogo .

    A influência do pensamento Velho Testamento é mais evidente no Apocalipse que nesta seção. A chamada para a punição sobre os inimigos do povo de Deus era uma parte integrante da esperança messiânica-a bênção de Israel de Israel significou também a maldição de seus inimigos, e os profetas não hesitou em proclamar ambas com igual fervor. Essa ênfase por João tem sido criticado como sendo não-cristã. "O zelo pela reivindicação de justiça de Deus e OT profecia fugiu com João aqui", e "o ódio violento de Roma manifesta não é cristão." Mas ele não está escrevendo aqui como alguém que se tornou dominado por seu ódio a um inimigo mas como alguém que está intimidada pela majestade soberana de Deus. Ele não está falando para si mesmo, mas para Deus. É verdade, o conceito de dupla punição pelo pecado cometido é indigno do cristão, mas o objetivo aqui não é pessoas, mas uma nação corrupta. Ao mesmo tempo, a vingança pertence a Deus e não ao homem, e há uma divina lei de talião , os limites de que o homem não se atrevem a definir.

    A exclamação no versículo 6 não é a oração de um cristão que seus inimigos podem ser perseguidos, mas a interpretação feita por um cristão da resposta celeste para a crueldade, e as maldades das irrecuperável malfeitores. João está aqui formulação não grito da vítima contra o perseguidor, mas algo como um pronunciamento judicial sobre os pecados da civilização, levada a seus limites mais distantes; eo pronunciamento é feito por uma voz do céu.

    Roma, representando o poder concentrado do mal, é forte; não há nenhuma dúvida sobre isso. Nenhum cristão deve ser tão incautos ou imprudente como a subestimar o poder do mal. Sua atitude mais saudável no conflito moral é uma relação sólida para o inimigo. Muitos foram desastrosamente derrotado porque não tem respeito suficiente para o diabo. Babylon é forte, mas forte também é o Senhor Deus que a julga . "Sua força se manifesta nas grandes choques de história, bem como na criação." E Babilônia é para um grande choque.

    O presente capítulo nos traz de volta à grande mensagem subjacente do Apocalipse, a mensagem de modo muito evidente nas cartas às sete igrejas. É uma advertência contra a invasão do mal, um desafio à fidelidade e lealdade, mesmo em face da perseguição mais terrível. A igreja de Éfeso tinha deixado o seu "primeiro amor", as igrejas em Pérgamo e Tiatira foram abrigando falsos ensinamentos, os sardos estavam espiritualmente mortos, enquanto a igreja de Laodicéia estava nem frio nem quente. João escreveu seu livro com a finalidade de cristãos em face das coisas que eles "estão prestes a sofrer", advertindo (Ap 2:10 ). Para ser avisado deve ser Fore armados, ou assim João esperava. Embora, por vezes, que ele escreveu em tom de predestinação, como se o número total de pessoas selado com o selo de Deus e os que têm a marca da besta já foi definido, ao mesmo tempo a possibilidade de apostasia está sempre presente (veja nota em Ap 16:15 ). Isto é mais evidente, claro, nas sete cartas. Aqui o destino, e não os indivíduos, foi predeterminada por Deus. Não há nenhuma evidência de que João pensava que o medo das conseqüências do pecado seria transformar as pessoas à fé em Cristo. Mas ele sabia que os cristãos precisavam ser agitado para um novo senso de lealdade para com a fé. "Sê fiel até à morte, e eu te darei a coroa da vida" (Ap 2:10 ).

    E. REIS, comerciantes e MARÍTIMOS choram (18: 9-20)

    9 E os reis da terra, que se prostituíram e viveram em delícias com ela, choram e se lamentarão sobre ela, quando eles olham para a fumaça do incêndio dela, 10 em pé de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai, ai , a grande cidade, Babilônia, a cidade forte! pois numa hora veio o seu juízo. 11 E os mercadores da terra choram e lamentam sobre ela, porque ninguém compra mais as suas mercadorias; 12 mercadorias de ouro, e prata e pedras preciosas, e pérolas, e de linho fino, púrpura, seda e escarlate; e toda a madeira odorífera, e todo vaso de marfim, e todos os vasos feitos de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; 13 e canela, e especiarias, e incenso, e pomada, e incenso, e vinho, e óleo e farinha, e trigo, e gado, e ovelhas; e mercadoriade cavalos e carros e escravos; e as almas dos homens. 14 E os frutos que a tua alma cobiçava-se de ti, e todas as coisas que eram delicadas e suntuoso estão foram de ti, e os homens devem encontrá-los não mais em tudo. 15 Os mercadores destas coisas, que foram por ela se enriqueceram, ficarão de longe por medo do tormento dela, chorando e lamentando, 16 dizendo: Ai, ai da grande cidade, que estava vestida de linho fino e de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro e pedras preciosas e pérola! 17 para em uma hora tão grandes riquezas está desolada. E cada comandante, e todo aquele que saileth qualquer para onde, e marinheiros, e todos os que ganham a vida no mar se puseram de longe, 18 e gritou quando eles olharam para a fumaça do incêndio dela, dizendo: Que cidade é como o grande cidade? 19 E lançaram pó sobre as suas cabeças, e clamavam, chorando e lamentando, 16 dizendo: Ai, ai da grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência! pois numa hora foi assolada. 20 Exulta sobre ela, ó céu, e vós, santos, e vós, apóstolos, e vós, profetas; pois Deus julgará o seu juízo sobre ela.

    A contradição lógica aparece aqui. Os reis da terra, que se prostituíram e viveram em delícias com ela, choram e se lamentarão sobre ela . Mas no início, foi dito que "os dez chifres", que são dez reis ", odiarão a prostituta, e farão devastada e nua" (Ap 17:16 ).Essa mudança de atitude é coerente com a "natureza humana vicioso." Beckwith diz que "não é estranho que um apocalíptico em seu uso constante do simbolismo tradicional não deve ser rigorosamente constante, já que ele está consciente de que seus símbolos não contêm uma exata histórico programa do futuro. "

    Este segmento é composto por três dirges sobre a cidade caído: pelos reis (10/09 ), pelos comerciantes (17/11 ), e por aqueles que descem ao mar em navios (18-20 ). Aqueles que tinham sido protegidos e feitos ao mesmo tempo forte e rico através da associação com Roma são agora fraca e indefesa e sobre o que aconteceu horrorizado. Não pode e não para ajudar, para o temor do seu tormento , eles de longe a uma distância segura e lamentar. Mas o seu pranto é mais para si do que para a cidade caída."Temas e aliados de Roma têm compartilhado seus favores e seus luxos ..., mas não pode ajudá-la no momento de necessidade, e cuidado para não ser arrastado para o seu fim."

    Este lamento tríplice é sugestivo de canto fúnebre de Ezequiel sobre a cidade de Tiro (Ez. 7 ). "Mas ele tem uma qualidade peculiar própria. A desolação nas almas dos homens fala de maneira mais eloquente do que qualquer descrição objetiva da desolação na terra. "

    Os reis da terra lamento porque perderam seu líder e protetor e são, provavelmente com medo agora do outro. Os mercadores da terra choram e lamentam sobre ela , em grande parte para a auto-interesse. Eles perderam o seu mercado e não há ninguém para comprar seus produtos. Todo o mundo mediterrâneo era dependente de Roma. Os comandantes e marinheiros, e como muitos como ganhar a vida mediante o mar se puseram de longe, e gritou quando eles olharam para a fumaça do seu incêndio . A fonte de sua riqueza é ido agora. Mesmo que Roma não foi um porto, ela era vital para o comércio marítimo.

    Cada grupo tem suas próprias razões para lamentar a queda de Roma, e não é necessário entrar em detalhes do relato de João. Deve-se lembrar que ele não quer dizer que só a cidade de Roma foi destruída. Como vimos, Roma representa o império que por sua vez representa o mundo do mal. Todo o sistema de governo mundial, o comércio, e comércio está em ruínas. Então, certo é que de isso como um fato na economia da justiça, para que ele escreve sobre como tendo lugar já tomada. (V. A mesma voz que disse: "Dai a ela ... dobro segundo as suas obras"
    6) agora clama: Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos, e vós, apóstolos, e vós, profetas; pois Deus julgará o seu julgamento sobre ela . Deus tornou julgamento de acordo com o crime. Esta passagem pode indicar que entre os santos perseguidos por Roma tinha sido apóstolos e profetas . Este é o reverso da situação em Ap 11:10 , onde o povo se alegraram com a morte das duas testemunhas. A alegria real ocorre no capítulo 19 .

    F. uma pedra de moinho lançada ao mar (18: 21-24)

    21 E um anjo forte levantou uma pedra, como se fosse uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com um poderoso queda deve Babilônia, a grande cidade, a ser lançado para baixo, e deve ser encontrado não mais em tudo. 22 E a voz de harpistas e menestréis e flautistas e de trombeteiros deve ser ouvido não mais em ti; e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; ea voz de um moinho não se ouvirá mais em ti; 23 e à luz de uma lâmpada não mais brilhará em ti; ea voz do noivo e da noiva não se ouvirá mais em ti, porque os teus mercadores eram os príncipes da terra; para com a tua feitiçaria todas as nações foram enganadas. 24 E nela se achou o sangue dos profetas e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.

    Esta cena é dado com a finalidade de enfatizar o julgamento repentina mal. No início deste capítulo, foi dito que o julgamento e desolação viria "em uma hora" (vv. Ap 18:10 , Ap 18:19 ). O quadro é mais gráfica. Um anjo forte , um apocalíptico Paulo Bunyan, elevadoresBabilônia, a grande cidade , como uma grande mó, e lança-a no mar. Como ele afunda, as vozes dos trabalhadores e dos músicos, e do lar, são silenciados. Estas não são as evidências do mal para o qual a cidade estava sendo punido, mas os sons da vida normal, alegre. Mas porque a cidade é o mal, todas as vozes devem ser silenciados-todo bom material será destruído. Nem tudo no mundo é mal, mas tudo tem a mancha do mal sobre ela, os "espíritos imundos" do dragão, a besta eo falso profeta, "o espírito de demônios" (16: 13-14 ).

    João parece sentir que o maior pecado de Roma foi o martírio dos santos. "Mas a responsabilidade de Roma não se limitou a martírios que ocorreram dentro da cidade; o mundo estava sob o seu governo, e a perda de todas as vidas sacrificadas ... por todo o Império estava em sua porta. "No curto dia da queda de Babilônia é encurtado a queda de sistemas mal ao longo dos séculos. Quer seja antiga Babilônia, ou Tiro, ou Nínive, ou Roma, a história essencial é o mesmo mal deve cair. A queda de Jerusalém é descrita em linguagem quase idêntica com o presente capítulo em Mt 23:35 . Há algo cósmico sobre as visões de João.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24
    Esse capítulo apresenta a Babilô-nia comercial, e esta representa o grande sistema global dos últimos dias. É evidente que a religião ba-bilônia (a igreja apóstata) terá um papel importante na economia das nações. O colapso desse sistema re-ligioso é o início do fim do império da besta, embora ela ainda tenha mais três anos e meio de reinado. É reconfortante ler Ap 17:17 e perceber que todas essas coisas consumam a Palavra de Deus! Nes-se capítulo, observe quatro vozes distintas:

    I. A voz de julgamento (18:1 -3)

    Esse anjo comunica a queda da Babilônia, evento esse que já fora anunciado (14:8 e 16:19). A repe-tição "Caiu! Caiu" sugere o julga-mento duplo (a Babilônia religiosa e a comercial), como também a afir-mação (v. 6) de que receberá "em dobro" por seus pecados. Por fim, essa "grande cidade" (v. 10), o cen-tro do sistema econômico mundial, receberá o que merece das mãos de Deus. Ela tornou-se a moradia de demônios (veja Ef 2:22, em que a igreja é a habitação do Espírito) e o refúgio de espíritos imundos (veja Ap 16:13-66). Muitas vezes, re-trata-se Satanás como uma ave (Mt 13:4,Mt 13:19,Mt 13:31-40,Ez 2:44-27), nessa pedra de moinho. Cristo retornará para destruir as obras do mundo, exatamente quando este pensa que seu desempenho está perfeito.

    Observe a repetição do termo "jamais" nesse capítulo; leia Jere-mias 25:9-11. O homem não pode fazer nada para mudar as coisas, quando Deus diz "Jamais!". Leia também Jeremias 51.

    Assim, vimos a destruição do império religioso e econômico da besta. A única coisa que falta é Cris-to destruir seus exércitos, e no capí-tulo 19 veremos isso acontecer.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24
    18.2 Potente voz. Um oráculo assombroso profetiza a queda dessa cidade onde o poder satânico se concentrava. Caiu! caiu. A declaração repetida, com verbo no passado, indica c absoluta certeza do cumprimento desta visão. A antiga capital de Babilônia se tornara assombrada, habitada por animais nocivos que provocaram temor e superstição (conforme 13 19:23'>Is 13:19-22; Is 34:11-23; Jr 50:39; Jr 51:37). Assim também acontecerá: com essa futura fonte de corrupto diabólica.

    18.4 Retirai-vos dela. Esta admoestação é dirigida ao povo de Deus que ainda, após as terríveis perseguições, não foi aniquilado (cf.Is 48:20; Is 52:11; Jr 50:8; Jr 51:54; Zc 2:7; 2 Co 6:16-18). Retirar-se da Babilônia simboliza evitar toda a comunhão com os pecados do mundo pagão. Mas, literalmente, avisa-os cristãos que moram em Babilônia para fugir dela antes de sua destruição. Assim, fugiram os crentes de Jerusalém para Pela antes do cerco efetuado pelas forças romanas no ano 70 d.C.

    18.6 Em dobro. Terrível é o dano produzido pelo mundo pagão simbolizado por Babilônia. Incalculavelmente, mais terrível, ainda, é o castigo eterno, com tormenta e pranto, reservados para os que servem o mundo e não a Deus. Frenética energia é gasta na busca dos prazeres. Maior ainda será a angústia que esta busca desenfreada produzirá no fim (v. 7).

    18.9 Reis da terra. Os poderosos que se comprometeram com as obras do Maligno, a idolatria pagã, o materialismo, a luxúria; serão arruinados juntamente com Babilônia. Lamentam ao contemplar suas enormes perdas.

    18.10 Em uma só hora. Conforme v. 19, e "em um só dia” no v. 8. Salienta a súbita e rápida destruição do centro da oposição mundial contra o povo de Deus. É comparável a uma grande pedra de moinho arrojada para dentro do mar (v. 21).

    18.11 Mercadores do terra. Há sempre incontáveis pessoas se enriquecendo com os produtos que apelam para a vaidade humana, como artigos de diversões vãs, e até com objetos de destruição. A doença, o vício e a ignorância produzem um mercado enorme. Quando Babilônia cai, arruina-se à estabilidade econômica baseada no pecado.

    18.12 Mercadoria. O profeta Ezequiel faz uma lista semelhante, quando Tiro era a grande cidade que se enriquecia como materialismo (Ez 26).

    18.13 Almas humanos. Não pode ser interpretado "vidas humanas", pois os "escravos" já foram mencionados na lista. É que o maior golpe de Satanás é escravizar a própria alma humana à concupiscência, à cobiça e à gula por bens materiais.

    18:18-20 Exultai. Santos, apóstolos e profetas, no céu e na terra, são conclamados a se rejubilar, pois a queda do império maligno é a justa retribuição de Deus sobre as forças mundanas que perseguiam os crentes. E mais ainda, é o prelúdio do domínio universal de Cristo.

    18:21-23 Que a queda de Babilônia é irrevogável, se vê na constante repetição da palavra "jamais" (seis vezes nestes versículos).
    18.22 Músicos. Cessará todo som de alegria, regozijo, festa e triunfo.

    18.23 Feitiçaria. O império das bestas é o império das trevas espirituais (cf.Ef 2:2; 6.1112). O poder sobrenatural dos demônios se fará evidente (conforme 13.14).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24

    2) O canto fúnebre sobre a Babilônia (18:1-24)
    Temos aqui a continuação do tema da queda da grande Babilônia, mas ela é apresentada agora como a destruição de uma grande cidade mercantil. Nos dias de João, Roma era o centro do comércio mundial — “Roma era o mundo todo, e todo o mundo era Roma” (Spenser) — e o que é retratado aqui não é meramente a condenação de uma cidade antiga, mas o colapso certo de toda organização humana, comercial e de outras modalidades que deixa Deus de fora de seu planejamento:

    Yede, toda a nossa pompa de ontem E uma com Ntnive e Tiro!

    Em primeiro lugar, um anjo poderoso e resplendente (v. 1) anuncia a queda da Babilônia (v. 2) em linguagem extraída de Is

    21.9 (conforme Ap 14:8); 13 21:22 e Jr 51:8, em que a desolação da Babilônia junto ao Eufrates é vividamente retratada. Acerca da linguagem do v. 3, conforme 14.8; 17.2. Pode parecer desnecessário mencionar que a Babilônia do cap. 18 é a mesma Babilônia do cap. 17, não fosse pelo fato de que alguns comentaristas tentaram fazer uma distinção entre elas. v. 3. seu luxo excessivo: Lit. “o poder da luxúria”, “poder” (gr. dynamis) sendo usado aqui no sentido ampliado do heb. chayil(“poder”, “riqueza”). Em seguida, outra voz do céu chama o povo de Deus a deixar a cidade condenada, em linguagem tirada de Jr 50:8; Jr 51:6,Jr 51:45Is 48:20; Is 52:11,Is 52:12, para que não participem dos seus pecados [...] [das] pragas que vão cair sobre ela (v. 4). v. 5. Pois os pecados da Babilônia acumularam-se até o céu; Conforme Jr 51:9. v. 6. Retribuam-lhe na mesma moeda-. Uma declaração do princípio da retribuição na história humana que ocorre repetidas vezes em toda a Bíblia; cf., com referência especial à Babilônia, Sl 137:8; Jr 50:15,Jr 50:29. v. 7. Estou sentada como rainha; não sou viúva..:. Essa e as expressões seguintes são citações de Is 47:0: “num mesmo instante, num único dia”; conforme tb. v. 10,17,19 adiante (“em apenas uma hora”). Pois poderoso é o Senhor Deus que a julga-. Cf., em contextos semelhantes, Is 47:4; Jr 50:34.

    A transferência que João faz de antigas profecias para se adequar a novas condições pode encorajar leitores de hoje (embora eles não possam reivindicar o dom profético de João) a aplicar os princípios da profecia de João aos dias atuais, sempre que forem aplicáveis a estes dias. Mas uma das excentricidades na história da interpretação é que as comunidades cristãs têm sido muito propensas a identificar umas às outras com a Babilônia apocalíptica; é fácil e apropriado demais aplicar as ameaças das Escrituras aos outros e reivindicar as bênçãos para si. v. 9. os reis da terra [...] chorarão e se lamentarão por ela-. Os lamentos nos v. 9-19 feitos por governantes e mercadores que prosperaram por meio do seu comércio com a grande cidade fazem eco aos cânticos fúnebres sobre Tiro em Ez 26:17-19; 27.2536. v. 10. Ai! A grande cidade! [...] cidade poderosa!; Conforme Ez 26:17. v. 11. Os negociantes da terra chorarão e se lamentarão por causa dela; Porque a queda da cidade os priva de um mercado tão insaciável para os seus bens. artigos como ouro, prata, pedras preciosas..:. Cf. o catálogo das mercadorias de Tiro em Ez 27.12ss. v. 13. e corpos e almas de seres humanos; Há uma sutil mudança da construção da expressão no grego que sugere que o termo “almas (vidas) de pessoas” está justaposto a “corpos”. Conforme Ez 27:13, em que “as pessoas dos homens” (heb. nephesh ’adam) na LXX é psychai anthrõpõn, a mesma expressão que João usa aqui. Há boa evidência helenística para interpretar “corpos” como “escravos”, v. 17. Todos os pilotos, todos os passageiros e marinheiros dos navios e todos os que ganham a vida no mar ficarão de longe; Conforme Ez 27:29: “os marujos e todos os marinheiros ficarão na praia”. Em Ezequiel, a queda de Tiro é retratada como o afundamento de um grande navio mercante, carregado com bens de muitas terras, “no coração do mar” (Ez 27:25); aqui os espectadores vêm para testemunhar e lamentar sobre o desaparecimento de uma grande cidade em uma grande conflagração, e eles mantêm distância em virtude do intenso calor (v. 9,10,15,17,18); conforme a vista que Abraão teve das cidades de Sodoma e Gomorra em chamas em Gn 19:27,28.

    v. 20. Celebrem o que se deu com ela, ó céus!; Esse não é o prazer maligno que alguns têm na derrota dos seus inimigos, mas o chamado para celebrar os juízos de Deus. Há compaixão inequívoca no cântico fúnebre sobre Roma, assim como houve no lamento sobre Tiro do qual faz eco, e não precisamos supor que Ezequiel e João não tenham sentido compaixão no seu coração. Mas “quando se vêem na terra as tuas ordenanças, os habitantes do mundo aprendem justiça” (Is 26:9). Nos juízos de Deus, considerados corretamente, o povo de Deus pode se alegrar de maneira apropriada, mas vai se “alegrar com tremor”, lembrando que os juízos dele começam na sua própria casa (1Pe 4:17,1Pe 4:18; Ez 9:6; Jl 3:2). v. 21. As ações dos anjos em lançar ao mar uma grande pedra de moinho como sinal da aniquilação de Roma lembra a profecia encenada que Jeremias ordenou Seraías a executar contra a Babilônia em 593 a.C. (Jr 51:59-24). O anjo agora retoma o lamento com seu refrão pesado nunca mais (conforme Ez 26:21; 27:36). As atividades e recreações da cidade vão ser completamente interrompidas, e a grande Babilônia vai desaparecer como se nunca tivesse existido, v. 22. Nunca mais se ouvirá em seu meio o som dos harpistas-. Conforme Ez 26:13 (acerca de Tiro), v. 23. Nunca mais se ouvirá ali a voz do noivo e da noiva-. Conforme a linguagem semelhante de Jeremias com relação a Jerusalém (Jr 7:34; Jr 16:9; Jr 25:10). v. 24. Nela foi encontrado sangue de profetas e de santos, e de todos os que foram assassinados na terra: Conforme palavras semelhantes do nosso Senhor acerca da expiação iminente de Jerusalém do “sangue de todos os profetas, derramado desde o princípio do mundo” (Lc 11:50; Mt 23:35). Não é pela sua riqueza e empreendimentos comerciais que a grande cidade é condenada. Se, por um lado, a prosperidade não é prova de aprovação divina, tampouco suscita o ciúme divino. Mas a impiedade atrai o seu próprio castigo merecido, e ali onde a impiedade é associada à exploração inescrupulosa dos desprivilegiados e à perseguição dos justos, nada, a não ser o arrependimento oportuno e total, pode impedir a sentença de morte. No entanto, sempre que os pecados da civilização atingem seus últimos limites e não há mais espaço para arrependimento, o juízo cai com a determinação da “grande pedra de moinho” do v. 21.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Apocalipse Capítulo 17 do versículo 1 até o 21

    VI. Babilônia e Armagedom. 17:1 - 19:21.

    Juízo sobre a Babilônia. 17:1 - 18:24.

    A oitava parte de todo o livro do Apocalipse, cerca de cinqüenta versículos, foi dedicada ao julgamento da Babilônia (14:8-10; 16:1719:5). Contudo, a interpretação da Babilônia no Apocalipse tem dado lugar a mais diferença de opiniões do que qualquer outra passagem deste livro. No V.T. o nome Babilônia tem a sua origem em Babel, a qual é claro sempre simbolizou revolta contra Deus, e confusão (Gn 10:8-12; Gn 11:1-9; Dn 2:37, Dn 2:38). A Babilônia ocupa um grande lugar nas profecias das nações no V.T. (Is 13:1; Is 47:1; Jr 50:51).

    A Babilônia está diante de nós nestes dois capítulos sob dois diferentes aspectos. No capítulo 17, ela está identificada com a grande prostituta, uma mulher que não aparece no capítulo 18. A besta com as sete cabeças e os dez chifres está confinada ao capítulo 17, único lugar onde encontramos os reis da terra avançando para fazer guerra contra o Cordeiro. No capítulo 18 a Babilônia parece ser alguma cidade ao longo do grande rio, apinhada de navios mercantes de toda a terra, detalhes que não aparecem no capítulo 17. Talvez devamos examinar o texto propriamente dito e depois discutir interpretações.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24
    c) O lamento sobre Babilônia (Ap 18:1-66. Estritamente falando, este quadro é incompatível com Ap 19:3; não é impossível que João misture propositadamente o seu simbolismo, esperando que os seus leitores exercitem cautela na interpretação. Comparar ambos os vers.com Is 13:19-23. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição; isto atribui a Roma a responsabilidade pela corrupção de toda a terra. Cfr. o vers. 4 com Jr 51:6, Jr 51:45; Is 52:11; também o vers. 5 com Jr 51:9; e o vers. 6 com Jr 16:18; Jr 51:29; Is 40:2. Dirige-se o clamor do vers. 6 aos exércitos vingadores do anticristo e os seus aliados? Ver Ap 17:12-66, Ap 17:16-66. É possível que no vers. 8 como em Ap 6:8, thanatos deva ser traduzida "pestilência", em vez de morte. Podemos também traduzir penthos por "calamidade", em vez de pranto, assim fazendo as três pragas "pestilência e calamidade e fome". A destruição pelo fogo faz-se pelas hostes invasoras sob o anticristo; cfr. Ap 17:16.

    >Ap 18:9

    A lamentação sobre Babilônia faz-se pelos reis da terra (9-10), os mercadores da terra (11- - 17a) e os proprietários de navios e marinheiros (17b-19). João aqui endivida-se particularmente ao cântico de destruição de Ezequiel sobre Tiro (Ez 26:27). Note-se que os reis da terra (9) são aqueles mencionados em Ap 17:18, não aqueles em aliança com a besta (Ap 17:16-66). Cfr. Ez 26:16-17. A substância de cada lamentação é a mesma, a saber, pois numa hora veio o seu juízo (10; ver vers. 17,19).

    >Ap 18:11

    Com o vers. 11 cfr. a lista das nações mercantes que negociavam com Tiro (Ez 27:12-24) e o seu pavor e medo (Ez 27:35-36). Vers. 12-13 fornecem uma relação das mercadorias vendidas pelos mercadores a Roma. Cfr. as importações de Tiro (Ez 27:12-24). Madeira odorífera, vinha da África setentrional e era especialmente usada na fabricação de mesas dispendiosas. Marfim era popular entre os romanos tanto para adorno para móveis como para ornamentos. Cinamomo é uma especiaria aromática, "amomo" era uma planta fragrante da Índia, usada na fabricação de caro ungüento para os cabelos. Carros aqui são de um gênero especial (gr. rhedai), tendo quatro rodas e muitas vezes custosamente decorados. Duas palavras são usadas aqui para escravos: sõmata, "corpos", e psychai anthrõpõn, "algumas de homens", esta última frase ocorrendo em Ez 27:13. Talvez João tenha empregado ambos os termos para exprimir a sua repugnância ante um sistema tão brutal, que esmagava tanto os corpos como as almas dos homens.

    Swete observa que, enquanto os reis lamentam sobre Babilônia pela força que lhe partira (10), os mercadores se preocupam principalmente com a riqueza que esvanecera; assim também os marinheiros, no vers. 19.

    >Ap 18:20

    O apelo aos céus e à Igreja para regozijar-se sobre o juízo de Babilônia (20), formando um forte contraste à lamentação anterior, parece proceder do mesmo profeta. Se deverá ser assim ou não, Ap 19:1-66 forma uma resposta adequada ao clamor. A ação simbólica do anjo (21-24) sugere-se por uma semelhante feita sobre Babilônia por Jeremias (Jr 51:63-24). Mousikõn, traduzida músicos (22), deve ser traduzida "cantores" como em Test. Jd 1:23. As cláusulas que se seguem, descrevendo a cessação de artes, indústria, as alegrias do matrimônio e todos os meios de iluminação, reproduzem Jr 25:10, porém, numa ordem diferente. Os teus mercadores eram os grandes da terra (23) foi primeiro dito por Isaías com relação a Tiro (Is 23:8). Aduze-se como uma razão pelo juízo de Roma porque, julgando do vers. 3, os seus mercadores promulgaram a "devassidão" da cidade, e isso de pura ambição, e desta maneira eles mesmos se ligavam com o vício luxurioso de Roma. Isaías já havia comentado as feitiçarias da original Babilônia (Is 47:12), e Naum trouxe uma acusação semelhante contra Nínive, (Na 3:4). As feitiçarias (23), contra as quais se invectiva, podem ser tomadas no sentido literal de magia negra, porém mais provavelmente "a feitiçaria de vício alegre e luxurioso e as suas idolatrias concomitantes, pela qual o mundo era fascinado e desviado" ("Swete").

    >Ap 18:24

    Cfr. o vers. 24 com Mt 23:35, onde o nosso Senhor acusa Jerusalém da mesma maneira. A afirmação de João se justifica não somente pelas perseguições ferozes que ele antecipava se ergueriam na grande tribulação, mas também pelo seu conceito de Roma como a encarnação do espírito do mal, que tem assaltado ao povo de Deus (ver notas sobre Ap 17:7-66).

    d) Notas sobre o império anticristão

    Uma principal pergunta pede a consideração da leitura dos cap. 13 17:18. Se Roma é o Império das visões de João, não são eles desacreditados, vendo que Roma subseqüentemente não foi destruída, mas se tornou um centro universal do Cristianismo? Não há, contudo, nenhuma dúvida de que Roma fosse, na realidade, a cidade meretriz das visões de João. O profeta faz tudo senão nomeá-la em Ap 17:9, Ap 17:18 e pelo seu uso do nome místico Babilônia (ver 14.8 n.). Roma era, para João, o requinte do espírito ímpio manifesto nas eras mais antigas, porém, agora, em seu auge. Como tal, era o último Império sobre o qual o diabo dominaria. O aparecimento impendente de um anticristo pessoal, que encarnaria a sua maldade, seria um fenômeno de curta existência. João parece sugerir que cairiam brevemente os juízos messiânicos e o domínio de Roma cederia lugar ao reino milenário.

    Antes de passar juízo nesta matéria, torna-se necessário recordar que o ponto de vista de João em nada difere do parecer de seus predecessores no ofício profético. Todos os profetas aguardavam derrota da nação opressora do seu dia, seguida pelo estabelecimento do reino de Deus. Isaías esperava que o livramento messiânico se seguisse ao juízo de Deus sobre a Assíria (ver Is 10:11), Habacuque, na destruição de Babilônia (He 2:2-58), Jeremias 1saías e Ezequiel, todos profetizavam o estabelecimento do reino depois do retorno dos judeus, sob Ciro (Jr 29:31; Is 49:0; Ez 26). Ageu, escrevendo depois daquele retorno, predisse o advento do reino após o término do templo, que estava então no curso de reconstrução (Ag 2:0; Jc 5:8; 1Pe 4:7; 1Jo 2:18; Ap 1:3). Até mesmo o nosso Senhor coloca o seu ensino, com respeito ao segundo advento, lado a lado com as suas profecias concernentes à queda de Jerusalém (ver Mc 13:0). João deve ter sabido como o nosso Senhor aplicou esta profecia a João Batista; ele mesmo colocou-a em uso ainda mais largo aplicando-a à Igreja (Ap 11:0) por empregar a história de "Nero Redivivus" sem mais explanação; em vista do ensino acerca de "Elias Redivivus", não era necessária mais explanação.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24

    37. A Queda da Babilônia ( Apocalipse 18:1-24 )

    Depois destas coisas, vi outro anjo descer do céu, que tinha grande autoridade, ea terra foi iluminada com a sua glória. E ele clamou com grande voz, dizendo: "Caiu, caiu a grande Babilônia! Ela se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e uma prisão de toda ave imunda e detestável. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra cometeram atos de imoralidade com ela, e os mercadores da terra se enriqueceram com a riqueza de sua sensualidade ".
    Ouvi outra voz do céu, dizendo: "Sai dela, povo meu, para que você não vai participar nos seus pecados e receber nas suas pragas, porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela . Pagar as costas, mesmo que ela pagou, e dar a volta a ela em dobro conforme as suas obras; no cálice em que ela misturou bebidas, misturar duas vezes mais para ela na medida em que ela se glorificou e viveu sensualmente, para o mesmo. grau dar seu tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e eu não sou viúva, e nunca vai ver o pranto. Por esta razão, em um dia virão as suas pragas, pestes e pranto e fome, e ela será queimada a fogo; porque o Senhor Deus que a julga é forte.
    "E os reis da terra, que cometeram atos de imoralidade e viveu sensualmente com ela, vai chorar e lamentar sobre ela, quando virem a fumaça do seu incêndio, estando a uma distância por causa do medo do seu tormento, dizendo: 'Ai ai da grande cidade, Babilônia, a cidade forte! pois numa hora veio o teu julgamento. "
    "E os mercadores da terra choram e lamentam sobre ela, porque ninguém compra as suas cargas qualquer mais-carregamentos de ouro e prata e pedras e pérolas e linho fino e púrpura, seda e escarlate, e todo tipo de madeira odorífera e cada preciosas artigo de marfim e todos os artigos feitos de madeira muito caro e bronze e ferro e mármore, e canela e especiarias e incenso e perfume, incenso e vinho e azeite e flor de farinha e trigo e gado e ovelhas, e cargas de cavalos e carros e escravos e vidas humanas. O fruto você longo para passou de você, e todas as coisas que eram luxuosas e esplêndida passaram longe de você e os homens não mais encontrá-los. Os mercadores destas coisas, que se tornaram ricos dela, vai ficar a uma distância por causa do medo do seu tormento, chorando e lamentando, dizendo: Ai, ai, a grande cidade, ela, que estava vestida de linho fino e de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas; no uma hora tão grande riqueza foi devastada! " E cada comandante e todos os passageiros e marinheiro, e todos os que fazem a sua vida à beira-mar, ficou à distância, e clamavam, ao verem a fumaça do incêndio dela, dizendo: "Que cidade é semelhante a esta grande cidade? E lançaram pó sobre as suas cabeças, e clamavam, chorando e lamentando, dizendo: Ai, ai da grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram por sua riqueza, para os resíduos em uma hora que ela foi colocada ! ' Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos e apóstolos e profetas, porque Deus pronunciou julgamento para você contra ela. "
    Em seguida, um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: "Então vai Babilônia, a grande cidade, a ser jogado para baixo com violência, e não vai ser encontrado por mais tempo. E o som de harpistas e músicos e tocadores de flauta e de trombeteiros não será ouvido em você por mais tempo, e nenhum artífice de outra embarcação será encontrada em você por mais tempo, e ao som de uma usina não será ouvido em você por mais tempo, e à luz de um lâmpada não vai brilhar em você por mais tempo, e a voz do noivo e da noiva não vai ser ouvido em você por mais tempo;. para os seus mercadores eram os grandes homens da terra, porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias E nela foi encontrado o sangue dos profetas e dos santos e de todos os que foram mortos sobre a terra ". ( 
    18: 1-24 )

    Ao longo da história os pequenos reinos e impérios construídos pelos orgulhosos, arrogantes, rebeldes que rejeitaram a Deus vieram e se foram. O espírito de humanismo primeira expressa em Babel tem permeado a história da humanidade desde então. Inabalavelmente otimista apesar de séculos de guerra, o abate, a injustiça, a crueldade, as pessoas ainda buscam uma utopia, para ser provocada por cima progresso científico da humanidade. Após ter tomado o controle (para que eles pensam) do seu próprio destino através da ciência, os pecadores não têm utilidade para Deus e altivez substituí-lo como deuses auto-intitulados dedicado à sua própria soberania.

    Mas Deus não pode ser tão facilmente substituído, nem Seus planos frustrados pelos caprichos de homens pecadores ( Is 43:13. ; Is 46:10 ). De fato, em uma profunda, se breve, declaração em At 14:16 , a Bíblia diz que Deus "permitiu que todas as nações seguir seus próprios caminhos." No Salmo 2:2-4 o salmista registrou a reação de Deus a fúria impotente do homem contra ele:

    Os reis da terra se levantam
    E os príncipes juntos
    Contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:
    "Vamos rasgar seus grilhões apart
    E jogar fora as suas cordas de nós! "
     
    Aquele que está sentado nos céus ri,
    O Senhor zomba deles.

    Em comparação com a gloriosa majestade, indescritível de Deus onipotente, todos os impérios alardeadas do homem são um mero "gota de um balde" ( Is 40:15 ). Em sua visão, eles são, mas "um grão de pó na balança" ( Is 40:15 ), tão insignificante que eles "são como nada diante dele, eles são considerados por Ele como menos do que nada e sem sentido" ( Is 40:17 ). A realidade inescapável é que Deus, não o homem, terá a última palavra na história humana, e essa palavra será uma palavra de julgamento.

    Do início ao fim, a Bíblia nos adverte sobre o julgamento sobre os pecadores que rejeitam a Deus e blasfemar do seu santo nome. Job declarou que "o mau é preservado para o dia da calamidade, eles serão levados adiante no dia de fúria" ( 21:30 ). Davi observou que "o Senhor ... estabeleceu o seu trono para julgamento, e Ele julgará o mundo com justiça" ( Ps. 9: 7-8 ). Sl 96:13 adverte que Deus "está vindo para julgar a terra. Ele julgará o mundo com justiça e os povos com a sua fidelidade ". Isaías escreveu: "De acordo com as suas obras, assim retribuirá, furor aos seus adversários, e recompensa aos seus inimigos; às ilhas Ele fará recompensa" ( Is 59:18. ). Em Suas parábolas do reino, Jesus também descreveu o tempo que vem do julgamento:

    "Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no final da época. O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os obstáculos, e aqueles que cometer a iniquidade, e lançá-los na fornalha de fogo;. naquele lugar haverá choro e ranger de dentes Então os justos brilharão como o sol, no reino de seu Pai Aquele que tem ouvidos, ouça..
    "O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem achou e escondeu novamente, e de gozo, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.
    "Mais uma vez, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas, e em cima de encontrar uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou-a.

    "Mais uma vez, o reino dos céus é semelhante a um elenco arrastão no mar, e recolhendo todo tipo de peixe, e quando ela estava cheia, eles puxaram-na até a praia, e eles se sentaram e reuniu os peixes bons em recipientes, mas os ruins, eles jogaram fora Assim será no fim da idade;. os anjos sairão e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha de fogo; naquele lugar haverá choro e ranger de dentes ". ( 13 40:40-13:50'>Mat. 13 40:50 )

    O apóstolo Paulo declarou aos filósofos gregos se reuniram no Areópago de Atenas que Deus "fixou um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que ele designou, tendo equipado prova a todos, ressuscitando-o dos mortos "( At 17:31 ). Aos Tessalonicenses, ele escreveu:

    O Senhor Jesus será revelado do céu com seus anjos poderosos, em chama de fogo, causando a retribuição àqueles que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes irão pagar a pena de destruição eterna, longe da presença do Senhor e da glória do seu poder, quando Ele vier para ser glorificado nos seus santos nesse dia, e para ser admirado em todos os que creram, para o nosso se acreditava testemunho a vocês. ( II Tessalonicenses 1:7-10. )

    Em 2Pe 2:9 . Esses capítulos descrevem o futuro período de sete anos conhecido como Tribulação. Resumindo o que eles revelam sobre esse período, o julgamento de Deus vai chover sobre a terra sob a forma de os julgamentos selo, trompete, e bacia. Embora esses julgamentos será de âmbito mundial, que irá centrar-se em império mundial do Anticristo de Babilônia. Esse império vai envolver tanto uma religiosa e um aspecto comercial. No ponto médio da Tribulação, o Anticristo irá destruir o sistema religioso babilônico falsa, que será absorvido Babilônia comercial (conforme a discussão no cap. 12 deste volume). A religião não deixará de existir, mas será restrita à adoração do Anticristo. O Babylon em vista, ao capítulo 18 é império comercial mundial do Anticristo, que vai dominar o mundo durante os últimos três anos e meio da Tribulação. Que o Anticristo será capaz de construir o maior império comercial que o mundo já conhecido no meio dos julgamentos devastadores da Tribulação revela seu poder incrível.

    Destruição da Babilônia comercial de Deus é o tema do capítulo 18 É, portanto, um capítulo muito sombrio.; é um réquiem, um hino fúnebre para o funeral da humanidade. Com a destruição do último satânico e maior império humano, o palco está pronto para o retorno triunfal do Senhor Jesus Cristo.

    Embora alguns comentaristas vê-lo como um símbolo para todo o sistema sem Deus do Anticristo, o Babylon descrito no capítulo 18 é mais provável que uma cidade real. Ele é chamado de uma cidade cinco vezes no capítulo ( vv. 10 , 16 , 18, ​​19 , 21 ), e outras características do texto implica que uma cidade literal está em vista. Uma vez que o texto descreve claramente a Babilônia como uma cidade, e não há nada no contexto indicar o contrário, é mais seguro para vê-lo como uma cidade real. As profecias específicas do Velho Testamento sobre a destruição de Babilônia, e desolação perpétua ( 13 19:23-13:22'>Isaías 13:19-22. ; 14: 22-23 ; . Jr 50:13 , Jr 50:39 ; Jr 51:37 ), como ainda por cumprir, também argumentam que o capítulo 18 descreve uma cidade real (conforme a discussão no cap. 12 deste volume). Mas enquanto Babilônia será uma cidade real, sua influência será mundial. Como capital do Anticristo, que será o hub de e representar o seu império comercial. Assim, o julgamento ea destruição da Babilônia vai matar a cabeça, eo resto do corpo de todo império mundial do Anticristo seguirá em morte.

    Babylon terá recebido muitas advertências de sua desgraça iminente pela ocorrência dos eventos do capítulo 18 . Os 144:1 ). Como aves carniceiras grotescas, os demônios vão pairar sobre a cidade condenada, à espera de sua queda. A representação dos demônios comoimunda e detestável reflete a visão do céu deles.

    Destruição de Babilônia virá também porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra cometeram atos de imoralidade com ela, e os mercadores da terra se enriqueceram com a riqueza de sua sensualidade . império religioso e comercial mal do Anticristo vai se espalhar sua influência infernal para todas as nações do mundo. Após ter bebido do vinho da ira da sua prostituição (cf. 14: 8 ; 17: 2 ), as pessoas do mundo vai cair em um estupor religiosa e materialista. Os termos todo-englobando todas as nações, os reis da terra, e os mercadores da terra revelam que Babilônia vai seduzir o mundo inteiro. As pessoas não regeneradas do mundo vão cobiçar, Babylon, apaixonAdãoente desejando cometer atos de espiritual imoralidade com ela. Da mesma forma, os mercadores da terra se enriqueceram com a riqueza de sua sensualidade. No início, o mundo vai lucrar com a prosperidade financeira da Babilônia.

    Tendo jogado fora qualquer aparência de auto-controle ou auto-contenção, pecadores vai entrar em uma orgia materialista selvagem. Como aqueles na antiga Babilônia, eles vão estar se divertindo quando sua cidade é destruída (cf. Dan. 5: 1-30 ). Condenação da cruel rica de Tiago poderia também se aplicam a eles:

    Eia agora vós, ricos, chorai e uivam por vossas misérias, que estão vindo em cima de você. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão roídas pela traça. O vosso ouro ea vossa prata estão enferrujados; ea sua ferrugem dará testemunho contra vós, e consumir a sua carne como fogo. É nos últimos dias que você armazenou o seu tesouro! Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que tenha sido retido por você, clama contra vós; e o clamor daqueles que fizeram a colheita chegou aos ouvidos do Senhor dos exércitos. Vocês viveram luxuosamente na terra e levou uma vida de prazer devassa; cevastes os vossos corações no dia da matança. ( Tiago 5:1-5 )

    Julgamento Evitado

    Ouvi outra voz do céu, dizendo: "Sai dela, povo meu, para que você não vai participar nos seus pecados e receber nas suas pragas, porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela . " ( 18: 4-5 )

    O julgamento de Deus sobre esta sociedade comercialmente próspero mas moralmente falido pode ser evitado, como uma outra voz do céu, deixa claro. O uso de allos ( outro da mesma espécie) sugere que o alto-falante é um anjo como o do versículo 1 . A mensagem que ele proclama: "Sai dela, povo meu," é uma chamada para o povo de Deus para desembaraçar-se dos do sistema mundial. Também pode ser uma chamada evangelística para os eleitos de Deus para vir a fé em Cristo e sair do reino de Satanás (cf. Cl 1:13 ). Em ambos os casos, a mensagem é de abandonar o sistema.

    Ao longo dos julgamentos terríveis da Tribulação, Deus vai salvar as pessoas. O resultado da pregação do evangelho pelos 144:000 evangelistas judeus, as duas testemunhas, e um anjo voando pelo meio do céu será a maior colheita de almas que o mundo já conhecido (cf. 7: 9 ).Muitos desses crentes serão martirizados por sua fé em Cristo quando eles se recusam a receber a marca da besta ( 13 15:16 ). Os sobreviventes terão de enfrentar as tentações poderosas para participar do sistema. Família e amigos, sem dúvida, pressioná-los a salvar-se pela aceitação da marca da besta. A necessidade de obter as necessidades básicas da vida também vai pressioná-los a estar em conformidade com o sistema (cf. 13:17 ).

    A exortação a fugir Babylon encontra paralelo Antigo Testamento em advertências dos profetas a fugir antiga Babilônia. "Sai da Babilônia!" gritou Isaías. "Foge dos caldeus!" ( Is 48:20 ). Jeremiah ecoou advertência de Isaías: "Wander longe do meio da Babilônia e sair da terra dos caldeus ... Fugi do meio de Babilônia, e cada um de vocês salvar a sua vida não ser destruído em sua punição, para este É tempo do Senhor da vingança; Ele vai tornar recompensa para ela ... Saí do meio dela, meu povo, e cada um de vocês se salvar do ardor da ira do Senhor "( Jr 50:8 ).

    Os crentes nos dias de hoje também deve evitar a tentação de ficar preso no sistema mundial. "Não vos conformeis com este mundo", Paulo ordenou que os crentes em Roma ", mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a vontade de Deus é, o que é bom, agradável e perfeita" ( Rm 12:2 )

    Tiago escreveu que "a religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é ... manter-se isento da corrupção do mundo" ( Jc 1:27 ), e nitidamente repreendeu aqueles apanhados no sistema mundial: "Vocês, adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus? "( Jc 4:4 ).

    A verdade bíblica que os crentes não devem ser envolvidos no sistema mundial vai assumir nova urgência como Babylon enfrenta destruição iminente. A mensagem do anjo para os crentes ainda em que cidade é a mesma que os anjos trouxeram a Ló ( Gênesis 19:12-13 ): Saia antes que você está preso em julgamento daquele lugar ímpio de Deus.

    Os crentes devem fugir Babilônia, para que eles não vão participar de seus pecados. O materialista,-prazer louco, infestado por demônios cidade de Babilônia vai exercer uma influência quase irresistível sobre os crentes para participar de seus pecados. Como José ( Gen. 39: 7 —12 ; cf. 1Co 10:141Co 10:14. ; 1Tm 6:111Tm 6:11. ; 2Tm 2:222Tm 2:22. ) eles devem fugir para evitar sucumbir à "a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ea soberba da vida "( 1Jo 2:16 ).

    O povo de Deus deve também fugir Babilônia, para que não incorras nas suas pragas. Alguns vêem as pragas como uma referência para os julgamentos bacia, que também são chamados de pragas ( 15: 1 , 6 , 8 ; 16: 9 ). Os julgamentos bacia, no entanto, são de âmbito mundial;Assim, não haveria lugar para escapar (cf. 18: 9-10 ). Por isso, o melhor é ver essas pragas que as decisões específicas sobre Babilônia, talvez, como mencionado acima, em conjunto com o derramamento da sétima taça (cf. 16: 17-19 ).

    Finalmente, os crentes devem fugir Babylon porque os seus pecados se acumularam até ao céu (cf. Jr 51:9 ), mas ao contrário da antiga torre, seus pecados vai chegar . tão alto quanto o céu Então o anjo acrescenta que Deus se lembrou das iniqüidades dela (cf. 16 : 19 ). Ele vai tomar conhecimento dos mesmos como fez monumento que mais cedo para pecaminosa, arrogante, rebelião e arrogância do homem em Babel. A bendita verdade é que Deus diz de crentes, "Eu não vou lembrar de seus pecados ... Eu perdoarei a sua maldade, e seus pecados jamais me lembrarei" ( Is 43:25. ; . Jr 31:34 ). Mas para desafiante, Babylon impenitente não haverá perdão, só julgamento.

    Julgamento Definido

    "Pay-la de volta, mesmo que ela pagou, e dar a volta a ela em dobro conforme as suas obras; no cálice em que ela misturou bebidas, misturar duas vezes mais para ela na medida em que ela se glorificou e viveu sensualmente, para o mesmo. grau dar seu tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e eu não sou viúva, e nunca vai ver o pranto. Por esta razão, em um dia virão as suas pragas, pestes e pranto e fome, e ela será queimada a fogo;. Porque o Senhor Deus que a julga é forte " ( 18: 6-8 )

    O julgamento de Babilônia é definido como o anjo agora, não fala a João, mas a Deus. Seu chamado para a vingança contra Babilônia, pagá-la de volta, mesmo que ela pagou, paralelo as orações dos santos martirizados registrados em 6: 9-10 : "Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus, e por causa do testemunho que tinham mantido; e clamou com grande voz, dizendo: Até quando, ó Senhor, santo e verdadeiro, Você vai abster-se de julgar e vingar o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? '"A oração do anjo da justiça é baseado no princípio do Antigo Testamento da lei de talião, a lei da retaliação, o princípio do "olho por olho, e dente por dente" ( Mt 5:38. ; cf. Ex 21:23-24. ; Lev. 24: 19-20 ; . Dt 19:21 ). Babylon foi estendido graça suficiente e advertências suficientes ouvidas. É tempo de vingança. É o momento para sua destruição.

    Fundamento do anjo é uma reminiscência de fundamentos Os santos do Antigo Testamento "para vingar antiga Babilônia. No Sl 137:8 )

     
    "Convocar muitos contra Babilônia,
    Todos aqueles que dobrar o arco:
    Acampe contra ela por todos os lados,
    Que não haja fuga.
    Reembolsá-la de acordo com seu trabalho;
    De acordo com tudo o que ela fez, então, fazer com ela;
    Para ela tornou-se arrogante contra o Senhor,
    Contra o Santo de Israel. "

    Jr 50:29 )

     

    "Mas eu retribuirei Babilônia e todos os moradores da Caldéia, para toda a sua maldade que fizeram em Sião diante de seus olhos", diz o Senhor. ( Jr 51:24 )

     
    Para o destruidor vem contra ela, contra a Babilônia,
    E os seus valentes serão capturados,
    Seus arcos são quebrados;
    Pois o Senhor é um Deus de recompensa,
    Ele vai reembolsar integralmente.

    Jr 51:56 )

    É importante notar que a retaliação pertence somente a Deus. A Bíblia proíbe explicitamente os cristãos a tomar a sua própria vingança. Os crentes devem "não dizer, 'Eu vou pagar o mal'"; ao invés disso eles devem "esperar para o Senhor, e Ele vai economizar [eles]" ( Pv 20:22 ).Eles são a "abençoar aqueles que perseguem [eles]" ( Rm 12:14 ), "nunca pagam [ndo] o mal com o mal a ninguém" ( Rm 12:17 ). Eles devem "nunca tirar a [sua] própria vingança ... mas deixar espaço para a ira de Deus, porque está escrito:" Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. " Se o seu "inimigo tiver fome, [devem] alimentá-lo, e se ele tiver sede, dá-lhe de beber;. Porque, fazendo [eles] amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça" Em vez de ser "vencer pelo mal, [devem] vencer o mal com o bem" ( Rom. 12: 19-21 ). Os cristãos devem "ver que ninguém paga com outro mal por mal, mas sempre buscar o que é bom para o outro e para todas as pessoas" ( 1Ts 5:15 ), "não devolver mal por mal, ou injúria por injúria , mas dando uma bênção em vez "( 1Pe 3:9 , Ex 22:9 ).

    Os profetas, note que Israel recebeu o dobro por seus pecados ( Isaías 40:1-2. ; . Jr 16:18 ). Jeremias orou para que Deus "[esmagar seus perseguidores] com a destruição dupla!" ( Jr 17:18 ).

    Além disso indicando o seu pedido de que Deus punir totalmente Babilônia, o anjo pede que no cálice em que ela misturou bebidas, Deus iria misturar o dobro para ela. ApropriAdãoente, na própria taça que Babylon usado para enganar as nações ( v. 3 ; 14 : 8 ; 17: 2 , 4 ; Jr 51:7 ; Lc 1:51 ). Três pecados chamar para o julgamento de Babilônia. Em primeiro lugar, ela estava orgulhosa; ela se glorificou. Deus, que disse: "Eu não vou dar a minha glória para outro" ( Is 42:8. ; Jc 4:6 ; cf. Ez 27:3 ). No entanto, a resposta devastadora de Deus era que "essas duas coisas virão sobre ti de repente em um dia:. A perda de filhos e viuvez Eles virão sobre ti em plena medida, apesar de suas muitas feitiçarias, apesar do grande poder de suas magias" ( Is 47:9 ,Lc 16:28 ), e esmagando grief ( Mt 8:12 ; Mt 13:42 , Mt 13:50 ; Mt 22:13 ; Mt 24:51 ; Mt 25:30 ).

    Então o anjo observa que , por essa razão, os pecados catalogado acima, em um dia virão as suas pragas. destruição de Babilônia não será progressiva. A cidade maus serão destruídos instantaneamente (cf. vv 10. , 17 , 19 ). Daniel 5 registra o mesmo destino que se abateu sobre a antiga Babilônia; a cidade caiu na mesma noite em que Deus escreveu sua condenação na parede do palácio do rei (cf. Dn 5:30 ). Como mencionado acima, as pragas que vão destruir Babilônia são julgamentos específicos sobre aquela cidade, possivelmente em conexão com a sétima taça. Três pragas resultará em completa devastação da Babylon: peste e pranto e fome resposta montagem de —Céu a gloria orgulhoso em verso 7 Após essas três pragas têm o seu curso, Babilônia. será queimada a fogo.

    A condenação de Babilônia é certa e não pode ser evitada porque o Senhor Deus que a julga é forte. Ninguém pode frustrar os planos de Deus, ou impedi-lo de realizar o que Ele propõe fazer. Job disse a Deus: "Eu sei que você pode fazer todas as coisas, e que nenhum dos teus planos pode ser frustrado" ( 42:2 ). "Porque o Senhor dos Exércitos tem planejado", declarou Isaías ", e que pode frustrá-lo? E quanto a sua mão estendida, que pode transformá-lo de volta?" ( Is 14:27 ). A castigado e humilhado Nabucodonosor afirmou que Deus "faz de acordo com a Sua vontade no exército do céu e entre os moradores da terra; e ninguém pode deter a mão, nem lhe dizer:" O que você tem feito "( Dn 4:35 ). O próprio Deus declara que "não há ninguém que possa fazer escapar das minhas mãos;? Eu, quem pode reverter isso ... Meu objetivo será estabelecido, e farei toda a minha boa vontade" ( Is 43:13. ; Is 46:10 ; Josh. 8: 20-21 ; . Is 34:10 ). O resto vai assistir a destruição de Babilônia por meio de mídia do mundo. Todos vão ter o cuidado de manter a sua distância da cidade atingidas. Eles serão impotentes para ajudar e vai temer que eles possam compartilhar seu tormento. Esta terrível cena apóia a idéia de que a Babilônia é uma cidade real, e não um símbolo para todo o sistema mundial. Obviamente, todo o mundo não é destruído neste momento, uma vez que aqueles que estão assistindo Babylon queimadura são seguros para o momento. Destruição de Babilônia é, no entanto, um precursor para a desgraça que vai cair em breve em todo o mundo.

    Como eles assistem ela queimar, os líderes vão gritar de angústia, "Ai, ai da grande cidade, Babilônia, a cidade forte! pois numa hora veio o teu julgamento." À medida que a jóia da coroa do império do Anticristo, Babylon será uma grande cidade. E, uma vez que terá sobrevivido os julgamentos devastadores da Tribulação até que ponto, os líderes acreditam que ele seja uma cidade forte. Assim, rápida destruição da Babilônia vai chocar e surpreender-los, e eles vão gritar com ela no desânimo, "Porque em uma hora o seu juízo." O julgamento sobre Babilônia vai acontecer rapidamente, assim como o versículo 8 previsto.

    Os próximos carpideiras para aparecer em cena são os mercadores da terra. Esses empresários vão chorar e lamentar Babylon porque ninguém compra as suas cargas mais. A destruição do capital do Anticristo vai acabar qualquer aparência de normalidade no planeta devastado. Seja qual for a atividade econômica vêm ocorrendo em uma terra sofrendo com a dificuldade crescente provocada pelos catastróficos julgamentos divinos, então, chegou a um impasse.

    Depois segue-se uma lista de vinte e oito itens ou categorias de mercadoria que compreendia cargas dos mercadores: ouro, prata e pedras preciosas e pérolas e linho fino e púrpura, seda e escarlate, e todo tipo de madeira odorífera e todos os artigos de marfim e todos os artigos feitos de madeira muito caro e bronze e ferro e mármore, e canela e especiarias e incenso e perfume, incenso e vinho e azeite e flor de farinha e trigo e gado e ovelhas, e cargas de cavalos e carros e escravos e vidas humanas (lit. "corpos e almas dos homens").Esses itens foram mercadorias comuns no mundo antigo (muitos deles estão incluídos na lista em Ez. 27: 12-24 ) e foram a fonte de lucro imenso. Eles são apenas representativas da grande riqueza do futuro império comercial do Anticristo. João Phillips escreve:

    O que um catálogo de opulência! Que imagem vívida de um grande, cidade comercial, o tráfico de todo o luxo do coração poderia desejar. Isso é ótimo Fair Vanity do mundo. Oferece artigos de adorno e de exibição, coisas bonitas para enfeitar as mansões de milionários do mundo.Trata-se de especiarias exóticas e perfumes, em iguarias para a mesa, nas provisões para banquetes, em escravos, e nas almas dos homens. E Babilônia importado todas essas coisas ... a demanda da Babilônia para bens deste mundo era insaciável; sempre que clamavam por mais e mais! ( Explorando Apocalipse, rev ed [Chicago: Moody, 1987; reimpressão, Neptune, NJ: Loizeaux, 1991].., 225)

    Continuando seu lamento, os comerciantes agora abordar Babylon diretamente: A fruta que você longo para passou de você, e todas as coisas que eram luxuosas e esplêndida passaram longe de você e os homens não mais encontrá-los. Toda a cidade de luxo e esplêndida( gr., lampros , uma palavra que pode referir-se à roupa) posses passaram longe de ela e os homens não mais encontrá-los. Eles terão desaparecido para sempre como Deus falidos do sistema. As palavras já não traduzir um negativo duplo duplo no texto grego, que é a forma mais forte de negação na língua grega. Isso indica que esses itens nunca vai ser encontrado novamente.

    Juntando os líderes, os mercadores destas coisas, que se tornaram ricos dela, vai ficar a uma distância por causa do medo do seu tormento, chorando e lamentando, dizendo: "Ai, ai, a grande cidade, ela, que estava vestida de multa linho e púrpura e de escarlata, e adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas, pois em uma hora tão grande riqueza foi devastada! " Eles choram e lamentam, não por alguma simpatia emocional para a cidade dizimada, mas porque com o seu colapso eles foram despojados de a principal fonte de seus recursos financeiros. Os comerciantes lamentam porque suas paixões materialistas já não podem ser cumpridas. O choro que começa em seguida, vai durar para a eternidade no inferno ( Mt 8:12. ; Mt 13:42 , Mt 13:50 ; Mt 22:13 ; Mt 24:51 ; Mt 25:30 ). Estes comerciantes gananciosos são a ilustração clássica de todos aqueles em todas as vezes que ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma ( Mc 8:36 ).

    Em seguida, um terceiro e último grupo na visão se junta ao canto fúnebre para Babilônia: . cada comandante e todos os passageiros e marinheiro, e todos os que fazem a sua vida à beira-mar Além de sua importância política e económica, a Babilônia também será um importante centro de distribuição. Com a sua destruição, não haverá mais bens a serem transportados por aqueles que fazem a sua vida à beira-mar. Como os governantes e os mercadores, os marinheiros tiveram o cuidado de ficar em um cofre distância da cidade. À medida que olhávamos a cidade em ruínas que eles estavam gritando ao verem a fumaça do incêndio dela, dizendo: "Que cidade é semelhante a esta grande cidade?" O lamento é uma reminiscência da jactância orgulhosa de iludidos seguidores do Anticristo em 13: 4 " Quem é semelhante à besta, e que é capaz de fazer a guerra com ele? " Mas a cidade aparentemente indestrutível já é destruído diante dos seus olhos, e seu regente aparentemente invencível em breve encontrar o seu fim ( 19:20 ).

    Então, em uma antiga expressão típica de tristeza, os marinheiros lançaram pó sobre as suas cabeças (cf. Js 7:6. ; 2Sm 1:22Sm 1:2 ; 2:12 ; Lam . 02:10 ; . Ez 27:30 ). Como os governantes ( vv. 9-10 ) e os mercadores ( vv. 15-16 ), eles também vão gritar,"Ai, ai da grande cidade." Essa é uma expressão de dor, sofrimento e dor, mas não de arrependimento. Os marinheiros não choram por seus pecados, ou aqueles de Babilônia, mas por causa de sua perda de negócios, uma vez que todos os que tinham navios no mar ficou ricoda Babilônia riqueza. Como os governantes ( v. 10 ) e os mercadores ( v. 17 ) , os marinheiros também expressar espanto com a rapidez da queda de Babilônia, exclamando: "Em uma hora ela foi devastada!" Em um surpreendentemente curto período de tempo, a cidade que foi a fonte de sua riqueza foi destruída.

    Julgamento Apreciamos

    "Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos e apóstolos e profetas, porque Deus pronunciou julgamento para você contra ela." ( 18:20 )

    O céu terá uma visão muito distinta no julgamento da Babilônia do que a de seguidores terrenas do Anticristo. O anjo que começou a falar em verso 4 , em seguida, dirigiu-se ao redimidos no céu: os santos (um termo geral para todos os crentes) e apóstolos e profetas (a classe especial de santos dados à igreja, como indicado no Ef 2:20. ; Ef 4:11. )

    Tão completa será a destruição da Babilônia que nenhuma das atividades normais da vida humana ocorrerá. Não haverá ninguém a fazer música em tudo, o som de harpistas e músicos e tocadores de flauta e de trombeteiros não será ouvido. Não haverá um trabalho; nenhum artífice de outra embarcação será encontrado. Não haverá uma preparação dos alimentos ; . o som de uma usina não será ouvido A cidade será tão completamente abandonada que, mesmo à luz de uma lâmpada não vai brilhar em sua mais tempo. Não haverá mais a queda no amor; a voz do noivo e da noiva vai não ser ouvido em seu mais. Babilônia será tão completamente destruída que ele nunca vai subir novamente, como predito pelos profetas do Antigo Testamento ( 13 19:23-13:22'>Isaías 13:19-22. ; 14: 22-23 ; Jr 50:13. , Jr 50:39 ; Jr 51:37 ).

    Julgamento Justificado

    "Para seus mercadores eram os grandes homens da terra, porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias. E nela se achou o sangue dos profetas e dos santos e de todos os que foram mortos sobre a terra." ( 18:23 b-24)

    Três razões finais são dadas para o julgamento de Babilônia. Em primeiro lugar, os mercadores eram os grandes homens da terra, usando sua riqueza para ascender a posições de poder, proeminência e influência. Os abusos dos orgulhosos, arrogantes ricos estão bem documentados nas Escrituras. "Não é o rico que você oprimir e pessoalmente arrastá-lo em tribunal?" perguntou Tiago ( Jc 2:6 )

    Isaías ( Isaías 3:14-15. ; Is 5:8 ), também condenou o rico para a sua auto-engrandecimento e maus-tratos contra os pobres.

    Uma segunda razão para estar do Babylon julgado é que todas as nações foram enganadas por sua feitiçaria. Sorcery é de pharmakeia , a raiz da palavra do Inglês palavras "farmácia" e "produtos farmacêuticos". A palavra é usada no Novo Testamento para se referir a práticas de magia e ocultismo ( 9:21 ; Gl 5:20. ). Preensão da Babilônia sobre o mundo não será inteiramente devido ao seu poder militar e econômico, mas também para a sua influência oculta.

    A última razão dada para o julgamento de Babilônia é seu abate assassino do povo de Deus; nela se achou o sangue dos profetas e dos santos e de todos os que foram mortos sobre a terra (cf. 06:10 ; 11: 7 ; 13: 7 , 15 ; 16: 6 ; 17: 6 ). A alegria celeste sobre a queda de Babilônia também menciona o seguinte: "Depois destas coisas, ouvi algo como uma grande voz de uma grande multidão no céu, dizendo: Salvação Aleluia, glória e poder pertencem ao nosso Deus; porque os seus juízos são verdadeiros e justos! , pois julgou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição, e Ele vingou o sangue dos seus servos em sua '"( 19: 1-2 ).

    As palavras de Jesus em Lucas 12:16-21 formar uma conclusão adequada para a mensagem de julgamento sobre Babilônia comercial:

    E Ele lhes disse uma parábola, dizendo: "A terra de um homem rico foi muito produtivo. E ele começou a raciocinar para si mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho lugar para guardar minhas colheitas? ' Então ele disse: 'Isto é o que vou fazer:. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens e direi à minha alma: "Alma, tens muitos bens para muitos anos; levar a sua vontade, comer, beber e ser feliz "" Mas Deus lhe disse: 'Insensato Esta mesma noite a sua alma é exigido de você;.!? e agora quem será o proprietário o que você preparou' Assim é o homem que armazena um tesouro para si mesmo, e não é rico para com Deus ".


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Apocalipse Capítulo 18 do versículo 1 até o 24

    Apocalipse 18

    A condenação de Roma — Ap 18:1-3. Em que pese dedicar-se à penosa antecipação de catástrofes estas passagens são da mais elevada poesia, pois representam de maneira vívida paixões muito profundas do coração humano. É a

    poesia que podem compor os que, estando numa situação desesperada, só esperam que Deus os vingue, castigando a seus opressores. É verdade

    que aqui estamos muito longe da doutrina cristã do perdão; mas estamos muito perto, entretanto, dos autênticos batimentos do coração humano.

    Em nossa passagem o anjo que está encarregado de transmitir a mensagem da condenação é uma figura especialmente grandiosa. Vem

    revestido da mesma luz com que Deus se cobre, como roupagem. Sem dúvida João estava pensando em Ezequiel 43:1-2.

    H. B. Swete escreve, com relação a este anjo "Tão

    recentemente esteve na presença de Deus, que arrasta consigo uma esteira de luz, com

    a qual ilumina as trevas crescentes da Terra." Os que vêm da presença de Deus trazem consigo uma porção de sua luz.

    Deve notar-se que João está tão seguro da queda de Roma que fala

    dela como se já tivesse sucedido. É para ele um fato completado, em que pese que, em realidade ainda deve produzir-se no futuro.

    Assinalaremos outro ponto. Sem dúvida a parte mais dramática e

    vívida da descrição são os demônios que rondam as ruínas. Estes são os deuses pagãos que foram destronados e privados de seus altares, que rondam pelas ruínas da cidade onde foram adorados, desconsolados por ter perdido um poder que outrora fora supremo.

    SAI DELA!

    Apocalipse 18:4-5

    Os cristãos são chamados a sair de Roma antes que chegue o dia de sua destruição; são exortados a romper sua relação com ela, para não

    compartilhar seu pecado e desse modo livrar-se de sua condenação.

    H. B. Swete assinala que este chamado para sair está presente ao longo de toda a história do povo judeu. Deus sempre está chamando seu

    povo para que rompa suas relações com o pecado, para que saia e forme filas junto a seu Deus e para seu Deus.

    No próprio início da história do povo judeu se ouviu esse chamado: foram essas as palavras que Abraão recebeu (Gn 12:1). Foi o

    chamado que Ló recebeu antes da destruição de Sodoma e Gomorra

    (Gênesis 19:12-14). Moisés escutou as mesmas palavras nos dias do pecado de Coré, Datam e Abirão (Números 16:23-26). Isaías exorta o povo de Deus a abandonar Babilônia e Caldéia (Is 48:20). O mesmo se lê em Jeremias (Jr 50:8, Jr 51:6, Jr 50:45). Paulo, no Novo Testamento, transmite a mesma mensagem aos coríntios (2 Coríntios 6:14-15). Em sua epístola a Timóteo (veja-se também 1Tm 5:221Tm 5:22).

    Swete assinala, como acerto, que este chamado para sair de Roma não implica um momento definido no tempo. Tem que ver, antes, "com

    uma certa atitude, distante, proprietária de si mesma, no meio do ruído ensurdecedor do mundo". Descreve, assim, a separação do mundo que deve caracterizar os cristãos. Como assinalou-se, a palavra que mais

    freqüentemente designa os cristãos no Novo Testamento é "santo", que significa separado, diferente com relação ao mundo. O cristão não deve conformar-se com o mundo mas sim ser transformado (Rm 12:2).

    O cristão é um homem que escolheu servir a Deus. Não se trata, entretanto, de retirar-se fisicamente do mundo; trata-se de viver no mundo mas de maneira diferente, nova.

    Edwin Robertson conta como a fé evangélica se expande em nações como o Brasil. Um evangélico deve cumprir as tarefas próprias de seu ofício na casa de um estranho. Depois que terminou de fazer seu trabalho

    1. dono de casa, invariavelmente, pergunta-lhe: "Por que você é diferente? O que faz com que você seja diferente dos demais?" Nesse momento o crente dá testemunho de sua fé. A diferença de sua vida e caráter redundam, assim, em mais um converso.

    O chamado para sair de Babilônia segue ressoando ainda, e convoca a cada cristão à santidade.

    A CONDENAÇÃO DE ROMA

    Apocalipse 18:6-8

    Esta é uma passagem que fala em termos de castigo e vingança.

    Deve notar-se, entretanto, que a instrução de executar a vingança sobre

    Roma não é dirigida aos humanos. Não se trata de incitar os cristãos, por exemplo, ou aos que Roma oprimia, para levantar-se numa revolta sangrenta e tomar a vingança em suas próprias mãos. O instrumento será um anjo, o meio divino de executar a justiça. A vingança é de Deus. Aqui há duas verdades que devemos lembrar sempre.

    1. Há na vida uma lei estabelecida segundo a qual tudo o que um homem semeie, isso colherá. No próprio Sermão da Montanha encontramos uma formulação desta lei: “Pois, com o critério com que

    julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também” (Mt 7:2). A exigência de pagar o dobro provém da tradição judia segundo a qual todo aquele que foi responsável

    por uma perda ou dano perante um terceiro deve pagar o dobro do que tinha tirado (Ex 22:4, Ex 22:7, Ex 22:9). Encontramos expressões similares no Antigo Testamento com relação a diversas cidades pagãs (Sl 137:8,

    Jr 50:29). Não há escapatória: o castigo segue-se ao pecado, especialmente quando o pecado veio acompanhado de uma atitude cruel, arrogante e pouco compreensiva para com outros. Não se trata,

    entretanto, de uma legislação cruel, vingativa e áspera, mas sim da expressão da grande verdade segundo a qual cada ser humano vive, por si mesmo, seu próprio juízo e condenação. O que demos a outros o

    receberemos, eventualmente, de parte de Deus. É possível que alguém seja um pecador em termos humanos, mas se tiver sido humilde e bondoso, sua atitude cobrirá uma multidão dos que se chamam pecados.

    1. Encontramo-nos diante de uma austera verdade de que toda

    arrogância chegará, inevitavelmente, ao dia de sua humilhação. O principal pecado de Roma foi o orgulho, a idéia de que podia subsistir para sempre sem Deus, a idéia de que estava segura, de que tinha tantas riquezas e tanto poder que nada nem ninguém podia tocá-la, de que podia ir adiante, em qualquer situação, graças a seus imensos recursos. João fala de Roma em termos que extrai do Antigo Testamento. Refere— se a ela como os profetas se referiram a Babilônia (Isaías 47:7-9). Não há nada na vida que provoque tanta justiça o juízo como a arrogância e a

    auto-suficiência, tanto no Antigo Testamento (Isaías 3:16-17, Ez 27:3), como em João.

    Há um pecado que os gregos chamavam hybris. Hybris é a arrogância que nasce da riqueza e a prosperidade e o êxito, que fazem os

    homens sentirem que não necessitam de Deus, que eliminam a Deus da vida. O castigo para esse pecado é o aniquilamento e a humilhação supremas. Antes de cada queda sempre houve orgulho.

    A LAMENTAÇÃO DOS REIS

    Apocalipse 18:9-10

    No resto deste capítulo temos as lamentações dedicadas a Roma, ou seja as elegias ou cânticos fúnebres dos parentes de Roma. A primeira é a lamentação dos reis (9-10), segue a dos mercadores (11-16) e finalmente temos a dos armadores de barcos e os marinheiros (17-19).

    Várias vezes, neste capítulo, se nos descreve a grandeza, o luxo, a riqueza e o poder de Roma. Os primeiros em cantar sua elegia, são os reis vassalos de Roma, aos quais Roma ensinou a participar de seu luxo,

    sua sofisticação e seu pecado.

    Podemos nos perguntar se as palavras de João se justificam verdadeiramente, ou se estamos diante de um fanático puritano que

    alvoroça com suas palavras sem ter, em realidade, razões de peso.

    Se queremos encontrar uma descrição de fonte romana das práticas e da vida que se usavam em Roma podemos recorrer a livros tais como

    Roman Society from Nero to Marcus Aurelius (A sociedade romana entre Nero e Marco Aurélio), de Samuel Dill, Roman Life and Manners (A vida e os estilos romanos), do Ludwig Friedlander, e especialmente as

    Sátiras, de Juvenal, ou As vidas dos Césares, de Suetônio, e os escritos de Tácito. Estas três últimas fontes são romanas e seus autores foram homens sérios que, eles mesmos, sentiam-se horrorizados pela licença e o esbanjamento de sua própria sociedade. Se nos referirmos, então, a

    estes livros, descobriremos que João não era de maneira alguma um

    fanático excêntrico. Porque nada do que se dissesse com relação a Roma poderia ser um exagero.

    Há um dito no Talmude segundo o qual quando se repartiu a riqueza no mundo nove medidas couberam a Roma e uma ao resto dos

    homens. Um renomado erudito sustenta que em nossa época somos meninos em matéria de alegrias carnais, em comparação com os antigos; outro assinalou que nossos luxos mais extravagantes são pobreza se forem comparados com a pródiga magnificência da antiga Roma.

    Vivia-se numa espécie de competição desesperada pela ostentação e o luxo. Tem-se dito com relação à Calígula que lutou, acima de todas as coisas, para conseguir aquilo que os demais consideravam impossível".

    "O desejo do incrível" era uma das características mais assinaladas de Nero. Dill afirma: "O senador que pagava pouco aluguel, ou que transitava pela Via Ápia ou a Via Flaminia com um cortejo pobre,

    convertia-se num homem apontado que, imediatamente, perdia seu prestígio social".

    Durante o primeiro século o mundo inteiro arrojava suas riquezas

    no regaço de Roma. Tal como assinalou Dill: "A longa paz, a segurança dos mares, a liberdade de comércio, tinha transformado Roma no lugar onde se podiam obter as coisas mais deliciosas, provenientes de todas as latitudes, das Ilhas Britânicas até o Ganges". Plínio fala de uma refeição na qual os sucessivos pratos estavam confeccionados com comestíveis provenientes de diversas regiões, entre elas Índia, Egito, Cirene e Creta. Juvenal fala dos mares cheios de grandes navios que vinham de todas as latitudes para satisfazer o apetite morboso de extravagâncias.

    Aristides, o famoso orador, tem entre seus discursos uma passagem na qual afirma, como conclusão de uma longa lista de países e produtos:

    "Se há algo que não se pode encontrar em Roma é porque não existe". Nessa época as importações que provinham da Índia (especiarias, perfume e substâncias aromáticas), totalizavam o equivalente de

    1.500.000 dólares por ano, e as jóias, tecidos e sedas que se traziam da Arábia e China chegavam a somar 2.500.000 dólares por ano.

    O dinheiro que possuíam alguns dos líderes romanos, e aquele que gastavam era fabuloso. Um dos libertos de Nero podia considerar na miséria o homem que tinha uma fortuna de 1.800.000 dólares. Apicio gastou 2.400.000 dólares em banquetes e se suicidou quando restavam apenas 250.000 dólares, porque não poderia seguir vivendo com tão pouco dinheiro. Calígula gastou, num dia, 240.000 dólares, e num ano uma soma próxima aos 48:000-000. Nero sustentava que a única utilidade do dinheiro era a possibilidade de esbanjá-lo, e em poucos anos liquidou sua fortuna de 40.000.000 de dólares. Deu um banquete no qual somente as rosas egípcias com que se adornaram as mesas custaram

    75.000 dólares.

    Deixemos que Suetônio nos fale de seus imperadores, lembrando que este não é um pregador cristão que anuncia o juízo mas sim um historiador romano. Com relação à Calígula escreve: "Sua extravagância superou a todas as prodigalidades de todos os tempos, tanto em engenho como em criatividade. Criou novas formas de banhos e toda classe de variedades antinaturais de comida e bebida. Banhava-se em perfumes quentes ou frios, bebia pérolas de grande preço dissolvidas em vinagre, colocava diante de seus hóspedes carnes e pães recobertos de ouro". Construiu galeras cujas quilhas levavam pérolas incrustadas. Com relação a Nero, Suetônio diz que obrigava a seus cortesãos a convidá-lo a banquetes cujos custos nunca estiveram abaixo dos 45:000 dólares." "Nunca tornava a vestir a mesma roupa que tinha usado em ocasiões anteriores. Jogava aos dados por 5:000 dólares o ponto. Pescava com uma rede de ouro, cujas tiras eram de púrpura e escarlate. Nunca viajou com menos de 1:000 carruagens, e todas suas mulas estavam calçadas com ferraduras de prata.

    Vimos que Calígula tinha o costume de beber pérolas dissolvidas em vinagre. Esta era uma forma de ostentação relativamente comum. Diz-se que Cleópatra numa oportunidade engoliu uma pérola, dissolvida em vinagre, que custava 180.000 dólares. Valério Máximo numa de suas festas, pôs uma pérola na taça de cada um de seus convidados e ele

    mesmo dissolveu e bebeu a pérola do aro da Metalia, que lhe havia flanco um milhão de sestércios.

    Era uma época de extraordinária glutonaria. Alguns pratos consistiam em massas de miolos de pavão, ou de línguas de vaga-lumes.

    Vitélio, que foi imperador durante menos de um ano, gastou 18.000.000 de dólares somente em comida. Suetônio relata que seu prato favorito era uma mescla de "fígados de lúcio, miolos de faisão e de pavão, línguas de flamingo e leite de piranha, que seus capitães traziam até sua mesa dos

    quatro extremos do Império..."

    Petrônio descreve a cena de um banquete que ofereceu Trimaco. "Um prato representava os doze signos do zodíaco... Outro era um javali

    gigante, com cestas cheias de carnes doces carregadas em suas presas. Um enorme caçador barbudo atravessou seu lado com uma faca e da ferida fluiu uma corrente de tordos, que foram habilmente capturados em

    redes enquanto voavam por toda a habitação. Quase ao terminar o banquete os hóspedes se surpreenderam por uns ruídos estranhos que se escutavam no céu raso, fazendo tremer o edifício inteiro. Quando

    levantaram os olhares o céu raso se abriu e desceu lentamente uma grande bandeja ovalada sobre a qual havia uma imagem do Príapo que levava todo tipo de frutas e geléias."

    Nestas festas ofereciam-se habitualmente presentes aos convidados. Num banquete que Lúcio Vero ofereceu, os presentes para seus convidados lhe custaram 150:000 dólares.

    Até

    o

    sóbrio

    e

    austero

    Domiciano

    gastou

    o

    equivalente

    de

    5.200.000 dólares em chapear em ouro o céu raso de um templo no Capitólio.

    Teremos a oportunidade de ver mais detalhes com relação ao

    extravagante luxo em que Roma vivia quando examinarmos a passagem que vem a seguir, onde faremos a lista das mercadorias que os comerciantes traziam habitualmente a Roma. Mas já podemos nos dar conta que na época em que João escreveu, uma espécie extravagante de loucura se apoderou dos donos do Império Romano, tal que é muito

    difícil encontrar algum paralelo na história. A condenação que ouvimos João pronunciar não são as palavras de um extravagante asceta cristão; os moralistas pagãos de Roma fizeram as mesmas críticas.

    A LAMENTAÇÃO DOS MERCADORES

    Apocalipse 18:11-16

    O lamento dos reis e o dos mercadores devem ser lidos junto com a

    elegia a Tiro que se encontra em Ezequiel 26 e 27. Há muitos elementos em comum entre estas duas passagens.

    A lamentação dos mercadores é totalmente egoísta. Toda sua tristeza

    tem que ver com o mercado que perdem. É significativo que tanto os reis como os comerciantes olham de longe. Não estiram sua mão para ajudar a Roma em sua última agonia; nunca estiveram ligados a ela por laços de amor; a única razão de sua relação com ela era o luxo que Roma consumia e a oportunidade de fazer lucros que isto significava para eles.

    Aprenderemos mais a respeito dos luxos de Roma se olharmos detalhadamente os tipos de mercadorias mencionados nesta passagem.

    Na época quando João escrevia uma das modas de Roma era a prataria. A prata vinha principalmente de Cartagena, na Espanha, onde

    40.000 homens trabalhavam nas minas de prata. Fontes, pratos, copos,

    cestos, fruteiras, estatuetas, serviços de mesa completos, todos de prata maciça, era um dos negócios mais seguros no mercado Romano. Lúcio Crasso tinha comprado uma coleção de bandejas que lhe custou 120 dólares por libra de prata. Um general acostumado aos rigores da campanha como Pompeu Paulino, tinha um jogo de prata que pesava

    12.000 libras (5.000 Kg.), o qual o acompanhava sempre em suas campanhas, e que, eventualmente, foi tomado como despojo pelos

    germanos depois de uma derrota. Plínio diz que as mulheres somente se banhavam em tinas de prata, que os soldados comuns tinham espadas

    com punhos de prata e que até as mulheres mais pobres usavam escravas ou braceletes de prata. Os espelhos dos escravos eram desse mesmo

    material. Durante a Saturnalia, a festividade que caía na mesma data do Natal, quando se acostumava fazer presentes, em geral se davam de presente colheres de prata e outros objetos similares, sendo mais pesados e custosos à medida que maior era a riqueza do dadivoso. Roma era uma cidade de prata.

    Também se apreciavam, apaixonadamente, as pedras preciosas e as pérolas. Foi durante as conquistas de Alexandre o Grande que os pedras preciosas foram introduzidas no Ocidente. Plínio afirmava que a

    fascinação de uma gema deve-se a que nela toda a sublimidade da natureza está presente num objeto de dimensões limitadas; diz também que a admiração pelas gemas cresceu até chegar a transformar-se numa

    paixão universal.

    Em ordem de preferências, as pedras mais apreciadas eram os diamantes (que provinham em sua maioria da Scintia), os berilos e as

    opalas (que se utilizavam para ornamento das mulheres), e o sardônico (com o qual se faziam anéis de selo). Uma das crenças curiosas da antigüidade era que as pedras preciosas possuíam qualidades medicinais.

    Sustentava-se que o ametista podia curar a bebedeira. Seu nome, precisamente, deriva da palavra "bêbado" (methuskein) precedida pela partícula negativa "a". O jaspe ou pedra do sangue, era tida como

    curativa das hemorragias. O jaspe verde, segundo cria-se, era bom para a fertilidade. O diamante curava o delírio e neutralizava os efeitos de quase qualquer veneno. Uma peça de âmbar pendurada do pescoço podia curar a febre e outros males.

    Mas os romanos apreciavam as pérolas acima de qualquer outra pedra preciosa. Como vimos, costumava-se dissolvê-las em vinho e bebê-las. Júlio César deu de presente a Servilla uma pérola que lhe

    custou 150.000 dólares. Plínio diz ter visto a Lolia Paulina, uma das esposas de Calígula, com um ornamento feito de pérolas e esmeraldas que cobria sua cabeça, pescoço e peito, que custava aproximadamente

    900.000 dólares. As jóias de Roma eram famosas no mundo inteiro.

    A LAMENTAÇÃO DOS MERCADORES

    Apocalipse 18:11-16 (continuação)

    O linho fino chegava principalmente do Egito. Era o tecido com que se vestiam os sacerdotes e os reis. Custava muito dinheiro. A túnica de

    um sacerdote, por exemplo, podia chegar a pagar-se entre 100 e 150 dólares. Somente as pessoas muito ricas podiam usar roupa deste tipo. Lembremos que Divas, o homem rico da parábola, estava vestido com

    púrpura e linho fino (Lc 16:19).

    A púrpura provinha principalmente de Fenícia. O nome "fenícia" provavelmente provenha de "foinos, que significa vermelho como o

    sangue". Conhecia-se os fenícios como "os homens da púrpura", pois eles eram os que comercializavam esta mercadoria no mundo inteiro. A púrpura antiga era muito mais vermelha que a atual. Era a cor real, a vestimenta que simbolizava riqueza. A substância com que se tingia a

    púrpura extraía-se de um molusco chamado múrex. Cada animal dava uma só gota de tintura; o molusco devia ser aberto imediatamente depois de pescado, porque a púrpura extraía-se de uma pequena veia que se seca

    quando o múrex morre. Uma libra de lã tinta com púrpura custava 120 dólares. Um colete de púrpura podia custar 140 dólares. Plínio diz que em Roma, em seu tempo, "havia uma verdadeira paixão pela púrpura".

    A seda é muito comum em nossos dias, mas na Roma do Apocalipse virtualmente não tinha preço. Devia ser trazida da China, Era tão cara que uma libra de seda se vendia por uma libra de ouro. Durante

    o reinado de Tibério se ditou uma lei proibindo que se utilizassem pratos e bandejas de ouro "e que os homens se vestissem com roupa de seda" (Tácito, Anais 2.23). A seda era tão preciosa como o ouro.

    O escarlate, do mesmo modo que a púrpura, era uma tintura muito buscada. Quando pensamos nestas tinturas devemos lembrar que outro dos aprimoramentos de Roma era cobrir os divãs onde se comia com capas babilônicas. Cada uma destas capas podia custar 15.000 dólares.

    Nero tinha algumas que haviam custado até 89.000 dólares.

    Entre todas as madeiras finas uma das mais interessantes é a thuia articulata, que se trazia da região do Atlas, no norte da África. Emanava um aroma muito agradável. As nervuras às vezes formavam desenhos parecidos com as caudas dos perus reais, ou às peles dos tigres ou das panteras. Era usada especialmente para fazer mesas. Mas era uma madeira muito escassa, pois a árvore que a produz é geralmente pequena. As mesas feitas desta madeira podiam custar entre 8.500 e 35.000 dólares. Sêneca, primeiro ministro de Nero, tinha trezentas mesas desta madeira, com pés de mármore.

    O marfim também era muito usado para decoração, especialmente nas casas daqueles que queriam ostentar sua riqueza. Com o marfim se

    esculpiam esculturas, ou punhos de espadas, o incrustava na madeira das cadeiras cerimoniais, nas portas e em outros móveis.

    Juvenal, ao falar de riquezas, diz: "Hoje nenhum homem rico sente

    prazer em sua comida — seus melhores pratos carecem de gosto, seus perfumes e suas rosas cheiram a podre — se as bandejas em que se servem não descansam sobre um enorme leopardo de marfim encravado". Os romanos mais ricos até tinham pratos feitos de marfim.

    As estatuetas de bronze de Corinto eram famosas em todo mundo e muito caras. O ferro se trazia do Mar Negro ou da Espanha. O mármore

    se usou em Babilônia como material de construção durante muito tempo. Não assim em Roma, a princípio. Mas Augusto se vangloriava de que ao iniciar seu reinado, Roma era de tijolos e ao terminá-la era de mármore. Chegou a instalar-se um escritório, chamada o ratio marmorum, cujo

    cometido era buscar mármore em todo mundo e trazê-lo a Roma para decorar os edifícios públicos.

    As especiarias aromáticas eram muito caras, pois era preciso

    importar da Índia e Zanzibar. A canela custava 135 dólares a libra.

    A palavra que se traduz em nossa versão por "especiarias aromáticas", entretanto, é amomón, que era um ungüento ou perfume que

    se punha no cabelo, ou se usava como azeite nos ritos funerários.

    No Antigo Testamento o incenso tinha um uso quase exclusivamente religioso, como acompanhamento dos sacrifícios no Templo. Em Roma era usado para perfumar as habitações antes e depois dos banquetes.

    Na antigüidade tomava-se vinho quase universalmente, mas a bebedeira era considerada uma falta grave. Em geral o vinho se diluía com água, duas partes de vinho em cinco partes de água. Fabricava-se extraindo o suco das uvas, que também costumado beber-se como vinho não fermentado. O suco da uva também era usado para fabricar uma gelatina com a qual se acrescentava corpo e sabor aos vinhos mais fracos. O resto do suco colocava-se em vasos, onde ficava destampado para que fermentasse durante nove dias. Depois deste período se fechavam as jarras, que somente tornavam a abrir-se uma vez por mês, até que o vinho estivesse no ponto. Os escravos recebiam uma boa quantidade de vinho, como parte de suas rações diárias. Era bastante barato

    A mirra era a resina de um arbusto que crescia no Yemen e no norte da África. Era usado em medicina como adstringente, estimulante e anti-

    séptico. Além disso, era usado como perfume e para propósitos rituais. Também servia para o embalsamamento de cadáveres.

    O olíbano era outra resina, a que exsuda uma árvore do gênero Boswelia. Fazia-se uma incisão na casca da árvore, e se lhe tirava uma parte de casca por baixo da incisão. A resina que emanava deste corte formava bolinhas de diversos tamanhos. Era usada para perfumar o

    corpo, para adoçar e dar gosto ao vinho, como azeite para as lâmpadas e como incenso sacrifical

    As carruagens que se mencionam aqui não eram carros de corrida

    ou de guerra, mas sim carruagens de quatro rodas que se utilizavam para o transporte particular de pessoas. Os aristocratas romanos par o general atravessavam a cidade em carruagens deste tipo chapeados em prata.

    A lista termina com a menção dos escravos e as almas humanas. É interessante que a palavra que em nossa Bíblia se traduz "escravo" é

    soma, que significa em realidade "corpo". O mercado de escravos chamava-se somatémporos, termo que significa literalmente "lugar onde se vendem corpos". A idéia do autor é que os escravos eram vendidos a seus donos em corpo e alma; não se reconhecia maior humanidade ao escravo que ao gado.

    É impossível que nós compreendamos até que ponto a civilização romana estava baseada na escravidão. Havia mais de sessenta milhões de escravos no Império. Não era pouco comum que algumas pessoas

    tivessem trezentos ou quatrocentos escravos. "Usa seus escravos como os membros de seu corpo", recomendava um autor romano, "cada um para seu próprio fim". Cada artesanato, ação ou função tinha seus

    escravos especializados. Havia, é obvio, os que executavam as tarefas domésticas. Estes estavam subdivididos numa classificação bem detalhada. Havia escravos para levar as tochas, para levar lanternas, para

    carregar beliches, para ajudar na rua, para cuidar a roupa de rua, etc. Havia escravos que agiam como escribas e como taquígrafos, e também escravos que se ocupavam da investigação prévia à composição de um

    livro ou tratado. Havia escravos que se chamavam "catálogos" cuja obrigação era lembrar a seu senhor os nomes de seus clientes, amigos e conhecidos. Também havia escravos encarregados de advertir a seu

    senhor quando chegavam as horas das refeições ou as horas de dormir. Havia escravos que caminhavam diante de seus senhores e devolviam as saudações dos conhecidos quando o senhor estava muito cansado ou enfastiado para fazê-lo ele mesmo. Se alguém era rico mas ignorante, e

    encontrava impossível lembrar-se de nada, comprava uma equipe de escravos que dirigia todos os seus assuntos. Havia escravos que memorizavam a Homero, a Ovídio, a Hesíodo e a cada um dos poetas

    famosos. Seu dever era estar de pé junto a seu senhor enquanto comia e lhe proporcionar citações adaptadas segundo o tema da conversação. Outros escravos eram comprados por sua beleza, para deleitar a vista dos

    comensais durante as festas. Os hóspedes podiam limpar as mãos nestes escravos, que também tinham a obrigação de submeter-se a qualquer tipo

    obscenidade que se queria praticar com eles. Estes escravos podiam custar entre 2.400 e 4.800 dólares, e quase todos eram da Ásia Menor ou de Alexandria. Também havia um mercado para os disformes ("homens sem tíbias, com os braços curtos, com três olhos, com a cabeça pontiaguda, anões, gigantes, idiotas, hermafroditas..."). Muitas das deformações provocavam-se artificialmente.

    É muito triste uma cultura na qual os seres humanos são usados, seus corpos e suas almas, para o entretenimento, a diversão ou o serviço

    imoral dos demais.

    Este era o mundo que os comerciantes choravam. Lamentavam a perda de seu mercado e do dinheiro que nele teriam podido ganhar. Esta

    era a Roma que João ameaçava com o juízo divino, e sem dúvida tinha razão ao fazê-lo. Porque uma sociedade que se funda no luxo, na ostentação, no orgulho, na desconsideração e na opressão sem dúvida

    está condenada, até do ponto de vista humano, à total destruição e decadência.

    A LAMENTAÇÃO DOS CAPITÃES DE NAVIOS

    Apocalipse 18:17-19

    A primeira lamentação foi a dos reis, a segunda a dos mercadores.

    Agora temos a lamentação dos armadores e capitães de navios. João se inspira na descrição que Ezequiel fez da queda de Tiro (Ezeq. 27:28-30).

    Roma não era uma cidade portuária, mas tinha seu porto, na Ostia.

    Através desse porto afluía à cidade toda a riqueza do mundo. Vinham perfumes, jóias e especiarias da Índia, sedas da China, âmbar do Báltico, prata e ferro da Espanha, pérolas de Bretanha, canela da África, tudo isto, e muito mais, era trazido dos limites da Terra para satisfazer a sede de luxo de Roma.

    É muito natural que os donos de frotas, os capitães de naves e seus marinheiros

    lamentassem pela

    destruição

    de

    Roma,

    visto

    que

    ao

    desaparecer a cidade perderiam seu trabalho.

    Há algo muito patético em todas estas lamentações. Em cada caso o pranto não é por Roma; não se trata de uma genuína tristeza pela desgraça de alguém para com quem se experimenta simpatia. Cada um destes lamentos é pelo que os chorões estão perdendo eles mesmos; não sentem pena pela sorte de Roma mas sim a medida em que esta os afeta e prejudica. Uma das leis da vida é que se colocamos nossa felicidade nas coisas materiais, se pomos nosso olhar na acumulação de riquezas e luxos, de ouro e prata, perdemos de vista o mais importante que a vida pode nos oferecer: A oportunidade de amar e ser amados, a amizade e a camaradagem de nossos semelhantes. Se pensamos somente no que podemos tirar dos outros, eles só pensarão no que podem tirar de nós. Adorar as coisas e desentender-se das pessoas, ou considerar as pessoas como coisas que se podem usar-se, vai nos levar à maior de todas as tragédias.

    ALEGRIA EM MEIO DAS LAMENTAÇÕES

    Ap 18:20

    Em meio das lamentações se levanta uma voz de alegria, a voz daqueles que se alegram ao presenciar a vingança sobre os inimigos de Deus e seus próprios perseguidores. Esta é uma nota que encontramos

    mais de uma vez nas Escrituras (Dt 32:43, Jr 51:48).

    Estamos muito longe, aqui, do perdão dos inimigos e de orar por aqueles que nos desprezam e perseguem. Mas devemos lembrar duas

    coisas. Os homens que escreveram palavras como estas tinham sofrido tremendamente; seja qual for nossa reação ao ouvir estas palavras vingativas, devemos lembrar que se trata, contudo, da voz da fé. O autor

    cria firmemente que ninguém está do lado perdedor se estiver do lado de Deus. Sabiam com segurança que chegaria o dia do triunfo e da reivindicação divinos.

    Em segundo lugar, devemos lembrar que nestas palavras há muito

    pouca amargura a nível pessoal. Os inimigos, que serão destruídos, não

    são considerados inimigos pessoais mas sim inimigos de Deus. Não se trata de um ódio pessoal; trata-se, antes, de uma total, consagração à santidade divina, a qual, tal como eles o entendiam, devia vingar sua honra ofendida manifestando-se em ira vingadora.

    E, entretanto, também deve lembrar-se que este não é o caminho da excelência que Jesus nos ensinou. Uma vez disseram a Abraão Lincoln que sua atitude para com os seus inimigos era muito suave e que sua obrigação era destruí-los. Lincoln respondeu: "Não destruo acaso a meus inimigos quando os converto em amigos?" A verdadeira atitude cristã não é o desejo de destruir os inimigos de Deus, mas sim a vontade de torná-los seus amigos. O cristão somente pode buscar destruir a inimizade, e não pela força mas sim mediante o poder do amor, o poder desse amor que valeu a Cristo sua vitória.

    A DESOLAÇÃO FINAL

    Apocalipse 18:21-24

    Aqui temos a descrição da destruição definitiva e total de Roma.

    Começa com uma ação simbólica. Um anjo forte toma uma pedra de moinho e a joga no mar. O mar se fecha sobre a pedra, como se esta jamais tivesse existido. Do mesmo modo será apagada Roma. Esta imagem João a recolheu da descrição que Jeremias faz, no Antigo Testamento, da destruição de Babilônia (Jeremias 51:63-64). Estrabão disse, anos mais tarde, que a destruição de Babilônia tinha sido tão total que ninguém se atreveria a dizer que o deserto em que se tinha convertida sua antiga convocação tinha sido, um dia, uma grande cidade. Roma tem que ser desolada, devastada, aniquilada.

    Nunca mais se ouvirá nela o ruído do regozijo. O mesmo anunciou Ezequiel com relação a Tiro (Ez 26:13). Os harpistas e os histriões cantavam, em geral, nas ocasiões festivas; a flauta usava-se tanto nos funerais como nas festividades religiosas; as trombetas ressoavam nos

    jogos atléticos e nos concertos; mas agora toda a música silenciará para sempre jamais.

    Nunca mais se ouvirá o ruído dos artesãos dedicados a seus respectivos artesanatos. O ruído do martelo sobre o metal, o da serra

    contra a madeira silenciarão para sempre.

    Nunca mais se ouvirá o ruído das atividades domésticas. A moenda era feita pelas mulheres na cozinha. Trabalhava-se com duas pedras circulares, uma em cima da outra. O trigo era introduzido por um buraco

    praticado na pedra de acima. Era moído ao raspar as duas pedras entre si e a farinha saía por baixo. O chiar da pedra contra a pedra, que era um dos sons habituais em todas as casas, nunca voltará a escutar-se.

    Nunca mais se acenderão as luzes das ruas, ou as luzes das casas. O que sobrar das ruas se converterá numa boca de lobo. Cessará o amável costume de deixar uma luz na entrada das casas para dar as boas-vindas

    aos visitantes.

    Nunca mais se ouvirá o barulho das festas de bodas, porque até o amor desaparecerá de Roma. Jeremias utilizou a mesma imagem para

    referir-se à destruição de Babilônia (Jr 25:10, Jr 7:34, Jr 16:9).

    Roma deverá transformar-se numa triste e silenciosa desolação. E este castigo cairá sobre ela por razões bem definidas.

    Virá porque seus comerciantes eram os maiores da Terra; virá porque Roma adorava o luxo e a ostentação, porque vivia de maneira incontrolada e não encontrava prazer nas coisas do espírito.

    Virá porque fez desencaminhar os homens com suas bruxarias.

    Naum chamou Nínive “mestra de feitiçarias” (Na 3:4). Roma flertou com os poderes das trevas para envilecer o mundo.

    Virá porque Roma é culpada de ter derramado sangue de inocentes.

    Ezequiel condena a Atiro por ser uma cidade "sangrenta" (Ez 24:6). Em Roma pereceram os mártires e a perseguição que se iniciou nela cobrou suas vítimas em todo o mundo.

    Está perto o dia da rendição de contas. As ruas buliçosas serão lugares silenciosos como uma tumba; de toda a riqueza acumulada por

    Roma não ficará nada; as luzes se escurecerão e reinarão as trevas; não haverá alegria. Este é o destino de uma civilização que se construiu sem Deus.

    Antes de começar o estudo detalhado dos últimos quatro capítulos do Apocalipse, convém que antecipemos o esquema que se desenvolve nestes e a sucessão dos acontecimentos que antecipam.

    Começam com o regozijo universal pela destruição de Babilônia, a

    grande rameira, o poder de Roma (Ap 19:1-10). Segue com a aparição do cavalo branco, sobre o qual vem montado aquele que é Fiel e Verdadeiro (Ap 19:11-13).

    O capítulo 20 começa com o encadeamento do Diabo no abismo durante 1.000 anos (Ap 20:1-3). A seguir ressuscitam os mártires, para reinar com Cristo durante esse mesmo período. Mas os outros mortos ainda não ressuscitam (Ap 20 4-6). No final dos 1:000 anos Satanás é posto em liberdade durante um pouco de tempo; trava-se o ultimo conflito entre Cristo e seus inimigos e os inimigos de Deus, os quais são destruídos. Satanás é lançado para sempre no lago de fogo e enxofre (Ap 20:7-10). Então vem a ressurreição geral e o juízo de todos os homens (Ap 20:11-14). Por último, temos a descrição do Novo Céu e a Nova Terra, da Nova Jerusalém, que substituirá todas as coisas que foram aniquiladas (Ap 21:1—22:5).

    Estes, então, são os últimos acontecimentos da história, que conduzem à bem-aventurança final dos que se consagraram e se

    dedicaram a Deus com fidelidade, à destruição dos poderes do mal e dos inimigos de Deus e a bem-aventurada recriação de um mundo novo, destinado a substituir ao velho.


    Dicionário

    Almas

    alma | s. f. | s. f. pl.

    al·ma
    (latim anima, -ae, sopro, ar, respiração, princípio vital)
    nome feminino

    1. Religião Parte imortal do ser humano.

    2. Pessoa, indivíduo.

    3. Habitante.

    4. Índole.

    5. Vida.

    6. Consciência.

    7. Espírito.

    8. Figurado Agente, motor principal; o que dá força e vivacidade.

    9. Essência, fundamento.

    10. Entusiasmo, calor.

    11. Ânimo, coragem, valor.

    12. Ente querido.

    13. [Técnica] Interior da arma de fogo.

    14. [Música] Peça de madeira no interior do violino, entre o tampo superior e o inferior, por baixo do cavalete.

    15. Parte bicôncava do carril entre a cabeça e a patilha.

    16. Pedaço de cabedal entre a sola e a palmilha de um sapato.

    17. Pedaço de sola que fortalece o enfranque do calçado.

    18. Válvula do fole.

    19. Curva da sola do pé, entre o calcanhar e a base lateral do dedo grande do pé.

    20. Vão que o fuso deixa na maçaroca ou do novelo, etc.

    21. Chancela ou sinete de carta.

    22. Mote de divisa.

    23. Peça interior do botão coberto.


    almas
    nome feminino plural

    24. Pequeno monumento na berma de um caminho que representa em geral almas do Purgatório, frequentemente construído em homenagem a ou em memória de entes queridos ou como cumprimento de promessa. = ALMINHAS


    alma de cântaro
    [Informal, Depreciativo] Paspalhão, estúpido, simplório.

    alma de chicharro
    [Informal, Depreciativo] Pessoa de carácter frouxo e brando.

    alma penada
    A que vagueia penando pelo mundo.


    Azeite

    A principal fonte de azeite entre os judeus era a oliveira. Havia comércio de azeite com os negociantes do Tiro, os quais, provavelmente, o exportavam para o Egito, onde as oliveiras, na maior parte, não o produzem de boa qualidade. Foi na quantidade de 20.000 batos (2 Cr 2.10), ou 20 coros (1 Rs 5.11), o azeite fornecido por Salomão a Hirão. o comércio direto desta produção era, também, sustentado entre o Egito e a Palestina (1 Rs 5.11 – 2 Cr 2.10,15 – Ed 3:7is 30:6 – 57.9 – Ez 27:17os 12:1). A ‘oferta de manjares’, prescrita pela Lei, era, freqüentes vezes, misturada com azeite (Lv 2:4-7,15 -8.26,31 – Nm 7:19Dt 12:17 – 32.13 – 1 Rs 17.12,15 – 1 Cr 12.40 – Ez 16:13-19). o azeite estava incluído entre as ofertas de primeiros frutos (Êx 22:29 – 23.16 – Nm 18:12Dt 18:4 – 2 Cr 31,5) – e o seu dízimo era reclamado (Dt 12:17 – 2 Cr 31.5 – Ne 10:37-39 – 13.12 – Ez 45:14). o azeite ‘para a luz’ devia ser, por expressa ordenação, o azeite das azeitonas esmagadas no lagar (Êx25.6 – 27.20,21 -35.8 – Lv 24:2 – 1 Sm3.3 – 2 Cr 13.11 – Zc 4:3-12). Usava-se o azeite na consagração dos sacerdotes (Êx 29:2-23Lv 6:15-21), no sacrifício diário (Êx 29:40), na pu-rificação do leproso (Lv 14:10-18,21,24,28), e no complemento do voto dos nazireus (Nm 6:15). Certas ofertas deviam efetuar-se sem aquele óleo, como, por exemplo, as que eram feitas para expiação do pecado (Lv 5:11) e por causa de ciúmes (Nm 5:15). os judeus também empregavam o azeite para friccionar o corpo, depois do banho, ou antes de uma ocasião festiva, mas em tempo de luto ou dalguma calamidade abstinham-se de usá-lo. Nos banquetes dos egípcios havia o costume de ungir os hóspedes – os criados ungiam a cabeça de cada um na ocasião em que tomavam o seu lugar à mesa (Dt 28:40Rt 3:3 – 2 Sm 12.20 – 14.2 – Sl 23:5 – 92.10 – 104. 15 – is S1.3 – Dn 10:3Am 6:6Mq 6:15Lc 7:46). Também se aplicava o azeite externamente ou internamente como medicamento (is 1:6Mc 6:13Lc 10:34Tg 5:14). Geralmente era ele empregado nos candeeiros, que no Egito têm um depósito de vidro, onde primeiramente se derrama água: a mecha é feita de algodão, torcida em volta de uma palha (Mt 25:1-8Lc 12:35). o azeite indicava alegria, ao passo que a falta denunciava tristeza, ou humilhação (is 61:3Jl 2:19Ap 6:6). Muitas vezes é tomado simbolicamente o azeite por nutrição e conforto (Dt 32:13 – 33.24 – 29:6Sl 45:7 – 109.18 – is 61:3). (*veja Unção, oliveira.)

    Azeite Óleo tirado de azeitonas, as quais são produzidas pelas OLIVEIRAS. Era usado na alimentação (1Rs 17:12) e para pôr em ferimentos (Lc 10:34), para passar no corpo como cosmético (Sl 104:15), para iluminação (Mt 25:4), para a UNÇÃO 1, de doentes (Jc 5:14) e de hóspedes (Lc 7:46). Pela unção pessoas eram separadas para serviço especial (reis: (1Sm 10:1); profetas: (1Rs 19:15-16); e sacerdotes: (Ex 28:41) e também objetos sagrados (Act Exo 30:22-33).

    Azeite Alimento obtido da azeitona prensada. Além de alimento, na época de Jesus era utilizado para a iluminação (Mt 25:3ss.), como remédio (Lc 10:34; Mc 6:13) e como cosmético (Mt 6:17; Lc 7:46). O azeite da parábola das virgens (Mt 25:3ss.) simboliza a fidelidade espiritual dos discípulos que devem, nessa atitude, esperar a parusia.

    substantivo masculino Óleo de oliva ou azeitona, muito usado em culinária.
    Óleo extraído de outros frutos, de plantas ou da gordura de certos animais.
    Estar com (ou nos) seus azeites, estar de mau humor, estar aborrecido.

    Cardamomo

    Dicionário Comum
    substantivo masculino Planta herbácea da família das zingiberáceas, que ocorre no Sudeste da Ásia e cujas sementes têm sabor apimentado.
    Fonte: Priberam

    Dicionário da Bíblia de Almeida
    Cardamomo Planta cujas sementes aromáticas são usadas como tempero (Ap 18:13).
    Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil

    Carros

    masc. pl. de carro

    car·ro
    (latim carrus, -i, carro de quatro rodas, carroça)
    nome masculino

    1. Veículo de rodas para transporte de pessoas ou mercadorias (ex.: carro de bois).

    2. Veículo com motor próprio, geralmente com quatro rodas, destinado a transporte de passageiros ou de carga. = AUTOMÓVEL

    3. Vagão que corre sobre carris. = CARRUAGEM

    4. Bobina para enrolar fios. = CARRETE, CARRETEL, CARRINHO

    5. Figurado Dependência, sujeição.

    6. [Tipografia] Parte móvel de uma máquina de impressão.

    7. Parte da máquina de escrever que se desloca lateralmente.

    8. [Marinha] Parte da popa que indica a altura da água que tem o leme.

    9. [Marinha] Parte mais grossa e inferior da verga de mezena.

    10. Ventre da lagosta.

    11. [Regionalismo] Quarenta (falando-se dos anos de idade).


    carro celular
    [Portugal] Viatura de polícia, com compartimento traseiro fechado, usada para transportar presos. (Equivalente no português do Brasil: camburão.)

    carro de assalto
    [Militar] O mesmo que carro de combate.

    carro de cesto
    [Portugal: Madeira] Espécie de tobogã para dois passageiros, conduzido por dois carreiros, que o manobram com cordas numa ladeira íngreme.

    carro de combate
    [Militar] Veículo automotor blindado, geralmente com lagartas e armado com metralhadoras, canhões, lança-chamas, mísseis, etc.

    carro de manchego
    [Artilharia] Carro de munição da artilharia.

    carro de mão
    Veículo com apenas uma roda dianteira, geralmente com duas barras na parte de trás para ser empurrado e usado para transportar materiais. = CARRINHO DE MÃO

    carro de praça
    Carro de aluguer. = TÁXI

    carro eléctrico
    Viatura urbana de transporte de passageiros, geralmente com apenas uma composição, movida por electricidade e que circula sobre carris de ferro. = ELÉCTRICO, TRÂMUEI

    Automóvel movido a electricidade.


    Cavalos

    masc. pl. de cavalo

    ca·va·lo
    (latim caballus, -i)
    nome masculino

    1. Quadrúpede equídeo.

    2. [Jogos] Peça do jogo de xadrez.

    3. Unidade de um corpo de cavalaria.

    4. [Desporto] Aparelho de ginástica destinado a saltos, que consiste num corpo de forma rectangular ou oval, estofado ou forrado. = MESA

    5. [Tanoaria] Banco de tanoeiro.

    6. Ferro com que se movem as peças quentes dos fogões de cozinha a lenha.

    7. [Agricultura] Tronco em que se coloca o enxerto. = PORTA-ENXERTO

    8. Cancro sifilítico.

    9. [Física, Metrologia] Unidade dinâmica (equivalente a uma força que num segundo de tempo levanta a um metro de altura 75 kg de peso). = CAVALO-VAPOR

    10. Ictiologia Designação comum de vários peixes teleósteos frequentes na costa portuguesa. = PEIXE-GALO

    11. [Portugal, Informal] Droga opióide, alcalóide sucedâneo da morfina, com propriedades analgésicas e narcóticas, e que causa elevada dependência física. = HEROÍNA

    12. Figurado Pessoa grosseira, sem modos. = ANIMAL, BESTA, CAVALGADURA

    13. Figurado Pessoa que revela falta de inteligência. = BESTA, BURRO, CAVALGADURA

    14. [Popular] [Jogos] Cada uma das cartas de jogar representativas de um pajem. = VALETE

    15. [Brasil] [Vestuário] [Vestuário] Parte central da calça desde a cintura até ao entrepernas. = GANCHO


    a cavalo dado não se olha o dente
    Não se reclama de ou põe defeito a coisa ou situação oferecida.

    aguentar os cavalos
    [Informal] Controlar uma situação difícil.

    cair do cavalo
    Ter uma grande surpresa.

    cavalo cerrado
    Cujos dentes estão rasos e já não denunciam a idade.

    cavalo com alças
    [Brasil] [Desporto] Aparelho de ginástica que consiste num corpo de forma rectangular ou oval, assente sobre quatro pés e dotado de duas pegas. (Equivalente no português de Portugal: cavalo de arções.)

    cavalo com arções
    [Portugal] [Desporto] O mesmo que cavalo de arções.

    cavalo da sela
    O que fica à mão esquerda do cocheiro.

    cavalo de arções
    [Portugal] [Desporto] Aparelho de ginástica que consiste num corpo de forma rectangular ou oval, assente sobre quatro pés e dotado de duas pegas. (Equivalente no português do Brasil: cavalo com alças.)

    cavalo de batalha
    Antigo [Militar] Cavalo adestrado à guerra.

    Argumento valioso e habitual.

    cavalo de cem moedas
    [Informal] Pessoa muito vistosa.

    cavalo de cobrição
    Garanhão.

    cavalo de estado
    Cavalo que vai num cortejo sem cavaleiro.

    cavalo de sela
    Cavalo próprio para ser montado.

    cavalo de Tróia
    História Grande cavalo de madeira levado pelos troianos para dentro das suas muralhas, que permitiu aos guerreiros gregos, escondidos no seu interior, entrar e conquistar a cidade de Tróia.

    Meio de traição através de uma infiltração.

    cavalo pastor
    Garanhão.

    de cavalo para burro
    De uma situação ou estado para outro pior ou menos favorável.

    tirar o cavalo da chuva
    [Informal] Desistir de uma pretensão ou objectivo. = TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA


    masc. pl. de cavalo

    ca·va·lo
    (latim caballus, -i)
    nome masculino

    1. Quadrúpede equídeo.

    2. [Jogos] Peça do jogo de xadrez.

    3. Unidade de um corpo de cavalaria.

    4. [Desporto] Aparelho de ginástica destinado a saltos, que consiste num corpo de forma rectangular ou oval, estofado ou forrado. = MESA

    5. [Tanoaria] Banco de tanoeiro.

    6. Ferro com que se movem as peças quentes dos fogões de cozinha a lenha.

    7. [Agricultura] Tronco em que se coloca o enxerto. = PORTA-ENXERTO

    8. Cancro sifilítico.

    9. [Física, Metrologia] Unidade dinâmica (equivalente a uma força que num segundo de tempo levanta a um metro de altura 75 kg de peso). = CAVALO-VAPOR

    10. Ictiologia Designação comum de vários peixes teleósteos frequentes na costa portuguesa. = PEIXE-GALO

    11. [Portugal, Informal] Droga opióide, alcalóide sucedâneo da morfina, com propriedades analgésicas e narcóticas, e que causa elevada dependência física. = HEROÍNA

    12. Figurado Pessoa grosseira, sem modos. = ANIMAL, BESTA, CAVALGADURA

    13. Figurado Pessoa que revela falta de inteligência. = BESTA, BURRO, CAVALGADURA

    14. [Popular] [Jogos] Cada uma das cartas de jogar representativas de um pajem. = VALETE

    15. [Brasil] [Vestuário] [Vestuário] Parte central da calça desde a cintura até ao entrepernas. = GANCHO


    a cavalo dado não se olha o dente
    Não se reclama de ou põe defeito a coisa ou situação oferecida.

    aguentar os cavalos
    [Informal] Controlar uma situação difícil.

    cair do cavalo
    Ter uma grande surpresa.

    cavalo cerrado
    Cujos dentes estão rasos e já não denunciam a idade.

    cavalo com alças
    [Brasil] [Desporto] Aparelho de ginástica que consiste num corpo de forma rectangular ou oval, assente sobre quatro pés e dotado de duas pegas. (Equivalente no português de Portugal: cavalo de arções.)

    cavalo com arções
    [Portugal] [Desporto] O mesmo que cavalo de arções.

    cavalo da sela
    O que fica à mão esquerda do cocheiro.

    cavalo de arções
    [Portugal] [Desporto] Aparelho de ginástica que consiste num corpo de forma rectangular ou oval, assente sobre quatro pés e dotado de duas pegas. (Equivalente no português do Brasil: cavalo com alças.)

    cavalo de batalha
    Antigo [Militar] Cavalo adestrado à guerra.

    Argumento valioso e habitual.

    cavalo de cem moedas
    [Informal] Pessoa muito vistosa.

    cavalo de cobrição
    Garanhão.

    cavalo de estado
    Cavalo que vai num cortejo sem cavaleiro.

    cavalo de sela
    Cavalo próprio para ser montado.

    cavalo de Tróia
    História Grande cavalo de madeira levado pelos troianos para dentro das suas muralhas, que permitiu aos guerreiros gregos, escondidos no seu interior, entrar e conquistar a cidade de Tróia.

    Meio de traição através de uma infiltração.

    cavalo pastor
    Garanhão.

    de cavalo para burro
    De uma situação ou estado para outro pior ou menos favorável.

    tirar o cavalo da chuva
    [Informal] Desistir de uma pretensão ou objectivo. = TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA


    Cinamomo

    Cinamomo Canela (Ct 4:14), RA). Entrava na composição do óleo usado para UNGIR os sacerdotes (Ex 30:23), RA).

    o cinamomo é a casca de uma árvore, importada do extremo oriente – Cochinchina, Ceilão, e a Costa de Malabar – sendo conhecida na Palestina desde tempos remotos. Acha-se mencionada em Êx 30:23, como uma das partes componentes do óleo da santa unção – em Pv 7:17, como um perfume para o leito – em Ct 4:14, como uma das plantas do jardim que é a imagem da noiva – e Ap 18:13 (canela de cheiro), como uma das mercadorias da grande Babilônia.

    substantivo masculino Substância aromática usada pelos antigos e que pelas descrições pode ser a canela.
    Botânica Gênero da família das lauráceas, cuja espécie tipo é a caneleira.
    [Brasil] Planta da família das meliáceas, também chamada jasmim-azul.

    Corpos

    masc. pl. de corpo

    cor·po |cô| |cô|
    (latim corpus, -oris)
    nome masculino

    1. Tudo o que ocupa espaço e constitui unidade orgânica ou inorgânica.

    2. O que constitui o ser animal (vivo ou morto).

    3. Cadáver.

    4. Tronco humano.

    5. Parte do vestuário que cobre o tronco.

    6. Parte principal ou central de certos objectos.

    7. Classe de indivíduos da mesma profissão (ex.: corpo docente, corpo estudantil). = CORPORAÇÃO, GRUPO

    8. Grupo de pessoas que forma uma das entidades responsáveis por um serviço ou função, numa instituição (ex.: corpos gerentes; corpos sociais). = ÓRGÃO

    9. Grupo, multidão.

    10. Regimento.

    11. Grande divisão de um exército que opera conjuntamente.

    12. Colecção.

    13. Consistência, grossura.

    14. Densidade.

    15. Calibre da altura dos caracteres tipográficos.

    16. Figurado Contexto; base; importância.

    17. [Anatomia] Parte principal de um osso ou músculo.


    corpo a corpo
    Com encontro directo dos corpos de duas ou mais pessoas, geralmente em confronto (ex.: luta corpo a corpo).

    corpo caloso
    [Anatomia] Tecido medular que une os hemisférios do cérebro.

    corpo cavernoso
    [Anatomia] Cada uma das estruturas em forma de coluna no pénis ou no clitóris, compostas de tecido eréctil cavernoso.

    corpo celeste
    [Astronomia] Massa de matéria no espaço sideral, cujo tamanho pode ir desde o tamanho dos pequenos asteróides, passando pelos planetas, até à grandes estrelas.

    corpo cetónico
    [Bioquímica] Cada uma das substâncias produzidas no processo de degradação dos ácidos gordos no organismo.

    corpo da obra
    [Encadernação] Texto de uma obra sem os elementos acessórios (guardas, costura, etc.).

    corpo de delito
    [Direito] Verificação da existência de um crime e suas circunstâncias.

    Documento que o descreve.

    corpo do livro
    [Encadernação] Conjunto formado pelos cadernos, uma vez cosidos. = MIOLO

    corpo esponjoso
    [Anatomia] Estrutura em forma de coluna no pénis ou no clitóris, composta de tecido eréctil esponjoso.

    corpo gerencial
    O mesmo que corpos sociais.

    corpo negro
    [Física] O que absorve totalmente qualquer radiação electromagnética que incida sobre ele mas que não reflecte nenhuma.

    corpos gerentes
    O mesmo que corpos sociais.

    corpos sociais
    Conjunto de pessoas que formas os vários órgãos responsáveis pela administração de uma empresa ou de uma associação (ex.: os corpos sociais da associação incluem a direcção, a assembleia-geral e o conselho fiscal). = ÓRGÃOS SOCIAIS

    corpo vítreo
    [Anatomia] Substância gelatinosa e transparente que ocupa o fundo do globo ocular por trás do cristalino. = HUMOR VÍTREO

    dar de corpo
    Defecar.

    em corpo
    Sem xaile ou sem capa.

    em corpo bem feito
    Sem agasalho.

    meio corpo
    Da cintura para cima.

    tomar corpo
    Tomar consistência, principiar a ter visos de verdade.

    Plural: corpos |có|.

    Farinha

    substantivo feminino Pó extraído dos grãos dos cereais, com o qual se faz pão, bolo etc: farinha de trigo, de arroz, de mandioca.
    Pó obtido pela trituração de diversas sementes de qualquer substância farinácea.
    Botânica Árvore da família das leguminosas, Dimorphandra mollis, com flores amarelas, vagens carnosas; barbatimão.
    expressão Farinha de rosca. Pão torrado e moído que se usa em culinária.
    Tirar farinha. Levar vantagem em briga ou discussão, exigir satisfações, provocar briga.
    Etimologia (origem da palavra farinha). Do latim farina.

    Flor

    substantivo feminino Órgão reprodutor dos vegetais fanerogâmicos.
    Planta de flores: a cultura das flores.
    Produto pulverulento obtido pela sublimação ou decomposição: flor-de-enxofre.
    Objeto ou desenho que representa uma flor.
    Figurado Tempo em que um ser tem toda a força, todo o vigor: estar na flor da idade.
    A parte mais fina, mais sutil de algumas substâncias: a flor da farinha.
    A nata, o escol, a parte mais apreciada de um todo: a flor dos rapazes da vila.
    A parte externa do couro.
    Tudo que nos sorri ao espírito, que encanta nossa alma.
    Pessoa amável, gentil, delicada.
    Fina flor, escol.
    Flor artificial, imitação da flor natural, de papel, pano ou metal.
    Flores de retórica, ornamento poético, elegâncias da frase.
    À flor de, à superfície, ao nível de: raízes à flor da terra.
    Presa à haste por um pedúnculo, na base do qual se acha uma bráctea, uma flor completa compõe-se de: um perianto, em que se distingue um cálice externo formado de sépalas, e uma corola, formada de pétalas, muitas vezes coloridas e odorantes; um androceu, formado nos órgãos masculinos, ou estames, cuja antera contém os sacos de pólen; um gineceu, ou pistilo, órgão feminino, cujo ovário, encimado por um estilete e um estigma, é provido de óvulos. Após a fecundação, o ovário produz um fruto, enquanto cada óvulo produz uma semente. Em numerosos vegetais, as flores são incompletas, seja pela redução do perianto (gimnospermas, apétalas), seja pela ausência dos estames ou do pistilo (flores unissexuadas).

    substantivo feminino Órgão reprodutor dos vegetais fanerogâmicos.
    Planta de flores: a cultura das flores.
    Produto pulverulento obtido pela sublimação ou decomposição: flor-de-enxofre.
    Objeto ou desenho que representa uma flor.
    Figurado Tempo em que um ser tem toda a força, todo o vigor: estar na flor da idade.
    A parte mais fina, mais sutil de algumas substâncias: a flor da farinha.
    A nata, o escol, a parte mais apreciada de um todo: a flor dos rapazes da vila.
    A parte externa do couro.
    Tudo que nos sorri ao espírito, que encanta nossa alma.
    Pessoa amável, gentil, delicada.
    Fina flor, escol.
    Flor artificial, imitação da flor natural, de papel, pano ou metal.
    Flores de retórica, ornamento poético, elegâncias da frase.
    À flor de, à superfície, ao nível de: raízes à flor da terra.
    Presa à haste por um pedúnculo, na base do qual se acha uma bráctea, uma flor completa compõe-se de: um perianto, em que se distingue um cálice externo formado de sépalas, e uma corola, formada de pétalas, muitas vezes coloridas e odorantes; um androceu, formado nos órgãos masculinos, ou estames, cuja antera contém os sacos de pólen; um gineceu, ou pistilo, órgão feminino, cujo ovário, encimado por um estilete e um estigma, é provido de óvulos. Após a fecundação, o ovário produz um fruto, enquanto cada óvulo produz uma semente. Em numerosos vegetais, as flores são incompletas, seja pela redução do perianto (gimnospermas, apétalas), seja pela ausência dos estames ou do pistilo (flores unissexuadas).

    As flores abundam na Palestina, embora muito poucas sejam mencionadas na Bíblia. À sua beleza se refere o Cantares de Salomão (2,12) e Mateus (6.28). Também há referências às flores, como emblemas da natureza transitória da vida humana, em 14:2Sl 103:15is 28:1-40.6 e Tg 1:10.

    Flor
    1) Órgão de reprodução das plantas (Sl 103:15).


    2) “Flor da idade” é a juventude, a mocidade (1Co 7:36).


    3) “Fina flor” é o grupo mais alto da sociedade (Ez 23:7, RA).


    4) “Flor de farinha” é a farinha mais fina (Gn 18:6).


    Homens

    masc. pl. de homem

    ho·mem
    (latim homo, -inis)
    nome masculino

    1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

    2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

    3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

    5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

    6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

    7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

    8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

    9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


    abominável homem das neves
    Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

    de homem para homem
    Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

    homem de armas
    Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

    Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

    homem de Deus
    Figurado O que é bondoso, piedoso.

    [Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

    homem de Estado
    [Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

    homem de lei(s)
    Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

    homem de letras
    Literato, escritor.

    homem de mão
    Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

    homem de Neandertal
    [Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

    homem de negócios
    Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

    homem de palha
    [Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

    homem de partido
    [Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

    homem de pé
    Peão.

    homem público
    Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

    Plural: homens.

    masc. pl. de homem

    ho·mem
    (latim homo, -inis)
    nome masculino

    1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

    2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

    3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

    5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

    6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

    7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

    8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

    9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


    abominável homem das neves
    Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

    de homem para homem
    Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

    homem de armas
    Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

    Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

    homem de Deus
    Figurado O que é bondoso, piedoso.

    [Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

    homem de Estado
    [Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

    homem de lei(s)
    Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

    homem de letras
    Literato, escritor.

    homem de mão
    Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

    homem de Neandertal
    [Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

    homem de negócios
    Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

    homem de palha
    [Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

    homem de partido
    [Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

    homem de pé
    Peão.

    homem público
    Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

    Plural: homens.

    Incenso

    Incenso Resina aromática de certas árvores que, misturada com ESPECIARIAS (Ex 30:34-38), era queimada nas cerimônias de adoração a Deus (Lv 16:13), de manhã e à tarde (Ex 30:1-10). O incenso era símbolo das orações que subiam para Deus (Sl 141:2; Ap 8:3-5).

    Incenso Produto resinoso extraído por meio de uma incisão na casca de uma árvore procedente da Índia, Somália ou Arábia do Sul. Era utilizado para fins litúrgicos (Lc 1:9-11).

    substantivo masculino Resina aromática extraída principalmente de uma planta da Arábia e da Abissínia, da família das terebintáceas, e que desprende à combustão um cheiro agradável e forte. (É usado em certas cerimônias litúrgicas.).
    Figurado Elogio, lisonja.
    As pessoas às vezes acrescentam sândalo ou outras substâncias ao incenso para que desprenda odores especiais. Geralmente o incenso é apresentado comercialmente em forma de pó ou bastões.

    Substância seca, resinosa, aromática, de cor amarela, de gosto amargo e picante, mas extremamente odorífera. A árvore, de onde se extrai a goma por incisão na casca, cresce na Arábia e na india. Chama-se, também, incenso ao fumo que se eleva pela combustão daquela substância aromática. Há duas palavras hebraicas que se traduzem por incenso – uma significa propriamente a espécie de goma – a outra refere-se ao fumo que sai do sacrifício e do incensário. o incenso era oferecido, ou juntamente com outras oblações (como em Lv 2:1), ou só sobre o altar do incenso (Êx 30:1-9), ou num incensário (Lv 16:12Nm 16:17). A preparação do incenso acha-se descrita em Êx 30:34-38 – e as ocasiões cerimoniais para queimar o incenso em Êx 30:7-8 – igualmente no dia da expiação era posto o incenso sobre o fogo (Lv 16. 12, 13). No N.T. é somente mencionado o incenso em relação com o culto do templo (Lc 1:10-11), e no Apocalipse (5.8 – 8.3,4 – e 18.13). os seus vapores aromáticos eram considerados símbolo da oração que sobe até Deus (Sl 142:2Ap 5:8 – 8.3, 4), dando, de certo modo, uma idéia da perfeição de Deus nos vários elementos que entravam na sua composição. Também eram uma manifestação típica da intercessão de Cristo. Durante os quatro primeiros séculos da igreja cristã não há indicio algum do uso do incenso no culto cristão, embora isso fosse vulgar nos serviços religiosos do paganismo. o uso do incenso em fumigações apareceu mais tarde, constituindo depois um rito.

    Incenso veio do latim "incensum", queimado, do verbo "incendere", queimar, raiz do português "incendiar", mas passou a designar substância resinosa aromática que, ao ser queimada, primeiramente em sacrifícios religiosos e mais tarde em cerimônias litúrgicas, ensejou significado específico a partir do odor penetrante que exala.

    Mirra

    substantivo feminino Goma-resina de cheiro agradável usada na fabricação de perfume e incenso.
    É extraída do tronco de árvores e arbustos do gênero Commiphora, que crescem no leste da África e no sul da Arábia. A mirra é vendida para a indústria sob a forma de lágrimas (gotas).

    Mirra, palavra de origem semítica, fez escala no grego "mýrrha" e no latim "myrra", designando resina extraída de árvores originárias da África, utilizada na fabricação de perfumes e ungüentos. Com o tempo, devido ao fato de a mirra ser utilizada no embalsamento de cadáveres, formou-se no português o verbo mirrar, com o sentido de definhar, ganhar a aparência de defunto.

    A mirra é mencionada na Bíblia como um ingrediente do ‘ó1eo de unção’, para o tabernáculo (Êx 30:23-25). Foi apresentada pelos magos ao menino Jesus – foi-lhe oferecida, sendo recusada, quando já estava no Calvário – e fazia parte das especiarias, que puseram no Seu corpo (Mt 2:11Mc 15:23Jo 19:39). A referência à mirra em Ct 5:5-13 e em Et 2:12 implicam uma preparação, designada pelo nome de ‘óleo de mirra’. Em Gn 37:25-43.11 a tradução é incorreta. A substância mencionada nestas passagens, como fazendo parte das mercadorias, levadas pelos negociantes ismaelitas através da Palestina para o Egito, e dos presentes mandados por Jacó a José, é uma resina produzida por uma espécie de Cistus que se encontra na Palestina, Chipre, eem outras partes da área do Mediterrâneo. Em outros tempos era muito estimada, mas hoje quase não é usada, a não ser pelos turcos, que apreciam a planta como perfume e para fumigações. Só foi introduzida no Egito em tempos posteriores aos acontecimentos descritos no Gênesis – e eis a razão por que achavam conveniente oferecê-la aos governadores do Egito. Como se sabe, a mirra é a goma transudada pelos golpes feitos na casca de uma certa árvore.

    Mirra
    1) Resina tirada de uma pequena árvore do Oriente Médio, com a qual se fazia um perfume agradável e um remédio que, misturado com vinho, servia como calmante (Sl 45:8); (Mc 15:23)

    2) Porto da LÍCIA (At 27:5).

    Mirra Resina viscosa que, misturada com óleos, servia para fabricar perfumes. É um dos presentes que os magos ofereceram a Jesus (Mt 2:11). Misturada com vinho, podia aliviar as dores dos condenados à morte. Jesus negou-se a beber essa mistura quando estava na cruz (Mc 15:23). Essa substância fez parte do material com o qual o corpo de Jesus foi embalsamado (Jo 19:39).

    Ovelhas

    Ovelhas Jesus empregou essa palavra de maneira simbólica para expressar sua compaixão e amor aos seres humanos desprovidos de bons pastores (Mt 9:36; 10,6) e à humanidade perdida que ele — o Bom Pastor que cuida realmente de suas ovelhas (Jo 10:1-27) — vem para redimir (Mt 18:12; Lc 15:4-6). Sua mansidão pode ser imitada pelos falsos profetas (Mt 7:15). Em sua missão evangelizadora, os discípulos assemelham-se às ovelhas em meio aos lobos (Mt 10:16; 26,31); em alguns casos, como o de Pedro, são chamados a ser pastores das outras ovelhas (Jo 21:16ss.).

    Perfume

    Perfume Ver Aloé, Aroma, Incenso, Mirra, Nardo.

    os primeiros perfumes eram usados para atrair os deuses e amenizar sua fúria. Os líquidos aromáticos queimados em altares eram chamados pela palavra em latim: per fumus. A fórmula e o modo de preparação eram segredos guardados a sete chaves.

    Era vulgar o uso de perfumes entre os hebreus e outros orientais, antes de serem conhecidos dos gregos e romanos. Moisés fala da arte de perfumista do Egito, e refere-se à composição de dois perfumes: um era para ser oferecido sobre o altar de ouro, outro para ungir o sumo sacerdote e os vasos sagrados (Êx 30:23-25,34, e seg.). os perfumes eram, também empregados na embalsamação, sendo compostos de mirra, aloés, e outras drogas fortes e adstringentes para evitar a infecção e a corrupção. Muitas pessoas também se perfumavam (Et 2:12). o esposo nos Cantares de Salomão recomenda o perfume da sua esposa (Ct 3:6), e é saudado com termos semelhantes. Duma maneira especial ele indica o nardo, o cinamomo, a mirra e o aloés. isto prova que tanto homens, como mulheres, faziam uso destes aromas, e isso ainda hoje se pratica naqueles países, onde o calor e a ausência da água quase que obrigam a fazer uso das essências ativas, e dos desinfetantes (Et 2:12Dn 10:3). os perfumes eram preparados na forma de líquidos, de pomadas, e de pós. E também de um modo concentrado para diluição. Deve-se observar que entre os orientais, o sentido do olfato é muito mais penetrantemente desenvolvido do que entre os europeus. Diz-se que os árabes muitas vezes mandam passar maçãs em volta da mesa do festim, não para serem comidas, mas com o fim de cada convidado gozar do seu bom aroma.

    substantivo masculino Cheiro, odor agradável.
    Figurado Agrado, deleite.

    Trigo

    substantivo masculino Planta herbácea anual, da família das gramíneas, que produz o grão (cariopse) de que se extrai a farinha usada especialmente para o fabrico do pão: o trigo é o cereal por excelência, a planta alimentar mais cultivada no mundo.

    Cedo aparece o trigo como objetode cultura na Palestina, no Egito, e países circunvizinhos (Gn 26:12 – 27.28 – 30.14). o Egito era afamado pela superabundante produção de cereais (Gn 12:10 e seg.). o trigo que hoje cresce na Palestina, e provavelmente o do tempo da Bíblia, não diferem da espécie, que conhecemos, o triticum vulgare dos botânicos, mas há diferentes variedades. Na Palestina é semeado o trigo em novembro ou dezembro, e recolhido em maio ou junho, segundo o clima e a localidade. No Egito fazia-se a colheita um mês mais cedo, sendo em ambos os países colhida a cevada três ou quatro semanas antes do trigo. o trigo silvestre da Palestina foi há alguns anos reconhecido, mas é apenas uma pequena planta.

    Trigo CEREAL com que se faz o pão (Pv 11:26; Lc 3:17).

    Vinho

    substantivo masculino Bebida alcoólica resultante da fermentação da uva sob efeito de certas leveduras.
    Essa bebida feita pela fermentação do sumo de outras frutas.
    Licor análogo, que se extrai de certas plantas.
    Coloração da uva ou cor do vinho tinto.
    Copo, cálice ou garrafa de vinho: comprei dois vinhos ontem.
    Figurado O que causa embriaguez; bebedeira: o vinho do seu sorriso.
    adjetivo Que tem a cor do vinho; roxo, arroxeado: vestido vinho.
    Diz-se dessa cor: seu vestido era vinho.
    expressão Vinho de mesa. Vinho que se costuma beber às refeições.
    Vinho doce. Vinho feito de uva bem madura, e que possui qualidades muito sacarinas.
    Vinho rascante. Vinho adstringente, que deixa certo travo na garganta.
    Vinho seco. Vinho que não é doce e possui sabor firme e são.
    Vinho tinto. Vinho de cor avermelhada.
    Vinho verde. Vinho ácido, produzido com uvas pouco maduras e pouco doces.
    Etimologia (origem da palavra vinho). Do latim vinum.i.

    o sumo das uvas produzia diversas espécies de vinho. Pisadas as uvas no lagar, corria o sumo para uma cuba. A esse sumo chamavam ‘vinho novo’ – e os judeus bebiam-no nesse estado – mas passado pouco tempo, principiava a fermentação. o vinho fermentado tinha diversos nomes. Algum era pouco melhor do que o vinagre, e formava a bebida comum dos operários, ou dos trabalhadores do campo durante o calor da colheita (Rt 2:14). Foi este o vinho, fornecido em enormes quantidades por Salomão, para os rachadores de lenha no Líbano (2 Cr 2.10). o vinagre que deram ao Salvador, quando estava na cruz (Mc 15:36), era provavelmente a ‘posca’, uma mistura de vinho e água que costumavam dar aos soldados romanos – e o vinho com mirra era uma bebida estupefaciente (*veja 23). o vinho não era somente misturado com água, mas também o aromatizavam algumas vezes (Sl 75:8Pv 9:2-5 – 23.30). o A.T. alude muitas vezes ao vício em que caíram os hebreus e outros povos da antigüidade, bebendo excessivamente, e também faz muitas referências às vergonhosas cenas de orgia por ocasião das festas, no tempo da vindima. igualmente, Belsazar e Xerxes tinham os seus ‘banquetes de vinho’ – Neemias aparece como copeiro de Artaxerxes – e Naum e Habacuque acusaram os ninivitas e os caldeus de serem vergonhosamente desregrados (Na 1.10 – 2.1 – 3.11 – Dn 5:1-2Hc 2:15-16). Em conformidade com estas passagens acham-se muitas vezes exemplificados, nas esculturas assírias, o uso e o abuso do fruto da vide. os profetas do oitavo século antes de Cristo referem-se freqüentemente aos banquetes, nos quais bebiam demasiadamente as classes mais ricas da comunidade. Amós descreve com viveza aquelas orgias dos príncipes de Samaria, que se estendiam sobre as camas de marfim e bebiam vinho por taças (6.4 a 6). oséias escreve que no dia do aniversário natalício do rei, os príncipes se tornaram doentes com a excitação do vinho (os 7:5) – e isaías exclamava (28.1): ‘Ai da soberba coroa dos bêbados de Efraim.’ o mesmo profeta denuncia os habitantes de Jerusalém deste modo: ‘Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice, e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta’ (is 5:11). Jesus Cristo, em Caná da Galiléia, mudou a água em vinho (Jo 2:9-10). Acham-se indicações no N.T. de que o vinho era algumas vezes bebido em excesso: (Jo 2:10At 2:13 – 1 Co 5.11 e 6.10 – Ef 5:18). Paulo (Rm 14:21) sugere a lei da abstinência para o bem-estar dos outros, mas recomenda um pouco de vinho a Timóteo, em vista da sua fraqueza física (1 Tm 5.23). (*veja Videira, Lagar de Vinho.)

    Vinho Bebida alcoólica resultante da fermentação natural do suco de uvas (Pv 20:1); (Ef 5:18).

    Vinho Ver Álcool.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Apocalipse 18: 13 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    eG2532 καίG2532 canela de cheiroG2368 θυμίαμαG2368, especiariasG2792 κινάμωμονG2792, incensoG2368 θυμίαμαG2368, unguentoG3464 μύρονG3464, bálsamoG3030 λίβανοςG3030, vinhoG3631 οἶνοςG3631, azeiteG1637 ἔλαιονG1637, flor de farinhaG4585 σεμίδαλιςG4585, trigoG4621 σίτοςG4621, gadoG2934 κτῆνοςG2934 eG2532 καίG2532 ovelhasG4263 πρόβατονG4263; eG2532 καίG2532 de cavalosG2462 ἵπποςG2462, de carrosG4480 ῥέδαG4480, de escravosG4983 σῶμαG4983 e até almasG5590 ψυχήG5590 humanasG444 ἄνθρωποςG444.
    Apocalipse 18: 13 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    95 d.C.
    G1637
    élaion
    ἔλαιον
    eira
    (the threshing floor)
    Substantivo
    G2368
    thymíama
    θυμίαμα
    ()
    G2462
    híppos
    ἵππος
    ()
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2792
    kinámōmon
    κινάμωμον
    ()
    G2934
    ktēnos
    κτῆνος
    ocultar, esconder, enterrar
    (and hid)
    Verbo
    G299
    ámōmos
    ἄμωμος
    sem defeito
    (blameless)
    Adjetivo - Masculino no Plurak acusativo
    G3030
    líbanos
    λίβανος
    olíbano (árvore)
    (frankincense)
    Substantivo - acusativo masculino singular
    G3464
    mýron
    μύρον
    ()
    G3631
    oînos
    οἶνος
    conclusão, destruição, consumação, aniquilação
    (and failing)
    Substantivo
    G4263
    próbaton
    πρόβατον
    objeto de compaixão ou pena, coisa de dar pena
    (that pities)
    Substantivo
    G444
    ánthrōpos
    ἄνθρωπος
    homem
    (man)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G4480
    rhéda
    ῥέδα
    de / a partir de / de / para
    (from)
    Prepostos
    G4585
    semídalis
    σεμίδαλις
    moradia, habitação, refúgio
    ([is thy] refuge)
    Substantivo
    G4621
    sîtos
    σῖτος
    ()
    G4983
    sōma
    σῶμα
    o nome original do último rei de Judá antes do cativeiro; também conhecido como
    (Mattaniah)
    Substantivo
    G5590
    psychḗ
    ψυχή
    ficar tempestuoso, enfurecer
    (and was very troubled)
    Verbo


    ἔλαιον


    (G1637)
    élaion (el'-ah-yon)

    1637 ελαιον elaion

    do mesmo que 1636; TDNT - 2:470,221; n n

    1. óleo de oliva
      1. para combustível de lâmpadas
      2. para cura do doente
      3. para ungir a cabeça e o corpo em festas
      4. mencionado entre os artigos de comércio

    θυμίαμα


    (G2368)
    thymíama (thoo-mee'-am-ah)

    2368 θυμιαμα thumiama

    de 2370; n n

    1. substância aromática queimada, incenso

    ἵππος


    (G2462)
    híppos (hip'-pos)

    2462 ιππος hippos

    de afinidade incerta; TDNT - 3:336,369; n m

    1. cavalo

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    κινάμωμον


    (G2792)
    kinámōmon (kin-am'-o-mon)

    2792 κινναμωμον kinamomon

    de origem estrangeira cf 7076; n n

    1. cinamom era uma substância aromática bem conhecida, a casca do “Laurus cinnamonum” chamado “Korunda-gauhah” no Ceilão

    κτῆνος


    (G2934)
    ktēnos (ktay'-nos)

    2934 κτημος ktenos

    de 2932; n n

    1. uma besta
      1. esp. burro de carga
      2. usado para animais quadrúpedes como oposto a peixes e pássaros

    ἄμωμος


    (G299)
    ámōmos (am'-o-mos)

    299 αμωμος amomos

    de 1 (como partícula negativa) e 3470; TDNT - 4:830,619; adj

    1. sem defeito
      1. como um sacrifício sem mancha ou defeito
    2. moralmente: sem defeito, perfeito, irrepreensível

    Sinônimos ver verbete 5887


    λίβανος


    (G3030)
    líbanos (lib'-an-os)

    3030 λιβανος libanos

    de origem estrangeira 3828; TDNT - 4:263,533; n m

    olíbano (árvore)

    olíbano (perfume ou resina aromática)


    μύρον


    (G3464)
    mýron (moo'-ron)

    3464 μυρον muron

    provavelmente de origem estrangeira [cf 4753, 4666]; TDNT - 4:800,615; n n

    1. ungüento

    οἶνος


    (G3631)
    oînos (oy'-nos)

    3631 οινος oinos

    palavra primária (ou talvez de origem hebraica 3196); TDNT - 5:162,680; n m

    vinho

    metáf. vinho abrasador da ira de Deus


    πρόβατον


    (G4263)
    próbaton (prob'-at-on)

    4263 προβατον probaton também diminutivo προβατιον probation

    provavelmente de um suposto derivado de 4260; TDNT - 6:689,936; n n

    1. qualquer quadrúpede, animal domesticado acostumado a pastar, gado pequeno (op. gado grande, cavalos, etc.), mais comumente uma ovelha ou uma cabra
      1. ovelha, este é sempre o sentido no NT

    ἄνθρωπος


    (G444)
    ánthrōpos (anth'-ro-pos)

    444 ανθρωπος anthropos

    de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m

    1. um ser humano, seja homem ou mulher
      1. genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
      2. para distinguir humanos de seres de outra espécie
        1. de animais e plantas
        2. de Deus e Cristo
        3. dos anjos
      3. com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
      4. com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
      5. com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
      6. com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
      7. com referência ao sexo, um homem
    2. de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
    3. no plural, povo
    4. associada com outras palavras, ex. homem de negócios

    ῥέδα


    (G4480)
    rhéda (hred'-ah)

    4480 ρεδα rheda

    de origem latina; n f

    1. carruagem, um tipo de veículo que tem quatro rodas

    σεμίδαλις


    (G4585)
    semídalis (sem-id'-al-is)

    4585 σεμιδαλις semidalis

    provavelmente de origem estrangeira; n f

    1. a mais fina farinha de trigo

    σῖτος


    (G4621)
    sîtos (see'-tos)

    4621 σιτος sitos

    plural irregular neutro σιτα sita de derivação incerta; n m

    1. trigo, grão

    σῶμα


    (G4983)
    sōma (so'-mah)

    4983 σωμα soma

    de 4982; TDNT - 7:1024,1140; n n

    1. o corpo tanto de seres humanos como de animais
      1. corpo sem vida ou cadáver
      2. corpo vivo
        1. de animais
    2. conjunto de planetas e de estrelas (corpos celestes)
    3. usado de um (grande ou pequeno) número de homens estreitamente unidos numa sociedade, ou família; corpo social, ético, místico
      1. usado neste sentido no NT para descrever a igreja

        aquilo que projeta uma sombra como distinta da sombra em si


    ψυχή


    (G5590)
    psychḗ (psoo-khay')

    5590 ψυχη psuche

    de 5594; TDNT - 9:608,1342; n f

    1. respiração
      1. fôlego da vida
        1. força vital que anima o corpo e é reconhecida pela respiração
          1. de animais
          2. de pessoas
      2. vida
      3. aquilo no qual há vida
        1. ser vivo, alma vivente
    2. alma
      1. o lugar dos sentimentos, desejos, afeições, aversões (nosso coração, alma etc.)
      2. a alma (humana) na medida em que é constituída por Deus; pelo uso correto da ajuda oferecida por Deus, pode alcançar seu o seu mais alto fim e eterna e segura bemaventurança. A alma considerada como um ser moral designado para vida eterna
      3. a alma como uma essência que difere do corpo e não é dissolvida pela morte (distinta de outras partes do corpo)