Enciclopédia de Atos 5:15-15

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 5: 15

Versão Versículo
ARA a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles.
ARC De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.
TB a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os porem em leitos e enxergões, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse algum deles.
BGB ὥστε ⸂καὶ εἰς⸃ τὰς πλατείας ἐκφέρειν τοὺς ἀσθενεῖς καὶ τιθέναι ἐπὶ ⸀κλιναρίων καὶ κραβάττων, ἵνα ἐρχομένου Πέτρου κἂν ἡ σκιὰ ⸀ἐπισκιάσῃ τινὶ αὐτῶν.
HD a ponto de também levarem os enfermos para as ruas e os colocarem sobre pequenos leitos e catres, a fim de que, vindo Pedro, ao menos a sombra cobrisse alguns deles.
LTT De forma a (as multidões), ao longo de todas as ruas largas, transportarem para fora (de casa) os enfermos e os colocarem sobre leitos e macas ①, a fim de que, enquanto passando Pedro, ao menos a sua sombra sombreasse sobre alguns deles.
BJ2 . . . a ponto de levarem os doentes até para as ruas, colocando-os sobre leitos e em macas, para que, ao passar Pedro, ao menos sua sombra encobrisse algum deles.
VULG ita ut in plateas ejicerent infirmos, et ponerent in lectulis et grabatis, ut, veniente Petro, saltem umbra illius obumbraret quemquam illorum, et liberarentur ab infirmitatibus suis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 5:15

Mateus 9:21 porque dizia consigo: Se eu tão somente tocar a sua veste, ficarei sã.
Mateus 14:36 E rogavam-lhe que, ao menos, eles pudessem tocar a orla da sua veste; e todos os que a tocavam ficavam sãos.
João 14:12 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
Atos 19:11 E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias,


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Atos 5 : 15
enfermos
ασθενεω - (astheneo) Lit. “mole”, fraco, enfermo (ocasional).

Atos 5 : 15
ruas
Lit. “ruas, estradas largas; praça”.

Atos 5 : 15
catres
Palavra de origem macedônica, traduzida para o latim como “grabatus”. Trata-se de um leito rústico e pobre, uma espécie de colchão dobrável para viagem bastante rústico. A palavra “catre” talvez reflita melhor a rusticidade e pobreza desse leito portátil usado pelas pessoas muito pobres da Palestina.

Atos 5 : 15
cobrisse
Lit. “fazer sombra sobre, cobrir com sombra, sombrear”.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"maca": padiola, pequena cama para carregar doentes.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Emmanuel

at 5:15
Pão Nosso

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 172
Página: 355
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“De sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.” — (At 5:15)


O conquistador de glórias sanguinolentas espalha terror e ruínas por onde passa.

O político astucioso semeia a desconfiança e a dúvida.

O juiz parcial acorda o medo destrutivo.

O revoltado espalha nuvens de veneno sutil.

O maledicente injeta disposições malignas nos ouvintes, provocando o verbo desvairado.

O caluniador estende fios de treva na senda que trilha.

O preguiçoso adormece as energias daqueles que encontra, inoculando-lhes fluidos entorpecentes.

O mentiroso deixa perturbação e insegurança, ao redor dos próprios passos.

O galhofeiro, com a simples presença, inspira e encoraja histórias hilariantes.

Todos nós, através dos pensamentos, das palavras e dos atos, criamos atmosfera particular, que nos identifica aos olhos alheios.

A sombra de Simão Pedro, que aceitara o Cristo e a Ele se consagrara, era disputada pelos sofredores e doentes que encontravam nela esperança e alívio, reconforto e alegria.

Examina os assuntos e as atitudes que a tua presença desperta nos outros. Com atenção, descobrirás a qualidade de tua sombra e, se te encontras interessado em aquisição de valores iluminativos com Jesus, será fácil descobrires as próprias deficiências e corrigi-las.



at 5:15
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários aos Atos dos Apóstolos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 12
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“De sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.” — (At 5:15)


O conquistador de glórias sanguinolentas espalha terror e ruínas por onde passa.

O político astucioso semeia a desconfiança e a dúvida.

O juiz parcial acorda o medo destrutivo.

O revoltado espalha nuvens de veneno sutil.

O maledicente injeta disposições malignas nos ouvintes, provocando o verbo desvairado.

O caluniador estende fios de treva na senda que trilha.

O preguiçoso adormece as energias daqueles que encontra, inoculando-lhes fluidos entorpecentes.

O mentiroso deixa perturbação e insegurança, ao redor dos próprios passos.

O galhofeiro, com a simples presença, inspira e encoraja histórias hilariantes.

Todos nós, através dos pensamentos, das palavras e dos atos, criamos atmosfera particular, que nos identifica aos olhos alheios.

A sombra de Simão Pedro, que aceitara o Cristo e a Ele se consagrara, era disputada pelos sofredores e doentes que encontravam nela esperança e alívio, reconforto e alegria.

Examina os assuntos e as atitudes que a tua presença desperta nos outros. Com atenção, descobrirás a qualidade de tua sombra e, se te encontras interessado em aquisição de valores iluminativos com Jesus, será fácil descobrires as próprias deficiências e corrigi-las.




Amélia Rodrigues

at 5:15
Dias Venturosos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 26
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

As aragens blandiciosas de paz, que permaneceram na comunidade dos Homens do Caminho, eram lentamente substituídas pelos ventos da perturbação, que penetravam através das frestas morais dos companheiros menos resistentes.


Aumentava o número de aflitos e se avolumava, cada vez mais, o trabalho para os devotados seareiros, que não eram muitos.


A onda volumosa das curas contínuas trazia multidões esfaimadas e enfermos desesperados, que aguardavam milagres, sem qualquer esforço em favor da própria transformação moral.


Quando diminuía a azáfama diurna e a noite se recamava de estrelas lucilantes, os apóstolos se reuniam para examinar a situação e tomar providências, reservando-se momentos de paz e de inspiração.


Pairavam na psicosfera ambiente as lembranças do Mestre amado e de Estêvão, apedrejado até a morte.


Alguns desertores, tentando granjear simpatias entre os fariseus, os saduceus e a massa ignorante, teciam comentários desairosos sobre o grupo de amigos do Bem.


Atos 5:15-16


Uns diziam-se espoliados dos haveres; outros asseveravam que foram ludibriados na boa-fé e mais outros acusavam os trabalhadores de Jesus de feitiçaria e intercâmbio nefasto com Satanás. . .


As dificuldades surgiam com frequência, embora o ânimo dos companheiros do Mestre não se abalasse. Como efeito, porém, a cooperação diminuía, enquanto aumentavam as necessidades urgentes.


As horas transcorriam rápidas e eram preenchidas pela ação contínua e estafante. Nas noturnas, dedicadas à reflexão, eles davam-se conta de que era chegado o momento do testemunho.


As alegrias, que haviam sido os estímulos para o prosseguimento do labor, estavam sombreadas pelas expectativas de sofrimentos próximos.


Num desses memoráveis encontros, sob a inspiração do mártir apedrejado, João considerou que o instante grave chegava e que o cerco do Mal se fazia mais rude, exigindo-lhes vigilância redobrada, paciência irreprochável e amor sem limite. . .


Celene velava no alto, cercada pelos pingentes estelares, enquanto suave brisa perpassava pelo grupo reunido ao abrigo de veneranda figueira.


Havia algo de especial que os fortalecia, brindandolhes resistência e entusiasmo para o grande enfrentamento.


Cessado o comentário-advertência, o silêncio se abateu sobre eles, quebrado somente pelos sons da noite, os gemidos dos enfermos e alguns gritos de obsessos que se encontravam amparados.


João, rico de juventude, exteriorizava um semblante pulcro, que gerava simpatia, infundia ternura, convidava ao amor sem mesclas de paixão.


Quando se punha a falar, nas assembleias públicas, fascinante, arrebatava. Seu rosto irradiava mirífica luz que o adornava de claridade incomum.


Não obstante as primeiras agruras experimentadas pela igreja nascente, as palestras prosseguiam sem interrupção.


Numa tarde morna, a sala se encontrava repleta e algo especial envolvia o público, que aguardava o verbo canoro do discípulo amado.


Iniciada a atividade por Simão Pedro, que lhe passou a palavra para os comentários sob a inspiração do Santo Espírito, o jovem narrou o seu encontro com Jesus na doce e inesquecível Galileia.


Referiu-se às emoções que o tomaram desde então e à sua entrega total ao amigo que o arrebatara.


Evocando cada momento, deixava-se arrastar pela onda mansa dos júbilos, assinalando cada sentença com delicada referência à felicidade de O amar.


Quando terminou, sutil aroma invadiu o recinto, sensibilizando a todos, que mais se deixaram comover.


* * *

A sua presença havia sido notada, e uma certa repulsa perturbara algumas frequentadoras de atividade espiritual.


Era conhecida em Jerusalém, na sua infeliz conduta de vendedora de perfumes e de ilusões.


Lares se haviam desfeito por sua causa, e muitos homens se degradaram para conseguir-lhe as carícias de altos estipêndios e participarem do seu leito de luxúria. Os homens também, por a conhecerem, sentiam-se indignados, ao vê-la naquele recinto.


Ali, porém, era o lar dos deserdados e o hospital dos desenganados.


Ela pareceu acompanhar os comentários do jovem evangelizador com certa dose de interesse.


Quando ele terminou, sem preâmbulos e audaciosamente, ela acercou-se e pediu ao servo do Cristo uma entrevista de urgência.


João encaminhou-a a um cômodo contíguo, deixando por momentos aqueles com os quais repartia seu afeto em cuidadosos diálogos após as palestras.


Mal se adentraram, a infeliz atirou-se-lhe aos braços e, lasciva, começou a declarar-se:

– Todos que aqui vêm, são vítimas do destino. Também eu o sou. Os outros têm doenças e fome, mas eu trago a dor do amor insaciado. . .


O apóstolo recuou, tentando desvencilhar-se dos bra- ços adereçados e do corpo enleante, mas ela insistiu, procurando retê-lo, e disse:

– Eu vos amo!


Sem titubear, o jovem fiel redarguiu com energia:

– Afasta-te, Espírito do Mal, e não penses em perturbar o discípulo de Jesus.


Tomado pela inspiração do Mestre, prosseguia irredutível:

– Deixa essa infeliz em paz, ela que te acolhe com a sua enfermidade moral. Esta é a Casa do amor, em espírito e verdade. Ela necessita de ser amada, sim, mas de outra forma; e eu, em nome de Jesus, te digo: liberta-te da loucura e liberta-a!


A pobre mulher foi tomada por peculiar tremor, e quase tombou no solo, caso João não a houvesse amparado.


Momento após, ainda ofegante, com evidentes sinais de arrependimento, narrou ao discípulo admirado e compungido:

– Sou infeliz! Perdoai-me! Venho aqui a soldo de Matatias, o fariseu do Sinédrio, para tentar-vos. Ele incumbiu-me de seduzir-vos, para ter motivo de levar-vos a julgamento e apedrejar-vos.


A sofredora chorava, cobrindo a face enrubescida com as mãos espalmadas, enquanto continuou:

– Comprou-me, o miserável, que também me explora. Perdoai-me! E agora que fracassei, para onde eu irei? Ele me matará.


– Se queres mudar de vida e entregar-te ao Senhor, esta Casa também é tua. Podes elegê-la como teu lar, numa vida nova.


A mulher, porém, ainda atônita, recompôs-se e saiu, quase a correr.


As pessoas que se encontravam no salão ouviram algo, mas não perceberam toda a ocorrência, quando a viram passar em desespero. . .


Uma semana depois de vencida a trama do Mal, nos arredores da cidade, uma mulher equivocada e infeliz foi apedrejada até a morte.


Entre os seus sicários encontrava-se o fariseu Matatias. . .


O ódio que teima em dominar as criaturas, levandoas a lutar contra o Bem, somente será diluído pelo solvente do amor, quando este dominar os corações.






FIM




Joanna de Ângelis

at 5:15
Psicologia da Gratidão

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 12
Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis

A gratidão pode ser considerada como uma condição para se viver feliz, conforme a definiu Albert Schweitzer, informando que ela era o segredo da vida.


Ele, mais do que qualquer outra pessoa, sempre bendizia a vida, apesar daqueles dias nem sempre confortáveis em Lambaréné, na África Equatorial Francesa, onde mantinha a sua obra de dignificação humana.


Europeu da cidade de Kaysersberg, na Alsácia, ao transferir-se com a esposa para aquela região hostil, experimentou o áspero clima tropical, a elevada umidade do ar na floresta densa, as condições quase inóspitas para alguém que sempre vivera em região fria e civilizada, a falta de recursos para qualquer tipo de comodidade, e, apesar de tudo, manteve o sentimento de gratidão viva em sua existência, cantando louvores a Deus.


Foi ali, em condições desafiadoras que ele escreveu duas obras monumentais: A busca do Jesus histórico e um tratado de ética dos mais belos do século XX. A sua ética estava expressa no conceito: respeito pela vida, que ele defendia com sacrifícios até o máximo possível.


Uma análise das bênçãos que a existência física proporciona seria suficiente para se agradecer por se estar vivo no corpo; pelo ar que se respira; a água, o pão que a natureza fornece, ao lado das maravilhas de que se veste o Cosmo; as noites estreladas, a poderosa força mantenedora do Sol e a tranquilidade magnética da Lua, a brisa refrescante, a chuva generosa, a temperatura agradável...


tudo que vibra e que merece gratidão.


E certo que existem os desastres sísmicos, as tormentas de vário porte, que também são dignos de reconhecimento, facultando a valorização do que é saudável e dignificante.


Fossem apenas agradáveis todos os fenômenos existenciais e não haveria mecanismo válido para se promover o progresso moral do ser assim como o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade.


Envolto no escafandro material, o Self é candidato à superação das circunstâncias, trabalhando-se com afinco para alcançar a plenitude da sua junção indestrutível.


Inspirando o ego a modificar a estrutura do comportamento, facultalhe, ao longo do tempo, a visão inspiradora do desenvolvimento interno, diluindo a sombra que também se lhe torna motivação para a conquista de novas experiências, proporcionando-se bem-estar, que é essencial para uma existência compensadora.


A busca dessa sensação de alegria e de satisfação transforma-se num motivo estimulante ao ego, mesmo que relutante, porque a ausência desses pequenos prazeres aumenta o sentimento de culpa, frustra a autor realização, empurram para transtornos complexos e mórbidos, que se transformam em enfermidades orgânicas por somatização.


É nesse embate que surge a necessidade da gratidão, não apenas em relação ao que se recebe, mas sobretudo pelo que é possível oferecer-se, participando do espetáculo da vida em sociedade na condição de membro atuante e não de parasita prejudicial.


Sempre há quem justifique não possuir muito para repartir, olvidando-se que a maior doação é aquela que nasce na grandeza do pouco, qual a referência evangélica em torno da oferenda da viúva pobre.


Mesmo ela possuía algo para doar ao templo, cumprindo a lei que assim o estatuía.


Dádivas outras, não menos valiosas, consistiam na oferta do trabalho de limpeza do santuário, dos lugares em que os outros pisavam, na conservação dos objetos do culto, nos cuidados reservados a tudo que dizia respeito ao templo, em razão de não possuírem nem sequer a liberdade, ou porque rastejassem nas situações humilhantes do serviço detestado pelos vãos e orgulhosos sacerdotes, ricos de presunção e pobres de sentimentos...


A gratidão pode também se expressar de forma especial, como respeito e apreço, consideração e amizade, singelos padrões de comportamento social que devem existir em todo grupo humano.


O hábito de retribuir dádivas restringiu o sentimento gratulatório, tirando-lhe a beleza emocional.


Claro está que dividir o que se tem com quem também oferece representa um passo avançado na psicologia da gratidão.


Entretanto, merece que seja considerada a oferta que nasce do coração, sem nenhuma outra motivação material que exija retribuição, transformando-se em oferta da gentileza, da alegria de viver, porque se faz parte da orquestra viva da sociedade.


Esses gestos espontâneos contribuem para a felicidade a que se aspira, gerando situações positivas na existência, por modificarem os sentimentos do gentil doador, que se aureola de harmonia, porquanto o doar é sempre acompanhado pela imensa satisfação de assim proceder.


Todo aquele que aspira a alcançar o planalto da saúde e da harmonia é convidado a exercitar-se na arte de oferecer e de oferecer-se.


Em Atos dos apóstolos, entre muitos outros, há um momento encantador, quando Pedro e João saem do Templo de Jerusalém, e os pobres, os enfermos, os aflitos distendem-lhes as mãos, suplicando auxílio monetário, especialmente um coxo que aguardava a esmola em forma de moeda.


Percebendo-se destituídos desses recursos, Pedro, com ênfase, olhando João, disse ao sofredor: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! (At 3:6) Ante o assombro geral, o enfermo recuperou os movimentos, deslindou os membros paralisados e ergueu-se jubilosamente...


A partir daí, dessa dádiva de amor, as pessoas colocavam os seus pacientes por onde os dois passavam, a fim de que a sua sombra cobrisse alguns deles (At, 5:15), na expectativa de que os curasse.


Todas as coisas são boas e merecem respeito, no entanto aquelas que são conseguidas como dádivas do sentimento, que não são compradas, possuem um valor emocional muito maior.


Desse modo, ninguém se pode escusar de oferecer algo de si mesmo, contribuindo para o bem-estar geral, que começa no ato da oferta.


É sempre melhor doar do que receber, porquanto aquele que doa é possuidor, ocorrendo com quem recebe a situação de devedor, e uma das maiores dívidas que existem é a da gratidão, porque um socorro em momento especial define todo o rumo da existência, que passa a dignificar-se, a crescer, a produzir, após esse instante significativo.


Quando se mata a fome ou a sede, oferece-se segurança e trabalho a quem os necessita, doa-se paz e alegria de viver àquele que se encontra à borda do desespero suicida, tudo quanto lhe vem a suceder é fruto daquele gesto salvador.


A dívida, pois, ao que recebeu não pode ser resgatada senão por outra vida.


Narra-se que um indiano, que tivera o filho assassinado por um paquistanês, nos hórridos dias da guerra entre as duas nações, buscou o Mahatma Gandhi e contou-lhe a tragédia que se permitiu, rogando-lhe ajuda, orientação.


O sábio mestre meditou e respondeu-lhe:

— A única maneira de resgatar o seu crime é educar uma criança órfã paquistanesa como se fora seu filho.


O interrogante argumentou:

— Mas somos inimigos e um deles matou o meu filho.


Tranquilo, redarguiu o mestre:

— Tornamo-nos inimigos uns dos outros porque isso nos compraz.


Somente porque o alucinado matou o seu filho, você não tem nenhum direito de retribuir-lhe o crime, tornando-se igualmente homicida.


O homem, sensibilizado, adotou uma criança paquistanesa e dela fez um cidadão de bem.


Gratidão a curto e a longo prazo


As emoções constituem reflexos do Self, exteriorizando as construções e ideações mentais.


Quanto mais diluída a sombra que se lhe integra ao longo da evolução, mais fortes emoções tornam-se factíveis.


Ressumando as fixações perturbadoras do inconsciente pessoal assim como do coletivo, mais imperioso faz-se administrá-las mediante a sua substituição por formulações opostas, que irão superando-as no transcurso do tempo, através da repetição.


O exercício de qualquer função é sempre o meio mais hábil para que se faça a sua fixação valiosa, tornando-se um hábito novo que se insculpe no comportamento.


Nisso consiste a educação mental que proporciona a renovação moral.


A saúde emocional, desse modo, faz-se consequência do empenho do Self, quando se resolve pela mudança de atitude perante a vida, não mais aceitando os condicionamentos perniciosos, os vícios morais, as atitudes de agressividade e de perturbação.


Os conflitos, que são as heranças doentias do ego e da sombra, quando delinquiram, são psicoterapeuticamente transformados em segurança pessoal, em harmonia do comportamento - mente e emoção, graças ao empenho do Self dando lugar ao bem-estar que se expressa como saúde interior.


Eis por que os velhos refrões: pensa no bem e o bem te acontecerá, tanto quanto pensa no mal e pior te tomaras transformam-se em fenômenos da conduta do Self na manutenção dos equipamentos delicados da emoção.


O pensamento é desse modo um dínamo gerador de ondas que movimentam a maquinaria orgânica, exteriorizando-se dos neurônios cerebrais em direção ao sistema nervoso central, que as envia às glândulas endócrinas, e, por fim, vibrando no sistema imunológico, por extensão, repercutindo no emocional e dando lugar a efeitos perfeitamente equivalentes.


Pensamento é força dinâmica e vital.


O que se fixa no pensamento, a vida responde em forma de ideoplastia ou concretiza-se inconscientemente, desde que o automatismo da repetição na mente faz-se responsável pela condução a que o indivíduo se entrega.


No que diz respeito aos fenômenos psicológicos de pequena ou de grande monta, ei-los que se traduzem como sentimentos de variada expressão, desde aqueles que consomem as energias, resultando em depressões, distúrbios do pânico, pavores diversos, síndromes de Parkinson e de Alzheimer ou esperança, alegria, equilíbrio, gratidão...


A gratidão moral é de suma importância para o engrandecimento do Self Isto é: a lúcida compreensão da conduta irregular de outrem, ao lado da tolerância e da humildade pessoal proporcionam o reconhecimento de que cada qual se comporta de acordo com o seu nível de consciência e o seu estágio intelecto-moral.


Compreende-se, desse modo, que um gênero de gratidão desconhecido é o perdão real.


Para que se expresse esse sentimento nobre - o perdão! -, é imprescindível maturidade emocional, compreensão da realidade da existência, respeito ético pelo próximo, cultura da compaixão, sem o que mui dificilmente pode ser exercido.


Quando o amor se expande, o perdão torna-se um fenômeno natural, porquanto ao espraiar-se, a afetividade supera qualquer limite imposto pelas convenções para se tornar um oceano de generosidade.


Quando alguém se permite a preservação do ressentimento em relação a outrem que lhe não haja correspondido à expectativa, acreditando-se em postura melhor, supondo-se merecedor de mais cuidadosa consideração, realmente se encontra no mesmo nível, porque a mágoa é escara moral de inferioridade e de presunção...


A diferença, portanto, entre aquele que perdoa e o que vai perdoado, é que o primeiro se encontra em superior patamar de evolução, podendo estar aberto ao retorno do ofensor, sem nenhuma censura ou reprimenda, o que corresponde ao legítimo esquecimento do mal para somente se recordar do bem edificante.


O perdão dignifica aquele que o favorece, como necessidade de conceder ao outro o pleno direito de caminhar conforme as próprias possibilidades.


A luz sempre dilui sem alarde a sombra da ignorância, da maldade, da perversidade...


A gratidão a curto prazo logo se faz um verdadeiro automatismo, no receber e no retribuir, no oferecer antes de conseguir, no ato de estar-se livre para a vida.


Quando, ao contrário, espera-se a retribuição, vive-se a síndrome de Peter Pan, mantendo-se interessado em coisas e negando-se ao amadurecimento, à reflexão, à autodoação que dignificam.


A largo prazo, a gratidão irisa-se de sabedoria para enriquecer a sociedade com as bênçãos do conhecimento e do amor, como resultado de um grande esforço para atingir a meta que lhe faculte servir com abnegação e devotamento.


O profissional de qualquer área que aplica largo período da existência preparando-se para adquirir conhecimentos e habilidades específicas para serem aplicadas posteriormente, alcança o patamar da gratidão, que ajuda a satisfação pessoal, o progresso dos demais indivíduos e, por extensão, da Humanidade.


De maneira pessimista, alguém enunciou que a Terra é um grande hospital, sem dar-se conta de que essa conclusão é resultado de uma óptica moral distorcida a respeito da realidade, que é sempre promissora e rica de oportunidades felizes.


Pode-se, isso sim, afirmar de maneira correta que a Terra é uma escola de bênçãos, na qual ocorre o aprimoramento moral e espiritual do ser no rumo do estado numinoso que o aguarda.


Esse estado é o nível superior de integração do eixo ego self alcançando a sua plenitude.


Todo esforço, portanto, direcionado à conquista do padrão de equilíbrio emocional mediante os sentimentos edificantes deve ser tido em consideração para o encontro com o Si profundo, transmudando as experiências perturbadoras em aquisições relevantes, capazes de alterar toda a estrutura do comportamento.


O Self possui condições inatas para essa realização, porque procede de conquistas contínuas no larguíssimo processo de desenvolvimento das suas possibilidades de realização plena.


Gratidão como norma de conduta


Do ponto de vista teológico, pode-se considerar a gratidão como uma virtude semelhante às demais, entre as quais a fé, a esperança e a caridade.


Uma observação cuidadosa perceberá que, para se ser grato, é necessário possuir fé, ter a certeza do significado da vida, dos seus valores e possibilidades; é indispensável acreditar no ser humano, considerando que, momentaneamente em transição para logros mais significativos, merece apoio e consideração que o ajudem a autossuperar-se, galgando mais elevado degrau da evolução.


De igual maneira, no ato gratulatório encontra-se a esperança que aformoseia a vida, apresentando o futuro como meta a alcançar-se mediante a vivência dos sentimentos enobrecedores, a certeza de que vale a pena todo e qualquer investimento que dignifica.


E, por fim, torna-se presente a essência da caridade, que é o significado do ato de agradecer, expressando o amor que é vital para quaisquer investimentos de natureza moral e espiritual.


Sem essa presença, a gratidão é pobre de vigor e de enriquecimento emocional.


Cada experiência vivenciada no processo da evolução, qual ocorre com a gratidão, representa uma forma adequada de amadurecimento psicológico, capaz de produzir harmonia interior e estimular o esforço para o autocrescimento.


Ainda não liberto dos atavismos, o Self investe esforços para a sublimação da sua sombra, ao mesmo tempo influenciando o ego a respeito da necessidade de autotransformação das metas próximas para aquelas de ordem transcendente.


Desmaterializar as ambições egoicas para transcendê-las em forma de aspirações psicológicas profundas que dão significado à existência deve ser-lhe o constante esforço no seu relacionamento com a persona.


Fixada por interesses imediatos de respostas agradáveis, mesmo que mentirosas, a persona compraz-se em manter-se vibrante, mesmo quando constata não mais poder ocultar as necessidades emocionais daqueles que se lhe submetem cativos ao seu encantamento.


Vestir-se de realidade, desnudando-se das fantasias e dos mitos enganosos, deve sempre ser a proposta do Si profundo, por conhecer o que é legítimo e proporciona harmonia, em relação ao que é prazeroso, mas de sabor amargo e enfermiço para a emoção.


Ninguém pode viver ocultando a sua realidade, razão por que o tempo, na sua voragem inevitável, sempre retira os véus que disfarçam os contornos da existência e obscurecem a percepção da sua autenticidade.


É essa teimosa fuga de si mesmo que dá lugar nas criaturas a muitos conflitos e transtornos na área do comportamento, pelo consumo de energia emocional para parecer, em vez de aplicá-la no esforço natural criativo e renovador para ser.


Arquétipos novos podem, então, ser gerados, favorecendo a edificação dos significados da evolução, enquanto outros que são perturbadores irão cedendo lugar às novas formulações que proporcionam inefável alegria pelo seu cultivo.


Quando se é capaz do autoenfrentamento sem receio e como fenômeno próprio do auto amor, inúmeros tesouros da emoção podem ser descobertos, e a alegria de viver deixa de ser através do consumismo e da troca de quinquilharias para adquirir conteúdos valiosos de amor, de intercâmbio, de paz e de gratidão.


A gratidão envolve-se em força estimuladora para todos os empreendimentos vitais, tornando-se uma forma, uma norma de conduta.


Quem é grato, naturalmente é abençoado pela felicidade, pela saúde, esparzindo as ondas de júbilo que o envolvem, contaminando todos aqueles que se lhe acercam.


Habitualmente, as referências dizem respeito ao contágio do mal, das doenças, dos dissabores, da infelicidade, nada obstante também ocorre o que diz respeito à alegria, à esperança, à comunicação jubilosa, ao serviço edificante e à conquista da saúde.


A convivência com pessoas saudáveis permite impregnação de estímulos que já não funcionavam.


Diante de alguém que sorri, abençoado pela conquista da harmonia pessoal, todos sentem um imenso desejo de alegrar-se também, de participar do festival do júbilo, como ocorre ao botão de rosa que desata as pétalas, exteriorizando o perfume que lhe é inerente, abrindo-se delicadamente à luz do Sol.


Na etapa final da imaginação ativa é necessário que cada qual realize a sua experiência para que as verdades profundas se transformem em realidade.


É o caso da gratidão, que necessita ser vivenciada, já que ninguém pode defini-la por palavras, de modo que outrem a possa sentir ou mesmo entender.


Kierkegaard afirmava que ninguém pode dar a fé a outrem.


Isso porque se trata de uma conquista pessoal, intransferível.


É possível, desse modo, crer-se no inacreditável, e estão embutidos aí todos os tabus e superstições que afloram do inconsciente coletivo e assumem realidade na imaginação daqueles que creem.


Essas heranças arquetípicas de tal modo estão vivas no inconsciente que, ao ressumarem, modificam-se para realidades que impregnam aqueles que as vivenciam.


O mesmo pode-se dizer da gratidão.


É uma experiência pessoal, embora possa também se expressar coletivamente, que não resulta de nenhuma herança arquetípica, sendo uma conquista do Self, expressando libertação do comportamento egoísta.


Há conquistas que somente se originam na experiência, embora possam ser formuladas teoricamente, tornando-se válidas somente quando passam pela vivência.


Afirmava Jung que cada avanço, mesmo o menor, através deste caminho de realização consciente, acrescenta muito para o mundo.


A fim de que o indivíduo se liberte dos conflitos, especialmente daquele gerador da ingratidão, é necessário que tenha vida interior, que se organize internamente para expressar ao mundo aquilo que anela e alcançará.


Não há por que ignorar-se o conflito, mas antes enfrentá-lo, envolvendo-o nos ideais e aspirações, reunindo a dualidade (gratidão e ingratidão) num todo harmônico, transformando-as em unidade (sentimento de gratidão) que passará a vigorar no dia a dia existencial.


Muitas vezes a gratidão se apresentará como um paradoxo.


Por que se há de agradecer, quando se pode prosseguir no prazer? Ocorre que o prazer cansa, perde o sentido, produz o tédio, exige renovação.


Ademais, nenhum prazer pode ter lugar no consciente sem que haja uma perfeita liberação do inconsciente, identificação dos fatores que o produzem, entre os quais as pessoas, as circunstâncias envolvidas.


Ignorar todas essas condições é manter-se em delírio distante da realidade, que se impõe pela própria razão de ser.


A gratidão, então, pode parecer paradoxal, pelo fato de manifestar-se também quando cessa o prazer, quando surgem a dor e a desdita, como sentido natural do processo da vida.


Não fosse dessa maneira e se viveria em uma fantasia ativa que sempre alcançará a realidade existencial.


Nenhum paradoxo, portanto, na gratidão em todas e quaisquer circunstâncias, como sentimento de júbilo pela presença da vida que estua triunfante.


Por fim, aplique-se o enunciado de Nietzsche, quando afirma: Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisardes passar para atravessar o rio.


Ninguém, exceto tu!


Gratidão e alegria de viver


Na busca da solução dos conflitos, a aplicação da imaginação ativa é essencial, ao lado dos sonhos, para se encontrar a sua psicogênese.


Na aplicação da imaginação ativa é imprescindível encontrar-se um nível que penetre na fronteira da consciência com o inconsciente e faculte a vivência de muitas ocorrências que não foram realmente vividas.


Transferidas automaticamente umas e outras como mecanismo de fuga da realidade, permanecem adormecidas e ressumam, não poucas vezes, como expressões perturbadoras.


Cada indivíduo é o resumo complexo de energias, possibilidades e arquétipos que não foram utilizados, isso porque um grande número tem caráter prejudicial, conforme a conceituação do ego, que tenta selecionar o que é positivo daquilo que lhe pode ser prejudicial, reprimindo-as imediatamente.


O devir, de alguma forma, fica vinculado a essas ocorrências que o impedem de realizar-se.


Considere-se alguém que dispõe de possibilidades para as artes, no entanto é atraído para uma profissão liberal através da qual adquire garantia financeira para manter a existência.


É natural que essa tendência e todo o séquito de recursos fiquem reprimidos no inconsciente por falta de tempo, de ocasião para se expressar.


O mesmo sucede com uma mulher que se dedica ao lar, embora sentisse imensa aptidão para atividades universitárias ou outras fora do ninho doméstico.


Todas essas tendências irão permanecer-lhe no subsolo da consciência vibrando palidamente ou gerando desconforto no trato com a família, a sua escolhida realidade.


Certamente, um e outra poderão vivenciar essas tendências por intermédio da imaginação ativa, de maneira simbólica ou mesmo real, quando surgirem momentos adequados, sem nenhum prejuízo para os deveres já assumidos.


Assim, é possível viver essas potencialidades de maneira consciente no mundo dos relacionamentos sociais, tanto quanto intimamente no prazer de as realizar de forma simbólica, aplicando os seus recursos na atividade elegida.


Provavelmente os sonhos proporcionarão essa realização, como se a pessoa houvesse encontrado o roteiro de harmonia que tanto desejava, havendo ficado frustrada pela correspondente falta de vivência.


Quando não se consegue a experiência vivida, podem surgir tons de amargura no comportamento feliz, assim como de incompletude, de traumas psicológicos...


E muito comum, numa vivência pela imaginação ativa, sentir-se que teria sido ideal que a vida houvesse tomado outro rumo...


Muitas ocorrências dessas têm lugar no momento, por exemplo, da eleição dos vestibulares acadêmicos, quando o jovem inexperiente luta entre o que gostaria de realizar e aquilo que é mais lucrativo.


Ao eleger a segunda possibilidade, durante o curso, porque se sente incompleto e incapaz, abandona-o, e volta a iniciar aquilo que lhe dita o inconsciente mediante a tendência predominante no mundo interior.


Encontram-se pessoas que têm uma vida acomodada, abonada pelos recursos financeiros, uma família bem-estruturada, cumpridoras dos deveres, e apesar disso são sempre levadas a devaneios da imaginação, vivendo outras condutas que lhe dão alegrias.


Nesses momentos em que estão a sós e dão largas à imaginação, sorriem, gesticulam, expressam felicidade, logo retornando à realidade com frustrações...


Naturalmente, o ego, identificando que tal e qual comportamentos não são convenientes ou podem produzir dissabores, reprime essas possibilidades, empurrando-as para os porões do inconsciente onde ficam aguardando...


É perfeitamente lícita e ética a vivência, mesmo que através da imaginação ativa, dessas aspirações não realizadas.


Não são prejudiciais - há, sem dúvida, exceção -, porquanto constituem estímulo para o prosseguimento da existência no labor eleito como mais produtivo.


Depois de vivenciar pela imaginação o real significado existencial, pode-se manter o compromisso assumido e também experimentar viver alguns momentos reais daqueles desejos reprimidos sem que se esteja cometendo nenhum crime.

O executivo ou o profissional liberal bemsituados na sociedade podem tentar a utilização da arte nos seus compromissos, pelo menos como hobby, como divertimento terapêutico.


De igual maneira, a mãe e esposa dedicada pode reservar-se o direito de administrar a família de maneira racional, aplicando os seus conhecimentos na empresa doméstica ou mesmo, simultaneamente, após utilizar o tempo de que dispõe de maneira equânime, dedicar-se a qualquer empreendimento que a enriqueça interiormente, completandolhe as aspirações saudáveis.


Inúmeras vezes a gratidão insinua-se no comportamento dos indivíduos que, por falta de hábito, por timidez e constrangimento, não se encorajam a expressá-la, reprimindo-a injustificadamente.


Como a gratidão necessita do combustível do amor para poder atingir o seu grau de completude, a pessoa deve exercitar a imaginação ativa, vivenciando-a em todas as situações da sua existência, expressando-a intimamente, oferecendo-a com sorrisos silenciosos, sendo útil à comunidade que começa na intimidade da família, mediante os esforços para manter a gentileza e o carinho em qualquer circunstância.


Também poderá fazê-lo através da oração direcionada ao seu próximo, em vibrações harmônicas de bondade e de desejos fervorosos em benefício dos outros.


A fé adquire expressão inesperada, capaz de emular o indivíduo a ações mais audaciosas e a atitudes mais eloquentes, nunca revidando mal por mal, porque descobre no aparente mal com que lhe desejam afligir um grande bem, pela possibilidade que se lhe desenha de superar a inferioridade moral que sempre reage, agindo com equilíbrio e compaixão pelo outro, o opositor.


Nesse capítulo, a fé deve ser sem dúvida racional, mas também momento chega em que ela ultrapassa o limite da lógica e entrega-se em totalidade.


Assim procederam os mártires de todos os tempos e de todos os ideais...


Doaram-se sem quaisquer excogitações. Conta-se que um alpinista galgava um paredão desafiador à noite, quando derrapou no abismo e, durante a queda que seria fatal, foi salvo por um solavanco da corda de proteção cravada por grampos seguros na montanha.


Recuperando a calma e temendo morrer enregelado durante a madrugada, orou afervorado, suplicando o socorro de Deus.


Ouviu uma voz que lhe propôs que cortasse a corda que o prendia à altura.


Parecendo-lhe inusitado o auxílio, receou que, ao fazê-lo, cairia no despenhadeiro em morte certa.


Não se encorajou a fazê-lo.


No dia seguinte, quando chegou o socorro e o encontrou congelado, os membros lamentaram que ele não tivesse cortado a corda, porquanto estava a menos de um metro do solo protetor, quando teria salvado a vida...


Quem é grato, naturalmente é abençoado pela felicidade, pela saúde, esparzindo as ondas de júbilo que o envolvem, contaminando todos aqueles que se lhe acercam.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

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Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42
E. TESTEMUNHAS PERSEGUIDAS, Atos 5:1-42

O primeiro capítulo do livro de Atos é um tipo de introdução para os "atos" deste livro. Ela registra a ascensão de Jesus e a indicação de Matias. O segundo capítulo des-creve a ativação da igreja no Pentecostes, juntamente com o primeiro sermão de Pedro. O terceiro capítulo fornece a cura do homem coxo e o segundo sermão de Pedro. O quarto capítulo registra a primeira perseguição e a primeira oração pós-pentecostal da igreja. Nesta oração, os crentes estavam pedindo poder, e não proteção (Atos 4:29). Agora, entramos no quinto capítulo, que descreve a morte de Ananias e Safira, e a segunda perseguição.

1. Antecedentes (Atos 5:1-16)

Houve três antecedentes à primeira perseguição: 1. A cura do coxo (Atos 3:1-10) ; 2. A curiosidade da multidão (Atos 3:11) ; 3. O corajoso desafio de Pedro (Atos 3:12-26). Da mesma for-ma, houve três antecedentes à segunda perseguição: 1. A morte de Ananias (Atos 5:1-6) ; 2. A morte de Safira (Atos 5:7-11) ; 3. A cura dos enfermos (Atos 5:12-16).

a. A Morte de Ananias (Atos 5:1-6). É difícil entender como podem ter existido hipócritas na 1greja Primitiva, tão pouco tempo após o Pentecostes. E é difícil ver por que pessoas falsas e egoístas unem-se a uma igreja hoje, causando divisões e desentendimentos. Tal-vez, diriam os psicólogos, algumas pessoas "pequenas" pensem em "crescer" em uma congregação local e alcançar posições de liderança que nunca viriam a atingir em uma sociedade secular. Assim, elas encontram uma maneira de compensar um sentimento de inferioridade. Também deve ser dito que a igreja freqüentemente oferece uma completa gama de serviços para aqueles que têm capacidades limitadas, e desta forma contribui para o desenvolvimento da personalidade.

Por outro lado, existem pessoas orgulhosas, de posses, que gostam de impressionar a igreja com métodos falsos. Ananias e Safira pertenciam a esta categoria. Eles tinham bons nomes. Ananias, o equivalente do Novo Testamento ao Hananias do Antigo Testa-mento, significa "aquele a quem Jeová foi gracioso". Mas Ananias não era muito gracioso para Deus. Ele guardou para si parte do que fingiu estar dando à igreja. Safira significa "bonita". Mas ao invés de ser uma pedra de "safira" brilhante, como sugere o seu nome, ela representa a falta de sinceridade, que é muito feia. Klausner registra o fato de que, em junho de 1923, foi desenterrado em Jerusalém um bonito ossuário que trazia o seu nome inscrito em hebraico e em grego. Ele opina que é provável que a referência seja à Safira do capítulo 5 do livro de Atos."2

Barnabé tinha recebido um elogio especial pela sua generosidade para com a igre-ja. Ele vendera um terreno na ilha de Chipre e colocara todo o dinheiro aos pés dos apóstolos (Atos 4:36-37). Evidentemente, Ananias e Safira estavam ansiosos por receber um reconhecimento similar. Assim, venderam uma propriedade (1) — uma herdade (3) que possuíam.

Mas, diferentemente de Barnabé, eles retiveram parte do preço (2). O verbo pode ser traduzido como "defraudar, desviar". Lake e Cadbury escrevem: "A expressão ocorre com certa freqüência na prosa helenística... e sempre implica: (a) que o roubo é secreto; (b) que parte de uma quantia maior é usurpada... Deve-se observar, adicionalmente, que o verbo é mais comumente usado referindo-se à usurpação daquilo que é entregue em confiança... do que ao roubo de um indivíduo, por outrem".' Aqui é usado adequadamen-te neste contexto da mordomia cristã. A palavra é usada em Josué 7:1 (Septuaginta), sobre Acã, que "tomou do anátema". É encontrada novamente no versículo 3, e no Novo Testamento somente em Tito 2:10, onde é traduzida como "defraudar".

Guardar para si mesmos o que eles estavam ostensivamente entregando à igreja foi um ato premeditado de Ananias e Safira. O relato diz sabendo-o também sua mulher — literalmente, "a sua mulher também sabia, com" o seu marido. Por ser deliberado, o pecado era ainda mais grave.
Pedro provavelmente recebeu um discernimento especial dado pelo Espírito — em-bora alguns entendam que o relato não descarte a possibilidade de que ele tenha sido informado por algum indivíduo humano sobre o preço da venda da terra. De qualquer forma, ele desafiou Ananias. Por que este membro da igreja tinha permitido que Satanás entrasse no seu coração e fizesse com que ele mentisse ao Espírito Santo (3) ? No versículo 4, Pedro diz: Não mentiste aos homens [ou seja, não somente aos homens] mas a Deus. Estas duas frases juntas indicam tanto a personalidade quanto a divindade do Espírito Santo.

Enquanto a terra fosse guardada, sem ser vendida, não ficava para ti? (4) E, ven-dida, não estava em teu poder [exousia, "autoridade"]? Estas duas perguntas confir-mam o que já observamos em conexão com Atos 2:44-45 e Atos 4:32-35: uma comunidade universal de bens nunca foi praticada nem exigida pela Igreja Primitiva.

Quando Ananias ouviu esta revelação da sua tentativa de ludibriar, ele caiu e expi-rou (5). Uma única palavra em grego descreve este fato, exepsyxen — literalmente, "expirou". A melhor tradução é "expirou". No Novo Testamento, o verbo aparece somente aqui, no versículo 10 (sobre Safira) e em 12.23 (sobre a morte de Herodes Agripa I). Hobart diz: "A palavra ekpsychein é muito rara e parece estar quase sempre confinada aos autores médicos, e mesmo assim é raramente usada por eles".'

Os jovens (6) — lit., "os homens mais jovens" (NEB), os que estavam capacitados para aquele trabalho, em contraste com os homens mais velhos — cobriram o morto ou

"envolveram-no com panos, cobrindo o seu corpo" (cf. NEB). Este é o costume no Orien-te Próximo hoje — e, transportando-o para fora, o sepultaram. Era necessário que o morto fosse enterrado no mesmo dia, e também fora dos muros da cidade (exceto no caso de reis).

Este incidente mostra "O Alto Preço da Hipocrisia". 1. O engano (1-2) ; 2. A descober-ta (3-4) ; 3. A morte (5-6).

b. A Morte de Safira (5:7-11). Passadas três horas da morte tão repentina de Ananias, entrou... sua mulher (7) no principal local de reuniões da igreja — talvez o cenáculo (1.13). Ela não tinha sido informada do que acontecera com o seu marido. Pedro diri-giu-se a ela — e disse (8) — na Septuaginta e no Novo Testamento este termo freqüentemente significa algo como "perguntou-lhe" (RSV). Talvez a melhor tradução seja a de Phillips: "Diga-me, você vendeu a sua terra por tanto?" A resposta dela foi: Sim, por tanto. Obviamente, a quantia mencionada nos dois casos foi a que Ananias tinha apresentado aos apóstolos.

Então Pedro expôs a conspiração da fraude (9) e anunciou que aqueles que estavam acabando de retornar

, tendo enterrado o seu marido, também iriam levá-la.
Ela imediatamente "expirou" e os jovens (10) — uma expressão (um substantivo) dife-rente daquela do versículo 6, mas referindo-se ao mesmo grupo de pessoas — levaram-na para o seu sepultamento. O versículo 11 é uma ampliação da última frase do versículo 5. "E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas". Tanto a igreja quanto a comunidade ficaram atemorizadas por essa demonstração do julgamento divino.

Houve muita discussão quanto ao fato de a morte de Ananias e Safira ter sido causa-da de forma natural ou sobrenatural. Em favor de um ato sobrenatural está Knowling, que diz: "Portanto, ele não pode ser encarado como um relato de um acontecimento ao acaso, ou o efeito de um choque súbito causado pela descoberta da culpa nas palavras de Pedro".' A maioria dos comentaristas conservadores mais velhos assume a opinião de que as duas mortes foram julgamentos divinos diretos, atos imediatos de Deus.

Um pouco mais complicada é a opinião de F. F. Bruce, que normalmente é reconhe-cido como o estudioso do Novo Testamento mais conservador das ilhas britânicas hoje. No primeiro (1
949) dos seus três comentários sobre o livro de Atos — um magnífico trabalho sobre o texto grego — ele sugere que Safira "... além da surpresa de ter sido descoberta e da condenação da culpa, sofreu o choque pela morte repentina do seu marido".' Em seu segundo comentário, ele diz que "o choque produzido pelo repentino senso da enormidade de tal crime foi o que causou a morte dela".' Mas no seu terceiro comen-tário, ele escreve: "Foi um evidente ato de julgamento".'
De qualquer forma, o ponto em que devemos insistir é que, em nenhum lugar, a narra-tiva afirma que Pedro matou ou amaldiçoou este casal de hipócritas. Ele predisse a morte de Safira no que poderia ser descrito como um anúncio do julgamento divino. Mas isto é tudo.
Sobre a gravidade do pecado cometido, Lumby tem a dizer o seguinte: "O pecado de Ananias e Safira mostrou desprezo por Deus, a vaidade e a ambição dos pecadores e uma total desconsideração da corrupção que eles estavam trazendo à sociedade".' Ele acres-centa: "Eles pensaram mais na exibição que estavam fazendo aos pés dos apóstolos do que no pecado perante os olhos de Deus"."°

A palavra igreja (11) aparece aqui pela primeira vez no texto grego do livro de Atos.' O histórico e o significado da palavra ecclesia já foram comentados em relação a Mateus 16:18-18.17, os únicos lugares onde ela aparece antes deste ponto no Novo Tes-tamento. Algumas observações adicionais serão feitas aqui.

O substantivo ecclesia significa "uma assembléia reunida". Deissmann diz: "Este nome auto-outorgado baseia-se na convicção de que Deus separou do mundo os seus `santos' em Cristo, e 'chamou-os' ou 'reuniu-os' numa assembléia, que era 'a assembléia de Deus'... porque Deus era aquele que os reunia".122

A palavra foi usada pela primeira vez em relação a uma assembléia dos cidadãos livres de uma cidade grega (cf. 19.32,39,41), porque eles tinham sido convocados ("chamados para fora") por um arauto. Schmidt diz: "Naturalmente, isto sugere que, na Bíblia, a referência é a Deus em Cristo citando ou convocando os homens do mundo",' mas ele ainda observa: "Foi a Septuaginta que realmente deu a palavra ecclesia ao Novo Testamento; depois disso a palavra adquiriu o seu significado específico".' F. F. Bruce escreve: "Na LXX, ela é usada com referência à 'congregação' de Israel, a nação em seu aspecto teocrático, organizada como uma comunidade religiosa".' Macgregor comenta: "O uso da palavra pelos cristãos certamente implica a afirmação de que eles, e não os judeus, eram o verdadeiro 'povo de Deusm.1"

c. A Cura dos Enfermos (Atos 5:12-16). Jesus tinha, no início, dado aos seus apóstolos a autoridade para expulsar demônios e curar os enfermos (Mt 10:1). Agora este poder estava sendo novamente demonstrado, pois muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo (12).

Lemos que três mil pessoas foram salvas no dia de Pentecostes (2.41). Um pouco mais tarde o número de "homens" — a palavra grega significa indivíduos do sexo masculino — tinha 'se tornado' cinco mil (4.4). Neste parágrafo, afirma-se que a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais (14). Talvez a esta altura já fossem dez mil membros.

O resultado foi que a congregação cristã era grande demais para reunir-se em qual-quer sala. Assim, "por consentimento unânime, eles costumavam reunir-se no alpendre de Salomão" (12, Phillips). Uma tradução melhor da última frase seria "Pórtico de Salomão" (NEB). Este era um passeio coberto e com colunas do lado leste da área to Templo, tal como o que pode ser visto hoje dentro do muro do lado oeste. Estava no pátio dos gentios (ver o quadro A), onde dezenas de milhares de pessoas podiam reunir-se ao mesmo tempo. Era chamado de Salomão devido à lenda de que era parte do antigo Tem-plo construído por aquele grande rei (ver os comentários sobre Atos 3:11).

Aqui a referência mostra que os primeiros cristãos ainda não tinham rompido com o costume da adoração no Templo. Provavelmente, eles continuavam a encontrar-se ali para o período de oração da manhã e da tarde (cf. Atos 3:1). Mas eles também ouviam a pregação do Evangelho pelos apóstolos.

Um resultado da morte de Ananias e Safira foi que, quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles (13). Isto se devia ao "temor" que lhes sobreveio (5,11). O medo da perseguição dos judeus pode ter se somado a isto. Mas o povo tinha-os em grande estima, isto é, "conferia-lhes grande honra" (RSV). Lumby comenta: "O temor inspirado pelo que tinha acontecido, embora intimidasse aqueles que podiam ter tentado unir-se à comunidade com motivos não tão sinceros, não produziu um sentimento desfa-vorável entre o povo, mas justamente o contrário".'

Crescia (14) significa literalmente "ia crescendo" (tempo imperfeito de uma ação continuada ou repetida). Isto descreve um crescimento firme da igreja. A expressão a multidão dos que criam... crescia, também pode ser traduzida, devido à ordem das palavras no texto grego, assim: "os crentes no Senhor" cresciam (NEB, Phillips). A men-ção específica às mulheres aqui está de acordo com a atenção especial de Lucas ao seu lugar na 1greja Primitiva (cf. 1.14), como também no ministério de Jesus. Elas são freqüentemente mencionadas no Evangelho de Lucas.

De sorte (15) se conecta logicamente com 12a, portanto o material interveniente está adequadamente colocado entre parêntesis. Phillips, na verdade, move 12a para o início de 15, embora não exista evidência nos manuscritos que justifique esta transposição. A popula-ção estava trazendo os enfermos (lit., "fracos") para as ruas (lit., "avenidas" ou ruas princi-pais") e colocando-os em leitos e em camilhas. A última palavra é melhor traduzida como "macas" (RSV) ou "esteiras" (Phillips, NEB). Além destas duas palavras, Lucas usa duas mais para cama. Duas das quatro são usadas somente por ele. Hobart observa: "É notável a variedade de palavras empregada por Lucas para se referir às camas dos enfermos".128

Os enfermos eram deixados nas ruas principais, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. Encontramos uma situação similar em 19.12, onde os lenços e aventais que tinham tocado o corpo de Paulo eram levados aos enfermos. Eram estas coisas uma evidência de verdadeira fé ou de superstição? É mais fácil fazer a pergunta do que respondê-la. De qualquer forma, Deus parece ter honrado o desejo sincero assim expresso, pois todos eram curados (16). Bruce comenta: "A sombra de Pedro era eficaz como um meio de poder de cura, como a barra ou orla da veste do Mestre tinha sido".'29 Parece que em todos estes casos a sabedoria divina acomodava-se às limitações dos homens, que tão freqüentemente precisam de símbolos materiais de realidades espirituais.

O relato afirma que "concorria muita gente" (imperfeito de ação contínua) até -assim em grego — das cidades circunvizinhas a Jerusalém. Como "a" não aparece nos mais antigos manuscritos gregos, a melhor tradução é: "as pessoas também vinham [afluíam, NEB] das cidades vizinhas de Jerusalém" (RSV).

Atormentados é o verbo ochleo, encontrado somente aqui no Novo Testamento (no melhor texto grego). Lumby escreve: "Como essa palavra aparece freqüentemente nas palavras dos autores médicos gregos, isto aponta para Lucas, como tendo sido um médi-co".1" A palavra vem de ochlos, "uma multidão"; assim, significa "estar em um tumulto" e sugere a pressão e a confusão daquele que está possuído pelo demônio. Aqui também pode ser traduzida como "importunados" ou "assediados" (NEB).

2. Apreensão (Atos 5:17-26)

A segunda perseguição dos apóstolos aconteceu muito próxima à primeira (4:1-22). Este novo movimento crescia rapidamente e os líderes judeus estavam enormemente perturbados.

a. Presos e Soltos (5:17-21a). Como na perseguição anterior, a oposição veio basica-mente dos saduceus (cf.comentários sobre 4.1). O próprio sumo sacerdote liderou o ata-que. Ele e seus companheiros saduceus encheram-se de inveja (o texto grego diz "ciúme", cf. ASV, RSV, NEB").' Tratava-se do mesmo espírito que motivou a oposição a Jesus, como Pilatos tinha reconhecido (Mt 27:18; Mc 15:10).

Os saduceus prenderam os apóstolos e os colocaram na prisão pública (18). A pala-vra para prisão significa literalmente "um lugar onde as pessoas são mantidas". O adjetivo pública significa "que pertence ao público".132 Ele aparece somente no livro de Atos. Nas outras três ocorrências (16.37; 18.28; 20.20), é usado adverbialmente no dativo feminino (como nos clássicos), no sentido de: "(a) por consentimento público; (b) publicamente".' Uma vez que esta é a forma aqui, Lake e Cadbury traduzem a passagem assim: "coloca-ram-nos publicamente sob custódia".'

Naquela noite, um anjo do Senhor (19) abriu as portas da prisão (lit., "casa de custódia") e libertou os apóstolos. Embora angelos signifique "mensageiro" (cf. Mt 11:10, Tg 2:25), evidentemente aqui se fala de um ser espiritual, celestial. Mas os apóstolos não estavam livres para fugir e salvar as suas vidas. Ao contrário, eles receberam a ordem de voltar até onde tinham sido presos e dizer ao povo, no templo, todas as palavras desta vida (20). Provavelmente, vida deveria ter a inicial maiúscula (cf. ASV, RSV). Em aramaico, a língua materna dos apóstolos, a mesma palavra pode ser traduzida como "vida" ou "salvação". Portanto, a expressão "palavras desta vida" poderia querer dizer a mensagem do Evangelho.

A comissão dada aos apóstolos requeria coragem. Mas, cheios do Espírito Santo, eles estavam à altura da ocasião. Eles entraram de manhã cedo — lit., "ao romper do dia" -no templo e ensinavam (21). Ao fazer isto, estavam seguindo o exemplo do seu Mestre, e também obedecendo a sua ordem.

b. Presos e Retidos (5.21b-26). Enquanto isto estava acontecendo, o sumo sacerdote, que atuava como presidente do Sinédrio, convocou o conselho (synedrion, Sinédrio) e todos os anciãos — gerousia (cf. "geriatria", o estudo da idade avançada"). A palavra e (kai) entre estas duas palavras não indica que elas se refiram a dois grupos separados. Ao contrário, ela significa "até mesmo"; o Sinédrio, que é o senado ou o grupo dos anciãos dos filhos de Israel — o seu corpo diretor é composto por anciãos. Lake e Cadbury dizem: "Estas frases significam a mesma coisa".135

Quando o conselho estava reunido, ordenou-se que os apóstolos fossem trazidos para julgamento, porém os servos voltaram de mãos vazias. Eles tinham encontrado as portas da prisão trancadas e os guardas em serviço, mas os prisioneiros não estavam lá (23).

Quando 1" o capitão do templo e os principais dos sacerdotes (24) ouviram este relato, "ficaram muito perplexos acerca deles" — ou sobre estas palavras, ou sobre os apósto-los — imaginando o que viria a ser aquilo. Foi então que alguém entrou e relatou que os prisioneiros estavam ensinando no Templo (25). Desta vez, o próprio capitão foi com os servi-dores (a polícia do templo) e os trouxe, não com violência — ou "força" (26). Esta atitude não se deveu a uma mudança em sua opinião, mas porque temiam ser apedrejados pelo povo.

Nos dois parágrafos desta seção (17-26), a palavra prisão aparece seis vezes, tradu-zindo três palavras gregas diferentes. Em 18 é teresis, um lugar onde as pessoas são mantidas sob guarda. Em 19, 22 e 25 é phylake, um lugar onde as pessoas são vigiadas sob guarda. Em 21 e 23 é desmoterion, um lugar onde as pessoas são mantidas amarra-das. Isto é típico da quantidade de termos gregos freqüentemente representados pela mesma palavra nas nossas Bíblias. Neste caso, todas as palavras parecem se referir ao mesmo lugar, de modo que o uso uniforme de prisão talvez seja tão satisfatório quanto a alternância entre "prisão" e "cárcere" (Phillips, NEB).

3. A Acusação (Atos 5:27-42)

Depois que os apóstolos tinham sido presos na noite anterior, e agora novamente presos pela manhã, os líderes da nação começaram a acusação contra eles. Aparente-mente, todos os doze apóstolos foram julgados juntos.

a. Acusação e Réplica (5:27-32). Os prisioneiros, presos novamente, foram trazidos perante o conselho (27) — o Sinédrio. O sumo sacerdote lembrou' que eles tinham recebido a ordem específica' de não ensinar nesse nome (28), ou seja, no nome de Jesus (cf. 4.18). Então, o sumo sacerdote fez contra eles uma acusação contundente: eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina [ou "ensino'] e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Tinham eles esquecido as suas palavras recentes a Pilatos: "O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos" (Mt 27:25) ?

Pedro tinha uma réplica poderosa: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens (29). Mais uma vez, ele se tornou um advogado naquele processo (cf. 4:8-12). O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus (30). Isto parece, naturalmente, ser uma referência à ressurreição, e assim foi suposto por muitos dos comentaristas mais anti-gos. Mas algumas traduções trazem o texto "levantou Jesus", o que poderia ser uma referência a Cristo sendo "enviado ao mundo"." Bruce diz: "Provavelmente não à ressur-reição, mas à inauguração do seu ministério".' A seqüência de idéias apóia esta inter-pretação, uma vez que ressuscitou vem antes de a quem vós matastes.

Este Jesus, que o Deus de Israel tinha enviado como o seu Messias, os membros do Sinédrio mataram — i.e., "colocaram sobre Ele mãos violentas" — suspendendo-o no madeiro. A palavra grega para madeiro literalmente significa "madeira"; por isso, é usada aqui — como também em 10.39; 13.29; Gl 3:13-1 Pe 2.24 — referindo-se à cruz de madeira em que Cristo foi suspenso. A lei mosaica declarava: "O pendurado é maldito de Deus" (Dt 21:23). Assim, Cristo tornou-se maldição por nós quando levou os nossos peca-dos sobre a cruz.

Mas esta situação em pouco tempo mudou: Deus, com a sua destra, o elevou (31).

Provavelmente, a última frase possa ser traduzida como "à sua mão direita" (RSV), em-bora a versão NEB esteja de acordo com a KJV. Qualquer tradução dá o sentido correto e representa igualmente bem o dativo grego (sem preposição) ; ambas as idéias estão corretas histórica e teologicamente (cf. 2.33). Tomado como dativo instrumental, "mão direita", ou "destra", é o símbolo do poder de Deus. Tomado como dativo local, representa o lugar de mais alta honra."'

Deus elevou Cristo a Príncipe — talvez aqui com o significado de "líder" (cf. 3,15) -e Salvador. Os dois termos gregos são usados na Septuaginta do livro dos Juízes, a fim de designar aqueles que Deus elevou para libertar Israel dos seus inimigos. Isto sugere o papel intencional de Jesus como o Messias. A dificuldade era que os judeus desejavam uma libertação militar e nacional, ao passo que Cristo veio trazer uma libertação espiri-tual e universal.
Em sua exaltação, Jesus deu a Israel o arrependimento. Uma vez que o arrependi-mento é obra do homem, esta afirmação parece um pouco surpreendente. Alexander nos dá esta explicação útil: "dar arrependimento não é meramente dar o tempo para que ele ocorra... ou o lugar para isso... mas dar a graça do arrependimento, i.e., o poder e a disposição para arrepender-se".

A palavra grega para "perdão" talvez seja melhor traduzida como "remissão" (ASV), como em 2.38, uma vez que o seu significado literal é "libertação, dispensa".' A referên-cia básica parece ser a remissão da penalidade. No entanto, o termo geral perdão é pro-vavelmente mais significativo para a mente moderna (cf. RSV, NEB, NASB).

Os termos arrependimento e "remissão dos pecados" também são encontrados jun-tos em Lucas 24:47. Page destaca o relacionamento dessas palavras com os dois títulos de Jesus: "arrependimento" — a condição que Ele impõe como Príncipe, e a 'remissão dos pecados' — a recompensa que Ele oferece como Salvador.'

Esta mensagem do Evangelho de arrependimento e de remissão foi pregada em pri-meiro lugar a Israel. Isto é o que encontramos nos sete primeiros capítulos do livro de Atos.

Posteriormente, foi levada aos samaritanos (Atos
8) e aos gentios (Atos 10). Paulo sempre oferecia o Evangelho primeiramente aos judeus (cf. Rm 1:16) nas suas viagens missionárias. Somente quando estes o rejeitavam é que ele se voltava para os gentios (Atos 13:46-18.6).

Os apóstolos eram' testemunhas acerca destas palavras (32), como Jesus ti-nha declarado que eles seriam (Lc 24:48; Jo 15:27). O Espírito Santo também o era (cf. Jo 15:26). Knowling comenta: "Aqui temos também o testemunho em duas partes — o tes-temunho histórico nascido dos fatos — e o testemunho interior do Espírito Santo, que leva para casa, para os corações dos homens, o significado dos fatos".' Também pode haver uma referência ao poder que opera milagres que está dentro dos apóstolos, pelo Espírito, que testemunhava a divina autoridade das suas palavras.

Deus dá o Espírito Santo àqueles que lhe obedecem. Em uma última análise, a obe-diência — envolvendo a rendição da vontade — é aquele preço adequado, mas invariável, que alguém precisa pagar para ser cheio do Espírito. Comumente se diz que a consagra-ção completa é o pré-requisito para a santificação completa. O passo final para a consa-gração de alguém, e que realmente a completa, é a auto-entrega.

Os versículos 30:32 ressaltam cinco pontos relacionados com a provisão e a aplica-ção do Evangelho: 1. A encarnação; 2. A crucificação; 3. A exaltação; 4. Ajustificação; 5. A santificação.

b. Raiva e Razão (Atos 5:33-39). Quando os membros do Sinédrio ouviram a resposta dos apóstolos, se enfureceram (33), i.e., "foram tomados de raiva" (RSV). O verbo grego é encontrado somente aqui e em 7.54. Literalmente, ele significa "serrar em duas partes", como encontrado em I Crônicas 20:3. Knowling observa: "Aqui não temos a aflição do coração (2,37) que leva à contrição e ao arrependimento, mas a indignação dolorosa e a inveja que dão vazão à tentativa de livrar-se dos apóstolos, como tinham feito com o seu Mestre".' Na primeira perseguição, eles simplesmente tinham ameaçado os apóstolos. Agora planejavam a sua morte — deliberaram matá-los.

A palavra fariseu é mencionada aqui pela primeira vez no livro de Atos, embora seja encontrada freqüentemente nos Evangelhos (ver os comentários sobre Atos 4:1).' Os fariseus eram, literalmente, os "separados". A origem deste apelido é assim explicada por Bruce: "No conflito precipitado por Antíoco Epifânio (175-163 a.C.), eles deram o seu apoio aos Macabeus na luta pela sua liberdade religiosa, mas, uma vez que esta foi conseguida, eles se conservaram afastados da luta pela independência política, desapro-vando fortemente a política egoísta dos últimos asmoneus e a sua assunção ao sumo sacerdócio".149

Na época de Cristo, os fariseus eram aparentemente um grupo minoritário no Sinédrio. Mas eles eram mais populares do que os saduceus. Josefo destaca isto quando escreve sobre os saduceus: "Mas eles não são capazes de fazer quase nada por si mesmos, pois quando se tornaram magistrados... aderiram às noções dos fariseus, porque a mul-tidão não os suportaria de outra maneira".'

Gamaliel era um descendente do grande Hilel, que ficou famoso pelas suas opiniões liberais e pela sua atitude tolerante. Ele era um doutor da lei (lit., "professor da lei"). O fato de que era grandemente reverenciado — venerado por todo o povo — é indicado pela seguinte citação do Mishna: "Desde que Rabban Gamaliel, o ancião, morreu, não houve mais respeito pela lei; e a pureza e a abstinência morreram ao mesmo tempo" .151 Gamaliel morreu em 57 ou 58 d.C. Ele foi o professor de Saulo de Tarso (22.3).

Este homem tolerante e benevolente ordenou que os apóstolos fossem levados para fora... por um pouco (34), i.e., "levados para fora durante alguns minutos" (Phillips). Então ele advertiu seus colegas a se acautelarem (35) quanto ao que fariam àqueles homens. Ele citou o caso de dois revolucionários contra o governo de Roma, Teudas (36) e Judas (37). Os dois levantes foram sufocados e os líderes foram mortos.

Dois problemas relativos a tempo se apresentam em relação a este relato, se dese-jarmos identificar Teudas com um revolucionário do mesmo nome na história secular. Josefo, que viveu no século I e estava familiarizado com estes eventos, escreve: "Então aconteceu, enquanto Fado era procurador de Judéia, que um certo mágico, cujo nome era Teudas, persuadiu uma grande parte da população a pegar os seus pertences e segui-lo até o rio Jordão, pois ele lhes disse que era um profeta e que iria, por sua ordem, dividir o rio, e proporcionar-lhes uma passagem segura sobre ele".1" Mas ele foi capturado pelo governador e foi decapitado.

O problema é que Fado tornou-se procurador depois de 44 d.C., enquanto essas pala-vras de Gamaliel provavelmente foram pronunciadas em 30 d.C. A solução óbvia, e apa-rentemente a única possível, é que tenha havido um revolucionário anterior com o mes-mo nome. Knowling está plenamente justificado quando declara: "Não podemos supor que Lucas cometeria um erro tão grave, considerando a precisão que lhe era habituar.'"
O segundo problema está intimamente conectado ao primeiro. Gamaliel disse: De-pois deste, levantou-se Judas, o galileu (37). A revolta liderada por Judas ocorreu nos dias do alistamento — ordenado por Quirino, embaixador da Síria em 6 ou 7 d.C. O censo era preparatório para a cobrança de impostos. Josefo descreve assim a revolta: "Um certo galileu, cujo nome era Judas, persuadiu os seus compatriotas a uma revolta, dizendo que eles seriam covardes se continuassem a pagar impostos aos romanos".'

A sensatez em supor que deve ter havido outro Teudas anterior a este Judas ganha considerável apoio de uma maneira geral por parte de Josefo. Ele diz, sobre o período anterior à rebelião de Judas: "Nesta época, havia dez mil outras desordens na Judéia, que eram como tumultos".15' Em conexão com o mesmo período, ele acrescenta: "A Judéia estava cheia de usurpações, e quando os muitos grupos de rebeldes conseguiam alguém que os liderasse, ele era proclamado rei imediatamente".1" À luz destas afirmações, so-madas com o fato bem conhecido de que muitos indivíduos tinham o mesmo nome, pare-ce ser justificável assumir que a referência a Teudas nas palavras de Gamaliel são a outro rebelde anterior que levara o mesmo nome — um homem cuja revolta ocorreu antes da de Judas em 6 ou 7 d.C.

O conselho de Gamaliel era o de afastar-se daqueles homens e deixá-los em paz (38). Se este conselho ou esta obra é de homens — lit., "nasce dos homens", i.e., "de origem humana" (NEB) — se desfará (será derrotada). Mas se [ela] é de Deus (39; "nascida de Deus", como a sua fonte), não podereis desfazê-la — o mesmo verbo (katalyo).' Para que significa "para que não por acidente ou acaso". O perigo era que eles podiam achar-se também combatendo contra Deus.

c. Presos e Libertados (Atos 5:40-42). E concordaram com ele (40) — lit., "foram persu-adidos por ele". Chamando-os (convocando os apóstolos) e tendo-os açoitado por te-rem desobedecido a ordem anterior contra falar no nome de Jesus, os deixa-ram ir (cf. Atos 4:18). O verbo significa "libertar" ou "soltar".

Os apóstolos não se amedrontavam com as ameaças e ordens do conselho (41). Eles deixaram a presença do Sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de pade-cer afronta pelo nome de Jesus. O texto grego diz: "por amor ao Nome". Este uso absoluto de "Nome" é similar ao de "Caminho" ou "Seita" em 9.2. Lumby comenta: "Os apóstolos consideram uma glória, aquilo que o mundo consideraria uma vergonha".1" Semelhantemente, Paulo escreveu aos gálatas: "longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gl 6:14).

Os apóstolos não mostravam a intenção de obedecer às repetidas ordens do Sinédrio. Todos os dias, no templo (42) — para a multidão que se reunia ali no amplo pátio dos gentios — e nas casas (ver os comentários sobre Atos 2:46) — não cessavam de "ensi-nar e de anunciar" (evangelizomenoi) a Jesus Cristo — melhor ainda, "a Jesus, como sendo o Cristo" (ASV). Pelo seu nome (41) tinham sofrido, e agora o pregavam. Ele era o verdadeiro Messias.

Isto nos dá uma imagem vívida da Igreja Primitiva. Os apóstolos estavam desempe-nhando um ministério público no Templo e um ministério privado, ou semi-privado, nas casas de 'alguns crentes. Isto aconteceu algum tempo antes que os edifícios das igrejas cristãs fossem construídos.

No versículo 42, podemos ver "A evangelização no poder do Espírito". 1. Os apóstolos cheios do Espírito tinham um único objetivo — ensinar e anunciar Jesus Cristo. 2. Eles trabalhavam de acordo com o plano divino; obedeciam ao mandamento de Deus, "Ide", e iam todos os dias ao trabalho; eles iam às casas e também ao templo. 3. Eram impulsio-nados por uma paixão motivadora (G. B. Williamson).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 5 versículo 15
At 19:11-12.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42
*

5.2 reteve parte do preço. Ananias e sua mulher Safira tinham o direito de reter todo o produto da venda de sua terra, uma vez que a terra e o dinheiro eram deles (v.4). O testemunho de toda a igreja estava em risco por causa dos pecados de uns poucos (conforme Lv 10:1,2; Nm 16:23-35; Js 7:19-25; 2Sm 6:1-7).

* 5.3 encheu Satanás teu coração. Outro exemplo da influência de Satanás é vista na vida de Pedro (Mc 8:33). Mais tarde, Pedro alertou os cristãos contra a potencial influência de Satanás sobre eles (1Pe 5:8).

mentisses ao Espírito Santo. No v. 4 Pedro diz a Ananias que ele tinha mentido a Deus. As palavras de Pedro indicam que o Espírito Santo é Deus (v.9).

* 5.11 toda a igreja. Esta é a primeira de mais de vinte ocorrências em Atos da palavra grega ekklesia, usualmente traduzida por “igreja”. Estêvão usa esta palavra para o que seria no Antigo Testamento a “congregação” do povo (7.38). Na Septuaginta (o Antigo Testamento grego) a assembléia do povo de Deus que pratica a adoração é freqüentemente designada por esta palavra. Na Grécia antiga, a ekklesia era a “assembléia” política dos cidadãos (19.32). O Novo Testamento usa a palavra inicialmente para se referir a um corpo organizado de crentes (8.1; 11.22; 13.1).

* 5.13 dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles. Nenhum dos crentes insinceros e superficiais ousava se identificar com a igreja. Os padrões de moralidade eram altos.

*

5.14 crentes, tanto homens como mulheres. Crentes apresentavam-se e juntavam-se à igreja. Lucas menciona mulheres freqüentemente no Evangelho (Lc 7:28; 8:2,3; 17:35; 23:27,29,49,55) e em Atos (1.14; 8.3,12; 9.2,36; 13 50:16-1,13 14:17-4,12,34; 18.2; 21.5).

* 5.15 Pedro... sua sombra. Assim como quando o poder curador de Jesus fluiu de suas vestes ao toque da mulher que havia estado sujeita ao fluxo de sangue (Mc 5:27,28), aqui Deus permite que a sombra de Pedro efetue uma cura, assim com ele fez também através de panos e aventais que Paulo tinha usado (19.11, 12).

* 5.21 o Sinédrio. O grande concílio religioso em Jerusalém, composto de cerca de setenta homens. Ele incluía saduceus, fariseus, e seus associados. Sob os romanos, o Sinédrio tinha larga autoridade na Palestina. De acordo com antiga tradição judaica, os membros sentavam-se em semicírculo, com dois empregados e três fileiras de estudantes na frente.

* 5.28 lançar sobre nós o sangue desse homem. Em 2.23; 3.15,16 e 4.10,11, Pedro e seus companheiros culparam os membros do Sinédrio pela morte de Jesus. O povo tinha ouvido esta acusação.

*

5.31 Deus...com a sua destra, o exaltou. Esta declaração seria entendida pelo Sinédrio como uma referência à ressurreição. Tal exaltação por Deus faria este Jesus ressurreto igual a Deus (conforme Jo 5:18; 10:33).

* 5.34 Gamaliel. Um dos mais famosos rabinos de seu tempo, Gamaliel, foi professor de Paulo (22,3) e provavelmente um neto do rabino Hilel, o líder de uma das duas grandes escolas de interpretação legal judáica. Em contraste com a escola de Samai, Gamaliel e a escola de Hilel eram conhecidos por sua indulgente interpretação da lei (Mt 19:3 e nota).

* 5.37 Judas, o galileu. O historiador judeu Josefo (Guerras dos Judeus 20,118) fala de um certo galileu que despertou uma revolta porque ele resistia à subserviência e ao pagamento de impostos aos romanos. A revolta falhou mas pode ter assentado a base para o partido dos zelotes. O apóstolo Simão o Zelote (1.13; Mt 10:4 e nota) pode ter sido anteriormente um membro deste grupo.

dias do rescenseamento. Não é o censo de Lucas 2:1, que foi ordenado pelo imperador Augusto cerca de 8 a.C. (mas foi atrasado até 5 ou 6 a.C.), mas o censo feito catorze anos mais tarde, em 6 d.C., no tempo do procurador Copônio.

*

5.40 açoitaram-nos. Os apóstolos receberam a tradicional “quarentena de açoites menos um” (2Co 11:24 ).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42
5.1ss Em Feitos 5:1-8.3 vemos a igreja enfrentando problemas internos e externos. Dentro, havia desonestidade (5.1-11) e dores de cabeça administrativos (6.1-7). Fora, a igreja sentia a pressão da perseguição. Os líderes da igreja foram cuidadosos e sensíveis ao conduzir os problemas internos, mas não havia muito que pudessem fazer para acautelar as pressões externas. Apesar de tudo, mantiveram seu enfoque no que era mais importante: difundir o evangelho do Jesucristo.

5:3 Apesar de que Cristo venceu na cruz a Satanás, seguia ativo tratando de que os crentes tropeçassem, como o faz hoje em dia (Ef 6:12; 1Pe 5:8). A destruição de Satanás é inevitável, mas não ocorrerá até os últimos dias, quando Cristo volte para julgar ao mundo (Ap 20:10).

5.3ss O pecado do Ananías e Safira não foi avareza nem reter parte do dinheiro. Podiam decidir se vender ou não a terra e quanto dar. Seu pecado foi mentir a Deus e a seu povo ao dizer que deram tudo, mas em realidade se reservavam parte para eles, tratando de parecer mais generosos do que na verdade eram. Este fato se julgou com dureza porque a desonestidade e a cobiça destroem a igreja, impede que o Espírito Santo obre com eficácia. Toda mentira é má, mas quando mentimos tratando de enganar a Deus e a seu povo quanto a nossa relação com O, destruímos nosso testemunho cristão.

5:11 O julgamento de Deus ao Ananías e a Safira produziu horror e temor entre os crentes, obtendo que se dessem conta com quanta seriedade castiga Deus o pecado na igreja.

5:12 O pórtico do Salomão era parte do templo construído pelo Herodes o Grande em um intento de fortalecer sua relação com os judeus. Jesus lhes ensinou e levou a cabo milagres no templo muitas vezes. Quando os apóstolos foram ao templo, estiveram perto dos mesmos líderes religiosos que conspiraram para crucificar ao Jesus.

5:13 Os crentes não se atreviam a unir-se aos apóstolos nem a trabalhar a seu lado porque temiam enfrentar a mesma classe de perseguição que estes enfrentavam (4.17); enquanto que outros possivelmente temiam uma condenação similar a do Ananías e Safira.

5:14 O que faz ao cristianismo atrativo? É fácil sentir-se atraído a uma igreja por seus programas, bons pregadores, tamanho, comodidades ou companheirismo. A igreja primitiva atraía aos crentes pelo poder e os milagres de Deus, a generosidade, a sinceridade, a honestidade, a unidade dos membros e o caráter dos líderes. Estão nossos patrões dormidos? Deus quer acrescentar crentes a sua igreja, não só novos e melhores programas nem congregações maiores e melhor decoradas.

5:15 Estas pessoas não sanaram pela sombra do Pedro, mas sim pelo poder de Deus obrando através dele.

5:16 No que favoreceram estas sanidades milagrosas à igreja primitiva?: (1) atraíram novos crentes; (2) confirmaram a veracidade do ensino dos apóstolos; (3) demonstraram que o poder do Messías, quem morreu na cruz e ressuscitou, estava agora com seus seguidores.

5:17 Os líderes religiosos estavam ciumentos, Pedro e os apóstolos já tinham ganho mais respeito do que eles tinham recebido. A diferença, entretanto, radicava em que os líderes religiosos demandavam respeito e reverência para eles mesmos; a meta dos apóstolos era obter respeito e reverência para Deus. Aos apóstolos não se respeitavam porque o demandavam, mas sim porque o mereciam.

5:17, 18 Os apóstolos tinham poder para fazer milagres, grande audácia na predicación e a presença de Deus em suas vidas; entretanto, não estavam livres de açoites e perseguição. Prenderam-nos, encarceraram, açoitaram com látegos e os caluniaram os líderes da comunidade. A fé em Deus não elimina os problemas, faz que pareçam menos temidos porque os põe na devida perspectiva. Você não pode esperar que todos reajam favoravelmente quando anuncia algo tão dinâmico como sua fé em Cristo. Alguns se sentirão ciumentos, temerosos ou ameaçados. Espere algumas reaja negativas, mas recorde que deve lhe interessar mais servir a Deus que as reações das pessoas (5.29).

5:21 "Todos os anciões dos filhos do Israel" se refere aos setenta homens do concílio (também chamado Sanedrín). Este não ia ser um julgamento simples. Os líderes religiosos foram fazer algo para deter os apóstolos em seu intento de desafiar sua autoridade, ameaçar a segurança de sua posição e pôr ao descoberto seus motivos hipócritas diante da gente.

5:21 Ao amanhecer, o templo era um lugar de muito movimento. Muitas pessoas se detinham ali para orar e adorar, e os apóstolos foram preparados para lhes anunciar as boas novas da nova vida em Cristo Jesus.

5:21 Suponha que alguém ameaça matá-lo se você não deixa de falar a respeito de Deus. Possivelmente se sinta tentado a calar. Mas os apóstolos, depois da ameaça do líderes influentes, a detenção, os açoites, o encarceramento e sua liberação milagrosa, voltaram a pregar. Isto era nada menos que o poder de Deus obrando neste grupo de homens (4.13). Quando estamos convencidos do poder da ressurreição de Cristo e logo depois de experimentar a presença e poder de seu Espírito Santo, podemos confiar ao falar com outros de Cristo.

5:29 Os apóstolos conheciam suas prioridades. Devemos tratar de viver em paz com todos (Rm 12:18), o conflito com o mundo e suas autoridades é, algumas vezes, inevitável para um cristão (Jo 15:18). Haverá situações nas que você não poderá obedecer a ambos, a Deus e ao homem. Então deverá obedecer a Deus e confiar em sua Palavra. Permita que as palavras do Jesus em Lc 6:22-23 lhe animem: "Bem-aventurado serão quando os homens lhes aborreçam, e quando lhes separarem de si, e lhes vituperem, e desprezem seu nome como mau, por causa do Filho do Homem. lhes goze naquele dia e lhes alegre, porque hei aqui seu galardão é grande nos céus".

5:34 Os fariseus, junto com os saduceos, compunham a maioria do concílio judeu (5.17). Eram os estritos guardadores da Lei; não só a de Deus, mas também centenas de outras regras que adicionaram à Lei de Deus. cuidavam-se da pureza externa, mas muitos tinham seus corações cheios de motivos impuros. Durante seu ministério na terra, Jesus confrontou freqüentemente aos fariseus.

5:34 Gamaliel foi um aliado inesperado para os apóstolos, embora possivelmente não apoiou seus ensinos. Era um membro distinto do concílio judeu e um professor. Enquanto que talvez salvou a vida dos apóstolos, sua verdadeira intenção era manter ao concílio unido, evitando que se dividisse e que os romanos se levantassem. Os apóstolos eram populares entre a gente e ao lhes dar morte se originaria um alvoroço. Não obstante, o conselho do Gamaliel ao concílio deu aos apóstolos uma pausa para continuar com seu trabalho. O concílio esperou que isto afrouxaria as tensões. Não puderam estar mais equivocados. É irônico, mas Paulo, quem seria um dos maiores apóstolos, recebeu sua instrução do Gamaliel (22.3).

5:39 Gamaliel apresentou alguns sábios conselhos de como reagir ante certos movimentos religiosos. A menos que signifiquem um óbvio perigo doutrinal ou prático, é freqüentemente mais sábio ser tolerantes e não repressivos. Algumas vezes só o tempo nos dirá se forem simplesmente obra humana ou se Deus está tratando de nos dizer algo. A próxima vez que um grupo promova idéias religiosas diferentes, considere o conselho do Gamaliel: "Não sejam talvez achados lutando contra Deus".

5.40-42 Ao Pedro e João lhes advertiu muitas vezes para que não pregassem, mas continuaram apesar das ameaças. Nós também devemos viver como Cristo diz, pregar de nossa fé, sem que importância o custo. Ao melhor não açoitam nem encarceram, mas nos poderiam ridicularizar, desterrar ou caluniar. Que tão decidido está você a sofrer pelo privilégio de anunciar o evangelho a outros?

5:41 Alguma vez pensou que a perseguição é uma bênção, algo digno de nosso regozijo? Esta tortura que Pedro e João suportaram foi a primeira que algum dos apóstolos sofreram por sua fé. Estes homens sabiam como Jesus sofreu e elogiaram a Deus porque lhes permitiu sofrer perseguição como seu Senhor. Se devido a sua fé lhe ludibriam ou perseguem, não se deve a que esteja fazendo algo mau, mas sim a que Deus o considera digno "de padecer afronta por causa do Nome".

5:42 Os estudos bíblicos em lares não é nada novo. Na medida que os crentes precisaram crescer em sua nova fé, os estudos bíblicos nas casas satisfaziam suas necessidades, de uma vez que serviam como médio para apresentar a fé cristã a outras pessoas. Nos tempos posteriores de perseguição, converteu-se no principal meio de transmitir o conhecimento bíblico. Cristãos através do mundo ainda usam os estudos bíblicos em lares quando estão sob perseguição ou como uma maneira para edificar aos crentes.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42
V. A IGREJA DA PRIMEIRA DIVINE julgamento (At 5:1)

Este incidente de hipocrisia e consequente julgamento divino é o primeiro gravado "mosca na sopa preciosa" (conforme Ec 10:1)

1 Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, 2 e reteve parte do preço, sua esposa também sabendo-o, e levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.

Ninguém estava sob compulsão para vender sua propriedade e reunir os recursos na igreja. Tal era puramente voluntária (v. At 5:4 ). No entanto, a prática parece ter se tornado popular entre a comunidade cristã. Deu boa posição para o cristão, e aqui estava o perigo. Quem Ananias e Safira foram, por isso que eles venderam todos os seus bens, ou se haviam sido crentes sinceros, ficamos a conjectura. Só nos é dito, como graficamente Weymouth traduz a passagem, que "Ananias, com sua mulher, Safira, vendeu uma propriedade, mas, com seu completo conhecimento e consentimento, desonestamente reteve parte do preço recebido por ele, embora ele trouxe o resto e deu-o aos apóstolos. "

Plumptre pensa que o relato de experiência de Ananias aqui deve ser entendida no contexto do ato de Barnabé em vender sua propriedade e dar ao produto para a igreja (conforme At 4:36 , At 4:37 ). Ananias achou que poderia obter os mesmos resultados de louvor e poder, adquirido por Barnabas à custa de sacrifício genuíno, por um meio mais baratos. Plumptre vê em Ananias,

... Uma mistura estranha de elementos discordantes. Zelo e fé de algum tipo o levaram a professar-se um crente. A ambição era forte o suficiente para ganhar uma vitória parcial sobre a avareza; avareza era forte o suficiente para triunfar sobre verdade. O impulso para vender veio do Espírito de Deus; foi contrariado pelo espírito do mal e do pecado resultante foi, portanto, pior do que a de alguém que vivia completamente na parte inferior, formas plebeu de cobiça. Foi uma tentativa de servir a Deus e às riquezas; para ganhar a reputação de um santo, sem a realidade da santidade.

Há certos aspectos em que o pecado de Ananias se assemelha ao de Achan (Js 7:1 ). No entanto, o pecado de Ananias foi maior do que a de qualquer Achan ou Geazi em que ele tinha mais luz e, conseqüentemente, sua hipocrisia era mais gritante. Ananias parece ter sido atingida com o pecado de "double-mente" contra o qual adverte Tiago (Jc 1:8 ), ou "apropriação furtiva e desonesto."

Plumptre entende repreensão de Pedro (v. At 5:3) para implicar,

... A perversão da consciência e vontade, apenas no momento em que eles pareciam ser, e, pode ser, na verdade, eram, a ponto de alcançar uma perfeição maior do que antes. A pergunta "Por que" implica que a resistência à tentação tinha sido possível (Jc 4:7)

7 E foi sobre o espaço de três horas depois, quando sua mulher, não sabendo o que foi feito, entrou. 8 E Pedro respondeu-lhe: Diga-me vendestes por tanto aquele terreno. E ela disse: Sim, por tanto. 9 Mas Pedro disse -lhe: Por que é que vos em acordo para tentar o Espírito do Senhor? eis que os pés dos que sepultaram o teu marido estão na porta, e eles te levarão a ti. 10 E ela caiu imediatamente a seus pés, e deu-se o fantasma, e os moços, acharam-na morta, e levaram-na e enterrado pelo marido.

Era ou em um serviço posterior da igreja de três horas após a morte do marido, e, provavelmente, a uma mais tarde declarou "hora da oração", ou três horas mais tarde, no mesmo serviço em que seu marido morreu, que Safira apareceu. Ela tinha se tornado cúmplice com o marido em seu pecado, e tinha a intenção de levar a cabo com o engano. Pedro repetiu a pergunta a ela, ao que ela respondeu que tinha o marido. Ela foi repreendido pelo apóstolo e do julgamento da morte seguido rapidamente. A lição evidente é que, como "nenhum ... vive para si" (Rm 14:7)

11 E um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas.

Weymouth lê: "todos os que ouviram este incidente." O incidente incitou três tipos de medo: primeiro , um temor reverencial da santidade de Deus e majestade, que foi revelado; segundo , um medo disciplinar, em razão do julgamento divino contra a hipocrisia que caiu em cima e purificado da igreja; e terceiro , um medo de prender que caiu sobre os incrédulos que viu ou ouviu falar do incidente. Deus é um só, mas Suas manifestações e as administrações são tão variadas quanto as necessidades dos homens.

B. julgamento divino e de renovação espiritual (5: 12-16)

12 E pelas mãos dos apóstolos eram muitos sinais e prodígios feitos entre o povo, e eles estavam todos de comum acordo no pórtico de Salomão. 13 Mas do resto atreviam nenhum homem juntar-se a eles: mas o povo ampliada eles; 14 e crentes foram mais uniu ao Senhor em grande número tanto de homens e mulheres: 15 de sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra pode . cobrisse alguns deles 16 E lá também se reuniram a multidão das cidades redor de Jerusalém, trazendo enfermos e os que eram atormentados por espíritos imundos, e eles foram todos curados.

Deve notar-se que os acontecimentos milagrosos de versículos 12:16 estão em resposta à oração da igreja após o lançamento do apóstolo da prisão (ver At 4:30 ). Na verdade, a tragédia do juízo divino sobre a hipocrisia dentro da igreja tinha intervindo (vv:1-10) e serviu para inspirar reverência e respeito por Deus e Seus apóstolos (v. At 5:11 ). Deus, então, como agora, trabalharam de formas misteriosas suas maravilhas para realizar, e de fato "os seus caminhos [são] passado traçando!" (Rm 11:33 ). Foi devido à oração da igreja, no entanto, que a recuperação continuou.

A unidade dos discípulos do Senhor (v. At 5:12-A ). Sua localização era mais vantajosa. pórtico de Salomão era um tribunal espaçoso no lado leste do templo, com o nome de Salomão, e era suposto ter sido um resquício do templo original construído por ele (veja 2Cr 4:9 ; At 3:11 ; At 5:12). Até agora, os cristãos não tinha quebrado com a adoração no templo.

O apoio popular reconhecidos os cristãos, e os apóstolos em particular, é indicada pelas palavras de Lucas, mas o povo ampliada eles (v. At 5:13 ). Duas notas especiais são marcantes nesta passagem: primeiro , os crentes foram adicionados [juntou] ao Senhor ; e segundo , as mulheres são mencionados como de importância na igreja pela primeira vez desde o Pentecostes.Finalmente, as curas e expulsões de demônios (vv. At 5:15 , At 5:16) representam as implicações benéficas do evangelho estendida à humanidade sofredora. Tal foi o exemplo que Jesus pessoalmente definido para a igreja (: Mt 9:32. , e tal era a comissão que Ele deu aos discípulos (v) Mt 9:36. ; Mt 10:8 , Mc 3:15 ). Enquanto o chamado "evangelho social" moderno é biblicamente inválida, as implicações sociais do evangelho pessoal de Cristo são ilimitadas. Não é de admirar, ou matéria, que os pensadores pagãos confundido conceitos mágicos com os milagres divinos de cura (v. At 5:15 , que incidente tenha sido tratada anteriormente. Em seu primeiro julgamento haviam sido rigorosamente advertido pelo tribunal para não falar nem ensinassem em nome de Jesus (At 4:18 , 18)

17 Mas o sumo sacerdote levantou-se, e todos os que estavam com ele (que é a seita dos saduceus), encheram-se de inveja, 18 e colocou as mãos sobre os apóstolos, e os puseram na prisão pública.

Se pelo sumo sacerdote Anás se entende, o presidente do Sinédrio, ou Caifás, o sumo sacerdote real, é difícil saber. O primeiro é provável indicado. O sumo sacerdote, provavelmente, Anás, o presidente do Sinédrio, foi apoiado pelo partido dos saduceus em sua indignação ou "inveja com raiva" (Weymouth) e intenções contra os apóstolos, com a visão da influência dos apóstolos sobre a multidão. Geralmente, a prisão foi baseada em desrespeito dos apóstolos de comando do tribunal, sua pregação contínua em nome de Cristo, seus milagres de cura, e sua influência sobre as pessoas. No entanto, mais realmente e, especificamente, foi baseada na oposição Sadducean à sua doutrina da ressurreição e as operações do Espírito Santo, sendo que ambos os saduceus negavam.Parece que estes funcionários judiciais de modo indigno-se como ter, pessoalmente, colocou as mãos sobre os apóstolos e colocá-los na prisão comum (v. At 5:18 ). Como em sua primeira prisão, era noite e, portanto, eles não poderiam ser legalmente julgado pelo Sinédrio antes do dia seguinte. Assim, eles foram obrigados a passar a noite na prisão comum entre criminosos vis. Não era medo de sua fuga, mas o desejo de parar seu trabalho, que foi responsável por sua prisão.

2. A Divina Deliverance (At 5:19)

19 Mas um anjo do Senhor a noite abriu as portas da prisão, e trouxe-os para fora, e disse:

Deus tem uma chave mestra que abrirá todas as portas da prisão, onde Seus servos podem ser encarcerados pelo inimigo. "O Senhor sabe livrar os piedosos da tentação" (2Pe 2:9)

20 Ide, e ficar de pé e falar no templo ao povo todas as palavras desta vida.

Os apóstolos foram divinamente entregues para que pudessem retomar o seu ministério, não que eles podem se aposentar em solidão e segurança. Se é para a segurança pessoal ou lucro que o homem busca a libertação de Deus, ele pode ter pouca esperança de intervenção divina. Deus salva, o homem que ele possa servi-Lo (veja 1Ts 1:1 , com, no entanto, algumas diferenças importantes que irão aparecer. Indignação dos governantes, ou "inveja com raiva", como Weymouth traduz, foi muito acentuado no aparente desafio dos apóstolos e sua crescente influência sobre as pessoas. O Sinédrio era agora wrathfully resolveu parar todo esse negócio para sempre.

1. Projeto do Tribunal de Justiça (At 5:21)

22 mas os oficiais que veio não os acharam na prisão; e eles voltaram, e disse, 23 ditado, A casa prisional que encontramos fechado com toda a segurança, e as sentinelas em pé às portas:., mas, quando abrimos, ninguém achamos dentro Dt 24:1 Agora, quando o capitão do templo e do principais sacerdotes ouviram estas palavras, estavam perplexos acerca deles whereunto viria a ser isso. 25 E veio um e disse-lhes: Eis que os homens que colocam na prisão estão no pé do templo e ensinam ao povo.

O que um embaraço que deve ter ocasionado o presidente ter convocado esta corte extraordinária e chamou-lhe a ordem, apenas para descobrir que os prisioneiros protocolizado para julgamento, cuja detenção e encarceramento ele pessoalmente realizada na noite anterior, estavam desaparecidos desde o cárcere. A oficiais que veio não os acharam na prisão (v. At 5:22 ), e considerou-se não o prisioneiro do homem, mas do Senhor Jesus Cristo (conforme Ef 3:1 , 27a)

26 Então foi o capitão com os servidores, e os trouxe, mas sem violência; porque temiam o povo, para que não sejam apedrejadas. 27 E, quando os havia trazido, os apresentaram ao conselho.

A influência dos apóstolos parece ter chegado a um ponto mais alto, o que foi, sem dúvida, devido a um conhecimento de sua libertação divina da prisão, os muitos benefícios recebidos de Deus nas mãos do povo, e as manifestações especiais do poder divino e favor em suas vidas e ministério. Medo de apedrejamento pela multidão apenas impedido que os oficiais da violentamente batendo e arrastando os apóstolos do templo. Evidentemente, os apóstolos os acompanhou prontamente e de boa vontade, possivelmente tendo sido aplacou para com os oficiais, sabendo que Ele que os livrara da prisão seria entregá-los no tribunal.

4. O Tribunal de Justiça Charge (At 5:27 ). Mateus Henry vê na segunda conduta, desordenado da perturbação da doutrina emocionante; e no ensino de uma doutrina emocionante; e no terceiro , sedição e facção, com vista à criação do povo contra os governantes. A última acusação reflete, sem dúvida, a culpa de suas próprias consciências. Vale ressaltar que eles não foram acusados ​​de quebra de prisão.

5. Os Apóstolos "Reply (5: 29-32)

29 Mas Pedro e os apóstolos, respondendo, disse, importa obedecer a Deus do que aos homens. 30 O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, suspendendo-o em uma árvore. 31 sim, Deus, com a mão direita para ser um Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento ea remissão dos pecados. 32 E nós somos testemunhas destas coisas; e assim é o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.

Sem negação ou hesitação, os apóstolos responderam às acusações, indicando em cada caso que os governantes estavam lutando uma batalha perdida contra Deus. Em primeiro lugar , eles responderam que a autoridade de Deus era maior do que o do homem, e uma vez que eles serviam, segundo eles, Devemos obedecer a Deus do que aos homens (v. At 5:29 ). Por fim , eles francamente se identificaram como propagadores (testemunhas) de toda e reivindicou a cooperação e aprovação de Deus. Assim, eles colocaram a responsabilidade total sobre o tribunal.

6. A indignação do Tribunal de Justiça (At 5:33)

33 Mas eles, quando ouviram isso, foram cortadas para o coração, e se quisesse matá-los.

Como animais enlouquecidos, feridos e inescapavelmente encurralados, eles agora via como sua única alternativa a destruição de seus perseguidores. Eles literalmente "foram serrados ao meio", ou tornou-se violentamente enfurecido e se quisesse matá-los .Justiça foi esquecido e bancos dos juízes foram abandonados como paixão pessoal motivo destronado, presas maus arreganhados, e cruelmente ofegava por sangue. "Eles estavam dispostos a matar os Apóstolos" (Weymouth).

C. DA DEFESA E LIBERTAÇÃO dos Apóstolos (5: 34-42)

34 Mas, levantando-se no conselho, um fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, tinha em homenagem a todo o povo, mandou que os homens diante de um pouco de tempo. 35 E disse-lhes: Varões de Israel, olhai por vós a estes homens, o que estais prestes a fazer. 36 Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dando-se por ser alguém; a quem um número de homens, cerca de quatrocentos, juntou-se a si mesmos, que foi morto; e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos, e não deu em nada. 37 Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou alguns dos povos atrás dele: ele também pereceram; e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos. 38 E agora digo-vos, Abster-se a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará: 39 mas se ela é de Deus, e vós não será capaz de derrotá-los; para que Quiçá ser encontrado até combatendo contra Deus. 40 E lhe eles concordaram.: e quando eles tinham chamado os apóstolos a eles, vencê-los e ordenou-lhes que absolutamente não falassem em nome de Jesus, e os soltaram 41 Eles, pois, da presença do conselho, regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afronta pelo nome de. 42 E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e pregar Jesus como o Cristo.

Não tinha o tribunal foi contido pelos conselhos recolhidos e sábio de Gamaliel, os governantes provavelmente teria apedrejado os apóstolos, pois mais tarde fez Estevão. No entanto, seu trabalho não foi feito. Três coisas importantes são ditas sobre Gamaliel; ou seja, ele era um fariseu, um doutor da lei, e que ele estava tinha em homenagem a todas as pessoas (v. At 5:34 ). Assim, ele foi o mais qualificado para essa defesa. Gamaliel era o professor de Saul, que se tornou o apóstolo Paulo (Atos 22:3 ), e ele foi o neto do grande Hillel eo rabino mais influente de seu tempo. Sua razão para a defesa dos apóstolos parece ter surgido de sua filiação partidária (um fariseu), e, assim, seu respeito para a doutrina da ressurreição, a sua impressão favorável da vida e ministério dos apóstolos, seu senso de justiça, e sua fé na providência. Ele cita dois exemplos de líderes judeus, cujo trabalho deu em nada, e depois aconselhou o tribunal a deixar esses homens e seu trabalho nas mãos de Deus, para que não se deve lutar contra Deus.

O conselho de Gamaliel foi aceite pelo tribunal e, embora eles deram abertura parcial a sua indignação pela flagelação os apóstolos por sua desobediência ao comando anterior do tribunal, provavelmente com trinta e nove listras cada, os governantes de acordo com os soltou com uma renovação do comando fútil , como eles devem ter percebido, cobrando -lhes para não falar em nome de Jesus (v. 40b ). Retornado Os apóstolos imediatamente e retomou seu ministério à multidão de espera no templo e estendeu seus serviços para casas particulares, bem como, onde não cessavam de ensinar e de pregar Jesus como o Cristo (v. 42b ). Como fúteis os esforços do homem para ficar a obra de Deus!


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42
  1. Oposição interior (5:1-16)

Aqui vemos Satanás operar como a serpente, usando crentes da con-gregação para atrapalhar a obra do Senhor.

  1. O engano (vv. 1-2)

Ananias e Safira almejavam a repu-tação de ser mais espirituais do que, na verdade, eram. Os dois ficaram enciumados quando os outros trou-xeram suas doações (4:34-37) e qui-seram receber o mesmo reconheci-mento. Por favor, tenha em mente que, no versículo 4, Pedro afirmou que tinham o direito de usar o di-nheiro como quisessem, portanto o pecado deles não foi roubar di-nheiro de Deus. O pecado deles foi a hipocrisia de tentar parecer mais espirituais do que realmente eram.

  1. A descoberta (vv. 3-4)

Pedro era um homem com discer-nimento dado pelo Espírito. Aqui, o vemos usar o poder de "ligar e des-ligar" que Cristo lhe deu (Mt 16:19). De uma forma ou de outra, o pe-cado sempre é descoberto. Apesar desse casal não mencionar qual-quer coisa abertamente, o terrível pecado está no coração deles. Eles mentiram ao Espírito de Deus que operava graciosamente no coração dos crentes, fazendo-os vender seus bens e dividir com os outros.

  1. As mortes (vv. 5-11)

Como Deus lidou diretamente com os pecadores, esse não foi um caso de "disciplina da igreja". As duas mortes ilustram o tipo de julgamen-to que Cristo exercerá durante o rei-no (veja Jr 23:5 eAp 19:15). Esse foi um caso exato de julgamento divi-no, diferente da disciplina da igreja local, em que o pastor e a igreja in-vestigam o assunto, dão chance de arrependimento e de perdão e ten-tam restaurar os errados. E interes-sante comparar esse capítulo comJs 7:0. A nação judaica não será purificada até ver seu Messias e ser purgada de seu pecado (Zc 12:9-38) antes de ser soltos, mas eles sentiam-se jubilosos, não der-rotados, quando saíram! Eles con-sideravam um privilégio sofrer por Cristo (veja Fp 1:27-50). Observe que, à medida que os apóstolos en-sinavam e pregavam Jesus Cristo, o ministério da igreja continuou: (1) diário, (2) público e (3) particular, nas casas. E hoje, o ministério da igreja também deve ser assim.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42
5.2 Reteve. A mesma palavra no grego descreve a ação de Acã na Septuaginta (Js 7:1). O pecado de avareza resultou em hipocrisia e mentira. Ananias queria ser bem visto por ter sacrificado tudo.

5.3,4 Satanás. Originalmente (no hebraico sãtãn) queria dizer, "adversário" (em gr diabolos). Em 1:0; Mt 25:41; 1Jo 3:10). Ainda que a sugestão tenha vindo de Satanás, Ananias acolheu e levou a efeito o desígnio. Mentisses ao Espírito Santo... O Espírito Santo é claramente pessoal e identificado com Deus em v. 4 (mentiste... a Deus). A ofensa contra a igreja, habitada pelo Espírito, é pecado contra Deus (conforme 9,5) Fica claro que não houve coação para a venda dos imóveis nem na entrega do seu valor aos apóstolos.

5.5 Caiu e expirou. A disciplina da igreja, em grande parte, depende da ação corretiva de Deus (conforme 1Co 11:30-46; Hb 125:11;1Jo 5:16, 1Jo 5:17). O poder disciplinador de Deus está em harmonia com seu poder de curar, ressuscitar e conceder a vida eterna.

5.6 Os moços. Seriam um grupo organizado dentro da igreja que correspondia aos presbíteros (anciãos)? Não sabemos (conforme 1Jo 2:14).

• N. Hom. 5.11 "Grande Temor" (vv. 5.11), É conveniente quando:
1) Afasta da igreja o pecado e hipocrisia (conforme 13);
2) Aumenta a santidade e sinceridade (2Co 7:1);
3) Cria espírito submisso e obediente (2.42,
43) e evita a tentação a Deus (5.9).
4) Confirma a presença real de Deus. Igreja. Aparece o termo pela primeira vez em Atos. No grego ekklesia, significava os cidadãos de uma cidade reunidos com poder legislativo. Na Septuaginta refere-se à comunidade religiosa de Israel (Dt 9:10; Dt 18:16; Dt 31:30; At 7:38). No NT passa a denominar a congregação dos crentes locais ou o povo de Deus universal sem distinção de raça ou língua.

5.12 Pórtico de Salomão. Uma galeria coberta com duas fileiras de colunas aliás ao lado leste do átrio dos gentios no templo. Era o local mais indicado para todos se reunirem para cultuar e receberem o ensino dos apóstolos.

5.13,14 O temor da multidão evitou a infiltração de pessoas hipócritas, não regeneradas; houve muitas conversões sinceras (14).
5.16 Cidades vizinhas. Cumpre-se a segunda etapa da divulgação do evangelho "em toda a Judéia" segundo a predição de Cristo (1.8).

5.17,18 Os saduceus, o partido dos sacerdotes que controlavam o templo e seu serviço; foram os mais contestados pela pregação aberta de Cristo no recinto do templo (12; conforme Mt 22:2 onde aparecem as palavras "levantou" e "salvador". Arrependimento seria a condição imposta pelo príncipe e remissão (salvação) o galardão por Ele oferecido.

5.32 O Espírito Santo, dado à igreja no dia de Pentecostes, testificou junto aos apóstolos, por prodígios e conversões, certificando os fatos testemunhados na pregação. Cumpriu-se, assim, a promessa de Cristo (Jo 16:7-43).

5.34 Fariseu. Partido popular dos judeus que dava ênfase à Lei como o caminho da salvação. Gamaliel, renomado mestre de Paulo (22.3), representante da escola de Hilel, que favorecia uma interpretação mais liberal e humanizante da lei.

5.36 Teudas. Flávio Josefo (Antigüidades, 20.5,1) menciona um Teudas que, por volta de 44-46 d.C., conduziu uma companhia de judeus ao Jordão, prometendo dividir suas águas. Lucas não pode se referir a uma data posterior ao ano 36; portanto este Teudas é desconhecido, ou Josefo errou na data.

5.37 Judas se opôs ao censo romano de 6 d.C., alegando que Deus era o único Rei legitimo de Israel, sendo ilícito pagar tributo a outrem.

5.41 A bem-aventurança pronunciada por Jesus se tornou uma realidade (Mt 5:10-40; Lc 6:22). Afrontas. Mais grave que o sofrimento físico seria a vergonha e humilhação sofridas pelo nome de Cristo.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42

6) Poder para julgar: Ananias e Safira (5:1-11)

O momento histórico. Muitos cristãos, nominais ou sinceros, têm cometido o pecado de Ananias e não caíram mortos logo em seguida, mas lembremos o seguinte: (a) que ele e sua esposa pecaram contra a luz brilhante do testemunho quase perfeito da igreja primitiva; (b) que Deus com frequência mostra a sua desaprovação abertamente quando o pecado mancha o início de um novo estágio do seu testemunho no mundo, para que todos que seguem possam, ao menos, saber o que está na mente dele com relação a esse assunto (v. Acã, Js 7:0; Êx 17:2; Dt 6:16).

O juízo e seus efeitos (5.5,6,10,11). Do ponto de vista da comunidade cristã, a morte de Ananias e Safira foi um exemplo drástico de 1Co 5:7 — um ato de disciplina para que a “massa fresca” da igreja primitiva pudesse continuar não levedada. Não se pode deduzir disso que doença e morte entre o povo de Deus sempre estão diretamente relacionadas a algum pecado especial, mesmo que a disciplina por meio de sofrimentos talvez seja a experiência especial daqueles que trilham o caminho da santidade (He 12:4-58). Em casos excepcionais, há visitações desse tipo para a promoção da saúde da igreja local (1Co 11:30).

O Nome se mostrou poderoso não somente para o testemunho e cura, mas também para juízo, e o temor que caiu sobre a igreja e os outros foi totalmente saudável.

7) O clímax da bênção por meio do Nome (5:12-16)

Um período de muitos milagres (5.12, 15,16). A oração Dt 4:30 foi ricamente respondida, e as cenas em Jerusalém nesse clímax de testemunho apostólico nos lembram dos dias áureos do ministério do nosso Senhor na Galiléia, e do ministério de Paulo por meio de obras e da palavra em Efeso, em data posterior (19.11). A sombra de Pedro e o lenço de Paulo não eram importantes em si mesmos, mas serviram de canal para a fé, análogos ao barro com que Jesus untou os olhos do cego (Jo 9:6,Jo 9:7). A bênção foi compartilhada por cidades vizinhas (v. 16).

Ninguém ousava juntar-se a eles (v. 13). Essa frase difícil pode bem ser entendida em relação aos encontros normais dos crentes no Pórtico de Salomão. Leia com a NEB: “Eles costumavam se encontrar por consentimento na abóbada de Salomão, e ninguém de fora do seu grupo ousava juntar-se a eles”. Isto é, adoradores que passassem por ali não se uniam ao grupo do Nazareno, a não ser que fossem dos que estavam sendo acrescentados à igreja.


8) O segundo choque com o Sinédrio (5:17-42)
Uma situação impossível (v. 17,18,22).
O poder do Nome, manifestado em muitas obras de cura, preservou os apóstolos e lhes deu tremenda popularidade e prestígio em Jerusalém. A situação era semelhante à que seguiu a ressurreição de Lázaro (Jo 11:4753) quando os governantes ou teriam de crer
—    o que não queriam —, ou decidir por medidas drásticas de violência, apesar do perigo da reação da multidão. Parece que todos os apóstolos foram lançados numa prisão pública

—    supostamente pelo sagan (v. 4.1).

Libertação para testemunhar (v. 1926). A libertação realizada pelo anjo foi para promover o testemunho, e não para escapar por motivos de segurança, como a ordem do v. 20 deixa claro — a mensagem da vida precisava ser proclamada, e isso tinha de acontecer no próprio templo, o centro do território do inimigo! Essa intervenção surpreendente aumenta muito a culpa dos juízes que ficaram perplexos, mas continuaram a pecar contra essa luz tão brilhante (v. 21-26).

A acusação (v. 27,28). Os apóstolos foram acusados de rebeldia e provocação a um decreto oficial (4.18), com o adendo — refletindo claramente a consciência desconfortável e os medos escondidos daqueles que ousavam condenar Jesus Cristo — de que eles estariam tramando vingar a morte do seu Mestre. Observe como o sumo sacerdote — com uma combinação de escárnio e medo — fala do sangue desse homem.

A defesa e o testemunho dos apóstolos (v. 29-32). Pedro fala com e a favor dos Doze, e o seu breve discurso é uma maravilha de irrefutabilidade e clareza. A expressão É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens remonta às palavras de Pedro no final do julgamento anterior (4.19,20). Então, como em todos os julgamentos, o acusado se tornou o acusador dos juízes culpados. Dois grandes fatos foram afirmados primeiro: Deus ressuscitou Jesus em cumprimento de suas promessas, mas os governantes o haviam pendurado no madeiro (xylon) vergonhoso. Dois títulos sublimes, Príncipe e Salvador, pertencem a Jesus nessa exaltação messiânica (v. 
31) (conforme Ez 7:13,Ez 7:14; Sl 110:1). Um presente duplo vem das mãos do Messias exaltado para Israel: arrependimento e perdão dos pecados. Naturalmente, o que era dado em potencial precisava ser recebido subjetivamente. Duas testemunhas garantiam os fatos históricos da obra de Deus por meio de Jesus a quem ele havia ressuscitado, porque o Espírito Santo confirmou o testemunho dos apóstolos (v. 32). O discurso conclui com uma referência ao Pentecoste — Deus concedeu o Espírito Santo aos que lhe obedecem submetendo-se ao seu Filho.

Lucas, provavelmente, fornece somente os pontos principais do testemunho de Pedro, mas mesmo assim é um modelo de pronunciamento público. Exatamente a sua irrefutabilidade suscitou a ira homicida dos juízes do Sinédrio em geral (v. 33), mas Deus tinha em mente uma extensão graciosa de oportunidades para Jerusalém.
O conselho de Gamaliel (v. 34-39). Gamaliel, o mestre de Saulo de Tarso, era o líder da ala mais liberal dos fariseus, e a sua erudição era tão apreciada que recebeu o título honorário de “Rabban”, “nosso mestre”. Numa sessão secreta, ele faz um apelo à moderação no estilo típico dos fariseus. Em apoio a isso, cita dois exemplos de “messias” autoproclamados cujas facções foram destruídas pelos romanos (não mencionados pelo nome) e que foram mortos. O Teudas de 5.36 não pode ser o falso messias de mesmo nome mencionado por Josefo, visto que surgiu numa data posterior a esse julgamento. O nome era comum, e deve ter havido um rebelde anterior chamado Teudas. Judas, o galileu, liderou uma revolta perigosa no ano 6 d.G. em oposição ao censo ordenado por Quirino, governador da Síria. (Esse não é o censo citado em Lc 2:1.) O movimento dos zelotes, disposto a se opor a Roma com violência, surgiu da rebelião de Judas. Em 5.38,39, Gamaliel extrai a moral desses incidentes: deixem os nazarenos em paz, pois, se o movimento for de origem humana, fracassará; mas, se por acaso fosse de Deus, o Sinédrio não poderia vencê-lo, e eles se achariam lutando contra Deus.

A moderação de Gamaliel se destaca de forma agradável diante do ódio irracional dos seus colegas, mas os seus argumentos são fracos, e sua posição é indefensável. De quantas evidências mais necessitavam os líderes da nação para determinar se Cristo e sua obra eram de Deus ou do DiaboP Somos lembrados do desafio do Senhor aos fariseus em Mt 21:23-40. Não era momento de vacilar entre duas opiniões, e a cegueira é evidenciada não somente na oposição agressiva à verdade, mas também por não se reagir a ela quando é revelada.

Sofrimento e testemunho (5:40-42).

Com incoerência espantosa, o Sinédrio aceitou o conselho de Gamaliel, mas manteve o castigo dos açoites aos apóstolos, reforçando a proibição de falar no Nome. Os açoites devem ter sido os “quarenta açoites menos um” da lei judaica (Dt 25:3). Os discípulos não se resignaram com o sofrimento, mas ficaram alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome no lugar em que o seu Senhor havia sido condenado (conforme Fp 1:29). Ao mesmo tempo, eles continuaram a obedecer à autoridade superior e não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Atos Capítulo 3 do versículo 1 até o 42

II. A Igreja em Jerusalém. 3:1 - 5:42.

A igreja primitiva no começo não demonstrou inclinação para encetar uma missão de evangelização mundial. Os primeiros cristãos foram judeus morando em Jerusalém como judeus que encontraram em Jesus o cumprimento das profecias do V.T. Lucas seleciona diversos episódios ilustrando esses primeiros anos.


Moody - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 16

Atos 5

C. Morte de Ananias e Safira. At 5:1-16.

Este incidente nos mostra que a igreja primitiva não estava livre de problemas fritemos. Lucas não procura atenuar a situação mas conta o acontecimento com cores negras.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42
At 4:1

2. COMEÇA A PERSEGUIÇÃO (At 4:1-22) -Todavia tamanha agitação de modo algum agradou às autoridades do templo, que lançaram mão dos dois apóstolos e os meteram na prisão até ao dia seguinte, quando foram trazidos à presença do Sinédrio para serem interrogados. O partido do Sumo Sacerdote, que predominava naquele tribunal, era em sua maioria constituído de saduceus, sendo de notar que o ressentimento deles tinha como motivo os apóstolos "ensinarem o povo e anunciarem no caso de Jesus a ressurreição dos mortos". Além disso, a classe dominante, ansiosa por conservar boas relações com os romanos, via com muito desagrado todo movimento messiânico, fosse político, fosse religioso. Contudo não puderam achar culpa legal nos apóstolos, especialmente na presença do ex-coxo, cujo restabelecimento era forte testemunho na defesa deles.

Pedro, ousado como sempre, formulou sua acusação nos termos que mais convinham, advertindo a Corte Suprema que o mesmo Nome pelo qual o aleijado recebera saúde física, era o único pelo qual eles podiam receber de Deus saúde espiritual. Essa ousadia era mais surpreendente por partir de "leigos", sem o preparo fornecido pelas escolas rabínicas; mas esses homens tinham sido discípulos não de um mestre qualquer, mas dAquele que provocou a observação surpresa: "Como sabe este letras, sem ter estudado?" (Jo 7:15).

O capitão do templo (1); era o sagan, chefe da polícia do templo, que superintendia as providências de preservação da ordem, tanto no recinto como ao redor dos edifícios. Anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos (2). É significativo que foram os adeptos do partido dos saduceus que mais fortemente se opuseram à pregação dos apóstolos, visto estes insistirem na ressurreição de Jesus, a qual envolvia naturalmente o princípio geral da ressurreição, repudiado pelos ditos saduceus (ver At 23:8). As autoridades, os anciãos e os escribas (5). Em outras palavras, o Sinédrio, supremo tribunal da nação judaica, constituído de setenta e um anciãos, inclusive o Sumo Sacerdote, que era o presidente, por força do ofício. O sumo sacerdote Anás e Caifás (6). Cfr. Lc 3:2. Anás era ex-Sumo Sacerdote, tendo exercido o ofício do ano 6 ao 15 A. D. Seu genro Caifás (cfr. Jo 18:13) era agora Sumo Sacerdote (18-36 A. D.). Mas o termo grego archiereus não somente se emprega no caso do Sumo Sacerdote, rigorosamente falando, como também dos principais sacerdotes em geral, isto é, membros das famílias abastadas, dentre as quais se escolhia regularmente o Sumo Sacerdote naquela época. João, Alexandre (6). Nenhum destes pode ser identificado com certeza. Este é a pedra... (11). É citação do Sl 118:22, outro

>At 4:13

"testemunho" primitivo comum, usado neste sentido pelo próprio Jesus (Mc 12:10; Lc 20:17). Homens incultos (13). A palavra grega idiotes, empregada aqui, aparece no hebraico e aramaico recentes como termo estrangeiro naturalizado (hedyot), significando "inábil", "não adestrado", que sem dúvida é o sentido aqui. Reconheceram que haviam eles estado com Jesus (13), isto é, viram nisso a explicação da ousadia que, de outra forma, era inexplicável, ousadia e eloqüência de homens que não tinham gozado da educação rabínica. Consultavam entre si (15). É digno de nota que nenhuma tentativa real parece ter sido feita pelo Sinédrio para refutar a afirmação central da pregação dos apóstolos, a ressurreição de Jesus; mas, se pensassem que havia uma oportunidade razoável de êxito, não o teriam feito?

>At 4:23

3. EXPANSÃO ININTERRUPTA (At 4:23-37) -Na falta de fundamento razoável para castigar Pedro e João, o Sinédrio despediu-os, proibindo-lhes com ameaças que continuassem a falar no Nome de Jesus. Todavia o que daí resultou foi um maior aumento da Igreja, cujo número agora se elevava a cinco mil homens; sem falar nas mulheres. A partilha anterior das propriedades continuava, pela qual os membros mais ricos proviam às necessidades dos mais pobres. Entre esses mais ricos, Barnabé, levita de Chipre, é alvo de especial menção por sua liberalidade.

>At 4:24

Senhor, tu és o Deus... (24). As palavras iniciais desta oração ilustram provavelmente a prática litúrgica primitiva dos cristãos, baseada nas fórmulas litúrgicas judaicas. Na fraseologia do exórdio como que repercutem passagens do Velho Testamento, tais como Êx 20:11; Ne 9:6; Sl 146:6. Que disseste por boca do teu servo Davi (25). O texto original é mais longo e pode ser traduzido: "Que disseste pelo teu servo Davi, nosso pai, porta-voz do Espírito Santo". Por que se enfureceram os gentios...? (25). Citação do Sl 2:1-19. A aplicação deste Salmo ao futuro Messias aparece primeiro no décimo sétimo "Salmo de Salomão" (cerca de 50 A. C.). Ao qual ungiste (27), isto é, "a quem fizeste Messias". Herodes e Pôncio Pilatos (27) representando "os reis... e as autoridades" do vers. 26, respectivamente, assim como gentios e povos de Israel (27) correspondem aos pagãos e os "povos" do vers. 25. Herodes é Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia (4 A. C. -39 A. D.). A ocasião aí referida é a de Lc 23:7-42. Para fazerem tudo... (28). Cfr. At 2:23 onde se diz da natureza predeterminada da morte de Cristo. Tremeu o lugar (31). Repetiu-se o fenômeno de Pentecostes (cfr. At 2:2).

>At 4:32

Todas as coisas lhes eram comuns (32). A referência à comunidade de bens (cfr. At 2:44 e seg.) é repetida aqui como introdução dos incidentes de Barnabé, Ananias e Safira. Barnabé (que quer dizer Filho de Consolação) (36). Trata-se do emprego semítico idiomático de "filho" numa frase que indica o caráter da pessoa. Se "consolação" é como melhor se traduz, o nome pode ser o aramaico bar-nauha ("filho de refrigério"), porém provavelmente devemos traduzi-lo "filho de exortação" (cfr. At 11:23) e reconhecer na segunda parte do nome o elemento aramaico (nebu’a ("profecia").


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42

Os pecados dos Santos

Mas um certo homem chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, e reteve parte do preço para si mesmo, com pleno conhecimento de sua esposa, e trazendo uma parte dele, ele depositou aos pés dos apóstolos. Mas Pedro disse: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, se não teu? E depois que foi vendido, foi não sob o seu controle? Por que é que formaste este desígnio em teu coração? Você não mentiu aos homens, mas a Deus. " E quando ouviu estas palavras, Ananias caiu e deu seu último suspiro; E um grande temor veio sobre todos os que ouviram falar dele. E os jovens, levantou-se e cobriu-se, e depois transportando-o para fora, o sepultaram. Agora há decorrido um intervalo de cerca de três horas, e sua esposa entrou, sem saber o que tinha acontecido. E Pedro respondeu-lhe: "Diga-me se você vendeu o terreno para tal e tal preço?" E ela disse: "Sim, isso foi o preço." Então Pedro disse-lhe: "Por que é que você tenha concordado em conjunto para colocar o Espírito do Senhor à prova? Eis que os pés dos que sepultaram o teu marido estão na porta, e eles a levarão a ti bem . " E ela caiu imediatamente a seus pés, e deu seu último suspiro; e os moços, acharam-na morta e, levando-a para fora, sepultaram-na ao lado do marido. E um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas.(5: 1-11)

A beleza da doação sacrificial, altruísta da igreja primitiva foi marcado pelos pecados horríveis de engano e auto-glória. A história de Ananias e Safira é a Atos que a história de Achan é o livro de Josué.Ambos os incidentes interrompeu o progresso vitoriosa do povo de Deus. O drama se desdobra em quatro cenas: pretensão pecaminosa, percepção espiritual, punição rápida, e purga solene.

Pretense Espiritual

Mas um certo homem chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, e reteve parte do preço para si mesmo, com pleno conhecimento de sua esposa, e trazendo uma parte dele, ele depositou aos pés dos apóstolos. (5: 1-2)

Mas introduz um nítido contraste entre as ações de Barnabé e os de Ananias e sua esposa Safira. Eles, também, vendeu uma propriedade. Ao contrário Barnabé, no entanto, Ananias mantidos de volta parte do preço para si mesmo, com pleno conhecimento de sua esposa. Eles viram uma oportunidade de fazer um duplo benefício: eles iriam ganhar prestígio espiritual e ainda ganhar algum dinheiro na lateral. Retenção de parte do dinheiro para uso próprio não era um pecado, como Pedro afirma claramente no versículo 4. Em nenhum lugar foram os crentes mandou que se desse tudo. Sua doação, como toda doação Novo Testamento, era voluntária (conforme 2Co 9:7., 16-18)

Ele repetidamente denunciou a hipocrisia dos escribas e fariseus (Mt 15:7; 13 40:23-36'>23: 13-36), e advertiu seus discípulos contra a sua influência (Lc 12:1).

Ninguém é tão feio aos olhos de Deus como aqueles que ostentam uma beleza espiritual que eles não possuem. Ananias e Safira foram nada mais do que santos pecando fingindo espiritualidade. Qualquer pecado contra a comunhão dos crentes é um pecado contra Cristo (1Co 8:12). A sua oferta foi uma afronta a Deus e sua execução a obra de Deus para manter a igreja pura.

Alguns têm questionado se eram ou não verdadeiros crentes. É melhor vê-los como cristãos genuínos por várias razões. Primeiro, eles foram incluídos no "congregação dos fiéis" em At 4:32. Em segundo lugar, eles estavam envolvidos com o Espírito Santo, indicando, assim, uma relação com Ele. Em terceiro lugar, se não cristãos eram, que lição sobre o pecado que isso dar para ensinar tudo o resto que eram verdadeiros crentes? Em quarto lugar, Satanás pode se envolver pessoalmente com os crentes (conforme Mt 16:21-23; Ef 6:12; 1 Pedro 5:.. 8-9). Por fim, a morte pode ser castigo divino para um crente (1 Cor 11: 30-32; 1Jo 5:16.).

Percepção Espiritual

Mas Pedro disse: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, se não teu? E depois que foi vendido, foi não sob o seu controle? Por que é que formaste este desígnio em teu coração? Você não mentiu aos homens, mas a Deus. " (5: 3-4)

O engano de Ananias e Safira não enganou Pedro. Guiados pelo Espírito Santo, ele viu através da sua hipocrisia. Ananias, sem dúvida, esperando os elogios do povo para o seu dom, deve ter sido atordoado com as palavras de Pedro.
Em contraste com a doação cheia do Espírito de Barnabé, que de Ananias foi inspirado por Satanás. encheu Satanás o seu coração para mentir para o Espírito Santo, e retivesses parte do preço da terra. Como já mencionado, a reter parte do rendimentos não era pecado. Para mentir para o Espírito Santo, no entanto, foi. E a tragédia é que foi completamente desnecessário. Enquanto a terrapermaneceu por vender, Pedro lembra ele, é que ele não permaneça seu próprio país? E depois que ele foi vendido, não foi sob o seu controle? Ananias estava sob nenhuma obrigação de vender sua propriedade ou doar o valor total da venda.

A pergunta seguinte de Pedro era uma repreensão severa para Ananias: ? Por que é que formaste este desígnio em teu coração Considerando que ele estava certamente fortemente tentado por Satanás (v. 3), a responsabilidade pelo pecado repousava sobre Ananias. Ele teve a liberdade de fazer o que ele queria com sua propriedade e escolheu ser enganoso. Seu pecado, como já observado, originado em sua própria hipocrisia egoísta. A Bíblia em nenhum lugar coloca a culpa pelo pecado de um cristão em Satanás.

Esta passagem ensina duas verdades vitalmente importantes sobre o Espírito Santo. Em primeiro lugar, afirma que Ele é uma pessoa, não uma influência ou força impessoal, uma vez que Ele pode ser enganada. Em segundo lugar, o versículo 3 diz Ananias mentiu ao Espírito Santo, enquanto o versículo 4 diz que ele mentiu para Deus, uma clara afirmação da divindade do Espírito Santo.

Punição Swift

E quando ouviu estas palavras, Ananias caiu e deu seu último suspiro; E um grande temor veio sobre todos os que ouviram falar dele. E os jovens, levantou-se e cobriu-se, e depois transportando-o para fora, o sepultaram. Agora há decorrido um intervalo de cerca de três horas, e sua esposa entrou, sem saber o que tinha acontecido. E Pedro respondeu-lhe: "Diga-me se você vendeu o terreno para tal e tal preço?" E ela disse: "Sim, isso foi o preço." Então Pedro disse-lhe: "Por que é que você tenha concordado em conjunto para colocar o Espírito do Senhor à prova? Eis que os pés dos que sepultaram o teu marido estão na porta, e eles a levarão a ti bem . " E ela caiu imediatamente a seus pés, e deu seu último suspiro; e os moços, acharam-na morta e, levando-a para fora, sepultaram-na ao lado do marido. (5: 5-10)

. Deus moveu-se rapidamente para remover esse tipo de câncer espiritual do corpo Como ele ouviu de Pedro palavras, Ananias caiu e deu seu último suspiro; E um grande temor veio sobre todos os que ouviram falar dele. A causa final da morte de Ananias foi o julgamento de Deus. A causa física foi, talvez, um ataque do coração, provocada pela realização aterrorizante de sua culpa embaraçoso e sua exposição vergonhosa. Inglês história registra um incidente semelhante, quando o decano da catedral de St. Paulo morreu de terror depois que o rei Edward I deu-lhe um olhar irritado (FF Bruce, O Livro dos Atos [Grand Rapids: Eerdmans, 1971], 114). Neste caso, no entanto, foi o julgamento divino, e não medo de Pedro, que matou Ananias. É uma verdade sóbria que Deus às vezes leva a vida dos crentes pecadores. A morte é forma final de Deus de disciplina física para pecar crentes. Ele quer que sua igreja pura (conforme 2Co 11:2.).

Após a morte de Ananias, os jovens da congregação levantou-se e cobriu-o para cima, e depois levando-o para fora da cidade, o sepultaram. Devido ao clima quente da Palestina, era costume para o enterro ocorra no mesmo dia. Isso foi especialmente prescritos para alguém que morreu por causa do julgamento divino (conforme Deut. 21: 22-23).

O segundo ato da tragédia estava prestes a acontecer. Um intervalo de cerca de três horas se passaram (indicando algo do comprimento de reuniões da igreja naqueles dias) durante o qual os jovens enterrado Ananias. Após esse tempo decorrido, Safira entrou, sem saber o que tinha acontecido com o marido. Dando-lhe uma última oportunidade de se arrepender, Pedro perguntou: "Diga-me se você vendeu o terreno para tal e tal preço?" Conforme planejado antes com seu marido, ela optou por continuar a enganação, respondendo, "Sim, isso foi o preço . "

Como ele tinha para o seu marido, Pedro, em seguida, pronunciou julgamento sobre ela. "Por que é", lamentou, "que em acordo para colocar o Espírito do Senhor à prova?" Pedro expostos a conspiração ea loucura de testes reação santo de Deus para o pecado. "Eis que os pés dos que sepultaram o teu marido estão na porta, e eles a levarão a ti também." juízo de Deus caiu sobre ela igualmente rapidamente, e ela caiu imediatamente a seus pés, e deu seu último suspiro; e os jovens, tendo acabado de voltar de enterrar Ananias, entrou e encontrou-a morta e, levando-a para fora, sepultaram-na ao lado do marido. Assim terminou Ananias e tentativa de curta duração e insensato de Safira para enganar o Espírito Santo e testar Deus paciência com iniqüidade.

A ação de Deus era para impressionar sobre a igreja a gravidade dos pecados dos santos. Ele tinha esse efeito, como os próximos registros verso.

Purging Solene

E um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas. (05:11)

Um dos benefícios da disciplina na igreja é que ela impede outros de pecar (conforme 1 Tim. 5: 19-20). Sem dúvida, o auto-exame muito ocorreu após a morte de Ananias e Safira. Suas mortes causado grande temor, não só entre toda a igreja , mas também todos os que ouviram estas coisas. forte desejo de Deus para a igreja pura, e sua vontade de tomar medidas drásticas para atingir esse desejo, eram óbvias para todos verem. Já era tempo, como Pedro escreveria mais tarde, "para o julgamento começar pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o resultado para aqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?" (1Pe 4:17). Talvez Pedro lembrou-se este incidente quando ele se inspirou para escrever a partir do Salmo 34: "Aquele que significa amar a vida e ver dias abster-se sua língua do mal e os seus lábios não falem engano" (1Pe 3:10).

13. O Padrão da Igreja Primitiva para Evangelismo (Atos 5:12-42)

E pelas mãos dos apóstolos muitos sinais e prodígios estavam ocorrendo entre as pessoas; e eles estavam todos reunidos no pórtico de Salomão. Mas nenhum dos outros se atreveu a associar-se com eles; no entanto, o povo os tinha em alta estima. E todos os mais crentes no Senhor, multidões de homens e mulheres, estavam constantemente adicionado ao seu número; a tal ponto que até mesmo levado os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e pallets, para que quando passar Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse qualquer um deles. E também as pessoas das cidades vizinhas de Jerusalém foram se unindo, trazendo pessoas que estavam doentes ou que sofrem com os espíritos imundos; e eles foram todos curados. Mas o sumo sacerdote levantou-se, juntamente com todos os seus associados (isto é, a seita dos saduceus), encheram-se de inveja; E lançaram mão dos apóstolos, e colocá-los em uma cadeia pública. Mas um anjo do Senhor, durante a noite abriu as portas da prisão, e levá-los para fora, ele disse, "Siga o seu caminho, ficar de pé e falar com as pessoas no templo toda a mensagem desta vida." E ao ouvir isso, entraram manhã cedo no templo, e começou a ensinar. Agora, quando o sumo sacerdote e seus associados tinha chegado, eles convocaram o conselho, mesmo todo o Senado dos filhos de Israel, e enviou ordens para a prisão para que sejam trazidos. Mas os oficiais que vieram não encontrá-los na prisão; e eles voltaram, e relatou volta, dizendo: "Nós encontramos a prisão bloqueado bastante segura e os guardas de pé às portas; mas quando se abriu, encontramos ninguém lá dentro."Agora, quando o capitão da guarda do templo e os chefes dos sacerdotes, ouvindo estas palavras, elas perplexas sobre eles como para o que viria disso. Mas alguém veio e relatou-lhes: "Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo!" Em seguida, o capitão foi junto com os oficiais e começou a trazê-los de volta sem violência (porque temiam do povo, para que não sejam apedrejadas). E, quando os havia trazido, ficaram-los perante o Conselho. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: "Nós lhe deu ordens estritas para não continuar a ensinar neste nome, e eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e quereis lançar o sangue desse homem em cima de nós." Mas Pedro e os apóstolos, respondendo, disse: "Temos de obedecer a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o numa cruz. Ele é o único a quem Deus exaltado à sua direita mão como um Príncipe e Salvador, para conceder a Israel o arrependimento e perdão dos pecados E nós somos testemunhas destas coisas;. e por isso é o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem ". Mas, ouvindo eles isto, eles foram cortados para os vivos e tinham a intenção de matá-los. Mas um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, respeitado por todo o povo, levantando-se no Conselho e deu ordens para colocar os homens do lado de fora por um tempo curto. E ele lhes disse: "Homens de Israel, cuidar o que você se propõe a fazer com estes homens Há algum tempo atrás Theudas levantou-se, dizendo ser alguém;.. E um grupo de cerca de quatrocentos homens juntou-se com ele e ele foi morto, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos e reduzidos a nada Após este homem Judas da Galiléia se levantou nos dias do recenseamento, e levou algumas pessoas atrás dele, ele também pereceu, e todos aqueles que o seguiam foram dispersos. . E assim, no presente caso, eu digo a você, fique longe desses homens e deixai-os, porque, se este plano ou ação deve ser de homens, se desfará, mas, se é de Deus, você não será capaz de derrotá-los;., ou então você pode até mesmo ser encontrados lutando contra Deus " E tomaram o seu conselho; e depois de chamar os apóstolos, eles açoitado eles e ordenou-lhes que não mais falar em nome de Jesus, e depois os soltaram. Então, eles seguiram o seu caminho a partir da presença do Conselho, regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afronta pelo nome. E todos os dias, no templo e de casa em casa, eles cessavam de ensinar e pregar Jesus como o Cristo. (5: 12-42)

Um problema perene da Igreja de Jesus Cristo enfrenta é a falta de foco em sua missão. Confusão generalizada sobre o que existe de que a missão principal deve ser. Alguns argumentam que a igreja deve levar a cruzada por justiça social para os pobres e oprimidos. Outros a vêem como uma força política para ajudar a mudar a cultura. Outros, ainda, ver a sua igreja como um clube privado, onde podem socializar com seus amigos.
Em uma nota mais bíblica, o objetivo da igreja é para amadurecer os santos através da pregação da Palavra, comunhão e discipulado. Ele também se reúne para louvar e adorar a Deus. Esses são objetivos importantes, e deve marcar toda igreja. No entanto, nenhum deles é o objetivo principal da igreja aqui na terra. De fato, cada um deles poderia ser melhor realizado no céu.

O que é o objetivo principal da igreja? Nosso Senhor respondeu a esta questão, cobrando-nos a "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei" (Mat. 28 : 19-20). O objetivo primário da Igreja é a evangelização. É para continuar o trabalho iniciado pelo Senhor Jesus Cristo, cuja missão era "buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10). Esse é o único dever da igreja que não pode ser melhor feito no céu.

A igreja primitiva entendeu o seu propósito de forma clara. Os crentes nunca perdeu de vista o seu chamado para ser testemunhas de Cristo ", tanto na Judéia e Samaria, e até mesmo para a parte mais remota da terra" (At 1:8).Nos dias seguintes Pentecostes, "o Senhor estava adicionando ao seu dia a dia, os que iam sendo salvos" (At 2:47). Até a conclusão do segundo sermão de Pedro, o número de homens na igreja tinha subido para 5.000 (At 4:4 no capítulo 11, que é o último número específico de crentes registrados em Atos; a partir desse momento a igreja cresceu muito rapidamente para manter a contagem. At 5:14 fala de "multidões de homens e mulheres" que estão sendo acrescentados à igreja, enquanto At 6:7 diz que "a igreja por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo edificada, e, acontecendo no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo, ele continuou a aumentar." At 11:21 fala de "um grande número de pessoas que acreditavam [e] se converteram ao Senhor" em Antioquia, enquanto o verso 24 registros de que "um número considerável foram trazidos para o Senhor" através do ministério de Barnabé naquela cidade.

O que a igreja fazer para contribuir para este crescimento notável? Como a igreja expandir tão rapidamente, apesar da oposição determinada das autoridades judaicas? Atos 5:12-42 apresenta cinco chaves para o evangelismo eficaz da igreja primitiva: pureza, potência, a perseguição, persistência e produtividade.

Pureza

Eles estavam todos reunidos no pórtico de Salomão. Mas nenhum dos outros se atreveu a associar-se com eles; no entanto, o povo os tinha em alta estima. E todos os mais crentes no Senhor, multidões de homens e mulheres, estavam constantemente adicionado ao seu número; (5: 12b-14)

Para ser útil para o Senhor, um indivíduo deve ser puro (conforme 2 Tm. 2: 19-21). Ninguém afirmou que a verdade mais claramente do que o pastor escocês do século XIX nobre e evangelista Robert Murray McCheyne. Ele deu o seguinte conselho sábio para um jovem entrar para o ministério:

Não se esqueça a cultura do interior do homem, quero dizer, do coração. Como diligentemente o oficial de cavalaria mantém seu sabre limpo e nítido; toda mancha ele sai facilmente com o maior cuidado.Lembre-se que você é a espada de Deus, o Seu instrumento-Confio em um vaso escolhido para Ele a ter o seu nome. Em grande medida, de acordo com a pureza e perfeição do instrumento, será o sucesso.Não é grandes talentos que Deus abençoa tanto como grande semelhança com Jesus. Um ministro santo é uma arma terrível nas mãos de Deus. (André A. Bonar, ed,. Memórias de McCheyne . [reimpressão, em Chicago: Moody, 1978], p 95)

O que é verdade para os crentes é também individualmente verdadeiro da igreja coletivamente. A igreja, que iria atingir o mundo deve ser puro; ele deve ser uma igreja que lida com o pecado. Deus mostrou a importância que ele coloca sobre a pureza de sua igreja por Sua dramática julgamento de Ananias e Safira (5: 1-11). Enquanto Deus ainda pode intervir diretamente na vida dos cristãos pecar (1Co 11:30), disciplinando crentes pecando é da responsabilidade de cada congregação.

Infelizmente, a disciplina da igreja é praticamente um dever ignorado hoje. Ele caiu presa à noção antibíblica que amar as pessoas e construir sua auto-estima significa tolerar o seu pecado. O amor bíblico, no entanto, busca o bem-estar dos outros. Como o objetivo da disciplina é para lidar com o pecado, que é prejudicial, amor e disciplina não são mutuamente exclusivos (conforme Pv 27:6).

A importância de confrontar o pecado na igreja é expressa em muitas injunções do Novo Testamento. Em Lc 17:3). Ele comandou o Corinthians de remover de sua bolsa um homem culpado de imoralidade sexual bruto (1 Cor. 5: 1-7). Ele instruiu o seu jovem protegido Tito de "reprovar [crentes] severamente para que sejam sãos na fé" (Tt 1:13). Até mesmo os líderes da igreja não estão isentos de censura pública (1Tm 5:20; conforme Gal. 2: 11-14.).

O mais extenso ensino sobre a forma de exercer a disciplina na igreja vem do nosso próprio Senhor:

Se teu irmão pecar, vai, e repreende-o em privado; Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se ele não ouvi-lo, tomar um ou dois com você, para que pela boca de duas ou três testemunhas cada fato pode ser confirmado. E se ele se recusar a ouvi-los, dize-o à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligares na terra será ligado no céu; e tudo o que desligares na terra será desligado no céu. Mais uma vez eu digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que, porventura, será feito por eles por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. (Mateus 18:15-20.)

A igreja paga um preço alto por desobedecer claro ensino do Senhor sobre este assunto. O impuro, igreja mundana que é o resultado inevitável da ausência de santidade de confronto não será um testemunho eficaz para Jesus Cristo. Disciplinar dos santos pecando não é uma opção, mas uma obrigação.
Os versículos 12b-14 formam um parêntese. O pensamento começado no primeiro semestre do versículo 12 currículos no versículo 15. O tema do pensamento entre parêntesis é a pureza da igreja. Agora que o pecado de Ananias e Safira tinham sido tratados, a igreja estava novamente em um acordo. Pórtico de Salomão estava ao longo do lado oriental do templo, de frente para o pátio dos gentios. Era o local do segundo sermão de Pedro (3:. 11ss) e um dos discursos do nosso Senhor (Jo 10:2 Ele teve o seguinte diálogo com alguns pretensos seguidores:

E como eles estavam indo ao longo da estrada, alguém lhe disse: "Eu te seguirei aonde quer que vá." E Jesus disse-lhe: "As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça." E ele disse a outro: "Segue-Me." Mas ele disse: "Deixa-me ir primeiro enterrar meu pai." Mas Ele disse-lhe: "Permitir que os mortos sepultem os seus próprios mortos;. Mas como para você, vá em todos os lugares e proclamar o reino de Deus" E outra também disse: "Eu te seguirei, Senhor, mas primeiro permita-me dizer adeus para os que estão em casa." Mas Jesus disse-lhe: "Ninguém, depois de colocar a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus."

Em Mateus 10:32-39 Ele acrescentou:

Todo aquele, pois, que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus. Não penseis que vim trazer paz à terra; Eu não vim trazer paz, mas espada. Porque eu vim para colocar um homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e uma filha-de-lei contra a mãe-de-lei; e os inimigos do homem serão os membros de sua família. Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz e siga após mim, não é digno de mim. Quem acha a sua vida, perdê-la, e quem perder a sua vida por minha causa achá-la.
O Senhor Jesus Cristo quer comprometimento total. Somente aqueles que estão dispostos a renunciar a tudo, incluindo o pecado, e perdem a vida em submissão a Ele, é digno de ser Seus seguidores. Uma igreja composta de tais pessoas será uma igreja pura, com um poderoso testemunho para o mundo.

Poder

E pelas mãos dos apóstolos muitos sinais e prodígios estavam ocorrendo entre as pessoas ... a tal ponto que até mesmo levado os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e pallets, de modo que, quando Pedro veio, ao menos a sua sombra cobrisse qualquer um deles. E também as pessoas das cidades vizinhas de Jerusalém foram se unindo, trazendo pessoas que estavam doentes ou que sofrem com os espíritos imundos; e eles foram todos curados. (5: 12a, 15-16)

Como já observado, versículo 15 retoma o pensamento iniciado no primeiro semestre do versículo 12. O parêntese, descrevendo a pureza da igreja, é fundamental para esta seção. A igreja primitiva era uma igreja em crescimento porque era uma igreja pura. Eles eram um canal limpo, através do qual o poder de Deus pode fluir.
Como discutido nos capítulos 5:7-8 deste comentário, sinais e maravilhas foram projetados para apontar os homens a verdade espiritual. Eles também confirmaram a afirmação dos apóstolos a ser mensageiros de Deus. Com o passar dos apóstolos de cena e a conclusão do cânon das Escrituras, a necessidade de milagres desapareceu. Eles não tinham a intenção de ser uma parte permanente da vida da igreja, mas um único ministério dos apóstolos. De fato, em II Coríntios 0:12, Paulo escreveu: "Os sinais de um verdadeiro apóstolo foram realizados entre vós com toda a perseverança, por sinais, prodígios e milagres." Em conformidade com esse único ministério, Lucas cuidadosamente observa que foi nas mãos dos apóstolos que os muitos sinais e prodígios estavam ocorrendo entre as pessoas. Como observado na discussão de Atos 3:1-10, no capítulo 8, o início igreja não era uma igreja-lo a realização de milagres era uma igreja com apóstolos milagrosos.

O derramamento de milagres foi uma resposta às suas orações para que Deus "conceda que Teus servos pode falar a tua palavra com toda a confiança, enquanto Adorares estender a tua mão para curar, e sinais e maravilhas acontecem por meio do nome do teu santo servo Jesus "(Atos 4:29-30). Deus não respondeu a essa oração, no entanto, até que a igreja era pura.

Os apóstolos continuaram a sua ministério de cura generalizada, público , de tal forma que as pessoas mesmo carregou os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e pallets. Berços ( klinariōn ) refere-se a pequenas camas ou sofás, enquanto pallets ( krabattōn ) descreve os colchões de palha comumente usados ​​pelos pobres. Uso de Lucas destes dois termos implica que tanto ricos como pobres procurado cura dos apóstolos. Longe de ser cético sobre o poder de cura dos apóstolos, eles eram tão consciente de sua potência sobre a doença que eles esperavam que quando passar Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse qualquer um deles e curá-los. Isso não era mera superstição, mas refletiu a crença de que ele tinha o poder divino e que a sua sombra pode levar o poder da cura. A Bíblia não diz que a sombra de Pedro realmente curou ninguém, apenas que as pessoas acreditavam que poderia.

A celeuma causada pelo grande número de curas dos apóstolos não se limitou a Jerusalém. Adicionais pessoas das cidades nos arredores de Jerusalém foram se unindo, trazendo pessoas que estavam doentes ou que sofrem com os espíritos imundos; e eles foram todos curados. Este é o primeiro registro de influência da igreja se espalhando além Jerusalém. Eles estavam começando a cumprir carga do Senhor para ser suas testemunhas não só em Jerusalém, mas também "em toda a Judéia e Samaria, e até à parte mais remota da terra" (At 1:8). Refletindo sobre a perseguição que ele enfrentou durante o seu ministério, Pedro escreveu: "Se quando você faz o que é certo e sofrer por isso você pacientemente suportá-lo, este encontra graça diante de Deus" (1Pe 2:20); "Porque é melhor, se Deus será que isso, que você sofre por fazer o que é certo e não para fazer o que é errado" (1Pe 3:17); "Se você está injuriado para o nome de Cristo, você é abençoado, porque o Espírito da glória e de Deus repousa sobre vós" (1Pe 4:14). Nas bem-aventuranças, Jesus disse:

Bem-aventurados aqueles que foram perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sereis quando os homens lançaram insultos em você, e vos perseguirem, e, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque vosso galardão nos céus é grande, pois assim perseguiram os profetas que foram antes de vós (Mt 5:10-12; conforme Jo 15:1).

Ele vem como nenhuma surpresa, então, que o poder ea eficácia da igreja resultou em amarga oposição. Alarmados com a propagação rápida e contínua do evangelho e da igreja, eo que prevalece de sua influência, o sumo sacerdote levantou-se, juntamente com todos os seus associados (isto é, a seita dos saduceus), encheram-se de inveja. A alta sacerdote poderia se referir a Annas (conforme 4:
6) ou a Caifás, que estava no cargo até UM . D . 36. Tal como foram todos os sumos sacerdotes da época, ele era um membro da seita dos saduceus. Eles estavam cheios de ciúme na popularidade da Igreja com o povo (conforme 5:13). Além disso, como observado na discussão de Atos 4:1-4 no capítulo 11, eles estavam comprometidos com a manutenção do status quo. Eles procuraram a todo custo para não provocar uma reação dos romanos que lhes custaria a sua posição de liderança privilegiado. Enquanto os fariseus levaram a oposição a Jesus nos evangelhos, os saduceus eram os principais adversários da igreja primitiva.

Ciúme Os saduceus não permaneceu inativo. O surgimento de uma nova seita religiosa em Jerusalém, a própria sede do seu poder, ameaçava minar a sua influência sobre as pessoas. Esta seita, acima de tudo, que acreditava que o mesmo homem que havia assassinado estava vivo dos mortos e o poder por trás dos milagres surpreendentes e prolíficos, não poderia ser tolerada. Sua liderança estava em um estado frágil, religiosamente e politicamente, uma vez que houve também o perigo de que a turbulência criada na cidade faria com que os romanos a tomar medidas. Compelidos pela gravidade da situação,eles impuseram as mãos sobre os apóstolos (desta vez todos os doze), e colocá-los em uma cadeia pública, que detinha os presos comuns. Depois de todos os milagres que tinham visto, é difícil entender como eles se sentiram grades da prisão seria restringir o poder de Deus. Ao longo de Atos, a prisão viria a ser nenhum obstáculo ao Senhor (conforme 12: 3-11; 16:. 23 ss).

Mais uma vez, a oposição de Satanás saiu pela culatra, proporcionando oportunidade para Deus mostrar o Seu poder. Um anjo do Senhor durante a noite abriu as portas da prisão e libertou os apóstolos.O uso de Deus de um anjo para libertá-los foi especialmente irônico, já que os saduceus negavam a existência dos anjos. Depois de liberá-los, o anjo ordenou-lhes que seguir o seu caminho, ficar de pé e falar com as pessoas no templo toda a mensagem desta vida. Eles foram libertados não se esconder, mas para voltar com confiança ao templo e continuar a pregar. A todo mensagem desta vida refere-se ao evangelho (conforme 02:16 Phil; I João 1:1-4.). A boa notícia é que proclamamos que Jesus Cristo veio ao mundo para dar vida abundante e eterna ao espiritualmente mortos (conforme Jo 1:4; Jo 14:6).

Embora o comando do anjo pode ter Parecia incrível, mesmo imprudente, os apóstolos não discutiu. Ao ouvir suas palavras, eles entraram no templo de manhã cedo, e começou a ensinar. Antes os saduceus sequer sabiam que tinham sido libertados eles estavam de volta pregação. Eles escolheram a obedecer corajosamente e deixar as conseqüências para Deus. Deles foi uma coragem desafiadora, e eles não hesitou em colocar suas vidas em risco.

Enquanto isso, quando o sumo sacerdote e os seus associados se reuniram, eles chamaram o Conselho juntos, mesmo todo o Senado dos filhos de Israel. Na manhã após a prisão dos apóstolos, o Sinédrio (Conselho e Senado ambos se referem a este corpo) convocada para decidir o que fazer com os prisioneiros apostólicos. Assim, eles enviou ordens para a casa prisional para que sejam trazidosdiante deles.

Para seu choque e consternação, no entanto, os oficiais (levitas da polícia templo) enviada para recuperar os apóstolos não encontrá-los na prisão. Em vez disso, relatou ter encontrado a casa de prisão bloqueado bastante segura e os guardas de pé às portas; mas quando eles se abriram, eles não encontraram ninguém dentro. Tudo foi como deveria ter sido com uma exceção: os prisioneiros tinham ido embora!

Não surpreendentemente, quando o capitão da guarda do templo e os chefes dos sacerdotes, ouvindo estas palavras, elas perplexas sobre eles como para o que viria disso. Já no final da sua sagacidade quanto à forma de parar a propagação do cristianismo, o atormentado judaica autoridades perguntava o que ia acontecer a seguir. Como os seus esforços foram infrutíferos, seu pânico e alarme montado. Os apóstolos estavam exibindo abertamente sua autoridade. Eles foram impotentes para parar a propagação do que para eles era a pior heresia que se possa imaginar e a maior ameaça à sua própria credibilidade. Pessoas de toda a região foram lotando Jerusalém para testemunhar em primeira mão os milagres feitos pelos apóstolos-milagres do Sinédrio ainda se recusava a acreditar.

No momento da sua deliberação, alguém veio e relatou-lhes notícias de fuga dos apóstolos e desafio chocante de sua autoridade: ! Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo Tinha os apóstolos ido para escondendo após a sua fuga teria sido ruim o suficiente. Que eles tinham a audácia de ir para a direita de volta para o templo e continuar pregando foi o último ato de insolência.

capitão da polícia do templo levou seus oficiais ao templo e começou a trazer os apóstolos dispostos volta sem violência. Até agora o Sinédrio estava pronto a recorrer a medidas mais drásticas para lidar com os pregadores do evangelho, mas eles estavam com medo do povo , para que não sejam apedrejadas. popularidade e credibilidade dos apóstolos com o povo obrigou as autoridades a proceder com cautela inquieto. Tal como acontece com as suas prisões anteriores, os apóstolos não ofereceu nenhuma resistência (conforme 4: 1-3; 5:18). Eles se contentavam em submeter-se a tudo o que Deus tinha reservado para eles. Como observado na discussão de Atos 4:5-7 no capítulo 11, a apresentação é um dos princípios para lidar com a perseguição.

Tendo retornado ao Sinédrio com os apóstolos no reboque, eles ficaram-los perante o Conselho. O palco estava montado para segundo sermão dos apóstolos ao Sinédrio. O sumo sacerdote abriu os trabalhos lembrando aos apóstolos que o Sinédrio lhes tinha dado ordens estritas para não continuar a ensinar nesse nome. Essa foi a primeira acusação movida contra os apóstolos: eles haviam ignorado as ordens do Sinédrio. Em vez disso, como os governantes relutantemente admitiu, tinham enchido Jerusalém com o seu ensino.

Pior ainda foi a segunda acusação, que os apóstolos a intenção de trazer o sangue desse homem em cima de nós. Curiosamente, o sumo sacerdote não podia levar-se a mencionar o nome de Jesus, chamando-o este homem. Essa acusação também era verdade; Pedro e os demais haviam corajosamente indiciado os líderes judeus por seu papel na morte de Jesus (conforme 2:23, 36; 3:15; 4: 10-11). O sumo sacerdote convenientemente esqueceu, no entanto, que ele e seus companheiros haviam disse a Pilatos: "O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!" (Mt 27:25). Eles só estavam recebendo o que tinha pediram a Pilatos que lhes dar.

Conspicuamente ausente do pagamento de taxas do sumo sacerdote é qualquer menção de escapar dos apóstolos da prisão. Desde o Sinédrio não poderia explicar esse milagre, eles simplesmente reconheceu isso e ignorou. Suas mentes feita, eles não tinham nenhum desejo de ser confundida pelos fatos. Eles "amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (Jo 3:19).

Persistência

Mas Pedro e os apóstolos, respondendo, disse: "Temos de obedecer a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o numa cruz. Ele é o único a quem Deus exaltado à sua direita mão como um Príncipe e Salvador, para conceder a Israel o arrependimento e perdão dos pecados E nós somos testemunhas destas coisas;. e por isso é o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem ". (5: 29-32)

Se o Sinédrio esperava que os apóstolos a ser intimidado por suas acusações, estavam enganados. Pedro, falando para o resto dos apóstolos, respondeu que eles devem obedecer a Deus do que aos homens. Como em 4:19, ele colocou o Sinédrio em oposição ao Deus. Ele reforçou esse ponto, observando que o Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o numa cruz. Eles haviam executado Jesus, mas Deus o ressuscitou (conforme 2: 23-24, 36; 3 : 13 15:4-10). Pedro persistentemente, sem medo, repetiu o crime pelo qual o Sinédrio tinha acabado indiciado Apóstolos (conforme 05:28). Diacheirizō ( morto ) só aparece aqui e em At 26:21. Significa "condenado à morte com as próprias mãos." Longe de recuando, Pedro intensifica sua acusação do Sinédrio. Ele já havia acusado as autoridades judaicas com a responsabilidade pela morte de Jesus (2: 23-24, 36; 3: 13 15:4-10). Agora, ele insiste que eles são tão culpados como se o tivessem matado com suas próprias mãos. Eles não tinham apenas colocar o Messias à morte, mas à morte vergonhosa de suspendendo-o em uma cruz (conforme Dt 21:23).

O One desprezaram e executado é o próprio quem Deus exaltado a um lugar de honra na Sua mão direita como Príncipe e Salvador. Como observado na discussão de At 3:15, no capítulo 9, archegosPríncipe ) refere-se ao cedente ou pioneiro de algo (conforme seu uso em He 2:10 e 12: 2.). Aqui ele descreve Jesus como fonte de vida eterna (conforme At 3:15) e está intimamente ligado com o termo Salvador.Ele veio para conceder a Israel o arrependimento e perdão dos pecados. O arrependimento do pecado é uma parte integrante da fé salvadora , não um trabalho humano adicionado a ele. Os créditos dos Apóstolos a ser testemunhas de e proclamadores dos acontecimentos importantes da vida de Cristo, da morte e ressurreição nunca foram contestados por seus adversários. E não só eles foram testemunhas, mas assim é o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem. Dois pontos interessantes são feitas aqui. Em primeiro lugar, os salvos são descritos como . aqueles que Lhe obedecem Eles são caracterizados por obediência (conforme Rm 1:1; He 5:9, 1Co 6:20; 1Co 12:13). Então Pedro faz obedecer a Deus e do dom do Espírito Santo sinônimo de fé salvadora.

Produtividade

Mas, ouvindo eles isto, eles foram cortados para os vivos e tinham a intenção de matá-los. Mas um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, respeitado por todo o povo, levantando-se no Conselho e deu ordens para colocar os homens do lado de fora por um tempo curto. E ele lhes disse: "Homens de Israel, cuidar o que você se propõe a fazer com estes homens Há algum tempo atrás Theudas levantou-se, dizendo ser alguém;.. E um grupo de cerca de quatrocentos homens juntou-se com ele e ele foi morto, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos e reduzidos a nada Após este homem Judas da Galiléia se levantou nos dias do recenseamento, e levou algumas pessoas atrás dele, ele também pereceu, e todos aqueles que o seguiam foram dispersos. . E assim, no presente caso, eu digo a você, fique longe desses homens e deixai-os, porque, se este plano ou ação deve ser de homens, se desfará, mas, se é de Deus, você não será capaz de derrotá-los;., ou então você pode até mesmo ser encontrados lutando contra Deus " E tomaram o seu conselho; e depois de chamar os apóstolos, eles açoitado eles e ordenou-lhes que não mais falar em nome de Jesus, e depois os soltaram. Então, eles seguiram o seu caminho a partir da presença do Conselho, regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afronta pelo nome. E todos os dias, no templo e de casa em casa, eles cessavam de ensinar e pregar Jesus como o Cristo.(5: 33-42)

Os versos finais deste capítulo dar os resultados produtivos da evangelização do, poderoso, perseguido, igreja persistente puro. Embora para alguns, foi breve, o sermão de Pedro para o Sinédrio era poderoso e de condenação. Ele acusou-os de rejeição e execução de seu Messias, e, portanto, estar em rebelião contra Deus. Ele não jogou em suas emoções ou suavizar o confronto, mas apresentou a verdade.Conviction que leva à salvação só pode ter lugar quando o Espírito de Deus (conforme João 16:7-11) usa os fatos da Palavra de Deus para produzir arrependimento no coração e na mente de uma pessoa.

Para condenar pregação há somente três reações possíveis: hostilidade violenta, indecisão tolerante, ou aceitação de salvar. Esta passagem ilustra todos eles.

Hostilidade Violent

Mas, ouvindo eles isto, eles foram cortados para os vivos e tinham a intenção de matá-los. (5:33)

Condenação pregação inevitavelmente provocará uma reação violenta daqueles endurecido no pecado. Quando as autoridades ouviram apresentação ousada de Pedro, eles ouviram-lo como blasfêmia e eles foram cortadas ao rápido. Diapriō ( cortar à rápida ) só aparece aqui e em At 7:54. É, literalmente, refere-se a cortar algo em duas uma metáfora para descrever o poder da Palavra de Deus (He 4:12).Em vez de ceder à verdade, as autoridades endureceram o coração. Como eles tinham feito a Jesus (conforme Jo 5:16; Jo 7:32; Jo 8:59; Jo 10:31; Jo 11:57), apesar da abundante evidência, eles rejeitaram o ensinamento dos apóstolos e violentamente contra eles como blasfemos.

O sumo sacerdote e seus companheiros saduceus estavam enfurecidos com os apóstolos, por várias razões. Os apóstolos tinham negado a sua doutrina, proclamando a ressurreição. Eles desafiaram a autoridade do Sinédrio, pregando depois de terem ordenaram que parassem. Ao cobrar o Sinédrio com a execução do Messias, os apóstolos agredido sua espiritualidade. Finalmente, ao vencer um grande número de convertidos eles ameaçaram a dominação do povo dos saduceus. Eles tiveram o suficiente e foram com a intenção de matar os apóstolos preocupantes.

O apóstolo Paulo, mais tarde, enfrentar a mesma reação. Atos 9:22-23 registra que, após sua conversão, ele "continuou a aumentar em força e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que este Jesus é o Cristo E quando muitos dias se passaram, os judeus conspiraram juntos para acabar com ele. . " "O ímpio contra o justo", escreveu Davi ", e contra ele range os dentes. Os ímpios puxaram da espada e armaram o arco ... para matar aqueles que são retos de conduta. Os espiões perversos sobre os justos, e procura matá-lo "(Sl 37:12, Sl 37:14, Sl 37:32). Em Mt 23:34, Jesus disse: "Eu vos envio profetas, sábios e escribas; alguns deles você vai matar e crucificar, e alguns deles você vai açoitarão nas suas sinagogas, e perseguirão de cidade em cidade." No versículo 37 Ele lamentou: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados!"

Nossas apresentações Evangelho deve ser definitiva o suficiente para que o mundo deve tomar nota, mesmo que eles rejeitam a nossa mensagem. Se o evangelho que pregamos não é convincente o suficiente para fazer alguns homens com raiva, ele é convincente o suficiente para trazê-los de salvação?

Indecisão tolerante

Mas um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, respeitado por todo o povo, levantando-se no Conselho e deu ordens para colocar os homens do lado de fora por um tempo curto. E ele lhes disse: "Homens de Israel, cuidar o que você se propõe a fazer com estes homens Há algum tempo atrás Theudas levantou-se, dizendo ser alguém;.. E um grupo de cerca de quatrocentos homens juntou-se com ele e ele foi morto, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos e reduzidos a nada Após este homem Judas da Galiléia se levantou nos dias do recenseamento, e levou algumas pessoas atrás dele, ele também pereceu, e todos aqueles que o seguiam foram dispersos. . E assim, no presente caso, eu digo a você, fique longe desses homens e deixai-os, porque, se este plano ou ação deve ser de homens, se desfará, mas, se é de Deus, você não será capaz de derrotá-los;., ou então você pode até mesmo ser encontrados lutando contra Deus " E tomaram o seu conselho; e depois de chamar os apóstolos, eles açoitado eles e ordenou-lhes que não mais falar em nome de Jesus, e depois os soltaram. (5: 34-40)

Alguns reagem a uma apresentação convincente do evangelho não com hostilidade aberta, mas com indiferença. Tal pessoa era um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei. Ele foi facilmente o rabino mais proeminente do que o tempo e um dos maiores de toda a antiguidade. Ele era neto de outro proeminente rabino, Hillel, e seu sucessor como líder da ala liberal dos fariseus. Gamaliel era um dos poucos homenageado com o título Rabban , em vez do habitual título "rabino" (FF Bruce, O Livro dos Atos [Grand Rapids: Eerdmans, 1971], 124 n 44.). Como ele estava altamente respeitado por todas as pessoaspodem ser vistas no seguinte citação do Mishná : "Quando Rabban Gamaliel, o Velho, morreu, a glória da Lei cessou e pureza ea abstinência morreu" (citado em João B. Polhill, O New Comentário americanos: Atos [Nashville: Broadman, 1992], 171). Seu aluno mais famoso foi o apóstolo Paulo (At 22:3;. Cl 1:24) . Que eles foram perseguidos por causa de Cristo mostrou que eles possuíam o Espírito Santo (1Pe 4:13).

Sem temer as ações do Conselho, todos os dias, no templo e de casa em casa, eles cessavam de ensinar e pregar Jesus como o Cristo. Eles tinham uma fé testada-batalha, ao contrário da falsa fé que wilts sob perseguição (13 20:40-13:21'>Matt. 13 20:21).

A igreja primitiva entendeu o padrão para o evangelismo eficaz. Por consistentemente praticando esse padrão, eles transformaram o seu mundo de cabeça para baixo (conforme At 17:6).


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Atos Capítulo 5 do versículo 1 até o 42

Atos 5

Problemas na igreja — At 5:1-11

Não há uma história mais vívida que esta no livro dos Atos. Não é necessário que se faça dela um milagre. Mas nos mostra algo da atmosfera que prevalecia na 1greja primitiva. Certa vez Eduardo I se enfureceu com um de seus cortesãos e o homem caiu morto de puro medo. Esta história nos mostra duas coisas da Igreja primitiva. Demonstra a espera e a sensibilidade das mentes dos homens naqueles dias. E mostra o extraordinário respeito que se tinha pelos apóstolos. Nessa atmosfera em que a vida estava tensa, a palavra e a recriminação de Pedro produziram esse efeito.
Esta é uma das histórias que demonstram a irredutível honestidade da Bíblia. É uma história que poderia ter-se omitido porque demonstra que até na 1greja primitiva havia cristãos imperfeitos. Mas a Bíblia não quer apresentar um quadro idealizado de algo.
Uma vez um pintor da corte pintou o retrato de Oliver Cromwell. Cromwell tinha a cara desfigurada por verrugas. O pintor, pensando agradar o grande homem, omitiu as verrugas. Quando Cromwell viu o retrato disse: "Leva-o, e me pinte com verrugas e tudo".
Uma das grandes virtudes da Bíblia é que nos mostra seus heróis e seus grandes momentos, com "verrugas e tudo".
Há uma certa coragem nesta história, porque nos mostra que até nos melhores tempos a Igreja era uma mistura de bem e mal. Faríamos bem em lembrar que se a Igreja tivesse que ser uma sociedade de gente perfeita, não existiria.
É muito significativo ver como Pedro insiste em que o pecado é pecado contra Deus. Faríamos bem em lembrar isto especialmente em certos aspectos.

  1. A falta de diligência é um pecado contra Deus. Ele obra através dos homens. Tudo o que contribua à saúde, à felicidade e ao bem-estar da humanidade por humilde que seja, é uma obra feita para Deus. Antonio Stradivarius, o grande fabricante de violinos, disse: "Se minha mão se enfraquecesse, estaria roubando a Deus". É um lema que todos os homens deveriam seguir.
  2. O não utilizar nossos talentos é um pecado contra Deus. Deus nos deu os talentos que temos; não são nossos, somos mordomos dos mesmos; e somos responsáveis não perante os homens, mas sim perante Deus pelo uso que lhes damos.
  3. Não dizer a verdade é um pecado contra Deus. Só sabemos o que é a verdade pela ação do Espírito dentro de nossos corações; e quando caímos na desonestidade e a falsidade estamos pecando contra a direção do Espírito em nossos corações.

O ATRATIVO DO CRISTIANISMO

Atos 5:12-16

Temos aqui como um camafeu do que ocorria na 1greja primitiva. Conta-nos certas coisas a respeito da Igreja.

  1. Diz-nos onde se reunia. Seu lugar de reunião era as colunatas que circundavam a área do templo. Estes cristãos primitivos eram constantes em sua assistência à casa de Deus. Cumpriam diariamente seu encontro com Deus. Desejavam sempre conhecer a Deus melhor e obter mais de seu força para a vida. E onde poderiam estar mais perto dEle que em seu casa?
  2. Diz-nos como se reunia. Os cristãos primitivos se reuniam em um lugar, onde todos os viam melhor. Não escondiam seu cristianismo. Sabiam o que aconteceu aos apóstolos e o que em qualquer momento poderia acontecer com eles; mas estavam dispostos a demonstrar a todos quem eram e qual era sua posição.
  3. Diz-nos que a Igreja primitiva era muito efetiva. Aconteciam coisas. Os dias em que o ministério de cura da Igreja estava à frente de sua tarefa finalizaram, embora bem podem voltar a repetir-se. Mas a Igreja ainda existe para fazer que os homens maus sejam bons; ainda existe para que através dela ocorram os milagres da graça de Deus. As multidões sempre acudirão a uma Igreja na qual as vidas sejam mudadas.

Esta passagem termina com uma referência àqueles que estavam afligidos pelos espíritos imundos. O povo nessa época atribuía todas as enfermidades à atuação desses espíritos. Os egípcios, por exemplo, criam que o corpo estava dividido em partes e seções e que cada uma delas estava habitada por um espírito imundo. Muitas vezes criam que estes eram os espíritos de pessoas más que faleceram e que ainda estavam levando a cabo seu tarefa maligna. Nós podemos pensar que aprendemos a ver além desse tipo de crenças, mas para eles era algo muito real.

NOVA DETENÇÃO E JUÍZO

Atos 5:17-32

O segundo arresto dos apóstolos era inevitável. O Sinédrio tinha— lhes ordenado estritamente que se abstivessem de ensinar no nome de Jesus e eles desobedeceram o mandato publicamente. Devemos sempre lembrar que para o Sinédrio este era um assunto duplamente sério. Primeiro, os apóstolos eram hereges. Mas, em segundo lugar, eram perturbadores potenciais da paz. Palestina foi sempre um país inflamável; se não era controlada podia chegar a haver alguma classe de sublevação popular; e isso era a última coisa que os sacerdotes e os saduceus queriam, porque então Roma interviria e perderiam seu postos e seu prestígio.
Não devemos necessariamente considerar como um milagre a libertação de Pedro e João. A palavra aggelos tem dois significados. Significa anjo; mas também é a palavra grega normal para mensageiro. Embora a libertação dos apóstolos se realizou por meio de planos e instrumentos humanos, o agente que efetuou o fato seria sem dúvida o aggelos de Deus.

Na narração do ocorrido depois da libertação vemos vividamente descritas as grandes características destes primeiros homens de Deus.

  1. Eram valentes. A ordem de ir diretamente e pregar no templo, a uma mente prudente cuja meta é a segurança acima de tudo, parece-lhe algo quase incrível. Obedecê-lo era um ato de audácia quase inconsciente. Sabiam o que ia acontecer, e mesmo assim, foram.
  2. Eram homens de princípios. E o princípio de suas vidas era que a todo custo e em todas as circunstâncias, a primeira coisa deve ser a obediência a Deus. Nunca perguntavam: "É segura esta maneira de agir?" Perguntavam: "É isto o que Deus quer que eu faça?" E então deixavam de lado os cálculos de segurança e obedeciam. Estavam sempre desejosos de aventurar-se por Deus.
  3. Tinham uma idéia clara de seu dever e de sua função. Sabiam que eram testemunhas de Cristo. Uma testemunha é essencialmente alguém que fala baseando-se em um conhecimento direto; que diz: "Isto é certo e eu sei." É alguém que sabe por experiência pessoal que o que diz é certo; e é impossível deter um homem assim, porque é impossível deter a verdade.

UM ALIADO INESPERADO

Atos 5:33-42

Em sua segunda aparição perante o Sinédrio, os apóstolos se encontraram com um auxiliar inesperado. Gamaliel era um fariseu. Havia uma diferença básica entre os saduceus e os fariseus. Como vimos, os primeiros eram os ricos sacerdotes colaboracionistas que buscavam sempre preservar seu prestígio e seu poder. Os fariseus não tinham ambições políticas. Seu nome significa literalmente "os separados", e se tinham afastado de toda a vida comum e de todos os homens comuns para dedicar a vida a guardar os detalhes ínfimos da Lei. Nunca houve mais de seis mil deles, e a austeridade de suas vidas os fazia muito respeitáveis.
Mas Gamaliel era mais que respeitado; era amado. Era um homem gentil com uma tolerância muito maior que seus companheiros. Era, por exemplo, um dos poucos fariseus que não considerava a cultura e as letras gregas como pecaminosas e proibidas. Era um dos poucos aos quais lhes foi dado o título do "Rabban". Era chamado "A beleza da Lei". Quando morreu foi dito: "Desde que o Rabban Gamaliel morreu não houve reverencia pela Lei; e a pureza e a abstinência morreram ao mesmo tempo."

Quando parecia que o Sinédrio ia recorrer a medidas violentas contra os apóstolos, ele interveio. Os fariseus tinham uma crença que combinava o destino e a livre ação. Criam que todas as coisas estavam nas mãos de Deus e, ao mesmo tempo, criam que o homem era responsável por suas ações. "Tudo está previsto; entretanto, outorga-se a liberdade de decisão", diziam. "Deus decreta tudo menos o temor a Ele."
De modo que Gamaliel se baseou em que deviam tomar cuidado, não fosse que estivessem exercendo seu livre-arbítrio contra Deus. Aduziu que se este assunto não fosse de Deus, desapareceria de todos os modos. Citou dois exemplos. Um foi o de Teudas. Naqueles dias, Palestina tivera uma rápida sucessão de líderes incendiários que se apresentavam como salvadores de seu país e algumas vezes até como o Messias. Não sabemos quem era este Teudas. Alguns anos mais tarde houve um Teudas que dirigiu um grupo de gente ao Jordão com a promessa de que poderia dividir as águas e que poderiam caminhar a pé enxuto, e cuja rebelião foi tratada sumariamente. Teudas era um nome comum e sem dúvida este foi outro incendiário.
Judas se havia rebelado no ano do censo. O censo foi realizado pelo governador Quintino no ano 6 d.C. O propósito do censo era ordenar os impostos. Judas era um fanático que tomou a posição de que Deus era o Rei de Israel, e a Ele somente se devia pagar tributo; todo imposto além deste era ímpio e pagá-lo era blasfêmia. Tratou de fazer uma revolução mas fracassou.
Gamaliel, pois, citou estes exemplos e declarou que se este assunto não era de Deus fracassaria por si só; mas se o era, nada poderia detê-lo, e se tentavam fazê-lo se estavam opondo a Deus. O Sinédrio o ouviu. Mais uma vez ameaçaram os apóstolos e os deixaram ir.

Eles se retiraram contentes em sua tribulação. Tinham duas razões para alegrar-se na perseguição.

  1. Era uma oportunidade para demonstrar sua fidelidade a Cristo. Na Rússia, nos primeiros tempos do comunismo, o homem que podia mostrar a marca dos grilhões nas mãos e do látego em suas costas era um homem de honra, porque tinha sofrido pela causa. As orgulhosas palavras de Valente-pela-verdade foram: "Levo minhas marcas e cicatrizes comigo."
  2. Era uma oportunidade real de compartilhar a experiência de Jesus. Aqueles que ajudassem a levar a cruz compartilhariam a coroa.

Dicionário

Cobrir

verbo transitivo direto Ocultar ou proteger, estando ou pondo-se em cima, diante, ou em redor: as nuvens cobrem o sol; cobrir a cama com o cobertor.
Fazer o reforço numa cobertura: cobrir os buracos do telhado com massa.
[Agricultura] Colocar terra na raíz de uma planta: cobrir as raízes do quintal.
Estar envolto por; envolver, vestir: o mendigo estava coberto de farrapos.
Garantir que o pagamento seja efetuado: cobrir o valor do cheque.
Ser o necessário: meu salário cobre metade das minhas despesas.
No jornalismo, estar (o repórter) presente (a um acontecimento); dedicar espaço (o jornal, a revista) a (um acontecimento).
Esporte. Cumprir um trajeto a uma certa distância: cobrir 100 metros rasos.
[Biologia] Ter cópula com (falando-se de animais); fecundar: o touro cobriu a vaca.
verbo transitivo direto e pronominal Defender algo, alguém ou si mesmo; proteger, defender, resguardar-se: cobrir a criança dos tiros; cobriu-se sob o telhado; cobria-se dos golpes com o escudo.
Pôr o chapéu, o barrete ou o capuz na cabeça: cobrir a cabeça; cubra-se, está frio!
Estender-se, alastrar-se por cima de; ocupar inteiramente; encher: os inimigos cobriam os montes e vales.
verbo bitransitivo e pronominal Exceder em quantidade; ultrapassar: a receita cobriu a despesa; cobriu-se de problemas com a falência da empresa.
Etimologia (origem da palavra cobrir). Do latim cooperire.

Enfermos

masc. pl. de enfermo

en·fer·mo |ê| |ê|
adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

1. Doente.

adjectivo
adjetivo

2. Débil.

3. Figurado Que não funciona bem; anormal.


Leitos

masc. pl. de leito

lei·to
(latim lectus, -i, cama)
nome masculino

1. Parte da cama que sustenta o enxergão e o colchão.

2. Conjunto formado pelo móvel usado para dormir, pelo colchão e pela roupa que geralmente o reveste. = CAMA

3. Superfície que pode acolher um homem ou animal para dormir ou descansar (ex.: leito de folhas). = CAMA

4. Superfície inferior de uma pedra.

5. Parte da estrada por onde rodam os veículos.

6. Parte de um curso de água coberta habitualmente pela água (ex.: leito do rio). = ÁLVEO

7. Solo no fundo do mar.

8. Tabuleiro em que assenta a carga, no carro de tracção animal. = MESA

9. Figurado União conjugal. = CASAMENTO, MATRIMÓNIO


Menos

advérbio A menor quantidade de algo; de intensidade reduzida: trabalhando em casa, canso menos; naquela loja sempre pago menos.
Num ponto inferior a; abaixo de: meus avós têm menos de 60 anos.
Gramática Dá início ao grau comparativo; expressa o que é pior ou inferior em relação aos demais: tinha menos direitos que os demais.
Gramática Dá início ao grau superlativo, o menor grau de: seu trabalho menos problemático foi o de português.
substantivo masculino O menor grau de: o prefeito vai investir o menos aceitável.
[Matemática] O sinal representativo de uma diminuição (-).
pronome indefinido O menor valor de: o município terá menos investimento.
preposição Com a exclusão de: canto tudo, menos ópera.
[Matemática] O resultado de uma subtração: dois menos dois é igual a zero.
locução adverbial Ao menos, pelo menos, no mínimo.
locução conjuntiva A menos que, salvo se.
Etimologia (origem da palavra menos). Do latim minus.

Pedro

Nome Grego - Significado: Rocha, pedra.

pedra, rocha

Originalmente chamado de Simão, era filho de João (Jo 1:42) e irmão de André (Mt 4:18; Jo 6:8). Pedro era casado e sua esposa o acompanhou em suas viagens (Mt 8:14-1Co 9:5). Antes de ser chamado por Jesus, trabalhava com seu pai como pescador (Mc 1:16-20).

Pedro não fora educado religiosamente e possuía forte sotaque da região da Galiléia (Mt 26:33). Era, portanto, considerado como ignorante e sem estudos pelos líderes judaicos de Jerusalém (At 4:13).

A vocação de Pedro

Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, não porque tenha sido o primeiro a ser chamado, mas — como as discussões nas seções seguintes indicarão — devido ao fato de ser líder entre os discípulos. Em Mateus 10:2 lemos: “O primeiro, Simão, chamado Pedro” (também em Mc 3:16; Lc 6:14). Fazia parte do círculo mais íntimo dos discípulos de Cristo, no qual encontravam-se também Tiago e João (Mc 5:37; Mc 9:2; Mc 13:3; Lc 8:51).

Pedro era um discípulo dedicado, que buscava exercitar a fé, embora demonstrasse um pouco de volubilidade, como revelou o incidente em que Jesus andou sobre a água (Mt 14:28). Ele admitia sua ignorância e a própria pecaminosidade (Mt 15:15; Lc 5:8; Lc 12:41) e, quando tinha dúvidas, fazia muitas perguntas (Jo 13:24). Apesar de receber uma revelação divina a respeito da identidade de Jesus, rejeitou qualquer noção quanto à sua morte, uma atitude que Cristo atribuiu ao próprio diabo. A motivação dele foi considerada de origem terrena, isto é, seu conceito do Messias era que se tratava de um governador terreno, em cujo reino talvez imaginasse a si mesmo no desempenho de um papel importante (Mt 16:23; Mc 8:33). Esteve presente com Tiago e João na Transfiguração (Mc 9:7; Lc 9:28) e ouviu a voz de Deus confirmando que Jesus era seu Filho amado (um incidente do qual deu testemunho em 2Pe 1:18) e exigindo obediência aos ensinos de Cristo (Mt 17:1-6). Pedro aprendeu a importância de os discípulos de Jesus pagarem os impostos aos reis terrenos, não porque tivessem a obrigação, mas porque o não pagamento causaria uma dificuldade para a promoção do Evangelho (Mt 17:27). Questionou sobre o perdão e foi advertido a respeito do que aconteceria com o discípulo que não perdoasse e a tortura que experimentaria (Mt 18:21-35). Foi rápido ao lembrar a Jesus que os discípulos abandonaram tudo para segui-lo e recebeu a promessa de que os doze se sentariam em tronos para julgar Israel (Mt 19:27-30; Mc 10:28; Lc 18:28). Inicialmente não permitiu que Jesus lavasse seus pés e depois pediu que banhasse também suas mãos e sua cabeça, como sinal de limpeza (Jo 13:6-10).

Pedro é lembrado por contradizer Jesus quando este falou que os discípulos o negariam. Assim como os outros, replicou que estava disposto a morrer e jamais negaria o Mestre (Mt 26:33-35; Mc 14:29; Lc 22:34; Jo 13:36-38). Falhou em vigiar e orar junto com Jesus, apesar do aviso de que o espírito estava preparado, mas a carne era fraca (Mt 26:37-44; Mc 14:33-41). No momento da prisão de Cristo, numa atitude impetuosa, cortou a orelha de Malco, empregado do sumo sacerdote (Jo 18:10). No pátio da casa de Caifás, a determinação de Pedro entrou em colapso, não diante de um tribunal, mas da pergunta de uma jovem empregada. A enormidade de sua negação, em cumprimento à profecia de Jesus de que ela aconteceria antes do amanhecer do dia seguinte, fez com que ele chorasse amargamente (Mt 26:58-69-75; Mc 14:54-66-72; Lc 22:54-62; Jo 18:15-18-25-27). Diante do túmulo vazio, as mulheres receberam instruções de dizer aos discípulos e a Pedro que veriam Jesus na Galiléia (Mc 16:7). Foi ele que a seguir correu ao túmulo vazio e teve dúvida sobre o que tudo aquilo significava (Lc 24:12; Jo 20:2-10). Quando estava no lago de Genesaré, com alguns dos outros discípulos, Jesus apareceu-lhes e mostrou que estava vivo. Pedro, que na ocasião estava no mar, lançou-se na água quando João identificou que era o Senhor e foi em direção ao Mestre. A instrução que Jesus deu da praia sobre o local onde deveriam atirar as redes resultou numa pesca abundante. Depois da refeição, Cristo questionou Pedro sobre o nível de seu amor por ele. Diante da afirmação de sua lealdade, Pedro recebeu a ordem de cuidar do povo de Deus e alimentá-lo espiritualmente. Na mesma ocasião ele foi informado sobre a forma de sua própria morte — por meio da qual Deus seria glorificado (Jo 21:19). Segundo a tradição, tal fato ocorreu em Roma.

O apostolado de Pedro

Depois da pergunta feita por Jesus, sobre como as pessoas o viam e o que os próprios discípulos pensavam dele, Pedro foi o primeiro a confessar que Cristo era o Messias prometido no Antigo Testamento. Além disso, reconheceu que era o Filho do Deus vivo e que tinha as palavras de vida eterna (Mt 16:16; Jo 6:68). Essa verdade não se desenvolveu por dedução ou por algum meio humano, mas como revelação do Deus Pai. De acordo com Jesus, esse entendimento de Pedro seria uma grande bênção não somente porque constituía a verdadeira base do Evangelho para entender quem é Jesus, mas também porque esta seria a mensagem que ele proclamaria (Mt 16:17-19). Num jogo de palavras, Cristo disse a Simão que seu nome seria mudado para “Pedro”, para descrever seu papel como apóstolo. Jesus disse que seria “sobre esta pedra” que sua Igreja seria edificada (“Sobre esta pedra” é uma tradução equivocada da frase. Na construção original em grego o verbo é seguido por um particípio que, neste caso, é usado no sentido de construir algo em frente de e não sobre algo). Seria “diante desta pedra” (petros) que Jesus edificaria sua Igreja (assembléia). Israel havia-se reunido numa assembléia solene diante do monte Sinai para ouvir a Palavra de Deus, isto é, “o Livro da Aliança”, lido por Moisés. Os israelitas endossaram a leitura e foram formalmente constituídos como povo de Deus, depois da salvação do Egito (Ex 24:1-11). Assim também a Palavra de Deus, isto é, o Evangelho na boca de Pedro, seria o meio pelo qual os judeus que abraçassem a salvação oferecida por Jesus constituiriam o povo de Deus naquela assembléia. Jesus, entretanto, disse a Pedro que “as portas do inferno”, isto é, as hostes malignas, jamais prevaleceriam contra a Igreja, pois tal é o poder concedido por Jesus. Pedro foi o apóstolo dos judeus na Palestina, possivelmente em Corinto (1Co 1:12) e também na Babilônia [que a tradição diz ser Roma] (2Pe 5:13).

De fato vemos esta promessa de Jesus cumprir-se em Atos, pois foi Pedro quem proclamou o Evangelho no dia de Pentecostes, quando aproximadamente 3:000 judeus de Jerusalém e da diáspora foram salvos. Seu discurso demonstrou seu conhecimento do Antigo Testamento, quando citou Joel 2:28-32 como explicação para o fenômeno de judeus de diferentes partes do Império Romano ouvirem as “grandezas de Deus”, isto é, o Evangelho, proclamadas em sua própria língua materna. No mesmo discurso, ele mencionou também o Salmo 16:8-11, para mostrar que a morte jamais alcançaria vitória sobre Jesus e que o derramamento do Espírito Santo era a prova de que Jesus fora exaltado como Senhor, conforme o Salmo 110:1 dizia que Ele seria (At 2:1-42).

Novamente Pedro foi o pregador que explicou à multidão que o milagre da cura do coxo na Porta Formosa não fora operado por ele, mas pelo poder do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Foi esse Senhor que glorificara seu servo Jesus cujo sofrimento fora predito por todos os profetas. Pedro proclamou que Jesus era aquele sobre o qual Moisés falou em Deuteronômio 18:15-19 e que os que se recusassem a aceitá-lo seriam destruídos. Ele declarou que a bênção sobre todas as famílias da Terra, conforme predito na promessa abraâmica em Gênesis 12:3, agora realizara-se na morte e ressurreição de Cristo. Os judeus, portanto, eram os primeiros a ter a oportunidade de receber essa bênção, por meio dos arrependimento dos pecados. Em face do interrogatório por parte dos líderes judaicos, Pedro declarou que o milagre fora operado no nome do Senhor Jesus, o Messias ressurrecto, a pedra rejeitada que é mencionada no Salmo 118:22, a única em que a salvação estava alicerçada. A tentativa dos líderes de silenciar Pedro e João falhou quando ambos declararam que não podiam ficar em silêncio, pois o papel deles como apóstolos os compelia a dar testemunho do que tinham visto e ouvido (At 3:1-4:22).

Cornélio, um homem temente a Deus, foi o primeiro gentio a ouvir o Evangelho, por meio da pregação de Pedro. Tal palavra foi declarada como a mensagem da paz enviada por Jesus, o Messias, que se tornou Senhor de todos, após sua morte e ressurreição. Cristo deu aos discípulos a tarefa de testemunhar que Ele era o que Deus apontou como juiz dos vivos e dos mortos. Jesus tinha assegurado a remissão dos pecados para todo aquele que cresse nele, como todos os profetas testificaram que aconteceria (At 10:34-44).

Foi Pedro também quem declarou aos líderes da Igreja na Judéia que Deus concedera a salvação também aos gentios mediante a pregação da Palavra de Deus, oferecida por Jesus Cristo. Sua relutância natural em levar-lhes o Evangelho, pois era judeu, foi vencida pela visão divina e as circunstâncias miraculosas pelas quais os mensageiros de Cornélio foram dirigidos até a casa onde ele estava hospedado (At 10:1-23; At 11:1-18). Aconselhou a assembléia reunida em Jerusalém a discutir a questão polêmica da circuncisão dos novos cristãos e da obediência deles às leis judaicas. Segundo Pedro, não deviam tentar a Deus, ao colocar sobre os gentios convertidos o jugo da Lei que nem os próprios judeus conseguiam carregar. Declarou que os gentios foram salvos pela graça de Deus, da mesma maneira que os judeus cristãos (At 15:7-11).

Foi Pedro quem liderou os procedimentos para a eleição de Matias (At 1:15-26). O livro de Atos mostra também que ele tomou a iniciativa e falou contra a fraude de Ananias e Safira (At 5:1-4). Foi liberto da prisão e da morte certa de maneira sobrenatural em Atos 12:1-20; na cidade de Jope, um milagre foi operado por meio dele, ou seja, a ressurreição de Dorcas (At 10:36-43).

Os escritos de Pedro

De acordo com Papias, um escritor cristão do século II, o evangelho de Marcos reflete o ensino de Pedro. Realmente, de acordo com a tradição, este jovem evangelista [Marcos] atuou como escriba, pois registrou tudo o que este apóstolo ensinou. Certamente existem incríveis paralelos entre este evangelho e as linhas gerais da vida e do ministério de Jesus na pregação de Pedro ao centurião Cornélio. Em Marcos, o Evangelho de Jesus começa na Galiléia, depois da pregação de João Batista e da unção do Espírito Santo. O ministério de Cristo foi descrito a Cornélio em termos de fazer o bem, curar os oprimidos pelo diabo, a crucificação e a ressurreição (At 10:36-43). Certamente o sermão de Pedro, o qual é apenas um resumo geral em Atos, forma um paralelo surpreendente com os eventos narrados no evangelho de Marcos.

I Pedro descreve seu autor como “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” e “testemunha das aflições de Cristo” (1Pe 1:1-1Pe 5:1); a carta é endereçada aos cristãos dispersos na região que atualmente é o norte da Turquia. Foi escrita por Silvano (1Pe 5:12; para mais detalhes, veja Silas, Silvano).

Uma das características dessa carta é o uso do Antigo Testamento; Pedro não somente citou passagens específicas como escolheu situações idênticas àquelas enfrentadas pelos cristãos, para apoiar seus argumentos. Ele faz a mesma coisa em seus discursos em Atos. De fato, ao começar esta carta, declara que os cristãos são os “eleitos” de Deus dispersos, não na Babilônia, como os israelitas ficaram enquanto aguardavam o retorno para Jerusalém, mas espalhados pelas províncias do Império Romano, até que recebessem a herança eterna no céu.

Numa forte introdução trinitariana, Pedro descreveu a obra do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, que assegurava a salvação (1Pe 1:2). Depois, explicou sistematicamente a maneira como cada membro da Trindade contribuía nessa obra (1Pe 1:3-12). Esse fundamento da fé capacitaria os cristãos a esperar com confiança pela herança no céu.

Pedro falou ao povo disperso de Deus sobre o modus vivendi, em face da suspeita e do antagonismo. Assim como Jeremias 29:7 descreve em uma situação similar, jamais deviam ser autoindulgentes, mas sim buscar o bem-estar da cidade em que vivessem. Se fizessem isso, apresentariam um estilo de vida de boas obras, o qual confirmaria o Evangelho quando fosse pregado para os outros (1Pe 2:11-12). Com esse tema principal, Pedro examinou sistematicamente várias esferas da vida, e em cada uma delas exortou os crentes a fazer o bem — ou seja, na vida civil, nas situações domésticas, no casamento e na sociedade em geral (1Pe 2:13-3:12).

Pedro deu grande ênfase à obra de Cristo como exemplo de amor e vida cristã (1Pe 1:18ss). Baseou-se nos sofrimentos de Jesus, a fim de demonstrar que ninguém deve desistir diante das presentes adversidades, mas, sim, sempre fazer o bem, o verdadeiro significado da vida cristã (1Pe 3:14-4:2). Era a vontade de Deus que assim fosse, ou seja, que silenciassem as acusações sem fundamento lançadas contra eles e encomendassem a alma ao Todo-poderoso (1Pe 2:15-1Pe 4:19).

Num mandamento que lembrava a comissão de Jesus — “apascenta minhas ovelhas” (Jo 21:15-17), semelhantemente Pedro convocou os líderes cristãos a exercer o ministério, não contra a vontade ou por ganância, nem como um meio de dominar outras pessoas, mas, sim, liderar pelo exemplo e ser assim recompensados pelo sumo Pastor (1Pe 5:1-4). Os membros mais jovens, bem como toda a congregação, foram exortados a se humilhar sob a poderosa mão de Deus, a fim de receber a promessa de que a ansiedade e o sofrimento são dessa maneira suportados. O Senhor sempre usa tais adversidades para desenvolver maior estabilidade em suas vidas cristãs (1Pe 5:5-11).


1. Pedro é referida como a carta que fala sobre a verdadeira graça de Deus (cf At 15:11) na qual os cristãos são exortados a permanecer firmes (1Pe 5:12), a despeito das dificuldades e da discriminação que sofriam. Não deviam ceder às indulgências da natureza humana, porque tais atividades no final seriam julgadas com imparcialidade pelo Pai (1Pe 1:17-1Pe 2:11; 1Pe 4:3-4).


2. Pedro foi escrita para os cristãos descritos como os que obtiveram uma fé idêntica à dos apóstolos, por meio da “justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1:1). Os destinatários foram os mesmos da primeira carta, conforme Pedro diz: “Esta é a segunda carta que vos escrevo” (2Pe 3:1). Sua ênfase é sobre o crescimento na vida cristã e a importância do registro do seu testemunho nos eventos da vida de Cristo para refutar o falso entendimento. A declaração feita sobre a morte sugere que sua vida terrena estava próxima do fim (2Pe 1:14-15; cf. Jo 21:19-20).

A confiabilidade das “grandíssimas e preciosas promessas de Deus” seria a base da confiança dos cristãos na salvação (2Pe 1:2-4). Pedro declarou que o desenvolvimento da vida cristã não era automático, mas exigia fé nas promessas do Senhor. Bondade, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade e fraternidade eram virtudes que deviam abundar dentro do contexto essencial da fé, para que o conhecimento de Jesus como Senhor não fosse improdutivo. A abundância de tais atributos garantiria a entrada jubilosa do cristão no céu (2Pe 1:4-11)..

A ênfase na lembrança do testemunho apostólico da transfiguração e a palavra do próprio Deus a respeito de seu Filho tinha como objetivo refutar as fábulas inventadas, semelhantemente ao uso que Pedro fazia das Escrituras do Antigo Testamento. Havia falsos mestres na comunidade cristã cujo estilo de vida e a maneira como exploravam os cristãos eram detalhadamente descritos com a ajuda dos incidentes tirados do Antigo Testamento (2Pe 2). Os falsos mestres perturbavam os cristãos com zombarias sobre a demora da vinda de Cristo, o ensino-padrão sobre a certeza dela e a necessidade de vigilância (2Pe 3:1-13; cf. Mc 13).

Existe uma importante referência aos ensinos de Paulo como textos canônicos, pois Pedro indicou que eram mal empregados, assim como as “outras Escrituras” (2Pe 3:14-16). A despeito do incidente em Antioquia, quando evitou comer junto com os gentios depois da chegada de outros judeus, Pedro não alimentou nenhum ressentimento contra o apóstolo Paulo pela maneira justificada como repreendeu sua atitude. De fato, referiu-se a ele como “nosso amado irmão Paulo”, o qual falava segundo a sabedoria divina que lhe fora dada (2Pe 3:15; cf. Gl 2:11-14; cf. At 10:9-16; At 11:1-8).

Como um apóstolo que recebera a responsabilidade de apascentar as ovelhas do Senhor, Pedro permaneceu fiel à sua tarefa e concluiu sua última carta com a exortação para que os cristãos crescessem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 3:18).

Pedro foi indicado por Jesus como o principal apóstolo entre os judeus, papel que desempenhou ao estabelecer a Igreja de Cristo por meio da pregação do Evangelho e apascentar fielmente o rebanho de Deus até o final de sua vida. B.W.


Pedro [Pedra] - APÓSTOLO (Mc 3:13-19), também chamado de Simão e Cefas (Jo 1:42). Era pescador (Mc 1:16). Episódios de sua vida são mencionados em (Mc 1:16-18); (Lc 5:1-11); 8:40-56; (Mt 8:14-15); 14:28-33; 16:13 23:17-1-13 26:36-46,69-75; (Lc 24:34); (Jo 18:10-18), 25-27; 21:1-23; At 1:13—5.42; 8:14-25; 10.1—11.18; 12:1-19; 15:1-11; (1Co 9:5); (Gl 1:18); 2:6-14. Segundo a tradição, foi morto entre 64 e 67 d.C., no tempo de NERO. V. PEDRO, P

Pedro Tradução grega da palavra aramaica Kepha (rocha). Discípulo de Jesus também chamado Simão ou Simeão (At 15:14; 2Pe 1:1). Filho de João (Jo 1:42) ou Jonas (Mt 16:17), com seu irmão André, dedicava-se à pesca na Galiléia (Mt 4:18).

Natural de Betsaida (Jo 1:44), residia com sua família em Cafarnaum (Mc 1:29ss.; Mt 8:14; Lc 4:38). Esteve ligado a João Batista (Jo 1:35-42) antes de seguir Jesus. Fez parte do grupo dos Doze e, mais especificamente, dos três discípulos mais próximos de Jesus (Mt 17:1; Mc 5:37; 9,2; Lc 8:51 etc.). Convencido da messianidade de Jesus (foi essa a confissão que levou Jesus a falar de sua Igreja edificada sobre a fé em sua pessoa como messias e Filho de Deus), Pedro resistiu, no entanto, à visão do messias sofredor que Jesus tinha (Mt 16:18ss.) e chegou mesmo a negar seu Mestre no momento de sua prisão (Mt 26:69ss. e par.). A princípio, Pedro não acreditou no anúncio da ressurreição de Jesus (Lc 24:11), mas ver o túmulo vazio (Lc 24:12; Jo 20:1-10) e a aparição de Jesus no domingo da ressurreição (Lc 24:34; 1Co 15:5), assim como aparições de que outros discípulos falavam mudaram radicalmente sua vida.

Apenas algumas semanas depois da morte de Jesus, Pedro convertera-se em uma pessoa disposta a confrontar-se com as autoridades judias que, durante a época de Herodes Agripa, estiveram a ponto de executá-lo (At 12).

Embora a comunidade judeu-cristã de Jerusalém fosse dirigida por todos os apóstolos em seus primeiros tempos, não há dúvida de que Pedro atuava como porta-voz da mesma (At 2:4). Juntamente com João, foi ele quem legitimou a evangelização fora da Judéia (Samaria, At 8; o litoral, At 9:32ss.) e deu o primeiro passo para a evangelização dos não-judeus (At 10:11). Parece ter sido bom seu relacionamento com Paulo (Gl 1:2), exceto um incidente em Antioquia em que Pedro agiu contra as suas convicções para não causar escândalo aos judeus.

Durante os anos 40:50, a Igreja de Jerusalém esteve sob a direção de Tiago e não de Pedro (At 12:17; 15,13 21:18; Gl 2:9.12), mas este estava presente no Concílio de Jerusalém, no qual apoiou as idéias de Paulo.

Temos muito poucos dados sobre esse período final de sua vida: quase um quarto de século. Com segurança, desenvolveu um ministério missionário (1Co 9:5), durante o qual, possivelmente, trabalhou em Corinto (1Co 1:12) para, logo mais, concluí-lo com o martírio (Jo 21:19). Considera-se a possibilidade de ter visitado Roma, embora não seja provável que fosse ele o fundador da comunidade dessa cidade. Mais plausível é a tradição que considera sua execução durante a perseguição empreendida por Nero. Das obras que se lhe atribuem, é sua — sem dúvida — a primeira epístola que leva seu nome. Tem-se questionado a autenticidade da segunda, mas o certo é que o livro do Novo Testamento com o qual tem maiores coincidências é exatamente a primeira carta de Pedro. As lógicas diferenças entre ambas as obras não devem ser levadas a extremo, pois dependem não tanto da diversidade de autores como de gênero literário: a primeira é uma epístola e a segunda, uma forma de testamento. Tampouco pode ser descartada a possibilidade de a segunda ser de Pedro, mas ter recebido sua forma final da escrita de um copista.

Quanto aos Atos de Pedro, o Apocalipse de Pedro e o Evangelho de Pedro não são, realmente, de sua autoria. Tem-se ressaltado a possibilidade de o evangelho de Marcos apresentar, substancialmente, o conteúdo da pregação de Pedro, já que João Marcos aparece como seu intérprete em algumas fontes.

C. P. Thiede, o. c.; W. H. Griffith Thomas, El apóstol...; f. f. Bruce, Acts...; Idem, New Testament...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; O. Cullmann, Peter, Londres 1966; R. f. Brown e outros, Pedro...; R. Aguirre

(ed.), Pedro en la Iglesia primitiva, Estella 1991.


Quando

quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.

advérbio Denota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando.
Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
Em qual época: quando partiram?
advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.

Ruas

fem. pl. de rua

ru·a
nome feminino

1. Via ladeada de casas (nas povoações).

2. [Por extensão] Os habitantes de uma rua; a plebe.

3. Álea e, em geral, todo o espaço por onde se pode caminhar num jardim ou horta.

interjeição

4. Expressão usada para afastar ou mandar embora. = FORA


Sombra

substantivo feminino Interceptação da luz por um corpo opaco: sombra da árvore.
Característica ou particularidade do que é escuro; escuridão, noite.
[Pintura] Cores escuras, sombrias de um desenho; sombreado.
Figurado Vestígio, leve aparência: não há sombra de dúvida.
Figurado Mácula, defeito, senão: só via suas sombras.
Figurado Alma, espírito, visão, fantasma: a sombra de Aquiles.
Figurado Quem pela sua magreza parece um espectro, uma sombra.
Figurado Quem acompanha ou persegue constantemente alguém.
O que perdeu o brilho, o poder, a influência que possuía.
Estagnação em relação ao progresso; prevalência da tirania, do erro: esperemos que passe a sombra desses tempos.
Condição de quem está completamente sozinho; solidão.
O que tem causa oculta, desconhecida ou incompreensível; mistério.
locução prepositiva À sombra de. Debaixo de alguma coisa que produz sombra.
Figurado Sob a proteção de algo ou de alguém: à sombra do pai.
expressão Sombras da morte. Aproximação da morte.
Sombras da noite. Escuridão; em que há trevas, escuridão.
Fazer sombra a. Obscurecer o merecimento de alguém com o próprio valor.
Lançar uma sombra sobre. Obscurecer, diminuir a importância de.
Passar como uma sombra. Ser de curta duração.
Nem por sombra(s). De modo algum; sem possibilidade.
Viver na sombra. Viver na solidão, em condições humildes.
Ter medo da própria sombra. Assustar-se por qualquer coisa.
Viver à sombra de (alguém). Ser protegido, auxiliado por (alguém).
Reino das sombras. Região dos mortos.
Etimologia (origem da palavra sombra). De origem questionável.

A sombra e treva são criações mentais inferiores das mentes enfermiças, renováveis e conversíveis em luz confortadora, pela química dos pensamentos harmoniosos e dos sentimentos bons.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5


Sombra
1) Espaço sem luz direta (At 5:15).


2) Vestígio; sinal (Jc 1:17).


3) O que passa rapidamente (14:2).


4) Proteção (Sl 57:1).


5) TIPO (Cl 2:17).


Sombra Símbolo de

1. morte (Mt 4:16; Lc 1:79);

2. refúgio (Mc 4:32);

3. apoio e proteção divina (Mt 17:5; Lc 1:35; 9,34).


Sorte

substantivo feminino Força invencível e inexplicável da qual derivam todos os acontecimentos da vida; destino, fado, fatalidade: queixar-se da sorte.
Circunstância feliz; fortuna, dita, ventura, felicidade: teve a sorte de sair ileso.
Acaso favorável; coincidência boa: não morreu por sorte.
Solução de um problema e situação que está condicionada ao acaso.
Maneira de decidir qualquer coisa por acaso; sorteio: muitos magistrados de Atenas eram escolhidos por sorte.
Práticas que consistem em palavras, gestos etc., com a intenção de fazer malefícios: a sorte operou de modo fulminante.
Figurado Condição de desgraça; infelicidade persistente; azar.
Modo próprio; modo, jeito, maneira.
Condição da vida, da existência.
Maneira através da qual alguém alcança algo; termo.
Qualquer classe, gênero, espécie, qualidade: toda sorte de animais.
Bilhete ou senha com a declaração do prêmio que se ganhou em jogo de azar; o sorteio em que esse bilhete é atribuído.
Porção, quinhão que toca por sorteio ou partilha.
expressão Sorte grande. O maior prêmio da loteria.
A sorte está lançada. A decisão foi tomada.
locução conjuntiva De sorte que. De maneira que, de modo que, de tal forma que.
locução adverbial Desta sorte. Assim, deste modo.
Etimologia (origem da palavra sorte). Do latim sors, sortis “sorte”.

sorte s. f. 1. Fado, destino. 2. Acaso, risco. 3. Quinhão que tocou em partilha. 4. Estado de alguém em relação à riqueza. 5. Bilhete ou outra coisa premiada em loteria. 6. Fig. Desgraça. 7. Lote de tecidos.

Transportar

verbo transitivo Levar de um lugar para outro; conduzir.
Enlevar, extasiar, arrebatar.
Transpor, transferir.
Transmitir.
Traduzir.
Música Passar de um tom para outro.
verbo pronominal Passar de um lugar para outro.
Figurado Ficar entusiasmado, extasiado.

transportar
v. 1. tr. dir. Conduzir de um lugar para outro. 2. pron. Passar-se de um lugar para outro. 3. pron. Referir-se; remontar mentalmente. 4. tr. dir. Traduzir, trasladar, verter. 5. tr. dir. Inverter ou mudar o sentido de. 6. tr. dir. Arrebatar, enlevar. 7. pron. Ficar arrebatado, enlevado. 8. tr. dir. Mudar (a música) de um tom para outro.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Atos 5: 15 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

De forma a (as multidões), ao longo de todas as ruas largas, transportarem para fora (de casa) os enfermos e os colocarem sobre leitos e macas ①, a fim de que, enquanto passando Pedro, ao menos a sua sombra sombreasse sobre alguns deles.
Atos 5: 15 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

30 d.C.
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G1627
ekphérō
ἐκφέρω
pescoço, garganta
(their throat)
Substantivo
G1909
epí
ἐπί
sobre, em cima de, em, perto de, perante
(at [the time])
Preposição
G1982
episkiázō
ἐπισκιάζω
lançar sombra sobre, envolver em uma sombra, obscurecer
(overshadowed)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
G2064
érchomai
ἔρχομαι
vir
(are come)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 1ª pessoa do plural
G2443
hína
ἵνα
para que
(that)
Conjunção
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G2579
kán
κἄν
e se
(even if)
Advérbio
G2826
klinídion
κλινίδιον
despedaçar
([that were] feeble)
Verbo
G2895
krábbatos
κράββατος
ser bom, ser agradável, estar alegre, ser benéfico, ser amável, ser favorável, estar feliz,
([it was] better)
Verbo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G4074
Pétros
Πέτρος
um povo descendente do filho de Jafé que também habitou o território da Média n pr loc
(and Madai)
Substantivo
G4113
plateîa
πλατεῖα
()
G4639
skiá
σκιά
feito, trabalho
(from our work)
Substantivo
G5087
títhēmi
τίθημι
fazer um voto
(And vowed)
Verbo
G5100
tìs
τὶς
alguém, uma certa pessoa
(something)
Pronome interrogatório / indefinido - neutro acusativo singular
G5620
hṓste
ὥστε
de modo a
(so that)
Conjunção
G772
asthenḗs
ἀσθενής
a Terra
(the earth)
Substantivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

ἐκφέρω


(G1627)
ekphérō (ek-fer'-o)

1627 εκφερω ekphero

de 1537 e 5342; v

  1. levar, trazer
    1. o morto para o sepultamento
  2. levar i.e. conduzir
  3. levar adiante, i.e. produzir
    1. da terra produzindo plantas

ἐπί


(G1909)
epí (ep-ee')

1909 επι epi

uma raíz; prep

sobre, em cima de, em, perto de, perante

de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

para, acima, sobre, em, através de, contra


ἐπισκιάζω


(G1982)
episkiázō (ep-ee-skee-ad'-zo)

1982 επισκιαζω episkiazo

de 1909 e um derivado de 4639; TDNT - 7:399,1044; v

  1. lançar sombra sobre, envolver em uma sombra, obscurecer

    Da imagem de um nuvem de vapor que lança uma sombra, o significado é transferido para a imagem de uma nuvem resplandecente que circunda e envolve pessoas com o seu brilho.

    O termo é usado para referir-se ao Espírito Santo manifestando energia criativa no ventre da virgem Maria e fecundando-o (um uso da palavra que parece ter sido tirado da idéia familiar ao AT da nuvem com símbolo da presença imediata e poder de Deus)


ἔρχομαι


(G2064)
érchomai (er'-khom-ahee)

2064 ερχομαι erchomai

voz média de um verbo primário (usado somente no tempo presente e imperfeito, outros tempos provém de formas correlatas [voz média] ελευθομαι eleuthomai el-yoo’-thomahee, ou [ativo] ελθω eltho el’-tho, que não ocorrem de outra maneira); TDNT - 2:666,257; v

  1. vir
    1. de pessoas
      1. vir de um lugar para outro. Usado tanto de pessoas que chegam quanto daquelas que estão retornando
      2. aparecer, apresentar-se, vir diante do público
  2. metáf.
    1. vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
    2. ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
  3. ir, seguir alguém

Sinônimos ver verbete 5818


ἵνα


(G2443)
hína (hin'-ah)

2443 ινα hina

provavelmente do mesmo que a primeira parte de 1438 (pela idéia demonstrativa, cf 3588); TDNT - 3:323,366; conj

  1. que, a fim de que, para que

καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

κἄν


(G2579)
kán (kan)

2579 καν kan

de 2532 e 1437; partícula

  1. e se
  2. também ou até se
    1. de apenas, pelo menos
    2. até se

κλινίδιον


(G2826)
klinídion (klin-id'-ee-on)

2826 κλινιδιον klinidion

de um suposto derivado de 2825; n n

  1. pequena cama, leito

κράββατος


(G2895)
krábbatos (krab'-bat-os)

2895 κραβατ(τ)ος krabbatos

provavelmente de origem estrangeira; n m

  1. catre, cama de acampamento (cama de solteiro)


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


Πέτρος


(G4074)
Pétros (pet'-ros)

4074 πετρος Petros

aparentemente, palavra primária; TDNT - 6:100,835; n pr m

Pedro = “uma rocha ou uma pedra”

  1. um dos doze discípulos de Jesus

πλατεῖα


(G4113)
plateîa (plat-i'-ah)

4113 πλατεια plateia

de 4116; n f

  1. caminho largo, rua

σκιά


(G4639)
skiá (skee'-ah)

4639 σκια skia

aparentemente, palavra primária; TDNT - 7:394,1044; n f

  1. sombra
    1. sombra causada pela intercepção da luz
    2. imagem projetada por um objeto e representando a forma daquele objeto
    3. rascunho, esboço, sombreamento

τίθημι


(G5087)
títhēmi (tith'-ay-mee)

5087 τιθημι tithemi

forma prolongada de uma palavra primária θεω theo (que é usada somente como substituto em determinados tempos); TDNT - 8:152,1176; v

  1. colocar, pôr, estabelecer
    1. estabelecer ou colocar
    2. pôr em, deitar
      1. curvar
      2. dispensar ou colocar de lado, não usar ou levar mais
      3. guardar, economizar dinheiro
    3. servir algo para comer ou beber
    4. apresentar algo para ser explicado pelo discurso
  2. tornar
    1. fazer (ou colocar) para si mesmo ou para o uso de alguém
  3. colocar, fixar, estabelecer
    1. apresentar
    2. estabelecer, ordenar

τὶς


(G5100)
tìs (tis)

5101 τις tis

τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Possui relação com τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

ὥστε


(G5620)
hṓste (hoce'-teh)

5620 ωστε hoste

de 5613 e 5037; partícula

assim que, de tal modo que

então, portanto


ἀσθενής


(G772)
asthenḗs (as-then-ace')

772 ασθενης asthenes

de 1 (como partícula negativa) e a raiz de 4599; TDNT - 1:490,83; adj

  1. fraco, frágil, delicado

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo