Enciclopédia de Marcos 4:16-16

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 4: 16

Versão Versículo
ARA Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria.
ARC E da mesma sorte os que recebem a semente sobre pedregais; os quais, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem;
TB Igualmente, os semeados nos lugares pedregosos são aqueles que, ouvindo a palavra, imediatamente, a recebem com alegria;
BGB καὶ οὗτοί εἰσιν ⸀ὁμοίως οἱ ἐπὶ τὰ πετρώδη σπειρόμενοι, οἳ ὅταν ἀκούσωσιν τὸν λόγον ⸀εὐθὺς μετὰ χαρᾶς λαμβάνουσιν αὐτόν,
HD O que é semeado sobre {solo} pedregoso são estes: quando ouvem a palavra, imediatamente a recebem com alegria,
BKJ E da mesma forma são os semeados em lugares pedregosos; os quais, ouvindo a palavra, imediatamente a recebem com alegria;
LTT E, semelhantemente, estes são aqueles recebendo semeação sobre as terraS pedregosaS: aqueles que, quando dão ouvidos à Palavra, imediatamente, com gozo, a recebem,
BJ2 Assim também as que foram semeadas em solo pedregoso: são aqueles que, ao ouvirem a Palavra, imediatamente a recebem com alegria,
VULG Et hi sunt similiter, qui super petrosa seminantur : qui cum audierint verbum, statim cum gaudio accipiunt illud :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 4:16

Ezequiel 33:31 E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza.
Mateus 8:19 E, aproximando-se dele um escriba, disse: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei.
Mateus 13:20 porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra e logo a recebe com alegria;
Marcos 6:20 porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo; e guardava-o com segurança e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa vontade o ouvia.
Marcos 10:17 E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Lucas 8:13 e os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas creem por algum tempo e, no tempo da tentação, se desviam;
João 5:35 Ele era a candeia que ardia e alumiava; e vós quisestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz.
Atos 8:13 E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.
Atos 8:18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro,
Atos 24:25 E, tratando ele da justiça, e da temperança, e do Juízo vindouro, Félix, espavorido, respondeu: Por agora, vai-te, e, em tendo oportunidade, te chamarei;
Atos 26:28 E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O MINISTÉRIO DE JESUS: SEGUNDO ANO

Março de 31 d.C. a abril de 32 d.C.
JESUS VOLTA A JERUSALÉM
De acordo com João 5.1, Jesus subiu a Jerusalém para uma festa dos judeus. Não há como dizer ao certo a qual festa o escritor está se referindo, mas muitos sugerem a Páscoa que, no ano 31 d.C., foi comemorada no dia 27 de março. Essa data é considerada, portanto, o início do segundo ano do ministério de Jesus. Em sua viagem a Jerusalém, Jesus curou um enfermo junto ao tanque de Betesda.

JESUS, O MESTRE
Os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) possuem seções extensas de ensinamentos atribuídos a Jesus. Para alguns estudiosos essas passagens foram, na melhor das hipóteses, redigidas pelos evangelistas e, na pior das hipóteses, por escritores desconhecidos de um período que poderia se estender até o século II. Descobertas recentes tornam asserções como essas praticamente insustentáveis. Tábuas de escrever feitas de madeira ou tabletes revestidos de cera, dos quais foram encontrados cerca de 1.900 num arquivo em Vindolanda (Chesterholm), junto ao muro de Adriano no norte da Inglaterra, eram usados para anotar informações de vários tipos. Alguns ouvintes talvez tivessem aptidão suficiente para registrar as palavras de Jesus literalmente, transferindo-as, depois, para materiais mais duráveis como papiro ou pergaminho, usados pelos evangelistas para compilar suas obras. No "sermão do monte", seu discurso mais longo, Jesus apresenta vários ensinamentos de cunho ético, enfatizando a importância do pensamento e das motivações, em contraste com a tradição judaica. No final, Jesus insta seus ouvintes a colocarem suas palavras em prática e serem como o homem sábio que construiu a casa sobre uma rocha. O local onde esse sermão foi proferido não é facilmente identificável, mas deve atender a dois critérios: ser um lugar plano na encosta de um monte.

OS MILAGRES DE JESUS NA GALILEIA
E difícil determinar a ordem dos acontecimentos relatados nos Evangelhos, mas pode-se deduzir que, ao voltar de Jerusalém, Jesus permaneceu o restante do segundo ano de seu ministério nas redondezas do lago da Galileia. Nesse ano, chamado por vezes de "ano da popularidade", Jesus foi seguido constantemente pelas multidões, tornando-se cada vez mais conhecido por seus milagres. Nesse período João Batista, um parente de Jesus, foi preso depois de censurar Herodes Antipas, "o tetrarca" (4a.C.-39 d.C.), filho de Herodes, o Grande, por ter se casado com Herodias, esposa de seu irmão, Filipe.? Quando João pediu a alguns de seus discípulos para averiguar os relatos que tinha ouvido acerca de Jesus, o próprio Jesus enviou a João uma mensagem que pode ser considerada uma síntese de seu ministério:
"Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho."
Mateus 11:4-5

Os evangelistas registram uma grande variedade de milagres:

AS PARÁBOLAS DE JESUS
Os evangelistas registram cerca de quarenta parábolas de Jesus. As parábolas eram histórias curtas sobre a vida diária usadas para ensinar verdades espirituais. Algumas, como a da ovelha perdida, do filho pródigo e do bom samaritano, são bem conhecidas. No entanto, o significado de várias parábolas nem sempre era evidente e, em diversas ocasiões, Jesus teve de explicá-las aos seus discípulos, como no caso da parábola do semeador

JOÃO BATISTA É DECAPITADO
João Batista permaneceu encarcerado na fortaleza de Maqueronte, no alto de um monte do lado leste do mar Morto, até o aniversário de Herodes Antipas. Nessa ocasião, a filha de Herodias, a nova esposa do rei, foi chamada para dançar. Herodes ficou tão impressionado que prometeu lhe dar o que desejasse e, seguindo a instrução da mãe, a jovem pediu a cabeça de João Batista num prato.

JESUS ALIMENTA CINCO MIL PESSOAS
Quando soube da morte de João, Jesus quis passar algum tempo sozinho, mas as multidões o seguiram. Jesus se compadeceu deles e curou os enfermos. A Páscoa, que no ano 32 d.C. foi comemorada em 13 de abril, se aproximava e faltava apenas um ano para a morte de Jesus. A multidão estava ficando faminta e, no lugar remoto onde se encontrava, não havia como - conseguir alimento. Através da multiplicação miraculosa de cinco pães de cevada e dois peixinhos, Jesus alimentou a multidão de cinco mil homens, mais as mulheres e crianças. O milagre foi realizado perto de Betsaida, na extremidade norte do lago da Galileia, uma região com muita relva. Convém observar que depois desse milagre Jesus passou a evitar as multidões, pois sabia que desejavam proclamá-lo rei à força.

JESUS DEIXA A GALILEIA
Percebendo que não teria privacidade na Galileia, Jesus viajou para o norte, deixando o reino de Herodes Antipas e se dirigindo a Tiro e Sidom, na costa do Mediterrâneo (atual Líbano). Quando regressou, encontrou tanta oposição que, por vezes, a etapa final de seu ministério é chamada de "o ano de oposição". Desse ponto em diante, os evangelistas se concentram cada vez mais no sofrimento e morte iminentes de Jesus.
O segundo ano do ministério de Jesus Os números referem-se os acontecimentos ocorridos nos arredores do mar da Galileia durante o segundo ano do ministério de Jesus.

 

Referências:

Mateus 5:1

Lucas 6:17

Mateus 14:3-4

Marcos 6:17-18

Mateus 8:23-27;

Marcos 4:35-41;

Lucas 8:22-25

Mateus 8:28-34

Mateus 13:58;

Marcos 6:5-6

Mateus 13:18-23

Marcos 4:13-20

Lucas 8:11-15

Mateus 14:3-12

Marcos 6:14-29

João 6.4

Marcos 6:39

Lucas 9:10

João 6.10

O segundo ano do ministério de Jesus
O segundo ano do ministério de Jesus
Reconstituição de Cafarnaum, base do ministério de Jesus na Galiléia
Reconstituição de Cafarnaum, base do ministério de Jesus na Galiléia

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

31 ou 32 d.C.

Região de Cafarnaum

Ilustrações sobre o Reino

Mt 13:1-53

Mc 4:1-34

Lc 8:4-18

 

Mar da Galileia

Acalma tempestade

Mt 8:18-23-27

Mc 4:35-41

Lc 8:22-25

 

Região de Gadara

Manda demônios para os porcos

Mt 8:28-34

Mc 5:1-20

Lc 8:26-39

 

Provavelmente Cafarnaum

Cura mulher que tinha fluxo de sangue; ressuscita filha de Jairo

Mt 9:18-26

Mc 5:21-43

Lc 8:40-56

 

Cafarnaum (?)

Cura cegos e mudo

Mt 9:27-34

     

Nazaré

Novamente rejeitado em sua cidade

Mt 13:54-58

Mc 6:1-5

   

Galileia

Terceira viagem à Galileia; expande a obra enviando apóstolos

Mt 9:35–11:1

Mc 6:6-13

Lc 9:1-6

 

Tiberíades

Herodes corta a cabeça de João Batista; fica perplexo com Jesus

Mt 14:1-12

Mc 6:14-29

Lc 9:7-9

 

32 d.C., perto da Páscoa (Jo 6:4)

Cafarnaum (?); lado NE do mar da Galileia

Apóstolos voltam da pregação; Jesus alimenta 5 mil homens

Mt 14:13-21

Mc 6:30-44

Lc 9:10-17

Jo 6:1-13

Lado NE do mar da Galileia; Genesaré

Povo quer fazer de Jesus rei; anda sobre o mar; cura muitas pessoas

Mt 14:22-36

Mc 6:45-56

 

Jo 6:14-21

Cafarnaum

Diz que é “o pão da vida”; muitos ficam chocados e o abandonam

     

Jo 6:22-71

32 d.C., depois da Páscoa

Provavelmente Cafarnaum

Tradições invalidam a Palavra de Deus

Mt 15:1-20

Mc 7:1-23

 

Jo 7:1

Fenícia; Decápolis

Cura filha de mulher siro-fenícia; alimenta 4 mil homens

Mt 15:21-38

Mc 7:24–8:9

   

Magadã

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 15:39–16:4

Mc 8:10-12

   

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 4:16
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 10
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 13:10-15 e MT 13:18-23

10. Chegando-se a ele, os discípulos perguntaram: "Por que lhes falas em parábolas"?


11. Respondendo, disse lhes: "Porque a vós é permitido conhecer os segredos do reino dos céus, mas a eles não lhes é permitido.


12. Pois ao que tem, lhe será dado e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.


13. Por isso lhes falo em parábolas, porque vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem nem entendem.


14. Para eles se está cumprindo a profecia de Isaías, que diz: "Sim, ouvireis, e de nenhum modo entendereis; sim, vereis, e de modo algum percebereis,


15. porque o coração deste povo se coagulou e seus ouvidos tornaram-se pesados e eles fecharam os olhos; para que, vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos, não suceda que entendam com o coração e se voltem, e eu os sare".


18. Ouvi, a parábola do semeador.


19. Quando alguém ouve a Palavra do reino e não compreende, vem o mau e tira o que foi semeado em seu coração: esse é o que foi semeado à beira do caminho.


20. O que foi semeado nos lugares pedregosos, é quem ouve a Palavra e logo a recebe com alegria,


21. mas não tem em si raiz, então é de pouca duração; e sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da Palavra, logo se escandaliza.


22. O que foi semeado entre os espinhos, é quem ouve a Palavra, mas as preocupações desta vida e a ilusão das riquezas abafam a Palavra, e ela se torna infrutífera.


23. E o que foi semeado na boa terra é quem ouve a Palavra e o compreende, e verdadeiramente dá fruto, produzindo uns a cento, outros a sessenta e outros a trinta por um.


os espinhos, são os que ouvem a Palavra,

MC 4:10-25


10. Quando se achou só, os que estavam em redor dele junto com os doze pediram a (explicação da) parábola.


11. E ele disse-lhes: "A vós é permitido conhecer o segredo do reino de Deus; mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas,


12. para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não suceda que se voltem e sejam resgatados seus erros".


13. E perguntou-lhe: "Não percebeis esta parábola? e como entendereis todas as parábolas?


14. O semeador semeia a Palavra.


15. Os que se acham à beira do caminho, onde a Palavra é semeada, são aqueles de quem, depois de a terem ouvido, vindo logo o adversário, tira a Palavra que foi semeada em seus corações.


16. Igualmente os semeados em luares pedregosos são os que, ouvindo a Palavra, imediatamente a recebem com alegria;


17. e não têm raiz em si, mas duram pouco tempo; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da Palavra, logo se escandalizam.


18. Os outros, semeados entre os espinhos, são os que ouvem a Palavra,


19. e entrando as preocupações da vida e a ilusão das riquezas e a cobiça de outras coisas, abafam a Palavra e ela fica infrutífera.


20. E os semeados em boa terra são os que ouvem a Palavra, e a aceitam, e produzem fruto, um a trinta, outro a sessenta e outro a cem por um".


21. E disse-lhes: "Porventura vem a lâmpada para se por debaixo de um balde ou debaixo da cama? não é antes para se colocar no castiçal?


22. Porque nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada foi escondido senão para ser posto à luz.


23. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça".


24. Também lhes disse: " Atentai ao que ouvis. A medida com que medis, com essa vos medirão e se vos acrescentará.


25. Pois ao que tem, lhe será dado; e ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado".


LC 8:9-18


9. Seus discípulos perguntaramlhe o que significava essa parábola.


10. Respondeu-lhes Jesus: "A vós é permitido conhecer os segredos do reino de Deus, mas aos outros se fala em parábolas para que, vendo, não vejam; e ouvindo, não entendam.


11. A parábola é esta: a semente é a Palavra de Deus.


12. Os que estão à beira do caminho, são os que ouviram; então vem o adversário e tira a Palavra de seus corações, para que não suceda que, crendo, se salvem.


13. os que estão sobre a pedra são os que, quando ouvem, recebem a Palavra com alegria; estes não têm raiz e creem por algum tempo, mas na hora da provação voltam atrás.


14. A parte que caiu entre os espinhos, estes são os que ouviram mas, seguindo seu caminho, são sufocados pelas preocupações, pelas riquezas e pelos prazeres da vida, e não levam o fruto à maturidade.


15. E a que caiu na boa terra, estes são os que, tendo ouvido a Palavra com coração bom e perfeito, a retêm e dão fruto com perseverança.


16. Ninguém, depois de acender uma lâmpada, a cobre com vaso, nem a põe debaixo da cama; mas ao contrário, coloca-a num castiçal, a fim de que os que entram vejam a luz.


17. Porque nada há oculto que não se torne manifesto, nem há nada secreto que se não haja de saber e vir à luz.


18. Atentai, pois, como ouvis, porque, ao que tiver, lhe será dado; mas ao que não tiver, até aquilo que pensa ter lhe será tirado.


No texto de Mateus, a frase "chegando-se a ele" vem demonstrar que este trecho não é imediato no tempo ao anterior. A pergunta dos discípulos só pode ter sido feita depois de dissolvida a multidão, e talvez depois de terem regressado a casa.


A pergunta, além disso, é feita no plural: "por que lhes falas em parábolas", supondo que várias já tinham sido ensinadas. Ora, é justamente na "fala do Lago" que Jesus começa esse novo sistema didático, já que anteriormente apenas algumas sentenças parabólicas haviam sido proferidas (cfr. MC 3:23 e LC 3:23 e LC 3:39) além de algumas comparações (cfr. MT 7:24-27; MT 9:15-17; 12:43-45).


Marcos salienta que os discípulos o interrogaram quando ele estava "a sós" (katà mónon).


A modificação da maneira de ensinar tem razão profunda. Até aqui Jesus dava Seus ensinamentos morais com rápidos acenos ao "reino dos céus". Mas a partir deste momento começará a revelar os segredos (tà mystéria) da doutrina do Logos e da obtenção do reino dos céus, coisas para as quais o povo não estava preparado naquela época (como ainda o não está, na sua maioria). E aqui nos recordamos do aviso prévio dado por Jesus, quanto à prudência e discrição que se deveria ter no ensinamento: "Não dareis as coisas santas aos cães" (MT 7:6). De fato, ao falar do "reino", os ouvintes daquela época interpretaram Suas palavras de acordo com a expectativa deles: a restauração do reino de Israel, consequente à expulsão dos romanos; e ainda durante milênios, igualmente, continuaram Suas palavras a ser interpretadas erroneamente pela maioria, como a obtenção de um céu "no outro mundo". Poucos perceberam a realidade do ensino, de que o "reino dos céus" é interior a nós mesmos, e se obtém aqui mesmo na Terra, com o Encontro e a Unificação com o Cristo Interno.


Examinemos o texto.


A resposta de Jesus começa com a declaração de que aos discípulos é dado (permitido) conhecer os segredos do reino dos céus. Ai é empregada a palavra tà mystéria, único lugar em que aparece nos evangelhos (no plural em Mateus e Lucas, no singular em Marcos), embora seja de uso frequente em Paulo (21 vezes) e no Apocalípse (4 vezes). Entre os gregos significava a doutrina religiosa secreta ou oculta, que só era revelada aos iniciados.


Os segredos principais são: que o reino dos céus não é externo, mas interno; não vem com o rumor das vitórias, nem com o aplauso popular, mas com o silêncio da meditação; não chega com o orgulho do vencedor, mas com a humildade do vencido; não é obtido com a raiva de quem derrota um inimigo, mas com o amor de quem ama os adversários, como verdadeiros benfeitores; não é conseguido após a passagem pela cova escura do túmulo, mas enquanto estamos na carne; não é "deste mundo" de lutas personalísticas, mas é do mundo espiritual em que, embora na carne, vive o Espírito, a individualidade; não é constituído de títulos de soberania nem de superioridade hierárquica, mas de vivência interior, sem aparências exteriores; não é uma conquista visível aos outros, mas se realiza no secreto do próprio coração onde habita o Pai.


Vem depois a frase que parece enigmática e até, segundo alguns, injusta: "a quem tem, lhe será dado em abundância; mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado", frase que é repetida após a parábola dos talentos (MT 25:29). Essa frase introduz a explicação de Jesus, em resposta à pergunta sobre a razão de ser da ensino parabólico.


Mateus e Marcos trazem o texto de Isaias 6:9-3, que Lucas apenas resume. Ambos atribuem a Jesus a citação do profeta segundo a versão dos LXX.


Como já vimos, o grego koiné era a língua comum da Palestina desde o domínio romano, que começara duas gerações antes do nascimento de Jesus, ou seia, desde o ano 63 A. C. (Flávio Josefo, Ant.


Jud. 14,3,3 a 4,2; Bell. Jud., 1, 6,4 a 7,5, Dion Cassius, 37,16; Estrabão, 16, 2, 40; Tito Lívio, Epítome,
102; Tácito, Hist. 5,9, etc.) . Por isso é que a quase totalidade das citações do Antigo Testamento são feitas segundo a tradução grega dos LXX, e não pelo original hebraico, língua que, desde o regresso do cativeiro da Babilônia, não era mais compreendida pelo povo, que passara a falar aramaico (dialeto de palavras hebraicas misturadas ao assírio, entre cujo povo viveram os israelitas do 8. º ao 6. º séculos A. C. ) . Os israelitas foram levados para a Babilônia em diversas levas (nos anos 705,

606, 598, 588 e 582 A. C. ) e de lá foram trazidos em duas etapas principais, em 536 com Zorobabel e em 459 com Esdios, que escreveu: "e seus filhos falavam metade de suas palavras na língua de A.


hdod (assírio) e não podiam falar a língua dos judeus, mas a de um e de outro povo" (Neem., 13:24).


Jesus faz suas as palavras de Isaías, e aprova o texto dos LXX contra o do hebraico, que foi escrito por ocasião da vocação do profeta em 740 A. C., ano em que desencarnou o rei Osias. E explica: o fato "de verem (lerem) e não entenderem (o sentido profundo real) e de ouvirem e não perceberem (esse sentido), provém de que seu coração (sua mente) está enregelado (pela vaidade e pelo egoísmo); então, eles fecham os olhos e tapam os ouvidos (para não serem obrigados a aceitar a interpretação correta; e isso lhes é permitido) para que, vendo (lendo) com os olhos, e ouvindo com os ouvidos, não suceda que entendam com o coração (a mente) e se voltem e eu os sare", porque a eles NÃO INTERESSA a cura (libertação) das coisas materiais do mundo, às quais estão apegados em profundidade.


Não é que Jesus os faça não entender, porque Ele não quer que se convertam e sejam libertos; não é isso. É o contrário: eles NÃO QUEREM voltar-se (converter-se) nem ser libertados (sarados) e POR ISSO fecham os olhos e tapam os ouvidos.


Não há pois intenção malévola da parte da Divindade, mas apenas má-vontade, por ignorância e involução, da parte dos próprios homens que, embora na consciência atual digam que querem converter-se, na realidade em seu subconsciente não no querem.


Então, o fato de falar em parábolas não é um castigo de Deus; mas antes ao contrário: é uma prova de misericórdia, pois permite às criaturas que tenham tempo de ir evoluindo, e a cada nova encarnação possam ir aprofundando o sentido oculto das parábolas, conseguindo assim atingir a realidade total do ensino de Jesus. Então, não é castigo, como disseram alguns comentadores antigos e modernos, mas um ensino que deveria ir sendo compreendido gradativamente pela humanidade, à proporção que fossem evoluindo os homens. Mas era indispensável que o ensino fosse dado na oportunidade da permanência de Jesus na Terra, e o melhor meio era exatamente esse: parábolas que iriam sendo interpretadas segundo os sete planos (veja vol. 2) até a compreensão final que ainda está para chegar à Terra.


As palavras de Isaías são citadas também por Paulo (AT 28:23-28) e por João 12:37-3.


A explicação da parábola do semeador é dada por Jesus numa interpretação alegórica e metafórica, dizendo que a semente é a palavra de Deus e apresentando quatro situações: a) a primeira categoria é a dos que não compreendem a palavra do reino e o "mau" (a ignorância) desfaz o efeito do ensinamento; b) a 2. ª é a dos que ouvem a boanova, mas não têm preparo espiritual para com ela superar as dores e tribulações, desesperando por qualquer coisa; c) a 3. ª é a dos que ouvem e gostam do ensino, mas o colocam em posição secundária, pois acima dele estão os interesses da vida e as riquezas; e d) a 4. ª é a dos que realmente respondem aos apelos e o fazem em diversos graus: 30, 60 e 100 por um.


Há algo mais a compreender nesta lição.


Jesus começa a explicar a finalidade principal de Sua descida à Terra: ensinar aos homens a Unificação com o Pai que em nós habita; o Pai, que está nos céus, e que portanto constitui o reino dos céus, o qual está dentro de nós e por isso, o meio de conseguir a união é o mergulho no fogo e no Espírito (batismo), dentro de cada um.


Mas a humanidade não estava preparada para um passo tão grande à frente e havia necessidade de muita discrição e prudência na revelação dos "segredos do reino", e dos "mistérios do Logos".


Realmente, todos os ensinos morais foram dados abertamente, e neles nada encontramos além do que os outros avatares anteriores a Jesus haviam ensinado: Crishna, Hermes, Buddha, Lao-Tseu, Zoroastro, Moisés, Pitágoras. Mas esse passo definitivo de liberação total veio por meio de Jesus, embora tivesse sido antecipado em parte, ocultamente por alguns de Seus predecessores.


Então, quando os discípulos (personalidades-iluminadas) pedem explicação, a individualidade (Jesus) estranha que "nem eles" sabem penetrar o sentido profundo... Então limita-se a dar, para efeito de divulgação, uma interpretação alegórica (nível das emoções) e metafórica (nível do intelecto) (vol. 2).


Era a única que podia ser publicada para a época em que Jesus visitou o planeta e também a única que perduraria séculos, já que dirigida à personalidade. Ignoramos se secretamente foi dada aos disc ípulos a interpretação para a individualidade.


De qualquer forma, pelas palavras de Isaías que Jesus cita, deduz-se que sim. Porque, na realidade, Ele lhes adverte que não adianta "forçar", pais os homens que não superaram ainda as sensações (físico-etéricas), as emoções (astral-animal), e o intelecto, NÃO PODEM perceber com o coração e volta-se para o seu interior onde habita o Pai, e portanto NÃO PODEM conseguir a libertação. Eles amam a prisão da gaiola dourada da carne com suas ilusões. Então há de ser o ensino dado gradativamente, para não causar traumas, já que "a evolução (natureza) não dá saltos".


Vem agora a explicação, que divide os homens na realidade em seis categorias, e não em quatro como parece à primeira vista:

1. A primeira categoria é a dos que estão presos às sensações (físico-etéricas) e que portanto se deixam influir pelo mau, isto é, pelo diabo-satanás (ver vol. 1), que é exatamente o corpo físico, ou melhor, matéria em geral, o pólo negativo. Por esses, que mais amam o corpo e suas comodidades e conforto acima de tudo, a doutrina da Palavra (do Logos) não chega a ser nem sequer compreendida, pois é julgada "loucura", sonho, tolice, etc... Eles se acham "à beira do caminho", ou seja, à margem da espiritualidade, totalmente enterrados na matéria, com espírito bem materializado ainda. Qualquer aceno ao Logos é jogado fora pela preponderância das sensações físicoetéricas.


2. A segunda é a dos que vivem presos à animalidade, e portanto com preponderância das emoções (corpo astral), e nesse setor se inclui a maioria esmagadora da humanidade. Deixam-se levar pelo gosto e desgosto, pelo prazer e desprazer, pela simpatia e antipatia, pelo amor e pelo ódio, pela alegria e pela dor, encontrando a estrada da vida eriçada de pedras e escolhos, que representam os carmas negativos, os resultados ruins de ações e pensamentos de vidas anteriores. Esses ouvem a doutrina do Logos ("recebem a Palavra") com alegria, mas quando sofrem os embates da própria vida, os sofrimentos e ingratidões (quando tropeçam nas pedras), se escandalizam (já vimos que "escandalizar" em grego significa "tropeçar") e arrepiam carreira. Quantos vemos que, bem iniciados na senda, ao primeiro revés retrocedem amedrontados e, como disse Jesus, escandalizados, porque julgam que, uma vez na estrada certa, o sofrimento e as pedras do caminho DEVERIAM ser retirados para que sua jornada fosse de rosas... Acham-se, então, COM DIREITO a certos privilégios... A raiz deles é pequena: qualquer contrariedade maior ou palavra ou "falta de considera ção" é suficiente para afastá-los do espiritualismo. Dizem que "aquele meio" não serve para eles e vão de grupo e à procura de uma coisa que jamais encontrarão, pois só a achariam dentro deles mesmos.


3. A terceira categoria é a daqueles que já se encontram com o intelecto mais desenvolvido, e portanto apresentam certo domínio sobre as emoções, embora estas ainda tenham bastante influência nas decisões intelectivas. Ocorre, então, que vivem como que entre "espinheiros", que são constitu ídos pelos cuidados e "preocupações da vida", pela "ilusão das riquezas", pela "cobiça de tantas outras coisas" transitórias, que são verdadeiras ilusões. Esses ouvem e até gostam, chegam mesmo a compreender a doutrina do Logos, o segredo da Unificação com o Pai. Mas NÃO PODEM fazê-las frutificar, porque estão muito OCUPADOS com suas atividades terrenas. A frase comum a esse grupo de pessoas é: NÃO TENHO TEMPO ... E tudo o que ouvem e aprendem fica infrutífero.


4. A quarta categoria é a dos que se iniciam na senda: ouviram a Palavra, aceitaram-na com amor, querem vivê-la. Para isso, buscam perceber a presença e a ação de sua individualidade. Começam a distinguir entre a realidade do Espírito (dando-lhe supremacia) e a ilusão da matéria e das coisas materiais; já compreendem a necessidade de dedicar algum tempo de sua vida às orações e meditações que visam à busca do Eu Interno, e de fato dedicam parte de suas horas a esse mister.


Então, a Palavra produz trinta por um, o que já apresenta bom resultado, embora pudessem, realmente, fazer um pouco mais.


5. A quinta categoria compreende aqueles que já aprofundaram mais o espiritualismo, que já conseguiram penetrar certos mistérios ou segredos do reino, que já obtiveram o mergulho na Consciência Cósmica, embora tivesse sido apenas por alguns minutos, sem permanência constante; mas já sentiram a REALIDADE palpavelmente. Homens que superaram todo ilusionismo material e vivem na ânsia e da ânsia do Encontro Sublime e da Unificação total, e para obter isso tudo fazem: exerc ícios, ásanas, meditações, etc. São os "místicos" no sentido legítimo do termo, que já experimentaram a realidade do Espírito e dessa realidade tem lampejos seguros, nos mergulhos embora ocasionais que conseguem. O fruto é recolhido numa proporção bem maior que a anterior, a sessenta por um.


6. Finalmente a sexta categoria é a daqueles que já obtiveram a união, ou melhor a Unificação Total e permanente com o Cristo Interno, e portanto já se tornaram Cristificados, conseguindo, pois, a libertação plena, e produzindo uma frutificação de cem por um. Já são "filhos do Homem", como os grandes avatares.


Apenas para dar uma ideia de como, mesmo os considerados grandes espíritos não conseguiram sair da materialidade do corpo denso, dando muito maior importância ao físico que ao espírito, observemse estas interpretações:
Agostinho - 100 por 1, os mártires," 60 por 1, as virgens; 30 por 1, os casados.
Jerônirno - 100 por 1, os que observam a continência; 60 por 1, as viúvas; 30 por 1, os casados que se conservam castos.
Teofilacto - 100 por 1, os anacoretas; 60 por 1, os cenobitas e religiosos conventuais; 30 por 1, os casados.

Como se vê, a importância toda é dos atos físicos e do corpo físico, porque, para eles, a espiritualidade é o resultado dos atos e das atitudes externas e materiais.


Em Marcos aparece aqui uma advertência a respeito da lâmpada, que foi vista em Mateus 5:14-3 por ocasião do Sermão do Monte, e em Lucas 11:33-3 (ver vol. 2). Deixamos aqui, porque se adapta bem, no vers. 22 ao espírito da parábola.


A frase "nada está oculto senão para ser manifesto e nada foi escondido senão para ser posto à luz" é um alerta para que, os que podem aprofundem o sentido. E mais, exprime que essa "ocultação" é proposital: foi oculto com a finalidade de ser descoberto por quem o possa. Assim também a frase seguinte: "quem tem ouvidos, ouça", chama nossa atenção para o sentido profundo que se oculta sob as palavras, ensinando-nos que devemos atinar não apenas com a alegoria e a metáfora (ditadas por Ele), mas ainda com os planos simbólico, místiro e espiritual.


Além disso, não esquecer de que aqueles que conseguem penetrar o segredo do reino ("procurai o reino de Deus e sua perfeição") terão tudo o mais por acréscimo. Mas o" que o não conseguirem, perder ão até o pouco que julgam ter. Quantos, após uma vida inteira dedicada ao sacerdócio, ao ministério, ao mediunismo mais puro, se acham depois do túmulo de mãos vazias: puderam até o pouco que julgavam ter, porque estavam na direção errada, já que buscavam Deus fora de si mesmos, e serviam a Deus através das vaidades e honras humanas.


mc 4:16
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
D. UM MINISTÉRIO EM PARÁBOLAS, Marcos 4:1-34

1. A Parábola do Semeador (Marcos 4:1-9)

Afastando-se daqueles que deturpavam a sua imagem e não o entendiam, Jesus outra vez começou a ensinar junto ao mar uma grande multidão (1). Entre eles, estavam seguidores cuja afinidade espiritual com Ele era mais forte do que os seus laços de família.

Talvez para escapar à pressão da multidão, muitas vezes quase uma ameaça pesso-al, Jesus entrou num barco. Aqui Ele tinha um "púlpito flutuante" (Hunter), e assen-tou-se...sobre o mar para ensinar toda a multidão que estava junto ao mar naquilo que deve ter sido um anfiteatro natural. O fato de Jesus sentar-se para ensinar é uma evidência do poder das suas palavras. A verdade vívida, mais do que uma apresentação dramática, aprisionava a atenção do povo. A doutrina que Ele ensinava não era nesta ocasião um discurso teológico, mas ensinava-lhes muitas coisas por parábolas (2), tais como as que aparecem neste capítulo.

Será útil, neste ponto, considerar o significado da palavra parábola. A palavra do Novo Testamento pode ser definida como "uma colocação ao lado... uma comparação... exemplificação, analogia, imagem".' Pode referir-se não apenas às histórias que Jesus contava, mas também às figuras de linguagem e analogias que Ele freqüentemente usava (por exemplo, Marcos 2:17-19ss.). "Uma parábola é uma história terrena com um signi-ficado espiritual.'

O uso de parábolas era comum entre o povo hebreu, mas Jesus as usava com propósito penetrante, especialmente quando entre os ouvintes aumentava o número daqueles que poderiam interpretar mal ou usar mal os seus ensinos. Uma história poderia captar e conservar naturalmente a atenção de um amigo e também de um inimigo; mas, além disso, a parábola examinava o coração, levando a pensamentos e aplicações mais profundos. As parábolas eram "armas morais para surpreender e agitar a consciência"."
Jesus começou pedindo a atenção dos ouvintes: Ouvi (3). "Escutem!" O aviso miste-rioso do versículo 9, concluindo a parábola, combinado com este pedido, parece ressaltar a necessidade da audição atenta.

Esta parábola do semeador está no início de uma série de parábolas, em todos os Evangelhos Sinóticos, e está relacionada à recepção dos ensinos de Jesus, o divino seme-ador que saiu para semear.

A justificativa para esta parábola se encontra na atitude das autoridades judaicas, que deturpavam a imagem de Jesus, e na reação da sua própria família, que não conse-guiu compreendê-lo. Por que a pregação do Evangelho não produz resultados uniformes em todos os ouvintes? A resposta da parábola é: "A obra da Palavra Divina não é automá-tica... a natureza da resposta divina é ditada pela natureza do coração que a recebe".'

O Pai "faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos" (Mt 5:45) ; portanto, Ele também semeia a semente em todos os tipos de solo: junto ao caminho (4), sobre pedregais (5), entre espinhos (7) e em boa terra (8) (literalmente, em "solo bom"). "O coração duro, o coração superficial, o coração ocupado e o coração bom — todos estão verdadeiramente presentes, onde quer que a Palavra de Deus estiver sendo pregada."'

Para mesclar metáforas, sem dúvida existe uma responsabilidade por parte daque-les que "preparam o caminho do Senhor" (1,3) no que tange ao cultivo do solo. Apesar disso, todo aquele que ouve a Palavra tem uma obrigação clara: Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça (9).

2. Uma Explicação das Parábolas (Marcos 4:10-20)

As multidões tinham partido e Jesus estava só, exceto por aqueles que estavam junto dele com os doze (10). Estes eram seguidores solidários que estavam entre o público maior, e interrogaram-no acerca da parábola!'

Esta pergunta ilustra o objetivo e a eficiência das suas parábolas: levarem as pesso-as a pensar, a fim de que a mensagem pudesse penetrar em seus corações através dos seus ouvidos (cf. Lc 9:44).

Antes de explicar a parábola, Jesus lembrou os seus discípulos de que eles haviam sido abençoados com discernimento espiritual, que lhes fora dado por revelação, ao pas-so que o mesmo não havia ocorrido com os de fora (11) do seu círculo. Os mistérios ("segredos") do reino de Deus, através da fé e da obediência, lhes foram esclarecidos. Para aqueles que ainda permaneciam na cegueira moral, Jesus propositadamente fala-va essas coisas... por parábolas.

A seguir (12) vem um versículo desconcertante. Da maneira que as palavras são colocadas, Marcos parece dizer que o propósito das parábolas era o de (hina, "para") obstruir a compreensão e impedir a conversão. A linguagem é tão forte que um exegeta moderado como Vincent Taylor conclui que "Marcos nos deu uma versão inautêntica de um pronunciamento genuíno"."

Nenhuma conclusão desse tipo é exigida pelas evidências. O fundamento deste versículo é Isaías 6:9-10, onde a comissão do profeta é dada em linguagem irônica. A explanação de Barclay é útil: "A explicação é que nenhum homem consegue traduzir nem colocar no papel um tom de voz. Quando Isaías falou, ele falou equilibrando ironia e desespero, e, de modo geral, com amor"."

Isaías, que disse: "Eis-me aqui, envia-me a mim" (Is 6:8), e Jesus: "àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo" (Jo 10:36), trabalharam para ajudar o homem a enxergar. A linguagem do versículo 12 é a ironia. Jesus tinha, primeiramente, optado por falar de forma direta, mas quando os homens rejeitaram as suas palavras, Ele se voltou para o estilo indireto das parábolas, com a esperança de que a curiosidade conduzisse à reflexão mais profunda e, finalmente, à aceitação. Apesar disso, no fim, Ele soube que os corações endurecidos, superficiais e sobrecarregados iriam desde-nhar a verdade.

A compreensão desta parábola era crucial. Aqueles que não percebessem esta pa-rábola (13) teriam dificuldades com todas as parábolas. Isso ocorre não somente porque a parábola do semeador é simples, mas porque a sua compreensão reflete a reação aos ensinos por parábolas em geral. Esta é a chave para o valor do ensino de todas as demais parábolas.

A semente é a palavra (14) ; e se Jesus tinha confiança na vitalidade daquela se-mente, assim também devemos ter. A colheita é garantida. E sobre os solos onde a se-mente é semeada? Os quatro tipos de solo exemplificam

1) a vida endurecida, 4, 15;

2) a vida superficial, 5-6, 16-17;

3) a vida atribulada, 7, 18-19; e

4) a vida receptiva, 8, 20.22

O coração endurecido não tem abertura para a semente; assim, vem logo Satanás e tira a palavra (15). De alguma forma aquele solo deveria ser aberto, para que a semente pudesse se alojar ali.

O solo com pedregais, onde uma camada fina de solo cobre a rocha, produz um resultado aparentemente deslumbrante. Mas sem raízes em si mesmos, esses seguidores de Cristo são temporãos ou de pouca duração (17), sujeitos a "tropeçar e se afastar" (NT Amplificado) diante da tribulação ou perseguição. Uma teologia que ensina uma salvação posicional não encoraja. O mesmo acontece com a doutrina conhecida como a "segu-rança eterna". Mas tampouco existe base para aquele pessimismo que não vê esperança no cristão que "vem fácil", e que também se vai "facilmente". Se ele puder ao menos uma vez se achegar a Deus para a purificação dos seus pecados, a sua superficialidade pode ser substituída pela profundidade, e a sua hesitação pode dar lugar à estabilidade.

É alarmante saber que existem forças capazes de sufocar a palavra, de tal forma que ela fique infrutífera (19) ! Os cuidados diários, os enganos' das riquezas, somados às ambições ou desejos de outras coisas que não são a vontade de Deus podem se combinar e sufocar a palavra (a palavra traduzida literalmente significa "espremer", ou seja, "estrangular")."

O quadro até agora é pessimista, mas o clímax não o é. Existe boa terra (20) tam-bém, e talvez em um campo exista mais terra boa do que um solo menos produtivo. São os que ouvem a palavra, e a recebem (20; que "lhe dão as boas-vindas", Goodspeed). A fé é mais do que concordar com a verdade, ou consentir com o dever; é também um compromisso e uma aceitação do coração. Isso dá fruto em grandes quantidades.

3. Uma Exortação à Compreensão (Marcos 4:21-25)

Mais uma vez Jesus lança mão das características da vida cotidiana e lhes dá um significado luminoso. Repare na candeia (ou lamparina), no cesto (com capacidade apro-ximada de um litro), na cama (um colchão para ser enrolado durante o dia), no velador (uma pequena prateleira projetada da parede). Todos estes eram utensílios básicos em uma típica casa na Palestina.

A terra está repleta de céu

E todo arbusto comum está aceso com o fogo de Deus, Mas somente aquele que vê tira os seus sapatos."

Por que se traz uma candeia (21) para dentro da casa? Para ser posta debaixo do cesto ou debaixo da cama? (Colocar a candeia debaixo da cama não era impossível, pois o colchão poderia ser ligeiramente levantado, obstruindo a luz.) A resposta é óbvia. A candeia é trazida para dentro da casa para afastar a escuridão, e assim deve permane-cer em uma posição desobstruída.

Por que, então, o Cristo veio ao mundo? Com certeza, Ele falava por meio de miste-riosas parábolas e passava quase incógnito, revelando os "mistérios do Reino de Deus" (Marcos 4:11) somente a algumas poucas pessoas. Apesar disso, nada há encoberto (22) "que não haja de ser manifesto", e nada se faz para ficar oculto, "mas para ser descoberto".

A ocultação temporária da sua mensagem sob a forma de parábolas, e o encobrimen-to temporário da sua pessoa ("E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem", Marcos 3:12) tinham realmente a finalidade de revelar a verdade. "O véu aumenta a atenção, estimula a curiosidade, apressa o esforço, e assim se torna positivamente subsidiário para o grande propósito da revelação....""

Assim, o ouvinte tem claramente uma obrigação: "Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça" (23, S. E. Johnson). Atendei ao que ides ouvir (24) e "como ouvis" (Lc 8:18). Se o homem no púlpito precisa cuidar para que "a ovelha faminta, ao procurar comida, não deixe de encontrá-la",27 a conseqüência é que o homem no banco da igreja tem a responsabilidade de ouvir com ansiosa consideração. Quanto mais você der, mais recebe-rá, ou, mais precisamente: Com a medida com que medirdes vos medirão a vós (24). "A resposta à verdade é a condição para receber mais verdade." Além disso, uma recusa em responder à verdade irá levar à atrofia moral e à decadência. Neste sentido, "o rico fica mais rico e o pobre fica mais pobre". ... ao que nada tem, até o que tem lhe será tirado (25). "E, quanto ao homem que nada tem, até mesmo esse 'nada' lhe será tirado" (Phillips).

4. A Parábola da Semente que Cresce Secretamente (Marcos 4:26-29)

Esta parábola, que só é encontrada no livro de Marcos, está de acordo com a parábo-la do semeador, mas tem sido sujeita a várias interpretações. O impulso central desta parábola certamente é o de que "o crescimento do Reino de Deus está além da compreen-são e do controle do homem"." O Reino de Deus é assim como se um homem lanças.. se semente à terra... e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como (26-27). Enquanto o semeador segue a sua rotina diária, dormindo e levantando, noite e dia, a terra por si mesma frutifica (28; de forma literal: "automaticamente", automate).

O servo do Senhor certamente tem a obrigação de cultivar o solo, plantar a semente e regar as plantas, mas é "Deus que dá o crescimento" 1Co 3:7). Podemos deduzir outras verdades, tais como as limitações do homem e a necessidade de paciência; mas a parábo-la ensina, antes de mais nada, "a certeza... a inevitabilidade da vinda do reino, uma vez que a semente' é lançada à terra (26).

Pode ser que a intenção da parábola não fosse ensinar a progressão gradual da vin-da do Reino, mas essa vinda ocorre com certeza, e em estágios ordenados: primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga (28). Como Halford Luccock nos recorda,' o primeiro e o último estágio deste processo são estimulantes. Mas o estágio do meio, a "adolescência" do crescimento cristão, é menos deslumbrante. Quer seja na vida de um jovem cristão, de uma igreja jovem ou na sociedade, a erva e o grão cheio na espiga são motivos para alegria. A mais dolorosa experiência de cresci-mento requer paciência e fidelidade.

Quando já o fruto se mostra (29), isto é, "quando o fruto já está maduro", é tempo de meter-lhe logo a foice (cf. J1 3.13), porque está chegada a ceifa. A visão que alguém tem da parábola como um todo, governa a sua interpretação sobre a ceifa. Al-guns consideram o tempo da colheita como sendo o fim do mundo. Nesse caso, o traba-lhador cristão não tem a responsabilidade de meter a foice. Parece melhor, embora sem rejeitar as implicações escatológicas, aplicar esta parábola ao crescimento do Reino, seja onde e quando ele ocorrer. Os homens que lançam sementes à terra (26) e os que assistem a terra frutificando por si mesma, ainda terão uma tarefa urgente. "A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros" (Mt 9:37).

  • A Parábola da Semente de Mostarda (Marcos 4:30-32)
  • Jesus aqui continuou com o seu esforço para ajudar os discípulos a entender a ver-dadeira natureza do Reino de Deus (30). (E como eram lentos para aprender! cf. At 1:6.) Ele perguntou: A que assemelharemos o Reino de Deus?, graciosamente inclu-indo os ouvintes no projeto. De forma incidental, podemos notar a importância do pensa-mento ilustrado nos assuntos espirituais. Com que parábola o representaremos?' As idéias abstratas precisam ser revestidas de histórias e imagens para que possam atingir o coração e a mente.

    O tema da parábola é que, embora o Reino possa ter tido o menor começo possível, algum dia crescerá e chegará a um tamanho fenomenal. Um grão de mostarda (31) foi usado proverbialmente para representar alguma coisa muito pequena (veja Mt 17:20). Apesar do seu tamanho, a semente de mostarda produz uma planta ou arbusto maior do que qualquer outra hortaliça do jardim, com cerca de três metros de altura, ou mais. Os galhos da planta têm tamanho suficiente para permitir que as aves do céu façam os seus ninhos e possam se abrigar debaixo da sua sombra. (Os pássaros gostam da semente de mostarda.)

    A imagem de uma grande árvore, com pássaros habitando nos seus galhos e animais descansando à sua sombra, é uma lembrança do ensino do Antigo Testamento sobre o destino dos grandes impérios e a ascensão do Reino de Deus. O grande cedro da Assíria foi cortado e também a poderosa árvore de Nabucodonosor (Ez 21:3-13; Dn 4:10-14), mas a árvore do Senhor floresceu (Ez 17:22-24).

    A consciência da certeza dada por Cristo nesta parábola deve ter sido uma fonte de enorme encorajamento, na época de Marcos, para a jovem igreja que estava lutando neste mundo. Existe uma pergunta que desperta o nosso raciocínio: "... quem despreza o dia das coisas pequenas?" (Zc 4:10).

  • Sobre o Uso de Parábolas (Marcos 4:33-34)
  • As palavras: com muitas parábolas tais (33) deixam claro que Marcos nos fornece somente uma seleção de um agrupamento maior. "Ao manter a sua ênfase na ação, Mar-cos apresenta menor quantidade de ensinos de Jesus do que os outros Evangelhos Sinóticos; porém, proporcionalmente, mais dos seus milagres.'

    Por meio de tais parábolas, ou figuras, Jesus lhes dirigia a palavra, as boas-novas do Reino (33). Seja qual for o meio, permita-se ao homem de Deus "pregar a palavra" (2 Tm 4,2) e assim seguir as "suas pisadas" (1 Pe 2.21).

    Como o Mestre por excelência, Jesus lhes dirigia a palavra, segundo o que po-diam compreender (33). Um bom professor adapta os seus materiais e métodos à ca-pacidade dos seus alunos. Mesmo no final de seu ministério, Jesus disse aos seus discí-pulos: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora" (Jo 16:12). Isso dá uma pista tanto para o aluno quanto para o professor. Permita-se que o professor tenha um sincero interesse pelos seus alunos, para o próprio bem deles, e permita-se que os alunos se lembrem de que "ninguém pode passar para os estudos avançados até domi-nar os estudos básicos".'

    Era costume de Jesus não se dirigir às multidões sem parábolas (34), uma figura de linguagem de algum tipo. "Se tivesse falado às multidões de uma forma direta, Ele as teria forçado a tomar uma decisão final de uma vez... uma decisão de descrença e rejeição.' (Veja o comentário sobre Marcos 4:10-20.) Mas quando os discípulos estavam em particular com Ele, tudo lhes declarava (literalmente: "liberava o conhecimento"). Os aprendizes ansiosos e interessados ficavam até depois da aula para terem uma explicação detalhada da lição!

    Ao negligenciarem a exposição das Escrituras, os pregadores não melhoram o méto-do de Jesus. Continua sendo verdade que os corações dos homens arderão dentro deles quando alguém lhes abrir as Escrituras (cf. Lc 24:32).

    E. UM MINISTÉRIO DE MILAGRES, Marcos 4:35-5.43

    1. Jesus Apazigua a Tempestade (Marcos 4:35-41)

    O cenário do "ministério de parábolas", registrado no capítulo 4, foi "junto ao mar" (1). Jesus tinha se assentado "sobre o mar", tendo um barco como seu púlpito. Naquele [mesmo] dia (35), um dia cheio de ensinos públicos e explicações em particular, Ele dis-se: Passemos para a outra margem. Jesus se referia, naturalmente, ao mar da Galiléia (veja o mapa), um lago de água fresca no norte da Palestina, em forma de coração, com cerca de vinte quilômetros de comprimento por treze de largura, duzentos metros abaixo do nível do mar. O mar era um lugar de beleza inspiradora: era um centro de atividade comercial na época de Jesus. Com montanhas margeando a maior parte do lago, era sujeito a violentas tempestades por causa das fortes correntes de ar frio que vinham dos níveis mais altos até os mais baixos.'

    Já era tarde quando Jesus fez o convite: Passemos para a outra margem. Aqui existe uma sugestiva palavra de carinhosa compaixão nos lábios de um pastor, ao com-partilhar uma hora de luto com o seu rebanho.

    Deixando a multidão, os discípulos levaram Jesus consigo assim como estava (36), talvez sem deixar o barco mencionado no versículo 1. Chega uma hora em que é preciso afastar-se da vida agitada e procurar um lugar para repouso e recuperação. Je-sus tentou colocar vários quilômetros de água entre Ele e as cidades da costa oeste quan-do se dirigiu para o lado leste, um lugar menos habitado. As palavras havia também com ele outros barquinhos deixa evidente que esse anseio era um tanto estranho. Este detalhe, desnecessário para a história, é outra recordação autêntica, muito prova-velmente do próprio Pedro. Aparentemente, a tempestade logo virou os demais barcos.

    Pelas razões geográficas descritas anteriormente, logo levantou-se grande tem-poral de vento (37), de proporções de furacão, com ondas fortes que ameaçavam afun-dar o barco.' Demonstrando fadiga e fé, Jesus estava... dormindo sobre uma almofa-da (38) na popa do barco. Mas esse não era "um travesseiro macio e luxuoso... [mas sim] o banco baixo da popa onde às vezes se sentava o timoneiro, e onde ocasionalmente o capitão apoiava a sua cabeça para dormir"," A almofada talvez fosse de couro. Somente aqui o Novo Testamento menciona Jesus adormecido, embora João 4:6 registre que Je-sus "cansado... assentou-se assim junto da fonte".

    Aterrorizados, os discípulos acordaram Jesus e disseram, em tom de reprovação: Mestre, não te importa que pereçamos? (38). A rispidez com que se dirigiram a Ele e a severidade da reprimenda de Jesus são exemplos adicionais de detalhes das lem-branças de Pedro, de quem se acredita que Marcos obteve grande parte do conteúdo do seu Evangelho.

    Despertado de forma rude, Jesus se dirigiu à tempestade com uma linguagem que nos faz lembrar alguém expulsando o diabo da vida de uma pessoa possessa. Ele proferiu duas palavras: uma para o vento ruidoso: "Cala-te!"; a outra para as águas iradas, "Aqui-eta-te!" Como se estivessem cansados e fatigados, o vento se aquietou (39), e nas águas houve grande bonança.

    Sob o título "Com o Mestre a Bordo", podemos observar:

    1) a crise, 37-38;

    2) Cristo, 39;

    3) a calma, 39.

    Os milagres de Jesus, especialmente os "milagres da natureza", são uma ofensa para aqueles que rejeitam o que é sobrenatural. Mas não foi sempre assim? (cf. 1 Co 1.23). Quando alguém admite o maior de todos os milagres, a Encarnação, os milagres do Novo Testamento também são aceitos. De qualquer forma, a rejeição deste milagre sim-plesmente não leva em consideração o responsável relato de Marcos.'

    Tendo repreendido os elementos da natureza, Jesus se voltou aos seus perturbados seguidores e lhes repreendeu: Por que sois tão tímidos? (40) Se Ele censurou a falta de coragem deles, será que elogiaria os nossos temores? Nós vivemos em uma era de ansiedade. A preocupação não é um adversário manso. Mas em oposição ao medo, Jesus estabelece a fé. O nosso Senhor nos ajuda nesse ponto. "No dia em que eu temer, hei de confiar em ti" (S156.3).

    Sem palavras, os discípulos agora sentiram um grande temor (41). Literalmen-te: "Estavam apavorados com grande medo". Os discípulos fizeram a maior pergunta da vida: Mas quem é este? A resposta correta para esta pergunta é a única solução para a questão dos milagres. O singular do verbo obedecer no texto original indica que se pensou em cada elemento separadamente. "Até mesmo o vento, até mesmo o mar, obedecem a Ele.""

    A pergunta: Mas quem é este? pode ser usada para iniciar uma exposição dos versículos Marcos 4:39-5.43. O tema poderia ser "O poder de Cristo":


    1) sobre o perigo, Marcos 4:36--41;


    2) sobre os demônios, Marcos 5:1-19;


    3) sobre as enfermidades, Marcos 5:24-34;


    4) sobre a morte, Marcos 5:20-23, 35-43.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    *

    4:2

    parábolas. Ver Mt 13:3, nota.

    * 4.3-8

    semeador a semear. Na Palestina do primeiro século, o semear precedia o arar. Nos caminhos feitos pelos aldeães e nas áreas espinhosas, as sementes eram enterradas pelo arado. Lugares rochosos, cobertos por uma fina camada de terra, só se tornavam visíveis depois de arados.

    * 4:9

    Quem tem ouvidos. Ver também v. 23; Mt 11:15; 13:9, 43; Lc 8:8; 14:35; Ap 2:7, conforme Sl 115:6. Esta frase é uma chamada para ficar atento.

    * 4.10 Quando Jesus ficou só. Jesus estava só com os seus discípulos, em particular com os Doze (3.14, nota), dando-lhes instruções especiais. Este aspecto do ministério terreno de Jesus está em todos os Evangelhos.

    * 4:11

    mistério... parábolas. Ver referência lateral. O “mistério” se refere à revelação divina especial (Rm 16:25; Ef 1:9; 3:3, 9), a noção do Antigo Testamento, de que o profeta, pelo Espírito, está presente no conselho deliberativo de Deus. Aquilo que ele ouve torna-se sua mensagem autoritativa, divinamente inspirada para o povo (Ex 24:15-18; Dt 33:2; 1Rs 22:19; Is 6:1-13; Jr 23:18; Am 3:7). Tal revelação se cumpre plenamente no evangelho, que Paulo, mais tarde, chamará o “mistério de Cristo” (Ef 3:4; Cl 4:3) ou “o mistério do evangelho” (Ef 6:19). Aqui, o mistério do reino é que o reino vem com Jesus, porque ele é o Rei. Esse “mistério” revelado aos discípulos é contrastado com “parábolas” contadas “aos de fora”. Para “os de fora”, a parábola é um enigma (contrastar Jo 16:29), obscurecendo o seu entendimento, como as Escrituras tinham profetizado (v. 12, citando Is 6:9-10). Para “os de fora” Jesus permanece um enigma provocativo, como será através de todo seu ministério.

    * 4:13

    todas as parábolas. Esta explicação a respeito da função das parábolas aplica-se a todas as parábolas. Ver nota em Mt 13:13.

    * 4.14-20

    O “mistério” da parábola não é o seu ensino moral a respeito da dureza dos corações humanos. O “mistério” está no paradoxo que a vinda do reino de Deus deve ser comparada com uma frágil semente. O Filho do homem, que exerce toda autoridade na terra (2.11, 27), aparece como Jesus de Nazaré. A vinda do reino não é igualmente visível a cada um, embora seja um reino de poder. Os que estão fora, têm corações não receptivos. Para aqueles que têm ouvidos para ouvir, a parábola revela o “mistério” da redenção encoberto na pessoa e obra do próprio Cristo (1.34, nota).

    * 4:19

    fascinação da riqueza. Conforme Ef 4:22.

    * 4:22

    nada está oculto... senão para ser revelado. Durante o ministério terreno de Cristo coisas estão encobertas; mas virá o dia, da ressurreição em diante, quando tudo será revelado (Mt 10:26, 27; Lc 12:2-3).

    * 4:24

    Com a medida com que tiverdes medido. A futura disseminação do mistério do reino será recompensada na medida direta da fidelidade da pessoa à esta obra.

    * 4:25

    ao que tem se lhe dará. Este princípio é ilustrado nas parábolas dos talentos (Mt 25:14-30) e das minas (Lc 19:11-27).

    * 4.30-32. A parábola do grão de mostarda é outra vez relacionada com a presente manifestação do reino, na pessoa de Jesus.

    * 4:32

    aves do céu. Em Dn 4:21, a mesma metáfora se refere ao domínio mundial de Nabucodonosor.

    * 4.33-34

    Ver vs. 10-12.

    * 4:35

    a outra margem. De acordo com 3.7, Jesus está na Galiléia. A “outra margem” do lago é a região dos gadarenos, em Decápolis (5.1, nota).

    * 4:37

    grande temporal. O Mar da Galiléia fica a cerca de 213 metros abaixo do nível do mar, tem cerca de vinte e um quilômetros de comprimento por cerca de treze quilômetros de largura. Na sua extremidade meridional (sul) há um vale profundo cercado por rochas escarpadas. O vento, afunilando-se através de colinas que o cercam e através deste vale, pode açoitar o lago, provocando repentinas e violentas tempestades.

    * 4:38

    dormindo. Jesus tinha estado ensinando o dia todo e, sem dúvida, estava exausto. Marcos assim como João (Jo 4:6; 11:35, 38), dá ênfase à plena humanidade de Jesus.

    * 4:39

    Acalma-te, emudece. Lit., “seja amordaçada”. Jesus tem autoridade sobre a terra para perdoar pecados (2.10), é Senhor do Sábado (2.28), tem autoridade no seu ensino (1.22), sobre os demônios (1,27) e agora demonstra sua autoridade sobre a natureza. O ato de acalmar a tempestade parece-se com o seu poder de exorcizar; há a expressão demoníaca de violência (1.26; 5.4, 13); a ordem para a natureza aquietar-se (1.25, nota) e a calma resultante (5.15). Jesus amarra “o valente” (3.23-27) e corrige com seu poder a criação física.



    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    4:2 Jesus falava por parábolas e, através das histórias que contava, ensinava às pessoas. Essas histórias eram parábolas. A parábola usa cenas conhecidas para explicar verdades espirituais. Este método de ensino obriga ao ouvinte a pensar. E oculta a verdade a quem é muito obstinados ou têm prejuízos para atender o ensino que lhes dá. A maioria das parábolas tem um ponto central, pelo qual devemos ser cuidadosos em não ir além do que Jesus quis ensinar.

    4:3 A semente se plantava ou semeava à mão. Os agricultores foram pelo terreno lançando punhados de sementes que tiravam de uns sacos grandes que tinham pendurados dos ombros. As plantitas não cresciam na ordem que crescem agora graças à maquinaria que se usa para as plantar. Por destros que fossem os agricultores, não podiam evitar que as sementes caíssem no caminho ou entre as pedras e os espinhos, nem que as arrastasse o vento. Lançavam as sementes em abundância e obtinham que grande parte destas caíssem em boa terra assegurando a colheita.

    4:9 Escutamos com nossos ouvidos, mas há uma forma mais profunda de ouvir, com o coração, necessária para captar o sentido espiritual das palavras do Jesus. Algumas pessoas na multidão procuravam alguma evidência contra O; outros em realidade queriam aprender e crescer. As palavras do Jesus são para os que lhe buscam com sinceridade.

    4.11, 12 Algumas pessoas não entendem a verdade de Deus porque não estão preparadas. Deus revela sua verdade aos que desejam andar nela, aos que querem vivê-la. Quando você fala de Deus, sem dúvida não o entenderão se não estarem ainda preparados. Seja paciente e aproveite cada oportunidade para falar da verdade de Deus; peça que o Espírito Santo abra o coração de seus ouvintes para que recebam a verdade e a experimentem.

    4.14-20 As quatro classes de estou acostumado a representam quatro maneiras diferentes em que a gente reage à Palavra de Deus. Pelo general, pensamos que Jesus falava de quatro classes distintas de pessoas. Mas O também falava de: (1) diversas épocas ou fases na vida da pessoa, ou (2) como estamos dispostos a receber a mensagem de Deus em alguns aspectos de nossa vida e como o rechaçamos em outros. Por exemplo, você possivelmente seja receptivo a Deus quanto a seu futuro, mas fechado respeito a como usar seu dinheiro. Talvez é como a boa terra quanto às demandas de adoração de Deus, mas como o rochoso respeito a suas demandas de dar aos necessitados. Devemos procurar, sempre, ser como a boa terra em cada aspecto de nossa vida.

    4:19 As preocupações mundanas, a falsa sensação de segurança que produz a prosperidade e o desejo pelas coisas, infestaram aos discípulos do primeiro século tal como o fazem hoje. Com quanta facilidade as rotinas diárias se recarregam de coisas. Uma vida cheia de buscas materiais nos deixam surdos ante a Palavra de Deus. Mantenha-se firme a fim de ouvir quando Deus fala.

    4:21 Se um abajur não ajuda a ver, de nada serve. Está nossa vida mostrando a outros como é possível encontrar a Deus e viver para O? Se não ser assim, pergunte-se que "almudes", ocultam sua luz. A autocomplacencia, o ressentimento, a dureza de coração ou a desobediência podem ser "almudes", que impedem que a luz de Deus brilhe através de você para bênção de outros.

    4:24, 25 A luz da verdade do Jesus nos revela, não se esconde. Mas não estamos em capacidade de ver nem usar toda essa verdade agora mesmo. Solo na medida que pomos os ensinos de Deus em prática entenderemos e veremos mais dessa verdade. A verdade é clara, mas nossa capacidade para compreendê-la é imperfeita. Na medida que obedeçamos, iremos aguçando nossa visão e aumentando nossa compreensão (veja-se Jc 1:22-25).

    4:25 Esta frase significa simplesmente que temos o dever de usar bem o que temos. Não é questão de quanto temos, mas sim de como usamos o que temos.

    4.26-29 Esta parábola sobre o Reino de Deus, narrada unicamente pelo Marcos, revela que o crescimento espiritual é um processo contínuo e gradual que culmina em uma colheita de maturidade espiritual. Podemos entender o processo de crescimento espiritual comparando-o com o lento mas seguro crescimento de uma planta.

    4.30-32 Jesus usou esta parábola para explicar que até o cristianismo tinha um começo muito pequeno, chegaria a crescer até transformar-se em uma comunidade mundial de crentes. Quando se sentir sozinho em sua relação com Deus, lembre-se que O está construindo um reino mundial. Tem fiéis seguidores em cada parte do mundo e nossa fé, não importa quão pequena seja, pode juntar-se com a de outros para obter grandes costure.

    4.33, 34 Jesus adaptou seus métodos à capacidade e os desejos de entender de sua audiência. Não falou em parábolas para confundir, mas sim a fim de desafiar aos que sinceramente o buscavam a descobrir o verdadeiro sentido de suas palavras. Muitas dos ensinos do Jesus foram contra a hipocrisia e os motivos impuros, tão comuns nos líderes religiosos. Se tivesse falado diretamente contra eles, seu ministério público se teria visto embaraçado. Os que escutavam de verdade ao Jesus podiam entendê-lo.

    4.37, 38 O mar da Galilea está a pouco mais de duzentos metros sob o nível do mar e se encontra rodeado de montanhas. Os ventos sopram com bastante intensidade nas regiões próximas ao mar e provocam violentas e inesperadas tormentas. Os discípulos eram pescadores experimentados, toda sua vida pescaram naquele lago, mas nesta tempestade o pânico os dominó.

    4.38-40 Os discípulos se assustaram porque a tempestade ameaçava destrui-los e parecia que Jesus não se dava conta nem se preocupava do que acontecia. Era uma tempestade física, mas há tormentas que se produzem também em outro sentido. Pense nas tormentas de sua vida, nas circunstâncias que provocam em você grande ansiedade. Qualquer que seja sua dificuldade, tem duas opções: preocupar-se e supor que ao Jesus não importa ou resistir o medo e pôr toda sua confiança no. Quando o pânico queira fazer presa de você, confesse sua necessidade a Deus e confie em que O cuidará de sua vida.

    4:41 Os discípulos andavam com o Jesus, mas o subestimavam. Não compreendiam que seu poder se aplicava também a aquela situação. Jesus esteve conosco durante vinte séculos e em que pese a isso, ao igual aos discípulos, subestimamos seu poder quanto a resolver as crises de nossas vidas. Os discípulos ainda não conheciam bem ao Jesus, mas nós não temos a mesma desculpa.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    8. Ensino em parábolas (4: 1-34)

    1. Parábola do Semeador (4: 1-9)

    1 E mais uma vez ele começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele uma grande multidão, de modo que ele entrou num barco e sentou-se no mar; e toda a multidão estavam junto ao mar sobre a terra. 2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas, e lhes dizia no seu ensino, 3 Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear: 4 e aconteceu que, como semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram. 5 E outra caiu no rochoso terreno , onde não havia muita terra; e logo nasceu, porque não tinha terra profunda; 6 e, quando o sol estava ressuscitado, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. 7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram e não deu fruto. 8 E outra caiu em boa terra, e deu fruto, crescendo e aumentando; e trouxe à luz, trinta, a sessenta, e cem vezes mais. 9 E ele disse: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

    Para esta parábola, encontrada em todos os três Evangelhos sinópticos, ver em Mt 13:1 . Sat no mar é, obviamente ". sentou-se em um barco no mar" Para o significado da palavra parábolas (v. Mc 4:2) ver especialmente em Mt 13:3)

    10 E quando ele estava sozinho, os que estavam junto dele com os doze, interrogaram-as parábolas. 11 E disse-lhes: A vós é dado o mistério do Reino de Deus, mas aos que estão de fora, todas as coisas são feito em parábolas: 12 que, vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; que nunca se ache que eles se convertam, e ele deve ser perdoado. 13 E ele lhes disse: Não sabeis vós esta parábola? e como haveis de conhecer todas as parábolas? 14 O semeador semeia a palavra. 15 E estes são os à beira do caminho, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que tem sido semeada neles. 16 E estes na forma como são os que recebem a semente em cima das rochas locais , que, quando eles ouviram a palavra, logo a recebem com alegria; 17 e eles não têm raiz em si mesmos, mas de pouca duração; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. 18 E outros são os que recebem a semente entre os espinhos; estes são os que ouvem a palavra, 19 e os cuidados do mundo ea sedução das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera. 20 E esses são os que foram semeados em boa terra; como ouvir a palavra, e aceitá-la, e deis fruto, trinta, a sessenta, e cem vezes mais.

    Antes de explicar a Parábola do Semeador Jesus estabelecido Sua razão para falar em parábolas (ver em Mt 13:10 ). O texto em Marcos (v. Mc 4:12) e Lucas (Lc 8:10) coloca um problema. Por que Cristo uso parábolas que (literalmente, "a fim de que") as pessoas devem não entendeu? Isso parece totalmente irracional e diferente Dele. Mas Maclear sugere que este falar em parábolas era " Penal , como testar a disposição de quem a ouvisse; retirar a luz de tais como amaram mais as trevas e foram deliberadamente cego, e proteger a verdade desde o escárnio da escarnecedor. "Ou seja, aqueles que estavam dispostos a entender o faria, enquanto que aqueles que não estavam dispostos perderia a verdade inteiramente. Ressalta novamente o facto de incredulidade-e, em alguns casos ignorância-se mais do que uma moral uma dificuldade mental.

    Outro exemplo interessante de diferença de redacção, sem qualquer variação no significado é encontrado aqui. Marcos (v. Mc 4:15) usa o nome de Satanás, enquanto Mateus tem "maligno" e Lucas "o diabo".

    A explicação dos espinhos como dado em Marcos é especialmente impressionante. Nomes de Jesus três coisas em verso Mc 4:19 (Matt. tem apenas os dois primeiros). Os cuidados do mundo é, literalmente, "as ansiedades da idade." Este é um dos perigos mais graves com que se confrontam o filho de Deus. Muitos tornam-se obcecados com a ansiedade sobre assuntos materiais e perder seu brilho espiritual. A sedução das riquezas é uma frase muito significativa. Posses prometem paz, mas, geralmente, dão o oposto.Muito homem foi enganado pelo amor ao dinheiro em fazer as coisas que ele nunca sonhou que ia fazer. As ambições de outras coisas é, literalmente, "os desejos relativos às coisas demais." Isso inclui tudo o mais que pode estrangular a vida espiritual do crente .Desejo errado é a raiz de todos os problemas do homem.

    c. Lâmpada na Lampstand (4: 21-25)

    21 E disse-lhes: Está a candeia para se meter debaixo do alqueire ou debaixo da cama, e não para ser colocado no suporte? 22 Pois não há nada encoberto senão para ser manifesto; nem foi nada . feita em segredo, mas que deve vir à luz 23 . Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça 24 E disse-lhes: Acautelai-vos, que ouvis: com o que vos mete medida deverá ser medido vos você; e mais vos será dado a você. 25 Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, lhe será tirado até mesmo o que ele tem.

    Nos dias de Jesus uma pequena argila lâmpada, com uma pequena mecha no azeite de oliva, era o principal meio de acender a casa palestina, muitas vezes sem janelas. Ele seria colocado em um suporte, ou um nicho na parede, não sob um alqueire -realmente uma "medida" beijinho -ou cama. Este último não é um "tapete grosso" ou "pallet" (conforme Mc 2:4 . Os discípulos estavam para deixar a luz do evangelho brilhar.

    O versículo 22 declara um princípio geral. Somente coisas valiosas estão ocultas, e aquele que esconde o faz com a intenção de algum dia revelá-las.

    O contexto sugere o significado do verso Mc 4:24 como sendo de que a medida de sua audição será a medida de seu aprendizado. A pessoa que recebe retém; mas aquele que negligencia perde o pouco que ele já tem (v. Mc 4:25 ).

    d. Semente que cresce Secretly (4: 26-29)

    26 E ele disse: Assim é o reino de Deus, como se um homem lançasse a semente à terra; 27 e dormisse e se levantasse de noite e de dia, ea semente brotar e crescer, que não sabe. 28 A terra dá fruto de si mesma; primeiro a erva, depois a espiga e, em seguida, o grão cheio na espiga. 29 Mas, quando o fruto está maduro, logo lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.

    Esta é a única parábola encontrado sozinho em Marcos. Ele se encaixa no contexto da Parábola do Semeador. Ele ressalta o fato de que, mesmo em boa terra "a produção de frutas é um processo gradual tempo exigente."

    Elenco é aoristo, enquanto o sono e aumento estão no tempo presente. "A semeadura é uma vez por todas; de dormir e crescentes são um hábito diário. "

    De si mesma é automatizar , "automaticamente". A palavra é usada em outros lugares no Novo Testamento apenas em At 12:10 , para descrever a abertura do portão de sua própria vontade. Lâmina é, literalmente, "grama", referindo-se à filmagem. Eardeve ser "cabeça", porque o grão foi de trigo ou cevada.

    A ênfase desta parábola é sobre "a necessidade de paciência por parte do trabalhador cristão." É preciso dar tempo para que a semente que semeou a emitir na conversão e na vida cristã, no caso de o ouvinte.

    e. Semente de Mostarda (4: 30-32)

    30 E ele disse: Como havemos de comparar o reino de Deus, ou em que parábola é que vamos apresentá-la? 31 É como um grão de mostarda que, quando se semeia na terra, ainda que seja menos do que todos as sementes que estão sobre a terra, 32 contudo, quando é semeado, cresce, e se a maior de todas as ervas, e puser grandes ramos; de modo que as aves do céu podem apresentar sob a sombra da mesma.

    Para esta parábola, que é encontrada em todos os três Evangelhos sinópticos, ver em Mt 13:31 .

    f. Muitas parábolas (4: 33-34)

    33 E com muitas parábolas tais falou ele a palavra a eles, como eles foram capazes de ouvi-lo; 34 e sem uma parábola que ele não lhes: mas em particular aos seus próprios discípulos explicava tudo.

    Este breve parágrafo está intimamente paralelo em Mt 13:34 . Marcos acrescenta no versículo 33 : como eles foram capazes de ouvi-lo ; e no versículo 34 : mas em particular aos seus próprios discípulos explicava tudo.

    B. em áreas circunvizinhas (4: 35-9: 50)

    1. Primeiro Retiro e Return (4: 35-6: 29)

    1. Storm on the Lake (4: 35-41)

    35 E, naquele dia, quando já era tarde, ele disse-lhes: Passemos para o outro lado. 36 E, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco. E outros barcos estavam com ele. 37 E se levanta uma grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que o barco já estava enchendo. 28 E ele mesmo estava na popa, dormindo sobre a almofada; e despertaram ele, e dizer-lhe: Mestre, carest não te importa que pereçamos? 39 E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Paz, aquieta. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. 40 E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? 41 E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem?

    Marcos acrescenta alguns detalhes à descrição de Mateus deste incidente (ver em Mt 8:23. ). Ele diz que, devido à tempestade de vento (mesmo em Lc 8:23 ), o barco já estava enchendo (v. Mc 4:37 ). Obviamente, a afirmação de que era "cheio" (KJV) é incorreta, pois, nesse caso, já teria afundado. O grego diz claramente, "estava a ser preenchido."

    Todos os três relatos afirmam que Jesus estava dormindo. Marcos sozinho observa o lugar: . na popa ... sobre a almofada Provavelmente esta foi a almofada de couro no assento do piloto. Marcos também dá as palavras que Jesus proferiu nos dentes da tempestade. Enfrentando os ventos e as ondas, Ele exigiu severamente: Cala-te, ainda (v. Mc 4:39 ). Este último é, literalmente, "ser amordaçados." Lenski traz o duplo sentido do tempo perfeito, traduzindo-a: "Coloque o focinho no e mantê-lo em" Os elementos imediatamente obedeceram à voz do seu Criador.

    Normalmente, Marcos usa uma linguagem mais forte do que os outros para descrever as reações dos discípulos. Ele diz que eles grande temor , literalmente, "temia um grande medo." Isso não foi por causa da tempestade, mas porque a milagrosa demonstração do poder divino que tinham testemunhado.

    Este e outros "milagres da natureza" nos Evangelhos são rejeitados por muitos estudiosos hoje. Mas Rawlinson tem uma excelente resposta para essa atitude. Ele escreve: "A grande verdade da doutrina cristã da encarnação, uma vez assumido, nenhuma pessoa sábia irá proceder precipitadamente para desenhar os limites entre o que é eo que não é possível."


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    Em Mc 3:23, Marcos introduz a palavra "parábola" e usa-a oito vezes nes-se capítulo (Mc 4:2,Mc 4:10-41,Mc 4:30-41). A não ser que nosso coração esteja prepara-do para receber a semente da Pa-lavra, não cresceremos em graça e em conhecimento (2Pe 3:18). Ori- ginariamente, o semeador era Jesus, que veio para semear a Palavra de Deus (a semente) e para buscar a colheita. A Palavra de Deus, como a semente, "é viva, e eficaz" (He 4:12) e, quando é cultivada, frutifi-ca. Contudo, há forças que tentam impedir que a semente frutifique. Satanás tira a semente dos cora-ções duros (vv. 4,15); a carne pro-duz uma resposta temporária nos corações superficiais (vv. 5-6,16-1 7); e o mundo atrapalha o cresci-mento nos corações ocupados (vv. 7,18-19). O solo bom representa o coração preparado, que recebe a semente e frutifica em vários graus distintos ("fruto [...] mais fruto [...] muito fruto"; Jo 15:1-43).

    E relevante o fato de que três quartos dos corações não frutificam (eles não nasceram de novo verda-deiramente), e que os corações em produção não frutificam com todo o seu potencial. Não nos devemos desencorajar quando semeamos a semente em nossa pregação, nosso ensino e nosso testemunho (Gl 6:9; SI 126:5-6), pois Deus usará sua se-mente da forma mais adequada, e ela não será desperdiçada (Is 55:8-23; 31:3-9; Ez 4:20-27). O verdadeiro povo de Deus sempre foi minoria (Lc 12:32); todavia, a igreja confes-sa é muito parecida com uma árvo-re grande e cheia de ramos.

  • Iluminar (Mc 4:21-41)
  • Esse capítulo usa 13 vezes o verbo "ouvir", e ele refere-se ao recebi-mento da verdade de Deus no in-terior da pessoa, exatamente como o solo recebe a semente. Devemos estar atentos à maneira como ouvi-mos (Lc 8:18) e ao que ouvimos (v. 24), pois essas coisas determinam o que temos para compartilhar com os outros. Não recebemos a Palavra a fim de que apenas nós mesmos a desfrutemos. Nós a recebemos para compartilhá-la, da mesma for-ma que a lâmpada tem a finalidade de iluminar a casa toda. Veja Ma-teus 5:15-16 eLc 11:33-42.

  • Colher (Mc 4:26-41)
  • Podemos resumir essa parábola em quatro palavras: semear (v. 26), dor-mir (v. 27), crescer (v. 28), colher (v. 29). Tudo que podemos fazer é se-mear a semente; apenas Deus a faz crescer (1Co 3:6-46). Não podemos fazer a semente crescer; na verda-de, não entendemos totalmente seu crescimento. Nossa tarefa é semear a semente e ficar atentos à época da colheita (Jo 4:35-43). Embora, às vezes, o dormir retrate o pecado (Rm 13:11-45; 1Co 5:1-46), aqui é apenas um lembrete de que as pes-soas que trabalham duro precisam de descanso (veja Mc 6:31). Se os trabalhadores não se cuidam, não têm condição de fazer o trabalho que Deus os chamou a fazer.

  • Crer (Mc 4:35-41)
  • Jesus concluiu a lição e, a se-guir, fez um teste inesperado com os discípulos! Eles tinham ouvido a Palavra de Deus, e a Palavra de-veria fazer crescer a fé deles (Rm 10:17). Infelizmente, eles fracas-saram no teste! Embora as tempes-tades violentas e inesperadas não sejam incomuns no mar da Gali- léia, parece que essa teve origem satânica. No versículo 39, a pala-vra "repreendeu" é a mesma usada quando Jesus expulsava demônios (1:25). Talvez o inimigo quisesse impedir Cristo de chegar a Gada- ra, local em que ele libertaria dois endemoninhados do poder de Sa-tanás. Você pode sorrir na tempes-tade com Cristo no navio — se sua fé estiver nele, e apenas nele.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    4.1 Entrou num barco. Afastando-se da multidão, Jesus podia, do palco do barquinho, ser ouvido por muito mais gente.

    4.2 Ensinava... parábolas. Conforme Mt 13:0 e Talmude);
    3) Tornaram concretas idéias abstratas;
    4) Provocaram uma decisão e
    5) Guardaram em sigilo o mistério do reino para crentes (vv. 11,12).

    4.3 Ouvi. Esta parábola do semeador inicia-se e termina com a chamada à atenção salientando a importância de sua mensagem, como também a necessidade de fé da parte do ouvinte. A Parábola do Semeador sugere vários propósitos:
    1) Estímulo aos proclamadores da mensagem da salvação em face de muito desinteresse e oposição;
    2) A responsabilidade do ouvinte de perseverar em face das dúvidas vindas do diabo, a perseguição dos oponentes e a tentação do mundo;
    3) A diferença entre a receptividade dos discípulos e a dos incrédulos.

    4.5 Rochoso. Conforme Lc 8:0). Reino de Deus. Equivale ao termo em Mt "o reino dos céus" (conforme Mt 3:0). Isto não quer dizer que se negue ou a eleição de Deus (Rm 8:29, Rm 8:30) ou a livre escolha por parte do homem. • N. Hom. 4:13-20 Quatro reações à pregação do evangelho:
    1) O coração duro tem o diabo em pleno controle;
    2) O coração instável que espera displicentemente por uma cômoda viagem para o lar celestial;
    3) O coração egoísta quer o que há de melhor no evangelho e no mundo (Mt 6:24);
    4) O novo coração preparado por Deus (Ez 36:26ss).

    4.17 Escandalizam, Gr scandalizõ, vem de scandalon (o verbo só ocorre em literatura bíblica e cristã) referindo-se ao pau que segura a isca e aciona a armadilha.

    4:21-25 Parece que a aplicação desta parábola, aqui, refere- se ao ministério do reino. O propósito de Deus não é de guardar para sempre o evangelho e Seu Messias ocultos num cantinho da Palestina. Após a morte, a ressurreição de Cristo e o Pentecostes, Eles serão manifestados ao mundo inteiro (conforme Mt 5:1-40; Lc 8:16n). Medida, Conforme Lc 8:10n.

    4:26-29 Esta parábola só se encontra em, Marcos. Fala do crescimento imperceptível da Palavra semeada no coração e no mundo, iniciativa própria de Deus, O clímax vem no fim, no julgamento final quando o propósito de Deus ficará claro.
    4.31 Menor de todas. Não no sentido absoluto, mas era ditado proverbial (cf.Mt 17:20; Lc 17:6). Esta parábola apresenta o contraste dramático entre o reino insignificante agora e seu futuro glorioso. Aninhar-se. Refere-se ao refúgio providenciado no reino para todos os povos da terra (conforme Mt 24:31).

    4.33 Muitos. Marcos faz apenas uma pequena coletânea, selecionada de todo o ensino parabólico de Jesus. O tema principal dessas parábolas é o crescimento da semente, apontando para a tarefa principal de evangelização na 1greja. Capacidade. Jesus, pelas parábolas, manteve o interesse do povo enquanto o chamava para uma decisão. Após Sua paixão, não haveria mais desculpa, pois abertamente o evangelho será anunciado (At


    2) .
    4.35 Outra margem. Seria a margem leste do mar da Galiléia.

    4.37 Grande temporal. Tempestades tremendas, às vezes, descem ainda hoje, dos altos montes das redondezas, especialmente do monte Hermon, atingindo com violência o lago de Quinerete (ou de Tiberíades), 200 m abaixo do nível do mar Mediterrâneo.

    4.38 Dormindo. Jesus não era imune ao cansaço (conforme Jo 4:6). Não te importa. Contrasta-se a impetuosidade dos discípulos com a calma de Jesus (Lc 8:23n). Seria natural que a Igreja primitiva, oprimida por fortes perseguições, visse, nesta experiência, um paralelo com sua situação (muito cedo um barco servia de símbolo da igreja na arte cristã). No meio de toda provação, Jesus está, realmente com Sua Igreja, não havendo, portanto, nem razão para o temor, ainda que Seu auxílio demore chegar.

    4.39 Acalma-te, emudece! As mesmas palavras pronunciadas por Jesus em 1.25, contra os demônios. Um dia, todo o mal espiritual e material ainda será afastado dos fiéis em Cristo (conforme Ap 21:3, Ap 21:4).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    A parábola do semeador (4:1-20).

    (Textos paralelos: Mt 13:1-40; Lc 8:4-42).

    Essa parábola mostra que a razão de os líderes religiosos e outras pessoas se oporem a Jesus e até os seus parentes o interpretarem mal (3.19b-35) era a condição espiritual do coração deles. Ao dirigir essa parábola à multidão na margem do lago, Jesus queria que ela prestasse atenção especial na natureza do seu próprio coração. Alguns ouvintes do seu ensino, ele destacou, nunca captavam coisa alguma de sua mensagem; outros eram desencorajados em virtude de dificuldades, e ainda outros eram seduzidos pela prosperidade, de modo que somente uma pequena proporção se comprometia com ela de forma duradoura.
    Antes de explicar a parábola aos seus discípulos, Jesus respondeu à pergunta acerca do porquê de ele usar parábolas (v. 10-12). A essência da sua resposta parece ser que ele fazia isso para testar a receptividade espiritual dos seus ouvintes. As pessoas que eram provocadas por elas à reflexão intensa poderiam avançar para obter esclarecimento sobre elas (e.g., ao perguntarem a Jesus acerca do seu significado, como fizeram os discípulos nessa ocasião); ao passo que as pessoas que se negassem a refletir sobre elas seriam pessoas que ainda que vejam não percebam (v. 12; citando Is 6:9,Is 6:10), i.e., que compreenderiam o sentido literal das palavras, mas não o significado mais profundo das parábolas.

    O objetivo das parábolas de Jesus, continuação (4:21-25,33,34). (Textos paralelos: Mt 5:15; Mt 10:26; Mt 11:15; Mt 7:2; Mt 13:34; Lc 8:17; Lc 12:2; Lc 6:38.)

    Assim como uma lâmpada só é útil quando colocada sobre um suporte (v. 21), o objetivo final das parábolas de Jesus era revelar a verdade, e não escondê-la (v. 22), embora expressassem a verdade de forma um tanto mistificadora no início. Considerem atentamente o que vocês estão ouvindo, disse Jesus (v. 24), i.e., “Não considerem essas parábolas meras histórias, mas penetrem na mensagem que elas estão tentando compartilhar”. Com a medida com que medirem (de atenção às parábolas), vocês serão medidos (medida recebida de benefício espiritual das parábolas). Pois a quem tiver (por causa da aplicação sincera), mais lhe será dado (em forma de bênção divina), ao passo que ouvintes descuidados vão acabar num estado de confusão sempre crescente (v. 25). Ao falar em parábolas, Jesus adaptou o seu ensino ao grau de receptividade dos seus ouvintes (v. 33), esperando que, por meio das parábolas, os seus ouvintes não somente compreendessem a verdade, mas fossem atraídos a ele, o revelador da verdade (v. 34).

    A parábola da semente que cresce em segredo (4:26-29).
    Nessa breve parábola, peculiar ao evangelho de Marcos, Jesus ensinou que o Reino de Deus certamente iria atingir a sua consumação, embora no início nada muito dramático fosse observável. Por meio do ministério da pregação de Jesus, a semente havia sido semeada, e agora nada poderia impedir a colheita que no final resultaria dela. Em vez de ficarem aflitas, as pessoas agora deveriam mostrar paciência, calma, confiança e expectativa.

    A parábola da semente de mostarda (4:30-32). (Textos paralelos: Mt 13:31,Mt 13:32; Lc 13:18.)

    Essa parábola adicional que Jesus contou afirma o grande futuro destinado ao Reino de Deus, apesar do grupo pequeno que até então tinha nascido para esse reino. A semente de mostarda, proverbialmente a menor de todas as sementes, em poucas semanas podia se desenvolver em um arbusto de mais Dt 2:0; 31:6Ez 4:21,Ez 4:22).

    A tempestade no lago (4:35-41). (Textos paralelos: Mt 8:23-40; Lc 8:22-42.)

    Dt 4:35 a 5.43, são registrados os três atos de poder divino realizados por Jesus numa situação de desespero e impotência humanos (sendo o último deles um ato duplo). O primeiro aconteceu quando ele acalmou uma das violentas tempestades que com freqüên-cia caíam repentinamente sobre o mar da Ga-liléia. Cansado no final de um dia de ensino, Jesus rumava para o leste atravessando o mar com seus discípulos. Na almofada do barco (fornecida ao visitante de honra e colocada na popa, longe dos respingos das ondas), Jesus descansou a sua cabeça e adormeceu. Quando a tempestade aumentou, os discípulos acordaram Jesus, insinuando que ele não se importava com o perigo deles. Mas o fato de ele acalmar as águas os deixou admirados e pasmos diante dele (v. 41).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 34

    F. Parábolas à Beira-mar. Mc 4:1-34.

    Aqui vem à tona um diferente método de ensino. Ainda que Cristo usasse o ensino alegórico até um certo ponto anteriormente, só nessa ocasião do seu ministério ele começou a empregá-lo como veículo importante de expressão. Conforme as multidões foram aumentando, a oposição se intensificando e os seguidores superficiais foram se multiplicando, Jesus adotou a parábola como meio de instrução dos seus próprios discípulos, de um lado, e do outro escondendo a substância do seu ensino dos ouvintes superficiais e antagônicos. Nessa ocasião ele usou as parábolas para ilustrar certas características do Reino.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 34
    f) Ensino por parábolas (Mc 4:1-41; Lc 8:4-42. Este capítulo introduz um novo método didático no ministério de Jesus com o uso de parábolas. É sugestivo que a mudança de método se manifesta no momento em que Jesus transfere Sua atenção principal das massas para os Doze, cujo ensino e preparação agora O preocupam. O povo não se perde da vista, mas até aqui a multidão é mais atraída pelas Suas obras do que pelos Seus ensinos. Buscaram curas, mas ainda não responderam ao Seu ensino espiritual. A beira-mar (1): Mais uma vez, Jesus se separa da multidão, entrando num barquinho, talvez o mesmo que usou em Mc 3:9, e faz dele Seu púlpito, de onde prega a palavra para o povo reunido na praia. A palavra "parábola" contém a idéia básica de comparação, e dali da ilustração de verdades espirituais por meio de uma história tirada da experiência terrestre e natural. Porém, a parábola não é apenas uma ilustração edificante. A exortação Ouvi (3), preservada somente em Marcos, e outras parecidas nos vers. 8,23-24, indicam que o propósito da parábola é estimular séria reflexão. A parábola cumpre o papel de arma moral que desperta e anima a consciência.

    A parábola de Natã para Davi (2Sm 12:1-10) é exemplo clássico no Velho Testamento desta função. A parábola do semeador (3-8) narrado por todos os três sinóticos reflete a situação imediata em que se encontrava Jesus e Seu ensino. Ao mesmo tempo enuncia princípios que são válidos quanto à pregação da palavra em todos os tempos. Pedregais (5, ARC); melhor, solo rochoso (ARA), isto é, terreno raso com subsolo de pedra. Verifica-se na Galiléia esta feição geográfica. Salienta-se na parábola a colheita abundante (8), não obstante os primeiros resultados desanimadores (cfr. Jo 4:35; Mt 9:37). Dos evangelistas somente Marcos dá relevo a esta ênfase, utilizando no original grego o singular quando se refere aos insucessos, e o plural quando descreve os bons resultados: gr. homem (4); allo (5), allo (7); alla (8). A semente mais abundante foi aquela que caiu em boa terra.

    >Mc 4:10

    Antes de explanar a parábola aos Doze particularmente (10), Jesus comenta Seu uso do ensino parabólico, para responder a uma pergunta. O vers. 12 sempre apresenta dificuldades para expositores. Cita-se aqui Is 6:9-23, que sugere um duplo propósito no método parabólico de ensino. Primeiro, revela-se a verdade aos discípulos, e em segundo lugar, se esconde dos que estão de fora (11) como juízo ou castigo por sua cegueira.

    A referência ao mistério do reino do Deus (11) dá apoio a esta idéia, pois o uso do vocábulo "mistério" no Novo Testamento indica um "segredo revelado", antanho escondido, mas agora conhecido por revelação (cfr. Ef 3:3-49; Cl 1:27). Alguns expositores acham esta interpretação tão inaceitável que preferem rejeitar o ditado como não sendo um ensino autêntico de Jesus, e consideram isto e a seguinte explicação nos vers. 13-20 como um acréscimo de tradição cristã secundária, de data posterior. Outra interpretação considera o julgamento contra os ouvintes insensíveis um ato de misericórdia que os poupa da culpa de rejeitar a simples verdade. Mais outra aponta para o estilo resumido de Marcos, e sugere que as palavras "para que" do verso 12 equivalem "para que a Escritura se cumpra" (cfr. Mt 13:14).

    A premissa aceita por todos os expositores é que o propósito principal duma parábola consiste em facilitar e não impedir a apreensão da verdade. Além disto, podemos observar que a natureza intrínseca da revelação é tal que a capacidade de recebê-la depende em primeiro lugar da renúncia da vontade individual e em seguida da obediência. "Vinde e vede" (Jo 1:39) é sempre a seqüência na experiência cristã: a conquista moral há de preceder a iluminação intelectual. Os discípulos já se renderam à soberania de Jesus e portanto podiam compreender (11), se as parábolas escondem temporariamente dos que estão de fora as verdades do reino no nível intelectual, é somente para o fim de conseguir primeiro uma convicção moral que os leva depois ao esclarecimento intelectual. Há muitos que no seu orgulho queriam inverter esta ordem inalterável (cfr. Mt 11:25). A interpretação da parábola do semeador (13-20) serve como modelo para entender as outras parábolas, da mesma maneira que um professor demonstra um teorema no quadro-negro. O reino se estenderá, semeando a palavra (14). Esta idéia é fundamental ao evangelismo. A tarefa do evangelista não é apenas a de apresentar argumentos convincentes, e de induzir outros por eloquência sedutora a pensar de sua maneira, mas de semear a semente viva da Palavra de Deus no solo do coração humano. O germe da nova vida se encontra na Palavra, sem a implantação da qual ninguém jamais se torna cristão (1Pe 1:23). As coisas que impedem a aceitação da Palavra são as seguintes: indiferença (15); falta de espiritualidade (16); preocupação com os cuidados e riquezas do mundo (18). Onde a palavra for ouvida, compreendida e aceita, a ceifa é certa (20). Satanás (20): esta referência mostra patentemente que Jesus ensinava a existência de um poder pessoal do mal. De outra maneira, Ele bem podia ter interpretado as aves do céu (4) como tentações impessoais.

    >Mc 4:21

    Dois grupos de ensinos (21-23 e 24-25), iniciados pela fórmula "E disse-lhes", dão mais pormenores quanto ao método parabólico de ensino, com referência especial à responsabilidade moral dos ouvintes. A parábola da candeia (21) confirma a observação acima (12) que a grande finalidade da parábola é iluminar e revelar, embora tenha o efeito temporário de ofuscar. Alqueire: vasilha usada para medir cereais. O segundo grupo (24-25) ensina a necessidade de abraçar a verdade como condição para receber maior revelação de verdade. Quando o indivíduo não aceita a verdade, diminuem-se seus poderes de percepção, que se atrofiam por falta de uso, exatamente como as faculdades físicas. Veja Lc 8:16 n. e cfr. Mt 5:15; Mt 10:26.

    >Mc 4:26

    A parábola da semente que cresce misteriosamente (26-29) é a única que se encontra somente em Marcos. Salienta-se o fato que a palavra de Deus operará de si mesma no coração humano, dadas as condições favoráveis, justamente da mesma maneira em que a terra por si mesma frutifica (28; cfr. Is 40:10; 1Co 3:6). De si mesma: grego-automate. A instrumentalidade humana se limita a duas atividades, o semear e o ceifar (Jo 4:35, Jo 4:38). O que acontece entre estas duas atividades depende da vitalidade da semente e da interação frutífera entre a semente e a terra.

    >Mc 4:30

    É singular a expressão que se usa para introduzir a terceira parábola do reino, a do grão de mostarda: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? (30, ARC). Melhor com a ARA: Com que parábola o apresentaremos? Como se a parábola fosse uma espécie de embrulho contendo a verdade. Há duas maneiras de interpretar esta parábola. A primeira vê nela a expansão do reino desde um começo insignificante. A segunda, apoiada por Dr. Campbell Morgan, aponta para o desenvolvimento do reino até proporções anormais, permitindo que as aves do céu, símbolo de espíritos maus, se aninhassem nele. Esta segunda interpretação tem o mérito de conformidade quanto ao uso de símbolos, visto que as aves do céu representam o mal não somente aqui mas também na parábola do semeador. A própria história da igreja o confirma, pois ela se corrompeu sob o imperador Constantino que lhe deu uma posição e patronato imperiais que lhe eram impróprios. Veja Mt 13:32 n. Por outro lado, a exposição tradicional é mais natural, e consona melhor com os sentimentos gerais do capítulo que exalam otimismo e confiança no triunfo final da Palavra de Deus.

    Uma declaração do evangelista ultima os ensinos sobre o propósito e os princípios parabólicos. O reino de Deus era completamente diferente do que muitos pensavam, e as parábolas serviam muito bem para desarraigar aquelas noções erradas, onde ensinos diretos não teriam sido aceitos. Revelou-se a natureza do reino ao povo mais por comparação do que por definição. Aos discípulos, porém, Jesus explicava em particular seus ensinos mais minuciosamente.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41

    14. O solo das Almas (Marcos 4:1-20)

    Ele começou a ensinar de novo à beira-mar. E uma grande multidão tão reuniu-lhe que ele entrou num barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra.E Ele estava ensinando-lhes muitas coisas em parábolas, e lhes dizia no seu ensino, "Ouça a esta! Eis que o semeador saiu a semear; como ele estava semeando, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram. Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra; e logo nasceu, porque não tinha terra profunda. E depois que o sol tinha subido, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. Outras sementes caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na, e não deu safra. Outras sementes caíram em boa terra, e, como eles cresceram e aumentaram, eles produziram uma safra e produziu trinta, sessenta e cem por um. "E Ele estava dizendo:" Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça. "Como Assim que Ele estava sozinho, seus seguidores, juntamente com os doze, começou perguntando a ele sobre as parábolas. E ele estava dizendo-lhes: "A vós foi dado o mistério do Reino de Deus, mas os que estão fora colocar tudo em parábolas, para que, enquanto vendo, vejam e não percebam, e, ouvindo, ouçam e não entender, caso contrário, eles podem voltar e ser perdoado. "E disse-lhes:" Não compreendeis esta parábola? Como você vai entender todas as outras parábolas? O semeador semeia a palavra. Estes são os que estão ao lado da estrada, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. De forma semelhante estes são os que em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários; então, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. E os outros são aqueles em que foi semeado entre os espinhos; esses são os que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. E esses são os que em que foi semeado em boa terra; e ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto, trinta, sessenta e cem por um "(4: 1-20).

    A nação de Israel, desde o início do primeiro século, foi dominada por expectativa messiânica. O povo judeu imaginou um libertador que iria resgatá-los da ocupação romana, restaurar a glória nacional de Israel tudo o que havia sido perdida nas mãos dos opressores estrangeiros, como os assírios, babilônios, gregos e romanos.

    Como os leitores dedicados do Antigo Testamento, eles olharam para as extensas promessas do reino de Messias com grande expectativa, convencido de que ele iria restabelecer o trono de Davi em Jerusalém e exaltar Israel acima de todas as outras nações. Nos tempos do Novo Testamento, a única dinastia real em Israel era a de os Herodes, que governou por consentimento de Roma. Mas Herodes, o Grande e seus filhos foram edomitas, descendentes de Esaú, que repetidamente colocar seus próprios interesses acima dos interesses dos judeus. Sob o domínio romano, as pessoas eram obrigadas a pagar impostos pesados ​​para César (conforme 13 41:2-17'>Marcos 2:13-17), uma lembrança dolorosa de sua escravidão nacional cansativo. Muitas vezes, o alvo da brutalidade Roman, em parte por causa de seu estrito monoteísmo, o povo judeu tornou-se cada vez mais ressentida com o jugo imperial eles foram forçados a suportar. Como o peso da opressão estrangeira cresceu mais pesado, as chamas de antecipação messiânica queimado cada vez mais brilhante.

    Quando João Batista começou a pregar no deserto, declarando-se o precursor do Messias (conforme Mc 1:2). As mesmas multidões que esperavam a Sua vinda se voltaram contra ele, acabou chorando por sua morte. Como Pedro disse a um público judeu no templo, "O Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou seu servo Jesus, a quem vós entregastes e rejeitado na presença de Pilatos, quando ele tinha decidido soltá-lo. Mas você renegou o Santo e Justo, e pediu um assassino a conceder a você, mas condenado à morte o Príncipe da vida, aquele a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, um fato de que nós somos testemunhas "(13 44:3-15'>Atos 3:13 —15).Inconcebivelmente, Israel odiava o ungido de Deus, o Messias, mesmo num momento em que a antecipação para Sua chegada nunca tinha sido mais fervorosa. Preocupado com a libertação político prometido no Antigo Testamento, o povo judeu cegamente ignorado o fato de que o mesmo Antigo Testamento também predisse que o Messias deve primeiro sofrer e morrer (conforme Sl. 22: 1-18; Is 52:13). Como Pedro passou a explicar: "As coisas que Deus anunciadas de antemão pela boca de todos os profetas, que o seu Cristo iria sofrer, assim, Ele cumpriu" (At 3:18).

    O Senhor Jesus, é claro, retornar em um dia futuro para estabelecer o Seu glorioso reino de Jerusalém (Apocalipse 19:11-20: 6). Naquela época, todo o Antigo Testamento promete ao seu povo sobre o Seu reino terrestre será perfeitamente observadas (por exemplo, Isa. 9: 6-7; 11: 4-5; Is 24:23; 33: 17-22; 42: 3-4; 49: 22-23; 60: 1-62: 7; Jer 33: 14-21).. Mas, em sua primeira vinda, Jesus veio como o último Cordeiro sacrificial quem arcaria com a pena do pecado, morrendo na cruz (conforme 2 Phil:. 5-11; I Pedro 2:21-25). O próprio Jesus declarou Sua missão com estas palavras: "Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10:45). Claramente, seu papel como o Servo Sofredor não correspondia às expectativas prevalecentes de um príncipe guerreiro que iria derrotar os romanos. Embora houvesse uma grande quantidade de interesse superficial em milagres de Jesus, o número de verdadeiros discípulos foi relativamente pequeno.

    Deve ter sido difícil para os discípulos de Jesus para entender por que tão poucos do povo judeu, e, especialmente, os líderes religiosos, creram nele. Em numerosas ocasiões, eles tinham testemunhado Jesus exercer o poder divino sobre os demônios, doenças e até mesmo a morte. Eles sabiam que Ele era o Messias (conforme Mc 8:29). Jesus se referiu a eles como membros de Sua família espiritual (Mc 3:34), porque obedeceu a vontade do Pai, crendo no Filho (Jo 6:40). Mas eles estavam em minoria, compreendendo apenas um pequeno rebanho (conforme Jo 10:27).

    Instituição religiosa de Israel trabalhou incansavelmente para desacreditar Jesus na mente das pessoas. Eles afirmaram: "Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios" (Mc 3:22). As multidões que vieram ouvir Jesus encontraram-se presos entre uma curiosidade superficial em seus milagres e um desejo de não ofender os líderes religiosos (conforme Jo 2:24-25). Mesmo alguns dos fariseus experimentado isso muito a tensão: "No entanto, muitas mesmo dos governantes creram nele, mas por causa dos fariseus não estavam confessando-O, por medo de que eles seriam expulsos da sinagoga; Porque amavam a aprovação dos homens, em vez de a aprovação de Deus "(João 12:42-43). O medo do homem, junto com o alto custo do discipulado, causou muitos que foram inicialmente atraídos por Jesus para, eventualmente, cair fora (conforme Jo 6:66).

    Por que isso aconteceu? Como poderia o Messias esperado ser tão amplamente rejeitado pelo seu próprio povo? O poder de Jesus era inconfundivelmente divina. Seu ensinamento foi autorizada; Seus milagres, wondrously sobrenatural; Sua vida, sem pecado; Sua popularidade, sem precedentes. No entanto, no final do Seu ministério terreno, Seu grupo de seguidores apenas numeradas cerca de 500, provavelmente na Galiléia, e 120 em Jerusalém (conforme At 1:15; 1Co 15:6: "Senhor, são apenas alguns que se salvam?" Jesus já tinha respondido a essa pergunta no Sermão da Montanha. "Entrai pela porta estreita; por larga é a porta e o caminho é largo que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Porque a porta é pequena e o caminho é estreito que leva à vida, e poucos há que a encontrem "(13 40:7-14'>Mateus 7:13-14.). Claramente, Jesus enfatizou a exclusividade estreito do Evangelho. Mesmo assim, aqueles que realmente acreditava nele deve ter se perguntado por que a maioria de seus compatriotas rejeitaram o Messias, mesmo depois de muitos tiveram inicialmente respondeu-lhe com entusiasmo e fascinação.

    Para ajudar seus discípulos compreender a causa da crescente rejeição de Israel, Jesus criou uma parábola explicativas elaboradas diretamente do mundo agrícola do primeiro século. Em Marcos 4:1-9, Ele simplesmente descreveu a realidade de diferentes tipos de solo para as multidões de escuta. Ele, então, articulou o propósito por trás de suas parábolas nos versículos 10:13, mas apenas aos Seus seguidores.Nos versículos 14:20, Ele explicou-lhes que o ponto dessa parábola era para ilustrar a razão básica para as respostas das pessoas ao evangelho.

    A parábola: Uma história sobre Solos

    Ele começou a ensinar de novo à beira-mar. E uma grande multidão tão reuniu-lhe que ele entrou num barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra.E Ele estava ensinando-lhes muitas coisas em parábolas, e lhes dizia no seu ensino, "Ouça a esta! Eis que o semeador saiu a semear; como ele estava semeando, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram. Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra; e logo nasceu, porque não tinha terra profunda. E depois que o sol tinha subido, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. Outras sementes caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na, e não deu safra. Outras sementes caíram em boa terra, e, como eles cresceram e aumentaram, eles produziram uma safra e produziu trinta, sessenta e cem por um "(4: 1-8).

    Depois de Sua família veio para encontrá-lo em uma aparente tentativa de levá-lo de volta para Nazaré (Mc 3:21, Mc 3:32), Jesus deixou a casa em que ele estivera ministrando e retirou-se para as margens do Mar da Galiléia. Há, ainda cercado por uma multidão de pessoas, começou a ensinar de novo à beira-mar. Mais cedo naquele mesmo dia (Mt 13:1). Em resposta, o Senhor os advertiu sobre o perigo eterno de blasfemar contra o Espírito Santo, assim, que estava no trabalho por meio dele (vv. 28-29).

    Embora Ele havia sido rejeitado e repudiado pela elite religiosa de Israel por causa de suas palavras, Jesus manteve-se popular com as pessoas comuns por causa de suas obras. As multidões massivas o obrigou a passar longos períodos em áreas rurais, longe das cidades, a fim de acomodar todos os que vieram a ele por causa de seus milagres (conforme 01:45). Nesta ocasião, como em outros (conforme 3: 9), uma grande multidão tão reuniu-lhe que ele entrou num barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra. A fim de enfrentar toda a multidão, Jesus pôs algum espaço entre ele e os mob pressionando por entrar em um barco navio-que —likely uma pequena pesca foi empurrado apenas offshore. Em estilo típico rabínica, o Senhor sentou-se para ensinar. Isso também lhe proporcionou estabilidade devido ao balanço do barco. De acordo com Mt 13:2). O propósito das parábolas era esclarecer a verdade a crentes e escondê-lo dos incrédulos. Nesse sentido, eles foram uma bênção e um julgamento. O termo parabole (parábola) vem de duas palavras: gregopara, ou seja, ao lado de, e Ballo , ou seja, para colocar ou leigos. A idéia é a de fazer uma comparação, colocando algo junto com algo mais por uma questão de ilustração ou explicação. Como analogias ou contos estendidos, parábolas utilizadas práticas ou objetos familiares para elucidar as verdades espirituais desconhecidos ou complexos. Eles representavam uma forma comum de ensino rabínico, com o termo que aparece cerca de quarenta e cinco vezes na Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento).

    Como Jesus introduziu a parábola dos solos, começou por dizer a eles em seu ensinamento, "Escutem isso!" O comando de atenção As palavras ressaltou a importância de que ele estava prestes a dizer. O Senhor escolheu uma cena bem conhecido para a definição da parábola dos solos. Sem dúvida, muitos de seus ouvintes eram os próprios agricultores. Eles sabiam, por experiência própria, o que significou para o semeador para ir para fora para semear seus campos. Todo mundo em que a sociedade predominantemente agrária no primeiro século Israel estava bem familiarizado com a analogia Jesus usado.Campos de grão cobriu a paisagem da Galiléia. Um homem içar um saco de sementes por cima do ombro e dispersando sementes como ele lentamente atravessado seu campo franzida teria sido uma visão familiar.

    Ouvintes de Jesus eram igualmente ciente dos tipos de solo em que as sementes possam cair como o semeador foi de semeadura. Dispersão de sementes por mão significava que algumas das sementes inevitavelmente caiu em vários tipos de solo pobre. Algumas sementes foi obrigado a cair ao lado da estrada , uma referência aos caminhos estreitos que cruzavam a paisagem galileu, separar campos e fornecer tanto os agricultores e viajantes acessar através do campo. Jesus e seus discípulos tinham anteriormente caminhava tal estrada , quando os fariseus os confrontaram para a colheita de grãos no sábado (Marcos 2:23-28). Esses caminhos foram seco e sem proteção do clima quente e árido. Devido ao tráfego repetido pé, estradas foram duro embalado, quase como pavimento, o que torna quase impossível para qualquer semente que caiu lá para penetrar no solo e raízes. Porque semente que caiu ao lado da estrada ficou exposto ao lado do caminho empoeirado, não demorou muito para que os pássaros vieram e as comeram. Eles seguiram o semeador, voando atrás e esperar até que o semeador tinha se mudado para outra parte do campo, em Para swoop para baixo e comer a semente de fácil acesso. Quaisquer que sejam as aves perdidas seriam "pisada" (Lc 8:5, "Os discípulos vieram e disseram a Ele: "Por que lhes falas em parábolas?" "Eles não entendiam por que Jesus escolheu para abordar as multidões usando analogias inexplicáveis ​​e enigmas espirituais. Por que Ele contar histórias sem explicar o que quis dizer? Em parte, a consternação dos discípulos foi motivado por sua própria falta de compreensão (Mc 4:13). Mesmo que eles não sabem como interpretar a parábola até que o Senhor explicou o significado para eles.

    Jesus ofereceu uma explicação dupla para usar parábolas: para esconder a verdade do coração duro enquanto revelando-lo para aqueles que acreditavam. Assim, Ele estava dizendo a eles: "Para você [que acreditam em mim] foi dado o mistério do Reino de Deus, mas os que estão fora [que rejeitaram Me] colocar tudo em parábolas. " Os seguidores de Cristo possuía os ouvidos para ouvir, e Jesus de bom grado divulgado o significado para eles. Quando Jesus contou uma parábola para os que acreditavam, era uma revelação da graça que fez a verdade espiritual clara.

    A palavra mistério ( musterion ) refere-se a verdade espiritual que estava oculto, mas agora foi revelado. Nos tempos modernos, a palavra "mistério" é muitas vezes usado para falar de acontecimentos inexplicáveis, crimes não resolvidos, ou o enredo intrigante de um romance policial. Na Roma antiga, os membros de cultos pagãos, chamadas "religiões de mistério", desenvolvido ritos clandestinos e orgulhavam-se de posse de conhecimentos secretos. Nas Escrituras, mistério não se refere a qualquer uma dessas idéias. Mistérios do Novo Testamento consistem em revelações e explicações da verdade divina que não foram totalmente compreendidas pelos crentes antes era do Novo Testamento.

    Neste contexto, o mistério é o reino de Deus, uma referência ao reino da salvação. Embora Deus reina sobre tudo e todos, o reino da salvação consiste apenas aqueles que pertencem a Ele através da fé salvadora. Porque eles têm realmente abraçou Jesus Cristo como Salvador e Senhor, os crentes foram resgatados por Deus "a partir do domínio das trevas e transferido ... para o reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados" (13 51:1-14'>Colossenses 1:13-14). Além disso, eles foram adotados na família de Deus (Rom. 8: 14-17). Eles já não pertencem a este sistema mundial (conforme I João 2:16-17). Em vez disso, eles são cidadãos do céu (Fp 3:20), seu verdadeiro lar.

    As parábolas de Jesus serviu a um propósito completamente diferente para os incrédulos: para esconder a verdade deles. Para aqueles que estavam do lado de fora do reino, como os líderes religiosos que tinha acabado de declarar que Jesus é demoníaca (Mc 3:22), as parábolas foram deixados sem explicação e, portanto, soou como nada mais do que enigmas. O fato de que, a partir deste ponto em diante, o povo iria colocar tudo em parábolas foi um ato de juízo divino sobre sua incredulidade persistente (conforme 13 34:40-13:35'>Mt 13:34-35.). Jesus ilustrou este ponto referenciar Isaías 6:9-10para que ao ver, eles podem ver e não perceber, e, ouvindo, ouçam e não entendam, caso contrário, eles podem voltar e ser perdoado. Apesar de escrito há cerca de sete séculos antes , aquelas palavras de Isaías forneceu uma descrição apropriada dos incrédulos israelitas nos dias de Jesus. Durante o ministério de Isaías, as pessoas ignoraram repetidamente advertências do profeta até que as suas consciências estavam tão cauterizada, e seus sentidos espirituais tão entorpecida, que já não tinha qualquer capacidade de compreender ou responder. Deus permitiu que a endurecer o coração, a ponto de eles não podiam mais se arrepender. Consequentemente, o juízo divino sobre Israel, executado através do instrumento de exércitos invasores de Nabucodonosor, tornou-se inevitável. As parábolas de Jesus representava uma forma semelhante de julgamento sobre a incredulidade intratável Ele encontrou no primeiro século. Devido à rejeição do povo repetida de Seus ensinamentos claros e milagres inegáveis, a partir deste ponto em diante Jesus iria enquadrar Seus ensinamentos de uma maneira que não conseguia entender. Incapaz de compreender a verdade, eles nunca iria voltar e ser perdoado. Assim, eles teriam de enfrentar a ira de Deus. Historicamente, o julgamento divino veio sobre a nação apóstata de Israel no D.C 70, quando Jerusalém foi destruída pelos romanos. Eternamente, que o julgamento veio quando aqueles que haviam rejeitado Jesus morreu e foram lançados os tormentos eternos do inferno.

    Ambas as multidões de curiosos e os líderes religiosos tinham sido dadas mais de tempo e provas suficientes para concluir que Jesus era o Messias. Sua incredulidade persistiu, crescendo cada vez mais firme, até que passou o ponto de não retorno (conforme Marcos 3:28-30). Consequentemente, o julgamento divino havia se estabelecido. Sua rejeição voluntária do Filho de Deus levou a rejeição judicial de Deus deles. Deus confirmou-los na sua resoluta dureza de coração, o que lhes permite permanecer cimentado em sua própria incredulidade. Porque sua rejeição era final, tinha chegado o momento em que eles deixariam de ser dada a mensagem.

    Jesus dirigiu o foco de volta para os seus discípulos, quando Ele lhes disse: "Vocês não entendem esta parábola?" É claro que eles não fizeram. Ele continuou: "Como você vai entender todas as outras parábolas?" Ao pedir que a segunda questão, o Senhor motivou-os a ouvir atentamente como explicou o seu significado. Como as palavras de Jesus indicam, a compreensão da parábola dos solos foi a chave para interpretar quaisquer parábolas subseqüentes. Se os discípulos não podiam compreender essas verdades fundamentais sobre a salvação e do evangelho, eles não seriam capazes de compreender as verdades posteriores que construíram sobre essa base. Em um nível prático, foi crítico para os discípulos de Jesus para entender por que sua mensagem estava sendo rejeitada por muitos. Eles, também, seria arautos do evangelho que iria experimentar um tratamento semelhante dos incrédulos. No entanto, os seus esforços evangelísticos não seria em vão. Embora nem todos quiseram ouvir, alguns, e aqueles que responderam com fé iria dar frutos abundantes.

    O Point: O significado da parábola

    O semeador semeia a palavra. Estes são os que estão ao lado da estrada, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. De forma semelhante estes são os que em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários; então, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. E os outros são aqueles em que foi semeado entre os espinhos;esses são os que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. E esses são os que em que foi semeado em boa terra; e ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto, trinta, sessenta e cem por um "(4: 14-20).

    Embora esta parábola é popularmente conhecida como a "parábola do semeador," o semeador não é de todo o foco da analogia de Jesus. Na verdade, não há detalhes sobre o semeador são dadas. A semente que é semeada é a palavra de Deus, a mensagem bíblica da salvação (conforme Lc 8:11). Em Mt 13:37, ao explicar a parábola do joio e do trigo, Jesus observou que "Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem." A missão de Jesus era pregar "o evangelho de Deus" (Mc 1:14). As palavras de Jesus teria sido tanto esclarecimento e incentivo aos discípulos-a quem Ele iria em breve comissão de pregar o evangelho a todas as nações (conforme Mat. 28: 18-20). Por um lado, esta parábola preparou os discípulos para a sua tarefa de evangelização, equipando-os a esperar alguns para responder positivamente ao evangelho enquanto outros rejeitam. Por outro lado, ele encorajou-os com o conhecimento de que Deus já estava trabalhando nos corações de Seu solo de modo que ela estaria pronta para receber a semente do evangelho-cultivando eleitos.

    O Senhor estava preparando Seus discípulos, e todas as gerações subseqüentes de evangelistas cristãos, que esperar quatro respostas básicas para a pregação do evangelho: o indiferente, o superficial, o mundano, eo receptivo.

    O sem resposta, Roadside Soil

    Estes são os que estão ao lado da estrada, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. (4:15)

    O disco, sujeira incultas que cobria as vias por toda a Galiléia, desde a analogia perfeita para um coração duro, não receptivo. Os que estão à beira da estrada, onde a palavra é semeada são tão calejada por sua incredulidade que a semente do evangelho é incapaz de penetrar em tudo. O mesmo sol que dá vida à semente plantada em terra boa endurece o barro da incredulidade no coração dos estes rejeitam.A razão pela qual essas pessoas não conseguem receber o evangelho não é devida a qualquer deficiência em qualquer um a habilidade do semeador ou o poder da semente, mas sim a sua própria incredulidade deliberada. Tendo continuamente resistiu a verdade sobre Cristo, seus corações se tornaram duros como pavimento. Sua animosidade calejada para a verdade é tão grande que, quando ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. Recusando-se a acreditar, eles permanecem escravizados para o príncipe das trevas (Ef 2:1-2. ).

    Satanás (o "maligno", Mt 13:19) é "o deus deste mundo [que] cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é à imagem de Deus "(2Co 4:4), estavam em agentes realidade de Satanás (Jo 8:44). Eles se opuseram abertamente à Jesus e negou Sua autoridade (conforme Mc 2:7). Eles promoveram um sistema externo de obras justiça que foi diametralmente oposto ao verdadeiro evangelho da graça (conforme Mt 23:1; Jo 12:42). Nos séculos que, Satanás continuou a utilizar falsos mestres, religião hipócrita, e o medo de homens para manter o evangelho de penetrar corações incrédulos.

    O Superficial, Stony Soil

    De forma semelhante estes são os que em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários; então, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. (4: 16-17)

    Quando a semente caiu no solo pedregoso, ele penetrou no solo e até mesmo brotaram rapidamente, mas logo morreu. O solo pedregoso, então, representa as pessoas que, apesar de seu entusiasmo inicial, em última análise, rejeitam o evangelho. Porque a fé não é genuína, Jesus comparou-os de uma forma similar aos descritos pelo solo de beira de estrada. A única diferença é que a sua dureza de coração não é inicialmente aparente, sendo enterrado sob a superfície.

    Na primeira, o solo pedregoso parece ser bom. Como Jesus explicou, estas são as únicas em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria. A resposta inicial de alguns para o evangelho é emocional e dramática. Cada indicação externa parece indicar fé genuína. Na realidade, porém, a sua fé é superficial e temporária. Seus sentimentos foram afetados, mas seus corações não foram transformados. Consequentemente, eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários. Sob a fina camada de entusiasmo para o exterior encontra-se uma camada impenetrável de incredulidade impenitente, como uma fita de rocha que não é imediatamente visível.

    A superficialidade do seu compromisso é evidenciado quando tribulação ou perseguição por causa da palavra. Forçado a contar o custo de seguir a Cristo, a verdadeira natureza de seu interesse no evangelho se torna evidente. Em vez de suportar sofrimentos por causa do evangelho, sua fé desmorona ao primeiro sinal de auto-sacrifício e problemas. Incapaz de perseverar, porque a sua fé no evangelho não ir mais fundo do que a superfície, logo se escandalizam sob a pressão de dificuldades.

    A frase cair traduz uma forma da palavra grega skandalizō , ou seja, de ofender ou causar a tropeçar, a partir do qual a palavra Inglês "escandalizar" é derivado. Quando sua fé é posta à prova (conforme Jo 8:31; 1Jo 2:19), estes falsos crentes tropeçar, cair, e estão escandalizados por causa da perseguição que eles enfrentam. Por causa de sua fé em Cristo carece de uma verdadeira tristeza pelo pecado, um arrependimento sincero, uma fome sentido para justiça, e um profundo amor pelo Salvador, nunca verdadeiramente se enraizou. Inevitavelmente, quando as coisas ficam difíceis, eles abandonam o seu compromisso superficial ao Senhor. Os verdadeiros crentes, pelo contrário, possuem uma fé que perdura perseguição e até mesmo martírio por causa do seguimento de Cristo (conforme Lucas 9:23-25; 2Tm 3:12.).

    A Mundana, espinhoso Soil

    E os outros são aqueles em que foi semeado entre os espinhos; esses são os que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. (4: 18-19)

    Os queridos em que foi semeado entre os espinhos, como o solo rochoso, boa aparência na superfície, mas debaixo da terra está contaminada por espinhos dormentes e ervas daninhas. A palavra espinhosakantha ) refere-se a um espinhoso espinheiro comum para a terra de Israel e frequentemente encontrado em solos cultivados. (Essa mesma palavra é usada em Mt 27:29 para se referir à coroa de espinhos colocada sobre a cabeça de Jesus na Sua crucificação.) Quando a semente começa a crescer, um espinhosos brotos de ervas daninhas ao lado dele, acabou sufocando a planta boa assim que ele não pode dar fruto. O solo infestado de erva daninha representa aqueles que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. Ao contrário do coração duro resistência do solo da estrada ou para o emocionalismo superficial do solo rochoso, os representados pelo solo espinhoso são de ânimo dobre. Ao invés de possuir um amor singular para Cristo, os seus corações permanecem cativado por um amor para o mundo. Sua preocupação com as preocupações do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas expõe a verdadeira lealdade de seus corações. Como Jesus explicou, no Sermão da Montanha,

    Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça ea ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça ea ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam; para onde o seu tesouro, aí estará o seu coração também ... Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mateus 6:19-21, Mt 6:24; conforme Mc 10:25; 1Tm 6:17.).

    Poucas barreiras para o evangelho são mais enganoso ou mortal do que o mundanismo e do amor ao dinheiro. O apóstolo Paulo alertou que "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e alguns por anseio por ela se desviaram da fé e se atormentaram com muitas dores" (1Tm 6:10). O apóstolo João emitiu uma advertência semelhante:

    Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ea soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. O mundo está passando, e também as suas concupiscências; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. (I João 2:15-17)

    Um amor para o mundo e um amor para a palavra são incompatíveis e mutuamente excludentes; um vai sufocar a outra. Aqueles que verdadeiramente amam a Cristo vai abandonar o mundo. Por outro lado, aqueles que amam o mundo vai abandonar Cristo e, assim, ser espiritualmente infrutífera.

    O Bom, Receptivo Soil

    E esses são os que em que foi semeado em boa terra; e ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto, trinta, sessenta e cem por um. (04:20)

    Jesus contrasta os três tipos de solo pobre com o solo macio, limpo, e fértil da verdadeira crença. Ele descreve como autênticos discípulos . aqueles em que foi semeado em boa terra Seus corações foram preparadas pelo próprio Deus (conforme Jo 6:44, Jo 6:65), cultivada e lavrados pelo Espírito Santo (conforme João 16:8 —11), de modo que quando ouvem a palavra, eles aceitá-lo (conforme palavras de Paulo em 1Ts 2:13: ". Por esta razão, nós também agradecer constantemente a Deus que quando recebeu a palavra de Deus que de nós ouvistes , a recebestes, não como palavra de homens, mas por aquilo que ele realmente é, a palavra de Deus, que também realiza o seu trabalho em vós que credes "). A verdade da Palavra de Deus tem raiz profunda neles. Nem Satanás nem o mundo pode impedir o efeito de salvar o evangelho quando é depositado em um coração preparado por Deus para recebê-lo. Ao incluir o bom solo na parábola, Jesus procurou incentivar a Seus discípulos e, por extensão, todos os outros crentes que proclamam a verdade do evangelho. Apesar de muitos ouvintes irão rejeitar o evangelho, devido à dureza, superficialidade, e mundanismo-sempre haverá alguns que Deus tem preparado para receber a boa notícia da salvação (conforme Isa. 6: 8-13).

    Os verdadeiros crentes, aquelas caracterizadas pela boa terra, não se limitam a aceitar o evangelho mentalmente, eles são transformados por ele por meio do poder do Espírito Santo. Consequentemente, eles inevitavelmente e necessariamente dar frutos. Como Jesus explicou aos Seus discípulos em João 15:5-8, usando uma metáfora agrícola diferente:

    Eu sou a videira, vós sois os ramos; Aquele que permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim, nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, é lançado fora, como um ramo e seca; e os colhem, e lançá-los no fogo, e ardem ... Meu Pai é glorificado por este, em que deis muito fruto, e assim sereis meus discípulos.

    Como as palavras de Jesus indicam, frutífera é a marca final daqueles que realmente acreditam (Jo 8:31; Jo 14:15). Tendo sido vivificado pelo Espírito de Deus (conforme Ef. 2: 4-5), eles produzem "frutos dignos de arrependimento" (Mt 3:8 ; conforme Cl 1:6).. (. Ef 2:8-9) Embora os crentes não são salvos por fazer boas obras, aqueles que verdadeiramente são salvos vão dar provas da sua nova vida em Cristo através do fruto da obediência (Ef 2:10; conforme Mt 7.. : 16-20; 2Co 5:17)..

    Jesus incluiu muitas vezes um elemento surpreendente em suas parábolas. A colheita Ele descreveu aqui, de trinta, sessenta e cem por um, foi muito além de qualquer coisa que os agricultores no primeiro século experientes. Esses números representam os rendimentos de 3000, 6.000, e 10.000 por cento. Como observado acima, os rendimentos naturais foram menos do que oito vezes, e que produziu uma colheita de dez vezes teria sido extraordinário. No entanto, os campos de que Jesus falava eram exponencialmente mais produtivo. Quando o evangelho sai, pelo poder do Espírito de Deus, os resultados são sobrenaturais.

    Todos os crentes são chamados a ser testemunhas do Evangelho de Jesus Cristo (conforme Mt 28:18-20.). Eles não são para mexer com a semente, nem podem cultivar o solo. Pelo contrário, são para lançar fielmente a mensagem do evangelho. Como eles fazem, eles podem esperar as respostas que recebem a cair em uma dessas categorias. Alguns vão rejeitar completamente, devido à dureza de coração. Outros vão demonstrar um interesse superficial, apenas para cair fora quando as dificuldades vem. Ainda outros professam o amor por Cristo, ao mesmo tempo nutrir um carinho mortal para o mundo. Por fim, haverá alguns que realmente receber o evangelho. Eles vão voltar-se humildemente de seus pecados e de todo o coração abraçar o Senhor Jesus como seu Salvador e Rei. A autenticidade da sua profissão será demonstrado pelo fruto abundante de suas vidas transformadas, como andam em obediência e fé.

    Por um lado, sabendo que muitos irão rejeitar o evangelho capacita os crentes a se aproximar evangelismo com as expectativas apropriadas. Por outro lado, sabendo que alguns vão realmente acredito que deveria servir como um grande incentivo. Na evangelização, os cristãos têm o privilégio de participar de uma empresa que não pode falhar. Aqueles a quem Deus é soberanamente desenhar a si mesmo será salvo. Se Ele preparou o solo de seus corações, a semente será invariavelmente criar raízes e dar frutos abundantes.

    Embora possa haver muitas explicações de por que as pessoas rejeitam a mensagem da salvação, o verdadeiro arrependimento só é explicável como uma obra sobrenatural de Deus (conforme 2Tm 2:25). Todos os pecadores nascem com corações que são difíceis, superficial e mundana. Falando de seu estado preconversion, Paulo disse aos Efésios,

    E vocês estavam mortos em seus delitos e pecados, nos quais você anteriormente andou de acordo com o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Entre eles também todos nós outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. (Ef. 2: 1-3)

    O coração não redimida é incapaz de fazer-se pronto para receber o evangelho. Só Deus pode transformar o que é frio, insensível, e morto em algo vibrante, receptiva, e cheio de vida. Como Paulo chegou a dizer: "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos) "(vv. 4-5).
    Que consolo é saber que o preparo do solo é obra de Deus. Ele fornece tanto a semente da Sua Palavra e do poder do seu Espírito. Ele prepara o solo, trabalhando nos corações de todos aqueles que Ele está atraindo a Si mesmo. A tarefa do evangelista é simplesmente esta: para disseminar a semente através da proclamação do Evangelho fiel. Tendo cumprido essa responsabilidade, os crentes podem descansar na soberania de Deus, sabendo que a Sua Palavra dará frutos no coração e na vida daqueles a quem chamou.


    15. Ouvintes frutíferos (Marcos 4:21-34)

    E ele estava dizendo-lhes: "A lâmpada não é para ser posta debaixo do alqueire, é isso, ou debaixo da cama? Não está para ser posta no candelabro? Pois nada está oculto, senão para ser revelado; nem tem sido tudo em segredo, mas que viria à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. "E ele estava dizendo a eles:" Cuide o que você ouve. Por seu padrão de medida que será usada para medir vocês; e mais serão dadas por acréscimo. Por que tem, dar-lhe mais será dado; e quem não tem, até aquilo que tem lhe será tirado dele "e ele estava dizendo:" O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.; e ele vai para a cama à noite e se levanta por dia, e a semente germina e cresce-how, ele mesmo não sabe. O solo produz colheitas por si só; primeiro a erva, depois a cabeça, em seguida, o grão maduro na cabeça. Mas quando as licenças de colheita, ele imediatamente mete a foice, porque é chegada a ceifa. "E Ele disse:" Como é que vamos imaginar o reino de Deus, ou por que parábola vamos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, quando semeado em solo, embora seja menor de todas as sementes que há sobre o solo, mas quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos ; de modo que as aves do céu podem aninhar sob a sua sombra "Com muitas parábolas tais Ele estava falando a palavra a eles, tanto quanto eles foram capazes de ouvi-lo.; e Ele não falar com eles sem uma parábola; mas Ele estava explicando tudo em particular aos seus próprios discípulos. (4: 21-34)

    Nada se compara remotamente para a maravilha da boa notícia de que Deus deu Seu Filho para morrer como um sacrifício pelo pecado para que os rebeldes indignos pode ser reconciliada com Deus por meio de Cristo (2 Cor. 5: 18-21). O fato de que a salvação é inteiramente uma obra da graça de Deus para além de qualquer esforço hipócrita só contribui para a maravilha. Como o apóstolo Paulo explicou em Efésios 2:8-9: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não como resultado de obras, para que ninguém se glorie ". João Crisóstomo, o pregador do século IV, em comparação essa realidade notável para um sonho que era tão incrível que parecia bom demais para ser verdade. Como ele explicou:

    Porque, assim como as pessoas, ao receber algum grande bem, se perguntar se não é um sonho, como não acreditando; por isso, é com relação aos dons de Deus. O que então era isso que foi pensado incrível? Que aqueles que eram inimigos e pecadores, justifica-se pela lei nem obras, deve de imediato através da fé somente ser avançado para o mais alto favor, ... [e] que uma pessoa que tinha mal gasto toda a sua vida anterior em ações vãs e ímpio depois ser salvo somente pela sua fé. (João Crisóstomo, Homilia em I Timóteo 1:15-16, citado em Joel C. Elowsky, nós cremos no Espírito Santo [Downers Grove, IL: InterVarsity, 2009], 98)

    Essa é a natureza magnífica do evangelho. O totalmente underserving são elevados a uma posição de privilégio mais alto não por mérito próprio (conforme Ef. 2: 4-7). Deus resgata antigos escravos do pecado do reino das trevas e os transfere "para o reino do Filho do seu amor" (Cl 1:13). Eles tornam-se cidadãos do céu (Fp 3:20.), Herdeiros da vida eterna (Tt 3:7).

    Tendo em conta que não há notícias se pode comparar com a boa notícia da salvação, o fato de que a maioria se recusam a aceitá-lo é chocante e trágico. O próprio Jesus ilustra essa verdade dizendo a parábola dos solos (Marcos 4:3-20). Algumas pessoas rejeitam o evangelho, logo que ouvi-lo. Jesus comparou sua dureza de coração ao solo impenetrável, pavementlike pela estrada (15 v.). Outros respondem com exuberância superficial. Quando os tempos de dificuldades e perseguições surgir, eo emocionalismo inicial desaparece, eles se desviam. O Senhor comparou esses indivíduos para, solo raso rochoso, em que a verdadeira fé nunca se enraíza (vv. 16-17). Um terceiro tipo de solo também parece ser bom na superfície, mas é, na verdade, infestada de espinhos. As pessoas nesta categoria também reagem ao evangelho com interesse inicial. Mas os cuidados do mundo e da busca de riquezas, como ervas daninhas sufocantes, sufocar um genuíno amor por Cristo (vv. 18-19). Em contrapartida, o bom solo representa aqueles que abraçam o evangelho e ter quantidades variadas de frutas ", trinta, sessenta e cem por um" (v. 20).

    Na diferenciação solo bom do ruim, Jesus destacou uma diferença fundamental entre os dois. O bom solo é composta por aqueles que "ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto" (v. 20). Em outras palavras, aqueles que realmente ouvir o evangelho são aqueles que aceitam e dão fruto. Muitos podem professar a "ouvir" a mensagem da salvação, mas os verdadeiros ouvintes são, invariavelmente, caracterizada pela obediência frutífera. O tema da audiência percorre as parábolas contadas em Marcos 4:1-34. No versículo 9, Jesus disse à sua audiência, "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça." Ele ressaltou a importância de que a frase, repetindo-o no versículo 23. Seu ponto era simples: os verdadeiros discípulos ouvir ansiosamente e obedientemente. Como aqueles cujos corações e mentes foram abertos para a verdade pelo Espírito Santo, autênticos discípulos de Jesus gostam de ouvir e obedecer à Sua Palavra (Jo 8:32; conforme 10: 3-4, Jo 10:27). A verdade divina encontrou uma casa em seus corações. Eles se deleitam nela, apresentar-lhe, e deis fruto, colocando-o em prática e ao anunciá-la aos outros.

    A parábola dos solos enfatizou a importância de ser um ouvinte frutífera por distinguir o solo bom do ruim. Nesta passagem (4: 21-34), Jesus articulou três parábolas adicionais que se expandem sobre esse tema. O Senhor indicou que a compreensão da parábola dos solos foi a chave para a compreensão dessas parábolas posteriores (v. 13). Estas parábolas, portanto, não devem ser consideradas como histórias desconectados. Ilustrações Em vez disso, eles estão inter-relacionados cuidadosamente arranjadas por Jesus para fazer uma verdade divina clara. Tendo identificado os seus discípulos como aqueles que são ambos capazes de perceber a verdade divina e equipado para proclamar essa verdade aos outros, Jesus usou estas parábolas identificar quatro características dos ouvintes frutíferas: eles testemunham obedientemente, trabalhar com expectativa, esperar dependente, e caminhe confiante.

    Frutífera Ouvintes Testemunha Obediente

    E ele estava dizendo-lhes: "A lâmpada não é para ser posta debaixo do alqueire, é isso, ou debaixo da cama? Não está para ser posta no candelabro? Pois nada está oculto, senão para ser revelado; nem tem sido tudo em segredo, mas que viria à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça "(4: 21-23).

    Na parábola dos solos, Jesus usou bom solo para representar crentes que ouviram o Evangelho, recebê-lo, e, consequentemente, dar fruto duradouro. Cristãos demonstram vida espiritual por meio do arrependimento e abandono do pecado (Mt 3:8.). Paulo delineou os elementos de atitudes espirituais em sua carta aos Gálatas: "O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio; Contra estas coisas não há lei "(5: 22-23). O apóstolo semelhante abordou o comportamento dos crentes em seu comando aos Colossenses: "Ande de modo digno do Senhor, para agradá-Lo em todos os aspectos, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus" (Cl 1:10). Embora ele pode assumir muitas formas, fruto espiritual é sempre composta por dois atitudes alegres e atos de obediência ao Senhor (conforme Jo 1:16; Efésios 1:3-8., 2: 7-10; Fp 1:11.) .

    Nesta passagem, a ênfase específica do Senhor estava no fruto que vem de ser uma testemunha fiel a Ele. A parábola dos solos focada sobre os destinatários do Evangelho, a distinção entre aqueles que acabaria por rejeitar a mensagem e aqueles que realmente adotá-la. Por outro lado, estas parábolas subsequentes (em vv. 21-32) destacam a responsabilidade do ouvinte fiel como um evangelista. Como os que receberam o evangelho e aceitou-a, os discípulos de Jesus que hoje seria chamado a dar frutos por obedientemente proclamar a mensagem de salvação para os outros (conforme Rm 1:13; Col. 1: 3-6.).

    O Senhor usou uma analogia simples para fazer este ponto. Ele estava dizendo-lhes: "A lâmpada não deve ser colocado sob uma cesta é, é, ou debaixo da cama? Não está para ser posta no candelabro? " lâmpadas Terracotta consistiu de um pequeno jarro ou pires com uma alça em uma extremidade. O lançador seria preenchido com óleo e um pavio flutuante seria colocado no topo do óleo. A fim de maximizar o seu esplendor, lâmpadas foram fixadas em castiçais ou em prateleiras salientes da parede, onde seu brilho pode irradiar por todo o quarto desobstruída. Por razões óbvias, ninguém iria colocar uma lâmpada debaixo do alqueire ou debaixo de uma cama, negando assim a sua Proposito.

    O ponto de analogia de Jesus é clara: Aqueles que receberam a luz do Evangelho não para escondê-lo são; ao contrário, eles são para deixar é brilhar para que os outros vejam. Em toda a Escritura, a luz é variAdãoente usado como uma metáfora para a verdade (Sl 36:9, Sl 119:130; Pv 6:23; At 26:23; Ef 5:1; 1Ts 5:5)., e da vida espiritual em Cristo (Jo 1:4.)

    As palavras do Senhor servido como um mandato para os discípulos, que pode ter se perguntado se a proclamação do evangelho ainda era parte da estratégia de Jesus para alcançar o mundo. Embora Jesus já havia ido por toda a Galiléia claramente a pregação do evangelho (conforme Mc 1:14, Mc 1:38), Ele estava falando agora em parábolas. Como ele disse aos seus discípulos: "A vós foi dado o mistério do Reino de Deus, mas os que estão fora colocar tudo em parábolas, para que, enquanto vendo, vejam e não percebam, e, ouvindo, ouçam e não entendo, caso contrário, eles podem voltar e ser perdoado "(4: 11-12).Como observado anteriormente, as parábolas de Jesus eram um ato de juízo divino contra a obstinada incredulidade do povo, incluindo a alegação bizarra feita pelos líderes religiosos que Ele tinha o poder de Satanás (3:22; conforme Jo 10:20). Reconhecendo o carácter definitivo da sua rejeição, Jesus cortá-los de qualquer outra verdade por falar com eles por meio de enigmas inexplicáveis ​​e enigmas.

    Talvez os discípulos, observando a mudança de estratégia pregação de Jesus, perguntou se eles estavam também a obscurecer a mensagem do evangelho como um julgamento sobre a descrença de Israel. Isso não era o que o Senhor planejou para eles fazerem. Em um curto espaço de tempo, Ele iria enviá-los aos pares para pregar o evangelho (Marcos 6:7-13; conforme Lucas 9:1-6). Tal era parte da preparação para a sua plena comissionamento após a Sua ressurreição (Mat. 28: 18-20). Como Jesus disse aos seus discípulos antes de subir, "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós; e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até mesmo para a parte mais remota da terra "(At 1:8), continue no outro lado da Grande Comissão, e duram até o Seu retorno (Mt 24:14).

    As palavras de Jesus no versículo 22 também pode ter incluído uma advertência sobre a realidade da hipocrisia espiritual. Em Lucas 12:1-2, Jesus usou essa mesma expressão como uma advertência contra a hipocrisia dos fariseus: "Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Mas nada há encoberto que não venha a ser revelado, e oculto que não venha ser conhecido. "Na parábola dos solos, Jesus descreveu dois tipos de pessoas que respondem inicialmente com entusiasmo para o evangelho, mas mais tarde se revelam falsos convertidos. O Senhor comparou esses indivíduos para o solo que era ou rochoso ou infestada de espinhos. Como os discípulos consideraram a sua tarefa de evangelização, eles podem ter se perguntado como eles seriam capazes de distinguir entre hipócritas espirituais e cristãos genuínos. As palavras de Jesus assegurou-lhes que, com o tempo, a verdade viria à luz. No curto prazo, falsos convertidos pode ser detectado, mas, eventualmente, a realidade escondida de seus corações se tornaria evidente.

    Seja qual for a resposta à sua proclamação do Evangelho, os discípulos foram para divulgar fielmente a mensagem. A semente da fé salvadora em seus corações era produzir o fruto do testemunho do evangelho. Esse mandato evangelístico não terminou com os apóstolos. Iniciou-se com eles e caiu sobre todos os crentes, em todas as gerações da história da igreja. Os cristãos são chamados para ansiosamente "proclamar as virtudes daquele que vos chamou [eles] das trevas para a sua maravilhosa luz" (1Pe 2:9; 1 Ts. 2: 19-20; 2Tm 4:8).

    Impulsionada por um desejo de agradar seu Mestre celeste (conforme 2 Cor. 5: 9-10), ouvintes frutíferos se esforçar duradouro, sabendo que . que tem, ser-lhe mais será dada O relato paralelo de Mt 13:12 acrescenta a frase "e ele terá em abundância." Como crentes dispensar verdade aos outros, Deus abençoa-los com mais poder, alegria, satisfação e recompensa.

    Falsos discípulos, pelo contrário, são caracterizados por falta de frutos (Jo 15:2). Como Jesus advertiu seus ouvintes, "Quem não tem, até o que tem lhe será tirado." A declaração paralela em Lc 8:18 faz com que a intenção da declaração de Jesus clara: "Quem não tem, até aquilo que acha que ele tem lhe será tirado. "converte Falsa (como ilustrado pelos solos rochosos e invasoras) alegam que podem ter vida espiritual, mas na realidade eles não o possuem. Eles podem professam conhecer a Deus, mas através de suas obras o negam (Tt 1:16). No dia do julgamento, sem nenhum fundamento, a sua casa vai desabar (Mt 7:26-27; conforme Fm 1:3), e que o Senhor lhes dirá "Nunca vos conheci; partem de mim, vós que praticais a iniquidade "(Mt 7:23).

    As palavras de Jesus também serviu como um alerta aos falsos mestres, aqueles que lançou a semente corrompido. Assim como existem falsos discípulos, também existem falsos evangelistas. Ambos serão julgados por Deus. Por outro lado, os crentes genuínos deliciar-se com a proclamação da verdade do evangelho a outras pessoas, sabendo que tal obediência traz bênção divina neste mundo e no céu.

    Ouvintes frutíferas Espere dependente

    E Ele estava dizendo: "O reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra; e ele vai para a cama à noite e se levanta por dia, e a semente germina e cresce-how, ele mesmo não sabe. O solo produz colheitas por si só; primeiro a erva, depois a cabeça, em seguida, o grão maduro na cabeça. Mas quando as licenças de colheita, ele imediatamente mete a foice, porque é chegada a ceifa "(4: 26-29).

    Uma terceira característica dos ouvintes frutífera é que eles aprenderam a esperar dependente de Deus, o único que pode trazer resultados. Embora os crentes são chamados a testemunhar obedientemente e trabalhar com expectativa, eles não podem produzir vida. Só Deus pode dar a vida espiritual (conforme Jo 3:3-8.; 2 Cor 4: 5-7).

    Jesus chamou outra analogia da agricultura para ilustrar seu ponto. Esta breve parábola, exclusivo para o evangelho de Marcos, complementa a ilustração de plantio na parábola dos solos (conforme Marcos 4:2-20), olhando para a forma como a semente cresce. Nele, Jesus comparou o reino de Deus, uma referência para a esfera da salvação, que é avançado através da proclamação do evangelho, para um homem que lança a semente à terra. Depois que ele termina semear a semente, ele vai para a cama à noite e dorme. O agricultor não pode fazer com que a semente a germinar ou nova vida a se formar. Para essa matéria, ele não consegue entender mesmo plenamente como se trata de vida. No entanto, ele planta a semente e espera. E enquanto espera, totalmente à parte de seu envolvimento, a semente na terra vem à vida. À medida que os dias e as semanas passam, enquanto o agricultor dorme à noite e se levanta por dia e vai sobre sua rotina normal, pequenos brotos verdes começam a romper o solo. Os semente germina e cresce-how, ele mesmo não sabe. O solo produz colheitas por si só; primeiro a erva, depois a cabeça, em seguida, o grão maduro na cabeça. O semeador não está envolvida no processo misterioso pelo qual a semente dormente se transforma em uma planta viva.

    No reino espiritual, o evangelista (representado pelo semeador) distribui a mensagem do evangelho (semente). Alguns dos ouvintes (o bom solo) responder ao evangelho na fé salvadora e exibem vida espiritual. Esta regeneração e transformação espiritual é obra do Espírito Santo (João 3:5-8). É claro que não depende de o evangelista, mas apenas em Deus, que dá a vida pelo poder do Evangelho (conforme Jo 6:1; 1 Tessalonicenses 1:. 1Ts 1:5; 1Pe 1:23; Tt 3:5).

    O ponto desta parábola é simples: da mesma forma que o agricultor não é o poder por trás da regeneração da semente, assim também o evangelista não é o poder por trás da regeneração das almas. Que conforto esta deve ter sido para os discípulos de Jesus para ouvir. Talvez eles estavam preocupados que a tarefa de salvar os pecadores descansou em seus ombros. Jesus respondeu que noção, lembrando-lhes que só Deus pode mudar o coração humano. Sua responsabilidade era pregar fielmente a mensagem. Tendo feito isso, eles poderiam confiar em Deus com os resultados. O evangelista diligente, cuja mensagem corresponde ao verdadeiro evangelho, pode dormir tranquilamente à noite, sabendo que é Deus que faz com que o crescimento (1Co 3:6). O resto é obra de Deus, e os crentes podem confiar plenamente em Sua prerrogativa soberana.

    Jesus concluiu essa analogia esclarecedora, salientando que mesmo que o semeador não causou o crescimento do grão, ele ainda se alegra com a colheita (conforme 2Tm 2:6;.. 1Ts 2:19). As riquezas do que a comunhão vai durar por toda a eternidade, como os santos glorificados-como uma grande colheita espiritual-se reúnem em torno do trono para adorar seu Salvador e Rei.

    Ouvintes frutíferas caminhe confiante

    E Ele disse: "Como é que vamos imaginar o reino de Deus, ou por que parábola vamos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, quando semeado em solo, embora seja menor de todas as sementes que há sobre o solo, mas quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos ; de modo que as aves do céu podem aninhar sob a sua sombra "Com muitas parábolas tais Ele estava falando a palavra a eles, tanto quanto eles foram capazes de ouvi-lo.; e Ele não falar com eles sem uma parábola; mas Ele estava explicando tudo em particular aos seus próprios discípulos. (4: 30-34)

    A quarta característica de ouvintes frutífera é que eles anunciam o evangelho, com confiança. Porque Deus é quem abençoa Sua Palavra e cria vida espiritual, os crentes podem cumprir seu chamado evangelístico com a certeza de saber que eles são parte de uma empresa que não pode falhar (conforme Mt 16:18). Com esta parábola final, Jesus assegurou a Seus discípulos que o trabalho em que eles iriam se envolver iria produzir uma colheita abundante muito além de qualquer coisa que jamais poderia imaginar (Ef 3:20). Falando sobre a propagação do evangelho, Ele disse: "Como é que vamos imaginar o reino de Deus, ou por que parábola vamos apresentá-lo?" Para os discípulos, que ainda estavam sendo treinados como pregadores, a tarefa pode parecer esmagadora, dado tais começos aparentemente humildes. Mas Jesus queria que eles fossem confiante no resultado final.

    Para ilustrar esse ponto, o Senhor deu-lhes uma outra imagem agrária. É como um grão de mostarda que, quando semeado em solo, embora seja menor de todas as sementes que há sobre o solo, mas quando é semeado, cresce —se e torna-se maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos; de modo que as aves do céu podem aninhar sob sua sombra. " O Senhor Jesus comparou o avanço do evangelho a um grão de mostarda que é semeado em solo, que começa pequeno, mas cresce em um poderoso, arbusto treelike.

    Quando Jesus disse que ele é menor de todas as sementes que há sobre o solo, Ele não estava dizendo que as sementes de mostarda são as menores sementes no planeta Terra. Orquídeas selvagens, por exemplo, têm um grão muito menor do que o da planta de mostarda. Em vez disso, Jesus estava limitando Sua declaração para que, com o qual Sua audiência teria sido familiar. Das plantas cultivadas em Israel do primeiro século para fins agrícolas, a planta da mostarda teve as menores sementes. Além disso, utilizando a semente de mostarda , como forma de referir-se a coisas que eram muito pequena era uma expressão proverbial comum (conforme Mt 17:20), que os ouvintes de Jesus teria reconhecido imediatamente. Mesmo que a semente de mostarda é muito pequena, mas quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos. plantas de mostarda em Israel cresceu a uma altura de 15 pés, maiores do que outras plantas de jardim, com ramos em que as aves poderiam ninho.

    O ponto da parábola de Jesus teria sido evidente para os discípulos: embora o reino dos céus, naquele momento, era minúsculo, como um grão de mostarda, ele iria crescer para abranger o mundo para geração após geração. O próprio Messias teve um humilde educação-nascido em um estábulo, deitado numa manjedoura, e cresceu em uma cidade out-da-O-way na Galiléia (conforme Jo 1:46). Nenhum dos doze discípulos foram altamente educado ou membros da elite social ou religiosa de Israel. Longe de ser líderes espirituais, os discípulos foram muitas vezes com medo, lentos para crer, e espiritualmente fraco (conforme Mt 8:26; Mt 14:31; Mt 16:8). Mesmo depois de sua ressurreição e ascensão, o grupo que se reuniram em Jerusalém numeradas apenas cerca de 120 seguidores (At 1:15), com outra de quinhentos ou assim na Galiléia (1Co 15:6). Centenas de milhões mais foram adicionados desde então.

    A parábola do grão de mostarda também antecipou a realidade de que o reino de Deus (uma referência à esfera da salvação) iria abençoar o mundo inteiro. A planta da mostarda, totalmente crescido, desde abrigo para as aves do céu , que pode aninhar sob sua sombra. No Antigo Testamento, a imagem de uma árvore que fornece abrigo seguro para as aves foi utilizada para ilustrar reinos que eram tão poderosos que trouxeram estabilidade e bênção para nações ao redor deles (conforme Dan 4: 10-12, 20-22; Ez. 31: 3-6.). Apesar de seus pequenos começos, o reino de Deus se tornaria uma grande árvore proporcionando segurança e bênção para toda a terra.

    Na era da igreja, essa bênção se estende às nações através da influência de cristãos ao redor do globo. Quando os crentes caminhar com fidelidade, eles são uma bênção para aqueles que os rodeiam. A influência social da Igreja tem beneficiado o mundo de muitas maneiras: espiritualmente, econômica, cultural e moralmente. No entanto, as implicações desta parábola ir além da era da igreja para o futuro reino milenar de Cristo (conforme Ez 17:23). Durante o Seu glorioso reino, o Senhor Jesus Cristo reinará em Jerusalém sobre todo o mundo, estendendo-se bênçãos sem paralelo a todas as nações.

    Apesar de numeração tão poucos e enfrentando a oposição severa, os discípulos poderiam proclamar o evangelho na confiança de que eles eram instrumentos na construção reino invencível de Deus. O que lhes parecia irremediavelmente pequeno iria se espalhar sua influência até que permeou a terra durante séculos. O que era fraco e frágil, sob o poder divino, foi o início do cumprimento imparável e eterna do plano redentor de Deus através da igreja para reunir os eleitos para a glória.
    Marcos conclui esta seção das parábolas de Jesus com uma declaração resumo final: Com muitas parábolas tais Ele estava falando a palavra a eles, tanto quanto eles foram capazes de ouvi-lo; e Ele não falar com eles sem uma parábola; mas Ele estava explicando tudo em particular com os seus próprios discípulos. A incredulidade das multidões foi julgado por Jesus como Ele obscureceu a verdade e ensinou-lhes apenas enigmas inexplicáveis ​​(conforme Mt 13:1 explica que Jesus falou em parábolas "para cumprir o que foi dito pelo profeta:" Abrirei a minha boca em parábolas; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo '"Essas palavras, escritas pelo profeta Asafe (2Cr 29:30). No Sl 78:2).

    Os seguidores de Jesus consistiu em verdadeiros ouvintes que abraçaram o evangelho. O que foi escondido dos incrédulos, Ele estava explicando ... em particular com os seus próprios discípulos. Os crentes de hoje parte desse mesmo privilégio de conhecer a verdade. Embora o Senhor Jesus subiu ao céu, Seu Espírito habita e ilumina os corações de todos os que pertencem a Ele (conforme 1 Cor. 2: 10-14; 1Jo 2:27). Assim, todo cristão tem o privilégio de conhecer e compreender a verdade, uma realidade que permite que eles sejam ouvintes frutíferos.

    16. Acalmando a tempestade (Marcos 4:35-41)

    Naquele dia, quando a noite chegou, Ele lhes disse: ". Passemos para o outro lado" Deixando a multidão, eles levaram junto com eles no barco, assim como ele foi; e outros barcos estavam com ele. E aí surgiu um vendaval feroz de vento, e as ondas estavam quebrando sobre o barco tanto que o barco já estava enchendo. O próprio Jesus estava na popa, dormindo sobre a almofada; e eles o acordou e disse-lhe: "Mestre, não te importas que pereçamos?" E Ele se levantou e repreendeu o vento e disse ao mar: "Silêncio, ficar quieto." E o vento cessou e ele tornou-se perfeitamente calmo. E disse-lhes: "Por que você tem medo? Você ainda não têm fé "Eles ficaram com muito medo e diziam uns aos outros:" Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem "(4: 35-41)?

    As Escrituras corajosamente declarar a divindade do Senhor Jesus Cristo. O apóstolo João afirma explicitamente que a verdade desde o início do seu Evangelho: "No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus "(João 1:1-2; conforme v 18).. Sete séculos antes, o profeta Isaías declarou do Messias, "Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is 9:6). Após a morte e ressurreição de Jesus, ao ver o Salvador ressuscitado, Tomé entusiasticamente o chamava de "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20:28). O apóstolo Paulo disse de Jesus que "Ele é a imagem do Deus invisível" (Cl 1:15) e "nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2:9).

    Como a Palavra de Deus encarnado (conforme Jo 1:14), o próprio Jesus afirmou repetidamente Sua divindade. Ele muitas vezes referiu a Si mesmo como o "Filho do Homem" (Mt 8:20; Mc 2:28; Lc 6:22; João 9:35-37.), Um título messiânico derivado de 13 27:7-14'>Daniel 7:13-14 (NVI), onde a "um como o Filho do Homem" aparece como um igual com "o Ancião dos Dias" (conforme Mt 25:31;. Mt 26:64). Ele semelhante descreveu-se como o "Filho de Deus", um título que indique claramente sua natureza divina e eterna união com Deus Pai. Como ele explicou em Mt 11:27, "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. "Em João 5:25-26, falando de Sua autoridade divina, Ele disse:" Em verdade, em verdade vos digo que, uma hora vem, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. Pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ao Filho também para ter vida em si mesmo ". Depois de receber a notícia de que Lázaro estava gravemente doente, Jesus disse aos discípulos:" Esta enfermidade não é para terminar em morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela "(Jo 11:4; conforme Mc 14:61-62).

    Jesus afirmou, igualmente, que Ele era de cima, tendo eternamente preexistido no céu antes de nascer em Belém. No dia após a alimentação dos milhares na Galiléia, Ele perguntou à multidão: "O que então se você vir o Filho do Homem subir para onde estava antes?" (Jo 6:62). Pouco tempo depois, ele disse aos seus inimigos, "Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo "(Jo 8:23). No cenáculo, Ele explicou que mesmo verdade aos seus discípulos: "Saí do Pai e vim ao mundo; Eu estou deixando o mundo de novo e vou para o Pai "(Jo 16:28). Sua oração sacerdotal ecoou esse refrão celeste: "Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse" (Jo 17:5; conforme Lucas 12:8-9; Jo 5:22, 27-29). Ele declarou-se Senhor do sábado (Mt 12:8; Lc 6:5; conforme At 7:59; 9: 10-17), o direito de receber adoração (Mt 21:16; conforme Jo 5:23), e a autoridade para perdoar pecados (Mc. 2: 5-11). Ele se referiu aos anjos de Deus como Seus anjos (Mt 13:41; 24: 30-31.), Os eleitos de Deus como Seus eleitos (Matt. 24: 30-31). O, e Deus reino como o Seu reino (Mt 13:41; Mt 16:28; Lc 1:33; 2Tm 4:1, onde Ele disse a uma platéia de líderes judeus hostis ", verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou" (conforme Jo 13:19; 18: 5 —8).

    Os inimigos de Jesus sabia exatamente o que Jesus estava reivindicando, razão pela qual eles tentaram apedrejá-lo por blasfêmia (Jo 8:59; conforme Jo 10:33). Como o apóstolo João escreveu: "Os judeus procuravam ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus" (Jo 5:18 NVI). Era, de fato, sua afirmação de ser o Filho de Deus que, desde que os líderes religiosos com os fundamentos jurídicos para sua execução. Como explicaram a Pilatos: "Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque Ele se fez por ser o Filho de Deus" (Jo 19:7). Apesar das ameaças de seus inimigos, Jesus nunca recuou dessa reclamação ou suas implicações. Porque Ele era Deus em carne humana, Ele poderia corajosamente declarar: "Eu eo Pai somos um" (Jo 10:30); "Quem me vê a mim vê aquele que me enviou" (0:45); e "Quem me vê a mim vê o Pai" (14: 9-10).

    Jesus não só declarou sua divindade, Ele demonstrou-se poderosamente através de Seus milagres. As obras sobrenaturais de Cristo incluem água se transformar em vinho (João 2:1-11), freqüentemente expulsando demônios (Marcos 1:21-27; Lucas 4:31-36, etc.), arranjando capturas milagrosas de peixe (Lucas 5:1-11; João 21:4-11), a criação de alimentos para milhares de pessoas (13 40:14-21'>Mateus. 14: 13-21; Marcos 6:30-44; Lucas 9:10-17; João 6:1-15), caminhando sobre as águas (Mt 14:22-33; Mc 6:1), fazendo com que uma moeda para aparecer na boca de um peixe (Mateus 17:24-27.), e curando a todos os tipos 12 a mãos murchas (Matt:, de paralisia incapacitante (1-8 Matt. 9) as doenças e enfermidades (40-41, etc. Mateus 8:16-17;::; Marcos 1. Lucas 4:32-34). : 9-14; Marcos 3:1-6; Lucas 6:6-11) a cegueira (Mateus 9:27-31; 20:. 29-34; João 9:1-12.) a desvantagens da fala (Mateus 9:32-34) à surdez (Marcos 7:31-37) à hanseníase (Lucas 17:11-19) para o reatamento de uma orelha decepada (Lucas 22:50-51). Jesus também levantou os mortos à vida (Mateus 9:23-26; Mc 5:1; Lucas 7:11-17; João 11:1-45). Por incrível que pareça, essa lista é só uma amostra representativa. De fato, Jesus realizou muitos sinais miraculosos que João celebrados seu evangelho com estas palavras: "Há também muitas outras coisas que Jesus fez, que se eles foram escritos em detalhes, creio que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que seriam escritos "(Jo 21:25; conforme Jo 20:30).

    Esse tipo de poder sobrenatural sobre a criação, repetidamente demonstrado por Jesus durante o Seu ministério, só tem uma explicação: ele pertence ao próprio Criador. Como o Novo Testamento declara de Jesus Cristo, "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada surgiu que veio a existir" (Jo 1:3, onde ele disse de Cristo ", por Ele todas as coisas foram criadas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou governantes ou autoridades que todas as coisas têm foi criado por meio dele e para ele "(conforme 1Co 8:6) compreende uma outra ocasião em que o poder sobrenatural de Jesus foi apresentado de forma dramática. Embora seus discípulos tinham visto Jesus curar inúmeras pessoas, e embora cada cura era em si uma vívida demonstração do seu poder divino, que nunca antes tinha experimentado nada dessa magnitude. Eles sabiam que Ele tinha autoridade sobre demônios e doenças. No entanto, eles foram totalmente despreparada para o show de onipotência desenfreada prestes a se manifestar. A conta pode ser dividida em quatro partes: a calma antes da tempestade, a calma durante a tempestade, a calma após a tempestade, ea tempestade após a calma.

    A calma antes da tempestade

    Naquele dia, quando a noite chegou, Ele lhes disse: ". Passemos para o outro lado" Deixando a multidão, eles levaram junto com eles no barco, assim como ele foi; e outros barcos estavam com ele. (4: 35-36)

    Tinha sido um longo dia de pregar para vastas multidões ao longo das margens do Mar da Galiléia, perto da cidade de Cafarnaum. Jesus estava ensinando em parábolas-usando analogias sobre o solo (vv. 3-20), lâmpadas (vv. 21-22), e sementes de mostarda (vv. 30-32) —para ilustrar verdades poderosas sobre o reino de Deus. Embora as multidões não foram capazes de compreender o significado das parábolas de Jesus, devido a sua incredulidade (conforme v. 13), o Senhor teve o cuidado de explicar "tudo em particular aos seus próprios discípulos" (v. 34).

    Naquele dia, quando a noite chegou, Jesus disse a seus discípulos: "Passemos para o outro lado." A partir da proximidade de Cafarnaum, na ponta noroeste do Mar da Galiléia, Jesus e Seus seguidores se dirigiu para a costa oriental . A multidão que se reuniu para ouvir Jesus pregar mais cedo naquele dia era tão grande que, a fim de abordar todos eles de forma eficaz, "Ele entrou em um barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra "(Mc 4:1; conforme Lucas 9:57-62). Jesus usou a ilustração de solo rochoso e espinhoso (Marcos 4:16-19) para demonstrar que o interesse superficial no evangelho não é suficiente para a salvação. A fé dos discípulos genuínos, como a semente em boa terra, cria raízes e produz frutos duradouros, o que significa que as vidas dos crentes verdadeiros são caracterizados por obediência e perseverança. O Senhor viria a reiterar que ponto "aos judeus que haviam crido nele:" Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos "(Jo 8:31). Falsos discípulos são aqueles cujo amor por Jesus "esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim, será salvo "(Mt 24:12-13). Para esses discípulos que acompanharam Ele nos barcos, Jesus estava prestes a apresentar o seu divino poder surpreendente projetado para movê-los para a fé genuína nEle.

    O Mar da Galiléia é conhecido hoje como Yam Kinneret. Nas Escrituras, é variAdãoente referido como o lago de Genesaré (Lc 5:1; Js 13:27), ou Sea da ​​Quinerote (. Js 12:3, que "estavam navegando ao longo", indicando que uma brisa constante impulsionou os barcos sem ninguém que precisam remar. Jesus, compreensivelmente exausto depois de um árduo dia de ensino e ministério, "adormeceu" (Lc 8:23) na popa do barco. Embora Ele era plenamente Deus, Jesus também era plenamente humano. Ele ficou com fome (Mt 4:2), com sede (Jo 4:7), e cansado (Jo 4:6), de modo que" eles começaram a ser inundado e estar em perigo "(Lc 8:23).

    No meio da tempestade violenta, o próprio Jesus estava na popa, dormindo sobre uma almofada. À medida que a tempestade se desenrolava ao redor, Ele permaneceu dormindo. Nem mesmo o balanço severo do barco, o estrondo do vento, ou a água chapinha no barco despertado Ele. Presumivelmente encharcado até os ossos, Jesus dormia profundamente sobre as pranchas de madeira dura, com apenas uma pequena almofada como um travesseiro para a cabeça. Talvez em nenhum outro lugar nas Escrituras é a humanidade de Cristo de forma mais dramática justapostos com a Sua divindade. A única dormindo na popa do barco, exausto após um dia de ministério intenso, é o mesmo que iria despertar para parar o enorme tempestade com uma palavra.

    Como muitos como sete dos discípulos eram pescadores, inclusive Pedro, André, Tiago e João. Eles passaram suas vidas navegar no lago e estavam intimamente familiarizado com o que seus barcos podia suportar. Que eles ficaram apavorados com o vento e as ondas ressalta a natureza extrema dessa tempestade. Para esses pescadores experientes experientes com as condições no lago, tornou-se óbvio que os seus próprios esforços não eram páreo para o poderoso tempestade, e eles entraram em pânico.
    Frantic e com medo, eles chegaram a Jesus, acordou-o e disse-lhe: "Mestre, não te importas que pereçamos?" Mateus observa que chamou Jesus de "Senhor", e Lucas registra que o chamava de "Mestre. "Tais variações não implica qualquer contradição entre os relatos evangélicos. Em vez disso, elas refletem o pandemônio da situação. Como os discípulos frenéticos procurou despertar Jesus, tentando ser ouvido sobre o rugido do vento uivando e ondas quebrando, alguns gritou: "Mestre", outros o chamavam, "Senhor", e outros ainda gritou: "Mestre". Eles ficaram chocados, perplexo, e perturbado que ele ainda estava dormindo, parecendo não para cuidar sobre as terríveis circunstâncias que ameaçavam suas vidas. Refletindo sobre a pergunta dos discípulos de Jesus, o comentarista Puritan Mateus Henry comentou:

    O seu endereço de Cristo se expressa muito enfaticamente; Mestre, carest não te importa que pereçamos? Confesso que isso soa um pouco duro, um pouco como repreendendo-o para dormir do que implorando-lhe para acordar. Eu sei que há desculpa para isso, mas a grande familiaridade que ele teve o prazer de recebê-los em, ea liberdade que ele permitiu-lhes; eo presente aflição em que estavam, que os colocou em tal susto, que não sabiam o que eles disseram. Eles fazem Cristo um acordo de errado, que suspeitam que ele seja descuidado de seu povo em perigo. A coisa não é assim; ele não está querendo que nenhum pereça, muito menos qualquer um de seus pequeninos. ( Mateus Henry, Uma Exposição do Antigo e do Novo Testamento, 3 volumes [Londres: José Ogle Robinson, 1828], 3: 273, em Mc 4:38)

    Como Mateus Henry observado, os discípulos não tinha nenhuma razão legítima para questionar o cuidado de Jesus por eles ou a sua situação. Eles haviam testemunhado o poder divino de Jesus e havia seguido tempo suficiente para saber do seu amor genuíno para eles (conforme Jo 13:1, Davi escreveu:

     

    Por coisas tremendas Você nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação,
    Você que é a confiança de todos os confins da terra e do mar mais distante;
    Quem estabelece as montanhas por Sua força,
    Cingido com poder;
    Quem acalma o ruído dos mares,
    O ruído das suas ondas,
    E o tumulto dos povos.

     

    No Sl 89:9 ofereceu estas palavras de conforto e de louvor:

     

    Os que descem ao mar em navios,
    Quem faz negócios em grandes águas;
    Eles viram as obras do Senhor,
    E as suas maravilhas no profundo.
    Pois ele falou e levantou-se um vento tempestuoso,
    Que levantou as ondas do mar.
    Eles levantaram-se para os céus, desceram às profundezas;
    A sua alma derreteu em sua miséria.
    Eles cambaleou e cambaleou como um homem embriagado,
    E se no final o tino.
    Então clamaram ao Senhor na sua angústia,
    E Tirou-os das suas angústias.
    Ele causou a tempestade a ser ainda,
    Para que as ondas do mar foram abafado.
    Em seguida, eles estavam contentes porque eles ficaram quietos,
    Então, Ele os guiou ao porto desejado.
    Dêem graças ao Senhor pela sua bondade,
    E pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! (Vv. 23-31)

     

    Em resposta ao desespero dos seus discípulos, Jesus estava prestes a realizar um cumprimento literal desses versos. Que Ele se preocupava com eles e as suas circunstâncias em breve seria feito dramaticamente claro.

    A calma após a tempestade

    E Ele se levantou e repreendeu o vento e disse ao mar: "Silêncio, ficar quieto." E o vento se acalmou e se tornou perfeitamente calmo. E disse-lhes: "Por que você tem medo? Você ainda não têm fé "(4: 39-40)?

    Tendo ouvido os gritos frenéticos de seus discípulos, Jesus se levantou e repreendeu o vento e disse ao mar: "Silêncio, ficar quieto." Em Gênesis 1, o Cristo pré-encarnado estabeleceu os limites dos mares com nada mais do que uma palavra (Gn 1:9-10; conforme Jo 1:3). Nesta ocasião, Ele semelhante utilizado um comando simples para conter as ondas e restaurar a calma no lago. A palavra para silêncio vem da mesma palavra grega que Jesus usou antes, quando ele comandou um demônio para "ficar quieto e sai dele" (Mc 1:25). Da mesma forma que Jesus repreendeu os poderes espirituais, e eles obedeceram, então poderes naturais submetidos ao comando autoritário de seu Criador.

    O resultado foi instantâneo. Em um momento, o vento parou e tornou-se perfeitamente calmo. As ondas altas desapareceu, as rajadas uivantes foram silenciados, e a superfície do lago se tornou como o vidro. Como Charles Spurgeon expressou: "Não havia nenhum sinal de tempestade outro momento depois de ter sido despertado. O mais blustering dos ventos conflitantes dormi como um bebê no seio de sua mãe. As ondas eram como o mármore "(Charles Spurgeon," Cristo adormecido na 5essel, "sermão no. 1121, 13 de julho de 1873). Quando Cristo repreendeu o vento e as ondas, elas não diminuiu gradualmente até que a calma foi restabelecida. Ambos desapareceram imediatamente. A tempestade pode ter surgido de repente, mas ele desapareceu ainda mais rápido do que se tratava. Utilização de Marcos da palavra megas (que significa "grande", traduzido perfeitamente ) indica o silêncio absoluto que agora caracterizou o Mar da Galiléia.

    Com a tempestade passou, Jesus virou-se para enfrentar os discípulos, que atônitos, sem dúvida, olhou para ele com os olhos arregalados com boquiabertos. O Senhor disse-lhes: "Por que você tem medo?Você ainda não têm fé? " (Mt 6:30; Mt 14:31; 16:. Mt 16:8; Mt 17:20; Lc 12:28). Tendo silenciado a tempestade literal, Jesus voltou sua atenção para os ventos do medo e das ondas de infidelidade que tinha sido em fúria em seus corações (conforme Jc 1:6)?. O apóstolo Pedro semelhante incentivou os fiéis a lançar "todos os [seus] ansiedade sobre Ele, porque Ele tem cuidado de [eles]" (1Pe 5:7.). Escrevendo aos Romanos, Paulo expressa esse mesmo tipo de confiança confiante na permanência do amor divino: "Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor "(Rom. 8: 38-39).

    A tempestade após a calma

    Eles se tornaram muito medo e diziam uns aos outros: "Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem?" (4:41)

    Compreensivelmente, os discípulos se maravilharam em extrema perplexidade (conforme Mt 8:27). Havia apenas uma explicação para o que eles tinham acabado de presenciar. A realização desse fato desencadeou uma tempestade de admiração em seus corações que ofuscaram muito qualquer terror momentâneo eles tinham experimentado durante a tempestade no lago. Esses homens tinham encontrado tempestades no Mar da Galiléia antes. Nenhum deles tinha experimentado o tipo de poder sobrenatural que Jesus apresentado no mesmo dia. A explicação de Marcos que eles ficaram com muito medopoderia ser traduzido literalmente, "temiam com um grande medo", enfatizando a intensidade de seu espanto. A constatação de que o Criador estava em seu barco era muito mais assustador do que qualquer terror que pode enfrentar fora de seu barco.

    Eles sabiam que só Deus possuía tal poder. Em seu choque eles perguntaram uns aos outros uma pergunta a que já sabia a resposta, "Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem?" Mais tarde no ministério de Jesus, depois de Ele milagrosamente andou sobre a água, os discípulos articular a sua resposta: "Os que estavam no barco o adoraram, dizendo:" Tu és o Filho de Deus "(Mt 14:33)..

    O medo é a resposta natural para os seres humanos pecadores para expor sempre que estão na presença de Deus. Como Abraão reconheceu depois de falar com o Senhor: "Eu sou pó e cinza" (Gn 18:27). Job responderam da mesma forma depois de testemunhar o poder de Deus, "Eu ouvi de você pela audição do ouvido; mas agora os meus olhos te vêem; portanto, eu retrair, e eu me arrependo no pó e na cinza "(42:5-6). Quando o pai de Sansão, Manoá, percebeu que o Anjo do Senhor lhe apareceu, ele "disse a sua esposa:" Nós certamente irá morrer, pois temos visto a Deus '"(Jz 13:22). Ao ver uma visão de Deus, o profeta Isaías declarou sua própria morte:

     

    "Ai de mim, porque estou arruinado!
    Porque eu sou um homem de lábios impuros,
    E eu vivo no meio de um povo de lábios impuros;

    Para os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. "(Is 6:5). Daniel Da mesma forma, "caiu em um sono profundo em [seu] rosto, com o [seu] rosto em terra" (Dn 10:9). Como estes exemplos ilustram, mesmo um pequeno vislumbre da glória de Deus é esmagadora (conforme Ex. 33: 19-21). Quando os discípulos de Jesus perceberam que Deus estava presente com eles no barco, eles também foram superados com medo ao pensar em seu poder e santidade.

    Embora este incidente exemplifica a glória divina de Cristo, como o criador e controlador do mundo natural, ele também revela Seu cuidado compassivo. No meio de uma tempestade assustadora no lago, e apesar de não a fé dos discípulos, o Salvador soberano resgatado Seus seguidores. Da mesma forma e, obviamente, os crentes hoje podem descansar com confiança no fato de que, através de todas as tempestades da vida, o Senhor onipotente de criação está disposto e é capaz de libertar aqueles que confiam nEle. Isso não significa que os cristãos nunca irá enfrentar provações (conforme Tiago 1:2-3); mas quando o fazem eles podem descansar com confiança na promessa de Rm 8:28: "E sabemos que Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Armado com Nessa perspectiva cheia de fé, os crentes são capazes de obedecer à ordem de Filipenses 4:6-7: "Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica com ações de graças sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. "O apóstolo Paulo, que escreveu essas palavras, suportou as diversas provas de seu ministério com essa mesma confiança. Assim, mesmo que sua vida chegou ao fim, Paulo poderia resolutamente declarar: "O Senhor me livrará de toda má ação, e me levará salvo para o seu reino celestial; A ele seja a glória para todo o sempre. Amém "(2Tm 4:18). Como as palavras do hinoNosso Grande Salvador (escrito por João Wilbur Chapman em 1
    910) de forma tão eloquente expressar:

     

    Jesus! Que ajuda na tristeza! Enquanto as ondas o'er me rolar,
    Mesmo quando meu coração está partido, Ele, o meu conforto, ajuda a minha alma.
    Jesus! O que um guia e guarda-redes! Enquanto a tempestade ainda é alta,
    Storms sobre mim, me o'ertakes noite, Ele, o meu piloto, ouve o meu clamor.
    Aleluia! O que um Salvador! Aleluia! Que amigo!
    Salvando, ajudando, mantendo, amar, Ele está comigo até o fim.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41

    Marcos 4

    O ensino por meio de parábolas — Mar. 4:1-2 Da terra ao céu — Mar. 4:3-9 O mistério do reino — Mar. 4:10-12 13 41:4-20'>A colheita está garantida — 13 41:4-20'>Mar. 4:13-20 Mc 4:21 A verdade que não se pode ocultar — Mar. 4:22-23 Mc 4:24 Mc 4:25

    O crescimento invisível e o fim certeiro — Mar. 4:26-39 Do pequeno ao grande — Mar. 4:30-32 O mestre e o discípulo sábio — Mar. 4:33-34 A paz de sua presença — Mar. 4:35-41

    O ENSINO POR MEIO DE PARÁBOLAS Marcos 4:1-2

    Nesta passagem vemos outra inovação de Jesus. Já não ensinava na sinagoga, e sim junto ao lago. Tinha-se aproximado das pessoas com o enfoque ortodoxo; agora tinha que empregar métodos inusitados. Convirá que notemos que Jesus estava disposto a usar novos métodos. Estava ansioso para tirar as multidões de homens e mulheres simples para fora de seu contexto convencional na sinagoga e levá-los ao ar livre, bem como a pregação e o ensino religioso.
    Durante muitos anos, João Wesley foi um servo leal e ortodoxo da Igreja da Inglaterra. Na cidade de Bristol, seu amigo George Whitefield pregava aos mineiros, fazendo isso diante de vinte mil pessoas ao mesmo tempo, e se convertiam por centenas. Mandou procurar João Wesley. "Eu gosto de ter uma habitação cômoda, um travesseiro suave, um bonito púlpito ", disse o próprio Wesley. Todo esse assunto de pregar ao ar livre lhe desagradava. "A princípio, quase não podia aceitar este método estranho pois toda minha vida (até muito recentemente) tinha sido tão estrito em todos os detalhes relacionados com a decência e a ordem que teria pensado que salvar uma alma fora de um templo era quase um pecado", afirmou. Mas ele via que a pregação ao ar livre ganhava almas — e como ele expressou — "não posso discutir contra um fato concreto". Devem ter sido muitos os judeus ortodoxos que consideraram que esta inovação de Jesus era uma demonstração de sensacionalismo; mas Jesus era o suficientemente sábio para saber quando se necessitavam novos métodos e era o suficientemente corajoso para fazer uso deles. Seria muito conveniente que sua igreja fosse igualmente sábia e corajosa.
    Agora, esta inovação exigia um método novo. O método que Jesus escolheu foi falar às pessoas por meio de parábolas. O significado literal de parábolas é algo lançado ao lado de outra coisa; quer dizer que uma parábola é, basicamente, uma comparação, É um relato terrestre que tem um significado celestial. Algo que pertence à Terra é comparado com algo que pertence ao céu a fim de que se possa captar e entender melhor a verdade celestial à luz do exemplo terreno. Por que Jesus escolheu este método? E por que o usou tanto que se tornou uma de suas características a tal ponto de ser conhecido como o Mestre das parábolas?

    1. Primeiro e sobretudo, Jesus escolheu o método das parábolas para levar as pessoas a ouvi-lo. Ele agora não se encontrava frente a um grupo de pessoas dentro de uma sinagoga quase obrigadas a permanecer ali até o final do culto. Enfrentava-se com uma multidão ao ar livre que tinha liberdade para afastar-se em qualquer momento. Em conseqüência, o primeiro ponto essencial era provocar interesse na multidão. A menos que despertasse seu interesse, as pessoas se afastariam. Sir Philip Sidney se refere ao segredo do poeta nestes termos: "Aproxima-se de um relato que afasta os meninos do jogo e os anciãos do lado do fogo". A forma mais segura de despertar o interesse dos homens é contar-lhes histórias e Jesus o sabia.
    2. Por outro lado, quando Jesus usava o método das parábolas apelava a algo muito conhecido para os mestres judeus e seus ouvintes. O Antigo Testamento contém parábolas. A mais famosa delas é a que se refere ao cordeiro, que Natã relatou a David quando este tinha eliminado por traição a Urias, tomando posse do Bate-Seba (II Samuel 12:1-7). Os rabinos costumavam usar parábolas quando ensinavam. Diz-se que o rabino Meir falava um terço em termos de decisões legais, um terço em termos expositivos, um terço em parábolas. Aqui temos dois exemplos de parábolas rabínicas. A primeira pertence ao rabino Judá o Príncipe (190 D.C.). O imperador romano, Antonino, perguntou-lhe como podia haver castigo mais adiante desde que, como o corpo e a alma não podiam cometer nenhum pecado depois de sua separação, podiam-se acusar mutuamente pelos pecados cometidos na Terra. O rabino respondeu com uma parábola:

    Certo rei tinha um belo jardim com fruta excelente. Nomeou dois guardas para cuidá-lo, um cego e o outro coxo. Ele disse ao cego: "Vejo fruta deliciosa no jardim. Leve-me até ali para que possa pegá-la e a comeremos juntos". O cego aceitou a proposta e ambos comeram a fruta. Depois de uns dias chegou o Senhor do jardim e interrogou aos guardas a respeito da fruta. O paralítico disse: "Como não tenho pernas não pude me aproximar dela de modo que não é minha culpa". E o cego afirmou: "Eu nem sequer pude vê-la, de maneira que não tenho a culpa". O que fez o senhor do jardim? Fez o cego carregar ao coxo e assim julgou a ambos. Do mesmo modo Deus voltará a pôr as almas em seus corpos e castigará a ambos.

    Quando Abin, o filho do rabino Chiyya, morreu aos vinte e oito anos, o rabino Zera pronunciou a oração fúnebre e o fez em forma de uma parábola:

    Um rei tinha uma vinha para a qual contratou a muitos lavradores. Um deles era particularmente capaz e hábil. O que fez o rei? Tirou este lavrador de seu trabalho e caminhou com ele pelo jardim enquanto conversavam. Quando, ao cair da tarde, os outros se aproximaram para receber seu pagamento o hábil lavrador apareceu entre eles e recebeu o dinheiro correspondente ao dia inteiro de trabalho das mãos do rei. Os outros trabalhadores se zangaram muito por isso e disseram: "Nós trabalhamos todo o dia enquanto este homem só o fez durante duas horas. Por que o rei lhe dá o pagamento integral como a nós? O rei lhes respondeu: "Por que estão zangados? Devido à sua capacidade ele fez mais em duas horas que o que vocês fizeram durante o dia inteiro". O mesmo acontece com o rabino Abin Ben Chiyya. Em seus vinte e oito anos de vida aprendeu mais do que aprendem outros durante cem anos. Assim cumpriu com seu trabalho e tem direito de ser chamado ao Paraíso antes de outros, interrompendo seu trabalho na Terra. E não perderá um ápice de sua recompensa.

    Quando Jesus empregava o método de ensinar por meio de parábolas fazia uso de um método que os judeus conheciam e podiam compreender.

    1. Mais ainda, ao empregar esse método convertia em algo concreto a uma idéia abstrata. Há pouca gente que pode compreender as idéias abstratas. A maioria das pessoas pensam em imagens. Podemos falar sobre a beleza durante muito tempo e não entender do que se trata, mas se podemos assinalar a alguém e dizer: "Essa pessoa é bela" a idéia de beleza fica clara. Podemos falar durante horas a respeito da bondade sem chegar a defini-la; mas qualquer um reconhece uma boa ação quando a vê. Há certo sentido no qual toda palavra deve fazer-se carne; toda idéia deve atualizar-se em uma pessoa. Quando o Novo Testamento fala sobre a fé usa o exemplo do Abraão, de modo que a idéia da fé se faz carne na pessoa de Abraão.

    Jesus era um professor sábio. Sabia que era inútil pretender que as mentes simples compreendessem idéias abstratas; por, isso, punha as idéias abstratas dentro de histórias concretas; mostrava-as em ação; convertia-as em pessoas para que os homens pudessem percebê-las e compreendê-las.

    1. Por último, a grande virtude das parábolas é que levam os homens a pensar por sua própria conta. Não pensa por eles. Obriga-os a tirar suas próprias conclusões e a descobrir por si mesmos a verdade. A pior forma de ajudar um menino é fazer a sua tarefa. Não significa nenhuma ajuda fazer as suas contas, escrever suas composições, resolver seus problemas e traduzir seus textos. O que o beneficia é dar-lhe a ajuda necessária para que possa fazê-lo por si mesmo. Essa era a proposta de Jesus. A verdade sempre tem um duplo impacto quando ela é um descobrimento pessoal. Jesus não pretendia poupar os homens do esforço que impõe o pensar; queria fazê-los pensar. Não desejava obter mentes preguiçosas, queria que fossem mentes ativas. Não queria tirar-lhes a responsabilidade, e sim adjudicar-lhe. De modo que empregava o método das parábolas, não para pensar pelos homens, e sim para alentá— los a pensar por sua própria conta. Apresentava-lhes uma verdade que, se fizessem o esforço adequado, com a atitude mental correta, poderiam descobrir por si mesmos e desse modo chegar a possuí-la de maneira tal que fosse deles real e verdadeiramente.

    DA TERRA AO CÉU

    Marcos 4:3-9

    Deixaremos a interpretação desta parábola para quando chegarmos a que nos dá Marcos. No momento, nos limitaremos a tomá-la como um exemplo do ensino de Jesus por meio de parábolas. O lugar é a margem do lago; Jesus está sentado em um barco, afastado da margem. A costa desce em um suave pendente até a margem da água e forma um anfiteatro natural onde as pessoas se podem se localizar. Enquanto fala, Jesus vê um semeador que trabalha com esforço no campo. "Olhem!" diz, "o saiu a semear". Essa é a essência do método de parábolas.

    1. Jesus partiu do aqui e agora para chegar ao lá e então. Partiu de algo que acontecia nesse momento na Terra para conduzir o pensamento dos homens ao céu. Começou com algo que todos podiam ver para chegar às coisas invisíveis. Partiu de algo que todos conheciam para chegar a algo que ainda não tinham percebido. Essa era a própria essência do ensino de Jesus. Não confundia os homens começando com algo que implicava coisas complexas, estranhas e difíceis. Partia das coisas mais simples, que até um menino podia entender.
    2. Jesus, ao fazer isso, mostrava que creia na existência de uma verdadeira relação entre o céu e a Terra. Do contrário, não teria estado de acordo com a opinião de que "a Terra é um deserto lúgubre". Cria que os homens podiam ver Deus nas coisas comuns, simples e cotidianas. Como disse William Temple: "Jesus ensinou os homens a ver a ação de Deus nas coisas normais e comuns: no nascer do Sol, na queda da chuva e no crescimento das plantas". Faz muito tempo que Paulo expressou a mesma idéia quando disse que o mundo visível está destinado a dar a conhecer as coisas invisíveis de Deus (Rm 1:20). Para Jesus, este não era um lugar perdido e mau, era a veste do Deus vivo. Sir Christopher Wren está sepultado na Catedral de São Paulo, em Londres. É uma grande igreja que seu próprio gênio planejou e construiu. Sobre sua lápide há uma inscrição muito simples em latim que significa: "Se querem ver seu monumento, olhem a seu redor". Nas coisas simples da vida, Jesus encontra uma fonte infinita de sinais que conduzirão os homens a Deus se as interpretarem como corresponde.
    3. A própria essência das parábolas consistia em que eram espontâneas, surgiam nesse momento e não foram ensaiadas antes. Jesus olha a seu redor em busca de um ponto de contato com a multidão. Vê o semeador e sob a urgência do momento esse semeador se converte em seu texto. As parábolas não eram relatos elaborados na tranqüilidade de um estúdio; não eram cuidadosamente pensadas, polidas e ensaiadas. Sua grandeza suprema consiste em que Jesus pensava e compunha estas breves histórias imortais nesse mesmo momento. Surgiam a partir das necessidades do momento e no meio do calor da discussão. C. J. Cadoux disse a respeito delas: "Uma parábola é a arte disposta para o serviço e o conflito..." Nisso encontramos a razão pela qual as parábolas são tão escassas. Exige uma boa medida de capacidade artística, mas uma capacidade exercida em condições difíceis.

    Nas três parábolas típicas da Bíblia o relator arrisca a vida. Jotão (Juízes 9:8-15) contou a parábola das árvores aos homens de Siquém e depois escapou para salvar sua vida. Natã (II Samuel 12:1-7), com a parábola da cordeirinho descreveu seu pecado a um déspota oriental. Na parábola dos lavradores maus, Jesus usou sua própria sentença de morte como uma arma a favor de sua causa.

    Em seu uso mais característico, a parábola é uma arma para a discussão que não foi elaborada em uma concentração tranqüila, como um soneto, e sim improvisada em um momento difícil para enfrentar uma situação imprevista. Em seu emprego supremo, põe de manifesto a sensibilidade do poeta, a penetração, a rapidez e a riqueza conceptual do protagonista e a coragem que permite a essa mente trabalhar sem preocupar-se com o conflito e o perigo de uma luta mortal. Sempre admiramos as parábolas de Jesus, mas quando recordamos que se pronunciaram de maneira espontânea, sem preparação, sob a excitação de uma situação concreta, aumenta cem vezes nossa maravilha.

    1. Isto nos traz para um elemento que sempre devemos recordar ao tratar de interpretar as parábolas. A intenção das mesmas não era em primeiro lugar que fossem lidas, e sim fossem ouvidas. Isso quer dizer que, em um primeiro momento, ninguém podia sentar para investigá-las e estudá-las frase por frase. Não as pronunciava para que alguém as estudasse em profundidade e com tempo, e sim para produzir uma impressão e uma reação imediatas. Isso quer dizer que nunca se deve ver as parábolas como alegorias. Numa alegoria, cada parte, cada ação e cada detalhe da história têm um significado e um sentido profundo.

    O Peregrino do Bunyan, é uma alegoria. Cada um dos acontecimentos, personagens e detalhes têm um sentido simbólico. Se for assim, resulta evidente que a alegoria deve ser estudada, analisada e investigada. A parábola, por outro lado, era algo que se ouvia uma só vez. Portanto, o que devemos procurar nela não é uma situação na qual cada detalhe represente outra coisa; devemos procurar uma situação na qual sai à luz uma grande idéia e brilha como um relâmpago. É sempre errado buscar dar um significado a cada detalhe de uma parábola. O correto quer dizer sempre: "Que idéia terá penetrado na mente de quem ouviu esta historia pela primeira vez?".

    O MISTÉRIO DO REINO

    Marcos 4:10-12

    Esta passagem sempre foi uma das mais difíceis de entender de todos os Evangelhos. Em grego, o mistério do Reino de Deus tem um sentido técnico: não significa um algo complicado e misterioso como acontece em nosso idioma. Refere-se a algo totalmente ininteligível para aqueles que não foram iniciados em seu significado, mas muito claro e simples para quem foi iniciado. Na época do Novo Testamento, uma das características mais importantes da religião popular do mundo pagão eram as Religiões de mistérios. Estas religiões prometiam a comunhão, a união, e até a identidade com algum deus, mediante o qual desapareceriam todos os temores e terrores da vida e da morte. Quase todas estas religiões de mistérios se apoiavam na história de algum deus que tinha sofrido, morto e ressuscitado. Quase todas pertenciam à linha de dramas de paixão.

    Uma das mais famosas era o Mistério de Isis. Osíris era um rei sábio e bom. Seth, seu irmão malvado, odiava-o. Junto com setenta e dois conspiradores convenceu-o a assistir a um banquete. Uma vez ali, persuadiu-o de que entrasse em um ataúde feito com muita astúcia, no qual se localizava com perfeição. Quando se achou dentro dele, fecharam a tampa e arrojaram o ataúde ao Nilo. Isis, sua fiel esposa, depois de uma busca longa e fatigante achou o ataúde e o levou à sua

    casa para fazer luto. Estando ela ausente, o cruel Seth voltou, roubou o corpo, o cortou em quatorze partes e as esparramou por todo o Egito. Uma vez mais saiu Isis em seu triste e fatigável busca. Por último, encontrou todas as partes e, graças a seus poderes mágicos, reuniu-as e restituiu a vida de Osíris. A partir desse momento se converteu no rei imortal dos vivos e dos mortos.

    Agora, o que acontecia nas religiões de mistérios era o seguinte. O candidato passava por um longo período de purificação, jejum, ascetismo e instrução acerca do mais recôndito significado da história. Logo se teatralizava o relato com toda sua dor, sua tristeza, sua ressurreição e seu final triunfante como se se tratasse de um drama de paixão. Recorria-se à música, o incenso, as luzes e a uma liturgia esplêndida para realçar a atmosfera emocional. À medida que se desenvolvia a cena, o fiel se identificava com o deus tanto em seus sofrimentos como em sua vitória final. Passava da morte à imortalidade pela união com o deus.
    Agora, o fato que nos interessa é que tudo isto carecia de sentido para a pessoa que não estava iniciada; mas para os iniciados, estava carregado de todo o sentido que lhe tinham ensinado a encontrar nisso. Esse é o significado técnico da palavra grega mysterion. Quando o Novo Testamento fala do mistério do Reino, não quer indicar que este é algo remoto, obscuro, recôndito e difícil de compreender; o que quer dizer é que é totalmente incompreensível para aquele que não entregou seu coração a Jesus e que só o homem que tomou a Jesus como Mestre e Senhor pode entender o que significa o Reino de Deus.

    Não obstante, a dificuldade real da passagem se encontra no que segue. Se tomarmos em seu sentido literal pareceria que Jesus ensinava em parábolas para obscurecer o sentido de suas palavras com toda deliberação, para escondê-lo de todos os homens e mulheres simples. Fosse qual fosse o sentido original, a passagem não pode significar isso; e haja dito Jesus o que haja dito, não disse isso. Pois se houver algo claro como a água é que Jesus não empregava as parábolas para ocultar o sentido de suas palavras e para encobrir sua verdade, e sim para levar os homens a reconhecer a verdade e para ajudá-los a vê-la.

    Então, como esta passagem chegou a adquirir a forma que tem? Trata-se de uma citação de Isaías 6:9-10, que tinha preocupado as pessoas do começo. Tinha estado preocupando as pessoas por mais de duzentos anos antes de que Jesus a usasse. A tradução literal do hebraico é a seguinte (as duas versões pertencem ao W. O. E. Oesterley):

    E disse, Vá e diga a este povo: "Continuem ouvindo mas não compreendam; continuem procurando mas não percebam." Engrossa o coração deste povo, endurece seus ouvidos, cobre seus olhos; não seja que vejam com seus olhos, que escutem com seus ouvidos e que compreendam com seu coração, de modo que fique são outra vez.

    Em seu sentido literal, pareceria que Deus diz a Isaías que deve seguir um caminho pensado com deliberação para fazer com que as pessoas não possam entender. No século III a.C. as Escrituras hebraicas foram traduzidas ao grego e a versão neste último idioma, chamada Septuaginta, tornou-se um dos livros que exerceu maior influência no mundo porque levou o Antigo Testamento a todos aqueles lugares onde se falava grego. Os tradutores desta versão se sentiram preocupados com esta passagem estranha e mudaram a tradução:

    E disse, Vá e diga a este povo: "Ouvirão mas não entenderão; e vendo, verão mas não perceberão." Porque o coração deste povo se endureceu, e com seus ouvidos não ouvem bem e seus olhos se fecharam. Para que não cheguem a ver com seus olhos, a ouvir com seus ouvidos e a compreender com seus corações e para que não se convertam e eu deva curá-los.

    Esta versão grega não diz que o propósito de Deus fora que esse povo fosse tão torpe que não pudesse entender. Diz que se entorpeceram a si mesmos de maneira tal que não podiam entender, coisa esta que é muito distinta. A explicação é que ninguém pode traduzir ou expressar com palavras um tom de voz.
    Quando Isaías falou ele o fez, em parte, com um tom irônico e em parte, com desespero, mas cheio de amor. Pensava o seguinte:

    "Deus me enviou para trazer a verdade a este povo e pelo resultado que obtenho, bem poderia ter sido enviado para fechar suas mentes.

    Poderia falar com uma parede, seria o mesmo. Dir-se-ia que Deus fechou suas mentes à verdade."

    Jesus pronunciava suas parábolas com a intenção de que penetrassem na mente dos homens e os iluminassem com a verdade de Deus. Mas via uma profunda incompreensão nos olhos de muitos. Via muita gente cegada pelo prejuízo, ensurdecida por seus próprios desejos, muito lentos para pensar. Voltou-se para seus discípulos e lhes perguntou: "Recordam o que Isaías disse uma vez? Disse que quando foi a Israel, o povo de Deus, com sua mensagem, estava tão pouco disposto a entender que se podia pensar que Deus tinha fechado suas mentes em lugar de abrir-lhe Isso é o que eu sinto hoje."

    Quando Jesus disse isto não o fez com raiva, irritação, amargura ou exasperação. Disse-o com o desejo do amor frustrado, com a aguda dor de alguém que trazia um grandioso dom que os homens não recebiam por sua cegueira. Se lermos esta passagem sem imaginar um tom de amarga exasperação, o tom do amor entristecido, nos parecerá muito distinto. Não nos falará de um Deus que cegava deliberadamente os homens e lhes ocultava sua verdade, mas sim de homens tão incompreensivos que parecia quase inútil que o mesmo Deus tratasse de penetrar a cortina de aço de sua incompreensão. Não permita Deus que escutemos sua verdade dessa maneira!

    A COLHEITA ESTÁ GARANTIDA

    13 41:4-20'>Marcos 4:13-20

    Para aqueles que ouviam a Jesus, cada detalhe desta parábola era algo real porque provinha da vida cotidiana. Mencionam-se quatro tipos de solos.

    (1) O solo duro à margem do caminho. A semente podia cair de duas maneiras neste tipo de terreno. Os campos da Palestina estavam dispostos em fatias largas e estreitas. Estas fatias estavam divididas por pequenos atalhos pelos quais se podia caminhar. Por causa disso se endureciam tanto como um pavimento de cimento dada a quantidade de gente que os transitava. Quando o semeador pulverizava a semente, uma parte dela podia cair nestes atalhos e ali não tinha nenhuma possibilidade de crescer.

    Mas havia outra forma de semear na Palestina. Às vezes se punha uma bolsa cheia de sementes sobre o lombo de um asno, se fazia um corte em um dos extremos da bolsa e logo se fazia o animal caminhar de uma ponta à outra do campo enquanto caía a semente. Era inevitável que parte da semente caísse sobre o caminho quando se conduzia o animal até o campo, e inevitavelmente as aves se equilibravam sobre ela e a comiam. Há alguns em cujo coração a verdade cristã não pode penetrar. Essa impossibilidade se deve à falta de interesse do ouvinte e essa falta de interesse, por sua vez, deve-se à incapacidade de perceber a importância da decisão cristã. O cristianismo não acha guarida em muita gente, não porque sejam hostis a ele, e sim porque são indiferentes. Crêem que é algo irrelevante e que podem viver sem ele. Isso poderia ser certo se a vida fosse um caminho simples onde não existissem tensões nem lágrimas; mas a realidade concreta é que na vida de todos os homens chega um momento em que precisam de um poder distinto ao seu próprio. A tragédia da vida é que são muitos os que descobrem este fato muito tarde.
    (2) Fala-se do terreno pedregoso. Não se tratava de uma zona cheia de pedras, mas sim de um terreno de pedra calcária coberta por uma capa muito fina de terra. Esta era a composição de grande parte da Galiléia. Em muitos campos a rocha aflorava à superfície. A semente que caía nesses terrenos germinava muito bem, mas como a terra era tão fina e continha tão pouca umidade e alimento, o calor do Sol não demorava para secar os brotos de maneira que morriam. Sempre resulta mais fácil começar algo que terminá-lo.

    Conta-se que um famoso evangelizador disse: "Aprendemos que se necessita cinco por cento de esforço para ganhar um homem para Cristo e um noventa e cinco por cento para mantê-lo a seu lado e para que cresça dentro da Igreja." São muitos os que empreendem o caminho cristão, e também são muitos os que ficam ao flanco do caminho.
    Há dois problemas que provocam esta deserção. O primeiro é a incapacidade de pensar a fundo no que significa o cristianismo, de dar-se conta de qual é seu conteúdo e o preço que terá que pagar por ele antes de começar. O outro fator é que há milhares de pessoas que se sentem atraídas pelo cristianismo mas que jamais permitem que penetre além da superfície. O concreto é que o cristianismo é uma questão de tudo ou nada. O homem só está seguro quando se entrega por completo a Cristo.

    1. O terceiro tipo de terreno era o que estava cheio de espinhos. O camponês da Palestina era ocioso. Cortava os ramos superiores dos espinhos fibrosos e os queimava, o campo podia parecer limpo, mas debaixo da superfície permaneciam as raízes. Dali a pouco, as ervas daninhas recuperavam sua força. Cresciam com tanta celeridade e com tanto vigor que afogavam a vida da semente. É muito fácil abarrotar a vida com tantos interesses que não sobra tempo para dedicar a Jesus.

    Como disse o poeta, as preocupações da vida podem ser como a terra acumulada até que "esquecemos porque temos que esquecer e não porque queiramos." quanto mais complexa seja a vida, mais importante resulta comprovar que nossa ordem de prioridades seja correta, pois são muitas as coisas que tentam de tirar Cristo do lugar principal.

    1. Por último, menciona-se o terreno bom, limpo e profundo onde podia germinar a semente. Se tivermos que nos beneficiar realmente com a mensagem cristã, a parábola nos diz que devemos fazer três coisas.

    (a) Devemos escutá-lo. Não podemos ouvir se não escutarmos. Pode acontecer que muitos de nós estamos tão ocupados em falar que não temos tempo para escutar; estamos tão empenhados em discutir que não temos tempo para escutar; tão ocupados em manifestar nossas próprias opiniões e pontos de vista que não temos tempo para escutar os pontos de vista de Cristo; nos levando de um lado para o outro, que carecemos do tempo necessário para a quietude essencial.

    1. Devemos recebê-lo. Quando ouvimos a mensagem cristã devemos fazê-la penetrar em nossa mente. A mente humana é uma máquina estranha e perigosa. Estamos constituídos de modo tal que quando um corpo estranho trata de penetrar no olho, este se fecha automaticamente. É uma ação reflexa, instintiva. Quando a mente ouve alguma coisa que não quer escutar, automaticamente fecha suas portas e a esquece. Em alguns momentos, a verdade pode produzir dor; mas às vezes temos que aceitar uma droga desagradável ou um tratamento doloroso para conservar a saúde. Fechar a mente à verdade que não queremos ouvir é o caminho que nos levará diretamente à tragédia e ao desastre.
    2. Devemos transformá-lo em ações concretas. A produção que se menciona na parábola foi de trinta, sessenta, e cem por um. É uma colheita abundante, mas o terreno vulcânico da Galiléia era famoso por sua produção. A verdade cristã sempre deve traduzir-se em ações concretas. Em última instância~, o cristão recebe um desafio, não para especular, e sim para agir.

    Agora, tudo o que acabamos de ver é o sentido que encontramos na parábola quando sentamos para estudá-la com atenção. E nós a lemos com tempo para refletir sobre ela. Seria quase impossível para que quem a ouviu pela primeira vez ter pensado em todas estas coisas; e devemos recordar, como vimos antes, que originariamente a parábola foi pronunciada diante de uma multidão. Qual seria o elemento que apareceria nas mentes da multidão que a ouvia pela primeira vez? Sem dúvida seria o seguinte: que embora uma parte da semente jamais crescia, o certo era que no fim do dia se recolhia uma colheita esplêndida. Esta parábola põe fim ao desespero. Pode parecer que boa parte de nosso esforço não consiga nenhum resultado, ou que grande parte de nosso trabalho seja estéril. Isso era o que sentiam os discípulos quando viam que expulsavam a Jesus da sinagoga e o olhavam com suspeita. Em mais de um lugar, sua mensagem parecia ter fracassado, e eles se sentiam desalentados e deprimidos. Não obstante, esta parábola lhes dizia, e também nos diz: "Paciência! Faz tua tarefa. Semeia a semente. Deixa o resto a Deus. A colheita está garantida."

    A LUZ QUE DEVE SER VISTA

    Mc 4:21

    Os versículos 21:25 são interessantes porque nos mostram os problemas que os autores dos Evangelhos enfrentavam. Estes versículos apresentam quatro ditos diferentes do Jesus. No versículo 21 há um dito sobre o abajur. No versículo 22 se fala sobre a revelação das coisas secretas. No versículo 24 há uma frase que afirma que receberemos na mesma medida em que tenhamos dado. No 25 se afirma que àquele que tem lhe será dado ainda mais. Agora, Marcos apresenta estes versículos um após o outro, mas o versículo 21 é repetido em Mt 5:15; o versículo 22 é repetido em Mt 10:26; o versículo 24 é repetido em Mt 7:2 e o versículo 25 em Mt 13:12 e também em Mt 25:29. Isso quer dizer que quatro versículos consecutivos do Evangelho de Marcos aparecem espalhados por todo o Evangelho de Mateus. Ao ouvi-los, aparece um fato prático. Não devemos tentar achar alguma conexão entre eles porque é evidente que não há. São frases desconectadas entre si e devemos tomar uma por uma.

    Como isto aconteceu? Como é que Marcos apresenta estas frases de Jesus uma após outra e Mateus as reparte por todo o seu Evangelho? A razão é muito simples. Jesus tinha um domínio único sobre a linguagem. Podia dizer as coisas mais vívidas e expressivas. Podia dizer coisas que permaneciam na memória e o povo gente não as esquecia. Por outro lado, deve ter dito muitas destas coisas mais de uma vez. Viajava de um lado a outro e seus ouvintes eram outros; deve ter repetido uma boa parte de seus ensinos em cada lugar. Como resultado, os homens lembravam o que Jesus dizia, dizia-o de uma maneira tão vívida que não a podiam esquecer; mas, não lembravam quando o havia dito. O resultado é que existem uma quantidade do que poderia denominar-se ditos "órfãos" de

    Jesus. A própria frase se grava na mente das pessoas de maneira tal que a recordam para sempre, mas esquecem seu contexto, o momento em que ela foi pronunciada. Portanto, devemos tomar cada um destes ditos separadamente e analisá-los.

    Um dos ditos memoráveis de Jesus é que os homens não acendem um abajur e o põem debaixo do alqueire, que seria o mesmo que tampá— lo com um recipiente, nem a põem debaixo da cama. O objetivo do abajur é ser visto e capacitar aos homens a verem. Por isso deve ser posto em um lugar onde todos os homens possam vê-la.
    Esta frase nos ensina duas coisas.
    (1) O objetivo da verdade é que seja vista. O propósito da verdade não é permanecer escondida, e sim ser manifestar. Pode haver momentos em que resulta perigoso dizer a verdade. Em certas ocasiões, dizer a verdade é o caminho mais seguro para gerar perseguições e problemas. Mas o homem verdadeiro e o cristão autêntico defendem a verdade diante de todos.

    Quando Lutero decidiu enfrentar a Igreja Católica Romana se propôs atacar, em primeiro lugar, as indulgências. Para todos os efeitos práticos, as indulgências eram remissões de pecados que qualquer um podia comprar de um sacerdote se estivesse disposto a pagar seu preço. Lutero elaborou noventa e cinco teses contra estas indulgências. E o que fez com essas teses? Em Wittenberg havia uma igreja chamada a Igreja de Todos os Santos. Estava intimamente relacionada com a Universidade. Na porta da igreja se fixavam notícias da Universidade, assim como os temas das discussões acadêmicas. Era o único anúncio de notícias da cidade. Lutero fixou sua tese nessa porta. Quando o fez? O dia em que a maior quantidade de pessoas assistiam à igreja era o de Todos os Santos, em primeiro de novembro, que coincidia com o aniversário da fundação dessa igreja; celebravam-se vários cultos e multidões assistiam. Lutero fixou sua noventa e cinco tese sobre a porta da igreja o dia de Todos os Santos.

    Se tivesse sido um homem prudente e cauteloso nem sequer teria escrito essas teses. Se sua mente estivesse posta em sua segurança não as teria fixado na porta da igreja. E, de havê-lo feito, não teria escolhido o Dia de Todos os Santos para fazer sua declaração, se tivesse pensado em sua segurança pessoal. Mas Lutero sentia que tinha descoberto a verdade e a única idéia que ocupava sua mente era tirar à luz essa verdade e dedicar sua vida a ela. Em todos os níveis da vida chegam momentos quando sabemos muito bem quais são as exigências da verdade, o que é o que devemos fazer, qual é a obrigação do cristão. Em todos os níveis da vida há momentos em que não fazemos o que devemos fazer porque isso nos conduziria à impopularidade ou coisas piores. Devemos ter presente que o abajur da verdade é algo que devemos manter em alto e que não devemos ocultá-la para conservar uma covarde segurança.
    (2) O propósito do cristianismo é que seja visto. Na Igreja primitiva às vezes o fato de mostrar que alguém era cristão implicava a morte. O Império romano se estendia por todo mundo. A fim de obter algum tipo de unidade em tão vasto império, iniciou-se o culto ao imperador. O imperador era a encarnação e personificação do Estado e era adorado como um deus. Exigia-se a todos os habitantes do império que em certos dias estabelecidos chegassem para sacrificar diante da divindade do imperador. Em realidade, tratava-se de uma prova de lealdade política. Após completar o requisito, recebia um certificado, e de posse deste certificado, podia-se ir adorar a qualquer outro deus. Ainda se conservam muitos destes certificados. Dizem o seguinte:

    A quem tem a seu cargo o sacrifício do Inareo Aqueo da aldeia de Theoxenis, junto com seus filhos Aías e Hera, que habitam na aldeia da Theadelfia. Sacrificamos regularmente aos deuses e agora, em sua presença, como as normas exigem, sacrificamos derramamos nossa libação e provamos as ofertas. Pedimos que nos dêem o certificado correspondente. Que a sorte lhes acompanhe.

    Logo segue o testemunho:

    Nós, Serenas e Hermas, testemunhamos seu sacrifício.

    Tudo o que o cristão devia fazer era passar por esse ato formal, receber o certificado e ficar tranqüilo, sem correr nenhum perigo. E a história prova que milhares de cristãos preferiram a morte em vez de fazer isso. Com a maior facilidade podiam ter oculto o fato de que eram cristãos. Poderiam ter continuado sendo cristãos em particular, sem o menor problema. Mas para eles, seu cristianismo era algo do qual era preciso dar testemunho perante todos os homens. Sentiam-se orgulhosos de que todos soubessem qual era sua posição. A esses homens devemos a fé cristã que temos hoje. O costume, o mais fácil é silenciar o fato de que pertencemos a Cristo e a sua Igreja; mas nosso cristianismo deve ser como o abajur que todos os homens podem ver.

    A VERDADE QUE NÃO SE PODE OCULTAR

    Marcos 4:22-23

    Jesus estava absolutamente convencido de que, em última instância, não se podia ocultar a verdade. Esta frase se aplica a duas coisas.
    (1) Vale para a própria verdade. Há algo indestrutível na verdade. Os homens podem resistir de confrontar a verdade; podem tentar suprimi-la; podem negar-se a aceitá-la mas "grande é a verdade e no final prevalecerá".

    A princípios do século XVI um astrônomo, chamado Copérnico, descobriu que a Terra não é o centro do universo. Viu que, em realidade, é a Terra que gira ao redor do Sol e não o Sol ao redor da Terra. Copérnico era um homem cauteloso e durante trinta anos não difundiu seu descobrimento. Por fim, em 1543, quando estava a um passo da morte, convenceu a um editor atônito que publicasse sua obra fundamental, As revoluções dos corpos celestes. Copérnico morreu pouco tempo depois, mas outros herdaram a tormenta.

    A princípios do século XVII Galileu aceitou a teoria de Copérnico e afirmou publicamente sua adesão a ela. Em 1616, A Inquisição o convocou a Roma e condenou suas crenças. Ditou-se sentença: "A primeira proposição a respeito de que o Sol é o centro e não gira ao redor da Terra é tola, absurda, teologicamente falsa e herética porque contradiz as Sagradas Escrituras... A segunda proposição a respeito de que a Terra não é o centro, mas que gira ao redor do Sol é absurda, filosoficamente falsa e, do ponto de vista teológico, contrária à fé." Galileu abdicou. Era mais fácil concordar do que morrer; e durante anos guardou silêncio. Uma novo Papa subiu ao trono e Galileu pensou que Urbano VIII era um homem de mente mais ampla e mais culto que seu predecessor. Voltou a expor sua teoria. Suas expectativas estavam equivocadas. Desta vez teve que escolher entre assinar uma retratação ou submeter-se a torturas. Preferiu assinar.

    "Eu, Galileo, aos setenta anos, sendo prisioneiro e de joelhos, diante de suas eminências e com os Santos Evangelhos sob os olhos e tocando-os com minhas mãos, abjuro, amaldiçôo e detesto o engano e a heresia do movimento da Terra."

    A retratação o salvou da morte mas não da prisão. Por fim, até se proibiu que o enterrassem na abóbada de sua família.
    A Igreja Católica Romana não foi a única que se negou a aceitar a verdade. Lutero escreveu:

    "O povo emprestou os ouvidos um astrólogo tresnoitado (referia-se a Copérnico) que se empenhou em mostrar que a Terra gira e que não acontece assim com o céu ou o firmamento, o Sol e a Lua. Este insensato quer modificar toda a ciência da astronomia, mas a Sagrada Escritura nos diz que Josué mandou o Sol deter-se, não a Terra."

    O tempo, entretanto, segue seu curso. Pode-se ameaçar torturando a um homem por ter descoberto a verdade. Pode-se qualificá-lo de néscio e rir dele quando comparece diante do tribunal, mas isso não altera a verdade. "Não está em teu poder", disse Andrew Melville, "enforcar ou exilar à verdade." Pode-se atacar, retardar, suprimir, zombar da verdade. Mas o tempo traz sua vingança e, por fim, a verdade prevalece. Todo homem deve precaver-se de não brigar contra ela.

    (2) Aplica-se a nós, à nossa própria vida e à nossa conduta. Quando alguém faz algo mau, seu primeiro instinto é ocultar-se. Isso foi o que Adão e Eva fizeram quando desobedeceram o mandato de Deus (Gn 3:8). Mas a verdade tem sua forma de sair à luz. Em última instância, ninguém pode esconder a verdade de si mesmo e o homem que guarda um segredo jamais é feliz. A rede de ocultação nunca é um engano permanente. E, quando se trata das coisas últimas, ninguém pode esconder nada de Deus. No final é literalmente certo que não há nada secreto que não tenha que ser revelado diante de Deus. Quando recordamos isso, devemos estar cheios do desejo de converter a vida em algo que todos os homens possam ver e que Deus possa observar, sem que sintamos vergonha.

    O EQUILÍBRIO DA VIDA

    Mc 4:24

    Na vida sempre há um equilíbrio. O que alguém obtenha estará determinado, em cada caso, pelo que faz.

    1. Isto se aplica ao estudo. Quanto mais tempo de estudo se dedique a um tema, mais se obterá dele. Conta-se que o antigo país dos partos não dava de comer a seus jovens até que não tivessem suado. Tinham que trabalhar antes de poder comer. Todos os temas de estudo são assim. Dão prazer e satisfações em proporção ao esforço que estejamos dispostos a lhes dedicar. Isto se aplica de maneira especial ao estudo da Bíblia. Às vezes sentimos que certas partes da Bíblia não nos resultam agradáveis. Se as estudarmos, costumam ser as que nos produzem maior satisfação. Um estudo superficial de qualquer tema em geral não despertará maior interesse; mas todo estudo a fundo realmente nos deixará entusiasmados e fascinados.
    2. Aplica-se à adoração. Quanto mais levemos ao culto da casa de Deus mais obteremos de Deus. Quando nos aproximamos ao culto na casa de Deus, podemos fazê-lo de três maneiras equivocadas.
    3. Podemos nos aproximar unicamente para receber. Se chegarmos com esse estado de ânimo, o mais provável é que critiquemos o organista, o coro e o sermão do ministro. Veremos todo o culto como uma obra posta em cena única e exclusivamente para nosso próprio entretenimento. Devemos nos aproximar com o ânimo disposto a dar. Devemos recordar que o culto é um ato grupal e que cada um de nós pode fazer sua contribuição. Se não nos perguntarmos "O que posso obter deste culto?" e sim "O que posso contribuir a ele?", obteremos muito mais do que se só assistirmos com a intenção de receber coisas.
    4. Podemos nos aproximar sem nenhuma espera. Nossa assistência pode ser devido ao hábito e a rotina. Pode formar parte do horário que estabelecemos para distribuir nosso tempo. Mas, depois de tudo, vamos ao culto para nos encontrar com Deus e quando nos encontramos com Deus pode acontecer alguma coisa.
    5. Podemos chegar sem preparação alguma. Resulta muito fácil nos dirigir para o culto na casa de Deus sem nenhum tipo de preparação da mente ou do coração. E é fácil porque muito freqüentemente chegamos às pressas. Seria muito diferente se antes de nos aproximar do culto permanecêssemos quietos e em silêncio durante alguns minutos e se nos aproximássemos de Deus por meio da oração. Como diziam os rabinos judeus a seus discípulos: "Oram melhor juntos os que antes oraram separadamente."

    (3) Aplica-se às relações pessoais. Uma das grandes realidades da vida é que nos vemos refletidos em outras pessoas. Se formos irritáveis e mal-humorados sentiremos que o resto das pessoas também é desagradável. Se vivemos criticando e encontrando defeitos, é provável que outros façam o mesmo. Se somos desconfiados e suspeitamos de todos, sem dúvida outros farão o mesmo conosco. Se quisermos que outros nos amem, primeiro devemos amar. Quem quer ter amigos deve ter um ânimo amistoso. Os homens acreditaram em Jesus porque ele acreditava neles.

    LEI DOS LUCROS

    Mc 4:25

    É possível que à primeira vista este ensino pareça duro. Mas a lição de toda a vida é aprender quão inevitável e profundamente verdadeiras são estas palavras.

    1. Vale com respeito ao conhecimento. Quanto mais saiba uma pessoa, mais será capaz de aprender. Ninguém pode ingressar nas riquezas da literatura grega antes de ter transitado o penoso atalho que conduz através da gramática desse idioma. Quando possui conhecimentos básicos de gramática grega, algo mais lhe será dado. Ninguém pode aproveitar totalmente uma experiência musical até não conhecer a estrutura da sinfonia. Mas quando possui esse conhecimento, há muita maior riqueza estética reservada para ele na música.

    Também é certo que se alguém não se aplicar constantemente à tarefa de aumentar seus conhecimentos, até o pouco que tem lhe será tirado. Há muitos que quando foram à escola podiam dirigir os elementos de alguma língua estrangeira, como inglês ou francês, mas por não terem exercitado e aumentado os conhecimentos que a escola lhe repartiu vieram a perder até o pouco que tinham. Em matéria de conhecimentos quanto mais se conhece mais fácil será adquirir. Quando se possui algum conhecimento, outros são dados. E se alguém não procura aumentar a quantidade de conhecimentos que possui, estes escaparão, pouco a pouco, de sua capacidade de captação. Os mestres judeus tinham um dito extravagante mas muito expressivo. O estudioso deve ser tratado como uma mula pequena: cada dia é necessário aumentar a carga que leva sobre suas costas. No campo do conhecimento não podemos nos deter; sempre adquirimos mais conhecimentos ou os perdemos.

    1. Vale com respeito à força. Quanto mais força física possua um homem, mais, dentro dos limites de sua constituição física, poderá adquirir. Quanto mais treine seu corpo, mais seu corpo será capaz de fazer. Por outro lado, se permitir que seu físico se abandone, se permitir que se abrande e afrouxe o tônus muscular, terminará perdendo até o pouco de habilidade que tinha. Às vezes conviria que recordássemos que nossos corpos pertencem a Deus do mesmo modo que nossas almas. Mais de um homem é incapaz de realizar as tarefas que lhe solicitam por ter permitido que seu corpo perdesse a capacidade de funcionar de maneira adequada.
    2. Vale com respeito às habilidades ou capacidades técnicas. Quanto mais desenvolvamos a habilidade de nossas mãos, nosso olho, nossa mente, mais poderemos desenvolvê-la no futuro. Se nos contentarmos guardando o que temos, não tratando nunca de fazer nada novo, não adotando novas técnicas, ficaremos sempre em um mesmo trabalho e perderemos a capacidade de progredir para outras técnicas, mais complicadas. Se descuidarmos a habilidade que possuímos, depois de pouco tempo nos daremos conta que ainda essa a teremos perdido.
    3. Vale com respeito à capacidade de assumir responsabilidades. Quanto mais responsabilidades temos, mais responsabilidades seremos capazes de aceitar. Quanto mais sejam as decisões que sejamos obrigados a tomar, mais adequada será nossa capacidade de decidir de maneira correta. Mas se nos esquivarmos às responsabilidades, se não quisermos tomar decisões e vacilamos todo o tempo diante de cada opção, terminaremos por nos torna seres sem coluna dorsal, fracos, totalmente ineptos para a aceitação de responsabilidades e incapazes de decidir. Em várias oportunidades, em suas parábolas, Jesus afirma que a recompensa de quem executa bem as tarefas que lhes encarregaram é receber mais tarefas para realizar. É uma das leis fundamentais da vida, uma lei que não devemos esquecer, que quanto mais ganhemos mais poderemos ganhar, e que se não estarmos dispostos a nos esforçar, perderemos até aquilo que alguma vez ganhamos.

    O CRESCIMENTO INVISÍVEL E O FIM CERTEIRO

    Marcos 4:26-29

    Esta é a única parábola que aparece apenas em Marcos. Ele é o único em nos relatá-la. O Reino de Deus significa o governo ou reinado divino; significa aquele dia em que todos aceitarão a vontade de Deus, e quando esta seja feita na Terra assim como no céu. Esta é a meta, o fim de Deus para o universo inteiro. Esta parábola é breve, mas está cheia de inequívocas verdades.

    1. Fala-nos da condição indefesa do homem. O agricultor não faz crescer a semente. Em última análise, nem sequer compreende como cresce. A semente possui o segredo da vida e cresce por si mesmo. Nenhum homem jamais possuiu o segredo da vida; nenhum homem criou nada, no sentido pleno e total desta palavra. O homem pode descobrir coisas; pode reordená-las; pode desenvolvê-las; mas não pode criá-las. Nós não criamos o Reino de Deus; o Reino é de Deus. Por certo nós podemos frustrá-lo, ou opor-nos à sua vinda. Também podemos criar condições nas quais o Reino poderá manifestar-se de maneira mais clara, vir mais rapidamente e com maior plenitude. Mas por trás de todas as coisas está Deus e seu poder e vontade.
    2. Diz-nos algo com respeito ao Reino. É digno de se ter em conta que Jesus use tão freqüentemente exemplos que provêm dos processos naturais de crescimento para referir-se à vinda do Reino.
    3. O crescimento natural em geral é imperceptível. Não vemos as plantas crescerem. Se tivermos uma planta diante de nós todos os dias não nos daremos conta de como cresce. Somente quando a vemos, afastamo-nos dela durante algum tempo e depois voltamos a vê-la podemos perceber a diferença. O mesmo ocorre com o Reino. Resulta evidente que o Reino cresce, mas não se compararmos hoje com ontem, e sim este século com o século anterior.

    Quando Elizabeth Fry esteve no cárcere do Newgate, em 1817, encontrou na seção de mulheres que em só dois cárceres tinha amontoadas trezentas mulheres e uma grande quantidade de meninos. Viviam, dormiam, cozinhavam e comiam sobre o chão. Os únicos carcereiros eram um ancião e seu filho. Estavam apinhadas, seminuas, quase como animais, mendigando algumas moedas para gastar em bebidas alcoólicas que podiam comprar no bar do cárcere. Encontrou nessa mesma prisão um menino de nove anos que estava esperando ser executado na forca por ter posto um pau por uma janela e roubado uns lápis de cor avaliadas em dois peniques. Em 1853 os operários têxteis de Bolton fizeram uma greve para exigir um pagamento diário de sete peniques e meio e os mineiros do Stafford pediam 2 xelins e 6 peniques por semana. Em nossos dias tais barbaridades seriam impensáveis. Por que? Porque o Reino avança. O crescimento do Reino, como o de uma planta, possivelmente seja irreconhecível de um dia para o outro; mas quando o contemplamos da perspectiva de muitos anos não pode nos caber dúvida de sua realidade.

    1. O crescimento natural é constante. De dia e de noite, enquanto o lavrador dorme, o crescimento prossegue. Deus não se caracteriza por atuar de maneira espasmódica. O grande problema com os esforços e a bondade do homem é que em geral atuam de maneira espasmódica. Um dia damos um passo para frente, no dia seguinte retrocedemos dois. Mas a obra de Deus continua sempre, silenciosamente mas com segurança, para a obtenção de suas metas. De maneira constante, desenvolve seu plano.

    Os desígnios de nosso Deus cumprindo-se estão;
    O Espírito do Senhor não deixa de operar;

    Horas e séculos sem cessar um dia nos levarão Quando ao mundo a glória de Deus cobrirá Como as águas cobrem o mar.

    1. O crescimento natural é inevitável. Não há nada tão poderoso como o crescimento. Uma árvore pode romper um pavimento de cimento armado com o poder de seu crescimento. Quase qualquer semente pode rasgar o asfalto dos caminhos para que as primeiras folhas de seu plantinha recebam a luz do Sol. O mesmo ocorre com o Reino. Em face da rebeldia humana e sua desobediência, a obra de Deus prossegue. Nada pode deter o cumprimento dos propósitos de Deus.
    2. Diz-nos que há uma consumação. Há um dia quando se fizer a colheita. É inevitável que ao se fazer a colheita duas coisas, duas coisas aconteçam que são os aspectos opostos e contraditórios de um mesmo ato. Recolhem-se as sementes ou os frutos e a palha e as ervas daninhas são destruídas.

    Quando pensamos nesse dia vindouro há três coisas que devem chamar nossa atenção.

    1. Trata-se de um convite à paciência. Somos filhos da pressa e inevitavelmente pensaremos sempre de maneira apressada. Deus tem toda a eternidade para realizar sua obra. "Porque mil anos diante de seus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma das vigílias da noite" (Sl 90:4). Em vez da impertinente, irritável, inconsciente urgência humana que nos caracteriza deveríamos cultivar em nossas almas a paciência que aprende a confiar em Deus.
    2. Trata-se de um convite à esperança. Hoje vivemos em uma atmosfera de desesperança. Há muitos que perdem a esperança na 1greja; muitos perdem esperança no mundo; contemplam o futuro com arrepiante temor. "O homem", disse H. G. Wells, "que começou nas trevas de uma caverna, terminará nas ruínas insalubres de uma vila miserável." Entre a primeira e a segunda guerra mundial Sir Philip Gibbs escreveu um livro no qual prognosticava o futuro. Pensava na possibilidade de uma guerra na qual se usassem gases venenosos. "Se cheirar o aroma do gás nas ruas principais de minha cidade, não colocarei a máscara, mas sairei à rua e respirarei profundamente; porque sei que nesse momento já terminou a partida."

    Há muitos que crêem que a humanidade perdeu a partida. Ninguém pode pensar assim e crer em Deus. Se Deus for o Deus quem eles crêem que existe não resta lugar para pessimismo algum com respeito à vida. Possivelmente possamos experimentar remorsos; possivelmente possamos estar arrependidos; possivelmente examinemos a fundo nosso coração, descobrindo nossos fracassos e nosso pecado; mas nunca podemos perder a esperança.

    1. É um convite a estar preparados. Quando a consumação chegar devemos estar preparados. Será muito tarde para nos preparar-nos quando já estiver sobre nós. Temos que nos preparar para encontrar a nosso Deus, e estas não são palavras mil vezes repetidas e sem sentido. Se vivermos com essa paciência que não admite derrota, com essa esperança que não deixa lugar ao desalento e nesse estado de preparação que sempre contempla a vida à luz da eternidade, estaremos preparados, pela graça de Deus, para receber a consumação final de todas as coisas, quando quer que sobrevenha.

    DO PEQUENO AO GRANDE

    Marcos 4:30-32

    Nesta parábola há duas imagens que qualquer judeu deve ter reconhecido imediatamente.
    Em primeiro lugar, na Palestina o grão de mostarda representava simbolicamente a coisa de menor tamanho concebível. Por exemplo, "ter fé como um grão de mostarda" significava "ter tão pouca fé que menos seria impossível". Na Palestina este grão de mostarda crescia até ser um arbusto frondoso, muito parecido a uma árvore. Um viajante nos conta ter visto pessoalmente uma árvore de mostarda mais alta que um homem a cavalo. As aves gostavam muito das pequenas sementes negras da mostarda e era muito comum ver verdadeiras nuvens de pássaros em cima das plantas de mostarda.

    Em segundo lugar, no Antigo Testamento uma das formas mais comuns de referir-se graficamente a um grande império era compará-lo a uma árvore, e se dizia que as nações satélites do grande império eram como aves que procuravam refúgio à sombra de seus ramos (Ez 17:22ss.; Ez 31:1,Dn 4:21). A imagem de uma árvore cujos ramos estão carregados de aves, portanto, representam a um grande império e as nações tributárias de seu poderio.

    1. Esta parábola nos diz que nunca nos devem desanimar os começos humildes. Pode nos parecer que, nesse momento, somente poderemos produzir efeitos insignificantes; mas se esse efeito insignificante se repete, e se volta a repetir, virá a ter significado. Há uma experiência científica que demonstra o efeito das tinturas. Toma um grande recipiente de água pura e uma pequena garrafa de tintura. A tintura se adiciona à água, gota a gota. A princípio pareceria que o efeito do corante não influíra na água. Mas depois de haver-se somado muitas gotas começamos a perceber que a grande massa de líquido transparente começa a tingir-se, até que a totalidade adquire a tintura procurada. É o efeito repetido das gotas que produziu esse resultado. Muitas vezes sentimos que pelo pouco que somos capazes de fazer quase nem vale a pena que o façamos. Mas devemos recordar que alguém deve começar as coisas; tudo começou alguma vez. Nada aparece na plenitude de seu desenvolvimento. Nosso dever é fazer o que pudermos; e o efeito acumulado de todos os esforços pequenos pode chegar a produzir resultados surpreendentes.
    2. Esta parábola nos fala do Império da Igreja. A árvore e as aves, como vimos, representam ao grande império e a todas as nações que procuram refúgio nele. A Igreja começou com um indivíduo, mas terminará abrangendo o mundo inteiro. Há dois sentidos em que se pode afirmar que isto é verdade.
    3. A Igreja é um império no qual podem encontrar seu lugar todas os tipos de opiniões e de teologias. Temos a tendência de classificar como herege a todo aquele que não pensa como nós.

    João Wesley foi o maior exemplo de tolerância no mundo. "Pensamos", disse, "e deixamos pensar." "Não tenho direito algum", disse, "de objetar as idéias daquele que pensa de maneira diversa à minha, do mesmo modo como não posso qualificar de ridículo o homem que usa uma peruca enquanto eu uso meu próprio cabelo." Wesley saudava quem lhe saía ao passo dizendo: "Seu coração é como o meu? Então, me dê a mão!" É bom ter a segurança de estar no correto, mas isso não significa que devamos pensar que todos os outros, que não pensam como nós, estão equivocados.

    1. A Igreja é um império no qual se encontram todas as nações. Uma vez se estava construindo "um novo templo. Uma de suas características era que teria um grande vitral de riquíssimas cores. A comissão que estava a cargo da construção procurou durante muito tempo um texto para esse vitral, até que finalmente decidiram usar aquelas linhas de um hino que dizem: "Ao redor do trono celestial do Pai milhares de seus filhos cantam..."

    Contrataram um grande artista para que desenhasse o modelo do qual se copiaria o vitral. O artista ficou trabalhando no encargo e terminou amando profundamente sua obra. Quando terminou o desenho, fatigado, foi dormir. Mas durante a noite pareceu-lhe que ouviu ruídos; pareceu-lhe, possivelmente em sonhos, que tinha levantado e ido até seu estúdio para ver do que se tratava. Ali encontrou um homem que tinha a paleta em uma mão, um pincel na outra, e estava retocando o quadro.
    "Pare, arruinará minha obra", disse-lhe o pintor. "Penso", respondeu o estranho, "que você já quase a arruinou." "O que quer dizer?", perguntou intrigado o artista. "Pois bem, em sua paleta você tem muitas cores, mas usou somente um para pintar os rostos destes meninos. Quem lhe disse que no céu há somente meninos de rosto branco?" "Ninguém, simplesmente me ocorreu que seria assim." "Olhe", disse o estranho, "farei que alguns dos rostos sejam amarelos, e outros castanhos, e outros negros, e outros avermelhados; todos estes estão lá, pois todos responderam a meu chamado." "Seu chamado?", disse o artista. "Quem é você?" "Uma vez, faz muito tempo", disse o estranho sorrindo, "eu disse: Deixem que os meninos venham a mim, não os impeçam, porque deles é o Reino dos céus... e ainda hoje prossigo dizendo." E o artista soube que o estranho era o Senhor em pessoa.
    No momento que soube, sua presença se desvaneceu. O quadro era muito mais formoso agora, com os rostos de pequenos negrinhos, de meninos orientais com os olhos amendoados e a pele amarela, avermelhados índios da América e árabes com a pele queimada pelo Sol e a areia. E também alguns meninos brancos. Pela manhã, quando o artista despertou de seu longo sonho, foi correndo ao estúdio para ver novamente sua obra. Estava tal qual ele a tinha deixado ao dá-la por concluída. O encontro com o Mestre tinha sido uma visão e um sonho. Mesmo que esse mesmo dia a comissão viria para ver o resultado de seu encargo, tomou a paleta e os pincéis, e energicamente ficou pintando os rostos de distintas cores, representando todas as raças de todos os meninos que há no mundo. Quando finalmente chegaram seus visitantes opinaram que a obra era muito bela, e um dos membros do grupo disse: "É a grande família de Deus com seu Pai."

    A Igreja é a família de Deus; e essa Igreja que começou na Palestina, pequena como a semente da mostarda, tem suficiente lugar para que entrem nela todas as nações da Terra. Não há barreiras na 1greja de Deus. O homem levantou as barreiras. Deus, em Cristo, destruiu-as.

    O MESTRE E O DISCÍPULO SÁBIO Marcos 4:33-34

    Nesta passagem temos uma definição breve mas perfeita tanto do mestre sábio como do discípulo sábio. Jesus adaptava seu ensino à capacidade receptiva daqueles a quem era dirigida. Essa é a primeira característica essencial de um professor sábio.
    Há dois perigos que um professor deve evitar a todo custo.

    (a) Deve evitar o auto-exibicionismo. O trabalho de um professor não consiste em chamar a atenção de seus alunos sobre si mesmo e sim sobre o tema de seu ensino. A inclinação a mostrar-se a si mesmo pode fazer com que um professor procure ser brilhante a custa da verdade. Pode fazer que se ocupe mais em procurar as formas mais engenhosas de dizer algo que na análise profunda de seu tema. Ou pode fazer com que seja tão grande seu desejo de mostrar sua erudição que ao ensinar será muito escuro, confuso, elevado ou esotérico para que seus alunos possam entendê-lo. Não é uma virtude poder falar acima da capacidade de entender de um auditório.

    Alguém disse: "Que alguém dispare sempre acima do alvo, a única coisa que significa é que tem má pontaria." Um bom professor deve amar seu tema e não amar-se a si mesmo.
    (b) Deve evitar o sentimento de superioridade. O verdadeiro ensino não consiste em dizer coisas às pessoas e sim em aprender coisas junto com as pessoas. Platão pensava que somente ensina quem é capaz de extrair aquilo que a pessoa já tem em suas própria mente e portanto já sabe. Nunca triunfará o professor que se posta em um pedestal e ensina lá de cima. O verdadeiro ensino consiste em compartilhar e descobrir a verdade de maneira conjunta. É uma exploração conjunta das regiões da mente.

    Há certas qualidades que devem sempre procurar os que ensinam.

    1. O professor deve possuir compreensão. Uma das grandes dificuldades que tem o perito para poder ensinar é que poucas vezes é capaz de compreender por que o leigo acha difícil captar e fazer coisas que para ele são simples. O professor deve pensar com a mente de seu aluno e ver com seus olhos antes de poder repartir qualquer tipo de conhecimento.
    2. O professor deve possuir paciência. O rabino judeu Hillel disse: "Aquele que se irrita jamais será capaz de ensinar e afirmava que a qualidade essencial de qualquer um que se dedique ao ensino deve ser seu caráter afável. Os judeus sustentavam que se algum professor descobrir que seus alunos não compreendem o que está ensinando deve começar novamente desde o começo. Isto é, precisamente, o que fez Jesus, durante toda a sua vida.
    3. O professor deve possuir bondade. As disposições judaicas com respeito ao ensino proibiam categoricamente a violência excessiva.

    Especialmente, proibiam um castigo que humilhasse o aluno. A missão do professor era estimular o discípulo e nunca desanimá-lo. É muito fácil para o professor usar o látego de sua língua contra as costas do aluno cuja mente não reage com agilidade; muitas vezes é uma tentação conquistar um triunfo barato convertendo tais alunos em vítimas do sarcasmo e o engenho maligno, que podem convertê-los no bobo da classe. Um professor bondoso jamais fará tal coisa.

    Mas esta passagem também nos ensina como deve ser o discípulo sábio. Pinta-nos o quadro de um círculo íntimo de seguidores a quem Jesus podia explicar os significados mais profundos de seus ensinos.

    1. O discípulo sábio não esquece as coisas que aprendeu. depois de ter recebido um ensino, segue pensando nela, reflete. Deve mastigar e mastigar até ter digerido do todo a nova verdade.

    Epicteto, o grande professor dos estóicos, na Grécia, causar pena se muito pelas dificuldades que tinham alguns de seus discípulos para seguir a doutrina que lhes ensinava. Dizia que os homens deveriam ser capazes de usar a filosofia que aprenderam não para falar dela e sim para vivê-la. Em uma metáfora algo grosseira, dizia que nenhuma ovelha vomita o pasto que engoliu para mostrar ao pastor quanto comeu, mas sim o digere e o usa para produzir leite.
    O discípulo sábio se afasta de seu professor mas não esquece o que aprendeu mas sim o segue dando voltas em sua cabeça, até descobrir o que significa para sua vida, e o põe em prática.

    1. Mas, acima de todas as coisas, o aluno sábio procura a companhia de seu professor. Depois que Jesus terminou de falar, as multidões se dispersaram; mas um grupo pequeno ficou com ele, porque não queriam separar-se do Professor. A estes Jesus revelou o significado profundo de tudo o que havia dito. Em uma última análise, se alguém for verdadeiramente um grande professor, não são seus ensinos o que mais nos interessará, e sim ele próprio, sua pessoa. O ensino principal não será tanto o que o professor diz e sim o que ele é. Quem queira aprender de

    Cristo deve manter-se perto de Cristo. Se o faz obterá não somente conhecimentos, mas sim conquistará a vida.

    A PAZ DE SUA PRESENÇA

    Marcos 4:35-41

    O lago da Galiléia era famoso por suas tempestades. Eram tempestades que apareciam literalmente do nada, com força e ímpeto catastróficos. Um autor as descreve da seguinte maneira: "Não é pouco comum ver repentinas tempestades de neve que se convertem, mesmo com o céu perfeitamente claro, em terríveis tempestades, rompendo a superfície das águas que em geral é um espelho de paz. As numerosas quebradas que jogam suas águas no lago, especialmente sobre a costa Norte, atuam como perigosos desfiladeiros por onde também se precipitam sobre o lago os ventos das alturas de Hauran, a meseta do Traconites e a cúpula do monte Hermom. Apanhadas e comprimidas desse modo as correntes de ar adquirem uma força que, ao livrar-se repentinamente sobre as águas do lago de Genesaré alcançam proporções terríficas." Aquele que navega sobre as águas deste lago pode tropeçar em qualquer momento com uma dessas tormentas.

    Jesus viajava no barco na posição que ocupavam, em geral, os passageiros distinguidos. Foi-nos dito que "naqueles barcos... o lugar que corresponde aos estranhos de distinção é um pequeno banco que há na popa, onde se leva sempre um tapete e um almofadão. O capitão do barco se localizava perto da popa, um pouco mais adiante, a fim de poder ter uma visão privilegiada do mar mais à frente."

    É interessante destacar que as palavras com que Jesus se dirige ao vento e às ondas são as mesmas que usa para expulsar os demônios do possesso que o enfrenta em Mc 1:15. Assim como os demônios podiam possuir a um ser humano, o poder destrutivo de uma tormenta era, para os homens daqueles dias, a atuação do poder maligno dos demônios na natureza.

    Não fazemos justiça a esta história se nos limitarmos a interpretá-la em seu significado literal. Se aqui nos descreve um simples milagre físico no qual se calma uma tormenta, a história poderá nos parecer muito maravilhosa, e depois de tê-la lido ficaremos admirados pelo poder de Jesus. Entretanto, é algo que aconteceu no passado e que muito dificilmente volte a ocorrer hoje: está fora de nós e além de nosso alcance. Mas se lermos esta historia em seu sentido simbólico, chegará a ser muito mais valiosa.
    Quando os discípulos se deram conta da presença de Jesus com eles a tormenta perdeu seu poder. Quando souberam que Ele estava ali, a tormenta se transformou em calmaria, seus corações desfrutaram de uma paz sem medo, sem que importasse a inquietante periculosidade do vento que os tinha açoitado. Viajar com Jesus é viajar em paz, em face das possíveis tormentas. E isto é universalmente válido. Não se trata de algo que pode ter ocorrido uma vez no passado e não voltará a acontecer; é algo que ainda acontece e que nos pode acontecer .
    Na presença de Jesus podemos gozar de paz até em face das tormentas mais terríveis da vida.

    1. Dá-nos paz na tormenta da dor. Quando sobrevém a dor, como sem dúvida terá que ocorrer, Ele nos consola com a glória da vida eterna. Transforma a sombra da morte na glória de nossa visão de uma vida além da morte. Fala-nos do amor de Deus. Há uma antiga história que conta de um jardineiro que tinha uma flor que queria muito. Um dia foi a seu jardim e viu que essa flor tinha desaparecido. Zangou-se muito, ficou irado e de sua boca saíam protestos de grosso calibre. Na cegueira de sua irritação não percebeu que o dono do jardim se aproximava e descarregou sobre ele toda sua fúria. "Não proteste tanto", disse-lhe o dono, "eu cortei essa flor para tê-la junto a mim." Na tormenta da dor Jesus nos diz que nossos seres amados que morreram estão junto a Deus, e nos dá a certeza de que algum dia voltaremos a nos encontrar com aqueles a quem perdemos há algum tempo.
    2. Dá-nos a paz quando os problemas da vida nos envolvem nas tempestades da dúvida, da tensão e da incerteza. Há momentos quando não sabemos o que fazer, quando estamos em uma encruzilhada e não podemos decidir por um caminho ou por outro. Então, é possível nos voltar para Jesus e lhe dizer: "Senhor, o que quer que eu faça?" Então nosso caminho se tornará claro e plano a nossa frente. "A verdadeira tragédia não é que não saibamos o que fazer, mas que não saibamos nos submeter humildemente a seu guia. Perguntar qual é sua vontade e nos submeter a ela é o caminho mais direto para a verdadeira paz nos momentos mais difíceis.
    3. Dá-nos a paz nas tormentas da ansiedade, que podem atacar nossa vida em qualquer momento. O pior inimigo da paz é a preocupação, preocupação por nós mesmos, preocupação diante do futuro desconhecido, preocupação pelos que amamos. Mas Jesus nos fala de um Pai cuja mão jamais fará derramar lágrimas inúteis a seus filhos, e de cujo amor não apartará jamais a ninguém. Na tormenta da ansiedade nos traz a paz do amor de Deus.

    Dicionário

    Palavra

    substantivo feminino Unidade linguística com significado próprio e existência independente, que pode ser escrita ou falada: expressou-se por meio de palavras; o texto deve conter somente 350 palavras.
    Cada unidade linguística com significado, separada por espaços, ou intercalada entre um espaço e um sinal de pontuação.
    Capacidade que confere à raça humana a possibilidade de se expressar verbalmente; fala.
    Gramática Vocábulo provido de significação; termo.
    Figurado Demonstração de opiniões, pensamentos, sentimentos ou emoções por meio da linguagem: fiquei sem palavras diante dela.
    Afirmação que se faz com convicção; compromisso assumido verbalmente; declaração: ele acreditou na minha palavra.
    Discurso curto: uma palavra de felicidade aos noivos.
    Licença que se pede para falar: no debate, não me deram a palavra.
    Gramática Conjunto ordenado de vocábulos; frase.
    Figurado Promessa que se faz sem intenção de a cumprir (usado no plural): palavras não pagam contas.
    Etimologia (origem da palavra palavra). Do latim parábola.ae; pelo grego parabolé.

    substantivo feminino Unidade linguística com significado próprio e existência independente, que pode ser escrita ou falada: expressou-se por meio de palavras; o texto deve conter somente 350 palavras.
    Cada unidade linguística com significado, separada por espaços, ou intercalada entre um espaço e um sinal de pontuação.
    Capacidade que confere à raça humana a possibilidade de se expressar verbalmente; fala.
    Gramática Vocábulo provido de significação; termo.
    Figurado Demonstração de opiniões, pensamentos, sentimentos ou emoções por meio da linguagem: fiquei sem palavras diante dela.
    Afirmação que se faz com convicção; compromisso assumido verbalmente; declaração: ele acreditou na minha palavra.
    Discurso curto: uma palavra de felicidade aos noivos.
    Licença que se pede para falar: no debate, não me deram a palavra.
    Gramática Conjunto ordenado de vocábulos; frase.
    Figurado Promessa que se faz sem intenção de a cumprir (usado no plural): palavras não pagam contas.
    Etimologia (origem da palavra palavra). Do latim parábola.ae; pelo grego parabolé.

    Do latim parabola, que significa “discurso” ou “fala”.

    A palavra é um dom divino, quando acompanhada dos atos que a testemunhem [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 124

    [...] O verbo é a projeção do pensamento criador.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos e apólogos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 17

    [...] a palavra é, sem dúvida, a continuação de nós mesmos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos e apólogos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 17

    A palavra é dom sagrado, / É a ciência da expressão / Não deve ser objeto / De mísera exploração.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] O verbo mal conduzido é sempre a raiz escura de grande parte dos processos patogênicos que flagelam a Humanidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

    O verbo gasto em serviços do bem é cimento divino para realizações imorredouras. Conversaremos, pois, servindo aos nossos semelhantes de modo substancial, e nosso lucro será crescente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

    Veículo magnético, a palavra, dessa maneira, é sempre fator indutivo, na origem de toda realização.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Seara dos médiuns: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Palavra

    O verbo é plasma da inteligência, fio da inspiração, óleo do trabalho e base da escritura.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Seara dos médiuns: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Palavra

    Em tudo quanto converses, / Toma o bem por tua escolta. / Toda palavra é um ser vivo / Por conta de quem a solta.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Trovas do outro mundo• Por trovadores diversos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    A palavra é o instrumento mágico que Deus nos confia.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 23

    [...] a palavra é precioso dom que Deus concede para auxílio ao nosso progresso geral, nossa felicidade e nossa alegria, mas jamais para o insulto e a afronta contra o que quer que seja dentro da Criação, nem mesmo ao mais abjeto verme, e ainda menos contra o Criador de todas as coisas [...].
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• À luz do Consolador• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB• 1997• - Blasfêmia


    Palavra
    1) Expressão, falada ou escrita, de pensamento (Sl 5:1; Ap 21:5).


    2) Mensagem de Deus (Jr 1:4; Rm 3:2, RC).


    3) As Escrituras Sagradas do AT, especialmente a LEI 2, (Sl 119).


    4) A mensagem do evangelho (Gl 6:6).


    5) O VERBO (Jo 1:1, NTLH). Jesus é mais do que expressão falada: ele é Deus em ação, criando (Gn 1:3), se revelando (Jo 10:30) e salvando (Sl 107:19-20; 1Jo 1:1-2).


    Palavra Esse conceito tem uma importância fundamental nos evangelhos. Jesus não menciona a palavra de Deus; apenas afirma “porém eu vos digo” (Mt 5:22.28). Essa palavra (logos) é a primeira causa de surpresa e de espanto entre seus contemporâneos (Lc 4:36). Com ela, Jesus faz milagres (Mt 8:8.16), frutos da fé nessa palavra (Jo 4:50-53). É também verbalmente que perdoa os pecados (Mt 9:1-7) e transmite autoridade (Mt 18:18; Jo 20:23). Diante dela, as pessoas devem tomar uma decisão (Mt 7:24-27; 13,23) e isso faz com que se dividam (Mc 8:38). Para João, o evangelista, Jesus é a Palavra (Logos — Memrá) que é Deus (Jo 1:1) e que se fez carne (Jo 1:11.
    14) para revelar o Pai e salvar o homem (Jo 1:18; 3,34; 12,50; 17,8.14).

    Prazer

    substantivo masculino Sensação agradável de contentamento ou de alegria, normalmente relacionada à satisfação de um desejo, vontade ou necessidade; divertimento, diversão.
    Demonstração de afabilidade; cortesia: temos o prazer de lhe entregar este prêmio.
    Sensação de satisfação sexual.
    Ação de se divertir; em que há divertimento.
    verbo transitivo indireto , intransitivo e pronominal Provocar ou sentir uma sensação agradável.
    Etimologia (origem da palavra prazer). Do latim placere.

    [...] neste mundo é a fonte copiosa do sofrimento.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

    [...] o prazer, freqüentemente, é produção de angústia [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 4


    Semente

    substantivo feminino Qualquer substância ou grão que se deita à terra para germinar: semente de trigo.
    O grão ou a parte do fruto próprio para a reprodução: semente de melancia.
    Esperma, sêmen.
    Figurado Coisa que, com o tempo, há de produzir certos efeitos; germe; origem: a semente do ódio.
    Ficar para semente, ser reservado ou escolhido para a reprodução, ou, p. ext., ser a última pessoa, ou coisa, restante de um grupo (por não ter sido escolhido, por não ter morrido ou desaparecido).

    [...] A semente é a palavra de Deus. [...]
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 4

    Apesar de pequenina, a semente é a gota de vida.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 10


    Sorte

    substantivo feminino Força invencível e inexplicável da qual derivam todos os acontecimentos da vida; destino, fado, fatalidade: queixar-se da sorte.
    Circunstância feliz; fortuna, dita, ventura, felicidade: teve a sorte de sair ileso.
    Acaso favorável; coincidência boa: não morreu por sorte.
    Solução de um problema e situação que está condicionada ao acaso.
    Maneira de decidir qualquer coisa por acaso; sorteio: muitos magistrados de Atenas eram escolhidos por sorte.
    Práticas que consistem em palavras, gestos etc., com a intenção de fazer malefícios: a sorte operou de modo fulminante.
    Figurado Condição de desgraça; infelicidade persistente; azar.
    Modo próprio; modo, jeito, maneira.
    Condição da vida, da existência.
    Maneira através da qual alguém alcança algo; termo.
    Qualquer classe, gênero, espécie, qualidade: toda sorte de animais.
    Bilhete ou senha com a declaração do prêmio que se ganhou em jogo de azar; o sorteio em que esse bilhete é atribuído.
    Porção, quinhão que toca por sorteio ou partilha.
    expressão Sorte grande. O maior prêmio da loteria.
    A sorte está lançada. A decisão foi tomada.
    locução conjuntiva De sorte que. De maneira que, de modo que, de tal forma que.
    locução adverbial Desta sorte. Assim, deste modo.
    Etimologia (origem da palavra sorte). Do latim sors, sortis “sorte”.

    sorte s. f. 1. Fado, destino. 2. Acaso, risco. 3. Quinhão que tocou em partilha. 4. Estado de alguém em relação à riqueza. 5. Bilhete ou outra coisa premiada em loteria. 6. Fig. Desgraça. 7. Lote de tecidos.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    ὁμοίως εἰσί οὗτος σπείρω ἐπί πετρώδης ὅς ὅταν ἀκούω λόγος εὐθέως αὐτός λαμβάνω μετά χαρά
    Marcos 4: 16 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    E da mesma forma são os semeados em lugares pedregosos; os quais, ouvindo a palavra, imediatamente a recebem com alegria;
    Marcos 4: 16 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Novembro de 28
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1909
    epí
    ἐπί
    sobre, em cima de, em, perto de, perante
    (at [the time])
    Preposição
    G191
    akoúō
    ἀκούω
    ser idiota, louco
    (the foolish)
    Adjetivo
    G2112
    euthéōs
    εὐθέως
    imediatamente
    (immediately)
    Advérbio
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2983
    lambánō
    λαμβάνω
    descendentes do terceiro filho de Canaã que vivia em ou próximo ao local de Jebus, o
    (the Jebusites)
    Substantivo
    G3056
    lógos
    λόγος
    do ato de falar
    (on account)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G3326
    metá
    μετά
    .. .. ..
    (.. .. ..)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3668
    homoíōs
    ὁμοίως
    pai de Zedequias, o falso profeta de Acabe
    (of Chenaanah him)
    Substantivo
    G3739
    hós
    ὅς
    que
    (which)
    Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
    G3752
    hótan
    ὅταν
    o 7o
    (and Carcas)
    Substantivo
    G3778
    hoûtos
    οὗτος
    um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
    (of the Chaldeans)
    Substantivo
    G4075
    petrṓdēs
    πετρώδης
    um habitante da Média
    (Mede)
    Adjetivo
    G4687
    speírō
    σπείρω
    mandamento
    (my commands)
    Substantivo
    G5479
    chará
    χαρά
    alegria
    (joy)
    Substantivo - feminino acusativo singular
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    ἐπί


    (G1909)
    epí (ep-ee')

    1909 επι epi

    uma raíz; prep

    sobre, em cima de, em, perto de, perante

    de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

    para, acima, sobre, em, através de, contra


    ἀκούω


    (G191)
    akoúō (ak-oo'-o)

    191 ακουω akouo

    uma raiz; TDNT - 1:216,34; v

    1. estar dotado com a faculdade de ouvir, não surdo
    2. ouvir
      1. prestar atenção, considerar o que está ou tem sido dito
      2. entender, perceber o sentido do que é dito
    3. ouvir alguma coisa
      1. perceber pelo ouvido o que é dito na presença de alguém
      2. conseguir aprender pela audição
      3. algo que chega aos ouvidos de alguém, descobrir, aprender
      4. dar ouvido a um ensino ou a um professor
      5. compreender, entender

    εὐθέως


    (G2112)
    euthéōs (yoo-theh'-oce)

    2112 ευθεως eutheos

    de 2117; adv

    1. diretamente, imediatamente, em seguida

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λαμβάνω


    (G2983)
    lambánō (lam-ban'-o)

    2983 λαμβανω lambano

    forma prolongada de um verbo primário, que é usado apenas como um substituto em certos tempos; TDNT - 4:5,495; v

    1. pegar
      1. pegar com a mão, agarrar, alguma pessoa ou coisa a fim de usá-la
        1. pegar algo para ser carregado
        2. levar sobre si mesmo
      2. pegar a fim de levar
        1. sem a noção de violência, i.e., remover, levar
      3. pegar o que me pertence, levar para mim, tornar próprio
        1. reinvindicar, procurar, para si mesmo
          1. associar consigo mesmo como companhia, auxiliar
        2. daquele que quando pega não larga, confiscar, agarrar, apreender
        3. pegar pelo astúcia (nossa captura, usado de caçadores, pescadores, etc.), lograr alguém pela fraude
        4. pegar para si mesmo, agarrar, tomar posse de, i.e., apropriar-se
        5. capturar, alcançar, lutar para obter
        6. pegar um coisa esperada, coletar, recolher (tributo)
      4. pegar
        1. admitir, receber
        2. receber o que é oferecido
        3. não recusar ou rejeitar
        4. receber uma pessoa, tornar-se acessível a ela
        5. tomar em consideração o poder, nível, ou circunstâncias externas de alguém, e tomando estas coisas em conta fazer alguma injustiça ou negligenciar alguma coisa
      5. pegar, escolher, selecionar
      6. iniciar, provar algo, fazer um julgamento de, experimentar
    2. receber (o que é dado), ganhar, conseguir, obter, ter de volta

    Sinônimos ver verbete 5877


    λόγος


    (G3056)
    lógos (log'-os)

    3056 λογος logos

    de 3004; TDNT - 4:69,505; n m

    1. do ato de falar
      1. palavra, proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia
      2. o que alguém disse
        1. palavra
        2. os ditos de Deus
        3. decreto, mandato ou ordem
        4. dos preceitos morais dados por Deus
        5. profecia do Antigo Testamento dado pelos profetas
        6. o que é declarado, pensamento, declaração, aforismo, dito significativo, sentença, máxima
      3. discurso
        1. o ato de falar, fala
        2. a faculdade da fala, habilidade e prática na fala
        3. tipo ou estilo de fala
        4. discurso oral contínuo - instrução
      4. doutrina, ensino
      5. algo relatado pela fala; narração, narrativa
      6. assunto em discussão, aquilo do qual se fala, questão, assunto em disputa, caso, processo jurídico
      7. algo a respeito do qual se fala; evento, obra
    2. seu uso com respeito a MENTE em si
      1. razão, a faculdade mental do pensamento, meditação, raciocínio, cálculo
      2. conta, i.e., estima, consideração
      3. conta, i.e., cômputo, cálculo
      4. conta, i.e., resposta ou explanação em referência a julgamento
      5. relação, i.e., com quem, como juiz, estamos em relação
        1. razão
      6. razão, causa, motivo

        Em João, denota a essencial Palavra de Deus, Jesus Cristo, a sabedoria e poder pessoais em união com Deus. Denota seu ministro na criação e governo do universo, a causa de toda a vida do mundo, tanto física quanto ética, que para a obtenção da salvação do ser humano, revestiu-se da natureza humana na pessoa de Jesus, o Messias, a segunda pessoa na Trindade, anunciado visivelmente através suas palavras e obras. Este termo era familiar para os judeus e na sua literatura muito antes que um filósofo grego chamado Heráclito fizesse uso do termo Logos, por volta de 600 a.C., para designar a razão ou plano divino que coordena um universo em constante mudança. Era a palavra apropriada para o objetivo de João no capítulo 1 do seu evangelho. Ver Gill ou “Jo 1:1”.


    μετά


    (G3326)
    metá (met-ah')

    3326 μετα meta

    preposição primária (com freqüencia usada adverbialmente); TDNT - 7:766,1102; prep

    1. com, depois, atrás


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὁμοίως


    (G3668)
    homoíōs (hom-oy'-oce)

    3668 ομοιως homoios

    de 3664; adv

    1. do mesmo modo, igualmente

    ὅς


    (G3739)
    hós (hos)

    3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

    provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

    1. quem, que, o qual

    ὅταν


    (G3752)
    hótan (hot'-an)

    3752 οταν hotan

    de 3753 e 302; partícula

    1. quando, sempre que, contanto que, tão logo que

    οὗτος


    (G3778)
    hoûtos (hoo'-tos)

    3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

    do artigo 3588 e 846; pron

    1. este, estes, etc.

    πετρώδης


    (G4075)
    petrṓdēs (pet-ro'-dace)

    4075 πετρωδης petrodes

    de 4073 e 1491; adj

    1. rochoso, pedregoso
      1. de um solo cheio de rochas

    σπείρω


    (G4687)
    speírō (spi'-ro)

    4687 σπειρω speiro

    provavelmente reforçado de 4685 (da idéia de estender); TDNT - 7:536,1065; v

    semear, espalhar, disseminar

    metáf. de dizeres proverbiais


    χαρά


    (G5479)
    chará (khar-ah')

    5479 χαρα chara

    de 5463; TDNT - 9:359,1298; n f

    1. alegria, satisfação
      1. a alegria recebida de você
      2. causa ou ocasião de alegria
        1. de pessoas que são o prazer de alguém

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo