Enciclopédia de Lucas 2:14-14

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

lc 2: 14

Versão Versículo
ARA Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.
ARC Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens.
TB Glória a Deus nas maiores alturas,
BGB Δόξα ἐν ὑψίστοις θεῷ καὶ ἐπὶ γῆς εἰρήνη ἐν ἀνθρώποις ⸀εὐδοκίας.
HD Glória a Deus nas alturas, paz sobre a terra, boa vontade para com os homens.
BKJ Glória a Deus nas alturas, e paz na terra, boa vontade para com os homens.
LTT "Glória, nas maiores alturas, a Deus. E, sobre a terra, a (Sua) paz e (Sua) boa vontade para com os homens. 594"
BJ2 "Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama!"[x]
VULG Gloria in altissimis Deo, et in terra pax hominibus bonæ voluntatis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Lucas 2:14

Salmos 69:34 Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
Salmos 85:9 Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem, para que a glória habite em nossa terra.
Salmos 96:11 Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra: brame o mar e a sua plenitude.
Isaías 9:6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Isaías 44:23 Cantai alegres, vós, ó céus, porque o Senhor fez isso; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques e todas as árvores em vós; porque o Senhor remiu a Jacó e glorificou-se em Israel.
Isaías 49:13 Exultai, ó céus, e alegra-te tu, terra, e vós, montes, estalai de júbilo, porque o Senhor consolou o seu povo e dos seus aflitos se compadecerá.
Isaías 57:19 Eu crio os frutos dos lábios: paz, paz, para os que estão longe e para os que estão perto, diz o Senhor, e eu os sararei.
Jeremias 23:5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra.
Miquéias 5:5 E este será a nossa paz. Quando a Assíria vier à nossa terra e quando passar sobre os nossos palácios, levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens.
Zacarias 6:12 E fala-lhe, dizendo: Assim fala e diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor.
Mateus 21:9 E as multidões, tanto as que iam adiante como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!
Lucas 1:79 para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra de morte, a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
Lucas 3:22 e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido.
Lucas 19:38 dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!
João 3:16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 14:27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
João 17:4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
Atos 10:36 A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos),
Romanos 5:1 Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
II Coríntios 5:18 E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
Efésios 1:6 para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.
Efésios 1:9 descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
Efésios 2:4 Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Efésios 2:7 para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
Efésios 2:14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio,
Efésios 3:20 Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
Filipenses 2:11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Filipenses 2:13 porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Colossenses 1:20 e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.
II Tessalonicenses 2:16 E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança,
Tito 3:4 Mas, quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens,
Hebreus 13:20 Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,
I João 4:9 Nisto se manifestou 4o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos.
Apocalipse 5:13 E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 594

Lc 2:14 "Glória, nas maiores alturas, a Deus. E, sobre a terra, a (Sua) paz e (Sua) BOA VONTADE PARA COM OS HOMENS": Mss Alexandrinos/ TC/ bíblias moderninhas adulteram palavras, fazendo a paz ser "AOS HOMENS DE BOA VONTADE" (salvação por merecimento, por obras? Engrandecimento do homem!). Ver Pickering 4.5.1.
- O TT tem 3 cláusulas (1 = "Glória, nas maiores alturas, a Deus"; 2 = "E, sobre a terra, a (Sua) paz"; 3 = "e (Sua) boa vontade para com os homens"), os traIdutores da NVI as transformam em 2 cláusulas (1 = "Glória a Deus nas alturas"; 2 = "paz na terra aos homens aos quais Ele concede o Seu favor").


Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Os quatro Evangelhos em ordem cronológica

As tabelas a seguir estão relacionadas aos mapas das viagens de Jesus e seu trabalho de pregação. As setas nos mapas não representam exatamente as rotas usadas, mas indicam principalmente a direção. O símbolo “c.” significa “cerca de” ou “por volta de”.

Acontecimentos que antecederam o ministério de Jesus

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

3 a.C.

Templo em Jerusalém

Anjo Gabriel profetiza a Zacarias o nascimento de João Batista

   

Lc 1:5-25

 

c. 2 a.C.

Nazaré; Judeia

Anjo Gabriel profetiza a Maria o nascimento de Jesus; ela visita Elisabete

   

Lc 1:26-56

 

2 a.C.

Região montanhosa da Judeia

Nasce João Batista e recebe nome; Zacarias profetiza; João vive no deserto

   

Lc 1:57-80

 

2 a.C., c. 1.º de outubro

Belém

Nasce Jesus; “a Palavra se tornou carne”

Mt 1:1-25

 

Lc 2:1-7

Jo 1:1-5, 9-14

Perto de Belém; Belém

Anjo anuncia as boas novas aos pastores; anjos louvam a Deus; pastores visitam o bebê Jesus

   

Lc 2:8-20

 

Belém; Jerusalém

Jesus é circuncidado (8.º dia); seus pais o apresentam no templo (após 40.º dia)

   

Lc 2:21-38

 

1 a.C. ou 1 d.C.

Jerusalém; Belém; Egito; Nazaré

Visita dos astrólogos; família foge para o Egito; Herodes mata meninos de até dois anos; família volta do Egito e vai morar em Nazaré

Mt 2:1-23

 

Lc 2:39-40

 

12 d.C., Páscoa

Jerusalém

Jesus, aos 12 anos, faz perguntas aos instrutores no templo

   

Lc 2:41-50

 
 

Nazaré

Volta a Nazaré; continua sujeito aos pais; aprende carpintaria; Maria cria mais quatro filhos, além de filhas (Mt 13:55-56; Mc 6:3)

   

Lc 2:51-52

 

29 d.C., c. abril

Deserto, rio Jordão

João Batista inicia seu ministério

Mt 3:1-12

Mc 1:1-8

Lc 3:1-18

Jo 1:6-8, 15-28


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

lc 2:14
Fonte Viva

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 180
Página: 399
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens.” — (Lc 2:14)


As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.

Glória a Deus no Universo Divino. Paz na Terra. boa vontade para com os Homens.

O Pai Supremo, legando a nova era de segurança e tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.

   Nem castigo ao rico avarento.

   Nem punição ao pobre desesperado.

   Nem desprezo aos fracos.

   Nem condenação aos pecadores.

   Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.

   Nem anátema contra o gentio inconsciente.


Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da boa vontade.

A justiça do “olho por olho e do dente por dente” (Ex 21:24) encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.

Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível… Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.

   O algoz seria digno de piedade.

   O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.

   O criminoso passaria à condição de doente.


Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície.

Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.

Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.

Natal! Boa Nova! boa vontade!…

Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.




Essa é a 17ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.


lc 2:14
Segue-me

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 31
Página: 97
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os Homens.” — (Lc 2:14)


As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer ação de reajuste violento.

Glória a Deus no Universo Divino. Paz na Terra. boa vontade para com os Homens.

O Pai Supremo, legando a nova era de segurança e tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.

  Nem castigo ao rico avarento.

  Nem punição ao pobre desesperado.

  Nem desprezo aos fracos.

  Nem condenação aos pecadores.

  Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.

  Nem anátema contra o gentio inconsciente.


Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da boa vontade.

A justiça do “olho por olho e do dente por dente” (Ex 21:24) encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.

Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível… Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.

  O algoz seria digno de piedade.

  O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.

  O criminoso passaria à condição de doente.


Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais sofreriam relegados ao abandono nos vales de imundície.

Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.

Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.

Natal! Boa Nova! boa vontade!…

Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.




Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas, foi publicada originalmente em 1956 pela FEB e é a 180ª lição do livro “”


lc 2:14
Antologia Mediúnica do Natal

Categoria: Livro Espírita
Ref: 5587
Capítulo: 49
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra e boa vontade para com os homens.” — (Lc 2:14).


O cântico das legiões angélicas, na Noite Divina, expressa o programa do Pai acerca do apostolado que se reservaria ao Mestre nascente.

O louvor celeste sintetiza, em três enunciados pequeninos, a plataforma do Cristianismo inteiro.

Glória a Deus nas Alturas, significando o imperativo de nossa consagração ao Senhor Supremo, de todo o coração e de toda a alma.

Paz na Terra, traduzindo a fraternidade que nos compete incentivar, no plano de cada dia, com todas as criaturas.

Boa Vontade para com os homens, definindo as nossas obrigações de serviço espontâneo, uns à frente dos outros, no grande roteiro da Humanidade.

O Natal exprime renovação da alma e do mundo, nas bases do Amor, da Solidariedade e do Trabalho.


Dantes, os que se anunciavam, em nome de Deus, exibiam a púrpura dos triunfadores sobre o acervo de cadáveres e despojos dos vencidos .

Com o Enviado Celeste, que surge na Manjedoura, temos o Divino Vencedor arrebanhando os fracos e os sofredores, os pobres e os humildes para a revelação do Bem Universal.


Dantes, exércitos e armadilhas, flagelos e punhais, chuvas de lodo e lama para a conquista sanguinolenta.

Agora, porém, é um Coração armado de Amor, aberto à compreensão de todas as dores, ao encontro das almas.

  Não amaldiçoa.

  Não condena.

  Não fere.

  Fortalece as boas obras.

  Ensina e passa.

  Auxilia e segue adiante.

Consola os aflitos, sem esquecer-se de consagrar o júbilo esponsalício de Caná. (Jo 2:1)

Reconforta-se com os discípulos no jardim doméstico; todavia, não desampara a multidão na praça pública.

Exalta as virtudes femininas no Lar de Pedro; contudo, não menospreza a Madalena transviada.

Partilha o pão singelo dos pescadores, mas não menoscaba o banquete dos publicanos.

Cura Bartimeu, o cego esquecido; (Mc 10:46) entretanto, não olvida Zaqueu, o rico enganado. (Lc 19:1)

Estima a nobreza dos amigos; contudo, não desdenha a cruz entre os ladrões.

O Cristo na Manjedoura representava o Pai na Terra.

O cristão no mundo é o Cristo dentro da vida.

Natal! Glória a Deus! Paz na Terra! Boa Vontade para com os Homens!


Se já podes ouvir a mensagem da Noite Inesquecível, recorda que a Boa Vontade para com todas as criaturas é o nosso dever de sempre.



lc 2:14
Amor e Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 20
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel


Ao nascer fui uma criatura que precisei de muito cuidado. Minha situação de saúde preocupou demais meus pais.

Meu pai diante do problema, resolveu me mandar a Portugal para rigoroso tratamento.

Nossos familiares cientes me aceitaram. Assim fiquei até a idade de 15 anos. No transcorrer de minha estada, cursei colégios onde a religiosidade era ensinada nos primeiros movimentos escolares. Convicto, procurava aplicar-me o melhor possível em sua disciplina e seguimento.

Mantinha muita correspondência com meus pais e, uma vez ou outra, comentava os meus propósitos religiosos. De volta ao Brasil, fiquei muito surpreso ao encontrar minha família toda professando a Doutrina Espírita. Reuniam-se na Federação Espírita Brasileira.

Meu pai, ciente da minha situação religiosa, não esboçou qualquer reação ou menção para a mudança de minha crença. Como fator preponderante, essa atitude conquistou-me. Simpatizei-me e comecei a me interessar pela Doutrina Espírita.

Meu pai, como colaborador da FEB e, tendo como companheiros Manoel Quintão e Frederico Figner, bons amigos e estudiosos da Doutrina e, em contato com os livros espíritas recebidos pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, abriu-lhe a condição de corresponder-se com Chico. Isto por volta de 1932 a 1936.

Em meados de 1941, desejoso de viajar a Pedro Leopoldo e, com tudo acertado para essa viagem, viu-se impossibilitado por problemas que o retiveram. Confiou-me então essa tarefa. Foi assim, que a oportunidade e a felicidade abriram-me as portas para conhecê-lo. Tornando rotina as nossas visitas e correspondências.

Dentre os motivos que o levaram a mudar-se para Uberaba e que tínhamos conhecimento, passamos a visitá-lo normalmente, como fazíamos em Pedro Leopoldo.

Acompanhamos de perto sua ambientação e o início de novas tarefas.

Em determinada ocasião, em conversa com Chico, comentou-nos que em Uberaba conquistava sua alforria junto aos Benfeitores Espirituais, para a nova fase de seu trabalho, conseguindo na sua amplitude, encaixar suas viagens à serviço da Doutrina e visitas aos Grupos Seareiros.

No seu roteiro, prazerosamente e graças a Deus, foi incluída nossa FUNDAÇÃO MARIETTA GAIO. Percebíamos que Chico quando visitava o Rio de Janeiro, com muito amor, não deixava de nos alegrar com a sua presença, como se retribuísse as nossas visitas. Em março de 1964 minha mãe  vem a desencarnar.

Meu pai nessa época já desencarnara. Mesmo sem ter a mediunidade desenvolvida, todas as vezes, seja onde for, com a aproximação de minha mãe, as lágrimas vertem. No dia em que visitávamos Chico em Uberaba, senti sua presença e, logo mais, enviava sua mensagem para nossa alegria.

Por temperamento, me sinto um pouco rígido na apreciação de qualquer coisa ou assunto, mas minha mãe nessa mensagem, trouxe-me ao conhecimento, o amparo que prestava a seu neto, meu filho Luiz Jorge em decorrência do seu desencarne. Tranquilizou-me muito quanto ao seu encaminhamento espiritual. E, outros esclarecimentos para o conforto de todos os seus familiares.

De meu pai, também fui agraciado com a Bondade Divina, em permitir seu contato conosco através das mãos benditas de Chico. Em sua mensagem, existe uma particularidade que considero de muita importância para nós, e nos mostra, como prova autêntica, a indiscutível mediunidade de Francisco Cândido Xavier. Meu pai, na comunicação escrita, primava na apresentação de sua letra, levava-a ao papel, toda desenhada no estilo gótico. E quando de sua mensagem, Chico a trouxe no estilo, inclusive a sua assinatura.

A mediunidade de Chico, muito nos tem ajudado nos trabalhos da Fundação, pois, através dela nos chegaram vários bilhetes do Dr. Bezerra de Menezes, trazendo recados de minha mãe, na orientação de nossa obra.

Com sua mensagem e seus recados, conscientizou-nos ainda mais, que a nossa responsabilidade para com a obra, se fez patente e, ao mesmo tempo, deixou-nos muito felizes em saber que minha mãe galgara oportunidades de trabalho no Plano espiritual.

Considerando todo o carinho que minha mãe devotava ao Chico, pois o considerava como seu filho, minha vivência dentro da Doutrina Espírita e, com os conhecimentos adquiridos nos trabalhos desenvolvidos pelo meu pai, a presença de Chico em nosso meio, veio sedimentar esses ensinamentos e colocar-nos no campo do entendimento do Evangelho de Jesus, que nos trouxe novas luzes na sua aplicação e nos seus exemplos.

Com a anuência dos amáveis leitores, publicaremos nesta Edição Comemorativa, a segunda mensagem de minha mãe, recebida em 17.08.1974 em Uberaba — Minas Gerais.


ENSAGEM DE MARIETTA NAVARRO GAIO


Queridos filhos Jorge e Nair.

Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos corações de boa vontade. (Lc 2:14)

Aqui estamos, tantas mães procurando os filhos, tanto quanto tantos filhos buscando as mães.

Entendo as mensagens ardentes que se expressam no recinto! Preces de saudade e aflição, de carinho e sofrimento… Ainda assim, prevaleço-me, conquanto sem mérito, do ensejo que os nossos Benfeitores me oferecem para escrever-vos! Sou, entretanto, também mãe e reconheço as orações de lágrimas que se derramam de tantas bênçãos maternas aqui reunidas! Perdão rogo a todas as nossas irmãs se tomo o lugar de alguém. No entanto, o nosso Dr. Bezerra nos informou de que os jovens e amigos aqui de nosso lado, igualmente em prece, não conseguiriam a comunicação desejada, ante as dificuldades do momento para isso. Atrevi-me deste modo a me valer da porta que o nosso venerável Benfeitor me descerra ao espírito, a fim de expressarmos o nosso agradecimento a todos os presentes e ao mesmo tempo endereçar-vos algumas palavras de carinho e gratidão, paz e esperança.

Afinal, filhos queridos, quando nossos pensamentos se permutam no clima do Evangelho, as frases servem por noticiário da alma, em favor de todos. Isso me consola, de vez que, em verdade, solicitava, no íntimo, a ocasião que se nos oferece.

Filhos queridos, sabemos quanto nos custa a jornada no território de nossas realizações. O amparo do Senhor é comparável ao Sol que não nos falta, reabastecendo-nos e sustentando-nos as forças, constantemente, mas devemos pisar o chão terrestre para colaborar na Seara d’Ele, o Divino Mestre que, pela caridade, nos concede a todos o privilégio de compartilhar-Lhe o apostolado de amor, trazendo ao nosso próprio coração o coração dos companheiros que se agitam e sofrem mais do que nós mesmos. Sigamos, assim, confiantes, colhendo as rosas do bem, no espinheiro dos problemas, a fim de converter-lhes o perfume em bálsamo que reconforte os aflitos e socorro aos que esmorecem. Falamos de espinheiros, entretanto, em vista dos tesouros de amor com que Jesus nos enriquece, obstáculos, na essência, não existem. Referimo-nos, porém, com a imagem dos espinhos aos pequenos empeços que em muitos lances da estrada a percorrer, nos parecem grandes entraves quando nos encontramos ainda resguardados no corpo terrestre.

Continuemos amando para servir mais, trabalhando sempre na extensão do bem para que o bem, ao espalhar-se, igualmente nos alcance, restaurando-nos as energias e sustentando-nos as possibilidades de mais agir para mais servir.

Nossas tarefas, em nossa querida Instituição, se levantam no dia a dia por nossas bênçãos. Embarcação de paz e vida, socorro e trabalho, a nossa Casa vai singrando no mar da esperança, confiando em Jesus e em Seus Mensageiros. Não encontramos outra imagem mais adequada para significar a nossa Fundação, porque diariamente, ali, se alteram as ondas da necessidade humana, oferecendo-nos a ideia de um oceano vasto — a cidade — e uma nave em evolução contínua — a nossa Casa de amor. Guardemos a certeza de que os nossos irmãos em lutas e dificuldades maiores do que as nossas são, em verdade, os esteios que nos asseguram a estabilidade e a harmonia. Dando, recebemos e auxiliando seremos auxiliados. Lições imensas se encerram nestas sentenças pequeninas. Cada oração que nos recebe a fatia de fraternidade se faz mensageiro daqueles outros corações que nos auxiliam da Vida Superior. Os ricos de Jesus, sempre apresentados no Evangelho pelos nossos irmãos das retaguardas de sofrimento no mundo, são realmente os ricos de Céu na Terra. Todos eles trazem por si apoio e assistência, colaboração e amparo dos Planos Maiores. Cada migalha de auxílio que possamos oferecer é uma semente bendita lançada no solo dos sentimentos humanos, neste mundo e nos outros mundos, produzindo auxílio a mil por uma em favor de nós mesmos.

A legenda “Caridade” talvez por muito repetida passou quase a ser ignorada. Entretanto, a caridade é o sistema de intercâmbio nas faixas de trabalho em que mais extensamente se exprime a presença de Deus. Câmbio Divino, transforma dores em bênçãos e bênçãos em alegrias, trocando sempre ação por redenção, dificuldade por ensinamento, ansiedade em segurança. Tudo se troca nos processos da vida. A força da natureza se transubstancia em recursos elétricos, o trigo plantado se converte em pão que abençoa a mesa e a caridade é o ponto mais alto da vida, em que nos será possível transfigurar as nossas próprias fraquezas em apoio celeste. Caridade, meu Deus! Se soubéssemos no mundo o que significam estas oito letras reunidas! Caridade é o esquecimento de nós para que a lembrança da Humanidade nos dissipe as sombras da angústia na Terra, seja essa angústia nascida da provação ou da insegurança da enfermidade ou do sofrimento moral!

Aprendamos, filhos queridos, nesta bendita Faculdade de Elevação e nunca nos desorientaremos por falta de rumo. Assim é, porque na caridade encontramos Deus e o Próximo, na realização de nós mesmos. Agradeçamos as mãos que nos procuram buscando apoio, porque, apoiando-as de algum modo, teremos conosco o apoio d’Aquele que é o Tudo em Todos. Nunca nos cansemos, nunca desanimemos. Deus não falha. A caridade, luz de Deus, não pode falhar.

Agradecemos em vós, filhos queridos, a todos aqueles corações que militam conosco em nosso refúgio de paz e serviço. A todos, sem distinção, todo o carinho enternecido de mãe que não sei, de minha parte, expressar. Deus vos abençoe a todos e a todos nos conceda a felicidade de trabalhar na extensão do bem, para que o bem nos acolha e nos proteja onde estivermos.

Agora, algumas palavras do coração materno reconhecido: nosso Luiz Jorge está em nossa companhia, renovando-se e crescendo para a vida melhor. Nossa Maria tem visitado as filhas queridas e todos os corações que se lhe fizeram filhos do coração. E promete, à nossa querida Nair, que estará com ela no apostolado em favor das crianças. Desenvolver-se-á na Espiritualidade, através da realização mais ampla a que aspira, em si mesma, no trabalho de proteção aos pequeninos. Várias vezes já tem estado conosco junto de vós outros e dos familiares outros que lhe veneram a memória na Terra.

À nossa querida Mariazinha, queremos levar a certeza de que não se encontra só. Rogamos à querida filhinha para que enxugue as lágrimas. Estamos recebendo o melhor que as mãos de Jesus, por Seus Mensageiros Divinos, nos podem oferecer. Nosso caro Cepeda está sob o amparo de muitos amigos. E estamos unidos todos para que a segurança e a paz permaneçam conosco. Escuto as preces e apelos da filha querida, enternecidamente, sem saber como reconfortá-la, mas sei que o Senhor não nos abandona e no Senhor esperaremos a solução de nossos problemas e de nossas necessidades.

Quanto a vossa saúde rogamos para que continueis no tratamento em curso, sem dispêndio desnecessário de energias. O equilíbrio entre o trabalho e o repouso, é por si o ponto certo em que os medicamentos encontram a eficácia precisa. Estejamos nesse nível de harmonia entre o “servir e o refazer se”, para que as nossas forças se restaurem sempre que preciso, com o auxílio dos Nossos Benfeitores do Mais Alto e, com Eles, receberemos o amparo de que necessitamos. Louvado seja Deus.

Filhos queridos, agora é o abraço de mãe com que esta carta deve terminar. Jesus recompense a todos, a todos que me sustentastes nestes minutos de intercâmbio mais direto, através do lápis e das letras. Nosso Gaio envia-vos constantes mensagens de confiança e carinho, e unindo-vos em meu coração, deixa a vós ambos todo o coração reconhecido, a mãezinha e companheira de sempre, sempre carinhosamente convosco em nossa caminhada para Deus.

Beijos e agradecimentos da mãezinha



Rua Conde de Bonfim, 645 — Apto. 602. Rio de Janeiro — RJ.


MARIETTA NAVARRO GAIO — Nascimento: 22/09/1885 — Desencarnação: 12/03/1964.


lc 2:14
Chico Xavier - Dos Hippies aos Problemas do Mundo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 33
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

— Chico Xavier, um senhor médium  psicógrafo, acaba de psicografar mensagem que após lida, recebe o aplauso de pé de todas as pessoas  presentes ao auditório do Sumaré, depois de 4 horas e 25 minutos de programa.  Vamos encerrando aqui nos nossos trabalhos,  agradecendo a todos os senhores que tiveram a  gentileza de comparecer a este auditório para prestigiar este programa e assistir a Chico Xavier. Aos  telespectadores da Capital de São Paulo, de todo Interior de nosso Estado, de todo o sul de Minas  de duas grandes faixas dos Estados de Mato Grosso  e do Paraná e ainda os telespectadores da TV-Paraná Canal 6, Curitiba; da TV-Coroados Canal 3 Londrina, no Paraná; da TV-Rádio Clube, Canal  6, Recife, e da TV-Triângulo, Canal 8 em Uberlândia, que estiveram em rede, via EMBRATEL com  o Canal 4 de São Paulo para apresentação deste Pinga-Fogo Especial, que lhes levou Chico Xavier. Agradecemos, também, a colaboração da nossa coirmã Rádio Tupi de São Paulo, que levou aos céus do Brasil e do mundo a palavra deste notável médium brasileiro, Chico, a você os nossos melhores agradecimentos, mais uma vez pela presença no Pinga-Fogo. Digo a você que volte a Uberaba, como disse da outra vez, levando consigo a certeza que você proporcionou esta noite a milhares e milhares de brasileiros, horas bem felizes de esperanças no futuro, que por certo há de vir. Chico são seus os instante finais do nosso Pinga-Fogo desta noite, para o seu até breve aos telespectadores e ainda ao público que lota literalmente este auditório.

— Antes do até breve do Chico, apenas uma observação. Este é o presente de Natal dos repórteres autênticos do Brasil, da divisão de telejornalismo, a todos os diretores de televisão no País inteiro.

— Nós agradecemos à bondade de Jesus, a oportunidade que nos foi concedida nesta noite, pela TV-Tupi Canal 4, e a todos os companheiros que em São Paulo nos ampararam tanto com a sua presença e com a sua bondade. Nós estamos agradecendo à nossa grande cidade de São Paulo, este carinho, esta bondade, que nos seguem todos os dias, sem palavras que possam expressar o nosso reconhecimento. E pedimos ainda a oportunidade, ao nosso mediador e diretor do programa, nosso caro amigo Dr. Almir Guimarães, tanto quanto rogamos aos nossos amigos presentes, nossos queridos companheiros paulistanos e paulistas, permissão para enviar simbolicamente as flores que nos foram oferecidas aos nossos irmãos e benfeitores da terra de Uberaba. A cidade mansão, a cidade benção, de cuja bondade imensa tanto temos recebido. Mas pedimos a São Paulo e a Uberaba, permissão para levar o nosso coração reconhecido ainda mais longe. Dizem que os ingratos perdem a memória e que acabam sem identificar eles mesmos, quero agradecer a Pedro Leopoldo, a reencarnação que me deu, a bondade com que me criou e acompanhou todos os passos. Em nossa cidade na colina onde nós reverenciamos os nossos mortos, pedindo-lhes a benção, até os últimos eucaliptais, que nos ligam à capital de Belo Horizonte. Nós sempre celebramos o Natal, seja nos templos católicos, nos templos reformistas do Evangelho ou em nossas casas espíritas cristãs, com o espírito de União. Lá nossos pais nos criaram amando a Jesus e amando tanto; que a imagem de Jesus nunca se separou de nossa memória nem da nossa lembrança. Fôssemos ou sejamos católicos, reformistas ou espíritas evangélicos, com permissão de S. Paulo e com o consentimento de Uberaba, cidades, comunidades a quem devo tanto, à quem empenho meu coração, meu pensamento vai até Pedro Leopoldo, a nos unirmos com os nossos cânticos de Natal e dizer a todos os nossos amigos presentes aqui ou não, em seus lares, Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra e Boa Vontade para com todos os homens. (Lc 2:14) Feliz Natal a São Paulo e a todos. Muito obrigado.


— Palavras de Chico Xavier; com: a voz embargada pela emoção, se despede dos telespectadores esta noite, se despede deste auditório, prometendo voltar um dia qualquer. Nossos agradecimentos a Vicente Leporace, a Freitas Nobre, ao Dr. Ernani Guimarães Andrade, Durval Monteiro e Saulo Gomes, pela presença na mesa de entrevistadores. Principalmente a Saulo Gomes que hoje está se despedindo da televisão e do rádio brasileiro. E a você, telespectador, a certeza de que voltaremos ao seu receptor na próxima segunda-feira para apresentação do último Pinga-Fogo série 71. Muito obrigado pela atenção que nos foi dispensada, muito obrigado auditório. Muito obrigado telespectador de todos os recantos do Brasil que esta noite, mais uma vez, nos prestigiou e nos honrou com a sua audiência. Boa noite e até a próxima segunda-feira se Deus quiser.


lc 2:14
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Senhor! Enquanto as melodias do Natal nos enternecem, recordamos também, ante o céu iluminado, a estrela divina que te assinalou o berço na palha singela!…

De novo, alcançam-nos os ouvidos as vozes angélicas: — Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens!… (Lc 2:14)

E lembramo-nos do tópico inesquecível da narrativa de Lucas: “Havia na região da manjedoura pastores que viviam nos campos e velavam pelos rebanhos durante a noite; e um anjo do Senhor desceu onde eles se achavam e a glória do Senhor brilhou ao redor deles, pelo que se fizeram tomados de assombro… O anjo, porém, lhes disse: não temais! eis que vos trago boas novas de grande alegria, que serão para todo o povo… É que hoje vos nasceu, na cidade de David, o Salvador, que é o Cristo, o Senhor.” (Lc 2:8)


Desde o momento em que os pastores maravilhados se movimentaram para ver-te, na hora da alva, começaste, por misericórdia tua, a receber os testemunhos de afeição dos filhos da Terra.

Todavia, muito antes que te homenageassem com o ouro, o incenso e a mirra, expressando a admiração e a reverência do mundo, o teu cetro invisível se dignou acolher, em primeiro lugar, as pequeninas dádivas dos últimos!

Só tu sabes, Senhor, os nomes daqueles que algo te ofertaram, em nome do amor puro, nos instantes da estrebaria:

   A primeira frase de bênção…

   A luz da candeia que principiou a brilhar quando se apagaram as irradiações do firmamento…

   Os panos que te livraram do frio…

   A manta humilde que te garantiu o leito improvisado…

   Os primeiros braços que te enlaçaram ao colo para que José e Maria repousassem…

   A primeira tigela de leite…

   O socorro aos pais cansados…

   Os utensílios de empréstimo para que te não faltasse assistência…

   A bondade que manteve a ordem, ao redor da manjedoura, preservando-a de possíveis assaltos…

   O feno para o animal que devia transportar-te…


Hoje, Senhor, que quase vinte séculos transcorreram sobre o teu nascimento, nós, os pequeninos obreiros desencarnados, com a honra de cooperar em teu Evangelho Redivivo, pedimos vênia para algo ofertar-te… Nada possuindo de nós, trazemos-te as páginas simples que tu mesmo nos inspiraste, os pensamentos de gratidão e de amor que nos saíram do coração, em forma de letras, em louvor de tua infinita bondade!

Recebe-os, ó Divino Benfeitor!, com a benevolência com que acolheste as primeiras palavras de respeito e os primeiros gestos de carinho com que as criaturas rudes e anônimas te afagaram na gloriosa descida à Terra!… E que nós — Espíritos milenários fatigados do erro, mas renovados na esperança — possamos rever-te a figura sublime, nos recessos do coração, e repetir, como o velho Simeão, após acariciar-te na longa vigília do Templo: — “Agora, Senhor, despede em paz os teus servos, segundo a tua palavra, porque os nossos olhos viram a salvação!…” (Lc 2:29)



Uberaba, 25 de dezembro de 1966.



Wesley Caldeira

lc 2:14
Da Manjedoura A Emaús

Categoria: Livro Espírita
Ref: 11450
Capítulo: 10
Wesley Caldeira
Wesley Caldeira
“E ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura”, escreveu LUCAS, 2:7.
Descrição sóbria, sem minúcias.
O procedimento padrão, no entanto, iniciava-se pelo corte do cordão umbilical. Depois, para evitar infecções, era esfregado sal no abdômen da criança, seguindo-se o banho. Ela recebia faixas que fortemente atavam seus braços e pernas, por seis meses, pois se pensava que deste modo se fortalecia o recém-nascido. Todos os dias, a criança era lavada, seu corpo coberto com óleo de oliva e pulverizado com resina aromática (DUQUESNE, 2005, p. 48).
Havia nas proximidades de Belém pastores que vigiavam por turnos os rebanhos a céu aberto, segundo LUCAS, 2:8.
A Palestina é uma terra de contrastes quanto ao relevo e, logo, as variações de temperaturas são consideráveis. A região apresenta duas grandes estações: uma quente e seca e outra fria e úmida, sem expressivas modificações entre a época de Jesus e os dias de hoje.
Outubro a março constitui o período mais chuvoso. O auge do inverno na Judeia se dá entre dezembro e fevereiro. Chuvas contínuas e geadas diminuem a temperatura para próximo de zero grau centígrado.

Da afirmativa de Lucas, deduz-se que Jesus não pode ter nascido entre dezembro e fevereiro, pois havia pastores nos campos montando guarda a seus rebanhos. Em semelhante clima — chuvas e temperatura à beira de zero — não se deixavam animais nos pastos. Os rebanhos eram recolhidos em estábulos do princípio de novembro até março. Nos demais meses, ficavam nos campos, permanecendo, à noite, ao relento, em apriscos — cercados de pedras formados de paredes cobertas de espinhos e pequena entrada estratégica, na qual o pastor se recostava, segurando um cajado com pregos na ponta e uma funda (lançadeira de pedras), para se proteger de salteadores e animais ferozes.
Os pobres, na Antiguidade, não se preocupavam em conservar datas de nascimento. A vida se desenvolvia de forma cíclica, repetitiva. O calendário lunar organizava a agricultura e a criação de animais. Nesse contexto, os solstícios da primavera e do inverno ganhavam grande importância. O do inverno ocorria na segunda quinzena de dezembro, início do período mais agudo do inverno, com longas e frias noites, escassez de alimentos e incerteza quanto à sobrevivência.
Diversas festas pagãs se formaram em torno desse período. Roma comemorava as Saturnálias, em 17 de dezembro, homenageando Saturno, deus da agricultura, que permitia o descanso da terra com a estação fria. Em 274 d.C., o imperador romano Aureliano proclamou o 25 de dezembro como o dies natalis solis invicti — o dia do nascimento do sol invicto, o sol reinando com seu calor no espaço, acima do inverno na Terra.
A festa cristã do Natal foi instituída oficialmente pelo bispo romano Libério, no ano 354. Inspiradas no simbolismo de Cristo como o sol de justiça e luz do mundo, as comunidades cristãs faziam alusão ao calor do amor eterno de Jesus, mais precioso que qualquer outra proteção.
Como aconteceu a outras datas e celebrações, o 25 de dezembro era uma efeméride pagã, de arraigada tradição familiar, ligada ao mito solar, agora adaptada ao Cristianismo.
Nos primeiros séculos, aliás, o nascimento de Jesus era festejado em 6 de janeiro, 25 de março e até em 2 e 19 de abril. Na parte oriental do Império Romano, a comemoração ocorria no dia 6 de janeiro, seja para o nascimento, seja para o batismo de Jesus. No século IV d.C., as igrejas orientais também unificaram o Natal em 25 de dezembro.
Não faltou resistência à festa natalina. Orígenes, por exemplo, em 245, repudiava a celebração, argumentando que não se deveria comparar Jesus aos príncipes humanos. Bispos da Síria e da Armênia acusaram os cristãos romanos de admiradores do sol e idólatras.
Os pastores aparecem no Evangelho como as primeiras testemunhas da chegada do sublime infante. Gente modesta e, o mais relevante, pouco recomendável. É notória, nesse ponto, a lembrança às companhias que de futuro Jesus irá preferir — pessoas estigmatizadas de algum modo.
“Os sadios não têm necessidade de médico e, sim, os doentes” — dirá Ele. (MATEUS, 9:12.)
Naqueles tempos, em Israel, eram comuns listas de profissões desprezíveis. Entre elas, estava o ofício de pastor, profissão de ladrões, de acordo com o preconceito em voga.
Joachim Jeremias (2005, p. 406), sobre isso, anotou:
Conforme provava a experiência, na maioria das vezes eram desonestos e gatunos; pastoreavam seus rebanhos em propriedades alheias e, o que ainda é mais grave, extorquiam a renda dos rebanhos. Por esse motivo, foi proibido comprar deles lã, leite ou cabritos.
A vida nômade inspirava desconfiança e deve ter contribuído para a formação desse conceito hostil. O cotidiano desses homens quase não lhes permitia observar os ritos de purificação, tão ao gosto dos escribas e fariseus, pesando sobre eles a pecha de impuros.
O povo dizia que não se deveria retirar de uma cisterna os pagãos e os pastores que lá caíssem.
Davi, porém, na juventude, viveu como pastor nos mesmos campos em que agora outros pastores são escolhidos por uma entidade angélica —

não encontrados ao acaso, escolhidos — para ouvirem mensagem inesquecível (LUCAS, 2:10 e 11):
— “Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor, na cidade de Davi”.
Salvador era o título dos antigos juízes, e várias vezes empregado como qualificativo de Iahweh, no Antigo Testamento. Muito raramente indicou Jesus. (JOÃO, 4:42; ATOS DOS APÓSTOLOS, 5:31 e 13:23.)
De súbito, imensa falange de Espíritos angélicos se aproximou, entoando em coro (LUCAS, 2:14):
— “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na Terra aos homens que Ele ama!”
Jacques Duquesne (2005, p. 49) observou argutamente o contraste intencional de Lucas: magnificência e glória, de um lado, anunciando a Boa-Nova; do outro lado, anonimato e simplicidade, recebendo-a.
O hino entoado estabeleceu na paz o grande dom da vida terrestre.
César Augusto havia imposto o programa Pax in terris.4 Roma justificava seu imperialismo, com as guerras de dominação, na necessidade de instaurar a lei da paz aos vencidos, promovendo ordem, segurança e civilidade.
Jesus ressaltou (JOÃO, 14:27):
— “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como o mundo dá. [...]”
Afastaram-se as nobres entidades, e os pastores se puseram a procurar o menino, deixando seus rebanhos. Tudo eles encontraram semelhante à predição. E contaram a José e a Maria sobre os mensageiros luminosos.
Se Lucas reuniu pastores pobres ao redor do recém-nascido, Mateus deu-lhe a companhia de personagens ilustres, os magos do Oriente, semanas após.

Bruno Maggioni (in GHIBERTI, 1986, p. 10) salientou que essa diferença é menos marcante do que parece:
Os reis magos são pessoas importantes, que acorrem com presentes, é verdade, mas ao mesmo tempo são estrangeiros, classificados pela mentalidade religiosa da época entre os últimos, entre os pagãos, distantes de Deus.
Mateus não afirmou que eram reis nem três, referiu-se a magos, vindos do Oriente, nada mais.
Considerando-se o ritmo das estradas, em caravanas lentas, nas corcovas de camelos, seriam necessários 45 dias de viagem para chegarem a Jerusalém. A tradição católica definiu a chegada dos magos em Belém no dia 6 de janeiro — daí o Dia de Reis.
Diversos estudiosos questionam a historicidade do episódio. Inúmeros defendem que esse acontecimento foi criado para mostrar o real significado do nascimento de Jesus.
Até os presentes ofertados a Jesus estão repletos de simbolismo. O ouro é metáfora da realeza. O incenso é resina amarga, tirada da casca de um arbusto exclusivo da Arábia, e representa a divindade. A mirra, por sua vez, era empregada em sepultamentos, evocando a imortalidade, ou utilizada para ungir reis. No Oriente, não se comparecia diante de reis sem presentes.
Uma evidência a favor da historicidade desse episódio está na ausência de relatos literários semelhantes que pudessem servir de modelo.
Somente a partir do século VI d.C. os magos são qualificados como reis. O termo mago resulta do persa magu, mágos em grego, magus em latim, significando poderoso. Com essa nomenclatura, eram conhecidos os sacerdotes da religião persa (Zoroastrismo).
Talvez fossem persas ou babilônicos. Talvez judeus.
Nabucodonosor, o famoso rei da Babilônia, tomou Jerusalém em 597 a.C. e ordenou a deportação de milhares de judeus. A revolta contra a dominação babilônica originou o cerco a Jerusalém em 587 a.C. Não obstante os conselhos do profeta Jeremias, que sugeria a rendição, ultrapassados dezoito meses de resistência a cidade caiu, e o templo construído por Salomão foi destruído. Seguiu-se outra onda de deportações, bem menos maciça que a anterior.
A dor do exílio favoreceu intenso período de reflexões e atividades intelectuais. Em sua duração se pôde compor, como é visto hoje, o Antigo Testamento.
É dessa fase o início da dispersão dos judeus pelo mundo antigo.
Na Pérsia, pátria onde a Astrologia se desenvolveu, Ciro, rei dos persas, que venceu a Babilônia em 540 a.C., terra-mãe da Astrologia, autorizou os exilados a regressarem a Israel. Muitos, contudo, ficaram. (SPEAKE, 1996a, p. 36.)
Seriam os magos sábios judeus vivendo na Babilônia que haviam estudado Astrologia na célebre escola de Sippar? Isso explicaria ao mesmo tempo os conhecimentos astronômicos e o conhecimento das crenças judaicas, entre elas as profecias quanto à chegada de um rei modificador dos rumos da nação e do planeta. Por centenas de anos se afirmou que os judeus não se interessaram pela Astrologia antes da Idade Média. Todavia, entre os manuscritos do Mar Morto foram descobertos dois horóscopos, com signos e ideias astrológicas, comprovando o manuseio desse conhecimento na Palestina judaica do tempo de Jesus. O reinado de Herodes, por exemplo, era representado por Áries, o carneiro.
Jacó de Edessa, no século VII d.C., anotou antigas tradições que atestavam serem os magos procedentes da Pérsia, acompanhados por mais de mil pessoas, o que é manifesto exagero.
Talvez o número de presentes (ouro, incenso e mirra) possa ter induzido os evangelhos apócrifos a estipularem o número de três magos. Eles também forneceram nomes aos três, ligados à realeza e ao poder: Melchior (hebreu: rei da luz), Baltazar (aramaico: judeus protejam a vida do rei) e Gaspar, único sobre o qual paira alguma evidência histórica, pois consta um príncipe persa chamado Gundoffar (vencedor de tudo), vivendo entre 19 e 65 d.C., cuja tradução do nome levou a Gasta e, após, Gaspar.
Seja como for, transferidos da Itália, no século XII, para a Alemanha, no altar-mor da impressionante Catedral de Colônia5 — uma das obras- primas do estilo gótico — estão guardados três caixões revestidos de ouro, contendo os hipotéticos restos mortais dos três encantadores personagens.
4 N.E.: Paz na Terra.
5 N.E.: Localizada na cidade alemã de Colônia, é uma igreja de estilo gótico, o marco principal da cidade e seu símbolo não oficial.


Wallace Leal Valentim Rodrigues

lc 2:14
À Luz da Oração

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 12
Francisco Cândido Xavier
Diversos
Wallace Leal Valentim Rodrigues

Harmonias cariciosas atravessavam a paisagem, quando o lúcido mensageiro continuou:


Senhor Jesus!…

Recordando-te a vinda, quando te exaltaste na manjedoura por luz nas trevas, vimos pedir-te a bênção.

Releva-nos se muitos de nós trazemos saudade e cansaço, assombro e aflição, quando nos envolves em torrentes de alegria.

Sabes, Senhor, que temos escalado culminâncias… Possuímos cultura e riqueza, tesouros e palácios, máquinas que estudam as constelações e engenhos que voam no Espaço! Falamos de ti — de ti que volveste dos continentes celestes, em socorro dos que choram na poeira do mundo, no tope dos altos edifícios em que amontoamos reconforto, sem coragem de estender os braços aos companheiros que recolhias no chão…

Destacamos a excelência de teus ensinos, agarrados ao supérfluo, esquecidos de que não guardaste uma pedra em que repousar a cabeça; e, ainda agora, quando te comemoramos o natalício, louvamos-te o nome, em torno da mesa farta, trancando inconscientemente as portas do coração aos que se arrastam na rua!

Nunca tivemos, como agora, tanta abastança e tanta penúria, tanta inteligência e tanta discórdia! Tanto contraste doloroso, Mestre, tão só por olvidarmos que ninguém é feliz sem a felicidade dos outros… Desprezamos a sinceridade e caímos na ilusão, estamos ricos de ciência e pobres de amor. É por isso que, em te lembrando a humildade, nós te rogamos para que nos perdoes e ames ainda… Se algo te podemos suplicar além disso, desculpa o nada que te ofertamos, em troca do tudo que nos dás e faze-nos mais simples!…

Enquanto o Natal se renova, restaurando-nos a esperança, derrama o bálsamo de tua bondade sobre as nossas preces, e deixa, Senhor, que venhamos a ouvir de novo, entre as lágrimas de júbilo que nos vertem da alma, a sublime canção com que os Céus te glorificam o berço de palha, ao clarão das estrelas: — Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens! (Lc 2:14)



lc 2:14
Instruções Psicofônicas

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 47
Francisco Cândido Xavier
Diversos
Wallace Leal Valentim Rodrigues

Finalizando as nossas tarefas da noite de 20 de janeiro de 1955, foi Meimei quem nos trouxe o reconforto de sua palavra.

Expressando-se com o carinho que lhe assinala as manifestações, falou-nos sobre os méritos da boa vontade.


O Sol é a força que nutre a vida na Terra.

A boa vontade é a luz que alimenta a harmonia entre as criaturas. Acendamo-la no coração para caminhar com segurança e valor.

No lar, é chama atraente e doce. Em sociedade, é fonte de concórdia e alegria.

Onde falha o dinheiro e onde o poder humano é insignificante, realiza milagres.

Ao alcance de todos, não a desprezemos. Em todos os lugares, há chagas que pedem bálsamo, complicações que rogam silêncio, desventuras que esperam socorro e obstáculos que imploram concurso amigo.

Muitos aguardam lances públicos de notabilidade e inteligência, no cultivo da caridade, acabando vencidos pelo tempo, entre a insatisfação e o desencanto.

Sejamos nós soldados diligentes no exército do bem, anônimos e humildes, atravessando os dias no culto fiel à fraternidade.

O ódio e a ignorância guerreiam com ímpeto, conquistando no mundo o salário da miséria e da morte. O amor e o serviço lutam sem alarde, construindo o progresso e enaltecendo a vida.

Com a boa vontade, aprendemos a encontrar o irmão que chora, o companheiro em dificuldade, o doente infeliz, a criança desamparada, o animal ferido, a árvore sem proteção e a terra seca, prestando-lhes cooperação desinteressada, e é por ela que podemos exercitar o dom de servir, através das pequeninas obrigações de cada dia, estendendo mãos fraternas, silenciando a acusação descabida, sofreando a agressividade e calando a palavra imprudente.

Situemo-la no princípio de todas as nossas atividades, a fim de que as nossas iniciativas e anseios, conversações e entendimentos não se desviem da luz.

Lembremo-nos de que a paz e a boa vontade devem brilhar em nossos triunfos maiores ou menores com o nosso Divino Mestre.

É por isso que o Evangelho no berço de Jesus começa com a exaltação inesquecível das milícias celestiais: — “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens.” (Lc 2:14)



lc 2:14
Dois Maiores Amores, Os

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 7
Francisco Cândido Xavier
Diversos
Wallace Leal Valentim Rodrigues

Ouves a música do Natal e sentes que o coração se te transforma numa concha de alegrias e lágrimas.

É a luz do passado que te retoma o caminho e, com ela, reencontras Jesus na tela das emoções mais íntimas.

“Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra!…” (Lc 2:14)

Diante de cada nota da inolvidável melodia, tornas ao regaço do lar, pelos prodígios da memória, revendo particularmente os que te amaram, com quem não podes trocar, de imediato, o abraço do carinho aconchegante…

Aqui, neste recanto do pensamento, escutas as orações maternas que te falavam de Deus; ali, reconstituis a imagem de teu pai, apontando-te no firmamento a seara rutilante dos astros; além, regressas ao convívio de professores inesquecíveis que te abençoaram a infância; e, mais além ainda, contemplas, de novo, afeições diletas que as provas e dificuldades do cotidiano não te arredaram da alma!…

O amor refulge em ponto sempre mais alto, na trilha das horas, e Jesus nos reaparece, a pedir que também nos amemos, a começar daqueles que nos rodeiam.

Não te detenhas!… Reparte não apenas a mesa farta que te emoldura o júbilo festivo, mas oferece igualmente a ternura que se te extravasa do sentimento. Se alguém te feriu, perdoa… E, se feriste a alguém, cobre o gesto impensado com a luz da humildade que te fará recuperar o apreço de teus irmãos.

Divide o agasalho que te sobre, ante as necessidades do corpo; no entanto, esparze a compreensão além dos limites de tuas próprias conveniências, e, quanto se te faça possível, estende auxílio e coragem aos companheiros caídos nas sombras da perturbação ou da culpa.

Natal é Jesus volvendo a nós, batendo-nos à porta da alma, a fim de que volvamos também a Ele…

Descerremos o coração para que o Senhor nasça na palha singela da nossa esperança de paz e renovação. E, enquanto a vida imortal brilha sobre nós, à feição da estrela divina, dentro da noite inesquecível, seja cada um de nós, de uns para com os outros, no Natal e em todos os dias, a presença do amor e o amparo da bênção.



lc 2:14
Palavras Sublimes

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Francisco Cândido Xavier
Diversos
Wallace Leal Valentim Rodrigues

Meus amigos,

Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade. (Lc 2:14) Meu coração se afoga subitamente no pranto, lembrando-me de que todos nós poderíamos nos encontrar no divino banquete. O mundo, porém, atraiu grande parte dos nossos antigos companheiros com as seduções de seus efêmeros prazeres. Entretanto, os baluartes do templo de Ismael permanecem inabaláveis, edificados na rocha das grandes e consoladoras verdades do Evangelho de Jesus.

Minha voz, amigos, é hoje mais familiar e mais íntima. Substituindo, no momento, aquele cuja tarefa vem sendo penosamente cumprida, está o nosso irmão Xavier, para vos transmitir a minha palavra de companheiro e de amigo.  Não me dirijo à Imprensa para vos falar ao coração, muitas vezes despedaçado, ao longo do caminho pelas perfídias atrozes de todos aqueles que concentram as suas energias no ataque ao instituto do Bem, à palavra do Evangelho e ao estatuto da Verdade.

Mas, filhos, se o Espaço que vos é vizinho está cheio de organizações poderosas do mal, objetivando a destruição da nossa obra comum, há uma Esfera divina, de onde partem os alvitres valiosos, a inspiração providencial, para quantos aqui mourejam com o propósito de bem servirem à causa da Luz e da Verdade.

Não necessito alongar-me em considerações sobre a grande e sublime tarefa do Brasil, como orientador, no seio dos povos, da revivescência do Cristianismo, restabelecendo-lhe as verdades fecundas, nem preciso encarecer a magnitude da obra do Evangelho, problemas esses de elevado interesse espiritual para as vossas coletividades e cuja solução já procurei indicar, trazendo-vos espontaneamente a minha palavra humilde de miserável servo de Jesus.

Agora, amigos, cabe-me solicitar a vossa atenção para a continuidade do nosso programa, traçado há mais de cinquenta anos. A Federação não pode prescindir da célula primordial de seu organismo, representada pelo Santuário de Ismael onde cada um afina a sua mente para a tarefa do sacrifício e da abnegação em prol da causa da Verdade, nem pode desviar-se do seu roteiro, delineado dentro do Evangelho, com o objetivo da formação da mentalidade essencialmente cristã.

Todas as questões científicas, no seio da Doutrina, repetimo-lo, têm caráter secundário, servindo apenas de acessórios na expansão das realidades espiritualistas.

Na atualidade, mais do que tudo, necessita-se da formação dos espíritas, da disciplina cristã, da compreensão dos deveres individuais, ante as excelências da doutrina, a fim de que se possam atacar os grandes cometimentos.

Firmai-vos na orientação que vindes observando, sem embargo das ideologias ocas que vos espreitam no caminho das experiências penosas. Somente dentro das características morais e religiosas pode o Espiritismo cooperar na evolução da Humanidade.

As criaturas humanas se envenenaram com o excesso de investigações e de empreendimentos científicos, para os quais não prepararam seus corações e seus espíritos. Derivativo lógico dessa ânsia mal dirigida de conhecer a verdade é o estado atual de confusionismo, em que se debatem todos os setores das atividades terrenas, no campo social e político. Não que condenemos a curiosidade, porquanto ela representa os pródromos de todos os conhecimentos; mas é, acima de tudo, que se faz necessário o método e a legitimidade da compreensão individual e coletiva.

Preparai-vos, portanto, preparando simultaneamente os vossos irmãos em humanidade dentro do ensinamento cristão e, amanhã, compreendereis, se não puderes entender ainda hoje, a sublimidade da nossa tarefa comum e a grandeza dos seus objetivos.

Que Maria derrame sobre os vossos espíritos a sua bênção e que o Divino Mestre agasalhe sob o manto acolhedor da misericórdia todas as esperanças e anseios dos vossos corações.




Reformador — 1º de julho de 1936.


Em referindo-se a Chico Xavier quando de sua visita ao Grupo Ismael na capital do Rio de Janeiro, na noite de 10 de junho de 1936. Segundo noticiado nessa edição de Reformador, em artigo assinado por Manuel Quintão, o médium mineiro chegou à cidade do Rio de Janeiro na noite de 6 de junho domingo, Ficando nessa localidade até o sábado seguinte, 13 de junho, quando retornou a Pedro Leopoldo. Incógnito, e em missão de trabalho pela Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, da qual era funcionário desde 1933, Chico Xavier teve por estendida a estadia inicial de 3 para 6 dias, resultando, assim, na visita a vários pontos turísticos da “Cidade Maravilhosa” a pessoas de seu conhecimento e às entidades maiores do Espiritismo da época, o Grupo Ismael e a Federação Espírita Brasileira. A comunicação de Bittencourt Sampaio e o soneto “”, da página 76, deste volume, foram reproduzidos posteriormente nas edições de Reformador de julho de 1967, de novembro de 2008 e na edição comemorativa ao centenário de nascimento de Chico Xavier, em abril de 2010, às páginas 34-35.



Humberto de Campos

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Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 22
Francisco Cândido Xavier
Humberto de Campos

O século XIX, que surgira com as últimas agitações provocadas no mundo pela Revolução Francesa,  estava destinado a presenciar extraordinários acontecimentos.

No seu transcurso, cumprir-se-ia a promessa de Jesus, que, segundo os ensinamentos do seu Evangelho, derramaria as claridades divinas do seu coração sobre toda a carne, (At 2:17) para que o Consolador (Jo 14:15) reorganizasse as energias das criaturas, a caminho das profundas transições do século XX.

Mal não haviam terminado as atividades bélicas da triste missão de e já o espaço se movimentava, no sentido de renovar os surtos de progresso das coletividades. Assembleias espirituais, reunindo os gênios inspiradores de todas as pátrias do orbe, eram levadas a efeito, nas luzes do infinito, para a designação de missionários das novas revelações. Em uma de tais assembleias presidida pelo coração misericordioso e augusto do Cordeiro, fora destacado um dos grandes discípulos do Senhor, para vir à Terra com a tarefa de organizar e compilar ensinamentos que seriam revelados, oferecendo um método de observação a todos os estudiosos do tempo. Foi assim que , a 3 de Outubro de 1804, via a luz da atmosfera terrestre, na cidade de Lião. Segundo os planos de trabalho do mundo invisível, o grande missionário, no seu maravilhoso esforço de síntese, contaria com a cooperação de uma plêiade de auxiliares da sua obra, designados particularmente para coadjuvá-lo, nas individualidades de , que organizaria o trabalho da fé; de , que efetuaria o desdobramento filosófico; de , que apresentaria a estrada científica e de , que abriria a cortina dos mundos, desenhando as maravilhas das paisagens celestes, cooperando assim na codificação kardeciana no Velho Mundo e dilatando-a com os necessários complementos.

Ia resplandecer a suave luz do Espiritismo, depois de certificado o Senhor da defecção espiritual das igrejas mercenárias, que falavam no globo em seu nome.

Todas as falanges do Infinito se preparam para a jornada gloriosa.

As abnegadas coortes de Ismael trazem as suas inspirações para as grandes cidades do país do Cruzeiro, conseguindo interessar indiretamente grande número de estudiosos.

As primeiras experiências espiritistas, na Pátria do Evangelho, começaram pelo problema das curas. Em 1818, já o Brasil possuía um grande círculo homeopático, sob a direção do mundo invisível. O próprio José Bonifácio  se correspondia com Frederico Hahnemann.  Nos tempos do segundo reinado, os mentores invisíveis conseguem criar, na Bahia, no Pará e no Rio de Janeiro, alguns grupos particulares, que projetavam enormes claridades no movimento néo-espiritualista do continente, talvez o primeiro da América do Sul.

Antes dessa época, quando prestes a findar o primeiro reinado, Ismael reúne no espaço os seus dedicados companheiros de luta e, organizada a venerável assembleia, o grande mensageiro do Senhor esclarece a todos sobre os seus elevados objetivos.

— “Irmãos, expôs ele, o século atual, como sabeis, vai ser assinalado pelo advento do Consolador à face da Terra. Nestes cem anos se efetuarão os grandes movimentos preparatórios dos outros cem anos que hão-de vir. As rajadas de morticínio e de dor avassalarão a alma da humanidade, no século próximo, dentro dos imperativos das transições necessárias, que serão o sinal do fim da civilização precária do Ocidente. Faz-se mister amparemos o coração atormentado dos homens nessas grandes amarguras, preparando-lhes o caminho da purificação espiritual, através das sendas penosas. É preciso, pois, preparemos o terreno para a sua estabilidade moral nesses instantes decisivos dos seus destinos. Numerosas fileiras de missionários encontram-se disseminadas entre as nações da Terra, com o fim de levantar a palavra da Boa-Nova do Senhor, esclarecendo os postulados científicos que surgirão neste século, nos círculos da cultura terrestre. Uma verdadeira renascença das filosofias e das ciências se verificará no transcurso destes anos, a fim de que o século XX seja devidamente esclarecido, como elemento de ligação entre a civilização em vias de desaparecer e a civilização do futuro, que assentará na fraternidade e na justiça, porque a morte do mundo, prevista na Lei e nos profetas, não se verificará por enquanto, com referência à constituição física do globo, mas quanto às suas expressões morais, sociais e políticas. A civilização armada terá de perecer, para que os homens se amem como irmãos. Concentraremos, agora, os nossos esforços na terra do Evangelho, para que possamos plantar no coração de seus filhos as sementes benditas que, mais tarde, frutificarão no solo abençoado do Cruzeiro. Se as verdades novas devem surgir primeiramente, segundo os imperativos da lei natural, nos centros culturais do Velho Mundo, é na Pátria do Evangelho que lhes vamos dar vida, aplicando-as na edificação dos monumentos triunfais do Salvador. Alguns dos nossos auxiliares já se encontram na Terra, esperando o toque de reunir de nossas falanges de trabalhadores devotados, sob a direção compassiva e misericordiosa do Divino Mestre.”

Houve na alocução de Ismael uma breve pausa.

Depois, encaminhando-se para um dos dedicados e fiéis discípulos, falou-lhe assim:

— “Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração. Não precisamos encarecer aos teus olhos a delicadeza dessa missão; mas, com a plena observância do código de Jesus e com a nossa assistência espiritual, pulverizarás todos os obstáculos, à força de perseverança e de humildade, consolidando os primórdios de nossa obra, que é a de Jesus, no seio da pátria do seu Evangelho. Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a compensação do Senhor, que é o caminho, a verdade e a vida.” (Jo 14:6)

Havia em toda a assembleia espiritual um divino silêncio. O discípulo escolhido nada pudera responder, com o coração palpitante de doces e esperançosas emoções, mas as lágrimas de reconhecimento lhe caíam copiosamente dos olhos.

Ismael desfraldara a sua bandeira à luz gloriosa do Infinito, salientando-se a sua inscrição divina, que parecia constituir-se de sóis infinitésimos. Uma vibração de esperança e de fé fazia pulsar todos os corações, quando uma voz, terna e compassiva, exclamou das cúpulas radiosas do Ilimitado:

 — “Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos trabalhadores de boa vontade!” (Lc 2:14)

Relâmpagos de luminosidade estranha e misericordiosa clareavam o pensamento de quantos assistiam ao maravilhoso espetáculo, enquanto uma chuva de aromas inundava a atmosfera de perfumes balsâmicos e suavíssimos.

Sob aquela bênção maravilhosa, a grande assembleia dos operários do Bem se dissolveu.

Daí a algum tempo, no dia 29 de Agosto de 1831, em Riacho do Sangue, no Estado do Ceará, nascia , o grande discípulo de Ismael, que vinha cumprir no Brasil uma elevada missão.


(.Irmão X)


Eduardo Carvalho Monteiro

lc 2:14
Chico Xavier Inédito

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 2
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Eduardo Carvalho Monteiro

A Revista Reformador, em seus cento e vinte anos de existência completados esse ano (2003), guarda tesouros incalculáveis, hibernando até que um pesquisador indiscreto os traga novamente à luz do dia para serem admirados e reverenciados por outras gerações.

É o caso desta primeira viagem realizada por Chico Xavier ao Rio de Janeiro relatada por Manoel Quintão na sua coluna “Casos e Coisas”, de 1° de julho de 1936, subtítulo “Francisco Xavier no Rio”, e que reproduzimos aqui em parte. Ao final, o artigo traz duas poesias e uma comunicação em prosa psicografadas por Chico, nunca publicadas em livro, mas que merecem ser conhecidas pela geração atual.


Primeiro contato


Em 1929, ninguém conhecia no Rio de Janeiro o nome de Francisco Cândido Xavier. Talvez algum curioso o houvesse lido em páginas do Clarim, da Aurora ou mesmo do Reformador, mas, o certo é que, sem cunho de maior relevância, que permitisse fixá-lo ou defini-lo, doutrinária ou literariamente falando.

Eis senão quando, nosso confrade M. Quintão, recebeu do médium um punhado de originais e uma carta sugestivamente carinhosa e singela, na qual lhe pedia o signatário que examinasse a produção e dissesse de sua possível identificação autoral.

O confrade Quintão, em que pese sua modéstia e afrontando mesmo a dúvida e a contradita de muitos irmãos, que vivem agora a exaltar as joias do Parnaso de Além-Túmulo, não vacilou em lhe aceitar o teor da originalidade e a probidade moral daquele que as veiculava, sem o conhecer pessoalmente ou sequer às sabendas.

Daí, de sua lealdade e franqueza, o pedido insistente daquele prefácio na obra maravilhosa, lá, com justiça, proclamada a mais extraordinária no gênero, até agora recebida.

Daí, também, a sua maior intimidade com o médium, mercê de frequente correspondência epistolar.

Lançado O Parnaso, foi ele criticado, discutido, ou rejeitado, ou aplaudido, tudo em linha de conta, como devia ser, e o prefaciador houve de ir à ribalta, várias vezes, para defender os autores, o médium, o seu ponto de vista. Desse modo fascinante, Humberto de Campos, que agora estarrece milhares de almas com suas crônicas do Outro Mundo, conseguiu que o companheiro viesse ele retificar, no proêmio do 2°, a crítica que ainda fizera na Terra, fizera à 1ª edição do livro. Só em março, contudo, pôde o nosso vice-presidente satisfazer o velho desejo de conhecer pessoalmente o médium.

De que foi essa viagem, que ele denomina Romaria da graça, tantas foram as recebidas e que também pudera, mais prosaicamente, chamar-se Lavagem d’alma, pretende escrever ainda um memorandum, tanto que lhe sobrem lazeres.

De antemão, diga-se, porém, que esse contato pessoal mais não lhe valeu que a plena confirmação de quanto prejulgava e dizia do médium e do homem para que mais se evidencie aquela sutil ligação a que, de princípio, reportamo-nos como trabalho dos nossos Guias, sob a égide de Jesus, ligação que, diga-se de passagem, logo se estendera a outros obreiros da casa de Ismael…


A visita


Desde que foi a Pedro Leopoldo, o nosso companheiro obteve de Xavier a promessa de retribuição da sua visita, retribuição também solicitada em nome dos seus companheiros da Federação. Era uma questão de oportunidades apenas, mas havia também um escolho a vencer.

É que Francisco Xavier, espírita por excelência, tem pavor ao elogio e ao sensacionalismo. Mais ainda, sabe que tem de resguardar suas faculdades e poupar as energias físicas para não as malbaratar em tumultos e atropelos espetaculares, tanto quanto em consultas e perquirições, por certo explicáveis por humaníssimas, mas, por isso mesmo, desponderadas e inúteis, as mais das vezes.

O escolho só foi remontado com a garantia de uma relativa discrição, que o resguardasse da curiosidade pública, sem, contudo privá-lo de conhecer uma boa parte, ao menos, da confraria carioca.

Enfim, no sábado, 6 de junho, à tarde, recebia Quintão um lacônico telegrama avisando-o da chegada do médium pelo noturno de domingo. Não havia tempo nem conveniência de prevenir os próprios companheiros, todos da Diretoria da Federação, ainda porque, em carta antecedente ao telegrama, o médium comunicava que vinha a serviço da Repartição em que mourejava e não podia perder tempo, dispondo apenas de três dias nesta capital.

Só aqui dilatou o prazo para seis dias. Logo após o almoço, dirigindo-se à Agência Telegráfica no Meyer, ele mesmo se descuidou e o funcionário, ao confrontar os nomes do destinatário e signatário, bem como a estação do destino, disse: Oh! Eu o conheço muito de nome e de… retrato.

O Chico alarmou-se…

Meu Deus! Como vai ser agora?

Tranquilizado, tivemos então a dita de o acompanhar na satisfação de um velho sonho, que o atraía ao Rio de Janeiro — ver o mar. Levamo-lo simplesmente a Niterói, para namorar as areias do Icaraí e as águas plácidas do “Saco de São Francisco”. Um entardecer da Guanabara!

De regresso, uma vista d’olhos à feérica Cinelândia e casa, porque o hóspede viera de noturno, sem leito, e estava positivamente tresnoitado.

Na segunda-feira, fomo-nos ao desempenho do encargo.

Em uma das repartições a que houve de comparecer, encontrou um engenheiro, seu conhecido lá de Pedro Leopoldo. Haveria de visitá-lo, depois, bem como a outras pessoas, previamente designadas. E o tempo? Houve de organizar-se um programa de emergência, mesmo porque também cumpria mostrar-lhe algo da “cidade maravilhosa” como ele dizia. E o incógnito?

Não havia tempo a perder: na terça-feira, fomos ao Pão de Açúcar. Cismativo, por vezes melancólico, ora espalhando o aveludado olhar pela massa azul do oceano largo, ora passeando-o pelo recorte das montanhas, explode a pergunta:

E o “Dedo de Deus? Onde está?”

Para nós, na consciência, para os outros, acolá…

Descemos. Ainda nessa noite, haveria de voltar a Niterói. Visita obrigatória, quase protocolar.

Na quarta-feira, visita a pessoa de suas relações. Indeclinável, também. Esse era o dia destinado à sua apresentação ao Grupo “Ismael”. Foi quando, sem o sabermos, em casa do hospedeiro discreto, lá nos subúrbios, estourou a bomba.

O repórter do Diário da Noite penetrava-lhe a casa com ares de Badoglio em Adis-Abeba, e Chico Xavier, colhido de surpresa, fugiu espavorido. Parlamentaram, sitiada a praça; não se renderiam sem impor condições. As condições eram: noticiar a partida do prisioneiro no dia imediato, não divulgar onde permanecia e quem o hospedava. Rapaz inteligente, cavalheiro, o simpático jornalista profano cumpriu a palavra empenhada, fez boa reportagem para o seu jornal, em que pesem omissões e cincas, como a de haver o médium declarado que Humberto de Campos lhe aparecera pela primeira vez, quando ele, médium, contava apenas sete anos de idade! Mas, que importa? O principal era o furo e o furo estava dado.

À noite, no Grupo Ismael, estudando com os seus componentes, perfeitamente identificado com os métodos, que são os de seu grupo familiar. de Pedro Leopoldo, obteve sucessivamente três belos sonetos de , e , bem como excelente página de prosa doutrinária, firmada por uma das entidades mais familiares desta Instituição, lídimo servo de Jesus, que se chamou , o mimoso poeta de Flores Silvestres e Divina Epopeia. Essa produção damo-la em seguida a estas linhas.

Na quinta-feira, em casa do nosso companheiro, onde já havia recebido espontaneamente, em duas frações e com o intervalo de uma noite, a mensagem intitulada “”, que o Diário e a Pátria transcreveram, fez ainda uma reunião íntima, na qual se identificou longa, minuciosa, veracíssima e, consoladoramente, uma filha do mesmo companheiro nosso. Essa comunicação, identificando por detalhes tão íntimos e tão peculiares a cada um dos membros da família, que o médium nem alguém pudera jamais conhecê-los, por aclará-los e justificá-los. Em tendo o ditado da saudosa comunicante, era como se ela ali estivesse, na sua linguagem viva, e todos choravam, inclusive o médium!


Em despedidas


Sexta-feira, Francisco Xavier passou o dia em companhia do confrade Manoel Cunha, a passeio e visitas a alguns confrades.

À noite, conforme combináramos, lá estava ele.


Na Federação


O salão regurgitante de um milhar de assistentes, posto não tivesse havido convites, o presidente exordiou, antes da prece inicial, apresentando o médium e falando, em tese, da necessidade que há de ampararem os porta-vozes do Céu, com o mesmo carinho com que o agricultor diligente trata das fruteiras que lhe alimentam o corpo. Os médiuns genuínos eram as fruteiras que alimentam as almas.

Que o médium Xavier, exausto de energias vitais, pensara em solicitar férias de repouso para o corpo, e Emmanuel, seu Guia, determinara-lhe que gozasse de férias mediúnicas.

Que a sua viagem ao Rio era consequente ao desempenho de um mandato burocrático; não vinha como espírita e muito menos como médium, mas como funcionário em atividades do seu cargo.

Daí as suas reservas e precauções tendentes a subtraí-lo às alavancas da curiosidade pública, dado o seu grande e justo renome. Que o soldado disciplinado preferia expor-se à censura imponderada dos mais inconsequentes a contrariar os desejos de Emmanuel e o seu próprio desejo. Que, finalmente, ele, Xavier, ali estava de motu-próprio para conhecer de visu a Casa de Ismael, de que muito lhe falam os do Plano espiritual, bem como aqueles que, do Plano material, fazem dela o seu abrigo de salvação.

Feita a prece inicial, o médium começou por escrever aquele soneto — já publicado pelos diários citados e por nós reproduzido — e tomou a seguir a magistral mensagem de Emmanuel, com que por não lhe retardarmos a divulgação oportuna e necessária, exornamos a primeira página do último número desta revista, sob a epígrafe: “”.

Eram 21 horas. O presidente transmitiu ao auditório, comovido, o reconhecimento do médium e a sessão foi encerrada com uma prece de graças formulada pelo nosso irmão Luiz Barreto.

Havia em todos os semblantes um halo de alegria, alguns olhos também umedecidos de lágrimas.

Era a derradeira etapa vencida aqui, sob este teto, para que dela nos ticasse perene, doce, saudosa recordação.

Louvado seja Deus!


Até a volta


No dia imediato, na gare Pedro II, recebeu o querido servo de Jesus, em nome da Federação e da família espírita carioca, abraços fraternos e votos de feliz regresso ao modesto quão invejável Templo-lar, também cadinho de virtudes.


A comunicação de Bittencourt Sampaio 

Completando esta resenha de uma visita que foi bem um amplo e reconfortante entrelaçamento de almas do outro e deste Plano e, mais, por lhe dar fecho que corresponde em realidade ao significado profundo que teve o evento noticiado, inserimos aqui, a seguir, a comunicação que acima fizemos referência e que ainda não foi divulgada, a qual Xavier recebeu de Bittencourt Sampaio no Grupo Ismael, bem como os três sonetos na mesma ocasião recebidos.


Meus amigos,

Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade. (Lc 2:14) Meu coração se afoga subitamente no pranto, lembrando-me de que todos nós poderíamos nos encontrar no divino banquete. O mundo, porém, atraiu grande parte dos nossos antigos companheiros com as seduções de seus efêmeros prazeres. Entretanto, os baluartes do templo de Ismael permanecem inabaláveis, edificados na rocha das grandes e consoladoras verdades do Evangelho de Jesus.

Minha voz, amigos, é hoje mais familiar e mais íntima. Substituindo, no momento, aquele cuja tarefa vem sendo penosamente cumprida, está o nosso irmão Xavier, para vos transmitir a minha palavra de companheiro e de amigo. Não me dirijo à Imprensa para vos falar ao coração, muitas vezes despedaçado, ao longo do caminho pelas perfídias atrozes de todos aqueles que concentram as suas energias no ataque ao instituto do Bem, à palavra do Evangelho e ao estatuto da Verdade.

Mas, filhos, se o Espaço que vos é vizinho está cheio de organizações poderosas do mal, objetivando a destruição da nossa obra comum, há uma Esfera divina, de onde partem os alvitres valiosos, a inspiração providencial, para quantos aqui mourejam com o propósito de bem servirem à causa da Luz e da Verdade.

Não necessito alongar-me em considerações sobre a grande e sublime tarefa do Brasil, como orientador, no seio dos povos, da revivescência do Cristianismo, restabelecendo-lhe as verdades fecundas, nem preciso encarecer a magnitude da obra do Evangelho, problemas esses de elevado interesse espiritual para as vossas coletividades e cuja solução já procurei indicar, trazendo-vos espontaneamente a minha palavra humilde de miserável servo de Jesus.

Agora, amigos, cabe-me solicitar a vossa atenção para a continuidade do nosso programa, traçado há mais de cinquenta anos. A Federação não pode prescindir da célula primordial de seu organismo, representada pelo Santuário de Ismael onde cada um afina a sua mente para a tarefa do sacrifício e da abnegação em prol da causa da Verdade, nem pode desviar-se do seu roteiro, delineado dentro do Evangelho, com o objetivo da formação da mentalidade essencialmente cristã.

Todas as questões científicas, no seio da Doutrina, repetimo-lo, têm caráter secundário, servindo apenas de acessórios na expansão das realidades espiritualistas.

Na atualidade, mais do que tudo, necessita-se da formação dos espíritas, da disciplina cristã, da compreensão dos deveres individuais, ante as excelências da doutrina, a fim de que se possam atacar os grandes cometimentos.

Firmai-vos na orientação que vindes observando, sem embargo das ideologias ocas que vos espreitam no caminho das experiências penosas. Somente dentro das características morais e religiosas pode o Espiritismo cooperar na evolução da Humanidade.

As criaturas humanas se envenenaram com o excesso de investigações e de empreendimentos científicos, para os quais não prepararam seus corações e seus espíritos. Derivativo lógico dessa ânsia mal dirigida de conhecer a verdade é o estado atual de confusionismo, em que se debatem todos os setores das atividades terrenas, no campo social e político. Não que condenemos a curiosidade, porquanto ela representa os pródromos de todos os conhecimentos; mas é, acima de tudo, que se faz necessário o método e a legitimidade da compreensão individual e coletiva.

Preparai-vos, portanto, preparando simultaneamente os vossos irmãos em humanidade dentro do ensinamento cristão e, amanhã, compreendereis, se não puderes entender ainda hoje, a sublimidade da nossa tarefa comum e a grandeza dos seus objetivos.

Que Maria derrame sobre os vossos espíritos a sua bênção e que o Divino Mestre agasalhe sob o manto acolhedor da misericórdia todas as esperanças e anseios dos vossos corações.

F. L. Bittencourt Sampaio

OS SONETOS

Templo da Paz

Neste templo de amor profundo e puro,

Que as desgraças e as dores alivia,

Ouvem-se vozes da Sabedoria,

Clarificando estradas do futuro.


Porto luminosíssimo e refúgio,

Onde se encontra a doce eucaristia

Do Evangelho da Paz e da Alegria,

Luz entre as sombras do caminho escuro…


Nestas portas que acolhem desgraçados,

Infelizes, sedentos e esfomeados,

Ouve-se a voz do amor, profunda e imensa.


É Ismael consolando os sofredores,

Vendo seu templo esplêndido de flores,

Cheias da luz suavíssima da crença.

Cruz e Souza


A quem, senão a Ele, o Cristo amado,

Deves tu dedicar os teus momentos,

Se ele encheu os teus pobres pensamentos

De clarões que te fazem deslumbrado?


E na dor e nos próprios sofrimentos,

Lembra sempre o seu vulto imaculado,

Que te faz fervoroso e encorajado,

A ascender teu calvário de tormentos,


Só a piedade do Cristo terna e imensa,

Pode na estrada lúcida da crença

Amparar-te nas provas dolorosas!


E bendize essa dor, pois que os prazeres

São dissimulações dos padeceres

Sobre a Terra de sendas tenebrosas!

Auta de Souza


Também, Senhor, um dia, de alma ansiosa,

Num sonho todo amor, carícia e graça,

Quis encontrar a imagem cor-de-rosa

Da ventura que canta, sonha e passa.


E perquiri a estrada erma e escabrosa,

Perenemente sob a rude ameaça

Da amargura sem termos, angustiosa,

Entre os frios do Pranto e da Desgraça,


Até que um dia a dor, violentamente,

Fez nascer no meu cérebro demente

Os anelos de morte, cinza e nada.


E no inferno simbólico do Dante,

Vim reencontrar a lágrima triunfante,

Palpitando em minh’alma estraçalhada.

Hermes Fontes


Opinião de Hermes Fontes sobre o Espiritismo


(1888-1930) foi um gênio precoce e teve uma vida de muitos sofrimentos e amarguras, terminando por se suicidar. Advogado, jornalista e poeta, por cinco vezes tentou a Academia Brasileira de Letras (ABL) sem o conseguir. Traído no casamento, abandonado pelos amigos e sofrendo grandes derrotas políticas, foi por isso humilhado. Carregando o complexo pela sua pequena compleição física, seu talento e seus méritos literários são reconhecidos até hoje. No soneto psicografado por Chico Xavier, em 1936, o autor espiritual demonstra toda a mágoa que ainda abrasava em seu peito pelo triste destino que enfrentou em vida.

Em interessantíssima enquete realizada pelo jornal Diário da Noite, do Rio de Janeiro, vários intelectuais da época deram suas opiniões e responderam questões sobre o Espiritismo, inclusive Hermes Fontes. Vejamos o que pensava do Espiritismo o autor em 1923, ano em que Chico Xavier já havia despertado para a mediunidade, mas ainda não iniciara sua missão na área da psicografia e do mediunato em geral.

I — Que pensa do Espiritismo?

II — Tem o Espiritismo influenciado no meio intelectual brasileiro?

III — Que consequências para a ciência, a arte e a literatura se podem deduzir dessa influência?


Respostas de Hermes Fontes


Coisa difícil, dar cada um as dimensões de sua simpatia em questões de fé espírita, para as quais, em sentido geral, não há indiferença possível.

Porque, tanto quanto há males de que todo sangue herda um pouco, é certo haver em toda alma um quinhão de possibilidade espírita e esse bem secreto a que tantos aspiram, preexiste como reserva divina, em quase todos nós.

Eu, por exemplo, em cada período de 24 horas, tenho 12 horas de hesitação e 12 de crença. E escusado pedir os porquês. Não disponho de elementos (nem de tempo) para um manifesto, nem de convicções tão maduras que valesse uma profissão de fé.

Faço, de quando em quando, os meus exames de consciência. Leio o que posso e ouço o que todos ouvem — revelações, coincidências, milagres…

É desnecessário acrescentar que, por mim mesmo, ainda nada vi, ouvi nem senti de aproveitável. E, não obstante, ando mais perto de crer do que de descrer.

Tenho a impressão de ainda ser analfabeto em certas modalidades prognósticas do Espiritismo: religião moderna, ciência futura, realidade quase tangível.

Para mim, o Espiritismo deve ser a revelação da alma às almas no que lhes há de fundamental — a simplicidade —, verdadeiro estado de graças, peculiar aos velhos, às crianças, aos humildes e aos santos.

Espiritismo complicado, obrigado a experiências químicas e sessões de ótica transcendente, já não é verdadeiramente Espiritismo.

O que me leva a maior simpatia, quase à convicção, não é a bibliografia, nem a tradição oral: é a catequese tácita do espírita. Fazer o bem quand même [de qualquer maneira] e não desesperar de corrigir nossos erros e nossas penas, estabelecendo relações de justiça entre a vida presente, a anterior e a futura, de cujo aperfeiçoamento crescente resultará atingir a ética imemorial dos eleitos.

A vida com as suas injustiças, as suas falsas recompensas e os seus castigos, aparentemente iníquos — aí está o melhor livro da catequese espírita e a melhor câmara de atuação experimental.

A moral espírita é uma realidade. Não conseguem “desmoralizá-la”, nem mesmo alguns impostores que fingem praticá-la e discerni-la.

Sob esse elevado aspecto, o Espiritismo começa a influir seriamente em nossa literatura.

Agora, se a nossa literatura tem influído no Espiritismo, não é recíproca necessária. O Espiritismo precisa mais de bons exemplos do que de boas palavras…

Quando leio certos discursos e exegeses embaladoras, prefiro cair na dúvida, que é também uma rede, e, às vezes, das mais cômodas.

As inteligências, por mais ativas, têm a sua hora de preguiça. A dúvida é boa para fazer o espírito espreguiçar-se de certas leituras insinceras. E, assim, como outros diriam: in dúbio pro reo [na dúvida, a favor do réu], e penso, ao ler certos catequistas: in reo… pro dúbio… [o réu duvidoso]


Hermes Fontes responde hoje à nossa enquete. Nome conhecidíssimo pelos livros brilhantes, bastaria ser enunciado, dispensando-se o noticiário que aqui costumamos fazer. Tendo estreado com “Apoteoses”, que foi um acontecimento literário, tem dado às Letras várias obras de poesia, cheias de força e pensamento: “Gênese”, “Ciclo de Perfeição”, “Microcosmo”, “Miragem do Deserto”, “A Lâmpada Pelada” e “Despertar”.




A “Comunicação de Bittencourt Sampaio” e os sonetos “Templo de Ismael” — “Ao crente” — “Desencanto” foram publicados no Reformador em 1º de julho de 1936.


lc 2:14
Depois da Travessia

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 43
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Eduardo Carvalho Monteiro

25|09|1939


Glória a Deus nas alturas e paz na Terra a todos os Espíritos de boa vontade! (Lc 2:14)

Filhos meus, que a misericórdia do Senhor se estenda sobre vossos corações, proporcionando-vos muita tranquilidade e muita luz!

Agradeço a Deus, meu querido Aurélio, a possibilidade de falar aqui nesta noite, não somente para reforçar as tuas energias para a luta como também para levar ao coração carinhoso de Dedé a minha palavra de consolação. Deus abençoe a ambos, junto de Alexandre  e de quantos são os companheiros espirituais de vossas almas!

Tenho estado contigo, Aurélio, buscando renovar as tuas forças orgânicas, de modo a revigorar a tua saúde para os trabalhos que nos são necessários. Quanto a ti, minha filha, não entregues o coração aos pensamentos tristes. Seguindo sempre as tuas meditações, noto, às vezes, que te encontras abatida e desalentada. Minha boa Dedé, lembra-te de que se não me encontro mais na Terra estou sempre no plano espiritual para servir ao teu coração de filha amorosa e sensível. Com respeito a teu estado físico, haveremos de conseguir as tuas melhoras com o auxílio da Providência Divina. Tenho procurado inspirar o Armando nos conselhos que a experiência médica dele te vem proporcionando. . Uma intervenção cirúrgica no momento não te fará bem. Será melhor que prossigas em teu tratamento costumeiro e de minha parte buscarei auxiliar com a minha contribuição de muito amor maternal em teu beneficio.

Sobre o Alexandre, meus filhinhos, nada tenho a acrescentar senão que tenham paciência com ele, pois ao me recordar dos esforços feitos no passado, e até com a viagem à Europa para a consulta necessária, vejo que em tudo prevaleceu a vontade misericordiosa de Deus, que é soberana e justa. Que Deus abençoe a todos!

Aqui continuo a trabalhar, como me é possível, pelo bem espiritual de todos, esperando em Jesus que as mais santas bênçãos se derramem sobre os corações dos filhos queridos.

Quanto a ti, minha boa Julinha, peço a Deus que te auxilie sempre em tua missão de afeto e de assistência junto de meu filho. Sabes que Aurélio precisa sempre se inspirar em ti para a vida e para a luta da Terra. Compreendo tudo, como compreendes, minha filha, e, um dia, agradeceremos a Jesus, reunidos no Plano espiritual, por todos os esforços ou todas as possibilidades de trabalho que o Senhor nos oferece na Terra ou nos seus Planos.

Continuo com o mesmo devotamento pelos netos e tenho cooperado também para que a saúde do Mário seja forte e para que a situação do Armando se amenize. Para isso rogo, em minhas sinceras preces, a Jesus. Meus filhos, devo despedir-me por hoje e faço-o na sacrossanta paz de Deus, esperando que as Suas bênçãos floresçam em todos os corações dos entes queridos que ainda me prendem às expressões da vida material.




Alexandre e Adelaide (Dedé) eram irmãos do vovô Aurélio.


Amélia Brandão Amorim, minha bisavó materna, mãe do avô Aurélio. Era filha de Manauá Camandrin, chefe de tribo no Amazonas. Casou-se com o português Alexandre de Brito Amorim, cônsul de Portugal durante 20 anos em Manaus, responsável pela efetivação da primeira companhia de navegação entre Liverpool | Inglaterra e Manaus | Brasil. D. Pedro o agraciou com a comenda de Cavaleiro da Ordem de Jesus, sendo, em 1871, elevado a comendador da mesma Ordem.



Autores diversos  

lc 2:14
Tesouro de alegria

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 21
Francisco Cândido Xavier
Autores diversos  

Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens. (Lc 2:14)

Buscamos a proclamação do Céu para agradecer-vos.

A todos saudamos, com os nossos votos de paz, no entanto, desejamos, com a permissão do Senhor, falar aos companheiros de nossa Fundação de Amor ao Próximo,  aqui representados por nossos irmãos Hércules e Iza que se nos farão intérpretes do júbilo com que assinalamos o nosso agradecimento a Nosso Senhor Jesus-Cristo, pelo cinquentenário de nossa casa.

Somos nós, amados amigos, a servidora que vos deve tanto, o coração indicado para transmitir-vos a nossa gratidão.

Perdoai-me a limitação e a insuficiência das palavras que não me traduzem o anseio de expressar-vos a nossa alegria, diante do evento que o mês próximo nos descortina, confidenciando-nos todas as minudências dos cinquenta anos de trabalho que a nossa instituição agora alcança, sob a inspiração dos Divinos Emissários. Fossem lágrimas as letras de que me utilizo para comunicar-vos o nosso contentamento e a nossa gratidão e talvez conseguisse estampar a minhalma no que vos digo, esculpindo em vosso Espírito o preito de nosso reconhecimento porto da a dedicação com que conduzis para diante a bandeira da caridade com Jesus que o nosso Gaio desfraldou em silêncio. Ele, o Gaio, atravessara o natalício em 1932, mentalizando o propósito de algo realizar que lhe testemunhasse a fidelidade a Jesus. E pensou, acima de tudo, nas viúvas e nos órfãos desvalidos.

Falou-nos do projeto que lhe nascia por nota de luz no pensamento. E a sós, com esta vossa serva, se referiu ao venerável Anthony Leon, ao respeitado amigo Dom Romualdo de Seixas, do generoso irmão Pedro Richard, do nosso sempre amado Doutor Bezerra de Menezes. Ouvi o esposo com respeitoso carinho e acompanhei-o na oração com que rogamos a Jesus e à nossa Mãe Santíssima nos abençoasse. Transcorridos alguns dias, minha filha Maria Georgina e eu éramos surpreendidas com as primeiras informações da obra iniciada. Pequenos apontamentos nos davam conta de que o esposo abnegado começara na visitação aos lares desprotegidos. Admirei-lhe a coragem e protestei contra a legenda em que se erguia o meu pobre nome para a organização. Achava-me, porém, integrada no serviço, pela carinhosa lembrança do marido e compreendi que, embora constrangida, não me cabia recuar ante a realização que se mostrava no berço.

Fundação Marietta Gaio! Não conseguiria refletir sem resistência ao nome proposto e entendi que, sem mérito algum, era chamada a servir em meu benefício próprio. Do que foi a trajetória da instituição, até que o Jorge e a nossa querida Nair recebessem o facho das obrigações de vanguarda, não preciso dizer. Cinquenta marços de trabalho e de amor se fizeram cinquenta marcos de esperança e luz em nossas vidas.

Venho formular o nosso respeitoso agradecimento a todos os companheiros que passaram no tempo ao nosso lado, e salientar o nosso louvor e a nossa gratidão, a vós todos que sucedestes o nosso querido Jorge na sustentação da casa. É verdade que possuímos hoje a sede do nosso ideal de beneficência com o apoio que, de certo modo, lhe alicerçam a manutenção; ainda assim, muito mais do que a residência de alvenaria que nos resguarda os serviços de ordem geral, dispomos do campo de confiança recíproca e de invariável amor que nos reúnem uns aos outros. Unidos em Cristo, começamos, unidos em Cristo prosseguiremos… Expresso-vos a nossa alegria sob a presença do Gaio, do Jorge e de outros pioneiros e missionários da Fundação, tentando agradecer com frases escritas o mundo de apreço e admiração que se nos cresce nos corações, em vos seguindo no esforço bendito de continuar construindo o bem.

O nosso reconhecimento se exprime nas preces com que nos dirigimos ao Todo-Misericordioso, rogando-lhe à Bondade Infinita abençoar-vos e recompensar-vos com os tesouros da fé viva e do bom-ânimo, da paz e da felicidade reservadas aos obreiros fiéis.

Nossa casa conquistou novas dimensões e as nossas aspirações igualmente se desdobram…

Deus vos recompense a todos pelas horas de trabalho benemérito em que vos esqueceis para aliviar a provação dos enfermos; pela dedicação com que sabeis repartir o pão e a veste, o socorro e a assistência, junto aos nossos irmãos desvalidos do mundo; pela coragem que insuflais no Espírito combalido das viúvas e das mães desamparadas, oferecendo-lhes o teto em que o Senhor nos acolhe por servidores em Seu Nome; pela fortaleza de ânimo que instalais nos sentimentos de todos aqueles que nos batem à porta, entre a necessidade e a tribulação; pelo remédio e pelo alívio que estendeis aos doentes; pelos sorrisos de felicidade que sempre desenhais sobre as lágrimas das crianças batidas pelo infortúnio; pela ternura com que resguardais em nossa creche de proteção e de carinho os pequeninos que nos reclamam assistência para que as mães valorosas trabalhem na conquista do pão de cada dia; pela palavra de reconforto e de esperança com que levantais os companheiros caídos em desânimo e desespero, buscando-nos os recintos, à maneira de náufragos que se apegam à embarcação de amparo e salvamento que sabeis conduzir, dia a dia, na direção dos portos de socorro e refazimento.

E dizemos “muito obrigado,” a todos vós, amados filhos de nosso instituto de beneficência, por todos os momentos em que vos amais uns aos outros, conquanto as diferenças de opinião que por vezes nos marcam os esquemas de serviço, doando-nos o exemplo da solidariedade e da união, e estimulando-nos ao trabalho espiritual em vossa companhia; muito obrigado a cada um de vós sempre que buscais o silêncio e o sorriso fraterno para compreender o companheiro transitoriamente tangido pelas irritações do mundo; muito obrigado pela renúncia com que abdicais de vossos pontos de vista, quando os interesses dos necessitados devem prevalecer sobre os nossos desejos; muito obrigado por aceitardes tarefas pequeninas e aparentemente insignificantes, nas quais socorreis uma criança enferma ou escorais uma irmã que as experiências da vida alvejaram os cabelos e lhe abriram chagas invisíveis nos corações; e muito obrigado por saberdes perdoar as dificuldades de uns para com os outros a fim de que os hóspedes de Jesus em nossa casa se vejam protegidos pelo aconchego da instituição que Ele mesmo, o Senhor, nos concedeu para servi-lo na pessoa dos últimos de nossos irmãos, nas filas da necessidade humana, embora sejam eles os herdeiros diretos da paz e das alegrias do Reino!

Desculpai-me se vos falo com tamanha pobreza de expressões.

Agradeço, pessoalmente, à nossa Nair pela constância de ação e pelo devotamento com que nos abraçou os compromissos e agradeço à minha filha Maria quanto fez e continuará fazendo pela segurança de nosso lar-oficina de bênçãos, em que os Mensageiros do Cristo, nos honram com a felicidade de atuar e de agir na execução do bem.

Através de nossos amigos Hércules e Iza, saudamos a todos vós, irmãos em Jesus e filhos de nossa esperança que sustentais nas mãos a bandeira de 1932.

A todos, o nosso coração reconhecido. Deus nos proteja e nos abençoe. É tudo o que pode rogar de melhor em auxílio a nós todos a vossa irmã pelo coração e pequena servidora agradecida.




[Referência à Fundação Marietta Gaio]



Amélia Rodrigues

lc 2:14
Primícias do Reino

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 20
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

" "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. (João, 12:32) Enquanto fulguravam em ouro os raios do astro-rei, banhando a Natureza de incomparável festa de luz, foram pronunciadas as últimas palavras, ditas as instruções finais e significativas, e delineadas as rotas para as tarefas do futuro. Nimbado por indefinível claridade, Ele ascendeu lentamente ante a explosão de lágrimas dos companheiros e as esperanças de redenção pelo trabalho no porvir.


A montanha, na Betânia, diminuía; os horizontes do mundo se ampliavam e os Seus olhos banhavam de ternura o fecundo campo de trabalho, onde as flores do amor deveriam desabrochar através dos tempos, sob Sua inspiração.


Convivera entre aquela gente simples, estabelecendo as bases da edificação fraterna para os Espíritos.


Apagara-se para ministrar humildade e descera para melhor servir.


Dispensara intermediários nos seus planos e viera, Ele mesmo, participar dos mínimos preparativos, demorando-se cada dia e a todo instante no mais acendrado desvelo, de modo a infundir pelo exemplo as lições firmes do dever e da abnegação.


Prevendo as consequências políticas, sociais e espirituais da Sua mensagem na História dos tempos, podia divisar, desde já, as legiões dos que se deixariam sacrificar e seviciar, permanecendo fiéis aos postulados da Verdade até à morte infamante. . .


Assim pensando, o Rabi inundou-se de inusitada alegria.


Os conquistadores preparavam soldados e mercenários, infundindo o terror e utilizavam-se das estratégias bélicas estabelecidas pela impiedade, pela espionagem, pela traição.


Combatiam corpos, espoliavam cidades, esmagavam as aspirações dos povos enfraquecidos. . .


Ele chegara anônimo e partira espezinhado. Legara, porém, aos que ficaram confiantes, a armadura da paciência, as armas do amor e a estratégia do bem incessante e infatigável.


O campo, talvez ficasse muitas vezes juncado de cadáveres. . .


cadáveres dos seus legionários que se dariam ao sacrifício, mas que jamais sacrificariam outrem.


Oferecera-lhes os instrumentos desconhecidos, até então, da concórdia e da mansidão, e inaugurara um estranho e singular modo de combater: o combate da não violência.


Para Ele, por essa razão, no entanto, aparentemente não houve lugar. . ., todavia, das lições vivas e incorruptíveis do Seu amor brotaram bênçãos e o punhado de Espíritos revestidos pelas vestes carnais que ficavam na retaguarda, paulatinamente alcançariam os altos e inamovíveis objetivos a conquistar logo mais.


Eram singelo pólen, que, entretanto, fecundaria a Humanidade inteira, venceria as distâncias e os tempos.


No infinito das horas, chegaria o momento da comunhão final com os amados e o triunfo total sobre as misérias que convulsionavam as mentes e os corações.


Recordou-se daqueles homens e mulheres arrancados dos seus quefazeres diários para a incomparável jornada do socorro fraternal.


Nem eles mesmos se aperceberam da significação profunda do "abandonar tudo e segui-lO". Acarinharam, meses a fio, estranhas e ingênuas esperanças; lutaram entre si, disputando primazia, sonharam quiméricos triunfos, aspiraram a honrarias banais. . . . Agora, lentamente, aclaradas as interrogações que perturbavam a faculdade de raciocinar e nublavam os seus sentimentos vacilantes, podiam pressentir a elevada responsabilidade de que se encontravam, por fim, investidos.


Sairiam pela Terra qual discreto perfume de poderosa impregnação e, por onde passassem, sem o perceberem, deixariam sinais inapagáveis.


Escolhera-os, de diversas procedências, corações comprometidos com os vários misteres do dia a dia.


A uma mulher habituada aos coxins de sedas e à sedução, oferecera valor e forças para, renovada, ser exemplo vivo da vitória do Espírito sobre a carne putrescível.


Tocara jactancioso "doutor da Lei", ensejando-lhe penetração profunda no complexo mecanismo dos renascimentos purificadores.


Acenara a um administrador fiel as esperanças do Reino, restituindo-lhe a filha enferma, em eloquente atestado sobre o valor da saúde espiritual. . .


Confundira com o verbo simples e as atitudes desataviadas os hipócritas e mentirosos, os enganadores e os que se compraziam na malversação dos valores de toda natureza.


Os amigos, íntimos comensais de toda a hora, escolhera-os entre as funções modestas do povo, adestrando-os em regime de austera disciplina e incessante afeição para as lutas intermináveis da dedicação sem limite. . .


Sabia que a Sua voz, eles a levariam cantando, suarentos e trôpegos, mas resolutos e conscientes, a todos os Espíritos lenindo as terríveis ulcerações, que minavam o organismo da Humanidade.


As mãos da cupidez e da criminalidade se levantariam, todas as torpezas seriam arregimentadas, as mais infames armas seriam utilizadas contra, enquanto eles ficariam fiéis ao Seu testemunho, percorrendo a Terra.


Podia vislumbrar as labaredas e as cruzes, os animais e os gládios, as crueldades ímpares e as perseguições implacáveis que movimentariam contra eles, sem lhes diminuírem o ânimo nem lhes quebrantarem a coragem, pois que se sustentavam na Igreja da Revelação assentada na rocha da Verdade, com a argamassa do Seu sangue e o selo da Sua Ressurreição, ficando reservado ao futuro o resultado do Seu exílio por amor. . .


O cordeiro confraternizaria com o lobo e o joio cederia lugar ao trigo, enflorescendo a gleba humana com as bênçãos da paz integral. "Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens" - entoavam as vozes angélicas, saudando o Rei excelso que chegava ao sólio do Altíssimo.


O Divino Amigo, além da esfera de sombras em que ficaram os homens embrulhados em paixões e ansiedades, com o Espírito túmido de confiança, abriu os braços e todo harmonia balbuciou, pensando naqueles que O seguiram através dos tempos: "Pai Nosso, que estais no Céu. . . ", e retornando ao seio d’Aquele que O enviou, sem se apartar, porém, dos lutadores da retaguarda terrena, até a "consumação dos evos.


* * *

Desde então o sofrimento e a dor encontraram amparo em débeis mãos que se fortalecem ao contato do trabalho cristão.


Por onde passe a hidra da guerra semeando cadáveres e destruição, seguem empós corações abnegados, atendendo à viuvez, à orfandade, o abandono e à miséria.


Não mais a impiedade se instalou na Terra nem a perseguição conseguiu pleno triunfo. . .


Em toda parte Ele tem estado presente e o simples enunciado do Seu nome é vigoroso estímulo para a liberdade e a paz do espírito.


Não triunfando no mundo, Jesus venceu todas as vicissitudes e estabeleceu as balizas do Novo Mundo da Humanidade Feliz, em cuja construção estamos unidos todos nós, desencarnados e encarnados, no exercício da aprendizagem e vivência evangélica.







Referências em Outras Obras


Huberto Rohden

lc 2:14
Nosso Mestre

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 5
Huberto Rohden
Perto de Belém há umas planícies cobertas de capim, para onde costumam os pastores levar os seus rebanhos de ovelhas e cabras. Na noite em que Jesus nasceu, diversos pastores estavam passando em claro nessas planícies guardando os seus rebanhos - quando lhes apareceu um anjo de Deus e lhes deu a notícia do nascimento de Jesus. Foram logo visitar o recém-nascido.
Havia naquela mesma região uns pastores que passavam a noite em claro, guardando os seus rebanhos. De súbito, apareceu diante deles um anjo do Senhor e a glória de Deus cercou-os de claridade. Tiveram grande medo.
O anjo, porém, lhes disse: "Não temais! Eis que venho anunciar-vos uma grande alegria, que caberá a todo o povo: é que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é o Cristo e Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em 8
faixas e deitado em uma manjedoura". E logo associou-se ao anjo uma grande multidão da milícia celeste, que louvava a Deus, dizendo: "Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade".
Foram a toda pressa, e acharam Maria e José, e o menino deitado numa manjedoura. À vista disso conheceram o que lhes fora dito a respeito deste menino; e todos os que o ouviam admiravam-se do que lhes diziam os pastores. Maria, porém, conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. Voltaram os pastores, louvando e glorificando a Deus por tudo o que acabavam de ouvir e de ver, assim como lhes fora dito (Lc. 2, 8-20).

CARLOS TORRES PASTORINO

lc 2:14
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 10
CARLOS TORRES PASTORINO
LC 2:1-20

1. Naqueles dias foi expedido um decreto de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado.


2. Este recenseamento foi primeiro (antes) do que se fez no tempo em que Quirino era governador da Síria.


3. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.


4. José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Nazaré, à Judeia; à cidade de David, chamada Belém, por ser ele da casa e família de David,


5. para alistar-se, acompanhado de Maria, sua noiva, que estava grávida.


6. Estando eles ali, completaram-se os dias de dar à luz,


7. e teve um filho primogênito, e o enfaixou e o deitou em uma mangedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.


Voltemos ao episódio, que comentamos em Mateus, observando as divergências do texto de Lucas. Este começa por situar historicamente o fato: estávamos sob o reinado de Herodes, que faleceu no ano 4 A. C., ou seja, no ano 750 de Roma (A. U. C.) conforme narram Josefo (Antiquit. Jud., 17,8,1 e 17, 9,213 e Bellum Jud. 1,33,1 e 8; e 2. 6. 4) isto é, nos primeiros meses do ano 4 A. C. Pois sabemos que faleceu dias após um eclipse da lua (Antiq. Jud. 17. 6. 4 § 187), que ocorreu entre 12 e 13 de março de

4 AC. (cfr. Scheirer, l. c. pág. 416). Estaríamos, portanto, à época da narração de Lucas, no máximo no ano 5 A. C. ou 749 de Roma. Precisaremos mais a data, verificando tratar-se do ano 7 A. C. (ou 747 de Roma).


Outra referência histórica é o recenseamento ordenado por um edito de César Augusto (Otávio) que se iniciou no Egito no ano 10-9 A. C. (cfr. Grenfell

& Hunt, Oxyril/,Chus papyri, tomo 2, pág. 207-214), continuado na Gália (cfr. Dion 53, 22, 5) e na Síria, por Quirino (cfr. Corpus Inscript. Lat. 3, 6687) no ano 7 depois de Cristo. Trata-se, pois, aqui, de outro recenseamento anterior, realizado por Sentius Saturninus, Legado imperial na Palestina, de 8 a 6 A. C. (cfr. Tertuliano, Patrol. Lat. vol. 2, col. 405, e Schurer, Geschichte des judischen Volkes, tomo 1, pág. 321). Isto fortalece a hipótese do ano 7 A. C.


para o nascimento de Jesus.


Diz Lucas que "todos iam alistar-se, cada um à sua cidade", e por isso José e Maria seguiram viagem para Belém de Judá, cidade de David. Esse princípio não vigorava do Direito Romano, embora Gaius Valeri us Máximus, em 103 (depois de Cristo) tivesse ordenado no Egito (cfr. Pap. Lond. 3, pág. 125), que os cidadãos "se dirigissem para a sede do município a fim de alistar-se". Mas é diferente: é a sede do município, e não a cidade de origem. Ora, não era esse o caso de José, porque Belém não era a sede do município de Nazaré.


O fato de ter-se feito acompanhar de Maria (ainda noiva, segundo Lucas, já sua esposa, segundo Mateus) pode explicar-se por ser ela também da "casa e família" de David.


Em Belém completa-se o tempo de Maria, tendo-lhe nascido o filho primogênito. A notificação de que Jesus é o primogênito não implica na necessidade de que posteriormente viesse a ter outros filhos. A expressão é autônoma e tem em mira salientar que Jesus era o bekor, que pertencia a Deus, devendolhe ser consagrado desde o nascimento (cfr. EX 13:2 e EX 34:19).


O evangelista diz que o menino "foi colocado em uma mangedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria". A hospedaria, ou kân, era um abrigo rústico para os viajantes.


O termo φάτνη (mangedoura) refere-se à mangedoura fixa, que podia estar instalada numa gruta (segundo a tradição oral e o "protoevangelho" de Tiago, n. º 18), ou o estábulo interno da habitação, onde, no rigor do inverno, se guardavam os animais; consistia num quarto construído em continuação da casa, numa "puxada", em que podiam abrigar-se também pessoas com relativo conforto; e realmente isso ocorria, quando os lugares da casa já estavam todos tomados.

A tradição (por falar-se em estábulo e mangedoura) enriqueceu a narrativa de Lucas com o pormenor lendário de que Jesus foi colocado entre um boi e um jumento. Inspirou-se a tradição também em Isaías (Isaías 1:3) e em Habacuc (3:2), de acordo com o texto dos Septuaginta e da Ítala: "serás conhecido no meio de dois animais", (cfr. Orígenes, Patrol. Graeca, vol. 13, col. 1832 e Jerônimo, Patrol. Lat. vol. 22, cal. 884).


De acordo com os comentários acima, não era praxe romana a exigência de que os cidadãos se locomovessem para ser recenseados na cidade de seu nascimento. Eminentemente práticos, desejando sempre eficiência e rapidez nos resultados, não podiam ficar sujeitos a grandes movimentações de massas populares, que retardariam os negócios. Pequenos comerciantes e agricultores não poderiam abandonar seus campos e suas lojas para transladar-se (com que recursos?) a localidades por vezes distantes, para simplesmente submeter-se a um censo. Seria uma exigência impraticável até mesmo na época moderna, com a facilidade de transportes. Imaginemos uma ordem dessas em nossos dias: quase a totalidade dos brasileiros teria que transladar-se para a Europa ou a África, para serem recenseados...


Não seriam os juristas (e que juristas!) romanos que determinariam esse absurdo, há dois mil ênios. José teria que viajar três dias a pé, abandonando seus afazeres, e isso só porque um de seus ascendentes nascera em Belém, havia mais de MIL ANOS! E por que não teria de ir a Ur, na Caldeia, onde nascera seu ascendente Abraão?


De tudo isso, deduzimos que o fato narrado pela frase do evangelista oculta um símbolo altamente místico e expressivo.


Com efeito, na cidade de Belém havia uma escola iniciática de grande elevação espiritual, mantida pelos essênios, e tradicional no profetismo judaico. Era Belém, de acordo com o significado etimológico da palavra, a "Casa do Pão", mas do Pão Espiritual, que o candidato a união com Deus devia frequentar antes do Encontro Sublime. Para essa escola dirigiu-se o intelecto (José) acompanhado da intuição (Maria), que já estava "grávida" do espírito, pejada de ideias e sensações espirituais a fim de preparar-se devidamente em Belém para que se desse o "nascimento do menino".


Notemos que o nascimento se dá pela intuição, só mais tarde atingindo o intelecto.


Belém de Judá, diz o evangelista, era a cidade de David, ou seja, traduzindo o sentido das palavras:

"a casa do pão (espiritual) de louvor a Yahweh, era a cidade do "Bem-Amado" (David), o Santuário do Amor feito homem.


Observemos, entretanto, que a "ida de José a Belém", cidade dos antepassados, exprime uma rememora ção das vidas anteriores, uma visão de conjunto de todo o caminho evolutivo já percorrido pelo espírito, que, antes do passo final, deve remontar às suas origens mais remotas a partir do momento em que penetrou o reino-hominal. Essa interpretação será confirmada pouco mais adiante, quando o falarmos da genealogia de Jesus.


Estando, então, José e Maria (o intelecto e a intuição) no ambiente propício, dá-se finalmente o primeiro encontro com Deus dentro de nós (Emanuel = Deus conosco). Mas notemos que eles estavam sós, pois não haviam encontrado lugar nas estalagens. Para dizer que ninguém, nenhum agrupamento humano, pode ajudar à eclosão de união mística. Somente no isolamento da solidão consegue a criatura unir-se ao Criador. Por isso, o intelecto e a intuição se afastam de todos, penetram no santuário do Pão Espiritual, e se recolhem aí num ambiente simples: a um estábulo. Por que "estábulo"? Exatamente aí reside outra lição. O estábulo é local próprio de animais. E o encontro se dá quando o esSABEDORIA DO EVANGELHO pírito se encontra no corpo animal, isto é, o corpo denso, constituído de células, que são verdadeiro "animais" para o espírito, para o Eu Profundo.


Quando se dá a união, quando nasce o menino (o "homem novo"), a intuição o deita na "mangedoura", ou seja, coloca-o no lugar em que os animais se alimentam. E onde se alimentam de compreensão os animais-homens, senão no cérebro, sede do intelecto? É O cérebro de fibras nervosas que alimenta de ideias o homem, ainda animalizado, até que ele atinja as culminâncias da mente, através da intuição.


A intuição, pois, deita o menino no intelecto (Maria entrega o filho a José), e a criatura vê descer até sua pequenez o Infinito de Deus.


Símbolos maravilhosamente descritos, com sublime transcendência e objetividade singela, jamais alcan çados em qualquer livro simbolista da literatura mundial.


Por causa desse simbolismo, compreendemos a ânsia das igrejas tradicionais em defender a tese da virgindade de Maria. O que de início se queria demonstrar, porque é a realidade, é que o encontro com Deus só pode dar-se virginalmente, isto é, sem interferência de quem quer que seja. Nenhum mestre pode produzir no discípulo o encontro místico: só a Centelha Divina, só o Espírito da própria criatura, é que realiza o nascimento. Então, a concepção é realmente "virginal" e produto de "um espírito", não por obra de homem. Para defender essa ideia real e sublime, e fazê-la permanecer límpida e clara através dos séculos, as igrejas (mesmo que tivessem perdido a percepção do sentido íntimo) tinham que forçar o simbolismo através dos fatos, para deixar bem cristalino para as gerações futuras o ensinamento contido no Livro Santo. Em vista disso, "carregaram" as cores do quadro, para que O ensinamento se não perdesse nem maculasse através dos séculos. E dessa forma, todos os que tivessem "olhos de ver, ouvidos de ouvir e coração de entender" pudessem ser esclarecidos: não adiantaria buscar "fecundação" em nenhum mestre, porque o nascimento é virginal ("quando vos disserem eis aqui o Cristo ou ei-lo ali, não acrediteis", MT 24:33-26).


Evidentemente, o nascimento só poderá dar-se "quando se completarem os dias", isto é, quando o amadurecimento tiver chegado a termo; e o "filho" é sempre o "primogênito", já que, realizado numa existência, permanecerá o mesmo durante toda a eternidade (seu reino não terá fim. LC 1:33).


lc 2:14
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52
E. O NASCIMENTO DE JESUS, Lucas 2:1-20

1. Não Há Lugar na Estalagem (2:1-7)

Um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (1). A palavra traduzida como alistasse significa literalmente "registrar-se" ou "inscre-ver-se". Otávio, o sobrinho-neto de Júlio César, tornou-se o imperador romano em 29 a.C. Augusto era um título, e não um nome. O alistamento mencionado aqui foi feito com o objetivo de cobrar impostos. Todo o mundo se refere ao Império Romano.

O fato de Lucas ser o único escritor do período cuja obra menciona este decreto, não prova que ele esteja errado. Muitas omissões desse tipo foram observadas nas obras dos historiadores romanos. Além disso, nenhum dos oponentes da igreja nos primeiros anos jamais acusou Lucas de um erro desse tipo. Se eles tivessem conhecimento de uma im-precisão como esta, teriam obtido alguma vantagem ao trazê-la a público. Por outro lado, existe muita evidência indireta que prova que o relato de Lucas era historicamente pre-ciso." A alegação que se fez algumas vezes de que a Judéia não foi incluída nesse alista-mento não é realista. Como Herodes devia o seu trono ao imperador, ele certamente não teria se recusado a cooperar com tal empreendimento que se aplicava a todo o Império.

Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirênio governador da Síria (2). No que diz respeito às divisões do Império Romano, a Judéia fazia parte da Síria, e era subor-dinada ao seu governador. Cirênio foi governador da Síria duas vezes — na época desse registro a que Lucas faz referência, e novamente entre 6 e 9 d.C» Isto responde à alegação de alguns críticos de que ele não era governador na época do nascimento de Jesus, por-que ocupou o posto em uma época posterior. A expressão primeiro parece ser a maneira que Lucas encontra para diferenciar este alistamento do mais conhecido, de 6 d.C.

Cada um à sua própria cidade, isto é, na cidade dos seus antepassados (3). Em-bora este registro fosse o resultado de um decreto imperial de Roma, o costume de que cada pessoa deveria ir até à cidade dos seus antepassados não era romano, mas judeu. Parece que se permitia alguma liberdade na escolha da maneira como se realizava o alistamento.

José foi à cidade de Davi... Belém (4). Isto ocorreu de acordo com o método indicado no versículo 3, uma vez que José era da casa e família de Davi.

Com Maria, sua mulher (5). Veja o comentário sobre 1.27. Nenhuma lei, nem romana nem judaica, exigia que Maria acompanhasse José para esse alistamento. As suas razões para acompanhá-lo eram, provavelmente:
a) o seu amor por José; b) o seu amor por Belém; c) o seu desejo de ter José consigo na época do nascimento do seu Filho; e, a mais importante, d) a direção do Espírito Santo.

Estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz (6). Não é revelada a época do ano, mas a data de 25 de dezembro foi aceita de modo geral pelos gregos e pelos patriarcas da igreja latina desde o século IV. Edersheim defende forte-mente a data tradicional,' mas não existe fundamento para que se tenha uma certeza absoluta, até este ponto.

E deu à luz o seu filho primogênito (7). Os comentaristas que aceitam o ponto de vista romanista de que Maria não teve outros filhos, negam que o termo primogênito indica outros nascimentos posteriores; mas parece claro a este escritor que eles estão negando os fatos para apoiar a sua doutrina. O termo dá a entender claramente que Maria teve pelo menos um outro filho, e em outras passagens os irmãos de Jesus são especificamente mencionados, e os seus nomes são citados (Mt 13:55; Mc 3:31-35). Quan-do compreendermos que os filhos posteriores e naturais de Maria de maneira alguma diminuem a sua dignidade ou santidade como a mãe do nosso Senhor, já não sentiremos mais a necessidade de explicar — ou até mesmo de negar — os fatos. Veremos que eles se harmonizam perfeitamente com a natureza da Encarnação. A verdade desta doutrina exige que Maria seja completamente humana, e nascimentos posteriores somente de-monstram este fato com maior clareza.'

Deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estala-gem. A manjedoura era provavelmente uma caverna ou gruta na rocha, que era usada para o gado. A estalagem, ou khan, estava lotada; e a implicação é que, se houvesse lugar para eles, José e Maria teriam recebido a hospitalidade. No entanto, o fato de que havia muito ruído e confusão e pouca ou nenhuma privacidade neste tipo de alojamento pode ter sido uma vantagem para Maria em sua condição. Acreditamos que Deus, em Seu infinito amor e em Sua sabedoria, planejou as coisas desta forma.

Então, enquanto os mortais dormiam ou cuidavam dos seus assuntos mundanos, e os imortais vigiavam o lugar que era ao mesmo tempo o mais humilde e o mais sagrado,

  1. Filho de Deus nascia em Belém como o santo profeta havia predito. Este é o fato central de toda a história.

2. Os Pastores Ouvem o Anúncio Celestial (2:8-14)

Naquela mesma comarca (8) significa a terra de pastoreio próxima a Belém. Um milênio antes disso, Davi cuidava do rebanho do seu pai nestas mesmas pasta-gens. Pastores que estavam no campo. Entre os judeus, a ocupação de pastor era uma das mais humildes, e provavelmente por essa razão Deus decidiu revelar o nasci-mento do Salvador em primeiro lugar aos pastores. Isto está de acordo com a escolha de uma manjedoura como o lugar do nascimento. A palavra grega traduzida como es-tavam tem o mesmo sentido de "moravam", e não de simplesmente passar o dia ou a noite com o rebanho. Estes pastores viviam — talvez em tendas ou barracas — onde eles cuidavam dos seus rebanhos.

A questão da época do ano em que Jesus nasceu (veja o comentário sobre o versículo
6) depende muito da questão sobre em que época do ano os pastores conservavam os seus rebanhos em campo aberto. Três teorias foram apresentadas. Uma delas diz que, como as ovelhas na Palestina normalmente ficavam no campo desde a Páscoa (na primavera) até às primeiras chuvas (início de outubro), o nascimento não poderia ter ocorrido em dezembro. Uma segunda opinião é baseada nas histórias de viajantes de que o clima é tão moderado em dezembro que os rebanhos são levados novamente ao campo nessa época. Uma terceira opinião é a de Edersheim, de que os pastores, na história da Nativi-dade, estavam encarregados dos rebanhos do Templo, e que esses ficavam no campo durante o ano todo. Ele baseia essa opinião em uma passagem do Misná.'

Esta questão pareceu muito importante para estudiosos e para muitos cristãos em geral, mas deveríamos obter nossa resposta da óbvia falta de interesse divino na ques-tão. Deus, em sua revelação, guardou silêncio sobre o assunto. No entanto, se Edersheim estiver correto em sua idéia de que os pastores estavam guardando as ovelhas para os sacrifícios no Templo, surge outra razão para que Deus os escolhesse para ouvir o pri-meiro anúncio do nascimento do Salvador. Haveria uma evidente relação simbólica com

  1. Cordeiro de Deus, que se tornou o Cordeiro sacrifical do homem.

Guardavam durante as vigílias da noite. Apalavra grega traduzido, como guar-davam parece dar a entender um sistema de turnos de vigília. O termo é aquele usado para a tarefa de guarda das sentinelas militares.

Um anjo do Senhor veio sobre eles (9) significa, literalmente, "Um anjo do Senhor ficou ao lado deles". A glória do Senhor os cercou de resplendor. A palavra traduzida como glória, quando se refere a Deus ou ao Senhor, freqüentemente tem o sentido de "brilho" ou "luz". A palavra resplendor dá a mesma idéia. Assim, foi a luz de Deus que repentinamente iluminou o campo quando o anjo apareceu. Tiveram grande temor significa, literalmente, "Eles se amedrontaram com um grande medo". Esta era uma reação natural ao repentino, ao esplendor e à manifestação divina na sua aparição celestial.

E o anjo lhes disse: Não temais... vos trago novas de grande alegria... para todo o povo (10). Embora o medo fosse uma reação natural, gritos de alegria seriam muito mais apropriados. As novas que o anjo trouxe eram as melhores notícias que o homem já tinha ouvido. Os anjos se regozijaram naquela noite pela grande felicidade dos homens, porque a redenção não se destinava aos anjos santos, mas sim à humanidade pecadora e decaída. Estas novas eram para todo o povo. A aplicação (potencialmente) da redenção à personalidade humana seria tão ampla quanto a raça, e tão duradoura quanto o tempo, e os seus benefícios durariam para sempre.

Vos nasceu hoje... o Salvador (11). Esta é a palavra favorita de Lucas e também do seu companheiro Paulo. Os termos "Salvador" e "salvação" aparecem mais de quaren-ta vezes nos seus escritos, ao passo que aparecem raramente nos outros livros do Novo Testamento. Não é apenas o fato da chegada do Salvador que constitui as boas-novas da mensagem do anjo, mas a natureza da Sua salvação. Embora os pastores pudessem provavelmente ter interpretado aquela salvação como sendo material e política, todo o Novo Testamento é inequívoco na sua interpretação como sendo moral e espiritual. O bebê anunciado pelos anjos seria o Salvador que os libertaria do pecado.

Fica claro que os anjos desejavam que os pastores fossem e vissem o Salvador, pelo fato de que lhes indicaram o lugar — a cidade de Davi, a própria cidade deles. Além disto, o anjo lhes deu um sinal para que pudessem identificar o Salvador.

Achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura (12). Este sinal não apenas facilitou a identificação — pois certamente eles não iriam encontrar dois bebês assim, naquela noite, em Belém — mas sem dúvida também encorajou-os a acredi-tar que Alguém tão humilde não afastaria sequer um pastor.

Uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus (13). Esta era a fun-ção normal e a alegria dos anjos. O coro que tão subitamente acompanhou o mensageiro angelical cantou músicas celestiais que certamente tinham como tema o Príncipe do Céu. Ele tinha vindo à terra para estabelecer o Reino do Céu, e para preparar um cami-nho para que as criaturas terrenas pudessem tornar-se cidadãos do céu.

Glória a Deus nas alturas (14). Esta não era somente uma continuação, na terra, do louvor perpétuo a Deus que os anjos cantam no céu. Era louvor a Deus pelo Seu programa de redenção, e especialmente pelo Redentor. Também é profético da glória que será dada a Deus através do ministério redentor de Cristo.

Paz na terra, boa vontade para com os homens. Alguns entendem esta frase como dizendo: "Entre os homens de boa vontade", e assim há espaço para argumenta-ção".18 Cristo é o verdadeiro Príncipe da Paz. Ele veio para trazer paz ao coração dos homens, e Ele é a única esperança de paz no mundo. A paz entre o homem e Deus é um pré-requisito essencial para a paz entre o homem e os seus companheiros humanos.

3. Os Pastores Visitam o Salvador e Divulgam a Notícia (2:15-20)

Vamos, pois, até Belém e vejamos isso que aconteceu (15). Não houve uma sombra de dúvida nas mentes destes pastores de que o que eles tinham ouvido havia realmente "acontecido". Esta decisão de ir até Belém foi ao mesmo tempo espontânea e imediata. E que o Senhor nos fez saber. A origem do anúncio era inconfundível.

Foram apressadamente (16). A crença acendeu o entusiasmo; a esperança provocou o zelo. Acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. O primeiro retrato da Sagrada Família. Os pastores encontraram o Bebê exatamente como foi descri-to pelo anjo. A maravilhosa complacência que a cena humilde revelava, sem dúvida somen-te aumentava o seu significado aos olhos dos pastores. Ao refletirmos sobre esta cena, nos lembramos que na nossa própria época os homens podem conhecer pessoalmente o Salva-dor se eles, como os pastores, o procurarem com uma fé genuína e com uma devoção humil-de e completa. Também é digno de nota que, hoje em dia, o Salvador é freqüentemente encontrado pelos humildes, pelos pobres e pelos que não receberam instrução, ao passo que a elite rica e intelectual está completamente alheia à Sua graciosa presença.

Divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita (17). Para estes pastores a mensagem do anjo, o coro e a visita ao Menino na manjedoura formavam um quadro unificado e completo, e foi assim que eles o divulgaram — um Bebê que os anjos tinham proclamado como o Salvador do mundo. Talvez os pastores tenham recebido al-guma informação adicional de Maria e José sobre o Menino. Se isso aconteceu, certa-mente eles acrescentaram essa informação ao que divulgaram. A influência destes pas-tores provavelmente não foi suficientemente grande para espalhar-se muito além do seu próprio círculo, mas eles realmente aproveitaram a honra de terem sido os primeiros evangelistas do Salvador.

Todos os que a ouviram se maravilharam (18). Onde quer que os pastores contas-sem a sua história extraordinária, deixavam os seus ouvintes imersos em profundos pensa-mentos. Estes ouvintes não entendiam — e nem podiam — todo o significado da história. O interesse de muitos deles era, sem dúvida, apenas temporário, mas nenhum ouvinte ficou indiferente, e todos conseguiram pelo menos captar um vislumbre do raiar de um novo dia.

Maria guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu coração (19). Ma-ria sabia mais sobre o seu Filho naquela ocasião do que qualquer outro mortal. Mesmo assim, havia muita coisa que ela não sabia, e muito mais que ela não conseguia enten-der. Mas as coisas que ela não entendia não comprometiam a sua fé. Ela simplesmente as guardava como recordações preciosas para refletir em oração durante os misteriosos, mas desafiadores, anos que estavam por vir.

Voltaram os pastores... louvando a Deus (20). De volta ao seu trabalho, de volta à velha e familiar rotina da vida (se é que voltaram a tudo isso), nunca mais seriam os mesmos — em seus corações. Nesta última vez que os vemos, eles ainda estão louvando a Deus pelo que tinham visto e ouvido.

Esta tão conhecida passagem é intitulada por Maclaren "Pastores e Anjos". Ele ob-serva:

1) O anúncio milagroso, 10-12;

2) Os humildes recebem a mensagem, 8-9;

3) Títu-los do bebê, 9;

4) O coro dos anjos 13:14;

5) Os pastores se apressam 15:16-6) A reação daqueles que ouviram 18:19.

F. A INFÂNCIA E A JUVENTUDE DE JESUS, 2:21-52

1. O Menino é Chamado de Jesus e Apresentado ao Senhor (2:21-24)

Foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto (21). Segundo o costume judaico, Ele foi circuncidado e também recebeu o nome no oitavo dia. Este é um dos muitos casos em que Jesus é apresentado em completa harmonia com a lei Mosaica e com os costumes religiosos do Seu povo. Foi no ambiente da vida judaica que Jesus

nasceu e cresceu. Nada é dito sobre qualquer oposição à escolha do nome JESUS — como houve a respeito do nome "João" para o Seu precursor. Veja nos comentários sobre 1.31 a importância do nome Jesus.

A circuncisão do menino e a purificação da mãe eram requisitos da lei Mosaica. Estes rituais representavam um lembrete perpétuo da mancha do pecado transmitido de uma geração a outra, através de usos e costumes. Assim, este ritual aponta para a realidade da depravação herdada. Como Jesus nasceu sem pecado herdado, estes rituais não eram neces-sários para Ele; mas, como no caso do Seu batismo, que ocorreu posteriormente, houve a perfeita submissão ao que qualquer judeu e, por extensão, qualquer mortal devia cumprir.

Cumprindo-se os dias da purificação (22). Isto aconteceu trinta e três dias de-pois dos sete dias em que a mãe era considerada "imunda", ou quarenta dias depois do nascimento do seu filho 19 Os manuscritos antigos diferem quanto ao pronome pessoal possessivo que indica a quem se refere a purificação. Alguns dizem "dela", outros "deles". As melhores versões dizem "deles" (do grego, auton). Isto significa que tanto a mãe quan-to o Filho precisavam de purificação. Evidentemente, a implicação de que Jesus era cerimonialmente impuro é mais do que alguns copistas dos manuscritos poderiam acei-tar. Mas Jesus veio para viver entre os homens e também para viver a vida como um homem. Toda a Sua vida mostra que Ele se identificava com esta raça pecadora — embora Ele fosse sem pecado. Jesus sempre se submeteu aos rituais religiosos que eram neces-sários para os homens pecadores, mesmo que estes não fossem realmente necessários para Ele. Ele veio não para destruir a lei, mas para cumpri-la.

...o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. Maria não podia entrar no Templo nem participar dos cultos religiosos antes do término dos quarenta dias. Quando este período expirou, ela foi a Jerusalém para o seu próprio ritual de puri-ficação e para apresentar o seu Filho ao Senhor. O versículo 23 explica que a lei exigia um preço de resgate a ser pago para cada primogênito do sexo masculino.' Isto era para redimi-lo da consagração para o serviço sacerdotal ou religioso — a tribo de Levi tinha sido escolhida em lugar do primogênito, mas Deus queria um memorial eterno do Seu direito de reivindicar o primogênito.

Para darem a oferta... um par de rolas ou dois pombinhos (24). Um pássaro era para a oferta queimada, e o outro era para a oferta pelo pecado.' A exigência normal para esta oferta era um cordeiro, mas as rolas ou os pombos eram uma concessão aos pobres. Este fato identifica José e Maria com os pobres.

2. Simeão Alcança o que Desejava (2:25-33)

Simeão... homem... justo e temente a Deus, esperando a consolação de Isra-el (25). É animador ver que mesmo em épocas de degeneração e apostasia por parte dos sacerdotes, Deus sempre tem os seus seguidores devotos — como Simeão. Este homem justo e temente a Deus sem dúvida era um daqueles muitos homens que procuravam (literalmente "esperavam") a consolação de Israel, e oravam por ela. Esta expressão se refere ao reino messiânico.' O Espírito Santo estava sobre ele. O impulso proféti-co lhe foi dado para que ele estivesse ciente da proximidade da vinda de Cristo. Ele foi divinamente inspirado.

Pelo Espírito [ele], foi ao templo (27). O mesmo Espírito que lhe havia dito que ele veria o Cristo, conduziu-o até o templo exatamente na hora em que o menino Cristo estava ali. Não sabemos se ele tinha ouvido a história dos pastores, mas ele sentiu um impulso divino de ir até o templo precisamente naquele dia, e exatamente naquela hora.

Os versículos 29:32 contêm o cântico de louvor de Simeão. Comparado com o de Maria (1:46-55) e com o de Zacarias (1:68-79) é menos estético e mais concentrado em uma verdade teológica em particular. Também é mais curto.

Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo (29). Embora nada seja dito sobre a idade de Simeão, esta frase parece dar a entender que ele já era idoso. Ele parece ter estado somente esperando pelo cumprimento desta grande promessa, antes de mor-rer. Nesta frase percebemos uma completa satisfação. Ele parece dizer: "A vida agora está completa; não tenho mais nada que me detenha neste mundo".

Os meus olhos viram a tua salvação (30). Embora os seus olhos físicos vissem somente um Bebê impotente, a sua visão profética enxergou a salvação do mundo. Em geral, os judeus estavam procurando um Messias político, que iria trazer a independên-cia e a grandeza para Israel, mas este homem devoto via o Messias como o Salvador. Ele percebia que a maior necessidade do homem era a salvação. Esta era uma salvação uni-versal preparada por Deus para todos os homens.

Luz para alumiar as nações (32) significa literalmente "uma luz para a revelação aos gentios". E para a glória de teu povo Israel. Aqui podemos ver a salvação apre-sentada sob dois aspectos, para os gentios e para os israelitas. Para os primeiros, a sal-vação é uma luz; para os outros, é a glória. Os gentios, vivendo na escuridão e na igno-rância, precisam de luz; os judeus, vivendo em um estado de humilhação e censura, precisam de glória.' Simeão tinha a mente mais aberta e enxergava mais longe do que os outros judeus da sua época; em seu discernimento, ele também estava mais em harmo-nia com a profecia messiânica do Antigo Testamento do que os demais judeus."

José e Maria se maravilharam (33). Simeão não estava dizendo a José e a Maria nada que eles já não soubessem. Eles se maravilharam, entretanto, de que estas verda-des lhes fossem ditas por um estranho, e sob tais circunstâncias. A maravilha para eles, e para nós, é que tudo o que foi dito por todos os mensageiros de Deus se harmonizava perfeitamente.

3. A Bênção e a Profecia de Simeão (2:34-35)

E Simeão os abençoou e disse à Maria... este [menino] é posto... (34). Depois do êxtase do cântico que era dirigido a Deus, Simeão se voltou novamente para a Sagrada família. A sua bênção evidentemente foi para Maria e José, e não para o Bebê. A gramá-tica desta sentença parece indicar isto.' Reconhecendo a identidade do Bebê, Simeão se conteve e não o abençoou. Depois da bênção ele se voltou para Maria e fez a ela (e a nós) a primeira menção, encontrada no Evangelho de Lucas, da oposição que o reino de Cristo enfrentaria.

Queda e elevação de muitos em Israel. Isso pode dar a impressão de que as mesmas pessoas caem e se levantam. Este não é o significado pretendido pelo original. Cristo será a Rocha na qual os crentes encontrarão refúgio, e contra a qual os oponentes se chocarão.' Muitos cairão por causa da sua atitude em relação a Ele. Esta predição diz respeito a Israel, e na verdade é uma profecia precisa, pois Cristo era Aquele que iria "peneirar" o povo judeu. Mas isto é mais do que uma predição do destino religioso do povo judeu; é uma afirmação de um princípio universal, pois a decisão mais importante que qualquer homem jamais tomará, é o que ele irá fazer com Jesus Cristo.

[Um] sinal que é contraditado. Isaías se referia ao Senhor como um Sinal (Is 8:18) ; e João, por todo o seu Evangelho, se refere aos milagres de Jesus como sinais. Aqui Simeão, guiado pelo Espírito Santo, fala de Jesus como um Sinal, mas um Sinal contra o qual se falará. Aqui existe um contraste nesta afirmação. Um sinal significa que haverá evidência suficiente para convencer a todos. Apesar disso, este Sinal, esta Evidência, será caluniada e rejeitada. Uma leitura casual dos Evangelhos irá exemplificar ampla-mente como Jesus foi caluniado pelo Seu próprio povo.

E uma espada traspassará também a tua própria alma (35). Tristeza, junta-mente com alegria, alcançarão Maria em seu relacionamento com o seu extraordinário filho. Não era o seu corpo, mas sim a sua alma que seria ferida. Maria não foi crucificada, nem traspassada com a espada, mas nenhum mártir sofreu mais do que ela. Mas a reação permanente era de uma alegria indescritível. Godet acertadamente rejeita a inferência de Bleek, de que a espada que iria traspassar a alma de Maria era a dúvida.' A espada era a dor de ver o seu Filho morrer.

Para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. Com a aceita-ção ou a rejeição de Cristo, os pensamentos e os motivos de muitos, sejam bons ou maus, serão dados a conhecer.

  1. Ana e o Menino Jesus (2:36-38)

E estava ali a profetisa Ana (36). Sabemos o nome do seu pai, a tribo de Israel à qual ela pertencia, a sua idade e que ela vivia no templo. Também sabemos que ela era viúva, e sabemos por quanto tempo tinha estado casada quando o seu marido morreu -tudo isto, além de sua vida devota e de seu ministério profético. Isto representa um contraste razoável com a quase completa falta de informações sobre Simeão.

E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus (38). Simeão ainda estava segurando o Bebê quando Ana entrou. Ela deu graças imediatamente, confirmando a sua visão profética. Falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém. Não temos o teor da sua mensagem, mas fica implícito que ela falava do Seu ministério messiânico. Como no caso de Simeão, a redenção — a salvação — era a sua principal ênfase.

Por intermédio de Zacarias 1sabel, os pastores, Simeão, Ana e outros, as boas-novas sobre o Salvador estavam se espalhando. É significativo que Deus só tenha revelado essas boas-novas àqueles que tinham a qualificação espiritual adequada para uma reve-lação tão sublime.

Barclay encontra nesta passagem uma história comovente de "Uma das pessoas quietas na terra". Aqui está uma mulher a quem Deus se revelou. Que tipo de pessoa era ela?

1) Embora tivesse conhecido a tristeza, ela não era amargurada;

2) Embora tivesse idade, não tinha perdido a esperança;

3) Nunca deixou de adorar na casa de Deus;

4) Nunca deixou de orar.

  1. O Menino Jesus (2:39-52)

E, quando acabaram de cumprir tudo... voltaram à Galiléia (39). Não deve-mos entender que voltaram imediatamente a Nazaré, pois Mateus nos diz que a visita dos magos, o assassinato das crianças em Belém por Herodes e a permanência no Egito precederam a volta a Nazaré (Mt 2). Não se trata aqui de uma contradição, mas de um tipo de omissão. O mesmo ocorre em Atos 9:25-26, onde parece que Paulo retornou a Jerusalém pouco tempo depois de sua conversão; mas em Gálatas 1:17-18 vemos que três anos se passaram antes do seu retorno. Tais omissões são comuns nas Escrituras e em outros escritos antigos. Não era de utilidade para o autor a inclusão do material omitido, e os escritores antigos não sentiram a necessidade de notificar os seus leitores de tais lacunas nos seus relatos. Como isto era costumeiro, os leitores entendiam e fazi-am as compensações adequadas para a sua compreensão.

O versículo 40 abrange um intervalo de doze anos, em que o menino Jesus cresceu e se fortaleceu em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. Ele se desenvolveu física, mental e espiritualmente. Podemos ver aqui a verdadeira humanida-de de Jesus. Uma das verdades essenciais das Escrituras é que a natureza divina nunca interferiu no desenvolvimento normal da humanidade de Jesus, nem fez com que ela fosse desnecessária.

Todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa (41). Este costu-me era obrigatório para todos os homens adultos (Dt 16:16). Embora as mulheres não tivessem a obrigação legal de comparecer, sua presença era considerada religiosamente vantajosa para elas. Novamente podemos ver o cuidadoso cumprimento da lei Mosaica por José e Maria. A devoção perfeita gera a obediência perfeita.

Tendo ele já doze anos (42). Este é o único evento da vida de Jesus, no período compreendido entre a sua infância e a sua vida adulta, do qual temos informações espe cíficas. As histórias fantásticas registradas nos Evangelhos espúrios obviamente não combinam com a vida de Jesus como ela é apresentada nos Evangelhos inspirados.

Muitos comentaristas supuseram que esta seria a primeira visita de Jesus ao tem-plo, desde a sua apresentação ao Senhor. Mas isto é pura conjectura, uma vez que não existe qualquer evidência nesta passagem que possa servir como prova. O oposto parece mais provável. Sabemos que Maria freqüentava as festas em Jerusalém com José, embo-ra a sua presença não fosse exigida por lei. Além disso, a tradição do Talmude afirma que até mesmo os meninos de tenra idade deveriam comparecer às festas. Lucas parece ter registrado esta viagem em particular devido à importância dos eventos que ocorreram no templo, relacionados ao plano e ao objetivo deste Evangelho.
Outro engano comum é pensar que Jesus compareceu a esta festa em particular porque aos doze anos de idade os meninos judeus se tornam "filhos da Lei". Na verdade isto ocorre aos treze anos. Se esta visita ao templo, em particular, estava de alguma maneira relacionada com o fato de Jesus se tornar "um filho da Lei", ela foi apenas preparatória.

Ficou o menino Jesus em Jerusalém (43). A festa durou sete dias. Jesus teve, evidentemente, uma considerável liberdade durante esses dias. Ele deve ter conhecido os planos para a viagem de volta. Então seus pais supuseram que Ele estivesse em algum lugar no meio da multidão de pessoas que, juntamente com eles, estava voltan-do para casa. Duas coisas poderiam justificar esta liberdade que Ele teve. A primeira é o fato de que os meninos — como também as meninas — na Palestina são muito mais maduros aos doze anos de idade do que na Europa do norte ou no Ocidente. A segunda é a confiança que José e Maria indubitavelmente depositavam nele e no seu julgamento. A confiança deles era suficientemente grande para permitir que viajassem um dia inteiro antes de se preocuparem.

Passados três dias, o acharam no templo (46). Depois de ficarem alarmados, primeiramente o procuraram entre os parentes e os conhecidos que estavam viajando na mesma direção. Somente depois que esta busca se revelou infrutífera, é que eles voltaram a Jerusalém para procurá-lo. Passados três dias significa "no terceiro dia". O primeiro dia foi gasto na saída de Jerusalém, antes de perceberem a ausência de Jesus; no segundo dia voltaram, chegando a Jerusalém no fim do dia. No dia seguinte — o terceiro — eles o encontraram no templo. Alguns afirmam, em suas pregações, que os pais procuraram em todos os lugares possíveis, antes de pensarem no templo; mas isto não é dito aqui.

Assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os (46). Não eram médicos, mas sim doutores da Lei. Eram rabinos ou professores. Famosos rabinos, como Sammai e Hillel, poderiam ter estado presentes. Esses grupos de discussão eram comuns, e talvez algumas vezes os meninos pudessem ser ouvintes. Mas aqui Jesus não era um espectador interessado; Ele era um Participante.

Todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas (47). Ele não estava apenas fazendo perguntas, como faria um discípulo, mas também dando respostas (como uma autoridade). Essas perguntas e respostas causavam admiração àque-les que ouviam — inclusive aos rabinos — pela rara profundidade de conhecimento que revelavam. Normalmente é preciso muito conhecimento e entendimento tanto para fa-zer perguntas inteligentes quanto para fornecer respostas satisfatórias.

Entretanto, esta passagem deve ser interpretada de uma maneira coerente com o crescimento e desenvolvimento normal de Jesus. Não devemos cair no mesmo erro de muitos escritores dos evangelhos espúrios, e atribuir a Jesus uma manifestação de di-vindade em desacordo com a formação progressiva do seu caráter messiânico. Aos doze anos de idade, Jesus podia manifestar desenvolvimento em qualquer área de sua vida e pessoa, inclusive em termos de consciência de sua missão, e em seu relacionamento com o Pai. Este desenvolvimento equilibrado continuaria por toda a sua vida terrena.

E, quando o viram, maravilharam-se, (48) frase que significa, literalmente: "E, vendo-o, ficaram maravilhados". Eles ficaram espantados com todo o conjunto de circunstâncias que rodeava Jesus neste momento. Disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos. Maria aqui revela frustração, e um pouco de exasperação, algo como uma preocupação materna. Ela tinha ficado preocupada; ela estava cansada e confusa. Ela estava simulta-neamente atônita com a sabedoria de Jesus, porém desconcertada com a situação. O seu apelo parece também revelar um sentimento de desamparo por estar diante de mais um mistério na vida desta criança incomum e maravilhosa.

Por que é que me procuráveis? (49) Jesus respondeu a uma pergunta com outra pergunta, e Ele reagiu ao assombro de Maria com o seu próprio assombro. Por que ela estava triste, e por que o procurava? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? significa, literalmente, "Vocês não sabiam que é necessário que Eu esteja entre os assuntos do Meu Pai?"" Alguns pensam que Jesus parece ter suposto que

a sua mãe entendia a sua missão melhor do que na realidade entendia. Observe o con-traste entre "o teu pai e eu", de Maria, e a frase negócios de meu Pai, de Jesus. Maria pensava que Ele não havia tido consideração com seus pais; Jesus indica que Ele tinha uma responsabilidade maior para com um Pai maior.

Mas a surpresa de Maria com a aparente falta de consideração de Jesus mostra o quanto a sua obediência e consideração tinham sido fielmente dedicadas a eles até este ponto. A situação também prova que a infância de Jesus tinha sido natural e normal e não tinha sido marcada por indicações freqüentes de talentos sobrenaturais.

E eles não compreenderam as palavras (50). A pergunta de Jesus, que é relati-vamente clara para nós, só serviu para desconcertar Maria ainda mais. Godet provavel-mente está certo quando sugere que Maria não entendeu o uso que Jesus fez da palavra Pai como uma referência a Deus." Mesmo que ela tenha entendido, é muito improvável que os demais tivessem entendido. De qualquer maneira, ela não entendeu o significado da frase. Entretanto, não devemos culpar Maria por não compreender o seu Filho. Esta falta de compreensão era necessária, já que Ele deveria levar uma vida humana normal. Se ela tivesse percebido inteiramente a divindade dele, tal conhecimento poderia ter interferido em sua maneira normal de tratá-lo — teria transformado uma mãe em uma adoradora."

E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito (51). Depois desse episódio no templo, no qual foi vista (pelo menos superficialmente) a grande missão de Jesus, Ele reassumiu a sua posição normal de filho obediente. A vontade do Pai era que o seu Filho percorresse o mesmo caminho de vida daqueles que Ele veio salvar.

Sua mãe guardava no coração todas essas coisas. Ela armazenava as coisas que não conseguia entender, para posteriormente dedicar-lhes mais pensamentos e orações. Ela era suficientemente paciente para esperar por um entendimento mais claro, e bastante interessada para não permitir que esses assuntos desaparecessem da sua mente.

Sob o título "O Menino no Templo", Alexander Maclaren tem três divisões:

1) A cons-ciência da Filiação;

2) O doce "dever" das obrigações filiais — me convém tratar dos negócios de meu Pai; (3) A aceitação mansa das tarefas mais humildes — desceu com eles... e era-lhes sujeito.

Crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens (52). Este é o desenvolvimento normal do homem completo — intelectual, físico, espiritual e social.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Lucas Capítulo 2 versículo 14
Paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem:
Outros manuscritos dizem:
Paz entre os homens de boa vontade. Outra tradução possível:
Entre os homens que desfrutam do seu favor. O mais provável é que a expressão boa vontade se refira ao favor de Deus e não à boa vontade das pessoas.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52
*

2.1-3

Lucas data o nascimento de Jesus pelo método comum de referência aos governantes políticos (3.1). Não há nenhum outro registro de um recenseamento geral sob Augusto, mas ele reorganizou a administração do império e estabeleceu recenseamentos com vistas à cobrança de impostos. Quirino era governador da Síria, quando um recenseamento foi realizado no ano 6 a.C. e pode ter estado ali antes disso (10-7 a.C.). Parece ter sido um costume realizar recenseamentos com intervalos de quatorze anos. Lucas pode estar se referindo a um recenseamento anterior ao bem conhecido e impopular recenseamento levantado por Quirino, no ano 6 a.C.

* 2:3

alistar-se. As pessoas iam até seus lugares de origem para alistar-se. Era mais fácil alistar famílias.

* 2:5

Maria, sua esposa. Ver nota em 1.27.

* 2:7

O nascimento da criança é descrito com simplicidade. Havia tiras de pano que envolviam a criança. O fato de a criança ter sido colocada numa manjedoura pode indicar que ela nasceu num estábulo. Há uma tradição de que Jesus nasceu numa caverna que tinha sido usada como estábulo. As manjedouras ficavam, com freqüência, ao ar livre, de modo que é possível que Jesus tenha nascido a céu aberto. Outra possibilidade é que o lugar onde Jesus nasceu era o lar de uma família pobre, onde os animais ficavam sob o mesmo teto.

não havia lugar para eles na hospedaria. Isto pode significar que o estalajadeiro não queria tê-los ali.

* 2:8

pastores que viviam nos campos. Os animais para serem usados para o sacrifício, no templo, eram guardados a céu aberto, mesmo no inverno. A presença de pastores ao ar livre não prova que Jesus tenha nascido num período quente do ano. Os pastores eram uma classe desprezada porque seu trabalho os impedia de observar a lei cerimonial e, como eles se movimentavam por todo o país, era comum serem considerados como ladrões. Não eram considerados dignos de confiança e não eram aceitos como testemunhas nos tribunais.

* 2:9

anjo. O anjo é um mensageiro: No Novo Testamento, um “anjo” é comumente um mensageiro sobrenatural de Deus.

* 2:10

O anjo começou por tranqüilizar os homens apavorados (conforme 1.13,30), e foi adiante usando termos enfáticos para descrever a grande alegria e as boas novas que lhes estava anunciando.

para todo o povo. A frase grega se refere normalmente a todo o povo de Israel.

* 2:11

Jesus é chamado “Salvador” só duas vezes nos quatro Evangelhos (conforme Jo 4:42). “Cristo” significa “Messias”, enquanto “Senhor” é regularmente usado na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento), porque o próprio nome de Deus é convencionalmente traduzido “SENHOR”, com letras maiúsculas. Os mais destacados termos são aplicados ao novo Menino.

* 2:12

sinal. O sinal os capacitaria a encontrar o Menino e provaria a verdade daquilo que o anjo estava dizendo.

* 2:13

da milícia celestial. “Milícia” é um termo militar e é significativo que um exército anuncie a paz (v.14). A “paz” é a paz com Deus, uma paz que Cristo traria.

* 2:14

entre os homens. Alguns manuscritos antigos trazem “entre os homens de seu prazer”, dando ênfase à iniciativa divina.

* 2:20

Lucas freqüentemente menciona louvor a Deus (5.25,26; 7.16; 13.13).

* 2.21-24

Jesus foi circuncidado no oitavo dia, como prescrevia a lei (Gn 17:12 conforme Gl 4:4,5). A necessidade de purificação surge pelo fato de a mãe ser cerimonialmente impura, por sete dias, depois do nascimento de um menino. Por outros trinta e três dias ela devia guardar-se de tocar coisas santas (estes períodos eram dobrados, quando nascia uma filha, Lv 12:1-5). A mãe, então, devia ofertar um cordeiro mais uma pomba ou uma rola. Se fosse pobre, sua oferta seria duas pombas ou rolas (Lv 12:6-8). Maria ofereceu a oferta do pobre. O primeiro filho varão de uma mulher devia ser apresentado ao Senhor (Êx 13:2).

* 2:25

consolação de Israel. Este título, para o Messias, refere-se ao conforto que ele traria.

* 2.28-32

louvou a Deus. O louvor de Simeão é, freqüentemente, chamado “Nunc Demittis”, devido às palavras em latim com que ele começa.

* 2:30

a tua salvação. Esta frase significa que a criança traria a salvação de Deus à humanidade.

* 2:31

todos os povos. A frase é plural e se refere aos gentios bem como a Israel (v.10, nota).

* 2:34

para a ruína como para levantamento. Se a expressão “ruína e levantamento” se aplica a um grupo, então isso significa que os desse grupo devem humilhar-se em arrependimento, antes de poderem ser levantados à salvação. Se descreve dois grupos, então indica que os que rejeitam a Jesus cairão eternamente; mas aqueles que o recebem serão levantados para estarem com Deus.

* 2:35

espada. A figura da espada significa que tudo isto não será sem custo para Maria, quando ela vir seu Filho rejeitado e crucificado.

* 2:36

Ana. Profetas eram raros em Israel naqueles dias, mas a idosa Ana era uma profetisa.

* 2:41

A Páscoa era uma das três Festas que tinham de ser observadas em Jerusalém (Êx 23:14-17; 34:23).

* 2:42

doze anos. Jesus pode ter subido com seus pais todos os anos, mas o costume judeu especifica que o menino devia ser levado à festa um ano ou dois antes de completar treze anos, quando ele seria feito “filho do mandamento” e se tornava um membro adulto da comunidade religiosa dos Judeus.

* 2.43-45

Lucas não diz porque Jesus ficou para trás ou como José e Maria o deixaram para trás; porém, numa grande caravana seria fácil supor que um menino estivesse com seus amigos. Se o costume mais recente era seguido, as mulheres e as crianças iam na frente e os homens seguiam atrás. Cada pai podia pensar que um menino de 12 anos estava em companhia de outro.

* 2.46-48

O pátio do templo era comumente usado para o ensino, Jesus tanto ouvia como fazia perguntas, mostrando determinação em aprender. Na educação judaica dava-se ênfase à discussão de problemas e isso talvez esteja atrás da referência à “sua inteligência” e “às suas respostas” (v.47). José e Maria, porém, não entenderam (v.50); há censura nas palavras de Maria.

* 2:49

estar na casa de meu Pai. Já aos doze anos, Jesus tinha consciência de um relacionamento especial com o Pai Celestial. Os judeus não falavam deste modo, mas diziam “nosso Pai” ou acrescentavam “nos céus”, ou expressões equivalentes.

* 2:51

era-lhes submisso. A despeito de compreender o seu relacionamento com o Pai Celestial, Jesus era um filho submisso e obediente na terra (referência lateral) a José e Maria, enquanto crescia. Maria não entendeu tudo, mas não se esqueceu.

* 2:52

crescia.

Lucas observa o desenvolvimento integral da pessoa de Jesus: desenvolvimento intelectual, social e espiritual.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52
2:1 Lucas é o único escritor dos Evangelhos que relaciona os acontecimentos que narra com a história mundial. Sua obra se dirigia especialmente a uma audiência grega, a que estava interessada e familiarizada com a situação política. Palestina vivia sob o governo do Império Romano; Augusto César, o primeiro imperador romano, estava a seu cargo. As autoridades romanas consideradas deuses, erguiam-se em contraste rígido com o bebê do pesebre, que em realidade era Deus feito carne.

2:1 O censo romano se levava a cabo como uma ajuda ao recrutamento militar ou a arrecadação de impostos. Os judeus não tinham que servir no exército romano, mas não podiam evitar pagar os impostos. O decreto de Augusto César saiu no tempo de Deus e de acordo a seu plano perfeito para trazer para seu Filho ao mundo.

2.3-6 O governo forçou ao José a percorrer uma larga distância só para pagar seu imposto. Sua prometida, que tinha que ir com ele, ia ter seu bebê em qualquer momento. Mas quando chegaram a Presépio, não acharam lugar onde hospedar-se. Quando fazemos a vontade de Deus, não temos a garantia de que levaremos uma vida cômoda; nos prometeu que até o incômodo tem significado no plano de Deus.

2:4 Deus controla toda a história. Pelo decreto de Augusto César, Jesus nasceu no povo profetizado (Mq 5:2) apesar de que seus pais não viviam ali.

2:4 José e María eram descendentes do rei Davi. O Antigo Testamento está cheio de profecias que anunciam que o Messías nasceria da linha real do Davi (vejam-se, por exemplo, Is 11:1; Jr 33:15; Ez 37:24; Os 3:5).

2:7 Esta menção do pesebre é a base da crença tradicional de que Jesus nasceu em um estábulo. Freqüentemente, os estábulos eram covas com depósitos cavados nas paredes rochosas (pesebres) para dar de comer aos animais. Apesar do que se desenha nos cartões populares de Natal, os arredores eram escuros e sujos. Esta não era a atmosfera que os judeus esperavam para o nascimento do Rei Messías. Pensavam que o Messías prometido nasceria em um ambiente real. Não devemos limitar a Deus com nossas expectativas. O obra onde se necessita, na escuridão do pecado e no sujo do mundo.

2:7 Os fraldas mantinham à criatura abrigada e lhe davam um sentido de segurança. Acreditavam que deviam proteger seus órgãos internos. O costume de pôr fraldas aos bebês segue vigente em alguns países do Meio Oriente.

2:7 Embora nossa primeira impressão do Jesus é a de um bebê em um pesebre, não deve ser a final. O menino Cristo no pesebre oferece uma formosa cena de Natal, mas não devemos deixá-lo ali. Esta pequena e indefesa criatura teve uma vida maravilhosa, morreu por nós, subiu aos céus e voltará para a terra como o Rei de reis. Governará o mundo e julgará a todas as pessoas de acordo à decisão que tenham tomado a respeito Do. Que imagem tem você do Jesus, a de um bebê no pesebre ou a de seu Senhor? Assegure-se de não subestimar ao Jesus. lhe permita crescer em sua vida.

2:8 Deus continua revelando a seu Filho, mas não aos que esperaríamos. Lucas narra que o nascimento do Jesus anunciou aos pastores da região. Estes possivelmente eram os fornecedores de ovelhas para os sacrifícios no templo, oferecidos para o perdão dos pecados. Os anjos convidaram a estes pastores a receber ao Cordeiro de Deus (Jo 1:36) que tiraria os pecados de todo o mundo para sempre.

2.8-15 Que anúncio de nascimento! Os pastores se aterrorizaram, mas seu temor se converteu em gozo ao receber dos anjos o anúncio do nascimento do Messías. Primeiro correram a ver a criatura; logo divulgaram a notícia. Jesus é seu Messías, seu Salvador. Procura reunir-se com O cada dia mediante a oração e a Palavra? Tem descoberto você a um Deus tão maravilhoso que não pode deixar de atestar de seu gozo a seus amigos?

2.9, 10 Já ocorreu o fato maior da história! O Messías nasceu! Por séculos os judeus o esperaram e quando ao fim aconteceu, o anúncio veio aos humildes pastores. As boas novas a respeito do Jesus é que O vai a todos, tanto ao rico como ao pobre. Chega a qualquer que tenha coração humilde e deseje aceitá-lo. Não importa quem seja, nem o que faça, você pode ter ao Jesus em sua vida. Não pense que necessita qualidades extraordinárias, O aceita tal como é.

2.11-14 Alguns dos judeus esperavam ao Messías para que os liberasse do poder romano, outros esperavam que os liberasse de limitações físicas. Mas Jesus, ao mesmo tempo que curava enfermidades e estabelecia seu reino espiritual, liberava-os do pecado. Deixou atrás todas suas expectativas. Pagou o preço do pecado e abriu o caminho para Deus. O nos oferece mais que mudanças superficiais, políticos ou físicos. Oferece-nos novos corações que serão nossos pela eternidade.

2:14 A história do nascimento do Jesus ressona com música que serviu que inspiração aos compositores durante dois mil anos. O cântico dos anjos ainda é favorito. Freqüentemente chamado Glória, é a primeira palavra usada na tradução latina deste verso, a base de obras corais modernas, canções de natal tradicionais de Natal e melodias litúrgicas antigas.

2.21-24 As famílias judias acostumavam levar a cabo cerimônias logo do nascimento de uma criatura. (1) Circuncisão. A cada menino lhe circuncidava e lhe punha nome depois do oitavo dia de seu nascimento (Lv 12:3; Lc 1:59-60). A circuncisão simbolizava a separação de judeus e gentis e sua relação especial com Deus (veja-se nota a 1.59). (2) Redenção do primogênito. O filho primogênito se apresentava um mês depois de seu nascimento (Ex 13:2, Ex 13:11-16; Nu 18:15-16). A cerimônia incluía voltar a comprar "redimir", o menino de Deus mediante uma oferenda. Além disso, os pais tinham em mente que o menino pertencia a Deus, quem é o único que tem poder para dar vida. (3) Purificação da mãe. Quarenta dias depois do nascimento de um filho e oitenta dias depois do nascimento de uma filha, a mãe permanecia impura ceremonialmente e não podia entrar em templo. Ao final do tempo de separação, os pais foram e traziam um cordeiro para oferecê-lo e uma pomba em oferenda pelo pecado. O sacerdote podia sacrificar estes animais e declarar sua pureza. Se um cordeiro era caro, os pais podiam trazer uma segunda pomba em seu lugar. Isto é o que María e José fizeram.

Jesus era o Filho de Deus e sua família levou a cabo estas cerimônias de acordo às leis de Deus. O não nasceu sob a Lei, em troca e apesar disto, cumpriu-a à perfeição.

2.28-32 Quando María e José levaram ao Jesus ao templo para dedicá-lo a Deus, encontraram-se com um ancião que lhes disse o que este menino seria. O cântico do Simeón lhe chama freqüentemente Nunc Dimitis, expressão que vem das primeiras palavras da tradução latina desta mensagem. Simeón pôde morrer em paz porque viu o Messías.

2.32 Os judeus estavam a par das profecias do Antigo Testamento que falavam das bênções do Messías a sua nação. Não sempre davam igual atenção às profecias que anunciavam que não só salvaria aos judeus, a não ser a todo mundo. (veja-se, por exemplo, Is 49:6). Muitos pensavam que O deveu salvar somente a seu povo. Lucas assegurou a sua audiência judia que Jesus deveu salvar a todo aquele

ELISABET

Em sociedades como a israelita nas que o valor da mulher se media por sua habilidade para conceber filhos, não os ter, freqüentemente, conduzia a dificuldades pessoais e vergonha. Para o Elisabet, sua esterilidade significou solidão e sofrimento, entretanto, permaneceu fiel a Deus.

Elisabet e Zacarías provinham de famílias sacerdotais. Cada ano Elisabet tinha que separar-se de seu marido durante duas semanas a fim de que este fora ao templo de Jerusalém a realizar suas tarefas de sacerdote. depois de uma dessas viagens Zacarías voltou emocionado e mudo. Sua notícia era uma surpresa maravilhosa. Seus sonhos perdidos seriam uma emocionante realidade! Logo Elisabet ficaria grávida, e sabia que aquele era o presente de Deus que tanto tinham desejado

As notícias corriam raudas entre a família. Quase cem quilômetros ao norte no Nazaret, María, a parienta do Elisabet, também sorpresivamente descobriu que estava grávida. Pouco depois de receber a mensagem do anjo de que daria a luz ao Messías, María foi visitar o Elisabet. de repente, uniram-nas os dons únicos que Deus lhes tinha concedido. Elisabet sabia que o Filho da María seria ainda muito mais importante que o dela, porque João seria seu mensageiro.

Quando o menino nasceu, Elisabet insistiu no nome que Deus lhe tinha dado: João. Quando Zacarías escreveu que estava de acordo, recuperou a fala e todos no povo se perguntavam o que chegaria a ser aquele menino extraordinário.

Elisabet sussurrava louvores ao cuidar aquele presente de Deus. Ao saber o da María tem que lhe haver maravilhado quão oportuno é Deus. As coisas partiam inclusive muito melhor do que ela tivesse podido planejar. Em nossas vidas, devemos recordar que Deus tem as rédeas de tudo. Quando fez a última pausa para reconhecer que Deus determina o momento nos fatos de sua vida?

Pontos fortes e lucros:

-- Conhecida como uma mulher profundamente espiritual

-- Mostrou não ter dúvidas a respeito de que Deus podia cumprir com suas promessas

-- Mãe do João o Batista

-- A primeiro mulher, além da María, em ouvir do Salvador que vinha

Lições de sua vida:

-- Deus não esquece a quem é fiéis

-- Os métodos e o tempo de Deus não têm que ser os que esperamos

Dados gerais:

-- Ocupação: dona-de-casa

-- Familiares: Marido: Zacarías. Filho: João o Batista. Parienta: María

-- Contemporâneos: José, Herodes o Grande

Versículos chave:

"por que me concede isto, que a mãe de meu Senhor venha para mim? Porque logo que chegou a voz de sua saudação a meus ouvidos, a criatura saltou de alegria em meu ventre. E bem-aventurada a que acreditou, porque se cumprirá o que foi dito de parte do Senhor" (Lc 1:43-45).

A história do Elisabet se narra em Lc 1:5-80.

A maternidade é um privilégio doloroso. A jovem María teve o privilégio único de ser mãe do mesmo Filho de Deus. Mesmo assim, os dores e o prazer de sua maternidade os compreendem qualquer mãe. María foi o único ser humano presente no nascimento do Jesus que também atuou como testemunha de sua morte. Viu-o chegar como seu bebê e o viu morrer como seu Salvador.

Até a sorpresiva visita do Gabriel, a vida da María se desenvolvia tão bem como ela esperava. Fazia pouco se comprometeu com um carpinteiro da localidade, José, e esperava a vida de casada. Entretanto, a vida da María trocaria para sempre.

Os anjos não revistam consertar entrevistas antes de sua visita. Como se a felicitassem como a ganhadora de um concurso no que nunca participou, María encontrou a saudação do anjo intrigante e sua presença estremecedora. O que escutou imediatamente foram as notícias que quase cada mulher no Israel esperava ouvir: seu filho seria o Messías, El Salvador prometido. María não duvidou da mensagem, mas perguntou como seria possível a concepção. Gabriel lhe respondeu que o bebê seria o Filho de Deus. Sua resposta era uma que Deus espera mas não recebe de muitas pessoas: "Hei aqui a sirva do Senhor; faça-se comigo conforme a sua palavra" (Lc 1:38). Mais adiante, seu cântico de gozo ao Elisabet mostra o muito que conhecia deus, seus pensamentos estavam cheios com as palavras do Antigo Testamento.

Poucas semanas depois de seu nascimento, levaram ao Jesus ao templo para dedicá-lo a Deus. Ali José e María se encontraram com dois profetas, Simeón e Ana, que reconheceram no menino ao Messías e elogiaram a Deus. Simeón mencionou a María algumas palavras que possivelmente esta recordou muitas vezes nos anos seguintes: "Uma espada transpassará sua mesma alma" (Lc 2:35). Grande parte do doloroso privilégio da maternidade seria ver seu Filho rechaçado e crucificado pela gente que deveu salvar.

Podemos imaginar que embora tivesse sabido o que sofreria ao ser a mãe do Jesus, tivesse respondido o mesmo. Está você, como María, disposto a que Deus o use?

Pontos fortes e lucros:

-- Mãe do Jesus, o Messías

-- Unico ser humano que esteve com o Jesus desde seu nascimento até sua morte

-- Disposta a ser útil a Deus

-- Conhecia e aplicava a Palavra de Deus

Lições de sua vida:

-- Os melhores servos de Deus são, com freqüência, gente singela e disposta a lhe servir

-- Os planos de Deus incluem feitos extraordinários em gente singela

-- O caráter de uma pessoa se revela por sua resposta ao inesperado

Dados gerais:

-- Onde: Nazaret, Presépio

-- Ocupação: Dona-de-casa

-- Familiares: Marido: José. Parentes: Zacarías e Elisabet. Filhos: Jesus, Jacóo, José, Judas e Simón, mais filhas

Versículo chave:

"Hei aqui a sirva do Senhor; faça-se comigo conforme a sua palavra" (Lc 1:38).

A história da María se narra através dos Evangelhos. Também se menciona em At 1:14.

2:33 José e María se maravilharam por três razões: Simeón disse que Jesus era um dom de Deus; reconheceu-o como o Messías; e adicionou que Jesus seria a luz para todo mundo. Esta era, ao menos, a segunda vez que recebiam a María com uma profecia relacionada com seu Filho; a primeira foi quando Elisabet a recebeu como a mãe de seu Senhor (1.42-45).

2:34, 35 Simeón profetizou que Jesus seria um sinal paradoxal. Alguns cairiam por causa Do (veja-se Is 8:14-15), enquanto que outros se levantariam (veja-se Ml 4:2). Com o Jesus não haveria uma posição neutra, a gente o aceitaria com alegria ou o rechaçaria por completo. Como a mãe do Jesus, sofreria devido ao rechaço generalizado que O enfrentaria. Esta é a primeira nota triste no Evangelho do Lucas.

2:36 Apesar de que Simeón e Ana eram muito anciões, tinham a esperança de que veriam o Messías. Guiados pelo Espírito Santo, foram os primeiros em atestar do Jesus. Na cultura judia, os anciões eram muito respeitados e as profecias do Simeón e Ana tinham um peso maior devido à idade avançada. Nossa sociedade, entretanto, valora mais a juventude que a sabedoria e as contribuições potenciais que provenham de maiores nem se tomam em conta. Como cristãos, devêssemos investir ditos valores quando for possível. Estimule aos anciões para que transmitam sua sabedoria e experiência. Escute atentamente quando falarem. lhes ofereça sua amizade e ajuda para encontrar vias a fim de que continuem o serviço a Deus.

2.36, 37 Ana era chamada profetisa, o que significa que teve uma aproximação a Deus pouco comum. Os profetas e profetisas não necessariamente prediziam o futuro. Seu papel principal era falar de parte de Deus e proclamar sua verdade.

2:39 Retornaram María e José imediatamente ao Nazaret ou permaneceram em Presépio por um tempo (como deixa implícito Mateus 2)? Ao parecer, há um vazio de vários anos entre os versículos 38:39, suficiente para que encontrassem casa em Presépio, escapassem ao Egito da ira do Herodes e retornassem ao Nazaret quando a situação fora segura.

2:40 Não surpreende que Jesus demonstrou mais sabedoria da acostumada com sua idade, posto que permaneceu em contato com seu Pai celestial. Deus diz, em Jc 1:5, que está disposto a conceder sabedoria em abundância aos que a pedem. Como Jesus, podemos crescer em sabedoria caminhando com Deus.

2:41, 42 De acordo às leis de Deus, a cada homem lhe requeria que fora a Jerusalém três vezes ao ano para as grandes festas (Dt 16:16). A Páscoa se celebrava na primavera, seguia-lhe imediatamente toda uma semana, a Festa dos Pães sem Levedura. A Páscoa comemora a noite da fuga dos judeus do Egito, quando o anjo do Senhor deu morte aos primogênitos do Egito e passou por cima os lares dos israelitas (Ex 12:21-36). A Páscoa era a mais importante das três festas anuais.

2.43-45 Aos doze anos de idade, ao Jesus o consideraram quase um adulto, daí que não passou muito tempo com seus pais na festa. Os que assistiam a estas festividades, freqüentemente viajavam de caravanas para proteger-se dos assaltos nos caminhos da Palestina. acostumava-se que mulheres e meninos viajassem à frente da caravana e que os homens fechassem a marcha. Aos doze anos, um menino podia participar de qualquer dos dois grupos e María e José pensaram que Jesus estava no grupo do outro. Mas quando a caravana deixava Jerusalém, Jesus ficou cativado em sua discussão com os líderes religiosos.

2:46, 47 A escola do templo, uma classe de seminário, foi famosa através da Judea. O apóstolo Paulo estudou ali sob o ensino do Gamaliel, um dos professores mais famosos (At 22:3). Durante a Páscoa, os mais destacados rabinos da terra se reuniam para ensinar e discutir as grandes verdades. A vinda do Messías, sem dúvida, era um tópico de discussão popular para todo mundo que esperava sua pronta aparição. Jesus era o suficiente amadurecido para escutar e responder perguntas. Não era sua juventude, a não ser a profundidade de seus pensamentos o que assombrava a estes professores.

2:48 María teve que deixar ir a seu filho e lhe permitir que se convertesse em um homem, o Filho de Deus, o Messías. Temerosa de não ser o bastante cuidadosa com o menino que Deus lhe deu, buscou-o se desesperada. Mas ela procurava um menino, não ao jovem que surpreendia aos líderes religiosos com suas perguntas. É difícil deixar ir a pessoas ou projetos que forjamos. É tenro e doloroso de uma vez ver nossos filhos convertidos em adultos, nossos alunos em professores, nossos subordinados em chefes, nossas inspirações em instituições. Mas quando chega o tempo em que devemos deixar ir, terá que fazê-lo apesar de nossa dor. Logo nossos protegidos podem exercitar suas asas, e elevar o vôo e elevar-se ao Deus muito alto destinado para eles.

2.49, 50 Esta é a primeira insinuação de que Jesus era o Filho de Deus. Entretanto, apesar de dar a entender que conhecia seu verdadeiro Pai, Jesus não rechaçava seus pais terrestres. Voltou para o Nazaret com a María e José e viveu sob sua autoridade por outros dezoito anos. O povo de Deus não despreza as relações humanas nem as responsabilidades familiares. Se o Filho de Deus, Jesucristo, obedeceu a seus pais humanos, quanto mais nós devêssemos honrar aos membros de nossa família! O ser enviado para trabalhar na obra de Deus não justifica a negligência com a família.

2:50 Os pais do Jesus não entenderam o que quis dizer quando falava da casa de seu Pai. Não deduziram que fazia uma distinção entre seu pai terrestre e seu Pai celestial. Apesar de que sabiam que O era Filho de Deus, não entendiam o que envolvia sua missão. A outra parte é que o deviam criar junto com seus irmãos (Mt 13:55-56) como um menino normal. Sabiam que era especial, mas desconheciam o que tinha O em mente.

2:52 A Bíblia não narra nenhum acontecimento nos próximos dezoito anos na vida do Jesus, mas O aprendia e maturava. Como o major em uma família numerosa, ajudou ao José na carpintaria. Talvez José morreu neste lapso; deixando em mãos do Jesus a responsabilidade de cuidar da família. As rotinas normais de sua vida cotidiana lhe deram uma compreensão sólida da gente da Judea.

2:52 O segundo capítulo do Lucas nos mostra que embora Jesus era especial, teve uma infância e uma juventude normais. Em termos de desenvolvimento, era como nós. Cresceu física e mentalmente, relacionou-se com outros e Deus lhe amou. Uma vida humana íntegra não está desequilibrada. Foi importante para o Jesus, e devesse sê-lo para todos os crentes, desenvolver harmoniosamente cada um destes campos básicos: físico, mental, social e espiritual.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52
E. O nascimento de Jesus (2: 1-20)

1. O nascimento em Belém (2: 1-7)

1 Ora, aconteceu que, naqueles dias, saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. 2 Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3 E todos iam alistar-se, cada . um à sua própria cidade 4 E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, 5 para se inscrever -se com Maria, que estava prometida a ele, que estava grávida. 6 E sucedeu que, enquanto eles estavam lá, os dias foram cumpridos, que ela deveria ser entregue. 7 E deu à luz a seu filho primogênito; e ela envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.

Lucas sempre escreve como um historiador. Este fato é evidente novamente (conforme Lc 1:5 . Um número de críticos do século XIX achavam que haviam demolido completamente sua historicidade e confiabilidade.

Mas o tempo é sempre do lado da verdade. Donald Miller escreve: "estudo mais recente, a evidência no entanto, produziu tendendo a apoiar Lucas em seus fatos históricos." Essa evidência veio principalmente de descobertas arqueológicas recentes, que têm repetidamente confirmado precisão histórica exata de Lucas em detalhes anteriormente disputadas.

A primeira briga foi com a afirmação do verso Lc 2:2 : " Este foi o primeiro registro feito quando Quirino era governador da Síria . "Ele é mantido que Quirino não se tornou governador da Síria até AD 6. Naquela época, ele fez instituir um censo romano, que produziu oposição tumultuada na Palestina. Críticos afirmam que Lucas tem confundido este com o que ele relata neste momento. Mas Sir William Ramsay, a maior autoridade sobre a história da Ásia ocidental, no primeiro século, escreveu um livro inteiro para provar a historicidade de Lc 2:1 . Nela, ele mostra que era costume, no primeiro século para ter uma inscrição romana a cada 14 anos. O censo anterior, então, teria sido realizado cerca Dt 8:1)

8 E havia pastores na mesma comarca no campo, e guardavam durante a noite o seu rebanho. 9 E um anjo do Senhor apareceu-lhes, ea glória do Senhor brilhou ao redor deles, e tiveram grande temor . 10 E o anjo lhes disse: Não temais; pois eis que vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: 11 para lá É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo, o Senhor. 12 E este é o sinal para vós : achareis um Menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. 13 E, de repente, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo.

14 Glória a Deus nas maiores alturas,

E paz na terra entre os homens em quem ele se agrada.

15 E sucedeu que, quando os anjos se retiraram deles para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos já até Belém, e vejamos isso que aconteceu para que o Senhor deu a conhecer a nós . 16 E foram apressadamente, e acharam Maria e José, eo menino deitado na manjedoura. 17 E, vendo-o, divulgaram a respeito de o provérbio que foi falado com eles sobre esta criança. 18 E tudo o que ouviu ele perguntou para as coisas que, lhes diziam os pastores. 19 Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. 20 E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por todas as coisas que tinham ouvido e visto, ao mesmo tempo que foi falado a eles.

A noite do nascimento de Cristo, havia pastores que velavam o seu rebanho no campo (v. Lc 2:8 ). Esta declaração tem levado alguns a dizer que Jesus não poderia ter nascido em 25 de dezembro, porque seria demasiado frio para passar a noite ao relento.Outubro tem sido sugerida como uma alternativa. Mas depois de uma investigação cuidadosa dos dados relevantes Andrews chega a esta conclusão: "Parece, então, tanto quanto o clima está em causa, não é bom terreno para afirmar que os pastores não poderiam ter sido apascentavam seus rebanhos no campo durante o mês de dezembro. . "Edersheim concorda com isso e acrescenta a sugestão de que esses bandos pode ter sido" destinado a Temple-sacrifício "Barclay pega essa idéia e aplica-o assim:" Ele é um belo pensamento de que os pastores que cuidavam dos cordeiros do Templo eram o primeiro a ver o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. "

De repente, um anjo apareceu a eles. Nós já vimos como Lucas menciona anjos com mais freqüência do que os outros evangelistas. A glória do Senhor brilhou ao redor deles (v. Lc 2:9 ), como a Shekinah ("glória", ou a presença apreensível) do Antigo Testamento.A reação natural dos pastores foi de medo nesta manifestação do sobrenatural, o medo, como é muitas vezes visto no Antigo Testamento. Eles eram muito medo (literalmente, "temia um grande medo"). As primeiras palavras do anjo eram os mesmos, exceto para a mudança do singular para o plural, como a Zacarias (Lc 1:13) e Maria (Lc 1:30 ): Não temais (literalmente, "parar de ter medo").

Tendo acalmado os temores dos pastores, o anjo fez o maior anúncio já ouviu falar sobre a terra. Foi boas novas (ou "boa notícia") de grande alegria, que será para todo o povo (v. Lc 2:10 ). Eu trago. ... boas notícias é tudo uma palavra em grego, euangelizomai("evangelizar").

A boa notícia é encontrado no versículo 11 : Pois não é que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, um Salvador, que é Cristo, o Senhor . Nenhum jornal já realizada manchetes mais importantes do que isso. Nenhum evento mais importante já foi anunciado.Foi particularmente apropriado que este anúncio deve ser feito por um anjo. Ele veio como "mensageiro" de Deus (significado literal de "angel"), para entregar o maior homem mensagem divina nunca tinha ouvido falar.

Observe os três títulos dados do recém-nascido. O primeiro é o Salvador . É por isso que ele foi chamado Jesus, que significa "Salvador" (Mt 1:21 ). Adequadamente esta é a designação primária. Para o principal objetivo da aparição de Jesus na Terra, era a salvação da humanidade. A palavra grega para Salvador significa "libertador" ou "preservador." A única crer em Jesus é liberto do pecado e do mal conservados.

O segundo título é Cristo . O grego Christos é equivalente ao hebraico "Messias". Ambos significam o "ungido". Jesus veio como o Messias anunciado e prometido no Antigo Testamento. Ele era o cumprimento da Messiânica espera dos séculos. Tragicamente, o povo judeu rejeitou como seu Messias.

O terceiro título é o Senhor . Este Aquele que veio como o Messias de Israel e "o Salvador do mundo" (1Jo 4:14) é o Senhor de todos. Que Ele é o Senhor da história é mostrada pelo fato de que quase todas as nações civilizadas datam seus eventos Antes de Cristo (AC) ou no ano de Nosso Senhor (AD ). Milhões de vezes por dia em todo o mundo silencioso tributo é pago ao senhorio de Jesus Cristo. Cada vez que uma data é afixada a uma carta, conta, cheque, recibo ou documento legal reconhecimento fresca é feita do fato de que o nascimento de Cristo é o divisor de águas da história humana.

No entanto, como isso é "o Senhor de todos" identificados? achareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura . Que paradoxo! O Eterno pego em um momento de tempo. Onipresença coralled numa manjedoura caverna. Onipotência berço uma criança indefesa que não podia nem levantar a cabeça a partir da palha. onisciência confinado em um bebê que não conseguia dizer uma palavra. O Cristo que criou os céus ea terra como berço uma manjedoura em uma caverna estável. O que condescendente amor! E o que a sabedoria divina! Porque, quando Deus que se aproxima de frio, cruel, pecadora, a humanidade sofredora, Ele colocou um bebê numa manjedoura em Belém. O caminho mais rápido para o coração humano é por meio de uma pequena criança inocente. Em infinita sabedoria que Deus planejou assim. E assim, hoje a história mais amado do mundo ao seu redor é a encontrada em Lc 2:1 .

Outro significado deste humilde nascimento é apontado por Erdman, que diz: "Um redentor que foi colocado em uma manjedoura soube o que é suportar a pobreza e sofrimento e abandono, e agora ele pode simpatizar com os humildes e aflitos, assim como ele é abundantemente capaz de salvar. "

De repente, o único mensageiro foi acompanhado por uma multidão dos exércitos celestiais, (v. Lc 2:13 ), que estavam cantando o Gloria in Excelsis (v. Lc 2:14 ). A Deus seja a glória nas alturas, e paz na terra entre os homens.

A tradução da última parte do versículo 14 tem sido um assunto de considerável comentário. A versão ReiTiago tem "Paz na terra, boa vontade para com os homens." Mas nos mais antigos manuscritos gregos a palavra para "boa vontade" está no caso- genitivo "de boa vontade". Mas os estudiosos concordam que "a paz aos homens de boa vontade "não é o conceito bíblico adequado. A American Standard Version provavelmente representa a verdadeira idéia corretamente: a paz entre os homens em quem ele está bem satisfeito . A Vulgata Latina "é muitas vezes traduzida como 'homens de boa-vontade", isto é, bons homens de um espírito e intenção correta. O Hebraistic grego preferem dizer 'homens em quem Deus se agrada. " "Plummer torna" homens a quem o favor Divino tem abençoado ".

Os pastores se apressou em Belém e encontraram Maria e José, com o bebê deitado em uma manjedoura. Seu relatório causou considerável emoção nessa área. Mas Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração . "Parece haver uma dica claro aqui que Maria é, como nós devemos naturalmente esperar, a melhor fonte de nossa informação sobre o nascimento de Cristo e do que o precedeu."

F. circuncisão E APRESENTAÇÃO (2: 21-39)

1. A circuncisão (Lc 2:21)

21 E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar ele, seu nome foi chamado JESUS, que foi chamado pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno.

A lei de Moisés estipulou que, após o nascimento de uma criança do sexo masculino a mãe era considerada impura por sete dias. No oitavo dia o menino estava a ser circuncidado. Para 33 dias mais a mãe não estava por vir para o santuário ou tocar em qualquer coisa sagrada, até que "os dias da sua purificação" foram cumpridas (Lv 12:1 ). Circuncisão, no entanto, antedated Moisés. O costume foi prescrito a Abraão como o sinal ou símbolo da aliança de Deus com ele, e que era para ser realizada no oitavo dia (Gn 17:9 ).

O significado deste rito e do que se segue é assim definido por Spence: "Estes antiga ritos-circuncisão e na Lei Mosaica intimados-purificação foram concebidos como testemunhas perpétuos à infecção mortal da imperfeição e do pecado herdado por cada filho do homem . "

É claro que Jesus não precisava disso para si mesmo. Mas esta era uma parte de Sua cumprir toda a justiça para nós. Sadler diz: "Assim, sua circuncisão foi a primeira etapa em que a vida exterior de submissão à vontade de seu Pai, por que Ele nos resgatou."

No momento da sua circuncisão a criança foi dado o seu nome (conforme Lc 1:59 ). Neste caso, foi JESUS ​​, que significa "Jeová é salvação", ou "Jeová salva" (Mt 1:21 ). "O nome era bastante comum no primeiro século; Josephus menciona dezenove pessoas chamadas Jesus ".

Lucas tem o cuidado de chamar a atenção para o fato de que este nome foi atribuído a Cristo pelo anjo antes de seu nascimento. No seu caso, ele carregava significado profético especial. Ele era para ser o Salvador da humanidade.

"Jesus" é a designação mais comum para o Filho de Deus. O nome ocorre quase mil vezes no Novo Testamento, ao passo que "Cristo" é encontrado menos de seis centenas de vezes. "Jesus" carrega uma dupla ênfase tanto na humanidade e da de Cristo como Salvador. Ele sempre teve lugar de destaque na literatura devocional da igreja e na sua hymnology. Bernard de Clairvaux escreveu:

Jesus, o próprio pensamento de Ti

Com doçura enche meu peito;

Mas mais doces distante Teu rosto para ver,

E em Tua presença resto.

Nenhuma voz pode cantar, nenhum coração pode enquadrar,

Também não se pode encontrar a memória

Um som mais doce do que o teu nome bendito,

O salvador da humanidade.

2. A apresentação no templo (2: 22-24)

22 E quando os dias da sua purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor 23 (conforme está escrito na Lei do Senhor: Todo o macho primogênito deve ser consagrado ao Senhor), 24 e para oferecer um sacrifício de acordo com o que é dito na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos.

Na verdade dois ritos Mosaic são combinadas neste parágrafo:. A purificação da mãe e da apresentação da criança sua purificação é o que o texto grego diz. "Sua purificação" (KJV) é uma leitura final introduzido porque a lei levítico fala apenas da purificação da mãe. Ele tem praticamente nenhum apoio no grego. Houve alguma diferença de opinião a respeito do que sua purificação significa. Godet interpreta assim: "Este pronome refere-se principalmente a Maria, em seguida, para José, que é, por assim dizer, envolvido na sua imundícia, e obrigado a ir com ela."

Estes dias de purificação seria em número quarenta (Lv 12:2 ). De acordo com a lei de Moisés, nos lembra o fato de que Jesus foi "nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gl 4:4. ; v. Lc 2:7-11 ). Deste temos que reunir os pais de nosso Senhor fosse em circunstâncias pobres (2Co 8:1 ), e ainda não está em extrema pobreza; como eles trouxeram nem o cordeiro, nem recorreram à disposição para os mais pobres, mas apresentou a oferta de intermediário.

3. A Adoração dos Simeon (2: 25-35)

25 E eis que havia em Jerusalém um homem, cujo nome era Simeão; e este homem era justo e piedoso, esperava a consolação de Israel; eo Espírito Santo estava sobre ele. 26 E ele tinha sido revelado a ele pelo Espírito Santo, que ele não ver a morte, antes de ter visto o Cristo do Senhor . 27 E ele veio no Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para que pudessem fazer a respeito dele, segundo o costume da lei, 28 , em seguida, ele o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: ,

29 Agora, deixai o teu servo parta. Senhor,

De acordo com a tua palavra, em paz;

30 Porque os meus olhos viram a tua salvação,

31 a qual tu preparaste perante a face de todos os povos;

32 Uma luz para iluminar as nações,

E a glória do teu povo Israel.

33 E o seu pai e sua mãe se admiravam das coisas que foram ditas sobre ele; 34 e Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está posto para queda e ressurgimento de muitos em Israel; e para sinal que é falado contra; 35 sim e uma espada traspassará a tua própria alma; que os pensamentos de muitos corações pode ser revelado.

A partir da leitura dos Evangelhos pode-se, por vezes, a impressão de que todos os judeus estavam mortos espiritualmente. Mas aqui é uma notável exceção. Simeão era justo e piedoso . O primeiro pode referir mais particularmente a sua vida exterior, este último para a sua atitude interior de reverência a Deus. Ele estava olhando para a consolação de Israel . Em geral, esta frase significa o cumprimento da esperança messiânica. Mais especificamente, "o Consolador" foi "reconhecido como um dos nomes do Messias."

O Espírito Santo estava sobre Simeon. Por revelação especial que ele tinha sido demonstrado que ele viveria para ver o Messias (v. Lc 2:26 ). Ele era um representante do que havia de melhor na religião israelita na época. Leany sugere também que "Simeão por sua idade e piedade é a própria personificação do antigo Israel, o servo de Deus."

A canção de Simeão (vv. Lc 2:29-32) é chamado o Nunc Dimittis -novamente após as primeiras palavras em latim. Ele é o último dos cinco músicas que ocorrem nos dois primeiros capítulos deste Evangelho. Sua presença mostra que Lucas era, por natureza, um poeta.

Simeão dirige a Deus como Senhor (v. Lc 2:29 ). Esta não é a palavra comum para Senhor, Kyrios , mas a palavra raras despotes , que foi tomado para o Inglês. Este é o único lugar onde ela ocorre nos Evangelhos. Thayer diz que "denotado propriedade absoluta e poder sem controle." A palavra para servo significa "escravo". Foi por causa Simeão era o escravo submisso de seu Mestre que ele foi dado o grande privilégio de segurando em seus braços o menino Jesus e de sendo o primeiro a recebê-Lo como o Messias. Tinha toda a nação judaica adotou a atitude de Simeon, quão diferente teria sido a sua história subsequente.

Esta canção ecoa os sentimentos de Maria Magnificat e de Zacarias Benedictus . Simeon aclama a vinda do Messias no sentido de salvação (v. Lc 2:30 ). Mas ele profetiza que será para todos os povos (v. Lc 2:31 ). Especificamente, será (v. Lc 2:32 ):

Uma luz para iluminar as nações ,

E a glória do teu povo Israel .

Os gentios foram sempre pensado como moradia na escuridão (conforme Is 9:1 ; Lc 4:15 Matt. , 16 ). A vinda de Cristo causou uma grande luz - "a luz do mundo" (Jo 8:12) -para brilhar sobre eles. Mas o Messias também seria a glória do teu povo Israel . A shekinah de Sua presença seria mais uma vez se manifestar a eles como era aos israelitas antigos, quando eles saíram do Egito. A única esperança de Israel de salvação, tanto individual e nacional-lay em aceitar Jesus como Messias e Mestre. Este se recusou a fazer.

A idéia de salvação para todos os que aceitarem a Cristo é mais proeminente em Lucas do que nos outros evangelhos (ver Introdução ). Manson diz da canção de Simeão: "A pronunciação harmoniza com a própria concepção de Lucas sobre a religião cristã como trazendo para os gregos pela primeira vez o" firme palavra 'de verdade pela qual eles estavam esperando (Lc 1:4) parece um pouco surpreendente tendo em vista clara declaração de Lucas do nascimento virginal. Mas José era legal, embora não seja real, o pai de Jesus. Os pais foram maravilhado com as coisas que estavam sendo ditas sobre seu Filho.

Profeticamente Simeão declarou que Jesus está definido (literalmente, "mentiras") para queda e para levantamento de muitos em Israel (v. Lc 2:34 ). "A metáfora é tomada a partir de uma pedra, que podem tornar-se uma" pedra de tropeço "e" rocha de escândalo "( Is 8:14. ; Rm 9:32. , Rm 9:33 ; 1Co 1:23. ), ou " uma preciosa pedra angular »( 1Pe 2:7 ; At 4:11 ; 1Co 3:11 ). "Para colocá-lo em forma ligeiramente diferente, Cristo é para todos os homens, quer uma pedra de tropeço, sobre quem eles vão cair em juízo, ou um trampolim para a presença de Deus.

Mas Ele também será um sinal que se fala contra . Este mesmo verbo composto é encontrado em At 28:22 . Os judeus em Roma disse a Paulo: "Pois, quanto a esta seita, ele é conhecido por nós que em toda parte se fala contra ela."

Maria já tinha pago um alto preço para ter o privilégio de ser a mãe do Messias. Sem dúvida, ela sofreu muito opróbrio e calúnias para o que muitos considerariam seu filho ilegítimo. Mas o pior ainda estava por vir. A afiada espada atravessaria a alma dela (v.Lc 2:35 ). Isso aconteceu na crucificação, e, em menor medida, em outros momentos. O resultado da vinda de Cristo seria a de que os pensamentos de muitos corações pode ser revelado ; "Isto é, nessa ocasião, os homens mostram-se , vai descobrir, e assim distinguir, eles mesmos. "bond coloca-lo mais rapidamente:". sofrimentos de Cristo são a pedra de toque dos sentimentos dos homens "

4. A adoração de Ana (2: 36-39)

36 E havia um Ana, uma profetisa, filha de Fanuel, da tribo de Aser (ela era de uma grande idade, tendo vivido com o marido sete anos desde a sua virgindade, 37 e ela era viúva até aos oitenta e quatro anos), que não se afastava do templo, servindo com jejuns e orações noite e dia. 38 E, chegando-se na mesma hora, deu graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. 39 E quando eles tinham cumprido todas as coisas que estavam de acordo com a lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para sua cidade de Nazaré.

Ana -Mesma como Hannah (1Sm 1:20 ), que significa "graça" ou "compaixão", foi uma profetisa , como Miriam, Débora, Hulda e no Antigo Testamento. O nome de seu pai era Fanuel , que significa "a face de Deus." É a mesma palavra que Peniel (Gn 32:30 ). A importância de ter pais tementes a Deus e uma boa casa se ​​reflete aqui. Não haveria mais Annas se houvesse mais Phanuels.

Esta mulher foi casado por sete anos (v. Lc 2:36 ). Ela já tinha atingido a idade de 84 (v. Lc 2:37 ). Este fato é trazido para fora de forma mais clara no mesmo até (HEOS , melhor texto grego) do que no "about" (hos) da ReiTiago 5ersion. Este último pode sugerir que ela tinha sido uma viúva por 84 anos.

A afirmação de que Ana não se afastava do templo pode significar que como uma profetisa ela morava lá, ou simplesmente que ela estava sempre presente nos manhã e à noite horas de oração. Ela estava adorando (ou, "servir"), com jejuns e orações, noite e dia . Isto é ecoado nas palavras de Paulo: "Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada, tem a sua esperança em Deus, e persevera em súplicas e orações, de noite e de dia" (1Tm 5:5 ). Havia em Jerusalém almas fiéis que foram à espera do Messias. E eles se conhecessem em uma irmandade de expectativa obediente.

Maria e José tiveram o cuidado de proceder a todas as exigências da Lei (v. Lc 2:39 ). Isto refletiu a sua própria piedade. Ele também era uma parte necessária de Jesus 'cumprir toda a justiça. Depois de terem completado todas as suas obrigações no templo em Jerusalém, eles voltaram à Galiléia, para sua cidade de Nazaré viagem -a de 80 milhas.

G. DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE JESUS ​​( 2: 40-52)

1. Crescimento cedo (Lc 2:40)

40 E o menino crescia, e se fortalecia, cheio de sabedoria; ea graça de Deus estava sobre ele.

A humanidade de Jesus é enfatizada aqui. Ele cresceu, a mesma palavra é usada para João Batista (Lc 1:80) - e se fortalecia . cheio de sabedoria é, literalmente, "tornar-se cheio de sabedoria," Jesus teve um desenvolvimento físico e mental constante. Também Ele cresceu spiritually- a graça de Deus estava sobre ele .

2. Visita ao Templo (2: 41-51)

41 E seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. 42 E quando ele tinha doze anos, subiram após o costume da festa; 43 e quando tinham cumprido os dias, como eles estavam retornando, os menino Jesus permaneceu em Jerusalém, e seus pais não o sabia; 44 mas julgando que fosse na empresa, foram caminho de um dia; e procuravam-lo entre os parentes e conhecidos: 45 . e quando o encontraram não, voltaram a Jerusalém em busca dele 46 E sucedeu que, depois de três dias, o acharam no templo, sentado no meio de os doutores, ouvindo-os e interrogando-os: 47 . e todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas 48 E quando o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. 49 E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai? 50 E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. 51 E desceu com eles, e foi para Nazaré; e era-lhes sujeito e sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.

Cada macho adulto judeu foi obrigado a assistir a festa da páscoa a cada ano. Foi realizada em março ou abril, como a Páscoa é celebrada hoje, porque os meses de judeus sempre começou na época de lua nova. As mulheres não eram obrigados a ir para as três grandes festas anuais (Dt 16:16 ). Mas ambos os pais de Jesus, sendo extraordinariamente piedoso, iam todos os anos . Quando Jesus tinha doze anos de idade , Ele acompanhou-os a Jerusalém para a Páscoa. Todo menino judeu com a idade de treze anos deve passar por uma cerimônia solene pelo qual ele se torna Bar Mitzvah (aramaico para "Filho da Lei", o hebraico é Ben Torah ). Mas há alguma evidência de que, no tempo de Cristo, poderia ter sido realizada quando um garoto era ou doze ou treze.Portanto, este pode ter sido Jesus ' Bar Mitzvah . Schürer permite isso quando diz que a cerimônia foi realizada quando o menino chegar à puberdade, o que, normalmente, seria em qualquer doze ou treze anos de idade. Mais tarde, a idade foi fixado definitivamente aos treze anos.

Se Jesus tinha Bar Mitzvah neste momento seria formar um cenário perfeito para o incidente descrito aqui. Para a cerimônia que um menino judeu se tornou um membro da congregação de Israel. Ele poderia adorar com os homens na sinagoga, em vez de ter que estar com a mãe no espaço isolado, cortinas atribuído às mulheres. Ele já não era chamado de "pequeno", mas "crescido". O equivalente moderno é o que é conhecido como a confirmação em algumas igrejas.

Depois de terem cumprido os dias -os sete dias da Festa dos Pães Ázimos, eles começaram a voltar para casa. Como não havia um grande grupo de pessoas de Nazaré que viajam juntos Maria e José não sabia que Jesus tinha ficado para trás em Jerusalém.Eles pensavam que Ele estava na empresa -o caravana de sua cidade natal. Não foi até que eles pararam para a noite que descobriram sua ausência. Como não era seguro viajar no escuro, eles tiveram que esperar até a manhã para começar a voltar a Jerusalém.Deve ter sido uma noite ansioso para sua mãe.

Depois de três dias (v. Lc 2:46) -um dia viajando em direção a casa, um segundo dia de retornar a Jerusalém, e parte de um terceiro dia à procura dele, eles encontraram no Templo. Ele estava sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os também.As pessoas estavam surpreender a sua inteligência (v. Lc 2:47 ). Mas por que seus pais foram surpreso de encontrá-Lo no templo?

Reprovador Sua mãe disse-lhe: ? Filho, por que fizeste assim conosco (v. Lc 2:48 ). A palavra Filho deve ser "criança". A palavra grega é a partir do verbo que significa "ter um filho." Morgan traça um paralelo moderno. Ele diz: "É uma palavra que tem exatamente o valor da palavra Scotch" bairn ". Quando um Scotch-mulher fala de sua bairn, ela significa que o filho que gerou. "

Maria passou a dizer: teu pai e eu te procurou aflitos . Mas Jesus lembrou-lhe que Deus era seu Pai real. Ele disse: Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? O grego diz literalmente: "nas coisas de meu Pai", mas o ponto de papiros à prestação revista (em vez de KJV) como a leitura correta ..

Seus pais não entendiam o que Ele quis dizer (v. Lc 2:50 ). Mas o rapaz foi para casa com eles para Nazaré, e estava sujeito até eles (v. Lc 2:51 ). Maria guardou no seu coração a lembrança do que tinha acontecido.

3. Demais Desenvolvimento (Lc 2:52)

52 E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.

Este versículo indica que Jesus teve um desenvolvimento normal mentalmente, fisicamente, espiritualmente e socialmente. Ele era humano, bem como divino.

A palavra que se traduz estatura significa "uma fase de crescimento se medida pela idade ou estatura." Em Jo 9:21 , Jo 9:23, que significa claramente Os pais do homem que tinha nascido cego disse que "a idade.": "Ele é de idade; perguntar a ele. "O mesmo é verdadeiro de He 11:11 . Sara concebeu ", quando ela fora da idade." Mas, em Lc 19:3 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52
  • Advento (2:1-7)
  • Muito antes de César Augusto lan-çar seu decreto, Deus ordenara que Jesus nascería em Belém (Mq 5:2; At 1:5:18). Talvez, a difícil jor-nada de três dias de Nazaré a Be-lém tenha levado mais tempo por causa do estado de Maria. Muitos pregadores e pessoas que apresen-tam o cortejo de Natal gostam de condenar o estalajadeiro por não ter dado um lugar decente para Maria ter seu bebê, mas a Bíblia não fala a respeito desse assunto. É provável que a "hospedaria" fos-se uma típica caravançará orien-tal, uma estrutura de dois anda-res (o de baixo era para animais), construído em volta de um pátio onde os viajantes acampavam. Je-sus deve ter nascido em uma das baias para gado, e a manjedoura foi sua cama. Veja Fp 2:1-50). O Reden-tor foi redimido! Como Maria e José eram muito pobres para comprar um cordeiro, levaram duas aves.

    Havia um remanescente de ju-deus crentes que esperava pelo Re-dentor (v. 38). Simeão e Ana faziam parte dele. Não sabemos como era o velho Simeão, mas provavelmente tinha muita idade. O Espírito ensi-nou-o e guiou-o, de modo que ele estava lá quando Maria e José che-garam com o Bebê. O que é notável em seu hino de louvor é a inclusão dos gentios! Agora, ele estava pron-to para morrer, pois vira o Messias. Simeão bendisse a Deus e abençoou Maria ejosé, todavia não abençoou o Bebê, porque Jesus é a fonte de toda bênção. Maria sentiu muitas vezes a "espada" em seu coração quando vigiou o Filho durante seu ministério e, depois, quando estava diante da cruz em que ele morreu (Jo 19:25-43).

    Quantos anos Ana tinha? Isso depende de como interpretamos o texto. Na ocasião, ela tinha 84 anos,

    ou estava viúva havia 84 anos? Se a última opção for a correta, então ela tinha mais de cem anos. (As me-ninas judias casavam no início da adolescência.) Ela, como Simeão, estava no lugar certo, no momen-to certo, e ela contou aos outros o que vira. Ana era uma das muitas profetisas que encontramos nas Es-crituras: as outras foram Miriã (Êx 15:20), Débora (Jz 4:4), Hulda (2Rs 22:14), Noadia (Ne 6:14), a esposa de Isaías (Is 8:3) e as filhas de Filipe (At 21:8-44).

  • Maravilhamento (2:41-52)
  • A lei exigia que os homens judeus fossem a três celebrações em Jeru-salém todos os anos (Dt 16:16), mas nem todos obedeciam a essa exigên-cia. A única celebração a que todos tentavam comparecer era a Páscoa, e, quando Jesus tinha 12 anos (idade em que se tornava "filho da Lei"), foi a essa celebração com Maria e José. Os amigos e parentes viajavam juntos e transformavam isso em uma ocasião festiva. As mulheres e as crianças iam à frente da procissão, e os homens, na retaguarda. Jesus era uma criança tão obediente (vv. 40,51-52) que Ma-ria e José não temiam que ele fizesse qualquer coisa errada. Imagine a sur-presa deles quando não conseguiram encontrá-lo!

    Jesus "ench [ia]-se de sabedoria" (v. 40), e, no templo, suas perguntas e respostas causaram admiração aos doutores. Não devemos presumir que Jesus, aos 12 anos, sabia tanto como na época em que iniciou seu ministério aos 30 anos (3:23), pois Lucas deixa claro que ele "crescia [...] em sabedoria" (v. 52). Todavia, ele já estava consciente de sua mis-são especial de "estar na casa de [...] (seul Pai".

    Nazaré não era um lugar fácil para um rapaz crescer. Maria teve outros filhos (Mt 13:54-40), de modo que Jesus cresceu em uma casa cheia e, provavelmente, bastante modesta.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52
    2.1 Naqueles dias. Isto é, 6-5 a.C. Augusto reinou de 27 a.C. - 14 d.C.

    2.2 Primeiro. Não é legítimo negar este alistamento simplesmente porque fontes seculares não o mencionam. At 5:37 refere-se ao segundo, que Josefo também menciona. Quirino foi governador entre a palmeira década a.C. e 6-9 d.C.

    2.4 Belém. Uns 10 km ao sul de Jerusalém. Davi nasceu ali, cerca Dt 1:0 anos antes.

    2.6 Ainda que celebre o Natal em dezembro, a data do nascimento de Jesus é desconhecida. É mais provável que tenha sido na primavera (maio-junho).
    2.7 Enfaixou-o. Era costume, usar tiras de pano para agasalhar os recém-nascidos (cf. 12).

    • N. Hom. 2.10,11 O verdadeiro sentido do Natal é alcançado quando:
    1) Jesus torna-se meu Salvador pessoal;
    2) Cristo (heb Messias, "ungido",Mc 1:0).

    2.14 A pessoa e a obra redentora de Cristo neste mundo, significam uma maior glorificação de Deus no céus (conforme 17.4,
    5) e paz divina para os habitantes da terra (conforme Rm 5:1).

    2.21 Os vv. 21-40 assinalam a íntima relação que o Filho de Deus teve com a Velha Aliança. Nasceu e cresceu "sob a lei para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4:4, Gl 4:5).

    2.23 Consagrado. Só Jesus cumpriu perfeitamente esta consagração; numa separação para o serviço e agrado do Pai (conforme 49; He 10:7 com Rm 12:1).

    2.24 Sacrifício. Seu motivo era a remoção da penalidade da marte que jazia sobre todo primogênito (Êx 12 e 13). Cristo, na sua morte, tomou sobre Si esta penalidade (conforme Is 53:6), tornando-se assim "primogênito entre muitos irmãos" (Rm 8:29). Um por de rolas. Jesus foi criado numa família pobre (Lv 12:8).

    2.25 A consolação. Isto é, a vinda do Messias, que traria a salvação.

    • N. Hom. 2:25-27 O Tríplice Ministério do Espírito Santo:
    1) Estava sobre ele (25) indica a graça preveniente que leva o homem a buscar a Deus (Jo 16:8);
    2) Revela a Cristo (26), indicando a obra saltadora do Espírito (Jo 3:5; Rm 8:9); e
    3) Movido pelo Espírito (27) indica Sua ação na santificação do crente (Rm 8:14).

    2:28-30 Despedir em paz. Todo aquele que tem uma fé viva e real em Cristo pode, morrer em paz (conforme 1Jo 1:1 com Gn 15:15).

    2.31,32 Todos os povos... luz para revelação aos gentios, é um tema importante e freqüente no NT. Promete que todo o mundo terá oportunidade de conhecer o evangelho (Mt 24:14; Mc 13:10; conforme Ap 7:9).

    2.34 Ruína. Gr ptõsis, lit. "desmoronamento da casa". Levantamento. A vinda de Cristo, inevitavelmente, causa divisão e julga entre aqueles que amam a Luz e aqueles que amam as trevas (Jo 3:19), e entre o ladrão arrependido e o blasfemo (Lc 23:39-42).

    2.35 Espada. A terrível é profunda aflição que Maria sofreria ao ver à rejeição e crucificação de Jesus. Manifestem. Diante do Cristo revelado, uma secreta opinião neutra é impossível.

    2:36-38 Profetisa. Como Miriã, Débora, Hulda e as filhas de Filipe. Ana era uma mulher que, além de piedosa, era divinamente inspirada para revelar a sabedoria de Deus.

    2.39 Voltaram para a Galiléia. Lucas não menciona a visita dos magos em Belém, nem a jornada ao Egito (Mt 2:1-40).

    2.40 O crescimento de Jesus foi um desenvolvimento humano, mas perfeito nos sentidos físico, mental, moral e espiritual. Pela primeira vez, uma criança realizava o ideal da humanidade (Plummer).
    2.41 Anualmente. Indica o profundo cuidado em cumprir as exigências da lei (conforme 39).

    2.42 Doze anos. A idade em que o jovem judeu se tornava "filho da lei" e começava a cumprir suas exigências relaciona- das com as festas, os jejuns, etc.

    2.43 Soubessem. Maria e José estavam acostumados à perfeita obediência e responsabilidade de Jesus, de modo que não tomaram as precauções normais.

    2.47 Respostas. A moda do tempo, a instrução consistia em o aluno levantar-se e responder a perguntas.

    2.49 Pai. Jesus compreendeu aquilo que José e Maria não entenderam. Não deviam ter estranhado Sua dedicação aos propósitos e cuidados de Seu Pai todo-suficiente e poderoso.

    2.52 Esta descrição afirma a perfeita humanidade de Jesus. Crescia. Passou pelos estágios de desenvolvimento, sendo sempre perfeito para a Sua idade. Viveu numa família de vários filhos. É provável que José morreu quando Jesus ainda era moço, deixando sobre elo a responsabilidade de sustentar a família como carpinteiro (Mc 6:3).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52

    5) O nascimento de Jesus Cristo (2:1-7) Uma ordem imperial de que todos os cidadãos deveriam se apresentar em sua própria cidade natal para o recenseamento traz Maria e José de Nazaré para Belém. O bebê de Maria está para nascer e, na verdade, nasce exatamente em Belém. A impossibilidade de encontrarem acomodação resulta no fato de que um cocho serve de berço para o bebê.
    v. 1-5. César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano-. Esse recenseamento suscitou dificuldades históricas. Alguns consideram impossível um recenseamento romano ter acontecido no território de Herodes, um rei aliado, embora aceitem que haja evidência de um recenseamento alguns anos mais tarde no Egito, um caso semelhante. Quirino era governador da Síria em 6 d.G. quando realizou o censo de At 5:37; se ele já havia servido nessa posição vários anos antes, é discutível. Mas Lucas, provavelmente, queira dizer: “Esse registro foi feito antes de Quirino ser governador da Síria”. Além disso, a visita à terra natal de José para o registro é incomum, embora seja atestado no Egito; os censos romanos eram baseados na residência. Finalmente, o silêncio total dos registros romanos acerca desse censo é alegado por alguns como motivo para grande ceticismo. Mas diversas autoridades de peso (como Plummer, p. 48; Balmforth, p. 125; Finegan, LAP, p. 258) estão dispostas a considerar o relato como histórico, enquanto comentaristas conservadores como Geldenhuys (p. 104-6) estão fortemente a favor dele. (v. tb. o artigo “Pano de fundo histórico e político”)

    v. 6,7. Os detalhes que Lucas fornece acerca do nascimento de Jesus causam a impressão de pobreza. José e Maria parecem não estar na posição de conseguir uma acomodação adequada; eles não possuem algo tão básico como um berço. Mais tarde, José vai apresentar a oferta dos pobres na apresentação no templo (v.comentário Dt 2:24).

    O dia do nascimento. Não sabemos a época do ano; 25 de dezembro foi escolhido para marcar uma festa cristã como alternativa a uma festa pagã do sol no solstício de inverno. Balmforth (p.
    128) diz que nada pode ser concluído da narrativa acerca da época do ano; Browning, no entanto (p. 45), diz que as ovelhas eram mantidas fora nos pastos da Judéia entre março e novembro. Com relação ao ano, também não temos certeza; um terminus ad quem' é fornecido pela morte de Herodes em 4 d.G.


    6) Os anjos (2:8-20)
    Entrementes, pastores que cuidavam dos seus rebanhos nos pastos não longe dali ouvem de um visitante angelical a notícia de que nasceu o Messias. Eles se apressam em prestar sua homenagem, tendo ouvido a confirmação da mensagem por um grande grupo das hostes angelicais. Depois de verem o bebê, anunciam as grandes boas novas.
    v. 14. “ ... e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor”: O significado exato desse versículo tem sido muito debatido. A formulação da ARC, “boa vontade para com os homens”, depende de uma variante eudokia (nominativo) que textualmente não é tão bem fundamentada quanto eudokias (genitivo), “de boa vontade”. Assim, “a homens de boa vontade” é preferível a “boa vontade entre os homens”. Mas quem são esses “homens de boa vontade” ? O aspecto importante é que o uso no NT indica que a boa vontade se origina em Deus, e não nos homens. Os recipientes e objetos de sua boa vontade são homens aos quais ele concede o seu favor.

    v. 15,17. Observe o interesse missionário de Lucas na difusão do evangelho, isso que aconteceu, e que o Senhor nos deu a conhecer (v. 15).

    v. 17. contaram a todos: A presença de Deus foi manifestada a um grupo de homens 109 simples. Eles viram a glória dele brilhando em torno deles, como Moisés tinha visto a sua glória queimando na sarça ardente, e eles receberam — como Moisés tinha recebido — uma mensagem a proclamar.


    7) A circuncisão e a apresentação (2:21-39)
    José e Maria se esforçam para cumprir as exigências da lei: a circuncisão aparentemente em Belém e a purificação para a qual têm de viajar ao templo em Jerusalém. Aqui são saudados por duas pessoas extraordinárias, os idosos e devotos Simeão e Ana, que fazem declarações proféticas acerca da criança.
    v. 21. Completando-se os oito dias para a circuncisão do menino: A Lei mosaica estabelecia (Lv 12:3) que os meninos deveriam ser circuncidados no oitavo dia após o nascimento. Lucas não diz nada acerca do significado doutrinário do ritual, mas, como tinha ocorrido no caso de João, isso tornou-se a ocasião de obedecer publicamente a Deus na designação do nome que ele havia indicado, v. 22-24. o tempo da purificação: Além da circuncisão, Lv 12:4-8 prescrevia o ritual de purificação 33 dias depois. A característica central era o sacrifício de um cordeiro (v. tb. Ex 13:2, citado aqui no v. 23), ou, se isso estava além das condições dos pais, podia-se oferecer um par de pombas como substituto. Que isso foi o que José ofereceu (v. 24), é mais uma evidência das condições precárias da família, v. 25. Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão: Tudo o que sabemos de Simeão é o que Lucas nos conta aqui. Ele era justo no que tocava à Lei e devoto na forma de viver a religião; seu coração estava voltado para as esperanças messiânicas, e o Espírito Santo estava sobre ele. Ele já havia recebido a promessa de que viveria até a vinda do Messias; aqui ele está consciente de que a hora do cumprimento havia chegado. Simeão e Ana dão evidência de que na última década a.C. ainda havia na nação judaica homens e mulheres da mais elevada tradição do AT.

    v. 29-32. Nunc dimittis. O velho homem se compara a um escravo cuja tarefa tem sido sondar o horizonte na expectativa do tão esperado visitante. Agora, ele relata ao seu senhor (o termo gr. é a nossa palavra “déspota”) que a sua esperança se cumpriu e reivindica o privilégio, tendo cumprido o seu turno, de se retirar do seu posto.

    O cântico, como o de Maria e Zacarias, está repleto de associações com o AT. a tua salvação (v. 30): E aqui personalizada para Simeão na pequena criança que ele segura nos braços: “A simples presença no mundo desse bebê de Belém, muito antes que o seu ministério público pudesse ser cumprido por meio de palavras e atos, foi reconhecida como a manifestação da ação divina de salvação” (Stonehouse, p. 54). Essa salvação, colocada no contexto da expectativa da profecia do AT, seria universal, luz para revelação aos gentios (v. 32a; conforme Is 49:6), como também para a glória de Israel, teu povo (v. 32b).

    v. 34,35. As palavras de Simeão a Maria. O profeta se dirige, então, à mãe do bebê, contando-lhe que a honra que possuía traria consigo também sofrimento, uma advertência de cuja veracidade ela já tinha consciência e uma indicação da forma em que a salvação seria cumprida.
    v. 36. Estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel: Ana ocupa uma posição na narrativa correspondente à de Simeão, mas, enquanto as exatas palavras dele são registradas, no caso dela só é registrado o fato de que ela era profetisa, da tribo de Aser Alguns membros ao menos das dez tribos não tinham se perdido. Era muito idosa: A questão da idade de Ana é um tanto obscura. Há versões que sugerem que nessa época ela já era viúva havia 84 anos, e outras, que ela estava com 84 anos de idade. O RhBS Diglot diz: “O grego pode significar ou que estava com 84 anos de idade ou que já era viúva havia 84 anos” (p. 9 e nota).

    v. 39. voltaram para a sua própria cidade, Nazaré, na Galiléia-, Inicialmente, não é fácil harmonizar o relato de Lucas dos eventos que seguiram imediatamente a infância de Jesus com os de Mateus, mas não é impossível. Uma discussão do problema pode ser encontrada na seção paralela de Mateus.


    8)    A infância e a visita a Jerusalém (2:40-50)
    Depois dos eventos extraordinários que acompanharam a primeira infância de Jesus, a infância propriamente e a juventude dele nos são desconhecidas. Somente duas coisas são registradas: sua visita ao templo aos 12 anos e seu crescimento físico e espiritual (v. 40,52).
    v. 41. Todos os anos seus pais iam a Jerusalém para a festa da Páscoa-, O judeu tinha a obrigação (Êx 23:17; Dt 16:16) de ir a Jerusalém para cada uma das grandes festas (Páscoa, Pentecoste, Cabanas), mas parece claro que na época do século I, até para os judeus que moravam na Palestina, o costume tinha sido reduzido a uma viagem anual. v. 42. doze anos de idade-, O menino judeu se tornava um “filho da aliança” aos 13 anos. De acordo com Edersheim (The Life and Times of Jesus the Messiah, 1883, i.235 e nota), a idade legal era antecipada em um ou até dois anos com respeito à visita ao templo. Jesus simplesmente acompanhou Maria e José. v. 46, 47. Depois de terem perdido Jesus de vista temporariamente, ele foi encontrado no templo, empenhado em fazer perguntas acerca da Lei aos escribas ali reunidos. Em dias de festas, os rabinos encontravam um público disposto a ouvir a sua instrução no pátio do templo, como o próprio Jesus fez numa ocasião posterior (19.47). Nessa ocasião, ele foi encontrado sentado aos pés de tais rabinos, v. 48-50. Quando o menino foi encontrado, sua mãe lhe perguntou com uma leve censura por que lhes tinha causado tanta aflição. A sua resposta indica que ele já estava consciente da missão divina que estava diante dele: Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?. “Ele era o Filho do Pai”, comenta J.

    N. Darby, “embora se submetendo ao tempo de Deus para mostrá-lo”.

    9)    Os anos de silêncio (2.51,52)
    Depois dessa extraordinária revelação de vigilância intelectual e percepção espiritual em uma idade tão precoce, um véu é colocado novamente sobre a vida do nosso Senhor na sua família em Nazaré até o início do seu ministério público, dezoito anos mais tarde.
    v. 52. O resumo geral do v. 40 é repetido, com a informação adicional de que outras pessoas reconheceram o seu caráter; no v. 40, a graça de Deus estava sobre ele\ no v. 52, ele ia crescendo em [...] graça diante de Deus e dos homens.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Lucas Capítulo 1 do versículo 5 até o 52

    II. A Anunciação do Salvador. 1: 5 - 2:52.

    Os dois primeiros capítulos do Evangelho preocupam-se com as circunstâncias do nascimento de Jesus e indicam claramente que a vinda do Salvador foi uma intervenção direta de Deus nos negócios humanos.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 20
    e) O nascimento de Jesus (Lc 2:1-20)

    A história tem início com uma nota histórica acerca de um decreto imperial de um recenseamento do mundo romano (1-3). Quando isso foi posto em operação na Palestina, fez com que José e Maria fossem de Nazaré para Belém a fim de serem alistados em sua própria cidade ancestral; e lá mesmo o Salvador do mundo nasceu (4-7). O interesse do céu com relação ao acontecimento foi manifesto pelas novas que um anjo levou aos pastores nos campos abertos e pelo louvor de uma hoste celestial acompanhando a mensagem (8-14). Os pastores encontraram o bebê recém-nascido através do sinal, que o anjo deu a eles, e depois disso estes espalharam por toda a parte a mensagem do anjo com respeito à criança (15-17). Lucas prossegue contando a impressão produzida entre aqueles que ouviram a história, e dá a entender que havia um contraste bem grande entre a reação momentânea e superficial de maravilha das pessoas todas e os pensamentos e sentimentos profundos de Maria (18-20).

    César Augusto (1); o primeiro dos 1mperadores romanos, os quais reinaram Dt 31:0, 1Sm 17:58). Para todo o povo (10); literalmente, &ld; para todo o povo&rd; , apontando para os judeus como sendo os primeiros a receberem essa alegria. Cristo, o Senhor (11). Assim, o anjo mesmo declara que o bebê recém-nascido será o Messias prometido.

    O cântico dos anjos está situado em duas partes simétricas e apresenta duas cenas correspondentes. Literalmente é: -&ld; Glória nas alturas (céus) a Deus e sobre a terra paz entre os homens de boa vontade&rd; . A frase &ld; homens de boa vontade&rd; é um hebraísmo e significa homens que são os objetos da boa vontade de Deus. O vers. 19 lança luz sobre o caráter de Maria e também indica que Lucas obteve essa informação diretamente dela.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52

    12. O nascimento de Jesus em Belém (Lucas 2:1-7)

    Ora, naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que um censo ser tomado de toda a terra habitada. Este foi o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria. E toda a gente estava a caminho de se inscrever para o censo, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de registrar, juntamente com Maria, que foi contratado para ele e estava com a criança. Enquanto estavam ali, se cumpriram os dias para ela dar à luz. E ela deu à luz a seu filho primogênito; e ela envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. (2: 1-7)

    Simples, direto, linguagem de unembellished de Lucas escribas a mais profunda nascimento, com as implicações mais amplas, na história do mundo. Em uma noite como qualquer outra noite, em uma aldeia obscura em Israel, despercebido pelo mundo, uma criança nasceu. Mas, enquanto o Seu nascimento foi como o de qualquer outra criança, a criança era diferente de qualquer outra criança que já nasceu, seja antes ou depois. Por este menino era o Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, divindade em carne humana, tão esperado Messias de Israel, o Salvador do mundo. Em seu nascimento Deus entrou sociedade humana como uma criança; o criador do universo se tornou um homem; o eterno "Verbo se fez carne, e habitou entre nós" (Jo 1:14).

    Este capítulo, que fornece o olhar mais detalhado sobre os acontecimentos do primeiro Natal, é talvez o capítulo mais conhecido na Bíblia. Sua história conhecida tem música inspirada, cartões, livros e concursos ao longo dos séculos. Mas o mundo celebra o nascimento de Jesus Cristo, por todas as razões erradas. Natal tornou-se uma desculpa para a auto-indulgência, o materialismo, e festas; ele se degenerou em um evento social secularizado que perde totalmente o seu verdadeiro significado.

    Durante os primeiros séculos de sua existência, a igreja não celebrar o nascimento de Cristo. Alguns dos primeiros pais, mais notavelmente Orígenes, chegou a argumentar contra comemorando os aniversários dos santos e mártires (incluindo Jesus). Eles argumentaram que essas pessoas devem ser honrados em vez no dia do seu martírio. Observando que os únicos aniversários mencionados na Bíblia são os de Faraó (Gn 40:20) e Herodes (Mt 14:6). Tanto quanto possível, os judeus evitado o contato com eles.Pedro disse aos gentios se reuniram na casa de Cornélio, "Vós bem sabeis que não é lícito a um homem que é um judeu de se associar com um estrangeiro ou para visitá-lo" (At 10:28). Depois de ouvir de sua visita à casa de Cornelius alguns dos crentes judeus em Jerusalém disse em choque e descrença: "Você foi para homens não circuncidados e comeu com eles" (At 11:3).

    Embora em outros lugares (por exemplo, 3:
    1) Lucas era preciso em seu namoro, aqui ele deu apenas um prazo geral. Assim, é impossível deduzir a data exata do nascimento de Cristo a partir desta passagem. Outra pista no texto, no entanto, ajuda a tornar o tempo um pouco mais específico. Lucas conectado nascimento do Senhor com um determinado decreto ou edito imperial, que foi proferida pelo imperador e obrigatória para os seus súditos (conforme At 17:7). Tais censos (ou matrículas) foram geralmente tomadas, quer para registrar jovens para o serviço militar ou para fins de tributação. Este censo foi por esta última razão, uma vez que os judeus eram isentos do serviço militar romano.

    Buscando a negar a veracidade do relato de Lucas, os críticos anti-bíblicas afirmam que não há nenhum registro existente de um censo em todo o império durante o reinado de Octavian. Mas esse argumento do silêncio é enfraquecida pelos muitos censos sabe terem sido realizada a cerca esse mesmo tempo em várias partes do império (conforme Darrell L. Bock, Lucas 1:1-9: 50 , Baker Exegetical Comentário sobre a Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, 1994], 904). Nem eram tais censos meras ocorrências de uma só vez. No Egito, por exemplo, os censos foram realizadas a cada 14 anos, começando o mais tardarAD 20 e que funciona através de, pelo menos, AD 258 (William Ramsay, Foi Cristo nasceu em Belém? [Londres: Hodder and Stoughton, 1898], 132; O Bearing da descoberta recente sobre a confiabilidade do Novo Testamento [2ª edição; London: Hodder and Stoughton 1915], 256). Ramsay argumentou que a prática de tomar censos recorrentes não se limitou ao Egito, mas foi (grande império O rolamento da descoberta recente sobre a confiabilidade do Novo Testamento , 257; conforme William Hendriksen, O Evangelho de Lucas , New Testament Commentary [ Grand Rapids: Baker, 1978], 138-39). Além disso, o pai da igreja do século II Clemente de Alexandria escreveu que o mesmo ciclo de censos periódicos existia na província da Síria (que incluiu Palestina). Clement também afirmou que o primeiro censo realizado na Síria foi o relacionado com o nascimento de Cristo (AT Robertson, Lucas, o historiador na Luz de Pesquisa [New York: Scribner, 1920], 122-29).

    Assim, para cobrar Lucas com o erro para falar de dois censos na Palestina (veja a discussão abaixo), um em D.C 6 (referido em At 5:37 e pelo historiador judeu do primeiro século Josephus) e este 14 anos no início 8 BC , ignora a evidência histórica. Leitores de Lucas sabia tudo sobre o sistema de recenseamento ele estava descrevendo, assim, para ele ter inventado a história teria sido insensato:

    Nenhum historiador de qualquer espécie ou classe afirmaria uma falsidade cuja falsidade era óbvio para todos os leitores .... A conclusão era evidente. Lucas confiável para a familiaridade dos seus leitores com os fatos e o sistema de recenseamento. Ele falou sobre o primeiro recenseamento, sabendo o quanto isso implicaria a eles. Eles sabiam que o sistema como ele foi realizado no Império Romano.(Ramsay, o porte de recente descoberta sobre a confiabilidade do Novo Testamento , 239)

    Lucas identificados ainda este censo como o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria . A menção de Quirino apresenta uma dificuldade a mais, já que ele é conhecido por ter governado a Síria desde O D.C 6-9. Como governador, Quirino administrado o censo de AD 6. Isso não pode, no entanto, ser o censo em vista aqui, porque ocorreu mais de uma década depois da morte de Herodes, enquanto Herodes ainda estava vivo quando Jesus nasceu (Mateus 2:1-3.). Muitas soluções possíveis têm sido propostas (veja a discussão em Bock, Lucas 1:1-9: 50 , 906-909; Harold Hoehner, Aspectos Cronológico da Vida de Cristo [Grand Rapids: Zondervan, 1977], 18-22; Marshall , O Evangelho de Lucas , 102-104). Talvez a melhor solução é a defendida por Sir William Ramsay.Com base em provas baseadas nas inscrições, Ramsay argumentou que Quirino por duas vezes ocupou um cargo importante na província da Síria ( Foi Cristo nasceu em Belém? 227-48). Deve-se notar que a palavra grega traduzida como governador é um termo não técnico para uma pessoa de autoridade ", daí a palavra, que seria utilizado por Lucas, pode ser aplicada a qualquer oficial romano segurando uma posição de liderança e autoridade na província da Síria" (Ramsay, Foi Cristo nasceu em Belém? 229). Na época do primeiro censo em 8 AC ", Varus estava controlando os assuntos internos da Síria, enquanto Quirino estava comandando seus exércitos e controlar a sua política externa" (Ramsay, Foi Cristo nasceu em Belém? 244).

    A 8 BC data para o decreto também apresenta um problema, uma vez que os estudiosos em geral concordam que Jesus foi não antes nascido de 6 AC , e mais provável mais perto de 4 BC Evidentemente houve um atraso na execução do decreto na Palestina, para que um número de fatores podem ter contribuído. Em primeiro lugar, a comunicação antiga era lento, e implementação lentamente aplicadas. Os últimos anos do reinado de Herodes foram também um momento de turbulência e agitação. Herodes estava doente, e seus filhos estavam brigando sobre quem iria sucedê-lo. Herodes executou três deles e mudou seu testamento três vezes. Ele também caiu em desgraça com Otaviano. Essa instabilidade, juntamente com a resistência judaica a tributação romano, e as dificuldades logísticas inerentes à realização de um censo, naqueles dias, poderia facilmente ter atrasado a execução do decreto do imperador.

    Eventualmente, no entanto, o censo foi tomada, e, assim, todo mundo passou a se registrar para o censo, cada um à sua própria cidade . Obviamente um prazo havia sido imposta, ou então José e Maria não teria feito a longa viagem de Nazaré a Belém no inverno e tão perto do final de sua gravidez. Alguns questionaram por que José e Maria foram a Belém, observando que os romanos tinham geralmente as pessoas se registrem onde estavam vivendo atualmente. Aqueles possuir bens em outro distrito, no entanto, foram obrigados a ir para lá para registar (Marshall, O Evangelho de Lucas , 101). Embora Lucas não mencioná-lo, José podem ter possuído alguma propriedade nas proximidades de Belém. Outra possibilidade é que os romanos concordou com o costume judaico, que destacou a importância do lar ancestral (conforme Lv 25:10). Além disso, um documento no início do segundo século do Egito indica que os egípcios também foram obrigados a voltar para suas casas para o censo como José e Maria fizeram (Robertson, Lucas, o historiador , 125-26). Isso mostra que os romanos eram flexíveis sobre essas questões de costume local.

    Deus arranjou providencialmente a configuração para obter José e Maria a Belém para que seu filho iria nascer em que o Velho Testamento predisse Ele estaria mundo. Como ele tinha com Artaxerxes (Esdras 7:21-26), Tiglate-Pileser (Is. 10: 5-7), e Cyrus (Is. 45: 1-4), Deus dirigiu a mente do homem mais poderoso do mundo , César Augusto, para cumprir Seus propósitos (conforme Pv 21:1], muito pouco para estar entre os clãs de Judá, de ti One sairá para Mim de reinar em Israel. Suas origens são desde há muito tempo, desde os dias da eternidade "(Mq 5:2; 1Cr 11:7, 1Sm 17:15; 1Sm 20:6.). Finalmente, como judeus devotos, José e Maria estavam familiarizados com a profecia de Miquéias e sabia seu filho precisava nascer em Belém. Quaisquer que sejam os fatores humanos pode ter influenciado Maria viajar para Belém, em última análise, ela fez isso para cumprir o propósito de Deus. Leon Morris escreve:

    Talvez devêssemos refletir que era a combinação de um decreto do imperador em Roma distante e as línguas de tagarelice de Nazaré que levaram Maria a Belém na hora de cumprir a profecia sobre o local de nascimento do Cristo (Mq 5:2 afirma que José já havia se casado com ela. Não há contradição entre as duas contas, no entanto. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a distinção na cultura judaica entre noivado e casamento não era tão clara como é hoje. Engagement era um contrato juridicamente vinculativo, embora a união física não foi consumado. Por exemplo, para acabar com o noivado, enquanto contemplava a fazer depois de descobrir que ela estava grávida, José teria de se divorciar de Maria (Mt 1:19. Note-se que Mateus no mesmo versículo refere-se a José como esposo de Maria antes de se casarem .) Uma vez que o convênio de ser casado havia ocorrido, Mateus poderia se refere propriamente ao casal como casados. Mas desde que o casamento não foi consumado fisicamente até depois do nascimento de Jesus (Mateus 1:24-25.), Lucas poderia se referir a eles como contratado, uma vez que eles estavam realizando a sua relação como adequado ao período de noivado.

    A PROGRAMAÇÃO PESSOAL

    Enquanto estavam ali, se cumpriram os dias para ela dar à luz. E ela deu à luz a seu filho primogênito; e ela envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. (2: 6-7)

    Lucas descreveu o evento mais profundamente significativo em toda a história até que ponto o nascimento do Deus-homem, Jesus Cristo-in direto, unembellished, até mesmo a linguagem surpreendentemente simples, escasso. Enquanto José e Maria estavam em Belém, os dias eram completou para ela dar à luz . Lucas não disse quanto tempo tinham estado em Belém, ou se eles ainda estavam esperando para se inscrever, ou se hospedaram lá após registrar porque o tempo de Maria dar à luz estava próximo. Ele não deu nenhuma descrição de onde ocorreu o nascimento, exceto para dizer que ele não estava na pousada (veja a discussão abaixo). Lucas disse simplesmente que Maria deu à luz o seu filho primogênito . Não há anjos apareceram, já que mais tarde viria aos pastores. Sem trombetas celestes tocou. Nenhuma voz do céu anunciou o nascimento do Filho de Deus. Sozinho com exceção de seu jovem marido, longe de sua família e amigos, na mais primitiva de condições, uma jovem deu à luz. Assim fez a segunda pessoa da Trindade passo da eternidade para o tempo e espaço.

    Lucas cuidadosamente notado que Jesus era de Maria primogênito ( prototokos ), não seu único ( monogenes ) filho (conforme seu uso de monogenes para se referir a uma única criança em 7:12; 08:42; 09:38). O ensinamento da Igreja Católica Romana de que Jesus era o único filho de Maria e que ela permaneceu virgem perpétua até a sua morte, é claramente uma negação das Escrituras. Mt 1:25 diz que José "manteve virgem até que ela deu à luz um Filho "(grifo nosso). Isso implica fortemente que, após o nascimento de Cristo, eles tinham relações conjugais normais. É também revelado que Maria deu à luz a outras crianças, irmãos e irmãs meio de Jesus (Mateus 12:46-47; 13:. 13 55:40-13:56'>55-56; Jo 2:12; Jo 7:3, Jo 7:10; At 1:14 ). Como o primogênito, Jesus tinha o direito primário à herança da família (conforme Gn 43:33; Dt 21:15-17; 1 Crônicas 5:... 1Cr 5:1; 2Cr 21:3, no capítulo 14 deste volume), e não tinha grande propriedade de legar a seu filho primogênito. Mas o que ele fez passar ao longo foi o direito ao trono de Israel (Mt 1:1-16.).

    Como era costume, Maria envolto seu bebê em panos . Tiras de tecido foram usados ​​para ligar um bebê confortavelmente para o calor, segurança, e para manter os membros em linha reta. O ponto é que Jesus foi tratado como qualquer outro bebê. Ele não estava vestido com vestes reais, mas nos invólucros normais que outros bebês usavam.

    Tendo suportado seu Filho e envolveu-o, Maria deitou-o numa manjedoura . A referência a uma manjedoura deu origem à tradição de que Jesus nasceu em um estábulo. A Bíblia diz em nenhum lugar que, no entanto. Phatnē ( manjedoura ) é a palavra para uma calha de alimentação. Tais calhas podem ser encontrados em qualquer lugar animais foram mantidos, não só em estábulos. A Bíblia não diz especificamente onde Maria deu à luz Jesus, embora a tradição, que remonta a meados do século II diz, que estava em uma caverna. Embora isso seja possível, uma vez que, por vezes, cavernas foram usadas para animais do abrigo, não há nenhuma maneira de verificar isso.

    Onde quer que o casal ficou, não estava na pousada, porque não havia lugar para eles lá. Parte da lenda de Natal é o estalajadeiro sem coração que desvia uma jovem mulher prestes a dar à luz. Maskataluma ( pousada ) não é a palavra grega para o normal uma pousada ( pandocheion , que Lucas usou em 10:34), mas sim um termo geral para um abrigo, ou hospedagem lugar (que é traduzido como "quarto" em 22:11 ). Exatamente o que aquele lugar hospedagem foi não é clara, mas pode ter sido um abrigo ou acampamento público, talvez um lugar onde caravanas parado. Mas, com a superlotação provocada pelo censo, não havia espaço para José e Maria, mesmo em um abrigo improvisado tal. Como resultado, Maria foi forçada a dar à luz no único lugar disponível, o local onde os animais dos viajantes foram mantidos.

    Quando Jesus veio ao mundo, Ele nasceu na mais comfortless condições-a fedorento, sujo, abrigo frio, cercado por animais ruidosos. Foi uma entrada adequada para o "Filho do Homem [que tinha] onde reclinar a cabeça" (Lc 9:58); aquele que "estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, eo mundo não o conheceu" (Jo 1:10); para quem ", pois ele, subsistindo em forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus uma coisa que deve ser aproveitada, mas se esvaziou, assumindo a forma de um servo, e [foi] feito à semelhança de homens ":; (Fm 1:2) ao levar "os nossos pecados em Seu corpo na cruz, para que que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça "(1Pe 2:24). Seu humilde nascimento era apropriado para Jesus, que veio para morrer como um substituto no lugar de humilde, humilde, miseráveis ​​pecadores. Como o autor do hino "Ivory Palácios" colocá-lo,

     

    Fora dos palácios de marfim,
    Em um mundo de miséria,
    Somente Seu grande, amor eterno
    Fiz a minha go Salvador.

    13. O anúncio do nascimento de Jesus (Lucas 2:8-20)

    Na mesma região havia uns pastores que ficam nos campos e guardavam o seu rebanho durante a noite. E um anjo do Senhor, de repente estava diante deles, ea glória do Senhor os cercou de resplendor; e eles estavam terrivelmente assustada. Mas o anjo disse-lhes: "Não tenha medo; pois eis que vos trago novas de grande alegria, que o será para todo o povo;para hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é Cristo, o Senhor. "Este será um sinal para você: você vai encontrar um bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura." E, de repente, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens com quem ele está satisfeito. "Quando os anjos se retiraram deles para o céu, os pastores começaram a dizer uns aos outros:" Vamos ir direto para Belém, em seguida, e vejamos isso que aconteceu, que o Senhor nos deu a conhecer-nos. "Então eles vieram com pressa e encontraram o caminho para Maria e José, eo bebê enquanto ele estava deitado na manjedoura. Quando eles viram isso, divulgaram a declaração que lhes tinha sido dito sobre esta criança. E todos os que a ouviram se maravilharam com as coisas que lhes diziam os pastores. Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido dito. (2: 8-20)

    A Escritura diz que, em sua encarnação do Senhor da glória (1Co 2:8).Isso levou Elias para dizer ironicamente: "Chame-se com uma voz alta, pois ele é um deus; ou ele está ocupado ou ido para o lado, ou está em uma viagem, ou talvez ele está dormindo e precisa ser despertado "(v. 27). Mesmo depois que, em desespero, mutilado a si mesmos (28 v.), "Não houve voz, ninguém respondeu, e ninguém prestou atenção" (v. 29). No outro extremo do espectro de indiferença de Baal era a crueldade de Moloque e hostilidade, o que os seus adoradores desesperAdãoente tentou apaziguar pela atrocidade indizível de sacrifício de crianças (Lv 18:21, 20: 2-5.; 2Rs 23:10; Jr 32:35).

    Ao contrário dos falsos deuses dos vizinhos pagãos de Israel, o Deus de Israel, o único e verdadeiro, eterno, Deus vivo e, é por natureza "compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade" (Ex 34:6; Sl 103:1:.. Sl 103:8; Jl 2:13, Jn 4:263: 8-9; e Jr 14:8; Is 45:21; Is 49:26; Is 60:16; Os 13:4), Zacarias (Lucas 1:68-69, Lc 1:77), e Simeão (Lc 2:30), todos falavam de Deus como Salvador, assim como o resto da o Novo Testamento (1Tm 1:1; Tt 1:3; Tt 3:4; Os 13:4; At 5:31; At 13:23; Fp 3:20; 2Tm 1:10; Fm 1:1; Tt 2:13; Tt 3:6) é uma forte afirmação de Sua divindade plena e igualdade com o Pai.

    O que permite a Deus para ser o Salvador dos pecadores perdidos é o pitiatory pro, morte sacrificial, substitionary do Messias, o Senhor Jesus Cristo. O Antigo Testamento descreve a morte sacrificial do Messias mais completamente em Isaías 53:

    Certamente nossas tristezas Ele próprio geraram, e as nossas dores Ele transportados; ainda que nós mesmos o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, Ele foi moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por Sua pisaduras fomos sarados. Todos nós como ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; mas o Senhor fez com que a iniqüidade de nós todos a cair sobre ele. (Vv. 4-6)
    Da opressão e do juízo foi tirado; e os da sua geração, que considerou que ele fora cortado da terra dos viventes pela transgressão do meu povo, a quem o curso era devido? (V. 8)
    Mas o Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; Ele se tornaria-se como uma oferta pela culpa, ele verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, eo bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Como resultado da angústia de sua alma, ele vai vê-lo, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o Justo, meu Servo, justificará a muitos, como Ele irá suportar as suas iniqüidades. Por isso, vou colocar-Lhe uma parte com os grandes, e ele dividirá os despojos com os fortes; porque Ele derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas Ele mesmo carregou o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu. (Vv. 10-12)

    Todos os redimidos, tanto no Antigo Testamento e eras do Novo Testamento, foram salvos por Deus colocando seus pecados sobre Jesus Cristo. Ele sozinho (At 4:12) é a fonte de salvação, pois, como Pedro escreveu: "Ele mesmo os nossos pecados em Seu corpo na cruz, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas fostes sarados "(1Pe 2:24; conforme 1Pe 3:18; Jo 1:29; 2Co 5:21; Gl 3:13; Ef 5:1; He 9:28 ; I João 2:1-2).

    Deus se revelou como um Salvador para Israel de duas maneiras. Temporalmente, Deus salva as pessoas, entregando-os da escravidão no Egito e preservá-los através dos seguintes, quarenta anos de peregrinação no deserto (Is 63:9; Dt 33:29 ; Jz 2:18; Jz 8:34; 2Sm 3:18; 22:.. 2Sm 22:1, 2Sm 22:4; 2Rs 17:39; Sl 106:1:. Sl 106:10; Ed 8:31). Através da graça comum, Deus, em sua "bondade e tolerância e paciência," dá uma oportunidade para os pecadores se arrependam (Rm 2:4). Deus liberta as pessoas geralmente as consequências justas e imediatas temporais e físicas de seu pecado, mas o mais importante oferece crentes de consequências espirituais e eternas do pecado também. Assim, o remanescente crente de Israel (Rm 9:27; Rm 11:5; 1Jo 4:14), que veio "para buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10) por "sav [ndo] Sua povo dos seus pecados "(Mt 1:21). Jesus veio para cumprir os convênios abraâmicas e Davi (ver rachaduras 9 e 10 deste volume.). O cumprimento desses convênios, no entanto, tem por base o cumprimento da nova aliança (veja o capítulo 11 deste volume), que foi iniciado por Sua morte sacrificial (Mt 26:28).

    O anúncio do nascimento de Jesus Cristo anuncia a maior boa notícia de que o mundo já ouviu. A partir da narrativa de que o anúncio e suas conseqüências, cinco verdades sobre a boa notícia emergem: a proclamação da boa notícia, a difusão das boas notícias, a pessoa da boa notícia, o objetivo da boa notícia, o quadro de a boa notícia.

    A PROCLAMAÇÃO DA BOA NOVA

    Na mesma região havia uns pastores que ficam nos campos e guardavam o seu rebanho durante a noite. E um anjo do Senhor, de repente estava diante deles, ea glória do Senhor os cercou de resplendor; e eles estavam terrivelmente assustada. Mas o anjo disse-lhes: "Não tenha medo; pois eis que vos trago novas de grande alegria (2: 8-10a)

    A boa notícia do nascimento do Salvador veio pela primeira vez a um grupo mais improvável das pessoas. Os pastores estavam perto do fundo da escada social. Eles eram ignorantes e não qualificados, cada vez mais visto no pós-Novo Testamento como era, não confiáveis, personagens desagradáveis ​​desonestas, tanto que eles não foram autorizados a testemunhar em tribunal. Porque ovelhas exigiu cuidados sete dias por semana, os pastores eram incapazes de cumprir integralmente o sábado regulamentos feitos pelo homem desenvolvidos pelos fariseus. Como resultado, eles eram vistos como estando em contínua violação das leis religiosas, e, portanto, impuro.

    Isso não quer dizer, no entanto, que ser um pastor era uma ocupação ilegítima ou desonrosa. Duas das maiores figuras da história de Israel, Moisés (Ex 3:1) e Davi, eram pastores em algum momento de suas vidas. Além disso, o Antigo Testamento refere-se metaforicamente a Deus como o "pastor de Israel" (Sl 80:1.), Enquanto Jesus descreveu-se como o "bom pastor" (Jo 10:11; conforme He 13:20; 1Pe 2:25; 1Pe 5:4 ). O ministério do Messias não seria o farisaico (Lc 5:32) —especialmente os líderes religiosos (Jo 7:48), ou o auto-suficiente rico (Lc 18:24). Em vez disso, Ele iria buscar os pobres, os humildes, os aflitos, os excluídos da sociedade (conforme Lc 1:52; 1Co 1:26). Ao longo de seu ministério Jesus atraiu essas pessoas (conforme Mt 9:10-13; Mt 11:19; Lucas 15:1-2.), Que foram quebrados durante o seu pecado e se humilharam em arrependimento (conforme Lucas 7:37-38 ; 13 42:18-14'>18: 13-14).

    Estes pastores particulares estavam assistindo suas ovelhas na região ao redor de Belém, cerca de seis quilômetros ao sul de Jerusalém. Eles estavam ficando fora nos campos com os seus rebanhos, algo tipicamente feito em Israel a partir de abril a novembro. Isso não significa, porém, que Jesus não poderia ter nascido no inverno, uma vez que os invernos em Israel são geralmente leves. Além disso, como Leon Morris observa, os escritos rabínicos falar de ovelhas sendo pastavam entre Jerusalém e Belém em fevereiro ( O Evangelho Segundo São Lucas , Tyndale Comentários do Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1975], 84). De acordo com a lei rabínica, ovelhas estavam a ser mantido no deserto, e qualquer animal encontrado entre Jerusalém e arredores de Belém foi sujeito a ser usado como um sacrifício no templo. Pode ser, então, que as ovelhas esses pastores estavam cuidando foram destinados para esse fim.

    Carneiros foram mantidos nos campos durante o dia. À noite, eles foram transferidos para currais, onde os pastores poderiam se revezam guardavam o seu rebanho durante a noite . Dentro da dobra as ovelhas poderia mais facilmente ser guardado de predadores e ladrões.

    Mas a normalidade tranquila de rotina noturna dos pastores foi abruptamente estilhaçada de uma forma mais incrível, dramático, inesperado. Enquanto eles estavam fazendo o que normalmente fazia durante as longas horas gastas assistindo a seu rebanho , um anjo do Senhor, de repente estava diante deles . O anjo não é identificada, mas à luz de suas aparições anteriores a Zacarias e Maria, que pode ter sido Gabriel. Adicionando imensamente para choque dos pastores e terror na inesperada aparição do anjo, a glória do Senhor resplandeceu fora da escuridão e os cercou de resplendor .

    Em toda a Escritura, gloriosa presença de Deus se manifestou em luz brilhante (por exemplo, Ex 24:17; 33:. 22-34: 5; Dt 5:24; 2 Crônicas 7:... 1-3; Ez 1:27-28 ; Ez 43:2; Ap 21:23; conforme Ex 34:29, Ex 34:35; Sl. 104: 1-2; Hab. 3: 3-4; Ap 1:1), especialmente na dedicação do tabernáculo (Ex. 40: 34-35), uma vez que mais tarde iria aparecer na dedicação do templo (I Reis 8:10-11).

    Mas, depois de séculos de pecado e rebelião, a glória de Deus deixou o templo (Ez 9:3, Ez 10:18, Ez 10:19; 11: 22-23), simbolizando a sua retirada do Israel. Não parece haver novamente até esta noite, onde ela significava que a presença de Deus mais uma vez entrou no mundo através do nascimento do Senhor Jesus Cristo. Mais tarde em sua vida Jesus iria revelar Sua glória divina para Pedro, Tiago e João no Monte da Transfiguração (Mateus 17:1-2.). A próxima manifestação visível da glória de Deus para o mundo estará na segunda vinda, quando "o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu, e ... todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória "(Mt 24:30). O céu será iluminado pela glória onipresente de Deus por toda a eternidade (Ap 21:10-11, Ap 21:23).

    Os pastores, compreensivelmente, foram terrivelmente assustada pela aparição do anjo e a manifestação da glória de Deus. O medo era a resposta normal sempre que alguém na Escritura ou encontrou um anjo (conforme Dan 8: 15-18; 10: 7-9., 16-17; Mat. 28: 2-4; Lc 1:12, 26-30) ou viu a glória de Deus manifestado (Isa. 6: 1-5; Ez 1:28; Ez 3:23; Mt 17:1; Mc 5:33; At 9:4; conforme 1:. Pv 1:7; Pv 15:33; 28:28; Sl 111:1:.. Sl 111:10; 6 Mic:
    9) e os homens piedosos são marcadas por reverência por Ele (Gn 22:12; Gn 42:18; Ex 18:21; Ne 7:1; 1:9; Ec 5:1; Ec 8:12; Ec 12:13;. Mt 10:28; 1 ​​Pedro 2:17). Mas os redimidos não precisa ser pavor de Deus."Porque não recebestes o espírito de escravidão, a temer novamente", Paulo lembrou os romanos ", mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:" Abbá! Pai "(Rm 8:15; conforme Gal 4: 6-7.).!. Deus diz ao seu povo, como fez a Abraão: "Não tenhais medo" (Gn 26:24; conforme Jz 6:23; Is 43:1; 44:.. Is 44:2; Jr 46:27; Lm 3:57; Dn 10:12, Dn 10:19; Mt 14:27; 17:.. Mt 17:7; Mt 28:5; Lc 5:10; 0:32; Ap 1:17).

    Os pastores não precisam temer, pois o anjo veio tendo boa notícia . Sua mensagem não era uma de julgamento, mas sim que "o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo" (1Jo 4:14). Euangelizō("proclamar boas novas ) é uma das expressões favoritas de Lucas; ele é usado mais do que qualquer outro escritor do Novo Testamento (conforme 01:19; 03:18; 04:18, 43; 07:22; 8: 1; 9: 6; 16:16; 20: 1; At 5:42, At 8:25, At 8:35, At 8:40; At 10:36; At 11:20; At 13:32; At 14:7, At 14:21; At 15:35; At 16:10; At 17:18). A boa notícia do evangelho é que o Deus salvador enviado a Salvador para redimir os pecadores. Essa notícia produz grande alegria, a alegria que Pedro descreveu como "indizível e cheia de glória" (1Pe 1:8;. conforme Rm 1:16). Mas a promessa da salvação não é só para eles. Louvar a Deus depois de ver o menino Jesus no templo, Simeão disse: "Porque os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel" (2: 30-32). Significativamente, laos no versículo 31 é plural, ao mesmo tempo que é singular no versículo 32. As palavras de Simeão refletir a verdade expressa na profecia de Isaías:

    Levanta-te, brilhar; para sua luz veio, ea glória do Senhor subiu em cima de você. Pois eis que as trevas cobrirão a terra e profunda escuridão os povos; mas o Senhor vai subir em cima de você e Sua glória vai aparecer em cima de você. Unidas vai chegar a sua luz, e os reis ao esplendor da tua aurora. (60: 1-3; conforme 9: 2; 42: 6; 49: 6-9; 51: 4)

    A boa notícia da salvação, tendo sido proclamado primeiro a Israel, agora é proclamada em todo o mundo (Mat. 28: 19-20).

    A PESSOA DA BOA NOVA

    para hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é Cristo, o Senhor. Este será um sinal para você: você vai encontrar um bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura. (2: 11-12)

    Após ter tranquilizado os pastores atônitos e assustados que ele veio ostentam uma boa notícia, o anjo, em seguida, deu-lhes os detalhes do que uma boa notícia. Naquele mesmo dia, na plenitude dos tempos (Gl 4:4). O anjo não deu nome terreno da Criança; Salvador, Cristo e Senhor são todos os títulos. Mas desde que o nome "Jesus" significa "o Senhor é salvação", seu significado é abarcado pelo termo Salvador .

    A descrição de Jesus como Salvador é um um apt, uma vez que a razão pela qual Ele nasceu era para "salvar o seu povo dos seus pecados" (Mt 1:21;. conforme Lc 19:10). Essa verdade óbvia é muitas vezes obscurecida em apresentações contemporâneas do evangelho. Demasiadas vezes Jesus é apresentado como aquele que vai resgatar pessoas de insatisfação em seus casamentos, famílias, ou postos de trabalho; a partir de um hábito debilitante eles não podem vencer por si próprios; ou a partir de um sentimento de inutilidade na vida. Mas enquanto alívio nessas áreas pode ser um subproduto da salvação, não é sua intenção primária. Verdadeiro problema da humanidade, de que essas questões são apenas sintomas, é pecado. (03:10 Rom.,
    23) Todo mundo é culpado de quebrar a santa lei de Deus e merece punição eterna no inferno. A verdadeira mensagem do evangelho é que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar as pessoas do pecado e da culpa, não psicológica, sentimentos de culpa artificiais, mas é verdade, a culpa imposta por Deus que condena ao inferno.

    Cristo é um título exaltado para um bebê nascido em tais circunstâncias humildes. O nome eo seu homólogo do Antigo Testamento, o Messias (Dan. 9: 25-26), tanto significa "ungido"; um colocado em um alto cargo e digno de exaltação e honra. Jesus foi ungido pela primeira vez no sentido de que Ele é o Rei designado por Deus, o "Rei dos reis" (Ap 17:14; Ap 19:16), que vai sentar-se no trono de Davi e reinará para sempre, como Gabriel disse Maria (01:32 —33). Ele também foi ungido para ser o grande Sumo Sacerdote (He 3:1.). Finalmente, Jesus foi ungido como um profeta, porta-voz do final e maior de Deus (Heb. 1: 1-2).

    Senhor no sentido humano é um termo de respeito e estima, dado a alguém em uma posição de liderança e autoridade. Especialmente foi o título suportados pelos proprietários de escravos; kurios (Senhor) edoulos (escravos) foram conectados. Para chamar alguém Senhor estava a reconhecer a sua subserviência. No Testamento Sara New chamou Abraão senhor, reconhecendo sua autoridade sobre ela como o marido (1Pe 3:6). A confissão mais fundamental e básico do cristianismo é, "Jesus é o Senhor" (1Co 12:3. Para uma discussão sobre as declarações "Eu sou" No Evangelho de João, em referência à divindade de Cristo, ver João 1:11 , A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, 2006], 14, 348). Rm 10:9). Mas as mães judeus não costumam colocar seus bebês recém-nascidos em uma manjedoura , de modo que seria limitar a busca dos pastores da Criança, de quem o anjo falou. O forte contraste entre o estado exaltado de Jesus como Salvador, Messias, e Deus e as circunstâncias humildes de seu nascimento enfatiza a magnitude de Seu "[esvaziamento] si mesmo, tomando a forma de um servo, tornando-se em semelhança de homens "(Fm 1:2; Mc 13:36; At 2:2]) pareceu não é revelada, mas o termo multiplicidade significa um grande grupo. O aparecimento de tantos anjos de uma só vez não tem precedentes nas Escrituras.

    Esses anjos estavam fazendo o que os anjos constantemente fazer, louvando a Deus (conforme Ap 5:11-12; 7: 11-12). Todo o Céu se soltou com regozijando-se com o nascimento do Filho de Deus. Os anjos conheciam como a segunda pessoa da Trindade, antes de Sua encarnação, onde viram a sua glória inefável. Eles entenderam que a queda havia transformado a raça humana em rebeldes pecadores contra Deus, mas também sabia que Deus havia fornecido um caminho de salvação para o homem. A sua profunda preocupação com a salvação dos pecadores faz que haja "alegria na presença dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende" (Lc 15:10). O coro Angelicalal de louvor reflete o auge transcendente de todo o pensamento e ação; a maior de todas as verdades; a razão suprema de tudo o que existe, a glória de Deus. O objetivo final das boas novas da salvação é para salvar os pecadores, para que possam juntar-se aos anjos em glorificando a Deus.

    Os anjos atribuídos glória a Deus nas alturas; . ou seja, o céu na terra , o lugar mais baixo em comparação com o céu, eles proclamaram a paz entre os homens com quem ele está satisfeito . A paz de que os anjos falou é a paz com Deus, que resulta da salvação (Rm 5:1). Através da fé no Messias, o "Príncipe da Paz" Deus e os pecadores se reconciliam (Rm 5:10; 2 Cor 5:... 18-19; Ef 2:16; Colossenses 1:20-22).

    A paz de que os anjos falou é apenas para homens com os quais Deus se agrada . Isso não significa, é claro, significa que Ele dá a salvação para aqueles que agradar a Deus por suas boas obras, pois a salvação é "não como resultado de obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2:9). Após os anjos se retiraram deles para o céu, os pastores imediatamente começaram a discutir o evento incrível que tinham acabado de presenciar, e que eles devem fazer a seguir. Embora o anjo não tinha especificamente ordenado a fazê-lo, eles animAdãoente começou dizendo uns aos outros: "Vamos ir direto para Belém, em seguida, e vejamos isso que aconteceu que o Senhor nos deu a conhecer-nos."Compreensivelmente, eles queriam para obter a Bethlehem o mais rapidamente possível. Mas desde que eles foram responsáveis ​​pelas ovelhas sob seus cuidados, eles não poderiam largar tudo e ir embora.Ou alguns deles tiveram que permanecer com as ovelhas, ou eles tiveram que encontrar outros pastores para vigiá-los. Assim que esses detalhes foram trabalhados, os pastores dirigiram-se imediatamente para Belém.

    A resposta dos pastores ilustra as duas primeiras coisas envolvidas em uma pessoa de vir a Cristo: eles ouviram a revelação de Deus de que o Salvador havia chegado, e eles acreditavam que a revelação. Em Rm 10:14 Paulo descreveu essas mesmas duas etapas (em ordem inversa): "Como pois invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? "Como observado anteriormente, esses pastores eram mais provável devotos adoradores do Deus verdadeiro, que esperavam a redenção de Israel. Seus corações foram preparados para que, quando eles ouviram a revelação do nascimento do Salvador, eles acreditaram.

    Depois de fazer provisão para as suas ovelhas para ser atendido, os pastores veio com pressa e encontraram o caminho para Maria e José, eo bebê . O local tradicional do campo onde os pastores estavam assistindo suas ovelhas é de cerca de dois quilômetros de Belém. Lucas não descrever como os pastores encontraram Maria, José eo menino Jesus. No entanto, não teria sido muitos bebês nascidos em uma pequena vila como Belém em qualquer noite. Certamente notícias de qualquer nascimento teria se espalhou rapidamente de boca em boca, especialmente desde que Maria deu à luz em um lugar semipublic (veja a discussão sobre v. 7 no capítulo anterior deste volume). Quando os pastores viram o menino enquanto ele estava deitado na manjedoura , a profecia do anjo foi confirmado e sua fé verificada.

    Buscar Maria dos pastores, José e Jesus ilustra o próximo passo no processo de salvação. Aqueles que realmente acreditam que a revelação de Deus em Cristo virá a Ele. Eles vão aceitar o Seu convite: "Vinde a mim todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tome meu jugo sobre vós e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave eo meu fardo é leve "(Mateus 11:28-30.; Conforme Jo 5:40; Jo 6:37, Jo 6:44; Jo 7:37).

    Deve ter havido um diálogo interessante entre os pastores, Maria e José entre os versículos 16:17. O jovem casal foi, sem dúvida, dominadas pela recontagem do evento incrível que tivessem testemunhado dos pastores. As palavras do anjo fornecida mais uma confirmação para Maria e José de que seu filho estava. E conta de Maria da aparição de Gabriel para ela (1: 26-38), juntamente com o relato de José de seu sonho (Mateus 1:20-23.) Só poderia ter aumentado o espanto dos pastores.

    Aparência dos anjos para eles e sua conversa com Maria e José fizeram os pastores a par de informações que ninguém mais tinha. Sua resposta entusiástica era tornar conhecida a declaração que lhes tinha sido dito sobre esta criança . Eles iam por toda parte anunciando a notícia de que o Salvador, há muito aguardado Messias de Israel, havia nascido. Os pastores tornou-se, assim, os primeiros evangelistas do Novo Testamento.

    Uma vez que eles tinham ouvido falar, acredita, e agiu na verdade, os pastores não poderia deixar de contar aos outros sobre isso. O seu testemunho para a boa notícia que haviam recebido revela outra coisa que acontece na vida de uma alma recém-nascido. A resposta daqueles que vêm a Cristo é para contar aos outros sobre Ele. Normalmente as pessoas mais corajosas e apaixonados em proclamar o evangelho são os mais novos cristãos; as pessoas mais longos são salvos, a menos animado que parecem sobre a sua salvação, e menos ansiosos eles estão a partilhar a sua fé. Mas o verdadeiro compromisso espiritual é determinado pela qualidade e tenacidade, de alegria de longo prazo dos crentes sobre a sua salvação. Uma medida de que a alegria é a forma como eles ansiosamente compartilhar o evangelho. A falta de zelo e paixão que obriga os crentes a contar aos outros sobre Cristo trai um coração pecaminoso de indiferença e ingratidão.
    Os pastores não têm esse problema. A natureza surpreendente de sua mensagem, juntamente com a ansiedade e entusiasmo com que compartilhei, causou todos os que ouviram a se perguntar para as coisas que lhes diziam os pastores . Thaumazō ( perguntou ) aparece com freqüência nos escritos de Lucas (conforme 1 : 21, 63, 2:33; 4:22; 7: 9; 08:25; 09:43; 11:14, 38; 20:26; 24:12, 41; At 2:7; At 4:13; At 7:31; At 13:41). Desde o início da vida e ministério de Jesus Cristo levou as pessoas a se maravilhar e se surpreender. Infelizmente então, como agora, muito do que espanto produzido não compromisso, mas apenas curiosidade. Quando os pastores ouviram a boa notícia do nascimento do Salvador, eles imediatamente o procurou. Mas tudo o que é dito sobre aqueles a quem eles testemunharam é que eles se perguntou . Após seu espanto inicial passou, a maioria deles provavelmente só fui em frente com suas vidas como se nada tivesse acontecido.

    Em contraste com a reação rasa, superficial de muitos que soube da notícia, Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração . Ela refletiu profundamente sobre o significado do nascimento do Filho de Deus, e em que que o nascimento pressagiava para ela e José como seus pais terrenos. Além dos pensamentos normais que passam pela mente de qualquer nova mãe, Maria tinha muitas outras coisas em que pensar. Ela considerou o propósito redentor de Deus, como assim como ele havia prometido, Ele enviou um Salvador para redimir o seu povo. Mas que a redenção viria a um custo terrível. Como Simeão, mais tarde, avisar Maria: "Eis que este menino está nomeado para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal de ser oposição e uma espada trespassará a tua alma até mesmo para o fim que os pensamentos de muitos corações pode ser revelado "(2: 34-35). Anos mais tarde, Maria iria assistir seu Filho morrer na cruz rolamento ira de Deus contra o pecado (João 19:25-27).

    Profunda meditação de Maria no Salvador ilustra um outro aspecto do que significa verdadeiramente abraçar Cristo. Euforia e excitação inicial de Salvação se aprofunda em uma, mais completa, mais profunda compreensão mais rica da pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. O apóstolo João descreveu a vida cristã como uma progressão de ser uma criança espiritual, que só sabe Deus como Pai e perdoa os pecados, para ser um homem jovem espiritual, bem fundamentada na verdade bíblica, para ser um pai espiritual, com um profundo entendimento da pessoa de Deus (I João 2:12-14). Mas nenhum cristão nunca estará satisfeito com o nível de conhecimento que tenham alcançado. Paulo, muitos anos em sua peregrinação cristã, ansiava conhecer a Cristo ainda melhor. Ele expressou aos Filipenses seu desejo de "conhecer, eo poder da sua ressurreição e na comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com sua morte" (Fp 3:10).

    Os pastores tinham tido uma noite maravilhosa, que mudou para sempre suas vidas. Mas a vida continua, e, eventualmente, os pastores voltaram para o seu rebanho, glorificando e louvando a Deus (conforme 1:64; 5: 25-26; 7:16; 13 13:17-15; 18:43; 23: 47; 24: 52-53) para tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido dito . Suas esperanças e anseios que o Redentor viria haviam sido realizados, e suas vidas foram marcadas por uma atitude recente de louvor e adoração. Essa mesma atitude caracteriza todos os que conhecem e amam o Senhor Jesus Cristo (conforme Sl 22:26; 30:. Sl 30:4; Sl 33:1; He 13:15.), quem Paulo descreve como "a verdadeira circuncisão, que adoram no Espírito de Deus e nos gloriamos em Cristo Jesus" (Fp 3:3)

    E, quando os oito dias se passaram, antes de sua circuncisão, Seu nome era então chamado de Jesus, o nome dado pelo anjo antes de ser concebido no seio materno. E quando os dias para a sua purificação, segundo a lei de Moisés foram concluídas, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor (como está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito que abre o útero deve ser consagrado ao Senhor "), e para oferecer um sacrifício de acordo com o que foi dito na Lei do Senhor", um par de rolas ou dois pombinhos "(2: 21-24.)

    O princípio legal básico requer o depoimento de uma pessoa para ser confirmado por várias testemunhas. A lei mosaica declarou que "uma única testemunha não se levantará contra um homem por conta de qualquer iniqüidade, ou qualquer pecado que cometeu; no depoimento de duas ou três testemunhas, uma questão deve ser confirmada "(Dt 19:15; conforme 17:.. Dt 17:6; Mt 18:16; 2 Cor. 13:. 2Co 13:1; 1Tm 5:19; He 10:28). O último grupo, os essênios, eram eremitas ascéticos, vivendo no deserto de forma isolada do resto da sociedade.

    Em contraste, os justos eram um pequeno remanescente em Israel. Lucas já introduziu alguns deles deles, Zacharias, Elisabete, José, Maria e os pastores que receberam o anúncio do nascimento de Jesus.Nesta seção de sua narrativa (2: 21-38) Lucas chamou quatro membros desse remanescente justo para depor como testemunhas verdadeira identidade de Jesus e missão: José e Maria, Simeão e Ana. A configuração desta passagem está intimamente ligado com dois temas do Antigo Testamento. O cenário para a maior parte da passagem é o templo e envolve os rituais prescritos pela lei mosaica. A passagem também empresta ricamente a partir dos escritos de Isaías, em particular os capítulos 40:66.

    ApropriAdãoente, o primeiro a dar testemunho de Jesus foram Seus pais, José e Maria. Que José era um homem justo é explicitamente indicado em Mt 1:19, enquanto a justiça de Maria é evidente a partir de sua declaração em Lc 1:47 que Deus era o seu Salvador. Cinco vezes no capítulo 2 do seu evangelho Lucas afirmou justiça do casal, observando o seu compromisso com a lei de Deus (vv. 22, 23, 24, 27, 39). Genuina justiça, a justiça que vem de Deus pela fé salvadora, inevitavelmente, se manifesta na obediência, uma vez que "a fé sem obras é morta" (Jc 2:26; conforme Jo 3:36; At 5:32; At 6:7). A obediência é também a marca do verdadeiro amor a Deus (Jo 14:15, Jo 14:21, Jo 14:23; Jo 15:10, Jo 15:14).

    Dois atos de obediência revelar de José e Maria testemunho de Jesus como Messias e Salvador do mundo: a circuncisão, e de nomeação, e a purificação e de apresentação.

    A CIRCUNCISÃO E NOMEAÇÃO

    E, quando os oito dias se passaram, antes de sua circuncisão, Seu nome era então chamado de Jesus, o nome dado pelo anjo antes de ser concebido no seio materno. (2:21)

    Em obediência à exigência da lei (Gen. 17: 9-14; Lv 12:3; 30:.. Dt 30:6; Jr 4:4; 2Co 5:21; He 4:15; 1Pe 2:22; 1 Jo 3:1). Ele poderia dizer com Davi, "Agrada-me fazer a tua vontade, ó meu Deus; Sua lei está dentro do meu coração "(Sl 40:8) .

    Uma das deturpações mais flagrantes de verdade bíblica por parte da Igreja Católica Romana é seu retrato de Deus como Salvador relutante. A implicação da teologia católica é que o Pai é irado, vingativo e hostil para com os pecadores. Jesus é um pouco mais simpático, mas o verdadeiramente gentil compassivos,, acessível é Maria. Os pecadores são, portanto, bem aconselhados a se aproximar dela para a salvação porque Jesus não pode resistir a pedidos de sua mãe. Tão difundida é essa visão que Roma eleva Maria à condição de co-redentora com Jesus.

    Tal representação de Deus é completamente falsa, uma vez que a Bíblia revela que ele é um Deus salvador por natureza. Em Dt 33:29, Moisés disse: "Bem-aventurado és tu, ó Israel; que é como você, um povo salvo pelo Senhor. "Davi se refere a Deus como o" Deus da nossa salvação "(1Cr 16:35), enquanto que no Sl 7:10, ele exclamou:" O meu escudo está com Deus, que salva os retos de coração "Sl 106:21, Is 45:17; conforme Is 45:22; 59:. Is 59:1; Is 63:1). Jeremias descreveu-o como a "esperança de Israel, o seu Salvador, em tempo de angústia" (Jr 14:8). Paulo descreveu-o como "Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tim. 2: 3-4; conforme 1Tm 4:10; Tt 1:3 ; Jd 1:25; conforme Tito 3:4-5.). Em nenhum lugar do Novo Testamento é concurso de Deus, compassivo, salvar a natureza mais claramente representado do que no caso do filho pródigo (Lucas 15:11-32).

    Ainda mais importante do que o que os outros disseram sobre ele, são repetidas declarações de Deus de que Ele é o Salvador. "Porque eu sou o Senhor, teu Deus", Ele disse em Is 43:3, Deus descreveu a si mesmo como" um Deus justo e Salvador "(conforme 49:26; 60:16; Os 13:4; conforme 1Jo 4:14). No Antigo Testamento, Isaías predisse que Deus seria "o prazer de esmagar Ele [Cristo], fazendo-o enfermar" (Is 53:10). Aos Romanos Paulo escreveu: "Por enquanto ainda éramos fracos, no momento certo, Cristo morreu pelos ímpios" (Rm 5:6). Em 2Co 5:21, o apóstolo descreveu as profundas implicações teológicas do sacrifício de Seu Filho de Deus: "Ele fez Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus nele." " Nisto consiste o amor ", escreveu o apóstolo João," não fomos nós que amamos a Deus, mas que Ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados "(1Jo 4:10).

    A escolha do Pai do nome "Jesus" para o Seu Filho é apropriado, refletindo a realidade que Ele é "um Deus justo e Salvador" (Is 45:21).

    A PURIFICAÇÃO E APRESENTANDO

    E quando os dias para a sua purificação, segundo a lei de Moisés foram concluídas, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor (como está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito que abre o útero deve ser consagrado ao Senhor "), e para oferecer um sacrifício de acordo com o que foi dito na Lei do Senhor", um par de rolas ou dois pombinhos "(2: 22-24.)

    Como foi o caso com a circuncisão de Jesus, de Maria de purificação (a palavra sua meramente reflete a presença de José e Jesus) e da apresentação do menino Jesus foram realizadas estritamente de acordo com a lei de Moisés . Como a circuncisão, a purificação da mulher após o parto ilustrou a necessidade de purificação do pecado. Lv 12:1-5 descreve o processo de purificação:

    Então o Senhor falou a Moisés, dizendo: "Fala aos filhos de Israel, dizendo:" Quando uma mulher dá à luz e tiver um menino, então ela será imundo por sete dias, como nos dias da sua menstruação, ela será imundo. No oitavo dia, a carne de seu prepúcio, será circuncidado. Em seguida, ela deve permanecer no sangue da sua purificação por 33 dias; ela não deve tocar em qualquer coisa consagrada, nem entrar no santuário, até os dias de sua purificação estão concluídas. Mas se ela tiver uma menina, então será imunda duas semanas, como na sua menstruação; e ela deve permanecer no sangue da sua purificação por 66 dias. "

    A impureza em vista aqui é impureza cerimonial, a primeira parte do que se prolongou por sete dias, como a da menstruação (Lv 15:19). Enquanto ela estava imunda, uma mulher não podia tocar em nada sagrado ou santo, nem podia ir ao templo. Sua impureza cerimonial temperado a alegria natural de trazer uma nova vida ao mundo (Jo 16:21) com a realidade sóbria que a criança, assim como seus pais, era um pecador (Sl 51:5). Esse estigma é removido em Cristo; enquanto uma mulher levou a humanidade no pecado, mulheres piedosas, através de sua influência sobre os seus filhos, ter o privilégio de levar muitos para fora do pecado em piedade (v. 15).

    Após os dias para de Maria purificação ... foram concluídas e ela foi novamente autorizada a entrar no templo, o casal trouxe Jesus a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor . Embora ele não tem que ser feito em Jerusalém ou o templo, a Lei do Senhor dada por meio de Moisés declarou que todos os homens primogênito, que abre o útero será consagrado ao Senhor e separado para Ele. Em 13 1:2-13:2'>Êxodo 13:1-2: "o Senhor falou a Moisés, dizendo:" santificai a mim todos os primogênitos, a primeira cria de cada madre, entre os filhos de Israel, desde os homens até aos animais; ele pertence a mim. '"Elaborando sobre esse mandamento Moisés disse a Israel,

    Agora virá sobre quando o Senhor traz para a terra dos cananeus, como jurou a si e aos seus pais, e dá-lo a você, você deve dedicar ao Senhor a primeira prole de cada útero, ea primeira prole de todos os animais que você possui; os machos pertencem ao Senhor. Mas toda primeira cria de uma jumenta resgatarás com um cordeiro, mas se você não resgatá-lo, então você deve quebrar o pescoço; e todo primogênito do homem entre teus filhos redimir. E será que, quando seu filho te perguntar no futuro, dizendo: "O que é isso?", Então você deve dizer-lhe: "Com uma mão poderosa do Senhor nos tirou do Egito, da casa da servidão. Ela surgiu, quando o faraó era teimoso sobre deixar-nos ir, para que o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem e os primogênitos dos animais. Por isso, eu sacrifico ao Senhor os machos, a primeira cria de cada seio, mas todo primogênito de meus filhos eu resgato. "(Vv. 11-15)

    A definição para além dos primogênitos não foi para o serviço sacerdotal, porque os sacerdotes só veio da tribo de Levi (Jesus era da tribo de Judá [He 7:14.]). José e Maria, então, não estavam apresentando Jesus para o serviço sacerdotal, mas sim a dedicar sua vida a Deus.

    Os levitas tomou o lugar do primogênito do resto das tribos por ser dedicada ao serviço de Deus. Em Números 3:12-13, Deus disse a Moisés:

    Agora, eis que tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em vez de todos os primogênitos, a primeira edição da madre, entre os filhos de Israel. Assim, os levitas serão meus. Para todos os primogênitos são minhas; no dia em que feri a todo o primogênito na terra do Egito, eu santificado a mim todos os primogênitos em Israel, desde o homem até besta. Eles serão Meus; Eu sou o Senhor. (Conforme vv. 41, 44-45)

    Mas, em troca de seu ser isentos do imposto sacerdotal, um preço de resgate tiveram que ser pago para o primogênito dentre as outras tribos. Em Números 18:15-16, Deus disse a Arão:

    Toda primeira edição do útero de toda a carne, seja homem ou animal, que eles oferecem ao Senhor, serão teus; no entanto, o primogênito do homem que você, certamente redimir, e os primogênitos dos animais imundos resgatarás. Quanto ao seu preço de resgate, a partir de um mês de idade você deve resgatá-los, por sua avaliação, cinco shekels em prata.
    Israel foi, em grande medida uma teocracia, com os sacerdotes e levitas que fazem grande parte do trabalho de governar o país. Os cinco shekels (uma quantidade significativa de dinheiro) pagos pelas famílias dos primogênitos das outras tribos ajudou a custear as despesas de funcionamento do governo.

    Embora não seja explicitamente afirmado no texto, é seguro assumir que José e Maria paga a comissão de resgate de cinco shekel para Jesus, uma vez que "tudo realizado de acordo com a Lei do Senhor" (v. 39). Esta taxa, juntamente com a despesa de viajar até Belém, e ficar lá por um longo período de tempo, era um encargo financeiro significativo para este jovem casal. Como a discussão do sacrifício de Maria abaixo revela, José e Maria não eram ricos. Mas, como todos os justos, eles encontraram uma grande alegria na obediência à lei de Deus (conforme Sl. 1: 1-2; Sl 40:8, Sl 119:92, Sl 119:174).

    Após sua declaração parentética no versículo 23, Lucas voltou para a outra razão José, Maria e Jesus foi ao templo. Depois que seus quarenta dias de impureza após o nascimento de seu Filho, Maria tinhapara oferecer um sacrifício de acordo com o que foi dito na Lei do Senhor . Esta novamente revela seu caráter justo e compromisso com a obediência à lei de Deus.

    Assim como sua imundícia cerimonial retratado pelo pecado, assim de Maria sacrifício simbolizava o sacrifício final para o pecado que seu próprio Filho faria na cruz. Esse sacrifício concedido acesso direto a Deus (simbolizado pelo rasgar do véu do templo [Mt 27:51]), satisfazendo plenamente a sua ira e expiar os pecados de todos os que colocam a sua fé no Senhor Jesus Cristo.

    O sacrifício normal era "um velho cordeiro um ano para o holocausto e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado" (Lv 12:6), uma vez que os presentes valiosos que trouxeram teria permitido que José e Maria para comprar um cordeiro para o sacrifício.Que Maria ofereceu uma oferta pelo pecado é consistente com a realidade de que ela era um pecador que precisa de um Salvador (conforme 1,47). O dogma católico que Maria foi concebido imaculAdãoente e viveu uma vida sem pecado não encontra apoio nas Escrituras.

    De José e Maria, a obediência à lei de Deus resplandece em toda a narrativa do nascimento de Cristo. Dando-lhe o nome de Jesus em obediência à ordem do anjo (Mt 1:21), apresentando-o no templo, o pagamento da taxa exigida para um filho primogênito, e escrupulosa observância de Maria da lei de purificação de demonstrar que, como Zacarias e Elisabete, "eram ambos justos diante de Deus, andando irrepreensíveis em todos os mandamentos e exigências do Senhor" (Lc 1:6)

    E havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e piedoso, esperava a consolação de Israel; e do Espírito Santo estava sobre ele. E tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E ele veio no Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para levar a cabo para ele o costume da lei, então ele tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: "Agora, Senhor, Você está liberando Seu servo partir em paz, segundo a tua palavra; e os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel. "E seu pai e sua mãe estavam admirados com o que que estavam sendo ditas sobre Ele. E Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: "Eis que este é nomeado para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal de ser oposição e uma espada trespassará a tua alma até mesmo para o fim que pensamentos de muitos corações pode ser revelado. "E Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela foi avançada em anos e tinha vivido com o marido sete anos após seu casamento, em seguida, como uma viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Ela nunca se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Naquele exato momento em que ela se aproximou e começou a dar graças a Deus, e falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. (2: 25-38)

    Todas as promessas nas Escrituras certamente será cumprida, porque Deus é "o Deus fiel":;, o "Deus é fiel" (Dt 32:4 conforme Os 11:12..), Cuja cada " o trabalho é feito em fidelidade "(Sl 33:4.). Essas passagens como Sl 36:5Sl 89:81Ts 5:242Ts 3:31Pe 4:19; e 1Jo 1:9; Gn 18:10, Gn 18:14; conforme Rm 9:9; Gn 15:7; Gn 17:8; Gn 35:12; Gn 50:24; Ex 12:25; Ex 33:1; Dt 1:8; Js 23:5;. conforme 1Rs 8:56). O Senhor prometeu a Davi: "Tua casa e teu reino perseverar diante de mim para sempre; teu trono será estabelecido para sempre "(2Sm 7:16; 28 conforme v; 1Rs 2:1; 8: 24-25; 1Rs 9:5).

    Mas o mais importante de tudo promessas de confiança de Deus é a promessa que Ele enviaria Seu Filho, o Messias e Salvador, para o mundo. Em 2Co 1:20, Paulo escreveu: "Pois todos os que são as promessas de Deus, em [Cristo] eles são sim". "Pois o testemunho de Jesus", o apóstolo João acrescentou, "é o espírito de profecia" (Ap 19:10). De acordo com essa verdade, o Antigo Testamento está cheio de centenas de profecias da vinda do Messias. Muitos dos que foram cumpridas na primeira vinda de Jesus Cristo, e o restante será cumprida quando Ele voltar em glória.

    Imediatamente após a queda, Deus prometeu enviar um Redentor (Gn 3:15) e "quando a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei" 4 (Gal: 4. ). O Antigo Testamento diz que o Messias seria um descendente de Abraão (Gn 22:18) e Davi (2 Sam 7:12-13; Sl 89:1; Gl 3:16; At 13:1.), E Jesus era (Mt 1:22-23.). De acordo com Mq 5:2; Lc 1:17.). Jesus foi o profeta como Moisés (Deut. 18: 15-18; conforme Atos 3:20-22); o "sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (Sl 110:1:. Sl 110:4; conforme Heb 5: 5-6.); o Servo sofredor que levou os pecados de Seu povo (Is 53:4-6; conforme 1Pe 2:24.); o governante das nações (Sl. 2: 6-9.; Is 9:6); eo exaltado à destra do Pai (Sl 110:1:. Sl 110:1; conforme Atos 2:32-36; He 1:3). Essas são apenas algumas das inúmeras profecias do Antigo Testamento do Senhor Jesus cumpriu (conforme Sl 2:7; At 10:38. ; Zc 9:9; He 4:15; Sl 41:1 com Jo 13:18; Zc 13:7, Mt 26:56; Zc 11:12-13.com Matt 27:3-10; Is 53:1 com Mt 26:63; Jo 1:29; Is 52:14; Is 53:3; Jo 19:3; Jo 19:1; Sl 22:16; com Mt 27:35; Jo 20:25, Jo 20:27; Sl.. 22: 1, com Mt 27:46; Sl. 22: 7-8.com Mt 27:1 com Lc 23:34; Is 53:12 com Lc 22:37; Ex 12:46 com Jo 19:33, Jo 19:36; Zc 12:10 com Jo 19:34, Jo 19:37; Is 53:9 com Mt 11:5, 44-47; Jo 5:39) apenas um pequeno remanescente crente, em Israel estavam preparados para reconhecê-lo quando ele chegou. Entre eles estava um casal de idosos, um sacerdote comum chamado Zacarias e sua esposa estéril, Elisabete, que se tornaram os pais de precursor do Messias (Lucas 1:. 5ss).Também uma parte desse pequeno remanescente crente era um jovem casal apenas começando sua vida juntos, José e Maria, o pai terreno de Jesus e da Virgem em quem Ele foi concebido pelo Espírito Santo (Lucas 1:34-35). Os pastores que receberam o anúncio angélico do nascimento de Jesus (Lucas 2:8-20) também eram membros do remanescente crente. Todos eles eram pessoas humildes, longe dos círculos de elite do pensamento judaico, educação ou religião. No entanto, eles foram escolhidos por Deus para o serviço monumental em conexão com o nascimento do Messias.

    Nos versículos 25:38, Lucas introduziu mais dois membros do remanescente crente, que ainda testemunhou a criança verdadeira identidade de Jesus e missão: Simeão e Ana. Ambos foram avançados em anos, vivia em Jerusalém, foram associados com o templo, e foram "esperava a consolação de Israel" (v. 25), juntamente com "todos os que esperavam a redenção de Jerusalém" (v. 38) . Eles, assim como João Batista viria a ser, estavam queimando e brilhando lâmpadas (Jo 5:35) na escuridão espiritual de uma nação hipócrita e apóstata.

    SIMEON

    E havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e piedoso, esperava a consolação de Israel; e do Espírito Santo estava sobre ele. E tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E ele veio no Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para levar a cabo para ele o costume da lei, então ele tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: "Agora, Senhor, Você está liberando Seu servo partir em paz, segundo a tua palavra; e os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel. "E seu pai e sua mãe estavam admirados com o que que estavam sendo ditas sobre Ele. E Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: "Eis que este é nomeado para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal de ser oposição e uma espada trespassará a tua alma até mesmo para o fim que pensamentos de muitos corações sejam revelados "(2: 25-35).

    O relato de Lucas do seu testemunho de Jesus revela cinco coisas sobre Simeão: o seu caráter, a teologia, unção, proclamação, e de advertência.

    Personagem de Simeão

    E havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e piedoso, (2: 25a)

    Simeon , que só aparece aqui na Escritura, evidentemente viveu em Jerusalém e era mais provável um homem velho (26 conforme vv., 29). Seu nome, que significa "Deus ouviu" (Gn 29:33), era um nome comum, um que ele dividia com um dos doze filhos de Jacó (Gn 34:25) e da tribo que leva seu nome (. Nu 1:23), um antepassado de Jesus (Lc 3:30), um dos mestres na igreja em Antioquia (At 13:1).

    Mas o que se sabe sobre ele revela Simeon ter sido espiritualmente qualificado para testemunhar sobre o Messias. A descrição de Lucas dele como justo e piedoso é carregado de significado. Dizer que Simeão era justo significa que ele, como Abraão (Gn 15:6; Gl 3:11; He 12:23Eulabēs ( devoto ) tem o significado de "prudente" em grego clássico. Ele aparece no Novo Testamento apenas nos escritos de Lucas (conforme At 2:5), onde ele descreve aqueles que estão "reverente para com Deus", "temente a Deus-", ou "piedoso". Ela transmite a idéia de ser o cuidado de obedecer e honrar a Deus, a fim de levar uma vida exemplar diante dos outros. Esses dois termos indicam que Simeon não só se justifica, mas também santificados. Os dois são inseparáveis, pois, como João Calvino colocou, "Cristo ... justifica nenhum homem sem também santificando-o" ( Institutes , III, 16, 1). Nas palavras do apóstolo Paulo, Simeon "não era um judeu que é exteriormente ... [mas] um judeu que é interiormente" (Rom. 2: 28-29). Simeon tinha recebido os benefícios salvação prometida no profeta Isaías 55:6-7: "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, eo homem maligno os seus pensamentos; e deixá-lo voltar para o Senhor, e Ele terá compaixão dele, e para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar "(conforme Mic. 7: 18-19).

    Teologia de Simeão

    esperava a consolação de Israel; (2: 25b)

    Como o resto do remanescente crente, Simeon ansiosamente aguardada a vinda do Messias, que iria trazer a consolação de Israel . paraklesis ( consolação ) tem, neste contexto, a conotação de "conforto", "incentivo", ou "consolo". Simeão, tanto esperava a consolação pessoal de salvação para si mesmo e para a libertação nacional prometeu no davídica e convênios abraâmicas.

    Simeão era um homem que se importava profundamente com seu povo. Ele era como o apóstolo Paulo, que era tão apaixonAdãoente preocupado com a salvação de seus irmãos israelitas que ele escreveu: "Eu não poderia desejar que eu anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne" (Rm 9:3).

    O Messias era a personificação da esperança da nação de consolação; o único que poderia trazer consolo para Israel era o Consolador. Assim, os rabinos por vezes referido como o Messias Menachem, que significa "Consolador" ou "Consolador." Isaías em particular enfatizou o papel do Messias como um cachecol. Em Is 40:1), Ezequiel (Ez. 14: 22-23), e Zacarias (. Zc 1:17) também falam de consolação do Seu povo de Deus. A teologia de Simeão foi consistente com o Antigo Testamento promete que Deus consolar o Seu povo através da vinda do Messias.

    Unção de Simeão

    e do Espírito Santo estava sobre ele. E tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E ele veio no Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para levar a cabo para Ele o costume da lei, (2: 25c-27)

    Um equívoco comum sobre o Espírito Santo é que o seu ministério na vida do povo de Deus começou no dia de Pentecostes. Isso não é o caso, no entanto. Todos aqueles que foram salvos antes da cruz e do Pentecostes foram salvos da mesma forma como aqueles que foram salvos depois, pela graça mediante a fé (Ef. 2: 8-9). E nenhum pecador, "mortos em nossos delitos e pecados ..." (Ef 2:1). "Quem pode dizer, 'Eu tenho purificado o meu coração, estou limpo do meu pecado'", perguntou retoricamente Salomão (Pv 20:9; 1Rs 8:46; Ec 7:20; Rm 3:23.).

    As pessoas Espírito Santo condenados no Antigo Testamento de seu pecado, o arrependimento solicitado, deu a vida, provocou fé, e chamou-os a Deus. Além de seu trabalho, nenhuma pessoa em qualquer idade pode jamais ser justificado, santificado, com poderes para serviço e testemunho, compreender a Escritura, ou orar segundo a vontade de Deus. Há, no entanto, uma nova dimensão para a obra do Espírito na vida dos crentes após o Pentecostes. Como Jesus disse aos discípulos em Jo 14:17, relativa ao aumento do grau do ministério do Espírito para eles, "Ele habita convosco e estará em vós." Sob a antiga aliança, o Espírito estava presente em poder e pessoa com crentes. Mas, sob a nova aliança, Sua presença era em quem acreditou e se expressa de uma forma sem precedentes (conforme Ez. 36: 26-27). Não estava por vir para os crentes uma dádiva do Espírito pelo qual seria fornecido poder único para o ministério e evangelismo. Isso aconteceu no dia de Pentecostes, quando o Espírito foi dado aos crentes em uma nova plenitude que se tornou normativo para todos os crentes desde (Rm 8:9..).

    Nota de Lucas de que o Espírito Santo estava sobre Simeon reflete Pentecostes pré-capacitação do Espírito de pessoas para atender e falar em nome de Deus (conforme Ex. 31: 2-3.; Nu 11:25; Nu 27:18; Jz 3:9; 13 24:7-13:25'>13 24:25; Jz 14:6; Jz 15:14; 1Sm 16:13; 2 Crônicas 15:. 2Cr 15:1; 20:. 14-17; 2Cr 24:20; Mq 3:8).. Ele já gravou enchimento de João do Espírito Santo Batista (1:15), Elisabete (01:
    41) e Zacarias (1:67). Como resultado do Espírito de vir sobre Simeon tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor (isto é, o Messias). A revelação de Deus tinha concedido um privilégio muito incomum para esta nobre santo. Essa revelação deve ter aumentado a esperança messiânica de Simeon a um passo de febre, já que ele sabia que iria ser realizado em sua vida.Ele deve ter vivido em um estado constante de alegre expectativa, sabendo que cada novo dia possa trazer o Messias que ele desejava ver. Esse conhecimento também deve ter tido um efeito moderador sobre ele, motivando-o a levar uma vida piedosa.

    No dia designado por Deus, 40 dias após o nascimento de Jesus, Simeão veio no Espírito (isto é, sob a liderança do Espírito; conforme Ap 1:10; Ap 4:2para o templo . Ao contrário de naos , que refere-se ao santuário interno, o Lugar Santo e do Santo dos Santos (conforme seu uso em 1: 9, 21, 22), hieron ( templo ) refere-se ao complexo do templo como um todo. Foi lá, muito provavelmente no Pátio das Mulheres, que Simeon conheceu José e Maria, quando eles trouxeram o menino Jesus, para levar a cabo para Ele o costume da Lei (conforme a exposição de 2: 22-24 no capítulo anterior deste volume).Lucas não dar os detalhes de como eles se conheceram, já que nenhuma das partes estava procurando ou sabia que o outro. O templo, onde Deus se encontrou com o seu povo, foi uma localização adequada para ele arranjar providencialmente para Simeon para atender o homem-Deus, Jesus Cristo.

    Proclamação do Simeon

    então ele tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: "Agora Senhor, Você está liberando Seu servo partir em paz, segundo a tua palavra; e os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel. "E seu pai e sua mãe estavam admirados com o que que estavam sendo ditas sobre Ele. (2: 28-33)

    Tendo conhecido José, Maria e Jesus, Simeão tomou Jesus em seus braços . É difícil imaginar como emocionado ele deve ter sido quando ele percebeu que as promessas de Deus tinha se tornado realidade.Salvação tinha chegado a Israel, e ele estava segurando a consolação de Israel, o Messias, em seus braços. Oprimido com alegria e gratidão, Simeão abençoou Deus .

    Sua canção de louvor (conforme 1: 41-45, 46-55, 67-79; 2: 13 14:38) é conhecido como o Nunc Dimittis ( Agora Senhor ), a partir das duas primeiras palavras do hino em latim . Deus estava lançando seu servo para partir (morrer) em paz, de acordo com a Sua palavra de promessa revelada a Simeon pelo Espírito Santo. Sua esperança cumprida, a sua alegria completa, com o coração em paz, Simeon, estava disposta a morrer. Com seus próprios olhos que ele tinha visto de Deus a salvação , personificada no menino Jesus (conforme 1:69; 2:11). Ele entendeu que a salvação para Israel envolveu muito mais do que a libertação nacional prometido pelos convênios abraâmicas e davídicos, cujas bênçãos não serão integralmente realizados até que o reino milenar. Na encarnação, Jesus não veio para salvar o seu povo dos seus inimigos, mas de seus pecados (Mt 1:21;. Conforme At 4:12).

    Próxima declaração de Simeão iria chocar sensibilidades judaicas. Ferozmente orgulhosos de seu status como os escolhidos de Deus, o povo da aliança, os judeus acreditavam Messias era o seu libertador.Eles assumiram Ele estabeleceria seu reino, que passaria então a reger os gentios infiéis. A verdade de que Deus tinha preparado a salvação na presença de todos os povos , e que o Messias seria uma luz para revelação aos gentios (conforme At 26:23), bem como a glória de Deus povo de Israel (conforme Is 46:13), ia contra todos os seus preconceitos. Mesmo depois da ressurreição, os apóstolos ainda não entendeu. Pouco antes de o Senhor subiu ao céu ", eles estavam pedindo-lhe, dizendo: Senhor, é nesse momento que você está restaurando o reino de Israel?" (At 1:6). Mas a salvação é oferecida a todos os homens, judeus e gentios, já que Cristo "fez os dois grupos em um e quebrou a barreira da parede divisória" (Ef 2:14) e "não há judeu nem grego, não há nem escravo nem homem livre, não há homem nem mulher; para [crentes] todos são um em Cristo Jesus "(Gl 3:28).

    Assim, o Senhor ordenou que "o arrependimento para a remissão dos pecados seria proclamado em seu nome a todas as nações, começando por Jerusalém" (Lc 24:47; conforme Mt 28:19-20.).

    Falando profeticamente do ministério do Messias Isaías escreveu:

    Mas não haverá mais tristeza para ela que estava na angústia; em épocas anteriores Ele tratou a terra de Zabulon ea terra de Neftali com desprezo, mas mais tarde virá o glorioso o caminho do mar, do outro lado do Jordão, a Galiléia dos gentios. As pessoas que andam em trevas verá uma grande luz; aqueles que vivem em uma terra escura, a luz brilhará sobre eles. (Isaías 9:1-2; conforme Mt 4:12-16.).

    De acordo com Is 42:6, Deus declarou:". A lei vai adiante de mim, e eu porei a minha justiça para a luz dos povos. Minha justiça está perto, Minha salvação foi adiante, e meus braços julgarão os povos; as ilhas vai esperar por mim, e para meu braço que vão aguardar com expectativa. "Is 52:10 notas que" o Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações, para que todos os confins da terra verão a salvação . do nosso Deus "Em Isaías 60, Deus mais uma vez se dirigiu ao seu servo, o Messias:

    Levanta-te, brilhar; para sua luz veio, ea glória do Senhor subiu em cima de você. Pois eis que as trevas cobrirão a terra e profunda escuridão os povos; mas o Senhor vai subir em cima de você e Sua glória vai aparecer em cima de você. Unidas vai chegar a sua luz, e os reis ao esplendor da tua aurora. (60: 1-3)
    Com cada confirmação da verdadeira identidade de seu filho, de José e Maria espanto cresceu. Depois de ouvir a canção de louvor de Simeão, eles foram surpreendidos com as coisas que estavam sendo dito sobre ele . Seu filho, em todos os sentidos um bebê humano normal, era o Divino Salvador do mundo, o Messias que iria cumprir todas as promessas do Antigo Testamento da salvação e bênção.

    Aviso de Simeão

    E Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: "Eis que este é nomeado para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal de ser oposição e uma espada trespassará a tua alma até mesmo para o fim que pensamentos de muitos corações sejam revelados "(2: 34-35).

    Depois que ele terminou seu hino de louvor, Simeon virou-se para o jovem casal e abençoou -os. Mas a euforia José e Maria estavam experimentando foi abruptamente temperada por um aviso chocante dada por Simeon-primeira nota negativa no evangelho de Lucas. Ele antecipa a oposição Jesus teria de enfrentar, culminando em sua rejeição pela nação e crucificação.

    Simeon dirigiu suas palavras a Maria . Foi particularmente importante para ela para ouvi-los, para que ela não ficaria surpreso quando a hostilidade para com seu Filho se manifestou. José aparentemente não estaria por perto para testemunhar que a hostilidade. Após o incidente na Páscoa, quando Jesus tinha doze anos (Lucas 2:41-51), José desaparece 'conta de Jesus' vida e ministério dos Evangelhos.Sempre que Maria aparece (por exemplo, João 2:1-11), ela é sem José. Além disso, quando Jesus foi rejeitado pelo povo de sua cidade natal, Nazaré, eles mencionaram sua mãe, irmãos e irmãs, mas não seu pai (13 55:40-13:56'>Mat. 13 55:56). A presunção, então, é que José morreu antes ministério público de Jesus começou.

    Simeão falou primeiro da separação, declarando que esta criança é nomeado para queda e elevação de muitos em Israel . Ele está destinado a ser o determinante do destino do povo (conforme João 1:9-13).Como Ele solenemente advertiu: "Você acha que eu vim para conceder paz à terra? Digo-vos que não, mas antes dissensão "(Lc 12:51; conforme Jo 3:36; Jo 8:24; 14:.. Jo 14:6; At 4:12; 1Co 3:11; 1Tm 2:5; I João 5:11-12). Não só alguns gentios ser salvo, mas também alguns judeus iria tropeçar Ele e cair em juízo, e da perdição, cumprindo assim a profecia de Isaías:

    Ele é o Senhor dos exércitos quem você deve considerar como santo. E Ele será o seu medo, e ele será seu pavor. Em seguida, ele se tornará um santuário; mas, às duas casas de Israel, uma pedra de greve e uma pedra para tropeçar, e em laço, e uma armadilha para os habitantes de Jerusalém. Muitos vão tropeçar-los, então eles vão cair e ser quebrado; eles vão mesmo ser enlaçados e capturados. (13 23:8-15'>Is 8:13-15; conforme Mt 21:1; I Pedro 2:7-8.)

    Só o remanescente crente seria subir para a vida eterna no céu:

    [Deus] nos ressuscitou com Ele, e nos fez assentar com Ele nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para que nos séculos vindouros, mostrar a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. (Ef. 2: 6-8)

    Não só Jesus trazer a separação, mas Ele também seria um sinal para ser oposição . Como em Mt 25:31, o sinal é o Filho do Homem-sinalizando a chegada de presença reino, o poder ea pessoa. Em oposição traduz uma forma do verbo antilegō , que significa "falar contra", "rejeitar", " negar ", ou" contradizer "-todos que descrevem bem a insultos, abusos, escárnio e ódio, culminando em sua crucificação, que Jesus enfrentou a partir de Israel descrente. Rejeição de Jesus Cristo de Israel é um tema importante do evangelho de Lucas (4: 28-30; 13 31:35-19:47; 20: 14-20).

    Rejeição violentos do país do seu Filho causaria Maria sofrer. Simeon graficamente imaginou a dor e sofrimento que ela iria aguentar quando ele disse a ela, "uma espada traspassará mesmo a sua própria alma." O sofrimento de Maria começou quando o filho começou a distanciar-se dela. Quando Seus pais preocupados finalmente o encontrou, depois de três dias de busca, Jesus ", disse-lhes:" Por que é que você estava procurando por mim? Você não sabia que eu tinha que estar na casa de meu Pai? "(Lc 2:49). Nas bodas de Cana, Ele não se dirigir a ela como "mãe", mas com o termo "mulher" educado, mas formais (Jo 2:4). O sofrimento de Maria culminou na cruz, enquanto observava seu filho sofrer e morrer (Jo 19:25).

    fim resultado da rejeição de Jesus de Israel era que os maus pensamentos de muitos corações iria ser revelado . "Este é o julgamento", disse Jesus a Nicodemos: "que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (Jo 3:19). Jesus era a luz que brilha nas trevas (conforme Jo 1:5.), Deborah (Jz 4:4) teve um ministério profético em curso como Isaías, Jeremias, Ezequiel, e o outros profetas do sexo masculino fez. A quarta, Noadias (Ne 6:14), foi uma falsa profetisa. A esposa de Isaías foi descrita como uma profetisa (Is 8:3; Ed 8:23; Ne 1:4; Dn 9:1; At 13:3); o jejum é a abnegação que acompanha oração apaixonada. Anna era singularmente e completamente dedicado ao serviço e adoração a Deus; , uma mulher de Deus, tais devoto era um testemunho apropriado para Jesus.

    Em tempo providencial de Deus, naquele momento -enquanto Simeon estava proferindo seu hino profético de louvor- ela veio para o pequeno grupo. Em seu jeito discreto típico, Lucas não deu detalhes sobre a reunião ou do que aconteceu entre o tempo Anna chegou e quando ela começou a dar graças. Certamente Simeão, a quem ela provavelmente sabia que, junto com José e Maria, deve ter dito a ela que estava o menino. Mas Lucas apenas observou que Anna deu graças a Deus por Jesus o bebê. Todos os longos anos de apaixonAdãoente peticionando Deus deu lugar a uma explosão de louvor alegre. Hers, embora as palavras não foram gravadas, é o último hino de louvor no relato de Lucas do nascimento de Cristo, juntamente com os de Elisabete (1: 41-45), Maria (1: 46-55), Zacarias (1: 67— 79), os anjos (2: 13-14), e Simeão.

    O depoimento de Anna de Jesus não terminou com este incidente. Em vez disso, a partir de seu lugar dentro do templo, ela continuou a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém; isto é, o remanescente crente, todo mundo que antecipou que o Senhor iria visitar o seu povo com a salvação, que acreditavam que as promessas feitas pelos profetas seriam cumpridas, e olhou para as bênçãos do Abraão, Davi, e da Nova Aliança para ser realizado.

    16. A Criança surpreendente que era Deus (Lucas 2:39-52)

    Quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. A criança continuou a crescer e tornar-se forte, crescendo em sabedoria; ea graça de Deus estava sobre Ele. Agora, seus pais iam a Jerusalém todos os anos na Festa da Páscoa. E quando Ele se tornou doze anos, eles foram até lá, segundo o costume da festa; e como eles estavam retornando, depois de passar o número total de dias, o menino Jesus ficou em Jerusalém. Mas seus pais não estavam cientes disso, mas supostamente ele seja na caravana, e foi um dia de viagem; e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Quando eles não o encontraram, voltaram a Jerusalém procurando por ele. Então, depois de três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. Quando o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: "Filho, por que nos tratou dessa maneira? Eis que teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura. "E disse-lhes:" Por que é que você estava procurando por mim? Você não sabia que eu tinha que estar na casa de meu Pai? "Mas eles não entenderam a declaração, que tinha feito com eles. Em seguida, desceu com eles, e foi para Nazaré, e ele continuou em sujeição a eles; e Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E Jesus continuou a aumentar em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens. (2: 39-52)

    A história registrou algumas crianças realmente incrível, crianças prodígio que realizaram feitos surpreendentes. No início do século XVIII, Jean Louis cardíaca, conhecida como a "criança maravilha", foi dito que recitou o alfabeto com a idade de três meses. Com a idade de quatro anos, ele ler em latim, grego e hebraico, e traduzido Latina em Inglês e Francês. Cristão Friedrich Heinecken, conhecido como o "bebê de Lubeck," foi contemporâneo de Cardiologia. Ele teria conhecia os principais eventos registrados na Bíblia pelo tempo que ele tinha um ano de idade. Em três anos de idade, ele estava familiarizado com a história do mundo e geografia, bem como latim e francês. Sem dúvida, o mais famoso menino prodígio da época era o compositor Wolfgang Amadeus Mozart. O jovem Mozart começou a tocar o teclado de ouvido com a idade de três. Até o momento ele tinha seis anos, ele começou a compor suas próprias peças. Com a mesma idade Mozart, juntamente com sua irmã mais velha, começou a turnê pela Europa, dando a ambos os concertos privados para a nobreza, e também concertos públicos. Aos oito anos, ele compôs sua primeira sinfonia.

    O notável filósofo do século XIX, João Stuart Mill, também foi uma criança prodígio. Sob a tutela rigorosa de seu pai, João aprendeu grego com a idade de três. Com a idade de oito anos, ele começou a aprender latim, geometria e álgebra. Outro fenômeno criança do século XIX era Truman Henry Safford, conhecido por suas notáveis ​​poderes de cálculo. Quando os dez anos de idade Safford foi desafiado a calcular o quadrado de 365.365.365.365.365.365 em sua cabeça, ele fez isso em menos de um minuto. Por volta dessa mesma idade Safford inventou um novo método de cálculo levantes e as configurações da lua, que foi significativamente mais rápido do que o existente.
    William Tiago Sidis (1898-1
    944) era filho de um psicólogo formado em Harvard. Ele é considerado como uma das pessoas mais inteligentes que já viveram, com um QI estimado em mais de 200. De acordo com seu biógrafo, Sidis estava lendo o New York Times com a idade de 18 meses, e que tinha se ensinou latim, grego, francês, russo, alemão, hebraico, turco e armênio pelo tempo que ele tinha oito anos.Aos onze anos ele entrou Harvard, onde lecionou a Sociedade Matemática de Harvard sobre corpos de quatro dimensões.

    Uma das crianças prodígio contemporâneos mais notáveis ​​é Kim Ung-Yong, nascido na Coréia do Sul, em 1963. Na época ele tinha quatro anos, ele era capaz de ler coreano, japonês, alemão e Inglês, e naquela mesma idade resolvido cálculo complicado problemas na televisão japonesa. Kim veio para os Estados Unidos com a idade de sete anos, a convite da NASA, e ganhou um PhD em física antes de completar dezesseis anos.
    Mas as realizações destes e de todas as outras crianças prodígio combinados são insignificantes em comparação com um menino de doze anos de idade, chamado Jesus. Nenhum gênio humano, não IQ superior a 200, não há proezas precoces de aprendizagem pode se comparar com a mente e as capacidades da criança que era Deus encarnado infinito. Em um relato dramático e comovente do único incidente registrado da infância de Jesus, Lucas revela do Suas próprias palavras que a criança era Deus.
    Lucas já apresentou testemunho convincente de que Jesus Cristo era o Filho de Deus (01:35), aquele através de quem Deus iria redimir e salvar o seu povo (1: 68-69, 78-79; 2: 10-11, 27— 32, 34, 38). Mas nesta passagem, ele virou-se do testemunho de outras pessoas com o testemunho da própria criança. O relato de Lucas revela claramente que, com a idade de doze anos, Jesus já possuía uma compreensão completa de Sua natureza e missão; Ele era o Filho de Deus, venha a fazer a vontade do Pai.
    Neste incidente apenas gravado a partir de infância de Jesus, temos as únicas palavras que ele é gravado para ter dito antes do início do seu ministério público. Inclusão dele é Lucas significa sua importância monumental. Identidade de Jesus como o Filho de Deus encarnado não era algo imposta a ele por expectativas messiânicas judaicas, ou inventado por seus seguidores. Também não era algo que Ele assumiu para si quando começou Seu ministério público. Foi Sua verdadeira identidade, que Ele tinha tido conhecimento de por a idade de 1218 anos antes de Seu ministério público começou.
    Depois de apresentar os testemunhos de Simeão e Ana (2: 25-38), Lucas observou que , quando eles (José e Maria) havia realizado tudo de acordo com a Lei do Senhor que eles (conforme vv 22-24.) voltou para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré . Mas entre os versículos 38:39 uma parte muito importante da narrativa nascimento ocorreu. Foi depois de seu encontro com Simeão e Ana, no templo e antes do seu regresso a Nazaré que os magos visitaram José, Maria e Jesus (Mt 2:1-12.) E eles fugiram para o Egito para escapar da fúria assassina de Herodes (vv . 13-15), que culminou com a sua brutal massacre dos bebés do sexo masculino nas proximidades de Belém (vv. 16-18). Foi só depois da morte de Herodes que José, Maria e Jesus voltou a Nazaré (vv. 19-23).

    Este breve passagem contém tudo o que se sabe sobre a vida de Jesus Cristo desde sua infância até o início de Seu ministério público. Duas declarações que resumem os anos de silêncio de sua infância e sua vida adulta em Nazaré entre parênteses o incidente em Jerusalém quando tinha doze anos, que é o principal impulso desta passagem.

    OS ANOS SILENCIOSOS DA INFÂNCIA

    A criança continuou a crescer e tornar-se forte, crescendo em sabedoria; ea graça de Deus estava sobre Ele. (02:40)

    Escritura passa sobre a infância de Jesus, em silêncio, em contraste com as lendas fantasiosas registrados nas invenções apócrifos de uma fantasia de infância. A última faixa de ter Jesus realizar truques do mágico (por exemplo, transformando pássaros de barro para os vivos) ou atos maliciosos completamente inconsistente com o Seu caráter como revelado na Bíblia (por exemplo, matar outra criança que esbarrou nele, então marcantes pais da criança cega para queixando-se de José e Maria).
    A afirmação de que a criança continuou a crescer demonstra que Jesus era plenamente humano. Ele desenvolveu como todas as crianças se desenvolvem, embora não afetada pelo pecado. A frase se tornar forte deve ser tomado gramaticalmente com a seguinte frase, crescendo em sabedoria . Para ter certeza, Jesus possuía uma força física original por causa de sua impecabilidade. Mas a ênfase primária de Lucas é no desenvolvimento espiritual de Jesus, como Ele venceu em sabedoria, até que, como o texto grego diz literalmente: ele era "cheio de sabedoria", a profunda sabedoria da mente de Deus. Jesus não possuía todos os que o conhecimento como um bebê, criança, jovem ou criança. Mas pelo tempo que ele tinha doze anos, a plenitude da sabedoria divina tinha vindo a ser concretizadas em sua mente. Uma característica da encarnação de Cristo foi que ele abandonou o controle de Seu uso de suas prerrogativas divinas para o Espírito Santo, que mediou entre a sua divindade e sua humanidade. Até o momento ele chegou a doze, o Espírito tinha divulgado a compreensão de sua identidade e missão.

    He 5:8).

    Não só foi Jesus encheu-se com a sabedoria de Deus, mas também a graça de Deus estava sobre Ele . João o descreve como "cheia de graça" (1:14). A graça em vista aqui não é, evidentemente, a economia, resgatando graça que Deus concede aos pecadores indignos, uma vez que Jesus não tinha pecado. Em vez disso, foi o favor de Deus concedido a seu "filho amado, em [quem é] bem satisfeito" (Lc 3:22). Ele era tanto o destinatário da graça como favor merecia eo doador da graça como favor imerecido.

    No momento em que Jesus completou doze anos, Ele teve uma compreensão completa de sua verdadeira identidade. Ele entendeu completamente a sabedoria de Deus e sua aplicação para a missão para a qual Deus havia enviado ao mundo. William Hendriksen escreve: "O desenvolvimento desta criança era, portanto, perfeita, e isso ao longo de cada linha: físico, intelectual, moral, espiritual; para do início ao fim o progresso era perfeita e desimpedido pelo pecado, seja hereditária ou adquirida. Entre o menino Jesus e seu Pai ... houve perfeita harmonia, amor sem limites "( O Evangelho de Lucas , New Testament Commentary [Grand Rapids: Baker, 1978], 180).

    O INCIDENT AT AGE DOZE

    Agora, seus pais iam a Jerusalém todos os anos na Festa da Páscoa. E quando Ele se tornou doze anos, eles foram até lá, segundo o costume da festa; e como eles estavam retornando, depois de passar o número total de dias, o menino Jesus ficou em Jerusalém. Mas seus pais não estavam cientes disso, mas supostamente ele seja na caravana, e foi um dia de viagem;e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Quando eles não o encontraram, voltaram a Jerusalém procurando por ele. Então, depois de três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. Quando o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: "Filho, por que nos tratou dessa maneira? Eis que teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura. "E disse-lhes:" Por que é que você estava procurando por mim? Você não sabia que eu tinha que estar na casa de meu Pai? "Mas eles não entenderam a declaração, que tinha feito com eles. Em seguida, desceu com eles, e foi para Nazaré, e ele continuou em sujeição a eles; e Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. (2: 41-51)

    O incidente que compreende a maior parte da passagem encontra Jesus à beira da idade adulta, 12 anos depois de sua apresentação no templo (2: 22-38). É uma história poderosa e comovente, e um profundo testemunho por Jesus a sua verdadeira identidade como o Filho de Deus (v 49.); Ainda não há nada de milagroso ou sobrenatural nisso.
    O incidente começou na Páscoa durante décimo segundo ano de Jesus. José e Maria, como um casal devoto, foi a Jerusalém todos os anos na festa da Páscoa para comemorar com a libertação da nação de Deus da escravidão do Egito (Ex. 12: 1-51). Páscoa era uma das três grandes festas anuais em Israel, juntamente com o Pentecostes e Tabernáculos. Imediatamente após o dia da Páscoa foi a sete dias de duração festa dos pães ázimos. Todo o período de oito dias se tornou conhecido coletivamente como a Páscoa.

    De acordo com Ex 23:1734: 22-23; e Dt 16:16, todos os homens judeus foram obrigados a assistir as três grandes festas. Mas, no primeiro século, a dispersão de muitos judeus fora da Palestina tinha feito que impraticável. Consequentemente, muitos homens judeus vieram a Jerusalém apenas para a Páscoa. As mulheres não eram obrigados por lei a comparecer (embora alguns rabinos encorajou fortemente a fazê-lo); para uma mulher para participar da festa foi considerado um sinal de devoção espiritual incomum.

    Como faziam todos os anos, o ano em que Jesus tornou-se doze José e Maria subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa . A viagem de Nazaré era uma árdua um dos cerca de 80 milhas, com duração de três ou quatro dias. Eles não viajar sozinho, mas com uma grande companhia de pessoas em uma caravana (v. 44). Para viagem a Jerusalém em um grupo ofereceu tanto a oportunidade para a comunhão e proteção contra a ameaça de salteadores de estrada. Essas caravanas incluiria também as crianças, uma vez que os rabinos ensinaram que a Páscoa deveria ser uma festa de família (conforme Ex 12:26-27.).

    Quando chegaram em Jerusalém, José, Maria e Jesus teria encontrado a cidade repleta de centenas de milhares de companheiros peregrinos, que teria tentado encontrar hospedagem e um lugar para celebrar a Páscoa, juntamente com a compra de seus animais para o sacrifício. A cidade teria sido preenchido com o ruído de centenas de milhares de ovelhas, que os sacerdotes teriam sido ocupado massacrar.Mendigos, sem dúvida, vestidos com suas roupas mais esfarrapadas, teria sido lançado em vigor. Soldados romanos teria sido em patrulha, empurrando com as multidões e tentando manter alguma aparência de ordem. José teria levado cordeiro da família para ser sacrificado, e só se pode imaginar o que passou pela mente de Jesus, sabendo que Ele era o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29). Toda a cena frenética em Jerusalém deve ter feito uma profunda impressão sobre ele.

    Esta Páscoa especial foi especialmente significativo para Jesus. Meninos judeus tornou-se responsável perante a lei de Deus, aos treze anos, uma transição mais tarde marcada pela cerimônia conhecida como Bar Mitzvah ("filho da lei" ou "aliança"). O último par de Páscoas antes de um menino de treze anos foram particularmente importantes para prepará-lo para a sua responsabilidade para com a lei.
    Lucas não descrever todas as características de que a Páscoa, mas pegou a história depois, quando José, Maria e Jesus estavam retornando a Nazaré. O parecer de lado que José e Maria deixaram Jerusalém, depois de passar o número total de dias há na verdade uma outra afirmação da sua devoção às coisas de Deus. Em contraste com a maioria das pessoas, que ficaram para apenas uma parte da celebração de oito dias, José e Maria ficou o tempo todo.

    Em vez de retornar com os outros, o menino Jesus ficou em Jerusalém . Nada foi dito a seus pais , que não sabiam disso, mas supostamente ele seja na caravana . Não foi até o final do primeiro dia de viagem que José e Maria percebeu que Jesus estava faltando e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos . Mas os seus piores receios foram confirmados; Jesus não estava com a caravana.Quando eles não encontrá-lo , José e Maria passaram uma noite ansioso antes eles voltaram na manhã seguinte a Jerusalém procurando por Ele .

    Estada de Jesus para trás não era um ato de desobediência a Seus pais, nem foi irresponsabilidade da sua parte. Eles nunca antes tinha conhecido ele fazer qualquer coisa diferente do que eles esperavam que Ele fizesse. Ele foi responsável, obediente, sensível, pensativo; em todos os sentidos perfeitamente sem pecado. Este ato, no entanto, marcou uma transição. Jesus estava se movendo de responsabilidade de seus pais terrenos a responsabilidade para com Deus (veja a discussão sobre v. 49 na página seguinte).
    Finalmente, depois de três ansiosos dias (um dia de viagem de distância de Jerusalém, um dia de volta, e um dia à procura de Jerusalém para Jesus) José e Maria encontraram Jesus no templo .Incrivelmente, Ele estava sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os . Este foi um cenário típico, tradicional para o ensino em Israel. Os professores seria sentado, com os alunos, sentado no meio deles. Só aqui é que Lucas usar didaskalos para se referir a judeus professores; no resto do seu evangelho, o termo é reservado para João Batista (3:
    12) ou Jesus. Ninguém é chamado de "professor" depois de Jesus tornou-se o professor.

    Muitos professores eminentes teria sido em Jerusalém para a Páscoa. Jesus aproveitou a oportunidade, que nunca teria sido dada a ele em minúsculo, insignificante Nazaré, ao diálogo com algumas das maiores mentes do judaísmo. Ele tinha um ardente, apaixonado, consumindo interesse na Palavra de Deus, e deve ter queria ouvir as suas opiniões sobre o Antigo Testamento, especialmente profecia messiânica, o sistema sacrificial, e da Lei. O método de diálogo era o padrão habitual para o ensino no judaísmo e foi contratado pelo apóstolo Paulo (At 17:2; conforme Jo 4:34; Jo 5:30; Jo 6:38, Jo 6:42). Como tal, Ele estava sob a autoridade de seu Pai celestial, não seus pais terrenos.

    O ensino bíblico de que Jesus é o Filho de Deus é clara e inequívoca. O anjo disse a Maria antes do nascimento de Jesus que Ele "será chamado Filho de Deus" Lc 1:35). Jesus muitas vezes se refere a si mesmo como o Filho de Deus ou reclamado que Deus era seu Pai (por exemplo, 10: 21-22; João 6:39-40; 8: 18-19, 28-29, Jo 8:38, Jo 8:49; Ap 2:18), Nathaniel (Jo 1:49), os doze apóstolos (Mt 14:33.), Marta (Jo 11:27), Paulo (At 9:20; Rm 1:4; Gl 2:20; Ef 4:13), o escritor de Hebreus (He 4:14; 6:... He 6:6; He 7:3), eo apóstolo João (Jo 20:31; 1Jo 4:15; 1Jo 5:5, 1Jo 5:12, 1Jo 5:13, 1Jo 5:20) filiação divina tudo Jesus afirmou. Mesmo Satanás (Lc 4:3), os demônios (Mt 8:29; Lc 4:41), e um centurião romano (Mt 27:54) reconheceu que Jesus é o Filho de Deus.

    Foi a afirmação de Jesus é o Filho de Deus acima de tudo que enfureceu seus oponentes judeus e conduziu a sua execução. Em Jo 5:17, Jesus defendeu Sua cura de um homem aleijado no sábado, dizendo: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." As autoridades judaicas ficaram indignados, e como João observou no versículo 18: " Por esta razão, portanto, os judeus procuravam ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. "Em Jo 10:36, que o acusavam de blasfêmia por chamar-se Filho de Deus.No julgamento simulado de Cristo era a Sua afirmação de que Ele era o Filho de Deus que deu o Sinédrio a desculpa de declará-lo culpado de blasfêmia e, portanto, merecedores de morte (Matt. 26: 63-66).Depois de Pilatos pronunciada Jesus inocente "Os judeus responderam-lhe: 'Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque Ele se fez por ser o Filho de Deus" (Jo 19:7, Mt 27:43).

    A alegação da razão Jesus é o Filho de Deus, enfureceu os líderes judeus é que tal afirmação, uma vez que entendeu perfeitamente, foi uma reivindicação de divindade, a plena igualdade com Deus. O título Filho de Deus descreve Jesus como a segunda pessoa da Trindade encarnado, Deus. O rico sentido pleno, do Filho título de Deus não é evidente a partir do conceito de Inglês de filiação. Em "filho" Jewish cultura denotado mais do que apenas uma descendência masculina. Uma criança pequena, menor de idade foi considerado um menino; somente quando aquele menino tinha-se tornado um adulto ele era um filho no sentido mais pleno. Foi então que ele se tornou igual a seu pai nos termos da lei e em termos de responsabilidade do adulto, e recebeu os privilégios que seu pai tinha reservado para ele. "Filho", neste sentido mais técnico, passou a significar "igual" ou "um com".

    Há uma série de exemplos na Escritura onde "filho" identifica a natureza de uma pessoa. O nome de Barnabé significa "filho da exortação," ele foi muito encorajador que ele foi identificado com o incentivo.Jesus chamou Tiago e João "filhos do trovão" (Mc 3:17), identificando-as com esse termo por causa de suas personalidades bombásticas. Da mesma forma, Ele descreveu algumas pessoas como "filho [s] do inferno" (Mt 23:15), porque eles tinham as características daqueles que são o inferno vinculado. Da mesma forma, tanto Judas (Jo 17:12) e o Anticristo (2Ts 2:3 descreve-os como "filhos do maligno" (conforme Jo 8:44). Lc 16:8 os chama de "filhos da ressurreição."

    Significa "filho" nos exemplos anteriores não se referem à origem, mas a natureza. O termo é usado para se referir a Jesus Cristo para estabelecer o seu ser da mesma essência e natureza, com os mesmos direitos e privilégios, como o próprio Deus. Como mencionado acima, os líderes judeus entendeu perfeitamente que a pretensão de ser o Filho de Deus, Jesus estava reivindicando divindade e de plena igualdade com o Pai.
    Alguns podem argumentar que os termos "unigênito" ( monogenes ; Jo 1:14, Jo 1:18; Jo 3:16, Jo 3:18; 1Jo 4:9; Cl 1:15. , Cl 1:18; He 1:6).:. 12; conforme Rm 9:7 e Ap 1:5, Deus se refere a Israel como seu primogênito; embora Israel não foi a primeira nação a entrar em existência cronologicamente, ela foi a primeira entre as nações em preeminência.

    Argumentar que os termos "primogênito" e "unigênito" significa que Jesus era um ser criado é contraditória. Jesus não poderia ser tanto o "unigênito" e do "primogênito". Nem Ele poderia ser o criador do universo (Cl 1:16) se ele próprio fosse um ser criado.

    José e Maria não totalmente compreender a profunda declaração que Jesus tinha feito com eles . Eles entenderam que Ele era o Messias, o Filho de Davi, concebido no ventre de uma virgem, pelo poder do Espírito Santo. Mas o sentido pleno da sua filiação divina iludiu. Esta não seria a última vez que seus seguidores não conseguem entender o que Jesus estava dizendo (conforme Lucas 9:44-45; Lc 18:34; Jo 10:6).

    Mas o tempo de Jesus a deixar autoridade de seus pais ainda não tinham chegado, então Ele desceu com eles e foi para Nazaré, e ele continuou em sujeição a eles . Seu relacionamento com o Pai celeste ainda não revogar sua responsabilidade de obedecer seus pais terrenos. Sua obediência ao quinto mandamento era uma parte essencial de perfeita obediência de Jesus à lei de Deus.

    Aqui foi o primeiro cumprimento de aviso de Simeão a Maria em 2:35, enquanto ela guardava todas estas coisas no seu coração . Ela tinha muito o que pensar como ela ponderou resposta incrível de Jesus. Maria teve que perceber que seu filho era seu Salvador, e ela teria que trocar a sua autoridade parental sobre a Ele por Sua autoridade divina sobre ela. A espada atravessaria seu coração novamente mais tarde em sua última aparição no evangelho de Lucas (8: 19-21), quando Jesus se distanciou de seu relacionamento humano com ela e seus irmãos (conforme 11, 27-28). Em última análise, a espada atravessaria o coração de Maria, enquanto observava seu filho sofrer e morrer na cruz.

    O ADULTO ANOS DE NAZARÉ

    E Jesus continuou a aumentar em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens. (2:52)

    Esta declaração resumo revela tudo o que se sabe sobre os 18 anos que Jesus passou em Nazaré da idade de doze anos para o início do Seu ministério público com a idade de trinta (3:23). O aumento traduz uma forma do verbo prokoptō , o que significa "progredir" ou "para avançar." No mistério insondável da encarnação, quando Jesus "esvaziou-se, tomando a forma de um servo, e [foi] feito à semelhança de homens" (Fm 1:2). A referência à Sua constatação favor com homem descreve sua crescente maturidade social e o respeito que ele ordenou.

    A questão de saber por que Jesus precisava para viver todos esses anos, em vez de simplesmente vir à terra, morrendo como um substituto para o pecado, ressuscitar dentre os mortos, e subindo de volta para o céu. A resposta é que Ele tinha que viver uma vida perfeitamente justo e "cumprir toda a justiça" (Mt 3:15), e, assim, vir a ser o sacrifício perfeito para tomar o lugar dos pecadores (1Pe 3:18). Só então a sua justiça ser imputada aos crentes e seus pecados colocados sobre Ele. Quando Paulo escreveu em 2Co 5:21 que Deus fez "Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus nele", ele expressou os dois aspectos da expiação substitionary de Cristo. Jesus não só suportar pecados dos crentes, Deus também imputada a Sua justiça para eles. Dito de outra maneira, Deus tratou a Cristo como se ele tivesse vivido vidas pecaminosas dos crentes, e os crentes como se tivessem vivido a sua vida perfeitamente justo. Jesus viveu uma vida perfeitamente justo, desde a infância até a idade adulta, para que Sua vida justa poderia ser imputada aos crentes. A salvação vem somente para aqueles que não têm uma "justiça de [seu] derivada da Lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus com base na fé" (Fp 3:9), ambos com pecados dos crentes imputada a Ele e proporcionar uma vida digna de ser imputada a eles.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 1 até o 52

    Lucas 2

    A viagem a Belém — Luc. 2:1-7

    Os pastores e os anjos — Luc. 2:8-20

    Observância das antigas cerimônias - Luc. 2:21-24 Um sonho realizado — Luc. 2:25-35

    Uma encantadora velhice Luc. 2:36-40 Descoberta cedo na vida — Luc. 2:41-52

    A VIAGEM A BELÉM

    Lucas 2:1-7

    No Império Romano se realizavam censos periódicos com duplo objetivo: para impor as contribuições e para descobrir aqueles que

    podiam cumprir o serviço militar obrigatório. Os judeus estavam isentos do serviço militar, e, portanto, o censo na Palestina tinha um propósito predominantemente impositivo. Com respeito a estes censos, temos

    informação bem definida do que acontecia no Egito; e é quase seguro que o que passava ali, também acontecia em Síria, e Judéia era parte desta província.

    A informação que temos provém de documentos escritos sobre papiros e descobertos entre o pó em cidades e vilas egípcias e nas areias do deserto. O recenseamento era feito a cada quatorze anos. encontraram-se documentos de cada censo entre 20 d. C. e 270 d. C.

    Se se respeitava o prazo de quatorze anos, então o censo em Síria deve ter sido no ano 8 A. C. e portanto Jesus deve ter nascido esse ano. Pode ser que Lucas tenha cometido um pequeno engano. Cirênio não foi governador de Síria até o ano 6 A. C., mas teve um posto oficial nessa zona com antecedência, entre os anos 10:7 A. C. e o censo deve ter sido tomado durante esse período. Os críticos questionaram o fato de que todos deviam retornar à sua cidade de origem para ser recenseados; mas existe um decreto de governo no Egito que diz:

    Gaio Vibio Máximo ordena: devido a que chegou o momento de recensear, é-nos necessário obrigar a todos aqueles que por qualquer causa residem fora de seus distritos a retornar a seus lares, para que cumpram com o censo e para que também atendam diligentemente o cultivo de suas parcelas.

    Se isto acontecia no Egito, bem podia acontecer na Judéia onde se respeitava a velha linhagem tribal, e os homens tinham que ir aonde residia sua tribo. Este é um exemplo de como um maior conhecimento demonstrou a exatidão do Novo Testamento.

    A distância entre Nazaré e Belém era de uns cento e vinte quilômetros. As comodidades que se ofereciam aos viajantes eram muito

    primitivas. A estalagem oriental estava composta por uma série de casinhas que davam a um pátio comum. Os viajantes levavam sua

    própria comida; tudo o que outorgava o hospedeiro era forragem para os animais e fogo para cozinhar. A cidade estava repleta e não havia lugar para a Maria e José. Portanto seu filho nasceu no pátio comum. As

    fraldas consistiam em um tecido quadrado com uma tira longa que saía diagonalmente de uma ponta. O menino era envolto no tecido e logo se enrolava na tira. A palavra que traduzida manjedoura, significa o lugar

    onde se alimentavam os animais: também poderia referir-ser ao estábulo.

    O fato de que não houvesse lugar na hospedaria é um símbolo do que ia acontecer com Jesus. O único local no qual houve lugar para ele foi a cruz. Procurou uma entrada aos corações repletos dos homens e não a encontrou; continua procurando, e continua sendo rechaçado.

    OS PASTORES E OS ANJOS

    Lucas 2:8-20

    É algo maravilhoso que a história nos conte que o primeiro anúncio de Deus foi aos pastores. Eles eram desprezados pelos bons ortodoxos de seus dias. Virtualmente não podiam cumprir com todos os detalhes da

    Lei cerimonial; não podiam observar todas as meticulosas lavagens de mãos, as normas e as regulamentações. O cuidado de seus rebanhos os absorvia e os ortodoxos os consideravam como pessoas inferiores. A mensagem de Deus chegou primeiro a esses homens simples do campo.

    Mas aqueles eram pastores muito especiais.

    Já vimos como todos os dias no templo, pela manhã e à tarde, oferecia-se um cordeiro sem mancha como sacrifício a Deus. Para

    assegurar-se de que o aprovisionamento destes cordeiros perfeitos não falhasse, as autoridades do templo tinham seus próprios rebanhos, e sabemos que estes pastavam perto de Belém.

    É muito provável que estes pastores estivessem a cargo desses rebanhos. É belo pensar que os pastores que cuidavam os cordeiros do templo foram os primeiros em ver o Cordeiro de Deus que tira o pecado

    do mundo. Já vimos que quando nascia um menino os músicos da zona se congregavam para saudá-lo com música singela.

    Jesus nasceu em um estábulo em Belém e portanto essa cerimônia

    não teve lugar. É bonito pensar que os coros celestiais substituíram os músicos terrestres, e que os anjos cantaram para Jesus canções que teria sido impossível entoar por bocas humanas.

    Todo este relato deve nos ter feito pensar na enorme simplicidade

    do nascimento do Filho de Deus. Teríamos pensado que, se ele ia nascer

    no mundo, devê-la tê-lo feito em um palácio ou em uma mansão. Havia um rei europeu que preocupava a seu séquito desaparecendo muito seguido e caminhando de incógnito entre o povo. Quando lhe foi pedido que não o fizesse por questões de segurança, ele respondeu: "Não posso governar a meu povo sem saber como vivem."

    É um grande pensamento da fé cristã o saber que temos um Deus que conhece nossa vida porque ele também a viveu, e não pediu vantagens especiais sobre os outros homens.

    OBSERVÂNCIA DAS ANTIGAS CERIMÔNIAS

    Lucas 2:21-24

    Nesta passagem vemos Jesus cumprindo três antigas cerimônias pelas que todo menino judeu devia passar.

    1. A circuncisão. Todo menino judeu era circuncidado no oitavo

    dia depois de ter nascido. Essa cerimônia era tão sagrada que podia levar-se a cabo até no sábado, dia em que a lei proibia realizar qualquer ato que não fosse absolutamente essencial; e, como já o vimos, os varões recebiam o nome nesse dia.

    1. A redenção do filho primogênito. De acordo com a lei (Ex 3:2), tudo primeiro filho varão, assim como toda primeiro macho do

    gado, eram consagrados a Deus. Essa lei pôde ter sido um reconhecimento do bondoso poder de Deus ao dar vida, ou pode ter sido uma relíquia dos tempos em que os meninos eram sacrificados aos

    deuses. Se fosse levado a cabo literalmente a vida teria se desorganizado. Portanto, existia uma cerimônia chamada a Redenção do Primogênito (Nu 18:16). Estava estabelecido que pela soma de cinco siclos – 72

    gramas de prata – os pais podiam comprar seu filho a Deus. A soma devia ser paga aos sacerdotes. Não podia ser paga antes dos trinta e um dias de vida do menino, nem muito depois deste prazo.

    1. A purificação depois do nascimento. Quando uma mulher dava

    à luz um filho, se fosse um varão era impura por quarenta dias, e se fosse

    uma menina, era por oitenta. Podia dedicar-se a seu lar e suas tarefas diárias, mas não podia entrar no templo nem tomar parte em nenhuma cerimônia religiosa (Levítico 12). Ao finalizar este tempo, tinha que levar a templo, como oferta um cordeiro para ser queimado, um pombinho como oferta por seu pecado. Este sacrifício era um tanto custoso, por isso a lei estabelecia (Lv 12:8) que se alguém não podia oferecer o cordeiro podia levar outra pomba. A oferta de duas pombas em lugar de um cordeiro e uma pomba se chamava oferta dos pobres. Maria trouxe esta última oferta. Uma vez mais vemos que Jesus nasceu em um lar comum, onde não havia luxos, onde se guardava cada moeda, onde os membros da família conheciam bem todas as dificuldades de ganhar a vida e de sua permanente insegurança. Quando a vida nos preocupa, devemos recordar que Jesus conhecia as dificuldades de fazer que as entradas cobrissem todas as necessidades.

    Estas três cerimônias são antigas e estranhas; mas as três têm como base a convicção de que um menino é um dom de Deus. Os estóicos diziam que Deus não dava os filhos aos pais, mas sim os emprestava. De todos os dons de Deus não há nenhum pelo qual sejamos tão responsáveis como pelo dom de um filho.

    UM SONHO REALIZADO

    Lucas 2:25-35

    Não havia judeu que não visse sua nação como o povo escolhido.

    Mas viam claramente que por meios humanos sua nação nunca obteria a grandeza do mundo, que eles criam que o destino lhes proporcionava. A grande maioria acreditava que devido a que os judeus eram os escolhidos, estavam destinados a serem os donos do mundo e senhores de todas as nações.

    Alguns criam que para trazer esse dia desceria algum grande paladino celestial; outros acreditavam que surgiria outro rei da linha do

    Davi e que se reviveriam todas as antigas glórias; outros criam em que o

    próprio Deus irromperia diretamente na história por meios sobrenaturais. Mas, contrastando com todos estes, havia uns poucos, conhecidos como os Silenciosos da terra, que não tinham sonhos de violência nem de poder nem de exércitos com estandartes; acreditavam em uma vida de oração constante e de silenciosa vigília até que Deus viesse. Esperavam durante todas suas vidas silenciosa e pacientemente. Simeão era assim; esperava em oração, em adoração e em humilde e fiel expectativa, o dia no qual Deus confortaria a seu povo. Deus lhe havia prometido através do Espírito Santo que sua vida não terminaria até que ele visse o Rei Ungido de Deus. Reconheceu em Jesus a esse Rei e se sentiu feliz. Agora estava preparado para partir em paz e suas palavras se converteram no Nunc Dimittis, outro dos grandes e preciosos hinos da Igreja.

    No versículo 34 Simeão dá uma espécie de resumo da obra e destino de Jesus.

    1. Jesus será a razão pela qual muitos cairão. Isto é estranho e duro de entender, mas é certo. Não é tanto Deus quem julga ao homem; o

    homem se julga a si mesmo; seu julgamento é sua reação perante Jesus Cristo. Se, quando se vê confrontado com essa bondade e beleza, seu coração se sente pleno de um amor que responde, está dentro do Reino.

    Se permanecer frio, sem comover-se ou ativamente hostil, está condenado. Há uma grande negação, assim como há uma grande aceitação.

    1. Jesus será a causa pela qual muitos se levantarão. Muito tempo há Sêneca disse que o que os homens precisavam era uma mão que se estendesse e os ajudasse a levantar-se. É a mão de Jesus a que levanta o

    homem e o tira da vida velha, levando-o à nova, do pecado à retidão, da vergonha à glória.

    1. Jesus encontraria muita oposição. Não pode haver neutralidade

    com respeito ao Jesus Cristo. Ou nos rendemos ou estamos em guerra com ele. E a tragédia da vida é que o orgulho do homem nos impede de fazer essa rendição na qual há vitória.

    UMA ENCANTADORA VELHICE

    Lucas 2:36-40

    Ana também pertencia aos Silenciosos da terra. Não sabemos nada a respeito dela com exceção do que nos relatam estes versículos, mas até

    neste breve relato Lucas nos desenhou muito bem seu caráter.

    1. Ana era uma viúva. Tinha conhecido a dor mas não se amargurou. A dor pode nos fazer duas coisas: pode nos tornar duros,

    amargurados, ressentidos, e rebeldes contra Deus. Ou, pode nos tornar mais bondosos, mais suaves, mais solidários. Pode nos despojar de nossa fé, ou pode fazer que esta lance raízes mais profundas e inamovíveis.

    Tudo depende do que pensemos de Deus. Se pensarmos que Deus é um tirano, nos ressentiremos. Se pensarmos em Deus como Pai, poderemos estar seguros de que:

    A mão de um pai não causará nunca uma lágrima desnecessária a seu filho.

    1. Tinha oitenta e quatro anos. Era anciã mas nunca tinha perdido

    a esperança. A idade pode levar embora o vigor e as forças de nosso corpo; mas sua ação pode ser pior – os anos podem levar a vida de nosso coração até que as esperanças uma vez acariciadas morram e nos convertemos em seres languidamente satisfeitos e tremendamente resignados a aceitar as coisas tal qual são. Uma vez mais tudo depende do que pensemos a respeito de Deus. Se pensarmos nele como algo distante, remoto e isolado, então podemos nos desesperar; mas se pensarmos nele como intimamente conectado com a vida, com sua mão sobre o leme da vida, então estaremos seguros de que o melhor está por vir, e os anos nunca matarão nossa esperança.

    Como era Ana então?

    1. Nunca cessava de adorar. Passava sua vida na casa de Deus com o povo de Deus. Deus nos deu sua Igreja para que fosse a mãe de

    nossa fé. Estamos perdendo um tesouro incalculável quando nos negamos a ser um com o povo que adora a Deus.

    1. Nunca deixou de orar. A adoração pública é grande; mas também o é a particular. Como alguém já disse acertadamente: "Oram melhor juntos aqueles que oraram primeiro sozinhos." Os anos tinham deixado a Ana sem amargura e com uma esperança inamovível porque dia a dia estava em contato com Aquele que é a fonte do vigor, e em cujo vigor nossa fraqueza se aperfeiçoa.

    DESCOBERTA CEDO NA 6DA

    Lucas 2:41-52

    Estas

    é

    uma

    das

    passagens

    mais

    importantes

    do

    relato

    do

    evangelho. A lei estabelecia que todo varão adulto judeu que vivesse dentro dos 30 quilômetros de Jerusalém devia ir ali para a Páscoa. Em realidade todos os judeus do mundo tinham a esperança de poder passar a festa ali pelo menos uma vez em sua vida.

    Um jovem judeu era considerado adulto quando fazia doze anos. convertia-se então em filho da lei e devia cumprir as obrigações que esta impunha. Por isso, Jesus concorreu pela primeira vez à festa da Páscoa

    aos doze anos. Podemos imaginar como terá ficado fascinado com a cidade Santa, o templo e os rituais sagrados. Quando seus pais voltaram, ele ficou para atrás. Não foi por negligência que não sentiram saudades.

    Geralmente as mulheres começavam a viagem antes que os homens porque caminhavam mais devagar. Os homens começavam mais tarde e caminhavam mais ligeiro, e as duas seções só se encontrariam ao

    entardecer para acampar.

    Era a primeira Páscoa de Jesus. Sem dúvida José pensou que ele estava com Maria e Maria pensou que estava com seu marido e que até o

    entardecer não se deram conta de sua ausência. Voltaram para Jerusalém para buscá-lo. Durante a Páscoa era costume de o Sinédrio reunir-se em público no templo para discutir questões teológicas e religiosas, em presença de todos os que queriam ouvi-los. Ali encontraram a Jesus. Não

    devemos pensar em uma cena em que um menino precoce domina a seus

    maiores. Escutando e perguntando é uma frase comum entre os judeus para dar a entender que um estudante está aprendendo de seus professores. Jesus estava escutando as discussões e procurando com interesse o conhecimento como um ávido estudante. E aqui vem uma dos passagens-chave da vida de Jesus Cristo. Maria lhe disse: “Teu pai e eu

    ... estamos à tua procura” E Jesus respondeu: “Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”

    Notemos como muito brandamente mas de maneira bem definida

    Jesus toma a palavra pai de José e a aplica a Deus. Em algum momento Jesus deve ter descoberto sua relação sem igual com Deus. Não pôde tê— lo sabido quando era um menino na manjedoura e um bebê nos braços de sua mãe, já que isto teria sido monstruoso ou anormal. Deve tê-lo pensado à medida que os anos passavam; e então nesta primeira Páscoa, quando chegou à idade adulta, tomou consciência de que Ele não era como os outros homens, que em uma forma muito especial e sem paralelos era o Filho de Deus. Aqui nos é relatada a história do dia em que Jesus descobriu quem era. E notemos uma coisa – o descobrimento não o fez orgulhoso. Não o fez desprezar a seus humildes pais, a gentil Maria e o trabalhador José. Voltou para seu lar, e estava sujeito a eles. O mesmo fato de que era o Filho de Deus o fazia um filho perfeito para seus pais humanos. O verdadeiro homem de Deus não despreza as ataduras da Terra; justamente por sê-lo desempenha as tarefas humanas com suprema fidelidade.


    O Evangelho em Carne e Osso

    Flávio Gouvêa de Oliveira, Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil
    O Evangelho em Carne e Osso - Comentários de Lucas Capítulo 2 do versículo 8 até o 20

    7         . O impacto das Boas Novas

    Lc 2:8-20

     

    Em candidatos impensáveis

     

    Os pastores eram apenas pessoas comuns em seus trabalhos pobres e comuns. Curiosamente, eram desprezados pelos religiosos por não seguirem os rituais judaicos justamente por causa desse trabalho, enquanto a própria religião, de certa forma, dependia de seu trabalho para os sacrifícios de animais, que ainda se praticava na época.

    Não se pode afirmar que tivessem mau ou bom comportamento, não se sabe como era sua fé. Provavelmente fossem apenas pessoas simples, até ignorantes, que viviam nos pastos com os animais. Talvez felizes por fazerem um trabalho útil para sua religião; talvez tristes por serem apenas usados por ela e não reconhecidos; talvez apenas indiferentes a ela, visto que nunca seriam bons o suficiente para mais que isso.

    Isso aponta para uma grande incoerência que ainda se vê nas igrejas de forma geral. Exigem-se certas práticas e compromissos que acabam sendo impraticáveis por vários tipos de pessoas. Não necessariamente por estes serem relaxados religiosamente, mas pelas próprias exigências de suas vidas, trabalhos e contextos em geral. Quando a religião torna-se complicada demais, excluem-se automaticamente muitas pessoas; embora ainda precisando delas.

    Entretanto, quando Jesus nasce, eles são os primeiros a serem avisados - e não de forma simples!

    Deus não fez grande alarde sobre o que estava acontecendo. Não procurou as autoridades religiosas da época para avisá-las sobre o nascimento, nem mesmo alguma autoridade política. Nem mesmo a algum homem santo, ou a algum profeta da época foi dado o anúncio. O próprio João, que viria preparar o caminho de Jesus, ainda era um bebê também.

    Por algum motivo Deus mandou seus anjos avisarem apenas àqueles simples e desprezados pastores...

     

    Mostrando que tudo aquilo era para eles

     

    Imagine o susto que tomaram ao receberem ali o anjo. Até mesmo um sacerdote idoso como Zacarias havia se assustado com o anjo no altar do incenso, quanto mais estes que nem podiam entrar no templo.

    O anjo os acalmou e declarou que Deus tinha uma boa notícia para eles e para todo o povo. E não era uma notícia de condenação ou julgamento, mas uma notícia de grande alegria. Essa alegre notícia era para eles e para todo o seu povo. A palavra “evangelho” significa literalmente “boas notícias”, e estas são de grande alegria.

    A boa nova era Jesus Cristo, o qual nasceu para eles. O cumprimento da profecia de Isaías 9.6 era para eles também, assim como para todo o povo a quem pertenciam. Não era algo exclusivo ao templo ou às suas autoridades, embora fosse para elas também. Era o cumprimento de promessas que haviam sido feitas para o povo há muito tempo. Promessas que talvez eles até conhecessem de alguma maneira, mas que, em sua experiência, não passavam de dizeres religiosos. Entretanto, a boa notícia era real e era para eles também. Isso era motivo de muita alegria realmente: se vir um anjo já era algo impensável para eles, imagine quando viram uma multidão de anjos louvando ao Senhor!

    O louvor dos anjos mostrava o significado daquele evento: Glória a Deus e paz aos homens. O apóstolo Paulo afirmou que em Jesus se convergem todas as coisas do céu e da terra (Ef 2:10).

    Glória a Deus se refere ao poder, beleza e amor de Deus. Tudo isso confirmado e encarnado naquele simples bebê, nascido naquela situação improvisada. Deus, que é Todo-Poderoso se revelou de maneira tão simples e essencial. Este é o grande indicativo sobre como devemos considerá-lo e adorá-lo.

    Essa Glória de Deus desembocava em paz na terra aos homens, e confirmava que Deus os queria bem, que a eles era derramado seu favor, sua graça. É para isso que Deus se revelou de maneira tão próxima aos homens, para que por sua Glória encontrassem a paz com ele e entre si. Isso é o Evangelho!

    Tendo recebido tão grande sinal, com um significado tão maravilhoso, foram correndo para onde estava a criancinha, mas é possível que tenham se decepcionado um pouco. O sinal de tão grande cumprimento de promessa era tão simples que até fazia contraste com a grandeza do modo como isto lhes foi anunciado.

    O que era maior: a visão de anjos louvando ou um bebezinho numa manjedoura improvisada?

    O que buscamos em Deus: fenômenos sobrenaturais ou a simplicidade da vida?

     

    Levando-os a compartilhar, meditar e louvar

     

    Ao chegarem ao local, encontraram Maria e José (talvez mais pessoas) e compartilharam o que aconteceu com eles. Creio que compartilharam de modo até eufórico a revelação que tiveram e isso foi de grande valor para os que ouviram.

    Talvez o cotidiano do cuidado com o bebê naquela situação desconfortável nem mostrasse toda aquela glória que eles estavam dizendo. Mesmo com os anúncios que haviam recebido, pelo menos, nove meses atrás, talvez os pais já estivessem simplesmente acomodados em sua situação atual. De qualquer modo, aquelas palavras traziam grande admiração aos que estavam ali e, mais uma vez, confirmava o cumprimento da promessa.

    Isso mostra o quanto compartilhar nossa fé e experiências é algo importante a desenvolvermos.

    Maria, porém, mais que se admirar, guardava e meditava naquelas palavras. Confirmava a fé, humildade e disposição que demonstrara desde o início. A julgar pelo seu cântico, creio que tinha mais facilidade para entender o que significava a Glória e o Favor de Deus aos homens. E então refletia sobre tudo isso.

    Os pastores voltaram louvando a Deus. Com certeza muita coisa mudou em seu trabalho comum e até desprezado. Não no trabalho em si, mas dentro daqueles trabalhadores. Agora eles sabiam que Deus os amava e valorizava, sabiam que as promessas eram verdadeiras e que Deus estava do lado deles. Já não importava mais se eram aceitos pela religião ou não, se eram pobres ou ricos: eles eram amados por Deus!

    Esse Evangelho simples e glorioso ainda está disponível a todo tipo de pessoa, inclusive a você.



    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Lucas Capítulo 2 versículo 14
    e na terra paz entre os homens a quem ele concede o seu favor: O texto grego de alguns manuscritos pode ser traduzido “paz na terra, boa vontade para com os homens”, e algumas traduções da Bíblia seguem essa opção. Mas a opção usada na Tradução do Novo Mundo se baseia em manuscritos mais antigos e mais confiáveis. O anúncio dos anjos não indicava que Deus expressaria sua boa vontade a todos os humanos, não importando suas atitudes e ações. Em vez disso, indicava que Deus mostraria sua boa vontade aos que demonstrassem verdadeira fé nele e se tornassem seguidores de seu Filho. — Veja a nota de estudo em os homens a quem ele concede seu favor neste versículo.

    os homens a quem ele concede seu favor: Ou: “os homens de boa vontade”. Em grego, anthrópois eudokías. A palavra grega eudokía também pode ser traduzida como “boa vontade; agrado; aprovação”. O verbo relacionado, eudokéo, é usado em Mt 3:17; Mc 1:11 e Lc 3:22, onde Deus fala com Jesus logo depois de seu batismo. (Veja as notas de estudo em Mt 3:​17; Mr 1:​11.) Esse verbo tem o sentido básico de “aprovar; agradar-se de; olhar com favor para; alegrar-se com”. Assim, a expressão grega anthrópois eudokías se refere a pessoas que têm a aprovação e o favor de Deus, e também poderia ser traduzida como “pessoas que ele aprova; pessoas que lhe agradam”. Os anjos não estavam dizendo que Deus concederia seu favor aos homens em geral. Ele concederia seu favor apenas aos que lhe agradassem, demonstrando verdadeira fé nele e se tornando seguidores de Jesus. Embora em alguns casos eudokía possa se referir à boa motivação de humanos (Rm 10:1; Fp 1:15), ela é usada com frequência para se referir ao que é aprovado por Deus ou ao que ele sente quando algo lhe agrada. (Mt 11:26; Lc 10:21; Ef 1:5-9; Fp 2:13-2Ts 1:
    11) A Septuaginta também usa essa palavra no Sl 51:18 (50:20, LXX) para se referir à “boa vontade” de Deus.


    Dicionário

    Boa

    substantivo feminino [Informal] Jiboia. Designa as serpentes que pertencem ao gênero BOA, da família dos Boídeos. Cobra-papagaio; Cobra-de-veado.
    [Pejorativo] Boazuda. Diz-se da mulher que possuí um corpo que atrai, atraente.
    Inapropriado. Usado na Forma Red. das locuções substantivas em que concorda subentendidamente com o substantivo feminino.
    Estado de satisfação de alguém que usufrui de algum conforto ou benefício.
    Ironia. Utilizado para se referir à uma situação que dá trabalho, difícil: livrei-me de boa.
    Algo inusitado, surpreendente: ele tem uma boa para me contar.
    Observações ou críticas com propósito de ofender, comumente utilizado no plural: contei-lhe umas boas.
    Conviver de maneira pacífica: estamos de boa.
    Usualmente utilizada como cachaça ou aguardente.
    Etimologia (origem da palavra boa). Feminino de bom.

    substantivo feminino [Informal] Jiboia. Designa as serpentes que pertencem ao gênero BOA, da família dos Boídeos. Cobra-papagaio; Cobra-de-veado.
    [Pejorativo] Boazuda. Diz-se da mulher que possuí um corpo que atrai, atraente.
    Inapropriado. Usado na Forma Red. das locuções substantivas em que concorda subentendidamente com o substantivo feminino.
    Estado de satisfação de alguém que usufrui de algum conforto ou benefício.
    Ironia. Utilizado para se referir à uma situação que dá trabalho, difícil: livrei-me de boa.
    Algo inusitado, surpreendente: ele tem uma boa para me contar.
    Observações ou críticas com propósito de ofender, comumente utilizado no plural: contei-lhe umas boas.
    Conviver de maneira pacífica: estamos de boa.
    Usualmente utilizada como cachaça ou aguardente.
    Etimologia (origem da palavra boa). Feminino de bom.

    Boã

    dedo polegar

    Filho de Rúben, é mencionado somente em conexão com a “pedra de Boã” (Js 15:6; Js 18:17), um importante marco da fronteira entre Judá e Benjamim. Ele não é citado nas genealogias de Rúben.


    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Glória

    É que a glória maior de um Espírito é a perfeita identificação com o Pai Eterno, no cumprimento superior de Sua Divina 5ontade, na auto-entrega total pelo bem do próximo, na selagem final, com o próprio sangue, com as próprias lágrimas, com a própria vida, de uma exemplificação irretocável de amor soberano e incondicional, de trabalho sublime, de ensino levado às últimas conseqüências, em favor de todos.
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Glória Maior

    Tudo passa na Terra e a nossa glória, / Na alegria ou na dor, / É refletir na luta transitória / A sublime vontade do Senhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8


    Glória No judaísmo, uma das hipóstases de Deus (Ex 16:10; 33,20; Lc 9:31-34). Para João, ela se encarnou em Jesus (Jo 1:14), o que confirma a afirmação de que este é Deus (Jo 1:1;20,28).

    Glória
    1) Honra ou louvor dado a coisas (1Sm 4:21-22), a pessoas (Lc 2:32) ou a Deus (Sl 29:1); (Lc 2:14)

    2) A majestade e o brilho que acompanham a revelação da presença e do poder de Deus (Sl 19:1); (Is 6:3); (Mt 16:27); (Jo 1:14); (Rm 3:23). 3 O estado do novo corpo ressuscitado, espiritual e imortal, em que os salvos serão transformados e o lugar onde eles viverão (1Co 15:42-54); (Fhp 3)

    honra, celebridade, fama, renome, nomeada, reputação, crédito, conceito, lustre, distinção. – Destas duas palavras diz magistralmente Roq.: “A glória é, como disse Cícero, uma brilhante e mui extensa fama que o homem adquire por ter feito muitos e grandes serviços, ou aos particulares, ou à sua pátria, ou a todo o gênero humano. Honra, como aqui entendemos, é a demonstração exterior com que se venera a alguém por seu mérito e ações heroicas; no mesmo sentido em que disse Camões: O fraudulento gosto que se atiça. C’ uma aura popular, que honra se chama. (Lus., IV,
    95) Pela glória empreende o homem voluntariamente as coisas mais dificultosas; a esperança de alcançá-la o impele a arrostar os maiores perigos. Pela honra se empreendem 68 Isto parece demais: generosidade assim excederia à própria caridade cristã. O que está no uso corrente é que generoso é antônimo de somítico ou mesquinho, avarento, sovina: generosidade é a nobre qualidade de ser franco em distribuir com os outros os bens que estão a nosso alcance. O homem generoso não faz questão de ninharias; remunera largamente os que lhe prestam algum serviço; atende aos que precisam de sua solicitude, fortuna ou valimento; põe-se ao lado dos pequenos, ampara os desvalidos. 414 Rocha Pombo coisas não menos dificultosas, nem menos arriscadas; quão diferente é, no entanto, o objeto em cada uma destas paixões! A primeira é nobre e desinteressada, e obra para o bem público; a segunda é cobiçosa e egoísta, só por si e para si obra. Aquela é a glória verdadeira que faz os heróis; esta é a vã glória, ou glória falsa que instiga os ambiciosos; sua verdadeira pintura foi traçada por mão de mestre nesta estância dos Lusíadas: Dura inquietação d’alma e da vida, Fonte de desamparos e adulterios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de imperios; Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vituperios; Chamam-te fama e gloria soberana, Nomes com que se o povo necio engana! (Lus., IV,
    96) A honra pomposa e triunfal, que recebeu em Goa d. João de Castro depois da heroica defesa de Diu, deixaria mui obscurecida sua glória se ele não nos legara, no momento tremendo de ir dar contas ao Criador, aquelas memoráveis palavras, que são a medida de seu desinteresse e o exemplo de verdadeira glória nunca depois imitado: “Não terei, senhores, pejo de vos dizer que ao Viso-Rei da Índia faltam nesta doença as comodidades, que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmos quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro com que se me comprasse uma galinha; porque, nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do Governador que os soldos de seu Rei; e não é de espantar que esteja pobre um pai de tantos filhos”. (Vida de d. João de Castro, 1. IV.) Considerada a palavra honra como representando a boa opinião e fama adquirida pelo mérito e virtude, diferença-se ainda da glória em que ela obriga ao homem a fazer sem repugnância e de bom grado tudo quanto pode exigir o mais imperioso dever. Podemos ser indiferentes à glória, porém de modo nenhum à honra. O desejo de adquirir glória arrasta muitas vezes o soldado até à temeridade; a honra o contém não poucas nos limites de sua obrigação. Pode a glória mal-entendida aconselhar empresas loucas e danosas; a honra, sempre refletida, não conhece outra estrada senão a do dever e da virtude. – Celebridade é “a fama que tem já a sanção do tempo; a fama ruidosa e universal”; podendo, como a simples fama, ser tomada a boa ou má parte: tanto se diz – a celebridade de um poeta, como – a celebridade de um bandido. – Fama é “a reputação em que alguém é tido geralmente”. Inclui ideia de atualidade, e pode ser também boa ou má, mesmo quando empregada sem restritivo. Advogado de fama (= de nomeada, de bom nome). Não lhe invejo a fama (= má fama, fama equívoca). – Renome é “a boa fama, a grande reputação que se conquistou por ações ou virtudes”; é a qualidade de “ser notável, de ter o nome repetido geralmente e com acatamento”. – Nomeada é “fama ligeira, que dura pouco, e nem sai de um pequeno círculo”. Tanta nomeada para acabar tão triste... Fugaz nomeada... – Reputação é menos que fama, é mais que nomeada; é “a conta em que alguém é tido no meio em que vive. Pode ser boa ou má, falsa ou duvidosa”. – Crédito é como se disséssemos “a qualidade que dá ideia do valor, do bom nome de alguém”. Diminui-se o crédito de F.; mas decerto que não se macula, nem se nega propriamente o crédito de uma pessoa. – Conceito é “a opinião que se forma de alguém”, podendo igualmente ser bom ou mau. – Lustre e distinção confundem-se: mas o primeiro dá melhor a ideia da evi- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 415 dência brilhante em que fica a pessoa que se destacou do comum pela perícia, pela correção, pelo heroísmo.

    Qualidade essencial do caráter de Deus (Sl. 63.2); sua glória é o sue valor, a sua dignidade. Tudo o que há nele comprova ser ele digno de receber louvor, honra e respeito. No NT, Jesus é revelado como o Senhor da glória (1Co 2:8). Na Bíblia, glória está muitas vezes associada a brilho ou esplendor (Lc 2:9).

    substantivo feminino Honra, fama que se alcança pelas virtudes, talentos, boas ações e por características excepcionais.
    Religião Beatitude celeste; bem-aventurança, céu: a glória do reino de Deus.
    Louvor que se oferece a; homenagem, exaltação: glória a Deus.
    Excesso de grandeza; beleza, magnificência: o prêmio foi dedicado aos homens de honra e glória.
    Algo ou alguém muito conhecido, que é razão de orgulho, de louvor: ele foi a glória do time.
    [Artes] Auréola, halo, resplendor que simboliza a santidade na pintura, escultura ou decoração.
    Etimologia (origem da palavra glória). Do latim gloria.ae.

    Homens

    masc. pl. de homem

    ho·mem
    (latim homo, -inis)
    nome masculino

    1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

    2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

    3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

    5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

    6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

    7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

    8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

    9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


    abominável homem das neves
    Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

    de homem para homem
    Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

    homem de armas
    Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

    Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

    homem de Deus
    Figurado O que é bondoso, piedoso.

    [Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

    homem de Estado
    [Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

    homem de lei(s)
    Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

    homem de letras
    Literato, escritor.

    homem de mão
    Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

    homem de Neandertal
    [Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

    homem de negócios
    Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

    homem de palha
    [Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

    homem de partido
    [Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

    homem de pé
    Peão.

    homem público
    Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

    Plural: homens.

    masc. pl. de homem

    ho·mem
    (latim homo, -inis)
    nome masculino

    1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

    2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

    3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

    5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

    6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

    7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

    8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

    9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


    abominável homem das neves
    Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

    de homem para homem
    Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

    homem de armas
    Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

    Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

    homem de Deus
    Figurado O que é bondoso, piedoso.

    [Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

    homem de Estado
    [Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

    homem de lei(s)
    Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

    homem de letras
    Literato, escritor.

    homem de mão
    Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

    homem de Neandertal
    [Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

    homem de negócios
    Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

    homem de palha
    [Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

    homem de partido
    [Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

    homem de pé
    Peão.

    homem público
    Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

    Plural: homens.

    Paz

    Paz Estado de tranqüilidade e harmonia que não se limita à ausência de guerra (Lc 14:32), mas que procede, fundamentalmente, da ação do messias de Deus (Lc 1:79; 2,14). Precisamente por essas características, a paz de Jesus é muito diferente da oferecida pelo mundo (Mt 10:34; Jo 14:27). Está alicerçada na ressurreição de Jesus (Jo 20:19-23); Senhor e Deus (Jo 20:28) e, por isso, suporta até mesmo a perseguição (Jo 16:33). É essa paz concreta que os filhos de Deus (Mt 5:9) difundem e anunciam ao mundo (Lc 7:50; 10,5).

    Paz Tradução do hebraico “SHALOM”, que não significa apenas ausência de guerra, inimizade e brigas, mas inclui também tranqüilidade, segurança, saúde, prosperidade e bem-estar material e espiritual para todos (Sl 29:11; Jo 20:21).

    A suprema paz é fruto do esforço despendido para desenvolver a inteligência e alcançar as culminâncias da bondade.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

    A suprema paz [...] é um estado de pureza de consciência e, para chegar a esse estado, o caminho é aquele que a Humanidade terrena, devido ao seu atraso espiritual, ainda não se decidiu a trilhar: o caminho do Amor e da Justiça!
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 50

    P [...] a paz não é conquista da inércia, mas sim fruto do equilíbrio entre a fé no Poder Divino e a confiança em nós mesmos, no serviço pela vitória do bem.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 3

    [...] A paz tem que ser um reflexo de sentimentos generalizados, por efeito de esclarecimento das consciências.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Paz não é indolência do corpo. É saúde e alegria do espírito.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 79

    No campo da evolução, a paz é conquista inevitável da criatura.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 10


    O conceito bíblico de paz tem na raiz o significado de “totalidade”, de “inteireza” ou de “perfeição”. Entre as importantes gradações de sentido, temos “realização”, “maturidade”, “saúde”, “integridade”, “harmonia”, “segurança”, “bem-estar” e “prosperidade”. Conota, também a ausência de guerra e de perturbação.

    substantivo feminino Calma; estado de calmaria, de harmonia, de concórdia e de tranquilidade.
    Sossego; em que há silêncio e descanso.
    Falta de problemas ou de violência; relação tranquila entre pessoas.
    [Política] Circunstância em que certos países não estão em guerra ou conflito; anulação das hostilidades entre nações, estabelecida por acordos de amizade.
    [Psicologia] Calma interior; estado de espírito de quem não se perturba.
    Fazer as pazes. Reconciliar-se com quem se tinha brigado.
    Paz armada. Paz sustentada pelo temor que os inimigos têm um do outro.
    Etimologia (origem da palavra paz). Do latim pax.pacis.

    Terra

    substantivo feminino Geografia Planeta do sistema solar habitado pela espécie humana e por outros seres vivos, está situado na 5ia Láctea e, dentre todos os outros planetas, é o único que possui características favoráveis à vida.
    Camada superficial do globo em que nascem as plantas, por oposição à superfície líquida: os frutos da terra.
    Terreno, com relação à sua natureza: terra fértil.
    País de nascimento; pátria: morrer em terra estrangeira.
    Qualquer lugar, localidade; território, região: não conheço aquela terra.
    Figurado Lugar onde pessoas estão sepultadas; cemitério: repousar em terra sagrada.
    Pó de terra seca no ar; poeira: estou com o rosto cheio de terra.
    [Artes] Diz-se de um estilo de dança em que se dá especial importância aos passos executados ao rés do solo ou sobre as pontas dos pés; opõe-se à dança de elevação, que usa os grandes saltos.
    [Gráficas] Pigmento usado na feitura de tintas, ou as tintas preparadas com esse pigmento.
    expressão Beijar a terra. Cair ao chão: o lutador beijou a terra entes da hora.
    Linha de terra. Em geometria descritiva, interseção do plano horizontal e do vertical de projeção.
    Terra de Siena. Ocre pardo usado em pintura.
    Terra vegetal. Parte do solo misturada com humo, próprio para plantação.
    Terra Santa. Região situada entre o rio Jordão e o mar mediterrâneo; Palestina.
    Etimologia (origem da palavra terra). Do latim terra.

    substantivo feminino Geografia Planeta do sistema solar habitado pela espécie humana e por outros seres vivos, está situado na 5ia Láctea e, dentre todos os outros planetas, é o único que possui características favoráveis à vida.
    Camada superficial do globo em que nascem as plantas, por oposição à superfície líquida: os frutos da terra.
    Terreno, com relação à sua natureza: terra fértil.
    País de nascimento; pátria: morrer em terra estrangeira.
    Qualquer lugar, localidade; território, região: não conheço aquela terra.
    Figurado Lugar onde pessoas estão sepultadas; cemitério: repousar em terra sagrada.
    Pó de terra seca no ar; poeira: estou com o rosto cheio de terra.
    [Artes] Diz-se de um estilo de dança em que se dá especial importância aos passos executados ao rés do solo ou sobre as pontas dos pés; opõe-se à dança de elevação, que usa os grandes saltos.
    [Gráficas] Pigmento usado na feitura de tintas, ou as tintas preparadas com esse pigmento.
    expressão Beijar a terra. Cair ao chão: o lutador beijou a terra entes da hora.
    Linha de terra. Em geometria descritiva, interseção do plano horizontal e do vertical de projeção.
    Terra de Siena. Ocre pardo usado em pintura.
    Terra vegetal. Parte do solo misturada com humo, próprio para plantação.
    Terra Santa. Região situada entre o rio Jordão e o mar mediterrâneo; Palestina.
    Etimologia (origem da palavra terra). Do latim terra.

    os hebreus tinham vários nomes para terra, especialmente Adama e Eretz. Adama, isto é a terra vermelha (Gn 1:25), denota, muitas vezes, terra arável (Gn 4:2). o termo é, também, empregado a respeito de um país, especialmente a Palestina (Gn 47:19Zc 2:12). Quando Naamã pediu uma carga de terra que dois mulos pudessem levar (2 Rs 5.17), ele foi influenciado pela idéia pagã de que o Senhor era um deus local, podendo apenas ser adorado com proveito no seu nativo solo. Eretz é a terra em oposição ao céu, ou a terra seca como distinta do mar (Gn 1:1-10). A palavra é, também, aplicada a toda a terra (Gn 18:18), ou a qualquer divisão dela (Gn 21:32), e mesmo ao chão que uma pessoa pisa (Gn 33:3). A frase ‘profundezas da terra’ (is 44:23) significa literalmente os vales, os profundos recessos, como as cavernas e subterrâneos, e figuradamente a sepultura. No N.T., além do termo vulgar ‘terra’, que corresponde às várias significações já apresentadas, há uma palavra especial que significa ‘ terra habitada’ (Lc 4:5Rm 10:18 – etc.), usando-se esta expressão de um modo especial a respeito do império Romano. Terra, num sentido moral, é oposta ao que é celestial e espiritual (*veja Jo 3:31 – 1 Co 15.47 a 49 – Tg 3:15, etc.).

    terreno, solo, campo. – Terra sugere ideia das qualidades, das propriedades da massa natural e sólida que enche ou cobre uma parte qualquer da superfície da terra. – Terreno refere-se, não só à quantidade, ou à extensão da superfície, como ao destino que se lhe vai dar, ou ao uso a que se adapta. – Solo dá ideia geral de assento ou fundamento, e designa a superfície da terra, ou o terreno que se lavra, ou onde se levanta alguma construção. – Campo é solo onde trabalha, terreno de cultura, ou mesmo já lavrado. Naquela província há terras magníficas para o café; dispomos apenas de um estreito terreno onde mal há espaço para algumas leiras e um casebre; construiu o monumento em solo firme, ou lançou a semente em solo ingrato; os campos já florescem; temos aqui as alegrias da vida do campo.

    [...] berço de criaturas cuja fraqueza as asas da Divina Providência protege, nova corda colocada na harpa infinita e que, no lugar que ocupa, tem de vibrar no concerto universal dos mundos.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6, it• 23

    O nosso mundo pode ser considerado, ao mesmo tempo, como escola de Espíritos pouco adiantados e cárcere de Espíritos criminosos. Os males da nossa Humanidade são a conseqüência da inferioridade moral da maioria dos Espíritos que a formam. Pelo contato de seus vícios, eles se infelicitam reciprocamente e punem-se uns aos outros.
    Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3, it• 132

    Disse Kardec, alhures, que a Terra é um misto de escola, presídio e hospital, cuja população se constitui, portanto, de homens incipientes, pouco evolvidos, aspirantes ao aprendizado das Leis Naturais; ou inveterados no mal, banidos, para esta colônia correcional, de outros planetas, onde vigem condições sociais mais elevadas; ou enfermos da alma, necessitados de expungirem suas mazelas através de provações mais ou menos dolorosas e aflitivas.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça

    [...] é oficina de trabalho, de estudo e de realizações, onde nos cumpre burilar nossas almas. [...]
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Sede perfeitos

    [...] é o calvário dos justos, mas é também a escola do heroísmo, da virtude e do gênio; é o vestíbulo dos mundos felizes, onde todas as penas aqui passadas, todos os sacrifícios feitos nos preparam compensadoras alegrias. [...] A Terra é um degrau para subir-se aos céus.
    Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 11

    O mundo, com os seus múltiplos departamentos educativos, é escola onde o exercício, a repetição, a dor e o contraste são mestres que falam claro a todos aqueles que não temam as surpresas, aflições, feridas e martírios da ascese. [...]
    Referencia: EVANGELIZAÇÃO: fundamentos da evangelização espírita da infância e da juventude (O que é?)• Rio de Janeiro: FEB, 1987• -

    [...] A Terra é um mundo de expiações e provas, já em fase de transição para se tornar um mundo de regeneração.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    [...] o Planeta terrestre é o grande barco navegando no cosmo, sacudido, a cada instante, pelas tempestades morais dos seus habitantes, que lhe parecem ameaçar o equilíbrio, a todos arrastando na direção de calamidades inomináveis. Por esta razão, periodicamente missionários e mestres incomuns mergulharam no corpo com a mente alerta, a fim de ensinarem comportamento de calma e de compaixão, de amor e de misericórdia, reunindo os aflitos em sua volta e os orientando para sobreviverem às borrascas sucessivas que prosseguem ameaçadoras.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    Quando o homem ora, anseia partir da Terra, mas compreende, também, que ela é sua mãe generosa, berço do seu progresso e local da sua aprendizagem. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    Assim se compreende porque a Terra é mundo de “provas e expiações”, considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas iniciais, inferiores, portanto, da evolução.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pensamento e perispírito

    Apesar de ainda se apresentar como planeta de provas e expiações, a Terra é uma escola de bênçãos, onde aprendemos a desenvolver as aptidões e a aprimorar os valores excelentes dos sentimentos; é também oficina de reparos e correções, com recursos hospitalares à disposição dos pacientes que lhes chegam à economia social. Sem dúvida, é também cárcere para os rebeldes e os violentos, que expungem o desequilíbrio em processo de imobilidade, de alucinação, de limites, resgatando as graves ocorrências que fomentaram e praticaram perturbando-lhe a ordem e a paz.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Trilhas da libertação• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Cilada perversa

    O mundo conturbado é hospital que alberga almas que sofrem anemia de amor, requisitando as vitaminas do entendimento e da compreensão, da paciência e da renúncia, a fim de que entendimento e compreensão, paciência e renúncia sejam os sinais de uma vida nova, a bem de todos.
    Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Hospital

    [...] É um astro, como Vênus, como seus irmãos, e vagueia nos céus com a velocidade de 651.000 léguas por dia. Assim, estamos atualmente no céu, estivemos sempre e dele jamais poderemos sair. Ninguém mais ousa negar este fato incontestável, mas o receio da destruição de vários preconceitos faz que muitos tomem o partido de não refletir nele. A Terra é velha, muito velha, pois que sua idade se conta por milhões e milhões de anos. Porém, malgrado a tal anciania, está ainda em pleno frescor e, quando lhe sucedesse perecer daqui a quatrocentos ou quinhentos mil anos, o seu desaparecimento não seria, para o conjunto do Universo, mais que insignificante acidente.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 4a efusão

    [...] Por se achar mais distante do sol da perfeição, o nosso mundozinho é mais obscuro e a ignorância nele resiste melhor à luz. As más paixões têm aí maior império e mais vítimas fazem, porque a sua Humanidade ainda se encontra em estado de simples esboço. É um lugar de trabalho, de expiação, onde cada um se desbasta, se purifica, a fim de dar alguns passos para a felicidade. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 8a efusão

    [...] A Terra tem que ser um purgatório, porque a nossa existência, pelo menos para a maioria, tem que ser uma expiação. Se nos vemos metidos neste cárcere, é que somos culpados, pois, do contrário, a ele não teríamos vindo, ou dele já houvéramos saído. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 28a efusão

    Nossa morada terrestre é um lugar de trabalho, onde vimos perder um pouco da nossa ignorância original e elevar nossos conhecimentos. [...]
    Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• Uma carta de Bezerra de Menezes• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• -

    [...] é a escola onde o espírito aprende as suas lições ao palmilhar o longuíssimo caminho que o leva à perfeição. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

    [...] o mundo, para muitos, é uma penitenciária; para outros, um hospital, e, para um número assaz reduzido, uma escola.
    Referencia: Ó, Fernando do• Alguém chorou por mim• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    [...] casa de Deus, na específica destinação de Educandário Recuperatório, sem qualquer fator intrínseco a impedir a libertação do homem, ou a desviá-lo de seu roteiro ascensional.
    Referencia: Ó, Fernando do• Uma luz no meu caminho• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

    [...] é uma estação de inverno, onde o Espírito vem preparar-se para a primavera do céu!
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pref•

    Feito o planeta – Terra – nós vemos nele o paraíso, o inferno e o purgatório.O paraíso para os Espíritos que, emigra-dos de mundos inferiores, encontram naTerra, podemos dizer, o seu oásis.O inferno para os que, já tendo possuí-do mundos superiores ao planeta Terra,pelo seu orgulho, pelas suas rebeldias, pelos seus pecados originais a ele desceram para sofrerem provações, para ressurgirem de novo no paraíso perdido. O purgatório para os Espíritos em transição, aqueles que, tendo atingido um grau de perfectibilidade, tornaram-se aptos para guias da Humanidade.
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    Antes de tudo, recorda-se de que o nosso planeta é uma morada muito inferior, o laboratório em que desabrocham as almas ainda novas nas aspirações confusas e paixões desordenadas. [...]
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - O Espiritismo e a guerra

    O mundo é uma escola de proporções gigantescas, cada professor tem a sua classe, cada um de nós tem a sua assembléia.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Colegas invisíveis

    A Terra é o campo de ação onde nosso espírito vem exercer sua atividade. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Por que malsinar o mundo?

    [...] é valiosa arena de serviço espiritual, assim como um filtro em que a alma se purifica, pouco a pouco, no curso dos milênios, acendrando qualidades divinas para a ascensão à glória celeste. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 1

    A Terra inteira é um templo / Aberto à inspiração / Que verte das Alturas [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia da espiritualidade• Pelo Espírito Maria Dolores• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1985• - cap• 4

    A Terra é a escola abençoada, onde aplicamos todos os elevados conhecimentos adquiridos no Infinito. É nesse vasto campo experimental que devemos aprender a ciência do bem e aliá-la à sua divina prática. Nos nevoeiros da carne, todas as trevas serão desfeitas pelos nossos próprios esforços individuais; dentro delas, o nosso espírito andará esquecido de seu passado obscuro, para que todas as nossas iniciativas se valorizem. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

    A Terra é uma grande e abençoada escola, em cujas classes e cursos nos matriculamos, solicitando – quando já possuímos a graça do conhecimento – as lições necessárias à nossa sublimação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 53

    O mundo atual é a semente do mundo paradisíaco do futuro. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Crônicas de além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• - cap• 25

    Servidores do Cristo, orai de sentinela! / Eis que o mundo sangrando é campo de batalha, / Onde a treva infeliz se distende e trabalha / O coração sem Deus, que em sombra se enregela.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No macrocosmo, a casa planetária, onde evolvem os homens terrestres, é um simples departamento de nosso sistema solar que, por sua vez, é modesto conjunto de vida no rio de sóis da Via-Láctea.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No mundo terrestre – bendita escola multimilenária do nosso aperfeiçoamento espiritual – tudo é exercício, experimentação e trabalho intenso.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O orbe inteiro, por enquanto, / Não passa de um hospital, / Onde se instrui cada um, / Onde aprende cada qual.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O mundo, com as suas lutas agigantadas, ásperas, é a sublime lavoura, em que nos compete exercer o dom de compreender e servir.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O mundo é uma escola vasta, cujas portas atravessamos, para a colheita de lições necessárias ao nosso aprimoramento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Apesar dos exemplos da humildade / Do teu amor a toda Humanidade / A Terra é o mundo amargo dos gemidos, / De tortura, de treva e impenitência.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é o nosso campo de ação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é a nossa grande casa de ensino. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é uma escola, onde conseguimos recapitular o pretérito mal vivido, repetindo lições necessárias ao nosso reajuste.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra, em si mesma, é asilo de caridade em sua feição material.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é o campo de trabalho, em que Deus situou o berço, o lar, o templo e a escola.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A Terra é a Casa Divina, / Onde a luta nos ensina / A progredir e brilhar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O mundo em que estagiamos é casa grande de treinamento espiritual, de lições rudes, de exercícios infindáveis.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é um grande magneto, governado pelas forças positivas do Sol. Toda matéria tangível representa uma condensação de energia dessas forças sobre o planeta e essa condensação se verifica debaixo da influência organizadora do princípio espiritual, preexistindo a todas as combinações químicas e moleculares. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    O mundo é caminho vasto de evolução e aprimoramento, onde transitam, ao teu lado, a ignorância e a fraqueza.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 71

    O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Doenças da alma

    O Universo é a projeção da mente divina e a Terra, qual a conheceis em seu conteúdo político e social, é produto da mente humana.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nos domínios da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    O mundo é uma ciclópica oficina de labores diversíssimos, onde cada indivíduo tem a sua parcela de trabalho, de acordo com os conhecimentos e aptidões morais adquiridos, trazendo, por isso, para cada tarefa, o cabedal apri morado em uma ou em muitas existências.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Novas mensagens• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - Antíteses da personalidade de Humberto de Campos

    A Terra é uma vasta oficina. Dentro dela operam os prepostos do Senhor, que podemos considerar como os orientadores técnicos da obra de aperfeiçoamento e redenção. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 39

    A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 338

    A Terra deve ser considerada escola de fraternidade para o aperfeiçoamento e regeneração dos Espíritos encarnados.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 347

    [...] é o caminho no qual a alma deve provar a experiência, testemunhar a fé, desenvolver as tendências superiores, conhecer o bem, aprender o melhor, enriquecer os dotes individuais.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 403

    O mundo em que vivemos é propriedade de Deus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pai Nosso• Pelo Espírito Meimei• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Lembranças

    [...] é a vinha de Jesus. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

    [...] é uma escola de iluminação, poder e triunfo, sempre que buscamos entender-lhe a grandiosa missão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33

    [...] abençoada escola de dor que conduz à alegria e de trabalho que encaminha para a felicidade com Jesus. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 28

    Não olvides que o mundo é um palácio de alegria onde a Bondade do Senhor se expressa jubilosa.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Alegria

    [...] é uma vasta oficina, onde poderemos consertar muita coisa, mas reconhecendo que os primeiros reparos são intrínsecos a nós mesmos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6

    A Terra é também a grande universidade. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Do noticiarista desencarnado

    Salve planeta celeste, santuário de vida, celeiro das bênçãos de Deus! ...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 15

    A Terra é um magneto enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem evolutiva.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

    [...] é um santuário do Senhor, evolutindo em pleno Céu.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 12

    Agradece, cantando, a Terra que te abriga. / Ela é o seio de amor que te acolheu criança, / O berço que te trouxe a primeira esperança, / O campo, o monte, o vale, o solo e a fonte amiga...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 33

    [...] é o seio tépido da vida em que o princípio inteligente deve nascer, me drar, florir e amadurecer em energia consciente [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Evolução em dois mundos• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 13


    Vontade

    substantivo feminino Determinação; sentimento que leva uma pessoa a fazer alguma coisa, a buscar seus objetivos ou desejos.
    Capacidade individual de escolher ou desejar aquilo que bem entende; faculdade de fazer ou não fazer determinadas ações.
    Capricho; desejo repentino: menino cheio de vontades!
    Desejo físico ou emocional: vontade de dormir; vontade de se apaixonar.
    Empenho; manifestação de entusiasmo e de determinação: guardou sua vontade para o vestibular.
    Deliberação; decisão que uma pessoa expõe para que seja respeitada.
    Prazer; expressão de contentamento: dançava com vontade.
    Etimologia (origem da palavra vontade). Do latim voluntas.atis.

    A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Com o auxílio dessa alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre os seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 131

    A vontade é a participação consciente, esclarecida e responsável da alma que deseja sinceramente melhorar, depois de muito sofrer e de reconhecer suas grandes imperfeições, seus graves erros e imensas deficiências. O trabalho de vencer a si mesmo não é tarefa fácil.
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14

    [...] é uma força considerável, por meio da qual, eles [os Espíritos] agem sobre os fluidos; é pois, a vontade que determina as combinações dos fluidos [...].
    Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 4, cap• 3

    [...] faculdade máter, cuja utilização constante e esclarecida tão alto pode elevar o homem. A vontade é a arma por excelência que ele precisa aprender a utilizar e incessantemente exercitar.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8

    V [...] é a faculdade soberana da alma, a força espiritual por excelência, e pode mesmo dizer-se que é a essência da sua personalidade.
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 32

    [...] é a maior de todas as potências; é, em sua ação, comparável ao ímã. A vontade de viver, de desenvolver em nós a vida, atrai-nos novos recursos vitais; tal é o segredo da lei de evolução. A vontade pode atuar com intensidade sobre o corpo fluídico, ativar-lhe as vibrações e, por esta forma, apropriá-lo a um modo cada vez mais elevado de sensações, prepará-lo para mais alto grau de existência. [...] O princípio superior, o motor da existência, é a vontade.
    Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 20

    [...] é, certamente, uma energia de ordem intelectual.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

    [...] é uma faculdade essencialmente imaterial, diferente do que se entende geralmente por propriedades da matéria.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 5

    [...] uma das maiores potencialidades que existe no ser humano: a vontade.
    Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 5

    [...] é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante.
    Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 6

    [...] é o impacto determinante. Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina. [...] é, pois, o comando geral de nossa existência. Ela é a manifestação do ser como individualidade, no uso do seu livre-arbítrio. [...]
    Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 6

    [...] O princípio superior, o motor da existência, é a vontade. [...]
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Ligeiros comentários•••

    [...] é a força principal do caráter, é, numa palavra, o próprio homem. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sursum corda

    [...] Todos temos a vontade por alavanca de luz, e toda criatura, sem exceção, demonstrará a quantidade e o teor da luz que entesoura em si própria, toda vez que chamada a exame, na hora da crise.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Exames

    [...] a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no desenvolvimento e iluminação da vida.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 113

    A vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pensamento e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2

    A vontade é sagrado atributo do espírito, dádiva de Deus a nós outros para que decidamos, por nós, quanto à direção do próprio destino.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 57


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    δόξα θεός ἔν ὕψιστος καί εἰρήνη ἐπί γῆ ἔν ἄνθρωπος εὐδοκία
    Lucas 2: 14 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Glória a Deus nas alturas, e paz na terra, boa vontade para com os homens.
    Lucas 2: 14 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    7 a. C. , 6 a. C
    G1093
    γῆ
    terra arável
    (land)
    Substantivo - vocativo feminino no singular
    G1391
    dóxa
    δόξα
    uma cidade levítica de Benjamim, atual ’El-Jib’, que se localiza a 8 quilômentros (ou 5
    (of Gibeon)
    Substantivo
    G1515
    eirḗnē
    εἰρήνη
    Paz
    (peace)
    Substantivo - Feminino no Singular nominativo
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G1909
    epí
    ἐπί
    sobre, em cima de, em, perto de, perante
    (at [the time])
    Preposição
    G2107
    eudokía
    εὐδοκία
    (Qal) derramar, dissipar
    (They lavish)
    Verbo
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G444
    ánthrōpos
    ἄνθρωπος
    homem
    (man)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G5310
    hýpsistos
    ὕψιστος
    despedaçar, quebrar, esmagar, quebrar em pedaços
    (dispersed)
    Verbo


    γῆ


    (G1093)
    (ghay)

    1093 γη ge

    contraído de um palavra raíz; TDNT - 1:677,116; n f

    1. terra arável
    2. o chão, a terra com um lugar estável
    3. continente como oposto ao mar ou água
    4. a terra como um todo
      1. a terra como oposto aos céus
      2. a terra habitada, residência dos homens e dos animais
    5. um país, terra circundada com limites fixos, uma área de terra, território, região

    δόξα


    (G1391)
    dóxa (dox'-ah)

    1391 δοξα doxa

    da raíz de 1380; TDNT - 2:233,178; n f

    1. opinião, julgamento, ponto de vista
    2. opinião, estimativa, seja boa ou ruim, a respeito de alguém
      1. no NT sempre opinião positiva a respeito de alguém, que resulta em louvor, honra, e glória
    3. esplendor, brilho
      1. da lua, sol, estrelas
      2. magnificência, excelência, preeminência, dignidade, graça
      3. majestade
        1. algo que pertence a Deus
        2. a majestade real que pertence a Ele como supremo governador, majestade no sentido da perfeição absoluta da divindade
        3. algo que pertence a Cristo
          1. a majestade real do Messias
          2. o interior absolutamente perfeito ou a excelência pessoal de Cristo; a majestade
        4. dos anjos
          1. como transparece na sua aparência brilhante exterior
    4. a mais gloriosa condição, estado de exaltação
      1. da mesma condição de Deus Pai no céu, para a qual Cristo foi elevado depois de ter concluído sua obra na terra
      2. a condição de gloriosa bem-aventurança à qual os cristãos verdadeiros entrarão depois do retorno do seu Salvador do céu

    εἰρήνη


    (G1515)
    eirḗnē (i-ray'-nay)

    1515 ειρηνη eirene

    provavelmente do verbo primário eiro (juntar); TDNT - 2:400,207; n f

    1. estado de tranqüilidade nacional
      1. ausência da devastação e destruição da guerra
    2. paz entre os indivíduos, i.e. harmonia, concórdia
    3. segurança, seguridade, prosperidade, felicidade (pois paz e harmonia fazem e mantêm as coisas seguras e prósperas)
    4. da paz do Messias
      1. o caminho que leva à paz (salvação)
    5. do cristianismo, o estado tranqüilo de uma alma que tem certeza da sua salvação através de Cristo, e por esta razão nada temendo de Deus e contente com porção terrena, de qualquer que seja a classe
    6. o estado de bem-aventurança de homens justos e retos depois da morte

    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    ἐπί


    (G1909)
    epí (ep-ee')

    1909 επι epi

    uma raíz; prep

    sobre, em cima de, em, perto de, perante

    de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

    para, acima, sobre, em, através de, contra


    εὐδοκία


    (G2107)
    eudokía (yoo-dok-ee'-ah)

    2107 ευδοκια eudokia

    de um suposto composto de 2095 e a raíz de 1380; TDNT - 2:742,273; n f

    1. vontade, escolha
      1. boa vontade, bom intento, benevolência
    2. deleite, prazer, satisfação
    3. desejo
      1. de prazer em alguma coisa ausente que facilmente produz desejo por ela

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    ἄνθρωπος


    (G444)
    ánthrōpos (anth'-ro-pos)

    444 ανθρωπος anthropos

    de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m

    1. um ser humano, seja homem ou mulher
      1. genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
      2. para distinguir humanos de seres de outra espécie
        1. de animais e plantas
        2. de Deus e Cristo
        3. dos anjos
      3. com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
      4. com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
      5. com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
      6. com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
      7. com referência ao sexo, um homem
    2. de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
    3. no plural, povo
    4. associada com outras palavras, ex. homem de negócios

    ὕψιστος


    (G5310)
    hýpsistos (hoop'-sis-tos)

    5310 υψιστος hupsistos

    superlativo da raiz de 5311; TDNT - 8:614,1241; adv

    1. o mais elevado, digníssimo
      1. de lugar: as regiões mais elevadas
      2. de posição: o Deus altíssimo