Enciclopédia de Marcos 1:29-29

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 1: 29

Versão Versículo
ARA E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André.
ARC E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João.
TB Em seguida, tendo saído da sinagoga, foram com Tiago e João à casa de Simão e André.
BGB Καὶ ⸀εὐθὺς ἐκ τῆς συναγωγῆς ⸂ἐξελθόντες ἦλθον⸃ εἰς τὴν οἰκίαν Σίμωνος καὶ Ἀνδρέου μετὰ Ἰακώβου καὶ Ἰωάννου.
HD Após sair da Sinagoga, logo vieram para a casa de Simão e André, com Tiago e João.
BKJ E, em seguida, saindo eles da sinagoga, entraram na casa de Simão e André, com Tiago e João.
LTT E, imediatamente, provenientes- de- dentro- da sinagoga havendo eles (Jesus e os Seus discípulos) saído, entraram para a casa de Simão e de André, com Jacobo e João.
BJ2 E logo ao sair da sinagoga, foi[m] à casa de Simão e de André, com Tiago e João.
VULG Et protinus egredientes de synagoga, venerunt in domum Simonis et Andreæ, cum Jacobo et Joanne.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 1:29

Mateus 8:14 E Jesus, entrando na casa de Pedro, viu a sogra deste jazendo com febre.
Marcos 1:21 Entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava.
Marcos 1:23 E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo:
Lucas 4:38 Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre; e rogaram-lhe por ela.
Lucas 9:58 E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O MINISTÉRIO DE JESUS: PRIMEIRO ANO

30 d.C. a março de 31 d.C.
JOÃO BATISTA
Um indivíduo um tanto incomum que se vestia com roupas de pelo de camelo e coma gafanhotos e mel silvestre apareceu no deserto da Judeia, uma região praticamente desprovida de vegetação entre Jerusalém e o mar Morto, e começou a pregar: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). Devido as batismos em massa realizados por ele no rio Jordão, esse profeta veio a ser chamado de João Batista. Era um parente de Jesus, pois suas mães eram aparentadas. Lucas data o início do ministério de João do décimo quinto ano de Tibério César. Augusto, o antecessor de Tibério, havia falecido em 19 de agosto de 14 .C., de modo que João iniciou seu ministério em 29 .dC. Jesus saiu da Galileia e foi a Betânia, na margem leste do Jordão, para ser batizado por João. De acordo com Lucas, nessa ocasião o Espírito Santo desceu sobre Jesus e ele começou seu ministério, tendo, na época, cerca de trinta anos de idade.

OS QUATRO EVANGELHOS
Dependemos inteiramente dos quatro Evangelhos para um registro detalhado da vida e ministério de Jesus. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são visivelmente semelhantes. O. Evangelho de Mateus contém 91% do Evangelho de Marcos, enquanto o de Lucas contém 53% de Marcos: o uso de fontes comuns, tanto orais quanto escritas, costuma ser postulado como motivo para essas semelhanças. O Evangelho de João apresenta a vida de Jesus de um ponto de vista diferente, enfatizando os ensinamentos de Jesus. De acordo com os Evangelhos, Mateus e loão foram apóstolos de Jesus que passaram três anos com ele. Acredita-se que joão Marcos trabalhou com Pedro. Lucas, um médico e companheiro de viagens do apóstolo Paulo, não foi testemunha ocular do ministério de Jesus, mas compilou o seu relato a partir de informações de outras testemunhas oculares.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES CRONOLÓGICAS
Apesar dos quatro Evangelhos tratarem do ministério de Jesus em detalhes, seu conteúdo é organizado de forma temática, e não de acordo com uma cronologia rígida. Neste Atlas procuramos colocar os acontecimentos da vida de Jesus numa sequência cronológica. Se outros que estudaram as mesmas evidências chegaram a conclusões diferentes, estas devem ser igualmente respeitadas, sendo necessário, porém, levar em consideração alguns indicadores cronológicos. O Evangelho de João registra três Páscoas, incluindo aquela em que Jesus morreu. Assim, o ministério de Cristo se estendeu por pelo menos dois anos, apesar do consenso acadêmico favorecer um período de três anos. Na primeira Páscoa, os judeus comentam que o templo de Herodes estava em construção há 46 anos. Uma vez. que Herodes "se pôs a construir" o templo em Jerusalém em 19 a.C., há quem considere que o ministério de Jesus se iniciou em 25 d.C., quatro anos antes da data calculada de acordo com o Evangelho de Lucas, como mencionamos anteriormente. Argumenta-se, portanto, que os 46 anos mencionados não incluem o tempo gasto para juntar os materiais necessários antes do início da construção.

JESUS É TENTADO POR SATANÁS
Conforme o relato dos Evangelhos, depois de seu batismo Jesus foi conduzido pelo Espírito para o deserto e tentado por Satanás. Numa das tentações, Jesus foi transportado a Jerusalém e tentado a se lançar do ponto mais alto do templo, talvez uma referência à extremidade sudeste do templo, da qual havia uma queda de cerca de 130 m até o fundo do vale do Cedrom. Em outra tentação, Jesus foi levado ao alto de um monte de onde Satanás lhe mostrou todos os reinos da terra e seu esplendor.

O PRIMEIRO MILAGRE DE JESUS
Jesus e sua mãe, Maria, foram convidados para um casamento em Caná da Galileia. Quando o vinho acabou, Maria pediu a ajuda de Jesus e ele realizou seu primeiro milagre, transformando em vinho a água que havia em seis talhas grandes de pedra usadas para as lavagens de purificação, num total de cerca de 600 litros. O mestre do banquete ficou justificadamente impressionado com a qualidade do vinho. Juntos, os quatro Evangelhos registram uns 35 milagres de Jesus.

JESUS PURIFICA O TEMPLO
Jesus foi a Jerusalém na época da Páscoa. Caso se adote a data de 30 d.C., nesse ano a Páscoa foi comemorada em 7 de abril. Irado com os comerciantes de bois, ovelhas e pombos e com os cambistas no pátio do templo, Jesus fez um chicote com cordas e os expulsou do local. "Não façais da casa de meu Pai casa de negócio" Jo 2:16, disse ele.

NICODEMOS E A MULHER SAMARITANA
Não é de surpreender que a medida tomada por Jesus no templo tenha suscitado a indignação das autoridades religiosas judaicas. Ainda assim, Nicodemos, um membro do concílio dirigente dos judeus, procurou Jesus durante a noite. A resposta de Jesus a ele é um resumo breve do plano de Deus para salvar a humanidade: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (jo 3:16). No caminho de volta à Galileia, Jesus parou numa cidade de Samaria chamada Sicar (atual Aksar). Os samaritanos eram inimigos de longa data dos judeus. Seu templo ao Senhor em Gerizim, perto de Siquém, havia sido destruído pelo governante judeu João Hircano em 128 a.C. Sentado junto ao poço de Jacó ao meio-dia, Jesus teve uma longa conversa com uma mulher samaritana sobre a água viva e a verdadeira adoração e lhe revelou que era o Messias, chamado Cristo.

JESUS VOLTA À GALILEIA
De volta à Galileia, Jesus encontrou um oficial do rei cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. O Evangelho de João 4.43 45 relata como foi necessária apenas uma palavra de Jesus para restaurar a saúde do filho. Ao voltar a Nazaré, a cidade de sua infância, Jesus leu um trecho do profeta Isaías na sinagoga:
"O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor."
Lucas 4:18-19
Quando Jesus afirmou que estas palavras das Escrituras estavam se cumprindo naquele momento, o povo da sinagoga se enfureceu e o expulsou da cidade.

JESUS CHAMA OS PRIMEIROS DISCÍPULOS
Jesus se dirigiu a Cafarnaum, junto ao lago da Galileia, no qual, hoje em dia, há dezoito espécies de peixe, dez delas comercialmente expressivas. Ali, chamou dois pares de irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; e Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Os quatro eram pescadores, mas Jesus lhes disse para deixarem suas redes e segui-lo. Esse encontro talvez não tenha corrido Dor acaso como os evangelistas dão a entender. Provavelmente loo e. sem duvida. André, haviam sido discipulados de João Batista e encontrado com Jesus depois de seu batismo, quando André Lhe apresentou seu irmão, Pedro. Ademais, Tiago e João talvez fossem primos de Jesus caso, conforme proposto por alguns, sui mãe, Salomé, fosse irmã de Maria, mãe de Jesus.

JESUS NA GALILEIA
Marcos e Lucas descrevem como Jesus confrontou um homem possuído de um espírito mundo na sinagoga em Cafarnaum. As ruínas da sinagoga em Cafarnaum são datas do século IV d.C., mas debaixo delas, pode-se ver paredes parcialmente preservadas de basalto negro provavelmente construídas no seculo I. Essa pode ter sido a sinagoga que um centurião havia dado de presente à cidade e que foi visitada por Jesus. 10 Kim seguida, Jesus percorreu Galileia ensinando nas sinagogas, pregando as boa novas do reino de Deus e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Muitos outros enfermos toram levados até ele e grandes multidões acompanhavam. Algumas dessas pessoas vinham de regiões mais distantes, fora da Galileia, de Jerusalém e dalém do Jordão. Numa ocasião quando uma grande multidão se reuniu a beira do lago, Jesus ensinou o povo sentado num barco Em seguida, seguindo às instruções de Jesus, os discípulos levaram o barco a uma parte mai funda do lago e, lançando suas redes, pegaram tantos peixes que as redes começaram a romper.
Em 1985, houve uma seca em Israel e a água do lago da Galileia chegou a um nível incomumente baixo, revelando o casco de um barco antigo com 8.2 m de comprimento e 2,35 de largura, próximo de Magdala. Uma panela e uma lamparina encontradas no barco sugerem uma data do seculo I. confirmada por um teste de carbono 14 numa amostra da madeira do barco. Não ha como provar nenhuma ligação entre esse barco e qualquer pessoa dos Evangelhos, mas e quase certo que c barco e do período correspondente ao dos Evangelhos ou de um período bastante próximo Não é de surpreender que jornalistas tenham chamado a descoberta de "barco de Jesus"

JESUS ESCOLHE OS APÓSTOLOS
Em Cafarnaum, Jesus chamou Mateus, também conhecido como Levi, para ser seu discípulo Mateus era um coletor de impostos para o governo romano. Sua profissão era desprezada por muitos judeus, pois era considerada uma forma de colaboração com os conquistadores pagãos e vários coletores abusavam de seu cargo e defraudavam o povo. Numa ocasião, Jesus subiu em um monte e chamou doze de seus discípulos mais próximos, homens que receberam a designação de "apóstolos" (um termo que significa "os enviados") e, durante os dois anos seguintes, foram treinados e preparados por Jesus. Vários deles se tornaram líderes importantes da igreja primitiva.

O primeiro ano do ministério de Jesus Os números se referem, em ordem cronológica, aos acontecimentos do primeiro ano do ministério de Jesus.

Referências

Lucas 3:1

Lucas 3:23

Colossenses 4:14

Lucas 1:2

João 2.13

João 6:4

João 13:1

Mateus 4:5

Lucas 4:9

Mateus 27:56

Marcos 15:40

Marcos 1:21-27

Lucas 4:31-36

Lucas 7:4-5

Marcos 3:14

Lucas 6:13

primeiro ano do ministério de Jesus
primeiro ano do ministério de Jesus
Ruínas da sinagoga em Cafarnaum, datadas do século IV d.C. Na parte inferior, pode-se ver parte de uma parede de basalto negro, possivelmente de uma sinagoga construída no século I d.C.
Ruínas da sinagoga em Cafarnaum, datadas do século IV d.C. Na parte inferior, pode-se ver parte de uma parede de basalto negro, possivelmente de uma sinagoga construída no século I d.C.
Região de deserto do vale do Jordão, onde Jesus foi tentado por Satanás.
Região de deserto do vale do Jordão, onde Jesus foi tentado por Satanás.
Casco do assim chamado "barco de Jesus" uma embarcação de pesca do século I d.C. encontrada no mar da Galiléia em 1985.
Casco do assim chamado "barco de Jesus" uma embarcação de pesca do século I d.C. encontrada no mar da Galiléia em 1985.

O MINISTÉRIO DE JESUS: O ÚLTIMO ANO

abril de 32 d.C. a abril de 33 d.C.
JESUS ENTRE OS GENTIOS
A jornada de Jesus até as cidades de Tiro e Sidom o levou a uma região habitada predominantemente por gentios e pagãos. Ali, em resposta à fé nele demonstrada por uma mulher gentia, Jesus libertou a filha dessa mulher da possessão demoníaca. No caminho de volta, Jesus passou por Decápolis, um grupo de dez cidades gregas que, com exceção de Bete- Seã, ficavam a leste do lago da Galileia e do rio Jordão. Nessa região, Jesus curou um homem surdo e gago.

PEDRO DECLARA QUE JESUS É O CRISTO
Perto do lago da Galileia, Jesus alimentou outra grande multidão de quatro mil pessoas, sem contar as mulheres e crianças. Chegou à margem oeste do lago, em Magada (Magdala), e prosseguiu para o norte, chegando a Cesaréia de Filipe (atual Banias), junto ao monte Hermom. Ali, num local onde um rio sai de uma caverna num penhasco, ficava um santuário ao deus grego Pã.
Foi em Cesaréia de Filipe que Jesus perguntou aos seus discípulos: "Vós [.…..] quem dizeis que eu sou?" e Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:16). Em seguida, Jesus disse a Pedro que construiria sua igreja sobre a rocha.
O significado exato dessa "rocha" é extremamente controverso. De acordo com as interpretações mais comuns, as palavras de Jesus se referem ao próprio Pedro ou à sua declaração. Na sequência, Jesus explicou aos seus discípulos que teria de ir a Jerusalém e sofrer muitas coisas nas mãos dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos mestres da Lei. Seria morto, mas ressuscitaria no terceiro dia. Quando Pedro tentou repreendê- lo, Jesus lhe disse: "Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens" (Mt 16:23).

A TRANSFIGURAÇÃO
Seis dias depois, Jesus levou Pedro, Tiago e João para o alto de um monte. De acordo com os Evangelhos, lá os três discípulos viram Jesus em seu estado glorificado. Seu rosto resplandecia como o sol e suas roupas se tornaram brancas como a luz. Moisés, representando a lei do Antigo Testamento, e Elias, representando os profetas do Antigo Testamento, também apareceram em esplendor glorioso. Desde o século IV, a tradição identifica esse local como o monte Tabor (588 m) a sudeste do lago da Galileia, apesar do monte Hermom (2.814), consideravelmente mais alto que o Tabor e o monte mais próximo de Cesaréia de Filipe, ser um local bem mais provável.

OPOSIÇÃO CRESCENTE
Jesus e seus discípulos seguiram para Cafarnaum, onde Jesus pagou o seu imposto do templo e o de Pedro com uma moeda encontrada na boca de um peixe. Depois de passar pelo território de Samaria, onde ele e seus discípulos não foram bem recebidos, Jesus chegou a Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos. Era início do outono de 32 d.C. No último dia da festa, Jesus se levantou e exclamou: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" (Jo 7:37-38). Daí em diante, Jesus enfrentou oposição cada vez maior dos líderes judeus, mas uma família que vivia em Betânia (atual el-Azariyeh), apenas 3 km a sudeste de Jerusalém, na encosta sul do monte das Oliveiras, o acolheu em seu lar. Maria, Marta e seu irmão, Lázaro, se tornaram parte do círculo de amigos mais íntimos de Jesus.
Jesus curou um homem cego de nascença, mas exasperou os fariseus, pois realizou essa cura no sábado. Em dezembro, na Festa da Dedicação (que comemorava a reconsagração do templo por Judas Macabeu em 165 a.C.), Jesus discutiu com os judeus que o acusaram de blasfêmia por ele afirmar ser o Filho de Deus.

JESUS RESSUSCITA LÁZARO
Diante da oposição crescente em Jerusalém, Jesus atravessou o rio Jordão e foi para a região da Peréia, onde muitos ceram nele.3 Voltou a Betânia quando ficou sabendo da morte de seu amigo Lázaro e o ressuscitou, apesar de Lázaro já estar morto há quatro dias. Assustados com o que Jesus havia feito, os principais sacerdotes e os fariseus convocaram uma reunião do Sinédrio, o conselho superior dos judeus. Impossibilitado de circular publicamente entre os judeus, Jesus se recolheu para uma vila chamada Efraim, perto do deserto, e ali ficou com seus discípulos.

JESUS SE APROXIMA DE JERUSALÉM
Jesus estava cada vez mais concentrado em sua paixão iminente em Jerusalém. Em Jericó, ele curou dois cegos e viu o coletor de impostos Zaqueu renunciar suas práticas fraudulentas e o dinheiro que havia adquirido desonestamente. Em seguida, Jesus percorreu os 23 km de estrada deserta e entrou em Betânia onde foi recebido na casa de Simão, o leproso. Ali, Maria, a irmã de Marta, derramou um perfume caro sobre os pés de Jesus e secou-os com seus cabelos. Esse aparente desperdício irritou um dos discípulos de Jesus, o futuro traidor chamado Judas 1scariotes.

A ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS EM JERUSALÉM
No domingo antes da morte de Jesus, multidão ficou sabendo que ele estava a caminho de Jerusalém. Cortou ramos de palmeiras e espalhou suas vestes diante de Jesus, enquanto ele percorria, montado num jumentinho, distância entre Betfagé, no monte das Oliveiras, e Jerusalém, passando pelo vale do Cedrom. A multidão que ia adiante dele e os que o seguiam gritavam: "Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!" (Mt 21:9; Mc 11:9; Lc 19:38; Jo 12:13). Ao contemplar a cidade, Jesus chorou por ela, pois anteviu o que seria feito dela em 70 d.C., quando os exércitos romanos construiriam trincheiras ao seu redor e a cercariam por todos os lados. Naquela noite e, ao que parece, todas as noites até sua prisão na quinta-feira, Jesus caminhou até Betânia para pernoitar a casa de seus amigos Maria, Marta e Lázaro.

JESUS PURIFICA O TEMPLO
Na segunda-feira, Jesus entrou na área do templo e expulsou os que compravam, vendiam e trocavam dinheiro nos pátios do templo. Ali também curou cegos e coxos. Sua atitude suscitou a ira dos principais sacerdotes e mestres da Lei que começaram a procurar um modo de matá-lo.

DISCUSSÕES COM OS JUDEUS
Nos dois dias seguintes, Jesus tratou de vários assuntos controversos com os líderes judeus no templo. Diversas questões levantadas pelos judeus visavam enredá-lo, mas ele se desviou cuidadosamente de todas as armadilhas. Também contou três parábolas aos judeus, questionando o fato de eles o term rejeitado. Pronunciou sete ais devastadores contra os fariseus e, mais uma vez, lamentou sobre Jerusalém. Ao deixar a cidade e se dirigir ao monte das Oliveiras, falou sobre o fim dos tempos, o julgamento vindouro e sua volta em glória.

JUDAS TRAI JESUS
Provavelmente na quarta-feira, Judas 1scariotes, um dos discípulos de Jesus, procurou os principais sacerdotes e concordou em trair seu Mestre por trinta moedas de prata, o equivalente aproximado ao salário de quatro meses de trabalho. Os judeus desejavam saber com exatidão onde Jesus estaria para poder prendê-lo rapidamente, longe das vistas da multidão.

A ÚLTIMA CEIA
Na noite de quinta-feira, Jesus e seus discípulos se reuniram num cenáculo em Jerusalém. Jesus lavou os pés de seus discípulos e repartiu entre eles um pão e um cálice de vinho. Interpretou o pão como o seu corpo oferecido por eles, e o vinho, como o sangue da nova aliança. Durante essa refeição, Judas saiu sorrateiramente e traiu Jesus. Uma vez que existe uma aparente discrepância entre a cronologia adotada por João e a cronologia dos outros três evangelistas, não há um consenso quanto à natureza dessa refeição, se foi a refeição pascal propriamente dita ou se foi uma refeição semelhante, realizada um dia antes da Páscoa.

O GETSÊMANI
Naquela noite, depois de cantar um hino, Jesus e seus discípulos se dirigiram ao monte das Oliveiras. Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e entrou no jardim do Getsêmani. Seus três companheiros adormeceram, e Jesus orou sozinho: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mt 26:39). No final, ao perceber que o cálice de sofrimento não seria removido, Jesus se sujeitou à vontade do Pai e foi ao encontro do traidor.

O último ano do ministério de Jesus

Os números referem-se. em ordem cronológica, aos acontecimentos do último ano do ministério de Jesus.

Referências:

Mateus 17:1-8

Marcos 9:2-8

Lucas 9:28-36

João 10:22-39

Mateus 19:1-2

Marcos 10:1

João 10:40-42

Lucas 19:43

Marcos 11:11

Mateus 21:17

Mateus 26:14-16

Marcos 14:10-11

Lucas 22:1-6

Marcos 14:12

Lucas 22:15

João 13.1

O último ano do ministério de Jesus
O último ano do ministério de Jesus
Santuário de Pã, deus pastor grego, em Cesaréia de Filipe.
Santuário de Pã, deus pastor grego, em Cesaréia de Filipe.
O jardim do Getsêmani, onde Jesus foi preso.
O jardim do Getsêmani, onde Jesus foi preso.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 1)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

30

Galileia

Jesus anuncia pela primeira vez que “o Reino dos céus está próximo”

Mt 4:17

Mc 1:14-15

Lc 4:14-15

Jo 4:44-45

Caná; Nazaré; Cafarnaum

Cura filho de funcionário; lê o rolo de Isaías; vai para Cafarnaum

Mt 4:13-16

 

Lc 4:16-31

Jo 4:46-54

Mar da Galileia, perto de Cafarnaum

Chama quatro discípulos: Simão e André, Tiago e João

Mt 4:18-22

Mc 1:16-20

Lc 5:1-11

 

Cafarnaum

Cura sogra de Simão e outros

Mt 8:14-17

Mc 1:21-34

Lc 4:31-41

 

Galileia

Primeira viagem pela Galileia, com os quatro discípulos

Mt 4:23-25

Mc 1:35-39

Lc 4:42-43

 

Cura leproso; multidões o seguem

Mt 8:1-4

Mc 1:40-45

Lc 5:12-16

 

Cafarnaum

Cura paralítico

Mt 9:1-8

Mc 2:1-12

Lc 5:17-26

 

Chama Mateus; come com cobradores de impostos; pergunta sobre jejum

Mt 9:9-17

Mc 2:13-22

Lc 5:27-39

 

Judeia

Prega em sinagogas

   

Lc 4:44

 

31 d.C., Páscoa

Jerusalém

Cura homem em Betezata; judeus tentam matá-lo

     

Jo 5:1-47

Retorno de Jerusalém (?)

Discípulos colhem espigas no sábado; Jesus “Senhor do sábado”

Mt 12:1-8

Mc 2:23-28

Lc 6:1-5

 

Galileia; mar da Galileia

Cura mão de um homem no sábado; multidões o seguem; cura muitos

Mt 12:9-21

Mc 3:1-12

Lc 6:6-11

 

Mte. perto de Cafarnaum

Escolhe os 12 apóstolos

 

Mc 3:13-19

Lc 6:12-16

 

Perto de Cafarnaum

Profere Sermão do Monte

Mt 5:1–7:29

 

Lc 6:17-49

 

Cafarnaum

Cura servo de oficial do exército

Mt 8:5-13

 

Lc 7:1-10

 

Naim

Ressuscita filho de viúva

   

Lc 7:11-17

 

Tiberíades; Galileia (Naim ou proximidades)

João envia discípulos a Jesus; verdade revelada às criancinhas; jugo é suave

Mt 11:2-30

 

Lc 7:18-35

 

Galileia (Naim ou proximidades)

Pecadora derrama óleo nos pés de Jesus; ilustração dos devedores

   

Lc 7:36-50

 

Galileia

Segunda viagem de pregação, com os 12

   

Lc 8:1-3

 

Expulsa demônios; pecado imperdoável

Mt 12:22-37

Mc 3:19-30

   

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 12:38-45

     

Sua mãe e seus irmãos chegam; diz que discípulos são seus parentes

Mt 12:46-50

Mc 3:31-35

Lc 8:19-21

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

mc 1:29
Antologia Mediúnica do Natal

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 72
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Reunião pública de 29 de Fevereiro de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Se entre as vidas magnificentes da Terra uma existe, na qual a mediunidade comparece com todas as características, essa foi a vida gloriosa do Cristo.

Surge o Evangelho do contato entre dois mundos.

Zacarias, o sacerdote, faz-se clarividente de um instante para outro e vê um mensageiro espiritual que se identifica pelo nome de Gabriel, anunciando-lhe o nascimento de João Batista. (Lc 1:8)

O mesmo Gabriel, na condição de embaixador celestial, visita Maria de Nazaré e saúda-lhe o coração lirial, notificando-lhe a maternidade sublime. (Lc 1:26)

Nasce, então, Jesus sob luzes e vozes dos Espíritos Superiores.

Usando o magnetismo divino que lhe é próprio, o Excelso Benfeitor transforma a água em vinho, nas bodas de Caná. (Jo 2:1)

Intervém nos fenômenos obsessivos de variada espécie, nos quais as entidades inferiores provocam desajustes diversos, seja na alienação mental do obsidiado de Gadara (Mc 5:1) ou na exaltação febril da sogra de Pedro. (Mc 1:29)

Levanta corpos cadaverizados e regenera as forças vitais dos enfermos de todas as procedências.

Apazigua elementos desordenados da Natureza e multiplica alimentos para as necessidades do povo.

Sonda os ideais mais íntimos da filha de Magdala, quanto lê na samaritana os pensamentos ocultos.

Conversa, ele mesmo, com desencarnados ilustres, no cimo do Tabor, (Lc 9:28) ante os discípulos espantados.

Avisa a Pedro que Espíritos infelizes procurarão induzi-lo à queda moral, (Lc 22:31) e faz sentir a Judas que não desconhece a trama de sombras de que o apóstolo desditoso está sendo vítima.

Ora no horto, antes da crucificação, assinalando a presença de enviados divinos. (Jo 18:1)

E, depois da morte, volta a confabular com os amigos, fornecendo-lhes instruções quanto ao destino da Boa-Nova. (Jo 20:19)

Reaparece, plenamente materializado, diante dos aprendizes, no caminho de Emaús, (Lc 24:13) e, mais tarde, em Espírito, procura Saulo de Tarso, nas vizinhanças de Damasco, para confiar-lhe elevada missão entre os homens. (At 9:1)

E porque o jovem perseguidor do Evangelho nascente se mostre traumatizado, ante o encontro imprevisto, busca ele próprio a cooperação de Ananias para socorrer o novo companheiro dominado de assombro.

É inútil, assim, que cristãos distintos, nesse ou naquele setor da fé, se reúnam para confundir respeitosamente a mediunidade em nome da metapsíquica ou da parapsicologia — que mais se assemelham a requintados processos de dúvida e negação —, porque ninguém consegue empanar os fatos mediúnicos da vida de Jesus, que, diante de todas as religiões da Terra, permanece por Sol indiscutível, a brilhar para sempre.




Essa é a 72ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.


mc 1:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação. Espírita Brasileira, particularmente à Diretoria da Instituição pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor, 9 anos, e Ana Clara, 11 anos, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa por meio da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.




Fac-símile do comentário mais antigo a integrar a coleção, referente a Jo 10:30, publicado em novembro de 1940 na revista Reformador. 





N. E.: Essa mensagem no 4° volume da coleção O Evangelho por Emmanuel, mas, considerando seu conteúdo e significação, optamos por incluí-la também no início de cada volume.


mc 1:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação. Espírita Brasileira, particularmente à Diretoria da Instituição pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor, 9 anos, e Ana Clara, 11 anos, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa por meio da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.




Fac-símile do comentário mais antigo a integrar a coleção, referente a Jo 10:30, publicado em novembro de 1940 na revista Reformador. 





N. E.: Essa mensagem no 4° volume da coleção O Evangelho por Emmanuel, mas, considerando seu conteúdo e significação, optamos por incluí-la também no início de cada volume.


mc 1:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

 Ao chegarmos ao terceiro volume da coleção, é preciso reconhecer que grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação. Espírita Brasileira, particularmente à Diretoria da Instituição pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor, 9 anos, e Ana Clara, 11 anos, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa por meio da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.



mc 1:29
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Ao chegarmos ao quarto volume da coleção, é preciso reconhecer que grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso, queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação Espírita Brasileira, particularmente à diretoria da instituição pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa, e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor e à Ana Clara, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa através da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão Maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o Seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.



mc 1:29
Seara dos Médiuns

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 17
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Reunião pública de 29 de Fevereiro de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Se entre as vidas magnificentes da Terra uma existe, na qual a mediunidade comparece com todas as características, essa foi a vida gloriosa do Cristo.

Surge o Evangelho do contato entre dois mundos.

Zacarias, o sacerdote, faz-se clarividente de um instante para outro e vê um mensageiro espiritual que se identifica pelo nome de Gabriel, anunciando-lhe o nascimento de João Batista. (Lc 1:8)

O mesmo Gabriel, na condição de embaixador celestial, visita Maria de Nazaré e saúda-lhe o coração lirial, notificando-lhe a maternidade sublime. (Lc 1:26)

Nasce, então, Jesus sob luzes e vozes dos Espíritos Superiores.

Usando o magnetismo divino que lhe é próprio, o Excelso Benfeitor transforma a água em vinho, nas bodas de Caná. (Jo 2:1)

Intervém nos fenômenos obsessivos de variada espécie, nos quais as entidades inferiores provocam desajustes diversos, seja na alienação mental do obsidiado de Gadara (Mc 5:1) ou na exaltação febril da sogra de Pedro. (Mc 1:29)

Levanta corpos cadaverizados e regenera as forças vitais dos enfermos de todas as procedências.

Apazigua elementos desordenados da Natureza e multiplica alimentos para as necessidades do povo.

Sonda os ideais mais íntimos da filha de Magdala, quanto lê na samaritana os pensamentos ocultos.

Conversa, ele mesmo, com desencarnados ilustres, no cimo do Tabor, (Lc 9:28) ante os discípulos espantados.

Avisa a Pedro que Espíritos infelizes procurarão induzi-lo à queda moral, (Lc 22:31) e faz sentir a Judas que não desconhece a trama de sombras de que o apóstolo desditoso está sendo vítima.

Ora no horto, antes da crucificação, assinalando a presença de enviados divinos. (Jo 18:1)

E, depois da morte, volta a confabular com os amigos, fornecendo-lhes instruções quanto ao destino da Boa-Nova. (Jo 20:19)

Reaparece, plenamente materializado, diante dos aprendizes, no caminho de Emaús, (Lc 24:13) e, mais tarde, em Espírito, procura Saulo de Tarso, nas vizinhanças de Damasco, para confiar-lhe elevada missão entre os homens. (At 9:1)

E porque o jovem perseguidor do Evangelho nascente se mostre traumatizado, ante o encontro imprevisto, busca ele próprio a cooperação de Ananias para socorrer o novo companheiro dominado de assombro.

É inútil, assim, que cristãos distintos, nesse ou naquele setor da fé, se reúnam para confundir respeitosamente a mediunidade em nome da metapsíquica ou da parapsicologia — que mais se assemelham a requintados processos de dúvida e negação —, porque ninguém consegue empanar os fatos mediúnicos da vida de Jesus, que, diante de todas as religiões da Terra, permanece por Sol indiscutível, a brilhar para sempre.




Essa é a 72ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.



Humberto de Campos

mc 1:29
Boa Nova

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 18
Francisco Cândido Xavier
Humberto de Campos

Curada pelo Mestre Divino, (Mc 1:29) a sogra de ficara maravilhada com os poderes ocultos do Nazareno humilde, que falava em nome de Deus, enlaçando os corações com a sua fé profunda e ardente. Restabelecida em sua saúde, passou a reflexionar mais atentamente acerca do Pai que está nos Céus, sempre pronto a atender às súplicas dos filhos. Chamando certo dia o genro para um exame detido do assunto, consultou-o sobre a possibilidade de pedirem a Jesus favores excepcionais para a sua família. Lembrava-lhe a circunstância de ser o Mestre um emissário poderoso do Reino de Deus que parecia muito próximo. Concitava-o a ponderar ao Messias que eles eram dos seus primeiros colaboradores sinceros e a enumerar-lhe as necessidades prementes da família, a exiguidade do dinheiro, o peso dos serviços domésticos, a casa pobre de recursos, situação a que as imensas possibilidades de Jesus, cheio de poderes prodigiosos, seriam capazes de remediar.

O pescador simples e generoso, tentado em seus sentimentos humanos, examinou aquelas observações destinadas a lhe abrir os olhos com referência ao futuro. Entretanto, refletiu que Jesus era Mestre e nunca desprezava qualquer ensejo de bem ensinar o que era realmente proveitoso aos discípulos. Acaso, não saberia ele o melhor caminho? Não viam em sua presença alguma coisa da própria presença de Deus? Guardando, contudo, indeciso o espírito, em face das ponderações familiares, buscou uma oportunidade de falar com o Messias acerca do assunto.




Chegada que foi a ocasião, o apóstolo procurou provocar muito de leve a solução do problema, perguntando a Jesus, com a sua sinceridade ingênua:

— Mestre, será que Deus nos ouve todas as orações?

— Como não, Pedro? — respondeu Jesus solicitamente. — Desde que começou a raciocinar, observou o homem que, acima de seus poderes reduzidos, havia um poder ilimitado, que lhe criara o ambiente da vida. Todas as criaturas nascem com tendência para o mais alto e experimentam a necessidade de comungar com esse Plano elevado, donde o Pai nos acompanha com o seu amor, todo justiça e sabedoria, onde as preces dos homens o procuram sob nomes diversos. Acreditarias, Simão, que, em todos os séculos da vida humana, recorreriam as almas, incessantemente, a uma porta silenciosa e inflexível, se nenhum resultado obtivessem?… Não tenhas dúvida: todas as nossas orações são ouvidas!…

— No entanto — exclamou respeitoso o discípulo —, se Deus ouve as súplicas de todos os seres, por que tamanhas diferenças na sorte? Por que razão sou obrigado a pescar para prover à subsistência, quando ganha bom salário no serviço dos impostos, com a sabedoria dos livros? Como explicar que disponha de servas numerosas, quando minha mulher é obrigada a plantar e cuidar a nossa horta?

Jesus ouviu atento essas suas palavras e retrucou:

— Pedro, precisamos não esquecer que o mundo pertence a Deus e que todos somos seus servidores. Os trabalhos variam, conforme a capacidade do nosso esforço. Hoje pescas, amanhã pregarás a palavra divina do Evangelho. Todo trabalho honesto é de Deus. Quem escreve com a sabedoria dos pergaminhos não é maior do que aquele que traça a leira laboriosa e fértil, com a sabedoria da terra. O escriba sincero, que cuida dos dispositivos da lei, é irmão do lavrador bem-intencionado que cuida do sustento da vida. Um, cultiva as flores do pensamento; outros, as do trigal que o Pai protege e abençoa. Achas que uma casa estaria completa sem as mãos abnegadas que lhe varrem os detritos? Se todos os filhos de Deus se dispusessem a cobrar impostos, quem os pagaria? Vês, portanto, que, antes de qualquer consideração, é preciso santificar todo trabalho útil, como quem sabe que o mundo é morada de Deus.

Já pensaste que, se a tua esposa cuida das plantas de tua horta, Joana de Cusa educa as suas servas?! A qual das duas cabe responsabilidade maior, à tua mulher que cultiva os legumes, ou à nossa irmã que tem algumas filhas de Deus sob sua proteção? Quem poderá garantir que Joana terá essa responsabilidade por toda a vida? No mundo, há grandes generais que apesar das suas vitórias passam também pelas duras experiências de seus soldados. Assim, Pedro, precisamos considerar, em definitivo, que somos filhos e servos de Deus, antes de qualquer outro título convencional, dentro da vida humana. Necessário é, pois, que disponhamos o nosso coração a bem servi-lo, seja como rei ou como escravo, certos de que o Pai nos conhece a todos e nos conduz ao trabalho ou à posição que mereçamos.

O discípulo ouviu aquelas explicações judiciosas e, confortado com os esclarecimentos recebidos, interrogou:

— Mestre, como deveremos interpretar a oração?

— Em tudo — elucidou Jesus — deve a oração constituir o nosso recurso permanente de comunhão ininterrupta com Deus. Nesse intercâmbio incessante, as criaturas devem apresentar ao Pai, no segredo das íntimas aspirações, os seus anelos e esperanças, dúvidas e amargores. Essas confidências lhes atenuarão os cansaços do mundo, restaurando-lhes as energias, porque Deus lhes concederá de sua luz. É necessário, portanto, cultivar a prece, para que ela se torne um elemento natural da vida, como a respiração. É indispensável conheçamos o meio seguro de nos identificarmos com o Nosso Pai.

Entretanto, Pedro, observamos que os homens não se lembram do Céu, senão nos dias de incerteza e angústia do coração. Se a ameaça é cruel e iminente o desastre, se a morte do corpo é irremediável, os mais fortes dobram os joelhos. Mas, quanto não deverá sentir-se o Pai amoroso e leal de que somente o procurem os filhos nos momentos do infortúnio, por eles criados com as suas próprias mãos? Em face do relaxamento dessas relações sagradas, por parte dos homens, indiferentes ao carinho paternal, da Providência que tudo lhes concede de útil e agradável, improficuamente desejará o filho uma solução imediata para as suas necessidades e problemas, sem remediar ao longo afastamento em que se conservou do Pai no percurso, postergando-lhe os desígnios, respeito às suas questões íntimas e profundas.

Simão Pedro ouvia o Mestre com uma compreensão nova. Não podia apreender a amplitude daqueles conceitos que transcendiam o âmbito da educação que recebera, mas procurava perceber o alcance daquelas elucidações, a fim de cultivar o intercâmbio perfeito com o Pai sábio e amoroso, cuja assistência generosa Jesus revelara, dentro da luz dos seus divinos ensinamentos.




Decorridos alguns dias, estando o Mestre a ensinar aos companheiros uma nova lição referente ao impulso natural da prece, Simão lhe observou:

— Senhor, tenho procurado, por todos os modos, manter inalterável a minha comunhão com Deus, mas não tenho alcançado o objetivo de minhas súplicas.

— E que tens pedido a Deus? — interrogou o Mestre, sem se perturbar.

— Tenho implorado à sua bondade que aplaine os meus caminhos, com a solução de certos problemas materiais.

Jesus contemplou longamente o discípulo, como se examinasse a fragilidade dos elementos intelectuais de que podia dispor para a realização da obra evangélica. Contudo, evidenciando mais uma vez o seu profundo amor e boa vontade, esclareceu com brandura e convicção:

— Pedro, enquanto orares pedindo ao Pai a satisfação de teus desejos e caprichos, é possível que te retires da prece inquieto e desalentado. Mas, sempre que solicitares as bênçãos de Deus, a fim de compreenderes a sua vontade justa e sábia, a teu respeito, receberás pela oração os bens divinos do consolo e da paz.

O apóstolo guardou silêncio, demonstrando haver, afinal, compreendido. Um dos filhos de Alfeu, porém, reconhecendo que o assunto interessava sobremaneira à pequena comunidade ali reunida, adiantou-se para Jesus, pedindo:

— Senhor, ensina-nos a orar!… (Lc 11:1)

Dispondo-os então em círculo e como se mergulhasse o pensamento num invisível oceano de luz, o Messias pronunciou, pela primeira vez, a oração que legaria à Humanidade.

Elevando o seu espírito magnânimo ao Pai Celestial e colocando o seu amor acima de todas as coisas, exclamou:

— “Pai Nosso, que estás nos Céus, santificado seja o teu nome.” E, ponderando que a redenção da criatura nunca se poderá efetuar sem a misericórdia do Criador, considerada a imensa bagagem das imperfeições humanas, continuou: — “Venha a nós o teu Reino.” Dando a entender que a vontade de Deus, amorosa e justa, deve cumprir-se em todas as circunstâncias, acrescentou: “Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos Céus.” Esclarecendo que todas as possibilidades de saúde, trabalho e experiência chegam invariavelmente, para os homens, da fonte sagrada da proteção divina, prosseguiu: — “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.” Mostrando que as criaturas estão sempre sob a ação da lei de compensações e que cada uma precisa desvencilhar-se das penosas algemas do passado obscuro pela exemplificação sublime do amor, acentuou: — “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” Conhecedor, porém, das fragilidades humanas, para estabelecer o princípio da luta eterna dos cristãos contra o mal, terminou a sua oração, dizendo com infinita simplicidade: “Não nos deixes cair em tentação e livra-nos de todo mal, porque teus são o Reino, o poder e glória para sempre. Assim seja.”

Levi, o mais intelectual dos discípulos, tomou nota das sagradas palavras, (Mt 6:9) para que a prece do Senhor fosse guardada em seus corações humildes e simples. A rogativa de Jesus continha, em síntese, todo o programa de esforço e edificação do Cristianismo nascente. Desde aquele dia memorável, a oração singela de Jesus se espalhou como um perfume dos Céus pelo mundo inteiro.


(.Irmão X)


Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 1:29
Sabedoria do Evangelho - Volume 2

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 15
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 8:14-15


14. Tendo entrado Jesus na casa de Pedro, viu que a sogra deste estava de cama e com febre;


15. e tocando-lhe a mão, a febre a deixou; então ela se levantou e os servia.


MC 1:29-31


29. Em seguida, tendo saído da sinagoga, foram com Tiago e João à casa de Simão e André.


30. A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram a respeito dela.


31. Então, aproximando-se da enferma, e tomando-a pela mão, levantou-a; a febre a deixou e ela começou a servilos.


LC 4:38-39


38. Tendo-se levantado e saído da sinagoga, entrou na casa de Simão. E a sogra deste estava deprimida por violenta febre; e pediram-lhe a favor dela.


39. Ele, inclinando-se para ela, repreendeu a febre e esta a deixou; e logo se levantou e os servia.


Ao terminar o culto na sinagoga, dirige-se Jesus à casa de Pedro e de André (o que confirma a presença dos dois que, naturalmente, saíram junto com Jesus); nessa casa, segundo a tradição, achava-se Jesus hospedado durante sua vida pública. Embora natural de Betsaida (JO 1:44) Pedro habitava em Cafarnaum, seja por motivo de seu casamento (residia com a sogra), seja por causa de sua "Sociedade de Pesca".


Regressando a casa, encontraram a sogra de Pedro (cujo nome ignoramos) atacada de febre. Comuns eram essas febres na Palestina, mormente nos locais vizinhos a lagos, onde grassava o impaludismo provocado pelos mosquitos muito numerosos, sem que se pusessem em prática regras de higiene. Lucas diz-nos tratar-se de "violento acesso de febre". Mateus assinala que Jesus "viu"; Marcos que "lhe falaram" a respeito dela, como que desculpando-se de lhe não poder ser dada assistência; Lucas esclarece que "pediram" a favor dela.


Jesus inclina-se sobre a doente, toca-a com a mão e a levanta. A febre desaparece instantaneamente, e bem assim a fraqueza superveniente a esses acessos de impaludismo. A enferma sente-se bem forte para servir a todos com solicitude.


Nada se fala da esposa de Pedro: é a sogra que parece governar a casa.


Pensam alguns que a criatura que atingiu a vida permanente na individualidade não deve mais atender ao círculo familiar, mas apenas aos estranhos. Jesus ensina-nos que isso constitui um erro. Os familiares merecem tanto nossa atenção quanto os estranhos, porque nos são mais achegados; e essa aproximação mostra-nos que eles precisam de nós ainda mais que os outros. Portanto, os parentes não devem ser menosprezados, mas atendidos com solicitude. Se bem que devamos ter desapego da família, jamais devemos abandoná-la. O mesmo comportamento deve ser mantido com os familiares de amigos e condiscípulos.


mc 1:29
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 19
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 18:1-5


1. Naquela hora chegaram-se os discípulos a Jesus perguntando: "Quem é, então, o maior no reino dos céus"?


2. 2 E tendo chamado Jesus uma criancinha, colocou-a no meio deles


3. e disse: "Em verdade vos digo que se não vos modificardes e não vos tornardes como as criancinhas: não podeis entrar no reino dos céus.


4. Quem, portanto, se diminua como esta criancinha, esse é o maior no reino dos céus,


5. e quem receba uma criancinha assim em meu nome, me recebe".


MC 9:33-37


33. E chegaram a Cafarnaum; e estando ele em casa perguntoulhes: "Sobre que pensáveis no caminho"?


34. Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam conversado entre si qual (deles era) maior.


35. E sentando-se, chamou os doze e disse-lhes: "Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servidor de todos".


36. E tomando uma criancinha, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse-lhes:


37. "Quem quer que receba uma criancinha assim em meu nome, a mim me recebe; e quem quer que me receba, não recebe a mim, mas aquele que me enviou".


LC 9:46-48


46. Surgiu um pensamento neles, sobre qual deles seria o maior.


47. Mas Jesus vendo o pensamento de seus corações, tomou uma criancinha e colocou-a junto de si e disselhes:


48. "Quem quer que receba esta criancinha em meu nome, a mim me recebe; e quem quer que me receba, recebe aquele que me enviou". Pois aquele que for menor dentre todos vós, esse será grande".


Como se dá com frequência, embora sendo o mais curto no cômputo total, o Evangelho de Marcos é o que apresenta mais pormenores e maior vivacidade; neste trecho, em poucas palavras ele situa a cena, esclarecendo que realmente "residia" em Cafarnaum; e, após citar o nome dessa que Mateus chamou "a sua cidade" (cfr. MT 9:1; vol. 2), acrescenta: estando em sua casa (en têi oikíai).


Mateus inverteu a ordem dos outros dois, e atribui a iniciativa da conversa aos discípulos, que se teriam dirigido ao Mestre com uma indagação teórica; parece, com isso, querer desculpara ambição do grupo, do qual ele mesmo fazia parte. Apresenta, pois, o colegiado acercar Jesus, e a perguntar inocentemente, como ávidos de conhecimento: "então, quem é o maior no reino dos céus"? Observemos que, pelo tom, não se trata deles, pessoalmente, mas é uma questão de tese. A resposta do Rabbi, no entanto, é fielmente transcrita, concordando com a dos outros dois intérpretes.


Marcos, ao invés, dá a iniciativa a Jesus, que lhes pergunta maliciosamente (tal como em Lucas) "em que pensavam eles no caminho" ... E Lucas explica a seus leitores que o Mestre "lera o pensamento" que neles surgira.


Antes de prosseguir, seja-nos lícito estranhar que, nas traduções deste trecho, aparece em Lucas "surgiu uma DISCUSSÃO entre eles... e Jesus lendo o PENSAMENTO deles" ... Ora, no original, a mesSABEDORIA

ma palavra dialogismos aparece nos dois versículos seguidos. Por que razão é ela traduzida de dois modos diferentes (e tão diferentes!), a primeira como discussão e a segunda como pensamento, à dist ância de duas linhas e no mesmo episódio? Não conseguimos perceber o móvel dessas "nuanças sutis".


Também em Marcos a pergunta é feita com o verbo dialogízein (no texto dielogízesthe, "pensáveis"). Mas logo a seguir aparece o verbo dieléchthêsan (aoristo depoente de dialégomai) pròs allêlous, que se traduz: "conversavam uns com os outros". Mas de uma conversa em pequenos grupos, que entre si sussurravam um descontentamento, deduzir-se que se tratava de uma DISCUSSÃO, a dist ância é grande...


O descontentamento já vinha grassando há tempos entre eles, como sempre ocorre entre discípulos, que se julgam mais competentes ou pelo menos mais "espertos" que o mestre, para "ver" as coisas e resolvê-las com acerto. Apesar de Jesus lhes haver ensinado que "o discípulo não é maior que seu mestre" (cfr. MT 10:24; LC 6:40; vol. 3), eles eram humanos e achavam, talvez, que a escolha de Jesus e a "autoridade" que conferira a Pedro, não estava cem por cento perfeita: outros melhores havia.


E eram relembrados "fatos": Jesus se hospedara em casa de Pedro (que morava com seu irmão André, as esposas de um e de outro, e os filhos; cfr MC 1:29, vol. 2) quando podia ter escolhido uma casa mais tranquila, maior, mais cômoda... Quando chegou a época de pagar a didracma (MT 17:27; vol.


3) Jesus recorre a um expediente "fora do normal" para pagar por si e por Pedro, sem pensar em fazêlo pelos "outros", nem mesmo por André ... Havia desagradado o encargo de cada um dos outros pagar por si mesmo, embora o gesto elegante de Jesus se justificasse plenamente, em relação ao discípulo que o hospedava em seu próprio lar, naturalmente arcando com todas as despesas de alimentação, vestuário, etc. Sem dúvida, Pedro podia fazê-lo com folga, já que não devia ser pequena a receita que percebia da "companhia de pesca", de que ele e André tinham sociedade com Zebedeu (cfr. vol. 2).


Mas havia mais: o Mestre tinha até mudado o nome dele para Kêphas (Pedro), sendo-lhe conferidas prerrogativas de chefe sobre os outros (ver acima). Ora, tudo isso, e talvez outras coisas que desconheçamos, tinham deflagrado uma crise de ciúmes e ambições ocultas, algumas mal disfarça das (como veremos mais tarde a de Judas Iscariotes que, julgando não ter o próprio Jesus capacidade e dinamismo suficientes para sua tarefa messiânica, entrou em entendimentos com o Sinédrio para que assumisse a direção da obra, ficando Jesus apenas com o encargo de dar ensinamentos espirituais e fazer "milagres").


Então, quem REALMENTE seria o CHEFE, após o tão anunciado assassinato do Mestre? Pedro podia ser o mais velho, mas seria o mais sábio? seria o administrador mais competente? seria o mais fiel int érprete das ideias? seria o mais culto? o mais prudente? Prudente? ... Não fora Pedro repreendido por Jesus, que o chamara "antagonista"? Não fracassara na tentativa imprudente de pretender imitar o Mestre andando sobre as águas? Com esse seu temperamento vivo e emotivo, não estava sempre a intervir inoportunamente, nos momentos mais impróprios? ... Tudo porque Jesus ainda não dera a "chave" para resolver a questão, que só foi revelada após sua paixão, quando, por três vezes seguidas perguntou a Pedro "se O amava" (cfr. JO 21:15-17). O AMOR VERDADEIRO do discípulo pelo Mestre é o que realmente decide sobre a escolha do sucessor.


Cada um dos outros julgava-se com alguma qualidade superior a Pedro, pretendendo que essa qualidade o predispunha melhor ao posto de chefe... "afinal, quem era DE FATO o maior entre eles"?


Uma solução direta e radical do caso poderia provocar mágoas em Seus escolhidos. Com a sabedoria profunda e delicada de sempre, Jesus resolve apresentar aos doze uma parábola em ação, de compreens ão mais pronta e fixação mais duradoura que as de simples narrativa.


Chama uma "criancinha". Quem era? Curiosidade ociosa. Jesus acha-se ’"em casa", ou seja, na casa de Pedro, com quem morava também André. Qual a criancinha que lá havia para ser chamada? A resposta mais pronta é que deveria tratar-se de um dos filhos ou filhas de Pedro ou de André. Que Pedro tinha filhos, parece não haver dúvidas, pois a tradição o diz e mesmo alguns "Pais da igreja" o atestam (cfr. Clemente de Alexandria, Strom. 3. 6. 52, Patrol. Graeca, vol. 8, col. 1156 e Jerônimo, Adv. Jov., 1. 26, Patrol. Lat. vol. 23, vol. 245). Mas qual prova teríamos da criancinha? Os outros discípulos também deviam ter filhos, podendo tratar-se de algum deles (segundo a tradição, o único discípulo que não contraiu matrimônio foi o evangelista João, que, à época da morte de Jesus devia contar entre 20 e 21 anos). Mas havia também o grupo das discípulas que acompanhavam o Mestre (MC 15:41). É verdade que as narrativas evangélicas calam sistematicamente o fato de estar alguém casado; a não ser o aceno à sogra de Pedro (MT 8;14; MC 1;30; LC 4:38; vol. 2), não se fala em nenhum casamento, nem do Mestre, nem dos discípulos. Só algumas figuras a látere aparecem como formando casais.


No século 9. º afirmaram que a criancinha teria sido Inácio de Antióquia, mas sem qualquer prova (teria sido revelação mediúnica?). De qualquer forma, não importa quem tenha sido o garotinho; o que conta é o fato. Vamos a ele.


Jesus chama uma Criancinha e a "carrega ao colo" ou "a abraça". O particípio enagkalisámenos, do verbo enagkalízomai, é composto de en + agkálê, que exprime "nos braços recurvados", podendo exprimir uma ou outra das traduções. Entre todos aqueles homens, a ternura de Jesus pela criança é emocionante.


E Ele a apresenta como modelo a ser imitado, numa lição que nos foi transmitida em duas variantes.


MATEUS: "se não nos modificardes e vos tornardes (eàn mê straphête kaí genêsthê, ou seja, "voltardes a ser") crianças, NÃO PODEIS entrar no reino dos "céus".


E continua: "quem se diminuir será o maior". O verbo tapeinôsei exprime exatamente "diminuir-se" ou" tornar-se pequeno"; diríamos, em linguagem moderna, "miniaturizar-se". Não é, pois, da humildade que aqui se trata, já que a criança não é humilde: é pequena. A oposição, na parábola, é salientada entre a pequenez, a simplicidade e a sinceridade (Sinceridade no sentido etimológico: "isento, puro, sem mistura". Tanto que os antigos - cfr. Donato, Ad Ev. 177 - faziam derivar a palavra da expressão "sinecera".


Horácio - Epod. 2, 15 - escreveu: aut pressa puris mella condit ámphoris, que o Pseudo Acron comenta: hoc est, favos premit, ut ceram séparet et mel sincerum réparet. E Donato conclui: sincerum, purum, sine fuco et simplex est, ut mel sine cera) da criança, e a ambição, o orgulho, e o egoísmo que tomavam vulto no coração deles. Esse mesmo termo foi empregado por Paulo (FP 2:8), testificando que, Jesus "se diminuiu (apequenou-se, etapeínôsen), tornando-se obediente até a morte".


MARCOS acrescenta uma frase: "quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos", lição que voltar á na parábola do banquete (cfr. LC 14:7-11), e além disso: "o servidor de todos. Essas ideias voltam em MT 20:26-27 e MC 10:43-44; e também de si mesmo disse o próprio Jesus (MT 20:28): "o Filho do Homem veio para SERVIR, e não para SER SERVIDO".


O mesmo conceito aparece sob outra forma em Lucas: "o que dentre vos for o menor de todos, esse será grande".


Terminada a lição do "apequenamento" e do "serviço", os três sinópticos concordam na conclusão, que se resume numa garantia para o futuro: "quem recebe uma criancinha assim EM MEU NOME (epí tôi onómati mou, ou seja, "por minha causa") é a mim que recebe". Trata-se, portanto, de uma delegação ampla de credenciais, feita em caráter geral a todas as crianças em todos os tempos, para representá-Lo como embaixadores perante todos os adultos da humanidade.


E essa delegação vai ampliada mais ainda, quando confessadamente declara o Mestre que Ele apenas sub-delega, pois "quem O recebe, recebe Aquele que O enviou". Marcos utiliza um hebraísmo típico genuíno e, confessamo-lo, saborosíssimo: "e quem me recebe, não é a mim (propriamente) que recebe, mas Aquele que me enviou".


Os hermeneutas dividem-se em três grupos principais, a fim de esclarecer que crianças são essas:

1. simbolizariam os próprios discípulos enviados por Jesus, conforme a regra estabelecida no cap. 12 da Didachê, que ordena aos cristãos que recebam "quem quer que venha em nome do Senhor";


2. seriam o símbolo de todas as crianças, que devem ser acolhidas sempre pelos adultos;


3. seriam não apenas as crianças assim classificadas por causa de sua idade física, mas, além delas, todas as crianças intelectuais ou morais, os "espíritos-novos" (embora adultos na idade do corpo), que não tivessem alcançado desenvolvimento e amadurecimento mental.


De qualquer forma, entende-se com a lição que, por menor que seja a criatura, devemos sempre consider á-la como legítimo representante na Terra do Cristo e, por conseguinte, que devemos tratá-la como o faríamos pessoalmente ao próprio Mestre Jesus.


Tolstoi bem o compreendeu em seu conto: "A Visita de Jesus".


A luta titânica da personagem para prevalecer sobre todos os que a cercam é constante e insaciável.


Mesmo nas escolas espiritualistas (para não dizer "sobretudo nelas" ...) manifesta-se com força incalculável e renascente.

A tentação vencida pela individualidade (Jesus, vol. 1) ainda não o fora pelas personagens que a serviam.


Nas outras atividades (pintura, música, literatura, poesia, técnica, ciência, etc.) o valor de cada um é avaliável pelos "de fora", que aplaudem, apupam ou ficam indiferentes. No espiritualismo nada disso se dá. A evolução é INTERIOR, invisível e inapreciável de fora. Só um Mestre que possua o dom de penetrar no âmago dos discípulos poderá dizer qual o melhor (ou "o maior", no dizer do texto evangélico). As exterioridades enganam. Ninguém pode julgar ninguém nesse campo: "não julgueis e não sereis julgados" (MT 7:1 e LC 5:37; vol. 2).


Exatamente contra esse preceito investiram as personagens (discípulos) ao darem acolhida em seus corações à ambição de cada um ser "o maior".


No sentido profundo é indiferente que o tema parta da personagem, que pretenda enaltecer-se diante da individualidade, ou desta, que resolva ensinar o caminho certo àquela. O que vale é a lição que recebemos, definitiva e clara.


Que é, em última análise, a personagem transitória diante da individualidade eterna? Um recémnascido a balbuciar sons desconexos! ... Com o exemplo dado - a criancinha - está evidente o ensino: se a personagem não se diminuir, não se miniaturizar, não poderá ser dado o "mergulho" dentro do" reino dos céus", ou seja, do coração. Essa miniaturização tem que ir até a grandeza de um ponto adimensional, embora isto signifique precisamente infinitizar-se, pois também o infinito é adimensional.


Difícil em linguagem daquela época, uma explicação assim clara. Mas o exemplo dado não deixa margem a dúvidas e as palavras também são de limpidez absoluta: há necessidade de modificação, de voltar a ser como as criancinhas: sem isso NÃO SE PODE penetrar no coração para unificar-se com o Cristo Interno.


O maior ou menor será julgado em relação AO REINO DOS CÉUS, isto é, à maior ou menor unificação com o Cristo, e não em relação a dons e faculdades da personagem. Não são a agudeza intelectual, o desenvolvimento da cultura, as atividades mentais nem físicas, a força emocional, os dons artísticos, numa palavra, não são as qualidades personalísticas que decidirão sobre a grandeza de uma criatura, mas única e exclusivamente seu grau de união com o Cristo é que medirá sua evolução. Daí não terem sido escolhidos os expoentes da época para discípulos de Jesus, mas somente aqueles cuja evolução lhes permitia atingirem o maior grau de unificação com o Mestre único (cfr. MT 23:10) de todos nós.


Desde que se diminua, não terá dificuldade em tornar-se o "servidor de todos" (cfr. MT 23:11), o" diácono" que serve sem exigir pagamento, nem recompensa, nem retribuição, nem gratidão. Servir desinteressadamente, e continuar servindo com alegria, mesmo se observar indiferença; sem contar os benefícios prestados, ainda que receba grosserias; sem magoar-se porque, depois de ajudar com sacrifício e sofrimento, dando de si, o recebedor passa por nós e não nos cumprimenta, e faz até que nos não conhece... Pequenino, diminuído, como invisível micróbio que nos ajuda a viver, oculto em nossas entranhas, e de cuja existência nem sequer tomamos conhecimento.


Realmente assim agem as crianças: prestam favores e não esperam o "muito obrigado": viram as costas e seguem seu caminho. Servem, e passam.


A segunda parte da lição é valiosa, tanto para as personagens quanto para a individualidade.


Para as personagens, além das interpretações que vimos acima, há outros pormenores a considerar.


Pode tratar-se (e trata-se evidentemente) da acolhida em nome do Cristo das crianças que encontramos abandonadas ou desarvoradas, em qualquer idade física que se encontrem, a qualquer religião a que pertençam, qualquer que seja a pigmentação da pele (como fez, por exemplo, Albert Schweitzer).


Outra interpretação - e cremos que de suma importância - refere-se às crianças que chegam através da carne; cada filho que recebemos, em nome ou por causa do Mestre, é como se a Ele mesmo recebêssemos.


E ao recebê-Lo é realmente ao Pai que recebemos, pois a Centelha divina lá está naquele pequenino templo da Divindade. Essa interpretação mostra-nos a linha de comportamento a ser seguida pelos discípulos: jamais recusar receber uma criancinha entre nossos braços, e não preocuparnos com o caminho por que chegam até nós.


Há ainda a considerar a relação existente entre individualidade eterna (e adulta) e a personagem (recémcriada, infantil) que recebemos a cada nova encarnação. A individualidade tem que receber, em nome do Cristo que em nós habita, a personagem que lhe advém pela necessidade cármica, aceitandoa com as deficiências que tiver, e amando-a com o mesmo amor; sabendo perdoar-lhe os desvios e desmandos que servirão maravilhosamente para exercitar a humildade; educando-a e dirigindo-a pelo melhor caminho que lhe proporcione evolução mais rápida; compreendendo que a personagem reproduz EXATAMENTE a necessidade maior do Espírito naquele momento da evolução, e portanto sem rebelar-se contra qualquer coisa que lhe não pareça perfeita e que lhe traga dificuldades e embaraços.


Mais. Na linguagem iniciática, o trecho assume novos matizes.


Consideremos a Escola Iniciática que Jesus criara para os doze, revelando-lhes, de acordo com o grau evolutivo de cada um, os "mistérios" que viera desvendar.


Nas antigas Escolas, os graus eram comparados às idades das criaturas. Assim, a pergunta dos discípulos como relata Mateus, visava a conhecer qual o caminho para atingir as mais altas culminâncias da perfeição; quais as características dos maiores na senda evolutiva. E Jesus vê-se constrangido a esclarecê-los. Leva em conta que três deles (Pedro, Tiago e João) estão em grau mais elevado que os outros, pois cursavam o quarto plano iniciático (em nossa hipótese); ao passo que os demais estavam em planos mais baixos, talvez ainda no terceiro ou no segundo nível.


Serve-se, então, da terminologia típica das iniciações nos mistérios gregos (mais uma vez) e recordalhes que o primeiro passo é o da "infância", segundo essa terminologia: CRIANÇAS (iniciantes dos primeiros planos) quando ainda estavam em busca do "mergulho" e da "confirmação"; HOMENS FEITOS, os iniciados que já haviam superado o terceiro grau (vencendo as tentações e dominando a matéria) e o quarto grau (obtendo a união com o Cristo Interno); esses eram chamados també "perfeitos" (teleios) ou "santos" (hágios).


Para confirmar o que afirmamos, basta ler 1. ° Cor. 3:1-3; e 13:11, e também EF 4:13-14: "até que todos cheguemos à unidade da fé, e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito (ou perfeito), à medida da evolução plena do Cristo, para que não sejamos mais meninos, jogados de um lado para outro, e levados ao redor por todos os ventos de doutrina, etc. ".


Recordemo-nos, ainda, da conhecida pergunta da Esfinge, sobre as três idades do homem.


Nessa interpretação, "tornar-se como criancinha" é rejeitar toda cultura externa, toda "a sabedoria do mundo, que é estultice" (1. ª Cor. 3:19), para recomeçar a caminhada em outra direção; diríamos ainda: fazer tábula rasa de tudo o que se aprendeu, a fim de poder penetrar os segredos dos "mistérios do reino". Com efeito, se alguém pretender entrar na Escola Iniciática da Espiritualidade Superior, trazida por Jesus, a primeira coisa a fazer é tomar-se como criança intelectual, nada sabendo da sabedoria deste eon, para poder reaprender tudo de novo, como as crianças fazem, da Vida Espiritual, conquistando, dessarte, a verdadeira sabedoria de Deus.


Notemos ainda que os três evangelistas empregam o verbo déchomai, que se traduz "receber", mas no sentido de "ouvir", aceitar (um ensino) (cfr. Lidell

& Scott, "Greek-English Lexicon", ad verbum). Não se trata, pois, só de "receber como hóspede em casa", mas de "aceitar o ensino" (cfr. o termo correspondente em aramaico, Kabel). Teríamos: quem aceitar o ensino de um desses meus discípulos (que se tornaram criancinhas) por minha causa é como se a mim mesmo ouvisse e aceitasse; e quem aceitar um ensino eatá aceitando o ensino do Pai que me enviou.


Responsabilidade pesadíssima dos intérpretes da Boa-Nova!


mc 1:29
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 28
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 20:20-28


20. Então veio a ele a mãe dos filhos de Zebedeu, com os filhos dela, prostrando-se e rogando algo.

21. Ele disse-lhe, pois: "Que queres"? Respondeu-lhe: "Dize que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e outro à tua esquerda em teu reino"

22. Retrucando, Jesus disse: "Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que estou para beber"? Disseram-lhe: "Podemos"! 23. Disse-lhes: "Sem dúvida bebereis o meu cálice; mas sentar à minha direita ou esquerda, não me compete concedê-lo, mas àquele para quem foi preparado por meu Pai".

24. E ouvindo os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.

25. Chamando-os, porém, Jesus disse: "Sabeis que os governadores dos povos os tiranizam e os grandes os dominam.

26. Assim não será convosco; mas quem quiser dentre vós tornar-se grande, será vosso servidor,

27. e quem quiser dentre vós ser o primeiro, será vosso servo,

28. assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua alma como meio-de-libertação para muitos".

MC 10:35-45


35. E aproximaram-se dele Tiago e João os filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: "Mestre, queremos que, se te pedirmos, nos faças".

36. Ele disse-lhes: "Que quereis que vos faça"?

37. Responderam-lhe eles: "Dá-nos que nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda na tua glória".

38. Mas Jesus disse-lhes: "Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu bebo, ou ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"? 39. Eles retrucaram-lhe: "Podemos"! Então Jesus disse-lhes: "O cálice que eu bebo, bebereis, e sereis mergulhados no mergulho em que sou mergulhado,

40. mas o sentar à minha direita ou esquerda, não me cabe concedê-lo, mas a quem foi dado".

41. E ouvindo isso, os dez começaram a indignarse contra Tiago e João.

42. E chamando-os, disse-lhes Jesus: "Sabeis que os reconhecidos como governadores dos povos os tiranizam e seus grandes os dominam.

43. Não é assim, todavia, convosco: mas o que quiser tornar-se grande dentre vós, será vosso servidor,

44. e o que quiser dentre vós ser o primeiro, será servo de todos.

45. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua alma como meio de libertação para muitos".



Lucas (Lucas 18:34) salientara que os discípulos "nada haviam entendido e as palavras de Jesus permaneciam ocultas para eles, que não tiveram a gnose do que lhes dizia". Mateus e Marcos trazem, logo depois, a prova concreta da verdade dessa assertiva.


Mateus apresenta o episódio como provocado pela mãe de Tiago e de João, com uma circunlocução típica oriental, que designa a mãe pelos filhos: "veio a mãe dos filhos de Zebedeu com os filhos dela", ao invés do estilo direto: "veio a esposa de Zebedeu com seus filhos". Trata-se de Salomé, como sabemos por Marcos (Marcos 15:40) confrontado com Mateus (Mateus 27:56). Lagrange apresenta num artigo (cfr. "L’Ami du Clergé" de 1931, pág. 844) a hipótese de ser Salomé irmã de Maria mãe de Jesus, portanto sua tia.


Sendo seus primos, o sangue lhe dava o direito de primazia. Em nossa hipótese (vol. 3), demos Salomé como filha de Joana de Cuza, esta sim, irmã de Maria. Então Salomé seria sobrinha de Maria e prima em 1. º grau de Jesus (sua "irmã"), sendo Tiago e João "sobrinhos de Jesus", como filhos de sua "irmã"

Salomé. Então, sendo seus sobrinhos, a razão da consanguinidade continuava valendo. Além disso, Salomé como sua irmã, tinha essa liberdade, e se achava no direito de pedir, pois dera a Jesus seus dois filhos e ainda subvencionava com seu dinheiro as necessidades de Jesus e do Colégio apostólico (cfr. LC 8:3 e MC 15:41).


Como na resposta Jesus se dirige frontalmente aos dois, Marcos suprimiu a intervenção materna: realmente eles estavam de pleno acordo com o pedido, tanto que, a seu lado, aguardavam ansiosos a palavra de Jesus. A interferência materna foi apenas o "pistolão" para algo que eles esperavam obter.


Como pescadores eram humildes; mas elevados à categoria de discípulos e emissários da Boa-Nova, acende-se neles o fogo da ambição, que era justa, segundo eles, pois gozavam da maior intimidade de Jesus, que sempre os distinguia, destacando-os, juntamente com Pedro, dos demais companheiros, nos momentos mais solenes (cfr. Mat, 9:1; 17:1; MC 1:29; MC 5:37; MC 9:12; MC 14:33; LC 8:51). Tinham sido, também, açulados pela promessa de se sentarem todos nos doze "tronos", julgando Israel (MT 19:28), então queriam, como todo ser humano, ocupar os primeiros lugares (MT 23:6 e LC 14:8-10).


A cena é descrita com pormenores. Embora parente de Jesus, Salomé lhe reconhece o valor intrínseco e a grandeza, e prostra-se a Seus pés, permanecendo silenciosa e aguardando que o Mestre lhe dirija a palavra em primeiro lugar: "que queres"?


Em Marcos a resposta é dos dois: "Queremos" (thélomen) o que exprime um pedido categórico, não havendo qualquer dúvida nem hesitação quanto à obtenção daquilo que se pede: não é admitida sequer a hipótese de recusa : "queremos"!


Jesus não os condena, não os expulsa da Escola, não os apresenta à execração pública, não os excomunga; estabelece um diálogo amigável, em que lhes mostra o absurdo espiritual do pedido, valendose do episódio para mais uma lição. Delicadamente, porém, é taxativo na recusa. Sabe dizer um NÃO sem magoar, dando as razões da negativa, explicando o porquê é obrigado a não atender ao pedido: não depende dele. Mas não titubeia nem engana nem deixa no ar uma esperança inane.


Pelas expressões de Jesus, sente-se nas entrelinhas a tristeza de quem percebe não estar sendo entendido: "não sabeis o que pedis" Essa resposta lembra muito aquela frase proferida mais tarde, em outras circunstâncias: "Não sabem o que fazem"! (LC 23:34).


Indaga então diretamente: "podeis beber o cálice que estou para beber ou ser mergulhado no mergulho em que sou mergulhado"? A resposta demonstra toda a presunção dos que não sabem, toda a pretensão dos que que ignoram: "podemos"!


Jesus deve ter sorrido complacente diante dessa mescla de amor e de ambição, de disposição ao sacrif ício como meio de conquistar uma posição de relevo! Bem iguais a nós, esses privilegiados que seguiram Jesus: entusiasmo puro, apesar de nossa incapacidade!


Cálice (em grego potêrion, em hebraico kôs pode exprimir. no Antigo Testamento, por vezes, a alegria (cfr. SL 23:5; SL 116:13; Lament 4:21); mas quase sempre é figura de sofrimento (cfr. SL 75:8; 1s.


51:17,22; EZ 23:31-33).


Baptízein é um verbo que precisa ser bem estudado; as traduções correntes insistem em transliterar a palavra grega, falando em batismo e batizar, que assume novo significado pela evolução semântica, no decorrer dos séculos por influência dos ritos eclesiásticos e da linguagem litúrgica. Batismo tomou um sentido todo especial, atribuído ao Novo Testamento, apesar de ignorado em toda a literatura anterior e contemporânea dos apóstolos. Temos que interpretar o texto segundo a semântica da época, e não pelo sentido que a palavra veio a assumir séculos depois, por influências externas.


Estudemos o vocábulo no mais autorizado e recente dicionário ("A Greek English Lexicon", de Liddell

& Scott, revised by Henry Stuart Jones, Londres, 1966), in verbo (resumindo): "Baptizô, mergulhar, imergir: xíphos eis sphagên, "espada mergulhada na garganta" (Josefo Rell. Jud.


2. 18. 4): snáthion eis tò émbryon "espátula no recém-nascido" Soranus, médico do 2. º séc. A. C. 2. 63); na voz passiva: referindo-se à trepanação Galeno, 10, 447. Ainda: báptison seautòn eis thálassau e báptison Dionyson pros tên thálassan, "mergulhado no mar" (Plutarco 2. 166 a e 914 d); na voz passiva com o sentido de "ser afogado", Epicteto, Gnomologium 47. Baptízô tinà hypnôi, "mergulho algu ém no sono" (Anthologia Graeca, Evenus elegíaco do 5. º séc. A. C.) e hynnôi bebantisméns "mergulhado no sono letárgico" (Archígenes, 2. º séc., apud Aécio 63); baptízô eis anaisthesían kaì hypnon," mergulhado na anestesia e no sono " (Josefo, Ant. JD 10, 9, 4); psychê bebaptisménê lypêi" alma mergulhada na angústia" (Libânio sofista, 4. º séc. A. D., Orationes, 64,115)".


Paulo (Rom, 6:3-4) fala de outra espécie de batismo: "porventura ignorais que todos os que fomos mergulhados em Cristo Jesus, fomos mergulhados em sua morte? Fomos sepultados com ele na morte pelo mergulho, para que, como Cristo despertou dentre os mortos pela substância do Pai, assim nós andemos em vida nova".


Até agora tem sido interpretado este trecho como referente aos sofrimentos físicos de Tiago, decapitado em Jerusalém por Herodes Agripa no ano 44 (cfr. AT 12:2) e de João, que morreu de morte natural, segundo a tradição, mas foi mergulhado numa caldeira de óleo fervente diante da Porta Latina (Tertuliano, De Praescriptione, 36 Patrol. Lat. vol. 2, col, 49) e foi exilado na ilha de Patmos (Jerônimo, Patrol. Lat. vol. 26, col. 143).


As discussões maiores, todavia, se prendem à continuação. Pois Jesus confirma que eles beberão seu cálice e mergulharão no mesmo mergulho, mas NÃO CABE a Ele conceder o lugar à sua direita ou esquerda! Só o Pai! Como? Sendo Jesus DEUS, segundo o credo romano, sendo UM com o Pai, NÃO PODE resolver? Só o Pai; E Ele NÃO SABE? Não tem o poder nem o conhecimento do que se passaria no futuro? Por que confirmaria mais uma vez aqui que o Pai era maior que Ele (JO 14:28)?


Como só o Pai conhecia "o último dia" (MT 24:36). Como só o Pai conhecia "os tempos e os momentos" (AT 1:7). Como resolver essa dificuldade? Como uma "Pessoa" da Trindade poderá não ter conhecimento das coisas? Não são três "pessoas" mas UM SÓ DEUS?


Os comentadores discutem, porque estão certos de que o "lugar à direita e à esquerda" se situa NO CÉU. Knabenbauer escreve: neque Messias in terra versans primas in caelo sedes nunc petentibus quibusque assignare potest, ac si vellet Patris aeterni decretum mutare vel abrogare (Cursus Sacrae Scripturae, Paris, 1894, pág. 281), ou seja: "nem o Messias, estando na Terra, pode dar os primeiros lugares no Céu aos que agora pedem, como se pretendesse mudar ou ab-rogar o decreto do Pai eterno".


Outros seguem a mesma opinião, como Loisy, "Les Évangiles Synoptiques", 1908, tomo 2, página 238; Huby, "Êvangile selon Saint Marc", 1924, pág. 241; Lagrange, "L’Évangile selon Saint Marc", 1929,pág. 280, etc. etc.


Os séculos correram sobre as discussões infindáveis, sem que uma solução tivesse sido dada, até que no dia 5 de junho de 1918, após tão longa perplexidade, o "Santo Ofício" deu uma solução ao caso.


Disse que se tratava do que passaria a chamar-se, por uma "convenção teológica", uma APROPRIAÇÃO, ou seja: "além das operações estritamente trinitárias, todas as obras denominadas ad extra (isto é, "fora de Deus") são comuns às pessoas da Santíssima Trindade; mas a expressão corrente - fiel à iniciativa de Jesus - reserva e apropria a cada uma delas os atos exteriores que tem mais afinidade com suas relações hipostáticas".


Em outras palavras: embora a Trindade seja UM SÓ DEUS, no entanto, ao agir "para fora", ao Pai competem certos atos, outros ao Filho, e outros ao Espírito Santo. Não sabemos, todavia, como será possível a Deus agir "para fora", se Sua infinitude ocupa todo o infinito e mais além!


Os dois irmãos, portanto, pretendem apropriar-se dos dois primeiros lugares, sem pensar em André, que foi o primeiro chamado, nem em Pedro, que recebeu diante de todos as "chaves do reino". Como verificamos, a terrível ambição encontrou terreno propício e tentou levar à ruína a união dos membros do colégio apostólico, e isso ainda na presença física de Jesus! Que não haveria depois da ausência Dele?


Swete anota que os dez se indignaram, mas "pelas costas" dos dois, e não diante deles; e isto porque foi empregada pelo narrador a preposição perí, e não katá, que exprimiria a discussão face a face.


Há aqui outra variante. Nas traduções vulgares diz-se: "não me pertence concedê-lo, mas será dado àqueles para quem está destinado por meu Pai". No entanto, o verbo hetoimózô significa mais rigorosamente" preparar ". Ora, aí encontramos hétoímastai, perfeito passivo, 3. ª pessoa singular; portanto," foi preparado".


Jesus entra com a sublime lição da humildade e do serviço, que, infelizmente, ainda não aprendemos depois de dois mil anos: é a vitória através do serviço prestado aos semelhantes. O exemplo vivo e palpitante é o próprio caso Dele: "Vim" (êlthen) indica missão especial da encarnação (cfr. MC 1:38 e 2:17; e IS 52:13 a 53:12). E essa vinda especial foi para SERVIR (diakonêsai), e não para ser servido (diakonêthênai), fato que foi exaustivamente vivido pelo Mestre diante de Seus discípulos e em relação a eles.


O serviço é para libertação (lytron). Cabe-nos estudar o significado desse vocábulo. "Lytron" é, literalmente" meio-de-libertação", a que também se denomina "resgate". O resgate era a soma de dinheiro dada ao templo, ao juiz ou ao "senhor" para, com ela, libertar o escravo. O termo é empregado vinte vezes na Septuaginta (cfr. Hatche and Redpath, "Concordance to the Septuagint", in verbo) e corresponde a quatro palavras do texto hebraico massorético: a kôfer, seis vezes; a pidion e outros derivados de pâdâh, sete vezes; a ga"al ou ge"ullah, cinco vezes, e a mehhir, uma vez; exprime sempre a compensa ção, em dinheiro, para resgatar um homicídio ou uma ofensa grave, ou o preço pago por um objeto, ou o resgate de um escravo para comprar-lhe a liberdade. E a vigésima vez aparece em Números (Números 3:12) quando o termo lytron exprime a libertação por substituição: os levitas podiam servir de lytron, substituindo os primogênitos de Israel no serviço do Templo.

Temos, portanto, aí, a única vez em que lytron não é dinheiro, mas uma pessoa humana, que substitui outra, para libertá-la de uma obrigação imposta pela lei.


Em vista disso, a igreja romana interpretou a crucificação de Jesus como um resgate de sangue dado por Deus ao Diabo (!?), afim de comprar a liberdade dos homens! Confessemos que deve tratar-se de um deus mesquinho, pequenino, inferior ao "diabo", e de tal modo sujeito a seus caprichos, que foi constrangido a entregar seu próprio filho à morte para, com o derramamento de seu sangue, satisfazerlhe os instintos sanguinários; e o diabo então, ébrio de sangue, abriu a mão e permitiu (!) que Deus pudesse carregar para seu céu algumas das almas que lhe estavam sujeitas... Como foi possível que tantas pessoas inteligentes aceitassem uma teoria tão absurda durante tantos séculos? ... Isso poderia ocorrer com espíritos inferiores em relação a homens encarnados, como ainda hoje vemos em certos" terreiros" de criaturas fanatizadas, e como lemos também em Eusébio (Patrol. Graeca, vol. 21, col. 85) que transcreve uma notícia de Philon de Byblos, segundo o qual os reis fenícios, em caso de calamidade, sacrificavam seus filhos mais queridos para aplacar seu "deus", algum "exu" atrasadíssimo.


Monsenhor Pirot (o. c. vol. 9, pág. 530) diz textualmente: "entregando-se aos sofrimentos e à morte, é que Jesus pagará o resgate de nossa pobre humanidade, e assim a livrará do pecado que a havia escravizado ao demônio"!


Uma palavra ainda a respeito de polloí que, literalmente, significa "’muitos". Pergunta-se: por que resgate" de muitos" e não "de todos"? Alguns aduzem que, em vários pontos do Novo Testamento, o termo grego polloí corresponde ao hebraico rabbim, isto é, "todos" (em grego pántes), como em MT 20:28 e MT 26:28; em MC 14:24; em RM 5:12-19 e em IS 53:11-12).


Sabemos que (MT 1:21) foi dado ao menino o nome de Jesus, que significa "Salvador" porque libertar á "seu povo de seus erros"; e Ele próprio dirá que traz a libertação para os homens (LC 4:18).


Esta lição abrange vários tópicos:

  • a) o exemplo a ser evitado, de aspirar, nem mesmo interior e subconscientemente, aos primeiros postos;

  • b) a necessidade das provas pelas quais devem passar os candidatos à iniciação: "beber o cálice" e "ser mergulhados";

  • c) a decisão, em última instância, cabe ao Pai, que é superior a Jesus (o qual, portanto, não é Deus no sentido absoluto, como pretendem os católicos romanos, ortodoxos e reformados);

  • d) a diferença, mais uma vez sublinhada, entre personagem e individualidade, sendo que esta só evolui através da LEI DO SERVIÇO (5. º plano).


Vejamo-lo em ordem.


I - É próprio da personagem, com seu "eu" vaidoso e ambicioso, querer projetar-se acima dos outros, em emulação de orgulho e egoísmo. São estes os quatro vícios mais difíceis de desarraigar da personagem (cfr. Emmanuel, "Pensamento e Vida", cap. 24), e todos os quatro são produtos do intelecto separatista e antagonista da individualidade.


O pedido de Tiago (Jacó) e de João, utilizando-se do "pistolão" de sua mãe, é típico, e reflete o que se passa com todas as criaturas ainda hoje. Neste ponto, as seitas cristãs que se desligaram recentemente do catolicismo (reformados e espiritistas) fornecem exemplos frisantes.


Entre os primeiros, basta que alguém julgue descobrir nova interpretação de uma palavra da Bíblia, para criar mais uma ramificação, em que ele EVIDENTEMENTE será o primeiro, o "chefe".


O mesmo se dá entre os espiritistas. Pululam "centros" e "tendas" que nascem por impulso vaidoso de elementos que se desligam das sociedades a que pertenciam para fundar o SEU centro ou a SUA tenda: ou foram preteridos dos "primeiros lugares à direita e à esquerda" do ex-chefe; ou se julgam mais capazes de realização que aquele chefe que, segundo eles, não é dinâmico; ou discordam de alguma interpretação da doutrina; ou querem colocar em evidência o SEU "guia", que acham não estar sendo bastante "prestigiado" (quando não é o próprio "guia" (!) que quer aparecer mais, e incita o seu" aparelho" a fundar outro centro PARA Ele!); ou a criatura quer simplesmente colocar-se numa posição de destaque de que não desfrutava (embora jamais confesse essa razão); ou qualquer outro motivo, geralmente fútil e produto da vaidade, do orgulho, do egoísmo e da ambição. Competência? Cultura?


Adiantamento espiritual? Ora, o essencial é conquistar a posição de "chefe"! Há ainda muitos Tiagos e Joões, e também muitas Salomés, que buscam para seus filhos ou companheiros os primeiros lugares, e tanto os atenazam com suas palavras e reclamações, que acabam vencendo. Que se abram os olhos e se examinem as consciências, e os exemplos aparecerão por si mesmos.


Tudo isso é provocado pela ânsia do "eu" personalístico, de destacar-se da multidão anônima; daí as" diretorias" dos centros e associações serem constituídas de uma porção de NOMES, só para satisfazer à vaidade de seus portadores, embora estes nada façam e até, por vezes, atrapalhem os que fazem.


O Antissistema é essencialmente separatista e divisionista, e por isso o dizemos " satânico" (opositor).


II - As "provas" são indispensáveis para que as criaturas sejam aprovadas nos exames. E por isso Jesus salienta a ignorância revelada pelo pedido de quem queria os primeiros postos, sem ter ainda superado a" dificuldades do caminho: "não sabeis o que pedis"!


O cálice que deve beber o candidato é amargo: são as dores físicas, os sofrimentos morais, as angústias provocadas pela aniquilação da personalidade e pela destruição total do "eu" pequeno, que precisa morrer para que a individualidade cresça (cfr. JO 3:30); são as calúnias dos adversários e: , sobretudo, dos companheiros de ideal que o abandonam, com as desculpas mais absurdas, acusandoo de culpas inexistentes, embora possam "parecer" verdadeiras: mas sempre falando pelas costas, sem dar oportunidade ao acusado de defender-se: são os martírios que vêm rijos: as prisões materiais (raramente) mas sobretudo as morais: por laços familiares; as torturas físicas (raras, hoje), mas principalmente as do próprio homem, criadas pelo "eu" personalístico, que o incita a largar tudo e a trocar os sacrifícios por uma vida fácil e tranquila, que lhe é tão simples de obter...


Mas, além disso, há outra prova: o MERGULHO na "morte".


Conforme depreendemos do sentido de baptízô que estudamos, pode o vocábulo significar: mergulhar ou imergir na água; mergulhar uma espada no corpo de alguém; mergulhar uma faca para operar cirurgicamente; mergulhar alguém no sono letárgico, ou mergulhar na morte.


Podemos, pois, interpretar o mergulho a que Jesus se refere como sendo: o mergulho no "coração" para o encontro com o Cristo interno; o mergulho que Ele deu na atmosfera terrena, provindo de mundos muito superiores ao nosso; o mergulho no sono letárgico da "morte", para superação do quinto grau iniciático, do qual deveria regressar à vida, tal como ocorrera havia pouco com Lázaro; ou outro, que talvez ainda desconheçamos. Parece-nos que a referência se fez à iniciação.


Estariam os dois capacitados a realizar esse mergulho e voltar à vida, sem deixar que durante ele se rompesse o "cordão prateado"? Afoitamente responderam eles: "podemos"! Confiavam nas próprias forças. Mas era questão de tempo para preparar-se. João teve tempo, Tiago não... Com efeito, apenas doze anos depois dessa conversa, (em 42 A. D.) Tiago foi decapitado, não conseguindo, pois, evitar o rompimento do "umbigo fluídico". Mas João o conseguiu bem mais tarde, quando pode sair com vida (e Eusébio diz "rejuvenescido") da caldeira de óleo fervente, onde foi literalmente mergulhado.


A esse mergulho, então, parece-nos ter-se referido Jesus: mergulho na morte com regresso à vida, após o "sono letárgico" mais ou menos prolongado, que Ele realizaria pouco mais tarde.


Esse mergulho é essencial para dar ao iniciado o domínio sobre a morte (cfr. "a morte não dominará mais além dele", RM 6:9; "por último, porém, será destruída a morte", 1CO 15:26; "a morte foi absorvida pela vitória; onde está, ó morte, tua vitória? onde está, ó morte, teu estímulo"?, 1CO

15:54-55; "Feliz e santo é o que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos": AP 20:6). De fato, a superação do quinto grau faz a criatura passar ao sexto, que é o sacerdócio (cfr. vol. 4).


Modernamente o sacerdócio é conferido por imposição das mãos, com rituais específicos, após longa preparação. No catolicismo, ainda hoje, percebemos muitos resquícios das iniciações antigas, como podemos verificar (e o experimentamos pessoalmente). Em outras organizações que "se" denominam" ordens iniciáticas", o sacerdócio é apenas um título pro forma, simples paródia para lisonjear a vaidade daqueles de quem os "Chefes" querem, em retribuição, receber também adulações, para se construírem fictício prestígio perante si mesmos.


O sacerdócio REAL só pode ser conferido após o mergulho REAL, efetivo e consciente, plenamente vitorioso, no reino da morte. Transe doloroso e arriscado para quem não esteja à altura: "podeis ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"?


A morte, realizada em seu simulacro, no sono cataléptico era rito insubstituível no Egito, onde se utilizava, por exemplo, a Câmara do Rei, na" pirâmide de Quéops, para o que lá havia (e ainda hoje lá está), o sarcófago vazio, onde se deitavam os candidatos. Modernamente, Paul Brunton narra ter vivido pessoalmente essa experiência (in "Egito Secreto"). Também na Grécia os candidatos passavam por essa prova, sob a proteção de Hades e Proserpina, nos mistérios dionisíacos; assim era realizado em Roma (cfr. Vergílio, Eneida, canto VI e Plotino, Enéadas, sobretudo o canto V); assim se, fazia em todas as escolas antigas, como também, vimo-lo, ocorreu com Lázaro.


Superada essa morte, o vencedor recebia seu novo nome, o hierónymos (ou seja, hierós, "sagrado";


ónymos, "nome"), donde vem o nome "Jerônimo"; esse passava a ser seu nome sacerdotal, o qual, de modo geral, exprimia sua especialidade espiritual, intelectual ou artística; costume que ainda se conserva na igreja romana, sobretudo nas Ordens Monásticas (cfr. vol. 5, nota) (1). O catolicismo prepara para o sacerdócio com cerimônias que lembram e "imitam" a morte, da qual surge o candidato, após a "ordenação", como "homem novo" e muitas vezes com nome diferente.


(1) Veja-se, também, a esse respeito: Ephemerides Archeologicae, 1883, pág. 79; C. I. A., III, 900; Luciano, Lexiphanes, 10; Eunapio, In Maximo, pág. 52; Plutarco, De Sera Numinis Vindicta, 22.


III - Já vimos que Jesus, cônscio de Sua realidade, sempre se colocou em posição subalterna e submissa ao Pai, embora se afirmasse "unido a Ele e UNO com Ele" (JO 10:30, JO 10:38; 14:10, 11, 13;


16:15, etc. etc.) .


Vejamos rapidamente alguns trechos: "esta é a vontade do Pai que me enviou" (JO 6:40), logo vontade superior à Sua, e autoridade superior, pois só o superior pode "enviar" alguém; "falo como o Pai me ensinou" (JO 8:28), portanto, o inferior aprende com o superior, com quem sabe mais que ele; "o Pai me santificou" (JO 10. 36), o mais santo santifica o menos santo; "O Pai que me enviou, me ordenou" (JO 12:49), só um inferior recebe ordens e delegações do superior; "falo como o Pai me disse" (JO 12:50), aprendizado de quem sabe menos com quem sabe mais; "o Pai, em mim, faz ele mesmo as obras" (JO 14:11), logo, a própria força de Jesus provém do Pai, e reconhecidamente não é sua pessoal; "o Pai é maior que eu" (JO 14:28), sem necessidade de esclarecimentos; "como o Pai me ordenou, assim faço" (JO 14:31); "não beberei o cálice que o Pai me deu"? (JO 18:11), qual o inferior que pode dar um sofrimento a um superior? "como o Pai me enviou, assim vos envio" (JO 20:21); e mais: "Quem me julga é meu Pai" (JO 8:54); "meu Pai, que me deu, é maior que tudo" (JO 10:29); "eu sou a videira, meu Pai é o viticultor" (JO 15:1), portanto, o agricultor é superior à planta da qual cuida; "Pai, agradeço-te porque me ouviste" (JO 11:41), jamais um superior ora a um inferior, e se este cumpre uma "ordem" não precisa agradecer-lhe; "Pai, salva-me desta hora" (JO 12:27), um menor não tem autoridade para "salvar" um maior: sempre recorremos a quem está acima de nós; e mais: "Pai, afasta de mim este cálice" (MC 14:36); "Pai, se queres, afasta de mim este cálice" (LC 22:42); "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (LC 23:34), e porque, se fora Deus, não diria: "perdoo-lhes eu"? e o último ato de confiança e de entrega total: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (LC 23:46), etc.


Por tudo isso, vemos que Jesus sempre colocou o Pai acima Dele: "faça-se a tua vontade, e não a minha" (MT 26:42, LC 22:42). Logo, não se acredita nem quer fazer crer que seja o Deus Absoluto, como pretendeu torná-Lo o Concílio de Nicéia (ano 325), contra os "arianos", que eram, na realidade, os verdadeiros cristãos, e dos quais foram assassinados, em uma semana, só em Roma, mais de 30. 000, na perseguição que contra eles se levantou por parte dos "cristãos" romanos, que passaram a denominar-se "católicos".


Natural que, não sendo a autoridade suprema, nem devendo ocorrer as coisas com a simplicidade suposta pelos discípulos, no restrito cenário palestinense, não podia Jesus garantir coisa alguma quanto ao futuro. Daí não poder NINGUÉM garantir "lugares determinados" no fabuloso "céu", como pretenderam os papas católicos ao vender esses lugares a peso de ouro (o que provocou o protesto veemente de Lutero); nem mesmo ter autoridade para afirmar que A ou B são "santos" no "céu", como ainda hoje pretendem com as "canonizações". Julgam-se eles superiores ao próprio Jesus, que humilde e taxativamente asseverou: "não me compete, mas somente ao Pai"! A pretensão vaidosa dos homens não tem limites! ...


IV - A diferença entre a personagem dominadora e tirânica, representada pelo exemplo dos "governadores de povos" e dos "grandes", e a humildade serviçal da individualidade" é mais uma vez salientada.


Aqueles que seguem o Cristo, têm como essencial SERVIR ATRAVÉS DO AMOR e AMAR ATRAVÉS

DO SERVIÇO.


Essa é a realidade profunda que precisa encarnar em nós. Sem isso, nenhuma evolução é possível.


O próprio Jesus desceu à Terra para servir por amor. E esse amor foi levado aos extremos imagináveis, pois além do serviço que prestou à humanidade, "deu sua alma para libertação de muitos".


Esta é uma das lições mais sublimes que recebemos do Mestre.


Quem não liquidou seu personalismo e passou a "servir", em lugar de "ser servido", está fora da Senda.


DAR SUA ALMA, que as edições vulgares traduzem como "dar sua vida", tem sentido especial. O fato de "dar sua vida" (deixar que matem o corpo físico) é muito comum, é corriqueiro, e não apresenta nenhum significado especial, desde o soldado que "dá sua vida" para defender, muitas vezes, a ambição de seus chefes, até a mãe que "dá sua vida" para colocar mundo mais um filho de Deus; desde o fanático que "dá sua vida" para favorecer a um grupo revolucionário, até o cientista que também "dá sua vida" em benefício do progresso da humanidade; desde o mantenedor da ordem pública que "dá sua vida" para defender os cidadãos dos malfeitores, até o nadador, que "dá sua vida" para salvar um quase náufrago; muitas centenas de pessoas, a cada mês, dão suas vidas pelos mais diversos motivos, reais ou imaginários, bons ou maus, filantrópicos ou egoístas, materiais ou espirituais.


Ora, Jesus não deu apenas sua vida, o que seria pouca coisa, pois com o renascimento pode obter-se outro corpo, até bem melhor que o anterior que foi sacrificado.


Jesus deu SUA ALMA, Sua psychê, toda a Sua sensibilidade amorosa, num sacrifício inaudito, trazendoa de planos elevados, onde só encontrava a felicidade, para "mergulhar" na matéria grosseira de um planeta denso e atrasado, imergindo num oceano revolto de paixões agudas e descontroladas, tendo que manter-se ligado aos planos superiores para não sucumbir aos ataques mortíferos que contra Ele eram assacados. Sua aflição pode comparar-se, embora não dê ainda ideia perfeita, a um mergulhador que descesse até águas profundas do oceano, suportando a pressão incomensurável de muitas toneladas em cada centímetro quadrado do corpo. Pressão tão grande que sufoca, peso tão esmagador que oprime. Nem sempre o físico resiste. E quando essa pressão provém do plano astral, atingindo diretamente a psychê, a angústia é muito mais asfixiante, e só um ser excepcional poderá suportá-la sem fraquejar.


Jesus deu Sua psychê para libertação de muitos. Realmente, muitos aproveitaram o caminho que ele abriu. Todos, não. Quantos se extraviaram e se extraviam pelas estradas largas das ilusões, pelos campos abertos do prazer, aventurando-se no oceano amplo de mâyâ, sem sequer desconfiar que estão passeando às tontas, sem direção segura, e que não alcançarão a pleta neste eon; e quantos, também, despencam ladeira abaixo, aos trambolhões, arrastados pelas paixões que os enceguecem, pelos vícios que os ensurdecem, pela indiferença que os paralisa; e vão de roldão estatelar-se no fundo do abismo, devendo aguardar outras oportunidades: nesta, perderam a partida e não conseguiram a liberdade gloriosa dos Filhos de Deus.


Muitos, entretanto, já se libertaram. São os que se esquecem de si mesmos, os que deixam de existir e se transformam em pão, para alimentar a fome da humanidade: a fome física, a fome intelectual, a fome espiritual; e transubstanciam seu sangue em vinho de sabedoria, em vinho de santidade, em vinho de amor, para inebriar as criaturas com o misticismo puro da plenitude crística, pois apresentam a todos, como Mestre, apenas o Cristo de Deus, e desaparecem do cenário: sua personalidade morre, para surgir o Cristo em seu lugar; seu intelecto cala, para erguer-se a voz diáfana do Cristo; suas emoções apagam-se, para que só brilhe o amor do Cristo. E através deles, os homens comem o Pão Vivo descido do céu, que é o Cristo, e bebem o sangue da Nova Aliança, que é o Cristo, e retemperam suas energias e se alçam às culminâncias da perfeição, porque mergulham nas profundezas da humildade e do amor.


Essa é a libertação, que teve como lytron ("meio-de-libertação") a sublime psychê de Jesus. Para isso, Ele deu Sua psychê puríssima e santa; entregando-a à humanidade que O não entendeu... e quis assassiná-Lo, porque Ele falava uma linguagem incompreensível de liberdade, a linguagem da liberdade, a linguagem da paz, a linguagem da sabedoria e do amor.


Deu sua psychê generosa e amoravelmente, para ajudar a libertar os que eram DELE: células de Seu prístino corpo, que Lhe foram dadas pelo Pai, ao Qual Ele pediu que, onde Ele estivesse, estivessem também aqueles que Lhe foram doados (JO 17:24), para que o Todo se completasse, a cabeça e os membros (cfr. 1CO 12:27). A esse respeito já escrevemos (cfr. vol. 1 e vol. 5).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 2 até o 45
B. JOÃO — AQUELE QUE BATIZAVA, Marcos 1:2-8

A expressão como está escrito (2) deve ter uma ênfase especial como um cumpri-mento preciso das Escrituras: exatamente como está escrito. No profeta Isaías é uma expressão que pode ser escrita como: "Em Isaías, o profeta", e assim consta nos melho-res manuscritos. Tanto Malaquias 3:1 quanto Isaías 40:3 são citados nos versículos 2:3, porém Marcos evidentemente se referiu a Isaías como o representante das duas referências apropriadas.' O evangelho já tinha começado nos "amplos pensamentos de Deus", encontrados nos escritos dos profetas. Deus tinha prometido enviar um precur-sor à frente do Ungido para preparar o caminho para a sua vinda. Meu anjo... voz do que clama (2-3) são expressões que se referem ao "Elias" que os judeus esperavam antes da vinda do Messias (9.11ss.). Com base em Malaquias 3:1 ss., o precursor seria alguém que os ameaçaria, expressando que o julgamento estava por vir, e por esta razão enfatizaria a necessidade da purificação. Um caminho honrado e integridade pessoal eram necessários para aqueles que iriam receber Aquele que viria. Portanto, podemos conectar os versículos 2:4 da seguinte maneira: Como está escrito... apa-receu João batizando.

Por que o "batizador" apareceu no deserto? (4) A resposta se encontra na longa associação de Israel com os lugares desérticos do Oriente Próximo. Foi no deserto que Deus deu a Lei e conduziu o seu povo escolhido com mão poderosa e com braço estendido. Os judeus sempre acreditaram que o Messias também apareceria no de-serto, para trazer a salvação final a Israel. A comunidade de Qumrã, que ficou famo-sa graças aos Rolos do Mar Morto, estava localizada em uma região desértica. Evi-dentemente, João pregou na Peréia, porque foi Herodes Antipas que o prendeu al-gum tempo depois.

Apareceu João batizando, porém, mais do que batizar, ele pregava com fervor. Ele era a voz do que clama no deserto. Pregando, no sentido da palavra grega, queria dizer anunciando em voz alta. Com João Batista, Israel ouviu a voz autêntica da profe-cia, que havia ficado por tanto tempo silenciosa naquelas terras. João pregava o arrepen-dimento — não uma penitência ou uma tristeza sentimental, mas a atitude de se voltar radicalmente a Deus. Sem isso, a remissão ou o perdão dos pecados era impossível.

Dos convertidos ao judaísmo (prosélitos) se exigia, dentre outras coisas, que fossem batizados. Mas aqui estava um profeta áspero que exigia o arrependimento, o batismo e a confissão dos pecados, até mesmo dos filhos de Abraão.

Apesar do fato de os seus ouvintes precisarem andar aproximadamente trinta quilômetros, e descer 1.200 metros para ter com João (5), grandes multidões vinham de toda a Judéia, incluindo, naturalmente, Jerusalém. João era o líder de um movi-mento religioso verdadeiramente grande, um fato confirmado por Josefo.5 A influência do "batizador" chamou a atenção de Herodes Antipas, com trágicos resultados; aquela influência ainda era um fator vivo na perspectiva religiosa do povo pouco tempo antes da crucificação (Marcos 11:27-33). Quando os convertidos arrependidos eram batizados, eles confessavam os seus pecados. Alguns entendem o verbo batizar como reflexivo (a mesma forma que a passiva, em grego). Grant escreve: "Batizado por ele significa 'na sua presença', ou 'sob as suas instruções'; o batismo judaico, e provavelmente também o batismo cristão dos primeiros tempos, se auto-administrava: 'eles se batizavam em sua presença' "6. Mas esta não é a maneira mais natural de interpretar a linguagem aqui, nem em Atos 8:38-16.33.

A aparência de João era tão rude quanto a região onde ele ministrava, pois anda-va vestido de pêlos de camelo (6) e usava um cinto de couro de animal. A sua ali-mentação diária incluía gafanhotos, que era um alimento desprezado por todos, exceto pelos mais pobres (apesar de aprovado em Lv 11:22), e mel silvestre, obtido das fen-das nas rochas. João era um profeta, que estava no mesmo nível dos grandes profetas do Antigo Testamento, como indicavam as suas vestes (II Reis 1:8; Zc 13:4). Mais tarde, Jesus falou dele com afeto, e lhe fez o mais alto elogio daquela época (Mt 11:11). Apesar de tudo isso, João sabia que o seu ministério deveria ser apenas um ministério prepa-ratório: Após mim vem aquele... (7). João era um homem verdadeiramente humilde Por mais que a sua mensagem e o seu ministério fossem importantes, João sabia que não passava de um precursor de Alguém mais poderoso do que ele. Era dever dos escra-vos levar as sandálias dos seus senhores e atar ou desatar as correias. Mas João Batista se sentia indigno de realizar até mesmo o serviço de um escravo para Aquele que iria batizar com o Espírito Santo (8).

Ao falar do batismo no Espírito Santo, Marcos certamente deve ter tido em mente o Pentecostes. Muitas passagens do Antigo Testamento falam do derramamento do Espíri-to Santo (veja Jl 2:28ss.; Ez 36:25-27; et al.). Além disso, o derramamento do Espírito estava relacionado com a vinda do Messias.' Voltar-se radicalmente a Deus, com a con-fissão dos pecados — uma atitude simbolizada pela água do batismo — é algo significativo, mas somente uma preparação para a vinda dAquele cujo meio de batismo é o fogo do Espírito Santo.

C. O BATISMO DE JESUS, Marcos 1:9-11

Naqueles dias, em alguma ocasião durante o grande avivamento religioso promo-vido por João, Jesus veio da Galiléia para iniciar o seu ministério. Nazaré ficava ao norte e a oeste; a Peréia, onde João estava batizando, ficava ao sul e a leste do Jordão (veja o mapa). A hora crucial e decisiva para Jesus havia chegado. O vilarejo que Ele tinha deixado, Nazaré (9), tinha sido o seu lar desde a infância (Mt 2:23), mas era um lugar obscuro. Ela não é mencionada no Antigo Testamento, nem em Josefo, nem no Talmude. Isto estava de acordo com a revelação messiânica de nosso Senhor. Mas a palavra do poderoso ministério de João tinha chegado até mesmo a Nazaré, muito além da Judéia e da Peréia.

Muitas vezes os cristãos lêem com perplexidade que Jesus buscou o batismo pelas mãos de João. Sem considerar o fato de que Ele queria se identificar com o movimento religioso de João, surge a pergunta: Por quê? Ele não tinha o sentimento de necessidade pessoal, como fica claro no seu testemunho em João 8:46a; Ele não confessou pecados, como os demais. Além disso, como Mateus registra, Jesus teve que vencer as próprias objeções de João (Mt 3:14ss.). Cranfield responde bem a esta pergunta: "A submissão de Jesus ao batismo de arrependimento de João foi sua autodedicação, madura, para com a sua missão de auto-identificação com os pecadores que, no devido tempo, o levaria até a cruz".8 Aqui, Ele literalmente "foi contado com os transgressores" (Is 53:12).

Mais tarde (Marcos 10.38), Jesus se referiu aos seus sofrimentos e à sua morte como sendo um batismo. Podemos acreditar que este simbolismo também estava presente aqui. Ou-tra consideração deve ser feita. O fato de que o nosso Senhor se submeteu ao batismo é uma garantia suficiente para a prática do batismo cristão.

Quando Jesus saiu da água (10), Ele logo, ou imediatamente, viu os céus "aber-tos". A palavra grega aqui (schizomenous) é uma expressão vívida e apocalíptica, e deve ser imediatamente reconhecida pelas suas conotações modernas. É um particípio pre-sente indicando que a ação estava em curso. A oração angustiada do homem: "Ó! Se fendesses os céus" (Is 64:1) foi completamente atendida na experiência de Jesus. Descen-do dos céus sobre (ou, possivelmente, para dentro de) Jesus, estava o Espírito na "ter-nura, pureza, e mansidão"' de uma pomba. O movimento do Espírito como um pássaro, em Gênesis 1:2, pode estar sugerido.

Temos muitas oportunidades de observar a ênfase de Marcos na verdadeira divinda-de de Jesus Cristo. Mas também podemos observar aqui que a voz dos céus (11), ex-pressando a aprovação do Pai, deve ter sido uma fonte de segurança inigualável para o nosso Senhor. Ele caminhou mais pela fé do que pela visão (Hb 4:15). Meu Filho amado é uma expressão que pode ser traduzida como: "Meu Filho, o Amado". Essas palavras significam que Ele era o único Filho do Pai. F. C. Grant observa que a voz divina normal-mente fala as Palavras das Escrituras — neste caso, o Salmo 2:7 combinado com Isaías 42:1. Mais do que um título messiânico, essas palavras de aprovação divina eram uma confirmação para Jesus da Sua própria consciência de que Ele era o Filho de Deus. "Não pode haver dúvida de que para Marcos... a divina filiação de Jesus era única, e totalmen-te sobrenatural.' Lucas acrescenta uma observação comovente à história ao registrar que Jesus estava orando (Lc 3:21) durante este acontecimento.

Embora esta cena seja descrita por Marcos de maneira breve, não podemos duvidar de que para Jesus ela foi fundamental. O batismo, para Ele, foi "o momento de decisão... de identificação... de aprovação... de capacitação".11

Destacando o versículo 9, G. Campbell Morgan observa que Jesus vai

1) para o batismo,

2) para a unção,

3) para a tentação, e explica isso, respectivamente, como vindo:

1) para os homens pecadores,

2) para Deus, para a unção do Espírito,

3) para Satanás, a fim de enfrentar o conflito.

D. A TENTAÇÃO DE JESUS, Marcos 1:12-13

Marcos registra somente os detalhes mais superficiais da tentação. Veja as passa-gens correspondentes em Mateus 4:1-11 e Lucas 4:1-13, para uma descrição mais com-pleta. Essas passagens provavelmente representam narrativas mais expandidas da his-tória concisa de Marcos. Como Jesus estava sozinho na ocasião das tentações, podemos supor que a informação das três narrativas veio do próprio Senhor.

O advérbio favorito de Marcos, logo (12), indica a relação íntima entre o batismo e a tentação. Os cumes da visão são, freqüente e rapidamente, seguidos pelos vales da ten-tação. "Uma pessoa começa uma vida de discipulado com uma subida, uma alegria. A seguir vem o deserto da dúvida e da incerteza."'

Não foi por acaso que Jesus encontrou Satanás no deserto (13). O Espírito o impeliu (12) para lá. O verbo (ekballo) é um verbo forte, que significa "expulsar", e é usado mais tarde nas narrativas das ocasiões em que Jesus expulsou demônios. Uma forte persuasão interior do Espírito impeliu Jesus a colocar-se na ofensiva em seu con-flito com Satanás. O caminho do Servo Sofredor estava diante dEle. Não se conhece esta localização no deserto, mas era um lugar tão desolado que em outras passagens é associado com demônios (por exemplo, Lc 8:29-11.24). O lugar da prova e da tentação é um lugar solitário.

Ser tentado por Satanás (13) significava, em primeiro lugar, que Jesus estava sendo posto à prova, como implica o verbo peirazo. O contexto, no entanto, sugere algo mais. Não era "apenas 'ser tentado', mas ser tentado a afastar-se do caminho indicado".13 A tentação foi vigorosa e longa, durando quarenta dias (cf. a experiência de Moisés em Êx 34:28 e a de Elias em 1 Rs 19.8). Satanás, o agente, significa "adversário". Em deter-minadas versões Mateus e Lucas utilizam o termo "demônio", que também significa "caluniador". A grande missão de Jesus era combater e derrotar o reino de Satanás; portanto, era desejável que Ele, desde o princípio, atacasse o inimigo em um combate decisivo. Jesus repudiou o comportamento de um Messias revolucionário, e escolheu o caminho do amor sacrificial. Somente o Getsêmani e o Gólgota iriam revelar o alto preço desta escolha.

Naquele lugar solitário e de provações, Jesus tinha como companhias seres em um estranho contraste. As feras estavam com Ele, assim como os anjos que o serviam. Somente Marcos registra os animais, possivelmente como uma imagem da desolação e da ausência de ajuda humana, mas talvez também como uma idéia de companhia. O jejum e a fome estão implícitos no serviço dos anjos. O verbo está no tempo imperfeito e pode indicar uma continuidade de ação, embora o fortalecimento possa ter vindo depois da provação. Os anjos trouxeram a certeza da presença de Deus, assim como a resistência física, uma experiência que seria repetida posteriormente, sob a sombra da cruz (Lc 22:43).

SEÇÃO II

O INÍCIO DO MINISTÉRIO NA GALILÉIA

Marcos 1:14-3.6

A. OS PRIMEIROS PASSOS NA GALILÉIA, 1:14-20

1. A Pregação de Jesus (Marcos 1:14-15)

O progresso do Reino não pode ser bloqueado. Quando Herodes Antipas silenciou João, esse foi o sinal para que Jesus desse início à sua pregação. Entregue à prisão (14) significa literalmente "entregue a outra pessoa". Este era, evidentemente, um termo técnico no jargão policial daqueles dias. Mas implica mais do que isso, pois a mesma linguagem é usada como uma referência a Jesus e à traição que Ele sofreu: Ele também foi "entregue" aos seus inimigos.

Veio Jesus... pregando (14) o evangelho, "as boas-novas de Deus".1 Que brilhante promessa encontra-se nestas palavras! Nada de tristeza ou destruição, mas boas-novas – e vindas do próprio Deus. Esperança, salvação, vida abundante – tudo isto está implí-cito. Finalmente, "o relógio de Deus estava marcando a hora";2 o tempo estava cumpri-do. Aqui a palavra para tempo não é chronos (um período de tempo), mas kairos ("um tempo oportuno ou adequado").3

Existe uma maré nos assuntos dos homens

Que, quando sobe, leva à felicidade;
Omitida, toda a viagem da sua vida
Fica restrita ao raso e à infelicidade.
Nós precisamos aproveitar a corrente quando ela nos serve,
Ou perderemos as nossas chances.'

Assim foi com a nação de Israel. A hora crucial do seu destino tinha chegado, e ela não percebeu isso. Uma geração mais tarde, Jerusalém estava destruída, enquanto os gentios ouviam e recebiam o evangelho (cf. Ef 1:10).

O Reino de Deus (15) provavelmente pode ser considerado como o tema unificador de toda a Bíblia.' Ele não deixava de ser familiar para aqueles que ouviram a Jesus. A palavra reino (basileia) pode ser usada em um sentido abstrato ou concreto, como reina-do ou domínio. A soberania ou a autoridade de Deus é um fato presente no nosso mundo moral, mas é contestado pela rebelião do homem. Apesar disso, "Deus está no trono", e Ele realmente reina, fazendo com que até a ira do homem converta-se em louvor ao seu nome. Entretanto, um dia o Reino irá se tornar um domínio sobre o qual Deus governará sem contradições. Estes dois temas permeiam a idéia do Reino de Deus por todas as Escrituras: realidade presente, expectativa e esperança futuras. Quando veio Jesus para a Galiléia, pregando, o Reino verdadeiramente estava próximo. "O reino de Deus ficou próximo dos homens na pessoa de Jesus, e na sua pessoa ele realmente con-fronta os homens."' Em Marcos 14.42 a mesma palavra grega é usada como uma referência à proximidade do traidor.

A primeira palavra de Jesus, assim como a de João, era Arrependei-vos; voltem-se para Deus com uma mudança de pensamento radical. João só via a ameaça do julgamen-to, e falava pouca coisa além disso. Jesus também via a promessa da redenção e incluiu esse comentário positivo: crede no evangelho. Esta é uma tradução literal do grego, e diz-se que é a única ocorrência clara dessa frase no Novo Testamento. "A conversão [o arrependimento] a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (Atos 20:21) continuam sendo as duas palavras-chave do evangelho.

2. O Chamado dos Quatro Pescadores (Marcos 1:16-20)

Esta história é a seqüência natural da proclamação do Evangelho na seção anterior. Os homens pressentiam uma autoridade na Palavra de Jesus, e respondiam ao Seu cha-mado como sendo o chamado daquele que tinha o direito de exigir tais coisas.

Era um momento casual, embora crítico, quando Jesus estava andando junto ao mar (16). Lucas, que tinha navegado em um mar de verdade (o Mediterrâneo) fala do "lago de Genesaré" (5.1). As dimensões do mar da Galiléia eram aproximadamente 13 x 21 quilômetros. Não era um grande espaço de água, mas um agitado centro de atividade pesqueira na Galiléia. Simão (o equivalente do Novo Testamento a Simeão) e André esta-vam trabalhando e lançavam a rede ao mar. Tratava-se de uma rede pesada, circular, com uma corda que era puxada e a fechava como uma bolsa, aprisionando os peixes.

Quando Jesus disse: Vinde após mim (17), Ele estava chamando homens ocupados e corajosos. Acostumados aos perigos do mar imprevisível, e familiarizados com a paci-ência — o requisito dos pescadores — eles teriam as qualidades necessárias para serem pescadores de homens. Eles ainda tinham o que aprender, como deixam claro as pala-vras: eu farei que sejais. O verdadeiro objetivo do discipulado é visto na razão que Deus dá para chamar estes homens. "Cristo chama homens, não tanto pelo que eles são, mas sim pelo que Ele é capaz de fazer com que eles se tornem."7

O chamado e a resposta parecem bastante repentinos — logo (18), na linguagem do "estilo nervoso" de Marcos — mas é possível que eles já conhecessem Jesus através do ministério de João Batista.

Um pouco adiante, Jesus encontrou dois irmãos pescadores, Tiago... e João, seu irmão (19). Os vívidos detalhes desta cena convenceram muitos estudiosos de que estamos diante do relato de uma testemunha ocular: Pedro. O primeiro par de irmãos é descrito como efetivamente pescando; o segundo par como tranqüilamente consertando as duas redes, "colocando-as em ordem" (Goodspeed). A palavra consertando é interessante, e também é usada para "reconstruir uma ruína ou curar um osso quebrado".8

Jesus prontamente chamou os filhos de Zebedeu. Só era possível ser discípulo através de um convite. Este termo bíblico é cheio de significado teológico. Mais tarde, Jesus lembrou aos seus discípulos: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós" (Jo 15:16).

Simão e André deixaram as suas redes (18), o seu meio de sustento, ao passo que Tiago e João deixaram o seu pai Zebedeu (20), assim como o seu próspero negócio (o que é indicado pela presença de empregados) '. Era uma escolha custosa, como ocorre com todos os seguidores do Senhor. "Qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo" (Lc 14:33).9

B. UM SÁBADO EM CAFARNAUM, Marcos 1:21-34

1. Um Endemoninhado na Sinagoga (Marcos 1:21-28)

Diversos aspectos característicos do estilo de Marcos podem ser observados nesta seção (Earle) : o presente histórico, o uso constante de kai ("e", "também") e de euthus ("logo", "diretamente", "imediatamente"). Tudo isso confere vivacidade de expressão ao relato, e possivelmente reflete o estilo de pregar de Pedro, conforme a lembrança de Marcos.

Embora Nazaré fosse o vilarejo onde Jesus cresceu, Cafarnaum se tornou a sua sede ou o seu quartel-general na Galiléia. Uma cidade importante na costa noroeste do lago (veja o mapa), a cerca de três quilômetros do Jordão, Cafarnaum (21) estava perto da fronteira do território de Antipas, daí a presença de um posto de alfândega ou cabine de coleta de impostos (2.14). Aqui Jesus, no sábado, entrou na sinagoga para adorar e para ensinar.

Uma prática regular na vida de Jesus era a adoração no Templo de Jerusalém, e nas sinagogas das cidades onde Ele estivesse. As sinagogas eram construídas voltadas a Jerusalém. A sinagoga era um lugar de adoração no sábado, e, durante a semana, uma escola para as crianças e uma corte onde eram julgadas as ofensas menores. Aqui Jesus ensinava. Marcos registrou mais as obras de Jesus do que as suas palavras, mas isto não significa que o evangelista tenha considerado que o ministério de ensino do Senhor fosse uma atividade secundária. Em dezesseis das dezessete vezes onde o verbo ensinar aparece no texto de Marcos, ele se refere a Jesus.

Os ouvintes maravilharam-se (22) não apenas com a doutrina de Jesus, com o que Ele ensinava, porém mais particularmente pela maneira como Ele ensinava. A sua pala-vra tinha autoridade e não era meramente um eco dos demais líderes religiosos e das suas idéias, como acontecia com os escribas.

Entre os presentes, estava uma pessoa que até então não tinha sido nem ajudada nem incomodada, um homem com um espírito imundo (23). Marcos usa esta expres-são dez vezes, Mateus duas, e Lucas seis. A possessão demoníaca é uma idéia ofensiva a algumas mentes modernas, mesmo quando falamos das forças demoníacas dos nossos dias! Talvez nada pudesse agradar mais a Satanás do que a igreja considerar como seres mitológicos tanto ele quanto os seus asseclas. Considere os espíritos impuros que contro-lam os homens: maldade, vaidade, avareza, lascívia, solidão, desespero, brutalidade. Uma tradução literal deste versículo é "um homem em um espírito imundo".

Reconhecendo Jesus como o Santo de Deus (24), o espírito imundo gritou, conster-nado: Que temos contigo? O espírito imundo não tinha nada em comum com Jesus. Com o seu ego debilitado, o homem nada mais era do que um instrumento para o seu opressor. Bem sei quem és é uma afirmação encontrada diversas vezes no Evangelho. "Os demônios freqüentemente sentem o poder daquele que os expulsa."'

A resposta à pergunta Vieste destruir-nos? seria: "Certamente!". "Para isto o Fi-lho de Deus se manifestou" (1 Jo 3:8). O que aqui está em forma de pergunta pode tam-bém ser encarado como uma afirmação. Tanto o medo quanto o desafio foram expressos pelos demônios.

Jesus repreendeu-o (25). Este verbo é usado na Septuaginta para representar a palavra divina de repreensão, uma contrapartida da palavra divina da criação. Cala-te é um termo freqüentemente traduzido como "Fique quieto!" ou "Silêncio!"; cf. Mt 22:12, onde o convidado para o casamento, que não estava vestido adequadamente, emudeceu. O mesmo ocorre em Mateus 22:34, onde Jesus silenciou os saduceus. Jesus não aceitaria um testemunho de uma fonte indigna, nem desejaria, a esta altura, enfatizar o fato de ser o Messias.

O espírito imundo saiu dele (26), mas não antes de agitá-lo. Os demônios, com seu senso vingativo, pareciam obedecer sempre com o máximo de destruição possível, gritan-do, provocando convulsões em suas vítimas, deixando-as freqüentemente como mortas. Contudo, o reino de Satanás teve que dar passagem para o Reino de Deus.

No versículo 27, assim como no 22, vemos uma indicação da impressão causada por Jesus. Os homens se admiraram (27) ou maravilharam-se (22) pelos Seus ensinos e também pelas Suas obras. As obras conferiram autenticidade às palavras. "A admiração (v. 22) se transformou em temor."' "Que é isto? Que nova doutrina é esta?" Como era de se esperar, correu a sua fama por toda a província da Galiléia (28), embora isso não fosse bom.

2. A Cura da Sogra de Pedro (Marcos 1:29-31)

Estes versículos contêm outra lembrança de Pedro; a história é contada a partir do seu ponto de vista, e aconteceu especificamente em sua casa.
A cura com certeza aconteceu no sábado, porque Jesus e os seus discípulos vieram imediatamente, logo (euthus), da sinagoga à casa de Simão e de André (29). Não está claro se isto quer dizer que era a casa de André, assim como a de Pedro. O seu nome pode ter sido incluído somente por causa do seu relacionamento com Pedro. De qualquer forma, esta casa se tornou uma espécie de quartel-general para o ministério de Jesus na Galiléia.' Com Tiago e João presentes, é evidente que os quatro discípulos agora acom-panhavam Jesus aonde quer que Ele fosse.

Pedro estava um pouco espantado por descobrir que a sua sogra... estava deitada, com febre (30). Logo no dia em que os convidados do sábado estavam presentes! Conse-qüentemente, Pedro era um homem casado por ocasião do seu chamado. À luz de I Coríntios 9:5, a sua esposa pode tê-lo acompanhado em viagens missionárias posteriores. Lucas fala de "muita febre" (4.38), possivelmente malária, devido aos pântanos ao redor do lago.

Nessa hora de necessidade, o anfitrião se voltou para o seu Convidado, pedindo ajuda. Logo ("imediatamente") lhe falaram dela. Com misericórdia e ternura caracte-rísticas, Jesus, chegando-se a ela, tomou-a pela mão (31; cf. v. 41). O médico Lucas lembra que o Senhor "inclinou-se para ela" (4.39). ... a febre a deixou e o evento memo-rável deixou uma impressão indelével na mente de Pedro. Sem nenhum dos típicos efei-tos colaterais, a sogra de Pedro se levantou e serviu os distintos visitantes. "Dessa for-ma, a gratidão encontra a sua expressão no serviço."'

3. Uma Obra de Cura ao Pôr-do-Sol (Marcos 1:32-34)

Era impossível que um Homem com tal autoridade e tais obras pudesse permanecer oculto. As multidões teriam vindo a Jesus mais cedo naquele dia, mas elas foram constrangidas pela lei judaica que proibia a execução de trabalhos no sábado (Jr 17:21-22). Agora, tendo chegado a tarde, quando se estava pondo o sol e o sábado estava terminado," trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados (32). Depois da expulsão do demônio do homem na sinagoga, e da cura na casa de Pedro, aqueles que tinham alguma dessas aflições naturalmente foram trazidos.

As grandes multidões, tão em evidência mais tarde, começavam a aparecer. E toda a cidade se ajuntou à porta (33). Aonde quer que Jesus fosse, Ele era sensível às necessidades humanas. Na sinagoga, na casa, e agora pelas ruas, Ele respondeu aos pedidos de saúde, curando muitos. A palavra todos do versículo 32, e a palavra muitos do versículo 34, não são contrastantes. As palavras são invertidas em Mateus 8:16.

Novamente, aqueles que estavam possuídos o conheciam, mas Ele não deixava falar os demônios (34). O segredo messiânico não deveria ser divulgado de forma prema-tura, especialmente por testemunhas indignas de confiança. Johnson escreve: "A natureza de Jesus não deveria ser revelada, até que Ele mesmo estivesse pronto a fazê-lo"."

C. A PRIMEIRA VIAGEM DE PREGAÇÃO, Marcos 1:35-45

1. Jesus Sozinho em Oração (Marcos 1:35-39)

Na manhã seguinte, muito cedo, estando ainda escuro (35), Jesus foi para um lugar deserto para estar a sós com o Pai. A frase indicativa de tempo do versículo 35 é pouco usual, e significa "muito cedo, quando ainda era noite"." A. T. Robertson acredita que Marcos se refere à primeira parte da última vigília da noite, entre 3 e 6 horas da manhã.' Apesar das exaustivas exigências das atividades de pregação e cura do dia anterior, Jesus procurou revigorar o seu espírito muito cedo, através da oração.

Senhor, que mudança em nós tão pouco tempo Passado na Sua presença possibilitará! Que fardos pesados tirará dos nossos corações! Que terrenos ressecados serão revigorados como que pela chuva! 18

Marcos faz uma menção especial a Jesus orando no início, na metade e no final do seu ministério (aqui; Marcos 6.46; e Marcos 14.32). Ele orou muitas outras vezes, é claro, como Lucas registra. Não é assustadora a frase: "Se Jesus precisava orar, quanto mais nós!"?

Com uma indicação de desalento, Simão e os que com ele estavam (36) "segui-ram-no". Pedro não conseguia entender por que, face à crescente popularidade, Jesus adotava tal atitude. Deve ter sido realmente desconcertante quando o Mestre respon-deu: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue (38). As multidões vinham e se admiravam com os milagres, mas poucos chegavam a crer no Evangelho. Com uma forte determinação, Jesus se mantinha firme no propósito para o qual Ele saiu... e veio... de Deus (cf. Jo 8:42-13.3). Pregar o evangelho era mais significativo para Ele do que curar os enfermos. Portanto, Ele deixou os arredores de Cafarnaum para empreender uma viagem de pregação pelas cidades... por toda a Galiléia (39). "Lite-ralmente, 'cidades-aldeia'... cidades pelo tamanho, aldeias porque não tinham muralhas."' Isto parece sugerir uma viagem com a duração de algumas semanas ou meses. Indepen-dentemente da duração desta primeira viagem de pregação, onde quer que Jesus fosse Ele pregava as boas-novas e expulsava os demônios. O reino de Satanás estava sen-do atacado pelo poderoso Filho de Deus.

2. A Cura de um Leproso (Marcos 1:40-45)

Enquanto a fama de Jesus se espalhava, a palavra de esperança chegou a uma sombria residência onde vivia um leproso. Desesperado pela sua situação, ele vem (literalmente) até Jesus, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, e lhe diz: Se queres, bem podes limpar-me. O leproso tinha mais fé no poder de Jesus do que na vontade dEle.

Exigia-se que os leprosos evitassem o contato com os demais humanos, permanecen-do fora das casas e gritando "Impuro!" como um aviso aos demais (cf. Lv 13). Este leproso deve ter sido uma imagem digna de pena: "As suas roupas emprestadas, sem cabelos, o seu lábio superior coberto e a sua voz rouca gritando 'Impuro' "2° A lepra mencionada na Bíblia incluía problemas de pele, além da verdadeira lepra: também incluía fungos, en-contrados nas roupas ou nas paredes da casa (Lv 13:47-14.34). Este homem estava "cheio de lepra" (Lc 5:12).

Movido de grande compaixão (41; Earle traduz esta expressão como "tomado pela compaixão")," Jesus estendeu a mão e, arriscando-se à contaminação cerimonial, tocou o homem que não devia ser tocado.' Jesus freqüentemente tocava aqueles que Ele curava (por exemplo, em Marcos 7,33) e era tocado por aqueles que procuravam a cura (cf. Marcos 3.10). O Mestre tinha a capacidade e, ao mesmo tempo, a vontade de curar o leproso, e disse-lhe: Quero, sê limpo! A inexprimível compaixão daquele que pode "compadecer-se das nossas fraquezas" (Hb 4:15) dificilmente poderia ser descrita de maneira mais comovente.

A purificação do leproso foi instantânea e completa: logo a lepra desapareceu (42). A palavra de Jesus, sê limpo, era semelhante à expressão usada pelos sacerdotes e pode ser um sinal do seu sacerdócio.

Jesus, advertindo-o severamente, logo o despediu (43). O Senhor o fez com veemência. Embrimesamenos, advertindo-o severamente, "originalmente significa resfolegar ou suspirar, e é um termo usado na Bíblia Grega para expressar indignação, desaprovação e outras fortes emoções; cf. 14.5; Jo 11:33-38".23 O homem foi advertido, antes de mais nada, a não dizer nada a ninguém (44) sobre a sua maravilhosa liberta-ção, e também mostra-te ao sacerdote... para lhes servir de testemunho.

A desobediência do ex-leproso à primeira advertência, por mais nobres que fossem os seus motivos, serviu apenas para impedir o trabalho do Senhor nas cidades; Ele já não podia entrar publicamente na cidade (45), mas conservava-se fora em lugares de-sertos. Sem dúvida, o homem curado fez a viagem até Jerusalém para oferecer pela tua purificação o que Moisés determinou (Lv 14:1-7). Esta seria uma expressão de grati-dão a Deus, e também um cumprimento das exigências legais. Fazendo isso, ele daria um testemunho aos sacerdotes que o examinassem e ao povo que testemunhou a obra pode-rosa, considerada pelos rabinos como sendo "tão difícil quanto ressuscitar os mortos"."

Sob o título "O Mestre e os Seus Homens", poderíamos considerar:

1) a mensagem do Mestre, 14-15;

2) os homens do Mestre, 16-20;

3) o ministério do Mestre, 21-45.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45
*

1:1

Princípio. Diferente de Mateus e Lucas, Marcos não contém uma narrativa do nascimento de Jesus. O "princípio" (cf. Gn 1:1; Jo 1:1) é identificado com o ministério de João Batista (conforme At 1:22) e com as profecias do Antigo Testamento, anunciando a vinda de João Batista.

evangelho. Um termo de comunicado e correspondência política ou pessoal, que significa "boas novas". Os gregos usavam esta palavra para referir eventos tais como o nascimento de um imperador ou uma grande vitória militar.

de Jesus Cristo. Esta frase pode ser entendida ou como "a respeito de Jesus Cristo", ou como "da parte de Jesus Cristo". O Evangelho é “a respeito” de Jesus Cristo, mas é também "da parte" dele (Rm 1:9; 1Co 9:12; 2Co 10:14). O Evangelho de Marcos reivindica autoridade divina e se oferece como a palavra de Cristo através de seus apóstolos, à Igreja (conforme Ap 1:1).

Filho de Deus. Marcos apresenta a Jesus, no começo do seu Evangelho, como o divino e eterno Filho. Ver notas em 13 32:14-36; 15.39, conforme Rm 1:3.

* 1:2

está escrito. Colocando aqui esta citação do Antigo Testamento, Marcos procura mostrar o progresso orgânico da revelação sob o controle do divino Senhor da História. Se o Antigo Testamento é o início e a fonte do Evangelho, o Evangelho revelado através de Jesus Cristo é a interpretação final e inspirada do Antigo Testamento.

na profecia. Ver referência lateral. A citação é uma cadeia de textos (Êx 23:20; Ml 3:1; Is 40:3), referentes a mensageiros que Deus tem enviado como meio de preparação.

* 1:4

João. As citações do Antigo Testamento colocam João Batista na pré-planejada história do trato de Deus com seu povo segundo a Aliança.

no deserto. A pregação de João, no deserto, lembra a Israel, simbolicamente, as suas origens na Aliança celebrada no Êxodo (conforme Jr 2:2). O deserto é o lugar tradicional de encontro entre Deus e seu povo.

batismo de arrependimento. A comunidade de Qunran, com a qual João pode ter tido contato em sua juventude, praticava rituais de purificações e batismos. Também os convertidos ao judaísmo eram batizados. A inovação de João foi exigir um único batismo de israelitas que já estavam na comunidade da Aliança. Para ele, o exigir um tal gesto de arrependimento radical é um sinal da chegada da Nova Aliança. Ver nota em Mt 3:6.

para remissão de pecados. João, na verdade, não concede perdão de pecados. O perdão definitivo de pecados pertence ao pacto (Jr 31:34) que o Messias inaugurará.

* 1:5

toda... todos. Isto é uma hipérbole (recurso literário que exagera), indicando que o povo da Aliança foi a João numa grande multidão, sem dúvida como famílias inteiras (4.1; 6.44 e notas).

* 1:6

pêlos de camelo. As vestimentas e o alimento de João o identificam como um tipo clássico de profeta do Antigo Testamento (2Rs 1:8; Zc 13:4).

* 1:7

E pregava. A identidade daquele a quem João anuncia e diante de quem ele se sente indigno de ajoelhar-se, é evidente nas profecias do Antigo Testamento já citadas. É o "Senhor" que, "de repente, virá a seu templo... o Anjo da Aliança", tendo sido precedido pelo "meu mensageiro" (Ml 3:1).

* 1:8

Espírito Santo. A nova Aliança traz renovação ao povo de Deus (Jr 31:33, 34; Ez 37:14) através do Filho e do Espírito, que o Filho possui em medida plena (Is 42:1; 61:1).

* 1:9

Naqueles dias. De acordo com Jo 2:20, um dos primeiros atos de Jesus, que se seguiu ao seu batismo, teve lugar quando a reconstrução do templo estava no seu quadragésimo sexto ano. Posto que Herodes começou a reconstrução, no ano 19 a.C., Jesus foi batizado por volta de 27 d.C.

por João foi batizado. Jesus sabe que isto é parte do plano divino, para “cumprir toda justiça" (Mt 3:15), pelo qual, em sua humanidade, ele se identifica plenamente com a condição humana e começa o processo de levar os pecados da humanidade. Ver nota teológica "O Batismo de Jesus", índice.

* 1:10

logo. Esta importante palavra (às vezes traduzida "imediatamente") é característica de Marcos (doze vezes no restante do Novo Testamento e quarenta e duas vezes em Marcos). A palavra sugere, talvez, não rapidez, mas a certeza e a inevitabilidade do soberano plano de Deus, recordando os endireitados (a mesma raiz grega) caminhos divinamente preparados para a vinda de Jesus e seu ministério.

Espírito descendo. A descida do Espírito é um sinal da Messianidade de Jesus (v. 8, nota). No batismo de Jesus, como mais tarde no batismo cristão (Mt 28:19) todas as três pessoas da Trindade estão envolvidas. A iniciativa do Pai, a obra vicária do Filho e glória e o poder capacitador do Espírito estão todos presentes.

* 1:11

Tu és o meu Filho amado. O mistério da pessoa de Jesus encontra expressão na divina declaração. Ele, a Segunda Pessoa da Trindade, é, ao mesmo tempo, o representante do crente, o verdadeiro e fiel “filho” de Israel (Êx 4:23), em quem o Pai se compraz e a quem o Pai reconhece como Filho, tanto no sentido pessoal como no sentido oficial (Sl 2:7; Is 42:1). Ver nota no v. 1.

* 1:12

o Espírito o impeliu. O verbo grego traduzido por “impelir” é forte e dá a idéia de necessidade divina e escriturística. O Espírito está impelindo Jesus para o “deserto”, exatamente como Israel — chamado “filho” (Êx 4:23) e batizado em Moisés no mar (1Co 10:2, conforme 13 2:14-31'>Êx 14:13-31) — foi conduzido pelo Espírito nas colunas de nuvem e fogo (Êx 14:19-20), ao longo do caminho da provação, no deserto.

* 1:13

quarenta dias. Possivelmente uma referência simbólica aos quarenta anos da experiência de Israel, no deserto (Dt 1:3, conforme v. 12, nota).

feras. Este detalhe dá ênfase ao fato de que o deserto é um lugar de maldição, onde o diabo manda (Mt 12:43, conforme Ef 2:2). Jesus entra neste domínio e amarra o valente (ver nota em 3:23-27). Esta é uma espécie de reconstituição da prova a que Adão foi submetido. Ainda que Adão tenha sido provado num jardim e não tenha sido ameaçado por feras, ele sucumbiu à tentação de Satanás. No deserto, Jesus, o segundo Adão, começa a derrotar Satanás e inicia sua obra de redenção, sendo aprovado no teste de obediência filial.

mas os anjos o serviam. Anjos acompanharam 1srael no deserto (Êx 14:19; 23:20; 32:34; 33:2). A experiência de Jesus no deserto é um tipo da que o cristão tem no mundo, que é experenciada por causa do domínio de Satanás (Ef 6:12). Ver nota em 10.30.

* 1:14

Depois de João... para a Galiléia. Alega-se freqüentemente que a cronologia dos três Evangelhos Sinóticos é irreconciliável com a de João, por três principais razões:

a) a purificação do templo é colocada em diferentes períodos do ministério de Jesus (11.15, nota);
b) nos Evangelhos Sinóticos Jesus vai a Jerusalém só uma vez, na última semana do seu ministério, enquanto no de João ele esteve lá cinco vezes;

c) em João, Jesus tem o seu primeiro ministério na Judéia ao mesmo tempo que João Batista (Jo 3:22-24), enquanto nos Sinóticos Jesus começa o seu ministério na Galiléia. Contudo, ao dizer que um ministério na Galiléia começa só depois que João Batista é preso, Marcos não está negando que houve um ministério anterior na Judéia; esse ministério simplesmente não faz parte de sua narrativa.

* 1:15

O tempo está cumprido. Os tempos passados, especialmente os atos de salvação de Deus em favor de seu povo Israel, atingiram seu clímax no atual tempo de salvação, através de Jesus.

o reino de Deus está próximo. O reino de Deus é aquele estado final de acontecimentos onde o supremo reinado de Deus é plenamente reconhecido sobre o universo transformado, e nos corações do seu povo redimido e glorificado. Este reino “está próximo” no sentido de que a vinda de Jesus põe em movimento tudo aquilo que contribui para a sua realização. Deus exige arrependimento e crença como respostas a estas novas. Ver nota no v. 4.

* 1:16

mar da Galiléia. É um lago interior de aproximadamente 21 km de comprimento por treze de largura. É conhecido no Novo Testamento como Lago de Genesaré (Lc 5:1) ou Mar de Tiberíades (Jo 6:1).

* 1:17

Vinde após mim... pescadores de homens. Marcos, imediatamente, mostra Jesus chamando discípulos para segui-lo e chamarem outros para ele. Este primeiro ministério referido, na igreja nascente, tem como seu objetivo principal buscar os perdidos. Esta ênfase sobre a evangelização foi bem percebida por Paulo, que disse: “Ai de mim se não pregar o Evangelho” (1Co 9:16).

* 1:19

Tiago... João. Note-se que Jesus não recruta seus apóstolos e “pescadores de homens” dentre os da “intelligentsia” religiosa, mas dentre as pessoas simples, de atividades comuns.

* 1:20

empregados. Este pormenor sugere um pequeno e próspero negócio.

* 1:22

como quem tem autoridade. O ensino de Jesus é diferente do ensino dos escribas, porque está ligado à sua pessoa (2,10) e à sua interpretação das Escrituras (12.35-40). Seu conteúdo é novo, anunciando a vinda do reino (v. 15) e a derrota de Satanás (v. 27).

* 1:24

Que temos nós contigo. Esta expressão distancia a pessoa que fala daquela a quem se dirige. Ocorre em outro lugar no Novo Testamento (Jo 2:4).

Nazareno. Nazaré ficava ao ocidente do Mar da Galiléia e era a cidade natal de Jesus.

Santo de Deus. Jesus é descrito deste modo só neste incidente (Lc 4:34). Os demônios tremem na presença da santidade divina.

* 1:25

Cala-te. Esta forte expressão dá ênfase ao poder de Jesus para estabelecer o seu reino em face da presença do mal.

* 1:29

Tiago e João. Ver v. 19.

* 1:30

A sogra de Simão. Pedro era casado (ver também 1Co 9:5), mostrando que o casamento é normal entre os líderes cristãos. Ao mesmo tempo, o celibato permanece como uma possibilidade legítima (Mt 19:12; 1Co 7:7-8, 32).

* 1:32

ao cair do sol. Jesus já tinha curado no dia de Sábado (v. 25). Nesta ocasião, o povo esperava ainda o pôr do sol, quando o Sábado terminava, para levar seus doentes a Jesus.

* 1:34

muitos demônios. A quantidade de possessão demoníaca, na população judaica da Galiléia (v. 32, nota) é surpreendente, ainda que a influência pagã ou gentílica, na Galiléia, não deva ser esquecida.

não lhes permitindo que falassem. Este é o primeiro exemplo daquilo que tem sido chamado o “segredo Messiânico” (v. 43; 3.12; 4.10,11; 5.19; 8.30; 9.9). A revelação de Jesus como o Messias tinha de começar discretamente e avançar por estágios, de modo que o plano de Deus, para a morte de seu servo, não fosse comprometido por qualquer excesso de entusiasmo popular.

* 1:35

lugar deserto. Lit., “lugar desabitado”, onde Jesus trava sua luta espiritual (v. 12, conforme v. 3) e que é também, como o antigo Israel, um tipo da presente caminhada cristã (1Co 10:1-11; 13 12:58-13.13'>Hb 13:12-13).

* 1:38

para isso é que eu vim. Jesus afirma seu programa de pregação evangelística com firme clareza. Em Lucas (19,10) ele diz: “porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido”. E assim ele se move, percorrenco a Galiléia várias vezes (v. 39; 6.6; Lc 8:1).

* 1:40

um leproso. Sob a lei mosaica, certas doenças de pele tornavam a pessoa cerimonialmente impura, excluindo-a do convívio da sociedade (Lv 13:46).

* 1:43

veemente advertência. Ver nota no v. 34. O verbo grego expressa profunda emoção, como no caso de Jesus diante do túmulo de Lázaro (Jo 11:33, 38).

* 1:44

servir de testemunho. Jesus respeita a lei mosaica como o grande sumo sacerdote de outra linhagem (Hb 7:11—8.13), mas não está preso e nem limitado por ela. Ainda que tocar um leproso fosse uma violação às leis da pureza ritual (Lv 5:3), Jesus o tocou quando o curou.

* 1:45

entrou a propalar muitas coisas. Este não é o tempo para a proclamação desenfreada (v. 34, nota), ainda que devesse chegar o tempo, na história da redenção (depois da ressurreição), quando a pregação aberta seria adequada (Mt 10:27; Lc 12:2-3).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45
1:1 Quando a gente experimenta a emoção de um grande acontecimento, sente que deve contar-lhe a alguém. Contar a história pode fazer reviver a experiência passada. Ao ler as primeiras palavras do Marcos se sente essa emoção. Imagine em meio da multidão enquanto Jesus sã e insígnia. Imagine como um de seus discípulos. Reaja a suas palavras de amor e de estímulo. E recorde que Jesus veio por cada homem e por cada mulher, por quem vivo hoje em dia e pelos que viveram faz dois mil anos.

1:1 Marcos não foi um dos doze discípulos do Jesus, mas é muito possível que tenha conhecido ao Jesus pessoalmente. Escreveu este Evangelho em forma de relato ágil, como uma novela popular. O livro apresenta ao Jesus como um homem que respaldava suas palavras com feitos que sempre demonstravam quem era: o Filho de Deus. devido a que escreveu seu Evangelho para os cristãos de Roma, onde se adoravam muitos deuses, queria que soubessem que Jesus é o único e verdadeiro Filho de Deus.

1:2 por que veio Jesus naquele momento preciso da história? O mundo civilizado gozava de uma relativa paz durante o governo de Roma. Viajar era fácil e havia um idioma comum. Possivelmente as notícias a respeito da vida, morte e ressurreição do Jesus se pulverizaram com rapidez pelo vasto Império Romano.

No Israel, as pessoas comuns estavam listas para seguir ao Jesus. Durante quatrocentos anos não tiveram profeta de Deus, dos dias do Malaquías (o escritor do último livro do Antigo Testamento). Cada vez estavam mais espectadores pela pronta chegada de um grande profeta ou possivelmente o Messías mencionado no Antigo Testamento (veja-se Lc 3:15).

1:2, 3 Isaías foi um dos maiores profetas do Antigo Testamento. A segunda metade de seu livro está dedicada à promessa da salvação. Isaías escreveu sobre a vinda do Messías, Jesucristo, e sobre o homem que anunciaria sua vinda, João o Batista. O chamado do João às pessoas de "preparem" significava que teriam que abandonar sua maneira de viver, renunciar a seus pecados, procurar o perdão de Deus e estabelecer uma relação com o todo-poderoso Deus mediante a fé e a obediência a sua palavra que é a Bíblia (Is 1:18-20; Is 57:15).

1:2, 3 Em Mc 1:2-3 temos uma entrevista tirada de Ml 3:1 e Is 40:3.

1:2, 3 Centenas de anos antes, o profeta Isaías predisse a vinda do João o Batista e do Jesus. Como soube? Deus prometeu ao Isaías que um Libertador viria ao Israel e que uma voz se elevaria no deserto para lhe preparar o caminho. As palavras do Isaías respiraram a muitos ao lhes fazer olhar para o futuro, ao Messías. Saber que Deus cumpre suas promessas nos consola. Marcos escreveu muito sobre o futuro e Deus cumprirá suas promessas. Ao ler este livro, que é parte da Palavra de Deus, compreendamos que é algo mais que uma história: é Deus que revela seus planos quanto à história da humanidade.

1:4 por que será que o Evangelho do Marcos começa com a história do João o Batista e não menciona o nascimento do Jesus? Naqueles tempos, aos oficiais romanos de importância sempre lhes precedia um anunciador ou arauto. Quando o arauto chegava a um povo, a gente sabia que algum personagem proeminente estava ao chegar. Já que Marcos escreveu sobre tudo para cristãos romanos, começou seu livro com o João o Batista, cuja missão era anunciar a vinda do Jesus, o homem mais importante que jamais tenha vivido. Aos cristãos romanos não tivesse interessado tanto o nascimento do Jesus como o arauto que lhe preparou o caminho.

1:4 João decide viver no deserto: (1) para manter-se afastado das distrações e poder ouvir melhor as instruções divinas; (2) para obter a total atenção do povo; (3) para simbolizar um violento rompimento com a hipocrisia dos líderes religiosos mais interessados em seus luxuosos lares e posições de autoridade que na obra de Deus; (4) para dar cumprimento às profecias do Antigo Testamento que diziam que João seria uma "voz que clama no deserto; preparem caminho ao Jeová" (Is 40:3).

1:4 No ministério do João, o batismo era um sinal visível de que uma pessoa decidia trocar, deixar sua forma de vida de pecado e egoísmo e voltar-se para Deus. João adotou um conhecida costume e lhe deu um novo sentido. Os judeus freqüentemente batizavam gentis, os que se convertiam ao judaísmo. Mas batizar a um judeu como sinal de arrependimento foi uma radical separação do costume judia. A igreja primitiva lhe deu ao batismo um significado maior, ao associá-lo com a morte e ressurreição do Jesus (vejam-se, por exemplo, Rm 6:3-4; 1Pe 3:21).

1:5 O propósito da predicación do João foi preparar ao povo para aceitar ao Jesus como o Filho de Deus. Quando João lançou ao povo a provocação de confessar seus pecados individualmente, assinalou o começo de uma nova forma de ter relação com Deus.

É necessário que você troque antes de ouvir e entender a mensagem do Jesus? A gente tem que reconhecer que necessita o perdão antes que possa aceitar o perdão; o verdadeiro arrependimento deve produzir-se antes de que a pessoa tenha verdadeira fé no Jesucristo. Como preparação para receber a Cristo, devemos nos arrepender e renunciar às atrações do mundo que levam a morte, às tentações pecaminosas e às atitudes perniciosas.

1:6 A vestimenta do João não era precisamente o último grito da moda daqueles dias. vestia-se como o profeta Elías (2Rs 1:8) para distinguir-se dos líderes religiosos cujas largas túnicas refletiam o orgulho que sentiam por sua posição (2Rs 12:38). A surpreendente aparência do João refletia sua extraordinária mensagem.

1.7, 8 Embora João era o primeiro profeta genuíno em quatrocentos anos, Jesus o Messías seria imensamente melhor que ele. João particularizou quão pequeno era ante Aquele que vinha. Não se considerava digno nem sequer de realizar para O as tarefas mais humildes, como desatar a correia de suas sandálias. O que João começou, Jesus o finalizou. O que João preparou, Jesus o realizou.

1:8 João disse que Jesus batizaria com o Espírito Santo e fogo e que enviaria o Espírito Santo para que vivesse em cada crente. O batismo em água que João pregava preparava à pessoa para receber a mensagem de Cristo. Demonstrava humildade e assinalava a disposição de abandonar o pecado. Este era o começo do processo espiritual. Quando Jesus batiza com o Espírito Santo, entretanto, toda a pessoa se reforma por dito poder. Este batismo é o resultado da obra completa do Jesus.

1:9 Se o batismo do João era sozinho arrependimento de pecados, por que se batizou Jesus? Até os maiores profetas (Isaías, Jeremías, Ezequiel) tiveram que confessar seus pecados e arrepender-se. Jesus não, porque foi pecado. Embora não era necessário, Jesus se batizou por estas razões: (1) para atestar de sua consagração a sua missão de trazer a mensagem de salvação a todas as nações; (2) para demonstrar que Deus aprovava e respaldava sua missão; (3) para identificar-se com nossa condição humana e pecadora; (4) para começar oficialmente seu ministério público (Jo 1:31-34); (5) para nos dar um exemplo que temos que imitar. O batismo do João era diferente do batismo cristão na igreja (veja-se At 19:2-5).

1:9 Jesus cresceu no Nazaret, onde viveu de menino (Mt 2:22-23). Nazaret era uma pequena aldeia na Galilea, localizada-se a meio caminho entre o mar da Galilea e o mediterrâneo. A cidade era desprezada e evitada por muitos judeus porque tinha a reputação de ser independente. Nazaret era um cruzamento de caminho para rotas de intercâmbio e tinha contato com outras culturas (veja-se Jo 1:46).

1.10, 11 O Espírito Santo descendeu em forma de pomba sobre o Jesus e uma voz dos céus proclamou em nome do Pai que Jesus é seu divino Filho. Aqui vemos os três membros da Trindade juntos: Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo.

1:12, 13 Satanás é um anjo que se rebelou contra Deus. É real, não é simbólico, e sempre trabalha contra Deus e de quem o obedece. Tentou a Eva no Éden e a persuadiu a pecar; tentou ao Jesus no deserto e não obteve que caísse. Ser tentado não é pecado. Tentar a outros ou ceder à tentação sim o é. se desejar mais informação a respeito da tentação do Jesus, leoa Mt 4:1-11.

1:12, 13 Para identificar-se por completo com o ser humano, Jesus teve que enfrentar a tentação de Satanás. Já que Jesus enfrentou a tentação e saiu vitorioso dela, pode nos ajudar em duas formas muito importantes: (1) a maneira de exemplo em como enfrentar a tentação sem pecar, e (2) como ayudador que sabe o que necessitamos, já que O passou por essa mesma experiência. (Em Hb 4:15 encontramos mais cataloga ao Jesus e a tentação.)

1.12, 13 Jesus se separou da gente e se foi ao deserto, onde Satanás o tentou. A tentação nos resulta malote só quando cedemos a ela. Não devemos aborrecer os momentos de prova, porque através delas se fortalece nosso caráter e Deus nos ensina valiosas lições. Quando enfrentarmos a Satanás e tenhamos que nos ver a com suas tentações e a confusão que nos apresenta, recordemos ao Jesus. O usou a Palavra de Deus frente a Satanás e triunfou. Nós podemos fazer o mesmo.

1:12, 13 Os anjos são mensageiros celestiales que cumprem a vontade de Deus ou a comunicam aos homens. O termo anjo significa mensageiro e geralmente identifica ao mais alto grau de seres espirituais que habitam na presença de Deus. Mas também pode referir-se aos anjos de Satanás (Mt 25:41) e parece aplicar-se aos pastores que servem de mensageiros de Deus às sete Iglesias da Ásia (Apocalipse 1:3). A presença de Deus em forma Angélica é óbvia em Gn 16:7-14; Gn 22:11-19; Ex 3:2-4; Jz 2:1; Jz 6:11-14; Jz 13:3. A palavra grega ángelos, que em alguns casos se traduz como mensageiro, emprega-se também para designar a homens em passagens como Lc 7:24 e Jc 2:25. As escrituras declaram que os anjos são: (1) seres criados (Cl 1:16); (2) inumeráveis (Dn 7:10); (3) de diversos ordens e filas (Jd_1:9); (4) poderosos (Sl 103:20); (5) espíritos sem corpos materiais (Hb_1:14); (6) livres de limitações físicas (At 12:5-10); (7) extremamente sábios (2Rs 14:20); (8) capazes de apresentar-se em forma humana (Jo 20:12).

1.14, 15 Quais são as boas novas de Deus? Estas primeiras palavras do Jesus no Marcos nos dão a essência de seu ensino: que o tão esperado Messías havia vinho para iniciar o Reino pessoal de Deus na terra. A maioria das pessoas que ouviram esta mensagem estavam na opressão, pobres e sem esperanças. As palavras do Jesus foram boas novas para elas porque lhes ofereciam liberdade, bênções e esperanças.

1:16 A pesca era a indústria mais importante em torno do mar da Galilea. A pesca com redes era o método mais usado. Capernaum, que chegou a ser o novo centro de operações do Jesus, era nesse tempo a maior de ao redor de trinta aldeias de pescadores situadas ao redor do mar (Mt 4:12-13).

1.16-20 Se está acostumado a pensar que os discípulos do Jesus eram grandes homens de fé desde que se uniram ao Jesus. Mas a verdade é que tiveram que crescer na fé de igual modo que qualquer crente (Mc 14:48-50, Mc 14:66-72; Jo 14:1-9; Jo 20:26-29).

Ao parecer, esta não foi a única vez que Jesus chamou o Pedro (Simón), Jacóo e João para que lhe seguissem (em Lc 5:1-11 e em Jo 1:35-42 lemos de outras duas vezes). Demorou para que o chamado do Jesus e sua mensagem penetrassem, mas o importante é isto: embora tinham muito que crescer, seguiram-lhe. Do mesmo modo, temos perguntas e vacilações, mas nunca devemos deixar de crescer ao seguir ao Jesus.\par\par b 1.21 devido a que o templo em Jerusalém estava muito longe para que muitos judeus viajassem até ali para adorar regularmente, muitos povos tinham sinagogas que serviam como lugares de adoração e escolas. Dos tempos do Esdras, ao redor de 450 a.C., um grupo de dez famílias judias podia fundar uma sinagoga. Ali, durante a semana, os meninos varões estudavam a Lei do Antigo Testamento e a religião judia. As meninas não se admitiam. Cada dia de repouso, o Sabat, os homens se reuniam para escutar o ensino da Palavra de Deus através de um rabino. devido a que os rabinos ou professores não eram permanentes, os principais da sinagoga acostumavam pedir aos professores visitantes que falassem. Por isso Jesus freqüentemente falava nas cidades que visitava.

1:21 Jesus se acabava de mudar do Nazaret ao Capernaum (Mt 4:12-13). Capernaum era uma cidade muito próspera, com grandes riquezas, ao igual a grandes pecados e decadência. devido a que aquartelava muitos soldados romanos, a influência pagã do Império Romano se encontrava em qualquer lugar. Era o lugar ideal para que Jesus enfrentasse a judeus e a gentis com as boas novas do Reino de Deus.

1:22 Freqüentemente, os professores judeus citavam a famosos rabinos para dar mais autoridade a suas palavras. Mas Jesus não precisava fazê-lo. Como era Deus, conhecia perfeitamente as Escrituras e seu significado. O era a autoridade suprema.

1:23 Os demônios são espíritos de maldade sob as ordens de Satanás. Seu trabalho é fazer pecar às pessoas. Satanás não os criou, porque Deus é o Criador de tudo; são anjos cansados que se uniram a Satanás em sua rebelião. Em sua estado de degeneração podem fazer que uma pessoa fique muda, surda, cega ou demente. Mas sempre que se enfrentaram ao Jesus, perderam seu poder. Deus põe limites ao que fazem; não podem fazer nada sem sua permissão. Durante o tempo em que Jesus viveu na terra, aos demônios lhes permitiu estar muito ativos para demonstrar de uma vez e para sempre que Cristo tem poder e autoridade sobre eles.

1.23ss Para muitos sicólogos a posse demoníaca é uma forma primitiva de descrever as enfermidades mentais. Entretanto, está claro que um demônio era o que controlava a este homem. Marcos enfatiza as lutas contra o poder demoníaco para demonstrar a superioridade do Jesus. Narra muitos relatos que mostram ao Jesus jogando fora demônios. Jesus não tinha que realizar um elaborado ritual de exorcismo. Sua palavra era suficiente para expulsar aos demônios.

1.23, 24 Os demônios souberam em seguida que Jesus era o Filho de Deus. Ao incluir este fato em seu Evangelho, Marcos estabeleceu os créditos do Jesus, mostrando que até o mundo das trevas o reconhecia como o Messías.

1.29-31 Cada escritor dos Evangelhos escreveu de uma perspectiva um tanto diferente; por isso os relatos têm detalhes diferentes em cada Evangelho. No Mateus, Jesus tocou à mulher. No Marcos, ajudou-a a incorporar-se. No Lucas, falou-lhe com a febre que imediatamente a deixou. Mas não há conflito nos relatos. Cada escritor escolheu enfatizar detalhes diferentes do mesmo caso com o propósito de ressaltar certas características do Jesus.

1:32, 33 A gente se aproximou do Jesus ao entardecer quando o sol ficava. Era o dia de repouso (1,21) que começava com pôr-do-sol da sexta-feira e terminava com pôr-do-sol do sábado. Os líderes judeus diziam que era contra a Lei sanar no dia de repouso (Mt 12:10; Lc 13:14). A gente não queria quebrantar esta Lei, nem a que proibia viajar no dia de repouso. Por isso esperaram até o entardecer. depois de pôr-do-sol, as multidões se sentiram em liberdade de procurar o Jesus para que os sanasse.

1:34 por que Jesus não queria que os demônios revelassem quem era? (1) Ao mandar aos demônios que guardassem silêncio, demonstrava sua autoridade e poder sobre eles. (2) Jesus queria que a gente acreditasse no por suas palavras e feitos, não pelo que pudessem dizer os demônios. (3) Jesus queria revelar sua identidade como o Messías segundo seu próprio programa e não conforme ao de Satanás. Este queria que a gente seguisse ao Jesus por sua popularidade e não porque era o Filho de Deus, que podia liberá-los do pecado e seu poder.

1:35 Jesus dedicava tempo à oração. Procurar tempo para orar não é fácil, embora a oração é o vínculo vital entre nós e Deus. Como Jesus, devemos procurar tempo para falar com Deus, embora isso signifique que tenhamos que nos levantar antes que o dia esclareça.

1:39 Os romanos dividiram o território do Israel em três regiões: Galilea, Samaria e Judea. Galilea estava na região mais setentrional e tinha ao redor de 100 km de comprimento por 50 de largura. Jesus passou muito tempo de seu ministério nesta região, um lugar ideal para ensinar, sobre tudo porque havia mais de 250 populações e aldeias concentradas nesta pequena região, com muitas sinagogas.

1:40, 41 Com relação ao Levítico 13:14 os líderes judeus declararam que a lepra era imunda. Isto queria dizer que aos leprosos lhes proibia participar de toda atividade religiosa ou social. devido a que a Lei dizia que qualquer pessoa se fazia imunda pelo contato com um imundo, alguns atiravam pedras aos leprosos para mantê-los a distância. Mas Jesus tocou aos leprosos.

O verdadeiro valor de uma pessoa não é externo, a não ser interno. Embora uma pessoa esteja doente ou deformada, em seu interior não é menos valiosa ante Deus. Ninguém é tão repugnante como para que O não o toque. Em um sentido, todos somos leprosos porque nos deformou a fealdade do pecado. Mas Deus, ao enviar a seu Filho Jesus, há-nos meio doido para nos dar a sanidade.

Quando se sentir rechaçado por alguém, detenha-se e pense o que sente Deus por essa pessoa e por você.

1:43, 44 Embora a lepra era incurável, diversas classes de enfermidades de pele se classificaram como "lepra". Segundo as leis do Antigo Testamento (Levítico 13:14), quando um leproso se curava devia apresentar-se ante um sacerdote para ser examinado. Logo o leproso devia dar uma oferenda de gratidão no templo. Jesus se ajustou a estas leis ao enviar ao homem ao sacerdote, demonstrando o total respeito que tinha pela Lei de Deus. Enviar o leproso sanado ao sacerdote constituía uma forma de verificar o grande milagre ante a comunidade.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45
O Servo e seu serviço

I. DEFINIÇÃO DO EMPREGADO (1: 1-13)

A. Na eternidade (Mc 1:1 ). "Evangel" vem diretamente da palavra grega para o evangelho.

Filho de Deus está faltando em alguns dos primeiros manuscritos e por isso é omitido em algumas traduções modernas. Mas é retida nas versões padrão (ASV, RSV, NEB). É plenamente de acordo com a ênfase de Marcos sobre a divindade de Jesus. O Salvador é o Filho eterno de Deus.

IN TIME B. (1: 2-13)

1. Sua Introdução (1: 2-8)

2 Mesmo como está escrito em Isaías, o profeta,

Eis que eu envio o meu mensageiro diante de ti,

Quem preparará o teu caminho;

3 A voz do que clama no deserto:

Faça ye Preparai o caminho do Senhor,

Endireitai as suas veredas;

4 João veio, que batizou no deserto, pregando o batismo de arrependimento para a remissão dos pecados. 5 E saíam a ter com ele toda a terra da Judéia e todos os moradores de Jerusalém; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 6 Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e tinha um cinto de couro em torno de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. 7 E pregava, dizendo: Vem depois me ele que é mighter do que eu, a correia dos cujos sapatos eu não sou digno de, abaixando-desatar. 8 Eu vos batizei em água; mas ele vos batizará no Espírito Santo.

João Batista foi o precursor de Jesus. Ele apareceu em cena para preparar o caminho para a vinda de Cristo. Sua função era apresentar aos judeus o seu Messias.

Para todas as implicações da frase está escrito ver o comentário sobre Mt 4:4 .

2. Sua Instalação (1: 9-11)

9 E aconteceu naqueles dias, que Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. 10 E, logo que saiu da água, viu os céus rasgou, e do Espírito como uma pomba descer sobre ele; 11 e uma voz vinda dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.

O batismo de Jesus por João é descrito em todos os três Evangelhos sinópticos, principalmente por Mateus (ver em Mt 3:13. ). Carinho de Marcos para fortes, palavras-reflexo vívidas de Pedro pregação-é ilustrado aqui, como em muitos outros lugares. Mateus e Lucas dizem que os céus se "aberto". Mas Marcos diz rasgou (schizomenous ).

As pequenas diferenças de redacção em contas paralelas nos Evangelhos sinópticos com freqüência qualquer divergência de significado também é ilustrado aqui. Marcos tem o Espírito (v. Mc 1:10 ), ao passo que Mateus tem "o Espírito de Deus" e Lucas "o Espírito Santo". Estas são expressões equivalentes.

3. Sua iniciação (1: 12-13)

12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto. 13 E ele estava no deserto quarenta dias, tentado por Satanás; e ele estava com as feras; e os anjos o serviam.

A tentação é descrito em maior extensão por Mateus e Lucas, ambos os quais indicam três assaltos climáticas por Satanás (ver em Mt 4:1. ; Lc 4:1 ). Mas, embora o relato de Marcos é muito mais breve, ele tem aqui, como sempre, um ou dois itens distintos não incluídas nos outros evangelhos. Ele diz que o Espírito Santo impeliu para frente (ekballei) para o deserto, um termo muito mais forte do que os outros dois têm. Taylor diz que "parece indicar forte, se não violenta, de propulsão." Marcos só menciona os feras como estar com Jesus (v. Mc 1:13 ), rasgando o ar da noite com seus uivos estranhos. O primeiro destes dois itens ilustra picturesqueness característica de Marcos da descrição; o segundo exemplifica sua nitidez de detalhe.

Ao se referir ao tentador, Mateus e Lucas usam o termo "o diabo" - diabolos , "caluniador", ou "falso acusador" -que Marcos nunca usa. Em vez disso ele tem Satanás , que significa "adversário" palavra hebraica -a transliterado para o grego e, em seguida, para o Inglês. No Novo Testamento, diabolos ocorre 38 vezes, Satanas 36 vezes.

II. SERVIÇO do servo (1: 14-13: 37)

A. na Galiléia (1: 14-4: 34)

1. Início do Ministério (1: 14-15)

14 Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, 15 e dizendo: O tempo está cumprido, eo reino de Deus está próximo: arrependei-vos e crede no evangelho.

A grande ministério galileu de Jesus começou com a prisão de João Batista. Entregue-se pode ser traduzido quer "colocar na prisão" (KJV) ou "preso". traduções mais recentes preferir o último.

Quando João foi feita a partir da cena, Jesus tomou seu lugar como a figura profética proeminente. Ele começou a pregar (proclamando) o evangelho de Deus . Esta frase é encontrado várias vezes nas epístolas de Paulo. Ela significa a boa notícia que vem de Deus.

A ênfase específica aqui foi: "foi cumprida O tempo eo reino de Deus está próximo" (tempos perfeitos). Tempo é kairos , que significa " o direito, apropriado, tempo favorável ... tempo fixo definido. ... uma das alternativas. termos escatológicos principais ... o momento de crise, os últimos tempos . "Este foi o" momento oportuno "para a nação judaica para aceitar o reino de Deus na pessoa do Messias. Mas o momento (Seu ministério) passou, a nação que rejeitou o reino de Deus foi punido severamente por Roma.

Mateus e Marcos ambos indicam que Jesus repetiu João na pregação, Arrependei-vos. Mas o último acrescenta: e crer no evangelho . Este era o novo, distintivo, nota Christian. O arrependimento ea fé são os dois pré-requisitos para a salvação.

2. Chamada de Pescadores (1: 16-20)

16 E, andando junto do mar da Galiléia, viu Simão e André, irmão de Simão lançavam a rede ao mar; pois eram pescadores. 17 E Jesus disse-lhes: Vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens. 18 E logo eles deixaram as redes, seguiram- Nu 19:1 E, passando um pouco mais adiante, viu Tiago, o filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. 20 E logo os chamou; e eles deixaram seu pai Zebedeu no barco com os empregados, e foi atrás dele.

As contas deste incidente em Mateus e Marcos são quase exatamente o mesmo (ver em Mt 4:18 ). A um item diferenciado em Marcos é a menção de de Zebedeu servidores contratados . Tiago e João não deixou seu pai desolado quando abandonaram o negócio de pesca para seguir Jesus.

3. Dia em Cafarnaum (1: 21-34)

1. Curando um endemoninhado (1: 21-28)

21 E eles entram em Cafarnaum; e, logo no sábado, indo ele entrou na sinagoga e ensinava. 22 E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. 23 E logo, estava na sinagoga um homem com um imundo espírito; e ele gritou, 24 dizendo: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno tu? Vieste para nos destruir? Bem sei quem és: o Santo de Dt 25:1 . O incidente particular descrita aqui é omitido por Mateus, mas estreitamente paralelo em Lc 4:31 . É o primeiro milagre de Jesus registrada por Marcos e Lucas.

Este foi um dia agitado na vida de Jesus, sem dúvida, típico de muitos, tais durante Seu ministério público. Desde que foi o dia de sábado a sábado, o sábado judaico-Ele foi para a sinagoga . Esta palavra significa literalmente "um ajuntamento". Como no caso da "igreja", que foi usado pela primeira vez para a congregação e, em seguida, para o edifício. O último é o significado aqui.

Na sinagoga Ele ensinou . Os meios imperfeito "começou a ensinar." Era o costume de sinagogas locais para convidar viajando rabinos para falar nos serviços (conforme At 13:15 ).

Os adoradores na sinagoga foram maravilhavam da sua doutrina . Os escribas tinham o hábito de citar as opiniões dos rabinos anteriores. Mas Jesus falou com o divino direto autoridade que surpreender seus ouvintes.

Ao serviço era um homem com um espírito imundo , literalmente, "em um espírito imundo", ou sob seu poder. Ele clamou; ., provavelmente, "gritou" ou "gritou" o descreveria corretamente Que temos nós contigo é literalmente, "O que para nós e para ti?" Isto é, "O que há entre nós?" Moffatt deixa-lo: "Que negócio tê-lo conosco?" Isso, provavelmente, expressa o sentido bem.

O endemoninhado identificado Jesus como o Santo de Deus . Embora alguns tenham negado que esta era uma designação para o Messias, Vincent Taylor observa corretamente que, embora "não é um título messiânico conhecido", ainda que provavelmente é usado aqui "com significado Messiânico."

O Mestre silenciou o demônio e ordenou que saísse do homem. Cala-te (v. Mc 1:25) é, literalmente, "ser amordaçados!" Jesus não queria que o depoimento de uma tal trimestre. Também é provável que Ele estava proibindo qualquer declaração pública de sua messianidade, para que não haja uma revolução política contra Roma.

A crueldade sádica do espírito imundo é revelado no versículo 26 . Rasgando ele é melhor traduzida por "tê-lo em convulsão". Lucas (Mc 4:35) diz que o demônio não prejudica definitivamente ele.

Mais uma vez o povo estava espantado com o Mestre. Primeiro seu espanto tinha sido causado por Sua autoridade no ensino (v. Mc 1:22 ). Agora, maravilhados da sua autoridade na expulsão de demônios. Isso era algo novo . Não é de estranhar que o relatório do que aconteceu neste propagação sinagoga de serviço logo por toda a Galiléia (v. Mc 1:28 ). Era uma notícia emocionante.

b. A cura na casa de Pedro (1: 29-31)

29 E logo, quando eles saíram da sinagoga, eles entraram na casa de Simão e André, com Tiago e Jo 30:1. ). Marcos sozinho menciona que os quatro pescadores discípulos acompanhado Jesus casa da sinagoga. Era costume na época, não para comer antes de ir a serviço no dia de sábado. Os cinco homens chegaram com fome, esperando uma boa refeição para ser aguardando-los: Em vez disso, encontrou a mãe-de-lei de Pedro na cama com uma febre alta. Mas, como sempre, o Mestre estava no controle da situação. Logo a senhora doente estava bem e servir a refeição.

c. Cura no Sunset (1: 32-34)

32 E à tarde, quando o sol se ajustou, trouxeram-lhe todos os enfermos, e os que estavam possuídos por demônios. 33 E toda a cidade se ajuntou à porta. 34 e ele curou muitos que se achavam enfermos com mergulhadores doenças, e expulsou muitos demônios; e ele não permitia que os demônios falassem, porque o conheciam.

O sábado judaico durou de pôr do sol na sexta à noite até o por do sol no sábado. Então, quando o sol se ajustou as multidões, animado com a notícia dos dois milagres que Jesus tinha realizado naquele dia, veio correndo para a casa de Pedro. Agora que o sábado foi mais poderiam transportar o seu doente e os endemoninhados . Para Mateus e Lucas contas Marcos acrescenta normalmente: E toda a cidade se ajuntou à porta (v. Mc 1:33 ). Pelo menos assim pareceu a Pedro, e Marcos capturou sua vívida descrição desse serviço por do sol cura. Mais uma vez o Mestre amordaçados os demônios que procuraram para testemunhar a Sua divindade (conforme Lc 4:41 ).

4. Posto da Galiléia (1: 35-45)

1. Rezar em Sunrise (1: 35-39)

35 E na parte da manhã, um grande tempo antes do dia, ele se levantou e saiu, e partiu para um lugar deserto, e ali orava. 36 E Simão e os que estavam com ele o seguiu; 37 e eles o encontraram, e . dize-lhe: Todos te buscam 38 E disse-lhes: Deixai-nos ir para outro lugar às aldeias vizinhas, para que eu pregue ali também; pois para isto que vim. 39 e, entrando em suas sinagogas por toda a Galileia, pregando e expulsando os demônios.

Mateus não gravar este incidente, embora Lucas (4: 42-44) faz. O serviço do sol cura foi seguido de uma reunião de oração do nascer do sol. Mas, para este último não havia empurrões, multidões-apenas ruidosos o Mestre sozinho em comunhão com o Pai.Ele precisava de força e orientação para o novo dia.

As duas cláusulas do verso de abertura de 35 são muito fortes no grego: "E muito no início da manhã, quando ainda era noite." Jesus deixou os discípulos dormindo, e procurou a solidão de um lugar deserto; ou seja, um local solitário fora da cidade.

Finalmente Pedro despertado. Faltando o Mestre, ele e seus companheiros discípulos "caçou" (katedioxen ). Quando finalmente descobri-lo, eles relataram que tudo Cafarnaum estava procurando por ele (v. Mc 1:37 ). Sem dúvida, havia muitas pessoas que não conseguiram fazê-lo para o serviço de cura na noite anterior.

Mas, no momento da oração de Jesus tinha recebido Suas ordens para o dia. Ele não deve retornar para Cafarnaum, neste momento, mas avançar para as próximas cidades . Há Ele deve pregar, para as pessoas precisavam de salvação espiritual mais do que a cura física. Em seguida, acrescentou: Para este fim é que vim . Isto poderia referir-se a sua saída Cafarnaum cedo naquela manhã. Mas, provavelmente, tem referência a sua vinda do céu. Sua missão à Terra foi para salvar a humanidade.

O versículo 39 é composto por uma declaração sumária de um ministério sinagoga em toda a Galiléia. Junto com sua pregação, ele expulsou demônios.

b. Limpando um leproso (1: 40-45)

40 E lá vem se dele um leproso, suplicando-lhe e, ajoelhando-se diante dele, e dizendo-lhe: Se tu quiseres, podes purificar-me. 41 E, sendo movido de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou-o, e disse-lhe: Quero; . sê limpo 42 . Imediatamente a lepra se apartou dele, e ficou limpo 43 E ordenou-lhe de forma rigorosa, e imediatamente mandou para fora, 44 e disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai mostrar -te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. 45 Mas ele saiu, e começou a publicar-se muito, e espalhou o assunto, de modo que Jesus já não podia entrar abertamente em uma cidade, mas se fora em lugares desertos; e vieram a ele de todos os lados.

Esta cura milagrosa é gravado em três sinóticos (ver Mt 8:1. ). Movido pela compaixão (somente em Marcos) é o particípio aoristo passivo e é melhor traduzida O uso do aoristo sugere "a ser agarrado com compaixão." reação súbita e imediata de Jesus, quando confrontado com a necessidade humana.

Marcos (com Lucas) diz que logo , ou imediatamente, o leproso era purificado (v. Mc 1:42 ). No versículo 43 só ele usa uma palavra forte para estritamente cobrado. Originalmente, o verbo grego significava para cheirar como um cavalo. Ele indicou o sentimento profundo com o qual Jesus ordenou o leproso para não contar a ninguém, exceto o padre sobre sua cura. Cristo sabia que os sacerdotes hostis não relatar o assunto. Ele estava procurando evitar publicidade indevida, porque as vastas multidões, querendo ser curado ou para testemunhar milagres, foram impedindo-lo de realizar sua mais importante missão de pregação do evangelho.

Mas foi tudo em vão. Marcos (sozinho) acrescenta que o homem curado saiu e publicados no exterior a matéria (v. Mc 1:45 ). O resultado foi que Jesus tinha de evitar as cidades e se esconder em lugares solitários. No entanto, as pessoas procuraram-lo e continuou chegando (imperfeito) a Ele de todo o lado.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45
A palavra evangelho significa "boas novas" (Mc 1:14-41; Mc 8:35; Mc 10:29; Mc 13:10; Mc 14:9; Mc 16:15). O Antigo Testamento usava a palavra para "boas-novas de vitória" (1Rs 1:42; Is 40:9; Is 41:27; Is 52:7; Is 61:1); e, no Novo Testamento, ela designa a mensagem de Jesus Cristo, o Filho de Deus que mor-reu pelos pecados do mundo (1Co 15:1-46; Gl 1:6-48). Marcos dá-nos as "credenciais" pessoais de Jesus Cris-to, o Servo de Deus.

  1. Proclamação (Mc 1:1-41)

Marcos declara desde o início que Jesus é o Filho de Deus, testemunho que ele dá ao longo do livro (1:11; 3:11; 5:7; 9:7; 12:6; 13 32:14-61-62; 15:39). Marcos citaMl 3:1, no versículo 2, eIs 40:3, no ver-sículo 3, duas passagens que se re-ferem a João Batista, quem preparou o caminho do Senhor. Sempre que uma pessoa notável vai a uma cida-de, fazem-se reparos nas estradas a fim de facilitar a jornada delas. Na-quela época, o povo de Israel estava em um período de "deserto espiritu-al", e João tinha de prepará-los para a chegada do Filho de Deus, o Servo (Lc 1:13-42,Lc 1:67-42). João foi o último profeta do Antigo Testamento e apresentou o Messias à nação (Mt 11:1-40).

  1. Reconhecimento (Mc 1:9-41)

Jesus não foi batizado porque era um pecador arrependido, já que ele é o Filho de Deus sem pecados. Seu ba-tismo com água é um retrato de seu batismo com sofrimento na cruz (Lc 12:50), quando as "ondas e vagas" do julgamento de Deus vêm sobre ele (SI 42:7; Jo 2:3). Ele "cumpr[e] toda a justiça" por intermédio de sua morte, sepultamento e ressur-reição (Mt 3:15). A voz do Pai e o Espírito, na forma de uma pomba, reconhecem a divindade do Servo. Sua vitória sobre Satanás é uma pro-va adicional de sua filiação divina. O primeiro Adão fracassou em um adorável jardim (Gn 3; 1Co 15:45), enquanto o último Adão derrotou o inimigo em um deserto terrível.

  1. Poder (Mc 1:14-41)

Jesus chegou à Galiléia como pre-gador e anunciava as boas-novas de que o reino de Deus chegara para os homens na pessoa do Servo do Senhor. Jesus, antes de revelar os fatos sobre sua morte na cruz, ain-da podia convidar as pessoas a crer nele para que fossem salvas.

  1. Poder sobre o destino (vv. 16-20)

Alguns meses antes, Pedro, André, Tia-go e João conheceram Jesus e creram nele (Jo 1:35-43), mas esse era o cha-mado deles para o ministério em tem-po integral como discípulos. Zebedeu devia ter um negócio lucrativo, já que podia contratar trabalhadores, por isso a partida dos filhos não o empobreceu. Pelo menos, sete dos discípulos do Se-nhor eram pescadores profissionais Oo 21:1-2). Os pescadores têm coragem, tenacidade e disposição para trabalhar duro e sabem trabalhar em grupo. Es-sas são boas qualidades para os "pes-cadores de homens".

  1. Poder sobre demônios (vv. 21-28)

Jesus fez seu "quartel-general" em Cafarnaum (2:1; 9:
33) e partiu de lá para vários lugares do país a fim de ministrar. Ele, com freqüência, ensi-nava nas sinagogas locais e, nesse sá-bado específico, libertou um homem do poder de um espírito imundo. Mesmo os demônios têm de confes-sar que Jesus é o Filho de Deus, mas a confissão deles não os salva (Jc 2:19). Muitas vezes, Marcos registra o ma- ravilhamento das pessoas (1:22,27; 2:12; 5:20,42; 6:2,51; 7:37; 10:26; 11:18). Essa obra de poder espalhou a fama de Jesus por outros lugares.

  1. Poder sobre a doença (Mc 1:29; 2Pe 3:9). Tecnicamente, Jesus torna-se "impuro" quando toca o leproso, mas seu toque traz cura imediata para o homem. Para co-nhecer o ritual de restauração pelo qual o leproso curado tem de pas-sar, leia Levítico 14 e note que o ri-tual é um retrato da obra expiatória de Cristo. Marcos menciona outras três vezes a compaixão de Jesus (6:34; 8:2; 9:22).

    1. Poder em oração (vv. 35-39)

    Independentemente de quanto o Servo trabalhe para ajudar os outros, ele sempre reserva um tempo no início da manhã para estar com seu Pai (Is 50:4). Essa era a fonte de seu poder, pois Jesus serviu na terra da mesma forma que você e eu devemos servir: pela fé e depen-dendo da força do Espírito. Deus nao abençoa o esforço dos trabaIhadores que são ocupados demais para orar Jo 15:5). Se o Filho do Senhor tinha de passar um tempo em oração enquanto ministrava na terra, imagine quanto mais nós pre-cisamos orar!


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45
1.1 Evangelho. No grego mais antigo significa "um galardão oferecido para se levar as boas novas". Depois o termo foi usado como as próprias "boas novas". Aqui se refere ao anúncio das boas novas por Jesus Cristo e também ao conteúdo desse evangelho trazido por Cristo Princípio indica a introdução ao evangelho, da proclamação de João Batista. É muito provável que Marcos tivesse sido o primeiro evangelho a ser composto e serviu de base aos evangelhos de Mateus e Lucas, sendo, os três, conhecidos como os "Sinóticos" (termo originário de uma palavra grega que significa "ver de um ponto de vista'). Jesus. Conforme Mt 1:21n; Lc 1:3; Jo 10:38; Jo 14:10; He 1:2). Os conceitos inerentes ao título são:
1) Jesus é profetizado no AT-.
2) Ele é pré-existente e divino;
3) Tem uma relação ímpar com Deus Pai (sem ser gerado no sentido humano);
4) Jesus é o Messias, o Servo de Jeová, plenamente identificado com o povo eleito; conseqüentemente Ele foi capaz de cumprir Sua missão salvadora (10.45),

1.2 Está escrito. Normalmente, esta frase introduz citações do AT.

1.3 Do Senhor. Fica claro, no contexto, que o Jeová do AT é identificado com Jesus Cristo no NT (conforme Rm 10:13).

1.4 João. Forma simplificada de Johanen ("dom de Jeová"). Era parente de Jesus, uma vez que suas mães eram primas (conforme Lc 1:36). Seu ministério começou c. 27 d.C., proclamando a vinda iminente do Messias e Seu reino. João proclamou a urgência do arrependimento devido à aproximação deles.

1.6 Gafanhotos e mel. I.e., alimento natural de áreas não habitadas (conforme Lv 11:22).

1.8 Espírito. João batiza apenas com água, simbolizando a lavagem dos pecados renunciados, mas Cristo dará o dom do Espírito Santo é com Ele a filiação adotiva de Deus (conforme Jo 3:3, Jo 3:5). Deve-se notar à diferença entre o batismo de João e o batismo cristão, pois este último contém o simbolismo de identificação com a morte e a ressurreição de Cristo. Os judeus também batizavam prosélitos (convertidos ao judaísmo). Os essênios (seita que compôs os rolos do Mar Morto) batizavam, os judeus que ingressavam na sua fraternidade. João trata todos os judeus como necessitados de arrependimento. Josefo relata sobre a profunda influência que João exercia sobre o povo em geral (Antigüidades XVIII, 116-19).

1.9 Jesus foi batizado:
1) Para endossar a autoridade de João;
2) Para se identificar com os pecadores que buscavam o perdão de Deus (2Co 5:21);
3) Para publicamente confirmar e anunciar Seu ministério;
4) Para ser apontado por João como o Messias (Jo 1:53) e ficar cheio do Espírito (Lc 3:22).

1.10 Como pomba. Conforme Gn 1:2.

1.11 As palavras por Deus pronunciadas lembram Is 42:1; Gn 22:2 e Sl 2:7 (conforme Mt 12:18).

1.12 Impeliu. Esta palavra forte entende-se pela fato de tudo indicar que o autor, Marcos, ao compor seu evangelho tinha em mira a instrução de novos convertidos na fé. Como Cristo, eles devem prever que o batismo dará início a um período de provação.

• N. Hom. 1.17 A vocação do evangelista implica:
1) No discipulado ("vinde após mim”),
2) Em ser treinado por Cristo ("eu vos farei");
3) Esforço de ganhar homens (pescar);
4) Pôr os interesses seculares em segundo plano ("deixaram ... as redes").

1.13 Antes da primeira época do ministério na Galiléia, Jesus ministrou em Jerusalém e na Judéia (conforme Jo 1:19-43. Cafarnaum era um centro de comércio e distribuição de peixes. Com um centurião (8,5) e uma coletaria de impostos (Mt 9:9), não deixava de ter sua importância para os romanos.

1.29 Casa do Simão. Segundo uma tradição muito antiga; Marcos nos fornece um relatório da pregação e memórias de Pedro.

1:29-31; 40-45 Milagres de cura: ainda que Jesus tinha duas naturezas, a divina e a humana, o plano de Deus na encarnação era que Ele fosse verdadeiro homem (cf.Rm 8:30n).

1.34 Jesus não quer o testemunho dos demônios (1.25; 3.12).
1.35,36 Madrugado. Gr proi, usada por Marcos para designar a última vigília da noite, das 3 Jl 6:05ss), era natural que se tornasse um símbolo de pecado. • N. Hom. A lepra e o pecado:
1) são repugnantes;
2) espalham-se;
3) são incuráveis, fora da operação graciosa de Deus;
4) Cristo é a única solução: a) quer porque se compadece; b) pode fazê-lo porque velo de Deus (Jo 3:2), c) fá-lo curar porque veio para isso (Mc 10:45). 1.43 Veemente. Uma palavra muito forte (conforme Jo 11:33, Jo 11:38) frisando a importância de guardar o segredo sobre Sua pessoa e missão messiânicas até após a ressurreição (cf. Jo 6:1 Jo 6:5). Os judeus esperavam um Messias guerreiro, político, nacionalista, não o Salvador do mundo e da condição de pecado do homem (10.45).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45
I. EVENTOS 1NTRODUTÓRIOS (1:1-13)

O ministério de João Batista (1:1-8).

(Textos paralelos: Mt 3:1-40; Lc 3:1-42; Jo 1:19-43.)

Marcos informa os seus leitores de que o Antigo Testamento havia predito que a chegada do Messias seria precedida pela vinda do precursor, citando para isso Ml 3:1 e Is

40.3. Ele identifica esse “pré-cursor” com João Batista, ao indicar que João pregou no deserto (v. 4; conforme Is 40:3) e ao lembrar que a roupa de João (v. 6) era parecida com a de Elias (2Rs 1:8), que, em Ml 4:5, é equiparado ao mensageiro de Ml 3:1. A mensagem de João era dupla: (a) Ele chamou os homens ao arrependimento, acrescentando que, se eles fizessem isso, a purificação que ele efetuava por meio do batismo simbolizaria a purificação das suas almas efetuada por Deus (v. 4); (b) ele anunciou o seu Sucessor, que batizaria as pessoas com o Espírito (v. 7,8). Isso Jesus fez no dia de Pentecoste (At 1:5).

O batismo de Jesus (1:9-11). (Textos paralelos: Mt 3:13-40; Lc 3:21,Lc 3:22.)

Jesus recebeu o batismo de João (v. 9) como forma de identificação com os pecadores, numa prefiguração do seu ato, com significado ainda maior, que ocorreria na sua crucificação. Tanto o Espírito (v. 10) quanto o Pai (v. 11) deram testemunho de Jesus como sendo o Filho messiânico de Deus, o Espírito em forma de pomba e o Pai em palavras ecoando Sf 2:7 e Is 42:1. Somente Marcos, em contraste com os evangelistas posteriores, menciona a visão da pomba e as palavras do céu como tendo sido percebidas pelo próprio Jesus.

A tentação de Jesus (1.12,13). (Textos paralelos: Mt 4:1-40; Lc 4:1-42.)

Na tentação de Jesus, ele foi incitado por Satanás a se desviar do caminho divinamente designado de serviço e sofrimento final. Veja um estudo mais abrangente disso no comentário de Lucas ad loc. Entre os evangelistas, somente Marcos menciona a presença de animais selvagens durante a tentação de Jesus. E mais provável que a sua menção sirva mais para destacar o horror da experiência do que para retratá-los como amistosos e submissos a Jesus.

II. O MINISTÉRIO NA GALILÉIA (1.14—7.23)

A pregação inicial de Jesus na Ga-liléia (1.14,15). (Textos paralelos: Mt 4:1217; Lc 4:14-42; Jo 4:43-43.)

Antes da viagem de Jesus para a Galiléia (v. 14), ele tinha desempenhado o seu ministério inicial na Judéia, como está descrito em Jo 1:29-43.)

O relato pressupõe que esses pescadores tinham um conhecimento prévio de Jesus, e isso é confirmado em Jo 1:35-43, em que se mostra que eles já acreditavam que Jesus era o Messias de Israel. Ao confirmar assim o seu direito à lealdade total das pessoas para com ele, Jesus demonstrou consciência da sua autoridade pessoal. A ordem que Jesus lhes deu de segui-lo (v. 17) incluía não somente o aspecto de que deveriam acompanhá-lo nas suas jornadas, mas que deveriam aceitar um relacionamento de discípulo— rabino com ele. A promessa dele de fazer dos discípulos pescadores de homens estava relacionada à tarefa de eles ganharem pessoas para a causa dele. Pedro fez Jesus lembrar do sacrifício que fez de seu meio de vida pela causa de Jesus em 10.28.

A expulsão de um demônio na sinagoga (1:21-28). (Texto paralelo: Lc 4:31-42.)

Em Cafarnaum, situada na margem noroeste do mar da Galiléia, como também em outros lugares da Galiléia, Jesus teve freqüen-tes oportunidades de ensino na sinagoga no sábado. Na ocasião descrita aqui, a apresentação que fez do seu tema (v. 15) foi caracterizada por uma autoridade que deixou pasmos os seus ouvintes e os forçou a compará-lo com os mestres com que estavam acostumados (v. 22). Essa autoridade e imponência também foram mostradas quando expulsou um demônio de uma pessoa da congregação. O demônio, em contraste com os espectadores, penetrou no mistério da pessoa de Jesus e, assim, ele conhecia a explicação da autoridade de Jesus. O grito do demônio “O que queres conosco?” significa “Por que estás te intrometendo conosco?”, pois os demônios sabiam que o estabelecimento do Reino de Deus por parte de Jesus necessariamente significava a destruição deles (v. 24). A finalidade das palavras e atos de Jesus na sinagoga naquele dia era despertar a admiração do povo como um todo, e não evocar sua fé; e assim foi em toda a Galiléia (v. 28).

A cura da sogra de Pedro (1:29-31).

(Textos paralelos: Mt 8:14,Mt 8:15; Lc 4:38,Lc 4:39.)

Essa história mostra o poder de Jesus na cura de um tipo diferente de enfermidade, i.e., a febre. E o seu método de cura foi diferente, sendo registrado aqui o aperto da sua mão, em vez de uma expressão vocal. A rapidez e completude da cura da mulher são demonstradas pelo fato de ela servir o grupo à mesa imediatamente depois. Embora tanto essa cura quanto a anterior tenham sido realizadas no sábado, não se menciona oposição alguma a elas, visto que esses casos eram urgentes, e o segundo, além disso, foi realizado numa casa particular.

A cura das multidões ao anoitecer (1:32-34). (Textos paralelos: Mt 8:16,Mt 8:17; Lc 4:40.)

O povo de Cafarnaum, consciente agora dos poderes de cura de Jesus e desejando conseguir dele a restauração da saúde dos seus amigos doentes, levou (v. 32; lit. “carregou”) os amigos até Jesus à porta da casa de Pedro, esperando até depois dopôr-do-sol para fazer isso, quando, tendo passado o sábado, esse “trabalho” de carregá-los era permitido pela lei. Jesus curou muitos (v. 34), o que, de acordo com a expressão idiomática aramaica, significa “todos os que foram levados a ele”. Embora os demônios discernissem a natureza da pessoa de Jesus, este considerou inadequado que isso fosse anunciado por esses subordinados de Satanás (v. 34).

Viajando e pregando em toda a Gali-léia (1:35-39). (Texto paralelo: Lc 4:42-42.)

A oração de Jesus durante esse seu retiro (v. 34; que, de forma incomum não é mencionada por Lucas), revela sua comunhão com o Pai celestial e sua dependência dele. Pode ter sido ocasionada, em parte, pelo desapontamento de Cristo de que seus milagres estavam evocando somente uma reação de admiração, e não de compromisso com ele. Determinado a não permitir que fosse interrompido no seu ministério de pregação em virtude da fama que havia obtido como aquele que curava, Jesus prosseguiu para outras cidades da Galiléia, em vez de retornar para Cafarnaum.

A cura de um leproso (1:40-45). (Textos paralelos: Mt 8:2-40; Lc 5:12-42.)

Embora Jesus estivesse decidido a não buscar propositadamente os doentes para curá-los, ele estava preparado para curar doentes como esse leproso que acidentalmente cruzou o seu caminho enquanto ele estava empenhado em tarefas mais vitais. A lepra, como é descrita na Bíblia, provavelmente não deve ser identificada com a doença que atualmente leva esse nome, embora certamente fosse uma enfermidade grave e considerada pelos rabinos humanamente incurável, uma crença endossada por Cristo (Lc 4:27). Mas os judeus criam que o Messias, quando viesse, seria capaz de curar leprosos (Mt 11:5); e esse leproso estava convicto de que Jesus podia curá-lo (v. 40). Depois de tê-lo purificado, Jesus proibiu o homem de falar sobre a sua cura, pois não queria que as pessoas viessem a ele somente para receber benefícios físicos; mas o homem desobedeceu, não sendo capaz de reprimir a sua alegria. Jesus também lhe disse que fosse ao sacerdote em Jerusalém, em obediência às regras de Lv 14, para que isso servisse de testemunho, significando talvez “para que eles possam perceber que eu não desrespeito a lei cerimonial arbitrariamente, mas somente quando ela conflita com a lei do amor”. Um incidente em que a lei cerimonial foi suprimida pela lei do amor tinha sido fornecido pelo fato de Jesus tocar o leproso.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 21 até o 45

B. Primeira Viagem Missionária na Galiléia. Mc 1:21-45.

O ministério na Galiléia destacou-se por três viagens missionárias, nas quais Cristo sistematicamente levou a sua mensagem a todas as partes da Galiléia. A primeira e a terceira dessas viagens são contadas por Marcos. Nesta seção descreveu o ministério em Cafarnaum e no interior da Galiléia, colocando maior ênfase no primeiro. Versículos 2134 descrevem um dia de atividades na cidade à beira-mar.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 21 até o 45
b) O primeiro sábado em Cafarnaum (Mc 1:21-41.

1. A CURA DE UM ENDEMONINHADO NA SINAGOGA (Mc 1:21-41) - Salientam-se neste evangelho os ensinos de Jesus; veja Mc 2:13; Mc 4:1; Mc 6:2, Mc 6:6, Mc 6:34. Sinagoga (21): etimologicamente, uma reunião, ou assembléia. Por extensão, significa o lugar em que a congregação se reúne. Pouco se sabe das origens da sinagoga. As reuniões eram mormente para instrução; o edifício se usava também como tribunal de justiça, (Lc 12:11; Lc 21:12), onde se aplicavam penalidades. Era costume o presidente da sinagoga (gr. archisynagogos) resolver quem lesse e expusesse as Escrituras aos sábados. Este costume ofereceu muitas oportunidades a Jesus, nesta fase inicial do Seu ministério, pois, por onde quer que aparecesse, foi-lhe facultado o ensino. Mais tarde, Paulo aproveitaria o mesmo ensejo. A autoridade intrínseca no ensino de Jesus oferece vivo contraste com as declarações dos mestres judeus, que se baseavam invariavelmente na tradição ou no parecer dos famosos rabinos.

Enquanto Jesus estava falando, ou Sua presença ou Sua mensagem, ou ambas, provocaram uma manifestação por um homem endemoninhado. O fenômeno de possessão diabólica dá relevo especial ao período da vida terrestre do nosso Senhor. Há apenas dois casos no Velho Testamento, e dois no Novo fora dos evangelhos. Distingue-se nitidamente de desordens psíquicas. Os demônios eram reais, e sabiam da missão messiânica de Jesus antes dos discípulos, fato este que não lhes foi permitido divulgar. (vers. 34; Jc 2:19). Jesus vinha do Seu recente encontro com o Príncipe do Mal (13). Não admira que os espíritos inferiores de maldade reconhecessem nEle seu vencedor (24). A autoridade da palavra de Cristo se revela não tão somente na excelência da Sua doutrina mas também na força do Seu comando. Pronunciada Sua palavra, logo o espírito imundo convulsiona o homem e sai dele. Lucas, como médico, acrescenta o fato que saiu dele "sem lhe fazer mal" (Lc 4:35). Jesus nunca deitou as mãos num endemoninhado para libertá-lo. Bastava a palavra falada. O povo se admirou e logo se ouviu o zunzum de conversação (27). A fama de Jesus espraiou-se rapidamente em toda aquela região.

>Mc 1:29

2. A CURA DA SOGRA DE PEDRO (Mc 1:29-41) -Veja Mt 8:14-40; Lc 4:38-42. A casa de Simão e André (29): desde agora torna-se o centro de operações de Jesus na Galiléia (veja Mc 2:1; Mc 3:19; Mc 9:33; Mc 10:10). Segundo Jo 1:44, estes dois irmãos eram de Betsaida. Uma hipótese sugere que mudaram de casa no intervalo. Outra propõe que Betsaida fosse o bairro dos pescadores em Cafarnaum. 1Co 9:5 confirma o fato de Pedro ser casado e, mais ainda, que sua mulher o acompanhava no seu ministério subseqüente. Para Pedro, esta ocasião no seu próprio lar foi inolvidável. Nota-se quão rápida e completa foi a cura, pelo fato de a sogra restaurada servi-los (31) à refeição sabática, sem o menor sinal do cansaço e debilidade que normalmente seguem a febre.

>Mc 1:32

3. CURAS DEPOIS DE PÔR-SE O SOL (Mc 1:32-41) -Veja Mt 8:16-40; Lc 4:40-42. O sábado findava ao sol posto. Tornou-se lícito então carregar os doentes, sem infração da lei. Os que sofriam doenças físicas não eram classificados com os endemoninhados (32-34). O povo começou a correr para a porta da casa, e logo uma multidão formou. Jesus não desapontou as massas, pois a compaixão e poder divinos sempre se manifestam a favor dos que O buscam na sua necessidade.

>Mc 1:35

4. RETIRO À SOLIDÃO E UMA VOLTA NA GALILÉIA (Mc 1:35-41) -Cfr. Lc 4:42-42. Surpreendentemente, Jesus, no meio desta atividade, se levantou alta madrugada (35) e se afastou à surdina da cidade, antes de todo mundo acordar. A história é narrada do ponto de vista dos que, dentro de casa, descobriram sua ausência, e logo sentiram que Ele estava perdendo maravilhosas oportunidades em Cafarnaum, sem apreciar o alcance do Seu êxito. Imediatamente Simão Pedro assume a liderança, e junto com seus amigos, procuravam-nO diligentemente (36, ARA). No original, o verbo usado aqui ocorre só esta vez no Novo Testamento, embora usado freqüentemente nos LXX, v. g. Sl 33:6. Os motivos que levaram Jesus a retirar-se eram o desejo para comunhão com o Pai (35) e a necessidade de pregar em outros lugares (38). Cafarnaum não podia gozar do monopólio do Seu ministério. Para isso é que eu vim (38): refere-se, não a Sua saída da cidade, mas à Sua missão outorgada pelo Pai (Lc 4:43).

>Mc 1:40

5. PURIFICAÇÃO DE UM LEPROSO (Mc 1:40-41) -Veja notas sobre Mt 8:1-40 e Lc 5:12-42. As curas milagrosas evidentemente suscitaram muito entusiasmo popular, ao ponto que houve perigo, tão comum também em nossos dias, que este tipo de ministério ofuscasse a obra mais espiritual e fundamental do evangelho. Não se encontra menção de curas no verso 39, por esta razão. Este caso de um leproso, porém, suscitou a compaixão do Senhor, e sua cura não se explica, de maneira nenhuma, por auto-sugestão, nem pelos métodos usados nas curas "pela fé". A lepra da Bíblia varia muito quanto à sua malignidade, algumas dermatites sendo incluídas nesta classificação. Se quiseres (40): compare a expressão semelhante "se tu podes" em Mc 9:22. A Escritura nunca diz que o leproso fosse restaurado, mas purificado. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão (41). "A compaixão de Cristo se expressa por meio daquela mão que nos segura" (Plummer). Depois de experimentar primeiro o poder de Cristo, o homem pôde cumprir as exigências da lei (Lc 14:2-42). A experiência cristã segue esta ordem (Rm 8:1-45). O fato que o homem podia cumprir a lei serviu de testemunho (44) tanto para os sacerdotes como para o povo. Para conservar aquela ordem, o leproso recebeu a rigorosa instrução de guardar silêncio (44). Sua desobediência fez com que o Senhor mudasse, temporariamente, Seu ministério da cidade para o campo (45).


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45

1. O Precurso do Novo Rei (Marcos 1:1-8)

O início do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Como está escrito no profeta Isaías: "Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente, o qual preparará o teu caminho; Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. "João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. E toda a terra da Judéia estava saindo com ele, e todos os habitantes de Jerusalém; e eles estavam sendo batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João andava vestido de pêlos de camelo, e usava um cinto de couro em torno de sua cintura, e sua dieta se de gafanhotos e mel silvestre. E ele estava pregando, e dizendo: "Depois de mim One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de, abaixando-desatar a correia de suas sandálias Eu vos batizei com água; mas Ele vos batizará com o Espírito Santo "(1: 1-8).

Nenhuma narrativa é mais convincente, e nenhuma mensagem mais essencial, do que o evangelho de Jesus Cristo. É a maior história já contada, pois centra-se na melhor pessoa que já andou nesta terra. A história de Seu ministério terreno está perfeitamente gravado em quatro contas-escritas complementares sob a inspiração do Espírito Santo por Mateus, Marcos, Lucas e João. Seus escritos, conhecidos coletivamente como os quatro evangelhos, fornecem um registro factual da vida, morte e ressurreição de Jesus. Mateus e João foram testemunhas oculares apostólicas para os eventos dos quais eles escreveram; Lucas cuidadosamente investigados os detalhes do ministério de nosso Senhor, a fim de produzir o seu testemunho (conforme Lc 1:3-4); e, segundo a tradição da igreja primitiva, Marcos escreveu seu evangelho baseado na pregação do apóstolo Pedro. Embora escrita por homens diferentes, essas quatro contas harmonizam perfeitamente, fornecendo seus leitores com uma compreensão completa-Orbed da pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. (Para uma harmonia integrada dos Evangelhos, ver John Macarthur, One Perfect 5ida . [Nashville: Tomé Nelson, 2012]) Dos quatro evangelistas, somente Marcos usou a palavra do evangelho ( euangelion ) para apresentar sua história do Senhor Jesus. De acordo com seu estilo rápido, staccato, Marcos abre seu relato com uma breve frase introdutória: ". O início do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus"

A palavra evangelho é familiar para nós, frequentemente utilizado para designar os quatro primeiros livros do Novo Testamento. Mas essa não é a forma como os escritores bíblicos empregou o termo, nem é como Marcos usa-lo no verso de seu relato histórico de abertura. No Novo Testamento, o evangelho nunca é uma referência a um livro; ao contrário, ela sempre se refere à mensagem de salvação. Esse é o significado pretendido de Marcos aqui. Sua audiência do primeiro século teria entendido a palavra "evangelho" significa "boas novas" ou "boas novas" da salvação. Mas teve um significado ainda mais específico que teria sido familiar para ambos os povos judeus e gentios, nos tempos antigos.

Judeus do primeiro século teria sido familiarizado com a palavra euangelion de sua ocorrência no-a Septuaginta tradução grega do Antigo Testamento hebraico. Lá ele é usado para falar de vitória militar, triunfo político, ou de resgate física (conforme 1Sm 31:9; 18: 20-27; 2Rs 7:9)

 

Nesses versos, a Septuaginta traduz a palavra hebraica para "uma boa notícia" ( basar ) com formas da palavra grega euangelion. Em Isaías 40, esta "boa notícia" consistiu em mais do que meras notícias da vitória militar ou resgate físico. Abrangeu uma mensagem de vitória final, triunfo e salvamento eterna, tornando-se a melhor notícia possível. Depois de trinta e nove capítulos do julgamento e repreensão, Isaiah concluiu a sua obra-prima profética (nos capítulos 40:66) com promessas de esperança e libertação. Essas promessas proclamou a realidade do futuro reino de Deus e da restauração de seu povo.

Em Is 52:7.), que é novamente traduzido por euangelion na Septuaginta. Significativamente, esta passagem precede extensa discussão de Isaías do Servo Sofredor, o Messias através de quem esta salvação prometida viria (13 23:53-12'>Is. 52: 13 53:12). Quando Marcos afirmou que este foi o evangelho de Jesus Cristo, seu uso da palavra Christos (o equivalente grego do hebraico " Messias ") teria feito essa conexão inevitável nas mentes de quem está familiarizado com a Septuaginta. A palavra do evangelho , que foi associado com o Messias, era uma palavra de entronização e exaltação real; as notícias gloriosas do Rei dos reis que vêm para tomar o Seu trono de direito.

O termo euangelion também teve um significado especial para aqueles que estão fora do judaísmo. Embora em grande parte ignorante da história judaica, do primeiro século romanos teriam entendido da mesma forma o termo para se referir às boas novas de um rei que vem. A inscrição romana que remonta a 9 BC fornece insights sobre como a palavra do evangelho foi entendida em um antigo contexto Gentil. Falando do nascimento de César Augusto, uma porção da inscrição diz:

Considerando que a Providência ... que ordenou a toda a nossa vida, mostrando preocupação e zelo, ordenou a consumação mais perfeita para a vida humana, dando a ele Augustus, preenchendo-o com força para fazer o trabalho de um benfeitor entre os homens, e enviando-lhe, por assim dizer, [como] um salvador para nós e aqueles que virão depois de nós, para fazer a guerra para cessar, para criar ordem em todos os lugares ... e que o nascimento do deus [Augusto] foi o início de o mundo das boas novas que chegaram aos homens por ele ... ( . Inscrip Priene, citado de Gene L. Gree, as cartas aos Tessalonicenses, Pillar New Testament Commentary [Grand Rapids: Eerdmans, 2002], 94)

A inscrição fala de "boas novas" (uma forma de euangelion ) para descrever o nascimento e reinado de César Augusto, um governante a quem os romanos considerado como seu libertador divino. A palavraevangelho funcionou assim como um termo técnico, mesmo na sociedade secular, para se referir à chegada, ascendência, e triunfo de um imperador.

Como esses exemplos de ambas as fontes judaicas e pagãs ilustrar, os leitores do relato de Marcos do primeiro século teria entendido o evangelho para ser um pronunciamento real, declarando que um poderoso monarca tinha chegado ninguém que iria inaugurar uma nova ordem da salvação, a paz e bênção. Sob a inspiração do Espírito Santo, Marcos escolheu essa palavra, a fim de comunicar-tanto de forma eficaz para os judeus e para os gentios, que ele estava apresentando a boa notícia do Rei divino.

Marcos abre seu relato, observando que este é o início de sua declaração real. Tal naturalmente está à frente de seu relato histórico. No entanto, ele também serve como um lembrete de que o que se segue não é o fim da história. A história de Jesus Cristo ainda está sendo escrito. O Rei não foi totalmente tomado seu trono. Um dia, Ele voltará para estabelecer o Seu reino e Ele reinará como o eterno Soberano. O relato de Marcos só começa a contar a história da chegada, ascendência, o estabelecimento, e entronização do novo rei, que é muito mais gloriosa do que todos os outros reis.

Desta forma, o recorde de Marcos da vida do Senhor Jesus abre com uma linguagem que seria um sinal para seus leitores que o mais glorioso Rei chegou-e não é de César. Na verdade, este monarca divino define-se contra todos os outros rivais terrenos incluindo César. Ele é o tema, não só da história de Marcos, mas de toda a história. E qual é o seu nome? Marcos não perde tempo em declarar que Ele é: Jesus Cristo, o Filho de Deus.

O nome de Jesus (em grego, Iesous ) é o seu nome humano. É uma forma grega do nome Josué (hebraico, Yeshua ), que significa "O Senhor é a salvação." Como o anjo explicou a José: "E lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt . 1:21). O termo Cristo não é um nome, mas um título. É a tradução grega da palavra hebraica traduzida como "messias", que significa "ungido". A título real, ele foi usado no Antigo Testamento para se referir aos reis divinamente designado de Israel (conforme 1Sm 2:10 ; 2Sm 22:51) e, finalmente, para o grande libertador escatológico e governante, o Messias (Dan 9: 25-26; conforme Is. 9: 1-7.;. 11: 1-5; Is 61:1). Durante todo o curso de seu ministério terreno, Jesus demonstrou repetidamente a Si mesmo para ser o Rei divino, e Marcos tem o cuidado de apresentar o caso irresistível de seus leitores (conforme 3:11; 5: 7; 9: 7; 13 32:15-39). No primeiro semestre de seu registro do evangelho (capítulos 1:8), Marcos destaca palavras e surpreendentes obras do Senhor. Na segunda metade (capítulos 9:16), ele se concentra sobre a morte e ressurreição de Jesus.Ambas as seções chegar à mesma conclusão inevitável: através de suas palavras, obras, morte e ressurreição, Jesus provou ser o Rei messiânico prometido, o Filho de Deus e Salvador do mundo. A confissão de Pedro articula este tema em linguagem inconfundível: "Tu és o Cristo" (Mc 8:29; conforme Mt 16:16.). Que este majestoso confissão está no meio do livro é certamente por acaso. Ela representa o coração da mensagem de Marcos: o Senhor Jesus é exatamente o que Ele afirmava ser.

Em seu relato do evangelho de Jesus Cristo, Marcos é consumido com a chegada do maior Rei nunca: a Monarch messiânica que irá apresentar Seu glorioso reino da salvação e inaugurar uma nova era para o mundo. Mas o Evangelho de Marcos é apenas o começo da boa notícia, porque a história do reino de Cristo continuará através de toda a história humana e para a eternidade. Marcos introduz o Salvador soberano, olhando para três facetas de sua chegada real: a promessa do novo rei, o profeta do novo rei, e a preeminência do novo rei.


A promessa do novo rei

Como está escrito no profeta Isaías: "Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente, o qual preparará o teu caminho; Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. "(1: 2-3)

Tendo introduzido seu relato como uma proclamação real do Rei divino, Marcos continua sua narrativa através da introdução de precursor do Rei, João Batista. O foco inicial do Marcos on João, em vez de Jesus, pode parecer surpreendente para os leitores modernos. Mas ele está em perfeita consonância com o propósito de Marcos (para apresentar Jesus Cristo como o rei divino) e teria sido esperado por sua audiência do primeiro século. Monarcas terrestres no mundo antigo, invariavelmente, enviou mensageiros oficiais antes deles para preparar o caminho, anunciar a sua vinda, e fazer as pessoas prontas para recebê-los.Assim também, a chegada do Rei divino foi precedida por um arauto real que anunciou claramente a Sua vinda.

A fim de introduzir João Batista, Marcos faz referência a duas profecias do Antigo Testamento-Ml 3:1; Jo 12:14; At 1:20; At 7:42; Rm 3:4; 1Co 1:31; 9:.. 1Co 9:9; 2 Cor 8:. 2Co 8:15; 2Co 9:9; Gl 4:22; He 10:7). O fato de que Marcos não mencionar o nome de Malaquias, mas introduz tanto com a frase "Como está escrito em Isaías, o profeta," não é problemática. Não era incomum naquela época, quando citando vários profetas do Antigo Testamento, para referir-se apenas para o mais proeminente e tuck nos outros. Porque estas duas profecias se encaixam tão perfeitamente e ambas se referem à mesma pessoa, eles podem ter sido frequentemente utilizadas em conjunto pelos primeiros cristãos. Os outros evangelistas também aplicou essas passagens do Antigo Testamento com João (conforme Mt 3:1; Mt 11:10; Lucas 3:4-6; Lc 7:27; Jo 1:23).

O apelo de Marcos para a antiga profetas hebreus é um passo importante, demonstrando que a chegada do Rei não era um plano secundário ou uma reflexão tardia. Este foi o plano que Deus tinha vindo a trabalhar desde a eternidade passada. De acordo com esse plano, os antigos profetas tinham previsto a vinda de centenas precursor do Rei de anos antes de ele nascer. Marcos começa fazendo referência Ml 3:1; Lc 7:27).

Tal como acontece com muitas passagens do livro de Isaías, as profecias de Isaías 40 (incluindo o versículo
3) antecipou tanto a curto prazo, cumprimento parcial e um longo prazo, o cumprimento integral.No curto prazo, as palavras de Isaías 40 prometeu aos judeus do cativeiro babilônico que fariam um dia voltar para Israel. Deus iria levá-los de volta à sua terra natal depois de sete décadas de escravidão, fazendo um caminho reto de libertação para eles. Quando eles chegaram, o Senhor estaria com eles (conforme Is. 40: 9-11). Mas a profecia de Isaías foi além do cativeiro babilônico-uma vez que nem tudo o que Isaías profetizou se cumpriu durante o retorno dos judeus para Israel no século VI AC No sentido de longo prazo, a profecia de Isaías apontou para a vinda do Rei messiânico, e ao que que precederia Ele como Seu precursor.

Tudo isso foi prometido no Antigo Testamento. Marcos destaca essas promessas, porque ele sabe que irá ressoar com seus leitores, sejam judeus ou gentios. Chegada-estar do Rei devidamente precedida por um arauto real-foi prometido por Deus através dos profetas hebreus em séculos passados. Mas há um aspecto adicional a essas profecias do Antigo Testamento que não deve ser negligenciado. Eles não apenas descrever o precursor do Messias, eles também revelam o caráter divino do próprio Messias.

O texto completo do Ml 3:1). Marcos, é claro, referências apenas a primeira parte de Ml 3:1, encontramos as palavras do Pai: "Tu és o meu Filho amado, em Ti eu sou bem satisfeito."

O mundo nunca tinha visto um rei assim. O Deus do universo irrompeu na história para prover a salvação, a bênção ea paz. Sua chegada havia sido prometido desde há muito tempo. Ele foi precedido por um arauto real que proclamou Sua vinda. O nome do rei é Jesus, e Ele é o Cristo, o Filho de Deus.


O Profeta do New Rei

João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. E toda a terra da Judéia estava saindo com ele, e todos os habitantes de Jerusalém;e eles estavam sendo batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João andava vestido de pêlos de camelo, e usava um cinto de couro em torno de sua cintura, e sua dieta se de gafanhotos e mel silvestre. (1: 4-6)

Depois de fazer referência a profecia do Antigo Testamento sobre o precursor do Messias, Marcos continua afirmando o seu nome: . João Batista O nome João era comum no primeiro século Israel. Significa "o Senhor é bom" e é o equivalente grego do nome hebraico "Joanã" (conforme 2Rs 25:23; 1Cr 3:15; Jr 40:8). Ele tinha, de fato, cresceu no deserto (conforme Lc 1:80) e é aí que ele pregou e ministrou, longe da agitação das cidades.

deserto teve grande significado na história judaica; era um lembrete constante do êxodo do Egito e entrada na Terra Prometida. Esse significado não teria sido facilmente esquecido por aqueles que viajaram para ouvir de João pregação e testemunhar o seu ministério de batismo. Como William Lane explica:

A convocação para ser batizado no rio Jordão significava que Israel deve vir mais uma vez para o deserto. Como Israel há muito tempo havia se separado do Egito por uma peregrinação através das águas do Mar Vermelho, a nação é exortado novamente para experimentar a separação; as pessoas são chamadas a um segundo êxodo, em preparação para um novo pacto com Deus ... Como o povo ouvir o convite de João e sair com ele no deserto muito mais está envolvido de contrição e confissão. Eles voltam para um lugar de julgamento, o deserto, onde o estado de Israel como filho amado de Deus deve ser restabelecida na troca de orgulho para a humildade. A vontade de voltar para o deserto significa o reconhecimento da história de Israel como um de desobediência e rebeldia, e um desejo de começar mais uma vez. ( O Evangelho segundo Marcos, Novo Comentário Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Zondervan, 1974], 50-51)

O ministério de João centrada na pregação de um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Como observado anteriormente, nos tempos antigos, o enviado do rei chegando iria antes dele, removendo todos os obstáculos no caminho e ter certeza que as pessoas estavam prontas para receber o rei. Mas como foram as pessoas para se preparar para a chegada do Rei messiânico? Eles precisavam abandonar os seus pecados e receber o perdão de Deus. A fim de demonstrar seu arrependimento, João chamou para ser batizado.

De João batismo foi um ato de uma única vez, distinguindo-a de outras lavagens judeus rituais. Na prática judaica, o paralelo mais próximo de batismo de João era a lavagem de uma única vez de prosélitos gentios, um ritual que simbolizava tanto sua rejeição do paganismo e sua aceitação da verdadeira fé. A cerimônia foi a marca de uma pessoa de fora de tornar-se uma parte do povo escolhido de Deus. Para um prosélito Gentil para ser batizado era nada de extraordinário. Mas o chamado de João para os judeus, para ser batizado era radical. Em essência, é necessário que eles vejam a si mesmos como pessoas de fora que tem que reconhecer que eles não eram mais apto para o reino do Messias do que os gentios. O batismo de João confrontou diretamente a hipocrisia religiosa que permeou judaísmo do primeiro século. Ele desafiou os seus ouvintes a considerar a realidade que nem ser um descendente físico de Abraão, nem um observador meticuloso das leis farisaicas foram motivos suficientes que permitam ganhar o ingresso para o reino de Deus.

Em vez disso, o que era necessário era uma mudança interna da pessoa coração, mente e vontade. A palavra arrependimento ( metanoia ) implica uma verdadeira viragem do pecado e si a Deus (conforme 1Ts 1:9;. 2Tm 2:25). A fruta (ou posterior comprovação) de que a transformação interna é visto no comportamento alterado. Como João Batista disse as multidões ", pois, frutos dignos de arrependimento, e não começar a dizer a si mesmos: 'Temos por pai a Abraão," pois eu vos digo que até destas pedras Deus é capaz de levantar-se filhos de Abraão "(Lc 3:8.).

Uma evidência inicial de que a transformação do coração genuíno era uma vontade de ser batizado. Aqueles cujo orgulho justo auto-permaneceu nunca iria passar por uma tal público, humilhando ato. Mas aqueles cujas mentes tinha realmente virou-se para abandonar o seu pecado e orgulho ansiosamente declaram-se não melhor do que os gentios-pecadores que reconheceram sua indignidade e sua necessidade de caminhar justamente diante de Deus. Assim, o batismo marcou a profissão exterior de arrependimento interior; não gerar arrependimento, mas foi o seu resultado (Mat. 3: 7-8). Além disso, o ato debatismo não produziu o perdão dos pecados , mas serviu como um símbolo externo do fato de que, por meio da fé e arrependimento, os pecadores são graciosamente perdoados por Deus (conforme Lc 24:47; At 3:19; At 5:31).. Embora o ministério do batismo de João precedeu o batismo cristão (conforme Atos 19:3-4), que desempenhou um papel vital na preparação das pessoas para a chegada do Messias.Como o apóstolo Paulo explicou muitos anos mais tarde, "João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus" (At 19:4). Sermões inflamados de João levou o povo para resolver os seus pecados, como eles consideravam a possibilidade de ser excluído do reino de Deus. Antes que eles pudessem ouvir as boas novas da salvação, eles precisavam ser confrontados com as más notícias a respeito de sua própria maldade. Somente mediante a fé genuína e arrependimento poderia seus pecados sejam perdoados.

Nenhum judeu do primeiro século queria ficar de fora do reino messiânico. E assim o povo de Israel se reuniram a partir das cidades para o deserto, a fim de ouvir a partir desta acidentada, profeta contracultural. Como explica Marcos, toda a terra da Judéia estava saindo com ele, e todos os habitantes de Jerusalém; e eles estavam sendo batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. Nas palavras de um comentarista:

Ao fazer a peregrinação à Jordânia, aqueles que acreditavam que a mensagem de João mostrou que eles queriam ser visivelmente separados daqueles sob julgamento quando o Senhor veio. Eles queriam ser membros da futura purificada Israel. O batismo de Submetidos João ajudou a antecipar que eles não eram apenas povo pactuado de Deus, mas que iriam permanecer nesse pacto depois de Deus lançou os outros de fora. A fim de ter a certeza de que seriam incluídos no futuro perdoado Israel cuja iniquidade seria removido, eles precisavam se arrepender e pedir perdão pessoal agora. (Marcos Horne, O Victory De acordo com Marcos [Moscow, ID: Canon Press, 2003], 27)

Multidões de Jerusalém, Jericó, e toda a terra da Judéia veio ouvir João, para confessar os seus pecados, e para ser batizado por ele. Por confessando os seus pecados, as pessoas concordaram com Deus que tinha quebrado a lei e precisava ser perdoado. Mas, no final, este renascimento mostrou-se, em grande parte superficial. Infelizmente, a nação que se reuniram para João, no auge de sua popularidade viria a rejeitar o Messias a quem todo o seu ministério apontou.

O território da Judéia era a mais meridional divisão de Israel do primeiro século, com Samaria e da Galiléia, ao norte. Ele incluiu a cidade de Jerusalém e se estendia do Mar Mediterrâneo, a oeste com o rio Jordão, a leste, e de Bethel, no norte de Beersheba, no sul. O rio Jordão é ainda maior rio de Israel, que flui a partir do Mar da Galiléia para o sul para o Mar Morto. A tradição sugere que João começou seu ministério de batismo nos vaus na altura de Jericó.

Tendo descrito a natureza do ministério de João (em vv. 4-5), Marcos continua no versículo 6, descrevendo o próprio João. O Novo Testamento registra muitas histórias maravilhosas sobre João Batista-desde a sua concepção sobrenatural por pais idosos, ao seu ser cheio do Espírito Santo, enquanto no ventre de sua mãe, para o fato de que Jesus o chamou de o maior homem que tinha vivido até aquele tempo. Mas Marcos deixa de fora esses detalhes. Na verdade, sua descrição de João é curto e direto ao ponto: João andava vestido de pêlos de camelo, e usava um cinto de couro em torno de sua cintura, e sua dieta era gafanhotos e mel silvestre (1: 6). Descrição física de João se encaixa um homem que viveu no deserto, onde a moda de vestuário foram ignorados para a durabilidade, e onde gafanhotos e mel silvestredesde sustento viável.

Mas há mais aqui do que uma declaração superficial sobre guarda-roupa e hábitos alimentares de João. Um vestido de pelo feito de pêlos de camelo, cingidos ao redor da cintura por um áspero cinto de couro, teria designado João como profeta. Na verdade, o profeta Elias se vestia roupa similar. Em 2Rs 1:8, grifo do autor)

Jesus reiterou a conexão entre Elias e João em Mateus 11:12-14. Lá Ele disse as multidões que O seguiam ", desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus sofre violência, e os violentos tomá-lo pela força. Porque todos os profetas ea lei profetizaram até João. E se você estiver disposto a aceitá-lo, o próprio João é o Elias que havia de vir "(conforme Ml 4:5.

Dieta de João incluído gafanhotos, que a lei mosaica permitidos os israelitas para comer (Lv 11:22). Locusts desde uma boa fonte de proteínas e pode ser preparado em uma variedade de maneiras. Uma vez que as asas e pernas foram removidas, o corpo pode ser assado, cozido, seco, e até mesmo moído e cozido em pão. mel selvagem foi também disponíveis (conforme Jz. 14: 8-9; 1Sm 14:25), e fornecida uma contraparte doce para gafanhotos. Simples dieta de João estava de acordo com o seu estatuto como um Nazireu ao longo da vida (conforme Lc 1:15).

Mesmo pequena descrição de Marcos de João é suficiente para indicar que ele deve ter sido uma figura chocante para aqueles que o viram. Ele afirmava ser um mensageiro de Deus, mas o seu estilo de vida era radicalmente diferente do que os outros líderes religiosos do judaísmo do primeiro século. Esses líderes (os saduceus e fariseus) foram refinado, bem-vestido, e sofisticado. João claramente não se preocupam com confortos mundanos e ainda fez um ponto de recusar-los. Sua roupa austera, dieta e estilo de vida eram em si mesmos uma repreensão da elite religiosa de Israel, que o espectáculo de a pompa e circunstância de suas posições privilegiadas. Ele confrontou as pessoas comuns também, já que muitos deles admirava as vantagens mundanas de seus líderes. Significativamente, João não chamar as pessoas para viver ou se vestir como ele fez. Seu objetivo não era para transformá-los em recluses sociais ou ascetas. No entanto, sua aparência física serviu como um lembrete dramático que os prazeres e atividades deste mundo podem ser obstáculos que impedem as pessoas de rejeitar o seu pecado e voltar-se para Deus.


A preeminência do New Rei

E ele estava pregando, e dizendo: "Depois de mim One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de, abaixando-desatar a correia de suas sandálias. Eu vos batizei com água; mas Ele vos batizará com o Espírito Santo "(1: 7-8).

A soma do ministério de João é articulado nestes dois versículos. Todo o propósito por trás de sua pregação (literalmente, proclamando) era apontar seus ouvintes para o One que estava vindo atrás dele.Isso é o que significa ser o precursor, o arauto que dirigiu a atenção de todos longe de si mesmo e para com o próximo rei. Como João explicou mais tarde aos seus discípulos: "Convém que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30). Ele corretamente entendida e abraçou seu papel como mensageiro do Messias.

Assim, ele disse às multidões, "Depois de me One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de, abaixando-desatar a correia de suas sandálias." O Greek inclui um artigo definido, indicando que João estava falando sobre One que estava por vir. O ministério de João não tenha precedido apenas qualquer rei ou monarca. Antes, ele estava apontando para o rei divino cuja vinda foi predito pelos profetas do Antigo Testamento. João prontamente reconheceu que esta vinda Rei era mais poderoso do que ele. O Messias seria maior em todos os aspectos, tanto assim que João não se considerava mesmo estando apto a se abaixar e desatar a correia de suas sandálias. Desvinculação sandálias de mestrado e cuidando dos seus pés empoeirados foi uma tarefa realizada pelo menor de escravos. O argumento de João, então, foi a de que ele não se considerava digno de ser ainda o menor escravo de um rei tão infinitamente exaltado.

João continuou a distanciar-se de Cristo, observando a diferença imensurável entre os dois ministérios: "Eu vos batizei com água; mas Ele vos batizará com o Espírito Santo. " É como se João está dizendo: "Tudo o que posso fazer é lavá-lo do lado de fora com a água. . Mas Ele pode transformar e purificar-vos no interior "Ser batizado com o Espírito Santo refere-se ao trabalho de regeneração da salvação (conforme Ez 36:24-27.; João 3:5-6). Esta não é uma referência a uma experiência postconversion extático, como alguns carismáticos contemporâneos afirmam. Pelo contrário, é a lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que ocorre no momento da salvação (At 1:5; 1Co 12:13; Tito 3:5-7.). Esta é a purificação da nova aliança, e a transformação do novo nascimento.

No Cenáculo, o Senhor Jesus prometeu enviar o Espírito Santo aos seus discípulos como "outro Consolador, para que fique convosco para sempre; que é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós "(João 14:16-17). Essa promessa foi inicialmente cumprida no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4).Desde essa altura, todo o crente experimenta a presença interior do Espírito Santo, que começa no momento da salvação (conforme 1Co 6:19).

Declaração de João sobre o Espírito Santo deve ter emocionado o coração dos judeus fiéis que o ouviram pregar. De acordo com as promessas do Antigo Testamento, que esperavam para o dia em que Deus iria "derramar [Suas] Espírito sobre toda a humanidade" (Jl 2:28), quando Ele "espalharei água pura sobre [eles]", e "dar [a eles] um coração novo e porei um espírito novo dentro [eles]" (Ez. 36: 25-26).Naquele dia, os seus corações seriam finalmente batizado no próprio poder e pessoa do próprio Deus (conforme Jr 31:33.). Este poder sobrenatural distingue o ministério do novo rei de qualquer outro. João não foi capaz de dar o Espírito Santo. Só Deus pode fazer isso. E o Rei vindouro é Deus em carne humana, e Ele vos batizará pecadores com o poder salvador de trabalho regenerativo do Espírito.

A mensagem de João resume o coração do evangelho, trazendo-nos de volta à utilização de Marcos do termo no versículo 1. O evangelho é notícia-os bons boas novas de um novo rei, que está trazendo um novo reino. O novo rei é o Messias esperado. Ele é o próprio Deus. O seu reino é um reino de perdão, bênção e salvação. Ele vem para aqueles que se arrependem. E aqueles que serão batizados com o Espírito Santo. Este evangelho é o ponto culminante de toda a história redentora passado e a porta para toda glória futura. E João Batista, o arauto fiel e precursor, tinha chegado a anunciar a sua chegada.

2. O significado do batismo de Jesus (Marcos 1:9-11)

Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. Imediatamente, quando saía da água, viu os céus de abertura, e do Espírito, como uma pomba descendo sobre Ele; e uma voz vinda dos céus: "Tu és o meu Filho amado, em Ti eu sou bem satisfeito." (1: 9-11)

Desde o primeiro verso, o evangelho de Marcos declara-se para ser um anúncio jubiloso do Rei divino: Jesus Cristo, o Filho de Deus. A palavra do evangelho ( euangelion ), no seu contexto do primeiro século, significou a adesão de um rei para o seu trono (1: 1). Marcos está escrevendo sobre grande Rei de Deus, o Soberano cuja vinda sinalizou o início de uma nova era para o mundo. Porque ele estava escrevendo para um público romano, Marcos intencionalmente destaque detalhes que ele sabia que iria demonstrar a soberania imperial de Cristo na mente dos seus leitores gentios. Ele começou com o precursor do Rei, João Batista (1: 2-8). O Rei messiânico, como qualquer monarca legítimo no mundo antigo, foi precedida por um arauto real que proclamou Sua vinda e preparou o caminho para a Sua chegada. Como o precursor profético, o ministério da preparação de João foi caracterizado por pregar o arrependimento e apontando seus ouvintes ao Rei vindouro.

Nesta seção (1: 9-11), Marcos continua a enfatizar a realeza divina de Cristo. Mas o foco muda de antecipação da data de chegada, como parece o Rei em cena para começar Seu ministério público. De acordo com o seu tema, Marcos apresenta o batismo de Jesus como uma cerimônia de coroação real, em que a autoridade do rei messiânico é afirmado pelo próprio céu.
Foi provavelmente um dia de verão no ano AD 26, quando, para surpresa de João, Jesus estava entre as multidões que tinham vindo para ser batizado. Como explica Marcos, Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. A frase naqueles dias refere-se a um ponto não especificado durante o ministério de João (conforme vv. 4-8). João provavelmente estava pregando antes do batismo de Jesus por seis meses ou mais.

Relatado por todos os quatro Evangelhos (13 40:3-17'>Mateus 3:13-17; Lc. 3: 21-22; João 1:29-34), este é o único encontro entre Jesus e João registrado no Novo Testamento. Embora eles foram relacionados e mais tarde se contactaram através de seus discípulos (conforme Mt 11:2). De acordo com Lc 3:23, Ele tinha cerca de 30 anos de idade, quando Ele veio de Nazaré, na Galiléia , para ser batizado e começar Seu ministério.

Por razões de sua audiência não-judeu, Marcos explica que a pequena aldeia de Nazaré foi localizado na região da Galiléia área —um grande parte habitada por gentios. ( Nazaré era tão obscura que não é sequer mencionado na antiga literatura judaica do primeiro século.) Galiléia tinha sido conquistada pelos israelitas durante o tempo de Josué e fazia parte do reino do norte de Israel, nos dias do reino dividido . Mas, quando o reino do norte caiu para a Assíria (em 722 AC ), os assírios os israelitas deportados e muitos gentios veio morar na região. Consequentemente, os judeus da Judéia viram Galiléia, e até mesmo os seus irmãos judeus que viviam ali, com um certo nível de desdém. De acordo com Jo 7:41, muitos encontraram impensável que o Messias poderia sair da Galiléia. Indignado, eles perguntaram: "Certamente, o Cristo não virá da Galiléia, é Ele?" A pergunta deles traiu uma ignorância da profecia do Antigo Testamento. Em Isaías 9:1-2, o profeta disse sobre o Messias:

"Mas não haverá mais tristeza para ela que estava na angústia; em épocas anteriores Ele tratou a terra de Zabulon ea terra de Neftali com desprezo, mas mais tarde virá o glorioso o caminho do mar, do outro lado do Jordão, a Galiléia dos gentios.

 

As pessoas que andam em trevas
Vai ver uma grande luz;
Aqueles que vivem em uma terra escura,
A luz brilhará sobre eles. "

Claramente, era o plano de Deus o tempo todo que o Messias, embora nascido em Belém da Judéia (conforme Mq 5:2), mas a localização exata da cidade que é debatido.

Marcos já identificou João como João Batista (v. 4), um nome que diretamente associada a ele com sua prática exclusiva de batizar judeus. Embora os rituais do judaísmo incluiu várias lavagens cerimoniais, batismo (por imersão completa em água) não era uma parte normal da prática religiosa judaica. O paralelo mais próximo foi Gentil prosélito batismo-in que os gentios convertidos ao Judaísmo foram lavados para significar a sua entrada no judaísmo. Para João para chamar os judeus de ser batizado, de uma forma projetada para os gentios, foi chocante e original. Para confessar que não eram melhores do que os gentios era, para muitos judeus, indignas e ofensivas. Se o batismo era desagradável para os pecadores hipócritas em público de João, quanto mais censurável deve ter parecido para o Messias-se a buscar o batismo. O batismo de João era um sinal de arrependimento, projetado para pecadores como uma declaração de que haviam abandonado seus maus caminhos e se voltou para Deus. Mas Jesus era o Filho de Deus sem pecado. Por que ele precisaria ser batizado?

João, sem dúvida, sabia tudo sobre Jesus, depois de ter aprendido sobre o Messias de seus pais, Zacarias e Isabel. Desde o nascimento, João entendeu que ele era para ser o precursor do Messias. Ele também sabia que Jesus, o filho de Maria, era o Filho de Deus, o Salvador prometido de Israel. No entanto, parece que João nunca conheceu pessoalmente Jesus. Os pais de João, que eram idosos quando ele nasceu, provavelmente morreu quando era relativamente jovem. O próprio João cresceu no deserto da Judéia (Lc 1:80), enquanto Jesus passou sua infância em uma aldeia da Galiléia obscura. E, apesar de João, quando ainda era um bebê no ventre de sua mãe, "saltou de alegria", quando na presença de Cristo por nascer (Lc 1:44 ESV), não há nenhuma indicação na Escritura que João e Jesus já conheci antes do batismo de Jesus . Esta conclusão é reforçada pela observação de João Batista em Jo 1:33. Falando de Jesus, João explicou: "Eu não o reconheceu, porém, que me enviou a batizar em água disse-me: 'Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Espírito. "A palavra reconhecer ( oida ) significa "saber com os olhos", sugerindo que João nunca tinha visto Jesus antes, ou pelo menos não em um tempo muito longo. Consequentemente, João não reconheceu Jesus, porque ele não sabia o que ele era.

Mas uma vez que o momento inicial de desconhecimento passou-and João de repente percebi que este homem estava em pé diante dele, tudo o que sabia sobre o Messias inundada em sua mente. Este era o Cordeiro de Deus sem pecado (Jo 1:29). Sua vida necessária nenhuma confissão ou arrependimento. Ele não precisava de conversão ou de transformação. Então, por que Ele vem para ser batizado?

Reconhecendo a incongruência óbvio, João respondeu a Jesus no caminho que poderíamos esperar. De acordo com Mt 3:14, "João tentava dissuadi-lo, dizendo: 'Eu tenho necessidade de ser batizado por ti, e tu vens a mim?" A frase "tentou impedir que" representa um único verbo grego ( diekōluen ) . O imperfeito indica que João era continuamente tentando impedir Jesus, enfatizando como inadequado parecia para o Senhor para receber um batismo projetado para os pecadores. Ao invés de batizando Jesus, João procurou ser batizado por ele. Para João, que parecia mais de remodelação desde que Jesus era o pecado messiânica Rei e João foi, mas seu pecado, humilde servo (conforme Mc 1:7, quando João "viu muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao batismo, disse-lhes:" Raça de víboras, quem vos ensina a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. "" Quando os líderes religiosos judeus chegaram, João confrontado publicamente sua hipocrisia farisaica e ordenou-lhes que se arrepender. Ele se recusou a batizá-los por conta de seu orgulho, duplicidade e impenitência. Quando Jesus veio, a reação de João foi totalmente diferente. Sua relutância para batizar Jesus provindo de sua percepção de que Jesus não tinha pecado. Se alguém não precisava ser batizado, com certeza que era ele.

De uma perspectiva cristológica, falta de vontade de João para batizar Jesus ressalta uma verdade teológica fundamental sobre o caráter de Cristo. É uma das maiores afirmações da impecabilidade de Cristo encontrado nos Evangelhos. João sabia que Jesus era santa, imaculada, sem mácula, e sem pecado (conforme He 4:15). É por isso que ele hesitou em batizá-lo. O batismo de João era um batismo para os pecadores, e Jesus não estava nessa categoria. Assim, mesmo em sua relutância em batizar Jesus, João cumpriu o papel de um arauto prestando testemunho à perfeição do divino Rei messiânico.

Assim, para que Proposito que Jesus veio para ser batizado? A resposta a essa questão tem sido objecto de muita especulação e conjectura. Mas não precisa ser. Uma comparação entre os quatro evangelhos revela que Jesus veio para ser batizado por duas razões: em primeiro lugar, para cumprir toda a justiça e, segundo, para autenticar divinamente Seu ministério.


Para cumprir toda a justiça

De acordo com Mt 3:15, Jesus respondeu a João com estas palavras: "Deixa neste momento; para, desta forma, é nos convém cumprir toda a justiça. "Jesus não negou a avaliação de João de Sua perfeição sem pecado. Em vez disso, ele explicou que o que parecia inadequado foi, de fato, necessário nesta ocasião especial ("neste momento"). O Senhor entendeu que a relutância de João foi motivada por reverência humilde e profunda lealdade. Assim, Ele não repreendeu João por sua reticência. Ao contrário, Ele pediu a João que se entregue a Ele, confiando que o que Ele estava pedindo era de acordo com o plano perfeito de Deus.

Jesus respondeu acusações de João, explicando que Seu batismo era necessário e adequado, para que Ele possa cumprir todos os requisitos justos de Deus. Foi a vontade de Deus por João para batizar o povo (conforme Jo 1:33). Porque Jesus perfeitamente submetida à vontade de Deus em tudo, convinha que aquele também para receber o batismo de João. Obediência de Jesus foi abrangente e completa-Viveu em perfeito alinhamento com a vontade de Seu Pai celeste (conforme Jo 5:30). Ele cumpriu os requisitos de Deus perfeitamente em todos os aspectos, mas porque Deus tinha autorizado o batismo de João, Jesus lhe é submetido.

Além disso, através do Seu batismo, Jesus se identificou com os pecadores Ele veio salvar. Ele cumpriu toda a justiça, não só através da Sua vida de perfeita obediência, mas também através da Sua morte substitutiva na cruz, em que Deus "fez Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus Ele "(2Co 5:21). O preceito da lei de Deus era a morte como um pagamento pelo pecado. A morte de Cristo pagou essa dívida na íntegra (Cl 2:14). Séculos antes, o profeta Isaías declarou que o Messias seria "contado com os transgressores; mas Ele mesmo carregou o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu "(Is 53:12;. conforme 1Pe 3:18). No primeiro ato de seu ministério, aquele que não tinha pecado se identificou publicamente com aqueles que não tinham justiça. O Cordeiro imaculado submetidos a um batismo projetado para os pecadores, um prenúncio do fato de que em breve submeter-se a uma morte merecida por pecadores.

Simbolicamente, o batismo de Jesus olhou para a frente para a cruz, assim como o batismo cristão agora parece voltar a ele. Como o Senhor disse aos discípulos em Lc 12:50: "Eu tenho um batismo de sofrer, e como me angustio até que seja cumprida!" Em outra ocasião, Ele disse a Tiago e João, "Você não sabe o que você é pedindo. Você é capaz de beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? "(Mc 10:38). Sendo rebaixada para a água e, em seguida, subir novamente retratado Sua morte e ressurreição. Ele estava imerso no rio da morte, a fim de levar os pecados daqueles que cressem nEle.

Assim, era adequada para ele, para ser batizado, a fim de que pudesse cumprir toda a justiça, tanto como um ato de obediência à vontade do Pai e como uma maneira de se identificar com os pecadores para quem ele iria morrer como um substituto justo.


Para autenticar Divinely Seu Ministério

Imediatamente, quando saía da água, viu os céus de abertura, e do Espírito, como uma pomba descendo sobre Ele; e uma voz vinda dos céus: "Tu és o meu Filho amado, em Ti eu sou bem satisfeito." (1: 10-11)

Marcos não incluem o diálogo gravado por Mateus, que teve lugar entre Jesus e João. Em vez disso, Marcos enfoca o evento espetacular que imediatamente seguiu o batismo de Jesus: a coroação divina do Rei messiânico. Em sintonia com o estilo de ritmo acelerado de seu evangelho, Marcos emprega o advérbio euthus (que significa imediatamente ou "imediamente") mais do que os outros escritores três evangelho usando combinada-lo onze vezes no primeiro capítulo sozinho (1: 3 [onde é traduzido como "straight"], 10, 12, 18, ​​20, 21, 28, 29, 30, 42, 43).

Quando Jesus estava chegando para fora da água, enquanto Ele estava orando (conforme Lc 3:21), uma cena dramática imediatamente começou a se desenrolar. Este majestoso, cena trinitária pode ser melhor descrito como comissionamento real do Messias, um evento glorioso, que englobava coroação oficial tanto de Jesus e com a inauguração divina de Seu ministério público. A cerimônia régio incluiu dois elementos-visivelmente, o Filho foi ungido pelo Espírito Santo; audível, Ele foi afirmado por Seu Pai celestial. O famoso pregador britânico do século XIX, Charles Spurgeon resumiu o significado deste evento com estas palavras:

Tente imaginar a vós mesmos a cena que o nosso texto descreve ... Como Jesus vem para fora da água, o Espírito de Deus desce sobre Ele em forma uma aparência-in visível como uma pomba-repousa sobre ele. João diz que "repousar sobre ele," como se o Espírito foi desde então a ser seu companheiro constante e, na verdade, era assim. Ao mesmo tempo que a pomba desceu e iluminado em Cristo, ouviu-se uma voz do céu, dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." Esta era a voz de Deus, o Pai-Ele fez não se revela em forma corpórea, mas pronunciou palavras maravilhosas como ouvidos mortais nunca tinha ouvido! O Pai revelou não para os olhos, como o Espírito fez, mas para os ouvidos e-as palavras que Ele falou indicou claramente que era Deus, o Pai dar testemunho de Seu Filho amado. Assim que a entrada de Cristo em Seu ministério público na terra foi a oportunidade escolhida para a manifestação pública da união íntima entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo! (Charles Spurgeon, "Lições do Batismo de Cristo," sermão 3298, 4 de março de 1866)
A coroação do Messias era distintamente trinitária; Ainda não foi aberto à opinião pública. Quando Jesus olhou para cima, viu os céus se abrem. Mas esta não era uma visão particular dada somente a Ele. João Batista, presumivelmente, entre muitos outros espectadores, desde o testemunho ocular à realidade desses eventos gloriosos (Jo 1:32).

A descrição de Marcos da O Open Sky divisão é, compreensivelmente, dramático. Sua palavra para aberto é uma forma de Schizo ("rasgar, rasgar"), o mesmo verbo que mais tarde usado para descrever o rasgar do véu no templo depois da morte de Jesus (Mc 15:38). A imagem é uma reminiscência de Is 64:1). O Filho de Deus assumiu a carne humana, humildemente submetendo-se a vontade do Pai e do poder do Espírito Santo (conforme Jo 4:34). Em cada ponto importante do ministério de Jesus, o Espírito foi ativamente no trabalho: Seu nascimento (Lc 1:35), Seu batismo (Mc 1:10), Sua tentação (Mc 1:12), Seu ministério (Lc 4:14 ), Seus milagres (Mt 12:28; At 10:38), sua morte (He 9:14), e Sua ressurreição (Rm 1:1). Em todos os pontos e em todos os sentidos, Jesus Cristo foi perfeitamente cheio do Espírito Santo. Ele nunca resistiu, entristecido, ou extinguido o Espírito, mas sempre operou sob total controle do Espírito, andando em perfeita obediência à vontade do Pai.

Unção de Jesus com o Espírito Santo era fundamentalmente única. O Espírito desceu sobre Ele para capacitá-lo para o ministério; a descida do Espírito era também um sinal visível a João Batista e todos os outros na multidão que assistia que Jesus realmente era o Ungido cuja vinda havia sido prevista pelos profetas. Aqui, finalmente, foi a tão esperada Rei, o Filho de Deus-o ministério de João Aquele a quem apontou.
A descida visível do Espírito Santo foi acompanhada pela afirmação audível do Pai: e uma voz vinda dos céus: "Tu és o meu Filho amado, em ti me agrado" (01:11). Cada membro da Trindade era simultaneamente presentes no batismo de Jesus. O Filho em Sua humanidade fisicamente em pé na água, o Espírito visivelmente descendo sobre Ele, e que o Pai no céu de forma audível expressando a sua aprovação. Em pelo menos duas outras ocasiões, o Pai seria igualmente confirmam a pessoa e obra de Seu Filho, na transfiguração (Mt 17:5). No batismo de Jesus, elogio superlativo do Pai ressaltou a gloriosa verdade sobre a perfeição absoluta do Filho.

Havia muitos que testemunharam o ministério de Cristo, anjos, João Batista, seus seguidores. Mas o testemunho do Pai foi o mais importante de tudo (conforme Jo 5:32; Jo 8:18). E qual foi o testemunho do Pai?"Você é o meu Filho amado, em Ti eu sou bem satisfeito." Nenhum profeta nunca tinha sido dito que. Profetas poderia ser chamado de amigos de Deus (Jc 2:23), servos de Deus (Dt 34:5.). Mas nenhum profeta jamais foi chamado Filho de Deus. No entanto, mais de cinqüenta vezes nos relatos evangélicos, Jesus Cristo é chamado o Filho de Deus. Nesta ocasião, o testemunho veio do próprio Pai. Suas palavras são uma reminiscência do Sl 2:7).. Mesmo título de Pai de Deus é uma referência à sua relação essencial com Jesus Cristo, o Filho (Mt 11:27; João 5:17-18.; 10: 29-33; 14: 6-11; 17: 1-5; Rm 15:6 explica, até os seus inimigos sabiam que Jesus "foi que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus."

Não só é o Filho igual em essência com Deus, mas Ele também é amado por Deus. Do ponto de vista do Pai, Ele é o meu Filho, o único que leva esse privilégio eterna. Ele é exclusivamente o objeto de maior afeição do Pai (conforme Jo 5:20), de uma forma que é compartilhado com nenhum outro como Ele. Amados ( agapetos ) expressa a relação infinitamente profunda e eternamente profunda apreciado pelo Pai com o Filho . Embora a mesma palavra é usada de amor do Pai para os crentes (Rm 1:7), o Pai, é eterna e completamente bem satisfeito com Ele (conforme Is 42:1). Em Israel do Antigo Testamento, um sacrifício aceitável a Deus tinha que ser sem mancha nem mácula (conforme Ex 12:5). Na cruz, a justiça de Deus estava totalmente satisfeito com o puro sacrifício do Filho. Assim, o Pai estava bem satisfeito com o Filho, tanto em sua vida e em sua morte.

No maior testemunho da perfeição sem pecado de Jesus Cristo jamais poderia ser dada. A autenticação final do Filho veio a afirmação verbal do Pai acompanhada pela manifestação visível do Espírito. Tal constitui a inauguração divina do novo rei-Deus sem pecado, o Filho amado de que foi ungido e pelo poder do Espírito Santo para salvar os pecadores e estabelecer Seu reino. Esta é a coroação do Messias, uma cerimônia em que toda a Trindade estava envolvido.

Mais tarde, no ministério de Jesus, quando os líderes religiosos lhe perguntou: "Com que autoridade fazes estas coisas, ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas?" (Mc 11:28), Jesus respondeu, apontando-os para o batismo :

E Jesus disse-lhes: "Eu vou te fazer uma pergunta, e você me responda, e então eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João era do céu ou dos homens? Responde-me. "Eles começaram a se entre si, dizendo:" Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: "Então por que você não acredita nele?" Mas vamos dizer, 'Dos homens'? "— Eles estavam com medo do povo, para que todos considerados João ter sido um profeta real. Respondendo Jesus, eles disseram: "Nós não sabemos." E Jesus disse-lhes: "Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas." (Vv. 29-33)
Porque eles não estavam dispostos a reconhecer a legitimidade do ministério, e batizando, por extensão, João Jesus próprio batismo, o Senhor não tinha mais nada a dizer a eles. Se eles não iriam reconhecer a Sua coroação, a discussão acabou antes mesmo de começar. Em essência, Jesus estava dizendo: "Se você se recusa a admitir que João era um profeta de Deus, então você não vai reconhecer a realidade do que ocorreu em meu batismo, onde o Espírito me ungiu e que o Pai Me afirmou. E se você rejeitar isso, então não há nada mais posso acrescentar para convencê-lo sobre a fonte de minha autoridade. "Isso é como crítico batismo de Jesus foi. Foi Sua coroação, ea inauguração divina de Seu ministério público.

3. A autoridade de Jesus Cristo (Marcos 1:12-20)

Imediatamente o Espírito o impeliu a ir para o deserto. E Ele estava no deserto 40 dias, sendo tentado por Satanás; e Ele estava entre as feras, e os anjos o serviam. Agora, depois que João foi levado em custódia, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, e dizendo: "O tempo está cumprido, eo reino de Deus está próximo; . arrepender e crer no evangelho ", como ele estava indo ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, irmão de Simão, lançando uma rede ao mar; pois eram pescadores. E Jesus disse-lhes: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens." Imediatamente eles deixaram as suas redes eo seguiram. Indo um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. Imediatamente Ele os chamou; e eles deixaram seu pai Zebedeu no barco com os empregados, e retirou-se para segui-Lo. (1: 12-20)

As glórias do Senhor Jesus Cristo são inesgotáveis. A plenitude da Sua majestade e a maravilha da Sua pessoa não pode ser concebido ou contido. Toda verdade compreensível sobre Ele enriquece o seu povo profundamente, de modo que eles anseiam por mais. Enquanto Sua história humana é o tema dos quatro Evangelhos, o Filho eterno é o tema de toda a Bíblia. Cada registro do evangelho é único, refletindo a perspectiva e Proposito de cada autor inspirado, assim que os quatro Evangelhos apresentam um retrato perfeitamente harmoniosa, historicamente precisas, e Santo revelou-Espírito de Jesus.
De acordo com o seu estilo condensado, fast-paced, Marcos deixa a conta do nascimento de Jesus de Mateus e Lucas, e começa o seu evangelho, concentrando a atenção sobre o ministério de Jesus 'precursor, João Batista (1: 2-8). Marcos não ficar lá. Sua breve levantamento do ministério de João desloca rapidamente para o divino Aquele de quem João pregou. Quando chegou a hora de ser revelado a Israel, Jesus deixou Nazaré e veio para o Rio Jordão. Lá, ele foi batizado por João (1: 9-11) —o evento que constituiu a sua cerimônia de coroação divina ea inauguração do Seu ministério público.
Nos versos que se seguem (1: 12-20), Marcos continua seu ritmo acelerado. ApropriAdãoente, a palavra imediatamente ocorre três vezes nestes nove versículos. Considerando que Mateus e Lucas cada fornecer uma conta detalhada da tentação de Jesus, breve registro de Marcos é indicado em dois versos (vv. 12-13). Em seguida, ele pula o ministério de Jesus na Judéia inicial (registrado em 13 43:4-2'>João 2:13-4: 2), juntamente com suas viagens através Samaria (João 4:3-42)., Re-entrar a história com a sua chegada na Galiléia (vv 14— 15). Nos versículos 16:20, com aparentemente sem conexão com os versículos anteriores, Marcos avança para descrever vocação de Pedro, André, Tiago e João de Jesus. Mais uma vez, a natureza staccato do evangelho de Marcos é evidenciado na brevidade destas vinhetas. Por que Marcos tomar este rapidamente de um trecho curto para o próximo movimento abordagem condensado? Por que ele colocá-los juntos neste caminho?

A resposta remonta ao versículo 1, onde Marcos anunciou que seu relato foi uma proclamação real (ou "evangelho") de Jesus Cristo, o Rei messiânico e do Filho de Deus. É o propósito firme de Marcos que mantém sua narrativa simplificada. A fim de passar para a parte principal da história, Marcos passa rapidamente a esses detalhes que irão estabelecer claramente as credenciais reais de Jesus Cristo. As vinhetas que Marcos selecionado nestes versos de abertura não são uma variedade aleatória de dados desconexos, mas eventos que demonstram colectivamente que Jesus é o Rei messiânico, pensativo conectado.Seqüência de Marcos é projetado para mostrar que Jesus não só foi precedida por um arauto real (1: 2-8), mas como qualquer monarca antigo seria, Ele foi coroado e comissionados como um rei com um grande ponto de distinção: no seu caso , Ele foi coroado pelo próprio Deus (vv. 9-11) —algo nenhum outro rei poderia reivindicar. Depois de seu batismo, Jesus demonstrou sua autoridade real sobre todas as forças do mal ao derrotar seu arquiinimigo no deserto (vv. 12-13). Em seguida, exerceu Sua soberania pregando Sua mensagem reino da salvação do pecado (vv. 14-15). No segmento final, ordenou a Seus servos para segui-Lo (vv. 16-20).

Essa ênfase na autoridade real de Jesus fornece o fio condutor através dessas breves episódios em Marcos 1:12-20. O escopo dessa autoridade se estende a três áreas: sobre Satanás e seu reino (vv 12-13.), Sobre o pecado e seu domínio (vv 14-15.), E mais de pecadores em sua salvação e submissão (vv 16-20. ). Se o novo rei é para tomar o Seu trono de direito, ele deve demonstrar seu poder e derrubar o usurpador. Se Ele vai conquistar o reino do pecado e gratuitos seus cativos, Ele deve ter total poder sobre o mal. Se Ele é resgatar pessoas perdidas, Ele deve ter a prerrogativa eo poder de transformá-los em Seus servos justos, para que por meio deles Ele pode avançar Sua verdade reino e poder para o mundo. Claramente, esse tipo de autoridade-sobre Satanás, o pecado, e não os pecadores, só é real, é divino.


Reino Jesus "pode: sua autoridade sobre Satanás

Imediatamente o Espírito o impeliu a ir para o deserto. E Ele estava no deserto 40 dias, sendo tentado por Satanás; e Ele estava entre as feras, e os anjos o serviam. (1: 12-13)

Em todos os três Evangelhos sinópticos, a conta da tentação de Jesus segue diretamente Seu batismo. Os dois eventos estão em forte contraste. Tendo recebido os elogios reais do Céu, Jesus imediatamenteenfrentou os ataques ferozes do inferno. Sua coroação pelo Espírito e confirmação do Pai são seguidos imediatamente por seu confronto com o diabo. Dada a majestade de Seu batismo, os leitores podem esperar uma gloriosa celebração completa com coros angélicos e doxologies retumbantes. Em vez disso, eles são arremessados ​​para o deserto, com quase um momento para recuperar o fôlego. Não há tempo para saborear a alegria e glória do batismo. A descrição de Marcos nem sequer incluir uma frase de transição: Imediatamente o Espírito o impeliu a ir para o deserto.

Um dos paradoxos visíveis através do ministério terrestre de Jesus, todo o caminho para a cruz, foi que Ele veio à terra, não só como o Rei messiânico, mas também como a Slave Sofrimento. Como Rei, Ele foi exaltado e glorificado, um ponto majestosamente ilustrado em Seu batismo. Como a Slave sofrimento, ele foi humilhado e maltratado, uma realidade vividamente demonstrado durante sua tentação. O mais exaltado também foi o mais humilhado. A justaposição do batismo de Jesus com Sua tentação manifesta essas realidades contrastantes cedo. O contraste definitiva viria em sua morte, onde foi contado como um criminoso, enquanto um sinal declarando que Ele seja Rei pairava sobre a cabeça ensangüentada.
Espírito aqui é o Espírito Santo. De acordo com Lc 4:1, Lc 4:18). A palavra impelido ( ekballō em grego) é uma palavra forte, que significa "expulsar" ou "para obrigar um para partir." O verbo se encaixa estilo dramático de Marcos e, certamente, não implica que Jesus era resistente à liderança do Espírito. Em vez disso, ele ressalta a realidade que o Espírito estava no controle perfeitamente levando Jesus para cumprir cada um dos elementos do plano do Pai.

Marcos não revelar a razão pela qual o Espírito Santo impeliu a ir para o deserto, mas Mt 4:1 é claro que Deus não pode tentar ninguém. Deus permitiu que o Seu Filho para ser testado com o único propósito que através de Sua vitória Jesus demonstrasse seu poder absoluto e autoridade sobre os dispositivos do diabo. Tentação de Cristo, então não aconteceu pela vontade de Satanás. Na vontade de Deus, que era outra forma de autenticar o Filho.

A aposta não poderia ter sido maior, especialmente após sua cerimônia de coroação messiânica. Será que Ele, como o Rei divinamente comissionado, ser capaz de atender e conquistar seu arquiinimigo? Ele poderia suportar os assaltos mais sedutoras o diabo poderia imaginar? Ele nunca seria capaz de estabelecer Seu reino se ele fosse incapaz de derrubar o usurpador. Era seu dever real para esmagar a cabeça da serpente (Gn 3:15), "para destruir as obras do diabo" (1Jo 3:8). A explicação de Marcos que Ele estava com as feras enfatiza a realidade de que ele estava completamente isolado do cuidado humano. Tais animais indomáveis ​​pode ter incluído leopardos, raposas, chacais e porcos selvagens.

Marcos resumiu encontro de Cristo com o diabo em uma frase sucinta: . E Ele estava em no deserto quarenta dias, sendo tentado por Satanás Tanto Mateus e Lucas indicam que Jesus passou todo o período de quarenta dias sem comer (Mt 4:1; Lc 4:2) e Elias (1Rs 19:8.; Lucas 4:3-4). Depois de Jesus resistiu, o Diabo o levou a um alto monte e ofereceu-lhe domínio sobre todas as nações do mundo (Mat. 4: 8-10; Lucas 4:5-8). Mais uma vez, Jesus rejeitou estratagema de Satanás. Finalmente, o diabo o levou ao pináculo do templo, pedindo a Jesus para dar uma demonstração pública de sua messianidade, saltando para fora da borda (Mat. 4: 5-7; Lucas 4:9-12). Mais uma vez, Jesus recusou. Em face de cada ataque, o Rei respondeu com escritura do Deuteronômio.

Em cada caso, Satanás tentou persuadir Cristo a abandonar Sua humilhação para exercer Seu direito divino além da capacitação do Espírito e fora da vontade do Pai. Para isso teria prejudicado efeitos salvíficos de Deus. O sucesso da missão terrena de Jesus dependia de Sua humilhação, levando a cruz. Como Paulo disse aos Filipenses, Jesus "se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz" (Fm 1:2.).

Deve ser entendido que esta não foi uma experiência única, mesmo singular da tentação para Jesus. He 4:15 explica que ele foi "tentado em todas as coisas [ou em todos os pontos em sua vida] como somos, mas sem pecado." Desde a infância, ele enfrentou as mesmas tentações do pecado que cada ser humano experimenta. Nem isso seria a última vez que ele iria ser tentado. Em Lc 22:28, Jesus disse aos discípulos que eles eram aqueles que "têm permanecido comigo nas minhas tentações" (NVI). Ele foi novamente agredido no jardim do Getsêmani, como Ele antecipou a cruz (Lc 22:53). Mas ele nunca foi tentado tão intensamente durante um período tão longo de tempo como ele estava no deserto. Esta foi a grande tentativa de Satanás para levá-lo a pecar e ser desacreditado como Messias e Salvador.

Se o novo rei era para ser triunfante, Ele tinha que demonstrar a sua vitória sobre o diabo em seu esforço mais inteligente e oportuno. Ele não podia reivindicar o poder absoluto e completo sobre si o pecado, se Ele não demonstrou poder pessoal para derrotar Satanás. Seu chamado para libertar os pecadores não teria sentido, se ele mesmo não tinha sido capaz de saciar os dardos inflamados do maligno. Por isso, o Seu ministério público começou por confrontar diretamente o mais poderoso governante demônio que se opõe a Deus e todos os Seus propósitos.
Tudo o Filho de Deus tinha conhecido desde a eternidade era infinita honra, poder e privilégio divino. Aqui, como um homem no momento de sua maior fraqueza, ele se empenharam por Satanás para reivindicar o que era seu por direito, como o Filho de Deus, mas de uma forma que era contrário ao plano do Pai. Será que Jesus resistir a essas tentações intensas? Ele iria aguentar o teste, reivindicar a vitória sobre os esquemas de sedução do diabo, e, assim, demonstrar sua divindade?
Frase final de Marcos e os anjos o serviam implica que Mateus e Lucas estado explicitamente que, de fato, Jesus triunfou sobre toda a tentação Satanás trouxe, saindo vitorioso de seu isolamento de quarenta dias no deserto. A palavra ministrando ( diakoneo ) indica que esses anjos desde Jesus com os alimentos. Mas os anjos também ministraram a Ele por sua presença, que serviram como uma confirmação de que o Pai que enviou-lhes ainda estava bem satisfeito com o Seu Filho.

Vida e ministério posterior de Jesus provar a Sua santidade divina além argumento. Foi aqui, durante a Sua tentação no deserto, que Sua Santidade foi agredido de forma mais aguda e implacavelmente. Foi só depois de "o diabo tinha terminado todas as tentações, [que] ele deixou" (Lc 4:13) e os anjos chegou. Jesus tinha entrado no deserto como o Rei recém-comissionados. Ele deixou como o monarca conquistador. Jesus continuou a dominar Satanás e seus demônios durante todo o seu ministério.


Unido Mensagem de Jesus: sua autoridade sobre Pecado

Agora, depois que João foi levado em custódia, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, e dizendo: "O tempo está cumprido, eo reino de Deus está próximo; se arrepender e crer no evangelho "(1: 14-15).

Marcos seguiu sua breve descrição da tentação de Cristo com uma introdução concisa igualmente para ministério de pregação de Jesus. Pelo menos seis meses se passaram desde o batismo de Jesus. Ele tinha sido na Judéia, ministrando lá e até mesmo a limpeza do templo (conforme 13 43:4-3'>Jo 2:13-4: 3). Marcos ignorado esses eventos, junto com Jesus 'viagem através Samaria (João 4:4-42), para se concentrar sobre os primórdios da Jesus' ministério público na Galiléia. Marcos pega a história depois que João foi levado em custódia, um evento que ele irá descrever em mais detalhes em 06:17. Foi após a prisão de João Batista que Jesus começou sua pregação pública e de milagres na Galiléia. Antes disso, João ainda estava batizando no Jordão e Jesus estava ministrando na Judéia, para que seus dois ministérios sobrepostas (conforme Jo 3:24). Depois da prisão de João, Jesus voltou para a Galileia para extenso ministério ali (conforme Mt 4:12).

Galiléia era a região norte da terra de Israel. A partir de uma perspectiva judaica do primeiro século, foi considerada como a periferia, localizadas longe do centro religioso de Jerusalém. O fato de que Jesus lançou o seu ministério em plena potência na Galiléia era em si mesmo uma repreensão à apostasia e corrupção que existia em Jerusalém naquela época.
Quando Jesus veio para a Galiléia, Ele estava pregando o evangelho de Deus. viajando de cidade em cidade, de sinagoga em sinagoga, e na zona rural, Jesus pregou a verdade de boas novas de Deus sobre Si mesmo e Seu reino da salvação (conforme Lc 4:14-30). Método de alcançar o mundo no primeiro século do Pai era através da pregação (ou anúncio) do evangelho, primeiro pelo Senhor Jesus. Na idade moderna, pregação ainda é o meio que Deus ordenou, como porta-vozes fiéis reino arauto verdade. Ministros contemporâneos têm a mesma mensagem divina de proclamar, e ministério fiel sempre articula essa mensagem clara e exclusivamente. O evangelho de Deus (um termo-Rom comum Novo Testamento 1: 1; 15:16; 2Co 11:7) refere-se à verdade que vem de Deus a Si mesmo para o mundo quanto a salvação do pecado e julgamento disponíveis somente através de Jesus Cristo.

Como em 1: 1, o termo Evangelho traz consigo a idéia de pronunciamento real: a chegada de um rei e seu reino. Jesus ' Evangelho proclamação não foi excepção. Assim, Ele estava dizendo: "O tempo está cumprido, eo reino de Deus está próximo; se arrepender e crer no evangelho. " Cristo ofereceu aos ouvintes um lugar em Seu reino eterno de salvação, a esfera de perdão e redenção, caso se arrependam de seus pecados e crêem nEle como Senhor e Salvador. A clareza e simplicidade da mensagem de Jesus se destaca como um exemplo para todos os que buscam a pregar e ensinar fielmente hoje. Preachers não são chamados para analisar a cultura, fazer discursos politicamente carregados, ou projetar novos truques para persuadir o público. Ao contrário, eles são chamados a proclamar a mesma mensagem que o próprio Jesus pregou: a boa notícia da salvação eterna que vem de Deus.

O D.C Cristo, que é cumprido o tempo indicado que Sua vinda marcou o ponto de viragem da história da salvação. A palavra tempo é kairos . Ele não se refere ao tempo do relógio ou tempo de calendário (como a palavra grega chronos faz), mas fala do ponto fixo na história para um evento a ocorrer. Como Paulo explicou em Gl 4:4.). O ministério de Jesus teve lugar de acordo com o calendário soberana de Deus. Esta foi a hora em que o mundo tinha sido há muito tempo de espera; foi o momento mais significativo na história da Terra. O Salvador tinha chegado para pagar integralmente a pena para o pecado e, assim, proporcionar a salvação para todos os eleitos, desde o início da história até o fim.

Isso foi ótimo momento memorável de Deus. As promessas do Antigo Testamento sobre o Messias e Seu reino de salvação estavam prestes a ser realizado. Cristo veio não só para vencer Satanás, mas para destruir o pecado em si, e as suas consequências para o seu povo. O novo Rei tinha vindo a fim de iniciar o seu reino. A mensagem era inconfundível: o reino de Deus está próximo. Em essência, Jesus estava dizendo: "Porque eu sou o Rei, onde quer que eu sou Meu reino está presente."

reino que Jesus proclamou que devem ser compreendidas em três dimensões: como um reino espiritual, um reino milenar, e um reino eterno. Embora seja invisível e espiritual no presente, que um dia vai se manifestar como um reino terreno físico. Em Sua primeira vinda, o rei pregou a Boa Nova da salvação. Consequentemente, Ele estabeleceu o Seu reino espiritual nos corações de todos os que crêem (Lc 17:21). O reino de Cristo está a ser avançado até agora, como pecadores vir a fé salvadora em Deus e são transferidos para fora do domínio das trevas, e para o reino governado pelo Filho de Deus (Cl 1:13). Para seguir Jesus Cristo é buscar a expressão ea honra de seu reino ea sua justiça. Tal é o sentido espiritual e invisível do reino.

Em sua segunda vinda, o Rei vai estabelecer seu reino de uma forma visível e temporal aqui na terra. De acordo com Apocalipse 20:1-6, que o reino vai durar mil anos. Durante esse período, todas as promessas milenares do Antigo Testamento serão cumpridas literalmente. Jesus Cristo reinará como Rei em Jerusalém, e de todo o mundo estarão sob seu domínio. Após o reino milenar, Deus vai inaugurar o reino eterno final criando um novo céu e uma nova terra, onde o Deus trino reinará para todo o sempre (Ap 22:1-5).

No presente, o reino é constituído por todos os que abraçar Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. O rei governa e reside nos corações daqueles que pertencem a Ele. Seu reino avança uma alma de cada vez. Ela vai continuar até que Ele volte para estabelecer Seu reino terrestre, seguido pelo Seu reino eterno.
Como é que um assunto de Satanás escapar que tirano e entrar no reino de Cristo? A resposta de Jesus é simples e direta: se arrepender e crer no evangelho. A palavra se arrependem ( metanoeo ) significa voltar-se para o lado oposto. Depois virou-se de seu pecado e incredulidade, os pecadores devem crer no evangelho significando eles se transformam em fé ao Senhor Jesus Cristo, confiando em Deus e Sua obra consumada da redenção do pecado e da vitória sobre a morte. Como Paulo explica em Rm 10:9, André estava com João Batista, quando João apontou para Jesus e declarou: (Jo 1:36) "Eis o Cordeiro de Deus!". Depois de passar o dia com Jesus, André foi e encontrou o seu irmão Simão Pedro, que também chegou a ver o Senhor (vv. 40-42). Apesar de vários meses se passaram desde que o encontro introdutório, Jesus perseguido esses irmãos para chamá-los a abandonar seu trabalho mundano e segui-Lo para compartilhar sua obra eterna.

O Mar da Galiléia é realmente um grande lago de água doce-sitting aproximAdãoente 690 pés abaixo do nível do mar e medindo 13 milhas de comprimento e sete milhas de largura em seus pontos mais expansiva. No Antigo Testamento, ele era conhecido como o Mar de Quinerete (ou Genneseret em grego), uma forma de a palavra hebraica kinnor que significa "harpa" ou "lira" (conforme Nu 34:11;. Js 13:27. ). O nome era apropriado porque o lago é mais ou menos o formato de uma harpa. Ele também se tornou conhecido como o mar de Tiberíades (Jo 6:1). Eles eram homens proeminentes, não diaristas pobres. Simon Pedro, por exemplo, é dono de seu próprio lar, na cidade de Cafarnaum (Lc 4:38), e João era conhecido do sumo sacerdote (Jo 18:15).

Quando Ele encontrou Simão e André ao longo da costa, Jesus disse-lhes: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens". A declaração de Jesus foi uma ordem, não um pedido. Ao contrário dos rabinos, que instruíram as pessoas a seguir as suas tradições legalistas, Jesus ordenou esses pescadores da Galiléia para segui-Lo. E ele o fez com autoridade final, um poder que nenhum escriba ou fariseu possuía (conforme Mc 1:22). As implicações de seu comando eram extremas e inconfundível: abandonar tudo, inclusive suas carreiras como pescadores, e siga-me. Foi uma inegociável, abrangente mandato único, do rei aos seus primeiros temas escolhidos. O Senhor viria a ecoar o mesmo tipo de chamada em termos espirituais para todos os que vêm a Ele. Ele disse em Mc 8:34: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me." Essa primeira chamada para os discípulos era uma ilustração da exaustiva chamar o Senhor dá a todos quem iria entrar no Seu reino, e não o abandono de uma carreira terrena, mas de todos os outros mestres.

Jesus prometeu que fazer eles se tornarem pescadores de homens, uma analogia que teriam imediatamente compreendido. Em vez de lançar as redes para os peixes, eles seriam treinados para pregar o evangelho com o objetivo de reunir em pecadores. Eles estariam preparados pelo próprio Jesus para se tornarem anunciadores do reino através da proclamação do evangelho de Deus. Com este comando, Jesus estabeleceu o meio pelo qual o seu reino seria avançar. Ele usa os pecadores que Ele soberanamente identifica e intimação transformada. Tal autoridade absoluta por trás de tal convocação pertence somente ao Rei messiânico, que possui o direito divino de exigir e obter esse tipo de lealdade. Notavelmente, imediatamente eles deixaram as suas redes eo seguiram. Embora estes pescadores acidentados foram quase ingênuos, não houve resistência ou hesitação de sua parte. Eles imediatamente largou tudo para seguir a Jesus. Sua resposta demonstra tanto a autoridade do Senhor e no poder que se move em aqueles que Ele chama para responder.

A cena é essencialmente repetida nos versículos 19:20, onde Jesus chamados e capacitados mais dois discípulos a segui-Lo: Indo um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco, consertando o redes. Imediatamente Ele os chamou; e eles deixaram seu pai Zebedeu no barco com os empregados, e retirou-se para segui-Lo. Os filhos de Zebedeu eram nada, mas covardes. Na verdade, eles iriam ganhar o apelido de "Sons da Thunder" (Mc 3:17). Em uma ocasião, eles com raiva sugeriu fazer descer fogo do céu para destruir uma aldeia que se recusou a recebê-los (Lc 9:54). Estando mais longe do litoral, estes irmãos de fogo estavam ocupados consertando as redes, uma parte crítica de reparar o equipamento de pesca para a próxima viagem para fora. O seu pai, Zebedeu e seus agentes contratados também estavam lá, todos trabalhando como parte da operação de pesca maior. No entanto, em um instante, o "Sons da Thunder" foram obrigados a deixar tudo e todos para seguir o Senhor Jesus Cristo.

Esse tipo de obediência incrível seria repetido com o resto dos discípulos muito semelhante Levi, que simplesmente se afastou de sua cabine de cobrança de impostos para seguir Jesus (Mc 2:14). Sua resposta pode parecer chocante do ponto de vista humano. Do ponto de vista divino, não é de todo surpreendente. Como Jesus explicou aos Seus discípulos em Jo 15:16: "Você não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei para que você iria e deis fruto, eo vosso fruto permaneceria, de modo que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele pode dar a você. "Claramente, o escopo da autoridade de Jesus abrangeu os discípulos a quem ele chamou para segui-Lo. Foi por meio dessas pecadores regenerados e transformados, e sua proclamação do Evangelho, que Jesus iria avançar seus propósitos Reino (conforme Mt 28:18-20.).

O poder do Senhor sobre o pecado e Satanás ainda é demonstrada hoje, cada vez que um coração não redimida é dado vida e libertados do domínio de Satanás e do poder do pecado e da penalidade (conforme Ef. 2: 1-4). Tendo crentes resgatado do pecado, o Rei emprega-los em seu serviço, capacitando-os através do Seu Espírito para ser instrumentos para o avanço do Seu reino. Tudo isso acontece sob a autoridade de Sua prerrogativa soberana (Ef. 1: 18-23). Aquele que derrotou Satanás, tanto no deserto e na cruz; Aquele que declarou vitória sobre o pecado, através da proclamação do evangelho; e Aquele que demonstra continuamente seu poder na vida daqueles a quem Ele salva e capacita-somente Ele é o Rei messiânico. Todos regra, autoridade, poder e domínio pertencem a Ele (Ef 1:21).

Para aqueles que conhecem e amam o Senhor Jesus Cristo, não há alegria maior do que ver seu reino avançado através da proclamação fiel do Seu evangelho. A promessa que fez a André e Pedro, às margens do Mar da Galiléia ainda se aplica a todos os que estão dispostos a proclamar unwaveringly Sua mensagem: Segue-me, e eu vos farei pescadores de homens. Em um sermão sobre o assunto, o renomado pregador do século XIX, Charles Spurgeon incentivou seus ouvintes com estas palavras:

Quando Cristo nos chama por Sua graça que não devemos apenas lembrar o que somos, mas nós também devemos pensar no que Ele pode nos fazer ... Ele não parecia uma coisa provável que os pescadores humildes iria desenvolver em apóstolos; que os homens tão acessíveis com o líquido seria tão grande em casa, em pregando sermões e em convertidos instruindo. Um teria dito: "Como pode ser isso? Você não pode fazer fundadores das igrejas fora de camponeses da Galiléia "Isso é exatamente o que Cristo fez.; e quando são humilhados diante dos olhos de Deus por um senso de nossa própria indignidade, podemos nos sentir encorajados a seguir Jesus por causa do que Ele pode nos fazer ... O que você vê em si mesmos neste momento nada que é desejável, vêm você e seguir a Cristo por causa do que Ele pode fazer de você. Você não ouvir a Sua voz doce te chamando e dizendo: "Siga-me, e eu vos farei pescadores de homens?"
Mais tarde, no mesmo sermão, Spurgeon em relação as suas palavras de encorajamento com algumas palavras adequadas de advertência.
Jesus diz: "Siga-me, eu vos farei pescadores de homens", mas se você ir no seu próprio caminho, com a sua própria rede, você vai fazer nada disso, e que o Senhor promete que você não ajuda nisso.Instruções do Senhor fazer-se nosso líder e exemplo. É, "Siga -me , siga -me . Pregar Meu Evangelho. Pregar o que eu pregava. Ensine o que eu ensinei, e manter a isso. "Com isso servilismo abençoado que se torna um cuja ambição é ser um copista, e nunca para ser um original, copiar Cristo mesmo em jotas e tis. Faça isso, e Ele vos farei pescadores de homens; mas se você não fizer isso, você poderá pescar em vão. (Charles Spurgeon, Como se tornar pescadores de homens, sermão 1906)

4. A autoridade do Rei Divino (Marcos 1:21-28)

Entraram em Cafarnaum; e, logo no sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Ficaram surpreendidos com os ensinos; pois Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Só então, havia um homem na sinagoga com espírito imundo; e clamou, dizendo: "Que negócio é que temos uns com os outros, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Eu sei quem você é: o Santo de Deus! "E Jesus repreendeu-o, dizendo:" Fique quieto, e sai dele! "Jogando-o em convulsões, o espírito imundo gritou em alta voz, e saiu dele .Todos ficaram maravilhados, de modo que eles debateram entre si, dizendo: "O que é isso? A nova doutrina com autoridade! Ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem. "Imediatamente a notícia sobre Ele espalhou por toda parte em todo o distrito em torno da Galiléia. (1: 21-28)

Questão mais crítica da vida é: "Quem é Jesus Cristo?" Como uma pessoa responde a essa pergunta tem implicações eternas. Nada é mais essencial, tanto para esta vida ou a vida por vir, do que saber a verdade sobre Jesus. No entanto, poucos parecem seriamente interessado em justamente entender quem Ele é e por que Ele veio. Tragicamente, muitas pessoas cegamente assumir que Jesus era apenas um bom professor, um idealista moral, ou um ativista social incompreendido cuja vida terminou em tragédia há dois milênios. Não é assim que a Escritura apresenta-Lo, nem é de acordo com o que Ele declarou-se.

O evangelho de Marcos (como os outros três) fornece uma resposta definitiva a esta questão no primeiro versículo. Mc 1:1). Consequentemente, a única resposta certa para o seu domínio soberano é submeter e adorá-Lo como o eterno Rei dos reis e do glorioso Filho de Deus. Qualquer representação de Jesus que mina ou menospreza sua verdadeira pessoa e posição não só é inadequada, é blasfemo. Embora muitos humilhar e menosprezar Ele agora, tudo um dia vai reconhecê-lo pelo que ele realmente é. Como o apóstolo Paulo disse aos Filipenses: "No nome de Jesus se dobre todo joelho, daqueles que estão no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus o Pai »(Fil. 2: 10-11).

Marcos 1:21-28 é uma passagem que ilustra dramaticamente tanto a autoridade soberana de Jesus Cristo e da falta de vontade obstinada dos pecadores incrédulos para reconhecer e se submeter a essa autoridade. A passagem vem na esteira da introdução de Marcos (nos versos 1:20.), No qual ele apresentou cinco provas para demonstrar que Jesus é realmente o rei divino: Jesus foi precedido por um precursor real (1: 2-8), com experiência uma cerimônia de coroação divina (1: 9-11), derrotou o seu arqui-inimigo do príncipe das trevas (1: 12-13), proclamou a mensagem do reino da salvação (1: 14-15), e ordenou aos seus cidadãos do Reino de segui-Lo (1: 16-20). Anunciado por João, encomendado pelo Pai, cheio do Espírito Santo, vitorioso sobre o pecado e Satanás, e acompanhado de seus discípulos, o Senhor Jesus iniciou seu ministério público com cada credencial necessária demonstrada. Assim, de forma sucinta mas convincente, fast-moving de Marcos, condensado e introdução selectiva estabelecido o caráter messiânico e natureza divina do Senhor Jesus. Deste ponto em diante, como Marcos começa o corpo de seu registro do evangelho, ele vai abrandar o seu ritmo para se concentrar mais intensamente em eventos específicos do ministério do Rei messiânico.

A história começa no versículo 21 com a recontagem inspirada de um incidente em que Jesus demonstrou sua autoridade sobre o reino demoníaco. Marcos já salientou a autoridade de Cristo sobre Satanás, o pecado e pecadores nos versículos 12:20. Nesta seção (vv. 21-28), ele continua esse tema, focalizando especificamente em um confronto dramático de um dia de sábado entre Jesus e um demônio. Mais uma vez, a entidade cósmica de Jesus é vividamente colocado em exposição, não deixando dúvidas sobre a capacidade do Rei para dominar demônios e para obliterar o cativeiro satânico que pode conter os pecadores cativo todo o caminho para o inferno.
A passagem se revela um contraste impressionante entre a resposta das pessoas a autoridade de Jesus ea resposta dos demônios. Por um lado, as pessoas ficaram impressionados com o poder ea autoridade de Jesus (vv. 22, 27). Eles reagiram com admiração, curiosidade e surpresa, porque Ele ensinava como ninguém que nunca tinha ouvido antes. Por outro lado, os demônios estavam aterrorizados por Cristo. Eles responderam em horror, pavor e pânico. Essas reações divergentes estão no cerne do entendimento do significado desta passagem. Ambos os demônios e as pessoas eram pecadores. No entanto, apenas os demônios gritaram de medo. Eles entenderam Jesus era seu juiz que iria lançá-los no inferno. As pessoas certamente não.

Ironicamente, no primeiro semestre do evangelho de Marcos, os únicos seres certeza da verdadeira identidade de Jesus eram os demônios. Os líderes judeus rejeitaram (3: 6, 22); as multidões estavam curiosos, mas em grande parte não confirmadas (6: 5-6; conforme Jo 2:24); e até mesmo seus discípulos exibiram uma dureza de coração persistente (08:17). Mas os demônios sabia ao certo. Como Marcos explica: "Sempre que os espíritos imundos viram, eles iriam cair diante dele e gritar: 'Tu és o Filho de Deus!'" (03:11). Saber exatamente quem era Jesus e que Ele tinha o poder de fazer, eles responderam com terror temente Ele poderia lançá-los imediatamente para o abismo (Lc 8:31; conforme Ap 9:1). Suas mentes antigas estavam cheios de uma das informações sobre o seu celeste rebelião, derrota e expulsão; eles entenderam o castigo eterno que ainda espera por eles no lago de fogo (Mt 25:41). Compreensivelmente, os demônios foram completamente aterrorizado na presença de Jesus. Agora que o filho tinha vindo à terra para começar a criação de seu governo, os anjos maus tinha todos os motivos para ser atormentado pelo terror.

Não há salvação para os anjos caídos (He 2:16). No entanto, os pecadores que vêm para uma verdadeira compreensão da autoridade do Filho de Deus, e são aterrorizados pela ameaça do inferno são convidados a fugir da ira e executado em santo temor a Cristo para o perdão e graça da salvação. No entanto, a grande maioria dos pecadores que ouvir as boas novas do céu ainda se recusam a temer o inferno e vir a Cristo pelo dom da salvação. Essa é a grande ironia representado por esta passagem. Os demônios reconheceram quem era Jesus, mas não têm a possibilidade de salvação. As multidões foram oferecidos o perdão divino, mas eles se recusaram a reconhecer Aquele que por si só pode fornecê-la. Dito de outra forma, os demônios estavam aterrorizados e não poderia ser poupada; o povo estava espantado e não seriam salvos. Consequentemente, as pessoas espantadas (que não acredito) e os demônios aterrorizados (que fazem "crêem, e estremecem" —Jc 2:19 KJV) vai finalmente acabar no mesmo lago de fogo eterno (Ap 20:10-15 ).

É importante ressaltar que durante o ministério de Jesus, os demônios não atacá-lo. Eles assaltaram as almas dos pecadores, mas nunca Jesus. Na verdade, sempre que um confronto ocorrido, foi Jesus quem os atacou. Sua simples presença enviou-os em pânico frenético. Embora invisíveis a olho nu, não eram invisíveis para ele. Eles podem ser capazes de esconder de si mesmas pessoas-disfarçando como anjos de luz (2Co 11:14) e habitação confortavelmente dentro dos limites da religião apóstata. Mas eles não podiam esconder do olhar onisciente de Cristo. Em Sua presença, eles explodiram a sua cobertura, devido ao poder constrangedor de seu medo.

Ao longo de todo o seu ministério, o domínio de Jesus sobre os demônios era absoluta e incontestável-indicativo do fato de que Ele possuía o poder absoluto sobre o diabo e toda a força dos anjos caídos no "domínio das trevas" (Cl 1:13). Ele é capaz de dominar os pecadores Satanás quem controla o sistema deste mundo (1Jo 5:19), e que tem oculto (2 Cor. 4: 3-4) e prende-los em cativeiro (Hb 2:14-15.) —para definir pecadores libertará (Jo 8:36). Como o apóstolo João explicou, "O Filho de Deus se manifestou: para este fim, para destruir as obras do diabo" (1Jo 3:8; Lc. 4: 16-31), Jesus estabeleceu seu quartel-general durante Seu ministério galileu (conforme Mc 2:1). O sistema judaico de sinagogas tinham inicialmente desenvolvido no século VI AC, durante o exílio babilônico. Antes do exílio, adoração centrada em um só lugar, o templo em Jerusalém. Quando o templo de Salomão foi destruído, e os judeus estavam em cativeiro por 70 anos, as pessoas começaram a reunir-se em pequenas reuniões de grupo. Mesmo depois que os judeus voltaram à sua pátria e reconstruiu o templo, eles continuaram a estruturar a vida comunitária das aldeias e cidades locais em torno do que se tinha tornado sinagogas oficiais (a palavra grega traduzida sinagoga significa "reunião" ou "assembléia"). Como resultado, a sinagoga tornou-se o centro da vida judaica-a comunidade local de culto local, uma sala de reuniões, uma escola e uma sala de audiências.Tradicionalmente, uma sinagoga pode ser formado em qualquer lugar onde havia pelo menos dez homens judeus. Consequentemente, as cidades maiores do mundo antigo, muitas vezes continha numerosas sinagogas.

Uma das principais funções desempenhadas pela sinagoga era a leitura pública e exposição das Escrituras, uma prática que voltou, pelo menos, ao tempo de Neemias. A política conhecida como "a liberdade da sinagoga" permitiu que qualquer obra qualificada na congregação para entregar a exposição da passagem do Antigo Testamento. Esse privilégio foi muitas vezes estendido para rabinos visitar, como foi nesta ocasião para Jesus. O apóstolo Paulo de forma semelhante usado tais oportunidades para proclamar o evangelho em várias cidades em todo o Império Romano (conforme At 9:20; At 13:5), os participantes em Cafarnaum teria sido ansioso para ouvi-Lo ensinar.

Marcos não detalha o conteúdo da mensagem de Jesus pregado à congregação que sábado em Cafarnaum. Em vez disso, ele se concentrou na resposta do povo. Eles estavam maravilhados com o seu ensino;pois Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. As pessoas ficaram chocadas. Nunca antes eles ouviram um rabino falar com tal poder, precisão e seriedade.

A palavra autoridade ( exousia ) fala de regra, o domínio, a competência, o pleno direito, poder, privilégio e prerrogativa. Jesus ensinou com absoluta convicção, objetividade, domínio e clareza. Ele falou a verdade, com a confiança inabalável do Rei divino, e as pessoas só poderiam responder de maravilha (conforme Mt 7:28-29.). Que contraste palavras profundamente penetrantes de Jesus eram os pontifications esotéricos dos escribas, que gostava de citar os pontos de vista de multidões de outros rabinos. Eles frequentemente ensinada de maneiras que eram mística, confusa e, muitas vezes focado em minúcias. Mas Jesus era claramente diferente. Ele não derivar Sua teologia a partir das reflexões de outras pessoas, nem ele oferecem uma variedade de possíveis explicações. Seu ensino era absoluta não arbitrária. Era lógico e concreto, não evasiva ou esotérico. Seus argumentos eram razoáveis, inescapável, e focado em questões essenciais.

Escribas eram os professores primários na sociedade judaica do primeiro século. Eles rastrearam sua herança de volta para Ezra, que, de acordo com Ed 7:10 e Neemias 8:4-8, ler a lei e explicou que para o povo. A maioria das pessoas tinha acesso limitado às Escrituras, cujas cópias foram muito caros para comuns, pessoas da classe trabalhadora ao próprio. Consequentemente, eles iriam para a sinagoga para ouvir as Escrituras lido e explicado pelos escribas. Porque eles lidaram com as Escrituras, os escribas ficaram tão reverenciado que eles receberam o título de "rabino", significando "honrado." Ao longo dos séculos, desde o tempo de Esdras para a época de Cristo, o ensinamento dos escribas cresceu menos focada sobre o texto da Escritura e mais focado no que rabinos anterior tinha dito. No primeiro século, os escribas orgulhavam-se de estar familiarizado com todos os pontos de vista possíveis. Em vez de explicar fielmente o significado simples das Escrituras, se deleitavam em reflexões complexas, alegorias fantasiosas, idéias obscuras, noções místicas, e os ensinamentos dos rabinos anteriores.

Quando Jesus começou a explicar o texto bíblico perfeitamente com clareza, convicção e autoridade, seus ouvintes ficaram atordoados. Eles nunca tinha ouvido nada parecido. Seu espanto está ligada a palavra espantado ( ekplessō ), que significa literalmente "a ser atingido fora de si" com espanto e admiração. Para usar o vernáculo, Jesus soprou-los para fora de suas mentes. Há uma série de palavras do Novo Testamento que pode ser traduzida como "espantado" ou "atônito." Este é um dos mais fortes e mais intensa. A mensagem de Jesus era tão fascinante e poderoso que Sua audiência sentado em silêncio atordoado, pendurado em cada palavra que Ele proferiu (conforme Lc 19:48).

O temor em silêncio seria violentamente interrompido pelos gritos vindos através dos lábios de um homem possuído pelo demônio. Era o demônio que estava em pânico com a verdade da pregação de Jesus e não podia permanecer escondido no homem por mais tempo. Marcos introduz o demônio no versículo 23, observando o imediatismo da reação do espírito maligno a pregação de Jesus. Incapaz de se conter, o demônio entrou em erupção em um acesso de raiva gritos em resposta à verdade o Filho de Deus proclamada.

Não é surpreendente encontrar este espírito maligno pendurado em torno da sinagoga. Os demônios tinham desenvolvido um falso sistema de religião hipócrita que foi muito bem sucedido em Israel do primeiro século. Como é a sua natureza, os demônios se esconder no meio da religião falsa, disfarçando-se como anjos de luz (2Co 11:14.) E perpetuando erro e engano (conforme 1Tm 4:1, Jesus disse aos fariseus: "Vós tendes por pai ao diabo, e você quer fazer os desejos de vosso pai.Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas porque eu digo a verdade, você não acredita em mim. "Esses versos resumem o coração do conflito. Satanás e suas hostes propagar mentiras com o objetivo de perpetuar a morte espiritual. Mas Jesus é o caminho, a verdade ea vida (Jo 14:6, não há casos registrados de possessão demoníaca. No livro de Atos, há apenas dois (Atos 16:16-18; 13 44:19-16'>19: 13-16). Os Evangelhos, no entanto, abundam com ele (Mt 4:24; Mt 8:28; Mt 9:33; 10:. Mt 10:8; 12: 22-27; Marcos 1:23-27; 5: 4-13; Mc 9:25; Lc 4:41; Lc 8:2; Lc 9:39; Lc 13:11). Confrontado com a glória do Filho de Deus, os demônios revelaram suas identidades, muitas vezes de forma violenta e notáveis.

Nesta ocasião, o homem possuído pelo demônio respondeu gritando no topo de seus pulmões-o demônio dentro dele empréstimo cordas vocais do homem de expressar terror puro. Em uma explosão de medo misturado com raiva, o demônio perguntou: "Que negócio é que temos uns com os outros, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Eu sei quem você é: o Santo de Deus! " O uso de pronomes no plural ( nós e nós ) sugerem que este demônio em particular foi fazer estas perguntas em nome dos anjos caídos em todos os lugares. Como aqueles que se juntaram no fracassado golpe de Satanás (conforme Is 14:1), os demônios uma vez serviam na presença de Deus. Eles sabiam que cada membro da Trindade intimamente e imediatamente reconheceu Jesus como o Filho de Deus, sempre que eles encontraram-se em Sua presença. Eles sabiam que Ele era o Santo de Deus, o Rei messiânico que tinha vindo para salvar o mundo do poder de Satanás (Lc 4:41).

Ao falar de Cristo, este espírito demoníaco empregada dois nomes e um diferentes dos quais expressos seu antagonismo, o outro o seu medo. A primeira, Jesus de Nazaré, carregava um tom de desdém desdenhoso. Nazaré era uma cidade obscura, realizada em baixa estima por outros israelitas (conforme Jo 1:46). Os líderes judeus, em particular, usou o termo como pejorativo, porque eles zombaram da idéia de que o Messias viria de tão humilde, origens da Galiléia (conforme Jo 7:41, Jo 7:52). Ao se referir a cidade natal de Jesus, o demônio se juntou ao desprezo das multidões descrentes.

Ao mesmo tempo, o espírito do mal sabia exatamente quem era Jesus. Conseqüentemente, seu desprezo é misturado com medo apavorado. Como um anjo caído miserável, sua resposta foi um dos inimizade misturado com medo. Ele chamou Jesus o Santo de Deus , porque ele estava plenamente consciente da autoridade divina de Jesus. Este espírito imundo, sendo caracterizado por uma depravação final e incurável maldade, encolheu-se na presença de perfeita virtude e santidade.

Os demônios sabiam que "o Filho de Deus se manifestou: para este fim, para destruir as obras do diabo" (1Jo 3:8), temiam a hora da sua destruição final havia chegado. Mais tarde, no ministério de Jesus, outros demônios pediu quase a mesma pergunta: "O negócio é que temos uns com os outros, Filho de Deus?Vocês vieram aqui para nos atormentar antes do tempo? "(Mt 8:29). Os demônios reconhecido exatamente quem era Jesus. Eles sabiam que Ele tinha total autoridade e poder para lançá-los para o castigo eterno no dia designado o julgamento de Deus. É por isso que eles repetidamente respondeu com tal pânico e consternação (conforme Jc 2:19).

A realidade iminente de julgamento futuro explica a resposta do demônio para Jesus naquele dia de sábado em Cafarnaum. Como um agente de Satanás, ele teria, sem dúvida, preferiu permanecer sem ser detectada escondido nas sombras da religião hipócrita. Em vez disso, sobrecarregado com medo e pânico, ele só poderia revelar-se em uma explosão dramática.


A Autoridade de Seu Poder

E Jesus repreendeu-o, dizendo: "Fique quieto, e sai dele!" Jogando-o em convulsões, o espírito imundo gritou em alta voz, e saiu dele. Todos ficaram maravilhados, de modo que eles debateram entre si, dizendo: "O que é isso? A nova doutrina com autoridade! Ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem. "Imediatamente a notícia sobre Ele espalhou por toda parte em todo o distrito em torno da Galiléia. (1: 25-28)

Embora o dia escatológico do juízo eterno para Satanás e seus anjos ainda não chegou (conforme Ap 20:10), este demônio foi dado um antegozo da autoridade absoluta de Cristo sobre ele. Ele foi expulso pelo mesmo poder que um dia lançou-o no lago de fogo.

Imperturbável pelo histrionismo do demônio, Jesus repreendeu-o. Como o Rei divino, Ele possuía a autoridade inerente para comandar este anjo caído. No diálogo, a negociação, ou luta era necessário.Exorcismos tentados envolvendo várias fórmulas e rituais não eram incomuns entre os judeus da época do Novo Testamento, embora não produziu verdadeiro sucesso. Mas a taxa de sucesso de Jesus foi perfeito. Ele nunca deixou de expulsar os demônios Ele confrontou, nem ele confiar em quaisquer fórmulas especiais ou rituais para fazê-lo. Ele simplesmente emitiu um comando e os demônios obedecidas.

O Senhor delegou esse poder aos Seus apóstolos e eles fizeram o mesmo (Lc 9:1). Ao invés de se envolver em exorcismos, os crentes hoje são chamados a se envolver em evangelismo. Sempre que levar o evangelho aos não crentes e eles colocaram sua fé no Senhor Jesus Cristo, o Espírito Santo lava-los limpos, transferir a sua residência, e os demônios são expulsos.

Repreensão de Jesus veio na forma de dois imperativos curtas: "Fique quieto, e sai dele!" O demônio não teve escolha a não ser obedecer imediatamente. O primeiro comando silenciou o demônio; o segundo levou-o para fora. Durante todo o ministério de Jesus, Ele repetidamente proibiu os espíritos imundos para depor sobre Ele (conforme Mc 1:34). Apesar de sua identificação de Jesus foi preciso, Ele não precisava de qualquer publicidade dos agentes de Satanás. Como era, os líderes religiosos acusaram de fundição "demônios só por Belzebu o príncipe dos demônios" (Mt 12:24). Permitindo que os demônios para continuar falando sobre Ele só teria adicionado suporte para as especulações sneering dos fariseus. Assim, sempre que eles afirmaram sua identidade, ele calá-los (conforme Atos 16:16-19).

Segundo a ordem de Jesus, sai dele, resultou na saída violenta do demônio. O espírito imundo preferiu permanecer para manter cativo alma do homem para o inferno. Mas ele foi forçado a ir, de má vontade, mas não em voz baixa. Como Marcos registros, jogando-o em convulsões, o espírito imundo gritou em alta voz, e saiu dele. Com um protesto dramática final, fazendo com que o corpo do homem a convulsionar, o demônio soltou um grito final, ele partiu.

A cena é uma reminiscência de outro demônio Jesus encontrou, mais tarde, em seu ministério, um dia depois de sua transfiguração. Marcos relata que a história em Marcos 9:25-27:

Quando Jesus viu que uma multidão foi rapidamente recolhimento, Ele repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: "Você é surdo e espírito mudo, eu te ordeno, sai dele e não entrar nele novamente." Depois gritando e jogando-o terríveis convulsões, saiu; eo menino ficou tão parecido com um cadáver que a maioria deles disse: "Ele está morto!" Mas Jesus, tomando-o pela mão e levantou-o; e ele se levantou.

Como o demônio descrito em Mc 1:23, esse demônio mostrou sua oposição rebelde a Cristo com uma surra final, violenta de sua vítima. Mas foi só um frenesi momentâneo. Como qualquer outro anjo caído, ele não foi páreo para o poder soberano do Rei divino, e uma vez que ele saiu, o menino que ele havia atormentado foi curada. Embora o endemoninhado na sinagoga de Cafarnaum foi igualmente lançada em convulsão, o demônio fez nenhum dano. Como Lucas explica na conta paralela: "Quando o demônio o tinha jogado para baixo no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal" (Lc 4:35).

Nem Marcos nem Lucas fornecer nenhuma informação biográfica sobre o homem que foi entregue. Mas a falta de detalhes é intencional, porque o foco não é sobre ele. É com Aquele que o libertou da possessão demoníaca. ApropriAdãoente, a atenção centra-se no Filho de Deus, que novamente exibido publicamente Seu poder divino. Por Sua própria autoridade Comandou o demônio para fugir. Apenas o rei divino tem o poder necessário para quebrar o cativeiro de Satanás. Ele pode destruir o diabo, desmantelar as suas forças, e entregar as almas cativas.
O poder de Jesus era inconfundível, de modo que aqueles que se sentaram na sinagoga, que já tinha sido surpreendido por seu ensinamento, todos se admiraram a sua capacidade de entregar este homem possuído pelo demônio. Eles não tinham nenhuma categoria para que eles tinham acabado de presenciar, de modo que eles debateram entre si, dizendo: "O que é isso? A nova doutrina com autoridade!Ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem. " A multidão começou a zumbir com entusiasmo sobre o que havia acontecido. Eles haviam sido atordoados pela autoridade de seu ensino e, em seguida, igualmente chocado com o poder Ele exerceu sobre os espíritos imundos. O debate não foi um formal, mas sim a conversa animado de admiração expressa por aqueles que ficaram maravilhados.Eventualmente, no entanto, que o debate iria crescer mais polarizador. Embora ninguém poderia negar a Sua autoridade sobre os demônios, os líderes religiosos que começam a questionar a fonte dessa autoridade (conforme Mt 12:24).

Nesse meio tempo, palavra sobre Jesus começou a sair. Como Marcos explica, "Imediatamente a notícia sobre Ele espalhou por toda parte em todo o distrito em torno da Galiléia." Este foi apenas o começo. Mc 1:39 relata que "Ele entrou em suas sinagogas por toda a Galiléia pregando e expulsando os demônios." O Rei divino lançou seu ministério público, colocando em demonstrações de poder sobre os espíritos malignos sem precedentes em Israel e no mundo (conforme Mt 9:33). Ele ensinou como ninguém e Ele possuía e usou a força que ninguém nunca tinha visto. Atrás Seu poder era a autoridade de Jesus. Os demônios reconheceram e ficaram aterrorizados; as multidões testemunhou Ele e ficaram maravilhados. Os demônios acreditava ele, mas não pôde ser salvo; as multidões se recusou a acreditar em Deus e, portanto, não seriam salvos.

A combinação de ambas as respostas é necessário para a salvação. Os pecadores precisam ser tanto apavorado e espantado: aterrorizado por um juiz tal e espantado com tal Salvador. Não é suficiente simplesmente para se surpreender com Jesus Cristo. Ele não está satisfeito com a mera curiosidade, admiração ou espanto. Ele quer que os pecadores para o temem como o Juiz e, em seguida, correr para Ele como o Salvador.

As pessoas que ouviram Jesus ensinar e testemunhou a sua autoridade sobre esse dia de sábado em Cafarnaum ficaram sem desculpas. No entanto, a população daquela cidade, em última instância rejeitou como seu Senhor e Salvador (Mt 11:23;. Lc 10:15). Talvez eles consideravam Jesus um bom professor, um idealista moral, ou um ativista social incompreendido. Nenhuma dessas conclusões foi adequada. Eles podem ter sido surpreendido por ele no momento, mas a menos que eles vieram para abraçá-lo na poupança como o Filho de Deus, confiando nEle como o Salvador do mundo, e submeter-se a Ele como o Senhor de todo-adoradores de fé sua surpresa acabou por ser inútil. Ele não era melhor do que o terror tremor dos demônios. Por isso, é para todos os que rejeitam a verdadeira pessoa e obra de Jesus Cristo.

5. Unido Alimentação (Marcos 1:29-39)

E logo depois que saíram da sinagoga, eles entraram na casa de Simão e André, com Tiago e João. Agora mãe-de-lei de Simon foi deitada com febre; e imediatamente eles falaram com Jesus sobre ela. E Ele veio para ela e levantou-a, tomando-a pela mão, ea febre a deixou, e ela esperou sobre eles. Ao cair da tarde, depois que o sol se punha, eles começaram a trazer a Ele todos os que estavam doentes e aqueles que estavam possuídos pelo demônio. E toda a cidade se reuniram na porta. E ele curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios; E ele não estava permitindo que os demônios falassem, porque sabiam quem Ele era. No início da manhã, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou, saiu da casa, e foi para um lugar isolado, e ali orava. Simon e seus companheiros procurá-lo; o encontraram, e disse-lhe: "Todo mundo está olhando para você." Ele disse-lhes: "Deixem-nos ir para outro lugar para as cidades vizinhas, para que eu pregue ali também; por que é que eu vim. "E Ele entrou em suas sinagogas por toda a Galiléia, pregando e expulsando os demônios. (1: 29-39)

Vivemos em um mundo devorado por doença, dor e morte. Nem sempre foi assim. Como Moisés explicado em Gn 1:31, depois que Deus criou o universo, Ele "viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom." A criação era sem mancha e sem defeito, um reflexo do One impecável que tinha falado na sua existência.

Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus, tudo mudou. O pecado entrou no mundo e trouxe consigo a doença, decadência e morte. Toda a criação foi amaldiçoado (Gn. 3: 17-19; Rm 8:20), e Adão e Eva estavam separados de Deus e banidos do Éden. Doença, o sofrimento, e a realidade da morte servem como lembretes dolorosos do fato inevitável que nós residimos em um planeta caído.

Mesmo todos os avanços da ciência moderna não pode remover as pragas nosso mundo sofre. Dois mil anos atrás, no entanto, as condições eram muito piores. A tecnologia médica era essencialmente inexistente, o que significa que as pessoas simplesmente definhava sob os efeitos de doenças e lesões.

Embora Jesus Cristo veio para que pudesse resgatar espiritualmente pecadores que estavam mortos em suas transgressões e enfrentando a ira de Deus (1Tm 1:15), Ele escolheu para demonstrar que o poder de salvar, bem como seu profundo amor e compaixão, entregando pessoas de suas doenças e demônios. Capacidade entregar Jesus também serviu como uma prévia das condições de Sua vinda reino terreno, em que Satanás e seus demônios serão vinculados (Apocalipse 20:1-3), a maldição serão mitigados, e os seus efeitos muito reduzidos, até que é completamente removido na perfeição justo do estado eterno no céu (Apocalipse 21:1-22: 5).

O incidente registrado em Marcos 1:29-34 ocorreu no mesmo dia em que os eventos registrados nos versículos 21:28, quando um homem possuído pelo demônio foi entregue de forma dramática na sinagoga. Pouco tempo depois, Jesus e seus discípulos viajaram para casa de Pedro, onde Jesus demonstrou sua autoridade sobre os efeitos físicos do pecado. Juntas, as duas passagens destacar a natureza sobrenatural do poder soberano de Jesus. Sempre que Ele confrontou tanto demônios ou doença, ambos fugiram em seu comando. Esse tipo de domínio fornece a prova inegável da divindade de Jesus, corroborando a tese de Marcos que Jesus é o Rei messiânico, o Filho de Deus (1: 1).

Como o Salvador do mundo, o Messias tinha de ser capaz de resgatar as almas do pecado e Satanás. Como a ressurreição ea vida (Jo 11:25), Ele tinha que ter poder sobre ambos os efeitos físicos e espirituais da maldição. Como o Redentor, Ele tinha que ser capaz de resgatar tanto a alma que estava perdido e o corpo que estava em decomposição (Rm 8:23). Jesus consistentemente demonstrado necessário poder celestial, lançando várias vezes os demônios e curar doenças para expor o seu domínio total sobre ambos os reinos espirituais e físicas devastadas pelo pecado. Por esses milagres Ele demonstrou que Ele possuía o poder de dar vida eterna a almas e corpos, equipando-os para a glória ressuscitado no céu.

Nesta seção (vv. 29-39), Jesus continuou a evidência de que ele era o divino, o Filho de Deus compassivo. A passagem pode ser dividido em três seções: a prova da Sua pessoa (vv 29-34.), O poder da sua acção (35 v.), E que a prioridade da sua missão (vv 36-39.).


A prova da Sua Pessoa

E logo depois que saíram da sinagoga, eles entraram na casa de Simão e André, com Tiago e João. Agora mãe-de-lei de Simon foi deitada com febre; e imediatamente eles falaram com Jesus sobre ela. E Ele veio para ela e levantou-a, tomando-a pela mão, ea febre a deixou, e ela esperou sobre eles. Ao cair da tarde, depois que o sol se punha, eles começaram a trazer a Ele todos os que estavam doentes e aqueles que estavam possuídos pelo demônio. E toda a cidade se reuniram na porta. E ele curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios; E ele não estava permitindo que os demônios falassem, porque sabiam quem Ele era. (1: 29-34)

Um típico sinagoga serviço terminou por volta do meio-dia. Quatro primeiros discípulos de Jesus, a quem chamou apenas um curto período de tempo anterior (conforme Mc 1:16-20), teria atendido o serviço sinagoga com Ele e, juntamente com as multidões, foi surpreendido por sua pregação (v. 22) e espantado com a Sua autoridade sobre o demônio que confrontou Ele (v. 27). Como o tumulto cessou, e as pessoas foram demitidos, os quatro antigos pescadores veio com Jesus para fora da sinagoga, sem dúvida, falando animAdãoente com o outro sobre a libertação espetacular que tinham acabado de presenciar.

Imediatamente após sair da sinagoga, eles entraram na casa de Simão e André, com Tiago e João. Todos estes quatro homens haviam sido no negócio de pesca ao longo do mar da Galiléia. Estes não eram simplórios pouco sofisticados, como às vezes tem sido imaginado, mas comerciantes bem sucedidos que, aparentemente, teve um grande operação sediada em Cafarnaum. Peixe era uma carne grampo em tempos antigos e do Mar da Galiléia rendeu o suficiente para exportar seus produtos ao longo dessa parte do mundo mediterrâneo. Estes dois conjuntos de irmãos tinham abandonado atividades terrenas para seguir Jesus e buscar o reino dos céus (1: 16-20). Na sinagoga, naquela manhã, eles receberam um lugar na primeira fila para observar Sua autoridade real. Isso teria sido o assunto de sua conversa enquanto caminhavam.

Simão, também chamado Pedro (conforme Mt 16:18;. Jo 1:42), e André eram originalmente de Betsaida, uma cidade na costa norte do Mar da Galiléia (conforme Jo 1:44). Eles haviam se mudou para Cafarnaum, sem dúvida, por uma questão de negócio. Primeiro Coríntios 9:5 indica que Simão Pedro era casado e que sua esposa viajaram com ele em suas viagens ministeriais posteriores. A tradição da Igreja sugere ainda que Pedro e sua esposa tiveram pelo menos um filho, embora o Novo Testamento é omissa sobre esse ponto.

Neste ponto, no início do ministério de Jesus, Pedro morava em Cafarnaum com sua estendida sua esposa e filhos, sua mãe-de-lei, o seu irmão André, ea família de André, inclusive da família.Arqueólogos desenterraram o local tradicional da casa de Pedro, a uma curta caminhada das antigas ruínas da sinagoga. Um comentarista descreve desta forma:
Dentro de um tiro de pedra da sinagoga de Cafarnaum se encontra uma estrutura que pode razoavelmente ser identificada como a casa de Pedro. A casa faz parte de um grande complexo "insula", em que as portas e janelas abertas para um pátio interior, em vez de para fora, para a rua. O tribunal, com acesso por uma porta de entrada da rua, era o centro da vida das habitações em torno dele, contendo lareiras, mós para grãos, mão-prensas, e escadas para telhados de habitações. As moradias foram construídas com paredes pesadas de basalto negro sobre o qual um telhado plano de madeira e sapé foi colocado.(Tiago R. Edwards, O Evangelho segundo Marcos, Pillar New Testament Commentary [Grand Rapids: Eerdmans, 2002], 59)

Ao entrar residência de Pedro, Jesus e seus discípulos teriam se encontrado em um grande pátio praça rodeada por edifícios. Claramente, Pedro era mais do que apenas um trabalhador não qualificado com uma vara de pesca. Significativamente, as investigações arqueológicas descobriram marcas devocionais sagrados escritos na pedra e riscados no gesso. As gravuras indicam que a casa de Pedro era um local de encontro mais cedo para os cristãos, e, provavelmente, uma igreja, que remonta ao final do século I ou início do segundo.
Como discípulos de Jesus, e como os moradores de Cafarnaum, que viviam perto da sinagoga, que teria sido natural para Pedro e André para convidar Jesus, junto com Tiago e João, para a sua casa para a refeição do meio-dia. Pedro também tinha uma motivação secundária. Como Marcos explica, "Agora a mãe-de-lei de Simão estava deitada com febre; e imediatamente eles falaram com Jesus sobre ela. "Lucas, o médico fornece o detalhe acrescentou que era uma febre alta (Lc 4:38), sugerindo que sua condição foi relacionada com uma infecção grave. Sua filha e filho-de-lei foram claramente em causa, tanto assim que, logo que Jesus entrou na casa, a família ", perguntou ele ajudá-la" (Lc 4:38). Tendo acabado de ver o Seu poder em exibição na sinagoga, e familiarizado com outros milagres que fazia (conforme Lc 4:23), que recorreu a ele para curá-la.

A febre foi o suficiente para que ela estava na cama alta, fraco demais para se levantar e cumprimentar os convidados que vieram para a casa dela. As exigências da vida cotidiana no primeiro século não pagar a maioria das pessoas o luxo de ficar na cama só porque não se sentia bem. Isso teria sido especialmente verdadeiro quando os convidados foram convidados. É provável que ela estava extremamente doente. Respondendo com compaixão, Jesus veio para ela enquanto ela estava deitada e levantou-a. A gravidade da sua doença era irrelevante para Jesus, que repreendeu a febre (Lc 4:39), e tomando-a pela mão, a febre a deixou . Naquela manhã, na sinagoga, Ele havia repreendeu o espírito imundo, e o demônio partiu. Se no reino espiritual ou física, sempre que Jesus emitiu uma repreensão, os efeitos foram imediatos.

No final do versículo 31, Marcos observa que após a mãe-de-lei de Pedro se levantou, ela esperou sobre eles. Ela estava completamente curada. Seus sintomas haviam desaparecido. Não houve período de recuperação. Um momento, ela tinha sido fraco demais para fazer qualquer coisa, mas se deitar. O seguinte, ela estava de pé, cheio de energia e pronto para ajudar a preparar o jantar de sábado. Era como se ela nunca tinha estado doente.

Os milagres de cura de Jesus, como este, estão em forte contraste com as alegadas curas de "curandeiros" contemporâneos e televangelistas carismáticos. O mundo sempre foi atormentado por falsos curandeiros que se aproveitam do sofrimento físico de pessoas desesperadas a fim de extorquir dinheiro deles. Apesar de suas reivindicações ousadas, curandeiros modernos são nada mais do que os burlões espirituais. Eles podem ter a capacidade de manipular multidões de pessoas suscetíveis, mas eles não têm o poder de curar realmente ninguém.

As curas de Jesus não poderia ser mais diferente do que as falsificações contemporâneas. Ao contrário de curandeiros, que supostamente curar doenças invisíveis, Jesus curou as pessoas com doenças orgânicas inegáveis ​​e deficiências físicas, tais como surdez, cegueira, hanseníase, e paralisia. Em certa ocasião, Jesus recolocado a orelha perdida, de tal forma que foi totalmente restaurado (Lucas 22:50-51). Ele fez a forma mais extrema de cura quando Ele levantou alguém dentre os mortos (Mc 5:42; Lucas 7:14-15; João 11:43-44).

Jesus também curou imediatamente e completamente. Aqueles que experimentaram Seu poder de cura não precisava de tempo para a recuperação ou recuperação. Mãe-de-lei de Pedro é um excelente exemplo do imediatismo de curas de Jesus. Ela não precisa esperar para se sentir melhor. O Senhor não instruí-la para levá-lo fácil para algumas semanas para que seu corpo se recuperar. Ela passou de definhando na cama para funcionar com força total.

Curandeiros modernos, para controlar a ilusão, cuidadosamente prescreen as pessoas que eles permitem ao palco. Mas Jesus curou indiscriminAdãoente. Ele curou todos que vieram a Ele, não importa a natureza da sua doença ou enfermidade. Na passagem paralela de Lc 4:40, Lucas explica que, "Enquanto o sol estava se pondo, todos aqueles que tiveram qualquer que estavam doentes com várias doenças lhos traziam; e impondo as mãos sobre cada um deles, curava-os. "Como Lucas aponta, Jesus pôs as mãos sobre" cada um deles ", curando todos os que vieram. As curas de Jesus não exigia a fé dos participantes, uma vez que a maioria das pessoas que Ele curou eram incrédulos. Embora alguns deles veio a fé, como resultado da cura, como um dos dez leprosos (Lucas 17:17-19), a maioria não o fez, como os outros nove.

Significativamente, Jesus fez os milagres de cura em plena vista do público, durante o curso normal de seu ministério diário enquanto se movia através de uma multidão de pessoas de um lugar para outro.Ele não necessitam de um ambiente altamente controlado, a fim de manipular as multidões e as circunstâncias. Ao contrário, Ele foi capaz de curar qualquer um, a qualquer momento, em qualquer lugar de qualquer doença. Não houve categorias de doença além de seu poder. Não é de surpreender, sempre que Ele realizou um milagre, palavra sobre Ele rapidamente se espalhou por toda a cidade ou região onde Ele estava ministrando. A cura da mãe-de-lei de Pedro não foi excepção. Ele desencadeou uma resposta em toda a cidade.
Marcos descreve o que aconteceu a seguir: Quando chegou a noite, depois que o sol se punha, eles começaram a trazer a Ele todos os que estavam doentes e aqueles que estavam possuídos pelo demônio . Depois de ouvir o que aconteceu, as pessoas imediatamente determinado a vir e ver Jesus. Eles tiveram que esperar até depois do sol se pôr , porque a lei judaica proibiu-os de exercer alguma coisa ou alguém no sábado. De acordo com o cômputo judaico de tempo, o dia terminou ao pôr do sol (por volta das 6:12 PM ), como o céu começou a escurecer e as primeiras estrelas se tornaram visíveis.Assim que o sol se punha, os moradores de Cafarnaum levado às pressas para o transporte de seus amigos e parentes doentes para Jesus. Na verdade, a multidão do lado de fora da casa de Pedro era tão grande que, como explica Marcos, toda a cidade se reuniram na porta.

Apesar do fluxo constante de pessoas carentes (o imperfeito do verbo traduzido começou a trazer indica que eles se divertir e vindo), Jesus com infinita compaixão impôs as mãos sobre cada um deles e os curava (Lc 4:40). A declaração de Marcos, que Ele curou muitos, não implica que havia alguns que não foram curados. Pelo contrário, ela fala com o fato de que Ele curou um grande número de pessoas nessa ocasião. Muitas pessoas doentes e que sofrem veio vê-lo, e dos muitos que vieram todos foram curados (conforme Mt 8:16).

Alguns estavam doentes com várias doenças e Jesus imediatamente lhes completamente todo. Outros foram possuído pelo demônio, por isso Jesus expulsou muitos demônios, e ele não estava permitindo que os demônios falassem, porque sabiam quem Ele era. Jesus proibiu os demônios de falar, porque, aparentemente, ele não queria afirmação de sua identidade a partir da agentes de Satanás.Seu testemunho a Ele só teria confundido a questão. Isto é semelhante à experiência de Paulo em Filipos, quando uma escrava possuído pelo demônio deu afirmando testemunho do apóstolo.

Aconteceu que, como estávamos indo para o lugar de oração, uma escrava que tinha um espírito de adivinhação nos encontrou, que estava trazendo seus senhores muito lucro por leitura da sorte. Seguindo a Paulo ea nós, ela não parava de chorar, dizendo: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo, que estão anunciando-vos o caminho da salvação." Ela continuou fazendo isso por muitos dias. Mas Paulo estava muito irritado, e virou-se e disse ao espírito: "Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo para sair dela!" E ele saiu naquele momento. (Atos 16:16-18)

Paulo expulsou o demônio para parar o engano. Demons preferem ser disfarçado como anjos de luz (conforme 2Co 11:14). Nesta ocasião, em Cafarnaum, Jesus sabia que sua intenção de afirmar sua identidade e os silenciou. Nem o próprio diabo nem seus demônios podem tanto quanto falar uma palavra sem a permissão do Senhor soberano.

Presumivelmente, centenas de pessoas foram curadas nesta ocasião. No entanto, este foi apenas uma noite na vida de nosso Senhor. Jesus iria continuar a exibir este tipo de poder divino em todo o seu ministério de três anos. Na verdade, existem algumas noventa textos evangélicos que caracterizam as curas de Cristo. Durante o ministério de Jesus, houve uma explosão de cura sem paralelo, que praticamente banido da doença a partir de Israel. Nada como isso já ocorreu, em todos os séculos antes ministério terrestre de Jesus ou depois.

Curandeiros modernos podem afirmar que o tipo de curas que Jesus realizou sempre ocorreram ao longo da história e ainda estão acontecendo hoje. Nada poderia estar mais longe da verdade. Os milagres de Jesus foram as únicas e inegável, e as pessoas que os testemunharam respondeu em choque total. Como as multidões afirmou em Mc 2:12, depois que Jesus curou um paralítico: "Nós nunca vimos nada parecido com isso." Uma resposta similar é registrada em Mt 9:33, depois de Jesus entregou um homem mudo que estava possuído pelo demônio: " Nada como isso já foi visto em Israel "Ainda que Jesus delegou seu poder milagroso aos apóstolos, a fim de autenticar os seus ministérios (Mc 6:1; 2 Cor 0:12; Heb.. 2: 3-4), dons sobrenaturais de cura e de milagres faleceu quando era apostólica terminou.

Jesus realizou milagres, por não fornecer cuidados de saúde gratuitos, mas para afirmar o verdadeiro evangelho e para validar sua afirmação de ser o Rei messiânico, o Filho de Deus, e o Salvador do mundo (conforme Jo 10:38). Seus milagres sem qualquer dúvida razoável sobre a Sua autoridade sobre os demônios e doenças, tanto sobre a criação espiritual e física. Eles apresentou Seu poder para vencer o pecado e Satanás, e confirmou sua capacidade tanto para resgatar as almas do pecado, da morte e do inferno e para levantar corpos dos mortos para a vida eterna.

Em relato paralelo de Mateus, ele concluiu esses eventos, fazendo uma referência a Is 53:4; He 4:15.). Os escritores do evangelho repetidamente falam de compaixão de Jesus para aqueles que experimentaram seu toque de cura (Mt 9:36;. Mt 15:32; Mc 1:41; Lc 10:33). Ele suportou o peso do sofrimento humano por solidarizando com aqueles que experimentaram. Em segundo lugar, Ele se entristeceu com o poder destrutivo que faz com que o próprio sofrimento físico-pecado. Quando Jesus chorou no túmulo de Lázaro, não foi porque seu amigo tinha morrido, pois Ele sabia que Lázaro logo seria ressuscitado para a vida. Pelo contrário, foi devido à realidade do pecado, que traz sofrimento e morte para cada pessoa (Rm 5:12). Ele não podia testemunhar a dor da doença e da morte, sem, simultaneamente, sendo tristes com os efeitos da maldição.Terceiro, e mais importante, Jesus tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças por vencer o pecado tão completamente que, em última análise, toda a doença e sofrimento será eliminado. O Rei desde um prenúncio da natureza gloriosa do seu reino eterno, a partir do qual toda a tristeza e doença será banido para sempre.

A fim de redimir os homens e mulheres a partir dos efeitos devastadores do pecado, o próprio Jesus teria que sofrer e morrer. A doença, tristeza e morte não poderia ser permanentemente removidos até que o próprio pecado foi derrotado. Através de Sua morte, Jesus pagou a penalidade para o pecado, e por meio de Sua ressurreição, Ele venceu a morte. Assim, através da morte e ressurreição, o Senhor Jesus derrotou o pecado ea morte para todos os que depositam sua fé nEle.

Obra redentora de Cristo será finalmente cumprida para os crentes no futuro, quando recebem seus corpos ressurreição (conforme Rm 8:22-25; Rm 13:11.). Naquele dia glorioso, todos que confiaram em Cristo será dada corpos físicos que são sempre livres do pecado, da doença e da ameaça de morte. Apesar de que a esperança está ainda no futuro para aqueles deste lado da sepultura, Jesus provou que Ele é capaz de cumprir essa promessa por que Ele fez todo o Seu ministério.


O poder de sua Ação

No início da manhã, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou, saiu da casa, e foi para um lugar isolado, e ali orava. (01:35)

Dadas as enormes multidões que tinham se reunido em frente à casa de Pedro, logo após o por do sol, o ministério de Jesus aos doentes e enfermos deve ter durado bem na noite. Era provável meia-noite muito antes da última das pessoas havia deixado. Depois de um dia tão cansativo do ministério, Jesus precisava de mais do que uma mera refresco sono poderia proporcionar.
Então, no início da manhã, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou, saiu da casa, e foi para um lugar isolado, e ali orava. A prova da Sua pessoa havia sido demonstrado em seus milagres, mas o poder por trás de Sua ação foi a oração. Ele estava sujeito à vontade do Pai e que operam no poder do Espírito. Consequentemente, um momento de comunhão privada com Seu Pai era crítica. Antes de o sol até mesmo veio, Jesus levantou-se, o que sugere que ele estava dormindo, mesmo se tivesse sido apenas por algumas horas curtas-e Ele foi embora para um lugar isolado , a fim de desfrutar de comunhão com o Pai. A palavra traduzida lugar isolado ( erēmos ) é a mesma palavra traduzida como "deserto", anteriormente Marcos 1 (vv. 3, 4, 12, 13).

Os Evangelhos registram várias ocasiões, quando Jesus foi para um lugar isolado, a fim de orar (conforme Mt 14:23;. Mc 1:35, Lc 4:42; Jo 6:15). É claro que essas não eram as únicas vezes que ele orou.Todo o seu ministério foi marcado pela contínua comunicação com Seu Pai. Jesus rezou antes de Seu batismo (Lc 3:21), antes de chamar os Doze (Lucas 6:12-13), antes de alimentar a multidão (Jo 6:11), em sua transfiguração (Lucas 9:28-29), antes que Ele ressuscitou Lázaro (João 11:41-42), no cenáculo (Mateus 26:26-27.), no Getsêmani (Mateus. 26: 36-46)., e mesmo enquanto pendurado na cruz (Mt 27:46 ). A perfeita união que existia entre Jesus eo Pai está em destaque em João 17:1-26, onde uma oração prolongada de Cristo é gravado. Ele sempre rezou para que todas aquelas coisas que estavam na vontade de Deus seria realizado (conforme Mt 26:39, Mt 26:42), e Ele ensinou seus discípulos a fazer o mesmo (Mt 6:10).

Vida de oração de Jesus era mais do que apenas um modelo para os seus discípulos a seguir. Era uma parte essencial de sua obediência e submissão. Na encarnação, o Filho de Deus anular o uso independente de seus atributos divinos (conforme Fm 1:2). Pedro e seus companheiros (provavelmente incluindo André, Tiago e João) entrou para a caça e procurou por Ele . Quando o grupo de busca, eventualmente encontrados Ele, Pedro disse-lhe: "Todo mundo está olhando para você." Toda a população de Cafarnaum juntou a caçada para localizar Jesus (Lc 4:42). Mas, como as multidões que esperavam para um pequeno-almoço gratuito pela manhã, após Jesus alimentou os milhares (conforme João 6:24-26), e tantos outros (conforme Jo 2:24-25), essas multidões não tinha nada mais do que um auto-interesse superficial em Jesus.

Jesus tinha vindo para pregar as boas novas do Seu reino vindouro (conforme Mc 1:14-15). Seu objetivo final não era para livrar as pessoas de doenças temporais, mas para salvá-los do pecado e do juízo eterno.Necessidades físicas de reunião das pessoas era uma demonstração de compaixão e poder divino, mas Ele veio para redimir os pecadores. Com isso em vista, que era hora de ir e pregar o evangelho nas cidades e nas regiões vizinhas. Jesus respondeu a Pedro e os outros discípulos de uma forma que provavelmente os surpreendeu. . Em vez de capitalizar sua recente popularidade em Cafarnaum, Jesus decidiu deixar Ele lhes disse: "Deixem-nos ir para outro lugar para as cidades vizinhas, para que eu pregue ali também; por que é que eu vim. " Embora Ele compassivamente curou os doentes e alimentou os famintos, Jesus definiu a sua missão com estas palavras: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento" (Lc 5:32). Em outra ocasião, ele disse aos seus ouvintes de forma semelhante, "O Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10 ESV). O Senhor procurou pecadores perdidos e chamou-os ao arrependimento através da pregação do evangelho.Como Marcos explicado anteriormente, "Jesus veio para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus e dizendo:" O tempo está cumprido, eo reino de Deus está próximo; se arrepender e crer no evangelho "(1: 14-15). Os milagres de Jesus validado Sua mensagem do evangelho, mas os próprios milagres não poderia salvar ninguém. A salvação veio apenas quando as pessoas com fé arrependido para a pregação do evangelho.

De acordo com essa prioridade, Jesus optou por não voltar a Cafarnaum naquele dia. Pelo contrário, Ele entrou em suas sinagogas por toda a Galiléia, pregando e expulsando os demônios (v. 39). Nesse único verso, Marcos resume semanas, se não meses de tempo que Jesus continuou fazendo exatamente o que Ele havia feito em Cafarnaum-pregando as boas novas e dominando os demônios. Desta forma, Jesus tanto validado Sua identidade como Rei messiânico, ao mesmo tempo, proclamando que a salvação só pode ser encontrada através da fé em seu nome (conforme At 4:12). Quando Ele ensinou ao longo das sinagogas da Galiléia, Sua ênfase era sobre a proclamação do evangelho. O apóstolo Paulo, mais tarde, articular a importância de tal pregação em 13 45:10-15'>Romanos 10:13-15:

Por "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." Como pois invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como poderão ouvir sem pregador?Como pregarão, se não forem enviados? Assim como está escrito: "Quão formosos são os pés dos que anunciam boas novas de coisas boas!"
Nesta seção (1: 29-39), Marcos sucintamente reúne três elementos centrais do ministério terrestre de Jesus. A prova de Sua realeza divina estava em seus milagres. O poder que sustentou seu ministério veio de sua vida de oração, como Ele submeteu ao Pai e dependia do Espírito. A prioridade de seu ministério era pregar o evangelho para os perdidos, para que por meio dele, tenham a vida eterna.

6. O Senhor eo leproso (Marcos 1:40-45)

E um leproso veio a Jesus, suplicando-Lhe e caindo de joelhos diante dele, e dizendo: "Se você estiver disposto, pode tornar-me limpo." Movido de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe "Estou disposto; será purificado. "Imediatamente a lepra o deixou e ficou limpo. E Ele severamente o avisou e imediatamente mandou-o embora, e Ele lhe disse: "Veja que você não dizer nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés ordenou, como um testemunho para eles. "Mas ele saiu e começou a proclamá-la livremente e para espalhar a notícia por aí, a tal ponto que Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade, mas ficou de fora das zonas pouco; e que eles estavam vindo a Ele de todo o lado. (1: 40-45)

Os Evangelhos não chegar perto de gravação de todos os milagres de cura que Jesus realizou. João sugere que um registro tão completo seria impossível. Como explicou no final do seu evangelho, "Há também muitas outras coisas que Jesus fez, que se fossem escritas em detalhe, penso que nem mesmo o próprio mundo não poderia conter os livros que seriam escritos" (Jo 21:25). A extensão do ministério de cura de Cristo é talvez melhor capturado nas palavras de Lc 6:19: "E todas as pessoas estavam tentando tocá-lo, para poder vinha dele e curando a todos eles "(grifo nosso). Em apenas que um dia, Jesus curou todos os que vieram a ele, o que significa que seus milagres de cura provavelmente chegaram a centenas ou mesmo milhares. Os escritores do evangelho fornecer apenas uma amostragem dos sinais sobrenaturais que Ele realizou.

Como observado nos capítulos anteriores deste volume, o propósito dos milagres de Jesus foi validar o fato de que Ele é verdadeiramente que Ele afirmava ser: o Rei messiânico, o Filho de Deus, e o Salvador do mundo. Cada milagre de andar sobre a água para expulsar demônios para curar a sua autoridade sobrenatural doente demonstrada, quer sobre a natureza, Satanás, doença ou pecado e da morte.Seus milagres autenticada da veracidade da sua afirmação e mensagem. A prioridade no seu ministério não estava realizando milagres, mas pregar o evangelho (Mc 1:38). Ele veio para chamar os pecadores ao arrependimento e à fé salvadora (1:15).

Como Jesus viajou de lugar para lugar pregando o evangelho do reino, Ele validado que a pregação por inúmeras demonstrações de poder divinos. O escopo de seu ministério milagroso foi tão extenso que Ele essencialmente banido doença e possessão demoníaca da terra de Israel durante os três anos e meio de Seu ministério público (ver Mateus 4:23-24; 8.: 16-17; Mt 9:35; Mt 14:14; Mt 15:30; Mt 19:2). Foi um desencadeamento maciço do poder divino, sem paralelo na história. Ele fez os líderes judeus tomar conhecimento.

Significativamente, embora os líderes nunca negou qualquer um dos seus milagres, eles não tentam mudar a fonte de seu poder de Deus para o diabo. Em vez de reconhecer que Ele estava operando por meio do poder do Espírito Santo, eles abertamente o acusou de ser habilitada por Satanás (Mt 12:24). Isso não era apenas uma acusação ridícula dada Seu caráter sem pecado perfeito e comportamento, mas uma irracional, já que Ele estava lançando continuamente os demônios de Satanás. Ele expôs sua cegueira razoável pelo único axioma em Mateus 12:25-26: "Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo; Como, então, subsistirá o seu reino "Não havia nenhuma desculpa válida para recusar-se a acreditar Sua mensagem (conforme Jo 10:38; Jo 14:31)?. A rejeição dos fariseus e dos saduceus que não foi devido a falta de provas, mas apenas a sua própria dureza de coração pecaminoso. Com todos os milagres que eles rejeitaram, seus corações se tornaram mais calejado e eles foram ainda indiciados. No final, eles se recusaram a acreditar que, apesar de a prova esmagadora de Sua ressurreição.

Dada a extensão do ministério de cura de Jesus, é provável que Ele curou muitos leprosos (conforme Mt 11:1; Lc 7:22). No entanto, o detalhe do Novo Testamento Evangelhos apenas duas ocasiões específicas em que os leprosos foram milagrosamente restaurado por Jesus. Esta passagem relata um daqueles (Marcos 1:40-45; conforme Mt 8:1-4; Lucas 5:12-16.). Os outros envolvidos dez homens leprosos, os quais foram curados, mas apenas um deles voltou para agradecer (Lucas 17:12-19). Também os Evangelhos mencionam um homem chamado Simão, o leproso (Mt 26:6 deve ser visto como representante de outras ocasiões em que Jesus encontrou os leprosos e os curou de sua doença debilitante e alienante.

Mas o que torna esta conta tão significativa que três escritores do evangelho iria escolher para incluí-lo em seus registros da vida e ministério de Jesus? Parte da resposta a essa pergunta é encontrada no efeito que isso teve sobre a cura ministério público de Jesus. Sua popularidade disparou como resultado deste milagre particular, a fim de que Ele "já não podia entrar publicamente mais de uma cidade, mas ficou de fora das zonas pouco" (Mc 1:45; Lc 5:15). Mas há outra razão que esta conta é tão importante: ele serve como um poderoso analogia com a verdade da salvação, ilustrando a pecadores restauração espiritual experiência quando eles respondem com fé para o evangelho. Por um lado, o leproso era um pária que foi forçado a ficar em lugares isolados. Mas ele se aventurou na cidade, reuniu-se Jesus, e foi milagrosamente curado. Por outro lado, Jesus, que estava inicialmente na cidade, após a cura do leproso, mudou-se para os locais isolados. Para curar esse homem de sua lepra, o Senhor teve que trocar de lugar com ele. O Salvador estava disposto a tornar-se uma pessoa de fora para que um leproso intocável, o estranho final, poderia ser resgatado e restaurado. Aí é retratado a realidade dos lugares evangelho Jesus negociados com os pecadores, a fim de livrá-los do pecado. Na cruz, fora da cidade, Jesus foi tratado como um pária, de modo que aqueles que realmente foram desterrados pode ser reconciliado com Deus e aceitos como cidadãos de sua cidade celestial.

A passagem divide facilmente em três características principais: situação do leproso (v. 40), a disposição do Senhor (vv 41-44.), E situação do Senhor (v 45)..


Predicament do leproso

E um leproso veio a Jesus, suplicando-Lhe e caindo de joelhos diante dele, e dizendo: "Se você estiver disposto, você pode limpar-me." (1:40)

Marcos não dá detalhes sobre o homem que veio a Jesus, a não ser para explicar que ele era um leproso. Lucas acrescenta que ele estava "coberto de lepra" (Lc 5:12). Como tal, a sua condição teria sido óbvio para qualquer um que o viu, tornando-o um pária no antigo Israel. A palavra "lepra" é derivado da palavra grega lepros ("scale") e refere-se à aparência escamosa da pele de um leproso.

No antigo Oriente Próximo, qualquer número de doenças de pele poderia ter dado à pele uma aparência escamosa (de inflamações crônicas como eczema à infecções do couro cabeludo por fungos). A palavra hebraica tzaraath (geralmente traduzido como "lepra" no Antigo Testamento) é suficientemente ampla para abranger vários tipos de doenças de pele, alguns mais graves do que outros. Mas o tipo mais grave da lepra nos tempos bíblicos provável consistia em o que hoje é conhecida como doença de Hansen, uma infecção bacteriana devastador que desfigurada aparência de uma pessoa e debilitado seu sistema nervoso, muitas vezes levando à morte.

Historiadores médicos acreditam que a doença de Hansen pode ter se originado no Egito, uma vez que a bactéria que causa foi descoberto em pelo menos uma múmia egípcia. Uma das doenças mais temidas no mundo antigo, era uma infecção contagiosa que pode ser transmitida tanto pelo ar e através do toque físico. Até hoje, não há cura para a doença, embora possa ser controlada com medicação. Os sintomas incluíam esponjosos, tumoral inchaços que apareceram no rosto e no corpo. Como as bactérias se tornou sistêmica, que começou a afetar órgãos internos e ao mesmo tempo fazendo com que os ossos começam a deteriorar. Ele também enfraquecido o sistema imunológico da vítima, fazendo com que os leprosos suscetíveis a outras doenças, como a tuberculose.

O Senhor deu instruções específicas e regulamentações rigorosas em matéria de hanseníase, a fim de proteger o seu povo escolhido (conforme Lev. 13). Qualquer pessoa suspeita de ter a doença teve de ser examinado por um padre. Se a condição parecia ser mais do que um problema de pele superficial, a pessoa foi colocado em quarentena por sete dias. Se os sintomas pioraram, mais uma semana de isolamento foi necessária. Após 14 dias, o sacerdote pronuncia a pessoa a ser limpo ou imundo-dependendo se ou não, a erupção tinha continuou a se espalhar. Em alguns casos, os sintomas eram tão óbvio que um tempo de espera não era necessária, e que a pessoa seria declarado impuro. 13 12:3-13:17'>Levítico 13:12-17 descreve também uma forma menos grave de hanseníase que causou toda a pele a ficar branco. Nesses casos, a pessoa foi declarada limpa depois que ele ou ela já não era contagiante. Esta forma menor de hanseníase provavelmente consistia de psoríase, eczema, vitiligo, hanseníase tuberculóide, ou, possivelmente, uma condição conhecida agora como leukodermia. Mas quando uma pessoa foi diagnosticada com a forma grave da lepra (ou seja, a doença de Hansen), as ramificações foram imediatos e grave.

De acordo com 13 45:3-13:46'>Levítico 13:45-46, os leprosos teve que isolar-se da sociedade:

Quanto ao leproso que tem a infecção, as roupas devem ser rasgadas, e os cabelos de sua cabeça será descoberta, e ele cobrirá o seu bigode e grito: "Imundo! Impuro "Ele permanecerá imundo todos os dias, durante o qual ele tem a infecção!; é imundo. Ele deve viver sozinho; a sua habitação será fora do acampamento.

A fim de evitar infectar outras pessoas, os leprosos foram colocados em quarentena, legalmente proibidos de viver em qualquer município israelita (conforme Nu 5:2 diz que "ele caiu em seu rosto." Ele encostou-se em humilde adoração diante de Jesus. Reconhecendo sua própria indignidade, o leproso chamado Jesus "Senhor" (Lc 5:12), e confiou a prerrogativa soberana do Salvador e poder conhecido, dizendo: "Se você estiver disposto, você pode limpar-me."

O leproso viu-se não só como ser desprezado pelos homens, mas também amaldiçoado por Deus (conforme 2 Cr 26: 17-21.). Porque a teologia comum disse doença física foi uma consequência do pecado, este leproso certamente se considerava um pecador. E assim, em desespero, ele veio a Jesus para pedir a libertação. Ele sabia que não poderia presumir sobre Jesus 'misericórdia, por isso o prefácio, "se você estiver disposto." No entanto, o seu pedido também exalava fé corajosa com base no que ele sabia que Jesus tinha feito. Ele não tinha nenhuma dúvida sobre o poder de Jesus, para que ele afirmava, "Você pode limpar-me."

Só podemos imaginar a reação do povo enquanto eles observavam a cena dramática se desdobrar. Horror misturada com indignação deve ter varreu a multidão de curiosos. Alguns provavelmente encolheu com medo assustado, cobrindo suas bocas como eles rapidamente recuou. Talvez outros olhou em torno de pedras e paus para afastar o proscrito indesejada. Outros certamente ficou olhando em silêncio atordoado, sem saber como o próprio Jesus iria responder.


Provisão do Senhor

Movido de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: "Eu estou disposto; será purificado. "Imediatamente a lepra o deixou e ficou limpo. E Ele severamente o avisou e imediatamente mandou-o embora, e Ele lhe disse: "Veja que você não dizer nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés ordenou, como um testemunho para eles "(1: 41-44).

Do ponto de vista de judaísmo do primeiro século, Jesus tinha todo o direito de ser indignados com o comportamento do leproso. O homem tinha violado a saúde pública, as normas sociais, e até mesmo as estipulações da lei mosaica. Mas o Senhor não cresceu com raiva. Em vez disso, Ele foi movido de compaixão. Ele simpatizava com a situação do homem, sentiu a agonia de seu isolamento e angústia, e aflito com os efeitos do pecado neste mundo (conforme Jo 11:34). Motivado pela compaixão genuína, Jesus estendeu a mão, tocou-o. Desde que esse homem tinha sido diagnosticado com hanseníase, ninguém havia tocado. No entanto, aqui, em um momento de total vulnerabilidade, enquanto ele estava deitado no pó implorando por libertação, o próprio Filho de Deus estendeu a mão, curou-o com um toque.

Em Lv 5:3; Mc 7:36; Mc 8:26), a fim de evitar a adição de mais combustível para o fogo da histeria messiânica que já havia sido provocada por seus milagres de cura (conforme Jo 6:14-15).

Em segundo lugar, Jesus enviou imediatamente lo embora, dizendo-lhe para "Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés ordenou, como um testemunho para eles."Antes de retomar o seu lugar na sociedade, este homem necessário para cumprir os requisitos do a lei mosaica sobre doenças contagiosas da pele, conforme descrito em Levítico 14. A prescrição necessárias, tendo dois pássaros e matando um deles em um vaso de barro sobre águas vivas. O outro pássaro, juntamente com madeira de cedro, um fio de escarlate, e hissopo, foi então mergulhado no sangue da ave que tinha sido morto. O ex-leproso era aspergido sete vezes e declarado limpo pelo sacerdote, e a ave viva foi posto em liberdade em um campo aberto. A pessoa foi posteriormente obrigado a lavar suas roupas, raspar todo o cabelo (incluindo as sobrancelhas), e se banhará em água. Depois de permanecer fora da sua tenda por sete dias, ele iria trazer ofertas adequadas ao sacerdote no oitavo dia. Então, ao oferecer os sacrifícios necessários, ele seria ungido com óleo pelo sacerdote, o que significa que ele estava limpo.

Declaração final de Jesus, que este seria um testemunho para eles, foi principalmente dirigida aos sacerdotes que serviam no templo. Quaisquer padres envolvidos em pronunciar este antigo leproso limpo teria sido confrontado com a realidade do poder de cura inegável de Cristo. Enquanto eles podem ter visto algumas doenças de pele remediar-se, e assim por ter sido familiarizado com tal ritual exigido, esta demonstração de poder de cura milagrosa de Jesus seria chocante para os sacerdotes. Assim, essa cura na Galiléia serviria como um poderoso testemunho em Jerusalém. As palavras de Jesus também serviu como um testemunho para todos os espectadores que ele não menosprezar requisitos do Antigo Testamento. Enquanto Ele detestava a hipocrisia farisaica de tradição carregada de religião, Jesus sempre defendeu o Antigo Testamento.


Predicament do Senhor

Mas ele saiu e começou a proclamá-la livremente e para espalhar a notícia por aí, a tal ponto que Jesus já não podia entrar publicamente mais de uma cidade, mas ficou de fora das zonas pouco; e que eles estavam vindo a Ele de todo o lado. (01:45)

Embora a instrução do Senhor tinha sido clara e inequívoca, o ex-leproso mostrou desobediente. Apesar de ter demonstrado humildade e submissão a Cristo em fazer o seu pedido de cura, em sua excitação eufórica ele saiu e começou a proclamá-la livremente e para espalhar a notícia ao redor. Era exatamente o oposto do que Jesus lhe havia ordenado que fazer.

Antes de ser curado, o leproso era um estranho forçados a viver em lugares isolados longe dos centros populacionais de Israel. Agora, por meio de sua desobediência, o ex-pária colocar Aquele que o curou em uma situação um pouco semelhante. Pelo seu testemunho público do que tinha acontecido com ele, o homem curado adicionado ao frenesi multidão ao redor de Jesus , de tal forma que Jesus já não podia entrar publicamente mais de uma cidade, mas ficou de fora das zonas pouco.

O historiador judeu do primeiro século Josephus relatou que havia cerca de 240 cidades e aldeias da Galiléia. Jesus queria ir a todos eles, a fim de pregar o evangelho (Marcos 1:38-39). A resposta cada vez mais esmagadora das pessoas tornaram isso impossível. As multidões que se amontoaram tornou-se tão grande e exigindo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade.

Conseqüentemente, o Senhor começou a ministrar em áreas isoladas, seja no deserto ou pela costa do Mar da Galiléia. Sempre que ele se aventurou de volta para lugares como Cafarnaum, as multidões de britagem estavam esperando (Mc 2:2). A multidão ficou animado com a sua cura e Seus milagres, mas eles foram em grande parte não tem interesse na mensagem do evangelho (conforme Jo 6:66) —a realidade que acabaria por culminar em sua crucificação, como eles se voltaram contra ele em uma forma mortal apesar de seus milagres.

Mesmo quando Jesus ficou longe das cidades e aldeias da Galiléia, o povo não ficar longe dele. Na verdade, eles estavam vindo a Ele de todo o lado. Embora Ele permaneceu no deserto, as multidões exigindo O procuraram e seguiram-onde quer que fosse. Como Marcos registra mais tarde, em seu evangelho, "Jesus retirou-se para o mar com os seus discípulos; e uma grande multidão da Galiléia o seguiu; e também da Judeia, de Jerusalém, e da Iduméia, e de além do Jordão, e arredores de Tiro e Sidon, um grande número de pessoas ouviu falar de tudo o que ele estava fazendo e veio a Ele "(Mc 3:7-8 ).

Antes de deixar esta passagem, é importante considerar a justaposição de Jesus e o homem a quem Ele curou. O leproso começou no deserto, em isolamento. Depois de se encontrar Jesus, ele foi capaz de se misturar livremente na cidade. Por outro lado, Jesus começou na cidade. Após o encontro, o leproso, ele foi isolado para o deserto. Nesse sentido, Jesus tomou o lugar do leproso. Como disse um comentarista explica:

Marcos começou esta história com Jesus no interior e o leproso do lado de fora. No final da história, Jesus está "fora em lugares desertos." Jesus eo leproso trocaram de lugar. No início de seu ministério, Jesus já é um estranho na sociedade humana. Marcos lança-lo no papel do Servo do Senhor, que carrega as iniqüidades dos outros (Is 53:11), e cujo rolamento deles faz com que ele ser "contado com os transgressores" (Is 53:12). (Tiago R. Edwards, O Evangelho segundo Marcos, Pillar New Testament Commentary [Grand Rapids: Eerdmans, 2002], 72)

A conta do leproso, portanto, fornece uma metáfora maravilhosa para o que Jesus fez na cruz. Como pecadores, crentes eram leprosos espirituais, uma vez que viviam em alienação e isolamento de Deus.Deus providenciou um caminho de salvação através de Seu Filho, Jesus Cristo. A fim de conseguir que o plano da redenção, o Filho deixou a presença de Deus e entrou em isolamento. Na cruz, Jesus foi abandonado. Ele foi rejeitado por homens e até mesmo abandonado pelo Pai (Mt 27:46). No entanto, porque Ele foi tratado como um pária, os crentes foram aceites e congratulou-se na presença de Deus.

Foi por conta da desobediência da humanidade que Ele sofreu. No entanto, para aqueles que vêm a Ele com fé humilde, reconhecendo a sua própria indignidade e pedindo misericórdia, Ele oferece a limpeza completa. Para o leproso espiritual que grita de fé ", se você estiver disposto, pode tornar-me limpo" (Mc 1:40) Resposta compassivo do Senhor é sempre o mesmo:. "Estou disposto, será purificado" (v 41 ).


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 1 do versículo 1 até o 45

O Evangelho essencial

Não seria injusto falar de Marcos como "o Evangelho essencial". Devemos estudar com tenro cuidado o Evangelho mais antigo que possuímos, o Evangelho onde voltamos a ouvir a pregação do próprio apóstolo Pedro em pessoa.

Marcos 1

O começo da história — Mar. 1:1-4 O arauto do Rei — Mar. 1:5-8 O dia da decisão — Mar. 1:9-11 O tempo da prova — Mar. 1:12-13 A mensagem das boas novas — Mar. 1: 14-15 Jesus escolhe os seus amigos — Mar. 1:16-20

N. do T.: Na versão Almeida assim como em outras versões em línguas modernos, estas discrepâncias dos tempos verbais são uniformemente mudadas ao passado, que modifica este detalhe do estilo de Marcos.

Jesus começa sua campanha — Mar. 1:21-22 A primeIra vitória sobre os poderes do mal — Mar. 1:23-28 Um milagre em particular — Mar. 1:29-31 Começam as multidões — Mar. 1:32-34 A hora de paz e o desafio da ação — Mar. 1:35-39 O leproso é curado — Mar. 1:40-45

O COMEÇO DA HISTÓRIA

Marcos 1:1-4

Marcos começa a história de Jesus desde muito atrás. A história de Jesus não começa com seu nascimento na Terra; nem sequer começa com a aparição no deserto de João Batista; começou com os sonhos dos profetas, muito, muitíssimo tempo atrás; isto equivale a dizer que começou faz muito, muito tempo, na mente de Deus. Os estóicos acreditavam firmemente no ordenado intuito divino das coisas.
"As coisas de Deus", disse Marco Aurélio, "estão cheias de previsão. Todas as coisas fluem do céu". Há muito que podemos aprender aqui.

  1. Tem-se dito que "os pensamentos da juventude são pensamentos longos, muito compridos" e que assim também são os pensamentos de Deus. Deus é um Deus que realiza seus propósitos. A história não é um caleidoscópio de acontecimentos desconectados, presididos pelo azar; é um processo dirigido por um Deus capaz de ver o fim no princípio.
  2. Nós estamos inundados nesse processo, e por nossa posição podemos colaborar com Ele ou entorpecê-lo. Em um sentido é uma honra tão grande contribuir a um processo de magnitude transcendente como é um privilégio ver a meta final desse processo. A vida séria muito diferente se em lugar de suspirar por uma meta distante e inalcançável pelo. momento fizéssemos tudo o que está a nosso alcance para que essa meta esteja dia a dia um pouquinho mais perto de nós. Nunca se chegará a uma meta se faltar quem trabalhe para torná-lo possível. Como dissesse um poeta, não haveria árvores frondosas que nos cobrissem sob sua sombra, se alguém não as tivesse plantado, para que nós continuássemos regando-as.

A entrevista profética que Marcos utiliza é sugestiva.

Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho. Esta passagem é de Ml 3:1. Em seu contexto original é uma ameaça. Nos dias do Malaquias os sacerdotes tinham descuidado seu ministério. As oferendas sacrificiais eram animais defeituosos e de segunda qualidade; o serviço do templo era desempenhado sem entusiasmo. O mensageiro viria para limpar e purificar a adoração do Templo, antes que o Ungido de Deus aparecesse sobre a Terra. Logo, a vinda de Cristo é uma purificação da vida. E o mundo necessitava essa purificação. Sêneca chamou Roma "um poço cego de iniqüidade". Juvenal se referiu a esta cidade como "o sujo esgoto na qual confluíam as correntes de águas servidas de toda . Síria e Acaia". Em qualquer lugar chega o cristianismo, traz a purificação.

Este é um fato que pode ser demonstrado. Bruce Barton relata que o primeiro trabalho que se lhe encarregou como jornalista foi uma série de artigos para denunciar ao evangelista Billy Sunday. Escolheram-se três cidades. "Falei com os comerciantes destas cidades", diz Barton, "e estes me disseram que durante as reuniões e depois de terminadas estas, muitos se tinham aproximado de seus mostradores para pagar dívidas tão antigas que desde muito tempo tinham sido "apagadas dos livros." Foi visitar presidente da câmara de comércio de uma cidade que Billy Sunday tinha visitado três anos antes. "Não sou membro de nenhuma igreja", disse-lhe. "Nunca vou ao culto ou à missa, mas posso lhe dizer uma coisa. Se se propor agora trazer Billy Sunday a esta cidade, e se soubéssemos por antecipado tanto como sabemos agora dos resultados de sua missão, e se as Igrejas não pudessem reunir os recursos necessários para trazê-lo, eu poderia conseguir todo o dinheiro necessário em meio-dia somente entre homens que jamais pisam em uma igreja. Billy Sunday levou desta cidade onze mil dólares. Mas um circo leva a mesma soma em um dia, e não deixa nada. Sunday deixou uma atmosfera moral diferente."
A denúncia que Barton se propôs escrever se converteu assim em um tributo ao poder transformador do evangelho. Quando Billy Graham pregou em Shreveport, Louisiana, as vendas de álcool diminuíram em quarenta por cento, e as vendas de Bíblias aumentaram em trezentos por cento. Durante uma missão em Seattle, entre os resultados imediatos que se obtiveram, diz-se de uma maneira muito singela: "Vários julgamentos de divórcio que estavam pendentes foram cancelados." Em Greensboro, Carolina do Norte, o relatório afirma: "Toda a estrutura social da cidade foi afetada."
Uma das maiores histórias sobre o que pode fazer o cristianismo a encontramos no fato real do motim da tripulação do Bounty. Os amotinados foram desembarcados na ilha Pitcairn. Havia nove amotinados, seis nativos, dez mulheres nativas e uma moça de quinze anos de idade. Um dos homens conseguiu fabricar uma espécie muito primitiva de álcool. A situação que resultou deste fato foi terrível. Morreram todos, exceto Alexander Smith. Smith encontrou uma Bíblia. Leu-a e se propôs fundar um Estado, com os nativos da ilha, apoiado exclusivamente nos ensinos da Bíblia; todos fariam o que a Bíblia dizia que devia fazer-se. Passaram vinte anos antes que um navio americano infiltrasse na ilha. Encontraram uma comunidade completamente cristã. Não havia cárcere, porque não se cometiam crimes. Não havia hospital, porque ninguém adoecia. Não havia manicômio, porque ninguém ficava louco. Não havia analfabetos; em nenhum lugar do mundo a vida humana e a propriedade privada eram tão invioláveis e seguras como ali. O cristianismo tinha limpado aquela sociedade. Ao vir Cristo, o antídoto da fé cristã limpa o veneno moral que infecta a sociedade e a deixa pura e sã.
João veio anunciando o batismo de arrependimento. O judeu conhecia muito bem os lavamentos rituais. Levítico 11:15 os descreve em detalhe. "O judeu", diz Tertuliano, "lava-se todos os dias, porque todos os dias contrai impureza." As bacias de bronze e a purificação simbólicas estavam entretecidas na trama mais íntima do ritual judeu. Um gentil era necessariamente impuro, porque nunca tinha obedecido as leis judias. portanto, quando um gentio se convertia em partidário, quer dizer, quando se convertia ao judaísmo, devia cumprir com três coisas.

Em primeiro lugar, devia circuncidar-se, porque esse era o sinal do povo da aliança; em segundo lugar devia oferecer um sacrifício por ele, porque, como pagão, necessitava expiação, e somente o sangue derramado podia expiar o pecado; em terceiro lugar, devia batizar-se, ação que simbolizava a purificação de toda a impureza de sua vida anterior. Era natural, portanto, que o batismo não fosse uma simples aspersão com água, e sim ser um verdadeiro banho, no que se lavava todo o corpo. O judeu conhecia o batismo; mas o mais surpreendente do batismo de João era que ele, um judeu, pedia aos judeus que se submetessem a esse ritual que somente era obrigatório para os gentios. João fazia a tremendo descoberta de que ser judeu no sentido racial não significava necessariamente pertencer ao povo escolhido de Deus; o judeu podia estar exatamente na mesma posição que o gentio; não era a vida judia, a não ser a vida purificada a que pertencia a Deus.

O batismo ia acompanhado pela confissão. Em todo ato de volta a Deus devia haver confissão ante três pessoas diferentes.

  1. Alguém deve confessar-se a si mesmo. Forma parte da natureza humana que fechemos os olhos ao que não queremos ver, e sobretudo, por essa mesma razão, fechamos os olhos a nossos pecados. Alguém conta o primeiro passo de um homem para a graça. Uma manhã, ao barbear-se, olhando-se ao espelho, repentinamente exclamou: "Rato imundo!" E desde esse dia começou a ser um homem diferente. Sem dúvida quando o filho pródigo abandonou seu lar se imaginou que era um personagem aventureiro e ousado. antes de dar o primeiro passo de volta ao lar, teve que olhar-se a si mesmo atentamente e dizer-se: “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti” (Lucas 15:17-18). Não há ninguém no mundo que nos resulte tão difícil enfrentar como nós mesmos. E o primeiro passo para o arrependimento e para uma correta relação com Deus é admitir nosso pecado ante nossa própria consciência.
  2. Deve-se confessar a todos aqueles a quem se ofendeu. Não valeria de muito dizer a Deus que lamentamos nosso passado, a menos que também vamos com as mesmas palavras a todos aqueles a quem tenho causar pena, ofendido ou machucado. É necessário eliminar as barreiras humanas antes de que caiam as barreiras que nos separam de Deus. No reavivamento da Igreja do Este Africano a confissão de pecados foi uma das características mais típicas. Um marido e sua esposa eram membros do mesmo grupo. Um deles veio à reunião e no momento da confissão disse que tinham tido uma briga em casa. O ministro nativo disse imediatamente: "Não deveria ter vindo a confessar esta briga agora; primeiro deveria ter arrumado o problema e depois, sim, podia confessá— la." Pode, com muita freqüência, ocorrer que seja muito mais fácil confessar um pecado a Deus que confessá-lo aos homens. Mas não pode haver perdão sem humilhação.
  3. Deve confessar-se diante de Deus. O fim do orgulho é o princípio do perdão. Quando alguém diz: "pequei", é quando Deus tem a oportunidade de dizer: "Eu te perdôo." O homem que quer encontrar-se ante Deus em igualdade de condições não descobrirá o arrependimento, a não ser aquele que em humilde contrição e murmurando envergonhado diz: "Deus, tenha misericórdia por mim, pecador."

O ARAUTO DO REI

Marcos 1:5-8

É evidente que o ministério de João foi poderosamente efetivo, porque as multidões iam a escutá-lo e a submeter-se a seu batismo. por que João conseguiu produzir tal impacto em sua nação?

  1. João era um homem que vivia sua mensagem. Não somente suas palavras, e sim ser toda sua vida era um protesto. Três coisas nele marcavam a realidade de seu protesto contra o mundo de sua época.
  2. O lugar onde vivia. Vivia no deserto. Entre o centro da Judéia e o Mar Morto se estende um dos desertos mais terríveis do mundo. É um deserto de pedra calcária; ali parece que a casca terrestre tivesse sido retorcida e deformada. A reverberação do calor o envolve como em uma névoa luminosa; a pedra calcária se esquenta e ao pisá-la ressona como se fora oca e por debaixo de nossos pés se estendesse um imenso forno. Chega até muito perto do Mar Morto, onde começa a descender até seu nível em uma sucessão de pavorosos e inescapáveis precipícios. No Antigo Testamento várias vezes é chamado Jesimom, que significa a devastação. João não vivia na cidade. Era um homem do deserto, de suas solidões e desolações. Evidentemente era um homem que se deu uma oportunidade para escutar a voz de Deus.
  3. Os roupas que levava. Vestia uma túnica tecida com cabelo de camelo e um cinturão de couro lhe rodeava a cintura. Elias tinha usado a mesma roupa (2Rs 1:8). Olhá-lo era recordar, não aos oradores de moda da época, a não ser aos antigos profetas que viviam na maior simplicidade e evitavam os luxos efeminados e brandos que matam a alma.
  4. A comida com que se alimentava. Sua dieta consistia em lagostas e mel silvestre. Ambas as palavras se emprestam a duas interpretações diversas. As lagostas podem ser os insetos deste —nome, porque a Lei permitia que os comesse (Levítico 11:22-23); mas também podem ser um tipo de feijão ou grão-de-bico ou noz, o carob, que era o alimento dos mais pobres entre os pobres. O mel pode ser um mel silvestre que as abelhas selvagens faziam no interior de árvores cavadas; ou pode ser uma seiva doce que emanava da casca de certas árvores. Não importa muito qual seja o significado exato dessas palavras. Significam, de todos os modos, que a dieta do João era uma das mais simples. Este era João. Assim se mostrava às pessoas. A gente tinha que escutar a um homem assim. Diz-se de Carlyle que "pregava o evangelho do silêncio em vinte volumes". Há muitos que pregam uma mensagem que eles mesmos negam. mais de um dono de uma avultada conta bancária, pregou contra a acumulação de tesouros na Terra; e mais de um elogiou as bênçãos da pobreza vivendo em uma casa cheia de comodidades. Mas no caso de João, o homem mesmo era a mensagem, e por isso a multidão o escutava.
  5. Sua mensagem era efetivo porque lhe dizia às pessoas o que eles, no íntimo do coração, já sabiam; trazia-lhes algo que eles, no mais profundo de suas almas, estavam esperando.
  6. Os judeus tinham um dito segundo o qual "se todos os judeus observassem perfeitamente a Lei durante um só dia, viria o Reino de Deus". Quando João chamava os homens ao arrependimento, estava confrontando-os com uma escolha e uma decisão que no intimo de seus corações sabiam que deviam fazer. Muito tempo antes, Platão havia dito que a educação não consistia em dizer às pessoas coisas novas, e sim em extrair de suas memórias as coisas que já sabiam. Nenhuma mensagem é tão efetiva como a que consegue falar diretamente com a consciência do ouvinte, e esta mensagem se volta irresistível quando provém de um homem que a olhos vista tem todo o direito de falar.
  7. O povo de Israel sábia que durante trezentos anos a voz da profecia tinha estado calada. Estavam esperando uma palavra autêntica que viesse de Deus. E em João a escutaram. Em todas as esferas da vida é fácil reconhecer o perito. Um famoso violinista nos contou que quando Toscanini subia ao pódio de onde se dirige a orquestra, todos sentiam imediatamente que os envolvia a autoridade desse homem. Imediatamente reconhecemos ao médico que sabe curar. Percebemos quando um orador conhece seu tema. João tinha vindo de Deus, e escutá— lo falar era dar-se conta disso.
  8. Sua mensagem era efetiva porque João era totalmente humilde. Seu próprio veredicto sobre sua pessoa era que nem sequer era digno de cumprir o dever de um escravo. As sandálias daquela época eram simples reveste que se asseguravam mediante cordões que passavam por entre os dedos do pé. Então os caminhos não eram as modernas rotas pavimentadas. Durante as temporadas de seca eram colchões de pó; quando tinha chovido se convertiam em rios de barro.

Tirar as sandálias do caminhante era o trabalho que correspondia ao escravo. João não reclamava nada para si, mas sim pedia tudo para Cristo a quem proclamava. A evidente humildade deste homem, a maneira como soube colocar-se em um segundo plano, sua completa identificação com sua mensagem, impulsionavam às pessoas a escutá-lo.

  1. Outro modo de expressar o mesmo é dizendo que a mensagem de João era escutado porque assinalava para algo e alguém que não era ele mesmo. Dizia aos homens que seu batismo os lavava com água, mas o que viria os lavaria com o Espírito Santo; e embora a água podia lavar o corpo, o Espírito Santo podia limpar a vida e o coração. O Dr. G. J. Jeffrey, um famoso pregador, usa muito freqüentemente um exemplo favorito. Quando fazemos uma chamada telefônica de longa distância e demora, o operador nos dirá: "Estou tentando conectá-lo." Quando se conseguiu a conexão, entretanto, o operador desaparece, e nos deixa em contato direto com a pessoa com quem queríamos falar.

O propósito de João não era ocupar ele mesmo o centro do cenário, a não ser conectar aos homens com o que era mais forte e grande que ele; e os homens o escutavam, porque não se destacava a si mesmo, a não ser Aquele que todos necessitamos.

O DIA DA DECISÃO

Marcos 1:9-11

Para qualquer que o pense, o batismo de Jesus apresenta um problema. O batismo do João era um batismo de arrependimento. Estava dirigido a quem lamentava seus pecados e queriam expressar sua determinação de deixá-los atrás definitivamente. O que poderia tal batismo que ver com Jesus? Não era Ele imaculado, e não era o batismo de João desnecessário e inadequado para Ele? Para Jesus o batismo significou quatro coisas.

  1. Para Ele foi o momento da decisão. Durante trinta anos se ficou no Nazaré. Tinha completo com seu trabalho e tinha atendido às necessidades de seu lar com fidelidade. Durante muito tempo deve ter sido consciente de que tinha que lhe chegar o momento de sair. Deve ter esperado um sinal. O sinal foi a aparição de João. Viu que esse era o momento em que dobra lançar sua própria missão. Em toda vida há momentos de decisão, que podem aceitar-se ou rechaçar-se. Aceitá-los é triunfar na vida; rechaçá-los ou evitá-los é fracassar. A todo ser humano chega um momento decisivo que não volta a repetir-se.

A vida desperdiçada, a vida frustrada, a vida cheia de descontente, e muito freqüentemente a vida trágica é a vida carente de decisão.
Uma vida sem rumo fixo nunca pode ser uma vida feliz. Quando apareceu João, Jesus soube que lhe fala chegado o momento da decisão. Nazaré era pacifica, e seu lar era doce. Mas ele respondeu ao chamado e ao desafio de Deus.

  1. Foi para Ele o momento da identificação. É muito certo que Jesus não precisava arrepender-se de pecados que tinha cometido; mas aqui havia um movimento popular de retorno a Deus; e Jesus estava decidido a identificar-se com esse movimento que se orientava para Deus. A gente pode ter comodidades, riqueza e segurança, mas se virmos que surge um movimento que trará coisas melhores aos pobres e os aos que carecem de moradia decente e aos que demais da conta e aos mal pagos, não há rapasse que não nos identifiquemos com ele. A verdadeira e identificação é aquela do que se soma a um macaco para seu próprio proveito a não ser para o bem deles.

No sonho de João Bunyan, Cristão chega junto com o Intérprete a um palácio cuja entrada estava muito vigiada e atravessá-la era necessário liberar um combate. Na porta um homem com um tinteiro, que anotava os nomes dos que estavam dispostos a entrar no combate. Todos retrocediam, até que Cristão viu um homem "de aspecto muito robusto chegar-se ao homem sentado ali para escrever, lhe dizendo: "você anote meu nome, senhor." Quando há desejos de lutar em favor dos homens, o cristão é o que dirá: "Anote meu nome, senhor", porque isso mesmo é o que Jesus fez quando foi para ser batizado.

  1. Foi para Ele o momento da aprovação. Ninguém abandona seu lar e se lança a percorrer caminhos ignotos. Deve estar muito seguro de que tem razão. Jesus tinha decidido qual séria seu curso de ação, e agora procurava o selo de aprovação divino. Na época de Jesus os judeus falavam do que chamavam a Bath Qol, que significa "a filha de uma voz". Naquela época tinham chegado a acreditar em toda uma série de céus, no mais alto dos quais morava Deus, em luz inacessível. Havia momentos excepcionais em que os céus se abriam e Deus falava; mas para eles Deus era um ser tão remoto que o único que se escutava era o eco de sua voz. A voz de Deus chegou a Jesus de maneira direta. Tal como assinala Marcos, esta foi uma experiência pessoal de Jesus, e não uma proclamação pública que tivesse podido servir como prova à multidão. A voz do céu não disse: "Este é meu filho amado", tal como o recorda Mateus (Mt 3:17), e sim: "Tu és meu filho amado", dirigindo-se diretamente a Jesus. No batismo Jesus submeteu a Deus sua decisão e essa decisão foi inequivocamente passada.
  2. Foi para Jesus o momento de sua capacitação. Nesse momento descendeu sobre O Espírito Santo. Aqui temos um certo simbolismo. O Espírito descendeu como tivesse descendido uma pomba. O símbolo não foi escolhido por acaso. A pomba é símbolo da mansidão e a suavidade.

Tanto Mateus como Lucas nos falam da pregação de João (Mat. 3:7-12; Luc. 3:7-13). A mensagem do João era a mensagem da tocha que está posta à raiz da árvore, lista para iniciar seu corte, era a mensagem da separação entre o grão e a palha, a mensagem do fogo consumidor. Era uma mensagem de condenação e não uma boa nova. Mas desde o começo mesmo do ministério de Jesus a imagem da pomba é uma imagem de mansidão e suavidade. Conquistará, mas sua conquista será a conquista do amor.

O TEMPO DA PROVA

Marcos 1:12-13

Tão logo passou a glória da hora do batismo, sobreveio a batalha das tentações. Há algo que se sobressai, aqui, com tanta nitidez que não poderíamos deixar de vê-lo. Foi o Espírito que impeliu a Jesus ao deserto para sua hora de prova. Esse mesmo Espírito que desceu sobre Ele em seu batismo agora o impele para que suporte sua prova. Nesta vida nos resulta impossível escapar ao ataque da tentação; mas há algo que é certo: as tentações não nos são enviadas para nos fazer cair; são-nos enviadas para fortalecer o nervo e a medula de nossas mentes e corações e almas. Não têm como propósito provocar nossa ruína, e sim contribuir para o nosso bem. Têm como objetivo ser provas das quais sairemos melhores guerreiros e atletas de Deus.

Suponhamos que um jovem é jogador de futebol; suponhamos que está desempenhando-se bastante bem na segunda divisão de uma equipe e constitui uma verdadeira "promessa". O que fará seu diretor técnico? Certamente não o fará jogar na terceira divisão, onde poderia caminhar durante toda a partida, sem nenhum esforço, e fazer um bom papel; procurará a forma de fazê-lo jogar na primeira divisão, onde sem dúvida tem que ser provado como nunca antes; dar-lhe-á a oportunidade de provar-se a si mesmo e a outros, em uma situação difícil, seu autêntico valor. Esta é a função da tentação. É a prova a que nos submete para provar nossa dignidade e sair dela fortalecidos para a luta.

Quarenta dias é uma frase que não deve interpretar-se literalmente. É a expressão que os hebreus utilizavam freqüentemente quando queriam referir-se a um termo longo de tempo. Assim se diz que Moisés esteve quarenta dias na montanha com Deus (Ex 24:18); Elas viveu durante quarenta dias sustentado pela comida que lhe deu um anjo (1Rs 19:8). Então, não se trata literalmente de quarenta dias, mas sim de um lapso bastante longo.

Foi Satanás quem tentou e provou a Jesus. O desenvolvimento da concepção de Satanás é muito interessante. A palavra Satanás, em hebraico, significa simplesmente "adversário" e no Antigo Testamento é usada em repetidas oportunidades com respeito aos adversários humanos comuns. O anjo do Senhor é o Satã que se interpõe no caminho do Balaão (Nu 22:22). Os filisteus temem que Davi demonstre ser seu satanás (1Sm 29:4); Davi considera que Abisai era seu satanás (2Sm 19:22); Salomão proclama que Deus lhe deu tal paz e prosperidade que não fica satanás algum que lhe oponha (1Rs 5:4). O termo começou significando "adversário" no sentido mais general desta palavra. Mas não demoraria para descender um degrau em seu caminho para o abismo; isto acontece quando passa a significar "que apresenta a acusação (o fiscal) em um processo contra alguém". É neste sentido que aparece no primeiro capitulo do livro de Jó. Note-se que neste capítulo o satanás é nada menos que um dos filhos de Deus (1:6); mas a tarefa específica de Satanás era vigiar aos homens (1:7) e procurar do que acusá-los na presença de Deus. Satanás era o acusador dos homens no tribunal divino. A palavra se usa com este sentido no 2:2 e Zc 3:2.

A responsabilidade de Satanás era dizer tudo o que pudesse dizer-se contra cada homem. O outro título de Satanás é "o Diabo". A palavra "diabo" provém do grego diábolos que significa caluniador. Há um passo bem curto entre a idéia de alguém que se ocupa em espiar aos homens para acusá-los ante Deus e a idéia daquele que com deliberação e malícia calunia ao homem na presença de Deus. Mas no Antigo Testamento, Satanás ainda é um emissário de Deus e não o perverso inimigo supremo da divindade. É o adversário do homem.

Mas agora, a palavra desce o último degrau em sua carreira abismal. Em seu cativeiro, os judeus aprenderam algo do pensamento persa. A filosofia persa se apóia na idéia de que no universo há dois poderes, um poder da luz e um poder das trevas, Ormuz e Arimã, um poder do bem e um poder do mal. O universo inteiro é o campo de batalha entre estes dois e o homem deve escolher a quem, terá que servir nesse conflito cósmico. De fato, é assim coma nos apresenta e sentimos a vida. Dizendo-o em poucas palavras, neste mundo estão Deus e o adversário de mas. Era quase inevitável que Satanás chegasse a ser considerado o Adversário por excelência. Isto é o que significa seu nome; isto é o que sempre foi para o homem; Satanás se converte na essência de tudo o que está contra Deus.

Quando chegamos ao Novo Testamento encontramos que o Diabo ou Satanás é o que está por trás da enfermidade e o sofrimento humano (Lc 13:16); é Satanás o que seduz a Judas (Lc 22:3); contra o diabo é que devemos lutar (I Pedro 5:8-9; Jc 4:7); a obra de Cristo quebranta o poder do diabo (Lucas 10:1-19); o diabo está destinado à destruição final (Mt 25:41). Satanás é o poder que se opõe a Deus.

Agora, aqui temos exatamente toda a essência da história da tentação. Jesus tinha que decidir como teria que conduzir sua missão. Tinha consciência da tremenda tarefa que o esperava e também dos extraordinários poderes que estavam ao seu dispor. Deus lhe estava dizendo: "Leva meu amor aos homens, ama-os até ao ponto de morrer por eles; conquista-os mediante este amor invencível embora para fazê— lo tenha que terminar em uma cruz." Por sua parte, Satanás lhe dizia: "Usa teu poder para amaldiçoar aos homens; elimina a teus inimigos; ganha no mundo para Deus mediante o poder, a força e o derramamento de sangue." Deus lhe dizia: "Estabelece um reino de amor"; Satanás lhe sugere: "Estabelece uma ditadura da força." Naquele dia Jesus precisou escolher entre o caminho de Deus e o caminho do adversário de Deus.
A breve historia das tentações no Marcos conclui com dois vívidos toques.

  1. Estava com as feras. No deserto habitavam o leopardo, o urso, o javali e o chacal. Este detalhe pelo general se interpreta como um sublinhado do caráter terrível da cena. Mas possivelmente não seja assim. Possivelmente não haja terror neste detalhe, porque pode ser que as feras tenham sido amigas de Jesus. Entre os sonhos que se associavam à dourada era messiânica quando viesse o Messias, estava a esperança de que deixaria de existir a inimizade entre o homem e as feras. “Naquele dia, farei a favor dela aliança com as bestas-feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e tirarei desta o arco, e a espada, e a guerra e farei o meu povo repousar em segurança” (Os 2:18). “O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará... A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Isa. 11:6-9). Muito tempo depois, São Francisco pregaria sobre as bestas selvagens; e possivelmente tenhamos nesta passagem a primeira antecipação desse momento bendito quando o homem e o reino animal viverão juntos em paz. É possível que tenhamos aqui um quadro no qual, antes que os homens, os animais reconheceram a seu amigo e rei.

(2) Os anjos O serviam. Na hora da prova sempre se fazem presentes os reforços divinos. Quando Elias e seu servo estavam encerrados em Dotam, rodeados por seus inimigos e sem esperança alguma de salvação, Eliseu pôde abrir os olhos de seu servo para que visse como, dos quatro cantos, chegavam até eles carros de fogo e cavalos que iam em sua ajuda, enviados por Deus (2Rs 6:17). Jesus não foi abandonado nesta batalha, nem o somos nós.

A MENSAGEM DAS BOAS NOVAS

Marcos 1:14-15

Neste resumo da mensagem de Jesus aparecem três grandes palavras da fé cristã, de importância dominante.

  1. Fala-se, em primeiro lugar, de boas novas. Jesus veio aos homens trazendo o que eram preeminentemente boas notícias. Se seguirmos a palavra euanguelion, evangelho, boas novas, com o passar do Novo Testamento poderemos compreender uma boa parte de seu significado.
  2. Trata-se de boas novas com respeito à verdade (Gl 2:5; Cl 1:5). Até a vinda de Jesus os homens só podiam adivinhar ou procurar provas a verdade com respeito a Deus. "Quem me desse o saber onde achar a Deus!", exclama Jó (23:3). Marco Aurélio diz que o homem só pode ver obscuramente, e a palavra que usa para dizer "obscuramente" é a que em grego significa "ver debaixo d'água". Mas com a vinda de Jesus os homens podem ver com claridade como é Deus. Já não precisam adivinhar ou procurar provas.
  3. Trata-se de boas novas de esperança (Cl 1:23). O mundo antigo era um mundo pessimista. Sêneca falou de "nossa impotência frente a costure que nos são necessárias". Em sua luta em favor do bem os homens eram derrotados. A vinda de Jesus traz esperança a seus corações desesperançados.
  4. Trata-se de boas novas de paz (Ef 6:15). O castigo por ser homem é possuir uma personalidade dividida. No ser do homem estão mesclados, de maneira estranha, o anjo e a besta. conta-se que em certa oportunidade encontraram a Schopenhauer, o lúgubre filósofo, passeando. Perguntaram-lhe: "Quem é você?" Sua resposta foi: "Queria que você me pudesse dizer isso." Robert Burns, o poeta escocês, disse com respeito a si mesmo: "Minha vida é como as ruínas dê um templo. O que poder, que força em algumas de suas partes! Que proporção inalterável! Mas que ocos mais feios, que ruínas em outras!" O problema do homem foi sempre que é acossado tanto pelo pecado como pela bondade. A vinda de Jesus integra em uma única personalidade a esse ser humano dividido. Obtém a vitória sobre seu eu dividido ao ser conquistado pelo Jesus Cristo. trata-se de boas novas com respeito às promessas de Deus (Ef 3:6).

É certo que os homens sempre pensaram mais em um Deus de ameaças que em um Deus de promessas. Todas as religiões não cristãs concebem a um deus terrivelmente exigente. Só o cristianismo nos fala de um Deus que está mais disposto a dar do que nós somos capazes de pedir.

  1. Trata-se de boas novas com respeito à imortalidade (2Tm 1:10). Para o pagão, a vida era o caminho para a morte; mas Jesus veio com a boa notícia de que estamos em caminho para a vida e não para a morte.
  2. Trata-se de boas novas de salvação. (Ef 1:13). E esta salvação não é somente uma realidade negativa; também é uma realidade positiva. Não se trata simplesmente da liberação de castigos ou de poder fugir dos pecados que se foram cometido no passado; é o poder de viver vitoriosamente a vida e derrotar ao pecado. A mensagem de Jesus era certamente uma mensagem de boas novas.
  3. Está a palavra arrepender-se. Agora, o arrependimento não é tão fácil como às vezes pensamos. A palavra grega por arrependimento significa, literalmente, mudança de mente. Nós estamos expostos a confundir duas coisas: a aflição pelas conseqüências do pecado e a aflição pelo pecado mesmo. Há muitos que estão desesperadamente afligidos pela situação desastrosa em que os colocou o pecado; mas se tivessem a segurança de que fora possível, de algum jeito, evitar as conseqüências de seu pecado, voltariam a fazer exatamente quão mesmo antes. Mas o verdadeiro arrependimento significa não só que alguém está aflito pelas conseqüências de seu pecado, mas também chegou a odiar ao pecado em si. Em sua autobiografia, Montaigne escreveu: "Deveríamos levar os meninos a se habituarem a odiar o vício pelo que o vício é, de tal modo que não só o evitem na ação, mas também o abominem em seus corações — deste modo até o pensamento de sua possibilidade lhes resultaria repulsivo, seja qual for a forma que assuma."

O arrependimento significa que o homem que amava o pecado chega a odiá-lo precisamente porque é pecado, por seu pecaminosidade.

  1. Está, em terceiro lugar, a palavra crer. "Creiam", diz Jesus, "no evangelho." Crer no evangelho significa simplesmente tomar a Jesus pela palavra, crer que Deus é a classe de Deus que Jesus nos disse que era, crer que Deus ama de tal maneira ao mundo que fará qualquer sacrifício para nos atrair novamente a ele, crer que todo isso, que parece muito bom para ser verdade, é realmente verdadeiro.

JESUS ESCOLHE OS SUS AMIGOS

Marcos 1:16-20

Assim que Jesus tomou sua decisão e determinou qual teria que ser seu método, começou a formar um grupo de colaboradores. Todo dirigente deve começar por alguma parte. Precisa rodear-se de um grupo de pessoas amigas em quem possa descarregar seu coração e em cujas mentes possa escrever sua mensagem. Assim, aqui Marcos mostra a Jesus literalmente lançando os alicerces de seu Reino e chamando a seus primeiros seguidores.

Na Galiléia havia muitos pecadores. Josefo, que durante algum tempo foi governador da região, e que é o grande ou historiador judeu, diz-nos que durante sua estadia ali, trezentos e trinta barcos de pesca sulcavam as águas do lago. O povo comum da Palestina muito raramente comia carne; em geral não podiam consumi-la mais de uma vez por semana. O peixe era seu alimento principal (Lc 11:11; Mt 7:10; Marcos 6:30-44; Lc 24:42). O peixe em geral era comido salgado, porque não existiam os meios para transportá-lo fresco. O peixe fresco era um dos pratos muito especiais que se comia nas grandes cidades como Roma.

Os nomes das cidades que rodeavam o lago demonstram até que ponto era importante a indústria do peixe. Betsaida significa "a casa do pescador", Tariquea, outra das populações costeiras, significa "o lugar do pescado salgado, e era ali onde se preparava o peixe para seu envio a Jerusalém e até para a mesma Roma. A indústria do pescado salgado era muito importante na Galiléia.

Os pescadores usavam dois tipos de redes. Nos evangelhos são mencionadas ou implicadas ambas. Usavam a rede denominada sagené.

Esta era uma espécie de rede de pescaria ou rede varredora. Jogavam-na ao mar pela popa do navio, e estava dotada de contrapesos colocados de tal modo que, uma vez arrojada, ficava em posição vertical debaixo da água. O navio avançava e, então, atraíam-se as quatro pontas da rede que, deste modo, formava uma espere de bolsa que se arrastava e na qual eram apanhados os peixes. A outra rede, a que estavam usando Pedro e André, chamava-se anfiblestron. Era muito menor. Era habilmente lançada à água com a mão. Tinha a forma de uma sombrinha ou "meio mundo". Ao arrastá-la pela água encerrava os peixes.

Naturalmente é de grande interesse estudar aos homens que Jesus escolheu como seus primeiros seguidores.

  1. Devemos notar o que eram. Eram pessoas muito simples. Não provinham das escolas ou das universidades; não foram tirados dentre os eclesiásticos ou a aristocracia; não eram homens instruídos, nem possuíam riquezas. Eram pescadores. Quer dizer, eram pessoas do povo comum. Ninguém creu como Jesus no homem comum.

Certa vez George Bernard Shaw disse: "Nunca experimentei sentimento algum para com as classes operárias, exceto o desejo de aboli-las e substituí-las por pessoas razoáveis." Em uma novela intitulada O Patrício, seu autor, John Galsworthy faz a Milton, um dos personagens, dizer: "A chusma...como a desprezo! Odeio sua estupidez egoísta, odeio o som de sua voz, o aspecto de seu rosto. É tão repugnante, tão pequena!" Em um acesso de ira, Carlyle disse que na 1nglaterra havia vinte e sete milhões de habitantes — a maioria tolos!

Jesus nunca pensou assim. Lincoln disse: "Deus deve amar as pessoas comuns. Ele fez tanto!" Pareceria que Jesus tivesse dito: "Dêem— me doze homens comuns que se entreguem a Mim e com eles mudarei o mundo." Ninguém deve pensar tanto no que é, e sim no que Jesus pode fazer dele. Tampouco deve pensar-se no que alguém opina de outros, e sim no que Jesus vê neles.

  1. Devemos notar o que estavam fazendo quando Jesus os chamou. Estavam realizando seu trabalho habitual. Quando Ele os abordou, pescavam e remendavam suas redes. Assim tinha acontecido com mais de um profeta. “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel” (Amós 7:14-15). Um homem pode receber o chamado de Deus não somente na casa de Deus, não somente quando está orando, e sim em meio de seu trabalho cotidiano. O homem que vive em um mundo que está cheio de Deus não pode escapar de Deus.
  2. Devemos notar como os chamou. O chamado de Jesus foi "Sigam-me". Não deve pensar-se que esse era o primeiro dia que aqueles pescadores viam o Jesus. Sem dúvida tinham formado parte da multidão que ouvia seu pregação. Sem dúvida teriam ficado falando longamente com Ele depois de dispersa a multidão. Sem dúvida já tinham experimentado a magia de sua presença e o magnetismo de seu olhar. Mas Jesus não lhes disse: "Tenho um sistema teológico que eu gostaria que vocês investigassem; tenho algumas teorias que gostaria que conhecessem; desenvolvi um sistema de ética que queria discutir com vocês." Disse-lhes: "Sigam-me." Tudo começou com a reação pessoal dos pescadores diante de Jesus; tudo começou com esse puxão no coração com que nasce uma lealdade incomovível. Isso não quer dizer que não haja quem entre no cristianismo por via das idéias; significa que para a maioria de nós seguir a Cristo é como apaixonar-se. Alguém disse que "as pessoas se maravilham por diversas razões, no entanto pode-se amá-las sem razão nenhuma." A coisa se produz simplesmente porque eles são eles e nós somos nós. "E eu", disse Jesus, "quando for levantado da terra atrairei a todos a mim mesmo" (Jo 12:32). Na grande maioria dos casos quem segue ao Jesus foram atraídos para Ele não por seus conceitos, mas sim pelo que Ele é.
  3. Por último, devemos notar o que Jesus lhes ofereceu. Ofereceu— lhes uma tarefa. Não os convocou ao ócio e ao descanso, e sim ao serviço. Tem-se dito que o que todo homem precisa é de "algo no que possa investir sua vida". De maneira que Jesus convocou àqueles homens não a uma comodidade sem sobressaltos nem a uma letárgica inatividade, a não ser a uma tarefa na qual teriam que queimar-se e gastar-se, e, finalmente, morrer, pelo Jesus Cristo e por seus semelhantes. Chamou-os uma tarefa na qual só poderiam conseguir algo para si mesmos entregando-se integralmente a Ele e aos demais.

JESUS COMEÇA SUA CAMPANHA

Marcos 1:21-22

O relato de Marcos se desenvolve em uma série de passos lógicos e naturais. Jesus reconheceu no surgimento de João Batista o chamado de Deus à ação. Foi batizado e recebeu o selo da aprovação divina e foi equipado para sua missão. Foi posto a prova pelo diabo, e escolheu o método que usaria e o caminho que teria que tomar. Escolheu a seus homens para estar rodeado de um grupo de almas as gema em cujos corações pudesse escrever sua mensagem. E agora Jesus deve lançar deliberadamente sua campanha. Se alguém tiver uma mensagem para transmitir em nome de Deus o lugar natural aonde irá é a Igreja, onde se reúnem o povo de Deus. Isso, precisamente, é o que Jesus fez. Começou sua campanha na sinagoga.
Há certas diferenças básicas entre a sinagoga e a Igreja tal como hoje a conhecemos.
(a) A sinagoga era primordialmente uma instituição de ensino. O culto serviço ou que se celebrava na sinagoga consistia somente em três coisas: oração, leitura da palavra de Deus e sua exposição ou explicação. Não havia nem música, nem cantos, nem sacrifícios. pode-se dizer que o templo era o lugar da adoração e do sacrifício; a sinagoga, por outro lado, era o lugar do ensino e da instrução. A sinagoga era muito mais influente, porque havia um só templo: o templo de Jerusalém. Mas se tinha estabelecido que onde houvesse dez famílias judias devia organizar uma sinagoga e, portanto, em qualquer lugar houvesse uma colônia judia

havia uma sinagoga. Se alguém tinha uma nova mensagem que pregar, o lugar natural onde fazê-lo era a sinagoga.

(b) Por outro lado, a sinagoga oferecia, além disso, a oportunidade para comunicar tal mensagem. A sinagoga estava presidida por certos membros diretores. Havia o Presidente da Sinagoga. Ele era o responsável pela administração dos assuntos da sinagoga e o que devia encarregar-se dos acertos para seus serviços. Havia também os distribuidores de esmolas. Diariamente se recolhia uma oferenda em dinheiro e em espécie entre os que tinham suficiente para poder ofertar. Uma vez recolhida esta oferta, era distribuída entre os pobres. Aos mais pobres eram entregues mantimentos suficientes como para quatorze refeições por semana. E também havia o Chazzan. Ele era o responsável pelos rolos sagrados em que estavam copiadas as Escrituras, e se encarregava de tirá-los de seu cofre ao começar cada serviço e voltá-los a guardar uma vez que terminava o serviço. Também era responsável pela limpeza da sinagoga, de tocar a trombeta de prata que anunciava a todos a chegada do shabbat ou dia de repouso e de impartir educação primária aos meninos da comunidade. Mas o que a sinagoga não tinha era um pregador ou professor religioso permanente.

Quando os judeus se reuniam para o serviço na sinagoga, o Presidente da Sinagoga podia convidar a qualquer dos presentes, que em seu critério fora competente para tal tarefa, para que fora e explicasse as Escrituras. Não existia um ministério profissional da palavra. É por isso que Jesus pôde iniciar sua campanha nas sinagogas. A oposição ainda não se converteu em hostilidade aberta. Todos sabiam que era um homem que tinha uma mensagem; e por essa razão, precisamente, as sinagogas das comunidades judias lhe proporcionavam um púlpito do qual instruir e exortar aos homens.
Mas quando Jesus ensinava na sinagoga, todo o método e a atmosfera de seu ensino eram como uma nova revelação. Não ensinava como os escribas, que eram os expertos na Lei. Quais eram estes escribas? Para os judeus o mais sagrado no mundo era a Torá, a Lei. O núcleo da Lei eram os Dez Mandamentos, mas o termo "a Lei" significava, na prática, os cinco primeiros livros da Bíblia, ou o Pentateuco, como se costumou chamá-lo. Para os judeus a Lei era completamente divina. Cria-se que tinha sido entregue diretamente por Deus a Moisés. Era absolutamente santa e obrigatória. Diziam: "Quem opina que a Torá não provém de Deus, não terá parte no mundo vindouro." "Quem diz que Moisés escreveu sequer uma só das palavras da Torá por seu próprio conhecimento ou sabedoria é um blasfemo que nega a palavra de Deus."

Agora, se a Torá for até tal ponto divina, seguem-se duas conseqüências necessárias. Em primeiro lugar, deve fazer lhe objeto do estudo mais cuidadoso e meticuloso possível. Em segundo lugar, a Torá se expressa, em princípios gerais, em termos muito amplos; mas se sua instrução tem que ver com a totalidade da vida, deve fazer-se explícito o que nela está contido de maneira implícita. As grandes leis devem traduzir-se em regras e normas concretas. Assim argüiam. A fim de encarregar-se deste estudo e de efetuar este desenvolvimento surgiu entre os judeus um grupo de estudiosos. Estes estudiosos eram os escribas, os peritos na Lei. Os mais importantes entre os escribas recebiam o título de Rabino.

Os escribas deviam cumprir com três deveres.

  1. Dos grandes princípios morais da Torá deviam extrair um sistema de normas e regulamentações que cobrissem todas as situações que pudessem apresentar-se na vida. Reduziam os princípios a regras e regulamentos. Evidentemente esta tarefa era literalmente interminável. A religião judaica começou com os grandes princípios morais da Lei e acabou em uma infinidade de regras, normas e preceitos. Começou como religião, terminou como legalismo:
  2. A tarefa dos escribas era, além disso, transmitir e ensinar essa Lei e seus desenvolvimentos. As regras menores, deduzidas e extraídas das principais normas generais da Lei jamais foram postas por escrito; eram conhecidas como a Lei Oral. Mas embora nunca foram consignadas por escrito, eram consideradas mais obrigatórias ainda que a Lei escrita. Durante gerações e gerações de escribas foi ensinado e conservado na memória. O bom estudante — dizia um provérbio — devia ter uma memória "como uma cisterna bem revestida de argila, que não perca nem uma só gota d’água que se guarda nela". Os escribas eram homens que se enredavam eles mesmos e a outros em um labirinto de regras e preceitos. A religião chegou a ser nada mais que uma simples obediência de regras.
  3. Por último, era também dever dos escribas julgar em casos individuais; e pela natureza das coisas, virtualmente cada caso individual deve ter originado uma nova lei.

No que diferia tanto o ensino de Jesus do ensino dos escribas? Jesus ensinava com autoridade pessoal. Nenhum escriba se atrevia a pronunciar um veredito pessoal. Sempre começava dizendo: "Há um ensino que diz..." e se considerava obrigado a citar as autoridades nas quais se baseava. Se afirmava algo fundamentava-o citando a Fulano, Beltrano e Zutano, grandes professores da antiguidade. O último que tivesse podido esperar-se de um escriba era um julgamento independente.

Quão diferente era Jesus! Quando Jesus falava, o fazia como se não fosse necessário apoiar-se em autoridade alguma, como se a seu fosse mais que suficiente. Falava com uma independência total. Não citava professores nem mencionava expertos. Falava com a autoridade da voz de Deus. Para o público era como uma brisa celestial ouvir alguém que falava assim. A indisputável certeza com que Jesus falava era uma perfeita antítese do modo de ensinar dos escribas, com suas inumeráveis e cansativas referências e citações. Ressoava a nota da autoridade pessoal, e é esta autoridade que é capaz de captar a atenção de qualquer ser humano.

A PRIMEIRA VITÓRIA SOBRE OS PODERES DO MAL

Marcos 1:23-28

Se as palavras de Jesus tinham maravilhado aos que estavam na sinagoga, suas ações os deixavam atônitos e estupefatos. Na sinagoga havia um homem possesso por um espírito imundo. O homem produziu um alvoroço, e Jesus o curou. Em todo o evangelho encontraremos a estes homens que eram possuídos por espíritos imundos, demônios ou diabos.
O que há por trás disso? Os judeus, e por certo toda a antiguidade clássica, acreditavam firmemente na existência e atividade de demônios ou espíritos maléficos. Como diz Harnack, "todo mundo e sua atmosfera circundante estava cheio de demônios. Não somente a idolatria, e sim cada aspecto e forma da vida estavam governados por tal gênero de espíritos. sentavam-se em tronos e rondavam ao redor dos berços. A Terra era literalmente um inferno."
O doutor A. Rendle Short menciona um fato que nos assinala até que ponto o homem da antiguidade acreditava na existência real dos demônios. Em muitos cemitérios antigos se encontra uma grande quantidade de cadáveres cujas caveiras foram trepanadas. Quer dizer, são caveiras nas que se praticou um buraco. Em um cemitério, de cem crânios, seis tinham sido trepanados. Com os precários recursos cirúrgicos da época a operação não era nada fácil. Além disso, era evidente, pelo crescimento extra do osso, que a operação tinha sido praticada em vida. Por outro lado, o buraco era muito pequeno para ter tido alguma utilidade prática cirúrgica ou médica. Sabe-se, também, que o disco de osso que se tirava do crânio muito freqüentemente era levado como um amuleto, pendurando do pescoço. A razão de ser da trepanação era permitir que o demônio pudesse abandonar o corpo do paciente. Se os cirurgiões da antiguidade estavam dispostos a realizar tal operação, e se os pacientes estavam dispostos a suportá-la (não havia anestesia!), a crença na existência real dos demônios deve ter sido bastante forte.
De onde vinham os demônios? As respostas eram três.

  1. Alguns criam que eram tão velhos como a mesma criação.
  2. Outros criam que eram os espíritos de homens malvados que depois de morrer continuavam realizando suas maldades.
  3. A maioria relacionava a origem dos demônios com a antiga história de Gênesis 6:1-8 (veja-se II Pedro 2:4-5).

Os judeus tinham elaborado esta história da seguinte maneira. Havia dois anjos que abandonaram a Deus e vieram a esta Terra porque se sentiram atraídos pela beleza das mulheres mortais. Seus nomes eram Asael e Shemaksai. Um deles retornou a Deus, o outro ficou na Terra e satisfez sua luxúria. Os demônios que habitam a Terra são os filhos e os filhos dos filhos daquele Shemaksai. A palavra que designa coletivamente os demônios é mazzikin, que significa "que faz o mal". De maneira que os demônios eram seres malignos, intermediários entre Deus e o homem que andavam pelo mundo para fazer mal aos homens.

Os demônios, segundo a crença judia, podiam comer e beber e gerar filhos. Eram terrivelmente numerosos. Segundo alguns, fala-se se até sete milhões e meio de demônios. Cada homem tinha dez mil demônios a sua direita e dez mil a sua esquerda. Viviam em lugares imundos, como por exemplo nas tumbas, e nos locais onde não havia água para limpar— se. No deserto, onde habitavam muitos demônios, podia ouvir-se o seu uivar; daí ser comum a frase "um deserto uivante". Eram particularmente perigosos para o viajante solitário, para a mulher a ponto de dar a luz, para o noivo e a noiva durante a noite de bodas, para os meninos que ficavam fora de suas casas depois do pôr-do-sol, e para os que tinham que viajar de noite. Atuavam principalmente ao calor do meio-dia e entre o pôr e o nascer do Sol. Havia um demônio da cegueira, um demônio da lepra e um demônio das enfermidades do coração. Podiam transferir aos homens seus dons malignos. Por exemplo, o mal de olho, que trocava a boa sorte em má sorte, e no qual todos acreditavam, era um dom demoníaco a certos seres humanos. Agiam em colaboração com alguns animais, por exemplo a serpente, o touro, o asno e o mosquito. Os demônios macho eram chamados shedin e os fêmea, lilin, nome que provinha do Lilith. Os demônios fêmea tinham cabelo comprido e eram inimigos especialmente dos meninos, por isso os meninos tinham seus anjos guardiães (Mt 18:10).

Não importa se acreditarem ou não em tudo isto; o importante não é se for verdade ou não. O importante é que na época do Novo Testamento a gente acreditava. Ainda usamos a expressão "Pobre diabo!" Esta é uma relíquia dos tempos antigos. O homem que se acreditava possesso "era consciente de si mesmo e também de outra presencia nele que o arrastava e o dominava interiormente." Isto explica por que os possessos muito freqüentemente gritavam quando Jesus ia a seu encontro. Sabiam que alguns, pelo menos, criam que Jesus era o Messias; sabiam que o reino do Messias seria o fim de todos os demônios; e o homem que acreditavam estar possesso por um demônio falava como um demônio ao comparecer diante da presença de Jesus. Havia muitos exorcistas que pretendiam ser capazes de expulsar demônios. Tão real era esta crença que a Igreja cristã por volta do ano 340 possuía uma ordem de "exorcistas". Mas havia uma diferença. O exorcista judeu ou pagão comum usava complicados encantamentos e frases e ritos mágicos. Jesus tirava o demônio das pessoas endemoninhadas com uma só palavra, simples, clara, breve. Ninguém tinha visto antes nada semelhante. O poder não estava no encantamento, na fórmula mágica, no rito elaborado; o poder estava em Jesus, e quem o via agir ficava atônito.
O que diremos de tudo isto? Paul Tournier em uma de suas obras escreve o seguinte: "Indubitavelmente há muitos médicos que em sua luta contra a enfermidade experimentaram, como eu, o sentimento de que não enfrentavam algo passivo, e sim um inimigo vivo, inteligente e de muitos recursos." O doutor Rendle Short chega, de maneira provisória, à conclusão de que, em realidade, "os acontecimentos deste mundo e seus desastres morais, suas guerras e sua maldade, suas catástrofes físicas e a enfermidade, podem ser o resultado de uma guerra entre forças tais como as que vemos no livro do Jó, a malícia do diabo por um lado e as limitações impostas por Deus, de outro".

Este é um tema sobre o qual não se pode dogmatizar. Podemos assumir três posições diferentes. (1) Podemos relegar o tema da posse demoníaca totalmente ao terreno do pensamento primitivo. Podemos dizer que era uma maneira primitiva de explicar os fenômenos naturais, antes que se soubesse tudo o que hoje se sabe sobre o corpos e a mente dos homens. (2) Podemos aceitar como verdadeiro o fato da posse demoníaca, tanto nos tempos neotestamentários como em nosso tempo. (3) Se aceitarmos a primeira posição devemos explicar a atitude de Jesus e suas ações. Pode ser, por um lado, que ele não soubesse mais que seus contemporâneos sobre este tema, o que não é difícil porque Jesus não era um cientista e não veio para ensinar ciência. Ou, por outro lado, sabia perfeitamente bem que não podia curar a um homem doente a menos que aceitasse plenamente a realidade de sua enfermidade. Era real para o doente e devia tratar-lhe como real se queria obter uma cura. Chegamos à conclusão, pois, de que há algumas respostas que nós não conhecemos.

UM MILAGRE EM PARTICULAR

Marcos 1:29-31

Na sinagoga, Jesus tinha falado e agido da maneira mais extraordinária. O culto da sinagoga chegou a seu fim, e Jesus foi com seus amigos à casa do Pedro. Segundo o costume judaico a principal comida durante o shabbat era celebrada imediatamente depois da reunião na sinagoga, à hora sexta, ou seja, às doze do dia. O dia, para os judeus, começava às seis da manhã, e as horas se contavam a partir desta. É muito possível que Jesus tenha reclamado seu direito a descansar depois da excitante experiência da sinagoga, que deve tê-lo deixado exausto. Mas outra vez mais exigiu-lhe que fizesse uso de seu poder, e outra vez mais o vemos dando de si mesmo a seu próximo. Este milagre nos diz algo a respeito de três pessoas.

(1) Diz-nos algo a respeito de Jesus. Ele não necessitava público para fazer uso de seu poder. Estava preparado para curar tanto no pequeno círculo de uma modesta casa de pescadores como na sinagoga cheia de gente. Nunca estava muito cansado para ajudar. A necessidade de outros era mais importante que seu próprio desejo de descanso. Mas sobre tudo voltamos a ver aqui, como já tínhamos visto antes, a particularidade dos métodos que usava Jesus para curar. Fala muitas curadores na época de Jesus, mas estes trabalhavam valendo-se de complicados encantamentos, fórmulas mágicas e outros recursos do mesmo tipo. Na sinagoga Jesus tinha pronunciado com autoridade uma. só palavra e isso tinha bastado para produzir uma total sanidade. Ele mesmo volta a ocorrer aqui. A sogra do Pedro sofria do que o Talmud denomina "febre ardente". Um mal que estava, e ainda está bastante generalizado naquela parte da Palestina. O Talmud chega até estabelecer qual era o método para seu tratamento.

Devia-se atar uma faca de ferro, mediante uma mecha de cabelos, a um espinheiro. O primeiro dia se recitava nesse lugar Êxodo 3:2-3, o segundo dia Ex 3:4 e o terceiro dia Ex 3:5. Logo se pronunciava certa fórmula mágica e desse modo se supunha que se conseguia uma cura total. Jesus não tomou em conta o aparato da magia popular e com um gesto e uma palavra de incomparável autoridade e poder curou à doente. A palavra que significa "autoridade" na passagem anterior em grego é exousía; e exousía significa um conhecimento excepcional junto com um poder excepcional. Isso era, precisamente, o que Jesus possuía e o que esteve disposto a usar nesse humilde lar. Paul Tournier, um médico cristão, escreve: "Meus pacientes muito freqüentemente me dizem: 'Admiro a paciência com que você escuta tudo o que lhe digo.' Não se trata de paciência, mas sim de autêntico interesse." Para Jesus um milagre não era uma maneira de aumentar seu prestígio; ajudar aos doentes não era para ele uma tarefa desagradável e trabalhosa; ajudava instintivamente, porque estava interessado de maneira suprema em todos os que necessitavam sua ajuda.

  1. Diz-nos algo a respeito dos discípulos. Eles não tinham conhecido a Jesus durante muito tempo, mas até nesse breve lapso já se acostumaram a pôr diante do Mestre todos os seus problemas. A sogra do Pedro estava doente; o lar singelo estava transtornado; para os discípulos já tinha chegado a ser a coisa mais natural do mundo levar ao Jesus o problema.

Paul Tournier nos diz como chegou a descobrir uma das coisas mais importantes de sua vida. Acostumava a visitar um ancião pastor que nunca o deixava ir-se orar com ele. Surpreendia-o a extrema simplicidade de suas orações. Parecia que não se tratasse mas sim da continuação de uma conversação familiar entre o piedoso ancião e Jesus.

"Quando voltava para casa", continua Tournier, "comentava com minha esposa e juntos pedíamos a Deus que nos desse essa mesma familiaridade com o Jesus que possuía o ancião. Após o Jesus foi o centro de minha devoção e meu companheiro de viagem permanente. Ao interessa o que eu faço (conforme Ec 9:7) e se preocupa pessoalmente por mim. É um amigo com quem posso conversar sobre tudo o que me acontece. Compartilha comigo meu gozo e minha dor, minhas esperanças e meus temores. Está comigo quando um paciente me abre seu coração e ele o escuta comigo, e muito melhor do que eu posso fazê— lo. E quando o paciente se foi posso falar com o Jesus sobre isso." Nisto radica a essência mesma da vida cristã. Como diz o hino: "Leva-o a Deus em oração..." De maneira que muito em breve em seu discipulado os primeiros cristãos se acostumaram ao que seria depois o hábito de toda sua vida: levar ao Jesus todos seus problemas e lhe pedir ajuda.

  1. Diz-nos algo, também, com respeito à sogra do Pedro. Assim que esteve lã ficou a servir aos convidados. Usou sua saúde recuperada para servir a outros. Há uma grande família tradicional escocesa cujo lema é "Salvos para servir". Jesus nos ajuda para que nós possamos ajudar a outros.

COMEÇAM AS MULTIDÕES

Marcos 1:32-34

As coisas que Jesus fazia em Cafarnaum não podiam ocultar-se. O surgimento de um poder e uma autoridade tão grandes não podiam ter-se mantido em segredo. Portanto, ao cair da tarde, a casa de Pedro tinha sido virtualmente sitiada por uma multidão que procurava o toque curador de Jesus. Aguardaram até a queda do Sol porque a Lei proibia que se atravessasse uma cidade em dia sábado levando cargas (veja-se Jr 17:24). Levar uma carga teria sido realizar um trabalho e estava proibido trabalhar no sábado. Naquela época, é obvio, ninguém tinha relógio; o sábado ia das 6 da manhã até as 6 da tarde e a Lei dizia que o sábado tinha terminado e era outro dia a partir do momento em que podiam ver-se três estrelas no céu. De maneira que a multidão do Cafarnaum esperou até o Sol se pôs e puderam ver-se as três estrelas, e então saíram, levando seus doentes a Jesus; e Ele os sanou.

Três vezes vimos Jesus em ação na cura dos doentes. Primeiro, curou na sinagoga; em segundo lugar, curou a sogra de um de seus amigos, estando na casa desta; e agora, em terceiro lugar, curou na rua.
Jesus reconhecia a necessidade de cada pessoa, em qualquer lugar. Dizia-se do famoso doutor Johnson que bastava estar em desgraça para poder contar com sua ajuda e amizade.
Jesus estava disposto a usar seu poder em qualquer lugar e situação, sempre que alguém necessitasse dele. Não escolhia nem o lugar nem a pessoa; compreendia a reclamação universal da necessidade humana. As pessoas se congregavam em torno de Jesus porque reconheciam nele a um homem capaz de fazer coisas. Havia muitos que podiam dar conferências ou ensinar ou pregar. Mas aqui estavam diante de alguém que não somente falava, mas também fazia. Um provérbio inglês diz que "se alguém pode construir uma armadilha para ratos melhor que a de seus vizinhos a gente vai até ele, embora viva em meio de um bosque".
A pessoa que as pessoas apreciam é a que faz melhor as coisas. Jesus podia e pode ainda hoje produzir resultados. Mas aqui também encontramos sinais do princípio da tragédia. Acudiam multidões, mas acudiam porque queriam algo. Não acudiam porque amassem a Jesus, nem porque tivessem percebido o resplendor de uma nova realidade; em última análise o que queriam era servir-se dEle. Isso é o que quase todos querem fazer com Deus e com o Filho de Deus. Por uma oração elevada a Deus em momentos de prosperidade, oferecem-lhe dez mil em tempo de adversidade. Muitos que jamais pensaram em orar quando o Sol brilhava sobre suas vidas, começam a fazê-lo quando sopra o tufão.

Alguém há dito que para muitos a religião forma parte do "serviço de ambulâncias" e não da "primeira linha de combate". A religião, segundo eles, é para os momentos de crise. Somente quando têm feito de suas vidas um enredo, ou quando recebem um golpe muito forte, lembram-se de Deus. É uma verdade permanente que todos devemos acudir ao Jesus porque somente O pode nos dar as coisas que nos fazem falta para viver como se deve. Mas se essa aproximação e os dons que recebemos do não produzem em nós gratidão e amor, há algo tragicamente equivocado. Deus não é alguém a quem podemos usar nos dias de infortúnio; é alguém a quem devemos ter presente cada um dos dias de nossa vida.

A HORA DE PAZ E O DESAFIO DA AÇÃO Marcos 1:35-39

Basta ler o relato das coisas que aconteceram em Cafarnaum para ver que Jesus nunca podia ficar sozinho. Ele sabia, entretanto, que não podia viver sem Deus; que ia estar todo o tempo dando; de vez em quando, pelo menos, tinha que receber; que se ia gastar sua vida no serviço de outros; devia uma e outra vez chamar em sua ajuda todos os reforços espirituais de que pudesse dispor. Isto equivale a dizer que Jesus sabia que não podia viver sem a oração.
Em um pequeno livro titulado A prática da oração, o doutor A. D. Belden tem algumas magníficas definições da oração: "A oração pode definir-se como a apelação da alma a Deus." Não orar é ser culpado da incrível insensatez de ignorar "a possibilidade de somar a Deus a nossos recursos". "Na oração damos uma oportunidade à perfeita mente de Deus para que alimente nossos próprios poderes espirituais." Jesus sabia tudo isto. Sabia que se fosse sair ao encontro dos homens precisava antes encontrar-se com Deus. E se a oração era necessária para Jesus, quanto mais não o será para nós? Mas até em sua hora de paz e comunhão com Deus vieram a buscá-lo. Não havia maneira de que Jesus pudesse lhes fechar a porta.

Em certa oportunidade Rose Macaulay, a novelista inglesa, disse que tudo o que pedia na vida era ter "uma habitação para ela sozinha". Isto era precisamente o que ao Jesus faltava. Um grande médico há dito que o dever da medicina é "às vezes curar, freqüentemente aliviar o sofrimento e sempre oferecer consolo". Jesus sempre reconheceu como seu este dever. há-se dito que a obrigação de um médico é ajudar às pessoas "a viver e a morrer" e os homens sempre estão vivendo e morrendo. Forma parte da natureza humana normal levantar barreiras e procurar tempo e lugar onde se possa estar a sós; isto é o que Jesus nunca fez. face à consciência que tinha de sua própria fadiga, de estar exausto, mais forte era sua noção do insistente e lhe desgastem clamor da necessidade humana. Por isso, quando chegaram até O, levantou-se e deixando atrás a paz da oração se dispôs a enfrentar o desafio de sua tarefa. A oração nunca fará nosso trabalho por nós. O que se pode fazer é nos fortalecer para as tarefas que devemos realizar.
Assim, pois, Jesus partiu em uma excursão de pregação pelas sinagogas de toda Galiléia. Em Marcos esta excursão está resumida em um versículo, mas deve ter durado semanas e até meses. Em sua excursão Jesus por volta de duas coisas: pregava e curava. Havia três pares de coisas que Jesus nunca separou.

  1. Jesus nunca separou as palavras da ação. Nunca pensou que se cumpriu uma missão pelo simples enunciado de suas exigências. Jamais lhe ocorreu pensar que tinha completo com a tarefa que lhe tinha atribuído com apenas exortar aos homens a aproximar-se de Deus e praticar o bem. A exortação sempre era levada a ação. Fosdick, o famoso pregador americano nos conta de um estudante que comprou os melhores livros e a melhor equipe disponíveis, e conseguiu uma cadeira cômoda para sentar-se a estudar, com um suporte de livro especial para apoiar o livro. Feitos todos estes preparativos, sentou-se e ficou dormido. O homem que emprega todas suas energias em falar, mas nunca chega a fazer o que diz, é muito semelhante a este estudante.
  2. Jesus nunca separou o corpo da alma. Tem havido tipos de cristianismo que falaram como se o corpo não tivesse importância alguma. Mas o ser humano é tanto corpo como alma. E a tarefa do cristianismo é redimir a totalidade do ser humano e não uma parte. É felizmente certo que um homem pode passar fome e miséria, viver em uma pocilga e estar doente e, entretanto, passar momentos muito doces na companhia de Deus; mas isso não justifica que o deixemos na miséria e o sofrimento. As missões às raças primitivas não se limitam a levar a Bíblia; levam também a educação e a medicina; levam a escola e o hospital. É um engano falar do "evangelho social" como se se tratasse de um extra, de um agregado, uma opção, ou até uma parte separada da mensagem cristã. A mensagem cristã prega e trabalha em favor do corpo e da alma de todos os seres humanos.
  3. Jesus nunca separou a Terra do céu. Há aqueles que estão tão preocupados com o céu que se esquecem da Terra e se convertem, então, em visionários e idealistas pouco práticos. E há aqueles que estão tão preocupados com a Terra que se esquecem do céu e limitam o bem aos bens materiais. Jesus sonhava com um momento em que a vontade de Deus se cumprisse na Terra como no céu (Mt 6:10). Sonhava com uma época em que o céu e a Terra seriam uma mesma coisa.

O LEPROSO É CURADO

Marcos 1:40-45

No Novo Testamento não há enfermidade que seja enfrentada com maior terror e lástima que a lepra. Quando Jesus enviou aos Doze encomendou: "Sanem doentes, limpem leprosos..." (Mt 10:8). A sorte do leproso era verdadeiramente dura. E. W. G. Masterman, em seu artigo sobre a lepra no Dictionary of Christ and the Gospels (Dicionário sobre Cristo e os Evangelhos), de onde extraímos muita da informação que segue, diz: "Nenhuma outra enfermidade reduz ao ser humano durante tantos anos a uma ruína tão repugnante." Examinemos, primeiro, os fatos.

Há três classes de lepra.

  1. A lepra nodular ou tubercular. Esta começa com uma letargia e com dores nas juntas que não podem atribuir-se a causa alguma conhecida. Depois aparecem no corpo, especialmente nas costas, manchas sem cor, dispostas de maneira simétrica. Sobre estas manchas se firmam pequenos nódulos que primeiro são rosados e logo se tornam escuros. A pele engrossa. Os nódulos, nesta etapa, começam a amontoar— se, especialmente nas dobras das bochechas, o nariz, os lábios e a frente. O aspecto humano do paciente vai desaparecendo pouco a pouco, até que — como diziam os antigos — parece mais um leão ou um sátiro que uma pessoa. Os nódulos aumentam, ulceram-se e segregam uma substância de mau aroma. A voz se volta rouca e a respiração se faz dificultosa, pela ulceração das cordas vocais. Desaparecem as pálpebras, os olhos adquirem um aspecto peculiar ao desaparecer a piscada: Sempre se ulceram as mãos e os pés. Pouco a pouco o doente se converte em um massa de carne ulcerada. O curso médio da enfermidade é de nove anos e conclui com a perda da razão, o coma e, finalmente, a morte. O doente se converte em um ser repulsivo, tanto para outros como para si mesmo.
  2. A lepra anestésica. Os passos iniciais são os mesmos; mas nesta classe de lepra ficam afetadas as extremidades nervosas. A área infectada perde totalmente a sensibilidade. Isto pode acontecer sem que o doente se dê conta. Pode ser que não o note até que não sofre uma queimadura ou escaldadura e pela primeira vez experimenta a ausência de dor ali onde seria normal que o houvesse. À medida que a enfermidade segue seu curso, o dano sofrido pelos nervos produz manchas na pele que terminam ulcerando-se sob a forma de ampolas abertas. Os músculos se desgastam e os tendões se, contraem, até que as mãos semelham garras. Os unhas sempre se desfiguram. Segue a ulceração crônica das mãos e os pés. produz-se a perda progressiva dos dedos de mãos e pés, até que por último é possível que se perca toda uma mão ou um pé. Esta forma de enfermidade pode durar entre vinte e trinta anos. É uma espécie de terrível morte progressiva do corpo.

(3) O terceiro tipo de lepra, a mais comum, é uma combinação das duas anteriores. Deve destacar-se que a medicina moderna encontrou remédios efetivos para combater e até curar definitivamente a lepra. Hoje em dia um leproso pode seguir vivendo de maneira normal, e não chegará a desfigurar-se, se se atender, porque é possível manter sob perfeito controle o desenvolvimento da enfermidade. Mas nada disso se conhecia nos tempos de Jesus.

Sem dúvida na Palestina, nos tempos de Jesus, havia muitos leprosos. Levítico 13 descreve a lepra e é evidente que na época do Novo Testamento o termo "lepra" cobria outras enfermidades da pele além da lepra propriamente dita. Parece haver-se usado, por exemplo, para denominar a psoríase, uma enfermidade que cobre porções da pele com escamas brancas, de onde a expressão "um leproso branco como a neve". Também se chamava "lepra" ao herpes, uma enfermidade muito comum no Oriente. A palavra hebraica que se usa para denominar a lepra é tsaraath. Em Lv 13:47 se fala da tsaraath da roupa e em Lv 14:33 da das casas. Refere-se, é obvio, a algum tipo de mofo ou cogumelo que cobre a roupa ou as paredes, ou a algum tipo de verme que corrói a madeira ou de líquen que destrói as pedras. A palavra hebraica tsaraath, lepra, parece ter abrangido no pensamento judeu qualquer enfermidade cutânea progressiva.

É natural que com conhecimentos médicos muito primitivos não se pudesse distinguir entre as diferentes enfermidades da pele, e que se incluíra sob um mesmo nome as mortais e incuráveis junto com as menos graves e relativamente inofensivas. Qualquer enfermidade da pele fazia que o doente fosse considerado impuro. O radiava do contato com outros seres humanos; devia viver sozinho em campo aberto; devia andar com a roupa feita farrapos, levar a cabeça descoberta, cobrir-se com um trapo o lábio superior e gritar quando alguém lhe aproximava: "Imundo! "Imundo! para comunicar sua presença.

O mesmo ocorria durante a Idade Média, quando simplesmente se aplicava a lei do Moisés. O sacerdote, vestido com seus hábitos cerimoniosos e com um crucifixo na mão, conduzia ao leproso à igreja e lia ante ele o serviço fúnebre. A partir desse momento o considerava como um morto, embora seguia vivendo. Devia vestir-se com um manto negro, que todos pudessem reconhecer, e habitar em um lazarento. Não podia entrar na igreja, mas lhe permitia espiar a missa através de um buraco praticado especialmente com esse objeto. O leproso não só devia sofrer a dor física de sua enfermidade; tinha que suportar a angústia mental e o sofrimento de ser separado da sociedade normal dos humanos e ser fugido, como se fora a mesma praga.

Se o leproso se curava e a verdadeira lepra naquela época era incurável, de modo que aqui estamos falando de outras enfermidades similares cobertas com o mesmo termo devia submeter-se a uma complicada cerimônia de restauração que se descreve no Levítico 14. Examinava-o um sacerdote. O doente curado devia levar duas aves, uma das quais se sacrificava em cima de uma correnteza. Além disso, tomava madeira de cedro, grão e hissopo, as que eram empapadas com o sangue do ave sacrificada, junto com o ave viva. Logo esta última era solta para que se fora voando. O doente curado se lavava, raspava-se e lavava sua roupa. Sete dias depois voltava a ser revisado. Então tinha que rapá-la cabeça e as sobrancelhas. Realizavam-se certos sacrifícios (dois cordeiros sem defeitos e uma cordeira; três décimos de uma medida f] de farinha fina mesclada com azeite e uma porção [log] de azeite). Aos pobres se exigia menos. O doente curado era tocado com o azeite e o sangue dos sacrifícios no lóbulo da orelha direita, no polegar direito e no polegar do pé direito. Por último, era novamente revisado, e se verdadeiramente a enfermidade tinha desaparecido permitia que se reintegrasse à sociedade, com um certificado estendido pelo sacerdote.

Sobre este pano de fundo, contemplamos uma das imagens mais reveladoras de Jesus:

  1. Não expulsou de sua presença a um homem que tinha violado a Lei. O leproso não tinha direito de dirigir-lhe a palavra. Jesus sai ao encontro da desesperadora necessidade humana com um espírito de pormenorizada compaixão.
  2. Jesus estendeu sua mão e o tocou. Jesus toca um homem impuro. Para ele não era um homem impuro, era só um ser humano que necessitava desesperadamente sua ajuda.
  3. Depois de curá-lo, Jesus o envia a cumprir com o ritual que prescrevia a Lei. Cumpriu a Lei e a justiça humanas. Não desafiava as convenções, mas sim, quando era necessário, submetia-se a elas.

Dicionário

André

Nome Grego - Significado: Forte, másculo.

Este vocábulo deriva do termo grego que significa “hombridade”. André, o primeiro dos doze apóstolos a ser chamado por Jesus, foi rapidamente ofuscado por seu irmão Simão Pedro, que ele próprio levou ao Senhor (Jo 1:40-44). Natural de Betsaida, da Galiléia, André previamente fora seguidor de João Batista e estava presente quando este apontou Jesus como o Cordeiro de Deus. Juntamente com os outros três discípulos chamados em João 1, André recebeu sua comissão formalmente como discípulo itinerante, de tempo integral, no início do ministério de Jesus na Galiléia. Na época, André, Pedro, Tiago e João eram todos pescadores (Mt 4:18; Mc 1:16). André faz par com seu irmão Pedro na lista dos doze discípulos em Mateus 10:2 e Lucas 6:14 (mas não em Mc 3:18 ou At 1:13), para sugerir que pelo menos parte do tempo os dois irmãos formavam uma dupla no ministério de Cristo (cf. Mc 6:7). Marcos 13:3 registra que estes quatro discípulos pescadores estavam presentes no “Discurso de Jesus”, no monte das Oliveiras”. Em João 6:8, André informou a Jesus, um pouco constrangido, que só havia cinco pães e dois peixes disponíveis para a multidão de cinco mil homens. Em João 12:22, ele também foi um dos intermediários os quais disseram a Jesus que certos gregos desejavam falar com Ele. A despeito das alegações contrárias, não existe um padrão consistente no comportamento de André, nem dados suficientes nas páginas das Escrituras para se deduzir qualquer princípio teológico significativo baseado em seu caráter ou sua personalidade. Vários atos apócrifos são atribuídos a ele, embora sem nenhuma evidência histórica. Nada mais é conhecido sobre ele com algum fundamento histórico. C.B.


André [Varonil]

Irmão de Pedro e um dos 12 apóstolos. Vivia em Cafarnaum, onde era pescador. A tradição diz que foi morto numa cruz em forma de xis. V. Mc 1:29; Jo 1:35-42; Mt 4:18-19; Mc 3:18; Jo 6:8-9; 12.22.


André Um dos doze apóstolos de Jesus (Jo 1:35-42; Mt 4:18-20; Mc 13:3ss.). Seguramente, nada sabemos a respeito dele além do que o Novo Testamento apresenta. Segundo uma tradição tardia, foi martirizado em Patras na Acaia, por volta do ano 60. A tradição de ter morrido em uma cruz em forma de aspa com certeza carece de base histórica e não surgiu antes do séc. XIV.

No dia seguinte àquele em que João Batista viu o ES descer sobre Jesus, ele o apontou para dois de seus discípulos, e disse: “Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1:36). Movidos de curiosidade, os dois deixaram João e começaram a seguir a Jesus. Jesus notou a presença deles e perguntou-lhes o que buscavam. Responderam: “Rabi, onde assistes?” Jesus levou-os à casa onde ele se hospedava e passaram a noite com ele. Um desses homens chamava-se André (Jo 1:38-40). André foi logo à procura de seu irmão, Simão Pedro, a quem disse: “Achamos o Messias…” (Jo 1:41). Por seu testemunho, ele ganhou Pedro para o Senhor.
André é tradução do grego Andreas, que significa “varonil”. Outras pistas do Evangelhos indicam que André era fisicamente forte, e homem devoto e fiel. Ele e Pedro eram donos de uma casa (Mc 1:29) Eram filhos de um homem chamado Jonas ou João, um próspero pescador. Ambos os jovens haviam seguido o pai no negócio da pesca. Eram Pescadores.
André nasceu em Betsaida, nas praias do norte do mar da Galiléia. Embora o Evangelho de João descreva o primeiro encontro dele com Jesus, não o menciona como discípulo até muito mais tarde (Jo 6:8). O Evangelho de Mateus diz que quando Jesus caminha junto ao mar da Galiléia, ele saudou a André e a Pedro e os convidou para se tornarem discípulos (Mt 4:18-19). Isto não contradiz a narrativa de João; simplesmente acrescenta um aspecto novo. Uma leitura atenta de João 1:35-40 mostra-nos que Jesus não chamou André e a Pedro para seguí-lo quando se encontraram pela primeira vez.
André e outro discípulo chamado Filipe apresentaram a Jesus um grupo de gregos (Jo 12:20-22). Por este motivo podemos dizer que eles foram os primeiros missionários estrangeiros da fé cristã.
Diz a tradição que André viveu seus últimos dias na Cítia, ao norte do mar negro. Mas um livreto intitulado: Atos de André (provavelmente escrito por volta do ano 260 dC) diz que ele pregou primariamente na Macedônia e foi martirizado em Patras. Diz ainda, que ele foi crucificado numa cruz em forma de “X”, símbolo religioso conhecido como Cruz de Sto André.

Casa

substantivo feminino Construção em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares.
Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros.
Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa.
Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores.
Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil.
[Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas.
Em costura, fenda usada para pregar botões.
[Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20.
[Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado.
Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.

substantivo feminino Construção em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares.
Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros.
Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa.
Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores.
Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil.
[Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas.
Em costura, fenda usada para pregar botões.
[Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20.
[Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado.
Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.

No sentido mais lato da palavra “baytith” emprega-se para significar qualquer habitação, fixa, ou mutável. Pode ter-se derivado de uma raiz que significa passar a noite. Também o tabernáculo de Deus, embora tenha sido apenas uma tenda, é, algumas vezes, chamado a casa, a residência de Deus. Pouca mudança tem havido no sistema de edificar casas no oriente. As ruas das cidades são geralmente estreitas, tendo, por vezes de um e de outro lado uma carreira de lojas. Por detrás destas estão as habitações. Se entrarmos numa das principais casas, passaremos, primeiramente, por um corredor, onde se vêem bancos de cada lado, e é ali que o senhor da casa recebe qualquer indivíduo, quando quer tratar dos seus negócios, sendo a poucas pessoas permitido passar adiante. Para além desta entrada, o privilegiado visitante é recebido no pátio, ou quadrângulo, que geralmente é pavimentado de mármore ou outra substância dura, e não tem cobertura. Este pátio dá luz e ar a vários compartimentos que têm portas para aquele quadrângulo. Com o fim de receber hóspedes, é o pavimento coberto de esteiras ou tapetes – e visto como estão seguros contra qualquer interrupção de fora, é o lugar mais próprio para recepções e diversões. o pátio é, geralmente, rodeado de um claustro, sobre o qual, quando acontece ter a casa mais de um andar, é levantada uma galeria para cada andar nas mesmas dimensões que o claustro, tendo uma balaustrada para impedir o povo de cair. As janelas que deitam para a rua são pequenas e altamente colocadas, sendo fechadas por meio de um sistema de tábuas furadas e esculpidas em vez de vidro. Deste modo fica oculto o morador, podendo, contudo, obter uma vista do que se passa fora. Todavia, as janelas dos andares superiores são, freqüentemente, de considerável grandeza, e construídas numa saliência para fora da parede da casa. Foi esta a espécie da janela pela qual foi atirada Jezabel por mandado de Jeú. Nas casas dos ricos a parte mais baixa das paredes é adornada de tapeçarias de veludo ou damasco, suspensas em ganchos, podendo esses ornamentos subir ou descer segundo se quer (Et 1:6). A parte superior das paredes é adornada de um modo mais permanente, ao passo que os tetos são, algumas vezes, feitos de madeira preciosa e odorífera (Jr 22:14). os sobrados destes esplêndidos quartos são cobertos de lajes pintadas, ou de pedra mármore. Algumas vezes eram feitos de estuque, coberto de ricos tapetes. Em todos os casos, os quartos de mulheres estão separados, embora a separação não fossem outros tempos tão estrita como é hoje entre os hebreus. Nas casas de certa pretensão havia um quarto para hóspedes. o telhado das casas orientais é quase sempre plano. Compõe-se de vigas de madeira, cobertas de pedra ou argamassa, para proteger os moradores contra o sol e as chuvas, e também, para lhes proporcionar um sítio muito agradável ao ar livre quando está bom o tempo. Em volta deste telhado há um parapeito, não muito alto, para segurança das pessoas (Dt 22:8). Na Palestina o povo dorme nos terraços da casa, durante o tempo de mais calor, em caramanchões feitos de ramos ou de junco (Ne 8:16). o quarto dos hóspedes é, algumas vezes, construído sobre o telhado, e como para este se sobe por uma escada exterior, pode o hóspede entrar ou sair sem comunicar-se com a família. Várias ocupações domésticas são efetuadas nestes lugares altos da casa, como estender a roupa para secar, e espalhar figos, uvas, etc., para se fazer passas. E algumas vezes também foram usados estes lugares para o culto idolátrico (2 Rs 23.12 – Jr 32:29). As tendas, usadas durante a Festa do Tabernáculo, eram levantadas sobre telhados planos, que eram também escolhidos para os moradores se lamentarem em ocasião de grande aflição. os fogões não existem nas casas orientais, mas a família serve-se de braseiros, acontecendo, também, acenderem o lume no pátio aberto. Todavia, a cozinha tinha uma elevação feita de tijolo, com cavidades, em que se fazia a necessária fogueira. Havia os lugares para cozinhar, aos quais se refere Ez 46:23. Além dos caramanchões para uso no verão, havia, também, compartimentos especialmente protegidos, que se usavam no tempo frio. As casas dos pobres no oriente são construções muito fracas, sendo as paredes feitas de barro, canas e junco (*veja 4:19). Pode o ladrão penetrar facilmente dentro destas habitações (24:16Mt 24:43). Algumas vezes estas moradas de barro, e mesmo de tijolo, constavam de uma sala somente, sendo ainda uma parte dela separada para o gado. o exterior de todas as casas, tanto dos ricos como dos pobres, apresenta uma fraca aparência. Nada mais se observa, geralmente, do que uma nua parede branca, com pequenas janelas, gelosias e uma simples porta. (*veja Tenda, Tabernáculo, Cabana.)

morada, vivenda, palácio, palacete, tugúrio, teto, chalé, lar, fogo, canto, palheiro, palhoça, choupana, casebre, cabana, tenda, barraca, arribana, choça, colmo, habitação, mansarda, pardieiro, biombo, cômodo, prédio, solar, castelo. – Habitação é, de todos os vocábulos deste grupo, o mais genérico. De “ato de habitar”, que é o que significa propriamente esta palavra habitação, passou a designar também a própria casa, que se habita: casa, ou palácio, ou choupana, ou biombo – tudo será habitação. – Casa é “o edifício de certas proporções destinado à habitação do homem”; e por extensão, designa, em linguagem vulgar, toda parte onde se abrigam alguns animais: a casa do escaravelho; a casa dos coelhos, etc. – Morada é “à habitação onde se mora, ou onde se fica por algum tempo, onde alguém se aloja provisoriamente”. – Vivenda é a “habitação onde se vive”, e sugere a ideia da maior ou menor comodidade com que a gente aí se abriga e vive. Por isso, usa-se quase sempre com um adjetivo: bela vivenda; vivenda detestável. – Palácio é “o edifício de proporções acima do normal, grandioso e magnífico”. Palacete é diminutivo de palácio, designando, portanto, “prédio rico e elegante”. – Tugúrio (latim tugurium, de tegere “cobrir”) é “o abrigo onde qualquer vivente se recolhe, ou habitualmente ou por algum tempo”. Este nome dá-se também, por modéstia ou por falsa humildade, à própria habitação magnífica. – Teto (latim tectum, também de tegere) é quase o mesmo que tugúrio: apenas teto não se aplica a um abrigo de animais, e sugere melhor a ideia de conchego, de proteção, de convívio amoroso: “teto paterno”; “era-lhe o céu um teto misericordioso”. – Chalé é palavra da língua francesa, hoje muito em voga, significando “casa de escada exterior, no estilo suíço, ordinariamente revestida de madeira, cujo teto de pouca inclinação é coberto de feltro, asfalto ou ardósia, e forma grande saliência sobre as paredes”. (Aul.). – Lar é a “habitação considerada como abrigo tranquilo e seguro da família”. – Fogos é o nome que se dá, nas estatísticas, às casas habitadas de um distrito, de uma cidade, ou de uma povoação: “a aldeia vizinha não chega a ter cem fogos”. – Canto, aqui, é “o lugar, o sítio, a morada humilde e desolada, onde alguém como que se refugia afastando-se do mundo”. – Palheiro é propriamente o lugar onde se guarda palha: designa, portanto, neste grupo, “abrigo ou habitação muito rústica e grosseira”. – Palhoça é “pequena casa coberta de palha”. – Choupana é – diz Aul. – “casa rústica de madeira, ou de ramos de árvores para habitação de pastores”. – Cabana (do italiano capánna) é “casinha coberta de colmo ou de palha, onde se abrigam à noite os camponeses, junto ou no meio das roças ou lavouras”. – Casebre é “pequena casa velha e arruinada, onde mora gente muito pobre”. – Tenda é “armação coberta para abrigo provisório ou de passagem em caminho ou em campanha”. – Barraca é “tenda ligeira, coberta de tela de lona ordinariamente”. – Arribana é “palheiro que serve mais para guarda de animais e trem de viagem propriamente que para habitação, prestando-se quando muito para pernoite ao abrigo de intempéries”. – Choça é “habitação ainda mais rústica e grosseira que a choupana”. Dizemos que o selvagem procura a sua choça (e não, pelo menos com a mesma propriedade –, a sua choupana). – Colmo, aqui, é “o colmo tomado pela cabana que é dele coberta”. – Mansarda afasta-se um pouco do francês de que a tomamos (mansarde é propriamente água-furtada ou trapeira, isto é – o último andar de uma casa tendo a janela ou janelas já abertas no telhado): tem, no português usual, mais a significação de “habitação 256 Rocha Pombo humilde, incômoda e difícil, onde há pobreza”. – Pardieiro é – diz Aul. – “edifício velho e em ruínas”: “Já me cansam estas perpétuas ruínas, estes pardieiros intermináveis” (Garrett). – Biombo é “um pequeno recinto separado de uma sala por meio de tabique móvel, e que serve de dormitório, de gabinete”, etc. Costuma-se dizer: “vou para o meu biombo” para significar que se vai para casa. – Cômodo, aqui, é “uma parte de prédio que se aluga por baixo preço e por pouco tempo ordinariamente”. – Prédio (latim prœdium, do prœs “garante, penhor, fiador”) é propriamente “bem de raiz, propriedade real”; mas, aqui, designa “a casa que é nossa própria, a propriedade que consta da casa e do terreno onde está construída”. – Solar é “a propriedade (terras e casa) considerada como representando uma tradição de família, tendo passado por herança de pais a filhos desde alguns séculos”. – Castelo era antiga habitação fortificada, fora das cidades, e onde residiam os grandes senhores feudais. Hoje é “habitação nobre, luxuosa, onde se vive com opulência”.

[...] Aqui [no mundo etéreo], temos o poder de moldar a substância etérea, conforme pensamos. Assim, também as nossas casas são produtos das nossas mentes. Pensamos e construímos. É uma questão de vibração do pensamento e, enquanto mantivermos essas vibra ções, conservaremos o objeto que, du rante todo esse tempo, é objetivo para os nossos sentidos.
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 10


Casa Construção em que pessoas moram. Na Palestina as casas eram feitas de pedra. Os pobres viviam às vezes em cavernas. As pessoas errantes, que se deslocavam em busca de alimentos e de pastagens para os seus rebanhos, viviam em barracas feitas com peles de cabra ou de camelo (Gn 4:20). No litoral do mar Mediterrâneo construíam-se casas de barro. O teto era feito de palha e barro.

João

1. Veja João, o apóstolo.


2. Veja João Batista.


3. Pai de Simão Pedro e de André (chamado de Jonas em algumas traduções: Mt 16:17). Era um pescador que vivia na região da Galiléia. É interessante notar que as três ocasiões registradas nos evangelhos em que Jesus chamou Pedro pelo nome completo, “Simão filho de João (ou Jonas)”, foram momentos que marcaram pontos cruciais na vida desse apóstolo. Na primeira ocasião, André apresentou seu irmão Simão ao “Messias”, Jesus. Cristo olhou para Simão e anunciou profeticamente: “Tu és Simão, filho de João. Tu serás chamado Cefas [que quer dizer Pedro]” (Jo 1:42). Daquele momento em diante, Simão Pedro passou a seguir a Cristo. Na segunda ocasião em que o nome inteiro dele foi usado, ele havia acabado de responder uma pergunta de Jesus, dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16:16). O significado desta identificação de Jesus como o Cristo era tão grande que Jesus disse: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, pois não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus” (Mt 16:17). A última ocasião foi depois da ressurreição, quando Cristo testou o amor de Pedro por Ele e o comissionou com as palavras: “Simão, filho de João... Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21:15-17).


4. João, um parente do sumo sacerdote Anás; é mencionado apenas em Atos 6. Era um dos anciãos e líderes diante dos quais os apóstolos Pedro e João foram levados para serem interrogados. A pregação deles começava a aborrecer profundamente os líderes e por isso tentaram silenciá-los. Os apóstolos disseram que eram obrigados a obedecer a Deus e não aos homens (v. 19). Finalmente, sentindo o peso da opinião pública, os anciãos decidiram libertar os dois. P.D.G.


João
1) O Batista: V. JOÃO BATISTA.
2) Pai do apóstolo Pedro (Jo 1:42); 21:15-17, RA; RC, Jonas).

3) O evangelista e apóstolo: V. JOÃO, APÓSTOLO.
4) João Marcos: V. MARCOS, JOÃO.

João A) Evangelho de João

1. Autoria e datação. O primeiro que relacionou o Quarto Evangelho a João, o filho de Zebedeu, parece ter sido Irineu (Adv. Haer, 3,1,1), citado por Eusébio (HE 5:8,4), o qual menciona Policarpo como fonte de sua opinião. Sem dúvida, o testamento reveste-se de certa importância, mas não deixa de apresentar inconvenientes. Assim, é estranho que outra literatura relacionada com Éfeso (a Epístola de Inácio aos Efésios, por exemplo) omita a suposta relação entre o apóstolo João e esta cidade. Também é possível que Irineu tenha-se confundido quanto à notícia que recebeu de Policarpo, já que destaca que Papias foi ouvinte de João e companheiro de Policarpo (Adv. Haer, 5,33,4). No entanto, conforme o testemunho de Eusébio (HE 3:93,33), Papias foi, na realidade, ouvinte de João, o presbítero — que ainda vivia nos tempos de Papias (HE 3.39,4) — e não do apóstolo. Fica, pois, a possibilidade de que esse João foi o mesmo ao qual Policarpo se referiu.

Outras referências a uma autoria de João, o apóstolo, em fontes cristãs são muito tardias ou lendárias para serem questionadas, seja o caso de Clemente de Alexandria, transmitido por Eusébio (HE 6:14,17) ou o do Cânon de Muratori (c. 180-200). É certo que a tradição existia em meados do séc. II, mas não parece de todo concludente. Quanto à evidência interna, o evangelho reúne referências que podemos dividir nas relativas à redação e nas relacionadas com o discípulo amado (13 23:19-26-27; 20,1-10 e 21:7 e 20-4; possivelmente 18:15-16; 19,34-37 e talvez 1:35-36).

As notícias recolhidas em 21:20 e 21:24 poderiam identificar o redator inicial com o discípulo amado ou talvez com a fonte principal das tradições recolhidas nele, porém, uma vez mais, fica obscuro se esta é uma referência a João, o apóstolo.

Em nenhum momento o evangelho distingue o discípulo amado por nome nem tampouco o apóstolo João. E se na Última Ceia só estiveram presentes os Doze, obviamente o discípulo amado teria de ser um deles; tal dado, contudo, ainda não é seguro. Apesar de tudo, não se pode negar, de maneira dogmática, a possibilidade de o discípulo amado ser João, o apóstolo, e até mesmo existem alguns argumentos que favorecem essa possibilidade. Pode-se resumi-los da seguinte maneira:

1. A descrição do ministério galileu tem uma enorme importância em João, a ponto de a própria palavra “Galiléia” aparecer mais vezes neste evangelho do que nos outros (ver especialmente: 7,1-9).

2. Cafarnaum recebe uma ênfase muito especial (2,12; 4,12; 6,15), em contraste com o que os outros evangelhos designam o lugar de origem de Jesus (Mt 13:54; Lc 4:16). A própria sinagoga de Cafarnaum é mencionada mais vezes neste do que nos outros evangelhos.

3. O evangelho de João refere-se também ao ministério de Jesus na Samaria (c.4), o que é natural, levando-se em conta a relação de João, o de Zebedeu, com a evangelização judeu-cristã da Samaria (At 8:14-17).

4. João fazia parte do grupo de três (Pedro, Tiago e João) mais íntimo de Jesus. É, pois, um tanto estranho que um discípulo tão próximo a Jesus, como o discípulo amado — e não se tratando de João —, não apareça sequer mencionado em outras fontes.

5. As descrições da Jerusalém anterior ao ano 70 d.C. encaixam-se com o que sabemos da permanência de João nessa cidade, depois de Pentecostes. De fato, os dados fornecidos por At 1:13; 8,25 e por Paulo (Gl 2:1-10) indicam que João estava na cidade antes do ano 50 d.C.

6. João é um dos dirigentes judeu-cristãos que teve contato com a diáspora, assim como Pedro e Tiago (Jc 1:1; 1Pe 1:1; Jo 7:35 1Co 9:5), o que se enquadraria com algumas das notícias contidas em fontes cristãs posteriores e em relação ao autor do Quarto Evangelho.

7. O evangelho de João procede de uma testemunha que se apresenta como ocular.

8. O vocabulário e o estilo do Quarto Evangelho destacam uma pessoa cuja primeira língua era o aramaico e que escrevia em grego correto, porém cheio de aramaísmo.

9. O pano de fundo social de João, o de Zebedeu, encaixa-se perfeitamente com o que se esperaria de um “conhecido do Sumo Sacerdote” (Jo 18:15). De fato, a mãe de João era uma das mulheres que serviam Jesus “com seus bens” (Lc 8:3), como a mulher de Cuza, administrador das finanças de Herodes. Igualmente sabemos que contava com assalariados a seu cargo (Mc 1:20). Talvez alguns membros da aristocracia sacerdotal o vissem com menosprezo por ser um leigo (At 4:13), mas o personagem estava longe de ser medíocre, a julgar pela maneira tão rápida pela qual se tornou um dos primeiros dirigentes da comunidade hierosolimita, logo depois de Pedro (Gl 2:9; At 1:13; 3,1; 8,14 etc.).

Não sendo, pois, João, o de Zebedeu, o autor do evangelho (e pensamos que a evidência a favor dessa possibilidade não é pequena), teríamos de ligá-lo com algum discípulo mais próximo a Jesus (como os mencionados em At 1:21ss., por exemplo) e que contava com uma considerável importância dentro das comunidades judeu-cristãs da Palestina.

Em relação à datação do quarto evangelho, não se duvida porque o consenso tem sido quase unânime nas últimas décadas. Geralmente, os críticos conservadores datavam a obra em torno do final do séc. I ou início do séc. II, enquanto os radicais — como Baur — situavam-na por volta de 170 d.C. Um dos argumentos utilizados como justificativa dessa postura era ler em Jo 5:43 uma referência à rebelião de Bar Kojba. O fator determinante para refutar essa datação tão tardia foi o descobrimento, no Egito, do p 52, pertencente à última década do século I ou à primeira do século II, onde está escrito um fragmento de João. Isso situa a data da relação, no máximo, em torno de 90-100 d.C. Contudo, existem, em juízo de vários estudiosos, razões consideráveis para datar o evangelho em um período anterior. No ponto de partida dessa revisão da data, devem estar os estudos de C. H. Dodd sobre este evangelho. Este autor seguiu a corrente que data a obra entre 90 e 100, atribuindo-a a um autor estabelecido em Éfeso; reconheceu, sem dúvida, que o contexto do evangelho se refere a condições “presentes na Judéia antes do ano 70 d.C., e não mais tarde nem em outro lugar”. De fato, a obra é descrita como “dificilmente inteligível” fora de um contexto puramente judeu anterior à destruição do Templo e até mesmo à rebelião de 66 d.C.

Apesar dessas conclusões, C. H. Dodd sustentou a opinião em voga, alegando que Jo 4:53 era uma referência à missão pagã e que o testemunho de João recordava a situação em Éfeso em At 18:24-19:7. Ambas as teses são de difícil defesa para sustentar uma data tardia, já que a missão entre os pagãos foi anterior a 66 d.C., e At 18:19 narram acontecimentos também anteriores a 66 d.C.

O certo é que atualmente se reconhece a existência de razões muito sólidas para defender uma datação da redação do evangelho anterior a 70 d.C. São elas:

1. A cristologia muito primitiva (ver Mensagem).

2. O pano de fundo que, como já advertiu Dodd, só se encaixa no mundo judeu-palestino anterior a 70 d.C.

3. A existência de medidas de pressão contra os cristãos antes do ano 70 d.C.: as referências contidas em Lc 4:29; At 7:58 e 13:50 mostram que não é necessário mencionar Jo 9:34ss.; 16,2 para episódios posteriores à destruição do Templo.

4. A ausência de referências aos pagãos.

5. A importância dos saduceus no evangelho.

6. A ausência de referências à destruição do templo.

7. A anterioridade ao ano 70 d.C. dos detalhes topográficos rigorosamente exatos.

2. Estrutura e Mensagem. O propósito do evangelho de João é claramente determinado em 20:31: levar a todos os povos a fé em Jesus como messias e Filho de Deus, a fim de que, por essa fé, obtenham a vida. O evangelho está dividido em duas partes principais, precedidas por um prólogo (1,1-18) e seguidas por um epílogo (c. 21).

A primeira parte (1,19-12,50) ou o “Livro dos Sinais”, segundo C. H. Dodd, apresenta uma seleção dos milagres — sinais ou signos — de Jesus.

A segunda parte (13 1:20-31), também denominada “Livro da Paixão” (Dodd) ou da Glória (Brown), inicia-se com a Última Ceia e narra a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Três são os aspectos especialmente centrais na mensagem de João.

Em primeiro lugar, a revelação de Deus através de seu Filho Jesus (1,18). Evidentemente, a cristologia desse evangelho é muito primitiva e assim Jesus aparece como “profeta e rei” (6,14ss.); “profeta e messias” (7,40-42); “profeta” (4,19; 9,17); “messias” (4,25); “Filho do homem” (5,27) e “Mestre da parte de Deus” (3,2). Sem súvida, do mesmo modo que Q, onde Jesus se refere a si mesmo como a Sabedoria, neste evangelho enfatiza-se que o Filho é, pela filiação, igual a Deus (Jo 5:18) e Deus (1,1; 20,28). De fato, o Logos joanino de Jo 1:1 não é senão a tradução grega do termo aramaico Memrá, uma circunlocução para referir-se a YHVH no Targum.

É o próprio Deus que se aproxima, revela e salva em Jesus, já que este é o “Eu sou” que apareceu a Moisés (Ex 3:14; Jo 8:24; 8,48-58). Isso se evidencia, por exemplo, nas prerrogativas do Filho em julgar (5,22,27,30; 8,16.26; 9,39; 12,47-48), ressuscitar os mortos (5,21,25-26.28-29; 6,27; 35,39-40,50-51.54-58; 10,28; 11,25-26) e trabalhar no sábado (5,9-18; 7,21-23).

O segundo aspecto essencial da mensagem joanina é que em Jesus não somente vemos Deus revelado, mas também encontramos a salvação. Todo aquele que crê em Jesus alcança a vida eterna (3,16), tem a salvação e passa da morte à vida (5,24). E a fé é uma condição tão essencial que os sinais pretendem, fundamentalmente, levar as pessoas a uma fé que as salve. De fato, crer em Jesus é a única “obra” que se espera que o ser humano realize para obter a salvação (Jo 6:29). Aceitar ou não Jesus como Filho de Deus, como “Eu sou”, como messias, tem efeitos contudentes e imediatos. A resposta positiva — uma experiência que Jesus denomina “novo nascimento” (3,1ss.) — conduz à vida eterna (3,15) e a ser convertido em filho de Deus (1,12); a negativa leva à condenação (3,19) e ao castigo divino (3,36).

Partindo-se dessas posturas existenciais, dessa separação entre incrédulos e fiéis, pode-se entender o terceiro aspecto essencial da mensagem joanina: a criação de uma nova comunidade espiritual em torno de Jesus e sob a direção do Espírito Santo, o Consolador. Só se pode chegar a Deus por um caminho, o único: Jesus (14,6). Só se pode dar frutos unido à videira verdadeira: Jesus (Jo 15:1ss.). Todos os que assim se unem a Jesus serão perseguidos por um mundo hostil (15,18ss.), todavia serão também objeto da ação do Espírito Santo (16,5ss.), viverão em uma alegria que humanamente não se pode entender (16,17ss.) e vencerão o mundo como Jesus (16,25ss.). Neles também se manifestará um amor semelhante ao de Jesus (Jo 13:34-35), o Filho que voltará, no final dos tempos, para recolher os seus e levá-los à casa de seu Pai (Jo 14:1ss.). É lógico que essa cosmovisão se expresse nesse conjunto de oposições que não são exclusivas de João, mas que são tão explícitas nesse evangelho: lu-Ztrevas, mundo-discípulos, Cristo-Satanás etc. O ser humano vê-se dividido diante de sua realidade — a de que vive nas trevas — e a possibilidade de obter a vida eterna pela fé em Jesus (5,24). O que aceita a segunda opção não se baseia em especulações nem em uma fé cega, porém em fatos que aconteceram na história e dos quais existiram testemunhas oculares (19,35ss.; 21,24). Ao crer em Jesus, descobre-se nele — que na Ressurreição demonstrou a veracidade de suas pretensões — seu Senhor e seu Deus (Jo 20:28) e obtém-se, já nesta vida, a vida eterna (20,31), integrando-se numa comunidade assistida pelo Espírito Santo e que espera a segunda vinda de seu Salvador (Jo 14:1ss.; 21,22ss.).

C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R. E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols., Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A. T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; R. Bultmann, The Gospel of John, Filadélfia 1971; C. K. Barrett, The Gospel, according to St. John, Filadélfia, 1978; R. Schnackenburg, The Gospel According to St. John, 3 vols., Nova York 1980-1982; f. f. Bruce, The Gospel of John, Grand Rapids 1983; G. R. Beasley-Murray, John, Waco 1987; J. Guillet, Jesucristo em el Evangelio de Juan, Estella 51990; A. Juabert, El Evangelio según san Juan, Estella 121995.

B - João, o Apóstolo

Pescador, filho de Zebedeu, foi um dos primeiros a ser chamado por Jesus e, por este, constituído apóstolo. Junto com seu irmão Tiago e com Pedro, formava o grupo mais íntimo de discípulos e é sempre mencionado no ínicio das listas apostólicas, junto a Tiago, Pedro e André. Com o seu irmão Tiago, recebeu o apelido de Boanerges, o filho do trovão (Mc 3). Desempenhou um papel de enorme transcendência na 1greja judeu-cristã de Jerusalém (At 1:8; Gl 2:9). É possível que, no final de sua vida, tenha desenvolvido um ministério missionário na Ásia Menor.

Tradicionalmente é identificado como João, o Evangelista, autor do quarto evangelho, e como o autor do Apocalipse.

C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R. E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols., Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A.T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...

C - João, o Apóstolo

Tradicionalmente (desde o séc. II), tem-se identificado o autor do Quarto Evangelho com o filho de Zebedeu: João. Embora um bom número de autores modernos recusem essa hipótese, razões têm sido reconsideradas — R. A. T. Robinson, por exemplo — para possibilitar esse ponto de vista. O autor do quarto evangelho conhece mais intimamente o ministério da Galiléia e até nos dá informações sobre ele que não conhecemos através de outros evangelhos. A situação abastada dos filhos de Zebedeu — cujo pai contava com vários assalariados — permite crer que era “conhecido” do Sumo Sacerdote. Além disso, descreve com impressionante rigor a Jerusalém anterior a 70 d.C., o que é lógico em uma pessoa que foi, segundo Paulo, uma das colunas da comunidade judeu-cristã daquela cidade (Gl 2:9). A tudo isso, acrescenta-se o testemunho unânime dos autores cristãos posteriores que atribuem essa autoria a João. Em todo caso, e seja qual for a identidade do quarto evangelista, o certo é que recolhe uma tradição sobre a vida de Jesus muito antiga, fidedigna e independente da sinótica. É bem possível que sua redação seja anterior a 70 d.C., embora alguns autores prefiram situá-la por volta de 90 d.C. O autor do quarto evangelho é o mesmo que o das três epístolas de João, que constam no Novo Testamento, constituindo a primeira um guia interpretativo do evangelho para evitar que este seja lido em clave gnóstica.

C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R. E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols. Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A. T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; R. Bultmann, The Gospel of John, Filadélfia 1971; C. K. Barrett, The Gospel according to St. John, Filadélfia 1978; R. Schnackenburg, El evangelio según san Juan, 3 vols., Barcelona 1980:1982; f. f. Bruce, The Gospel of John, Grand Rapids 1983; G. R. Beasley-Murray, John, Waco 1987; J. Guillet, Jesucristo en el Evangelio de Juan, Estella 51990; A. Juabert, El Evangelio según san Juan, Estella 121995.

D - João, o Teólogo

Conforme alguns estudiosos, é o autor do Apocalipse e cujo túmulo estava em Éfeso. Por ser um personagem distinto de João, o evangelista (seja ou não este o filho de Zebedeu), é possível que tenha emigrado para a Ásia Menor, ao eclodir a revolta de 66-73 d.C. contra Roma. Sua obra é, portanto, anterior a 70 d.C. e constitui uma valiosa fonte para estudo da teologia judeu-cristã da época.

K. Stendhal, The Scrolls...; C. Vidal Manzanares, De Pentecostés...; C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R.E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols., Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A. T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; f. f. Ramos, Evangelio según San Juan, Estella 1989.


Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de Zebedeu (Mc 1:19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com “os empregados” de seu pai (Mc 1:20).
Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que assistiu a crucificação de Jesus (Mc 15:40). Se Salomé era irmã da mãe de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19:25), João pode ter sido primo de Jesus.
Jesus encontrou a João e a seu irmão Tiago consertando as redes junto ao mar da Galiléia. Ordenou-lhes que se fizessem ao largo e lançassem as redes. arrastaram um enorme quantidade de peixes – milagre que os convenceram do poder de Jesus. “E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram” (Lc 5:11) Simão Pedro foi com eles.
João parece ter sido um jovem impulsivo. Logo depois que ele e Tiago entraram para o círculo íntimo dos discípulos de Jesus, o Mestre os apelidou de “filhos do trovão” (Mc 3:17). Os discípulos pareciam relegar João a um lugar secundário em seu grupo. Todos os Evangelhos mencionavam a João depois de seu irmão Tiago; na maioria das vezes, parece, Tiago era o porta-voz dos dois irmãos. Paulo menciona a João entre os apóstolos em Jerusalém, mas o faz colocando o seu nome no fim da lista (Gl 2:9).
Muitas vezes João deixou transparecer suas emoções nas conversas com Jesus. Certa ocasião ele ficou transtornado porque alguém mais estava servindo em nome de Jesus. “E nós lho proibimos”, disse ele a Jesus, “porque não seguia conosco” (Mc 9:38). Jesus replicou: “Não lho proibais… pois quem não é contra a nós, é por nós” (Mc 9:39-40). Noutra ocasião, ambiciosos, Tiago e João sugeriram que lhes fosse permitido assentar-se à esquerda e à direita de Jesus na sua glória. Esta idéia os indispôs com os outros discípulos (Mc 10:35-41).
Mas a ousadia de João foi-lhe vantajosa na hora da morte e da ressurreição de Jesus. Jo 18:15 diz que João era ” conhecido do sumo sacerdote”. Isto o tornaria facilmente vulnerável à prisão quando os aguardas do sumo sacerdote prenderam a Jesus. Não obstante, João foi o único apóstolo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, e Jesus entregou-lhe sua mãe aos seus cuidados (Jo 19:26-27). Ao ouvirem os discípulos que o corpo de Jesus já não estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro. Contudo, ele deixou que Pedro entrasse antes dele na câmara de sepultamento (Jo 20:1-4,8).
Se João escreveu, deveras, o quarto Evangelhos, as cartas de João e o Apocalipse, ele escreveu mais texto do NT do que qualquer dos demais apóstolos. Não temos motivo para duvidar de que esses livros não são de sua autoria.
Diz a tradição que ele cuidou da mãe de Jesus enquanto pastoreou a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali. Preso, foi levado a Roma e exilado na 1lha de Patmos. Acredita-se que ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para sepultamento

Nome Hebraico - Significado: Graça divina.

Graça ou favor de Deus. – Aparece, também,em outros lugares com a forma de Joanã. Um parente do sumo sacerdote Anás. Juntamente com Anás e Caifás ele fez inquirições a respeito do ensino dos apóstolos Pedro e João e da cura do coxo (At 4:6). E nada mais se sabe dele. – João Marcos, o evangelista – filho de Maria, e primo (não sobrinho) de Barnabé. Apenas cinco vezes é este evangelista mencionado com o nome de João (At 12:12-25 e 13 5:13-15.37). Nas outras passagens é o nome Marcos que prevalece. (*veja Marcos.) – João Batista, o Precursor. A vinda de João foi profetizada por isaías (40.3), e por Malaquias (4.5 – *veja Mt 11:14), sendo o seu nascimento anunciado aos seus idosos pais por ‘um anjo do Senhor’ (Lc 1:5-23). Seu pai Zacarias era sacerdote, e sua mãe isabel ‘era das filhas de Arão’. A vinda desta criança foi também predita à Virgem Maria, na Anunciação (Lc 1:36). o nascimento de João (Lc 1:57) trouxe novamente, após a circuncisão, a fala a Zacarias, que a tinha perdido, quando o anjo lhe fez saber que havia de ter um filho (Lc 1:20-64). Quanto à infância de João Batista apenas se sabe que ele ‘Crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a israel’ (Lc 1:80). E assim, embora tivesse sido consagrado antes do seu nascimento à missão de pregar e ensinar (Lc 1:13-15), ele só deu início à sua obra quando chegou à idade viril, depois de ter passado vários anos isolado, vivendo uma vida de abnegação. A maneira como João Batista apareceu pregando chamou a atenção de toda a gente. o seu vestido era feito de pelos de camelo, e andava cingido de um cinto de couro, sendo a alimentação do notável pregador o que encontrava no deserto gafanhotos e mel silvestre (Lv 11:22Sl 81:16Mt 3:4). o ministério de João começou ‘no deserto da Judéia’ (Mt 3:1Mc 1:4Lc 3:3Jo 1:6-28). Ele pregava o arrependimento e a vinda do reino dos céus, e todo o país parecia ser movido pela sua palavra, pois vinham ter com ele as multidões para receberem o batismo (Mt 3:5 e Mc 1. S). Em termos enérgicos censurou a falsa vida religiosa dos fariseus e saduceus que se aproximavam dele (Mt 3:7), avisando, também, outras classes da sociedade (Lc 3:7-14) – e chamava a atenção dos ouvintes para Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (Lc 3:15-17Jo 1:29-31), a quem batizou (Mt 3:13-17). o povo quis saber se João era o Cristo prometido (Lc 3:15) – mas ele categoricamente asseverou que não era (Jo 1:20). A importância do ministério de João acha-se claramente indicada nas referências de Jesus Cristo e dos apóstolos ao caráter e obra notável do pregador. Depois de responder aos mensageiros de João (Mt 11:2-6Lc 7:19-23), falou Jesus às multidões sobre o caráter e missão do Batista, declarando: ‘Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista’ (Mt 11:7-11Lc 7:24-28). Mais tarde foi por Jesus, de um modo preciso, identificado com o prometido Elias (Mt 17:10-13Mc 9:11-13) – e também o batismo de João foi assunto de que Jesus Se serviu para discutir com ‘os principais sacerdotes e os anciãos do povo’, colocando-os em dificuldades (Mt 21:23-27) – e, pelo fato de estes judeus rejeitarem o apelo de João, fez-lhes sentir o Salvador a sua responsabilidade (Mt 21:32). o batismo de João foi lembrado por Jesus depois da Sua ressurreição (At 1:5) – a ele se referiu também Pedro (At 1:22 – 10.37 – 11.16), e o apóstolo Paulo (At 13:24-25). Apolo conhecia somente o ‘batismo de João’ (At 18:25), e maior conhecimento não havia em certos discípulos de Éfeso (At 19:1-4). Com respeito ao ‘batismo de João’, *veja Batismo. o ministério corajoso de João parece ter alarmado Herodes, o tetrarca da Galiléia, que, segundo conta Josefo (Ant. Xiii, 5.2), o considerava como demagogo e pessoa perigosa. Como João o tivesse censurado por ter casado com Herodias, mulher de seu irmão Filipe, que ainda estava vivo, lançou Herodes o seu censurador numa prisão. (*veja Herodias.) o medo da indignação popular (Mt 14:5) parece tê-lo impedido de matar João Batista – mas a filha de Herodias, baseando-se numa inconsiderada promessa de Herodes, obteve a morte de João (Mt 14:3-12). – o Apóstolo. João, irmão de Tiago, era filho de Zebedeu (Mt 4:21), e de Salomé, sendo esta, provavelmente, irmã da mãe de Jesus (cp. Mt 27:56 com Mc 15:40Jo 19:25). Sendo assim, era João primo de Jesus, e por isso foi muito natural que o Salvador entregasse a Sua mãe aos cuidados de João, quando estava na cruz (Jo 19:25-27). João era, como seu pai, pescador de Betsaida, na Galiléia, trabalhando no lago de Genesaré (Mt 4:18-21). A família parece ter vivido em boas circunstâncias, visto como seu pai Zebedeu tinha jornaleiros (Mc 1:20) – a sua mãe era uma das piedosas mulheres, que desde a Galiléia acompanharam Jesus e o serviam com os seus bens (Mt 27:56) – o próprio evangelista era conhecido do sumo sacerdote (Jo 18:15), e tinha casa sua (Jo 19:27). Acha-se identificado com aquele discípulo de João Batista, que não é nomeado, e que com André seguiu a Jesus (Jo 1:35-40). A chamada de João e de seu irmão Tiago está, em termos precisos, narrada em Mt 4:21-22 e em Mc 1:19-20. Foi ele um dos doze apóstolos (Mt 10:2, e ref.). A ele e seu irmão deu Jesus o nome de Boanerges (Mc 3:17). Na sua juventude parece ter sido homem apaixonado, de temperamento impulsivo, dando ocasião a que Jesus o censurasse uma vez por ter proibido certo indivíduo de operar milagres (Mc 9:38-39), outra vez por ter desejado que viesse do céu castigo sobre os inóspitos samaritanos (Lc 9:51-56), e também pela sua pessoal ambição (Mc 10:35-40). Todavia, era ele chamado o discípulo, ‘a quem Jesus amava’ (Jo 21:20), e a quem, juntamente com Tiago e Pedro, deu Jesus Cristo o privilégio de presenciarem tantos e maravilhosos acontecimentos do Seu ministério. João pôde observar a cura da sogra de Pedro (Mc 1:29), a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5:37 e Lc 8:51), a pesca miraculosa (Lc 5:10), a transfiguração (Mt 17:1 e refs.), e a agonia no horto de Getsêmani (Mt 26:37, e refs.). É certo que João, como os outros discípulos, abandonou o Divino Mestre, quand

Simão

substantivo masculino [Popular] Macaco.

ouvindo. l. irmão de Jesus (Mt 13:55Mc 6:3). (*veja irmãos do Senhor.) 2. (Mt 4:18, etc.). (*veja Pedro.) 3. o Zelote, um apóstolo de Jesus Cristo. Nada sabemos dos seus atos como apóstolo (Mt 10:4Mc 3:18Lc 6:15At 1:13). *veja Cananita. 4. Leproso que vivia em Betânia, e em cuja casa foi a cabeça do Salvador ungida com óleo (Mt 26:6Mc 14:3). Como ele estava vivendo na sua própria casa e entre o povo, devia já estar livre da lepra, sendo, provavelmente, um dos curados por Jesus Cristo. Lázaro, Maria e Marta estavam presentes como hóspedes (Jo 12:2). 5. Um cireneu, que foi obrigado a prestar auxílio ao Redentor, levando também a cruz ao lugar da crucificação (Mt 27:32Mc 15:21Lc 23:26), pois Jesus, pela Sua fadiga, não a podia levar para mais longe. Era pai de Alexandre e Rufo (Mc 15:21) – e talvez o cristão de Roma, de quem se fala em Rm 16:13. 6. Um fariseu, em cuja casa foi ungido Jesus pela mulher, que era uma pecadora (Lc 7:36-50). 7. o pai de Judas iscariotes (Jo 6:71 – 12.4 – 13 2:26). (*veja Judas iscariotes.) 8. Um mágico de Samaria, geralmente chamado Simão Mago, o qual procurou comprar por dinheiro o dom do Espírito Santo (At 8:9-24). Ao seu ímpio oferecimento de dinheiro, para receber o dom do Espírito Santo, chamou-se ‘simonia’. A posterior tradição cristã encontra muito que dizer da sua vida depois daquele acontecimento. 9. Simão, o curtidor, um cristão de Jope em cuja casa esteve Pedro hospedado (At 9:43 – 10.6,17,32).

Usado como forma grega do nome hebraico Simeão, que significa “ouvindo”. Existem nove personagens com esse nome no Novo Testamento.


1. Irmão de André, um dos doze discípulos e apóstolos de Jesus. Veja Pedro.


2. Irmão de Jesus, é mencionado pelo nome apenas em Marcos 6:3 e na passagem paralela em Mateus 13:55. Nessa narrativa, Cristo havia chegado à cidade de Nazaré, onde fora criado, e começou a pregar na sinagoga. Ambos os evangelhos revelam a surpresa da multidão em face da sabedoria que Jesus manifestava. As pessoas ficaram particularmente espantadas, porque todos conheciam sua família, que estivera presente na cidade o tempo todo. Numa bela retórica, perguntaram: “Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde, pois, lhe veio tudo isto? E escandalizavam-se nele” (Mt 13:55-57). Lamentavelmente, devido à falta de fé deles, Jesus não fez muitos milagres na cidade e declarou que o profeta não tem honra no meio de seu próprio povo.

Em outro texto os irmãos de Jesus manifestam o desejo de que Ele fosse mais explícito em seu ministério público, sem de fato acreditar nele (Jo 7:3-5). Mais tarde, porém, claramente passaram a crer no Senhor e foram mencionados no grupo que “orava constantemente” antes do dia de Pentecostes, em Atos 1:14. Pelo menos alguns tornaram-se missionários na 1greja primitiva e são mencionados em I Coríntios 9:5.

Durante toda a história da Igreja, a palavra “irmão”, referente aos irmãos de Jesus, tem sido interpretada de várias maneiras. Alguns argumentam que deveriam ser filhos apenas de José, de um casamento anterior, a fim de manter a ideia que mais tarde tornou-se conhecida como a doutrina da virgindade perpétua de Maria. Agostinho e outros notáveis escritores católicos romanos argumentavam que a palavra significava simplesmente “parentes” ou “primos”. Os textos onde a frase aparece, entretanto, dão muito mais a ideia de referir-se a irmãos literais de Jesus, nascidos de Maria, depois que teve seu filho “primogênito”, Jesus (Lc 2:7; cf. Mt 1:25).


3. Simão, um fariseu, é mencionado apenas em Lucas 7. Jesus aceitou um convite para jantar em sua casa. Quando estavam à mesa, uma mulher que morava na mesma cidade, “uma pecadora”, entrou na casa e “estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas. Então os enxugava com os próprios cabelos, beijava-os e os ungia com ungüento” (v. 38). Claramente ela reconhecia seus pecados e buscava seu perdão e sua bênção. Como fariseu, Simão logo ficou preocupado com o fato de uma “pecadora” tocar em Jesus, deixando-o, desta maneira, cerimonialmente contaminado. Desde que Cristo parecia não se preocupar com isso, Simão concluiu que ele não era um verdadeiro profeta, pois se assim fosse entenderia o que ocorria naquela atitude da pecadora. Jesus respondeu aos pensamentos silenciosos de Simão com uma parábola, na qual contrastou duas pessoas que tinham uma dívida com um agiota. Uma devia uma grande soma e a outra, pouco dinheiro; ambos os débitos foram perdoados. Jesus perguntou a Simão qual das duas pessoas amaria mais o agiota. Desta maneira o fariseu foi apanhado pela parábola, ao ter de aplicá-la aos seus próprios pensamentos. Respondeu que a pessoa que fora perdoada do maior débito. Cristo então aplicou a parábola a Simão e à mulher. Ele cumprira suas obrigações legais de hospitalidade para com Jesus, mas ela mostrara seu amor pelo Senhor desde que entrara na casa dele. “Ela amou mais” porque seus “muitos pecados” foram perdoados. Por outro lado, por implicação, Simão amava menos, pois tinha experimentado pouco do perdão de Deus (v. 47).

Lucas enfatiza dois pontos importantes neste incidente nos vv. 49 e 50. Primeiro, prossegue com um tema de seu evangelho, a fim de mostrar como os outros convidados foram forçados a perguntar: “Quem é este que até perdoa pecados?” Queria que seus leitores também fizessem essa mesma pergunta, pois assim conheceriam melhor a Jesus Cristo (veja também Lc 4:22-41; Lc 5:21; Lc 7:16-19; Lc 8:26-9:18-20; etc.). Segundo, Lucas conclui a seção, a fim de revelar que a resposta da mulher a Cristo foi fundamental para o seu perdão: “A tua fé te salvou; vai-te em paz”. Portanto, por implicação, essa deveria ser a resposta dos leitores a Jesus, a qual os levaria ao perdão e à salvação. P.D.G.


4. Simão, o zelote, é um dos apóstolos menos conhecidos de Jesus. Seu nome é registrado na Bíblia somente nas listas dos apóstolos nos três primeiros evangelhos e na cena do Cenáculo, em Atos 1.

Provavelmente existem duas razões pelas quais o nome dele é sempre especificado como “o zelote”, ou uma palavra semelhante. A primeira razão seria para que não houvesse confusão com Simão Pedro. Ambos tinham o mesmo nome e, assim, era necessário fazer uma distinção entre eles. Jesus deu ao mais proeminente deles o apelido de Pedro (Mt 10:2; Mt 16:18). Não sabemos quem começou a chamar o outro de “zelote”.

A segunda razão, sem dúvida, é que esse nome descrevia seu caráter ou sua lealdade, tanto no passado como no presente. Além dos nomes de família, tais designações eram comuns entre os apóstolos. Tiago e João, os filhos de Zebedeu, eram conhecidos como “filhos do trovão” (Mc 3:17), claramente um comentário sobre suas personalidades impetuosas. Mateus era chamado de “o publicano” (Mt 10:3), para lembrar seu passado antes de tornar-se discípulo de Cristo.

Provavelmente a melhor explicação a respeito de Simão, o zelote, seja devido à sua personalidade — caráter ou atividades passadas. A descrição dele como “o zelote” numa passagem que relata uma situação posterior à ressurreição de Cristo (At 1:13) implica que qualquer que fosse o motivo da designação, ele continuou o mesmo. Se essa ideia estiver correta, seria entendido como “o zeloso”, talvez pelo seu zelo geral ou especificamente em relação a Jesus Cristo.

Por outro lado, as passagens nos evangelhos sinópticos (Mt 10:4; Mc 3:18; Lc 6:15) ocorrem exatamente no início do ministério de Jesus. Nesse aspecto, é muito mais provável que “zelote” refira-se ao partido político nacionalista que existia no judaísmo, naquela época. Essa hipótese é apoiada pela palavra grega traduzida como “zelote”, em Mateus 10:4 e Marcos 3:18. A palavra é cananaios, que é outro termo para a seita judaica dos zelotes. É claro que é bem possível que o antigo zelo nacionalista de Simão tenha-se transformado numa lealdade intensa a Jesus, caso em que ambos os nomes estariam presentes. Qualquer que seja o motivo, o papel de Simão, o zelote, como apóstolo de Cristo é um exemplo magnífico da graça transformadora de Deus e também como o Senhor usa pessoas drasticamente diferentes para realizar seus propósitos.

A.B.L.


5. Simão, o leproso, é mencionado apenas em Mateus 26:6 e Marcos 14:3. É a única pessoa acometida de lepra citada pelo nome, no Novo Testamento. Veja Lepra. Ele nos proporciona um interessante exemplo de como Jesus era totalmente capaz de aceitar aquelas pessoas marginalizadas pela sociedade. Em Marcos 14, Cristo fora à casa de Simão, em Betânia, para uma refeição. Enquanto alimentavam-se, uma mulher entrou e derramou um perfume caríssimo sobre a cabeça dele. Alguns na sala consideraram a ação dela um grande desperdício de dinheiro e “murmuravam contra ela” (Mc 14:5). Jesus lembrou aos presentes que os pobres sempre estariam com eles, mas o Filho de Deus não se encontraria entre eles por muito tempo. Tomou o perfume como um indicador profético de sua morte, quando seu corpo seria preparado com essências aromáticas para o sepultamento (v. 8). João 12:1-8 aparentemente relata o mesmo evento ocorrido em Betânia. A mulher é identificada como Maria, mas nenhuma menção é feita a Simão, o leproso.


6. Simão Iscariotes é mencionado apenas no evangelho de João. Era pai de Judas 1scariotes, o discípulo que traiu Jesus (Jo 6:71; Jo 13:2-26). Veja Judas 1scariotes.


7. Simão de Cirene foi forçado pelos guardas romanos a carregar a cruz para Jesus até o Gólgota, local onde Cristo foi crucificado (Mt 27:32; Lc 23:26). Marcos 15:21 acrescenta que ele era “pai de Alexandre e de Rufo” e que “por ali passava, vindo do campo”. Isso pode significar que seus filhos posteriormente aderiram à fé em Cristo e eram conhecidos na 1greja primitiva.

Cirene ficava no norte da África (moderna Líbia) e parece que ali havia uma grande comunidade judaica (At 6:9). É possível que Simão estivesse em Jerusalém para a festa da Páscoa. Posteriormente, no dia de Pentecostes, visitantes de Cirene ouviram o evangelho em sua própria língua e se converteram (At 2:10). Pessoas desse país também são mencionadas em conexão com a pregação do evangelho aos gentios (At 11:20) e um certo Lúcio de Cirene era mestre na igreja em Antioquia (At 13:1).


8. Simão, o mágico, vivia em Samaria e suas artes mágicas eram bem conhecidas na comunidade (At 8:9). Ele tinha prazer na aclamação do povo da cidade, o qual achava que ele tinha poderes divinos (vv. 10,11). Filipe, o evangelista, pregou a palavra de Deus em Samaria e muitas pessoas creram e foram batizadas. Ele realizou milagres em nome de Jesus e expeliu os demônios; toda a cidade foi afetada (vv. 4-8). O próprio Simão ficou maravilhado com o que acontecia por intermédio de Filipe e ele mesmo creu e foi batizado (v. 13). Pedro e João foram a Samaria para ver por si mesmos quantas pessoas tinham crido em Cristo e impuseram as mãos sobre os novos convertidos, para que recebessem o Espírito Santo (vv. 14-17). “Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Dai-me também esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo” (vv. 18,19).

Acostumado a ser pago por seus serviços de magia, provavelmente Simão nada viu de errado em oferecer dinheiro para adquirir um pouco do poder que os apóstolos possuíam. O pedido, entretanto, revelou seu pecado e sua falta de entendimento. Pedro o olhou fixamente e lhe disse sem preâmbulos: “O teu coração não é reto diante de Deus”. Exortou-o então a se arrepender, a buscar perdão e uma mudança no coração: “Pois vejo que estás em fel de amargura e em laço de iniqüidade”. Simão pediu a Pedro que orasse por ele, para que não sofresse o juízo de Deus (vv. 23,24).

O texto não deixa claro até que ponto a conversão de Simão foi genuína. Certamente ele foi atraído pela operação de sinais e maravilhas, como acontece com tantas pessoas através dos séculos. Pedro precisou de maturidade espiritual para ver que a atração aos sinais e a crença neles não representava uma conversão genuína. A implicação no final da passagem é que, embora a fé de Simão não fosse genuína no princípio, no final ele realmente buscou o perdão do Senhor.


9. Simão, o curtidor, vivia perto do mar, em Jope (At 9:43;10:6-32). Sua casa provavelmente ficava à beira-mar, para que o curtume das peles de animais não causasse contaminação cerimonial à comunidade judaica. Pedro permaneceu em sua casa “por muitos dias”. O apóstolo chegara a Jope procedente de Lida, chamado por alguns discípulos, pois Tabita, uma discípula conhecida por suas boas obras, havia morrido. Pedro orou e ela ressuscitou dentre os mortos (At 9:40). Quando estava no terraço, na casa de Simão, o curtidor, Pedro teve a visão na qual foi encorajado a comer dos assim chamados animais “impuros”. Por meio desta revelação, o Senhor o preparava para o trabalho entre os gentios e especificamente para encontrar-se com o centurião Cornélio, cujos empregados já estavam a caminho de Jope, para pedir-lhe que os acompanhasse a Cesaréia. P.D.G.


Simão [Ouvinte] -

1) PEDRO (Mt 4:18)

2) Iscariotes, pai de JUDAS 1, (Jo 13:26), RA).

3) O leproso (Mc 14:3).

4) CIRENEU (Mt 27:32).

5) CURTIDOR (At 10:6).

6) FARISEU (Lc 7:40).

7) MÁGICO (At 8:9-24).

8) ZELOTE ou CANANEU 3, (Mt 10:4).

9) Ir

Simão 1. O apóstolo Pedro (Mt 16:17; Jo 1:42; 21,15).

2. O zeloso. Um dos discípulos de Jesus. Não se deve equivocar e identificá-lo, como já se fez, com um zelote (Mt 10:4; Mc 3:18; Lc 6:15).

3. Um dos irmãos de Jesus (Mt 13:55; Mc 6:3).

4. Um fariseu (Lc 7:40.43);

5. Um personagem de Betânia, afligido pela lepra (Mt 26:6; Mc 14:3). Às vezes, é identificado com o 4.

6. O Cireneu. Personagem — possivelmente gentio — que foi obrigado a ajudar Jesus a levar a cruz (Mt 27:32; Mc 15:21; Lc 23:26);

7. Simão Iscariotes, pai de Judas 1scariotes (Jo 6:71; 13 2:26).


Sinagoga

Sinagoga Casa de oração dos judeus, que começou a existir provavelmente durante o CATIVEIRO. As sinagogas se espalharam pelo mundo bíblico. Nelas, adultos e crianças adoravam a Deus, oravam e estudavam as ESCRITURAS (Lc 4:16-30). A doutrina cristã se espalhou entre os judeus por meio das sinagogas (At 13:13-15) , cuja organização e forma de culto foram adotadas pelas igrejas cristãs.

Sinagoga Lugar do culto judaico. A palavra é de origem grega e designa um local de reunião. O termo hebraico para essa palavra é bet ha-kneset (casa de reunião). Aparece já no exílio babilônico após a primeira destruição do Templo, embora alguns estudiosos considerem que Jr 39:8 poderia ser uma referência antecipada a essa palavra.

Nesses locais de reunião, os judeus liam e estudavam a Bíblia, oravam e encontravam consolo em seu exílio. Antes do ano 70, já existiam umas 400 sinagogas somente em Jerusalém e umas 1.000 na diáspora. Depois dessa época, a sinagoga substituiu o Templo e se transformou no centro da vida judaica. Com o passar do tempo, a sinagoga modificou-se arquitetonicamente, mas conservou, sem dúvida, uma estrutura básica que consistia em uma arca sagrada (arón hakodesh), em um muro oriental ou de frente a ele (mizraj), em direção a Jerusalém em frente da entrada (Ber. 30a, Tosef. a Meg. 4.22); em uma bimah no centro ou voltado para trás; e em um ner tamid ou lâmpada perene pendurada diante da arca para simbolizar a menorah — ou candelabro de sete braços — do Templo. Também o setor de mulheres (ezrat nashim) encontrava-se separado dos homens por uma divisão, ou era construído em forma de galeria. A arca continha rolos sagrados (Sefer Torah) e diversos objetos religiosos. Junto a ela, ficavam os assentos de honra para os rabinos e fiéis ilustres.

Jesus freqüentou as sinagogas e utilizou-as como lugar de pregação (Mc 1:39; Lc 4:44). Na de Nazaré, iniciou seu ministério público (Lc 4:16-22). As sinagogas foram também cenário de seus confrontos com demônios (Lc 4:31ss.) e de seus milagres (Mc 3:1ss).

J. Peláez del Rosal, La sinagoga, Córdoba 1988; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; E. Schürer, o. c.; f. Murphy, o. c.; S. Sandmel, Judaism...; E. P. Sanders, Judaism...


Assembléia. A sua significação literal é a de uma convenção ou assembléia. A palavra, como no caso de ‘igreja’, veio a significar o próprio edifício, onde a assembléia se reunia. ‘Assembléias’ locais para instrução da Lei, e para culto, existiam desde tempos muito afastados, como eram, por exemplo, ‘as casas dos profetas’ (1 Sm 10.11 – 19.20 a 24 – 2 Rs 4,1) – e durante o cativeiro não eram raras as reuniões dos anciãos de israel (*veja Ez 8:1 e passagens paralelas) – as verdadeiras sinagogas parece terem-se formado mais tarde, na dispersão. Desde o ano 200 (a.C.), mais ou menos, começou a desenvolver-se na Palestina este gênero de assembléia com uma sistemática organização, multiplicando-se os edifícios próprios para os serviços religiosos. Estavam estas assembléias intimamente relacionadas com a obra dos escribas, como sendo instituições para instruir o povo na Lei e ensinar a sua aplicação na vida diária. Nas sinagogas, os custosos rolos das Escrituras, escritos pelos escribas, eram cuidadosamente guardados numa caixa ou arca, que de um modo visível estava voltada para o povo que se achava sentado. Havia serviços regulares todos os sábados, e também no segundo e quinto dia da semana. Uma especial importância era dada nestes serviços à leitura da Lei e dos Profetas – e também se faziam orações, exortações, explicações, e se davam esmolas. Como o conhecimento da antiga língua hebraica foi a pouco e pouco extinguindo-se, tinha a leitura de indicadas porções da Escritura de ser acompanhada da respectiva tradução em aramaico, ou talvez mesmo em grego, que parece ter sido uma língua entendida ao norte da Palestina no tempo de Jesus Cristo. As sinagogas eram não somente lugares de culto, mas também escolas, onde as crianças aprendiam a ler e a escrever – e serviam, também, de pequenos tribunais de justiça, nos quais a sentença não só era dada mas executada (Mt 10:17). Geralmente a sinagoga estava sob a direção dos ‘anciãos’ (Mc 7:3), sendo o primeiro deles chamado algumas vezes o príncipe ou o chefe daquelas assembléias (Lc 13:14At 13:15). os lugares dos anciãos, e dos principais, eram em frente da arca, estando eles voltados para a congregação. os anciãos tinham o poder de disciplinar, de excomungar e de açoitar – e eram eles, ou os principais, que na ocasião do serviço religioso convidavam pessoas de consideração para ler, ou orar, ou pregar. A coleta era levantada por dois ou mais indivíduos, e havia um ‘ministro’ (assistente), (Lc 4:20), que tinha sob o seu cuidado os livros sagrados, e cumpria os simples deveres de guarda. A ordem do culto nas sinagogas assemelhava-se muito à que se acha descrita em Ne 8:1-8, devendo comparar-se esta passagem com a de Lc 4:16-20. As sinagogas eram muito numerosas. Em qualquer povoação, em que vivia um certo número de judeus, tratando dos seus negócios, ali havia uma sinagoga. As companhias comerciais também possuíam a sua própria sinagoga, e até pessoas estranhas as construíam para os da sua própria nação. E por isso se fala em sinagogas ‘dos Cireneus, dos Alexandrinos, e dos da Cilícia e Ásia’, sendo essas pessoas do gênero daquelas que desses países numa ocasião subiram a Jerusalém (At 6:9). No tempo de Jesus Cristo era raro o país, em todo o império romano, onde não fosse encontrada uma sinagoga.

Sinagoga (do grego synagogê, assembléia, congregação) – Um único templo havia na Judéia, o de Salomão, em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimônias do culto. Os judeus, todos os anos, lá iam em peregrinação para as festas principais, como as da Páscoa, da Dedicação e dos Tabernáculos. Por ocasião dessas festas é que Jesus também costumava ir lá. As outras cidades não possuíam templos, mas apenas sinagogas: edifícios onde os judeus se reuniam aos sábados, para fazer preces públicas,sob a chefia dos anciãos, dos escribas,ou doutores da Lei. Por isso é que Jesussem ser sacerdote, ensinava aos sábadosnas sinagogas.Desde a ruína de Jerusalém e a disper-são dos judeus, as sinagogas, nas cida-des por eles habitadas, servem-lhes detemplos para a celebração do culto
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•


substantivo feminino Templo onde os judeus se reúnem para o exercício de seu culto.
Assembléia de fiéis na religião judaica.

Tiago

-

-

Vocábulo grego, que pode ser transliterado como Jacó. No Novo Testamento, quatro personagens têm esse nome. Todos eles estão intimamente relacionados com Jesus Cristo. O primeiro, filho mais novo de José e Maria, tornou-se um líder importante na 1greja primitiva, dois eram apóstolos e o quarto era pai de um dos apóstolos.


1. Veja acima, Tiago, irmão de Jesus.


2. Tiago, filho de Zebedeu. Apóstolo e também irmão do evangelista João. É mencionado nos três primeiros evangelhos e em Atos 1:12.

Provavelmente sua cidade natal era Cafarnaum. Sabe-se que Tiago e seu irmão João eram sócios de Pedro num negócio de pesca no mar da Galiléia (Lc 5:10). Também está evidente que a casa de Simão era nessa cidade (Mc 1:29).

As sociedades nos negócios da pesca envolviam várias gerações. Zebedeu, o pai de Tiago, também era sócio de Pedro e João (Mt 4:21). Aparentemente era um trabalho bem lucrativo, pois possuíam “empregados” (Mc 1:20). Quando Jesus chamou Tiago (bem como Pedro e João) para segui-lo e ser seu discípulo, ele estava envolvido com a pesca (Mc 1:20). Posteriormente, depois de passar a noite em oração, Cristo o chamou para fazer parte do grupo dos doze (Lc 6:12-14). Seu nome aparece em terceiro lugar nas passagens que relacionam os apóstolos (Mt 10:2; Mc 3:17; Lc 6:14; At 1:13).

Na lista dos apóstolos em Marcos, um apelido que Jesus colocara nos irmãos Tiago e João é explicado. Foram chamados Boanerges, que significa “filhos do trovão” (Mc 3:17). Aparentemente o apelido descrevia a personalidade tempestiva que os irmãos demonstraram quando foram chamados por Jesus e durante o período de treinamento. O desejo de “mandar descer fogo do céu”, para consumir uma aldeia de samaritanos (Lc 9:54), é um bom exemplo de como Tiago e João eram impetuosos e iracundos, quando seguiam suas inclinações naturais.

Como o nome de Tiago é colocado antes do de João em todas as três listas apostólicas, nos evangelhos, é bem provável que ele fosse o mais velho dos dois irmãos. É interessante notar que em algumas versões, no grego, o nome de João é colocado antes do de Tiago, na cena do cenáculo em Atos 1:13. Já que o nome de André, irmão de Pedro, está separado deste e colocado depois do de Tiago (v. 13), parece que os dois mais proeminentes apóstolos na 1greja primitiva, Pedro e João, recebem desta maneira a honra de ser mencionados em primeiro lugar (v. 13).

Talvez fosse difícil para Tiago, o mais velho, observar o irmão mais novo adquirir maior reconhecimento como líder do que ele próprio. Não há, entretanto, nenhuma indicação no livro de Atos de inveja ou rivalidade por parte dele, naqueles primeiros anos da Igreja.

Não se pode dizer que Tiago e João tenham sido sempre tão abnegados. Além de iracundos (Mc 3:17), ao que parece também eram extremamente ambiciosos. É provável que tenham herdado essa característica de um dos pais, ou de ambos, conforme observamos no incidente em que a mãe deles, esposa de Zebedeu, aproximou-se de Jesus e pediu-lhe que concedesse aos dois filhos posições de honra em seu reino (Mt 20:20-21). Jesus disse aos três que, em seu reinado, o maior serve ao menor (vv. 26,27).

O pedido de Tiago, João e da mãe deles provavelmente esteja baseado numa má interpretação do papel de honra que Jesus já atribuíra aos dois filhos de Zebedeu e a Simão Pedro. Os três compunham um tipo de círculo mais íntimo dentro do grupo apostólico. Por exemplo, foram os únicos que tiveram permissão para acompanhar Jesus quando a filha de Jairo, o líder da sinagoga, foi restaurada à vida (Mc 5:37-42). Também foram os três que Cristo levou consigo ao monte da Transfiguração (Mt 17:1-2). Finalmente, foram eles três também que acompanharam Jesus quando este se separou dos demais para orar, no jardim Getsêmani (Mt 26:36-37).

Dados os vislumbres do papel de liderança de Pedro e João entre os apóstolos e os seguidores de Jesus na primeira parte do livro de Atos, é bem possível que o trio tenha sido treinado por Cristo para tal papel, por meio do relacionamento mais íntimo e privilegiado que tinham com Ele. Se foi assim, Tiago provavelmente ocupou uma posição de responsabilidade na liderança da recém-formada Igreja, fato este, entretanto, não muito citado no livro de Atos. Certamente a menção de seu nome junto com os outros apóstolos no cenáculo (At 1:13) indica que teve importante participação no dia de Pentecostes (At 2:14), no ensino fundamental dos apóstolos (At 2:42) e na defesa deles diante do Sinédrio (At 5:29).

A última menção deste Tiago no Novo Testamento é concernente à sua morte nas mãos do rei Herodes Agripa (At 12:1-2). Outros cristãos foram presos junto com ele, na perseguição ordenada pelo rei (v. 1). Ao que parece, este monarca desejava que a execução de Tiago fosse uma advertência para a Igreja (vv. 1,2). Qualquer vantagem, entretanto, que este Herodes provavelmente pensou adquirir, ao matar Tiago, teve pouca duração. Logo depois Pedro foi solto da prisão de forma sobrenatural (vv. 3-19), o que talvez tenha causado um grande embaraço ao rei. O próprio Agripa teve uma morte trágica, logo depois, a qual Josefo descreveu como causada por violentas dores estomacais, ocasião em que os vermes comeram suas entranhas, estando ele ainda vivo. A Bíblia atribui sua morte ao fato de não ter dado glória a Deus (v. 23), o que pode incluir o castigo pela perseguição aos cristãos, junto com o martírio de Tiago. A.B.L.


3. Tiago, filho de Alfeu. Um dos dois apóstolos de Jesus que atendiam pelo nome de Tiago — o outro era Tiago, filho de Zebedeu. Mencionado em cada uma das listas dos doze, no Novo Testamento (Mt 10:3; Mc 3:18; Lc 6:15; At 1:13); em Mateus, faz par com Tadeu. Marcos 15:40 refere-se a ele como “Tiago, o menor”, talvez para se referir à sua altura, porém é mais provável que fosse pelo fato de ser mais jovem do que o outro. Essa mesma passagem também diz que sua mãe era Maria; o texto paralelo em João 19:25 dá a entender que ela era irmã de Maria, mãe de Jesus. Se isso for correto, então Tiago, filho de Alfeu, era primo de Jesus. Nada mais se sabe sobre ele com certeza. C.B.


4. Tiago, o pai de Judas (não o Iscariotes), o apóstolo. Mencionado apenas em Lucas 6:16 e Atos 1:13. Seu filho também era conhecido como Tadeu, listado como um dos apóstolos em Mateus 10:3 e Marcos 3:18. O nome Tadeu não é encontrado na lista dos discípulos de Jesus, nas quais “Judas, filho de Tiago” é incluído (Lc 6:16; At 1:13).


Tiago [forma moderna de JACÓ]


1) Apóstolo, filho de Zebedeu e irmão mais velho do apóstolo João (Mc 1:19; 3.17). Era pescador (Lc 5:10). É mencionado em Mt 17:1-8 e Mc 10:41. Foi morto por ordem de HERODES AGRIPA I (At 12:2).


2) Apóstolo, filho de Alfeu (Mt 10:3; At 1:13).


3) Irmão de Jesus (Mt 13:55), convertido após a ressurreição (Jo 7:5), e pastor da Igreja de Jerusalém (At 12:17; 15.13 21:18; Gl 1:19; 2.9). Foi morto em 62.


4) Pai do apóstolo Judas, não o Iscariotes (At 1:13).

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EPÍSTOLA DE TIAGO

Carta em que os seguidores de Cristo são encorajados a pôr em prática os princípios cristãos de vida. O autor, que se chama de “mestre” (3.1), fala de pobreza e riqueza, tentação, preconceito, maneira de viver, o falar, o agir, o criticar, orgulho e humildade, paciência, oração e fé. Não basta crer; é preciso também agir (2.26).


Tiago 1. “O maior”, filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Participou do grupo dos três discípulos mais íntimos de Jesus (Mt 5:37; 26,37). Por volta de 44 d.C. foi executado por ordem de Agripa I (At 12:2).

2. O filho de Alfeu. Um dos doze apóstolos (Mt 10; Mc 3; Lc 6; At 1).

3. O menor. Filho da outra Maria (Mc 16:1; Mt 28:1) sobre a qual não possuímos outras informações.

4. O justo ou irmão do Senhor. Um dos irmãos de Jesus (Mt 13:55; Mc 6:3), convertido em conseqüência de uma aparição de Jesus após sua ressurreição (1Co 15:7). Dirigia a Igreja de Jerusalém (At 15:1.20), onde morreu mártir no ano 62 aproximadamente. Foi o autor da Carta de Tiago, uma das epístolas católicas ou universais, que figuram no Novo Testamento.

K. L. Carroll, “The place of James in the Early church” em BJRL, 44, 1961; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; f. f. Bruce, New Testament...


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
καί εὐθέως ἐξέρχομαι ἐκ συναγωγή ἔρχομαι μετά Ἰάκωβος καί Ἰωάννης εἰς οἰκία Σίμων καί Ἀνδρέας
Marcos 1: 29 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

E, em seguida, saindo eles da sinagoga, entraram na casa de Simão e André, com Tiago e João.
Marcos 1: 29 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Maio de 28
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G1537
ek
ἐκ
o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
(Gilgal)
Substantivo
G1831
exérchomai
ἐξέρχομαι
ir ou sair de
(will go forth)
Verbo - futuro do indicativo médio - 3ª pessoa do singular
G2064
érchomai
ἔρχομαι
vir
(are come)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 1ª pessoa do plural
G2112
euthéōs
εὐθέως
imediatamente
(immediately)
Advérbio
G2385
Iákōbos
Ἰάκωβος
filho de Zebedeu, apóstolo e irmão do apóstolo João, comumente chamado de Tiago
(James)
Substantivo - acusativo masculino singular
G2491
Iōánnēs
Ἰωάννης
traspassado, fatalmente ferido, furado
(the slain)
Substantivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3326
metá
μετά
.. .. ..
(.. .. ..)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3614
oikía
οἰκία
casa
(house)
Substantivo - feminino acusativo singular
G406
Andréas
Ἀνδρέας
lavrador, agricultor, fazendeiro
(farmers)
Substantivo
G4613
Símōn
Σίμων
Pedro era um dos apóstolos
(Simon)
Substantivo - acusativo masculino singular
G4864
synagōgḗ
συναγωγή
subida, oráculo, fardo, porção, levantamento
([and sent] portions)
Substantivo


εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

ἐκ


(G1537)
ek (ek)

1537 εκ ek ou εξ ex

preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

  1. de dentro de, de, por, fora de

ἐξέρχομαι


(G1831)
exérchomai (ex-er'-khom-ahee)

1831 εξερχομαι exerchomai

de 1537 e 2064; TDNT - 2:678,257; v

  1. ir ou sair de
    1. com menção do lugar do qual alguém sai, ou o ponto do qual ele parte
      1. daqueles que deixam um lugar por vontade própria
      2. daqueles que são expelidos ou expulsos
  2. metáf.
    1. sair de uma assembléia, i.e. abandoná-la
    2. proceder fisicamente, descender, ser nascido de
    3. livrar-se do poder de alguém, escapar dele em segurança
    4. deixar (a privacidade) e ingressar no mundo, diante do público, (daqueles que pela inovação de opinião atraem atenção)
    5. de coisas
      1. de relatórios, rumores, mensagens, preceitos
      2. tornar-se conhecido, divulgado
      3. ser propagado, ser proclamado
      4. sair
        1. emitido seja do coração ou da boca
        2. fluir do corpo
        3. emanar, emitir
          1. usado de um brilho repentino de luz
          2. usado de algo que desaparece
          3. usado de uma esperança que desaparaceu

ἔρχομαι


(G2064)
érchomai (er'-khom-ahee)

2064 ερχομαι erchomai

voz média de um verbo primário (usado somente no tempo presente e imperfeito, outros tempos provém de formas correlatas [voz média] ελευθομαι eleuthomai el-yoo’-thomahee, ou [ativo] ελθω eltho el’-tho, que não ocorrem de outra maneira); TDNT - 2:666,257; v

  1. vir
    1. de pessoas
      1. vir de um lugar para outro. Usado tanto de pessoas que chegam quanto daquelas que estão retornando
      2. aparecer, apresentar-se, vir diante do público
  2. metáf.
    1. vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
    2. ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
  3. ir, seguir alguém

Sinônimos ver verbete 5818


εὐθέως


(G2112)
euthéōs (yoo-theh'-oce)

2112 ευθεως eutheos

de 2117; adv

  1. diretamente, imediatamente, em seguida

Ἰάκωβος


(G2385)
Iákōbos (ee-ak'-o-bos)

2385 Ιακωβος Iakobos

o mesmo que 2384 grecizado; n pr m Tiago = “suplantador”

filho de Zebedeu, apóstolo e irmão do apóstolo João, comumente chamado de Tiago Maior ou o presbítero, assassinado por Herodes, Atos 12

um apóstolo, filho de Alfeu, chamado o menor

Tiago, o meio-irmão de Cristo

um Tiago desconhecido, pai do apóstolo Judas (?)


Ἰωάννης


(G2491)
Iōánnēs (ee-o-an'-nace)

2491 Ιοαννης Ioannes

de origem hebraica 3110 יוחנן; n pr m

João = “Jeová é um doador gracioso”

João Batista era filho de Zacarias e Elisabete, e o precussor de Cristo. Por ordem de Herodes Antipas, foi lançado na prisão e mais tarde decapitado.

João, o apóstolo, escritor do quarto evangelho, filho de Zebedeu e Salomé, irmão de Tiago. É aquele discípulo (sem menção do nome) chamado no quarto evangelho de “o discípulo amado” de Jesus. De acordo com a opinião tradicional, é o autor do Apocalipse.

João, cognominado Marcos, companheiro de Barnabé e Paulo At 12:12.

João, um membro do Sinédrio At 4:6.


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

μετά


(G3326)
metá (met-ah')

3326 μετα meta

preposição primária (com freqüencia usada adverbialmente); TDNT - 7:766,1102; prep

  1. com, depois, atrás


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


οἰκία


(G3614)
oikía (oy-kee'-ah)

3614 οικια oikia

de 3624; TDNT - 5:131,674; n f

  1. casa
    1. edifício habitado, moradia
    2. habitantes de uma casa, família
    3. propriedade, riqueza, bens

Sinônimos ver verbete 5867


Ἀνδρέας


(G406)
Andréas (an-dreh'-as)

406 Ανδρεας Andreas

de 435; n pr m

André = “varonil”

  1. um nativo de Betsaida, na Galiléia, irmão de Simão Pedro, um discípulo de João o Batista, e mais tarde apóstolo de Cristo. Dele se diz ter sido crucificado na Acaia.

Σίμων


(G4613)
Símōn (see'-mone)

4613 σιμων Simon

de origem hebraica 8095 שמעון; n pr m

Pedro = “rocha ou pedra”

Pedro era um dos apóstolos

Simão, chamado Zelote ou Kanaites

Simão, pai de Judas, o traidor de Jesus

Simão Mago, o mágico samaritano

Simão, o curtidor, At 10

Simão, o fariseu, Lc 7:40-44

Simão de Cirene, que carregou a cruz de Cristo

Simão, o primo de Jesus, o filho de Cleopas

Simão, o leproso, assim chamado para distingui-lo dos outros do mesmo nome


συναγωγή


(G4864)
synagōgḗ (soon-ag-o-gay')

4864 συναγωγη sunagoge

da (forma reduplicada de) 4863; TDNT - 7:798,1108; n f

  1. ajuntamento, recolhimento (de frutas)
  2. no NT, uma assembléia de homens
  3. sinagoga
    1. assembléia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e exposições das escrituras; reuniões deste tipo aconteciam todos os sábados e dias de festa; mais tarde, também no segundo e quinto dia de cada semana; nome transferido para uma assembléia de cristãos formalmente reunidos para propósitos religiosos
    2. as construções onde aquelas assembléias judaicas solenes eram organizadas. Parece ser que as sinagogas tiveram sua origem durante o exílio babilônico. Na época de Jesus e dos apóstolos, cada cidade, não apenas na Palestina, mas também entre os gentios, se tivesse um considerável número de habitantes judeus, tinha pelo menos uma sinagoga. A maioria das sinagogas nas grandes cidades tinha diversas, ou mesmo muitas. As sinagogas eram também usadas para julgamentos e punições.

Sinônimos ver verbete 5897