Enciclopédia de Malaquias 1:9-9

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ml 1: 9

Versão Versículo
ARA Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? ? diz o Senhor dos Exércitos.
ARC Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá piedade de nós: isto veio da vossa mão; aceitará ele a vossa pessoa? diz o Senhor dos Exércitos.
TB Agora, suplicai o favor de Deus, para que se compadeça de nós (isso tem sido feito por vossas mãos). Acaso, aceitará ele qualquer um de vós? — diz Jeová dos Exércitos.
HSB וְעַתָּ֛ה חַלּוּ־ נָ֥א פְנֵי־ אֵ֖ל וִֽיחָנֵ֑נוּ‪‬ מִיֶּדְכֶם֙ הָ֣יְתָה זֹּ֔את הֲיִשָּׂ֤א מִכֶּם֙ פָּנִ֔ים אָמַ֖ר יְהוָ֥ה צְבָאֽוֹת׃
BKJ E agora, eu suplico, pedi a Deus que ele seja gracioso conosco; isto tem sido por vosso meio; considerará ele a vossa pessoa? Diz o SENHOR dos Exércitos.
LTT Agora, pois, rogo-vos ①, suplicai o favor ② de Deus, que Ele seja misericordioso para conosco; mas isto ③ veio das vossas mãos; aceitará Ele as vossas pessoas? diz o SENHOR dos Exércitos.
BJ2 E agora quereis aplacar a Deus, para que tenha piedade de nós (e, contudo, de vossas mãos vêm estas coisas): acaso vos receberá amigavelmente? Disse Iahweh dos Exércitos!
VULG Et nunc deprecamini vultum Dei ut misereatur vestri (de manu enim vestra factum est hoc), si quomodo suscipiat facies vestras, dicit Dominus exercituum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Malaquias 1:9

Êxodo 32:11 Porém Moisés suplicou ao Senhor, seu Deus, e disse: Ó Senhor, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tu tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão?
II Crônicas 30:27 Então, os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus.
Jeremias 26:19 Mataram-no, porventura, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes, não temeu este ao Senhor e não implorou o favor do Senhor? E o Senhor se arrependeu do mal que falara contra eles. E nós não fazemos um grande mal contra a nossa alma?
Jeremias 27:18 Porém, se são profetas, e se há palavras do Senhor com eles, orem, agora, ao Senhor dos Exércitos, para que os utensílios que ficaram na Casa do Senhor, e na casa do rei de Judá, e em Jerusalém não sejam levados para a Babilônia.
Lamentações de Jeremias 2:19 Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas. Rexe.
Joel 1:13 Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai, vestidos de panos de saco, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus.
Joel 2:17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?
Zacarias 3:1 E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor.
João 9:31 Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade, a esse ouve.
Atos 19:15 Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?
Romanos 2:11 porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
Hebreus 7:26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus,
I Pedro 1:17 E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

sacerdotes e ofertantes, v. Ml 1:6.


 ②

literalmente, "a face".


 ③

"isto": oferta desprezível.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
SEÇÃO 1

TÍTULO

Malaquias 1:1

Malaquias descreve sua mensagem como peso da palavra do SENHOR contra Israel (1). O termo peso é derivado de uma palavra hebraica que significa "erguer" (i.e., a voz). Por extensão natural, passou a referir-se às palavras que a voz proferia, à mensa-gem do orador ou ao oráculo do profeta. A última acepção pode ser adequadamente cha-mada peso, visto que é literalmente "aquilo que é erguido".1 Jerônimo comenta: "A pala-vra do Senhor é pesada, porque é chamada peso; contudo possui certa consolação, já que não é 'contra', mas para Israel"' (cf. BV; ECA; NTLH).

Quanto ao significado de pelo ministério de Malaquias, ver Introdução, "O Profeta".

SEÇÃO II

O AMOR DE DEUS POR ISRAEL

Malaquias 1:2-5

O oráculo começa quase abruptamente com uma palavra carinhosa e queixosa do Senhor para Israel: Eu vos amei (2). Este é o verdadeiro peso da profecia de Malaquias; tudo o mais deve ser visto sob a luz desta alegação fundamental. 1 Mas os israelitas são céticos: Em que nos amaste? Não vêem prova do amor de Deus. Por serem muito po-bres e sofrerem demais, consideravam-se povo desanimado e desiludido. O pensamento está nublado pela dúvida. Tudo o que o profeta diz é desafiado: Mas vós dizeis. 2 Malaquias tem de argumentar suas afirmações com uma gente que, no mínimo, é crítica e, em parte, hostil. O profeta faz uma defesa do amor de Deus que rememora Deuteronômio 7:8 (cf. Os 11:1). A assertiva declara que o Senhor escolheu Jacó, porque o amara.

A prova do amor de Deus por Jacó revela-se na rejeição divina de Esaú (3). Nesta profecia, os filhos de Isaque são as nações de Edom (4) e Israel (5). O amor de Deus por Israel comprova-se no fato de ter castigado Edom. Esta nação não só deixara de ajudar Jerusalém quando a cidade fora sitiada pelos babilônios em 586 a.C., mas se alegrara com a sua queda (Lm 4:21-22; Si 137.7). Por conta disso, durante o período do pós-exílio, Edom tornou-se símbolo vivo de crueldade e traição, pronto para a destruição (Ez 25:12; Ob 21). Quando os árabes nabateus expulsaram os edomitas do antigo território que detinham no monte Seir, o fato foi considerado ato de vingança divina, por se conduzirem de forma desumana e indigna de irmão (3). Não sabemos a data deste acontecimento. Pelo visto, era bastante recente na época da escrita, pois ainda estava nítida na memória dos judeus.

Os edomitas viam a calamidade que lhes ocorrera como mero revés temporário e esperavam restabelecer-se no território original. Mas Malaquias declara que a ruína deles é permanente: Eles edificarão, e eu destruirei, e lhes chamarão Termo-de-Impiedade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre (4). O profeta afirma que o fato de não voltarem ao território será prova incontestável para as gerações futuras da maldade de Edom e do julgamento de Deus. Edom foi chamado Ter-mo-de-Impiedade ("A Terra Criminosa", Moffatt). Por outro lado, proporcionará a Isra-el evidência indisputável do cuidado soberano de Deus. Provará, também, que o Senhor não é uma deidade nacional insignificante; permitirá que Israel diga: "Grande é o SE-NHOR, até mesmo além das fronteiras de Israel!" (5, NVI). "A profecia de Malaquias revelou-se correta", destaca Dentan, "pois Edom nunca mais voltou às suas terras. Os edomitas (idumeus) permaneceram instalados no sul da Palestina. [...] Por curiosa iro-nia da história foi deste mesmo povo que veio a família de Herodes".3

SEÇÃO III

OS PECADOS DO SACERDÓCIO

Malaquias 1:6-2.9

Do amor de Deus por Israel, o profeta passa para a afronta da nação e chega à majestade divina. O indiciamento é especificamente contra a corporação sacerdotal. Os sacerdotes foram ordenados para dar instrução e orientação espiritual (2.6,7). Tivessem eles vivido à altura da chamada sublime e dado ao laicato exemplo espiri-tual e ensino apropriado, a nação não teria entrado na apatia e ceticismo espiritual. Por terem fracassado e estabelecido exemplo vicioso de hipocrisia e profissionalismo vazio, os sacerdotes tornaram Deus rejeitado aos olhos do povo e fizeram a si mesmos desprezíveis (2.8,9).

Esta seção alongada divide-se em duas partes. Em primeiro lugar, Deus acusa um sacerdócio desleixado (1:6-14) e, em seguida, pronuncia uma maldição sobre seus integrantes (2:1-9).

A. A ACUSAÇA0 DE DEUS, 1:6-14

1. O Caráter de Deus (1.6a-
- 6e)

O profeta inicia fazendo uma declaração de princípio geral no qual havia acordo comum. Para isso, emprega duas imagens características da relação de Deus com Isra-el: sua paternidade e seu senhorio. O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome (6).

"Estamos acostumados a associar com a paternidade divina idéias de amor e pieda-de. O uso da relação para ilustrar, não amor, mas majestade e seu cenário em paralelo com a realeza divina, pode nos soar estranho".1 Mas para os israelitas isso era muito natural. No mundo semita, a honra vinha antes do amor na prioridade dos deveres: "Honra a teu pai e a tua mãe", ordena o quinto mandamento. Quando Deus se apresenta aos israelitas como Pai, é para acentuar sua autoridade sobre eles e aumentar-lhes a reverência, e não para garantir que lhe dediquem amor e lhe prestem devoção piedosa. A tônica está em que o Senhor cria a nação para que ela seja seu filho obediente (Ex 4:22-23). A idéia central é que Deus é o Pai da nação: seu Criador (2.10; Is 64:8; Jr 31:9), seu Redentor (Dt 32:6; Is 63:16), seu Guia e Guardião (Jr 3:4; Os 11:1-4).

Sem dúvida, a idéia de amor divino está presente nestes conceitos, mas na frente está o pensamento da majestade divina. Até no livro de Salmos, onde há a mais profunda relação pessoal do cristão com Deus, encontramos somente uma passagem na qual seu amor é comparado ao de um pai humano (S1 103.13). Esta tendência ao que poderíamos chamar visão austera da paternidade de Deus pode ter sido necessária para proteger a religião de Israel das idéias sensuais da paternidade divina prevalecentes entre os vizi-nhos cananeus. Mas qualquer que seja a razão, a severidade da idéia do Antigo Testa-mento da paternidade divina autoriza Malaquias a empregar a imagem como prova da majestade e santidade de Deus.2

Em seguida, o profeta emprega uma segunda imagem: Deus é o senhor e Israel, o servo. Paulo torna esta uma das figuras dominantes pela qual descreveu a relação do cristão com Cristo 1Co 7:22; Gl 5:13; Cl 3:24). O pensamento é de propriedade divina e o direito de Deus exigir obediência absoluta.

A majestade e santidade de Deus foram prejudicadas pelos sacerdotes de Israel. E, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor ("reverência", VBB) ? Pensar em Deus como Pai é honrá-lo como Criador, Reden-tor e Sustentador. Considerá-lo como Senhor é reverenciá-lo e obedecer-lhe como Yahweh. "Pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal" (Pv 16:6).

2. O Menosprezo do Nome de Deus (1:6-10)

Ao fazer este indiciamento, Malaquias acusa os sacerdotes de menosprezar o nome de Deus. Com vozes lamuriantes, levantam a questão: Em que desprezamos nós o teu nome? (6). O profeta responde: Ofereceis sobre o meu altar pão imundo (7). Este pão (lechem) não é o da proposição (que não era oferecido no altar), mas a carne das vítimas sacrificadas (cf. Lv 3:11-16; 21.6; 22.25). Este objeto de oferta estava profana-do, como explica o versículo 8, por não ter sido oferecido de acordo com as estipulações da lei cerimonial. Ao desconsiderar o claro mandamento de Deus, de se levar somente animais sem defeito, eles afirmavam: A mesa do SENHOR é desprezível. O tempo do verbo: dizeis, aqui, tem o sentido de "dizeis para si mesmos" ou "dizeis pelas ações". Por mesa do SENHOR, querem dizer o altar do sacrifício (cf. BV; NTLH).

O versículo 8 especifica as acusações. Os sacerdotes dedicavam a Deus animal cego, coxo e enfermo. Tratava-se de acintosa violação da lei, que dizia: "Porém, havendo nele algum defeito, se for coxo, ou cego, ou tiver qualquer defeito, não sacrificarás ao SE-NHOR, teu Deus" (Dt 15:21). Em sua forma mais pura, sacrificar significava ofertar a Deus algo tão valioso quanto possível como símbolo de autoconsagração voluntária. Quan-do os sacerdotes ofereciam animais doentes e aleijados, na verdade zombavam da insti-tuição do sacrifício.

Pelo visto, os sacerdotes anunciavam: "Sem defeito!" Ao considerar que o sacrifício é apenas um símbolo, pode ser que racionalizassem que um tipo de oferta era tão boa quanto outra. Mas Deus pergunta (8, Smith-Goodspeed) :

E quando trazeis o cego para sacrificar, não tem defeito? E quando trazeis o coxo e o doente, não tem defeito?

Não tem defeito? "Ora, apresenta-o ao teu governador!", sugere Malaquias. "Terá ele agrado em ti, e te será favorável?" (8, ECA). Esta alusão a "governador" (príncipe) prova que Malaquias escrevia durante o período persa, quando Judá era governado por pessoas nomeadas pelo imperador. A palavra hebraica é a mesma usada para referir-se ao exercício governamental de Zorobabel (Ag 1:1) e de Neemias (Ne 5:14).

W J. Deane parafraseou o nono versículo: "Agora vão pedir o favor de Deus com esses sacrifícios impuros; intercedam, como é o seu dever, pelo povo. Ele os aceitará? Ele será gracioso com o povo por causa de vocês?"3 Isto veio da vossa mão é frase desajeitada. Compare com esta tradução plausível do versículo 9b: "Com tal oferta da vossa mão, mostra-rá ele favor a vós?" (VBB). Melhor que cessassem os sacrificios do que fizessem ofertas com tal espírito! Veja como Moffatt esclarece a primeira parte do versículo 10: "Será que ninguém fechará as portas do Templo para impedir que vós acendeis fogos inúteis no meu altar?"

3. Deus é Honrado entre os Gentios (1.11,12)

O versículo 11 apresenta uma grande declaração e muito debatida: Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o SENHOR dos exércitos. Desde os dias dos pais da Igreja este versículo tem sido interpretado como profecia da era messiânica e da adoração universal da igreja cristã. 4 Deane escreve: "A linha do pensamento é esta: Deus não precisa da adoração dos judeus e de seus sacerdotes incrédulos; o Senhor não precisa de sacrifícios mutilados; a majestade divina será reconhecida pelo mundo intei-ro, e toda nação debaixo do céu lhe oferecerá adoração pura".5 Esta interpretação requer que a referência ao ritual judaico seja entendida metaforicamente: "A oblação pura é símbolo do sacrifício cristão de louvor e ação de graças; e o profeta, ao colocar-se acima das discriminações judaicas, anuncia que esta oração e sacrifício não estarão mais limi-tados especificamente a um país preferido, mas serão universais".6 Muitos vão mais além e vêem no versículo a profecia sobre a Ceia do Senhor, a "oferta pura" em memória do sacrifício de Cristo, que é oferecido onde quer que o nome de Jesus seja cultuado.

A interpretação acima se baseia no verbo será que ocorre duas vezes no versículo, uma delas em itálico (isto indica que o termo não se encontra no original). A construção hebraica admite o verbo no tempo futuro, mas é naturalmente compreendida pelo tempo presente. Pusey comenta: "Trata-se de um presente vívido, conforme se usa muitas vezes para descrever o futuro. Mas as coisas de que se fala mostram que o verbo está no futu-ro". A Septuaginta traduz assim: "O meu nome tem sido e é glorificado" (a ARA traz "é" no lugar de "será"). Se não houvesse problema teológico, seria fácil interpretar que o versículo se aplica à cena contemporânea no mundo de Malaquias. W. H. Lowe propôs o problema para o intérprete cristão:

Se considerarmos que as palavras se referem ao presente, surge a insuperável dificuldade de que em nenhum sentido, na época de Malaquias, o nome do Senhor podia ser grande em toda a extensão da terra, ou que sacrifícios puros lhe fossem oferecidos em todo lugar. Nem podemos [...] supor que os ritos pagãos mencionados aqui fossem oferecidos, sem saber, ao único Deus verdadeiro. [...] Somos forçados a aceitar que as palavras são anúncio profético da rejeição futura de Israel e da cha-mada dos gentios.

Contudo, comentários conservadores adotam o ponto de vista de que Malaquias descreve a situação contemporânea. "Nos dias do profeta, os próprios gentios faziam cultos que eram mais sinceros que os feitos em Jerusalém". 9 Se esta for interpreta-ção possível, Malaquias é um liberal em sua declaração; faz algo semelhante ao que disse Paulo no Areópago: "Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio" (Atos 17:23). Sob este ponto de vista, todas as formas de culto pagão são apal-padelas ignorantes em busca do Deus vivo e verdadeiro e, portanto, atestam o grande nome do Senhor. Todos os homens cultuam porque Deus é, e toda religião testifica de Jeová neste sentido.

Temos a nítida impressão de que Malaquias afirma que a própria sinceridade de certos cultos pagãos é uma repreensão vergonhosa à hipocrisia infame dos sacerdotes judeus. Se os gentios louvam calorosamente o nome de Deus, os sacerdotes de Jerusalém profanam-no com o desprezo pela mesa do SENHOR (12). "Claro que o propósito do profeta não é elogiar os pagãos, mas envergonhar os judeus. Os gentios honram Deus pelo cuidado e munificência, ao passo os judeus desonram-no pela indiferença"."

4. Maldição na Religião Insincera (1.13,14)

Ao menosprezar o altar e cumprir seus deveres sem sinceridade ou fé, os sacerdotes consideravam suas funções um fardo intolerável. Eis aqui, que canseira! (13), lamen-tam-se. E o lançastes ao desprezo (ou "e torcestes o nariz" para o altar, VBB). Muitos intérpretes pensam que a leitura deveria ser: "E torcestes o nariz para mim". Esta opção se baseia na suposição de que os escribas corrigiram o versículo para ter a leitura o, a fim de evitar o surgimento de irreverência (cf. ARA; NTLH). Quanto a roubado, a Ver-são Bíblica de Berkeley segue a Septuaginta e traduz por "tomado por violência", ou seja, animais roubados. Este versículo visa primariamente os sacerdotes que, como funcioná-rios corruptos, permitem que esta prática continue. O versículo a seguir condena os que levam tais ofertas.

A congregação foi corrompida pelo sacerdócio. Neste caso, era "tal sacerdote, tal povo" (o contrário de Os 4:9). Ao seguirem o exemplo dos sacerdotes, os adoradores eram mesquinhos e fraudulentos. Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR uma coisa vil (14). Em tempos de doença ou aflição, o indivíduo orava a Deus e prometia um animal perfeito do rebanho. Mas quando se recuperava e chegava a hora de cumprir o voto, a mesquinhez assumia o comando e então resolvia oferecer um animal ferido ou doente (cf. Lv 3:1-6). A maldição de Deus está em semelhante irreverência e falta de firmeza. Revela maior religiosidade ignorar o Senhor completamente do que não levá-lo a sério, porque é o grande Rei e o seu nome será tremendo entre as nações.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 6 até o 14

Os Pecados do Ministério (Ml 1:6 — 2.10)

Ml 1:6

Se eu sou Pai, onde está a minha honra? Aqui temos a acusação formal de Yahweh contra os lideres religiosos do país. Por causa das muitas iniqüidades e corrupções (deles mesmos e do povo que os imitou), eles caíram sob a maldição divina (Ml 2:2). O Israel pós-exílico não prosperaria enquanto tivesse tais homens na liderança. Aqueles ímpios desprezaram Yahweh e Sua lei, rejeitando sua missão exaltada como sacerdotes. Eram os maiores infratores da lei mosaica e o próprio padrão de perversidade. A ira divina os golpearia, Deus era Pai, e eles, Seus filhos, mas violaram esse relacionamento exaltado.

A Paternidade de Deus (ver no Dicionário) é um grande tema para nossa canção. Não somos capazes de entender a essência de Deus, mas podemos alcançar algum conhecimento através de termos aplicados a Ele e da observação de Suas operações no mundo. Podemos ver o amor de Deus expressando-se mesmo em meio ao nosso mundo violento.

Uma Lição da África. Os missionários evangelizaram certa parte da África e fundaram algumas igrejas. Certo membro, antes zeloso, parecia ter esfriado. Um missionário perguntou a razão de sua aparente indiferença. Ele respondeu: “O senhor nos informa que Deus é nosso Pai. Não preciso saber mais nada'. Das relações entre os homens, a de pai-filho é a mais exaitada. Aqueles religiosos tinham esquecido que Yahweh-Sabaote era Pai, e agiam como filhos do diabo, desrespeitando sua missão sagrada e o amor de Deus-Pai.

Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa).
(Eíésios Os 6:2)

Ver Ex 20:12 e Dt 5:16.

Além de ser Pai, Yahweh era também Senhor, e todos os homens sábios respeitam os senhores com autoridade sobre eles, A alusão é à escravidão. Os senhores tinham poder absoluto sobre seus escravos, que não tinham vontade própria. Os ímpios, que se revoltaram contra o Senhor, pagariam alto preço por sua rebeldia. Yahweh-Sabaote (título divino usado 24 vezes neste livro; ver as notas em Ml 1:4) não olharia noutra direção, como eles pensaram em vão. Pelo contrário, eles seriam chicoteados com aquelas 39 chicotadas que lhes tirariam sua rebeldia e arrogância. Eles colocaram sua vontade contra a vontade divina, um erro crasso e custoso.

Deus era Senhor, e eles, Seus escravos, mas eles não tinham respeito nem receio do Senhor Celestial. Eram alegadamente homens religiosos, mas na verdade ateus práticos. Em teoria honravam a Deus, mas na prática honravam o diabo. Falavam de Deus em discursos eloqüentes, mas viviam de forma esquálida.

Ml 1:7
Aqueles ímpios e reprovados, quebrando os regulamentos da lei mosaica, fizeram otertas poluídas, isto é, ofereceram animais com defeitos. Paralelamente, sem dúvida, guardavam para seu próprio uso os melhores animais. Tinham refeições com os cortes mais excelentes; davam banquetes; vendiam e compravam animais, promovendo um comércio lucrativo. Somente os animais inúteis para seu propósitos chegavam ao altar de Yahweh. Ver Lev. 22:17-20, que contêm a legislação contra o uso de animais defeituosos em sacrifício. O uso de tais animais nos ritos poluía os adoradores e os sacerdotes que efetuavam os sacrifícios (Lv 22:2,Lv 22:32). Eles desprezaram a lei e o Nome de Yahweh (Ml 1:6); e, segundo, porque as oito porções se tomaram comida literal para os sacerdotes (ver. Lv 6:26; 7.11-24; Nu 3:17). O restante dos animais, uma vez que os sacrificios tivessem sido realizados, tornava-se refeição comunal do povo. Com exceção dos holocaustos, nos quais o corpo inteiro do animal sacrificial era queimado no altar, os sacrifícios eram ocasiões de festas, com bastante comida, vinho, música e dança. Ver no Dicionário o artigo denominado Holocausto. Nesse tipo de oferta, Yahweh era o único beneficiado. Das outras, Ele recebia somente a gordura e o sangue, partes mais nobres (segundo a mentalidade hebréia) dos sacrificios. Ver as leis sobre sangue e gordura, em Lv 3:17.

Os sacerdotes, não em palavras, mas em ações, estavam dizendo: “A mesa do Senhor é desprezível”. Essa condição não podia continuar. Um golpe divino logo baixaria a arrogância dos líderes maldosos.

Ml 1:8

Exemplos de animais com defeitos: animais cegos e aleijados foram sacrificados a Yahweh; mas se um oficial (governador) passasse por ali, e os sacerdotes preparassem uma refeição para ele, certamente não utilizariam tais animais para o banquete. Ver Ne 5:17, para a mesa suntuosa do governador. Note-se aqui a palavra persa para governador, pehah, que cabe bem nos tempos pós-exílicos de Israel, quando os persas ganharam o controle de tudo. Israel tornou-se uma província do império persa.

Yahweh-Sabaote, o Senhor dos Exércitos (título divino usado 24 vezes neste livro; ver Ml 1:4), observando a cena como Governador Universal, retaliaria com golpes de praga, pestilência, violência, catástrofes naturais, a fim de castigar aqueles ímpios que respeitavam um governador mais do que faziam com o Governador. Aqueles depravados agiram como se Deus não existisse, promovendo suas profanações e blasfêmias. Talvez eles fossem deistas, acreditando que existiam forças divinas, mas supondo que elas não tinham nada que ver com a vida prática. O Deísmo é, naturalmente, uma forma de ateismo prático. Contrariamente, o Teísmo ensina que o Criador não abandonou Sua criação, mas intervém, castigando os maus e abençoando os bons, segundo a lei moral. Ver no Dicionário sobre esses dois termos, e também o artigo denominado Providência de Deus.

A menção ao governador aponta claramente para o período persa, quando Judá era administrada por um governador designado pelo império persa. O grande rei controlava todos os aspectos da vida de seus territórios conquistados. A palavra pehah era utilizada também para designar os governadores Zorobabel (Ag 1:1).

Ml 1:9
O Governador des Céus, observando o que aqueles perversos estavam fazendo, zangou-se e logo os colocaria no devido lugar. O profeta os encorajou a implorar o perdão de Deus antes que caísse o golpe doloroso. Eles tinham perdido o favor de Yahweh, promovendo seu jogo tolo. A ira de Deus era iminente e não havia muito tempo para evitá-la. O arrependimento, acompanhado por uma vida transformada, podería evitar a catástrofe,

"É triste quando a religião torna-se institucionalizada e padronizada, perdendo sua pureza original. Perto do fim da vida do general William Booth, o Exército de Salvação (ao qual Booth dedicou todos os seus esforços e dinheiro) começou a dividir-se em rivalidades, visando a sucessão de poder na organização. Quando sua morte se aproximava, Booth perguntou à esposa; ‘Katie, por que não se pode preservar um movimento puro, por mais de uma geração?'” (Willard L. Sperry, in loc.).

Ml 1:10

Oxalá houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendésseis debalde o fogo no meu altar. A primeira parte deste versículo, no hebraico, é obscura e tem provocado várias interpretações. Talvez a Atualizada capte o significado com suas palavras: Os sacerdotes estavam promovendo um culto insultante, desgraçando o Nome de Yahweh, chamando, de novo, Yahweh-Sabaote, o Senhor dos Exércitos. Yahweh não aceitou suas ofertas; não se alegrou com seus esforços inúteis e hipócritas. O Senhor dos Exércitos exige um culto puro e sincero, seguindo a legislação mosaica em todos os seus aspectos. O versículo é ainda mais surpreendente quando nos lembramos de que Yahweh-Sabaote condenou o sacerdócio pós-exílico, o qual nada havia aprendido com a quase-destruição de Judá pelos ataques e cativeiros babilõnicos. A história nada havia ensinado a eles; a experiência amarga não os impressionou. O estado moral e espiritual daqueles depravados revertera para a apostasia dos tempos pré-exílicos.

"Aprendemos neste trecho que não houve entre eles um único sacerdote sincero e honesto. Tomaram-se um bando de egoístas, corruptamente mundanos. Ninguém acendia o fogo no altar para fazer um sacrifício, se não recebesse dinheiro" (Adam Clarke, in loc.).

Segundo o entendimento da NCV, a primeira parte do versículo, com seu hebraico obscuro, talvez indique que aqueles sacerdotes apóstatas estavam acendendo fogo em altares alheios (idólatras), mas não no altar de Yahweh. Se este for o significado do texto, fica claro que o sacerdócio tinha voltado para a idolatria-adultério-apostasia dos tempos pré-exílicos. A história judaica afirma, contrariamente, que o cativeiro babilônico tirou da cabeça dos judeus todo o desejo de praticar a idolatria, escrevendo finis sobre aquela prática.

Ml 1:11

Porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos.

Desonra e Honra. O nome de Yahweh estava sendo desonrado em Jerusalém, mas chegaria o dia em que esse Nome seria honrado universalmente, do levantar ao pôr-do-sol, isto é, do extremo oriente ao ocidente. Os gentios correríam para o culto a Yahweh. levando sacrificios puros e aceitáveis, em contraste com as ofertas poluídas do sacerdócio de Judá (vss. Ml 1:7-8; Is 11:9; 45.22-25; 49.5-7; Is 59:19; Dn 7:13,Dn 7:14,Dn 7:27,Dn 7:28; Sf 2:11; 3.8-11; Zc 14:9,Zc 14:15.

A Interpretação Crístianizada. Alguns intérpretes vêem aqui a operação do evangelho no mundo que unirá judeus e gentios na igreja cristã. Dificilmente este texto pode ser considerado evangélico.

A Eucaristia. É grande exagero de alguns intérpretes ver aqui uma profecia da eucaristia cristã, a oferta dos cristãos que substituiría os sacrifícios dos judeus.

Ml 1:12-13, para ofertas voluntárias, e Lev. 22:17-24, para direções específicas sobre os tipos de sacrifícios aceitáveis para fazer votos. O povo tentava enganar e defraudar Yahweh. Ver no Dicionário o artigo intitulado Voto, para detalhes. Aqueles pervertidos agiam frivolamente com as coisas divinas, zombando do Grande Rei. Eles pagariam um preço alto, afinal.

Para votos, uma ovelha era aceitável, se não tivesse defeito (Lv 22:23). Mas se um homem tinha prometido oferecer um macho, glorificando-se assim com sua maior piedade, então era obrigado a oferecer o macho, não a fêmea, ou seu voto não teria valor. O macho era aceitável para ofertas queimadas, mas a fêmea não. Talvez o texto indique que o “adorador” ofereceu uma fêmea defeituosa, um insulto duplo, porque tinha prometido sacrificar um macho sem defeito. Cf. esta circunstância com a história de Ananias e Safira em Atos 5. A mesma lição é evidente nos dois textos. Os homens verdadeiramente piedosos são, eles mesmos, ofertas aceitáveis a Deus.

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

(Rm 12:1)

Quantos de nós somos como os homens do texto de Malaquias, e não como o ideal do apóstolo Paulo?
O capítulo 1 termina enfatizando a honra suprema e a autoridade absoluta de Yahweh, que os iníquos haviam esquecido.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
*

1.1-5 O povo de Israel não está convencido de que Deus o ama. Esta seção é a resposta de Deus a esta dúvida cínica. O Senhor lembra a Israel que Jacó, seu ancestral, foi escolhido por Deus enquanto que Esaú, antepassado de Edom, foi rejeitado. Portanto, embora Israel tenha experimentado a ira de Deus por um momento, Edom é um “Povo Contra Quem o SENHOR Está Irado Para Sempre” (1.4). Além disso, enquanto Israel é o herdeiro das promessas eternas do Senhor da aliança, Edom nunca mais se levantará de novo. O julgamento do Senhor sobre Edom será causa de louvor em Israel.

* 1.1 Sentença pronunciada pelo SENHOR. Ver ref. lat.; Is 13:1; Na 1.1; Hc 1:1; Zc 9:1; 12:1. Normalmente usado em profecias de julgamento, “sentença” pode indicar a urgência sentida pelo profeta em divulgar a sua proclamação. Acerca desta urgência, ver também Jr 20:9; Am 3:8.

* 1.2 Eu vos tenho amado. O amor eletivo de Deus é soberano e incondicional. É exposto principalmente em Deuteronômio onde os verbos “escolher” e “amar” são paralelos (Dt 7:6-8). O amor de Deus é manifesto no pacto que ele inicia com o seu povo. A proximidade de Deus para com Israel devia produzir espanto e admiração (Dt 4:7,8). O amor de Deus começa na eternidade (Jr 31:3) e é manifestado através do seu relacionamento pactual com Abraão, Moisés, e Davi (Gn 12:1-4; Êx 19:5, 6; 2Sm 7). A eleição de Jacó por Deus continuava a ter relevância no seu relacionamento com Israel no período do ministério de Malaquias. Entendido corretamente, o amor de Deus não conduz à complacência moral, mas ao zelo moral. Entretanto, a presunção de Israel e seu cinismo acerca do amor de Deus levou-o a uma crise moral da qual Malaquias trata. Ver a nota teológica: “O Propósito de Deus: Predestinação e Pré-Conhecimento”, índice.

Jacó. Um dos títulos para Deus nos Salmos é “o Deus de Jacó” (Sl 20:1; 46:7; 75:9; 76:6; 84:8). O amor eletivo de Deus é inigualável porque ele ama os pecadores, aqueles que por natureza eram os objetos de seu desagrado e ira (Lc 15:2; Rm 5:6-8; Ef 2:1-3). A história de Jacó e Esaú em Gênesis claramente indica a escolha de Jacó por Deus apesar de sua falta de mérito (Gn 25:21-34; 27.1-40; Rm 9:10-13).

* 1.3 aborreci. Embora haja um uso do verbo “aborrecer” que significa “amar menos” (Gn 29:31 ref. lat.; Lc 14:26), o contexto imediatamente seguinte sugere que “aborrecer” aqui significa rejeição ativa, desagrado, e desaprovação manifesta em justiça retributiva. Não é apenas o fato de que Esaú (Edom) sofre com a ausência ou a redução da bênção, mas que ele recebe condenação. Para este uso de “aborrecer”, ver Sl 5:5; Is 61:8; Os 9:15; Am 5:21; Mt 2:16. Ver “Eleição e Reprovação” em Rm 9:18.

assolação. A referência é mais provavelmente à ocupação de Edom pelos árabes nabateus. Em Amós 9:12 Edom é representante de todas as nações que estão sob a influência salvífica da promessa de Deus.

*

1:5 fora dos limites de Israel. Deus é o Senhor soberano da história, cujos propósitos redentores são cumpridos tanto dentro quanto fora do antigo Israel (v. 11; Gn 12:3).

* 1.6—2.9 Uma razão maior para a ira de Deus com Israel é a atitude do sacerdócio com o nome de Deus no altar e com a lei de Deus no ensino e julgamento. No altar eles ofereciam animais doentes ou imperfeitos em sacrifício, deste modo invertendo o propósito dos seus esforços e trazendo profanação e maldição quando eles deveriam ter trazido bênção e purificação. Em seu ensino e julgamento eles violaram a aliança com Levi (2.8), demonstrando parcialidade e levando muitos ao erro.

* 1:6 honra. Deus é em si mesmo infinitamente glorioso, e ele deve receber o reconhecimento do seu povo (Sl 29:1, 2; 57:5, 11).

desprezais. O oposto de honrar e temer ao Senhor (conforme 2Sm 12:9, 10). A palavra é usada freqüentemente em Provérbios (1.7; 15.20; 23.22).

* 1.7 pão imundo. A referência é aos de sacrifícios de animais (v. 8). “Imundo” significa cerimonialmente sujo e portanto, inaceitável. Deus não está ofendido somente pelas imperfeições cerimoniais mas pela atitude de menosprezo que está por detrás desses sacrifícios imperfeitos (Gn 4:3-5 e notas; Hb 11:4).

A mesa do SENHOR. Esta frase, e a frase similar no v. 12 (ref. lat.) ocorrem somente aqui no Antigo Testamento, ambas as ocorrências referem-se ao altar.

*

1.8 O coxo ou o enfermo. A lei expressamente proibia tais ofertas (Lv 22:22; Dt 15:21).

* 1:11 é grande entre as nações o meu nome. Deus promete o triunfo futuro do seu reino glorioso. “Desde o nascente do sol até ao poente,” e frases similares, frequentemente apontam para o juízo futuro de Deus do mundo e a restauração da sua ordem (Sl 50:1; Is 45:6; 59:19).

em todo lugar. Os sacrifícios imperfeitos que são oferecidos durante o período do profeta (vs. 7,
8) são contrastados com as ofertas puras de adoração no futuro (Is 2:2-4; 66.19-21; Zc 14:16-21). A promessa deste verso está sendo cumprida até mesmo agora, quando Cristo reúne seus reis e sacerdotes dentre as nações (Ap 5:9,10), e será consumada no futuro, quando as nações se reunirem para adorar a Deus em pureza (Ap 21:27).

*

1.14 maldito seja o enganador. As leis que regulamentam as ofertas voluntárias exigem a entrega de uma oferta perfeita. Este texto implica numa tentativa de enganar o Senhor (conforme Sl 76:11).

eu sou grande rei. Deus não é apenas o Pai deles (1.6; Êx 4:22) e seu Mestre, mas também é o seu Rei. A idéia de Deus como Rei surgiu logo no início da religião do Antigo Testamento (Nm 23:21; 24:7; Dt 33:5). Ver Sl 93:100.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
MALAQUIAS serve como profeta no Judá aproximadamente em 430 a.C. Foi o último dos profetas do Antigo Testamento.

Ambiente da época: A cidade de Jerusalém e o templo já tinham sido reconstruídos desde fazia quase um século, mas o povo se tinha voltado negligente em sua adoração a Deus.

Mensagem principal: A relação do povo com Deus estava rota devido a seu pecado e logo seria castigado. Mas os poucos que se arrependeram receberiam a bênção de Deus, ilustrada em sua promessa de enviar l Messías.

Importância da mensagem: A hipocrisia, a negligência para Deus e a vida despreocupada têm conseqüências devastadoras. O servir e adorar a Deus deve ser o ponto principal de nossa vida, tão agora como na eternidade.

Profeta contemporâneo: Nenhum.

1:1 Um oráculo é uma mensagem de Deus. Malaquías, o último profeta do Antigo Testamento, pregou depois do Hageo, Zacarías e Nehemías, aproximadamente no ano 430 a.C. O templo tinha sido reconstruído desde fazia quase um século, mas o povo estava perdendo seu entusiasmo para a adoração. A apatia e a desilusão se estabeleceram devido a que não se cumpriram as profecias messiânicas do Isaías, Jeremías e Miqueas. Muitos de quão pecados tinham provocado a queda de Jerusalém no ano 586 a.C. se seguiam praticando no Judá. Malaquías confrontou aos hipócritas com seu pecado ao representar, de maneira gráfica, um diálogo entre o Deus justo e seu povo insensível.

1:2 A primeira mensagem de Deus por meio do Malaquías foi: "Eu lhes amei". Embora esta mensagem se aplicava especialmente ao Israel, é uma mensagem de esperança para todos os povos de todos os tempos. Infelizmente, muitas pessoas põem em tecido de julgamento o amor de Deus, e tomam o progresso político e econômico como medida do êxito. devido a que o governo era corrupto e a economia era deficiente, os israelitas assumiram que Deus não os amava. Estão equivocados. Deus ama a todas as pessoas porque O as criou; entretanto, suas recompensas eternas são sozinho para os que lhe são fiéis.

1.2-5 A frase "e ao Esaú aborreci" não se refere ao destino eterno do Esaú. Simplesmente significa que Deus escolheu ao Jacó para ser o meio pelo que surgiria a nação do Israel e o Messías (veja-se Rm 9:10-13). Deus permitiu ao Esaú ser pai de uma nação, mas esta nação, Edom, mais tarde se voltou um dos principais inimigos do Israel. A história do Esaú e Jacó se encontra em Gn 25:19-34; Gn 27:30-43. E porque Deus escolheu ao Jacó e a seus descendentes como a nação por meio da qual o mundo seria bento, protegia-os de uma maneira especial. O triste é que eles rechaçaram a Deus depois de que O os escolheu.

1.6ss Deus acusou aos sacerdotes de não havê-lo honrado e não ter dado bons exemplos espirituais ao povo. O templo tinha sido reconstruído no ano 516 a.C., e a adoração se levava a cabo ali, mas os sacerdotes não adoravam a Deus de maneira adequada. Esdras, o sacerdote, tinha levado a cabo um grande avivamiento, mas nos tempos do Malaquías, muitos anos depois da morte do Esdras, o sacerdócio estava em decadência. A adoração a Deus tinha perdido sua vitalidade e se tinha voltado mais um negócio para os sacerdotes que uma adoração sincera.

1.6-8 A Lei de Deus requeria que se sacrificassem animais vivos e sem defeitos (veja-se Lv 1:3). Mas estes sacerdotes estavam oferecendo animais cegos, coxos e alguns já mortos. Deus acusou ao Israel de desonrá-lo ao oferecer sacrifícios imperfeitos. Nossas vidas devem ser sacrifícios vivos a Deus (Rm 12:1). Se dermos a Deus só o tempo, o dinheiro e a energia que nos sobram, repetiremos o mesmo pecado destes adoradores que não queriam entregar nada valioso a Deus. O que entregamos reflete nossa verdadeira atitude para O.

1:7, 8 O povo oferecia sacrifícios impróprios a Deus ao: (1) pensar sozinho no que lhes convinha: ser o mais barato possível, (2) ser negligentes: não lhes importava o que ofereciam em sacrifício, e (3) desobedecer totalmente, oferecendo sacrifícios a sua maneira e não como Deus os tinha ordenado. Estes métodos que utilizavam ao oferecer sacrifícios mostravam sua verdadeira atitude para Deus.

1:10 Como intermediários entre Deus e o povo, os sacerdotes tinham a responsabilidade de refletir as atitudes de Deus e seu caráter. Ao aceitar sacrifícios impuros, estava levando a povo a acreditar que Deus aceitava esses sacrifícios também. Como cristãos, freqüentemente estamos na mesma posição destes sacerdotes devido a que refletimos a Deus em nossas famílias e com nossos amigos. Como reflete seu caráter e atitude a imagem de Deus? Se você aceitar o pecado à ligeira, está sendo como estes sacerdotes dos tempos do Malaquías.

1:11 Um tema escutado com o passar do Antigo Testamento se reafirma neste livro: "Porque grande é meu nome entre as nações". Deus tinha um povo escolhido, os judeus, através dos quais tinha planejado salvar e benzer ao mundo inteiro. Na atualidade, Deus ainda quer salvar e benzer ao mundo por meio de seu povo, mas agora seu povo são todos os que acreditam no: judeus e gentis. Os cristãos são agora seu povo escolhido, e nosso sacrifício agradável ao Senhor é nossa nova vida em Cristo (veja-se 2Co 2:14-15). Está à disposição de Deus para ser utilizado para engrandecer seu nome ante as nações? Esta missão começa em sua casa e em sua comunidade.

1:13 Muitas pessoas pensam que seguir a Deus deve fazer a vida mais fácil ou mais cômoda. Estão procurando deus por conveniência. A verdade é que freqüentemente se requer de um trabalho árduo para viver de acordo com os duros requerimentos de Deus. Possivelmente nos chame a viver na pobreza ou no sofrimento. Entretanto, se o servir a Deus é mais importante para nós que qualquer outra coisa, todas as coisas às que renunciemos têm pouca importância comparadas com o que obtemos: vida eterna com Deus.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
I. O TÍTULO (Ml 1:1. ; Mt 17:3 ; Mc 9:11) .

II. AMOR DE JEOVÁ PARA ISRAEL declarado (Ml 1:2. ). A palavra hebraica ahav "denota o amor na sua expressão ou manifestação prática." Em resposta às palavras de Israel, Em que nos tens amado? os judeus são feitas para ver a atitude de Jeová para com Israel, em contraste com sua atitude para com Edom. Israel, Ele indica, terá libertação, enquanto Edom está fadado à ruína sem restauração, não falando principalmente de Israel e Edom como indivíduos, mas como nações.

O que Ele quer dizer quando fala, eu amava a Jacó; mas rejeitei Esaú? Esta passagem tem sido muitas vezes interpretado literalmente, quando, como Orr coloca, que se destina "hiperbolicamente em sentido relativo a expressar apenas forte preferência de um para outro." Indicações de que esta interpretação é correta são vistos, em primeiro lugar de tudo, no uso da palavra "ódio" na Bíblia e, em segundo lugar, no relacionamento de Deus com Esaú (Edom) e seus descendentes.

Duas palavras hebraicas, sane' e satam , são traduzidas como "ódio" no Antigo Testamento. Destes, sane' é utilizada com mais frequência e aparece em Ml 1:3 : "Jeová viu que Lia era desprezada."

A afirmação anterior é feita de Jacó. No entanto, não há nenhuma evidência de que Jacó realmente odiava Leah. A verdade da questão é que ele amava a Raquel muito mais do que ele amava Lia que, hiperbolicamente, o seu amor para os dois foi em pólos opostos. No entanto, seu verdadeiro amor por Leah é visto em sua conduta para com ela. Ele deu a seus filhos (Gn 29:1 ). E ele parece sempre ter tratado com gentileza.

Da mesma forma, é evidente que Deus não odeia Esaú no sentido de que nós comumente entender a palavra. Ele abençoou Esaú (Gn 27:38 ), deu a seus descendentes uma morada (Js 24:4 ). Embora, mais tarde, por causa da obstinação contínuo da Edom, Deus o julgou severamente (conforme Obad .; Jl 1:6 , Jl 1:11 , Jl 1:12 ; Is 63:1. ; Jr 49:7 ), Ele também Israel punido por seus pecados. Ele castiga aqueles a quem ama (He 12:6f ), não é uma prova de que Ele originalmente odiava Edom, não mais do que o fato de o inferno é a prova de que Deus nunca amou os condenados (conforme Jo 3:16 ).

O equivalente grego do sane' ("odeio") é miseo . Em Lc 14:26 , Jesus afirma que somente aquele que odeia "seu próprio pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, ... e também à própria vida ...", pode ser seu discípulo. Para interpretar essa declaração literalmente é fazer com que o cristianismo uma religião de contradições. Mas Jesus não estava ensinando o ódio; Ele estava expressando em linguagem hiperbólica a verdade significativo que o amor de um discípulo de Cristo pelo seu Senhor deve ser muito mais forte do que o seu amor por ninguém.

Assim, tanto o uso gramatical e um estudo da história indicam que Deus não foi o que significa, em Ml 1:3)

6 O filho honra o pai, eo servo ao seu amo; se eu sou pai, onde está a minha honra? e se eu sou senhor, onde está o meu medo? diz o Senhor dos Exércitos para vós, ó sacerdotes, que desprezam o meu nome. E vós dizeis: Em que temos desprezado o teu nome? 7 Ye oferta pão profano sobre o meu altar. E vós dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível. 8 E, quando trazeis animal cego para o sacrifício, isso não é mau! e quando ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau! Ora apresenta-o ao teu governador; será que ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos Exércitos. 9 E agora, peço-vos, implorou o favor de Deus, para que ele tenha misericórdia de nós: Este tem sido o da vossa mão, aceitará ele a vossa pessoa? diz o Senhor dos exércitos. 10 Oh que havia alguém entre vós que fechasse as portas, para vos não kindle fogo em meu altar em vão! Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos exércitos, nem aceitarei oferta da vossa Mc 11:1 Mas desde o nascente do sol até o pôr-do-mesmo meu nome será grande entre as nações; e em todo lugar incenso será oferecido ao meu nome, e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o Senhor dos exércitos. 12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é profana, eo seu fruto, a sua comida, é desprezível. 13 Ye dizer também: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos exércitos; e vós trouxeram a que foi tomada pela violência, e os coxos e os doentes; assim trazeis a oferta: que devo aceitar isso em sua mão? . diz o Senhor 14 Mas seja maldito o enganador que, no seu rebanho um macho, e voweth, e sacrifica ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é temível entre os gentios.

Após o cativeiro, o lugar do sacerdote na vida religiosa e nacional judaico aumentou em importância. Este fato dá força adicional à acusação do sacerdócio nesta seção. O profeta traz acusações específicas. A primeira acusação é a de palavrões, ou seja, o desprezo ou desrespeito a Deus e as coisas sagradas. É o pecado de degradar coisas sagradas para um nível Ct 1:1 ; Dt 15:21. ). (3) A desdém para o nome de Deus, declarando que a mesa do Senhor está poluída, ou seja, desprezível (v. Ml 1:7 ).

Enquanto, entre os gentios em terras pagãs, os louvores de Deus seria cantado do amanhecer ao sol poente, Israel profanado o nome de Deus, e os sacerdotes exerciam suas funções sem coração. Eles ofereceram rasgado, animais resgatados. Eles consideraram os coxos e os doentes para ser bom o suficiente para Deus, o grande Rei do Universo. Mesmo quando um tinha um macho sem defeito para uma oferenda, ele tomou uma vez que tem mácula, apresentando, assim, seu coração enganoso. Então Malaquias diz: Maldito seja o enganador, "o profanador, e cada religioso Deus-depreciativa que denuncia o grande Rei, o Senhor dos Exércitos."

Aqui, então, é o veredicto de Deus contra a adoração adoração insincera que apresenta pouca noção da grandiosidade e majestade do Deus eterno, ea reverência devida ao seu grande e santo nome.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
I. Eles duvidam do amor do Senhor (Ml 1:1-39)

O Senhor disse a seu povo: "Eu vos tenho amado". Ele responde: "Em que nos tens amado?", e pede provas disso. Duvidar do amor do Senhor é o início da descrença e da deso-bediência. Eva duvidou do amor do Senhor e comeu o fruto da árvore proibida; ela achava que Deus lhe recusava algo. Satanás quer que nos sintamos negligenciados pelo Senhor. Ele diz ao remanescente ju-deu: "Veja a situação difícil de vo-cês. Onde estão as safras? Por que Deus não cuida de vocês?".

O Senhor prova seu amor por seu povo de duas formas: (1) ele graciosamente escolheu Jacó para ser pai dele e rejeitou Esaú, que, de muitas formas, era um homem mui-to melhor que Jacó; e (2) ele julgou os edomitas (descendentes de Esaú) e deu a Israel a terra melhor. Ele pro-meteu a Israel uma terra que "mana leite e mel"; no entanto, infeliz-mente, o pecado dele sujou a terra. Mesmo assim, Deus graciosamente restaurou a terra para o seu povo e livrou-o do cativeiro.

II. Eles desprezaram no nome do Senhor (Ml 1:6-39)

Agora, Deus volta-se para os sacer-dotes, que deveriam ser os líderes espirituais da terra. Os sacerdotes não honram o nome do Senhor; eles pegam a melhor parte das ofertas para si mesmos. Não valo-rizam os privilégios espirituais que o Senhor lhes deu: servir no altar, queimar o incenso e comer os pães da proposição. E eles não trazem o melhor que têm para o sacrifício: trazem animais com defeitos (conforme Dt 15:21). Deus dá-lhes o melhor que tem e, em troca, pede o me-lhor deles, porém eles não lhe obe-decem.

No versículo 10, o Senhor afir-ma: "Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendésseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós. [...] nem aceitarei da vossa mão a oferta". Deus prefere ter o templo fechado a ver o povo e os sacerdotes "brincando com a religião" e guar-dando o melhor para eles mesmos. Os sacerdotes nem mesmo aceita-vam um sacrifício sem antes pegar a parte deles. Na época de Eli, foi esse tipo de pecado que trouxe der-rota para Israel (1Sm 2:12 e 4:1- 18). O versículo 11 afirma que as nações gentias oferecem sacrifícios melhores ao Senhor que seu próprio povo. E muito ruim quando pessoas não-salvas sacrificam mais por sua religião que aqueles que realmente conhecem o Senhor.

Somos sacerdotes por intermé-dio de Cristo e devemos oferecer "sacrifícios espirituais" a ele (1Pe 2:5). Que sacrifícios são esses? Nos-so corpo (Rm 12:1-45); nossos dona-tivos (Fp 4:14-50); nosso louvor (He 13:15); a prática do bem (He 13:16); as almas que ganhamos para Cristo (Rm 15:16). Temos trazido nosso melhor para ele ou apenas o que nos é conveniente?


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
1.1 Malaquias quer dizer, no heb, "meu mensageiro". Este mensageiro do Senhor foi o último dos profetas do AT. Sua mensagem foi dirigida ao remanescente que voltará para a terra da Palestina, depois dos 70 anos de cativeiro. A sentença veio como conseqüência do pecado em que o povo havia caído uns cem anos após a reconstrução de Jerusalém.

1.2 Eu vos tenho amado. Deus afirma categoricamente Seu amor por Seu povo a despeito dos seus pecados. O Senhor não deixa de amar ao pecador, ainda que odeie todo e qualquer pecado. "Em que nos tem amado?" Esta é a primeira entre dez perguntas que mostram o espírito ingrato e rebelde do povo israelita (1.2, 6, 7, 12, 13 2:13-17; 3.7, 8, 13).

1.3 Aborreci a Esaú. Deus amou e elegeu a Jacó pela Sua graça soberana. O uso da palavra aborreci provavelmente seria uma expressão peculiar do hebraico para indicar que Esaú (antepassado dos edomitas) não foi eleito (conforme Rm 9:13).

1.4 Israel foi restaurada enquanto Edom ainda se achava em escombros. Isto foi uma demonstração do amor divino por Israel. Diz o Senhor dos Exércitos. Esta expressão, que salienta o poder de Deus, encontra-se 24 vezes nesta profecia curta. Malaquias recebeu sua mensagem diretamente de Deus e portanto falou com autoridade divina. Durante os quatrocentos anos de intervalo entre o fim do AT e o início do NT, era freqüentemente reconhecido pelas escritores judeus que não houve profeta entre eles desde Malaquias.

1.7 Os sacerdotes eram culpados de dar a Deus apenas as sobras no lugar das primícias e o melhor como a lei requeria (Lv 22:22). Nosso Senhor merece a preeminência nas nossas vidas (Cl 1:18). Dar-lhe menos é desprezá-lo e insultá-lo.

1:8-10 Ninguém se atrevia a dar um animal enfermo ou indigno a um governante. Porém era justamente o que os judeus estavam oferecendo a Deus, o Rei dos reis. Ele não pode ser enganado e conseqüentemente não aceitará tais ofertas. Dar ofertas hipócritas era pior que deixar de sacrificar. Melhor fechar as portas do templo o que ofender a Deus com um culto desprezível.
1.11 Incenso é o símbolo de oração (Ap 8:3, Ap 8:4) Uma vez que a palavra sacrificar é usada para designar louvor (He 13:15); pode ser que aqui um culto espiritual esteja em vista. Esta predição de culto universal cumpre-se parcialmente na 1greja, espalhada em todas as nações do mundo. Seu cumprimento final se realizará com a segunda vinda de Cristo (Ap 7:9, Ap 7:10).

1.14 A lição deste capítulo é que Deus é grande e santo. Ele deve ser servido e cultuado em espírito e em verdade (Jo 4:23, Jo 4:24). • N. Hom. "Religião insincera e sem proveito” é demonstrada:
1) Na ingratidão em face do amor incontestável de Deus (2);
2) Na impertinência no culto, oferecendo a Ele o que seja defeituoso e sem valor (9);
3) Em tornar por definida de antemão a concessão do favor divino mesmo sem pedir (9);
4) Em ser indiferente em face da grandeza de Deus (14b).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 1 até o 14
Título (1.1)

Advertência (heb. massã’\ “oráculo” em algumas versões): O termo é usado aproximadamente 60 vezes no ATOS. A idéia é de um “peso” colocado por um senhor, governante ou uma deidade sobre seus súditos. Pode ser aplicada a uma posição de liderança entre o povo de Deus, a uma tarefa religiosa ou ao juízo de Deus. Aqui ele destaca o sentimento de compulsão e responsabilidade do profeta ao transmitir a mensagem confiada a ele. Ele não teria necessariamente escolhido dizer algo assim, mas não tem escolha: o peso foi colocado sobre ele pelo Senhor, e ele simplesmente tem de aceitar e realizar a sua tarefa. A mensagem do profeta não é uma que ele inventou; ele também não fala porque gosta de ouvir o som da sua 1374

DO SENHOR (3.13—4.3)
voz ou sentir que tem influência sobre as pessoas. Antes, é uma mensagem que foi colocada sobre o seu coração como um “peso”; e a intenção é que pese também sobre a consciência dos seus ouvintes. E a palavra do Senhor, uma revelação de Deus, contra Israel, seu povo que retornou do exílio e que está começando a esquecer o seu Deus, por máo de Malaquias (conforme Introdução).

I. O AMOR DO SENHOR POR ISRAEL (1:2-5)

Malaquias introduz a palavra que ele traz de Deus ao lembrar o povo do grande amor de Javé por ele, um tema central nos profetas do ATOS (conforme Dn 11:1-28; Jr 31:1-24; Is 43:1-23; Ez 25:12-14; Am 1:2. A expressão o Senhor dos Exércitos (Yahweh fbaôt) é repetida como um refrão em toda a profecia de Malaquias (24 vezes); indica o papel de Javé como Salvador, Protetor e Juiz do seu povo (conforme Sl 46:7,Sl 46:11). v. 4,5. O juízo de Deus sobre Edom é certo. Edom pode até tentar ser uma grande nação novamente, mas isso não vai acontecer; Deus não vai permitir. No entanto, Israel não pode se orgulhar ou confiar na sua própria justiça. A mão julgadora de Deus vai pesar sobre Israel também, como o profeta vai destacar mais tarde.

II. UMA ACUSAÇÃO CONTRA OS SACERDOTES (1.6—2.9)

As pessoas gostam de pensar no juízo de Deus como direcionado somente para outras pessoas; mas a mensagem dos profetas hebreus é que ela inclui tanto Israel quanto as outras nações, tanto os servos de Javé como o povo; o juízo sempre começa na própria casa de Deus (Jl 3:2; Jr 25:29,Jr 25:30; Ez 9:61Pe 4:17). Assim, Malaquias apresenta em primeiro lugar a acusação contra os sacerdotes (1.6—2,9) e depois contra o povo como um todo (2:10-17). v. 6. O profeta fala em termos de relacionamentos humanos comuns que são familiares a seus ouvintes — pai— filho e senhor—servo — que exigem honra e respeito (Êx 20:12; Pv 30:11). Mas, se a honra e o respeito são esperados e devidos nos relacionamentos humanos, quanto mais isso é verdadeiro no relacionamento que existe entre Javé e o seu povo! Por suas ações, os sacerdotes mostraram que, no fundo do seu coração, eles na verdade desprezam o nome de Javé (i.e., o próprio Deus; conforme Name, IDB, e Nome, NDB); conforme também 1.11,14; 2.2,5; 3.16; 4.2. v. 7,8. Os sacerdotes desprezaram Javé ao colocarem comida [ritualmenté\ impura sobre o seu altar. O problema fundamental, no entanto, não era o mero ritual, mas a atitude do coração, embora essa atitude mental conduzisse ao descuido em questões de rituais prescritos (e.g., a oferta de animais cegos, aleijados ou doentes para o sacrifício; conforme Ex 12:5Lv 1:3,10; 22:18-25; Dt 15:21 etc.). A expressão a mesa do Senhor (v. 7 e
12) é usada no ATOS somente por Malaquias (mas conforme Sl 23:5Ez 44:16); a referência principal provavelmente seja às mesas que existiam no pátio interno do templo para o sacrifício de animais. A prova de os sacerdotes estarem distantes de Javé estava no fato de que não davam a ele o que tinham de melhor, i.e., eles tentavam oferecer a Deus o que não tinha valor para os homens, v. 9. Esse versículo expressa ironia. O propósito de um presente no Antigo Oriente não era só reconhecer a generosidade recebida, mas garantir o favor para o futuro. Aqui pede-se a Deus para que tenha compaixão ao lhe apresentar ofertas definitivamente inferiores, v. 10. “Parem com essa hipocrisia!”, diz o profeta. “Seria melhor fechar as portas do templo do que continuar a profanar o altar de Deus dessa maneira”. Cf. Is 1:13; Jl 5:21-30. v. 11. Às vezes, se interpreta esse versículo como um endosso da adoração pagã, i.e., que em contraste com as práticas corruptas de Judá os gentios — por suas boas obras, por meio do culto ao “Deus dos céus”, que era muito difundido em todo o Império Persa, ou simplesmente pela sinceridade da sua devoção religiosa, adoram o Deus único e verdadeiro. Mas a expressão provavelmente é uma referência ao sacrifício perfeito da era messiânica, quando o nome de Deus vai ser grande [...] entre as nações, i.e., quando gentios vierem a conhecer Deus e a adorá-lo fora dos limites estreitos da terra da Palestina e do ritual religioso de Israel (conforme J. Baldwin, op. cit., p. 227-30.). v. 12. Em contraste com isso, Malaquias se volta para os sacerdotes; o seu vocês é enfático. Ele vai além do ritual exterior para os reais pensamentos e intenções do coração: vocês dizem que a mesa do Senhor é imunda (melhor seria: “pode ser desprezada”) e que a sua comida édesprezível. v. 13a. riem dela com desprezo: BJ: “e me desprezais”, v. 13b,14. Mais uma vez, Malaquias ressalta que Deus não está disposto a aceitar nada que não seja o melhor, animais roubados: Conforme Êx 22:31; Lv 22:20,25. A referência no v. 14 é à oferta voluntária, prometida a Deus em tempos de dificuldade como oferta de gratidão se o livramento for concedido; a tentação era oferecer um substituto sem valor. Mas o homem que tentar enganar a Deus não vai ficar impune; ele vai descobrir que Deus é um grande rei, como também pai e senhor (1.6).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 6 até o 9

B. "Em que Desprezamos nós o Teu Nome?" 1:6 - 2:9.

O foco da atenção é agora o sacerdócio corrupto. Os sacerdotes do tempo de Malaquias seguiram os passos de Nadabe e Abiú (Lv 10:1) e dos filhos de Eli (1Sm 2:12-17). Eram administradores do ritual mosaico do sacrifício, mas seus corações estavam longe de Deus. Como a maioria do povo, eram apóstatas. Na realidade, seu desprezo pela lei de Deus e seu fracasso em honrá-lo eram justamente a influência que solapou a verdadeira fé e a conduta piedosa da parte de Israel.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Malaquias Capítulo 1 do versículo 6 até o 14
III. ISRAEL DESONRA AO SENHOR Ml 1:6-2.9

O filho honrará o pai (6). Em Israel, essa atitude para com o próprio pai, era salientada acima de todas as atitudes. Pensar em Deus como Pai, por conseguinte, deveria resultar em honra à Sua autoridade e majestade. O meu temor (6); isto é, a reverência por mim, da espécie que um servo deve a seu senhor. Porém, os sacerdotes desprezam o meu nome (6). Ofereceis... pão imundo... (7). Essa não é uma resposta à pergunta anterior, mas um segundo predicado descritivo dos sacerdotes, o que é explicado no versículo 8. Eles desprezavam Seu nome ao pensar que A mesa do Senhor é desprezível (7), e O poluíam por suas ofertas inaceitáveis. Em lugar de te (7) a Septuaginta e o Targum lêem "o", dando a entender que o desprezado era o altar, o que também sucede no versículo 8. Animal cego (8). Toda vítima dos sacrifícios tinha de ser sem defeito (ver Dt 15:21 etc.). Não faz mal (8), deve ser compreendido como palavras que expressam os sentimentos dos sacerdotes. Príncipe (8); possivelmente algum príncipe ou governante persa; os sacerdotes traziam ofertas para o altar que não ousariam apresentar à autoridade civil. Aceitará ele a tua pessoa? (8); lit., "levantará teu rosto?", isto é, "assegurar-te-á seu favor?" Portanto, os seus esforços para conquistar o favor de Deus de nada serviriam se Lhe trouxessem tais presentes. Isto veio da vossa mão (9). Leia-se conforme a Exp. Bible: "Quando coisas como estas vem de vossas mãos, pode Ele aceitar vossas pessoas?" Quanto ao versículo 10, deve-se ler: "Oxalá houvesse um entre vós que fechasse as portas, para que não acendêsseis fogo sobre meu altar em vão!" Seria melhor fechar as portas do templo e não celebrar sacrifício algum do que oferecer tão vã adoração. Será (11). Cada vez que aparece no futuro, deve ser lido no presente "é". O ponto em foco é que nos dias do profeta os próprios gentios estavam oferecendo uma adoração mais sincera que os habitantes de Jerusalém.

>Ml 1:12

Quando dizeis (12). Cfr. o versículo 7; era a atitude deles, e não tanto suas declarações reais que o profeta tinha aqui em mente. Lançastes ao desprezo (13); isto é, os sacerdotes consideravam cansativos os serviços no templo e o povo, segundo seu exemplo, mostrava-se mesquinho e enganoso. Maldito seja o enganador (14). Faz-nos lembrar a história de Ananias e Safira, em At 5. O dr. M. Dods cita, mui apropriadamente, de Pirke Aboth 1.16: "Dizei pouco e fazei muito. Sede semelhante a Abraão, que prometeu apenas um pedaço de pão, mas abateu uma novilha tenra e boa".


Dicionário

Aceitar

verbo transitivo direto Receber de boa vontade aquilo que é oferecido: aceitar a doação.
Aguentar algo doloroso; suportar: aceitar o castigo.
Demonstrar concordância em relação a: aceitar as críticas.
Tomar para si; assumir: aceitar os julgamentos.
Assumir como verdadeiro, real, correto: não aceita a opinião alheia.
Passar a usar habitualmente; adotar: aceitar crenças religiosas.
Aceitar por honra da firma, concordar contra a própria vontade.
[Jurídico] Expressar formalmente a aceitação dos termos de um contrato.
[Jurídico] Aceitar uma letra, um contrato, obrigar-se por escrito ao pagamento daquela ou ao cumprimento das cláusulas deste.
verbo transitivo direto predicativo Admitir a contragosto ou aderindo: aceitamos a situação de fato.
Reconhecer como legítimo: aceitou sua condidatura à presidência.
Etimologia (origem da palavra aceitar). Do latim acceptare, "acolher".

receber, tomar. – Muito judiciosamente estabelece S. L. uma certa gradação entre estes verbos, sob uma outra ordem. “Tomar alguém uma certa coisa – diz ele – é havê-la para si, chamá-la a si, apreendê- -la com a mão (ou pô-la sob seu domínio). Não envolve, nem supõe ação estranha, que nos mande, ou dê, ou ofereça essa coisa; nem ideia de movimento que no-la traga. Tomamos o vestido, o chapéu, a espada; tomamos o livro para ler, a pena para escrever, as armas para brigar; tomamos amor, ódio, asco; tomamos ocasião, ensejo, tempo, etc. – Receber é tomar o que se nos dá, ou se nos oferece, ou se nos manda; ou o que vem a nós. Recebemos um presente, um favor, uma injúria; recebemos um hóspede, uma visita, uma notícia, uma ferida na guerra; recebemos o foro que se nos paga, o dinheiro que se nos deve. – Aceitar é receber com agrado e boa sombra; e também aprovar, assentir, dar consentimento, autorizar o que se nos oferece ou propõe. Aceitamos um obséquio, uma graça, uma oferta; aceitamos as condições de um contrato, a proposta que se nos faz, a obrigação que se nos impõe, etc.”. Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 73

Agora

advérbio Nesta hora; neste exato momento; já: agora não posso atender ao seu pedido.
De modo recente; há pouco tempo: eles foram ao supermercado agora mesmo.
Na época corrente; nos dias de hoje; atualmente: agora já não se usa este tipo de roupa.
A partir dessa circunstância, desse instante; doravante: já fiz o que podia, agora o problema é seu!
Numa circunstância posterior; depois: antes não sabia falar, agora não sabe ficar quieto!
conjunção Todavia, mas: em casa é super tímido, agora, na escola fala sem parar.
Etimologia (origem da palavra agora). Do latim hac + hora.

advérbio Nesta hora; neste exato momento; já: agora não posso atender ao seu pedido.
De modo recente; há pouco tempo: eles foram ao supermercado agora mesmo.
Na época corrente; nos dias de hoje; atualmente: agora já não se usa este tipo de roupa.
A partir dessa circunstância, desse instante; doravante: já fiz o que podia, agora o problema é seu!
Numa circunstância posterior; depois: antes não sabia falar, agora não sabe ficar quieto!
conjunção Todavia, mas: em casa é super tímido, agora, na escola fala sem parar.
Etimologia (origem da palavra agora). Do latim hac + hora.

advérbio Nesta hora; neste exato momento; já: agora não posso atender ao seu pedido.
De modo recente; há pouco tempo: eles foram ao supermercado agora mesmo.
Na época corrente; nos dias de hoje; atualmente: agora já não se usa este tipo de roupa.
A partir dessa circunstância, desse instante; doravante: já fiz o que podia, agora o problema é seu!
Numa circunstância posterior; depois: antes não sabia falar, agora não sabe ficar quieto!
conjunção Todavia, mas: em casa é super tímido, agora, na escola fala sem parar.
Etimologia (origem da palavra agora). Do latim hac + hora.

Deus

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


Diz

3ª pess. sing. pres. ind. de dizer
2ª pess. sing. imp. de dizer

di·zer |ê| |ê| -
(latim dico, -ere)
verbo transitivo

1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

2. Referir, contar.

3. Depor.

4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

verbo intransitivo

8. Condizer, corresponder.

9. Explicar-se; falar.

10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

verbo pronominal

11. Intitular-se; afirmar ser.

12. Chamar-se.

13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

nome masculino

14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

15. Estilo.

16. Maneira de se exprimir.

17. Rifão.

18. Alegação, razão.


quer dizer
Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

tenho dito
Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


Favor

substantivo masculino Aquilo que se faz de maneira voluntária a alguém; sem imposição; gentileza, obséquio.
Pedido de misericórdia atribuído por indulgência; mercê: favor espiritual.
Auxílio oferecido a alguém; proveito: vivia em favor da mãe.
Defesa, proteção: vive dos favores do padrinho.
Encantamento, simpatia, respeito: almejava o favor do gerente.
Graça, obséquio: pedir um favor.
Retribuição dada a alguém por uma relação de preferência ou de influência exercida sobre a pessoa que retribui: nunca se esforçava porque sabia que ele lhe devia um favor; tudo o que conseguiu foi lhe dado de favor.
Etimologia (origem da palavra favor). Do latim favor.oris.

Benefício; bondade

Favor
1) Serviço; obséquio (Gn 20:13), RA).

2) Misericórdia, bondade, GRAÇA 5, (Sl 30:5). 3 Proteção (Ed 9:9), RA).

4) Em favor: em benefício, no interesse (36:2); (2Co 9:1).

Mão

Mão Símbolo do poder de Deus, digno de confiança (Mt 4:6). O Pai colocou tudo nas mãos de Jesus (Mt 3:12; Lc 3:17; Jo 3:45; 13,3), do qual provém a onipotência do Filho (Jo 10:28ss). Em Jesus, o uso das mãos está ligado à bênção (Mt 19:13-15; Mc 10:16; Lc 24:50) e à cura (Mc 6:5; 8,23-25; Lc 4:40; 13,13); o mesmo pode ser observado em seus discípulos (Mt 9:18; Mc 7:32; 16,18).

Mão Medida de comprimento igual a 7,4 cm. É a medida da palma da mão na base dos dedos. É 1/3 do PALMO e 1/6 do CÔVADO (Ex 37:12), RC; RA, quatro dedos).

As mãos eram empregadas tanto metaforicamente como cerimonialmente.
(a): Beijar a mão de alguém era um ato de adoração (31:26-27): ‘Se olhei para o sol, quando resplandecia,…beijos Lhe atirei com a mão… ‘ *veja também 1 Rs 19.18.
(b): Prestar juramento era acompanhado em todas as nações do ato de levantar a mão.
(c): Dar a mão sempre significou paz, amizade e confiança (2 Rs 10.15).
(d): Sentar-se alguém à mão direita era indicio de alta mercê (Sl 16:11 – 77.10), sendo o Filho de Deus muitas vezes representado como estando sentado à mão direita de Seu Pai (Hb 1:13 – *veja também Sl 110:1). Satanás estava à mão direita do sumo sacerdote Josué como acusador (Zc 3:1) – mas, sob outro ponto de vista, o Salmista diz: ‘o Senhor, tenho-o sempre à minha presença – estando ele à minha direita não serei abalado’ (Sl 16:8).
(e): A imposição das mãos compreende-se de diferentes maneiras no Antigo e Novo Testamento. Muitas vezes se toma no sentido de ordenação e consagração de sacerdotes e ministros entre judeus e cristãos (Nm 8:10At 6:6 – 13.3 – 1 Tm 4.14). Deus designou Moisés para pôr as suas mãos sobre Josué, como seu sucessor (Nm 27:18). Jacó pôs as suas mãos sobre Efraim e Manassés, quando os abençoava (Gn 48:14). Quando o sumo sacerdote proferia a bênção, ele tinha a sua mão levantada sobre o povo (Lv 9:22). Semelhantemente, quando os israelitas apresentavam no tabernáculo ofertas pelos pecados, os sacerdotes punham as suas mãos sobre as vítimas, para expiação (Lv 1:4). Neste testemunho o ofertante reconhecia pelos seus pecados que era digno da morte, sendo compreendido que esses pecados apagavam-se no sacrifício, consagrando-se ele a Deus. A mão das testemunhas se levantava contra o idólatra para executar a sentença de morte (Dt 13:9 – 17.7). o nosso Salvador pôs as mãos sobre as cabeças das crianças, quando as abençoava (Mc 10:16) – e o Espirito Santo era conferido aos que eram batizados, pela imposição das mãos dos apóstolos (At 8:17 – 19.6). Pilatos lavou as mãos em sinal de inocência (Mt 27:24).

Pessoa

substantivo feminino Ser humano; quem pertence à espécie humana; criatura.
[Jurídico] Indivíduo a quem se atribuem deveres e direitos.
Gramática Classe gramatical que determina quem fala, primeira pessoa; com quem se fala, segunda pessoa; e sobre o que se fala, terceira pessoa.
Personagem; quem se distingue; sujeito respeitável.
Individualidade; característica própria que distingue alguém.
Religião Catolicismo. Designação das divindades que compõem a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Etimologia (origem da palavra pessoa). Do latim persona.

Piedade

substantivo feminino Demonstração de amor ou afeto pelas coisas religiosas; devoção.
Compaixão pelo sofrimento de uma outra pessoa; misericórdia.
Religião Virtude que possibilita oferecer a Deus o culto que Ele merece.
Etimologia (origem da palavra piedade). Do latim pietas.atis.

[...] A piedade é o melancólico, mas celeste precursor da caridade, primeira das virtudes que a tem por irmã e cujos benefícios ela prepara e enobrece.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13, it• 17

A piedade é amor, amor a Deus, amor, portanto, ao próximo, porque não se pode amar ao Pai sem amar a seus filhos. E o amor desperta a compaixão, à vista do infortúnio, da desgraça alheia.
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 7

[...] A piedade é uma das mais belas modalidades do amor-abnegação, do amor-sacrifício, que jamais pede coisa alguma e distribui tudo quanto possui! [...]
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 6, cap• 20

Piedade é caridade para com nós mesmos.
Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Liberando

[...] [é uma] prece viva [...].
Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Viver

A piedade é a simpatia espontânea e desinteressada que se antepõe à antipatia gratuita ou despeitosa. Ela deve induzir-vos à prática do socorro moral e material, junto daqueles que no-la despertam, sem o que se torna infrutífera. [...] a piedade sincera [...] acatemo-la como força de renovação das almas e luz interior da verdadeira vida, eternizada por Deus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 96


Piedade
1) Respeito pelas coisas religiosas e espírito de DEVOÇÃO (1Tm 4:8).


2) COMPAIXÃO (Ez 7:4).


Senhor

Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


Senhor
1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
Pessoa nobre, de alta consideração.
Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
Pessoa distinta: senhor da sociedade.
Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
Antigo O marido em relação à esposa.
adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

Suplicar

verbo bitransitivo e intransitivo Pedir humildemente ou com insistência; rogar, implorar: suplicar uma ajuda; nas suas orações, suplicava.
[Jurídico] Requerer em juízo; impetrar.
verbo transitivo direto e transitivo indireto Solicitar empenhada e insistentemente; implorar: suplicava auxílio; suplicava por melhorias na escola.
Etimologia (origem da palavra suplicar). Do latim supplicare.

suplicar
v. 1. tr. dir. Pedir com humildade e instância. 2. tr. ind. e Intr. Fazer súplicas.

Tera

tera | s. m.
tera- | elem. de comp.
Será que queria dizer terá?

te·ra |é| |é|
(redução de terabyte)
nome masculino

[Informática] O mesmo que terabyte.


tera-
(inglês tera-, do grego téttara, tettarákonta, quatro [pois 1012=10004])
elemento de composição

Prefixo do Sistema Internacional que, colocado diante de uma unidade, a multiplica por 1012 (símbolo: T) (ex.: terabyte).



Tera [Andarilho ?] - Pai de Abraão, Naor e Harã. De UR, na Caldéia, emigrou com seus filhos para HARÃ 2, (Gn 11:24-32); (Js 24:2).

Terá

1. Pai de Abraão, Naor e Harã, sendo ele, por meio destes personagens, o tronco dos israelitas, ismaelitas, midianitas, moabitas e amonitas (Gn 11:24-32). Era um idólatra (Js 24:2), e habitava para além do Eufrates, em Ur dos Caldeus (Gn 11:28). Saiu Terá com Abraão, e Sara, e Ló (seu neto), de Ur dos Caldeus, ‘para ir à terra de Canaã – foram até Harã, onde ficaram’ (Gn 11:31). E em Harã ele morreu, à idade de 205 anos (Gn 11:32).

Vivia em Ur dos caldeus e era descendente de Sem (Gn 11:10-26; 1Cr 1:26). Foi pai de Abraão e filho de Naor. Seus outros filhos foram Harã e Naor (Gn 11:26-27). Harã, que morreu ainda jovem em Ur, tinha um filho chamado Ló, o sobrinho de Abraão que tempos depois o acompanhou na viagem para Canaã. Terá reuniu toda sua família, saiu de Ur e dirigiu-se para o Norte, através da região conhecida como “o crescente fértil”, que constitui o leito do rio Eufrates (v. 28). Quando, porém, chegou a um lugar chamado Harã, estabeleceu-se ali. Terá morreu naquele local, com 205 anos de idade (vv. 31,32). Posteriormente, Deus falou com Abraão e deu-lhe instruções para se dirigir a uma terra que no futuro seria dada aos seus descendentes.

Embora a viagem de Abraão para Canaã fosse claramente parte de seu compromisso de fé em Deus e obediência a um chamado divino, não existe indicação de que Terá também tenha recebido tal convocação. De fato, muito tempo mais tarde Josué lembrou ao povo de Israel que Terá vivia do outro lado do rio Eufrates e adorava “outros deuses”. A mudança de Abraão para Canaã certamente foi considerada como uma decisão deliberada, a fim de afastar-se do passado de idolatria (Js 24:2-15). Terá posteriormente foi mencionado na genealogia de Jesus apresentada no evangelho de Lucas (Lc 3:34). P.D.G.


Veio

substantivo masculino Ducto, canal, fresta ou ramificação das mais variadas cores, formas ou tamanhos que são encontradas em pedras, madeiras ou em mármore.
Por Extensão Sinal que se assemelha a uma estria, riscas irregulares; estria.
Corrente de água que provém de rios; riacho.
Mineralogia Camada que pode ser explorada; filão: veio de ouro.
Figurado O que pode ser utilizado como fundamento para; o ponto central de; essência: o veio de uma teoria.
Canal natural de água que se localiza abaixo da terra.
Peça que move uma roda, eixo de ativação manual; manivela.
Etimologia (origem da palavra veio). Veia + o.

Veio
1) Parte da mina onde se encontra o mineral; filão (28:1, RC).


2) Riacho (28:11, RA).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Malaquias 1: 9 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Agora, pois, rogo-vos ①, suplicai o favor ② de Deus, que Ele seja misericordioso para conosco; mas isto ③ veio das vossas mãos; aceitará Ele as vossas pessoas? diz o SENHOR dos Exércitos.
Malaquias 1: 9 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

430 a.C.
H1961
hâyâh
הָיָה
era
(was)
Verbo
H2063
zôʼth
זֹאת
Esse
(This)
Pronome
H2470
châlâh
חָלָה
ser ou tornar-se fraco, estar ou tornar-se doente, ser ou tornar-se adoentado, estar ou
(sick)
Verbo
H2603
chânan
חָנַן
ser gracioso, mostrar favor, ser misericordioso
(has graciously given)
Verbo
H3027
yâd
יָד
a mão dele
(his hand)
Substantivo
H3068
Yᵉhôvâh
יְהֹוָה
o Senhor
(the LORD)
Substantivo
H410
ʼêl
אֵל
deus, semelhante a deus, poderoso
(unto God)
Substantivo
H4480
min
מִן
de / a partir de / de / para
(from)
Prepostos
H4994
nâʼ
נָא
agora
(now)
Interjeição
H5375
nâsâʼ
נָשָׂא
levantar, erguer, carregar, tomar
(to bear)
Verbo
H559
ʼâmar
אָמַר
E disse
(And said)
Verbo
H6258
ʻattâh
עַתָּה
agora / já
(now)
Advérbio
H6440
pânîym
פָּנִים
o rosto
(the face)
Substantivo
H6635
tsâbâʼ
צָבָא
o que vai adiante, exército, guerra, arte da guerra, tropa
(their vast array)
Substantivo


הָיָה


(H1961)
hâyâh (haw-yaw)

01961 היה hayah

uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

  1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
    1. (Qal)
      1. ——
        1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
        2. vir a acontecer, acontecer
      2. vir a existir, tornar-se
        1. erguer-se, aparecer, vir
        2. tornar-se
          1. tornar-se
          2. tornar-se como
          3. ser instituído, ser estabelecido
      3. ser, estar
        1. existir, estar em existência
        2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
        3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
        4. acompanhar, estar com
    2. (Nifal)
      1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
      2. estar pronto, estar concluído, ter ido

זֹאת


(H2063)
zôʼth (zothe')

02063 זאת zo’th

irregular de 2088; DITAT - 528; pron demons f / adv

  1. este, esta, isto, aqui, o qual, este...aquele, este um...aquele outro, tal
    1. (sozinho)
      1. este, esta, isto
      2. este...aquele, este um...aquele outro, uma outra, um outro
    2. (aposto ao subst)
      1. este, esta, isto
    3. (como predicado)
      1. este, esta, isto, tal
    4. (enclítico)
      1. então
      2. quem, a quem
      3. como agora, o que agora
      4. o que agora
      5. a partir de agora
      6. eis aqui
      7. bem agora
      8. agora, agora mesmo
    5. (poético)
      1. onde, qual, aqueles que
    6. (com prefixos)
      1. aqui neste (lugar), então
      2. baseado nestas condições, por este meio, com a condição que, por, através deste, por esta causa, desta maneira
      3. assim e assim
      4. como segue, tais como estes, de acordo com, com efeito, da mesma maneira, assim e assim
      5. daqui, portanto, por um lado...por outro lado
      6. por este motivo
      7. em vez disso, qual, donde, como

חָלָה


(H2470)
châlâh (khaw-law')

02470 חלה chalah

uma raiz primitiva [veja 2342, 2456, 2490]; DITAT - 655; v

  1. ser ou tornar-se fraco, estar ou tornar-se doente, ser ou tornar-se adoentado, estar ou tornar-se aflito, estar ou tornar-se triste
    1. (Qal) ser fraco, estar doente
    2. (Piel)
      1. ser ou tornar-se fraco, sentir-se fraco
      2. tornar-se doente, ficar doente
      3. (CLBL) suplicar, orar, implorar
    3. (Nifal)
      1. tornar-se doente
      2. ser acometido de doença
      3. estar cansado
    4. (Pual) ser enfraquecido, tornar-se fraco
    5. (Hitpael) fazer-se adoecer
    6. (Hifil)
      1. tornar dolorido
      2. fazer adoecer
      3. mostrar sinais de doença, adoecer
      4. afligir
    7. (Hofal)
      1. ser feito doente
      2. ser ferido

חָנַן


(H2603)
chânan (khaw-nan')

02603 חנן chanan

uma raiz primitiva [veja 2583]; DITAT - 694,695; v

  1. ser gracioso, mostrar favor, ser misericordioso
    1. (Qal) mostrar favor, ser gracioso
    2. (Nifal) ser piedoso
    3. (Piel) tornar gracioso, tornar favorável, ser gracioso
    4. (Poel) dirigir favor a, ter misericórdia de
    5. (Hofal) receber favor, receber consideração
    6. (Hitpael) buscar favor, implorar favor
  2. ser repugnante

יָד


(H3027)
yâd (yawd)

03027 יד yad

uma palavra primitiva; DITAT - 844; n f

  1. mão
    1. mão (referindo-se ao homem)
    2. força, poder (fig.)
    3. lado (referindo-se à terra), parte, porção (metáfora) (fig.)
    4. (vários sentidos especiais e técnicos)
      1. sinal, monumento
      2. parte, fração, porção
      3. tempo, repetição
      4. eixo
      5. escora, apoio (para bacia)
      6. encaixes (no tabernáculo)
      7. um pênis, uma mão (significado incerto)
      8. pulsos

יְהֹוָה


(H3068)
Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

03068 יהוה Y ehovaĥ

procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

  1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
    1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

אֵל


(H410)
ʼêl (ale)

0410 אל ’el

forma contrata de 352, grego 2241 ηλι e 1664 ελιουδ; DITAT - 93a; n m

  1. deus, semelhante a deus, poderoso
    1. homens poderosos, homens de posição, valentes poderosos
    2. anjos
    3. deus, deus falso, (demônios, imaginações)
    4. Deus, o único Deus verdadeiro, Javé
  2. coisas poderosas na natureza
  3. força, poder

מִן


(H4480)
min (min)

04480 מן min

ou מני minniy ou מני minney (construto pl.) (Is 30:11)

procedente de 4482; DITAT - 1212,1213e prep

  1. de, fora de, por causa de, fora, ao lado de, desde, acima, do que, para que não, mais que
    1. de (expressando separação), fora, ao lado de
    2. fora de
      1. (com verbos de procedência, remoção, expulção)
      2. (referindo-se ao material de qual algo é feito)
      3. (referindo-se à fonte ou origem)
    3. fora de, alguns de, de (partitivo)
    4. de, desde, depois (referindo-se ao tempo)
    5. do que, mais do que (em comparação)
    6. de...até o, ambos...e, ou...ou
    7. do que, mais que, demais para (em comparações)
    8. de, por causa de, através, porque (com infinitivo) conj
  2. que

נָא


(H4994)
nâʼ (naw)

04994 נא na’

uma partícula primitiva de incitamento e súplica, que pode ser traduzida como: “Eu rogo”, “agora”, ou “então”, grego 5614 ωσαννα; DITAT - 1269; part

  1. Eu rogo (nós rogamos), agora, por favor
    1. usado em súplica ou exortação

נָשָׂא


(H5375)
nâsâʼ (naw-saw')

05375 נשא nasa’ ou נסה nacah (Sl 4:6)

uma raiz primitiva; DITAT - 1421; v

  1. levantar, erguer, carregar, tomar
    1. (Qal)
      1. levantar, erguer
      2. levar, carregar, suportar, sustentar, agüentar
      3. tomar, levar embora, carregar embora, perdoar
    2. (Nifal)
      1. ser levantado, ser exaltado
      2. levantar-se, erguer-se
      3. ser levado, ser carregado
      4. ser levado embora, ser carregado, ser arrastado
    3. (Piel)
      1. levantar, exaltar, suportar, ajudar, auxiliar
      2. desejar, anelar (fig.)
      3. carregar, suportar continuamente
      4. tomar, levar embora
    4. (Hitpael) levantar-se, exaltar-se
    5. (Hifil)
      1. fazer carregar (iniqüidade)
      2. fazer trazer, ter trazido

אָמַר


(H559)
ʼâmar (aw-mar')

0559 אמר ’amar

uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

  1. dizer, falar, proferir
    1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
    2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
    3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
    4. (Hifil) declarar, afirmar

עַתָּה


(H6258)
ʻattâh (at-taw')

06258 עתה ̀attah

procedente de 6256; DITAT - 1650c; adv.

  1. agora
    1. agora
    2. em expressões

פָּנִים


(H6440)
pânîym (paw-neem')

06440 פנים paniym plural (mas sempre como sing.) de um substantivo não utilizado פנה paneh

procedente de 6437; DITAT - 1782a; n. m.

  1. face
    1. face, faces
    2. presença, pessoa
    3. rosto (de serafim or querubim)
    4. face (de animais)
    5. face, superfície (de terreno)
    6. como adv. de lugar ou tempo
      1. diante de e atrás de, em direção a, em frente de, adiante, anteriormente, desde então, antes de
    7. com prep.
      1. em frente de, antes de, para a frente de, na presença de, à face de, diante de ou na presença de, da presença de, desde então, de diante da face de

צָבָא


(H6635)
tsâbâʼ (tsaw-baw')

06635 צבא tsaba’ ou (fem.) צבאה ts eba’aĥ

procedente de 6633, grego 4519 σαβαωθ; DITAT - 1865a,1865b; n. m.

  1. o que vai adiante, exército, guerra, arte da guerra, tropa
    1. exército, tropa
      1. tropa (de exército organizado)
      2. exército (de anjos)
      3. referindo-se ao sol, lua e estrelas
      4. referindo-se a toda a criação
    2. guerra, arte da guerra, serviço militar, sair para guerra
    3. serviço militar