Enciclopédia de Êxodo 20:21-21

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ex 20: 21

Versão Versículo
ARA O povo estava de longe, em pé; Moisés, porém, se chegou à nuvem escura onde Deus estava.
ARC E o povo estava em pé de longe: Moisés, porém, se chegou à escuridade, onde Deus estava.
TB O povo parou ao longe, mas Moisés chegou-se às trevas espessas onde Deus estava.
HSB וַיַּעֲמֹ֥ד הָעָ֖ם מֵרָחֹ֑ק וּמֹשֶׁה֙ נִגַּ֣שׁ אֶל־ הָֽעֲרָפֶ֔ל אֲשֶׁר־ שָׁ֖ם הָאֱלֹהִֽים׃ פ
BKJ E o povo ficou de longe, e Moisés se aproximou da densa escuridão em que Deus estava.
LTT E o povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se chegou à densa escuridão, onde Deus estava.
BJ2 O povo ficou longe; e Moisés aproximou-se da nuvem escura, onde Deus estava.
VULG Stetitque populus de longe. Moyses autem accessit ad caliginem in qua erat Deus.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Êxodo 20:21

Êxodo 19:16 E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial.
Deuteronômio 5:5 (Naquele tempo, eu estava em pé entre o Senhor e vós, para vos notificar a palavra do Senhor, porque temestes o fogo e não subistes ao monte.), dizendo:
Deuteronômio 5:22 Estas palavras falou o Senhor a toda a vossa congregação no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz, e nada acrescentou; e as escreveu em duas tábuas de pedra e a mim mas deu.
I Reis 8:12 Então, disse Salomão: O Senhor disse que habitaria nas trevas.
II Crônicas 6:1 Então, disse Salomão: O Senhor tem dito que habitaria nas trevas.
Salmos 18:9 Abaixou os céus e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés.
Salmos 18:12 Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva, e as brasas de fogo.
Salmos 97:2 Nuvens e obscuridade estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono.
Salmos 104:2 Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina.
I Timóteo 6:16 aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém!

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 1 até o 26
B. Os DEZ MANDAMENTOS 20:1-17

Deus falou (1) com o povo do monte em chamas. O texto em Deuteronômio declara nitidamente que Deus "no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz" (Dt 5:22) deu estes mandamentos para a assembléia. Não sabemos como Deus falou em voz audível, mas Israel entendia que a voz que ouviam era de Deus. Esta era "uma voz audível e terrível, a voz de Jeová, soando como trombeta pela multidão (19.16: 20,18) ".' Este modo de descrever o evento não indica que Deus tenha cordas vocais como o homem, mas assevera que Deus criou um som audível que, de forma inteligível, enun-ciava suas palavras para o homem. Depois que ouviram aquela voz, preferiram que Moisés (19) lhes falasse.

É importante saber que era o SENHOR, teu Deus (2), que estava falando. Nos dias de hoje, quando se fala em "nova moralidade" e quando há teólogos que anunciam que "Deus está morto", precisamos saber onde está a autoridade divina. Estas pala-vras foram ditas por Deus ao povo como normas orientadoras para toda a humanidade. Não basta afirmar que são pertinentes apenas para a época em que foram dadas. "Deus queria que os israelitas entendessem claramente que fora Ele mesmo que lhes dera os mandamentos."'

Além disso, as pessoas ouviram todas estas palavras (1). No original hebraico, os Dez Mandamentos são chamados "dez palavras" (34.28; Dt 4:13-10.4; daí o título Decálogo. lit., "dez palavras"). Estes dizeres não foram copiados do Egito ou de outras nações, como alguns suspeitam. "As declarações do monte Sinai são nobres e inteiramente diferentes de qualquer coisa encontrada em todo o conjunto da literatura egípcia."'

Deus deu estas palavras não como meio de salvação, porque este povo já estava salvo do Egito, mas como norma de conduta. Levando em conta que a obediência era uma cláusula para a continuação do concerto (19.5), estas palavras se tornaram a base de perseverança na qualidade de povo de Deus. Paulo deixou claro que a observância da lei não é meio de salvação pessoal, pois a justificação é pela fé em Cristo (Gl 2:16). A lei conduz a Cristo, mas não salva (Gl 3:24). "Se não é verdade que podemos cumprir a lei para ganhar o céu, é igualmente falso que podemos quebrá-la sem sermos punidos ou sentirmos remorso."' Deduzimos que esta lei moral foi dada como fundamento providen-cial para a fé do povo de Deus. Quem o ama observa sua lei.

Dividir a lei em lei moral, lei cerimonial e lei civil é, por um lado, útil, e, por outro, enganoso. Lógico que a lei moral do Decálogo é básica e expressa a responsabilidade de todos os homens. Mas as outras leis dadas a Israel também eram igualmente obrigatóri-as. As leis de Deus eram demonstração de sua justiça por meio de símbolos e forneciam uma disciplina pela qual os israelitas poderiam ser conformados à santidade de Deus.' As leis sociais e cerimoniais mudam, mas as relações fundamentais entre Deus e o ho-mem, e entre os homens, conforme exaradas no Decálogo, são eternas.

A divisão dos Dez Mandamentos é entendida de modos variados. Seguindo Agosti-nho, a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Luterana consideram os versículos 2:6 o primeiro mandamento e dividem o versículo 17, que trata da cobiça, em dois man-damentos. O judaísmo hodierno reputa que o versículo 2 ordena a crença em Deus e é a primeira palavra; e combina os versículos 3:6 na segunda. A divisão aceita nos primórdios da igreja torna o versículo 3 o primeiro mandamento e os versículos 4:6 o segundo. Esta posição foi "apoiada por unanimidade pela igreja primitiva, e é mantida hoje pela Igreja Ortodoxa Oriental e pela maioria das igrejas protestantes".19

Os primeiros quatro mandamentos compõem a primeira tábua do Decálogo e mos-tram a relação apropriada do homem com Deus. Têm seu cumprimento no primeiro grande mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento" (Mt 22:37). Os últimos seis mandamentos lidam com as rela-ções humanas e cumprem-se no amor ao próximo como a si mesmo.

  1. O Primeiro Mandamento: Não Ter Outros Deuses (20,3)

O versículo 2 é a introdução do primeiro mandamento. Deus identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu Deus. Não havia lugar para competidores. Todos os outros deuses eram falsos.

Diante de mim (3) significa "lado a lado comigo ou além de mim"." Deus não espe-rava que Israel o abandonasse; Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo.

"O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos." Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a aconteci-mentos trágicos.

  1. O Segundo Mandamento: Não Fazer Imagens (20:4-6)

"Como o primeiro mandamento afirma a unidade de Deus e é um protesto contra o politeísmo, assim o segundo afirma sua espiritualidade e é um protesto contra a idola-tria e o materialismo.' Embora certas formas de idolatria não sejam materiais — por exemplo, a avareza (Cl 3:5) ou a sensualidade (Fp 3:19) —, o segundo mandamento con-dena primariamente a fabricação de imagens (4) na função de objetos de adoração. Este tipo de idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais simplórios do mundo. A his-tória de Israel comprova que esta tentação é traiçoeira.

Estas imagens pagãs eram feitas na forma de coisas vistas no céu, na terra e nas águas. Estas imagens não deveriam se tornar objetos de adoração: Não te encurvarás a elas (5). Os versículos 4:5 devem ser considerados juntos. Não há condenação para a confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos de veneração. No Tabernáculo 25:31-34) e no primeiro Templo (1 Rs 6.18,29) havia obras esculpidas. A idolatria consis-te em transformar uma imagem em objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus que representa. Se considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam poderes divinos e que sejam adorados, então elas se tornam ídolos.

Deus apresentou os motivos para esta proibição. Ele é Deus zeloso, no sentido de que não permite que o respeito e a reverência devidos a Ele sejam dados a outrem. Deus não regateia o sucesso ou a felicidade para as pessoas, como faziam os deuses gregos. É para o bem dos filhos de Deus que eles devem consagrar e reverenciar o nome divino."

Deus pune a desobediência (5) e recompensa a obediência (6). Muitos questionam 3 julgamento nos filhos de pais ofensores, mas tais julgamentos são temporários (ver Ez 18:14-17) e aplicam-se às conseqüências, como, por exemplo, doenças, que natural-mente seguem as más ações. O medo de prejudicar os filhos deveria exercer coibição salutar na conduta dos pais. As perdas que os filhos sofrem por causa da desobediência parenta' podem levar os pais ao arrependimento. Na pior das hipóteses, a pena vai até à terceira e quarta geração, ao passo que a misericórdia é mostrada a mil gera-ções quando há amor e obediência.

  1. O Terceiro Mandamento: Não Tomar o Nome de Deus em Vão (20,7)

Tomar o nome do SENHOR, teu Deus, em vão é "recorrer ao irrealismo, ou seja. servir-se do nome de Deus para apelar ao que não é expressão do caráter divino".24 Tal uso profano do nome de Deus ocorre no perjúrio, na prática da magia e na invocação dos mortos. A proibição é contra o falso juramento e também inclui juramentos levianos e a blasfêmia tão comum em nossos dias. "Este mandamento não obsta o uso do nome de Deus em juramentos verdadeiros e solenes."'

Deus odeia a desonestidade, e é pecado sério alguém usar o nome divino para encobrir um coração mau, ou para se fazer melhor do que se é. A pessoa que procura disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que professa o nome de Cristo, quebra este terceiro mandamento. Tais indivíduos são culpados diante de Deus (7) e só recebem misericórdia depois de se arrependerem. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado.

  1. O Quarto Mandamento: Santificar o Sábado (20:8-11)

O uso do verbo lembra-te (8) insinua que é fácil negligenciar o dia santo de Deus. Tinha de ser mantido em ininterrupta consciência e santificado, ou seja, "retirado do emprego comum e dedicado a Deus" (ATA). Todo o trabalho comum seria feito em seis dias (9), ao passo que o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus (10). Era um dia dedicado, separado, a ser dado inteiramente a Deus.

Ninguém deveria trabalhar neste sétimo dia. O senhor não deveria fazer seus ser-vos trabalharem. Até os animais tinham de descansar do trabalho cotidiano. Havia proi-bições específicas, como a ordem de não colher maná (16.26), não acender fogo (35.3), não apanhar lenha (Nm 15:32-36). Embora o foco seja negativo, a lei permitia o trabalho necessário, como o trabalho de sacerdotes e levitas no Templo, o atendimento a doentes e o salvamento de animais (cf. Mt 12:5-11).

A razão para observar o sábado é que Deus fez a terra em seis dias e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou (11 I. As Escrituras não fazem uma lista de coisas que se deve fazer no sábado. A inferência inequívoca é que o dia é de descanso e adoração. As ocupações seculares e materialistas devem ser substituídas por atividades espirituais. Cristo condenou o legalismo que deu ao dia a forma severa e insensível, embora não tenha anulado a sacralidade do dia. Foi ordenado para o bem do homem (Mac 2:23-28).

A observância do dia do Senhor (domingo) como o sábado cristão preserva o princí-pio moral que há neste mandamento. A mudança do sábado judaico para o sábado cristão foi feita gradualmente sem perder necessariamente o propósito de Deus para este dia santo.' Notamos que os versículos 9:10 não especificam o sábado nem "o sétimo dia da semana" como o dia do descanso sabático. A letra do mandamento é cumprida pela obser-vação do dia seguinte aos seis dias de trabalho, como faz o cristão.

5. O Quinto Mandamento: Honrar os Pais (20,12)

Honra a teu pai e a tua mãe é o primeiro mandamento em relação aos homens e rege o primeiro relacionamento que a pessoa tem com outrem: a relação dos filhos com os pais.

Este mandamento é tão básico que é amplamente universal. A maioria das sociedades reco-nhece a importância de filhos obedientes. A melhor exegese deste versículo é a exortação de Paulo encontrada em Efésios 6:1-3, onde ele destaca as responsabilidades de pais e filhos.

Com este mandamento ocorre uma promessa. Quem honra os pais tem a garantia de vida longa. O propósito desta promessa visava a nação em sua permanência na Palestina e o indivíduo que obedece. A promessa ainda vigora: a nação cujos filhos são obedientes permanece sob a bênção de Deus, e os indivíduos obedientes aos pais têm a promessa de vida mais longa. Haverá exceções a esta regra, mas aqui destacamos sua aplicação geral.'

  1. O Sexto Mandamento: Não Matar (20,13)

A vida é a possessão humana mais estimada e é errado privar alguém da vida sem justa causa. A história de Israel mostra que este mandamento não é absoluto. Houve a adição de outras cláusulas, como o homicídio desculpável (21.13), o homicídio acidental (Nm 35:23) e o homicídio justificável (22.2). Israel também foi autorizado a matar os inimigos. Não há exegese racional que condene a pena de morte ou a guerra simplesmente com base neste mandamen-to. Jesus esclareceu seu significado quando o citou: "Não matarás" (Mt 19:18).

Não há justificativa para a instigação de motins e rebeliões desnecessárias ou ou-tras condições semelhantes que levem ao derramamento de sangue. Há responsabilida-de evidente pelo cuidado adequado em viagens, projetos construtivos e jogos esportivos onde haja perigo. Esforços individuais e comunitários são necessários para a preserva-ção da vida humana. Mas este mandamento não requer nem justifica o prolongamento da vida por meio de remédios e equipamentos auxiliares quando a esperança pela vida normal se extingue.

  1. O Sétimo Mandamento: Não Adulterar (20,14)

A pureza sexual é o princípio subjacente neste mandamento. Adultério constituiu-se em relações sexuais ilícitas feitas por alguém casado. Tratava-se de pecado contra a família. Mas este mandamento é aplicável a todos os tipos de imoralidade sexual. A concepção em vigor atualmente que afirma haver exceções a esta regra não tem justifica-tiva. Jesus deixou claro que o adultério está no coração e ocorre antes do ato (Mt 5:28). Este mandamento condena todas as relações sexuais que acontecem fora do laço matri-monial. Também infere a proibição de atos que precedem e conduzem ao ato sexual.

  1. O Oitavo Mandamento: Não Furtar (20,15)

Este mandamento regula o direito da propriedade particular. É errado tomar de outro o que é legalmente dele. Constitui roubo quando a pessoa se apossa do que legal-mente pertence a uma empresa ou instituição. Não há justificativa para a "apropriação" mesmo quando a pessoa sente que o produto lhe é devido. Este mandamento é quebrado quando a pessoa intencionalmente preenche a declaração do Imposto de Renda com in-formações falsas, desta forma retendo tributos devidos ao governo. Esta prática é impró-pria mesmo que o cidadão desaprove o governo.
Também passa a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem na venda de proprieda-des ou produtos, ou na administração de transações comerciais. É impróprio pagar salári-w mais baixos do que devem receber por direito. O amor do dinheiro é o pecado básico condenado por este mandamento. A obediência é perfeita somente com um coração puro.

  1. O Nono Mandamento: Não Dar Falso Testemunho (20,16)

Enquanto que o roubo nos priva da propriedade, a conduta da falsa testemunha nos rouba da boa reputação. Seja no tribunal ou em outro lugar, nossa palavra sempre deve ser verdadeira. Não devemos divulgar um relato até que verifiquemos sua veracidade. A repetição da fofoca é imoral; antes de falar devemos averiguar a correção do que dize-mos. Há ocasiões em que mesmo a informação verdadeira não deve ser propagada; não temos a obrigação de anunciar a todos o que sabemos que é a verdade. Mas quando falarmos, até onde sabemos, sempre devemos dizer a verdade.

  1. O Décimo Mandamento: Não Cobiçar (20,17)

Este último mandamento está por baixo dos quatro precedentes, visto que atinge o propósito do coração. Matar, adulterar, roubar e mentir são resultados de desejos erra-dos que inflamam nosso ser. É singular que a lei hebraica inclua este desafio ao nosso pensamento e intenção. "Os antigos moralistas não reconheciam esta condição" e não condenavam os desejos maus.' Mas é no coração onde se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela o aspecto interior de todos os mandamentos de Deus.

Paulo reconheceu este aspecto interior da lei quando se conscientizou de sua condi-ção pecaminosa (Rm 7:7). Muitas pessoas são absolvidas de crimes com base em atos exteriores, mas são condenadas quando levam em conta os pensamentos interiores. Es-tes desejos cobiçosos são, por exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente ao próximo (17). Tais desejos criminosos precisam ser purgados pelo Espírito de Deus; só assim viveremos em obediência perfeita à santa lei de Deus.

  1. O MEDO DO Povo, 20:18-20

Os israelitas estavam perto de uma montanha em chamas e ouviram a voz do Deus Todo-poderoso. Que experiência tremenda! Quando viram esse cenário, afastaram-se e se puseram de longe (18). O medo tomou conta deles. Pediram a Moisés que lhes servisse de intermediário, dizendo: Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos (19). Nestas circunstâncias, sentiram que não estavam tão preparados para questionar a posição de Moisés como profeta de Deus como antes estiveram (17:1-4).

Moisés lhes deu uma palavra tranqüilizadora. Não havia necessidade de temerem excessivamente, pois Deus veio para provar-vos (20), ou seja, "testar se vós respeitareis seus mandamentos? Não precisavam ter medo dos relâmpagos, mas deviam ter um temor santo para que não pecassem contra Deus. Os filhos de Deus não precisam ter medo das providências divinas, mas é essencial possuírem um temor piedoso que os leve à reverência e obediência.

  1. As LEIS DO CONCERTO, 20:21-23.33

1. A Lei do Altar (20:21-26)

Enquanto o povo medroso se mantinha a distância segura do monte ardente, Mois se chegou à escuridade, onde Deus estava (21). Os mesmos fenômenos que repeliram as pessoas atraíram Moisés. A verdadeira diferença estava no coração. A fé de Moisés o atraía a Deus.

Deus dá ao seu servo o que denominamos o Livro do Concerto (20:22-23.33). Em vez de falar diretamente com o povo, Ele se serviu de Moisés como mediador, conforme pediram (19). Deus queria que os israelitas soubessem que aquele que falava por Moisés era o mesmo que falara com eles desde os céus (22) quando lhes dera o Decálogo. Quer Deus fale diretamente ou por meio do seu ministro, o teor transmitido é a sua palavra.

Israel não devia fazer representações de deuses de prata e de ouro. Não fareis outros deuses comigo (23) significa "para me rivalizar" (VBB). Somente Jeová era o Deus dos israelitas, por isso não deveria haver feitio de imagens de qualquer tipo. Os falsos deuses não deveriam participar da glória do Deus de Israel, nem compartilhar a adoração do povo. Estas restrições complementam o segundo mandamento.

Para se aproximar de Deus, o povo deveria fazer um altar de terra (24). A elevação simbolizava o levantamento do homem em direção ao Deus do céu. A simplicidade do altar fazia o homem tirar a atenção de si mesmo e das coisas materiais para o Deus Exaltado. Obviamente, nesta época Israel conhecia holocaustos e ofertas pacíficas, embora o uso no Egito tivesse sido restrito.

"Em todo lugar onde eu fizer com que meu nome seja lembrado" (24, RSV) indica o propósito de Deus em conhecer Israel e o abençoar. O lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome (24) refere-se, provavelmente, a lugares onde Ele se manifes-tou a Israel durante a peregrinação. Em época posterior, quando se desejasse um memorial mais permanente, Israel poderia fazer altares de pedras (25), mas só com pedras não lapidadas; usar ferramentas profanaria as pedras. O uso de pedras em sua forma natu-ral impedia que, nesta época, Israel fizesse embelezamentos artísticos, provavelmente por causa do perigo de idolatria. Nas construções posteriores e permanentes, permitiu-se a utilização de altares mais elaborados (27:1-8; 30:1-5). Deus ensinou o povo a come-çar com o simples e passar para o mais complexo, à medida que o crescimento espiritual fosse justificando.

A restrição no versículo 26 foi dada antes das instruções pertinentes às roupas sa-cerdotais (28.42). Os altares não deveriam ter degraus. As vestes folgadas que os cabeças sacerdotais das tribos usavam não eram adequadas para subir degraus na presença de pessoas. Deus sempre quer que as coisas sejam feitas com decência e ordem.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 1 até o 26
*

20.1-17

Temos aqui os Dez Mandamentos ou "Dez Palavras" da aliança. Essas são expressões da lei eterna de Deus que transcende ao Antigo e ao Novo Testamentos. Assim como Deus criou a ordem nos céus e na terra por meio de dez palavras (ver Gn 1:3-29), assim também Deus criou a ordem na sociedade humana por meio de dez palavras. Os quatro primeiros mandamentos descrevem como o povo deve relacionar-se com Deus, ao passo que os demais mandamentos mostram como o povo de Deus deve relacionar-se entre si (Dt 4:13, nota). Ver "Os Três Propósitos da Lei", índice.

* 20:1

Ver a nota teológica chamada "A Lei de Deus", índice.

falou Deus todas estas palavras.

Deus falou somente esses mandamentos diretamente ao povo (vs. 18-20, e notas; 19.9; Dt 4:10-14; 5.22-27; 9:10; Ne 9:13). O que é aqui chamado de "palavras", noutros lugares é chamado de "mandamentos" (34.28; Dt 4:13; 10:4). O vocábulo hebraico para "palavra" (dabar) era o termo para as estipulações nos tratados políticos da época.

O próprio Decálogo (do vocábulo grego que significa "dez palavras") reflete o antigo arcabouço dos tratados (Introdução: Data e Ocasião). Em primeiro lugar temos o preâmbulo ("Eu sou o SENHOR teu Deus", v. 2); em seguida temos o prólogo histórico ("que te tirei da terra do Egito"). Os mandamentos propriamente ditos são as estipulações do tratado. Deus é o Rei-Soberano de Israel, a quem o povo deve completa lealdade. A ausência de penalidades indica que o Decálogo não é um código jurídico, mas antes, é um documento de base da aliança. Esses princípios da aliança são então aplicados no "Código da Aliança", uma série de leis acompanhadas de penalidades, que se segue (20.22—23.19).

* 20:2

teu Deus. A reivindicação de Deus vem em primeiro lugar. Israel era dele por direito de criação e de redenção. Os mandamentos pactuais do Senhor foram dados àqueles a quem ele já atraíra a si mesmo, tirando-os da escravidão no Egito (19.4), embora não da escravidão ao pecado (caps. 32—34).

* 20:3

diante de mim. Lit., "perante a minha face" ou "na minha presença". O Senhor é um Deus zeloso, que já reivindica Israel para si (v. 5, nota).

* 20:4

imagem de escultura. O termo significa algo esculpido na madeira ou na pedra. A imagem proibida pode ser a do Senhor, visto que outras deidades foram excluídas pelo v. 2, embora as palavras qualificadoras "nem semelhança alguma" sugira que os ídolos dos pagãos estão em vista. Israel devia distinguir-se das nações por sua adoração destituída de imagens de escultura. As imagens são proibidas não porque não pudesse haver qualquer imagem, visto que Deus fez a humanidade à sua própria imagem (Gn 1:26,27), mas porque Deus deve revelar a si mesmo, não estando ele sujeito à imaginação humana. No tempo certo, Deus proveu sua própria imagem — Jesus Cristo é a verdadeira imagem da Deidade, sob forma corporal (Cl 1:15; 2:19). Ver "Sincretismo e Idolatria", índice.

* 20:5

Deus zeloso. Quando usada a respeito de Deus, essa palavra descreve a sua paixão por seu santo nome, um zelo que exige a devoção exclusiva de seu povo. Ela é usada quando essa reivindicação é ameaçada por outras deidades (Dt 6:15; Js 24:19).

terceira e quarta geração. A mais longa abrangência de gerações representada em uma dada família, de uma só vez. A severidade do julgamento de Deus sobre gerações subseqüentes adverte das conseqüências terríveis de seus pecados àqueles que amam aos filhos de seus filhos.

* 20:6

faço misericórdia. A misericórdia pactual de Deus, (no hebraico hesed) é sua devoção ao seu povo (15.13, nota).

* 20:7

Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão. O nome de Deus foi um presente da graça divina a Israel. Não através de algum ídolo, mas no nome, Israel tinha acesso a Deus na adoração. O nome de Deus, pois, deve ser reverenciado. Esse mandamento proíbe o uso do nome de Deus na falsa adoração, nos encantamentos ou adivinhações, bem como para encobrir falsidades ou para dizer blasfêmias (Dt 28:58). Jesus ensinou os seus discípulos a orarem que Deus santificasse o seu nome, e Jesus santificou o nome de Deus na cruz (Mt 6:9; Jo 12:27,28).

* 20:8

dia de sábado. A palavra hebraica correspondente (shabbat) aparentemente deriva-se do verbo que significa "cessar" — sendo que o sábado era o dia em que o trabalho regular cessava. Êxodo cita a obra de Deus na criação como a base desse mandamento (v. 11), enquanto que Deuteronômio baseia a ordenança do sábado no livramento de Israel do Egito (Dt 5:12 e nota). A ordenança do sábado está arraigada na ordem da criação e na da redenção — relembra a boa criação de Deus (Gn 2:2,3), como também prevê o descanso sabático final da redenção do povo de Deus (Hb 4:1-11). Tal como a circuncisão era o sinal da Aliança abraâmica (Gn 17), assim também o sábado veio a tornar-se o sinal da Aliança do Sinai (31.13), relembrando o povo de Deus de seu lugar dentro dos propósitos divinos para a criação e de sua salvação da servidão física no Egito. Em última análise, o sábado indica Cristo, nosso Criador e Redentor, que traz descanso para o povo de Deus (Mt 11:28; Cl 2:16,17).

* 20:10

nenhum trabalho. O sábado não era para ser uma carga, mas um bendito alívio do trabalho árduo (Mc 2:27). A santidade do dia separa-o para o Senhor a fim de que os filhos de Israel desfrutem de seu descanço, celebrando a obra de criação e redenção (Dt 5:15).

* 20:12

teu pai e tua mãe. Neste quinto mandamento, o Decálogo volta-se para as relações humanas, começando pela família. A honra aos pais é a âncora da sociedade, e liga os filhos aos pais na comunidade da fé. A promessa e a advertência implícita deste mandamento são ímpares nesta série. O desrespeito aos pais era uma questão séria, pois também desonrava o Senhor.

* 20:13

Não matarás. A legislação distingue entre o homicídio e o assassinato premeditado. O verbo aqui usado nunca é aplicado a Israel, durante os períodos de guerra, e a pena capital já estava autorizada (Gn 9:6; conforme Lv 24:17; Nm 35:30-34). A vida humana é sagrada, porquanto o homem é feito segundo a imagem de Deus (Gn 9:5,6 e notas).

* 20:14

Não adulterarás. Ver "Casamento e Divórcio", índice.

* 20:16

Ver "Linguagem Honesta, Juramentos e Votos", índice.

* 20:18

se estremeceu. O respeito que reconhece o poder e a glória de Deus detém o pecado (v. 20).

* 20:19

Fala-nos tu. Foi aqui reconhecida a autoridade de Moisés como mediador. Que Deus realmente falou distingue-o dos deuses falsos, que nada podem dizer (vs. 22,23).

* 20:24

holocaustos... ofertas pacíficas. Ver notas em Lv 1:3-17 e 3.1. Somente dois tipos de sacrifícios são brevemente mencionados aqui; a lista de sacrifícios será expandida em Lv 1—7.

* 20:25

ferramenta, profaná-lo-ás. As razões para essa proibição já não estão claras. Alguns têm sugerido que essa provisão visava impedir que os israelitas usassem os altares dos lugares santos dos cananeus, que tipicamente eram construídas de pedras lavradas. O altar dos holocaustos, no tabernáculo, era feito de madeira, recoberto de bronze, mas era oco e cheio de terra ou de pedras não lavradas (27.8). Ver nota em Dt 27:5.

* 20:26

Ver nota em 28:42.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 1 até o 26
20.1ss por que se necessitavam os Dez Mandamentos para a nova nação de Deus? Ao pé do monte Sinaí, Deus mostrou a seu povo a verdadeira função e a beleza da lei. Os mandamentos foram desenhados para guiar ao Israel a uma vida de santidade. Neles, o povo poderia ver a natureza de Deus e seu plano que lhes ensinaria como deviam viver. Os mandamentos e princípios procuravam dirigir à comunidade para suprir as necessidades de cada indivíduo de uma maneira responsável e cheia de amor. Não obstante, nos tempos do Jesus, a maioria da gente via a lei em forma equivocada. Viam-na como um meio para prosperar tanto neste mundo como no mais à frente. Pensavam que ao obedecer cada lei obteriam o amparo de Deus de invasões estrangeiras e desastres naturais. Guardar a lei se transformou em um fim em si mesmo, e não no meio para cumprir a máxima lei de amor de Deus.

20.1-6 Os israelitas acabavam de sair do Egito, uma terra de muitos ídolos e muitos deuses. Como cada deus representava um aspecto diferente da vida de uma pessoa, era comum que adorassem muitos deuses para poder receber o maior número de bênções. Quando Deus disse a seu povo que o adorasse e lhe acreditasse, não foi tão difícil para eles, O era só um deus mais para acrescentar à lista. Mas quando disse: "Não terá deuses alheios diante de mim", foi difícil de aceitar para o povo. Mas se não aprenderam que o Deus que os tirou do Egito era o único Deus verdadeiro, não poderiam ser seu povo; sem importar quão fielmente mantiveram os outros nove mandamentos. Assim, Deus fez deste seu primeiro mandamento e o enfatizou mais que nenhum outro. Atualmente podemos permitir que muitas coisas se convertam em deuses para nós. O dinheiro, a fama, o trabalho ou o prazer podem converter-se em deuses quando nos concentramos muito neles para procurar identidade, segurança e significado. Ninguém começa com a intenção de adorar essas coisas, mas ao passar o tempo chegam a ocupar nossas vidas, podem chegar a converter-se em deuses que ao final controlarão nossos pensamentos e nossas energias. Permitir que Deus tenha o lugar central em nossa vida evita que essas coisas se convertam em deuses.

20:7 O nome de Deus é especial, já que leva sua identidade pessoal. Utilizar o de maneira frívola ou em uma maldição é tão comum atualmente que não nos damos conta de quão grave é. A forma em que empregamos o nome de Deus indica o que realmente sentimos a respeito Do. Devemos respeitar seu nome e utilizá-lo na forma adequada, pronunciando-o no louvor e a adoração em vez de fazê-lo em uma maldição ou em uma brincadeira. Não devemos tomar com obscenidade o abuso ou desonra de seu nome.

20.8-11 na sábado era o dia afastado para o descanso e o louvor. Deus o ordenou porque os humanos precisam passar um tempo sem pressa na adoração e o descanso cada semana. Um Deus que se preocupa em nos proporcionar um dia de descanso cada semana é, realmente, um Deus maravilhoso. O observar um tempo regular de descanso e de louvor em nosso mundo apressado demonstra a importância de Deus em nossas vidas enquanto que obtemos um benefício adicional ao refrescar nossos espíritos. Não descuide a provisão de Deus.

20:12 Este é o primeiro mandamento com promessa. Para viver em paz por gerações na terra prometida, os israelitas teriam que respeitar à autoridade e edificar famílias fortes. Mas, o que significa "honrar" aos pais? Em parte, "honrar" significa falar bem deles e lhes falar com eles com cortesia. Além disso significa atuar em uma forma que lhes mostre certa cortesia e respeito (mas não lhes obedecer significa desobedecer a Deus). É seguir seus ensinos e o exemplo de pôr a Deus em primeiro lugar. Os pais têm um lugar especial à vista de Deus. Até a aqueles que lhes é difícil entender-se com seus pais lhes ordena que os honrem.

20:16 Dar falso testemunho significa mentir na corte. Deus sabia que o Israel não sobreviveria a menos que tivesse um sistema de justiça incorruptível. Deveríamos ser tão honestos em privado como em nossas afirmações públicas. Em qualquer das situações, damos "falso testemunho" ao não contar a história em sua totalidade, ao dizer uma meia verdade, ao torcer os fatos ou ao inventar uma falsidade. Deus nos acautela em contra do engano. Mesmo que este seja uma forma de vida para muita gente, o povo de Deus não deve ceder ante ele!

20:17 Cobiçar é desejar ter as posses de outros. Vai além de simplesmente admirar o que outro possui ou pensar: "Eu gostaria de ter um desses". A cobiça inclui a inveja, resintiendo o fato de que outros possuem o que você não tem. Deus sabe, entretanto, que as posses nunca fazem a ninguém feliz por muito tempo. Como só Deus pode suprir nossas necessidades, o verdadeiro contentamiento se encontra no. Quando começar a cobiçar, trate de determinar se existir uma necessidade mais básica que jaz detrás dessa inveja. Por exemplo, pode invejar o êxito de alguém não porque queira tirar-lhe mas sim porque tem uma necessidade mais urgente de sentir-se apreciado por outros. Se este for seu caso, ore para que Deus o ajude a tratar com seu ressentimento e a suprir esta necessidade.

20:18 Algumas vezes Deus fala com seu povo com um desdobramento de poder majestoso; em outras nos fala brandamente. por que existe essa diferença? Deus nos fala na forma que cumpra melhor com seus propósitos. No Sinaí, o desdobramento imponente de luz e som era necessário para mostrar ao Israel o grande poder e autoridade de Deus. Só então escutariam ao Moisés e ao Arão.

20:20 Ao longo da Bíblia encontramos esta frase: "Não temam!" Deus não tratava de assustar ao povo. Estava mostrando seu grande poder para que os israelitas soubessem que era o Deus verdadeiro e portanto o obedecessem. Se assim o faziam, faria que seu poder estivesse disponível para eles. Deus quer que o sigamos por amor mais que por temor. Para superar o medo, temos que pensar mais no amor de Deus. Em 1Jo 4:18 diz: "O perfeito amor joga fora o temor".

20.24-26 por que se deram instruções tão específicas para construir altares? O povo de Deus não tinha Bíblia nem muitas tradições religiosas das que aprender. Deus tinha que começar de zero e lhes ensinar como adorá-lo. Deus deu instruções específicas a respeito da construção dos altares porque queria controlar a forma em que se ofereciam os sacrifícios. Para evitar que a idolatria se mesclasse com a adoração, Deus não permitiu que as pedras do altar se cortassem ou se moldassem de forma alguma. Nem tampouco permitiu que o povo construíra um altar em qualquer parte. Isto foi desenhado para evitar que começassem suas próprias religiões ou que efetuassem mudanças na forma em que Deus queria que as coisas se fizessem. Deus não está contra a criatividade, mas sim de que acreditam nossa própria religião.

Jesus E OS DEZ MANDAMENTOS

Os Dez Mandamentos e Jesus dizem:

Ex 20:3 "Não terá deuses alheios diante de mim"

Mt 4:10 "Ao Senhor seu Deus adorará, e ao solo servirá".

Ex 20:4 "Não te fará imagens"

Lc 16:13 "Nenhum servo pode servir a dois senhores"

Ex 20:7 "Não tomará o nome do Jeová seu Deus em vão"

Mt 5:34 "Mas eu digo: Não jurem em nenhuma maneira; nem pelo céu, porque é o trono de Deus"

Ex 20:8 "te Lembre do dia do repouso para santificá-lo[...] não faça nele obra alguma"

Mc 2:27-28 "O dia de repouso foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do dia de repouso. portanto, o Filho do Homem é o Senhor até do dia de repouso"

Ex 20:12 "Honra a seu pai e a sua mãe"

Mt 10:37 "O que ama a pai ou mãe mais que a mim, não é digno de mim"

Ex 20:13 "Não matará"

Mt 5:22 "Qualquer que se zangue contra seu irmão, será culpado de julgamento"

Ex 20:14 "Não cometerá adultério"

Mt 5:28 "Qualquer que olhe a uma mulher para cobiçá-la, já adulterou com ela em seu coração"

Ex 20:15 "Não furtará"

Mt 5:40 "E ao que queira te pôr a pleito e te tirar a túnica, lhe deixe também a capa"

Ex 20:16 "Não falará contra seu próximo falso testemunho"

Mt 12:36 "De toda palavra ociosa que falem os homens, dela darão conta no dia do julgamento"

Ex 20:17 "Não cobiçará a casa de seu próximo"

Lc 12:15 "Olhem, e lhes guarde de toda avareza"


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 1 até o 26
2. A criação da Aliança (Ex 20:24)

1 Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:

2 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.

3 Não terás outros deuses diante de mim.

4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança de qualquer coisa que está em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra: 5 tu não encurvarás-lhes: nem as servirás; para eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, 6 e mostrando misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

8 Lembra-te do dia de sábado, para santificá- Lv 9:1 Seis dias de trabalho, e farás toda a tua obra; 10 mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: nele não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas: 11 Porque em seis dias o Senhor fez o céu ea terra, o mar e tudo o que neles há e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, eo santificou.

12 Honra teu pai e tua mãe, que teus dias sejam prolongados na terra que o Senhor teu Deus te dá.

13 Não matarás.

14 Tu não cometerás adultério.

15 Não furtarás.

16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

17 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

O momento chegou para o qual todos os eventos anteriores tinha preparado Israel. Deus estava agora a revelar a Sua lei, por que eles estavam a relacionar-se com Ele e por que eles foram para ordenar suas vidas. A primeira parte ocupa a maior parte dos capítulos 20-23 , e é chamado de "o livro da aliança" (Ex 24:7 como o começo do Livro da Aliança, omitindo, assim, os Dez Mandamentos. No entanto Ex 20:1 ). Alguns estudiosos afirmam que encontrar outro conjunto de dez mandamentos ou decálogo em Ex 34:12 . Devido à sua composição diferente e ênfase, é freqüentemente chamado de "o decálogo ritual." (Mas veja comentários sobre essa passagem.) Os Dez Mandamentos não são leis no sentido de que um tribunal humano pode aplicá-las. Eles são leis divinas, que só podem ser implementadas pela legislação adicional, como o que os segue no Livro da Aliança. Eles foram separados a partir de todo o resto da lei, não só pela sua natureza, mas também pela maneira em que foram dadas. Para todo o resto da lei, Moisés foi o intermediário, aquele a quem Deus falou e quem transmitiu a comunicação divina para o povo. Mas para os Dez Mandamentos, Deus falou diretamente com o povo para fora do fogo que ardia em cima da montanha, sem consumi-la, tanto quanto a sarça ardente que primeiro chamou Moisés para a presença divina. (Ver Ex 19:9. ; Dt 5:4 ).

Surpreendentemente, não houve unanimidade na identificação dos mandamentos individuais do Ten. Expositores judeus modernos encontrar o primeiro em que os estudiosos cristãos vêem como uma declaração introdutória, e combinar o que ortodoxos e luteranos não-cristãos protestantes chamar o primeiro eo segundo como sua segunda. Católicos e luteranos também fazer essa combinação, chamando-o o primeiro mandamento, e dividindo-se a proibição de cobiçar em dois mandamentos. As várias listas comparar como se segue.

Judeus

Cath.-Luth.

Orth. e não-Luterana Prot .

1

Ex 20:2

Ex 20:3

Ex 20:7

3

Ex 20:7

Ex 20:7

Ex 20:12

20: 8-11

5

Ex 20:12

Ex 20:13

Ex 20:12

6

Ex 20:13

Ex 20:14

Ex 20:13

Ex 20:14

Ex 20:15

Ex 20:14

8

Ex 20:15

Ex 20:16

Ex 20:15

9

Ex 20:16

Ex 20:17

10

Ex 20:17

Ex 20:17

A classificação ortodoxos e não-luterano protestante segue o mínimo um conhecido, que data de, pelo menos, já em Josephus.

Os Dez Mandamentos revelam individualmente uma variedade fascinante de forma e matéria. Três deles consistem em duas palavras cada um em hebraico, a primeira palavra em cada caso, sendo o negativo não ou "não". Eles graficamente declarar: Nenhum assassinato! No adultério! Não roubar! Dois outros mandamentos (o primeiro e o nono) consistir em apenas uma breve frase Ct 1:1 ). Oito dos mandamentos são proibições, apenas dois são positivos. Estes são o quarto eo quinto, aquele que termina a lista dos deveres do homem para com Deus, o outro começando a lista dos deveres do homem para com seus semelhantes.

Os Dez Mandamentos são comumente divididos em dois grupos, o primeiro através da quarta fornecendo um padrão vertical, ou os nossos deveres para com Deus, o quinto ao décimo assegure um nível horizontal, ou os nossos deveres para com o homem.Jesus resumiu os quatro primeiros no que ele chamou de "o grande e primeiro mandamento", e os últimos seis em "um segundo semelhante a ele." Sobre o amor de Deus e do amor ao próximo Ele desligou "toda a lei" e "o profetas "( Mt 22:34. ). Os deveres para com os homens foram subdivididos por alguns em mandamentos contra atos médios (do sexto ao oitavo), que contra as palavras médios (o nono), e que contra pensamentos médios (o décimo). Outra divisão, sugerido por Martin Buber, vê a primeira parte, como lidar com o Deus da comunidade espiritual (o primeiro por meio da terceira mandamentos, que proíbe a idolatria, a imagem de culto, e magia adoração), a segunda parte como lidar com tempo ou "um-após-o-outro" da comunidade (o quarto e quinto mandamentos), ea terceira parte, como lidar com o espaço ou a "com-um-outro" da comunidade (o sexto até o décimo mandamentos ).

Apesar da tradicionalmente elevada consideração dada aos Dez Mandamentos por homens de todas as idades, culturas e credos, ainda há alguns que dizem que eles são antiquados e não são mais pertinentes ou ao cristianismo ou ao século XX. Esta atitude é claramente ilustrada por uma história contada por Clovis G. Chappell.

Há a história de um certo senhor e do escravo que anos atrás foi a pesca de alto mar. Quando eles estavam fazendo seu caminho de volta à praia no final da noite, o mestre tornou-se sonolento e virou o leme até o seu servo fiel, Mose. Antes de fazer isso, no entanto, ele apontou a estrela norte a Mose e pediu-lhe para manter o olho nele. Mas o mestre não tinha dormido muito tempo antes de Mose arrebatou cochilo si mesmo. Quando ele acordou, ele estava em total confusão. Ele chamou seu mestre freneticamente. "Acorde!", Ele disse, "e me mostrar outra estrela. Eu fiz correr limpo passado que um! "

Mas os Dez Mandamentos são um passado constelação que nós nunca vai navegar! Seu significado eterno e pertinência são auto-evidentes. E se houvesse alguma dúvida, Jesus e seus seguidores, que nos forneceram o Novo Testamento ter silenciado para sempre. Cada um dos Dez Mandamentos é reafirmado no Novo Testamento, como veremos em tratá-los individualmente. De fato, Jesus declarou no Sermão da Montanha, que ele "não veio para destruir" a lei ", mas para cumprir" ele (Mt 5:17 ). E isso muito Sermão da Montanha, que tem muito o mesmo lugar na nova aliança como os Dez Mandamentos, realizada no antigo, faz grande uso dos Dez Mandamentos, tornando a sua aplicação ainda mais clara e mais rigorosa, em referência ao Reino de Deus.

Não terás outros deuses diante de mim . A palavra antes não aqui levar a idéia de ordem de preferência, por isso não é um mandamento para dar Jeová primeiro lugar entre muitos deuses. Antes de mim é literalmente "diante de mim", e carrega a idéia de "para além de mim, "ou como a margem de dá-la", além de mim. "Jeová, que os tirou do Egito era para ser adorado exclusivamente. Alguns questionaram se isso realmente ensina o monoteísmo (a crença em um único Deus) ou em vez ensina apenas monolatria (a adoração de um único Deus, embora outros possam ser reconhecidos como existente). Monoteísmo era praticamente desconhecido no mundo antigo, e foi de fato em desacordo completo com todos os sistemas religiosos que prevalecem. Os únicos movimentos nesse sentido entre os antigos egípcios tinham morrido rapidamente. Moisés poderia ter acreditado e ensinado somente definindo-se contra as crenças de todo o resto da humanidade. Mas foi a conclusão natural das experiências religiosas dos patriarcas e próprias experiências de Moisés. Ele tinha ensinado no Egito que Jeová era superior a todos os outros deuses, dizendo que "não há outro como ao Senhor" (Ex 8:10 ; Ex 9:14 ). E antes que a peregrinação no deserto foram terminou, ele iria declarar que Ele era o único Deus, dizendo que "não há outro além dele" (Dt 4:35 , Dt 4:39 ). Certamente, o primeiro mandamento é também uma declaração da unidade de Deus, o up mais forte e mais clara a este tempo. Que ele encontra reafirmação no Novo Testamento não precisa ser comprovada. No relato de Marcos de pronunciamento de Jesus sobre o maior mandamento, a unidade de Deus e que a prioridade Ele segura a nossa reverência e adoração são claramente (Mc 12:29 ).

Não farás para ti imagem de escultura . A proibição de ídolos era incluir qualquer representação das coisas no céu, na terra , ou debaixo da terra . Como logo ídolos entrou em uso após a queda de Adão ou novamente após o dilúvio não é conhecido. Mas eles estão com precisão representado por São Paulo como o resultado da ignorância do homem e de substituição para o verdadeiro Deus (Rm 1:23 ). Eles assumiram muitas formas de animais, humanas monstruosas. No Egito, a partir do qual Israel tinha tão recentemente falecido, todos os deuses eram tão representadas, como eles também estavam na Mesopotâmia e na terra de Canaã. Sua adoração envolvido algumas das atividades mais imorais e repugnantes que já foi inventado pelo homem. Idolatria tinha uma tendência natural em tal sentido e tal degradação também foi um castigo divino para a idolatria (Rm 1:24 . Há alguma evidência de que Israel era lento em cumprir esta regra, pois eles certamente usou imagens na adoração de Baal e outros deuses pagãos clara até a época do exílio, e, possivelmente, também usou imagens como uma ajuda na adoração de Jeová. Mas também é importante notar que esta não é uma proibição da arte em geral. Enquanto parece haver nenhuma referência nas Escrituras à pintura, e enquanto os antigos judeus eram muito cautelosos sobre qualquer tipo de reprodução, escultura em seus vários tipos foi usada por ordem divina, tanto no tabernáculo e no templo (25: 18-20 ; 1Rs 6:18 , 1Rs 6:23 , 1Rs 6:32 ; 1Rs 7:13 ). O que foram proibidos eram imagens que os homens se curvam ou servem - "imagens religiosas, ou relacionados adoração- imagens. "Este mandamento especialmente se parecia ultrapassada a muitos. Ele ainda era muito pertinente nos tempos do Novo Testamento (ver 1Co 10:14. , 1Co 10:20 ; 1Jo 5:21 ; Ap 21:8 , os nomes eram muito mais significativos nos tempos do Antigo Testamento do que em nossa época. O nome do Senhor de uma forma muito concreta veiculada algo do caráter de Deus. O nome foi altamente reverenciado pelos antigos judeus, até o ponto que eles não veio para pronunciá-lo mesmo na leitura das Escrituras no culto público. Eles substituíram a palavra Adonai , que significa "senhor" ou "mestre", e pode ser aplicado a homens, assim como Deus. Assim, tudo o que não se manifestar reverência pelo nome era uma violação da lei de Deus. Além de perjúrio e encantamento, o que inclui profanidade comum, o uso frívolo do nome, a hipocrisia (a tomada do nome sobre si mesmo para designar uma relação que não é real), bem como a utilização presunçoso do nome (a reivindicação de fazer coisas em nome de Deus, sem a Sua autoridade e bênção). No Novo Testamento, Jesus não só reafirmou este mandamento em sua oração-modelo, "Santificado seja o teu nome" (Mt 6:9 ). Na verdade, Ele estendeu as exigências da santidade ao discurso total do homem, insistindo que palavras revelam o verdadeiro caráter do coração a ponto de que "pelas tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado" (Mt 12:34 ). O próprio semana como uma unidade de tempo tinha sido conhecido, pelo menos tão cedo quanto os dias de Jacó e Laban (Gn 29:27 ; ver também comenta sobre Ex 16:1. ). Mas o primeiro mandamento para observar o dia tinha sido dado a Israel pouco tempo antes da sua chegada ao Sinai (Ex 16:22 ). O princípio foi mais tarde alargado a anos sabáticos bem (23: 10-11 ; Lv 25:1 ). Seu mandamento aqui em Êxodo é baseado no padrão divino. Em Ex 23:12 e em Dt 5:14 um propósito humanitário é indicada-a de bondade para com os escravos e servos. E em Dt 5:15 está implícito que é ser uma comemoração semanal da libertação do Egito, uma espécie de pouco Páscoa. Era um sinal peculiar e permanente da aliança de Deus com Israel (Ex 31:12 ). Enquanto fiel observância do sábado era lento na vinda (ver Ne 13:15 ), pelo tempo de Cristo, foi mantido com uma vingança. Os rabinos tinham de fato tão multiplicado as suas interpretações da lei sábado como para tornar o dia um fardo e um objeto de ridículo. Jesus foi forçado a resgatar a dia de uma observância falsa e excessivo, declarando que "o sábado foi feito para o homem, e não o homem por causa do sábado", e que "o Filho do homem é senhor também do sábado" (Mc 2:27 ). E por sua ação, Ele ainda aprovado um terceiro princípio do respeito, o de fazer o bem aos homens (Mc 3:1 ). O Quarto Mandamento é aquele que o Novo Testamento não reafirmar na carta, ainda que o adota e redireciona-lo em princípio. Cristo não contribuiu em nada no caminho de uma reafirmação do mandamento, embora Ele repreendeu o seu uso indevido e introduzir uma nova luz sobre o seu verdadeiro significado e propósito, como indicado acima. Nem uma palavra comendatário nunca foi falado do sábado por seus seguidores, a palavra que está sendo mencionado apenas em Atos como um momento de oportunidade para os missionários a pregar aos judeus, e apenas duas vezes em outros lugares, uma vez em conexão com as coisas peculiarily judeus (Cl 2:16 , Lv 23:15 ). Muito cedo, os cristãos começaram a reunir-se regularmente no primeiro dia da semana (At 20:7 ). Foi particularmente apropriado que aquele que se declarou ser o Senhor do sábado, por escolha soberana tinha substituído o sábado com um dia ainda mais apropriadamente His. Os princípios de descanso, adoração e prestimosidade ainda se aplicam a este dia, embora seja difícil em função do Novo Testamento para ser legalista sobre o fator de descanso. Para os cristãos, esta deve encontrar a sua base na demanda do corpo e da mente para tal alívio. É especialmente adequado em uma época de abundância de lazer ressaltar outra parte do quarto mandamento, Seis dias de trabalho . Paulo reafirmou isto dizendo: "Se não quer trabalhar, também não coma" (2Co 3:10 ). Trabalho era parte do plano original de Deus para o homem, mesmo antes da queda (Gn 2:5 ), e é só o homem que trabalhou da melhor maneira possível, que é verdadeiramente preparado para adorar ao Senhor em Seu dia.

Honra a teu pai ea tua mãe . A lista dos deveres do homem para com seus semelhantes começa com os seus deveres em casa no que diz respeito a seus pais. Este foi considerado como uma das obrigações mais sagrados pelos israelitas. Em algumas sociedades antigas, os indefesos com idade foram empurrados para fora das casas de seus filhos para ser comido por animais ou morrer de exposição. Mas o respeito para os pais e para a velhice parece ter sido tradicional entre os povos de Israel que surgiram. E este respeito recebeu agora o apoio de ordem divina. Na legislação posterior a esse mandamento foi aplicado da forma mais estrita. A maldição foi pronunciada contra ele que "desprezaram ao" (mais literalmente "desonrado", "desprezado", ou "leviandade") seus pais (Dt 27:16 ). Ele que amaldiçoou o seu pai ou a sua mãe estava a ser condenado à morte (Ex 21:17. ; Lv 20:9. ). Mesmo um filho que deliberadamente e teimosamente desobedeceu seus pais era para ser levado perante os anciãos da sua cidade e apedrejado até a morte (Dt 21:18 ). Grande parte do livro de Provérbios é um comentário inspirado sobre este mandamento. No Novo Testamento, Jesus aprovou este mandamento pela Sua própria sujeição a seus pais terrenos (Lc 2:51 ). Em uma ocasião, ele reafirmou este mandamento e repreendeu os escribas e fariseus para contornar isso com as suas tradições (Mc 7:1 ). Paulo afastaram-se dela como um mandamento cristão, e chamou a atenção a ele como o primeiro mandamento com promessa (Ef 6:1. ; Cl 3:20 ). A restauração da autoridade parental é um corretivo muito necessário para o aumento desenfreado da delinquência juvenil no século XX. O renascimento do respeito filial de pais idosos faria muito para resolver as necessidades financeiras e emocionais de cada vez maior geração mais velha.

Não matarás . O verbo matar usada aqui é a palavra hebraica para técnico "assassinato" ou "assassinato com premeditação". Ele exprime uma lei que é intuitivo para a natureza humana. Cain tinha sido o primeiro a violá-la e levar adiante a repreensão de Deus (Gn 4:10 ). Depois do dilúvio, Deus falou muito incisivamente contra o assassinato, dizendo a Noé: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado." E Ele também revelou o verdadeiro crime de homicídio como um golpe contra o próprio Deus ", pois na imagem Deus fez o homem "( Gn 9:5 ). Não há proibição da pena de morte ou de guerra explícita no Sexto Mandamento ou no Antigo Testamento como um todo. Na verdade, a pena capital foi decretado por Deus para o assassinato do tempo do dilúvio, como indicado acima, e para uma variedade de crimes sob a lei mosaica (Ex 21:12 , Ex 21:29 ; Ex 22:18 ; Ex 31:14 ; Lv 20:1. , Lv 20:27 ; Lv 21:9 ; . Dt 13:5 ; Dt 18:20 ; Dt 22:13 ; Dt 24:7. ; 1Sm 15:1 ). No Novo Testamento, Jesus citou este mandamento em sua resposta ao rico, jovem rico (Lc 18:20 ). Mas, no Sermão da Montanha, Ele chegou por trás da ordem para o princípio envolvido-a santidade não só da vida humana, mas também da personalidade humana. E Ele proibiu não só o assassinato, mas também conflitos, ódio, rancor, e até mesmo escárnio (Mt 5:21 ). Ele parece ter resistência proibida ou de auto-defesa, pelo menos numa base individual (Mt 5:25 , Mt 5:38 ). Ele ligou para o amor ativo para os inimigos, mesmo aqueles que realmente nos maltratam (Mt 5:1ff ). É claro que, para o cristão nunca pode haver nada além de amor e gentileza por parte de um indivíduo para outro. Muitos cristãos sinceros sentir que este princípio deve ser realizado até a tanto a pena capital e da guerra que proíbe o estado-assim. Essa fuga completa, a partir da necessidade de tomar outra vida humana, de qualquer modo é ideal não pode ser negado. Mas o fato de que o Novo Testamento não diz explicitamente instruir os soldados a desistir de sua carreira (Lc 3:14 ; At 10:1 ), mas faz comando de obediência aos que têm autoridade civil, que não vencem a "espada em vão ", mas são ministros de Deus como Vingadores" em ira contra aquele que pratica o mal "( Rm 13:1) e são "por ele enviados para castigo dos malfeitores" (1Pe 2:13. ), deixa espaço para outros cristãos sinceros para manter o estado tem o dever de defender os seus cidadãos e na execução de suas infratores mais graves (ver também 1Tm 2:1. ; Tt 3:1. ). É inteiramente possível que os objetivos do amor às vezes são melhor realizado com o que, de outra forma parecem ser métodos violentos.

Tu não cometerás adultério . O verbo usado aqui refere-se a uma violação dos votos matrimoniais, não prostituição em geral. Todos os tipos de crimes sexuais foram tratados com severidade sob o código de Mosaic, no entanto, como é indicado em muitas das referências dadas no parágrafo acima em relação à pena capital. A casa é a instituição mais antiga conhecida pelo homem, tendo sido fundada pelo próprio Senhor imediatamente após a criação de companheira de Adão. O escritor inspirado marcado naquela ocasião com um comentário bela em sua simplicidade, mas profunda em suas implicações: "Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e serão uma só carne" (Gn 2:24. ; Dn 2:19 ; . Ef 5:22 ). Sua vontade é violada sempre que a união matrimonial é comprometida. Seus dons preciosos do amor conjugal e felicidade estão contaminadas sempre que o parceiro para um casamento contamina-se por infidelidade. No Novo Testamento Jesus redefiniu o adultério, condenando não só o ato evidente, mas também o desejo interior que levou o ato (Mt 5:27 ). Paulo pressionado o lado positivo da questão com um pedido de amor dentro da casa que refletem a força e pureza do amor de Cristo pela Igreja (Ef 5:22 ). No dia da "nova moralidade", de uma crescente preocupação com o sexo por si mesma sem qualquer base legal ou moral, não há necessidade de uma nova ênfase sobre o Sétimo Mandamento e suas aplicações do Novo Testamento.

Não furtarás . Não só é a vida do homem sagrado e sua sagrada casa, mas também o seu direito à sua propriedade é sagrado. O Antigo Testamento reconheceu que havia muitas maneiras em que esse mandamento poderia ser violados e exigiu a restituição múltipla, mesmo que o autor teve de ser vendido como escravo para pagá-lo (Ex 22:1 ; Lv 6:1 ). No Novo Testamento, Jesus citou este mandamento para o rico, jovem governante como um dos princípios envolvidos na garantia de vida eterna (Lc 18:20). E Paulo ladrões listado entre aqueles que não herdarão o reino de Deus (1Co 6:10 ). O princípio envolvido aqui não é simples. Roubar pode envolver roubo (a tomada dissimulada de bens alheios), roubo (entrada ilegal de um edifício para roubar), roubo (roubo por força ou ameaça), fraude, engano, burla, peculato, violação de confiança, encargos excessivos, falta de pagamento de dívidas, pagamento a menor de funcionários, a falta de dar um empregador o trabalho para o qual ele paga, e jogos de azar em todas as suas muitas formas. Contas de despesas acolchoados, declarações fiscais falsificados, fraudada competições, o suborno de funcionários, enganando como um caminho fácil para a acadêmica reconhecimento, tudo isso são violações contemporâneas do Oitavo Mandamento que chorar pela reafirmação e pelos ritos. O princípio da propriedade privada, que ele reconhece é também uma resposta forte ao comunismo e seu ensino que toda a propriedade pertence ao Estado. Para o Estado de confiscar o que pertence ao cidadão é o roubo da forma mais descarada. As salvaguardas adequadas sobre a posse da propriedade privada não residir na sua perda a favor do Estado, mas em reconhecimento do princípio de Cristo que todos os homens são simplesmente mordomos do que Deus confiou aos seus cuidados (Mt 5:42 ), e na aceitação de sua lembrete de que riquezas terrenas são apenas temporários, não é digno de nossa devoção (Mt 6:19 ).

Não dirás falso testemunho contra o teu próximo . Agora, a sacralidade da verdade é declarada. Esta não é uma proibição direta de mentir em geral, mas lida com um tipo específico de mentir-perjúrio em referência a um colega israelita. Perjúrio era um crime que, segundo a lei de Hammurabi trouxe sobre o infrator a mesma pena que o seu testemunho teria trazido sobre o acusado. O mesmo era verdade sob o código de Mosaic (Dt 19:15 ). Mas esta aplicação estreita do Nono Mandamento não significa que este é o único tipo de falsidade a que Deus se opõe. É simplesmente o início de instrução que se inicia com um caso concreto. Mais tarde, a lei declarada, "nem ... mentir uns aos outros" (Lv 19:11 ). Como foi observado em conexão com 19: 1-8 , uma palavra foi muito importante nas mentes dos israelitas. Foi também muito importante para Deus. Por uma palavra que ele havia criado o universo. Seu Filho viria a ser conhecido como "A Palavra". Assim, a palavra deve ser sempre utilizado em verdade. Mentir é para destruir toda a base para a comunicação, para fazer uma paródia das relações humanas, para reduzir todas as negociações para o nível de selva. A testemunha falsa pode destruir a reputação, a felicidade, a liberdade, a vida do outro. Perjúrio é simplesmente deitado no seu pior. Jesus também citou o Nono Mandamento em Sua resposta para a busca do rico, jovem governante para a vida eterna (Lc 18:20 ). E João, o Revelador, viu que todos os mentirosos estavam a ser lançados no lago de fogo para sempre (Ap 21:8 ). E Ele tinha muito a dizer sobre a cobiça em geral, alertando o homem que lhe pediu para se arbitrar a sua herança: "Acautelai-vos e guardai-vos de toda a avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui" (Lc 12:15 ). Ele seguiu sua resposta com a parábola do rico insensato e uma chamada para colocar o Reino de Deus em primeiro lugar, confiando no Pai celestial para cuidar das necessidades materiais (Lc 12:13 ). Paulo confessou que era neste ponto que a lei lhe havia condenado (Rm 7:1. ; He 13:5 ; 1Co 14:39 , KJV). No século XX, com a sua abundância material sem precedentes, não há necessidade de atender às advertências bíblicas contra a cobiça. A linha entre necessidade e luxo, entre prazer e desperdício legítimo tornou-se nebuloso para muitas pessoas. Apenas uma devoção próprio de Deus e do Seu Reino ajudará a deixar claro novamente.

b. O medo do Povo (20: 18-21)

18 E todo o povo percebeu os trovões e os relâmpagos, eo som da trombeta, eo monte fumegante.: e quando o povo, vendo isso, estremeceu e ficou de longe 19 E disseram a Moisés: Fala tu nós, e ouviremos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos. 20 E disse Moisés ao povo: Não temais. Deus veio para vos provar, e que o seu temor esteja diante de vós, para que não pequeis 21 E o povo estava de longe, e Moisés se aproximava às trevas espessas onde Deus estava.

A vocalização real dos Dez Mandamentos não poderia ter tomado muito tempo. Mas pelo tempo que esses poucos minutos foram mais, as pessoas também tinham tudo o que queriam de os trovões e os relâmpagos, eo som da trombeta, eo monte fumegante e recepção direta da revelação divina. Eles estavam com medo e recuou. Aparentemente, Moisés permaneceu com eles ao pé da montanha, depois Deus o enviou para baixo (19: 21-25 ). E eles aproveitaram a conclusão dos Dez Mandamentos, quando a voz divina, aparentemente, fez uma pausa, para pedir a Moisés que lhes servem de intermediário para que a voz de Deus trazer a morte em cima deles. Moisés confortaram, explicando que Deus tinha uma vez mais procurado para provar eles (Ex 15:25 ;Ex 16:4) .

c. As regras do Pacto (20: 22-23: 19)

(1) Regras especiais Sobre Adoração (20: 22-26)

22 E disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel, vós tendes visto que falei com você do céu. 23 Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata, ou deuses de ouro, não fareis para vós. 24 Um altar de terra tu a mim fazer, e sacrifício te nela teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois: em todo lugar que eu gravar meu nome, virei a ti e te abençoarei. 25 E se tu me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas; pois se tu levanta a tua ferramenta em cima dele, tu profaná- Lv 26:1 Nem te subir degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberto nela.

As primeiras palavras de Jeová a Moisés tinha a ver com a aplicação de uma forma prática o que Israel tinha aprendido sobre ele através da escuta diretamente a Ele. Quatro regras estão a ser seguido no culto divino: (1) os ídolos não estão a ser utilizados (os fundidos estão agora proibidos como os de escultura tinha sido no Segundo Mandamento), (2) altares estão a ser bastante simples, feito apenas de terra e erigido em locais aprovados pelo próprio Senhor, (3) se altares são feitas de pedra, para que estes sejam naturais, pedras brutas, mantendo o princípio da simplicidade, e (4) altares não estão a ser altamente elevado ao ponto que eles devem ser alcançado por etapas, para que a modéstia dos adoradores ser violado devido às suas roupas fluidas. A disposição aparente aqui para uma multiplicidade de altares, a diferença entre estes altares simples e os do tabernáculo e do templo, bem como a prestação aparente para os particulares a oferecer sacrifícios desde que foi constituída provisão para a manutenção da modéstia dos padres no altares mais elaborados (28: 42-43 ), fez com que estudiosos críticos para reivindicar uma contradição básica. Eles declaram que houve um período anterior, quando os altares privados foram aceites e sacrifícios particulares poderia ser oferecido, mas que a construção do templo de Salomão e da ascensão de uma classe adquiridos, sacerdotal levou a uma mudança gradual para o culto em apenas um lugar. Eles ensinam que o Pentateuco, escrito não por Moisés, mas sim por diferentes indivíduos em diferentes períodos da história judaica, teceu vários tópicos desse desenvolvimento evolutivo essencial para o que afirma ser um relato histórico coerente, dando ao leitor uma série sem esperança de contradições. Mas tal não é o caso. Aqui em Êxodo temos provisão feita para os locais altares simples, privados, que haviam sido erguidas pelos patriarcas desde tempos imemoriais em locais feitas memorável pelo aparecimento de Jeová. Altares inúmeras desse tipo foram erguidas durante todo o período da conquista, os juízes, os primeiros reis, e mesmo sob alguns dos profetas (Js 8:30. ; Js 22:10 ; . Jz 6:24 ; Jz 21:4. ; 1Sm 14:35 ; 2Sm 24:18. ; 2Sm 1:1 Reis 18:. 1Rs 18:30 ss ; 1Rs 19:10 , 1Rs 19:14 ). Para o tempo que o país viveu em conjunto no deserto, tal não seria necessário, e o tabernáculo foi fornecido no lugar. Em Dt 12:1 ). O lugar central do culto em Canaã foi o primeiro em Shiloh e mais tarde em Jerusalém. Quando o eventual centralização de culto para que o Senhor tinha planejado e instruiu teve lugar, os profetas, sacerdotes, e as pessoas iguais viu com clareza cada vez maior o perigo de altares privados e sacrifícios particulares e eles acabaram sendo abandonadas.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 1 até o 26
  1. A sabedoria do mundo (Ex 18)

Os estudiosos da Bíblia discordam em relação à interpretação desse capítulo, se a advertência de Jetro a Moisés é do Senhor ou da carne. Alguns apontam paraNu 11:0:8), mas devemos testar tudo pela Palavra de Deus (Is 8:20). Perguntamo-nos se a "sabe-doria mundana" de Jetro agradava a Deus, pois o próprio Jetro não ti-nha certeza disso (veja v. 23). Ele estava disposto a alegrar-se com tudo que o Senhor fizera (vv. 9-10), mas não estava disposto a acredi-tar que Deus podia ajudar Moisés com os fardos diários da vida. Moi-sés adotou o esquema de Jetro, e o povo concordou com isso (Dt 1:9), mas não temos garantia de que Deus aprovou o novo arranjo. Na verdade, em Números 11, a atitu-de de Deus sugere que aconteceu o contrário.

Os crentes enfrentam ataques diretos e abertos da carne, como os de Amaleque (17:8-16), mas tam-bém enfrentam idéias sutis da car-ne, como as de Jetro. Certamente, Moisés podia fazer qualquer traba-lho que Deus o chamasse a fazer, pois Deus nos capacita para cum-prir suas ordens. Como temos faci-lidade em sentir pena de nós mes-mos, em sentir que ninguém cuida de nós, e em achar que Deus nos deu um fardo grande demais! Leia Is 40:31 para ver a solução de Deus para esse problema.

  1. Notas introdutórias: a importância da Lei

Nenhum tópico foi mais mal-entendi-do entre os cristãos que a Lei de Moi-sés e sua aplicação hoje aos crentes do Novo Testamento. Confundir as alianças de Deus é interpretar erro-neamente a mente de Deus e perder as bênçãos dele; portanto, sábio é o crente que examina a Pàlavra a fim de estabelecer a posição e o propósito de todo o sistema mosaico.

  1. Nome

As pessoas, iniciando com Êxo-Dt 19:0), estavam sob o sis-tema mosaico. Chama-se isso de "a Lei de Moisés", "a Lei" e, às vezes, de "a Lei de Deus". Com freqüência, a chamamos, por uma questão de conveniência, de "lei moral" (em relação aos Dez Mandamen-tos), de "a lei cerimonial" (em re-lação aos exemplos e aos símbolos que encontramos no sistema sacrificial) e de "a lei civil" (em relação às leis diárias que regem a vida do povo). Na verdade, parece que a Bíblia não faz distinção entre as leis "moral" e "cerimonial", já que definitivamente uma é parte da ou-tra. Por exemplo, encontramos o quarto mandamento, que trata do dia de sábado, na lei moral, em-bora, com certeza, faça parte do sistema cerimonial e também dos dias santos judeus.

  1. Propósitos

Para entender a Lei, precisamos nos lembrar que Deus já fizera uma aliança eterna com os judeus por intermédio de Abraão, o pai deles (Gn 15). Ele prometeu-lhes suas bênçãos e deu-lhes a posses-são da terra de Canaã. Mais tarde, "acrescentou-se" a Lei Mosaica à aliança abraâmica, mas isso não a anula (Gl 3:13-48). A lei entrou lado a lado com a aliança anterior de Deus (Rm 5:20), contudo era uma medida provisória de Deus (Gl 3:19). O Senhor deu a Lei apenas a Israel para mostrar que eles eram o povo escolhido de Deus e sua na-ção santa (Êx 19:4-6; SI 147:1 9-20). Deus não deu a Lei para salvar as pessoas, pois é impossível ser sal-vo por guardar a Lei (Gl 3:11; Rm 3:20). Ele deu a Lei a Israel pelas seguintes razões:

  1. Revelar sua glória e santidade (Dt 5:22-5)
  2. Revelar a pecaminosidade do homem (Rm 7:7,Rm 7:13; 1Tm 1:0)

O "aio" era um servo treinado e cuja tarefa era preparar as crianças para a vida adulta. Quando a criança ama-durece e torna-se adulta, recebe sua herança e não precisa mais do aio. Israel, sob a Lei, estava em sua "in-fância espiritual", mas ela preparava esse povo para a vinda de Cristo (Gl 3:23-48); a um jugo, porque traz servidão (At 15:10; Gl 5:1; Rm 8:3); a um aio, porque prepara Israel para a vinda de Cristo (Gl 3:23-48; He 10:1-58 e Rm 3:20-45); (3) dar justiça (Gl 2:21); (4) dar paz ao coração (He 9:9); e (5) dar vida (Gl 3:21).

  1. Cristo e a Lei

"Porque a lei foi dada por intermé-dio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (Jo 1:17). Obviamente, há um contraste entre o sistema legalista de Moisés para Israel e a posição graciosa que o cristão tem no corpo de Cristo. Cristo nasceu sob a Lei (Gl 4:4-48) e cumpriu a Lei sob todos os aspectos (Mt 5:1 Mt 5:7). Vemos a pessoa e a obra dele na Lei (Lc 24:44-42). Ele é a finalidade da Lei para trazer justiça ao crente (Rm 10:1-45; Cl 2:13-51).

  1. O cristão e a Lei

O Novo Testamento deixa muito claro que o cristão não está sob a Lei (Rm 6:14 e Gl 5:18), mas vive na esfera da graça. Em Cristo, mor-remos para a Lei (Rm 7:1-45) e libertamo-nos da Lei (Rm 7:5-45). Não podemos nos enredar de novo na escravidão da Lei (Gl 5:1-48), o que significaria sair da esfera da graça e viver como servo, não como filho.

Isso significa que o cristão pode agir sem a Lei e ignorar as exigências santas de Deus? É claro que não! Os inimigos de Paulo lançaram-lhe essa acusação, porque ele enfatizou a posição gloriosa do crente em Cris-to (Rm 6:1). Em 2Co 3:0). Não tentamos obedecer a Deus na força da carne, porque isso é im-possível (Rm 7:14); a carne é fraca e pecaminosa e não pode se submeter à Lei. Mas nos consideramos mortos para o pecado (Rm 6:0; Jc 2:19)

  • Não fazer ídolos ou imagens (At 17:29; Rm 1:22-45; 1Jo 5:21; 1Co 10:7,1Co 10:14)
  • Não tomar o nome de Deus em vão (Jc 5:12; Mt 5:33-40 e 6:5-9)
  • Lembrar o dia de sábado
  • Em nenhum lugar do Novo Testa-mento, repete-se esse mandamento para que a igreja lhe obedeça hoje. Mt 12:0; Mt 5:21-40)

  • Não cometer adultério (Mt 5:27-40; 1Co 6:9-46)
  • Não dar falso testemunho (Cl 3:9; Ef 4:25)
  • Não cobiçar (Ef 5:3; Lc 12:15-42)
  • Observe estes "resumos da Lei" no Novo Testamento. Nenhum deles menciona o sábado: Mt 19:16-40; Lc 18:18-42. É claro que os "novos mandamentos" de amor são a motivação fundamental para o cristão de hoje Jo 13:34-43; Rm 13:9-45). O Espírito derrama esse amor em abun-dância em nosso coração (Rm 5:5). Assim, amamos a Deus e aos outros e, dessa forma, não precisamos do controle externo de uma lei em nossa vida. A antiga natureza não conhecia a Lei, e a nova natureza não precisa da Lei. O sábado era o dia especial de Deus para os judeus que estavam sob a Antiga Aliança, mas, para a igreja, que está sob a Nova Aliança, o Dia do Senhor é o dia especial de Deus. O sá-bado simboliza a salvação por meio de obras: seis dias de trabalho e, depois, descanso; o Dia do Senhor simboliza a salvação por meio da graça: primei-ro o descanso e, depois, o trabalho. O sábado, os sacrifícios, as leis alimenta-res, o sacerdócio e os cultos do tabernáculo acabaram todos em Cristo.

    Moisés, depois de dar a Israel a Lei de Deus, que está nos Dez Man-damentos, explicou e aplicou a Lei aos vários aspectos da vida do ho-mem. Onde quer que haja lei, deve haver interpretação e aplicação; de outra forma, a lei não é praticada e não pode ser útil de forma alguma. No início, eram os sacerdotes que ensinavam e praticavam a Lei em Israel, mas, em anos posteriores, os rabinos e os escribas tornaram-se os professores oficiais da Lei. Infe-lizmente, a interpretação deles era tão autoritária quanto a Lei original, e foi esse erro que Jesus expôs por meio de seus ensinamentos, em es-pecial no Sermão da Montanha (Mt 5:0). Para obter mais percepções a esse respeito, veja também Mar-cos 7.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 1 até o 26
    20.2 Eu sou. Antes de Deus nos dar os Dez Mandamentos, nos faz lembrar Quem Ele é, e o que faz por nós (que te tirei).

    20.3 Outros deuses. Não se deve amar, adorar ou obedecer a qualquer coisa que seja, acima da vontade divina.

    20.4 Imagem. A idolatria esta totalmente condenada, em todas as suas formas.

    20.7 Condenação da hipocrisia: "Não lançarás mão da aparência da religião como cobertura das tuas maldades". • N. Hom. O primeiro mandamento (3) mostra que o conhecimento de Deus e o desejo de servi-lo expulsam do nosso coração as ambições e as aspirações inferiores (Dt 6:5). O segundo reconhece todas as ajudas visíveis ao culto como um tropeço para a verdadeira adoração em espírito e em verdade, inclusive imagens de Cristo e dos anjos (em cima nos céus); dos apóstolos, dos mártires, dos santos (embaixo no terra) (4). O terceiro (7), é contra a linguagem profana, tão comum em cada época, contra o perjúrio, contra toda teologia que não seja bíblica, que não seja ensinada por pessoas convertidas a Cristo, e contra a hipocrisia. O quarto (8), é para guardar em memorial (Lembra-te), prática que o povo já observava (Êx 16:23), a qual gravava bem firme na mente o fato da criação de todas as coisas por Deus; para os crentes, aponta, também, para o futuro, à nova Criação em Cristo Jesus (Ap 21:1-66). O quinto mandamento (12) e o sétimo (14) enfatizam a santidade, a pureza e o valor da vida em família e em núcleo social e religioso. O sexto (13) preserva a santidade da vida humana. O nono conserva a pureza da verdade (16); o oitavo e o décimo conservam o direito da propriedade que cada um deve administrar como mordomo de Deus (v. 15 e v. 17).

    20.17 Casa. Aqui quer dizer "lar", e inclui tudo o que daí possa advir.

    20.19 Fala-nos tu. A atitude comum dos que não se converteram pessoalmente a Deus, mediante a obra de Jesus Cristo. Querem mediadores, sacerdotes, que lhes dêem preceitos carnais, que possam cumprir fisicamente, mas não de comunhão com Deus.

    20.20 Não pequeis. Até o temor que Deus impõe, é um ato de misericórdia para ajudar o homem de pouca fé a aprender a viver em santidade. Este temor é o princípio da sabedoria,Sl 111:10.

    20.22 Dos céus. A voz de Deus intervém na situação humana, como interveio no caos para criar o Universo (Sl 33:6), e por isso não há lógica em consultar a obras esculpidas pelo homem (23).

    20.24 Altar de terra. O altar é o lugar da adoração e do sacrifício. Mas tudo que sacrificar, até o sacrifício de louvor, que é o oferecer nosso próprio "eu" em adoração, vem primeiro da graça de Deus. O sacrifício que nos proporciona a vida eterna foi realizado por Deus (Jo 3:16). Por isso se considera uma profanação aproximarmo-nos de Deus com um culto oriundo de nossos próprios esforços, com nossa sabedoria e ciência (25).

    20.26 A ordem e a decência são exigidas em um culto, sem a mínima mescla de malícia As vezes, nossos cultos de hoje carecem disto.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 1 até o 26

    2) Os Dez Mandamentos (20:1-20)

    Os princípios fundamentais da religião de Israel estão contidos nos Dez Mandamentos que são transmitidos ao povo por Moisés. Considerados no seu devido contexto, eles são os termos da aliança impostos por Deus a seus parceiros da aliança, visto que os registros das transações do Sinai apresentam características que ocorrem também nas alianças e tratados seculares daquela época. As comparações mais úteis têm sido feitas com os tratados de suserania do Oriente Médio, que ligavam um estado vassalo a um suserano (“senhor”) com a promessa de proteção durante o tempo em que as exigências do tratado fossem cumpridas. No Sinai, Deus, como Senhor e Salvador, ditou as suas normas, o povo demonstrou a sua aceitação e uma aliança foi ratificada (conforme 24.7,8).
    Que esse “decálogo” é bem antigo é sugerido pela ausência de exigências cultuais (às vezes, ele é chamado de “decálogo ético” para distingui-lo do “decálogo ritual” de 34:11-26); que não se trata simplesmente de um código de leis, mas de um documento constitutivo, é indicado pela forma em que as exigências são expressas e pela ausência de punições a serem aplicadas caso fossem violados mandamentos individuais. Há outras seções legais no Pentateuco (e.g., o “Livro da Aliança” em 20.21—23,33) que explicam os mandamentos contidos nos Dez Mandamentos. A forma em que os mandamentos são apresentados merece atenção detalhada. As leis do Antigo Oriente Médio geralmente eram divididas em duas categorias principais: leis casuísticas e leis apodícticas. Leis casuísticas são expressas na maioria das vezes na forma “Se... (então) ...” (conforme 21,7) e podem ter cláusulas subordinadas (“se”) apensas (conforme 21:8-11). Leis apodícticas tratam com absolutos e estão exemplificadas da maneira mais clara nos Dez Mandamentos.

    Estas são apresentadas principalmente na forma de proibições e são dirigidas ao israelita individual. Somente o quarto e o quinto mandamentos são expressos em forma de ordens afirmativas. Alguns eruditos têm con-jecturado que originariamente esses também eram proibições e então tentaram forçá-los a se amoldar ao padrão geral. O decálogo é repetido, com algumas pequenas modificações, em Dt 5:6-5; as divergências principais estão no tratamento dos quarto e quinto mandamentos. Parece ser correto afirmar que o comentário acrescentado a esses mandamentos não fazia parte da transmissão original; os mandamentos devem ter sido expressos de forma sucinta para que pudessem ser facilmente inscritos em pequenas tábuas. Três formas diferentes de contar dez mandamentos (conforme 34,28) nos v. 2-17 foram propostas. Neste comentário, vamos considerar o v. 3 o primeiro da série e os v. 4-6 o segundo, v. 2. Nos tratados de suserania mencionados, os termos eram normalmente prefaciados por um relato dos atos benevolentes realizados pelo suserano em favor do vassalo. A lembrança dos atos de libertação realizados por Deus são breves em comparação com outros exemplares, mas servem ao mesmo propósito,

    v. 3. além de mim (“diante de mim”, BJ): diversas explicações do termo hebraico foram sugeridas; em outros contextos, a expressão denota hostilidade e exclusão mútua. O mesmo termo é usado no hebraico no v. 23 e é traduzido, por exemplo, por “ao lado de mim” (BJ). v. 4. ídolo\ feito de madeira ou pedra. Em 34.17 (q.v.), “ídolos de metal” também são proibidos. E a produção de imagens para uso na adoração que é proibida; nesse sentido, a adoração israelita era iconoclasta. Independentemente das aberrações que tenham desfigurado a história subseqüente do povo de Israel, não há evidência que sugira que imagens de Javé tenham sido feitas em nenhuma época dessa história, nas águas debaixo da terra talvez reflita a cosmologia hebraica, mas também se poderia pensar em fontes e rios subterrâneos, v. 5. deles-, pode referir-se ao v. 4, embora o v. 3 de fato forneça um antecedente plural, zeloso é boa tradução, pois “ciumento” (BJ) tem conotações negativas. até a terceira e quarta geração “reflete a extensão máxima provável de membros de uma mesma família que vivam juntos numa casa” (Clements). v. 6. trato com bondade (“ajo com amor”, BJ): o amor conduz à obediência e tem sua recompensa (conforme Jo 14:21,Jo 14:23,Jo 14:24). v. 7. Concorda-se de forma unânime que esse mandamento protege o nome de Javé daquele uso ilegítimo que poderia ocorrer no juramento, na blasfêmia e na magia e, além disso, “sempre que Israel de alguma forma abrisse suas portas para o culto a outra divindade” (Stamm e Andrew).

    Invocar o nome de Deus para a concretização de um pedido maldoso ou fraudulento era convidar a intervenção furiosa do próprio Deus. V.comentário de Lv 24:16. Igualmente repreensível era a afirmação de alguns falsos profetas de que estavam proclamando o “peso da palavra do Senhor” (cf. Ml 1:1, ARC); o simples uso dessa expressão era proibido (Jr 23:33-24). v. 8. Lembra-te\ Dt 5:12 traz “guardarás”. O shapattu babilônio era o nome pelo qual era conhecido o décimo quinto dia do mês (lua cheia). Apesar da sua aparente ligação com o shabbãt hebraico (“sábado”), a tentativa de descobrir uma relação entre as duas instituições tem se mostrado infrutífera. Não há razão para duvidarmos da observância do sábado na época de Moisés, ou até antes disso. Os v. 10,11 apresentam razões religiosas e humanitárias para a instituição do sábado, v. 11. Conforme Gn 2.1ss).

    v. 13. Não matarás: o uso do verbo rãsah no AT não está restrito a um tipo específico de matar. No presente contexto, significa algo parecido com “assassinar”; não haveria razão em legislar contra homicídio não intencional! Nem a pena de morte (por parte do Estado) nem o matar na guerra estavam incluídos nessa interdição, v. 14. A relação sexual com uma mulher não casada ou noiva (com contrato de casamento) não era punida tão severamente quanto o adultério; observe a diferença entre as penas prescritas em 22.16 e em Lv 20:10 (conforme Dt 22:2,Mt 5:28 volta diretamente aos primeiros princípios. O v. 15 trata do roubo em geral. Alguns estudiosos preferem interpretar isso de forma mais restrita ao roubo de pessoas (seqüestro; conforme 21.16; Dt 24:7). Mesmo numa comunidade cristã, a prescrição talvez precise ser destacada e repetida (conforme Ef 4:28). v. 16. Lit. “Não responderás contra o teu próximo como testemunha falsa”. A evidência falsa não deveria ser colocada diante dos juízes com o objetivo de garantir a condenação de um réu. v. 17. não cobiçarás: afirma-se com freqüência que essa ordem aponta além da motivação para a ação de fato. Mas o sentido normal do verbo e o uso em Dt 5:21 de um sinônimo cujo significado não é questionado depõem contra esse ponto de vista. Hyatt observa que “o mal da cobiça era conhecido e condenado muito tempo antes de Moisés na literatura sapiencial egípcia”, casa é explicado por aquilo que segue; conforme a tradução de “casas” por “famílias” em 1.21. v. 20. A própria majestade da teofania teria o efeito positivo de desencorajar o povo a violar os mandamentos que lhe foram ordenados.


    3) O Livro da Aliança (20.21—23.33)
    Esse é o nome dado, com base em 24.7, à coleção de leis agrupadas nos próximos três capítulos. As leis são evidentemente antigas, pois as instituições que elas pressupõem são primitivas. Pode-se discernir uma riqueza de pontos de contato com outros códigos de leis do Oriente Médio. Isso é exatamente o que deveríamos esperar, visto que as necessidades e as condições sociais variavam pouco de país para país e de época para época. (As leis codificadas pelos persas no final do século VI a.G. revelam a sua dívida para com o Código de Hamurabi babilónico do século XVIII, que em Sl já era uma reformulação da lei casuística da Mesopotâmia.) Em todo o Oriente Médio o rei era o grande legislador, e aqui temos um ponto de contraste, e não de comparação. Os israelitas concebiam a lei como emanando diretamente de Deus. Essa convicção trazia consigo uma motivação embutida de obedecer às leis do Estado como sendo a vontade revelada de Deus; a obediência a essas leis era supervisionada pessoalmente pelo próprio Deus (conforme 22.23,24; 23.7). Os v. 22-26 têm como seu tema de ligação a adoração a Deus. v. 22,23. Deus lhes falou do céu e proclamou a sua singularidade; por isso nenhuma imagem idólatra é digna de ficar na presença dele. v. 24. altar de terra: de tijolos secados ao sol ou de terra batida. Exemplos de tijolos secados ao sol foram encontrados nos sítios arqueológicos de santuários cananeus. Esse é um tipo de altar muito antigo; contraste com 27:1-8. os seus holocaustos e as suas ofertas de comunhão: os tipos mais antigos de ofertas; ambos estão representados nos textos ugaríticos. Onde quer que eu...\ ainda não havia santuário central, v. 25. Somente pedras não lavradas podiam ser usadas na construção de altares (conforme Dt 27:5; Js 8:30,Js 8:31; lRs 18.31,32). A mão humana ou alguma ferramenta acarretariam profanação. Até mesmo o altar dos holocaustos associados ao tabernáculo era objeto de um ritual de propiciação (conforme 29.36). v. 26. Os altares cananeus às vezes tinham degraus. “Os degraus são proibidos porque a ordem é dirigida ao israelita comum que iria sacrificar com sua roupa normal” (Driver). V. também o comentário Dt 28:42.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Êxodo Capítulo 19 do versículo 1 até o 38

    II. Israel no Sinai. 19:1 - 40:38.

    O ano da peregrinação ao Sinai teve dois resultados:
    1) Israel recebeu a Lei de Deus e foi instruída nos caminhos de Deus; e
    2) a multidão que escapou do Egito foi unificada, dando começo a uma nação. Este período é da maior importância para compreendermos a vontade e o propósito de Deus conforme revelado no restante do V.T. Este é o ponto central do que tão freqüentemente as Escrituras chamam de "a Lei". O registro da viagem ao Sinai e a doação da Lei ali, ocupam não só o restante do Êxodo, mas também o livro do Levítico e os primeiros capítulos de Números.

    A hipótese de Graf-Wellhausen, promulgada no século dezenove, que negou até mesmo a existência de um Tabernáculo, fez destas leis um simples reflexo dos costumes de séculos posteriores. Na primeira metade deste século temos um reverso desta filosofia, de modo que agora praticamente todos os mestres estão prontos a admitir que a estrutura e o coração da Lei são mosaicos. Críticos ainda insistem que a Lei, como nós a conhecemos aqui, foi modificada a partir do original e consideravelmente criticada em séculos posteriores. Embora não seja de todo impossível que conceitos e ordenanças fossem incluídos mais tarde, aqueles que consideram a Lei como uma revelação de Deus, aceitam-na na sua forma presente como sendo substancialmente aquilo que Moisés recebeu. Mesmo os críticos que negam isto teoricamente, acham que é difícil decidir qual das ordenanças teriam sido posteriormente acrescentadas.


    Moody - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 21 até o 33


    3) A Constituição da Aliança. 20:21 - 23:33.

    As ordenanças logo a seguir transmitidas a Moisés e através dele ao povo tratam de
    1) a adoração em geral (Ex 20:22-26); mais ou menos extensamente de
    2) relações sociais e direitos humanos (21:1 - 23:13); e finalmente de
    3) o relacionamento do povo com Jeová (Ex 23:14-33).

    Antigamente alguns críticos acharam base nestas leis para datarem esta seção de muito tempo após a época de Moisés. Desde a descoberta de um número de códigos legais muito anteriores ao mosaico – como, por exemplo, o Babilônico, o Assírio, o Hitita, e o Sumeriano – a prática agora é determinar a "dependência" do código hebraico para com aqueles mais antigos. Povos que viveram mais ou menos na mesma época e sob culturas semelhantes exigiriam legislação dentro das mesmas linhas, é óbvio, mas isto não constitui uma dependência. "Estas leis não são todas novas, mas costumes combinados aprovados, já estabelecidos, com legislação nova, própria para a ocasião... ; a prudência também se mostra na adaptação da legislação não tanto à presente situação nômade como ao futuro estabelecimento em Canaã" (Catholic Commentary). O espírito da lei mosaica se encontra nos Dez Mandamentos. Além dessa gente à qual as leis foram dirigidas ser diferente das nações à sua volta, as suposições implícitas nas leis também eram radicalmente diferentes.

    a) Forma Geral de Adoração. Ex 20:22-26.

    Aqui se enfatiza a ordem (vs. 22,
    23) de que o Deus, cuja presença foi manifestada a todo Israel, não deveria ser comparado a nenhuma imagem produzida pela invenção do homem. Nenhuma estrutura requintada deveria assinalar o acesso de Israel a Jeová, mas um simples altar de terra ou pedra comum, não trabalhada (vs. 24-26). Este preceito não discorda de instruções posteriores relativas ao altar de bronze (Ex 27:19), mas trata de uma situação particular. Altares não deveriam ser levantados por toda parte, mas onde "Eu motivar a lembrança do meu nome" (RSV). Em tais lugares um altar simples deveria ser levantado, não um santuário enfeitado. A aplicação prática da ordem se encontra em muitos lugares na história posterior (Jz 6:25, Jz 6:26; Js 8:30; I Reis 18:3032). Degrau (v. 26). Roupas flutuantes se levantariam com o erguer dos pés e o corpo seria conseqüentemente exibido. Outros regulamentos tratam do serviço sacerdotal em altares maiores (Ex 28:42.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Êxodo Capítulo 20 do versículo 18 até o 21
    c) O temor de Deus cai sobre o povo (Êx 20:18-21)

    Todo o povo viu... (18). As manifestações da majestade de Deus de tal modo aterrorizaram o povo (até Moisés temeu, He 12:21) que se retiraram do sopé do monte e rogaram que o resto da lei fosse transmitida somente aos ouvidos de Moisés, para então ele comunicar a mensagem de Deus a eles (19). Deus acedeu a esse pedido e só Moisés ouviu o resto das comunicações divinas (21). Não temais... para que o seu temor esteja diante de vós (20). Não deviam temer ser atingidos pelos raios, etc., mas deviam temer continuamente para que não viessem a ofender a Deus. O temor de ofender a Deus tanto se origina no amor à Sua Pessoa como cria o mesmo. Para provar-vos (20). Conf. Êx 16:4. "Para testar-vos se respeitareis Seus mandamentos".


    Dicionário

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Escuridade

    substantivo feminino Característica, particularidade ou estado do que é escuro (sem claridade): a escuridade da floresta amedrontou os caçadores.
    Figurado Que tende a ser difícil de compreender; que não se consegue entender com facilidade: a escuridade de sua alma era incompreensível.
    Etimologia (origem da palavra escuridade). Escuro + i + dade.

    Escuridade Escuridão (Ex 14:20)

    Longe

    advérbio A grande distância: 1.º no espaço: arma que atira longe; 2.º no tempo: remontar bem longe na história.
    Figurado Ir longe, durar muito tempo; atingir alta posição.
    Ver longe, ser dotado de grande capacidade para prever.
    locução adverbial Ao longe, a grande distância: via-se o barco ao longe.
    De longe, de grande distância: prever o perigo de longe.
    De longe em longe, a longos intervalos.
    locução prepositiva Longe de, a grande distância: morar longe da capital.

    Moisés

    Moisés Líder escolhido por Deus para libertar os israelitas da escravidão do Egito (Exo 2—18), para fazer ALIANÇA 1, com eles (Exo 19—24), para torná-los povo de Deus e nação independente (Exo 25—) (Num
    36) e para prepará-los a fim de entrarem na terra de Canaã (Deu 1—33). Nasceu de pais israelitas, mas foi adotado pela filha do faraó do Egito, onde foi educado (Ex 2:1-10); (At 7:22). Após colocar-se ao lado de seu povo e matar um egípcio, fugiu para MIDIÃ 2, onde se casou com Zípora (Ex 2:11-22) Passados 40 anos, Deus o chamou e o pôs como líder da libertação do povo de Israel (Exo
    3) Por mais 40 anos Moisés cumpriu o mandado de Deus e morreu às portas da terra de Canaã, no monte NEBO (Dt 34). Alguns estudiosos colocam a data da morte de Moisés em torno de 1440 a.C., e outros a colocam por volta de 1225 a.C., dependendo da posição sob

    Moisés Levita da casa de Amram (Ex 6:18.20), filho de Jocabed. Conforme o Antigo Testamento, deveria ser morto como conseqüência do decreto genocida do faraó (provavelmente Tutmósis 3, embora outros apontem Ramsés II) que ordenara a morte dos meninos israelitas. Deixado nas águas do Nilo por sua mãe, foi recolhido por uma irmã do faraó, que o educou (Êx 2). Após matar um egípcio que maltratava alguns israelitas, precisou exilar-se, indo viver na terra de Madiã (Ex 2:11-15). Nesse local foi pastor, teve esposa e filhos e recebeu uma revelação de Deus, que o enviava ao Egito para libertar Israel (Êx 3). Retornou então e, em companhia de seu irmão Aarão, tentou convencer o faraó (possivelmente Amenotep II, Menreptá, segundo outros) para que deixasse o povo sair. O fato aconteceu somente depois de uma série de pragas, especialmente após a última em que morreu seu primogênito (Êx 5:13). A perseguição que o monarca egípcio empreendeu teve um final desastroso no mar dos Juncos. A marcha de Israel pelo deserto levou-o até o Sinai, onde Moisés recebeu os Dez mandamentos, assim como um código de leis para regerem a vida do povo (Ex 20:32-34). Conforme o Talmude, foi também quando receberam a lei oral. A falta de fé do povo — manifestada na adoração de uma imagem em forma de bezerro enquanto Moisés estava no monte — malograria logo mais a entrada na Terra Prometida. Moisés morreu sem entrar nela e o mesmo sucedeu com a geração libertada do Egito, exceto Josué e Caleb.

    A figura de Moisés é de uma enorme importância e a ele se atribui a formação de um povo cuja vida centrar-se-ia no futuro, certamente com altos e baixos, mas em torno do monoteísmo.

    O judaísmo da época de Jesus considerava-o autor da Torá (Mt 22:24; Mc 7:10; 10,3ss.) e mestre de Israel (Mt 8:4; 23,2; Jo 7:22ss.). Jesus atribui-lhe uma clara importância quando se apresentou como messias (Jo 5:39-47). Lamentou que seu papel tivesse sido usurpado pelos escribas (Mt 23:2ss.) e que muitos citassem Moisés como excusa para sua incredulidade (Jo 7:28ss.). Jesus considerou-se superior a Moisés, a cuja Lei deu uma nova interpretação (Mt 5:17- 48). Essa visão — confirmada pela narrativa da Transfiguração (Mt 17:3) — aparece também no cristianismo posterior (Jo 1:17.45).

    J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y...; f. f. Bruce, Acts...; C. Vidal Manzanares, El Hijo de Ra, Barcelona 1992; Idem, El judeo-cristianismo...


    substantivo masculino Espécie de cesta acolchoada que serve de berço portátil para recém-nascidos; alcofa.
    Religião Profeta que, para cristãos e judeus, foi responsável pela escritura dos dez mandamentos e dos cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), sendo a junção destes o livro sagrado dos Judeus (a Torá ou Tora); nesta acepção, usar com letras maiúsculas.
    Etimologia (origem da palavra moisés). Do nome próprio Moisés, do hebraico "Moshe", talvez do termo egípcio "mesu",.

    Moisés era filho de Anrão (da tribo de Levi) e Joquebede; era irmão de Arão e Miriã. Nasceu durante os terríveis anos em que os egípcios decretaram que todos os bebês do sexo masculino fossem mortos ao nascer. Seus pais o esconderam em casa e depois o colocaram no meio da vegetação, na margem do rio Nilo, dentro de um cesto de junco. A descoberta daquela criança pela princesa, filha de Faraó, foi providencial e ela salvou a vida do menino. Seu nome, que significa “aquele que tira” é um lembrete desse começo obscuro, quando sua mãe adotiva lhe disse: “Eu o tirei das águas”.

    Mais tarde, o Senhor o chamou para ser líder, por meio do qual falaria com Faraó, tiraria seu povo do Egito e o levaria à Terra Prometida. No processo desses eventos 1srael sofreu uma transformação, pois deixou de ser escravo de Faraó para ser o povo de Deus. Os israelitas formaram uma comunidade, mais conhecida como o povo da aliança, estabelecida pela graça e pela soberania de Deus (veja Aliança).

    O Antigo Testamento associa Moisés com a aliança, a teocracia e a revelação no monte Sinai. O grande legislador foi o mediador da aliança mosaica [do Sinai] (Ex 19:3-8; Ex 20:18-19). Esse pacto foi uma administração da graça e das promessas, pelas quais o Senhor consagrou um povo a si mesmo por meio da promulgação da Lei divina. Deus tratou com seu povo com graça, deu suas promessas a todos que confiavam nele e os consagrou, para viverem suas vidas de acordo com sua santa Lei. A administração da aliança era uma expressão concreta do reino de Deus. O Senhor estava presente com seu povo e estendeu seu governo especial sobre ele. A essência da aliança é a promessa: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (Ex 6:7; Dt 29:13; Ez 11:20).

    Moisés foi exaltado por meio de sua comunhão especial com o Senhor (Nm 12:68; Dt 34:10-12). Quando Arão e Miriã reclamaram contra a posição privilegiada que ele ocupava, como mediador entre Yahweh e Israel, ele nada respondeu às acusações (Nm 12:3). Pelo contrário, foi o Senhor quem se empenhou em defender seu servo (Nm 12:6-8).

    O Senhor confirmou a autoridade de Moisés como seu escolhido, um veículo de comunicação: “A ele me farei conhecer... falarei com ele...” (v. 6; veja Dt 18:18). Separou-o como “seu servo” (Ex 14:31; Dt 34:5; Js 1:1-2) — uma comunhão de grande confiança e amizade entre um superior e um subalterno. Moisés, de maneira sublime, permaneceu como servo de Deus, mesmo depois de sua morte; serviu como “cabeça” da administração da aliança até o advento da Nova aliança no Senhor Jesus Cristo (Nm 12:7; veja Hb 3:2-5). De acordo com este epitáfio profético de seu ministério, Moisés ocupou um lugar único como amigo de Deus. Experimentou o privilégio da comunhão íntima com o Senhor: “E o Senhor falava com Moisés” (Ex 33:9).

    A diferença fundamental entre Moisés e os outros profetas que vieram depois dele está na maneira direta pela qual Deus falava com este seu servo. Ele foi o primeiro a receber, escrever e ensinar a revelação do Senhor. Essa mensagem estendeu-se por todos os aspectos da vida, inclusive as leis sobre santidade, pureza, rituais, vida familiar, trabalho e sociedade. Por meio de Moisés, o Senhor planejou moldar Israel numa “comunidade separada”. A revelação de Deus os tornaria imunes às práticas detestáveis dos povos pagãos, inclusive a adivinhação e a magia. Esta palavra, dada pelo poder do Espírito, transformaria Israel num filho maduro.

    A posição e a revelação de Moisés prefiguravam a posição única de Jesus. O grande legislador serviu ao reino de Deus como um “servo fiel” (Hb 3:2-5), enquanto Cristo é “o Filho de Deus” encarnado: “Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa” (Hb 3:6). Moisés, como o Senhor Jesus, confirmou a revelação de Deus por meio de sinais e maravilhas (Dt 34:12; veja também Ex 7:14-11:8; 14:5 a 15:21).

    Embora Moisés ainda não conhecesse a revelação de Deus em Cristo, viu a “glória” do Senhor (Ex 34:29-35). O apóstolo Paulo confirmou a graça de Deus na aliança mosaica quando escreveu à igreja em Roma: “São israelitas. Pertencem-lhes a adoção de filhos, a glória, as alianças, a lei, o culto e as promessas. Deles são os patriarcas, e deles descende Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9:4-5)

    Moisés, o maior de todos os profetas antes da encarnação de Jesus, falou sobre o ministério de outro profeta (Dt 18:15-22). Foi testemunha de Deus para Israel de que um cumprimento ainda maior os aguardava: “Moisés, na verdade, foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar” (Hb 3:5). A natureza desse futuro não era nada menos do que o resto que viria (Hb 4:1-13) em Cristo, por causa de quem Moisés também sofreu (Hb 11:26).

    A esperança escatológica da revelação mosaica não é nada menos do que a presença de Deus no meio de seu povo. A escatologia de Israel começa com as alianças do Senhor com Abraão e Israel. Moisés — o servo de Deus, o intercessor, o mediador da aliança — apontava para além de sua administração, para uma época de descanso. Ele falou sobre este direito e ordenou que todos os membros da comunidade da aliança ansiassem pelo descanso vindouro na celebração do sábado (heb. “descanso”), o sinal da aliança (Ex 31:14-17) e da consagração de Israel a uma missão sagrada (Ex 31:13), a fim de serem abençoados com todos os dons de Deus na criação (Dt 26:18-19; Dt 28:3-14). Moisés percebeu dolorosamente que o povo não entraria naquele descanso, devido à sua desobediência e rebelião (Dt 4:21-25). Ainda assim, falou sobre uma nova dispensação, aberta pela graça de Deus, da liberdade e da fidelidade (Dt 4:29-31; Dt 30:5-10: 32:39-43). Ele olhou para o futuro, para uma época de paz, tranqüilidade e plena alegria na presença de Deus, de bênção e proteção na Terra Prometida (Dt 12:9-10; Dt 25:19; Ex 33:14; Js 1:13).

    Essa esperança, fundamentada na fidelidade de Deus (Dt 4:31), é expressa mais claramente no testemunho final de Moisés, “o Hino do Testemunho” (Dt 32). Nele, o grande legislador recitou os atos do amor de Deus em favor de Israel (vv.1-14), advertiu contra a rebelião e o sofrimento que isso acarretaria (vv.15-35) e confortou os piedosos com a esperança da vingança do Senhor sobre os inimigos e o livramento do remanescente de Israel e das nações (vv. 36-43). Fez até uma alusão à grandeza do amor de Deus pelos gentios! (vv. 36-43; Rm 15:10).

    O significado escatológico do Hino de Moisés reverbera nas mensagens proféticas de juízo e de esperança, justiça e misericórdia, exclusão e inclusão, vingança e livramento. A administração mosaica, portanto, nunca tencionou ser um fim em si mesma. Era apenas um estágio na progressão do cumprimento da promessa, aliás, um estágio importantíssimo!

    Como precursor da tradição profética, Moisés viu mais da revelação da glória de Deus do que qualquer outro homem no Antigo testamento (Ex 33:18; Ex 34:29-35). Falou sob a autoridade de Deus. Qualquer um que o questionasse desafiava a autoridade do Senhor. Israel encontrava conforto, graça e bênção, porque em Moisés se reuniam os papéis de mediador da aliança e intercessor (Ex 32:1-34:10; Nm 14:13-25). Ele orou por Israel, falou ousadamente como seu advogado diante do Senhor e encorajou o povo a olhar além dele, próprio, para Deus (veja Profetas e Profecias). W.A.VG.


    Salvo das águas. (Êx 2:10) – mais provavelmente, porém, é termo egípcio, significando filho, criança. Foi o grande legislador dos hebreus, filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi. Ele nasceu precisamente no tempo em que o Faraó do Egito tinha resolvido mandar matar todas as crianças recém-nascidas do sexo masculino, pertencentes à família israelita (Êx 2:1-4 – 6.20 – At 7:20Hb 11:23). A sua mãe colocou-o num ‘cesto de junco’, à borda do Nilo. A filha de Faraó, que o salvou, deu-lhe o nome de Moisés, e educou-o como seu filho adotivo, de maneira que pôde ele ser instruído em toda a ciência dos egípcios (Êx 2:5-10At 7:21-22). Quando depois é mencionado, já ele era homem. Vendo que um israelita recebia bastonadas de um egípcio, e julgando que ninguém o via, matou o egípcio e enterrou o cadáver na areia. Mas alguém tinha observado o ato, e Moisés, sabendo disto, fugiu para a terra de Midiã, onde casou com Zípora, filha de Jetro, chefe ou sacerdote das tribos midianitas, tornando-se pastor dos rebanhos de seu sogro (Êx 2:11-21At 7:29). Foi no retiro e simplicidade da sua vida de pastor que Moisés recebeu de Deus a ordem de ir livrar os filhos de israel. Resolveu, então, voltar para o Egito, acompanhando-o sua mulher e os seus dois filhos – mas não tardou muito que ele os mandasse para a casa de Jetro, permanecendo eles ali até que tornaram a unir-se em Refidim, quando ele estava à frente da multidão dos israelitas. Pouco depois de se ter separado da mulher e dos filhos, encontrou Arão que, em negociações posteriores, foi o orador, visto como Moisés era tardo na fala (Êx 4:18-31). A ofensa de Moisés em Meribá foi três vezes repetida (Nm 20:1-13 – 27,14) – não acreditava que a água pudesse sair da rocha por simples palavras – então, desnecessariamente, feriu a rocha duas vezes, revelando com isto uma impaciência indesculpável – não atribuiu a glória do milagre inteiramente a Deus, mas antes a si próprio e a seu irmão: ‘porventura faremos sair água desta rocha?’ Faleceu quando tinha 120 anos de idade, depois de lhe ter mostrado o Senhor, do cume do monte Nebo, na cordilheira de Pisga, a Terra Prometida, na sua grande extensão. Este ‘ o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor – e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura’ (Dt 34:6). o único traço forte do seu caráter, que em toda a confiança podemos apresentar, acha-se em Nm 12:3: ‘Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.’ A palavra ‘manso’ não exprime bem o sentido – a idéia que a palavra hebraica nos dá é, antes, a de ser ele ‘muito sofredor e desinteressado’. Ele juntou-se aos seus compatriotas, vivendo eles a mais terrível escravidão (Êx 2:11 – 5,4) – ele esqueceu-se de si próprio, para vingar as iniqüidade de que eram vítimas os hebreus (Êx 2:14) – quis que seu irmão tomasse a direção dos atos libertadores em lugar de ele próprio (Êx4,13) -além disso, desejava que toda a gente hebréia recebesse dons semelhantes aos dele (Nm 11:29). Quando lhe foi feito o oferecimento de ser destruído o povo, podendo ele ser depois a origem de uma grande nação (Êx 32:10), pediu, na sua oração a Deus, que fosse perdoado o pecado dos israelitas, ‘ae não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste’ (Êx 32:32). (A respeito da conduta de Moisés na sua qualidade de libertador e legislador dos israelitas, vejam-se os artigos: Lei, Faraó, Pragas (as dez), Mar Vermelho, etc.)

    Povo

    substantivo masculino Conjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis.
    Conjunto de indivíduos que constituem uma nação.
    Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia.
    Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.).
    Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes.
    Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe.
    Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo.
    Público, considerado em seu conjunto.
    Quantidade excessiva de gente; multidão.
    [Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo!
    substantivo masculino plural Conjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias.
    Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta.
    Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.

    substantivo masculino Parte terminal do membro inferior que assenta no chão.
    Designação da pata, falando-se de animais.
    Parte inferior de algo sobre a qual descansa o seu peso; base: pé de mesa.
    Figurado Circunstância em que se encontra algo: em que pé anda o trabalho?
    Botânica Parte do tronco ou do caule de um vegetal que mais se aproxima do solo; o próprio vegetal: dez pés de roseiras.
    Parte da cama oposta à cabeceira.
    Cada uma das unidades que compõe um par de sapatos ou de meias.
    Cada uma das unidades métricas do verso quantitativo: verso de seis pés.
    Unidade de comprimento divisível em doze polegadas, de extensão variável conforme o país; no Brasil corresponde a 0,3248.
    [Poética] Linha de texto poético na literatura oral dos cantadores brasileiros.
    [Zoologia] Órgão rastejador musculoso e mole dos moluscos.
    locução adverbial Pé ante pé. De modo lento, devagar; cautelosamente.
    Etimologia (origem da palavra ). Do latim pes, pedis.

    substantivo masculino Parte terminal do membro inferior que assenta no chão.
    Designação da pata, falando-se de animais.
    Parte inferior de algo sobre a qual descansa o seu peso; base: pé de mesa.
    Figurado Circunstância em que se encontra algo: em que pé anda o trabalho?
    Botânica Parte do tronco ou do caule de um vegetal que mais se aproxima do solo; o próprio vegetal: dez pés de roseiras.
    Parte da cama oposta à cabeceira.
    Cada uma das unidades que compõe um par de sapatos ou de meias.
    Cada uma das unidades métricas do verso quantitativo: verso de seis pés.
    Unidade de comprimento divisível em doze polegadas, de extensão variável conforme o país; no Brasil corresponde a 0,3248.
    [Poética] Linha de texto poético na literatura oral dos cantadores brasileiros.
    [Zoologia] Órgão rastejador musculoso e mole dos moluscos.
    locução adverbial Pé ante pé. De modo lento, devagar; cautelosamente.
    Etimologia (origem da palavra ). Do latim pes, pedis.

    Regar com o pé (Dt 11:10) refere-sea um método de irrigação, que se praticava no Egito. os campos eram divididos em porções de terreno, com 4,5 metros de comprimento e 1.80 de largura, separados uns dos outros por pequenas elevações de terra. A água era levada dos fossos para os canais, formados nessas elevações. Bastava fazer uma depressão com o dedo do pé na terra amontoada, para que a água caísse no tabuleiro. E depois de ter corrido suficientemente, o aldeão empurrava outra vez a terra com o pé, abrindo caminho à água para outro lugar. E desta maneira ficava enfim todo o campo regado. Cp.com Pv 21:1. Descalçar as sandálias ou os sapatos era um sinal de respeito e de reverência (Êx 3:5), e além disso um sinal de luto (Ez 24:17). Era costume lavar os pés dos estrangeiros que chegavam de viagem, porque geralmente caminhavam descalços, ou usavam sandálias, estando por isso os pés quentes, doridos e empoeirados. Não se deve esquecer que em muitas ocasiões, principalmente nas estações secas, ou em sítios desertos do país, era a água cara por ser pouca – e concedê-la para fins de limpeza não era de forma alguma um meio barato de prestar um serviço. Nas casas abastadas eram as abluções efetuadas por escravos, como sendo serviço humilde. E por isso foi certamente grande a lição de humildade dada pelo nosso Salvador, quando lavou os pés aos Seus discípulos (Jo 13:5).

    V. ALFABETO HEBRAICO 17.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Êxodo 20: 21 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E o povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se chegou à densa escuridão, onde Deus estava.
    Êxodo 20: 21 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1446 a.C.
    H413
    ʼêl
    אֵל
    até
    (unto)
    Prepostos
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H4872
    Môsheh
    מֹשֶׁה
    Moisés
    (Moses)
    Substantivo
    H5066
    nâgash
    נָגַשׁ
    chegar perto, aproximar
    (And drew near)
    Verbo
    H5971
    ʻam
    עַם
    as pessoas
    (the people)
    Substantivo
    H5975
    ʻâmad
    עָמַד
    ficou
    (stood)
    Verbo
    H6205
    ʻărâphel
    עֲרָפֶל
    ()
    H7350
    râchôwq
    רָחֹוק
    remoto, longínqüo, distante, terras distantes, pessoas distantes
    (from a distance)
    Adjetivo
    H8033
    shâm
    שָׁם
    lá / ali
    (there)
    Advérbio
    H834
    ʼăsher
    אֲשֶׁר
    que
    (which)
    Partícula


    אֵל


    (H413)
    ʼêl (ale)

    0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

    partícula primitiva; DITAT - 91; prep

    1. para, em direção a, para a (de movimento)
    2. para dentro de (já atravessando o limite)
      1. no meio de
    3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
    4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
    5. em adição a, a
    6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
    7. de acordo com (regra ou padrão)
    8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
    9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    מֹשֶׁה


    (H4872)
    Môsheh (mo-sheh')

    04872 משה Mosheh

    procedente de 4871, grego 3475 Μωσης; DITAT - 1254; n pr m Moisés = “tirado”

    1. o profeta e legislador, líder do êxodo

    נָגַשׁ


    (H5066)
    nâgash (naw-gash')

    05066 נגש nagash

    uma raiz primitiva; DITAT - 1297; v

    1. chegar perto, aproximar
      1. (Qal) chegar perto
        1. referindo-se a seres humanos
          1. referindo-se a relação sexual
        2. referindo-se a objetos inanimados
          1. aproximar um ao outro
      2. (Nifal) aproximar-se
      3. (Hifil) fazer aproximar, trazer para perto, trazer
      4. (Hofal) ser trazido para perto
      5. (Hitpael) aproximar

    עַם


    (H5971)
    ʻam (am)

    05971 עם ̀am

    procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

    1. nação, povo
      1. povo, nação
      2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
    2. parente, familiar

    עָמַד


    (H5975)
    ʻâmad (aw-mad')

    05975 עמד ̀amad

    uma raiz primitiva; DITAT - 1637; v

    1. estar de pé, permanecer, resistir, tomar o lugar de alguém
      1. (Qal)
        1. ficar de pé, tomar o lugar de alguém, estar em atitude de permanência, manter-se, tomar posição, apresentar-se, atender, ser ou tornar-se servo de
        2. permanecer parado, parar (de mover ou agir), cessar
        3. demorar, atrasar, permanecer, continuar, morar, resistir, persistir, estar firme
        4. tomar posição, manter a posição de alguém
        5. manter-se de pé, permanecer de pé, ficar de pé, levantar-se, estar ereto, estar de pé
        6. surgir, aparecer, entrar em cena, mostrar-se, erguer-se contra
        7. permanecer com, tomar a posição de alguém, ser designado, tornar-se liso, tornar-se insípido
      2. (Hifil)
        1. posicionar, estabelecer
        2. fazer permanecer firme, manter
        3. levar a ficar de pé, fazer estabelecer-se, erigir
        4. apresentar (alguém) diante (do rei)
        5. designar, ordenar, estabelecer
      3. (Hofal) ser apresentado, ser levado a ficar de pé, ser colocado diante

    עֲרָפֶל


    (H6205)
    ʻărâphel (ar-aw-fel')

    06205 ערפל ̀araphel

    provavelmente procedente de 6201; DITAT - 1701b; n. m.

    1. nuvem, nuvem pesada ou escura, trevas, grandes trevas, trevas densas

    רָחֹוק


    (H7350)
    râchôwq (raw-khoke')

    07350 רחוק rachowq ou רחק rachoq

    procedente de 7368; DITAT - 2151b adj.

    1. remoto, longínqüo, distante, terras distantes, pessoas distantes
      1. referindo-se a distância, tempo n. m.
    2. distância
      1. à distância (com prep.)

    שָׁם


    (H8033)
    shâm (shawm)

    08033 שם sham

    uma partícula primitiva [procedente do pronome relativo, 834]; lá (transferindo para tempo) então; DITAT - 2404; adv

    1. lá, para lá
      1. para lá (depois de verbos de movimento)
      2. daquele lugar, de lá
      3. então (como um advérbio de tempo)

    אֲשֶׁר


    (H834)
    ʼăsher (ash-er')

    0834 אשר ’aher

    um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

    1. (part. relativa)
      1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
      2. aquilo que
    2. (conj)
      1. que (em orações objetivas)
      2. quando
      3. desde que
      4. como
      5. se (condicional)