Enciclopédia de Mateus 18:20-20

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mt 18: 20

Versão Versículo
ARA Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.
ARC Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí, estou eu no meio deles.
TB Pois, onde dois ou três estão congregados em meu nome, ali estou eu no meio deles.
BGB οὗ γάρ εἰσιν δύο ἢ τρεῖς συνηγμένοι εἰς τὸ ἐμὸν ὄνομα, ἐκεῖ εἰμι ἐν μέσῳ αὐτῶν.
HD pois onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou no meio deles.
BKJ Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles.
LTT Porque, onde estão dois ou três tendo sido reunidos para dentro de o Meu nome, ali estou Eu no meio deles 388."
BJ2 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles."
VULG Ubi enim sunt duo vel tres congregati in nomine meo, ibi sum in medio eorum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 18:20

Gênesis 49:10 O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.
Êxodo 20:24 Um altar de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei.
Zacarias 2:5 E eu, diz o Senhor, serei para ela um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória.
Mateus 28:20 ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!
João 8:58 Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou.
João 20:19 Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!
João 20:26 E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco!
I Coríntios 5:4 em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo,
I Tessalonicenses 1:1 Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Apocalipse 1:11 que dizia: O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia.
Apocalipse 2:1 Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro:
Apocalipse 21:3 E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 388

Mt 18:20 o contexto dos 5 versos anteriores (15-19) é o da assembleia disciplinar um seu membro que pecou contra outro, e a expressão "dois ou três" se refere ao número de testemunhas oculares do caso. O ensino é que o Pai aprovará o pedido de dois ou mais testemunhas que se reunirem em nome de Cristo e estejam de acordo sobre disciplinar o irmão errado.



Gematria

Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.

três (3)

A união dos significados do 1 com o 2. A ligação entre a criatura e o Criador objetivando a excelência no mundo.

Também é o equilíbrio dos elementos na criação. O processo constante de evolução de uma pessoa. Muitas leis, tradições e costumes judaicos são embasados neste número, de forma que sua conexão com a leitura e escrita da Torá é ressaltada. É conhecido também como a confirmação de um fato que se completou.



Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 3) e na Judeia

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

32 d.C., depois da Páscoa

Mar da Galileia; Betsaida

Em viagem para Betsaida, Jesus alerta contra o fermento dos fariseus; cura cego

Mt 16:5-12

Mc 8:13-26

   

Região de Cesareia de Filipe

Chaves do Reino; profetiza sua morte e ressurreição

Mt 16:13-28

Mc 8:27–9:1

Lc 9:18-27

 

Talvez Mte. Hermom

Transfiguração; Jeová fala

Mt 17:1-13

Mc 9:2-13

Lc 9:28-36

 

Região de Cesareia de Filipe

Cura menino endemoninhado

Mt 17:14-20

Mc 9:14-29

Lc 9:37-43

 

Galileia

Profetiza novamente sua morte

Mt 17:22-23

Mc 9:30-32

Lc 9:43-45

 

Cafarnaum

Moeda na boca de um peixe

Mt 17:24-27

     

O maior no Reino; ilustrações da ovelha perdida e do escravo que não perdoou

Mt 18:1-35

Mc 9:33-50

Lc 9:46-50

 

Galileia–Samaria

Indo a Jerusalém, diz aos discípulos que abandonem tudo pelo Reino

Mt 8:19-22

 

Lc 9:51-62

Jo 7:2-10

Ministério de Jesus na Judeia

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

32 d.C., Festividade das Tendas (Barracas)

Jerusalém

Ensina na Festividade; guardas enviados para prendê-lo

     

Jo 7:11-52

Diz “eu sou a luz do mundo”; cura homem cego de nascença

     

Jo 8:12–9:41

Provavelmente Judeia

Envia os 70; eles voltam alegres

   

Lc 10:1-24

 

Judeia; Betânia

Ilustração do bom samaritano; visita a casa de Maria e Marta

   

Lc 10:25-42

 

Provavelmente Judeia

Ensina novamente a oração-modelo; ilustração do amigo persistente

   

Lc 11:1-13

 

Expulsa demônios pelo dedo de Deus; sinal de Jonas

   

Lc 11:14-36

 

Come com fariseu; condena hipocrisia dos fariseus

   

Lc 11:37-54

 

Ilustrações: o homem rico insensato e o administrador fiel

   

Lc 12:1-59

 

No sábado, cura mulher encurvada; ilustrações do grão de mostarda e do fermento

   

Lc 13:1-21

 

32 d.C., Festividade da Dedicação

Jerusalém

Ilustração do bom pastor e o aprisco; judeus tentam apedrejá-lo; viaja para Betânia do outro lado do Jordão

     

Jo 10:1-39


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

mt 18:20
Segue-me

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 61
Página: 159
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Vós sois o sal da Terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?” — JESUS (Mt 5:13)


Todo médium trazido à seara espírita-cristã, para fins determinados, está obedecendo, de maneira indireta, aos desígnios dos Mensageiros de Jesus, que conferem recursos e oportunidades de trabalho a cada um conforme as suas aptidões e necessidades.

Situado entre os irmãos encarnados que lhe pedem amparo e os benfeitores desencarnados que lhe esperam a colaboração, é razoável pergunte cada medianeiro a si próprio na esfera dos serviços consagrados ao bem:

Um operário fiel ao dever ou um amigo desprevenido de responsabilidade que aparece na oficina apenas de quando em quando com evidente menosprezo dos compromissos assumidos?

Uma fonte de paciência ou um espinheiro de irritação?

Um engenho pronto para entrar em atividade ou um aparelho destrambelhado, habitualmente reclamando conserto?

Um colaborador das boas obras ou um agente de pessimismo, congelando as energias do grupo?

Um instrumento do bem ou um canal para as influências menos felizes?

Um companheiro no auxílio aos outros ou um tarefeiro que somente busca as próprias obrigações quando a enfermidade ou a provação lhe batem à porta?

Um tronco para esteio firme dos irmãos que passam, cansados e sofredores, nos caminhos da vida ou uma sensitiva que se fecha em melindres ao toque da primeira contrariedade?

Uma alavanca de apoio ou uma escora sem qualquer resistência?

Pergunte o médium a si mesmo o que representa ele na equipe de ação, que foi chamado a integrar, e reconhecerá facilmente o que tem sido e o que pode ser, à frente do próximo, a fim de que os talentos mediúnicos, por empréstimos do Senhor, não lhe brilhem na vida em vão.




(Reformador,  em março de 1969, p. 50)


mt 18:20
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 311
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” — JESUS (Mt 18:20)


Compreendendo-se que cada obreiro da seara espírita cristã se incumbe de tarefa específica é forçoso indagar, de quando em quando, a nós mesmos, o que somos no grupo de trabalho a que pertencemos:

Uma chave de solução nos obstáculos ou um elemento que os agrava?

Um companheiro assíduo às lições ou um assistente que, por desfastio, aparece de vez em vez?

Um amigo que compreende e ajuda ou um crítico inveterado que tudo complica ou desaprova?

Um bálsamo que restaura ou um cáustico que envenena?

Um enfermeiro consagrado ao bem da comunidade ou um doente que deva ser tolerado e tratado pelos demais?

Um manancial de auxílio ou uma charneca deserta sem benefícios para ninguém?

Um apoio nas boas obras ou uma brecha para a influência do mal?

Uma planta frutífera ou um parasito destruidor?

Um esteio da paz ou um veículo da discórdia?

Uma bênção ou um problema?

Façamos semelhante observação e verificaremos, sem dificuldade, se estamos simplesmente na Doutrina Espírita ou se a Doutrina Espírita já está claramente em nós.




(Reformador, março 1969, p. 50)


mt 18:20
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários aos Atos dos Apóstolos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Esta segunda parte contém as passagens paralelas entre o texto de Atos dos apóstolos e o livro Paulo e Estêvão (veja o item , no Prefácio, para maiores informações). Para facilitar a leitura e identificação, o texto de Atos foi dividido em 116 perícopes, das quais 93 possuem textos paralelos em Paulo e Estêvão. Para essas passagens, foram adotados, sempre que possível, os mesmos títulos utilizados no livro O novo testamento, editado pela FEB Editora, e do qual os textos de Atos dos apóstolos foram transcritos.  Quando a separação não atendia aos critérios da pesquisa, outras divisões e títulos foram atribuídos, tendo como critério o conteúdo da passagem em questão.

Incluímos, ao final desta segunda parte, uma tabela que contém todos os versículos de Atos do apóstolos com a divisão de passagens adotadas para o presente trabalho e a indicação de ocorrência ou não de passagem paralela no texto de Paulo e Estêvão.



É importante destacar que os manuscritos gregos antigos não possuem esse tipo de separação. Na verdade, os manuscritos não separam versículos, capítulos e nem mesmo há espaço entre as palavras ou qualquer recurso de pontuação. Desde muitos séculos atrás, tem sido tradição separar os textos em perícopes (ou passagens), de forma a facilitar a identificação de trechos e a leitura. Essas divisões, contudo, nada tem de absoluto e as diversas traduções e edições não adotam o mesmo sistema de separação.



mt 18:20
Paulo e Estêvão

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

A jornada se fez sem incidentes. Entretanto, em sua nova soledade, o moço tarsense reconhecia que forças invisíveis proviam-lhe a mente de grandiosas e consoladoras inspirações. Dentro da noite cheia de estrelas, tinha a impressão de ouvir uma voz carinhosa e sábia, a traduzir-se por apelos de infinito amor e de infinita esperança. Desde o instante em que se desligara da companhia amorável de e sua mulher, quando se sentiu absolutamente só para os grandes empreendimentos do seu novo destino, encontrou energias interiores até então imprevistas, por desconhecidas.


Não podia definir aquele estado espiritual, mas o caso é que dali por diante, sob a direção de Jesus, conservava-se a seu lado como companheiro fiel.

Aquelas exortações, aquelas vozes brandas e amigas que o assistiram em todo o curso apostolar e atribuídas diretamente ao Salvador, provinham do generoso mártir do “”, que o seguiu espiritualmente durante trinta anos, renovando-lhe constantemente as forças para execução das tarefas redentoras do Evangelho.


Jesus quis, dessarte, que a primeira vítima das perseguições de Jerusalém  ficasse para sempre irmanada ao primeiro algoz dos prosélitos de sua doutrina de vida e redenção.

Ao invés dos sentimentos de remorso e perplexidade em face do passado culposo; da saudade e desalento que, às vezes, lhe ameaçavam o coração, sentia agora radiosas promessas no espírito renovado, sem poder explicar a sagrada origem de tão profundas esperanças. Não obstante as singulares alterações fisionômicas que a vida, o regime e o clima do deserto lhe produziram, entrou em Damasco com alegria sincera na alma agora devotada, absolutamente, ao serviço de Jesus.


Com júbilo indefinível abraçou o velho , pondo-o ao corrente de suas edificações espirituais. O respeitável ancião retribuiu-lhe o carinho com imensa bondade. Dessa vez, o ex-rabino não precisou insular-se numa pensão entre desconhecidos, porque os irmãos do “Caminho” lhe ofereceram franca e amorosa hospitalidade. Diariamente, repetia a emoção confortadora a que comparecera, antes de recolher-se ao deserto. A pequena assembleia fraternal congregava-se todas as noites, trocando ideias novas sobre os ensinamentos do Cristo, comentando os acontecimentos mundanos à luz do Evangelho, permutando objetivos e conclusões. Saulo foi informado de todas as novidades atinentes à doutrina, experimentando os primeiros efeitos do choque entre os judeus e os amigos do Cristo, a propósito da circuncisão. Seu temperamento apaixonado percebeu a extensão da tarefa que lhe estava reservada. Os fariseus formalistas, da sinagoga, não mais se insurgiam contra as atividades do “Caminho”, desde que o seguidor de Jesus fosse, antes de tudo, fiel observador dos princípios de Moisés. Somente Ananias e alguns poucos perceberam a sutileza dos casuístas que provocavam deliberadamente a confusão em todos os setores, atrasando a marcha vitoriosa da Boa Nova redentora. O ex-doutor da Lei reconheceu que, na sua ausência, o processo de perseguição tornara-se mais perigoso e mais imperceptível, porquanto, às características cruéis, mas francas, do movimento inicial, sucediam as manifestações de hipocrisia farisaica, que, a pretexto de contemporização e benignidade, mergulhariam a personalidade de Jesus e a grandeza de suas lições divinas em criminoso e deliberado olvido. Coerente com as novas disposições do foro íntimo, não pretendia voltar à sinagoga de Damasco, para não parecer um mestre pretensioso a pugnar pela salvação de outrem, antes de cuidar do aperfeiçoamento próprio; mas, diante do que via e coligia com alto senso psicológico, compreendeu que era útil arrostar todas as consequências e demonstrar as disparidades do formalismo farisaico com o Evangelho: o que era a circuncisão e o que era a nova fé. Expondo a Ananias o projeto de fomentar a discussão em torno do assunto, o velhinho generoso estimulou-lhe os propósitos de restabelecer a verdade em seus legítimos fundamentos.

Para esse fim, no segundo sábado de sua permanência na cidade, o vigoroso pregador compareceu à sinagoga. Ninguém reconheceu o rabino de Tarso  na sua túnica rafada, na epiderme tostada de sol, no rosto descarnado, no brilho mais vivo dos olhos profundos.

Terminada a leitura e a exposição regulamentares, franqueada a palavra aos sinceros estudiosos da religião, eis que o desconhecido galga a tribuna dos mestres de Israel e, buscando interessar a numerosa assistência, falou primeiramente do caráter sagrado da , detendo-se, apaixonado, nas promessas maravilhosas e sábias de , até que penetrou o estudo dos profetas. Os presentes escutavam-no com profunda atenção. Alguns se esforçavam por identificar aquela voz que lhes não parecia estranha. A pregação vibrante suscitava ilações de grande alcance e beleza. Imensa luz espiritual transbordava dos raptos altiloquentes.


Foi aí que o ex-rabino, conhecendo o poder magnético já exercido sobre o vultoso auditório, começou a falar do Messias Nazareno comparando sua vida, feitos e ensinamentos, com os textos que o anunciavam nas sagradas escrituras.

Quando abordava o problema da circuncisão, eis que a assembleia rompe em furiosa gritaria.

— É ele!… É o traidor!… clamavam os mais audaciosos, depois de identificar o ex-doutor de Jerusalém. — Pedra ao blasfemo!… É o bandido da seita do “Caminho”!…


Os chefes do serviço religioso, por sua vez, reconheceram o antigo companheiro, agora considerado trânsfuga da Lei, a quem se deviam impor castigos rudes e cruéis.

Saulo assistia à repetição da mesma cena de quando se fazia ouvir na seleta reunião, com a presença dos levitas de Chipre.  Enfrentou impassível a situação, até que as autoridades religiosas conseguissem acalmar os ânimos turbulentos.

Após as fases mais agudas do tumulto, o arquisinagogo, tomando posição, determinou que o orador descesse da tribuna para responder ao seu interrogatório.

O convertido de Damasco compreendeu de relance toda a calma de que necessitava para sair-se com êxito daquela difícil aventura, e obedeceu de pronto, sem protestar.

— Sois Saulo de Tarso, antigo rabino em Jerusalém? — perguntou a autoridade com ênfase.

— Sim, pela graça do Cristo Jesus! — respondeu em tom firme e resoluto.

— Não vem ao caso referências quaisquer ao carpinteiro de Nazaret! Interessa-nos, tão só, a vossa prisão imediata, de acordo com as instruções recebidas do Templo  — explicou o judeu em atitude solene.

— Minha prisão? — interrogou Saulo admirado.

— Sim.

— Não vos reconheço o direito de efetuá-la — esclareceu o pregador.


Diante daquela atitude enérgica, houve um movimento de admiração geral.

— Por que relutais? O que só vos cumpre é obedecer.

Saulo de Tarso fixou-o com decisão, explicando:

— Nego-me porque, não obstante haver modificado minha concepção religiosa, sou doutor da Lei e, além disso, quanto à situação política, sou cidadão romano e não posso atender a ordens verbais de prisão.

— Mas estais preso em nome do Sinédrio. 

— Onde o mandado?


A pergunta imprevista desnorteou a autoridade. Havia mais de dois anos, chegara de Jerusalém o documento oficial, mas ninguém podia prever aquela eventualidade. A ordem fora arquivada cuidadosamente, mas não podia ser exibida de pronto, como exigiam as circunstâncias.

— O pergaminho será apresentado dentro de poucas horas — acrescentou o chefe da sinagoga um tanto indeciso.

E como a justificar-se, acrescentava:

— Desde o escândalo da vossa última pregação em Damasco, temos ordem de Jerusalém para vos prender.

Saulo fixou-o com energia, e, voltando-se para a assembleia, que lhe observava a coragem moral, tomada de pasmo e admiração, disse alto e bom som:

— Varões de Israel, trouxe ao vosso coração o que possuía de melhor, mas rejeitais a verdade trocando-a pelas formalidades exteriores. Não vos condeno. Lastimo-vos, porque também fui assim como vós outros. Entretanto, chegada a minha hora, não recusei o auxílio generoso que o Céu me oferecia. Lançais-me acusações, vituperais minhas atuais convicções religiosas; mas, qual de vós estaria disposto a discutir comigo? Onde o sincero lutador do campo espiritual que deseje sondar, em minha companhia, as santas escrituras?


Profundo silêncio seguiu-se ao repto.

— Ninguém? — perguntou o ardoroso artífice da nova fé, com um sorriso de triunfo — Conheço-vos, porque também palmilhei esses caminhos. Entretanto, convenhamos em que o farisaísmo  nos perdeu, atirando nossas esperanças mais sagradas num oceano de hipocrisias. Venerais na sinagoga; tendes excessivo cuidado com as fórmulas exteriores, mas qual a feição da vossa vida doméstica? Quantas dores ocultais sob a túnica brilhante! Quantas feridas dissimulais com palavras falaciosas! Como eu, devíeis sentir imenso tédio de tantas máscaras ignóbeis! Se fôssemos apontar os feitos criminosos que se praticam à sombra da Lei, não teríamos açoites para castigar os culpados; nem o número exato das maldições indispensáveis à pintura de semelhantes abominações! Padeci de vossas úlceras, envenenei-me também nas vossas trevas e vinha trazer-vos o remédio imprescindível. Recusais-me a cooperação fraterna; entretanto, em vão recalcitrais perante os processos regeneradores, porque somente Jesus poderá salvar-nos! Trouxe-vos o Evangelho, ofereço-vos a porta de redenção para nossas velhas mazelas e inda quereis compensar meus esforços com o cárcere e a maldição? Recuso-me a receber semelhantes valores em troca de minha iniciativa espontânea!… Não podereis prender-me, porque a palavra de Deus não está algemada. Se a rejeitais, outros me compreenderão. Não é justo abandonar-me aos vossos caprichos, quando o serviço, a fazer, me pede dedicação e boa vontade.


Os próprios diretores da reunião pareciam dominados por forças magnéticas, poderosas e indefiníveis.

O moço tarsense passeou o olhar dominador sobre todos os presentes, revelando a rigidez do seu ânimo poderoso.

— Vosso silêncio fala mais que as palavras — concluiu quase com audácia. — Jesus não vos permite a prisão do servo humilde e fiel. Que a sua bênção vos ilumine o espírito na verdadeira compreensão das realidades da vida.

Assim dizendo, caminhou resoluto para a porta de saída, enquanto o olhar assombrado da assembleia lhe acompanhava o vulto, até que, a passo firme, desapareceu em uma das ruas estreitas que desembocavam na grande praça.


Como se despertasse, após o audacioso desafio, a reunião degenerou em acaloradas discussões. O arquisinagogo, que parecia sumamente impressionado com as declarações do ex-rabino, não ocultava a indecisão, relutando entre as verdades amargas de Saulo e a ordem de prisão imediata. Os companheiros mais enérgicos procuraram levantar-lhe o espírito de autoridade. Era preciso prender o atrevido orador a qualquer preço. Os mais decididos puseram-se à procura imediata do pergaminho de Jerusalém e, logo que o encontraram, resolveram pedir auxílio às autoridades civis, promovendo diligências. Daí a três horas, todas as medidas para a prisão do audacioso pregador estavam assentadas. Os primeiros contingentes foram movimentados às portas da cidade. Em cada uma postou-se pequeno grupo de fariseus, secundados por dois soldados, a fim de burlarem qualquer tentativa de evasão.

Em seguida, iniciaram a devassa em bloco, na residência de todas as pessoas suspeitas de simpatia e relações com os discípulos do Nazareno.


Saulo, por sua vez, afastando-se da sinagoga, procurou avistar-se com Ananias, ansioso da sua palavra amorosa e conselheira.

O sábio velhinho ouviu a narração do acontecido, aprovando-lhe as atitudes.

— Sei que o Mestre — dizia o moço por fim — condenou as contendas e jamais andou entre os discutidores; mas, também, jamais contemporizou com o mal. Estou pronto a reparar meu passado de culpas. Afrontarei as incompreensões de Jerusalém, a fim de patentear minha transformação radical. Pedirei perdão aos ofendidos pela insensatez da minha ignorância, mas, de modo algum poderei fugir ao ensejo de afirmar-me sincero e verdadeiro. Acaso serviria ao Mestre, humilhando-me diante das explorações inferiores? Jesus lutou quanto possível e seus discípulos não poderão proceder de outro modo.


O bondoso ancião acompanhava-lhe as palavras com sinais afirmativos. Depois de confortá-lo com a sua aprovação, recomendou-lhe a maior prudência. Seria razoável afastar-se quanto antes dali, do seu tugúrio. Os judeus de Damasco conheciam a parte que tivera na sua cura. Por causa disso, muita vez lhes suportara as injúrias e remoques. Certo, procurá-lo-iam, ali, para prendê-lo. Assim, era de opinião que se recolhesse à casa da consóror lavadeira, onde costumavam orar e estudar o Evangelho. Ela saberia acolhê-lo com bondade.

Saulo atendeu ao conselho sem hesitar.

Daí a três horas, o velho Ananias era procurado e interpelado. Atenta a sua conduta discreta, foi recolhido ao cárcere para ulteriores averiguações.


O fato é que, inquirido pela autoridade religiosa, apenas respondia:

— Saulo deve estar com Jesus.

Nos seus escrúpulos de consciência, o generoso velhinho entendia que, desse modo, não mentia aos homens nem comprometia um amigo fiel. Depois de preso e incomunicável 24 horas, deram-lhe liberdade após receber castigos dolorosos. A aplicação de vinte bastonadas deixara-lhe o rosto e as mãos gravemente feridos. Contudo, logo que se viu livre, esperou a noite e, cautamente, encaminhou-se à choupana humilde onde se realizavam as prédicas do “Caminho”. Reencontrando-se com o amigo, expôs-lhe o plano que vinha remediar a situação.

— Quando criança — exclamou Ananias prazeroso — assisti à fuga de um homem sobre os muros de Jerusalém.

E como se recapitulasse os pormenores do fato, na memória cansada, perguntou:

— Saulo, terias medo de fugir num cesto de vime?

— Por quê? — disse o moço sorridente. — Moisés não começou a vida num cesto sobre as águas? (Ex 2:1)


O velho achou graça na alusão e esclareceu o projeto. Não muito longe dali, havia grandes árvores junto dos muros da cidade. Alçariam o fugitivo num grande cesto, e depois, com insignificantes movimentos, ele poderia descer do outro lado, em condições de encetar a viagem para Jerusalém, conforme pretendia. O ex-rabino experimentou imensa alegria. Na mesma hora, a dona da casa foi buscar o concurso dos três irmãos de mais confiança. E quando o céu se fez mais sombrio, depois das primeiras horas da meia-noite, um pequeno grupo se reunia junto a muralha, em ponto mais distante do centro da cidade. Saulo beijou as mãos de Ananias, quase com lágrimas. Despediu-se em voz baixa dos amigos, enquanto um lhe entregava volumoso pacote de bolos de cevada. Na copa da árvore frondosa e escura, o mais jovem esperava o sinal. O moço tarsense entrou na sua embarcação improvisada e a evasão se deu no âmbito silencioso da noite.


Do outro lado, saiu lesto do cesto, deixando-se empolgar por estranhos pensamentos. Seria justo fugir assim? Não havia cometido crime algum. Não seria covarde deixar de comparecer perante a autoridade civil para os esclarecimentos necessários? Ao mesmo tempo, considerava que sua conduta não provinha de sentimentos pueris e inferiores, pois ia a Jerusalém desassombrado, buscaria avistar-se com os antigos companheiros, falar-lhes-ia abertamente, concluindo que também não seria razoável entregar-se inerme ao fanatismo tirânico da Sinagoga de Damasco.


Aos primeiros raios de sol, o fugitivo ia longe. Levava consigo os bolos de cevada como única provisão, e o Evangelho presenteado por como lembrança de tanto tempo de solidão e de luta.

A jornada foi assaz difícil e penosa. O cansaço obrigava-o a paradas constantes. Mais de uma vez recorreu à caridade alheia, no trajeto penoso. Com auxílio de camelos, cavalos ou dromedários, a viagem de Damasco a Jerusalém não exigia menos de uma semana de marchas exaustivas. Saulo, porém, ia a pé. Poderia talvez valer-se do concurso definitivo de alguma caravana, onde conseguisse os recursos imprescindíveis, mas preferiu familiarizar a vontade poderosa com os obstáculos mais duros. Quando a fadiga lhe sugeria o desejo de aguardar a cooperação eventual de outrem, buscava vencer o desânimo, punha-se novamente de pé, apoiava-se em cajados improvisados.


Depois de suaves recordações no local em que tivera a visão gloriosa do Messias ressuscitado, voltou a experimentar carinhosas emoções ao penetrar na Palestina,  atravessando vagarosamente extensas regiões da Galileia.  Fazia questão de conhecer o teatro das primeiras lutas do Mestre, identificar-se com as paisagens mais queridas, visitar Cafarnaum  e Nazaret,  ouvir a palavra dos filhos da região. Naquele tempo, já o ardoroso Apóstolo dos gentios desejava inteirar-se de todos os fatos referentes à vida de Jesus, ansiava por coordená-los com segurança, de maneira a legar aos irmãos em Humanidade o melhor repositório de informações sobre o Emissário Divino.


Quando chegou a Cafarnaum, um crepúsculo de ouro entornava maravilhas de luz na bucólica paisagem. O ex-rabino desceu religiosamente às margens do lago.  Embebeu-se na contemplação das águas, marulhosas. Pensando em Jesus, no poder do seu amor, chorou, dominado por singular emoção. Queria ter sido pescador humilde para captar os ensinamentos sublimes na fonte de suas palavras generosas e imortais.


Por dois dias, ali permaneceu em suave embevecimento. Sem revelar-se, procurou , que o recebeu de boa vontade. Mostrou-lhe sua dedicação e conhecimento do Evangelho, falou da oportunidade de suas anotações. O filho de Alfeu alegrou-se ao contágio daquela palavra inteligente e confortadora. Saulo viveu em Cafarnaum horas deliciosas para o seu espírito emotivo. Fora ao local das pregações do Mestre; mais adiante, a casinha de ; além, a coletoria onde o Mestre fora chamar Levi para o desempenho de importante papel entre os apóstolos. Abraçou homens fortes, da localidade, que tinham sido cegos e leprosos, curados pelas mãos misericordiosas do Messias; foi a Dalmanuta, onde conheceu . Enriqueceu o mundo impressivo de suas observações, colhendo informes inéditos.


Daí a dias, depois de repousar em Nazaret, ei-lo às portas da cidade santa dos israelitas, extenuado de fadiga, das caminhadas penosas, das noites de vigília cujos sofrimentos muita vez lhe pareceram sem-fim.

Em Jerusalém, todavia, aguardavam-no outras surpresas não menos dolorosas.

Estava empolgado por ansiosas interrogações. Não mais tivera notícia dos pais, dos amigos, da irmã carinhosa, dos familiares sempre vivos na sua retentiva. Como o receberiam os companheiros mais sinceros? Não poderia esperar amáveis recepções do Sinédrio. O episódio de Damasco dava-lhe a perceber o estado de ânimo dos membros do Tribunal. Certo, fora sumariamente expulso do cenáculo mais conspícuo da raça. Em compensação, fora admitido pelo Cristo no cenáculo infinito das verdades eternas.


Dominado por essas reflexões, atravessou a porta da cidade, recordando o tempo em que, numa biga veloz, saía, noutro local, buscando a casa de Zacarias, na direção de Jope.  As reminiscências das horas mais venturosas da mocidade encheram-lhe os olhos de pranto. Os transeuntes de Jerusalém estavam longe de imaginar quem era aquele homem magro e pálido, barba grande e olhos encovados, que passava arrastando-se de fadiga.

Após grande esforço, atingiu um prédio residencial do seu conhecimento. O coração palpitou-lhe apressado. Como simples mendigo, bateu à porta, em ansiosa expectativa.

Um homem de semblante severo atendeu secamente.

— Podeis informar, por favor — disse com humildade —, se ainda aqui reside uma senhora chamada Dalila?

— Não —, respondeu o outro, ríspido.


Aquele olhar duro não ensejava novas perguntas, mas, ainda assim, aventurou:

— Poderíeis dizer, por obséquio, para onde se mudou?

— Ora esta! — replicou o dono da casa irritadiço — dar-se-á que tenha de prestar contas a um mendigo? Daqui a pouco o senhor me perguntará se comprei esta casa; depois me pedirá o preço, exigirá datas, reclamará novas informações sobre os antigos moradores, tomará meu tempo com mil interrogações ociosas.

E, fixando em Saulo os olhos impassíveis, rematou de chofre:

— Nada sei, está ouvindo? Ponha-se na rua!…


O fugitivo de Damasco voltou serenamente para a via pública, enquanto o homenzinho dava expansão aos nervos doentes, batendo a porta com estrondo.

O ex-discípulo de refletiu na realidade amarga daquela primeira recepção simbólica. Jerusalém, certamente, nunca mais poderia conhecê-lo. Não obstante a impressão dolorosa, não se deixaria empolgar pelo desânimo. Resolveu procurar Alexandre, parente de Caifás  e seu companheiro de atividades no Sinédrio  e no Templo.  Cansadíssimo, bateu-lhe à porta, com minguadas esperanças. Um servo da casa, depois da primeira pergunta, vinha trazer-lhe a alvissareira notícia de que o amo não se demoraria a atender.

Com efeito, daí a pouco, Alexandre recebia o desconhecido com indisfarçável surpresa.


Satisfeito por conseguir a atenção de um velho amigo, Saulo adiantou-se, cumprimentando-o com efusão.

O israelita ilustre não conseguiu ocultar o desapontamento e sentenciou com alguma generosidade nas palavras:

— Amigo, a que vindes a esta casa?

— Será possível que me não reconheças? — interrogou bem-humorado, apesar da imensa fadiga.

— Vossa fisionomia não me é de todo estranha, entretanto…

— Alexandre! — exclamou por fim, prazenteiro — não te recordas mais de Saulo?

Um grande abraço foi a resposta do amigo, que perguntava solícito, modificando o tratamento:

— Muito bem! Até que enfim! Graças a Deus vejo que estás curado! Não me enganei esperando que voltasses! Grande é o poder do Deus de Moisés!


Saulo compreendeu de pronto a ambiguidade daquelas expressões. Sentindo dificuldade em fazer-se entendido, procurava o melhor meio de explicar-se com êxito, enquanto o amigo prosseguia:

— Mas que aspecto é este? Olha que mais pareces um beduíno do deserto… Dize-me: quanto tempo durou a enfermidade pertinaz?

Saulo encheu-se de coragem e acentuou:

— Mas, há engano com certeza, ou estarás mal informado, porque nunca estive doente.

— Impossível! — disse Alexandre visivelmente desapontado depois de tantas demonstrações afetuosas. — Jerusalém anda repleta de lendas a teu respeito. Sadoc veio até aqui, há três anos, pedir providências enérgicas do Sinédrio para que se esclarecesse tua situação e, depois de longos debates, levou uma ordem de prisão contra ti. Desde essa época, lutei desesperadamente para que se modificassem as disposições da peça condenatória. Provei que, se havias adotado uma atitude simpática para com a gente do “Caminho”, certo, essa decisão obedecia a fins que não estávamos habilitados a compreender de pronto, como, por exemplo, o de sondar melhor a extensão de suas atividades revolucionárias.


Saulo não pôde conter-se e revidou, antes que o amigo continuasse:

— Mas, nesse caso, seria um hipócrita refalsado e indigno do cargo e de mim mesmo.

O outro, contrafeito, carregou o sobrolho.

— Aliás, ponderei todas as hipóteses e como não podia tomar-te por hipócrita — acentuou Alexandre procurando emendar a mão — consegui provar que tua atitude em Damasco provinha de transitória demência. Não era justo pensar de outro modo, mesmo porque, do contrário, serias também insincero conosco, na esfera do farisaísmo.


O ex-rabino sentiu a delicadeza do impasse. Havia renovado as concepções religiosas, mas estava diante de um amigo. Quando muitos o abandonavam, aquele o recebia fraternalmente. Era necessário não magoá-lo. Todavia, era impossível mascarar a verdade. Sentiu os olhos úmidos. Impunha-se-lhe testemunhar o Cristo a qualquer preço, embora tivesse de perder as maiores afeições do mundo.

— Alexandre — disse humildemente —, é verdade que iniciei o grande movimento de perseguição ao “Caminho”; mas, agora, é indispensável confessar que me enganei. Os Apóstolos galileus têm razão. Estamos no limiar de grandes transformações. Às portas de Damasco, Jesus me apareceu na sua gloriosa ressurreição e exortou-me ao serviço do seu Evangelho de amor.

A palavra saía-lhe tímida, lavada no desejo de não ferir as crenças do amigo, que, não obstante, deixava transparecer profunda decepção no rosto lívido.

— Não digas tais absurdos! — exclamou irônico e sorridente — desgraçadamente, vejo que o mal continua minando-te as forças físicas e mentais. A Sinagoga de Damasco tinha razão. Se não te conhecesse da infância, dar-te-ia agora o título de blasfemo e desertor.


O moço tarsense, não obstante a energia viril, estava desapontado.

— Aliás — prosseguiu o outro, assumindo ares de protetor —, desde o início de tua viagem não concordei com o mísero cortejo que levavas. Jonas e Demétrio são quase boçais, e Jacob vive de caduquices. Com semelhante companhia, qualquer perturbação da tua parte haveria de acarretar grandes desastres morais para a nossa posição.

— No entanto, Alexandre — dizia o ex-rabino um tanto humilhado —, devo insistir na verdade. Vi com estes olhos o Messias de Nazaret; ouvi-lhe a palavra de viva voz. Compreendendo os erros em que vivia, na minha defeituosa concepção da fé, demandei o deserto. Lá estive três anos em serviço rude e longas meditações. Minha convicção não é superficial. Creio, hoje, que Jesus é o Salvador, o Filho do Deus Vivo.

— Pois tua enfermidade — repetia Alexandre altaneiro, modificando o diapasão da intimidade — transtornou a vida de toda a tua família. Envergonhados com as notícias chegadas da Síria  Jaques e Dalila mudaram-se de Jerusalém para a Cilícia.  Quando soube da ordem de prisão lavrada pelo Sinédrio contra a tua pessoa, tua mãe faleceu em Tarso.  Teu pai, que te educou com esmero, esperando da tua inteligência os maiores galardões de nossa raça, vive acabrunhado e infeliz. Teus amigos, cansados de suportar as ironias do povo, em Jerusalém, vivem esquivos e humilhados depois de te procurarem em vão. Não te doerá a visão deste quadro? Uma dor como esta não bastará para refazer-te o equilíbrio mental?


O ex-doutor da Lei tinha o coração ralado de angústia. Tantos dias ansiosos, tantas amarguras vividas no intuito de lograr alguma compreensão e repouso junto dos seus, via, agora, era tudo ilusão e ruinaria. A família desorganizada, a mãe morta, o pai infeliz; os amigos execravam-no; Jerusalém lançava-lhe ironias.

Vendo-o em tal atitude, o amigo regozijava-se intimamente, esperando ansioso o efeito de suas palavras.


Depois de concentrar-se um minuto, Saulo acentuou:

— Lamento ocorrências tão tristes e tomo a Deus por testemunha de que não cooperei intencionalmente para isso. No entanto, mesmo aqueles que ainda não aceitaram o Evangelho deveriam compreender, segundo a antiga Lei, que não devemos ser orgulhosos. , nada obstante a energia das recomendações, ensinou a bondade. Os profetas, que lhe sucederam, foram emissários de mensagens profundas para o nosso coração, que se perdia na iniquidade. nos concitou a buscar Jeová para conseguirmos viver. Lastimo que os meus afeiçoados se julguem ofendidos; mas é preciso considerar que, antes de ouvir qualquer julgamento ocioso do mundo, devemos buscar os juízos de Deus.


— Quer dizer que persistes nos teus erros? — perguntou Alexandre quase hostil.

— Não me sinto enganado. Dada a incompreensão geral — comentou o ex-rabino dignamente —, também me encontro em penosa situação; mas o Mestre não me faltará com o seu auxílio. Lembro-me dele e experimento grande conforto. Os afetos da família e a consideração dos amigos eram no mundo minha única riqueza. Contudo, encontrei nas anotações de Levi o caso de um moço rico, que me ensina a proceder nesta hora.  Desde a infância procurei cumprir rigorosamente meus deveres; mas, se é preciso lançar mão da riqueza que me resta, para alcançar a iluminação de Jesus, renunciarei à própria estima deste mundo!…


Alexandre pareceu comover-se com o tom melancólico das últimas palavras. Saulo dava a impressão de alguém que estivesse prestes a chorar.

— Estás fundamente transtornado — objetou Alexandre —, só um demente poderia proceder assim.

— não era um louco e aceitou Jesus como o Messias prometido — acrescentou o ex-doutor invocando a venerável memória do grande rabino.

— Não creio! — disse o outro com ar superior.

Saulo baixou a fronte silencioso. Grande a humilhação daquela hora. Depois de havido como demente, era tido por mentiroso. Apesar disso, no auge da perplexidade, considerou que o amigo não estava em condições de compreende-lo integralmente. Refletia na situação embaraçosa, quando Alexandre voltou a dizer:

— Infelizmente, preciso convencer-me do estado precário do teu cérebro. Por enquanto, poderás ficar em Jerusalém à vontade, mas será justo não multiplicar o escândalo da tua enfermidade, com falsos panegíricos do carpinteiro de Nazaret. A decisão do Sinédrio que consegui com tantos sacrifícios, poderia modificar-se. Quanto ao mais — terminava como a despedi-lo —, sabes que continuo às tuas ordens para uma retificação definitiva de atitudes, a qualquer tempo.


Saulo compreendeu a advertência; não era preciso dilatar a entrevista. O amigo expulsava-o com boas maneiras.

Em dois minutos achou-se novamente na via pública. Era quase meio-dia, um dia quente. Sentiu sede e fome. Consultou a bolsa, estava quase vazia. Um resto do que recebera das mãos generosas do irmão de Gamaliel, ao deixar Palmira definitivamente. Procurou a pensão mais modesta de uma das zonas mais pobres da cidade. Em seguida a frugal refeição e antes que caíssem as sombras cariciosas da tarde, encaminhou-se esperançado para o velho casarão reformado, onde Simão Pedro e companheiros desenvolviam toda a atividade em prol da causa de Jesus.

No trajeto, recordou-se de quando fora ouvir Estêvão em companhia de Sadoc. Como tudo, agora, se passava inversamente! O crítico, de outrora, voltava para ser criticado. O juiz, transformado em réu, mergulhava o coração em singulares ansiedades. Como o receberiam na igreja do “Caminho”?


Parou à frente da habitação humilde. Pensava em Estêvão, mergulhado no passado, de alma opressa. Ante os colegas do Sinédrio, entestando as autoridades do , outra era a sua atitude. Conhecia-lhes as fraquezas peculiares, passara também pelas máscaras farisaicas e podia aquilatar de seus erros clamorosos. No entanto, defrontando os Apóstolos galileus, sagrada veneração se lhe impunha à consciência. Aqueles homens poderiam ser rudes e simples, podiam viver distanciados dos valores intelectuais da época, mas tinham sido os primeiros colaboradores de Jesus. Além disso, não poderia aproximar-se deles sem experimentar profundo remorso. Todos haviam sofrido vexames e humilhações por sua causa. Não fosse Gamaliel, talvez o próprio Pedro teria sido lapidado… Precisava consolidar as noções de humildade para manifestar seus desejos ardentes de cooperação sagrada com o Cristo. Em Damasco, lutara na sinagoga contra a hipocrisia de antigos companheiros; em Jerusalém, enfrentara Alexandre com todo o desassombro; entretanto, parecia-lhe que outra deveria ser sua atitude ali, onde tinha necessidade de renúncia para alcançar a reconciliação com aqueles a quem havia ferido.


Assomado de profundas reflexões, bateu à porta quase trêmulo.

Um dos auxiliares do serviço interno, de nome Prócoro,  veio atender solicitamente.

— Irmão — disse o moço tarsense em tom humilde —, podeis informar se Pedro está?

— Vou saber — respondeu o interpelado, amistoso.

— Caso esteja — acrescentou Saulo algo indeciso —, dizei-lhe que Saulo de Tarso deseja falar-lhe em nome de Jesus.


Prócoro gaguejou um “sim”, com extrema palidez, fixou no visitante os olhos assombrados e afastou-se com dificuldade, sem dissimular a enorme surpresa. Era o perseguidor que voltava, depois de três anos. Lembrava-se, agora, daquela primeira discussão com Estêvão, em que o grande pregador do Evangelho sofrera tantos insultos. Em poucos momentos alcançava a câmara onde e confabulavam sobre os problemas internos. A notícia caiu entre ambos como uma bomba. Ninguém poderia prever tal coisa. Não acreditavam na lenda que Jerusalém enfeitava com detalhes desconhecidos, em cada comentário. Impossível que o algoz implacável dos discípulos do Senhor estivesse convertido à causa do seu Evangelho de amor e redenção.

O ex-pescador do “Caminho”, antes de recambiar o portador ao inesperado visitante, mandou chamar para resolverem os três a decisão a tomar.

O filho de Alfeu, transformado em rígido asceta, arregalou os olhos.


Depois das primeiras opiniões que traduziam receios justos e emitidas precipitadamente, Simão exclamou com grande prudência:

— Em verdade, ele nos fez o mal que pôde; entretanto, não é por nós que devemos temer e sim pela obra do Cristo que nos está confiada.

— Aposto em que toda essa história da conversão se resume numa farsa, a fim de que venhamos a cair em novas ciladas — replicou Tiago um tanto displicente.

— Por mim — disse João —, peço a Jesus nos esclareça, embora me recorde dos açoites que Saulo mandou aplicar-me no cárcere. Antes de tudo, é indispensável saber se o Cristo, de fato, lhe apareceu às portas de Damasco.

— Mas saber como? — dizia Pedro com profunda compreensão — Nosso material de reconhecimento é o próprio Saulo. Ele é o campo que revelará ou não a planta sagrada do Mestre. A meu ver, tendo a zelar um patrimônio que nos não pertence, somos obrigados a proceder como aconselha a prudência humana. Não é justo abrirmos as portas, quando não lhe conhecemos o intuito. Da primeira vez que aqui esteve, Saulo de Tarso foi tratado com o respeito que o mundo lhe consagrava. Busquei-lhe o melhor lugar para que ouvisse a palavra de Estêvão. Infelizmente, sua atitude desrespeitosa e irônica provocou escândalo, que culminou na prisão e morte do companheiro. Veio espontaneamente e voltou para prender-nos. Ao carinho fraternal, que lhe oferecemos, retribuiu com algemas e cordas. Assim me externando, também não devo esquecer a lição do Mestre, relativamente ao perdão, (Mt 18:21) e por isso reafirmo que não penso por nós, mas pelas responsabilidades que nos foram conferidas.


Ante considerações tão justas, os outros calaram, enquanto o ex-pescador acrescentava:

— Por conseguinte, não me é permitido recebe-lo nesta casa, sem maior exame, ainda que me não falte sincera boa vontade para isso. Resolvendo o assunto por essa forma, convocarei uma reunião para hoje à noite. O assunto é muito grave. Saulo de Tarso foi o primeiro perseguidor do Evangelho. Quero que todos cooperem comigo nas decisões a tomar, pois, de mim mesmo, não quero parecer nem injusto, nem imprevidente.

E depois de longa pausa, dizia para o emissário:

— Vai, Prócoro. Dize-lhe que volte depois, que não posso deixar os quefazeres mais urgentes.

— E se ele insistir? — perguntou o diácono preocupado.

— Se ele de fato aqui vem em nome de Jesus, saberá compreender e esperar.


Saulo aguardava ansiosamente o mensageiro. Era-lhe preciso encontrar alguém que o entendesse e lhe sentisse a transformação. Estava exausto. A igreja do “Caminho” era a derradeira esperança.

Prócoro transmitiu-lhe o recado com grande indecisão. Não era preciso mais para que tudo compreendesse. Os Apóstolos galileus não acreditavam na sua palavra. Agora examinava a situação com mais clareza. Percebia a indefinível e grandiosa misericórdia do Cristo visitando-o, inesperadamente, no auge do seu abismo espiritual às portas de Damasco. Pelas dificuldades para ir ter com Jesus, avaliava quanta bondade e compaixão seriam necessárias para que o Mestre o acolhesse, endereçando-lhe sagradas exortações, no encontro inesquecível.


O diácono fixou-o com simpatia. Saulo recebera a resposta altamente desapontado. Ficou pálido e trêmulo, como que envergonhado de si mesmo. Além disso, tinha aspecto doentio, olhos encovados, era pele e osso.

— Compreendo, irmão — disse de olhos molhados — Pedro tem motivos justos…

Aquelas palavras comoveram a Prócoro no mais íntimo da alma e, evidenciando seu bom desejo de ampará-lo, exclamou a demonstrar perfeito conhecimento dos fatos:

— Não trazeis de Damasco alguma apresentação de Ananias?

— Já tenho comigo as do Mestre.

— Como assim? — perguntou o diácono admirado.

— Jesus disse em Damasco — falou o visitante com serenidade — que mostraria quanto me compete sofrer por amor ao seu nome.


Intimamente, o ex-doutor da Lei sentia imensa saudade dos irmãos de Damasco, que o haviam tratado com a maior simplicidade. Entretanto, considerou, simultaneamente, que semelhante proceder era justo, porquanto dera provas na sinagoga e junto de Ananias, de que sua atitude não comportava simulação. Ao refletir que Jerusalém o recebia, em toda parte, como vulgar mentiroso, sentiu lágrimas quentes lhe afluírem aos olhos. Mas, para que o outro não lhe visse a sensibilidade ferida, exclamou justificando-se:

— Tenho os olhos cansados pelo sol do deserto! Podereis fornecer-me um pouco de água fresca?

O diácono atendeu prontamente.

Daí a instantes, Saulo mergulhava as mãos num grande jarro, lavando os olhos em água pura.

— Voltarei depois — disse em seguida, estendendo a mão ao auxiliar dos apóstolos, que se afastou impressionado.


Amargando a fraqueza orgânica, o cansaço, o abandono dos amigos, as desilusões mais acerbas, o moço de Tarso retirou-se cambaleante.

À noite, consoante deliberara, Simão Pedro, evidenciando admirável bom-senso, reuniu os companheiros de mais responsabilidade para considerar o assunto. Além dos Apóstolos galileus, estavam presentes os irmãos Nicanor, Prócoro,  Pármenas,  Timon,  Nicolau  e Barnabé, este último incorporado ao grupo de auxiliares mais diretos da igreja, por suas elevadas qualidades de coração.

Com permissão de Pedro, Tiago iniciou as conversações, manifestando-se contrário a qualquer espécie de auxílio imediato ao convertido da última hora. João ponderou que Jesus tinha poder para transformar os Espíritos mais perversos, como para levantar os mais infortunados da sorte. Prócoro relatou suas impressões a respeito do pertinaz perseguidor do Evangelho, ressaltando a compaixão que seu estado de saúde despertava nos corações mais insensíveis. Chegada a sua vez, Barnabé esclareceu que, ainda em Chipre, antes de transferir-se definitivamente para Jerusalém, ouvira alguns levitas descreverem a coragem com que o convertido falara na Sinagoga de Damasco, logo após a visão de Jesus.


O ex-pescador de Cafarnaum solicitou pormenores do companheiro, impressionado com a sua opinião. Barnabé explicou quanto sabia, manifestando o desejo de que resolvessem a questão com a maior benevolência.

Nicolau, percebendo a atmosfera de boa vontade que se formava em torno da figura do ex-rabino, objetava com a sua rigidez de princípios:

— Convenhamos que não é justo esquecer os aleijados que se encontram nesta casa, vítimas da odiosa truculência dos asseclas de Saulo. É das escrituras que se exija cuidado com os lobos que penetram no redil sob a pele das ovelhas. (Mt 7:15) O doutor da Lei, que nos fez tanto mal, sempre deu preferência às grandes expressões espetaculares contra o Evangelho, no Sinédrio. Quem sabe nos prepara atualmente nova armadilha de grande efeito?


A tal pergunta, o bondoso Barnabé curvou a fronte, em silêncio. Pedro notou que a reunião se dividia em dois grupos. De um lado estavam ele e João chefiando os pareceres favoráveis; do outro, Tiago e Filipe encabeçavam o movimento contrário. Acolhendo a admoestação de Nicolau, exprimiu-se com brandura:

— Amigos, antes da enunciação de qualquer ponto de vista pessoal, conviria refletirmos na bondade infinita do Mestre. Nos trabalhos de minha vida, anteriores ao Pentecostes, confesso que as faltas de toda sorte aparecem no meu caminho de homem frágil e pecador. Não hesitava em apedrejar os mais infelizes e cheguei, mesmo, a advertir o Cristo para faze-lo! Como sabeis, fui dos que negaram o Senhor na hora extrema. Entretanto, depois que nos chegou o conhecimento pela inspiração celeste, não será justo olvidarmos o Cristo em qualquer iniciativa. Precisamos pensar que, se Saulo de Tarso procura valer-se de semelhantes expedientes para desferir novos golpes nos servidores do Evangelho, então ele é ainda mais desgraçado que antes, quando nos atormentava abertamente. Sendo, pois, um necessitado, de qualquer modo não vejo razões para lhe recusarmos mãos fraternas.


Percebendo que Tiago preparava-se para defender o parecer de Nicolau, Simão Pedro continuou, depois de ligeira pausa:

— Nosso irmão acaba de referir-se ao símbolo do lobo que surge no redil com a pele das ovelhas generosas e humildes. Concordo com essa expressão de zelo. Também eu não pude acolher Saulo, quando hoje nos bateu à porta, atento à responsabilidade que me foi confiada. Nada quis decidir sem o vosso concurso. O Mestre nos ensinou que nenhuma obra útil se poderá fazer na Terra sem a cooperação fraternal. Mas, aproveitando o parecer enunciado, examinemos, com sinceridade, o problema imprevisto. Em verdade, Jesus recomendou nos acautelássemos contra o fermento dos fariseus, esclarecendo que o discípulo deverá possuir consigo a doçura das pombas e a prudência das serpentes. (Mt 10:16) Convenhamos em que, de fato, Saulo de Tarso possa ser o lobo simbólico. Ainda aí, após esse conhecimento hipotético, teríamos profunda questão a resolver. Se estamos numa tarefa de paz e de amor, que fazer com o lobo, depois da necessária identificação? Matar? Sabemos que isso não entra em nossa linha de conta. Não seria mais razoável refletir nas possibilidades da domesticação? Conhecemos homens rudes que conseguem dominar cães ferozes. Onde estaria, pois, o espírito que Jesus nos legou como sagrado patrimônio, se por temores mesquinhos deixássemos de praticar o bem?


A palavra concisa do Apóstolo tivera efeito singular. O próprio Tiago parecia desapontado pelas anteriores reflexões. Em vão Nicolau procurou argumentos novos para formular outras objeções. Observando o pesado silêncio que se fizera, Pedro sentenciou serenamente:

— Desse modo, amigos, proponho convidarmos Barnabé para visitar pessoalmente o doutor de Tarso, em nome desta casa. Ele e Saulo não se conhecem, valorizando-se melhor semelhante oportunidade, porque, ao vê-lo, o moço tarsense nada terá que recordar do seu passado em Jerusalém. Se fosse visitado, pela primeira vez, por um de nós, talvez se perturbasse, julgando nossas palavras como de alguém que lhe fosse pedir contas.

João aplaudiu a ideia calorosamente. Em face do bom-senso que as expressões de Pedro revelavam, Tiago e Filipe mostravam-se satisfeitos e tranquilos. Combinou-se a diligência de Barnabé para o dia seguinte. Aguardariam Saulo de Tarso com interesse. Se, de fato sua conversão fosse real, tanto melhor.


O diácono de Chipre destacava-se por sua grande bondade. Sua expressão carinhosa e humilde, seu espírito conciliador, contribuíam, na igreja, para a solução pacífica de todos os assuntos.

Com um sorriso generoso, Barnabé abraçou o ex-rabino, pela manhã, na pensão em que ele se hospedara. Nenhum traço da sua nova personalidade indiciava aquele perseguidor famoso, que fizera Simão Pedro decidir a convocação dos amigos para resolver o seu acolhimento. O ex-doutor da Lei era todo humildade e estava doente. Indisfarçável fadiga transparecia-lhe nos mínimos gestos. A fisionomia não iludia um grande sofrimento. Correspondia às palavras afetuosas do visitante com um sorriso triste e acanhado. Via-se-lhe, entretanto, a satisfação que a visita lhe causava. O gesto espontâneo de Barnabé sensibilizava-o. A seu pedido, Saulo contou-lhe a viagem a Damasco e a gloriosa visão do Mestre, que constituía o marco inolvidável da sua vida. O ouvinte não dissimulou simpatias. Em poucas horas sentia-se tão identificado com o novo amigo, quais se fossem conhecidos de longos anos. Após a conversação, Barnabé pretextou qualquer coisa para dirigir-se ao dono da hospedaria, a quem pagou as despesas da hospedagem. Em seguida, convidou-o a acompanhá-lo à igreja do “Caminho”. Saulo não deixou de hesitar, enquanto o outro insistia.

— Receio — disse o moço tarsense um tanto indeciso —, pois já ofendi muito a Simão Pedro e demais companheiros. Só por acréscimo de misericórdia do Cristo consegui uma réstia de luz, para não perder totalmente meus dias.

— Ora essa! — exclamou Barnabé, batendo-lhe no ombro com bonomia — quem não terá errado na vida? Se Jesus nos tem valido a todos, não é porque o mereçamos, mas pela necessidade de nossa condição de pecadores.


Em poucos minutos, encontravam-se a caminho, notando o emissário de Pedro o penoso estado de saúde do antigo rabino. Muito pálido e abatido, parecia caminhar com esforço; tremiam-lhe as mãos, sentia-se febril. Deixava-se levar como alguém que conhecesse a necessidade de amparo. Sua humildade comovia o outro, que, a seu respeito, ouvira tantas referências desairosas.

Chegados a casa, Prócoro lhes abriu a porta, mas, desta vez, Saulo não ficaria a esperar indefinidamente. Barnabé tomou-lhe a mão, afetuoso, e dirigiram-se para o vasto salão, onde Pedro e Timon os esperavam. Saudaram-se em nome de Jesus. O antigo perseguidor empalidecera mais. Por sua vez, ao vê-lo, Simão não ocultou um movimento de espanto ao notar-lhe a diferença física.


Aqueles olhos encovados, a extrema fraqueza orgânica, falavam aos Apóstolos galileus de profundos sofrimentos.

— Irmão Saulo — disse Pedro comovido —, Jesus quer que sejas bem-vindo a esta casa.

— Assim seja — respondeu o recém-chegado, de olhos úmidos.

Timon abraçou-o com palavras afetuosas, em lugar de João que se ausentara ao amanhecer, a serviço da confraria de Jope.

Em breves momentos, vencendo o constrangimento do primeiro contato com os amigos pessoais do Mestre depois de tão longa ausência, o moço tarsense, atendendo-lhes ao pedido, relatava a jornada de Damasco com todos os pormenores do grande acontecimento, evidenciando singular emotividade nas lágrimas que lhe banhavam o rosto. Sensibilizara-se, sobremaneira, ao relembrar tamanhas graças. Pedro e Timon já não tinham dúvidas. A visão do ex-rabino tinha sido real. Ambos em companhia de Barnabé, seguiram a descrição até ao fim, com olhos cheios de pranto. Efetivamente, o Mestre voltara, a fim de converter o grande perseguidor da sua doutrina. Requisitando Saulo de Tarso para o redil do seu amor revelara, mais uma vez, a lição imortal do perdão e da misericórdia.


Terminada a narrativa, o ex-doutor da Lei estava cansado e abatido. Instado a explanar suas novas esperanças, seus projetos de trabalho espiritual, bem como o que pretendia fazer em Jerusalém, confessou-se desde logo profundamente reconhecido por tanto interesse afetuoso e falou com certa timidez:

— Necessito entrar numa fase ativa de trabalho com que possa desfazer meu passado culposo. É verdade que fiz todo o mal à igreja de Jesus, em Jerusalém; mas, se a misericórdia de Jesus dilatar minha permanência no mundo, empregarei o tempo em estender esta casa de amor e paz a outros lugares da Terra.

— Sim — replicou Simão ponderadamente —, certo que o Messias renovará tuas forças, de modo a poderes atender a tão nobre cometimento, na época oportuna.


Saulo parecia confortar-se com a palavra de encorajamento; deixando perceber que desejava consolidar a confiança dos ouvintes, arrancou das dobras da túnica rafada um rolo de pergaminhos e, apresentando-o ao ex-pescador de Cafarnaum, disse sensibilizado:

— Aqui está uma relíquia da amizade de Gamaliel que trago invariavelmente comigo. Pouco antes de morrer, ele deu-me a cópia das anotações de Levi, concernentes à vida e feitos do Salvador. Tinha em grande conta estas notas, porque as recebeu desta casa, na primeira visita que lhe fez.

Simão Pedro, evocando gratas recordações, tomou os pergaminhos com vivo interesse. Saulo verificava que o presente de Gamaliel tivera a finalidade prevista pelo generoso doador. Desde esse instante, os olhos do antigo pescador fixaram-se nele com mais confiança. Pedro falou da bondade do generoso rabino, informando-se da sua vida em Palmira; dos seus últimos dias, do seu traspasse. O discípulo atendia satisfeito.


Voltando ao assunto das suas novas perspectivas, explicou-se mais amplamente, sempre humilde:

— Tenho muitos planos de trabalho para o futuro, mas, sinto-me combalido e doente. O esforço da última viagem, sem recursos de qualquer natureza agravou-me a saúde. Sinto-me febril, o corpo dolorido, a alma exausta.

— Tens falta de dinheiro? — interrogou Simão bondosamente.

— Sim… — respondeu hesitante.

— Essas necessidades — esclareceu Pedro — já foram providas em parte. Não te preocupes em demasia. Recomendei a Barnabé que pagasse as primeiras despesas da hospedaria e, quanto ao mais, convidamos-te a repousar conosco o tempo que quiseres. Esta casa é também tua. Usa de nossas possibilidades como te aprouver.


O hóspede sensibilizou-se. Recordando o passado, sentia-se ferido no seu amor-próprio; mas, ao mesmo tempo, rogava a Jesus o auxiliasse para não desprezar as oportunidades de aprendizado.

— Aceito… — respondeu em voz reticenciosa, revelando acanhamento —, ficarei convosco enquanto minha saúde necessitar de tratamento…

E como se tivesse extrema dificuldade em acrescentar um pedido ao favor que aceitava, depois de longa pausa em que se lhe notava o esforço para falar, solicitou comovedoramente:

— Caso fosse possível, desejaria ocupar o mesmo leito em que Estêvão foi recolhido, generosamente, nesta casa.

Barnabé e Pedro ficaram altamente emocionados. Todos haviam combinado não fazer alusão ao pregador massacrado sob apupos e pedradas. Não queriam relembrar o passado perante o convertido de Damasco, ainda mesmo que sua atitude não fosse essencialmente sincera.


Ouvindo-o, o antigo pescador de Cafarnaum chegou quase a chorar. Com extrema dedicação, satisfez-lhe o pedido e, assim, foi ele conduzido ao interior, onde se acomodou entre lençóis muito alvos. Pedro fez mais: compreendendo a profunda significação daquele desejo, trouxe ao convertido de Damasco os singelos pergaminhos que o mártir utilizava diariamente no estudo e meditação da Lei, dos Profetas e do Evangelho. Apesar da febre, Saulo regozijou-se. Tomado de profunda comoção, nas passagens prediletas dos pergaminhos sagrados, leu o nome de “Abigail”, grafado diversas vezes. Ali estavam frases peculiares à dialética da noiva amada, datas que coincidiam, perfeitamente, com as suas revelações íntimas, quando ambos se entretinham a falar do passado, no pomar de Zacarias. A palavra “Corinto” era repetida muitas vezes. Aqueles documentos pareciam ter uma voz. Falavam-lhe ao coração, de um grande e santo amor fraternal. Ouvia-a em silêncio e guardou as conclusões avaramente. Não revelaria a ninguém suas íntimas dores. Bastavam aos outros os grandes erros da sua vida pública, os remorsos, as retificações que, apesar de verificadas em campo aberto, raros amigos conseguiam compreender. Observando-lhe a atitude de constante meditação, Pedro desdobrou-se na tarefa de assistência fraternal. Eram as palavras amigas, os comentários acerca do poder de Jesus, os caldos suculentos, as frutas substanciosas, a palavra de bom ânimo. Por tudo isso, sensibilizava-se o doente, sem saber como traduzir sua gratidão imperecível.


Entretanto, notou que Tiago, filho de Alfeu, receoso, talvez, dos seus antecedentes, não se dignava dirigir-lhe uma palavra. Arvorado em rígido cumpridor da Lei de Moisés, dentro da igreja do “Caminho”, era percebido, de vez em quando, pelo moço tarsense, qual sombra impassível a deslizar, balbuciando preces silenciosas, entre os enfermos. A princípio, sentiu quanto lhe doía aquele desinteresse; mas logo considerou a necessidade de humilhar-se diante de todos. Nada fizera, ainda, que pudesse positivar suas novas convicções. Quando dominava no Sinédrio, também não perdoava as adesões de última hora.


Logo que entrou a convalescer, já plenamente identificado com a afeição de Pedro, pediu-lhe conselhos sobre os planos que tinha em mente, encarecendo a máxima franqueza, para que pudesse enfrentar a situação, por mais duras que lhe fossem as circunstâncias.

— De minha parte — disse o Apóstolo ponderadamente — não me parece razoável permaneceres em Jerusalém, por enquanto, neste período de renovação. Para falar com sinceridade, há que considerar teu novo estado d’alma como a planta preciosa que começa a germinar. É necessário dar liberdade ao germe divino da fé. Na hipótese da tua permanência aqui, encontrarias, diariamente, de um lado os sacerdotes intransigentes em guerra contra o teu coração; e do outro, as pessoas incompreensíveis, que falam nas extremas dificuldades do perdão, embora conheçam, de sobra, as lições do Mestre nesse sentido. Não deves ignorar que a perseguição aos simpatizantes do “Caminho” deixou traços muito profundos na alma popular. Não raro, aqui chegam pessoas mutiladas, que amaldiçoam o movimento. Isso para nós, Saulo, está num passado que jamais voltará; contudo, essas criaturas não o poderão compreender assim, de pronto. Em Jerusalém estarias mal colocado. O germe de tuas novas convicções encontraria mil elementos hostis e talvez ficasses à mercê da exasperação.


O rapaz ouviu as advertências ralado de angústia, sem protestar. O Apóstolo tinha razão. Em toda a cidade encontraria críticas soezes e destruidoras.

— Voltarei a Tarso… — disse com humildade —, é possível que meu velho pai compreenda a situação e ajude meus passos. Sei que Jesus abençoará meus esforços. Se é preciso recomeçar a existência, recomeçá-la-ei no lar de onde provim…

Simão contemplou-o com ternura, admirado daquela transformação espiritual.


Diariamente, ambos reatavam as palestras amistosas. O convertido de Damasco, inteligência fulgurante, revelava curiosidade insaciável a respeito da personalidade do Cristo, dos seus mínimos feitos e mais sutis ensinamentos. Outras vezes, solicitava ao ex-pescador todos os informes possíveis sobre Estêvão, regozijando-se com as lembranças de Abigail, embora guardasse avaramente os pormenores do seu romance da mocidade. Inteirou-se, então, dos pesados trabalhos do pregador do Evangelho quando no cativeiro; da sua dedicação a um patrício de nome Sérgio Paulo; da fuga em miserável estado de saúde, no porto palestinense; do ingresso na igreja do “Caminho” como indigente, das primeiras noções do Evangelho e consequente iluminação em Cristo Jesus. Encantava-se, ouvindo as narrativas simples e amorosas de Pedro, que revelava sua veneração ao mártir evitando melindrá-lo na sua condição de verdugo repeso.


Logo que pôde levantar-se da cama, foi ouvir as pregações naquele mesmo recinto onde insultara o irmão de Abigail, pela primeira vez. Os expositores do Evangelho eram, mais frequentemente, Pedro e Tiago. O primeiro falava com profunda prudência, embora se valesse de maravilhosas expressões simbólicas. O segundo, entretanto, parecia torturado pela influência judaizante. Tiago dava a impressão de reingresso na maioria dos ouvintes, nos regulamentos farisaicos. Suas preleções fugiam ao padrão de liberdade e de amor em Jesus-Cristo. Revelava-se encarcerado nas concepções estreitas do judaísmo dominante. Longos períodos de seus discursos referiam-se às carnes impuras, às obrigações para com a Lei, aos imperativos da circuncisão. A assembleia também parecia completamente modificada. A igreja assemelhava-se muito mais a uma sinagoga comum. Israelitas, em atitude solene, consultavam pergaminhos e papiros que continham as prescrições de Moisés. Saulo procurou, em vão, a figura impressionante dos sofredores e aleijados que vira no recinto, quando ali esteve pela primeira vez. Curiosíssimo, notou que Simão Pedro atendia-os numa sala contígua, com grande bondade. Aproximou-se mais e pôde observar que, enquanto a pregação reproduzia a cena exata das sinagogas, os aflitos se sucediam ininterruptamente na sala humilde do ex-pescador de Cafarnaum. Alguns saiam conduzindo bilhas de remédio, outros levavam azeite e pão.


Saulo impressionou-se. A igreja do “Caminho” parecia muito mudada. Faltava-lhe alguma coisa. O ambiente geral era de asfixia de todas as ideias do Nazareno. Não mais encontrou ali a grande vibração de fraternidade e de unificação de princípios pela independência espiritual. Depois de aturadas reflexões, tudo atribuía à falta de Estêvão. Morto este, extinguira-se o esforço do Evangelho livre; pois fora ele o fermento divino da renovação. Somente agora se capacitava da grandeza da sua elevada tarefa.


Quis pedir a palavra, falar como em Damasco, zurzir os erros de interpretação, sacudir a poeira que se adensava sobre o imenso e sagrado idealismo do Cristo, mas lembrou as ponderações de Pedro e calou-se. Não era justo, por enquanto, verberar o procedimento de outrem, quando não dera obras de si mesmo, por testemunhar a própria renovação. Se tentasse falar, podia ouvir, talvez, reprimendas justas. Além disso, notava que os conhecidos de outros tempos, frequentadores agora da igreja do “Caminho”, sem abandonar, de modo algum, seus princípios errôneos, olhavam-no de soslaio, sem dissimular desprezo, considerando-o em perturbação mental. No entanto, era com esforço supremo que sopitava o desejo de terçar armas, mesmo ali, para restauração da verdade pura.


Após a primeira reunião, procurou oportunidade de estar a sós com o ex-pescador de Cafarnaum, a fim de se inteirar das inovações observadas.

— A tempestade que desabou sobre nós — explicou Pedro generosamente, sem qualquer alusão ao seu procedimento de outrora — levou-me a sérias meditações. Desde a , notei que Tiago sofrera profundas transformações. Entregou-se a uma vida de grande ascetismo e rigoroso cumprimento da Lei de Moisés. Pensei muito na mudança das suas atitudes, mas, por outro lado, considerei que ele não é mau. É companheiro zeloso, dedicado e leal. Calei-me para mais tarde concluir que tudo tem uma razão de ser. Quando as perseguições apertaram o cerco, a atitude de Tiago, embora pouco louvável, quanto à liberdade do Evangelho, teve seu lado benéfico. Os delegados mais truculentos respeitaram-lhe o devocionismo moisaico e suas amizades sinceras no judaísmo nos permitiram a manutenção do patrimônio do Cristo. Eu e João tivemos horas angustiosas, na consideração desses problemas. Estaríamos sendo insinceros, falsearíamos a verdade? Ansiosamente rogamos a inspiração do Mestre. Com o auxílio de sua divina luz, chegamos a criteriosas conclusões. Seria justo lutar a videira ainda tenra com a figueira brava? Se fôssemos atender ao impulso pessoal de combater os inimigos da independência do Evangelho, esqueceríamos fatalmente, a obra coletiva. Não é lícito que o timoneiro, por testemunhar a excelência de conhecimentos náuticos, atire o barco contra os rochedos, com prejuízo de vida para quantos confiaram no seu esforço. Consideramos, assim, que as dificuldades eram muitas e precisávamos, enquanto mínima fosse a nossa possibilidade de ação, conservar a árvore do Evangelho ainda tenra, para aqueles que viessem depois de nós. Além do mais, Jesus ensinou que só conseguimos elevados objetivos, neste mundo, cedendo alguma coisa de nós mesmos. Por intermédio de Tiago, o farisaísmo acede em caminhar conosco. Pois bem: consoante os ensinamentos do Mestre, caminharemos as milhas possíveis. E julgo mesmo que, se Jesus assim nos ensinou, é porque na marcha temos a oportunidade de ensinar alguma coisa e revelar quem somos.


Enquanto Saulo o contemplava com redobrada admiração pelos judiciosos conceitos emitidos, o Apóstolo rematava:

— Isso passa! A obra é do Cristo. Se fosse nossa, falharia por certo, mas nós não passamos de simples e imperfeitos cooperadores.

Saulo guardou a lição e recolheu-se pensativo. Pedro parecia-lhe muito maior agora, no seu foro íntimo. Aquela serenidade, aquele poder de compreensão dos fatos mínimos, davam-lhe ideia da sua profunda iluminação espiritual.


De saúde refeita, antes de qualquer deliberação sobre o novo caminho a tomar, o moço tarsense desejou rever Jerusalém num impulso natural de afeição aos lugares que lhe sugeriam tantas lembranças cariciosas. Visitou o Templo, experimentando o contraste das emoções. Não se animou a penetrar no Sinédrio, mas procurou, ansioso, a Sinagoga dos cilicianos, onde presumia reencontrar as amizades nobres e afáveis de outros tempos. Entretanto, mesmo ali onde se reuniam os conterrâneos residentes em Jerusalém, foi recebido friamente. Ninguém o convidou ao labor da palavra. Apenas alguns conhecidos de sua família apertaram-lhe a mão secamente, evitando-lhe a companhia, de modo ostensivo. Os mais irônicos, terminados os serviços religiosos, dirigiram-lhe perguntas, com sorrisos escarninhos. Sua conversão às portas de Damasco era glosada com ditérios acerados e deprimentes.

— Não seria algum sortilégio dos feiticeiros do “Caminho”? — diziam uns. — Não seria Demétrio que se vestira de Cristo e lhe deslumbrara os olhos doentes e fatigados? — interrogavam outros.


Percebeu as ironias de que estava sendo objeto. Tratavam-no como demente. Foi aí que, sem sopitar a impulsividade do coração honesto, subiu ousadamente num estrado e falou com orgulho:

— Irmãos da Cilícia,  estais enganados. Não estou louco. Não buscais arguir-me porque eu vos conheço e sei medir a hipocrisia farisaica.

Estabeleceu-se luta imediata. Velhos amigos vociferavam impropérios. Os mais ponderados cercaram-no como se o fizessem a um doente e pediram-lhe que se calasse. Saulo precisou fazer um esforço heroico para conter a indignação. A custo, conseguiu dominar-se e retirou-se. Em plena via pública, sentia-se assaltado por ideias escaldantes. Não seria melhor combater abertamente, pregar a verdade sem consideração pelas máscaras religiosas que enchiam a cidade? A seus olhos, era justo refletir na guerra declarada aos erros farisaicos. E se, ao contrário das ponderações de Pedro, assumisse em Jerusalém a chefia de um movimento mais vasto, a favor do Nazareno? Não tivera a coragem de perseguir-lhe os discípulos, quando os doutores do Sinédrio eram todos complacentes? Por que não assumir, agora, a atitude da reparação, encabeçando um movimento em contrário? Havia de encontrar alguns amigos que se lhe associassem ao esforço ardente. Com esse gesto, auxiliaria o próprio irmão na sua tarefa dignificante em prol dos necessitados.


Fascinado com tais perspectivas, penetrou no Templo famoso. Recordou os dias mais recuados da infância e da primeira juventude. O movimento popular no recinto já lhe não despertava o interesse de outrora. Instintivamente, aproximou-se do local onde Estêvão sucumbira. Lembrou a cena dolorosa, detalhe por detalhe. Penosa angústia assomava-lhe ao coração. Orou com fervor ao Cristo. Entrou na sala onde estivera a sós com Abigail, a ouvir as últimas palavras do mártir do Evangelho. Compreendia, enfim, a grandeza daquela alma que o perdoara in extremis. Cada palavra do moribundo ressoava-lhe agora, estranhamente, nos ouvidos. A elevação de Estêvão fascinava-o. O pregador do “Caminho” havia-se imolado por Jesus! Por que não faze-lo também? Era justo ficar em Jerusalém, seguir-lhe os passos heroicos, para que a lição do Mestre fosse compreendida. Na recordação do passado, o moço tarsense mergulhava-se em preces fervorosas. Suplicava a inspiração do Cristo para seus novos caminhos. Foi aí que o convertido de Damasco, exteriorizando as faculdades espirituais, fruto das penosas disciplinas, observou que um vulto luminoso surgia inopinadamente a seu lado, falando-lhe com inefável ternura:

— Retira-te de Jerusalém, porque os antigos companheiros não aceitarão, por enquanto, o testemunho!


Sob o palio de Jesus, Estêvão seguia-lhe os passos na senda do discipulado, embora a posição transcendente de sua assistência invisível. Saulo, naturalmente, cuidou que era o próprio Cristo o autor da carinhosa advertência e, fundamente impressionado, demandou a igreja do “Caminho”, informando a Simão Pedro o que ocorrera.

— Entretanto — acabou dizendo ao generoso Apóstolo que o ouvia admirado —, não devo ocultar que tencionava agitar a opinião religiosa da cidade, defender a causa do Mestre, restabelecer a verdade em sua feição integral.


Enquanto o ex-pescador escutava em silêncio, como a reforçar a resposta, o novo discípulo continuava:

— Estêvão não se entregou ao sacrifício? Sinto que nos falta aqui uma coragem igual à do mártir, sucumbido às pedradas da minha ignorância.

— Não, Saulo — replicou Pedro com firmeza —, não seria razoável pensar assim. Tenho maior experiência da vida, embora não tenha cabedais de inteligência semelhantes aos teus. Está escrito que o discípulo não poderá ser maior que o mestre. (Lc 6:40) Aqui mesmo, em Jerusalém, vimos Judas cair numa cilada igual a esta. Nos dias angustiosos do Calvário, em que o Senhor provou a excelência e a divindade do seu amor e, nós, o amargo testemunho da exígua fé, condenamos o infortunado companheiro. Alguns irmãos nossos mantêm, até o presente, a opinião dos primeiros dias; mas em contato com a realidade do mundo, cheguei à conclusão de que Judas foi mais infeliz que perverso. Ele não acreditava na validade das obras sem dinheiro, não aceitava outro poder que não fosse o dos príncipes do mundo. Estava sempre inquieto pelo triunfo imediato das ideias do Cristo. Muitas vezes, vimo-lo altercar, impaciente, pela construção do Reino de Jesus, adstrito aos princípios políticos do mundo. O Mestre sorria e fingia não entender as insinuações, como quem estava senhor do seu divino programa. Judas, antes do apostolado, era negociante. Estava habituado a vender a mercadoria e receber o pagamento imediato. Julgo, nas meditações de agora, que ele não pôde compreender o Evangelho de outra forma, ignorando que Deus é um credor cheio de misericórdia, que espera generosamente a todos nós, que não passamos de míseros devedores. Talvez amasse profundamente o Messias, contudo, a inquietação fê-lo perder na oportunidade sagrada. Tão só pelo desejo de apressar a vitória, engendrou a tragédia da cruz, com a sua falta de vigilância.


Saulo ouvia assombrado aquelas considerações justas e o bondoso Apóstolo continuava:

— Deus é a Providência de todos. Ninguém está esquecido. Para que ajuízes melhor da situação admitamos que fosses mais feliz que Judas. Figuremos tua vitória pessoal no feito. Concedamos que pudesses atrair para o Mestre toda a cidade. E depois? Deverias e poderias responder por todos os que aderissem ao teu esforço? A verdade é que poderias atrair, nunca, porém, converter. Como não te fosse possível atender a todos, em particular, acabarias execrado pela mesma forma. Se Jesus, que tudo pode neste mundo sob a égide do Pai, espera com paciência a conversão do mundo, por que não poderemos esperar, de nossa parte? A melhor posição da vida é a do equilíbrio. Não é justo desejar fazer nem menos, nem mais do que nos compete, mesmo porque o Mestre sentenciou que a cada dia bastam os seus trabalhos. (Mt 6:34)


O convertido de Damasco estava surpreso a mais não poder. Simão apresentava argumentos irretorquíveis. Sua inspiração assombrava-o.

— À vista do que ocorreu — prosseguiu o ex-pescador serenamente —, importa que te vás logo que caia a noite. A luta iniciada na Sinagoga dos cilícios é muito mais importante que os atritos de Damasco. É possível que amanhã procurem encarcerar-te. Além disso, a advertência recebida no Templo não é de molde a procrastinarmos providências indispensáveis.

Saulo concordou de boamente com o alvitre. Poucas vezes na vida escutara observações tão sensatas.

— Pretendes voltar à Cilícia? — disse Pedro com inflexão paternal.

— Já não tenho mais aonde ir — respondeu com resignado sorriso.

— Pois bem, partirás para Cesareia.  Temos ali amigos sinceros que te poderão auxiliar.


O programa de Simão Pedro foi rigorosamente cumprido. À noite, quando Jerusalém se envolvia em grande silêncio, um cavaleiro humilde transpunha as portas da cidade, na direção dos caminhos que conduziam ao grande porto palestinense.

Torturado pelas apreensões constantes da sua nova vida, chegou a Cesareia decidido a não se deter ali muito tempo. Entregou as cartas de Pedro que o recomendavam aos amigos fiéis. Recebido com simpatia por todos, não teve dificuldades em retomar o caminho da cidade natal.

Dirigindo-se agora para o cenário da infância, sentia-se extremamente comovido com as mínimas recordações. Aqui, um acidente do caminho a sugerir cariciosas lembranças; ali, um grupo de árvores envelhecidas a despertarem especial atenção. Várias vezes, passou por caravanas de camelos que lhe faziam relembrar as iniciativas paternas. Tão intensa lhe fora a vida espiritual nos últimos anos, tão grandes as transformações, que a vida do lar se lhe figurava um sonho bom, de há muito desvanecido. Através de Alexandre, recebera as primeiras notícias de casa. Lamentava a partida de sua mãe, justamente quando tinha maior necessidade da sua compreensão afetuosa; mas entregava a Jesus os seus cuidados, nesse particular. Do velho pai não era razoável esperar um entendimento mais justo. Espírito formalista, radicado ao farisaísmo de maneira integral, certo não aprovaria a sua conduta.


Atingiu as primeiras ruas de Tarso,  de alma opressa. As recordações sucediam-se ininterruptas.

Batendo à porta do lar paterno, pela fisionomia indiferente dos servos compreendeu como voltava transformado. Os dois criados mais antigos não o reconheceram. Guardou silêncio e esperou. Ao fim de longa espera, o genitor foi recebê-lo. O velho Isaac amparando-se ao cajado, nas adiantadas expressões de um reumatismo pertinaz, não dissimulou um gesto largo de espanto. É que reconhecera de pronto o filho.

— Meu filho!… — disse com voz enérgica, procurando dominar a emoção — será possível que os olhos me enganem?

Saulo abraçou-o afetuosamente, dirigindo-se ambos para o interior.


Isaac sentou-se e, buscando penetrar o íntimo do filho, com o olhar percuciente interrogou em tom de censura:

— Será que estás mesmo curado?

Para o rapaz, tal pergunta era mais um golpe desferido na sua sensibilidade afetiva. Sentia-se cansado, derrotado, desiludido; necessitava de alento para recomeçar a existência num idealismo maior e até o pai o reprovava com perguntas absurdas! Ansioso de compreensão, retrucou de maneira comovedora:

— Meu pai, por piedade, acolhei-me!… Não estive doente, mas sou agora necessitado pelo espírito! Sinto que não poderei reiniciar minha carreira na vida sem algum repouso!… Estendei-me vossas mãos!…

Conhecendo a austeridade paterna e a extensão das próprias necessidades naquela hora difícil do seu caminho, o ex-doutor de Jerusalém humilhou-se inteiramente, pondo na voz toda a fadiga que se lhe represava no coração.


O ancião israelita contemplou-o firme, solene, e sentenciou sem compaixão:

— Não estiveste doente? Que significa então a triste comédia de Damasco? Os filhos podem ser ingratos e conseguem esquecer, mas os pais, se nunca os retiram do pensamento, sabem sentir melhor a crueldade do seu proceder… Não te doeria ver-nos vencidos e humilhados com a vergonha que lançaste sobre nossa casa? Ralada de desgostos, tua mãe encontrou lenitivo na morte; mas, eu? Acreditas-me insensível à tua deserção? Se resisti, foi porque guardava a esperança de buscar Jeová, supondo que tudo não passasse de mal-entendido, que uma perturbação mental houvesse atirado contigo na incompreensão e nas críticas injustificáveis do mundo!… Criei-te com todo o desvelo que um pai, da nossa raça, costuma dedicar ao único filho varão.. Sintetizavas gloriosas promessas para nossa estirpe. Sacrifiquei-me por ti, cumulei-te de afagos, não poupei esforços para que pudesses contar com os mestres mais sábios, cuidei da tua mocidade, enchi-te com a ternura do coração e é desse modo que retribuis as dedicações e os carinhos do lar?


Saulo podia enfrentar muitos homens armados, sem abdicar a coragem desassombrada que lhe assinalava as atitudes. Podia verberar o procedimento condenável dos outros, ocupar a mais perigosa tribuna para o exame das hipocrisias humanas, mas, diante daquele velhinho que não mais podia renovar a fé, e considerando a amplitude dos seus sagrados sentimentos paternais, não reagiu e começou a chorar.

— Choras? — continuou o ancião com grande secura. — Mas eu nunca te dei exemplos de covardia! Lutei com heroísmo nos dias mais difíceis, para que nada te faltasse. Tua fraqueza moral é filha do perjúrio, da traição. Tuas lágrimas vêm do remorso inelutável! Como enveredaste, assim, pelo caminho da mentira execrável? Com que fim engendraste a cena de Damasco para repudiar os princípios que te alimentaram do berço? Como abandonar a situação brilhante do rabino de quem tanto esperávamos, para arvorar-se em companheiro de homens desclassificados, que nunca tiveram a tradição amorosa de um lar?


Ante as acusações injustas, o moço tarsense soluçava, talvez pela primeira vez na vida.

— Quando soube que ias desposar uma jovem sem pais conhecidos — prosseguia o velho implacável —, surpreendi-me e esperei que te pronunciasses diretamente. Mas tarde, Dalila e o marido eram compelidos a deixar Jerusalém precipitadamente, ralados de vergonha com a ordem de prisão que a Sinagoga de Damasco requisitava contra ti. Várias vezes conjeturei se não seria essa criatura inferior, que elegeste, a causa de tamanhos desastres morais. Há mais de três anos levanto-me diariamente para refletir no teu criminoso proceder em detrimento dos mais sagrados deveres!


Ao ouvir aqueles conceitos injustos à pessoa de Abigail, o rapaz cobrou ânimo e murmurou com humildade:

— Meu pai, essa criatura era uma santa! Deus não a quis neste mundo! Talvez, se ela ainda vivesse, teria eu o cérebro mais equilibrado para harmonizar a minha nova vida.

O pai não gostou da resposta, embora a objeção fosse feita em tom de obediência e carinho.

— Nova vida? — glosou irritado — que queres com isso dizer?

Saulo enxugou as lágrimas e respondeu resignado:

— Quero dizer que o episódio de Damasco não foi ilusão e que Jesus reformou minha vida.

— Não poderias ver em tudo isso rematada loucura? — continuou o pai com espanto. — Impossível! como abandonar o amor da família, as tradições veneráveis do teu nome, as esperanças sagradas dos teus, para seguir um carpinteiro desconhecido?


Saulo compreendeu o sofrimento moral do genitor quando assim se exprimia. Teve ímpetos de atirar-se-lhe nos braços amorosos; falar-lhe do Cristo, proporcionar-lhe entendimento real da situação. Mas, prevendo simultaneamente a dificuldade de se fazer compreendido, observava-o resignado, enquanto ele prosseguia de olhos úmidos, revelando a mágoa e a cólera que o dominavam.

— Como pode ser isso? Se a doutrina malfadada do carpinteiro de Nazaret impõe criminosa indiferença pelos laços mais santos da vida, como negar-lhe nocividade e bastardia? Será justo preferir um aventureiro, que morreu entre malfeitores, ao pai digno e trabalhador que envelheceu no serviço honesto de Deus?!…

— Mas, pai — dizia o moço em voz súplice —, o Cristo é o Salvador prometido!…

Isaac pareceu agravar a própria fúria.

— Blasfemas? — gritou. — Não temes insultar a Providência Divina? As esperanças de Israel não poderiam repousar numa fronte que se esvaiu no sangue do castigo, entre ladrões!… Estás louco! Exijo a reconsideração de tuas atitudes.


Enquanto fazia uma pausa, o convertido objetou:

— É certo que meu passado está cheio de culpas quando não hesitei em perseguir as expressões da verdade; mas, de três anos a esta parte, não me recordo de ato algum que necessite reconsideração.

O ancião pareceu atingir o auge da cólera e exclamou áspero:

— Sinto que as palavras generosas não quadram à tua razão perturbada. Vejo que tenho esperado em vão, para não morrer odiando alguém. Infelizmente, sou obrigado a reconhecer nas tuas atuais decisões um louco, ou um criminoso vulgar. Portanto, para que nossas atitudes se definam, peço-te que escolhas em definitivo, entre mim e o desprezível carpinteiro!…


A voz paternal, ao enunciar semelhante intimativa, era abafada, vacilante, evidenciando profundo sofrimento. Saulo compreendeu e, em vão, procurava um argumento conciliador. A incompreensão do pai angustiava-o. Nunca refletiu tanto e tão intensamente no ensino de Jesus sobre os laços de família. (Mt 12:48) Sentia-se estreitamente ligado ao generoso velhinho, queria ampará-lo na sua rigidez intelectual, abrandar-lhe a feição tirânica, mas compreendia as barreiras que se antepunham aos seus desejos sinceros. Sabia com que severidade fora formado o seu próprio caráter. Prejulgando a inutilidade dos apelos afetivos, murmurou entre humilde e ansioso:

— Meu pai, ambos precisamos de Jesus!…

O velho, inflexível, endereçou-lhe um olhar austero e retrucou com aspereza:

— Tua escolha está feita! Nada tens a fazer nesta casa!…


O velhinho estava trêmulo. Via-se-lhe o esforço espiritual para tomar aquela decisão. Criado nas concepções intransigentes da Lei de Moisés, Isaac sofria como pai; entretanto, expulsava o filho depositário de tantas esperanças, como se cumprisse um dever. O coração amoroso sugeria-lhe piedade, mas o raciocínio do homem, encarcerado nos dogmas implacáveis da raça, abafava-lhe o impulso natural.

Saulo contemplou-o em atitude silenciosa e suplicante. O lar era a derradeira esperança que ainda lhe restava. Não queria crer na última perda. Cravou no ancião os olhos quase lacrimosos e, depois de longo minuto de expectação, implorou num gesto comovedor que lhe não era habitual:

— Falta-me tudo, meu pai. Estou cansado e doente! Não tenho dinheiro algum, necessito da piedade alheia.

E acentuando a queixa dolorosa:

—Também vós me expulsais?!…


Isaac sentiu que a rogativa lhe vibrava no mais íntimo do coração. Mas, julgando talvez que a energia era mais eficiente que a ternura, no caso, respondeu secamente:

— Corrige as tuas impressões, porque ninguém te expulsou. Foste tu que votaste os amigos e os afetos mais puros ao supremo abandono!… Tens necessidades? É justo que peças ao carpinteiro as providências acertadas… Ele que fez tamanhos absurdos, terá poder bastante para valer-te.


Imensa dor represou-se no espírito do ex-rabino. As alusões ao Cristo doíam-lhe muito mais que as reprimendas diretas que recebera. Sem conseguir refrear a própria angústia, sentiu que lágrimas ardentes rolavam-lhe nas faces queimadas pelo sol do deserto. Nunca experimentara pranto assim amargo. Nem mesmo na cegueira angustiosa, consequente à visão de Jesus, chorara tão penosamente. Não obstante esquecido numa pensão sem-nome, cego e acabrunhado, sentia a proteção do Mestre que o convocara ao seu divino serviço. Guardava a impressão de estar mais perto do Cristo. Regozijava-se nas dores mais acerbas, pelo fato de haver recebido, às portas de Damasco, o seu apelo glorioso e direto. Mas, depois de tudo, procurava, em vão, apoio nos homens para iniciar a sagrada tarefa. Os mais amigos recomendavam-lhe a distância. Por último, ali estava o pai, velho e abastado, a recusar-lhe a mão no instante mais doloroso da vida. Expulsava-o. Manifestava aversão por suas ideias regeneradoras. Não lhe tolerava a condição de amigo do Cristo. No pranto que lhe borbulhava dos olhos, recordou-se, porém, de . Quando todos o abandonavam em Damasco, surgira o mensageiro do Mestre, restituindo-lhe o bom ânimo. Seu pai falara-lhe, ironicamente, dos poderes do Senhor. Sim, Jesus não lhe faltaria com os recursos indispensáveis. Lançando ao genitor um olhar inolvidável, disse humildemente:

— Então, adeus, meu pai!… Dizeis bem, porque estou certo de que o Messias não me abandonará!…


A passos indecisos, aproximou-se da porta de saída. Vagou o olhar nevoado de pranto pelos antigos adornos da sala. A poltrona de sua mãe estava na posição habitual. Recordou o tempo em que os olhos maternos liam para ele as primeiras noções da Lei. Julgou divisar-lhe a sombra a lhe acenar com amoroso sorriso. Jamais experimentara tamanho vácuo no coração. Estava só. Teve receio de si mesmo, porquanto, jamais se vira em tais conjunturas.

Depois da meditação dolorosa, retirou-se em silêncio. Olhou, indiferente, o movimento da rua, como alguém que houvesse perdido todo o interesse de viver.

Não dera ainda muitos passos, no seu incerto destino, quando ouviu chamarem-no com insistência.

Deteve-se à espera e verificou tratar-se de velho servidor do pai, que corria ao seu encalço.

Em poucos instantes, o criado entregava-lhe uma bolsa pesada, exclamando em tom amistoso:

— Vosso pai manda este dinheiro como lembrança.


Saulo experimentou no íntimo a revolta do “homem velho”. Imaginou invocar a própria dignidade para devolver a dádiva humilhante. Assim procedendo ensinaria ao pai que era filho e não mendigo. Dar-lhe-ia uma lição, mostraria o valor próprio, mas considerou, ao mesmo tempo, que as provações rigorosas talvez se verificassem com assentimento de Jesus, para que seu coração ainda voluntarioso aprendesse a verdadeira humildade. Sentiu que havia vencido muitos tropeços; que se havia mostrado superior em Damasco e em Jerusalém que dominara as hostilidades do deserto; que suportara a ingratidão dos climas e as canseiras dolorosas; mas, que o Mestre agora lhe sugeria a luta consigo mesmo, para que o “homem do mundo” deixasse de existir, ensejando o renascimento do coração enérgico, mas amoroso e terno, do discípulo. Seria, talvez, a maior de todas as batalhas. Assim compreendeu, num relance, e buscando vencer-se a si mesmo, tomou a bolsa com resignado sorriso, guardou-a humildemente entre as dobras da túnica, saudou o servo com expressões de agradecimento e disse, esforçando-se por evidenciar alegria:

— Sinésio, conte a meu pai o contentamento que me causou com a sua carinhosa oferta e diga-lhe que rogo a Deus que o ajude.


Seguindo o curso incerto de sua nova situação, viu na atitude paterna o reflexo dos antigos hábitos do judaísmo. Como pai, Isaac não queria parecer ingrato e inflexível, procurando ampará-lo; mas como fariseu nunca lhe suportaria a renovação das ideias.

Com ar indiferente, tomou leve refeição em modesta locanda. Entretanto, não conseguia tolerar o movimento das ruas. Tinha sede de meditação e silêncio. Precisava ouvir a consciência e o coração, antes de assentar os novos planos de vida. Procurou afastar-se da cidade. Como eremita anônimo, buscou o campo agreste. Depois de muito caminhar sem destino, atingiu os arredores do Tauro. Começava o cortejo das sombras tristes da tarde. Exausto de fadiga, descansou junto de uma das inumeráveis cavernas abandonadas. Muito ao longe, Tarso repousava entre arvoredos. As auras vespertinas vibravam no ambiente, sem perturbar a placidez das coisas. Mergulhado na quietude da Natureza, Saulo recuou mentalmente ao dia da sua radical transformação. Lembrou o abandono na pensão de Judas, a indiferença de Sadoc à sua amizade. Rememorou a primeira reunião de Damasco, na qual suportara tantos apupos, ironias e sarcasmos. Demandara Palmira, ansioso pela assistência de Gamaliel, a fim de penetrar a causa do Cristo, mas o nobre mestre lhe aconselhara o insulamento no deserto. Recordou as duras dificuldades do tear e a carência de recursos de toda a espécie, no oásis solitário. Naqueles dias silenciosos e longos, jamais pudera esquecer a noiva morta, lutando por erguer-se, espiritualmente, acima dos sonhos desmoronados. Por mais que estudasse o Evangelho, intimamente experimentava singular remorso pelo sacrifício de Estêvão, que, a seu ver, fora a pedra tumular do seu noivado futuroso. Suas noites estavam cheias de infinitas angústias. Às vezes, em pesadelos dolorosos, sentia-se de novo em Jerusalém, assinando sentenças iníquas. As vítimas da grande perseguição acusavam-no, olhando-o assustadas, como se a sua fisionomia fosse a de um monstro. A esperança no Cristo reanimava-lhe o espírito resoluto. Depois de provas ásperas, deixara a solidão para regressar à vida social. Novamente em Damasco a sinagoga o recebeu com ameaças. Os amigos de outros tempos, com profunda ironia, lançavam-lhe epítetos cruéis. Foi-lhe necessário fugir como criminoso comum, saltando muros pela calada da noite. Depois, buscara Jerusalém, na esperança de fazer-se compreendido. Contudo, Alexandre, em cujo espírito culto pretendia encontrar melhor entendimento, recebera-o como visionário e mentiroso. Extremamente fatigado, batera à porta da igreja do “Caminho”, mas fora obrigado a recolher-se a uma reles hospedaria, por força das suspeitas justas dos Apóstolos da Galileia. Doente e abatido, fora levado à presença de Simão Pedro, que lhe ministrara lições de alta prudência e excessiva bondade, mas, a exemplo de Gamaliel, aconselhara-lhe prévio recolhimento, discrição, aprendizado em suma. Embalde procurava um meio de harmonizar as circunstâncias, de maneira a cooperar na obra do Evangelho e todas as portas pareciam fechadas ao seu esforço. Afinal, dirigira-se a Tarso, ansioso do amparo familiar para reiniciar a vida. A atitude paterna só lhe agravara as desilusões. Repelindo-o, o genitor lançava-o num abismo. Agora começava a compreender que, reencetar a existência, não era volver à atividade do ninho antigo, mas principiar, do fundo d’alma, o esforço interior, alijar o passado nos mínimos resquícios, ser outro homem enfim.

Compreendia a nova situação, mas não pôde impedir as lágrimas que lhe afloravam copiosas.


Quando deu acordo de si, a noite havia fechado de todo. O céu oriental resplandecia de estrelas. Ventos suaves sopravam de longe, refrescando-lhe a fronte incandescida. Acomodou-se como pôde, entre as pedras agrestes, sem coragem de eximir-se ao silêncio da Natureza amiga. Não obstante prosseguir no curso de suas amargas reflexões, sentia-se mais calmo. Confiou ao Mestre as preocupações acerbas, pediu o remédio da sua misericórdia e procurou manter-se em repouso. Após a prece ardente, cessou de chorar, figurando-se-lhe que uma força superior e invisível lhe balsamizava as chagas da alma opressa.


Breve, em doce quietude do cérebro dolorido, sentiu que o sono começava a empolgá-lo. Suavíssima sensação de repouso proporcionava-lhe grande alívio. Estaria dormindo? Tinha a impressão de haver penetrado uma região de sonhos deliciosos. Sentia-se ágil e feliz. Tinha a impressão de que fora arrebatado a uma campina tocada de luz primaveril, isenta e longe deste mundo. Flores brilhantes, como feitas de névoa colorida, desabrochavam ao longo de estradas maravilhosas, rasgadas na região banhada de claridades indefiníveis. Tudo lhe falava de um mundo diferente. Aos seus ouvidos toavam harmonias suaves, dando ideia de cavatinas executadas ao longe, em harpas e alaúdes divinos. Desejava identificar a paisagem, definir-lhe os contornos, enriquecer observações, mas um sentimento profundo de paz deslumbrava-o inteiramente. Devia ter penetrado um reino maravilhoso, porquanto os portentos espirituais que se patenteavam a seus olhos excediam todo entendimento. 


Mal não havia despertado desse deslumbramento, quando se sentiu presa de novas surpresas com a aproximação de alguém que pisava de leve, acercando-se de mansinho. Mais alguns instantes, viu Estêvão e Abigail à sua frente, jovens e formosos, envergando vestes tão brilhantes e tão alvas que mais se assemelhavam a peplos de neve translúcida.

Incapaz de traduzir as sagradas comoções de sua alma, Saulo de Tarso ajoelhou-se e começou a chorar.

Os dois irmãos, que voltavam a encorajá-lo, aproximaram-se com generoso sorriso.

— Levanta-te, Saulo! — disse Estêvão com profunda bondade.

— Que é isso? Choras? — perguntou Abigail em tom blandicioso. — Estarias desalentado quando a tarefa apenas começa?


O moço tarsense, agora de pé, desatou em pranto convulsivo. Aquelas lágrimas não eram somente um desabafo do coração abandonado no mundo. Traduziam um júbilo infinito, uma gratidão imensa a Jesus, sempre pródigo de proteção e benefícios. Quis aproximar-se, oscular as mãos de Estêvão, rogar perdão para o nefando passado, mas foi o mártir do “Caminho” que, na luz de sua ressurreição gloriosa, aproximou-se do ex-rabino e o abraçou efusivamente, como se o fizesse a um irmão amado. Depois, beijando-lhe a fronte, murmurou com ternura:

— Saulo, não te detenhas no passado! Quem haverá, no mundo, isento de erros?! Só Jesus foi puro!…


O ex-discípulo de Gamaliel sentia-se mergulhado em verdadeiro oceano de venturas. Queria falar das suas alegrias infindas, agradecer tamanhas dádivas, mas indômita emoção lhe selava os lábios e confundia o coração. Amparado por Estêvão, que lhe sorria em silêncio, viu Abigail mais formosa que nunca, recordando-lhe as flores da primavera na casa humilde do caminho de Jope. Não pôde furtar-se às reflexões do homem, esquecer os sonhos desfeitos, lembrando-os, acima de tudo, naquele glorioso minuto da sua vida. Pensou no lar que poderia ter constituído; no carinho com que a jovem de Corinto lhe cuidaria dos filhos afetuosos; no amor insubstituível que sua dedicação lhe poderia dar. Mas, compreendendo-lhe os mais íntimos pensamentos, a noiva espiritual aproximou-se, tomou-lhe a destra calejada nos labores rudes do deserto e falou comovidamente:

— Nunca nos faltará um lar… Tê-lo-emos no coração de quantos vierem à nossa estrada. Quanto aos filhos, temos a família imensa que Jesus nos legou em sua misericórdia… os filhos do Calvário são nossos também… Eles estão em toda parte, esperando a herança do Salvador.


O moço tarsense entendeu a carinhosa advertência, arquivando-a no imo do coração.

— Não te entregues ao desalento — continuou Abigail, generosa e solícita —; nossos antepassados conheceram o Deus dos Exércitos, que era o dono dos triunfos sangrentos, do ouro e da prata do mundo; nós, porém, conhecemos o Pai, que é o Senhor de nosso coração. A Lei nos destacava a fé, pela riqueza das dádivas materiais nos sacrifícios; mas o Evangelho nos conhece pela confiança inesgotável e pela fé ativa ao serviço do Todo-Poderoso. É preciso ser fiel a Deus, Saulo! Ainda que o mundo inteiro se voltasse contra ti, possuirias o tesouro inesgotável do coração fiel. A paz triunfante do Cristo é a da alma laboriosa, que obedece e confia… Não tornes a recalcitrar contra os aguilhoes. Esvazia-te dos pensamentos do mundo. Quando hajas esgotado a derradeira gota da poça dos enganos terrenos, Jesus encherá teu espírito de claridades imortais!…


Experimentando infindo consolo, Saulo chegava a perturbar-se pela incapacidade de articular uma frase. As exortações de Abigail calar-lhe-iam para sempre. Nunca mais permitiria que o desânimo se apossasse dele. Enorme esperança represava-se agora em seu íntimo. Trabalharia para o Cristo em todos os lugares e circunstâncias. O Mestre sacrificara-se por todos os homens. Dedicar-lhe a existência representava um nobre dever. Enquanto formulava estes pensamentos recordou a dificuldade de harmonizar-se com as criaturas. Encontraria lutas. Lembrou a promessa de Jesus, de que estaria presente onde houvesse irmãos reunidos em seu nome. (Mt 18:20) Mas tudo lhe pareceu subitamente difícil naquela rápida operação intelectual. As sinagogas combatiam-se entre si. A própria igreja de Jerusalém tendia, novamente, às influências judaizantes. Foi aí que Abigail respondeu, de novo, aos seus apelos íntimos, exclamando com infinito carinho:


— Reclamas companheiros concordes contigo nas edificações evangélicas. Mas é preciso lembrar que Jesus não os teve. Os apóstolos não puderam concordar com o Mestre senão com o auxílio do Céu, depois da Ressurreição e do Pentecostes. Os mais amados dormiam, enquanto Ele, agoniado, orava no horto. Uns negaram-no, outros fugiram na hora decisiva. Concorda com Jesus e trabalha. O caminho para Deus está subdividido em verdadeira infinidade de Planos. O Espírito passará sozinho de uma Esfera para outra. Toda elevação é difícil, mas somente aí encontramos a vitória real. Recorda a “porta estreita” (Mt 7:14) das lições evangélicas e caminha. Quando seja oportuno, Jesus chamará ao teu labor os que possam concordar contigo, em seu nome. Dedica-te ao Mestre em todos os instantes de tua vida. Serve-o com energia e ternura, como quem sabe que a realização espiritual reclama o concurso de todos os sentimentos que enobreçam a alma.


Saulo estava enlevado. Não poderia traduzir as sensações cariciosas que lhe represavam no coração tomado de inefável contentamento. Esperanças novas bafejavam-lhe a alma. Em sua retina espiritual desdobrava-se radioso futuro. Quis mover-se, agradecer a dádiva sublime, mas a emoção privava-o de qualquer manifestação afetiva. Entretanto, pairava-lhe no espírito uma grande interrogação. Que fazer, doravante, para triunfar? Como completar as noções sagradas que lhe competia exemplificar praticamente, sem anotação de sacrifícios?

Deixando perceber que lhe ouvia as mais secretas interpelações, Abigail adiantou-se, sempre carinhosa:

— Saulo, para certeza da vitória no escabroso caminho, lembra-te de que é preciso dar: Jesus deu ao mundo quanto possuía e, acima de tudo, deu-nos a compreensão intuitiva das nossas fraquezas, para tolerarmos as misérias humanas…


O moço tarsense notou que Estêvão, nesse ínterim, se despedia, endereçando-lhe um olhar fraterno.

Abigail, por sua vez, apertava-lhe as mãos com imensa ternura. O ex-rabino desejaria prolongar a deliciosa visão para o resto da vida, manter-se junto dela para sempre; contudo, a entidade querida esboçava um gesto de amoroso adeus. Esforçou-se, então, por catalogar apressadamente suas necessidades espirituais, desejoso de ouvi-la relativamente aos problemas que o defrontavam. Ansioso de aproveitar as mínimas parcelas daquele glorioso, fugaz minuto, Saulo alinhava mentalmente grande número de perguntas. Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?

— ! — respondeu Abigail espontaneamente.


Mas, como proceder de modo a enriquecermos na virtude divina? Jesus aconselha o amor aos próprios inimigos. Entretanto, considerava quão difícil devia ser semelhante realização. Penoso testemunhar dedicação, sem o real entendimento dos outros. Como fazer para que a alma alcançasse tão elevada expressão de esforço com Jesus-Cristo?

— ! — esclareceu a noiva amada, sorrindo bondosamente.


Abigail tinha razão. Era necessário realizar a obra de aperfeiçoamento interior. Desejava ardentemente faze-lo. Para isso insulara-se no deserto, por mais de mil dias consecutivos. Todavia, voltando ao ambiente do esforço coletivo, em cooperação com antigos companheiros, acalentava sadias esperanças que se converteram em dolorosas perplexidades. Que providências adotar contra o desânimo destruidor?

— ! — disse ela ainda, num gesto de terna solicitude, como quem desejava esclarecer que a alma deve estar pronta a atender ao programa divino, em qualquer circunstância, extreme de caprichos pessoais.


Ouvindo-a, Saulo considerou que a esperança fora sempre a companheira dos seus dias mais ásperos. Saberia aguardar o porvir com as bênçãos do Altíssimo. Confiaria na sua misericórdia. Não desdenharia as oportunidades do serviço redentor. Mas… os homens? Em toda parte medrava a confusão nos espíritos. Reconhecia que, de fato, a concordância geral em torno dos ensinamentos do Mestre Divino representava uma das realizações mais difíceis, no desdobramento do Evangelho; mas, além disso, as criaturas pareciam igualmente desinteressadas da verdade e da luz. Os israelitas agarravam-se à Lei de Moisés, intensificando o regime das hipocrisias farisaicas; os seguidores do “Caminho” aproximavam-se novamente das sinagogas, fugiam dos gentios, submetiam-se, rigorosamente, aos processos da circuncisão. Onde a liberdade do Cristo? Onde as vastas esperanças que o seu amor trouxera à Humanidade inteira, sem exclusão dos filhos de outras raças? Concordava em que se fazia indispensável amar, trabalhar, esperar; entretanto, como agir no âmbito de forças tão heterogêneas? Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?

Abigail apertou-lhe as mãos com mais ternura, a indicar as despedidas, e acentuou docemente:

— !…


Em seguida, seu vulto luminoso pareceu diluir-se como se fosse feito de fragmentos de aurora.

Empolgado pela maravilhosa revelação, Saulo viu-se só, sem saber como coordenar as expressões do próprio deslumbramento. Na região, que se coroava de claridades infinitas, sentiam-se vibrações de misteriosa beleza. Aos seus ouvidos continuavam chegando ecos longínquos de sublimes harmonias siderais, que pareciam traduzir mensagens de amor, oriundas de sóis distantes… Ajoelhou-se e orou! Agradeceu ao Senhor a maravilha das suas bênçãos. Daí a instantes, como se energias imponderáveis o reconduzissem ao ambiente da Terra, sentiu-se no leito rústico, improvisado entre as pedras. Incapaz de esclarecer o prodigioso fenômeno, Saulo de Tarso contemplou os céus, embevecido.


O infinito azul do firmamento não era um abismo em cujo fundo brilhavam estrelas… A seus olhos, o espaço adquiria nova significação; devia estar cheio de expressões de vida, que ao homem comum não era dado compreender. Haveria corpos celestes, como os havia terrestres. A criatura não estava abandonada, em particular, pelos poderes supremos da Criação. A bondade de Deus excedia a toda a inteligência humana. Os que se haviam libertado da carne voltavam do Plano espiritual por confortar os que permaneciam a distância. Para Estêvão, ele fora verdugo cruel; para Abigail, noivo ingrato. Entretanto, permitia o Senhor que ambos regressassem à paisagem caliginosa do mundo, reanimando-lhe o coração. A existência planetária alcançava novo sentido nas suas elucubrações profundas. Ninguém estaria abandonado. Os homens mais miseráveis teriam no Céu quem os acompanhasse com desvelada dedicação. Por mais duras que fossem as experiências humanas, a vida, agora, assumia nova feição de harmonia e beleza eternas.


A Natureza estava calma. O luar esplendia no alto em vibrações de encanto indefinível. De quando em quando, o vento sussurrava de leve espalhando mensagens misteriosas. Lufadas cariciosas acalmavam a fronte do pensador, que se embevecia na recordação imediata de suas maravilhosas visões do mundo invisível.

Experimentando uma paz até então desconhecida acreditou que renascia naquele momento para uma existência muito diversa. Singular serenidade tocava-lhe o espírito. Uma compreensão diferente felicitava-o para o reinício da jornada no mundo. Guardaria , para sempre. O o a e o seriam seus companheiros inseparáveis. Cheio de dedicação por todos os seres, aguardaria as oportunidades que Jesus lhe concedesse abstendo-se de provocar situações, e, nesse passo, saberia tolerar a ignorância ou a fraqueza alheias, ciente de que também ele carregava um passado condenável, que, nada obstante, merecera a compaixão do Cristo.


Somente muito depois, quando as brisas leves da madrugada anunciavam o dia, o ex-doutor da Lei conseguiu conciliar o sono. Quando despertou, era manhã alta. Muito ao longe, Tarso havia retomado o seu movimento habitual.

Ergueu-se encorajado como nunca. O colóquio espiritual com Estêvão e Abigail renovara-lhe as energias. Lembrou, instintivamente, a bolsa que o pai lhe havia mandado. Retirou-a para calcular as possibilidades financeiras de que podia dispor para novos cometimentos. A dádiva paterna fora abundante e generosa. Contudo, não conseguia atinar, de pronto, com a decisão preferível.

Depois de muito refletir, decidiu adquirir um tear. Seria o recomeço da luta. A fim de consolidar as novas disposições interiores, julgou útil exercer em Tarso o mister de tecelão, visto que ali, na terra do seu berço, se ostentara como intelectual de valor e aplaudido atleta.


Dentro em pouco, era reconhecido pelos conterrâneos como humilde tapeceiro.

A notícia teve desagradável repercussão no lar antigo, motivando a mudança do velho Isaac, que, após deserdá-lo ostensivamente, transferiu-se para uma de suas propriedades à margem do Eufrates, onde esperou a morte junto de uma filha, incapaz de compreender o primogênito muito amado.

Assim, durante três anos, o solitário tecelão das vizinhanças do Tauro exemplificou a humildade e o trabalho, esperando devotadamente que Jesus o convocasse ao testemunho.




Mt 19:16.


Mais tarde na 2Cor 12:2, Saulo afirmava: — “Conheço um homem em Cristo que há 14 anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro Céu. E sei que o tal homem foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.” Dessa gloriosa experiência o Apóstolo dos gentios extraiu novas conclusões sobre suas ideias notáveis, referentemente ao corpo espiritual. (Nota de Emmanuel)



André Luiz

mt 18:20
Conduta Espírita

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 11
Página: 49
Waldo Vieira
André Luiz

Entrar pontualmente no templo espírita para tomar parte das reuniões, sem provocar alarido ou perturbações.


O templo é local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores.


Dedicar a melhor atenção aos doutrinadores, sem conversação, bocejo ou tosse bulhenta, para que seja mantido o justo respeito ao lar da oração.


Os atos da criatura revelam-lhe os propósitos.


Evitar aplausos e manifestações outras, as quais, apesar de interpretarem atitudes sinceras, por vezes geram desentendimentos e desequilíbrios vários.


O silêncio favorece a ordem.


Com espontaneidade, privar-se dos primeiros lugares no auditório, reservando-os para visitantes e pessoas fisicamente menos capazes.


O exemplo do bem começa nos gestos pequeninos.


Coibir-se de evocar a presença de determinada entidade, no curso das sessões, aceitando, sem exigência, os ditames da Esfera Superior no que tange ao bem geral.


A harmonia dos pensamentos condiciona a paz e o progresso de todos.


Acostumar-se a não confundir preguiça ou timidez com humildade, abraçando os encargos que lhe couberem, com desassombro e valor.


A disposição de servir, por si só, já simplifica os obstáculos.


Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos.


Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas.


Oferecer a tribuna doutrinária apenas a pessoas conhecidas dos irmãos dirigentes da Casa, para não acumpliciar-se, inadvertidamente, com pregações de princípios estranhos aos postulados espíritas.


Quem se ilumina, recebe a responsabilidade de preservar a luz.


Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios ou vendas de tômbolas, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios.


A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo custo.



Allan Kardec

mt 18:20
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Ref: 10366
Capítulo: 28
Página: 410
Allan Kardec
Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei. (Mateus 18:20)
mt 18:20
Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1868

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 75
Allan Kardec
(Sociedade de Paris, 1 de novembro de 1868)


Discurso de abertura pelo Sr. Allan Kardec [1]

O Espiritismo é uma religião?

Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, aí estarei com elas.” (Mat. XVIII, 20).

Caros irmãos e irmãs espíritas,

Estamos reunidos, neste dia consagrado pelo uso à comemoração dos mortos, para dar aos nossos irmãos que deixaram a Terra, um testemunho particular de simpatia; para continuar as relações de afeição e de fraternidade que existiam entre eles e nós em vida, e para chamar sobre eles a bondade do Todo-Poderoso. Mas, por que nos reunirmos? Não podemos fazer, cada um em particular, o que nos propomos fazer em comum? Qual a utilidade que pode haver em se reunir assim num dia determinado?

Jesus no-lo indica pelas palavras citadas no alto. Essa utilidade está no resultado produzido pela comunhão de pensamentos que se estabelece entre pessoas reunidas com o mesmo objetivo.

Mas compreendemos bem todo o alcance da expressão: Comunhão de pensamentos? Seguramente, até este dia, poucas pessoas dela tinham feito uma ideia completa. O Espiritismo, que nos explica tantas coisas pelas leis que nos revela, vem novamente nos explicar a causa, os efeitos e o poder dessa situação do espírito.

Comunhão de pensamento quer dizer pensamento comum, unidade de intenção, de vontade, de desejo, de aspiração. Ninguém pode desconhecer que o pensamento é uma força, mas é uma força puramente moral e abstrata? Não, pois do contrário não compreenderíamos certos efeitos do pensamento, e ainda menos a comunhão do pensamento. Para compreendê-lo, é preciso conhecer as propriedades e a ação dos elementos que constituem a nossa essência espiritual, e é o Espiritismo que no-las ensina.

O pensamento é o atributo característico do ser espiritual; é ele que distingue o espírito da matéria: sem o pensamento, o espírito não seria espírito. A vontade não é atributo especial do espírito, é o pensamento que atingiu um certo grau de energia; é o pensamento transformado em força motriz. É pela vontade que o espírito imprime aos membros e ao corpo movimentos num determinado sentido. Mas se ele tem a força de agir sobre os órgãos materiais, quão maior não deve ser essa força sobre os elementos fluídicos que nos cercam! O pensamento age sobre os fluidos ambientes, como o som age sobre o ar; esses fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Podemos dizer, portanto, com plena certeza, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.

Uma assembleia é um foco onde se irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos em que cada um produz a sua nota. Resulta daí uma porção de correntes e de eflúvios fluídicos, cada um dos quais recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.

Mas, assim como há raios sonoros harmônicos ou discordantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto for harmônico, a impressão será agradável; se for discordante, a impressão será penosa. Ora, para isso não é preciso que o pensamento seja formulado em palavras; a radiação fluídica não deixa de existir pelo fato de ser ou não ser expressa; se todas forem benevolentes, todos os assistentes experimentarão um verdadeiro bem-estar e sentir-se-ão à vontade; mas se se misturarem alguns pensamentos maus, produzem o efeito de uma corrente de ar gelado num meio tépido.

Tal é a causa do sentimento de satisfação que experimentamos numa reunião simpática; aí como que reina uma atmosfera moral salubre, onde respiramos à vontade; daí saímos reconfortados, porque ficamos impregnados de eflúvios fluídicos salutares. Assim se explicam, também, a ansiedade, o mal-estar indefinível que sentimos num meio antipático, em que pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes fluídicas malsãs.

A comunhão de pensamentos produz, assim, uma espécie de efeito físico, que reage sobre o moral; é o que só o Espiritismo poderia dar a compreender. O homem o sente instintivamente, porquanto ele procura as reuniões onde sabe que encontra essa comunhão. Nessas reuniões homogêneas e simpáticas ele adquire novas forças morais; poder-se-ia dizer que ele aí recupera as perdas fluídicas que ocorrem diariamente pela radiação do pensamento, como recupera pelos alimentos as perdas do corpo material.

A esses efeitos da comunhão dos pensamentos, junta-se um outro que é a sua consequência natural, e que importa não perder de vista: é o poder que adquire o pensamento ou a vontade, pelo conjunto de pensamentos ou vontades reunidas. Sendo a vontade uma força ativa, essa força é multiplicada pelo número de vontades idênticas, como a força muscular é multiplicada pelo número dos braços.

Estabelecido este ponto, concebe-se que nas relações que se estabelecem entre os homens e os Espíritos, há, numa reunião onde reina uma perfeita comunhão de pensamentos, uma força atrativa ou repulsiva que nem sempre possui um indivíduo isolado. Se, até o presente, as reuniões muito numerosas são menos favoráveis, é pela dificuldade de obter uma homogeneidade perfeita de pensamentos, o que depende da imperfeição da natureza humana na Terra. Quanto mais numerosas são as reuniões, mais aí se misturam elementos heterogêneos que paralisam a ação dos bons elementos, e que são como grãos de areia numa engrenagem. Não é assim nos mundos mais adiantados, e tal estado de coisas mudará na Terra, à medida que os homens se tornarem melhores.

Para os espíritas, a comunhão de pensamentos tem um resultado ainda mais especial. Vimos o efeito dessa comunhão de homem a homem; o Espiritismo nos prova que ele não é menor dos homens para os Espíritos, e vice-versa. Com efeito, se o pensamento coletivo adquire força pelo número, um conjunto de pensamentos idênticos, tendo o bem por objetivo, terá mais força para neutralizar a ação dos maus Espíritos; assim, vemos que a tática destes últimos é impelir para a divisão e para o isolamento. Sozinho, um homem pode sucumbir, ao passo que se sua vontade for corroborada por outras vontades, ele poderá resistir, segundo o axioma: A união faz a força, axioma verdadeiro tanto do ponto de vista moral quanto do físico.

Por outro lado, se a ação dos Espíritos malévolos pode ser paralisada por um pensamento comum, é evidente que a dos bons Espíritos será secundada. Sua influência salutar não encontrará obstáculos; não sendo os seus eflúvios fluídicos detidos por correntes contrárias, espalhar-se-ão sobre todos os assistentes, precisamente porque todos te-los-ão atraído pelo pensamento, não cada um em proveito pessoal, mas em proveito de todos, conforme a lei da caridade. Esses eflúvios descerão sobre eles em línguas de fogo, para nos servirmos de uma admirável imagem do Evangelho.

Assim, pela comunhão de pensamentos, os homens se assistem entre si, e ao mesmo tempo assistem os Espíritos e são por estes assistidos. As relações entre o mundo visível e o mundo invisível não são mais individuais, são coletivas, por isto mesmo são mais poderosas para o proveito das massas, como para o dos indivíduos. Numa palavra, estabelecem a solidariedade, que é a base da fraternidade. Ninguém trabalha para si só, mas para todos, e trabalhando por todos, cada um aí encontra a sua parte. É isto que o egoísmo não entende.

Graças ao Espiritismo, compreendemos, então, o poder e os efeitos do pensamento coletivo; entendemos melhor o sentimento de bem-estar que experimentamos num meio homogêneo e simpático; mas sabemos igualmente que o mesmo se dá com os Espíritos, porque eles também recebem os eflúvios de todos os pensamentos benévolos que para eles se elevam como uma nuvem de perfume. Os que são felizes experimentam uma alegria ainda maior por esse concerto harmonioso; os que sofrem sentem um maior alívio.

Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que elas devem e podem exercer toda a sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das injunções da matéria. Infelizmente, a maioria se afasta desse princípio, à medida que fazem da religião uma questão de forma. Disso resulta que cada um fazendo consistir seu dever na realização da forma, julga-se quite com Deus e com os homens quando praticou uma fórmula. Resulta, também, que cada um vai aos lugares de reuniões religiosas com um pensamento pessoal, por sua própria conta, e o mais das vezes sem nenhum sentimento de confraternidade em relação aos outros assistentes; ele está isolado em meio à multidão, e não pensa no Céu senão para si mesmo.

Certamente não era assim que entendia Jesus quando disse: “Quando diversos de vós estiverdes reunidos em meu nome, eu estarei entre vós.” Reunidos em meu nome quer dizer com um pensamento comum, mas não podemos estar reunidos em nome de Jesus sem assimilar os seus princípios, a sua doutrina. Ora, qual é o princípio fundamental da doutrina de Jesus? A caridade em pensamentos, palavras e obras. Os egoístas e os orgulhosos mentem quando se dizem reunidos em nome de Jesus, porque Jesus não os reconhece como seus discípulos.

Feridas por estes abusos e por estes desvios, há criaturas que negam a utilidade das assembleias religiosas e, por conseguinte, dos edifícios consagrados a tais assembleias. Em seu radicalismo, pensam que seria melhor construir hospícios do que templos, porque o templo de Deus está em toda parte; porque Deus pode ser adorado em toda parte; porque cada um pode orar em sua própria casa e a qualquer hora, ao passo que os pobres, os doentes e os enfermos necessitam de lugares de refúgio.

Mas pelo fato de terem cometido abusos; de terem se afastado do reto caminho, segue-se que não existe o caminho reto e que tudo aquilo de que abusam seja mau? Falar assim é desconhecer a fonte e os benefícios da comunhão de pensamentos que deve ser a essência das assembleias religiosas; é ignorar as causas que a provocam. Concebemos que os materialistas professem semelhantes ideias, porque eles, em todas as coisas, fazem abstração da vida espiritual, mas da parte dos espiritualistas, e mais ainda dos espíritas, seria um contrassenso. O isolamento religioso, como o isolamento social, conduz ao egoísmo. Que alguns homens sejam bastante fortes por si mesmos, muito largamente dotados pelo coração, para que sua fé e sua caridade não necessitem ser reaquecidas num foco comum, é possível, mas assim não se dá com as massas, às quais é preciso um estimulante, sem o qual elas poderiam deixarse dominar pela indiferença. Além disto, qual o homem que poderia dizer-se bastante esclarecido para nada ter a aprender em relação aos seus interesses futuros, e suficientemente perfeito para dispensar conselhos na vida presente? É ele sempre capaz de instruir-se por si mesmo? Não; à maioria deles são necessários ensinamentos diretos em matéria de Religião e de Moral, como em matéria de Ciência. Sem dúvida esse ensinamento pode ser dado por toda parte, sob a abóbada do céu como sob a de um templo, mas por que não teriam os homens lugares especiais para os negócios do Céu, como os têm para os negócios da Terra? Por que não teriam assembleias religiosas, como têm assembleias políticas, científicas e industriais? Aqui está uma bolsa onde se ganha sempre, sem que ninguém perca. Isto não impede as fundações em proveito dos infelizes, mas nós acrescentamos que quando os homens compreenderem melhor seus interesses do Céu, haverá menos gente nos hospícios.

Se as assembleias religiosas ─ nós falamos em geral, sem alusão a qualquer culto ─ muitas vezes se afastaram do objetivo primitivo principal, que é a comunhão fraterna do pensamento; se o ensino que aí é dado nem sempre seguiu o movimento progressivo da Humanidade, é que os homens não progridem todos ao mesmo tempo; o que eles não fazem num período, fazem-no em outro; à medida que se esclarecem, veem as lacunas que existem em suas instituições, e as preenchem; compreendem que o que era bom numa época, em relação ao grau da civilização, torna-se insuficiente num estado mais adiantado, e restabelecem o nível. Sabemos que o Espiritismo é a grande alavanca do progresso em todas as coisas; que ele marca uma era de renovação. Saibamos, pois, esperar, e não peçamos a uma época mais do que ela pode dar. Como as plantas, é preciso que as ideias amadureçam para serem colhidos os frutos. Além disto, saibamos fazer as concessões necessárias nas épocas de transição, porque nada, na Natureza, se opera de maneira brusca e instantânea.

Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembleias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção ampla e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunhão de sentimentos, de princípios e de crenças. Consecutivamente, esse nome foi dado a esses mesmos princípios codificados e formulados em dogmas ou artigos de fé. É neste sentido que se diz: a religião política; entretanto, mesmo nesta acepção, a palavra religião não é sinônima de opinião; implica uma ideia particular: a de fé conscienciosa; eis por que se diz também: a fé política. Ora, os homens podem alistar-se, por interesse, num partido, sem ter fé nesse partido, e a prova é que o deixam sem escrúpulo, quando encontram seu interesse alhures, ao passo que aquele que o abraça por convicção é inabalável; ele persiste à custa dos maiores sacrifícios, e a abnegação dos interesses pessoais é a verdadeira pedra de toque da fé sincera. Contudo, se a renúncia a uma opinião, motivada pelo interesse, é um ato de desprezível covardia, é respeitável, ao contrário, quando fruto do reconhecimento do erro em que se estava; é então um ato de abnegação e de bom-senso. Há mais coragem e grandeza em reconhecermos abertamente que nos enganamos, do que persistirmos, por amor-próprio, no que sabemos ser falso, e para não darmos um desmentido a nós mesmos, o que acusa mais teimosia do que firmeza, mais orgulho do que bom-senso, mais fraqueza do que força. É mais ainda: é hipocrisia, porque queremos parecer o que não somos; além disso é uma ação má, porque é encorajar o erro por nosso próprio exemplo.

O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, um laço essencialmente moral que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não apenas o fato de compromissos materiais que podemos romper à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre as pessoas que ele une, como consequência da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas. É nesse sentido que também se diz: a religião da amizade, a religião da família.

Se assim é, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores; no sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os laços da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre as mais sólidas bases: as próprias leis da Natureza.

Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e porque, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da ideia de culto; porque ela desperta exclusivamente uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse religião, o público não veria aí senão uma nova edição, uma variante, se quiserem, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; ele não o separaria das ideias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião pública se levantou.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do vocábulo, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor as pessoas inevitavelmente ter-se-iam equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.

As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto é, com o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos assuntos de que elas se ocupam. Pode-se mesmo, na ocasião, fazer preces que em vez de serem ditas em particular, são ditas em comum, sem que por isto as tomem por assembleias religiosas. Não penseis que isto seja um jogo de palavras; a nuança é perfeitamente clara, e a aparente confusão é devida à falta de um vocábulo para cada ideia.

Qual é, pois, o laço que deve existir entre os espíritas? Eles não estão unidos entre si por nenhum contrato material, por nenhuma prática obrigatória; qual o sentimento no qual se devem confundir todos os pensamentos? É um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para com todos, ou, por outras palavras: o amor ao próximo, que compreende os vivos e os mortos, pois sabemos que os mortos também fazem parte da Humanidade.

A caridade é a alma do Espiritismo. Ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes; eis por que podemos dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.

Mas a caridade é ainda uma dessas palavras de sentido múltiplo, cujo inteiro alcance deve ser bem compreendido, e se os Espíritos não cessam de pregá-la e defini-la, é que provavelmente eles reconhecem que isto ainda é necessário.

O campo da caridade é muito vasto. Ele compreende duas grandes divisões que, na falta de termos especiais, podemos designar pelas expressões: caridade beneficente e caridade benevolente. Compreende-se facilmente a primeira, que é naturalmente proporcional aos recursos materiais de que se dispõe; mas a segunda está ao alcance de todos, tanto do mais pobre quanto do mais rico. Se a beneficência é forçosamente limitada, nada além da vontade poderia estabelecer limites à benevolência.

O que é preciso, então, para praticar a caridade benevolente? Amar ao próximo como a si mesmo: ora, se amarmos ao próximo como a nós mesmos, amá-lo-emos muito; agiremos para com os outros como gostaríamos que os outros agissem para conosco; não desejaremos nem faremos mal a ninguém, porque não gostaríamos que no-lo fizessem.

Amar ao próximo é, pois, abjurar todo sentimento de ódio, de animosidade, de rancor, de inveja, de ciúme, de vingança, numa palavra, todo desejo e todo pensamento de prejudicar; é perdoar aos seus inimigos e retribuir o mal com o bem; é ser indulgente para com as imperfeições de seus semelhantes e não procurar o cisco no olho do vizinho, quando não vemos a trave que temos no nosso; é cobrir ou desculpar as faltas dos outros, em vez de nos comprazermos em pô-las em relevo por espírito de maledicência; é, ainda, não nos fazermos valorizar à custa dos outros; não procurarmos esmagar a pessoa sob o peso de nossa superioridade; não desprezarmos ninguém por orgulho. Eis a verdadeira caridade benevolente, a caridade prática, sem a qual a caridade é palavra vã; é a caridade do verdadeiro espírita como do verdadeiro cristão, aquela sem a qual quem diz: Fora da caridade não há salvação, pronuncia sua própria condenação, tanto neste quanto no outro mundo.

Quanta coisa haveria a dizer a tal respeito! Quantas belas instruções nos dão os Espíritos incessantemente! Sem o receio de alongar-me e de abusar de vossa paciência, senhores, seria fácil demonstrar que, em se colocando no ponto de vista do interesse pessoal, egoísta, se preferirdes, porque nem todos os homens estão maduros para uma completa abnegação para fazer o bem unicamente por amor do bem, digo que seria fácil demonstrar que eles têm tudo a ganhar em agir deste modo e tudo a perder agindo diversamente, mesmo em suas relações sociais; depois, o bem atrai o bem e a proteção dos bons Espíritos; o mal atrai o mal e abre a porta à malevolência dos maus. Mais cedo ou mais tarde o orgulhoso será castigado pela humilhação, o ambicioso pelas decepções, o egoísta pela ruína de suas esperanças, o hipócrita pela vergonha de ser desmascarado. Aquele que abandona os bons Espíritos por estes é abandonado e de queda em queda se vê, por fim, no fundo do abismo, ao passo que os bons Espíritos erguem e amparam aquele que, nas maiores provações, não deixa de confiar na Providência e jamais se desvia do reto caminho, aquele, enfim, cujos secretos sentimentos não dissimulam nenhum pensamento oculto de vaidade ou de interesse pessoal. Então, de um lado, ganho assegurado; do outro, perda certa; cada um, em virtude de seu livre-arbítrio, pode escolher os riscos que quer correr, mas não poderá queixar-se senão de si mesmo pelas consequências de sua escolha.

Crer num Deus todo-poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua imortalidade; na preexistência da alma como única justificação do presente; na pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento intelectual e moral; na perfectibilidade dos mais imperfeitos seres; na felicidade crescente com a perfeição; na equitável remuneração do bem e do mal, conforme o princípio: a cada um segundo as suas obras; na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração da expiação limitada pela imperfeição; no livre-arbítrio do homem, que lhe deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível; na solidariedade que religa todos os seres passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados; considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterna; aceitar corajosamente as provações, em vista do futuro mais invejável que o presente; praticar a caridade em pensamentos, palavras e obras na mais larga acepção da palavra; esforçar-se todos os dias para ser melhor que na véspera, extirpando alguma imperfeição de sua alma; submeter todas as crenças ao controle do livre exame e da razão e nada aceitar pela fé cega; respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam e não violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas descobertas da Ciência a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode congraçar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar Deus. É o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, esperando que ele ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.

Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz e se pouparão dos males inumeráveis que nascem da discórdia, por sua vez filha do orgulho, do egoísmo, da ambição, do ciúme e de todas as imperfeições da Humanidade.

O Espiritismo dá aos homens tudo o que é preciso para a felicidade aqui na Terra, porque lhes ensina a se contentarem com o que eles têm. Que os espíritas sejam, pois, os primeiros a aproveitar os benefícios que ele traz, e que inaugurem entre si o reino da harmonia que resplandecerá nas gerações futuras.

Os Espíritos que nos rodeiam aqui são inumeráveis, atraídos pelo objetivo que nos propusemos ao nos reunirmos, a fim de dar aos nossos pensamentos a força que nasce da união. Demos aos que nos são caros um boa lembrança e o penhor de nossa afeição, encorajamento e consolações aos que estão necessitados. Façamos de modo que cada um recolha a sua parte dos sentimentos de caridade benevolente de que estivermos animados, e que esta reunião produza os frutos que todos têm o direito de esperar.

ALLAN KARDEC.

Depois deste discurso, foi lida uma comunicação espontânea, ditada pelo Espírito do Sr. H. Dozon, em 1º de novembro de 1865, sobre a solenidade do dia de Todos os Santos, e que é lida todos os anos, na sessão comemorativa.


_____________________________________________________________
[1] A primeira parte deste discurso é tirada de uma publicação anterior sobre a Comunhão de pensamentos; mas que era necessário relembrar, dada a ligação com a ideia principal.




Vinícius

mt 18:20
Na Seara do Mestre

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3400
Capítulo: 30
Página: 168
Vinícius
Onde se encontrarem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles.

(MATEUS, 18:20.)


Eis como Jesus descreveu a sua igreja, na divina simplicidade que a caracteriza.


É universal, por isso que está onde quer que se reúnam dois ou três corações fiéis, invocando-lhe o nome.


Não tem chefe na Terra, visto como esse chefe é Jesus mesmo, cuja presença é implorada do Céu.


É Igreja Viva, porquanto resulta da comunhão espiritual dos crentes irmanados na mesma fé.


Independe de templos de pedra, feitura de mãos humanas, porque tem no Universo o seu eterno e majestoso tabernáculo.


O seu objetivo não é o domínio do mundo.


O seu reino não é deste plano. Por isso, não pretende posições de relevo ou destaque na sociedade terrena. Sua finalidade é tornar o homem livre, por meio da iluminação interior. "Onde há, pois, o Espírito do Cristo, aí há liberdade. "

A força da Igreja Cristã se exerce no recôndito das almas. Sua influência reformadora verifica-se no indivíduo.


Age no recesso dos corações, purificando os sentimentos e plasmando os caracteres.


Seu culto é interno, de natureza toda espiritual. Nada tem de comum com o exibicionismo e as exterioridades gentílicas. Sua obra é silenciosa e construtiva; não explode em ruidosas manifestações. Remodela, transforma e aperfeiçoa o Espírito.


Ninguém poderá dizer sobre a Igreja de Jesus: "Ei-la acolá! Vede a sua pompa e o seu fastígio", por isso que os esplendores de sua luz estão no interior do homem, cuja razão ela ilumina e cuja consciência santifica.


Tais são os característicos inconfundíveis da Igreja Cristã, revelados hoje pelos "Espíritos do Senhor, que são as virtudes do Céu".


Quem tiver olhos de ver, veja.



Diversos

mt 18:20
Educandário de Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 18
Francisco Cândido Xavier
Diversos

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” — JESUS (Mt 18:20)


Compreendendo-se que cada obreiro da seara espírita cristã se incumbe de tarefa específica é forçoso indagar, de quando em quando, a nós mesmos, o que somos no grupo de trabalho a que pertencemos:

Uma chave de solução nos obstáculos ou um elemento que os agrava?

Um companheiro assíduo às lições ou um assistente que, por desfastio, aparece de vez em vez?

Um amigo que compreende e ajuda ou um crítico inveterado que tudo complica ou desaprova?

Um bálsamo que restaura ou um cáustico que envenena?

Um enfermeiro consagrado ao bem da comunidade ou um doente que deva ser tolerado e tratado pelos demais?

Um manancial de auxílio ou uma charneca deserta sem benefícios para ninguém?

Um apoio nas boas obras ou uma brecha para a influência do mal?

Uma planta frutífera ou um parasito destruidor?

Um esteio da paz ou um veículo da discórdia?

Uma bênção ou um problema?

Façamos semelhante observação e verificaremos, sem dificuldade, se estamos simplesmente na Doutrina Espírita ou se a Doutrina Espírita já está claramente em nós.




(Reformador, março 1969, p. 50)


mt 18:20
Luz no Lar

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 9
Francisco Cândido Xavier
Diversos

Se a tempestade nos devasta as plantações, não nos esqueçamos do Espaço Divino do Lar, onde o canteiro de nossa boa vontade, na vinha do Senhor, deve e pode florir para a frutificação, a benefício de todos.

Organizemos o nosso agrupamento doméstico do Evangelho.

O lar é o coração do organismo social.

Em casa, começa nossa missão no mundo.

Entre as paredes do templo familiar, preparamo-nos para a vida com todos.

Seremos, lá fora, no grande campo da experiência pública, o prosseguimento daquilo que já somos na intimidade de nós mesmos.

Fujamos à frustração espiritual e busquemos no relicário doméstico o sublime cultivo dos nossos ideais com Jesus.

O Evangelho foi iniciado na Manjedoura e demorou-se na casa humilde e operosa de Nazaré, antes de espraiar-se pelo mundo.

Não há serviço da fé viva, sem aquiescência e concurso do coração.

Se possível, continuemos trabalhando sob a tormenta, removendo os espinheiros da discórdia ou transformando as pedras do mal em flores de compreensão, suportando, com heroísmo, o clima do sacrifício, mas, se a ventania nos compele a pausas de repouso, não admitamos o bolor do desânimo nos serviços iniciados.

Sustentemos em casa a chama de nossa esperança, estudando a Revelação Divina, praticando a fraternidade e crescendo em amor e sabedoria, porque, segundo a promessa do Evangelho Redentor, “onde estiverem dois ou três corações reunidos em Seu Nome”, (Mt 18:20) aí estará Jesus, amparando-nos para a ascensão à Luz Celestial, hoje, amanhã e sempre.



mt 18:20
Registros Imortais

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 31
Francisco Cândido Xavier
Diversos

31ª reunião | 30 de maio de 1957


: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Geraldo Benício Rocha, Geni Pena Xavier, Edmundo Fontenele, Aderbal Nogueira Lima, Zínia Orsine Pereira, Waldo Vieira, , Francisco Teixeira de Carvalho, Francisco Gonçalves e Lucília Xavier Silva.


Depois que o Espírito atravessa as fronteiras da morte poderá compreender, com mais intensidade, o grande valor e os suaves benefícios de uma prece brotada do coração.

A criatura que ora com sinceridade e fé representa uma fonte de luz a se derramar sobre todos os que sofrem, iluminando os aflitos, enxugando as lágrimas dos que choram e curando as chagas dos que padecem.

A prece é luz, é calor, é vida. E de quantos modos, meus amigos, poderemos orar?

Aquele que recebe uma afronta ou calúnia, e eleva o seu coração ao Pai, pedindo-Lhe perdão para o instrumento da sua dor, está em verdadeira prece.

Quando alguém se curva, submisso, ao peso de uma grande dor moral ou física, ou se cala à frente da ingratidão ou do desengano, está, também, orando.

Haverá maior prece do que a daquele que agasalha em seus braços e no seu lar a frágil criancinha órfã e desamparada?

Tudo isso é prece que aclara a nossa estrada, suaviza as nossas angústias, ilumina os nossos Espíritos!

Busquemos esclarecimento às nossas incertezas, o bálsamo às nossas dores e o alimento para as nossas almas na fonte luminosa da oração.

O Mestre disse que onde duas ou mais pessoas se achassem reunidas em seu nome estaria no meio delas. (Mt 18:20) A promessa é sublime, a tocar-se de esplendor!

Que os nossos atos de caridade, os nossos exemplos de paz, de tolerância e de união, que os nossos pensamentos de amor e fraternidade sejam preces contínuas, para que a nossa sementeira de luz corresponda aos anseios e à esperança daqueles que, amorosamente, nos dirigem!

Oremos, pois, meus amigos, em todos os instantes da nossa vida. Oremos com os pensamentos, com as nossas palavras e obras, porque assim encontraremos a grande luz que nos conduzirá os corações àquele que é o pastor de todas as ovelhas, o nosso amado e divino Mestre!




Comunicação recebida pela médium Zínia Orsine Pereira, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.



Francisco Cândido Xavier

mt 18:20
Sentinelas da Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Francisco Cândido Xavier

“Porque onde estiverem dois ou crês reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles.” — Jesus (Mt 18:20)


Em se tratando das tarefas conferidas aos discípulos novos, portas adentro do Espiritismo Cristão, não é difícil traçar normas para as reuniões de intercâmbio com o Plano Espiritual, mas o que não é fácil será organizá-las em nome de Jesus.

A circunstância de se comunicarem entidades invisíveis, em determinadas assembleias, não é bastante para lhes imprimir um caráter de santidade.

Antes de mais nada, é preciso considerar os fins que as movem. Nem todos os aprendizes chegam a compreender que a Esfera invisível é a continuidade da sua própria.

Eis a razão pela qual, grande parte, inadvertidamente, organiza reuniões sem fundamentos essenciais com Cristo.

Vemos os agrupamentos interessados em aplainar obstáculos da vida terrestre, pelos dispositivos do menor esforço; núcleos que se formam para criar uma falsa impressão de hegemonia, entre as associações congêneres; companheiros que requisitam da Espiritualidade preferência por suas interpretações individuais; reuniões enfim, com finalidades específicas junto a problemas de economia, de interesse isolado, de benefícios imediatos, de supremacia injustificável.


Em quase toda parte, observam-se os grupos formados em nome das interpretações ou dos interesses daqueles que os constituem ou frequentam, mas não é fácil encontrar as reuniões em nome de Jesus, porque é justamente nessas que os discípulos despem a sua túnica de vaidade humana, para conhecerem a Vontade do Mestre a respeito de suas vidas, consagradas ao Seu Serviço em todos os lugares por onde cruzam os pés.




Amélia Rodrigues

mt 18:20
Há Flores no Caminho

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

As confabulações íntimas entre Jesus e os discípulos, quando terminavam as exaustivas tarefas diuturnas, ofereciam campo aos companheiros tímidos, que não logravam compreender a dimensão da sublime empresa da Boa Nova, para que se aclarassem questões nebulosas e mais se aprofundassem no entendimento do ministério recém-abraçado.


Surpreendidos pela eloquência ímpar da palavra do Mestre, por mais reflexionassem, deixavam-se dominar por interrogações sucessivas, ao mesmo tempo intentando mergulhar nas reminiscências trazidas do Mundo Espiritual, quando se haviam preparado para o apostolado libertador.


Não obstante, envoltos pelo escafandro material, sentiam-se aturdidos, em face dos conceitos audaciosos e especiais que lhes eram apresentados, sem alcançarem o sentido exato nem a total extensão da revolução patrocinada por Jesus. . .


Vivendo o mundo do corpo no mundo das paixões, imantados às circunstâncias algo ingratas, era-lhes difícil abstrair das lições evangélicas as conotações humanas da sociedade em que se encontravam engajados.


Por isto, permitia-lhes o Senhor os largos colóquios, a convivência íntima aclaradora de todas as dificuldades que lhes pairavam nos painéis do discernimento.


Eram aqueles os momentos da perfeita identificação, em que as almas se abriam ao aroma recendente do Rabi em termos de amor e de liberdade.


A alocução do Mestre sobre o perdão surpreendera Pedro, ante a complexidade da benevolência que nos devemos uns para com os outros, a ponto da necessidade de perdoarmos sempre e sem cessar. . .


Os companheiros tiveram reações diferentes, cada um de acordo com a própria estrutura temperamental. . .


O perdão indistinto colhia-os, inesperadamente, desde que, habituados à dureza do Mosaísmo, defrontavam o problema da íntima dulcificação, como consequência à compreensão das faltas alheias.


As horas que se seguiram foram preenchidas pelas reflexões, mesmo depois que o poviléu se espalhou, retornando aos deveres habituais.


Assim, quando o Amigo se apresentava em meditação, na casa generosa em que se acolhia, loão, o jovem discípulo, acercou-se, e, sem mais delongas, expôs ao Divino Benfeitor as inquietações que o perturbavam.


Narrou as dificuldades que sentia para perdoar totalmente aos perseguidores e comentou a inevitável emoção de que se via possuído pela mágoa, quando ofendido.


Havia honestidade e interesse no aprendiz, desejoso de receber ajuda no problema que o aturdia.


Alongando as considerações referiu-se aos testemunhos que aguardavam o Senhor e o estado íntimo que o dominava desde já, em vista da saudade que o colhia por antecipação.


Havia uma dúlcida emoção que pairava no ar. O grande silêncio parecia sustentado por uma balada suave que se espraiava na voz da Natureza.


Nesse clima de ternura, o Mestre, sentindo a alma contrita e devotada do discípulo fiel, respondeu-lhe:

— És jovem, e a juventude louçã é a quadra da força, da intemperança e da coragem, que não passa de precipitação. . . À medida em que a vida premia a experiência com as dores e as conquistas do conhecimento, a razão sucede à impetuosidade e a harmonia ao tumulto perturbador.


Não obstante, a idade juvenil é o período da ensementação, em que se prepara o porvir de cuja colheita ninguém se eximirá, cada um conforme o trato com a semeadura. . .


Talvez, para permitir que João se deixasse penetrar pelo ensinamento, fez uma breve pausa, para logo aduzir:

— A dificuldade em perdoar está na razão direta da profundidade do amor. Quando se ama, desinteressadamente, pela empatia do próprio amor, o perdão surge como efeito natural, facultando a perfeita compreensão dos limites e das dificuldades do ser amado. "Se o amor, no entanto, é destituído de ampla dimensão e repousa nas bases falsas dos interesses mesquinhos e subalternos, ou pelo deslumbramento transitório, mais difícil se faz a solidariedade pelo perdão aos ofensores. "Se não há um vínculo de afetividade, é claro que a revolta, que nasce do amor-próprio ferido, arme de animosidade a vítima, que tomba, inerme, na reação infeliz, esquecendo-se de que, por sua vez, um dia necessitará, também, de perdão. . . " No silêncio que se fez espontâneo, o aprendiz da palavra de luz percebeu a razão porque o amor é a alma da vida em todas as suas manifestações, donde defluem todas as conquistas do esforço moral e das realizações superiores.


Meditava no conteúdo da lição ouvida, quando o Mestre, pausadamente, prosseguiu:

— Daqueles a quem amamos, jamais estaremos separados. O Filho do Homem deverá marchar para o testemunho, comprovando a excelência do Seu amor e sustentando a fraternidade entre aqueles que Lhe são fiéis.


"O amor é um hálito vital, que se manifesta e mantém, mesmo quando a criatura se não dá conta. Assim é conosco. Estaremos unidos e identificados pelo ideal comum. . . Aqueles que me amam, sentir-meão na presença do aflito e do necessitado, do velhinho desvalido e da criança em abandono, do enfermo em agonia e do desditoso em alucinação. . . Quantos lhes distendam as mãos gentis, a mim o farão, e ouvir-me-ão, ver-me-ão nos seus apelos e lamentos, nas suas aparências e desditas. Eu lhes falarei, sustentá-los-ei com alento inusitado e entusiasmo profundo que os animarão ao prosseguimento do ministério até o nosso encontro final. . . " João tinha os olhos orvalhados. Estranha emoção dominava-lhe as paisagens íntimas, dulcificando-lhe as ansiedades.


Nesse momento, Jesus concluiu a entrevista afetuosa, afirmando:

— "Onde dois ou três se reunirem em meu nome, eu estarei entre eles", (Mateus 18:20-20) como a lecionar, que no aconchego fraterno, na comunhão entre as criaturas, Ele se faria presente, sem que deixasse, no entanto, de estar também com os que O amam em soledade, os que O seguem em silêncio e testemunham-Lhe esse amor em sacrifício e renúncia. . .


Nos longes dos tempos as expectativas delineavam o mundo melhor do amor e do perdão, da fraternidade com Jesus comandando as consciências e as vidas.



Manoel Philomeno de Miranda

mt 18:20
Nos Bastidores da Obsessão - Novo Projeto

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 11
Divaldo Pereira Franco
Manoel Philomeno de Miranda

Para o espírita decidido, a tranquilidade de consciência, ante o dever retamente cumprido, é o melhor prêmio que ele pode oferecer a si mesmo.


Esse era o estado que nos dominava, enquanto estavam em curso as tarefas a que os problemas da família Soares nos convocaram e que, por mercê de Deus, fôramos honrados pela oportunidade de servir.


Não poucas vezes nos surpreendíamos empolgados pelas evocações, que, conquanto não tivessem toda a clareza que gostaríamos de experimentar, se nos apresentavam em painéis de recordação agradável. Mesmo quando a memória registrava os fatos com as tintas sombrias de pesadelos, em que à receio assomava incontrolável, lembrávamo-nos do Mestre Inconfundível, do que Lhe custara descer aos homens e experimentar sem queixa a convivência com as paixões humanas, suportando o fardo pesado das incompreensões dos que O cercavam, acostumados conforme viviam com as questiúnculas do imediatismo. O estoicismo do amor de Jesus dava-nos forças e coragem para prosseguir, sentindo a felicidade de viver entre os dois mundos que se interpenetram e cujas fronteiras mais não são do que uma fimbria divisória, um claro-escuro de tênues colorações difíceis de definir e delimitar. Nesse sentido e sob outros vários aspectos o Espiritismo se nos apresenta como o roteiro de segurança para o equilíbrio do espírito do homem. Desfazendo as ilusões da matéria e vencendo as sombras transitórias que vedam as visões do Mundo Espiritual, apresenta-nos as causas reais de cujos efeitos e somente neles, até agora, se há detido o pensamento da pesquisa tecnológica; suas asseverações rigorosamente filosóficas conseguiram avançar além da própria Filosofia no seu conjunto classicista, porque, em saindo da interrogação pura e simples, da indagação meramente vazia e das conjunturas das hipóteses, traz das realidades metafísicas as soluções morais e vitais para o enigma-homem, que se deixa de quedar perturbado pelas incógnitas diversas, para palmilhar a senda dos fatos, de cujo contexto extrai a realidade ontológica legítima que o capacita a avançar intimorato, embora as circunstâncias, condições e climas morais sob cuja constrição evolute na direção do Infinito. Sim, porque não são os homens apenas que realizam espontaneamente incursões no além-túmulo, mas, e principalmente, os vitoriosos da sepultura vencida que retornam, cantando a ressurreição da vida após a lama e a cinza do corpo, a repetirem incessantemente a lição imorredoura do Cristo, na manhã gloriosa do domingo, logo após a sua morte, como Astro fulgurante, atestando desse modo a indestrutibilidade do espírito e, consequentemente, as sucessivas transformações da vida para atingir a sublimação. Religião do amor e da esperança, pábulo eucarístico pelo qual o homem pode comungar com a imortalidade, é o lenitivo para a saudade do desconforto ante a ausência dos seres amados que o túmulo arrebatou, mas não lhes conseguiu silenciar a voz; esperança dos padecentes que sofrem as ácidas angústias de hoje, compreendendo serem elas o resultado da própria insânia do passado, porém, com os olhos fitos na esplendorosa visão do amanhã, que lhes está nas mãos apressar e construir; praia de paz, na qual repousam em dinâmica feliz os nautas aflitos e cansados do trânsito difícil no mar das lutas carnais; santuário de refazimento através da prece edificante; escola de almas, que aprendem no estudo das suas informações preciosas e das suas lições insuperáveis a técnica de viver para fruirem a bênção de morrer nobremente; hospital de refazimento para os trânsfugas do dever, que nele encontram o bálsamo para a chaga física, mental ou moral; todavia, recebem a diretriz para amar e perdoar, a fim de serem perdoados e amados pelos que feriram e infelicitaram; "colo de mãe" generosa é o amparo da orfandade, preparando-a para o porvir luminoso, já que ninguém é órfão do amor do Nosso Pai; abrigo da velhice, portal que logo abrirá de par-em-para aduana da Imortalidade; oficina de reeducação onde a miséria desta ou daquela natureza encontra a experiência do trabalho modelador de caracteres a serviço das fortunas do amor; traço de união entre a criatura e o Criador, religando-os e reaproximando-os, até que a plenitude da paz possa cantar em cada criatura, à semelhança do que o Apóstolo das Gentes afirmava: «Já não sou eu o que vivo, mas é o Cristo que vive em mim...) (Gl 2:20) As altas responsabilidades consequentes do conhecimento do Espiritismo forjam homens verazes, cristãos legítimos. Neles não há campo para a coexistência pacífica do erro com a retidão, da mentira com a verdade, da dissimulação com a honestidade, da lealdade com a hipocrisia, da maledicência com a piedade fraternal, da ira com o amor... Compreendendo que ser espírita é traçar na própria conduta o comportamento do Cristo, a exemplo de todos aqueles que O seguiram, e consoante preceitua o eminente apóstolo Allan Kardec, o aprendiz da lição espírita é alguém em combate permanente pela própria transformação moral, elevação espiritual e renovação mental, com vistas à perfeição que a todos nos acena e espera.


Sem dúvida, sentíamos a fragilidade das nossas fracas forças e buscávamos na prece o refúgio, e na meditação o refazimento, haurindo energias e vitalidade para atravessar bem os dias do trabalho superior no qual nos encontrávamos, e cujo êxito, em grande parte, dependia da contribuição que pudéssemos oferecer. Com muita propriedade se assevera que a insegurança de uma muralha está na pedra que se encontre mal colocada; arrancada esta, mais fácil se faz conseguir-se deslocar outra, e assim sucessivamente.


Pairando sempre sobre todos nós o Espírito do Senhor, convinha-nos e nos convém não desfalecer na luta.


Com tais pensamentos irrigando-nos a mente, no encontro imediato à excelente entrevista mantida com o irmão Teofrastus, pela psicofonia cristalina do médium Morais, o Benfeitor Saturnino elucidou-nos de que as operações espirituais em andamento, com o consequente deslocamento do diretor do Anfiteatro, em breve se refletiriam entre os demais componentes dos diversos Grupos de Espíritos Infelizes ligados ao mal, de maneira negativa, e que, logo se refizessem do choque, arremeteriam violentos, tentando uma revanche injustificável, perniciosa e de resultados para eles sempre mais danosos.


Convinha que nos mantivéssemos nos padrões do Cristo para, resguardados, por nossa vez resguardarmos os resultados superiores da empresa da luz.


Devidamente esclarecidos e também fortificados, continuamos nas tarefas habituais, da propaganda espírita, quando, uma semana depois, começamos a experimentar, quase todos nós, os encarnados participantes do labor abençoado, singular melancolia e alguns traços de irritabilidade no comportamento...


Não ignorávamos que algumas das técnicas de que se utilizam os perseguidores de encarnados atormentados que buscam o concurso do Espiritismo são, em diversos casos: o aumento da agressão às suas vítimas a fim de lhes darem ideias falsas de que a frequência às sessões lhes acarretaram maior dose de sofrimento, inspirando-as a debandarem, após o que, então, cessam de inopino a constrição obsessiva, fazendo crer que a melhora decorreu do abandono àqueles compromissos repentinos, para voltarem mais ferozes, mais cruéis, mais implacáveis quando tais pacientes, invigilantes quase sempre, lhes favorecem o campo fisiológico e psíquico com recursos adequados à continuação dolorosa da perseguição insana. De outras vezes agem de maneira bem característica: logo que seus clientes começam a honesta participação no estudo. e na tarefa espiritista da própria libertação, seja porque a modificação no campo mental lhes impede o intercâmbio com a mesma facilidade, seja por tática de estratégia belicosa, afastamse temporàriamente os perseguidores, permanecendo, porém, em contínua vigília; os incautos, logo experimentam a falsa liberação, reconhecem a desnecessidade do conhecimento clarificador e se dizem comprometidos com programas sociais e de outra ordem, transferindo para o futuro os deveres espirituais, e partem, lépidos, a gozar... Afirmam-se reconhecidos ou consideram a coincidência da cura, exatamente quando passaram a examinar o problema sob a luz do Espiritismo, mas lamentam as circunstâncias que os obrigam a um temporário afastamento... Quando a questão já lhes parece vencida, sem que as dívidas tenham sido necessariamente resgatadas, desde que nada fizeram por corresponder à confiança da Vida, eis que os verdugos perseverantes, que os seguem, retornam vigorosos e mais constringentes se fazem, com altas doses de fereza, sem que os obsidiados contem com quaisquer recursos a seu favor, considerando que nada providenciaram para a hora da aflição e do desconforto...


Não desconhecíamos que em todo processo de desobsessão, se a vigilância, a oração e o jejum moral são condições essenciais, o otimismo e o bom-humor não podem ser relegados para trás.


Tristeza é nuvem nos olhos da saúde e irritabilidade é tóxico nos tecidos da paz...


Contudo, experimentávamos certas sombras psíquicas investindo insistentes, constantes.


Convocados a uma reunião extraordinária, a palavra de Saturnino, sempre pronta e luminosa, veio em nosso socorro. Como tudo são lições e a aprendizagem tem maior valor quando o aluno é coparticipante do ensinamento, nele atuando, o venerável Benfeitor nos admoestou bondosamente, conclamando-nos à «resistência contra o mal», do ensinamento evangélico, e corroborando a advertência anterior, de que as investidas da Organização logo se fariam sentir, conforme era de esperar. Levantássemos o espírito e marchássemos irmanados de maneira a nos sustentarmos uns nos outros, repetindo, ainda, cristianíssimo: «Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu Nome, eu com elas estarei», da inesquecível lição de São Mateus, no Capítulo 18, versículo 20 (Mt 18:20).


A oração em conjunto, a reunião de pensamentos, consegue a bênção da fraternidade e esta a do socorro recíproco. É muito fácil arrebentar-se uma vara isolada, mas não se pode fazer o mesmo a um feixe...


A família Soares, completou o amoroso Desencarnado, estava sendo convidada a novas aflições necessárias à própria evolução e a melhor entendimento das responsabilidades imortalistas.


Sendo a dor a melhor forma de o homem entender as realidades da vida por enquanto, era bem certo que o sofrimento faria o seu mister.


Terminada a reunião, quando já nos recolhêramos ao lar, Petitinga chamou-nos ao telefone, convidando-nos a demandar o lar dos Soares, onde infeliz acontecimento transcorrera, e Dona Rosa, muito aflita, lhe solicitara urgente visita.


Quando chegamos à residência do Sr.


Mateus Soares, encontramos os familiares tomados de superlativa amargura. Dona Rosa e a filha Amália haviam retornado do Hospital do Pronto Socorro, onde se encontrava internado o chefe do lar, que fora submetido a delicada cirurgia de emergência.


Dona Rosa, compreensivelmente aflita, esclareceu que recebera informação, de pessoa amiga, de que o Sr. Mateus fora levado à pressa para aquele nosocômio, nas primeiras horas da noite, como vítima de uma cena de sangue. Não possuía detalhes que esclarecessem a situação. O agressor, que fazia parte do grupo de amigos do descuidado genitor de Mariana, era frequentador habitual do local em que o esposo se demora noites a dentro, na desenfreada jogatina. O delegado de Polícia dali saíra havia poucos minutos e se fizera sucinto nos esclarecimentos.


Dissera haver prendido o antagonista, que se apresentava alcoolizado, e que ficaria retido até à abertura do necessário inquérito, enquanto o estado do Sr. Mateus, inspirando cuidados no Hospital, se definia.


Interrogado quanto às causas da agressão, o policial dissera que essas surgiram numa discussão de pequena monta, travada pelos dois, O Sr. Mateus acusara o adversário de estar jogando com cartas marcadas e utilizando de processos desonestos, o que dera início à acalorada discussão, que redundou no intempestivo e lamentável golpe de punhal, que o acusado aplicara certeiro, como se conduzido por mão poderosa que lhe acionasse as forças, considerando ser, também, um homem de quase 60 anos de idade. Isso dera razões ao delegado para fechar a casa que funcionava com "jogos de azar" proibidos pela Polícia.


A sua visita ao lar dos Soares tinha o objetivo de colher dados que o pudessem ajudar com alguns antecedentes que aclarassem diversos ângulos da questão, tais como se era do conhecimento familiar alguma rixa antiga, de altercações anteriores...


Surpreendida dolorosamente pela quase tragédia que ainda poderia colimar com a desencarnação do Sr. Mateus, a nobre senhora se encontrava vencida por angustiante expectativa. Só no dia seguinte poderia visitar o esposo, agora em pósoperatório.


Fora acalmada no Pronto Socorro, por gentil estudante de Medicina, interno, que acompanhara a cirurgia e lhe explicara das boas perspectivas do operado, que, embora de organização fisiológica já cansada, estava até o momento reagindo muito bem.


Recorria a Petitinga, rogando-lhe a inspiração e o auxílio, pois que, com a notícia que lhe chegara ao lar abruptamente, Mariana fora acometida de um choque nervoso cruel e, desde então, estava inquieta, olhar desvairado, com sintomas que lhe pareciam alarmantes.


Todos se encontravam assustados com o acontecimento da agressão ao genitor e preocupados com o estado da jovem.


Conduzidos à peça em que se encontrava Mariana, bondosamente atendida por Amália, não tivemos dúvidas em verificar a presença de agressores espirituais interessados em criar pânico e perturbação na família aturdida.


O ambiente psíquico traduzia a intoxicação violenta por fluídos de baixo teor vibratório, o que nos dava a impressão de um local asfixiante, abrasador e constringente.


Muito sereno, Petitinga aproximou-se do leito em que a jovem se encontrava semidesfalecida, muito pálida, e, depois de alguns breves minutos de recolhimento profundo, tocou as têmporas da moça, chamando-a, paternal:

— Mariana, filha, desperte...


Procure reagir a esse estado, que lhe pode ser de consequências maléficas...


Não pôde continuar.


A jovem, como se fora acionada por invisível catapulta, ergueu-se de um salto e, transfigurada pela irrupção do fenômeno mediúnico, ficou de pé, em atitude desafiadora, desgrenhada, e avançou, ameaçadora, na direção do venerando servidor do Cristo, com os punhos cerrados.


Por um momento, tivemos a antevisão de um desforço físico, inimaginável. Muito junto ao apóstolo espírita estacou e, atirando a cabeça para trás, estrugiu ruidosa e chocante gargalhada, em que revelava fúria e zombaria armazenadas, furiosamente libertadas.


Petitinga integérrimo, tranquilo, sem arredar-se do lugar, falou, bondoso:

— Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Seja bem-vindo, meu irmão.


Este, como qualquer momento, é sempre precioso instante de buscar a paz. Eis-nos que aqui estamos para tal, para ajudá-lo no que nos esteja ao alcance...


— Ajudar-me? — revidou, colérico.


— Não me parece que seja eu aquele que neste recinto necessita da ajuda, nestas circunstâncias. Os senhores, no entanto, creio, precisam de urgente socorro, isto sim!


— Engana-se, meu amigo. Estamos socorridos pela Divina Providência, socorro esse que constatamos graças à sua presença entre nós, presença esclarecedora, convincente, que nos traz o elo para entender os acontecimentos transcorridos nestas últimas horas, envolvendo a família que nos agasalha no seu Lar.


— Sim, sem dúvida — assentiu, furioso. — Aqui estamos obedecendo a ordens. Trata-se de um desforço justo e esperado, não? Certamente que os senhores deveriam estar aguardando a resposta dos nossos Chefes à intromissão nefanda que realizaram em nossos programas.


Ou acreditam que tudo continuaria a correr em águas de rios tranquilos? Não é da lei, que toda ação produz uma reação equivalente? Portanto, não há porque esperar outra coisa...


— Estamos perfeitamente esclarecidos — apostrofou Petitinga. — Ocorre, todavia, que a direção do ataque errou o alvo. Não somos nada, nós, as criaturas humanas. Espíritos em débito, caminhamos cansadamente pelos impositivos do ressarcimento difícil. Companheiros da dor, todos nós, somos herdeiros do Amor de Nosso Pai.


Obedecendo às instruções que dimanam da Vida Abundante e que nos foram lecionadas por Jesus Cristo, Ele deveria ser-lhes a meta e não nós outros, caminheiros sofridos como você próprio, marchando na busca dEle.


— Nada queremos com Ele — revidou, com estridente desafio, em que expressões vulgares traduziam o estado primitivo de realizações morais do contendor.


— Nosso compromisso é com vocês e saberemos como revidar à altura a ousadia de que se revestem.


Insistimos, no entanto — voltou a expor o doutrinador valoroso —, em explicar, que nos encontramos sob o comando do Cristo e que, na impossibilidade de você se dirigir a Ele, mas chegando-se até nós, indiretamente avança na Sua direção. Conquanto as nossas limitações, problemas múltiplos e ausência de mérito, não estamos à margem dos auxílios da Espiritualidade Superior.


Neste momento mesmo em que lhe falamos, já nos sentimos amparados suficientemente para interromper a entrevista de violência, porquanto nobre Mensageiro do Senhor prontificou-se a assisti-lo e tranquilizá-lo, encaminhando-o como do nosso desejo, a Jesus...


— Que petulância! — arremeteu, desassisado. —Assistir-me e tranquilizar-me. Melhor do que me encontro é impossível... Quanto aos senhores, sim, fazem-se necessários muitos auxílios para saírem da «enrascada» em que se envolveram.


Tenham em mente que, representando a luz como pretendem, estamos dispostos àverificação... — Mas a luz dimana do Alto — conviu, Petitinga porque tudo nos vem do Alto.


— É o que veremos desde já — explodiu, arrogante.


— Na impossibilidade de no momento atingirmos esse Alto... ficaremos cá em baixo, e iremos derrubar os postes que sustentam as falsas lâmpadas, arrebentando-as, destruindo os vasos luminosos e fazendo que a escuridão retorne aos sítios em que ela imperava, gloriosa...


Falava com sarcasmo cruel, e sem dissimular a ira chasquinava cinicamente. Imperturbável, Petitinga, redarguiu:

—Lamento a sua situação: preferência da treva àluz, do erro à verdade, do engano à lucidez... Cada um, porém, tem o direito de viver e respirar o clima, contemplando a paisagem que melhor lhe apraz...


Contudo, advertimo-lo quanto à presença do generoso Benfeitor paternal que lhe poderá ajudar com segurança. Confie nele e deixe-se conduzir tranquilamente. Jesus fará o resto.


— Não esqueçam, senhores — ameaçou —, isto são apenas os começos.


A nossa vingança não terá limite. Estejam preparados para o revide pelas portas largas da agressão.


Gargalhando, infeliz, desligou-se da médium que, inexperiente nos processos sutis da psicofonia atormentada como aquela, por pouco não caiu, não fosse a vigilância de José Petitinga, sempre atento e calmo.


Conduzida ao leito e assistida por passes calmantes, Mariana recobrou a razão e, sem compreender exatamente o que acontecera, com as ideias turbilhonadas, prorrompeu em choro lenificador.


Dona Rosa, crucificada por amarguras contínuas, envolveu a filha num abraço de ternura e acalmou-a com a emoção de que são possuidoras as mulheres cujas vidas as transformam em sacrários através da maternidade enobrecida.


A jovem asserenou e dormiu nos braços envolventes da mãe devotada.


Perguntei a Petitinga se não seria necessária a aplicação de passes. Fitando a moça adormecida no seio materno, o bondoso e preclaro amigo, informou:

— Miranda, a maior transfusão de forças que se conhece é aquela que se faz através do amor. E a mais exuberante fonte de amor que vige na Terra se encontra no coração fervoroso de uma mãe afetuosa e cumpridora dos seus deveres.


A menina Mariana dormirá tranquilamente, mesmo porque a presença dos Mentores, que nos assistiram nesta casa, afastou já os comensais da perturbação e fomentadores da desordem. Estejamos confiantes.


Dona Rosa e Amália, sempre gentis, agradeceram comovidas e saímos.


Petitinga prometeu retornar no dia imediato.


A noite estava muito calma e escasseava o movimento nas ruas.


Raros veículos passavam ruidosamente e o céu se encontrava bordado de diamantes estelares. Como sopravam ventos brandos que nos chegavam do mar a regular distância, resolvemos caminhar até o local da condução que nos separaria.


— Confesso — iniciei a conversação — que receei você fosse atingido por um golpe do nosso infeliz irmão.


A ameaça acompanhada do gesto ousado e fratricida assustou-me...


Sorriso espontâneo aflorou no amigo dileto. Após reflexionar um pouco, esclareceu-me:

—Miranda, a serviço de Jesus nada devemos temer! É claro que nós não devemos expor à temeridade, criando situações embaraçosas e perfeitamente desnecessárias. Não ignoramos que nossos Irmãos Maiores nos esclareceram e advertiram quanto às agressões de que seríamos vítimas. Ora, convém considerar que tais arremetidas já estão em curso. Experimentamos, nós próprios, os sinais constrangedores de influenciações negativas, nos últimos dias, até que. a palavra sábia do nosso Instrutor nos alertasse para a questão. É natural, portanto, que esse estado de coisas fosse tomar corpo onde as possibilidades de êxito poderiam suceder melhor. Não que nos consideremos em condições superiores ao nosso próximo. Ocorre, no entanto, que na família Soares os membros que não privam dos ideais elevados da vida são muitos, a iniciar pelo genitor da casa, que, vinculado a cerebrações infelizes desde há muito, prefere a situação insana em que se demora à comunhão libertadora que lhe tem sido acenada inúmeras vezes. Não crê você que o problema de Mariana deveria chamar-lhe a atenção? O drama de Marta, a outra filha, inquieta, em conúbios de infelicidade mereciam exame? No entanto, o nosso Mateus, conturbado em si mesmo, é espírito portador de enfermidade íntima de longo curso, que caminhará demoradamente até encontrar o horizonte claro da renovação...


Silenciou por alguns momentos, e prosseguiu:

—O campo, portanto, na família, é excelente para agressões de baixo teor espiritual e vibratório. Vivendo o clima da jogatina, o nosso irmão foi vítima de Entidades infelizes que armaram a mão do seu opositor para lhe roubarem a vida. Assim, atingiriam a família em libertação da obsessão cruel de que padecem muitos dos seus membros, provocariam escândalo e esmagariam de dor a senhora Rosa, verdadeiro anjo de renúncia em clima de belicosidades...


Depois nos atingiriam, também, emocionalmente, prejudicando grandemente os labores dos nossos Benfeitores Espirituais. Ante o choque provocado pela cena, a menina Mariana entrou em sintonia com o sicário que a espreitava, esperando, e incorporou-a, inconsequente...


Dando maior ênfase ao ensinamento, continuou:

— Como você não ignora, tudo está previsto. Merece considerar que o problema da desobsessão tem longo curso, O simples afastamento da entidade perseguidora não é fator de paz naquele que se lhe vinculava. Em processos obsessivos quais o de Mariana, há sempre uma mediunidade latente que oferece recursos de sintonia psíquica entre perseguidor e perseguido. Com o afastamento do primeiro, as possibilidades medianímicas do segundo se dilatam, sendo necessário educar, disciplinar, instruir o médium para que este adquira os recursos que o capacitem à defesa própria, aos cuidados contra as ciladas bem urdidas de outros Espíritos infelizes ou levianos, enfim, que preparem o seareiro em potencial para o labor na gleba imensa do Cristo, na qual escasseiam, ainda agora, trabalhadores diligentes e devotados...


«Quanto à agressão de que parecia que eu seria a vítima, não vi razões para preocupar-me.


Em tarefa do Cristo, conquanto as minhas imensas imperfeições, confio nEle...


«Além disso, quando estamos a serviço da verdade, geramos e emitimos vibrações que nos defendem de todo o mal. » Chegáramos ao local de despedida.


Apertamo-nos as mãos e separamo-nos.


No dia imediato, retornamos ao lar dos Soares, ànoite, e fomos informados de que o chefe da família estava com excelentes possibilidades de recuperação, embora Dona Rosa, acabrunhada, se referisse ao estado espiritual e moral do esposo como dos mais lastimáveis.


Dissera-lhe, ele, que logo recuperasse a saúde saberia desforçar-se do agressor. Pouco se lhe dava com o que ocorresse consigo mesmo, mas lavaria em sangue o seu nome, a sua honra... Retornara, pois, do Nosocômio, inquieta, aflita, confiando na Providência Divina que saberia encontrar solução justa para caso tão complexo.


A veneranda senhora definhava, e seu rosto sulcado pela dor inspirava-nos profunda piedade fraternal. Carinhosamente estimulada por Petitinga, de suas mãos recebeu a transfusão de abundante energia refazente, pelo recurso do passe.


Não padeciam dúvidas de que, vendo fracassados os seus planos de desdita, eliminando a vida física do senhor Mateus, os facínoras espirituais estavam a atormentá-lo, gerando as raízes perigosas do ódio, em cujas malhas, imprevidente e leviano, se emaranhava.


Perturbado, seria presa mais fácil ainda para uma tragédia imprevisível, após a recuperação da saúde.


No domingo imediato, quando da reunião pública de exposição doutrinária na União Espírita Baiana, verificamos mais uma vez as artimanhas de que se fazem objeto os Espíritos trevosos.


Petitinga assomara à tribuna doutrinária e pregava. A sua palavra harmoniosa vibrava em tons de consolo, reportando-se ao estudo de «O Evangelho segundo o Espiritismo», no Capítulo 10, Instruções dos Espíritos: PERDÃO DAS OFENSAS, a excelente mensagem de Simeão, ditada em Bordéus, em 1862.


O recinto estava saturado de emoções superiores e algumas pessoas tinham os olhos coroados de lágrimas. Num intervalo natural da explicação, conhecido senhor de respeitável família local, obsesso contumaz, adentrou-se pela sala pública da sessão e, com o semblante fortemente congesto, avançou na direção da tribuna, ruidosamente, e bradou, referindo-se a Petitinga:

— Hipócrita! Quem és para pregar? Imperfeito como tu, como te atreves a falar da verdade e ensinar pureza, possuindo largas faixas de desequilíbrio íntimo, que ocultas dos que te escutam? Dize!


Todos fomos dominados por estranho constrangimento e um silêncio tumular se abateu sobre o auditório.


Petitinga, empalidecendo, levantou os olhos claros e transparentes, fitou o arrogante obsessor que tomara a boca do atormentado cavalheiro, e respondeu, humilde:

—Tens toda a razão e eu o reconheço.


O tema em pauta, hoje, que o caro irmão não ouviu, se refere exatamente ao «Perdão das ofensas»...


— Não te evadas covardemente — descarregou o infeliz opositor.


— Refiro-me às condições morais de que se devem revestir os que ensinam o que chamas a verdade, e que te faltam... Desafio-te a que abandones a tribuna religiosa ou abandones a vida que levas...


O assombro colocava-nos em estupor. Indubitavelmente, a entidade loquaz e enferma desejava criar condições de suspeição quanto à conduta ilibada, transparente e nobre do Evangelizador, e o desafiava a um duelo verbal negativo e pernicioso. De fé inquebrantável, no entanto, e sereno, o lecionador da Doutrina Espírita, sem trair na voz as emoções que o visitavam, esclareceu, com tocante sentimento da mais pura humildade:

— Irmãos: o amigo espiritual tem toda a razão e não me posso furtar ao dever de necessários quão inadiáveis esclarecimentos. Ensinou o Mestre que nos confessássemos uns aos outros, prática essa vigente entre os primeiros cristãos e que o tempo esmaeceu e deturpou dolosamente. Nunca me atrevi, nunca experimentei coragem para dizer aos companheiros sobre as minhas próprias dificuldades. Agora, utilizando-me do auxílio do irmão que me faculta ensejo, digo da luta intensa que travo n"alma para servir melhor ao Senhor, tentando, cada dia, aprimorar-me intimamente, lapidando grossas arestas e duras angulações negativas da minha personalidade enferma. Depois de ter conhecido Jesus, minha alma luta denodadamente contra o passado sombrio, nem sempre logrando êxito na ferrenha batalha de superação dos velhos padrões de ociosidade e crime em que viveu, na imensa noite dos tempos.


Abandonar, todavia, o arado, porque tenho as mãos impróprias, quando a erva má grassa e escasseiam obreiros, não o farei nunca!


«Elegi, desde há muito, a desencarnação no grabato da aflição superlativa e do abandono total; fiel, no entanto, à luta redentora que me facultava a Doutrina de Jesus, à partida para o Mundo da Consciência Livre, cercado de carinho e conforto, ternura e compreensão, longe, porém, do serviço libertador... Prefiro a condição de enfermo ajudando doentes, a ser ocioso buscando a saúde para poder ajudar com eficiência, enquanto se desgastam corpos e almas ao relento da indiferença de muitos, que as minhas mãos calejadas podem socorrer. Miserabilidade socorrendo misérias maiores, à posição falsa daquele que recebeu o talento e o sepultou, conforme nos fala a Parábola do Senhor. Embora imperfeito, deixo luzir minha alma quando contemplo a Grande Luz; vasilhame imundo, aromatizo-me ao leve rocio do perfume da fé; espírito infeliz, mas não infelicitador, banho-me na água lustral da esperança cristã...


Perdoa-me, Senhor, na imperfeição em que me demoro e ajudame na redenção que persigo... » O auditório, compungido e emocionado, atendido por vibrações superiores, chorava comovido, e lágrimas transparentes adornavam a face do servidor do Cristo, rutilando singularmente naquela manhã de sol.


Inesperadamente, o perturbador espiritual arrojou ao assoalho o seu instrumento, e, dominado por crua emotividade, bradou:

— Perdoa-me, tu! A tua humildade vence-me a braveza, velhinho bom! Deus, meu! Deus, meu! Blasfemo! O ódio gratuito cega-me.


Perdoa-me, velhinho bom, e ajuda-me com a tua humildade a encontrar-me a mim mesmo. Infeliz que sou. Tudo mentira, mendacidade inditosa, a que me amarga os lábios. Ajuda-me, velhinho bom, na minha infelicidade...

Petitinga desceu os degraus da tribuna, aproximou-se do sofredor e, falando-lhe bondosamente, envolveu o médium com gesto de carinho, convidando-o a sentarse.


— Perdoe-nos o Senhor de nossas vidas! — Falou em discreto pranto.


E levantando a voz, rogou:

— Oremos todos a Jesus, pelo nosso irmão sofredor, por todos nós, os sofredores.


Raras vezes na vida física presenciara cena mais comovedora.


Era como se o Mundo Excelso baixasse àTerra e os homens pudéssemos transitar no rumo daquele mundo onde reside a felicidade...


Retornando à calma, o médium, ignorando o que se passara, teve um gesto de espanto por encontrar-se ali.


Esclarecido em poucas palavras pelo pregador, este retornou à tribuna, e como se nada houvera ocorrido deu curso à preleção.


À hora regulamentar, os trabalhos foram encerrados, enquanto a cidade, lá fora, cheia de sons e músicas do dia e da faina dos homens, se deixava inundar da luz do sol.



Joanna de Ângelis

mt 18:20
No Limiar do Infinito

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 19
Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis

Dando curso ao salutar programa iniciado por Jesus, o de reunir-se com os discípulos para os elevados cometimentos da comunhão com Deus, mediante o exercício da conversação edificante e da prece renovadora, os espiritistas se devem reunir com regularidade e frequência para reviver, na prece e na ação nobilitante, o culto da fraternidade, em que se sustentem, quando as forças físicas e morais estejam em deperecimento, para louvar e render graças ao Senhor por todas as suas concessões, para suplicar mercês e socorros para si mesmos quanto para o próximo, esteja este no círculo da afetividade doméstica e da consanguinidade, se encontre nas provações redentoras ou se alongue pelas trilhas da imensa família universal.


Do conúbio da prece saem todos restaurados e otimistas, refeitos e reconfortados, portanto medicamentos eficazes para as teimosas mazelas que instam por predominar como decorrência de um atavismo pernicioso como resultam as satisfações pela oportunidade de privar com as dores e as aspirações dos companheiros de jornada, participando dos justos problemas que constituem pauta nos imediatos empreendimentos e metas do Espírito necessitado...


Prevendo que a vigorosa impulsão egoística convocasse os fieis à oração solitária, longe da solidariedade que deve sustentar todos os homens pelos caminhos da evolução, propôs o Mestre que "onde dois ou três estão congregados em meu nome ali estou eu no meio deles" (Mateus 18:20), numa evidente demonstração de que os rios da prece, fluindo na direção do mar da divina graça, não devessem apresentar-se como filetes individualistas, separados, mas como córregos convergentes que se unissem numa poderosa vertente a misturar-se no delta das Regiões Superiores da Vida.


Não que o Senhor despreze a oração ungida de sinceridade, realizada no silêncio da soledade, mesmo porque, conclamou os discípulos a que se refugiassem ao compartimento secreto do lar, sem que os olhos curiosos do mundo os vissem, a fim de, em segredo, se apresentarem a Deus, despindo-se dos atavios e complexidades exteriores com que as criaturas se manifestam umas às outras.


No colóquio com o Pai, o Espírito se despoja das artificialidades e do superficialismo por saber que desnudo ou não é conhecido por Aquele a Quem busca, sendo-lhe melhor exteriorizar-se como é, conforme se encontra, do que prosseguindo nas expressões mentirosas que nada resultam de útil ou produtivo. Outrossim, em tal conúbio, da alma que ora com o Senhor que a escuta e inspira, é mais fácil a humildade, o treino para o autoexame das imperfeições, evitando os constrangimentos que as presenças amigas ou desconhecidas normalmente impõem. Após esses interlúdios individuais em que o ser se prepara para os deveres maiores, é-lhe mais fácil partir para os tentames mais expressivos, quando, então, se lhe impõe a necessidade da prece em conjunto.


De outras vezes, a falta de hábito da oração, a ausência das técnicas da concentração constituem aos iniciantes dificuldades expressivas para a busca, mediante a prece a sós. Nesse capítulo, a convivência com outros que se capacitaram "ao anular de si para que se penetrem de Deus" leciona os meios hábeis para credenciar os neófitos e torná-los preparados para o ministério solitário.


A oração em conjunto, todavia, impele a criatura a interessar-se pelo seu irmão e a estar ao lado de quem se lhe apresenta como antipático, junto aos ofensores, em cujo momento, consoante a recomendação do Mestre, terá ensejo de refazer a paisagem que se mantém com animosidade, tornando-a amena, receptiva à cordialidade, em franco processo de drenagem do mal.


— "E quando estiverdes orando, perdoai" —, asseverou Ele com imperativa determinação, a fim de que a seu turno faça jus ao perdão de Deus pelas incessantes faltas das quais, na prece, busca excursar-se, roga olvido aos erros, suplica misericórdia...


Malgrado as imperfeições individuais, quando o grupo se reúne para orar, caldeiamse as aspirações e os seletores de pedidos do Mundo Espiritual registam e identificam as aspirações globais, a média das solicitações relevantes, dispersando atenções e auxílios, sem preferencialismo nem segregação, num todo harmonioso de benefícios gerais.


As mentes que se intercambiam pelos fios invisíveis das afinidades de gostos, aptidões e caprichos, estão em perene intercâmbio de mensagens entre os homens, destes em relação aos Espíritos desencarnados e reciprocamente.


Toda fixação de ideia, todo pensamento emite força que atua numa onda vibratória própria que se apresenta ao centro de registros para onde se dirige, encontrando

receptividade ou perdendo-se por falta de sintonia em faixa equivalente.


Assim, as mentes que se resguardam na oração defendem a casa mental da agressividade alheia, das interferências perniciosas e simultaneamente se mantêm indenes aos petardos das paixões e animosidades que lhes são arremessados por encarnados aturdidos e viciados ou por Entidades vingadoras, ociosas, perversas, cultivadoras da inveja e da insensatez.


— "Tudo quanto pedirdes ao Pai, através da oração, Ele vos dará" —, obtemperou o Senhor. É óbvio que as solicitações aqui devem ser encaradas do ponto de vista nobre, sem que a jactância e a presunção armem esquemas de automerecimentos vãos em que se pressuponha que basta pedir a fim de simplesmente receber, alcançar.


Indispensável saber pedir, compreender o fim para o qual se pede e o de que realmente necessita para pedir.


Solicitar por solicitar não produz qualquer resultado digno de nota. Preencher os mapas de pedidos com rogativas de frivolidades e supérfluos, de forma alguma constitui requerimento digno de respeito ou crédito.


Rogativas de maldições, castigos e vinganças contra outrem, porque se considere injustiçado ou ferido, jamais alcançam registo positivo, antes transformando-se em demérito para o apelante que pretende transformar os celeiros da misericórdia divina em núcleos de desforços pessoais, vinganças ou justiçamentos precipitados, a golpes de infantilidade caprichosa e mesquinha.


Nunca esquecer que Deus é o Excelso Pai de todos, da vítima e do algoz, usando da mesma benemerência e probidade para com um e outro. Ninguém, entretanto, permanecerá impune em relação aos erros, porquanto estes se insculpem na consciência do faltoso, que, hoje ou mais tarde, anelará pela reabilitação e reequilíbrio ou cairá em ocasião própria nas malhas das redes malévolas que haja entretecido para os outros, porém de que não se conseguirá liberar, senão a esforço.


Os espíritas, cristãos novos sustentados pelo Consolador, devem reviver nesse comportamento valioso de união para a prece e a meditação o mesmo ministério exercido pelos cristãos primitivos dos tempos apostólicos, que, em unção e fervor, se levantavam aos Céus, em tais momentos, de lá recebendo a inspiração e o amparo para as lutas aspérrimas a que se candidatavam, para os labores santificantes a que se entregavam, para manterem o ardor do ideal a que se doavam.


Em decorrência de tal atitude e graças à perfeita identificação de propósitos e

superioridade de anseios sensibilizavam os Mensageiros Celestes que se comunicavam em memoráveis apresentações, produzindo transfigurações, vozes diretas, materializações santificantes com as quais hauriam o alimento espiritual e o vigor para se enfrentarem a si mesmos e, logo depois, se ofertarem em holocausto vivo pela Causa do Cristo, na Terra, antes que pelas próprias causas, nascidas nas questiúnculas do dia a dia.


Na oração a criatura suplica e se apresenta a Deus; pela inspiração profunda e reconfortante responde o Senhor e se revela ao aprendiz.


Ninguém que consiga erguer-se aos pináculos da glória espiritual sem fruir esses momentos-pausas de união com Deus, em que o tempo e o espaço se fundem no instante da Eternidade, em que se diluem os limites e as coordenadas terrenas de efêmera duração.


O calvário foi precedido pelo horto do abandono e da prece e a madrugada da ressurreição foi antecipada pelo mortal silêncio de meditação da sepultura.


Oração, meditação, em consequência, são os termos-base da equação da fé, na busca do alimento da sobrevivência às conjunturas do trânsito carnal pelos rumos da Imortalidade.


De precípua importância que todos, encarnados e desencarnados, prosseguindo com a imperecível lição do Mestre, nos reunamos para orar, a fim de, elevando-nos a Deus, descermos para a aplicação e a vivência dos verbos amar, servir e passar...


Espírito e Matéria

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mt 18:20
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 10
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 18:15-35


15. Se teu irmão errar (contra ti), vai avisá-lo entre ti e ele sozinho. Se te ouvir, terás ganho teu irmão.

16. Mas se não ouvir, toma contigo ainda um ou dois, para que por boca de duas ou três testemunhas se resolva toda a questão.

17. Se, porém, não lhes atender, dize à comunidade; se também não atender à comunidade, seja-te como o estrangeiro e o cobrador de impostos.

18. Em verdade vos digo, tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu; e tudo o que liberardes sobre a terra, será liberado no céu.

19. Novamente vos digo, que se dois de vós, sobre a terra, concordarem sobre qualquer coisa que pedirem, ser-lhes-á feita por meu Pai que está nos céus.

20. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou no meio deles.

21. Então, aproximando-se Pedro, disse-lhe: "Senhor quantas vezes errará meu irmão contra mim e o relevarei? até sete vezes"?

22. Disse-lhe Jesus: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

23. Por isso, foi assemelhado o reino dos céus a um homem rei, que quis ajustar contas com seus servos.

24. Tendo começado a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.

25. Como não tivesse, porém, com que pagar, mandou-o o Senhor ser vendido, e também a esposa e os filhos e tudo o que tinha, para pagar.

26. Prostrando-se, então, o servo, instava dizendo: "Senhor, tem paciência comigo e tudo te pagarei".

27. Compadecendo-se o Senhor daquele servo, liberou-o e relevou-lhe a dívida.

28. Tendo, porém, saído aquele servo, encontrou um de seus companheiros, que lhe devia cem denários, e segurando-o o sufocava dizendo: "paga o que me deves".

29. Caindo-lhe, então aos pés, seu companheiro o implorava dizendo: "tem paciência comigo, e te pagarei".

30. Ele porém não quis e, indo embora, lançou-o no cárcere até que pagasse a dívida.

31. Vendo, pois, os companheiros dele o ocorrido, entristeceram-se muito e, indo, narraram (com pormenores) tudo o que aconteceu a seu Senhor.

32. Então chamando-o, o Senhor disse-lhe: "Servo mau, relevei-te toda aquela dívida, porque me pediste;

33. não devias também tu compadecer-te de teu companheiro, como eu me compadeci de ti"?

34. E, indignando-se, seu Senhor entregou-o aos verdugos, até que pagasse toda a dívida.

35. Assim também meu Pai celestial fará convosco, se cada um não relevar a seu irmão do imo do coração".

LC 17:3-4


3. "Cuidai-vos de vós. Se teu irmão errar, repreende-o, e se mudar a mente, libera-o,

4. e se sete vezes no dia errar contra ti, e sete vezes no dia voltar a ti dizendo: "mudo a mente", liberá-lo-ás".



Grande lição aqui se apresenta a nós, esclarecendo a regra pela qual devemos pautar nossa vida prática em relação a nossos companheiros de jornada.


Alguns códices importantes (Sinaítico, Vaticano) versões (manuscritos coptos saídico e boaídico) e pais (Orígenes, Cirilo, Basílio, Jerônimo) não registram as palavras "contra ti", que aparecem em D, K, L, X, delta, theta, pi, alguns minúsculos, versões bizantinas, ítala, Vulgata, siríaca e pais Cipriano e Hilário.


Poderiam ser mantidas por dois motivos:

1. º o texto fala de erros "contra ti" (cfr. vers. 21);


2. º se a ação do irmão não diz respeito a nós, nada teríamos com isso.


No entanto, parece melhor suprimi-las, porque o trecho se refere mesmo à correção fraterna. Se algum irmão errar, mesmo que não seja contra nós, devemos buscar corrigi-lo. Lógico que deve tratar-se de erro grave, que afete a evolução dele ou o bom nome da instituição a que pertence.


A lei mosaica (LV 19:17-18) já estipulava; "Não aborrecerás teu irmão em teu coração; não deixarás de repreender teu próximo, e não levarás sobre ti um erro por causa dele. Não te vingarás nem guardar ás ressentimento contra os filhos de teu povo, mas amarás a teu próximo como a ti mesmo: eu sou YHWH". E os bons israelitas obedeciam a esse preceito; "Se tens companheiros que te repreendem e outros que te louvam, ama o que te repreende e despreza o que te louva; pois o que te repreende te conduz à vida do mundo futuro, e o que te louva te leva fora desse mundo" (Rabbi Meir, in Strack e Billerbeck, tomo 1, pág. 787).


Se o irmão atende, tê-lo-emos conquistado para o caminho certo, como afirma Jerônimo (Patrol. Lat. v. 26, col. 131): si quidem audíerit, lucrifácimus ánimam ejus, et per alterius salutem, nobis quoque acquíritur salus, isto é; "se em verdade nos ouvir, lucraremos a alma dele e, pela salvação do outro, adquire-se também a salvação para nós".


Se não atender à nossa admoestação, convoquemos testemunhas, depois levemos o caso à comunidade e depois, se nada disso adianta, coloquemo-lo de lado, tratando-o com toda a consideração e amor, como devemos fazer ao estrangeiro, mas não com a intimidade do "irmão".


A razão de tudo isso é dada: tudo o que ligamos a nós neste plano, permanecerá ligado no mundo astral, antes e depois do desencarne; e de tudo o que nos liberarmos neste plano terráqueo, permaneceremos desligados e liberados no plano astral. Ora, é de todo interesse que se não constituam liames entre nós e pessoas erradas, que poderão envolver-nos em seu carma negativo por complacência culposa de nossa parte.


As palavras que acabamos de citar, e que pertencem de direito a este trecho, foram transportadas para o vers. 16 do cap. 16 do mesmo Mateus, como comprovamos exaustivamente no vol. 4 e seguintes.


No entanto, é neste versículo que se baseia a igreja romana para justificar seu direito de "excomungar".


Passa a seguir o Mestre, sem transição, para uma das comprovações de que, o que ligarmos na Terra, será ligado "no céu": se duas pessoas concordarem sobre determinado assunto, tudo o que pedirem lhes será feito.


Strack e Billerbeck (I, 793) cita: "Rabbi Acha bar Chanina dizia: que se são ouvidas as preces feitas na sinagoga, no momento em que a comunidade ora, isso decorre do midrasch de Job (ob 36:5): "Deus não despreza a multidão", e do Salmo (55:19): "Ele libertará em paz minha alma do combate que me é feito, porque a multidão (da comunidade em prece) estava em torno de mim".


O fato de o Cristo de Deus afirmar que onde há criaturas reunidas em Seu nome, Ele está no meio delas, tem precedente na crença judaica da presença da Chekinah, que permanecia entre aqueles que falam sobre a Torah". como dizia Rabi Chanina bar Teradjon. E acrescentava: "Deus é dito máqôm ("O lugar") porque está em todos os lugares".


Depois desse desvio, que confirma que o perdão deve ser dado (cfr. MT 6:14-15), vem o ensino exemplificado com uma parábola, desenvolvida por ocasião de uma pergunta de esclarecimento feita por Pedro: quantas vezes perdoar?


Simão Pedro, acostumado ao sistema de seu povo de perdoar até três vezes, julga-se extremamente generoso propondo fazê-lo até SETE vezes. Mas Jesus, sem impressionar-se, calmamente estende para setenta vezes sete, NO MESMO DIA: éôs hebdomêkontákis heptá.


Jerônimo comenta: ut toties peccanti fratri dimítteret in die, quoties ille peccare non possit, ou seja: "para que tantas vezes se perdoe ao irmão que erre num dia, quantas ele nem possa errar" (Patrol. Lat.


vol. 26, col. 132). E João Crisóstomo: tò ápeiron kaí diênekés kaí aeí, isto é: "ao infinito, incessantemente, sempre" (Patrol. Graeca, vol. 58, col. 589).


Quanto à parábola, anotemos que o ensino principal, que é uma ilustração nos vers. 14 e 15 do cap. 6 de Mateus: se não perdoarmos aos nossos companheiros da Terra, não obteremos o perdão.


Quanto aos dados. O servo devia 10. 000 talentos. Um talento equivalia a 6. 000 dracmas (ou 6. 000 den ários). Então, 10. 000 talentos são 60. 000. 000 de dracmas, quantia realmente elevada, em comparação com os 100 denários (100 dracmas). Lembremos que a dracma (ou o denário, moedas equivalentes, a primeira grega, a segunda latina) era o preço normal de um dia de salário de um trabalhador braçal.


Chamado para prestar contas e condenado por insolvência confessada, prostra-se aos pés do credor (o rei) e pede paciência. O resultado é o perdão da dívida, a anulação do débito. Mas ao defrontar-se com um colega de serviço (syndoúlos) que lhe deve a quantia de cem denários, perde o controle, avança sobre ele, tenta sufocá-lo e de nada adianta ouvir do companheiro as mesmas palavras que ele mesmo havia proferido diante do rei: impiedosamente o condena à prisão.


Os outros servos não se conformam com essa atitude e vão contar acena triste "com pormenores" ao rei. Este se aborrece e vê que o perdão dado foi errado e o entrega não a simples carcereiros, mas aos carrascos (basanístais = experimentadores).


A lei mosaica (EX 22:3) só permitia que fosse vendido o ladrão insolvável, ou então (LV 25:39) permitia aceitar a escravidão voluntária de um israelita extremamente pobre, mas que deveria ser tratado com humanidade, e ser libertado no primeiro ano de jubileu.


Os teólogos, aplicando a parábola a Deus, dizem que nossos débitos para com a Divindade são imensos, em comparação com as dívidas feitas pelos homens entre si. Mas surge-lhes a dúvida: se Deus pode modificar uma decisão Sua e condenar, depois que perdoou. Tomás de Aquino (Summa Theol, III. ª, q. 88, art. 1-4) alega que o segundo castigo veio por causa das agravantes, e não pela revivescência da falta já perdoada. Mas nada isso interessa ao ensino, que se destina a prescrever o perdão entre os homens, como salienta João Crisóstomo (Patrol. Graeca vol. 58, col. 589).


Mas há outros ensinos mais profundos a deduzir deste trecho. Para estudá-los, dividamos os dois assuntos principais.


CORREÇÃO FRATERNA - Não percamos de vista que Jesus deu essas instruções aos discípulos (MT 18:1 e LC 17:1). Ora, os discípulos eram os filiados à "Assembleia do Caminho", já em graus mais elevados, pois davam, entre si, o tratamento de "irmão" (vol. 5). Todo o trecho, pois, assim como a parábola que se segue, refere-se estritamente aos membros da Fraternidade Iniciática entre si, e nada absolutamente tem que ver com os que se acham fora.


O primeiro ensino, pois, é que o irmão tem a obrigação de chamar a atenção do irmão que erra. Não é deixado livre de fazê-lo ou não: "se errar... vai avisá-lo". Mas esse primeiro passo deve manter-se secreto, e jamais será divulgado. Se ouvir nosso aviso, e mudar sua forma de agir, é um irmão que ganhamos em nosso convívio, pois não terá que deixar a fraternidade.


Mas pode dar-se o caso de não sermos atendidos. Chamemos, então, o testemunho de mais um ou dois (que somados a nós farão duas ou três testemunhas) a fim de solucionar o caso. Trata-se, portanto, não de uma ofensa feita a nós, mas de um erro que acarreta consequências danosas ao próprio ou à comunidade.


Caso persista o erro, deve-se avisar a comunidade, a corporação ou ekklêsía a que ambos pertencem.


Far-se-á, já neste ponto, uma admoestação oficial, buscando reconquistar aquele que se está transviando do caminho (hamartolós).


São, pois, três advertências. Se após as três persistir o desvio da conduta, deve então esse "irmão" ser considerado alienígena ou estrangeiro, ou "publicano", isto é, novamente profano, saindo da comunidade a que pertencia a fim de não trazer prejuízos a todo o conjunto. Mas nem por isso deve ser maltratado nem desprezado: antes, como preceitua a lei, o estrangeiro deve ser tratado com delicadeza e consideração. Apenas não participará dos mistérios.


Verificamos, então, que há dois comportamentos: ligar ou soltar, amarrar ou desprender. E qualquer dos dois atos é realizado não apenas na Terra, mas também "no céu", ou seja, no mundo espiritual, em todos os planos: astral, mental e espiritual.


O ensino é de importância capital, pois ficamos sabendo que as ações do mundo físico têm repercussão bem maior do que poderia supor-se. Uma ligação com determinada criatura reflete-se no mundo espiritual e perdura além do plano terrestre-denso. E o mesmo ocorre se houver um desligamento.


O ensinamento (que verificamos tratar-se de uma repetição: "Novamente vos digo" ...) traz uma consequência de sumo interesse: se houver ligação e sintonia vibratória perfeitas entre duas criaturas, a força daí redultante é tão poderosa que é capaz de atrair tudo o que for pedido. O Pai reside em cada um de seus filhos. Mas se houver união plena entre dois, concordância total, sintonia absoluta, em qualquer assunto (perì pantòs prágmatos) não importa qual, a obtenção é garantida por parte do Pai" que está nos céus". Não há dúvida de que duas mentalizações são mais eficientes que uma só. E as duas notas emitidas em uníssono movimentam as forças que modificam o curso dos acontecimentos.


Confortadora promessa, perigosa: porque também a mentalização do erro surtirá efeito...


A razão disso é dada pelo Cristo Divino, que se vinha manifestando em Sua qualidade de Mestre único: "onde duas ou três pessoas estão reunidas em meu nome, aí estou no meio deles". E a razão científica do fato prende-se a que, embora a presença crística seja constante e integral em todos os lugares e situações, inclusive dentro de cada pessoa, no entanto, se houver uma ligação entre duas ou três pessoas, forma-se uma corrente mais fortalecida, que poderá movimentar forças magnéticas ambientes mais poderosas com repercussões nos diversos pianos espirituais; da mesma forma que uma bateria é muito mais forte que uma pilha isolada. Dessa maneira a presença é mais sentida e essa própria conscientização aumenta a força de cada um. Isso mesmo já era ensinado nas Escolas Judaicas (Kábbalah), que dava o nome de Chekinah a esse acréscimo perceptível da presença real do FOHAT divino entre as criaturas. Diziam, então, que era a "presença de Deus".


PERDÃO - Entra Pedro (o símbolo das "emoções") com a pergunta de quantas vezes terá que perdoar ao "irmão" que faz algo contra ele. Não se trata mais de erro (desvio da rota certa) no sentido evolutivo, mas de algo pessoal entre os membros da corporação.


Isso, diz o Cristo de Deus, não apresenta a menor importância. São criancices. E o número de sete vezes (num dia!) é julgado pouco pelo Mestre, que o amplia para setenta vezes mais (cfr. vol. 4 e vol. 5), o que significa sempre. O Espírito que já entrou na linha evolutiva conscientemente, não pode estar perdendo tempo com essas questiúnculas das personagens. Não dá relevo a picuinhas e a pirraças.


Para ele não importam ofensas nem calúnias: segue em frente, sempre para o alto, e tudo o que possa ocorrer "contra ele", isto é, contra a personagem, bate de raspão e perde-se no espaço, sem deixar sequer mossa nem arranhão por mais leve que seja. Então, PERDOE SEMPRE, sem nem contar as vezes. Seja sempre a rocha que não se abala pelo choque das ondas. Deixe que os profanos sejam como a areia, que vai e vem com as ondas do mar.


Essa é a razão de ter sido assemelhado o Reino de Deus a um homem-rei, designação típica do hierofante, do "rei" da Escola Iniciática, a suma autoridade para os membros da fraternidade. A escolha do hierofante como modelo, é típica, pois refere-se à autoridade do Rei do Mundo, que o hierofante representa para seus discípulos em cada comunidade. Em relação ao hierofante os irmãos são designados como servos, pois a ele devem obediência irrestrita e sem discussões, pois se se entregaram à sua direção, é porque nele reconhecem o Mestre que penetra os mais recônditos segredos dos corações.


A parábola fala de um débito de 10. 000 talentos, imagem de uma dívida evidentemente espiritual, e não material. A comparação das conquistas espirituais com "talentos" foi feita, também, em outra parábola (cfr. MT 25:14-30; LC 19:11-27).


Encontramos, pois, que a interpretação nos revela que o Rei ensinara os mistérios em sua maior profundidade a esse servo, dando-lhe conhecimentos vastos. Mas quando lhe foi "pedir contas" do que lhe devia, como lição "passada para estudo", verificou que ainda não aprendera, e continuava devendo.


Julgou-o incapaz, e sua vontade inicial foi "prendê-lo a ele, à mulher e aos filhos", isto é, colocá-lo, com todos os seus veículos, novamente na prisão do mundo profano, afastando-o do convívio dos demai "irmãos" seus conservos. Não apenas a ele (ou seja ao Espírito) se referia a restrição que as condições impunham, mas a todos aqueles que formavam o ser e que atrapalhavam sua evolução.


No entanto, em vista de sua humildade, resolveu esperar mais, "perdoando-lhe a dívida" naquele momento, para que mais tarde verificasse se realmente tinha conseguido aprender.


Ao sair dali, entretanto, esse mesmo servo encontra outro a quem havia dado noções (100 denários, quase nada) de espiritualismo. Pede as contas, e verifica que seu companheiro não havia aproveitado.


Nesse ponto, perde o controle emocional, agarra-o e procura sufocá-lo, naturalmente com palavras violentas, e manda que vá para a prisão do mundo. Por aí vê-se que realmente tinha autoridade dentro da fraternidade, confirmando que o débito alto se referia a aprendizado mais profundo.


Os companheiros estranham o fato e - verificando a inutilidade do aviso em particular e com testemunhas - levam logo o ocorrido ao conhecimento do hierofante. Comprova, então, o rei que realmente o primeiro não havia compreendido, nem mesmo aprendido a lição. Resolve, pois, entregá-lo aos "experimentadores" (basanístais), ou seja, às provações cármicas do mundo, que terão que experimentá-lo normalmente, até que a custa própria e por experiência vivida, aprenda que "deve fazer aos outros o que quer que os outros lhe façam" (MT 7:12).


A lição é singela e clara na letra e no espírito: dar, para receber. Amar para ser amado. Perdoar para ser perdoada. "A medida com que medirdes, essa será usada convosco" (MT 7:2; vol. 2).


Cientificamente, temos que considerar a lei das frequências vibratórias. Se estamos na frequência do perdão, estendendo-o aos outros, nós mesmos nos beneficiamos dessa onda tranquila. Mas se saímos da faixa do perdão e caímos na da cobrança impulsiva, sintonizamos com essa frequência mais baixa, onde também nos será cobrado. Não há necessidade, hoje, de levar o problema ao "sobrenatural", nem de envolver Deus no processo puramente humano, para saber se Ele pode ou não anular um ato de perdão já concedido. Com a eletrônica, atualmente, vemos que o indivíduo é que se situa, vibratoriamente, numa ou noutra faixa, à sua vontade, recebendo o que transmite. Qualquer rádio-amador sabe disso.


A personificação de um fato científico era indispensável há dois mil anos. Mas hoje atrapalha, mais que ajuda, porque as mentes pouco habituadas à ciência e os intelectos viciados em imaginar figuras antropomórficas da Divindade, continuam acreditando que existe uma "pessoa", sentada num trono de ouro, a fazer o julgamento e a lavrar sentenças.


Não há, pois, razão, para discutir se Deus volta atrás de uma sentença! A criatura recebe o choque de retorno, porque desce suas vibrações ao plano das emoções (plano animal, lei da justiça), tanto assim que, figuradamente, o credor avança para o devedor e tenta estrangulá-lo; descendo de plano, caiu na armadilha cármica.


Isso porque Deus, imutável e perfeito, nem sequer pode ser ofendido, pois não é atingido por qualquer espécie de ação humana, nem pode "perdoar": a criatura é que se coloca no plano da libertação cármica, por sua própria vibração interna, ou se lança, por descontrole emocional no plano da justiça, na lei de causa e efeito.


Daí a ordem de "perdoar setenta vezes sete", ou seja, SEMPRE. Porque uma só vez que não se perdoe acarreta a entrada na vibração baixa da vingança ou do ressentimento. Por isso já fora dito: "se estiveres apresentando tua oferta no altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e depois vai apresentar tua oferta" (MT 5:23-24). Porque qualquer questão com o "irmão" provoca baixa de vibrações.


Se temos obrigações de "amar os inimigos" (MT 5:44), muito maior é o dever em relação aos irmãos de comunidade.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35
SEÇÃO VIII

QUARTO DISCURSO:

A COMUNIDADE CRISTÃ

Mateus 18:1-35

A. O CRISTÃO E As CRIANÇAS, Mateus 18:1-14

1. O Maior no Reino (Mateus 18:1-4)

A importância dessa breve seção sobre a humildade pode ser entendida pelo fato de ser encontrada nos três Evangelhos Sinóticos (cf. Mac 9:33-37; Lc 9:46-48). Ela também foi repetida em várias passagens desses livros (veja Mt 20:26-27; 23.11; Mac 10.15, 43-44; Lc 18:17-22.26). Podemos construir um sólido argumento em defesa da proposição de que Jesus enfatiza mais a humildade do que qualquer outra virtude cristã. Um dedicado estudante dos Evangelhos se sentirá cada vez mais impressionado com esse fato.

Marcos nos dá o cenário dessa seção. Os discípulos haviam discutido durante todo o trajeto para Cafarnaum sobre quem seria o maior (Mc 9:33). Em Mateus, os discípulos se aproximam de Jesus e fazem a pergunta: Quem é o maior no Reino dos céus? Eles perguntaram isso na mesma hora (1) — literalmente, "naquela hora". Isso sugere que os acontecimentos imediatamente precedentes deixaram o grupo empolgado sobre a possi-bilidade de o Reino ser estabelecido na terra dentro de pouco tempo. Eles eram como os políticos desse mundo, que estão sempre fazendo manobras para conseguir alguma posi-ção de estaque.

Ao responder à pergunta deles, Jesus chamou a si uma criança (2). Temos aqui uma visão da ternura do Mestre. As crianças não tinham medo dele; ao contrário, senti-am-se atraídas pela sua pessoa.

Solenemente, Ele disse (Em verdade vos digo) que não poderiam entrar no Reino dos céus se não vos converterdes (3). Essa palavra quer dizer, literalmente, "voltar-se". Abbott-Smith sugere para essa passagem o sentido metafórico de "mudança".' Thayer sugere "abandonar o curso de sua própria conduta, isto é, mudar o seu pensamento".' Arndt e Gingrich dizem que essa expressão, nesse contexto, significa "abandonar, mu-dar interiormente, ser convertido".3 No grego, a expressão de modo algum tem um du-plo sentido negativo, com a finalidade de aumentar a ênfase. Ela tem a conotação de "nunca deverá (ou, de maneira alguma) entrar". Os discípulos estavam falando sobre quem seria o maior no Reino. Jesus disse: "Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus". Os discípulos precisavam "mudar" sua atitude, "abandonar" seus pensamentos orgulhosos e ambiciosos. Lukyn Williams observa: "A conversão mencionada aqui está restrita a uma mudança do atual estado de espírito — através de uma nova direção dada aos pensamentos e desejos".4 Shank traduz essa frase: "A não ser que estejais completamente mudados em atitude e vos tornado como criancinhas".'

No versículo 4, o Mestre responde diretamente a pergunta dos discípulos: Aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus. Em outras palavras, a principal característica da grandeza de um cristão é a humildade. Não um impressionante desempenho, mas a humildade. Não é de admirar que lemos no Antigo Testamento: "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor" (Is 55:8). Os caminhos de Cristo são diametralmente opostos aos caminhos do mundo.

A humildade de uma criança consiste principalmente em um estado de confiança e dependência. Essa é a atitude que Deus deseja que seus filhos adotem em relação a Ele. O estado de espírito moderno que prevalece atualmente, de auto-suficiência e de sabedo-ria mundana e sofisticada, é inimigo de uma autêntica espiritualidade.

2. Uma Advertência Solene (Mateus 18:5-6)

Enquanto Jesus segurava a criancinha em seus braços (cf. Mac 9.36), Ele usou a situação para dar uma lição objetiva. Disse Ele aos seus discípulos: E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe (5). Isso revela o profundo cuidado do Mestre para com as crianças. Em seguida, encontramos a admirável verdade. Aquele que rejeita uma criança está rejeitando a Cristo.

No versículo 6, Jesus foi ainda mais longe nesta advertência. Ele falou sobre qual-quer um que escandalizar — "fizer tropeçar", "enganar" — um destes pequeninos que crêem em mim. Nos Evangelhos Sinóticos essa última frase só é encontrada aqui e na passagem paralela em Marcos 9:42. Mas ela também é comum no Evangelho de João. Isso indica uma confiança pessoal e um compromisso com Cristo. E, certamente, implica em sua divindade.

Existe uma considerável diferença de opiniões entre os comentaristas, se os pequeninos ainda se referem a crianças ou se aqui Jesus está transmitindo a idéia de novos convertidos. Talvez devêssemos aceitar as duas interpretações e aplicações — as crianças e aqueles que têm um espírito igual ao de uma criança.

Cristo declarou que se alguém levasse alguma delas a errar, melhor lhe fora -literalmente, "seria mais proveitoso" — que uma mó de azenha ou uma pedra de moinho, isto é, uma grande mó puxada volta por volta por um asno — fosse pendurada em seu pescoço e ele se submergisse na profundeza do mar. Williams oferece o seguinte comentário: "Parece que o castigo foi reservado para os maiores criminosos -e o tamanho dessa pedra iria impedir qualquer chance de o corpo se erguer novamente até a superfície, e ser sepultado pelos amigos — uma consideração que, na mente dos pagãos, aumentava incrivelmente o horror desse tipo de morte".6 É difícil conceber como Jesus poderia ter dado um aviso mais solene sobre o horror de levar um cristão novo ou fraco a errar e ser seduzido pelo pecado por causa da influência de alguém. A necessidade de uma vida consistentemente santa deve despertar a nossa atenção como as luzes que piscam no cruzamento de uma estrada de ferro. Faremos bem em dar atenção a esse aviso.

3. A Gravidade do Pecado (Mateus 18:7-10)

Ai do mundo (7) — ou "Cuide-se o mundo" (veja Mateus 11,21) — por causa dos escândalos (skandalon). Esta é uma das palavras mais difíceis de se traduzir no Novo Testamento (veja os comentários sobre 5.29). Mas, trata-se de um termo muito forte, muito mais forte do que a palavra "escândalo" em nosso idioma, que se originou deste termo grego. Lenski diz que o substantivo skandalon e o verbo skandalizo "vão além da idéia de tropeçar (um erro do qual alguém pode se levantar) e sempre denotam a destruição espiritual":

Jesus indicou que os laços que prendem os incautos sempre existirão. Mas, ai da-quele homem que for responsável por colocar a armadilha.

É difícil pensar como Cristo poderia ter retratado a gravidade do pecado com maior nitidez do que o fez nos versículos 8:9. Se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, (se "fizer com que você peque") corta-o. Melhor te é entrar na vida (a vida eterna, que começa aqui e que desabrocha no céu) coxo (manco) ou aleijado, do que ter as duas mãos ou os dois pés e ser lançado no fogo eterno (8). Essa frase ocorre aqui pela primei-ra vez. Ela pinta um quadro horrível do castigo eterno.

Se o teu olho te escandalizar, arranca-o. Jesus não estava defendendo uma mutilação física literal, embora isso seja melhor do que ficar eternamente condenado ao fogo do inferno (9). O idioma grego diz "Geena (inferno) de fogo" que significa "Geena (inferno) ardente". Qualquer que seja o aspecto do inferno, vale a pena pagar qualquer preço para não irmos para lá.

Estes dois versículos (8-9) são paralelos muito próximos ao texto em 5:29-30, exceto que a palavra não é mencionada. Observamos que, nesses últimos versículos, as pala-vras deveriam ser entendidas de forma figurada, sugerindo uma íntima associação ou associações (pessoas ou coisas) que podem seduzir as pessoas a pecar. William escreve: "Metaforicamente, essa expressão significa tudo que é tão caro e tão necessário quanto esses importantes membros".8 Quaisquer amizades ou atividades prejudiciais devem ser eliminadas de forma drástica e imediata.

Na verdade, pé, mão e olhos representam a própria pessoa em suas várias formas de expressão. Toda vez que os pés se desviam do caminho, isso acontece porque o coração também se desviou. Uma personalidade santa terá pés, mãos e olhos santos. Portanto, Jesus está insistindo para que o próprio ser seja rejeitado a fim de se tornar totalmente santificado através da purificação de seu egoísmo pecaminoso. Somente quando nos tor-narmos dispostos para a vida, e formos dessa maneira "podados", é que poderemos nos aproximar da verdadeira semelhança com Cristo. Renunciar àquilo que parece ser o nosso direito natural, seja representado pelo pé, mão, ou pelos olhos, seria certamente o resultado de uma personalidade deformada. Mas, é melhor salvar um eu deformado do que perder um eu "completo". Se não houvesse pecado no coração, o pé, a mão e os olhos não se tornariam, tão facilmente, instrumentos do pecado.

Três pensamentos podem ser sugeridos aqui:

1) a mão é o símbolo do que fazemos;
2) o pé é o símbolo de aonde vamos; e

3) o olho é o símbolo do que vemos. Tudo isso deve ser mantido sob cuidadoso controle.

Jesus se volta novamente para os pequeninos (10; cf. 6). Ele diz que seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai. Carr diz: "Nessas palavras, nosso Senhor reafirma a crença judaica nos anjos da guarda", mas também observa: "A reserva com que é tratada a doutrina no NT contrasta com a extravagância generalizada da crença oriental sobre o assunto".'

4. A Parábola da Ovelha Desgarrada (Mateus 18:12-14) "

Essa história, que também pode ser chamada de parábola da busca da ovelha, é encontrada em Lucas 15:3-7. Esse cenário era muito familiar para os ouvintes de Jesus.

O pastor do Oriente ama suas ovelhas (12) — cada uma delas. Somente um coração cheio de amor pode levar um homem a arriscar sua vida à noite nos montes infestados de animais selvagens, a fim de procurar uma única ovelha que tenha se desgarrado do rebanho. Mas o amor não conhece limites.

Quando o pastor encontra a sua ovelha perdida, ele se alegra mais com ela do que com as outras noventa e nove ovelhas que se não desgarraram (13). A aplicação que Jesus fez dessa parábola mostra que não é desejo de seu Pai que um destes pequeninos (cf. 6,
10) se perca (14). "Os mais jovens e os mais doentes de seu rebanho são tão queridos a Ele quanto os mais fortes."'

Essa parábola nos dá um quadro impressionante da própria missão de Jesus na terra. Ele veio em busca das ovelhas perdidas. Este foi o seu objetivo por todos os lugares onde passou.

B. O CRISTÃO E SEU IRMÃO, Mateus 18:15-35

1. A Disciplina na 1greja (Mateus 18:15-20)

Até esse ponto do capítulo, Jesus havia advertido contra o perigo de levar alguém a tropeçar, a pecar contra o próximo. Agora, na segunda parte, Ele trata do outro lado do cenário. O que você deve fazer se o seu irmão (companheiro ou membro da igreja) trans-gredir — a palavra grega aqui é pecar (hamartese) — contra você? A resposta é: vai e repreende-o entre ti e ele só (15). Repreende-o com o sentido de comunicar à pessoa a sua falta, corresponde a uma palavra no grego, elenxon. Ela significa "conde-nar" (o mesmo sentido de João 16:8) ou "censurar". Este último significado está em sintonia com Levítico 19:17 — "Não aborrecerás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repre-ender o teu próximo e nele não sofrerás pecado". Com muita freqüência, os membros da igreja costumam contar a outras pessoas algum problema, ao invés de obedecer ao que Jesus disse aqui.

Se o transgressor ouvir, ganhaste a teu irmão — isto é, "conseguiste persuadi-lo a ter uma mente melhor — para Cristo"." Nesse ínterim, a infeliz questão ainda não se tornou pública, o que teria como resultado as pessoas assumindo diferentes lados, e, dessa forma, dando início a uma disputa que poderia terminar com a divisão da igreja. A melhor ocasião de lidar com essa situação é quando ela ainda é restrita, e antes de se tornar grande demais para ser administrada.

Se o irmão se recusar a ouvir, então convoque duas ou três testemunhas para que tudo que for dito seja confirmado (16). Muitas vezes isso se torna necessário para proteger alguém contra a calúnia lançada pelo oponente. Se ele se recusar a ouvir esse comitê, então toda a igreja deverá ser comunicada (17). Se não ouvir a igreja, deve ser excluído. Esse parece ser o significado da última parte do versículo 17.

A palavra igreja só é encontrada em outro lugar nos Evangelhos em Mateus 16.18 -"Edificarei a minha igreja", em uma referência à igreja de Jesus Cristo em todo o mundo. "Aqui, essa expressão se refere à congregação local, que representa a igreja como um todo, atuando, naturalmente, através de seus ministros."'

Anteriormente (Mateus 16.19), Jesus havia dito a Pedro que tudo que ele ligasse na terra seria ligado no céu, e tudo que desligasse na terra seria desligado no céu. Agora, Ele dá a mesma autoridade aos doze apóstolos (18). Isso mostra que Pedro não tinha um lugar permanente de singular proeminência. Para o significado de ligar e desligar veja as notas sobre 16.19. Aqui, o contexto indica claramente que Jesus está cuidando da disci-plina na igreja. A disciplina imposta pela igreja, dentro de um espírito de amor e da forma como Jesus ordenou, recebe a aprovação de Deus.

O versículo 19 deve estar relacionado com esse assunto. A oração feita por dois cren-tes sinceros irá ligar ou desligar os assuntos do Reino. Quanta responsabilidade isso transfere aos cristãos, que devem orar de acordo com a vontade de Deus! A palavra grega traduzida como concordar é symphoneo. Seu significado literal é "concordar quanto ao som" (phone), "estar em harmonia". Ela veio a ser usada, como aqui, no sentido de "con-cordar juntamente". O uso desse termo nessa passagem sugere "uma sinfonia de ora-ções" que transmite uma alegre harmonia aos ouvidos de Deus.

Um culto da Igreja — por menor que seja o grupo, ou por mais humilde que seja o lugar — não representa apenas um encontro de pessoas, mas um encontro de pessoas com Deus (20). Mesmo que apenas dois ou três se reúnam em meu nome (disse o Senhor Jesus), a Presença Divina está prometida.

2. Perdão Ilimitado (Mateus 18:21-22)

Evidentemente, Pedro esteve pensando no que Jesus havia dito sobre um irmão que peca "contra ti" (15). Ele queria saber quantas vezes tinha que perdoar esse irmão. Ele achou que estava sendo muito generoso quando sugeriu: Até sete? (21). "A lei rabínica dizia que ninguém deveria pedir o perdão de seu próximo mais do que três vezes."'

A resposta do Mestre deve ter sido muito perturbadora: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete (22). Alguns tentaram traduzir o texto como "setenta e sete vezes" (Goodspeed). Mas a tradução tradicional parece ser a melhor. Jesus gostava mui-to de utilizar hipérboles, com já vimos em outras passagens.

Parece óbvio que Jesus não pretendia que Pedro entendesse a sua resposta dentro de um estrito sentido matemático. Ele não quis dizer: "Perdoe 490 vezes e depois desista". Ao contrário, Ele quis dizer claramente que o perdão deveria ser ilimitado. Buttrick entendeu o espírito dessa expressão, quando o Senhor disse setenta vezes sete: "Pode-mos fazer a conta 'em nossa mente'. Mas essa é uma aritmética celestial: 'devemos fazê-la em nosso coração' "r

3. A Parábola do Credor Incompassivo (Mateus 18:23-35)

Como Mateus está apresentando Jesus como Rei, inúmeras parábolas que ele registrou se referem a um rei (cf. Mateus 22,2) ou ao Reino dos céus (c. 13). Essa admirável parábola só é encontrada no Evangelho de Mateus.

Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a... (23) — essa é virtualmente a mesma fórmula introdutória encontrada, várias vezes, no capítulo 13. Aqui havia um certo rei que quis fazer contas com os seus servos. Ele descobriu um deles que lhe devia dez mil talentos (24). Como um talento valia cerca de mil dólares americanos, esse valor alcançava "dez milhões de dólares" (Goodspeed). Era uma soma incrível. Mas deve-mos reconhecer que esses servos eram importantes oficiais da corte de um monarca ori-ental. Os documentos que os arqueólogos descobriram dos períodos assírio e babilônio indicam que esses homens lidavam com imensas somas de dinheiro. Mas também deve-mos reconhecer que Jesus pode ter usado novamente uma hipérbole. O que o Senhor estava procurando salientar é a completa falta de esperança de pagarmos o incomensu-rável débito gerado pelos nossos pecados, até que fossem perdoados por Deus. Simboli-zar esse débito seria impossível, mesmo que esses números fossem representados de uma forma absurdamente exagerada.

Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que o homem, sua mulher e seus filhos fossem vendidos como escravos (25). Esse era o costume daqueles tempos no trato com os devedores. Mas o homem implorou misericórdia (26) e seu senhor perdoou toda a sua dívida (27).

O servo perdoado, deixando a presença de seu senhor, encontrou um de seus compa-nheiros que lhe devia cem dinheiros ou "cem denários" (28). Esta era uma moeda ro-mana, chamada denarius. Ela é mencionada dezesseis vezes no Novo Testamento, mais freqüentemente do que qualquer outra moeda.

Na versão KJV em inglês, ela sempre foi traduzida como "penny" ou "pence" e valia cerca de vinte centavos de dólar (americano). Portanto, cem pences seria o equivalente a "vinte dólares americanos" (Goodspeed) — uma soma insignificante comparada àquela que o oficial da corte devia ao rei. No entanto, esse servo agarrou o companheiro pela garganta e exigiu o pagamento imediato daquela dívida. Quando o conservo implorou que lhe fosse dado algum prazo para pagar, o credor o recusou, e mandou que ele fosse lançado na prisão.

Naturalmente, os outros servos se revoltaram por essa injusta atitude, e levaram o assunto ao conhecimento do rei. O primeiro oficial foi rapidamente convocado para com-parecer à presença real, e recebeu o castigo que merecia. O Senhor Jesus advertiu: As-sim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas (35).

Essa parábola traz uma vívida advertência a cada cristão. Cada crente recebeu o perdão de uma dívida incalculável de pecados, que nunca teria possibilidade de pagar. No entanto, alguns cristãos confessos guardam rancor durante anos contra algum companheiro membro da igreja, por causa de uma palavra ou ação insignificante que pode ter sido pronunciada ou realizada por inocência ou ignorância. O ensino é perdoar de coração; isto é, conceder um verdadeiro perdão. Isso significa "perdoar e esquecer"! Uma pessoa não pode abrigar o ódio em seu coração e ser, ao mesmo tempo, um verda-deiro cristão.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35
*

18.1-35

Este capítulo é o quarto dos cinco grandes discursos, em Mateus (Introdução: Características e Temas).

* 18:3

como crianças. Jesus faz esta comparação não porque se imagina que as crianças sejam inocentes, mas porque elas são dependentes de outros e, voluntariamente, aceitam deles aquilo que não podem obter por si mesmas.

* 18.5 E quem receber. Uma vez que os seguidores de Jesus devem tornar-se “como crianças”, os “pequeninos” representam quaisquer discípulos. A resposta aos discípulos de Jesus é uma resposta ao próprio Jesus, e levar um discípulo a pecar é delito grave (v. 6).

* 18:7 A depravação humana universal resultará em escândalos inevitáveis (“porque é inevitável que venham”), porém, a responsabilidade individual (“ai do homem pelo qual vem o escândalo”) não é diminuída pela ocorrência corriqueira do pecado.

* 18.8-9 Ver notas em 5.1—7.29 e 5.29.

*

18:10

seus anjos. As Escrituras ensinam que anjos guardam e ministram ao povo de Deus (Sl 91:11; Hb 1:14), e que a estes seres espirituais podem ser atribuídas áreas específicas de responsabilidade (Dn 12:1). Ainda que este versículo seja interpretado como significando que cada crente tem um anjo de guarda pessoal (At 12:15 e nota), esta crença popular vai além da evidência bíblica. Não obstante, o cuidado de Deus, para com seu povo, através dos anjos, deve ser um encorajamento aos cristãos.

* 18.12-14

A preocupação por uma só não é às expensas das noventa e nove, mas indica o compromisso de Deus com cada discípulo, e sua especial preocupação por um que se extravia ou está em perigo. Deus elege, busca e preserva não somente sua igreja como um todo, mas cada indivíduo dentro da igreja. Ezequiel 34:11-16 provavelmente está por trás desta parábola.

* 18:15

Se teu irmão pecar. Estes três estágios para tratar com o cristão em pecado constituem o coração de toda disciplina eclesiástica. O objetivo é levar ao arrependimento, enquanto procura reduzir a consciência pública do referido pecado ao mínimo. Em hipótese alguma deve este assunto ser propagado ao mundo em geral. Ver nota teológica “Disciplina Eclesiástica e Excomunhão”, índice.

* 18:17

igreja. O uso da palavra “igreja” por Jesus pode parecer prematuro, porém, só se a “igreja” estiver divorciada de suas bases no Antigo Testamento. Na tradução grega do Antigo Testamento (A Septuaginta) a “assembléia” do povo de Deus é chamada ekklesia, ou “igreja”. O uso de Jesus de Dt 19:15, no v. 16, implica em que a igreja é equivalente ao Israel do Antigo Testamento.

considera-o como gentio e publicano. Tais indivíduos devem ser cortados da comunhão e suspensos das plenas relações sociais com outros cristãos. Paulo aplica esta disciplina em 1Co 5 e 1Tm 1:20.

* 18:18

Ver nota em 16.19.

* 18.19-20

Estes versículos devem ser tomados no seu contexto mais amplo, como tratando ainda da disciplina na igreja. O verso 19 é uma posterior aplicação do v. 18, e o v. 20 afirma que Jesus está presente para validar a atividade judicial da igreja.

* 18.23-35

Ver 5.7 e 7.2. Os que conhecem a misericórdia de Deus devem agir segundo o princípio da misericórdia. Se não mostrarem misericórdia, mas insistir na justiça, não receberão misericórdia, mas justiça. Um coração que não perdoa é um coração não perdoado, e está sujeito ao tormento até que pague toda a dívida (v. 34; 6.12, nota). Um coração verdadeiramente perdoado é resultado do renascimento espiritual (Jo 3:3).

* 18:24

talentos. Um talento era a mais alta unidade monetária da moeda corrente, e era equivalente a seis mil denários ou dracmas (v. 28, nota). Uma tal soma de dinheiro era praticamente incontável e ilustra a enorme dívida do pecado em que todos temos incorrido, diante de Deus.

* 18:28

cem denários. O denário romano era o salário de um dia para o trabalhador (20,2) e era equivalente à dracma grega (At 19:19). A soma devida pelo segundo servo ao primeiro, nada é quando comparada à dívida do primeiro servo para com o rei, e era menos do que uma parte numa centena de milhares.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35
18.1-4 Jesus tomou a um menino para ajudar a seus egocêntricos discípulos a captar a idéia. Não precisamos ser infantis (como os discípulos, que discutiam assuntos insignificantes) mas sim mas bem como meninos de coração humilde e sincero. É você infantil ou como menino?

18.3, 4 Os discípulos estavam tão preocupados com a organização do reino terrestre do Jesus que perderam a visão de seu propósito divino. Em lugar de procurar como servir melhor, discutiam quanto a postos. Quão fácil é perder nossa perspectiva eterna e competir por postos na igreja. Quão difícil é nos identificar com os "meninos", gente débil e dependente sem posição social nem influência.

18:6 Os meninos confiam por natureza. Confiam nos adultos, e ao fazê-lo estes crescem em sua capacidade de confiar em Deus. Pela influência que têm nos meninos, os pais e os adultos darão conta a Deus da forma em que afetem a capacidade de confiar destes pequenos. Jesus adverte que qualquer que além da fé a algum menino receberá um severo castigo.

18.7ss Jesus advertiu aos discípulos que há três diferentes maneiras de causar perda de fé nos "meninos": por tentação (18.7-9), por menosprezo e por degradação (18.10-14). Como líderes, devemos ajudar aos crentes jovens ou novos a evitar algo ou qualquer pessoa que poderia lhes causar machuco em sua fé e conduzi-los ao pecado. Nunca devêssemos tomar levianamente a educação e amparo espiritual dos meninos em idade e dos meninos na fé.

18.8, 9 Devemos tirar as pedras de tropeço que originam em nós pecado. Isto não significa que devemos nos mutilar o corpo, mas sim toda pessoa, programa ou ensino na igreja que ameace o crescimento espiritual do corpo deve eliminar-se. Jesus diz que é melhor ir ao céu com uma mão que ao inferno com dois. O pecado, entretanto, afeta não só nossas mãos; afeta também nosso coração.

18:10 Nosso interesse nos meninos deve ser paralelo ao trato que Deus lhes dá. Certos anjos têm a tarefa de velar pelos meninos e têm acesso direto a Deus. Estas palavras devem escutar-se bem nas culturas onde não lhe dá importância ao menino, lhe maltrata ou se aborta. Se seus anjos tiverem acesso direto e constante a Deus, o menos que podemos fazer é permitir que os meninos se aproximem de nós em lugar de mantê-los afastados por causa de nossas ocupações.

18:14 Assim como um pastor se ocupa de uma ovelha perdida ao grau que vai pelas colinas a procurá-la, Deus se ocupa de cada ser humano que criou. ("Não quer que ninguém se perca", 2Pe 3:9.) Estamos em contato com meninos que necessitam a Cristo em casa, no colégio, na igreja e na vizinhança. Terá que guiá-los para O com nosso exemplo, palavras e atos de bondade.

18.15-17 Estas são instruções do Jesus para nos enfrentar com os que pecam contra nós. Têm que ver com (1) cristãos, não com os que não o são, (2) com pecados cometidos contra você, não contra outros e (3) com a resolução de conflitos que surgem no contexto da igreja, não em toda a comunidade. As palavras do Jesus não são uma licença para um ataque frontal a cada pessoa que nos fere ou margina. Não são uma licença para iniciar uma campanha destrutiva de intrigas ou pleito de igreja. Têm como objetivo reconciliar aos que estão em desacordo, de modo que todos os cristãos possam viver em harmonia.

Quando alguma pessoa nos ofende, com freqüência optamos pelo oposto do que Jesus recomendou. Respondemos ressentidamente ou ódio, procuramos vingança ou fofocamos. Entretanto, devêssemos ir a essa primeiro pessoa, por difícil que nos seja. Logo devemos perdoá-la tantas vezes como se necessito (18.21, 22).

18:18 As palavras atar e desatar se referem à decisão da igreja nos conflitos. Entre os cristãos não há corte de apelação fora da igreja. O ideal é que as decisões sejam tomadas sob a direção de Deus e apoiadas no discernimento de sua Palavra. Os crentes, portanto, teriam a obrigação de levar seus problemas à igreja e esta, a sua vez, de procurar a direção de Deus para resolver os conflitos. O enfrentar os problemas dentro do método de Deus terá impacto agora e pela eternidade.

18.19, 20 Jesus tem em mente o dia em que estará presente não em corpo mas sim por meio do Espírito Santo. No corpo de crentes (a igreja), o acordo sincero de duas pessoas é mais capitalista que o acordo superficial de milhares, porque o Espírito Santo de Cristo está com eles. Dois ou mais crentes, cheios do Espírito Santo, orarão de acordo à vontade de Deus, não de acordo à sua, e suas petições serão concedidas.

18:22 Os rabinos ensinavam que deviam perdoar três vezes a um ofensor. Pedro, procurando ser generoso, perguntou se era suficiente perdoar sete vezes, o número "perfeito". Mas Jesus lhe respondeu: "Setenta vezes sete". Com isto dava a entender que não devêssemos nem sequer levar a conta das vezes que perdoamos a alguém. Devêssemos perdoar sempre aos que se arrependem de verdade, não importa as vezes.

18:30 Nos tempos bíblicos, sérias conseqüências esperavam aos que não podiam pagar suas dívidas. O prestamista podia forçar ao devedor e sua família a trabalhar até que a dívida fora cancelada. O devedor também podia ir ao cárcere, ou sua família podia ser vendida em qualidade de escravos para ajudar a pagar a dívida. esperava-se que o devedor, enquanto estava na prisão, pudesse vender suas propriedades ou que seus familiares pagassem a dívida. Se não, permanecia na prisão o resto de sua vida.

18:35 Pelo fato de que Deus perdoou todos nossos pecados, não devêssemos lhe negar o perdão a ninguém. Quando não perdoamos, estamo-nos pondo à margem e por cima da lei de amor de Cristo.

Jesus VIAJA Ao JERUSALEN : Jesus deixou Galilea por última vez para enfrentar sua morte em Jerusalém. Voltou a cruzar o Jordão, passando um tempo na Perea antes de chegar ao Jericó.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35
2. As infracções e perdão (18: 1-35)

1. Pecados Íntimos (18: 1-10)

1 Naquela hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus? 2 E ele o chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles, 3 e disse: Em verdade vos digo: , por sua vez, não vos, e tornardes como crianças, vós, de modo algum entrareis no reino dos céus. 4 Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. 5 E qualquer que receber uma criança pequena como em meu nome a mim me recebe: 6 Mas, qualquer que causar um destes pequeninos que crêem em mim a tropeçar, é rentável para ele que uma grande mó deve ser pendurasse ao pescoço, e que ele deve ser afundado em a profundidade do mar.

7 Ai do mundo por causa dos escândalos! para isso necessário que as ocasiões vir; mas ai daquele homem por quem o vier ocasião! 8 E se a tua mão ou teu pé te faz tropeçar, corta-a e lança-o de ti; melhor te é entrar na vida ou permaneceu parada, ao invés de ter duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. 9 E, se teu olho te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo. 10 Vede que não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.

A pergunta dos discípulos (v. Mt 18:1) denuncia uma atitude carnal por ambição egoísta e interesseiro. Em resposta, Jesus chamou uma criancinha para uma lição (v. Mt 18:2 ). Apontando para ele, Ele disse que a menos que os discípulos virar (transformar-se aproximadamente, ou "mudança") e tornardes como crianças que nunca poderia entrar no reino dos céus (v. Mt 18:3 ). Então, Ele deu uma resposta direta à sua pergunta: O que seria se tornar humilde como esta criança, esse seria o maior no reino dos céus (v. Mt 18:4 ). A humildade é a principal marca da verdadeira grandeza. Uma atitude de completa dependência de Deus, de confiança nele ao invés de si mesmo, é central para o cristianismo.

O amor de Jesus para as crianças é mostrada na sua declaração de que qualquer um que receber (bem-vindo) uma criança foi, na realidade recebê-lo (v. Mt 18:5 ). Por outro lado, se se deve fazer com que um jovem convertido ao tropeçar (grego skandalizo) que seria melhor para ele se uma grande pedra de moinho , literalmente "uma pedra de moinho de um burro"; ou seja, uma grande pedra virou por um burro, em contraste com as pequenas mós transformaram por mulheres foram presos ao seu pescoço e ele foram expedidos para o mar (v. Mt 18:6 ). Isso ressalta a seriedade que Cristo ligado ao erroneamente que influenciam as crianças ou os novos cristãos.

Jesus, então, advertiu contra escândalos ("delitos", KJV). A palavra grega skandalon , como já observado (ver em Mt 16:23) é extremamente difícil de traduzir. Lenski escreve: ". A figura é a de um animal preso por tocar a isca afixada na vara torta em uma armadilha de mortos-fall" Ele também diz que os termos skandalon e skandalizo "ir além da idéia de tropeço (de onde se pode subir) e sempre denotar destruição espiritual. "Nesta passagem Lenski traduz o verbo" prender "eo substantivo" armadilha ".

Jesus advertiu que essas "armadilhas" que viria, mas ai aquele através de quem eles vieram (v. Mt 18:27 ). Tão grave é a questão de que, se a mão ou o pé "aprisiona" que ele tinha melhor corta-a e lança-os fora do que perder a sua alma (v. Mt 18:8 ). Mesmo que seu órgão físico mais precioso, o olho, deve tornar-se a ocasião de tentá-lo a pecar, ele deve arrancá-lo e jogá-lo fora (v. Mt 18:9 ). Qualquer alternativa é melhor do que ser lançado no fogo eterno (v. Mt 18:8) ou inferno (Geena , v. Mt 18:9 ).

A aplicação destes versos é clara. Qualquer coisa que é uma fonte de tentação mortal deveria ser eliminada.

Estes pequeninos (v. Mt 18:10) pode se referir a crianças pequenas (vv. Mt 18:3-5) ou jovens convertidos (v. Mt 18:6) -provavelmente ambos. Seus anjos sugere a figura familiar de anjos da guarda vigiando criancinhas.

b. Ovelha Perdida (18: 11-14)

12 Que vos parece? se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove, e vai para as montanhas, e buscar aquilo que anda perdido? 13 E, se acontecer achá-la, em verdade vos vos digo, ele se alegra mais do que com as noventa e nove que não se extraviaram. 14 Mesmo assim, não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.

A Parábola da Ovelha Perdida (. Vv 12-14) também é encontrada em Lc 15:4 , em uma forma variante. É uma bela imagem de sacrificial, amor à procura de um pastor para ainda ovelha perdida. Ele poderia muito bem ser chamado a parábola do pastor buscando.

O pastor Oriental sabia todas as suas ovelhas e os conhecia pelo nome. Para perder uma era quase como perder seu próprio filho. A imagem do pastor indo para as montanhas, onde as ovelhas pastavam tinha durante o dia, para buscar o perdido é uma parábola de busca de Jesus para as ovelhas perdidas da raça humana sobre as montanhas do seu ministério terrestre-Tentação, Transfiguração , Getsêmani, no Calvário.

Deus não pretende ou deseja que toda a criança deve ser perdida (v. Mt 18:14 ). Pedro o descreve como "não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2Pe 3:9)

15 E se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. 16 Mas, se ele ouvir -te não, leva ainda contigo um ou dois, para que a pode ser estabelecido pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra. 17 E se ele se recusar a ouvi-los, dize-o à igreja, e se ele se recusar a ouvir também a igreja, considera-o a ti, como o gentio e publicano. 18 Em verdade eu vos digo. Que coisas tão nunca ligardes na terra será ligado no céu; eo que vos tudo quanto desligares na terra será desligado nos céus. 19 Mais uma vez vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso deve ser feito por eles de meu Pai que está no céu. 20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.

Esta seção antecipa o momento em que não haveria congregações locais de crentes. Ele dá o ensino fundamental em como "delitos" na igreja devem ser tomadas de cuidados.

As instruções são simples e precisa. Se teu irmão pecar contra ti [não você contra ele], vai, e repreende-o entre ti e ele só. É quase desnecessário dizer que, se essa primeira regra obedecida a grande maioria dos "igreja fusses "nunca iria acontecer. Se o infractor se recusa a ouvir, o ofendido deve tomar uma ou duas testemunhas ao longo de mais uma conferência privada, para que eles possam verificar o que é realmente dito. Se ele se recusar a ouvir esta "comissão", então, mas não antes de o então o assunto deve ser levado para a igreja. Se ele não vai pagar qualquer atenção para os esforços pacíficos da congregação que ele deve ser tratado como um outsider- o gentio e publicano (v. Mt 18:17 ). Ele será um pecador que precisa de salvação, tendo tomado a si mesmo fora da comunhão dos crentes. Ele ainda vai ser objeto de orações dos cristãos e esforços evangelísticos.

A palavra igreja ocorre apenas três vezes nos Evangelhos, todos em Mateus (duas vezes aqui no v. Mt 18:17 e de vez em Mt 16:18 ). No exemplo anterior refere-se à Igreja em geral de Jesus Cristo, que Ele declarou que iria construir. Aqui ele indica uma congregação local.

A palavra grega é ekklesia , que significa, literalmente, uma congregação de "chamados para fora". Ele foi usado para um conjunto de cidadãos livres, que votam em uma cidade-estado grega. Mas o fundo mais significativo para o seu significado no Novo Testamento é a sua utilização na Septuaginta (tradução grega do OT) para a "congregação" de Israel. A Septuaginta foi a Bíblia da igreja apostólica. Então, aqui ele se refere à congregação do povo de Deus.

No versículo 18, Jesus repete o que Ele havia dito a Pedro (Mt 16:19 ), mas aplica-lo para todo o grupo de doze apóstolos. Eles estão no momento a ecclesia , o núcleo da igreja que era para ser depois de Pentecostes. Assim, em suas mãos está o disciplina primitiva, apenas discutido (v. Mt 18:17 ). O ligar e desligar evidentemente se referem à disciplina e julgamento na igreja primitiva.

O versículo 19 parece ser uma projeção deste pensamento. Um pacto entre duas pessoas sinceras, fervorosas orando na vontade de Deus num sentido se liga a Deus para atender o pedido. Este paradoxo é terra santa e requer um delicado equilíbrio de pensamento entre a soberania divina ea liberdade humana. Mas a declaração aqui é clara e enfática.

O parágrafo termina com uma bela promessa de que onde dois ou três estão reunidos em nome de Cristo, Ele estará presente (v. Mt 18:20 ). Isso pode ser verdade, porque só Ele é infinito e onipresente.

d. Lei do Perdão (18: 21-35)

21 Então Pedro, e disse-lhe: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete vezes? 22 Disse-lhe Jesus: Eu não te digo que até sete vezes; mas, até setenta vezes sete. 23 Por isso o reino dos céus é comparado a um rei que quis fazer contas com os seus servos. 24 E quando ele tinha começado a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos . 25 mas, porquanto não tinha com que pagar, o seu senhor mandou que fosse vendido, e sua esposa, e os filhos, e tudo o que tinha, e pagamento a ser feito. 26 Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo. 27 E o senhor daquele servo, movido de compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. 28 Mas aquele servo saiu e encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem xelins, e ele prendeu-o, e levou -o pelo pescoço., dizendo: Paga o que me deves 29 Então o seu companheiro, prostrando-se e rogou-lhe, dizendo: Tem paciência comigo , e eu te pagarei. 30 E ele não o faria.: mas foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse o que era devido em 31 Então, quando seus companheiros de serviço viu o que foi feito, eles se entristeceram, e veio, e declarar ao seu senhor tudo o que foi feito. 32 Então o seu senhor, chamando-a ele, e disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque ser-soughtest me: 33 não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? 34 E o seu senhor, indignado, e entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que devia. 35 assim será também meu Pai celeste fizessem a você, se perdoardes nem todo mundo o seu irmão de seus corações.

A implicação do versículo 15 é que se deve perdoar um irmão ofendido, se ele se arrepender. Pedro queria saber quantas vezes ele teve que perdoar essa pessoa: Até sete vezes? A resposta de Jesus foi surpreendente: até setenta vezes sete (v. Mt 18:22 ). A palavra grega é usada na Septuaginta em Gn 4:24 para "setenta e sete" ("setenta e sete "em vez de" setenta vezes sete "). Mas parece melhor seguir as versões em inglês aqui. O que Jesus estava dizendo era que se deve perdoar um infinito número de vezes. Ele conta que as vezes não sabe nada sobre o verdadeiro espírito de perdão.

Para ilustrar esta lei do perdão Jesus contou a parábola marcante do Servo Unmerciful (vv. Mt 18:23-35 , apenas em Matt.). Ele propositalmente usou uma hipérbole para fazer a surpreendente verdade para que ele iria ficar. Ele falou de um servo que devia seu reidez mil talentos . Desde um talento valia cerca de mil dólares, essa dívida seria equivalente a dez milhões de dólares, uma soma absurda e que o escravo nunca poderia pagar. O rei mandou o servo para ser vendido, com sua família e posses, e das dívidas pagas.Quando o escravo implorou por misericórdia, o rei perdoou e cancelou a dívida.

O servo encontrou um conservo que lhe devia cem shillings (v. Mt 18:28 ). O grego denário valia cerca de vinte centavos. Portanto, este seria vinte dólares-a bagatela em comparação com os dez milhões. No entanto, quando este conservo pediu paciência, a, servo cruel ímpios (conforme v. Mt 18:28 ). Não há lugar aqui para a atitude frequentemente expressa de perdoar, mas não esquecer. Um realmente não perdoar até que ele também se esquece.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35
  1. Lições sobre grandiosidade (Mt 18:1-40)
  2. A pergunta dos discípulos (v. 1)

Talvez a recente experiência de Pe-dro, Tiago e João no monte da trans-figuração, ou a de Pedro com a taxa do templo, tenha instigado essa per-gunta. Decerto, os outros discípulos pensaram que Jesus tinha "favoritos" e os negligenciava. Claro, devemos louvar os discípulos por sua fé na palavra de Cristo de que haveria um reino e de que eles estariam nele. Contudo, buscar posição e grande-za não é algo espiritual (veja Rm 12:10,Rm 12:16).

  1. O objeto da lição (vv. 2-6)

Cristo usa a criança para ilustrar a grandiosidade. A honra vem da hu-mildade, Temos de nos humilhar an-tes que Deus nos exalte (1Pe 5:5-60). Todos os grandes santos foram hu-mildes. Embora as crianças não se-jam sem pecados nem perfeitas, elas têm as características que todos os cristãos devem ter em sua vida: elas são receptivas ao ensino, têm von-tades inocentes, têm expectativas e dependem dos pais para satisfazer suas necessidades. Claro que a úni-ca forma de nos tornarmos crianças é nascermos de novo Oo 3).

  1. A advertência (vv. 7-10)

Com "pequeninos" (v. 10), Jesus re-fere-se não apenas às crianças, mas aos filhos de Deus que são "filhinhos" do Senhor (1Jo 2:1,1Jo 2:12,1Jo 2:18,1Jo 2:28; 1Jo 3:7,1Jo 3:18; 1Jo 4:4; 1Jo 5:21). É trágico quando fazemos outro cristão tropeçar (Rm 14:1-45; 1Co 8:1-46). Cristo não fala de forma literal quando manda que "cort[emos]" (v. 8) os membros do corpo que nos fizeram pecar, pois o pecado vem do coração, não das mãos e dos pés. Ele ordena que li-demos de forma radical, completa e sem misericórdia com o pecado, da mesma maneira que o cirurgião lida com um câncer. Não devemos "brincar" com o pecado nem demo-rar para nos desfazer dele. Temos de encarar nossos pecados com hones-tidade, confessá-los e abandoná-los.

  1. A parábola (vv. 11-14)

Se comparar o versículo 11 com Lu-cas 19:10, você notará que falta o verbo "buscar". Cristo fala a respeito das "crianças", e as crianças, embo-ra sejam perdidas quando chegam à idade em que são responsáveis, podem não ser tão propensas a se extraviar como os adultos. Contudo, ainda serão salvas pelo bom Pastor. Essa passagem inteira adverte-nos de não ofender (v. 6) nem desprezar ív.
10) as crianças, ou deixá-las pe-recer sem Cristo (v. 14). Ele dá diver-sas razões por que as crianças são importantes: elas são um exemplo da verdadeira grandeza (v. 4); elas representam Cristo (v. 5); os anjos as representam diante do Pai (v. 10); Cristo quer salvá-las (v. 11); e o Pai deseja que sejam salvas (v. 14).

É uma coisa perigosa para os pais (ou outro adulto) fazer com que as crianças tropecem e percam o ca-minho da salvação. É muito impor-tante ter um bom exemplo em casa. Muitos pais apóstatas e adultos com mente mundana terão de prestar muitas contas no julgamento!

  1. Lições sobre o perdão (Mt 18:15-40)

Cristo está lidando com "assuntos familiares" e, agora, muda das crian-ças para o relacionamento entre ir-mãos. Se todos os cristãos fossem perfeitos, não haveria necessidade de dar essas instruções; contudo, como somos falhos e pecadores, precisamos saber como manter a fa-mília da igreja feliz e santa.

  1. A disciplina da igreja (vv. 15-20)

O padrão está claro: primeiro, uma entrevista individual, depois arranjar duas ou três testemunhas e, a seguir, apresentar o assunto para a igreja. Observe o objetivo disso: "Ganha[r] a teu irmão" (v. 15). A disciplina da igreja é motivada pelo amor: procu-ramos ajudar um irmão pecador. A partir do momento em que Cristo está no meio da igreja (v. 20), é im-portante que a igreja seja obediente e pura. Nossa atitude não deve ser a de policial que prende um crimino-so, mas a do médico que tenta curar uma ferida no corpo de Cristo, uma ferida que, se não for tratada, espa-lhará doença e morte.

O versículo 18 indica que o ministério de "ligar e desligar" diz respeito à aplicação da Palavra de Deus em assuntos de disciplina. Em 1Co 5:0). Para outras passagens a respeito da disciplina na igreja, veja Roma-Nu 16:17; Nu 2:0 Tessalonicenses 3:14 e 1Co 5:0).

A lição da parábola é clara: se o rei perdoa uma dívida Dt 12:0; Cl 3:13). Lembre-se que isso não diz respeito à salvação; esse é um assunto de "perdão familiar" entre ir-mãos em Cristo, não entre Deus e o pecador; portanto, não conclua que o versículo 34 trata de julgamento eterno. Com certeza, o Senhor lidará com o crente que cultiva um espírito não perdoador.

O amor pelo irmão é uma das evidências de que a pessoa foi salva (1Jo 3:10-62). Os cristãos que não perdoam os outros esqueceram o que Cristo fez na cruz por eles. A igreja deve acautelar-se do "o fer-mento da maldade e da malícia" (1Co 5:6-46) que cresce em silêncio e corrompe toda a congregação.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35
18.6 Pequeninos. Jesus singulariza a grandeza da humildade, a singela dependência e a completa confiança no Pai Celestial, tomando-a de uma criança a qual a deposita no pai terrestre como modelo. Pedra de moinho. Aquela que era movida por um asno.

18-8,9 Qualquer capacidade física, mental ou espiritual que nos leve ao afastamento de Deus, deixa de cumprir sua principal finalidade e é, até, um empecilho mortal.
18.10 A referência aos pequeninos pode ser tanto à criança como aos neófitos na fé., O escândalo e o desprezo a estes novos teria efeito negativo no exemplo ou ensino, afastando-os da fé. O provocador de escândalos receberá o mais severo julgamento de Deus (6.7). Seus anjos. Os anjos têm um ministério especial de cuidar dos que não podem cuidar de si mesmos (conforme He 1:14).

18:12-14 A parábola da ovelha perdida reforça ainda mais a doutrina do terno cuidado que Deus tem para com cada indivíduo simples e humilde. É possível que Jesus resuma aqui uma parábola, por Ele contada em outras circunstâncias mais pormenorizadamente (Lc 15:3-7n).

18.14 Da vontade de vosso Pai. O pai deseja que todos sejam salvos. Mandou Seu Filho ao imundo para salvar, e não para condenar. O homem que vai para a inferno, vai porque desde já consente, direta ou indiretamente, nisso (25.41), e não porque Deus o quer (1Tm 2:4).

18.15- 17 A disciplina da igreja:
1) Ouve testemunhas;
2) Trata da vida moral dos crentes, do "irmão":
3) Visa à recuperação de um faltoso (conforme Gl 6:1-48);
4) Os membros devem exortar-se mutuamente e em particular;
5) Outros membros podem ser consultados;
6) Só no caso de não haver arrependimento é que o caso deveria ser encaminhado às autoridades da igreja;
7) Caso haja desrespeito à igreja, o culpado deve ser excluído da comunhão e tratado como a um pagão (o que não deixa de estar dentro do objetivo do amor). • N. Hom. A prova da verdadeira conversão é a humildade perante Cristo e perante os homens (18.3 e 10); a prova da inimizade a Cristo também está no fato de alguém fazer a algum outro tropeçar na fé

18.16- 20 Jesus dá grande importância à verdadeira união na igreja. A disciplina impõe-se pela unidade da ação. A oração atinge seu pleno valor quando feita em conjunto pelos crentes. A congregação reúne em nome de Cristo é a que O tem em seu meio; O ponto comum e central da fé, a pessoa de Jesus Cristo é Sua autoridade, Sua palavra, Seu amor, e sendo Ele, assim, o alvo e o estimulador da fé cristã. Ele é o fator básico da unidade.

18.19 O verdadeiro entendimento entre os seres humanos é raro. Jesus só exige um acordo entre duas pessoas, mas a Sua oração é que este acordo cristão seja estendido a todos os crentes do mundo (Jo 17:21).

18.21 Até sete vezes? Pedro quis ser generoso, pois as tradições dos rabinos falavam em perdoar até três vezes. A resposta de Jesus, tomando-se em consideração, o que Pedro disse, significa que o espírito de perdão vai muito além dos mesquinhos cálculos humanos.

18:23-25 A parábola do credor sem compaixão, ensina a Pedro o motivo pelo qual deve-se perdoar sem limites. Deus perdoou-nos tanta coisa ao nos conceder o dom gratuito da Salvação em Cristo, que qualquer ofensa que outro ser humano possa praticar contra nós, é irrisória, em comparação a isto. Perdoá-lo seria o mínimo que poderíamos fazer, refletindo, assim, algo da bondade divina que tem sido derramada em nossas vidas (6.14, 15).
18.24 Talentos. Cada um valia 6.000 denários, e seu conteúdo em prata valeria, hoje, acima de sete mil cruzeiros, embora na época se comprasse muito mais em mercadorias. A soma total era de 60 milhões de denários. • N. Hom. O verdadeiro perdão:
1) Jesus ensinou-nos a perdoar sempre;
2) Isto refere-se especialmente a ofensas praticadas contra nós mesmos;
3) Pelo fato de também sermos: pecadores, não nos compete julgar com demasiado rigor às faltas do nosso próximo;
4) Deus, finalmente, julgará a todos segundo Sua reta justiça: que será de nós se não praticarmos misericórdia? (Jc 2:13).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35
A disputa acerca de quem é o maior (18:1-5)

V.comentário de Mc 9:33-41 e 10.15. Das reivindicações que vêm de fora, nos voltamos agora para a comunidade da igreja em si mesma. Em uma sociedade e uma família bem organizada, uma criança pequena, com todas as suas falhas, não vai se preocupar com qualquer escala de grandeza. Deus é tão grande que quaisquer diferenças ou hierarquia no seu reino precisam apagar-se na insignificância quando vistas à luz dele. Além disso, a escala de valores dele é tão diferente da do homem que para ele o ato de receber uma criança pode ser equiparado a receber Jesus (v. 5).

v. 4. quem se faz humilde como esta criança-. “O sentido não é quem se humilha como se humilha essa pequena criança, mas quem se humilha até que seja como é esta pequena criança” (Tasker).

A importância dos pequeninos (18:6-14)

Nessa seção, os v. 8,9 interrompem a conexão entre os v. 6,7, e 10-14. Eles são uma repetição Dt 5:29,Dt 5:30, tendo o propósito de remeter o leitor de volta àquele trecho, e seria melhor colocá-los entre parênteses. Eles servem para destacar o horror do pecado e da tentação. A mudança de “criança” para pequeninos sugere que estamos tratando tanto de crianças quanto daqueles que se tornaram como crianças (v. 3,4). fizer tropeçar um destes pequeninos-. Essa expressão não é uma boa tradução do grego. Knox traz uma formulação melhor quando usa a expressão “fere a consciência de”. A psicologia moderna tem mostrado que não satisfazer os padrões de uma criança pode causar prejuízos psíquicos e espirituais duradouros; o mesmo se aplica a muitos recém-convertidos. Há aqueles que nunca se converteram em virtude da conduta ímpia dos crentes, e há muitos aleijados espirituais por causa de suas primeiras impressões da igreja, v. 7. Ai do mundo, por causa das coisas que fazem tropeçar. Knox: “Ai do mundo por causa do prejuízo causado às consciências!”.

O fato de que os retratos sentimentais de anjos da guarda das crianças nos causam aversão não é razão para rejeitarmos o significado literal da frase os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste.... É verdade, sem dúvida, que “o anjo, portanto, simboliza a relação do crente com Deus” (M’Neile), mas, em vista da crença judaica contemporânea quase universal em anjos da guarda, é quase impossível não enxergar uma confirmação do conceito por parte de Jesus, embora não de muitos enfeites fantasiosos dela. Assim, não temos base para dizer que “os seus anjos são seus correlativos, ou suas cópias espirituais, que sempre têm acesso à presença do Pai” (Tasker). Isso parece ser uma dedução inválida de alguns ditados rabínicos.

Acerca dos v. 12,13, conforme comentário de Lc

15:1-7. O uso da parábola aqui mostra que devemos incluir “cobradores de impostos e pecadores” arrependidos entre os pequeninos. A evidência dos manuscritos é claramente contrária à inserção do v. 11 aqui (cf. Lc 19:10). v. 14. que nenhum destes pequeninos se perca-, “Nenhum” é neutro, remetendo às ovelhas, i.e., isso é a conclusão da parábola, mostrando que é o Pai (a evidência dos manuscritos está praticamente dividida entre “meu” e de vocês) que vai atrás dos perdidos, por meio do Filho, evidentemente. Enquanto houver esperança, ele vai fazer tudo que for possível, sem privar ninguém de sua personalidade.

A forma de a igreja tratar do pecador (18:15-20)
Essa seção sempre deveria ser lida à luz dos v. 10-14. Estamos tratando da contrapartida humana ao amor divino em ação.
v. 15. Se o seu irmão pecar contra você: A evidência dos manuscritos não está clara, mas parece melhor omitir contra você (assim a NEB). As palavras podem bem ter sido inseridas para desencorajar a idéia de que Jesus estava dando carta branca ao intrometido. Se alguém por acaso tiver prazer em realizar essa tarefa, isso já é evidência de que não está apto para ela. Visto que todo pecado causa prejuízo, o cristão não deve ser indiferente ao pecado do seu irmão. O tratamento pessoal deveria causar um mínimo de desconforto e dá menor publicidade ao pecado. As duas ou três testemunhas (conforme Dt 19:15) não devem meramente relatar a atitude do transgressor, se ele não lhes der ouvidos, mas também verificar a validade da acusação — o acusador nem sempre está certo. Se ele se recusa a ouvir a igreja local, certamente é uma influência venenosa e precisa ser excluído. Na boca de Jesus, os termos pagão e publicam claramente indicam que o excluído deve ser ganho novamente. O transgressor não terá benefícios em apelar à corte dos céus, pois, se o ensino de Jesus foi seguido sinceramente e de coração, Deus vai endossar a decisão da igreja (v. 18; conforme 16.19).

No seu contexto original, os v. 19,20 mostram as duas ou três pessoas do v. 16 se preparando para a sua tarefa — somente quando elas tiverem sido ignoradas, toda a igreja é incluída na ação. concordarem (symphõneõ) sugere uma harmonia que pode ser gerada somente por muita oração e estudo detalhado de cada caso. Os que se engajarem nisso podem ter certeza da presença de Cristo com eles. v. 20. se reunirem [...] em meu nome. A tradução “para o meu nome” (J. N. Darby) é mais literal, mas praticamente incompreensível. eis to onoma nos papiros significa “por causa de”, “no interesse de”, “para a possessão de”, i.e., eles se encontram como propriedade consciente de Jesus. Enquanto o v. 10 pode ser usado corretamente como uma palavra de encorajamento àqueles que se encontram em pequenos grupos por causa da consciência, não fornece base alguma para aqueles que pensam que, ao usarem uma fórmula verbal, tornaram-se prediletos de Deus.

Perdão (18:21-35)
Pedro, evidentemente, percebia que, se um discípulo errante deveria se reconciliar com Deus, tinha de se reconciliar com seus companheiros discípulos também, kté sete vezes: A idéia encontrada em alguns comentários mais antigos de que os rabinos fixaram o número de vezes em que um homem tinha de ser perdoado em três é baseada em uma compreensão errônea da regra de que, se o transgressor pedisse perdão três vezes na presença de testemunhas, tinha de recebê-lo. Pedro, provavelmente, estava escolhendo sete como o número perfeito, mas limitado. A resposta de Jesus inverteu a bravata orgulhosa de Lameque (Gn 4:24).

A parábola que ilustra o ensino é ambientada na corte de algum potentado oriental, onde o ouro flui como água e os cortesãos são chamados de “servos” (douloi), i.e., escravos.

v. 28. cem denários: Nenhuma bagatela, pois representava cem dias de salário de um trabalhador braçal (conforme 20.2). Não é a soma implicada, mas a disparidade entre as somas que é o centro da parábola. Tasker sugere a proporção de 2 ou 3 milhões de libras (esterlinas) para 200 ou 300 libras. M’Neile sugere uma disparidade de 600.000 para um. Jesus não sugeriu que as dívidas que têm conosco os que pecam contra nós não sejam graves — muitas vezes são —, mas, comparadas com as nossas dívidas com Deus, não são praticamente nada. Acerca do v. 35, conforme 6.15.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Mateus Capítulo 4 do versículo 12 até o 46

III. O Ministério de Jesus Cristo. 4:12 - 25:46.

A análise de Mateus do ministério de Cristo foi baseada sobre quatro áreas geográficas facilmente notáveis: Galiléia (Mt 4:12), Peréia (Mt 19:1), Judéia (Mt 20:17) e Jerusalém (Mt 21:1). Como os outros sinóticos ele omite o anterior ministério na Judéia, que ocorre cronologicamente entre Mt 4:11 e Mt 4:12 (confira com Jo 14:1)


Moody - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 15 até o 20

15-20. Instruções sobre o procedimento em relação aos ofensores.


Moody - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 19 até o 20

19,20. A promessa de que a oração será atendida se ao menos dois de vós concordarem fornece uma prova adicional de que as decisões tomadas através de oração pela congregação, nas questões de disciplina, serão divinamente aprovadas. Essa promessa relativa à oração de comum acordo deve ser considerada à luz de outros ensinamentos de Cristo sobre o assunto (conf. I Jo 5:14). Ali estou eu no meio deles. Uma promessa da presença especial de Cristo na menor das congregações concebível.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 20
XXV. QUARTO DISCURSO. ENSINAMENTOS SOBRE A HUMILDADE E O PERDÃOMt 18:1-40; Lc 9:46-42. Um menino (2). Talvez um membro da família de Pedro. Vos converterdes (3) -gr. straphete, "virar". O termo significa que a vida toda, e não somente a pessoa, torna-se para Deus, o que acontece numa genuína conversão. Vos fizerdes como meninos (3). A conversão não significa somente a fé, humildade e simplicidade de crianças, mas também o novo começo da vida por meio da regeneração. Receber em meu nome (5), isto é, pelo fato de a criança me pertencer.

>Mt 18:8

Os vers. 8-9 constituem um parêntese no tema geral e falam dos escândalos, lit. "ciladas". Repetem substancialmente os vers. 29-30. Mão, pé e olho, respectivamente, as ações, a conduta e os desejos. O fogo eterno.... o fogo do Inferno (8-9). A segunda morte. Ver 5.22 n.

>Mt 18:10

No vers. 10 o tema da humildade continua, onde se expressa a idéia de que a falta de humildade constitui uma ofensa. Seus anjos sempre vêem a face de meu Pai (1). Esta é mais uma razão para honrar e não desprezar as crianças. É uma alusão aos anjos de guarda que acompanham a toda criança, pelo menos de toda criança piedosa. Seu ministério é explicado em He 1:14, que descreve os anjos na presença do Pai dos Céus, onde esperam suas ordens a respeito das crianças. Alguns consideram que se refere à representação exata da criança, já presente no mundo espiritual da realidade. O termo é empregado neste sentido em At 12:15, onde o vocábulo moderno seria "é seu espírito". Entretanto, não há evidência de que os cristãos mencionados em At 12:15 acreditavam nesta idéia mais do que as pessoas modernas crêem seriamente em fantasmas.

>Mt 18:11

Os melhores manuscritos omitem o vers. 11. É lamentável perder do contexto este lindo verso tão bem conhecido, mas a omissão é justa. Se fosse parte do original, teria sido difícil omiti-lo. De outro lado, não é difícil compreender que este verso, tirado de Lc 19:10 foi intercalado para fazer uma conexão mais natural entre os vers. 10 e 12. Uma versão mais completa da parábola da ovelha perdida se encontra em Lc 15:3-42. Se perca (14). Este verso não exclui a possibilidade da perdição, mas observa somente que Deus não a deseja.

>Mt 18:15

Teu irmão (15). É provável que esta palavra não se limita ao irmão na fé, mas tem um sentido mais amplo. Repreende-o (15). É preciso que reconheça o seu erro. A última parte do vers. 16 vem de Dt 19:15, seguindo os LXX em geral. O Senhor incorpora este justo e razoável princípio da lei mosaica no Novo Testamento, onde serve para o benefício da Igreja Cristã. Um gentio e publicano (17). Tais pessoas não seriam aceitas na igreja. O pecador obstinado deve ser cortado da comunhão cristã, ao menos provisoriamente. Exemplos disso são dados em 1Co 5:4-46 e 1Tm 1:20. Para o vers. 18, cfr. 16.19 n. Aqui a promessa é dirigida a todos os discípulos. O vers. 19 é uma das grandes promessas do evangelho com respeito à oração. É preciso notar a conexão do verso com todo o contexto. A promessa é dada propriamente aos discípulos reunidos, com Cristo no meio (20), com o fim de disciplinar um irmão no erro (17). Repete-se sua autoridade para exercer esta função (18) e a promessa é cumprida porque agem da parte do Pai, no nome do Filho. Em meu nome (20). Esta frase subentende o direito a sua autoridade.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35

98. Entrar no reino (Mateus 18:1-4)

Naquela época, os discípulos aproximaram-se de Jesus, dizendo: "Quem é o maior no reino dos céus?" E Ele chamou uma criança para si mesmo e apresentou diante deles, e disse: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus. Quem quer que, em seguida, se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus ". (18: 1-4)

Escritura descreve e identifica o povo de Deus por muitos nomes. Mas com mais freqüência do que qualquer outra coisa que estamos chamados filhos e filhos da promessa, filhos do dia, filhos da luz, filhos amados, queridos filhos, e filhos de Deus.
Como crentes podemos nos alegrar com a maravilhosa verdade de que, por meio de Cristo, nos tornamos filhos de Deus, adotado pela graça. Consequentemente, nós carregamos a imagem da família de Deus e são co-herdeiros com Jesus Cristo de tudo Deus possui. Nós gostamos de Deus de amor, carinho, proteção, energia e outros recursos em abundância para toda a eternidade.
Mas há um outro lado para sermos filhos, e nas Escrituras crentes também são referidas como as crianças no sentido de que somos incompletos, fraco, dependente, subdesenvolvido, não qualificado, vulnerável e imatura.

Mateus 18 incide sobre essas, imperfeito, qualidades infantis imaturas que os crentes demonstram como eles mutuamente desenvolver em conformidade com a plenitude da estatura de Jesus Cristo.

Este capítulo é um único discurso ou sermão de nosso Senhor sobre o tema específico da infantilidade do crente, falando diretamente para a realidade de que somos filhos espirituais com todos os pontos fracos que a infância implica. É também essencial para ver que o capítulo ensina a Igreja, como um grupo de crianças espiritualmente imperfeita, como se dar bem uns com os outros. Não é exagero dizer que este é o único grande discurso nosso Senhor nunca deu em vida entre as pessoas resgatadas em sua igreja. Infelizmente, porque ele tem sido largamente mal interpretada, suas riquezas profundas muitas vezes ter sido perdida. Vamos tentar recuperar essas verdades que são tão vital, poderoso, e que a Igreja necessita em cada época e lugar.
A primeira lição neste sermão magistral é que todo mundo que entra no reino faz isso como uma criança (vv. 1-4). Jesus, então, ensina que todos nós no reino devem ser tratados como crianças (vv. 5-9), cuidada como crianças (vv. 10-14), disciplinado como filhos (vv. 15-20), e perdoado quando crianças (vv. 21-35).
O cenário para o sermão é indicado pela frase naquela época , que se refere a um período logo após Jesus disse a Pedro para ir para o mar da Galiléia e recuperar a moeda da boca do peixe (17:27). Enquanto Pedro estava pagando o imposto com a moeda ou, mais provavelmente, só depois que ele voltou, o resto vieram os discípulos a Jesus , possivelmente na casa de Pedro em Cafarnaum.

As duas cenas estão intimamente ligados no tempo e no pensamento. No mesmo dia, os discípulos receberam a lição de ser cidadãos do mundo eles receberam uma série de lições sobre as questões relacionadas a ser filhos de Deus.
O ensinamento do Senhor foi solicitado pelos próprios discípulos, que lhe fez uma pergunta muito egoísta que traiu suas ambições pecaminosas. Aprendemos com Marcos e Lucas que a pergunta, Quem é o maior no reino dos céus? resultou de um argumento Doze estava tendo entre si ", como a que um deles pode ser o maior" (Lc 9:46; conforme Mc 9:34). Embora Ele omnisciently sabia o que tinha acontecido, Jesus perguntou: "O que você estava discutindo no caminho?" Eles eram tão envergonhado de sua atitude e conversa de que "eles se manteve em silêncio" (Marcos 9:33-34).

Sua reticência envergonhada mostra que eles sabiam que o que estavam fazendo era inconsistente com o que seu Mestre estava ensinando sobre a humildade Mas o fato de que eles, no entanto, estavam discutindo sobre suas fileiras relativos no reino mostra que eles estavam fazendo pouco esforço para aplicar o que tinha sido ensinou. Eles eram tão orgulhoso, egoísta, auto-suficiente, e ambicioso como sempre. À luz do que tinham vindo a discutir ea forma como eles formulada a pergunta a Jesus, é óbvio que eles esperavam que Ele para citar uma delas como a maior .

Assim como eles tinham ouvido falar, mas realmente não aceitou o que Jesus estava ensinando sobre a humildade, que também tinha ouvido falar, mas realmente não aceito o que Ele estava ensinando sobre o reino . Muito parecido com aqueles a quem Isaías foi enviado para pregar (Is 6:9), eles devem ter percebido a gravidade E mesmo que eles tinham medo de perguntar a Jesus o que Ele quis dizer (v. 32 b ), parece que eles teriam vindo a discutir que problema em vez de qual deles seria o maior. Eles foram tão preso em seu próprio desejo de prestígio, glória e engrandecimento pessoal que eram impermeáveis ​​a muito do que Jesus disse-mesmo sobre seu sofrimento, morte e ressurreição. Eles demonstraram nenhum conceito de humildade, muito pouco de compaixão, e, sem dúvida nenhuma vontade de tomar as suas próprias cruzes e seguir a Cristo até a morte, como haviam sido ensinados (Mt 10:38-39; 16: 24-26.).

Vários meses após esta lição em Cafarnaum, a sua ambição egoísta ainda era muito evidente. Provavelmente, por iniciativa de seus filhos, a mãe de Tiago e João perguntaram a Jesus: "Command que em seu reino estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda" (Mateus 20:20-21.). Os outros discípulos ficaram indignados com os dois irmãos, mas sua indignação não era justo, mas inveja (24 v.).

Deve ter sido especialmente doloroso para Jesus que, assim como na ocasião registrada no capítulo 18, este pedido egoísta veio imediatamente após ele previu Seu sofrimento e morte (20,19). Não há nenhuma indicação de simpatia, de consolação, ou tristeza a respeito do que o seu Senhor estava prestes a suportar em seu nome e em nome de todo o mundo. E, na noite antes de morrer, enquanto Ele estava comendo a Última Ceia com eles, eles ainda estavam discutindo sobre sua própria grandeza (Lc 22:24). A sua insensibilidade e egoísmo é, assim, demonstrado como todo o mais pecaminoso, pois ocorreu em momentos em que Jesus estava falando de seu próprio sofrimento e morte.

O resto dos discípulos pode ter sido ciúmes de Pedro, sabendo que ele era o mais íntimo com Jesus e foi sempre o seu principal porta-voz. Pedro era um dos três privilégio de testemunhar a transfiguração de Jesus, e somente Pedro tinha caminhado sobre a água ou teve o seu imposto Templo milagrosamente fornecido. Mas também foi só Pedro, que tinha sido dito por Jesus: "Para trás de mim, Satanás" (Mt 16:23), e, talvez, os outros discípulos pensei que a posição número um ainda não foi finalizado.

O ensino aqui é desesperAdãoente necessária na igreja de hoje, onde a ambição egoísta é generalizada e obrigação de cumprir o nosso dever de companheiros de filhos de Deus é rotineiramente ignoradas.
Como todos nós, os discípulos precisavam lições repetidas em humildade, e aqui Jesus usou uma criança como sua ilustração. E Ele chamou uma criança para si mesmo e apresentou diante deles .

Paidion identifica um muito jovem criança , às vezes até mesmo uma criança. Este particular criança foi talvez uma criança, apenas idade suficiente para correr para Jesus quando Ele chamou -o a Si mesmo . Como o grupo era provavelmente na casa de Pedro, a criança pode ter pertencido à família de Pedro e já foi bem conhecido por Jesus. Em qualquer caso, ele prontamente respondeu e se permitiu ser levado para os braços de Jesus (Mc 9:36). Jesus amava as crianças e eles O amavam, e como Ele se sentou diante dos discípulos segurando essa criança pequena em seus braços, ele teve um belo cenário no qual a ensinar-lhes profundas lições sobre a infantilidade dos crentes.

A essência da primeira lição está no versículo três: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus . Essa é uma exigência absoluta e de longo alcance de importância suprema. A entrada no reino demandas infantilidade de Cristo. Não há outra maneira de receber a graça da salvação do que como uma criança.

O reino dos céus , uma frase Mateus usa cerca de 32 vezes, é sinônimo com o reino de Deus. Tornou-se comum para os judeus no final da época do Antigo Testamento, e especialmente durante o período intertestamental, para substituir, por temor a palavra céu para o tetragrama hebraico YHWH ), nome da aliança de Deus (rendido frequentemente como Yahweh, ou Jeová). Usado dessa forma, o céu era simplesmente outra maneira de dizer a Deus . Ambas as frases referem-se a regra de Deus, reino dos céus enfatizando a esfera eo caráter de Seu governo, eo reino de Deus enfaticamente apontando para o governante Si mesmo. Deus governa Seu reino com os princípios celestiais e bênçãos celestiais e em poder celestial, majestade e glória entrar no reino significa ficar sob o domínio soberano de Deus.

Nosso Senhor está falando diretamente sobre a entrada de reino de Deus pela fé, através da salvação que resultará em bênçãos futuras milenar e glória eterna. A frase "entrar no reino dos céus" é usado três vezes no livro de Mateus (ver também 07:21; 19: 23-24) e, em cada caso, se refere à salvação pessoal. É a mesma experiência de entrar na vida (18:
8) e entrar na alegria do Senhor (25:21).
O fato de que uma pessoa deve entrar no reino assume que ele é nascido fora dele sob o domínio de Satanás, e que ele não é, naturalmente, um cidadão celeste sob o domínio de Deus. O propósito do evangelho é para mostrar aos homens como eles podem entrar no reino e se tornam seus cidadãos, que se deslocam a partir do reino das trevas para o reino do Filho amado de Deus (Cl 1:13). É o desejo de Deus para ter os homens entram em Seu reino, e Ele não quer "que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2Pe 3:9.).

Um segundo componente da fé que concede entrada para o reino é o reconhecimento da falência espiritual. Isso, também, é uma obra de Deus, não o homem, porque é o Espírito Santo, que convence do pecado (João 16:8-11). As bem-aventuranças começar com uma chamada para a humildade, expressou lá como pobreza de espírito (Mt 5:3). Entrando o reino de Deus é mais do que simplesmente expressando o desejo de estar nele e ter a convicção de que Jesus é o seu Senhor. O soberano, poupando Deus vai produzir na alma uma apresentação pessoal a Jesus como Senhor e um novo desejo do coração a obedecer suas ordens. A pessoa que não está disposto a deixar as coisas do mundo para as coisas do Senhor não tem desejo genuíno para a salvação (8: 19-22). Ao entrar no reino assume pelo próprio termo que vem sob o domínio do Senhor daquele reino.

Quando Jesus chamou as pessoas para segui-Lo, Ele estava chamando-os para a salvação (conforme Mt 19:21). O novo nascimento torna as pessoas seguidores de Jesus. Seria mais coerente com o método de nosso Senhor, se, em vez de pedir às pessoas para "tomar uma decisão por Cristo", evangelistas modernos iria chamá-los de abandonar o pecado para seguir a liderança do Senhor e entregar a Ele a regra de suas vidas .

Aquele que entra o reino de Deus também está disposta a fazer confissão pública de seu desejo de seguir o Senhor. "Todo aquele, pois, que me confessar diante dos homens," Jesus disse: "Eu também o confessarei diante de meu Pai que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus" (10: 32-33).
Aquele que entra o reino de Deus está ciente de sua necessidade de ser abnegado. Jesus disse: "Quem não toma a sua cruz e siga-Me depois não é digno de mim Quem acha a sua vida, perdê-la, e quem perder a sua vida por minha causa achá-la." (10: 38— 39).
Além disso, na apresentação de Mateus da fé que salva é o componente de persistência. A mulher cananéia com a filha possuído pelo demônio não desistiu quando Jesus em primeiro lugar ignorado ela, quando os discípulos queriam mandá-la embora, ou mesmo quando Jesus lembrou-lhe que ela não era um israelita, um dos eleitos de Deus. Ela estava disposta a tomar sobras mesmo do Senhor e não iria desistir até que Ele havia encontrado sua necessidade. Em resposta a sua persistência infantil, Jesus disse: "Ó mulher, sua fé é grande, faça-se para você como você deseja" (15,28).
Todos esses componentes da fé que Deus concede para a salvação pode ser resumido na primeira lição Jesus ensina-a lição de humildade.
É impossível perder o fato de que esse ensino é direcionado para os discípulos e implica que eles precisavam ouvir e aceitar isso. E a partir do argumento de entre eles que levou essa lição de Jesus, é óbvio que eles não estavam vivendo de acordo com o seu padrão de humildade. Eles estavam se manifestando orgulho e egoísmo. Pode ser que alguns deles ainda não estavam no reino (certamente este convite era pertinente ao sedento de poder faminto de dinheiro Judas), e aqueles que estavam no reino havia permitido que sua carne caiu para dominar suas atitudes. Isso faz com que a declaração importante que, mesmo que os nossos corações estão em linha com esses princípios de fé salvadora genuína no tempo que Deus graciosamente concede-nos, caímos frequentemente e facilmente ao poder do pecado que ainda está em nós.
Como Ele tomou o menino nos braços e segurou-se diante dos discípulos, o Senhor reuniu todos os elementos de salvação: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céu ".

A frase são convertidos traduz um passivo aorista de strephō , que em outras partes do Novo Testamento sempre é traduzido com uma idéia de "viragem" ou "se virar". Isso significa fazer um rosto sobre e ir na direção oposta. Pedro usou uma forma de o termo duas vezes em sua mensagem pouco depois de Pentecostes, como ele chamou os seus ouvintes a "arrepender-se, pois, e voltar, de que seus pecados sejam cancelados away" e declarou de Jesus que "Deus suscitou a seu Servo, mandaram— abençoá-los, convertendo cada um de vocês das suas maldades "(At 3:19, At 3:26). O termo é usado repetidamente no livro de Atos para falar de conversão (11:21; 15:19; 26:18, 20). Paulo usou a palavra quando se fala dos crentes de Tessalônica, que se voltaram "dos ídolos para Deus para servir a um Deus vivo e verdadeiro" (1Ts 1:9 alude a estas duas metades da viragem quando declara: "e os pecadores serão convertidos para Ti". Uso de Jesus aqui da voz passiva indica que os discípulos não puderam ser convertidos do pecado para a justiça por seus próprios esforços, mas precisava de alguém para transformá-los ao redor. Embora não seja necessária a resposta da vontade de uma pessoa, só Deus tem o poder de converter.

Para ser convertido requer que as pessoas tornam-se como crianças , Jesus explicou. Uma criança pequena é simples, dependente, indefesa, não afetado, despretensioso, sem ambição. As crianças não são sem pecado ou naturalmente altruísta, e eles exibem sua natureza caída desde a mais tenra idade. Mas eles são, no entanto, ingênuo e despretensioso, confiando dos outros e sem ambição de grandeza e grandeza.

"Ele é a pessoa que se humilha como esta criança ", declarou Jesus," que é o maior no reino dos céus . " O verbo atrás humildes é tapeinoō , que tem o significado literal de fazer baixa. Aos olhos de Deus, aquele que se abaixa é aquele que é elevado; aquele que verdadeiramente se considera ser o menos é o que Deus considera ser o maior . "O maior dentre vós será vosso servo", Jesus disse aos fariseus hipócritas. "E quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado" (Mateus 23:11-12.). A pessoa que não está disposto a se tornar humilde como Jesus "humilhou" (Fp 2:8). O caminho do auto é o caminho da desqualificação do reino. Aqueles que glorificar a auto não só não vai ser grande no reino, mas não entrará nele.

Tiago apresenta um convite para a salvação que unarguably reitera o que o Senhor exige nesta passagem de Mateus:

Todavia, dá maior graça. Por isso, diz: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." Enviar portanto, a Deus. Mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Aproximem-se de Deus e Ele se aproximará de você. Purificai as mãos, pecadores; e purificai os corações, vós de espírito vacilante. Seja miserável e lamentar e chorar; se o vosso riso em pranto, ea vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará. (Tiago 4:6-10)

99. O perigo de causar um cristão de Pecado (Mateus 18:5-9)

"E aquele que receber um destes meninos em meu nome a mim me recebe, mas quem fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim a tropeçar, é melhor lhe fora que uma pedra de moinho heavy ser pendurado no pescoço, e que ele se afogou no profundeza do mar.
"Ai do mundo por causa de seus tropeços Pois é inevitável que tropeços vir;! Mas ai daquele homem por quem o escândalo vem E se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-a e lança— de você, é melhor você entrar na vida aleijado ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno E se o seu olho o fizer tropeçar, arranca-o e lança-o de ti.. É melhor para você entrar na vida com um só olho do que, tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo (18: 5-9).

Tenho quatro filhos que são preciosos para mim. Eu os amo profundamente e sou zeloso pelo seu bem-estar, especialmente o bem-estar espiritual. O meu desejo mais profundo é que eles continuamente crescer na semelhança de Cristo, em conformidade com a mente ea vontade do Senhor. Eu sinto uma sensação quase dolorosa de responsabilidade e compromisso para proteger meus filhos de toda forma de mal e perigo. De tempos em tempos, quando as pessoas e influências vêm em suas vidas que eu conheço seria prejudicial a eles, eu fiz o meu melhor para protegê-los contra esses perigos. Como qualquer pai normal, tenho grande apreço por aqueles que ajudar meus filhos e grande indignação para aqueles que os prejudicam.
A maioria dos pais são mais grato pelo que é feito em nome e em benefício de seus filhos do que para qualquer coisa que poderia ser feito para si. Da mesma forma, a maioria dos pais acham mais fácil perdoar uma ofensa contra si do que um contra seu filho. Os pais são gratos aos amigos, professores, e outros que incentivar, apoiar e criar seus filhos. Eles se irritarem, no entanto, por um jovem que faz sua filha grávida, um suposto amigo que induz o filho a experimentar drogas, ou um professor incrédulo que tenta levar seu filho ou filha longe de sua fé cristã.
Deus é o modelo perfeito desse tipo de preocupação dos pais, porque Ele sempre foi muito preocupado com a maneira como seus filhos são tratados. É de extrema importância para ele que ser protegida e alimentada. Ele, portanto, promete bênção para aqueles que tratam bem seus filhos e dá terrível aviso para aqueles que deles causar danos.

Esta atitude de Deus para com Seus filhos vai todo o caminho de volta para quando Ele chamou pela primeira vez para si uma nação dos lombos de Abraão e disse que ele e seus descendentes, "Abençoarei os que te abençoarem, e aquele que te amaldiçoarem amaldiçoarei "(Gn 12:3). Quando Saulo perseguia os cristãos, o Senhor confrontou-o na estrada de Damasco, com as palavras: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 9:4). Não é que o próprio Cristo se torna impuro pela impureza dos Seus seguidores, mas que o seu nome está manchado. Ele não está pessoalmente contaminada por causa dos pecados dos crentes mais do que a luz solar em contaminado por que brilha em um depósito de lixo. Mas seu nome é caluniado e Sua obra é prejudicada quando o Seu povo pecar, assim como seu coração é abençoado quando seu povo são recebidos.

Recebe é de dechomai , o que significa que, deliberada e prontamente tomar algo ou alguém a si mesmo. O termo foi usado frequentemente de acolher convidados de honra e satisfação das suas necessidades, com especial atenção e Gentilza. Principal ponto de Jesus aqui é que a forma como uma pessoa, crente ou não crente, trata os cristãos é a maneira como ele trata Jesus Cristo. Quando alguém recebe com o coração aberto um cristão como um convidado de honra e amigo, ele recebe a Cristo como seu convidado e amigo. Quando ele trata qualquer cristão com ternura e bondade, ele trata Cristo da mesma forma.

Nosso Senhor ensinou enfaticamente essa unidade entre Ele e Seu povo quando Ele disse: "Quando o Filho do Homem vier em sua glória e todos os anjos com ele", Jesus disse, "então se assentará em seu trono glorioso." Depois de crentes que colocam, a ovelha, à sua direita e os incrédulos, os cabritos, à esquerda,

o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo, porque tive fome, e me destes de comer;. Eu estava com sede e me destes de beber; fui estrangeiro, e você convidou-me dentro; nu, e vestistes-me; eu estava doente, e visitastes-me;. Eu estava na prisão e fostes ver-me " Então os justos lhe responderão, dizendo: "Senhor, quando te vimos com fome e alimentar, ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e convidá-lo, ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos te visitar? " E o Rei, respondendo, disse-lhes: «Em verdade vos digo que, na medida em que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo o menor deles, que você fez para mim." (Mt 25:1; 2Rs 3:32Rs 3:3).

Jesus acusou os líderes judeus não apenas com ser hipócrita e pecaminoso em si, mas com os outros líderes em pecado por meio de suas tradições humanas. Embora eles não eram culpados de adultério, no sentido de ter um caso extraconjugal, muitos deles tornaram-se próprios adúlteros e promoveu adultério por outros através de sua tradição de permitir um marido repudiar sua mulher, sem causa legítima.Quem quer que "se divorciar de sua mulher, a não ser por causa de falta de castidade" Jesus declarou: "faz com que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério" (Mt 5:32.).

A igreja de Pérgamo foi indiciado pelo Senhor porque tolerado membros que detinham "a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e para cometer atos de imoralidade" (Ap 2:14). A igreja em Tiatira tinha um pecado semelhante, a tolerância de "a mulher Jezabel, que se diz profetisa, e ela ensina e leva meus servos desviar para que eles cometem atos de imoralidade e comer coisas sacrificadas aos ídolos" (2: 20). Ambas as igrejas tolerado o ensino da falsa doutrina e da prática de maus padrões de vida.

Um marido hoje pode sugerir a sua esposa: "Vamos adicionar esta dedução para a nossa declaração de imposto de renda. Realmente não se qualificar, mas ninguém nunca vai saber e, além disso todo mundo faz isso." Ao fazer isso, ele comete um pecado duplo induzindo sua esposa para acompanhá-lo na fraude. Uma pessoa pode falar um colega de trabalho para se juntar a ele em inflar os relatórios de despesas da empresa e embolsando a diferença. Essa pessoa também comete o pecado duplo Jesus está advertindo contra aqui. Um homem pode seduzir uma mulher cristã ou levá-la para assistir imoral entretenimento, enquanto em uma data.
Esses exemplos e muitos mais se qualificaria como formas de levar uma criança de Deus para o pecado. É incrível como somos relutantes para expor nossas crianças físicas para o mal e como estamos ansiosos para protegê-los. Mas muitas vezes não estamos tão ansiosos para proteger todas as outras crianças da família do Senhor.

Os filhos de Deus também pode ser causado a tropeçar indiretamente. Essa é a ampla categoria de perigo sobre o qual Paulo adverte especificamente os pais, dizendo: "não provoqueis vossos filhos à ira" (Ef 6:4). Um líder-se pastor da igreja, que trabalha com jovens, professor da escola dominical, ou o que quer-não pode escapar de ser um exemplo de que, para melhor ou pior, consciente ou inconscientemente, vai ser seguido por aqueles dadas em seu atendimento.

Mesmo quando uma pessoa se não está pecando, é possível para ele levar os outros ao pecado. Por descuido exibindo sua liberdade em Cristo através da participação em uma atividade que não é em si um pecado, e é perfeitamente adequado para um cristão forte, é possível fazer com que irmãos e irmãs mais fracos para tropeçar . Se eles seguirem o exemplo do crente maduro enquanto ainda está sendo condenado em suas próprias consciências imaturas que a prática é errada, eles são levados ao pecado. Embora a prática em si pode não ser pecado, torna-se pecaminoso para o cristão mais fraca porque é feito contra o que ele acredita ser o certo, e, portanto, contra a sua consciência.

Muitos crentes na igreja primitiva saiu do judaísmo estrito, em que era proibido comer carne de porco, de qualquer forma. Eles também foram usados ​​para observar vários dias santos, especialmente o sábado. Depois de se tornar cristãos era difícil romper com esses regulamentos cerimoniais da Antiga Aliança que tinha sido incutiu neles como exigido por Deus, e muitos não poderia trazer-se a comer carne de porco ou para trabalhar no sábado. Muitos outros cristãos, por outro lado, saiu do paganismo pontuação, onde as práticas demoníacas e os piores tipos de imoralidade eram partes integrantes de sua religião. Para eles, qualquer coisa associada com esses ritos pagãos era abominável e repugnante, e para comer um pedaço de carne que uma vez que tinha sido oferecido em um altar pagão era impensável.

Essa é a questão Paulo cobre totalmente em Romanos 14 e I Coríntios 8 (ver o volume de 1 Corinthians nesta série comentário), um problema agravado pelo julgamento justiça própria em ambos os lados. Os crentes gentios criticou crentes judeus mais fracos para ainda se recusando a tocar carne de porco ou fazer qualquer tipo de trabalho no sábado, enfatizando o fato de que, em Cristo, eles haviam sido libertados de tais restrições cerimoniais. Os crentes judeus criticaram os crentes mais fracos gentios por se recusar a comer carne oferecida aos ídolos pagãos, enfatizando o fato de que eles agora sabia que essas divindades pagãs não eram deuses em tudo e que, em qualquer caso, a própria carne não poderia ser espiritualmente ou moralmente contaminante.

A preocupação importante, Paulo disse a ambos os lados, não era nem comer ou não comer certos alimentos, nem observar ou não observar determinados dias. O mais importante, de longe, foram as consciências dos seus companheiros crentes. Enquanto alguém acredita que uma prática é errado, para ele, é errado, porque sua intenção é a de fazer o mal, mesmo que a prática pode não ser errado em si mesmo. Até que sua consciência cresce para o lugar onde ele pode honestamente aceitar fazê-lo, a prática deve ser evitada. Não só isso, mas aqueles que não compartilham dessa inibição particular, deverá respeitar aqueles que o têm. Caso contrário, eles podem causar o irmão a cometer o pecado, indo contra a sua consciência. Na verdade, o cristão mais forte se deve abster-se da prática, se isso iria ajudar a proteger a consciência de um crente mais fraco. Em resumo, Paulo diz: "Na verdade tudo é limpo, mas eles são mal para o homem que come e dá ofensa. É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece. A fé que você tem, tem como sua própria convicção diante de Deus Feliz é aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque não come de fé;.. e tudo o que não é de fé é pecado "(Rm 14:20-23; conforme 1 Cor. 8: 1-13.).

Um cristão fraco, que é continuamente oferecido uma atividade que ofende a sua consciência é provável ou, eventualmente, para ir junto e fazer o que ele acredita que é errado, e, assim, revelar um motivo de desobediência e, assim, ir contra a sua consciência, ou a reagir contra a atividade e ir mais profunda no legalismo. Em ambos os casos, ele é causado a tropeçar espiritualmente, e qualquer um que contribui para o seu tropeço, Jesus diz, seria melhor morto.

Assim como muitos nos últimos dias vai se surpreender que haviam servido ao Senhor por meio de servir o seu povo, muitos outros vão se surpreender que eles haviam se oposto ao Senhor por não servir o seu povo. Para as cabras incrédulos à sua esquerda o Senhor vai dizer,

"Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e me destes nada para comer; tive sede, e me destes de beber; fui estrangeiro e você não convidou-me dentro; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão e não fostes visitar-me ". Em seguida, eles próprios também vai responder, dizendo: "Senhor, quando te vimos com fome ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não cuidar de você?" Então Ele lhes responderá, dizendo: "Em verdade vos digo que, na medida em que você não fez isso para um dos menos um desses, você não fez isso para mim." E irão estes para o castigo eterno. (Mt 25:1). Deus conduz seu povo para longe do pecado e para a justiça, e é isso que todo cristão deve buscar para si e para seus companheiros cristãos. Em sua oração-modelo, Jesus chama-nos a pedir ao nosso Pai celestial "não [a] levar-nos deixeis cair em tentação", sabendo que Ele nunca faria tal coisa, porque é Seu desejo supremo de "livrai-nos do mal" (Mt 6:13). Tiago assegura-nos que "Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém" (Jc 1:13). A pessoa que vive uma vida piedosa segue o exemplo de Deus. Como Deus, ele nunca leva outros a pecar, mas ajuda a protegê-los contra ele e constrói-los em santidade.

Em vez de induzir os outros ao pecado, devemos levá-los a crescer em justiça. Em vez de fazer mau uso de nossa liberdade para a nossa própria satisfação, devemos estar dispostos a restringir nossa liberdade, sempre fazê-lo pode ajudar um irmão mais fraco. Em vez de definir um exemplo do mal, devemos dar o exemplo de Cristo. Em vez de provocar os outros a ponto de raiva e revolta, devemos estimulá-los a amar e boas obras.
William Barclay conta a história de um homem velho em seu leito de morte, que foi terrivelmente perturbada. Quando perguntado o que estava incomodando, ele respondeu: "Quando éramos meninos em jogo um dia em uma encruzilhada revertemos uma placa de sinalização, e eu nunca deixou de me pergunto quantas pessoas foram enviadas na direção errada por isso que fizemos." Tais atos ir o tempo todo na vida da igreja como crentes enviar outros sinais crentes que os levam no caminho para o pecado. Isso é extremamente grave. Quão sério é visto no versículo seguinte.

"Ai do mundo por causa de seus tropeços" Jesus passou a avisar. "Por que é inevitável que tropeços vir, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!"

Ai era uma palavra de maldição e condenação. O mundo está sob maldição, não só por causa de seu próprio pecado de Deus, mas por causa das espirituais e morais obstáculos que coloca nos caminhos de Seus filhos. Parece não haver fim de livros, revistas, filmes, programas de TV, e comumente aceita práticas e atitudes para enganar e corromper aqueles que pertencem a Deus. O mundo está em constante criação de armadilhas pecado e suas vítimas preferidas são filhos de Deus.

É uma característica de caída do mundo, e é inevitável que tais obstáculos vêm e continuam a vir até à vinda do Senhor. Mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! Jesus já tinha estabelecido a gravidade desse delito, declarando-o Seria melhor para a pessoa culpada de ter sido atirado ao mar e se afogou. Melhor morto do que para conduzir um dos pequeninos do Senhor desviado. Agora Ele acrescenta que tais delitos trazer o juízo de Deus.

Um dos homens jovens em nosso ministério deficientes igreja veio a mim um domingo e disse que tinha feito uma coisa ruim. "Eu fiquei bêbado", ele explicou com remorso. Após a interrogá-lo, descobri que, como uma brincadeira, seu irmão e alguns amigos tinham forçado bebidas alcoólicas em sua garganta até que ele estava bêbado. Mas a pior tragédia não era a sua embriaguez, mas a culpa que ele foi feito para sofrer. Ele pensou que era responsável por tornar-se embriagado e tinha pedido a Jesus para o perdão, mas ele estava tão envergonhado que ele se perguntou se o Senhor iria perdoá-lo. Assegurei-lhe que Jesus totalmente compreendido e lhe tinha perdoado, embora, é claro, a culpa não era dele em tudo. E aqueles que foram culpados por sua embriaguez e consciência ferida estavam em perigo de julgamento de Deus.

A Prevenção

E se a tua mão ou teu pé te faz tropeçar, corta-a e lança-o de ti; é melhor para você entrar na vida aleijado ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. E se o seu olho o fizer tropeçar, arranca-o e lança-o de ti. É melhor para você entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no inferno de fogo. (18: 8-9)

O Senhor é, obviamente, falando em sentido figurado, porque não faz parte de nosso corpo físico nos leva a pecar, e remoção de qualquer parte que não iria manter-nos de pecar. A questão é que uma pessoa deve fazer o que for necessário, não importa como extremo e doloroso que seja, para não pecar si ou para manter-se de fazer os outros ao pecado. Nada vale a pena manter se, de qualquer forma que conduz ao pecado. E a implicação aqui é que não há superação graça disponível para a vitória sobre a tentação e pecado.

Esta é uma repetição, com ligeira alteração, da exortação nosso Senhor deu em Mateus 5:29-30. Em 5: 29-30, a referência é para o olho direito e, em seguida, o de pés e mãos, enquanto que aqui é revertida e nenhuma menção é feita de que o olho. E enquanto o 5: 29-30 refere-se ao inferno, aqui Jesus acrescenta a termos fogo para mostrar a natureza do inferno e Itfe eterna para mostrar o contraste para o inferno.Todos esses detalhes desaparecer quando focamos a intenção das palavras. Os meus próprios comentários sobre a Mateus 5:29-30 texto são repetidas aqui:

Aqui Jesus aponta o caminho para a libertação do pecado coração. À primeira Seu conselho parece incongruente com o que Ele acaba de ser dito. Se o problema está no coração, o que é bom arrancar um olho ou cortar uma mão? Se o olho direito foram perdidos, a esquerda vai continuar a olhar com intenção impura, e se a mão direita foram cortadas, a esquerda ainda permaneceria para realizar atos pecaminosos.

Obviamente, Jesus está falando em sentido figurado dessas coisas, físicas ou não, que fazem com que sejamos tentados ou tornar-nos mais suscetíveis à tentação. Na cultura judaica, o olho direito e mão direita representada melhores e mais preciosas faculdades de uma pessoa. O olho direito representou o melhor de visão e melhores habilidades da uma mão direita. A lição de Jesus é que devemos estar dispostos a desistir de tudo o que é necessário até mesmo as coisas mais queridas que possuímos, se fazendo que ajudará a proteger-nos do mal. Nada é tão valioso quanto para valer a pena preservar à custa da justiça. Esta mensagem forte não é, obviamente, deve ser interpretado de forma de madeira, literal, para que o Senhor parece estar defendendo a mutilação. Mutilação não vai purificar o coração. A intenção dessas palavras é simplesmente para pedir dramático rompimento dos impulsos pecaminosos em nós que nos empurram para a ação do mal (conforme Mateus 18:8-9; João F. MacArthur,. Mateus 1:7 , A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody 1985]., p 304.)

Se algum hábito, situação, relação, ou qualquer outra coisa te faz tropeçar , Jesus disse, deve ser permanentemente abandonado. Grande perigo muitas vezes requer medida drástica. Mesmo se um sacrifício leva uma pessoa a ser figurativamente aleijado e ser cego em um olho -financially, social, profissional, ou de qualquer outra forma, que é infinitamente melhor do que ser lançado no fogo eterno do inferno.

Esta declaração quase proverbial é uma exortação geral apelando para medidas drásticas contra o pecado. Apesar de apenas os incrédulos estão em perigo de inferno, os crentes podem entender a partir dessa declaração a gravidade do pecado e de levar outros ao pecado. A melhor prevenção contra causando outros ao pecado está a fazer qualquer sacrifício é necessário para proteger a si mesmo do pecado. "Eu buffet meu corpo e faço dele meu escravo", disse Paulo, "para que, possivelmente, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser desqualificado" (1Co 9:27.). A pessoa que lida de forma decisiva com suas próprias tentações e pecados será no mínimo perigo de causar outros ao pecado. Se ele é genuinamente e humildemente em causa que ele próprio não tropeçar espiritualmente, ele também será preparado e motivado para ajudar os outros a não tropeçar.

100. O cuidado dos filhos de Deus (Mateus 18:10-14)

Veja que você não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo, que os seus anjos no céu eis incessantemente a face de meu Pai que está nos céus. [Porque o Filho do homem veio salvar o que se havia perdido.] O que você acha? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não deixará as noventa e nove nas montanhas e ir procurar o que é desviada? E se acontece que ele acha, em verdade vos digo que, ele se alegra mais do que com as noventa e nove que não se extraviaram. Assim, não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que um destes pequeninos perecer. (18: 10-14)

Um elemento essencial para a compreensão do plano redentor de Deus é a verdade que somente aqueles que vêm a Ele através de Cristo na fé infantil pode entrar em Seu reino. Apenas aqueles que o Senhor humilha em completa dependência Ele vai se tornar Seus filhos e herdeiros, portanto conjuntas com Jesus Cristo (18 de Matt:. 4; Rm 8:17; Ef. 1: 11-14.). É por isso que, como Paulo aponta para o Corinthians, a igreja não inclui "são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres, mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as coisas que são fortes "(1 Cor. 1: 26-27). Não é que aqueles que têm grande fama, de alta posição, riqueza, inteligência, ou qualquer outra condição ou conquista humana não pode vir a Deus, mas que, por causa de seu reconhecimento e do poder mundano, são muitas vezes inclinados a pensar que eles não têm necessidade Dele .

O "os sábios segundo a carne", a quem Paulo se refere são os intelectuais, aqueles cuja aprendizagem é muito acima do que a pessoa média. O "poderoso" inclui aqueles que têm político, militar ou poder financeiro e que, assim, exercer o controle sobre a vida de muitas outras pessoas. O "nobre" são a elite social, aqueles que herdaram ou alcançado status social elevado. Sentindo-se orgulhoso, superior, e de auto-satisfação, a maioria dessas pessoas não sentem necessidade de Deus, especialmente se vier a Ele exigiria humildade infantil e entregando confiança nas suas capacidades humanas, realizações e posições.
É trágico que muitos cristãos estão ansiosos para ganhar o rico, famoso e poderoso a Cristo, não tanto por causa do Senhor ou para próprio bem dessas pessoas como para a suposta benção seus testemunhos daria à causa da evangelização. No entanto, não é a grandeza humana de uma pessoa, mas a sua humildade espiritual que o Senhor honra e abençoa. É o poder de Deus que chama e ganha os homens a Si mesmo, e os instrumentos humanos que Ele deseja para usar em que o trabalho não é o grande, mas o humilde. Uma testemunha humano que atrai a atenção para si mesmo chama a atenção para longe de Cristo.
Até que uma pessoa está disposta a se tornar um dos de Cristo pequeninos (Mt 18:6, Mt 18:14), ele não pode ter parte no reino de Deus ou a obra de Deus. É por isso que "as coisas vis deste mundo, e os desprezados, Deus escolheu as coisas que não são, para que pudesse anular as coisas que são, para que ninguém se glorie diante de Deus" (1 Cor 1: 28-29. ). E é por isso que, como profetizou Isaías, Deus ungiu a Jesus "para pregar o evangelho aos pobres ... para proclamar a libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para libertar os que são oprimidos" (Lc 4:18.)

É natural para o mundo a ressentir-se cristãos e para olhar para baixo sobre eles. Mas não é aceitável para os cristãos a olhar um para o outro dessa forma. No entanto, ainda temendo a carne decaída, a igreja sempre foi tentado a imitar as formas e atitudes do mundo, o que acontece quando qualquer do povo de Deus se sentir superior aos outros.
Cristãos desprezar uns aos outros de muitas maneiras diferentes. Nós desprezo um pelo outro quando ostentar nossa liberdade antes de crentes mais fracos, levando-os a ir contra a sua consciência ou a exagerar e cair mais fundo no legalismo. "Não deixe o que come conta com desprezo aquele que não come, e não seja aquele que não come julgá-lo que come, porque Deus o acolheu" (Rm 14:3).

Os cristãos também desprezar uns aos outros quando eles mostram parcialidade. Estamos nunca para manter "a fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, com uma atitude de favorecimento pessoal" (Jc 2:1). Essa sempre foi a atitude do Senhor e sempre foi a atitude que Ele espera de Seu povo. O crente que agrada ao Senhor e que sinceramente honre é aquele que honra a todos os outros que pertencem a Ele (Sl. 15: 1-4). Ele nunca olha para baixo em outros filhos de Deus, por mais insignificante que possa parecer.

Da mesma forma, o crente que agrada ao Senhor não dá honra especial a um companheiro cristão por causa da riqueza, posição elevada, ou influência. Isso, também, tem sido sempre uma tentação para os cristãos. Tiago advertiu os crentes na igreja primitiva:

Se um homem entra em sua montagem com um anel de ouro e vestido com roupas finas, e também vem em um homem pobre com roupas sujas, e você prestar atenção especial para a pessoa que está vestindo as roupas finas, e dizer: "Você se senta aqui em um bom lugar ", e você diz para o homem pobre," Você fica lá, ou sentar-se por escabelo dos meus pés, "você não fez distinção entre vós mesmos e se tornam juízes com maus motivos? Ouvi, meus amados irmãos: não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam? Mas você tem desonrado o pobre homem. Não é o rico que você oprimir e pessoalmente arrastá-lo em tribunal? Não blasfemam eles o bom nome pelo qual você foi chamado? Se, no entanto, você está cumprindo a lei real, de acordo com a Escritura, "Amarás o teu próximo como a si mesmo", você está fazendo bem. (Tiago 2:2-8)

Uma terceira maneira crentes desprezam companheiros crentes é retendo a ajuda de quem precisa. Quando Paulo confrontou esse problema na igreja de Corinto, ele repreendeu com as palavras: "Quando você se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor, pois em sua comendo, cada um toma a sua própria ceia primeiro, e um tem fome e outro é bêbado. O que! Você não tem casas em que para comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhar aqueles que nada têm? O que posso dizer para você? Quer que eu te louvo? Neste eu não vou louvor vós "(1 Cor. 11: 20-22). Essa situação corresponderia a uma igreja de hoje ter uma ceia de festa americana antes de um serviço de comunhão, com aqueles que trouxeram comida comer tudo e não compartilhar com aqueles que não tinha nenhuma. Para fazer tal coisa é mostrar desprezo pela igreja de Deus e para Seus filhos mais pobres.

As exortações de Tiago 2:15-16 e I João 3:17-18 são adições valiosas para esse mesmo ponto, advertindo contra a retenção de outros crentes qualquer necessidade básica da vida.

A quarta forma crentes desprezam companheiros crentes é ridicularizando sua aparência física. Tal insensível, sem coração crítica foi dirigida contra Paulo por alguns dos membros soberbos, mundanos na igreja de Corinto, que disse que "suas cartas são graves e fortes, mas a sua presença pessoal é inexpressivo, ea sua palavra desprezível" (2Co 10:10). Para zombar outra pessoa por causa de deficiências físicas, mentais ou culturais, não só é desprezível aos olhos dos homens, mas em Deus.

Durante uma das campanhas britânicas Dwight L. Moody, ele foi repetidamente ridicularizado na imprensa por sua falta de bom Inglês e seu estilo caseiro. Quando pediu para falar na Universidade de Cambridge, o epítome do intelectualismo e sofisticação britânica, Moody aparentemente decidiu capitalizar sobre essa imagem, a fim de ganhar a atenção do público. Seu comentário sem dúvida, também teve o efeito de apontando para cima a superficialidade e irrelevância da crítica de sua gramática. Ele abriu sua mensagem com as palavras: "Não deixe que ninguém nunca lhe dizer Deus não te amo, porque Ele faz."
Crentes desprezar os outros crentes, quando eles são indiferentes ou julgamento de um companheiro crente que tropeça espiritualmente. Quando um irmão ou irmã cai em pecado, especialmente se o pecado é público e bem conhecido, há uma tentação de escrevê-los fora, dizendo, na prática, se não em palavras, "Ele sabia melhor e ele fez sua escolha. Deixe-o viver com as conseqüências. Até que ele muda, eu vou ficar no comprimento do braço. " Mas o conselho de Paulo é o contrário. "Irmãos", ele escreveu aos Gálatas: "Mesmo se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi o tal com espírito de mansidão; cada um que olha para si mesmo, para que você também tentado Urso um do outro. fardos, e, assim, cumprir a lei de Cristo "(Gal. 6: 1-2). Caminho de Cristo para os Seus seguidores é que eles humildemente ajudar um irmão pecador, percebendo que eles, também, poderia cair na mesma ou igualmente ruim pecado e que é somente pela graça de Deus, se não o fizerem.

Os crentes também desprezar outros crentes por se ressentir um companheiro cristão que enfrenta sua pecaminosidade. Em vez de enfrentar e arrependendo-se de um pecado que é trazido a sua atenção e ser grato a quem os enfrenta, o antigo eu, muitas vezes torna-os contra-atacar e cobrar a outra pessoa com ser crítico, hipócrita, legalista e hipócrita. Mesmo quando a disciplina da igreja é realizada em conformidade cuidado com as Escrituras e é feito graciosamente e no amor, muitas vezes é ressentido. Paulo advertiu os crentes de Corinto não a ressentir-se e desprezar Timoteo se ele veio a eles (1 Cor. 16: 10-11), sem dúvida, porque ele iria enfrentá-los sobre muitos dos pecados para os quais Paulo teve muitas vezes, inclusive na referida carta, confrontou-os. O apóstolo também aconselhou Tito para não permitir que aqueles sob seus cuidados a desconsiderar ele para exortar e repreendê-los (Tt 2:15).

Uma sétima forma crentes desprezam outros crentes está tirando proveito deles para ganho pessoal. Embora Paulo estava se referindo especificamente à imoralidade sexual, sua advertência aos Tessalonicenses aplica-se a tirar partido de um companheiro crente de qualquer forma-financeira, social, ou qualquer outro. Um cristão não deve "defraudar seu irmão", em qualquer sentido ", porque o Senhor é vingador de todas estas coisas" (1Ts 4:6). Sua Proposito é servir a Deus por assistir aos cuidados de Seu povo. Esses anjos no céu viver na presença de Deus, onde eles esperam atentamente para os seus mandamentos para servir o povo de Seu amor. "Elescontinuamente vêem a face de meu Pai que está no céu ", disse Jesus. A implicação é que os santos anjos nunca tirar os olhos de Deus, para que não perca alguma direção dele a respeito de uma tarefa que irão exercer, em nome de um crente.

Nenhum destes textos, no entanto, nem qualquer outra Escritura ensina-a idéia de um anjo da guarda individual de cada crente, como a tradição judaica nos dias de Jesus ensinou e como muitas pessoas ainda acreditam e ensinam. Quando Pedro bateu à porta da casa de Maria depois que ele foi milagrosamente libertado da prisão, uma criada chamada Rode respondidas. Ao ver Pedro ela estava tão feliz que ela esqueceu de abrir o portão. Quando ela relatou sua presença para os fiéis reunidos dentro, foi, provavelmente, a noção de anjos da guarda individuais que estava por trás de sua insistência de que ela só tinha visto "o anjo de Pedro" (Atos 12:12-15). Mas essa crença supersticiosa é meramente refletido neste texto; ela é ensinada nem fundamentada aqui ou em qualquer outro lugar na Escritura.

Em Mt 18:10 Jesus fala de crentes e os seus anjos em um sentido coletivo. Estes anjos, se um grupo distinto ou todo o corpo de santos anjos, são responsáveis ​​pelo cuidado de de Deus pequeninos , aqueles que crêem no Seu Filho (v. 6). É em parte por causa desses anjos que vivem na presença do Pai que está nos céus que os crentes são advertidos a não desprezar o outro.

O fato de que Deus Todo-Poderoso está tão preocupado com o cuidado de seus filhos amados que Ele tem de anjos em sua presença pronto para ser despachado em seu auxílio demonstra claramente como crentes valioso são e como inimaginavelmente perversos é olhar com desdém para alguém a quem Deus tão altamente prêmios.
Como indicado por colchetes no NASB texto, versículo 11 ( Pois o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido ) não é encontrado nos melhores manuscritos iniciais deste evangelho. A frase quase idêntica, no entanto, está em Lc 19:10, onde "a procurar e" é adicionado antes de salvar . Porque não há nenhuma dúvida sobre a autenticidade do texto Lucas, não há dúvida de que Mt 18:11 ensina uma verdade genuinamente bíblica. A frase foi provavelmente pegou de Lucas por um copista bem-intencionado e adicionado ao Mateus. Mas, porque não é uma parte do evangelho original de Mateus, não vai ser discutido aqui.

Relação dos crentes a Cristo

O que você acha? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não deixará as noventa e nove nas montanhas e ir procurar o que é desviada? E se acontece que ele acha, em verdade vos digo que, ele se alegra mais do que com as noventa e nove que não se extraviaram. (18: 12-13)

Como está implícito, embora não declarado, nesta passagem, uma segunda razão são os crentes a não desprezar uns aos outros é a sua relação com Jesus Cristo. O Senhor tinha acabado de dizer que "quem receber um destes meninos em meu nome a mim me recebe" (v. 5). Todo crente verdadeiro, não importa quão jovem, imaturo, infiel, desinteressante, ou privados de é um com Jesus Cristo, comprou com o seu próprio sangue precioso. Portanto, para olhar para baixo em qualquer cristão e consideram que ele é inútil e inútil é desprezar o próprio Cristo. "Aquele que ouve você ouve a Mim," Jesus disse a setenta quando Ele lhes encomendou, "e quem vos rejeita a mim rejeita; e quem me rejeita rejeita aquele que me enviou" (Lc 10:16).

Os fariseus e os escribas consideradas as classes mais baixas e sem instrução a ser moralmente e religiosamente inferior e vale pouco, se algum, de sua atenção. Jesus, por outro lado, não iria quebrar uma cana agredidas ou colocar para fora um pavio fumegante (Mt 12:20; conforme Is 42:3).

É que gracioso preocupação, divina que Jesus ilustra aqui na parábola da ovelha perdida. O que você acha? era uma frase comum utilizada pelos professores para obter os seus alunos a refletir cuidadosamente sobre o que estava sendo ensinado.

Embora nenhum dos Doze é identificado como um pastor de profissão, cada judeu palestino estava familiarizado com os pastores e seus caminhos. Nesta história hipotética, Jesus falou de um homem que era um pastor e que tinha cem ovelhas , um dos que se extraviaram. No terreno acidentado da Palestina havia muitas ravinas, voçorocas, cavernas e fendas em que uma ovelha poderia passear ou cair."Quando o pastor descobre uma ovelha está faltando", Jesus perguntou: "será que ele não deixa as noventa e nove nos montes e ir procurar o que é desviada?"

A idéia parece implícito que o pastor sentiu a ausência do ovelha perdida, sem ter que verificar todo o rebanho. O pastor sabia que suas ovelhas intimamente, tanto como um rebanho e individualmente (conforme a analogia de João 10:1-18). Ele, portanto, sabia instintivamente quando algo estava errado ou quando um deles estava faltando. Ele também era um especialista em rastreamento ovelha perdida, e amor pelo seu rebanho indefeso e totalmente dependente não permitiria que ele desistir até que ele tinha encontrado e resgatado o que estava faltando. O pastor fiel iria lutar contra lobos, ursos, leões, ladrões, ou qualquer outra ameaça para as ovelhas. Quando um animal errante foi encontrado, o pastor despeje o azeite sobre as feridas ou arranhões e ele iria curar uma perna quebrada. Ele, então, coloque delicAdãoente a ovelha em seus ombros e levá-lo de volta ao redil.

A partir desta parábola, vemos que o amor de Cristo, ilustrada na do pastor, é pessoal e individual. Não importa qual ovelha se perde. O Senhor está igualmente preocupado por qualquer um deles . Ele é tanto conscientes e preocupados quando um crente pobres nas favelas vagueia dEle como quando um líder de igreja respeitado tropeça em pecado.

A parábola ilustra também a verdade de que o cuidado do Senhor para o Seu povo é paciente. Ele é infinitamente paciente com seu obstinado, loucura pecado e Ele não vai desistir de uma única, mesmo que essa pessoa poderia ser o menos promissor e menos fiéis de todos os Seus filhos.
Também vemos aqui cuidados busca de Deus. Ele não espera por uma ovelha perdida para voltar por conta própria, mas, pessoalmente, vai tão longe para o deserto como necessário para encontrar e resgatá-lo. O Salvador é infinitamente mais ansioso e determinado para a restauração do que é mesmo o crente mais arrependido.

Se um pastor humano pode apresentar tanta preocupação para cada ovelha sob seu cuidado, quanto mais o Senhor Jesus Cristo, "o grande Pastor das ovelhas através do sangue da aliança eterna" (He 13:20), cuidados no um único de seu povo vai espiritualmente enganados? E quando Ele encontra e restaura-lo para si mesmo, quanto mais alegria celeste está lá sobre ele ... do que com as noventa e nove que não se extraviaram?

Em outra ocasião, Jesus usou a mesma parábola para ensinar a preocupação de Deus para os incrédulos. "Eu digo a você", ele explicou, "que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento" (Lucas 15:3-7).

Há uma alegria especial expressa pelas ovelhas que se encontra, não porque é mais valorizado ou amado do que os outros, mas porque o seu perigo, dificuldades e grande necessidade suscitar preocupação especial do pastor carinhoso. Da mesma forma, quando uma criança em uma família está doente, especialmente se ele está gravemente doente, a mãe vai dedicar muito mais tempo e atenção a ele do que para as outras crianças, muitas vezes mais do que todos os demais juntos. E quando a criança finalmente recebe bem, a mãe não se alegrar para as crianças que foram saudável o tempo todo, mas para aquele que estava doente e sofrimento. E se os irmãos e irmãs são amoroso, eles também se alegrará na restauração de seu irmão.
Durante vários dias, no outono de 1987, o mundo inteiro teve sua atenção e compaixão fixo em uma menina, não exatamente dois anos de idade, que estava preso em um poço abandonado eixo no oeste do Texas, durante três dias. Quando, depois de muito trabalho árduo, perfuração difícil, e escavação meticulosa, ela foi finalmente resgatado, houve júbilo por toda a terra, e ela foi enviada milhares de cartas e apresenta-se como ela se recuperou no hospital. Não era que ela era mais precioso ou digno de inúmeras outras meninas, mas que a sua necessidade naquele momento era tão grande.
Porque o Senhor Jesus tem essa terna compaixão em todos os seus pequeninos carentes, de modo que o seu bem-estar lhe traz grande alegria, devemos nos encontrar em santo temor de nunca olhar para baixo em tais pessoas.

Relação dos crentes para o Pai

Assim, não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que um destes pequeninos perecer. (18:14)

Uma terceira razão são os crentes a não desprezar uns aos outros é a sua relação com o seu Pai que está nos céus , que se junta ao Filho e os anjos em regozijo ao longo de um crente que é restaurada.

Embora apollumi ( perecer ), muitas vezes levou a idéia de destruição total ou morte, às vezes, como aqui, se refere à ruína ou perda não-permanente. Em Rm 14:15 a palavra paralela lupeō ; o que significa para causar dor ou sofrimento: "Porque, se por causa da comida seu irmão está machucado ( lupeō .), você já não andas segundo o amor Não destrua ( apollumi ) com tua comida aquele por quem Cristo morreu "(conforme 1Co 8:11).

perecer dos quais Jesus fala aqui relaciona-se com o progresso espiritual na vida cristã. Deus, o Pai não quer que um único de seus pequeninos para ser ferido ou prejudicado espiritualmente, mesmo que por um breve tempo. Quando Seus filhos cair em pecado destrói a sua utilidade para Ele e para a igreja e ele enfraquece a sua felicidade e sua relação para com Ele e uns aos outros.

Pedro diz aos crentes que eles devem lançar todos os seus cuidados de Deus, porque Ele graciosamente cuida deles (1Pe 5:7)

E se teu irmão pecar, vai, e repreende-o em privado; Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se ele não ouvi-lo, tomar um ou dois com você, para que pela boca de duas ou três testemunhas cada fato pode ser confirmado. E se ele se recusar a ouvi-los, dize-o à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano.Em verdade vos digo que tudo o que ligares na terra será ligado no céu; e tudo o que desligares na terra será desligado no céu. Mais uma vez eu digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que, porventura, será feito por eles por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. (18: 15-20)

O desejo de Deus para Seus filhos aqui na terra é a pureza de vida. É impossível estudar as Escrituras com atenção e não ser esmagadoramente convencido de que Deus procura acima de tudo para o seu povo, para sermos santos e que Ele é ofendido pelo pecado de qualquer tipo. Citando diretamente o mandamento de Deus para o Seu povo da Antiga Aliança de Israel, Pedro escreveu o mesmo comando para a igreja de Cristo: "Sede santos, porque eu sou santo" (1Pe 1:16; conforme Lv 11:44..).

Porque Deus é tão preocupado com a santidade do Seu povo, eles devem ser igualmente preocupado. A igreja não pode pregar e ensinar a mensagem que ele não vive e ter qualquer integridade diante de Deus, ou mesmo perante o mundo. No entanto, em muitas igrejas, onde não há tolerância para o pecado, em princípio, há muita tolerância para ela na prática. E quando a pregação se separa de vida, torna-se separados ambos da integridade e da eficácia espiritual e moral. Ela promove a hipocrisia em vez de santidade. Divorciar ensino bíblico da vida diária é compromisso da pior espécie. Ela corrompe a igreja, entristece o Senhor, e desonra a Sua Palavra e do Seu nome.

Não é de estranhar, portanto, que a disciplina pública para o pecado é raro na igreja hoje. Onde há pouco desejo genuíno de pureza também haverá pouca vontade de lidar com impureza. A declaração interpretou e aplicou errAdãoente de Jesus que não devemos julgar para não sermos julgados (Mt 7:1) . Essa prática foi a reação espontânea de generosos, corações cheios do Espírito Santo para atender às necessidades práticas dos outros cristãos.

Durante esse tempo, um casal chamado Ananias e Safira venderam uma parte de sua propriedade, e prometeu a Deus que eles iriam dar a todos os lucros para os apóstolos para uso na igreja. Em algum lugar no processo, no entanto, eles decidiram manter volta uma parte do dinheiro prometido para si próprios. A fim de não aparecer menos generosos do que os seus irmãos na fé, no entanto, eles falsamente informou que eles estavam dando o valor total. Quando o Senhor revelou a duplicidade de Pedro, primeiro ele confrontou o marido. "Ananias", ele perguntou: "por que encheu Satanás o teu coração a mentir para o Espírito Santo, e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, se não teu? E depois foi vendido, não foi sob o seu controle? Por que é que formaste este desígnio em teu coração? Você não mentiu aos homens, mas a Deus. ' E quando ouviu estas palavras, Ananias caiu e deu seu último suspiro. " Várias horas depois, Safira veio aos apóstolos, não sabendo o que havia acontecido com seu marido. Quando Pedro perguntou-lhe se a propriedade foi vendida para o preço reivindicado por seu marido, ela confirmou sua mentira e sofreu seu destino. Não surpreendentemente, "um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas" (Atos 5:1-11).

O egoísmo de Ananias e Safira foi deplorável, mas o seu grande pecado foi em mentir sobre o que tinham feito, não só para a Igreja, mas a Deus. Neste caso em particular no início da igreja, Deus tomou a disciplina diretamente em suas próprias mãos e demonstrou antes de tudo como o pecado é para ser tratado através da remoção dos infratores da igreja e da terra! A pureza da igreja não só foi protegido, fazendo o povo de Deus com mais medo do pecado, mas também por ajudar a manter fora da comunhão aqueles que não eram verdadeiros crentes (v. 13).

Mesmo nos tempos apostólicos, a intervenção divina direta e grave, na correção, aparentemente, era raro, embora Paulo relata que alguns dos crentes de Corinto se tornou fraco, doente, e até mesmo morreram como resultado de imoralidade e desrespeito pela sacralidade da mesa do Senhor (1Co 11:30; conforme 1 João 5:16-17). Deus não mudou sua atitude em relação ao pecado ou cerca de pureza. Ele é tão grande causa para a santidade do Seu povo hoje como foi quando a igreja nasceu. O pecado tem de ser tratada, ou ele vai destruir tanto aqueles que a praticam e os que tolerá-lo. Deus ainda pode agir de maneira sobrenatural para purgar a igreja, mas deu principalmente que a responsabilidade para a própria igreja. A igreja deve ser "auto-policiamento" no que diz respeito ao pecado. Os escândalos terríveis que têm manchado a igreja refletir recentemente o fracasso abismal dos crentes para enfrentar líderes de pecar e seguidores. O mundo muitas vezes teve de expor o que a igreja tentou encobrir.

O Senhor sempre disciplinado Seu povo, e Ele sempre instruiu Seu povo a se disciplinar. Crentes do Antigo Testamento foram orientados a não "rejeitar a disciplina do Senhor, ou detestar Sua repreensão, para quem o Senhor ama Ele reprova, assim como o pai, ao filho a quem quer bem" (Prov. 3: 11-12). Assim como os pais humanos disciplinar seus filhos por amor, a fim de torná-los melhor, por isso Deus faz com Seus filhos. Os pais humanos sabem que a instrução para seus filhos sem execução é fútil. As crianças não só deve ser informado o que é certo, mas deve ser levado a fazer o que é certo, pela correção, repreensão, e muitas vezes a punição. "Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho, mas aquele que o ama o disciplina com diligência" (Pv 13:24). Ao contrário do que grande parte do pensamento popular, mesmo entre os cristãos, não é o amor, mas a indiferença que faz com que os pais a permitir que o mau comportamento de seus filhos para ir sem correção. "Discipline seu filho enquanto há esperança", o escritor de Provérbios aconselha sabiamente (19:18; conforme 22:15; 23:13).

Depois de citar o provérbio (3: 11-12) mencionado acima, o escritor aos Hebreus diz:

É para disciplina que perseverais; Deus vos trata como filhos; pois que filho há a quem o pai não corrige? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, então você está filhos ilegítimos e não filhos. Além disso, tínhamos pais terrenos que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo como bem lhes parecia, mas Ele nos disciplina para o nosso bem, para que possamos compartilhar Sua santidade. Toda disciplina no momento não parece ser alegre, mas de tristeza; ainda para aqueles que têm sido por ela exercitados, depois produz um fruto pacífico de justiça. (Heb. 12: 7-11)

É uma ilusão pensar que a igreja pode tomar uma posição firme verbal contra o pecado sem impor essa posição entre os seus membros e, ao mesmo tempo esperar que eles estão em conformidade com as normas da santidade de Deus. Crianças físicas não responder a essa abordagem na disciplina, e nem filhos espirituais. Por causa do pecado restante da carne, os cristãos ainda têm uma forte inclinação para a desobediência. Sem aplicação de suas normas, a santidade nunca vai florescer. É por isso que a disciplina é tão essencial para o bem-estar espiritual de uma igreja.
As ações tolas, pretensiosos, e às vezes imorais de algumas figuras altamente visíveis na igreja evangélica hoje ter causado evAngelicalalismo para se tornar um provérbio entre muitos cristãos liberais e no mundo em geral. Essa falta de integridade é muitas vezes com razão, descrito como o epítome da superficialidade auto-indulgência religioso e hipocrisia.

É com a responsabilidade da igreja para se manter puro que Jesus lida em Mateus 18:15-20. Ele ainda está ensinando sobre a infantilidade dos crentes, ilustrada pela criança Ele tinha chamado a si mesmo e definir antes os Doze (v. 2). Ele havia declarado que uma pessoa entra e é considerado grande no reino, tornando-se como uma criança (vv. 3-4) e que, uma vez no reino, os crentes devem ser protegidos como criancinhas (vv. 5-9) e cuidada como criancinhas (vv. 10-14). Ele declara agora que eles também devem ser disciplinado como criancinhas.

Nos versículos 15:20 Jesus apresenta cinco elementos envolvidos na disciplina piedosa de pecar crentes: a pessoa que recebe a disciplina, a pessoa que inicia-lo, a fim de que, o processo e lugar para ele, e a autoridade para isso.

A pessoa que recebe Disciplina

E se teu irmão pecar, (18: 15a)

A pessoa a ser disciplinado é um irmão que pecados . Neste contexto, como em muitos outros lugares na Escritura, irmão se refere a qualquer companheiro cristão, seja homem ou mulher. O candidato a disciplina de confronto é qualquer cristão que pecados . A implicação é que ele é um pecado que continua na vida de alguém e é não confessado.

A, referência não qualificada geral para o seu irmão é absolutamente inclusiva, permitindo sem exceções. Todo filho de Deus, seja jovem ou velho, homem ou mulher, educados ou não, rico ou pobre, líder ou seguidor, é para ser confrontado quando ele ou ela pecados .

Pecados é de hamartano , que tem o significado literal de "errar o alvo" e é o verbo básico Novo Testamento para o pecado, errando o alvo de padrões de Deus. Assim como a categoria do pecador é incluído, portanto, é a categoria de pecado. Qualquer pecado, por qualquer crente, exige disciplina da igreja. Todo pecado é uma ofensa contra a santidade de Deus e corrompe a santidade do Seu povo. Ele mars companheirismo de um crente com Deus e sua comunhão com outros crentes.

Como refletido na Rei Tiago 5ersion e várias outras traduções, alguns dos manuscritos antigos mais confiáveis ​​do Evangelho de Mateus acrescentar a frase "contra você", depois de pecados , o que indica um crime cometido diretamente contra um companheiro cristão. Pergunta de Pedro no versículo 21 sobre o perdão daqueles que pecam contra nós dá suporte à inclusão de "contra você", como faz o ensinamento do Senhor sobre a repreensão e perdoar em Lucas 17:3-4.

Em ambos os casos, no entanto, a responsabilidade básica é a mesma, porque uma pessoa pode ser pecado contra tanto directa como indirectamente. Se ele é amaldiçoado, abusado, iludido, enganado, ou semelhante, o pecado contra ele é direto e óbvio. Nesse caso, o irmão ou irmã de ofensa não é apenas a ser repreendido por aquele que é ofendido, mas também perdoado se ele se arrepender. A pessoa que é pecado contra deve abordar o infrator em um espírito de humildade e mansidão, e seu motivo de repreensão deve ser a restauração do irmão ou irmã para a santidade. Ele nunca deve vir de um espírito de vingança. Ele deve manifestar um espírito de amor e perdão, mesmo quando ele está repreendendo, e ele deve estar profundamente preocupado com o dano espiritual a ser sofrido pelo irmão que pecou e ter um desejo genuíno para ele ser restaurado para a santidade e sua conseqüente bênção.

Repreensão de um irmão pecador deve ser realizada assim que o delito é conhecido, a fim de transformar o crente pecar do seu pecado, o mais rapidamente possível e também para ajudar a dirigir fora ressentimento e amargura pelo ofendido. Essas emoções destrutivas também são pecados, e eles tendem a apodrecer enquanto uma ruptura no relacionamento continua por resolver. Quanto mais tempo o pecado continua, mais difícil se torna para ser abandonado pelo pecador e ser perdoado por um pecado contra. Deus chama Seus filhos sempre "ser gentil com o outro, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" eles (Ef 4:32).

Mas, em um sentido mais amplo, os crentes são pecado contra por qualquer pecado cometido por qualquer outro crente. Sempre que um crente comete um pecado, todos os outros crentes são indiretamente pecado contra. "Um pouco de fermento" afeta todos (ver 1Co 5:6). Pedro admitiu seu pecado e se arrependeu, e anos mais tarde, ele escreveu de seu "amado irmão Paulo" (2Pe 3:15). A amizade se aprofundou, sem dúvida, foi devido, em grande medida para Paulo de cuidar o suficiente para repreender seu companheiro apóstolo e transformá-lo de volta para a pureza do evangelho da graça.

Um cristão que não está muito preocupado com trazendo um companheiro cristão volta do seu pecado precisa-se de ajuda espiritual. Indiferença soberbo, para não mencionar o desprezo hipócrita, não tem parte na vida de um cristão espiritual, nem sentimentalismo ou covardia que se escondem por trás de falsa humildade. O cristão espiritual nem condena e nem justifica um irmão pecador. Sua preocupação é para a santidade ea bênção do irmão ofensor, a pureza e integridade da igreja, e a honra e glória de Deus.
Pelo menos três coisas são necessárias para a efetiva realização da primeira etapa privado de enfrentar um companheiro cristão sobre o pecado. O primeiro é o requisito básico para a vontade de ir e repreende o irmão pecador em privado . Se ele não ouvir, devemos então estar disposto a tomar mais um ou dois crentes com a gente e confrontá-lo novamente (v. 16). E se ele ainda se recusa a ouvir, devemos estar dispostos a relatar sua impenitência para toda a igreja (v. 17).

Deus não zombar de seus filhos, exigindo deles tudo o que, por seu poder, ele não permite que eles façam. Nenhum cristão, portanto, tem uma desculpa para não dar início à disciplina da igreja, quando é necessário, porque Deus irá fornecer a necessária sabedoria, discernimento e coragem quando um sincero desejo está presente.
Nem todo crente é dado o dom da pregação ou ensino ou evangelismo ou ajuda. Mas todo crente é dado o comando para ir e reprovar um irmão ou irmã que está pecando. Isso faz parte da obra de Deus, e é um ministério tão certo como qualquer outro. Em nossos dias, é um ministério muito necessária e muito negligenciado. A ausência de que pode muito bem ser o problema mais grave e debilitante na igreja deste século. Todos os crentes são chamados desta forma a ser ministros de santidade, ajudando proteger a pureza e integridade do Corpo de Cristo. Quando eles disciplina ministro em um espírito de amor, Gentilza e humildade podem ser armas eficazes nas mãos de Deus para purificar a igreja e restabelecer seus filhos caídos.

O Senhor ordenou a Israel: "Você não deve ir sobre como um caluniador entre o teu povo, e não para agir contra a vida de seu vizinho são;. Eu sou o Senhor Você não deve odiar o seu compatriota em seu coração." Mas, o Senhor passou a dizer "você pode certamente reprovar teu próximo" (Lev. 19: 16-17). Falta de vontade de reprovar um crente pecar é uma forma de ódio por ele, e não amá-lo o suficiente para adverti-lo do perigo espiritual. Não reprovar um irmão pecador pode fazer-lhe mais mal do que caluniar ele. Terrível como é, calúnia afeta principalmente a reputação da outra pessoa e seus sentimentos.Deixar de ajudá-lo a enfrentar e confessar seu pecado, no entanto, contribui para a sua ruína espiritual. A pessoa que afirma ser muito amoroso para repreender o seu irmão ou irmã em Cristo é simplesmente enganados. Ele não é muito amoroso, mas também indiferente. O cristão amoroso, como o Pai Celestial amoroso e amorosos pais terrenos, deseja a disciplina adequada daqueles que ele ama (ver Heb. 12: 5-11).

Aos olhos de grande parte do mundo e até mesmo aos olhos de muitos crentes imaturos, essa decisão seja considerada sem amor. Mas a disciplina dada no caminho certo expressa a mais profunda espécie de amor, amor que se recusa a fazer nada para salvar um irmão do pecado impenitente e suas conseqüências. Amor que pisca para o pecado, ou que está mais preocupado para a calma superficial na igreja do que para a sua pureza espiritual não é o tipo de amor de Deus. Amor que tolera o pecado não é amor, mas sentimentalismo mundana e egoísta.
Para pregar o amor para além da santidade de Deus é ensinar algo diferente do amor de Deus. Sem despertar ou renascimento da igreja já ocorreu para além de forte pregação da santidade de Deus e a chamada correspondente para os crentes a abandonar o pecado e voltar aos padrões de pureza e justiça do Senhor. Nenhuma igreja que tolera conhecido o pecado em seus membros terão crescimento espiritual ou evangelismo eficaz. Apesar de que a verdade, no entanto, tal tolerância é padrão na igreja hoje, em todos os níveis.
A História tem visto excessos na pregação que é comumente conhecido como o fogo do inferno e condenação, mas que não é perigo hoje da igreja. A partir do século XIX, houve um distanciamento da pregação contundente da santidade de Deus e Sua demanda de santidade em homens. Mesmo em muitas igrejas e organizações evangélicas ênfase foi deslocada para a pregação quase exclusivo do amor de Deus, com pouca ou nenhuma referência a sua ira e julgamento.
Comentando sobre a igreja contemporânea, Richard Lovelace escreve:
Toda a igreja era ... evitando o retrato bíblico do Deus soberano e santo que estava irritado com o ímpio todos os dias e cuja ira permanece sobre aqueles que não vai receber o Seu Filho. Compartimentar esta imagem em um canto unvisited de sua consciência, a igreja substituído um novo deus, que era a projeção de bondade grandmotherly misturado com a delicadeza e cativante de um Jesus que mal necessário para morrer pelos nossos pecados. Muitas congregações americanas eram, na verdade, pagando os seus ministros para protegê-los do verdadeiro Deus .... Ele é parcialmente responsável não só para o colapso espiritual geral da Igreja neste século, mas também para uma grande quantidade de [evangelística] fraqueza ; em um mundo em que o Deus soberano e santo emprega regularmente pragas, fome, guerras, doenças e morte, como instrumentos para punir o pecado e trazer a humanidade ao arrependimento, a imagem idólatra de Deus como pura benevolência não pode realmente ser acreditado, e muito menos temido e adorado na forma prescrita por tanto do Antigo Testamento e Novo Testamento. ( dinâmica da vida espiritual [Downers Grove, Ill .: InterVarsity 1979], pp. 83-84)

A crença em um Deus que é todo amor e sem ira, toda a graça e não há justiça, tudo o perdão e nenhuma condenação é idolatria (adoração de um falso deus inventado por homens), e inevitavelmente leva ao universalismo-o que, naturalmente, é o que muitas igrejas liberais pregam há gerações. A salvação se torna sem sentido, porque o pecado que Deus tem vista não precisa ser perdoado. O sacrifício de Cristo na cruz se torna uma farsa porque Ele deu Sua vida por nenhum propósito redentor. Não só isso, mas torna-se desculpando impossível explicar a pergunta comum sobre o porquê de um Deus amoroso permite a dor, o sofrimento, a doença ea tragédia. Removendo santo ódio de Deus pelo pecado castra o evangelho e dificulta um pouco do que ajuda o evangelismo.
Profundamente consciente do perigo de confundir estímulo emocional para o despertar espiritual, em seu Treatise on Afetos religiosos Jonathan Edwards observou:

Caída natureza humana é um terreno fértil para uma religiosidade carnal que é impiedosamente "espiritual", mas em última análise, enraizada no amor-próprio. Experiências de alta emocionais, discurso religioso efusiva, e até mesmo louvando a Deus e experimentar o amor de Deus e do homem pode ser egoísta e auto-motivado. Em contraste com isso, as experiências de renovação que são genuinamente do Espírito Santo é Deus-centrado na personagem e baseada no culto, uma apreciação do valor e da grandeza de Deus divorciada do interesse próprio. Tais experiências genuínas criar humildade no convertido em vez de orgulho e questão de uma nova criação e um novo espírito de mansidão, doçura, perdão e misericórdia. Eles deixam o crente fome e sede de justiça, em vez de saciado com a auto-congratulação.
O verdadeiro evangelismo e renascimento não tem nada a ver com a construção de auto-estima, auto-aceitação, e se sentir bem sobre si mesmo. Eles não têm nada a ver com a saúde ganhando, riqueza e felicidade carnal. Eles têm muito a ver com o reconhecimento de uma pecaminosidade, indignidade, fraqueza e desamparo e muito a ver com humilde gratidão infinita paciência, misericórdia e graça de Deus.
Richard Lovelace novamente observa que "a maioria das congregações de cristãos professos hoje estão saturados com uma espécie de bondade mortos e respeitabilidade ética que tem suas raízes motivacionais na carne e não no Espírito Santo. Superfície justiça não brota da fé e da ação renovadora espiritual mas a partir de orgulho religioso e conformidade condicionada a tradição como uma forma de piedade que nega o poder. " Ele descreve como a religião como "piedade falsa"

Mais e mais nos evangelhos Jesus proclamou que Ele veio à terra apenas para fazer a vontade do Pai celestial (ver, por exemplo, Jo 5:19, Jo 5:30; Jo 6:38; Jo 7:16). E a vontade do Pai pode ser reduzido com a declaração citada no início deste capítulo: "Sede santos porque eu sou santo" (1Pe 1:16; conforme Lv 11:44..). Acima de tudo, Deus quer que seu povo seja santo.

Falando aos crentes, Tiago escreveu: "Purificai as mãos, pecadores; e purificai os corações, vós de espírito vacilante Seja miserável e lamentar e chorar;.. O vosso riso em pranto, ea vossa alegria em tristeza Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará "(Tiago 4:8-10). É a vontade de Deus que Seu povo ser santo, e o objetivo da disciplina é para promover a santidade de purga e purificação da igreja.A Palavra, o Espírito, eo povo de Deus se juntar em trabalhar para a pureza da igreja. Crentes agir em nome de Cristo, quando, com humildade e de acordo com as orientações bíblicas, eles disciplinar colegas que persistem no pecado.

Um segundo requisito para a disciplina eficaz é zelo. Quando Jesus veio a Jerusalém para a Páscoa e encontrou mercadores do Templo que exploram o povo e profanando a casa de Deus com a venda de animais e trocar dinheiro "Ele fez um azorrague de cordas e expulsou todos do templo, com as ovelhas e os bois e Ele derramou as moedas dos cambistas e derrubou as mesas; e aos que vendiam as pombas Ele disse: 'Tirai daqui estas coisas; parar de fazer casa de meu Pai uma casa de comércio "(13 43:2-16'>João 2:13— 16). Zelo santo de Jesus para a pureza da casa de Seu Pai não lhe permitiria estar perto e vê-lo sendo profanados. A vontade de confrontar o pecado na igreja se manifesta no zelo justo para defender nome e santidade de Deus e em uma falta de vontade correspondente para que sejam manchados e desonrada.

Um terceiro requisito para a disciplina eficaz é a pureza pessoal. Um crente que não está preocupado com a sua própria pureza não terá vontade obediente ou zelo justo para ajudar a proteger a pureza da igreja. Nem pode ele ser efetivamente usado pelo Senhor em ajudar os outros lidar com o seu pecado se ele não está disposto a lidar com o seu próprio. Sua preocupação com outros pecados dos cristãos pode ser forte, mas vai ser criticar e censurar, não humilde e amorosa. Para esses crentes, o Senhor diz: "Por que você repara no cisco que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como você pode dizer ao seu irmão: 'Deixe-me tirar o cisco do seu olho ', e eis que o log está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão "(Mateus 7. : 3-5).

Quando uma igreja se move com sinceridade e humildade para fazer cumprir a santidade e pureza entre os seus membros, em virtude de que muito movimento é no processo de auto-purificação, porque os crentes que realmente desejam a pureza da igreja vai primeiro confrontar o pecado na sua própria vive e determinar ao Senhor para trazer pureza lá. Os cristãos podem se tornar ministros de santidade apenas como eles mesmos são santos

O propósito da disciplina

Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. (18: 15c)

O propósito da disciplina é a restauração espiritual dos membros caídos eo conseqüente fortalecimento da igreja e glorificação do Senhor. Quando um pecador irmão é repreendido e ele vira do seu pecado e é perdoado, ele se ganhou de volta a comunhão com o Corpo e com a sua cabeça, Jesus Cristo.

O objetivo da disciplina é para não jogar as pessoas fora da igreja ou para alimentar o orgulho farisaico de quem administra a disciplina. É para trazer o pecado irmão de volta. "Aquele que ganha almas sábio é", o escritor de Provérbios declarado (11:30). Paulo admoesta os cristãos: "Se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi o tal com espírito de mansidão; cada um que olha para si mesmo, para que você também tentado" (Gl 6:1). Em alguns casos, como no da passagem Tiago, você pode estar enfrentando um cristão professo que nem sequer é salvo. Decretar a disciplina tem muitas vezes, na minha experiência, levou à admissão pelo pecador que ele nunca tinha sido salvo e em seguida, para o seu desejo de verdadeira conversão.

Won é de kerdainō ; que era originalmente um termo de comércio referente ao ganho financeiro ou lucro. Aqui se refere à parte de trás de ganhar algo de valor que está perdido, ou seja, um errante irmão .Como Jesus tinha acabado ensinou na parábola da ovelha perdida, Deus valoriza muito cada um de Seus filhos, e quando um deles se desvia Ele não vai descansar até que a criança perdida é encontrada e devolvida ao redil. Não é a Sua vontade "que um destes pequeninos perecer" (v. 14). Também não deve ser a vontade dos cristãos que, mesmo um de seus irmãos ou irmãs na fé perece. Quando eles estão perdidos para a irmandade, um valioso tesouro está perdido, e, como nosso Pai celestial, não devemos nos contentar até que sejam restaurados. Cada pessoa que se tornou um com o grande Pastor deve-se refletir que o coração de Pastor.

Quando um membro da igreja cai em pecado, a irmandade como um todo e cada um dos outros membros individualmente sofre perda, porque nenhum crente individual no Corpo é reproduzível. Cada crente é um indivíduo único e é excepcionalmente talentoso. As pessoas vão para grandes comprimentos para recuperar a riqueza material que está perdido. Para quão maior comprimentos os cristãos devem ir para recuperar um tesouro espiritual mais valioso do que qualquer posse terrena?
Igrejas, bem como indivíduos cristãos são tentados a dizer de um irmão em pecado, de fato, se não em palavras, "Nós não temos que se envolver. É sua vida, a sua decisão, e sua responsabilidade. Ele é responsável diante de Deus, e que ele é e faz é apenas entre ele e Deus. " Essa atitude pode soar amorosa e espiritual na superfície, mas não se coaduna com as Escrituras. Ele reflete a indiferença ímpios, não preocupação amorosa para o irmão que caiu.

O Processo e da Place de Disciplina

Mas se ele não ouvi-lo, tomar um ou dois com você, para que pela boca de duas ou três testemunhas cada fato pode ser confirmado. E se ele se recusar a ouvi-los, dize-o à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. (18: 16-17)

Como já se referiu, o processo de disciplina começa com um crente individual vai confidencialmente a um irmão pecador e repreendendo-o (v 15).. As três etapas subsequentes são mencionados nos versículos 16:17.
Se um irmão pecador não escuta a quem tem repreendeu-o em privado, o próximo passo no processo de disciplina é ter mais um ou dois crentes ao longo, para que pela boca de duas ou três testemunhas cada fato pode ser confirmado . Este procedimento básico para a confirmação de fatos em uma disputa ou em uma acusação de delito havia sido estabelecida por Moisés (Dt 19:15) e era, portanto, familiar a todos os judeus. Para se proteger contra uma pessoa de ser caluniosamente ou spitefully acusado de um pecado, crime, ou outro crime que ele não cometeu, a lei mosaica exigia que pelo menosduas ou três testemunhas devem corroborar qualquer acusação contra alguém. Essa foi uma importante proteção contra a falsa acusação de uma pessoa inocente.

No âmbito da instrução de Jesus aqui, no entanto, se o testemunho das duas ou três testemunhas torna-se necessário, não é só para confirmar que o pecado foi cometido, mas, além disso, para confirmar que o crente pecar foi devidamente repreendido e que ele tem ou não se arrependeu. Deve-se esperar que o um ou dois que são trazidos ao longo de enfrentar o pecador não terá que se tornar públicostestemunhas contra ele antes que o resto da igreja, mas que a sua repreensão adicionada será suficiente para induzir uma mudança de coração no irmão agressor que a repreensão inicial não causa.

Os guardas contra abusos e injusta acusação de disciplina são para proteger os líderes da igreja, bem como outros crentes. "Não aceites acusação contra um ancião, senão com base em duas ou três testemunhas," Paulo cobrado Timoteo. Mas, "aqueles que continuam no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor" (1 Tim. 5: 19-20).

Se a segunda fase do processo de disciplina deixa de trazer arrependimento, se ele não ouvir a dois ou três, então eles estão a dizer-lhe para a igreja . A primeira é a repreensão para ser totalmente privado e o segundo semi-privado, mas o terceiro é o de ser público, antes da igreja . O irmão ou irmã está a ser apresentado a toda a congregação de ser mais repreendido e incentivados a se arrepender. Toda a igreja é responsável para chamar essa pessoa de volta para a santidade.

Ele tem sido o costume em nossa igreja, após promulgação desta terceira etapa, a indicar claramente à congregação que eles são a perseguir a pessoa agressiva e suplicar-lhe para se arrepender antes de a quarta etapa torna-se necessário. Esse procedimento crucial e potente, muitas vezes chama o pecador ao arrependimento e obediência.
Este grande passagem também indica que o local para a disciplina é dentro da igreja . ekklesia ( igreja ) é aqui usado no seu sentido básico, não-técnico de uma congregação ou montagem. Na literatura grega secular ele foi usado de reuniões da cidade, encontros locais de cidadãos convocados por seus governantes para ouvir anúncios oficiais ou cerimônias governamentais testemunha. No contexto do ensino de Jesus, neste momento em Seu ministério igreja refere-se a qualquer grupo de pessoas resgatadas que montem em Seu nome (v. 20).

Alguns comentaristas afirmam que Jesus estava se referindo à sinagoga judaica, que também tem o significado de raiz de montagem ou congregação. Mas Jesus sempre usou outro termo ( sunagoge ) quando se refere a uma sinagoga, que, em qualquer caso, nunca teria reunidos em Seu nome. E embora ele freqüentemente ensinei na sinagoga e chamou os adoradores lá para crer Nele, Seu propósito não era de rever ou reformar a sinagoga, mas para estabelecer seu próprio ekklesia , igreja.

Sem estrutura organizacional é mencionado ou intimado aqui. A referência não é uma comissão, conselho ou outro grupo de líderes, mas para todo o corpo. Não há nenhum tribunal superior para além da congregação local em que a disciplina é para ser administrado. Nenhum bispo, cardeal, sínodo, conferência, ou conselho tem a responsabilidade de disciplina. Para delegar a disciplina de um indivíduo ou grupo para além da igreja local é ir além da Palavra de Deus. Se um local de igreja é composta por um punhado de crentes ou de vários milhares de membros, se é uma congregação urbano altamente organizada ou de um grupo informal de cinco ou seis crentes em um campo missionário remoto, que é o lugar onde, e apenas quando, a disciplina é a ser administrado.

Mesmo menos justificada está tomando disciplina eclesiástica ou queixas a um tribunal secular para resolução. Paulo indiciado fortemente Corinthian cristãos que fizeram isso. "Será que qualquer um de vocês", escreveu ele, "quando ele tem um caso contra o seu próximo, se atrevem a ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos? Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? E se o mundo é julgado por você, você não é competente para constituir os menores cortes de lei? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais, assuntos desta vida? " (1 Cor. 6: 1-3).

O quarto e último passo na disciplina da Igreja é o ostracismo. Se um crente pecar se recusa a ouvir também a igreja , ele deve ser banido da irmandade. Que ele seja para você, Jesus disse, como um gentio e publicano. Ambos foram vistos como marginais desprezados.

Um não-judeu que adorava o verdadeiro Deus e que se tornou identificado com o judaísmo era comumente chamado de um temente a Deus (conforme At 10:1), enquanto que o termo Gentil foi usado principalmente de não-judeus que mantidos até o seu paganismo tradicional . Tal Gentil não teve parte no pacto, adoração, ou a vida social dos judeus. Porque ele era um traidor de seu próprio povo, no entanto, um coletor de impostos foi de muitas maneiras mais desprezado do que gentios. Ele não era um pária por nascimento, mas por opção.

Jesus não era atraente ao preconceito judaico. Ele veio para salvar todos os homens, e entre os seus seguidores mais fervorosos e fiéis eram antigos coletores de impostos, tais como Mateus e Zaqueu e gentios, como o centurião que lhe pediu para se curar seu servo paralisado. Ponto de Jesus era que um crente que persiste em impenitência é para ser colocado para fora da igreja e tratado como, um outsider impenitente descrente.

Quando um homem na igreja de Corinto se recusou a abandonar uma relação incestuosa com sua madrasta, Paulo ordenou que ele fosse removido do seu meio (1 Cor. 5: 1-2). Tolerância de seu pecado tinha chegado ao ponto de arrogância. Apesar de nenhum dos outros membros aparentemente engajados em que a imoralidade particular, o seu sentimento pervertido da liberdade levou-os a defender o direito do homem para continuar no pecado. "Em nome de nosso Senhor Jesus", Paulo passou a dizer: "Quando vocês estiverem reunidos, e eu com vocês em espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus, eu decidi entregar tal homem a Satanás para a destruição de sua carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. O orgulho de vocês não é bom. Você não sabe que um pouco de fermento leveda toda a massa? " (Vv. 4-6). Influência maligna do homem, descrito por Paulo como fermento, havia corrompido a sensibilidade moral de toda a igreja.

Persistentemente crentes que não se arrependem devem ser totalmente banido da comunhão da igreja. Eles não são mais para conhecer a bem-aventurança da empresa da igreja e encorajamento. Porque eles voluntariamente rejeitar os padrões do evangelho, eles fazem naufrágio de sua fé. Quando Himeneu e Alexandre não abandonaria seu uso profano do nome do Senhor, Paulo "entregue [eles] a Satanás, para que possam ser ensinados a não blasfemar" (1Tm 1:20). Essas pessoas devem ser dada a opção de se arrepender e Ficar com o povo de Deus ou de manter-se dos seus pecados e sendo entregue para o mundo e do diabo.

A etapa final da disciplina não é opcional. Que ele seja traduz um imperativo presente e é, portanto, um comando. Paulo deu um comando semelhante aos Tessalonicenses: "mandamo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, para que você mantenha distante de todo irmão que leva uma vida desregrado e não segundo a tradição que de nós recebestes" (2Ts 3:6)

Mas colocar um membro impenitente a comunhão não é o fim do processo de disciplina. Ele não deve terminar até que o irmão quer se arrependeu ou morreram. No que diz respeito ao bem-estar da igreja está em causa, o propósito de colocar o irmão para fora é proteger a pureza da comunhão e para dar um testemunho de justiça para o mundo ver. Mas, tanto quanto o bem-estar do próprio irmão está em causa, o propósito do ostracismo não é punir, mas para despertar, e, portanto, deve ser feito de amor humilde e nunca em um espírito de superioridade hipócrita "Não considerá-lo como um inimigo ", diz Paulo," mas admoestai-o como irmão "(2Ts 3:15).

Para não ter comunhão ou mesmo contacto social com o irmão impenitente não exclui todo o contato. Quando há oportunidade para repreendê-lo e tentar chamá-lo de volta, deve ser tomada a oportunidade.Na verdade, essas oportunidades deve ser procurado. Mas, o contacto deve ser para o propósito de advertência e nenhum outro.
A quarta etapa do processo de disciplina é, portanto, de colocar para fora e para chamar back-to manter o irmão pecador fora da comunhão até que se arrependa, mas também para manter a chamá-lo de volta na esperança de que ele vai.

Administrando disciplina nunca é prerrogativa de uma única pessoa em uma igreja, não importa qual a sua posição ou qualificações. Uma das primeiras igrejas tinham tais disciplinadoras nomeado um Diótrefes auto-nomeados, a quem João descrito como um "que ama estar em primeiro lugar." "Por esta razão, se eu for", o apóstolo disse: "Eu vou chamar a atenção para as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isso, ele não somente deixa de receber os irmãos, e ele proíbe aqueles que desejam fazê-lo, e coloca-los para fora da igreja "(III João 9:10). Autocrático farisaísmo não tem parte no plano de Cristo para a Igreja e nunca pode ser bem sucedido em sua purificação. Apenas o corpo local de crentes tem o direito de colocar um membro de sua comunhão, e que só após os três primeiros passos da disciplina falharam.

Um homem aparentemente foi colocado para fora da igreja de Corinto, depois de ter causado grande tristeza para Paulo e os outros lá por causa do seu pecado. Mas "suficiente para uma tal esta repreensão feita pela maioria", disse Paulo, "a fim de que, pelo contrário, você deveria perdoar e consolá-lo, para que de alguma forma, um tal ser esmagada pela tristeza excessiva. Por isso peço-lhe para reafirmar o seu amor por ele "(2 Cor. 2: 5-8). Quando um crente se arrepende, ele deve ser recebido de volta para a comunhão e não realizada no comprimento do braço como um membro de segunda classe. Ele é para ser perdoado e abraçou, assim como o Salvador perdoou e abraçou o filho pródigo Pedro quando ele retornou de sua desobediência (João 21:15-22).

A Autoridade de Disciplina

Em verdade vos digo que tudo o que ligares na terra será ligado no céu; e tudo o que desligares na terra será desligado no céu. Mais uma vez eu digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que, porventura, será feito por eles por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. (18: 18-20)

Para enfatizar a confiança absoluta de que ele estava prestes a dizer, Jesus declarou: "Em verdade eu vos digo." Essa frase, que o Senhor usou muitas vezes, deve sempre ser observado com cuidado especial, porque introduz um ensino de importância incomum.

O trabalho de disciplina deve ser feita com o maior cuidado. Feito de forma errada ou no espírito errado, pode causar grandes danos, fomentando o farisaísmo e legalismo, assim como a disciplina não for feito em tudo causa grande dano ao permitir que a influência do pecado a se espalhar como fermento.

Promessas de Jesus nos versículos 18:19 sofreram graves erros de interpretação ao longo da história da igreja, sendo o mais extremo a doutrina católica romana que a igreja tem a autoridade divina de perdoar pecados. Muitos carismáticos usar essas promessas, juntamente com outros, tais como os de Mt 7:7, no capítulo 4 deste volume.)

Jesus estava aqui continuando a Sua instrução sobre disciplina na igreja. Ele não estava falando sobre petições a Deus pelas bênçãos especiais ou privilégios, e menos ainda Ele estava ensinando que a igreja ou qualquer um de seus líderes tem poder para absolver os pecados de seus membros. Ele estava declarando que a igreja tem um mandato divino para disciplinar seus membros quando eles se recusam a arrepender-se.
Os rabinos às vezes falava de um princípio ou ação como sendo ligado no céu ou desligado no céu para indicar, respectivamente, que era proibido ou permitido à luz da Palavra revelada de Deus. Um judeu daquele dia teria entendido que Jesus não quis dizer que os homens poderiam dobrar a vontade de Deus para a sua própria, mas que Deus (aqui chamado de céu , um substituto comum entre os judeus para o nome da aliança de Deus, o Senhor, ou Jeová) teve um princípio expresso com o qual a igreja deve estar em conformidade.

A construção gramatical na passagem também esclarece o seu significado. Como em Mt 16:19estará obrigado e será solto traduzir futuros passivos perfeitos e são mais precisão prestados "terá sido obrigado" e "terá sido solto." A idéia não é que Deus é obrigado a estar em conformidade com as decisões da Igreja, mas que, quando a igreja segue o padrão de Cristo por disciplina, conforme as suas decisões com o que Deus já fez e, assim, receber a aprovação e autoridade de Deus.

Perfeito passivos também são usados ​​em Jo 20:23 em conta a perdoar os pecados ou retenção. Os crentes têm autoridade para declarar que os pecados são perdoados, quer ou não perdoado quando essa declaração é baseada no ensino da Palavra de Deus. Se uma pessoa recebeu Jesus Cristo como Salvador e Senhor, a igreja pode dizer a ele com perfeita confiança de que seus pecados são soltos, ou seja, perdoado, porque ele atendeu condição de Deus para o perdão, ou seja, a confiança em seu Filho. Se, por outro lado, uma pessoa se recusa a receber a Cristo como Salvador e reconhecê-Lo como Senhor, a igreja pode dizer a ele com igual confiança de que seus pecados são vinculados , ou seja, não perdoados, porque ele não cumpriu com as condições de Deus para o perdão .

Alguns anos atrás, um homem me disse que acreditava que ele estava indo para o céu, porque ele estava seguindo o sistema religioso prescrito por um culto popular. Porque as crenças bizarras desse grupo eram totalmente contrários ao evangelho, eu disse a ele que ele estava perdido, ainda estava em seus pecados, e não poderia ser destinado ao céu. Com base na sua própria confissão comparada com a Palavra de Deus, o homem não poderia ter sido salvo. Para dizer a ele que ele ainda estava preso em seus pecados não era para julgar o coração de maneira sobrenatural, nem soberanamente condená-lo, mas simplesmente afirmar que a própria Palavra de Deus diz claramente sobre ele e sobre cada pessoa que espera vir a Deus por qualquer outro caminho do que a confiança em Seu Filho.

Obviamente, este é um ministério sério na igreja e que pode ser abordado com grande relutância. "Quem somos nós para fazer esse tipo de trabalho?" pedimos. "Que autoridade que temos para essas fortes relações com os irmãos na fé? Nós somos pecadores, também." Mas quando a igreja administra a disciplina de acordo com o padrão de Mateus 18:15-17, ele pode ter confiança perfeito que atua na autoridade e poder do céu, como prometido nos versículos 18:20.

O Senhor dá nenhum comando sem dar o poder e autoridade necessários para obedecê-la. Nestes três versos culminando com a instrução de Jesus sobre disciplina na igreja, aprendemos que, quando o povo de Deus, procuram sinceramente para purificar Sua Igreja, em seu caminho, eles têm a energia, aprovação e autoridade tanto do Pai e do Filho.
Jesus primeiro assegura seu povo que o Pai age com eles quando eles trabalham para purificar a Igreja: Mais uma vez eu digo que, se dois de vós se unirem sobre a terra (referindo-se a duas testemunhas de v. 16) sobre qualquer coisa que eles podem pedir (na busca da pureza da igreja) , deve ser feito por eles por meu Pai que está nos céus . Sempre que os actos de igreja em nome de Deus e de acordo com a Sua Palavra nas questões relacionadas com o pecado, Ele age em seu nome por confirmar e fortalecer suas decisões e ações fiéis.

Concordo é de sumphōneō , o que significa, literalmente, ao som juntos e é o termo da qual nós temos sinfonia. Se até mesmo dois dos seguidores de Jesus estão de acordo uns com os outros de que um crente pecar tem ou se arrependeu ou se recusaram a se arrepender, eles podem ter certeza eles também estão de acordo com o Pai que está nos céus.

Como já mencionado, para interpretar este versículo como crentes promissores um cheque em branco para qualquer coisa que eles poderiam concordar em pedir a Deus não só não se encaixa no contexto da disciplina na igreja, mas não a violência para o resto da Escritura. Tal interpretação é equivalente a magia, no qual Deus está automaticamente obrigado a deferir o pedido mais tolo ou pecaminoso, simplesmente porque dois de seus filhos conspiram para pedir a Ele por isso. A idéia voa em face da soberania de Deus e enfraquece completamente os inúmeros mandamentos bíblicos para a submissão dos crentes obedientes à Sua vontade.
Jesus também assegura o seu povo que Ele mesmo atua com eles quando eles trabalham para purificar a igreja: Pois onde dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. Não só o Pai confirmar disciplina quando ele é administrado de acordo a Sua Palavra, mas o Filho acrescenta Sua própria confirmação divina.

Este versículo também é frequentemente mal interpretada, mas não com tal erro grave como nas interpretações errôneas dos dois versículos anteriores. Para usar esta declaração para reivindicar a presença do Senhor em um pequeno culto ou reunião de oração não se encaixa no contexto da disciplina na igreja e é supérfluo. Cristo está sempre presente com o seu povo, mesmo com um crente solitário totalmente separado de outros cristãos por muros da prisão ou por centenas de quilômetros.
O contexto exige que a dois ou três são testemunhas no processo de disciplina. Para pedir ou fazer qualquer coisa de Deus em nome de não se pronunciar seu nome, mas para perguntar e para trabalhar de acordo com a Sua vontade e caráter divino. Para as testemunhas se reuniram em Seu nome é, portanto, para que eles tenham fielmente realizado seu trabalho de verificar o arrependimento ou impenitência de um irmão em pecado ou irmã em nome do Senhor. Quando a igreja se reúne em nome do Senhor e por Sua causa e glória, ele deve ser envolvido no ministério de auto-purificação sob o seu poder e autoridade, e com a Sua confirmação celestial e parceria.

Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão de persuasão e não liberal que foi pego nos terrores da Alemanha nazista, escreveu um livro intitulado Vida Together . Nela, ele dá algumas reflexões profundas sobre a necessidade de restauração de um irmão pecador à comunhão da igreja.

Pecado exige ter um homem por si mesmo. Ele retira-lo da comunidade. Quanto mais isolado é uma pessoa, o mais destrutivo será o poder do pecado sobre ele, e quanto mais ele se torna profundamente envolvido nele, o mais desastroso é o seu isolamento. Pecado quer permanecer desconhecido. Ele evita a luz. Na escuridão do não expresso envenena todo o ser de uma pessoa. Isso pode acontecer, mesmo no meio de uma comunidade piedosa. Na confissão, a luz do evangelho invade a escuridão e isolamento do coração. O pecado deve ser trazido para a luz. O unexpressed deve ser falado abertamente e reconhecido. Tudo o que é segredo e oculto é manifestada. É uma luta dura até que o pecado é admitido abertamente, mas Deus quebra portas de bronze e barras de ferro (107 Ps: 16.).
Uma vez que a confissão do pecado é feita na presença de um irmão Cristão, o último reduto de auto-justificação é abandonado. O pecador se rende; ele dá-se todo o seu mal. Ele dá o seu coração a Deus, e ele encontra o perdão de todos os seus pecados, na comunhão de Jesus Cristo e do seu irmão. O expresso, reconheceu o pecado perdeu todo o seu poder. Foi revelado e julgados como pecado. Já não se pode rasgar a comunhão em pedaços. Agora, o companheirismo carrega o pecado do irmão. Ele não está mais sozinho com seu mal para ele abandonar seu pecado dele. Agora ele está na comunidade de pecadores que vivem, pela graça de Deus e da cruz de Jesus Cristo .... O pecado oculto o separavam do companheirismo, fez toda a sua aparente comunhão uma farsa; o pecado confessado o ajudou a definir a verdadeira comunhão com os irmãos em Jesus Cristo. ([New York: Harper & Row, 1954], 112-13)

102. Aprendendo a perdoar (Mateus 18:21-35)

Então Pedro, aproximando e disse-lhe: "Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete vezes?" Jesus lhe disse: "Eu não digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Por isso, o reino dos céus é semelhante a um certo rei que quis ajustar contas com os seus servos. E quando ele tinha começado a liquidá-los, não foi levado a ele um que lhe devia dez mil talentos. Mas desde que ele não tinha os meios para pagar, o seu senhor mandou que fosse vendido, junto com sua esposa e filhos e tudo o que tinha e pagamento a ser feito. O escravo, portanto, caindo, prostrou-se diante dele, dizendo: 'Tenha paciência comigo, e eu te pagarei tudo. " E o senhor daquele servo teve compaixão e soltou-o e perdoou-lhe a dívida Mas aquele escravo saiu e encontrou um dos seus companheiros escravos que lhe devia cem denários;. E ele agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pay de volta o que você deve. " Então o seu companheiro escravo caiu e começou a suplicar-lhe, dizendo: 'Tenha paciência comigo, e eu te pagarei.' Ele não estava disposto no entanto, mas fui e jogou-o na prisão, até que pagasse o que lhe era devido. Então, quando seus co-escravos viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e veio e relatou ao seu senhor tudo o que havia acontecido. Então, convocando-o , o seu senhor lhe disse: 'Você escravo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicou. Você não devia ter tido misericórdia do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?' E o seu senhor, mudou-se com raiva, entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim será a meu Pai celeste também fazer para você, se cada um de vós não perdoar a seu irmão do seu coração ". (18: 21-35)

O perdão não é natural ao homem. Porque é tão estranho para carnal natureza humana, as pessoas acham que é muito difícil de perdoar os outros. Rei Luís XII da França articulou o sentimento de muitas pessoas, quando ele disse: "Nada cheira tão doce como o corpo morto de seu inimigo."

No entanto, nada tão caracteriza a nova natureza dos cristãos como o perdão, porque nada tão caracteriza a natureza do seu Senhor. Palavras mais marcantes e humanamente incompreensível de Jesus da cruz foram: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34). Depois de ser traído, falsamente condenado, batido, cuspido, e injustamente pregado numa cruz para morrer uma morte agonizante, o Filho de Deus não nutria ódio por seu algozes, mas em vez disso ofereceu-lhes perdão. Seguindo o exemplo de seu Senhor, as últimas palavras de Estevão foram: "Senhor, não imputes este pecado eles!"(At 7:60). Ele estava naquele momento sendo atacado até a morte por pedras por ter cometido nenhum crime maior do que a pregação do evangelho, mas seu coração não estava cheio de amargura, mas com compaixão por seus algozes. O perdão é o material da verdadeira piedade.

Não é difícil perdoar as crianças, ea maioria das pessoas, especialmente os pais, fazê-lo quase que instintivamente. Entendemos que as crianças são desinformados, inexperiente e imatura. Nós esperamos que eles façam algumas coisas que são irreverente, mas tendem a tolerar essas coisas e perdoá-los, mesmo quando eles nos magoaram profundamente. É difícil guardar rancor contra uma criança. Essa analogia também deve ser verdade em um sentido espiritual, porque todos os crentes são as crianças, como Jesus aponta repetidamente em Mateus 18.

Embora José tinha sido terrivelmente prejudicado por seus irmãos invejosos quando eles o venderam como escravo, ele não tinha nenhum rancor. Anos mais tarde, quando eles estavam no meio de uma grande fome, e ele era a única pessoa que poderia ajudá-los, ele foi rápido para oferecer o seu perdão, para abraçá-los no amor, para fornecer o alimento necessário, e até mesmo dar-lhes a magnífica região de Goshen para se viver. Quando tinham implorou seu perdão e caído antes dele, "disse-lhes:" Não tenha medo, estou eu em lugar de Deus? E quanto a você, você quis dizer o mal contra mim , mas Deus o tornou em bem, a fim de trazer este resultado atual, para preservar muitas pessoas vivas Então, por isso, não tenha medo;. Estou disposto a dar para você e seus pequeninos ". Assim ele os consolou e falou ao coração "(Gn 50:19-21).

Uma das razões que Davi era um homem segundo o coração de Deus era o seu próprio coração perdoador e misericordioso. Embora o rei Saul tentou várias vezes matar Davi com uma lança e perseguiu implacavelmente nas colinas de Judá com o seu exército, Davi não só se recusou a prejudicar Saul porque ele era o ungido do Senhor, mas até se recusou a abrigar qualquer ódio contra ele (Ver 1 Sam . 24: 6, 12; 26:11). Em outro exemplo, embora Davi foi à primeira enfurecido pela recusa ingrato de Nabal para dar comida e provisões para os homens de Davi que tinham ajudado a proteger Nabal, ele foi convencido pela esposa de Nabal, Abigail, de reter vingança. Davi não puniu Nabal e era grato a Abigail por trazê-lo para os seus sentidos. "Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro," ele disse a ela ", e bendito seja o seu discernimento, e bendita sejas tu, que me manteve este dia de derramamento de sangue, e de vingar-me por minha própria mão "(1 Sam. 25: 32-33). Quando Simei pediu perdão a Davi por ter amaldiçoado e pedras jogado com ele, Davi foi rápido para mostrar-lhe misericórdia, apesar da insistência de seus oficiais que o homem merecia ser condenado à morte (2 Sam. 19: 22-23; conforme 16 : 5-6).

O perdão reflete a maior virtude humana, pois reflete Então, claramente, o caráter de Deus. Uma pessoa que perdoa é uma pessoa que emula um caráter divino. Nada mais demonstra o amor de Deus como o Seu perdão. Uma pessoa que não perdoa é, portanto, uma pessoa com falta de caráter de Deus e sem amor cristão, não importa como sua teologia ortodoxa ou como exteriormente impecável sua moral parece ser. Um cristão que não vai abrir mão de uma atitude de ódio, ressentido com alguém que tem prejudicado a ele é uma pessoa que não conhece nem a verdadeira glória da sua humanidade redimida nem a verdadeira glória da divindade da graça de Deus. Um cristão perdoa é uma contradição de estar de sua nova natureza em Cristo. É fundamental para o coração de Deus para perdoar, e só o cristão que irradia perdão irradia verdadeira piedade.
Considerando-se o perdão de outra direção, os cristãos precisam perdoar porque eles próprios precisam de perdão. Eles são filhos espirituais e, como todas as crianças, são ignorantes, fracos, egoístas, desobedientes, e regularmente na necessidade de perdão, tanto da parte de Deus e uns com os outros. Perdoar é uma questão de dar e receber da vida.

O perdão é, portanto, a chave para a unidade espiritual na igreja, porque é a chave para o amor e a chave para todos os relacionamentos significativos. Só o perdão pode quebrar as barreiras que o pecado continuamente e, inevitavelmente, ergue entre pessoas, incluindo o povo de Deus. "Discrição do homem fá-lo tardio em irar-se, e é a sua glória está em esquecer uma transgressão" (Pv 19:11). Os cristãos estão no seu melhor quando estão perdoando. Porque eles próprios foram perdoados tanto por Deus, que, de todas as pessoas, deveria ser mais tolerante de outros, especialmente de outros crentes. Os cristãos são mais parecidos com o seu Senhor quando perdoar "uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" eles (Ef 4:32). Paulo declarou a mesma verdade aos Colossenses, dizendo-lhes para ter um com o outro e perdoar uns aos outros, "a luxúria como o Senhor vos perdoou" (Cl 3:13). Porque eles foram perdoados todos os pecados por Cristo, os crentes devem ser disposto e pronto a perdoar uns aos outros em tudo.

Nesta parte de encerramento do Seu ensinamento sobre os crentes como filhos (Mat. 18), Jesus dá uma declaração poderosa e sóbria da necessidade para os crentes a perdoar. Assim como uma pessoa entra e é considerado grande no reino, tornando-se apenas como uma criança (vv. 3-4) e, uma vez no reino, deve ser protegido como uma criança (vv. 5-9), cuidada para como uma criança pequena (vv. 10-14), e disciplinado como uma criança pequena (vv. 15-20), assim também, Jesus diz agora, ele deve ser perdoado como uma criança pequena. Nos versículos 21:35 vemos primeiro inquérito de Pedro sobre o perdão e, em seguida, o ensinamento de Jesus sobre a extensão do perdão dos crentes de Deus e um exemplo negativo do seu dever de perdoar uns aos outros

O Inquérito sobre o perdão

Então Pedro, aproximando e disse-lhe: "Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete vezes?" (18:21)

Pedro sabia que a natureza humana e quantas vezes as pessoas precisam de perdão, muitas vezes pelo mesmo crime. Ele entendeu a tendência humana de cometer um pecado, ser perdoado, e em seguida, confirmar em pouco tempo o mesmo pecado ou algum outro igualmente tão ruim.

À luz do ensinamento de Jesus sobre a disciplina na igreja, Pedro perguntou quantas vezes os cristãos como um corpo e como indivíduos eram obrigados a perdoar outros crentes que persistiram na ilegalidade. Quantas vezes eles devem ser autorizados a se arrepender e ser restaurado à comunhão?
Como apontado no capítulo anterior, o ensinamento de Jesus sobre a disciplina inclui tanto as ofensas diretas e indiretas. Os crentes devem repreender um irmão cometer ou irmã para qualquer pecado. E eles são para trazer o infrator perante a igreja, se isso for necessário porque cada pecado não só é diretamente contra Deus, mas é também direta ou indiretamente contra a Igreja e cada crente individual. "Tenha em seu guarda", disse Jesus em outra ocasião. "Se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe" (Lc 17:3).

Pergunta de Pedro foi:?.? "Será que o perdão tem um limite Admitindo-se que uma pessoa que comete um delito e se arrepende deve ser perdoado e restaurado algumas vezes Mas e se ele cai continuamente no pecado, uma e outra vez Quantas vezes deve eu lhe perdoarei ? "

Talvez para demonstrar como magnânimo ele achava que era, Pedro sugeriu um limite de sete vezes , o que era mais que o dobro do permitido pela tradição judaica. Usando referências no livro de Amós (veja 1: 3, 6, 9, 11, 13; conforme 33:29), os rabinos tinham tomado uma afirmação repetida por Deus contra os inimigos vizinhos de Israel e é feita em uma regra universal para limitar o perdão de Deus e, por extensão, também do homem. Se Deus perdoa os homens apenas três vezes, eles spuriously fundamentados, é desnecessário e até mesmo presunçoso para os homens a perdoar uns aos outros mais vezes do que isso. Rabino Jose ben Hanina, por exemplo, disse: "Ele que implora o perdão de seu vizinho não deve fazê-lo mais do que três vezes." Rabino Jose ben Jehuda disse: "Se um homem comete um delito, uma vez, que perdoá-lo, se ele comete um delito pela segunda vez, eles perdoá-lo, se ele comete um delito pela terceira vez, eles perdoá-lo; a quarta vez que eles fazem não perdoá-lo ".

Pedro, pois, provavelmente pensou que Jesus ficaria impressionado com a sugestão aparentemente generosa de até sete vezes . Em comparação com a tradição judaica, foi generoso e, sem dúvida, foi baseada na crescente entendimento de Pedro do ensinamento de Jesus e do exemplo pessoal de compaixão e misericórdia. Percebendo que a graciosidade do Senhor estava em contraste marcante com o legalismo egocêntrico dos escribas e fariseus, Pedro dobraram sua estreito limite para o perdão e acrescentou mais uma vez para uma boa medida.

A extensão do perdão

Jesus lhe disse: "Eu não digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete." (18: 21-B-22)

Pedro ainda estava pensando como os escribas e fariseus e como a natureza humana caída é sempre inclinado a pensar. Ele estava pensando em termos mensuráveis ​​e limitadas do direito, e não os termos imensuráveis ​​e ilimitadas de graça. Lei mantém contar; graça não. Por isso Jesus disse-lhe: "Eu não digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete."

O Senhor não estava estendendo o limite legal de perdão. Ele não estava falando de lei ou limites. Por setenta vezes sete Ele não quis dizer 490. Ele simplesmente pegou no número de Pedro e multiplicaram por si só e, em seguida, por dez, indicando um número que, para todos os efeitos práticos, foi além da conta. A manutenção de registos não está a ser considerado, e um cristão com um coração que perdoa pensa nada sobre isso. Ele perdoa a ofensa ou o centésimo milésimo tão prontamente e graciosamente como o primeiro-porque essa é a maneira como ele é perdoado por Deus.

Talvez Jesus tinha em mente jactância arrogante de Lameque que "se Caim é vingado sete vezes, então Lameque setenta vezes sete" (Gn 4:24). A inclinação do homem pecador é retribuir o mal com o mal, sem limite. O padrão de Deus é exatamente o oposto; Jesus disse para voltar bem para o mal, sem limite.

Mesmo que um irmão "pecar contra ti sete vezes por dia", o Senhor disse em outra ocasião ", e retorna a você sete vezes, dizendo:" Estou arrependido ', perdoe-lhe "(Lc 17:4).

Desse ponto em paralelo do perdão, Paulo declarou que os cristãos devem ser "perdoar [de] uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" (Ef 4:32). Comentando sobre a raridade de tais graça entre os crentes, João Wesley escreveu: "Se isto é o cristianismo, onde os cristãos viver?"

O Exemplo do Perdão

Por esta razão, o reino dos céus é semelhante a um certo rei que quis ajustar contas com os seus servos. E quando ele tinha começado a liquidá-los, lá foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. Mas desde que ele não tinha os meios para pagar o seu senhor mandou que fosse vendido, junto com sua esposa e filhos e tudo o que tinha, e reembolso a ser feita. Por isso, o escravo caindo, prostrou-se diante dele, dizendo: 'Tenha paciência comigo, e eu te pagarei tudo. " E o senhor daquele servo teve compaixão e soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Mas aquele escravo saiu e encontrou um dos seus companheiros escravos que lhe devia cem denários; e ele agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pague-o que deve. "Então o seu companheiro escravo caiu e começou a suplicar-lhe, dizendo: 'Tenha paciência comigo, e eu te pagarei.' Ele não estava disposto no entanto, mas fui e jogou-o na prisão, até que pagasse o que lhe era devido. Então, quando seus co-escravos viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e veio e relatou ao seu senhor tudo o que havia acontecido.Em seguida, convocando-o, o seu senhor lhe disse: "Servo mau, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicou. Você não devia ter tido misericórdia do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? ' E o seu senhor, mudou-se com raiva, entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim será a meu Pai celeste também fazer para você, se cada um de vós não perdoar a seu irmão do seu coração ". (18: 23-35)

Esta parábola é tão grave que muitas pessoas concluem que o princípio Jesus ensina com que não poderia aplicar-se a crentes. Mas, assim como às vezes é necessário para que um pai lidar duramente com uma criança persistentemente desobediente, é também, por vezes, necessário para o Senhor para lidar duramente com sua família desobediente. O escritor de Hebreus lembrou seus leitores de que o Senhor havia ensinado seu povo quase mil anos antes: "Aqueles a quem o Senhor ama Ele disciplina, e Ele açoita a todo filho a quem recebe" (He 12:6). Alguns dos crentes coríntios tinham se tornado tão imoral e impenitente que Deus colocá-los em Sickbeds e até mesmo levado alguns a morrer (1Co 11:30). Ele Struck Ananias e Safira morto por mentir para o Espírito Santo (Atos 5:1-10). O Senhor é por vezes rigoroso com os Seus filhos errantes porque isso às vezes é a única maneira que Ele pode corrigir sua desobediência e proteger a pureza e santidade de Sua igreja.

Jesus apresenta a parábola especificamente afirmando que é sobre o reino dos céus , cuja verdadeira cidadania inclui apenas os crentes. Não só isso, mas ele diz a parábola , por essa razão , isto é, como uma resposta direta à pergunta de Pedro sobre perdoar um irmão (v. 21), que por sua vez era uma resposta ao seu ensinamento sobre a disciplina dentro da igreja (vv. 15-20). Pedro-se, obviamente, era um crente, e sua referência ao "irmão" indica um companheiro cristão, especialmente à luz do fato de que o capítulo 18 se concentra em crentes, "pequeninos que crêem [Nele]" do Senhor (v 6;. Cf . v. 10). Jesus está ilustrando a necessidade de os crentes a perdoar uns aos outros.

Como já visto em Mateus 13, muito do ensinamento do Senhor sobre o reino dos céus foi dada na forma de parábolas. No presente parábola Jesus apresenta a atitude de Deus, o certo rei , a respeito do perdão e por seus súditos, os escravos. Os cidadãos do reino de Deus também são filhos de sua família celestial, e a parábola fala de Deus tanto como Senhor, representada pelo rei , e como Pai celestial (v. 35).

Escravos é usado aqui no sentido mais amplo daqueles em submissão a um soberano, como todos os assuntos de monarquias antigas eram, independentemente de sua posição ou riqueza. Todos os cidadãos de um antigo reino eram escravos no sentido de que eles devidos total fidelidade ao rei , que normalmente tinha poder de vida e morte sobre eles. Nesse sentido, os nobres eram tanto do rei escravos como eram os servos mais humildes. Esses extremos são sugeridas na parábola, indicando que a sua verdade se aplica a todos os crentes, todos os cidadãos do reino dos céus . O primeiro escravo era, obviamente, de alto escalão e, provavelmente, possuía fortuna pessoal considerável, enquanto o co-escravo a quem ele se recusou a perdoar a dívida foi talvez relativamente pobre.

Um rei geralmente nomeados governadores, ou sátrapas, sobre as várias províncias do seu reino, e sua principal responsabilidade era coletar impostos em seu nome. Foi, provavelmente, no que diz respeito a esses impostos que o rei ... queriam acertar as contas , e o homem que lhe devia o rei dez mil talentos foi, provavelmente, um tal oficial de coleta de impostos. Em qualquer caso, ele era uma pessoa com grande responsabilidade que devia uma grande quantia de dinheiro para o rei.

A ocasião foi talvez o tempo regular e periódica que o rei tinha estabelecido para acertar as contas com seus governadores. A idéia de uma prestação de contas final de fim de vida, representando o julgamento final de Deus, não corresponde à maneira como um governante recolhidas normalmente impostos de seus funcionários. Também não se ajustar ao fato de que o homem perdoado continuou com relações normais com os outros homens. A contabilidade não poderia representar o julgamento final de Deus, porque, depois que ele foi julgado, o homem não teria tido mais oportunidade ou de perdoar ou ser perdoado.

Assim como "setenta vezes sete" (v. 22) representa um número ilimitado de vezes, dez mil talentos representa uma quantidade ilimitada de dinheiro. Porque os valores monetários mudar tanto de um ponto na história para outra, nunca é possível calcular com precisão quanto uma determinada moeda de uma sociedade antiga valeria a pena em moeda moderna. E isso não é necessário fazer o ponto. Mas os registros históricos dão luz sobre o imenso valor que dez mil talentos teria nos dias de Jesus.

A partir de documentos históricos do tempo que tenha sido determinado que a receita total anual arrecadado pelo governo romano de Edom, Judéia, Samaria e da Galiléia era de cerca de 900 talentos. Com base nestes dados, dez mil talentos ascendeu a mais de 11 anos de impostos provenientes destes quatro províncias. Desde o Antigo Testamento, aprendemos que a quantidade total de ouro dada para o uso no Templo foi de pouco mais de 8.000 talentos (1Cr 29:4), e que "o peso do ouro que veio a Salomão cada ano era de 666 talentos de ouro "(1Rs 10:14).

Embora Murias significa, literalmente, dez mil , porque era o maior prazo numérica na língua grega que também foi usado no sentido figurado para representar um vasto número, incontável. Nesse sentido, tem a mesma conotação que o Inglês miríade , que é derivada dela. Murias é, portanto, às vezes traduzida como "incontáveis" (1Co 4:15) ou "miríades" (Ap 5:11). A lição de Jesus nesta parábola, portanto, foi a de que o homem que devia ao rei dez mil talentos devia uma dívida incalculável e impagável.

Essa dívida incalculável, impagável representam a dívida para o pecado que todo homem deve a Deus. Quando o Espírito Santo convence uma pessoa de seu pecado (Jo 16:8). É um tal vislumbre que Jó tinha de si mesmo e que o levou a "me arrependo no pó e na cinza" (42:6), bem como a oportunidade de dar a Deus o que é devido a Ele (conforme Rm 11:36; Cl 1:16), mas desperdiça a propriedade de Deus em pecado.

Porque o homem da parábola de Jesus não tinha os meios para pagar, o seu senhor mandou que fosse vendido, junto com sua esposa e filhos e tudo o que tinha, e reembolso a ser feita. O homem não só desviou o que pertencia à rei, mas consumido em si mesmo até que nada foi deixado. Esse é o estado do pecador à falência! O pagamento a ser feito a partir das receitas da venda de sua família à servidão e resgatar todos os seus bens pessoais não teria pago uma fração da dívida, mas foi exigido como um castigo e assim o rei poderia obter pelo menos uma parte do que ele era devido.

Assim como a quantidade de dinheiro impagável na parábola é uma imagem de dívida impagável do homem pelo pecado, o castigo mencionado aqui faz pensar do inferno, onde os condenados vão passar a eternidade pagando pelo impagável. A glória roubado de Deus pelo homem não pode ser reembolsado pelo homem e, portanto, mesmo depois de passar uma eternidade no inferno, uma pessoa não seria mais perto de pagar sua dívida e estar apto para o céu do que quando entrou. A falência espiritual absoluta de cada filho de Adão torna impossível para ele pagar a dívida ilimitada ele incorreu por causa do seu pecado.
Pelos padrões daquele dia o rei da parábola tinha sido gracioso apenas pelo seu não exigir uma prestação de contas anterior. De uma forma infinitamente maior Deus é misericordioso para com o pecador mais endurecido apenas no que lhe permite continuar a viver. A própria vida é um grande dom da misericórdia divina.
Mas haverá um dia, e muitas vezes muitos dias, quando cada homem enfrenta o Rei para dar conta de que ele está fazendo com a sua vida. Esta não é uma imagem de um dia do julgamento final, mas de um tempo de condenação quando os homens são feitos para enfrentar o seu pecado e da necessidade de salvação. Ela retrata os momentos em que o evangelho é pregado ou se lê a Escritura ou um testemunho pessoal é dado a eles. Eles são confrontados com a realidade de que eles têm de dar a Deus uma prestação de contas para a sua vida pecaminosa.
Percebendo sua culpa indesculpável e sentindo a bondade do rei, o escravo, pois, caindo, prostrou-se diante dele . Sua caindo e prostrando-se era mais do que a homenagem habitual dado um rei. Foi um ato de submissão total, de lançar-se completamente sobre a misericórdia do monarca, o homem era culpado, condenado, devastada, e genuinamente arrependido. Ele não tinha nenhuma defesa e ofereceu nenhum.

Da mesma forma, o pecador confrontados pelo Espírito Santo com o evangelho ea convicção de seu pecado deve reconhecer que ele está culpados e condenados diante de Deus. E da mesma forma que sua única esperança é se humilhar, confessar seu pecado, e lançou-se à misericórdia de Deus em Jesus Cristo. Todo pecador deve ser esmagada por seu pecado, como que o homem foi oprimido por sua dívida.Ele deve ter a atitude do cobrador de impostos que "nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!" (Lc 18:13). As bem-aventuranças (Mt 5:3-12.) Expressar a atitude contrita deste pecador arrependido, que em caso de falência espiritual chora sobre o seu pecado e clama por justiça de salvação.

Como o homem jazia quebrado aos pés do rei, ele não percebeu que ele nunca poderia ter pago a dívida não importa o quão longo e duro ele trabalhou. Mas sua terrível situação levou o apelo desesperado: "Tenha paciência comigo ", e, em seguida, a promessa irrealista," eu te pagarei tudo . " Impossible como a perspectiva era, ele, no entanto, implorou por uma chance de fazer bom em sua dívida. Seu entendimento foi falho, mas sua atitude foi certa.

Quando o primeiro condenado por seus pecados, as pessoas são muitas vezes inclinados a fazer promessas a Deus similares ao que o homem deu ao rei. Uma pessoa sob convicção, por vezes, vai dizer "Eu tenho a moldar a minha vida e ser uma pessoa melhor. Devo virar uma nova folha, fazer algumas resoluções, e reformar a mim mesmo." Ele reconhece seu pecado e sinceramente quer fazer as pazes, mas não percebendo que ele não pode.
Comentando sobre o servo nesta parábola, Martinho Lutero escreveu,
Antes de o rei chamou-o para dar conta, ele não tinha consciência, não sente a dívida, e teria ido para a direita junto, fez mais dívida, e não se importou nada sobre isso, mas agora que o rei avalia com ele, ele começa a sentir a dívida . Por isso, é com a gente. A parte maior não se preocupa sobre o pecado, continua firmemente, não teme a ira de Deus. Essas pessoas não podem vir para o perdão dos pecados, para que eles não percebem que eles têm pecados. Eles dizem que, de fato, com a boca que tem pecado; mas se eles estavam falando sério sobre isso que eles falam muito de outra forma. Este servo, também, diz, antes de o rei avalia com ele, tanto que eu devo ao meu senhor, ou seja, dez mil talentos; ... Mas agora que o acerto de contas é realizada, e suas ordens-lhe senhor, sua esposa, seus filhos, e tudo a ser vendido, agora ele sente. Assim, também, nós sentimos a sério quando os nossos pecados são revelados no coração, quando o registro de nossas dívidas é realizada antes de nós .... Então nós exclamar: Eu sou o homem mais infeliz, não há ninguém como infeliz como eu em a terra! Esse conhecimento faz com que um homem humilde de verdade, funciona contrição, para que se possa vir para o perdão dos pecados.
O rei sabia muito bem que, apesar de suas boas intenções, o servo nunca poderia fazer o que ele prometeu; mas ele não reprovou o homem para sua oferta tolo e inútil. Pelo contrário, o senhor daquele servo teve compaixão e soltou-o e perdoou-lhe a dívida .

Aqui está uma visão extraordinária do amor solidário de Deus para com o pecador arrependido genuinamente que se lança em sua misericórdia. O homem só pediu paciência para que ele possa tentar reembolsar o rei, mas em vez disso o rei soltou-o e perdoou-lhe a dívida . Isso é o que Deus faz com a dívida do pecado daqueles que vêm a Ele em humilde penitência e sincero.

Deve-se notar que esta parábola não se destina a apresentar todos os aspectos da salvação. Obviamente a pessoa e obra de Cristo e da essência da fé salvadora em que o trabalho não são retratados. O objetivo de nosso Senhor aqui foi para ilustrar o assunto do perdão entre os crentes, ea história é limitada a essa idéia. Ele simplesmente descreve um homem com uma dívida impagável, que procurou misericórdia e foi dada em abundância.

Daneion ( dívida ) significa literalmente "empréstimo", o que implica que em sua graciosidade o rei considerou a fortuna desviado um empréstimo e, em seguida, perdoou -o. Ainda mais graciosamente Deus perdoar o pecador que confessa o seu pecado e confia em Jesus Cristo. No momento em que uma pessoa reconhece a pecaminosidade de seu pecado e se volta para o único Salvador do pecado, sua montanha de dívidas para com Deus é pago na íntegra para sempre.

Não foi até o filho pródigo chegou ao fundo absoluto da vida que ele enfrentou até sua tolice ímpios. Ele havia abandonado seu pai e sua família e viveu uma vida completamente egoísta e debochado em uma terra estrangeira e pagã. E quando o dinheiro se foi, por isso foram a sua vida elevado e seus supostos amigos. O único trabalho que ele poderia encontrar era o concebível mais degradante para um judeu porcos slopping. Enquanto no chiqueiro que ele "caiu em si" e disse para si mesmo: "Quantos empregados de meu pai têm pão mais do que o suficiente, mas eu estou morrendo aqui com fome! Vou me levantar e ir para o meu pai, e vai dizer-lhe: 'Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho;. faze-me como um dos teus empregados' "Mas, mesmo antes que o filho disse essas palavras para o seu pai ", enquanto ele ainda estava longe, seu pai o viu e sentiu compaixão por ele, e correu e abraçou-o e beijou-o." O pai não repreender ou repreendê-lo, nem ele aceitar a oferta do filho para ser apenas um mercenário. Ao contrário, ele comandou "seus escravos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha, e colocar um anel no dedo e sandálias nos pés; e trazer o novilho gordo, matá-lo, e vamos comer e ser feliz; para este meu filho estava morto e voltou à vida novamente, estava perdido e foi encontrado '"(Lucas 15:11-24).

Um comentarista sugere que quando o pai saiu correndo ao encontro de seu filho que ele deve ter tido para reunir-se a sua longa túnica sob os braços e, assim, expor suas roupas de baixo, uma grande vergonha para um mais velho, homem digno desse dia. Mas o pai não tinha nenhuma preocupação, mas para se reunir com seu amado filho a quem ele havia dado como morto.

De uma forma infinitamente maior, Deus permitiu que fosse humilhado como Ele veio à terra, esvaziando "a Si mesmo, tomando a forma de um servo" (Fm 1:2). E em vez de resolver suas diferenças entre si, eles trouxeram o outro antes de tribunais pagãos (6: 1).

Paulo instruiu Tito para lembrar aos crentes sob seus cuidados "para difamar ninguém, para ser controverso, moderados, mostrando toda a consideração por todos os homens." Ele, então, dá a razão Deus ordena as virtudes de seus filhos:

Porque também nós éramos outrora insensatos nós mesmos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, gastando a nossa vida em malícia e inveja odiosos e odiando um ao outro. Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e Seu amor pela humanidade apareceu, Ele nos salvou, e não com base em ações que nós temos feito em justiça, mas segundo a sua misericórdia pela lavagem da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, a quem Ele derramou sobre nós ricamente através de Jesus Cristo, nosso Salvador herdeiros, que, sendo justificados pela sua graça, fôssemos feitos de acordo com a esperança da vida eterna. (Tito 3:2-7)

A lição de Jesus na parábola é o mesmo que Paulo aqui: Aqueles que foram graciosamente, totalmente, e permanentemente perdoados por Deus por seus pecados imensuráveis ​​contra ele são a agir como os filhos divinos e herdeiros eles se tornaram, refletindo o amor e compaixão de seu Pai celestial. Eles são a "ser gentil com o outro, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou [eles]" (Ef 4:32).

Os crentes ainda tem a capacidade de dar forma aos pecadores, maneiras rancorosas de sua humanidade não redimida, mas "mesmo assim", diz Paulo, "vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Por isso não deixe o pecado reine em vosso corpo mortal que você deve obedecer às suas concupiscências "(Rm. 6: 11-12).

Sabendo da grande dívida do primeiro escravo tinha sido perdoado pelo rei e seu posterior tratamento de seu escravo endividados, os co-escravos estavam compreensivelmente indignado que este homem seria, na verdade, colocar-se acima do rei, agindo como se tivesse um direito a ser menos clemente e misericordioso do que o seu soberano. Portanto, quando eles viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e veio e relatou ao seu senhor tudo o que havia acontecido.

Os cristãos devem ser profundamente entristecido quando um irmão é implacável, porque a sua dureza de coração, não só tende a levar o infrator mais no pecado, mas também provoca dissensão e divisão dentro da igreja, mancha sua testemunho perante o mundo, e profundamente entristece o próprio Senhor .

Os outros escravos foram ao rei com a terrível história, esperando que a ação apropriada seria tomada contra o credor implacável. Esta característica da parábola faz uma visão interessante sobre a responsabilidade do crente, não só para seguir os passos de disciplinar um irmão pecador, mas a Pedido ao próprio Senhor para agir em correção e purgar o filho em pecado ungracious de Deus.
Como seria de esperar, o rei ficou furioso quando soube da notícia, e convocando-o, o seu senhor lhe disse: "Servo mau, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicou. Você não devia ter tido misericórdia do seu co-escravo, assim como eu tive compaixão de ti? "

Quando um cristão permite restante pecado para controlar uma atitude ou ação, ele está sendo mau, porque o pecado é sempre pecado, cometida por um crente ou descrente. O pecado da falta de perdão é, em alguns aspectos ainda mais perverso em um crente, porque ele tem infinitamente maior motivação e poder de perdoar do que uma pessoa que nunca experimentou a graça redentora de Deus. Como uma pessoa pode aceitar a misericórdia de Deus para todo o seu pecado, uma dívida impagável, e depois não perdoar uma pequena ofensa cometida contra si mesmo?

Não é que o rei espera o primeiro escravo para dar seu subordinado a chance de pagar a dívida, mas que ele esperava que ele tem tido misericórdia do seu companheiro de escravos e de perdoar a dívida integralmente até mesmo como o rei teve misericórdia de o escravo perdoado e perdoou a dívida por completo. Novamente, o princípio de Ef 4:32 é directamente paralela.

E o seu senhor, mudou-se com raiva, entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. Na ocasião anterior, o fundamento do primeiro escravo para a paciência havia se mudado o rei a compaixão e perdão. Agora a recusa do homem de perdoar seu conservo mudou o rei a raiva.

Porque Ele é santo e justo, Deus está sempre movido de cólera no pecado, incluindo o pecado de seus filhos. Paulo expressou algo deste tipo de ira justa para com os membros da igreja que não se arrependem de Corinto quando ele perguntou se eles estavam indo para continuar no pecado e fazê-lo chegar a eles com uma vara (1Co 4:21).

Deus tem santa indignação sempre que um cristão peca (conforme Sl 6; Atos 5:1-10.). Como castigo pelo seu pecado, o escravo implacável foi entregue aos torturadores (não carrascos) , até que pagasse tudo o que devia , isto é, até que ele teve uma mudança de coração e perdoou seu irmão agressor, que é o que o rei queria que ele pagar. Senhor Herbert disse uma vez: "Aquele que não pode perdoar os outros destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar."

Alguns comentaristas afirmam que o primeiro escravo foi reencumbered com a dívida que ele tinha sido perdoado e ficou obrigado a pagar tudo de volta. Mas essa interpretação irremediavelmente convoluções a parábola, fazendo tanto a salvação temporária ou o perdão condicional em seu comportamento subseqüente. Ambas as visões são indesejáveis. Além disso, a dívida original foi dito ser impagável eo homem ainda estava sem recursos, por isso não faria sentido para voltar a atribuir-lhe a dívida com a prestação que deve ser pago integralmente. É muito melhor para ver o reembolso simplesmente como o dever próprio um crente deve ao Senhor. Neste caso, isso significaria perdoar seu irmão qualquer ofensa.

Deus não castiga Seus filhos por ódio, mas por amor. "Aqueles a quem o Senhor ama Ele disciplina, e Ele açoita a todo filho a quem recebe" (He 12:6).

Isso é o que Jesus inequivocamente declarado ponto da parábola: Assim será a meu Pai celeste também fazer para você, se cada um de vós não perdoar a seu irmão do seu coração . O crente não perdoa ( você ) vai satisfazer a Deus somente por oferecer o seu próprio perdão para aqueles que pecam contra ele, mais especialmente seu irmão em Cristo.

Jesus não está falando aqui do perdão que traz a salvação, dizendo que só Deus salva aqueles que estão perdoando. Isso seria obras justiça. Ele está falando de pessoas perdoando uns aos outros depois de terem experimentado a Sua graça livre. Aqueles que são salvos, transformado, dada uma nova natureza em Cristo, e ter a habitação do Espírito Santo geralmente vai se manifestar que a vida mudou por ter uma atitude de perdão (ver Mateus 6:14-15.). Mas haverá momentos em que caímos no pecado da falta de perdão, e esta instrução é para aqueles tempos.

Como mencionado anteriormente, se o primeiro homem não representa um cristão, uma pessoa que tenha sido perdoado por Deus para a sua dívida imensurável do pecado, a instrução no contexto da parábola rompe completamente. Jesus estava falando para os Doze, que não só eram crentes, mas apóstolos. Todos os crentes, não importa qual a sua posição ou realizações na igreja pode ser, são responsabilizados perdoar todas as ofensas contra eles cometidos por irmãos, pela simples razão de que eles próprios já foram perdoados uma dívida incalculável por Deus. Eles são esperados para refletir o perdão de Deus, porque eles têm experimentado o perdão de Deus.

Crentes experimentar dois tipos de perdão de Deus. A primeira é uma vez por todas e é permanente. Quando alguém confia em Jesus Cristo como Salvador e Senhor, todos os seus pecados-passado, presente e futuro, estão perdoados judicialmente, total e eternamente. Mas porque os crentes ainda estão sujeitos às tentações e fraquezas da carne, eles caem em pecado, mesmo depois de serem salvos. Para que o pecado que precisa de perdão diário de Deus e de limpeza, não para preservar a sua salvação, mas para restaurar o relacionamento quebrado com o Senhor que o pecado causa. Jesus tinha esses dois aspectos do perdão em mente quando disse: "Ele que se banhou precisa de lavar senão os pés, mas está completamente limpa, e você está limpo" (Jo 13:10).

Perdão uns dos outros crentes "não tem poder para absolver ou limpar o pecado como o perdão de Deus foi absolvido e continua a limpar a deles. Não obstante o seu perdão do outro deve refletir os dois tipos de perdão que recebemos de Deus. Eles são de ter em seus corações um espírito interno, general do perdão que está pronto para perdoar mesmo antes de saber de um pecado cometido contra eles e se ou não a pessoa pediu ou nunca pede perdão. Que o perdão deve ser constante e imutável, o que reflecte um amor divinamente capacitado que Pedro diz que "cobre uma multidão de pecados" (1Pe 4:8).

Perdão genuíno que é do seu coração é confiar perdão, perdão que vê o irmão ofendido assim como ele era antes de pecar. Se realmente perdoar uma pessoa, nós confio nele, assim como nós confiava nele antes. Não segure o delito sobre sua cabeça ou até mesmo em nossas mentes, pensando que ele provavelmente vai pecar novamente.

Embora o pecado contra Deus, a igreja, e um irmão companheiro em Cristo pode trazer dor de longa duração e sofrimento, e por vezes, perda mesmo permanente de uma intimidade, uma vez acalentado; o caminho para a restauração completa pode ser pavimentada com generosidade e confiança. Por exemplo, para confiar uma pessoa perdoada com algo que é caro e importante para você é, talvez, a mais segura evidência de que o perdão é realmente a partir do coração . Se a ofensa estava roubando, o infrator pode novamente ser confiada com algo precioso. Se a infracção foi se esquivando da responsabilidade que ele pode ser dado outro trabalho importante a fazer. Mesmo se o crime foi calúnia, novamente ele pode ser confiável com a sua reputação e tornar-se um amigo que está completamente amado e totalmente confiável.

Perdoar não é necessariamente esquecer. Embora a pessoa verdadeiramente perdoar irá se recusar a me debruçar sobre um crime, há lembretes às vezes contínuos de que não podemos controlar. Perdão nem envolver desculpar uma ofensa pecaminoso. O pecado é sempre pecado, e verdadeiro amor e misericórdia nunca tentar fazer com que o pecado nada, mas o que é. Mas o perdão implica acabar com a amargura, raiva e ressentimento que não só não retire um pecado, mas sim completá-lo.

Coração perdão não é possível para o crente em seu próprio poder. O perdão genuíno não é natural, mas sobrenatural e só é possível como habitação do Espírito Santo capacita. Apenas como nós "andar no Espírito" é que somos capazes de não "realizar o desejo da carne", o que, entre outras coisas, é a realização de um rancor em vez de perdoar. "Pois a carne define seu desejo contra o Espírito, eo Espírito contra a carne, porque estes estão em oposição um ao outro, de modo que você não pode fazer as coisas que você, por favor" (Gl 5:16-17.).

O grande comentarista William Arnot contou a seguinte conta para ilustrar como os crentes são capacitados a obedecer à ordem de perdoar uns aos outros. Após vadeando um rio, um viajante em Burma descobriu que seu corpo estava coberto de pequenas sanguessugas, ocupada chupando o sangue. Seu primeiro impulso foi o de retirá-los, mas o seu servo lhe advertiu contra ela, explicando que para fazer isso deixaria parte das sanguessugas enterrados na pele e causar infecção grave. O nativo preparado um banho quente para o homem e acrescentou algumas ervas à água que irritou, mas não matar os sanguessugas. Um por um, eles voluntariamente caiu. "Cada lesão imperdoável rankling no coração é como uma sanguessuga sugando o sangue da vida", Arnot passa a explicar. "Determinação humana Mere ter feito com ele não rejeitará o mal embora Você precisa banhar todo o seu ser em misericórdia redentora de Deus;. E essas criaturas peçonhentas vai deixar imediatamente ir a sua espera."
Quando alguém diz ou faz algo contra nós que parece imperdoável, é útil fazer uma oração como esta: "Ó Deus, me colocar no coração de perdão, para que eu possa comungar com Você na plenitude da comunhão, alegria e não experimentar a correção que vem quando você não perdoa-me porque eu não vou perdoar um irmão ou irmã em Cristo. Que eu lembre-se que para todos que vezes peca contra mim se multiplicaram pequei contra ti, e tu sempre me perdoado . Em nenhum momento qualquer do meu pecado me fez perder a minha vida eterna, por isso, ninguém mais do pecado deve levá-los a perder o meu amor e minha misericórdia para com eles ".


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Mateus Capítulo 18 do versículo 1 até o 35

Mateus 18

As relações pessoais

A mente de um menino — Mat. 18:1-4

Cristo e o menino — Mat. 18:5-7Mt 18:10

A tremenda responsabilidade — Mat. 18:5-7Mt 18:10 (cont.)

A extirpação cirúrgica — Mat. 18:8-9 O pastor e a ovelha extraviada — Mat. 18:12-14 Em busca do empedernido — Mat. 18:15-18 O poder da presença — Mat. 18:19-20 Como perdoar — Mat. 18:21-35

AS RELAÇÕES PESSOAIS

Mateus 18 é um capítulo de grande importância para a ética cristã porque trata das qualidades que deveriam caracterizar (a) relações pessoais dos cristãos. Trataremos essas relações em detalhe à medida que estudemos o capítulo seção por seção. Mas antes de embarcar nessa tarefa será necessário analisar o capítulo em sua totalidade. Destacam-se nele sete qualidades que deveriam estar presentes nas relações pessoais dos cristãos. .

  1. Primeiro e sobretudo, está a qualidade da humildade (vs. Mt 18:1-4

    Aqui nos deparamos com uma pergunta muito reveladora seguida por uma resposta igualmente reveladora. Os discípulos perguntaram quem era o maior no reino dos céus. Jesus tomou um menino e disse que a menos que se fizessem como um menino, não entrariam no reino dos céus. A pergunta dos discípulos é a seguinte: "Quem será o maior no reino dos céus?" e o mesmo fato de ter formulado essa pergunta demonstra que não tinham a menor idéia do que era o reino dos céus. Jesus disse: "Se não vos tornardes." Ao empregar esta forma de dirigir-se a eles, implicava que lhes estava fazendo uma advertência: a direção que levavam era errada e a menos que dessem uma volta completa em seu caminho se afastavam do Reino em vez de aproximar-se dele. Na vida o importante é aquilo para o qual o homem se dirige; e se se dirige para o cumprimento de sua ambição pessoal, a aquisição de poder pessoal, o prazer de prestígio pessoal, a exaltação de si mesmo, significa que aponta exatamente na direção oposta à do reino dos céus porque ser cidadão do Reino significa esquecer-se por completo de si mesmo, apagar e fazer desaparecer o eu, ocupar o eu em uma vida que tende para o serviço e não para o poder. Enquanto o homem considera seu próprio eu como o mais importante do mundo, está dando as costas ao Reino e se alguma vez quiser alcançá-lo terá que dar-se volta e olhar na direção contrária.
    De maneira que Jesus tomou um menino. Segundo uma tradição, esse menino chegou a ser Ignácio de Antioquia, que em tempos posteriores foi um grande servo da igreja, um escritor importante e por último um mártir para Cristo. A lenda surge do fato de que Ignácio recebesse o apelido de Teophoros que significa levado por Deus ou carregado por Deus, e, segundo conta a tradição, recebeu esse nome porque Jesus o carregou sobre seus joelhos. Pode ser que foi assim. Talvez seja mais provável que tenha sido Pedro quem fez a pergunta e que Jesus tenha tomado um filho do próprio Pedro e o tenha posto no meio, porque sabemos que Pedro era casado (Mt 8:14; 1Co 9:51Co 9:5).

    De maneira que Jesus disse que no menino vemos as características que deveriam assinalar a quem pertence ao Reino. Há muitas características belas em um menino: o poder de maravilhar-se, antes de que se acostume à maravilha do mundo e lhe seja indiferente; o poder de perdoar e esquecer, inclusive quando os adultos e os pais o tratam de maneira injusta, coisa que fazem freqüentemente; a inocência, que, como diz Richard Glover em um frase muito bonita, faz com que o menino só tenha que aprender, não desaprender; tenha que fazer, não desfazer. Não há dúvida que Jesus estava pensando nestas coisas; mas por mais maravilhosas que sejam, não eram as únicas a ocuparem sua mente. O menino tem três grandes qualidades que o convertem no símbolo daqueles que são cidadãos do Reino.

    1. Primeiro e sobretudo, está a qualidade que é a chave de toda a passagem: sua humildade. O menino não sente vontade de fazer-se notar; antes quer desaparecer no anonimato. Não procura a preeminência, prefere permanecer na escuridão. Só abandona sua modéstia instintiva quando cresce e começa a penetrar no mundo competitivo, com sua luta feroz pelas recompensas e os postos importantes.
    2. Temos a dependência do menino. Para o menino, o estado de dependência é um estado perfeitamente natural. Nunca pensa que deve enfrentar a vida sozinho e em seu próprio benefício. Sente-se muito satisfeito em sua dependência absoluta daqueles que o querem e se preocupam com ele. Se os homens aceitassem o fato de sua dependência de Deus sua vida se veria enriquecida por um novo poder e uma nova paz.
    3. Vemos a confiança do menino. O menino é instintivamente dependente, e na mesma forma confia em que seus pais satisfarão suas necessidades. Quando somos meninos não podemos comprar nossa própria comida ou manter nosso lar, ou comprar a roupa; mas jamais duvidamos de que seremos alimentados e vestidos, de que sempre teremos refúgio, calor e conforto quando voltarmos para casa. Quando somos meninos empreendemos uma viagem sem nos passar pela cabeça pagar a passagem e sem ter idéia a respeito de como chegar à meta, mas jamais imaginamos duvidar de que nossos pais nos farão chegar aonde queremos.

    A humildade do menino é o modelo da conduta do cristão para o próximo, e a dependência e confiança do menino são o modelo da atitude do cristão para com Deus, o Pai de todos nós.

    CRISTO E O MENINO

    Mateus 18:5-7, Mt 18:10

    Devemos ter presente ao ler esta passagem certa dificuldade que se apresenta em sua interpretação. Como já vimos com freqüência, Mateus costuma reunir os ensinos de Jesus sob certos grandes títulos. Organiza de forma sistemática os ensinos de Jesus. Na primeira parte deste capítulo, como acontece aqui, reúne o ensino de Jesus sobre os meninos, e o que devemos lembrar é que os judeus empregavam a palavra menino em dois sentidos. Empregavam-na em sentido literal para referir-se a um menino pequeno; mas em geral se denominava filhos ou meninos os discípulos de um professor. De maneira que a palavra menino também se refere a alguém que recém se inicia na fé, alguém que logo começou a crer, alguém que ainda não está amadurecido e não se estabeleceu na fé, alguém que logo entrou no bom caminho e a quem se pode desviar com facilidade. E nesta passagem o menino significa freqüentemente tanto a criatura jovem como o principiante no caminho cristão.

    Jesus diz que qualquer que receba a um desses meninos em seu nome, recebe a Ele.
    A palavra em meu nome pode significar uma destas duas coisas.

    1. Pode querer dizer por amor a mim, por minha causa. O cuidado dos meninos é algo que se leva a cabo nada menos que por Jesus Cristo. Ensinar um menino, educá-lo no caminho em que deve andar, é algo que se faz não só pelo menino, mas também pelo próprio Jesus Cristo.
    2. Pode significar com uma bênção. Pode querer dizer receber o menino e invocar sobre ele o nome de Jesus. Aquele que leva a Jesus e sua bênção a um menino, leva a cabo uma tarefa digna de Cristo.

    Receber o menino também é uma frase que pode ter mais de um sentido.

    (1) Pode significar nem tanto receber a um menino como receber a uma pessoa que tem essa qualidade da humildade que caracteriza o menino. Neste mundo tão competitivo é muito fácil prestar mais atenção à pessoa que é belicosa, agressiva, auto-suficiente e confiante em si mesma. É fácil dar mais importância à pessoa que, no sentido mundano da palavra, triunfou na vida. Pode ser que Jesus diga nesta passagem, que a pessoa mais importante não é a que escala posições, e a que subiu à copa da árvore empurrando a qualquer um que se tenha posto no caminho, e sim a pessoa calada, humilde, singela, que tem o coração de um menino.

    1. Pode significar dar as boas-vindas ao menino, proporcionar a ele o cuidado, o amor e os ensinos que requer para converter-se em um homem bom. Ajudar a um menino a viver bem e conhecer a Deus é ajudar a Jesus Cristo.
    2. Mas esta frase pode ter um sentido maravilhoso. Pode significar que se deve ir a Cristo em um menino. Ensinar a meninos desobedientes, inquietos, pode ser uma tarefa cansativa. Satisfazer as necessidades físicas do menino, lavar sua roupa, curar suas feridas e consolar suas tristezas, guisar suas comidas pode parecer, com muito freqüência, como uma tarefa muito pouco romântica. A cozinha, a pia de lavar e a mesa de costura não são elementos muito bonitos, mas não há ninguém neste mundo que ajude mais a Jesus Cristo que a professora do menino e que a mãe atarefada e ocupada em sua casa. Os tais descobrirão uma glória no cotidiano se no menino às vezes têm uma visão de Jesus Cristo.

    A TREMENDA RESPONSABILIDADE

    Mateus 18:5-7, Mt 18:10 (continuação)

    Mas a chave desta passagem é o terrível peso da responsabilidade que impõe sobre cada um de nós.
    (1) Sublinha o horror de conduzir outro ao pecado. Pode-se com verdade afirmar que ninguém peca sem um convite e quem o convida costuma ser outro homem. A pessoa sempre deve enfrentar sua primeira tentação ao pecado; o homem sempre deve receber o primeiro estímulo para fazer o incorreto, sempre deve experimentar seu primeiro empurrão para o caminho que leva ao proibido. Os judeus consideravam que o pecado mais imperdoável era ensinar outro a pecar. E seu ponto de vista se apoiava no seguinte: os pecados de uma pessoa se podem perdoar, porque em certo sentido suas conseqüências são limitadas, mas se ensinarmos alguém a pecar, ele por sua vez pode ensinar a outro, e fica em movimento uma série de pecados sem um fim previsível. Não há nada mais terrível neste mundo que destroçar a inocência de alguém. E se o homem tem um resto de consciência, não haverá nada que o torture mais.

    Alguém relata a história de um ancião moribundo. Não havia dúvida que estava profundamente preocupado. Por fim obtiveram que dissesse qual era seu problema. "Quando éramos meninos", disse, "um dia viramos os cartazes em um cruzamento de caminhos de maneira que indicavam a direção contrária, e jamais pude deixar de pensar quanta gente terá tomado o caminho errado por nossa ação." O maior dos pecados é induzir outra pessoa a pecar.
    (2) Esta passagem sublinha o terror do castigo daqueles que ensinam outros a pecar. Quando compreendemos seu significado, vemos que se preocupa em apontá-lo. Se alguém ensinar outra pessoa a pecar, seria melhor que se pendurasse uma pedra de moinho ao redor do pescoço e que se afogasse nas profundezas do mar. O termo que se emprega para dizer pedra de moinho neste caso é mulos onikos. Os judeus moíam o trigo apertando-o entre duas pedras circulares. Isto se fazia nas casas, e estes moinhos se podiam ver em qualquer choça. A pedra superior, que girava sobre a inferior, tinha um cabo e geralmente era de um tamanho adequado para ser movida sem dificuldade pela mulher da casa porque em geral era ela quem moía o trigo para o uso cotidiano.

    Mas um mulos onikos era uma pedra de moer de um tamanho tal que se necessitava um asno para movê-la (onos é a palavra grega que significa asno e mulos moinho) e fazê-la girar. O próprio tamanho da pedra do moinho dá uma idéia do caráter tremendo da condenação. Além disso, no texto grego diz, nem tanto que seria melhor que o homem se afogasse nas profundidades do mar, como que se afogasse em alto mar. O judeu sentia temor do mar; para ele o céu era um lugar onde não haveria mais mar (Ap 21:1). O homem que fazia outro pecar convinha que se afogasse longe, no lugar mais solitário e deserto que se pudesse imaginar. Ainda mais, a mesma figura de afogar-se implicava algo horrível para o judeu. Às vezes os romanos castigavam uma pessoa afogando-a, mas os judeus jamais. Para o judeu era um sinal de destruição total. Quando os rabinos ensinavam que era preciso destruir por completo objetos pagãos e gentios diziam que era preciso "jogá-los ao mar".

    Josefo (Antiguidades dos Judeus 14.15,10) relata uma história terrível a respeito de uma rebelião na Galiléia durante a qual os galileus tomaram prisioneiros a quem apoiava a Herodes e os afogaram nas profundezas do mar da Galiléia. A mesma frase seria para o judeu uma imagem de destruição e aniquilação total. As palavras de Jesus estão escolhidas com cuidado e premeditação para assinalar o destino que espera ao homem que ensina outro a pecar.

    (3) Esta passagem contém uma advertência para calar qualquer evasão possível. O nosso é um mundo manchado pelo pecado e cheio de tentações, ninguém pode entrar no mundo sem experimentar tentações e sem enfrentar ocasiões de pecar. Isto é particularmente válido no caso de alguém que sai de uma casa muito protegida na qual nunca experimentou más influências.
    Jesus diz: "Isso é verdade, este mundo está cheio de tentações, é certo que isso é inevitável em um mundo onde que entrou o pecado, mas isso não diminui no mais mínimo a responsabilidade do homem que é causa de tropeço para uma pessoa mais jovem ou alguém que recém se inicia na fé." Sabemos que este é um mundo cheio de tentações, de maneira que o dever do cristão consiste em tirar os obstáculos, nunca em ser quem os ponha no caminho de outros. Isso significa que não só é um pecado pôr um obstáculo no caminho de outro, mas também é um pecado pôr essa pessoa em uma situação, circunstância ou ambiente em que possa encontrar tal obstáculo. Nenhum cristão pode sentir-se satisfeito vivendo entorpecido em sua complacência em uma civilização onde existem condições de vida e de alojamento nas quais uma pessoa jovem não tem nenhuma possibilidade de escapar às seduções do pecado.

    1. Por último, esta passagem sublinha a importância suprema da criatura. "Seus anjos", disse Jesus, "vêem sempre o rosto de meu pai que está nos céus." Na época de Jesus os judeus acreditavam em uma angelologia muito desenvolvida. Cada país tinha seu anjo; cada uma das forças naturais, como o vento, o raio, o trovão e a chuva tinham seu anjo; inclusive foram tão longe, afirmando com singular beleza que cada fibra de pasto tinha seu anjo. De maneira que também acreditavam que cada menino tinha seu anjo da guarda. Mais ainda, dizer que estes anjos contemplam o rosto de Deus no céu significa que os anjos sempre têm acesso direto a Deus. Trata-se da imagem de uma grande corte real onde só os cortesãos, ministros e oficiais favoritos têm acesso direto ao rei. Aos olhos de Deus os meninos são tão importantes que seus anjos custódios sempre têm acesso à íntima presença de Deus.

    Para nós, o grande valor que tem o menino sempre deve residir nas possibilidades que encerra. Tudo depende de como se acostume e eduque essa criatura. Pode acontecer que as possibilidades nunca se realizem; podem afogar-se e perder-se, o que se poderia ter empregado com um fim bom pode desviar-se para maus propósitos, ou podem liberar-se de maneira tal que uma nova onda de poder invada a Terra.
    No século XI o Duque Roberto da Borgonha era um dos grandes cavalheiros e guerreiros. Estava por sair em uma campanha. Tinha um bebê que era seu herdeiro, e antes de partir foi a todos os barões e nobres a corte para que jurassem fidelidade ao pequeno em caso de algo acontecer a ele. Chegaram com suas plumas ao vento e as armaduras reluzentes e se ajoelharam diante do menino. Um dos barões sorriu ao aproximar-se. O duque Roberto lhe perguntou qual era a razão de seu sorriso. O nobre respondeu: "O menino é tão pequeno." "Sim", disse o duque, "é pequeno — mas crescerá." Com efeito, foi isso que aconteceu, porque esse menino se converteu no Guilherme, o Conquistador da Inglaterra.

    Em cada menino há possibilidades infinitas para o bem e para o mal. A responsabilidade suprema do pai, do professor, da igreja consiste em velar para que essas possibilidades para o bem se cumpram. Afogá— las, deixá-las dormir, torcê-las para o mal, é pecado.

    A EXTIRPAÇÃO CIRÚRGICA

    Mateus 18:8-9

    Esta passagem pode ser interpretada em dois sentidos. Pode-se tomá-la em um sentido puramente pessoal. Pode significar que para escapar ao castigo de Deus vale a pena qualquer sacrifício e renúncia.

    Devemos ter bem claro o que significa esse castigo. Aqui é chamado castigo eterno. Esta palavra, eterno, aparece com freqüência nas idéias judaicas de castigo. O termo é aionios. O livro de Enoque fala do juízo eterno, do juízo para sempre, do castigo e a tortura para sempre, do fogo que queima para sempre. Josefo denomina prisão eterna no inferno. O Livro de Jubileus menciona uma maldição eterna. O Livro de Baruque diz que "não haverá oportunidade de retornar, nem um limite no tempo."

    Existe um relato rabínico sobre o rabino Jocanan Ben Zaccai que chorava amargamente ante a perspectiva da morte. Quando lhe perguntaram por que, respondeu: "Agora choro sobretudo porque estão por me conduzir perante o Rei dos reis, ao Santo, bendito seja Ele que vive e permanece para sempre jamais, cuja ira, se a experimentar, é uma ira eterna; e se me ata, sua atadura é eterna, e se me mata, é uma morte eterna; a quem não posso aplacar com palavras nem abrandar com riquezas."
    Todas estas passagens empregam o termo eterno. Mas devemos cuidar de ter em mente o significado desta palavra. O significado literal de aionios é pertencente às eras; há uma só pessoa a quem se pode aplicar esta palavra corretamente, e essa pessoa é Deus. Na palavra aionios há muito mais que uma mera descrição do que não tem fim. O castigo que é aionios é um castigo que corresponde a Deus infligir, e que só Deus pode dar. Quando pensamos em um castigo só podemos dizer: "Acaso o juiz de toda a Terra não fará justiça?" Nossas imagens humanas e nosso esquema temporário falham, estão nas mãos de Deus.

    Mas temos uma chave. Esta passagem fala do inferno de fogo, que no original é o Geena de fogo. Geena é o vale do Hinom. Tratava-se de um vale que estava ao pé da montanha de Jerusalém. Era um lugar maldito porque, na época do reino, os judeus renegados tinham sacrificado ali seus filhos no fogo ao deus pagão Moloque. Josias o tinha convertido em um lugar maldito. Mais tarde se converteu no depósito de lixo de Jerusalém; era uma espécie de incinerador gigante. Nele havia sempre lixo ardendo e estava rodeado permanentemente por fumaça e mau cheiro. Agora, o que era este Geena, este vale do Hinom? Era o lugar onde se atirava tudo o que era inútil e ali era destroçado. Quer dizer que o castigo de Deus se dirige aos inúteis, a aqueles que não fazem nenhuma contribuição à vida, os que freiam a vida em lugar de fazê-la avançar, os que fazem que a vida se arraste em lugar de elevá-la, os que se convertem em cargas e obstáculos para outros em lugar de ser motivos de inspiração. O Novo Testamento assinala uma e outra vez que a inutilidade evoca o desastre. O homem inútil, aquele que é uma má influência para outros, o homem que não pode justificar o mero fato de sua existência, está em perigo de receber o castigo de Deus se não extirpar de sua vida, como se se tratasse de uma intervenção cirúrgica, todas aquelas coisas que o convertem em uma pessoa inútil e em um obstáculo para outros.

    Mas também pode acontecer que não se deva tomar esta passagem tanto em um sentido pessoal e sim com relação à Igreja. Mateus já empregou esta frase de Jesus em outro contexto, em Mt 5:30. Pode haver uma diferença aqui. Toda a passagem trata sobre meninos, e possivelmente em forma especial sobre meninos na fé. Pode ser que esta passagem diga o seguinte: "Se em sua Igreja há alguém que é uma má influência, alguém que é um mau exemplo para os que são jovens na fé, se houver alguém cuja vida e cuja conduta fazem mal ao corpo da Igreja, é preciso extirpá-lo, extraí-lo e jogá-lo fora." A Igreja é o Corpo de

    Cristo; portanto, se esse corpo tiver que ser são e proporcionar saúde, deve extirpar-se o que tenha germes de uma infecção cancerosa e venenosa.

    Há uma coisa sobre a qual não há dúvida: em qualquer pessoa e em qualquer igreja aquilo que é ocasião de pecado deve extirpar-se, por mais dolorosa que seja a operação, porque se lhe permitimos crescer o castigo será mais grave. Pode ser que nesta passagem se sublinhe tanto a necessidade da auto-renúncia para o indivíduo cristão como a necessidade de disciplina para a Igreja cristã.

    O PASTOR E A OVELHA EXTRAVIADA

    Mateus 18:12-14

    Sem dúvida esta é a mais simples das parábolas de Jesus visto que é o simples relato da ovelha perdida e do pastor que a busca. Na Judéia era tragicamente fácil as ovelhas se extraviarem. A terra para o pastoreio se encontra na região montanhosa que se estende como uma espinho dorsal pelo centro do país. Esta planície montanhosa é estreita, só tem alguns quilômetros de largura. Não há paredes que formem algum tipo de cerco ou borda. No melhor dos casos, o pasto é escasso. De maneira que é muito possível que as ovelhas se dispersem, e se se separam do pasto da planície para os terrenos baixos e gargantas a ambos os lados é mais que provável que terminem em algum penhasco do qual não podem sair para nenhum lado e que fiquem abandonadas ali até que morram.
    Os pastores da Palestina eram especialistas em encontrar suas ovelhas. Eram capazes de seguir a pista da ovelha perdida durante vários quilômetros, e desafiavam precipícios e escarpados para devolvê-la ao redil.
    Na Palestina, na época de Jesus, era costume os rebanhos pertencerem a uma comunidade; seu dono não era um indivíduo, mas sim uma aldeia. De maneira que em geral havia dois ou três pastores com as ovelhas. É por isso que o pastor podia deixar as noventa e nove.

    Se as tivesse abandonado, sem um guardião ou um vigilante, à volta teria encontrado muito mais extraviadas, mas podia deixá-las a cargo de seus companheiros enquanto procurava a que se perdeu. Os pastores sempre faziam os esforços mais árduos e sacrificados para achar uma ovelha perdida. A norma estabelecia que, na medida do possível, se não se podia trazer a ovelha viva pelo menos era preciso levar a lã ou os ossos para demonstrar como havia morrido e que de fato tinha morrido.

    Podemos imaginar que outros pastores retornariam à aldeia ao entardecer com seus rebanhos e anunciariam que um deles ainda estava na montanha procurando a que se extraviou. Podemos imaginar que os olhos dos habitantes dessa aldeia se dirigiriam uma e outra vez para as montanhas em busca do pastor que não tinha retornado a sua casa. E também podemos imaginar a exclamação de alegria quando o viam avançar pelo caminho principal da aldeia com o animal perdido sobre os ombros. E podemos imaginar que toda a aldeia se congregaria a seu redor com a maior alegria para ouvir o relato da ovelha perdida e achada. Neste pastor temos a imagem preferida de Jesus para referir-se a Deus e a seu amor.

    Esta parábola nos ensina muitas coisas sobre o amor de Deus.

    1. O amor de Deus é um amor individual. As noventa e nove não eram suficientes; uma ovelha estava na montanha e o pastor não podia descansar até que a houvesse devolvido ao redil. Por mais numerosa que seja a família, o pai não pode desfazer-se de um só; não há um por quem ele não se importe. Deus é assim; não pode sentir-se feliz até que não reuniu até a última ovelha perdida.
    2. O amor de Deus é um amor paciente. As ovelhas são criaturas proverbialmente tolas. A ovelha não podia culpar a ninguém mais que a si mesma pelo perigo em que se colocou. Os homens têm certa tendência a ser impaciente com os insensatos. Quando estão em dificuldades tendemos a afirmar: "É culpa deles; eles o buscaram; não tenha lástima de nenhum tolo." Graças a Deus, Ele não é assim. A ovelha podia ter

    sido tola, mas de qualquer modo o pastor estava disposto a arriscar sua vida por ela. Os homens podem ser tolos, mas Deus ama até ao homem tolo que é o único culpado da dificuldade em que se encontra, de seu pecado e de sua tristeza.

    1. O amor de Deus é um amor que busca. O pastor não se contentou esperando que a ovelha voltasse; saiu a procurá-la. Isso é o que os judeus não podiam entender, nem podem entender até agora, a respeito da idéia cristã de Deus. O judeu estava disposto a reconhecer que se o pecador voltava, arrastando-se em forma miserável a sua casa, Deus o perdoaria. Mas nós sabemos que Deus é muito mais maravilhoso que isso, porque em Jesus Cristo Deus veio buscar aqueles que se separam do redil. Deus não se contenta esperando até que os homens voltem para lar, sai para buscá-los, custe o que custar.
    2. O amor de Deus é um amor que se alegra. Aqui não há nada mais que alegria. Não há recriminações; não se trata de receber com ressentimento e com ar de superioridade. Com freqüência aceitamos a um homem penitente, mas o fazemos com um sermão sobre moral e com uma indicação muito clara de que deve ver-se a si mesmo como um ser detestável. Também o confrontamos com a afirmação de que já não temos nada a ver com ele e que não temos a menor intenção de voltar a depositar nossa confiança nele. É humano não esquecer nunca o passado de alguém e lembrar sempre seus pecados. Deus põe nossos pecados a suas costas e quando voltamos para ele tudo é alegria.
    3. O amor de Deus é um amor protetor. É o amor que busca e salva. Pode haver um amor que arruína; pode haver um amor que abranda, mas o amor de Deus é um amor protetor que salva os homens para que possam servir a seu próximo, um amor que converte o extraviado em alguém sábio, o fraco em uma pessoa forte, o pecador em alguém puro, o cativo do pecado no homem livre da santidade, o vencido pela tentação em vencedor do pecado.

    EM BUSCA DO EMPEDERNIDO

    Mateus 18:15-18

    Esta é uma das passagens mais difíceis de interpretar de todo o evangelho de Mateus. Sua dificuldade radica no fato indubitável de que não parece certo, não soa como tendo saído de boca de Jesus. É muito mais parecida com as regulamentações de uma comissão eclesiástica do que com as palavras de Jesus Cristo.

    Podemos ir mais longe. Não é possível que Jesus o haja dito na forma em que o lemos na atualidade. É muito legalista para tratar-se de um frase de Jesus; poderiam ser as palavras de qualquer rabino judeu. Jesus não pôde haver dito a seus discípulos que levassem o assunto à Igreja, porque esta não existia, e todo o tom da passagem implica uma igreja muito desenvolvida e organizada com um sistema de disciplina eclesiástica. A passagem se refere aos coletores de impostos e aos gentios como estranhos irredimíveis. Jesus era acusado pelo fato de ser amigo dos coletores de impostos e dos pecadores, e jamais falou deles como estranhos sem esperanças. Sempre falou deles com amor e compreensão, e inclusive os elogiou (veja-se Mt 9:10ss.; Mt 11:19; Lc 18:10ss.; e em especial Mt 21:31 ss.). Ali se diz textualmente que os publicanos e as prostitutas entrarão no Reino adiante das pessoas religiosas ortodoxas da época. E, por último, todo o tom da passagem indica que há um limite para o perdão, que chaga um momento em que outros podem abandonar a um companheiro como se se perderam as esperanças de salvá-lo; trata-se de um conselho inimaginável nos lábios de Jesus. E o último versículo, onde se fala de atar e desatar, parece dar à Igreja o poder de reter e perdoar os pecados. Há muitas razões que nos fazem pensar que, tal como está, esta não pode ser uma repetição das palavras de Jesus e que se deve tratar de uma adaptação de algo que Jesus disse, adaptação feita pela Igreja nos anos posteriores quando a disciplina da Igreja se apoiava mais em normas e regulamentações que na caridade e no perdão.

    Mas embora seja indubitável que a passagem não é um resumo exato do que Jesus disse, tampouco se pode duvidar de que se remonta a algo que Jesus disse. Podemos então nos remontar mais à frente do relato e chegar ao mandamento que Jesus pronunciou? Em seu sentido mais amplo o que Jesus dizia era o seguinte: "Se alguém pecar contra vocês não poupem nenhum esforço para solucionar os problemas entre vocês e ele." Em essência, a passagem significa que jamais devemos tolerar nenhuma situação em que haja uma ruptura das relações pessoais entre nós e outro membro da comunidade cristã. Suponhamos que algo anda mal, o que devemos fazer para solucioná-lo? Esta passagem nos apresenta todo um esquema de ação para solucionar as relações interrompidas dentro da comunidade cristã.

    1. Se sentirmos que alguém nos ofendeu, devemos expressar nossa queixa imediatamente. O pior que podemos fazer a respeito de uma ofensa é alimentá-la dentro de nós. Isso é fatal. Pode envenenar a vida e o pensamento até que cheguemos ao ponto de não pensar mais que em nosso sentimento de ofensa pessoal. Qualquer sentimento desse tipo deve manifestar-se em forma aberta, enfrentá-lo e expressá-lo, e mais de uma vez o próprio fato de pô-lo em palavras nos demonstrará a futilidade e trivialidade de todo o assunto. Há momentos em que sofrer em um silêncio carregado de rancor é o pior que se pode fazer.
    2. Em segundo lugar, se sentirmos que alguém nos ofendeu devemos ir vê-lo pessoalmente. O escrever cartas provocou mais problemas que quase qualquer outra coisa. Uma carta se pode ler e interpretar mal, pode transmitir inconscientemente um tom que jamais esteve no espírito de seu autor. Se tivermos alguma diferença de opinião com alguém, há uma só forma de solucioná-lo: cara a cara. A palavra falada freqüentemente pode solucionar uma disputa que a palavra escrita só teria exacerbado.
    3. Se uma reunião particular e pessoal não obtém seu objetivo, devemos ir acompanhados de alguma pessoa prudente. Dt 19:15 o expressa assim: "Não se tomará em conta a uma só testemunha contra nenhum em qualquer delito nem em qualquer pecado, em relação com qualquer ofensa cometida. Só pelo testemunho de duas ou três testemunhas se manterá a acusação." Essa é a frase em que pensa Mateus. Mas neste caso o fato de levar uma testemunha não significa que se trata de demonstrar a alguém que pecou. O objetivo que se persegue ao levar duas ou três pessoas prudentes é ajudar no processo de reconciliação. Pode acontecer que nós sejamos, e não o outro, aqueles que estamos errados. Os homens costumam odiar mais àquelas pessoas a quem feriram, e pode acontecer que nada do que digamos chegue a convencer ao outro. Mas ao falar sobre o problema em presença de pessoas prudentes, amáveis e pormenorizadas criamos um clima novo no qual pelo menos se dá a possibilidade de que nos vejamos "como outros nos vêem". Os rabinos tinham uma frase muito sábia: "Não julgue sozinho, porque ninguém pode julgar sozinho, exceto Um (Deus)."
    4. Se isso também fracassar, devemos levar nosso problema pessoal à comunidade cristã. Por que? Porque os problemas nunca se resolvem indo à justiça ou por meio de discussões não cristãs. O legalismo não soluciona nada, não faz mais que criar mais dificuldades. As relações pessoais só podem resolver-se em uma atmosfera de oração cristã, de amor e companheirismo cristãos. É evidente que isso supõe que a comunidade cristã seja cristã e que trata de julgar as coisas, não à luz de um manual de práticas e procedimentos, mas à luz do amor.
    5. Agora é que chegamos à parte difícil da passagem. Mateus diz que se isso tampouco dá resultado devemos considerar o homem que nos ofendeu como um pagão e um publicano. Já vimos que a primeira impressão dessa frase é que se deve abandonar essa pessoa como alguém irrecuperável e sem esperanças. Isso é exatamente o que Jesus não quis e não pôde querer dizer. Jamais poderia ter estabelecido limites ao perdão humano. O que quis dizer então? Vimos que quando fala de coletores de impostos e pecadores sempre o faz com simpatia e generosidade e mostrando avaliação por suas qualidades positivas. Pode ser que o que disse Jesus fosse algo parecido com o seguinte: "Uma vez que tenham feito tudo isto, quando tiverem dado todas as oportunidades possíveis ao pecador e quando permanece contumaz e teimoso, podem pensar que não é melhor que um publicano renegado ou até que um gentio sem deus. Bem, possivelmente tenham razão. Mas eu não descobri que os coletores de impostos, os gentios e os pecadores sejam pessoas sem esperanças. Minha experiência me demonstra que eles também têm um coração ao que se pode chegar, como Mateus e Zaqueu que se converteram em meus melhores amigos. Embora o pecador contumaz se pareça com um publicano e com um gentio, vocês ainda podem ganhá-lo assim como o fiz eu." Não se trata, de fato, de uma ordem de abandonar a um homem; é um desafio para ganhá-lo com o amor que pode chegar até ao coração mais duro. Não se trata de uma afirmação no sentido de que alguns homens são irrecuperáveis; pelo contrário, afirma que Jesus Cristo não encontrou nenhum homem irrecuperável — e nós tampouco devemos fazê-lo.
    6. Por último nos encontramos com a afirmação a respeito de atar e desatar. Trata-se de uma frase difícil. Não pode significar que a Igreja pode reter e perdoar pecados e estabelecer nessa forma o destino das pessoas no tempo ou na eternidade. O que pode significar é que as relações que estabelecemos com nosso próximo duram, não só no tempo, mas também continuam na eternidade; por isso, devemos solucioná-las.

    O PODER DA PRESENÇA

    Mateus 18:19-20

    Aqui nos deparamos com uma das frases de Jesus cujo significado devemos aprofundar e compreender, ou não restará mais que dor no coração e uma grande desilusão. Jesus diz que se duas pessoas chegarem a um acordo sobre qualquer assunto sobre o qual orar, eles o receberão das mãos de Deus. Se se deve tomar a frase em sentido literal e sem condições nem qualificações, fica falsa. São inumeráveis as ocasiões em que duas pessoas concordaram em orar pelo bem-estar físico ou espiritual de um ser querido e sua oração não recebeu resposta no sentido literal do termo. Em inúmeras oportunidades o povo de Deus decidiu orar pela conversão de seu país, ou pela dos pagãos e pela vinda do Reino e sua oração ainda está muito longe de ter recebido algum tipo de resposta. As pessoas chegam a um acordo a respeito de uma oração comum, e oram com desespero, e não recebem o que pedem. Não tem sentido recusar enfrentar os fatos, e só se pode fazer um mal se se acostumar as pessoas a esperar algo que não acontece. Mas quando chegamos a compreender o sentido das palavras de Jesus, encontramo— nos com uma profundidade preciosa.

    1. Primeiro e sobretudo, significa que a oração nunca deve ser egoísta, e que a oração egoísta não pode receber resposta alguma. Não se espera que oremos por nossas necessidades, com nossos pensamentos enfocados sobre nós mesmos e ninguém mais; temos que orar como membros de uma comunidade, apoiados sobre um acordo, recordando que a vida e o mundo não estão organizados para nós como indivíduos, e sim para a comunidade como um tudo. Aconteceria com muita freqüência que, se nossa oração recebesse uma resposta, defraudaria a oração de outra pessoa. Mais de uma vez nossa oração para obter algum êxito implicaria inevitavelmente no fracasso de outro. A oração efetiva deve ser a oração apoiada num acordo do que se tirou por completo toda concentração egoísta sobre nossas necessidades e desejos.
    2. Quando a oração não é egoísta, sempre recebe uma resposta. Mas aqui, como em todas as partes, devemos lembrar a lei essencial da oração. Essa lei estabelece que na oração recebemos, não a resposta que desejamos, mas a resposta que em sua sabedoria e em seu amor Deus considera como a mais positiva para nós. Pelo simples fato de sermos seres humanos com corações, temores, e esperanças e desejos humanos, a maior parte de nossas orações são escapistas. Oramos para nos salvar de alguma prova, de alguma dor, de alguma frustração, ou de alguma situação difícil e dolorosa. E a resposta de Deus nunca consiste em nos oferecer uma escapatória, mas uma vitória. Deus não nos proporciona a oportunidade de escapar a uma situação humana; permite-nos aceitar o que não podemos compreender. Permite-nos suportar o que seria insuportável sem sua ajuda; permite-nos enfrentar o que não poderíamos enfrentar sem Ele, dá-nos sabedoria para tratar as coisas que não poderíamos dominar sem Ele. O exemplo perfeito de tudo isto é Jesus no Getsêmani. Jesus orou para ser livrado da espantosa situação que enfrentava; não foi liberto dela, mas recebeu o poder de enfrentá-la, de suportá-la e de vencê-la. Quando oramos sem egoísmo, Deus envia sua resposta, mas sempre se trata da resposta de Deus, não necessariamente a nossa.
    3. Jesus passa a afirmar que quando dois ou três estão reunidos em seu nome, Ele está em meio deles. Os judeus estavam acostumados a repetir: "Onde dois se sintam e se ocupam com o estudo da Lei, a glória de Deus está com eles." Podemos aplicar esta grande promessa de Jesus em dois campos.
    4. Podemos transladá-la à esfera da Igreja. Jesus está tão presente na pequena congregação como na reunião multitudinária. Está tão presente na reunião de oração ou no círculo de estudo bíblico com seu punhado de pessoas como no estádio repleto de gente. Jesus Cristo não é escravo do número. Está presente em qualquer lugar onde se reúnam corações fiéis, por poucos que sejam, porque se dá por inteiro a cada indivíduo.
    5. Podemos transladar a à esfera do lar. Uma das primeiras interpretações desta passagem assinalava que os dois ou três eram o pai, a mãe e o filho e que Jesus estava presente, hóspede invisível de cada lar.

    Há pessoas que nunca entregam o melhor que têm exceto nas assim chamadas grandes ocasiões; mas para Jesus Cristo cada oportunidade em que dois ou três estão reunidos em seu nome é uma grande ocasião.

    COMO PERDOAR

    Mateus 18:21-35

    É muito o que devemos ao fato de que Pedro não tivesse freio na língua. Uma e outra vez Pedro soltava a fala e sua impetuosidade extraiu ensinos imortais de boca de Jesus. Nesta oportunidade Pedro pensava que era muito generoso e que agia bem. Perguntou a Jesus quantas vezes devia perdoar a seu irmão e logo respondeu a sua própria pergunta, sugerindo que devia perdoar sete vezes. Pedro tinha suas razões para fazer esta afirmação. Os rabinos ensinavam que um homem deve perdoar três vezes a seu irmão.
    O rabino José Ben Hanina dizia: "Aquele que roga a seu vizinho que o perdoe não deve fazê-lo mais de três vezes." O rabino José Ben Jehuda dizia: "Se alguém cometer uma ofensa uma vez, perdoam-no, se cometer uma ofensa pela segunda vez, perdoam-no, se cometer uma ofensa pela terceira vez, perdoam-no, se a cometer pela quarta vez, não o perdoam." Encontravam a prova bíblica da correção desta medida em Amós. Nos primeiros capítulos de Amós se estabelece uma série de condenações para diferentes nações: Por três transgressões e por quatro (Am 1:3, Am 1:6, Am 1:9, Am 1:11, Am 1:13; Am 2:1, Am 2:4, Am 2:6). Disto se deduziu que o perdão de Deus se estende a três ofensas e que se aproxima do pecador com algum castigo na quarta. Não se podia pensar que um homem fosse mais piedoso que Deus de maneira que se limitava o perdão a três ofensas. Pedro pensava que estava indo muito longe porque toma as três vezes rabínicas, multiplica-as por dois, adiciona uma e sugere, muito satisfeito consigo mesmo, que bastará perdoar sete vezes. Pedro esperava receber uma felicitação, mas a resposta de Jesus é que o cristão deve perdoar setenta vezes sete, que, de fato, não há limite para o perdão.

    Depois Jesus relatou a história do servo a quem se perdoou uma grande dívida e saiu e tratou sem misericórdia a outro servo que lhe devia uma soma que era uma fração infinitesimal da que ele mesmo devia: por esta falta de misericórdia recebeu uma condenação total. Esta parábola ensina algumas lições que Jesus nunca se cansava de repetir.

    1. Ensina a lição que percorre todo o Novo Testamento — o homem deve perdoar para ser perdoado. Quem não perdoa a seu próximo, não pode pretender que Deus o perdoe. "Bem-aventurados os misericordiosos", disse Jesus, "porque eles alcançarão misericórdia" (Mt 5:7). Depois de ensinar sua oração aos homens, Jesus ampliou uma das petições contidas nela: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mat. 6:14-15). Como o expressa Tiago: “O juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia” (Jc 2:13). O perdão humano e o divino devem ir de mãos dadas.
    2. E por que deve ser assim? Um dos pontos centrais desta parábola é a comparação entre as duas dívidas. O primeiro servo devia 10.000 talentos a seu senhor; um talento equivaleria a 560 dólares, portanto 10.000 talentos eram 5:600-000 dólares. É uma dívida incrível. Era superior ao orçamento total da província inteira. Este orçamento, que correspondia a Iduméia, Judéia e Samaria somava só 600 talentos; o ingresso total de uma província rica como Galiléia, só chegava a 300 talentos. Encontramo-nos com uma dívida que superava o resgate de um rei. Esta foi a dívida que foi perdoada ao servo. A dívida que seu companheiro lhe devia era ínfima: 100 denários; um denário equivalia a menos de um centavo de dólar, portanto a dívida não chegava a somar 10 dólares. Era quase um para 500.000 de sua própria dívida.

    A. R. S. Kennedy elaborou esta imagem muito vívida para estabelecer o contraste entre as duas dívidas. Se as dívidas fossem pagas em moedas de meio centavo de dólar, a dívida de 100 denários se podia levar no bolso. A dívida de dez mil talentos precisaria ser levada por um exército de umas 8.600 pessoas, cada um com um saco de moedas de meio centavo, de uns trinta quilos de peso; e partindo a um metro de distância formaria uma fila de quase nove quilômetros. O contraste entre as dívidas é esmagador. E o que se deve destacar é que nada do que os homens nos façam pode comparar-se com o que nós fazemos a Deus, e se Deus nos perdoou nossas dívida, nós devemos perdoar as dívidas de nosso próximo. Nada do que nós temos que perdoar se pode comparar em forma vaga ou remota com o que nos perdoou .

    Fomos perdoados de uma dívida que está além de todo pagamento — porque o pecado do mundo provocou a morte do próprio Filho de Deus — e, sendo assim, devemos perdoar a outros como Deus nos perdoou, ou não podemos esperar encontrar misericórdia alguma.


Dicionário

Ai

interjeição Expressão de dor, de desaprovação, de susto: ai, que tristeza esta conta para pagar!
substantivo masculino Manifestação de dor; grito de aflição: suportou seu parto sem dar um ai!
Intervalo de tempo excessivamente pequeno; momento: sua visita foi como um ai.
Etimologia (origem da palavra ai). De origem onomatopaica.

interjeição Expressão de dor, de desaprovação, de susto: ai, que tristeza esta conta para pagar!
substantivo masculino Manifestação de dor; grito de aflição: suportou seu parto sem dar um ai!
Intervalo de tempo excessivamente pequeno; momento: sua visita foi como um ai.
Etimologia (origem da palavra ai). De origem onomatopaica.

Montão. 1. Cidade de Canaã, que já existia no tempo de Abraão (Gn 12:8). Foi a segunda cidade que israel conquistou e totalmente destruiu, depois de ter atravessado o Jordão (Js 7:8-9,10, 12). ‘os homens de Betel e Ai’, em número de 223, voltaram do cativeiro com Zorobabel (Ed 2:28). Aiate, por onde Senaqueribe passou na sua marcha sobre Jerusalém, e Aia, são outras formas de Ai (is 10:28Ne 11:31). 2. Cidade dos amonitas (Jr 49:3).

Ai
1) Cidade de Canaã que ficava a leste de Betel. Ai já existia no tempo de Abraão (Gn 12:8). Foi a segunda cidade que o povo de Israel conquistou e destruiu, depois de ter atravessado o Jordão (Jos 7:12)

2) Grito de dor (Pv 23:29). 3 Desgraçado (Is 5:11); (Mt 23:13).

(Heb. “meu irmão”).

1. Um gadita que vivia em Gileade e Basã. Filho de Abdiel, é listado nas genealogias do tempo do rei Jotão, de Judá (1Cr 5:15).

2. Mencionado como um dos filhos de Semer, um homem valente e chefe de príncipes na tribo de Aser (1Cr 7:34).


Dois

numeral Um mais um (2); o número imediatamente após o 1; segundo.
Equivalente a essa quantidade: dois carros na garagem.
Segundo dia do mês: dia um, dia dois.
Segundo elemento numa contagem, série, lista.
substantivo masculino Algarismo que representa esse número (2).
Nota dois: tirei dois no exame.
Carta do baralho, marcada com dois pontos: o dois de ouros.
Etimologia (origem da palavra dois). Do latim duos; pelo espanhol dos.

Estou

estou | interj.
1ª pess. sing. pres. ind. de estar

es·tou
(forma do verbo estar)
interjeição

[Portugal] Expressão usada para atender o telefone ou iniciar uma chamada telefónica. = ALÔ, ESTÁ


es·tar -
(latim sto, stare, estar de pé, estar imóvel, ficar firme)
verbo copulativo

1. Achar-se em certas condições ou em determinado estado (ex.: a caixa está danificada; ele está uma pessoa diferente; estou sem paciência; está claro que há divergências entre nós).

2. Experimentar determinado sentimento (ex.: estou contente). = SENTIR-SE

3. Ter atingido um certo grau ou qualidade (ex.: a execução está perfeita; isto está uma porcaria).

4. Achar-se em certa colocação, posição ou postura, sujeita a alteração ou modificação (ex.: a equipa está em segundo lugar no campeonato; estou sentado porque esta menina cedeu-me o lugar).

5. Ter certo vestuário, ornamento ou acessório (ex.: os convivas estão em traje de gala).

6. Apresentar determinado estado de saúde (ex.: o paciente está pior; estou bem, obrigado; como está o seu marido?).

7. Sair pelo preço de ou ter um valor (ex.: a banana está a 2 euros; a despesa está em 1000 euros). = ATINGIR, CUSTAR, IMPORTAR

verbo transitivo

8. Achar-se, encontrar-se num dado momento ou num determinado espaço (ex.: estamos no início do ano lectivo; estávamos na rua e ouvimos o estrondo; vou estar por casa; estou em reunião).

9. Ter determinada localização (ex.: o Brasil está na América do Sul; o Funchal está a mais de 900 km de Lisboa). = FICAR, LOCALIZAR-SE, SITUAR-SE

10. Ter chegado a ou ter atingido determinada situação ou ocasião (ex.: estamos num ponto de viragem; estou com problemas; o carro está à venda).

11. Ser presente; marcar presença (ex.: não estava ninguém na sala). = COMPARECER

12. Ter uma relação afectiva ou sexual (ex.: estou com um namorado novo).

13. Haver, existir, verificar-se determinado estado (ex.: estão 29 graus à sombra; ainda está chuva?). [Verbo impessoal] = FAZER

14. Partilhar a mesma habitação (ex.: depois da separação dos pais, esteve vários anos com a avó). = COABITAR, MORAR, RESIDIR

15. Ter data marcada (ex.: a consulta está para dia 8).

16. Pertencer a um grupo, a uma corporação ou a uma classe especial (ex.: ele está nos bombeiros voluntários; estamos no partido há muito tempo). = INTEGRAR

17. Seguir uma carreira ou um percurso escolar ou profissional (ex.: ele está na função pública; esteve 30 anos na carreira diplomática; está em medicina).

18. Empregar-se ou ocupar-se durante certo tempo (ex.: estou num curso de especialização; o rapaz está num restaurante da praia).

19. Fazer viagem ou visita a (ex.: estivemos em Londres no mês passado). = VISITAR

20. Conversar com ou fazer companhia a (ex.: está com um cliente; ela esteve com uma amiga com quem não falava há anos).

21. Não desamparar; ficar ao lado ou a favor de (ex.: estou convosco nesta luta; estamos pelos mais fracos). = APOIAR

22. Ter vontade ou disposição (ex.: ele hoje não está para brincadeiras).

23. Ficar, permanecer ou esperar (ex.: eu estou aqui até vocês voltarem).

24. Depender (ex.: a decisão está no supervisor).

25. Ter o seu fundamento ou a sua base em (ex.: as qualidades estão nos gestos, não nas palavras; o problema está em conseguirmos cumprir o prazo). = CONSISTIR, RESIDIR

26. Ser próprio do caráter ou da natureza de (ex.: está nele ajudar as pessoas).

27. Condizer ou combinar bem ou mal, com alguma coisa (ex.: a roupa está-lhe bem; isto está aqui bem). = FICAR

28. [Pouco usado] Usa-se seguido de oração integrante introduzida pela conjunção que, para indicar uma opinião (ex.: estou que isto não é grave). = ACHAR, CRER, ENTENDER, JULGAR, PENSAR

verbo auxiliar

29. Usa-se seguido de gerúndio ou da preposição a e infinitivo, para indicar continuidade da acção (ex.: estavam a descansar; a reunião está decorrendo; não sei o que estarão a pensar; estava espalhando um boato; estariam a enganar alguém).

30. Usa-se seguido da preposição para e infinitivo, para indicar que algo se vai realizar (ex.: não sei o que está para vir; está para acontecer uma surpresa).

31. Usa-se seguido da preposição para e infinitivo, para indicar vontade ou intenção de realizar certo acto dentro de pouco tempo (ex.: ele hoje não está para brincadeiras; estou para ir ver a exposição há 2 meses).

32. Usa-se seguido da preposição por e infinitivo, para indicar que a acção não se realizou ainda (ex.: o trabalho está por fazer).

33. Usa-se seguido de particípio, para formar uma voz passiva cuja acção sofrida é geralmente permanente (ex.: o texto está escrito, agora é só rever; a derrota estava prevista).

nome masculino

34. Modo de ser num determinado momento. = CONDIÇÃO, ESTADO

35. A posição de imobilidade, a postura, a atitude.


está bem
Expressão usada para consentir, anuir, concordar (ex.: está bem, podem sair). = SIM

não estar nem aí
[Informal] Não ligar a ou não se interessar por algo (ex.: ele não está nem aí para os que os outros possam pensar).


Ver também dúvidas linguísticas: tá-se; tou/tô.

Meio

numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

Nome

substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
Apelido; palavra que caracteriza alguém.
Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

Três

numeral Dois mais um; quantidade que corresponde a dois mais um (3).
Que ocupa a terceira posição; terceiro: capítulo três.
substantivo masculino O número três: escrevam um três.
Terceiro dia de um mês: o 3 de julho.
Representação gráfica desse número; em arábico: 3; em número romano: III.
locução adverbial A três por dois. A cada instante: eles brigam a três por dois.
Etimologia (origem da palavra três). Do latim tres.tria.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
γάρ οὗ εἰσί δύο ἤ τρεῖς συνάγω εἰς ἐμός ὄνομα ἐκεῖ εἰμί ἔν μέσος αὐτός
Mateus 18: 20 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles.
Mateus 18: 20 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Fevereiro de 30
G1063
gár
γάρ
primícias da figueira, figo temporão
(as the earliest)
Substantivo
G1417
dýo
δύο
alguma coisa cortada, sulco, corte
(the furrows)
Substantivo
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G1563
ekeî
ἐκεῖ
lá / ali
(there)
Advérbio
G1699
emós
ἐμός
pastagem
(as in their pasture)
Substantivo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2228
um sacerdote, filho de Uzi, e antepassado de Esdras, o escriba
(Zerahiah)
Substantivo
G3319
mésos
μέσος
(S
(and was finished)
Verbo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3686
ónoma
ὄνομα
uma cidade no extremo sul de Judá e a cerca de 24 km (15 milhas) no sudoeste de
(and Chesil)
Substantivo
G3757
hoû
οὗ
onde
(where)
Advérbio
G4863
synágō
συνάγω
reunir com
(having gathered together)
Verbo - particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) ativo - nominativo masculino singular
G5140
treîs
τρεῖς
fluir, destilar, escorrer, gotejar, pingar
(the floods)
Verbo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


γάρ


(G1063)
gár (gar)

1063 γαρ gar

partícula primária; conj

  1. porque, pois, visto que, então

δύο


(G1417)
dýo (doo'-o)

1417 δυο duo

numeral primário; n indecl

  1. dois, par

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

ἐκεῖ


(G1563)
ekeî (ek-i')

1563 εκει ekei

de afinidade incerta; adv

  1. lá, em ou para aquele lugar

ἐμός


(G1699)
emós (em-os')

1699 εμος emos

do caso oblíquo de 1473 (1698, 1700, 1691); pron

  1. meu, etc.

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.


(G2228)
(ay)

2228 η e

partícula primária de distinção entre dois termos conectados; partícula

  1. ou ... ou, que

μέσος


(G3319)
mésos (mes'-os)

3319 μεσος mesos

de 3326; adj

meio

centro

no meio de, entre



(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὄνομα


(G3686)
ónoma (on'-om-ah)

3686 ονομα onoma

de um suposto derivado da raiz de 1097 (cf 3685); TDNT - 5:242,694; n n

nome: univ. de nomes próprios

o nome é usado para tudo que o nome abrange, todos os pensamentos ou sentimentos do que é despertado na mente pelo mencionar, ouvir, lembrar, o nome, i.e., pela posição, autoridade, interesses, satisfação, comando, excelência, ações, etc., de alguém

pessoas reconhecidas pelo nome

a causa ou razão mencionada: por esta causa, porque sofre como um cristão, por esta razão


οὗ


(G3757)
hoû (hoo)

3757 ου hou

caso genitivo de 3739 como advérbio; pron

  1. onde

συνάγω


(G4863)
synágō (soon-ag'-o)

4863 συναγω sunago

de 4862 e 71; v

  1. reunir com
    1. retirar, recolher
      1. de peixes
      2. de uma rede na qual são pescados
  2. juntar, reunir, fazer encontrar-se
    1. juntar-se, unir (aqueles previamente separados)
    2. reunir por meio de convocação
    3. estar reunido, i.e., reunir-se, encontrar-se, unir-se
  3. trazer consigo
    1. para dentro de casa, i.e., receber com hospitalidade, entreter

τρεῖς


(G5140)
treîs (trice)

5140 τρεις treis neutro τρια tria ou τριων trion

número primário (plural); TDNT - 8:216,1188; n f

  1. três

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo