Enciclopédia de João 1:38-38

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 1: 38

Versão Versículo
ARA E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde assistes?
ARC E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi, (que, traduzido, quer dizer Mestre) onde moras?
TB Voltando-se Jesus e vendo que eles o seguiam, perguntou-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer, Mestre), onde assistes?
BGB στραφεὶς δὲ ὁ Ἰησοῦς καὶ θεασάμενος αὐτοὺς ἀκολουθοῦντας λέγει αὐτοῖς· Τί ζητεῖτε; οἱ δὲ εἶπαν αὐτῷ· Ῥαββί (ὃ λέγεται ⸀μεθερμηνευόμενον Διδάσκαλε), ποῦ μένεις;
HD E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, diz-lhes: Que buscais? Eles lhe disseram: Rabbi – que se diz ao ser traduzido “Mestre” – onde moras?
BKJ Então, Jesus virou-se, e vendo que o seguiam, disse-lhes: O que buscais? E eles disseram: Rabi (que traduzido significa: Mestre), onde tu moras?
LTT E, havendo Jesus Se voltado e havendo-os visto seguindo-O, lhes diz: "O que buscais?" E eles Lhe disseram: "Rabi" (que quer dizer, sendo traduzido: 'Ó (meu) Professor- Mestre'), "onde moras?"
BJ2 Jesus voltou-se e, vendo que eles o seguiam, disse-lhes: "Que estais procurando?" Disseram-lhe: "Rabi (que, traduzido, significa Mestre), onde moras?"
VULG Conversus autem Jesus, et videns eos sequentes se, dicit eis : Quid quæritis ? Qui dixerunt ei : Rabbi (quod dicitur interpretatum Magister), ubi habitas ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 1:38

Rute 1:16 Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.
I Reis 10:8 Bem-aventurados os teus homens, bem-aventurados estes teus servos que estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria!
Salmos 27:4 Uma coisa pedi ao Senhor e a buscarei: que possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor e aprender no seu templo.
Provérbios 3:18 É árvore da vida para os que a seguram, e bem-aventurados são todos os que a retêm.
Provérbios 8:34 Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada.
Provérbios 13:20 Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos será afligido.
Cântico dos Cânticos 1:7 Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma: onde apascentas o teu rebanho, onde o recolhes pelo meio-dia, pois por que razão seria eu como a que erra ao pé dos rebanhos de teus companheiros?
Mateus 23:7 e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens: ? Rabi, Rabi.
Lucas 7:24 E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? Uma cana abalada pelo vento?
Lucas 8:38 E aquele homem de quem haviam saído os demônios rogou-lhe que o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo:
Lucas 10:39 E tinha esta uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
Lucas 14:25 Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:
Lucas 15:20 E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.
Lucas 18:40 Então, Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe,
Lucas 19:5 E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa.
Lucas 22:61 E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.
João 1:49 Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel.
João 3:2 Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
João 3:26 E foram ter com João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele.
João 6:25 E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui?
João 12:21 Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus.
João 18:4 Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais?
João 18:7 Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus, o Nazareno.
João 20:15 Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
Atos 10:21 E, descendo Pedro para junto dos varões que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui?
Atos 10:29 Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto, pois: por que razão mandastes chamar-me?


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
João 1 : 38
Rabbi
Em aramaico, significa “meu Mestre”.

João 1 : 38
moras
Lit. “onde permaneces”. Trata-se de expressão idiomática que pode ser substituída por: “onde moras”.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

jo 1:38
Caminho, Verdade e Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 22
Página: 59
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais?” — (Jo 1:38)


A vida em si é conjunto divino de experiências. Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. A aquisição de valores religiosos, entretanto, é a mais importante de todas, em virtude de constituir o movimento de iluminação definitiva da alma para Deus.

Os homens, contudo, estendem a esse departamento divino a sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos.

Os templos de pedra estão cheios de promessas injustificáveis e de votos absurdos.

Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência uma força subornável, eivada de privilégios e preferências. Outros se socorrem do Plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos.

Esquecem-se de que o Cristo ensinou e exemplificou. A cruz do Calvário é símbolo vivo.

Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos. Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores preocupações.

Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos que entram: “Que buscais?”



jo 1:38
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 8
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais?” — (Jo 1:38)


A vida em si é conjunto divino de experiências. Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. A aquisição de valores religiosos, entretanto, é a mais importante de todas, em virtude de constituir o movimento de iluminação definitiva da alma para Deus.

Os homens, contudo, estendem a esse departamento divino a sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos.

Os templos de pedra estão cheios de promessas injustificáveis e de votos absurdos.

Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência uma força subornável, eivada de privilégios e preferências. Outros se socorrem do Plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos.

Esquecem-se de que o Cristo ensinou e exemplificou. A cruz do Calvário é símbolo vivo.

Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos. Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores preocupações.

Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos que entram: “Que buscais?”




Espíritos Diversos

jo 1:38
O Espírito da Verdade

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3602
Capítulo: 54
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO —


“Que buscais?” — JESUS (Jo 1:38)


Esta simples indagação do Senhor, aos dois discípulos que o seguiam, é dirigida presentemente a todos os lidadores do Espiritismo, diante da Boa Nova renascente no mundo.

   Ao obreiro modesto da assistência fraternal, exprime a Voz Superior a reclamar-lhe os frutos na colheita do bem.

   Ao colaborador da propaganda doutrinária, representa a interpelação incessante acerca da tarefa de resguardar a pureza dos postulados que consolam e instruem.

   Ao orientador das assembleias de nossa fé, é a pergunta judiciosa, quanto à qualidade do esforço no cumprimento dos deveres que lhe competem.

   Ao servidor da evangelização infantil, surge a interrogação do Divino Mestre qual brado de alerta relativamente ao rumo escolhido para a sementeira de luz.

   Ao portador da responsabilidade mediúnica, inquire Jesus pela aplicação dos talentos que lhe foram confiados.

   Ao aprendiz incipiente da oficina espírita cristã constitui adequada sindicância quanto à sinceridade que traz consigo, alertando-o para os deveres justos.


A cada criatura que desperta em mais altos níveis da fé raciocinada, soa a interpelação do Senhor como sendo convite às obras em que se afirme a caridade real.

Assim, escuta no íntimo, em cada lance das próprias atividades, a austera palavra do Condutor Divino, convocando-te à coerência entre o ideal e o esforço, entre a promessa e a realização.

Analisa o que fazes.

Observa o que dizes.

Medita em torno de tuas aspirações mais ocultas.

Que resposta forneces à indagação do Senhor?

Quem segue o Cristo, vive-lhe o apostolado.

Serve, coopera e caminha avante, sem temor ou vacilação, lembrando-te de que o Verbo da Verdade incide sobre nós, cada dia, perguntando incessantemente: — Que buscais?




(Psicografia de Waldo Vieira)



Referências em Outras Obras


Huberto Rohden

jo 1:38
Nosso Mestre

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 20
Huberto Rohden
Dois dos amigos de João Batista, ouvindo as palavras dele, foram seguindo a Jesus e ficaram com o Mestre todo aquele dia. E tanto gostaram de Jesus que logo convidaram seus amigos, mais tarde, se tornaram apóstolos dele.
Eram André e João Evangelista.
No dia seguinte estava João outra vez com dois dos seus discípulos. Quando viu passar a Jesus, disse: "Eis o Cordeiro de Deus!" Ouvindo os dois discípulos as suas palavras, logo foram em seguimento de Jesus. Voltou-se Jesus, e, vendo que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?"
Ao que lhe responderam: "Rabi - que quer dizer: Mestre - onde moras?"
Tornou-lhes ele: "Vinde e vede".
Acompanharam-no e viram onde morava; e ficaram com ele esse dia. Era pela hora décima (Jo. l, 35-40).

CARLOS TORRES PASTORINO

jo 1:38
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 27
CARLOS TORRES PASTORINO
LC 3:23

23. Ora, o mesmo Jesus, ao começar seu ministério, tinha cerca de trinta anos.


JO 1 : 35-42

35. No dia seguinte João estava outra vez com dois de seus discípulos


36. e, olhando para Jesus que passava., disse: "eis ali o Cordeiro de Deus".


37. Ouvindo-o dizer isto, os dois discípulos seguiram a Jesus.


38. Voltando-se Jesus e vendo-os a seguí-lo, perguntou-lhes: "Que buscais"? Disseramlhe: "Rabbi (que quer dizer Mestre) onde moras"?


39. Respondeu ele: "Vinde e vereis". Foram, pois, e viram onde morava, e ficaram aquele dia com ele; era mais ou menos a hora décima.


40. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar e que seguiram a Jesus.


41. Ele procurou ao alvorecer seu irmão Simão e lhe disse: "encontramos o Messias" (que quer dizer Cristo).


42. E o levou a Jesus. Olhando para ele, disse Jesus: "Tu és Simão, o filho de Jonas: tu serás chamado Cefas (que significa. Pedro).


A primeira frase de Lucas dá-nos conta da idade de Jesus ao iniciar seu ministério: "cerca de trinta anos".


Estávamos nos primeiros meses do ano 29 de nossa era, isto é, 782 de Roma, e Jesus, que nasceu em 7 A. C. (747 de Roma), contava precisamente 35 anos. A anotação de Lucas visava apenas a esclarecer que Jesus já tinha a idade "legal" para sua vida pública, quer civil, quer religiosa.


No trecho de João, volta. como primeiras palavras, a expressão: "no dia seguinte". Se começarmos a contar partindo do primeiro episódio (as respostas de João aos emissários do Sinédrio), o fato aqui narrado situa-se no 3. º dia. Será interessante notar que a sequência prosseguirá até o 7. º dia.


Observemos a cena. Trata-se dos dois primeiros discípulos que Jesus aceita (segundo a narrativa evang élica) e portanto da inauguração oficial de seu magistério na Palestina.


O evangelista foi testemunha ocular: dá-nos os pormenores. João, meio afastado, conversava com dois discípulos seus, quando viu Jesus passar a distância. Num desabafo de admiração, repete a frase da véspera: "vejam ali o Cordeiro de Deus"! Essa repetição constituiu um impacto no espírito dos dois que, apressadamente, se afastaram do Batista, fascinados pelo anseio de encontrar o melhor Mestre. E se o próprio mestre deles O indicava, podiam confiar com total segurança. Além disso, a Força Interna deles os impelia, e a de Jesus os atraía irresistivelmente.


Jesus volta-se espontâneo e, fixando-os com olhar penetrante que lhes perscruta o coração, pergunta:

—Que desejais?


Os dois entreolham-se. Que dizer? A primeira ideia é enunciada, daí subentendendo-se o resto: - Mestre, onde moras?


O título "Mestre", dito em hebraico-talmúdico, RABBI, era o título oficial reservado aos Doutores da Lei. Mas também se aplicava por delicadeza ou para demonstrar admiração por alguém mais sábio.


A resposta de Jesus: "vinte e vereis" correspondia à aceitação tácita dos dois novos discípulos. O narrador, que era um deles, continua com simplicidade: "eles foram e viram, e ficaram aquele dia com ele". E para firmar que não foi uma conversa rápida e cerimoniosa, acrescenta o pormenor da hora do encontro: "era mais ou menos a hora décima ", isto é, dezesseis horas. Essa anotação da hora é comum em João (cfr. 4:52; 18:28; 19:14 e 20:19), o que nos revela, ainda uma vez, a preocupação de João com a numerologia, que atinge o clímax no Apocalipse.


Como se julgava inadmissível e desrespeitoso chegar a essa hora da tarde em casa de alguém e retirarse para pernoitar em outro local, deduz-se que os dois passaram a noite entretendo-se com o Rabbi, de lá saindo só depois do nascer do sol.


Mas, quem eram os dois? De um, o narrador dá o nome: André (nome tipicamente grego, o que era comum na Galileia "dos gentios") e acrescenta para identificá-lo melhor: "irmão de Simão Pedro".


Simão é a helenização do hebraico Shim’on ("YHWH ouviu"). Eram ambos naturais da cidade de Bethsaida-Júlia (hoje El-Tell) a nordeste do Tiberíades (cfr. vers. 44). E o outro? Reza a tradição tratarse do próprio evangelista João, em vista dos pormenores narrados (é o único a documentá-los). E em todo o seu Evangelho, ele jamais se cita.


Ao "despontar do dia" (em grego πρωι), André e João retiram-se. E o primeiro corre a buscar seu irm ão Simão, anunciando-lhe o encontro do Messias.
Há três lições nos manuscritos: 1) Veronese (5. º séc.), Palatino (4. º-5. º séc.), a versão siríaca curetoniana e a sinaítica (3. º-4. º séc.) trazem πρωι (ao despontar do dia); 2) Vaticano (4. º séc. ) Alexandrino (5. º séc.) , Korodethi (7. º-9. º séc.), a "família" 1 e 13 e a Vulgata trazem πρωτον (em primeiro lugar). 3) Sinaítico (8. º séc.), Régio (8. º séc.), Freer III (4. º-6. º sec.) e o Sangaliense (9. º sec.) trazem: πρωτος (foi o primeiro).
Seguindo L. Pirot ("La Sainte Bible", vol. 10, pág. 325) preferimos a primeira lição, por dois motivos:
# 1 - como acertadamente anota Pirot, é mais fácil a corrupção d e ПРΏІТΟΝΑΔΕΔΦΟΝ
para ПРΏΤΟΝΤΟΝΑΔΕΔΦΟΝ ou para ΠΡΏΤΟΣΤΟΝΑΔΕΔΦΟΝ do que vice-versa. 2 - porque temos, com a primeira leitura, a sequência dos acontecimentos: I - Testemunho de João aos emissários do Sinédrio (1. º dia) II - No dia seguinte a apresentação de Jesus aos discípulos (2. º dia) III - No dia seguinte a adesão de André e João a Jesus (3. º dia) IV- No dia seguinte o encontro com Simão Pedro (4. º dia) V - No dia seguinte Jesus parte para a Galileia (5. º dia) VI - No 3. º dia (dois dias depois) as bodas de Caná (7. º dia).

E essa sequência revela ensinamentos simbólicos de valor inestimável, e João não podia perder a oportunidade de ensiná-los aos leitores de seu Evangelho.


O anúncio de André a Pedro é taxativo: "encontramos o Messias".


A palavra Messias (µεσσιας, helenização do hebraico π מש׳ mashiah) só é empregada em o Novo Testamento duas vezes, e ambas por João o evangelista, neste passo e em 4:25. Em ambos, o evangelista se apressa em explicar que "Messias" se traduz por "Cristo". Realmente.
Do verbo משװ (mosha - cfr. Moshe Moisés) que significa "ungir", vêm o adjetivo e substantivo משיח (mashiah) que significa "o ungido" (para uma missão), ou seja, o Messias. Em grego, do verbo Χριω, significando "ungir" (com óleo ou perfume) - provém o adjetivo Хριστος, η, ον, com o sentido de "ungido, untado"; e daí o substantivo o Хριστος, "o ungido" com significação iniciática e simbólica: "o impregnado de divindade". Assim como o óleo impregna e embebe os tecidos, assim o Cristo é o embebido de Deus, aquele cujas células todas estão permeadas da Divindade.
Simeão deixa-se levar a Jesus, que olha para ele com a mesma penetração (θεσαµενος) e pronuncia suas primeiras palavras mudando-lhe o nome. O fato de mudar o nome de alguém revela autoridade e representa o inicio de nova função ou situação (cfr. GN 32:28; GN 17:5; GN 22:8; IS 62:2, etc.) . Começa citando o nome antigo completo: "tu és Simão Barjonas (filho de Jonas ou João, já que Jonas" e a abreviatura de "Yohanan"): tu serás chamado Kefas.
A palavra иφάς; é uma helenização do aramaico Kephá. proveniente do caldaico פּיּמּאָ (siríaco ئإؤآ), do hebraico פֿ ٩, que significa "pedra, rocha", e só é usado no plural פמים (JR 4:29 e JÓ 30:6).

A exigência dos trinta anos para início da vida pública, baseava-se também num simbolismo numerol ógico: a completação do desenvolvimento da personalidade (3 X 10), embora se houvesse já de há muito esquecido a razão que havia feito escolher essa idade.


Aqui observamos o fato de um mestre indicar a seus discípulos (talvez os melhores que possuía) o caminho de outro mestre: completa ausência de ciúmes! Mas verificamos que é a personalidade (o intelecto iluminado, João) que compreende que, quando o discípulo chegou a determinado grau evolutivo, tem que ser entregue à individualidade (Jesus) para que continue o aprendizado.


Os discípulos percebem a insinuação da personalidade (João) e seu desprendimento, e voltam-se, sem titubear, para a individualidade (Jesus) perguntando-lhe: "Onde moras"? A sede da personalidade, eles bem o sabem, é o intelecto. Também sabem que, para ter esse desprendimento sem ciúme e sem vaidade, o intelecto já está iluminado, esclarecido nas grandes verdades. Dirigem-se pois à individualidade e lhe perguntam "onde mora", porque ainda ignoram qual a sede desse novo plano. A resposta não poderia jamais ser o nome de uma rua nem o número de uma casa (observamos que os Evangelhos jamais disseram onde Jesus residia) porque a individualidade não tem sede no mundo físico. Daí poder Jesus dizer: "as raposas têm seus covis e os pássaros seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça" (MT 8:20). No mundo físico só a personalidade é situada e tem "casa". Então a resposta de Jesus é perfeita: "vinde e vede", isto é, aproximai-vos de mim (individualidade) e vereis qual meu pouso: o Espírito.


E os discípulos foram e viram sua elevação espiritual; penetraram no coração e descobriram o Espírito e "ali permaneceram", em meditação, todo aquele dia.


Era mais ou menos a "hora décima". Essa anotação numerológica não se refere aos novos discípulos, mas a Jesus, à individualidade. Os nove primeiros arcanos referem-se ao desenvolvimento do homem interno. O décimo exprime o início da atividade exterior. Não foi para ele mesmo que o evoluído viveu as etapas do Conhecimento Profundo e triunfou de uma série de provações. Uma vez atingido o ápice e superadas as "tentações", ele precisa aplicar seu saber e sua experiência, levando outros pelo mesmo caminho. A anotação do evangelista, pois, tem todo o cabimento, no momento exato em que Jesus (a individualidade) recebe e aceita os primeiros discípulos, a fim de aplicar seus’ conhecimentos: para ele, soara a décima hora. A João interessava assinalar quais os discípulos que seguiram Jesus. Cita-lhes os nomes. O primeiro, André, representa exatamente o HOMEM; o segundo, que era ele mesmo, é omitido; o terceiro, ao despontar da aurora do outro dia, é Simão (nome que significa: YHWH ouviu", da raiz shama). Mas Jesus lhe muda o nome para Pedro, como representante daqueles que interpretam as Escrituras à letra, levados pela emoção. Ele adere de imediato à individualidade, embora, por falta de intelectualismo e do domínio das emoções, tenha de passar por muitas provas, nem sempre saindo vencedor. No entanto, em vista do desenvolvimento emocional, é escolhido para dirigir o Colégio Apostólico, que está fixado no Raio da Devoção, dirigido por Jesus.


O nome com que Jesus é apresentado corresponde exatamente à realidade: o CRISTO INTERNO, a parte espiritual impregnada da Divindade, ou CRISTO CÓSMICO, da qual a parte material é apenas a contraparte, a condensação ou materialização, dando origem à personalidade visível no plano físico e transitório na dimensão tempo e espaço.


jo 1:38
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 40
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 5:30-47


30. Não posso fazer nada por mim mesmo; conforme ouço, escolho, e minha escolha é justa, porque não procuro minha vontade, mas a vontade do que me enviou.


31. Se eu testifico a meu respeito, não é verdadeiro meu testemunho?


32. Há outro que testifica a meu respeito, e sei que é verdadeiro o testemunho que ele testifica a meu respeito.


33. Vós enviastes a João e ele testificou a verdade.


34. Eu porém não recebo testemunho de homem, mas digo estas coisas para que vos salveis.


35. Ele era a lâmpada que ardia e brilhava: vós quisestes alegrar-vos por uma hora na luz dele.


36. Eu porém tenho um testemunho maior que o de João: pois as obras que o Pai me deu para que eu as termine, essas obras que produzo, testificam acerca de mim, que o Pai me enviou.


37. E o Pai que me enviou, esse testificou a meu respeito. Nem a voz dele nunca ouvistes, nem a forma dele vistes,


38. e não trazeis imanente em vós o seu ensino, porque não confiais em quem ele enviou.


39. Examinais as Escrituras, porque pensais ter nelas a vida imanente, e são elas que testificam a meu respeito.


40. E não quereis vir a mim, para que tenhais vida.


41. Não recebo doutrina de homens,


42. mas conheci-vos, e não tendes em vós o amor de Deus.


43. Eu vim por meu Pai e não me recebeis; se vier outro por si mesmo, esse recebereis.


44. Como podeis confiar, recebendo uns dos outros uma doutrina, e não procurais a doutrina que vem da parte do único Deus?


45. Não penseis que vos acusarei ao Pai: há quem vos acuse, Moisés, no qual esperastes.


46. Pois se tivésseis confiado em Moisés, teríeis confiado em mim, pois de mim escreveu ele.


47. Se porém não confiais em seus escritos, como confiareis em minhas palavras? Continuaremos a dar o texto, frase por frase, seguida logo pelo original grego.




30. Não posso fazer nada por mim mesmo (ou dúnamai egô poieín ap’emautou oudén): conforme ouço, escolho (kathôs akoúô krínô) e minha escolha é justa (kaì he krísis he emê dikaía estin) porque não procuro minha vontade (hóti ou zêtô tò thélêma tò emón) mas a vontade do que me enviou (allà tò thélêma tóu pémpsantós me).


31. Se eu testifico (eàn egô marturĉ) a respeito de mim mesmo (perì emautou) não é verdadeiro meu testemunho (he marturía mou ouk estin alêthês;)? A frase só pode ser interrogativa, já que em JO 8:14, o Cristo diz: "se eu testifico a meu respeito, meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde vou". E Cristo não podia contradizer-se.


32. Há outro que testifica a meu respeito (állos estin ho marturôn peri emou) e sei que é verdadeiro (kaì oida hóti alêthês estin) o testemunho (he marturía) que ele testifica (hèn martureí) a meu respeito (perì emou).


33. Vós enviastes a João (humeís apestálkate pròs Iôánnén) e ele testificou a verdade (kai memart úréken têi alêtheíai) 34. Eu porém (egô dè) não recebo testemunho de homem (ou parà anthrópou tèn marturían lambánô) mas digo-vos estas coisas (allà taúta legô) para que vos salveis (hína humeís sôthête) . O verbo sôzô, cuja tradução de "salvar" aqui aceitamos, embora não totalmente satisfeitos, exprime o "livrar de perigos", o "ajudar a escapar de um perigo", ou "conservar com saúde"; não resta dúvida de que o verbo que, em português, exprime essas coisas é "salvar"; se não ficamos satisfeitos, é porque esse verbo tomou o sentido de "ir para o céu", coisa de que aqui não se cogita em absoluto. Mas não conseguimos encontrar outro verbo que exprimisse a ideia do verbo sôzô, sem ser salvar. Pedimos, então, aos leitores, que não o interpretem como "ir para o céu".


35. Ele era a lâmpada (ekeínos hèn ho lúchnos) que ardia e brilhava (ho kaiómenos kaì phaínôn), vós porém quisestes alegrar-vos (huméis dè êthelésate agalliathénai) por uma hora (prós hôran) na luz dele (en tôi phôtì autóú).


36. Eu porém tenho um testemunho (egô dè échô tèn marturían) maior que o de João (meízô tou Iôannou): pois as obras que o Pai me deu (tà gàr érga há dédôken moi ho patêr) para que as termine (hína teleiôsô autà) essas obras que eu produzo (autà tà érga hà poiô) testificam acerca de mim (martureí perì emou) que o Pai me enviou (hóti ho patêr me apéstalken). O verbo teleióô significa exatamente "levar ao fim" ou "terminar, concluir" trabalho, e não apenas "executá-lo", como se lê nas traduções vulgares.


37. E o Pai que me enviou (kaì ho pémpsas me patêr) esse testificou a meu respeito (ekéínos memart úrêken perì emou). Nem a voz dele nunca ouvistes (oúte phônên autou pôpote akêkóate) nem a forma dele vistes (oúte eídos autou eôrákate).


38. E não trazeis imanente em vós seu ensino (kaì tòn lógon autou ouk échete en humín ménonta) porque vós não confiais naquele que ele enviou (hóti hòn apésteilen ekeínos toútôi humeís ou pisteúete).


39. Examinais as Escrituras (eraunãte tàs graphas) porque pensais ter nelas a vida imanente (hóti hum éis dokeíte en autoís zôên aiônion échein) e são elas que testificam a meu respeito (kaì ekeínai eisin hai marturoúsai peri emou).


40. E não quereis vir a mim (kaì ou thélete éltheín pròs me) para que tenhais a vida (hína zôên échete).


41. Não recebo doutrina de homens (dóxan parà anthrópôn ou lambánô). Aqui mais uma vez (cfr. vol. 1) não podemos traduzir dóxa por "glória", como nas versões correntes, mas seu sentido etimológico, derivado do verbo dokéô, "ensinar"; aquilo que se ensina é o ensinamento, é "a doutrina".


Caso aqui se tivesse que aceitar o sentido de "glória", que ocorreria? Tendo Cristo declarado que "não recebia glória dos homens", verificaríamos que, durante séculos, a ele teriam desobedecido todos os que o glorificaram e lhe renderam culto e veneração... Esses sentidos absurdos, é que não compreendemos como foram e são mantidos até hoje. Já o sentido exato: "não recebo DOUTRINA de homens" é perfeitamente lógico: o Cristo divino não vai receber imposições humanas e prescrições de leis criadas pelos homens, como a lei mosaica do sábado.


42. Mas conheci-vos (allà égnôka humãs) que não tendes em vós o amor de Deus (hóti tén agápén tou theoú ouk échete en heautois).


43. Eu vim por meu Pai (egô elélutha en tôi onómati tou patròs mou) e não me recebeis (kaì ou lamb ánete me); se vier outro por si mesmo (eàn állos élthêi en tôi onómati tôi idiôi) esse recebereis (ekeínon lêmpsesthe). Já vimos que "em nome de" significa "no lugar de", "por". 44. Como podeis confiar (pôs dúnasthe humeís pisteúsai) recebendo uns dos outros uma doutrina (dóxan parà allélôn lambánontes) e não procurais a doutrina que vem da parte do único Deus (kaì tên dóxan tên parà tou mónou theoú ou zêteite;)? Aqui mais uma vez se confirma que doxa não pode significar "glória". Qual é a glória que Deus dá aos homens? Mas "doutrina" ou ensinamento, sim, vem de Deus para os homens, por meio dos Emissários divinos, sobretudo por meio de quem falava, o Cristo de Deus. Trouxe-nos ele a doutrina de Deus, que os homens não recebem, preferindo cada um receber a doutrina que os outros homens lhe dão.


45. Não penseis (mê dokeíte) que eu vos acusarei (hóti egô kategorêsô humôn) ao Pai (pròs tòn patéra); há quem vos acuse (estin ho katêgorôn humôn) Moisés, no qual esperastes (Môusês, eis tòn humeís elpíkate).


46. Pois se tivésseis confiado em Moisés (ei gàr episteúete Môusés) teríeis confiado em mim (episteúete an emoì) pois de mim escreveu ele (perì gàr emou ekeínos égrapsen).


47. Se porém não confiais em seus escritos (ei dè toís ekeínou grámmasin ou pisteúete) como confiareis em minhas palavras (pôs toìs emoís rhêmasin pisteúesete;) ?


Nesta segunda parte da aula, o Cristo fala-nos da legitimidade dos mestres e das doutrinas que são trazidas aos homens. Muitos foram os que se intitularam "mestres" e ensinaram às criaturas as "suas" doutrinas, elaboradas por seu intelecto personalista, inventando teorias e impondo obrigações a seus sequazes, traindo a verdade que devia chegar límpida diretamente do Pai através do Cristo Interno.




30. Por isso, o primeiro cuidado do Cristo é declarar peremptoriamente que nem Ele mesmo pode fazer qualquer coisa por si. Na realidade, sendo "O Amado" passivo, toda ação provém do" Amante", que é ativo. Distinção que é apenas filosófica e didática, já que, na prática, ambos são Um só. Daí a sequência: "conforme ouço, escolho", isto é, de acordo com a inspiração ou sugest ão das vibrações que provêm do Pai Criador e Sustentador permanente de todas as coisas. Mas são as vibrações ativas do som, que moldam as ações realizadas pelo Filho: o livre-arbitrio do intelecto (personalidade) pode opor-se a elas, resolvendo por conta própria até em sentido contrário. Mas o Cristo, UM com o Pai, jamais se afasta das diretrizes deste. E sendo o Pai o Verbo, a Palavra, o SOM, o termo empregado OUÇO é tecnicamente o correto: "conforme OUÇO, escolho".


Ora, sendo sua escolha sempre de acordo com as vibrações sonoras emitidas pelo VERBO (Palavra), será logicamente sempre uma escolha justa. E a razão dada do acerto da escolha é exatamente a que nós demos, mas, como é óbvio, é apresentada com termos conformes à compreensão possível na época: "não procuro a minha vontade, mas a vontade de Quem me enviou". As palavras diferem, mas a ideia é a mesma: é a adaptação de suas vibrações às do Pai, é a sintonização, é o ajustamento perfeito, salientado na 4. ª bem-aventurança: "felizes os famintos e sequiosos de perfeição (de ajustamento ou sintonia perfeita) porque serão satisfeitos" MT 5:6; cfr. vol. 2).


31. A seguir, talvez respondendo a alguma pergunta formulada ou apenas mental, indaga por que não seria verdadeiro o testemunho que desse a seu próprio respeito, em sinal de garantia de seu ensino. Se Ele, o Cristo Unigênito, o FILHO AMADO, não tivesse consciência plena do que era e do que podia, quem dos homens poderia fazê-lo? Então, sendo Ele consciente eternamente desde o princípio sem princípio, conhecedor ab imo de tudo numa onisciência absoluta, seria incompetente para testificar a seu próprio respeito? não lemos suas palavras (JO 8:14): "se eu testifico a meu respeito, meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde vou"?


32. Concede, entretanto, a objeção, e afirma categoricamente: "não importa, há outro que testifica a meu respeito". Desde que o testemunho venha de alguém digno de crédito, pode e deve ser aceito de olhos fechados. No entanto Ele, o Cristo, dá sua garantia: "sei que seu testemunho é verdadeiro".


33. Alguns devem ter pensado no testemunho dado por João o Batista, a respeito da personalidade Jesus, que encarnara qual o Messias prometido (cfr. JO 1:29-42; vol. 1). E o Cristo não desauSABEDORIA DO EVANGELHO toriza seu testemunho. Ao contrário, confirma-o: "vós enviastes a perguntar a João, e ele testemunhou a verdade". Observe-se que o Cristo não diz "a meu respeito", pois na realidade João falou de JESUS, personalidade humana, e não do Cristo, terceiro aspecto da Divindade, que vive EM TODOS NÓS, aguardando a hora em que o deixemos manifestar-se plenamente, como Jesus o deixou.


34. Mas aquele que falava, o Cristo, era caso diferente. Por isso afirma solenemente: "mas eu não recebo testemunho de homem" ... Em sua posição de manifestação divina, qual o homem que poderia dar testemunho a seu respeito? Nenhum. O finito não pode testificar sobre o Infinito, nem o temporal sobre o Eterno, nem o transitório sobre o Permanente, nem o limitado sobre o Semlimite, nem o ignorante sobre o Onisciente, nem o homem sobre Deus.


Vem então a declaração da razão da sua lição: tudo o que diz tem um motivo sério, e é que os homens possam conservar-se ilesos (dos perigos). O significado preciso do verso sôzô é "salvar" no sentido de" conservar ileso, manter livre de perigos, conservar sadio, proteger", donde analogicamente "salvar".


Pena que o sentido atual desse verbo tenha adquirido uma nuança especial teológica, que suponha "fazer ir para o céti’, ou então "livrar do inferno". Ora, os perigos a evitar são neste planeta, e não depois da desencarnação. Dai a necessidade de encontrar outro sinônimo que exprima a mesma ideia, sem nenhum substrato teológico, já enquistado no verbo "salvar", distorcendo-lhe o sentido através dos séculos.


35. Depois do parêntese, explicando porque dava esses ensinamentos, volta a falar a respeito do Batista, dando belo testemunho dele: "era a lâmpada que ardia e brilhava", inflamado que estava de amor pelo Cristo, seu Mestre, e pelos homens, seus irmãos; de si lançava a luz que iluminava as inteligências e o calor que acalentava os corações. Depois declara que os "judeus" quiseram realmente alegrar-se por um instante na luz dele, mas logo em seguida o esqueceram, voltando-se para os interesses materiais.


36. Aproveitando esse assunto, que voltará à tona, afirma que o testemunho que tem para citar de si mesmo é maior que o do Batista: são as obras que o pai Lhe deu para que as termine. Aqui mais uma vez se prova que interpretamos corretamente o sentido das palavras do Mestre. Nas traduções correntes, o verbo teleíô é traduzido como "executar". Mas seu sentido verdadeiro é "levar ao fim, terminar, concluir" alguma coisa que foi começada por outrem (ou por si mesmo).


Temos, pois, exatamente o que dissemos. O Pai Criador e Sustentador cria e mantém em movimento constante os sistemas atômicos e estelares, mas o Cristo-que-em-todos-habita (Cristo Cósmico - Cristo Interno) é Quem leva todas as coisas, de dentro de cada coisa, ao término de seu aperfeiçoamento, à meta de sua evolução. Perfeita a expressão: o Pai deu ao Filho as obras que criou, para que o Filho AS TERMINE, levando-as de volta ao Sistema, ao pólo positivo.


Então conclui: "essas obras que eu produzo é que testificam a meu respeito, confirmando que o Pai me enviou". Não era, absolutamente, uma referência às curas e chamados "milagres", que tantos outros taumaturgos também já realizaram. Muito pouco para o Cristo.


Refletindo sobre essas palavras, percebemos a realidade do processo: DESCIDA VIBRATÓRIA - SUBIDA EVOLUTIVA. A Luz Incriada baixa sua frequência vibratória, transformando-se em Som; este, descendo sua frequência vibratória, solidifica-se em átomos que, dentro de si, contém a VIDA, a Centelha divina, o CRISTO. Do átomo até o arcanjo (cfr. Allan Kardec, "O Livro dos Espiritos", resposta 540) e além ainda, o Cristo Interno TERMINA a obra do Pai, levando os seres à evolução ilimitada para o reino dos céus, para o Espírito.


Então, realmente, esse trabalho hercúleo testemunha a divindade do Cristo, da Mônada divina que, no íntimo de todos e de tudo, reside essencialmente e integralmente.


37. Então, através dessas obras é que o próprio Pai dá testemunho do Cristo, pelo Amor que manifesta em relação a Ele, pela confiança (pístís, fé) que Nele depositou. Depois, ainda esclarecendo dúvidas, tácitas ou manifestadas, confessa que realmente o Pai não é percebido pelas criaturas humanas.


Sendo Ele o Verbo, a Palavra, o Som, é perfeitamente natural que empregue palavras próprias: "nunca lhe ouvistes a VOZ". Com efeito, a voz é, de fato, produto do Som. Mas, assim também como o Som não tem forma, assim pode acrescentar: "nem vistes sua forma".


Todas as palavras do Cristo confirmam plenamente nossa teoria que, aliás, foi exatamente deduzida destas palavras que comentamos. Não "criamos" uma teoria, para a ela aplicar o sentido do ensinamento do Cristo; ao contrário: meditando longamente sobre esses conceitos, chegamos à conclusão de que a origem e sustentação dos universos era a que o Cristo nos revelara. No fim deste capítulo, exporemos nossa teoria a respeito da origem da matéria e da formação dos universos.


38. Além de afirmar que nem a voz do Pai foi ouvida, nem sua forma percebida pelos olhos, acrescenta uma acusação séria: não trazeis imanente em vós seu ensino (muito mais lógico do que "não permanece em vós sua palavra" das traduções vulgares; como permaneceria uma palavra pendurada em alguém?); e logo a seguir dá a razão: "porque não confiais naquele que Ele enviou". Aqui já não é simples verificação de um fato, mas uma acusação verdadeira porque o ensino está sendo dado, mas os homens não estão entendendo nem aceitando, porque não confiam no Cristo, não acreditam no que está dizendo. Talvez não tenham compreendido plena e profundamente nessa hora. Mas, mesmo séculos após, ainda não compreendem. O essencial, portanto, não será apenas ouvir, nem somente aprender, mas TRAZER FIXO, IMANENTE EM SI esse ensino, vivendo-o dia a dia, hora a hora, quase que respirando-o à vida e permanentemente.


39. Depois, já que falava a israelitas que aceitavam as Escrituras como de inspiração divina, e nelas colocavam toda a sua fé, certos de que, obedecendo a elas, teriam garantida a vida imanente, ou seja, o encontro final com a Divindade "no seio de Abraão", o Cristo apela para o testemunho das Escrituras, declarando taxativamente que elas testificam a respeito dele.


40. Queixa-se então, num lamento amoroso, que é ao mesmo tempo um apelo ao coração dos homens: "e não quereis vir a mim, para que tenhais vida"! ...


Com todo o trabalho que o Cristo vem realizando desde miríades de milênios por nossa evolução, impulsionando todo o progresso, não encontra senão raros exemplares que a Ele se dirigem para o Encontro Místico no imo do coração. A grande maioria ainda corre atrás de riquezas, de prazeres de fama, de domínio, de glórias efêmeras, de celebridade intelectual e até mesmo de santidade religiosa, em nome de um Cristo externo, em corpo perecível; e não atinam com o Cristo Verdadeiro e Vivo, que habita em nós, silenciosamente, ávido de receber nosso amor, nossa adesão a Ele, nossa unificação com Ele (cfr. JO 17:21-24).


Nesse Encontro, nessa unificação com o Cristo Interno, é que encontraremos a Vida Real, e só assim teremos a Vida em nós.


41. Depois, numa frase rápida e incisiva declara que "não recebe doutrinas de homens". É a resposta à acusação de não respeitar a lei sabática, promulgada por Moisés. Todas as prescrições criadas pelos homens só atingem as personalidades transitórias, jamais alcançando o Cristo Interno, soberano divino que está acima de todas as leis inventadas pelos que ambicionam dominar as massas com a autoridade de legisladores de almas. O Cristo, e aqueles que com Ele já vivem unificados, não precisam mais sujeitar-se a essas injunções que, em muitos casos, chegam ao absurdo e ao ridículo.


42. E logo a seguir afirma tê-los conhecido a todos. Realmente, habitando no coração de cada um, nada Lhe escapa à visão e ao conhecimento. Ninguém melhor e mais que o Cristo pode declarar ter-nos conhecido e conhecer-nos. Ele, que perscruta o coração dos homens (cfr. 1CR 28:9,. Rom. 8:27 e 1CO 2:10).


Conhecendo-nos assim, podia afirmar com toda a segurança e verdade: "não tendes em vós o Amor de Deus". O que neles (e em tantos outros...) predominava e predomina, são os amores das coisas terrenas, de si mesmos, de suas vantagens pessoais, incluindo embora a conquista do "céu", totalmente egoística, pois se sentem felizes quando seus antagonistas vão para o inferno...


Não é o Amor de Deus que os move: é a ambição pessoal em todas as direções; é a vaidade de acreditarse melhores que os outros, superiores em seu orgulho e conhecimento. E por isso capacitam-se de que podem, do alto de suas falazes cátedras, julgar e condenar a todos os que com eles não concordam, ou se afastam de suas ordenações.


43. Faz então o Cristo uma declaração que mais uma vez confirma sua atuação: eu vim POR meu Pai, em lugar de meu Pai ou, literalmente: "em nome de meu Pai". É a materialização do Verbo Criador, a solidificação, o congelamento, do som e, portanto, representa-o plenamente.


E no entanto, não é recebido, apesar de apresentar credenciais tão valiosas e seguras.


Neste ponto, faz uma oposição, a fim de mostrar como gostam as criaturas de ser enganadas: "se vier outro em seu próprio nome, esse recebereis". Com frequência vemos isso ainda hoje. Não são ouvidos aqueles que trazem a doutrina lídima do Cristo, mas aqueles que inventam novos sistemas pessoais e lideram grupos de autoelogio; esses vivem rodeados de sequazes aduladores, que os julgam superhomens e missionários privilegiados, semi-deuses a viver no plano humano. A massa dá mais valor aos que se endeusam, do que aos que reproduzem a humildade e a simplicidade do Cristo. Daí todos os que pretendem angariar gloríolas humanas fazerem algo que possa atrair os humildes pequeninos: roupagens exóticas, cabelos e barbas compridas, sinais cabalísticos como emblemas, alimentação especial bem anunciada diante de todos, qualquer coisa, enfim, para que sua presença seja de imediato percebida e honrada.


44. Então pergunta-nos o Cristo como os homens confiam, se recebem uma doutrina "de outro homem", igual a eles; como pode uma personalidade transitória falar das realidades eternas, se não tem unificado a si o Cristo Eterno? Como pode o intelecto limitado, encarcerado dentro de uma caixa ossa craniana, dogmatizar sobre o infinito, se seu Espírito ainda não se "infinitizou" imergindo no Cristo Cósmico? Por que então, não procurar, no Esponsalício Místico, no mergulho interno, a doutrina que provém da parte do Deus único, que é o AMOR?


Só quando o Espírito expandir sua consciência pequena na imensidão da Consciência Cósmica; só quando deixar a criatura de viver a SUA vida, personalística e pequenina, permitindo que o cristo viva nela, é que terá capacidade para transmitir e interpretar os ensinos do Cristo Interno, que fala silenciosamente em seu próprio coração, como no coração de todas as criaturas.


Então, ao invés de procurar em livros, em ensinamentos externos, temos que, após compreender a fonte verdadeira que jorra incessantemente água viva em nosso íntimo, buscar a doutrina verdadeira que provém do único Deus que em nosso âmago habita.


45. A seguir, manifestando ainda sua bondade imensa, o Cristo diz que não acusará ninguém perante o Pai. Cada um dará conta de suas próprias obras, de seus atos, de suas palavras, de seus pensamentos. O Cristo convoca e impulsiona a todos, mas a ninguém acusa, a ninguém castiga, porque a ninguém julga. No entanto, há alguém, cujas palavras serão por si mesmas uma acusação a todos os que Neles não acreditam: é o próprio Moisés, em quem todos colocaram suas esperanças. 46. E isso, porque Moisés escreveu a respeito do Cristo, mas eles não confiam nas palavras que lêem.


47. E se não confiam nas palavras escritas por Moisés, como confiariam nas palavras proferidas por ele?


Com a tristeza de quem se vê incompreendido, encerra mais uma aula magistral em que, resumindo fatos extraordinários, nos dá lições sublimes de profundidade e elevação, dando-nos o roteiro que todos temos que seguir, para alcançar os cimos da evolução, onde o Cristo nos espera a todos de braços abertos.


HIPÓTESE COSMOGÔNICA


De tudo o que até agora vimos nos Evangelhos, chegamos a deduzir como se formaram os universos. E o mais impressionante é sua concordância com as recentes descobertas científicas. O que aqui publicamos é simples esboço, aguardando maior aprofundamento do assunto.


João, o discípulo que reproduz os ensinos mais profundos de Jesus, o Cristo, revela-nos o segredo dos três aspectos do DEUS ÚNICO.


Lemos em seu Evangelho (4:24), com palavras do Mestre de Sabedoria, que "DEUS É O ESPÍRITO", ou seja, o ABSOLUTO.


No prólogo desse mesmo Evangelho (1:1 e 14) é-nos ensinado o segundo aspecto desse Espírito, como o VERBO (a Palavra) ou LOGOS CRIADOR, a Quem Jesus chama o PAI; e aí mesmo se diz que esse Verbo baixou Suas vibrações até a matéria ("fez-se carne"), assumindo então o terceiro aspecto do Espírito, o FILHO. (Já nos ocupamos dessas relações no 1. º vol. da "Sabedoria do Evangelho").


Aí temos o tríplice aspecto do DEUS-UNO: Espírito, Pai, Filho.


No entanto, o próprio João revela-nos outro ângulo da questão, quando diz (l. ª JO 4:8 e JO 4:16): ho theòs agápé estin, DEUS É AMOR. Ainda o Absoluto, o "Espírito Santo", conforme escreve Gregório Magno: Ipse Spiritus Sanctus est AMOR, ou seja, "o próprio Espírito Santo é o Amor" (Hom. de Pentecostes, XXX, Patrol. Lat. vol. 76 col. 1220). Então, é o AMOR-CONCRETO e REAL.


Esse Amor, quando age (ativo), apresenta-nos o segundo aspecto, o AMOR-AÇÃO, isto é, o AMANTE.


Mas para que o Amante possa expandir-se, é indispensável haja o objeto de seu Amor, e então surge o terceiro aspecto, o AMOR-PRODUTO, ou o AMADO.


Novamente encontramos o tríplice aspecto do DEUS-UNO: o Amor, o Amante, o Amado.


Tomás de Aquino (Summ. Theol. I, q. 37, art. 1 ad 3um) compreendeu bem a questão, só tendo dificuldade de explicá-la a fundo, porque o ensino de Jesus sofrera má interpretação, e a "trindade" tivera seus aspectos invertidos para "Pai-Filho-Espírito Santo", ao invés do correto "Espírito-Pai-Filho". Eis a palavra do Angélico: "Diz-se que o Espírito-Santo é a união entre o Pai e o Filho, já que é o AMOR; porque como o Pai ama num único amor a si e ao Filho, e vice-versa, é expressada no Espírito-Santo, como AMOR, a relação do Pai ao Filho, e vice-versa, como do AMANTE ao AMADO.



spiritus Sanctus dicitur esse nexus Patris et Filii inquantum est AMOR: quia cum Pater amet única dilectione Se et Filium, et e converso, importatur in Spiritu Sancto, prout est AMOR, habitudo Patris ad Filium, et e converso, ut AMANTIS AD AMATUM. sed ex hoc ipso quod Pater et Filius se mutuo amant, oportet quod mutuus Amor, qui est Spiritus Sanctus, ab utroque procedat" (Summ. Theol. I, q. 37, art. 1, ad 3um).



Até aqui perfeito. Daí por diante, vemos a dificuldade de Tomás, por causa da inversão dos aspectos trinitários; continua ele: "Mas pelo fato mesmo de que o Pai e o Filho se amam reciprocamente, é necessário que o amor mútuo, que é o Espírito-Santo, proceda de um e de outro". Neste final está o equívoco.


Nas criaturas, sendo o amor abstrato (um acidente, não a substância), é ele a resultante das relações entre amante e amado. Mas em Deus, sendo o Amor substancial e concreto, é Dele, do Amor, que procedem o Pai e o Filho, gerados pelo próprio Amor-Concreto.


Escreve Agostinho: "Não deve compreender-se confusamente o que diz o Apóstolo: dele, por ele e nele" ("Non confuse accipiendum est quod ait Apostolus: ex ipso, et per ipsum, et in ipso" - Ag. De Trinit., 6,10; Patrol. Lat. vol. 42, col. 932); e mais adiante: "Diz Dele por causa do Pai; por Ele, por causa do Filho; e Nele, por causa do Espírito-Santo" ("Ex ipso dicens propter Patrem, per ipsum, propter Filium, et in ipso, propter spiritum Sanctum" - Ag. Contra Maxim., Patrol. Lat. vol. 42, col. 800).


E Tomás continua a completar a objeção ("Sed videtur inconvenienter. Quia per hoc quod dicit IN IPSO, videtur importari habitudo causae finalis, quae est prima causarum" - Summ. Theol. I, q. 39, art. 8, obj. 4. º): "Mas parece que incorretamente, porque nele parece implicar a relação de causa final, mas esta é a primeira das causas". Esta objeção contém grande verdade, pois tudo existe NELE, no Amor, no Espírito-Santo, que é realmente a Causa Primeira; tudo provém DELE, do Pai do Amante-

Criador; e tudo é feito por ELE, pelo Filho, pelo Amado, o Cristo. Realmente é assim, pois hoje já não mais pode admitir-se a criação INSTANTÂNEA, ex nihilo, aparecendo tudo pronto e feito de um golpe: o que a ciência prova, é que o PAI imergiu na matéria tomando a aparência de FILHO, penetrando na matéria para que ela EVOLUA POR SI MESMA, isto é, POR ELE, pelo Filho, que lhe constitui a essência última e profunda, sua alma, seu espírito.


Ainda em João temos uma terceira revelação (l. ª JO 1:5): DEUS É LUZ (ho theòs phôs estin).


E aqui chegamos à parte científica da Física de vibrações, já comprovada modernamente: tudo o que existe é produto de vibrações, e a vibração que dá origem a tudo é a LUZ. Mas, como se condensou a Luz?


Facilmente se comprova. que a Luz, sendo vibração, produz SOM. E quanto mais alta a frequência vibratória da luz, mais forte, (embora inaudível a nossos ouvidos físicos) o som. Que força não terá o som produzido pela Luz Infinita, eterna e incriada?


Então, temos o primeiro aspecto: o Absoluto, a LUZ, o Espírito. Essa LUZ produz o SOM, que é chamado A PALAVRA (em latim, VERBO, em grego, LOGOS). E esses nomes são bem característicos, de que o Pai-Criador é, realmente, SOM, pois que é PALAVRA.


Esse SOM produz as massas que se movimentam com rotação e translação constantes, enquanto perdura o som que as criou e as re-cria a cada instante (cfr. : "meu Pai trabalha até hoje, e eu também trabalho", JO 5:17); essas massas em movimento constante (se parasse o movimento, tudo cairia no nada) podem ser macroscópicas (sistemas estelares) ou microscópicas (sistemas atómicos): "o que há em cima, é como o que há em baixo" (Hermes). Essas massas, em que se tornou o Som Criador, são O FILHO, pois são animadas e constituídas pela essência do SOM-CRIADOR, mas existem EM SI, como FILHO, o terceiro aspecto.


Resta provar que o som produz sistemas estelares ou atômicos.


O Dr. Hans Jenny, médico em Dornak (Basiléia, Suíça), conhecido técnico em acústica experimental, ampliou de muito as experiências de Chladni, operando com diversos materiais. De suas pesquisas, as que vem em apoio de nossa terioria são as realizadas com pó de licopódio, colocado em finas camadas sobre membranas vibrante.


Espalhado o pó, foi produzido o SOM, controlado em suas vibrações em Hz; e as figuras formadas, foram filmadas durante todo o processo por Hans Peter Widmer. De seus filmes foram extraídas as gravuras que reproduzimos.


Uma das observações básicas, comprovadas pelo Dr. Jenny, foi de que as massas redondas de licopódio, aglutinadas do pó, pelo som, mantinham permanentemente um movimento de rotação sobre si mesmas e outro de translação, "parecendo, escreve ele, semelhantes a sistemas cósmicos, e dando a sensação de reproduzir as estruturas que unem entre si as várias partes da criação". Realmente, "as figuras pulsam e oscilam enquanto permanece o som, apresentando correntes e rotações regulares".


Nas quatro figuras, vemos: FIG. 1 - Na produção do som, o pó de licopódio se reúne em pequenas massas esféricas, que jamais se imobilizam; mas além do movimento de rotação sobre si mesmas, tem o movimento traslação, caminhando da periferia para o centro grudadas à membrana, emergindo no centro, e regressando à periferia por cima das outras, numa circulação contínua.


FIG. 2 - Aumentanda-se a amplitude da vibraçãa sonara, as massas esféricas se vão aglomerando umas às outras tendendo para o centro e aumentando de volume por aglutinação.


FIG. 3 - A aglomeração vai crescendo ao ampliar-se a frequência vibratória do som, até formar-se uma grande ESFERA, que prossegue em seu movimento regular de rotação sobre si mesma, o qual causa desenhos de altorelevo (montanhas e vales!) como manifestação desse movimento; mas além dele, continua sua rota constante de translação. O autor faz aqui uma observação: de que todo o processo aparece como uma tentativa de modelo das relações entre a parte e o todo num sistema unitário: cada parte, em seu próprio campo, se comporta como o todo, pois faz exatamente tudo o que o todo faz; ao passo que o todo-aparente, apesar de sua unidade, se divide em vários elementos.


FIG. 4 - Aumentando ainda mais a amplitude da vibração sonora, vemos que os movimentos se tornam mais violentos (Jenny os chama "dramáticos"), e as massas esféricas são atiradas "como o jato de uma fonte" para a periferia, enquanto os da periferia voltam em grande velocidade para o centro, sem jamais perder o movimento rotativo.


Resta esclarecer um ponto básico: o som atua na matéria (pó de licopódio) fazendo-a movimentar-se; mas a matéria já existe. Como se explicaria, porém, o fato do aparecimento da matéria? Já existiria ela antes de ser movimentada pelo Som Inaudível (talvez aquele a que alguns chamam a "música das esferas")?


Ou terá surgido como que criada pelo som? Neste último caso, esse surgimento daria a real impressão de ser verdadeira criação ex nihilo (do nada).


Acreditamos nesta segunda hipótese que, no entanto, ainda não podemos comprovar cientificamente, mas apenas expô-la teórica e racionalmente.


Já foi provado pelas experiências atômicas que, na desintegração do átomo, a matéria desaparecia totalmente, transformando-se em energia. Donde a dedução correta de que a matéria é simples congelamento ocasionado pelo baixamento de vibrações na degradação da energia.


Por outro lado, sabemos que a mais baixa frequência vibratória do som audível é de 16 ciclos por segundo.


Se descermos mais, entramos na vibração da matéria, que vai diminuindo até frações ínfimas da unidade, embora sem jamais atingir o zero (teoria dos limites), senão cairia no nada absoluto. Raciocinando ao revés, verificamos que se a matéria ativar suas vibrações, crescendo-as acima de 16, produzirse-á o som... São, pois, vizinhos na escala vibratória o som e a matéria, bastando uma fração de grau a mais ou a menos, para que de um estado se passe a outro.


Compreendemos então que, ao degradar-se ("Degradarse" no sentido de diminuir o grau, fisicamente, sem nenhuma influênda moral) o Som Infinito, suas vibrações baixaram a tal ponto que se tornaram "poeira cósmica": o som se transformou em matéria ("o Verbo se fez carne" ...), criando-a (Interessante observar que foi dito: "YHWH formou o homem do pó da terra" - GN 2:7). Ao continuar o som a agir sobre a poeira cósmica, começa ela a movimentar-se reunindo-se em pequenos agregados - elementos atômicos - que acabam formando os átomos; estes, as moléculas; estas, os agregados moleculares, que se vão complicando até possibilitar, pela reunião de H, O, C e N o surgimento da vida, impulso elétrico da eterna energia sonora, manifestação da Inteligência que atuará daí por diante, impelindo e dirigindo a evolução no processo inverso de regresso ao Espírito. Utilíssimo consultar, a propósito, "Grande Síntese", de Pietro Ubaldi (sobretudo o cap. 48).


Com essa hipótese, ficaria explicada cientificamente a discutida origem da matéria, que teria sido criada pela degradação da energia sonora, a qual provém da degradação da Luz (Einstein). A Luz lncriada baixou suas vibrações tornando-se SOM, e o Som degradando sua energia, solidificou-se, tornando-se

MATÉRIA.


Compreendemos, dessa forma, porque uma partícula ultra-microscópica, como o átomo, tem em si tão grande energia concentrada que, ao ser ele desintegrado, detona forças imensuráveis.


E é por isso que os antigos mestres denominavam a matéria Lúcifer (portador da luz), pois sua substância ultérrima é, realmente, a luz.


Por aí vemos a confirmação de nossa teoria: o SOM produz os sistemas estelares gigantescos e os sistemas atômicos ultra-microscópicos. O SOM é realmente o VERBO-CRIADOR, que se torna FILHO criando a matéria. E de dentro dessa mesma matéria, como elemento impulsionador, como ALMA, vai fazendo que a matéria evolua, até atingir novamente a espiritualização completa. Tudo se resume num baixamento de vibrações altíssimas, até o limite máximo que conhecemos no sopé da escala, a matéria.


E tudo tende a evoluir subindo novamente de vibração até o ponto máximo na elevação da vibração do Espírito ("até que todos cheguemos à medida da evolução de Cristo", EF 4:13). Compreendemos, pois, que a matéria, expressão e manifestação da Divindade, existe desde que a LUZ-INCRIADA produziu o SOM -CRIADOR.


Resumamos os três aspectos daquilo que costumamos chamar DEUS:




SISTEMAS
(atómicos e estelares)













FILHO UNIGÊNITO


AMADO (Passivo)







A - o Abosluto Imanifestado B - a Manifestação C - o Manifestado
1. Na Física de Vibrações:
LUZ INCRIADASOM CRIADOR
ESPÍRITOENERGIA MATÉRIA
2. Na Física dinâmica:
FORÇA POTENCIALFORÇA MOTORA MOVIMENTO
3. Na Biologia:
VIDA AMORFA FORMADOR DE VIDA
(Vivificante)
FORMAS VIVAS
4. Na Filosofia:

MENTE (Inteligência)
Pensamento absoluto
PENSAMENTO
PALAVRA CRIADORA
Verbo ou Lagos
VONTADE
CRISTO CÓSMICO
Alma dos Universos
AÇÃO
5. No Psiquismo:
ESPÍRITO SANTO PAI CRIADOR
6. Na Mística:
AMOR CONCRETO AMANTE (Ativo)
Esses três aspectos se refletem no HOMEM, quando a matéria já atingiu, em sua eterna evolução, um estágio superior, de forma a permitir a manifestação inteligente do CRISTO, através dele ("feito segundo a imagem e semelhança de Deus"):
CENTELHA DIVINA
Mente
ESPÍRITO
Individualidade
VEÍCULOS FÍSICOS
Personalidade (intelecto, astral, elétrico, corpo)
Allan Kardec chamou a esses três aspectos principais de :
ESPÍRITOPERISPÍRITO CORPO





FIM




Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 3 até o 51
Quatro relações do Verbo são descritas em 1:3-5.

  1. Com o Mundo

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez (3; cf. Sl 33:6-9; Cl 1:15-17; Hb 1:2). A última oração, que é enfática, foi acrescentada para se guardar contra as falsas doutrinas do século I "que atribuíam a origem de certas existên-cias a criadores inferiores, ou consideravam a matéria como auto-existente".4

  1. Com a Vida e a Luz

Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens (4). Aqui, o Verbo é visto como a Fonte da vida. A vida biológica vem dele, com certeza, mas há mais. Regularmente usada neste Evangelho, a palavra vida (zoe, 36 vezes; nunca bios, vida biológica) se refere à vida "do alto" (3.3), à "vida eterna" (3:15-16; 20.31), à vida abundante (10.10). Como Ele é a Fonte de toda a vida, também é Ele a Fonte de toda a luz. A primeira criação do Verbo divino foi a luz (Gn 1:3). Da mesma forma, o salmista fala da vida e da luz juntas: "porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz" (S136.9). O Verbo encarnado descreve a si mesmo como "a luz do mundo" (Jo 8:12). A luz e a vida estão na ofensiva. A morte está destinada à derrota (11,26) ; as trevas do túmulo são dispersadas pela luz penetrante e resplandecente.

  1. Com o Homem

E a vida era a luz dos homens (4). O Verbo é a Revelação pessoal de Deus aos homens. É pessoal porque procede de Deus e é direcionada aos homens. O Verbo é "a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo" (1.9).

  1. Com as Trevas

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam (5). O Verbo eterno, em figuras de luz e vida, veio aos homens que estão em trevas e morte. Por todo o quarto Evangelho, estão os retratos da conseqüente luta entre a Luz e as trevas, geralmente coroados de vitória pela Luz, mas às vezes não. Jesus deu vista (luz) a um homem cego de nascença (cap. 9). Ele trouxe Lázaro do túmulo, da morte e das trevas (cap. 11). Mas um que estava próximo a Ele, Judas 1scariotes, entrou na noite de trevas eternas (13.30). A palavra traduzida como compreenderam, significando "entender", também significa "vencer". Embora João pudesse ter em mente ambos os significados, o segundo, juntamente com o tempo aoristo5 do verbo, é a promessa da vitória definitiva e final para a luz, e para tudo aquilo que ela representa.

  1. JOÃO BATISTA E A Luz, 1:6-8.

Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz (6-8). João Batista é apresenta-do no início da história. Em seu recital do Hino Logos, na citação da Luz, o autor quer que fique claramente entendido que João Batista não é a Luz. Então, como será visto mais tarde, o escritor João foi um discípulo de João Batista, antes de deixá-lo para seguir a Jesus. Conseqüentemente, estando próximo a João Batista, ele conhecia bem o relaci-onamento mantido entre João Batista e Jesus.

O autor é cuidadoso em sua escolha de um verbo para descrever a vinda de João. Houve um homem significa literalmente "veio a existir (ou apareceu na história) um homem". A sua "vinda" não deve ser confundida com o "ser" do Verbo eterno (1.1).

João Batista representava para a antiga ordem um profeta e sacerdote (Mt 11:9-10), mas para a nova ordem, um mensageiro. O testemunho do próprio João Batista (1,33) deixa claro que ele assim concebeu o seu papel. Os homens creriam através dele. Ele deveria ser a ocasião para que os homens tivessem fé. Mas o objeto da fé dos homens deveria sempre ser o Verbo eterno, Jesus Cristo.

  1. O VERBO ENTRE OS HOMENS, 1:9-13

Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo (9). Isaías, o profeta, clamou, "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti" (60.1). A profecia é cumprida; veio a verdadei-ra Luz. Cristo é a Luz. O significado de verdadeira precisa de esclarecimento. Dizer que Cristo é a Luz verdadeira sugere que todas as outras luzes são enganadoras ou falsas. Mas isto não é o que João está dizendo. Antes, Cristo é a Luz real, perfeita e genuína. As outras, por comparação (e.g., João Batista), são imperfeitas, são sombras, ou não têm essência. Entretanto, embora não sejam a luz verdadeira, não são falsas.'

O Evangelho de João tem sido freqüentemente chamado de Evangelho Universal, e assim ele é. Aqui, o autor escreve que o Logos, o Cristo, é a Luz... que alumia a todo homem que vem ao mundo.

Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam (10-11). Em um estilo majestoso, porém usando uma linguagem mais simples, João retrata o fato, o propósito e o resultado da Encarnação. O fato: Ele estava no mundo, um mundo e um povo de sua própria cria-ção. O propósito: Ele veio para o que era seu. Mas o resultado, a resposta do homem à ação de Deus em relação ao próprio homem, foi o fracasso em conhecê-lo, a recusa em recebê-lo. O propósito de Deus e a recusa do homem são colocados aqui em um vívido contraste. Uma tradução literal seria a seguinte: "Ele veio para as suas próprias coisas, e o seu próprio povo não o recebeu". Não foi o mundo natural que recusou aceitá-lo. A recusa e a rebeldia vieram dos corações dos homens. João usa a palavra "conhecer" para abraçar mais do que um entendimento intelectual. "O fracasso em conhecer a Deus é um fracasso sobre um plano ético. É a rejeição voluntária de Deus, e o repúdio à sua justi-ça".' Sem dúvida, a rejeição completa — da melhor e mais elevada revelação de Deus -foi demonstrada pelos líderes de Israel, geralmente descritos por João como "os judeus".8

Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus (12-13).

Embora muitos tenham rejeitado a Luz resplandecente, a revelação pessoal de Deus, muitos a receberam. A palavra traduzida como poder (ou, melhor, "direito") "não descre-ve uma mera capacidade, mas uma autoridade legítima e por direito, derivada de uma fonte competente que inclui a idéia do poder" (cf. Jo 5:27-10.18; 17.2; 19:10-11).9 Na Encarnação, Deus fez a provisão adequada para que os homens tenham o direito -baseado na autoridade e no poder apropriados — de se tornarem "filhos" de Deus. Tal direito não é uma capacidade humana inerente, separada da graça de Deus. É dado por Deus. Somente os homens que o recebem, i.e., aqueles que têm fé, são filhos de Deus. A auto-revelação de Deus é universal; é para todos os homens (9), mas a resposta do ho-mem, não. Nem todos os homens têm fé.

Há apenas uma maneira de se tornar filho de Deus, que é ser gerado "de Deus". Nem mesmo ser o ancestral humano mais ilustre e religioso é suficiente para se fazer parte da família de Deus. A mulher samaritana (Jo 4:12) recorreu a Jacó como uma certificação de sua posição religiosa, e os judeus freqüentemente falavam com Jesus a respeito de seu pai Abraão (Jo 8:33-39,53,57), como uma justificativa suficiente de sua posição diante de Deus. O ensino de Jesus a Nicodemos, que era um mestre de Israel, centralizou-se neste fato (Jo 3:3-5). Somente Deus pode dar vida espiritual.

Um sermão intitulado "A Verdadeira Luz", descrevendo a missão do Verbo vivo po-deria ser construído em torno destes pontos: 1. O Verbo é vida (4) ; 2. O Verbo vence tudo (5) ; 3. O Verbo é Deus entre os homens (1,14).

D. A ENCARNAÇÃO, 1:14-18

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (14). Westcotti° destaca as quatro partes essenciais desta grande declaração.

1. A Natureza da Encarnação

O Verbo se fez carne. O termo aqui traduzido como se fez na verdade significa "tornou-se" (cf. Jo 1:6) ; portanto, ele descreve com exatidão a entrada de Jesus na história.

Falando ao mundo grego de seus dias, João disse nos melhores termos possíveis que "o Logos da filosofia é o Jesus da história"» Além disso, os gnósticos docéticos daquela época afirmavam que não houve uma encarnação real — pensavam que o corpo de Jesus fosse apenas uma "semelhança". Para eles, Cristo era, no máximo, uma teofania — uma aparição de Deus em forma humana. Alegavam que o Verbo nunca se tornou carne, real-mente. Em oposição, João fez uma declaração simples, direta e poderosa: O Verbo se fez carne (cf. 1 Jo 4:2-2 Jo 7). Hoskyns diz:

O Verbo se fez carne — uma linguagem perigosa quando separada de seu con-texto no quarto Evangelho, pois o autor não quer dizer que o Espírito se transfor-mou em carne e, portanto, tornou-se inútil, ou que o Espírito ou o Verbo de Deus tornou-se algo visível ao olhar histórico. Ele, porém, quer dizer que a carne de Jesus é o lugar onde os homens creram e descreram, e ainda o fazem; onde a divisão entre aqueles que crêem e aqueles que não crêem torna-se uma divisão definitiva entre os filhos de Deus e os filhos do Diabo. Qualquer distinção relativa entre a fé e a des-crença é impensável.'

A natureza da Encarnação, como aqui apresentada, esclarece vários pontos. De acordo com Westcott:

a. A humanidade do Senhor era completa... (O Verbo se fez carne, e não um corpo ou coisa semelhante.) ; b. Ahumanidade do Senhor era real e permanente... (O Verbo se fez carne, e não se revestiu de carne) ; c. As naturezas humana e divina do Senhor permaneceram sem mudanças, cada uma delas cumprindo o seu papel de acordo com as suas próprias leis... (O Verbo se fez carne, ambos os termos são pre-servados lado a lado.) ; d. A humanidade do Senhor era universal e não individual, incluindo tudo o que pertence à essência do homem, sem levar em consideração sexo, raça ou tempo (O Verbo se fez carne e não um homem.) ; e. As naturezas huma-na e divina'clo Senhor estavam unidas em uma única pessoa...; f. O Verbo não ad-quiriu personalidade através da Encarnação.'

A. T. Robertson argumenta que a declaração O Verbo se fez carne é uma alusão à concepção virginal. Ele faz a pergunta retórica: "Que significado inteligente pode-se dar à linguagem de João, aqui, separado da concepção virginal? Que mãe ou pai comum fala de um filho 'tornando-se carne'?""

  1. A Vida Histórica do Verbo Encarnado (1.
    - 14b)

Ele habitou entre nós. A temporalidade da Encarnação é mostrada na figura de uma tenda para habitação temporária. João escreveu literalmente: "O Verbo levantou um tabernáculo ou uma tenda entre nós". A historicidade da Encarnação é certificada no lugar da habitação — entre nós (cf. Si 85:9-10).

  1. Testemunho Pessoal da Vida Humana-Divina (1.
    - 14c)

Vimos a sua glória. Talvez o melhor comentário sobre isto seja feito pelo pró-prio João em sua primeira epístola: "O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida" (1.1). A oração "o que temos contemplado" é exatamente a mesma forma usada em 1.14 para vimos. Este é o aoristo histórico e se refere a um momento definido no passado. O que estas testemunhas apostólicas contemplaram foi a sua glória. João "fala por aqueles que têm fé e, portanto, visão"." Eles viram a manifestação da pre-sença e do poder de Deus operando entre eles. Esta manifestação estava presente em toda a vida, obra, morte e ressurreição de Jesus. Seus discípulos viram a sua glória e creram nele (Jo 2:14-11.4,40; 12.41; 17.5, 22,24).

4. O Verbo Encarnado como o Revelador de Deus (1.14d-18)

Uma palavra precisa ser dita sobre a frase o Unigênito do Pai. Comparada a Colossenses 1:15, onde Cristo é descrito como "o primogênito de toda a criação", a frase apresenta a filiação de Cristo sob aspectos complementares. "A primeira marca a sua relação com Deus como absolutamente sem paralelos; a outra marca a sua relação com a criação como preexistente e soberana"." O significado é claro e poderoso. "A glória do Verbo encarnado era como a glória que o Filho único do Pai eterno derivaria dele, e assim a poderia exibir aos fiéis".'

A palavra graça só aparece aqui e em 1:16-17. É a graça que Ele veio dar aos homens. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). A palavra que acompanha graça é verdade (17), e a verdade é o caráter essencial do Verbo. Esta é a verdade no sentido filosófico da realidade, no sentido ético da santidade, e no sentido moral do amor. Jesus disse a respeito de si mesmo: "Eu sou... a verdade" (14.6).

O versículo 15 é uma reiteração a respeito de João Batista. Em 1.7 ele testificou da Luz; aqui, ele testifica ou faz uma afirmação que anuncia a vinda de Cristo, enquanto afirma a sua existência eterna. João testificou dele e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: o que vem depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.

A idéia de abundância do rico depósito da graça infinita de Deus é proeminente em João. A linha de ação é definida aqui no prólogo. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). Esta idéia de abundância ocorre repeti-damente nas palavras e nas obras de Jesus. Em Caná da Galiléia, havia abundância do melhor vinho (2.10). Ele deu à mulher samaritana "uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (4.14). Para a multidão faminta, havia mais do que o suficiente (6.13). Para a alma sedenta, Ele prometeu não só o suficiente para satisfazer, mas um transborda-mento de "rios de água viva" (7.38). A vida abundante para os verdadeiros crentes se tornou possível pela entrada de Jesus no mundo (10.10). João não só exibe um evangelho que é universal no sentido explícito (i.e., um evangelho para "todo aquele que quiser"), como também em um sentido implícito. Todas as áreas da vida do homem de fé são permeadas pela graça abundante de Deus.

A expressão graça sobre graça é literalmente "graça tomando o lugar da graça". Robertson observa que ela é "como o maná fresco a cada manhã, a nova graça para o novo dia, e para o novo serviço"."

Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (17). Este contraste vívido proporciona simultaneamente: (a) um plano para a organização dos materiais no quarto Evangelho; e (b) o cenário para o conflito e a controvérsia que culminaram na cruz.

A organização dos materiais no Evangelho de João mostra que a revelação através do Verbo é superior à da lei, e que somente em Jesus Cristo a lei encontra o seu cumpri-mento completo (Ele veio não para destruir, mas para cumprir). Esta revelação superior é a revelação plena, pessoal e final de Deus (14.9).
Jesus não estava em conflito com a lei. Aqueles que representavam a lei, sim, esta-vam em conflito com Ele. Isto resultou em uma prolongada controvérsia entre Jesus e os judeus, a qual teve início com a questão relacionada às leis do sábado (5,10) e culminou na cruz (19.18).
Não é que João pensasse na lei e na graça como antitéticas, ou que a lei não fosse verdadeira. Ela era verdadeira, porém limitada. A lei era insuficiente em relação às necessidades mais profundas do homem, ao passo que Cristo é mais do que suficiente, uma vez que Ele é a Fonte de toda a verdade e graça.
Aqui, João usa o nome histórico completo, Jesus Cristo. Nos Sinóticos, este nome completo só é encontrado em Mateus 1:1 e Marcos 1:1; e novamente em João, somente em Jo 17:3.

Uma firme tradição judaica afirmava que ninguém jamais vira a Deus com olhos físicos (Êx 33:20; Dt 4:12). Conseqüentemente, João escreveu: Deus nunca foi visto por alguém (18). Mas isto proporciona a ocasião para que ele declare a plena verdade que está prestes a descrever em detalhes. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer. Aqui estão descritos em afirmações majestosas: a preexistência de Cristo e o seu relacionamento inigualável com o Pai, o Filho unigênito; a sua encarnação, este o fez conhecer; e a sua condição como eterno e exaltado, que está no seio do Pai. O melhor comentário sobre a expressão no seio do Pai foi feito pelo pró-prio João, quando escreveu uma frase que pode ser literalmente traduzida assim: "O Verbo estava face a face com Deus" (1.1).

SEÇÃO II

OS TESTEMUNHOS

João 1:19-51

A. JoÃo BATISTA, 1:19-42

1. O Testemunho de João a respeito de si mesmo (1:19-23)

A história do evangelho na verdade começa em Jo 1:19. No prólogo, o autor mencionou João Batista e seu testemunho de uma forma geral (Jo 1:6-7,15), mas aqui volta-se para alguns detalhes sobre ele, dentro de um cenário histórico. O tema para a seção é a decla-ração aberta: "Este é o testemunho de João" (19).

Ninguém estava em posição mais favorável do que João Batista para testificar a respeito do Verbo encarnado. Havia a profecia de que ele viria preparar "o caminho do Senhor" (Is 40:3). De acordo com as próprias palavras de Jesus, esta profecia cumpriu-se através da vinda de João. Jesus disse acerca dele: "E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir" (Mt 11:14).

A investigação cuidadosa dos sacerdotes e levitas' — uma delegação oficial do Templo, enviada pelos judeus de Jerusalém para descobrir, se possível, a origem e a missão de João — marca o início de uma hostilidade sempre crescente, primeiro a João, depois a Jesus. Isto culminou com o assassinato prematuro de João Batista (Mt 14:3-10) e com a crucificação de Jesus.

A primeira conversa do quarto Evangelho (há muitos diálogos no livro) inicia com a pergunta apresentada pelos sacerdotes e levitas: Quem és tu? (19) A primeira resposta de João, Eu não sou o Cristo (20), é mais explícita porque afirma o que ele não é. Os homens não deveriam, de forma alguma, pensar nele como o Messias prometido e espe-rado (Is 7:14-9.6).

Os interrogadores prosseguiram no assunto, posteriormente. Então, quem és, pois? És tu Elias? (21) Com base em Malaquias 4:5, os judeus esperavam a vinda de Elias antes que viesse "o dia grande e terrível do Senhor"; portanto, sua pergunta era apropri-ada. A resposta de João, não sou (21), em nenhuma hipótese é uma contradição das palavras de Jesus em Mateus 11:14, pois embora João Batista estivesse cumprindo o ministério preliminar de que Malaquias falara, ele não era Elias de volta à terra em uma forma corpórea.

A resposta negativa de João evocou uma pergunta adicional: És tu o profeta? -aquele predito em Deuteronômio 18:15. A partir de João 6:14-7.40, fica claro que os judeus aguardavam o profeta, mas a resposta de João Batista foi outro sonoro Não! As três respostas para essas perguntas variadas tornaram-se consistentemente curtas, menos explicativas, tendendo mais à negação. Os interrogadores, então, explicaram por que precisavam de uma resposta para a pergunta: Quem és tu? ... para que demos res-posta àqueles que nos enviaram. E persistiram, Que dizes de ti mesmo? (22) A resposta de João é tanto uma afirmação quando uma negação: Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías (Is 23). A negativa está implícita. Ele não era o Verbo, mas uma voz para declarar o Verbo. Conseqüentemente, esta era tanto uma afirmação quanto um cumprimento.

2. O Relacionamento de João com Aquele que Viria (1:24-28)

E os que tinham sido enviados eram dos fariseus (24). Esta frase pode ser traduzida também da seguinte forma: "Eles tinham sido enviados pelos fariseus". Desse modo, a pergunta foi colocada de uma maneira que cobrisse o assunto já revisto inteira-mente, e também tinha a finalidade de introduzir um novo interrogatório a respeito do batismo. Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? (25) Visto que o grupo investigador se originara em Jerusalém, do meio dos fariseus, é bastante natural que este devesse ser um ponto de discussão, pois pensavam eles que eram os guardiões da ortodoxia judaica, particularmente relacionada a formas e práti-cas associadas ao batismo.

A resposta de João é uma pronta admissão desta prática de batismo com água, um rito simbólico de purificação (cf. Mt 3:6; Mc 1:8; Lc 3:3-12; 7.29). Evidentemente, Jesus acompanhava os que estavam presentes quando João falou sobre o batismo, visto que este acrescentou: Mas, no meio de vós, está um a quem vós não conheceis (26). Há uma traduçãol de 1.27 que também é atestada através dos manuscritos gregos: "... aque-le que há de vir depois de mim, e ao qual eu não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias". João cumpriu a sua missão de arauto ao reconhecer aquele cujo valor é ver-dadeiro e inestimável, ainda que profundamente ciente de sua própria indignidade em tal Presença.

O autor faz menção do local onde estes eventos ocorreram. Essas coisas acontece-ram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando (28). Tais indicações são uma característica do quarto Evangelho, e constituem evidência de que o autor era certamente uma testemunha ocular. A localização exata deste lugar não é co-nhecida hoje, e o problema complica-se um pouco pelo fato de que nos manuscritos mais antigos lê-se: "Betânia além do Jordão". "Orígenes, um estudioso do século III d.C., que residia na Palestina, insistia em afirmar que o nome correto era Betábara".2 Provavelmente é ele o responsável pela mudança no texto grego. Visto que os primeiros manuscri-tos não apóiam a posição de Orígenes, pode-se concluir que o autor tinha em mente um lugar chamado Betânia. Do outro lado do Jordão seria a leste do Jordão, talvez na margem leste do rio (ver o mapa 1).

3. O Testemunho de João a respeito do Cordeiro de Deus (1:29-34)

No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordei-ro de Deus, que tira o pecado do mundo (29). O dia seguinte foi o dia que sucedeu os eventos iniciais do relato (1.19). Eis o Cordeiro de Deus. Este título atribuído a Jesus rapidamente evoca a profecia do Servo sofredor em Isaías 53, particularmente as palavras em 53.7: "...como um cordeiro, foi levado ao matadouro" (cf. Jr 11:19). No Novo Testamento, há abundantes alusões a esta idéia (cf. Act 8:32-1 Co 5.7; 1 Pe 1.19; Ap 5:6-8,13 6:16-7.9; 12.11). Fica evidente, a partir destas passagens, que o título aqui atribuído a Jesus sugere a idéia de sofrimento vicário e paciente resignação, bem como

um sacrifício apropriado. Como poderia ser de outra forma? O homem não providenciou a redenção; esta procede de Deus. Assim, João Batista declara "ser Jesus a propriedade de Deus, por cuja completa obediência os sacrifícios normais no Templo... foram cumpri-dos e excedidos" (cf. Êx 29:38-46; Jo 2:18-22).3

É bem verdade que o cordeiro pascal não era um sacrifício "para tirar o pecado" em um sentido expiatório, nem tinha a função de levar o pecado para longe, como acontecia com o bode. Contudo, o pleno simbolismo da Páscoa — juntamente com o cordeiro imoladoretratava a luta entre a vida e a morte, a pureza e a impureza, a perfeição e a imperfeição. A raiz é o pecado. Cristo veio de Deus para tirar o pecado do mundo. "O pecado do mundo — não pecados, no plural — é aqui contemplado... O pecado do mundo é uma mancha mais profunda do que os pecados de homens e mulheres ndividualmente; e o quarto evangelista, que vê a missão sub specie aeternitatis, percebe que o assunto da redenção é o pecado do kosmos (cf. v. 9), a impiedade e rebelião de todos os seres criados".4 João se refere ao seu testemunho proferido nos dias anteriores (cf. 1.27,30), com uma reafirmação dos seguintes tópicos: 1. Jesus é um ser absolutamente superior e eterno: Após mim vem um homem que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu (30) ; 2. A sua própria limitação: Eu não o conhecia (31,33) ; 3. A sua posição favorável como uma testemunha: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba (32), E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus (34).

A expressão Eu não o conhecia (31,33) provavelmente significa que João não ti-nha a completa certeza de que Jesus era o Messias. Sendo um parente de Jesus, muito provavelmente o conhecia (cf. Mt 3:14). Mas a completa certeza de que Jesus é o Messias só veio através do sinal do Espírito, que desceu como uma pomba.

E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele (32). Esta é a primeira menção do Espírito Santo no Evangelho de João. A experiência do Espírito e o ensino a seu respeito eram temas centrais na vida da Igreja Primitiva, e são características evidentes neste Evangelho: João Batista predisse um batismo com o Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33) ; o próprio Senhor Jesus foi ungido pelo Espírito Santo (Mt 3:16; Mac 1.10; Lc 3:22; Jo 1:32) ; Ele prometeu aos discípulos que lhes enviaria o Espírito Santo (Jo 14:16-17; 15.26; 16,7) ; e a promessa foi cumprida (Jo 20:22; Atos 1:8).

O testemunho de João Batista a respeito da unção de Jesus apresenta a ocorrência visível e a verdade invisível lado a lado,' marcando o início do ministério público de Jesus. "Por isto Ele recebe, como verdadeiro Homem, os dons apropriados. O Espírito por quem os homens são subjetivamente unidos a Deus desce sobre o Verbo que se fez carne, por quem Deus é objetivamente revelado aos homens".6

E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo (33). Esta declaração apresenta um vívido contras-te. Em declarações ousadas, João simultaneamente afirma a sua genuína ignorância humana, Eu não o conhecia, e a completa certeza da revelação certa e compreensível: esse me disse. Então, há o contraste dos dois batismos: um com água, o outro com o Espírito. O primeiro fala da antiga aliança — a Lei, os profetas, os ritos e cerimônias judaicas. Era esta aliança a que João pertencia em parte. Mas o seu batismo de arrepen-dimento (Lc 3:3) e confissão (Mc 1:5) conduz à nova aliança realizadora e centralizada na pessoa e obra de Jesus Cristo, e com o clímax no batismo no Espírito Santo (cf. JI 2.28; Act 2:17). O batismo de João é "com água apenas, e por esta razão não pode purificar o povo de Deus. Ele só pode tornar conhecida a necessidade universal de santificação. O batismo de João pode apenas direcionar os homens a Cristo".7

Este contraste entre o antigo e o novo — sendo o novo sempre o cumprimento com-pleto e perfeito de tudo o que está encoberto pelo antigo — é um padrão recorrente de modo regular tanto no diálogo quanto nos eventos ao longo de todo o quarto Evangelho. Embora a declaração de Jesus: "não vim ab-rogar, mas cumprir" (Mt 5:17) não apareça em João como uma passagem paralela, seu significado está muitas vezes ilustrado por palavras e ações.

A veracidade do testemunho de João a respeito de Jesus é certificada por seu reco-nhecimento da pessoa de Jesus como o Filho de Deus. E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus (34). Este título, Filho de Deus, é atribuído a Jesus por Natanael (1,49) e Marta (11.27), e é usado pelos Sinóticos (Mt 14:33-26.63; 27.40; Mcc 3.11; Lc 22:70). Era um título que possuía "um significado definido aos ouvidos judeus, aplicado com o sentido de 'Messias'".8

4. O Testemunho de João aos seus Discípulos (1:35-42)

No dia seguinte João estava outra vez ali, na companhia de dois de seus discípulos. E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus! (35-36) Este, o terceiro dia destas cenas de abertura, marca o verdadeiro início do ministério de Jesus. A transição do personagem e da obra de João Batista para Jesus e sua obra é retratada neste texto da Bíblia Sagrada. João passa gradualmente ao segundo plano; Jesus assume rapidamente o lugar de proeminência (3.30).

O testemunho de João a respeito de Jesus, Eis aqui o Cordeiro de Deus!, foi expresso na presença de dois de seus discípulos, dos quais um era André (1.41). A identi-dade do segundo discípulo não foi diretamente declarada, mas se presume que era o apóstolo João. Apontam-se, para tanto, as seguintes razões: 1. O uso da palavra "primei-ro" em Jo 1:41, Este [André] achou primeiro a seu irmão Simão, sugere que André encontrou primeiro seu irmão, e depois, por dedução, o outro discípulo encontrou o seu irmão. Ou André primeiramente encontrou Simão antes de ele mesmo fazer qualquer outra coisa. Muitos estudiosos (e.g., Westcott, Hoskyns) preferem a primeira interpreta-ção, que aponta para João e seu irmão, Tiago. 2. De acordo com o relato Sinótico, o cha-mado de André e Pedro está intimamente relacionado com o chamado do outro par de irmãos, Tiago e João (Mt 4:18-22; Mc 1:16-20; Lc 5:4-11). 3. O anonimato do outro discí-pulo está de acordo com a relutância constante do autor em usar o próprio nome (cf. Jo 13:23-19.26; 20.2; 21.20).

Tendo estabelecido a identidade dos dois discípulos de João Batista, é apropriado agora seguir a seqüência de eventos naquele importante terceiro dia. Quando testificou a respeito de Jesus, João aparentemente não se dirigiu aos seus dois discípulos, embora leiamos: E os dois discípulos ouviram-no [João] dizer (37). O testemunho de João também não foi dirigido a Jesus: vendo passar a Jesus (36), João deu o seu testemu-nho, e os dois discípulos seguiram a Jesus (37), evidentemente afastando-se de João. Este é o último trecho que lemos a respeito de João, o precursor, até 3.23, onde há uma alusão ao seu batismo.

Quando os dois discípulos o seguiram, Jesus voltou-se e perguntou: Que buscais? (38) Estas primeiras palavras de Jesus no Evangelho de João constituem a pergunta para os dois discípulos. São palavras apropriadas para um diálogo significativo. Procu-ravam os discípulos algo para si mesmos? Sua busca nascera do egoísmo? A mudança de João Batista para Jesus implicava uma busca de vantagens? Esperavam encontrar sa-tisfação para os apetites físicos (cf. 6.26), ou um discipulado fácil que não envolvia arre-pendimento e confissão? A resposta de ambos mostrou inspiração. Eles estavam procu-rando alguém e não alguma coisa. Rabi, onde moras? Esta foi uma excelente resposta, pois ao mesmo tempo respondia a pergunta de Jesus e afirmava o seu profundo interes-se. "Estes primeiros discípulos substituíram alguma coisa (o quê?) por uma Pessoa. Eles precisavam primeiro de Cristo, e não de qualquer dádiva especial de Cristo".9 O título pelo qual dirigiram-se a Jesus, Rabi, é traduzido por João com o significado de "Mestre" (gr., "ensinador"). Este título ocorre freqüentemente no quarto Evangelho, e é geralmen-te usado para introduzir "uma pergunta ou ação não inteligente, ou ao menos inadequa-da" (cf. Jo 1:49-3.2; 4.31; 6.25; 9.2; 11.8; 20.16).'

A resposta de Jesus para os discípulos é tanto um imperativo quanto um convite: Vinde e vede. Eles associaram o imperativo Vinde com a obediência: Foram. O convi-te, vede, foi recompensado: Viram onde morava (39).

Alexander Maclaren encontra, nos versículos 37:39, "Os Primeiros Discípulos": 1. Que buscais? (3) ; 2. Vinde e vede (39) ; 3. Foram e viram, (39).

Os irmãos André e Pedro eram pescadores, assim como Tiago e João (Mt 4:18-21; Mac 1.16; Lc 5:3-10). Foi André que, mesmo sendo um novo discípulo de Jesus, achou pri-meiro a seu irmão (41). Que lugar maravilhoso para testificar — em sua própria casa, aos seus entes queridos! Ali também está implícito um testemunho de busca. Alguns devem ser buscados. Os perdidos devem ser encontrados. Além disso, o testemunho de André foi claro. Achamos o Messias. Procurado há muito tempo, prometido por Deus através dos profetas, o Messias foi identificado; Ele foi achado! O testemunho de André não só foi pessoal e claro, mas foi poderoso. E levou-o a Jesus (42). Os homens têm de ser levados a uma posição de confrontação com Jesus Cristo.

João não dá nenhuma indicação de que Pedro tenha dito alguma coisa neste primei-ro encontro com Jesus. Há um tempo em que Deus fala e tudo o que o homem precisa fazer é ouvir o que Ele diz. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro) (42). Jesus não viu Pedro como ele era, mas como poderia se tornar através da graça transformadora de Deus -Tu és... tu serás. Seu nome natural era Simão, porém o novo homem seria Cefas (aramaico) ou Pedro (grego), significando a nova natureza, uma rocha. O nome natural tinha sido dado por seus pais; o nome "Pedro" (uma nova natureza) fora dado como um dom de Deus, um dom que alcança todos aqueles que respondem ao Senhor com fé. O que Deus quer fazer, é capaz de fazer, e fará por qualquer homem que responda com uma fé submissa, está prefigurado aqui, no que aconteceu a Pedro.

B. FILIPE E NATANAEL, 1:43-51

Jesus, então, tomou a iniciativa. Foi seu desejo ir de Betânia para a Galiléia (ver o mapa 1), onde Ele intencionalmente achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me (43)." O chamado a Filipe — a quem João descreve como sendo da mesma cidade galiléia (Betsaida) de André e Pedro — foi o resultado de sua busca pessoal. E ele testemunhou a Natanael: Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José (45). Nesta declaração, é importante observar: (a) as palavras do testemunho de Filipe e (b) a pessoa a quem ele testemunhou.

O testemunho de Filipe indica que ele mesmo vinha pesquisando as Escrituras do Antigo Testamento. Esta busca revelara que Moisés e os profetas tinham escrito semelhantemente sobre aquele que deveria vir. A esperança messiânica ardia no peito de Filipe. Também fica evidente que Filipe reconheceu a Jesus de Nazaré como o Messias. No entanto, o seu testemunho não expressou completamente a verdade a respeito da natureza de Jesus, pois ele o descreveu como "Jesus de Nazaré, filho de José".'

Natanael significa "dom de Deus" e é comparável ao nome grego Teodoro. Alguns o têm identificado como o Bartolomeu dos Sinóticos, particularmente tendo em vista o fato de que Bartolomeu não é mencionado em João, e Natanael só é citado no Evangelho de João.

Natanael era, evidentemente, um estudioso das Escrituras do Antigo Testamento, pois a declaração de Filipe sobre Moisés e a lei era significativa para ele. Baseando-se nas profecias, Natanael também não tinha motivos para esperar que o Messias viesse de uma aldeia tão pobre — Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? (46) O ceticismo de Natanael foi logo vencido pela insistência de Filipe; Vem e vê (46). Tal ação sempre fornece o cenário para o encontro do homem com Deus.

A pergunta de Natanael, Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? (46), provoca uma interrogação à mente humana: Quem é Jesus? O contexto da pergunta proporciona uma resposta esclarecedora: 1. Ele é o Sacrifício adequado para o pecado do homem (29) ; 2. Ele é aquele que batiza com o Espírito Santo (33) ; 3. Ele é o grande Mestre dos homens (38) ; 4. Ele é o Rei, o Único que é digno da mais elevada lealdade do homem (49).

Natanael é a imagem do filho ideal de Jacó, um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! (47) Ele é descrito sentado debaixo de sua figueira, um símbolo do mais elevado e do melhor que a antiga aliança da lei e dos profetas poderia produzir (cf. I Reis 4:25; Mq 4:4). Foi este tipo de homem que Jesus viu em Natanael, e foi este tipo de homem (um verdadeiro israelita) que ousaria fazer a grande confissão: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel (49).

Jesus, então, pergunta a Natanael: Porque te disse: vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás (50). Um homem não tem uma fé verdadei-ra porque vê, ou porque recebe. Antes, um homem de fé é aquele que sabe; e, por saber, ele vê coisas maiores — um céu aberto, e até mesmo a plena revelação de Deus no Filho do Homem. Daí, disse Jesus a Natanael: Na verdade, na verdade vos digo que, da-qui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre

  1. Filho do Homem (51).

A frase Na verdade, na verdade só é encontrada no Evangelho de João — e sem-pre nos lábios de Jesus. Ela significa "verdadeiramente, verdadeiramente".

A imagem do versículo 51 lembra a visão de Jacó (Gn 28:12). Em ambos os casos, os anjos que estavam ministrando aos homens são vistos primeiro subindo ao céu e então descendo novamente para a terra.

A escada que Jacó viu, que ia da terra até o céu, tipificava Cristo Jesus, o único "mediador entre Deus e os homens" (1 Tm 2.5). Os anjos que ministravam foram repre-sentados como subindo e descendo sobre Ele. O antigo sonho de Jacó foi cumprido atra-vés do Messias de Israel.

Neste primeiro capítulo de João, há oito títulos altamente descritivos e diferentes atribuídos ao Deus encarnado. Ele é o Logos, o "Verbo" vivo (1,14) ; "O Cordeiro de Deus", o Sacrifício perfeito (29) ; "O Filho de Deus", o próprio Deus (34,49) ; "Rabi", o Mestre por excelência (38) ; "O Messias", "O Cristo", O Ungido (41) ; "Jesus de Nazaré", o Deus-ho-mem na história (45) ; "O Rei de Israel", aquele que é coroado Rei por aqueles que nele colocam a sua fé (49) ; e "O Filho do Homem", completamente humano (51).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de João Capítulo 1 versículo 38
Rabi:
Palavra hebraica que significa “meu mestre” e que era usada como título para aqueles que ensinavam as Escrituras do AT. Daí provém o termo rabino.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
*

1.1-18

Este "Prólogo" ao Evangelho é um prefácio à narrativa que começa no v. 19.

* 1:1

o Verbo. O termo “verbo” (grego logos) designa Deus, o Filho, referindo-se à sua Divindade; "Jesus" e "Cristo" referem-se à sua encarnação e obra salvífica. Durante os primeiros três séculos as doutrinas a respeito da Pessoa de Cristo incidiram intensamente sobre sua posição como o Logos. Na filosofia grega, o Logos era a "razão" ou a "lógica", como força abstrata que trazia ordem e harmonia ao universo. Porém, nos escritos de João, tais qualidades do Logos estão unidas na Pessoa de Cristo. Na filosofia neo-platônica e na heresia gnóstica (segundo e terceiro séculos d.C.), o Logos era visto como um dos muitos poderes intermediários entre Deus e o mundo. Tais noções estão bem longe da simplicidade do Evangelho de João.

Neste v. I João afirma expressamente que o Verbo é Deus. "No princípio" (uma clara referência às palavras de abertura da Bíblia), o Logos já existia, e esta é uma maneira de afirmar a eternidade que só Deus possui. João afirma claramente que "o Verbo era Deus". Alguns têm observado que a palavra traduzida "Deus", aqui, não é precedida do artigo definido e, com base nisto, dizem que a expressão significa "um deus", mais do que propriamente "Deus". É um erro entender assim. O artigo é omitido por causa da ordem da palavra na sentença grega (o predicado "Deus" foi colocado antes para ser enfatizado). O Novo Testamento nunca sustenta a idéia de "um deus", expressão que implica politeísmo e conflitaria com o consistente monoteísmo da Bíblia. No Novo Testamento, a palavra grega para "Deus" ocorre freqüentemente sem o artigo definido, dependendo da exigência da gramática grega.

A expressão "o Verbo estava com Deus", indica uma distinção de Pessoas, dentro da unidade da Trindade. Pai, Filho e Espírito Santo não são formas sucessivas de aparecimento de uma Pessoa, mas são Pessoas eternas presentes desde "o princípio" (v. 2). A preposição "com" sugere uma relação de estreita intimidade pessoal. Ver "Um e Três: A Trindade", em Is 44:6.

* 1:3

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Este versículo também dá ênfase à deidade do Verbo, uma vez que a criação é obra só de Deus. Ver também v. 10; Cl 1:16-17; "Deus o Criador", no Sl 148:5.

* 1:4

A vida estava nele. Outra afirmação de deidade: o Filho, bem como o Pai, "tem vida em si mesmo" (5.26).

* 1:5

e as trevas não prevaleceram contra ela. Ver referência lateral. É característica do estilo deste Evangelho dar ênfase a conceitos contrastantes (Ver Introdução). O enredo deste Evangelho pode ser visto em termos de uma luta entre as forças da fé e as da descrença.

* 1.7-9

todos... todo homem. A relevância universal do Evangelho é afirmada (v. 7) tanto quanto a iluminadora atividade da graça comum de Deus (v.9). A atividade salvadora de Deus não se restringe a nenhum povo em particular.

* 1:9

a verdadeira luz. Neste Evangelho "verdade" e "verdadeiro(a)" são termos empregados frequentemente para significar aquilo que é eterno ou celestial em oposição ao meramente temporal ou terreno. Ver notas sobre 4.24; 6.32. "A Culpa da Humanidade e o Conhecimento de Deus" em Rm 1:19.

* 1:11

e os seus não o receberam. O ministério público de Jesus foi rejeitado pelo “seu próprio povo". Ver referência lateral.

* 1:12

Ver referência lateral. Os seres humanos decaídos não são filhos de Deus por natureza; este é um privilégio só daqueles que têm fé, uma fé gerada neles pela soberana ação de Deus (v. 13). Ver "Adoção", em Gl 4:5.

* 1:13

os quais não nasceram. As primeiras versões latinas entenderam isto como descrevendo o nascimento virginal de Cristo. Contudo, o verbo "nasceram", no plural, mostra que este versículo se refere ao novo nascimento dos crentes cristãos (conforme 3.3,5,7,8). Este novo nascimento tem lugar pela ação do Espírito que dá vida àqueles que estavam mortos em delitos e pecados (Ef 2:1). O novo nascimento, frequentemente chamado de "regeneração", é explicado mais plenamente em 3:1-21. Paulo usa a metáfora da ressurreição de mortos no pecado mais do que a figura de um novo nascimento (Rm 6:4-6; Ef 2:5,6; Cl 2:13; 3:1 conforme Jo 5:24). A obra de salvação que Deus realiza é totalmente soberana e graciosa, mas a realidade da resposta humana em crer e receber nunca é revogada. Ver "Eleição e Reprovação", em Rm 9:18.

* 1:14

E o Verbo se fez carne. Nesta afirmação o Prólogo atinge o seu clímax. Para alguns contemporâneos de João, o espírito e o divino eram totalmente opostos à matéria e à carne. Outros pensavam que os deuses visitavam a terra disfarçados de seres humanos (At 14:11). Mas aqui um abismo é transposto: o Verbo Eterno de Deus não só parece um ser humano, mas realmente tornou-se carne. Tomou sobre si a plena e genuína natureza humana. Ver nota teológica "Jesus Cristo, Deus e Homem", índice .

e habitou entre nós. "Habitou" significa "armou sua tenda". Isto não só indica a natureza temporária da existência terrena de Jesus, mas o faz de um modo que recorda o antigo tabernáculo de Israel, onde Deus podia ser encontrado (Êx 40:34,35).

cheio de graça e de verdade. Estas palavras correspondem aos termos do Antigo Testamento, que descrevem a Aliança da graça de Deus, freqüentemente traduzidas, como "graça e verdade" (Gn 24:27; Sl 25:10; Pv 16:6; conforme Êx 34:6; Sl 26:3). O Verbo feito carne manifesta plenamente a realização graciosa da Aliança e o caráter de Deus, como guardador da Aliança.

vimos a sua glória. "Sua glória" é vista mesmo quando era a glória de Deus no deserto (Êx 16:1-10; 33.18-23), no tabernáculo (Êx 40:34,35) e, depois, no templo (1Rs 8:1-11). Pode haver também uma referência à Transfiguração, uma vez que João foi testemunha dela (Mt 17:1-5). O termo "glória" aplica-se de modo supremo a Deus, que é o Criador e Governador do universo, diante de quem todo joelho se curvará. O Filho tem a glória divina por direito (17.5). Os Reformadores declararam sua fé com o lema Soli Deo Gloria ("glória só a Deus").

como do unigênito. Essa expressão traduz uma única palavra grega e refere-se explicitamente à geração eterna do Filho na Trindade. É também possível traduzir a palavra por “Filho único”, sem a idéia de geração, mas referindo-se à singularidade do Filho.

* 1:15

O ministério de João Batista precedeu o ministério público de Jesus (Mt 3), ainda que o Verbo, sendo eterno, existisse antes de João (conforme 8.58).

* 1:16

graça. Esta palavra, freqüente nas epístolas de Paulo, aparece nos escritos de João só nesta passagem, e como saudação costumeira em Ap 1:4; 22:21. Ela acentua que a salvação é um dom. A Reforma expressou isto com o lema Sola Gratia ("Só pela Graça").

* 1:17

Moisés... Jesus Cristo. Há aqui tanto um contraste como uma comparação. A graça e a verdade verdadeiramente existiram nos dias de Moisés, mas foram plenamente reveladas com a vinda de Cristo.

* 1:18

Ninguém jamais viu a Deus. É fundamental que Deus seja invisível e sem forma (1Tm 6:16). Contudo, Cristo revela Deus. Em si ele une o invisível e o visível e isto de um modo sem paralelo nem analogia.

* 1:19

testemunho de João. O testemunho de João Batista àqueles que o questionaram revela que seu papel era o de preparar o mundo para Cristo.

* 1:21

És tu Elias. Em Mt 11:14, Jesus, claramente, se refere a Ml 4:5 e diz à multidão que João "é Elias, que estava para vir". João Batista vem “no espírito e poder de Elias” (Lc 1:17), mas o Batista aqui afirma que ele próprio não é o mesmo Elias.

o profeta. Havia diferentes expectativas entre os judeus do primeiro século a respeito do "Profeta... semelhante a mim", que Moisés anunciou em Dt 18:15. Aqui sacerdotes e levitas querem saber se João se considera ser aquele Profeta.

* 1:23

Ao citar Is 40:3, João aplica a Cristo aquilo que é dito de Yahweh naquela passagem. A mesma verdade aparece mais claramente ainda em Mc 1:1-3.

* 1:29

Eis o Cordeiro de Deus. Compare o v. 36. Se “o Cordeiro” é o cordeiro da Páscoa ou se é o cordeiro Servo de Is 53:7, não pode ser facilmente determinado. Há alguma evidência de que as duas figuras foram combinadas bem cedo no pensamento cristão.

que tira o pecado do mundo. O "mundo" significa a humanidade em sua hostilidade contra Deus, como ocorre em outra parte deste Evangelho. Ainda que todas as pessoas indiscriminadamente não serão salvas, o sacrifício é a única expiação para o pecado humano, e sua eficácia não é limitada por tempo ou lugar (3.16, nota).

* 1:31

não o conhecia. Ainda que João Batista possa ter tido contato pessoal anterior com Jesus (conforme Lc 1:39-45), ele não sabia quem era Jesus (o Cordeiro e Filho de Deus), até que o Espírito o identificou (v. 32). Ver "O Batismo de Jesus", em Mc 1:9.

* 1:33

que batiza com o Espírito Santo. O Antigo Testamento previu o tempo de redenção como o tempo quando o Espírito seria derramado sobre o povo de Deus. Paulo se refere a Jesus como o segundo Adão, que veio "como espírito vivificante" (1Co 15:45, nota). É depois de seu retorno ao céu que Jesus envia este Ajudador Celestial, para habitar com o seu povo sobre a terra (14.26; 16.7). O Batismo no Espírito Santo ocorre com o novo nascimento, que faz de pecadores desamparados filhos e filhas de Deus (vs. 12, 13; 1Co 12:13). Esse batismo também lhes dá poder para o serviço cristão (Lc 24:49; At 1:8).

* 1:34

ele é o Filho de Deus. Este é o modo de João referir-se à voz celestial que acompanhou o Espírito enviado do céu, como é registrado em Mt 3:17, “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo". Embora a expressão "Filho de Deus" fosse usada diferentemente por judeus (2Sm 7:14; Sl 2:7) e gentios (Mc 15:39, nota), o testemunho de João Batista, que é o último dos profetas da antiga ordem (Mt 11:11-14) é claro. Jesus é o Filho de Deus, o "unigênito do Pai" (v. 14).

* 1.35-51

Jesus chama seus primeiros discípulos. Desde que os apóstolos tiveram autoridade ímpar de Cristo para dar o testemunho sobre o qual a Igreja se estabeleceria (Ef 2:20), era necessário que eles fossem particularmente identificados, como tendo sido escolhidos pelo próprio Cristo (conforme 15.16).

* 1:37

seguiram Jesus. Tradicionalmente, os alunos de um rabino judeu andavam atrás dele. Os discípulos de Jesus o seguiram fisicamente, mas não se trata só disso. “Seguiram a Jesus" adquire níveis mais profundos de significado ao longo deste Evangelho (13 36:38 conforme 21:15-22).

* 1:45

de quem Moisés... se referiram os profetas. Felipe reconhece que todo o Antigo Testamento, tanto a Lei como os Profetas, previu uma grande obra redentiva de Deus, que seria realizada por um Ungido especial. A antecipação de Cristo e sua obra, no Antigo Testamento, foi afirmada pelo próprio Cristo (Lc 24:25-27, 44-47) e foi central na pregação dos apóstolos (At 2:29-32; 3.18,21,24; 7.52,53; 8:30-35; 26.22,23; 28.23)

filho de José. Isto não implica numa negação do nascimento virginal do qual Filipe, em todo caso, pode não ter tido ciência; é simplesmente uma referência que identifica Jesus por sua cidade e família (Mt 1:24).

* 1:46

De Nazaré pode sair alguma coisa boa. Natanael, aparentemente expressa um ceticismo contemporâneo, negando que um profeta poderia surgir da Galiléia (7.52). Nazaré era uma aldeia insignificante não mencionada no Antigo Testamento ou em qualquer outra literatura judaica da época.

* 1:47

Eis um verdadeiro israelita. A frase, provavelmente, visa a chamar a atenção sobre Israel como povo de Deus, a quem o Messias foi prometido. Esta frase também alude aos vs. 50,51, onde é prometida a Natanael uma experiência semelhante àquela da primeira pessoa chamada Israel (Gn 28:12; 32:28), cujo caráter enganoso foi transformado por Deus.

* 1:49

Mestre, tu és o Filho de Deus. A confissão de Natanael parece uma reação exagerada ao conhecimento sobrenatural de Jesus. Porém, Filipe já tinha indicado a Natanael que Jesus era aquele previsto pela Lei e os Profetas (v. 45). Natanael foi a Jesus buscando razões para crer ou descrer, e achou o conhecimento de Jesus convincente.

Rei de Israel. Este é o título para Messias usado nas expressões de louvor, na Entrada Triunfal de Jerusalém (12.13), semelhante à anunciação dos magos (Mt 2:2) e à inscrição sobre a cruz (19.19).

* 1:50

maiores coisas do que estas. Os milagres terrenos de Jesus são sinais de seu poder e da sua obra redentora. Eles devem ser apreciados não meramente por si mesmos, mas pelas realidades redentivas que prometem. Maiores do que essas obras é a salvação que Cristo traz (v. 51).

* 1:51

vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo. Este versículo alude à visão de Jacó de uma escada cujo topo atingia o céu e os anjos subiam e desciam por ela (Gn 28:12). Jesus se apresenta como a realidade para a qual a escada apontava. Jacó viu num sonho a reunião do céu e da terra e Cristo transformou-o em realidade.

Filho do homem. Jesus aplica este nome freqüentemente a si mesmo. Ele dá ênfase à sua natureza humana, que o capacita a morrer por seu povo. Se refere também à figura messiânica celestial conhecida em Daniel (7.13; ver Mt 8:20, nota).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
1:1 O que Jesus ensinou e o que fez estão ligados em forma inseparável com o que O é. João mostra ao Jesus como totalmente humano e totalmente divino. Apesar de que Jesus tomou por completo nossa humanidade e viveu como um homem, nunca deixou de ser o Deus eterno que sempre existiu, o criador e sustentador de todas as coisas, a força que une a criação e a fonte da vida eterna. Esta é a verdade a respeito do Jesus e o fundamento da verdade. Se não podermos ou não acreditam esta verdade básica, não teremos a fé suficiente para lhe confiar nosso destino eterno. Por isso João escreveu seu Evangelho: para edificar a fé e a confiança no Jesucristo, ao grau que criamos que O em realidade era e é o Filho de Deus (20.30, 31).

1:1 João escreveu aos crentes em todo lugar, sejam ou não judeus (gentis). Como um dos doze discípulos, João foi uma testemunha presencial, de maneira que sua história é confiável. Seu livro não é uma biografia (como o livro do Lucas), a não ser uma apresentação temática da vida do Jesus. Muitos dos ouvintes originais tinham um trasfondo grego. A cultura grega estimulava a adoração de muitos deuses mitológicos cujas características sobrenaturais eram tão importantes para os gregos como as genealogias para os judeus. João mostrou que Jesus não só era diferente de seus deuses mitológicos, a não ser superior a eles.

1.1ss O que quer dizer João com o Verbo? O Verbo era uma expressão usada por teólogos e filósofos, judeus e gregos por igual, de muitas maneiras diferentes. Nas Escrituras hebréias, o Verbo era um agente de criação (Sl 33:6), a fonte da mensagem de Deus a seu povo por meio de seus profetas (Os 1:2) e a lei de Deus, sua norma de santidade (Sl 119:11). Na filosofia grega, o Verbo era o princípio da razão que governava ao mundo ou o pensamento que estava ainda na mente, enquanto que no pensamento hebreu o Verbo era outra forma de dizer Deus. A descrição do João mostra claramente que se refere ao Jesus (veja-se especialmente 1.14); um ser humano que conhecia e amava, mas que era de uma vez o Criador do universo, a suprema revelação de Deus, a imagem vivente da santidade de Deus, e "todas as coisas no subsistem" (Cl 1:17). Para os leitores judeus, "o Verbo era Deus" era uma blasfêmia. Para os leitores gregos, "aquele Verbo foi feito carne" (Cl 1:14) era impensável. Para o João, este novo entendimento do Verbo era o evangelho, as boas novas do Jesucristo.

1:3 Quando Deus criou, fez um pouco de um nada. devido a que somos seres criados, não há razão para ser orgulhosos. Recorde que você existe sozinho porque Deus o fez e tem dons especiais unicamente porque Deus os deu. Com Deus você é algo especial; separado de Deus não é nada, e se tenta viver sem O, abandonará o propósito pelo qual foi feito.

1.3-5 Pensa freqüentemente que Deus alguma vez conseguirá entendê-lo porque sua vida é muita complexa? Recorde: Deus criou todo o universo e nada é muito complexo para O. Criou-o a você, vive hoje e seu amor é maior que qualquer problema que você possa enfrentar.

1.4, 5 "As trevas não prevaleceram contra ela" significa que as trevas de maldade nunca triunfaram nem triunfarão nem apagarão a luz de Deus. Jesucristo é o criador da vida e sua vida oferece luz à humanidade. Em sua luz, vemo-nos tal como somos: pecadores em necessidade de um Salvador. Quando seguimos ao Jesus, a luz verdadeira, evitamos andar como cegos e cair no pecado. O ilumina o caminho que temos diante a fim de que saibamos como viver. O dissipa a escuridão do pecado de nossas vidas. permitiu que a luz de Cristo brilhe em sua vida? Permita que Cristo guie sua vida e nunca tropeçará na escuridão.

1.6-8 Neste livro, o nome João se refere ao João o Batista. se desejar mais informação sobre o João o Batista, veja-se seu perfil neste capítulo.

1:8 Nós, como João o Batista, não somos a fonte da luz de Deus; simplesmente refletimos essa luz. Jesucristo, que é a luz verdadeira, ajuda-nos a ver nosso caminho a Deus e nos mostra como transitar ao longo desse caminho. Mas Cristo quer refletir sua luz através de seus seguidores a um mundo incrédulo, possivelmente porque os incrédulos não são capazes de suportar a poderosa glória resplandecente de sua luz pura. A palavra testemunho se refere a nosso papel de refletir a luz de Cristo. Nunca devemos nos apresentar ante outros como a luz, a não ser lhes indicar que olhem a Cristo, a Luz.

1:10, 11 Apesar de que Cristo criou o mundo, a gente que criou não o reconheceu (1.10). Até a que Deus escolheu para preparar ao resto do mundo para a vinda do Messías o rechaçou (1.11), em que pese a que todo o Antigo Testamento falava de sua vinda.

1:12, 13 Todos os que aceitam a Cristo como Senhor de suas vidas renascem espiritualmente e recebem nova vida de Deus. Através da fé em Cristo, este novo nascimento nos troca de dentro, reacondicionando nossas atitudes, desejos e motivos. O nascimento faz que alguém esteja vivo fisicamente e permite ser parte da família. Ao nascer de Deus, formamos parte de sua família (1.12). pediu que Cristo lhe faça uma nova pessoa? Este novo começo está a disposição de todo aquele que acredita em Cristo.

1:14 O "Verbo foi feito carne", significa: converteu-se em humano. Cristo deveu ser (1) o Professor perfeito: na vida do Jesus vemos como Deus pensa e portanto como devêssemos pensar (Fp 2:5-11); (2) o exemplo perfeito: O é o modelo do que devemos ser, mostra-nos como viver e nos dá poder para viver dessa maneira (1Pe 2:21); (3) o sacrifício perfeito: Jesus veio como um sacrifício por todos os pecados e sua morte satisfaz as demandas de Deus para o cancelamento do pecado (Cl 1:15-23).

1:14 O "unigénito do Pai" significa que Jesus é o único e singular Filho de Deus. A ênfase está posta no singular. Jesus é único e desfruta de uma relação com Deus que é diferente da dos crentes chamados "filhos" que afirmam ser "engendrados de Deus".

1:14 Quando Jesus nasceu, Deus se fez homem. Não era metade homem nem metade Deus, era todo Deus e todo homem (Cl 2:9). antes de que Cristo viesse, a gente podia conhecer deus em parte. Logo depois de sua vinda, conheceu-o em sua totalidade porque veio visível e tangível no Jesus. Cristo é a expressão perfeita de Deus em forma humana. Os dois enganos mais comuns som minimizar sua humanidade ou minimizar sua divindade. Jesus é tanto Deus como homem.

1:17 O amor e a justiça formam parte da natureza divina que Deus usa para lutar conosco. Moisés enfatizou a justiça e a Lei de Deus, enquanto que Cristo veio para ressaltar a misericórdia, o amor e o perdão de Deus. Moisés só pôde ser o veículo da Lei, enquanto que Cristo veio para cumpri-la (Mt 5:17). A natureza e a vontade de Deus se revelaram na Lei; agora a natureza e a vontade de Deus se revelam no Jesucristo. Em lugar de vir em pranchas frite de pedra, a revelação de Deus ("sua verdade") vem à vida da pessoa. Na medida que conhecemos melhor a Cristo, nosso entendimento de Deus se incrementa.

1:18 Deus se comunicou mediante várias pessoas no Antigo Testamento, pelo geral profetas que recebiam mensagens específicas. Mas ninguém viu deus. Em Cristo, Deus revelou sua natureza e essência de uma forma que podia ver-se e tocar-se. Em Cristo, Deus se fez homem e habitou entre nós.

1:19 Em Jerusalém, os sacerdotes e levita eram líderes religiosos de respeito. Os sacerdotes serviam no templo e os levita os ajudavam. Os líderes que foram ver o João eram fariseus (1.24), um grupo que João o Batista e Jesus criticavam com freqüência. Muitos obedeciam levianamente as leis de Deus para parecer piedosos enquanto que, no profundo de seus corações, estavam cheios de orgulho e avareza. Os fariseus acreditavam que suas tradições orais eram tão importantes como a Palavra inspirada de Deus. se desejar mais informação a respeito dos fariseus, veja-os dados que se oferecem no Mateus 3 e Marcos 2.

Estes líderes deveram ver ao João o Batista por várias razões: (1) Sua tarefa como guardiães da fé os motivou a investigar qualquer mensagem nova (Dt 13:1-5; Dt 18:20-22). (2) Tratavam de averiguar se tinha os créditos de um profeta. (3) João tinha um grupo considerável de seguidores e seu número crescia. Talvez estavam ciumentos e queriam ver por que este homem era tão popular.

1.21-23 Na mente daqueles fariseus havia só quatro possibilidades no que respeita à identidade do João o Batista. Era (1) o profeta anunciado pelo Moisés (Dt 18:15), (2) Elías (Ml 4:5), (3) o Messías, ou (4) um falso profeta. João negou ser estes personagens, em troca se proclamou, em palavras do profeta Isaías no Antigo Testamento, como a "voz que clama no deserto; preparem caminho para o Jeová" (Is 40:3). Os líderes seguiram apressando-o para que dissesse quem era, porque a gente esperava a vinda do Messías (Lc 3:15). Mas João enfatizou sozinho a razão pela que veio: a preparar o caminho para o Messías. Os fariseus não entendiam o mais importante. Queriam saber quem era João, mas este queria que eles soubessem quem era Jesus.

1.25, 26 João estava batizando judeus. Os esenios (uma estrita seita monástica de judeus) praticavam o batismo para purificação, mas pelo general só os que não eram judeus (gentis) batizavam-se ao converter-se ao judaísmo. Quando os fariseus perguntaram com que autoridade batizava, estavam dizendo: "por que tráficos ao povo escolhido de Deus como se fossem gentis?" João respondeu: "Eu batizo com água". Simplesmente ajudava às pessoas a cumprir com um ato simbólico de arrependimento. Mas muito em breve viria um que na verdade perdoaria pecados, algo que solo o Filho de Deus, o Messías, poderia fazer.

1:27 João o Batista manifestou que não era digno nem de ser escravo de Cristo. Entretanto, em Lc 7:28 Jesus disse que João foi o maior dos profetas. Se uma pessoa como João se sente indigno de ser escravo de Cristo, quanto mais nós devêssemos depor nosso orgulho para servir a Cristo! Quando entendemos seriamente quem é Cristo, nosso orgulho e prestígio desaparecem.

João O BATISTA

Não cabe dúvida alguma, João o Batista foi único. Vestiu em forma estranha, alimentou-se com coisas estranhas e apresentou uma mensagem pouco usual aos habitantes da Judea que saíram a seu encontro em regiões desoladas.

Entretanto, João não tentava procurar proveito pessoal com sua peculiaridade. Em troca, propôs-se obedecer. Sabia que tinha um papel específico que cumprir no mundo: anunciar a vinda do Salvador, e pôs todas suas energias para cumprir esta tarefa. Lucas nos diz que João esteve no deserto quando recebeu a palavra de Deus. João estava preparado e esperava. O anjo que anunciou seu nascimento ao Zacarías deixou em claro que este menino seria nazareo, a gente afastado para o serviço de Deus. João se manteve fiel a essa descrição.

Este homem de aspecto selvagem não tinha poder nem posição no sistema político judeu, mas falou com uma autoridade quase irresistível. A gente se comovia com suas palavras porque dizia a verdade, desafiava-os a deixar o pecado e a batizar-se em sinal de arrependimento. Responderam por centenas. Embora as multidões o rodeavam, não procurou ser o centro, nunca esqueceu que seu papel principal foi anunciar a vinda do Salvador.

As palavras de verdade que moveram a muitos ao arrependimento aguilhoou a outros, motivando resistência e irritação. João até desafiou ao rei Herodes a que admitisse seu pecado. Herodías, a mulher com a que Herodes se uniu ilegalmente, decidiu livrar-se deste pregador solitário. Apesar de que o matou, não foi possível deter sua mensagem. Aquele ao que João anunciou já estava em ação. João cumpriu com sua missão.

Deus nos deu um propósito para viver e podemos confiar que O nos guiará. João não tinha a Bíblia completa, como a temos hoje, entretanto, centrou sua vida à luz do que sabia das Escrituras do Antigo Testamento. Do mesmo modo, nós podemos descobrir na Palavra de Deus as verdades que Deus quer que saibamos. E à medida que estas verdades obrem em nós, outros irão ao. Deus pode usá-lo a você como a nenhum outro. lhe diga sua disposição a lhe seguir hoje.

Pontos fortes e lucros:

-- O mensageiro que Deus escolheu para anunciar a vinda do Jesus

-- Um pregador cujo tema foi o arrependimento

-- Um confrontador intrépido

-- Conhecido por seu estilo de vida notável

-- Inflexível

Debilidades e enganos:

-- Dúvida temporária a respeito da identidade do Jesus

Lições de sua vida:

-- Deus não garante uma vida segura nem fácil aos que lhe servem

-- Cumprir com os desejos de Deus é o investimento maior que se faz na vida

-- Defender a verdade é mais importante que a vida mesma

Dados gerais:

-- Onde: Judea

-- Ocupação: Profeta

-- Familiares: Pai: Zacarías. Mãe: Elisabet. Parente longínquo: Jesus

-- Contemporâneos: Herodes, Herodías

Versículo chave:

"De certo lhes digo: Entre os que nascem de mulher não se levantou outro maior que João o Batista; mas o mais pequeno no reino dos céus, major é que ele" (Mt 11:11).

A história do João se narra nos quatro Evangelhos. Sua vinda se anunciou em Is 40:3 e Ml 4:5ss; e se menciona em At 1:5, At 1:22; At 10:37; At 11:16; At 13:24-25; At 18:25; At 19:3-4.

1:29 Cada manhã e tarde, sacrificava-se um cordeiro no templo pelos pecados do povo (Ex 29:38-42). Is 53:7 profetizou que o Messías, o Servo de Deus, seria devotado como um cordeiro. Para pagar a culpa pelo pecado, tinha que entregar uma vida; e Deus quis dar-se a si mesmo em sacrifício. Os pecados do mundo foram tirados quando Jesus morreu como o sacrifício perfeito. Desta maneira se perdoam nossos pecados (1Co 5:7). "Pecado do mundo" significa o pecado de todos, o de cada indivíduo. Jesus pagou o preço de nosso pecado com a morte. Você pode receber perdão ao lhe confessar seu pecado e lhe pedir seu perdão.

1:30 Apesar de que João o Batista tinha sido um pregador muito conhecido e atraiu grandes multidões, sentiu-se muito feliz de que Jesus ocupasse o lugar mais importante. Esta é a verdadeira humildade, a base da grandeza na predicación, ensino ou qualquer outro trabalho que façamos por Cristo. Quando você se sinta feliz de fazer as coisas que Deus quer que faça e permita que Cristo receba a honra por isso, Deus fará grandes costure através de você.

1.31-34 No batismo do Jesus, João o Batista o declarou como o Messías. Nesse momento Deus deu um sinal ao João de que na verdade O tinha enviado ao Jesus (1.33). João e Jesus eram parentes (veja-se Lc 1:36), de modo que João sabia quem era. Mas não foi a não ser até seu batismo que João compreendeu que Jesus era o Messías. O batismo do Jesus se relata em Mt 3:13-17; Mc 1:9-11 e Lc 3:21-22.

1:33 O batismo do João o Batista em água foi preparatório, porque era para arrependimento e simbolizava a lavagem dos pecados. Jesus, em contraste, batizaria com o Espírito Santo. Enviaria ao Espírito Santo sobre os crentes para que lhes repartisse poder para viver e ensinar a mensagem de salvação. Isto ocorreu depois de que Jesus ressuscitou e subiu ao céu (veja-se 20.22; Feitos 2).

1:34 A tarefa do João o Batista era a de guiar às pessoas para Cristo, o Messías que esperavam. Hoje muitas pessoas andam em busca de alguém que lhes dê segurança em um mundo inseguro. Nossa tarefa é guiá-los a Cristo e lhes mostrar que O é o que procuram.

1.35ss Estes novos discípulos chamaram de várias formas ao Jesus: Cordeiro de Deus (1.36), Senhor (literalmente, Rabino ou Professor) (1.38), Messías (1.41, 45), Filho de Deus (1.49), Rei do Israel (1.49). À medida que o conheceram, sua avaliação pelo cresceu. quanto mais tempo passemos com Cristo conhecendo-o, mais compreenderemos e apreciaremos o que O é. Seus ensinos nos atrairão, mas chegaremos a conhecê-lo como o Filho de Deus. Apesar de que estes discípulos estiveram falando nesses termos em poucos dias, não o entenderiam de tudo até três anos mais tarde (Feitos 2). O que consideraram como uma profissão fácil tiveram que convertê-lo em experiência. Vemos que as palavras de fé brotam com facilidade, mas a apreciação profunda por Cristo vem como produto de viver por fé.

1:37 Um dos dois discípulos foi Andrés (1.40). O outro possivelmente foi João, o escritor deste livro, ou Felipe, ao que se menciona freqüentemente. por que estes discípulos deixaram ao João o Batista? Porque isso é o que João quis que fizessem; guiou-os a Cristo, preparou-os para que o seguissem. Estes foram os primeiros discípulos do Jesus, junto com o Simón Pedro (1,42) e Natanael (1.45).

1:38 Quando os dois discípulos começaram a lhe seguir, Jesus lhes perguntou: "O que desejam?" Seguir ao Jesus não é suficiente: devemos lhe seguir pelas razões devidas. lhe seguir por nossos fins é pedir a Cristo que nos siga, que se ajuste a nós para edificar nossa causa, não a sua. Devemos examinar nossos motivos para lhe servir. Procuramos sua glória ou a nossa?

1.40-42 Andrés aceitou o testemunho do João o Batista a respeito do Jesus e imediatamente foi dizer o a seu irmão, Simón Pedro. Não havia dúvidas em sua mente: para ele Jesus era o Messías. Não somente o disse ao Pedro; através dos Evangelhos acham ao Andrés desejoso de levar a outros ao Jesus (vejam-se 6.8, 9; 12.22).

1:42 Jesus não só viu quem era Pedro, a não ser quem chegaria a ser. Por isso lhe atribuiu um novo nome: Cefas em aramaico, Pedro em grego (o nome significa "uma rocha"). Através dos Evangelhos, não se apresenta ao Pedro como "pedra sólida", mas chegou a ser uma "rocha" nos dias da igreja primitiva, como nos relata isso o livro dos Fatos. Ao dar ao Pedro um novo nome, Jesus apresenta uma mudança em seu caráter. se desejar mais informação sobre o Simón Pedro, veja-se seu perfil no Mateus 27.

1:46 Os judeus menosprezavam ao Nazaret porque uma guarnição romana estava localizada ali. Alguns especularam que uma atitude fria ou uma baixa reputação moral e religiosa do povo do Nazaret conduziu ao comentário duro do Natanael. A cidade natal do Natanael foi Caná, situada a um pouco mais de seis quilômetros do Nazaret.

1:46 Quando Natanael ouviu que o Messías procedia do Nazaret, surpreendeu-se. Felipe lhe respondeu: "Vêem e vê". Por fortuna, Natanael foi ver o Jesus e chegou a ser seu discípulo. Se tivesse atuado em apóie a seus prejuízos, sem uma investigação maior, tivesse perdido seu encontro com o Messías! Não permita que os estereótipos da gente a respeito de Cristo sejam causa de que percam poder e amor. Convide-os a que se aproximem do e comprovem quem é Jesus.

PRIMEIRAS VIAGENS DO Jesus: Depois que João batizou ao Jesus no rio Jordão e que Satanás o tentou no deserto(veja-se mapa no Marcos 1), Jesus voltou para a Galilea. Visitou Nazaret, Caná e Capernaum, logo retornou a Jerusalém para a Páscoa.

1.47-49 Jesus conhecia todo o referente ao Natanael antes de que se encontrassem cara a cara. Jesus também nos conhece bem. Uma pessoa honesta se sentirá a gosto sabendo que Jesus a conhece tal qual é. Uma desonesta se sentirá molesta. Não pode fingir ser algo que não é. Deus sabe como é você verdadeiramente e deseja que o siga.

1:51 Esta é uma referência ao sonho do Jacó que aparece em Gn 28:12. Em sua condição singular de Deus-Homem, Jesus seria a escada entre o céu e a terra. Jesus não diz aqui que ia ser uma experiência física (quer dizer que veriam a escada com seus olhos), como no caso da transfiguración, mas sim teriam uma percepção espiritual da verdadeira natureza do Jesus e do propósito de sua vinda.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
Comentário ao Evangelho de João

I. INTRODUÇÃO: (1: 1-2: 12)

A. Prólogo: O Verbo se fez carne (1: 1-18)

1 No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Dt 2:1 ), o significado do Logos como ele é usado para a pessoa de Cristo está lá. João desce, por assim dizer, com a utilização de determinado nome de Jesus Cristo, quando se refere a Ele, mas esta é, aparentemente, um alojamento para a existência terrena de Cristo, que é o mais importante, porque o Verbo se fez carne . Ao mesmo tempo, a compreensão de João da Pessoa de Jesus encontra a sua expressão mais verdadeira nas palavras da mulher de Samaria: "Não é este o Cristo?" (Jo 4:29 ); de Natanael: "Rabi, tu és o Filho de Deus" (Jo 1:49 ); de Martha: "Sim, Senhor, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus" (Jo 11:27 ); e de Tomé: "Meu Senhor e meu Deus" (Jo 20:28 ).

O Logos era Jesus, e Jesus era o Cristo, o Filho de Deus. O termo Cristo torna-se o foco do corpo deste Evangelho. Cristo é tanto Criador e Revelador.

No princípio era o Verbo . Não apenas a partir do início, mas quando o início começou a ser, a Palavra era. Ele não era um produto do processo de início, nem ele começar com o início, mas no começo a Palavra já estava lá. Explicar quando o início começou equivale a explicar quanto tempo é eternidade. O problema de João é mais do que um problema de expressão; ele também é um dos compreensão. Pois, quando ele foi para trás, tanto quanto a mente humana vai, já a Palavra tinha existência. Que poder e significado do Apóstolo tem embalado para essas seis palavras curtas!

Não podemos continuar como se estivéssemos ignorante do que João quis dizer com a palavra . Por um grande movimento da sua pena, mergulhado na mais pura retórica, ele introduziu a Cristo como tendo existência ainda mais para trás do que o homem é capaz de filosofar. Ele não introduzir-lo como um novo bebê virgem-nascido, ou como um homem de iniciar seu ministério, como fazem os Sinópticos, mas ele proclamou-Lo como o Eterno. Não houve tempo em que Cristo não era. "A única perspectiva em que a obra de Jesus, e sua relação com o Pai, poderia ser realmente visto e avaliado foi o da eternidade."

O Verbo estava com Deus . A idéia aqui expressa é o da Palavra ficar cara a cara com Deus. A idéia inicial é a de duas pessoas distintas, enquanto a próxima frase que os une em um só: O Verbo era Deus . Talvez uma distinção pode ser feita para o nosso pensamento que irá parar de curto parecendo fazer de Deus uma dualidade, e, assim, manter sua unidade essencial. Vamos pensar em Deus em seu ser essencial e também na sua atividade criadora e redentora. Nós só podemos conhecer a Deus como Ele escolheu para revelar-se. A palavra --Jesus é o revelador de Deus, que diz que nós não conhecem a Deus, exceto na Encarnação. Assim, torna-se possível dizer que Jesus estava com Deus, cara a cara com ele, igual a Ele. Os gregos pros não nos ajuda muito aqui.Significa "direcção", ou "em pé defronte ou por alguma coisa." Para evitar o perigo de se supor duas pessoas envolvidas, considerar tanto um carimbo ou selo e sua marca. O primeiro é expressivo e outro receptivo. O selo é colocado contra a impressão, no entanto, é inseparável dele. O autor da Epístola aos Hebreus expressa um conceito similar ao falar de Cristo como a "imagem" ou carimbo da substância de Deus. Enquanto um materialista ainda pode insistir em uma dualidade nesta descrição, os autores destes dois livros do Novo Testamento encontrar tais analogias bastante suficientes para transmitir a verdade, mesmo que por necessidade aquém da descrição exata. O objeto por trás da linguagem é Cristo, Deus encarnado.

E o Verbo era Deus . Não podemos ler este em sentido inverso por Deus era o Verbo. "O assunto deve ser a Palavra, pois João não está tentando nos mostrar quem é Deus, mas que é a Palavra." Vincent diz que, se João tinha mudado a ordem da frase, ele teria destruído a distinção apenas entre Deus como substância e Deus como Verbo encarnado. Note-se também que o tempo passado do verbo- se não -devem ser pensado para transmitir a idéia de que a relação anterior entre Deus e Jesus tinha chegado ao fim com a Encarnação. João tem o cuidado de citar Jesus, "Eu eo Pai somos 1." Ele era Deus e Ele ainda é Deus.

Verso 2 simplesmente repete o que o versículo 1 tem dito, mas com maior força o Logos é eterno e é a revelação de Deus ao homem. Este segue o padrão de paralelismo hebraico, e alguns escritores pensam que o prólogo foi um hino ao Logos que João adaptado ao seu propósito, ou que ele mesmo compôs para seu Evangelho. O mínimo que se pode dizer é que tem as marcas de um poema em hebraico, quando as passagens sobre João Batista são desconsiderados.

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele . O universo inteiro é a criação do Logos , Cristo. Ele não era apenas o agente de Deus na criação, depois da moda do Demiurgo gnóstico; Ele era Deus revelando-se como Criador. Toda a vida tem a sua fonte em Deus. A vida, mais do que qualquer outro fenômeno, iludiu a compreensão dos cientistas. Eles não têm sido capazes de isolá-lo, nem reproduzi-lo. Mesmo a tentativa chocante para unir o espermatozóide eo óvulo vivendo sob vidro ou em um tubo de ensaio e produzir uma criatura viva, se bem sucedida, haveria mais de perpetuação da vida em circunstâncias anormais. E, embora a ciência nuclear reduziu tudo a energia, que vai muito além do nosso conceito comum do que é material, que ainda não chegou a dimensão da vida das coisas. João diz que a vida só vem de Deus como Ele se revela no processo criativo.

O Verbo se fez carne . Este conceito é mais profunda do que a luz resplandece nas trevas e Ele estava no mundo , os quais sugerem a Encarnação. O eterno Logos , Cristo, se fez carne, tomou sobre Si a forma completa da humanidade, e tornou-se homem no verdadeiro sentido do termo, sem deixar de ser o Logos . A hipótese de uma forma temporal fez não roubar-lhe a forma eterna; a adoção de carne humana não terminar sua existência como espírito eterno. St. Paulo sugere em sua grande kenosis passagem (Fp 2:5.) que Cristo colocou de lado, ou se esvaziou de, alguma coisa no momento da Encarnação. Mas nem a adição (João) ou subtração (Paulo) mudou sua divindade essencial. Divindade tornou-se "velado em carne", verdadeiro Deus e verdadeiro homem. No entanto, foi não só que Ele tornou-se "um homem"; Ele se tornou "homem", tomou sobre Si a carne da humanidade.

Além de se tornar carne, o Logos habitou entre nós . "Habitou" é uma tradução mais precisa do verbo, e sugere uma analogia que lança alguma luz sobre o mistério da Encarnação. A imagem do tabernáculo do deserto do Antigo Testamento vem à mente, especialmente a "glória do Senhor [que] encheu o tabernáculo" (Ex 40:34 ). A glória, ou Shekinah, representava a presença de Deus no meio do povo, que geralmente presença chegaram a um lugar específico. A Arca da Aliança representava a mesma presença, bem como as nuvens no qual Deus veio falar com Moisés, ou o que levou os israelitas do Egito. João aparentemente tinha esta comparação em mente quando escreveu sobre a Palavra se tornar carne e habita com o homem. "O que o tabernáculo tinha sido a morada de Deus no meio do povo, a humanidade do Logos agora era. "Paulo diz que a luz que brilha dentro do cristão é a revelação de Deus-" o conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo "( 2Co 4:6 ).Luz sobre o mistério em torno deste tema começa a quebrar quando nos damos conta de que só conhecemos a Deus como Ele se revelou, ou, no pensamento de João, na Encarnação. Donald M. Baillie fez algumas sugestões valiosas para uma melhor compreensão do problema. Ele escreve:

Estamos aptos a começar com alguma concepção de Deus, pegou não sabemos onde ... o que é diferente da concepção cristã; e, em seguida, para tentar a impossível tarefa de entender como um Deus pode ser encarnado em Jesus. Se a Encarnação foi supremamente revelada Deus, mostrou-lhe a nós em uma luz nova e esclarecedora, colocar um novo significado para a palavra que é o seu nome, que é o sentido que devemos usar para enfrentar o problema da Encarnação, porque isso é o que Deus realmente é. É apenas como cristãos que podemos esperar compreender a Encarnação. Por que, então, devemos como teólogos trabalhar com qualquer outra concepção de Deus do que aquela que, como cristãos, acreditamos que para ser verdade?

A vida era a luz dos homens . Jesus é a vida ea luz. Vida e luz, como os experimentamos, são interdependentes. A vida de João falou que era a vida eterna, a vida de Deus que se revelou ao homem, e foi assim luz para o mundo escurecido pelo pecado. O mundo é a escuridão; Cristo é luz. Vida e luz corresponder à graça e verdade (Jo 1:7 ). Neste breve, tratado poético sobre Cristo, a Palavra, dois homens são introduzidos em contraste com Cristo. O primeiro é João Batista (1: 6-8 , Jo 1:15 ). Jesus foi -João foi enviada . Eles em nada deve ser confundido ou pensado como iguais ou como líderes de movimentos rivais. Jesus era o Cristo; João era apenas uma testemunha para Ele. Batista negou todos os status em contraste com Cristo; ele alegou ser apenas uma voz que clama no deserto. Ele não tinha nenhuma mensagem original de sua autoria; ele falou as palavras de outro (Isaías) em seu testemunho de Cristo. Não houve rivalidade entre ele e Cristo. Cada conhecia sua vocação e papel na vida, João nada menos do que Cristo. João era uma voz;Jesus foi o homem-Deus. João era uma testemunha; Jesus era a verdade. Este grande sentido da subordinação do João para Jesus fez o apóstolo João acha que qualquer ensaio do início da vida e do ministério de João Batista era irrelevante para sua narrativa, mesmo o batismo de Jesus por João. O próprio Batista disse de Jesus, Aquele que vem depois de mim é tornar-se diante de mim, porque existia antes de mim "(v. Jo 1:15 ).

. Moisés também é mencionado A Lei foi dada por Moisés; a graça ea verdade vieram por Jesus Cristo (v. Jo 1:17 ). Em certo sentido, esse é um contraste entre o Antigo eo Novo-entre o judaísmo e do Evangelho, e o apóstolo João provavelmente significava que ele seja. Mas é apenas um contraste parcial. Segundo a crença comum, a religião do Antigo Testamento era uma religião de lei enquanto a religião do Novo Testamento é um dos graça; lei é nula de graça, e graça revogada a lei, quando Cristo veio.Consequentemente, o Antigo Testamento é de pouco, se houver, o valor para o ensino e instrução cristã. Mas não é isso que João tinha em mente. A graça de Deus é mais que evidente em todo o judaísmo, eo Evangelho é o maior apoio possível para a lei moral de Moisés. O apóstolo procurou apenas para mostrar que a revelação por meio de Cristo foi maior do que por meio de Moisés, dando maior ênfase a Cristo. Nenhum homem (nem mesmo Moisés) jamais viu a Deus a qualquer momento; mas Jesus deu a conhecer-Jesus unigênito Filho ou "Deus unigênito", como alguns manuscritos permitir. Em deferência às limitações humanas, Jesus revelou Deus como Pai: "Neste contexto, a descrição da relação da Palavra de Deus ... é visto como complementar à da relação do Filho com o Pai. A única marca uma relação absoluta na Divindade. O outro uma relação apreendida no que diz respeito à criação ".

Esta introdução do conceito de Deus como Pai, e essa relação de Deus com pai e filho, ou vice-versa, foi o início de retrato da revelação de Deus como Trindade de João. Pai, Filho e Espírito-na totalidade de sua expressão, constituem tudo o que sabemos sobre a natureza de Deus.

B. TESTEMUNHO DE BATISTA (1: 19-34)

19 E este é o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: Quem és tu? 20 E confessou, e não negou; e ele confessou: Eu não sou o Cristo. 21 E perguntaram-lhe, então? És tu Elias? E ele disse, eu não sou. És tu o profeta? E ele respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Quem és? para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo? 23 Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Is 24:1 E eles tinham sido enviados eram dos fariseus. 25 E perguntaram-lhe e disse-lhe: Por que batizas tu, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26 João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis, 27 mesmo aquele que vem após mim, a correia dos cuja sapato eu não sou digno de desatar. 28 Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.

29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30 Este é aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que é tornar-se diante de mim; pois ele estava diante de mim. 31 E eu não o conhecia; mas que ele fosse manifestado a Israel, por isso vim batizando em água. 32 E João deu testemunho, dizendo: Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu; e repousar sobre ele. 33 E eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e permanente sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo. 34 E eu vi, e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus.

O testemunho de João Batista foi dada da maneira mais franca antes de sacerdotes e levitas, que foram enviados de Jerusalém para questioná-lo. Ele negada sendo o Cristo, Elias (cujo corporal devolver os judeus esperavam), e o profeta , provavelmente o mencionado em Dt 18:15 . Em suas mentes que ele deveria ter alegou ser um deles, a fim de validar a sua marca particular de batismo. Mas ao invés de respondê-las diretamente, ele aproveitou a oportunidade para anunciar a presença entre eles de alguém cujo trabalho excederia o significado mais pleno do batismo judaico. Esse foi tanto mais digno do que João se como um homem é mais digno do que o seu cadarço. Ele não tentou posterior identificação de Cristo, aparentemente porque, desta forma, para os cínicos e os incrédulos, teria sido "jogar pérolas aos porcos." De qualquer forma, o que João disse que não foi muito convincente para eles, porque sua curiosidade não estava excitada o suficiente para perguntar-lhe todas as perguntas.

Este encontro entre João Batista e os judeus aconteceu em Betânia, além do Jordão. Esta não era a casa de Maria, Marta e Lázaro, que não estava longe de Jerusalém. Este Betânia nunca foi identificada. Os judeus, que no Evangelho de João estão sempre em oposição a Jesus, aparentemente, voltou para casa após o encontro do primeiro dia. Nenhuma menção é feita de sua presença durante toda esta "semana de testemunhar"; e liberdade de João Batista de expressão sobre a identidade de Cristo, em contraste com sua vaga alusão anterior, parece indicar uma ausência de quaisquer pessoas que estariam unappreciative de seu anúncio.

No segundo dia, Jesus apareceu, e João, na verdade sacerdotal moda para ele era um padre-hereditária gritou: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Sem dúvida, João havia batizado Jesus antes deste tempo, embora não o Evangelho de João não dizê-lo; João disse que ele reconheceu Jesus como o Messias em seu batismo, quando o Espírito desceu sobre Ele como uma pomba. Além disso, um dos objetivos de seu rito do batismo era isto mesmo; para descobrir o Messias, batizasse, e anunciá-lo ao mundo. Deus havia revelado isso a ele, chamando-o assim para "endireitar o caminho do Senhor." Em outras palavras, baptismal cerimônia de João pode ter sido o ritual de purificação de um grupo escatológica que, entre outros, tais como os essênios, procurou a vinda do Messias. Esta expectativa por muitos fazia parte da preparação geral para a vinda de Cristo. Percepção espiritual de João era mais aguçada do que a dos outros. Só ele podia ouvir e ver o que Deus estava fazendo. Só Ele reconheceu Jesus, quem Ele era eo que Ele veio fazer.

No dia seguinte, João revelou sua grande descoberta para dois de seus seguidores, que imediatamente deixei e fui com Jesus. Apenas um deles é identificado com o André, irmão de Simão Pedro. Dirigiam-Lo como Rabi (Mestre) e pediu-lhe a pergunta que um aluno em potencial daquele dia iria perguntar: "Onde você mora?" Sua compreensão de quem era Jesus, ficou muito aquém do mesmo a expectativa judaica de um Messias político. João tinha sido incapaz de transmitir tudo o que ele mesmo sabia. A revelação, como ele havia recebido pode ser descrita, mas nunca pode ser transmitida com sucesso para os outros à vontade. As coisas profundas do Espírito só pode ser recebido por corações e mentes preparadas para compreendê-los preparados pelo Espírito de Deus.

O encontro entre Jesus e os dois homens foi casual e conversa muito Ct 1:1)

35 Mais uma vez, no dia seguinte, estava João, e dois de seus discípulos; 36 e ele olhou para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus! 37 E os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. 38 E Jesus voltou-se e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que buscais? E eles disseram-lhe: Rabi (que quer dizer, traduzido, Mestre), onde permaneces tu? 39 Disse-lhes: Vinde, e vereis. Foram, pois, e viram onde pousava; e ficaram com ele aquele dia: era cerca da hora décima. 40 , um dos dois que ouviram João falar , e seguiu-o, foi André, irmão de Simão Pedro. 41 Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que é, sendo intérprete, Cristo). 42 E levou-o a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que é, por interpretação, Pedro).

43 No dia seguinte, ele estava disposto a partir para a Galiléia, e achando a Felipe: e Jesus disse-lhe: Segue-me. 44 Ora, Filipe era de Betsaida, da cidade de André e de Pedro. 45 Filipe encontrou Natanael e disse- lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés na, a lei e os profetas, escreveu, Jesus de Nazaré, filho de José. 46 E Natanael disse-lhe: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê. 47 Jesus viu Natanael que vinha para ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! 48 Natanael disse-lhe: Donde me conheces? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, quando tu estavas debaixo da figueira, eu te vi. 49 Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel. 50 Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? verás coisas maiores do que estas. 51 E disse-lhe: Em verdade, em verdade eu vos digo: vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.

Neste momento Jesus começou a recrutar discípulos, mais especialmente, aquele pequeno grupo de doze homens que mais tarde viriam a ser chamados de apóstolos. Nós não temos o registro da chamada de cada um, mas, na conta-nos dada por João, três elementos da chamada se destacam. Em primeiro lugar, há a força de atração de Cristo. Não foi João introdução do Batista, tanto quanto algo em Jesus que causou André para ir de um para o outro. Há um magnetismo sobre Cristo e do Evangelho que leva os homens a Ele, aqueles que não são isolados contra ele por preconceito ou pecado voluntário. Em segundo lugar, há o testemunho de pessoas dedicadas. João Batista trouxe André, que por sua vez levou Pedro; Felipe trouxe Natanael. Há uma naturalidade, para aquele que nele crê, para testemunhar sobre Jesus. De uma forma simples André testemunhou, Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas, escreveu, Jesus de Nazaré . No fim de, por um lado, para se proteger contra uma reticência que staunches o fluxo de palavras e, por outro, uma compulsão na qual alega a cada conhecido como um objeto de solicitação, vamos observar que este testemunho cedo ou introdução de pessoas a Cristo começou com companheiros próximos, mesmo com os irmãos, que eram aparentemente da mesma idade e status cultural. André e Felipe começou com aqueles que os conhecia e confiava neles. Isso é mais difícil do que assistir a um estranho a quem nunca pode ver de novo, mas é mais eficaz porque pode ser seguida por uma vida piedosa e atitudes cristãs. Isto sugere que testemunhar de Cristo é mais do que a fala, porém entusiasmado. Discurso vale pouco menos que haja evidências de uma medida de caráter cristão, e, a menos que o testemunho é um canal através do qual o Espírito pode falar.

Em terceiro lugar, há o convite de Cristo. Antes de Seu apelo para Felipe, Siga-me , não é a imagem do Cristo buscando que encontrou Felipe. Teve André e Pedro lhe disse de Cristo? (Eles eram da mesma cidade.) Se Jesus aprendeu de Felipe e ido procurá-lo?É o suficiente para nós saber que ao lado de cada discípulo apaixonado que dá testemunho de seu Senhor é o próprio Senhor, a busca de Salvador, o pastor da ovelha perdida. A mesma coisa, ainda pensado em termos diferentes, é o poder de atração do Espírito Santo. Testemunhando ou testemunhar à pessoa e poder de Cristo para os não convertidos é mais eficaz quando a mensagem é um ingrediente arraigada da vida do cristão, e quando os esforços humanos são enriquecidos pela unção do Espírito Santo.

Nem todo mundo responde ao apelo para seguir a Cristo tão facilmente como fez André e Felipe. Houve Natanael, que era mais como Tomé em sua abordagem cética ao que seus amigos alegou ser verdade. A resposta de Filipe para esta atitude foi igual para a ocasião: "Venha e descubra por si mesmo." Natanael veio, e vendo estava acreditando, em grande parte por causa do conhecimento e visão superiores de Cristo. Jesus podia dizer: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! , porque ele bem sabia o que havia no homem (Jo 2:25) e por Natanael era um exemplo excepcional de um povo escolhido, em quem a lei moral de Moisés tornou-se eficaz. A resposta de Natanael mostrou um alto grau de perceptividade e discernimento espiritual, talvez. Mas ele ainda não conseguia pensar em termos universais como fez João Batista; para ele o Messias não seria mais do que o Rei de Israel. Essa compreensão de Cristo, maravilhosa, tanto quanto foi, foi apenas o começo. Com base na sua fé Jesus prometeu-lhe coisas maiores do que estas. Vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem . Ao referir-se a Si mesmo como Filho do homem , Jesus foi focar a atenção sobre sua pessoa visível e não sobre o seu ser essencial. O objetivo deste era que os discípulos não poderiam deixar de observar o que Ele, o Encarnado, iria realizar em sua forma humana. Sua atenção foi "orientada para lá, a fim de que eles possam ver o que está além da observação histórica. Jesus é o lugar da revelação "céus abertos e anjos descendo têm claramente referência a experiência de Jacó em Betel em seu caminho para Paddanaram (. Gn 28:10 ). De acordo com a Epístola aos Hebreus anjos eram mensageiros da revelação de Deus nos tempos dos profetas. Jesus falou de si mesmo como a escada em cima de que os anjos de Deus descem e sobem. O método de Jesus era começar com as coisas terrenas e, em seguida, virar mente dos discípulos às coisas celestes ou espirituais.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
O tema do evangelho de João é que Jesus é o Filho de Deus (20:30-31), e, nesse primeiro capítulo, ele pro-va essa afirmação de Cristo. Ao ler esse capítulo maravilhoso, você não pode deixar de ver que Cristo é o Filho de Deus por causa dos nomes e títulos que tem, das obras que faz e do testemunho dos que o conhe-ceram pessoalmente, em que decla-ram que ele é.

  1. O nome de Cristo prova que ele é Filho de Deus
  2. Ele é a Palavra (1:1-3,14)

Cristo revela a mente e o coração de Deus para os homens, da mes-ma forma que nossas palavras reve-lam nosso coração e nossa mente. "Quem me vê a mim vê o Pai" (Jo 14:9). A palavra é composta de le-tras, e Cristo é o Alfa e o Ômega (a primeira e a última letras do alfa-beto grego; Ap 22:13), aquele que explica o amor de Deus por nós. Em Gênesis 1, Deus criou tudo por intermédio de sua Palavra, e Colos- senses 1:16 e 2Pe 3:5 indicam que essa Palavra era Cristo. Embo-ra possamos, em parte, conhecer Deus por meio da natureza e da história, o conhecemos totalmen-te por intermédio de seu Filho (He 1:1-58). Cristo como Palavra traz graça e verdade (1:14 e 17); toda-via, se os homens não a recebem, essa mesma Palavra transforma-se em ira e julgamento (Ap 19:13). Cristo é a Palavra de Deus viva e encarnada; a Bíblia é a Palavra do Senhor escrita.

  1. Ele é a luz (1:4-13)

Em Gênesis 1, o primeiro ato cria-tivo de Deus foi produzir luz, pois a vida vem da luz. Jesus é a verda-deira luz, isto é, a luz original da qual se origina toda luz. No evan-gelho de João, vemos, o conflito entre a luz (Deus, a vida eterna) e as trevas (Satanás, a morte eterna). Jo 1:5 indica isso: "A luz resplan-dece [presente] nas trevas, e as tre-vas não conseguem extingui-la ou prendê-la" (tradução literal). Veja 3:19-21, 8:12 e 12:46. Em 2 Co- ríntios 4:3-6, a salvação é retratada como a entrada de luz nas trevas do coração do pecador (veja tam-bém Gn 1:1 -3).

  1. Ele é o Filho de Deus (1:15-18,30-34,49)

Essa afirmação deu origem à per-seguição de Cristo pelos judeus (10:30-36). No evangelho de João, observe as sete pessoas que cha-mam Cristo de Filho de Deus: João Batista (1:34); Natanael (1:49); Pe-dro (6:69); o cego curado (9:35-38); Marta (11:27); Tomé (20:
28) e o apóstolo João (20:30-31). O pecador que não crê que Jesus é Filho de Deus não pode ser salvo (8:24).

  1. Ele é o Cristo (1:19-28,35-42)

"Cristo" significa o Messias, o Un-gido. Os judeus questionaram João, pois esperavam a vinda de seu Mes-sias. Até os samaritanos o procura-vam (4:25,42). Expulsavam da sina-goga qualquer judeu que declarasse que Jesus era o Cristo (9:22).

  1. Ele é o Cordeiro de Deus (1:29,35-36)
  2. anúncio de João responde à pergunta de Isaque: "Onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gn 22:7). Em Êxodo 12, o cordeiro pascal e, em Is 53:0 Ez 7:3-27 7, os pecadores estão longe de casa e na escuridão do pecado. No entan-to, Cristo revela a glória do céu e abre-o para que entremos. Cristo é a "escada para a glória" de Deus.

    1. Testemunhos provam que Cristo é o Filho de Deus

    João, com freqüência, usa a pala-vra "testemunho", como também o verbo "testemunhar", em seu evan-gelho (1:7-8,15; 3:26,28; 5:31-37; 8:18; 15:27; 18:23). As testemunhas bíblicas são confiáveis porque tive-ram contato pessoal com Cristo e não ganharam nada dos homens ao testemunhar por Cristo. (Na verda-de, elas sofreram por causa disso.) O testemunho delas passaria por uma corte hoje, não há evidência de que mentiram. Essas testemunhas foram:

    1. João Batista (1:7,15,29; veja também 5:35)
    2. João, o apóstolo (1:14: "Vimos a sua glória [...]")
    3. Os profetas do Antigo Testamento (1:30,45)

    E provável que Natanael estivesse lendo os relatos de Moisés quando Filipe o encontrou.

    1. O Espírito Santo (1:33-34)
    2. André (1:41)

    Ele foi um ganhador de almas e co-meçou por sua família.

    E Filipe (1:41)

    Filipe apoiou seu testemunho com a Palavra de Deus, uma política sábia para todas as testemunhas.

    1. Natanael (1:49)

    João Batista foi o pregador que sal-vou João e André. Pedro encontrou Cristo por causa da obra pessoal de André. Cristo chamou Filipe pessoalmente, e Natanael encon-trou Cristo por meio da Palavra e do testemunho de Filipe. Deus usa pessoas e circunstâncias distintas para trazer as pessoas para seu Fi-lho. Ele é um Deus com variedade infinita.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
1.1 No princípio. Antes da criação (conforme Gn 1:1), Verbo (gr logos). Não denota o logos de Platão, que significava a Idéia universal e absoluta, nem de Filo, que identificava o logos com a sabedoria de Deus. Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de Deus aos homens pela Sua encarnação e sacrifício na cruz. Logos. Servia o termo de ponte entre o mundo grego e judaico. Sendo Deus, o Logos é a perfeita expressão de Deus. A revelação no AT era perfeita mas incompleta; no NT é perfeita e completa (cf. 14.9; He 1:1, He 1:2). O Verbo era Deus. A falta do artigo no original não quer dizer "um Deus" mas que o Verbo tinha a natureza divina. "O Filho está destacado na Trindade, mas a Trindade toda não é o Verbo".

1.3 A atuação de Cristo na criação também se encontra em Cl 1:16, Cl 1:17.

1.4 Vida estava nele. Pode referir-se à provisão do Espírito que pela morte de Cristo passaria a habitar nos crentes (7.37ss).

1.5 A luz. É identificada com a vida que Deus compartilha: é o contrário de trevas, existência sem Deus que equivale à morte eterna. A luz não pode ser vencida pelo mal, absolutamente (1Jo 2:8).

1.6;7 Um homem. Foi João, o Batizador, quem primeiro apontou Jesus aos homens como luz, e foi através da fé desses homens que outros vieram a crer (conforme 5.35).

1.9 Verdadeira luz. Cristo e só Ele, vindo ao mundo ilumina a todo homem. Não há salvação das trevas, à parte, dEle (At 4:12).

1.10 Mesmo antes de Sua encarnação Cristo estava ativo na criação e na revelação de Deus por intermédio dos profetas e patriarcas.
1.11 Seu, e os seus. "Seu", no grego, significa "sua casa"; "Seus" significa Seu povo. Mesmo rejeitado pela maioria de Israel, Cristo se oferece a todos entre os quais alguns O recebem.

1.12 Filhos de Deus. Ninguém nasce de Deus pelo primeiro nascimento (o carnal). A filiação se limita aos que crêem e recebem a Cristo.

1.13 Do sangue (gr ex haimatõn "dos sangues”. O plural indica que o nascimento concedido por Deus não vem por descendência humana nem através de descendência privilegiada (conforme 3.4, 6; 6.44).

1.14 O Verbo se fez carne. O eterno Filho, o Verbo de Deus, se encarnou como homem, (conforme Rm 8:3). Esta_verdade essencial nega terminantemente a heresia gnóstica que afirmava que a encarnação não foi real (conforme 1Jo 4:2, 1Jo 4:3). Habitou, gr skenoõ "tabernaculou". Em Cristo vemos a realidade da glória divina, o zelo de Deus em se aproximar dos homens mesmo sendo pecadores. Graça. Favor de Deus não merecido. Verdade. A fidelidade de Deus.

1.16 Plenitude (gr plerõma, conforme Cl 1:19; Cl 2:9, Cl 2:10). E o Espírito Santo que habitou em Cristo e nos crentes, tornando-os "co-participantes da natureza divina" (2Pe 1:4).

1.18 Deus unigênito. Esta é uma declaração clara da deidade de Jesus Cristo. No seio. Modo hebraico de indicar proximidade de amigos, (3.23, 25).

1.21 Elias. Ml 4:5 deu origem à esperança :do reaparecimento de Elias (conforme Mt 11:14, Mt 11:18; Mt 17:9-40);
2) Ver o Pai por Seu intermédio (Jo 14:9);
3) Estar com e nEle (Jo 15:2, Jo 15:4-43) se cumprem em Cristo que é maior que esse patriarca (conforme 4.12).

• N. Hom. 1:43-51 Como Testemunhar:
1) Dar a maior importância à pessoa de Cristo (36):
2) apelar aos amigos (41; 45);
3) convidar outros após sentir a emoção da descoberta pessoal (45);
4) não debater apenas com argumentos mas com desafio à investigação (46);
5) não perder tempo.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51
Parte umIntrodução (1.12.11)

I. A PALAVRA QUE SE TORNOU CARNE E FOI MANIFESTA (1.1—2.11)


1) Prólogo (1:1-18)

Provavelmente não há outro lugar no Novo Testamento em que se diga tanto, como aqui, com tão poucas palavras. Aqui estão afirmadas a singularidade de Cristo e as grandes conseqüências desse auto-sacrifício incorporado na encarnação. Nesse prólogo, João anuncia o seu tema principal, que é a glória de Jesus Cristo demonstrada por meio de tudo que ele disse e fez. v. 1. No princípio era aquele que é a Palavra-. Diferentemente dos autores sinópticos, o quarto evangelho começa a história na eternidade; e é a partir daqui que ele entende o significado da obra de Cristo. No princípio (conforme Gn 1:1) leva a nossa concepção do propósito de Deus para além da Criação, de forma que aquela Palavra, como a segunda pessoa da Trindade, existia por si mesma. O termo Palavra (gr. ho logos) foi supostamente empregado pelo autor para tornar o evangelho relevante para os seus primeiros leitores. Contudo, a concepção de ho logos é de suprema importância para a doutrina de Cristo que o autor tem em mente à parte de qualquer outra razão especial que o tenha levado a usar o termo. [V. Comentário adicional 1, p. 1.263). Ele estava com Deus (gr. kai ho logos ên pros ton theon): Isto é, desde a eternidade sempre houve uma distinção entre as pessoas da Trindade. Não nos ajuda muito entender isso como a Palavra que existia em contraste com o Deus absoluto. O sentido mais simples sugerido aqui parece endossado em outros textos em que as preposições são usadas de maneira semelhante (conforme Mc 6:3; conforme tb. Mc 10:27). e era Deus (gr. kai theos ên ho logos): A plenitude da divindade e a Palavra são identificadas. A Palavra ativa imanente no mundo não é menos Deus do que o Deus que transcende todo o tempo e espaço. A ausência do artigo definido diante de “Deus”, interpretado por alguns estudiosos como a Palavra possuindo algo menos do que a divindade completa, sugere, no entanto, que outras pessoas existem além da segunda pessoa na Trindade, v. 2. Ele estava com Deus no princípio: Tanto a Palavra quanto o seu relacionamento com o Eterno são eternos. Nunca houve uma parte da sua preexistência em que ela esteve separado da Trindade em qualquer sentido. Assim, a divindade de Cristo é estabelecida mesmo sem que qualidades pessoais específicas sejam atribuídas a ele como a segunda pessoa da Trindade. C. K. Barrett comenta com propriedade: “Os atos e palavras de Jesus são os atos e palavras de Deus; se isso não for verdade, o livro é blasfemo” (p. 130). v. 3. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele (gr. di’ autou): A Palavra, vinda de Deus, foi o agente na Criação, que, diferentemente dele, não é eterna, e, mesmo assim, sem esse agente nada do que existe teria sido feito (conforme Pv 8:30). Não há, como alguns pensadores gnósticos estavam dispostos a acreditar, qualquer outro meio de criação que não o próprio Deus. Há uma leitura alternativa possível aqui, i.e., “sem ele nada foi feito. O que foi feito, era vida nele”. No entanto, a leitura costumeira é melhor. João conta aos seus leitores que em Cristo há um elo visível entre Deus e o mundo material. Este mundo certamente pertence a Deus, que o fez (conforme He 1:2; He 11:3). Em geral, os estudiosos concordam em que o gnosticismo nunca esteve longe da mente do autor desse evangelho. Os gnósticos ensinavam que somente o espírito pode ser bom, e a matéria é essencialmente má. Mas João, em concordância com Paulo (conforme Cl 1:16), defende pela sua doutrina da criação por intermédio da Palavra de Deus, e por meio da encarnação da Palavra, que este mundo de matéria é de fato a obra da mão do Todo-po-deroso, que entrou nele em Jesus Cristo. O mundo não é essencialmente mau, embora o homem por meio do pecado tenha produzido miséria nele (conforme Gn 1:10,12,18,21,25). v. 4. Nele estava a vida: O Universo, feito pela Palavra de Deus, e imerso na sua vontade viva e ativa, mostra em si mesmo a propriedade orgânica e ativa da vida. E esse princípio no mundo criado se revela novamente em Cristo, que veio para conceder vida por meio da encarnação (conforme 10.10). Essa vida se torna a lu% dos homens. E o elemento vivo, em desenvolvimento no Universo, que mostra Deus ao homem (conforme Rm 1:20); é a base da verdade da religião revelada, v. 5. A luz brilha...: Essa é a ênfase do quarto evangelho, isto é, que Deus foi revelado absolutamente em Jesus Cristo. Tudo que os homens possam esperar por via da revelação e salvação deve ser visto nele. Mas Deus forneceu ao homem a revelação contínua, pois a luz brilha nas trevas, expressão que retrata a distância que separa o homem de Deus e mostra que Deus sempre se revelou ao homem de alguma forma. A encarnação, no entanto, revelou Deus com clareza singular, assim que, de forma correspondente ao caso, “as trevas não a compreenderam” (Nota textual da NVI).

“Vida” e “luz” são duas palavras especialmente associadas com João no NT. Mais tarde no evangelho, Jesus afirma que ele é tanto a vida (conforme 11.25; 14,6) quanto a luz (cf. 8.12; 9.5). No prólogo, contudo, essas duas reivindicações são colocadas no seu contexto essencial. O que Jesus declara ser no mundo ele é sempre. Isso é característico de Deus no AT. A atividade divina criou a vida e a sustenta. Deus é, assim, a fonte da iluminação do homem (conforme Sl 36:9-10). No evangelho, além disso, “vida” traz nuanças distintas de salvação e libertação. Na medida em que é trazida para dentro do mundo por Cristo (cf. 2Tm 1:10), denota sua obra particular a favor da humanidade, a seção mais responsável do mundo criado. “Luz” em João sugere revelação que conduz os homens à “vida”, que coloca uma responsabilidade solene sobre os homens, e assim os conduz ao julgamento se eles a recusarem (conforme 3.19). A presença das trevas é em geral pressuposta onde a “luz” é mencionada. E quando não há resposta à verdadeira luz, então, qualquer que seja a “luz” que eles professem ter, na realidade não têm luz nenhuma (conforme 9.41).

v. 6. Surgiu um homem...: Agora o tema se volta de maneira distinta para a história humana. João Batista é mencionado aqui pela primeira vez, visto que ele agia como testemunha da luz ao ser “uma candeia que queimava e irradiava luz” (5,35) para que assim, por meio da obra dele, todos os homens cressem. v. 9. O significado é obscurecido pela ARG (“a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo”). A melhor formulação associa a expressão chegando ao mundo à expressão verdadeira luz, e não a todos os homens. Ele, em contraste com João, é a verdadeira luz, grego to phõs to alêthinon, significando luz real ou genuína (não verdadeira como distinta de falsa, o que poderia ser expresso por alêthês). De que forma se pode dizer que ele iluminaria todo homem? Somente no sentido de que “luz” traz juízo (conforme v. 5 e 3:19-21). A vinda de Cristo lançou luz sobre as trevas da situação humana e continua a fazê-lo na vida de todo homem. v. 10. o mundo foi feito por intermédio dele...: Isso se aplica à parte da criação que é capaz de fazer escolhas conscientes. O mundo (gr. kosmos) é o mundo das pessoas, especialmente aquelas que, nesse evangelho, são confrontadas com a verdade em Cristo. (Muitas vezes no evangelho, contudo, ele é descrito como “este mundo”, que é uma referência ao nosso mundo em contraste com o mundo de cima, do qual Cristo veio; conforme 8.23.) Ambos os usos do termo sugerem um antagonismo que foi demonstrado a Cristo, o mundo não o reconheceu-. Esse uso do verbo “conhecer” (gr. ginõskõ) significa “reconhecer”. É digno de nota que o evangelista nunca usa o substantivo correspondente “conhecimento” (gr. gnõsis); ele faz todo o possível para evitar essa forma de gnos-ticismo que ensinava a salvação por meio do conhecimento para uma elite inteligente. Visto que “saber” em João implica observação, obediência e confiança, não é de admirar que “conhecer” e “crer” sejam quase sinônimos (conforme 17.3; 6.69). v. 11. Veio para o que era seu, mas os seus é uma tradução para-frástica do grego ta idia, embora expresse de forma adequada o que o autor tinha em mente ao se referir a uma área particular — a Palestina — que no mundo ocupava uma posição especial no favor de Deus (conforme 19.27). Mas os seus (hoi idioi) não o receberam, embora a partir Dt 13:1 o título hoi idioi seja restrito àqueles que de fato o receberam. Isso imediatamente resume a rejeição demonstrada contra Cristo e as razões, humanamente falando, do seu sofrimento. Aos que, contudo, o receberam por fé em seu nome, deu-lhes (gr. edõken) o direito de se tornarem filhos de Deus. Esse é o presente de Deus. Os homens não têm direito algum de reivindicar serem filhos de Deus. Somente Cristo dá aos homens o poder (gr. exousia — “direito”) de se tornarem filhos de Deus .filhos [...] nasceram-. Visto que a vida em Cristo começa por meio do nascimento, i.e., por meio da atividade distinta de Deus como fonte de tudo. Esse nascimento não contém nenhum elemento humano; nem está no escopo da realização humana, nem [ocorrei por vontade da carne, nem é mediado por motivo de maturidade — pela vontade de algum homem (gr. ek thelmatos andros). v. 14. a Palavra tomou-se carne-. Não há nenhuma sugestão nessas palavras de que na encarnação a Palavra se tornou uma pessoa. A personalidade sempre tinha sido sua propriedade. “Carne” (gr. sarx) denota o âmbito humano comparado ao celestial (conforme 3.6; 6.63). Aqui, então, está a grande parte inexplicável da doutrina de Cristo, que a Palavra eterna entrou na vida humana. Ele, tampouco, entregou sua identidade à carne, pois, enquanto ele habitou entre os homens — um fato para o qual essencialmente o evangelho se volta —, houve aqueles que viram (vimos) a sua glória, i.e., a manifestação visível de Deus, que era, em sua natureza, como os homens haviam entendido no passado, cheio de graça, denotando a iniciativa tomada por Deus quando ele concede seu favor aos homens, e de verdade como a definitiva e perfeita personificação da revelação divina. A graça de Deus e a verdade de Deus estão igualmente envolvidas pela mensagem cristã. Deus em Cristo chama as pessoas a adorá-lo e a confiar nele. E o equilíbrio perfeito entre graça e verdade, demonstrado na serenidade infatigável exercida por Jesus na terra, é mostrada nos capítulos seguintes. Com freqüência, ele tomou a iniciativa de ir ao encontro das pessoas quando elas precisavam dele; e ele personificou a verdade na sua pessoa (conforme Ex 34:6; Jo 14:6), como o Unigénito vindo do Pai, isto é, singularmente Filho de Deus. Sua eternidade impede qualquer noção de que seu ser era derivado do Pai, mas, como as palavras sugerem, sua existência e obra nunca foram independentes do Pai — um fato de que o próprio Jesus deu testemunho (conforme 10.25,30). João deixa a doutrina do Logos nesse ponto e agora se concentra no relacionamento entre o Pai e o Filho. v. 16. Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça-. A doutrina de Cristo e de Deus que abre esse evangelho nunca deve ser considerada uma mera declaração de um credo. A plenitude de graça e verdade é algo que é mediado aos homens por meio da experiência. E o evangelista não está sozinho nisso. “Nós a recebemos”, ele escreve, talvez associando o testemunho de outros crentes em Efeso nos seus dias, ou se unindo em espírito a todos os que subseqüentemente ao seu próprio testemunho teriam fé em Cristo. Além disso, o testemunho combinado do povo de Deus concluiu que a vida cristã era graça sobre graça, à medida que cada experiência da sua ajuda e amor conduzia a uma experiência mais abrangente e profunda da bondade de Deus. v. 17. Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés: O presente de Deus da salvação ao seu povo antigo veio por meio do poder compulsivo exterior da lei. Agora, em Cristo, os homens são compelidos a amar a Deus pelo poder constrangedor demonstrado em Jesus Cristo, v. 18. Ninguém jamais viu a Deus: Essa é uma pressuposição básica do AT. Até em situações em que se sugeriu que algo de Deus havia sido visto pelos homens (e.g., Êx 33:22,23; Is 6:1; Ez 1:1), os targuns aramaicos, que eram paráfrases de certas partes do AT, tendiam a usar circun-locuções para o nome divino, e o teriam formulado em algum termo como memra, i.e., “a palavra”. Mas a importância disso para a compreensão do pano de fundo de João tem sido exagerada por alguns comentaristas. Deus é visto agora na Palavra encarnada, no “Filho Unigénito” (nota textual da NVI). Há uma leitura variante aqui, i.e., Deus Unigénito (como está no texto da NVI em português; conforme tb. ARA), que tem apoio de um bom número de manuscritos importantes. Isso estaria em concordância com o que João registra em outros trechos com relação à divindade de Cristo (conforme 20.28; ljo 5:20). Mas a aceitação da leitura costumeira (“Filho Unigénito”; ARC, ACF) parece preferível, visto que isso também harmoniza bem com o estilo de João (conforme 3.16,18; ljo 4:9). Cristo está junto do Pai, uma expressão que denota o relacionamento de amor e perfeita compreensão.


2) O testemunho de João (1:19-34)
O evangelista agora se volta para João Batista a fim de destacar a pessoa de Jesus por meio do seu ministério. A linguagem filosófica do prólogo é abandonada, e agora passamos a um registro cronológico de uns seis dias (não sete, como alguns deduzem do v.
41), conduzindo-nos por fim a 2.11.
v. 19. os judeus: Eles têm uma menção especial em todo esse evangelho. Aqui parecem ser os líderes do povo na Judéia, e são os oponentes mais ferrenhos do Senhor. Possivelmente João quer retratar a tragédia dos que não reconhecem Jesus como o Messias, ou a sua vinda como o advento do reino, levitas'. Faziam parte do corpo de assistentes do templo que tomavam conta das coisas materiais do templo e eram os seus guardiões, v. 20. Não sou o Cristo'. A resposta de João à primeira pergunta mostra quão dramática deve ter sido sua aparição na Judéia como o Batista. Poucos não o perceberam, v. 21. E então, quem é você? E Elias?'. João nega qualquer conexão com o cumprimento messiânico (conforme Mc 9:13; Ml 4:5,Ml 4:5). É o profeta?'. O profeta como Moisés (Dt 18:15ss) que naqueles dias era esperado ansiosamente na véspera da época messiânica (conforme 6.14; 7.40). Não: Assim, a negação tríplice em auto-abnegação é completa. As três respostas que ele dá soam verdadeiras com as que se sucederiam naturalmente numa discussão acalorada. Quando é pressionado, contudo, o Batista admite que ele é a voz... (v. 23). Ele não reivindica nenhuma dignidade, a não ser a que lhe é conferida como pregador da Palavra (cf. Is 40:3). um caminho reto para o Senhor. Stauffer mostrou que essa concepção está no coração dos primeiros registros do ministério de Jesus (NTT, p. 25-9). v. 24.Algunsfariseus (cf. NB D): Eles, evidentemente, tinham um interesse especial na autoridade que estava por trás da prática batismal de João. v. 26. Eu batizo com água...: João não faz referência aqui ao batismo de Cristo com o Espírito Santo. Isso não foi compreendido, podemos pressupor, até que ele tivesse visto o Espírito descendo sobre Jesus no batismo. Mas ele sinaliza que há alguém próximo que não está sendo esperado. O conhecimento que eles tinham da prática batismal é evidente (conforme v. 25). Mas Cristo vai exceder a compreensão que eles têm do que faz parte da verdadeira religião. Para João, isso está baseado em pura fé; ele nem mesmo quer ser presunçoso a ponto de se chamar o servo dele (v. 27). v. 28. Betânia não é a Betânia de Maria e Marta (conforme 11.1; Mc 14:3-41). Alguns textos trazem “Betabara”. Mas, embora a sua localização exata seja incerta na altura do século III, o cap. 11 indica uma clara distinção entre dois lugares conhecidos pelo mesmo nome (conforme 10.40 com 11.18), e a referência aí ao “lugar onde João batizava nos primeiros dias” é significativa, v. 29. Vejam! E o Cordeiro de Deus: Aqui parece que temos um amálgama de metáforas do AT. Podemos lembrar o cordeiro pascal (Ex 12) ou a oferta apresentada a Deus por Abraão (Gn 22:8), em que o significado do texto hebraico pode ser: “Deus vai ver [...] um cordeiro...”. Ou podemos pensar nos sacrifícios expiatórios em geral na prática litúrgica judaica (conforme Lv 23.12ss). Parece haver um elo óbvio com Is 53:7, em que, na LXX, o grego amnos, “cordeiro”, traduz o hebraico rahel (conforme At 8:32). Aqui a função de levar o pecado está mais implícita do que explícita. Mas não é improvável que os sacrifícios diários judaicos estivessem na mente de João aqui. O principal trecho do AT é o que retrata o bode Azazel, que levava os pecados de Israel (cf. Lv 16:21) para um lugar deserto. Barrett considera a referência de João de forma dupla: o cordeiro pascal de Ex 12, junto com a vítima que vicariamente leva o pecado de Israel em Lv 16. E muito improvável, como sugere Dodd, que o título seja puramente messiânico e sinônimo dos títulos de 1.49 e do cordeiro (gr. amiori) do Apocalipse (conforme Ap 14:1), que conduz o seu povo à vitória. No entanto, é significativo que somente aqui e em Apocalipse Cristo seja descrito como o Cordeiro de Deus (conforme comentário de 19.36). Burney sugere que surgiu alguma confusão aqui entre o termo aramaico “servo” e “cordeiro” (talya-, conforme AOFG, p. 104-9), mas isso está fundamentado inteiramente na validade da tese geral de Burney segundo a qual João era inicialmente uma obra aramaica. o pecado do mundo: João viu pela fé que Cristo era capaz de levar embora todo o pecado, e esta idéia certamente estava próxima da sua mente se pensarmos em termos da profecia de Isaías (conforme Is 53:11). Esse é, então, o princípio sobre o qual começa a vida na era nova, de que Cristo é o Salvador universal, v. 32. Eu vi o Espírito descer...: A obra de João era mostrar aos homens o caminho para Cristo. Assim, também, desde o princípio, o Espírito destaca Cristo. Ele desce sobre Cristo e, assim fazendo, dá o seu testemunho singular de que Jesus é o Filho de Deus (conforme v. 34). E a concessão do Espírito que o próprio Senhor faz é igualmente para testemunho dele mesmo (conforme 16.14). Observe o fato de que nos Sinópticos (conforme Mt 3:16) é Jesus quem vê o Espírito descendo, enquanto aqui ele é observado por João Batista. Isso faz todo o incidente ser claramente compartilhado por Cristo e por seu predecessor, e não uma experiência particular conhecida somente de um ou de outro. v. 34. ... Filho de Deus (conforme Mc

1.11): O vínculo próximo entre o reconhecimento por parte de João e a manifestação do Espírito precisa ser observado. Somente pelo Espírito é que uma verdadeira confissão de Cristo pode ser feita (conforme 16:8-11; ICo

12.3). Algumas autoridades antigas traziam aqui “o Escolhido de Deus”. Mas essa leitura, provavelmente, é uma adequação a Lc 9:35; Is 42:1).


3) Os primeiros seguidores de Jesus (1.35—2.11)

A confissão renovada de João agora induz dois dos seus discípulos a irem após Jesus (cf. Mt 11:2-40; Lc 7:18-42). v. 37. seguiram: Nenhuma dúvida estava na mente daqueles que entenderam a mensagem de João. v. 38. Rabi: O termo ocorre com freqüência em João (cf. 1.49; 3.2; 4.31; 6.25 et alia). É um título dado a um mestre ou professor. Havia muitos na época do NT (conforme NBD, p. 1.072). v. 39. por volta das quatro horas da tarde: Os versículos seguintes (40-42) são um apêndice ao evento que acaba de ser descrito nos v. 35-39. v. 40. Simão Pedro: É o nome duplo geralmente empregado em João. v. 41. o Messias-. Somente João usa essa transliteração do termo hebraico mãshiah. A menção do título aqui de forma nenhuma conflita com o “segredo messiânico” de Marcos. Aqui é um testemunho pessoal e particular, e no seu contexto harmoniza bem com a pregação apostólica (conforme At 10:38). Além disso, a seqüência dos eventos que acabam de ser realizados foi tal que inevitavelmente conduziria alguns a reconhecer em Jesus a personificação de ideais e expectativas do AT (conforme Ez 9:25; acerca do termo em geral no AT, v. NBD, p. 811-8). v. 42. Cefas (conforme Mc 3:16): A palavra é aramaica. Atualmente, não há sugestão quanto ao propósito pelo qual Simão recebeu esse nome. v. 45. Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu-. Barrett sugere que isso seja uma referência à interpretação rabínica de uma série de trechos do Pentateuco. (Mas conforme 3.14; v. tb Gn 49.10; Dt 18:15; At 3:22-7.37.) Mas Filipe torna Jesus conhecido em termos que seriam compreendidos pela maioria: ... o filho de José. v. 46. Venha e veja-. Natanael reflete a prudência geral dos judeus na época do NT e responde que nenhum reconhecimento do Messias poderia ser esperado até que ele fosse visto. Assim, a resposta de Filipe convida Natanael a descobrir por si mesmo, v. 47. At está um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade-. Diferentemente de Simão, Natanael não recebe um segundo nome. A onisciência de Jesus pode ser vista na sua referência à figueira (v. 48). Não há significado alegórico aqui. v. 49. o Filho de Deus: Nos lábios de Natanael, isso talvez signifique pouco mais do que “Messias” (conforme Sf 2:7); para o evangelista, significa muito mais. o Rei de Israel: O artigo definido é omitido no texto grego. A confissão de Natanael foi espontânea e englobava tudo. Temos aí uma confissão messiânica. O verdadeiro israelita reconhecia o seu verdadeiro Rei. v. 50. Você crê: No entanto, talvez a aclamação de Natanael estivesse restrita ao sentido messiânico e nacionalista (conforme 2Sm 7:13,2Sm 7:14). Se for esse o caso, Natanael vai de fato ver coisas maiores. v. 51. Vocês verão o céu aberto (gr. aneõgota): Talvez isso seja um retrato escatológico (cf. Mt 26:64; mas v. tb. Mc 1:10, em que o verbo usado significa “rasgar”, fazendo eco de Is 64:1). os anjos de Deus subindo e descendo: Uma referência indubitável a Jacó novamente (cf. Gn 28:10-17). Westcott entende que se trate de orações levadas a Deus por meio de Cristo, e as respostas que estão nele, vendo que ele está sempre presente (conforme Mt 28:20). Mas as palavras de Jesus mais provavelmente estavam tingidas da teologia e da apocalíptica judaicas (conforme Dt 33:2,Dt 33:3; Zc 14:5,Zc 14:6; Ez 7:13,Ez 7:14). sobre o Filho do homem: O texto hebraico de Gn 28:12 é gramaticalmente ambíguo. Alguns rabinos interpretavam a expressão “sobre ele/ela” (heb. bõ) como uma referência ao próprio Jacó e viam no evento uma interação entre o homem celestial e o homem terreno. E mais provável que devamos entender esse retrato como denotando a encarnação, em Jesus, da comunhão celestial entre Deus e o homem, gerada pela morte de Jesus, que João interpreta como sendo uma com a sua glorificação, e que deve ser destacada por esse uso da expressão “Filho do homem”. Nos Sinópticos, a idéia não está fundamentada em SI 8, mas em Ez 7:0Mc 14:62). A sua aparição na terra é somente parte de uma jornada que no final vai levá-lo novamente para o céu (conforme 6.27; 8.28; Ap 1:14). O ensino de Jesus, provavelmente, não era estático nessa questão, mas compreendia um amplo alcance de conotações. Independentemente do que os discípulos entenderam com o termo como foi usado por ele, precisava de alguma reinterpretação (Mc 8:31). T. W. Manson sugeriu que a idéia da “personalidade corporativa” foi usada pelo nosso Senhor, com base na interpretação do “remanescente” de trechos em Isaías referentes ao Servo do Senhor, mas com ele mesmo como o ponto de partida e o centro, “o Homem Perfeito, que o próprio Deus tinha enviado”. Não importa que outras idéias possamos ter, Jesus usou o termo enquanto falava de si mesmo como o Homem celestial preexistente, que havia entrado no mundo para realizar o propósito de Deus (conforme S. Mowinckel, He ThatCometh, 1956; J. Klausner, The Messianic Idea in Israel, 1956).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 37 até o 42

37-42. Seguiram a Jesus. O ato físico expressou a intenção de segui-lo no sentido espiritual. Que buscais? Tal pergunta poderia ser uma demonstração de repulsa, mas não quando pronunciada com delicadeza. A contra-pergunta, Onde assistes? Tal como o fato de o seguirem, pode sugerir um sentido mais profundo – Qual é o segredo de sua vida e poder espirituais? Sua habitação poderia não atraí-los, mas a conversa sublime que se seguiu permaneceu como flagrante memória. Anos mais tarde João se lembrou da hora do dia – quatro da tarde.


Moody - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 37 até o 51

B. A Vocação dos Discípulos. Jo 1:37-51.

O desejo altruísta de João de glorificar Cristo produziu frutos entre seus seguidores. Sem nenhuma ordem ou sugestão de sua parte além do seu testemunho, dois discípulos seguiram Jesus. Um é identificado como sendo André. O silêncio quanto ao nome do outro aponta para o escritor do Evangelho, que não menciona o seu nome por causa da modéstia.


Dúvidas

Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
Dúvidas - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 37 até o 49
Jo 1:37-49 - Os apóstolos foram chamados nesse tempo ou depois?


PROBLEMA:
João registra que Jesus chamou André, Pedro, Filipe, Natanael e outro discípulo nesse tempo. Entretanto, os outros Evangelhos registram que o seu chamado ocorreu bem depois (conforme Mt 4:18-22; Mc 1:16-20; Lc 5:1-11). Quando eles foram chamados?

SOLUÇÃO: Essa primeira passagem nos mostra uma entrevista inicial de Jesus com aqueles discípulos, não a sua chamada permanente. Em decorrência desse primeiro contato, eles permaneceram com Jesus somente "aquele dia" (Jo 1:39), depois do que retornaram a seus lares e a seu trabalho normal.

As outras passagens referem-se ao tempo em que eles deixaram o trabalho anterior que possuíam e assumiram o ministério em tempo integral como discípulos de Cristo.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 35 até o 51
b) A chamada dos primeiros discípulos (Jo 1:35-43 n.; Mc 1:16-41; cfr. Lc 5:1-42).

>Jo 1:43

O círculo dos discípulos está aumentando e nos vers. 43-51 temos a chamada de Filipe e Natanael. No dia seguinte, no quarto dia, Jesus propõe uma nova viagem à Galiléia (43). Ele encontra Filipe que, por sua vez, apresenta Natanael (45). Natanael foi cedo identificado com o Bartolomeu da narrativa sinótica, pelo fato de seu nome ser associado com o de Filipe. Filipe, então, confessa que Jesus é o Cristo, predito por Moisés e os profetas. Filho de José (45). Isto não quer dizer que João desconhece o nascimento virginal. Esta verdade é implícita no prólogo deste Evangelho. "Filho de José" é talvez a designação pela qual Jesus era geralmente conhecido. Natanael se declara francamente incrédulo de que qualquer coisa boa, muito menos o Messias, saia de Nazaré. Filipe, porém, insistindo, lhe diz vem e vê (46) assim demonstrando "uma profunda apologética" (Godet). Jesus percebe o valor do seu caráter e afirma ser Natanael aquele em quem não há dolo (47). Há aqui talvez um contraste com Jacó, de quem os israelitas derivam o seu nome. Jesus informa a Natanael que o conhece desde antes mesmo que Filipe o tivesse chamado (48). O trecho revela o poder de Jesus em esquadrinhar o coração do homem. A figueira (48) era lugar próprio para meditação. Natanael fica profundamente impressionado com Jesus e proclama que este é O Filho de Deus e Rei de Israel (49). Jesus então lhe diz que, devido à sua experiência e sua fé, ele receberá uma compreensão mais profunda e um percebimento mais nítido da natureza da obra messiânica (51). Jesus usa o termo Filho do Homem em conexão com sua obra messiânica, suprindo o que faltava na confissão de Natanael. A visão da glória do "Filho do Homem" seria a recompensa à fé. A visão de Jacó é lembrada (Gn 28:12) e Jesus descreve a nova ordem messiânica, a qual está inaugurada com a sua vinda.


John Gill

Adicionados os Comentário Bíblico de John Gill, Ministro Batista
John Gill - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 35 até o 38

1:35 - De novo, no dia seguinte,... O terceiro dia que os sacerdotes e os Levitas tinham estado com João, para saber quem ele era. As versões Siríaca, Árabe e Pérsia omitem a palavra “de novo”:

Estava parado, e dois de seus discípulos;... Um desses eram André, irmão de Simão Pedro, como aparece em Jo 1:40, e muito provavelmente o outro era o evangelista João, o escritor de seu Evangelho, que sempre escolhe se colocar no anonimato. João Batista estava parado, e esses discípulos com ele, em algum lugar perto do Jordão, aonde ele estava pregando e batizando.

1:36 - E olhando para Jesus andando,... Ou por eles; ou como ele estava indo deles para seu alojamento; sendo próximo do fim do dia, quando João tinha terminado seu trabalho do dia, e o povo estava voltando para casa: João fixou seus olhos atentamente em Cristo, com grande prazer e deleite, e apontou para ele.

E disse, Eis o cordeiro de Deus;... Como em Jo 1:29, onde se acrescentou, “que tira o pecado do mundo”; e que a versão Etíope junta aqui.

1:37 - E os dois discípulos o ouviram falar,... As palavras acima, e tomaram nota deles; a fé em Cristo vem pelo ouvir;[1] elas atingiram os seus corações, e eles acharam em suas afeições, e os desejos de suas almas, seguir a Cristo:

E eles seguiram a Jesus;... Deixaram seu mestre, e foram atrás dele, a fim de se familiarizarem mais com ele, e receber dele algumas instruções.

1:38 - Então Jesus se virou e os viu seguindo,... Ou seja, “ele”, como na 5ulgata Latina, e todas as versões acrescentam: ele os viu pelo seu caminhar e por suas afeições, que eles o seguiam; e que ele conhecia antes dele se virar: e sabia o que João tinha dito, e que efeito tinha tido sobre seus discípulos, e o que estava operando sobre seus corações, e quão desejosos eles estavam de ir até ele e conversar com ele; e, portanto, ele se virou, para que eles pudessem ter uma oportunidade de falar com ele; ou, antes, a fim de falar com eles primeiro, como ele fez:

E disse a eles, o que procurais? Isso ele disse, não de ignorância de quem e o que eles estavam procurando, e seus desejosos; mas para encorajá-los a falarem, que, através do medo, eles se refreariam de fazer; e, portanto, assim fazendo, quebraria a timidez e o medo deles, e encorajá-los-ia as primeiras noções da graça, que começou primeiro com eles, e os trata de uma forma familiar e livre; e, então, os anima a usarem sua liberdade com ele, e cuja finalidade foi alcançada:

Ele disso a ele, Rabbi;... Um título que agora começava a estar em muito uso entre os Judeus, e que eles davam a seus doutores célebres; e esses discípulos de João, observando a forma magnificente que o mestre deles falou de Jesus, em grande reverência, se dirigiram a ele debaixo desses termos; veja notas de Gill emMt 23:7.

Que quer dizer, sendo interpretado, Mestre. Essas são as palavras do evangelista, interpretando a palavra “Rabbi”, e não a dos discípulos, e são omitidas nas versões Siríaca e Pérsia, que, por “Rabbi”, lia, “nosso mestre”, ou nosso “Rabbi”; sendo dita por ambos os discípulos, ou por um em nome do outro, colocando a seguinte pergunta:

Aonde habitas? Querendo dizer, que não era um lugar próprio, um caminho público, para se ter uma conversa com ele, e se familiarizarem com o que eles estavam desejosos; mas deviam estar alegres de saber aonde ele repousava, porque assim eles podiam esperar ele lá, ou então, em algum tempo conveniente.

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Notas
[1] Conforme Rm 10:17. N do T.




John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51

1. A Palavra Divina (João 1:1-5)

No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada surgiu que tem vindo a ser. Nele estava a vida, ea vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (1: 1-5)

A seção do evangelho de João abertura expressa a verdade mais profunda no universo nos termos mais claros. Embora facilmente compreendida por uma criança, inspirados pelo Espírito as palavras de João transmitir uma verdade além da capacidade das maiores mentes da história humana de entender: o Deus infinito eterno tornou-se um homem na pessoa do Senhor Jesus Cristo. O glorioso, verdade incontestável que, em Jesus o divino "Verbo se fez carne" (1,14) é o tema do evangelho de João.
A divindade do Senhor Jesus Cristo é um princípio essencial, inegociável da fé cristã. Diversas linhas de evidência bíblica fluem juntos para provar conclusivamente que Ele é Deus.
Em primeiro lugar, as declarações diretas das Escrituras afirmam que Jesus é Deus. De acordo com sua ênfase sobre a divindade de Cristo, João registra várias dessas declarações. O verso do seu evangelho abertura declara: "a Palavra [Jesus] era Deus" (veja a discussão sobre este versículo mais adiante neste capítulo). No evangelho de João Jesus repetidamente assumiu para si o nome divino "Eu sou" (conforme 4:26; 8:24, 28, 58; 13 19:18-5, 6, 8). Em 10:30, Ele alegou ser um em natureza e essência com o Pai (que os judeus incrédulos reconheceu isso como uma reivindicação de divindade resulta da sua reação no v 33;. Conforme 5:18). Nem Jesus corrigir Tomé quando se dirigiu a ele como "meu Senhor e meu Deus!" (20:28); na verdade, Ele elogiou por sua fé (v. 29). A reação de Jesus é inexplicável se Ele não fosse Deus.

Aos Filipenses Paulo escreveu: "[Jesus], subsistindo em forma de Deus", possuindo "igualdade com Deus" absoluto (Fp 2:6 e 2Pe 1:1).

Em segundo lugar, Jesus Cristo recebe títulos em outros lugares nas Escrituras dadas a Deus. Como observado acima, Jesus tomou para si o nome divino "Eu sou." Em Jo 12:40 João citou Is 6:10, uma passagem que na visão de Isaías se refere a Deus (conforme Is 6:5); Juiz (2Tm 4:12Tm 4:1); Um Santo (Is 10:1:10 Is 10:20-Ps; At 2:27; At 3:14); Primeiro e último (Is 44:6-Ap 1:17; Ap 22:13.);Light (Sl 27:1.); Senhor do sábado (Ex 16:23, Ex 16:29;Lv 19:1 Mt 12:8; Tt 2:13); Pierced One:; (Zc 12:10 Jo 19:37). Poderoso Deus (Is 10:21-Ap 17:14..) Alpha e Omega (Ap 1:8.); Senhor da Glória (1Co 2:81Co 2:8; Is 48:17; 63:. Is 63:16 Ef 1:7.).

Em terceiro lugar, Jesus Cristo possui os atributos incomunicáveis ​​de Deus, aqueles única para ele. A Escritura revela que Cristo seja eterno (Mq 5:2; Mt 28:20), onisciente (Mt 11:27; Jo 16:30; Jo 21:17) , onipotente (Fp 3:21.), imutável (He 13:8.), e gloriosa (Jo 17:5, onde Deus diz que Ele não vai dar a Sua glória para outra).

Em quarto lugar, Jesus Cristo faz as obras que só Deus pode fazer. Ele criou todas as coisas (Jo 1:3), sustenta a criação (Cl 1:17; He 1:3; 11: 25-44), perdoa o pecado (Mc 2:10; conforme v. 7), ea sua palavra permanece para sempre (Mt 24:35; conforme Is 40:8; Mt 28:9; Fp 2:10; He 1:6) e dos santos anjos (Apocalipse 22:8-9) recusou a adoração.

Por fim, Jesus Cristo recebeu a oração, que só deve ser dirigida a Deus (13 43:14-14'>João 14:13-14; Atos 7:59-60; 13 62:5-15'>113 62:5-15'> João 5:13-15).

Os versículos 1:18, o prólogo de apresentação de João da divindade de Cristo, são uma sinopse ou visão geral de todo o livro. João definido claramente seu objetivo ao escrever seu evangelho em 20: 31-que seus leitores "creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo [eles], tenhais vida em seu nome." João revelou Jesus Cristo como "o Filho de Deus", a segunda pessoa da Trindade eterna. Ele se tornou um homem, o "Cristo" (Messias), e se ofereceu como sacrifício pelos pecados. Aqueles que colocam a sua fé n'Ele "terá vida em seu nome", enquanto que aqueles que rejeitam serão julgados e condenados à punição eterna.
A realidade que Jesus é Deus, introduzido no prólogo, é exposta ao longo do livro por uma selecção cuidadosa de João de reivindicações e milagres que selam o caso. Os versículos 1:3 do prólogo ensina que Jesus é co-igual e co-eterno com o Pai; versículos 4:5 relacionar a salvação que Ele trouxe, que foi anunciado pelo seu arauto, João Batista (vv 6-8.); versículos 9:13 descrevem a reação da raça humana a Ele, ou rejeição (. vv 10-11) ou aceitação (vv 12-13.); versículos 14:18 resumir todo o prólogo.
O prólogo também apresenta vários termos-chave que aparecem ao longo do livro, incluindo a luz (3: 19-21; 8:12; 9: 5; 12: 35-36, 46), as trevas (3:19; 08:12; 12 : 35, 46), vida (3: 15-16, 36; 04:14, 36; 05:21, 24, 26, 39-40; 6:27, 33, 35, 40, 47-48, 51, 53-54, 63, 68; 08:12; 10:10, 28; 11:25; 12:25, 50; 14: 6; 17: 2, 3; 20:31), testemunha (ou testemunhar; 2: 25; 03:11; 05:31, 36, 39; 7: 7; 08:14; 10:25; 12:17; 15: 26-27; 18:37), glória (02:11; 05:41 , 44; 07:18; 08:50, 54; 11: 4, 40; 12:41; 17: 5, 22,
24) e mundial (3: 16-17, 19; 04:42; 06:14 , 33, 51; 7: 7; 08:12, 23, 26; 9: 5, 39; 10:36; 11:27; 12:19, 31, 46-47; 13 1:14-17, 19 , 22, 27, 30-31; 15: 18-19; 16: 8, 11, 20, 28, 33; 17: 5-6, 9, 11, 13 16:18-21, 23-25; 18 : 36-37).
Desde os primeiros cinco versículos do evangelho prólogo de João fluir três evidências da divindade do Verbo encarnado, Jesus Cristo: Sua preexistência, Seu poder criador, e sua auto-existência.

A preexistência da Palavra

No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. (1: 1-2)

Arche ( início ) pode significar "fonte" ou "origem" (conforme Cl 1:18; Ap 3:14); ou "regra", "autoridade" "governante", ou "uma autoridade" (conforme Lc 0:11-20:20; Rm 8:38; 1Co 15:241Co 15:24;.. Ef 1:21; Ef 3:10; Cl 1:16; Cl 2:10, Cl 2:15; Tt 3:1; He 1:2; Ef 1:20; Filipenses 2:9-11). Mas Arche refere-se aqui para o início do universo descrito em Gn 1:1; Dt 5:1; conforme Ex 34:28; Dt 9:10) , participou da construção do templo de Salomão (I Reis 6:11-13) (. 1Sm 3:21), revelou Deus para Samuel, pronunciou julgamento sobre a casa de Eli (1Rs 2:27), aconselhou Elias (I Reis . 19: 9 e ss), dirigido Israel através de porta-vozes de Deus (conforme 1Sm 15:10; 17:... 2-4, 8ss .; 18: 1; 21: 17-19.; II Crônicas 11:2-4), foi o agente da criação (Sl 33:6; He 9:15; He 12:24), instrui os crentes (Jo 10:27), une-los em um templo espiritual (I Coríntios 3:16-17; 2 Cor.. . 6:16; Ef 2:21), revelou Deus ao homem (Jo 1:18; 14: 7-9), os juízes aqueles que rejeitam Ele (Jo 3:18; Jo 5:22), dirige a igreja através daqueles a quem Ele levantou-se para conduzi-la (Ef 4:11-12; 1Tm 5:171Tm 5:17; Fm 1:1; 1 Pedro 5: 1-3), foi o agente da criação (Jo 1:3; He 1:2), através do Espírito Santo, que Ele enviou (Jo 15:26). Como o Verbo encarnado, Jesus Cristo é a palavra final de Deus para a humanidade: "Deus, depois de Ele falou há muito tempo para os pais, pelos profetas em muitas vezes e de muitas maneiras, nestes últimos dias falou-nos no seu Filho" (Heb . 1: 1-2).

Então João tomou seu argumento um passo adiante. Em Sua preexistência eterna do Verbo estava com Deus. A tradução Inglês não trazer toda a riqueza da expressão grega ( pros ton Theon ). Essa frase significa muito mais do que simplesmente que a Palavra existiu com Deus; it "[dá] a imagem de dois seres pessoais que enfrentam entre si e engajar-se em um discurso inteligente" (W. Robert Cook, A Teologia de João [Chicago: Moody, 1979], 49). Desde toda a eternidade Jesus, como a segunda pessoa da Trindade, foi "com o Pai [ pros ton patera ] "(1Jo 1:2). Charles Wesley capturou alguns de a maravilha de que a verdade maravilhosa no hino familiar "E pode ser que eu ganhe?":

 

Ele deixou o trono de Seu Pai acima,
Tão livre, tão infinito Sua graça!
Esvaziou-se de tudo, mas o amor,
E sangrou por raça indefesa de Adão.

 

Amor Amazing! Como pode ser
Que Tu, meu Deus, deverias morrer por mim?
Amor Amazing! Como pode ser
Que Tu, meu Deus, deverias morrer por mim?

 

Descrição de João da Palavra atingiu o seu auge na terceira cláusula deste verso de abertura. Não só a Palavra existe desde toda a eternidade, e ter comunhão face-a-face com Deus, o Pai, mas também o Verbo era Deus. Essa declaração simples, apenas quatro palavras em Inglês e Grego ( theos en ho logos ), é talvez a declaração mais clara e direta da divindade do Senhor Jesus Cristo para ser encontrado em qualquer lugar na Escritura.

Mas, apesar de sua clareza, grupos heréticos quase desde o momento João escreveu estas palavras têm torcido o seu significado para apoiar suas doutrinas falsas sobre a natureza do Senhor Jesus Cristo.Notando que theos ( Deus ) é anarthrous (não precedido pelo artigo definido), alguns argumentam que é um substantivo indefinido e traduzem erroneamente a frase, "a Palavra era divina" (ou seja, a simples posse de algumas das qualidades de Deus) ou, ainda mais terrível, "o Verbo era um deus ".

A ausência do artigo antes de theos , no entanto, não significa que seja por tempo indeterminado. Logos ( Palavra ) tem o artigo definido para mostrar que ele é o sujeito da frase (uma vez que é no mesmo caso como theos ). Assim, a tradução "Deus era o Verbo" é inválido, porque "a Palavra", não "Deus" é o tema. Seria também teologicamente errada, porque iria igualar o Pai ("Deus" quem o Verbo estava com o número anterior) com o Palavra, negando assim que os dois são pessoas distintas. O predicado nominal ( Deus ) descreve a natureza da Palavra, mostrando que Ele é da mesma essência que o Pai (conforme HE Dana e Julius R. Mantey, A Gramática manual do grego do Novo Testamento [Toronto: MacMillan, 1957] , 139-40; AT Robertson, o ministro e seu Novo Testamento grego [Separata: Grand Rapids: Baker, 1978], 67-68).

De acordo com as regras da gramática grega, quando o predicado nominal ( Deus nesta cláusula) precede o verbo, não pode ser considerada indefinida (e, portanto, traduzida como "um deus" em vez de Deus) simplesmente porque ele não tem o artigo. Que o termo Deus é definitiva e se refere ao verdadeiro Deus é óbvia por várias razões. Primeiro, theos aparece sem o artigo definido outras quatro vezes no contexto imediato (vv 6, 12, 13, 18; conforme 3:.. 2, 21; 09:16; Mt 5:9)

Enfatizando o perigo mortal, tanto Paulo (At 20:29) e Jesus (Mt 7:15) descrito falsos mestres como lobos disfarçados. Eles não estão a ser recebidos no aprisco das ovelhas, mas guardado contra e evitado.

A confusão sobre a divindade de Cristo é imperdoável, porque o ensino bíblico a respeito é clara e inequívoca. Jesus Cristo é a Palavra eternamente preexistente, que goza de plena comunhão face-a-face e vida divina com o Pai, e é o próprio Deus.

O poder criador da Palavra

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada surgiu que tem vindo a ser. (1: 3)

Mais uma vez João expressa uma verdade profunda em linguagem clara. Jesus Cristo, o Verbo eterno, criou tudo o que . surgiu João ressaltou que a verdade, repetindo-lo negativamente, sem ele nada (lit., "nem mesmo uma coisa") passou a existir que tem vindo a ser.

Que Jesus Cristo criou todas as coisas (conforme Cl 1:16; He 1:2; 42:.. Is 42:5; Is 45:18; Mc 13:1; Rm 1:25; Ef 3:9).

Ao enfatizar o papel da Palavra na criação do universo, João rebateu o falso ensino que mais tarde evoluiu para a heresia perigosa conhecida como gnosticismo. Os gnósticos abraçou o dualismo filosófico comum a filosofia grega, que considerou que o espírito era bom e a matéria era má. Eles argumentaram que, desde a matéria era má, o bom Deus não poderia ter criado o universo físico. Em vez disso, uma série de seres espirituais emanava dele até que finalmente uma dessas emanações descendente foi mal e tolo o suficiente para criar o universo físico. Mas João rejeitou essa visão herética, fortemente afirmando que Jesus Cristo era o agente do Pai na criação de tudo.

O mundo atual, no entanto, é radicalmente diferente da boa criação original de Deus (Gn 1:31). Os resultados catastróficos da queda não afetou apenas a raça humana, mas também a toda a criação. Jesus, portanto, um dia vai resgatar não só os crentes, mas também o mundo material, assim, como Paulo observou em Romanos 8:19-21:

Para o desejo ansioso da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da escravidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Quando a maldição é levantada durante o reinado milenar de Cristo,

 

O lobo habitará com o cordeiro,
E o leopardo se deitará com o cabrito,
E o bezerro, o leão novo eo animal cevado viverão juntos;
E um menino pequeno os conduzirá.
Além disso, a vaca eo urso vai pastar,
Seus filhotes se deitarão juntos,
E o leão comerá palha como o boi.
A criança de enfermagem vai jogar pelo buraco da cobra,
E a criança desmamada colocará a mão na cova do basilisco.
Eles não vão ferir ou destruir em todo o meu santo monte,
Pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor

Como as águas cobrem o mar. (Is. 11: 6-9)

 

O lobo eo cordeiro pastarão juntos, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Eles vão fazer mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor. (Is 65:25)

A auto-existência da Palavra

Nele estava a vida, ea vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (1: 4-5)

Resultados mais uma vez a sua economia inspirado pelo Espírito de palavras, João nestes dois versos breves resumiu a encarnação. Cristo, a encarnação da vida eo glorioso, eterno Luz do Céu, entrou no mundo escurecido pelo pecado dos homens, e que o mundo reagiu de várias maneiras para ele.

Como observado anteriormente neste capítulo, a temas de vida e luz são comuns no evangelho de João. Zoe ( vida ) refere-se a vida espiritual em oposição a bios , que descreve a vida física (conforme 1Jo 2:16).Aqui, como em 05:26, refere-se principalmente a Cristo ter vida em si mesmo. Os teólogos se referem a isso como aseity, ou auto-existência. É uma clara evidência da divindade de Cristo, pois só Deus é auto-existente.

Esta verdade de Deus e de Cristo auto-existência, ter a vida em si mesmos, é fundamental para a nossa fé. Tudo o que é criado pode ser dito para ser "tornar-se", porque não criou nada é imutável. É essencial compreender que permanente, eterna, o ser não-mudança ou a vida é diferente de tudo o que está se tornando. "Ser" é eterno e fonte de vida para o que é "tornar-se". Isso é o que distingue criaturas do Criador, nos de Deus.

Gn 1:1). Ele é de eternidade a eternidade. At 17:28 diz com razão: "Nele vivemos, nos movemos e existimos." Nós não podemos viver ou mover ou seja, sem a Sua vida. Mas Ele sempre viveu e se mudou e foi.

Esta é a descrição ontológica mais pura de Deus e dizer Jesus é a vida é dizer a verdade mais pura sobre a natureza de Deus que Ele possui. E, como no versículo 3, Ele, então, é o Criador.

Enquanto como o Criador Jesus é a fonte de tudo e de todos que vive, a palavra vida no evangelho de João sempre se traduz zōē , que João usa para a vida espiritual ou eterna. Ela é transmitida pela graça de Deus soberano (06:37, 39, 44, 65; conforme Ef 2:8; Rom. 10: 9-10; 1Jo 5:11Jo 5:1, em que Jesus diz: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida." A conexão entre a luz ea vida também é claramente feita no Antigo Testamento. Sl 36:9; Pv 6:23; 2Co 4:42Co 4:4.); moralmente, luz refere-se a santidade (Rm 13:12; 2Co 6:142Co 6:14; Ef 5:1; 1Ts 5:51Ts 5:5; Is 5:20;.. At 26:18). O reino de Satanás é o "domínio das trevas" (Cl 1:13; Lc 22:53; Ef 6:12.), Mas Jesus é a fonte da vida (11:25; 14: 6; conforme At 3:15 alguns demônios "gritou [de Jesus], dizendo:" Que negócio é que temos uns com os outros, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? "" Na casa de Pedro em Cafarnaum, Jesus "expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era" (Mc 1:34). Lc 4:41 registra que "demônios também estavam saindo de muitos, gritando:" Tu és o Filho de Deus! ' Mas repreendê-los, ele não iria permitir que eles falam, porque eles sabiam que ele era o Cristo. " Em Lc 4:34 um demônio apavorada implorou: "Deixe-nos em paz! Que negócio é que temos uns com os outros, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!" Os demônios não só saber a verdade sobre Cristo, mas também acreditar. "Você acredita que Deus é um só", escreveu Tiago, "Fazes bem; os demônios o crêem, e estremecem" (Jc 2:19).

É porque eles entendem com total clareza o juízo de que os espera que Satanás e os demônios têm tentado desesperAdãoente ao longo da história para matar a vida e extinguir a Luz. No Antigo Testamento, Satanás tentou destruir Israel, a nação a partir do qual o Messias vir. Ele também tentou destruir a linhagem real de que o Messias iria descer (II Reis 11:1-2). No Novo Testamento, ele levou tentativa fútil de Herodes para matar o Jesus infantil (Mt 2:16). No início do seu ministério terreno, Satanás tentou em vão tentar Jesus a desviar-se da cruz (Mt 4:1-11.). Mais tarde, ele repetiu a tentação de novo através de um de seus seguidores mais próximos (Matt. 16: 21-23). Mesmo aparente triunfo de Satanás na cruz, na realidade, marcou sua derrota final (Cl 2:15; Cl 2:14 Heb; conforme 1Jo 3:8)

(Para uma discussão mais aprofundada sobre este ponto, ver a exposição de 1: 9-11, no capítulo 2 deste volume.)

Ninguém que rejeita a divindade de Cristo pode ser salvo, pois Ele mesmo disse em Jo 8:24: "Portanto, eu vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados. " É justo, então, que João abre seu evangelho, que enfatiza tão fortemente a divindade de Cristo (conforme 08:58; 10: 28-30; 20:28), com uma poderosa afirmação de que a verdade essencial.

2. Resposta à Palavra Encarnada (João 1:6-13)

Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Não era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Ele estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, eo mundo não o conheceu. Ele veio para os Seus, e aqueles que foram os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (1: 6-13)

A vida sem pecado (Jo 8:46; 2Co 5:212Co 5:21), palavras sem precedentes (Mt 7:29; Jo 7:46.), E reivindicações surpreendentes (João 4:25-26; Jo 8:58) de Jesus Cristo prendeu a atenção das pessoas e obrigou-os a reagir, o que fizeram de várias maneiras.

Alguns foram superficialmente atraídos para Jesus. Mais tarde, no seu evangelho João registra que "alguns estavam dizendo [de Jesus]:" Ele é um bom homem '"(7:12). Indo um passo além do que, outros reconheceu como um grande líder religioso; um profeta (Mt 21:11, Mt 21:46;. Lc 7:16), possivelmente até mesmo "João Batista ... Elias ... Jeremias ou um dos profetas" (Mt 16:14).. Por causa do Jesus refeição criado para eles, a multidão Galileu decidiu fazê-Lo rei à força (João 6:14-15), esperando que ele se libertar do jugo dos romanos odiavam e continuar a fornecer comida milagrosamente. Mas tal raso, o sentimento material era passageira. O mesmo tipo de multidão da Judeia inconstante que alegrou-se com a Sua entrada triunfal em Jerusalém, gritando: "Hosana ao Filho de Davi: bendito o que vem em nome do Senhor; Hosana nas alturas!" (Mt 21:9).

Alguns foram fortemente atraídos a Jesus, mas dispostos a comprometer-se a Ele. Jo 12:42 registros que "muitos mesmo dos governantes creram nele, mas por causa dos fariseus não estavam confessando-O, por medo de que eles seriam expulsos da sinagoga." O exemplo clássico de alguém que se encolheu a partir de um compromisso total a Cristo é o jovem rico:

Como Ele estava assentado em uma viagem, um homem correu para Ele e ajoelhou-se diante dele, e lhe perguntou: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" E Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Sabes os mandamentos: 'Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não defraudar , honra teu pai e mãe. '"E ele disse-lhe:" Mestre, eu guardava todas estas coisas desde a minha juventude. " Olhando para ele, Jesus sentiu um amor por ele e disse-lhe: "Uma coisa te falta: vai, vende tudo o que possui e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me." Mas com essas palavras que ele estava triste, e ele foi embora de luto, pois ele foi um dos que possuía muitos bens. (Marcos 10:17-22)

Outros ainda eram abertamente hostis a Jesus. De acordo com Jo 7:12 alguns estavam reivindicando, "Ele leva o povo ao erro." Em seu julgamento diante de Pilatos, as autoridades judaicas "começaram a acusá-lo, dizendo:" Achamos este homem enganosa nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, um rei '"(Lc 23:2).

Para outros, Jesus era um louco: ou possuído por demônios, ou perturbado. Jo 10:20 registros que "muitos deles estavam dizendo, 'Ele tem um demônio e é insano. Por que você ouvi-lo?'" Os líderes judeus perguntou sarcasticamente: "Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tem ? um demônio ... Agora sabemos que tens demônio "(Jo 8:48, Jo 8:52; conforme Jo 7:20; Mt 9:34; Mt 10:25). Mesmo Sua própria família em um ponto "saiu para assumir a custódia dele; para que eles estavam dizendo, 'Ele perdeu Seus sentidos'" (Mc 3:21).

Os fariseus e os escribas, incapaz de negar seu poder sobrenatural, e não estão dispostos a atribuí-la a Deus, ficaram com a alternativa blasfemo que Seu poder veio do próprio Satanás (Mt 0:24;. Mc 3:22; Lc 11:15) . Eles aparentemente espalhar essa mentira condenatório em todo Israel, como o evento registrado em Mateus e Marcos ocorreu na Galiléia e o descrito em Lucas meses depois, na Judéia.

O tema comum que liga todas essas respostas inadequadas é a incredulidade-o pecado que em última análise, condena todos aqueles que rejeitam a Jesus Cristo. Jo 3:18 diz: "Quem nele crê não é julgado;. Aquele que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus" Jesus repreendeu aqueles que repetidamente se recusou a acreditar nele:

Você não tem a sua palavra permanece em vós, para que você não acredita que ele enviou. (Jo 5:38)

Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, você vai recebê-lo. (Jo 5:43)

Mas eu disse a você que você viu-me, e ainda não acredito. (Jo 6:36)

Mas porque eu digo a verdade, você não acredita em mim. (Jo 8:45)

Jesus respondeu-lhes: "Eu disse a você, e você não acredita;.. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim Mas você não credes, porque não sois das minhas ovelhas" (João 10:25-26)

Mas em contraste com a incredulidade dos perdidos, aqueles a quem o Pai deu a Jesus (Jo 6:37) responder por acreditar totalmente em Suas reivindicações e ensino. Eles vão receber todas as bênçãos da salvação, a vida eterna, o perdão dos pecados, e adoção de filhos de Deus:

Quem acredita que vai nele tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. (João 3:15-17)

Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece. (Jo 3:36)

Verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (Jo 5:24)

Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho, e crê nele tenha a vida eterna, e eu Eu o ressuscitarei no último dia. (Jo 6:40)

Verdade, em verdade vos digo que aquele que crê tem a vida eterna. (Jo 6:47)

Dele todos os profetas dão testemunho de que em Seu nome todo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados. (At 10:43; conforme At 13:39)

Porque não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. (Rm 1:16)

Aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus, e todo aquele que ama o Pai ama o filho nascido dele. (1Jo 5:1) (Mt 16:16.), Os discípulos (Mt 14:33.), Uma mulher samaritana (João 4:28-29) e os outros de sua aldeia (Jo 4:42), um homem cego a quem Jesus curou (João 9:35-38), as mulheres que visitaram o túmulo vazio (Mt 28:9). At 1:14 relatos de que os irmãos de nosso Senhor passou a acreditar depois da ressurreição (conforme Jo 7:5). O Antigo Testamento termina com a profecia de Malaquias do profeta Elias, como vir antes do Dia do Senhor (Ml 3:1.), O que o anjo do Senhor disse a Zacarias que se refere o João (Lc 1:17). Em terceiro lugar, o anjo do Senhor veio do céu para dizer a Zacarias que ele e Elisabete teria um filho que seria o arauto do Messias (Lucas 1:8-17). Em quarto lugar, o Espírito Santo encheu Zacharias para profetizar sobre João (Lucas 1:67-79). Em quinto lugar, o Batista foi enviado do Senhor no momento divinamente designado para iniciar seu ministério público (Lc 1:80).

João foi o primeiro profeta verdadeiro (Mt 14:5) para aparecer em Israel em 400 anos, e seu corajoso, confrontadora pregação criou uma sensação. Mc 1:5). Mesmo que o rei ateu reconheceu que João "era um homem justo e santo, ... e quando ele ouviu, ele estava muito perplexo, mas ele gostava de ouvi-lo" (Mc 6:20). Lucas registra, no entanto, que Herodes tinha João preso por confrontar o seu pecado. Mateus 14:1-12 dá conta da decapitação de João de Herodes.

Porque a missão de João era também para anunciar a chegada do Messias, "ele estava pregando, e dizendo: 'Depois de mim One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de, abaixando-desatar a correia de suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo "(Marcos 1:7-8). Como Herodes, os líderes religiosos judeus ficamos perplexos com João, e enviou uma delegação para interrogá-lo. Ele reiterou que sua missão era para anunciar a chegada do Messias. O apóstolo João registra o seu testemunho em 1: 19-36 (conforme Mt 3:1-12; Lucas 7:18-23.).

O ministério do Batista despertou tanto entusiasmo que, embora ele disse de si mesmo em relação a Cristo, "One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de desatar a correia de suas sandálias" (Lc 3:16), um culto de seguidores devotos cresceu em torno dele (conforme Jo 3:25). Infelizmente, alguns foram dedicados a João, em vez de o Messias cuja chegada, proclamou. Anos mais tarde, o apóstolo Paulo encontrou alguns deles em Éfeso:

Aconteceu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, atravessando a região superior e chegou a Éfeso, e encontrou alguns discípulos. Ele disse-lhes: "Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?"E eles disseram-lhe: "Não, nós nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo." E ele disse: "Em que fostes batizados então?" E eles disseram: "No batismo de João." Paulo disse: "João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que nEle crêem que vinha depois dele, isto é, em Jesus." Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. (Atos 19:1-5)

Grupos de João Batista os legalistas persistiu no segundo século, e, portanto, ainda estavam por lá quando João escreveu seu evangelho. Portanto, ele salientou inferioridade de João Batista a Cristo.

João Batista foi o maior homem que já viveu até sua época, como Jesus afirmou: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu ninguém maior do que João Batista!" (Mt 11:11). Ele foi o maior homem, porque Deus o escolheu para executar a tarefa mais importante a esse ponto em humano-estar história o precursor do Messias. Ele foi o primeiro a anunciar publicamente que Jesus era o Salvador (Jo 1:29). No entanto, apesar disso, ele próprio reconheceu: "Este é aquele de quem eu disse: 'Aquele que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim" (Jo 1:15). Alguns dos seus discípulos zelosos, preocupado com sua reputação,

veio a João e disseram-lhe: "Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos vão ter com ele." João respondeu e disse: "Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Cristo', mas, 'Eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo;. Mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo Então, este meu gozo foi feito completo que ele cresça e que eu diminua ".. (João 3:26-30)

William Hendriksen ressalta o contraste entre João Batista e Jesus:
Cristo era ( PT ) desde toda a eternidade; João veio ( egeneto ).

Cristo é a Palavra ( ho logos ); João é um mero homem ( Anthropos ).

Cristo é o próprio Deus; João é comissionado por Deus.
Cristo é a luz real; João veio a prestar declarações relativas a luz real.
Cristo é o objeto de confiança; João é o agente através de cujo testemunho homens passaram a confiar na luz real, mesmo Cristo. ( New Testament Commentary: O Evangelho Segundo João, Vol. 1. [Grand Rapids: Baker, 1953], 76. A ênfase no original)

A missão de João era não se exaltar, mas para ser uma testemunha sobre Messias, para dar testemunho da luz. Ele é o primeiro de oito testemunhas que aparecem no evangelho de João; os outros são o Pai (05:37), as palavras de Jesus (08:
18) e obras (05:36; 10:25), Escrituras do Antigo Testamento (5:39), alguns daqueles que se encontrou com Ele (4: 29), os discípulos (15:27; 19:35; 21:24), e do Espírito Santo (15:26). Os termos legal testemunha ( marturia ) e testemunhar ( manureō ) são palavras relacionadas ao fato, não opinião, como em um ambiente de sala de audiências. Os termos são usados ​​principalmente no Novo Testamento pelo apóstolo João (77 de seus 113 ocorrências são no evangelho de João, epístolas, ou Revelação).

João é propriamente chamado o Batista porque ele foi enviado por Deus para batizar os pecadores arrependidos, em preparação para a vinda do Messias (1:31). No entanto, o propósito de tudo que ele fez foi dar testemunho de Jesus (1:15, 23, 29, 32, 34, 36; 05:33, 36), de modo que todos cressem por meio dele. As pessoas acreditam em Cristo (1: 12; 03:18; 06:29) , através do depoimento de testemunhas como João. Eles são os agentes da crença, mas Cristo é o objeto de crença. Salvação, então, como em todas as vezes era uma questão de fé em Deus e no que Ele disse (conforme Rom. 4: 1-16).

Para contrariar qualquer exaltação falso de João Batista, o apóstolo João escreveu que ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da Luz. À primeira vista, essa declaração parece contradizer a declaração de Jesus que João Batista "era a lâmpada que ardia e brilhava e você quisestes alegrar-vos por um tempo com a sua luz "(5:35). Duas palavras gregas diferentes são usadas, no entanto. O termoLuz usada nesta passagem para se referir a Cristo Phosphorus , que se refere à essência da luz. Em 5:35, no entanto, Jesus descreveu João como um luchnos , que se refere a uma lâmpada portátil. Jesus é a Luz; João meramente refletiu-lo (veja a discussão de v 4 no capítulo 1 do presente volume.).

Incrédulos: Testemunho Rejeitado

Não era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Ele estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, eo mundo não o conheceu. Ele veio para os Seus, e aqueles que foram os seus não o receberam. (1: 9-11)

Que João Batista tinha que apontar a verdadeira Luz ilustra graficamente a cegueira do mundo, pois só os cegos não podem ver a luz. Os incrédulos são cegos espiritualmente, porque, como Paulo escreveu aos Coríntios, "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" (2Co 4:4; Lucas 4:17-18.).

Cegueira do mundo descrente é imperdoável, porque Jesus era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. alethinos ( verdadeiro ) é outro termo distintamente Joanino; todos, mas cinco de seus vinte e oito usos no Novo Testamento são nos escritos de João. Refere-se ao que é real e genuíno; de acordo com a de Thayer Lexicon grego, alethinos descreve "o que tem não só o nome e aparência, mas a verdadeira natureza correspondente ao nome." O povo de Deus tinha visto reflexos da luz de Sua glória, mas em Jesus o "esplendor da sua glória" full (He 1:3; conforme Ef 4:18.).

A frase também pode significar que Jesus é a auto-revelação de Deus da maneira mais glorioso para todos os homens que O viu ou ouviu falar sobre ele ou ler a sua história. Alguns poderiam limitar a ideia de restringir cada um somente para aqueles que o recebem. A primeira interpretação parece melhor no contexto, uma vez que se refere a aqueles no mundo que não recebê-lo, bem como aqueles que o fazem. Mesmo aqueles que nunca se tornarem filhos de Deus são responsáveis ​​pelo conhecimento de Deus e Sua luz revelado em Cristo. Apesar de todos os homens são mortos espiritualmente (Ef. 2: 1-3) e cego, eles são responsáveis ​​pelo conhecimento de Deus revelado na criação e na consciência (Rom. 2: 14-15).

A trágica realidade é que os pecadores rejeitar a "Luz do mundo" (Jo 8:12):

Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Para todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz para que as suas obras sejam manifestas. (João 3:19-20)

As pessoas se recusam a vir para a luz de Jesus Cristo, porque eles amam seu pecado e não quer que ele expostos; eles são deliberAdãoente cego. Assim, apesar de Jesus estava no mundo, eo mundo foi feito por ele, ainda que o mundo não o conheceu. O Criador do mundo (1:
3) tornou-se seu Salvador (conforme 4:42), mas o mundo rejeitado Ele e, assim, não o conhecia de uma forma de poupança.

Kosmos ( mundo ) é outro termo usado frequentemente por João; mais da metade de suas ocorrências no Novo Testamento estão em seus escritos. Ele descreve o mundo físico (v 9;. 12:25; 16:21, 28; 21:25);humanidade em geral (3:16; 6:33, 51; 12:19); e, mais freqüentemente, o sistema mal dominada por Satanás (3:19; 7: 7; 14:17, 30; 15: 18-19). É este terceiro sentido de kosmos que João tinha em mente quando escreveu que o mundo não o conheceu Cristo. Apesar de sua rejeição dEle, o mundo incrédulo vai, no entanto, um dia, ser forçado a reconhecer Jesus como Senhor (Fil. 2: 9-11) e juiz (Jo 5:22, Jo 5:27).

Tão chocante e trágico como a rejeição do mundo de Cristo, João virou-se para o ainda maior tragédia da rejeição de Israel. Que Jesus veio para os Seus lugar pode significar o mundo que Ele criou (conforme o segundo sentido de kosmos acima). Pode significar também o Seu lugar particular, a terra da promessa dada aos judeus por meio de Abraão, incluindo o reino terrestre vindo predito pelos profetas. Ele veio para a terra de Deus, para a cidade de Davi, o terreno do templo. Os judeus haviam esperado ao longo dos séculos para o Messias e Salvador para vir. O mais trágico de tudo foi a triste realidade de que quando Ele o fez, quem fosse o seu próprio povo não o receberam. Este segundo uso próprio refere-se principalmente à nação de Israel, de quem Deus disse: "Você só tem que conhecer de tudo as famílias da terra "(Am 3:2; Ex 6:7; 1Sm 2:291Sm 2:29; 2Sm 3:182Sm 3:18;.. 1Rs 6:131Rs 6:13; 2Rs 20:52Rs 20:5; Sl 50:1; Is 1:1; Jr 2:11; Ez 11:20; Os 4:6; Ob 1:13; Mq 6:1; Sf 2:8), apesar de sua rebelião contra Ele freqüente.

Tal como os seus antepassados, os israelitas dos dias de Jesus endureceu seus pescoços (Dt 10:16;. 2Rs 17:142Rs 17:14; 2Rs 9:29 Neh;.. Jr 7:26; Jr 17:23) e rejeitaram apesar do testemunho claro da Escrituras do Antigo Testamento (Jo 5:39). Em vez de se arrepender de seus pecados e aceitá-Lo como seu Messias, eles gritaram: "Crucifica-o! ... O seu sangue será sobre nós e sobre nossos filhos!" (Mt 27:23, Mt 27:25).Rejeição e colaboração de Israel no assassinato de seu Messias era um tema comum na pregação apostólica. No primeiro sermão cristão sempre pregou, Pedro disse às multidões se reuniram em Jerusalém para o Dia de Pentecostes,

Homens de Israel, ouçam estas palavras: Jesus, o Nazareno, homem aprovado por Deus com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou através dele no meio de vós, como vós mesmos sabeis-este, entregou mais pelo plano predeterminado e presciência de Deus, você pregado a uma cruz pelas mãos de homens ímpios e colocá-lo à morte .... pois, toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez Senhor e Cristo-este Jesus que vocês crucificaram . (Atos 2:22-23, At 2:36; conforme 13 44:3-15'>3: 13-15; At 4:10; At 5:30; 10: 38-39; 13 27:44-13:29'>13 27:29)

O tema da rejeição será repetido durante todo o evangelho de João.

Os crentes: o testemunho Acreditado

Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (1: 12-13)

A conjunção de ( mas ) é um pequeno ponto de apoio que marca uma mudança dramática. O ódio do mundo de Deus e rejeição de Cristo, de modo algum anula ou frustra o plano de Deus, pois Ele faz mesmo a ira dos homens louvá-Lo (Sl 76:10). Haverá alguns que receberam. Aqueles a quem Deus quis para a salvação antes da fundação do mundo (Ef 1:4, "Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora."

Lambanō ( recebido ) poderia ser traduzida como "tomar posse", "obter", ou "aperto". Para receber a Cristo envolve mais do que mero reconhecimento intelectual de suas reivindicações. A última cláusula do versículo 12 se refere àqueles que recebeu como aqueles que crêem no seu nome. O conceito de crer em Cristo, outro tema importante para João, será desenvolvido em várias passagens em seu evangelho (06:29; 08:30; 9: 35-36; 0:36, 44; 14: 1; 16:. 9; 17:20; conforme 1Jo 3:23; 1Jo 5:13Seu nome refere-se à totalidade do ser de Cristo, tudo o que Ele é e faz. Assim, não é possível separar a Sua divindade de Sua humanidade, a Sua sendo Salvador a partir de seu ser Deus, ou a Sua pessoa de Sua obra redentora. A fé salvadora aceita Jesus Cristo em tudo o que a Bíblia revela a respeito dele.

Embora as pessoas não podem ser salvas até que eles recebem e crêem em Jesus Cristo, a salvação não deixa de ser uma obra soberana de Deus sobre o pecador morto e cego. João simplesmente afirma que ninguém viria a crer em Jesus a menos que Ele deu -los . o direito de se tornarem filhos de Deus Eles são salvos inteiramente por "graça ... mediante a fé; e isto não vem de [si], é o dom de Deus, não como resultado de obras, para que ninguém se glorie "(Ef 2:8-9.), porque" Deus escolheu [eles] desde o princípio para a salvação "(2Ts 2:13.). Assim, eles nasceram de novo (Jo 3:3; 1Pe 1:31Pe 1:3. não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus Essas três afirmações negativas salientar o facto que a salvação não pode ser obtido através de qualquer herança racial ou étnica ( sangue), desejo pessoal ( carne), ou sistema feito pelo homem ( homem). (Ver também Mateus 8:11-12; Lc 3:1; Gl 3:28— 29.)

A grande verdade da eleição e soberana graça é aqui introduzida de forma adequada à própria base de menção da salvação de João. Nosso Senhor vai falar desta verdade em 6: 36-47; 15:16; 17: 6-12.
Porque todos carregar a culpa de incredulidade e rejeição, a frase , mas de Deus significa que a salvação, ou seja, receber e crer no Senhor Jesus Cristo, é impossível para qualquer pecador. Deus deve conceder o poder sobrenatural e com ela a vida divina e luz para o sem vida, pecador escurecido.

3. A glória do Verbo encarnado (João 1:14-18)

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. João deu testemunho sobre Ele e clamou, dizendo: "Este é aquele de quem eu disse:" O que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim '. "Para da sua plenitude todos nós recebemos, e . graça sobre graça Porque a lei foi dada por Moisés, a graça ea verdade vieram por Jesus Cristo Ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento;. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, Ele explicou-Lo (1. : 14-18)

Para os primeiros cinco séculos de sua existência, a igreja primitiva defendeu a verdadeira doutrina da Encarnação. Durante esse tempo, muitos ensinamentos errôneas sobre a união hipostática (a união das naturezas divina e humana em Cristo) foram apresentados, analisados ​​e rejeitados. Por exemplo, alguns argumentaram que Jesus não tinha um espírito humano, mas sim que o Seu espírito divino, com um corpo humano. Essa visão preservada a Sua divindade, mas à custa de negar sua humanidade plena. Outros argumentaram que o divino Cristo espírito entrou no homem Jesus em Seu batismo, e deixou-o antes de sua crucificação. Outra falsa visão defendida por alguns foi a de que Jesus era um ser criado, e, portanto, inferior a Deus Pai. Ainda outros o viram como duas pessoas distintas, uma humana e outra divina; de acordo com que o ensino de Jesus era um homem no qual Deus habitou.
Todos esses pontos de vista (e outros também) errou fatalmente ou negando plena divindade de Jesus Cristo ou a sua plena humanidade. A verdadeira igreja rejeitou-los todos em favor da visão bíblica de Jesus como o Deus-homem. O Concílio de Calcedônia (451 dC) declarou oficialmente que a verdade em uma das declarações mais famosas e importantes na história da igreja:
Portanto, seguindo os santos Padres, todos nós com um acordo ensinar os homens a reconhecer um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, ao mesmo tempo completo em Divindade e completo em masculinidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto também de uma alma racional e corpo; de uma substância [ homoousios ] com o Pai no que diz respeito a sua Divindade, e ao mesmo tempo de uma substância com a gente no que diz respeito a sua masculinidade; como nós em todos os aspectos, sem pecado; no que respeita à sua divindade, nascido do Pai antes dos séculos, mas ainda no que diz respeito ao seu sexo teve, por nós homens e para nossa salvação, a da Virgem Maria, o portador de Deus [ Theotokos ]; um eo mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, reconhecido em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação; a distinção de naturezas sendo, de modo algum anulada pela união, mas sim as características de cada natureza a ser preservada e se unindo para formar uma pessoa e subsistência [ hupostasis ], não como parted ou separado em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho e unigênito de Deus da Palavra, Senhor Jesus Cristo; até mesmo como os profetas, desde os tempos mais antigos falavam dele, e nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou, e o credo dos Padres foi decretada para nós. (Citado em Henry Bettenson, ed,. Documentos da Igreja Cristã[Londres:. Oxford Univ de 1967], 51-52)

O fato de que a igreja invisível tem necessariamente sempre realizada a uma verdadeira doutrina da Encarnação, e tem em vários momentos reiterou a afirmação de Calcedônia, não significa que esta doutrina deixou de ser aguerrido. Ele ainda é alvo de falsos mestres, cultos e religiões falsas. O apóstolo João estava claro em suas epístolas que a verdadeira visão de Jesus como divino e humano foi um marco essencial da salvação (conforme I João 1:1-3; 2: 22-24; 4: 1-3, 1Jo 4:14; 1Jo 5:1, 10-12, 1Jo 5:20; 2Jo 1:32Jo 1:3, 2Jo 1:9). Revelação abre com a glória de Cristo (1: 4-20).

Durante todo o prólogo do seu Evangelho (1: 1-18) João declarou as verdades profundas da divindade e Encarnação de Cristo, chegando a um poderoso crescendo nestes últimos cinco versos. Eles resumem o prólogo, que por sua vez resume todo o livro. Na sua linguagem caracteristicamente simples, João expressou a gloriosa realidade da Encarnação, apontando a sua natureza, as testemunhas, e impacto.

A Natureza da Encarnação

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (1:14)

O versículo 14 é a declaração bíblica mais concisa da Encarnação, e, portanto, um dos versos mais importantes da Escritura. As quatro palavras com que ele começa, o Verbo se fez carne, expressar a realidade que, na Encarnação Deus assumiu a humanidade; o infinito tornou-se finito; eternidade entrou no tempo; o invisível tornou-se visível (conforme Cl 1:15); Criador entrou Sua criação. Deus se revelou ao homem na criação:, Escrituras do Antigo Testamento (2Tm 3:16; 2 Pe. 1: 20-21) (Rom 1 18-21.), E, acima de tudo e mais claramente, em Jesus Cristo (Hebreus 1:1-2.). O registro de sua vida e obra, e sua aplicação e importância para o passado, presente e futuro, é no Novo Testamento.

Como observado na discussão Dt 1:1), tornou-se carne. Sarx ( carne ) não tem aqui a conotação moral negativa que, por vezes, leva (eg, Rm 8:3-9; Rm 13:14; Gl 5:13, 16-17, Gl 5:19; Ef 2:1), mas refere-se a estar físico do homem (conforme Mt 16:17; Rom.. 1: 3; 1Co 1:26; 2Co 5:162Co 5:16; Gl 1:16; Ef 5:29; Fp 1:22)...... Que Ele, na verdade, tornou-se carne afirma plena humanidade de Jesus.

Ginomai ( tornou-se ) não significa que Cristo deixou de ser o Verbo eterno, quando Ele se tornou um homem. Embora Deus é imutável, eterna pura "ser" e não "tornar-se" como todas as Suas criaturas são, na Encarnação o imutável (He 13:8)

Charles Wesley também capturou a maravilha da Encarnação em seu majestoso hino "Hark O Herald Angels Sing!":

 

Velado em carne Divindade ver,
Hail th 'divindade encarnada!
Satisfeito como o homem com os homens para habitar,
Jesus, o nosso Emmanuel.

 

Alguns acharam a Encarnação tão totalmente além da razão humana de compreender que eles se recusaram a aceitá-lo. O grupo herética conhecida como os Docetistas (de dokeo ; "parecer", ou "aparecer"), aceitando o dualismo da matéria e espírito tão predominante na filosofia grega na época, considerou que a matéria era má e espírito era bom. Assim, eles argumentaram que Cristo não poderia ter tido um material (e, portanto, o mal) corpo. Eles ensinaram em vez disso, que seu corpo era um fantasma, ou uma aparição, ou que o espírito divino Cristo desceu sobre o simples homem Jesus em Seu batismo, então o deixou antes de sua crucificação. Cerinthus, adversário de João em Éfeso, foi um docetista. João se opôs fortemente Docetism, o que compromete não só a encarnação de Cristo, mas também a sua ressurreição e expiação substitutiva. Como observado anteriormente neste capítulo, em sua primeira epístola, alertou,

Amados, não creiais a todo espírito, mas provai os espíritos para ver se são de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Por isso, você sabe o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (I João 4:1-3)

João estava tão horrorizado com a heresia de Cerinthus que, como o historiador da igreja primitiva registros de Eusébio,
João, o apóstolo entrou de uma vez um banho para lavar; mas apurar Cerinthus estava dentro, ele saltou para fora do lugar, e fugiu da porta, não resistindo a entrar sob o mesmo teto com ele, e exortou os que com ele a fazer o mesmo, dizendo: "Vamos fugir, para que o banho cair, enquanto Cerinthus, esse inimigo da verdade, está dentro. " ( História Eclesiástica, livro III, cap. XXVIII)

O Filho eterno, não só se fez homem; Ele também habitou entre os homens de 33 anos. Viviam traduz uma forma do verbo skēnoō , que literalmente significa "viver em uma barraca." A humanidade de Jesus Cristo não era uma mera aparência. Ele levou todos os atributos essenciais de humanidade e foi "feito à semelhança de homens" (Fm 1:2). Como o escritor de Hebreus passa a explicar: "Ele tinha que ser feito como seus irmãos em todas as coisas, para que Ele possa se ​​tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, para expiar os pecados do povo" (He 2:17). E Ele armou a sua tenda no meio de nós.

No Antigo Testamento, Deus de tendas com Israel por meio de Sua gloriosa presença no tabernáculo (Ex. 40: 34-35) e, mais tarde, no templo (I Reis 8:10-11), e revelou-se em algumas aparições pré-encarnado de Cristo (eg, Gn 16:7-14; Ex 3:2.; Jz. 2: 1-4; 6: 11-24; 13 3:7-13:23'>13 3:23; Dn 3:25; Zc 1:11-21).. Durante toda a eternidade, Deus será novamente tenda com Seu povo redimido e glorificado:

E ouvi uma voz vinda do trono, dizendo: "Eis aqui o tabernáculo de Deus está entre os homens, e Ele habitará [ skēnoō ] entre eles, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará entre eles, e Ele enxugará toda lágrima de seus olhos, e não haverá mais ser qualquer morte, não vai haver mais pranto, nem clamor, nem dor; as primeiras coisas passaram "(Ap 21:3-4; conforme Ap 12:12; Ap 13:6). Essa foi uma prévia da glória revelada para ser visto em seu retorno (Matt. 24: 29-30; Mt 25:31; Ap 19:11-16) e a plenitude da Sua glória celestial como a única luz da Nova Jerusalém (Ap 21:23). Mas os discípulos viram santa natureza Jesus manifesta de Deus principalmente por exibir atributos divinos, como a verdade, a sabedoria, o amor, a graça, conhecimento, poder e santidade.

Jesus manifesta o mesmo essencial glória como o Pai, porque assim como Deus eles possuem a mesma natureza (10:30). Apesar das alegações dos falsos mestres, através dos séculos, monogenes ( unigênito) não implica que Jesus foi criado por Deus e, portanto, não é eterno. O termo não se refere a origem de uma pessoa, mas descreve-o como único, o único de sua espécie. Assim Isaque poderia ser corretamente chamado de Abraão monogenes (He 11:17), mesmo que Abraão teve outros filhos, porque Isaque sozinho era o filho do pacto. Monogenes distingue Cristo como o único Filho de Deus dos crentes, que são filhos de Deus em um sentido diferente (1Jo 3:2). Apolo "muito ajudado aqueles que pela graça haviam crido" (At 18:27). Paulo descreveu a mensagem que ele pregou como "o evangelho da graça de Deus" (At 20:24). Em Rm 3:24, ele escreveu que os crentes são "justificados como um presente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus", enquanto em Ef 1:7). Ele lembrou a Timóteo que Deus "nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade" (2Tm 1:9), com o resultado de que os crentes ", sendo justificados pela sua graça ... seriam feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna" (Tt 3:7). Em Cl 1:5). Paulo expressou aos Tessalonicenses sua gratidão que "Deus ha [d] escolhida [eles] desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2Ts 2:13). As pessoas são salvas quando "cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2:4..). Por outro lado, "os que perecem" irá fazê-lo ", porque não receberam o amor da verdade para serem salvos" (2Ts 2:10). Todo mundo vai "ser julgados os que não creram a verdade, mas tiveram prazer na iniqüidade" (2Ts 2:12).

Jesus Cristo foi o completo expressão da graça de Deus. Toda a verdade necessária para salvar está disponível nele. Ele era o completo expressão da verdade de Deus, que foi apenas parcialmente revelado no Antigo Testamento (conforme Cl 2:16-17). O que foi prenunciado por meio da profecia, tipos, e as imagens se tornaram substância realizado na pessoa de Cristo (conforme Heb. 1: 1-2).

Ele, portanto, poderia declarar: "Eu sou o caminho, ea verdade, ea vida .... Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, ea verdade vos libertará "(Jo 14:6).

A vaga crença em Deus para além da verdade sobre Cristo não resultará em salvação. Como o próprio Jesus advertiu: "A menos que você acredita que eu sou, morrereis nos vossos pecados" (Jo 8:24).Aqueles que pensam que estão adorando a Deus, mas são ignorantes ou rejeitar a plenitude do ensinamento do Novo Testamento a respeito de Cristo, estão enganados, porque "quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou" (Jo 5:23 ; conforme Jo 15:23). Em sua primeira epístola João afirmou que "todo aquele que nega o Filho não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o Pai" (1Jo 2:23; conforme 2Jo 1:92Jo 1:9, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 121-22 . itálico no original.)

As Testemunhas da Encarnação

João deu testemunho sobre Ele e clamou, dizendo: "Este é aquele de quem eu disse: 'Aquele que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim'." Para da sua plenitude todos nós recebemos, e graça sobre graça. (1: 15-16)

De acordo com seu objetivo ao escrever seu evangelho (20:31), João trouxe outras testemunhas da verdade sobre o divino, preexistente, Verbo encarnado, o Senhor Jesus Cristo. Ele primeiro convidou JoãoBatista, que também testemunhou sobre Ele e clamou, dizendo: "Este é aquele de quem eu disse: 'Aquele que vem depois de mim tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim'." João testemunho será relacionado em mais detalhes a partir do versículo 19. Aqui, o apóstolo João meramente resume ele. João Batista, é claro, havia morrido muito antes de este evangelho foi escrito. Mas, como observado no Capítulo 2 deste volume, ainda havia um João Batista culto na existência. Assim como fez no versículo 8, o apóstolo observa inferioridade de João Batista a Cristo, desta vez nas próprias palavras do Batista. Em contraste com alguns de seus seguidores, ele entendeu claramente e aceitou de bom grado o seu papel subordinado.

Isso João gritou fala da negrito natureza, pública do seu testemunho de Jesus; ele era "a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" (Mt 3:3; Jo 6:14) veio depois de João no tempo; Ele nasceu seis meses mais tarde (Lc 1:26) e começou Seu ministério público depois de João começou sua. No entanto, como João reconheceu, Jesus tinha um posto mais alto do que ele fez, pois Ele já existia antes dele. A referência aqui, como nos versos 1:2, é a preexistência eterna de Jesus (conforme 8:58).

Então João convidou o testemunho dos crentes, incluindo a si mesmo e tudo que tiver recebido a plenitude da bênção daquele que é "cheio de graça e de verdade" (v. 14). Porque em Cristo "toda a plenitude da Divindade habita em forma corpórea" (Cl 2:9.; Cl 1:28; Cl 2:10; 2Pe 1:32Pe 1:3; Lv 26:46; Dt 4:44; 5:... Dt 5:1; Atos 7:37-38), foi imbuídos de Sua glória e refletiu Seu caráter santo e justo. Portanto Paulo pôde escrever: "O que diremos, pois é o pecado lei pode nunca ser ... a lei é santa, eo mandamento é santo, justo e bom?!" (Rm 7:7; cf . 2 Cor. 3: 7-11). No entanto, se Deus foi gracioso no Antigo Testamento (por exemplo, Gn 6:8; Pv 3:34; Jr 31:1; Zc 4:7; Rom 3: 20-22; 8:. Rm 8:3; 10:. Rm 10:4; Gl 2:16; 3: 10-12; Fm 1:3; 10: 1-4); limita-se convence os pecadores de sua incapacidade para manter perfeitamente padrões justos de Deus, e condena-los para o castigo eterno da justiça divina; e revela, assim, a sua necessidade de a graça do perdão. Paulo escreveu aos Gálatas que "a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé" (Gl 3:24).

Mas como Filho sobre a casa em que Moisés era apenas um servo (Heb. 3: 5-6), Jesus Cristo trouxe a plena realização de graça e de verdade (conforme a discussão de v 14 acima.). A graça de Deus no Antigo Testamento foi aplicado para os penitentes crentes em antecipação da plena revelação da Sua graça em Jesus Cristo. Na salvação de Deus Lhe verdade foi plenamente revelado e realizado. A "verdade está em Jesus" (Ef 4:21; conforme Jo 14:6; 1Tm 1:171Tm 1:17;.. He 11:27), mas o mais importante, porque para fazê-lo traria morte instantânea (Ex 33:20;. Cf . Gn 32:30;. Dt 5:26;. Jz 13:22), ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento (Jo 6:46;. 1Tm 6:161Tm 6:16; 1Jo 4:121Jo 4:12, 1Jo 4:20). É através de Jesus Cristo, a "imagem do Deus invisível" (Cl 1:15), que Deus é revelado.

O NASB segue a leitura melhor atestada em manuscritos gregos, Deus unigênito (em vez da leitura alternativa, "Filho unigênito" encontrado em algumas traduções em inglês). É uma conclusão adequada para o prólogo, que sublinhou a divindade de Cristo e absoluta igualdade com o Pai. A expressão íntima , que está no seio do Pai, é uma reminiscência da frase pros ton Theon ("com Deus") no versículo 1 (conforme a discussão no Capítulo 1 deste volume). Ela expressa natureza compartilhada de Cristo com o Pai (conforme 17:24).

Deus, que não pode ser conhecido, a menos que Ele se revela, tornou-se mais plenamente conhecida, porque Jesus explicou ele. Jesus é a explicação de Deus. Ele é a resposta para a pergunta: "O que é Deus?" Em João 14:7-9, Jesus declarou que a verdade aos Seus discípulos obtusos:

"Se você me tivesse conhecido, teria conhecido meu Pai; a partir de agora o conheceis, eo tendes visto." Filipe disse-lhe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso é o suficiente para nós." Jesus disse-lhe: "Estou há tanto tempo convosco, e ainda assim você não chegaram a conhecer-me, Filipe Quem me vê a mim vê o Pai;? Como você pode dizer: 'Mostra-nos o Pai'"

Explicado traduz uma forma do verbo exēgeomai , a partir do qual a palavra Inglês "exegese" (o método ou prática de interpretar as Escrituras) deriva. Jesus é o único qualificado para exegese ou interpretar Deus ao homem, uma vez que "ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11:27)

Este é o testemunho de João, quando os judeus lhe enviou sacerdotes e levitas de Jerusalém para perguntar-lhe: "Quem é você?" E confessou e não negou, mas confessou: "Eu não sou o Cristo." Perguntaram-lhe: "E então? És tu Elias?" E ele disse: "Eu não sou." "És tu o profeta?" E ele respondeu: "Não." Então eles disseram-lhe: "Quem és tu, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram? O que você diz sobre si mesmo?" Ele disse: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor", como disse o profeta Isaías. " Agora eles tinham sido enviados eram dos fariseus. Perguntaram-lhe, e disse-lhe: "Por que então você está batizando, se não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?" João respondeu-lhes, dizendo: "Eu vos batizo com água, mas no meio de vós está um a quem você não conhece. É Ele quem vem depois de mim, a tanga de cuja sandália não sou digno de desatar."Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando. No dia seguinte, ele viu Jesus, que vinha para ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Este é aquele em nome de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que tem um posto mais alto do que Eu, por Ele existia antes de mim '. Eu não reconhecê-lo, mas para que Ele possa se manifestar toIsrael, eu vim batizando em água. " João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu, e pousar sobre ele. Eu não reconhecê-lo, mas o que me enviou a batizar em água disse-me: 'Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo. " Eu mesmo vi e já declarou que este é o Filho de Deus. " Mais uma vez, no dia seguinte, estava João com dois dos seus discípulos, e ele olhou para Jesus como Ele andou, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus!" Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. (1: 19-37)

O mundo antigo tinha visto muitos grandes homens. Ele havia conhecido líderes de guerra temidas, como Alexandre, o Grande; lawgivers judiciosas, como Hammurabi; pensadores profundos, como Sócrates; governantes poderosos, como Augusto César; sábios, como Salomão; e líderes religiosos nobres, como Abraão, Moisés, Davi, e os juízes e profetas de Israel. Mas o maior de todos eles era um candidato mais improvável para os padrões humanos para que a honra suprema. Ele viveu a sua vida na obscuridade no deserto, longe de sociedade e os lugares de poder e influência. Nem era rico; pela forma como ele se vestia e comeu ele identificado com os pobres (Mt 3:4). Ele também disse que toda a gente depois de João no reino era maior do que João, porque eles viviam em plenitude de toda a nova obra aliança do Messias. João morreu, do outro lado da cruz e ressurreição, apesar de seus méritos foram aplicadas a ele como a todos os santos do Antigo Testamento.

Como mencionado no capítulo 2 deste volume, até mesmo de seu nascimento foi totalmente inesperado, uma vez que sua mãe, Elisabete, tinha sido sempre estéril, e ela e seu marido "eram ambos de idade avançada" (Lc 1:7).Quando a palavra de Deus veio a ele (Lc 3:2.), João exortava os seus ouvintes: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo" (Mt 3:2; Jo 3:23).

Nesta passagem, o apóstolo João dá exemplos de testemunho de João Batista, mencionado anteriormente (1: 6-8, 15). Os eventos registrados aqui teve lugar no auge de seu ministério, posterior ao batismo de Jesus por João. Enquanto o Senhor estava no deserto, sendo tentado (Mateus 4:1-11; Lc. 4: 1-13), João continuou seu ministério de pregação do arrependimento e batismo. Em três dias sucessivos, a três grupos diferentes, enfatizou três verdades sobre Jesus Cristo.

Primeiro dia, primeiro grupo, Primeiro Ênfase

Este é o testemunho de João, quando os judeus lhe enviou sacerdotes e levitas de Jerusalém para perguntar-lhe: "Quem é você?" E confessou e não negou, mas confessou: "Eu não sou o Cristo." Perguntaram-lhe: "E então? És tu Elias?" E ele disse: "Eu não sou." "És tu o profeta?" E ele respondeu: "Não." Então eles disseram-lhe: "Quem és tu, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram? O que você diz sobre si mesmo?" Ele disse: "Eu sou a voz do que clama no deserto:" Endireitai o caminho do Senhor ", como disse o profeta Isaías." Agora eles tinham sido enviados eram dos fariseus. Perguntaram-lhe, e disse-lhe: "Por que então você está batizando, se não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?" João respondeu-lhes, dizendo: "Eu vos batizo com água, mas no meio de vós está um a quem você não conhece. É Ele quem vem depois de mim, a tanga de cuja sandália eu não sou digno de desatar "Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.. (1: 19-28)

A frase de abertura, este é o testemunho de João, introduz as três contas em versos 19:37. Como observado no capítulo 1 deste volume, o substantivo marturia ( testemunho ) e do verbo relacionadomanureō ("testemunhar") são termos favoritos de João, que aparece mais de setenta e cinco vezes em seus escritos. João Batista foi a primeira testemunha chamada pelo apóstolo João para dar testemunho da verdade sobre Jesus Cristo.

O termo judeus, embora certamente apropriado para todo o povo de Israel, é na maioria dos seus usos no evangelho de João restrita principalmente às autoridades religiosas (especialmente aqueles em Jerusalém), que eram hostis a Cristo. João fez alusão a que a hostilidade, um tema repetido, quando escreveu: "[Jesus] veio para os Seus, e aqueles que foram os seus não o receberam" (01:11). Neste versículo o termo judeus provável alvo o Sinédrio, o órgão supremo em Israel (sob a autoridade suprema dos romanos). Poderosa pregação de João (incluindo sua denúncia mordaz da instituição religiosa judaica; conforme Mt 3:7-10.) E grande popularidade levou-os a enviar uma delegação para investigá-lo. Que alguns estavam começando a se perguntar se ele poderia ser o Messias (Lc 3:15) alarmado ainda mais as autoridades judaicas. Eles temiam uma revolta popular, que teria sido brutalmente reprimidos pelos Romanos (conforme João 11:47-50) e diminuiu seu poder. Portanto, este estranho profeta não só perturbou as autoridades judaicas religiosamente, mas também politicamente.

A delegação enviada para investigar João era composta de sacerdotes e levitas, pelo menos, alguns dos quais eram fariseus (veja a discussão sobre v. 24 abaixo). Os sacerdotes eram os intermediários humanos entre Deus eo homem, e oficializou as cerimônias religiosas (conforme Lc 1:8-9). Eles também foram as autoridades teológicas em Israel. Quando eles não estavam servindo no templo para o seu de duas semanas dever anual, eles viveram por toda a terra como especialistas locais sobre religião. Os levitas ajudaram os sacerdotes nos rituais do templo (conforme Nu 3:1). Uma vez que a força policial templo foi feita de levitas (conforme 07:32; Lc 22:4) teria ainda lembrou seus ouvintes de Elias (conforme 1Rs 18:18, 1Rs 18:21; 21: 17-24) .

Mas, para a questão de saber se ele era Elias João também respondeu: "Eu não sou." Ele não era Elias, pelo menos não no sentido literal que ele sabia que seus interrogadores significava; ele não foi Elias retornou à Terra do céu onde ele tinha ido em um turbilhão (2Rs 2:11). No entanto, havia um sentido em que João era Elias, como Jesus explicou aos seus discípulos:

E seus discípulos lhe perguntaram: "Por que então os escribas dizem que Elias deve vir primeiro?" E ele, respondendo, disse: "Elias virá e restaurará todas as coisas, mas eu digo-vos que Elias já veio, e eles não o reconheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram Assim também o Filho do Homem vai. sofrer em suas mãos. " Então entenderam os discípulos que Ele tinha falado com eles sobre João Batista.(Mateus 17:10-13.)

João não era, na verdade, Elias como os judeus esperavam; ao invés disso ele era Elias-like, vindo "no espírito e poder de Elias" (Lc 1:17). Como observado acima, João pregou com a mesma ousadia e poder como Elias fez. Teve o povo judeu acreditava que sua mensagem e aceite Jesus como o Messias, João teria sido o cumprimento da profecia de Malaquias. "Se você estiver disposto a aceitá-lo", declarou Jesus, "o próprio João é o Elias que havia de vir" (Mt 11:14). Com estas palavras, Jesus interpretou a profecia de Malaquias como se referindo a um semelhante a Elias, e não ao próprio profeta. A resposta de João para a delegação também pode sugerir que ele não entendeu-se ser Elijah mesmo no sentido de que Jesus afirmou que ele era. Leon Morris observa,

Nenhum homem é o que ele está em seus próprios olhos. Ele realmente é apenas como ele é conhecido por Deus. Em um momento posterior Jesus igualou João com o Elias da profecia de Malaquias, mas isso não quer levar com ele a implicação de que o próprio João tinha conhecimento da verdadeira posição .... Jesus confere a João, seu verdadeiro significado. Nenhum homem é o que ele mesmo pensa que é. Ele é apenas o que Jesus sabe que ele seja. ( O Evangelho Segundo João, O Novo Comentário Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 135-36)

A próxima consulta, ? És tu o profeta veio a profecia de Moisés, em Deuteronômio 18:15-18 sobre um profeta como ele, que viria e falar a palavra de Deus. Não houve consenso no judaísmo do primeiro século sobre a identidade exacta de que Profeta (conforme Jo 6:14; Jo 7:40). Alguns acreditavam que ele, como Elias, seria um precursor do Messias (possivelmente Jeremias ou um dos outros profetas ressuscitado;. Conforme Mt 16:14); outros o viam como o próprio Messias. O último ponto de vista é o correto, já que ambos Pedro (Atos 3:22-23) e Estevão (At 7:37) aplicada Deuteronômio 18:15-18 para Jesus. Assim, João negou ser o profeta, respondendo simplesmente, "Não"

Frustrado pela seqüência de concisas respostas, negativos de João e fora das opções óbvias, os membros exasperados da delegação finalmente disse-lhe: "Quem é você, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram?" À luz da popularidade de João (e, assim, sua ameaça às autoridades), eles precisavam de uma positiva resposta dele para incluir em seu relatório a quem enviou -los.Desistindo de tentar adivinhar quem ele poderia ser, eles exigiram, "O que você diz sobre si mesmo?"

A resposta de João foi, sem dúvida, não é o que a delegação esperava ouvir. Ao invés de reclamar de ser alguém importante, ele humildemente referiu a si mesmo apenas como uma voz do que clama no deserto. Leon Morris observa,

"O ponto da citação é que ele não dá destaque ao pregador o que quer. Ele não é uma pessoa importante, como um profeta ou o Messias. Ele não é mais do que uma voz (compare com a referência a Jesus como" a Palavra ") . Ele é uma voz, por outro lado, com apenas uma coisa a dizer .... 'Endireitai o caminho do Senhor "é uma chamada para estar pronto, para a vinda do Messias está próximo." ( O Evangelho Segundo João, 137)

Auto-humilhação de João é uma reminiscência de Paulo, que se viram como "o mínimo de todos os santos" (Ef 3:81Co 15:9). Ele também está em sintonia com Jesus 'admoestação: "Então, você também, quando você faz todas as coisas que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos ter feito'" (Lc 17:10, Ez 36:33; Ez 37:23; Zc 13:1 anos mais cedo que o caminho estava a ser preparado para a vinda do Messias estava sendo cumprida. E não seria econômico, militar ou política. A próxima conversa prova que seria uma libertação e um reino que era profundamente espiritual.

Segundo dia, segundo Grupo, segunda ênfase

No dia seguinte, ele viu Jesus, que vinha para ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Este é aquele em nome de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que tem um posto mais alto do que Eu, por Ele existia antes de mim '. Eu não reconhecê-lo, mas para que ele fosse manifestado a Israel, vim batizando em água. " João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu, e pousar sobre ele. Eu não reconhecê-lo, mas o que me enviou a batizar em água disse-me: 'Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo. " Eu mesmo vi e já declarou que este é o Filho de Deus. " (1: 29-34)

A frase do dia seguinte apresenta uma seqüência de dias, que continua nos versículos 35:43-2: 1. Aparentemente, os eventos da entrevista de João com a delegação de Jerusalém para o milagre de Caná (2: 1-11) (vv 19-28.) Durou uma semana. No dia seguinte, ele falou com a delegação, João viu Jesus, que vinha para ele. Fiel ao seu dever como um arauto, e definindo um momento redentor momentoso, João chamou imediatamente a atenção da multidão a Ele, exclamando: "Eis o Cordeiro de Deus. " Esse título, usado apenas nos escritos de João (conforme v 36; Ap 5:1; Ap 6:9, Ap 7:17; Ap 14:4; Ap 15:3; Ap 19:9; Ap 22:1), é o primeiro de uma série de títulos dados a Jesus nos versículos seguintes deste capítulo; o resto incluem Rabbi (vv. 38, 49), Messias (v. 41), Filho de Deus (vv. 34, 49), o rei de Israel (v. 49), Filho do Homem (v. 51), e " Aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José "(v. 45). Isso não era uma suposição por parte de João, mas foi revelação de Deus que era absolutamente verdade, como a vida, morte e ressurreição de Jesus provou.

O conceito de um sacrificial Lamb era algo familiar para o povo judeu. Ao longo da história de Israel, Deus tinha revelado claramente que o pecado e separação de Deus só podia ser removido por sacrifícios de sangue (conforme Lv 17:11). Sem o perdão do pecado poderia ser concedido por Deus para além de um substituto aceitável morrer como um sacrifício. Eles sabiam de confiança de Abraão que Deus providenciaria um cordeiro para oferecer no lugar de Isaque (Gn 22:7-8). Um cordeiro foi sacrificado na Páscoa (Ex. 12: 1-36; Mc 14:12) (Ex. 29: 38-42), nos sacrifícios diários no tabernáculo e mais tarde no templo, e como oferta pelo pecado por indivíduos (Lev. 5: 5-7). Deus também deixou claro que nenhum desses sacrifícios foram suficientes para tirar o pecado (conforme Is 1:11). Eles também estavam cientes de que a profecia de Isaías comparou Messias "um cordeiro que é levado ao matadouro" (Is 53:7; 1Pe 1:191Pe 1:19). Embora Israel procurou um Messias que seria um profeta, rei e conquistador, Deus teve que enviar-lhes um Cordeiro. E Ele o fez.

O título Cordeiro de Deus prenuncia último sacrifício de Jesus na cruz para o pecado do mundo. Com esta breve declaração, o profeta João deixou claro que o Messias tinha chegado a lidar com o pecado.O Antigo Testamento está cheio com a realidade de que o problema é o pecado e é no coração de cada pessoa (Jr 17:9 é baseado em revelação do Antigo Testamento. Como observado na discussão de 1: 9-11 no capítulo 2 deste volume, kosmos ( mundo ) tem uma variedade de significados, no Novo Testamento. Aqui se refere à humanidade em geral, a todas as pessoas sem distinção, que transcende todas as fronteiras nacionais, raciais e étnicas. O uso do termo singular pecado com o substantivo coletivo mundo revela que o pecado é mundial, então o sacrifício de Jesus é suficiente para todas as pessoas, sem distinção (conforme 1Jo 2:2), é eficaz apenas para aqueles aqueles que crêem nEle (3: 15-16, 18, ​​36; 05:24; 06:40; 11: 25-26; 20:31; Lc 8:12; At 10:43; At 13:39 ; At 16:31; Rm 1:16; 3: 21-24., 4: 3-5; 10: 9-10; 1Co 1:211Co 1:21; Gal. 3: 6-9., Gl 3:22; Ef 1:1; 1Jo 5:11Jo 5:1, Mt 25:46; 2 Tessalonicenses 1:.. 2Ts 1:9; Apocalipse 14:9-11; 20: 11— 15; conforme Ez 18:4; Mt 7:1; Jo 8:24), e apenas alguns serão salvos (13 40:7-14'>Mt 7:13-14)..

João pela terceira vez (conforme vv. 15, 27), salientou o seu papel subordinado a Jesus, o Verbo eterno, que havia se tornado um homem, reconhecendo, "Este é aquele em nome de quem eu disse: Depois de mim vem um homem que tem um posto mais alto do que eu, porque ele existia antes de mim '. " João foi criado. Jesus ' maior pontuação era infinito. Ele foi quem criou tudo (1: 1-3), incluindo João.Embora João realmente nasceu antes de Jesus, Jesus existia antes dele. E apesar de João era um parente de Jesus '(provavelmente seu primo), uma vez que suas mães foram relacionados (Lc 1:36), ele ainda não reconhecê-Lo como o Messias até que ele batizou, de modo que Ele fosse manifestado a Israel. Por que a maioria significativa de batismos todos de João, ele declarou: "Eu vim batizando em água", embora ele estava relutante em batizar Jesus (Mt 3:14). Foi no batismo de Jesus que Deus, que enviou João para batizar na água, nos revelou plenamente Jesus como o Messias através de um sinal previamente combinado. João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer como uma pomba do céu, e ele permaneceu em cima Ele " (conforme Mt 3:16;. Mc 1:10; Lc 3:22). Esse sinal foi a prova sobrenatural da messianidade de Jesus, porque Deus tinha dito a João, "Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo."

Como Pedro (Mt 16:17), João compreendeu que Jesus realmente era apenas através da revelação divina. Que Jesus é muito maior do que João é reforçada em que Ele batiza no Espírito Santo.

Pela sexta vez em seu evangelho (conforme 1: 7, 8, 15, 19, 32), João, o apóstolo refere-se ao testemunho de João Batista a Cristo, registrando sua afirmação, "Eu mesmo vi e já declarou que este é o Filho de Deus. " Como observado no capítulo 1 deste volume, testemunha, ou testemunhar, é temática neste evangelho. O testemunho de João, no versículo 34 é uma conclusão adequada para esta seção, como a narrativa faz a transição dele para Jesus. . Embora os crentes estão em um número limitado de crianças sentido de Deus (Mt 5:1; Rm 8:14, Rm 8:19; Gl 3:26; conforme Jo 1:12; Jo 11:52; Rm 8:16, Rm 8:21; Rm 9:8; 1 João 3:1-2., 1Jo 3:10), Jesus é exclusivamente o Filho de Deus , em que somente Ele compartilha da mesma natureza que o Pai (1: 1; 5: 16-30; 10: 30-33; 14: 9; 17:11; 1Jo 5:20).

Para sua primeira ênfase-Messias está aqui-João adicionou uma exortação igualmente convincente: reconhecê-lo pelo que Ele é, o Filho de Deus, o Messias, o Cordeiro do sacrifício final para o pecado do mundo.

Terceiro dia, terceiro grupo Third Ênfase

Mais uma vez, no dia seguinte, estava João com dois dos seus discípulos, e ele olhou para Jesus como Ele andou, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus!" Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. (1: 35-37)

A frase do dia seguinte continua a sequência de dias acima descritas em relação com o versículo 29. Este é agora o terceiro dia na seqüência, o segundo depois do encontro de João com a delegação de investigação a partir de Jerusalém. O terceiro grupo é o menor, consistindo apenas em duas das de João discípulos (André [v. 40] e João [que nunca ele mesmo nomes em seu evangelho]). João olhou para Jesus, que passava nas proximidades e repetida aos seus discípulos que ele tinha proclamado às multidões no dia anterior, "Eis o Cordeiro de Deus!" Depois de ouvir o professor falar novamente essas palavras poderosas, os dois discípulos seguiram Jesus. A disposição de João para entregá-los sem hesitação sobre a Ele é mais uma prova de sua humildade modesto e completa aceitação de seu papel subordinado.

Que os dois discípulos seguiram Jesus não implica que eles se tornaram seus discípulos permanentes neste momento. É verdade que akoloutheō ( seguidas ) é usado no Evangelho de João para significar "a seguir como um discípulo" (eg, 08:12; 10:27; 12:26; 21:19;. conforme Mt 4:20, Mt 4:22 ; Mt 9:9.).

Terceiro ênfase de João decorre logicamente seu primeiro dois. Desde o Messias, o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus, está aqui, a única resposta adequada é a segui-Lo.
Tendo servido o seu propósito como um testemunho da verdadeira identidade de Jesus, João Batista agora sumiu de cena (para além de uma breve menção em 3:. 23 ss). O resto do evangelho incide sobre o ministério de Jesus, algo que o próprio Batista teria aprovado. Como ele disse a alguns de seus discípulos que estavam com ciúmes por sua reputação,

Um homem não pode receber nada menos que tenha sido dado a ele do céu. Vocês mesmos são testemunhas de que eu disse: "Eu não sou o Cristo", mas, "Eu fui enviado na frente dele." Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do noivo, que está presente eo ouve, regozija-se muito com a voz do esposo. Então, este meu gozo foi completo. Ele deve crescer, mas eu diminua. (João 3:27-30)

Ele fez diminuição e, enquanto estava na prisão se perguntando como que se encaixam prisão com a glória antecipada do reino do Messias, foi atingido com dúvidas sobre Jesus ser o Messias. O Senhor graciosamente dissipou essas dúvidas, informando o registro de seus milagres (Mt 11:2-5.; Lucas 7:19-22).

5.  A Balança da Salvação (João 1:38-51)

E Jesus virou-se e viu que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?" Responderam-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?" Ele disse-lhes: "Vinde, e você vai ver." Então eles vieram e viram onde ele estava hospedado; e ficaram com ele aquele dia, pois era cerca da hora décima. Um dos dois que ouviram João falar eo seguiu, foi André, irmão de Simão Pedro. Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: "Encontramos o Messias" (que traduzido quer dizer Cristo). Ele levou a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: "Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas" (que é traduzido Pedro). No dia seguinte Ele propôs a ir para a Galiléia, e achando a Felipe. E Jesus disse-lhe: "Segue-Me." Agora Filipe era de Betsaida, da cidade de André e Pedro. Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José".Natanael disse-lhe: "Alguma coisa boa pode vir de Nazaré?" Filipe disse a ele: "Vinde e vede". Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!" Natanael disse-lhe: "Como é que você me entende?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi." Respondeu-lhe Natanael: "Rabi, Tu és o Filho de Deus;. Tu és o Rei de Israel" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Porque eu disse a você que eu te vi debaixo da figueira, você acredita? Você vai ver coisas maiores do que estas." E ele lhe disse: "Em verdade, em verdade vos digo que, você vai ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." (1: 38-51)

A Bíblia revela que Deus é infinitamente além da compreensão humana. Em Isaías 55:8-9 Ele disse: "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor" Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que o seu. caminhos e os meus pensamentos do que seus pensamentos. "" Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! " exclamou Paulo em Rm 11:33. "Quão insondáveis ​​são os seus juízos e inescrutáveis ​​os seus caminhos!" 5:9 pergunta retoricamente: "Você pode descobrir as profundezas de Deus você pode descobrir os limites do Todo-Poderoso? Eles são de alta como o céu, o que você pode fazer? Mais profundo que Sheol, o que você pode saber? Sua medida é maior do que a Terra e mais amplo do que o mar. " 37:5), como Jesus afirmou: "Porque o Filho do homem é ir assim como está escrito a seu respeito" (Mc 14:21). Mas isso não era desculpa para o seu pecado, que ele entrou em boa vontade (Mt 26:14-16; Jo 12:4 Jesus passou a dizer: "Ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Teria sido bom para esse homem se não houvera nascido." Judas foi condenado ao inferno eterno por causa de sua escolha para trair Jesus. O registro histórico em Êxodo também mostra a interação da soberania de Deus e da responsabilidade humana, anotando dez vezes que Deus endureceu o coração de Faraó (4:21; 7: 3; 09:12; 10: 1, 20, 27; 11:10; 14 : 4, 8,
17) e dez vezes que ele endureceu o seu próprio coração (7: 13 14:22-08:15, 19, 32; 9: 7, 34-35; 13:15).

Outro paradoxo aparente envolve a autoria das Escrituras. A Bíblia afirma que Deus como seu autor; "Toda a Escritura é inspirada por Deus" (2Tm 3:16), e "nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana" (2Pe 1:21). No entanto, Jesus introduziu uma citação do Antigo Testamento com as palavras "Moisés disse" (Mc 7:10; conforme Mc 10:3; Mt 8:4; Lc 5:14; Lc 20:37 ), e se refere ao Antigo Testamento como os escritos de Moisés e os profetas (Lc 24:27, Lc 24:44; João 5:45-46; 7: 19-23). Pedro se referiu aos escritos de Paulo como Escrituras (II Pedro 3:15-16), e observou que no processo de inspiração, "Os homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (2Pe 1:21). Assim, a Bíblia, embora escrito por alguns autores humanos quarenta durante um período de aproximAdãoente 1500 anos, é, contudo, um livro unificado com um autor Divino.

A Bíblia ensina que é impossível para os crentes a viver a vida cristã por conta própria. "Você é tão tolo?" Paulo repreendeu a Gálatas. "Tendo começado pelo Espírito, que está agora a ser aperfeiçoado pela carne?" (Gl 3:3; 2Tm 4:72Tm 4:7), e da agricultura trabalho intensivo (2Tm 2:6).

Sublinhando a responsabilidade do crente, o Novo Testamento freqüentemente descreve a vida cristã como uma caminhada de obediência (Rm 14:15; 2 Cor. 5:. 2Co 5:7; Ef 2:10; Ef 4:1; Ef 5:2, Ef 5:15; Fp 3:17; Cl 1:10; 2:. Cl 2:6; 1Ts 2:121Ts 2:12; 4:. 1Ts 4:1; 1 João 1:6-7; 1Jo 2:6). Entre as muitas obrigações da caminhada cristã são a oração (.. Rom 0:12; Ef 6:18; Cl 4:2; 1 Tm 2:.. 1Tm 2:8; Jc 5:13), leitura (. 1Tm 4:13), e estudando (At 17:11) A Bíblia, ter um temor reverencial de Deus (At 9:31; conforme 28:28; Sl 111:1:.. Sl 111:10; Pv 1:7; Pv 15:33; Mq 6:9), sendo grato (Fp 4:1; Cl 1:12 ; 3: 15-17; 1Ts 5:181Ts 5:18), sendo alegre (Rm 0:12-15; 14:17; 15:13; 2Co 13:11; Fp 2:18; 3:.... Fp 3:1 ; Fp 4:4), perdoando-vos uns aos outros (Mt 6:14-15; 18:. 21-35; Mc 11:25; Lc 17:3; Cl 3:13), e afastando-se do mal (28:28; Sl 34:14; Sl 37:27; 101:. Sl 101:4; Pv 3:7. ; Pv 16:17; Jr 18:11; 25:.. Jr 25:5; Jr 35:15; Ez 33:11; 1Pe 3:111Pe 3:11), como a mentira (Ef 4:25; Cl 3:9; Ef 5:3; Ef 4:31; Cl 3:1; Tiago 1:19— 20), o discurso abusivo (Ef 4:29; 5:. Ef 5:4; Cl 3:8), e cobiça (Ex 20:17Rom. 7: 7-8Rm 13:9; conforme Fp 4:13.). O apóstolo exemplificado que a verdade; como ele escreveu aos Colossenses, "Para este efeito, também trabalho, combatendo segundo a sua energia, o que poderosamente trabalha dentro de mim" (Cl 1:29; conforme 1Co 15:101Co 15:10; 2 Cor. 3:. 2Co 3:5; Gl 2:8). ", Alienado e hostil em mente, envolvidos em atos malignos "(Cl 1:21), inimigos de Deus (Rm 5:10), inimiga de Deus (Rm 8:7), "tolo ..., desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, gastando [suas vidas] em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros "(Tt 3:3; 1 Sm. 2:. 1Sm 2:1; Sl 3:8; Sl 98:2; 43:11 Isa; 45: 21-22; Jn 2:9; Ap 19:1; Rom. 3: 20-30; Rm 4:5; Gl 2:16. ; 3: 8-14, Gl 3:24; Ef 1:7, 8-9; Fp 3:9; At 13:48; Rom. 8: 28-30.; Ef 1:4-5; Cl 3:12; 1Ts 1:41Ts 1:4; 2Tm 1:92Tm 1:9; 1Pe 2:9; Mc 6:12; Lc 5:32; Lc 13:3; Lc 15:7; Lc 24:47; At 2:38; At 3:19; At 17:30; At 26:20; 2Pe 3:92Pe 3:9; Lc 8:12; Jo 1:12; 3: 15-18; Jo 4:39, Jo 4:53; Jo 5:24; Jo 6:29, Jo 6:35, Jo 6:40, Jo 6:47; Jo 7:38; 9: 35-38; 11: 25-26; At 16:31; Rm 1:16; 10: 9-10.; 1 Coríntios. . 1:21; Gl 3:22; Ef 1:13; 1Tm 1:161Tm 1:16; 1Jo 3:231Jo 3:23; 5:.. 1Jo 5:1, 1Jo 5:13) é a sua responsabilidade de fazer as duas coisas. Na verdade, a Escritura condena os pecadores por não fazê-las (Mt 11:20-21; Mt 12:41; Jo 3:36; 12:. 36-40; 2Ts 2:122Ts 2:12; Jd 1:5; 1Cr 28:91Cr 28:9), porque, como Ele prometeu: "Se alguém está disposto a fazer a Sua vontade, ele saberá do ensino, se é de Deus ou se eu falo de mim mesmo "(Jo 7:17). Por outro lado, Jesus não vai comprometer-se com o insincero e hipócrita, não importa qual a sua profissão exterior podem ser:

Agora, quando Ele estava em Jerusalém na Páscoa, durante a festa, muitos creram no seu nome, observando os sinais que ele estava fazendo. Mas Jesus, de sua parte, não estava confiando-se a eles, pois Ele sabia que todos os homens, e porque Ele não precisava de ninguém para testemunhar a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem. (2: 23-25; conforme Mt 7:21-23; Lc 6:46; 13 25:42-13:27'>13 25:27.)

Jesus nunca adiar o, candidato solicitado pelo Espírito sincero. Ele nunca estava ocupado demais para mostrar compaixão para ovelhas perdidas que estavam à procura de um pastor (Mt 9:36). Para alguém tão desesperado para ver-lhe que ele deixar de lado a sua dignidade e subiu em uma árvore Jesus disse: "Zaqueu, pressa e desce, pois hoje tenho de ficar em tua casa" (Lc 19:5) como "Ele explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24:27 ). O que quer que ele disse foi o suficiente para convencê-los de que ele era de fato o Messias de Israel, como testemunho animado de André para seu irmão Pedro no dia seguinte indica (veja a discussão de vv 40-41 abaixo.).

A referência à décima hora é a primeira menção de tempo no evangelho de João. Este detalhe oferece uma das muitas evidências de que seu autor foi testemunha ocular dos acontecimentos que ele gravou (veja a discussão sobre este ponto na 1ntrodução). A verdade que os apóstolos foram testemunhas oculares de Jesus é aquele que João salientou em sua primeira epístola: "O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da Vida. .. o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos também "(1Jo 1:1). Porque eles foram "testemunhas de todas as coisas [Cristo] fez, tanto na terra dos judeus e em Jerusalém" (At 10:39), o testemunho dos apóstolos era inatacável (conforme Lc 24:48; Jo 15:27; At 1:8; At 2:32; At 3:15; At 4:33; At 5:32; 10: 39-41; At 13:31; 2Pe 1:162Pe 1:16). Tão importante era que o testemunho de que, quando os apóstolos procurou um substituto para Judas 1scariotes, eles olharam para alguém que tinha ", acompanhado [eles] todo o tempo que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre [eles] que começa com o batismo de João até o dia em que foi recebido em cima de [os] "(Atos 1:22-23). Esse incidente marcou o início da observação direta de João da vida e ministério de Jesus.

Versículo 40 nomes de um dos dois que ouviram João Batista falar e seguiram Jesus como André. Como observado acima, o outro discípulo era João, que ao longo de seu evangelho não é nome próprio. (Para obter informações biográficas sobre João e provas de que ele é o discípulo sem nome, consulte a introdução deste volume.) André é identificado como irmão de Simão Pedro, já que Pedro era mais conhecida do que seu irmão menos proeminente. Aqui, como em suas outras duas aparições no Evangelho de João, André traz alguém para encontrar Cristo. Em 6: 8-9, ele trouxe um garoto com pães de cevada e peixe com ele antes da alimentação dos 5:000, enquanto em 12: 20-22 ele trouxe alguns gregos para encontrá-Lo. Depois de passar o resto do dia (e, por implicação a noite) com Jesus (v. 39), André dia seguinte encontrou primeiro seu irmão Simão, e disse-lhe: "Encontramos o Messias" (que traduzido significa Cristo) . (A série de comentadores acreditam que o texto grego sugere que João também encontrou seu irmão Tiago pouco depois.) O tempo gasto com Jesus tinha convencido André e João de sua verdadeira identidade. Isso não significa, porém, que eles entenderam plenamente as implicações da messianidade de Jesus; compreensão dos discípulos de que iria crescer ao longo dos anos que passei com ele.

Messias translitera um termo hebraico ou aramaico que, tal como o seu equivalente grego Cristo, significa "ungido". No Antigo Testamento, foi utilizado do sumo sacerdote (Lv 4:3, Lv 4:16; Lv 6:22), o rei (1Sm 12:3; 16:. 1Sm 16:6; 1Sm 24:6; 2Sm 22:51; 2Sm 23:1). Um (Mt 11:3, meio-irmãos de Jesus são listados, e um deles também foi nomeado Simon. O pai de Judas 1scariotes foi chamado Simon, bem como (Jo 6:71). Mt 26:6). E o homem recrutado para realizar parcialmente a cruz de Jesus para o Calvário era Simão, o Cirineu (Mt 27:32).

Nosso nome completo de Simon ao nascer era de Simão Barjonas (Mt 16:17), que significa "Simão, filho de Jonas" (João 21:15-17). Nome do pai de Simão Pedro, então, era João (rendido às vezes Jonas ou Jonas). Não sabemos nada mais sobre seus pais.

Mas note que o Senhor deu-lhe outro nome. Lucas apresenta-o desta forma: "Simon, a quem também chamou Pedro" (Lc 6:14). Escolha de Lucas de palavras aqui é importante. Jesus não se limitou a dar-lhe um novo nome para substituir o antigo. Ele "também" o nomeou Pedro. Este discípulo era conhecido, por vezes, como Simon, por vezes, como Pedro, e às vezes como Simão Pedro.

Pedro era uma espécie de apelido. Significa "Rock". ( Petros ". um pedaço de pedra, uma pedra" é a palavra grega para) O equivalente aramaico era Cefas (conforme 1Co 1:12; 1Co 3:22; 1Co 9:5 descreve 'primeira reunião face-a-face com Simão Pedro: "Agora, quando Jesus olhou para ele, Ele disse:' Jesus Tu és Simão, filho de Jonas 5ocê será chamado Cefas" (que é traduzido, A. Stone). " Essas foram as primeiras palavras que aparentemente Jesus nunca disse a Pedro. E a partir de então, "Rock" era o seu apelido.

Às vezes, porém, o Senhor continuou a se referir a ele como Simon de qualquer maneira. Quando você vê que na Escritura, muitas vezes é um sinal de que Pedro fez algo que precisa de repreensão ou correção.

O apelido foi significativa, e que o Senhor tinha uma razão específica para escolhê-lo. Por natureza Simon era impetuoso, vacilante, e inconfiável. Ele tende a fazer grandes promessas que não poderia seguir com. Ele era uma daquelas pessoas que parece estocada de todo coração em alguma coisa, mas, em seguida, afiança para fora antes de terminar. Ele era geralmente o primeiro em; e, muitas vezes, ele foi o primeiro a sair. Quando Jesus o conheci, ele caber a descrição de Tiago de um homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos (Jc 1:8; Lc 4:38). Quando se fala de sua mãe-de-lei, ele faz isso em termos semelhantes: "a sogra de Simão" (Mc 1:30; Lc 4:38). Lucas 5, descrevendo a empresa de pesca, menciona "um dos barcos, que era o de Simão" (v. 3) —e Lucas diz Tiago e João eram "sócios de Simão" (v. 10). Todas essas expressões referem-se a Simon por seu nome de batismo em contextos puramente seculares. Quando ele é chamado Simon, em tal contexto, o uso de seu nome antigo geralmente não tem nada a ver com a sua espiritualidade, ou o seu caráter. Essa é apenas a maneira normal de significando de que pertencia a ele como um homem-a singular obra, a sua casa, ou a sua vida familiar. Estes são chamados de coisas "de Simon".

A segunda categoria de referências onde ele é chamado Simon é visto sempre que Pedro estava exibindo as características de sua auto-regenerado quando ele estava pecando em palavra, atitude ou ação.Sempre que ele começa a agir como seu antigo eu, Jesus e os escritores do Evangelho reverter para chamá-lo de Simon. Em Lc 5:5, prevendo a traição de Pedro, Jesus disse: "Simão, Simão! Na verdade, Satanás pediu para você, que ele vos cirandar como trigo." Mais tarde, no Jardim do Getsêmani, quando Pedro deveria ter sido vigiando e orando com Cristo, ele adormeceu. Marcos escreve: "[Jesus] veio e os encontrou dormindo, e disse a Pedro:" Simão, você está dormindo? Não pudeste vigiar uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca "(Marcos 14:37-38). Assim, normalmente, quando Pedro precisava repreensão ou advertência, Jesus se referiu a ele como Simon. Deve ter alcançado o ponto onde sempre que o Senhor disse: "Simon," Pedro encolheu. Ele deve ter pensado, por favor, me chame de Rock! E o Senhor poderia ter respondeu: "Eu vou chamá-lo balançar quando você age como uma rocha."

É óbvio que as narrativas do Evangelho que o apóstolo João conhecia Pedro muito, muito bem. Eles eram amigos de longa data, colegas de trabalho e vizinhos. Curiosamente, no Evangelho de João, João refere-se ao seu amigo quinze vezes como "Simão Pedro." Aparentemente, João não poderia fazer a sua mente que o nome de usar, porque ele viu ambos os lados do Pedro constantemente. Assim, ele simplesmente colocar os dois nomes juntos. Na verdade, "Simão Pedro" é o que se chama Pedro no endereço de sua segunda epístola: "Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo" (2Pe 1:1).

Depois da ressurreição, Jesus instruiu seus discípulos a voltar para a Galiléia, onde planejava aparecer para eles (Mt 28:7). Por três vezes, Pedro afirmou seu amor.

Essa foi a última vez que Jesus já teve de chamá-lo de Simon. Poucas semanas depois, no dia de Pentecostes, Pedro e os demais apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo. Foi Pedro, a Rocha, que se levantou e pregou naquele dia.
Pedro era exatamente como a maioria dos cristãos, tanto carnal e espiritual. Ele sucumbiu aos hábitos da carne, às vezes; ele funcionou no Espírito outras vezes. Ele era pecaminoso, por vezes, mas outras vezes ele agiu como um homem justo deveria agir. Este homem, às vezes vacilante Simon, por vezes, Pedro-era o líder dos Doze. ([Nashville: W. Publishing Grupo, 2002], 33-37 Ênfase no original Veja este mesmo livro para informações biográficas sobre o resto dos Doze...)
Buscando almas sempre vai encontrar Cristo receptivo; como mais tarde prometeu: "Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (06:37).

O Salvador Procuro

No dia seguinte Ele propôs a ir para a Galiléia, e achando a Felipe. E Jesus disse-lhe: "Segue-Me." Agora Filipe era de Betsaida, da cidade de André e Pedro. Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José". Natanael disse-lhe: "Alguma coisa boa pode vir de Nazaré?" Filipe disse a ele: "Vinde e vede". Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!" Natanael disse-lhe: "Como é que você me entende?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi." Respondeu-lhe Natanael: "Rabi, Tu és o Filho de Deus;. Tu és o Rei de Israel" Jesus respondeu, e disse-lhe: "Porque eu disse a você que eu te vi debaixo da figueira, você acredita? Você vai ver coisas maiores do que estas." E ele lhe disse: "Em verdade, em verdade vos digo que, você vai ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem." (1: 43-51)

Ao contrário dos primeiros discípulos (André, João, Pedro, e, possivelmente, Tiago), que foram introduzidas para Jesus por outra pessoa, Jesus tomou a iniciativa de chamar Filipe. Em todo o caso, quem inicia o contato, aqueles que vêm a Cristo fazê-lo apenas porque Deus em primeiro lugar procurou-los. Em Jo 6:44 Jesus disse: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer", enquanto em 15:16 Ele acrescentou: "Você não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei." Que Jesus encontrou Filipe e ... disse-lhe: "Segue-Me" estabelecido que ele foi criado por ninguém, nem ele olhar para Jesus, mas o contato foi iniciado pelo próprio Senhor. Embora este seja diferente dos outros, serem levadas à Jesus por outro refere-se apenas ao contato humano, e não a eleição divina soberana por Deus. Isso é verdade para todos que vem Salvadora para Jesus. A resposta de Filipe da fé não é registrado, mas certamente teve lugar.

A frase do dia seguinte indica que ele é agora o dia depois de André encontrou Pedro eo levou ao encontro de Jesus. Jesus propôs deixar a seção do rio Jordão, onde João Batista estava ministrando e ir para a Galiléia. Quando Jesus reuniu Filipe não é indicado, mas ele, como André, Pedro e João, era galileu. Ele era de Betsaida, uma vila de pescadores (seu nome significa "casa de pesca", ou "casa do pescador") localizada na costa nordeste do Mar da Galiléia, não muito longe de Cafarnaum. Betsaida foi também a cidade natal de André e Pedro que, embora mais tarde mudou-se para Cafarnaum (Mc 1:21, Mc 1:29), manteve-se identificado com a aldeia onde eles cresceram. Da mesma forma, Jesus foi associado com Nazaré (Mt 26:71; Lc 18:37; At 10:38; At 26:9).

Como André, Filipe não conseguiu manter a boa notícia sobre Jesus para si mesmo, mas fui imediatamente e encontrou seu amigo Natanael. "parte de Filipe no chamado de Natanael é como o de André no chamado de Pedro, e que de Pedro e André em . seu próprio One tocha acesa serve para acender outro; assim a fé se propaga "(Frederic Louis Godet, Comentário ao Evangelho de João [Separata; Grand Rapids: Kregel, 1985], 331-32). Nathanael ("Deus deu") é chamado Bartholomew nos Evangelhos Sinópticos, que nunca usar o nome de Natanael, assim como João nunca usa Bartolomeu. Evidentemente Natanael era seu nome de batismo e Bartholomew (Bar-Tolmai; "filho de Tolmai") ​​o seu sobrenome. Nas listas dos doze apóstolos nos Evangelhos sinópticos, seu nome segue imediatamente do Filipe. De João outro apenas menção a ele observa que ele era da aldeia de Caná da Galiléia (21: 2).

Tendo encontrado Nathanael, Filipe animAdãoente disse-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e os Profetas escreveu-Jesus de Nazaré, filho de José." O uso do pronome plural quemostra que Filipe agora incluído o próprio como um dos seguidores de Jesus. A lei e os profetas é a designação comum do Novo Testamento sobre o Antigo Testamento (05:17 Matt 07:12-11:13 22:40; Lc 16:16; At 13:15; At 24:14; At 28:23). Ciente de amor intenso de Natanael de Escrituras do Antigo Testamento, Filipe declarou que ele havia encontrado Aquele que os cumprida (conforme 05:39; Deut. 18: 15-19; Lucas 24:25-27, 44-47; At 10:43; 26: 22-23.; Rm 1:2; 1 Pedro 1: 10-11.; Ap 19:10). Como observado na discussão do versículo 45, Jesus foi muitas vezes associada a Nazaré, onde ele cresceu. Identificação de Filipe dele como o filho de José não deve ser interpretado como uma negação do nascimento virginal de Cristo (como o foi pelos judeus incrédulos em 6:42). Ele pode sugerir, porém, que Jesus não tinha revelado que a verdade aos discípulos durante o breve tempo que haviam passado com Ele. Filipe identificado Jesus a maneira como as pessoas naquele dia eram normalmente identificados, com o nome de seu pai e da aldeia de onde vieram. Assim, Jesus era comumente visto como o filho de José (Lc 3:23), que Ele era legalmente, embora não biologicamente.

Ceticismo inicial de Natanael espelha a de Tomé no final do Evangelho de João (20: 24-25). Sua resposta dúbia a Filipe: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" reflete sua incredulidade que o Messias poderia vir de uma tal cidade insignificante, de que Moisés e os profetas não disse nada (Nazaré não é mencionada no Antigo Testamento, o Talmud, o Midrash, ou quaisquer escritos gentios contemporâneos). Ele também mostra o seu desdém para a cidade em si; assim como os judeus desprezavam os galileus em geral (conforme 07:52; At 2:7, A Commentary New American. [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 146. Os itálicos no original)

Jesus descreveu Nathanael como um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Seu ponto era que sem corte de Natanael, a resposta honesta a Filipe revelou a sua falta de duplicidade e sempre disposta a examinar as alegações de Jesus para si mesmo. Jesus pode ter sido aludindo ao Jacó (e, por implicação a nação descende dele), que, em contraste com Natanael, foi um enganador (Gn 27:35; Gn 31:20). Mas ao contrário de muitos de seus compatriotas judeus, que eram hipócritas (Mt 6:2, Mt 6:16, Mt 6:15.: Mt 6:7; Mt 22:18; Mt 23:13; 9: 6-7.)

São aqueles que continuam na palavra de Jesus que são Seus verdadeiros ( alēthōs ) seguidores (08:31). Natanael era um verdadeiro discípulo, desde o início, como sua resposta deixa claro.

Surpreso por Jesus "reconhecimento onisciente dele, Natanael exclamou: "Como é que você me entende?" Jesus 'resposta foi ainda mais chocante: "Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi." Não só Jesus resumir com precisão o caráter de Natanael sem ter o conheci, Ele também apresentou um conhecimento sobrenatural de informações que só ele conhece. O mais provável é que a figueira em questão era o lugar onde Natanael estudado e meditado sobre as Escrituras do Antigo Testamento. Não só Jesus sobrenaturalmente ver a localização física de Nathanael, mas Ele também viu no seu coração (conforme Sl 139:1-4.).

O que aconteceu debaixo da figueira, conhecimento sobrenatural de Jesus sobre ele seja removido dúvida de Natanael. Esmagado pela onisciência de Jesus, ele respondeu ele, "Rabi, Tu és o Filho de Deus;. Tu és o Rei de Israel" Nesse explosão de fé confiante, Natanael reconheceu Jesus como o Messias esperado. Os dois títulos são usados ​​também do Messias no Salmo 2:6-7: ". Mas, quanto a mim, eu tenho o meu Rei sobre Sião, meu santo monte Eu certamente irá contar do decreto do Senhor: Ele me disse: "Tu és meu Filho, hoje te gerei".

O propósito de João ao escrever seu evangelho foi para que as pessoas "podem acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus" (20:31), que compartilha a mesma natureza de Deus (1: 1). Para o primeiro testemunho de João Batista que Jesus é o Filho de Deus (1:34), o apóstolo acrescentou que de Natanael. O uso do artigo definido indica que o título aqui é utilizado em seu sentido mais amplo, afirmando a igualdade absoluta de Jesus com Deus. Ao longo de seu ministério terreno, os seguidores de Jesus repetidamente reconheceu que Ele era o Filho de Deus (conforme 6:69; 11:27; 14:33 Matt;. 16:16; conforme Lc 1:32, Lc 1:35), com um crescente compreensão das riquezas do que a verdade maravilhosa.

O Velho Testamento descreve o Messias como o Rei de Israel em passagens como Sf 3:15 ("O Senhor levou Seus julgamentos contra você, Ele tem varrido seus inimigos. O Rei de Israel, o Senhor, está no meio de vós , você terá medo de desastres no more "), Zc 9:9). O ponto desta declaração é que Jesus é o elo entre o céu ea terra, o revelador da verdade celestial para os homens (01:17; 14: 6; Ef 4:21.), O "único mediador entre Deus ... e os homens "(1Tm 2:5; 0:24.) e melhor (He 8:6 Ele declarou a Nicodemos: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu: o Filho do Homem" (conforme 06:33, 38, 41-42, 50-51, 58, 62 ; 13 3:16-28; 17: 8). Essa verdade se tornaria cada vez mais claro para Nathanael eo resto dos discípulos como eles observaram a vida e ministério de Jesus.

Este é o primeiro de treze ocorrências no evangelho do título de João Filho do Homem, a maneira favorita de Jesus de se referir a si mesmo (Ele fez isso cerca de oitenta vezes nos Evangelhos). No evangelho de João, ele é associado com o sofrimento de Jesus e da morte (03:14; 08:28; 12:34), Sua provisão de salvação (06:27, 53), e Sua autoridade para julgar (5:27; 9 : 35, 39). No futuro, o Filho doHomem vai receber o reino do Ancião dos Dias (13 27:7-14'>Dan. 7: 13-14). Como em seus outros títulos desta seção, Nathanael (e os outros que estavam presentes) não compreendeu imediatamente o pleno significado do que significava para Jesus ser o Filho do Homem.

Esta passagem, que registra chamada de Seus primeiros discípulos de Jesus para a salvação, retrata o equilíbrio da salvação ensinada por toda a Escritura. Salvação ocorre quando procuram almas vêm com fé para o Salvador que já buscou-los.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de João Capítulo 1 do versículo 1 até o 51

João 1

O Verbo feito carne — Jo 1:1-18

Passaremos a estudar esta passagem em seções breves e em detalhe; mas, antes de fazê-lo, devemos buscar compreender o que João estava tentando dizer ao descrever a Jesus como O Verbo.

O primeiro capítulo do quarto Evangelho é uma das maiores aventuras do pensamento religioso que jamais obteve a mente do homem. Antes de começar a estudá-lo em detalhe, tentaremos ver o que João estava buscando fazer quando o escreveu.
Não passou muito tempo antes que a Igreja cristã se visse confrontada com um problema básico. A Igreja tivera seus começos dentro do judaísmo. No princípio todos os seus membros tinham sido judeus. Jesus, por descendência humana, era judeu, e, com exceção de breves visitas aos distritos de Tiro e Sidom e a Decápolis, Ele nunca saiu da Palestina. O cristianismo começou entre os judeus; e, devido a isso, era inevitável que falasse o idioma dos judeus, e que empregasse as linhas de pensamento dos judeus.
Mas embora o cristianismo teve seu berço dentro do judaísmo, pouco tempo depois se estendeu pelo resto do mundo. Trinta anos depois da morte de Jesus, cerca do ano 60, o cristianismo tinha viajado por toda a Ásia Menor e a Grécia e tinha chegado a Roma. Cerca do ano 60 devem ter havido na 1greja cem mil gregos para cada judeu cristão. As idéias judaicas eram completamente estranhas para os gregos. Para tomar um só exemplo revelador, os gregos jamais tinham ouvido falar de um Messias. O próprio centro da esperança dos judeus, chegada do Messias, era uma idéia completamente alheia aos gregos. A própria linha de

pensamento segundo a qual os judeus concebiam e apresentavam a Jesus não significava nada para um grego.

Aqui estava o problema — como apresentar o cristianismo ao mundo grego? Lecky, o historiador disse em uma oportunidade que o progresso e a expansão de uma idéia depende, não só da força e o poder da idéia, mas sim da predisposição para receber a da época a que é apresentada. A tarefa da Igreja cristã consistia em criar no mundo grego uma predisposição para receber a mensagem cristã. Como disse E. J. Goodspeed, a questão era esta: "A um grego que está interessado no cristianismo devia ser levado a passar por todas as idéias messiânicas judaicas e pelas formas judaicas de pensamento, ou se poderia encontrar um enfoque novo que pudesse falar com sua mente e coração desde seu próprio pano de fundo?" O problema consistia em apresentar o cristianismo e a Cristo de maneira que um grego pudesse compreendê-lo.
Ao redor do ano 100 houve um homem em Éfeso que se sentiu fascinado pelo problema: Seu nome era João. Vivia em uma cidade grega. Relacionava-se com gregos aos quais as idéias judaicas eram estranhas e ininteligíveis e até grosseiras.
Como podia encontrar uma forma de apresentar o cristianismo a esses gregos em seu próprio pensamento e em seu próprio idioma e de maneira tal que o aceitassem e compreendessem? De súbito lhe ocorreu a solução a seu problema. Tanto no pensamento grego como no judeu existia o conceito de O Verbo. Isto era algo que podia elaborar-se para enfrentar tanto ao mundo grego como ao judeu. Algo que permanecia à tradição de ambas as raças, algo que ambos podiam compreender.

Comecemos, pois, por examinar os dois pano de fundos do conceito do Verbo.

O pano de fundo judeu

No pano de fundo judeu havia quatro correntes que contribuíam de certo modo à idéia do Verbo.

  1. Para o judeu uma palavra era muito mais que um mero som; uma palavra era algo que tinha uma existência ativa e independente e que de fato fazia coisas. Como disse o professor John Paterson: "Para o hebreu a palavra falada era algo muito vivo... Era uma unidade de energia carregada de poder. Voa como uma bala a seu destino". Por essa mesma razão o hebreu era parco em palavras. O vocabulário hebreu tem menos de dez mil palavras; o grego tem duzentas mil.

Um poeta moderno nos relata como em uma ocasião o autor de um fato heróico foi incapaz de relatar-lhe a seus companheiros de tribo por falta de palavras. Diante disso ergueu-se um homem "dotado com a magia necessária das palavras", e relatou a história em termos tão vivos e estremecedores que "as palavras adquiriram vida e caminhavam de um lado a outro no coração de seus ouvintes". As palavras do poeta converteram-se em um poder.
A história tem muitos exemplos desse tipo de coisas.
Quando John Knox pregava durante o tempo da Reforma na Escócia se dizia que a voz desse homem só infundia mais coragem no coração de seus ouvintes que dez mil trompetistas soando em seus ouvidos. Suas palavras agiam sobre as pessoas.
Nos dias da Revolução Francesa, Rouget de Lisle escreveu a Marselhesa e essa canção fez com que os homens partissem à revolução. As palavras faziam coisas.

Nos dias da Segunda Guerra Mundial, quando a Inglaterra carecia tanto de aliados como de armas, as palavras do Primeiro-Ministro, Sir Winston Churchill, ao falar com todo o país pelo rádio, elas exerciam influência nas pessoas. Isto era mais certo no Oriente, e o é ainda. Para os orientais uma palavra não é um mero som; é uma força que faz coisas.
O professor Paterson recorda um incidente que Sir Adam Smith relata. Em uma ocasião em que Sir George Adam Smith viajava pelo deserto asiático, um grupo de maometanos lhe deram as costumeiras boas-vindas: "A paz seja contigo". No momento não perceberam que era um cristão; mas quando descobriram que haviam proferido uma bênção a um infiel, apressaram-se a voltar pedindo que a devolvesse. A palavra era como uma coisa que se podia enviar para fazer coisas e a ela se podia trazer de volta.

Podemos compreender como, para os povos orientais, as palavras tinham uma existência independente, carregada de poder.

  1. O Antigo Testamento está cheio dessa idéia geral do poder das palavras. Uma vez que Isaque foi enganado para que abençoasse a Jacó em lugar de Esaú, não teria podido fazer nada para recuperar essa bênção (Gênesis 27). A palavra tinha saído e tinha começado a agir e não havia nada que pudesse detê-la. Vemos a palavra de Deus em ação de maneira especial no relato da Criação. A cada passo lemos: "E disse Deus...." (Gn 1:3,Gn 1:6,Gn 1:11). A Palavra de Deus é o poder criador.

Aqui e ali nos confrontamos com esta idéia da palavra de Deus criativa, atuante, dinâmica. “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (Sl 33:6). “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou” (Sl 107:20). “Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente” (Sl 147:15). “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55:11). “Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?” (Jr 23:29). "Falaste desde o começo da criação, já no primeiro dia, e disseste: 'Sejam feitos o céu e a terra'. E sua palavra foi uma obra perfeita" (2 Ed 6:38). O autor de Sabedoria se dirige a Deus como "Aquele que com sua palavra fez todas as coisas" (Sabedoria Jo 9:1).

No Antigo Testamento por toda parte se vê esta idéia da palavra poderosa, criadora. Inclusive as palavras dos homens têm uma sorte de atividade dinâmica; quanto mais a de Deus?

  1. Na vida religiosa hebréia intervinha algo que acentuou em grande medida o desenvolvimento desta idéia da Palavra de Deus. Durante mais de um século antes da vinda de Jesus, o hebraico tinha sido um idioma esquecido. O Antigo Testamento estava escrito em hebraico mas os judeus já não o conheciam. Os estudiosos sabiam, mas não o povo comum.

O povo comum falava um desenvolvimento do hebraico chamado aramaico. O aramaico é para o hebreu um pouco parecido com o que o inglês moderno é para o anglo-saxão. Visto que essa era a situação, era preciso traduzir as escrituras do Antigo Testamento a este idioma que o povo entendia, e estas traduções eram chamadas targuns. Na sinagoga se liam as escrituras no hebraico original, mas depois eram traduzidas ao aramaico que o povo falava e as traduções que se empregavam eram os targuns. Agora, os targuns foram redigidos em uma hora em que o povo estava fascinado com a transcendência de Deus. Quer dizer, foram produzidos em um momento em que os homens só podiam pensar na distância e Deus como um ser distante e diferente.

Devido a isso os homens que fizeram as traduções, que aparecem nos targuns sentiam muito temor em atribuir pensamentos e emoções, ações e reações humanas a Deus. Em termos técnicos, fizeram todos os esforços possíveis por evitar o antropomorfismo ao falar de Deus. Quer dizer, fizeram todos os esforços possíveis por evitar atribuir sentimentos e ações humanas a Deus. Agora, o Antigo Testamento em geral fala de Deus de maneira humana; e em qualquer lugar que ocorria algo semelhante no Antigo Testamento, os targuns substituem o nome de Deus por palavra de Deus. Vejamos que efeitos teve este costume.

Em Ex 19:17 lemos que “E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus". Os targuns consideravam que isso era uma maneira muito humana de falar de Deus e diziam que Moisés tirou o povo do acampamento para ir ao encontro da palavra de Deus. Em Ex 31:13 lemos que Deus disse ao povo que na sábado “é sinal entre mim e vós nas vossas gerações". Essa é uma forma muito humana de falar para os targuns, portanto dizem que o sábado é um sinal "entre minha palavra e vós". Dt 9:3 diz que Deus é um fogo consumidor, mas os targuns traduzem que a palavra de Deus é um fogo consumidor. Is 48:13 mostra uma grande imagem da criação: “Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra mediu os céus a palmos”. Para os targuns esta é uma imagem de Deus muito humana, e fazem Deus dizer: "Por minha palavra fundei a terra; e por meu poder suspendi os céus". Inclusive mudam uma passagem tão maravilhosa como Dt 33:27, que fala dos "braços eternos" de Deus, e o convertem nisto: "O eterno Deus é seu refúgio, e por sua palavra o mundo foi criado". No Targum de Jônatas esta frase a palavra de Deus aparece não menos de trezentas e vinte vezes. É certo que não é mais que uma paráfrase do nome de Deus, que os tradutores empregavam quando queriam evitar atribuir pensamentos e ações humanos a Deus; mas o certo é que a frase a palavra de Deus se converteu em uma das formas mais comuns da expressão judaica. Tratava-se de uma frase que qualquer judeu devoto podia ouvir e reconhecer porque a tinha ouvido tantas vezes na sinagoga quando se liam as escrituras. Todo judeu estava acostumado a falar da Memra, a Palavra de Deus.

  1. A esta altura devemos tomar nota de um fato que é fundamental para o desenvolvimento posterior desta idéia da palavra. O termo grego para palavra é Logos; mas Logos, não significa somente palavra, também quer dizer razão. Para João, e para todos os grandes pensadores que fizeram uso desta idéia, estes dois significados sempre estavam intimamente entrelaçados. Quando usavam a palavra Logos sempre tinham presente as idéias paralelas da palavra de Deus e a razão de Deus. Agora, os judeus tinham um tipo de literatura chamada literatura sapiencial. Esta literatura sapiencial era a sabedoria concentrada dos sábios e dos homens inteligentes. Em geral não é especulativa ou filosófica; pelo contrário, trata-se de uma sabedoria prática para a vida e seu desempenho. No Antigo Testamento o maior exemplo deste tipo de literatura é o livro de Provérbios.

No livro de Provérbios há certas passagens que atribuem um poder misterioso, criativo, vitalizador e eterno à sabedoria (Sophia). Poderia dizer-se que nestas passagens se personificou a sabedoria e ela foi considerada como o agente, instrumento e colaborador eterno de Deus.

Três são as passagens principais. O primeiro é 13 20:3-26'>Provérbios 3:13-26. De toda a passagem podemos destacar em forma especial:

“É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm. O SENHOR com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus. Pelo seu conhecimento os abismos se rompem, e as nuvens destilam orvalho” (Provérbios 3:18-20).

Agora recordamos que Logos significa palavra e também significa razão. Já vimos o que pensavam os judeus a respeito da palavra poderosa e criadora de Deus. Aqui vemos o outro aspecto que começa a fazer sua aparição. A sabedoria é o agente de Deus na iluminação e na criação. E a sabedoria e a razão são duas coisas muito parecidas. De maneira que aqui vemos aparecer o outro lado da palavra Logos. Vimos quão importante era esse termo no sentido de palavra; agora vemos que está começando a ser importante no sentido de sabedoria ou razão.

A segunda passagem importante é Provérbios 4:5-13. Dentro da passagem podemos destacar: “Retém a instrução e não a largues; guarda— a, porque ela é a tua vida”.

A palavra é a luz dos homens, e a sabedoria é a luz dos homens. Agora as duas idéias se estão amalgamando com rapidez.

A passagem mais importante é Provérbios 8:1—9:2. Nele podemos fazer ressaltar de maneira especial:

"O SENHOR me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; quando firmava as nuvens de cima; quando estabelecia as fontes do abismo; quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra; então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo.” (Provérbios 8:22-30).

Quando lemos essa passagem encontramos um eco atrás de outro do que diz João sobre o Verbo, a Palavra, o Logos, no primeiro capítulo do quarto Evangelho. A sabedoria tinha essa existência eterna, essa função iluminadora, esse poder criador que João atribuía à Palavra, ao Verbo, aos Logos, com o que identificava a Jesus Cristo.

O desenvolvimento desta idéia de sabedoria não parou aqui. Entre o Antigo e o Novo Testamento, os homens continuaram escrevendo e produzindo este tipo de literatura chamado literatura sapiencial. Possuía tanta sabedoria concentrada; tirava tanto da experiência dos homens sábios que era uma preciosa guia para a vida. Escreveram-se dois grandes livros em particular, que se incluem entre os apócrifos, e que são livros que ajudarão a alma de qualquer pessoa que as leia.

(a) O primeiro é o livro chamado A Sabedoria de Jesus, filho do Sirac, ou, segundo seu título mais comum, Eclesiástico. Este livro também dá muita importância à sabedoria criadora e eterna de Deus.

"As areias do mar; as gotas da chuva E os dias do passado, quem poderá contá-los?

A altura do céu, a amplidão da terra, a profundeza do abismo, quem as poderá explorar?

Antes de todas estas coisas foi criada a Sabedoria, e a inteligência prudente existe desde sempre."

(Eclesiástico Jo 1:2-4

O princípio do Evangelho do João é de uma importância tal e de tal profundeza de sentido que devemos estudá-lo quase versículo por versículo. O grande pensamento do João é que Jesus não é outro senão o Verbo criador, vitalizador e iluminador dos conceitos grandiosos a respeito de Deus, que Jesus é o poder de Deus que criou o mundo e a razão de Deus que o sustenta, que veio à Terra sob uma forma humana e corpórea.
Aqui, no começo, João diz três coisas sobre o Verbo, e isso quer dizer, que diz três coisas sobre Jesus.

  1. O Verbo existia iá no princípio de todas as coisas. O pensamento de João se remonta ao próprio começo da Bíblia: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1:1). O que João diz é isto —o Verbo não é uma das coisas criadas; estava presente antes da criação. O Verbo não é uma parte do mundo que começou a existir no tempo; o Verbo é uma parte da eternidade e estava com Deus antes do tempo e antes do princípio do mundo. Este pensamento de João recebe um nome técnico na teologia. João estava pensando no que se conhece como a preexistência de Cristo. Em mais de um sentido, esta idéia da preexistência é algo muito difícil de compreender, se não impossível. Mas significa algo muito simples, muito prático e muito tremendo. Se o Verbo estava com Deus antes de que começasse o tempo, se o Verbo de Deus é parte do esquema eterno das coisas, quer dizer que Deus sempre foi como Jesus.

Às vezes tendemos a pensar em Deus como alguém justo, santo, estrito e vingador; e tendemos a pensar que algo que Jesus fez muda a ira de Deus em amor e alterou a atitude de Deus para os homens. O Novo Testamento desconhece completamente idéia. Todo o Novo Testamento nos diz, e esta passagem de João o faz de maneira especial, que Deus sempre foi como Jesus. O que fez Jesus foi abrir uma janela no tempo para que pudéssemos contemplar o amor eterno e imutável de Deus. Mas podemos nos perguntar: "Se dissermos isso, o que acontece a algumas das coisas que lemos no Antigo Testamento? O que dizer das passagens que falam das ordens de Deus para arrasar cidades inteiras, e destruir homens, mulheres e crianças? Que explicação nos dá da ira, do poder destruidor e do zelo de Deus que aparecem nas partes mais antigas das Escrituras?"
A resposta a essas perguntas é a seguinte: não é Deus quem mudou; o que mudou é o conhecimento de Deus por parte do homem. Os homens escreveram essas coisas porque não conheciam mais que isso. Esse era o estágio ao que tinha chegado seu conhecimento de Deus. Quando um menino está aprendendo um tema, deve fazê-lo passo a passo. Não começa com um conhecimento completo; começa com o que pode compreender e segue avançando cada vez mais. Quando começa a estudar álgebra não começa com o binômio de Newton; parte de equações simples, e continua passo a passo à medida que aumenta seu conhecimento do tema. O mesmo aconteceu com os homens e Deus. Só podiam entender e compreender partes pequenas de Deus. Só quando veio Jesus, os homens viram em forma completa e total como Deus tinha sido sempre.

Conta-se que em uma ocasião uma garotinha tomou contato com as partes mais sangrentas e selvagens do Antigo Testamento. Seu comentário foi: "Mas isso aconteceu antes que Deus se tornasse cristão!"
Se podemos expressá-lo da mesma maneira, com toda reverência, quando João diz que o Verbo existiu sempre, antes do princípio das coisas, o que está dizendo é que Deus sempre foi cristão. Diz-nos que Deus foi, é e sempre será igual a Jesus; mas os homens não podiam saber e conhecer isto antes da vinda de Jesus.

  1. João continua dizendo: o Verbo estava com Deus. O que quer dizer com isto? Quer dizer que sempre existiu a relação mais íntima e mais próxima entre o Verbo e Deus. Ponhamo-lo em outra forma mais simples. Sempre existiu a relação mais íntima entre Jesus e Deus. Isso significa que não há ninguém que possa nos dizer como é Deus, qual é a vontade de Deus para conosco, como são o amor, o coração e a mente de Deus, como Jesus pode demonstrar.

Tomemos uma analogia humana muito simples. Se queremos saber o que pensa e sente a respeito de algo uma determinada pessoa, e se não podermos nos aproximar dessa pessoa, não nos dirigimos a alguém que apenas a conhece, a alguém que só a conhece há pouco tempo; vamos a alguém que sabemos que é seu amigo íntimo há muitos anos. Sabemos que o íntimo amigo de muitos anos será capaz de nos interpretar o pensamento e sentimento dessa pessoa. Um pouco parecido é o que diz João a respeito de Jesus. Diz que Jesus sempre esteve com Deus. Empreguemos uma linguagem muito humana porque é o único que podemos usar. João está dizendo que Jesus mantém uma relação tão íntima com Deus que Deus não tem segredos para ele; e que, portanto, Jesus é a única pessoa de todo o universo que nos pode revelar como é Deus, e o que sente para nós.

  1. Por último João diz que o Verbo era Deus. Não cabe dúvida que se trata de uma frase difícil de compreender, e é difícil porque o grego, que é o idioma em que escrevia João, diz as coisas de maneira diferente da que nós usamos. Quando o grego emprega um substantivo quase sempre o acompanha com o artigo definido. A palavra grega para Deus é theos, e o artigo definido, é ho. Quando o grega fala de Deus não diz somente theos, e sim ho theos. Agora, quando o grego não emprega o artigo definido com o substantivo, este se converte em algo muito mais parecido a um adjetivo; descreve o caráter, a qualidade da pessoa. João não disse que o Verbo era ho theos; isso teria significado que o Verbo era idêntico a Deus; diz que o Verbo era theos —sem o artigo definido— o que quer dizer, em nossas palavras, que o Verbo era do mesmo caráter, essência, qualidade e ser que Deus. Quando João disse o Verbo era Deus não estava dizendo que Jesus era idêntico a Deus; estava dizendo que Jesus é tão perfeitamente o mesmo que Deus em mente, coração e ser, que em Jesus vemos a perfeição como Deus é.

Assim, pois, no próprio começo de seu Evangelho João afirma que em Jesus, e só nele, revela-se de maneira perfeita aos homens tudo o que Deus sempre foi e sempre será, e tudo o que Deus sente com relação aos homens e deseja deles.

O CRIADOR DE TODAS AS COISAS

Jo 1:3

Pode parecer-nos estranho que João sublinhe desta maneira a forma em que o mundo foi criado. E pode parecer-nos estranho que relacione a Jesus de maneira tão definida com a obra da criação. Mas se vê obrigado a fazê-lo devido a certa tendência no pensamento de sua época.
No tempo em que João viveu havia uma espécie de heresia denominada gnosticismo. O ponto característico do gnosticismo era que se tratava de um enfoque intelectual e filosófico do cristianismo. Para os gnósticos as crenças simples do cristão comum não eram suficientes. Tentavam construir um sistema filosófico a partir do cristianismo. sentiam-se preocupados com a existência do pecado, o mal, a dor e o sofrimento neste mundo, de maneira que elaboraram uma teoria e uma filosofia para explicá-los.

A teoria era a seguinte. No princípio existiam duas coisas: Deus e a matéria. Os gnósticos sustentavam que a matéria sempre tinha existido. Era a matéria-prima a partir da qual se criou, formou e modelou o mundo. Os gnósticos sustentavam que esta matéria original era defeituosa e imperfeita. Quer dizer que, desde o começo, o material a partir do qual se criou o mundo era imperfeito. Dito de outra maneira, o mundo tinha que começar mau. Era feito de um material que continha os germes do mal e da corrupção. Mas os gnósticos foram ainda mais longe. Deus —sustentavam— é espírito puro, e o espírito puro é tão puro que jamais pode tocar a matéria. Muito menos poderá tocar uma matéria cuja essência é a imperfeição. Portanto, não era possível que Deus tivesse levado a cabo a obra da criação por si mesmo. De maneira que, segundo eles, o que Deus tinha feito era lançar de si mesmo uma série de emanações.
Cada emanação se afastava cada vez mais de Deus. À medida que as emanações se foram afastando de Deus, conheciam cada vez menos a respeito dele. Para a metade da série descendente havia uma emanação que já não sabia nada a respeito de Deus e que era totalmente ignorante sobre Ele. A partir desse estádio as emanações começavam a ser não só ignorantes de Deus, mas também hostis com respeito a Ele. Finalmente, a última emanação da série estava tão longe de Deus que era completamente ignorante e hostil com relação a Ele, e essa emanação foi a força que criou o mundo, porque estava tão longe de Deus que podia tocar esta matéria imperfeita e má. Segundo os gnósticos o Deus criador era um Deus que estava completamente divorciado e em inimizade com o verdadeiro Deus.
Os gnósticos davam um passo mais. Identificavam o Deus criador com o Deus do Antigo Testamento; e sustentavam que o Deus do Antigo Testamento era completamente distinto, ignorante e hostil com relação ao Deus que era o Deus e Pai de Jesus Cristo. Na época de João esta crença estava muito estendida. Os homens acreditavam que o mundo era mau e que tinha sido criado por um Deus mau.

Para combater esses ensinos João estabelece aqui estas duas verdades fundamentais do cristianismo. De fato, a relação de Jesus com a criação se sublinha repetidamente no Novo Testamento, justamente em razão desse pano de fundo de pensamento que divorciava a Deus do mundo em que vivemos. Em Cl 1:16 Paulo escreve: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra . . . Tudo foi criado por meio dele e para ele.” Em 1Co 8:6 escreve sobre o Senhor Jesus Cristo “pelo qual são todas as coisas”. O autor de Hebreus fala do Filho, “pelo qual também fez o universo” (He 1:2).

João e os outros evangelistas que falaram desta maneira estavam sublinhando duas verdades muito importantes.

  1. O cristianismo sempre creu no que se chama criação do nada. Não criam que em sua criação Deus teve que trabalhar com uma matéria estranha e má. Não criam que o mundo tenha começado com uma falha essencial. Não criam que o mundo começou com Deus e alguma outra coisa. Criam que por trás de todas as coisas está Deus e só Deus.
  2. O cristianismo sempre creu que este é o mundo de Deus. De maneira, que, longe de estar tão separado do mundo que não podia ter nada que ver com ele, Deus está intimamente comprometido com ele.

Os gnósticos tratavam de jogar a culpa do mal que existe no mundo a seu criador. O cristianismo acredita que o que anda mal no mundo se deve nada mais que ao pecado do homem. Mas apesar de que o pecado danificou o mundo e impediu que fosse o que poderia ter sido, jamais podemos desdenhá-lo, e jamais podemos odiá-lo, porque este mundo é essencialmente o mundo de Deus. Se crermos nisso adquiriremos um novo sentido do valor do mundo e um novo sentido da responsabilidade para com o mundo.
Há um conto de uma menina que vivia nas ruas suburbanas de uma grande cidade, e a quem levaram para passar um dia no campo. Quando viu as campainhas no bosque, perguntou: "Crê que a Deus se importaria se eu arrancar algumas de suas flores?"

Este mundo é de Deus, devido a isso não há nada que não esteja sob seu controle, e por isso devemos usar todas as coisas lembrando que pertencem a Deus. O cristão não despreza o mundo pensando que um deus ignorante e hostil o criou; aprecia-o ao recordar que em todas partes Deus está sempre por trás do mundo e nele: crê que o Cristo que recria o mundo foi o colaborador de Deus quando o mundo foi criado pela primeira vez, e que, no ato da redenção, Deus está buscando recuperar o que sempre lhe pertenceu.

VIDA E LUZ

Jo 1:4

Em uma peça musical importante o compositor está acostumado a começar estabelecendo os temas que vai desenvolver e elaborar no curso de toda a obra. Isso é o que João faz neste verso. No quarto Evangelho, vida e luz são duas das grandes palavras fundamentais sobre as que está construído todo o Evangelho. São dois dos temas principais que o Evangelho se propõe desenvolver e expor. Analisemo-los em detalhe.

O quarto Evangelho começa e termina com a palavra vida. Aqui, no próprio começo lemos que em Jesus estava a vida; e no final lemos que o objetivo de João ao escrever o Evangelho foi que os homens pudessem crer “que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20:31). Esta palavra está nos lábios de Jesus todo o tempo. Jesus se lamenta de que os homens não se aproximem dele para poder ter vida (Jo 5:40). Afirma que veio para que os homens tenham vida e para que a tenham em abundância (Jo 10:10). Anuncia que dá vida aos homens e que jamais perecerão porque ninguém os arrebatará de sua mão (Jo 10:28). No Evangelho a palavra vida (zoo) aparece mais de trinta e cinco vezes, e o verbo viver ou ter vida (zen) mais de quinze. O que quer dizer João, pois, quando usa a palavra vida?

  1. Simplesmente quer dizer que vida é o contrário de destruição, condenação e morte. Deus enviou seu Filho para "que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16). O homem que ouve e crê tem vida eterna e não entrará em juízo (Jo 5:24). Há um contraste entre a ressurreição para a vida e a ressurreição para a condenação (Jo 5:29). Aqueles a quem Jesus dá vida não perecerão jamais (Jo 10:28). Em Jesus há algo que dá segurança ao homem nesta vida e na outra. Não se pode dizer que vivemos até que não aceitamos a Jesus e o tomamos como nosso Salvador e o coroamos como nosso rei. O homem que vive uma vida sem Cristo existe, mas não sabe o que é a vida. Jesus é a única pessoa que pode transformar a vida em algo que merece ser vivida, e em sua companhia a morte não é mais que o prelúdio de uma vida ainda mais plena.
  2. Mas João está seguro de que, embora Jesus é quem traz esta vida, a origem, o autor e o doador da vida é Deus. Com freqüência emprega a frase o Deus vivo, como de fato o faz toda a Bíblia repetidamente. A vontade do Pai que enviou a Jesus é que quem o veja e nele crê tenha vida (Jo 6:40). Jesus é o doador da vida porque o Pai pôs sobre ele seu selo de aprovação (Jo 6:27). Dá vida a todos os que Deus lhe deu (Jo 17:2). Por trás de tudo está Deus. É como se Deus estivesse dizendo: "Eu criei os homens para que tivessem vida autêntica; mediante seu pecado deixaram que viver e só existem; enviei a meu Filho para que saibam o que é a vida verdadeira".
  3. Devemos nos perguntar o que é esta vida. O quarto Evangelho emprega com freqüência a frase vida eterna. Mais adiante discutiremos todo o significado dessa frase. No momento devemos anotar o seguinte. A palavra que João emprega para eterna é aionios. Agora, seja o que for a vida eterna, não é meramente uma vida que dura para sempre. É evidente que uma vida que durasse para sempre poderia ser uma terrível maldição; muito freqüentemente a única coisa que os homens desejaram é ver-se livres da vida.

Na vida eterna deve haver algo mais que duração; deve haver certa qualidade de vida. A vida não é desejável a menos que se trate de um certo tipo de vida. Aqui temos a chave. Aionios é o adjetivo que se emprega com freqüência para descrever a Deus. No sentido mais exato da palavra, Deus é aionios, eterno; de maneira que a vida eterna é aquela vida que Deus vive. O que nos oferece Jesus de parte de Deus é a mesma vida de Deus. A vida eterna é uma vida que conhece algo da serenidade e o poder de vida do próprio Deus. Quando Jesus precisou oferecer aos homens a vida eterna, Ele os estava convidando a participar da própria vida de Deus.

  1. Como podemos, pois, entrar nessa vida? Entramos nessa vida ao crer em Jesus Cristo. A palavra crer (pisteuein) aparece não menos de setenta vezes no quarto Evangelho. "Quem crê no Filho tem a vida eterna" (Jo 3:36). “Quem crê em mim", diz Jesus, "tem a vida eterna" (Jo 6:47). A vontade de Deus consiste em que os homens vejam o Filho, criam nele e tenham a vida eterna (Jo 5:24).

O que significa para João crer?

  1. Significa que devemos estar convencidos de que Jesus é real e verdadeiramente o Filho de Deus. Quer dizer que devemos nos decidir a respeito de Jesus. Depois de tudo, se Jesus não for mais que um homem, não há nenhuma razão para lhe prestarmos obediência total e implícita que exige. Devemos pensar por nós mesmos quem foi Jesus. Devemos vê-lo, aprender coisas a respeito dele, estudá-lo, pensar nele até que cheguemos à conclusão que não é outro senão o Filho de Deus.
  2. Mas nisto há mais que uma crença intelectual. Crer em Jesus significa tomá-lo pela palavra. Significa aceitar seus mandamentos como algo absolutamente obrigatório, crer sem questionar que o que ele diz é a verdade, agir sob a convicção de que não podemos fazer outra coisa senão obedecer sua palavra. Para o João, a crença consta de três passos. Primeiro, significa a convicção da mente a respeito de que Jesus é o Filho de Deus. Segundo, significa a confiança do coração em que tudo o que Jesus diz é verdade. Terceiro, significa apoiar toda ação da vida na segurança inamovível de que devemos tomar a Jesus ao pé da letra.

Quando chegamos a este ponto deixamos de existir e começamos a viver. Sabemos o que quer dizer a Vida, com maiúscula.

VIDA E LUZ

Jo 1:4 (continuação)

A segunda grande palavra chave do João com que nos defrontamos nesta passagem é a palavra luz. Esta palavra luz aparece não menos de vinte e uma vezes no quarto Evangelho. Jesus, como diz João aqui, é a luz dos homens. A função de João Batista consistia em assinalar aos homens essa luz que estava em Cristo. Em duas ocasiões Jesus se denomina a si mesmo a luz do mundo (Jo 8:12; Jo 9:5). Esta luz pode estar nos homens (Jo 11:10), convertendo-os assim em filhos da luz (Jo 12:36). Disse Jesus: “Eu que sou a luz, vim ao mundo” (Jo 12:46, Trad. Brasileira).

Vejamos se podemos compreender algo desta idéia da luz que Jesus traz para o mundo. Sobressaem-se três pontos:

  1. A luz que Jesus traz é a luz que faz desaparecer o caos. No relato da criação, Deus se movia sobre o abismo escuro e sem forma que existia antes do princípio do mundo, e disse: "Haja luz" (Gn 1:3). A luz recém-criada por Deus, chegando ao caos vazio, eliminou-o. Assim, pois, Jesus era a luz que resplandece nas trevas (Jo 1:5). Jesus é a única pessoa que pode evitar que a vida se converta em um caos. Entregues a nossas próprias forças estamos à mercê de nossas paixões, desejos, temores e medos. Quando Jesus aparece na vida, vem a luz. Um dos temores mais antigos do mundo é o temor à escuridão. A vida está em trevas, cheia de temores sem nome, instintiva, até que vem Jesus.

Há um conto de um menino que devia dormir em uma casa alheia. A proprietária de casa, acreditando ser amável, ofereceu-lhe deixar a luz acesa quando ele fosse para a cama. Com toda cordialidade, ele declinou o oferecimento. "Pensei", disse a proprietária da casa, "que você poderia ter medo da escuridão." "Oh, não", disse o garotinho, "sabe, é a escuridão de Deus".
Com Jesus, a noite é luz ao nosso redor, o mesmo que o dia.

  1. A luz que Jesus traz é uma luz reveladora. A condenação dos homens consiste em que amaram as trevas mais do a luz; e foi assim porque suas ações eram más, e aborreceram a luz para que ela não repreendesse as suas obras (Jo 3:19-20

    É um fato curioso que no quarto Evangelho todas as referências a João Batista são referências pejorativas. Existe uma explicação. João era uma voz profética; a voz profética tinha permanecido em silêncio durante quatrocentos anos, e em João voltou a falar. Parece que havia alguns que se sentiam tão fascinados por João que lhe deram um lugar mais alto do que lhe correspondia. De fato, existem referências sobre uma seita que dava a João o lugar supremo. Achamos um eco de tal seita em Atos 19:3-4.

    Em Éfeso, Paulo se encontrou com um grupo de pessoas que só conheciam o batismo de João. Não se trata de que o quarto Evangelho se propõe a criticar a João Batista ou subestimar sua importância. Simplesmente João sabia que havia algumas pessoas que davam ao Batista um lugar que usurpava o que correspondia ao próprio Jesus.
    Assim, pois, ao longo de todo o quarto Evangelho João cuida de assinalar uma e outra vez que o posto de João Batista na estrutura das coisas era elevado, mas que, entretanto, seguia sendo subordinado ao de Jesus Cristo. Aqui se preocupa em assinalar que João não era essa luz, e sim um mero testemunho da luz (Jo 1:8). Mostra a João negando que ele fosse o Cristo, nem sequer o grande profeta que Moisés tinha prometido (Jo 1:20). Quando os judeus se dirigiram a João e lhe disseram que Jesus tinha começado sua carreira como mestre, certamente esperavam que João se sentisse incomodado. Mas o quarto Evangelho mostra a João negando que lhe pertencia o primeiro lugar, e declarando que ele devia minguar enquanto Jesus devia crescer (Jo 3:25-30

    Quando João escreveu esta passagem tinha em mente duas idéias.
    (1) Estava pensando na época antes de Jesus vir ao mundo em carne. Muito antes de Jesus vir ao mundo em carne, desde o início do tempo, desde que o mundo foi criado, o Logos de Deus, o Verbo de Deus, tinha estado em ação no mundo. No princípio, o dinâmico Verbo criador, de Deus, criou o mundo; e após a Palavra, o Logos, a razão de Deus é a que tem feito com que o mundo seja um todo ordenado e que o homem seja um ser pensante. Para os que tivessem abertos seus sentidos, o Logos, a palavra sempre era visível e reconhecível no universo.

    A Confissão de Fé de Westminster começa dizendo que "as luzes da natureza e as obras da criação e da providência manifestam a sabedoria, a bondade e o poder de Deus de tal maneira que o homem carece de desculpas". Faz muito tempo Paulo disse que as coisas visíveis que há no mundo estão destinadas por Deus a dirigir os pensamentos dos homens para as coisas invisíveis, e que se os homens tivessem olhado o mundo com os olhos abertos e com um coração compreensivo seus pensamentos os teriam levado de modo inevitável ao Criador do mundo (Romanos 1:19-20).

    O mundo sempre foi tal que, se se o olhar na forma correta, conduz as mentes dos homens para Deus. A teologia sempre tem feito uma distinção entre a teologia natural e a teologia revelada. A teologia revelada se ocupa das verdades que nos chegaram diretamente de Deus; por intermédio de seus profetas, das páginas de seu Livro e, fundamentalmente, através de Jesus Cristo. A teologia natural se ocupa das verdades que o homem pode descobrir mediante o exercício de sua própria mente e intelecto no mundo em que vive. De que maneira, então, podemos ver o Verbo, o Logos, a Razão, a Mente de Deus no mundo em que vivemos?

    1. Devemos olhar para fora. Entre os gregos sempre existiu uma idéia fundamental: onde há ordem deve haver uma mente. Quando olhamos ao mundo notamos uma ordem surpreendente. Os planetas mantêm seus cursos. As marés seguem um ritmo. A época da semeadura e da colheita, o inverno e o verão, o dia e a noite chegam em sua ordem. É evidente que na natureza existe uma ordem, e portanto, também é evidente que deve haver uma mente por trás. Mais ainda, essa mente deve ser superior à mente humana, porque consegue resultados que a mente humana jamais pode obter. Ninguém pode converter a noite em dia, ou o dia em noite; ninguém pode fazer uma semente que tenha poder germinativo em seu interior; ninguém pode fazer um ser vivente. De maneira que a mente da natureza é muito superior à mente do homem. Portanto, se no mundo há ordem, deve haver uma mente; e se dentro dessa ordem há coisas que estão mais além do poder da mente do homem, a mente que está por trás da ordem da natureza deve ser uma mente que está muito acima da mente do homem. E assim chegamos diretamente a Deus. Olhar para fora o mundo significa enfrentar-se face a face com o Deus que criou o mundo.
    2. Devemos olhar para cima. De todas as coisas que demonstram a ordem assombrosa do mundo, nenhuma é mais demonstrativa que o movimento desse mundo. A astronomia nos diz que há tantas estrelas como grãos de areia nas praias. Se podemos expressá-lo em termos humanos, pensemos nos problemas de trânsito do céu. E entretanto, os corpos celestes mantêm seus cursos e transitam por seus próprios caminhos.

    Um astrônomo é capaz de predizer com a precisão de um minuto e de um centímetro onde e quando aparecerá um planeta determinado. Pode dizer-nos quando e onde haverá um eclipse de Sol, possivelmente dentro de cem anos, e nos pode dizer quanto tempo vai durar. Afirmou— se que "nenhum astrônomo pode ser ateu". Quando olhamos para cima vemos a Deus.

    1. Devemos olhar para dentro. De onde obtivemos o poder de pensar, raciocinar, conhecer? De onde obtivemos nosso conhecimento do bem e do mal? Por que o homem mais descontrolado e perverso sabe em seu interior que está agindo mal?

    Faz muito tempo Kant afirmou que havia duas coisas que o convenciam a respeito da existência de Deus; o mundo estrelado que tinha acima dele e a lei moral que tinha abaixo. Nós nem nos demos a vida a nós mesmos, nem nos demos a razão que guia e dirige a vida. Devem proceder de algum poder exterior a nós. De onde vêm o remorso, o arrependimento e o sentimento de culpa? Por que alguma vez podemos fazer o que queremos e ficar em paz? Quando olhamos para dentro encontramos o que Marco Aurélio chamou "o Deus interior" e o que Sêneca denominou "o espírito santo que habita em nossas almas". Ninguém pode explicar-se a si mesmo prescindindo de Deus.

    1. Devemos olhar para trás. Froude, o grande historiador, afirmou que toda a história é uma demonstração da lei moral em ação. Os impérios surgem e decaem.

    E a história demonstra que a degeneração moral e o colapso nacional vão de mãos dadas. "Nenhuma nação", disse George Bernard Shaw, "sobreviveu à perda de seus deuses". Toda a história é a demonstração prática, nos atos, de que há um Deus.

    De maneira que, embora Jesus Cristo jamais tivesse vindo em carne a este mundo, os homens teria visto a Palavra, o Logos, a Razão de Deus em ação. Mas, embora a ação do Verbo estava à vista de todos os homens, eles jamais a reconheceram.

    NÃO RECONHECIDO

    João 1:10-11 (continuação)

    (2) Por último, a Palavra criadora e diretriz de Deus veio a este mundo sob a forma do homem Jesus. João diz que a Palavra veio “para o que era seu” e que seu próprio povo não a recebeu.

    O que quer dizer com isso?
    O que João quer dizer é que quando a Palavra de Deus veio a este mundo, não veio a Roma ou a Grécia ou ao Egito ou aos 1mpérios orientais. Veio à Palestina. E Palestina era de maneira especial a terra de Deus, e os judeus eram de maneira especial o povo de Deus. A terra da Palestina e a nação dos judeus pertenciam a Deus em uma forma em que não lhe pertencia nenhum outro povo do mundo.

    Os nomes que o Antigo Testamento emprega para designar a terra e o povo o demonstram. A Palestina é freqüentemente chamada a Terra Santa (Zc 2:12; 2 Macabeus Jo 1:7; Sabedoria Jo 12:3). É chamada a terra de Deus; Deus se refere a ela como sua terra (Os 9:3; Jr 2:7; Jr 16:18; Lv 25:23). O povo judeu Ele o chama o especial tesouro de Deus (Ex 19:5; Sl 135:4). Os judeus são o povo escolhido (Dt 14:2; Dt 26:18). São chamados a porção de Jeová (Dt 32:9).

    Quando Jesus veio Ele o fez a uma terra que era de maneira especial a terra de Deus e a um povo que era em forma peculiar o povo de Deus. Uma nação que deveria tê-lo recebido de braços abertos; todas as portas deveriam ter estado abertas; deveriam tê-lo recebido como a um viajante que retorna ao lar; ou, mais ainda, como a um rei que volta para sua própria terra ... e o rechaçaram. Receberam-no com ódio e não com adoração.

    Eis aqui a tragédia de um povo que estava preparado para cumprir uma tarefa e logo a rechaça. Nesta vida pode dar-se o caso de pais que economizam, fazem planos e se sacrificam para dar a seu filho ou filha uma oportunidade na vida, para preparar a esse filho ou filha para uma tarefa ou oportunidade em especial, e quando chega o momento, aquele em cujo benefício se fizeram tantos sacrifícios se nega a aceitar a oportunidade, ou fracassa em forma estrepitosa quando se defronta com o desafio. É uma verdadeira tragédia. E isso foi o que aconteceu a Deus.
    Seria muito errôneo pensar que Deus só preparou o povo judeu. Deus prepara a cada homem, mulher e criança neste mundo para alguma tarefa que lhes reservou.
    Certo novelista escreve sobre uma menina que se negava a tocar as coisas sujas. Quando lhe perguntavam por que, respondia: "Algum dia me vou encontrar com algo bom e quero estar preparada". Mas o que é trágico é que haja tanta gente que rechaça a tarefa que Deus lhes atribuiu. Dito de outra maneira —que fica mais clara— são muito poucos os que chegam a ser o que podem chegar a ser. Isso pode dever— se à ociosidade e a abulia, pode ser, por acanhamento e covardia, por falta de disciplina ou por estar comprometidos em interesses menores e caminhos laterais. O mundo está cheio de pessoas que jamais realizaram as possibilidades que possuem.
    Não temos por que pensar na tarefa que Deus nos atribuiu em termos de algum ato heróico ou alguma grande façanha da qual se inteirarão todos os homens. Pode tratar-se de preparar a um menino para a vida; pode tratar-se de pronunciar em um momento dado a palavra correta e exercer essa influência que evitará que alguém arruíne sua vida; pode consistir em fazer algum trabalho menor particularmente bem; pode consistir em fazer algo que afetará as vistas de muitos através de nossas mãos, nossas vozes ou nossas mentes. O fato é que Deus nos está preparando para algo através de todas as experiências da vida; e apesar disso há tantos que rechaçam a tarefa que lhes é apresentada, e que jamais se dão conta de que a estão rechaçando.

    A simples frase: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”, contém toda a tragédia do mundo. Aconteceu a Jesus faz muito tempo, e continua acontecendo em nossos dias.

    FILHOS DE DEUS

    João 1:12-13

    Nem todos rechaçaram a Jesus quando Ele veio; houve alguns que o receberam e lhe deram as boas-vindas, e a eles Jesus deu o direito de converter-se em filhos de Deus.
    Há um sentido em que o homem não é naturalmente filho de Deus. Um sentido no qual deve converter-se em filho de Deus. Podemos pensá-lo em termos humanos, porque são os únicos termos em que somos capazes de pensar.

    Há duas classes de filhos. Há o filho que jamais faz nada mais que usar sua casa. Durante toda sua juventude toma tudo o que seu lar lhe oferece e não dá nada em troca. Seu pai pode trabalhar e fazer sacrifícios para lhe dar uma oportunidade na vida, e ele toma como se se tratasse de um direito, e jamais se dá conta do que está tomando nem faz esforço algum por merecê-lo ou devolvê-lo. Quando vai embora de casa, não tenta manter-se em contato com seus pais. O lar cumpriu seu propósito e ele já não tem nada que ver com ele. Não toma consciência de nenhum laço que se deva manter nem de dívidas que deva pagar. Esse filho é o filho de seu pai; deve-lhe sua existência; deve-lhe o que é; mas entre ele e seu pai não existe nenhum laço de amor, intimidade ou união. O pai deu todo seu amor; mas o filho não deu nada em troca.
    Por outro lado há o filho que durante toda sua vida tem presente o que seu pai fez e continua fazendo por ele. Aproveita cada oportunidade para demonstrar seu agradecimento buscando ser o filho que seu pai deseja; à medida que passam os anos se vai aproximando cada vez mais ao pai, a relação entre o pai e o filho se converte em uma relação de camaradagem e amizade. Mesmo que vá embora de sua casa, subsiste o vínculo que os une e continua sendo consciente de uma dívida que jamais poderá pagar.
    No primeiro caso o filho se afasta cada vez mais do pai; na segunda a aproximação é cada vez maior. Ambos os som filhos, mas seu caráter de tais é muito distinto. O segundo se converteu em filho em uma forma que o primeiro jamais chegou a ser.
    Podemos ilustrar este tipo de relação desde outra esfera, embora semelhante. A um professor famoso foi mencionado o nome de um jovem que afirmava ter sido aluno dele. O homem mais velho respondeu: "Pode ser que tenha assistido a minhas classes, mas não foi um de meus estudantes". Há uma diferença enorme entre sentar-se nas classes de um professor e ser um de seus alunos. Pode haver contato sem comunhão; pode haver relação sem camaradagem. Todos os homens são filhos de Deus no sentido de que todos devem sua criação e a conservação de sua vida a Deus; mas só alguns homens se convertem em filhos de Deus na verdadeira profundidade e intimidade da autêntica relação entre pai e filho.

    João afirma que os homens só podem entrar nessa relação verdadeira e autêntica através de Jesus Cristo. Quando João diz que não procede de sangue está empregando o pensamento judaico, porque os judeus consideravam que um filho físico nascia da união da semente do pai com o sangue da mãe. Este caráter de filho não procede de nenhum impulso ou desejo humano, nem de nenhum ato da vontade humana;

    procede inteiramente de Deus. Não podemos nos tornar filhos de Deus por nossos próprios meios; devemos entrar em uma relação que Deus nos oferece. Ninguém pode entrar jamais na amizade de Deus por sua própria vontade e suas forças; há um enorme abismo entre o humano e o divino. O homem só pode desfrutar da amizade de Deus quando Deus mesmo abre o caminho.

    Mais uma vez, pensemos em termos humanos. Um plebeu não pode aproximar-se de um rei para oferecer-lhe sua amizade; se ela tiver que existir deve depender exclusivamente da aproximação por parte do rei. O mesmo acontece com Deus e nós. Não podemos entrar em uma relação de amizade com Deus por nossa própria vontade ou méritos, visto que nós somos homens e Deus é Deus. Só podemos participar dessa amizade quando Deus, em sua graça absolutamente imerecida, condescende em seu amor, a abrir o caminho para si mesmo.

    Mas isto tem um lado humano. O homem deve apropriar o que Deus oferece. Um pai humano pode oferecer seu amor, seu conselho, sua amizade a seu filho e este pode rechaçá-lo e preferir tomar seu próprio caminho. O mesmo acontece com Deus. Oferece-nos o direito a nos converter em seus filhos, mas não temos obrigação de aceitar esse direito.

    Nós o aceitamos quando cremos no nome de Jesus Cristo. O que significa isso? O pensamento e a língua hebraica tinham uma forma de usar a expressão o nome que para nós é estranha. Ao falar do nome o pensamento judeu não se referia tanto no nome que se usava para chamar uma pessoa, como à sua natureza na medida em que se mostrava e era conhecida.

    No Sl 9:10, por exemplo, o salmista diz: “Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome”. É evidente que não significa que quem sabe que o nome de Deus é-Jeová serão os que confiarão nele. Quer dizer que quem conhece a personalidade de Deus, sua natureza, como Ele é, estarão dispostos e desejosos de confiar nele para todas as coisas. No Sl 20:7, o salmista diz: “Uns confiam em carros, outros, em cavalos;

    nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus”. É evidente que não se gloriarão de que Deus é chamado Jeová. Quer dizer que alguns depositam sua confiança em ajudas humanas, mas nós depositaremos nossa confiança em Deus porque sabemos como Ele é.

    Confiar no nome de Jesus, então, significa confiar no que Jesus é. Jesus era a personificação da generosidade, do amor, da amabilidade e do serviço. A grande doutrina central de João é que em Jesus vemos a própria mente de Deus, da atitude de Deus para os homens. Se crerem nisso, também crêem que Deus é como Jesus, tão amoroso e generoso como foi Jesus. Crer no nome de Jesus significa crer que Deus é como Jesus; e só quando crêem isso podemos nos submeter a Deus e nos converter em seus filhos. A menos que vermos em Jesus como é Deus, jamais nos atreveremos a nos considerar capazes de nos converter em filhos de Deus. O que é Jesus é o que nos abre a porta à oportunidade de nos converter em filhos de Deus.

    O VERBO SE FEZ CARNE

    Jo 1:14

    Estas palavras encerram a razão de ser do quarto Evangelho. João pensou e falou sobre o Verbo de Deus, esse Verbo poderoso, dinâmico, criador que foi agente e causa da criação, esse Verbo que guia, dirige, controla e põe ordem no mundo e a mente no homem. Tratava-se de idéias que eram conhecidas e comuns tanto entre os judeus como entre os gregos. Agora diz a coisa mais surpreendente e incrível que pôde haver dito. Diz com a maior naturalidade: "Esse Verbo que criou o mundo, essa Razão que controla a ordem do mundo, converteu-se em uma pessoa e o vimos com nossos próprios olhos". A palavra que emprega João para ver este Verbo é theasthai; esta palavra aparece no Novo Testamento mais de vinte vezes e sempre é usada para indicar a visão física. Não se trata de uma visão espiritual que se vê com o olho da alma ou da mente. João declara que este Verbo veio ao mundo na forma de um homem e que foi visto por olhos humanos. Diz: "Se querem ver como é esse Verbo criador, essa Razão dominante olhem a Jesus de Nazaré".

    Aqui é onde João se afasta de todo o pensamento que o tinha precedido. Este foi o elemento completamente novo que João trouxe ao mundo grego para o qual escrevia. Muito tempo depois Agostinho diria que em seus dias pré-cristãos tinha lido e estudado os grandes filósofos pagãos e suas obras, e que tinha lido muitas coisas, mas que jamais tinha lido que o Verbo foi feito carne. Para um grego isto era o impossível. O que nenhum grego pôde ter sonhado jamais é que Deus pudesse tomar um corpo. Para o grego o corpo era algo mau, uma prisão em que estava presa a alma, uma tumba na qual estava confinado o espírito. Plutarco, o velho sábio grego, nem sequer acreditava que Deus pudesse controlar os eventos deste mundo em forma direta; devia fazê-lo mediante enviados e intermediários, porque, segundo sua opinião não era menos que blasfemo envolver a Deus nos assuntos do mundo. Filo jamais poderia tê-lo dito. Ele disse: "A vida de Deus não desceu a nós; nem chegou até as necessidades do corpo".
    O grande imperador romano estóico, Marco Aurélio, desprezava o corpo em comparação com o espírito. "Portanto desprezem a carne, sangue e ossos e uma rede, um retorcido molho de nervos e veias e artérias". "A composição de todo o corpo está sujeita à corrupção". Aqui estava o pasmoso elemento novo: que Deus podia e de fato se convertia em uma pessoa humana, que Deus podia vir a esta vida que nós vivemos, que a eternidade podia aparecer no tempo, que de algum modo o Criador podia aparecer na criação de maneira tal que os olhos dos homens podiam vê-lo.
    Esta concepção de Deus em forma humana é tão assombrosamente nova e desconhecida que não deve nos surpreender que dentro da mesma Igreja houvesse quem não cresse nela. O que diz João é que o Verbo se tornou sarx. Agora, sarx é a mesma palavra que Paulo emprega uma e outra vez para descrever o que ele chamava a carne, a natureza humana, com todas suas debilidades e toda sua disposição ao pecado. A simples idéia de tomar esta palavra e aplicá-la ao Verbo, a Deus, era algo diante da qual suas mentes titubeavam. De maneira que dentro da Igreja surgiu um grupo de pessoas chamado docetistas. Dokein é a palavra grega para parecer ser. Essas pessoas sustentavam que em realidade Jesus não era mais que um fantasma, uma aparência, que seu corpo humano não era um corpo real, que não era mais que um espírito que caminhava como um fantasma, que em realidade não podia sentir fome ou cansaço, tristeza ou dor, que de fato era um espírito sem corpo sob a forma aparente de um homem. João se ocupou desta gente de maneira muito mais direta em sua primeira Epístola. “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo” (I João 4:2-3). É certo que esta heresia surgiu de uma espécie de reverência equivocada. Surgiu do espírito que temia dizer que Jesus era verdadeiro, real e completamente humano. Segundo a opinião de João, tratava-se de um espírito que contradizia todo o evangelho cristão.

    Bem pode ser que freqüentemente, em nosso afã em conservar o fato de que Jesus era completamente Deus, tendamos a nos esquecer do fato de que era completamente homem. O Verbo se fez carne. Possivelmente aqui, mais que em qualquer outro lugar do Novo Testamento, encontramos a gloriosa proclamação da humanidade de Jesus em toda sua plenitude. Em Jesus vemos o Verbo criador de Deus, a Razão controladora de Deus, assumindo a humanidade. Em Jesus vemos a Deus vivendo a vida tal como Deus a teria vivido se tivesse sido um homem. Embora não pudéssemos dizer nada mais sobre Jesus, poderíamos afirmar que nos mostra como Deus teria vivido esta vida que nós temos que viver.

    O VERBO SE FEZ CARNE

    Jo 1:14 (continuação)

    Poderia afirmar-se que este é o versículo mais importante de todo o Novo Testamento; de maneira que devemos lhe dedicar muito tempo para poder desfrutar de suas riquezas.

    Já vimos que João tem certas palavras fundamentais, que rondam por sua mente e dominam seu pensamento e são os temas a partir dos quais elabora toda a sua mensagem.

    Aqui temos outras três dessas palavras.

    1. A primeira é a palavra graça. Esta palavra graça sempre consta de duas idéias básicas.
    2. Sempre implica a idéia de algo completamente imerecido. Sempre implica a idéia de algo que nunca poderíamos ter obtido ou ganho ou obtido ou alcançado por nosso próprio esforço. O fato de que Deus tenha vindo à Terra para viver e morrer pelos homens não é algo que a humanidade merecesse; é um ato de puro amor da parte de Deus. A palavra graça acentua ao mesmo tempo a total pobreza do homem e a bondade ilimitada do amor de Deus.
    3. Sempre implica a idéia de beleza. Em grego moderno essa palavra significa encanto. Em Jesus vemos a absoluta formosura de Deus. Os homens tinham pensado em Deus em termos de poder, majestade, força e juízo. Tinham pensado no poder de Deus que podia desfazer toda oposição e vencer toda rebeldia; mas em Jesus os homens se encontram com o caráter amoroso do amor de Deus.
    4. A segunda é a palavra verdade. Esta palavra verdade é uma das notas dominantes no quarto Evangelho. À medida que avancemos na leitura do Evangelho nos encontraremos com ela freqüentemente. Aqui só podemos reunir em forma breve e superficial tudo o que João pode dizer sobre Jesus e a verdade.
    5. Jesus é a encarnação da verdade. Disse: "Eu sou a verdade" (Jo 14:6). Para ver a verdade devemos olhar a Jesus. Eis aqui algo imensamente precioso para toda mente e alma singela. Há pouca gente que pode compreender idéias abstratas. A maior parte das pessoas pensa em imagens, não em abstrações. Podemos pensar e discutir pelo resto de nossos dias e é muito provável que não nos aproximemos nem um ápice a uma definição da beleza. Mas podemos apontar uma pessoa bela, podemos dizer que isso é a beleza, e se esclarece toda a questão. Desde que os homens começaram a pensar sobre Deus tentaram definir com exatidão quem e o que é Deus mas suas mentes diminutas não se aproximam no mais mínimo a uma definição. Mas podemos deixar de pensar, e olhar a Jesus Cristo e dizer: "Assim é Deus". Jesus não precisou falar aos homens a respeito de Deus; precisou mostrar aos homens como é Deus, de maneira que a mente mais simples pudesse conhecer a Deus com tanta intimidade como a mente do maior dos filósofos.
    6. Jesus é quem comunica a verdade. Jesus disse a seus discípulos que se permaneciam com ele conheceriam a verdade (Jo 8:31). A Pilatos disse que o propósito de sua vinda a este mundo era dar testemunho da verdade (Jo 18:37). Os homens estão dispostos a seguir a um professor ou pregador que realmente possa guiá-los neste complicado trabalho de pensar e viver. Jesus é o que converte as coisas que estão em sombras em algo claro; é quem, nas muitas encruzilhadas da vida, nos indica qual é o caminho correto; quem, nos momentos de tomar decisões, nos ajuda a escolher bem; quem, em meio das muitas vozes que exigem nossa obediência nos diz o que devemos acreditar.
    7. Mesmo tendo partido desta Terra em seu corpo, Jesus nos deixou seu Espírito para nos dizer qual é a verdade e para nos guiar à verdade. Seu Espírito é o Espírito de verdade (Jo 14:17; Jo 15:26; Jo 16:13). Jesus não nos deixou só um livro de instruções e um conjunto de ensinos. Não temos necessidade de indagar em um texto ininteligível para descobrir o que temos que fazer. Ainda hoje, podemos lhe perguntar o que devemos fazer, porque seu Espírito está conosco em cada passo que damos pelo caminho de Deus.
    8. A verdade é aquilo que nos faz livres (Jo 8:32). Na verdade sempre há certa qualidade libertadora. Um menino está acostumado a adquirir idéias estranhas, equivocadas a respeito das coisas quando pensa por sua própria conta. E muito freqüentemente sente temor. Um homem pode temer que está doente; vai ao médico, e embora o veredicto seja mau, pelo menos se sente livre dos temores difusos que o atormentavam. A verdade que nos traz Jesus nos liberta do afastamento de Deus; nos liberta da frustração na vida; nos liberta de nossos próprios temores e debilidades e fracassos. Jesus Cristo é o maior libertador da Terra.
    9. A verdade pode ofender. Procuraram matar a Jesus porque lhes disse a verdade (Jo 8:40). A verdade pode muito bem condenar a um homem; pode lhe mostrar o quão equivocado está. "A verdade", diziam os cínicos, "pode ser como a luz aos olhos doentes". Os cínicos afirmavam que o professor que jamais incomodava a ninguém, tampouco fazia bem a ninguém. Mas fica um fato concreto: os homens podem fechar seus olhos e mentes à verdade; podem matar o homem que lhes diz a verdade, mas a verdade permanece. Ninguém jamais conseguiu destruir a verdade negando-se a escutar a voz que a pronunciava. E, no final, a verdade o alcançará.
    10. A verdade pode não ser crida (Jo 8:45). Há duas razões principais pelas quais os homens não creram na verdade. Podem não crer nela porque é muito bela para ser certa; ou podem não crer nela porque estão tão atados a suas meias verdades que se negam a separar-se delas. Em muitos casos as meias verdades são os piores inimigos das verdades totais.
    11. A verdade não é algo abstrato; é algo que terá que fazer (Jo 3:21). A verdade é algo que se deve conhecer com a mente, aceitar com o coração e pôr em prática na vida.

    O VERBO SE FEZ CARNE

    Jo 1:14 (continuação)

    Este é um dos versículos das Escrituras ao qual se poderia dedicar toda uma vida de estudo e reflexão sem chegar a esgotar seu significado. Devemos, pois, examiná-lo mais uma vez. Já vimos duas das grandes palavras temáticas que se encontram nele; agora devemos examinar a terceira, a palavra glória. Uma e outra vez João emprega a palavra glória, em relação com o Jesus Cristo. Primeiro analisaremos o que diz João a respeito da glória de Cristo, e logo passaremos a ver se podemos compreender ao menos uma pequena parte do que quer dizer.

    1. A vida de Jesus Cristo foi uma manifestação de glória. Quando fez o milagre da água e o vinho em Cã da Galiléia, João diz que manifestou sua glória (Jo 2:11). Ver a Jesus e experimentar seu poder e seu amor era penetrar em uma glória nova.
    2. A glória que manifesta é a glória de Deus. Não é dos homens de quem recebe a glória (Jo 5:41). Não procura sua própria glória, e sim a glória daquele que o enviou (Jo 7:18). É seu Pai quem o glorifica (Jo 8:50, Jo 8:54). É a glória de Deus a que Marta verá na ressurreição do Lázaro (Jo 11:4). A ressurreição de Lázaro é para a glória de Deus, para que o Filho seja glorificado por ela (Jo 11:4). A glória que estava em Jesus, que o rodeava através dele, que agia nele, é a glória de Deus.
    3. E entretanto, essa glória era algo que pertencia somente a ele. No final roga que Deus o glorifique com a glória que tinha antes que o mundo existisse (Jo 17:5). Não brilha com luz alheia; sua glória é sua e por direito próprio.
    4. Transmitiu a seus discípulos a glória que lhe pertence. Deu-lhes a glória que Deus lhe deu (Jo 17:22). É como se Jesus participasse da glória de Deus e o discípulo participasse da glória de Cristo. Seria como dizer que a vinda de Cristo é a chegada da glória de Deus aos homens.

    Agora, o que quer dizer João com tudo isto? Para responder a esta pergunta devemos nos dirigir ao Antigo Testamento. O judeu amava a idéia da Shekinah. A Shekinah significa aquilo que habita; e é a palavra que se emprega para designar a presença visível de Deus entre os homens. Vez após vez no Antigo Testamento nos deparamos com a idéia de que houve épocas em que a glória de Deus era visível entre os homens. No deserto, antes da vinda do maná, os filhos de Israel “olharam para o deserto, e eis que a glória do SENHOR apareceu na nuvem” (Ex 16:10). Antes de ser feita a entrega dos Dez Mandamentos, “a glória do SENHOR pousou sobre o monte Sinai” (Ex 24:16). Quando o tabernáculo acabou de ser construído e equipado, “a glória do SENHOR encheu o tabernáculo” (Ex 40:34). Quando se dedicou o templo de Salomão os sacerdotes não puderam entrar para ministrar “porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR” (1Rs 8:11). Quando Isaías teve sua visão no Templo, ouviu cantar o coro de anjos que "toda a terra está cheia de sua glória" (Is 6:3). Em seu êxtase, Ezequiel viu "a semelhança da glória de Jeová" (Ez 1:28). No Antigo Testamento a glória do Senhor vinha em momentos em que Deus estava muito perto.

    A glória do Senhor quer dizer simplesmente a presença de Deus. João emprega uma ilustração cotidiana.
    Um pai dá a seu filho mais velho sua própria autoridade, sua própria honra. O herdeiro do trono, o herdeiro do rei, seu filho mas velho, é investido com toda a glória real de seu pai. O mesmo aconteceu com Jesus. Quando Jesus veio à terra os homens viram nele o esplendor de Deus, e no centro desse esplendor há amor. Quando Jesus veio à terra os homens viram nele a maravilha de Deus, e a maravilha era amor. Quando veio Jesus os homens viram que a glória de Deus e o amor de Deus eram uma e a mesma coisa. A glória de Deus não é a glória de um despótico tirano oriental, mas sim esse esplendor do amor perante o qual nos prostramos, não em terror abjeto, e sim perdidos em assombro, amor e louvor.

    A INESGOTÁVEL PLENITUDE

    João 1:15-17

    Já vimos que o quarto Evangelho foi escrito em uma situação em que era necessário assegurar-se de que João Batista não ocupasse uma posição muito exagerada no pensamento dos homens. De maneira que João começa esta passagem com uma frase de João Batista em que outorga o primeiro e único lugar a Jesus.
    João o Batista diz a respeito de Jesus: “O que vem depois de mim é antes de mim.” Esta frase pode significar mais de uma coisa.

    1. Jesus era, em realidade, seis meses mais novo que João e João pode estar dizendo com toda simplicidade: "Alguém que é mais novo que eu ficou na minha frente."
    2. João pode estar dizendo: "Eu saí a campo antes que Jesus; ocupei o centro da cena antes que ele; antes que ele aparecesse, eu já estava trabalhando; mas tudo o que fazia era preparar o caminho para sua vinda; eu não era mais que a vanguarda do exército principal e o arauto do rei."
    3. Pode ser que João tenha estado pensando em termos muito mais profundos que isso. Pode ter estado pensando não em termos de tempo, mas sim de eternidade. Pode estar pensando e recordando que Jesus era o que tinha existido antes de que o mundo existisse, e com quem não se pode comparar nenhuma figura humana. Pode ser que estas três idéias tenham estado presentes na mente do João. Não foi João quem exagerou sua própria posição; tratava-se de um engano que tinham cometido alguns de seus seguidores. Para João, o lugar principal pertencia a Jesus Cristo.

    Esta passagem passa a afirmar três coisas a respeito de Jesus.

    1. De sua plenitude todos nos beneficiamos. A palavra que emprega João para dizer plenitude é uma palavra muito importante: pleroma, e significa a soma total de tudo o que se encontra em Deus. Trata-se de uma palavra que Paulo emprega com freqüência. Em

    Cl 1:19 diz que em Cristo habita toda pleroma. Em Cl 2:9 diz que em Cristo habita toda a pleroma da deidade em forma corporal. Queria dizer que em Cristo habitava a totalidade da sabedoria, do poder e do amor de Deus. Justamente por isso Jesus é inesgotável.

    Um homem pode dirigir-se a Jesus com qualquer necessidade e vê— la satisfeita. Um homem pode dirigir-se a Jesus com qualquer ideal e vê— lo realizado. Em Jesus, o homem que ama a beleza encontrará a beleza suprema. Em Jesus, o homem para quem a vida é a busca do conhecimento encontrará a revelação suprema. Em Jesus, o homem que necessita coragem encontrará o modelo e o segredo da valentia. Em Jesus, o homem que sente que não pode enfrentar com a vida encontrará o Mestre da vida e a força para viver. Em Jesus, o homem que é consciente de seu pecado encontrará o perdão de seu pecado e o poder para ser bom. Em Jesus, a pleroma, a plenitude de Deus, tudo o que está em Deus, o que Westcott denominou "a fonte da vida divina", converte— se em algo acessível ao homem.

    1. Dele recebemos graça sobre graça. Literalmente, em grego significa graça em lugar de graça. O que significa esta frase estranha?

    (a) Pode querer dizer que em Cristo encontramos uma maravilha que conduz a outra.
    Certa vez um dos antigos missionários se aproximou a um dos velhos reis de certa região. O rei lhe perguntou o que podia esperar se se convertia em cristão. O missionário respondeu: "Você encontrará uma maravilha sobre outra e cada uma delas será certa."
    Às vezes, quando viajamos por uma rota muito solitária, uma paisagem sucede à outro. Diante de cada vista pensamos que nada poderia ser mais bonito e depois de uma curva nos deparamos com uma beleza nova e superior à anterior.
    Quando um homem se dedica a estudar algum tema importante, tal como a música, a poesia ou a arte, nunca o esgota. Sempre há novas experiências de beleza à sua espera. O mesmo acontece com Cristo.

    Quanto mais sabemos sobre Ele, mais maravilhoso o encontramos. Quanto mais tempo vivemos com Ele, mais amor descobrimos. Quanto mais pensamos sobre Ele e com Ele mais amplo se faz o horizonte da verdade. Esta frase pode ser a forma que escolheu João para expressar o caráter ilimitado de Cristo. Pode ser sua forma de dizer que o homem que permanece com Cristo encontrará novas maravilhas em sua alma iluminando a sua mente e prendendo o seu coração dia a dia.

    (b) Pode ser que devamos tomar esta expressão ao pé da letra. Em Cristo encontramos graça em lugar de graça. As diferentes idades e as diferentes situações da vida exigem um tipo de graça distinto. Necessitamos uma graça nos dias de prosperidade e outra nos dias da adversidade. Necessitamos uma graça nos dias luminosos da juventude e outra quando as sombras da idade começam a cair sobre a vida. A Igreja necessita uma graça nos tempos de perseguição e outra quando a aceitou. Necessitamos um tipo de graça quando sentimos que estamos por cima de todas as coisas e outro tipo de graça quando nos sentimos deprimidos e descoroçoados e à beira do desespero. Necessitamos um tipo de graça para carregar nossa carga e outro para carregar as cargas do próximo. Necessitamos uma graça quando estamos seguros das coisas e outra quando sentimos que já não fica nada seguro no mundo.

    Esta graça de Deus nunca é algo estático, mas algo dinâmico. Nunca deixa de estar à altura da situação. Uma necessidade entra na vida e junto com ela chega uma graça. Passa essa necessidade e nos assalta outra e com ela vem outra graça. Ao longo de toda a vida sempre estamos recebendo graça em lugar de graça, porque a graça de Cristo é triunfalmente adequada para satisfazer cada situação que se apresenta.

    1. A Lei veio através de Moisés, mas a graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo. Na forma antiga de vida, esta estava governada pela Lei. O homem tinha que fazer algo determinado, gostasse ou não, conhecessem ou não a razão para agir dessa maneira; mas depois da vinda de Cristo já não procuramos obedecer a Lei de Deus como escravos; procuramos responder ao amor de Deus como filhos. Através de Jesus Cristo, Deus o legislador se tornou o Deus Pai, Deus o Juiz se tornou o Deus que ama as almas dos homens.

    A REVELAÇÃO DE DEUS

    Jo 1:18

    Quando João diz que nenhum homem jamais viu a Deus qualquer pessoa do mundo antigo concordaria em tudo com ele. No mundo antigo os homens se sentiam fascinados, deprimidos e frustrados pelo que consideravam a distância infinita e a absoluta incognoscibilidade de Deus. No Antigo Testamento Deus é representado dizendo a Moisés: “Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.” (Ex 33:20). Quando Deus lembra o povo da entrega da Lei, diz: “A voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes aparência nenhuma”. Nenhuma pessoa do Antigo Testamento teria pensado que era possível ver a Deus.

    Os grandes pensadores gregos sustentavam exatamente a mesma opinião. Xenofonte havia dito. "A conjetura é sobre tudo." Platão havia dito: "O homem e Deus nunca se podem encontrar." Celso se tinha rido pela forma em que os cristãos chamavam a Deus de Pai porque "Deus sempre está além de todas as coisas". No melhor dos casos, dizia Apuleyo, os homens podem vislumbrar uma faísca de Deus, tal como um raio ilumina uma noite escura: um milésimo de segundo de iluminação e logo a escuridão absoluta. Como disse Glover: "Algo que fosse Deus, estava muito longe de estar ao alcance do comum dos homens."
    Pode ser que tenha havido momentos muito raros de êxtase em que os homens experimentavam uma fagulha do que chamavam "o Ser absoluto", mas os homens comuns eram prisioneiros da ignorância e da fantasia. Ninguém se oporia a João quando disse que nenhum homem jamais viu a Deus.
    Mas João não se detém aqui; passa a fazer a afirmação surpreendente e reveladora de que Jesus revelou por completo como é

    Deus. O que chegou aos homens é o que J. H. Bernard chama "a exibição ao mundo de Deus em Cristo". Aqui volta a ressoar a chave do evangelho de João: "Se querem ver como é Deus, olhem para Jesus Cristo."

    Por que será que Jesus pode nascer o que nenhum outro jamais fez? Onde reside seu poder de revelar Deus aos homens? João diz três coisas a respeito de Jesus.

    1. Jesus é único. A palavra grega é monogenes, que as versões correntes traduzem por unigênito. É verdade que este é o significado literal de monogenes; mas muito antes desta época tinha perdido seu significado puramente físico e tinha adquirido dois sentidos especiais. Tinha chegado a significar único e especialmente amado. É evidente que um filho único possui um lugar único e um amor único no coração de seu pai. De maneira que esta palavra chegou a expressar o caráter de único antes de qualquer outra coisa. No Novo Testamento está presente a convicção de que Jesus é único, que não existe nenhum outro como Ele, que pode fazer pelos homens o que nenhum outro pode fazer. Ele é o único que pode trazer Deus aos homens e levar os homens a Deus.
    2. Jesus é Deus. Aqui nos encontramos com a mesma frase que vimos no primeiro versículo do capítulo. Isto não quer dizer que Jesus é idêntico a Deus; o que significa é que em mentalidade, em caráter e em ser Jesus é um com Deus. Neste caso seria melhor que pensássemos que quer dizer que Jesus é divino. Vê-lo é ver como é Deus.
    3. Jesus está no seio do Pai. Estar no seio de alguém é uma frase hebraica mediante a qual se expressa a maior intimidade possível na vida humana. A emprega ao referir-se a uma mãe e seu filho; a um marido e sua esposa. Um homem fala da esposa de seu seio (Is 62:5; Ct 4:8); ele a emprega ao referir-se a dois amigos que estão em completa comunhão mútua. Quando João empregou esta frase ao referir-se a Jesus, quis dizer que entre Jesus e Deus há uma intimidade completa, total e ininterrupta devido ao fato de que Jesus é tão íntimo com Deus, é um com ele, e pode revelá-lo aos homens.

    Em Jesus Cristo o Deus distante, incognoscível, invisível, inalcançável chegou aos homens; e Deus já não pode voltar a ser um estranho para nós.

    O TESTEMUNHO DE JOAO

    João 1:19-28

    Com esta passagem João dá começo à parte narrativa de seu Evangelho. No prólogo mostrou o que pensa fazer; escreve seu Evangelho para demonstrar que Jesus é a Mente, a Razão, o Verbo de Deus que veio a este mundo na forma de uma pessoa humana. Uma vez estabelecida sua idéia central, começa a história da vida de Jesus.
    Ninguém é tão cuidadoso com os detalhes do tempo como João. A partir desta passagem e até Jo 2:11, relata passo a passo a primeira semana da vida pública de Jesus. Os eventos do primeiro dia estão em Jo 1:19-28 (continuação)

    Os emissários da ortodoxia podiam pensar em três coisas que João poderia pretender ser:

    1. Perguntaram-lhe se era o Messias. Os judeus esperavam, e esperam até hoje, a chegada do Messias. Todo povo cativo espera a seu libertador. Os judeus se consideravam o povo eleito de Deus; não tinham dúvida de que mais cedo ou mais tarde Deus interviria para salvar a seu povo. Não havia uma idéia única sobre o Messias. Alguns esperavam a alguém que traria a paz a toda a Terra. Alguns esperavam a alguém que trouxesse o reino da justiça. A maioria esperava a alguém que seria um grande líder nacional e guiaria os exércitos dos judeus na conquista do mundo inteiro. Alguns esperavam uma personalidade sobrenatural vinda diretamente de Deus. Em maior número eram os que esperavam um príncipe que surgiria da casa de Davi. Era comum surgirem pretendentes messiânicos que provocavam rebeliões. A época em que Jesus viveu era uma de grande excitação. Era natural que perguntassem a João se pretendia ser o Messias; mas João negava por completo esta pretensão; entretanto em sua negativa insinuava algo. Em grego, a palavra eu se acentua segundo a posição que ocupe dentro da frase. É como se João houvesse dito: "Eu não sou o Messias, mas, se vocês soubessem, o Messias está aqui".
    2. Perguntaram-lhe se era Elias. Os judeus criam que, antes da chegada do Messias, Elias viria como arauto de sua vinda e para preparar o mundo para recebê-lo. Elias viria, de maneira especial, para resolver todas as disputas. Ele deixaria estabelecido que coisas e que gente eram puras e os quais eram os impuros; os que eram judeus e os que não eram; viria para reunir as famílias que se distanciaram. Era tão profunda sua crença neste fato que a lei tradicional dizia que o dinheiro e propriedades que estivessem em disputa, ou algo que se achasse e não se conhecesse o dono, deviam esperar "até que venha Elias". A convicção de que Elias viria antes do Messias retroage até Ml 4:5. Inclusive se cria que Elias ungiria o Messias para seu ofício real, tal como se ungia os reis, e que ressuscitaria os mortos para que compartilhassem o novo reino; mas João negava que qualquer honra deste tipo lhe pertencesse.
    3. Perguntaram-lhe se ele era o profeta esperado e prometido. Às vezes se acreditava que Isaías e, em especial, Jeremias, voltariam quando o Messias chegasse. Mas em realidade se trata de uma referência à segurança que Moisés deu ao povo em Dt 18:15: “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás.” Era uma promessa que nenhum judeu esquecia. Esperavam o surgimento do profeta que seria o maior de todos os profetas, e desejavam sua vinda, o profeta que seria o

    Profeta por excelência. Porém mais uma vez João negou que essa honra lhe pertencesse.

    Então lhe perguntaram quem era: sua resposta foi que não era mais que uma voz que rogava aos homens que preparassem o caminho para o Rei. A citação é de Is 40:3. Todos os Evangelhos citam este texto que fala de João (Mc 1:3; Mt 3:3; Lc 3:4). A idéia que está por trás é a seguinte. Os caminhos do oriente não estavam nivelados nem melhorados. Não eram mais que caminhos. Quando um rei se preparava para visitar uma província, ou quando um conquistador se propunha a percorrer seus domínios, arrumavam-se e endireitavam os caminhos e os punham em boas condições. O que João quis dizer foi isto: "Eu não sou ninguém; só sou uma voz que lhes diz que se preparem para a chegada do Rei". Dizia: "Preparem-se, porque o Rei está a caminho".

    João era o que deveria ser todo verdadeiro mestre e pregador: só era uma voz, alguém que apontava para o Rei. A última coisa que pretendia que os homens fizessem era que olhassem a ele; queria que se esquecessem dele e só vissem o Rei.

    Mas os fariseus se intrigavam com um detalhe. Que direito tinha João de batizar? Se tivesse sido o Messias, ou até Elias ou o profeta, poderia ter batizado. Isaías tinha escrito: “Assim borrifará muitas nações” (Is 52:15, TB.). Ezequiel havia dito: “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados” (Ez 36:25). Zacarias havia dito: “Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado e contra a impureza” (Zc 13:1). Mas por que teria João que batizar? E havia algo que o fazia ainda mais estranho. O batismo de mãos dos homens não era para os israelitas. Batizava-se aos prosélitos, pessoas que provinham de outras crenças. Um israelita nunca era batizado; ele já pertencia a Deus; não precisava ser lavado; mas os gentios que vinham de crenças pagãs deviam ser lavados no batismo. João estava levando as israelitas a fazer o que só os gentios deviam fazer. Estava sugerindo que o povo escolhido devia ser purificado. Isso era exatamente o que acreditava João. Mas não deu uma resposta direta.

    Disse: "Eu só batizo com água; mas em meio de vós há um — a quem vós não reconhecem — do qual eu não sou digno de desatar a correia de seu calçado". João não poderia haver-se atribuído uma tarefa mais doméstica. Desatar a correia do calçado era algo que faziam os escravos. Um dito rabínico afirmava que um discípulo podia fazer para seu professor algo que fizesse um serviçal, exceto desatar os sapatos. Era um serviço muito baixo para que até um discípulo o fizesse. O que João dizia, pois, era: "Vem um de quem não sou digno de ser escravo". Devemos inferir que a esta altura já tinha tido lugar o batismo de Jesus no qual João o havia reconhecido. De maneira que aqui João volta a dizer o mesmo: "Vem o Rei. E, para sua vinda, devem limpar tanto como qualquer gentio. Preparem-se para a entrada do Rei na história".

    A função de João se limitava a ser quem preparava o caminho. Qualquer grandeza que possuísse provinha da grandeza daquele cuja vinda anunciava. João é o grande exemplo do homem que está disposto a desaparecer para que se possa ver a Cristo. A seu entender, ele não era mais que um dedo que apontava a Cristo. Deus nos conceda a graça de nos esquecer de nós mesmos e lembrar só de Cristo.

    O CORDEIRO DE DEUS

    João 1:29-31

    Aqui chegamos ao segundo dia desta semana transcendental na vida de Jesus. A esta altura já tinham passado seu batismo e as tentações, e estava disposto a pôr mãos à obra para cuja execução tinha vindo ao mundo. E mais uma vez o quarto Evangelho mostra a João rendendo tributo espontâneo a Jesus. Designa-o com esse tremendo título que chegou a estar entretecido na mesma linguagem da devoção, o Cordeiro de Deus. No que estava pensando e o que tinha em memore João quando empregou esse título? Há pelo menos quatro imagens que podem contribuir em algo a este respeito.

    1. Pode ser que João tenha estado pensando no cordeiro pascual. A festa da Páscoa não estava muito longe (Jo 2:13). Há uma libertação que só podemos obter através de Jesus Cristo.
    2. João era filho de um sacerdote. Sem dúvida conhecia todo o ritual do templo e seus sacrifícios. Agora, cada manhã e cada tarde da vida inteira se sacrificava no templo um cordeiro pelos pecados do povo (Êxodo 29:38-42). Durante todo o tempo que o templo existiu ofereceu— se este sacrifício. Inclusive quando as pessoas morriam de fome durante a guerra ou os cercos, jamais deixaram de oferecer o cordeiro até que no ano 70 o templo foi destruído. Pode ser que João esteja dizendo: "No templo se oferece um cordeiro cada noite e cada manhã pelos pecados do povo; mas o único sacrifício que pode libertar os homens do pecado está neste Jesus".
    3. Há duas grandes imagens do cordeiro nos profetas. Jeremias escreve: “Eu era como manso cordeiro, que é levado ao matadouro” (Jr 11:19). E Isaías tem a grande imagem daquele que foi levado "como cordeiro ao matadouro" (Is 53:7). Estes dois grandes profetas tiveram a visão de alguém que redimiria o seu povo mediante seus sofrimentos e seu sacrifício, aceitos com humildade e amor. Possivelmente o que diz João seja: "Seus profetas sonharam com aquele que amaria, sofreria e morreria por seu povo; eis aqui que chegou". Não resta dúvida que mais adiante a imagem de Isaías 53 veio a ser para a Igreja em uma das profecias mais preciosas de todo o Antigo Testamento a respeito de Jesus. Possivelmente João Batista foi o primeiro em dar-se conta disso.
    4. Mas há uma quarta imagem que seria muito conhecida dos judeus embora seja algo completamente estranho para nós. Na época que transcorreu entre o Antigo e o Novo Testamento aconteceram as grandes lutas em que os macabeus lutaram, morreram e venceram. Nesses tempos, o cordeiro, especialmente o cordeiro com chifres, era o símbolo de um grande conquistador. Assim é como se descreve a Judas Macabeu, e também a Samuel e Davi e Salomão. O cordeiro —por mais estranho que nos seja — representava o que conquistava em nome do Deus. Pode ser que não se trate de uma imagem de humilde e impotente debilidade, mas sim de uma imagem de vitoriosa majestade e poder. Jesus era o cavaleiro de Deus que lutou contra o pecado e o dominou, que venceu e aboliu o pecado em combate singular.

    Esta frase, o Cordeiro do Deus, é simplesmente maravilhosa. Obcecava ao autor do Apocalipse que a emprega vinte e nove vezes em seu livro. Converteu-se em um dos títulos mais apreciados para designar a Jesus. Em uma só palavra resume o amor, o sacrifício, o sofrimento e o triunfo de Cristo.

    João diz que não conhecia a Jesus. Mas era parente de Jesus (Lc 1:36), e deve tê-lo conhecido. O que João diz não é que não sabia quem era Jesus, e sim o que era. Nesse momento foi revelado a João que Jesus não era outro senão o Filho do Deus.

    Mais uma vez, João esclarece qual era sua função. Sua única tarefa era guiar os homens para Cristo. Ele não era nada e Cristo era tudo. Não pretendia nenhuma grandeza e nenhum lugar para si; não era mais que o homem que corria o pano de fundo e deixava a Jesus no lugar central do cenário.

    A VINDA DO ESPÍRITO

    João 1:32-34

    Durante o batismo de Jesus tinha ocorrido algo que convenceu a João além de toda dúvida, de que Jesus era o Filho do Deus. Como o viram os pais da Igreja faz muitos séculos, tratava-se de algo que só o olho da alma podia ver. Mas João o viu e se convenceu.

    Na Palestina a pomba era um ave sagrada. Nem a caçava nem a comia. Filo teve sua atenção voltada para a quantidade de pombas que havia no Ascalom, porque estava proibido caçá-las e matá-las, e, além disso, estavam domesticadas. Em Gn 1:2 lemos sobre o Espírito criador que se movia sobre a face das águas. Os rabinos costumavam relatar que o Espírito do Deus se movia e voava como uma pomba por cima do antigo caos enquanto lhe insuflava ordem e beleza. A imagem da pomba era algo que os judeus conheciam e amavam.

    Foi durante o batismo quando o Espírito desceu sobre Jesus com seu poder. Mas devemos lembrar que, para esta época, ainda não tinha surgido a doutrina cristã sobre o Espírito. Devemos aguardar até os últimos capítulos de João e até Pentecostes para vê-la surgir. Quando João Batista fala do Espírito que desce sobre Jesus, deve estar pensando em termos judaicos.

    Qual era, então, a idéia que tinham os judeus sobre o Espírito?
    A palavra hebraica para designar o Espírito é ruach, que significa vento. Para a mentalidade judaica sempre havia três idéias básicas sobre o Espírito. O Espírito era poder, como o poder de um vento muito forte; o Espírito era vida, o próprio coração e a alma e a essência da vida, a própria dinâmica da existência do homem; o Espírito era Deus; o poder e a vida do Espírito estavam além do lucro e o alcance meramente humanos. A vinda do Espírito à vida de um homem era a vinda de Deus.

    Sobretudo, o Espírito era quem dominava e inspirava os profetas. “Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado” (Mq 3:8). Deus fala com o Isaías de “O meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca” (Is 59:21). “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas” (Is 61:1). “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo ... Porei dentro de vós o meu Espírito” (Ezequiel 36:26-27).

    Podemos dizer que o Espírito de Deus fazia três coisas para o homem sobre quem ele vinha. Em primeiro lugar, trazia aos homens a verdade de Deus. Em segundo lugar, dava aos homens o poder de reconhecer essa verdade quando a viam. Em terceiro lugar, dava-lhes a habilidade e a coragem de pregar essa verdade aos homens. Para o judeu, o Espírito era Deus que descia à vida de um homem.
    Agora, no momento do batismo o Espírito desceu sobre Jesus em forma única. E o fez de maneira diferente a como jamais o fez com nenhum outro homem. A maioria das pessoas vivem o que poderíamos denominar experiências espasmódicas do Espírito. Têm seus momentos de iluminação momentânea, de poder extraordinário, de coragem sobre-humana. Mas estes momentos vêm e vão. Mas em duas oportunidades (versículos 32:33) João sublinha de maneira especial que o Espírito permaneceu, morou e habitou em Jesus. Não se tratava de uma inspiração momentânea. Em Jesus o Espírito ocupou sua morada permanente de maneira unívoca. E essa é outra forma de dizer que a Mente e o Poder do Deus estão em Jesus em forma unívoca.

    Aqui podemos aprender muito do que significa a palavra batismo. O verbo grego baptizein significa imergir ou inundar. Pode-se empregar quando se fala de roupa que se imerge em uma tintura; ou de um barco que se afunda atrás das ondas; ou de uma pessoa que tomou tanto que está empapado em bebida. Quando João diz que Jesus batizará os homens no Espírito Santo, quer dizer que Jesus nos pode trazer o

    Espírito de Deus de maneira tal que nos empapemos nele, que a vida esteja transpassada por ele, que estejamos saturados do Espírito do Deus, que nossa mente, nossa vida, nosso ser estejam alagados do Espírito do Deus.

    Agora, o que significava este batismo para João? O batismo do próprio João significava duas coisas.

    1. Significava limpar. Significava que se lavava a um homem das impurezas que nele havia.
    2. Significava dedicação. Significava que entrava em uma vida nova, diferente e melhor. Mas o batismo de Jesus era um batismo do Espírito. Quando lembramos a concepção que os judeus tinham do Espírito, podemos dizer algumas coisas.

    Quando o Espírito toma posse de um homem ocorrem determinadas coisas.

    1. Sua vida se ilumina. O conhecimento de Deus vem à sua mente. Vê com clareza a vontade do Deus. Sabe qual é o propósito de Deus, o que significa a vida, onde está o dever. Algo da sabedoria e da luz de Deus chegaram até ele.
    2. Sua vida se tonifica. O conhecimento sem poder é algo frustrante e obsessivo. Mas o Espírito não só nos dá conhecimento para saber o que é o correto, mas também força e poder para levá-lo a cabo. O Espírito nos proporciona uma triunfante adequação para encarar a vida.
    3. Sua vida se purifica. O batismo de Cristo com o Espírito seria um batismo de fogo (Mt 3:11; Lc 3:16). A escória das coisas más, a mescla das coisas inferiores, a influência de tudo que é baixo, são limpas e queimadas, até que o homem fica limpo e puro.

    Com muita freqüência, nossas orações ao Espírito são uma espécie de formalidade teológica e litúrgica; mas quando conhecemos aquilo pelo qual oramos, nossas orações ao Espírito se convertem em um clamor desesperado do coração humano.

    OS PRIMEIROS DISCÍPULOS

    João 1:35-39

    Jamais houve uma passagem das Escrituras mais plena que esta com pequenos toques reveladores.
    Mais uma vez vemos a João Batista apontando além de si mesmo. Deve ter sabido muito bem que falar com seus discípulos sobre Jesus desta maneira significava convidá-los a abandoná-lo e transferir sua lealdade a este novo e grande mestre; e isso foi o que ele fez. Não havia nenhum tipo de inveja em João. Tinha chegado a ligar aos homens, não a si mesmo, e sim a Cristo. Não há tarefa mais difícil que passar ao segundo lugar uma vez que se desfrutou do primeiro. Mas uma vez que Jesus tinha aparecido em cena, João não teve outro pensamento senão enviar os homens a Ele.
    De maneira que os dois discípulos de João seguiram a Jesus. Pode ser que fossem muito tímidos para aproximar-se dele de maneira direta e que o seguissem a certa distância, com o major dos respeitos. E então Jesus fez algo que era e é uma atitude que lhe é próprio. Voltou-se e lhes falou. Quer dizer, encontrou-os na metade do caminho. Tornou-lhes as coisas mais fáceis. Abriu-lhes a porta para que pudessem entrar. Aqui nos encontramos com o símbolo da iniciativa divina. Sempre é Deus quem dá o primeiro passo. Quando a mente humana começa a procurar e o coração humano começa a desejar, Deus sai a nosso encontro muito mais que a metade do caminho. Deus não permite que um homem procure e procure até que o encontre; sai a encontrar a esse homem. Como diz Agostinho, nem sequer teríamos podido começar a procurar a Deus se Deus não nos tivesse encontrado antes. Quando nos dirigimos a Deus não vamos ao encontro de alguém que se esconde e se mantém a certa distância; nos dirigimos a alguém que nos está esperando e que inclusive toma a iniciativa ao sair a nos encontrar no caminho.
    Jesus começou por fazer a estes dois homens a pergunta mais fundamental da vida. "O que vocês procuram?" perguntou-lhes. Era

    muito pertinente fazer essa pergunta na Palestina nos tempos de Jesus. Eram legalistas que só procuravam conversações sutis e recônditas a respeito dos pequenos detalhes da Lei, como faziam os escribas e fariseus? Eram oportunistas ambiciosos que procuravam um posto e poder, como faziam os saduceus? Eram nacionalistas, que procuravam um demagogo político e um caudilho militar que derrotasse a potência que estava ocupando seu país, como faziam os zelotes? Eram homens humildes, de oração e esperança, que procuravam a Deus e sua vontade, como faziam os mansos da Terra? Ou não eram mais que homens intrigados e confundidos pecadores que procuravam uma luz no caminho da vida, e o perdão de Deus?

    Far-nos-ia muito bem se de vez em quando, no curso de nossa vida, nos perguntássemos: "O que estou procurando? Que quero tirar da vida? Qual é minha finalidade e meu objetivo? Sinceramente, o que é o que, no âmago de meu coração, estou realmente querendo tirar da vida?
    Alguns procuram segurança. Queriam obter uma posição segura, a suficiente quantidade de dinheiro para satisfazer as necessidades da vida e algo mais para economizar para a velhice, uma segurança material que os alivie da preocupação essencial sobre as coisas materiais. Não é um mau objetivo, mas é inferior, e algo inadequado como finalidade da vida inteira; porque, em última análise, não pode haver nenhuma segurança na incerteza das mudanças e os azares desta vida.

    Há alguns que procuram o que eles denominariam uma carreira, de poder, importância, prestígio, um posto que se adapte à capacidade e habilidade que acreditam possuir, uma oportunidade para levar a cabo o trabalho que se crêem capazes de fazer. Este tampouco é um mau objetivo. Pode sê-lo se está dirigido por razões de ambição pessoal; mas se está motivado por razões de serviço a nosso próximo pode ser um objetivo superior. Mas não é suficiente, visto que seu horizonte está limitado pelo tempo e por este mundo.

    Alguns procuram certo tipo de paz, algo que lhes permita viver em paz consigo mesmos, em paz com Deus e em paz com os homens. Trata— se da busca de Deus; e é um objetivo que só pode ser satisfeito por Jesus Cristo.

    A resposta dos discípulos de João foi que queriam saber onde Jesus morava. Chamaram-no Rabi, uma palavra hebraica que cujo significado literal é Meu grande homem. Era o título de reverência e respeito que outorgavam os estudantes e pesquisadores de sabedoria a seus mestres e aos homens sábios. João, que escreveu o Evangelho, escrevia para os gregos. Sabia que não reconheceriam a palavra hebraica, de maneira que a traduziu pela palavra grega didaskalos, que significa mestre. Não era uma simples curiosidade o que empurrou a estes dois a formular esta pergunta. O que gostariam de dizer foi que não desejavam falar com Jesus com o passar do caminho, ao passar, como algum conhecido casual poderia deter-se e trocar algumas palavras. Queriam entrar e permanecer muito tempo com Ele, e falar de seus problemas e preocupações. O homem que deseja tornar-se um discípulo de Jesus nunca pode sentir-se satisfeito com uma palavra ao passar com Jesus. Quer encontrar-se com Jesus, não como um conhecido de passagem, mas sim como um amigo na própria casa de Jesus.

    A resposta de Jesus foi: "Venham e vejam!" Os rabis judeus tinham uma forma muito especial de empregar essa frase em seus ensinos. Diziam por exemplo: "Querem conhecer a resposta a esta pergunta? Querem conhecer a solução para este problema? Venham e vejam, e pensaremos juntos". Quando Jesus disse: "Venham e vejam!" estava convidando a esses dois, não só a ir e conversar, e sim a ir e descobrir as coisas que só ele era capaz de lhes revelar.

    De maneira que João, que escreveu o Evangelho, termina o parágrafo desta maneira: "Era como a décima hora". Pode ser que o termine assim porque ele mesmo era um desses dois. Podia dizer que hora era, e apontar a própria pedra do caminho sobre a que estava parado quando se encontrou com Jesus. Às quatro de uma tarde da primavera na Galiléia, a vida se converteu em algo novo para João. Quando um homem se encontra autenticamente com Jesus não se esquecerá nunca mais do dia e da hora como tampouco esqueceria a data de seu nascimento. Ele assinala a linha divisória entre a época em que não conhecia a Jesus e o momento em que chegou a conhecê-lo.

    COMPARTILHANDO A GLÓRIA

    João 1:40-42

    As versões comuns dizem que André "achou primeiro a seu irmão Simão", apoiando-se em alguns manuscritos gregos que trazem a palavra proton, que significa primeiro. Em outros manuscritos aparece proi, que significa cedo pela manhã. A nosso entender, a segunda versão se encaixa mais ao relato ao considerar este evento da passagem como desenvolvendo-se ao dia seguinte. Vimos que João nos apresenta o relato da primeira semana de importância na vida de Jesus, e essa relato fica mais adequado se considerarmos que André encontra a Pedro no dia seguinte.

    Mais uma vez, nesta passagem, João explica uma palavra hebraica para ajudar os gregos, a quem escrevia, a compreender melhor. Messias e Cristo são a mesma palavra. Messias é hebraico e Cristo é grego; ambos significam ungido. No mundo antigo, tal como em alguns países nesta época, ungia-se os reis com azeite no momento de sua coroação. E tanto Messias como Cristo significam o Rei ungido por Deus.

    Não temos muita informação sobre André, mas o pouca que sabemos mostra seu caráter de modo perfeito. André é uma das personalidades mais atraentes do grupo de apóstolos. Tem duas atitudes sobressalentes.
    (1) André se destacava por ser o tipo de homem que estava disposto a ocupar o segundo lugar. Uma e outra vez se identifica André como o irmão de Simão Pedro. É evidente que vivia sob a sombra de Pedro. Algumas pessoas poderiam não saber quem era André, mas todos conheciam a Pedro; e quando falavam de André o descreviam como o irmão de Pedro. André não formava parte do círculo íntimo de discípulos. Quando Jesus curou a filha de Jairo, quando foi ao Monte da Transfiguração, quando passou pela tentação no Getsêmani, levou consigo a Pedro, Tiago e João. André facilmente se teria ofendido por isso. Acaso não tinha sido um dos dois primeiros discípulos que seguiram a Jesus? Acaso Pedro não devia a ele seu encontro com Jesus? Não poderia razoavelmente esperar e exigir um lugar privilegiado no grupo apostólico? Mas tudo isto jamais ocorreu a André. Sentia-se muito satisfeito correndo para atrás e deixando que seu irmão mais famoso recebesse todo o brilho. Sentia-se muito satisfeito desempenhando um papel humilde e modesto no grupo dos Doze. Para André, toda questão de precedência, lugar e honras carecia de importância. Tudo o que importava era estar com Jesus e servi-lo como pudesse. André é o santo padroeiro de todos aqueles que com humildade, lealdade e sem remorsos ocupam um segundo lugar.

    (2) André se caracteriza por ser o homem que sempre estava apresentando alguém a Jesus. Em apenas três ocasiões no relato do Evangelho se localiza o André no centro do cenário. Há este incidente, no qual apresenta Pedro a Jesus. Há o incidente em João 6:8-9 em que André apresentou a Jesus o menino que tinha cinco pães de cevada e dois pãezinhos. E está a ocasião do Jo 12:22, em que André apresenta a Jesus os gregos que perguntavam por ele. A grande alegria de André era levar a outros diante da presença de Jesus. Destaca-se como o homem cujo único desejo era compartilhar a glória. É o homem de coração missionário. Tendo encontrado a amizade de Jesus, passou tudo o resto de sua vida apresentando outros a essa amizade. André é nosso grande exemplo de alguém que não podia guardar Jesus para si.

    Quando André levou a Pedro perante a presença de Jesus, este o olhou. A palavra que se emprega para esse olhar é emblepein. Esta palavra descreve um olhar concentrado, profundo. Significa o olhar que não se limita a ver as coisas superficiais que aparecem no exterior, mas sim que lê dentro do coração. Quando Jesus viu a Simão, tal como era chamado então, disse-lhe: "Seu nome é Simão; mas te chamarás Cefas, que significa rocha".

    No mundo antigo quase todos tinham dois nomes. O grego era o idioma universal nesse mundo, e quase todos tinham um nome em seu próprio idioma, pelo que os conhecia entre seus amigos e familiares, e um nome em grego, com o que os conhecia no mundo dos negócios e do comércio. Às vezes, um dos nomes era a tradução do outro. Pedro é a palavra grega que significa rocha e Cefas é a palavra aramaica que significa o mesmo; Tomé é a palavra aramaica e Dídimo a palavra grega que significa gêmeo; Tabita é a palavra aramaica e Dorcas a grega com a que se denomina uma gazela. Às vezes, escolhia-se o nome grego porque seu som se assemelhava ao nome aramaico. Um judeu chamado Eliaquim ou Abel em seu próprio idioma se chamaria Alcimo ou Apeles em grego. De maneira que Pedro e Cefas não são nomes diferentes; são o mesmo nome em distintos idiomas.

    Muito freqüentemente, no Antigo Testamento, uma mudança de nome assinalava uma nova relação com o Deus. Por exemplo, Jacó se converteu em Israel (Gn 32:28), e Abrão se converteu em Abraão (Gn 17:5) quando entraram em uma nova relação com o Deus. Quando alguém entra em um novo tipo de relação com Deus, é como se a vida voltasse a começar e ele se convertesse em um homem novo, de maneira que necessita um nome novo.

    Mas o maior deste relato é que nos diz como Jesus olha aos homens. Jesus não só vê o que é um homem; mas também aquilo no que se pode converter. Não vê somente o atual no homem, mas também suas possibilidades. Jesus olhou a Pedro e viu nele, não só um pescador da Galiléia, viu alguém em cujo interior estava a possibilidade de converter— se na rocha sobre a qual se edificaria sua Igreja. Jesus não só nos vê como somos, mas sim como podemos ser; e nos diz: "Dê-me sua vida, e o converterei naquilo que está em você poder chegar a ser".

    Conta-se que em uma ocasião alguém encontrou a Miguel Ângelo, trabalhando com seu cinzel em uma parte de rocha sem forma.

    Perguntou ao escultor o que estava fazendo. "Liberto o anjo que está preso neste mármore", respondeu. Jesus é aquele que vê e que pode libertar o herói que está oculto em cada homem.

    A RENDIÇÃO DE NATANAEL

    João 1:43-51

    A esta altura do relato Jesus abandonou o Sul e se dirigiu ao norte, para a Galiléia. Aí, possivelmente em Cã mesmo, encontrou e chamou Filipe. Filipe, assim como André, não podia guardar para si as boas novas. Como disse Godet: "Uma tocha acesa serve para acender outra". De maneira que Filipe foi em busca de seu amigo Natanael e lhe disse que cria ter encontrado o Messias prometido durante tanto tempo, em Jesus, o homem de Nazaré. Natanael se riu. Não havia nada no Antigo Testamento que predissera que o escolhido de Deus viria de Nazaré. Nazaré era um lugar muito pouco conspícuo. O próprio Natanael provinha de Caná, outra cidade da Galiléia, e nas regiões rurais a rivalidade entre uma cidade e outra, e a inveja entre os povos é muito notória. A reação de Natanael foi afirmar que Nazaré não era o tipo de lugar de onde pudesse vir nada de bom. Filipe foi sábio. Não discutiu. Limitou-se a dizer: "Vêem e vê!"
    Não há muitas pessoas que foram ganhas para o cristianismo com discussões. Mais de uma vez nossos argumentos fazem mais mal que bem. A única forma de convencer a alguém a respeito da supremacia de Cristo é confrontá-lo com ele. Em geral, é válido afirmar que o que ganhou homens a Cristo não é a pregação e ensino filosófico e apoiado em discussões, mas sim a apresentação do relato da cruz.
    Conta-se que, para fins do século dezenove, Huxley, o grande agnóstico, formava parte de um grupo que estava passando uns dias em uma casa de campo. Chegou no domingo, e a maioria dos membros do grupo se preparou para ir à igreja; mas, como é natural, Huxley não se propunha ir. Aproximou-se de um homem que era conhecido por sua fé cristã simples e radiante. Disse-lhe: "Suponhamos que hoje você não vá à igreja, que fique em casa e me diga com toda simplicidade o que a fé cristã significa para você e por que é cristão". "Mas", disse o homem, "você poderia demolir meus argumentos em um instante. Não sou o suficientemente inteligente para discutir com você". Huxley respondeu com amabilidade: "Não quero discutir com você; só quero que me diga o que este Cristo significa para você". O homem ficou na casa e falou com o Huxley com toda simplicidade a respeito de sua fé. Quando terminou os olhos do grande agnóstico estavam cheios de lágrimas: "Daria minha mão direita", disse, "para poder acreditar isso".
    Não foi uma argumentação brilhante o que chegou ao coração do Huxley. Poderia ter rebatido com a maior eficácia e certeza qualquer argumento que aquele cristão simples poderia lhe apresentar. O que conquistou seu coração foi essa apresentação singela de Cristo. O melhor argumento consiste em dizer às pessoas: "Venham e vejam!" Mas o problema é que nós mesmos devemos conhecer a Cristo antes de poder convidar outros a aproximar-se dele. O único evangelista autêntico é aquele que conhece ele próprio Cristo.

    De maneira que Natanael se aproximou, e Jesus pôde ler seu coração. "Eis aqui", disse Jesus, "um verdadeiro israelita, em quem não há engano". Era uma honra que qualquer israelita devoto agradeceria. O salmista disse: “Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade” (Sl 32:2). “Nunca fez injustiça” disse o profeta sobre o servo do Senhor, “nem houve engano na sua boca.” (Is 53:9). Natanael se sentiu surpreso de que alguém pudesse pronunciar um veredicto como esse quando recém o conhecia, e perguntou como Jesus podia conhecê-lo. Jesus lhe disse que já o tinha visto debaixo da figueira.

    Que significado tem isto? No pensamento judaico uma figueira sempre representava a paz. Sua idéia de paz era quando um homem podia permanecer debaixo de sua própria figueira e sua própria vinha sem que o incomodassem (comp. 1Rs 4:25; Mq 4:4). Mais ainda, a figueira era frondosa e dava muita sombra e era costume sentar— se a meditar sob o amparo de seus ramos. Sem dúvida, isso era o que tinha estado fazendo Natanael. E sem dúvida nenhuma, enquanto estava debaixo da figueira pensava e orava pelo dia em que chegaria o escolhido de Deus. Não cabe dúvida que tinha meditado a respeito das promessas de Deus. E agora sentia que Jesus tinha lido até o mais profundo de seu coração. O que surpreendeu a Natanael não foi tanto que Jesus o tivesse visto debaixo da figueira, e sim o fato de que Jesus tivesse lido os pensamentos que estavam no mais recôndito de seu coração. De maneira que Natanael disse a si mesmo: "Aqui está o homem que entende meus sonhos! Aqui está o homem que sabe de minhas preces! Aqui está o homem que viu meus desejos mais secretos e íntimos, desejos que jamais me animei a expressar em palavras! Aqui está o homem que pode traduzir o suspiro inarticulado de minha alma! Este deve ser o Filho do Deus, o prometido ungido de Deus e nenhum outro". Natanael se rendeu para sempre ao homem que lia e compreendia e satisfazia os desejos de seu coração.

    Pode ser que Jesus tenha sorrido. Citou a velha história de Jacó em Betel onde viu a escada de ouro que conduzia ao céu (Gên. 28:12-13). Era como se Jesus dissesse: "Natanael posso fazer muito mais que ler seu coração. Posso ser para você e para todos os homens, o caminho, a escada que conduz ao céu". Mediante Jesus e só por Jesus, podem as almas dos homens subir a escada que leva a céu.

    Esta passagem nos expõe um problema. Quem era Natanael? No quarto Evangelho é um dos primeiros discípulos; nos outros três Evangelhos nunca aparece absolutamente; nem sequer é mencionado. Que explicação pode ser dada a isto? Sugeriu-se mais de uma.

    1. Sugeriu-se que Natanael não é um personagem real. Que é uma figura ideal e simboliza a todos os reais e autênticos israelitas que rompiam as limitações do orgulho e o preconceito nacionalista e se entregavam a Jesus Cristo. Sugere-se que Natanael não é um único indivíduo, mas representa a todos os verdadeiros israelitas em quem não havia engano e que receberam a Jesus Cristo.
    2. Sobre a mesma base, sugeriu-se que representa ou a Paulo, ou ao discípulo amado a quem se menciona ao longo de todo o quarto Evangelho. Paulo era o grande exemplo do israelita que tinha aceito a Cristo. O discípulo amado era o discípulo ideal. Mais uma vez se supõe que Natanael representa um ideal; que é um arquétipo e não uma pessoa. Se esta fosse a única vez que se menciona a Natanael, se poderia aceitar esta hipótese; mas Natanael volta a aparecer em Jo 21:2 e ali não é apresentado como um ideal
    3. Foi identificado com Mateus, porque tanto Mateus como Natanael querem dizer o dom de Deus. Já vimos que nesses tempos a maioria das pessoas tinha dois nomes; mas nesse caso um dos nomes era grego e o outro judeu; e neste caso tanto Mateus como Natanael são nomes judeus.
    4. Há uma explicação mais simples. Filipe levou Natanael a Jesus. O nome do Natanael não aparece nunca nos outros três Evangelhos; e no quarto Evangelho não se menciona nunca a Bartolomeu. Em primeiro lugar, na lista dos discípulos que aparece em Mt 10:3 e em Mc 3:18, Filipe e Bartolomeu vão juntos, e resultava natural e inevitável relacioná-los. Em segundo lugar, Bartolomeu é realmente um segundo nome. Significa Filho de Ptolomeu. Bartolomeu deve ter tido um primeiro nome; ao menos é possível supor que Bartolomeu e Natanael sejam a mesma pessoa com nome diferente. Tal hipótese se encaixa aos atos.

    Seja qual for a verdade, não resta dúvida que Natanael representa o israelita cujo coração está limpo de orgulho e preconceito, e que viu em Jesus Aquele que satisfazia o desejo de seu coração a quem esperava e procurava.


Dicionário

Buscar

verbo transitivo direto Pesquisar; analisar com minúcia; examinar exaustivamente: buscava as melhores cidades europeias.
Esforçar-se excessivamente para encontrar algo ou alguém: buscava o conceito num livro; buscava o código postal da cidade.
Conseguir ou conquistar: buscava o incentivo do pai.
Empenhar; tentar obter algo com esforço: buscava a aprovação do pai.
Dirigir-se para; caminhar em direção a: os insetos buscam as plantas.
Imaginar; tentar encontrar uma saída mental: buscou se apaixonar.
verbo transitivo direto e bitransitivo Pegar; colocar as mãos sobre: o pai buscou os filhos; o menino buscou-lhe um copo de água.
verbo pronominal Utilizar-se de si mesmo para: buscou-se para a vitória.
Seguir a procura de alguém: buscavam-se na tempestade.
Etimologia (origem da palavra buscar). De origem controversa.

procurar. – Destes dois verbos diz muito judiciosamente Bruns.: “Pretendem alguns que em buscar há mais diligência ou empenho que em procurar: não nos parece que tenha fundamento essa distinção. Buscar inclui sempre a ideia de movimento por parte de quem busca; procurar não inclui nem exclui essa ideia. Busca-se ou procura-se por toda parte aquilo de que se necessita. Procura-se (mas não se busca) uma palavra no dicionário. O que nos parece Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 245 acertado estabelecer é que quem procura sabe que existe o que anda procurando; enquanto que aquele que busca ignora se há o que anda buscando. Um inquilino procura casa para onde mudar-se; um necessitado busca ou procura um emprego”.

Dissê

1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

di·zer |ê| |ê| -
(latim dico, -ere)
verbo transitivo

1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

2. Referir, contar.

3. Depor.

4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

verbo intransitivo

8. Condizer, corresponder.

9. Explicar-se; falar.

10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

verbo pronominal

11. Intitular-se; afirmar ser.

12. Chamar-se.

13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

nome masculino

14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

15. Estilo.

16. Maneira de se exprimir.

17. Rifão.

18. Alegação, razão.


quer dizer
Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

tenho dito
Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


Dizer

verbo transitivo direto e bitransitivo Falar, discursar usando palavras; expressar ideias, pensamentos: disse o discurso; disse o discurso ao professor.
Comunicar, fazer uma afirmação, oral ou escrita: os vereadores disseram que a cidade iria mudar; disse aos filhos que deixaria a mulher.
Fazer uma narração, relato ou descrição sobre algo ou alguém; narrar: diz a lenda que Saci-Pererê não tinha uma perna.
verbo bitransitivo Falar alguma coisa diretamente; expressar: disse ofensas escabrosas ao pai; precisava lhe dizer algumas verdades.
Fazer uma afirmação de modo imperativo; oferecer recomendação, conselho; aconselhar: disse-lhe para fazer o trabalho corretamente.
Dar uma advertência; fazer uma crítica; advertir: é preciso disser-lhe boas verdades! Disse-lhe que não era bem-vindo.
Falar de modo reprovativo, censurando; condenar: dizia julgamentos.
Fazer uma explicação; explicar: disse as circunstâncias do acontecimento.
verbo transitivo direto Exprimir ou exprimir-se através de gestos, expressões faciais; comunicar-se sem o uso da voz: seu sorriso dizia muito sobre sua felicidade.
Recitar ou declamar algo de teor poético: dizer uma poesia.
Religião Fazer uma celebração; ministrar a missa; celebrar: dizer a missa.
Religião Começar um cântico, uma oração de teor religioso.
verbo transitivo indireto Adequar, ajustar; combinar: suas palavras não dizem com suas ações.
Ter importância para; importar: seus comentários não dizem nada para mim.
verbo pronominal Caracterizar-se; definir-se: diz-se um exímio poeta.
substantivo masculino Exprimir por escrito: os dizeres numa carta antiga.
Modo de pensar exposto por algo ou por alguém: os dizeres cristãos.
Gramática Verbo com particípio irregular: dito.
Etimologia (origem da palavra dizer). Do latim dicere.

Jesus

interjeição Expressão de admiração, emoção, espanto etc.: jesus, o que foi aquilo?
Ver também: Jesus.
Etimologia (origem da palavra jesus). Hierônimo de Jesus.

Salvador. – É a forma grega do nome Josué, o filho de Num. Assim em At 7:45Hb 4:8. – Em Cl 4:11 escreve S. Paulo afetuosamente de ‘Jesus, conhecido por Justo’. Este Jesus, um cristão, foi um dos cooperadores do Apóstolo em Roma, e bastante o animou nas suas provações. (*veja José.)

Não há dúvida de que Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens J J para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 10, it• 18

[...] Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 2

[...] o pão de Deus é aquele que desceu do Céu e que dá vida ao mundo. [...] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 50

[...] o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 625

[...] é filho de Deus, como todas as criaturas [...].
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, O filho de Deus e o filho do homem

Jesus foi um Revelador de primeira plana, não porque haja trazido ao mundo, pela primeira vez, uma parcela da Verdade Suprema, mas pela forma de revestir essa Verdade, colocando-a ao alcance de todas as almas, e por ser também um dos mais excelsos Espíritos, para não dizer o primeiro em elevação e perfeição, de quantos têm descido à Terra, cujo governador supremo é Ele.
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pról•

Jesus Cristo é a paz – é a mansidão – é a justiça – é o amor – é a doçura – é a tolerância – é o perdão – é a luz – é a liberdade – é a palavra de Deus – é o sacrifício pelos outros [...].
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra. Jesus não é Deus. Jesus foi um agênere.
Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 71

Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 24

Jesus é o protótipo da bondade e da sabedoria conjugadas e desenvolvidas em grau máximo. [...]
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Heliotropismo espiritual

Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os pacificadores•••

[...] conquanto não seja Deus, e sim um Espírito sublimado, Jesus Cristo é o governador de nosso planeta, a cujos destinos preside desde a sua formação. Tudo (na Terra) foi feito por Ele, e, nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele diz-nos João 3:1.[...] autêntico Redentor da Huma-nidade.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 1

Jesus, pois, é um desses Espíritos diretores e protetores de mundos, e a missão de dirigir a nossa Terra, com o concurso de outros Espíritos subordinados em pureza à sua pureza por excelência, lhe foi outorgada, como um prêmio à sua perfeição imaculada, em épocas que se perdem nas eternidades do passado. [...]
Referencia: CIRNE, Leopoldo• A personalidade de Jesus• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jesus nos Evangelhos

[...] espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

J [...] é, positivamente, a pedra angular do Cristianismo, a alma da nova revelação. Ele constitui toda a sua originalidade.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

[...] era um divino missionário, dotado de poderosas faculdades, um médium incomparável. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

[...] é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

[...] Espírito protetor da Terra, anjo tutelar desse planeta, grande sacerdote da verdadeira religião.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes.
Referencia: EVANGELIZAÇÃO espírita da infância e da juventude na opinião dos Espíritos (A)• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• Separata do Reformador de out• 82• - q• 5

Jesus é nosso Irmão porque é filho de Deus como nós; e é nosso Mestre porque sabe mais que nós e veio ao mundo nos ensinar.
Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

[...] é chamado Jesus, o Cristo, porque Cristo quer dizer o enviado de Deus.
Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

Jesus é o exemplo máximo dessa entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à Humanidade. Mergulhou no corpo físico e dominou-o totalmente com o seu pensamento, utilizando-o para exemplificar o poder de Deus em relação a todas as criaturas, tornando-se-lhe o Médium por excelência, na condição de Cristo que o conduziu e o inspirava em todos os pensamentos e atos. Sempre com a mente alerta às falaciosas condutas farisaicas e às circunstâncias difíceis que enfrentava, manteve-se sempre carinhoso com as massas e os poderosos, sem manter-se melífluo ou piegas com os infelizes ou subalterno e submisso aos dominadores de um dia... Profundo conhecedor da natureza humana sabia acioná-la, despertando os sentimentos mais profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem. Vencedor da morte, que o não assustava, é o exemplo máximo de vida eterna, concitando-nos a todos a seguir-lhe as pegadas.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

Jesus, embora incompreendido no seu tempo, venceu a História, ultrapassou todas as épocas, encontrando-se instalado no mundo e em milhões de mentes e corações que o aceitam, o amam e tentam segui-lo. O sofrimento que experimentou não o afligiu nem o turbou, antes foi amado e ultrapassado, tornando-se mais do que um símbolo, a fiel demonstração de que no mundo somente teremos aflições.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

Jesus de Nazaré jamais desprezou ou subestimou as dádivas relevantes do abençoado planeta, nunca se recusando J J à convivência social, religiosa, humana... Participou das bodas em Caná, freqüentou a Sinagoga e o Templo de Jerusalém, aceitou a entrevista com Nicodemos, o almoço na residência de Simão, o leproso, bem como hospedou-se com Zaqueu, o chefe dos publicanos, escandalizando a todos, conviveu com os pobres, os enfermos, os infelizes, mas também foi gentil com todos aqueles que o buscavam, a começar pelo centurião, que lhe fora rogar ajuda para o criado enfermo, jamais fugindo da convivência de todos quantos para os quais viera... Abençoou criancinhas buliçosas, dialogou com a mulher da Samaria, desprezada, com a adúltera que seguia para a lapidação, libertando-a, participou da saudável convivência de Lázaro e suas irmãs em Betânia, aceitou a gentileza da Verônica na via crucis, quando lhe enxugou o suor de sangue... Jesus tipificou o ser social e humano por excelência, portador de fé inquebrantável, que o sustentou no momento do sacrifício da própria vida, tornando-se, em todos os passos, o Homem incomparável. Jamais agrediu o mundo e suas heranças, suas prisões emocionais e paixões servis, seus campeonatos de insensatez, sua crueldade, sua hediondez em alguns momentos, por saber que as ocorrências resultavam da inferioridade moral dos seus habitantes antes que deles mesmos. Apesar dessa conduta, demonstrou a superioridade do Reino de Deus, porque, permanente, causal e posterior ao périplo carnal, convidando os homens e as mulheres de pensamento, os que se encontravam saturados e sem roteiro, os sofridos e atormentados à opção libertadora e feliz.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Aflições do mundo

[...] é o Médico Divino e a sua Doutrina é o medicamento eficaz de que nos podemos utilizar com resultados imediatos.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 23

Jesus é ainda e sempre a nossa lição viva, o nosso exemplo perene. Busquemo-lo!
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

[...] Jesus é o amor inexaurível: não persegue: ama; não tortura: renova; não desespera: apascenta! [...] é a expressão do amor e sua não-violência oferece a confiança que agiganta aqueles que o seguem em extensão de devotamento.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

[...] é a nossa porta: atravessemo-la, seguindo-lhe as pegadas ...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

[...] Jesus na manjedoura é um poema de amor falando às belezas da vida; Jesus na cruz é um poema de dor falando sobre as grandezas da Eternidade.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 2

[...] é a Vida em alta expressão de realidade, falando a todos os seres do mundo, incessantemente!... Sua lição inesquecível representa incentivo urgente que não podemos deixar de aplicar em nosso dia-a-dia redentor.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

J [...] é o guia divino: busque-o!
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 3, cap• 5

[...] é a Verdade e a Justiça, a que todos nós aspiramos!
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 7, cap• 13

[...] é sempre a verdade consoladora no coração dos homens. Ele é a claridade que as criaturas humanas ainda não puderam fitar e nem conseguiram compreender. [...]
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho

De todos os Evangelhos se evola uma onda de perfume balsâmico e santificador a denunciar a passagem gloriosa e solene de um Arauto da paz e da felicidade no Além.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Veracidade dos Evangelhos

[...] O Messias, o Príncipe da vida, o Salvador do mundo.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Interpretação subjetiva

[...] cognominado pelo povo de Grande profeta e tratado pelos seus discípulos como filho de Deus.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Identidade de Jesus

[...] o instrutor geral, o chefe da escola universal em todas as épocas.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Supremacia de Jesus

[...] O Consolador, O Espírito de Verdade a dirigir o movimento científico por todo o globo.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Materializações

Paulo, que se tornou cristão, por ter visto Jesus em Espírito e dele ter recebido a Revelação, diz que Jesus, o Cristo, é a imagem da Substância de Deus, o Primogênito de Deus (o texto grego diz: a imagem de Deus invisível e o primeiro concebido de toda a Criação) – o que não quer dizer que este primeiro concebido, seja idêntico fisiologicamente ao homem terrestre.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Natureza de Jesus

[...] é, ao mesmo tempo, a pureza que ama e o amor que purifica.
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 22a efusão

[...] foi o mais santo, o mais elevado, o mais delicado Espírito encarnado no corpo mais bem organizado que já existiu. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 23a efusão

Espírito da mais alta hierarquia divina, Jesus, conhecedor de leis científicas ainda não desvendadas aos homens, mas, de aplicação corrente em mundos mais adiantados, formou o seu próprio corpo com os fluidos que julgou apropriados, operando uma materialilização muitíssimo mais perfeita que aquelas de que nos falam as Escrituras e do que as que os homens já pudemos presenciar em nossas experiências no campo do psiquismo.
Referencia: MÍNIMUS• Os milagres de Jesus: historietas para a infância• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1983• - cap• 1

Jesus é o amigo supremo, em categoria especial, com quem nenhum outro pode ser confrontado. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 4

[...] o caminho, a verdade e a vida, e é por ele que chegaremos ao divino estado da pureza espiritual. Esse é o mecanismo da salvação, da justificação, da predestinação.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

esus – ensina Agasha – foi um exemplo vivo do que pregava. Ensinou aos homens a amarem-se uns aos outros, mas também ensinou que os homens haveriam de cometer muitos enganos e que Deus não os condenaria, mas lhe daria outras oportunidades para aprenderem.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4

Jesus Cristo, o mais sábio dos professores que o mundo já conheceu e o mais compassivo dos médicos que a Humanidade já viu, desde o princípio, permanece como divina sugestão àqueles que, no jornadear terrestre, ocupam a cátedra ou consagram a vida ao santo labor dos hospitais.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

Se lhe chamamos Senhor e Mestre, Divino Amigo e Redentor da Humanidade, Sol de nossas vidas e Advogado de nossos destinos, por um dever de consciência devemos afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso esforço no devotamento à vinha que por Ele nos foi confiada.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 45

Sendo o Pão da Vida e a Luz do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo era, por conseguinte, a mais completa manifestação de Sabedoria e Amor que a Terra, em qualquer tempo, jamais sentira ou conhecera. [...] A palavra do Mestre se refletiu e se reflete, salutar e construtivamente, em todos os ângulos evolutivos da Humanidade.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando o Evangelho• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 11

[...] o Verbo, que se fez carne e habitou entre nós.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 45

Jesus, evidentemente, é o amor semfronteiras, que a todos envolve e fascina,ampara e magnetiza.O pão da vida, a luz do mundo, o guiasupremo.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Introd•

[...] é o mais alto expoente de evolução espiritual que podemos imaginar [...].
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

Nem homem, nem Deus, [...] mas, Espírito puro e não falido, um, na verdade, com o Pai, porque dele médium, isto é, veículo do pensamento e da vontade divinos, e, conseguintemente, conhecedor das leis que regem a vida moral e material neste e noutros planetas, ou seja, daquelas muitas moradas de que falava.
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

[...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, o fundador, o protetor, o governador do planeta terreno [...].
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] Espírito fundador, protetor e governador do mundo terrestre, a cuja formação presidiu, tendo, na qualidade de representante e delegado de Deus, plenos poderes, no céu, e na Terra, sobre todos os Espíritos que nesta encarnam [...].
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] como filho, Ele, Jesus, não é Deus e sim Espírito criado por Deus e Espírito protetor e governador do planeta J terreno, tendo recebido de Deus todo o poder sobre os homens, a fim de os levar à perfeição; que foi e é, entre estes, um enviado de Deus e que aquele poder lhe foi dado com esse objetivo, com esse fim.
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, que, na santidade e na inocência, sem nunca haver falido, conquistou a perfeição e foi por Deus instituído fundador, protetor e governador da Terra [...].
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] Para S. Paulo, Jesus é um ser misterioso, sem pai, sem mãe, sem genealogia, que se manifesta aos homens como a encarnação duma divindade, para cumprir um grande sacrifício expiatório [...]. [...] Jesus Cristo é, realmente, aquele de quem disse o apóstolo Paulo: que proviera do mesmo princípio que os homens; e eis por que lhes chamava seus irmãos, porque é santo, inocente (innocens), sem mácula (impollutus), apartado dos pecadores (segregatus a peccatoribus) e perfeito por todo o sempre [...]. [...] Jesus a imagem, o caráter da substância de Deus, o qual não tendo querido hóstia, nem oblação, lhe formara um corpo para entrar no mundo; que Jesus era (nesse corpo e com esse corpo) “um espirito vivificante”.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

Jesus é um Espírito que, puro na fase da inocência e da ignorância, na da infância e da instrução, sempre dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir; que, não tendo falido nunca, se conservou puro, atingiu a perfeição sideral e se tornou Espírito de pureza perfeita e imaculada. Jesus [...] é a maior essência espiritual depois de Deus, mas não é a única. É um Espírito do número desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõem a guarda de honra do Rei dos Céus. Presidiu à formação do vosso planeta, investido por Deus na missão de o proteger e o governar, e o governa do alto dos esplendores celestes como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada, que nunca faliu e infalível por se achar em relação direta com a divindade. É vosso e nosso Mestre, diretor da falange sagrada e inumerável dos Espíritos prepostos ao progresso da Terra e da humanidade terrena e é quem vos há de levar à perfeição.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

[...] Jesus é a ressurreição e a vida porque somente pela prática da moral que Ele pregou e da qual seus ensinos e exemplos o fazem a personificação, é que o Espírito chega a se libertar da morte espiritual, assim na erraticidade, como na condição de encamado.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4

Eu sou a porta; aquele que entrar por mim será salvo, disse Jesus (João 10:9). Por ser o conjunto de todas as perfeições, Jesus se apresentou como a personificação da porta estreita, a fim de que, por uma imagem objetiva, melhor os homens compreendessem o que significa J J entrar por essa porta, para alcançar a vida eterna.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] é o médico das almas [...] capaz de curá-las todas do pecado que as enferma, causando-lhes males atrozes. Portador ao mundo e distribuidor do divino perdão, base da sua medicina, Ele muda a enfermidade em saúde, transformando a morte em vida, que é a salvação.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] como governador, diretor e protetor do nosso planeta, a cuja formação presidiu, missão que por si só indica a grandeza excelsa do seu Espírito, tinha, por efeito dessa excelsitude, o conhecimento de todos os fluidos e o poder de utilizá-los conforme entendesse, de acordo com as leis naturais que lhes regem as combinações e aplicações.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Jesus é servo e bem-amado de Deus, pela sua qualidade de Espírito puro e perfeito. Deus o elegeu, quando o constituiu protetor e governador do nosso planeta. Nele se compraz, desde que o tornou partícipe do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia; e faz que seu Espírito sobre ele constantemente pouse, transmitindo-lhe diretamente a inspiração, com o mantê-lo em perene comunicação consigo.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Jesus personifica a moral, a lei de amor que pregou aos homens, pela palavra e pelo exemplo; personifica a doutrina que ensinou e que, sob o véu da letra, é a fórmula das verdades eternas, doutrina que, como Ele próprio o disse, não é sua, mas daquele que o enviou. Ele é a pedra angular. [...]
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Jesus era o amor sem termo; Jesus era a caridade, Jesus era a tolerância! Ele procurava sempre persuadir os seus irmãos da Terra e nunca vencê-los pela força do seu poder, que, no entanto, o tinha em superabundância! Ora banqueteando-se com Simão, o publicano, ora pedindo água à mulher samaritana, repudiada dos judeus, ele revelava-se o Espírito amante da conciliação, a alma disposta aos sentimentos da verdadeira fraternidade, não distinguindo hereges ou gentios!
Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

Sendo Jesus a personificação do Bem Supremo, é natural que busquemos elegê-lo por padrão de nossa conduta.
Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Mudança imperiosa

Carta viva de Deus, Jesus transmitiu nas ações de todos os momentos a Grande Mensagem, e em sua vida, mais que em seus ensinamentos, ela está presente.
Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Natal

Jesus não é um instituidor de dogmas, um criador de símbolos; é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Cristianismo e Espiritismo

[...] é a pedra angular de uma doutrina que encerra verdades eternas, desveladas parcialmente antes e depois de sua passagem pela Terra.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 19

J Jesus é chamado o Justo, por encarnar em grau máximo, o Amor e a Justiça, em exemplificação para toda a Humanidade.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17

[...] encontramos em Jesus o maior psicólogo de todos os tempos [...].
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A mensagem matinal

Jesus é a manifestação mais perfeita de Deus, que o mundo conhece. Seu Espírito puro e amorável permitiu que, através dele, Deus se fizesse perfeitamente visível à Humanidade. Esse o motivo por que ele próprio se dizia – filho de Deus e filho do Homem.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O filho do homem

Jesus é a luz do mundo, é o sol espiritual do nosso orbe. Quem o segue não andará em trevas. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Fiat-lux

Jesus é a história viva do homem.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Jesus e a história

[...] é a única obra de Deus inteiramente acabada que o mundo conhece: é o Unigênito. Jesus é o arquétipo da perfeição: é o plano divino já consumado. É o Verbo que serve de paradigma para a conjugação de todos os verbos.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Verbo Divino

[...] é o Cristo, isto é, o ungido, o escolhido, Filho de Deus vivo.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acredita va piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana em suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psiquê humana.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 8

[...] Jesus é o Mestre excelso, o educador incomparável.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

[...] é o Cordeiro de Deus, que veio arrancar o mundo do erro e do pecado. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cinqüenta Anos depois: episódios da História do Cristianismo no século II• Espírito Emmanuel• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 2

[...] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. [...] é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Introd•

[Da] Comunidade de seres angélicos e perfeitos [...] é Jesus um dos membros divinos [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

É sempre o Excelso Rei do amor que nunca morre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 18

[...] o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 23

Jesus é também o amor que espera sempre [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 6

J J [...] é a luminosidade tocante de todos os corações. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

[...] é a suprema personificação de toda a misericórdia e de toda a justiça [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30

[...] é sempre a fonte dos ensinamentos vivos [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

[...] é a única porta de verdadeira libertação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 178

[...] o Sociólogo Divino do Mundo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 32

Jesus é o semeador da terra, e a Humanidade é a lavoura de Deus em suas mãos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50

Como é confortador pensar que o Divino Mestre não é uma figura distanciada nos confins do Universo e sim o amigo forte e invisível que nos acolhe com sua justiça misericordiosa, por mais duros que sejam nossos sofrimentos e nossos obstáculos interiores.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é o mentor sublime de todos os séculos, ensinando com abnegação, em cada hora, a lição do sacrifício e da humildade, da confiança e da renúncia, por abençoado roteiro de elevação da Humanidade inteira.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é o amor de braços abertos, convidando-nos a atender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Jesus é o trabalhador divino, de pá nas mãos, limpando a eira do mundo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Jesus é o lapidário do Céu, a quem Deus, Nosso Pai, nos confiou os corações.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Guarda em tudo, por modelo, / Aquele Mestre dos mestres, / Que é o amor de todo o amor / Na luz das luzes terrestres.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Jesus é o salário da elevação maior.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o excelso modelo da Humanidade, mas, a pouco e pouco, o homem compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Estante da vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

[...] Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 5

[...] é a misericórdia de todos os que sofrem [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 1

[...] é o doador da sublimação para a vida imperecível. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

Jesus é o nosso caminho permanente para o Divino Amor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

J Jesus, em sua passagem pelo planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina. As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração. Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura. Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias recalcitrantes. Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 110

[...] é a fonte do conforto e da doçura supremos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3

Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dele abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 86

[...] é a verdade sublime e reveladora.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 175

Jesus é o ministro do absoluto, junto às coletividades que progridem nos círculos terrestres [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

Jesus é o coração do Evangelho. O que de melhor existe, no caminho para Deus, gira em torno dele. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 36

[...] sigamos a Jesus, o excelso timoneiro, acompanhando a marcha gloriosa de suor e de luta em que porfiam incan savelmente os nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 86

[...] excelso condutor de nosso mundo, em cujo infinito amor estamos construindo o Reino de Deus em nós.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92


Jesus 1. Vida. Não podemos entender os evangelhos como biografia no sentido historiográfico contemporâneo, mas eles se harmonizam — principalmente no caso de Lucas — com os padrões historiográficos de sua época e devem ser considerados como fontes históricas. No conjunto, apresentam um retrato coerente de Jesus e nos proporcionam um número considerável de dados que permitem reconstruir historicamente seu ensinamento e sua vida pública.

O nascimento de Jesus pode ser situado pouco antes da morte de Herodes, o Grande (4 a.C.) (Mt 2:1ss.). Jesus nasceu em Belém (alguns autores preferem apontar Nazaré como sua cidade natal) e os dados que os evangelhos oferecem em relação à sua ascendência davídica devem ser tomados como certos (D. Flusser, f. f. Bruce, R. E. Brown, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que seja de um ramo secundário. Boa prova dessa afirmação: quando o imperador romano Domiciano decidiu acabar com os descendentes do rei Davi, prendeu também alguns familiares de Jesus. Exilada sua família para o Egito (um dado mencionado também no Talmude e em outras fontes judaicas), esta regressou à Palestina após a morte de Herodes, mas, temerosa de Arquelau, fixou residência em Nazaré, onde se manteria durante os anos seguintes (Mt 2:22-23).

Exceto um breve relato em Lc 2:21ss., não existem referências a Jesus até os seus trinta anos. Nessa época, foi batizado por João Batista (Mt 3 e par.), que Lucas considera parente próximo de Jesus (Lc 1:39ss.). Durante seu Batismo, Jesus teve uma experiência que confirmou sua autoconsciência de filiação divina e messianidade (J. Klausner, D. Flusser, J. Jeremias, J. H. Charlesworth, m. Hengel etc.). De fato, no quadro atual das investigações (1995), a tendência majoritária dos investigadores é aceitar que, efetivamernte, Jesus viu a si mesmo como Filho de Deus — num sentido especial e diferente do de qualquer outro ser — e messias. Sustentada por alguns neobultmanianos e outros autores, a tese de que Jesus não empregou títulos para referir-se a si mesmo é — em termos meramente históricos — absolutamente indefendível e carente de base como têm manifestado os estudos mais recentes (R. Leivestadt, J. H. Charlesworth, m. Hengel, D. Guthrie, f. f. Bruce, I. H. Marshall, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.).

Quanto à sua percepção de messianidade, pelo menos a partir dos estudos de T. W. Manson, pouca dúvida existe de que esta foi compreendida, vivida e expressada por Jesus na qualidade de Servo de Yahveh (Mt 3:16 e par.) e de Filho do homem (no mesmo sentido, f. f. Bruce, R. Leivestadt, m. Hengel, J. H. Charlesworth, J. Jeremias 1. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.). É possível também que essa autoconsciência seja anterior ao batismo. Os sinóticos — e subentendido em João — fazem referência a um período de tentação diabólica que Jesus experimentou depois do batismo (Mt 4:1ss. e par.) e durante o qual se delineara plenamente seu perfil messiânico (J. Jeremias, D. Flusser, C. Vidal Manzanares, J. Driver etc.), rejeitando os padrões políticos (os reinos da terra), meramente sociais (as pedras convertidas em pão) ou espetaculares (lançar-se do alto do Templo) desse messianismo. Esse período de tentação corresponde, sem dúvida, a uma experiência histórica — talvez relatada por Jesus a seus discípulos — que se repetiria, vez ou outra, depois do início de seu ministério. Após esse episódio, iniciou-se a primeira etapa do ministério de Jesus, que transcorreu principalmente na Galiléia, com breves incursões por território pagão e pela Samaria. O centro da pregação consistiu em chamar “as ovelhas perdidas de Israel”; contudo, Jesus manteve contatos com pagãos e até mesmo chegou a afirmar não somente que a fé de um deles era a maior que encontrara em Israel, mas que também chegaria o dia em que muitos como ele se sentariam no Reino com os patriarcas (Mt 8:5-13; Lc 7:1-10). Durante esse período, Jesus realizou uma série de milagres (especialmente curas e expulsão de demônios), confirmados pelas fontes hostis do Talmude. Mais uma vez, a tendência generalizada entre os historiadores atualmente é a de considerar que pelo menos alguns deles relatados nos evangelhos aconteceram de fato (J. Klausner, m. Smith, J. H. Charlesworth, C. Vidal Manzanares etc.) e, naturalmente, o tipo de narrativa que os descreve aponta a sua autencidade.

Nessa mesma época, Jesus começou a pregar uma mensagem radical — muitas vezes expressa em parábolas — que chocava com as interpretações de alguns setores do judaísmo, mas não com a sua essência (Mt 5:7). No geral, o período concluiu com um fracasso (Mt 11:20ss.). Os irmãos de Jesus não creram nele (Jo 7:1-5) e, com sua mãe, pretendiam afastá-lo de sua missão (Mc 3:31ss. e par.). Pior ainda reagiram seus conterrâneos (Mt 13:55ss.) porque a sua pregação centrava-se na necessidade de conversão ou mudança de vida em razão do Reino, e Jesus pronunciava terríveis advertências às graves conseqüências que viriam por recusarem a mensagem divina, negando-se terminantemente em tornar-se um messias político (Mt 11:20ss.; Jo 6:15).

O ministério na Galiléia — durante o qual subiu várias vezes a Jerusalém para as festas judaicas, narradas principalmente no evangelho de João — foi seguido por um ministério de passagem pela Peréia (narrado quase que exclusivamente por Lucas) e a última descida a Jerusalém (seguramente em 30 d.C.; menos possível em 33 ou 36 d.C.), onde aconteceu sua entrada em meio do entusiasmo de bom número de peregrinos que lá estavam para celebrar a Páscoa e que relacionaram o episódio com a profecia messiânica de Zc 9:9ss. Pouco antes, Jesus vivera uma experiência — à qual convencionalmente se denomina Transfiguração — que lhe confirmou a idéia de descer a Jerusalém. Nos anos 30 do presente século, R. Bultmann pretendeu explicar esse acontecimento como uma projeção retroativa de uma experiência pós-pascal. O certo é que essa tese é inadmissível — hoje, poucos a sustentariam — e o mais lógico, é aceitar a historicidade do fato (D. Flusser, W. L. Liefeld, H. Baltensweiler, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.) como um momento relevante na determinação da autoconsciência de Jesus. Neste, como em outros aspectos, as teses de R. Bultmann parecem confirmar as palavras de R. H. Charlesworth e outros autores, que o consideram um obstáculo na investigação sobre o Jesus histórico.

Contra o que às vezes se afirma, é impossível questionar o fato de Jesus saber que morreria violentamente. Realmente, quase todos os historiadores hoje consideram que Jesus esperava que assim aconteceria e assim o comunicou a seus discípulos mais próximos (m. Hengel, J. Jeremias, R. H. Charlesworth, H. Schürmann, D. Guthrie, D. Flusser, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc). Sua consciência de ser o Servo do Senhor, do qual se fala em Is 53 (Mc 10:43-45), ou a menção ao seu iminente sepultamento (Mt 26:12) são apenas alguns dos argumentos que nos obrigam a chegar a essa conclusão.

Quando Jesus entrou em Jerusalém durante a última semana de sua vida, já sabia da oposição que lhe faria um amplo setor das autoridades religiosas judias, que consideravam sua morte uma saída aceitável e até desejável (Jo 11:47ss.), e que não viram, com agrado, a popularidade de Jesus entre os presentes à festa. Durante alguns dias, Jesus foi examinado por diversas pessoas, com a intenção de pegá-lo em falta ou talvez somente para assegurar seu destino final (Mt 22:15ss. E par.) Nessa época — e possivelmente já o fizesse antes —, Jesus pronunciou profecias relativas à destruição do Templo de Jerusalém, cumpridas no ano 70 d.C. Durante a primeira metade deste século, alguns autores consideraram que Jesus jamais anunciara a destruição do Templo e que as mencionadas profecias não passavam de um “vaticinium ex eventu”. Hoje em dia, ao contrário, existe um considerável número de pesquisadores que admite que essas profecias foram mesmo pronunciadas por Jesus (D. Aune, C. Rowland, R. H. Charlesworth, m. Hengel, f. f. Bruce, D. Guthrie, I. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.) e que o relato delas apresentado pelos sinóticos — como já destacou C. H. Dodd no seu tempo — não pressupõe, em absoluto, que o Templo já tivesse sido destruído. Além disso, a profecia da destruição do Templo contida na fonte Q, sem dúvida anterior ao ano 70 d.C., obriga-nos também a pensar que as referidas profecias foram pronunciadas por Jesus. De fato, quando Jesus purificou o Templo à sua entrada em Jerusalém, já apontava simbolicamente a futura destruição do recinto (E. P. Sanders), como ressaltaria a seus discípulos em particular (Mt 24:25; Mc 13; Lc 21).

Na noite de sua prisão e no decorrer da ceia pascal, Jesus declarou inaugurada a Nova Aliança (Jr 31:27ss.), que se fundamentava em sua morte sacrifical e expiatória na cruz. Depois de concluir a celebração, consciente de sua prisão que se aproximava, Jesus dirigiu-se ao Getsêmani para orar com alguns de seus discípulos mais íntimos. Aproveitando a noite e valendo-se da traição de um dos apóstolos, as autoridades do Templo — em sua maior parte saduceus — apoderaram-se de Jesus, muito provavelmente com o auxílio de forças romanas. O interrogatório, cheio de irregularidades, perante o Sinédrio pretendeu esclarecer e até mesmo impor a tese da existência de causas para condená-lo à morte (Mt 26:57ss. E par.). O julgamento foi afirmativo, baseado em testemunhas que asseguraram ter Jesus anunciado a destruição do Templo (o que tinha uma clara base real, embora com um enfoque diverso) e sobre o próprio testemunho do acusado, que se identificou como o messias — Filho do homem de Dn 7:13. O problema fundamental para executar Jesus consistia na impossibilidade de as autoridades judias aplicarem a pena de morte. Quando o preso foi levado a Pilatos (Mt 27:11ss. e par.), este compreendeu tratar-se de uma questão meramente religiosa que não lhe dizia respeito e evitou, inicialmente, comprometer-se com o assunto.

Convencidos os acusadores de que somente uma acusação de caráter político poderia acarretar a desejada condenação à morte, afirmaram a Pilatos que Jesus era um agitador subversivo (Lc 23:1ss.). Mas Pilatos, ao averiguar que Jesus era galileu e valendo-se de um procedimento legal, remeteu a causa a Herodes (Lc 23:6ss.), livrando-se momentaneamente de proferir a sentença.

Sem dúvida alguma, o episódio do interrogatório de Jesus diante de Herodes é histórico (D. Flusser, C. Vidal Manzanares, f. f. Bruce etc.) e parte de uma fonte muito primitiva. Ao que parece, Herodes não achou Jesus politicamente perigoso e, possivelmente, não desejando fazer um favor às autoridades do Templo, apoiando um ponto de vista contrário ao mantido até então por Pilatos, preferiu devolver Jesus a ele. O romano aplicou-lhe uma pena de flagelação (Lc 23:1ss.), provavelmente com a idéia de que seria punição suficiente (Sherwin-White), mas essa decisão em nada abrandou o desejo das autoridades judias de matar Jesus. Pilatos propôs-lhes, então, soltar Jesus, amparando-se num costume, em virtude do qual se podia libertar um preso por ocasião da Páscoa. Todavia, uma multidão, presumivelmente reunida pelos acusadores de Jesus, pediu que se libertasse um delinqüente chamado Barrabás em lugar daquele (Lc 23:13ss. e par.). Ante a ameaça de que a questão pudesse chegar aos ouvidos do imperador e o temor de envolver-se em problemas com este, Pilatos optou finalmente por condenar Jesus à morte na cruz. Este se encontrava tão extenuado que, para carregar o instrumento de suplício, precisou da ajuda de um estrangeiro (Lc 23:26ss. e par.), cujos filhos, mais tarde, seriam cristãos (Mc 15:21; Rm 16:13). Crucificado junto a dois delinqüentes comuns, Jesus morreu ao final de algumas horas. Então, seus discípulos fugiram — exceto o discípulo amado de Jo 19:25-26 e algumas mulheres, entre as quais se encontrava sua mãe — e um deles, Pedro, até mesmo o negou em público várias vezes. Depositado no sepulcro de propriedade de José de Arimatéia, um discípulo secreto que recolheu o corpo, valendo-se de um privilégio concedido pela lei romana relativa aos condenados à morte, ninguém tornou a ver Jesus morto.

No terceiro dia, algumas mulheres que tinham ido levar perfumes para o cadáver encontraram o sepulcro vazio (Lc 24:1ss. e par.). Ao ouvirem que Jesus ressuscitara, a primeira reação dos discípulos foi de incredulidade (Lc 24:11). Sem dúvida, Pedro convenceu-se de que era real o que as mulheres afirmavam após visitar o sepulcro (Lc 24:12; Jo 20:1ss.). No decorrer de poucas horas, vários discípulos afirmaram ter visto Jesus. Mas os que não compartilharam a experiência, negaram-se a crer nela, até passarem por uma semelhante (Jo 20:24ss.). O fenômeno não se limitou aos seguidores de Jesus, mas transcendeu os limites do grupo. Assim Tiago, o irmão de Jesus, que não aceitara antes suas afirmações, passou então a crer nele, em conseqüência de uma dessas aparições (1Co 15:7). Naquele momento, segundo o testemunho de Paulo, Jesus aparecera a mais de quinhentos discípulos de uma só vez, dos quais muitos ainda viviam vinte anos depois (1Co 15:6). Longe de ser uma mera vivência subjetiva (R. Bultmann) ou uma invenção posterior da comunidade que não podia aceitar que tudo terminara (D. f. Strauss), as fontes apontam a realidade das aparições assim como a antigüidade e veracidade da tradição relativa ao túmulo vazio (C. Rowland, J. P. Meier, C. Vidal Manzanares etc.). Uma interpretação existencialista do fenômeno não pôde fazer justiça a ele, embora o historiador não possa elucidar se as aparições foram objetivas ou subjetivas, por mais que esta última possibilidade seja altamente improvável (implicaria num estado de enfermidade mental em pessoas que, sabemos, eram equilibradas etc.).

O que se pode afirmar com certeza é que as aparições foram decisivas na vida ulterior dos seguidores de Jesus. De fato, aquelas experiências concretas provocaram uma mudança radical nos até então atemorizados discípulos que, apenas umas semanas depois, enfrentaram corajosamente as mesmas autoridades que maquinaram a morte de Jesus (At 4). As fontes narram que as aparições de Jesus se encerraram uns quarenta dias depois de sua ressurreição. Contudo, Paulo — um antigo perseguidor dos cristãos — teve mais tarde a mesma experiência, cuja conseqüência foi a sua conversão à fé em Jesus (1Co 15:7ss.) (m. Hengel, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.).

Sem dúvida, aquela experiência foi decisiva e essencial para a continuidade do grupo de discípulos, para seu crescimento posterior, para que eles demonstrassem ânimo até mesmo para enfrentar a morte por sua fé em Jesus e fortalecer sua confiança em que Jesus retornaria como messias vitorioso. Não foi a fé que originou a crença nas aparições — como se informa em algumas ocasiões —, mas a sua experiência que foi determinante para a confirmação da quebrantada fé de alguns (Pedro, Tomé etc.), e para a manifestação da mesma fé em outros até então incrédulos (Tiago, o irmão de Jesus etc.) ou mesmo declaradamente inimigos (Paulo de Tarso).

2. Autoconsciência. Nas últimas décadas, tem-se dado enorme importância ao estudo sobre a autoconsciência de Jesus (que pensava Jesus de si mesmo?) e sobre o significado que viu em sua morte. O elemento fundamental da autoconsciência de Jesus deve ter sido sua convicção de ser Filho de Deus num sentido que não podia ser compartilhado com mais ninguém e que não coincidia com pontos de vista anteriores do tema (rei messiânico, homem justo etc.), embora pudesse também englobá-los. Sua originalidade em chamar a Deus de Abba (lit. papaizinho) (Mc 14:36) não encontra eco no judaísmo até a Idade Média e indica uma relação singular confirmada no batismo, pelas mãos de João Batista, e na Transfiguração. Partindo daí, podemos entender o que pensava Jesus de si mesmo. Exatamente por ser o Filho de Deus — e dar a esse título o conteúdo que ele proporcionava (Jo 5:18) — nas fontes talmúdicas, Jesus é acusado de fazer-se Deus. A partir de então, manifesta-se nele a certeza de ser o messias; não, porém, um qualquer, mas um messias que se expressava com as qualidades teológicas próprias do Filho do homem e do Servo de YHVH.

Como já temos assinalado, essa consciência de Jesus de ser o Filho de Deus é atualmente admitida pela maioria dos historiadores (f. f. Bruce, D. Flusser, m. Hengel, J. H. Charlesworth, D. Guthrie, m. Smith, I. H. Marshall, C. Rowland, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que se discuta o seu conteúdo delimitado. O mesmo se pode afirmar quanto à sua messianidade.

Como já temos mostrado, evidentemente Jesus esperava sua morte. Que deu a ela um sentido plenamente expiatório, dedu-Zse das próprias afirmações de Jesus acerca de sua missão (Mc 10:45), assim como do fato de identificar-se com o Servo de YHVH (13 53:12'>Is 52:13-53:12), cuja missão é levar sobre si o peso do pecado dos desencaminhados e morrer em seu lugar de forma expiatória (m. Hengel, H. Schürmann, f. f. Bruce, T. W. Manson, D. Guthrie, C. Vidal Manzanares etc.). É bem possível que sua crença na própria ressurreição também partia do Cântico do Servo em Is 53 já que, como se conservou na Septuaginta e no rolo de Isaías encontrado em Qumrán, do Servo esperava-se que ressuscitasse depois de ser morto expiatoriamente. Quanto ao seu anúncio de retornar no final dos tempos como juiz da humanidade, longe de ser um recurso teológico articulado por seus seguidores para explicar o suposto fracasso do ministério de Jesus, conta com paralelos na literatura judaica que se refere ao messias que seria retirado por Deus e voltaria definitivamente para consumar sua missão (D. Flusser, C. Vidal Manzanares etc.).

3. Ensinamento. A partir desses dados seguros sobre a vida e a autoconsciência de Jesus, podemos reconstruir as linhas mestras fundamentais de seu ensinamento. Em primeiro lugar, sua mensagem centralizava-se na crença de que todos os seres humanos achavam-se em uma situação de extravio ou perdição (Lc 15 e par. no Documento Q). Precisamente por isso, Jesus chamava ao arrependimento ou à conversão, porque com ele o Reino chegava (Mc 1:14-15). Essa conversão implicava uma transformação espiritual radical, cujos sinais característicos estão coletados tanto nos ensinamentos de Jesus como os contidos no Sermão da Montanha (Mt 5:7), e teria como marco a Nova Aliança profetizada por Jeremias e inaugurada com a morte expiatória do messias (Mc 14:12ss. e par.). Deus vinha, em Jesus, buscar os perdidos (Lc 15), e este dava sua vida inocente como resgate por eles (Mc 10:45), cumprindo assim sua missão como Servo de YHVH. Todos podiam agora — independente de seu presente ou de seu passado — acolher-se no seu chamado. Isto supunha reconhecer que todos eram pecadores e que ninguém podia apresentar-se como justo diante de Deus (Mt 16:23-35; Lc 18:9-14 etc.). Abria-se então um período da história — de duração indeterminada — durante o qual os povos seriam convidados a aceitar a mensagem da Boa Nova do Reino, enquanto o diabo se ocuparia de semear a cizânia (13 1:30-36'>Mt 13:1-30:36-43 e par.) para sufocar a pregação do evangelho.

Durante essa fase e apesar de todas as artimanhas demoníacas, o Reino cresceria a partir de seu insignificante início (Mt 13:31-33 e par.) e concluiria com o regresso do messias e o juízo final. Diante da mensagem de Jesus, a única atitude lógica consistiria em aceitar o Reino (Mt 13:44-46; 8,18-22), apesar das muitas renúncias que isso significasse. Não haveria possibilidade intermediária — “Quem não estiver comigo estará contra mim” (Mt 12:30ss. e par.) — e o destino dos que o rejeitaram, o final dos que não manisfestaram sua fé em Jesus não seria outro senão o castigo eterno, lançados às trevas exteriores, em meio de choro e ranger de dentes, independentemente de sua filiação religiosa (Mt 8:11-12 e par.).

À luz dos dados históricos de que dispomos — e que não se limitam às fontes cristãs, mas que incluem outras claramente hostis a Jesus e ao movimento que dele proveio —, pode-se observar o absolutamente insustentável de muitas das versões populares que sobre Jesus têm circulado. Nem a que o converte em um revolucionário ou em um dirigente político, nem a que faz dele um mestre de moral filantrópica, que chamava ao amor universal e que olhava todas as pessoas com benevolência (já não citamos aqueles que fazem de Jesus um guru oriental ou um extraterrestre) contam com qualquer base histórica. Jesus afirmou que tinha a Deus por Pai num sentido que nenhum ser humano poderia atrever-se a imitar, que era o de messias — entendido como Filho do homem e Servo do Senhor; que morreria para expiar os pecados humanos; e que, diante dessa demonstração do amor de Deus, somente caberia a cada um aceitar Jesus e converter-se ou rejeita-lo e caminhar para a ruína eterna. Esse radicalismo sobre o destino final e eterno da humanidade exigia — e continua exigindo — uma resposta lara, definida e radical; serve também para dar-nos uma idéia das reações que esse radicalismo provocava (e ainda provoca) e das razões, muitas vezes inconscientes, que movem as pessoas a castrá-lo, com a intenção de obterem um resultado que não provoque tanto nem se dirija tão ao fundo da condição humana. A isso acrescentamos que a autoconsciência de Jesus é tão extraordinária em relação a outros personagens históricos que — como acertadamente ressaltou o escritor e professor britânico C. S. Lewis — dele só resta pensar que era um louco, um farsante ou, exatamente, quem dizia ser.

R. Dunkerley, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Klausner, o.c.; A. Edersheim, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio: o Documento Q, Barcelona 1993; Idem, Diccionario de las tres...; A. Kac (ed), The Messiahship of Jesus, Grand Rapids, 1986; J. Jeremias, Abba, Salamanca 1983; Idem Teología...; O. Cullmann, Christology...; f. f. Bruce, New Testament...; Idem, Jesus and Christian Origins Outside the New Testament, Londres 1974; A. J. Toynbee, o. c.; m. Hengel, The Charismatic Leader and His Followers, Edimburgo 1981.


Mestre

Mestre 1. “Epistates” (o que está por cima). No evangelho de Lucas, é equivalente a rabie, por definição, um título apropriado para Jesus (Lc 5:5; 8,24.45; 9,33.49; 17,13).

2. “Didaskalos” (o que ensina). Por antonomásia, Jesus, o único que merece receber esse tratamento (Mt 8:19; Mc 4:38; Lc 7:40; Jo 1:38), proibido até mesmo a seus discípulos (Mt 23:8).


Mestre
1) Professor; instrutor (Sl 119:99; Mt 10:24).


2) Título de Jesus, que tinha autoridade ao ensinar (Mc 12:14).


3) Pessoa perita em alguma ciência ou arte (Ex 35:35).


4) Pessoa que se destaca em qualquer coisa (Pv 24:8; Ez 21:31, RA).


5) Capitão (Jn 1:6).


[...] o Mestre é sempre a fonte dos ensinamentos vivos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6


substantivo masculino Professor de grande saber.
Perito ou versado em qualquer ciência ou arte.
Quem obteve esse grau por concluir um mestrado: mestre em Letras.
Oficial graduado de qualquer profissão: mestre pedreiro.
Figurado Aquilo que serve de ensino ou de que se pode tirar alguma lição: o tempo é um grande mestre.
[Marinha] Comandante de pequena embarcação.
[Marinha] Oficial experiente de um navio que orienta o trabalho dos demais.
Chefe ou iniciador de um movimento cultural.
O que tem o terceiro grau na maçonaria.
adjetivo De caráter principal; fundamental: plano mestre.
Figurado Com grande proficiência; perito: talento mestre.
De tamanho e importância consideráveis; extraordinário: ajuda mestra.
Etimologia (origem da palavra mestre). Do latim magister.

substantivo masculino Professor de grande saber.
Perito ou versado em qualquer ciência ou arte.
Quem obteve esse grau por concluir um mestrado: mestre em Letras.
Oficial graduado de qualquer profissão: mestre pedreiro.
Figurado Aquilo que serve de ensino ou de que se pode tirar alguma lição: o tempo é um grande mestre.
[Marinha] Comandante de pequena embarcação.
[Marinha] Oficial experiente de um navio que orienta o trabalho dos demais.
Chefe ou iniciador de um movimento cultural.
O que tem o terceiro grau na maçonaria.
adjetivo De caráter principal; fundamental: plano mestre.
Figurado Com grande proficiência; perito: talento mestre.
De tamanho e importância consideráveis; extraordinário: ajuda mestra.
Etimologia (origem da palavra mestre). Do latim magister.

Rabi

substantivo masculino Religião Líder espiritual de uma congregação ou comunidade de origem judaica, que professa o judaísmo como religião.
Pessoa que conhece ou entende profundamente da religião judaica.
Etimologia (origem da palavra rabi). Do hebraico rabbi, "mestre, doutor".

Título de honra, que significa ‘Mestre’, e que era empregado pelos judeus, sendo muitas vezes esse o tratamento dado a Jesus (Mt 23:7-8 – 26.25,49 – Mc 9:5 – 11.21 – 14.45 – Jo 1:38-49 – 3.2,26 – 4.31 – 6.25 – 9.2 – 11.8). “Rab”, na sua significação de grande, entra na composição de muitos nomes de altos cargos.

(Heb. “meu senhor”, “meu mestre”, etc.; rab significa “grande”). Vocábulo usado apenas no Novo Testamento, embora a raiz rab ocorra ocasionalmente no Antigo Testamento como uma demonstração de respeito por alguém que ocupa um cargo oficial. Gradativamente, o termo foi usado apenas para os mestres e líderes religiosos entre os judeus.

Jesus deu estritas instruções aos discípulos para que não fossem chamados de “Rabi”, com o intuito de informar que era um título que gerava orgulho. “Vós, porém, não sereis chamados Rabi, pois um só é o vosso Mestre, e vós todos sois irmãos” (Mt 23:8). Esta era uma das mais importantes lições que Cristo tinha para ensinar aos discípulos sobre a constituição do Reino de Deus. Os membros deste reino não deviam buscar posição privilegiada.

Em várias ocasiões Jesus foi chamado de “Rabi”, em sinal de respeito (Mc 9:5; Mc 10:51; Mc 1:49; Mc 3:2; etc.), embora em outras situações houve esse também um senso de ironia no seu uso, como na atitude de Judas 1scariotes (Mt 26:25-49). Quando dois dos discípulos de João referiram-se a Jesus como “Rabi”, o Batista interpretou o termo para sua audiência como “professor” (Jo 1:38). João Batista também foi respeitosamente chamado dessa maneira (Jo 3:26). Lucas não usa de maneira alguma tal vocábulo, pois substitui os termos “mestre” ou “senhor” por outros. P.D.G.


Rabi Palavra ARAMAICA que quer dizer MESTRE 1, (Jo 1:38; 3.2).

Rabi Ver Mestre.

Traduzido

traduzido adj. Vertido, interpretado.

Vendar

verbo transitivo Cobrir os olhos com uma venda.
Figurado Obscurecer, cegar: o ódio lhe vendava a razão.

Vendar Cobrir com uma tira (Lc 22:64) ou com um pano (Is 29:10).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
(meu)
João 1: 38 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, diz-lhes: Que buscais? Eles lhe disseram: Rabbi – que se diz ao ser traduzido “Mestre” – onde moras?
João 1: 38 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Outubro de 27 a Outubro de 28. 15° ano de Tibério
G1161
δέ
e / mas / alem do mais / além disso
(moreover)
Conjunção
G1320
didáskalos
διδάσκαλος
carne
(the flesh)
Substantivo
G190
akolouthéō
ἀκολουθέω
Ai
(Woe)
Interjeição
G2212
zētéō
ζητέω
purificar, destilar, coar, refinar
(refined)
Verbo
G2300
theáomai
θεάομαι
ser afiado, estar alerta, ser aguçado
(sharpens)
Verbo
G2424
Iēsoûs
Ἰησοῦς
de Jesus
(of Jesus)
Substantivo - Masculino no Singular genitivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3004
légō
λέγω
terra seca, solo seco
(the dry land)
Substantivo
G3177
methermēneúō
μεθερμηνεύω
traduzido
(translated)
Verbo - Presente do indicativo médio ou passivo - nominativo neutro no Singular
G3306
ménō
μένω
respirar, ofegar, arfar
([that] mourns herself)
Verbo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3739
hós
ὅς
que
(which)
Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
G4226
poû
ποῦ
onde
(Where)
Advérbio
G4461
rhabbí
ῥαββί
meu grande mestre, meu ilustre senhor
(Rabbi)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G4762
stréphō
στρέφω
virar, girar
(turn)
Verbo - Imperativo aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Ativo - 2ª pessoa do singular
G5101
tís
τίς
Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
(who)
Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


δέ


(G1161)
(deh)

1161 δε de

partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

  1. mas, além do mais, e, etc.

διδάσκαλος


(G1320)
didáskalos (did-as'-kal-os)

1320 διδασκαλος didaskalos

de 1321; TDNT - 2:148,161; n m

  1. professor
  2. no NT, alguém que ensina a respeito das coisas de Deus, e dos deveres do homem
    1. alguém que é qualificado para ensinar, ou que pensa desta maneira
    2. os mestres da religião judaica
    3. daqueles que pelo seu imenso poder como mestres atraem multidões, i.e., João Batista, Jesus
    4. pela sua autoridade, usado por Jesus para referir-se a si mesmo como aquele que mostrou aos homens o caminho da salvação
    5. dos apóstolos e de Paulo
    6. daqueles que, nas assembléias religiosas dos cristãos, encarregavam-se de ensinar, assistidos pelo Santo Espírito
    7. de falsos mestres entre os cristãos

ἀκολουθέω


(G190)
akolouthéō (ak-ol-oo-theh'-o)

190 ακολουθεω akoloutheo

de 1 (como partícula de união) e keleuthos (caminho);

TDNT - 1:210,33; v

  1. seguir a alguém que precede, juntar-se a ele como seu assistente, acompanhá-lo
  2. juntar-se a alguém como um discípulo, tornar-se ou ser seu discípulo
    1. apoiar o seu partido

ζητέω


(G2212)
zētéō (dzay-teh'-o)

2212 ζητεω zeteo

de afinidade incerta; TDNT - 2:892,300; v

  1. procurar a fim de encontrar
    1. procurar algo
    2. procurar [para descobrir] pelo pensamento, meditação, raciocínio; investigar
    3. procurar, procurar por, visar, empenhar-se em
  2. procurar, i.e., requerer, exigir
    1. pedir enfaticamente, exigir algo de alguém

θεάομαι


(G2300)
theáomai (theh-ah'-om-ahee)

2300 θεαομαι theaomai

uma forma prolongada de um verbo primário; TDNT - 5:315,706; v

  1. olhar, observar, ver atentamente, contemplar (freqüentemente usado de shows públicos)
    1. de pessoas importantes que são consideradas com admiração
  2. ver, ter uma visão de
    1. no sentido de visitar, encontrar com uma pessoa

      aprender pelo olhar, ver com os olhos, perceber

Sinônimos ver verbete 5848


Ἰησοῦς


(G2424)
Iēsoûs (ee-ay-sooce')

2424 Ιησους Iesous

de origem hebraica 3091 ישוע; TDNT - 3:284,360; n pr m

Jesus = “Jeová é salvação”

Jesus, o filho de Deus, Salvador da humanidade, Deus encarnado

Jesus Barrabás era o ladrão cativo que o judeus pediram a Pilatos para libertar no lugar de Cristo

Jesus [Josué] era o famoso capitão dos israelitas, sucessor de Moisés (At 7:45; Hb 4:8)

Jesus [Josué], filho de Eliézer, um dos ancestrais de Cristo (Lc 3:29)

Jesus, de sobrenome Justo, um cristão judeu, cooperador de Paulo na pregação do evangelho (Cl 4:11)


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λέγω


(G3004)
légō (leg'-o)

3004 λεγω lego

palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

  1. dizer, falar
    1. afirmar sobre, manter
    2. ensinar
    3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
    4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
    5. chamar pelo nome, chamar, nomear
    6. gritar, falar de, mencionar

μεθερμηνεύω


(G3177)
methermēneúō (meth-er-mane-yoo'-o)

3177 μεθερμηνευω methermeneuo

de 3326 e 2059; v

  1. traduzir para a língua de alguém com quem desejo comunicar-me, interpretar

μένω


(G3306)
ménō (men'-o)

3306 μενω meno

palavra raiz; TDNT - 4:574,581; v

  1. permanecer, ficar
    1. em referência a lugar
      1. permanecer ou residir por pouco tempo, esperar
      2. não partir
        1. continuar a estar presente
        2. ser sustentado, mantido, continuamente
    2. em referência ao tempo
      1. continuar a ser, não perecer, durar, aturar
        1. de pessoas, sobreviver, viver
    3. em referência a estado ou condição
      1. permanecer o mesmo, não tornar-se outro ou diferente

        esperar por, estar à espera de alguém



(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὅς


(G3739)
hós (hos)

3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

  1. quem, que, o qual

ποῦ


(G4226)
poû (poo)

4226 που pou

caso genitivo de um pronome interrogativo pos (o que) de outra forma arcaica (talvez do mesmo que 4225 usado com o ato de levantar indagação); adv

algum lugar

aproximadamente, quase

com numerais: mais ou menos, cerca de


ῥαββί


(G4461)
rhabbí (hrab-bee')

4461 ραββι rhabbi

de origem hebraica 7227 רבי com sufixo pronominal; TDNT - 6:961,982; n m

meu grande mestre, meu ilustre senhor

Rabi, título usado pelos judeus para dirigir-se a seus mestres (e também honrá-los, mesmo quando não se dirigem a eles)


στρέφω


(G4762)
stréphō (stref'-o)

4762 στρεφω strepho

reforçado da raiz de 5157; TDNT - 7:714,1093; v

  1. virar, girar
  2. virar-se (i.e., voltar as costas para alguém

    2a) de alguém que não mais se importa com o outro)

    1. metáf. mudar a conduta de, i.e., mudar a mente de alguém

τίς


(G5101)
tís (tis)

5101 τις tis

τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo