Enciclopédia de Juízes 1:16-16

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jz 1: 16

Versão Versículo
ARA Os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram, com os filhos de Judá, da cidade das Palmeiras ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade; foram e habitaram com este povo.
ARC Também os filhos do Queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade: e foram, e habitaram com o povo.
TB Os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das Palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está no Neguebe de Arade; foram e habitaram com o povo da terra.
HSB וּבְנֵ֣י קֵינִי֩ חֹתֵ֨ן מֹשֶׁ֜ה עָל֨וּ מֵעִ֤יר הַתְּמָרִים֙ אֶת־ בְּנֵ֣י יְהוּדָ֔ה מִדְבַּ֣ר יְהוּדָ֔ה אֲשֶׁ֖ר בְּנֶ֣גֶב עֲרָ֑ד וַיֵּ֖לֶךְ וַיֵּ֥שֶׁב אֶת־ הָעָֽם׃
BKJ E os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá para o deserto de Judá, que fica ao sul de Arade; e eles foram e habitaram no meio do povo.
LTT Também os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade, e foram, e habitaram com este povo.
BJ2 Os filhos de Hobab, o quenita, sogro de Moisés,[f] subiram da cidade das Palmeiras com os filhos de Judá até o deserto de Judá que está no Negueb de Arad, e vieram habitar com o povo.
VULG Filii autem Cinæi cognati Moysi ascenderunt de civitate palmarum cum filiis Juda, in desertum sortis ejus, quod est ad meridiem Arad, et habitaverunt cum eo.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Juízes 1:16

Êxodo 3:1 E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe.
Êxodo 4:18 Então, foi-se Moisés, e voltou para Jetro, seu sogro, e disse-lhe: Eu irei agora e tornarei a meus irmãos que estão no Egito, para ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro a Moisés: Vai em paz.
Êxodo 18:1 Ora, Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moisés e a Israel seu povo; como o Senhor tinha tirado a Israel do Egito.
Êxodo 18:7 Então, saiu Moisés ao encontro de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, e perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda.
Êxodo 18:12 Então, tomou Jetro, o sogro de Moisés, holocausto e sacrifícios para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moisés diante de Deus.
Êxodo 18:14 Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde?
Êxodo 18:27 Então, despediu Moisés o seu sogro, o qual se foi à sua terra.
Números 10:29 Disse, então, Moisés a Hobabe, filho de Reuel, o midianita, sogro de Moisés: Nós caminhamos para aquele lugar de que o Senhor disse: Vo-lo darei; vai conosco, e te faremos bem; porque o Senhor falou bem sobre Israel.
Números 21:1 Ouvindo o cananeu, o rei de Arade, que habitava para a banda do sul, que Israel vinha pelo caminho dos espias, pelejou contra Israel e dele levou alguns deles por prisioneiros.
Números 24:21 E, vendo os queneus, alçou a sua parábola e disse: Firme está a tua habitação, e puseste o teu ninho na penha.
Deuteronômio 34:3 e o Sul, e a campina do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar.
Josué 12:14 o rei de Horma, outro; o rei de Arade, outro;
Juízes 3:13 E ajuntou consigo os filhos de Amom e os amalequitas, e foi, e feriu a Israel, e tomaram a cidade das Palmeiras.
Juízes 4:11 E Héber, queneu, se tinha apartado dos queneus dos filhos de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha estendido as suas tendas até ao carvalho de Zaananim, que está junto a Quedes.
Juízes 4:17 Porém Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de Héber, queneu, porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu.
I Samuel 15:6 E disse Saul aos queneus: Ide-vos, retirai-vos e saí do meio dos amalequitas, para que vos não destrua juntamente com eles, porque vós usastes de misericórdia com todos os filhos de Israel, quando subiram do Egito. Assim, os queneus se retiraram do meio dos amalequitas.
I Crônicas 2:15 a Ozém, o sexto, e a Davi, o sétimo.
II Crônicas 28:16 Naquele tempo, o rei Acaz mandou pedir aos reis da Assíria, que o ajudassem.
Jeremias 35:2 Vai à casa dos recabitas, e fala com eles, e leva-os à Casa do Senhor, a uma das câmaras, e dá-lhes vinho a beber.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS

Início do segundo milênio a.C.

UM CONTEXTO CRONOLÓGICO

Gênesis 12:50 trata da relação de Deus com um homem, Abraão, e seus descendentes: Isaque, Jacó (Israel) e seus doze filhos, dos quais José é o mais destacado. É difícil situar os "patriarcas", como costumam ser chamados, num período histórico exato. Para isso, é preciso considerar, em grande medida, a data fornecida para um acontecimento posterior da história bíblica, a saber, o êxodo, para o qual são definidas duas datas (como veremos em detalhes mais adiante).
Uma das datas para o êxodo é 1447 a.C.' Considerando-se que os israelitas permaneceram no Egito durante 430 anos, pode-se concluir que Jacó e seus filhos chegaram ao Egito em 1877 a.C. Assim, Abraão deve ter nascido na metade do século XXII a.C.
A outra data para o êxodo é c. 1270 a.C. Aceitando-se os mesmos dados mencionados acima, Abraão deve ter nascido por volta de 2000 a.C.
Alguns estudiosos também consideram que a estadia de Israel no Egito foi mais curta e situam os patriarcas num período posterior (mais próximo de nossa época), entre os séculos 20 e XVI a.C., a Média Idade do Bronze II.

ABRÃO VIAJA DE UR PARA HARÀ Tera, o pai de Abrão (como ele era conhecido naquele tempo), deixou "Ur dos caldeus"* e se assentou em Harà, na fronteira norte da Mesopotâmia, 32 km a sudeste da atual cidade turca de Urfa. Para alguns, Ur e Urfa se referem ao mesmo lugar, mas, nesse caso, Abrão teria voltado pelo mesmo caminho de onde veio antes de partir para Canaâ. Na verdade, a designação "Ur dos caldeus" resolve a questão. Os caldeus foram um povo que viveu no sul do Iraque do final do segundo milênio em diante.
Assim, Ur dos caldeus deve ser identificada com a cidade famosa de Ur, no sul do Iraque, conhecida hoje como Tell el- Muqayyar. Ur era um dos centros de uma civilização sofisticada vários séculos antes de Abraão, como indicam o Cemitério Real de Ur e o zigurate (templo em forma de torre) de Ur-Nammu, datados respectivamente de c. 2500 a.C. e 2113-2096 a.C.

ABRÃO VIAJA DE CANAÁ PARA O EGITO

Quando Abrão estava com cerca de 75 anos de idade, ele respondeu ao chamado de Deus para deixar seu país, seu povo e a casa de seu pai e se dirigir à terra que o Senhor lhe mostraria.* Abrão foi para Canaã, a terra prometida, mas uma grave escassez de alimento o levou a buscar refúgio no Egito. Lá, sua esposa Sarai (chamada posteriormente de Sara) chamou a atenção do Faraó.

EM CANAÃ

Ao voltar a Canaã, Abrão se tornou extremamente rico em rebanhos, prata e ouro. Tinha tantos rebanhos que precisou se separar de seu sobrinho, Ló, o qual escolheu armar suas tendas próximo a Sodoma, cujos habitantes eram conhecidos por sua grande perversidade. De acordo com Gênesis 19:24-25, "fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina". Não há dúvidas que Sodoma e Gomorra ficavam próximas, ou talvez debaixo, do atual mar Morto, mas é impossível determinar a localização exata das duas cidades proporção extraordinária de sal (25 por cento) do mar Morto pode ser evidência dessa calamidade.
Abrão (Pai exaltado) se tornaria Abraão (Pai de muitos)." ¡ Agar, a serva de Sara, lhe deu à luz Ismael e a própria Sara lhe deu à luz Isaque (o filho da promessa).° Quando Sara faleceu em Quiriate-Arba (atual Hebrom), Abraão comprou de Efrom, o heteu, um campo com uma caverna e ali sepultou a esposa. Posteriormente, Abraão, seu filho Isaque, Rebeca, esposa de Isaque, seu filho Jacó e Lia, a esposa de Jacó, também foram sepultados nesse local.
Isaque reabriu os poços que haviam sido cavados por Abraão no vale de Gerar e, de acordo com João 4:5-6, Jacó cavou um poço em Sicar, próximo a Siquém.
Fica evidente que os patriarcas eram homens de grande riqueza e influência em Canaã. Abrão tinha trezentos e dezoito "homens dos mais capazes" à sua disposição.' Aliás, a expressão "homens dos mais capazes" é bastante antiga, pois também aparece em textos egípcios de execração (maldição) do final do século XIX a.C. Os patriarcas se casaram com parentas: Isaque se casou com Rebeca, sobrinha neta de seu pai, e Jacó se casou com suas primas Lia e Raquel. Essas três mulheres eram da região de Harã, também chamada Harâ- Naharaim e Pada-Arã.

 

 

Por Paul Lawrence


Árvore genealógica dos patriarcas
Árvore genealógica dos patriarcas
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

CIDADES DO MUNDO BÍBLICO

FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃO
Várias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:


(1) acesso à água;
(2) disponibilidade de recursos naturais;
(3) topografia da região;
(4) topografia do lugar;
(5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.


O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs 5:12) e Tadmor (localizada num oásis luxuriante e fértil no meio do deserto Oriental). Devido à disponibilidade de água doce nesses lugares, aí foram encontrados assentamentos bem anteriores à aurora da história bíblica, e esses dois estão entre alguns dos assentamentos mais antigos ocupados ininterruptamente no mundo bíblico. Outras cidades foram estabelecidas de modo a estarem bem perto de recursos naturais. A localização de Jericó, um dos assentamentos mais velhos da antiga Canaã, é uma excelente ilustração. A Jericó do Antigo Testamento foi construída ao lado de uma fonte excepcionalmente grande, mas também é provável que a cidade tenha sido estabelecida ali porque aquela fonte ficava perto do mar Morto e de seus recursos de betume. O betume era um produto primário de grande valor, com inúmeros usos. Na Antiguidade remota, o mar Morto era uma das poucas fontes conhecidas desse produto, de sorte que o betume dali era recolhido e transportado por todo o Egito e boa parte do Crescente Fértil. Como consequência, uma motivação econômica inicialmente levou à região uma colônia de operários e logo resultou na fundação de uma povoação nas proximidades. De modo análogo, a localização da antiga cidade de Sardes, situada próxima da base do monte Tmolo e junto do ribeiro Pactolo, foi com certeza determinada pela descoberta de ouro naquele lugar, o que criou sua renomada riqueza.
Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C.
A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso.
Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares.
A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is 11:10) e um tell de 0,8 quilômetros quadrados que era um dos maiores de Canaã. A localização da cidade foi ditada pela posição e trajeto da Grande Estrada Principal. Durante toda a Antiguidade, Hazor serviu de porta de entrada para a Palestina e pontos mais ao sul, e com frequência textos seculares se referem a ela associando-a ao comércio e ao transporte. Da mesma forma, é muito provável que linhas de comunicação tenham sido o fator determinante na escolha do lugar onde as cidades de Gaza e Rabá/Ama vieram a ser estabelecidas.
Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js 11:13; Jr 30:18-49.
2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.

A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS
Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados.
A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js 13:4), na planície de Sarom (1Sm 4:1), na Galileia (Js 19:30) e em Gola (1Rs 20:26-30). I Existe Socó ("lugar espinhoso") 45 na Sefelá (1Sm 17:1), em Judá (Is 15:48) e na planície de Sarom (1Rs 4:10). 16 Conforme ilustrado aqui, normalmente a homonímia acontece devido ao fato de os nomes dos lugares serem de sentido genérico: Hazor significa "terreno cercado", Belém significa "celeiro", Migdal significa "torre", Abel significa "campina", Gibeá significa "colina'", Cades significa "santuário cultual", Aim significa "fonte", Mispá significa "torre de vigia", Rimom significa "romã/ romázeira" e Carmelo significa "vinha de Deus". Por isso não é surpresa que, na Bíblia, mais de um lugar seja associado com cada um desses nomes. Saber exatamente quando postular outro caso de homonímia sempre pode ser problemático na criação de um atlas bíblico. Outra dimensão da mesma questão complexa acontece quando um mesmo nome pode ser aplicado alternadamente a uma cidade e a uma província ou território ao redor, como no caso de Samaria (1Rs 16:24, mas 1Rs 13:32), Jezreel (1Rs 18:45-46, mas Js 17:16), Damasco (Gn 14:15, mas Ez 27:18) ou Tiro (1Rs 7:13, mas 2Sm 24:7).
A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.


Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização.
Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável.
Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is 15:11), embora, na verdade, o local tenha sido designado para a tribo de Da (Is 19:43). Nesse aspecto, a sequência das cidades neste último texto é significativa: Ecrom está situada entre as cidades da Sefelá (Zorá, Estaol, Bete-Semes e Aijalom) e outras situadas nas vizinhanças de Jope, no litoral (Bene-Beraque e Gate-Rimom), o que fortalece a suposição de que se deve procurar Ecrom perto da fronteira ocidental da Sefelá (Js 19:41-42,45). Além do mais, Ecrom era a cidade mais ao norte dentro da área controlada pelos filisteus (Js 13:3) e era fortificada (1Sm 6:17-18). Por fim, Ecrom estava ligada, por uma estrada, diretamente a Bete-Semes e, ao que se presume, separada desta última por uma distância de um dia de viagem ou menos (1Sm 6:12-16). Desse modo, mesmo sem o testemunho posterior de registros neoassírios,149 Ecrom foi procurada na moderna T. Migne, um tell situado onde a planície Filisteia e a Sefelá se encontram, na extremidade do vale de Soreque, no lado oposto a Bete-Semes.
Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:


De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística.

Principais cidades da Palestina
Principais cidades da Palestina
Principais cidades da Palestina
Principais cidades da Palestina
Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
Principais sítios arqueológicos da Palestina
Principais sítios arqueológicos da Palestina

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Gênesis e as viagens dos patriarcas

Informações no mapa

Carquemis

Alepo

Ebla

Hamate

Tadmor (Palmira)

Hobá

Sídon

Damasco

GRANDE MAR

Tiro

Asterote-Carnaim

Megido

Dotã

Siquém

Sucote

Penuel

Betel

Gileade

Belém

CANAÃ

Gaza

Hebrom

MOABE

Torrente do Egito

Gerar

Berseba

Poço de Reobote

Bozra

Sur

Poço de Beer-Laai-Roi

Gósen

Ramessés

Om

Mênfis

EGITO

Rio Nilo

Cades, En-Mispate

Deserto de Parã

EDOM, SEIR

Temã

Avite

El-Parã (Elate)

Harã

PADÃ-ARÃ

Rio Eufrates

Mari

ASSÍRIA

Nínive

Calá

Assur

Rio Hídequel (Tigre)

MESOPOTÂMIA

ELÃO

Babel (Babilônia)

SINEAR (BABILÔNIA)

CALDEIA

Ereque

Ur

Siquém

Sucote

Maanaim

Penuel, Peniel

Vale do Jaboque

Rio Jordão

Betel, Luz

Ai

Mte. Moriá

Salém (Jerusalém)

Belém, Efrate

Timná

Aczibe

Manre

Hebrom, Quiriate-Arba

Caverna de Macpela

Mar Salgado

Planície de Savé-Quiriataim

Berseba

Vale de Sidim

Neguebe

Zoar, Bela

?Sodoma

?Gomorra

?Admá

?Zeboim


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jz 1:16
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 21
CARLOS TORRES PASTORINO
LC 2:40-52

40. E o menino crescia e fortificava-se, enchendo-se de sabedoria, e a benevolência de Deus estava sobre ele.


41. Seus pais iam anualmente a Jerusalém, pela festa da Páscoa.


42. Quando o menino tinha doze anos, subiram eles, conforme o costume da festa;


43. e findos os dias da festa, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém. sem que o soubessem seus pais.


44. Mas estes, julgando que ele estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um dia, procurando-o entre os parentes e conhecidos;


45. e não no achando, regressaram a Jerusalém à procura dele.


46. Três dias depois o encontraram no Templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os;


47. e todos os que o ouviam, muito se admiravam de sua inteligência e de suas respostas.


48. Logo que seus pais o viram, ficaram surpreendidos, e sua mãe perguntou-lhe: "Filho, por que procedeste assim conosco? Teu pai e eu te procuramos aflitos".


49. Ele lhes respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar no que é de meu Pai"?


50. Eles porém não compreenderam as palavras que ele dizia.


51. Então desceu com eles e foi para Nazaré e estava-lhes sujeito. Mas sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.


52. E Jesus progredia em sabedoria, em maturidade e em benevolência (amor) diante de Deus e dos homens.


Lucas coloca o regresso a Nazaré logo após a apresentação ao Templo, ignorando por completo qualquer outro acontecimento. Diz-nos ele que o menino crescia e fortificava-se (na parte física) enchendose de sabedoria (na parte intelectual). Alguns manuscritos acrescentam "fortificava-se em espírito". O interessante a notar é que o evangelista salienta que o desenvolvimento da personalidade de Jesus se processava normalmente: não possuía a sabedoria total infusa, mas a adquiria aos poucos. Essa opinião é acatada por certos autores, como Cirilo de Jerusalém (Patrol. Graeca, vol. 75, col. 1332) e Tomás de Aquino (Summa Theologica, III, q. XII, a. 2). Explicam que, como "homem" (como personalidade) Jesus progrediu segundo as leis naturais, crescendo seu conhecimento concomitantemente com o corpo.


A lei mosaica ordenava que todos os homens que chegassem à idade da puberdade deveriam visitar o Templo de Jerusalém três vezes por ano: na Páscoa, no Pentecostes e na festa dos Tabernáculos (EX 23:14-17; EX 34:23 e DT 16:16), preceito que não incluía as mulheres. A ida de Jesus aos doze anos não era ainda obrigatória, de vez que só aos quinze o homem se tornava realmente "israelita" ou "filho do preceito" (bar misheváh).


A festa da Páscoa durava sete dias, finalizando com grande solenidade (EX 12:15 ss; LV 23:5 ss; e DT 16:1 ss). O menino, com doze anos e muita inteligência, não era vigiado. Assim, ao organizar-se o primeiro acampamento à noite, na viagem de regresso, José e Maria deram por falta dele. Não o acharam entre os parentes e amigos. No dia seguinte regressaram a Jerusalém, observando outros grupos que saíam da cidade e não no encontraram durante todo aquele dia, nem mesmo na casa de conhecidos. No terceiro dia, resolveram ir ao Templo, e lá o descobriram, sentado entre os doutores (ou melhor, entre os "mestres" - didáskaloi).


As perguntas que lhes fazia, e as respostas que lhes dava, encheram os velhos mestres de admiração e estupor, em vista da sabedoria muito acima de sua idade, que ele revelava.


Os pais também ficaram atônitos, tanto pela cena que presenciavam, como pelo modo de agir com eles. Vem a frase de repreensão de Maria, que, falando a Jesus a respeito de José (única vez que isto acontece) lhe dá o título de "pai": "teu pai e eu".


Jesus responde. São as primeiras palavras Suas que este Evangelho reporta.


A resposta é incisiva e esclarecedora: ele precisava estar no que era de Seu pai. Há três interpretações da expressão grega έν τοϊς τοΰ πατρό

ς . 1. ª) no que é de meu Pai; 2. ª) na cas8. de meu Pai; 3. ª) nos neg ócios de meu Pai.


Ao regressar a Nazaré, Jesus estava sujeito a seus pais (obediência), desenvolvendo-se gradativamente na parte intelectual (sabedoria), na parte psíquica e emocional (maturidade) e na parte moral e espiritual (benevolência ou amor).


A anotação de Lucas (prescindindo das particularidades narradas por Mateus) ensina-nos que o Homem-

Novo se recolhe à Galileia ("jardim fechado") consagrando-se ao Senhor. Nesse ambiente, o espírito, embora "menino", cresce e se fortifica, enchendo-se de Sabedoria e aprofundando-se cada vez mais em seu coração, conquistando ("tomando de assalto", MT 11:12) o Reino de Deus, e imergindo na benevolência divina que o envolve.


Ao completar doze anos de consagração íntima a Deus, e preparação pessoal, o menino vai pela vez primeira enfrentar o grande centro religioso.


Por que aos "doze anos"? O arcano 12 tem profundo significado: no plano superior simboliza os messias ou enviados; no plano humano exprime o holocausto, o sacrifício de si mesmo em benefício da coletividade. O sacrifício é sempre feito no plano da matéria (os 12 signos zodiacais), que é especializado para a experimentação e provação dos espíritos, único plano cm que estes recebem o impulso indispensável para a subida.


O evangelista anota que Jesus SUBIU para Jerusalém (que significa "visão da paz"). Se é verdade que Jerusalém estava construída no alto de um monte, não o é menos que para "ver-se a paz" verdadeira é mister subir vibracionalmente ao plano do espírito.


Seus pais José e Maria (isto é, os que conseguiram o "nascimento do menino", o intelecto e a intuição) são chamados aos seus afazeres, e DESCEM de Jerusalém para o mundo de lutas (plano advers ário, ou diabólico). Repentinamente, "dão por falta" do Cristo, de quem perderam o contato. Aí come ça ansiosa busca entre parentes e conhecido (talvez voltando ao antigo hábito de orações a santos e guias). Mas não no encontram.


São então forçados a voltar a Jerusalém, a reingressar na "visão da paz", e só depois de algum tempo (três dias) de permanência nesse estado de meditação, é que o surpreendem novamente "no Templo", ou seja, no local sagrado onde habita a Centelha Divina: o coração, "templo de Deus", "Tabernáculo do Espírito Santo".


O intelecto e a intuição alegram-se ao reencontrá-lo, e o recriminam por haver desaparecido. A resposta é exata: "onde me encontraríeis, senão neste templo interior do coração, senão no que é de meu Pai"? Então, para que procurar? Já sabemos todos onde encontrá-lo.


Depois, mais firmes na fé, unidos mais do que nunca ao Cristo Interno, compreendem que deverão voltar ao "mundo" levando-o consigo, sem distrair-se com "parentes e conhecidos". Lidando no mundo sem perder contato com Deus em nossos corações. E é isso o que faz a intuição, que tudo percebeu, e "guardou tudo o que ocorreu em seu coração", em seu registro íntimo.


E no versículo final está resumida toda a ascensão sublime: Jesus progredia no tríplice aspecto: da individualidade (sabedoria), da personalidade (maturidade) e da divindade (benevolência = amor), não só em relação a Deus, como em relação aos homens. É o progresso que temos que perlustrar: avançar sempre, conquistando cada vez mais nos três campos.


SIMBOLISMO CÓSMICO


Acenamos (Visita dos Magos, 5 - O Astro) que O nascimento de Jesus passou a ser comemorado a 25 de dezembro, para conformar-se à data do "nascimento" do sol no solstício do inverno. Aprofundemos as observações - atentos a que estamos sempre referindo-nos ao hemisfério NORTE.


Jesus e comparado ao SOL (que exprime fogo, produzido pela fricção da madeira - era filho de u "carpinteiro" - e, qual o fogo, produz Luz). Eis algumas das datas escolhidas além dessa citada e seu cotejo com os fatos astronômicos:

1. - A concepção de Maria (Virgem) é colocada a 8 de dezembro, quando a constelação Virgo surge nos céus do hemisfério boreal, antes do solstício de inverno.


2. - Nove meses após, o nascimento de Mana é comemorado a 8 de setembro (signo de Virgo), quando a lua surge nessa constelação.


3. - A 25 de março, signo de Aries (Carneiro), festeja-se a anunciação (à concepção de Jesus), exatamente no início da primavera, estação da fecundação geral na Terra, quando em Roma se celebrava à festa de Anna Perenna (recordemos que, pela tradição a mãe de Maria era chamada Ana) ; Anna Perenna era representada pela lua, que se renovava todos os meses. No mês de março também eram comemoradas as concepções em Devanaguy (mãe de Krishna) e em Isis (mãe de Hórus).


4. - Três meses após, recorda-se a visita de Maria a Isabel, a 2 de julho, época em que Maria se oculta, para só reaparecer no nascimento de Jesus. Aí exatamente, no signo de Câncer (Carangueijo) a constelação de Virgo se oculta anualmente sob o horizonte do hemisfério norte, não sendo vista.


5. - A 25 de dezembro, signo de Capricórnio, após haver chegado ao horizonte a constelação de Virgo a 8 de dezembro, comemora-se o nascimento de Jesus (assim como o de Krishna, de Hórus e de Apolo), correspondendo a data à entrada do Sol no solstício do inverno (natalis Solis invicti). O hemisfério boreal celeste apresenta, nessa época, a seguinte configuração: aos pés de Virgo, a cabeça da constelação da Serpente ("a mulher te ferirá na cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar". GN 3:15). A oeste a constelação do Touro e de Orion, com suas três estrelas em fila, em direção a Virgo, representando os "três reis magos". Completa o quadro a constelação do Carneiro, que lembra a homenagem dos "pastores". E justamente o sol inicia sua nova eclíptica na constelação de Virgo (daí Jesus filho da Virgem Maria).


6. - O mês de maio era consagrado, entre os egípcios, a Isis, mãe de Hórus. e entre os romanos a Maia (donde tirou o nome) a deusa da fecundação primaveril do planeta, senão, por isso, entre eles, o mês preferido para os casamentos.


7. - Quando a Terra ingressou no signo de Aries, 2. 000 anos antes de Cristo, o sacrifício religioso típico era o do cordeiro, salientado também na festa da Páscoa. Na época de Jesus ingressou a Terra no signo de Peixes. A palavra "peixe", em grego ІΧΟΥΣ, contém as iniciais da frase "Jesus Cristo, filho de Deus. Salvador" (Іησους Χριστος θεου Υιος Σωτηρ) . E a figura do "peixe" simbolizou Jesus entre os primitivos cristãos. Com Sua vinda, cessaram também os sacrifícios cruentos de cordeiros: pedia-se aos que acreditavam Nele, que se sacrificassem, corrigindo seus vícios. E o ritual para indicar a mudança de vida, a passagem do "homem-velho" (signo de Aries) ao "homemnovo, signo de Peixes), era exatamente imitar a vida dos peixes, mergulhando dentro d’água (batismo). Aos apóstolos diz Jesus que os fará "pescadores de homens" MT 4:19, MC 1:17). E o batismo permaneceu na Terra durante toda a era dos Peixes, oficialmente, como símbolo de admissão na "barca" de Pedro.


LC 3:1-6

1. No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia. Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Felipe tetrarca da região da Itureia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene,


2. sendo sumos sacerdotes Anãs e Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.


3. E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o mergulho da reforma mental para a rejeição dos erros,


4. como está escrito no livro das palavras de Isaías: "Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas I veredas;


5. todo o vale será aterrado e todo monte e cuteiro será arrasado, os caminhos tortos far-se-ão direitos e os escabrosos, planos,


6. e todo homem verá a salvação de Deus". MT 3:1-6


1. Naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia:


2. "Reformai vosso pensamento, porque se aproxima de vós o reino dos céus".


3. Porque é a João que se refere o que foi dito pelo profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas".


4. Ora, o mesmo João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta da cintura; e alimentavase de gafanhotos e mel silvestre.


5. Então ia ter com ele o povo de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão.


6. E eram por ele mergulhados no rio Jordão, confessando seus erros.


MC 1:1-6

1. Princípio da Boa Nova de Jesus Cristo.


2. Conforme está escrito no profeta Isaías: "Eis aí envio eu meti anjo ante a tua face, que há de preparar o teu caminho;


3. Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas",


4. apareceu João Batista no deserto, pregando o mergulho da reforma mental para a rejeição dos erros.


5. E saíam a ter com ele toda a terra da Judeia e todos os moradores de Jerusalém. e eram por ele mergulhados no rio Jordão, confessando seus erros.


6. Ora João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta. da cintura, e comia gafanhotos e mel silvestre.


Depois de adiantado o trabalho, já no capítulo 3. º, Lucas dá-nos finalmente apontamentos mais precisos para estabelecermos uma cronologia da vida de Jesus. Estudemos os vários dados históricos fornecidos. 1. º - "No 15. º ano do reinado de Tibério César"

Tibério sucedeu a Augusto, à morte deste, no dia 19 de agosto de 767 de Roma, 14 de nossa era (Dion, 56, 31). Nessa ocasião, assumiu o título de "César", e começou de fato a "reinar".


Segundo essa cronologia, o 15. º ano de seu reinado, na qualidade de César, ocorre de 19-8-28 a 19-8- 29 de nossa era (781 a 782 de Roma). O início da pregação de João ter-se-ia dado nesse ano de 28; o mergulho de Jesus (que contaria então 35 anos) teria ocorrido antes da Páscoa de 29, e sua morte na Páscoa (14 de nisan) do ano 31 de nossa era (784 de Roma) contando Jesus 37 anos de idade.


Há duas variantes na interpretação dessa data: a) diz-se que, de fato, Tibério foi "associado" ao governo de Augusto no ano 11 (764 de Roma).


No entanto, não usava o título de César, nem tampouco assumiu as rédeas do governo, porque não permaneceu em Roma. Com efeito, no ano 7 Tibério partiu para a Dalmácia, levando reforço de tropas a Germânico (Dion, 55, 31); no fim do ano 8 regressa a Roma (Dion, 56:11) aonde chega no início do ano 9, assistindo aos jogos triunfais em sua homenagem (Dion, 56, 1). Na primavera (maio), volta à Dalmácia (Suet., Tib., 16) dirigindo-se, no outono (outubro-novembro) ao Reno (Germânia). No ano 10 Tibério está novamente em Roma, e no dia 10 de janeiro faz a dedicação do Templo da Concórdia (Mommsen, Hist. Rom., 10, pág. 60). Logo após segue para o Reno, assumindo o comando das tropas romanas e passa nessa região todo esse ano e o ano 11 (Mommsen, Hist. RM 9, pág. 61) assim como o ano 12 (Hermann Shulz, Quaestiones Ovidianae, pág. 55). No ano 13 (Schulz, ibidem), em Roma, celebra a 16 de janeiro o triunfo pela guerra da Panonia, recebendo de Augusto, novamente, o poder tribunício sem limite de tempo (Dion, 65, 28). Nessa época e no início do ano 14, Augusto faz o recenseamento ajudado por Tibério (Suet., Oct. 27). A 19 de agosto de 14 Tibério assume o governo, começa a reinar no lugar de Augusto (Dion, 56, 29-31 e Suet., OCt., 100).


Nem para Roma, nem mesmo para as províncias, poderiam ser consideradas essas atividades de Tib ério, sobretudo extra urbem, como "reinado de Tibério César".


Esta 2. ª interpretação anteciparia todas as datas do Evangelho de dois anos, ou seja: a pregação de João e o mergulho de Jesus (que contaria 33 anos) seriam no ano 27, e sua morte no ano 29, tendo Jesus 35 anos (Cfr. Hieron., De Viris, 5; Catálogo Filocaliano e Libri Paschales do 5. º século, in Patrizi, De Evange1is, III, pág. 515).


Essa interpretação foi aceita pelo catolicismo romano, pois em 1929 comemorou com um "Ano Santo" o 19. º centenário da morte de Jesus.


b) Ponderam alguns estudiosos que o ano, na Síria, é computado a partir de 1. º de outubro. E raciocinam que talvez fosse considerado o primeiro ano do reinado o período de 19-8-14 a 1-10-14 (um mês e meio), sendo o período de 1-10-14 a 1-10-15 considerado como o segundo ano de reinado.


Essa interpretação daria um resultado intermediário às datas evangélicas, fixando-se a pregação de João e o mergulho de Jesus (que teria 34 anos) no ano 28, e Sua morte do ano 30 (tendo Jesus 36 anos). Cfr. Fouard, Vie de Jésus, II, pág. 445-448; Wieseler, Chronologische Synopse, pág. 334 e Cáspari, Einleitung, pág. 44; Pirot, Saint Jean Baptiste, pág. 123-127.


Difícil, porém, que um rápido período de pouco mais de um mês tivesse sido considerado como "Primeiro ano". 2. º - "Sendo Pôncio Pilatos Governador da Judeia"

Pôncio Pilatos foi nomeado "procurador" da Judeia, em substituição a Valério Grato, no ano 26 (Josefo, Ant. Jud., 18, 4, 2). No ano 36, Lúcio Vitélio, legado imperial na Síria, enviou Pilatos a Roma, por causa de acusações, cuja defesa não foi aceita por Calígula (Josefo, Ant. Jud., 18, 6, 10), que nomeou Marulo para substituí-lo. A cidade de residência dos procuradores romanos era Cesareia de Filipe. 3. º - "Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da região de Itureia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene" O título de "tetrarca" havia muito não designava mais o governador de um reino dividido em quatro, tanto que Antônio conferiu esse título, em 41 A. C., a Herodes o Grande, governador único da Palestina.


Todavia, à morte deste (4 A. C.), a região resultou mesmo dividida em quatro partes, sendo seus governantes: I - Arquelau, filho de Herodes o Grande e da samaritana Maltace. Recebeu, com o título de "etnarca", a Judeia, a Iduméia e a Samaria. que ele governou só dez anos: em vista de sua crueldade, foi exilado no ano 6 de nossa era para a cidade de Viena nas Gálias. Por seu afastamento, seu território passou a ser governado pelo procurador romano.


II - Herodes Antipas (ou Antípater), irmão do precedente, foi feito herdeiro por seu pai, com o título de tetrarca da Galileia e da Peréia, que governou até cerca do ano 39, quando foi exilado com sua esposa Herodíades, por Calígula, para Lyon, nas Gálias, tendo falecido na Espanha (Josefo, Ant. Jud., 18,7,2).


III - Herodes Felipe, filho de Herodes o Grande com Cleópatra de Jerusalém, foi, de 4 A. C. até 32 A. D., tetrarca da Batanéia, Traconites, Auranítides, Gaulanítides e Panéias, cidade que ele reconstruiu com o nome de Casareia de Felipe. Lucas cita apenas as duas regiões extremas.


IV - Lisânias, filho de Lisânias I, que reconquistou sua tetrarquia à morte de Herodes o Grande, governando Abilene, no Anti-Líbano, a oeste de Damasco, limite extremo-norte do ministério de Jesus. 4. º - "Sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás"

Anás (Hannah ou Ananus) era sumo-sacerdote desde o ano 6 A. C. e foi deposto em 15 A. D. por Valério Grato, governador da Judeia, que nomeou em seu lugar Ismael, filho de Fabi; em 16, Eleazer, filho de Anás, sucede a Ismael; em 17 é sumo sacerdote Simon, filho de Kamit; e em 18 sucede-lhe José, chamado Caifás, genro de Anás. Caifás manteve o cargo ininterruptamente, até 36, quando foi deposto por Vitélio. Como sogro de Caifás, Anás ter-se-lhe-ia agregado, exercendo grande influência sobre ele, a ponto de Lucas citar os dois como Pontífices Supremos, quando, por lei, deveria haver um.


Entramos, agora, nos textos equivalentes dos sinópticos, com pequeníssimas variantes.


"Veio a João a palavra de Deus", ou seja, chegou-lhe a inspiração do Alto. O deserto de Judá (Juízes 1:16) estendia-se ao sul de Arad, a leste de Bersabé. Mas o deserto da Judeia era a planície de Jericó.


João vivera retirado, entre os essênios, dos quais guarda as características, inclusive o hábito da purifica ção pela água.


Havia três tipos de "ablução" entre os judeus: l. ª) as prescritas pela Lei Mosaica em LV 14:1-32 (em caso de lepra), em LV 15:1-33 (após as relações sexuais) e em LV 11:24-27 (após tocar um cadáver). 2. ª) os "batismos" (mergulhos) essênios, para iniciação de novos membros, que se tornavam "iniciados" ou "purificados" (catharói), 3. ª) O "batismo" dos prosélitos judeus, que vinham do paganismo, e que conhecemos através de uma discussão entre as escolas de Hillel e de Chamai, e que parece ter sido um rito bem firmado já um século antes de nossa era. No 1. º século de nossa era, por influencia da escola de Hillel, tornou-se o rito de iniciação por excelência.


João não permanece parado, mas percorre toda a circunvizinhança do Jordão, pregando "o mergulho da reforma mental".


A palavra "batismo" significa realmente "mergulho", e o verbo "batizar" tem o sentido exato de "mergulhar" . Não é possível outra interpretação, da letra que é bastante clara.


O termo vulgarmente traduzido por "arrependimento" (metánoia) tem o sentido preciso de "reforma mental" (metá e noús). Não é, pois, um arrependimento no sentido de "chorar o mal que praticou", mas sim a modificação radical dos pensamentos, da mente, e do comportamento: a reforma mental.


A expressão είς άφεσιν άµαρτιώυ, geralmente traduzida "para remissão dos pecados", tem, na realidade, o sentido de "’para rejeição dos erros", Com efeito άφεσις é rejeição, repúdio, afastamento; e
άµαρτιώ

ν tem o significado muito mais vasto que pecados": é o erro em geral, qualquer erro. Pelos demais textos do Novo Testamento, verificamos que esse é o melhor sentido para essa expressão.


Interessante observar que Mateus emprega constantemente (31 vezes) "reino dos céus", que nos demais evangelistas aparece como "reino de Deus" (que Mateus só usa 4 vezes). Ambas se equivalem.


Como o nome Inefável não devia ser pronunciado, a ele se substituía a palavra Céus, no plural (no hebraico, shamaim e no aramaico shemata só havia a forma do plural). Mateus, mais arraigadamente judeu, evitava o emprego do tetragrama, escrúpulo abandonado pelos outros escritores.


O texto é de Isaías (40:3), extraído dos Septuaginta, e em Lucas aparece mais completo 40:3-3. Isaías referia-se literalmente à intervenção de Ciro, com seu edito de 538 A. C., considerado um messias, por haver salvo os israelitas do cativeiro da Babilônia. Mas Lucas emite a primeira parte do versículo 5, que, completo, diz: "e a Glória de Yahweh se manifestará e toda carne (todo homem) juntamente o verá".


Marcos, sob o nome de Isaías cita no versículo 2 o texto de Malaquias (Malaquias 3:1), com o qual emenda a cita ção de Isaías.


O que diz Malaquias confirma que João Batista é a reencarnação de Elias. E as palavras de Isaías referem o que se costumava fazer para preparar o caminho dos reis que iam visitar as cidades de seu reino: tornar mais retas as veredas, aterrar os vales, aplainar os montes e outeiros, tirar as pedras do caminho, etc. Tudo isso pode ser interpretado moralmente, no sentido de preparar os homens para receber as verdades que Jesus viria pregar.


Mateus e Marcos dão-nos a descrição física do arauto. Usava uma veste de "pelo de camelo". A palavra veste compreende as duas peças principais, a túnica e o manto. A túnica era presa aos rins por um cinto de couro.


Esse era exatamente o trajo de Elias, que trazia um cinto de couro para. prender a túnica de pelo de camelo (2RS 1:7-8) e além disso levam-nos a confirmar a crença de que João era realmente essênio.


Quanto à alimentação, fala-se em gafanhotos e mel silvestre. Os beduínos e nômades de Amman e de Petra ainda hoje utilizam esse alimento casualmente: tiram a cabeça, as patas e as asas, assam o gafanhoto sobre brasas, e dizem que não é desagradável ao paladar.


Mateus afirma que muitos eram mergulhados, "confessando seus erros", coisa que se explica pela exaltação religiosa, não rara em movimentos de alto teor místico.


O estudo do simbolismo leva-nos a várias conclusões.


Em primeiro lugar verificamos que as anotações de datas e cronologias são dadas em relação a João, e não a Jesus. Com efeito, João representa a personalidade, que ainda está sujeita a tempo e espaço, ao passo que Jesus, a individualidade, transcende tudo isso e vive na eternidade sem datas e sem pontos de referência.


Anotemos de passagem o simbolismo de alguns dos nomes citados. Além de João (Yohânan = Yahweh é favorável), temos uma descrição rápida do ambiente em que João começou o ministério da pregação. O governador supremo o "César", era a figuração de Roma, representada pelo Rio Tibre (Tiber

—Tibérius) e seu representante, lançado como uma ponte (Pontius) armada (Pilatus = armado d "pila", uma arma romana), dominava a religião (Judeia = louvor a Deus); Herodes, o idumeu (edom = vermelho, sangue), domina a região fechada (coração, Galileia) e o amigo dos cavalos (Felipe) na região rude e árida (Traconites); mas aquele que dissipa a mágoa (Lisânias) governa a planície verdejante (Abilene). Como superiores religiosos oficiais a graça (Anás) dominado pelo opressor (Caif ás). Esse o painel confuso da Terra, quando a grande personalidade de João inicia sua missão de Precursor: uns poucos bem intencionados, mas a maioria vivendo, por ignorância, na maldade e no materialismo.


Nessa situação, vem ao arauto a "palavra de Deus (não se trata do Lagos, palavra ativa, principio criador, mas de REMA, palavra discursiva, articulada, que dá ordens), incitando-o a dar início à ação.


A personalidade não é influenciada pelo Logos, que apenas atua na individualidade (coração).


João (a personalidade) falava ainda no deserto de individualidades, exortando as criaturas ainda no lano animalizado à reforma mental, a fim de renunciarem à inferioridade e renascerem pela água, em nova personalidade (da mesma forma que o renascimento do corpo se efetua através do mergulho no líquido amniótico do ventre materno). O "mergulho", pois é um renascer simbólico, como se a criatura entrasse no ventre materno da Mãe Terra e de lá saísse purificado dos erros das existências anteriores, nova criança, homem renovado.


Todas as arestas precisam ser aparadas, os excessos amputados, as deficiências preenchidas, retificadas as veredas das intenções, afastadas as pedras, embotados os espinhos, para que a personalidade possa elevar-se, vendo a salvação que vem de Deus e atingindo assim, através do ingresso no "reino dos céus", isto é, do viver na individualidade, a capacidade de aprender os ensinos de Jesus.


Todos os que já estavam no plano do "louvor a Deus" (Judeia) e na "visão da paz" (Jerusalém) ouviam a voz a clamar e iam em busca do mergulho para o novo nascimento. Só quando a criatura atinge determinado grau de maturidade e que pode ouvir o apelo divino; porque toda reforma e toda melhoria em que vir de dentro para fora: o chamado deve ecoar no coração, para que este possa responder com honesta sinceridade.



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ARAD

Atualmente: ISRAEL
Cidade do período 2900-2700 a.C. Apresentava muralha de pedra e torres semicirculares para o exterior, casas de planta quadrangular, ruas e pátios. Os edifícios públicos, provavelmente templos, possuíam cisternas. Foi fortaleza persa, helenística, romana e nabatéia.
Mapa Bíblico de ARAD


JUDÁ

O Reino de Judá limitava-se ao norte com o Reino de Israel, a oeste com a inquieta região costeira da Filístia, ao sul com o deserto de Neguev, e a leste com o rio Jordão, o mar Morto e o Reino de Moabe. Sua capital era Jerusalém.
Mapa Bíblico de JUDÁ



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
SEÇÃO I

PREFÁCIO

Juízes 1:1 — 2.5

A. PLANTANDO E COLHENDO, 1:1-7

Josué foi um gênio militar excepcional. O fato é que nenhuma das nações pagãs ao redor ousou atacar Israel depois da divisão da terra. Mas, agora que ele estava morto (e, especialmente, depois de ele não ter apontado nenhum sucessor), as várias tribos corri-am o grande perigo de serem invadidas por todos os lados. Conseqüentemente, parecia sábio tomar a iniciativa e dar cabo do problema antes que ele começasse. A preocupação era quem assumiria a liderança.

Desse modo, o povo perguntou ao Senhor (1), 1 provavelmente por meio de Finéias, o sumo sacerdote (Nm 27:21; Js 24:33; Jz 20:28). A resposta foi clara e inequívoca: Judá

  1. o quarto filho de Jacó (Gn 29:35) e, conseqüentemente, a tribo que descendia dele -subirá; eis que lhe dei esta terra na sua mão (2).

Aparentemente os homens de Judá sentiam-se despreparados para a tarefa, porque apelaram a Simeão – a tribo que descendia do segundo filho de Jacó ou Israel (Gn 29:33)

  1. "se vocês nos ajudarem a expulsar o inimigo de nosso território, então nós faremos o mesmo por vocês". Os simeonitas consentiram e, juntas, as duas tribos atacaram os cananeus e os ferezeus (4). Os cananeus eram habitantes da terra na Palestina cen-tral. Os ferezeus, cujo nome significa "rústicos" ou "homens do campo", também estavam entre as tribos que haviam se estabelecido na Palestina. Talvez eles fossem um povo aborígine que estava na Palestina antes dos cananeus. Cf. a nota de rodapé de Josué 3:10.

Deus honrou este esforço e concedeu-lhes vitória; quando a terrível batalha termi-nou, havia 10.000 homens inimigos mortos. Perto da vila cananéia de Bezeque (4, veja o mapa), talvez a moderna Khirbet Bezqa, próxima a Gezer, os israelitas encontraram o mesquinho rei chamado Adoni-Bezeque e derrotaram suas forças combinadas. Adoni-Bezeque significa "senhor de Bezeque", e, é mais provável que expresse um título em vez de um nome. Não deve ser confundido com Adoni-Zedeque (Js 10:1).

Adoni-Bezeque escapou durante um tempo, mas os furiosos guerreiros israelitas o capturaram vivo e amputaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos pés (6). Isto o incapacitava plenamente para a guerra nos moldes antigos. Ele não poderia nem segu-rar armas nem fugir. 2 Tratamento tão duro pode parecer injustificado mas, como o pró-prio Adoni-Bezeque confessou, a atitude foi verdadeiramente justa, porque o próprio rei aplicara a mesma punição sobre 70 cativos reais que apanhavam migalhas como cães debaixo de sua mesa (cf. Lc 16:21). Aparentemente, Adoni-Bezeque tinha algum conheci-mento do Deus verdadeiro porque (por mais incrível que possa parecer) ele reconheceu seu tratamento como um ato de retribuição de justiça. O rei cativo foi levado prisioneiro a Jerusalém, e morreu ali (7).

A inescapável lei de plantar e colher é vividamente ilustrada nos versículos 4:7. Assim como eu fiz, assim Deus me pagou (7) foi o reconhecimento de Adoni-Bezeque de que "tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (GI 6.7). (1) Adoni-Bezeque plantou brutalidade (v. 7) ; (2) ele colheu aquilo que plantou (v. 6) ; (3) ele colheu mais do que plantou, porque sua colheita lhe trouxe morte prematura, en-quanto suas vítimas permaneceram vivas (v. 7) ; (4) sua consciência e um senso inato de imparcialidade testificaram a justiça de seu destino (v. 7). A lei da retribuição é inescapável.

B. O GLORIOSO PASSADO DE JUDÁ, 1:8-10

A queda de Jerusalém (8) mencionada aqui é provavelmente uma recapitulação daquilo que ocorrera nos dias de Josué (Js 10:42), quando os israelitas derrotaram um exército de Jerusalém (Js 10:5-20) e enforcaram seu rei (Js 10:26). O escritor sacro dá-nos, agora, informação adicional em relação a este conflito. Os vigorosos defensores dessa fortaleza na montanha foram subjugados pela espada e a própria cidade foi queimada com fogo. Os homens da tribo de Judá foram os responsáveis pela captura.

Mais tarde, os soldados desta mesma tribo desceram como uma avalanche sobre os cananeus que habitavam as montanhas e a planície ao sul, chamada de Neguebe (9). Este relato também se parece com o relato de vitórias passadas (cf. Js 10:36-11.21; 15.13). Então, eles atacaram os cananeus que viviam em Hebrom, uma cidade que an-tigamente era conhecida como Quiriate-Arba (10). Hebrom era uma cidade nas mon-tanhas de Judá, situada a cerca de 30 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Ela é a moderna el-Khalil. Quiriate-Arba quer dizer "cidade de quatro lados", ou Tetrópolis. Aqui eles feriram a Sesai, e a Aimã, e a Talmai, três anaquins (Nm 13:22; Js 15:14) ou seja, um povo grande e alto (Dt 9:2).

Os eventos descritos por toda esta seção, indo até 2.10, são um breve relato das conquistas alcançadas durante os dias de Josué, e um número de paralelos são encontra-dos em Josué 10 — 24.

  1. UM BRAVO HERÓI É RECOMPENSADO, 1:11-15

A seguir, os homens de Judá atacaram Debir, também conhecida como Quiriate-Sefer (11). Debir era uma cidade real cananéia localizada nas montanhas de Judá, perto de Hebrom. O nome "Debir" também foi dado a um "rei" de Eglom (Js 10:3), a uma cidade na fronteira de Judá, perto do vale de Acor (Js 15:7) e a um lugar a leste do Jordão, próximo de Maanaim (Js 13:26). Debir foi confiada aos levitas como uma cidade de refúgio (Js 21:15). Seu nome anterior, Quiriate-Sefer, significa "cidade dos livros".

Antes de dar início ao cerco, Calebe prometeu: "A quem ferir Quiriate-Sefer e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher". Tais promessas eram comuns (cf. Gn 29:18-19,27;1 Sm 17.25). O guerreiro vitorioso foi o sobrinho de Calebe, Otniel, filho de Quenaz (13), porque entendemos que Quenaz é designado como o irmão de Calebe, mais novo do que ele.

Antes de mudar-se para a casa de seu marido, Acsa o persuadiu a que pedisse um campo a seu pai (14). Aparentemente Otniel hesitou ou se recusou, porque ela desceu de sua montaria, talvez repentinamente. A mesma palavra hebraica é usada mais tarde (4,21) para descrever a maneira pela qual Jael cravou uma estaca na cabeça de Sísera. Quando Calebe perguntou o que ela queria, Acsa respondeu: "Dá-me uma bênção, pois me deste uma terra seca; dá-me também fontes de águas". O Neguebe, ou a terra seca (15), era basicamente um deserto, com pouca água. Calebe lhe dera as fontes superiores e as inferiores — talvez uma região nas montanhas e outra área bem regada nas planícies — o que era mais do que ela havia lhe pedido. Todo este parágrafo é uma recapitulação de eventos anteriores (veja Js 15:15-19).

  1. A VITÓRIA PARCIAL DE JUDÁ, 1:16-20

São mencionadas agora outras conquistas da tribo de Judá. Hobabe, o queneu, é descrito aqui como sogro de Moisés (16). O fato é que o termo hebraico também pode ser traduzido como "cunhado", tanto aqui quanto em 4.11. O sogro de Moisés era Jetro (Êx 3:1-4.
18) ou Reuel (Êx 2:18) e Hobabe era filho de Reuel (Nm 10:29), o que o tornaria cunhado de Moisés. O termo queneu significa "ferreiro". Os queneus eram uma tribo do deserto, um ramo daqueles que habitavam Canaã desde os tempos de Abraão (Gn 15:19). À época de Moisés outro segmento vivia em Midiã. Hobabe fazia parte deste segundo grupo (Nm 10:29).

Devido ao conhecimento profundo e preciso que tinha do deserto (Nm 10:31), Hobabe foi convidado a acompanhar os israelitas em sua perigosa trilha desde o monte Sinai até a Terra Prometida. Depois da invasão da Palestina debaixo do comando de Josué, a família de Hobabe estabeleceu-se na cidade das Palmeiras — que, neste caso, não era Jericó, como em Deuteronômio 34:3, mas uma cidade próxima, no lado sul do mar Morto (3.13). Mais tarde eles se estabeleceram entre o povo de Judá, no deserto que ficava ao sul de Arade, uma cidade ao sul de Judá. A região pode ser identificada hoje como Tell `Arad, localizada 26,5 quilômetros ao sul de Hebrom.

A seguir, Judá juntou forças com Simeão e atacou a cidade real de Zefate (17). Este nome significa "torre de vigilância". Era uma cidade cananéia próxima da fronteira sul de Edom, a moderna Sebaita, cerca de 38 quilômetros ao norte de Cades. Quando lemos o relato de Números 21:1-3 aprendemos que alguns dos hebreus foram capturados neste encontro e seus irmãos fizeram um voto que, se eles tomassem a cidade, a destruíram totalmente — ou seja, demoliriam as construções até seus fundamentos e massacrariam todo ser vivente que habitasse nelas (cf.comentário de Josué 6:18). Deus lhes deu a vitória e eles cumpriram o voto. A cidade passou a se chamar Horma.

Foram incluídas nas conquistas de Judá três cidades filistéias: Gaza, Asquelom e Ecrom (18). Com o seu termo — melhor na ARA, "com os seus respectivos territórios". Cada uma dessas áreas filistéias era uma parte importante da Filístia e, mais tarde, cada uma delas se tornou independente e voltou-se contra os israelitas (cf. 1 Sm 4.2). Gaza era a cidade mais ao sul das cinco cidades mais importantes da Filístia (Asdode, Asquelom, Ecrom, Gate e Gaza). É a moderna cidade de Ghazze ou Razze, localizada a cerca de 4 quilômetros do Mediterrâneo e a cerca de 72 quilômetros ao sul de Jaffa. Asquelom estava localizada num vale perto do mar (Jr 47:5-7), cerca de 19 quilômetros ao norte de Gaza. Ecrom era a cidade mais ao norte entre as cinco e a mais exposta aos ataques dos israelitas. Teve vários governantes (cf. 1 Sm 5.10; 7.14; 17.52).

Deus capacitou os homens de Judá a expulsarem seus inimigos das montanhas. Enquanto obedeceram ao Senhor, os israelitas foram invencíveis (Lv 26:8). Mais tarde, porém, lhes foi impossível expulsar os habitantes das planícies. Os inimigos resistiram com carruagens de ferro (19).5 Mas isto é apenas parte da história. A verdadeira razão para a derrota foi a desobediência a Deus (4.3; cf. 1 Sm 15.22). Calebe recebeu Hebrom, como Moisés prometera (cf Js 14:9-14) e dali expeliu os três filhos do gigante Anaque (20; cf.comentário do v.10).

  1. OS PERSISTENTES JEBUSEUS, 1.21

Josué concedera o território dos jebuseus a Benjamim (21; Js 18:28), mas os benjamitas nunca derrotaram totalmente seus vizinhos hostis. O fato é que, mais tarde, quando Davi começou a reinar, os jebuseus ainda habitavam a fortaleza de Sião (2 Sm 5.6,7; 1 Cr 11:4-8). O termo jebuseus é uma transliteração e não uma tradução. O termo deriva da palavra hebraica que significa "pisar, maltratar alguém". Os jebuseus eram uma tribo de montanheses que os israelitas encontraram em Canaã quando lá chega-ram. Sua principal cidade era Jebus (cf.comentário de Josué 3:10). A discrepância entre este versículo e Josué 15:63 é apenas aparente, porque a cidade de Jerusalém fica dentro dos territórios tanto de Judá como de Benjamim A porção sul pertencia a Judá e a norte a Benjamim. A expressão até ao dia de hoje indica uma data anterior ao reinado de Davi, quando os jebuseus foram finalmente vencidos e expulsos (veja Introdução).

  1. Os FILHOS DE JosÉ TOMAM BETEL, 1:22-26

Quando destruiu Ai, Josué passou perto da cidade de Betel (22). Mais tarde, a casa de José (23) — ou seja, as tribos de Manasses e Efraim, filhos do décimo primeiro filho de Jacó (Gn 30:24) — subiu até esta fortaleza nas montanhas e foi o Senhor com eles (22). Betel era conhecida dos cananeus como Luz (Gn 28:19), palavra que não guarda semelhança com o termo em português (N do T). Suas ruínas podem ser vistas em Beitan, cerca de 18 quilômetros ao norte de Jerusalém. Elas estão no topo da colina e cobrem uma área de 12 mil a 16 mil metros quadrados. Uma segunda cidade chamada Betel estava situada em Simeão (1 Sm 30.27).

Felizmente, os espias israelitas capturaram um betelita que, com o propósito de se salvar, tornou-se traidor e revelou onde ficava a entrada da cidade (24). Quando Betel caiu, os habitantes foram colocados à espada, mas este informante anônimo foi poupado juntamente com toda sua família (25; cf. Js 6:25). Aquele homem foi-se à terra dos heteus (26) e fundou outra cidade que também foi chamada de Luz. Não são conhecidos os detalhes desta localidade.

A citação da terra dos heteus talvez seja uma referência do escritor sagrado a uma porção da Ásia Menor. Escavações arqueológicas calaram para sempre as vozes daqueles que consideravam os heteus uma invenção mitológica. Já existem hoje provas cabais da existência histórica desse povo. Eles foram os fundadores do grande império oriental que floresceu entre 1900 e 1200 a.C. e que unificou o norte da Palestina. Sabemos até mesmo que os heteus eram uma raça forte e de baixa estatura, com lábios grossos, nariz grande e testa recuada. Os monumentos dos heteus os representam usando roupas grossas e sapatos com os dedos voltados para cima. Os cristãos evangélicos regozijam-se diante do aparecimento de cada nova evidência que apóia a integridade das Sagradas Escrituras. Contudo, por mais impressionantes que possam ser, o crente considera todas essas infor-mações desnecessárias para embasar sua fé. "Bem-aventurados os que não viram e cre-ram" (Jo 20:29).

G. Os OBSTINADOS CANANEUS, 1:27-33

Os versículos 27:28 são quase paralelos exatos de Josué 17:11-13. A seção inteira lista as conquistas parciais de algumas das outras tribos. Manassés — filho mais velho de José (Gn 41:51) e a tribo que descende dele — não expulsou os habitantes de Bete-Seã, Taanaque, Dor, Ibleão e Megido (27). Todas essas cidades eram centrais e possuíam cidades vizinhas associadas a elas. Os cananeus foram bem-sucedidos em manter a re-gião sob seu controle. As cidades citadas eram uma cadeia de fortalezas cananéias que se espalhavam do vale do Jordão até a costa mediterrânea, quase em linha reta.

Bete-Seã foi fundada antes do ano 3000 a.C. e, de acordo com Josefo, era a maior das cidades que, mais tarde, ficaram conhecidas como Decápolis (Mt 4:25). É a moderna Beisan, cerca de 19 quilômetros ao sul do lago da Galiléia e 6 quilômetros a oeste do Jordão. Taanaque tornou-se uma cidade levítica em Issacar (Js 17:11). A localização moderna é Tell Ta'annak, 8 quilômetros a sudeste da antigo Megido. Dor era uma cidade real cananéia a cerca de 12 quilômetros ao norte de Cesáreia. Ela ficava no território de Issacar, mas pertencia à tribo de Manassés. As ruínas podem ser vistas em el-Burj. Ibleão era uma cidade em Issacar que também foi dada a Manassés. Sua localização é desco-nhecida. O termo hebraico para Megido significa "lugar de tropas". Era uma cidade a oeste do Jordão, na planície de Jezreel, fundada em cerca do ano 3500 a.C. Muitos de seus primeiros habitantes viveram em cavernas. Ela é a moderna Tell el-Mutesellim.

Mais tarde, quando os israelitas se fortaleceram, os cananeus foram colocados debai-xo de trabalhos forçados, mas não foram completamente expulsos (28; cf. Js 17:11-13). 6

Tampouco expeliu Efraim — a tribo que descendia do filho mais novo de José (Gn 41:52) — os cananeus que habitavam em Gezer (29). O termo hebraico significa "pe-daço" ou "parte". Era uma antiga cidade cananéia cuja história se estende até o ano 3000 a.C. É conhecida hoje como Tell Jazer, localizada a cerca de 29 quilômetros a noroeste de Jerusalém.

Zebulom — a tribo que descende do décimo filho de Jacó ou Israel (Gn 30:20) -também fracassou na expulsão dos cananeus de Quitrom e Naalol (30). A localiza-ção de ambas as cidades é desconhecida. Naalol, também grafada com Naalal (Js 19:15-21.35), significa "pastagem". No caso de Zebulom, lemos que os ímpios habi-tavam no meio dele e foram tributários, ou seja, estavam sujeitos a trabalhos forçados (Js 19:10-16).

Aser — a tribo que descende do oitavo filho de Jacó (Gn 30:13) — também não conseguiu expulsar os moradores de Aco, Sidom, Alabe, Aczibe, Helba, Meca e Reobe (31; Js 19:24-31). Aco — do hebraico "areia quente" — é mencionada apenas aqui. Era uma cidade do litoral da Palestina, construída numa pequena faixa de terra que se projeta sobre o Mediterrâneo, cerca de 40 quilômetros ao sul de Tiro. Foi visita-da por Paulo (At 21:7 — Ptolemaida), atacada por Napoleão, capturada por Allenby em 1918 e é hoje chamada de Akka. Sidom — do hebraico "lugar de pesca" — era uma antiga cidade cananéia (Gn 10:15-19) na costa da Palestina, situada 35 quilômetros ao norte de Tiro. Jesus visitou certa vez esta região e talvez a própria cidade (Mt 15:21; Mc 7:24-31). Paulo passou por este porto em sua viagem a Roma (At 27:3). É a moderna Saida. Alabe — do hebraico, "abundância, fertilidade" — era provavelmente a moderna Khirbet el Mahalib, a cerca de 6,5 quilômetros a nordeste de Tiro. Aczibe era uma cidade costeira (Js 19:29). Era chamada de Ekdippa pelos gregos e romanos e talvez seja a moderna ez-Zib, 13,5 quilômetros ao norte de Aco. Havia uma outra cidade cha-mada Aczibe no sul da Palestina (Js 15:44; Mq 1:14), que pode ser a mesma Quezibe de Gênesis 38:5 ou Cozeba de I Crônicas 4:22. A localização de Helba, que significa "re-gião fértil", é desconhecida. Meca pode ser a moderna Tell Kurdaneh, cerca de 13 quilômetros ao sul de Akka, próxima da costa, embora esta localização não seja preci-sa. Meca também é o nome da cidade real cananéia na planície de Sarom (Js 12:18) ; uma cidade a leste de Quinerete (1 Rs 15,20) ; um lugar a noroeste de Jerusalém onde os filisteus acamparam (1 Sm 4,1) e um lugar na planície de Jezreel onde os filisteus mais tarde se reuniram (1 Sm 29.1). Reobe era uma cidade levítica na fronteira com Aser, a moderna Hunin. Havia uma cidade no vale superior do Jordão chamada Bete-Reobe (Jz 18:28), mas em Números 13:21 ela é chamada de Reobe.

Naftali — a tribo que descende do sexto filho de Jacó (Gn 30:8) — não conseguiu expulsar os cananeus de Bete-Semes e de Bete-Anate (33). Eles compartilharam sua terra com os nativos, mas as duas cidades foram subjugadas e tiveram que realizar trabalhos forçados (Js 19:32-39) e lhes foram tributários. O texto paralelo de Josué lista 19 cidades dentro do território de Naftali. É desconhecida a localização de Bete-Semes, que quer dizer "casa do sol". Bete-Anate, a moderna el-Ba'neh, estava a cerca de 19 quilômetros de Aco. Bete-Anate deve ser distinguida de Bete-Anote (Js 15:59), uma cidade nas montanhas de Judá.

  1. ALGUNS POVOS HOSTIS NAS MONTANHAS, 1:34-36

A tribo de Dã – descendentes do quinto filho de Jacó (Gn 30:6) – não conseguiu tomar posse do território que lhes foi concedido (Js 19:40-46). A terra ficava ao norte e a oeste de Jerusalém e estendia-se até a costa do Mediterrâneo. Os danitas foram empur-rados de volta às montanhas pelos amorreus, um povo guerreiro que habitava as mon-tanhas de Heres, em Aijalom e em Saalabim (35). As tribos descendentes de José – Efraim e a meia tribo de Manassés – por fim os reduziram ao estado de servidão: eles lhes ficaram tributários. O termo amorreus vem de "habitantes dos montes". A histó-ria antiga deste povo é obscura (Gn 10:16-14.7,13 15:16-21). Eles são mencionados como descendentes de Canaã e aparecem na história bíblica em tempos remotos como o de Abraão (cf.comentário de Josué 3:10). A localização das montanhas de Heres e sua relação com Aijalom não são conhecidas. É possível que Aijalom seja a moderna Jalo, situada 22 quilômetros a noroeste de Jerusalém. Também existe uma cidade em Zebulom chamadà Aijalom (Jz 12:12). A localização de Saalabim é desconhecida.

A geografia do versículo 36 é de difícil determinação, uma vez que apenas Acrabim tem localização conhecida (Js 14:3). Era um declive na ponta sul do mar Morto, entre o deserto e as colinas de Judá. Alguns comentaristas aceitam uma leitura alternativa da LXX que nomeia os edomitas em lugar dos amorreus como uma solução, embora seja difícil entender porque os edomitas seriam mencionados neste contexto.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Juízes Capítulo 1 versículo 16
Queneu:
Ver Nu 24:21-22, Os queneus eram uma tribo nômade e consideravam-se descendentes de Caim (conforme Gn 4:1,Gn 4:17-24) e mantiveram bons relacionamentos com os israelitas (conforme 1Sm 15:6).Jz 1:16 A cidade das Palmeiras:
Aqui, não se trata de Jericó (Dt 34:3, Jz 3:13), mas de Tamar, localidade situada ao sul do mar Morto (Ez 47:19; Ez 48:28) e mais tarde fortificada pelo rei Salomão (1Rs 9:17-18). Ver Tamar no Índice de Mapas.Jz 1:16 Arade:
Cidade situada a uns 30 km ao sul de Hebrom. Ver o Índice de Mapas.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
*

1.1–2.5

Essa introdução a Juízes, em que o cumprimento da aliança é expressado na expropriação e destruição dos cananeus, levanta a questão da liderança para a luta contra eles (v. 1). São narrados os sucessos e fracassos das várias tribos, quanto a guardarem a aliança, e o juízo divino contra Israel pelo seu fracasso pactual de permitir que os cananeus habitassem na terra (conforme Dt 7:1-2; 20.16-20). O espaço e os pormenores dedicados aos sucessos de Judá (vs. 3-20) formam um nítido contraste com os relatos breves dos fracassos das demais tribos (vs. 21-36), embora a casa de José seja tratada de modo positivo (vs. 22-26).

* 1:1

Depois. O livro de Josué começa de modo semelhante: “Depois da morte de Moisés” (Js 1:1).

Quem. Os israelitas fazem uma pergunta quase idêntica no fim do livro – “Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim?” (20.18). Deus escolheu Judá. Davi e seus herdeiros nasceriam dessa tribo.

cananeus. Os cananeus formavam um dos vários grupos que habitavam na terra de Canaã. Os israelitas foram ordenados a aniquilá-los (Dt 7:1-2; 20.16-20), e a questão de se conseguiriam obedecer aos termos da aliança ocupará a totalidade dessa seção introdutória.

* 1:8

espada. Judá obedeceu à aliança, destruindo sem misericórdia os habitantes (Dt 7:1-2; 20.16-20). Judá não ocupou Jerusalém nessa ocasião (v. 21).

* 1.10-15 Esses versículos, que descrevem as vitórias de Calebe e de Otniel, são citados de 13 6:15-19'>Js 15:13-19.

* 1:12

Calebe. Calebe, embora fosse, de descendência, quenezeu (Gn 15:19; Nm 32:12), era contado como membro da tribo de Judá. Representou Judá quando os espias foram enviados a Canaã (Nm 13:6).

* 1:13

Otniel... o irmão de Calebe, mais novo do que ele. Ver Js 15:17-19. Jz 1:12-15 fornece o único retrato que temos desse primeiro juiz.

* 1:19

Esteve o SENHOR com Judá. Deus cumpriu sua promessa segundo a aliança (v. 2). Com a exceção da casa de José, o escritor trata resumidamente acerca das demais tribos, e descreve como tendo sido fracassadas as suas tentativas de colonizar a terra (1.27-36, nota).

carros de ferro. Esses carros, com suas rodas de madeira revestidas de ferro, eram armas poderosas, especialmente nas planícies. Com efeito, Judá é desculpada por não ter conseguido desalojar os cananeus.

* 1:20

Calebe. Calebe, da tribo de Judá, é um exemplo de fidelidade à aliança. Em Dt 1:35-36, Calebe é recompensado pela sua obediência à aliança, obediência esta que provém da fé na promessa de Deus.

* 1:21

filhos de Benjamim. O escritor especifica que Benjamim, a tribo de Saul, não fez uma conquista final de Jerusalém. De acordo com Josué 15:63, a tribo de Judá também falhou em expulsar os jebuseus de Jerusalém. A cidade ficava na fronteira entre as duas tribos. A conquista completa de Jerusalém ficou para Davi realizar (2Sm 5:7).

* 1:22

o SENHOR era com eles. Além de Judá (v. 19), é somente a respeito da casa de José que está escrito que “o SENHOR era com eles.”

* 1.27-36

Judá, Benjamim, e José já foram mencionados. As falhas das demais tribos são apresentadas resumidamente, em forma de esboço.

* 1:34

filhos de Dã. Ver caps. 17 – 18.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
1:1 Finalmente, o povo do Israel tinha entrado e tomado controle da terra prometida a seus antepassados (Gn 12:7; Ex 3:16-17). O livro de Juizes contínua a história desta conquista que começou no livro do Josué. Pelo poder de Deus, os israelitas tinham conquistado a muitos inimigos e superado muitas dificuldades, mas seu trabalho ainda não tinha terminado. Tinham enfrentado com êxito provocações políticas e militares, mas enfrentar as provocações espirituais era ainda mais difícil. O estilo de vida dos cananeos, iníquo mas atrativo, mostrou ser mais perigoso que sua força militar. Os israelitas cederam ante a pressão e comprometeram sua fé. Se tentamos enfrentar as provocações da vida só com esforço humano, encontraremos que as tentações e as pressões que nos rodeiam são muito fortes para resistir.

1:1 Logo depois da morte do Josué 1srael começou a perder seu firme controle da terra. Ainda quando Josué foi um grande líder, o povo esqueceu sua liderança espiritual mais que sua habilidade militar, já que ele tinha mantido ao povo enfocado em Deus e em seus propósitos. Josué tinha sido o sucessor óbvio do Moisés, mas não havia um sucessor óbvio para o Josué. Durante esta crise de liderança, Israel teve que aprender que sem importar quão poderoso e sábio fora o líder atual, sua líder real era Deus. Freqüentemente pomos nossa esperança e confiança em algum líder influente, esquecendo que em realidade é Deus o que está ao mando. Reconheça a Deus como sua comandante em chefe, e evite cair na tentação de descansar muito nos líderes humanos, sem importar quão sábio sejam espiritualmente.

1:1 Cananeos eram todos os povos que viviam no Canaán, a terra prometida. Viviam em cidades-estados onde cada cidade tinha seu próprio governo, exército e leis. Uma razão pela que Canaán foi tão difícil de conquistar era porque cada cidade tinha que ser derrotada individualmente. Não havia um único rei que pudesse render ao país inteiro em mãos dos israelitas.

A maior ameaça do Canaán para o Israel não era seu exército, a não ser sua religião. A religião cananea idealizava qualidades iníquas: crueldade na guerra, imoralidade sexual, avareza egoísta e materialismo. Era uma sociedade que pensava "eu primeiro, depois o que seja". Obviamente, as religiões do Israel e do Canaán não podiam coexistir.

1:2 O livro do Josué nos relata uma conquista rápida e total dos exércitos e cidades inimizades, enquanto que o livro de Juizes parece sugerir uma conquista mais gradual e prolongada. Quando os israelitas entraram pela primeira vez à terra prometida (Josué 1:12), uniram-se como um só exército para esmagar aos habitantes até que foram muito fracos para vingar-se; então, depois que a terra foi dividida entre as 12 tribos (Josué 13:24), cada tribo foi responsável por expulsar ao inimigo de seu próprio território. O livro de Juizes nos fala do fracasso em fazê-lo.

Algumas tribos tiveram mais êxito que outras. Sob o Josué todas começaram fortes, mas logo a maioria se desviou por medo, cansaço, falta de disciplina ou por ir detrás de seus próprios interesses. Como resultado, sua fé começou a desvanecer-se, e "cada um fazia o que bem lhe parecia" (Jz 17:6). Para que nossa fé sobreviva, devemos praticá-la dia a dia. Deve permear cada aspecto de nossas vidas. Cuide-se de não começar com muita força para logo desviar-se de seu propósito real: amar a Deus e viver para O.

1:6 Os israelitas cortaram os polegares e os dedos gordos dos pés do Adoni-bezec para humilhá-lo e inutilizá-lo para brigar. Mas segundo as instruções de Deus para conquistar a terra prometida, a ele o deveu ter matado.

1:8 Mesmo que os israelitas conquistaram Jerusalém, não ocuparam a cidade a não ser até os dias do Davi (2Sm 5:6-10).

1.12-15 Este mesmo sucesso está registrado em Js 15:16-19. Caleb foi um dos espiões originais que exploraram a terra prometida (Números 13:14) e, com o Josué, respiraram ao povo para conquistá-la. Por sua fidelidade, lhe deu a terra que escolheu.

JUDA BRIGA POR SUA TERRA: A tribo do Judá não perdeu tempo em começar a conquista do território que lhes tinha correspondido. Com a ajuda da tribo do Simeón, conquistaram Jerusalém, ao igual aos cananeos no Neguev e na costa. Hebrón e Debir caíram ante o Judá, e mais tarde Gaza, Ascalón e Ecrón.

1:17 por que ordenou Deus a quão israelitas expulsassem aos cananeos de sua terra? Embora a ordem parece cruel, os israelitas estavam sob a ordem de Deus para executar julgamento sobre estes povos maus que viviam nessa terra. As outras nações seriam julgadas por seu pecado, assim como o Israel foi forçada a vagar durante quarenta anos antes que lhe permitisse entrar na terra. mais de setecentos anos antes Deus havia dito ao Abraão que quando os israelitas entrassem na terra prometida, a enorme maldade dos povos nativos estaria lista para ser julgada (Gn 15:16). Mas Deus não estava exercendo favoritismo com os israelitas, já que finalmente eles também seriam severamente castigados por chegar a ser tão maus como a gente às que lhes ordenou expulsar (2 Rseis 17:25; Jr 6:18-19; Ezequiel 8). Deus não é parcial, todas as pessoas podem receber o perdão gratuito de Deus tanto como sua firme justiça.

1:19 Os carros cananeos atirados por cavalos estavam entre as armas mais sofisticadas desses dias. Os soldados israelitas que brigavam a pé eram absolutamente impotentes quando um veloz carro de ferro os investia. Por isso o Israel preferia brigar nas colinas onde não podiam subir os carros.

1.21ss Tribo detrás tribo fracassaram em expulsar aos malvados cananeos de sua terra. por que não seguiram e obedeceram completamente as ordens de Deus? (1) Tinham estado brigando durante muito tempo e estavam cansados. Embora a meta estava à vista, faltou-lhes disciplina e energia para alcançá-la. (2) Temeram que o inimigo fora muito forte, os carros de ferro pareciam invencíveis. (3) Da morte do Josué o poder e a autoridade se descentralizou aos líderes tribais, e as tribos já não estavam unidas em propósito. (4) A decadência espiritual os tinha infectado do interior. Pensaram que podiam dirigir a tentação e ser mais prósperos fazendo negócios com os cananeos.

Freqüentemente também nós fracassamos ao tratar de tirar o pecado de nossas vidas. Freqüentemente sabemos o que devemos fazer, mas não o fazemos. E isto tem como resultado uma deterioração gradual de nossa relação com Deus. Em nossas batalhas, podemos nos cansar e querer descansar, mas necessitamos mais que um descanso no trabalho. Precisamos saber que Deus nos ama e nos deu um propósito na vida. A vitória vem quando vivemos de acordo com seu propósito.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
I. CONQUISTA TRIBAL (Jz 1:1)

1 E sucedeu que, depois da morte de Josué, que os filhos de Israel perguntaram ao Senhor, dizendo: Quem passará por nós em primeiro lugar contra os cananeus, para pelejar contra eles? 2 E disse o Senhor: Judá subirá; eis que entreguei a terra na sua Mc 3:1 Então disse Judá a Simeão, seu irmão: Sobe comigo à minha herança, para que possamos lutar contra os cananeus; e eu também subirei contigo à tua sorte. E Simeão foi com Ec 4:1 E subiu Judá; e Jeová entregou os cananeus e os perizeus em sua mão; e feriram deles em Bezeque dez mil homens. 5 E acharam Adoni-Bezeque em Bezeque; e lutaram contra ele, e feriram aos cananeus e os perizeus. 6 Mas Adoni-Bezeque fugiu; e eles o perseguiram e prenderam-no e cortaram-lhe os polegares das mãos e dos Pv 7:1 E Adoni-Bezeque disse, setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam sua comida debaixo da minha mesa: como eu fiz, assim Deus me pagou. E eles trouxeram a Jerusalém, e ali morreu.

8 E os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém, e tomou-a, e feriu-a a fio de espada, e definir a cidade em chamas. 9 E depois os filhos de Judá desceram a pelejar contra os cananeus que moravam na colina -País, e no Sul, e na baixada. 10 E partiu Judá contra os cananeus que habitavam em Hebron (agora o nome de Hebrom era outrora Quiriate-Arba); e feriram a Sesai, Aimã e Talmai.

11 E, a partir daí, ele foi ao encontro dos habitantes de Debir. (Agora, o nome de Debir era outrora Quiriate-Sefer.) 12 E disse Calebe: Quem ferir a Quiriate-Sefer, ea tomar, lhe darei Acsa minha filha por mulher. 13 e Otniel, filho de Quenaz, Caleb de mais jovem irmão, que ele; e deu-lhe a sua filha Acsa por mulher. 14 E sucedeu que, quando ela veio a ele , que o levou a pedir a seu pai um campo: e ela desceu do do seu jumento; e Caleb disse-lhe: Que queres? 15 E ela disse-lhe: Dá-me uma bênção; para que me tenhas definido na terra do Sul, dá-me também fontes de água. E Caleb deu as fontes superiores e as fontes inferiores.

16 E os filhos do queneu, Moisés brother-in-law, subiram da cidade de palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade; e foram, e habitaram com o Pv 17:1 E foi Judá com Simeão, seu irmão, e feriram aos cananeus que habitavam Zefate, e destruíram totalmente. E o nome da cidade foi chamado Horma. 18 Judá tomou também a Gaza com a borda do mesmo, e Ashkelon com a borda do mesmo, e Ekron com a borda da mesma. 19 E o Senhor estava com Judá; e ele expulsouos habitantes da região montanhosa; pois ele não expulsou os habitantes do vale, porquanto tinham carros de ferro. 20 E deram Hebrom a Calebe, como Moisés tinha falado, e ele expulsou dali os três filhos de Enac. 21 E os filhos de Benjamim o fizeram não expulsaram os jebuseus que habitavam em Jerusalém; mas estes ficaram habitando com os filhos de Benjamim em Jerusalém até o dia de hoje.

A palavra do Senhor encomendou a tribo de Judá para liderar esta nova fase da ocupação. Mais cedo, Judá tinha sido o primeiro tribo para uma herança localizado no lado oeste do rio Jordão (Js 15:1. ; Js 19:1 ; . Jz 1:3 Chron . 4: 28-33 .) E o Senhor entregou os cananeus e os perizeus na mão deles (v. Jz 1:4 ). A conta de ocupação começa na nota alta de invencibilidade, com Judá e Simeão conquistando através do poder do Senhor.

A atrocidade aparente tratado Adoni-Bezeque é melhor compreendido à luz dos lei de talião (lei de retaliação). Sua admissão de culpa, como eu fiz, assim Deus me pagou (v. Jz 1:7 ), levou com ele a admissão de retribuição por sua própria crueldade. Este antigo rei guerreando reconheceu que o julgamento havia caído sobre ele por causa dos males que cometeu. Guerras têm o elemento de julgamento em si. Não só foi este o caso entre os povos antigos, mas é verdade para as nações modernas também. Há sempre a tendência a simplificar um fato tão complexo da realidade como a guerra; No entanto, a Bíblia retrata o elemento de juízo em muitas das guerras que descreve.

O relato da captura de Jerusalém deve ser estudado à luz da Escritura relacionados (conforme Js 15:63. ; Jz 1:8 ; Jz 2:1 Sam. 5:. 6FF ). Myers diz:

Não há nenhuma razão válida, no entanto, por que não deveria ter sido duas destruições de Jerusalém, como foi o caso de Debir, Eglon, Bete-Semes, Betel e em outros lugares.

A história da ocupação do Debir dada em Jz 1:11 é quase palavra por palavra um paralelo de Js 15:15 . O elemento excepcionalmente importante dessa história é o dom que Caleb deu à sua filha, Acsa, a esposa de Otoniel, que havia recebido a como uma recompensa pela captura de Debir. Isto exigiu a filha de Caleb habitação com o marido na terra do Sul (v. Jz 1:15 ), o território árido do Neguev.

Necessidade de água era constante. Acsa pediu que Caleb dar suas fontes de água (v. Jz 1:15 ). Para isso foi necessário dar terra adjacente que tinha molas. Caleb o seu pedido concedido.

Tal como acontece com a filha de Caleb, há pessoas que foram dadas áreas secas e áridas da vida. Sua vida é difícil por causa de uma grave falta de recursos necessários. Eles precisam de muito superiores e as fontes inferiores (v. Jz 1:15 ). A menos refresco necessário e recursos vitais são disponibilizados, a vida pode tornar-se intolerável. Como Caleb concedeu o pedido de sua filha, assim que Deus está pronto a conceder o nosso pedido de recursos adequados para a vida.

Os filhos do queneu, Moisés brother-in-law, subiu ... e habitar com o povo. E Judá ... derrotaram os cananeus ... (vv. Jz 1:16 , Jz 1:17 ). O significado aceito não é irmão-de-lei , mas "pai-de-lei."

Enquanto os queneus, um povo nômade que associados com as tribos de Israel e Judá, que acompanhou e Simeon a sua actividade profissional, foram conteúdo para resolver entre os habitantes da terra, Judá e Simeão não eram tão inclinado. A diferença reside no fato de que o Senhor estava com Judá; e ele expulsou os habitantes da região montanhosa (v. Jz 1:19 ).

Tratava-se o risco inerente a mistura de povos de diferentes religiões. Na medida em que Judá se misturaram com os cananeus, nessa medida ela arriscou a adulteração de seu Jeová-adoração. Se ela fosse capaz de manter a sua fé religiosa e ainda amalgamar com os cananeus, não haveria problema. No entanto, a história da religião em geral e da religião de Israel, em particular, indica que é uma questão em aberto saber se é possível para chegar ao lugar onde isso não é um problema. Separação remove a possibilidade de influência devido a uma barreira é erguida. Entrelaçamento põe em risco a possibilidade de manter o carácter distintivo. Demasiada pode ser perdido no processo. A tribo de Benjamin enfrentou este problema, pois não puderam expulsar os jebuseus de Jerusalém. Os ficaram habitando com os filhos de Benjamim em Jerusalém, até o dia de hoje (v. Jz 1:21 ).

B. JOSÉ (1: 22-29)

22 E a casa de José, eles também subiu contra Betel; e Jeová estava com eles. 23 E a casa de José mandou espiar a Betel. (Agora, o nome da cidade era dantes Luz.) 24 E os observadores viram um homem que saía da cidade, e disseram-lhe: Mostra-nos, pedimos-te, a entrada da cidade, e vamos fazer benevolência . contigo 25 E ele mostrou-lhes a entrada na cidade; e feriram a cidade com o fio da espada; mas deixe o homem e toda a sua família. 26 E o homem foi para a terra dos hititas, e edificou uma cidade, e chamou o nome de Luz, que é o seu nome até o seu dia.

27 Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Seã e suas vilas, nem de Taanaque e suas vilas, nem os moradores de Dor e suas vilas, nem os moradores de Ibleão e suas vilas, nem os de Megido e suas vilas ; mas os cananeus persistiram em habitar naquela terra. 28 E sucedeu que, quando Israel foi se fortalecia, que eles colocam os cananeus a trabalhos forçados, porém não os expulsou de todo.

29 E Efraim não expulsou os cananeus que habitavam em Gezer; mas os cananeus habitavam em Gezer.

Enquanto a tribo de Judá exercido liderança entre as tribos em razão de sua posição privilegiada, a casa de José era um challenger perene. Assim como quando Josué atribuído a terra prometida por sorteio, dando Judá o primeiro lote e José, o segundo lote, por isso mais tarde, quando Judá deixou de reivindicar sua herança, José seguido.

Manassés não expulsou ... Bete-Seã ... Tanac ... Dor ... Ibleã ... Megiddo (v. Jz 1:27 ). Manassés era o filho mais velho de José e fundou a tribo que leva seu nome. Esta tribo encontrada uma forte cadeia de fortalezas cananeus ao longo de sua fronteira norte.Estas fortificações eram uma ameaça séria para qualquer tentativa de unir Israel, para eles se separaram as tribos José de Efraim e Manassés das tribos do norte. Alguns não foram conquistados até o tempo de Davi, 200 anos mais tarde.

Efraim não levou out ... Gezer (v. Jz 1:29 ). Gezer foi na esquina sudoeste da herança de Efraim e algumas 18 milhas a oeste de Jerusalém. Jerusalém foi conquistada por Davi, mas Gezer permaneceu invicto até o tempo de Salomão.

C. Zabulon, Aser, Naftali, DAN (1: 30-36)

30 Zebulom não expulsou os habitantes de Quitrom, nem os de Naalol; mas os cananeus ficaram habitando no meio deles, e tornaram-se sujeitos a trabalhos forçados.

31 Asher não expulsou os habitantes de Aco, nem os moradores de Sidom, nem de Alabe, nem de Aczibe, nem de Helba, nem de Afeque, nem de Reobe; 32 mas o aseritas habitaram no meio dos cananeus, os habitantes da terra ; para eles não os expulsaram.

33 Naftali não expulsou os habitantes de Bete-Semes, nem os habitantes de Bete-Anate; mas habitou no meio dos cananeus, os habitantes da terra; todavia os habitantes de Bete-Semes e os de Bete-Anate foram sujeitos a trabalhos forçados.

34 E os amorreus impeliram os filhos de Dã até a região montanhosa; pois não lhes permitiram descer ao vale; 35 mas os amorreus quiseram habitar nas montanhas de Heres, em Aijalom e em Saalbim:. ainda a mão da casa de José prevaleceu, de modo que eles ficaram sujeitos a trabalhos forçados 36 E a fronteira dos amorreus era da subida de Akrabbim, desde o rock, e para cima.

Essas tribos, com a exceção de Dan, foram inicialmente localizado na parte norte da terra. A tribo de Dã, em parte, logo migrou para o norte por causa da pressão exercida pelos amorreus. Portanto, antes do período dos juízes chegou ao fim todas as tribos foram, pelo menos em parte, no setor norte.

Significativamente, essas tribos não tiveram sucesso em seus esforços de ocupação. Em vez disso, a co-existência tensas resultou, com os cananeus, ocasionalmente, arregimentada em empresas de trabalho forçado. Na medida em que a influência dos cananeus afetado a religião de Israel aumentou os seus infortúnios. Esta evolução perigosa deu origem a um evento singular para que a atenção deve agora ser dedicado.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
  1. O fracasso dos israelitas (1—2)
  2. Eles não conquistam a terra (1:1-36)

Os versículos 1:8 registram as vi-tórias anteriores de Judá e Simeão, enquanto o resto do capítulo é o registro de inúmeras derrotas. Essas duas tribos conseguiram tomar Beze- que (v. 4), Jerusalém (v. 8), Hebrom (v. 10), Debir (v. 11), Zefate (v. 17), Gaza, Asquelom e Ecrom (v. 18). A casa de José toma Betei (v. 22), mas o resto das tribos não conseguiu ex-pulsar o inimigo. O que se iniciou como uma série de vitórias, lide-radas pelo Senhor, terminou como uma série de concessões. Judá não conseguiu expulsar os moradores do vale (v. 19; e veja 4:13ss); Benjamim não expulsou os jebuseus (v. 21), e, da mesma forma, as outras tribos "estabeleceram-se" com as nações pagãs (vv. 27-36). Eles conseguiram racionalizar o fracasso ao tornar os povos pagãos servos, mas isso trouxe apenas problemas adicionais. Em Jo-sué 23—24, Josué advertira-os de não fazerem concessões ao inimigo, mas agora eles caíam na própria rede.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
1.1 Morte de Josué. A morte de Josué é relatada com mais pormenores em 2:6-9. A primeira linha do livro é uma espécie de título. 1.1 b-2.5 proporciona um pano de fundo para o resto do livro. Os acontecimentos narrados cobrem o período do fim da vida de Josué até o início da época dos juízes. Consultaram o Senhor. Provavelmente pelo Urim e Tumim (conforme Êx 28:15n). Cananeus. Nome genérico dos povos que ocupavam à terra da Palestina, aos quais 1srael foi mandado por Deus despojar (conforme 4.2). Indica mais uma cultura do que unidade étnica.

1.2 Judá. A maior tribo de Israel, da qual veio o rei Davi e o Senhor Jesus Cristo, segundo a carne.

1.3 Simeão, seu irmão. Os patriarcas destas tribos eram irmãos por parte de pai e mãe (Gn 29:33-35). A tribo mais fraca, a de Simeão, foi absorvida pela mais forte, a de Judá.

1.4 Bezeque. Presumivelmente identificada com Quirbet Bezqa a oeste de Jerusalém, a uns cinco quilômetros de Gezer.

1.5 Adoni-Bezeque. Adoni significa "Senhor" e, portanto, a rei de Bezeque.

1.8 Jerusalém. Não foi tomada definitivamente pelos israelitas até os tempos de Davi (2Sm 5:6, 2Sm 5:7). É uma das mais antigas cidades do mundo, habitada, quase, continuamente durante 5.000 anos.

1.10 Hebrom. A cidade de maior importância no sul da Palestina. Sua conquista se relata em Js 10:36-6.

1.11 Quiriate-Sefer. "Cidade dos livros". Pode ser que houve, nesses tempos remotos, uma biblioteca ou depósito de livros, a exemplo dos que foram descobertos nas grandes cidades da Mesopotâmia. Debir é conhecida hoje pela moderna Tel Beit Mirsim A evidência arqueológica indica uma área de três hectares, destruída por fogo c. 1220 a.C.

1.16 Queneu. Era uma tribo nômade que habitava as regiões áridas ao sudeste da Palestina. Tinha afinidade com os hebreus. Cidade das Palmeiras. O contexto indica que não se refere a Jericó, como se poderia (conforme 3.13; Dt 34:3).

1.18 Gaza, a Ascalom e a Ecrom. Três cidades que naquela época pertenceram aos cananeus, mas que logo depois foram tiradas dos israelitas pelos filisteus ("os povos do mar") que atacaram a costa do Egito e invadiram as planícies do sudoeste da Palestina, c. 1200 a.C.

1.19 Carros de ferro. Os cananeus, com meios de preparar e utilizar eficientemente o

ferro para armas de guerra, tiraram a vantagem (humanamente falando) dos israelitas. Ainda que há muito tempo o carro de ferro já tenha sido superado como arma de guerra, ainda hoje as nações, bem como os indivíduos, confiam mais nas armas, do que no Senhor.
1.22 Casa de José. A tribo de Efraim está em vista. Betel. Significa, "Casa de Deus”. Tinha grande importância na vida de Jacó (Gn 28:19) e tornou-se um dos principais santuários de Israel nos tempos de juízes. O livro de Josué deixa de mencionar a conquista de Betel, ainda que fora aliada de Ai (Js 8:17). A arqueologia sustenta a posição de que Ai não fora habitada desde 2200 a.C. (1000 anos antes). Uma solução seria entender que Betel utilizara as ruínas de Ai (em heb, "ruína") como fortaleza, contra o avanço dos israelitas (conforme Js 8:17n).

1.26 Heteus. Melhor conhecidos como hititas, eram raça de origem indo-européia. Fundaram um grande império na Ásia Menor, que durou de 1800-1200 a.C. O território da Síria foi então conhecido como "a terra dos heteus" (Js 1:4). Luz é desconhecida.

1.27,28 As cidades enumeradas nestes vv. e localizadas nos vales de Esdraelom e, Jezreel controlavam a rota comercial mais importante da Palestina. Evidentemente, Israel tivera umas vitórias nesta região sem, contudo, controlá-la por não possuir carros de ferro (conforme 19n). Não os expulsou de todo. Contrário ao mandamento explícito do Senhor (conforme Dt 7:1- 6), Israel quis manter os cananeus como escravos e fonte de renda tributária. O resultado foi tão desastroso como também o é para o crente que mantém hábitos pecaminosos na vida.

1.32 Os aseritas continuaram no meio dos cananeus. Enquanto a maioria das tribos expulsaram aos cananeus, pelo menos em parte. Aser, aparentemente, foi incapaz de dominar o território de sua herança, e misturou-se com os habitantes da terra. Dã e Naftali, semelhantemente, demonstraram pouca força no domínio de sua herança (33-35).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
I. PRÓLOGO (1.1—3.6)

1) Questões da continuação da conquista (1:1-36)

a) Judá penetra no sul de Canaã (1:1-20). O cap. 1 estabelece o padrão da mistura do sucesso com o fracasso, dando pistas do porquê de algumas tribos fracassarem e outras terem sucesso. O retrato geral está em harmonia com o de Josué, mas em Juízes o fracasso é destacado como o pano de fundo para a ação libertadora de Deus. A presença de enclaves cananeus é mostrada como tendo função própria (2.22—3.6), tudo isso dentro da estrutura da aliança deixada como legado de Moisés e Josué.

1.1. Depois da morte de Josué: a linha inicial (ou título) liga Juízes com Josué (conforme Js 24:2931) como uma obra histórica intimamente associada. Um relato detalhado da morte de Josué segue mais tarde (2:6-10). Juízes é basicamente um relato da reação de Israel à perda do seu grande líder, os israelitas perguntaram ao Senhor: “Quem de nós será o primeiro a...”: Juízes apresenta um retrato da conquista que às vezes é considerado discordante do de Js 1:10. No entanto, o editor do material de Juízes obviamente tinha a intenção de colocar esses incidentes como subseqüentes ao término do período anterior; primeiro se refere não à batalha inicial da tomada da terra, mas ao primeiro ataque após a operação da conquista. Conforme Js 13:0); 18:1-3 etc. Em virtude da falta de Josué, as tribos em colapso (20:1-48)

1-25)

pediram um oráculo para determinar a ordem da batalha (conforme 20.18). Talvez tenham buscado o oráculo num santuário, por meio da arca, ou por meio de objetos de revelação de oráculos, como lançar sortes (conforme Js 7:14; Pv 16:33). v. 2. Judá: junto com Efraim e Manassés (a casa de José, v. 22), considerado o líder das tribos, v. 3. seus irmãos de Simeão: Simeão era irmão de sangue de Judá e mais tarde foi absorvido por esta tribo, território que nos foi designado: heb. gõrãl. Na base dessa narrativa está Js 15:0 e Js 3:10). Cananeus (com amorreus) é o termo mais amplo e geral (Js 13:4; Nu 13:29). Pouco se sabe dos ferezeus. O termo talvez seja um título denotando “habitantes de cidades não-mu-radas” (heb. ptrãzôt)-, conforme termo da AB equivalente a “matuto do campo”, mataram: a palavra no hebraico é um termo geral para denotar a derrota do inimigo. “Mataram” (NVI e NTLH) pode dar uma idéia errada. Bezeque-, tradicionalmente Khirbet 1bziq, entre Nablus e Bete-Seã (v. MBA, mapas 57 e 87). Judá então entrou pelo leste e tomou uma cidade cananéia em Manassés antes de se voltar ao sul para Jerusalém. Conforme 1Sm 11:8, que dá apoio para a localização no norte. v. 5. Adoni-Bezeque: ou “o príncipe de Bezeque” (AB). Conforme “Adoni-Zedeque” (Js 10:1,Js 10:3). ALXX lê “Adoni-Bezeque” nos dois relatos. As duas histórias têm diferenças significativas, v. 6. e lhe cortaram...-, a mutilação é atestada também em Mari no Eufrates e no grego clássico. Ela tornava a vítima incapaz para a batalha. A intenção pode ter sido também profanação ritual, o inverso de Êx 29:20. (NCentB, Js, Jz, Rt, p. 247). O próprio Adoni-Bezeque reconhece a justiça desse castigo.

v. 8. Uma aparente contradição de Js 15:63 e Jz 1:21. Duas soluções têm sido propostas desde Josefo ou até antes dele: (a) Somente a cidade baixa foi tomada, permanecendo a cidadela nas mãos dos jebuseus, e (b) a cidade foi capturada mas não ocupada. (Conforme G. F. Moore, Judges, ICC, p. 21 e LOB, p. 197). incendiaram: os textos do AT especificam quais cidades foram queimadas, conforme Js 6:24 (Jericó);

8.28 (Ai); 11.11,13 (Hazor). Nenhum registro arqueológico preserva esse incidente.
[R. Pearce Hubbard, “The Topography of Ancient Jerusalem”, PEQ (1966), p. 137, sugere que a Jerusalém de Jz 1:8 era um povoado numa colina localizada a sudoeste da cidade.]

v. 9-20. A campanha de Judá no sul: a serra, no Neguebe e a Sefelá são regiões distintas. O que se quer dizer aqui são as montanhas entre Jerusalém e Hebrom, o semideserto no noroeste do Sinai, e as colinas baixas que dividem a planície costeira e as montanhas. Nem em Js 10:40 nem aqui o vale (heb. hã‘êmeq), ou “planície costeira”, é confundido com a Sefelá, como ocorre em alguns comentários. Os v. 18,19 tratam da planície, uma região possivelmente incluída na grande Judá, mas fora dos limites das partes destinadas às tribos. A impressão é de uma penetração bem-sucedida por parte de Judá (mais os do clã de Calebe, os quenezeus e os queneus) em resposta à orientação divina. Até aqui, o povo está obedecendo completamente à ordem do Senhor, v. 10. Hebrom-, Judá (conforme v. 20 e Js 15:13,Js 15:14) tomou Hebrom, a cidade central da região montanhosa do sul. Algumas versões acrescentam “que eram filhos de Ana-que” ao fim do versículo. V. Js 15:13,Js 15:14. v. 11. avançaram-, heb. “ele foi”. Conforme Js 15:15-6.

Algumas versões harmonizam o verbo com o v. 10 (BJ: “marchou”) fazendo Judá ser o ocupante de Debir. Mas, na realidade, era Calebe, pertencente à tribo de Judá. Debir. uma cidade importante da região montanhosa do sul, originariamente chamada de “Cidade do Livro”. Foi identificada com Tell Bete Mirsim, a 18 quilômetros a sudoeste de Hebrom, mas não na região montanhosa, como Js 15:49 sugere. Pesquisas recentes tendem a favorecer Khirbet Rabud, a 13 quilômetros a sudoeste de Hebrom, que permite uma identificação melhor com as fontes superiores e as inferiores do v. 15. v. 13. irmão mais novo de Calebe-, a NVI deve ser preferida à NTLH, pois a expressão pode ser uma referência tanto a Otoniel quanto a Quenaz. v. 14. ela o persuadiu a pedir, a BJ segue a LXX e faz dele o instigador do pedido, v. 15. fontes-, heb. gullôt, possivelmente poças d’àgua ou lençóis subterrâneos. Os escavadores de Khirbet Rabud descobriram duas fontes num desfiladeiro próximo, que os árabes chamam de “fontes superiores e inferiores”. A referência às fontes aumenta a impressão de bênção e fertilidade.

v. 16. queneu-, Êx 18:1,12 e Nu 10:29ss associam esse clã aos midianitas. O seu nome pode significar uma relação com o trabalho em metais. Nu 10:0, em que um benjamita, Simei, está falando com Davi) ou as tribos do Norte em geral, o Senhor estava com eles\ assim como com Judá. A AB segue a LXX: “Judá estava com eles”, mas isso parece ignorar o paralelo óbvio com o v. 19. v. 23. Betei, uma cidade importante (provavelmente a atual Beitin, a 18 quilômetros ao norte de Jerusalém), na região central de Canaã. Conforme Gn 28:19 e Js 18:13, mas também Js 16:2. Não se registra nenhuma conquista de Betei em Josué. v. 24. como entrar na cidade: heb. nfbõ\ não o portão, mas provavelmente uma entrada subterrânea. Conforme 2Sm 5:8. lhe pouparemos a vida\ em hebraico, “faremos hesed' com você”. O termo tem conotação de aliança. V. Js 2:12. v. 26. hititas-. provavelmente um nome geral para os sírios do Norte, e não o império antigo na Turquia. Nada se sabe da “nova Luz”.

d)    Enclaves não conquistados no norte de Canaã (1:27-36)

O restante de Jz 1 retoma o fio primeiramente citado no v. 21. O tempo verbal (heb. lõ’hôrts, “ele não expulsou”) sugere que a tribo em questão aqui poderia e deveria ter capturado essas cidades. A sua presença era o testemunho claro da desobediência e suas conseqüências. As cidades formam três grupos distintos, v. 27. Bete-Seã, Taanaque, Dor, Ibleã, Megido: Dor, como porto, e Bete-Seã na confluência dos vales do Jordão e de Jezreel, são citadas junto com Ibleã, Taanaque e Megido, que protegiam três grandes passagens pela cadeia de montanhas do Carmelo e de fato cortavam a herança de Israel em duas partes, v. 29. Gezer... [v. 35] monte Heres [provavelmente Bete-Semes] [...] Aijalom e [...] Saalbim, junto com Jerusalém (v. 21): essas cidades formavam uma cunha entre Efraim e Judá no sul, provavelmente explicando o motivo desta tribo não ter sido chamada para lutar no exército de Baraque (Jz 4 e 5). As cidades restantes estão no norte da Galiléia ou na costa acima de Haifa. v. 34. Os amorreus confinaram a tribo de Dã: a ausência de referência a filisteus indica uma data antiga. Conforme o cap. 18. v. 36. A fronteira dos amorreus ia da subida de Acrabim até Selá, e mais adiante: a BJ segue a LXX e muda amorreus para “edo-mitas”, assim explicando por que uma linha que aparentemente ia de Berseba para o mar Morto e adiante é mencionada. De qualquer forma, o versículo todo é complicado.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36

INTRODUÇÃO

Título. O livro de Juízes recebeu o seu nome dos líderes (shopetim) que libertaram 1srael de uma série de opressores estrangeiros durante o período compreendido entre a morte de Josué e o começo da monarquia.

O termo shopet tem uma conotação mais ampla do que o termo "juiz" pode transmitir. Na antiga Cartago e Ugarit era usado para descrever magistrados civis, ou chefes de estado. A literatura cananita da antiga Ugarit usa a expressão shptn, "nosso juiz", paralelamente relacionada com mlkn, "nosso rei". (Ba'al V, v, 32). O período bíblico dos shopetim deve ser, contudo, separada do período dos reis. Durante o período dos Juízes, existia um sentimento definidamente antimonárquico (cons. Jz 9:8-15), embora pressões externas de invasores em perspectiva levassem o povo finalmente a pedir um rei (1Sm 8:1), embora o pecado do povo freqüentemente reduzisse este ideal a um estado de anarquia (Jz 21:25,Jz 4:5).

Em Jz 11:27 o Deus de Israel foi chamado de hashshopet "O Juiz". Os "julgamentos" (mishpatim) de Deus formam uma parte dessa instrução que se conhece como a lei (tora) de Jeová (cons. Sl 19:9; Sl 119:7).

Data e Autoria. Como outros livros históricos do Velho Testamento, o livro de Juizes é anônimo. Provas internas, contudo, ajudam-nos a determinar a data aproximada de sua composição. Dá-se a entender a destruição de Silo (Jz 18:31). As palavras. "Naqueles dias irão havia rei em Israel" (Jz 17:6), sugere unta data durante a monarquia. O fato dos jebusitas ainda serem mencionados estando em Jerusalém (Jz 1:21) implica em uma data antes da tornada de Jebus, durante o reinado de Davi. Semelhantemente a menção de Gezer (Jz 1:29) implica em uma data antes de Faraó dar esta cidade como presente de casamento a Salomão (1Rs 9:16).

Evidências internas dão a entender, assim, uma data durante os primeiros dias da monarquia (cerca de 1050-1000 A.C.), ou durante os dias de Saul ou logo no começo do reinado de Davi. O Talmude (Baba Bathra,
- 14b) e a antiga tradição cristã concedem sua autoria a Samuel. Embora as evidências não autorizem uma conclusão positiva em relação ao escritor do livro dos Juízes, elas indicam que o livro foi escrito por um contemporâneo de Samuel. O autor provavelmente fez uso de material escrito e oral, mas o livro, na forma que hoje temos, exibe uma unidade que argumenta contra qualquer esquema complexo de compilação.

Antecedentes Históricos. A geração que entrou em Canaã durante a liderança de Josué tinha realizado muito por ;meio da ocupação dos sítios estratégicos e estabelecimento das tribos em suas porções específicas. A tarefa da conquista e ocupação, contudo, estava longe de se poder considerar terminada. Importantes fontes cananitas foram ignorados por Josué. e assim as tribos tiveram de lutar individualmente para ocuparem os territórios a que tinham direito (Js 13:1-7).

COMENTÁRIO

I. Introdução. 1:1 - 2 Jz 5:1,

Jz 1:1. Assim como a morte de Moisés marcou o fim da peregrinação de Israel no deserto, a morte de Josué marcou o final da primeira fase da conquista de Canaã. Quem . . . subirá? Dentro das porções distribuídas pur Josué havia ainda muito território por conquistar. As tribos deviam ocupar os territórios que lhes tinham sido concedidos. Os cananeus. O termo é às vezes usado em relação a todos os habitantes de Canaã sem considerar sua origem. A região ocupada pelos cananeus nessa ocasião está delineada em Jz 1:9.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
I. CONQUISTA PARCIAL DE CANAÃ. Jz 1:1-7 recorda-se uma invasão israelita que primeiramente partiu do sul. Cfr. Jz 1:16-7. Disse Judá a Simeão, seu irmão (3). Fala-se muitas vezes numa tribo ou dum país aludindo apenas ao seu antepassado ou fundador, como no caso presente onde é óbvio, mas outros casos há, onde não é o mesmo sentido. Simeão deixara de ser uma tribo separada e se incorporara na de Judá. E subiu Judá (4). Parte deste território fora habitado por Judá e seus descendentes antes da vinda para o Egito (Gn 38). Os cananeus e fereseus (4). Por fereseus devemos possivelmente entender uma raça indígena diferente dos cananeus. Acharam a Adoni-Bezeque em Bezeque (5). Cidade talvez ao sul de Canaã, cujo rei se chamava apenas "senhor de Bezeque". Cortaram os dedos polegares das mãos e dos pés (6). Com certeza como sinal de humilhação e não apenas para o impedir de utilizar as armas de guerra. E o trouxeram a Jerusalém (7). A cidade mais antiga construída sobre o monte Ofel, ao sul da área do templo, remonta a cerca do ano 3000 a.C. no dizer dos arqueólogos. Documentos egípcios do ano 1900 a.C. referem-se a Jerusalém, que é sem dúvida a Salém do Gn 14:18. Segundo Ezequiel, no tempo dos cananeus a cidade era habitada por dois grandes grupos: os heteus e os amorreus (Ez 16:3). Na "Idade Amarna" (cerca de 1400-1360 a.C.) constituía uma das principais cidades-estados dos cananeus. Os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém, e a tomaram (8). Acontecimento relacionado talvez com a ameaça do povo habiru, à cidade, quando era seu governador Puti-Hepa, no reinado de Akhnaton (cerca de 1370 a.C.). Em qualquer caso esta vitória pode ter sido simplesmente um episódio isolado na conquista, logo seguido da recuperação da cidade por parte dos jebuseus (Jz 1:21).

>Jz 1:10

Era porém, dantes o nome de Hebrom Quiriate-Arba (10). Significa este nome "cidade dos quatro", lembrando uma antiga "confederação", que é o que quer dizer o vocábulo "Hebrom". Em conformidade com Nu 13:22 foi esta cidade construída sete anos antes de Tanis (Zoã) no Egito. Talvez queira referir-se à fortificação dos hicsos em Tanis (Avaris), que dá uma possível data da fundação de Hebrom, cerca do ano 1725 a.C. São paralelos os textos de Jz 1:10-7 e Js 15:14-6, onde se atribui a Calebe a tomada de Hebrom e Debir. E feriram a Sesai, e a Aimã e a Talmai (10). Eram filhos de Enaque, no dizer dos espias. Nu 13:22. Cfr. Jz 1:20. Dali partiu contra os moradores de Debir (11). Com a queda de Hebrom não foi difícil tomar Debir. O seu primitivo nome Quiriate-Sefer significa "cidade dos livros" ou "cidade dos escribas". Escavações recentes confirmam que a cidade (agora Tell Beit Mirsim) foi queimada cerca de 1230 a.C. e mais tarde restaurada, embora com muralhas mais estreitas, menor população e inferior cultura. Tomou-a Otniel, filho de Quenaz, o irmão de Calebe (13). Os filhos de Quenaz, bem como os de Queneu (16), misturaram-se com a tribo de Judá.

>Jz 1:16

Os filhos de Queneu, sogro de Moisés (16). Tal como em Jz 4:11 a respeito de Hobabe, a palavra hebraica tem duas leituras: hothen (literalmente: "aquele que circuncida") significa sogro, com uma diferente vocalização, hathan, com o significado de "genro" ou "noivo" (cfr. Êx 4:25-26), que aliás era quase sempre circuncidado pelo sogro na véspera do casamento. Há uma relação, portanto, entre os dois vocábulos. Os queneus (do heb. qain, "ferreiro") eram um povo nômade, talvez de funileiros ou latoeiros ambulantes, que circulavam no Neguebe e no Arabah, tendo por vizinhos os amalequitas. Cidade das palmeiras (16), isto é, tamareiras. Geralmente atribuía-se este epíteto a Jericó (cfr. Jz 3:13), mas aqui pode referir-se a Tamar ("palmeira") e cerca de 150 quilômetros ao sul de Arade. Que está ao sul de Arade (16). Veja-se a derrota do rei de Arade em Nu 21:1-4. E chamaram o nome desta cidade Hormá (17), isto é, "devoção" no sentido de destruição completa. Veja-se Nu 21:3 para outra narração e cfr. Nu 14:45; Dt 1:44. Tomou mais Judá a Gaza... Ascalom... e a Ecrom (18). Tais cidades encontravam-se ainda em meados do séc. XII ocupadas pelos filisteus. Despovoou as montanhas (19). Os cananeus continuavam a manter os seus centros de civilização nas terras mais baixas que podiam facilmente vigiar e dominar com os seus carros de ferro. Vimos que foi através dos impérios hitita (ou heteu) e matani que esses povos chegaram ao conhecimento dos processos de fabricar objetos de ferro, dois séculos antes dos israelitas. E deram Hebrom a Calebe (20). Cfr. Js 15:13. Os filhos de Benjamim não expeliram os jebuseus que habitavam em Jerusalém (21). Cfr. Js 15:63, onde se faz referência a Judá e não a Benjamim (Js 18:28). Jerusalém ficava situada na fronteira entre Judá e Benjamim. Os jebuseus eram talvez um grupo de amorreus, que se fixaram em Jerusalém nos primeiros tempos, onde antes tinham vivido os hititas. Os jebuseus habitaram com os filhos de Benjamim em Jerusalém, até ao dia de hoje (21). Este breve passo leva-nos a crer que foi escrito antes do ano 1003 a.C., quando Davi tomou a cidade, embora a população constituída por elementos heteus e amorreus continuasse lá a viver depois disso. Cfr. Araúna, o jebuseu (2Sm 24:16), cujo nome se supôs ter o significado de "fidalgo" ou "nobre" na língua indo-européia.


Dicionário

Arade

Um dos filhos de Berias, aparece na genealogia que vai de Benjamim até Saul (1Cr 8:15-16).


fugitivo

Cidade

substantivo feminino Povoação de maior amplitude e importância.
Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe.
A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade.
Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade.
Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo).
Parte central ou o centro comercial de uma cidade.
Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária.
[Popular] Grande formigueiro de saúvas.
Antigo Estado, nação.
expressão Cidade santa. Jerusalém.
Cidade aberta. Cidade não fortificada.
Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa.
Cidade dos pés juntos. Cemitério.
Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer.
Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições.
Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.

substantivo feminino Povoação de maior amplitude e importância.
Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe.
A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade.
Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade.
Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo).
Parte central ou o centro comercial de uma cidade.
Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária.
[Popular] Grande formigueiro de saúvas.
Antigo Estado, nação.
expressão Cidade santa. Jerusalém.
Cidade aberta. Cidade não fortificada.
Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa.
Cidade dos pés juntos. Cemitério.
Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer.
Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições.
Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.

Desde o tempo em que a cidade de Jerusalém foi tomada por Davi, tornaram-se os hebreus, em grande parte, um povo habitante de cidades. As cidades eram, no seu maior número, muradas, isto é, possuíam uma muralha com torres e portas. Mas em volta da cidade, especialmente em tempos de paz, viam-se sem defesa os arrabaldes, aos quais se estendiam os privilégios da cidade. Em conformidade ao costume oriental, determinadas cidades deviam abastecer de certos produtos o Estado, para a construção de edifícios, fabricação de carros de guerra, armação de cavaleiros, e provisão da mesa real. Para manutenção dos levitas foram-lhes concedidas quarenta e oito cidades, espalhadas pelo país, juntamente com uma certa porção de terreno suburbano. Antes do cativeiro, o governo interno das cidades judaicas era efetuado por uma junta de anciãos (2 Rs 10.1), juntamente com juizes, devendo estes pertencer à classe sacerdotal. No tempo da monarquia parece que era nomeado, um governador ou presidente, sendo por ele mandados a diversos pontos do distrito os juízes, que, presumivelmente, levavam depois certas questões de dúvida a Jerusalém para serem resolvidas por um conselho de sacerdotes, levitas e anciãos. Depois do cativeiro, disposições semelhantes foram realizadas por Esdras para nomeação de juizes. Em muitas cidades orientais, destina-se grande espaço a jardins, e desta forma torna-se muito maior a extensão da cidade. A notável amplidão das cidades de Nínive e Babilônia pode assim, em parte, ser explicada. As ruas são, em geral, extremamente estreitas, raras vezes permitindo que dois camelos carregados passem um pelo outro. o comércio interno das cidades era sustentado, como hoje acontece, por meio de bazares. o profeta Jeremias fala-nos (37,21) da Rua dos Padeiros. os espaços abertos, junto às portas das cidades, eram, em tempos antigos, como ainda são hoje, usados pelos anciãos para suas assembléias, e pelos reis e juizes para reunião de cortes e constituição de tribunais e pelo povo para tratarem das suas regalias. Também se empregavam para exposição pública, quando era preciso castigar assim os culpados de certos delitos. Havia grandes trabalhos para abastecer de água as cidades, empregando-se reservatórios e cisternas que se enchiam com as águas pluviais, ou trazendo de distantes nascentes o precioso líquido por meio de aquedutos.

Deserto

substantivo masculino Região árida, coberta por um manto de areia, com um índice anual de baixíssima precipitação de água, caracterizada pela escassez de vegetação, dias muito quentes, noites muito frias, e ventos muito fortes.
[Biologia] Bioma com essas características, definido pela falta de diversidade de flora e fauna, baixíssimo índice de precipitação de água, calor exagerado, dias quentes e noites frias etc.
Características dos lugares ermos, desabitados, sem pessoas.
Ausência completa de alguma coisa; solidão: minha vida é um deserto de alegria.
adjetivo Que é desabitado: ilha deserta.
Pouco frequentado; vazio: rua deserta.
De caráter solitário; abandonado.
expressão Pregar no deserto. Falar algo para alguém.
Etimologia (origem da palavra deserto). Do latim desertum.

A simples idéia de deserto, significando uma vasta extensão de areia, sem árvores e água, não se deve ligar à palavra, conforme empregada na Bíblia. os israelitas não tinham conhecimento de semelhante deserto, quer nas viagens, quer na sua existência fixa. Nos livros históricos da Bíblia, a palavra ‘deserto’ significa o vale do Jordão, o do mar Morto, e aquela região que fica ao sul do mar Morto. Nestes sítios, nos dias de prosperidade da Palestina, crescia a palmeira, o bálsamo, a cana-de-açúcar, podendo admirar-se ali uma forte e bela vegetação. Nos livros proféticos e poéticos o deserto tem já a significação de território seco pela ação do excessivo calor, ainda que, no livro de Ez 47:8, se compreende o vale do Jordão. A palavra traduzida por ‘deserto’ em Êx 3:1 – 5.3 – 19.2, e em Nm 33:16, teria melhor versão, dizendo-se ‘terra de pasto’. os israelitas levavam consigo rebanhos e manadas durante todo o tempo da sua passagem para a Terra da Promissão. A mesma significação em 24:5, is 21:1, Jr 25:24.

solitário, despovoado, ermo, desabitado. – Dizemos – paragens desertas – para exprimir que estão como abandonadas; e dizemos – paragens ermas – para significar que, além de abandonadas, são paragens sombrias, onde a quietude e o desolamento nos apertam a alma. – Estância solitária é aquela que não é procurada, ou frequentada pelos homens. Pode admitir-se até no meio da cidade uma habitação solitária ou deserta; não – erma, pois que esta palavra sugere ideia de afastamento, desolação. – Despovoado e desabitado dizem propriamente “sem moradores”, sem mais ideia acessória. Quando muito, dizemos que é ou está despovoado o lugar “onde não há povoação”; e desabitado o lugar “que não é habitualmente frequentado”.

ermo, solidão (soidão, soledade), retiro, isolamento (desolamento), recanto, descampado. – Deserto é “o lugar despovoado, sem cultura, como abandonado da ação ou do bulício humano”. – Ermo acrescenta à noção de deserto a ideia de silêncio, tristeza e desolamento. Uma família, uma multidão pode ir viver no deserto; o anacoreta fica no seu ermo. – Solidão é “o lugar afastado do mundo, e onde se pode ficar só, como separado dos outros homens”. – Soidão é forma sincopada de solidão; mas parece acrescentar a esta a ideia de desamparo, do horror que causa o abismo, a solidão temerosa. Entre solidão e soledade há diferença que se não pode esquecer. Antes de tudo, soledade é mais propriamente a qualidade do que está só, do solitário, do que lugar ermo. Tomando-a, no entanto, como lugar ermo, a soledade sugere ideia da tristeza, da pena, da saudade com que se está na solidão. Dizemos, por exemplo – “a soledade da jovem viúva” – (caso em que não se aplicaria solidão, pelo menos nem sempre). – Retiro é “o lugar afastado onde alguém se recolhe e como se refugia do ruído e agitação do mundo”. – Isolamento é o lugar onde se fica separado da coletividade, fora de relações com os outros homens. A mesma diferença que notamos entre solidão e soledade pode assinalar-se entre isolamento e desolamento. No seu isolamento nem sempre se há de alguém sentir desolado (isto é – só, abandonado em sua mágoa); assim como nem sempre no seu desolamento há de estar de todo isolado (isto é – afastado dos outros homens). – Recanto é “o sítio retirado, fora das vistas de todos, longe do movimento geral da estância de que o recanto é uma parte quase oculta e escusa”. – Descampado significa “paragem, mais ou menos extensa, ampla, aberta, despovoada e inculta”. Propriamente só de deserto, solidão e ermo é que pode ser considerado como sinônimo. 350 Rocha Pombo

Deserto Terras extensas e secas, com poucas árvores e pouco capim, onde não mora ninguém. Nessas terras vivem animais ferozes (24:5); (Mt 3:1). Equivale mais ou menos a “sertão”.

Deserto Local pouco habitado, formado por rochas calcáreas e não por areia (Lc 15:4). Foi nas proximidades do deserto da Judéia que João Batista pregou. Jesus identificou-o como morada dos demônios (Mt 12:43) e nele experimentou as tentações (Mt 4:1ss.). Às vezes, Jesus refugiava-se no deserto em busca de solidão (Mc 1:35.45; Lc 4:42; 5,16; 6,32,35) e nele alimentou as multidões (Mt 14:13-21; Mc 6:32-44; Lc 9:10-17).

Filhós

substantivo masculino e feminino [Popular] Filhó. (Pl.: filhoses.).

Habitar

verbo transitivo direto e transitivo indireto Morar; ter como residência fixa: habitava um apartamento novo; habitam em uma cidade pequena.
Figurado Permanecer; faz-ser presente: um pensamento que habitava sua mente; Deus habita na alma de quem crê.
verbo transitivo direto Povoar; providenciar moradores ou habitantes: decidiram habitar o deserto com presidiários.
Etimologia (origem da palavra habitar). Do latim habitare.

Habitar Morar (Sl 23:6; At 7:48).

Judá

1. Nascido em Padã-Arã, era o quarto filho de Jacó e Lia (Gn 29:35; Gn 35:23). Tornou-se o progenitor de uma das doze tribos de Israel. Pouco se sabe sobre ele; quando os irmãos decidiram matar José, Judá falou com eles e recusou-se a participar do assassinato de alguém de sua própria carne e sangue; sugeriu que o vendessem como escravo para os mercadores midianitas (Gn 37:26-27).

Em certa ocasião, Judá saiu para passar uns dias com seu amigo Hira, em Adulão, onde conheceu e casou-se com uma mulher filha de um cananeu chamado Sua. Teve vários filhos com ela (Gn 38:1-11). Um deles, chamado Er, era ímpio e foi morto pelo Senhor (v. 7). A esposa dele, cujo nome era Tamar, foi dada a seu irmão Onã, o qual recusou-se a ter filhos com ela. Ele também foi morto, por não obedecer ao Senhor nesta questão. Em vez de dá-la ao seu terceiro filho, Judá mandou-a para a casa de seu pai e lhe disse que levasse uma vida de viúva. Algum tempo depois, a esposa de Judá morreu e ele foi novamente visitar seu amigo Hira. Tamar, usando de um estratagema, seduziu o próprio sogro e engravidou. Quando soube de tudo, Judá reconheceu que não a tratara com justiça; por ser viúva, levou-a para sua casa, onde cuidou dela. Quando deu à luz, Tamar teve gêmeos: Perez e Zerá (Gn 38:26-30; Gn 46:12).

Há um grande contraste entre o pecado sexual de Judá, ao aproximar-se de uma mulher que se fazia passar por prostituta (Gn 38), e a fidelidade de José, o qual recusou-se a deitar com a esposa de Potifar. Todo o relato sobre Judá é narrado pelo escritor bem no meio da história do sofrimento de José, na prisão, devido ao seu comportamento íntegro (Gn 37:39-40).

Judá aparece novamente em cena quando os irmãos viajaram pela segunda vez ao Egito, a fim de comprar alimentos, durante a fome que assolava a humanidade. Ele lembrou ao pai que o primeiro-ministro do Egito avisara que não os receberia a menos que levassem o irmão mais novo, Benjamim, junto com eles (ainda não sabiam que era José, desejoso de ver o irmão). Judá prometeu ao pai que ele próprio se ofereceria como refém para que Benjamim regressasse do Egito em segurança. Sem dúvida, tanto Jacó como Judá percebiam que havia possibilidade de perderem mais um membro da família (Gn 43:8). Parece que ele se tornou o líder dos irmãos, nos contatos que tiveram com José (Gn 44:14-34). Finalmente, o governador revelou sua identidade e trouxe todos eles, inclusive Jacó, para viver no Egito. Judá levou todos os familiares para a terra de Gósen (Gn 46:28).

Quando estava próximo da morte, Jacó abençoou seus filhos e profetizou que Judá seria a maior de todas as tribos. Predisse que o cetro (símbolo da realeza) jamais se apartaria de sua mão (Gn 49:8-10).

Quando a terra de Canaã foi distribuída entre as tribos, no tempo de Moisés e de Josué, Judá recebeu como herança a região ao redor de Hebrom, ao sul de Jerusalém. A bênção de Jacó sobre este filho provou ser correta e duradoura. Judá permaneceu a tribo abençoada por Deus e, depois da invasão de Israel pelos assírios, tornou-se o reino abençoado por Deus. O rei Davi era descendente de Judá e entre os seus filhos, no futuro, estaria o Salvador Jesus. Desta maneira, o cetro seria estabelecido para sempre entre os descendentes de Judá (Lc 3:33).


2. Um dos levitas que se casaram com mulheres estrangeiras depois do retorno do exílio na Babilônia (Ed 10:23).


3. Filho de Senua, da tribo da Benjamim, foi colocado como segundo superintendente da cidade de Jerusalém, após o exílio na Babilônia (Ne 11:9).


4. Um dos levitas que ajudaram no ministério da música no Templo, após o retorno do exílio na Babilônia (Ne 12:8).


5. Um dos líderes da tribo de Judá que participaram do culto de dedicação dos muros de Jerusalém, quando a obra de reconstrução foi concluída, na época de Neemias (Ne 12:34).


6. Outro envolvido na celebração da festa de dedicação dos muros de Jerusalém, sob a liderança de Neemias (Ne 12:36). P.D.G.


Judá
1) Quarto filho de Jacó e Lia (Gn 29:35). Aparece como líder entre os irmãos (Gn 37:26-27); 43:3-10; 44:16-34). Casou com mulher cananéia (Gn 38:1-11) e foi pai de gêmeos com Tamar, sua nora (Gn 38:12-30). Recebeu de Jacó a bênção do CETRO (Gn 49:8-12). Foi antepassado de Davi (Rth 4:12,18-2)

2) e de Cristo (Mt 1:3)

2) Uma das 12 TRIBOS do povo de Israel, formada pelos descendentes de JUDÁ 1. Na divisão da terra, essa tribo recebeu a maior parte do sul da Palestina (Jos 15:1-12:2) 0-63).

3) Reino localizado no sul da Palestina. Foi formado quando as dez tribos do Norte se revoltaram contra Roboão e formaram o Reino de Israel sob o comando de Jeroboão I, em 931 a.C. (1Rs 12;
v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ). Durou até 587 a.C., quando Jerusalém, sua capital, foi tomada e arrasada pelos babilônios, e o povo foi levado ao CATIVEIRO (1Rs 12—22; 2Rs; (2Ch 11—36).

4) Nome usado em Esdras (5.8; 9.9), Neemias (2,7) e Ageu (1.1,14; 2,2) a fim de indicar a PROVÍNCIA para onde os

Louvor. É este um nome que em diversos lugares aparece com a forma de Judas e de Juda. E também a Judéia se chama Judá em certo número de exemplos. 1. Pela primeira vez ocorre em Gn 29:35 – é Lia que dá esse nome ao seu quarto filho quando disse: ‘Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá.’ Nasceu em Harã, na Mesopotâmia. À exceção de José, ele figura mais vezes na história de israel do que qualquer dos seus irmãos. Foi ele que aconselhou a venda de José aos mercadores ismaelitas, querendo evitar a sua morte (Gn 37:26-27). Ele se nos apresenta como o diretor dos negócios da família e, como se diz em 1 Cr 5.2, ‘foi poderoso entre os seus irmãos’. Naquelas memoráveis viagens ao Egito, para comprar trigo, foi Judá que fez objeções ao fato de querer Jacó conservar Benjamim junto de si – e foi ele também que, oferecendo os seus próprios filhos como reféns, fez todos os esforços para trazer de novo Benjamim (Gn 43:3-10). Em todas as ocorrências dramáticas entre os filhos de israel e seu irmão José, bem como no caso de ser a família removida para o Egito, foi Judá quem sempre falou pelos outros. E Jacó reconheceu a ascendência de Judá sobre seus irmãos, o que se mostra nas últimas palavras que o patriarca lhe dirigiu: ‘os filhos de teu pai se inclinarão a ti’ (Gn 49:8-10). Judá teve cinco filhos, dois dos quais morreram novos. os outros três, Selá, Perez e Sera, foram com seu pai para o Egito (Gn 46:12). Estes filhos nasceram na Palestina numa parte do país, de que a família, já uma tribo, se apossou de novo, no tempo da conquista. (*veja Judá, Judéia.) 2. Levita do tempo de Zorobabel, que auxiliou a restaurar o templo (Ed 3:9). Provavelmente devia ler-se Hodavias. 3. Levita que mandou embora a sua mulher estranha (Ed 10:23). 4. Um indivíduo da tribo de Benjamim. o superintendente de uma parte de Jerusalém, no tempo de Neemias (Ne 11:9). 5. Levita, provavelmente o mesmo que Judá 2 (Ne 12:8). 6. Chefe dos que fizeram a dedicação dos muros, ou então, talvez, devamos compreender por esse nome a própria tribo (Ne 12:34). 7. Um sacerdote na dedicação dos muros (Ne 12:36).

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Moisés

substantivo masculino Espécie de cesta acolchoada que serve de berço portátil para recém-nascidos; alcofa.
Religião Profeta que, para cristãos e judeus, foi responsável pela escritura dos dez mandamentos e dos cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), sendo a junção destes o livro sagrado dos Judeus (a Torá ou Tora); nesta acepção, usar com letras maiúsculas.
Etimologia (origem da palavra moisés). Do nome próprio Moisés, do hebraico "Moshe", talvez do termo egípcio "mesu",.

Salvo das águas. (Êx 2:10) – mais provavelmente, porém, é termo egípcio, significando filho, criança. Foi o grande legislador dos hebreus, filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi. Ele nasceu precisamente no tempo em que o Faraó do Egito tinha resolvido mandar matar todas as crianças recém-nascidas do sexo masculino, pertencentes à família israelita (Êx 2:1-4 – 6.20 – At 7:20Hb 11:23). A sua mãe colocou-o num ‘cesto de junco’, à borda do Nilo. A filha de Faraó, que o salvou, deu-lhe o nome de Moisés, e educou-o como seu filho adotivo, de maneira que pôde ele ser instruído em toda a ciência dos egípcios (Êx 2:5-10At 7:21-22). Quando depois é mencionado, já ele era homem. Vendo que um israelita recebia bastonadas de um egípcio, e julgando que ninguém o via, matou o egípcio e enterrou o cadáver na areia. Mas alguém tinha observado o ato, e Moisés, sabendo disto, fugiu para a terra de Midiã, onde casou com Zípora, filha de Jetro, chefe ou sacerdote das tribos midianitas, tornando-se pastor dos rebanhos de seu sogro (Êx 2:11-21At 7:29). Foi no retiro e simplicidade da sua vida de pastor que Moisés recebeu de Deus a ordem de ir livrar os filhos de israel. Resolveu, então, voltar para o Egito, acompanhando-o sua mulher e os seus dois filhos – mas não tardou muito que ele os mandasse para a casa de Jetro, permanecendo eles ali até que tornaram a unir-se em Refidim, quando ele estava à frente da multidão dos israelitas. Pouco depois de se ter separado da mulher e dos filhos, encontrou Arão que, em negociações posteriores, foi o orador, visto como Moisés era tardo na fala (Êx 4:18-31). A ofensa de Moisés em Meribá foi três vezes repetida (Nm 20:1-13 – 27,14) – não acreditava que a água pudesse sair da rocha por simples palavras – então, desnecessariamente, feriu a rocha duas vezes, revelando com isto uma impaciência indesculpável – não atribuiu a glória do milagre inteiramente a Deus, mas antes a si próprio e a seu irmão: ‘porventura faremos sair água desta rocha?’ Faleceu quando tinha 120 anos de idade, depois de lhe ter mostrado o Senhor, do cume do monte Nebo, na cordilheira de Pisga, a Terra Prometida, na sua grande extensão. Este ‘ o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor – e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura’ (Dt 34:6). o único traço forte do seu caráter, que em toda a confiança podemos apresentar, acha-se em Nm 12:3: ‘Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.’ A palavra ‘manso’ não exprime bem o sentido – a idéia que a palavra hebraica nos dá é, antes, a de ser ele ‘muito sofredor e desinteressado’. Ele juntou-se aos seus compatriotas, vivendo eles a mais terrível escravidão (Êx 2:11 – 5,4) – ele esqueceu-se de si próprio, para vingar as iniqüidade de que eram vítimas os hebreus (Êx 2:14) – quis que seu irmão tomasse a direção dos atos libertadores em lugar de ele próprio (Êx4,13) -além disso, desejava que toda a gente hebréia recebesse dons semelhantes aos dele (Nm 11:29). Quando lhe foi feito o oferecimento de ser destruído o povo, podendo ele ser depois a origem de uma grande nação (Êx 32:10), pediu, na sua oração a Deus, que fosse perdoado o pecado dos israelitas, ‘ae não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste’ (Êx 32:32). (A respeito da conduta de Moisés na sua qualidade de libertador e legislador dos israelitas, vejam-se os artigos: Lei, Faraó, Pragas (as dez), Mar Vermelho, etc.)

Moisés era filho de Anrão (da tribo de Levi) e Joquebede; era irmão de Arão e Miriã. Nasceu durante os terríveis anos em que os egípcios decretaram que todos os bebês do sexo masculino fossem mortos ao nascer. Seus pais o esconderam em casa e depois o colocaram no meio da vegetação, na margem do rio Nilo, dentro de um cesto de junco. A descoberta daquela criança pela princesa, filha de Faraó, foi providencial e ela salvou a vida do menino. Seu nome, que significa “aquele que tira” é um lembrete desse começo obscuro, quando sua mãe adotiva lhe disse: “Eu o tirei das águas”.

Mais tarde, o Senhor o chamou para ser líder, por meio do qual falaria com Faraó, tiraria seu povo do Egito e o levaria à Terra Prometida. No processo desses eventos 1srael sofreu uma transformação, pois deixou de ser escravo de Faraó para ser o povo de Deus. Os israelitas formaram uma comunidade, mais conhecida como o povo da aliança, estabelecida pela graça e pela soberania de Deus (veja Aliança).

O Antigo Testamento associa Moisés com a aliança, a teocracia e a revelação no monte Sinai. O grande legislador foi o mediador da aliança mosaica [do Sinai] (Ex 19:3-8; Ex 20:18-19). Esse pacto foi uma administração da graça e das promessas, pelas quais o Senhor consagrou um povo a si mesmo por meio da promulgação da Lei divina. Deus tratou com seu povo com graça, deu suas promessas a todos que confiavam nele e os consagrou, para viverem suas vidas de acordo com sua santa Lei. A administração da aliança era uma expressão concreta do reino de Deus. O Senhor estava presente com seu povo e estendeu seu governo especial sobre ele. A essência da aliança é a promessa: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (Ex 6:7; Dt 29:13; Ez 11:20).

Moisés foi exaltado por meio de sua comunhão especial com o Senhor (Nm 12:68; Dt 34:10-12). Quando Arão e Miriã reclamaram contra a posição privilegiada que ele ocupava, como mediador entre Yahweh e Israel, ele nada respondeu às acusações (Nm 12:3). Pelo contrário, foi o Senhor quem se empenhou em defender seu servo (Nm 12:6-8).

O Senhor confirmou a autoridade de Moisés como seu escolhido, um veículo de comunicação: “A ele me farei conhecer... falarei com ele...” (v. 6; veja Dt 18:18). Separou-o como “seu servo” (Ex 14:31; Dt 34:5; Js 1:1-2) — uma comunhão de grande confiança e amizade entre um superior e um subalterno. Moisés, de maneira sublime, permaneceu como servo de Deus, mesmo depois de sua morte; serviu como “cabeça” da administração da aliança até o advento da Nova aliança no Senhor Jesus Cristo (Nm 12:7; veja Hb 3:2-5). De acordo com este epitáfio profético de seu ministério, Moisés ocupou um lugar único como amigo de Deus. Experimentou o privilégio da comunhão íntima com o Senhor: “E o Senhor falava com Moisés” (Ex 33:9).

A diferença fundamental entre Moisés e os outros profetas que vieram depois dele está na maneira direta pela qual Deus falava com este seu servo. Ele foi o primeiro a receber, escrever e ensinar a revelação do Senhor. Essa mensagem estendeu-se por todos os aspectos da vida, inclusive as leis sobre santidade, pureza, rituais, vida familiar, trabalho e sociedade. Por meio de Moisés, o Senhor planejou moldar Israel numa “comunidade separada”. A revelação de Deus os tornaria imunes às práticas detestáveis dos povos pagãos, inclusive a adivinhação e a magia. Esta palavra, dada pelo poder do Espírito, transformaria Israel num filho maduro.

A posição e a revelação de Moisés prefiguravam a posição única de Jesus. O grande legislador serviu ao reino de Deus como um “servo fiel” (Hb 3:2-5), enquanto Cristo é “o Filho de Deus” encarnado: “Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa” (Hb 3:6). Moisés, como o Senhor Jesus, confirmou a revelação de Deus por meio de sinais e maravilhas (Dt 34:12; veja também Ex 7:14-11:8; 14:5 a 15:21).

Embora Moisés ainda não conhecesse a revelação de Deus em Cristo, viu a “glória” do Senhor (Ex 34:29-35). O apóstolo Paulo confirmou a graça de Deus na aliança mosaica quando escreveu à igreja em Roma: “São israelitas. Pertencem-lhes a adoção de filhos, a glória, as alianças, a lei, o culto e as promessas. Deles são os patriarcas, e deles descende Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9:4-5)

Moisés, o maior de todos os profetas antes da encarnação de Jesus, falou sobre o ministério de outro profeta (Dt 18:15-22). Foi testemunha de Deus para Israel de que um cumprimento ainda maior os aguardava: “Moisés, na verdade, foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar” (Hb 3:5). A natureza desse futuro não era nada menos do que o resto que viria (Hb 4:1-13) em Cristo, por causa de quem Moisés também sofreu (Hb 11:26).

A esperança escatológica da revelação mosaica não é nada menos do que a presença de Deus no meio de seu povo. A escatologia de Israel começa com as alianças do Senhor com Abraão e Israel. Moisés — o servo de Deus, o intercessor, o mediador da aliança — apontava para além de sua administração, para uma época de descanso. Ele falou sobre este direito e ordenou que todos os membros da comunidade da aliança ansiassem pelo descanso vindouro na celebração do sábado (heb. “descanso”), o sinal da aliança (Ex 31:14-17) e da consagração de Israel a uma missão sagrada (Ex 31:13), a fim de serem abençoados com todos os dons de Deus na criação (Dt 26:18-19; Dt 28:3-14). Moisés percebeu dolorosamente que o povo não entraria naquele descanso, devido à sua desobediência e rebelião (Dt 4:21-25). Ainda assim, falou sobre uma nova dispensação, aberta pela graça de Deus, da liberdade e da fidelidade (Dt 4:29-31; Dt 30:5-10: 32:39-43). Ele olhou para o futuro, para uma época de paz, tranqüilidade e plena alegria na presença de Deus, de bênção e proteção na Terra Prometida (Dt 12:9-10; Dt 25:19; Ex 33:14; Js 1:13).

Essa esperança, fundamentada na fidelidade de Deus (Dt 4:31), é expressa mais claramente no testemunho final de Moisés, “o Hino do Testemunho” (Dt 32). Nele, o grande legislador recitou os atos do amor de Deus em favor de Israel (vv.1-14), advertiu contra a rebelião e o sofrimento que isso acarretaria (vv.15-35) e confortou os piedosos com a esperança da vingança do Senhor sobre os inimigos e o livramento do remanescente de Israel e das nações (vv. 36-43). Fez até uma alusão à grandeza do amor de Deus pelos gentios! (vv. 36-43; Rm 15:10).

O significado escatológico do Hino de Moisés reverbera nas mensagens proféticas de juízo e de esperança, justiça e misericórdia, exclusão e inclusão, vingança e livramento. A administração mosaica, portanto, nunca tencionou ser um fim em si mesma. Era apenas um estágio na progressão do cumprimento da promessa, aliás, um estágio importantíssimo!

Como precursor da tradição profética, Moisés viu mais da revelação da glória de Deus do que qualquer outro homem no Antigo testamento (Ex 33:18; Ex 34:29-35). Falou sob a autoridade de Deus. Qualquer um que o questionasse desafiava a autoridade do Senhor. Israel encontrava conforto, graça e bênção, porque em Moisés se reuniam os papéis de mediador da aliança e intercessor (Ex 32:1-34:10; Nm 14:13-25). Ele orou por Israel, falou ousadamente como seu advogado diante do Senhor e encorajou o povo a olhar além dele, próprio, para Deus (veja Profetas e Profecias). W.A.VG.


Moisés Líder escolhido por Deus para libertar os israelitas da escravidão do Egito (Exo 2—18), para fazer ALIANÇA 1, com eles (Exo 19—24), para torná-los povo de Deus e nação independente (Exo 25—) (Num
36) e para prepará-los a fim de entrarem na terra de Canaã (Deu 1—33). Nasceu de pais israelitas, mas foi adotado pela filha do faraó do Egito, onde foi educado (Ex 2:1-10); (At 7:22). Após colocar-se ao lado de seu povo e matar um egípcio, fugiu para MIDIÃ 2, onde se casou com Zípora (Ex 2:11-22) Passados 40 anos, Deus o chamou e o pôs como líder da libertação do povo de Israel (Exo
3) Por mais 40 anos Moisés cumpriu o mandado de Deus e morreu às portas da terra de Canaã, no monte NEBO (Dt 34). Alguns estudiosos colocam a data da morte de Moisés em torno de 1440 a.C., e outros a colocam por volta de 1225 a.C., dependendo da posição sob

Moisés Levita da casa de Amram (Ex 6:18.20), filho de Jocabed. Conforme o Antigo Testamento, deveria ser morto como conseqüência do decreto genocida do faraó (provavelmente Tutmósis 3, embora outros apontem Ramsés II) que ordenara a morte dos meninos israelitas. Deixado nas águas do Nilo por sua mãe, foi recolhido por uma irmã do faraó, que o educou (Êx 2). Após matar um egípcio que maltratava alguns israelitas, precisou exilar-se, indo viver na terra de Madiã (Ex 2:11-15). Nesse local foi pastor, teve esposa e filhos e recebeu uma revelação de Deus, que o enviava ao Egito para libertar Israel (Êx 3). Retornou então e, em companhia de seu irmão Aarão, tentou convencer o faraó (possivelmente Amenotep II, Menreptá, segundo outros) para que deixasse o povo sair. O fato aconteceu somente depois de uma série de pragas, especialmente após a última em que morreu seu primogênito (Êx 5:13). A perseguição que o monarca egípcio empreendeu teve um final desastroso no mar dos Juncos. A marcha de Israel pelo deserto levou-o até o Sinai, onde Moisés recebeu os Dez mandamentos, assim como um código de leis para regerem a vida do povo (Ex 20:32-34). Conforme o Talmude, foi também quando receberam a lei oral. A falta de fé do povo — manifestada na adoração de uma imagem em forma de bezerro enquanto Moisés estava no monte — malograria logo mais a entrada na Terra Prometida. Moisés morreu sem entrar nela e o mesmo sucedeu com a geração libertada do Egito, exceto Josué e Caleb.

A figura de Moisés é de uma enorme importância e a ele se atribui a formação de um povo cuja vida centrar-se-ia no futuro, certamente com altos e baixos, mas em torno do monoteísmo.

O judaísmo da época de Jesus considerava-o autor da Torá (Mt 22:24; Mc 7:10; 10,3ss.) e mestre de Israel (Mt 8:4; 23,2; Jo 7:22ss.). Jesus atribui-lhe uma clara importância quando se apresentou como messias (Jo 5:39-47). Lamentou que seu papel tivesse sido usurpado pelos escribas (Mt 23:2ss.) e que muitos citassem Moisés como excusa para sua incredulidade (Jo 7:28ss.). Jesus considerou-se superior a Moisés, a cuja Lei deu uma nova interpretação (Mt 5:17- 48). Essa visão — confirmada pela narrativa da Transfiguração (Mt 17:3) — aparece também no cristianismo posterior (Jo 1:17.45).

J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y...; f. f. Bruce, Acts...; C. Vidal Manzanares, El Hijo de Ra, Barcelona 1992; Idem, El judeo-cristianismo...


Palmeiras

fem. pl. de palmeira

pal·mei·ra
(palma + -eira)
nome feminino

1. Botânica Nome comum a todas as plantas da família das palmas. = PALMA

2. Coqueiro.

3. Tamareira.


fem. pl. de palmeira

pal·mei·ra
(palma + -eira)
nome feminino

1. Botânica Nome comum a todas as plantas da família das palmas. = PALMA

2. Coqueiro.

3. Tamareira.


Povo

substantivo masculino Conjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis.
Conjunto de indivíduos que constituem uma nação.
Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia.
Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.).
Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes.
Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe.
Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo.
Público, considerado em seu conjunto.
Quantidade excessiva de gente; multidão.
[Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo!
substantivo masculino plural Conjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias.
Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta.
Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.

Queneu

-

Uma das tribos da Palestina no tempo de Abraão (Gn 15:19), habitando nos retiros fortificados ao sul de Judá (1 Sm 15.6 e 27.10). Foi apostrofada por Balaão (Nm 24:21-22). Jetro, o sogro de Moisés, era queneu (Jz 1:16). Por esta razão, e pelo fato de terem sido amáveis para com os israelitas, vindos do Egito, foram os queneus salvos da destruição, quando eram esmagados os amalequitas (1 Sm 15,6) – aconteceu isto depois da conquista de Canaã. No tempo de Débora, Héber, o queneu, vivia muito para o norte (Jz 4:11). Hemate, também queneu, foi o fundador da seita ou família, que era conhecida pelo nome de recabitas. (*veja Recabitas.) Para explicar as amigáveis relações que por muito tempo existiram entre esta tribo de midianitas errantes e o povo de israel, deve-se notar que os recabitas se acham realmente incluídos nas genealogias de Judá (1 Cr 2.55). o professor Sayce julga que os queneus eram uma família de ferreiros.

Queneu Povo MIDIANITA que morava ao sul de Judá e que se juntou ao povo de Deus (Gn 15:19); (Jz 1:16); 4:11-23; (1Sm 15:6); 27.10; 30.29; (1Cr 2:55);
v. RECABITAS).

Sogro

substantivo masculino O pai de um dos cônjuges em relação ao outro.

sogro (ô), s. .M O pai da mulher, em relação ao genro, ou o pai do marido, em relação à nora.

Sul

substantivo masculino Um dos quatro pontos cardeais, diretamente oposto ao norte.
Pólo astral.
Países ou regiões situadas na parte sul de um continente.
Vento que sopra do sul.
[Brasil] A parte do país que compreende os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
adjetivo Relativo ao sul: vento sul.

substantivo masculino Um dos quatro pontos cardeais, diretamente oposto ao norte.
Pólo astral.
Países ou regiões situadas na parte sul de um continente.
Vento que sopra do sul.
[Brasil] A parte do país que compreende os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
adjetivo Relativo ao sul: vento sul.

substantivo masculino Um dos quatro pontos cardeais, diretamente oposto ao norte.
Pólo astral.
Países ou regiões situadas na parte sul de um continente.
Vento que sopra do sul.
[Brasil] A parte do país que compreende os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
adjetivo Relativo ao sul: vento sul.

Sul
1) Ponto cardeal (At 8:26).


2) O NEGUEBE (Sl 126:4).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Juízes 1: 16 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Também os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade, e foram, e habitaram com este povo.
Juízes 1: 16 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1374 a.C.
H1121
bên
בֵּן
crianças
(children)
Substantivo
H1980
hâlak
הָלַךְ
ir, andar, vir
(goes)
Verbo
H2859
châthan
חָתַן
tornar-se genro, fazer de alguém marido de uma filha
(And make you marriages)
Verbo
H3063
Yᵉhûwdâh
יְהוּדָה
Judá
(Judah)
Substantivo
H3427
yâshab
יָשַׁב
e morava
(and dwelled)
Verbo
H4057
midbâr
מִדְבָּר
deserto
(the wilderness)
Substantivo
H4872
Môsheh
מֹשֶׁה
Moisés
(Moses)
Substantivo
H5045
negeb
נֶגֶב
território do sul, Neguebe, sul
(toward the south)
Substantivo
H5892
ʻîyr
עִיר
agitação, angústia
(a city)
Substantivo
H5927
ʻâlâh
עָלָה
subir, ascender, subir
(there went up)
Verbo
H5971
ʻam
עַם
as pessoas
(the people)
Substantivo
H6166
ʻĂrâd
עֲרָד
um benjamita, filho de Berias, que expulsou os moradores de Gate n. pr. loc.
(Arad)
Verbo
H7017
Qêynîy
קֵינִי
a tribo à qual pertencia o sogro de Moisés e que vivia na região entre o sul da Palestina e
(The Kenites)
Adjetivo
H834
ʼăsher
אֲשֶׁר
que
(which)
Partícula
H854
ʼêth
אֵת
de / a partir de / de / para
(from)
Prepostos
H8558
tâmâr
תָּמָר
()


בֵּן


(H1121)
bên (bane)

01121 בן ben

procedente de 1129; DITAT - 254; n m

  1. filho, neto, criança, membro de um grupo
    1. filho, menino
    2. neto
    3. crianças (pl. - masculino e feminino)
    4. mocidade, jovens (pl.)
    5. novo (referindo-se a animais)
    6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
    7. povo (de uma nação) (pl.)
    8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
    9. um membro de uma associação, ordem, classe

הָלַךְ


(H1980)
hâlak (haw-lak')

01980 הלך halak

ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v

  1. ir, andar, vir
    1. (Qal)
      1. ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
      2. morrer, viver, modo de vida (fig.)
    2. (Piel)
      1. andar
      2. andar (fig.)
    3. (Hitpael)
      1. percorrer
      2. andar ao redor
    4. (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar

חָתַן


(H2859)
châthan (khaw-than')

02859 חתן chathan

uma raiz primitiva; DITAT - 781b; v

  1. tornar-se genro, fazer de alguém marido de uma filha
    1. (Qal) pai da esposa, mãe da esposa, sogro, sogra (particípio)
    2. (Hitpael) fazer de alguém marido de uma filha

יְהוּדָה


(H3063)
Yᵉhûwdâh (yeh-hoo-daw')

03063 יהודה Y ehuwdaĥ

procedente de 3034, grego 2448 Ιουδα e 2455 Ιουδας; DITAT - 850c; n pr m Judá = “louvado”

  1. o filho de Jacó com Lia
  2. a tribo descendente de Judá, o filho de Jacó
  3. o território ocupado pela tribo de Judá
  4. o reino composto pelas tribos de Judá e Benjamim que ocuparam a parte do sul de Canaã depois da nação dividir-se dois reinos após a morte de Salomão
  5. um levita na época de Esdras
  6. um supervisor de Jerusalém na época de Neemias
  7. um músico levita na época de Neemias
  8. um sacerdote na época de Neemias

יָשַׁב


(H3427)
yâshab (yaw-shab')

03427 ישב yashab

uma raiz primitiva; DITAT - 922; v

  1. habitar, permanecer, assentar, morar
    1. (Qal)
      1. sentar, assentar
      2. ser estabelecido
      3. permanecer, ficar
      4. habitar, ter a residência de alguém
    2. (Nifal) ser habitado
    3. (Piel) estabelecer, pôr
    4. (Hifil)
      1. levar a sentar
      2. levar a residir, estabelecer
      3. fazer habitar
      4. fazer (cidades) serem habitadas
      5. casar (dar uma habitação para)
    5. (Hofal)
      1. ser habitado
      2. fazer habitar

מִדְבָּר


(H4057)
midbâr (mid-bawr')

04057 מדבר midbar

procedente de 1696 no sentido de conduzir; DITAT - 399k,399L; n m

  1. deserto
    1. pasto
    2. terra inabitada, deserto
    3. grandes regiões desérticas (ao redor de cidades)
    4. deserto (fig.)
  2. boca
    1. boca (como órgão da fala)

מֹשֶׁה


(H4872)
Môsheh (mo-sheh')

04872 משה Mosheh

procedente de 4871, grego 3475 Μωσης; DITAT - 1254; n pr m Moisés = “tirado”

  1. o profeta e legislador, líder do êxodo

נֶגֶב


(H5045)
negeb (neh'-gheb)

05045 נגב negeb

procedente de uma raiz não utilizada significando ser ressecado; DITAT - 1288a; n m

  1. território do sul, Neguebe, sul
    1. território do sul
      1. região do sul de Judá, fronteiras não especificadas
    2. sul

עִיר


(H5892)
ʻîyr (eer)

05892 עיר ̀iyr

ou (no plural) ער ̀ar ou עיר ̀ayar (Jz 10:4)

procedente de 5782 uma cidade (um lugar guardado por um vigia ou guarda) no sentido mais amplo (mesmo de um simples acampamento ou posto); DITAT - 1587a,1615; n m

  1. agitação, angústia
    1. referindo-se a terror
  2. cidade (um lugar de vigilância, guardado)
    1. cidade

עָלָה


(H5927)
ʻâlâh (aw-law')

05927 עלה ̀alah

uma raiz primitiva; DITAT - 1624; v

  1. subir, ascender, subir
    1. (Qal)
      1. subir, ascender
      2. encontrar, visitar, seguir, partir, remover, retirar
      3. subir, aparecer (referindo-se a animais)
      4. brotar, crescer (referindo-se a vegetação)
      5. subir, subir sobre, erguer (referindo-se a fenômeno natural)
      6. aparecer (diante de Deus)
      7. subir, subir sobre, estender (referindo-se à fronteira)
      8. ser excelso, ser superior a
    2. (Nifal)
      1. ser levado para cima, ser trazido para cima, ser levado embora
      2. levar embora
      3. ser exaltado
    3. (Hifil)
      1. levar ao alto, fazer ascender ou escalar, fazer subir
      2. trazer para cima, trazer contra, levar embora
      3. trazer para cima, puxar para cima, treinar
      4. fazer ascender
      5. levantar, agitar (mentalmente)
      6. oferecer, trazer (referindo-se a presentes)
      7. exaltar
      8. fazer ascender, oferecer
    4. (Hofal)
      1. ser carregado embora, ser conduzido
      2. ser levado para, ser inserido em
      3. ser oferecido
    5. (Hitpael) erguer-se

עַם


(H5971)
ʻam (am)

05971 עם ̀am

procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

  1. nação, povo
    1. povo, nação
    2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
  2. parente, familiar

עֲרָד


(H6166)
ʻĂrâd (ar-awd')

06166 ערד Àrad

procedente de uma raiz não utilizada significando afastar-se; Arade = “um jumento selvagem” n. pr. m.

  1. um benjamita, filho de Berias, que expulsou os moradores de Gate n. pr. loc.
  2. uma cidade real dos cananitas ao norte do deserto de Judá

קֵינִי


(H7017)
Qêynîy (kay-nee')

07017 קיני Qeyniy ou קיני Qiyniy (1Cr 2:55)

procedente de 7014; DITAT - 2016; adj. gentílico queneu = “ferreiros”

  1. a tribo à qual pertencia o sogro de Moisés e que vivia na região entre o sul da Palestina e as montanhas do Sinai

אֲשֶׁר


(H834)
ʼăsher (ash-er')

0834 אשר ’aher

um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

  1. (part. relativa)
    1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
    2. aquilo que
  2. (conj)
    1. que (em orações objetivas)
    2. quando
    3. desde que
    4. como
    5. se (condicional)

אֵת


(H854)
ʼêth (ayth)

0854 את ’eth

provavelmente procedente de 579; DITAT - 187; prep

  1. com, próximo a, junto com
    1. com, junto com
    2. com (referindo-se a relacionamento)
    3. próximo (referindo-se a lugar)
    4. com (poss.)
    5. de...com, de (com outra prep)

תָּמָר


(H8558)
tâmâr (taw-mawr')

08558 תמר tamar

procedente de uma raiz não utilizada significando estar ereto; DITAT - 2523; n. m.

  1. palmeira, tamareira