Enciclopédia de I Samuel 4:19-19

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1sm 4: 19

Versão Versículo
ARA Estando sua nora, a mulher de Fineias, grávida, e próximo o parto, ouvindo estas novas, de que a arca de Deus fora tomada e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram.
ARC E, estando sua nora, a mulher de Fineias, grávida, e próxima ao parto, e ouvindo estas novas, de que a arca de Deus era tomada, e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram.
TB A sua nora, mulher de Fineias, estava grávida e próxima ao parto; ouvindo a nova de que a arca de Deus foi tomada e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz, porque as dores lhe sobrevieram.
HSB וְכַלָּת֣וֹ אֵֽשֶׁת־ פִּינְחָס֮ הָרָ֣ה לָלַת֒ וַתִּשְׁמַ֣ע אֶת־ הַשְּׁמֻעָ֔ה אֶל־ הִלָּקַח֙ אֲר֣וֹן הָאֱלֹהִ֔ים וּמֵ֥ת חָמִ֖יהָ וְאִישָׁ֑הּ וַתִּכְרַ֣ע וַתֵּ֔לֶד כִּֽי־ נֶהֶפְכ֥וּ עָלֶ֖יהָ צִרֶֽיהָ׃
BKJ E a sua nora, a esposa de Fineias, estava com criança, próxima do parto; e quando ela ouviu as notícias de que a arca de Deus fora tomada, e que o seu sogro e o seu marido estavam mortos, ela se curvou e entrou em trabalho de parto; pois suas dores lhe sobrevieram.
LTT E, estando sua nora, a esposa de Fineias, grávida, e próxima ao parto, e ouvindo estas notícias, de que a arca de Deus era tomada, e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram.
BJ2 Ora, a sua nora, a mulher de Finéias, estava grávida e se aproximava o momento do parto. Ao ouvir a notícia de que a Arca de Deus fora tomada e de que o seu sogro e o seu marido tinham morrido, encurvou-se e deu à luz, porque lhe sobrevieram as dores.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Samuel 4:19

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22
B. SAMUEL COMO PROFETA E JUIZ, 4:1-8.22

A ocasião que levou Samuel a tornar-se juiz enquanto simultaneamente era profeta foi um novo início de guerra contra os filisteus. Não sabemos o que ocasionou isso, embo-ra tenha sido afirmado que a crescente reputação de Samuel alarmou os filisteus. A versão Septuaginta implica que foram os estes vizinhos de Israel que provocaram o novo ataque, e o idioma hebraico pode simplesmente dizer que os israelitas saíram para resis-tir a alguma nova agressão por parte de seus inimigos de longa data. A última referência aos filisteus está em Juízes 13:16, embora sejam mencionados desde a época de Abraão (Gn 21:32-34; 26.1), e tenham permanecido no caminho de Israel na sua rota natural do Egito a Canaã, no êxodo (Êx 13:17-18). Não se conhece com exatidão a sua origem, embo-ra hoje se acredite que eles sejam procedentes da Grécia e Chipre ou Creta e estabelece-ram-se ao longo da planície marítima da Palestina, de Jope a Gaza, um território com cerca de oitenta quilômetros de extensão e 24 de largura.

Os arqueólogos que trabalhavam ao longo da planície costeira da Filístia desenterra-ram uma forma distinta da "cerâmica dos filisteus" que é encontrada mais freqüentemente nas cidades identificadas na Bíblia como ocupadas por eles, embora seja rara em outros lugares. As escavações desenterraram inúmeras fornalhas tanto para cobre como para ferro, que indicam que os filisteus eram talentosos trabalhadores com metais (cf. 13 19:20). Um objeto comum encontrado nas suas cidades é a caneca de cerveja, que nos recorda a referência à festa dos filisteus na qual houve muita bebida (Jz 16:25) m. Eles eram um povo belicoso, e não foram completamente dominados antes da época de Davi. Durante os primeiros anos de conflito, os filisteus freqüentemente derrotaram os israelitas.

1. A Invasão dos Filisteus (4:1-22)

Aparentemente, os filisteus avançaram sobre o território israelita a partir da extre-midade norte de sua planície costeira, e eles atacaram os hebreus no seu acampamento em Meca, em torno de quarenta quilômetros de Siló (veja mapa). Em seu primeiro com-bate, os israelitas perderam cerca de quatro mil homens. Mas, ao reagruparem as suas forças dispersadas, os líderes hebreus decidiram trazer de Siló a arca do concerto do Senhor dos Exércitos (4). Ela era um objeto em forma de caixa que se constituía o centro da adoração de Israel, tanto no Tabernáculo como mais tarde, no Templo. Era guardada no Santo dos Santos. Somente o sumo sacerdote podia ministrar perante ela, e só uma vez por ano (cf. Êx 25:10ss.). Ela incluía as figuras esculpidas dos querubins, seres semelhantes a anjos com as asas abertas, um de frente para o outro, com o propiciatório entre eles, que formava a cobertura da arcall. Freqüentemente se afirma que Deus habita entre os querubins (4; cf. também Nm 7:89-2 Sm 6.2; II Reis 19:15; Sl 80:1-99.1; Is 37:16).

Devido à santidade da arca, e conectada à presença de Deus, os israelitas decidiram levá-la à batalha como um tipo de talismã para assegurar a vitória. Os dois filhos de Eli acompanharam-na, e ao grito de triunfo antecipado dos israelitas, os filisteus amedron-tados, mas com a energia nascida do desespero, atacaram novamente. As palavras, des-tes grandiosos deuses (8), indicam o pensamento politeísta dos filisteus; isto é, a sua crença em muitas divindades. De acordo com a tradução correta do versículo 8, o plural também deveria aparecer no versículo 7, como em Moffatt e Berkeley, por exemplo, "os deuses vieram ao arraial".

As pragas junto ao deserto (8) indicam que, embora os filisteus soubessem sobre as pragas do Egito e a libertação no mar Vermelho (o deserto), eles confundiam as duas coisas. Aqui o autor pode ter tido a intenção de expor tal ignorância. As ações poderosas de Deus na libertação de Israel do Egito eram um fator básico na fé da nação, e um marco que a distinguia dos outros povos do Oriente Próximo.

Não venhais a servir aos hebreus (9) — em hebraico, abad, "servos", pode signifi-car tanto escravo como uma pessoa em cativeiro. Os hebreus tinham sido oprimidos pelos filisteus durante o período dos juízes (Jz 10:7-13.1; etc.) e o seriam de novo e periodicamente (1 Sm 13.19ss.), até a libertação final realizada por Davi. Na parte inici-al do Antigo Testamento, o termo "hebreu" era freqüentemente usado pelos inimigos de Israel como uma expressão de desprezo. A sua origem é obscura — talvez derive de Éber (Gn 10:21) ou de um termo que significa "alguém do outro lado, um nômade"12.

a. A captura da Arca (4:10-11). A presença física da arca não tinha poder quando o Deus da arca era ignorado, e os israelitas foram derrotados com um grande estrago (10). Foram mortos 30 mil homens, inclusive Hofni e Finéias, os filhos apóstatas de Eli.

A própria arca foi capturada pelos filisteus como um troféu de sua vitória, embo-ra eles mais tarde se lamentassem por tê-la capturado (cap. 5). Neste fiasco temos outra demonstração do fato de que Deus está mais preocupado com a lealdade íntima do que com os símbolos; sejam eles, como naquela época, o Tabernáculo e a arca ou, em nossos dias, coisas como a filiação à igreja, o batismo, a confirmação ou a ortodo-xia doutrinária. "O homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (16.7).

b. A morte de Eli (4:12-22). Um mensageiro escapou e retornou a Siló com as tristes notícias da derrota e da captura da arca. As vestes rotas e terra sobre a cabeça (12) — sinais típicos de profunda tristeza e pesar. A preocupação de Eli com a arca é patética. Ele estava assentado... vigiando ao pé do caminho (13), embora cego (cf. 15, comen-tário), à espera, com o coração pesado e agourento, de alguma notícia sobre a arca. Ele recebeu as notícias somente depois de ouvir os gritos de pesar dos habitantes da cidade (13-14). Estavam os seus olhos tão escurecidos, que já não podia ver (15) — em 3.2 lemos que os olhos de Eli "se começavam já a escurecer [ou se escureciam gradualmen-te]". Naquele trecho a palavra em hebraico, keheh, significa "tênue, obscuro, um pouco escuro". Aqui, este termo significa "definitivo". Eli havia ficado completamente cego.

Existe uma progressão trágica na narração do mensageiro: a derrota do exército, o grande número de mortos e feridos, a morte dos filhos de Eli, e, para maior tristeza, a captura da arca. Quando ouviu esta última notícia, o sumo sacerdote, com noventa e oito anos de idade e muito pesado, caiu para trás da sua cadeira que estava próxi-ma à porta e quebrou o pescoço (15,18). Ele suportou a notícia da morte dos seus filhos, mas entrou em colapso ao ouvir o destino da arca. O velho sacerdote tinha muitos defeitos, mas era um homem profundamente preocupado com a obra de Deus. Quarenta anos (18) é um número encontrado freqüentemente nos registros dos juízes como a duração de um determinado período. É talvez um número aproximado que representaria uma geração.

A tragédia para a casa de Eli ainda não havia terminado. A esposa de Finéias estava grávida e as notícias desencadearam nela o trabalho de parto. Ela morreu pouco tempo após o nascimento de seu filho, mas não antes de dar a ele o nome simbólico de Icabô, "sem glória" ou "oh, glória", e acrescentou: Foi-se a glória de Israel (21). O autor deixa claro, como no caso de Eli, que o golpe supremo foi a notícia da captura da arcai'.

Os versículos 19:22 tratam do impressionante tema: "Quando a glória se vai" — Ela chamou ao menino Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel, 21. Quando a glória se vai, (1) as pessoas dependem mais dos símbolos da sua fé (a arca) do que da sua própria realidade, 19; (2) A derrota e a morte atingem a alma, 19; (3) O medo substitui a fé, 20; e (4) Os filhos são destituídos de sua verdadeira herança, 21.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22
*

4:1

Veio a palavra de Samuel a todo o Israel. O episódio que começou com a notícia a respeito da raridade da palavra do Senhor (3,1) termina com a notícia da mudança introduzida pela escolha de Samuel para ser "profeta do SENHOR" (3.20 e nota).

filisteus. Os filisteus são um dos "Povos do Mar" mencionados nos textos egípcios desde os tempos de Ramsés III. Até o tempo dos juízes (Jz 3:31; 13-16), os filisteus tinham se estabelecido ao longo das praias da Canaã do sul, numa associação de cinco cidades: Asdode, Asquelom, Ecrom, Gate, e Gaza (6.17; Jz 3:3). Os filisteus tentavam freqüentemente expandir os seus territórios, e nos tempos de Samuel e da monarquia inicial, estavam em conflito direto com os isaelitas ao norte e ao leste.

Ebenézer. Este pode ser um local arqueológico cerca de 3 km a leste de Afeque (conforme v. 6). Ebenézer (que significa "Pedra de Socorrro") é mencionada de novo em 5.1. A Ebenézer em 7.12 relembra essas primeiras referências (7.12, nota), mas é um lugar diferente, perto de Mizpa.

Afeque. Afeque estava na extremidade sul da planície de Sarom, cerca de 8 km da praia do Mediterrâneo, perto da nascente do rio Yarquom (29.1). Estava entre as cidades conquistadas por Josué (Js 12:18).

* 4:3

Por que nos feriu o SENHOR? A pergunta dos anciãos é apropriada por refletir a crença de que "do SENHOR é a guerra" (17.47). Não esperam uma resposta, mas imediatamente põem em prática seu próprio plano.

Tragamos... a arca. A convicção aparente dos anciãos de que a arca seria uma garantia mágica da presença do Senhor é semelhante àquela dos filisteus (vs. 7-9). A salvação depende da livre iniciativa de Deus e da Sua graça soberana, e não das técnicas ou planos humanos (2Sm 15:25 e nota).

* 4:4

SENHOR dos Exércitos. Ver nota em 1.3.

Hofni e Finéias. Com seus dois filhos ímpios (2.12-17, 27-36) encarregados da arca, não é de admirar que o coração de Eli estava "tremendo pela arca de Deus" (v. 13).

* 4:6

hebreus. Essa palavra ocorre pela primeira vez em Gn 14:13 como uma descrição de Abrão. Documentos extrabíblicos do segundo milênio a.C. mencionam um povo diverso e disseminado chamado "habiru." Isso tem levado a debates consideráveis a respeito da identidade desse povo com os hebreus bíblicos. Os habiru pareciam ser uma classe de estrangeiros ou refugiados sem terra, que sobreviviam ou por se empregarem como soldados ou agricultores, ou por meio de pilhagem.

* 4:8

grandiosos deuses... que feriram aos egípcios. O clamor dos filisteus revela sua perspectiva politeísta, mas deixa pouca dúvida quanto ao impacto que aquele evento teve sobre as nações em derredor (6.6; Js 2:9-11).

* 4.10 trinta mil. Ao invés de trazer alívio, os israelitas, na sua tentativa de manipular o Senhor visando seus próprios interesses, sofreram uma derrota ainda maior (v. 2).

* 4:1

Foi tomada a arca de Deus. Um evento tão surpreendente quanto desastroso, a perda da arca certamente deve ter feito tinir ambos os ouvidos (3.11).

mortos... Hofni e Finéias. Em cumprimento de 2.34 e 3.12.

* 4:13

seu coração estava tremendo pela arca de Deus. Eli, anteriormente repreendido por honrar mais aos seus filhos do que ao Senhor (2.29), agora demonstra mais preocupação pela arca de Deus do que pelos próprios filhos (vs. 17-18).

* 4:18

menção da arca de Deus. Não foram as más notícias das perdas pesadas sofridas pelos israelitas, nem a notícia da morte dos seus próprios filhos (v. 17), mas a informação de que a arca de Deus tinha sido tomada foi o motivo que desencadeou a reação que resultou na morte do próprio Eli.

havia ele julgado a Israel. Não há nenhuma contradição necessária quando Eli é descrito tanto como sacerdote quanto como juiz (Dt 17:8-12; 19:17; 13 23:2-13.23.4'>1Cr 23:2-4; 2Cr 19:8; Ez 44:24). "Julgado" associa-o com os líderes que Deus suscitou entre a morte de Josué e a instituição da monarquia.

quarenta anos. A liderança de Eli, de duração de quarenta anos, deve ter coincidido parcialmente com as façanhas de Sansão (Jz 13–
16) e possivelmente também com a atividade dos juízes mencionados em Jz 12:8-15.

*

14.21 Icabode... Foi-se a glória. A esposa de Finéias, ao morrer, dá ao seu recém-nascido o nome de Icabode, que significa tanto: "Nenhuma glória" quanto "Onde está a glória?" (2.29, nota). Conforme deixa claro o v. 22, a "glória" à qual ela se refere não é primariamente a casa de Eli, mas a arca de Deus, que agora se encontrava perdida. Ver também nota em 14.3.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22
4:1 Os filisteus, descendentes do CAM, filho do Noé, estabeleceram-se com o passar do sudeste da costa do Mediterrâneo entre o Egito e Gaza. Eles eram originalmente, um dos "povos do mar", que tinham emigrado ao oriente Médio em navios da Grécia e Giz. Na época do Samuel, este povo belicoso estava muito bem estabelecido em cinco das cidades da Gaza na parte sudoeste do Canaán e constantemente pressionavam terra adentro contra os israelitas. Em todo este tempo, os filisteus foram os maiores inimigos do Israel.

4:3 O arca do pacto continha os Dez Mandamentos jogo de dados Por Deus ao Moisés. supunha-se que o arca devia ser guardada no Lugar Muito santo, um lugar sagrado do tabernáculo onde exclusivamente o supremo sacerdote podia entrar uma vez ao ano. Ofni e Finees profanaram o lugar ao entrar ilegalmente e tirar o arca.

Os israelitas reconheceram devidamente a grande santidade do arca, mas pensaram que o arca por si mesmo, a caixa de madeira e metal, era sua fonte de poder. Começaram a usá-la como um amuleto de boa sorte, com a esperança de que os protegesse de seus inimigos. Um símbolo de Deus não garante sua presença e poder. Sua atitude para o arca chegou a assemelhar-se perigosamente à idolatria. Quando o arca foi capturada por seus inimigos, pensaram que a glória do Israel estava perdida (4.19-22) e que Deus os tinha abandonado (7.1, 2). Deus usa seu poder de acordo com sua própria sabedoria e vontade. O responde à fé daqueles que o buscam.

4:4 "Jeová dos exércitos, quem morava entre os querubins" sugere que a presença de Deus descansava no arca do pacto entre os dois querubins de ouro (ou anjos) aderidos a sua tampa. O povo acreditava que o arca lhes daria a vitória quando Ofni e Finees a levaram a batalha.

4.5-8 Os filisteus tinham medo devido à coleção de histórias do passado a respeito da maneira em que Deus interveio pelo Israel quando saíram do Egito. Mas o Israel se apartou de Deus e agora só se mantinham fiéis a uma forma de devoção, um símbolo de vitórias anteriores.

Freqüentemente, a gente (e Iglesias) trata de viver das lembranças das bênções de Deus. Israel pensou equivocadamente, que se Deus lhes tinha dado a vitória no passado, faria-o outra vez, mesmo que se tivesse desviado longe Do. Hoje em dia, como em épocas bíblicas, as vitórias espirituais chegam através de uma renovação contínua de nossa relação com Deus. Não viva no passado. Mantenha sua relação com Deus nova e fresca.

4:11 Este sucesso é um cumprimento da profecia em 2.34 que estabelecia que os filhos do Elí, Ofni e Finees, morreriam o mesmo dia.

4:12 Neste tempo, a cidade de Silo era o centro religioso do Israel (Js 18:1; 1Sm 4:3). O tabernáculo estava estabelecido permanentemente ali. Já que o Israel não tinha uma capital civil, um centro para o governo nacional, Silo era o lugar natural para que um mensageiro fora a entregar as notícias tristes da batalha. Muitos eruditos acreditam que foi durante esta batalha que Silo foi destruída (Jr_7:12; Jr 26:2-6; veja-se também a nota a 7.1).

4:18 Elí era o juiz e o supremo sacerdote do Israel. Sua morte marca o fim do período escuro dos juizes quando a maioria da nação ignorou a Deus. Embora Samuel foi também um juiz, sua carreira viu a transição da nação do Israel governada por juizes para a monarquia. O começou o grande avivamiento que o Israel experimentaria no seguinte século. A Bíblia não diz quem foi o seguinte supremo sacerdote (não podia ser Samuel porque não era um descendente direto do Arão), mas Samuel atuou como supremo sacerdote nessa época ao oferecer os importantes sacrifícios por todo o Israel.

ELI

Elí era uma pessoa do Antigo Testamento com um problema muito moderno. O reconhecimento e o respeito que ganhou em público não se estendia à maneira em que dirigia seus assuntos privados. Pôde ter sido um excelente sacerdote, mas foi um pai deficiente. Seus filhos lhe trouxeram aflição e ruína. Carecia de duas importantes qualidades necessárias para disciplinar aos filhos de uma maneira efetiva: firme determinação e ação corretiva.

Elí respondia às situações em vez de resolver. Mas até suas respostas tendiam a ser débeis. Deus assinalou os enganos de seus filhos, mas Elí fez muito pouco para corrigi-los. É claro o contraste que existe na maneira em que Deus tratou com o Elí e em que Elí tratou com seus filhos. Deus deu uma advertência, assinalou em detalhe as conseqüências da desobediência e logo atuou. Elí só advertiu. Os filhos precisam saber que as palavras e as ações de seus pais vão juntas. Tanto o amor como a disciplina devem ser sortes tanto como levadas a prática.

Mas Elí tinha outro problema: estava mais preocupado com os símbolos de sua religião que com o Deus que representavam. Para o Elí, o arca do Pacto se converteu em uma relíquia que devia ser protegida e não em um aviso de seu Protetor. Sua fé passou de apontar ao Criador para apontar ao criado.

Pode ser mais fácil adorar as coisas que podemos ver, já sejam edifícios, pessoas ou as mesmas Escrituras, mas estas coisas tangíveis não têm poder por si mesmos. O livro que está lendo é ou uma mera relíquia religiosa respeitável ou é a aguda e efetiva Palavra de Deus. Sua atitude para ela se forma em grande maneira por meio da relação que tem com o Deus de quem ela provém. Uma relíquia ou uma antigüidade tem que estar muito bem guardada. A Palavra de Deus tem que ser usada e obedecida. Qual atitude descreve com exatidão seu enfoque da Palavra de Deus?

Pontos fortes e lucros:

-- Julgou ao Israel durante quarenta anos

-- Falou com a Ana, a mãe do Samuel, e lhe assegurou a bênção de Deus

-- Educou e treinou ao Samuel, o maior juiz do Israel

Debilidades e enganos:

-- Não soube disciplinar a seus filhos ou corrigi-los quando pecaram

-- Tinha a tendência de reagir ante as situações mas não tomava uma ação decisiva

-- Viu o arca do pacto como uma relíquia para ser entesourada, em vez de vê-la como um símbolo da presença de Deus no Israel

Lições de sua vida:

-- Os pais precisam ser responsáveis pela disciplina de seus filhos

-- A vida é algo mais que um simples reagir, demanda ação

-- As vitórias passadas não podem substituir a verdade presente

Dados gerais:

-- Onde: Silo

-- Ocupações: Supremo sacerdote e juiz do Israel

-- Familiares: Filhos: Ofni e Finees

-- Contemporâneos: Samuel

Versículos chave:

"E Jeová disse ao Samuel: Hei aqui farei uma coisa no Israel, que a quem a oyere, o reti�irán ambos ouvidos. Aquele dia eu cumprirei contra Elí todas as coisas que hei dito sobre sua casa, desde o começo até o fim. E lhe mostrarei que eu julgarei sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele sabe; porque seus filhos blasfemaram a Deus, e ele não os estorvou. portanto, eu jurei à casa do Elí que a iniqüidade da casa do Elí não será expiada jamais, nem com sacrifícios nem com oferendas" (1Sm 3:11-14).

Sua história se relata em 1 Smamuel 1-4. Também se menciona em 1Rs 2:26-27.

4.19-22 Este incidente ilustra a escuridão e decadência espiritual do Israel. supunha-se que este jovem Icabod aconteceria a seu pai Finees no sacerdócio, mas seu pai tinha morrido por ser um homem mau que tinha profanado o tabernáculo. O terror de que Deus abandonasse a seu povo escureceu o gozo do nascimento. Quando o pecado domina nossa vida, até as alegrias e prazeres jogo de dados Por Deus parecem vazios.

ISRAELITAS VERSUS FILISTEUS

Os israelitas e os filisteus eram archienemigos e estavam em constante guerra. Aqui há alguns de seus enfrentamentos encontrados nos livros de 1 e 2 Smamuel. Sempre que o Israel confiou em Deus para obter a vitória, venceu.

Esquema: Lugar da batalha - Ganhadores - Comentários - Referência

Afec ao Ebenezer - Filisteus

O arca foi capturada e os filhos do Elí mortos - 1Sm 4:1-11

Mizpa - Israelitas

depois de que o arca retornou, os filisteus planejaram atacar de novo, mas Deus os confundiu. Israel perseguiu os filisteus de volta ao Bet-car - 1Sm 7:7-14

Gabaa - Israelitas sob as ordens do Jonatán

Foi destruída uma guarnição - 1Sm 13:3-4

Gilgal - Empatados

Os israelitas perderam o ânimo e se esconderam - 1Sm 13:6-17

Micmas - Israelitas

Jonatán e seu escudeiro disseram que não importava quantos fossem seus inimigos. Se Deus estava com eles, ganhariam. Começaram a batalha, e o exército a completou - 1 Smamuel 13 23:14-23

Vale de L - Israelitas

Davi e Goliat - 1Sm 17:1-58

? - Israelitas

Davi matou duzentos filisteus para ganhar uma esposa - 1Sm 18:17-30

Keila - Israelitas sob as ordens do Davi

Davi protegeu os campos de debulha de mãos dos saqueadores filisteus - 1Sm 23:1-5

Afec, Jezreel, ao monte Gilboa - Filisteus

Saul e Jonatán morrem - 1Sm 29:1; 1Sm 31:1-13

Baal-perazim - Israelitas

Os filisteus trataram de capturar ao rei Davi - 2Sm 5:17-25

Meteg-ama (possivelmente perto do Gat) - Israelitas

depois desta vitória, quase não tiveram problemas com os filisteus - 2 Smamuel 8.1

? - Israelitas

Abisai salvou ao Davi de um gigante filisteu - 2Sm 21:15-17

Gob - Israelitas

Morreram outros gigantes, incluindo o irmão do Goliat - 2Sm 21:18-22


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22

II. "Se a glória" (1Sm 4:1 ). "O juizado de Eli e Samson deve ter sido em parte contemporâneos. ..." Durante o ano em que Eli tinha noventa e oito anos de idade os filisteus envolvido em uma de suas inúmeras batalhas com os israelitas (conforme vv.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22
Esses capítulos relatam três grandes eventos da história de Israel.

  1. A glória de Deus se ausenta (4)
  2. O grande pecado (vv. 1-5)

Na primeira batalha, Israel perdeu 4 mil homens, e isso, para ele, devia evidenciar o desgosto de Deus. Os israelitas arrependeram-se e volta-ram-se para o Senhor em oração e confissão? Não! Em vez disso, recor-reram à superstição e trouxeram a arca da aliança para o campo de ba-talha. Eles não podiam pegar a arca pela fé, pois Deus não ordenara isso a eles por meio da sua Palavra. Eles agiam de forma casual, não pela fé. Eles acharam que a presença da arca garantia-lhes vitória sobre os filisteus, porque a arca fora à frente da nação no deserto e marchara em vitória em volta de Jericó. Em vez de reverenciarem a arca como o símbolo da presença de Deus, eles transformaram-na em uma relíquia religiosa! Veja Nu 10:35ss.

  1. O grande massacre (vv. 6-10)

De início, os filisteus ficaram com medo; depois, determinados. Embo-ra o Deus de Israel estivesse no cam-po de batalha, eles se comportariam como soldados fortes e varonis! Os filisteus venceram com facilidade, já que Deus abandonara seu povo. Sl 78:56ss é uma descrição vi-vida dessa tragédia. Israel devia sa-ber que a presença do Senhor com ele dependia da obediência à sua Palavra. Hofni e Finéias eram sacer-dotes ímpios. A presença deles tra-zia julgamento, não bênção.

  1. O grande pesar (vv. 11-22)

Eli, o sacerdote cego de 98 anos, es-tava sentado "em uma cadeira ao pé do caminho", quando o mensageiro chegou a Siló com as tristes novas, mas o mensageiro passou direto por ele e anunciou sua mensagem à ci-dade. O barulho na cidade desper-tou a curiosidade de Eli, pois, sem dúvida, ele esperava o cumprimen-to da profecia de Samuel (3:11-14; 2:34-35). Observe como o mensa-geiro transmite as quatro partes das más novas por ordem de importân-cia: Israel fugiu; houve grande mor-ticínio; os dois filhos de Eli foram mortos; e os inimigos levaram a arca. O versículo 13 diz-nos que a maior preocupação de Eli era com a segurança da arca. Agora vemos pesar sobre pesar: Eli, em estado de choque, cai, quebra o pesco-ço e morre; da mesma forma, sua nora morre ao dar à luz um filho. O nome "Icabô" significa "Sem glória" ou "Onde está a glória?". Veja Êxodo 40:34ss. No versículo 21, pode-mos traduzir "foi-se" por "ir para o desterro". A história de Israel é um relato sobre o receber e o perder a glória de Deus.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22
4.1 Veio a palavra de Samuel a todo o Israel. Na LXX, na 5ulgata e na Siríaca esta frase está no fim Dt 31:21. Samuel, agora com 30 anos de idade, exerce o co-juizado com Eli, Ebenézer, "Pedra do Socorro" (ver 7.12).

4.4 Arca do Senhor. De forma irreverente usaram-na como se fosse um fetiche; o mesmo aconteceu com a serpente de bronze (Nu 21:8; 2Rs 18:4). Querubins eram os anjos encarregados de tarefas especiais, relacionadas com os homens (Gn 3:24; 2Sm 22:11; Ez 10; 28:14-15).

4.8 Deuses. Os filisteus, de acordo com a sua teologia politeísta, interpretavam a palavra Eloim (Deus) como "deuses"; e, referindo-se a deuses que feriram aos egípcios, mostravam que conheciam a história do povo de Israel e os feitos do Senhor (6.6).

• N. Hom. 4.10 A derrota vem:
1) Quando se confia mais nas coisas criadas do que no Criador (3);
2) Quando tratam levianamente das coisas do Senhor. Levaram a arca para o campo de batalha, quando o seu lugar era no Santuário (5);
3) Quando homens ímpios colocam-se a postos no comando e Deus é esquecido (3, 11). O resultado foi a morte de

34.000 homens (2, 10), a perda da arca (11) e a destruição de Siló. As escavações arqueológicas, em Siló, revelaram as ruínas de uma cidade destruída em cerca de 1050 a.C. O castigo foi tamanho, que os profetas posteriores o mencionaram como exemplo (Jr 7:12, Jr 26:9; Sl 78:60-19).

4.11 Começou a cumprir-se a profecia Dt 2:34.

4.15 Noventa e oito anos. A lXx dá 90, e a Siríaca 78 anos.

4.18 Quarenta anos. Nos últimos dez anos do juizado, Samuel exerceu o cargo paralelamente com Eli.

4.21 Icabode. Tanto pode significar "Glória do Senhor", como "Nenhuma Glória", referindo-se à captura da arca.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22
II. A ARCA DO SENHOR E OS FILISTEUS (4.1B—7.1)

1) Os filisteus invadem Israel (4.1b-5)
O nome de Samuel desaparece dos três capítulos seguintes, mas dois “nomes” novos aparecem, a “arca” e os “filisteus”. A arca de Deus (3,3) ou a arca da aliança do Senhor (4.3,4,5) é o objeto central do tabernáculo descrito em Êxodo e é o trono em que o próprio Javé é apresentado no meio do seu povo (v.comentários de Êx 24:10-22; Ex 40 quilômetros em linha reta” (Hertzberg, p. 49). Um benjamita vestido de luto correu a distância em um dia para levar a triste notícia a Siló, onde encontrou o velho Eli (tinha 98 anos) esperando ansiosamente, apesar da sua cegueira, e aguardando notícias de como estavam indo as coisas. Ele ouviu da derrota, da enorme lista de baixas, até da morte dos seus filhos, mas a perda da arca foi demais para ele. Ele caiu da sua cadeira, quebrando o pescoço, pois era velho epesado. E a conclusão é: Ele liderou Israel durante quarenta anos (v. 18). No hebraico, está “julgou”. Em nenhum outro lugar, ele é chamado de juiz, mas ele foi de fato o elo entre os juízes que o precederam e Samuel, o último juiz e o primeiro grande profeta e fundador da monarquia.

v. 19-22. O capítulo termina com a angustiante história de como a esposa de Finéias deu à luz um filho que, ao morrer, ela chamou de Icabode (heb. ’i-kãbõd, “nenhuma glória”). A glória, de fato, tinha partido de Israel; Driver {Notes, p. 49-50) diz que a palavra traduzida por “se foi” é relacionada à superstição em hebraico e expressa “se foi para o exílio”. Ele ainda sugere que essa pode ter sido a ocasião da desolação de Siló, ainda visível nos dias de Jeremias (Jr 7:12ss etc.). (Evidências arqueológicas da destruição em Siló foram descobertas por expedições dinamarquesas em 1926—1932, mas os dados são insuficientes para datar a destruição.)


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de I Samuel Capítulo 4 do versículo 1 até o 22
b) A guerra com os filisteus (1Sm 4:1-9) associa-os ao Egito (Misraim), mas havia grande movimento entre os dois países.

1. ISRAEL É INVADIDA PELOS FILISTEUS (1Sm 4:1-9). No local, mais tarde chamado Ebenézer, mataram os filisteus 4.000 israelitas em batalha campal (2). Esquecendo-se que a derrota era devida ao não cumprimento da lei, por parte do povo eleito, lembraram-se, os israelitas de se fazerem acompanhar da arca, julgando-a um talismã capaz de lhes dar a vitória. Que loucura! Acreditarem mais nos símbolos do que no arrependimento do coração! Que habita entre os querubins (4). Literalmente: "Que está entronizado acima dos querubins". A arca simbolizava a presença de Deus e recordava a aliança. Cfr. 2Sm 6:6-11n e Apêndice I. Por isso os próprios filisteus se atemorizaram, ao vê-la, porque sentiam que Deus (’ Elohim) descera ao campo do inimigo (7). O fato de utilizarem os filisteus esta palavra, que é um plural, com o verbo, o adjetivo e o pronome no plural também vem apenas demonstrar que esse povo era politeísta, ao passo que os israelitas, usando o verbo no singular, davam provas manifestas do seu entranhado monoteísmo (7-8). Mas os filisteus até reconheciam as maravilhas, efetuadas por Jeová no deserto (8). Apesar disso, recobraram ânimo e, caindo sobre os israelitas, deixaram no campo 30.000 mortos (9-10), entre os quais Hofni e Finéias. A arca caiu em poder dos filisteus, cumprindo-se assim as profecias (1Sm 1 e 2), enquanto Deus se afastava de Israel (cfr. Sl 78:56-19).

>1Sm 4:12

2. É DIZIMADA A FAMÍLIA DE ELI (1Sm 4:12-9). Entretanto o velho Eli, sentado à porta do tabernáculo, aguardava as notícias da funesta batalha, ansioso sobretudo pelo destino da arca. Chegou finalmente o mensageiro vindo de Ebenézer (a cerca de 32 quilômetros), seminu e coberto de poeira, como a anunciar a grande catástrofe (12). Toda a cidade se comoveu, irrompendo num alarido ensurdecedor (13). À medida que o mensageiro, a arfar, anunciava os resultados da hecatombe, incluindo a morte dos filhos e a tomada da arca, Eli, quase centenário, desfalecia lentamente, até que, tombando da cadeira, "quebrou-se-lhe o pescoço" e morreu (16-18). Jeová abandonara a casa de Eli!

>1Sm 4:19

Impressionante é ainda a morte da esposa de Finéias, provocada pelas notícias da catástrofe, onde tombaram o marido e o sogro. Ao expirar, após um parto prematuro (19), quis que seu filho se chamasse Icabode (cujo significado é: "não glória" ou "onde está a glória?") e disse ao mesmo tempo: Foi-se a glória de Israel (21). Dá-nos a impressão que lhe causou maior desgosto a perda da arca que a morte dos entes queridos.


Dicionário

Arca

substantivo feminino Caixa grande com tampa e fechadura; baú; cofre; burra.
Figurado Tesouro.
Reservatório, tanque.
Marinha Cesto da gávea.
Arcabouço do navio.
Zoologia Gênero de moluscos lamelibrânquios.
Arca de Noé, embarcação em que, segundo a Bíblia, Noé se salvou do dilúvio com sua família e um casal de cada espécie de animais.

Uma caixa, ou qualquer vaso de forma semelhante. Há três arcas, que pedem especial menção. l. A arca de Noé (Gn 6:14-8.19). Noé, por mandado de Deus, construiu uma embarcação na qual ele, sua família e uma grande variedade de animais foram salvos do dilúvio. As dimensões da arca eram: 300 côvados de comprimento, 50 de largura, e 30 de altura. Foi feita de madeira de cipreste, sendo muito bem betumadas as juntas por dentro e por fora para torná-la impermeável à água. Tinha três andares e uma janela que, provavelmente, se prolongava em volta de toda a arca com pequenas interrupções. (*veja Noé.) 2. A arca de Moisés. Era uma arca feita de juncos (Êx 2:3-6), na qual o menino Moisés foi colocado, quando exposto à beira do rio Nilo. Como a arca de Noé, foi feita impermeável por meio de betume e pez. (*veja Moisés.) 3. A arca da Aliança ou do Testemunho: esta, com a sua cobertura, o propiciatório, achava-se realmente revestida de santidade e mistério. Em Êx 25 vem uma completa descrição da sua estrutura. o propiciatório, que servia de apoio aos querubins, era considerado como o símbolo da presença de Deus (*veja Propiciatório). Por vezes se manifestava a divindade por uma luminosa nuvem, chamada Shequiná. Quem tinha o cuidado da arca eram os levitas da casa de Coate, que a levaram pelo deserto. Mas, antes de ser transportada, era toda coberta pelos sacerdotes, e já não era vista. Continha a arca as duas tábuas da Lei, chamando-se por isso a arca da Aliança, e provavelmente também uma urna com maná, e a vara de Arão (Hb 9:4). A arca, que ocupava o lugar mais santo do tabernáculo, o Santo dos Santos, nunca era vista senão pelo sumo sacerdote, e isso somente em determinadas ocasiões. A arca realiza um papel eminente na história do povo escolhido. Foi levada pelos sacerdotes até ao leito do Jordão, cujas águas se separaram, para poder passar o povo israelita (Js 4:9-11). Por sete dias andou aos ombros dos sacerdotes em volta de Jericó, antes de caírem os muros da cidade (Js 6:1-20). Depois de fixar-se na Palestina o povo de israel, a arca permaneceu por algum tempo no tabernáculo em Gilgal, sendo depois removida para Silo até ao tempo de Eli, quando foi levada para o campo de batalha, porque os israelitas supunham que pela presença dela podiam alcançar completa vitória. Mas não foi assim, e a arca ficou em poder dos filisteus (1 Sm 4.3 a 11). A santidade da arca, enquanto estiveram de posse dela os pagãos, foi manifestada por milagres, sendo grandes as tribulações nas terras dos filisteus para onde era levada (1 Sm 4 e 6). Depois de seis meses foi devolvida a arca para território hebreu. Primeiramente, esteve em Bete-Semes, onde a curiosidade do povo foi terrivelmente castigada (1 Sm 6.11 a
20) – depois disto foi transportada para Quiriate Jearim (1 Sm 7.1), donde seguiu mais tarde, por ordem de Davi, para a cidade de Jerusalém, com grande cerimonial. Mas antes disso esteve por algum tempo em Perez-Uzá, onde foi ferido de morte Uzá, quando estendia a mão à arca que parecia tombar (2 Sm 6.1 a 19). Mais tarde foi colocada por Salomão no templo (1 Rs 8.6 a 9). Quando os babilônios destruíram a cidade de Jerusalém e saquearam o templo, provavelmente foi a arca tirada dali por Nabucodonosor e destruída, visto como não se achou mais vestígio dela. Não é mencionada entre as coisas sagradas que foram expostas na cidade santa (Ed 1:7-11). Tácito, historiador romano, dá testemunho do estado vazio do Santo dos Santos, quando Pompeu ali entrou. A ausência da arca, no segundo templo, foi uma das notas de inferioridade deste com respeito ao edificado por Salomão.

substantivo feminino Caixa grande com tampa e fechadura; baú; cofre; burra.
Figurado Tesouro.
Reservatório, tanque.
Marinha Cesto da gávea.
Arcabouço do navio.
Zoologia Gênero de moluscos lamelibrânquios.
Arca de Noé, embarcação em que, segundo a Bíblia, Noé se salvou do dilúvio com sua família e um casal de cada espécie de animais.

Deus

Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Dores

substantivo feminino plural As sensações penosas provocadas pelo trabalho de parto; o sofrimento físico causado pelo parto: estava com as dores.
Religião Corresponde aos sete padecimentos da Virgem Maria, conhecidos pelas sete dores ou pelas dores de Nossa Senhora.
Etimologia (origem da palavra dores). Plural de dor.

Déu

substantivo masculino Usa-se na locução andar de em: andar à procura de alguma coisa, de casa em casa, de porta em porta.

Encurvar

verbo transitivo Dobrar, arquear, curvar.
Figurado Abater, humilhar.

Era

substantivo feminino Época fixa a partir da qual se começam a contar os anos.
Figurado Época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas: a era romântica; a era espacial.
Período histórico que se sobressai por suas características próprias, por situações e acontecimentos importantes.
Qualquer intervalo ou período de tempo; século, ano, época.
expressão Era Cristã. Tempo que se inicia a partir do nascimento de Jesus Cristo.
Era Geológica. Cada uma das cinco grandes divisões da história da Terra.
Etimologia (origem da palavra era). Do latim aera.

outro

Era Período longo de tempo que começa com uma nova ordem de coisas (Lc 20:35, RA).

Erã

Um dos netos de Efraim e filho de Sutela. Tornou-se líder do clã dos eranitas.


Finéias

Provavelmente é uma palavra egípcia com a significação de ‘o negro’. 1. Filho de Eleazar, e neto de Arão (Êx 6:25). Enquanto novo, mostrou Finéias grande zelo na supressão da licenciosa idolatria que se estava propagando entre o povo (Nm 25:7 e seg.). Pelo seu procedimento nesta ocasião foi-lhe prometido que o sacerdócio ficaria na sua família para sempre (Nm 25:10-13). Ele estava presente quando os midianitas foram postos em debandada (Nm 31:6) – e, muito tempo depois, foi ele o chefe de uma importante delegação enviada com o fim de admoestar as tribos de além do Jordão por causa do levantamento de um altar (Js 22:13-32). Quando se procedeu à divisão da terra, a sua porção foi um monte na cordilheira de Efraim (Gibeá-Pinhas). Tendo morrido Eleazar, foi Finéias o sumo sacerdote, e nesta qualidade proferiu um oráculo diante do seu povo a respeito de Gibeá (Jz 20. 28). 2. Um dos filhos mais novos de Eli, e juiz de israel (1 Sm 1.3 – 2.34). Este Finéias pertencia à família de itamar. Foi morto com seu irmão, quando a arca foi tomada pelos filisteus. 3. Um sacerdote ou levita, cujo filho Eleazar voltou com Esdras (Ed 8:33).

1. Filho de Eleazar e neto de Arão; foi um dos maiores homens de todo Israel. Sua mãe foi “uma das filhas de Putiel” (Ex 6:25). Seu filho chamava-se Abisua (1Cr 6:4-50). Na época do retorno dos judeus do exílio na Babilônia, o próprio Esdras e outros levitas traçaram sua linhagem familiar até Finéias (Ed 7:5; Ed 8:2). I Crônicas 9:20 indica que uma de suas principais tarefas era a de ser “porteiro” no Tabernáculo.

Sua fama foi estabelecida principalmente por seu “zelo” em defender o Senhor Deus em face da idolatria. Números 25 registra que, quando os israelitas estavam acampados em Sitim, “o povo se entregou à prostituição com as filhas de Moabe. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses, e o povo comia, e se prostrava diante deles” — Baal-Peor (vv.1-3). A ira do Senhor diante de tal comportamento ocasionou um juízo imediato. Todos os líderes que se envolveram na imoralidade e idolatria foram mortos; exatamente quando isso ocorria, Zinri, filho de Salu, da tribo de Simeão, trouxe uma mulher midianita, chamada Cosbi, a qual levou para sua tenda diante de toda a congregação, com a intenção de ter relações sexuais com ela. Finéias seguiu-os e matou-os com apenas um golpe de sua lança, para indicar claramente que os apanhara em pleno ato de imoralidade e adultério (vv. 7,8). A praga enviada por Deus sobre o acampamento foi interrompida por essa ação rápida, mas 24:000 israelitas já tinham morrido.

Deus falou a respeito de Finéias: “Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi tomado de zelo por mim no meio deles; por isso, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Portanto, dize: Dou-lhe a minha aliança de paz. Ele, e a sua semente depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porque foi zeloso pela honra de seu Deus, e fez propiciação pelos filhos de Israel” (vv. 11-13). Com exceção de um curto período no sacerdócio de Eli, os descendentes de Finéias continuaram seu ministério sacerdotal e também ocuparam o sumo sacerdócio. O próprio Finéias anos mais tarde serviu diante da Arca da Aliança em Betel, onde novamente seu zelo pelo Senhor foi demonstrado, quando transmitiu a palavra de Deus ao povo concernente à vingança pelo pecado dos benjamitas (Jz 20:28).

Finéias é mencionado novamente no relato de Números 31:6, quando saiu com os soldados israelitas para a batalha contra os midianitas numa vingança pelo incidente em Baal-Peor. Levou consigo alguns utensílios do santuário e trombetas, para serem utilizados como sinalização.

Em Josué 22, Finéias liderou uma delegação enviada ao encontro das tribos de Rúben, Gade e Manassés, as quais tinham erigido um altar perto do rio Jordão. A adoração e sacrifícios só eram permitidos no Tabernáculo, de maneira que quando as outras tribos souberam o que as três fizeram, temeram que novo julgamento de Deus caísse sobre eles. Finéias e os representantes das tribos (vv. 13,14) foram enviados para falar com os líderes, antes que todo o Israel se envolvesse em guerra. As três tribos explicaram que o altar seria usado apenas como um testemunho de que a adoração só seria feita no Tabernáculo e nunca seria utilizado para o oferecimento de holocaustos (v. 26). Serviria como um memorial para todos os israelitas que se estabelecessem no lado oriental do rio Jordão, para jamais se esquecerem de que faziam parte de Israel e adoravam o mesmo Deus. Finéias e toda a delegação retornaram louvando a Deus (vv. 30-34).

Tal dedicação ao Senhor e às suas leis tornou-se um modelo de como todos os israelitas, especialmente seus líderes, deveriam viver. O zelo de Finéias é mencionado no Salmo 106:30.


2. Sacerdote em Siló, era um dos filhos do sumo sacerdote Eli (1Sm 1:3-1Sm 14:3). Seu irmão chamava-se Hofni. Eles se tornaram totalmente corruptos e tiravam vantagem da posição privilegiada que ocupavam. “Não conheciam ao Senhor” (1Sm 2:12). Finalmente morreram sob o juízo de Deus. Para mais detalhes, veja Hofni.


3. Pai de Eleazar, um dos sacerdotes que retornaram do exílio na Babilônia, o qual ajudou a pesar e registrar todo o ouro e prata que levaram de volta com eles para o Templo em Jerusalém (Ed 8:33).

P.D.G.


Finéias [Oráculo ? Negro ?]


1) Sacerdote, filho de Eleazar e neto de Arão (Ex 6:25; Nu 25:7-13; 31:6-12; Js 22:13-32).


2) Mau sacerdote, filho de Eli (1Sm 1:3; 2:12-36; 4:11-18).


Grávida

Grávida Que está com filho na barriga (2Rs 15:16; Lc 2:5).

Luz

Luz Símbolo da claridade espiritual, que procede do Evangelho de Jesus (Mt 4:16; Lc 1:79) e não se restringe aos judeus, mas que chega até aos gentios (Lc 2:32). Acompanha algumas manifestações gloriosas de Jesus como a da sua Transfiguração (Mt 17:2-5). Os discípulos devem ser canais dessa luz (Mt 5:14-16; Lc 12:35), evangelizar e atuar na transparência própria da luz (Mt 10:27; Lc 12:3).

Luz
1) Claridade; luminosidade (Gn 1:3).


2) Figuradamente refere-se a Deus (Sl 104:2; Jc 1:17); a Jesus (Jo 1:4-6); à Palavra de Deus (Sl 119:105); e aos discípulos de Jesus (Mt 5:14).


3) Cidade cananéia que foi chamada de Betel (Gn 28:19) e, depois, formou a fronteira norte da tribo de Benjamim (Js 18:13).


[...] luz é, em suma, a forma mais sutil da matéria. [...].
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2

[...] é um modo de movimento, como o calor, e há tanta “luz” no espaço à meia-noite como ao meio-dia, isto é, as mesmas vibrações etéreas atravessando a imensidade dos céus. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1

[...] constitui o modo de transmissão da história universal.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 4a narrativa

[...] é o símbolo multimilenar do desenvolvimento espiritual. [...]
Referencia: MARCUS, João (Hermínio C• Miranda)• Candeias na noite escura• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

L M
Referencia:


hebraico: amendoeira

substantivo feminino Claridade que emana de si mesmo (Sol) ou é refletida (Lua).
[Astronomia] Claridade que o Sol espalha sobre a Terra.
Objeto que serve para iluminar; lâmpada, lanterna: traga a luz.
O que ilumina os objetos e os torna visíveis: luz do poste.
[Artes] Efeitos da luz reproduzidos em um quadro: hábil distribuição de luz e sombras.
Figurado Tudo que esclarece o espírito: a luz da razão, da fé.
Figurado Conhecimento das coisas; inteligência, saber: suas luzes são limitadas.
Figurado Pessoa de mérito, de elevado saber: é a luz de seu século.
Orifício de entrada e saída do vapor no cilindro de uma máquina.
Abertura na culatra de uma arma, pela qual se faz chegar o fogo à carga.
Furo que atravessa um instrumento.
[Ótica] Nos instrumentos de óptica de pínulas, pequeno orifício pelo qual se vê o objeto observado.
[Anatomia] Cavidade de um corpo ou órgão oco: a luz do intestino.
expressão Luz cinzenta. Luz solar refletida pela Terra, a qual permite distinguir o disco completo da Lua quando esta se mostra apenas sob a forma de crescente.
Luz negra ou luz de Wood. Raios ultravioleta, invisíveis, que provocam a fluorescência de certos corpos.
Vir à luz. Ser publicado, revelado.
Século das Luzes. O século XVIII.
Dar à luz. Dar vida a um ser.
Etimologia (origem da palavra luz). Do latim lucem.

Marido

substantivo masculino Homem casado; esposo: estou com o meu marido há 30 anos.
Indivíduo que se une em matrimônio a outra pessoa, ou que mantém com ela uma relação semelhante a do casamento; cônjuge.
Aquele que se uniu a uma mulher pelo matrimônio.
Etimologia (origem da palavra marido). Do latim maritus.i.

Adão foi o primeiro marido (Gn 2:22 – 3,6) – e a lei fundamental que diz respeito às relações entre homem e mulher é primeiramente estabelecida para Adão e Eva (Gn 2:24-25). Segundo a lei judaica, eram dez as obrigações que o marido tinha de cumprir com relação a sua mulher. A três destas obrigações se refere o Pentateuco (Êx 21:9-10). As outras sete compreendiam o seu dote – o seu tratamento em caso de doença – o resgate do cativeiro – o funeral – ser provida em casa do marido pelo tempo que ela ficasse viúva, e enquanto não lhe fosse paga a sua doação – a sustentação das filhas dela até que se casassem – e uma disposição para que seus filhos, além de receberem a parte da herança do pai, pudessem também compartilhar o que para ela estava estabelecido. Ao marido pertenciam todos os ganhos da sua mulher, e também aqueles bens que ela herdasse depois do seu casamento. Todavia, podendo o marido aproveitar-se dos frutos resultantes da administração do dote de sua mulher, era responsável por qualquer perda. Era ele o seu herdeiro universal. os deveres do marido são freqüentemente expostos nas epístolas, por exemplo: 1 Co 7.3 – Ef 5:25Cl 3:19 – 1 Pe 3.7. (*veja Casamento.)

Marido Homem casado em relação à ESPOSA (Gn 3:6); (Ef 5:22).

Morrer

verbo intransitivo Cessar de viver, perder todo o movimento vital, falecer.
Figurado Experimentar uma forte sensação (moral ou física) intensamente desagradável; sofrer muito: ele parece morrer de tristeza.
Cessar, extinguir-se (falando das coisas morais).
Diz-se de um som que pouco se vai esvaecendo até extinguir-se de todo.
Desmerecer, perder o brilho; tornar-se menos vivo (falando de cores).
Aniquilar-se, deixar de ser ou de ter existência.

Mulher

substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
Aquela que deixou de ser virgem.
Companheira do cônjuge; esposa.
Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
Aquela que deixou de ser virgem.
Companheira do cônjuge; esposa.
Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

Entre os judeus, a igualdade social do homem e da mulher fazia contraste com os costumes que de um modo geral prevaleceram no oriente, especialmente em tempos mais modernos. As mulheres hebraicas ainda assim gozavam de considerável liberdade. Não eram encerradas dentro de haréns, nem eram obrigadas a aparecer de face coberta – misturavam-se com os homens e os jovens nos trabalhos e nas amenidades da vida simples. As mulheres efetuavam todo o trabalho da casa (*veja Mulher casada). iam buscar água e preparavam o alimento (Gn 18:6 – 24.15 – 2 Sm 13,8) – fiavam e faziam a roupa (Êx 35:26 – 1 Sm 2.19). Também se metiam em negócios (Pv 31:14-24). Participavam da maior parte dos privilégios da religião, e algumas chegaram a ser profetisas. (*veja Débora, Hulda, Miriã.) o lugar que as mulheres tomam no N. T. mostra o efeito igualador de um evangelho, no qual ‘não pode haver… nem homem nem mulher’ (Gl 3:28). Serviam a Jesus e a Seus discípulos (Lc 8:1-3 – 23,55) – participaram dos dons do Espírito Santo, no dia de Pentecoste(At2.1a4 – cf. 1,14) – e foram preeminentes em algumas das igrejas paulinas (At 16:14 – 17.4 – cf. Fp 4:2-3). o ponto de vista de S. Paulo a respeito da igualdade dos sexos aparece de um modo especial em 1 Co 7, não sendo inconsistente com isso o ato de reconhecer que a mulher deve estar sujeita a seu marido (Ef 5:21-33Cl 3:18-19 – cf. 1 Pe 3.1 a 9). Pelo que se diz em 1 Co 11.5, parece depreender-se que era permitido às mulheres, nas reuniões da igreja, praticar os seus dons de oração e profecia, embora o falar com a cabeça descoberta seja por ele condenado, apelando para a ordenação divina da sujeição da mulher ao homem 1Co 11:3-16). Mas na mesma epístola parece retirar a permissão 1Co 14:34-36) – e em 1 Tm 2.8 a 15 a proibição de ensinar na igreja é feita com maior severidade. Entre as mulheres mencionadas no cap. 16 da epistola aos Romanos, uma pelo menos, Febe, parece ter tido uma posição oficial, a de diaconisa, na igreja de Cencréia. A respeito dos serviços que deviam prestar as viúvas sustentadas pela igreja, vede a palavra Viúva.

[...] A mulher sinceramente espírita só poderá ser uma boa filha, boa esposa e boa mãe de família; por sua própria posição, muitas vezes tem mais necessidade do que qualquer outra pessoa das sublimes consolações; será mais forte e mais resignada nas provas da vida [...]. Se a igualdade dos direitos da mulher deve ser reconhecida em alguma parte, seguramente deve ser entre os espíritas, e a propagação do Espiritismo apressará, infalivelmente, a abolição dos privilégios que o homem a si mesmo concedeu pelo direito do mais forte. O advento do Espiritismo marcará a era da emancipação legal da mulher.
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Instruções•••, 10

[...] A instituição da igualdade de direitos entre o homem e a mulher figura entre as mais adiantadas conquistas sociais, sejam quais forem, à parte das desfigurações que se observam nesta ou naquele ponto. É outro ângulo em que se configura claramente a previsão social da Doutrina. Há mais de um século proclama o ensino espírita: “a emancipação da mulher segue o progresso da civilização”. [...]
Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 36

A mulher de hoje é o mesmo Espírito de mulher do mundo primitivo, da época dos homens das cavernas e que nestes numerosos milênios foi acumulando as qualidades da inteligência e do sentimento, tendo como base de edificação da sua individualidade as funções específicas realizadas principalmente no lar, M junto ao marido e aos filhos. O Espírito feminino também se reencarnou em corpos de homem, adquirindo caracteres masculinos, mas em proporções bem menores. [...] O Espírito feminino, muito mais do que o Espírito masculino, foi adquirindo, através de suas atividades específicas na maternidade, nos trabalhos do reino doméstico, nos serviços e no amor ao marido, aos filhos e à família e nas profissões próprias, na sucessividade dos milênios, as qualidades preciosas: o sentimento, a humildade, a delicadeza, a ternura, a intuição e o amor. Estes valores estão em maior freqüência na mulher e caracterizam profundamente o sexo feminino. As belas qualidades do Espírito feminino no exercício da maternidade, fizeram surgir a imensa falange das “grandes mães” ou “grandes corações”, que é fruto de muitos trabalhos, amor e renúncia, no cumprimento correto de seus sagrados deveres, em milênios. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Analisemos o que Jesus elucidou ao apóstolo Pedro, quando falou sobre a evolução do Espírito feminino. O Espírito Irmão X reporta [no livro Boa Nova]: “Precisamos considerar, todavia, que a mulher recebeu a sagrada missão da vida. Tendo avançado mais do que o seu companheiro na estrada do sentimento, está, por isso, mais perto de Deus que, muitas vezes, lhe toma o coração por instrumento de suas mensagens, cheias de sabedoria e de misericórdia”. [...] Se Jesus disse que a mulher está mais perto de Deus, é porque é do sentimento que nascem o amor e a humildade, e com maior facilidade o Espírito feminino adquiriu preciosos valores do coração para se elevar aos planos iluminados da Vida Superior. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Nos problemas do coração, a mulher sempre ficou com a parte mais difícil, pois sempre foi a mais acusada, a mais esquecida, a mais ferida, a mais desprotegida e a mais sofredora, mesmo nos tempos atuais. [...] Apesar de todas essas ingratidões, perseguições e crueldades, em todos os tempos, para com a mulher, o Divino Mestre Jesus confia e reconhece nelas, mesmo as mais desventuradas e infelizes nos caminhos das experiências humanas, o verdadeiro sustentáculo de regeneração da Humanidade [...].
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

[...] A mulher é a alma do lar, é quem representa os elementos dóceis e pacíficos na Humanidade. Libertada do jugo da superstição, se ela pudesse fazer ouvir sua voz nos conselhos dos povos, se a sua influência pudesse fazer-se sentir, veríamos, em breve, desaparecer o flagelo da guerra.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 55

A mulher é um espírito reencarnado, com uma considerável soma de experiências em seu arquivo perispiritual. Quantas dessas experiências já vividas terão sido em corpos masculinos? Impossível precisar, mas, seguramente, muitas, se levarmos em conta os milênios que a Humanidade já conta de experiência na Terra. Para definir a mulher moderna, precisamos acrescentar às considerações anteriores o difícil caminho da emancipação feminina. A mulher de hoje não vive um contexto cultural em que os papéis de ambos os sexos estejam definidos por contornos precisos. A sociedade atual não espera da mulher que ela apenas abrigue e alimente os novos indivíduos, exige que ela seja também capaz de dar sua quota de produção à coletividade. [...]
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

[...] Na revista de janeiro de 1866 [Revista Espírita], por exemplo, Kardec afirma que “[...] com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; não é mais uma concessão da força à franqueza, é um direito fundado nas mesmas Leis da Natureza. Dando a conhecer estas leis, o Espiritismo abre a era de emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade”. [...]
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

A Doutrina não oferece também respaldo às propostas que promovem a participação da mulher em atividades que possam comprometer a educação dos filhos. A meta do Espiritismo é a renovação da Humanidade, pela reeducação do indivíduo. E, sem dúvida, o papel da mulher é relevante para a obtenção dessa meta, já que é ela que abriga os que retornam à vida terrena para uma nova encarnação na intimidade do seu organismo, numa interação que já exerce marcante influência sobre o indivíduo. É ela também o elemento de ligação do reencarnante com o mundo, e o relacionamento mãe/filho nos primeiros anos de vida marca o indivíduo de maneira bastante forte [...].
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

A mulher é um Espírito reencarnado. Aporta a essa vida, trazendo em seu arquivo milhares de experiências pretéritas. São conhecimentos e vivências que se transformam em um chamamento forte para realizações neste ou naquele setor da atividade humana. Privá-la de responder a esse chamamento interior será, mais uma vez, restringir-lhe a liberdade, considerando-a um ser incapaz de tomar decisões, de gerir sua própria vida e, sobretudo, será impedi-la de conhecer-se e de crescer espiritualmente.
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

[...] A mulher é a estrela de bonança nos temporais da vida.
Referencia: WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco• Allan Kardec: meticulosa pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação• Rio de Janeiro: FEB, 1979-1980• 3 v• - v• 3, cap• 3, it• 3

[...] a mulher dentro [do lar] é a força essencial, que rege a própria vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A mulher é a bênção de luz para as vinhas do homem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é uma taça em que o Todo-Sábio deita a água milagrosa do amor com mais intensidade, para que a vida se engrandeça. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 39


Mulher Jesus tratou as mulheres com uma proximidade e uma familiaridade que chamou a atenção até de seus discípulos (Jo 4:27). São diversas as ocasiões em que falou com elas em público e mesmo em situações bastante delicadas (Mt 26:7; Lc 7:35-50; 10,38ss.; Jo 8:3-11).

Apresentou-as como exemplo (Mt 13:33; 25,1-13; Lc 15:8) e elogiou sua fé (Mt 15:28). Várias mulheres foram objeto de milagres de Jesus (Mt 8:14; 9,20; 15,22; Lc 8:2; 13,11) e se tornaram discípulas dele (Lc 8:1-3; 23,55). Nada conduziu Jesus a um idealismo feminista nem o impediu de considerar que elas podiam pecar exatamente como os homens (Mc 10:12). Também não estão ausentes dos evangelhos as narrativas referentes a mulheres de conduta perversa como Herodíades.

Não são poucos os simbolismos que Jesus emprega partindo de circunstâncias próprias da condição feminina, como a de ser mãe. Os evangelhos reúnem ainda referências muito positivas ao papel das mulheres em episódios como a crucifixão (Mt 27:55; Mc 15:40; Lc 23:49; Jo 19:25), o sepultamento de Jesus (Mt 27:61) e a descoberta do túmulo vazio (Mt 28:1-8).

Ver Herodíades, Isabel, Maria, Marta, Salomé.

A. Cole, o. c.; D. Guthrie, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


Nora

substantivo feminino Mulher em relação aos pais da pessoa com quem é casada.
Etimologia (origem da palavra nora). Do latim nura.ae; nurus.us.
substantivo feminino Mecanismo usado para tirar água de poços, ou cisternas, constituído por uma roda de madeira que faz girar as cordas com os alcatruzes, tipo de vasos.
Etimologia (origem da palavra nora). Do árabe naoure.

Nora A mulher do filho em relação aos pais dele (Jz 1:6); (Mt 10:35).

Novas

fem. pl. de novo
fem. pl. de nova

no·vo |ô| |ô|
(latim novus, -a, -um)
adjectivo
adjetivo

1. Feito recentemente ou que existe há pouco tempo. = RECENTEANTIGO, VELHO

2. Que tem pouca idade. = JOVEMVELHO

3. Que ainda não serviu ou serviu pouco; que ainda não foi usado ou que tem pouco uso (ex.: carro novo; roupa nova).ANTIGO, VELHO

4. Que sucede ou se acrescenta ao que já existe (ex.: nova lei; tem um novo namorado).

5. Que está na moda ou que acompanha o que se passa em determinada área (ex.: novas tecnologias). = MODERNO, RECENTEANTIGO, ANTIQUADO, DESACTUALIZADO, OBSOLETO, ULTRAPASSADO, VELHO

6. Que não tem precedentes; que tem originalidade. = INÉDITO, ORIGINALANTIGO

7. Que se ignorava; que se vê ou se ouve pela primeira vez. = INÉDITOANTIGO

8. Que começa (ex.: ano novo; novo dia). = NASCENTE

9. Que passou por transformação ou renovação (ex.: nariz novo; nova decoração). = RENOVADOANTIGO

10. Que chegou há pouco tempo (ex.: novo morador). = RECENTEANTIGO

11. Que tem pouca experiência. = INEXPERIENTE, NOVATO, PRINCIPIANTECONHECEDOR, ENTENDIDO, EXPERIENTE, PERITO

nome masculino

12. Ano vindouro.

13. Próxima colheita.

14. O que é recente (ex.: o novo e o velho conjugam-se bem na decoração do salão). = NOVIDADEVELHO


novos
nome masculino plural

15. Gente nova.

16. Conjunto dos literatos, artistas, pensadores, etc. que principiam a manifestar-se (ex.: organizou tertúlias para ouvir os novos).


de novo
Outra vez.

Plural: novos |ó|.

no·va |ó| |ó|
nome feminino

1. Notícia, novidade (ex.: que novas trouxe o mensageiro? isso não é nova que me agrade).

2. [Astronomia] Estrela que, ao aumentar bruscamente de brilho, parece constituir uma nova estrela.


boa nova
Notícia feliz; novidade que causa alegria (ex.: a boa nova é que o problema tem solução). [Confrontar: boa-nova.]

Figurado Doutrina de Jesus Cristo. (Geralmente com inicial maiúscula.) = EVANGELHO

fazer-se de novas
[Informal] Fingir ignorar um assunto.


Parto

substantivo masculino Ato de parir, de dar à luz.
Figurado Esforço desmedido, o resultado desse esforço.

Parto
1) Ato de dar à luz (Gn 35:17).


2) Habitante da Pártia, país situado a nordeste da Pérsia, onde fica hoje o Irã (At 2:9).


Porquanto

conjunção Porque; visto que: não foi ao casamento, porquanto perdeu o avião.
Gramática Utilizada para unir orações ou períodos que possuam as mesmas características sintáticas.
Gramática Tendo em conta o sentido, pode ser utilizada como conjunção explicativa, explicando ou justificando aquilo que havia sido dito ou escrito anteriormente.
Etimologia (origem da palavra porquanto). Por + quanto.

Sobrevir

verbo transitivo indireto e intransitivo Ocorrer imediatemente após; acontecer depois de (outra coisa): depois de muitas horas de trabalho, sobrevinha-lhe a exaustão; após o vestibular, sobreveio um grande alívio.
verbo intransitivo Ocorrer de maneira inesperada: um temporal sobreveio.
Etimologia (origem da palavra sobrevir). Do latim sobrevire/ sobr
(e): + vir.

Sobrevir
1) Acontecer (Pv 12:21); (Mc 10:32)

2) Chegar sem aviso (Pv 6:11); (Lc 8:23). 3 Vir sobre (30:15); 1

Sogro

substantivo masculino O pai de um dos cônjuges em relação ao outro.

sogro (ô), s. .M O pai da mulher, em relação ao genro, ou o pai do marido, em relação à nora.

Tomada

substantivo feminino Ação ou efeito de tomar; ação ou efeito de invadir (cidade, país, fortificação etc.).
Dispositivo que serve para ligar qualquer aparelho elétrico à corrente de energia elétrica.
Pequena represa de água para fins industriais.

tomada s. f. 1. Ato ou efeito de tomar. 2. Conquista. 4. Eletr. Dispositivo próprio para se captar eletricidade de uma rede.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
I Samuel 4: 19 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

E, estando sua nora, a esposa de Fineias, grávida, e próxima ao parto, e ouvindo estas notícias, de que a arca de Deus era tomada, e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram.
I Samuel 4: 19 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1070 a.C.
H2015
hâphak
הָפַךְ
virar, subverter, revolver
(which turned every way)
Verbo
H2030
hâreh
הָרֶה
()
H2524
châm
חָם
()
H3205
yâlad
יָלַד
dar à luz, gerar, parir, produzir, estar em trabalho de parto
(you shall bring forth)
Verbo
H3588
kîy
כִּי
para que
(that)
Conjunção
H3618
kallâh
כַּלָּה
noiva, nora
(his daughter-in-law)
Substantivo
H376
ʼîysh
אִישׁ
homem
(out of man)
Substantivo
H3766
kâraʻ
כָּרַע
curvar, ajoelhar, arquear, inclinar, encurvar até os joelhos, ajoelhar para descansar
(he stooped down)
Verbo
H3947
lâqach
לָקַח
E levei
(And took)
Verbo
H413
ʼêl
אֵל
até
(unto)
Prepostos
H4191
mûwth
מוּת
morrer, matar, executar
(surely)
Verbo
H430
ʼĕlôhîym
אֱלֹהִים
Deus
(God)
Substantivo
H5921
ʻal
עַל
sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
([was] on)
Prepostos
H6372
Pîynᵉchâç
פִּינְחָס
filho de Eleazar e neto de Arão; com seu zelo pelo Senhor evitou uma praga sobre Israel
(Phinehas)
Substantivo
H6735
tsîyr
צִיר
enviado, mensageiro
(pains)
Substantivo
H727
ʼârôwn
אָרֹון
baú, arca
(in a coffin)
Substantivo
H802
ʼishshâh
אִשָּׁה
mulher, esposa, fêmea
(into a woman)
Substantivo
H8052
shᵉmûwʻâh
שְׁמוּעָה
notícia, novas, rumor
(report)
Substantivo
H8085
shâmaʻ
שָׁמַע
ouvir, escutar, obedecer
(And they heard)
Verbo
H853
ʼêth
אֵת
-
( - )
Acusativo


הָפַךְ


(H2015)
hâphak (haw-fak')

02015 הפך haphak

uma raiz primitiva; DITAT - 512; v

  1. virar, subverter, revolver
    1. (Qal)
      1. revolver, subverter
      2. virar, voltar, virar para baixo
      3. mudar, transformar
    2. (Nifal)
      1. virar-se, voltar
      2. mudar alguém
      3. ser perverso
      4. ser virado, ser virado, ser mudado, ser voltado contra
      5. ser revertido
      6. ser revolvido, ser derrubado
      7. estar virado
    3. (Hitpael)
      1. transformar-se
      2. virar-se para uma e outra direção, virar para qualquer direção
    4. (Hofal) tornar-se contra

הָרֶה


(H2030)
hâreh (haw-reh')

02030 הרה hareh ou הרי hariy

procedente de 2029; DITAT - 515a; n f

  1. grávida

חָם


(H2524)
châm (khawm)

02524 חם cham

procedente da mesma raiz que 2346; DITAT - 674a; n m

  1. sogro, pai do marido

יָלַד


(H3205)
yâlad (yaw-lad')

03205 ילד yalad

uma raiz primitiva; DITAT - 867; v

  1. dar à luz, gerar, parir, produzir, estar em trabalho de parto
    1. (Qal)
      1. dar à luz, gerar
        1. referindo-se ao nascimento de criança
        2. referindo-se ao sofrimento (símile)
        3. referindo-se ao perverso (comportamento)
      2. gerar
    2. (Nifal) ser nascido
    3. (Piel)
      1. levar a ou ajudar a dar à luz
      2. ajudar ou atuar como parteira
      3. parteira (particípio)
    4. (Pual) ser nascido
    5. (Hifil)
      1. gerar (uma criança)
      2. dar à luz (fig. - referindo-se ao ímpio gerando a iniqüidade)
    6. (Hofal) dia do nascimento, aniversário (infinitivo)
    7. (Hitpael) declarar o nascimento de alguém (descencência reconhecida)

כִּי


(H3588)
kîy (kee)

03588 כי kiy

uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

  1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
    1. que
      1. sim, verdadeiramente
    2. quando (referindo-se ao tempo)
      1. quando, se, embora (com força concessiva)
    3. porque, desde (conexão causal)
    4. mas (depois da negação)
    5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
    6. mas antes, mas
    7. exceto que
    8. somente, não obstante
    9. certamente
    10. isto é
    11. mas se
    12. embora que
    13. e ainda mais que, entretanto

כַּלָּה


(H3618)
kallâh (kal-law')

03618 כלה kallah

de 3634; DITAT - 986a; n f

  1. noiva, nora
    1. nora
    2. noiva, esposa jovem

אִישׁ


(H376)
ʼîysh (eesh)

0376 איש ’iysh

forma contrata para 582 [ou talvez procedente de uma raiz não utilizada significando ser existente]; DITAT - 83a; n m

  1. homem
    1. homem, macho (em contraste com mulher, fêmea)
    2. marido
    3. ser humano, pessoa (em contraste com Deus)
    4. servo
    5. criatura humana
    6. campeão
    7. homem grande
  2. alguém
  3. cada (adjetivo)

כָּרַע


(H3766)
kâraʻ (kaw-rah')

03766 כרע kara ̀

uma raiz primitiva; DITAT - 1044; v

  1. curvar, ajoelhar, arquear, inclinar, encurvar até os joelhos, ajoelhar para descansar (referindo-se aos animais), ajoelhar em reverência
    1. (Qal)
      1. arquear
      2. ajoelhar, agachar
      3. inclinar-se
      4. inclinar, encostar
    2. (Hifil) levar a ajoelhar

לָקַח


(H3947)
lâqach (law-kakh')

03947 לקח laqach

uma raiz primitiva; DITAT - 1124; v

  1. tomar, pegar, buscar, segurar, apanhar, receber, adquirir, comprar, trazer, casar, tomar esposa, arrebatar, tirar
    1. (Qal)
      1. tomar, pegar na mão
      2. tomar e levar embora
      3. tomar de, tirar de, pegar, carregar embora, tirar
      4. tomar para ou por uma pessoa, procurar, pegar, tomar posse de, selecionar, escolher, tomar em casamento, receber, aceitar
      5. tomar sobre si, colocar sobre
      6. buscar
      7. tomar, liderar, conduzir
      8. tomar, capturar, apanhar
      9. tomar, carregar embora
      10. tomar (vingança)
    2. (Nifal)
      1. ser capturado
      2. ser levado embora, ser removido
      3. ser tomado, ser trazido para
    3. (Pual)
      1. ser tomado de ou para fora de
      2. ser roubado de
      3. ser levado cativo
      4. ser levado, ser removido
    4. (Hofal)
      1. ser tomado em, ser trazido para
      2. ser tirado de
      3. ser levado
    5. (Hitpael)
      1. tomar posse de alguém
      2. lampejar (referindo-se a relâmpago)

אֵל


(H413)
ʼêl (ale)

0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

partícula primitiva; DITAT - 91; prep

  1. para, em direção a, para a (de movimento)
  2. para dentro de (já atravessando o limite)
    1. no meio de
  3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
  4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
  5. em adição a, a
  6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
  7. de acordo com (regra ou padrão)
  8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
  9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

מוּת


(H4191)
mûwth (mooth)

04191 מות muwth

uma raiz primitiva; DITAT - 1169; v

  1. morrer, matar, executar
    1. (Qal)
      1. morrer
      2. morrer (como penalidade), ser levado à morte
      3. morrer, perecer (referindo-se a uma nação)
      4. morrer prematuramente (por negligência de conduta moral sábia)
    2. (Polel) matar, executar, despachar
    3. (Hifil) matar, executar
    4. (Hofal)
      1. ser morto, ser levado à morte
        1. morrer prematuramente

אֱלֹהִים


(H430)
ʼĕlôhîym (el-o-heem')

0430 אלהים ’elohiym

plural de 433; DITAT - 93c; n m p

  1. (plural)
    1. governantes, juízes
    2. seres divinos
    3. anjos
    4. deuses
  2. (plural intensivo - sentido singular)
    1. deus, deusa
    2. divino
    3. obras ou possessões especiais de Deus
    4. o (verdadeiro) Deus
    5. Deus

עַל


(H5921)
ʻal (al)

05921 על ̀al

via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

  1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
    1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
    2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
    3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
    4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
    5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
    6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
    7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
    8. para (como um dativo) conj
  2. por causa de, porque, enquanto não, embora

פִּינְחָס


(H6372)
Pîynᵉchâç (pee-nekh-aws')

06372 פינחס Piyn echaĉ

aparentemente procedente de 6310 e uma variação de 5175; n. pr. m. Finéias = “boca de bronze”

  1. filho de Eleazar e neto de Arão; com seu zelo pelo Senhor evitou uma praga sobre Israel e obteve do Senhor a promessa de um sacerdócio eterno à sua família
  2. um sacerdote e filho do profeta Eli
  3. o pai de um auxiliar de Esdras

צִיר


(H6735)
tsîyr (tseer)

06735 ציר tsiyr

procedente de 6696; DITAT - 1913a,1914a,1914b; n. m.

  1. enviado, mensageiro
  2. gonzo, dobradiça
  3. dor, aflicão

אָרֹון


(H727)
ʼârôwn (aw-rone')

0727 ארון ’arown ou ארן ’aron

procedente de 717 (no sentido de ajuntar); DITAT - 166a; n m

  1. baú, arca
    1. baú de dinheiro
    2. arca da aliança
  2. (DITAT) caixão

אִשָּׁה


(H802)
ʼishshâh (ish-shaw')

0802 אשה ’ishshah

procedente de 376 ou 582; DITAT - 137a; n f

  1. mulher, esposa, fêmea
    1. mulher (contrário de homem)
    2. esposa (mulher casada com um homem)
    3. fêmea (de animais)
    4. cada, cada uma (pronome)

שְׁמוּעָה


(H8052)
shᵉmûwʻâh (sehm-oo-aw')

08052 שמואה sh emuw ̂ ah̀

part. pass. de 8085; DITAT - 2412d; n. f.

  1. notícia, novas, rumor
    1. notícia, novidades, novas
    2. menção

שָׁמַע


(H8085)
shâmaʻ (shaw-mah')

08085 שמע shama ̀

uma raiz primitiva; DITAT - 2412, 2412a v.

  1. ouvir, escutar, obedecer
    1. (Qal)
      1. ouvir (perceber pelo ouvido)
      2. ouvir a respeito de
      3. ouvir (ter a faculdade da audição)
      4. ouvir com atenção ou interesse, escutar a
      5. compreender (uma língua)
      6. ouvir (referindo-se a casos judiciais)
      7. ouvir, dar atenção
        1. consentir, concordar
        2. atender solicitação
      8. escutar a, conceder a
      9. obedecer, ser obediente
    2. (Nifal)
      1. ser ouvido (referindo-se a voz ou som)
      2. ter ouvido a respeito de
      3. ser considerado, ser obedecido
    3. (Piel) fazer ouvir, chamar para ouvir, convocar
    4. (Hifil)
      1. fazer ouvir, contar, proclamar, emitir um som
      2. soar alto (termo musical)
      3. fazer proclamação, convocar
      4. levar a ser ouvido n. m.
  2. som

אֵת


(H853)
ʼêth (ayth)

0853 את ’eth

aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

  1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo